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ESCOLA SESI JOÃO UBALDO RIBEIRO


Av. Tancredo Neves, 1105-1195 - Lot. Lea Cordeiro,
Luís Eduardo Magalhães - BA, 47850-000

LUDIMILLA ADRIANE DE SÁ PEREIRA

RESUMO DA OBRA:
O PRÍNCEPE 1513-1532

LUIS EDUARDO MAGALHÃES


2022
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ESCOLA SESI JOÃO UBALDO RIBEIRO


Av. Tancredo Neves, 1105-1195 - Lot. Lea Cordeiro,
Luís Eduardo Magalhães - BA, 47850-000

LUDIMILLA ADRIANE DE SÁ PEREIRA

RESUMO DA OBRA:

O PRÍNCEPE

COM CONTEÚDO VOLTADO A POSSICIONAMENTOS


POLÍTICOS

Trabalho realizado para construção de nota


referente a área de humanas.

LUIS EDUARDO MAGALHÃES


2022
INTRODUÇÃO
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O objetivo deste trabalho consiste em analisar a obra de Nicolau Maquiavel “O


Príncipe” e relata através de artigos ou redações que respondam ou que introduzem
algum tema abordado no livro
Como o tema que escolhi é sobre o posicionamento político de Maquiavel que se
contradiz em várias ocasiões, usei o livro ‘ O Príncipe” como repertório desse relatório.
O trabalho tem como objetivo compreender alguns aspectos do republicanismo e
monarcas de Maquiavel concedendo atenção à sua teoria dos humores. Mais
especificamente, trata-se de entender qual a natureza do desejo do povo e seu papel na
vida política. A principal hipótese deste trabalho é a de que a função que Maquiavel
atribui ao governante as hipóteses de ações para se manter no poder. Essa
responsabilidade não pode ser inteiramente compreendida se o desejo que caracteriza o
povo carecer de qualquer determinação, isto é, se for tomado somente em uma
perspectiva negativa.

DESENVOLVIMENTO
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Maquiavel e sua confusa opinião da república:

Nas últimas décadas tem encontrado grande aceitação a filiação do pensamento


de Maquiavel à tradição republicana. Decisivos para tanto foram os trabalhos de Hans
Baron" (1966 e 1988), de Quentin Skinner (1996) e de John G. A. Pocock (1975), assim
como os de Claude Lefort (1972), e não são poucas as obras recentes que refinam e
problematizam a natureza do republicanismo maquiaveliano. Minha intenção, neste
artigo, é examinar um aspecto do pensamento político de Maquiavel que, poderá nos
ajudar a compreender um pouco melhor a especificidade desse republicanismo. E digo
isso porque se a tese de que Maquiavel é um republicano é considerada válida por
muitos comentadores, o que caracteriza mais propriamente esse republicanismo está
longe de ser consensual. Sendo assim, alguns, como Skinner e Pocock, defendem uma
espécie de leitura continuísta da obra de Maquiavel que a situa em um movimento de
retomada e reelaboração do republicanismo clássico que tem seu início na Idade Média.
Evidentemente, a originalidade de Maquiavel é, nessa perspectiva, se não apagada,
bastante mitigada. Por outro lado, Lefort apresenta uma interpretação muito distinta,
enfatizando o caráter conflitivo da vida cívica, o que significa conceder grande
importância à teoria maquiaveliana dos "humores" que perturbam a ordem política. É o
modelo de uma "sociedade democrática" que Lefort encontra em seus textos e que
confere a eles um raro vigor, uma força explicativa da qual a filosofia política não deve
abrir mão se deseja pensar a política na atualidade.

Seja como for, podemos detectar duas "matrizes" na leitura republicana da obra
de Maquiavel: a primeira, embora reconheça sua importância para o pensamento
político moderno, parece preocupada em chamar a atenção para sua pertinência (o que
não quer dizer identificação) ao modelo antigo de republicanismo, ou o chamado
"republicanismo clássico". O que caracteriza basicamente esse republicanismo é a
convicção de que a liberdade individual não pode ser dissociada da liberdade do Estado,
de modo que a participação ativa dos cidadãos nos afazeres cívicos se torna uma
exigência, assim como a organização institucional de um espaço em que o poder é
exercido pelos membros da comunidade política. Vou deixar de lado aqui o problema
das diferenças entre Pocock e Skinner, lembrando apenas que o primeiro lê o
republicanismo de Maquiavel em chave aristotélica (ao menos no que concerne à sua
compreensão da virtù, ao passo que o segundo acredita mais apropriado situá-lo em
relação à tradição romana. Com efeito, em trabalhos mais recentes, Skinner vai
encontrar na recepção do republicanismo no período do Renascimento e em sua
transmissão para a modernidade uma "teoria neorromana dos Estados livres".

A segunda matriz enfatizaria a ruptura de Maquiavel frente à tradição do


pensamento político na medida mesmo em que seu pensamento revela o caráter agônico
da vida civil, a "indissociável sociabilidade" que une e separa os homens vivendo em
um regime político marcado pelas incessantes confrontações das forças sociais. Em
suma, teríamos, de um lado, um republicanismo "institucional", na perspectiva do qual a
lei e a ordem são não somente os efeitos mas o âmbito próprio da liberdade e, de outro
lado, um republicanismo "conflitivo" em que a sociedade é essencialmente aberta e o
espaço público para a ação livre é concebido em sua instabilidade estrutural; nesse caso,
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mais do que a ocasião da liberdade, as instituições republicanas são constantemente


relançadas por ela.

Estou ciente de que a distinção entre as leituras republicanas de Maquiavel que


apresento é por demais esquemática e que desconsidera uma série de nuances em uma
matriz e outra. Mesmo assim vou mantê-la porquê dessa forma posso mais facilmente
atingir meu objetivo. Acredito que uma análise do republicanismo de Maquiavel tem de
enfrentar os dois pontos destacados em cada uma das correntes interpretativas: o
institucional e o conflitivo e a noção que permite articulá-los é precisamente a de
liberdade. Para realizar essa articulação, proponho que concedamos especial atenção à
"teoria dos humores" em Maquiavel

Maquiavel e sua análise sobre o Estado:


Analisando as características da natureza humana, Maquiavel percebe os homens
marcados por um traço característico: o desejo. A partir de uma descrição detalhada do
comportamento dos homens em virtude de seus desejos, o escritor florentino estabelece
as relações dos dois grupos sociais movidos por desejos antagônicos com a teoria da
liberdade. Neste conflito, de um lado estão os grandes com o desejo de dominar e de
outro o povo, com o desejo de não ser dominado. O desejo dos grandes é o domínio e se
confunde com o desejo do exercício exclusivo do poder. Este desejo de exclusividade,
para Maquiavel, representa uma grave ameaça à liberdade do corpo político. Por outro
lado, o desejo do povo, sendo um desejo de não-dominação, se associa à liberdade, na
medida em que se opõe à tendência ao exercício da dominação absoluta dos grandes,
manifestando-se como constante força de oposição ao seu desejo de exclusividade do
poder. Embora o florentino não faça nenhum julgamento moral acerca dos dois desejos,
como se um fosse bom – o povo - e outro fosse mau – os grandes -, na perspectiva do
pensamento maquiaveliano descortina-se o primado da liberdade, fruto do desejo
popular, sobre o desejo de dominação, produto do desejo dos grandes. Diante desta
constatação, o problema que Maquiavel suscita é o de saber se é possível a existência de
um Estado capaz de se manter estável e livre em função da inconstância e da
insaciabilidade dos desejos humanos que invariavelmente desembocam no conflito de
grandes e povo. A hipótese central é a de que a manutenção, a estabilidade e a liberdade
do Estado são possíveis e se fundamentam numa compreensão de que o corpo humano é
uma metáfora do corpo político: do mesmo modo que o corpo humano o corpo político
é marcado por humores que, em função de suas pulsões – o desejo –, desencadeiam um
conflito permanente entre dois opositores – os grandes e o povo. Para o secretário
florentino, conhecer esta dinâmica do corpo político é vital para estabelecer a liberdade
cívica no e do Estado “É preciso insistir: este saber necessário ao professor – que
ensinar não é transferir conhecimento – não apenas precisa ser apreendido por ele e
pelos educandos nas suas razões de ser (...), mas também precisa ser constantemente
testemunhado, vivido. (FREIRE, 1997).

Maquiavel e sua opinião sobre a monarquia:


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O destino do pensamento de Maquiavel, cinco séculos depois de sua morte,


ainda não foi decidido. Lido por muitos, sua obra tem conhecido tantas interpretações
divergentes quanto são os filósofos e ensaístas que dele se aproximam para analisá-lo.

. O príncipe trata de monarquias ou governos absolutos, ao passo que os


Discursos se concentram sobre a expansão da República romana.

Ao escrever os Discursos, Maquiavel pretendia, através da história de Roma


(anterior ao império), buscava a grandeza da republica romana, convencido das
excelências do governo popular sempre que as condições fossem propícias para um
regime republicano. Mostram amor à liberdade republicana antiga e ódio à tirania.

Já O Príncipe foi escrito devido ao desejo de Maquiavel de retornar à vida


pública, caindo na graça dos Médicis, que haviam retornado ao poder. Para tanto, tenta
demonstrar o seu valor como conselheiro político através do livro, utilizando sua cultura
e sua experiência para elaborar um “manual”, onde buscava saber qual é a essência dos
principados; quantas são as suas formas; como adquiri-los; como mantê-los e porque
eram perdidos. Além disso, alimentava a convicção de que uma monarquia absoluta
constituía como a única solução possível naquele momento de corrupção e anarquia da
vida italiana, para unificar a Itália e libertá-la do domínio estrangeiro.

Maquiavel e a “liberdade política a partir do conflito”:


A fim de responder a estas questões e compreender o significado da liberdade
política a partir do conflito, o secretário florentino parte da análise dos humores: as
características do par antagônico de grandes e povo se definem pela oposição de desejos
que mobilizam os homens na consecução de seus objetivos. Os desejos são, portanto, o
motor das ações humanas e estão diretamente relacionados à emergência da liberdade
nas cidades maquiavelianas. Maquiavel parte da tese de que os homens são dotados de
desejos e a todo custo procuram satisfazê-los. Esta constatação acerca da natureza
humana permite a Maquiavel estabelecer uma nova compreensão da política a partir de
uma visão real e não ideal dos homens. A verdade efetiva das coisas (verità effettuale
delle cose) é o fundamento da política maquiaveliana. Compreender a teoria dos
humores, circunscrita pela verdade efetiva, por isso, é condição necessária para
compreender, na esfera do político, a relação entre o conflito civil de grandes e povo e a
liberdade no pensamento do secretário florentino. No capítulo XV d’O Príncipe, quando
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afirma estar se afastando das linhas traçadas pelos outros, Maquiavel revela a novidade
de seu pensamento:
“(...) Porém, sendo meu intento escrever
algo útil para quem me ler, parece-me mais conveniente
procurar a verdade efetiva das coisas do que o que se
imaginou sobre elas (...)”
Ao invés de seguir os caminhos já traçados pelos outros, que desenhavam um
mundo ideal para a política, Maquiavel não se preocupa com o que as coisas deveriam
ser, mas com o que as coisas realmente são. Assim, a verdade efetiva das coisas é o pilar
fundamental da teoria política maquiaveliana e, por isso mesmo, o ponto de partida de
seu pensamento. A política não é objeto que se compreende a partir de regras
estabelecidas e que basta serem seguidas pelos homens para que a liberdade se
descortine como um presente. Para compreender os meandros do mundo da política,
adverte o florentino, é necessário saber que ele se efetiva no mundo dos homens. Estes
são dotados de traços distintivos, como a ambição do ganho e o desejo de vingança.
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CONCLUSÃO
Tendo então como base todo o estudo feito através da leitura do livre e de
pesquisas de artigos ou em sites, podemos concluir então que ainda faltam informações
o suficiente para determinar um posicionamento político de Nicolau Maquiavel.
Mas de acordo com o artigo do professor de sociologia e política Lairton pode-se
concluir que ao longo de sua vida Maquiavel defendeu as duas ideologias, a monarquia
quando iniciou seus trabalhos como filósofo e tempos antes da sua morte. E o ponto de
vista republicano, que foi defendido em discursos e obras feitas no auge de sua fama.
Para defender a monarquia Maquiavel usava muitos argumentos sobre ser
soberano e temido “é mais seguro ser temido do que amado, quando se tem de desistir
de uma das duas”, isto porque “os homens têm menos receio de ofender a quem se faz
amar do que a outro que se faça temer” (Príncipe, XVII). Trasendo assim o ponto de
vista mais ‘pessimista’ sobre a realidade individual de quem está no poder.
Sendo assim pode-se observar nas obras de Maquiavel O Príncipe e Comentários
sobre a Primeira Década de Tito Lívio (Os Discorsi), Norberto Bobbio conclui
que Maquiavel vislumbra duas formas de governo: “Principado (correspondendo ao
reino ou monarquia) e república (que tanto pode ser uma aristocracia, quanto uma
democracia)”.
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REFERÊNCIAS

Artigo “A teoria dos humores de Maquiavel: a relação entre o conflito e a


liberdade - por Lairton Moacir Winter”

Artigo “A TEORIA DAS FORMAS DE GOVERNO” – por Bobbino e Norberto

Pesquisa :” maquiavél e sua contrariedade”

Pesquisa: "Maquiavel e a república”

Pesquisa: pensamento político de Maquiavel”


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REFERÊNCIAS

 file:///C:/Users/Usuario/Downloads/55738-Texto%20do
%20artigo-70252-1-10-20130520.pdf

 file:///C:/Users/Usuario/Downloads/18252-41084-1-PB.pdf

 https://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/maquiavel-a-
politica-e-o-principe.htm

 https://www.scielo.br/j/trans/a/
sVJQQB9CkdmFVpxPmgtQFRQ/?lang=pt

 https://www.coladaweb.com/biografias/maquiavel

 https://www.sabedoriapolitica.com.br/products/da-crueldade-
e-da-piedade-principe-cap-xvii-/#:~:text=Nesta%20hip
%C3%B3tese%20%E2%80%9C%C3%A9%20mais
%20seguro,%E2%80%9D%20(Pr%C3%ADncipe%2C
%20XVII).

 https://www.tc.df.gov.br/ice4/vordf/estudos/
teoriageralestado/teoriaformasgoverno.html

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