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CIÊNCIAS POLÍTICAS Estado


Vinícius Pinheiro
Bruno Lorencini
Origem e Formação do Estado

SURGIMENTO DO ESTADO SURGIMENTO DO ESTADO


A) Para muitos autores, C) Uma terceira ordem de autores

O Estado, assim como a própria sociedade, existiu sempre, Só admitem como Estado a sociedade política dotada de
pois desde que o homem vive sobre a terra acha-se integrado certas características muito bem definidas.
numa organização social, dotada de poder e com autoridade para
Balladore Pallieri, indica mesmo, com absoluta precisão, o ano do
determinar o comportamento de todo o grupo.
nascimento do Estado, escrevendo que:
B) Uma segunda ordem de autores “a data oficial em que o mundo ocidental se apresenta
organizado em Estados é a de 1648, ano em que foi assinada a
Admite que a sociedade humana existiu sem o Estado durante Paz de Westfália”.
um certo período. Depois, por motivos diversos, este foi
constituído para atender às necessidades ou às conveniências dos
grupos sociais.

DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. – 25º ed. – DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. – 25º ed. –
São Paulo: Saraiva, 2005. Pág. 52/53. São Paulo: Saraiva, 2005. Pág. 52/53.
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SURGIMENTO DO ESTADO FORMAÇÃO ORIGINÁRIA DO ESTADO

Paz de Westfália (1648) A) Formação natural ou espontânea:

Consubstanciada em dois tratados, assinados nas cidades O Estado se formou naturalmente, não por um ato puramente
Westifalianas de Munster e Onsbruk. voluntário.
Pelos Tratados de Westfália, assinados no ano de 1648, foram
fixados os limites territoriais resultantes das guerras religiosas, B) Formação contratual:
principalmente da Guerra dos Trinta Anos, movida pela França e
seus aliados contra a Alemanha. A vontade de alguns homens, ou de todos os homens, que levou a
criação do Estado.

DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. – 25º ed. – DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. – 25º ed. –
São Paulo: Saraiva, 2005. Pág. 52/53. São Paulo: Saraiva, 2005. Pág. 52/53.

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ESTADO EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ESTADO

 Estado Antigo; ESTADO ANTIGO

 Estado Grego;  Conhecido também como Estado Oriental ou Teocrático;

 Refere-se à formas de Estado mais recuadas no tempo, que


 Estado Romano;
apenas começavam a definir-se entre as antigas civilizações
do Oriente propriamente dito ou do Mediterrâneo.
 Estado Medieval;
 Tem como características fundamentais a natureza unitária e a
 Estado Moderno. forte religiosidade (Estado Teocrático).

DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. – 25º ed. – DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. – 25º ed. –
São Paulo: Saraiva, 2005. Pág. 52/53. São Paulo: Saraiva, 2005. Pág. 62/73.
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EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ESTADO EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ESTADO

ESTADO GREGO ESTADO ROMANO

 Não há notícia de Estado único, englobando toda a civilização  Roma sempre manteve as características básicas de cidade-
helênica. Estado, desde sua fundação, em 754 a.C., até a morte de
Justiniano, em 565 da Era Cristã.
 A característica fundamental é a cidade-Estado, ou seja, a  A característica fundamental é a base familiar da
polis, como sociedade política de maior expressão. organização, havendo mesmo quem sustente que o primitivo
Estado, a civitas, resultou da União de grupos familiares (as
 No Estado Grego o indivíduo tem uma posição peculiar, com gens).
intensa participação nas decisões do Estado (somente a  Razão pela qual sempre se concederam privilégios especiais
elite política). aos membros das famílias patrícias, compostas pelos
fundadores do Estado.
 Nas relações privadas, a autonomia da vontade dos indivíduos é  O povo participava diretamente do Governo, mas a noção de
bastante restrita. povo era muito restrita, compreendendo uma faixa estreita da
população.
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. – 25º ed. – DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. – 25º ed. –
São Paulo: Saraiva, 2005. Pág. 62/73. São Paulo: Saraiva, 2005. Pág. 62/73.

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ESTADO EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ESTADO


ESTADO MEDIEVAL ESTADO MEDIEVAL

 Idade Média: a noite negra da história da humanidade (!?).  Igreja: Ideia de Estado Universal.

 Principais características:  Luta entre Papa e Imperador, fim com o advento do Estado
Moderno.
a) Cristianismo;
b) Invasões dos bárbaros;  Idade Média: Ordem bastante precária, constante situação de
c) Feudalismo. guerra e, inevitavelmente, pela própria indefinição das
fronteiras políticas.
Ausência de unidade política, afirma-se desde logo a unidade da
Igreja Católica.

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EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ESTADO


ESTADO MODERNO

 Busca da unidade política, que se concretizaria com a


afirmação de um poder soberano, no sentido supremo,
reconhecido como o mais alto de todos dentro de uma
precisa delimitação territorial.
 Os Tratados da Paz de Westfália (1648) tiveram o caráter de
documentação da existência de um novo tipo de Estado, com
a característica básica de unidade territorial dotada de um
poder soberano. Elementos Essenciais
 As notas características do Estado Moderno, que muitos
autores preferem denominar elementos essenciais por serem
do Estado
indispensáveis para a existência do Estado, são indicadas em
três elementos, embora não exista consenso.
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. – 25º ed. –
São Paulo: Saraiva, 2005. Pág. 62/73.

ELEMENTOS ESSENCIAIS DO ESTADO O QUE É POPULAÇÃO?

Todas as pessoas presentes no território do Estado, num


 População/Povo/Nação determinado momento, inclusive estrangeiros e apátridas,
fazem parte da população.
 Território

 Poder/Governo

DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. – 25º ed. – BONAVIDES, Paulo. Ciência Política, 10º ed. – Malheiros: São Paulo
São Paulo: Saraiva, 2005. Pág. 62/73.
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O QUE É POPULAÇÃO? O QUE É POVO?

 Conceito político de povo:

ATENÇÃO: É o quadro humano sufragante, que assumiu capacidade


decisória, ou seja, o corpo eleitoral.
Trata-se de dado essencialmente quantitativo, que independe
de qualquer laço jurídico de sujeição ao poder estatal. Povo como sujeito e não como objeto da ordem política.
Não se confunde com a noção de povo!  Conceito jurídico de povo:

O povo exprime o conjunto de pessoas vinculadas de forma


institucional e estável a um determinado ordenamento
jurídico.

BONAVIDES, Paulo. Ciência Política, 10º ed. – Malheiros: São Paulo BONAVIDES, Paulo. Ciência Política, 10º ed. – Malheiros: São Paulo

O QUE É POVO? O QUE É POVO?

 Conceito político de povo:  Conceito sociológico de povo:

É o quadro humano sufragante, que assumiu capacidade O povo é compreendido como toda a continuidade do
decisória, ou seja, o corpo eleitoral. elemento humano, projetado historicamente no decurso de
várias gerações e dotado de valores e aspirações comuns.
Povo como sujeito e não como objeto da ordem política.

 Conceito jurídico de povo: ATENÇÃO:


Do ponto de vista sociológico, há equivalência do conceito de
O povo exprime o conjunto de pessoas vinculadas de forma povo com o de nação.
institucional e estável a um determinado ordenamento
jurídico.

BONAVIDES, Paulo. Ciência Política, 10º ed. – Malheiros: São Paulo BONAVIDES, Paulo. Ciência Política, 10º ed. – Malheiros: São Paulo

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O QUE É NAÇÃO? O QUE É NAÇÃO?

A nação é “um grupo humano no qual os indivíduos se Conceito naturalístico de nação


sentem mutuamente unidos, por laços tanto materiais como
espirituais, bem como consciente daquilo que os distingue  Diretamente influenciado pelas concepções racistas,
dos indivíduos componentes de outros grupos nacionais” formou-se na Alemanha. Defendia-se uma suposta
(HAURIOU) hierarquia das raças humanas, em cuja extremidade
 Conceito voluntarista de nação mais alta colocaram os povos germânicos, por sua pureza
de sangue e superioridade biológica.
A nação aparece nessa concepção como ato de vontade  Politizou-se a teoria racista em bases ideológicas,
coletiva, inspirado em sentimentos históricos (guerras, servindo de esteio de toda uma concepção de vida e
revoluções, calamidade, conquistas) e interesses núcleo de um novo conceito de nação, resultando no
econômicos, avivando os laços de parentesco espiritual. nacional-socialismo.
 A ideologia nacional-socialista fazia de povo, nação e raça
uma totalidade viva.
BONAVIDES, Paulo. Ciência Política, 10º ed. – Malheiros: São Paulo BONAVIDES, Paulo. Ciência Política, 10º ed. – Malheiros: São Paulo

A NAÇÃO ORGANIZADA COMO ESTADO TERRITÓRIO DO ESTADO

 Os aspectos históricos, étnicos, psicológicos e CONCEITO DE TERRITÓRIO


sociológicos dominam o conceito de nação,
inevitavelmente, serão revestidos de teor político.  É a base geográfica do poder (BONAVIDES).
 É a base física, a porção do globo por ele ocupada, que
 Com a politização, o grupo nacional busca seu serve de limite à sua jurisdição e lhe fornece recursos
coroamento no princípio da autodeterminação, materiais. É o país propriamente dito (AZAMBUJA).
organizando-se sob a forma de ordenamento estatal.  Território é simplesmente o espaço dentro do qual o Estado
exercita seu poder de império (soberania).
 Assim, o Estado se converte na “organização jurídica da  São partes do território a terra firme, com as águas
nação”. correspondentes, o mar territorial, o subsolo e a plataforma
continental, bem como o espaço aéreo.

BONAVIDES, Paulo. Ciência Política, 10º ed. – Malheiros: São Paulo BONAVIDES, Paulo. Ciência Política, 10º ed. – Malheiros: São Paulo.
AZAMBUJA, Darcy. Introdução à Ciência Política, 2º ed. – Globo: São Paulo.
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TERRITÓRIO DO ESTADO O PODER DO ESTADO

Exceções ao poder de império do Estado CONCEITO DE PODER

Admitem-se duas exceções ao poder de império do Estado “...o poder representa sumariamente aquela energia básica
sobre o território: que anima a existência de uma comunidade humana num
determinado território, conservando-a unida, coesa e
A) a extraterritorialidade solidária” (BONAVIDES).
B) imunidade dos agentes diplomáticos.
O Poder é “a faculdade de tomar decisões em nome da
coletividade” (AFONSO ARINOS).

BONAVIDES, Paulo. Ciência Política, 10º ed. – Malheiros: São Paulo. BONAVIDES, Paulo. Ciência Política, 10º ed. – Malheiros: São Paulo.
AZAMBUJA, Darcy. Introdução à Ciência Política, 2º ed. – Globo: São Paulo.

O PODER DO ESTADO O PODER DO ESTADO

PODER DE FATO PODER DE DIREITO

É aquele que repousa unicamente na força, e a sociedade, É aquele que busca sua base de apoio menos na força do
onde ele se exerce, exterioriza em primeiro lugar o aspecto que na competência, menos na coerção do que no
coercitivo com a dominação material e o emprego frequente consentimento dos governados.
de meios violentos para impor obediência.

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O PODER DO ESTADO O PODER DO ESTADO

“O Estado moderno assume resume basicamente o CARACTERÍSTICAS


processo de despersonalização do poder, a saber, a
passagem de um poder de pessoa a um poder de A) Imperatividade e natureza integrativa
instituições, de poder imposto pela força a um poder B) Capacidade de auto-organização
fundado na aprovação do grupo, de um poder de fato a um C) Unidade e indivisibilidade
poder de direito” D) Legalidade e legitimidade
E) Soberania
(BONAVIDES).

BONAVIDES, Paulo. Ciência Política, 10º ed. – Malheiros: São Paulo. BONAVIDES, Paulo. Ciência Política, 10º ed. – Malheiros: São Paulo.

O QUE É SOBERANIA?

 A ideia de soberania surge com o advento do Estado


moderno.

 A antiguidade, a clássica polis grega, desconheceu tal


conceito.

 O conceito de soberania é tido como um conceito histórico


e relativo.

Soberania  Do ponto de vista externo, a soberania é apenas


qualidade do poder, que a organização estatal poderá
ostentar ou deixar de ostentar.

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O QUE É SOBERANIA? NOÇÃO DE SOBERANIA

 Do ponto de vista interno, porém, a soberania, como  O poder do Estado se sobrepõe incontrastavelmente
conceito jurídico e social, se apresenta menos aos demais poderes sociais, que lhes ficam
controvertida, visto que é da essência do ordenamento subordinados.
estatal uma superioridade e supremacia.

BONAVIDES, Paulo. Ciência Política, 10º ed. – Malheiros: São Paulo. BONAVIDES, Paulo. Ciência Política, 10º ed. – Malheiros: São Paulo.

SOBERANIA INTERNA Suprema Potestas


 A soberania assim entendida como soberania interna fixa  O Estado é portador de uma vontade suprema e
a noção de predomínio que o ordenamento estatal soberana – que deflui de seu papel privilegiado de
exerce num certo território e numa determinada ordenamento político monopolizador da coação
população sobre os demais ordenamentos sociais. incondicionada na sociedade.

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CRISE DO CONCEITO DE SOBERANIA A NEGAÇÃO DA SOBERANIA DO ESTADO

 Dificuldade de conciliar a noção de soberania do Estado  A negação da soberania do Estado, sendo a negação do
com a ordem internacional; próprio Estado, ocorre mais nas teorias políticas do
anarquismo e do marxismo.
 A existência de grupos e instituições sociais
concorrentes, as quais disputam ao Estado sua
qualificação de ordenamento político supremo,
enfraquecendo e desvalorizando por consequência a ideia
de Estado.

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SOBERANIA: PERSPECTIVA HISTÓRICA A CONTRIBUIÇÃO FRANCESA

 O princípio da soberania começa historicamente por Jean Bodin


exprimir a superioridade de um poder, desembaraçado
de quaisquer laços de sujeição.

 Tomava-se a soberania pelo mais alto poder, a supremitas, • Não há Estado sem soberania.
que constava já na linguagem latina da Idade Média, por
traço essencial com que distinguir o Estado dos demais
poderes rivais, que lhe disputavam a supremacia no curso
do período medievo. “a República é o justo governo de muitas famílias, e do que
lhes é comum, com poder soberano”

BONAVIDES, Paulo. Ciência Política, 10º ed. – Malheiros: São Paulo. BONAVIDES, Paulo. Ciência Política, 10º ed. – Malheiros: São Paulo.

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A CONTRIBUIÇÃO DE JELLINEK SOBERANIA

Jellinek A corrente mais copiosa dos publicistas contemporâneos


entende que a soberania é dado histórico e representa
apenas determinada qualidade do poder do Estado, qualidade
que nem sequer constitui elemento essencial ao conceito de
• Conceitua a soberania como Estado, podendo haver Estados com ou sem soberania.

“capacidade do Estado a uma autovinculação e CARACTERÍSTICAS


autodeterminação jurídica exclusiva”
A corrente mais copiosa dos publicistas contemporâneos
entende que a soberania é dado histórico e representa
apenas determinada qualidade do poder do Estado, qualidade
que nem sequer constitui elemento essencial ao conceito de
Estado, podendo haver Estados com ou sem soberania.
BONAVIDES, Paulo. Ciência Política, 10º ed. – Malheiros: São Paulo. BONAVIDES, Paulo. Ciência Política, 10º ed. – Malheiros: São Paulo.

O TITULAR DO DIREITO DE SOBERANIA

Doutrinas teocráticas x doutrinas democráticas

DOUTRINAS DOUTRINAS
TEOCRÁTICAS DEMOCRÁTICAS:

 A base divina que


emprestam o poder.  Todo poder emana do povo.

Estado Liberal, Estado Social e


Estado Democrático de Direito

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ESTADO LIBERAL ESTADO LIBERAL

• Estado de Direito Liberal (Laissez-faire); Caracterizado pela crença na hipersuficiência individual ( a ideia
de que as pessoas seriam capazes de resolver seus próprios
• Predominante entre o século XVIII e XX; problemas), pelo governo com funções mínimas (Estado mínimo
ou garantia, marcado por um não fazer, ou prestações
• Crença na hipersuficiência individual; negativas), pela harmonia natural (o livre mercado organizaria de
maneira eficiente a sociedade e os agentes econômicos) e pelo
• Liberdade individual; direito mínimo (que consistia basicamente em regras relativas às
relações interpessoais), especialmente com foco na previsibilidade
• Princípio da Legalidade; e na estabilidade das relações econômicas

• Limitação do Poder estatal;

• Estado mínimo (não fazer).

ESTADO SOCIAL ESTADO SOCIAL

• Estado Social de Direito (Welfare State); Pressupõe a hipossuficiência individual como um dado cultural
(todos precisam de ajuda, especialmente os pobres), de modo que
• Fim da Segunda Guerra Mundial; o Estado passa a intervir e gerenciar a atividade
socioeconômica, substituindo a harmonia natural por
• Surge no início do século XX; planejamentos executados por políticas públicas, sendo que são
acrescidos às leis relativas às relações interpessoais preceitos
• Recuperação das liberdades civis e políticas; técnicos (legislação governamental).

• Direitos Sociais Fundamentais;

• Justiça Social;

• Crença na hipossuficiência individual;

• Estado passa a intervir (deve fazer, deve atuar).

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ESTADO SOCIAL DE DIREITO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO

“(...) ultrapassado o momento histórico caracterizado pela preocupação Qualidade do Estado dotado instrumentos constitucionais para concretizar a
predominante de conter o poder, o Estado foi levado a assumir novas justiça social, representando modalidade do Estado de Direito na
funções e tarefas, que os desafios da História foram‐lhe propondo como evolução do Estado liberal e do Estado social.
essenciais para a própria existência da comunidade política. Ante o risco de
dilaceração interna, em virtude das angustiantes e crescentes Com o fim da Segunda Guerra Mundial, afirmaram-se os Estados de Direito
desigualdades de fato verificadas na sua população, agravadas pelas Sociais e Democráticos, visando a recuperar as liberdades civis e
pressões do crescimento demográfico e acentuadas pela políticas ao mesmo tempo em que procuram concretizar a democracia
concentração de rendas que o sistema econômico ensejava, o Estado econômica, social, política e cultural mediante afirmação dos direitos
passou a assumir um papel ativo de redefinição social, com vistas a fundamentais, sintetizadas na ideia de justiça social.
prosseguir o ideal de integração nacional que também lhe compete. O
Estado de direito descobriu que lhe é essencial a busca da justiça
social. Deu‐se conta, ainda, de que a sociedade se tornou acentuadamente
plúrima, em termos de concepção de vida e de interesses essenciais, e de
que a todos os membros da comunidade é devida a consideração e o
respeito em termos de proteção normativa básica”. FRANCISCO, José Carlos. Verbete “Estado Democrático de Direito” in: DIMOULIS,
Dimitri. Dicionário brasileiro de Direito Constitucional / coordenador - geral Dimitri
MENDES, Gilmar Ferreira. Curso de Direito Constitucional / Gilmar Ferreira Mendes,
Dimoulis. — 2. ed. — São Paulo : Saraiva, 2012. Pág. 232/235.
Paulo Gustavo Gonet Branco. – 9. ed. rev. e atual. – São Paulo : Saraiva, 2014. Pág. 56.

ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO

O conceito de Estado Democrático de Direito é predominantemente  O Estado Democrático de Direito é o modelo de organização que
empregado em países capitalistas, marcadamente com ideologias de objetiva concretizar a justiça social, para o que a Constituição fixa metas
socialdemocracia, tais como o Estado de Direito Democrático e Social no art. socioeconômicas em preceitos programáticos a serem implementadas
28, I, da Lei Fundamental de Bonn de 1949, o Estado Democrático e Social em políticas públicas sucessivas, permitindo o controle pelos interessados
do art. 2º da Constituição francesa de 1958 e o Estado Social e Democrático (inclusive da omissão, mediante a inconstitucionalidade por omissão e o
de Direito, no art. 1º da Constituição espanhola de 1978. mandado de injunção).

Contudo, no art. 2º da Constituição portuguesa de 1976, inicialmente Critérios Materiais de justiça (Thomas Fleiner)
constou o Estado de Direito Democrático com vocação socialista,
abandonada nas revisões constitucionais quinquenais logo no início da A) a cada um a proteção de seus direitos (proteção da propriedade e da
década de 1980. liberdade etc.);
B) a cada um segundo seu desempenho (livre concorrência etc.);
C) a cada um segundo suas necessidades (seguridade social e mínimo
indispensável etc.)
FRANCISCO, José Carlos. Verbete “Estado Democrático de Direito” in: DIMOULIS, FRANCISCO, José Carlos. Verbete “Estado Democrático de Direito” in: DIMOULIS,
Dimitri. Dicionário brasileiro de Direito Constitucional / coordenador - geral Dimitri Dimitri. Dicionário brasileiro de Direito Constitucional / coordenador - geral Dimitri
Dimoulis. — 2. ed. — São Paulo : Saraiva, 2012. Pág. 232/235. Dimoulis. — 2. ed. — São Paulo : Saraiva, 2012. Pág. 232/235.

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ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO

 A partir do art. 1º da Constituição brasileira de 1988, o Estado  Atualmente, a concepção de Estado Democrático de Direito é
Democrático de Direito se afirma na supremacia e na rigidez revisitada no contexto da nova ordem comunitária e global, da
constitucional produzida segundo o princípio democrático e nos demais sociedade de risco global numa realidade policêntrica e
princípios fundamentais descritos no Título I, com a finalidade precípua de supranacional
realizar os objetivos expressos nesse mesmo título e ao longo de todo o
ordenamento constitucional e de tratados internacionais celebrados,
contando com o planejamento e a gestão estatal para a concretização da
justiça social e da vida digna, expressas em diversos mandamentos
pertinentes a direitos fundamentais.

FRANCISCO, José Carlos. Verbete “Estado Democrático de Direito” in: DIMOULIS, FRANCISCO, José Carlos. Verbete “Estado Democrático de Direito” in: DIMOULIS,
Dimitri. Dicionário brasileiro de Direito Constitucional / coordenador - geral Dimitri Dimitri. Dicionário brasileiro de Direito Constitucional / coordenador - geral Dimitri
Dimoulis. — 2. ed. — São Paulo : Saraiva, 2012. Pág. 232/235. Dimoulis. — 2. ed. — São Paulo : Saraiva, 2012. Pág. 232/235.

DISTINÇÕES TERMINOLÓGICAS:

 FORMA DE GOVERNO:

MONARQUIA X REPÚBLICA – número de titulares do poder e maneira


pela qual são designados

 SISTEMA DE GOVERNO:

PRESIDENCIALISMO X PARLAMENTARISMO – como são tomadas as


decisões políticas

As Formas de Governo

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DISTINÇÕES TERMINOLÓGICAS: O QUE É GOVERNO?

 FORMA DE GOVERNO: “Numa primeira aproximação e com base num dos significados que o termo
tem na linguagem política corrente, pode-se definir Governo como o
MONARQUIA X REPÚBLICA – número de titulares do poder e maneira conjunto de pessoas que exercem o poder político e que determinam a
pela qual são designados orientação política de uma determinada sociedade...”

 SISTEMA DE GOVERNO: Com o advento do Estado moderno, o conceito de governo não indica
apenas o conjunto de pessoas que detêm o poder político, mas o complexo
PRESIDENCIALISMO X PARLAMENTARISMO – como são tomadas as de órgãos que institucionalmente têm o exercício do poder.
decisões políticas
Governo:

Organização e funcionamento do Poder Estatal, consoante os critérios


adotados para a determinação de sua natureza.

LEVI, Lucio. Verbete Governo in BOBBIO, Norberto. MATTEUCCI, Nicola. Dicionário de


Política, vol. 01., 11º ed. Brasília: Editora UNB, 1998. Pág. 553-554.

O QUE É GOVERNO? A CLASSIFICAÇÃO DE ARISTÓTELES

Principais critérios
MONARQUIA ARISTOCRACIA DEMOCRACIA
A) Número de titulares do poder soberano;
B) Separação de poderes, com rigoroso estabelecimento ou fixação de
suas respectivas relações; e  Governo de um  Governo de
C) Princípios essenciais que animam as práticas governativas e só; alguns, governo
 Conservação e
consequente exercício limitado ou absoluto do poder estatal. dos melhores;
observância dos
 Unidade da  Ideia de força:
princípios da
organização do intelectual, cultural
liberdade e
Poder Político; etc.;
igualdade.
 Mais capazes,
 Respeito às leis. melhores.

 Na classificação de Aristóteles é adotado o critério


quantitativo para a classificação das formas de governo.
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A CLASSIFICAÇÃO DE ARISTÓTELES A CLASSIFICAÇÃO DE ARISTÓTELES

A degeneração das formas de governo


GOVERNOS PUROS GOVERNOS IMPUROS
Quando os interesses pessoais se sobrepõem, na gestão dos
Aqueles em que os negócios públicos, aos interesses da sociedade, aquelas formas de
Aqueles em que, ao
titulares da soberania, governo (Monarquia, Aristocracia e Democracia) se degeneram por
invés do bem comum,
quer se trata de um, de completo.
prevalece o interesse
alguns, ou de todos,
pessoal, o interesse
exercem o poder A monarquia, desvirtuada de seu significado essencial de governo
particular dos
soberano tendo que respeita as leis, se converte em tirania, a saber, governo de um
governantes contra o
invariavelmente em só, que vota o desprezo da ordem jurídica.
interesse geral da
vista o interesse
coletividade.
comum. A aristocracia depravada transnuda-se em oligarquia, plutocracia ou
despotismo, como governo do dinheiro, da riqueza desonesta, dos
interesses econômicos antissociais.

BONAVIDES, Paulo. Ciência Política, 10º ed. – Malheiros: São Paulo. BONAVIDES, Paulo. Ciência Política, 10º ed. – Malheiros: São Paulo.

A CLASSIFICAÇÃO DE ARISTÓTELES A CLASSIFICAÇÃO DE MAQUIAVEL

A degeneração das formas de governo Para Maquiavel todos os Estados, todos os domínios que tem havido e que
havia entre os homens foram e eram repúblicas ou principados
A democracia decaída se transfaz em demagogia, governo das
multidões rudes, ignaras e despóticas. Classificação dualista
A contribuição romana (Cícero)
PRINCIPADO REPÚBLICA:
Quarto tipo: A forma mista de governo
O governo misto aparece, via de regra, por mera limitação ou  Poder singular  Poder plural
redução dos poderes da monarquia, da aristocracia e da
democracia, mediante determinadas instituições políticas como
A República,
um Senado aristocrático ou uma Câmara Democrática.
segundo Maquiavel,
Ex.: Inglaterra (Coroa Monárquica, a Câmara Aristocrática e a ARISTOCRACIA DEMOCRACIA.
abrange aristocracia
Câmara Democrática Popular).
e a democracia.
BONAVIDES, Paulo. Ciência Política, 10º ed. – Malheiros: São Paulo. BONAVIDES, Paulo. Ciência Política, 10º ed. – Malheiros: São Paulo.

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17

A CLASSIFICAÇÃO DE MAQUIAVEL A CLASSIFICAÇÃO DE MAQUIAVEL

“Todas estas formas de governo são igualmente desvantajosas: as três


primeiras, porque não podem durar; as três outras, pelo principio de Filosofia: fortuna e
corrupção que contêm. Por isto, todos os legisladores conhecidos pela sua Virtù
sabedoria evitavam empregar exclusivamente qualquer uma delas,
reconhecido o vício de cada um. Escolheram sempre um sistema de
governo de que participava todos, por julgá-ló mais solido e estável: se o
príncipe, os aristocratas e o povo governam em conjunto o Estado, podem FORTUNA: VIRTÙ:
com facilidade controlar-se mutuamente”
 Poder singular  Poder plural

LEVI, Lucio. Verbete Governo in BOBBIO, Norberto. MATTEUCCI, Nicola. Dicionário de LEVI, Lucio. Verbete Governo in BOBBIO, Norberto. MATTEUCCI, Nicola. Dicionário de
Política, vol. 01., 11º ed. Brasília: Editora UNB, 1998. Pág. 553-554. Política, vol. 01., 11º ed. Brasília: Editora UNB, 1998. Pág. 553-554.

A CLASSIFICAÇÃO DE MAQUIAVEL A CLASSIFICAÇÃO MODERNA DE MONTESQUIEU

“A fortuna proporcionava a chave para o êxito da ação política e constituía a Montesquieu distingue natureza e princípio do governo
metade da vida que não podia ser governada pelo indivíduo. Ela proporciona
a occasionne, aproveitada pela virtù do governante. O homem de virtude era
aquele que sabia o momento exato de agir” NATUREZA: PRINCÍPIO:

 Vem a ser aquilo


 se exprime que o faz atuar,
naquilo que faz que anima e
com que ele seja excita o exercício
o que é. do poder (Ex.:
paixões humanas)

LEVI, Lucio. Verbete Governo in BOBBIO, Norberto. MATTEUCCI, Nicola. Dicionário de LEVI, Lucio. Verbete Governo in BOBBIO, Norberto. MATTEUCCI, Nicola. Dicionário de
Política, vol. 01., 11º ed. Brasília: Editora UNB, 1998. Pág. 553-554. Política, vol. 01., 11º ed. Brasília: Editora UNB, 1998. Pág. 553-554.

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A CLASSIFICAÇÃO MODERNA DE MONTESQUIEU A CLASSIFICAÇÃO MODERNA DE MONTESQUIEU

FORMAS DE GOVERNO MONARQUIA


A natureza de todo governo monárquico é o
fato de ser o governo de um só.
REPÚBLICA MONARQUIA DESPOTISMO A organização política da monarquia toma por traço característico
a presença de poderes ou corpos intermediários na sociedade.
Essas organizações privilegiadas e hereditárias são o clero, a
REPÚBLICA Compreende a democracia e a aristocracia. justiça e a nobreza, que atuam em presença do trono como
poderes subordinados e dependentes.
A natureza de todo governo aristocrático é a soberania Quanto ao princípio, tem-se o sentimento de honra, no amor das
pertencer a alguns. distinções, no culto das prerrogativas.
Quanto ao princípio da aristocracia, tem-se a moderação dos A honra, como princípio monárquico, desperta nos servidores da
governantes. Coroa a paixão da fidelidade pessoal, a dedicação, o altruísmo, a
abnegação, o desapego e o sacrifício.

LEVI, Lucio. Verbete Governo in BOBBIO, Norberto. MATTEUCCI, Nicola. Dicionário de


Política, vol. 01., 11º ed. Brasília: Editora UNB, 1998. Pág. 553-554. BONAVIDES, Paulo. Ciência Política, 10º ed. – Malheiros: São Paulo.

A CLASSIFICAÇÃO MODERNA DE MONTESQUIEU A CLASSIFICAÇÃO DE MAQUIAVEL

MONARQUIA Para Montesquieu, clássico da democracia liberal, o despotismo não


Sua natureza se resume na ignorância ou chega sequer a ser uma forma de governo ao afirmar que “o governo é o
transgressão da lei. O monarca reina fora da ordem jurídica, sob lavrador que semeia e colhe; o despotismo é o selvagem que corta a árvore
o impulso da vontade e dos caprichos pessoais. para colher os frutos” e que “o despotismo não é outra coisa senão uma
O princípio de todo despotismo reside no medo: onde há multidão de iguais e um chefe”.
desconfiança, onde há insegurança, onde há incerteza, onde as
relações entre governantes e governados se fazem à base do
temor recíproco, não há, segundo Montesquieu, governo legítimo,
mas governo despótico, governo que nega a liberdade, governo
que teme o povo.

LEVI, Lucio. Verbete Governo in BOBBIO, Norberto. MATTEUCCI, Nicola. Dicionário de


BONAVIDES, Paulo. Ciência Política, 10º ed. – Malheiros: São Paulo. Política, vol. 01., 11º ed. Brasília: Editora UNB, 1998. Pág. 553-554.

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FORMAS DE ESTADO

Como organizar juridicamente um Estado?

Opção 1: criar um centro único de decisão legislativa, sendo as realidades


locais plenamente submetidas às decisões centrais (modelo de Estado
Unitário)

Opção 2: dividir as decisões entre o órgão central e os órgãos locais


(modelo de Estado Federal).

Formas de Estado

FORMAS DE ESTADO FORMAS DE ESTADO

Observações Federalismo:

 A classificação entre Estados Unitários e Estados federais baseia-se Evolução


em “tipos ideais”, que não correspondem à realidade prática dos Estados.
 Inspiração na história da independência
 Não há Estado Unitário que não tenha algum grau de descentralização. da colônia americana em relação à
Grã-Bretanha.
 Estados regionais (um meio termo entre o unitário e o federal): caso da
Espanha e suas comunidades autônomas.  As treze colônias recém-independentes
formam uma confederação.

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A ORGANIZAÇÃO EM UMA CONFEDERAÇÃO TRAZIA


QUAIS DIFICULDADES AOS ESTADOS?

Os papéis federalistas:

 Alexander Hamilton, James Madison, John Jay.

 Founding Fathers

 Bases da Constituição dos Estados Unidos da América


A organização em uma
 Organização da União, mas com preservação de ampla autonomia
Confederação trazia quais aos Estados

dificuldades aos Estados?

O FEDERALISMO NO BRASIL DECRETO N. 1, DE 15/11/1889

 O Estado Unitário Imperial (1822-1889): absoluta falta de  Proclama a República e estabelece o federalismo no Brasil,
independência das Províncias. transformando as antigas Províncias em Estados.

 Ato Adicional 1834: primeira descentralização do poder (as  Primeira Constituição brasileira a adotar o federalismo: Constituição
Províncias foram dotadas de poder legislativo próprio) – logo foi obstada Republicana de 1891
pelo “Regresso” (Ato Adicional 105/40), que reforçou o centralismo.
 A política do “café-com-leite” manteve em pauta a questão do
 O unitarismo entra em crise quando o poder econômico para de federalismo, cuja tensão chega ao ápice na Revolução de 1930 e na
sustentá-lo. Revolução Constitucionalista de 1932.

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REVOLUÇÃO 1930 MOVIMENTOS DE FORMAÇÃO

FEDERALISMO CENTRÍPETA FEDERALISMO CENTRÍFUGA


(POR AGREGAÇÃO): (POR SEGREGAÇÃO):
MODELO EUA MODELO BRASIL

RECORTES HISTÓRICOS NO BRASIL SOBERANIA X AUTONOMIA NO FEDERALISMO

Federalismo desenvolvimentista
EXTERNA

SOBERANIA

INTERNA
Federalismo de integração

POLÍTICA

AUTONOMIA ADMINISTRATIVA

FINANCEIRA

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CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DO FEDERALISMO

1. EXISTÊNCIA DE UMA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

2. AUTONOMIA DOS ESTADOS-MEMBROS

3. VEDAÇÃO À SECESSÃO

4. PARTICIPAÇÃO DOS ESTADOS NA VONTADE POLÍTICA


FEDERAL: SENADO

5. REPARTIÇÃO DE
FEDERATIVOS
COMPETÊNCIAS ENTRE OS ENTES O Município nas Relações
Internacionais

FEDERALISMO E RELAÇÕES INTERNACIONAIS FEDERALISMO E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

 O Federalismo brasileiro restringe a atuação externa dos governos  Os Estados Nacionais, durante muito tempo, foram considerados os
estaduais e municipais (governos subnacionais) únicos sujeitos de direito internacional público e os atores, por
excelência, do cenário internacional.
 O grau de autonomia das unidades subnacionais no Brasil é
extremamente restrito.  O desenvolvimento de relações com outras localidades, por meio de um
corpo diplomático organizado, era considerada a manifestação direta
 No plano municipal, registrou-se um avanço com a reforma de sua soberania externa, inserindo-se no âmbito de competência
constitucional de 1988, quando os municípios passam a ser dos governos centrais dos Estados federados.
reconhecidos com unidades federativas.

 A constituição de 1988 não ampliou, contudo, as prerrogativas das


unidades subnacionais no campo da política externa.

ONUKI, Janina. OLIVEIRA, Amâncio Jorge. Paradiplomacia e Relações Internacionais: a ONUKI, Janina. OLIVEIRA, Amâncio Jorge. Paradiplomacia e Relações Internacionais: a
experiência da cidade de São Paulo. 21 p. São Paulo: Centro de Estudos das experiência da cidade de São Paulo. 21 p. São Paulo: Centro de Estudos das
Negociações Internacionais, USP, maio 2013. Negociações Internacionais, USP, maio 2013.

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MUNICÍPIO E RELAÇÕES INTERNACIONAIS GOVERNOS SUBNACIONAIS: NOVOS ATORES


INTERNACIONAIS

Nos últimos anos, os municípios passaram a protagonizar um papel  O Município como entidade subnacional
inédito no cenário internacional, seja como organizadores de uma nova
agenda de política externa, seja como entidades do poder público com  Relação entre federalismo e competência das unidades subnacionais nas
interesses e políticas próprias, destinadas a atender demandas em nível relações internacionais.
local até então inexistentes.
 Processo de globalização e internacionalização da economia.
A atuação externa dos municípios tem crescido significativamente, seja a
partir da criação de Secretarias municipais voltadas especificamente  Existem abordagens em Relações Internacionais, como a neo-
para investir na internacionalização das cidades, seja a partir de institucionalista, que tomam o Estado Nacional como ator unitário,
iniciativas de outras Secretarias que também desempenham papel neste sendo os governos subnacionais irrelevantes.
processo de internacionalização.
 No mesmo sentido, a corrente social-construtivista.

GOVERNOS SUBNACIONAIS: NOVOS ATORES


PARADIPLOMACIA X PROTODIPLOMACIA
INTERNACIONAIS

 O Município como entidade subnacional  Paradiplomacia é considerada como sendo uma atividade legal, dentro
do rol de competência dos Non Central Governments (NCG)
 Relação entre federalismo e competência das unidades subnacionais nas estabelecido constitucionalmente.
relações internacionais.
 Protodiplomacia é definida pelo conjunto de atividades tidas como
 Processo de globalização e internacionalização da economia. ilegais.

 Existem abordagens em Relações Internacionais, como a neo-


institucionalista, que tomam o Estado Nacional como ator unitário,
sendo os governos subnacionais irrelevantes.

 No mesmo sentido, a corrente social-construtivista.

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FEDERALISMO: ASPECTOS JURÍDICOS DA


O MUNICÍPIO COMO ATOR INTERNACIONAL
PARADIPLOMACIA

A emergência das cidades como atores globais-chave deriva de um conjunto No Brasil, observa-se uma ampliação do papel político dos governos
de processos distintos: subnacionais brasileiros nas ações externas, mesmo com restrições
constitucionais.
A) aumento da interdependência entre as cidades;
B) compartilhamento de problemas comuns no âmbito local; No Município de São Paulo, inicialmente observou-se certa tensão existente
C) concentração de recursos de poder; entre as primeiras iniciativas dos atores subnacionais e a orientação central
D) criação de identidade; etc. da política externa brasileira.

DIFICULDADE:

Déficits de regulamentação, de limites legais, capazes de uma


demarcação mais precisa das atribuições entre os poderes no campo da
política externa.

FEDERALISMO: ASPECTOS JURÍDICOS DA FEDERALISMO: ASPECTOS JURÍDICOS DA


PARADIPLOMACIA PARADIPLOMACIA

Nas últimas duas décadas do século XX, tornou-se prática recorrente o Alguns países institucionalizaram em suas constituições a paradiplomacia ou
desenvolvimento de contatos entre governos não-centrais situados diplomacia paralela, com graus variáveis de autonomia, incentivando a
em Estados diferentes, fenômeno que passou a ser designado de inserção dos governos subnacionais nas relações internacionais:
paradiplomacia ou diplomacia paralela.
A) Alemanha
Os governos subnacionais são hoje reconhecidos como importantes atores B) Áustria
internacionais, cuja atuação se manifesta por meio de acordos de C) Bélgica
cooperação, visitas diplomáticas, desenvolvimento de políticas D) Suíça
públicas descentralizadas, e contatos ampliados por meio de redes E) Argentina
internacionais.

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FEDERALISMO: ASPECTOS JURÍDICOS DA FEDERALISMO: ASPECTOS JURÍDICOS DA


PARADIPLOMACIA PARADIPLOMACIA

Alguns países institucionalizaram em suas constituições a paradiplomacia ou A discussão central, tanto do ponto de vista jurídico, quanto do ponto de vista
diplomacia paralela, com graus variáveis de autonomia, incentivando a político, trata-se de identificar se estas ações encontram guarida no
inserção dos governos subnacionais nas relações internacionais: texto constitucional brasileiro ou, ao contrário, desenvolvem-se sob a
forma de uma protodiplomacia não institucionalizada.
A) Alemanha
B) Áustria Limitações aos Estados e Municípios:
C) Bélgica
D) Suíça  Não são reconhecidos como sujeitos de direito internacional público;
E) Argentina
 Não possuem competência para o exercício de relações internacionais
atribuída pela Constituição Federal.

Os dispositivos constitucionais brasileiros parecem consagrar, de fato, a idea


de unicidade do Estado Federal no exercício das relações
internacionais, sem deixar margem, salvo pequenas exceções, para
atuação dos governos subnacionais.

FEDERALISMO: ASPECTOS JURÍDICOS DA


PARADIPLOMACIA

No plano internacional, o compartilhamento de experiências entre


localidades sobre os principais problemas sociais enfrentados pelas
cidades tem se revelado bastante frutífero, o que demonstra a
relevância das relações travadas entre municípios de diferentes
Estados.

A dinâmica conflitiva entre Governo Central e Governos Subnacionais


não se consolidou, na medida que os municípios passaram a atuar
de forma complementar ou em articulação à diplomacia da
esfera federal.
História Constitucional
Brasileira

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HISTÓRIA CONSTITUCIONAL BRASILEIRA HISTÓRIA CONSTITUCIONAL BRASILEIRA

A CONSTITUIÇÃO IMPERIAL DE 1824 Após ter declarado a Independência do Brasil em, em 7 de setembro
de 1822, Dom Pedro I convoca, em 1823, uma Assembleia Geral
Constituinte e Legislativa, com ideais marcadamente liberais,
 Caráter liberal; que, contudo, posteriormente foi dissolvida, de forma arbitrária,
 Outorgada;
por ser incompatível e divergente com os ideais monárquicos.
 Forte centralização administrativa e política;
 Poder Moderador;
 Religião Oficial do Império; Assembleia substituída pelo “Conselho de Estado”, este por sua
 Monarquia hereditária; vez, em total consonância com os ideais monárquicos.
 Ampla declaração de direitos e garantias
fundamentais; A Constituição Política do Império do Brasil foi outorgada em 25 de
 Manutenção da escravidão. março de 1824;

Estabilidade: A maior na história – mais de 60 anos;

Influenciada pela Constituição Francesa de 1814;

HISTÓRIA CONSTITUCIONAL BRASILEIRA HISTÓRIA CONSTITUCIONAL BRASILEIRA

Forte presença do centralismo administrativo e político, com a instituição do Natureza do Poder Moderador em Benjamin Constant
Poder Moderador, constitucionalizado, e também pelo unitarismo e
absolutismo. “Os três poderes políticos, tais como os conhecemos até aqui – o poder
executivo, o legislativo e o judiciário -, são três instâncias que devem
Governo cooperar, cada qual em sua parte, com o movimento geral. Mas quando
essas engrenagens avariadas se cruzam, se entrechocam e se
Monárquico, hereditário, constitucional e representativo. bloqueiam, é necessária uma força para repô-las em seu lugar. Essa
força não pode estar numa dessas engrenagens mesmas, pois senão
Tratava-se de forma unitária de Estado, com evidente centralização ela lhe serviria para destruir as outras. Tem de estar fora, tem de ser de
político-administrativa. certo modo neutra, para que sua ação se aplique onde quer que seja
necessário aplica-la e para que ela seja preservadora e reparadora sem
Organização dos Poderes ser hostil”

Inspirado em Benjamin Constant (político liberal francês), adotou-se a


CONSTANT, Benjamin. Escritos de Política, tradução de Célia N. Galvão Quirino. – São
figura do Poder Moderador, no entanto, estava centralizado no Paulo: Martins Fontes, 2005. Pág. 204.
Imperador.

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HISTÓRIA CONSTITUCIONAL BRASILEIRA HISTÓRIA CONSTITUCIONAL BRASILEIRA

A Constituição Republicana de 1891 teve por relator o Senador Rui


A CONSTITUIÇÃO REPUBLICANA DE 1891
Barbosa e sofreu forte influência da Constituição norte-americana de 1787,
consagrando o sistema de governo presidencialista, a forma de Estado
 Relator Rui Barbosa – ampla influência da Federal e a forma de governo republicana (em substituição a monarquia
Constituição norte-americana; hereditária).
 Sistema de Governo: Presidencialismo;
 Forma de Estado: Federal; Eleições diretas para Presidente da República
 Forma de Governo: República
 Estado Laico; Nos termos do art. 1º das Disposições Transitórias da Constituição de 1891
 Extinção do Poder Moderador; as eleições deveriam ser diretas, no entanto, a primeira eleição da República
 Declaração de direito aprimoradas – cunho foi indireta, pelo Congresso Nacional, elegendo-se o Presidente Marechal
liberal; Deodoro da Fonseca e seu vice Marechal Floriano Peixoto.

HISTÓRIA CONSTITUCIONAL BRASILEIRA HISTÓRIA CONSTITUCIONAL BRASILEIRA

 Direitos e garantias fundamentais


A CONSTITUIÇÃO REPUBLICANA DE 1891
A declaração de direitos foi aprimorada, abolindo-se a pena de galés, a de  Revolução de 1930 – crise de 1929;
banimento e a de morte, salvo em caso de guerra.  Promulgada;
 Código Eleitoral 1932 – voto feminino, sufrágio
 Garantias constitucionais universal, direto e secreto, Justiça Eleitoral;
 Constituição de Weimar - 1919
Expressa previsão, de forma inédita na história constitucional, do remédio  Estado Social – Direitos Sociais;
constitucional Habeas Corpus.  Fascismo – corporativismo
 Estado Laico;
 Teoria clássica de separação de Poderes;
 Mandado de Segurança e Ação Popular;
 Direitos Trabalhistas;

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HISTÓRIA CONSTITUCIONAL BRASILEIRA HISTÓRIA CONSTITUCIONAL BRASILEIRA

 Criação da Justiça Eleitoral  Fascismo

Em 1932 Getúlio Vargas através do Decreto n. 21.076, de 24.02.1932 Forte influência de ideais fascistas, como a eleição indireta para deputados,
institui o Código Eleitoral, a Justiça Eleitoral, o voto feminino e o por intermédio da chamada “representação classista” do Parlamento.
sufrágio universal, direto e secreto.
Amplo corporativismo, muito presente no Direito do Trabalho (Consolidação
 Direitos Sociais (2º geração) das Leis do Trabalho) e no sindicalismo brasileiro.

A Constituição de 1934 recebeu forte influência da Constituição Weimar da  Religião


Alemanha em 1919, assegurando direitos sociais e implantando no Brasil o
ideal de um Estado Social de Direito. Admissão do casamento religioso com efeitos civis;
Facultou-se o ensino religioso nas escolas;
Previsão “Deus” no Preâmbulo da Constituição.

HISTÓRIA CONSTITUCIONAL BRASILEIRA HISTÓRIA CONSTITUCIONAL BRASILEIRA

 Poder Judiciário A CONSTITUIÇÃO 1937

Garantias da magistratura:  Outorgada;


Vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de subsídios.  Estado Novo (Ditadura)
 Inspirada na Constituição Polonesa fascista de
 Direitos e garantias constitucionais 1935;
 Fim do Senado Federal;
Constitucionalização do voto feminino e do voto secreto;  Formalmente três poderes, na prática foram
Constituição Social: Capítulos sobre Ordem Social e Econômica, Educação, esvaziados – Ditadura;
Cultura etc.;  Sufrágio Indireto;
Valorização da legislação trabalhista;  Supressão de direitos (fim do MS e AP), previsão de
censura, pena de morte aplicada a crimes políticos;
 Remédios Constitucionais  Aposentadoria compulsória;
 Proibição de greve;
Criação do Mandado de Segurança e Ação Popular  Tortura;

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HISTÓRIA CONSTITUCIONAL BRASILEIRA HISTÓRIA CONSTITUCIONAL BRASILEIRA

 Poder Legislativo  Poder Judiciário


Exercido pelo Parlamento Nacional com a colaboração do Conselho da
Economia Nacional e do Presidente da República. “Esvaziado”

Parlamento Nacional: Integrado pela Câmara dos Deputados e pelo O Presidente da República poderia submeter decisões de
Conselho Federal, o Senado Federal deixou de existir no “Estado Novo” inconstitucionalidade ao Parlamento, podendo ficar sem efeito a decisão do
varguista. Tribunal.

Eleições indiretas.  Estado de Defesa e Estado de Sítio:


 Poder Executivo
O Poder Judiciário não poderia analisar qualquer ato praticado em virtude do
O Presidente da República é concebido como a autoridade suprema ED e ES.
do Estado, coordenava a atividade dos órgãos representativos, de grau
superior, dirigia a política interna e externa, promovia ou orientava a política
legislativa de interesse nacional, e supervisionava a administração do País.

HISTÓRIA CONSTITUCIONAL BRASILEIRA HISTÓRIA CONSTITUCIONAL BRASILEIRA

 Direitos e garantias fundamentais  Nacionalização da Economia

• Fim do Mandado de Segurança e Ação Popular; • Controle do Estado sobre diversas áreas estratégicas como petróleo,
• Forte restrição do direito de manifestação do pensamento; mineração, aço etc. com a criação de diversas empresas estatais.
• Censura prévia em toda a sociedade (teatro, imprensa, radiodifusão etc.);
• Pena de morte para crimes políticos (!!!) • Companhia Vale do Rio Doce (1942)
• Proibição da greve; • Fábrica Nacional de Motores (1943)
• Civis julgados pela Justiça Militar e Tribunal de Segurança Nacional • Companhia Hidroelétrica do de São Francisco (1945)

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HISTÓRIA CONSTITUCIONAL BRASILEIRA HISTÓRIA CONSTITUCIONAL BRASILEIRA

A CONSTITUIÇÃO 1946 A CONSTITUIÇÃO 1967

 Getúlio Vargas deposto pelas Forças Armadas;


 GOLPE de 1964;
 Redemocratização do País, repudiando-se o Estado
 Outorgada;
totalitário que vigorava desde 1930;
 Segurança Nacional;
 Retorno à Constituição Republicana de 1821;
 “golpe no Federalismo”, aproxima-se de um Estado
 Na Ordem Econômica tentou harmonizar o princípio
unitário;
da livre-iniciativa com o da justiça social;
 Super Executivo;
 Restabelecimento três poderes, MS, AP etc.
 Presidente Legislava por Decretos-Lei;
 Fim da pena de morte (salvo em caso de guerra), de
 Legislativo muito enfraquecido;
banimento, de confisco e de caráter perpétuo;
 Edição do AI-5;
 Reconhecido direito de greve;
 Suspensão dos direitos políticos por 10 anos.
 Instituição do Parlamentarismo;

HISTÓRIA CONSTITUCIONAL BRASILEIRA HISTÓRIA CONSTITUCIONAL BRASILEIRA

A CONSTITUIÇÃO 1969 – EC N. 01, 17.10.1969 A CONSTITUIÇÃO CIDADÃ DE 1988

 Juntas militares;  Promulgada em 05 de outubro de 1988;


 Lei da Anistia;  “Constituição Cidadã” tendo em vista a ampla participação
 Senadores Biônicos; popular durante a sua elaboração e a constante busca de
 Revogação total do AI-5; efetivação da cidadania
 Suspensão das medidas que cassaram os direitos políticos;  Separação de Poderes;
 Diretas Já;  República e Presidencialismo;
 Comissão Afonso Arinos, entregou o anteprojeto em  Amplo rol de direito e garantias fundamentais;
18.09.1986, , com 436 artigos no corpo e 32 disposições  Plebiscito e Referendo: ampliação da participação popular;
transitórias;  Remédios Constitucionais;
 Foi rejeitada por José Sarney, um dos motivos foi a adoção do  Constituição Dirigente;
sistema parlamentarista;  Democracia deliberativa.
 Cumprimento a EC n. 26, de 27.11.1985 convoca Assembléia
Nacional Constituinte, sob a Presidência do Ministro do STF
José Carlos Moreira Alves;

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HISTÓRIA CONSTITUCIONAL BRASILEIRA HISTÓRIA CONSTITUCIONAL BRASILEIRA

FONTES
Uma Constituição não é só
técnica. Tem de haver, por trás
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 14º Edição, dela, a capacidade de simbolizar
pág. 90-117 – São Paulo: Saraiva, 2010. conquistas e de mobilizar o
imaginário das pessoas para
BONAVIDES, Paulo. História Constitucional do Brasil. 3º Edição – novos avanços”
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1991. Luís Roberto Barroso

SENTIDOS DA EXPRESSÃO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

A) Em sentido subjetivo, formal ou orgânico, ela designa os entes que


exercem a atividade administrativa; compreende pessoas jurídicas, órgãos
e agentes públicos incumbidos de exercer uma das funções em que se
triparte a atividade estatal: a função administrativa;

B) Em sentido objetivo, material ou funcional, ela designa a natureza da


atividade exercida pelos referidos entes; nesse sentido, a Administração
Pública é a própria função administrativa que incumbe,
predominantemente, ao Poder Executivo.

Administração Pública

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ESTUDO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO

O estudo da Administração Pública em geral, compreende a sua Trata-se da estruturação legal das entidades e órgãos que irão
estrutura e as suas atividades, deve partir do conceito de desempenhar as funções, através de agentes públicos (pessoas físicas).
Estado, sobre o qual repousa toda a concepção moderna de
organização e funcionamento dos serviços públicos a serem Essa organização faz-se normalmente por Lei, e excepcionalmente por
decreto e normas inferiores, quando não exige a criação de cargos nem
prestados aos administrados.
aumenta despesa pública.

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Malheiros, 2013. Pág. 61. Malheiros, 2013. Pág. 61.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GOVERNO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GOVERNO

GOVERNO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Em sentido formal, é o conjunto de Poderes e órgãos constitucionais. Numa visão global, a Administração é, pois, todo o aparelhamento do
Estado preordenado à realização de serviços, visando à satisfação das
Em sentido material, é o complexo de funções estatais básicas. necessidades coletivas.

Em sentido operacional, é a condução dos negócios políticos do Estado. A Administração Pública não pratica atos de governo; pratica, tão somente,
atos de execução, com maior ou menor autonomia funcional, segundo a
A constante, porém, do Governo é a sua expressão política de comando, competência do órgão e de seus agentes.
de iniciativa, de fixação de objetivos do Estado e de manutenção da São os chamados atos administrativos.
ordem jurídica vigente.

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GOVERNO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GOVERNO

ALGUMAS DISTINÇÕES ALGUMAS DISTINÇÕES

GOVERNO ADMINISTRAÇÃO GOVERNO ADMINISTRAÇÃO

 é atividade neutra,  comanda com


 é atividade responsabilidade  executa sem
política e normalmente responsabilidade
vinculada à Lei ou constitucional e
discricionária. política, mas constitucional ou
 é conduta a norma técnica. política, mas com
 é conduta sem
independente. responsabilidade responsabilidade
hierarquizada. técnica e legal
profissional pela
execução. pela execução.

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GOVERNO

ALGUMAS DISTINÇÕES

A Administração Pública é o instrumental de que dispõe o Estado para pôr


em prática as opções política de Governo.

Isto não quer dizer que a Administração não tenha poder de decisão. Tem,
mas somente na área de suas atribuições e nos limites legais de sua
competência executiva, sem qualquer faculdade de opção política.

Entidades políticas e
administrativas
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GOVERNO ENTIDADES POLÍTICAS E ADMINISTRATIVAS

O Governo e a Administração, como criações abstratas da Constituição e ENTIDADE


das Leis, atuam por intermédio de suas entidades (pessoas jurídicas), de
seus órgãos (centro de decisão) e de seus agentes (pessoas físicas É pessoa jurídica, pública ou privada.
investidas em cargos e funções).
Segundo a Lei 9.784/99 entidade é “a unidade de atuação dotada de
personalidade jurídica”.

Na organização política e administrativa brasileira as entidades classificam-


se em estatais, autárquicas, fundacionais, empresariais e paraestatais.

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ENTIDADES POLÍTICAS E ADMINISTRATIVAS ENTIDADES POLÍTICAS E ADMINISTRATIVAS

ENTIDADES ESTATAIS ENTIDADES AUTÁRQUICAS

São pessoas jurídicas de Direito Público que integram a estrutura São pessoas jurídicas de Direito Público, de natureza meramente
constitucional do Estado e têm poderes políticos e administrativos, tais como administrativa, criadas por Lei específica, para a realização de atividades,
a União, os Estados-membros, os Municípios e o Distrito Federal. obras ou serviços descentralizados da entidade estatal que as criou.

A União é soberana; as demais entidades estatais têm apenas Funcionam e operam na forma estabelecida na Lei instituidora e na forma
autonomia política, administrativa e financeira, mas não dispõem de de seu regulamento.
Soberania, que é privativa da Nação e da própria federação.
Podem desempenhar qualquer atividade outorgada pela entidade
estatal matriz, mas sem subordinação hierárquica, sujeita apenas ao
controle finalístico de sua administração e da conduta de seus
agentes.

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ENTIDADES POLÍTICAS E ADMINISTRATIVAS ENTIDADES POLÍTICAS E ADMINISTRATIVAS

ENTIDADES FUNDACIONAIS ENTIDADES FUNDACIONAIS

São pessoas jurídica de Direito Público ou de Direito Privado, devendo Direito Público:
a Lei definir as respectivas áreas de atuação, conforme o inc. XIX do art. 37
da CF/88. São criadas por lei, à semelhança das autarquias.

Direito Privado:
Art. 37, CF/88.
A lei apenas autoriza sua criação, devendo o Poder Executivo tomar as
(...) providências necessárias à sua instituição.

XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de
fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de
sua atuação;

ENTIDADES POLÍTICAS E ADMINISTRATIVAS ENTIDADES POLÍTICAS E ADMINISTRATIVAS

ENTIDADES EMPRESARIAIS ENTIDADES PARAESTATAIS

São pessoas jurídicas de Direito Privado, instituídas sob a forma de São pessoas jurídicas de Direito Privado que, por lei, são autorizadas a
sociedade economia mista ou empresa pública, com a finalidade de prestar serviços ou realizar atividades de interesse coletivo ou público,
prestar serviço público que possa ser explorado no modo empresarial, ou de mas não exclusivos do Estado.
exercer atividade econômica de relevante interesse coletivo. São entidades paraestatais os serviços sociais autônomos (SESI, SESC,
SENAI e outros) e, agora, as organizações sociais, regulamentadas pela
Sua criação deve ser autorizada por lei específica, cabendo ao Poder Lei 9.637/98.
Executivo as providências complementares para sua instituição.
São autônomas, administrativa e financeiramente, têm patrimônio
próprio e operam em regime da iniciativa popular, na forma de seus
estatutos, ficando sujeitas apenas à supervisão do órgão da entidade
estatal a que se encontrem vinculadas, para o controle do desempenho
estatutário.
São os denominados entes de cooperação com o Estado.

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ÓRGÃOS E AGENTES PÚBLICOS

ÓRGÃOS PÚBLICOS

• São centros de competência instituídos para o desempenho de funções


estatais, através de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa
jurídica a que pertencem.

• Segundo a Lei 9.784/99 órgão é “a unidade de atuação integrante da


Administração Direta e da Indireta”.

• São unidades de ação com atribuições específicas na organização


estatal.
Órgãos e Agentes Públicos
• Cada órgão, como centro de competência governamental ou
administrativa, tem necessariamente funções, cargos e agentes´.
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ÓRGÃOS E AGENTES PÚBLICOS ÓRGÃOS E AGENTES PÚBLICOS

ÓRGÃOS PÚBLICOS ÓRGÃOS PÚBLICOS

• É distinto desses elementos, que podem ser modificados, • Na área de suas atribuições e nos limites de sua competência funcional
substituídos ou retirados sem supressão da unidade orgânica. expressam a vontade da entidade a que pertencem e a vinculam por
seus atos, manifestados através dos seus agentes (pessoas físicas).
• Os órgãos integram a estrutura do Estado e das demais pessoas
jurídicas como partes desses corpos vivos, dotados de vontade e • A atuação dos órgãos é imputada à pessoa jurídica que eles
capazes de exercer direitos e contrair obrigações para a consecução de integram, mas nenhum órgão a representa juridicamente.
seus fins institucionais.
• A representação legal da entidade é atribuição de determinados agentes
• Os órgãos não possuem personalidade jurídica, nem vontade (pessoas físicas), tais como Procuradores judiciais e administrativos e, em
própria, que são atributos do corpo e não das partes. alguns casos, o próprio Chefe do Poder Executivo.

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ÓRGÃOS E AGENTES PÚBLICOS ÓRGÃOS E AGENTES PÚBLICOS

AGENTES PÚBLICOS CARGO PÚBLICO

• São todas as pessoas físicas incumbidas, definitiva ou transitoriamente , • São apenas os lugares criados no órgão para serem providos por
do exercício de alguma função estatal. agentes que exercerão suas funções na forma legal.

• Os agentes normalmente desempenham funções do órgão, distribuídas • O cargo é lotado no órgão e o agente é investido no cargo.
entre os cargos de que são titulares, mas excepcionalmente podem
exercer funções sem cargo. • Assim, o cargo integra o órgão, ao passo que o agente, como ser
humano, unicamente titulariza o cargo para servir ao órgão.
• O cargo ou a função pertence ao Estado, e não ao agente que o
exerce, razão pela qual o Estado pode suprimir ou alterar cargos e
funções sem nenhuma ofensa aos direitos de seus titulares, como podem
desaparecer os titulares sem extinção dos cargos ou funções.

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ÓRGÃOS E AGENTES PÚBLICOS ÓRGÃOS E AGENTES PÚBLICOS

CARGO PÚBLICO FUNÇÃO PÚBLICA

• Órgão, função e cargo são criações abstratas da lei. • São os encargos atribuídos aos órgãos, cargos e agentes.

• Agente é a pessoa humana, real, que infunde vida, vontade e ação a • O órgão normalmente recebe a função in genere e a repassa aos seus
essas abstrações legais. cargos in specie, ou a transfere diretamente a agentes sem cargo, com a
necessária parcela de poder público para seu exercício.

• Essas atribuições e delimitações configuram a competência do órgão,


do cargo e do agente, ou seja a natureza da função e o limite de poder
para seu desempenho.

• Quando o agente ultrapassa esse limite, atua com abuso de poder


ou excesso de poder.
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AGENTES PÚBLICOS

AGENTES POLÍTICOS

• São os componentes do Governo nos seus primeiros escalões,


investidos em cargos, funções, mandatos ou comissões, por nomeação,
eleição, designação ou delegação para o exercício de atribuições
constitucionais.

• Nesta categoria enquadram-se os Chefes do Poder Executivo


(Presidente da República, Governadores e Prefeitos) e seus auxiliares
imediatos (Ministros e Secretários estaduais e municipais), entre outros.

Agentes Públicos
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AGENTES PÚBLICOS AGENTES PÚBLICOS

AGENTES ADMINISTRATIVOS AGENTES HONORÍFICOS

• São todos aqueles que se vinculam ao Estado ou às suas entidades • São cidadãos convocados, designados ou nomeados para prestar,
autárquicas e fundacionais por relações profissionais, sujeitos à hierarquia transitoriamente, determinados serviços ao Estado, em razão de sua
funcional e ao regime jurídico determinado pela autoridade a que servem. condição cívica, de sua honorabilidade ou de sua notória capacidade
• São investidos a título de emprego e com retribuição pecuniária, em regra profissional, mas sem qualquer vínculo empregatício ou estatutário e,
por nomeação, e excepcionalmente por contrato de contrato de trabalho normalmente, sem remuneração.
ou credenciamento.
• Compreende:
A) Servidores públicos concursados (art. 37, II);
B) Servidores públicos exercentes de cargos ou empregos em comissão
titulares de cargo ou emprego público (art. 37, V);
C) Servidores temporários (art. 37, IX).
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AGENTES PÚBLICOS AGENTES PÚBLICOS

AGENTES DELEGADOS AGENTES CREDENCIADOS

• São particulares –pessoas físicas ou jurídicas, que não se enquadram-na • São os que recebem a incumbência da Administração para representá-la
acepção própria de agentes públicos – que recebem a incumbência da em determinado ato ou praticar certa atividade específica, mediante
execução de determinada atividade, obra ou serviço público e o realizam remuneração do Poder Público credenciante.
em nome próprio, por sua conta e risco, mas segundo as normas do
Estado e sob permanente fiscalização do delegante.

• Nessa categoria encontram-se os concessionários e permissionários de


obras e serviços públicos, os titulares (pessoas físicas) por delegação dos
serviços públicos notariais e de registro (art. 236, CF/88), os leiloeiros, os
tradutores e intérpretes públicos, as demais pessoas que recebem
delegação para a prática de alguma atividade estatal ou serviço de
interesse coletivo.
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PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

AGENTES CREDENCIADOS

• Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes


da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá
aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: .

Controle da Administração
Pública
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CONCEITO DE CONTROLE TIPOS E FORMAS DE CONTROLE

• Controle, em tema de Administração Pública, é a faculdade de vigilância, CONTROLE HIERÁRQUICO


orientação e correção que um poder, órgão ou autoridade exerce sobre a
conduta funcional de outro. • É o que resulta automaticamente do escalonamento vertical dos órgãos
do Poder Executivo, em que os inferiores estão subordinados aos
• O controle no âmbito da Administração direta ou centralizada decorre da superiores.
subordinação hierárquica.
CONTROLE FINALÍSTICO
• O controle no âmbito da Administração indireta ou descentralizada,
resulta da vinculação administrativa, nos termos da lei instituidora das • É o que a norma legal estabelece para as entidades autônomas,
entidades que a compõem. indicando a autoridade controladora, as faculdades a serem exercidas e
as finalidades objetivadas.

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TIPOS E FORMAS DE CONTROLE TIPOS E FORMAS DE CONTROLE

CONTROLE EXTERNO POPULAR


CONTROLE INTERNO
• É o previsto no art. 31,parágrafo terceiro, da CF/88, determinando que as
• É todo aquele realizado pela entidade ou órgão responsável pela contas do Município (Executivo e Câmara), fiquem durante sessenta dias,
atividade controlada, no âmbito da própria administração. anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e
apreciação, podendo questionar-lhes a legitimidade nos termos da lei.
• A Constituição Federal de 1988 determina que os Três Poderes
mantenham sistema de controle interno de forma integrada. CONTROLE DE LEGALIDADE OU LEGITMIDADE

CONTROLE EXTERNO • É o que objetiva verificar unicamente a conformação do ato ou do


procedimento administrativo com as normas legais que o regem.
• É o que se realiza por um Poder ou órgão constitucional independente
funcionalmente sobre a atividade administrativa de outro Poder estranho
à Administração responsável pelo ato controlado.
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TIPOS E FORMAS DE CONTROLE

CONTROLE DE MÉRITO

• É todo aquele visa à comprovação da eficiência, do resultado, da


conveniência e oportunidade do ato controlado.

RESPONSABILIDADE FISCAL

• A Lei Complementar 101, de 04/05/2000, estabelece normas de


finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal,
obrigatórias para a União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

• Lei de Responsabilidade Fiscal Controle Administrativo


MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 40º ed. – São Paulo:
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CONTROLE ADMINISTRATIVO MEIOS DE CONTROLE ADMINISTRATIVO

É todo aquele que o Poder Executivo e os órgãos de administração dos Os meios de controle administrativo, de um modo geral, bipartem-se em
demais Poderes exercem sobre suas próprias atividades, visando mantê-las fiscalização hierárquica e recursos administrativos.
dentro da lei, segundo as necessidades do serviço e as exigências técnicas
de sua realização, praticando um controle de legalidade e de mérito.

MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 40º ed. – São Paulo: MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 40º ed. – São Paulo:
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CONTROLE ADMINISTRATIVO CONTROLE ADMINISTRATIVO

FISCALIZAÇÃO HIERÁRQUICA SUPERVISÃO MINISTERIAL

• É exercida pelos órgãos superiores sobre os inferiores da mesma


Administração, visando ordenar, coordenar, orientar e corrigir suas • É um meio atenuado de controle administrativo geralmente aplicável nas
atividades e agentes. entidades da Administração indireta vinculada a um Ministério.

• São características a permanência e a automacidade, visto que se RECURSOS ADMINISTRATIVOS


exercita perenemente, sem descontinuidade e independentemente de
ordem ou de solicitação especial. • Em acepção ampla, são todos os meios hábeis a propiciar o reexame de
decisão interna pela própria Administração, por razões de legalidade e de
mérito administrativo.

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MODALIDADES DE RECURSOS ADMINISTRATIVOS

REPRESENTAÇÃO ADMINISTRATIVA

• É a denúncia formal e assinada de irregularidades internas ou de abuso


de poder na prática de atos da Administração, feita por qualquer cidadão
à autoridade competente para conhecer e coibir a ilegalidade apontada.

PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO

• É a solicitação da parte dirigida à mesma autoridade que expediu o ato,


para que o invalide ou o modifique nos termos da pretensão do Controle Administrativo do
requerente.
Ministério Público
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CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO


(CNMP) (CNMP)
Art. 130-A, CF/88 (...) Art. 130-A, CF/88 (...)
§ 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o controle da III receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do
atuação administrativa e financeira do Ministério Público e do cumprimento Ministério Público da União ou dos Estados, inclusive contra seus serviços
dos deveres funcionais de seus membros, cabendo lhe: auxiliares, sem prejuízo da competência disciplinar e correcional da
I zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, instituição, podendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a
podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos
recomendar providências; proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas,
assegurada ampla defesa;
II zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante
provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros IV rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de
ou órgãos do Ministério Público da União e dos Estados, podendo membros do Ministério Público da União ou dos Estados julgados há menos
desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências de um ano;
necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência dos
Tribunais de Contas;
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CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO


(CNMP)
Art. 130-A, CF/88 (...)
V elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias
sobre a situação do Ministério Público no País e as atividades do Conselho,
o qual deve integrar a mensagem prevista no art. 84, XI.

Controle Administrativo do
Poder Judiciário
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CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ) CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ)

Art. 103-B, CF/88 (...) Art. 103-B, CF/88 (...)


§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira III receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do
do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e
cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por
Estatuto da Magistratura: delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência
disciplinar e correcional dos tribunais, podendo avocar processos
I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto
disciplinares em curso e determinar a remoção, a disponibilidade ou a
da Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua
aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de
competência, ou recomendar providências;
serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa;
II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante
provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros IV representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a
ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar administração pública ou de abuso de autoridade;
prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da
União;
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CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ)

Art. 103-B, CF/88 (...)


V rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de
juízes e membros de tribunais julgados há menos de um ano;

VI elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças


prolatadas, por unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder
Judiciário;

VII elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias,


sobre a situação do Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o
qual deve integrar mensagem do Presidente do Supremo Tribunal Federal a
ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão
Controle Legislativo
legislativa.

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CONTROLE LEGISLATIVO CONTROLE LEGISLATIVO

É o exercido pelos órgãos legislativos (Congresso Nacional, Assembleias Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
Legislativas e Câmaras Municipais) ou por comissões parlamentares sobre
determinados atos do Executivo na dupla linha da legalidade e da V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
conveniência pública. regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;

Caracteriza-se como um controle eminencialmente político, indiferente aos Fiscalização dos Atos da Administração
direitos individuais dos administrados, mas objetivando os superiores
interesses do Estado e da comunidade. Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

Ampliação de poderes com a CF/88 X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos
do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta;

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CONTROLE LEGISLATIVO CONTROLE LEGISLATIVO

Fiscalização financeira e orçamentária Art. 70.

É conferida em termos amplos ao Congresso Nacional, mas se refere Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública
fundamentalmente à prestação de contas de todo aquele que administra ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros,
bens, valores ou dinheiro público. bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome
desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.
Congresso Nacional:
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será
Controle Externo auxiliado pelo TCU (Tribunal de Contas da União) exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual
compete:
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República,
quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a
e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante contar de seu recebimento;
controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 40º ed. – São Paulo: MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 40º ed. – São Paulo:
Malheiros, 2013. Pág. 61. Malheiros, 2013. Pág. 61.
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46

CONTROLE LEGISLATIVO CONTROLE LEGISLATIVO

II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado
dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de
incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas
Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e
outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público; demais entidades referidas no inciso II;
V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de
capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do
pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as
tratado constitutivo;
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as
nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União
concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a
melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato Estado, ao Distrito Federal ou a Município;
concessório; VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por
qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre
a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e
sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;

CONTROLE LEGISLATIVO

VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou


irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá,
entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário;

IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências


necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;

X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a


decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal;

XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos Princípios do Processo


apurados.
Eleitoral Democrático

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47

O processo eleitoral democrático é o elemento chave da


democracia.
Para tanto, ele exige qualidades especiais:

QUAIS SÃO AS QUALIDADES


ESPECIAIS DE UM PROCESSO
ELEITORAL PARA QUE ELE SEJA
CONSIDERADO DEMOCRÁTICO??

Princípios fundamentais do
processo eleitoral democrático

CONCEITO DO PROCESSO ELEITORAL DEMOCRÁTICO ELEIÇÕES COMPETITIVAS

É o instrumento de escolha de representante político em um regime político


democrático, baseado em eleições competitivas e caracterizado pelos
princípios da periodicidade, da moralidade, da igualdade de
oportunidades, do controle e da transparência.

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A NECESSIDADE DA OPOSIÇÃO!

DUAS PREMISSAS DA OPOSIÇÃO:

ALTERNÂNCIA TOLERÂNCIA

O CASO DO EGITO O CASO MEXICANO


(PARTIDO LIBERDADE E (PARTIDO
JUSTIÇA –MOHAMED REVOLUCIONÁRIO
MORSI – IRMANDADE INSTITUCIONAL (1929 –
MUÇULMANA) 2000, ATÉ VITÓRIA
COMO ASSEGURAR A VICENTE FOX):

COMPETIÇÃO?

PERIODICIDADE SEGUNDO TURNO: VANTAGENS E DESVANTAGENS

MANDATO POLÍTICO DEVE SER TEMPORÁRIO


(PRINCÍPIO REPUBLICANO) VANTAGENS DESVANTAGENS

QUAL O PRAZO IDEAL?  RESPONSABILIDADE  USO DA MÁQUINA


POLÍTICA ESTATAL
POSSIBILIDADE DE RENOVAÇÃO?
 PROJETO DE  PREJUÍZO À
GOVERNO ALTERNÂNCIA

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49

CONTROLE LEGISLATIVO

• Quanto aos Municípios, suas contas são julgadas pelas próprias


Câmaras Municipais.

Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo


Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do
Poder Executivo Municipal, na forma da lei.

§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio


dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou
Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver.
Controle Judicial

MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 40º ed. – São Paulo:
Malheiros, 2013. Pág. 61.

CONTROLE JUDICIAL

É o exercido privativamente pelos órgãos do Poder Judiciário sobre os atos


administrativos do Executivo, do Legislativo e do próprio Judiciário quando
realiza atividade administrativa.

É um controle a posteriori, unicamente de legalidade, por restrito a


verificação da conformidade do ato com a norma legal que o rege.
MEIOS DE CONTROLE JUDICIAL

Representação Política
Mandado de Segurança (individual ou coletivo);
 Ação Popular;


Ação Civil Pública;
Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) – Hely Lopes
Representação Política, Sistemas eleitorais e
 Mandado de Injunção; alistamento eleitoral
 Habeas Data; etc.

MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 40º ed. – São Paulo:
Malheiros, 2013. Pág. 61.
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REPRESENTAÇÃO POLÍTICA REPRESENTAÇÃO POLÍTICA

Em virtude da impossibilidade de que cada membro da organização politica Teoria do Mandato vinculante (Rousseau)
participe de forma direta da administração estatal, foi construída a teoria da
representação, em que cidadãos são eleitos pelo voto direto para exercerem Teoria do mandato discricionário (Burke)
um mandato em nome do povo

Defende que o mandatário não é livre para tomar as decisões


ao seu alvedrio, haja vista ser a soberania popular irrevogável e
indelegável.
As opções políticas escolhidas devem estar de acordo com o
sentimento da população, inclusive, em muitos casos, se ele(a)
não se mantiver fiel às propostas elaboradas quando da campanha
eleitoral, podem os cidadãos revogar seu mandato (recall).

VELLOSO, Carlos Mário da Silva. AGRA, Walber de Moura. Elementos de Direito VELLOSO, Carlos Mário da Silva. AGRA, Walber de Moura. Elementos de Direito
Eleitoral, 4ºed. – São Paulo: Saraiva,2014. Eleitoral, 4ºed. – São Paulo: Saraiva,2014.

REPRESENTAÇÃO POLÍTICA REPRESENTAÇÃO POLÍTICA

Teoria do Mandato vinculante (Rousseau) Teoria do Mandato vinculante (Rousseau)

Teoria do mandato discricionário (Burke) Teoria do mandato discricionário (Burke)

Defende que quem exerce o cargo um cargo político é livre


para tomar as decisões ao seu alvedrio.
A interferência maior da população ocorre nos momentos Antes de pensar em interesses locais, devem os
eleitorais, em que ela pode escolher seus representantes, em que parlamentares pensar no interesse coletivo, que pode estar
ela pode escolher seus representantes livremente. Depois da em oposição aos anseios de seus eleitores.
escolha efetuada, aqueles que exercem cargos políticos devem
reger seu comportamento consonante com os interesse da
coletividade, sem ligações imperativas com a vontade de seu
eleitorado.

VELLOSO, Carlos Mário da Silva. AGRA, Walber de Moura. Elementos de Direito VELLOSO, Carlos Mário da Silva. AGRA, Walber de Moura. Elementos de Direito
Eleitoral, 4ºed. – São Paulo: Saraiva,2014. Eleitoral, 4ºed. – São Paulo: Saraiva,2014.
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51

REPRESENTAÇÃO POLÍTICA REPRESENTAÇÃO POLÍTICA

• A teoria da representação política adotada no Brasil é a do mandato • Na esteira de seu pensamento, a representação política também é uma
discricionário, ou seja, os parlamentares são os detentores de seus representação de interesses, com o diferencial de que se tratam de
mandatos e podem exercer suas funções políticas sem nenhum tipo de interesses gerais e não particulares de um grupo.
restrição que possa mitigar sua liberdade de apreciar a realidade social.
• Para Luís Felipe Miguel “[...] a representação é um mecanismo crucial
• O mandato é auferido pela população, mas durante o exercício de para a manutenção do conflito social em níveis manejáveis, mas o preço
suas prerrogativas, os representantes são livres para tomar as que se paga é um desvio constante entre as ações dos representantes e
decisões políticas de acordo com suas próprias consciências. as vontades dos representados”.

• Para Norberto Bobbio a representação é apenas um expediente técnico-


institucional que permite tomar decisões coletivas onde não seria nem
possível nem desejável a democracia direta.

BOBBIO, Norberto. Teoria Geral da Política: A Filosofia Política e as Lições dos MIGUEL, Luis Felipe. Democracia e Representação: Territórios em Disputa; 1º edição. –
Clássicos; organizado por Michelangelo Bovero; tradução Daniela Beccaccia Versiani. – São Paulo: Editora Unesp, 2014. Pág. 97.
Rio de Janeiro: Campus, 2000. Pág. 460-461.

REPRESENTAÇÃO POLÍTICA SISTEMAS ELEITORAIS

CRISE DE REPRESENTATIVIDADE • Sistema eleitoral é o complexo de procedimento empregados na


realização das eleições, ensejando a representação do povo no poder
São ao menos quatro problemas fundamentais, estreitamente estatal.
ligados entre si:
• Tem por função a organização das eleições e a conversão de votos em
I) A separação entre governantes e governados; mandatos políticos.
II) A formação de uma elite política distanciada da massa da
população; • Compreende-se por sistema e estrutura complexa e dinamicamente
III) A ruptura do vínculo entre a vontade dos representados e a ordenada. Nesse prisma, sistema eleitoral é o complexo de
vontade dos representantes e procedimento empregados na realização das eleições, ensejando a
IV) Na representação de tipo eleitoral, há a distância entre o representação do povo no poder estatal.
momento em que se firmam os compromissos com os
constituintes (a campanha eleitoral) e o momento do exercício
do poder (o exercício do mandato).

MIGUEL, Luis Felipe. Democracia e Representação: Territórios em Disputa; 1º edição. – GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral; 10º edição. – São Paulo: Atlas, 2014. Pág. 121.
São Paulo: Editora Unesp, 2014. Pág. 97.
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SISTEMAS ELEITORAIS SISTEMAS ELEITORAIS

• Tem por função a organização das eleições e a conversão de votos Os sistemas eleitorais previstos na legislação brasileira são:
em mandatos políticos. Em outros termos, visa proporcionar a captação
eficiente, segura e imparcial da vontade popular democraticamente
manifestada, de sorte que os mandatos eletivos sejam representados, MAJORITÁRIO: PROPORCIONAL
bem como para que as relações entre representantes e representados se
 Eleições de chefes do  Para vereadores,
fortaleçam.
Executivo e deputados estaduais e
Senadores. deputados federais.
• A realização desses objetivos depende da implantação de um sistema
eleitoral confiável, dotado de técnicas seguras e eficazes, cujos
resultados sejam transparentes e inteligíveis.

GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral; 10º edição. – São Paulo: Atlas, 2014. Pág. 121. GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral; 10º edição. – São Paulo: Atlas, 2014. Pág. 121.

SISTEMAS ELEITORAIS SISTEMAS ELEITORAIS

SISTEMA SISTEMA
MAJORITÁRIO: PROPORCIONAL
Apenas o candidato que recebeu o maior número de votos É assegurada a representação tanto à forças políticas que
consegue se eleger – os demais, mesmo que tenham recebido ganharam as eleições como às que perderam, desde que haja a
grande quantidade de votos, não terão assegurado um mandato. concretização do quociente eleitoral.

Nota-se, claramente, que nesse sistema apenas a maioria tem Esse sistema permite, assim, a representação tanto da maioria
representatividade, ficando a minoria excluída da quanto da minoria.
representação eleitoral.

VELLOSO, Carlos Mário da Silva. AGRA, Walber de Moura. Elementos de Direito VELLOSO, Carlos Mário da Silva. AGRA, Walber de Moura. Elementos de Direito
Eleitoral, 4ºed. – São Paulo: Saraiva,2014. Pág. 74. Eleitoral, 4ºed. – São Paulo: Saraiva,2014. Pág. 74.

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QUOCIENTE ELEITORAL QUOCIENTE ELEITORAL

• A eleição dos candidatos a cargos proporcionais é resultado do


quociente eleitoral e do quociente partidário, apurado entre os 1º ETAPA: 2º ETAPA:
diversos partidos e coligações envolvidos na disputa, em um primeiro
momento, e, em um segundo momento, da quantidade de votos de cada  Com a função de indicar os
candidato de forma individual.  Há a definição do número candidatos que preencherão
específico do quociente as vagas obtidas pelo
• Art. 108 da Lei n. 4.737/65 – Código Eleitoral eleitoral e o número do partido, utiliza-se o critério
quociente partidário, que nominal de votação,
determina o número de elegendo-se aqueles que
vagas de cada agremiação. obtiverem maior número de
votos pelo partidos ou pela
coligação.

VELLOSO, Carlos Mário da Silva. AGRA, Walber de Moura. Elementos de Direito VELLOSO, Carlos Mário da Silva. AGRA, Walber de Moura. Elementos de Direito
Eleitoral, 4ºed. – São Paulo: Saraiva,2014. Pág. 74. Eleitoral, 4ºed. – São Paulo: Saraiva,2014. Pág. 74.

SISTEMAS ELEITORAIS ALISTAMENTO ELEITORAL

• O sistema majoritário visa à formação de maiorias, enquanto o O alistamento eleitoral constitui procedimento por meio do qual o
proporcional tem a finalidade de distribuir o poder de acordo com a força indivíduo alcança a cidadania.
de cada partido.
Esse é o seu efeito. Regulado pelo Código Eleitoral e pela Resolução
21.538/2003, faz-se mediante qualificação e inscrição do eleitor (art. 42
do CE). Naquela, verifica-se se o interessado preenche as condições para
obter a cidadania. Nessa, inclui-se o eleitor qualificado no cadastro de
eleitores.

A qualificação é feita com utilização de formulário padronizado pelo TSE (art.


43 do CE) denominado RAE – Requerimento de Alistamento Eleitoral.

VELLOSO, Carlos Mário da Silva. AGRA, Walber de Moura. Elementos de Direito TENÓRIO, Rodrigo Antonio. Direito Eleitoral, coordenação André Ramos Tavares, José
Eleitoral, 4ºed. – São Paulo: Saraiva,2014. Pág. 74. Carlos Francisco. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2014.

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ALISTAMENTO ELEITORAL ALISTAMENTO ELEITORAL

A prova da inscrição no corpo de eleitores se dá por meio do título Obrigatoriedade do alistamento


eleitoral, confeccionado de acordo com modelo criado pelo TSE (art. 22 da
Res. 21.538/2003). O alistamento, como o voto, é obrigatório para os maiores de 18 anos e
facultativo para os analfabetos, os maiores de setenta anos, os maiores de
Registre-se que, atualmente, como a emissão do título é feita por meio 16 e menores de 18 anos (art. 14, § 1º, da CF/88).
dos sistemas eletrônicos, o interessado o recebe após comprovar a
identidade e a exatidão dos dados, independentemente da decisão do juiz Excepcionam-se, quanto à obrigatoriedade, algumas situações.
eleitoral. Se esse indeferir o alistamento, a inscrição, e, por consequência, o
título, serão invalidados e excluídos dos sistemas da Justiça Eleitoral.

Por fim, destaque-se que há prazos em que a legislação veda


absolutamente a realização de alistamento. Nos cento e cinquenta dias
anteriores à eleição, nenhum requerimento de alistamento eleitoral será
aceito pela Justiça Eleitoral (art. 91 da LE).

TENÓRIO, Rodrigo Antonio. Direito Eleitoral, coordenação André Ramos Tavares, José TENÓRIO, Rodrigo Antonio. Direito Eleitoral, coordenação André Ramos Tavares, José
Carlos Francisco. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2014. Carlos Francisco. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2014.

ALISTAMENTO ELEITORAL ALISTAMENTO ELEITORAL

Exceções – alistamento Exceções – alistamento

A primeira delas abrange os deficientes impossibilitados por sua O TSE excepcionou também a situação dos indígenas.
situação de exercer as obrigações eleitorais. Em regra, os deficientes Em acórdão de 8 de março de 2012, afirmou-se que a CF assegurou em
são obrigados a votar, o que já foi afirmado expressamente pelo TSE no art. caráter facultativo o direito ao alistamento a todos os indígenas.
1º da Resolução n. 21.920/2004. Discutia o TSE questão trazida pela Corregedoria do TRE-PA sobre o
alistamento dos índios considerados pelo Estatuto do Índio como “isolados” e
Entretanto, o § 1º desse artigo, prevendo a exceção referida, assevera que “em vias de integração”. Vale lembrar que o Estatuto do Índio não foi
“não estará sujeita a sanção a pessoa portadora de deficiência que torne recepcionado pela CF/88 nesse ponto. Nos termos da Convenção 169 da
impossível ou demasiadamente oneroso o cumprimento das obrigações OIT, subscrita pelo País e promulgada pelo Dec. 5.051/2004, o critério
eleitorais, relativas ao alistamento e ao exercício do voto”. fundamental para determinar se indivíduo é índio ou não é “a consciência de
sua identidade indígena ou tribal” (art. 1º, item 2).

TENÓRIO, Rodrigo Antonio. Direito Eleitoral, coordenação André Ramos Tavares, José TENÓRIO, Rodrigo Antonio. Direito Eleitoral, coordenação André Ramos Tavares, José
Carlos Francisco. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2014. Carlos Francisco. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2014.

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ALISTAMENTO ELEITORAL IMPOSSIBILIDADE DE ALISTAMENTO

Exceções – alistamento
• Os inalistáveis
Por fim, há exceção de obrigatoriedade ao analfabeto que deixa de sê-lo.
Por óbvio isso se refere somente aos iletrados que, após completar 18 anos,
• O alistamento eleitoral permite que a pessoa integre efetivamente o corpo
alfabetizaram-se. Nesse caso, deverá o ex-analfabeto requerer sua inscrição
de eleitores, ganhando o caráter de cidadão.
eleitoral, não ficando sujeito à multa nenhuma (art. 8º do CE).
Determina o art. 15 da Resolução 21.538/2003, repetindo na essência o art. • No entanto, existem pessoas em que pesa expressa impossibilidade de
8º do Código Eleitoral, que o “brasileiro nato que não se alistar até os 19 alistamento, são os inalistáveis.
anos ou o naturalizado que não se alistar até um ano depois de adquirida a
nacionalidade brasileira incorrerá em multa imposta pelo juiz eleitoral e
cobrada no ato da inscrição”.
Não será aplicada a pena a quem requerer a inscrição até o centésimo
primeiro dia anterior à eleição subsequente à data em que completar 19
anos (art. 8º, parágrafo único, do CE e art. 91 da Lei 9.504/97).

TENÓRIO, Rodrigo Antonio. Direito Eleitoral, coordenação André Ramos Tavares, José TENÓRIO, Rodrigo Antonio. Direito Eleitoral, coordenação André Ramos Tavares, José
Carlos Francisco. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2014. Carlos Francisco. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2014.

IMPOSSIBILIDADE DE ALISTAMENTO IMPOSSIBILIDADE DE ALISTAMENTO

CONSCRITOS
ESTRANGEIROS
SÃO Para o art. 3º do Regulamento da Lei do Serviço Militar – Decreto 57.654, de
INALISTÁVEIS: 20 de janeiro de 1966 –, conscritos são todos os que no ano em que
completarem 18 anos participam da seleção para o serviço militar
CONSCRITOS obrigatório.

Nem todos os conscritos estão proibidos de se alistar, mas somente


os que estiverem efetivamente prestando o serviço militar obrigatório.
 Art. 14, § 2º. Não podem alistar-se como eleitores os A esses a legislação militar denomina incorporados (art. 3º do Decreto
estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, 57.654/66).
os conscritos.

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CANCELAMENTO DO ALISTAMENTO CANCELAMENTO DO ALISTAMENTO

O alistamento será cancelado nas hipóteses elencadas pelo art. 71 do PROCEDIMENTO


Código Eleitoral:
Com o cancelamento do alistamento, o eleitor é excluído do cadastro de
a) infração aos arts. 5º e 42, que tratam da inalistabilidade, da qualificação e eleitores;
domicílio eleitoral do eleitor;
ATENÇÃO:
b) suspensão ou perda dos direitos políticos;
c) pluralidade de inscrições (mais de um alistamento);
• a exclusão se efetiva sempre por decisão judicial, em processo que
d) o falecimento do eleitor;
pode ser iniciado de ofício pelo magistrado, por delegado de partido
e) deixar o eleitor de votar em três eleições consecutivas.
político e por qualquer eleitor (art. 71, § 2º, do Código Eleitoral);
• No processo assegura-se ao eleitor o contraditório e a ampla defesa
(art. 77 do Código Eleitoral);
• O Ministério Público também tem legitimidade para propor a exclusão.
• Cessada a causa do cancelamento, o interessado poderá requerer
novamente sua inscrição (art. 81 do Código Eleitoral).

PARTIDOS POLÍTICOS

Segundo o professor José Afonso da Silva o partido político

O QUE É PARTIDO POLÍTICO?

“é uma forma de agremiação de um grupo social que se propõe a organizar,


coordenar e instrumentar a vontade popular com o fim de assumir o poder
para realizar o seu programa de governo”.

Durante o regime militar, todos os partidos foram extintos pelo Ato


Partidos políticos Institucional 2, de 1965, de 27 de outubro de 1965, cujo art. 18 decretou:
ficam extintos os atuais partidos políticos e cancelados os respectivos
registros.

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PARTIDOS POLÍTICOS PARTIDOS POLÍTICOS

O QUE É PARTIDO POLÍTICO? O QUE É PARTIDO POLÍTICO?

Em 20 de novembro de 1965, Castello Branco editou o Ato Complementar 4. A Constituição Federal (art. 17) e a Lei 9.096/95, no art. 1º, definem o
Seu art. 1º tinha o seguinte teor: “Aos membros efetivos do Congresso partido político como pessoa jurídica de direito privado, destinada a
Nacional, em número não inferior a 120 deputados e 20 senadores, caberá a assegurar, no interesse do regime democrático, a autenticidade do
iniciativa de promover a criação, dentro do prazo de 45 dias, de sistema representativo e a defender os direitos fundamentais definidos
organizações que terão, nos termos do presente Ato, atribuições de partidos na Constituição Federal.
políticos enquanto estes não se constituírem”.
A filiação partidária é condição de elegibilidade, tema enfrentado em aulas
A ARENA e o MDB, criados com base nesse dispositivo, não eram, a anteriores.
princípio, partidos. A criação desses voltou a ser formalmente
permitida nas Constituições de 1967 (art. 149) e 1969 (art. 152). É vedada no Brasil a candidatura independente de partido, ao contrário do
que ocorre em outras democracias.

PARTIDOS POLÍTICOS PARTIDOS POLÍTICOS

a) Unipartidarismo – Há um partido único; CRIAÇÃO, FUSÃO, INCORPORAÇÃO E EXTINÇÃO

b) Bipartidarismo – Há dois partidos;


Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos,
c) Pluripartidarismo (ou multipartidarismo) – Há vários partidos. – resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o
adotado no brasil pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados
os seguintes preceitos:
I - caráter nacional;

II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo


estrangeiros ou de subordinação a estes;
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.

TENÓRIO, Rodrigo Antonio. Direito Eleitoral, coordenação André Ramos Tavares, José
Carlos Francisco. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: MÉTODO, 2014.

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PARTIDOS POLÍTICOS PARTIDOS POLÍTICOS

CRIAÇÃO, FUSÃO, INCORPORAÇÃO E EXTINÇÃO CRIAÇÃO, FUSÃO, INCORPORAÇÃO E EXTINÇÃO

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, Art. 17.
resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o
pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados (...)
os seguintes preceitos:
I - caráter nacional; § 2º - Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma
II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
estrangeiros ou de subordinação a estes; § 3º - Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral; gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei.
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei. § 4º - É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização
paramilitar.

PARTIDOS POLÍTICOS PARTIDOS POLÍTICOS

CRIAÇÃO: O REGISTRO CIVIL CRIAÇÃO: O REGISTRO CIVIL

O primeiro deve ser subscrito pelos seus fundadores em número


O art. 17 da CF, segundo o qual é livre a criação, fusão, incorporação e nunca inferior a cento e um, com domicílio eleitoral em, no mínimo, um
extinção de partidos políticos, é regulamentado pela Lei 9.096/95, a Lei terço dos Estados, e será acompanhado de:
Orgânica dos Partidos Políticos.
I – cópia autenticada da ata da reunião de fundação do partido; II –
para ser criado, o partido precisa fazer dois registros de seu estatuto: exemplares do Diário Oficial que publicou, no seu inteiro teor, o programa e o
um no Registro Civil das Pessoas Jurídicas da Capital Federal e outro estatuto; III – relação de todos os fundadores com o nome completo,
no TSE. naturalidade, número do título eleitoral com a Zona, Seção, Município e
Estado, profissão e endereço da residência; indicação de nome e função dos
dirigentes provisórios e o endereço da sede do partido na Capital Federal
(art. 8º).

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PARTIDOS POLÍTICOS PARTIDOS POLÍTICOS


CRIAÇÃO: OBTENÇÃO DE APOIO MÍNIMO DE ELEITORES
CRIAÇÃO: O REGISTRO CIVIL
Com o registro civil, o partido adquire personalidade jurídica.

O primeiro deve ser I – cópia autenticada da ata da reunião Depois disso, promoverá a obtenção de apoio mínimo de eleitores,
subscrito pelos seus de fundação do partido; que lhe dará caráter nacional, e realizará os atos necessários para
fundadores em II – exemplares do Diário Oficial que a constituição definitiva de seus órgãos e designação dos
número nunca publicou, no seu inteiro teor, o programa dirigentes, na forma do seu estatuto.
e o estatuto;
inferior a cento e um,
III – relação de todos os fundadores com Só então registrará o estatuto no TSE.
com domicílio
o nome completo, naturalidade, número Poderá fazê-lo o partido que tenha caráter nacional, o qual será
eleitoral em, no do título eleitoral com a Zona, Seção,
mínimo, um terço provado pela demonstração de: apoio de eleitores correspondente
Município e Estado, profissão e endereço
dos Estados, e será da residência; indicação de nome e a, pelo menos, meio por cento dos votos dados na última eleição
acompanhado de: função dos dirigentes provisórios e o para a Câmara dos Deputados, não computados os brancos e
endereço da sede do partido na Capital nulos, distribuídos por um terço, ou mais, dos Estados, com um
Federal (art. 8º). mínimo de um décimo por cento do eleitorado que haja votado em
cada um deles (art. 7º).

PARTIDOS POLÍTICOS PARTIDOS POLÍTICOS


CRIAÇÃO: OBTENÇÃO DE APOIO MÍNIMO DE ELEITORES CRIAÇÃO: OBTENÇÃO DE APOIO MÍNIMO DE ELEITORES
Os requisitos para a criação de um partido são previstos não só O TSE, em outubro de 2013, ao indeferir o registro ao partido Rede,
pela Lei 9.096/95, mas pela Resolução 23.282/2010 do TSE. idealizado pela ex-senadora Marina Silva, refutou a tese de que
seria possível o tribunal superior validar assinaturas não
O número mínimo de apoiadores será comprovado por meio de homologadas pelos cartórios eleitorais em virtude de falta de
certidões eleitorais dos cartórios e dos Tribunais Regionais motivação das recusas e de inexistência de parâmetro na
Eleitorais. identificação das firmas.

Os requisitos para a criação de um partido são previstos não só


pela Lei 9.096/95, mas pela Resolução 23.282/2010 do TSE.

O número mínimo de apoiadores será comprovado por meio de


certidões eleitorais dos cartórios e dos Tribunais Regionais
Eleitorais.

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CRIAÇÃO: REGISTRO NO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL FUSÃO E INCORPORAÇÃO
Julgando atendidos os requisitos legais, o TSE determina o registro Permite-se a fusão e a incorporação de partidos por decisão dos
do partido. órgãos nacionais de deliberação das agremiações envolvidas.
É o registro no TSE que permite à agremiação participar do Na fusão, dois partidos se unem e fundam um novo.
processo eleitoral, receber recursos do Fundo Partidário e ter Na incorporação, um deles é absorvido pelo outro.
acesso gratuito ao rádio e à televisão (art. 2º, § 2º, da Lei
NA FUSÃO NA INCORPORAÇÃO
9.096/95).
Também é o registro no TSE que assegura à agremiação a Na fusão, a existência legal do novo Na incorporação, o instrumento de
exclusividade da sua denominação, sigla e símbolos, vedada a partido tem início com o registro, no incorporação deve ser levado ao Ofício
utilização, por outros partidos, de variações que venham a induzir o Ofício Civil competente da Capital Civil da Capital Federal, que deve,
Federal, do estatuto e do programa, então, cancelar o registro do partido
eleitor a erro ou confusão (art. 2º, § 3º, da Lei 9.096/95).
cujo requerimento deve ser incorporado. O novo estatuto ou
acompanhado das atas das decisões instrumento de incorporação deve ser
dos órgãos competentes. registrado e averbado, respectivamente,
no Ofício Civil e no Tribunal Superior
Eleitoral (art. 29, § 7º, da Lei 9.096/95).

PARTIDOS POLÍTICOS PARTIDOS POLÍTICOS


FUSÃO E INCORPORAÇÃO EXTINÇÃO COMPULSÓRIA
Por meio de decisão do TSE, transitada em julgado, determinando
A fusão e a incorporação são, ao lado da dissolução, modos de o cancelamento do registro civil e do estatuto do partido (art. 28).
extinção voluntária de partido. Trata-se de extinção judicial do partido, a ser decretada em
processo em que se assegura ampla defesa, iniciado por denúncia
de qualquer eleitor e representante de partido, ou por
DISSOLUÇÃO representação do Procurador-Geral Eleitoral.
Na dissolução é o próprio partido que resolve pôr fim à sua No trâmite processual, há de ficar provado que o partido cometeu
existência. uma das seguintes ilicitudes:
Como pessoa jurídica de direito privado e com a autonomia que a I – ter recebido ou estar recebendo recursos financeiros de
CF/88 lhe assegura, os partidos podem optar por deixar de procedência estrangeira;
funcionar. II – estar subordinado a entidade ou governo estrangeiros;
Em qualquer dos casos de extinção, são cancelados os registros III – não ter prestado, nos termos desta Lei, as devidas contas à
civis e no TSE (art. 27 da Lei 9.096/95). Justiça Eleitoral;
IV – que mantém organização paramilitar (art. 28).
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AUTONOMIA DOS PARTIDOS POLÍTICOS ESTATUTO E PROGRAMA PARTIDÁRIO
Art. 17. § 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para I – nome, denominação abreviada e o estabelecimento da sede na
definir sua estrutura interna, organização e funcionamento e para Capital Federal;
adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações II – filiação e desligamento de seus membros;
eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas
em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus III – direitos e deveres dos filiados;
estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária. IV – modo como se organiza e administra, com a definição de sua
estrutura geral e identificação, composição e competências dos
ESTATUTO E PROGRAMA PARTIDÁRIO órgãos partidários nos níveis municipal, estadual e nacional,
Baseado na autonomia conferida pela constituição federal de 1988, duração dos mandatos e processo de eleição dos seus membros;
os partidos são livres para elaborar seus programas e estatutos. V – fidelidade e disciplina partidárias, processo para apuração das
Programa: são estabelecidos os objetivos políticos. infrações e aplicação das penalidades, assegurado amplo direito de
defesa;
Estatuto: são estabelecidos a estrutura interna, a organização e o
funcionamento (art. 14 da Lei 9.096/95). VI – condições e forma de escolha de seus candidatos a cargos e
funções eletivas;

PARTIDOS POLÍTICOS PARTIDOS POLÍTICOS


ESTATUTO E PROGRAMA PARTIDÁRIO ESTATUTO E PROGRAMA PARTIDÁRIO

VII – finanças e contabilidade, estabelecendo, inclusive, normas


A divisão em três níveis (federal, estadual e municipal) é de
que os habilitem a apurar as quantias que os seus candidatos
extrema importância para a Lei 9.096/95.
possam despender com a própria eleição, que fixem os limites das
contribuições dos filiados e definam as diversas fontes de receita Cada um deles terá atribuições específicas e todos deverão prestar
do partido, além daquelas previstas nesta Lei; contas.
VIII – critérios de distribuição dos recursos do Fundo Partidário Embora o partido seja uma pessoa jurídica única, destaca o art. 15-
entre os órgãos de nível municipal, estadual e nacional que A da Lei 9.096/95 que a responsabilidade, inclusive civil e
compõem o partido; trabalhista, cabe exclusivamente ao órgão partidário municipal,
estadual ou nacional que tiver dado causa ao não cumprimento da
IX – procedimento de reforma do programa e do estatuto.
obrigação, à violação de direito, a dano a outrem ou a qualquer ato
ilícito, excluída a solidariedade de outros órgãos de direção
partidária.

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FUNDO PARTIDÁRIO E FINANCIAMENTO DOS PARTIDOS FUNDO PARTIDÁRIO E FINANCIAMENTO DOS PARTIDOS
POLÍTICOS POLÍTICOS
A manutenção de um partido gera despesas. A CF/88, no art. 17, proíbe aos partidos o recebimento de recursos
Para arcar com elas, as agremiações precisam arrecadar dinheiro, financeiros de entidade ou governo estrangeiros.
o qual pode vir do Fundo Partidário, doações, venda de produtos, Mais vedações são trazidas pela Lei 9.096/95 (art. 31) e 9.504/97
contribuições de filiados etc. (art. 24), que proíbem partidos e candidatos de receber, direta ou
Algumas fontes são absolutamente vedadas. indiretamente, sob qualquer forma ou pretexto, contribuição ou
auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro, inclusive através de
publicidade de qualquer espécie, procedente de:
I – entidade ou governo estrangeiros;
II – autoridade ou órgãos públicos;
III – autarquias, empresas públicas ou concessionárias de serviços
TENÓRIO, Rodrigo Antonio. Direito Eleitoral, coordenação André Ramos
públicos, sociedades de economia mista e fundações instituídas em
Tavares, José Carlos Francisco. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: virtude de lei e para cujos recursos concorram órgãos ou entidades
MÉTODO, 2014. governamentais;

PARTIDOS POLÍTICOS PARTIDOS POLÍTICOS


FUNDO PARTIDÁRIO E FINANCIAMENTO DOS PARTIDOS FUNDO PARTIDÁRIO E FINANCIAMENTO DOS PARTIDOS
POLÍTICOS POLÍTICOS
A principal fonte de verbas dos partidos é o fundo partidário ou
IV – entidade de classe ou sindical;
Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos
V – entidade de direito privado que receba, na condição de (art. 38 da Lei 9.096/95).
beneficiária, contribuição compulsória em virtude de disposição
É composto de:
legal;
I – multas e penalidades pecuniárias aplicadas nos termos do Código
VI – entidade de utilidade pública;
Eleitoral e leis conexas;
VII – pessoa jurídica sem fins lucrativos que receba recursos do
II – recursos financeiros que lhe forem destinados por lei, em caráter
exterior;
permanente ou eventual;
VIII – entidades beneficentes e religiosas;
III – doações de pessoa física ou jurídica, efetuadas por intermédio de
IX – entidades esportivas; depósitos bancários diretamente na conta do Fundo Partidário;
X – organizações não governamentais que recebam recursos IV – dotações orçamentárias da União em valor nunca inferior, cada
públicos; ano, ao número de eleitores inscritos em 31 de dezembro do ano
XI – organizações da sociedade civil de interesse público. anterior ao da proposta orçamentária, multiplicados por trinta e cinco
centavos de real.
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PARTIDOS POLÍTICOS PARTIDOS POLÍTICOS


FUNDO PARTIDÁRIO E FINANCIAMENTO DOS PARTIDOS
POLÍTICOS CONTAS PARTIDÁRIAS E AUTONOMIA

O fundo é distribuído pelo TSE entre os partidos políticos com base Modificou-se o art. 34 da Lei 9.096, para se afirmar que a análise
em dois critérios (art. 41-A da Lei 9.096/95): das contas partidárias feita peita Justiça Eleitoral “tem por escopo
identificar a origem das receitas e a destinação das despesas com
A) 5% (cinco por cento) do total do Fundo Partidário serão as atividades partidárias e eleitorais, mediante o exame formal dos
destacados para entrega, em partes iguais, a todos os partidos que documentos contábeis e fiscais apresentados pelos partidos
tenham seus estatutos registrados no Tribunal Superior Eleitoral; políticos, comitês e candidatos, sendo vedada a análise das
atividades político-partidárias ou qualquer interferência em sua
autonomia”.
B) 95% (noventa e cinco por cento) serão distribuídos aos partidos Por sua vez, o novo art. 44 esclarece que os partidos políticos
na proporção dos votos obtidos na última eleição geral para a possuem “autonomia para contratar e realizar despesas”.
Câmara dos Deputados.

TENÓRIO, Rodrigo Antonio. Direito Eleitoral, coordenação André Ramos


Tavares, José Carlos Francisco. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo:
MÉTODO, 2014.

PARTIDOS POLÍTICOS PARTIDOS POLÍTICOS


COLIGAÇÕES PARTIDÁRIAS COLIGAÇÕES PARTIDÁRIAS

As coligações são grupamentos transitórios de partidos com um Terá a coligação denominação própria, que poderá ser a junção de
único objetivo: disputar as eleições. todas as siglas dos partidos que a integram.
Nos termos do art. 6º da Lei 9.504/97, é facultado aos partidos A ela serão atribuídas as prerrogativas e obrigações de partido
políticos, dentro da mesma circunscrição, celebrar coligações para político no que se refere ao processo eleitoral.
eleição majoritária, proporcional, ou para ambas, podendo, neste Deverão os componentes da coligação funcionar como um só
último caso, formar-se mais de uma coligação para a eleição partido no relacionamento com a Justiça Eleitoral e no trato dos
proporcional dentre os partidos que integram a coligação para o interesses interpartidários.
pleito majoritário.

TENÓRIO, Rodrigo Antonio. Direito Eleitoral, coordenação André Ramos TENÓRIO, Rodrigo Antonio. Direito Eleitoral, coordenação André Ramos
Tavares, José Carlos Francisco. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: Tavares, José Carlos Francisco. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo:
MÉTODO, 2014. MÉTODO, 2014.

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PARTIDOS POLÍTICOS
COLIGAÇÕES PARTIDÁRIAS

O partido político coligado somente possui legitimidade para atuar


de forma isolada no processo eleitoral, quando questionar a
validade da própria coligação, durante o período compreendido
entre a data da convenção e o termo final do prazo para a
impugnação do registro de candidatos (art. 6º, § 4º)
Com a diplomação, extinguem-se as coligações. Entretanto,
permite-se a extensão de seu funcionamento para oferecimento de
ações eleitorais após a diplomação (Recurso contra Expedição de
Diploma e Ação de Impugnação Mandato Eletivo).

TENÓRIO, Rodrigo Antonio. Direito Eleitoral, coordenação André Ramos


Tavares, José Carlos Francisco. – Rio de Janeiro: Forense, São Paulo:
MÉTODO, 2014.

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