Você está na página 1de 34

Olá, Professor!

Peço que realize a avaliação do conteúdo com o


intuito de manter o nosso material sempre atualizado.

Avalie este
conteúdo! 🚀✨

https://bit.ly/451BDqS
Ciência Política e
Título da disciplina
Teoria do Estado
1. A formação do
Estado-nação
O conceito de Estado

O conceito de "Estado" refere-se à organização institucional


que surgiu na Europa no final do século XIV e início do século
XV, caracterizada pela centralização administrativa, burocrática,
militar e pela capacidade de exercer soberania sobre um
território delimitado por fronteiras.

Nicolau Maquiavel, um intelectual florentino do século XVI, é


conhecido como o fundador da Ciência Política e é famoso por
sua obra "O Príncipe". Sua preocupação central era desenvolver
uma teoria de governo que garantisse a "virtude da República".

Nicolau Maquiavel
O conceito de Estado

Ao estudarmos com mais cuidado


A ideia de “República” é
os escritos de Maquiavel,
fundamental para o pensamento
perceberemos que seu interesse
político do intelectual florentino e
era desenvolver uma teoria de
para o próprio pensamento político
governo capaz de garantir a
moderno.
“virtude da República”.
O conceito de Estado

O Estado surge quando esses grupos, movidos por necessidade prática, decidem
que é melhor se unir e pactuar a organização de um poder relativamente
centralizado que seja capaz de defender os interesses de todos. A partir desse
momento fundacional, o desafio da comunidade política passa a ser a defesa da
“virtude” da República, entendida como a capacidade de prover o bem comum
contra os assédios internos das facções e os ataques dos inimigos estrangeiros.
Estado e Contrato Social

Os “contratualistas”

Thomas Hobbes (1588-1679) Jean Jacques Rousseau (1712-1778)


Estado e Contrato Social

O que é o Estado na visão do contratualismo?

Resposta
O contratualismo parte da premissa de que o Estado é o resultado de um contrato
social, de um acordo coletivo movido pela racionalidade humana no qual a maioria,
deliberada ou tacitamente, decide que viver em comunidade é melhor do que viver
isoladamente. Os contratualistas reconhecem a possibilidade de existência de um
momento pré-político, de um “estado natural”, quando os seres humanos não viviam de
forma gregária.
Estado e Contrato Social

Leviatã – “O homem é o lobo do homem”

Toda a discussão que Hobbes Ou seja, nascemos perversos,


propõe a respeito do Estado parte egoístas e apetitosos, mas
de uma premissa ontológica, nascemos também capazes de
segundo a qual nós, seres entender que nossa natureza é
humanos, somos naturalmente potencialmente destrutiva, e que é
ruins e racionais. necessário domá-la para que a
própria vida seja possível.
Estado e Contrato Social

Contrato Social
Nesta obra, Jean-Jacques Rousseau, publicado em 1762, parte de premissa ontológica diametralmente
oposta a de Hobbes. Rousseau também afirma a existência de um mundo pré-social, onde os homens
viviam isolados. Porém, a natureza humana, para Rousseau, é boa e generosa. O estado de natureza é
pacífico, harmonioso, é o “império da felicidade”.

Hobbes Rousseau

O estado natural para o Já para este autor, o


autor é o inferno na Terra. estado natural é o Éden.
Estado e Contrato Social

Hobbes e Rousseau têm visões opostas sobre o estado natural e o surgimento do Estado, mas ambos
concordam que a transição para a sociedade ocorreu por meio de um acordo social baseado na razão.
Estado e Contrato Social

Hobbes acredita que o estado natural é um cenário caótico e violento, no qual os seres humanos
perceberam que a sobrevivência da espécie estava ameaçada. Portanto, concordaram em renunciar às
liberdades individuais em favor de um poder central que garantisse a segurança e a propriedade. Nessa
visão, o Estado surge como resultado da racionalidade humana diante do caos.
Estado e Contrato Social

Em contraste, Rousseau vê o estado natural como um paraíso, onde a decadência ocorre devido à
invenção da propriedade privada, que levou à competição e à guerra. O Estado, para Rousseau, surge
quando as pessoas concordam em renunciar à liberdade original para estabelecer um poder comum
que proteja o interesse coletivo. No entanto, ele permite a possibilidade de a sociedade civil romper o
contrato social através de uma ação revolucionária se o Estado não cumprir seu papel.
O conceito de Estado

Em resumo, enquanto Hobbes vê o estado natural como um inferno e o Estado como resultado da
racionalidade humana, Rousseau enxerga o estado natural como o Éden e o Estado como uma resposta
à decadência causada pela propriedade privada, com a possibilidade de revolução se o Estado falhar
em proteger o interesse coletivo.
Estado e Liberdade

John Locke (1632-1704) Benjamin Constant (1767-1830)


Estado e Liberdade

O liberalismo político na modernidade destacou o papel do Estado na proteção dos direitos individuais e na
promoção do bem-estar coletivo. John Locke e Benjamin Constant são figuras proeminentes nessa tradição.
Locke enfatizou o "governo consentido" baseado na racionalidade humana, onde o Estado deve servir às
necessidades da sociedade civil, especialmente na defesa da vida e propriedade, sem exercer tirania.
Benjamin Constant explorou a diferença entre a liberdade moderna e a antiga, argumentando que a
liberdade republicana da antiguidade era viável apenas em pequenas comunidades, enquanto a modernidade
requer uma democracia representativa, onde instituições legislativas representam os interesses da população.
Estado e Liberdade

Atenção!

O constitucionalismo, exemplificado por Montesquieu, introduziu o conceito de "freios e


contrapesos", no qual o poder do Estado é dividido em três partes independentes: Poder
Legislativo, Poder Executivo e Poder Judiciário. Esse sistema de divisão de poderes serviu
como matriz teórica para as Constituições modernas.
Estado e produção de riqueza

A teoria política marxista, formulada por Marx e


Engels no século XIX, foca na libertação das classes
oprimidas. No pensamento marxista, o Estado não é
um produto da racionalidade humana intrínseca nem
uma evolução em relação às liberdades primitivas.
Em vez disso, o Estado é concebido como resultado
de uma realidade material e objetiva, onde as classes
dominantes estabelecem instituições para exercer
controle sobre as classes oprimidas.

Legenda da imagem
Estado Nacional

É uma estrutura de poder centralizada com soberania sobre um território


definido, surgiu na Europa Ocidental entre os séculos XIV e XVII. Esse período
viu uma série de mudanças, incluindo crises democráticas, guerras religiosas,
modernização econômica e urbanização, que proporcionaram o pano de fundo
para o surgimento dos Estados Nacionais.
Estado Nacional

O aumento da produção e do A economia feudal estava A crise do feudalismo surgiu


comércio impulsionou o fundamentada na desigualdade devido ao impasse entre a
crescimento econômico e natural, com obrigações necessidade de a nobreza
demográfico, levando ao mútuas entre aristocracia e manter seu estilo de vida caro
desenvolvimento de cidades e servos. e o ressentimento dos servos
à expansão cultural e em relação aos impostos.
intelectual.
Estado Nacional

A "crise do feudalismo" resultou da disfunção


interna do sistema e foi agravada pela Peste Negra
no século XIV.
Para salvar a ordem feudal, parte da aristocracia
cedeu seu poder a uma família aristocrática
centralizada, originando o Estado Nacional. Isso
envolveu a criação de exércitos profissionais
subordinados ao Estado centralizado. A formação
dos Estados Nacionais sacrificou a autonomia
aristocrática em prol da ordem social feudal, dando
Legenda da imagem
origem a um novo tipo de nobreza cortesã.
Estado Nacional

Atenção!

A identidade monárquica desempenhou um papel crucial na formação dos Estados Nacionais, e


essa transformação representou uma revolução militar na história europeia.
Formação dos Estados Modernos: Portugal

Portugal foi o primeiro caso de modernidade


política na Europa, com um Estado centralizado
que incluía sistema fiscal, exército e burocracia
supralocal. A Revolução de Avis (1383-1385)
levou D. João I ao trono, dando início a um
governo centralizado que coordenou
empreendimentos como a expansão marítima.
Portugal tinha vantagens em termos de eficiência
em comparação com o restante da Europa. A
construção da modernidade em Portugal também
Legenda da imagem
está ligada à recristianização da Península Ibérica e
à monarquia que liderou a reconquista cristã.
Formação dos Estados Modernos: Portugal

Afonso Henriques foi um líder Com essa aliança, Afonso


importante no Condado Portucalense, Henriques acumulou recursos e
que buscava expandir seus domínios consolidou a monarquia feudal em
e contava com a aliança de cidades Portugal, liderando uma dinastia
importantes como o Porto e Viana. real. Isso contribuiu para a
Essas cidades tinham autonomia expansão marítima e comercial
municipal e buscavam proteção portuguesa, que foi impulsionada
militar de Afonso Henriques em troca por uma monarquia com tradição de
de recursos. centralização administrativa e ethos
militar.
Formação dos Estados Modernos: Espanha

O Estado Nacional espanhol é marcado pela sua


experiência imperialista durante os primeiros anos da
modernidade, exercendo poder sobre vastas partes do
continente americano e da Europa. No século XIV,
diante da crise estrutural na Europa e da ocupação
muçulmana, reinos ibéricos, incluindo Castela e
Aragão, uniram esforços para superar a crise e a
reconquista cristã. O casamento de Isabel I e
Fernando II em 1469 uniu esses reinos. A união
dessas cidades pelo casamento real garantiu o fluxo
comercial necessário para sustentar o Estado
espanhol.

Isabel I e Fernando II, reis da Espanha.


Formação dos Estados Modernos: Espanha

O novo Estado espanhol Carlos I (também conhecido A transição espanhola e a


demonstrou seu dinamismo como Carlos V do Sacro confusão de ideias entre o
político e militar com Império Romano-Germânico) velho e o novo mundo são
conquistas externas, incluindo liderou o auge do Império exploradas na literatura,
a destruição de Granada, espanhol em 1519, tornando- notavelmente em "Dom
anexação de Nápoles, se o governante do maior Quixote" de Miguel de
absorção de Navarra e a império da era moderna, Cervantes, que aborda a
descoberta e subjugação das unindo o espanhol voltado transformação da mentalidade
Américas. para o Atlântico e o e a relação entre o ideal de
Habsburgo continental voltado cavalaria e a aristocracia.
para o centro da Europa.
Formação dos Estados Modernos: Franceses x Ingleses

Na França, o Estado Nacional se formou na transição


do século XIV para o XV, em meio a duas crises: a
crise estrutural do feudalismo e a Guerra dos Cem
Anos contra a Inglaterra. A nobreza francesa,
pressionada pela crise das hierarquias feudais e em
desvantagem na guerra, permitiu que o rei Carlos VII
centralizasse o poder ao criar a "talha real", que
concentrava o serviço militar dos camponeses,
fundando assim o exército moderno.

Legenda da imagem
Formação dos Estados Modernos: Franceses x Ingleses

Na Inglaterra, o Estado Nacional se formou de


maneira distinta após a Guerra das Duas Rosas.
Henrique VII, da dinastia Tudor, buscou centralizar o
poder por meio de três movimentos: desarmar a
nobreza, esvaziar seu poder político e romper com a
tradição de delegar cargos para a aristocracia,
nomeando novas famílias emergentes.

Legenda da imagem
Formação dos Estados Modernos: Franceses x Ingleses

A construção do Estado O nacionalismo desempenhou A nação é uma "comunidade


Nacional não envolve apenas um papel fundamental nesse imaginada" socialmente, e a
centralização política, mas processo, mobilizando estudos simbologia identitária é crucial
também a criação de históricos, geográficos e para a efetividade do poder
representações simbólicas para culturais para criar ritos e público.
construir vínculos identitários tradições que fomentassem o
entre as pessoas. sentimento de pertencimento à
nação.
Formação dos Estados Modernos: Franceses x Ingleses

Atenção!

O Estado investe na "invenção de tradições" para fortalecer o sentimento de pertencimento à


nação, criando práticas ritualísticas e simbólicas que inculcam valores e normas de
comportamento, muitas vezes estabelecendo uma continuidade com o passado histórico
apropriado.
Estado Nacional: Reafirmação e Revoluções

No período entre os séculos XVII e XIX, houve a


consolidação e a crise dos Estados Nacionais.
Nesse contexto, ocorreram várias rebeliões sociais
e políticas na Europa e nas Américas,
transformando o significado da palavra
"revolução". Essas revoluções, conhecidas como
"Revoluções Burguesas", incluem a Revolução
Inglesa, a independência dos Estados Unidos e a
Revolução Francesa. Essas revoluções
representaram momentos de transição na história,
Legenda da imagem
abrindo caminho para a consolidação de valores
democráticos e políticos na Europa e nas
Américas.
Estado Nacional: Reafirmação e Revoluções

Revolução Inglesa Revolução Americana Revolução Francesa


A burguesia emergente,
insatisfeita com a sub-
Não questionou a monarquia, É considerada o evento mais
representação na monarquia
mas sim o parlamento simbólico da cultura política
aristocrata, desempenhou um
britânico, acusado de violar os moderna. Dividida em três
papel fundamental. O conflito
direitos coloniais. A momentos, a revolução visava
resultou no regicídio de Carlos
independência das colônias foi inicialmente transformar a
I e na formação de uma
alcançada em 1783, monarquia absolutista em uma
ditadura liderada por Oliver
estabelecendo um país monarquia constitucional à
Cromwell. Posteriormente, a
independente na América. moda inglesa. No entanto, ao
Revolução Gloriosa de 1688
longo do processo, diferentes
estabeleceu a primeira
projetos políticos foram
monarquia constitucional na
debatidos, levando a
Inglaterra, onde a soberania
mudanças profundas na
passou a residir na lei, não
sociedade francesa.
mais no rei.

Você também pode gostar