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VIDA E OBRA

• Nicolau Maquiavel foi um importante historiador, diplomata, filósofo, estadista e político italiano
da época do Renascimento.

• Nasceu na cidade italiana de Florença em 3 de maio de 1469. Filho de advogado, recebeu uma
típica educação renascentista.

• 1498: é nomeado chanceler e, mais tarde, secretário das Relações Exteriores de Florença. Essas
funções não detinham tanto poder, apenas tratavam de representações e redações de textos
oficiais.

• Maquiavel passa cinco meses como embaixador junto a César Borgia, filho do papa Alexandre VI,
cuja política enérgica e sem escrúpulos o encheu de admiração.

• 1512: ocorre um golpe no qual a república é dissolvida e Lourenço de Médici assume o trono e
Maquiavel é exilado, preso e torturado. Nesse período começa a escrever “O Príncipe”. Nele, analisa
a política de forma estratégica.

• Dedicou seu tempo e conhecimentos para a produção de obras de análise política e social.

• Ainda no exílio, Maquiavel escreve “A arte da guerra”, tratando da extinção das forças armadas
permanentes, por ameaçarem a república, e a criação de milícias populares.

• Também é nesse período que o filósofo redigiu Comentários sobre os primeiros dez livros de Tito
Lívio. Este livro aborda a ascensão e o declínio da organização político-militar romana comparada à
época de Maquiavel.

• 1520: Maquiavel tornou-se historiador oficial da república e começou a escrever as Histórias de


Florença, consagrada como primeira obra da historiografia moderna.

• 1527: os Medicis voltam ao poder e Maquiavel é excluído de todos os cargos e falece em 21 de


junho. A política em Maquiavel

• Termo cotidiano: “maquiavelico” associado a um procedimento astucioso, enganoso, traiçoeiro.

• Shakespeare: “the murderous” (assassino).

• Gíria inlglesa: The old Nick – “o velho Nicolau” – “velho Diabo”

• Rousseau: “Maquiavel, fingindo dar lições aos Príncipes, deu grandes lições ao povo”. Península
italiana era um mosaico de pequenos Estados com regimes políticos, econômicos e culturais
variados. Até 1494 havia uma certa estabilidade. Mas ao final do século se torna uma região de
muita instabilidade, invasões de outras nações, disputas internas, golpes etc...

INSTABILIDADE DO PODER

• A tirania impera em pequenos principados, governados despoticamente por casas reinantes sem
tradição dinástica ou de direitos contestáveis.

• A ilegitimidade do poder gera situações de crise e instabilidade permanente, onde semente o


cálculo político, a astúcia e a ação rápida e fulminante contra os adversários são capazes de manter
o príncipe. • Poder obtido e retirado a partir da força.

• A ausência de um Estado centralizado e a extrema multipolarização do poder criam um vazio, que


as mais fortes individualidades têm capacidade para ocupar.
• Algumas características do teórico político.

“O destino determinou que eu não saiba discutir sobre a seda, nem sobre a lã; tampouco sobre
questões de lucro ou de perda. Minha missão é falar sobre o Estado. Será preciso submeter-me à
promessa de emudecer, ou terei que falar sobre ele.” (Carta a F. Vettori, de 13/03/1513.)

OBJETO DE INVESTIGAÇÃO DE MAQUIAVEL

Qual é o principal objeto de reflexão de Maquiavel em suas obras?

O ESTADO e a AQUISIÇÃO E MANUTENÇÃO DO PODER

• O Estado e a Política REAL.  REALISMO POLÍTICO

• O objetivo do político é o poder.

• Maquiavel rejeita o IDEALISMO POLÍTICO da Antiguidade (Platão, Aristóteles) e dos Medievais


(Santo Agostinho, São Tomás de Aquino).

• Influência dos historiadores antigos (Tácito, Políbio).

VERITÁ EFFETUALE A VERDADE EFETIVA DAS COISAS METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO POLÍTICA DE


MAQUIAVEL

• A substituição do reino do dever ser, que marcara a filosofia anterior, pelo reino do ser, da
realidade, leva Maquiavel a se perguntar: como fazer reinar a ordem, como instaurar um Estado
estável?

• O problema central de sua análise política é descobrir como pode ser resolvido o inevitável ciclo de
variação entre estabilidade e caos, entre tomada e perda de poder. “Em todo o caso, sendo minha
intenção escrever coisa útil para quem saiba entendê-la, julguei mais conveniente ir atrás da
verdade efetiva do que das aparências, como fizeram muitos imaginando repúblicas e principados
que nunca se viram nem existiram. Entre como se vive e como se devia viver há tamanha diferença,
que aquele que despreza o que se faz pelo que se deveria fazer aprende antes a trabalhar em prol da
sua ruína do que da sua conservação. Na verdade, quem num mundo cheio de perversos pretende
seguir em tudo os ditames da bondade, caminha para a própria perdição. Daí se infere que o
príncipe desejoso de se manter no poder tem de aprender os meios de não ser bom e a fazer uso ou
não deles, conforme as necessidades.” O Príncipe, Cap. XV

RUPTURA COM A ANTIGUIDADE

• NOVA ORDEM DO PODER

Substituição da ideia de ordem natural e eterna na política por uma ideia de que a política é antes de
tudo uma ação puramente humana, construída pelos homens. A Ordem e o Poder não são
permanentes, mas está sempre ameaçado. Política: estabilidade, caos, ordem, desordem, inclinação
humana para a corrupção.

• Ocorre que, dada sua origem, a ordem política está sujeita ao mesmo ciclo intermitente de caos e
estabilidade que é próprio da condição humana.

• Se não há uma ordem natural (ou sobrenatural) eterna, é claro que esta não será definitiva e,
assim, uma vez alcançada certa constância na gestão de um Estado por um determinado
governante, a possibilidade entrópica (desordem) real e efetiva tem que ser assumida por ele.
• Justamente porque a partir de Maquiavel a política passa a ser vista cada vez mais como produto
das vontades e interesses humanos.

POLÍTICA É:

• Ela é o resultado de feixes de forças, proveniente das ações concretas dos homens em sociedade,
ainda que nem todas as suas facetas venham do reino da racionalidade e sejam de imediato
reconhecíveis.

• O poder político tem como função regular as lutas e tensões entre os grupos sociais (o povo e os
poderosos). • As ações do governante têm como objetivo a manutenção do seu poder no estado e
do próprio Estado

O SURGIMENTO DE UMA CIÊNCIA POLÍTICA

• Maquiavel é considerado como o fundador de uma ciência política. Estabeleceu seus fundamentos.

ESTUDO DA HISTÓRIA NATUREZA HUMANA

PSICOLOGIA ESTUDO DA HISTÓRIA

“Aquele que estudar cuidadosamente o passado pode prever os acontecimentos que se produzirão
em cada Estado e utilizar os mesmos meios que os empregados pelos antigos. Ou então, se não há
mais os remédios que já foram empregados, imaginar outros novos, segundo a semelhança dos
acontecimentos”. Discursos, livro I, cap. XXXIX

Concepção da história como um ciclo de repetições, de continua renovação dos fatos, embora com
diferenças mas que tem uma certa regularidade. Causas semelhantes geram efeitos semelhantes
(princípio científico). Fonte de ensinamentos políticos e sobre as características e traços da natureza
humana. Exemplos e citações de casos antigos.

NATUREZA HUMANA (PSICOLOGIA)

• A compreensão da história se complementa com uma compreensão da psicologia humana.

• A política é feita por humanos: ela tende a ser um reflexo da natureza humana ou suas
características se manifestam nas ações políticas.

• As paixões: cobiça, inveja, desejo, egoísmo, ambição, traição, medo, engano etc... Seriam as
mesmas em todas as cidades e povos. “O irracionalismo, não raro observado em atividades de
governo ou relações de Estado, fortalece por igual a convicção dos psicólogos sociais de que fora das
motivações psicológicas não é possível lograr uma compreensão plenamente satisfatória do
processo político. [...] A Ciência Política opera com material humano e os fundamentos do poder e
da obediência são de natureza psicológica”. (BONAVIDES, 1997, p.51)

NATUREZA HUMANA PARA MAQUIAVEL

“Assim nos faz concluir a própria a natureza dos homens. Estes são geralmente ingratos, volúveis,
simuladores, covardes ante os perigos, ávidos de lucro. Nos tempos de bonança, e enquanto lhes
fazemos o bem, estão todos, como já tive ocasião de dizer, ao nosso lado, oferecem-nos o sangue,
os haveres, a vida, os filhos; mas quando a tormenta se aproxima, revoltam-se. Então o príncipe que
se apoiou inteiramente nas palavras deles, achando-se desprovido de outro qualquer amparo, rui
por terra”. O Príncipe, Cap. XVII
A história e a psicologia não são apenas instrumentos teóricos, mas guias para a ação. A psicologia
desenvolvida em torno do poder fundamenta o conhecimento secular e autônomo do político e o
separa radicalmente da ética e do direito. Com a história e a psicologia é possível ao governante (e
ao teórico da política) determinar as causas da prosperidade e da decadência dos Estados antigos,
podendo assim compor um modelo analítico para o estudo das sociedades contemporâneas, já que
as mesmas causas correspondem aos mesmos efeitos.

ATENÇÃO! A TEORIA CIENTÍFICA, ESTRUTURADA NA REPETIÇÃO DA HISTÓRIA E NA INVARIAÇÃO DO


COMPORTAMENTO E DA NATUREZA HUMANA, DEVE SER COMPLETADA PELA INVESTIGAÇÃO DAS
PECULIARIDADES DAS CIRCUNSTÂNCIAS (CONTEXTOS) DOS ACONTECIMENTOS. VIRTÚ E FORTUNA

• Na Antiguidade era forte a ideia de um “determinismo” na política.

• Predestinação...

• Para Maquiavel, embora a realidade determine os limites da ação, as personalidades decididas e


empreendedoras podem interferir na história.

• A Ciência Política, enquanto prática, supera a concepção da Antiguidade de um universo fechado e


já destinado.

• A política é uma atividade prática do homem livre de freios extraterrenos. O homem é o sujeito
ativo da história, dos acontecimentos.

• O governante precisa da virtú para dominar a fortuna. FORTUNA

• Deusa da sorte, do acaso, do destino.

• Era representada portando uma cornucópia (corno, cifre de abundância) e um timão, que
simbolizavam a distribuição aleatória de bens e a coordenação da vida dos homens, e geralmente
estava cega ou com a vista tapada pois distribuía seus destinos aleatoriamente.

• Era uma deusa boa, uma aliada que possui tudo o que se deseja: fama, honra, riqueza, glória,
poder

Para se obter os benefícios da deusa era preciso seduzi-la, mostrar-se merecedor de seus bens. Para
isso, era necessário se mostrar viril, ter a virilidade, a inquestionável coragem para se obter dela os
seus favores. Tal imagem se transforma no cristianismo. A imagem da cornucópia vai sendo
substituída pela da Roda da fortuna. Roda do Tempo que gira indefinidamente. A imagem, o
simbolismo da Roda da Fortuna expressam justamente uma dimensão da vida humana que é
incontrolável. O destino que é girado e você não sabe no que ele irá parar... E é girado e girado
indefinidamente.

VIRTÚ Cap XXV

“Não ignoro ser crença antiga e atual de que a fortuna e Deus governam as coisas deste mundo, e
de que nada pode contra isso a sabedoria dos homens. Por consequência, seria razoável não
desperdiçar esforços, mas deixar-se guiar pela sorte. Esta opinião acha-se mais difundida hoje em
dia, em virtude das mudanças que, escapando por completo ao entendimento humano se operaram
e continuam a operar ainda. Foi após refletir no assunto algumas vezes que eu também me inclinei
em parte a concordar com essa opinião. Todavia, para que não se anule o nosso livre-arbítrio, eu,
admitindo embora que a fortuna seja dona da metade das nossas ações, creio que, ainda assim, ela
nos deixa senhores da outra metade ou pouco menos.” O Príncipe, Cap. XXV
VIRTÚ

• Maquiavel argumenta que embora exista essa dimensão do incontrolável, da fatalidade do


destino, há ainda uma dimensão da liberdade, do livre-arbítrio.

• Metade é sorte, destino. É a parte da vida que não se pode controlar.

• E a outra metade é liberdade em saber usar isso ao seu favor.

• A virtú é o que seduz a fortuna.

• Ter a Virtú é a capacidade ou habilidade de amortecer, neutralizar ou utilizar em seu favor as


circunstâncias da Fortuna.

• Virtú é saber aproveitar a ocasião e não se render a ela.

• O homem de virtú é aquele que sabe o momento exato ocasionado pela fortuna para no qual a
ação pode funcionar com êxito.

• O político deve estar atento aos sinais da fortuna para se beneficiar politicamente

ATENÇÃO – VIRTÚ NÃO É VIRTUDE MORAL

• VIRTÚ  do latin virtus  virilidade, força física, ânimo, bravura. Se refere à valentia do guerreiro.

• Aqui a etimologia da palavra coincide em tudo com a ilustração utilizada por Maquiavel.

Virtu é a força masculina (vir), que deve ser aplicada à fortuna, que é mulher, para dominá-la; só
assim, com violência, ela se deixa vencer.

• O homem de virtú, assim, através de sua prudência, de sua capacidade de se antecipar aos
acontecimentos futuros e de não se conter por julgamentos morais, agarra a deusa pelo braço e a
impede de continuar a girar a roda;

• Essa é a ação enérgica que a conquista, e que garante a manutenção do poder.

• O governante deve, assim, ter para com a Fortuna uma relação de amor, mas não o amor cortês e
respeitoso, e sim o amor soldadesco, viril, rude e violento, para alcançar o objetivo

RUPTURA COM A VIRTUDE NO SENTIDO MORAL

Para dominar a fortuna, para se perpetuar no poder, para manter o Estado, o governante não deve
SEMPRE se deixar guiar pela moralidade, pela ética, pelas virtudes morais (dos Antigos e Medievais).
A força explica o fundamento do poder, porém é a posse de virtù a chave por excelência do sucesso
do príncipe. O sucesso tem uma medida política: a manutenção da conquista. O governante tem que
se mostrar capaz de resistir aos inimigos e aos golpes da sorte.

QUESTÃO:

• Para alcançar esse objetivo (manter-se no poder), o governante deve ser bom, honesto, justo,
cumpridor das promessas, magnânimo, leal conforme a moralidade antiga e cristã?

• Piedade, fidelidade, humanidade, integralidade, religiosidade.


Cap. XVIII

• “Contudo, o príncipe não precisa possuir todas as qualidades acima citadas, bastando que
aparente possuí-las. Antes, teria eu a audácia de afirmar que, possuindo-as e usando-as todas, essas
qualidades seriam prejudiciais, ao passo que, aparentando possuí-las, são benéficas ...

A POLÍTICA

BASTIDORES DA POLÍTICA  AQUI QUE A VERDADEIRA POLÍTICA ACONTECE.

[...] Daí a conveniência de parecer clemente, leal, humano, religioso, íntegro e, ainda de ser tudo isso
contanto que, em caso de necessidade, saiba tornar-se inverso. Tenha-se presente que sendo
frequentemente forçoso, para manter um estado, quebrar a palavra empenhada e infringir os
preceitos da caridade, da clemência, da religião, não pode um príncipe, máxime, um príncipe novo,
respeitar tudo quanto dá aos homens a reputação de bons, sendo frequentemente forçado, para
manter o governo, a agir contra a caridade, a fé, a humanidade, a religião. [...]

Por isso, é mister que ele tenha um espírito pronto a se adaptar às variações das circunstâncias e da
fortuna e, como disse antes, a manter-se tanto quanto possível no caminho do bem, mas pronto
igualmente a enveredar pelo do mal, quando for necessário.

Romper com seus princípios.

Um príncipe deve ser extremamente cuidadoso em só pronunciar palavras bem repassadas das
cinco qualidades referidas, para que todos, ouvindo-o e vendo-o, o creiam a personificação da
clemência, da lealdade, da brandura, da retidão e da religiosidade. Nada há que mais devamos dar a
impressão de possuir do que esta última. Os homens em geral formam as opiniões guiando-se antes
pela vista do que pelo tato; pois todos sabem ver, mas poucos sentires. Cada qual vê o que
parecemos ser; poucos sentem o que realmente somos. E estes poucos não ousam opor-se à opinião
dos muitos que, atrás de si, têm a defendê-los a majestade do poder. Quando não há possibilidade
de alterar o curso das ações dos homens e, sobretudo, dos príncipes, procura-se distinguir sempre o
fim a que elas tendem.” O Príncipe, cap XVIII

SEPARAÇÃO DA ÉTICA E DA POLÍTICA

• Há vícios que são virtudes. E há virtudes que são vícios.

• Há vícios que promovem a manutenção do poder e do Estado.

• Há virtudes que prejudicam o poder e o Estado. A moralidade convencional pode ser a ruína do
governante.

• O governante deve saber quando ser virtuoso e quando não o ser conforme as circunstâncias.

Cap. XVII Ser temido ou ser amado.

“O príncipe deve, todavia fazer-se temer de modo que, se não conquista o amor, evite o ódio; pois,
ser temido e não odiado podem muito bem associar-se. Se lhe for necessário tirar a vida a alguém,
não deve fazê-lo sem justa e causa manifesta. Em qualquer caso, porém, evite apoderar-se dos bens
dos súditos, porque os homens mais facilmente esquecem a morte do pai do que a perda dos
haveres. Acresce que para se apossar do alheio nunca faltam pretextos, e o príncipe que comece a
viver da rapina encontrá-los-á sempre; ao passo que motivos para tirar a vida são mais raros e
diminuem cada vez mais. O Príncipe, cap. XVII
MORALIDADE SUSPENSA CONQUISTA DO PODER cap. VIII.

• “Há duas maneiras de tornar-se príncipe e que não se podem atribuir totalmente a fortuna e à
virtude [...] chegar ao principado pela maldade, por vias celeradas, contrarias a todas as leis
humanas e divinas; e tornar-se príncipe por mercê do favor de seus conterrâneos” cap. VIII. 
Maldade ou a crueldade.

Conceito de Estado para Maquiavel

• Todos os Estados, todos os domínios que tiveram e têm poder sobre os homens foram ou são
repúblicas ou principados” (2016: p. 47) Nesta explicação de Maquiavel, ‘Estado’ significa um
território (isto é, domínio), um tipo de regime político, república ou monarquia, e um ordenamento
político no qual representante máximo deste território exerce poder sobre seus habitantes

Classificação de Maquiavel

Maquiavel reduz a forma de classificação de Aristóteles em duas formas, a primeira como o poder
singular, que é a Monarquia, com o governo hereditário e vitalício, e a segunda como o poder plural,
que é a República, com o governo que se renova mediante eleições periódicas.

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