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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

CURSO: DIREITO; P1
Discente: RAYSSA SILVA CARNEIRO DE OLIVEIRA
Docente: VINÍCIUS SOARES DE CAMPOS BARROS

RESUMO DO LIVRO: “10 LIÇOES SOBRE MAQUIAVEL”

SEGUNDO FORMATO: A VERDADE EFETIVA (SEGUNDA


LIÇÃO) E A PESSIMISMO ANTROPOLÓGICO (TERCEIRA
LIÇÃO)

Guarabira-PB

2023
SEGUNDA LIÇAO: A verdade efetiva;

Maquiavel, em suas obras, utiliza de uma metodologia que gera discursões sempre que
citado. Suas ideias foram moldadas nos quatorze anos que o mesmo atuou como segundo
chanceler, e com seu imenso esforço em estudar os escritos dos historiadores greco-romanos.
O autor, não é considerado um filosofo assim como alguns pensam, ele é um pensador que
idealizou e fundou a base da ciência política moderna.

A ciência política, só vem a ser vista como meio acadêmico, em conjunto com as demais
erudições sociais no século XIX. Neste viés, não estamos falando desta ciência como matéria
universitária, e sim como um novo horizonte na realidade dos governos que deixam de ser
teses especulativas e tornam-se lições retiradas da vivência governamental.

Na visão de Maquiavel, a vida política italiana era decadente comparada com as da antiga
Roma, a qual para ele, deveria ser seguida como exemplo pelos líderes de sua nação.

O pensamento deste, se manteve distante da metafisica e de discursões inúteis como


quaisquer coisas abstratas, tornando-se realista. Ernst Cassirer ressalta que Maquiavel é
revolucionário, quando ele (Maquiavel) o correlaciona com Galileu, atesta: Galileu sendo o
alicerce da ciência natural moderna, e Maquiavel, a base de uma nova especialidade de
ciência.

O pensador florentino, cercado de acontecimentos e experiencias, analisa as alegações de


Galileu, experimentais por outras perspectivas. Conclui nosso autor, que a datar da real
política, os tipos de condutas convenientes vêm de tratos governamentais. Bertrand Russell
diz: Tendo a Renascença não criado um filósofo teórico importante algum, produziu um
político de excelente distinção, Maquiavel. É comum se sentir abismado por este, e algumas
das vezes ele realmente é estupefato. Porém. Outros também seriam se libertassem-se da
dissimulação própria.

Por outro ângulo, ainda com mais força, diserta: “para sermos como Maquiavel, é preciso
declarar que ele não defende a vilania como princípio. O seu campo de investigação está além
do bem e do mal, assim como as pesquisas de um físico nuclear” (grifo nosso).

Maquiavel é sempre visto na tentativa de ligar um conjunto de sucedidos a normas e leis;


sempre anotando e se questionando sobre os trabalhos memoráveis de Tito Livio ou
Tucídides, ou olhando seu arredor em sua existência, concebe um novo comportamento
político ou uma isenção.
Fica claro que, ao declarar a grande constância de governantes de um outro tempo e crendo
que os costumes eram apropriados para o tempo, produzindo uma risca de comportamentos a
serem constantemente seguidos pelos príncipes italianos, o que trás uma conexão com a
escuridão do real caráter da política que comandava a era medieval, uma postura heroica e
atual. Em frente de um concreto de estados que, por sua vez se libertavam das fortes doutrinas
da igreja.

Desse modo, “a política se torna nova e sua fórmula também”. Maquiavel, tendo nascido
de olhos descobertos e os manteve desta forma a vida inteira. Assim é como nasce um dos
iniciadores da nova ciência, a ciência política renascente.

O nosso autor tendo conhecimento sobre a nova política, adentra em um caminho


desconhecido e inexplorado, ele assume em sua obra “proêmio ao livro primeiro” que o
mesmo teve dificuldade, mas garantiu que também havia recompensa pois aquele era seu
objetivo.

O momento experimental dos acontecimentos políticos, quando veio a dedicar a obra


“História de Florença” ao Papa Clemente VII, sua postura mostrou-se experimental ao
declarar que o santíssimo Papa solicitou outros manuscritos quando era menos poderoso, e ele
(Maquiavel) fez o possível para agrada-lo. O florentino acredita que ler os clássicos é uma
base importantíssima para que os atuais governantes, mesmo em meio caos, consigam ter o
descendimento para fazer boas escolhas e decisões cruciais, para um bom funcionamento do
país, assim ficando claro o posicionamento republicano de Maquiavel, sendo quase que o
completo oposto do que se conhece na atualidade (séc. XXI).

O pensador, afirma que o presente sempre vai se inspirar no passado para poder resolver
situações, sejam elas quais forem. E se o episódio não houver ocorrido antes, procuraremos
cenas similares para resolver o caso. Amando muito os sucedidos antigos e modernos, apenas
para poder entender o fenômeno que é a política, e a reflexão que aquilo o levava, criticou a
vida militar da Florença de sua época, e julgou pelo leu e viu ao decorrer de sua vida. Neste
prisma, fazendo ligações entre o passado e demostrando que aquilo poderia ser imutável e
duradouro, Maquiavel acredita que “o homem é o mesmo desde sempre, reagindo da mesma
maneira as mesmas dificuldades”. Comportando-se de forma igual e criando um circulo que
acaba por ligar o passado e o presente, refletindo isto no mundo político. Dá-se a entender que
se observarmos o passado com certa destreza podemos tentar prever os acontecimentos
futuros.
Segundo as conspirações do historiador grego Políbio, o tempo tem uma forma circular e
seus ocorridos são alteráveis, isto porque o mesmo (Políbio) acredita que os homens tem e
sempre terão as mesmas ambições, no passado, presente ou futuro, com isto sempre farão os
mesmos feitos. Não se afastando tanto assim do seu passado, sendo empírica e pioneira. Não
tratando convicções vazias ou de fundamentos abstratos. A idealização de estruturas
governamentais justas, não são do cabimento do teórico, porém sim da administração política,
estudando as intrigas pelo poder.

Os fenômenos políticos criam suas próprias normas e as seguem, quer alguns queiram quer
não. E Maquiavel, sem quaisquer duvidas é um pensador revolucionário pois, além de se o
fundador da ciência política, foi o primeiro analista moderno do poder. Como diz o florentino,
“a política tal como ela é, e não como deveria ser”.

TERCEIRA LIÇÃO: Pessimismo antropológico

Maquiavel em todas as suas obras, tem um olhar pessimista sobre o caráter humano, para o
escritor, o ser humano é ruim e tentará saciar sua ambição e vontades seja lá qual for o custo.
Para Nicolau Maquiavel, os homens não devem ser estudados sobre a visão mítica. Mas como
visto acima, seu estudo gira em volta de experimentos, sobe o viés de George Sabine em
“História de la teoria política” dentro de tudo o que o segundo chanceler disse, é muito forte a
crença de que o homem é egocêntrico e utiliza de seus próprios desejos para reger um estado,
sendo assim encoberta pelos líderes políticos ao demostrar promessas de governo que visam
proteger as massas. Esse governo é fundado nas fraquezas dos indivíduos inseridos nesta
nação, não sendo capazes de defender-se sem um apoio estatal. O caráter humano sendo
naturalmente violento e ganancioso, desta forma o ser humano tende a cuidar do que tem e
tenta obter ainda mais.

O homem se põe no centro da existência e do poder, assim não sendo mais Deus o
responsável pela administração do poder, criando dessa forma conflitos pelo egoísmo,
desordenando a vida social. Visando apenas seus próprios interesses acabam por romper
ligações sempre que encontram outra que os beneficiarão mais, não conseguindo esconder seu
real caráter, mostrando-se uma hora ou outra, basta olhar a história para ver esta indiscutível
verdade. Na visão de Giovampagolo Baglioni, o ser humano não é mal de todo o ser e nem
bom propriamente, contrastando com o florentino Maquiavel. Em um famoso capítulo da obra
“O Príncipe”, o XVII para ser exato, há um conhecido questionamento, “é melhor ser amado
ou temido?” a pergunta é dirigida a um príncipe, que responde o seguinte; pode-se afirmar
sobre a natureza humana que, são falsos, furteis e covardes, quando a salvo te consagram tudo
quanto tem, mas quando o perigo se vale, fogem.

Na sua obra, Clizia, deixa claro essa natureza espessa do homem. Mostrando sua avareza,
furor, paixão, ganancia, miséria, ambição, artifícios e sua pouca fé em outros. Em outra obra
tem-se uma fabula que mostra um homem que se tornou um suíno, e recusava a voltar a ser
humano pois segundo ele; “um suíno não lesa o outro, nem outro animal algum, apenas o
humano que o faz”. Para Nicolau, o homem é capaz de fazer boas criações e visar o bem
maior, porém dificilmente o fazem. Ele admirou muito o crescimento de Atenas em apenas
cem anos, mas acima de tudo o de Roma, pois estes visam o bem comum e assim se tornavam
mais propícios a um melhor desenvolvimento. Um pouco contraditório da parte de nosso
autor, pois se os homens são naturalmente maus como podem fazer o bem comum? Visto que
admirava a República Romana, viu que as ambições bem colocadas poderiam ser d ajuda para
o bem comunitário, criando assim um certo equilíbrio entre as forças regentes dentro de uma
nação. Se essa balança igualitária não fosse atingida, lutas poderiam vir a ser nocivas, e isto
que Nicolau Maquiavel trata em seu livro “História de Florença”. Tendo em vista o que foi
debatido durante o texto, pode-se ver que Maquiavel não era tão absolutista quanto se pensa,
não seria melhor dizer mais se parece a um republicano.

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