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Projeto Leitura

Resenha Crítica

Controle pelo Temor

Aluno 06 Oldenburg
(Opinião de inteira responsabilidade do autor)

2022
1. Introdução
A obra “O Príncipe” escrita por Nicolau Maquiavel, produzida em 1513, sendo uma
literatura póstuma, publicada de maneira oficial soment após à morte do autor, em 1532.
Maquiavel nasceu em Florença, na Itália, em 1469, vindo de umabfamília poderosa e
financeiramente abastada. Exerceu o cargo de secretário no departamento italiano de guerra
e política interna por diversos anos, onde realizou diversas missões diplomáticas em cidades
italianas e Estados europeus. “O Príncipe” foi escrito após Nicolau ter sido exilado de
Florença pela família Médici, tratando-se então de uma carta dedicatória justamente a
Lourenço de Médici, senhor soberano da república florentina na época. Assik, a literatura se
trata de um roteiro político para soberanos que desejavam acender ao poder e manter um
governo da forma mais eficiente possível.

2. Discussão e análise crítica sobre o assunto


O contexto em que a obra foi escrita representava um cenário de conflitos e
instabilidades no Estado italiano. A Itália daquela época estava subdividida em diversos
reinos e feudos rivais pressionados por outros governos europeus. O período também foi
caracterizado pela iniciação às Grandes Navegações, tendo como pioneiros os governos já
unificados de Portugal e Espanha. Assim, a riqueza das cidades italianas de Gênova, Veneza e
Florença era atrativo para outras monarquias. Então, para isso, segundo Maquiavel, a Itália
precisava se consolidar e tornar- se independente da igreja instaurando um estado.
Nicolau inicia a carta descrevendo-a como um presente ao Príncipe Lourenço de
Médici, pois segundo ele, não havia coisa mais cara quanto o conhecimento das ações dos
grandes homens. Decorre que todos os governos poderosos sobre os homens, são ou foram
divididos em repúblicas ou principados.Os principados poderiam ser hereditários (transferidos
sucessoriamente por laços sanguíneos), mistos ou novos (em que geravam dificuldades, pois
em um governo hereditário os súditos já possuíam certo carisma pela família empoderada,
tornando-se mais fácil governar). Tais principados poderiam ser conquistados de duas
maneiras: por fortuna ou virtude ou, ainda, por meio de crimes.
Passando pelos vinte e seis capítulos do livro, através das introduções iniciais sobre os
principados, Maquiavel disserta sobre atributos e competências inerentes aos príncipes que
tem sucesso. Um príncipe habilidoso deve seguir os caminhos já previamente percorridos
por grandes homens, imitando àqueles que foram excelentes; precisa ter o povo como
amigo, controlar círculo de confiança, oferecer liberdade limitada aos súditos, não se apoiar
em tropas mercenárias e preferencialmente ser temido do que amado. Além disso ensina
estratégias inteligentes para a manutenção do poder, podendo citar: limitação de poder
estrangeiro e instalação de colônias no território.
Vendo análise dos conselhos de Maquiavel em sua obra, alguns ensinamentos
relevantes e de potencial na atualidade devem ser pontuados. Os problemas na gestão do
governo devem ser enfrentados como a tuberculose, fácil de curar quando diagnosticada
precocemente, sendo assim, resolver com agilidade. O povo não deve ser oprimido, mas sim
visto como amigo, observando no governante a figura de provedor e mantendo, assim,
fidelidade a ele. O príncipe deve limitar o seu círculo de confiança e não deve apoiar sua
segurança em mercenários, ao contrário, deve ter seu próprio exército, segundo cita o autor,
a Itália da época chegou à ruína por não ter uma armada própria. Ademais, observa-se uma
ideia de controle social, pois, entre ser temido ou amado, que seja temido, sendo assim mais
fácil de manter o povo unido através do medo. Apresenta, dessa forma, a questão do poder
absoluto e centralizado, fazendo com que o monarca detenha a força com o controle dos
exércitos, a riqueza e o apoio do povo.

3. Conclusão
Diante desta análise, conclui-se que graças ao talento do autor, ela consegue ainda se
manter atual, mesmo sendo datada do século XVI. É uma produção de cunho político que
demonstra ensinamentos para obtenção do poder absoluto; um manual da ciência política.
Sobre a linguagem utilizada, percebe-se escrita rebuscada, com presença de termos em latim,
idioma comum da época, mas totalmente compreensível. Nota-se a estilística do texto por
meio do uso de figura de linguagem, a metáfora, produzindo uma comparação entre o lado
animal e humano do homem (raposa e leão). Ademais, para que a literatura obtenha mais
sentido na sua profundidade, são necessários conhecimentos de fatos e personagens históricos,
como são os casos de imperadores romanos, filósofos, papas e revoltas populares da época,
citados por Nicolau para exemplificar suas teorias.
É possível inferir que o livro apresenta conselhos de grande relevância para a política
da época bem como para a atual. O autor, com sua grande experiência como diplomata
florentino, demonstra propriedade ao abordar cada tópico. Entretanto, a obra é designada por
muitos como tirânica, tendo em vista o conteúdo absolutista abordado. A partir de “O
Príncipe” surgiu a expressão denominada de “maquiavelismo”, que consiste no que a
doutrina política abordada pelo livro, segundo a qual ao príncipe ou ao Estado é levado a
recorrer a todos os meios para alcançar os seus fins. Além disso, conforme a definição do
dicionário, “maquiavélico” refere a astúcia, a má-fé e ao oportunismo. Concluindo, a obra
amplia a visão teórica e histórica sobre fatos relevantes sobre a organização política e da
sociedade através de estratégias e controle de pessoas e ações.

4. Referências
MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. 

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