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Serviço Público Federal

Ministério da Educação
Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

OS CLÁSSICOS DA POLÍTICA-MAQUIAVEL
Ciência Política e Teoria Geral do Estado

Anna Luísa Souza Santos1


Anna Victoria Espíndola Tognini2
Isabelli de Souza Pesqueira3
Lavínia Inaê Lisboa Souza4
Docente: Prof. João Francisco de Azevedo Barretto

WEFFORT, C.F. Os Clássicos da Política. Maquiavel, Hobbes, Locke, Montesquieu,


Rousseau, “O federalista”. Editora Ática 13ª. ed. São Paulo, 2001. p. 11-50.

Maquiavel nasceu no dia 3 de maio de 1469 descendente de uma família humilde.


Naquele contexto a Itália estava dividida e com um poder fraco suscetível a conspirações
(muitas guerras e troca rápida dos representantes da nação), suscetível a invasões por parte
dos estrangeiros. Em 1498-tem o cargo de destaque como chanceler da República florentina, e
cumpriu diversas missões afora. Todavia, em 1512 dissolve- se a república (retorno dos
Médici), e Maquiavel sofre uma interrupção em seu cargo.
De maneira sucessiva, é determinado que ele fique um 1 ano sem sair de Florença,
mas no ano de 1513, em sequência, é considerado suspeito de estar por trás de uma
conspiração contra os Médici e é preso e torturado. Neste período de sua prisão (1513)
escreve seu livro, intitulado “O Príncipe”, no contexto em que a Itália necessitava de um líder
que fosse forte e implacável para acabar com as conspirações e guerras.
É liberado e após não conseguir voltar para seu cargo vai para um bosque que herdou
de seu pai, em que viveu modestamente e estudou os clássicos. Começava o dia com os
lenhadores e terminava o mesmo bem trajado e pronto para a melhor parte do dia visitar as
cortes principescas para fazer suas pesquisas.
Após escrever “O príncipe” e a comedia “A Mandrágora” buscou reconhecimento
para tentar voltar a seu cargo e não conseguiu na época. Tanto que, em 1520 foi chamado para
escrever sobre a história de Florença e imaginou que seus planos iam funcionar, mas o mesmo
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Direito Integral-1º Semestre
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foi um fracasso por conta do contexto histórico da época.
No ano de 1527 acontece a restauração da república e, considerado um aliado dos
tiranos que lhe pediram para escrever sobre Florença pelos jovens republicanos, Maquiavel se
entrega à tristeza e morre de desgosto em 21 de junho de 1527. “Cidadão sem fortuna,
intelectual da virtu”
Realizando um panorama geral dos capítulos lidos, Maquiavel explicita em seu
livro algumas formas de governos e principalmente as diferenças dos principados para
outros de mesma espécie, já que em seu tempo vivido as relações políticas eram
executadas de forma mais evidente. Deixa-se bem claro que todos os Estados que
chegaram a exercer poder sobre outros homens foram repúblicas ou, como já
mencionado, os principados. Ele acreditava que principados só podem ser hereditários e
de longa ascendência do seu senhor.
A obra de Maquiavel se trata, no geral, de passos para se lidar com a política e
governo de um principado. Descrevendo 3 tipos diferentes de Estado, ele exemplifica como
cada um afeta a forma de governo regente do príncipe e os caminhos que este deve fazer
para poder governar. Além de mostrar em alguns momentos históricos como cada
governante lidou com as divergências de sua época, ressaltando que sempre vão existir
bons e maus e aqueles que, se não obedecerem, precisam de uma punição. Ao longo destes
capítulos expostos, ele demonstra que existem duas vias pela qual se pode obter um
principado: pela virtú (virtude) e fortuna. Para o autor, “virtude e fortuna” tem significados
distintos dos quais conhecemos; onde ‘fortuna’ se caracterizava como sorte, circunstâncias
favoráveis; e ‘virtude’ seria na verdade a habilidade de governar, o poder de persuasão.
Ele exerce uma crítica à monarquia absoluta em certo ponto por acreditar que esta,
deixe o príncipe mais suscetível à traições por parte do próprio magistrado e que, pela
ausência para com o povo, acabe por perder o apoio deste da mesma maneira. O povo
exerce uma importância relativa aqui, apesar de ser importante haver a popularidade do
príncipe para com seu povo, sempre precisará existir uma dependência deste para com o
Estado e o senhor, quem se opuser a isso –como já dito anteriormente-é passível de
severa punição.
Maquiavel remonta que nem sempre é importante para um governante ser bondoso e
amado por todo seu povo ainda que a aprovação do povo seja realmente importante para
que ele não precise de meios de terceiros para obediência, pois o amor de seu povo pode
enfraquecer, no entanto o temor é sempre constante e os impedem de desejarem cometer

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atos contra o principado. Ademais, ele descreve e explica cada ponto essencial para um
príncipe poder governar recebendo o apoio do magistrado e de seus súditos, sabendo
exatamente o momento que precisa agir, ser benevolente e regar seu próprio Estado com
suas virtudes, para que assim o comando sobre o país seja pleno e prolongado.
Pela primeira vez um filósofo fala sobre política como ela realmente é, e não como
ela deveria ser em um “mundo ideal”. Nicolau explica a ciência política de forma nua e
cristalina.
Quando Maquiavel escreveu este livro, na verdade ele estava utilizando suas
próprias técnicas com o príncipe. Seu intuito não era apenas ajudar o mais novo governante
de Florença, mas sim tentar reconquistar seu cargo na política. Nada mais era do que
Nicolau usando seu poder de persuasão (virtude) em um momento que para si seria muito
favorável (fortuna).
O político que efervescia em sua mente, fazia com que ele transpirava a própria
política. Sem nem um mistério ou medo de deixar evidente as verdadeiras relações sociais,
Nicolau Maquiavel escreveu ao príncipe: “Mas é necessário saber bem disfarçar esta
qualidade e ser grande simulador e dissimulador: tão simples são os homens e de tal forma
cedem às necessidades presentes, que aquele que engana sempre encontrará quem se deixe
enganar”. E assim se fez a primeira teoria escrita de Ciência Política.

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