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BIOGRAFIA DE NICOLAU MAQUIAVEL

Nicolau Maquiavel foi um dos principais autores de sua época, o Renascentismo, que consiste,
basicamente, em um intermédio entre a Idade Média e a Modernidade. Era defensor do
absolutismo e de ações duras e austeras por parte de um governante quando necessário, foi
injustiçado ao entrar para a história como o patrono da expressão "maquiavélico", utilizada
para a designação de alguém capaz de tudo pelo poder. Para Maquiavel, a conservação do
poder nas mãos de um bom governante, é uma condição necessária para a conservação da
ordem política, mesmo que fosse em situações de maior controle.

Foi um filósofo político, historiador, estadista e escritor italiano, autor da obra-prima "O
Príncipe". Foi profundo conhecedor da política da época, estudou-a em suas diferentes obras.
Realista e patriota, definiu os meios para a unificação da Itália.

Desde pequeno, Maquiavel se dedicou aos estudos. Aos sete anos de idade, começou a
aprender matemática e latim. Logo depois, estudou a língua grega antiga.

Sua família de origem Toscana participou dos cargos públicos por mais de três séculos. Seu pai,
Bernardo Maquiavel, era jurista e tesoureiro da província de Marca de Ancona. Sua mãe,
Bartolomea Nelli, era ligada às mais ilustres família de Florença. Tinha duas irmãs mais velhas,
Primavera e Margherita, e o caçula Totto completavam a família.

Maquiavel é visto como um proponente do que viria a ser o cientista empirista moderno,
defendendo que expandir a partir da experiência e fatos históricos é o melhor método de se
desenvolver uma filosofia consistente, especialmente em política, e que a teorização a partir
da imaginação é inútil. Com esta aproximação, Maquiavel foi capaz de afastar a politica da
teologia e da filosofia moral, desenvolvendo-a como uma disciplina em si mesma. Assim,
contribuiu para a compreensão de como os governantes de fato agem e mesmo para a
antecipação de seu comportamento. Defendeu o estudo da fundação de uma nação e a
compreensão de seus elementos originais como essencial para a antecipação do futuro.

Nicolau Maquiavel, em italiano, Niccoló di Bernardo dei Machiavelli, nasceu no dia 3 de maio
de 1469, no berço do renascimento das artes e da cultura europeia, a cidade de Florença. Em
sua época, ainda não havia unificação italiana e as cidades localizadas na Península Itálica eram
independentes. Apesar de entrar para a história como filósofo e teórico político, foi na prática
que Maquiavel construiu sua carreira: ele foi um destacado funcionário público florentino em
dois períodos completamente opostos da cidade, a república e a monarquia.

Quando ele ainda era criança, a família Médici era quem governava Florença, uma família que
já sofreu várias tentativas de golpes. No ano de 1478, os irmãos Juliano e Lourenço estavam no
poder, mas, o Lourenço assassinou seu irmão Juliano tornando-se, assim, o único a estar no
poder até o ano de 1492, quando faleceu.
Após a morte de Lourenço, seu filho Piero II foi quem herdou o poder, mas, acabou sendo
vítima de um golpe arquitetado por um padre na qual expulsou a família Médici de Florença.
Em 1497, o padre foi excomungado da Igreja.
No ano de 1498, pela primeira vez, Nicolau Maquiavel foi nomeado para um cargo público, na
qual, se tornou segundo secretário da senhoria, e três meses depois se tornou chefe da
segunda chancelaria.
Há poucos registros sobre sua juventude, mas é indicado como pessoa bem-humorada e jovial.
Casou-se com Marietta Corsini, em 1501, e tiveram quatro filhos e duas filhas. Apesar de suas
ausências, em virtude das viagens, provia auxílio por meio de ajudantes. Mesmo sendo
indicado como um pai carinhoso, a vida familiar não o satisfazia e frequentava tavernas e
festas pela cidade. Nicolau parece ter dedicado pouca atenção a sua família (foi amante, por
muitos anos, da cantora Barbara Salutari).

Em 1505, um problema relacionado aos mercenários, na guerra contra a cidade de Pisa, faz
com que as autoridades aceitem a proposta de formar um exército nacional.

Depois de um tempo, em 1512, a família Médici conseguiu retomar o poder de Florença. No


ano seguinte, em 1513, devido a uma atuação forte com o governo anterior e a sua ligação
com milícias e campanhas militares ligadas à esse mesmo governo, Maquiavel acabou sendo
acusado de conspiração, chegando a ser preso e torturado. Depois de ser solto ele passou um
tempo em sua casa de campo, onde ele começou os esboços de sua obra "O Príncipe".
Depois de um tempo o senhor de Florença, Juliano de Médici, filho do Lourenço de Médici que
governou no passado, pretendeu trazer Maquiavel de volta para o serviço público, mas, o papa
não permitiu. No ano de 1516, Juliano faleceu e quem herdou o poder foi seu filho Lourenço
de Médici, neto do antigo Lourenço. Maquiavel então decidiu dedicar a sua obra "O Príncipe" a
Lourenço.
No ano de 1520, Maquiavel retornou ao serviço público, mas agora como historiador oficial de
Florença, onde teve que escrever a história de Florença, obra que acabou levando cinco anos
para ser finalizada.

Nicolau Maquiavel, embora seja muito conhecido por seus pensamentos sobre a dinâmica real
do poder, também escreveu comédias e poemas.

Não elaborou uma teoria política ou uma reflexão profunda sobre a essência do poder, como
se poderia esperar de um filósofo em sentido clássico. Em todo caso, suas reflexões são
originais e baseadas em uma riqueza de eventos históricos. Seu pensamento político orientou-
se pelos fatos que vivenciou e em suas interpretações com base em circunstâncias históricas,
afastando-se, assim, de abstrações ou idealizações.

Após esse período, foi exilado aos arredores de Florença e começou a se dedicar à produção
de suas maiores obras, como: “O Príncipe”, “Discursos sobre a Primeira Década de Tito Lívio“,
“A Arte da Guerra” e “As Comédias”. Nicolau acabou sendo beneficiado depois com a anistia
concedida pelo papa Leão X.

Depois de retornar à Florença, Nicolau conseguiu a função de escrever a história da cidade


(sendo remunerado por isso), graças ao Cardeal Gíulio de Médici. Depois, foi inspetor das
fortificações. Seu último cargo foi uma missão contra Carlos V.

A biografia de Maquiavel termina com sua morte e sepultamento em Florença em 21 de junho


de 1527, após retornar adoecido de uma viagem a Cività Vecchia. Seu filho Piero, em carta,
comenta que Nicolau Maquiavel faleceu após tomar um remédio que lhe causou fortes dores
no estômago. Nicolau morreu na pobreza e afastado do poder.

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