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CIÊNCIA POLÍTICA

O estado
A denominação “Estado”, do latim status = estar firme, significando situação permanente de
convivência e ligada à sociedade política, aparece pela primeira vez em o Príncipe de
Maquiavel.
De qualquer forma, é certo que o nome estado, indicando uma sociedade política, só
aparece no século XVI, e este é um dos motivos que faz alguns autores não admitirem a
existência do estado ates do século XVII.
Além disso, dizem que o nome estado só pode ser aplicado com propriedade à sociedade
política dotada de certas características bem definidas.
A maioria dos autores, no entanto, dá essa designação a todas as sociedades políticas que
com autoridade superior, fixaram regras de convivência de seus membros.

TEORIAS DO APARECIMENTO DO ESTADO:


1) O Estado, assim como a sociedade, sempre existiu, pois desde sempre o homem
encontra-se integrado numa organização social , dotada de poder e com autoridade para
determinar o comportamento de todo o grupo. O Estado com elemento universal na
organização humana.
2) A sociedade humana viveu sem o estado por um determinado tempo. Depois, por
motivos de atender as necessidades ou às conveniências dos grupos sociais. Não houve
simultaneidade na formação do Estado, já que este foi aparecendo de acordo com a
necessidade e condições concretas de cada lugar.
3) A última teoria diz que o Estado é admitido como a sociedade política dotada de certas
características bem definidas. Karl Schmidt diz que o conceito de Estado é um conceito
histórico concreto, que surge quando nasce a ideia e a prática da soberania( Séc XVII).Um
autor brasileiro diz que a pluralidade de autonomia existente no mundo medieval
(feudalismo), as autonomias comunais ( emancipação de cidade) e as corporações (, ressalta
que a luta empreendas um dos principais fatores determinantes para Constituição do
estado, o qual, “com todas suas características, já se apresenta por ocasião da paz de
Westfalia ( séc. XVII)

Estudando o aparecimento Estado, há duas questões: a formação originária (aquela em que


os agrupamentos humanos ainda não são integrados em qualquer Estado) e a derivada
(onde o Estado é formado a partir de outro preexistente). A forma mais provável nos dias
atuais é a formação derivada.
Del Vecchio: a observação atual de um grupo social primitivo, é útil, porém deve ser feita
com reservas, já que pode ser que o grupo pode estar em decadência, não revelando o
estágio primitivo.
● Teorias originárias do aparecimento do estado:

→ Formação natural, sem coincidência entre as causas; não era um ato puramente
voluntário
→ Formação contratualista, onde as sociedades têm em comum o fato de a vontade de
alguns ou todos os homens que levou à criação.
✔ Origem familiar: cada família primitiva ampliou e deu origem ao Estado
✔ Origem em atos de força, de violência ou de conquista: sustentam que a
superioridade de força de um grupo social permitiu-lhe submeter um grupo mais
fraco (dominantes e dominados); O Estado seria criado para regular as relações dos
vencidos e dos vencedores com finalidade de exploração econômica
✔ Origem em causas econômicas: Platão, indicado como o gérmen, disse: “Um Estado
nasce das necessidades dos homens; ninguém basta a si mesmo, mas todos nós
precisamos de muitas coisas". Ou seja, o Estado teria sido formado para se
aproveitar o benefício da divisão de trabalho, integrando-se as diversas atividades
profissionais.
Marx e Engels :
MARX: “a qualificação deste como um instrumento da burguesia para exploração do
proletariado e a afirmação de que, não tendo existido nos primeiros tempos da sociedade
humana, o Estado poderá ser extinto no futuro, uma vez que foi uma criação puramente
artificial para satisfação dos interesses de uma pequena minoria”.
Engels: o estado como produto de uma sociedade bem desenvolvida; era preciso uma
instituição que assegurasse as novas riquezas individuais contra as tradições comunistas da
sociedade da época e que consagrasse a propriedade privada, e fizesse dessa consagração
santificadora o objetivo mais elevado da comunidade humana; ou seja, uma instituição que,
em uma palavra, não só mantivesse a nascente divisão da sociedade em classes, mas
também o direito de a classe possuidora explorar a não- possuidora e o domínio da primeira
sobre a segunda. E essa instituição Estado nasce.
✔ Origem no desenvolvimento interno (mais aceita): O estado é um germe, uma
potencialidade em todas as sociedades humanas e não precisam dele quando estão
em seu princípio, porém com o desenvolvimento elas têm necessidade dele. Ou seja,
não houve influência de fatores externos, nem de interesses de indivíduos.
● Teorias derivadas do aparecimento do estado:
→ Fracionamento: Pode ser quando uma parte do território de um Estado desmembra
e passa a a constituir um novo. Ex: África, de colônia (considerado como reserva
patrimonial) à unidades independentes. Outro fenômeno é a separação de uma
parte do território de um Estado, para constituir um novo Estado, o que ocorre quase
sempre por meios violentos (movimento armado separatista), podendo ocorrer
também raramente pacificamente.
→ União de Estados: quando este implica a adoção de uma Constituição comum,
desaparecendo os Estados preexistentes que aderiram à União. Os antigos perdem
sua condição de Estado; Ex: Federações, que seria a melhor forma, já que mesmo
juntando-se não perdem autonomia local e características socioculturais. Porém
nada impede de ser um estado unitário.
→ Por último, além dos processos típicos aqui referidos, pode-se dar a criação de novos
Estados por formas atípicas. Assim, por exemplo, depois de grandes guerras as
potências vencedoras, visando a assegurar o enfraquecimento permanente dos
países vencidos, ou procurando ampliar o seu próprio território, alteram o quadro
político, não raro promovendo a criação de novos Estados, em partes de território de
um ou mais dos vencidos. Um fenômeno atípico ocorrido neste século foi a criação
de dois Estados alemães - a República Democrática Alemã e a República Federal
Alemã -, em lugar do único Estado alemão existente antes da II Guerra Mundial.

Evolução histórica do estado


ESTADO ANTIGO: Unidade geral, não admitindo qualquer divisão interior, nem territorial,
nem de funções. A ideia da natureza unitária é permanente, persistindo durante toda a
evolução política da Antiguidade. Quanto à presença do fator religioso, é tão marcante que
muitos autores entendem que o Estado desse período pode ser qualificado como Estado
Teocrático. Ex: Egito
ESTADO GREGO: o indivíduo tem uma posição peculiar. Há uma elite, que compõe a classe
política, com intensa participação nas decisões do Estado, a respeito dos assuntos de caráter
público. Entretanto, nas relações de caráter privado a autonomia da vontade individual é
bastante restrita. Assim, pois, mesmo quando o governo era tido como democrático, isto
significava que uma faixa restrita da população - os cidadãos - é que participava das decisões
políticas, o que também influiu para a manutenção das características de cidade-Estado, pois
a ampliação excessiva tornaria inviável a manutenção do controle por um pequeno número.
ESTADO ROMANO: No ano de 212 (no final) , o Imperador Caracala concedeu a
naturalização a todos os povos do Império. Numa síntese muito feliz: "O objetivo do edito
de Caracala foi político, a unificação do Império; foi religioso , visa a aumentar os adoradores
dos deuses de Roma; foi fiscal, quer obrigar os peregrinos a pagar impostos nas sucessões;
foi social, com vistas a simplificar e facilitar as decisões judicias, nos casos sobre o estado e
constituição das pessoas. Isso foi um gérmen da conceituação de povo conhecida no Estado
Moderno.
ESTADO MEDIEVAL: Marcado pela forte influência do cristianismo (promove igualdade), das
invasões bárbaras e do feudalismo. Em termos religiosos, o principal marco desse estado é a
unidade cristã. Aqui, a Igreja era, acima de tudo um componente político. Não existia
demarcação territorial, já que existiam vários feudos; também faltava o conceito de povo e
soberania.
Parte das invasões barbaras eram financiadas pela igreja, que se sentia desfavorecida pelo
Império Romano, dessa forma, com o império sendo atacado ocorreu o êxodo rural,
iniciando –se o feudalismo.
Instabilidade e indefinição de fronteiras políticas : Um poder superior, exercido pelo
Imperador, com uma infinita pluralidade de poderes menores, sem hierarquia definida; uma
incontável multiplicidade de ordens jurídicas, compreendendo a ordem imperial, a ordem
eclesiástica, o direito das monarquias inferiores, um direito comunal que se desenvolveu
extraordinariamente, as ordenações dos feudos e as regras estabelecidas no fim da Idade
Média pelas corporações de ofícios.
ESTADO MODERNO: Surgiu com base nas falhas do Estado Medieval, principalmente no que
se diz a respeito à busca pela unificação a qual iria se caracterizar pela afirmação de um
poder soberano, ou seja, o mais alto dentro de uma delimitação territorial.
Os tratados de paz de Westfália tiveram o caráter de documentação da existência de um
novo tipo de Estado, com a característica básica de unidade territorial dotada de um poder
soberano. Era já o Estado Moderno.
Elementos essenciais* do Estado moderno: soberania, fim comum, povo e território.

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