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ESCOLA: E.E.

DONA ANITA COSTA

NICOLAU MAQUIAVEL

NOME: CARLOS EDUARDO DOS SANTOS

Nº:

SÉRIE:

PROFESSOR:
Biografia: Nicolau Maquiavel
Nicolau Maquiavel (Niccolò di Bernardo dei Machiavelli) viveu durante o renascimento italiano.
Nascido em 1469, na cidade de Florença (Itália), pertenceu a uma família de poucas posses e
atuou como um secretário que cuidava dos assuntos externos (serviço equivalente hoje ao de
um diplomata). Seu pai, Bernardo di Niccolò di Bouoninsegna, era versado em leis e pouco se
sabe sobre sua mãe, Bartolomea di Stefano Nelli. Duas irmãs mais velhas, Primavera e
Margherita, e o caçula Totto completavam a família.

Há poucos registros sobre sua juventude, mas é indicado como pessoa bem-humorada e jovial.
Casou-se com Marietta Corsini, em 1501, e tiveram quatro filhos e duas filhas. Apesar de suas
ausências, em virtude das viagens, provia auxílio por meio de ajudantes. Mesmo sendo
indicado como um pai carinhoso, a vida familiar não o satisfazia e frequentava tavernas e
festas pela cidade.

Sempre se dedicou, contudo, aos estudos, recomendação que deixou a seu filho Guido em
uma carta. As reviravoltas na política e disputas pelo poder que testemunhou nessas missões
em sua própria cidade é o que confere aos seus escritos o famoso realismo. É o fim do governo
de Lorenzo de Medici que marca o início das missões de Maquiavel a serviço da República,
quando já estava com quase 30 anos.

O cargo de secretário é concedido em 1498, por uma indicação do Grande Conselho, e logo
depois começa a ser enviado em missões de cunho diplomático. Por meio de suas muitas
missões, adquire experiência como estrategista e expressa seminalmente seu pensamento
político em relatórios e discursos sobre essas experiências. Em 1505, um problema relacionado
aos mercenários, na guerra contra a cidade de Pisa, faz com que as autoridades aceitem a
proposta de formar um exército nacional."

"Os Medici conseguem retornar ao poder em 1512, e, em fevereiro de 1513, Nicolau


Maquiavel é envolvido injustamente em uma tentativa de conspiração, sendo aprisionado em
uma cela próxima de onde costumava trabalhar. Recusa a confissão forçada, mesmo sob
tortura.

É liberado algumas semanas depois, mas abandona Florença e segue para sua casa em
Sant'Andrea em Percussina (local que existe ainda hoje). A perda do cargo e a saída repentina
deixam Nicolau Maquiavel desanimado, mas o tempo serve-lhe como oportunidade para
escrever suas reflexões sobre a arte de governar.
Os principais escritos em que expõe seu pensamento político — O príncipe e Comentários
sobre a primeira década de Tito Lívio — são publicados postumamente, em torno de 1532,
mas chegou a ler trechos deles em ocasiões específicas, e alguns manuscritos circularam logo
após serem finalizados. Começa também a escrever suas peças, a mais relevante intitulada A
mandrágora, que foi apresentada em Veneza e continuou sendo aplaudida posteriormente.

Em meados de 1520, retomou algumas atividades políticas, mesmo sem o prestígio de outrora,
e Júlio de Médici encomenda a História de Florença, que foi concluída cinco anos depois, mas
também publicada postumamente. Mesmo com a queda dos Medici e o retorno da República,
em 1527, não tem seu desejo de ocupar novamente o cargo para o qual dedicou anos de sua
vida satisfeito. Francesco Tarugi é nomeado, e o grande pensador florentino adoece logo em
seguida. Seu filho Piero, em carta, comenta que Nicolau Maquiavel faleceu após tomar um
remédio que lhe causou fortes dores no estômago, em 21 de junho de 1527."

Biografia de Obras :

A obra mais conhecida de Nicolau Maquiavel é certamente O príncipe, que começa a ser
escrito em meados de 1512. Nele as ideias são expostas de forma clara, e seu pensamento
político entende a política como um fim em si mesma. A avaliação das ações de um governante
toma por base os fatos que se apresentam e não valorações de qualquer âmbito.

É direto quanto ao objetivo de seu príncipe: conquistar e manter o poder. É certo que os meios
práticos de conseguir êxito dependem de várias circunstâncias, por isso a leitura dessa obra é
permeada pelo par conceitual fortuna e virtú. Poucas leituras bastam para perceber que esses
termos não são usados em um sentido comum.

Por fortuna, entende-se a indicação dos aspectos circunstanciais e pouco previsíveis que
resultam em benefício ou malefício. Não se trata de uma força sobrenatural, mas do próprio
desdobramento natural de tudo o que envolve ou afeta o humano (decisões, enfermidades
etc.). Já virtú são as características pessoais que auxiliam o governante a garantir seu objetivo.
Trata-se, por exemplo, da astúcia, da virilidade e flexibilidade.

Os preceitos estariam entre a lei e a força, já que o governante não deve basear suas decisões
no que imagina ser o caso, mas perceber que as pessoas não são essencialmente boas e
poderiam adotar meios escusos para seus fins. Nicolau Maquiavel sabia que as decisões
dependiam do contexto, por isso suas reflexões são inerentes à dinâmica do poder: é preciso
aparentar ser bondoso, mas saber usar de violência.
“A história era para Maquiavel a grande mestra, a fonte mais segura de ensinamentos, pois o
que ocorrera no passado tendia inevitavelmente, a seu ver, a repetir-se no presente e no
futuro. Todas as coisas do mundo, em todos os tempos, dizia ele, encontram seu paralelo nos
tempos antigos. O que resulta do fato de serem elas dirigidas pelos homens, que têm e sempre
tiveram as mesmas paixões, de tal modo que necessariamente os efeitos são sempre os
mesmos.” |1|

Em Comentários sobre a primeira década de Tito Lívio, obra também referida simplesmente
como Discorsi, o autor propõe comparações de algumas situações políticas de sua época com
fatos ocorridos na Antiguidade, a fim de que fossem divulgados bons exemplos de como agir
politicamente. Exemplos que não deveriam ser apenas admirados, mas imitados. Embora
tenha sido escrito quase ao mesmo tempo que sua obra mais conhecida, não teve a mesma
repercussão. É nesse livro, em todo caso, que encontramos a exposição de algumas ideias
republicanas, em que se valoriza a Roma antiga.

Em A arte da guerra (1521), Maquiavel apresenta um diálogo entre dois personagens sobre
temas de cunho militar: a formação de um exército, seus armamentos etc. Esse escrito pode
ser interpretado como uma recomendação à formação de uma força nacional de cidadãos em
lugar da contratação de mercenários, que era a prática na Florença de sua época. O objetivo
seria não apenas a proteção contra inimigos externos, mas também contra os excessos de um
eventual governante tirânico

Suas ideias continuam sendo alvo de inúmeras reflexões e formaram a base do pensamento
realista em ciência política. É uma interpretação considerada equivocada atribuir certo
utilitarismo a Nicolau Maquiavel, já que este não propôs como regra que “os fins justificam os
meios”. Pode-se dizer que a imoralidade atribuída a suas reflexões é fruto de uma leitura
historicamente descontextualizada e textualmente seletiva."

Citações: O príncipe

“Poderia alguém perguntar-se de que forma Agátocles e outros semelhantes, após infinitas
traições e crueldades, puderam viver seguros em sua pátria e defenderem-se dos inimigos
externos por longo tempo, sem que jamais seus súditos tivessem conspirado contra eles,
enquanto muitos outros, empregando a crueldade, não conseguiram manter seus estados,
nem nos tempos de paz, nem nos incertos tempos de guerra. Creio que isso resulta da
crueldade mal-empregada ou bem empregada. São bem empregadas as crueldades (se é
legítimo falar bem do mal) que se fazem de uma só vez pela necessidade de garantir-se e
depois não se insiste mais em fazer, mas rendem o máximo possível de utilidade para os
súditos. Mal-empregadas são aquelas que, ainda que de início sejam poucas, crescem com o
tempo, ao invés de se extinguirem. ”
PRINCIPAIS FRASES:
“Aos amigos os favores, aos inimigos a lei”

“Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”

“Melhor ser temido do que ser amado”.

“Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos. ”

"Os fins justificam os meios"

Resumo da obra O Príncipe

Na sua obra mais famosa, Maquiavel, ao longo de 26 capítulos, escreveu sobre a


política na prática, como ela é, e não no plano das ideias, na teoria presente nos
livros.

O escritor, que viveu durante muitos anos nos bastidores do poder de Florença, teve a
coragem de colocar no papel aquilo que considerava ser correto e incorreto, ético e
condenável, para um político se estabelecer no poder.

O senso de moralidade de Maquiavel, no que se referia a política, foi delineado com


base no que ele assistia no dia a dia da vida pública em Florença. O objetivo maior de
Maquiavel ao escrever O Príncipe era demonstrar todo o seu conhecimento político
prático para a família Médici, que estava no poder, a fim de conseguir reaver o cargo
público que tinha.

Depois que o seu protetor Soderini saiu do poder, Maquiavel ficou cada vez mais
distante da vida pública de Florença. Através do seu livro, Nicolau Maquiavel queria
mostrar que estava por dentro das questões políticas palacianas florentinas e dos
principais centros da Europa.

O destinatário do seu livro era Lorenzo di Piero de Médici (1492-1519), que governou
Florença durante três anos e a quem Maquiavel tentou impressionar.

Principais temas discutidos em O Príncipe

Política
Para Maquiavel, em O Príncipe, todas as sociedades precisam de uma estrutura que
ordene e domine o coletivo, caso contrário terá lugar a anarquia e o conflito.

A natureza do homem é, para o escritor, egoísta e corruptível, e o ser humano pensa,


acima de tudo, no seu próprio prazer. Diante dessa verdade, cabe ao Estado regular
as relações entre os homens e cabe ao líder pensar no bem coletivo não permitindo
que atitudes egoístas individuais destruam o bem comum.

A política seria justamente essa vocação para organizar a cidade, para impedir que
destruidores dominassem o espaço público. Dominar politicamente é, portanto,
essencial para o bem coletivo.

Pode-se dizer que a perspectiva de Maquiavel sobre o assunto é pessimista nesse


quesito se comparada com a tese dos filósofos gregos, por exemplo, que viam o bem
comum e a felicidade como os pilares essenciais para se construir a vida política. Para
Maquiavel, a vida política é necessária para que os homens não destruam uns aos
outros.

Características de um príncipe

Segundo o Maquiavel, um príncipe deve apresentar cinco características essenciais


para ser capaz de governar e se estabelecer no poder: piedade, fidelidade,
humanidade, integridade e religiosidade.

Não é preciso que o líder tenha todas essas características, mas é preciso que o povo
acredite que o líder as tem, ainda que para isso ele precise agir de modo “falso”. Isto
é, o príncipe deve conseguir transparecer para os seus súditos essas cinco
características para convencer as pessoas e se manter no cargo, ainda que elas não
sejam verdadeiras, genuínas.

Um líder deve manter sempre uma postura de autoridade e confiança, apesar de


nunca dever confiar na lealdade dos seus súditos. O ser humano pensa, antes de
tudo, no seu próprio bem-estar individual, por isso o líder deve manter uma postura de
desconfiança, esperando sempre do outro que ele se torne em algum momento o seu
rival.

Como governar

Para governar, um príncipe precisa ter fortuna (palavra que usa como sinônimo de
sorte) e virtude (que nesse contexto quer dizer habilidade de governar e negociar).

Esse “jogo de cintura”, que Maquiavel se refere, não tinha uma conotação negativa no
sentido do governante ser malicioso ou cruel, o intelectual fala aqui de uma
característica diplomática, mediadora, de quem tem habilidade de “saber estar”.

Maquiavel reconhece que a política é dinâmica e muda muito rápido, por isso um
príncipe deve estar sempre atento e atuar assim que for necessário. Um príncipe
também deve ser firme, capaz de manter a segurança do país que lidera, mesmo que
para isso seja preciso entrar em conflitos e guerras.
Idealmente Maquiavel assume que todo político deveria ser, ao mesmo tempo, amado
e temido. Mas, no caso de uma das características não existir, o intelectual recomenda
que o líder seja antes de tudo temido, ao invés de amado.

Maquiavel também comenta que, às vezes, um político não pode honrar a palavra
dada e, quando isso acontecer, não deve ter medo de ser enérgico. O povo deve
temer o seu líder, mas um líder jamais deve temer os seus súditos.

Uma das citações mais conhecidas da obra de Maquiavel fala justamente sobre a
importância de um político ser, ao mesmo tempo, querido e temido pelo seu povo:

Daí nasce uma controvérsia, qual seja: se é melhor ser amado ou temido. Pode-se
responder que todos gostariam de ser ambas as coisas; porém, como é difícil conciliá-
las, é bem mais seguro ser temido que amado, caso venha a faltar uma das duas.
Porque, de modo geral, pode-se dizer que os homens são ingratos, volúveis, fingidos e
dissimulados, avessos ao perigo, ávidos de ganhos; assim, enquanto o príncipe agir com
benevolência, eles se doarão inteiros, lhe oferecerão o próprio sangue, os bens, a vida e
os filhos, mas só nos períodos de bonança, como se disse mais acima; entretanto,
quando surgirem as dificuldades, eles passarão à revolta, e o príncipe que confiar
inteiramente na palavra deles se arruinará ao ver-se despreparado para os reveses.

A ética do político

Mentir, distorcer os fatos, ameaçar os opositores, tirar dinheiro e poder dos


ricos e dar aos pobres, usar de charme, palavras bonitas e de efeito… para
manter-se no poder!

Maquiavel sublinha em O Príncipe que um bom político deve ser capaz de manipular a
realidade, muitas vezes mentindo ou enganando para se perpetuar no poder.

Interpretado por muitos como um escritor que elogiava o desonesto, Maquiavel quis,
através da sua obra, mostrar o funcionamento da máquina política como ela é. O
escritor assistiu durante a vida muitos líderes optarem por posturas eticamente
questionáveis para conseguirem aquilo que queriam no final: se manter no poder.

Apesar de não ter escrito a frase “os fins justificam os meios”, que foi erroneamente
atribuída a Maquiavel, a sentença ajuda a compreender um pouco da essência
exposta pelo pensador na sua obra O Príncipe.

O estigma do escritor foi tão forte que a palavra maquiavélico, um substantivo


pejorativo, é usado até os dias de hoje para se referir aqueles que manipulam para
alcançarem o que desejam.

Contexto histórico

A família Médici era muito poderosa na região, tendo governado Florença durante
cerca de 100 anos. A Florença de 1500 era um polo importante: foi o berço do
humanismo, a capital do Renascimento, e brilhou durante um período marcado por
uma efervescência cultural, social e política.
Por outro lado, havia muita instabilidade na região, muitos conflitos na Itália, que ainda
não era unificada e era frequentemente palco de batalhas que geravam enorme
derramamento de sangue.

Em termos de sistema político, Florença não era uma monarquia como muitos Estados
europeus daquela época. A região era uma República, onde o poder estava
concentrado nas mãos de algumas poucas famílias ricas.

Nicolau Maquiavel, que havia nascido em Florença (e morreu na mesma cidade), era
um defensor da República, tendo tido alguns altos cargos políticos públicos como
chanceler, embaixador e conselheiro.

Maquiavel estava vendo a estrutura política que acreditava ser a ideal ruir. Com os
desdobramentos do fim da República, Maquiavel chegou a ser preso, torturado e
exilado no campo.

O escritor no final da sua vida achou que Florença ia ser governada por um príncipe e,
por isso, resolveu escrever para Lorenzo di Piero de Médici, o maior candidato ao
cargo, para conseguir a sua função de conselheiro de volta. Maquiavel queria,
portanto, através do seu livro, demonstrar de forma clara e didática que tinha muito
conhecimento sobre o funcionamento da sociedade .

Maquiavel esteve mergulhado na vida política italiana

O escritor criou O Príncipe em 1513, muitos anos antes de a obra ser publicada (O
Príncipe foi publicado em 1532, cinco anos depois da morte do autor). A sua intenção
era inicialmente ser lido pelo neto de Lourenço de Médici (o Magnífico), Lorenzo di
Piero de Médici (1492-1519), que governava Florença durante aquele período
histórico.

Lorenzo esteve no poder por apenas três anos, mas a sua família era influente na
região há décadas.

Nicolau Maquiavel testemunhou um momento político importante, entre o século XV e


o XVI, quando os governos pós Idade Média começaram a se estabelecer de modo
mais estável.

Em 1498, Maquiavel foi nomeado secretário e segundo chanceler da República


Florentina tendo sido um nome muito importante da vida pública na região.

Maquiavel foi observador na eleição papal de 1503, por exemplo, e esteve ao lado de
Júlio II na sua primeira conquista além de ter organizado uma força de infantaria para
capturar Pisa novamente em 1509.

Em 1512, no entanto, Maquiavel perdeu o poder que tinha e chegou a ser torturado e
preso, tendo que se refugiar no campo ao lado da mulher e dos seis filhos. Foi durante
esse período recluso que mais escreveu tendo criado inclusive O Príncipe.
O Príncipe é uma obra atemporal

Apesar de ter sido escrito num contexto histórico completamente diferente, a obra de
Maquiavel dialoga conosco até os dias de hoje exibindo o comportamento típico de
muitos indivíduos que optaram pela vida política.

O escritor há mais de 500 anos já resumia a sociedade dividindo-a em dois grupos: os


poderosos e os que obedeciam. Mesmo sabendo que governos caem e outros
ascendem, porque o sistema político é por natureza dinâmico, a sociedade continua
sendo regida a partir dessa divisão básica em dois grupos.

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