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Skinner, Quentin. Maquiavel. São Paulo: Brasiliense, 1988.

Capítulo 1 – O diplomata

Parte I - a formação humanista

Nicolau Maquiavel nasceu em Florença, Itália, no dia 3 de maio de 1469.

1498 – Regime de Savanarola caí.

1498 – Conselho Dirigente começa a demitir partidários do antigo governo. Um


desses partidários é o chefe da segunda chancelaria.

19 de junho de 1498 – Maquiavel aos 29 anos se torna o chanceler da republica


de Florença – responsável por correspondência administrativa dos territórios e
responsável por servir os Dez da Guerra, comitê responsável por relações estrangeiras e
diplomáticas da república. O método de seleção dos candidatos se baseava naqueles que
tinha alta proficiência nas “disciplinas humanas”, ou seja, estudante do latim, estilistas
clássicos, história antiga e filosofia moral. [a prática de nomeação de humanistas para
cargos de maior prestígio teve início em 1375].

Parte II – as missões diplomáticas

Julho de 1500 – Foi para a corte de Luís XII da França para pedir ajuda na
guerra contra Pisa (revolta em 1496). Entretanto pela péssima administração de
Florença a ajuda não foi realizada.

Agosto e setembro de 1500 – Maquiavel aguardava na corte francesa o envio de


uma nova embaixada para renegociar os termos com a França. Maquiavel entendeu que
aliados só dão razão para aqueles que tem poder militar e financeiro.

Dezembro de 1500 – Termina a missão na França e volta o mais rapidamente


para Florença, visto que sua família passava por momentos difíceis com a morte de sua
irmã e de seu pai. Houve preocupação com os negócios da família a permanência no seu
emprego. Além de estar cortejando sua futura esposa, Marietta Corsini.

Abril de 1501 – César Bórgia recebe de seu pai, o papa Alexandre VI, o título de
duque da Romanha. A partir daí, desencadeou uma série de campanhas militares na
Itália. Bórgia conquista algum tempo depois Faenza e sitia Piombino que cai em
setembro de 1501.
Setembro, outubro, novembro de 1501 – Maquiavel e Marietta se casam.
Piombio em setembro cai para Bórgia.

Março, abril e maio de 1502 – Val di Chiana declara guerra contra Florença.
Bórgia atacava o ducado de Urbino. Posteriormente se propõe a ideia de uma aliança
entre Bórgia e os florentinos, sendo necessário o envio de um emissário.

5 de outubro de 1502 – Maquiavel recebe a incumbência.

7 de outubro de 1502 – Maquiavel se apresenta ao duque Bórgia em Imola.


Inicio do período de melhor formação política de Maquiavel.

Fevereiro de 1503 – Volta de Maquiavel à Florença.

Agosto de 1503 – Falece o papa Alexandre VI

22 de setembro de 1503 – Posse do papa Pio III.

18 de outubro de 1503 – Falece o papa Pio III.

Outubro de 1503 – Enviado a uma missão em Roma, onde pode analisar


novamente as atitudes de Bórgia. A missão de Maquiavel era analisar a crise na corte
papal. Pois com o falecimento de Pio III, Bórgia apoiava Giuliano della Rovere, que, se
fosse eleito, nomearia Bórgia com comandante geral dos exércitos do Papado. Se isso
ocorresse, César Bórgia iniciaria uma nova campanha nas fronteiras florentinas.

01 de novembro de 1503 – Giuliano della Rovere é eleito papa, e assume o nome


de papa Júlio II. Entretanto, Júlio II foi forçado durante o pontificado do pai de Bórgia
ao exílio de dez anos.

Agosto->outubro de 1506 – Maquiavel retorna a corte papal em uma missão


para manter os Dez informados do progresso do plano de Júlio II em conquistar a
Perugia, Bolonho e outros territórios antigamente dominados pela Igreja.

Setembro de 1506 – Papa Júlio II conquista Perugia e pouco tempo depois


atacaria Bolonha.

Dezembro de 1507 – Maquiavel é enviado para a corte do Sacro Império


Romano de Maximiliano para saber se o imperador queria realmente o apoio dos
florentinos para se coroar Imperador em Roma.

Junho de 1508 – Maquiavel retorna da corte de Maximiliano


1510 – Maquiavel foi enviado a corte francesa, visto que o papa buscava
expulsar os bárbaros da Itália (os franceses em Milão).

1510 – Papa Júlio II envia suas forças para a França.

Parte III - as lições da diplomacia

No momento em que Maquiavel resolveu concluir suas experiencias políticas


vividas, ele constata uma lição fundamental que nenhum governante conseguiu
alcançar. Maquiavel vai afirmar que esses políticos tiveram o êxito mais pela sorte do
que o próprio julgamento político. O que faltava a eles é a flexibilidade diante das
mudanças de circunstâncias. O que faltava a eles era “acomodar suas personalidades as
exigências dos tempos, ao invés de tentarem remodelar os tempos segundo o molde de
suas personalidades”.

04 de outubro de 1511 – Júlio II assina a Santa Aliança com Fernando da


Espanha e ganha apoio nas cruzadas contra a França.

1512 – A infantaria espanhola entra na Itália, detendo os avanços dos franceses e


fazendo-os evacuar Ravena, Parma e Bolonha e, finalmente, a bater em retirada além de
Milão. Então, a Santa Aliança voltou-se contra Florença, já que a cidade não declarou
apoio ao papa, pois não queria ofender os franceses.

29 de agosto de 1512 – Espanhóis saqueiam a cidade vizinha de Prato.

01 de setembro de 1512 – Espanhóis capitulam Florença.

07 de novembro de 1512 – Maquiavel por ser associado a república é


formalmente demitido da chancelaria.

10 de novembro de 1512 – Maquiavel é condenado ao confinamento em


território florentino por um ano e obrigado a pagar uma fiança de mil florins.
Posteriormente, por engano foi considerado suspeito de envolvimento de uma frustrada
conspiração contra o novo governo dos Medici, após ser torturado, foi condenado à
prisão e o pagamento de uma multa pesada.

Capítulo 2 – O conselheiro dos príncipes

Parte I – contexto florentino

22 de fevereiro de 1513 – O cardeal Giovanni de´Medici parte para Roma após a


morte do papa Júlio II.
12 de março de 1513 – Giovanni de´Medici sai do conclave dos cardeais como
papa Leão X, um triunfo para os Medici. Como comemoração do governo florentino
dos Medice foi declarado anistia e com isso, Maquiavel teve sua liberdade recuperada.
Após sair da prisão Maquiavel tentou se colocar novamente no meio governamental,
com pedidos de ajudas inúteis. Maquiavel se retirou para sua propriedade rural e daí
começou a analisar realmente o campo político e não só participar. Nesse período de
isolamento que Maquiavel produz “O Príncipe”, a fim de conseguir prestigio com a
coroa e por sua vez, um emprego.

“[...] parece que efetivamente ele pretendia que seus leitores originais
concentrassem sua atenção em um tempo e um lugar determinados. O lugar era Florença
e o tempo era o momento em que se compunha “O Príncipe””

Parte II – a herança clássica

Deve-se “temer a “fortuna”, mesmo quando ela vem carregada de presentes”. Se


dependes da “fortuna” para alcançar posições elevadas, estarás sujeito a queda, que
acontecerá de modo terrível.

A fortuna vinda de uma ideia de valores romanos de forma, na busca de honras,


com o cristianismo passa a ser enxergada como “um poder cego” inexorável e, portanto,
a busca pela “honra” é indiferente. Dessa forma o desejo da glória munda é dispensável,
deve-se fugir desta prisão humana. Somente Deus possui a providencia benévola. A
reconciliação da “fortuna” e a providencia exerceu dura influencia na literatura italiana.
Isto só foi posto em questão com a retomada dos valores clássicos no Renascimento.

Dessa forma surge a ideia de uma “fortuna” que diz respeito ao livre-arbítrio e
não através de uma alma, junto a isso deixou de ser uma força inexorável, mas sim, um
agente de providencia.

Segundo Skinner, para Maquiavel a fortuna possui uma atitude condicionante,


mas não total, pois isso seria negar o livre-arbítrio. Concebe que a liberdade dos homens
está longe de ser absoluta, visto que a “fortuna” pode ser senhora da metade de nossas
ações. Maquiavel trabalha com a ideia de busca da “fortuna”. O homem como senhor de
seu destino. Deve-se ter qualidades viris para tornar a “fortuna” uma aliada,
neutralizando sua natureza mutável, conseguindo assim ter êxito em todos os seus
negócios. Deve-se controlar a “fortuna”.
O proposto básico de um príncipe é “mantenere lo stato”. Continuado pela sua
herança moralista romana, ele diz que se deve buscar a glória e as riquezas.

Parte III – a revolução maquiavélica

Principais fundamentos de todos os estados: boas leis e bons exércitos”. O


príncipe deve ter preocupações com a guerra, suas leis e a disciplina.

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