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proposições desenvolvidas por Maquiavel - no que diz respeito aos meios para se
conquistar e conservar um Estado bem como aos fins a serem atingidos (grandeza,
glória, fama, liberdade etc.) - são as mesmas nas duas obras estudadas. Qualquer
consideração sobre o interesse imediato de Maquiavel em agradar ou bajular o duque
de Urbino para, com isso, conseguir retornar aos cargos dos quais fora destituído, não
tem relevância no estudo e na compreensão do alcance das teses desenvolvidas em O
Príncipe.
O momento da fundação do Estado é particularmente revelador dessa
equivalência das proposições em ambas as obras, pois o ato de fundação, segundo
Maquiavel, é sempre um ato solitário, um ato de um só homem, seja ele fundador de
um principado ou de uma república. Mas o momento da fundação é apenas uma
pequena fração do tempo de existência do novo Estado. Em seguida, no caso do
principado, deve o príncipe saber conduzir as coisas e possuir a virtù necessária para
tornar sua obra grandiosa, ao passo que, nas repúblicas, cabe ao corpo político a tarefa
de edificar o Estado nascente e, em ambos os casos, após a fundação surgem as
tarefas da conservação. O secretário florentino diz o seguinte:
MACHIAVELLI, Niccolò. Il Príncipe. Biblioteca dei Classici Italiani, 1996. Disponível em:
<http://www.classicitaliani.it/index007.htm>. Acesso em: 15 mar. 2005.
_________. Discorsi sopra la prima deca di Tito Lívio. Biblioteca dei Classici Italiani,
1998. Disponível em: <http://www.classicitaliani.it/index054.htm >. Acesso em: 19 jul.
2005.
_________. Dell’art della guerra. Biblioteca dei Classici Italiani, 1998. Disponível em:
<http://www.classicitaliani.it/index053.htm>. Acesso em: 21 jul. 2005.
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MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. Tradução de Maria Júlia Goldwasser. 2. ed. São
Paulo: Martins Fontes, 1996. 182 p.
_________. O Príncipe. Tradução de Lívio Xavier. 3. ed. São Paulo: Ediouro, 2004. 286
p.
RIBEIRO, Renato Janine. Sociedade contra o social: o alto custo da vida pública
no Brasil. 1. ed. São Paulo: Cia das Letras, 2000. 233 p.
_________. Um pensador da ética. Cult, São Paulo, n. 77, dez. 2004. Disponível em:
<http://www.renatojanine.pro.br/FiloPol/pensador.html>. Acesso em: 19 jul. 2005).
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VÁZQUEZ, Adolfo Sánchez. Ética. Tradução de João Dell’Anna. 24. ed. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2003. 302 p.