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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ UFOPA

CAMPUS ALENQUER
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

RESENHA CRÍTICA: MAQUIAVEL; THOMASHOBBES, JHON LOCK E


ROUSEAU

Carlos Augusto Guimaraes Farias Filho


NICOLAU MAQUIAVEL

Nicolau Maquiavel é considerado o maior arauto do realismo político. Nasceu em 1492, em


Florença na Itália. Ele foi secretário da República de Florença (Segundo Chanceler). Além
de diplomata, filósofo (mais cientista que filósofo) e historiador, foi poeta e músico. Para
ele, política e moral não deviam andar juntas. Para ele, a política e a moral regem-se pelas
próprias regras, de modo que não há o que se falar da moral ou de imoralidade da política,
pois cada uma seguem suas próprias regras, obedecem às suas próprias leis. Aliás, aqui cabe
uma observação: apesar de menosprezar a moral cristã, a qual a enxergava como
individualista, fazendo o homem pensar mais na sua salvação, ele enaltecia a moral pagã, a
qual valorizava as glórias do mundo terreno e a defesa da pátria.

O contexto histórico da época de Maquiavel era o período da Renascença, movimento


inspirado na Antiguidade Clássica, que começou na Itália no século XIV e dali se propagou
por toda Europa. Nesse período, há uma transição da idade medieval para a idade moderna,
com a preponderância das verdades científicas, demonstradas empiricamente, sobre as
verdades reveladas e estabelecidas pela fé. Os livros de Maquiavel foram extremamente
influenciados por todo esse apego às coisas terrenas e que caracterizavam a experiência
renascentista.

Em seu livro “O Príncipe”, Maquiavel trata dos conceitos de Virtu (sem confundir com a
virtude moral) e Fortuna (sorte) que o Príncipe deve ter, considerando uma abordagem
renascentista, deixando claro a preponderância da virtu como controladora da
imprevisibilidade da fortuna, já que o homem é o centro de todos os acontecimentos, sendo
capaz de erguer ou destruir grandes civilizações. Em seus escritos, predominará a visão
racional e realista, em sobreposição à postura moralista, contaminada de ideais cristãos,
além de dar grande importância às coisas antigas.

Em 1498, surge a República livre de Florença, sobre domínio francês, e Maquiavel, então
com 29 anos, passa a fazer parte como secretário da segunda Chancelaria, tratando de
assuntos internos, e ainda como assessor da Comissão dos Dez, responsável pela Defesa
Nacional, realizando missões diplomáticas. Após 14 anos de serviços prestados à República,
em 1512, a milícia de Maquiavel, organizada 6 anos antes, não conseguiu conter o exército
espanhol, o qual havia invadido a República florentina, possibilitando o retorno da família
Médici ao controle da política. Após esse episódio, o diplomata é demitido do governo,
preso e torturado sob a acusação de conspirar contra os novos senhores. É anistiado e vai
morar em sua pequena propriedade na cidade de Sant’ Andrea in Percussina, há 13
quilômetros de Florença. Lá, no campo, ele começa a refletir sobre sua experiência política,
transformando-se em pensador, passando a escrever cartas ao governo florentino, com base
nos textos da Antiguidade. Em 1513, ele escreve uma carta ao embaixador de Florença em
Roma, Francesco Vettori, falando de seus dias ociosos e da sua vida enfadonha, oferecendo
sua obra De Principatibus, obra que conhecemos como o tão aclamado livro O Príncipe, na
tentativa de poder voltar a ocupar seu cargo no governo de Florença, por meio da
intervenção do embaixador.

Somente em 1525, aos 56 anos, depois de anos buscando aproximação com os Médici,
consegue retornar ao governo de Florença. Contudo, sem as bênçãos da fortuna, em 1527,
Francisco I, rei da França, invade a Itália para recuperar os territórios perdidos dois anos
antes. Júlio de Médici, o novo pontífice, foge e instaura-se uma nova República, a qual
considera Maquiavel como um traidor, por tentar aproximação com os Médici, os antigos
senhores, o que o porá mais uma vez no ostracismo, morrendo doente e deprimido em 21 de
junho do mesmo ano, pobre e sem prestígio.

Maquiavel é considerado o fundador da Ciência Política moderna, o primeiro pensador a


refletir sobre o poder e revelar a sua face cruel, mostrando-o como de fato o é. Para tanto,
desvencilhou-se da análise da política segundo uma perspectiva normativa dos tempos dos
filósofos da Grécia antiga, para abordar a política sobre uma perspectiva com base na análise
fria dos fatos (a política como de fato é), apoiada em toda sua experiência adquirida em seus
14 anos em que serviu à República de Florença, como Segundo Chanceler, bem como nos
textos clássicos. De uma forma objetiva e pragmática, defendia que o poder é de quem
possuir a virtu necessária para aproveitar a oportunidade oferecida pela fortuna e exercer o
comando do Estado. Desse modo, Maquiavel democratiza o acesso ao comando estatal,
deixando claro que este não é exclusividade dos nobres, mas pode pertencer a um pobre,
quando este detém a virtu.

Quanto à natureza humana, Nicolau tem uma visão de que os homens têm uma inclinação
para a maldade, e a revelarão mais cedo ou mais tarde. Apresentam-se, portanto, como uma
ameaça, pois sua própria natureza o impulsiona à busca pelos seus próprios interesses e,
sendo assim, à busca pelo poder. Maquiavel, diante dos egoísmos inerentes à natureza dos
homens, vislumbra nos conflitos, nos tumultos e nos antagonismos, uma forma de frear os
egoísmos conflitantes de cada um, e assim dar vida ao surgimento de leis que visam a
atender aos interesses coletivos (ou, pelo menos, a uma parte deles), permitindo que os
homens possam viver em sociedade.

A obra O Príncipe, parece ter sido escrito com o propósito de subsidiar alguém em um
momento de transição, valendo-se inclusive de procedimentos cruéis quando necessário for,
a fim de se alcançar o objetivo que seria unificar o poder na Itália, transformando-a em uma
República Moderna. Para ele, esse governante, ou agente de transição, serve apenas àqueles
dias de desespero, para que depois, em situação de normalidade política, a república,
considerada por Maquiavel como a melhor forma de governo, possa triunfar. De fato,
Maquiavel, de forma pragmática, defendia a ideia de que “ocasiões especiais requerem
remédios não menos extremos” e que essa violência, nos períodos mais conturbados,
ganharia legitimidade mais à frente, abrindo espaço para a liberdade das instituições
republicanas.
THOMAS HOBBES

Thomas Hobbes nasceu em Westport em 5 de abril de 1588. O pensador britânico é filho de


um padre anglicano que, após um desentendimento, deixou sua cidade e família (aos
cuidados do tio de Thomas Hobbs). Hobbes recebeu educação formal, estudou em uma
escola anglicana e, posteriormente, em uma escola particular. Como cerne da obra de
Hobbes, há dois aspectos a propor, um é o campo da filosofia teórica e o outro é a filosofia
prática. No campo da teoria, Hobbes é um empirista, ele acredita que não há forma de
performance psicológica antes da experiência. No entanto, a grande produção filosófica de
pensadores está conectada com a filosofia prática (isto é, filosofia política). Na esfera
política, o inglês defende: O estado de natureza humano como momento de inaptidão natural
para a vida social, a sociedade como uma composição complexa de “átomos”, que são os
indivíduos. O contrato social como formação da comunidade humana que retira o homem de
seu estado de natureza; A necessidade da monarquia para estabelecer a ordem entre as
pessoas.

Para ele, todo conhecimento vem dos sentidos e a paixão é mais forte do que a vontade. Do
ponto de vista moral e político, a teoria é a seguinte: O sujeito do Estado é extremamente
individualista e só se reúne na comunidade porque essa é a melhor forma de sobreviver. Esta
meia guerra é analisada no “Leviatã”. No livro de Jó, o Leviatã da Bíblia é o monstro que
governa o caos primitivo. Para Hobbes, o país é o grande Leviatã, ou seja, o deus imortal,
que se sobrepõe ao indivíduo e o absorve, embora tenha sido criado para servi-lo.

Os homens, por sua vez, não são absolutamente iguais, mas equitativos, de forma que
nenhum indivíduo possa ser absolutamente superior a outrem. É daí que, para o autor, surge
o estado de “guerra-generalizada”: o mais razoável é atacar ou defender-se de um eventual
ataque de seus semelhantes, causando conflitos duradouros entre a humanidade. O Estado
surge para reprimir e remediar essa realidade, trazendo paz á sociedade.

Além disso, o filósofo criou o "contrato social". Hobbes presumiu que havia um momento
hipotético em que os humanos viviam na selva. Para ele, esse momento é caótico, pois, para
Hobbes, os humanos são naturalmente inclinados ao mal. De acordo com esse filósofo, os
seres humanos precisam da intervenção de uma poderosa instituição estatal para fazer
cumprir leis estritas em uma poderosa monarquia autocrática para que possam deixar o
estado de natureza e entrar no estado de cidadania. Hobbs disse que em seu estado natural,
"o homem é o lobo do homem".

Dentro do contratualismo há dois contratos, o de associação (pelo qual se forma a sociedade)


e o contrato de submissão (aquele que define as relações com o Estado), Hobbes funde os
contratos em um só, pois não existe sociedade sem Governo. O Governo tem como função
garantir a paz, para que ele possa cumprir suas obrigações o soberano tem de ter poder
absoluto e sem limites de contratos, caso a contrário fiquemos em condição de guerra entre
os poderes que se enfrentam.

O Estado é instituído quando uma maioria de homens acordam em um representá-los em


todos seus atos e decisões a fim de viver em paz e serem protegidos. Desta instituição que se
derivam os direitos e as faculdades. Na medida em que pactuam, não podem constituir entre
si um novo pacto, já que existe um pacto vigente, caso o faça confere injustiça, assim como
depor seu soberano. Não se deve, portanto, pactuar com Deus por conta própria sem o
devido mediador que seria aquele que é soberano abaixo de Deus, este ato não é somente
injusto como também de caráter vil e inumano. O pacto no qual o soberano foi decidido não
deverá ser atravessado por um pacto anterior, já que o antigo pacto foi feito sob outras
circunstâncias. Após a decisão de um soberano os dois lados (os que votaram a favor e os
que votaram contra) devem concordar com a nova soberania, se não estariam descumprindo
com o contrato estabelecido e seriam injustos.

Para Hobbes a igualdade nos leva a guerra, pois cria disputa. A respeito da liberdade Hobbes
crê que a liberdade se oferece ao soberano para obter a paz e os direitos de sociedade, caso o
soberano deixe de prover esses direitos o súdito então não lhe deve mais obediência, pois
sumiu a razão que leva o súdito a obedecer, esta é a “a verdadeira liberdade do súdito”. O
indivíduo de Hobbes não se apega a bens, mas a sua honra. Ele comenta que os principais
motivos de violência vêm a partir de questões pequenas que atingem a honra do indivíduo.
Desta forma, o homem hobbesiano não valoriza a acumulação de riquezas, mas os status de
poder e honra, vivendo basicamente da imaginação. Isso, para Hobbes e para outros
filósofos, é um perigo, porque pode começar a fazer a pessoa viver no irreal.

O Estado de Natureza, da condição aos homens quando não há estado regendo-o (não
há leis nem poder comum). No estado de natureza os homens são absolutamente livres. A
primeira característica do ser humano seria a liberdade, mas a conceitua, não apenas como
senso comum. Quando Hobbes diz que no estado de natureza o homem é absolutamente
livre, esta liberdade significa ausência de determinação externa à vontade. Somos livres
porque não há uma força da natureza ou uma vontade divina determinando a
nossa vontade. Ver o que ela falou sobre instinto.

Ele acreditava que o direito fundamental de todo estado e de toda ordem jurídica é o direito
à vida. Matar ou não matar é uma escolha. Para Hobbes estes seres
livres, racionais e iguais estão, no estado de natureza, em busca de
satisfazerem os seus desejos. Para Hobbes, o desejo se diferencia da
necessidade, pois a necessidade tem um objeto fixo, se tenho sede, bebo água. Porém aquilo
que me é objeto de desejo hoje, não necessariamente será amanhã. O
desejo para Hobbes é o motor do ser humano, quando alcançamos um desejo, somos
lançados a outro desejo. Porém, isso não se iguala de forma alguma ao consumismo. Quando
um ser humano encontra um objeto satisfatório ao seu desejo, isso lhe traz felicidade.

É justamente por isso que Hobbes defende que o ser humano pode ir até as últimas
consequências em busca de satisfazer os seus desejos. E seria por isso, que sem uma lei e
poder comum, a humanidade se encontraria constantemente em guerra entre si mesma, por
isso traz que o “homem é o lobo do homem”. Ele trata que este estado de guerra deve ser
superado através de um contrato. O ser humano pode escolher entre a paz e a guerra.
Segundo Hobbes, se escolhe a paz.
JHON LOCK

John Locke nasceu na Inglaterra, no dia 29 de agosto de 1632, foi um filósofo inglês, um
dos mais importantes filósofos do empirismo. Como representante do individualismo liberal,
defendeu a monarquia constitucional e representativa, que foi a forma de governo
estabelecida na Inglaterra, depois da Revolução de 1688. Estudou Filosofia, Medicina e
Ciência Naturais na Universidade de Oxford, onde depois lecionou filosofia, retórica e
grego. Estudou as obras de Francis Bacon e René Descartes. Em 1683, Locke muda-se para
a Holanda, e só retorna à Inglaterra em 1688, após o restabelecimento do protestantismo e a
subida ao trono de Guilherme, Príncipe de Orange. Em 1695, foi nomeado membro do
Parlamento, permanecendo no cargo até 1700.

É considerado o fundador do empirismo, doutrina que postula que todo conhecimento (com
exceto das matemáticas e a lógica ) se deriva da experiência e, portanto, se opõe às ideias de
Platão e Descarte ao afirmar que “não existem ideias e princípios intuitivos ou noções
inatas”.

Após o sucesso da Revolução Gloriosa, John Locke voltou para a Inglaterra e publicou suas
principais obras: Cartas sobre a tolerância, Ensaio sobre o entendimento humano e os Dois
tratados sobre o governo civil. Em o Segundo tratado, a revolução gloriosa é justificada pelo
direito da resistência, e a legitimação de Guilherme de Orange e o Parlamento era consentida
pelo povo (única fonte de poder legítima).

Foi um dos principais contratualistas da modernidade e representante do jusnaturalismo. Ao


contrário de Aristóteles, para Locke o indivíduo existe antes da sociedade e na sua
concepção, durante o estado de natureza os homens vivem em um estado pré-político
caracterizado pela liberdade e igualdade.

Seguindo a linha tradicional do empirismo, que admite que todo conhecimento vem da
experiência, portanto, dos sentidos, Locke busca compreender qual a gênese, a função e os
limites do entendimento humano. Para isso, critica a noção cartesiana de sujeito como
substância. “A mente é uma tabula rasa”, já diria Aristóteles, que é retomado aqui para
evidenciar que nada não existe na mente que não estivesse antes nos sentidos.

De acordo com Locke, a mente é como uma cera passiva, desprovida de conteúdos, em que
os dados da sensibilidade vão imprimindo ali as ideias que podemos conhecer. As ideias
inatas existem no espírito humano, são anteriores ao nascimento e coordenam, assim, o
modo como o homem conhece. Mas para o filósofo empirista, o saber humano é
determinado pelas impressões vindas da sensação, não de um fundamento inteligível inato.
Corpo e mente são uma coisa só, não são distintos.

Para Locke a única coisa que pode ser inata no homem é a capacidade de depreender
(abstrair) ideias dos fatos singulares e não que as próprias ideias sejam inatas. Em seu
Ensaio sobre o entendimento humano, Locke faz uma espécie de mapeamento de como em
nossa mente se produzem as ideias. As ideias derivam das sensações. Não existe pensamento
puro sobre conceitos meramente inteligíveis, mas pensar é sempre pensar em algo recebido
pelas sensações impresso em nossa mente. A experiência nada mais é do que a observação
tanto dos objetos externos como das operações internas da mente. Pensamento não é formal,
mas sim uma síntese entre forma e conteúdo derivados da experiência e limitados a esta. A
experiência pode ser de dois tipos: Externa, da qual derivam as ideias simples de sensação
(extensão, figura e movimento) e Interna, da qual derivam as ideias simples de reflexão (dor,
prazer, etc.).

Segundo Locke, Deus nos conferiu apenas as faculdades para que pudéssemos adquirir
conhecimento, dentro de certos limites. Contrariando o inatismo, ele afirma que, ao
nascermos, somos como uma folha em branco "tábula rasa", como diziam os empiristas, que
é escrita na medida em que vivemos e temos experiência de mundo. A mente é, como
dissemos, um papel em branco, desprovida de todos os caracteres, sem quaisquer ideias,
como ela é suprida? De onde lhe provém este vasto estoque, que a ativa e que a ilimitada
fantasia do homem pintou nela com uma variedade quase infinita? De onde apreende todos
os materiais da razão e do conhecimento? A isso respondo, numa palavra, da experiência.
Basicamente é isso que o empirismo sustenta: contrapondo-se ao racionalismo, que
privilegia a razão como fonte segura do conhecimento, esta escola enfatiza o papel da
experiência.
O que Locke diz é que somente a experiência nos fornece as ideias que habitam nossos
pensamentos. Em outras palavras, que o conhecimento tem um início externo, fora do
homem. Ideias, segundo o filósofo inglês, são os objetos do conhecimento, isto é, a matéria
da qual o conhecimento é formado. Elas são percebidas pelos sentidos, mas é o
entendimento que confere o, por assim dizer, acabamento. Todo conhecimento, portanto,
está fundamentado na experiência, que nos fornece as ideias que constituem tudo aquilo que
podemos saber sobre o mundo.

O empirismo foi acusado de muitas coisas através da história e quase todas as acusações
tiveram grande parte de razão. Uma das acusações é, que não explica como possuímos
conhecimento de algo mais que não sejam nossas ideias e as operações de nossa mente.
Locke tem uma resposta a isto dizendo que: a mente em todos seus pensamentos e
raciocínios, não inclui mais que suas próprias ideias, que é a única que pode contemplar e,
portanto, é evidente que nosso conhecimento só se refere a elas.

A conclusão mais óbvia deste argumento é que todo mundo exterior, nos está vedado,
porque, embora realmente exista de maneira independente, para nós só são ideias registradas
em nossa mente, o que nos deixa encerrado em si mesmo e sem capacidade alguma de
conhecer a realidade externa.

Posso dizer que estou de acordo com Ele no que propõe sobre a origem das ideias, ao dizer
que estas não são inatas, senão que provêm da experiencia, é por este motivo que podemos
explicar que as pessoas podem ter diferentes ideias ou pontos de vista com respeito a um
mesmo tema. Um exemplo mais claro disto o podemos observar no problema da pílula do
dia seguinte, porque uma mulher que foi violada vai estar de acordo com que se aprove uma
lei para sua venda, porque assim tanto ela como outras mulheres que passaram por ele,
poderiam a tomar. Em mudança, uma mulher que não viveu isso pode estar na contramão,
porque segundo os princípios ou religião que tenha, pode que não o aprove. Neste exemplo
vemos como duas pessoas vivendo em uma mesma época podem ter ideias diferentes.

Em outro ponto que estamos de acordo com o Locke, é quando ele fala sobre nossas
capacidades, que são adequadas a nosso estado e a nossos interesses, porque é algo que
vemos a diário dentro de nosso mesmo curso, com colegas que têm um maior grau de
interesse na área Humanista, então, lhes é mais fácil captar este tipo de matérias, que outras
como a Matemáticas.
JEAN JACQUES ROUSSEAU

Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) foi um filósofo social, teórico político e escritor suíço.
Foi considerado um dos principais filósofos do Iluminismo e um precursor do Romantismo.
Em sua obra mais importante "O Contrato Social" desenvolveu sua concepção de que a
soberania reside no povo. Suas ideias políticas, voltadas contra as injustiças da época,
repercutiram nos destinos da revolução francesa de 1789.

Viveu em uma época em que o absolutismo dominava toda a Europa e diversos movimentos
buscavam uma renovação cultural, entre eles o Iluminismo – nome dado ao movimento
composto por intelectuais que condenavam as estruturas de privilégios absolutistas e
colonialistas e defendiam a reorganização da sociedade. Participou com o trabalho
“Discurso Sobre as Ciências e as Artes” que recebeu o primeiro prêmio, além de uma fama
polêmica por afirmar em seu ensaio que as ciências, as letras e as artes são os piores
inimigos da moral e, como criadoras de novas necessidades tornam-se fonte de escravidão.

Ele define-se autonomia da vontade, que é a essência do homem “renunciar a liberdade é


renunciar a qualidade de homem”, para Rousseau jamais devemos confundir independência
com liberdade. O homem independente vive na total referência aos ditames da sua natureza,
determinando seu agir de acordo com os seus próprios impulsos e interesses, e a satisfação
de suas necessidades depende inteiramente do emprego de sua própria força. Em Origem da
Desigualdade entre os Homens, emprega lei natural como direito subjetivo do homem,
conservando a si, e a sua independência natural. Para Rousseau o homem natural é um ser
sensível que leva uma existência isolada e solitária, ocupando-se apenas consigo mesmo, na
busca da autopreservação. Ele obedece a natureza por impulso natural sem interferência da
razão, a lei natural é uma inclinação instintiva. O animal age por puro instinto, o homem por
um ato de independência natural.
Rousseau foi a mais profunda influência sobre o pré-romantismo, encontrando-se os traços
dessa influência no romantismo francês de Chateaubriand, Lamartine e Victor Hugo, bem
assim inspirou personagens de Goethe, de Foscolo, bem como personagens de Byron. Seu
romance de amor, A nova Heloísa, publicado em 1761 teve um sucesso extraordinário. Ao
mesmo tempo romance filosófico, exalta a pureza em luta contra uma ordem social
corrompida e injusta. Descreve um amor irrealizado. Possivelmente o retrato do que ele
mesmo viveu.

Rousseau aborda a moralidade no Emilio e Contrato Social, diz que ela pode fazer com que
os homens possam ouvir a voz da consciência, ao representar o sentimento, levando a
preservar o seu dever. Isso nos remete que o home é capaz de criar uma moralidade civil,
estabelecendo um pacto social criando uma ordem, amenizando os conflitos entre virtude e
vícios, impulso e consciência, entre a ignorância e a engenhosidade. Dentre suas obras, a
principal teoria defendida por Rousseau foi o contrato social. Para ele, a formação das
sociedades foi responsável por encerrar o bom tempo da liberdade e soberania individual
que existia no estado de “bom selvagem”, o período da felicidade. Para Rousseau, a ideia
cristã de pecado original, vigente no seu tempo, estava errada. Ele rompeu com a tradição
cristã.

Rousseau era a favor da ideia de formação da sociedade através do “contrato social”.


Segundo ele, os homens eram livres e bons, até que se uniram para formar sociedades e
assim foram corrompidos e aprisionados pela propriedade privada.

O homem se difere do animal pela faculdade de perfectibilidade, é o desenvolvimento dessa


naturalidade que impõe transformação progressiva, desse estado originário. A sociabilidade,
faz nascer, o amor-próprio envolvendo os homens no egoísmo e na cobiça. Dotado de razão
e linguagem, o homem social desenvolve, além das carências vitais e necessidades baseada
em vaidade e ostentação. A prática social comum é subordinada da vontade ao domínio de
outrem, com poder econômico, sujeitando os mais fracos. O sentimento de piedade e
bondade natural do lugar a justiça calculista e egoísta. É a partir da necessidade social do
mútuo reconhecimento que se instaura uma relação de desigualdade, em que alguém é
submetido ao poder do outrem, e a sociedade coloca-se no “estado de guerra” de usurpação e
servidão, e os homens criam relações de mútua dependência. Os homens trocam sua
autossuficiência natural pelas vantagens da sociedade sendo dependentes.
No estado de natureza a liberdade tem conotação “independência”, existe a dependência as
coisas e a dependência ao ser humano, é esta última que importa a Rousseau. a relação entre
obediência e liberdade, se reúnem em uma, “cidadão” de modo geral a concepção do
filosofo consiste, portando, em como é possível governar os homens sem torná-los
dependentes uns dos outros, ou como é possível constituir uma autoridade pública que
preserve a liberdade na

obediência, para Rousseau se todos igualmente são submetidos a lei na condição de súditos
(cidadãos), pela sua mediação eles são livres.

Rousseau aborda a sociabilidade a partir de suas descrições do homem em sua condição


original, solitário, livre, dependendo apenas da providência natural. Esse homem muitas das
vezes torna-se escravo, dissimulado e até mesmo distante de si, mas também, é capaz de
ativar paixões, de unir forças para superar seus desafios.

A legitimidade de uma sociedade política decorre da vontade geral que, diversa da vontade
particular e esta sujeita ao erro e a injustiça, por convecção estabelece o pacto social, o qual
da origem ao corpo político. O contrato social constitui e representa a conversão do Estado.
Não sendo mais do que uma pessoa moral, membro do estado, cada cidadão recebe um
poder que, dirigindo pela vontade geral, lhe permite dispor da igualdade e da liberdade civil,
ou seja, dispor de interesse comum público.

Rousseau foi um dos principais fortalecedores do movimento liberal. Embora a ideia já


existisse e se espalhasse pela Europa antes de seu nascimento, suas obras fortaleceram esta
filosofia de vida, defendia a completa liberdade moral dos indivíduos, apenas limitada em
alguns aspectos por poucas leis civis. Em sua filosofia, ele afirmava que o ser humano só
seria feliz quando realizasse as suas vontades, sejam elas quais fossem.

Para alcançar este estado de beatitude terrestre, era necessário afastar-se da moral clássica,
do pensamento elaborado entre a síntese da filosofia grega clássica com o cristianismo,
como explicado no artigo sobre a cultura ocidental, defendia que as tendências da alma
humana eram todas boas, o que levou ao pensamento liberal, também defendia a liberdade
religiosa garantida pelo Estado, uma das teses do liberalismo. Ele fortaleceu o pensamento
liberal nas instituições políticas europeias e no imaginário popular, devido a sua grande
influência política e social em seu tempo. Além disso, ele também era contrário às
instituições tradicionais da sociedade, em sintonia com o liberalismo. Rousseau era avesso a
ideia de monarquia, de hierarquia e de tradição, era contrário à ideia de família como uma
instituição boa e necessária.

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