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ESTADO

ORIGEM E FORMAÇÃO
ESTADO
A denominação ESTADO significando situação permanente de
convivência e ligada à sociedade política aparece pela primeira vez em “O
Príncipe” de Maquiavel, escrito em 1513, passando a ser usada pelos
italianos sempre ligada ao nome de uma cidade independente.
O nome ESTADO, indicando uma sociedade política, só aparece no
século XVI, com o argumento de que o nome ESTADO só pode ser
aplicado com propriedade à sociedade política dotada de certas
características bem definidas.
Enfim, ESTADO é na sua essência igual à que existiu anteriormente,
embora com nomes diversos, dá essa designação a todas as sociedades
políticas que, com autoridade superior, fixaram as regras de convivência
de seus membros.
ESTADO
ÉPOCA DE APARECIMENTO DO ESTADO
1. O Estado, assim como a própria sociedade, existiu sempre, pois desde
que o homem vive sobre a Terra acha-se integrado numa organização
social, dotada de poder e com autoridade para determinar o
comportamento de todo o grupo.
2. A sociedade humana existiu sem o Estado durante certo período. Por
motivos diversos, o Estado foi constituído para atender às necessidades
ou às conveniências dos grupos sociais.
3. A admissão do Estado só seria possível com a sociedade política dotada
de certas características muito bem definidas. Karl Schmidt, um dos
adeptos desta teoria, salienta que o conceito de Estado não é um conceito
geral válido para todos os tempos, mas é um conceito concreto, que surge
quando nascem a ideia e a prática da soberania, o que só ocorreu no
século XVII.
ESTADO
CAUSAS DO APARECIMENTO DO ESTADO
FORMAÇÃO ORIGINÁRIA: partindo de agrupamentos humanos ainda
não integrados em qualquer Estado.

FORMAÇÃO DERIVADA: formação de novos Estados a partir de outros


preexistentes.
ESTADO
FORMAÇÃO ORIGINÁRIA
A. Teorias que afirmam a formação natural ou espontânea do Estado,
não havendo entre elas uma coincidência quanto à causa, mas tendo
todas em comum a afirmação de que o Estado se formou
naturalmente, não por um ato puramente voluntário.
B. Teorias que sustentam a formação contratual dos Estados,
apresentando em comum, apesar de também divergirem entre si
quanto às causas, a crença em que foi a vontade de alguns homens,
ou então de todos os homens, que levou à criação do Estado.
ESTADO
FORMAÇÃO ORIGINÁRIA
TEORIAS NÃO CONTRATUALISTAS MAIS EXPRESSIVAS

ORIGEM FAMILIAR ORIGEM EM ATOS DE ORIGEM EM CAUSAS ORIGEM NO


OU PATRIARCAL FORÇA, DE VIOLÊNCIA OU ECONÔMICAS OU DESENVOLVI
DE CONQUISTA PATRIMONIAIS MENTO
INTERNO DA
SOCIEDADE
ESTADO
FAMILIAR: cada família primitiva se ampliou e deu origem a um Estado.
ATOS DE FORÇA: a superioridade de força de um grupo social permitiu-
lhe submeter um grupo mais fraco, nascendo o Estado dessa conjugação
de dominantes e dominados.
CAUSAS ECONÔMICAS: o Estado teria sido formado para se
aproveitarem os benefícios da divisão de trabalho, integrando-se as
diferentes atividades profissionais, caracterizando-se, assim, o motivo
econômico.
DESENVOLVIMENTO INTERNO DA SOCIEDADE: o Estado é um germe,
uma potencialidade, em todas as sociedades, humanas, as quais, todavia,
prescindem dele enquanto se mantêm simples e pouco desenvolvidas.
ESTADO
FORMAÇÃO DERIVADA
FRACIONAMENTO DE UNIÃO DE ESTADOS
ESTADOS

FRACIONAMENTO: uma parte do território de um Estado se


desmembra e passa a constituir um novo Estado.
Ex: territórios coloniais.
UNIÃO: quando esta implica a adoção de uma Constituição comum,
desaparecendo os Estados preexistentes que aderiram à União.
ESTADO
Além dos processos típicos, por motivos excepcionais, podemos ter a
criação de novos Estados por formas atípicas, não-usuais e
absolutamente imprevisíveis.
Depois de grandes guerras as potências vencedoras, visando a assegurar
o enfraquecimento permanente dos países vencidos, ou procurando
ampliar o seu próprio território, procedem a uma alteração dos quadros
políticos, não raro promovendo a criação de novos Estados, em partes de
território de um ou mais dos vencidos.
Ex: A criação de dois Estados alemães. A República Democrática Alemã e
a República Federal Alemã, em lugar do único Estado alemão existente
antes da II Guerra Mundial. Terminada a guerra, em 1945, a Alemanha
vencida tinha seu território ocupado pelos vencedores, a União Soviética,
no lado oriental, e os Estados capitalistas, no lado ocidental...
ESTADO
... No ano de 1949 a situação de ocupação foi substituída pela criação de
dois novos Estados, a República Democrática Alemã e a República
Federal da Alemanha, o que perdurou até 1989, quando ocorreu a
reunificação da Alemanha, desaparecendo a República Democrática e
ressurgindo um único Estado.
ESTADO
QUANTO AO MOMENTO EM QUE SE CONSIDERA CRIADO UM
NOVO ESTADO, NÃO HÁ UMA REGRA UNIFORME;
EVIDENTEMENTE, A MANEIRA MAIS DEFINIDA DE SE
AFIRMAR A CRIAÇÃO É O RECONHECIMENTO PELOS
DEMAIS ESTADOS. O RECONHECIMENTO NÃO É
INDISPENSÁVEL, SENDO MAIS IMPORTANTE QUE O NOVO
ESTADO, APRESENTANDO TODAS AS CARACTERÍSTICAS
QUE SÃO COMUNS AOS ESTADOS, TENHA VISIBILIDADE,
CONSEGUINDO AGIR COM INDEPENDÊNCIA E MANTER,
INTERNAMENTE, UMA ORDEM JURÍDICA EFICAZ.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO
ESTADO

Sequência cronológica compreendendo as seguintes fases:


Estado Antigo, Estado Grego, Estado Romano, Estado
Medieval e Estado Moderno.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO
ESTADO

ESTADO ANTIGO
NATUREZA UNITÁRIA: o Estado Antigo sempre aparece como uma unidade
geral, não admitindo qualquer divisão interior, nem territorial, nem de funções.
A ideia de natureza unitária é permanente, persistindo durante toda a
evolução política da antiguidade.
RELIGIOSIDADE: a presença do fator religioso é tão marcante que muitos
autores entendem que o Estado desse período pode ser qualificado como
Estado Teocrático. A autoridade dos governantes e as normas de
comportamento individual e coletivo seriam expressões da vontade de um
poder divino. Estreita relação entre Estado e divindade.
Governo unipessoal=governante=representante do poder divino=divindade
O poder do governante é limitado pela vontade da divindade, cuja veículo é
um órgão sacerdotal.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO
ESTADO

ESTADO GREGO
Presença da cidade-Estado – pólis – como a sociedade política de
maior expressão.
O ideal era a autossuficiência
Elite: compõe a classe política, com intensa participação nas
decisões do Estado, a respeito de assuntos públicos.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO
ESTADO

ESTADO ROMANO
Início com um pequeno agrupamento humano, experimentou
várias forma de governo, expandiu seu domínio por uma grande
extensão do mundo, atingindo povos de costumes e organizações
absolutamente díspares, chegando à aspiração de constituir um
império mundial.
O domínio sobre uma grande extensão territorial e sobretudo o
cristianismo iriam determinar a superação da cidade Estado,
promovendo o advento de novas formas de sociedade política,
englobadas no conceito de Estado Medieval.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO
ESTADO

ESTADO MEDIEVAL
Período difícil, tremendamente instável e heterogêneo.
Cristianismo, invasões dos bárbaros e feudalismo.
Cristianismo: base da aspiração à universalidade, superando a
ideia de que os homens valiam diferentemente, de acordo com a
origem de cada um, faz-se uma afirmação de igualdade. Como
havia a aspiração a que toda a humanidade se tornasse cristã, era
inevitável que se chegasse a ideia do Estado universal, que
incluísse todos os homens, guiados pelos mesmos princípios e
adotando as mesmas normas de comportamento público e
particular.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO
ESTADO

ESTADO MEDIEVAL
Invasão dos Bárbaros: Oriundos de várias partes da Europa,
sobretudo do norte, os povos que os romanos denominavam
bárbaros e que incluíam germanos, eslavos, godos, etc,
introduziram novos costumes e estimularam as próprias regiões
invadidas a se afirmarem como unidades políticas independentes,
daí resultando o aparecimento de numerosos Estados.
A ordem era sempre bastante precária, pela improvisação das
chefias, pelo abandono ou pela transformação de padrões
tradicionais, pela presença de uma burocracia voraz e quase
sempre todo-poderosa, pela constante situação de guerra, e,
inevitavelmente, pela própria indefinição das fronteiras políticas.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO
ESTADO

ESTADO MEDIEVAL
Feudalismo: Toda a vida social passa a depender da propriedade ou
da posse da terra, desenvolvendo-se um sistema administrativo e
uma organização militar estritamente ligados à situação patrimonial.
RESUMO DO ESTADO MEDIEVAL
- Um poder superior, exercido pelo Imperador, com uma infinita
pluralidade de poderes menores, sem hierarquia definida;
- Uma incontável multiplicidade de ordens jurídicas, compreendendo
a ordem imperial, a ordem eclesiástica, o direito das monarquias
inferiores, um direito comunal que se desenvolveu
extraordinariamente, as ordenações dos feudos e as regras
estabelecidas no fim da Idade Média pelas corporações de ofícios.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO
ESTADO

ESTADO MODERNO
Os tratados de paz de Westfália tiveram o caráter de
documentação da existência de um novo tipo de Estado, com a
característica básica de unidade territorial dotada de um poder
soberano.
O Estado Moderno cujas marcas fundamentais foram tornando-se
mais nítidas, tiveram sua definição e preservação convertidas em
objetivos do próprio Estado.
Quatro notas características do Estado Moderno: soberania,
território, povo e finalidade.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO
ESTADO

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. São Paulo: Malheiros.


DALLARI, Dalmo – Elementos de Teoria Geral do Estado, São
Paulo : Saraiva, 2009.
FRIEDE, Reis. Curso de ciências políticas e teoria geral do
Estado: teoria constitucional e relações internacionais. 5 ed. – Rio
de Janeiro : Freitas Bastos Editora, 2013.

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