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Leia o texto e responda as questões a seguir em seu caderno.

TODO PODER AO REI

Absolutismo é o sistema político no qual toda a autoridade está concentrada na pessoa do soberano. "o
absolutismo nasceu com as monarquias nacionais, no início dos Tempos Modernos (século XVI) e atingiu o auge no
século XVII, com Luís XIV, da França.
Na Idade Média, os reis eram reconhecidos como sagrados. Alguns eram ungidos pela Igreja no ato da coroação. No
início da época Moderna, reis com essas características continuaram a existir e muitas cerimonias políticas de origem
medieval permaneceram quase intactas. Então, fica a questão: qual a diferença, afinal, entre os reis medievais e os
novos monarcas da época moderna?
O rei medieval era, apesar do prestígio, apenas um entre outros condes ou duques e dependia, como todos os
nobres da época, dos exércitos de vassalos para manter ou ampliar seus domínios territoriais. O novo monarca
moderno, pelo contrário, tonou-se de fato o senhor de todos os senhores e construiu seu poder com base em um
exército permanente e em uma vasta burocracia.
Assim, podemos dizer que, em contraste com a fragmentação política da Idade Média e o frágil poder dos reis, o
Estado moderno se caracterizou pela progressiva centralização do poder, pela imposição da justiça, da moeda e
legislação reais sobre os senhores, pelo fortalecimento do sistema e pela militarização da realeza. O rei ou rainha
absolutista exercia de fato o poder: baixava leis, organizava a justiça, arrendava a cobrança de impostos, mantinha o
exército, nomeava funcionários, tudo em nome do Estado que representava.

TEÓRICOS DO ABSOLUTISMO

Nicolau Maquiavel deve ser visto como um dos primeiros teóricos do poder real. Na obra O Príncipe, considerava
que o rei tinha de ser racional na busca do interesse do Estado, o que justificava a utilização da violência. Para
Maquiavel, o poder real estava acima de quaisquer outros, inclusive o da Igreja, ou seja, o Estado pairava acima dos
indivíduos. No modelo de Maquiavel, o maior objetivo do monarca seria zelar pela manutenção e ampliação de seu
próprio poder mesmo que recorrendo a métodos imorais ou violentos.
Thomas Hobbes, em Leviatã, dizia que, inicialmente, a sociedade vivia em estado natural, de completa anarquia e
selvageria, pois os indivíduos são naturalmente egoístas e possessivos, de modo que o Estado deveria existir para pôr
freio nesses apetites destrutivos. Mas para Hobbes, o Estado absolutista é fruto de um contrato, no qual os indivíduos
transferem para o soberano o direito de governar em prol da manutenção da justiça, da segurança e da paz.
Outro teórico do poder absoluto foi Jacques Bossuet, bispo francês cujas ideias foram tiradas das próprias palavras
da Sagrada Escritura. Para ele a autoridade do rei é sagrada e absoluta porque emana de Deus. A denominada teoria
do direito divino dos reis apresentava os monarcas como representantes de Deus na Terra, defensor da Igreja e da
Pátria, protetor das Artes, legislador e representante do Estado (cujos interesses estavam acima dos interesses
particulares ou individuais).

OS CASOS DE PORTUGAL E ESPANHA


Se é verdade que a formação dos Estados modernos na Europa tendeu ao modelo absolutista, o pequeno reino de
Portugal foi, sem dúvida, o pioneiro. Após a ascensão da dinastia de Avis, em 1385, Portugal alcançou um grau de
centralização política maior do que qualquer reino europeu da época. Em Portugal, diferentemente do que ocorreu na

França e na Espanha, a resistência da nobreza ao poder real foi bem menor, em especial porque ela foi integrada ao
processo de expansão marítima do século XV, beneficiando-se de cargos e rendas provenientes das conquistas
ultramarinas. Assim, a nobreza e a burguesia mercantil se aliaram, sob controle da Coroa portuguesa e em proveito do
poder real.
A centralização do poder monárquico espanhol esbarrou em graves dificuldades. No século XV, a Espanha era um
conjunto de reinos independentes que se haviam formado ao longo da guerra de Reconquista cristã. Dentre eles,
destacavam-se os reinos de Castela e Aragão, o de Navarra, ao norte, e o reino andaluz de Granada, no extremo sul,
mantido pelos muçulmanos. As diferenças entre os reinos eram enormes: língua, costumes, instituições, moedas,
entre outras. A formação da Espanha baseou-se, portanto, na construção de uma forte unidade religiosa, capaz de
superar as diversidades culturais, linguísticas e institucionais existentes na península. Assim, têm razão os
historiadores ao afirmar que a Espanha se fez com base na unidade da fé. Fé católica assegurada pela Inquisição.

INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS:

Questão 01- Defina o que foi o Absolutismo.

Questão 02- Descreva as principais diferenças entre as monarquias da Idade Média e as monarquias absolutistas
da Era Moderna.

Questão 03- A partir da leitura do texto, explique por que a filosofia política de Maquiavel muitas vezes é resumida
em sua famosa frase: “Os fins justificam os meios”!

Questão 04- Descreva a teoria de Estado formulada por Thomas Hobbes em sua obra Leviatã.

Questão 05- Apresente um fator que tenha contribuído para que a implantação do Absolutismo em Portugal
encontrasse menos resistência que em outros reinos europeus.

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