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SEE-MG
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS
CÓD: SUB-SL-041JH-23
7908433237075
INTRODUÇÃO
Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou esta introdução com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.
• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área;
• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total;
• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo;
• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.
• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame;
• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.
A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.
Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.
A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Vamos juntos!
Editora
O concurso SEE-MG é uma oportunidade única para quem deseja ingressar no serviço público como servidor da
Secretaria da Educação do Estado de Minas Gerais. Por isso, é importante se preparar adequadamente para enfrentar
essa prova desafiadora. A Editora Solução se orgulha de apresentar uma apostila exclusiva para Conhecimentos
Específicos - Especialidade, a fim de auxiliar os estudantes a alcançar seus objetivos.
Nosso material foi organizado de forma a introduzir o aluno no que é cobrado pelo edital e nas principais
bibliografias indicadas para o concurso. Ressaltamos que a apostila é uma ferramenta introdutória e complementar
aos estudos. Para obter um conhecimento completo, é fundamental que o estudante vá atrás de cada bibliografia e
documento oficial indicado no edital.
Nossa apostila visa auxiliar na compreensão dos principais pontos cobrados no edital, assim como fornecer uma
base teórica sólida para a resolução de questões. Acreditamos que, com dedicação e empenho, nossos alunos terão
sucesso nesse desafio.
É importante lembrar que, além do conteúdo abordado na apostila, o edital do concurso SEE-MG também
exige conhecimentos específicos em outras áreas. Por isso, é fundamental que o estudante busque informações
complementares em outras fontes.
Por fim, ressaltamos a importância do estudo sério e constante, bem como a dedicação ao aprendizado.
Desejamos a todos um excelente preparo e sucesso no concurso SEE-MG. A Editora Solução está à disposição para
auxiliar no que for preciso.
Editora
Língua Portuguesa
1. Interpretação e Compreensão de texto...................................................................................................................................... 9
2. Organização estrutural dos textos. Marcas de textualidade: coesão, coerência e intertextualidade......................................... 10
3. Modos de organização discursiva: descrição, narração, exposição, argumentação e injunção; características específicas de
cada modo.................................................................................................................................................................................. 12
4. Tipos textuais: informativo, publicitário, propagandístico, normativo, didático e divinatório; características específicas de
cada tipo..................................................................................................................................................................................... 13
5. Textos literários e não literários.................................................................................................................................................. 16
6. Tipologia da frase portuguesa. Estrutura da frase portuguesa: operações de deslocamento, substituição, modificação e cor-
reção. Problemas estruturais das frases. Organização sintática das frases: termos e orações. Ordem direta e inversa............ 17
7. Norma culta................................................................................................................................................................................ 20
8. Pontuação e sinais gráficos......................................................................................................................................................... 21
9. Tipos de discurso........................................................................................................................................................................ 23
10. Registros de linguagem............................................................................................................................................................... 26
11. Funções da linguagem................................................................................................................................................................ 27
12. Elementos dos atos de comunicação.......................................................................................................................................... 28
13. Estrutura e formação de palavras............................................................................................................................................... 28
14. Formas de abreviação................................................................................................................................................................. 30
15. Classes de palavras; os aspectos morfológicos, sintáticos, semânticos e textuais de substantivos, adjetivos, artigos, numerais,
pronomes, verbos, advérbios, conjunções e interjeições........................................................................................................... 32
16. os modalizadores. Semântica: sentido próprio e figurado; antônimos, sinônimos, parônimos e hiperônimos. Polissemia e
ambiguidade............................................................................................................................................................................... 39
17. Os dicionários: tipos................................................................................................................................................................... 40
18. A organização de verbetes.......................................................................................................................................................... 42
19. Vocabulário: neologismos, arcaísmos, estrangeirismos............................................................................................................. 48
20. latinismos.................................................................................................................................................................................... 49
21. Ortografia.................................................................................................................................................................................... 50
22. Acentuação gráfica...................................................................................................................................................................... 50
23. A crase........................................................................................................................................................................................ 52
24. Periodização da literatura brasileira; estudo dos principais autores dos estilos de época......................................................... 55
Editora
8. Geometria básica: ângulos, triângulos, polígonos, distâncias, proporcionalidade, perímetro e área. Plano cartesiano: sistema
de coordenadas, distância.......................................................................................................................................................... 96
Noções de Arquivologia
1. Princípio da proveniência. Teoria das três idades de arquivo. Gestão de documentos. Protocolo. Instrumentos de gestão de
documentos. Plano de classificação.. Arquivos permanentes: arranjo e descrição. Preservação, conservação e restauração de
documentos arquivísticos........................................................................................................................................................... 127
2. Tabelas de temporalidade e destinação de documentos de arquivo para o poder executivo do Estado de Minas Gerais........ 137
Técnicas Secretariais
1. Relações pessoais e interpessoais.............................................................................................................................................. 141
2. Organização de reuniões............................................................................................................................................................. 150
3. Administração do tempo............................................................................................................................................................ 151
4. Conduta profissional: comunicação verbal e apresentação pessoal........................................................................................... 153
5. Relações humanas no trabalho................................................................................................................................................... 157
6. Interação com o público interno e externo................................................................................................................................. 162
7. Comunicações administrativas: redação de correspondência e documentos oficiais................................................................ 167
8. Ética e cidadania......................................................................................................................................................................... 176
Comunicação Oficial
1. Manual de Redação da Presidência da República. Redação Oficial. Comunicações Oficiais. Atos Normativos: Fundamentos da
Elaboração Normativa. Atos Normativos.................................................................................................................................... 181
Registros Digitais
1. Resolução SEE 4055/2018: dispõe sobre o registro e a atualização de dados no sistema mineiro de administração escolar
(SIMADE) e a normatização do diário escolar digital (DED) nas unidades das escolas estaduais de educação básica de Minas
Gerais.......................................................................................................................................................................................... 195
Editora
Material digital
Legislação Educacional
1. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988............................................................................................................ 4
2. Constituição Estadual de Minas Gerais...................................................................................................................................... 5
3. Lei Federal nº 9.394/96 - (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) e suas alterações.................................................. 72
4. Leis nº 10.639/03 e 11.645/2008 – História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena...................................................................... 88
5. Base Nacional Comum Curricular (BNCC)................................................................................................................................... 89
6. Lei Federal nº 13.005/2014 - Plano Nacional deEducação......................................................................................................... 129
7. Lei Estadual nº 23.197/2018 - (Plano Estadual de Educação de Minas Gerais – PEE)................................................................ 144
8. Lei Estadual nº 869/1952 - Dispõe sobre o estatuto dos funcionários públicos civis do Estado de Minas Gerais...................... 156
9. Lei Estadual nº 15.293/2004 - Institui as carreiras dos Profissionais da Educação do Estado.................................................... 175
10. Lei 21.710/2015 - Dispõe sobre a política remuneratória das carreiras do Grupo de Atividades de Educação Básica do Poder
Executivo, altera a estrutura da carreira de Professor de Educação Básica................................................................................ 183
11. Decreto Estadual nº 46.644/2014 - Dispõe sobre o código de conduta ética do agente público e da alta administração esta-
dual............................................................................................................................................................................................. 187
12. Resolução SEE nº 4.692/2021 - Dispõe sobre a organização e o funcionamento do ensino nas Escolas Estaduais de Educação
Básica de Minas Gerais e dá outras providências....................................................................................................................... 192
Direitos Humanos
1. Lei Federal nº 8.069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA...................................................................................... 206
2. Lei Federal nº 13.146/2015 - Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência)....... 246
3. Lei Federal nº 10.741/2003 – Estatuto da Pessoa Idosa............................................................................................................. 263
4. Conceito de Direitos Humanos................................................................................................................................................... 274
5. Evolução dos direitos humanos e suas implicações para o campo educacional. ....................................................................... 274
6. Declaração Universal dos Direitos Humanos.............................................................................................................................. 275
7. Temas transversais, projetos interdisciplinares e educação em direitos humanos.................................................................... 277
8. Direitos Humanos na Constituição Federal................................................................................................................................. 287
9. Direitos étnico-raciais................................................................................................................................................................. 293
10. Declaração de Salamanca: Sobre princípios, políticas e práticas na área das necessidades educativas especiais..................... 294
Legislação
1. Decreto estadual nº 47.437/2018 - regulamenta o tratamento diferenciado, simplificado e favorecido dispensado às micro-
empresas, empresas de pequeno porte e agricultores familiares.............................................................................................. 306
2. Decreto nº 45.085/2009 - Caixa Escolar..................................................................................................................................... 309
3. Resolução SEE nº 3670/2017 - Caixa Escolar.............................................................................................................................. 314
4. Decreto Estadual n° 48.444/2022 - Gestão de Bens Móveis....................................................................................................... 358
Atenção
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do material seguindo os passos da página 2.
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Editora
Definição Geral
Compreensão de Textos
Resumidamente, a compreensão textual consiste na análise do “A Constituição garante o direito à educação para todos e a
que está explícito no texto, ou seja, na identificação da mensagem. inclusão surge para garantir esse direito também aos alunos com
É assimilar (uma devida coisa) intelectualmente, fazendo uso deficiências de toda ordem, permanentes ou temporárias, mais ou
da capacidade de entender, atinar, perceber, compreender. menos severas.”
Compreender um texto é apreender de forma objetiva a mensagem
transmitida por ele. Portanto, a compreensão textual envolve a A partir do fragmento acima, assinale a afirmativa incorreta.
decodificação da mensagem que é feita pelo leitor. Por exemplo, (A) A inclusão social é garantida pela Constituição Federal de
ao ouvirmos uma notícia, automaticamente compreendemos 1988.
a mensagem transmitida por ela, assim como o seu propósito (B) As leis que garantem direitos podem ser mais ou menos
comunicativo, que é informar o ouvinte sobre um determinado severas.
evento. (C) O direito à educação abrange todas as pessoas, deficientes
ou não.
Interpretação de Textos (D) Os deficientes temporários ou permanentes devem ser in-
É o entendimento relacionado ao conteúdo, ou melhor, os cluídos socialmente.
resultados aos quais chegamos por meio da associação das ideias (E) “Educação para todos” inclui também os deficientes.
e, em razão disso, sobressai ao texto. Resumidamente, interpretar
é decodificar o sentido de um texto por indução. Comentário da questão:
A interpretação de textos compreende a habilidade de se Em “A” – Errado: o texto é sobre direito à educação, incluindo as
chegar a conclusões específicas após a leitura de algum tipo de pessoas com deficiência, ou seja, inclusão de pessoas na sociedade.
texto, seja ele escrito, oral ou visual. Em “B” – Certo: o complemento “mais ou menos severas” se
Grande parte da bagagem interpretativa do leitor é resultado refere à “deficiências de toda ordem”, não às leis.
da leitura, integrando um conhecimento que foi sendo assimilado Em “C” – Errado: o advérbio “também”, nesse caso, indica a
ao longo da vida. Dessa forma, a interpretação de texto é subjetiva, inclusão/adição das pessoas portadoras de deficiência ao direito à
podendo ser diferente entre leitores. educação, além das que não apresentam essas condições.
Em “D” – Errado: além de mencionar “deficiências de
Exemplo de compreensão e interpretação de textos toda ordem”, o texto destaca que podem ser “permanentes ou
Para compreender melhor a compreensão e interpretação de temporárias”.
textos, analise a questão abaixo, que aborda os dois conceitos em Em “E” – Errado: este é o tema do texto, a inclusão dos
um texto misto (verbal e visual): deficientes.
Resposta: Letra B.
FGV > SEDUC/PE > Agente de Apoio ao Desenvolvimento Escolar Espe-
cial > 2015
Português > Compreensão e interpretação de textos
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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
– O conhecimento de mundo: todos nós temos uma bagagem ser direta, com a transcrição integral (cópia) da passagem útil, ou
de saberes adquirida ao longo da vida e que é arquivada na nossa indireta, que é uma clara exploração das informações, mas sem
memória. Esses conhecimentos podem ser os chamados scripts transcrição, re-elaborada e explicada nas palavras do autor.
(roteiros, tal como normas de etiqueta), planos (planejar algo – Intertextualidade implícita: esse modo compreende os textos
com um objetivo, tal como jogar um jogo), esquemas (planos de que, ao aproveitarem conceitos, dados e informações presentes em
funcionamento, como a rotina diária: acordar, tomar café da manhã, produções prévias, não fazem a referência clara e não reproduzem
sair para o trabalho/escola), frames (rótulos), etc. integralmente em sua estrutura as passagens envolvidas. Em
Exemplo: outras palavras, faz-se a menção sem revelá-la ou anunciá-la.
“Coelhinho e ovos de chocolate! Vai ser um lindo Natal!” De qualquer forma, para que se compreenda o significado da
relação estabelecida, é indispensável que o leitor seja capaz de
O conhecimento cultural nos leva a identificar incoerência na reconhecer as marcas intertextuais e, em casos mais específicos,
frase, afinal, “coelho” e “ovos de chocolate” são elementos, os ter lido e compreendido o primeiro material. As características da
chamados frames, que pertencem à comemoração de Páscoa, e intertextualidade implícita são: conexão indireta com o texto fonte;
nada têm a ver com o Natal. o leitor não a reconhece com facilidade; demanda conhecimento
prévio do leitor; exigência de análise e deduções por parte do leitor;
Elementos da organização textual: segmentação, encadeamen- os elementos do texto pré-existente não estão evidentes na nova
to e ordenação. estrutura.
A segmentação é a divisão do texto em pequenas partes para
melhorar a compreensão. A encadeamento é a ligação dessas par- — Tipos de Intertextualidade
tes, criando uma lógica e coesão no texto. A ordenação é a dispo- 1 – Paródia: é o processo de intertextualidade que faz uso da
sição dessas partes de forma a transmitir uma mensagem clara e crítica ou da ironia, com a finalidade de subverter o sentido original
coerente. Juntos, esses elementos ajudam a criar uma estrutura do texto. A modificação ocorre apenas no conteúdo, enquanto a
eficiente para o texto. estrutura permanece inalterada. É muito comum nas músicas, no
cinema e em espetáculos de humor. Observe o exemplo da primeira
Intertextualidade. estrofe do poema “Vou-me embora pra Pasárgada”, de Manuel
Bandeira:
— Definições gerais
Intertextualidade é, como o próprio nome sugere, uma relação TEXTO ORIGINAL
entre textos que se exerce com a menção parcial ou integral de “Vou-me embora para Pasárgada
elementos textuais (formais e/ou semânticos) que fazem referência Lá sou amigo do rei
a uma ou a mais produções pré-existentes; é a inserção em um texto Lá tenho a mulher que eu quero
de trechos extraídos de outros textos. Esse diálogo entre textos Na cama que escolherei?”
não se restringe a textos verbais (livros, poemas, poesias, etc.) e
envolve, também composições de natureza não verbal (pinturas, PARÓDIA DE MILLÔR FERNANDES
esculturas, etc.) ou mista (filmes, peças publicitárias, música, “Que Manoel Bandeira me perdoe, mas vou-me embora de
desenhos animados, novelas, jogos digitais, etc.). Pasárgada
Sou inimigo do Rei
— Intertextualidade Explícita x Implícita Não tenho nada que eu quero
– Intertextualidade explícita: é a reprodução fiel e integral Não tenho e nunca terei”
da passagem conveniente, manifestada aberta e diretamente nas
palavras do autor. Em caso de desconhecimento preciso sobre a 2 – Paráfrase: aqui, ocorre a reafirmação sentido do texto
obra que originou a referência, o autor deve fazer uma prévia da inicial, porém, a estrutura da nova produção nada tem a ver com
existência do excerto em outro texto, deixando a hipertextualidade a primeira. É a reprodução de um texto com as palavras de quem
evidente. escreve o novo texto, isto é, os conceitos do primeiro texto são
As características da intertextualidade explícita são: preservados, porém, são relatados de forma diferente. Exemplos:
– Conexão direta com o texto anterior; observe as frases originais e suas respectivas paráfrases:
– Obviedade, de fácil identificação por parte do leitor, sem “Deus ajuda quem cedo madruga” – A professora ajuda quem
necessidade de esforço ou deduções; muito estuda.
– Não demanda que o leitor tenha conhecimento preliminar “To be or not to be, that is the question” – Tupi or not tupi, that
do conteúdo; is the question.
– Os elementos extraídos do outro texto estão claramente
transcritos e referenciados. 3 – Alusão: é a referência, em um novo texto, de uma dada
obra, situação ou personagem já retratados em textos anteriores,
– Intertextualidade explícita direta e indireta: em textos de forma simples, objetiva e sem quaisquer aprofundamentos. Veja
acadêmicos, como dissertações e monografias, a intertextualidade o exemplo a seguir:
explícita é recorrente, pois a pesquisa acadêmica consiste “Isso é presente de grego” – alusão à mitologia em que os
justamente na contribuição de novas informações aos saberes já troianos caem em armadilhada armada pelos gregos durante a
produzidos. Ela ocorre em forma de citação, que, por sua vez, pode Guerra de Troia.
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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
Os tipos de argumentação
– Argumentação de autoridade: recorre-se a uma
personalidade conhecida por sua atuação em uma determinada
área ou a uma renomada instituição de pesquisa para enfatizar os
conceitos influenciar a opinião do leitor. Por exemplo, recorrer ao
parecer de um médico infectologista para prevenir as pessoas sobre
os riscos de contrair o novo corona vírus.
– Argumentação histórica: recorre-se a acontecimentos e
marcos da história que remetem ao assunto abordado. Exemplo:
“A desigualdade social no Brasil nos remete às condutas racistas
desempenhadas instituições e pela população desde o início do
século XVI, conhecido como período escravista.”
– Argumentação de exemplificação: recorre a narrativas do
cotidiano para chamar a atenção para um problema e, com isso,
auxiliar na fundamentação de uma opinião a respeito. Exemplo:
“Os casos de feminicídio e de agressões domésticas sofridas pelas
mulheres no país são evidenciados pelos sucessivos episódios de
Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br
violência vividos por Maria da Penha no período em que ela esteve
casada com seu ex-esposo. Esses episódios motivaram a criação de
6) Epígrafe: é a transição de uma pequena passagem do texto
uma lei que leva seu nome, e que visa à garantia da segurança das
de origem na abertura do texto corrente. Em geral, a epígrafe está
mulheres.”
localizada no início da página, à direita e em itálico. Mesmo sendo
– Argumentação de comparação: equipara ideias divergentes
uma passagem “solta”, esse tipo de intertextualidade está sempre
com o propósito de construir uma perspectiva indicando as
relacionado ao teor do novo texto.
diferenças ou as similaridades entre os conceitos abordados.
Exemplo:
Exemplo: No reino Unido, os desenvolvimentos na educação
“A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém viu,
passaram, em duas décadas, por sucessivas políticas destinadas
mas pensar o que ninguém ainda pensou sobre
ao reconhecimento do professor e à sua formação profissional. No
aquilo que todo mundo vê.”
Brasil, no entanto, ainda existe um um déficit na formação desses
profissionais, e o piso nacional ainda é muito insuficiente.”
Arthur Schopenhaus
– Argumentação por raciocínio lógico: recorre-se à relação
de causa e efeito, proporcionando uma interpretação voltada
diretamente para o parecer defendido pelo emissor da mensagem.
Exemplo: “Promover o aumento das punições no sistema penal
em diversos países não reduziu os casos de violência nesses locais,
assim, resultados semelhantes devem ser observados se o sistema
penal do Brasil aplicar maiores penas e rigor aos transgressores das
leis.”
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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
Os gêneros argumentativos Texto descritivo: esse tipo compreende textos que descrevem
– Texto dissertativo-argumentativo: esse texto apresenta um lugares ou seres ou relatam acontecimentos. Em geral, esse tipo de
tema, de modo que a argumentação é um recurso fundamental de texto contém adjetivos que exprimem as emoções do narrador, e,
seu desenvolvimento. Por meio da argumentação, o autor defende em termos de gêneros, abrange diários, classificados, cardápios de
seu ponto de vista e realiza a exposição de seu raciocínio. Resenhas, restaurantes, folhetos turísticos, relatos de viagens, etc.
ensaios e artigos são alguns exemplos desse tipo de texto. Texto expositivo: corresponde ao texto cuja função é transmitir
– Resenha crítica: a argumentação também é um recurso ideias utilizando recursos de definição, comparação, descrição,
fundamental desse tipo de texto, além de se caracterizar pelo pelo conceituação e informação. Verbetes de dicionário, enciclopédias,
juízo de valor, isto é, se baseia na exposição de ideias com grande jornais, resumos escolares, entre outros, fazem parte dos textos
potencial persuasivo. expositivos.
– Crônica argumentativa: esse tipo de texto se assemelha aos Texto argumentativo: os textos argumentativos têm o objetivo
artigos de opinião, e trata de temas e eventos do cotidiano. Ao de apresentar um assunto recorrendo a argumentações, isto é,
contrário das crônicas cômicas e históricas, a argumentativa recorre caracteriza-se por defender um ponto de vista. Sua estrutura é
ao juízo de valor para acordar um dado ponto de vista sempre com composta por introdução, desenvolvimento e conclusão. Os textos
vistas ao convencimento e à persuasão do leitor. argumentativos compreendem os gêneros textuais manifesto e
– Ensaio: por expor ideias, pensamentos e pontos de vista, abaixo-assinado.
esse texto caracteriza-se como argumentativo. Recebe esse Texto injuntivo: esse tipo de texto tem como finalidade de
nome exatamente por estar relacionado à ação de ensaiar, isto orientar o leitor, ou seja, expor instruções, de forma que o emissor
é, demonstrar as proposições argumentativas com flexibilidade e procure persuadir seu interlocutor. Em razão disso, o emprego de
despretensão. verbos no modo imperativo é sua característica principal. Pertencem
– Texto editorial: dentre os textos jornalísticos, o editorial é a este tipo os gêneros bula de remédio, receitas culinárias, manuais
aquele que faz uso da argumentação, pois se trata de uma produção de instruções, entre outros.
que considera a subjetividade do autor, pela sua natureza crítica e Texto prescritivo: essa tipologia textual tem a função de instruir
opinativa. o leitor em relação ao procedimento. Esses textos, de certa forma,
– Artigos de opinião: são textos semelhantes aos editoriais, por impedem a liberdade de atuação do leitor, pois decretam que ele
apresentarem a opinião ao autor acerca de assuntos atuais, porém, siga o que diz o texto. Os gêneros que pertencem a esse tipo de
em vez de uma síntese do tema, esses textos são elaborados por texto são: leis, cláusulas contratuais, edital de concursos públicos.
especialistas, pois seu objetivo é fazer uso da argumentação para
propagar conhecimento.
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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
Tragédia Criatividade
É a representação de um fato trágico, suscetível de provocar De maneira geral, para conseguir causar efeitos de sentido e
compaixão e terror. Aristóteles afirmava que a tragédia era “uma re- seduzir, chamar a atenção dos interlocutores, os autores das peças
presentação duma ação grave, de alguma extensão e completa, em publicitárias fazem trocadilhos e trabalham as linguagens verbal e
linguagem figurada, com atores agindo, não narrando, inspirando não verbal de maneira criativa.
dó e terror”. Ex.: Romeu e Julieta, de Shakespeare.
Objetividade
Farsa Geralmente, os textos publicitários têm extensão bem reduzi-
A farsa consiste no exagero do cômico, graças ao emprego de da, já que circulam em suportes cujo espaço também é reduzido
processos como o absurdo, as incongruências, os equívocos, a ca- e o valor de cada anúncio depende de seu tamanho. A seção dos
ricatura, o humor primário, as situações ridículas e, em especial, o classificados de jornal, que é um exemplo de texto publicitário, é
engano. um bom exemplar para que possamos observar essa característica.
Outro exemplo que ilustra a objetividade dos textos publicitários é a
Comédia criação de slogan (uma frase curta e de fácil memorização) ou man-
É a representação de um fato inspirado na vida e no sentimento chetes, os quais resumem em um único enunciado as informações
comum, de riso fácil. Sua origem grega está ligada às festas popu- e os objetivos do texto.
lares.
Exemplos de slogan:
Tragicomédia - “Cheetos, é impossível comer um só. (Elma Chips)
Modalidade em que se misturam elementos trágicos e cômi- - Vem pra Caixa você também. Vem! (Caixa Econômica Federal)
cos. Originalmente, significava a mistura do real com o imaginário. - A rádio que toca notícias, só notícias. (Rádio CBN)
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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
A extensão do texto publicitário depende da intencionalidade Identificação do produto ou marca: A maioria dos anunciantes
discursiva do autor/anunciante e do espaço disponível/sugerido desenvolve um slogan para que o consumidor identifique a marca.
pelo suporte de circulação no qual o texto será veiculado: jornal, Certamente você conhece inúmeros exemplos, como músicas que
revista, outdoors, jingles em rádio (aliado à musicalidade), redes ficam na cabeça.
sociais, sites etc.
Gênero normativo
Vertentes do texto publicitário Os textos normativos são considerados como textos regulató-
Existem duas vertentes filosóficas do texto publicitário, ambas rios capazes de sistematizar leis e códigos que asseguram nossos
com origens filosóficas: a apolínea e a dionisíaca. direitos e deveres. Esta modalidade textual também regula as nor-
mas funcionais de uma determinada comunidade, instituição, igre-
Apolínea ja, escola, empresas privadas ou instituições públicas. Atualmente
A vertente apolínea visa ao desenvolvimento de textos que viver em sociedade significa seguir regras e respeitar normas, não é
remetem à individualização, ou seja, descrevendo e/ou narrando, verdade? Regras de como conviver com outras pessoas. Regras para
como ocorre com as artes plásticas, fotografia e narração de his- se ter segurança no trânsito. Respeitar normas de boa convivência
tórias. no trabalho ou na escola. Formais ou informais. No entanto, muitas
vezes para que uma regra seja respeitada é necessário um registro,
Dionísica desta forma protocolos, portarias e editais são claros exemplos de
A vertente dionisíaca busca despertar sentimentos diversos textos normativos.
em seus leitores/interlocutores para que assim possa criar empa- Os textos normativos e legais devem ser claros, de modo a não
tia, contradição, terror, carinho etc. Geralmente, para causar esses causar problemas de compreensão para o público a quem ele se
efeitos, a música, a dramatização e a expressividade corporal são destina. Deve ser objetivo e centra-se na regulamentação do que
utilizadas. está em questão, podendo ser relações de convivência, trabalho e
comércio.
Características do texto propagandístico Em nosso cotidiano, temos inúmeros exemplos de textos nor-
Os textos propagandísticos/publicitários, como o próprio nome mativos, dentre eles ressaltamos:
já diz, têm como objetivo principal a propaganda. Através desta, • Um contrato de trabalho ou compra e venda
anuncia-se um determinado produto, ideia, benefício, movimento • O código de defesa do consumidor
social, partido, entre outros. Como seu objetivo é convencer, é na- • As leis de trânsito
tural que a função apelativa da linguagem se destaque neste gênero • A Constituição Federal
textual. • A Declaração Universal dos Direitos Humanos
Sendo o objetivo persuadir o receptor, o texto publicitário, a • Diário Oficial
fim de chamar a atenção, apresenta um produto ou serviço ao con- • ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente
sumidor, promove sua venda ou garante a boa imagem da marca • Estatuto do idoso
explicando por que o produto é bom e, ao mesmo tempo, estimu-
lando a possuí-lo e depois comprar. No entanto, isso não é feito Os textos normativos são fundamentais para relações humanas
aleatoriamente. e acima de tudo são considerados como gêneros que asseguram
Toda propaganda tem um público-alvo, sempre voltado para nossos direitos e deveres.
uma pessoa ou coletividade, com base em dados como idade, con-
dição socioeconômica, escolaridade, costumes e hábitos de consu- Texto divinatório
mo. Função - prever.
Para atingir o seu propósito, os textos publicitários costumam Modelos - horóscopo, oráculos.
utilizar verbos no modo imperativo e contam com outras estratégias Fontes: brasilescola.uol.com.br
argumentativas. A boa propaganda trabalha com uma linguagem descomplica.com.br
sugestiva por meio da ambiguidade, da ironia, do jogo de palavras e
de subentendidos, ou seja, vários formatos conotativos que fazem
com que o público perceba a sutileza da inteligência dos textos. TEXTOS LITERÁRIOS E NÃO LITERÁRIOS
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elementos que constituem o atrativo do texto literário: a escrita Para que se possa compreender a análise sintática, é importante
diferenciada, o trabalho com a palavra, seu aspecto conotativo, retomarmos alguns conceitos, como o de frase, oração e período.
seus enigmas. Vejamos:
A literatura apresenta-se como o instrumento artístico de análi-
se de mundo e de compreensão do homem. Cada época conceituou Frase
a literatura e suas funções de acordo com a realidade, o contexto Trata-se de um enunciado que carrega um sentido completo
histórico e cultural e, os anseios dos indivíduos daquele momento. que possui sentido integral, podendo ser constituída por somente
Ficcionalidade: os textos baseiam-se no real, transfigurando-o, uma ou várias palavras podendo conter verbo (frase verbal) ou
recriando-o. não (frase nominal). Uma frase pode exprimir ideias, sentimentos,
apelos ou ordens. Exemplos: “Saia!”, “O presidente vai fazer seu
Aspecto subjetivo: o texto apresenta o olhar pessoal do artista, discurso.”, “Atenção!”, “Que horror!”.
suas experiências e emoções.
A ordem das palavras: associada à pontuação apropriada, a
Ênfase na função poética da linguagem: o texto literário mani- disposição das palavras na frase também é fundamental para a
pula a palavra, revestindo-a de caráter artístico. compreensão da informação escrita, e deve seguir os padrões da
Língua Portuguesa. Observe que a frase “A professora já vai falar.”
Plurissignificação: as palavras, no texto literário, assumem vá- Pode ser modificada para, por exemplo, “Já vai falar a professora.” ,
rios significados. sem que haja prejuízo de sentido. No entanto, a construção “Falar a
já professora vai.” , apesar da combinação das palavras, não poderá
Principais características do texto não literário ser compreendida pelo interlocutor.
Apresenta peculiaridades em relação a linguagem literária, en-
tre elas o emprego de uma linguagem convencional e denotativa. Oração
É uma unidade sintática que se estrutura em redor de um
Ela tem como função informar de maneira clara e sucinta, des- verbo ou de uma locução verbal. Uma frase pode ser uma oração,
considerando aspectos estilísticos próprios da linguagem literária. desde que tenha um verbo e um predicado; quanto ao sujeito, nem
sempre consta em uma oração, assim como o sentido completo. O
Os diversos textos podem ser classificados de acordo com a importante é que seja compreensível pelo receptor da mensagem.
linguagem utilizada. A linguagem de um texto está condicionada à Analise, abaixo, uma frase que é oração com uma que não é.
sua funcionalidade. Quando pensamos nos diversos tipos e gêneros 1 – Silêncio!”: É uma frase, mas não uma oração, pois não
textuais, devemos pensar também na linguagem adequada a ser contém verbo.
adotada em cada um deles. Para isso existem a linguagem literária 2 – “Eu quero silêncio.”: A presença do verbo classifica a frase
e a linguagem não literária. como oração.
Diferente do que ocorre com os textos literários, nos quais há Unidade sintática (ou termo sintático): a sintaxe de uma
uma preocupação com o objeto linguístico e também com o estilo, oração é formada por cada um dos termos, que, por sua vez,
os textos não literários apresentam características bem delimitadas estabelecem relação entre si para dar atribuir sentido à frase. No
para que possam cumprir sua principal missão, que é, na maioria exemplo supracitado, a palavra “quero” deve unir-se às palavras
das vezes, a de informar. Quando pensamos em informação, alguns “Eu” e “silêncio” para que o receptor compreenda a mensagem.
elementos devem ser elencados, como a objetividade, a transpa- Dessa forma, cada palavra desta oração recebe o nome de termo
rência e o compromisso com uma linguagem não literária, afastan- ou unidade sintática, desempenhando, cada qual, uma função
do assim possíveis equívocos na interpretação de um texto. sintática diferente.
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– Período simples: “Resolvo esse problema até amanhã.” - – Predicados Verbais: resultam da relação entre sujeito e verbo,
apresenta apenas um verbo. ou entre verbo e complementos. Os verbos, por sua vez, também
– Período composto: Resolvo esse problema até amanhã ou recebem sua classificação, conforme abaixo:
ficarei preocupada.” - contém dois verbos. – Verbo transitivo: é o verbo que transita, isto é, que vai adiante
para passar a informação adequada. Em outras palavras, é o verbo
— Análise Sintática que exige complemento para ser entendido. Para produzir essa
É o nome que se dá ao processo que serve para esmiuçar a compreensão, esse trânsito do verbo, o complemento pode ser
estrutura de um período e das orações que compõem um período. direto ou indireto. No primeiro caso, a ligação direta entre verbo e
Termos da oração: é o nome dado às palavras que atribuem complemento. Ex.: “Quero comprar roupas.”. No segundo, verbo e
sentido a uma frase verbal. A reunião desses elementos forma o complemento são unidos por preposição. Ex.: “Preciso de dinheiro.”
que chamamos de estrutura de um período. Os termos essenciais – Verbo intransitivo: não requer complemento, é provido de
se subdividem em: essenciais, integrantes e acessórios. Acompanhe sentido completo. São exemplos: morrer, acordar, nascer, nadar,
a seguir as especificidades de cada tipo. cair, mergulhar, correr.
– Verbo de ligação: servem para expressar características de
1 – Termos Essenciais (ou fundamentais) da oração estado ao sujeito, sendo eles: estado permanente (“Pedro é alto.”),
Sujeito e Predicado: enquanto um é o ser sobre quem/o qual estado de transição (“Pedro está acamado.”), estado de mutação
se declara algo, o outro é o que se declara sobre o sujeito e, por (“Pedro esteve enfermo.”), estado de continuidade (“Pedro continua
isso, sempre apresenta um verbo ou uma locução verbal, como nos esbelto.”) e estado aparente (“Pedro parece nervoso.”).
respectivos exemplos a seguir: – Predicados nominais: são aqueles que têm um nome
Exemplo: em “Fred fez um lindo discurso.”, o sujeito é “Fred”, (substantivo ou adjetivo) como cujo núcleo significativo da oração.
que “fez um lindo discurso” (é o restante da oração, a declaração Ademais, ele se caracteriza pela indicação de estado ou qualidade,
sobre o sujeito). e é composto por um verbo de ligação mais o predicativo do sujeito.
Nem sempre o sujeito está no início da oração (sujeito direto), – Predicativo do sujeito: é um termo que atribui características
podendo apresentar-se também no meio da fase ou mesmo após ao sujeito por meio de um verbo. Exemplo: em “Marta é
o predicado (sujeito inverso). Veja um exemplo para cada um dos inteligente.”, o adjetivo é o predicativo do sujeito “Marta”, ou seja,
respectivos casos: é sua característica de estado ou qualidade. Isso é comprovado pelo
“Fred fez um lindo discurso.” “ser” (é), que é o verbo de ligação entre Marta e sua característica
“Um lindo discurso Fred fez.” atual. Esse elemento não precisa ser, obrigatoriamente, um adjetivo,
“Fez um lindo discurso, Fred.” mas pode ser uma locução adjetiva, ou mesmo um substantivo ou
palavra substantivada.
– Sujeito determinado: é aquele identificável facilmente pela – Predicado Verbo-Nominal: esse tipo deve apresentar sempre
concordância verbal. um predicativo do sujeito associado a uma ação do sujeito acrescida
– Sujeito determinado simples: possui apenas um núcleo ligado de uma qualidade sua. Exemplo: “As meninas saíram mais cedo da
ao verbo. Ex.: “Júlia passou no teste”. aula. Por isso, estavam contentes.
– Sujeito determinado composto: possui dois ou mais núcleos. O sujeito “As meninas” possui como predicado o verbo “sair”
Ex.: “Júlia e Felipe passaram no teste.” e também o adjetivo “contentes”. Logo, “estavam contentes” é o
predicativo do sujeito e o verbo de ligação é “estar”.
– Sujeito determinado implícito: não aparece facilmente na
oração, mas a frase é dotada de entendimento. Ex.: “Passamos no 2 – Termos integrantes da oração
teste.” Aqui, o termo “nós” não está explícito na oração, mas a Basicamente, são os termos que completam os verbos de uma
concordância do verbo o destaca de forma indireta. oração, atribuindo sentindo a ela. Eles podem ser complementos
– Sujeito indeterminado: é o que não está visível na oração verbais, complementos nominais ou mesmo agentes da passiva.
e, diferente do caso anterior, não há concordância verbal para – Complementos Verbais: como sugere o nome, esses termos
determiná-lo. completam o sentido de verbos, e se classificam da seguinte forma:
– Objeto direto: completa verbos transitivos diretos, não
Esse sujeito pode aparecer com: exigindo preposição.
– Verbo na 3a pessoa do plural. Ex.: “Reformaram a casa velha”. – Objeto indireto: complementam verbos transitivos indiretos,
– Verbo na 3a pessoa do singular + pronome “se”: “Contrata-se isto é, aqueles que dependem de preposição para que seu sentido
padeiro.”». seja compreendido.
– Verbo no infinitivo impessoal: “Vai ser mais fácil se você
estiver lá.” Quanto ao objeto direto, podemos ter:
– Um pronome substantivo: “A equipe que corrigiu as provas.”
– Orações sem sujeito: são compostas somente por predicado, – Um pronome oblíquo direto: “Questionei-a sobre o
e sua mensagem está centralizada no verbo, que é impessoal. acontecido.”
Essas orações podem ter verbos que constituam fenômenos da – Um substantivo ou expressão substantivada: “Ele consertou
natureza, ou os verbos ser, estar, haver e fazer quando indicativos os aparelhos.»
de fenômeno meteorológico ou tempo. Observe os exemplos:
“Choveu muito ontem”.
“Era uma hora e quinze”.
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– Complementos Nominais: esses termos completam o sentido – Aposto: é o termo que se relaciona com o sujeito para
de uma palavra, mas não são verbos; são nomes (substantivos, caracterizá-lo, contribuindo para a complementação uma
adjetivos ou advérbios), sempre seguidos por preposição. Observe informação já completa. Observe os exemplos:
os exemplos: “Michael Jackson, o rei do pop, faleceu há uma década.”
– “Maria estava satisfeita com seus resultados.” – observe que “Brasília, capital do Brasil, foi construída na década de 1950.”
“satisfeita” é adjetivo, e “com seus resultados” é complemento
nominal. – Vocativo: esse termo não apresenta relação sintática nem
– “O entregador atravessou rapidamente pela viela. – com sujeito nem com predicado, tendo sua função no chamamento
“rapidamente” é advérbio de modo. ou na interpelação de um ouvinte, e se relaciona com a 2a pessoa
– “Eu tenho medo do cachorro.” – Nesse caso, “medo” é um do discurso. Os vocativos são o receptor da mensagem, ou seja, a
substantivo. quem ela é dirigida. Podem ser acompanhados de interjeições de
apelo. Observe:
– Agentes da Passiva: são os termos de uma oração que praticam “Ei, moça! Seu documento está pronto!”
a ação expressa pelo verbo, quando este está na voz passiva. Assim, “Senhor, tenha misericórdia de nós!”
estão normalmente acompanhados pelas preposições de e por. “Vista o casaco, filha!”
Observe os exemplos do item anterior modificados para a voz
passiva: — Estudo da relação entre as orações
– “Os resultados foram motivo de satisfação de Maria.” Os períodos compostos são formados por várias orações.
– “O cachorro foi alvo do meu medo.” As orações estabelecem entre si relações de coordenação ou de
– “A viela foi atravessada rapidamente pelo entregador.” subordinação.
– Período composto por coordenação: é formado por orações
3 – Termos acessórios da oração independentes. Apesar de estarem unidas por conjunções
Diversamente dos termos essenciais e integrantes, os termos ou vírgulas, as orações coordenadas podem ser entendidas
acessórios não são fundamentais o sentido da oração, mas servem individualmente porque apresentam sentidos completos.
para complementar a informação, exprimindo circunstância, Acompanhe a seguir a classificação das orações coordenadas:
determinando o substantivo ou caracterizando o sujeito. Confira – Oração coordenada aditiva: “Assei os salgados e preparei os
abaixo quais são eles: doces.”
– Adjunto adverbial: são os termos que modificam o sentido do – Oração coordenada adversativa: “Assei os salgados, mas não
verbo, do adjetivo ou do advérbio. Analise os exemplos: preparei os doces.”
“Dormimos muito.” – Oração coordenada alternativa: “Ou asso os salgados ou
preparo os doces.”
O termo acessório “muito” classifica o verbo “dormir”. – Oração coordenada conclusiva: “Marta estudou bastante,
“Ele ficou pouco animado com a notícia.” logo, passou no exame.”
– Oração coordenada explicativa: “Marta passou no exame
O termo acessório “pouco” classifica o adjetivo “animado” porque estudou bastante.”
“Maria escreve bastante bem.” – Período composto por subordinação: são constituídos por
orações dependentes uma da outra. Como as orações subordinadas
O termo acessório “bastante” modifica o advérbio “bem”. apresentam sentidos incompletos, não podem ser entendidas
de forma separada. As orações subordinadas são divididas em
Os adjuntos adverbiais podem ser: substantivas, adverbiais e adjetivas. Veja os exemplos:
– Advérbios: pouco, bastante, muito, ali, rapidamente longe, etc. – Oração subordinada substantiva subjetiva: “Ficou provado
– Locuções adverbiais: o tempo todo, às vezes, à beira-mar, etc. que o suspeito era realmente o culpado.”
– Orações: «Quando a mercadoria chegar, avise.” (advérbio de – Oração subordinada substantiva objetiva direta: “Eu não
tempo). queria que isso acontecesse.”
– Oração subordinada substantiva objetiva indireta: “É
– Adjunto adnominal: é o termo que especifica o substantivo, obrigatório de que todos os estudantes sejam assíduos.”
com função de adjetivo. Em razão disso, pode ser representado – Oração subordinada substantiva completiva nominal: “Tenho
por adjetivos, locuções adjetivas, artigos, numerais adjetivos ou expectativa de que os planos serão melhores em breve!”
pronomes adjetivos. Analise o exemplo: – Oração subordinada substantiva predicativa: “O que importa
“O jovem apaixonado presenteou um lindo buquê à sua colega é que meus pais são saudáveis.”
de escola.” – Oração subordinada substantiva apositiva: “Apenas saiba
– Sujeito: “jovem apaixonado” disto: que tudo esteja organizado quando eu voltar!”
– Núcleo do predicado verbal: “presenteou” – Oração subordinada adverbial causal: “Não posso me
– Objeto direto do verbo entregar: “um lindo buquê” demorar porque tenho hora marcada na psicóloga.”
– Objeto indireto: “à amiga de classe” – Adjuntos adnominais: – Oração subordinada adverbial consecutiva: “Ficamos tão
no sujeito, temos o artigo “o” e “apaixonado”, pois caracterizam felizes que pulamos de alegria.”
o “jovem”, núcleo do sujeito; o numeral “um” e o adjetivo “lindo” – Oração subordinada adverbial final: “Eles ficaram vigiando
fazem referência a “buquê” (substantivo); o artigo “à” (contração para que nós chegássemos a casa em segurança.”
da preposição + artigo feminino) e a locução “de trabalho” são os – Oração subordinada adverbial temporal: “Assim que eu
adjuntos adnominais de “colega”. cheguei, eles iniciaram o trabalho.”
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– Oração subordinada adverbial condicional: “Se você vier logo, A norma culta é responsável por representar as práticas lin-
espero por você.» guísticas embasadas nos modelos de uso encontrados em textos
– Oração subordinada adverbial concessiva: “Ainda que formais. É o modelo que deve ser utilizado na escrita, sobretudo
estivesse cansado, concluiu a maratona.” nos textos não literários, pois segue rigidamente as regras gramati-
– Oração subordinada adverbial comparativa: “Marta sentia cais. A norma culta conta com maior prestígio social e normalmente
como se ainda vivesse no interior.” é associada ao nível cultural do falante: quanto maior a escolariza-
– Oração subordinada adverbial conformativa: “Conforme ção, maior a adequação com a língua padrão.
combinamos anteriormente, entregarei o produto até amanhã.” Exemplo:
– Oração subordinada adverbial proporcional: “Quanto mais Venho solicitar a atenção de Vossa Excelência para que seja
me exercito, mais tenho disposição.” conjurada uma calamidade que está prestes a desabar em cima
– Oração subordinada adjetiva explicativa: “Meu filho, que da juventude feminina do Brasil. Refiro-me, senhor presidente, ao
passou no concurso, mudou-se para o interior.” movimento entusiasta que está empolgando centenas de moças,
– Oração subordinada adjetiva restritiva: “A aluna que esteve atraindo-as para se transformarem em jogadoras de futebol, sem
enferma conseguiu ser aprovada nas provas.” se levar em conta que a mulher não poderá praticar este esporte
violento sem afetar, seriamente, o equilíbrio fisiológico de suas fun-
ções orgânicas, devido à natureza que dispôs a ser mãe.
NORMA CULTA
A Linguagem Popular ou Coloquial
É aquela usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-
A Linguagem Culta ou Padrão se quase sempre rebelde à norma gramatical e é carregada de
É aquela ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências vícios de linguagem (solecismo – erros de regência e concordância;
em que se apresenta com terminologia especial. É usada pelas barbarismo – erros de pronúncia, grafia e flexão; ambiguidade;
pessoas instruídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se cacofonia; pleonasmo), expressões vulgares, gírias e preferência
pela obediência às normas gramaticais. Mais comumente usada pela coordenação, que ressalta o caráter oral e popular da língua.
na linguagem escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É A linguagem popular está presente nas conversas familiares ou
mais artificial, mais estável, menos sujeita a variações. Está presente entre amigos, anedotas, irradiação de esportes, programas de TV e
nas aulas, conferências, sermões, discursos políticos, comunicações auditório, novelas, na expressão dos esta dos emocionais etc.
científicas, noticiários de TV, programas culturais etc.
Ouvindo e lendo é que você aprenderá a falar e a escrever bem. Dúvidas mais comuns da norma culta
Procure ler muito, ler bons autores, para redigir bem.
A aprendizagem da língua inicia-se em casa, no contexto fa- Perca ou perda
miliar, que é o primeiro círculo social para uma criança. A criança Isto é uma perda de tempo ou uma perca de tempo? Tomara
imita o que ouve e aprende, aos poucos, o vocabulário e as leis que ele não perca o ônibus ou não perda o ônibus? Quais são as fra-
combinatórias da língua. Um falante ao entrar em contato com ou- ses corretas com perda e perca? Certo: Isto é uma perda de tempo.
tras pessoas em diferentes ambientes sociais como a rua, a escola
e etc., começa a perceber que nem todos falam da mesma forma. Embaixo ou em baixo
Há pessoas que falam de forma diferente por pertencerem a outras O gato está embaixo da mesa ou em baixo da mesa? Continu-
cidades ou regiões do país, ou por fazerem parte de outro grupo arei falando em baixo tom de voz ou embaixo tom de voz? Quais
ou classe social. Essas diferenças no uso da língua constituem as são as frases corretas com embaixo e em baixo? Certo: O gato está
variedades linguísticas. embaixo da cama
Certas palavras e construções que empregamos acabam de- Ver ou vir
nunciando quem somos socialmente, ou seja, em que região do A dúvida no uso de ver e vir ocorre nas seguintes construções:
país nascemos, qual nosso nível social e escolar, nossa formação e, Se eu ver ou se eu vir? Quando eu ver ou quando eu vir? Qual das
às vezes, até nossos valores, círculo de amizades e hobbies. O uso frases com ver ou vir está correta? Se eu vir você lá fora, você vai
da língua também pode informar nossa timidez, sobre nossa capa- ficar de castigo!
cidade de nos adaptarmos às situações novas e nossa insegurança.
A norma culta é a variedade linguística ensinada nas escolas, Onde ou aonde
contida na maior parte dos livros, registros escritos, nas mídias te- Os advérbios onde e aonde indicam lugar: Onde você está?
levisivas, entre outros. Como variantes da norma padrão aparecem: Aonde você vai? Qual é a diferença entre onde e aonde? Onde indi-
a linguagem regional, a gíria, a linguagem específica de grupos ou ca permanência. É sinônimo de em que lugar. Onde, Em que lugar
profissões. O ensino da língua culta na escola não tem a finalidade Fica?
de condenar ou eliminar a língua que falamos em nossa família ou
em nossa comunidade. O domínio da língua culta, somado ao do- Como escrever o dinheiro por extenso?
mínio de outras variedades linguísticas, torna-nos mais preparados Os valores monetários, regra geral, devem ser escritos com al-
para nos comunicarmos nos diferentes contextos lingísticos, já que garismos: R$ 1,00 ou R$ 1 R$ 15,00 ou R$ 15 R$ 100,00 ou R$ 100
a linguagem utilizada em reuniões de trabalho não deve ser a mes- R$ 1400,00 ou R$ 1400.
ma utilizada em uma reunião de amigos no final de semana.
Portanto, saber usar bem uma língua equivale a saber empre-
gá-la de modo adequado às mais diferentes situações sociais de que
participamos.
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Obrigado ou obrigada
Segundo a gramática tradicional e a norma culta, o homem ao PONTUAÇÃO E SINAIS GRÁFICOS
agradecer deve dizer obrigado. A mulher ao agradecer deve dizer
obrigada.
— Visão Geral
Mal ou mau O sistema de pontuação consiste em um grupo de sinais
Como essas duas palavras são, maioritariamente, pronunciadas gráficos que, em um período sintático, têm a função primordial
da mesma forma, são facilmente confundidas pelos falantes. Qual a de indicar um nível maior ou menor de coesão entre estruturas
diferença entre mal e mau? Mal é um advérbio, antônimo de bem. e, ocasionalmente, manifestar as propriedades da fala (prosódias)
Mau é o adjetivo contrário de bom. em um discurso redigido. Na escrita, esses sinais substituem os
gestos e as expressões faciais que, na linguagem falada, auxiliam a
“Vir”, “Ver” e “Vier” compreensão da frase.
A conjugação desses verbos pode causar confusão em algumas
situações, como por exemplo no futuro do subjuntivo. O correto é, O emprego da pontuação tem as seguintes finalidades:
por exemplo, “quando você o vir”, e não “quando você o ver”. – Garantir a clareza, a coerência e a coesão interna dos diversos
Já no caso do verbo “ir”, a conjugação correta deste tempo ver- tipos textuais;
bal é “quando eu vier”, e não “quando eu vir”. – Garantir os efeitos de sentido dos enunciados;
– Demarcar das unidades de um texto;
“Ao invés de” ou “em vez de” – Sinalizar os limites das estruturas sintáticas.
“Ao invés de” significa “ao contrário” e deve ser usado apenas
para expressar oposição. — Sinais de pontuação que auxiliam na elaboração de um
Por exemplo: Ao invés de virar à direita, virei à esquerda. enunciado
Já “em vez de” tem um significado mais abrangente e é usado
principalmente como a expressão “no lugar de”. Mas ele também Vírgula
pode ser usado para exprimir oposição. Por isso, os linguistas reco- De modo geral, sua utilidade é marcar uma pausa do enunciado
mendam usar “em vez de” caso esteja na dúvida. para indicar que os termos por ela isolados, embora compartilhem
da mesma frase ou período, não compõem unidade sintática. Mas,
Por exemplo: Em vez de ir de ônibus para a escola, fui de bici- se, ao contrário, houver relação sintática entre os termos, estes
cleta. não devem ser isolados pela vírgula. Isto quer dizer que, ao mesmo
tempo que existem situações em que a vírgula é obrigatória, em
“Para mim” ou “para eu” outras, ela é vetada. Confira os casos em que a vírgula deve ser
Os dois podem estar certos, mas, se você vai continuar a frase empregada:
com um verbo, deve usar “para eu”.
Por exemplo: Mariana trouxe bolo para mim; Caio pediu para • No interior da sentença
eu curtir as fotos dele. 1 – Para separar elementos de uma enumeração e repetição:
“Tem” ou “têm”
ENUMERAÇÃO
Tanto “tem” como “têm” fazem parte da conjugação do verbo
“ter” no presente. Mas o primeiro é usado no singular, e o segundo Adicione leite, farinha, açúcar, ovos, óleo e chocolate.
no plural. Paguei as contas de água, luz, telefone e gás.
Por exemplo: Você tem medo de mudança; Eles têm medo de
mudança.
REPETIÇÃO
“Há muitos anos”, “muitos anos atrás” ou “há muitos anos Os arranjos estão lindos, lindos!
atrás”
Usar “Há” e “atrás” na mesma frase é uma redundância, já que Sua atitude foi, muito, muito, muito indelicada.
ambas indicam passado. O correto é usar um ou outro.
Por exemplo: A erosão da encosta começou há muito tempo; O 2 – Isolar o vocativo
romance começou muito tempo atrás. “Crianças, venham almoçar!”
Sim, isso quer dizer que a música Eu nasci há dez mil anos atrás, “Quando será a prova, professora?”
de Raul Seixas, está incorreta.
3 – Separar apostos
“O ladrão, menor de idade, foi apreendido pela polícia.”
6 – Isolar o adjunto adverbial anteposto ou intercalado: O uso da vírgula é vetado nos seguintes casos: separar sujeito
“Amanhã pela manhã, faremos o comunicado aos funcionários e predicado, verbo e objeto, nome de adjunto adnominal, nome
do setor.” e complemento nominal, objeto e predicativo do objeto, oração
“Ele foi visto, muitas vezes, vagando desorientado pelas ruas.” substantiva e oração subordinada (desde que a substantivo não seja
7 – Separar o complemento pleonástico antecipado: apositiva nem se apresente inversamente).
“Estas alegações, não as considero legítimas.”
Ponto
8 – Separar termos coordenados assindéticos (não conectadas 1 – Para indicar final de frase declarativa:
por conjunções) “O almoço está pronto e será servido.”
“Os seres vivos nascem, crescem, reproduzem-se, morrem.”
2 – Abrevia palavras:
9 – Isolar o nome de um local na indicação de datas: – “p.” (página)
“São Paulo, 16 de outubro de 2022”. – “V. Sra.” (Vossa Senhoria)
– “Dr.” (Doutor)
10 – Marcar a omissão de um termo:
“Eu faço o recheio, e você, a cobertura.” (omissão do verbo 3 – Para separar períodos:
“fazer”). “O jogo não acabou. Vamos para os pênaltis.”
3 – Emprega-se a vírgula sempre que orações coordenadas 2 – Para indicar hesitação ou dúvida:
apresentam sujeitos distintos, por exemplo: “Então... tenho algumas suspeitas... mas prefiro não revelar
“A mulher ficou irritada, e o marido, constrangido.” ainda.”
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3 – Para concluir uma frase gramaticalmente inacabada com o “A índole natural da ciência é a longanimidade.” (Machado de
objetivo de prolongar o raciocínio: Assis)
“Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas
faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecília - José de Alencar).
TIPOS DE DISCURSO
4 – Suprimem palavras em uma transcrição:
“Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros -
Raimundo Fagner). Discurso direto
É a fala da personagem reproduzida fielmente pelo narrador,
Ponto de Interrogação ou seja, reproduzida nos termos em que foi expressa.
1 – Para perguntas diretas: — Bonito papel! Quase três da madrugada e os senhores com-
“Quando você pode comparecer?” pletamente bêbados, não é?
2 – Algumas vezes, acompanha o ponto de exclamação para Foi aí que um dos bêbados pediu:
destacar o enunciado: — Sem bronca, minha senhora. Veja logo qual de nós quatro é
“Não brinca, é sério?!” o seu marido que os outros querem ir para casa.
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Os verbos declarativos podem, além de introduzir a fala, indicar — Isso nunca; não faço esmolas! disse ele. (Machado de Assis)
atitudes, estados interiores ou situações emocionais das persona-
gens como, por exemplo, os verbos protestar, gritar, ordenar e ou- Observe que os verbos de elocução aparecem em letras minús-
tros. Esse efeito pode ser também obtido com o uso de adjetivos ou culas depois dos pontos de exclamação e interrogação.
advérbios aliados aos verbos de elocução: falou calmamente, gritou
histérica, respondeu irritada, explicou docemente. Discurso indireto
No discurso indireto, o narrador exprime indiretamente a fala
Exemplo: da personagem. O narrador funciona como testemunha auditiva e
— O amor, prosseguiu sonhadora, é a grande realização de nos- passa para o leitor o que ouviu da personagem. Na transcrição, o
sas vidas. verbo aparece na terceira pessoa, sendo imprescindível a presen-
Ao utilizar o discurso direto – diálogos (com ou sem travessão) ça de verbos dicendi (dizer, responder, retrucar, replicar, perguntar,
entre as personagens –, você deve optar por um dos três estilos a pedir, exclamar, contestar, concordar, ordenar, gritar, indagar, de-
seguir: clamar, afirmar, mandar etc.), seguidos dos conectivos que (dicendi
afirmativo) ou se (dicendi interrogativo) para introduzir a fala da
Estilo 1: personagem na voz do narrador.
João perguntou:
— Que tal o carro? A certo ponto da conversação, Glória me disse que desejava
muito conhecer Carlota e perguntou por que não a levei comigo.
Estilo 2:
João perguntou: “Que tal o carro?” (As aspas são optativas) (Ciro dos Anjos)
Antônio respondeu: “horroroso” (As aspas são optativas)
Fui ter com ela, e perguntei se a mãe havia dito alguma coisa;
Estilo 3: respondeu-me que não.
Verbos de elocução no meio da fala:
— Estou vendo, disse efusivamente João, que você adorou o (Machado de Assis)
carro.
— Você, retrucou Antônio, está completamente enganado. Discurso indireto livre
Resultante da mistura dos discursos direto e indireto, existe
Verbos de elocução no fim da fala: uma terceira modalidade de técnica narrativa, o chamado discurso
— Estou vendo que você adorou o carro — disse efusivamente indireto livre, processo de grande efeito estilístico. Por meio dele,
João. o narrador pode, não apenas reproduzir indiretamente falas das
— Você está completamente enganado — retrucou Antônio. personagens, mas também o que elas não falam, mas pensam, so-
nham, desejam etc. Neste caso, discurso indireto livre corresponde
Os trechos que apresentam verbos de elocução podem vir com ao monólogo interior das personagens, mas expresso pelo narrador.
travessões ou com vírgulas. Observe os seguintes exemplos: As orações do discurso indireto livre são, em regra, indepen-
dentes, sem verbos dicendi, sem pontuação que marque a passa-
— Não posso, disse ela daí a alguns instantes, não deixo meu gem da fala do narrador para a da personagem, mas com transpo-
filho. (Machado de Assis) sições do tempo do verbo (pretérito imperfeito) e dos pronomes
(terceira pessoa). O foco narrativo deve ser de terceira pessoa. Esse
— Não vá sem eu lhe ensinar a minha filosofia da miséria, disse discurso é muito empregado na narrativa moderna, pela fluência e
ele, escarrachando-se diante de mim. (Machado de Assis) ritmo que confere ao texto.
— Vale cinquenta, ponderei; Sabina sabe que custou cinquenta Fabiano ouviu o relatório desconexo do bêbado, caiu numa in-
e oito. (Machado de Assis) decisão dolorosa. Ele também dizia palavras sem sentido, conversa
à toa. Mas irou-se com a comparação, deu marradas na parede. Era
— Ainda não, respondi secamente. bruto, sim senhor, nunca havia aprendido, não sabia explicar-se.
Estava preso por isso? Como era? Então mete- se um homem na
(Machado de Assis) cadeia por que ele não sabe falar direito?
(Machado de Assis)
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Para produzir discurso indireto livre que exprima o mundo interior da personagem (seus pensamentos, desejos, sonhos, fantasias
etc.), o narrador precisa ser onisciente. Observe que os pensamentos da personagem aparecem, no trecho transcrito, principalmente nas
orações interrogativas, entremeadas com o discurso do narrador.
Transposição de discurso
Na narração, para reconstituir a fala da personagem, utiliza-se a estrutura de um discurso direto ou de um discurso indireto. O domínio
dessas estruturas é importante tanto para se empregar corretamente os tipos de discurso na redação.
Os sinais de pontuação (aspas, travessão, dois-pontos) e outros recursos como grifo ou itálico, presentes no discurso direto, não
aparecem no discurso indireto, a não ser que se queira insistir na atribuição do enunciado à personagem, não ao narrador. Tal insistência,
porém, é desnecessária e excessiva, pois, se o texto for bem construído, a identificação do discurso indireto livre não oferece dificuldade.
Discurso Direto
• Presente
A enfermeira afirmou:
– É uma menina.
• Pretérito perfeito
– Já esperei demais, retrucou com indignação.
• Futuro do presente
Pedrinho gritou:
– Não sairei do carro.
• Imperativo
Olhou-a e disse secamente:
– Deixe-me em paz.
Outras alterações
• Primeira ou segunda pessoa
Maria disse:
– Não quero sair com Roberto hoje.
• Vocativo
– Você quer café, João?, perguntou a prima.
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Função Poética
Função Referencial
Esta função é característica das obras literárias que possui
A função referencial tem como objetivo principal informar, re-
como marca a utilização do sentido conotativo das palavras.
ferenciar algo. Esse tipo de texto, que é voltado para o contexto da
Nela, o emissor preocupa-se de que maneira a mensagem será
comunicação, é escrito na terceira pessoa do singular ou do plural,
transmitida por meio da escolha das palavras, das expressões, das
o que enfatiza sua impessoalidade.
figuras de linguagem. Por isso, aqui o principal elemento comunica-
Para exemplificar a linguagem referencial, podemos citar os
tivo é a mensagem.
materiais didáticos, textos jornalísticos e científicos. Todos eles, por
A função poética não pertence somente aos textos literários.
meio de uma linguagem denotativa, informam a respeito de algo,
Podemos encontrar a função poética também na publicidade ou
sem envolver aspectos subjetivos ou emotivos à linguagem.
nas expressões cotidianas em que há o uso frequente de metáforas
(provérbios, anedotas, trocadilhos, músicas).
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Verbais
Indicam flexões de modo, tempo, pessoa e número nos verbos
Exemplos
vendêSSEmos, entregáRAmos. (modo e tempo)
vendesteS, entregásseIS. (pessoa e número)
Vogal e consoante de ligação: São os elementos que se interpõem aos vocábulos por necessidade de eufonia.
Exemplos
chaLeira, cafeZal.
Afixos
Os afixos são elementos que se acrescentam antes ou depois do radical de uma palavra para a formação de outra palavra. Dividem-se
em:
Prefixo: Partícula que se coloca antes do radical.
Exemplos
DISpor, EMpobrecer, DESorganizar.
Visão geral: a formação de palavras que integram o léxico da língua baseia-se em dois principais processos morfológicos (combinação
de morfemas): a derivação e a composição.
Derivação: é a formação de uma nova palavra (palavra derivada) com base em uma outra que já existe na língua (palavra primitiva ou
radical).
3 – Prefixal e sufixal: nesse tipo, a presença do prefixo ou do sufixo à palavra primitiva já é o suficiente para formação de uma nova
palavra.
PREFIXO PALAVRA PRIMITIVA SUFIXO PALAVRA DERIVADA
inf feliz – Infeliz
– feliz mente Felizmente
des igual – desigual
– igual dade igualdade
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4 – Parassintética: também consiste na adição de prefixo e sufixo à palavra primitiva, porém, diferentemente do tipo anterior, para
existência da nova palavra, ambos os acréscimos são obrigatórios. Esse processo parte de substantivos e adjetivos para originar um verbo.
5 – Regressiva: é a remoção da parte final de uma palavra primitiva para, dessa forma, obter uma palavra derivada. Esse origina
substantivos a partir de formas verbais que expressam uma ação. Essas novas palavras recebem o nome de deverbais. Tal composição
ocorre a partir da substituição da terminação verbal formada pela vogal temática + desinência de infinitivo (“–ar” ou “–er”) por uma das
vogais temáticas nominais (-a, -e,-o).”
6 – Imprópria (ou conversão): é o processo que resulta na mudança da classe gramatical de uma palavra primitiva, mas não modifica
sua forma. Exemplo: a palavra jantar pode ser um verbo na frase “Convidaram-me para jantar”, mas também pode ser um substantivo na
frase “O jantar estava maravilhoso”.
Composição: é o processo de formação de palavra a partir da junção de dois ou mais radicais. A composição pode se realizar por
justaposição ou por aglutinação.
– Justaposição: na junção, não há modificação dos radicais. Exemplo: passa + tempo - passatempo; gira + sol = girassol.
– Aglutinação: existe alteração dos radicais na sua junção. Exemplo: em + boa + hora = embora; desta + arte = destarte.
FORMAS DE ABREVIAÇÃO
Abreviatura
Existem algumas regras para abreviar as palavras, porém a maioria das abreviaturas que ganham o gosto do público são aquelas que,
mesmo sem seguir as regras preditas pela gramática, são usuais, práticas. Vejamos algumas regras para se fazer uma abreviatura da ma-
neira correta (prevista na gramática).
Quando usar:
Quando há necessidade de redução de espaço em títulos, legendas, tabelas, gráficos, infográficos, creditagem de TV e crawl.
Mesmo assim, é necessário ter cuidado para que o uso de abreviaturas não prejudique a compreensão.
Regra Geral: primeira sílaba da palavra + a primeira letra da sílaba seguinte + ponto abreviativo. Exemplos: adj. (adjetivo), num. (nu-
meral).
Outras Regras:
As abreviaturas devem ser acentuadas quando o acento gráfico ocorrer antes do ponto abreviativo.
Exemplos:
– técnicas → téc.
– páginas → pág.
– século → séc.
Nunca se deve cortar a palavra numa vogal, sempre na consoante. Caso a primeira letra da segunda sílaba seja vogal, escreve-se até
a consoante.
Se a palavra tiver acento na primeira sílaba, ele é conservado.
núm. (número)
lóg. (lógica)
Caso a segunda sílaba se inicie por duas consoantes, utiliza-se as duas na abreviatura.
Constr. (construção)
Secr. (secretário)
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O ponto abreviativo também serve como ponto final, sendo as- kg quilograma
sim, se a abreviatura estiver no final da frase, não há necessidade Sem ponto, sem plural
l litro
de se utilizar outro ponto. Ex: Comprei frutas, verduras, legumes,
etc. Hz hertz
KHz quilo-hertz
Alguns gramáticos não admitem que as flexões sejam marca- MHz mega-hertz
das na abreviatura. GHz giga-hertz
Profª (professora) mi milhão
Págs. (páginas) Só são usadas para valores
bi bilhão
Algumas palavras, mesmo não seguindo as regras descritas aci- monetários.
tri trilhão
ma, são aceitas pela gramática normativa, é o caso de:
a.C. ou A.C. (antes de Cristo) m metro
ap. ou apto. (apartamento) km quilômetro
bel. (bacharel) metro quadrado
cel. (coronel) m²
quilômetro qua-
Cia. (Companhia) km²
drado
cx. (caixa)
Ltda. limitada
D. (Dom, Dona)
Ilmo. (Ilustríssimo) jan., fev.
Ltda. (Limitada) mar.,
p. ou pág. (página) e pp. Págs. (páginas) abr.
pg. (pago) mai., Com todas as letras em
vv. (versos, versículos) jun. caixa alta, use sem ponto:
jul., ago. JAN, FEV, OUT
Mesmo sabendo que estas siglas são permitidas e reconheci- set., out.
das pela gramática, ao escrevermos textos oficiais, artigos, traba- nov.,
lhos, redações, não devemos utilizá-las abusivamente, pois acabará dez.
atrapalhando a clareza da comunicação. Em textos informais, no en- Mantém-se o acento
tanto, não há nenhuma restrição, a abreviatura pode ser utilizada pág. página
Plural: págs.
quando quisermos.
S.A. sociedade anônima Plural: S.As.
Símbolos Tevê também pode ser usado.
O desenvolvimento científico e tecnológico exigiu medições TV Para emissoras, use apenas TV.
cada vez mais precisas e diversificadas. Por essa razão, o Sistema Não use tv ou Tv
Métrico Decimal acabou sendo substituído pelo Sistema Internacio-
nal de Unidades - SI, adotado também no Brasil a partir de 1962. Sigla
As unidades SI podem ser escritas por seus nomes ou repre- As siglas são a junção das letras iniciais de um termo composto
sentadas por meio de SÍMBOLOS, um sinal convencional e invari- por mais de uma palavra:
ável utilizado para facilitar e universalizar a escrita e a leitura das P.S. (pós escrito = escrito depois)
unidades SI. S.A. (Sociedade Anônima)
Lembre-se de que os símbolos que representam as unidades SI IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)
não são abreviaturas; por isso mesmo não são seguidos de ponto,
não têm plural nem podem ser grafados como expoentes. Se a sigla tiver até três letras, ou se todas as letras forem pro-
Abreviaturas e símbolos mais usados nunciadas individualmente, todas ficam maiúsculas.
MEC, USP, PM, INSS.
Usa-se com ponto. Porém, se a sigla tiver a partir de quatro letras, e nem todas
etc. Etcetera forem pronunciadas separadamente, apenas a primeira letra será
A vírgula antes é facultativa
maiúscula, e as demais minúsculas:
KB kilobyte Embrapa, Detran, Unesco.
GB gigabyte
MB megabyte
KW quilowatt
MW megawatt
GW gigawatt
h hora
min minuto Não têm ponto nem plural
s segundo
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— Definição
Classes gramaticais são grupos de palavras que organizam o estudo da gramática. Isto é, cada palavra existente na língua portuguesa
condiz com uma classe gramatical, na qual ela é inserida em razão de sua função. Confira abaixo as diversas funcionalidades de cada classe
gramatical.
— Artigo
É a classe gramatical que, em geral, precede um substantivo, podendo flexionar em número e em gênero.
Indicação de posse: antes de palavras que atribuem parentesco ou de partes do corpo, o artigo definido pode exprimir relação de
posse. Por exemplo:
“No momento em que ela chegou, o marido já a esperava.”
Na frase, o artigo definido “a” esclarece que se trata do marido do sujeito “ela”, omitindo o pronome possessivo dela.
Expressão de valor aproximado: devido à sua natureza de generalização, o artigo indefinido inserido antes de numeral indica valor
aproximado. Mais presente na linguagem coloquial, esse emprego dos artigos indefinidos representa expressões como “por volta de” e
“aproximadamente. Observe:
“Faz em média uns dez anos que a vi pela última vez.”
“Acrescente aproximadamente umas três ou quatro gotas de baunilha.”
PREPOSIÇÃO
de em a per/por
singular o do no ao pelo
masculino plural os dos nos aos pelos
ARTIGOS singular a da na à pela
DEFINIDOS feminino plural as das nas às pelas
singular um dum num
masculino plural uns duns nuns
ARTIGOS singular uma duma numa
INDEFINIDOS feminino plural umas dumas numas
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— Pronome
O pronome tem a função de indicar a pessoa do discurso (quem fala, com quem se fala e de quem se fala), a posse de um objeto
e sua posição. Essa classe gramatical é variável, pois flexiona em número e gênero. Os pronomes podem suplantar o substantivo ou
acompanhá-lo; no primeiro caso, são denominados “pronome substantivo” e, no segundo, “pronome adjetivo”. Classificam-se em:
pessoais, possessivos, demonstrativos, interrogativos, indefinidos e relativos.
Pronomes pessoais
Os pronomes pessoais apontam as pessoas do discurso (pessoas gramaticais), e se subdividem em pronomes do caso reto
(desempenham a função sintática de sujeito) e pronomes oblíquos (atuam como complemento), sendo que, para cada caso reto, existe
um correspondente oblíquo.
Observe os exemplos:
– Na frase “Maria está feliz. Ela vai se casar.”, o pronome cabível é do caso reto. Quem vai se casar? Maria.
– Na frase “O forno? Desliguei-o agora há pouco. O pronome “o” completa o sentido do verbo. Fechei o que? O forno.
Lembrando que os pronomes oblíquos o, a, os, as, lo, la, los, las, no, na nos, e nas desempenham apenas a função de objeto direto.
Pronomes possessivos
Esses pronomes indicam a relação de posse entre o objeto e a pessoa do discurso.
Exemplo: “Nossos filhos cresceram.” → o pronome indica que o objeto pertence à 1ª pessoa (nós).
Pronomes de tratamento
Tratam-se termos solenes que, em geral, são empregados em contextos formais — a única exceção é o pronome você. Eles têm a
função de promover uma referência direta do locutor para interlocutor (parceiros de comunicação). São divididos conforme o nível de
formalidade, logo, para cada situação, existe um pronome de tratamento específico. Apesar de expressarem interlocução (diálogo), à qual
seria adequado o emprego do pronome na segunda pessoa do discurso (“tu”), no caso dos pronomes de tratamento, os verbos devem ser
usados em 3a pessoa.
Pronomes demonstrativos
Sua função é indicar a posição dos seres no que se refere ao tempo ao espaço e à pessoa do discurso – nesse último caso, o pronome
determina a proximidade entre um e outro. Esses pronomes flexionam-se em gênero e número.
Observe os exemplos:
“Esta caneta é sua?”
“Esse restaurante é bom e barato.”
Pronomes Indefinidos
Esses pronomes indicam indeterminação ou imprecisão, assim, estão sempre relacionados à 3ª pessoa do discurso. Os pronomes
indefinidos podem ser variáveis (flexionam conforme gênero e número) ou invariáveis (não flexionam). Analise os exemplos abaixo:
– Em “Alguém precisa limpar essa sujeira.”, o termo “alguém” quer dizer uma pessoa de identidade indefinida ou não especificada).
– Em “Nenhum convidado confirmou presença.”, o termo “nenhum” refere-se ao substantivo “convidado” de modo vago, pois não se
sabe de qual convidado se trata.
– Em “Cada criança vai ganhar um presente especial.”, o termo “cada” refere-se ao substantivo da frase “criança”, sem especificá-lo.
– Em “Outras lojas serão abertas no mesmo local.”, o termo “outras” refere-se ao substantivo “lojas” sem especificar de quais lojas se
trata.
Confira abaixo a tabela com os pronomes indefinidos:
Pronomes relativos
Os pronomes relativos, como sugere o nome, se relacionam ao termo anterior e o substituem, sendo importante, portanto, para
prevenir a repetição indevida das palavras em um texto. Eles podem ser variáveis (o qual, cujo, quanto) ou invariáveis (que, quem, onde).
Observe os exemplos:
– Em “São pessoas cuja história nos emociona.”, o pronome “cuja” se apresenta entre dois substantivos (“pessoas” e “história”) e se
relaciona àquele que foi dito anteriormente (“pessoas”).
– Em “Os problemas sobre os quais conversamos já estão resolvidos.” , o pronome “os quais” retoma o substantivo dito anteriormente
(“problemas”).
Pronomes interrogativos
Os pronomes interrogativos são palavras variáveis e invariáveis cuja função é formular perguntas diretas e indiretas. Exemplos:
“Quanto vai custar a passagem?” (oração interrogativa direta)
“Gostaria de saber quanto custará a passagem.” (oração interrogativa indireta)
— Advérbio
É a classe de palavras invariável que atua junto aos verbos, aos adjetivos e mesmo aos advérbios, com o objetivo de modificar ou
intensificar seu sentido, ao adicionar-lhes uma nova circunstância. De modo geral, os advérbios exprimem circunstâncias de tempo, modo,
lugar, qualidade, causa, intensidade, oposição, aprovação, afirmação, negação, dúvida, entre outras noções. Confira na tabela:
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— Conjunção
As conjunções integram a classe de palavras que tem a função de conectar os elementos de um enunciado ou oração e, com isso,
estabelecer uma relação de dependência ou de independência entre os termos ligados. Em função dessa relação entre os termos
conectados, as conjunções podem ser classificadas, respectivamente e de modo geral, como coordenativas ou subordinativas. Em outras
palavras, as conjunções são um vínculo entre os elementos de uma sentença, atribuindo ao enunciado uma maior mais clareza e precisão
ao enunciado.
No exemplo, a conjunção “e” estabelece uma relação de adição ao enunciado, ao conectar duas orações em um mesmo período: além
de terem ouvido os pedidos de ajuda, chamaram o socorro. Perceba que não há relação de dependência entre ambas as sentenças, e que,
para fazerem sentido, elas não têm necessidade uma da outra. Assim, classificam-se como orações coordenadas, e a conjunção que as
relaciona, como coordenativa.
Neste caso, temos uma locução conjuntiva (duas palavras desempenham a função de conjunção). Além disso, notamos que o sentido
da segunda sentença é totalmente dependente da informação que é dada na primeira. Assim, a primeira oração recebe o nome de oração
principal, enquanto a segunda, de oração subordinada. Logo, a conjunção que as relaciona é subordinativa.
Conjunções coordenativas: essas conjunções se reclassificam em razão do sentido que possuem cinco subclassificações, em função o
sentido que estabelecem entre os elementos que ligam. São cinco:
Conjunções subordinativas: com base no sentido construído entre as duas orações relacionadas, a conjunção subordinativa pode ser
de dois subtipos:
1 – Conjunções integrantes: introduzem a oração que cumpre a função de sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo,
complemento nominal ou aposto de outra oração. Essas conjunções são que e se. Exemplos:
«É obrigatório que o senhor compareça na data agendada.”
“Gostaria de saber se o resultado sairá ainda hoje.”
2 – Conjunções adverbiais: introduzem sintagmas adverbiais (orações que indicam uma circunstância adverbial relacionada à oração
principal) e se subdividem conforme a tabela abaixo:
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— Numeral
É a classe de palavra variável que exprime um número determinado ou a colocação de alguma coisa dentro de uma sequência. Os
numerais podem ser: cardinais (um, dois, três), ordinais (primeiro, segundo, terceiro), fracionários (meio, terço, quarto) e multiplicativos
(dobro, triplo, quádruplo). Antes de nos aprofundarmos em cada caso, vejamos o emprego dos numerais, que tem três principais finalidades:
1 – Indicar leis e decretos: nesses casos, emprega-se o numeral ordinal somente até o número nono; após, devem ser utilizados os
numerais cardinais. Exemplos: Parágrafo 9° (parágrafo nono); Parágrafo 10 (Parágrafo 10).
2 – Indicar os dias do mês: nessas situações, empregam-se os numerais cardinais, sendo que a única exceção é a indicação do primeiro
dia do mês, para a qual deve-se utilizar o numeral ordinal. Exemplos: dezesseis de outubro; primeiro de agosto.
3 – Indicar capítulos, séculos, capítulos, reis e papas: após o substantivo emprega-se o numeral ordinal até o décimo; após o décimo
utiliza-se o numeral cardinal. Exemplos: capítulo X (décimo); século IV (quarto); Henrique VIII (oitavo), Bento XVI (dezesseis).
Os tipos de numerais
Cardinais: são os números em sua forma fundamental e exprimem quantidades.
Exemplos: um dois, dezesseis, trinta, duzentos, mil.
– Alguns deles flexionam em gênero (um/uma, dois/duas, quinhentos/quinhentas).
– Alguns números cardinais variam em número, como é o caso: milhão/milhões, bilhão/bilhões, trilhão/trilhões, e assim por diante.
– Apalavra ambos(as) é considerada um numeral cardinal, pois significa os dois/as duas. Exemplo: Antônio e Pedro fizeram o teste,
mas os dois/ambos foram reprovados.
Ordinais: indicam ordem de uma sequência (primeiro, segundo, décimo, centésimo, milésimo…), isto é, apresentam a ordem de
sucessão e uma série, seja ela de seres, de coisas ou de objetos.
– Os numerais ordinais variam em gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural). Exemplos: primeiro/primeira, primeiros/
primeiras, décimo/décimos, décima/décimas, trigésimo/trigésimos, trigésima/trigésimas.
– Alguns numerais ordinais possuem o valor de adjetivo. Exemplo: A carne de segunda está na promoção.
Fracionários: servem para indicar a proporções numéricas reduzidas, ou seja, para representar uma parte de um todo. Exemplos: meio
ou metade (½), um quarto (um quarto (¼), três quartos (¾), 1/12 avos.
– Os números fracionários flexionam-se em gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural). Exemplos: meio copo de leite,
meia colher de açúcar; dois quartos do salário-mínimo.
Multiplicativos: esses numerais estabelecem relação entre um grupo, seja de coisas ou objetos ou coisas, ao atribuir-lhes uma
característica que determina o aumento por meio dos múltiplos. Exemplos: dobro, triplo, undécuplo, doze vezes, cêntuplo.
– Em geral, os multiplicativos são invariáveis, exceto quando atuam como adjetivo, pois, nesse caso, passam a flexionar número e
gênero (masculino e feminino). Exemplos: dose dupla de elogios, duplos sentidos.
Coletivos: correspondem aos substantivos que exprimem quantidades precisas, como dezena (10 unidades) ou dúzia (12 unidades).
– Os numerais coletivos sofrem a flexão de número: unidade/unidades, dúzia/dúzias, dezena/dezenas, centena/centenas.
— Preposição
Essa classe de palavras cujo objetivo é marcar as relações gramaticais que outras classes (substantivos, adjetivos, verbos e advérbios)
exercem no discurso. Por apenas marcarem algumas relações entre as unidades linguísticas dentro do enunciado, as preposições não
possuem significado próprio se isoladas no discurso. Em razão disso, as preposições são consideradas classe gramatical dependente, ou
seja, sua função gramatical (organização e estruturação) é principal, embora o desempenho semântico, que gera significado e sentido,
esteja presente, possui um valor menor.
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Unesco
A ORGANIZAÇÃO DE VERBETES Sigla do inglês United Nations Educational, Scientific and Cultu-
ral Organization (Organização das Nações Unidas para a Educação,
Ciência e Cultura).
Organização do verbete Os substantivos que denominam seres sagrados (Buda, Deus
A cabeça de verbete, também conhecida como entrada de ver- etc.), seres mitológicos (Diana, Zeus etc.), astros (Marte, Terra etc.),
bete, constitui-se de uma palavra simples, uma palavra composta festas religiosas (Natal, Páscoa etc.) e pontos cardeais que indicam
por hífen, uma locução, uma sigla, um símbolo ou uma abreviatura. regiões são grafados com inicial minúscula e com a informação
Ela está destacada na cor azul. “[com inicial maiúscula]”.
daltonismo buda
dal·to·nis·mo bu·da
sm sm
FILOS, REL
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2 Juntar, reunir ou incorporar alguma coisa a outra: A atitude SIN: maltrapilho, molambudo, mulambudo.
do político perante as câmeras cerziu os piores comentários. O au- VAR: mulambento.
tor cerziu o romance com textos picantes. [Verbo irregular. ] ETIMOLOGIA
ETIMOLOGIA der de molambo+ento.
lat sarcire. anorexia
carpir a·no·re·xi·a
car·pir (cs)
vtd sf
1 ANT Arrancar (fios de barba ou de cabelo) em sinal de dor ou MED Falta ou perda de apetite.
de sentimento. EXPRESSÕES
vtd Anorexia nervosa, MED, PSICOL: distúrbio nervoso grave, ca-
2 Arrancar (erva daninha ou mato); capinar. racterizado pelo medo obsessivo de engordar, fazendo com que a
vtd pessoa pare de se alimentar, fique desnutrida e tenha sua vida ame-
3 Expressar-se por meio de lamento; chorar, lamentar. açada. Acomete especialmente mulheres, em geral entre 16 e 25
vtd e vpr anos, e provoca menstruação irregular, queda de peso repentina,
4 Lastimar(-se), prantear(-se). palidez, atrofia dos músculos, recusa do organismo em ingerir ali-
vtd e vint mentos, insônia, diminuição ou ausência da libido etc. O tratamen-
5 Expressar sons tristes e comoventes; sussurrar como que to inclui a administração de antidepressivo, psicoterapia individual
chorando. e reeducação alimentar.
vpr INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
6 Exprimir-se em tom de lamento; lamentar-se, prantear-se. ANTÔN: orexia.
[Verbo defectivo. ] ETIMOLOGIA
ETIMOLOGIA gr anoreksía.
lat carpĕre. plástico-bolha
garoar plás·ti·co-bo·lha
ga·ro·ar sm
vint Cair garoa, chuviscar: Ontem, garoou à noitinha. [Verbo Material plástico, produzido em polietileno de baixa densida-
impessoal.] de, com bolhas de ar prensadas, utilizado na embalagem de pro-
INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES dutos diversos, proporcionando-lhes proteção. É também usado no
VAR: garuar. revestimento de pisos, antes da colocação de carpetes de madeira
ETIMOLOGIA e afins, conferindo-lhes isolação acústica.
der de garoa1+ar1. INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
Quando uma unidade lexical tem sua definição em outro ver- PL: plásticos-bolhas e plásticos-bolha.
bete, por ser sinônimo ou não ser o termo preferencial, a remissão ETIMOLOGIA
é indicada pela letra V (veja) seguida do verbete a consultar. Se a re- voc comp.
missão refere-se a determinada acepção, esta também é indicada. barão
guri ba·rão
gu·ri sm
sm 1 Título nobiliárquico imediatamente inferior ao de visconde:
1 REG (RS) Vmenino, acepção 1. “Lia-se no Jornal do Comércio que Sua Excelência fora agraciado
2 BOT Vguriri. pelo governo português com o título de Barão do Freixal […]” (AA1).
3 ZOOL Denominação comum aos peixes teleósteos silurifor- 2 ANT Senhor feudal, subordinado ao rei.
mes, da família dos ariídeos, encontrados em águas marinhas, com 3 ANT Homem ilustre por seus feitos e por sua riqueza.
o corpo revestido de escamas grossas, que formam uma couraça, 4 BOT Variedade de algodoeiro.
dotados de grandes barbilhões; uri. 5 Homem de muito poder: É o barão da pequena cidade.
ETIMOLOGIA 6 COLOQ Pessoa muito rica: Os barões vivem enclausurados em
tupi wyrí, como esp. suas mansões.
No final do verbete, numa seção denominada “Informações 7 Homem que se destaca em determinado ramo de negócios:
complementares”, registram-se os sinônimos, os antônimos, as va- “Os últimos brilhos do poente já iam e, a pedido do barão do café,
riantes, os plurais, os femininos, os aumentativos e os diminutivos fogueiras e tochas não deveriam ser acesas” (TM1).
irregulares e os superlativos absolutos sintéticos. Às vezes essas 8 OBSOL Cédula antiga de mil cruzeiros.
formas (antônimo, sinônimo, plural etc.) podem referir-se apenas a 9 ETNOL Entidade sobrenatural do boi de mamão.
uma acepção. Nesse caso, essa acepção é indicada. INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
molambento FEM: baronesa.
mo·lam·ben·to ETIMOLOGIA
adj lat baronem.
Que está em farrapos; roto e sujo. animal
adj sm a·ni·mal
Que ou aquele que se veste com farrapos. sm
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1 BIOL Ser vivo multicelular, dotado de movimento, de cresci- Tomate francês, BOT: tomate de forma e tamanho de um ovo,
mento limitado, com capacidade de responder a estímulos. de coloração vermelho-escura, de tom alaranjado no interior, con-
2 Ser animal destituído de razão; animal irracional. sistência firme, sabor levemente ácido, com sementes pretas.
3 COLOQ Pessoa insensível ou cruel. Tomate italiano, BOT: tomate pequeno, de formato geralmente
4 COLOQ Pessoa muito grosseira ou ignorante. cilíndrico, com a extremidade inferior pontuda. É adocicado e tem
5 Animal cavalar, especialmente o macho. menos sumo que a maioria das variedades dos tomates. É muito
6 FIG A natureza animal; animalidade. usado na preparação de molhos.
adj m+f Tomate seco, CUL: tomate cortado em duas metades, retiran-
1 Relativo ou pertencente aos animais. do-se as sementes, seco no forno ou ao sol, temperado com azeite,
2 Próprio de animal. orégano, sal e, frequentemente, alho. É comumente servido em sa-
3 Extraído ou obtido de animal. ladas ou como antepasto.
4 FIG Que se entrega aos prazeres do sexo; lascivo, libidinoso. fuga 2
INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES fu·ga
AUM (sm): animalaço, animalzão. EXPRESSÕES
DIM: animalzinho, animalejo, animálculo. Fuga escolar, MÚS: aquela com rígida observância das regras
EXPRESSÕES formais.
Animal inferior, ZOOL: animal invertebrado. Fuga real, MÚS: aquela cuja resposta não apresenta alterações
Animal irracional: qualquer animal, exceto o homem. intervalares em relação ao sujeito.
Animal sem fogo, REG (CE): cavalo ainda não marcado ou fer- Fuga tonal, MÚS: aquela cuja resposta apresenta alterações in-
rado. tervalares em relação ao sujeito.
Animal sem rabo, COLOQ: pessoa grosseira, mal-educada. Foram utilizados exemplos e abonações com o objetivo de au-
Animal superior: animal vertebrado. torizar o emprego das palavras. As abonações foram extraídas de
ETIMOLOGIA textos literários de autores brasileiros consagrados e estão transcri-
lat anĭmal. tas entre aspas, com a sigla que representa o autor e a obra entre
ágil parênteses. Os exemplos foram criados pela equipe de lexicógrafos
á·gil e são registrados em itálico.
adj m+f NOTA: Entenda o que significa cada sigla das abonações na se-
1 Que se movimenta com rapidez ou agilidade: “Firmo […] era ção “Abonações – obras e siglas” em “Como consultar”.
um mulato pachola, delgado de corpo e ágil como um cabrito […]” fadigar
(AA1). fa·di·gar
2 FIG Que tem raciocínio rápido; desembaraçado, ligeiro, pers- vtd e vpr Causar ou sentir fadiga; afadigar: A alta temperatu-
picaz. ra fadigou alguns corredores. O rapaz fadigou-se com o excesso de
3 Que atua ou trabalha com eficiência; diligente. trabalho.
INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
SUP ABS SINT: agílimo e agilíssimo. VAR: fatigar.
ANTÔN: moroso, sonolento, vagaroso. ETIMOLOGIA
ETIMOLOGIA der de fadiga+ ar1, como esp fatigar.
lat agĭlis. fabricação
Também são chamadas de subverbetes as expressões na es- fa·bri·ca·ção
trutura de um verbete. Elas estão destacadas ao final do verbete, sf
numa seção denominada “Expressões”. 1 Ação, processo ou arte de fabricar algo; fábrica, fabrico, ma-
barba nufatura: “Três meses mais tarde Mr. Chang Ling apareceria em
bar·ba Antares com a mulher e seus cinco filhos e mais três compatriotas
EXPRESSÕES seus, especialistas na fabricação de óleos comestíveis” (EV).
Barba a barba: em situação de confronto. 2 POR EXT O que resulta da fabricação; fabrico.
Barba de baleia, MAR: pequena haste ao lado do mastro da 3 Ação de inventar ou elaborar algo novo; criação, produção: É
proa, utilizada para disparos de cabos que prendem as velas. um mestre na fabricação de personagens.
Barba de bode: Vcavanhaque. 4 Ação de produzir de modo natural: A fabricação de anticor-
À barba, COLOQ: bem visível. pos pelo organismo é a sua principal defesa.
Fazer a barba: raspar a barba, barbear-se. 5 Produção ou criação de algo de modo ilícito, com o objetivo
Fazer barba, cabelo e bigode, ESP: vencer pelo menos três ve- de distorcer os fatos: A fabricação das provas era evidente.
zes o mesmo adversário em categorias diferentes em curto espaço EXPRESSÕES
de tempo. Fabricação em série: fabricação em grande escala, segundo es-
Nas barbas de: na presença de alguém, faltando-lhe o respeito. pecificações padronizadas.
Pôr as barbas de molho: agir com prevenção contra alguma si- ETIMOLOGIA
tuação perigosa. der de fabricar+ção, como esp fabricación.
Ter barbas: ser muito antigo. O campo destinado à etimologia do vocábulo está sempre no
tomate final do verbete, após a indicação “Etimologia” e nele há diversos
to·ma·te tipos de informação como a língua de origem, o étimo e os elemen-
EXPRESSÕES tos de composição.
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NOTA: Entenda como a etimologia dos vocábulos foi criada e – a redução de proparoxítonas a paroxítonas: Petrópis (Petró-
como está padronizada neste dicionário lendo a seção “Etimologia” polis), fórfi (fósforo), porva (pólvora), todas elas formas típicas de
em “Como consultar”. pessoas de baixa condição social.
astroquímica – A pronúncia do “l” final de sílaba como “u” (na maioria das
as·tro·quí·mi·ca regiões do Brasil) ou como “l” (em certas regiões do Rio Grande
sf do Sul e Santa Catarina) ou ainda como “r” (na linguagem caipira):
ASTROQ Estudo da composição química dos astros, baseado quintau, quintar, quintal; pastéu, paster, pastel; faróu, farór, farol.
especialmente nas análises espectroquímicas. – deslocamento do “r” no interior da sílaba: largato, preguntar,
ETIMOLOGIA estrupo, cardeneta, típicos de pessoas de baixa condição social.
voc comp do gr ástron+química, como ingl astrochemistry. – a queda do “r” final dos verbos, muito comum na linguagem
Fonte: michaelis.uol.com.br oral no português: falá, vendê, curti (em vez de curtir), compô.
– o acréscimo de vogal no início de certas palavras: eu me
alembro, o pássaro avoa, formas comuns na linguagem clássica,
VOCABULÁRIO: NEOLOGISMOS, ARCAÍSMOS, hoje frequentes na fala caipira.
ESTRANGEIRISMOS – a queda de sons no início de palavras: ocê, cê, ta, tava, marelo
(amarelo), margoso (amargoso), características na linguagem oral
coloquial.
É possível encontrar no Brasil diversas variações linguísticas,
como na linguagem regional. Elas reúnem as variantes da língua Variações Sintáticas
que foram criadas pelos homens e são reinventadas a cada dia. Correlação entre as palavras da frase. No domínio da sintaxe,
Delas surgem as variações que envolvem vários aspectos histó- como no da morfologia, não são tantas as diferenças entre uma va-
ricos, sociais, culturais, geográficos, entre outros. riante e outra. Como exemplo, podemos citar:
Nenhuma língua é usada de maneira uniforme por todos os – a substituição do pronome relativo “cujo” pelo pronome
seus falantes em todos os lugares e em qualquer situação. Sabe-se “que” no início da frase mais a combinação da preposição “de” com
que, numa mesma língua, há formas distintas para traduzir o mes- o pronome “ele” (=dele): É um amigo que eu já conhecia a família
mo significado dentro de um mesmo contexto. dele (em vez de cuja família eu já conhecia).
As variações que distinguem uma variante de outra se mani- – a mistura de tratamento entre tu e você, sobretudo quando
festam em quatro planos distintos, a saber: fônico, morfológico, se trata de verbos no imperativo: Entra, que eu quero falar com
sintático e lexical. você (em vez de contigo); Fala baixo que a sua (em vez de tua) voz
me irrita.
Variações Morfológicas – ausência de concordância do verbo com o sujeito: Eles che-
Ocorrem nas formas constituintes da palavra. As diferenças en- gou tarde (em grupos de baixa extração social); Faltou naquela se-
tre as variantes não são tantas quanto as de natureza fônica, mas mana muitos alunos; Comentou-se os episódios.
não são desprezíveis. Como exemplos, podemos citar: – o uso de pronomes do caso reto com outra função que não
– uso de substantivos masculinos como femininos ou vice-ver- a de sujeito: encontrei ele (em vez de encontrei-o) na rua; não irão
sa: duzentas gramas de presunto (duzentos), a champanha (o cham- sem você e eu (em vez de mim); nada houve entre tu (em vez de
panha), tive muita dó dela (muito dó), mistura do cal (da cal). ti) e ele.
– a omissão do “s” como marca de plural de substantivos e ad- – o uso do pronome lhe como objeto direto: não lhe (em vez de
jetivos (típicos do falar paulistano): os amigo e as amiga, os livro “o”) convidei; eu lhe (em vez de “o”) vi ontem.
indicado, as noite fria, os caso mais comum. – a ausência da preposição adequada antes do pronome relati-
– o enfraquecimento do uso do modo subjuntivo: Espero que o vo em função de complemento verbal: são pessoas que (em vez de:
Brasil reflete (reflita) sobre o que aconteceu nas últimas eleições; Se de que) eu gosto muito; este é o melhor filme que (em vez de a que)
eu estava (estivesse) lá, não deixava acontecer; Não é possível que eu assisti; você é a pessoa que (em vez de em que) eu mais confio.
ele esforçou (tenha se esforçado) mais que eu.
– o uso do prefixo hiper- em vez do sufixo -íssimo para criar o Variações Léxicas
superlativo de adjetivos, recurso muito característico da linguagem Conjunto de palavras de uma língua. As variantes do plano do
jovem urbana: um cara hiper-humano (em vez de humaníssimo), léxico, como as do plano fônico, são muito numerosas e caracteri-
uma prova hiperdifícil (em vez de dificílima), um carro hiperpossan- zam com nitidez uma variante em confronto com outra. São exem-
te (em vez de possantíssimo). plos possíveis de citar:
– a conjugação de verbos irregulares pelo modelo dos regula- – as diferenças lexicais entre Brasil e Portugal são tantas e, às
res: ele interviu (interveio), se ele manter (mantiver), se ele ver (vir) vezes, tão surpreendentes, que têm sido objeto de piada de lado a
o recado, quando ele repor (repuser). lado do Oceano. Em Portugal chamam de cueca aquilo que no Brasil
– a conjugação de verbos regulares pelo modelo de irregulares: chamamos de calcinha; o que chamamos de fila no Brasil, em Por-
vareia (varia), negoceia (negocia). tugal chamam de bicha; café da manhã em Portugal se diz pequeno
almoço; camisola em Portugal traduz o mesmo que chamamos de
Variações Fônicas suéter, malha, camiseta.
Ocorrem no modo de pronunciar os sons constituintes da pala- – a escolha do adjetivo maior em vez do advérbio muito para
vra. Entre esses casos, podemos citar: formar o grau superlativo dos adjetivos, características da lingua-
gem jovem de alguns centros urbanos: maior legal; maior difícil;
Esse amigo é um carinha maior esforçado.
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Designações das Variantes Lexicais: Deverão, contudo, ser grafadas com algum sinal indicativo da
– Arcaísmo: palavras que já caíram de uso. Por exemplo, um sua condição de expressão de outro idioma: em itálico, entre aspas,
bobalhão era chamado de coió ou bocó; em vez de refrigerante usa- sublinhadas, em negrito. Confira exemplos das principais palavras e
va-se gasosa; algo muito bom, de qualidade excelente, era supimpa. expressões latinas usadas atualmente na língua portuguesa:
– Neologismo: contrário do arcaísmo. São palavras recém-cria- Ab initio: desde o princípio.
das, muitas das quais mal ou nem entraram para os dicionários. A A contrario sensu: em sentido contrário, pela razão contrária.
na computação tem vários exemplos, como escanear, deletar, printar. A posteriori: pelo que segue, depois de um fato. Diz-se do ra-
– Estrangeirismo: emprego de palavras emprestadas de outra ciocínio que se remonta do efeito à causa.
língua, que ainda não foram aportuguesadas, preservando a forma A priori: segundo um princípio anterior, admitido como eviden-
de origem. Nesse caso, há muitas expressões latinas, sobretudo da te; antes de argumentar, sem prévio conhecimento.
linguagem jurídica, tais como: habeas-corpus (literalmente, “tenhas Apud: em, junto a, junto em. Emprega-se em citações indiretas,
o corpo” ou, mais livremente, “estejas em liberdade”), ipso facto isto é, citações colhidas numa obra.
(“pelo próprio fato de”, “por isso mesmo. Carpe Diem: “Aproveita o dia”. (Aviso para que não desperdi-
As palavras de origem inglesas são várias: feeling (“sensibilida- cemos o tempo).
de”, capacidade de percepção), briefing (conjunto de informações Curriculum Vitae: conjuntos de dados relativos ao estado civil,
básicas). ao preparo profissional e às atividades anteriores de quem se can-
– Jargão: vocabulário típico de um campo profissional como a didata a um emprego.
medicina, a engenharia, a publicidade, o jornalismo. Furo é notícia Data venia: concedida a licença, com a devida vênia. É uma ex-
dada em primeira mão. Quando o furo se revela falso, foi uma bar- pressão respeitosa com que se inicia uma argumentação discordan-
riga. te da de outrem.
– Gíria: vocabulário especial de um grupo que não deseja ser Et cetera (ou Et caetera) (abrev.: etc.): e as outras coisas, e os
entendido por outros grupos ou que pretende marcar sua identida- outros, e assim por diante. Apesar de seu sentido etimológico (= e
de por meio da linguagem. Por exemplo, levar um lero (conversar). outras coisas), emprega-se, atualmente, não somente após nomes
– Preciosismo: é um léxico excessivamente erudito, muito raro: de coisas, mas também de pessoas, como expressão continuativa.
procrastinar (em vez de adiar); cinesíforo (em vez de motorista). Exempli gratia: por exemplo. É expressão sinônima de Verbi
– Vulgarismo: o contrário do preciosismo, por exemplo, de saco gratia.
cheio (em vez de aborrecido), se ferrou (em vez de se deu mal, ar- Habeas corpus: “Que tenhas o corpo”. Meio extraordinário de
ruinou-se). garantir e proteger todo aquele que sofre violência ou ameaça de
constrangimento ilegal na sua liberdade de locomoção, por parte
Tipos de Variação de qualquer autoridade legítima.
As variações mais importantes, são as seguintes: Habeas data: “Que tenha os dados”, “Que conheça os dados”.
– Sociocultural: Esse tipo de variação pode ser percebido com Trata-se de garantia ativa dos direitos fundamentais, que se destina
certa facilidade. a assegurar:
– Geográfica: é, no Brasil, bastante grande. Ao conjunto das a) o conhecimento de informações relativas à pessoa do impe-
características da pronúncia de uma determinada região dá-se o trante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
nome de sotaque: sotaque mineiro, sotaque nordestino, sotaque governamentais ou de caráter público;
gaúcho etc. b) a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por pro-
– De Situação: são provocadas pelas alterações das circunstân- cesso sigiloso, judicial ou administrativo.
cias em que se desenrola o ato de comunicação. Um modo de falar Homo sapiens: homem sábio; nome da espécie humana na no-
compatível com determinada situação é incompatível com outra menclatura de Lineu.
– Histórica: as línguas se alteram com o passar do tempo e com Id est: isto é, quer dizer. Às vezes, aparece abreviadamente
o uso. Muda a forma de falar, mudam as palavras, a grafia e o senti- (i.e.).
do delas. Essas alterações recebem o nome de variações históricas. In memoriam: em comemoração, para memória, para lembran-
ça.
In posterum: no futuro.
LATINISMOS In terminis: no fim. Decisão final que encerra o processo.
In verbis: nestes termos, nestas palavras. Emprega-se para ex-
primir as citações ou as referências feitas com as palavras da pessoa
EXPRESSÕES E VOCÁBULOS LATINOS que se citou ou do texto a que se alude.
Embora muitos gramáticos e estudiosos da língua defendam Ipsis Verbis: pelas próprias palavras, exatamente, sem tirar nem
que se deve privilegiar o uso de palavras em português, diversas pôr.
palavras e expressões latinas são usadas diariamente pelos falantes Lato sensu: em sentido amplo, em sentido geral.
da língua, quer em linguagem formal ou de áreas específicas, quer Per capita: por cabeça, para cada indivíduo.
em linguagem informal. Quorum: número mínimo de membros presentes necessário
As expressões latinas não sofrem processos de aportuguesa- para que uma assembleia possa funcionar ou deliberar regularmen-
mento, devendo assim ser escritas em sua forma original, sem qual- te.
quer tentativa de aproximação às regras ortográficas e fonológicas Sic: assim, assim mesmo, exatamente. Pospõe-se a uma cita-
da língua portuguesa. ção, ou nela se intercala, entre parênteses ou entre colchetes, para
indicar que o texto original é da forma que aparece.
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Statu quo: “No estado em que”. Emprega-se, na linguagem jurí- – Nos sufixos “ês” e “esa”, quando designarem origem, título ou
dica, para indicar a forma, a situação ou a posição em que se encon- nacionalidade. Exemplo: marquês/marquesa, holandês/holandesa,
tra certa questão ou coisa em determinado momento. burguês/burguesa.
Stricto sensu: em sentido restrito, em sentido literal. – Nas palavras derivadas de outras cujo radical já apresenta “s”.
Verbi gratia: por exemplo. Exemplo: casa – casinha – casarão; análise – analisar.
Verbum ad verbum: palavra por palavra, textualmente, literal-
mente. Porque, Por que, Porquê ou Por quê?
– Porque (junto e sem acento): é conjunção explicativa, ou seja,
indica motivo/razão, podendo substituir o termo pois. Portanto,
ORTOGRAFIA toda vez que essa substituição for possível, não haverá dúvidas de
que o emprego do porque estará correto. Exemplo: Não choveu,
porque/pois nada está molhado.
— Definições – Por que (separado e sem acento): esse formato é empregado
Com origem no idioma grego, no qual orto significa “direito”, para introduzir uma pergunta ou no lugar de “o motivo pelo qual”,
“exato”, e grafia quer dizer “ação de escrever”, ortografia é o nome para estabelecer uma relação com o termo anterior da oração.
dado ao sistema de regras definido pela gramática normativa que Exemplos: Por que ela está chorando? / Ele explicou por que do
indica a escrita correta das palavras. Já a Ortografia Oficial se refere cancelamento do show.
às práticas ortográficas que são consideradas oficialmente como – Porquê (junto e com acento): trata-se de um substantivo e,
adequadas no Brasil. Os principais tópicos abordados pela ortografia por isso, pode estar acompanhado por artigo, adjetivo, pronome
são: o emprego de acentos gráficos que sinalizam vogais tônicas, ou numeral. Exemplo: Não ficou claro o porquê do cancelamento
abertas ou fechadas; os processos fonológicos (crase/acento grave); do show.
os sinais de pontuação elucidativos de funções sintáticas da língua e – Por quê (separado e com acento): deve ser empregado ao
decorrentes dessas funções, entre outros. fim de frases interrogativas. Exemplo: Ela foi embora novamente.
Os acentos: esses sinais modificam o som da letra sobre Por quê?
a qual recaem, para que palavras com grafia similar possam
ter leituras diferentes, e, por conseguinte, tenham significados Parônimos e homônimos
distintos. Resumidamente, os acentos são agudo (deixa o som da – Parônimos: são palavras que se assemelham na grafia e na
vogal mais aberto), circunflexo (deixa o som fechado), til (que faz pronúncia, mas se divergem no significado. Exemplos: absolver
com que o som fique nasalado) e acento grave (para indicar crase). (perdoar) e absorver (aspirar); aprender (tomar conhecimento) e
O alfabeto: é a base de qualquer língua. Nele, estão apreender (capturar).
estabelecidos os sinais gráficos e os sons representados por cada – Homônimos: são palavras com significados diferentes, mas
um dos sinais; os sinais, por sua vez, são as vogais e as consoantes. que divergem na pronúncia. Exemplos: “gosto” (substantivo) e
As letras K, Y e W: antes consideradas estrangeiras, essas letras “gosto” (verbo gostar) / “este” (ponto cardeal) e “este” (pronome
foram integradas oficialmente ao alfabeto do idioma português demonstrativo).
brasileiro em 2009, com a instauração do Novo Acordo Ortográfico.
As possibilidades da vogal Y e das consoantes K e W são, basicamente,
para nomes próprios e abreviaturas, como abaixo: ACENTUAÇÃO GRÁFICA
– Para grafar símbolos internacionais e abreviações, como Km
(quilômetro), W (watt) e Kg (quilograma).
– Para transcrever nomes próprios estrangeiros ou seus — Definição
derivados na língua portuguesa, como Britney, Washington, Nova A acentuação gráfica consiste no emprego do acento nas
York. palavras grafadas com a finalidade de estabelecer, com base nas
regras da língua, a intensidade e/ou a sonoridade das palavras.
Relação som X grafia: confira abaixo os casos mais complexos Isso quer dizer que os acentos gráficos servem para indicar a sílaba
do emprego da ortografia correta das palavras e suas principais tônica de uma palavra ou a pronúncia de uma vogal. De acordo com
regras: as regras gramaticais vigentes, são quatro os acentos existentes na
«ch” ou “x”?: deve-se empregar o X nos seguintes casos: língua portuguesa:
– Em palavras de origem africana ou indígena. Exemplo: oxum, – Acento agudo: Indica que a sílaba tônica da palavra tem som
abacaxi. aberto. Ex.: área, relógio, pássaro.
– Após ditongos. Exemplo: abaixar, faixa. – Acento circunflexo: Empregado acima das vogais “a” e” e
– Após a sílaba inicial “en”. Exemplo: enxada, enxergar. “o”para indicar sílaba tônica em vogal fechada. Ex.: acadêmico,
– Após a sílaba inicial “me”. Exemplo: mexilhão, mexer, âncora, avô.
mexerica. – Acento grave/crase: Indica a junção da preposição “a” com
o artigo “a”. Ex: “Chegamos à casa”. Esse acento não indica sílaba
s” ou “x”?: utiliza-se o S nos seguintes casos tônica!
– Nos sufixos “ese”, “isa”, “ose”. Exemplo: síntese, avisa, – Til: Sobre as vogais “a” e “o”, indica que a vogal de determinada
verminose. palavra tem som nasal, e nem sempre recai sobre a sílaba tônica.
– Nos sufixos “ense”, “osa” e “oso”, quando formarem adjetivos. Exemplo: a palavra órfã tem um acento agudo, que indica que a
Exemplo: amazonense, formosa, jocoso.
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sílaba forte é “o” (ou seja, é acento tônico), e um til (˜), que indica Acentuação das palavras Proparoxítonas
que a pronúncia da vogal “a” é nasal, não oral. Outro exemplo Classificam-se assim as palavras cuja antepenúltima sílaba é
semelhante é a palavra bênção. tônica, e todas recebem acento, sem exceções. Ex.: ácaro, árvore,
bárbaro, cálida, exército, fétido, lâmpada, líquido, médico, pássaro,
— Monossílabas Tônicas e Átonas tática, trânsito.
Mesmo as palavras com apenas uma sílaba podem sofrer
alteração de intensidade de voz na sua pronúncia. Exemplo: observe Ditongos e Hiatos
o substantivo masculino “dó” e a preposição “do” (contração Acentuam-se:
da preposição “de” + artigo “o”). Ao comparar esses termos, – Oxítonas com sílaba tônica terminada em abertos “_éu”,
percebermos que o primeiro soa mais forte que o segundo, ou seja, “_éi” ou “_ói”, sucedidos ou não por “_s”. Ex.: anéis, fiéis, herói,
temos uma monossílaba tônica e uma átona, respectivamente. mausoléu, sóis, véus.
Diante de palavras monossílabas, a dica para identificar se é tônica – As letras “_i” e “_u” quando forem a segunda vogal tônica de
(forte) ou fraca átona (fraca) é pronunciá-las em uma frase, como um hiato e estejam isoladas ou sucedidas por “_s” na sílaba. Ex.: caí
abaixo: (ca-í), país (pa-ís), baú (ba-ú).
“Sinto grande dó ao vê-la sofrer.”
“Finalmente encontrei a chave do carro.” Não se acentuam:
– A letra “_i”, sempre que for sucedida por de “_nh”. Ex.:
Recebem acento gráfico: moinho, rainha, bainha.
– As monossílabas tônicas terminadas em: -a(s) → pá(s), má(s); – As letras “_i” e o “_u” sempre que aparecerem repetidas. Ex.:
-e(s) → pé(s), vê(s); -o(s) → só(s), pôs. juuna, xiita. xiita.
– As monossílabas tônicas formados por ditongos abertos -éis, – Hiatos compostos por “_ee” e “_oo”. Ex.: creem, deem, leem,
-éu, -ói. Ex: réis, véu, dói. enjoo, magoo.
Hoje: Ela sempre para para ver a banda passar. [verbo / “Refiro-me a você. (sem crase) – Apaixonei-me por você /
preposição] Gosto de você / Penso em você.”
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Já a exposição de motivos que submeta à consideração do do anexo para as exposições de motivos que proponham a adoção
Presidente da República a sugestão de alguma medida a ser adotada de alguma medida ou a edição de ato normativo tem como
ou a que lhe apresente projeto de ato normativo – embora sigam finalidade:
também a estrutura do padrão ofício –, além de outros comentários a) permitir a adequada reflexão sobre o problema que se busca
julgados pertinentes por seu autor, devem, obrigatoriamente, resolver;
apontar: b) ensejar mais profunda avaliação das diversas causas do
a) na introdução: o problema que está a reclamar a adoção da problema e dos efeitos que pode ter a adoção da medida ou a
medida ou do ato normativo proposto; edição do ato, em consonância com as questões que devem ser
b) no desenvolvimento: o porquê de ser aquela medida ou analisadas na elaboração de proposições normativas no âmbito do
aquele ato normativo o ideal para se solucionar o problema, e Poder Executivo (v. 10.4.3.).
eventuais alternativas existentes para equacioná-lo; c) conferir perfeita transparência aos atos propostos.
c) na conclusão, novamente, qual medida deve ser tomada, ou
qual ato normativo deve ser editado para solucionar o problema. Dessa forma, ao atender às questões que devem ser analisadas
na elaboração de atos normativos no âmbito do Poder Executivo,
Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à exposição o texto da exposição de motivos e seu anexo complementam-se
de motivos, devidamente preenchido, de acordo com o seguinte e formam um todo coeso: no anexo, encontramos uma avaliação
modelo previsto no Anexo II do Decreto no 4.176, de 28 de março profunda e direta de toda a situação que está a reclamar a adoção
de 2002. de certa providência ou a edição de um ato normativo; o problema a
Anexo à Exposição de Motivos do (indicar nome do Ministério ser enfrentado e suas causas; a solução que se propõe, seus efeitos
ou órgão equivalente) nº de 200. e seus custos; e as alternativas existentes. O texto da exposição de
motivos fica, assim, reservado à demonstração da necessidade da
1. Síntese do problema ou da situação que reclama providências providência proposta: por que deve ser adotada e como resolverá o
2. Soluções e providências contidas no ato normativo ou na problema. Nos casos em que o ato proposto for questão de pessoal
medida proposta (nomeação, promoção, ascensão, transferência, readaptação, reversão,
3. Alternativas existentes às medidas propostas aproveitamento, reintegração, recondução, remoção, exoneração,
Mencionar: demissão, dispensa, disponibilidade, aposentadoria), não é necessário
- Se há outro projeto do Executivo sobre a matéria; o encaminhamento do formulário de anexo à exposição de motivos.
- Se há projetos sobre a matéria no Legislativo; Ressalte-se que:
- Outras possibilidades de resolução do problema. – A síntese do parecer do órgão de assessoramento jurídico
não dispensa o encaminhamento do parecer completo;
4. Custos – O tamanho dos campos do anexo à exposição de motivos
Mencionar: pode ser alterado de acordo com a maior ou menor extensão dos
- Se a despesa decorrente da medida está prevista na lei comentários a serem ali incluídos.
orçamentária anual; se não, quais as alternativas para custeá-la;
- Se é o caso de solicitar-se abertura de crédito extraordinário, Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha presente que
especial ou suplementar; a atenção aos requisitos básicos da redação oficial (clareza, concisão,
- Valor a ser despendido em moeda corrente; impessoalidade, formalidade, padronização e uso do padrão culto de
linguagem) deve ser redobrada. A exposição de motivos é a principal
5. Razões que justificam a urgência (a ser preenchido somente modalidade de comunicação dirigida ao Presidente da República pelos
se o ato proposto for medido provisória ou projeto de lei que deva Ministros. Além disso, pode, em certos casos, ser encaminhada cópia
tramitar em regime de urgência) ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário ou, ainda, ser publicada
Mencionar: no Diário Oficial da União, no todo ou em parte.
- Se o problema configura calamidade pública;
- Por que é indispensável a vigência imediata; Mensagem
- Se se trata de problema cuja causa ou agravamento não
tenham sido previstos; — Definição e Finalidade
- Se se trata de desenvolvimento extraordinário de situação já É o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos
prevista. Poderes Públicos, notadamente as mensagens enviadas pelo Chefe
do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato
6. Impacto sobre o meio ambiente (sempre que o ato ou da Administração Pública; expor o plano de governo por ocasião
medida proposta possa vir a tê-lo) da abertura de sessão legislativa; submeter ao Congresso Nacional
7. Alterações propostas matérias que dependem de deliberação de suas Casas; apresentar
8. Síntese do parecer do órgão jurídico veto; enfim, fazer e agradecer comunicações de tudo quanto seja de
Com base em avaliação do ato normativo ou da medida interesse dos poderes públicos e da Nação. Minuta de mensagem
proposta à luz das questões levantadas no item 10.4.3. pode ser encaminhada pelos Ministérios à Presidência da República,
A falta ou insuficiência das informações prestadas pode a cujas assessorias caberá a redação final. As mensagens mais
acarretar, a critério da Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa usuais do Poder Executivo ao Congresso Nacional têm as seguintes
Civil, a devolução do projeto de ato normativo para que se complete finalidades:
o exame ou se reformule a proposta. O preenchimento obrigatório
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a) encaminhamento de projeto de lei ordinária, complementar art. 223 já define o prazo da tramitação. Além do ato de outorga
ou financeira. Os projetos de lei ordinária ou complementar são ou renovação, acompanha a mensagem o correspondente processo
enviados em regime normal (Constituição, art. 61) ou de urgência administrativo.
(Constituição, art. 64, §§ 1o a 4o). Cabe lembrar que o projeto pode f) encaminhamento das contas referentes ao exercício anterior.
ser encaminhado sob o regime normal e mais tarde ser objeto de O Presidente da República tem o prazo de sessenta dias após a
nova mensagem, com solicitação de urgência. Em ambos os casos, abertura da sessão legislativa para enviar ao Congresso Nacional as
a mensagem se dirige aos Membros do Congresso Nacional, mas contas referentes ao exercício anterior (Constituição, art. 84, XXIV),
é encaminhada com aviso do Chefe da Casa Civil da Presidência para exame e parecer da Comissão Mista permanente (Constituição,
da República ao Primeiro Secretário da Câmara dos Deputados, art. 166, § 1o), sob pena de a Câmara dos Deputados realizar a
para que tenha início sua tramitação (Constituição, art. 64, caput). tomada de contas (Constituição, art. 51, II), em procedimento
Quanto aos projetos de lei financeira (que compreendem plano disciplinado no art. 215 do seu Regimento Interno.
plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamentos anuais e créditos g) mensagem de abertura da sessão legislativa.
adicionais), as mensagens de encaminhamento dirigem-se aos Ela deve conter o plano de governo, exposição sobre a situação
Membros do Congresso Nacional, e os respectivos avisos são do País e solicitação de providências que julgar necessárias
endereçados ao Primeiro Secretário do Senado Federal. A razão (Constituição, art. 84, XI). O portador da mensagem é o Chefe
é que o art. 166 da Constituição impõe a deliberação congressual da Casa Civil da Presidência da República. Esta mensagem difere
sobre as leis financeiras em sessão conjunta, mais precisamente, das demais porque vai encadernada e é distribuída a todos os
“na forma do regimento comum”. E à frente da Mesa do Congresso Congressistas em forma de livro.
Nacional está o Presidente do Senado Federal (Constituição, art. h) comunicação de sanção (com restituição de autógrafos).
57, § 5o), que comanda as sessões conjuntas. As mensagens aqui Esta mensagem é dirigida aos Membros do Congresso Nacional,
tratadas coroam o processo desenvolvido no âmbito do Poder encaminhada por Aviso ao Primeiro Secretário da Casa onde se
Executivo, que abrange minucioso exame técnico, jurídico e originaram os autógrafos. Nela se informa o número que tomou a
econômico-financeiro das matérias objeto das proposições por lei e se restituem dois exemplares dos três autógrafos recebidos,
elas encaminhadas. Tais exames materializam-se em pareceres dos nos quais o Presidente da República terá aposto o despacho de
diversos órgãos interessados no assunto das proposições, entre eles sanção.
o da Advocacia-Geral da União. Mas, na origem das propostas, as i) comunicação de veto.
análises necessárias constam da exposição de motivos do órgão Dirigida ao Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 66,
onde se geraram (v. 3.1. Exposição de Motivos) – exposição que § 1o), a mensagem informa sobre a decisão de vetar, se o veto é
acompanhará, por cópia, a mensagem de encaminhamento ao parcial, quais as disposições vetadas, e as razões do veto. Seu texto
Congresso. vai publicado na íntegra no Diário Oficial da União (v. 4.2. Forma e
b) encaminhamento de medida provisória. Estrutura), ao contrário das demais mensagens, cuja publicação se
Para dar cumprimento ao disposto no art. 62 da Constituição, restringe à notícia do seu envio ao Poder Legislativo. (v. 19.6.Veto)
o Presidente da República encaminha mensagem ao Congresso, j) outras mensagens.
dirigida a seus membros, com aviso para o Primeiro Secretário do
Senado Federal, juntando cópia da medida provisória, autenticada Também são remetidas ao Legislativo com regular frequência
pela Coordenação de Documentação da Presidência da República. mensagens com:
c) indicação de autoridades. – Encaminhamento de atos internacionais que acarretam
As mensagens que submetem ao Senado Federal a indicação encargos ou compromissos gravosos (Constituição, art. 49, I);
de pessoas para ocuparem determinados cargos (magistrados dos – Pedido de estabelecimento de alíquotas aplicáveis às
Tribunais Superiores, Ministros do TCU, Presidentes e Diretores operações e prestações interestaduais e de exportação
do Banco Central, Procurador-Geral da República, Chefes de (Constituição, art. 155, § 2o, IV);
Missão Diplomática, etc.) têm em vista que a Constituição, no seu – Proposta de fixação de limites globais para o montante da
art. 52, incisos III e IV, atribui àquela Casa do Congresso Nacional dívida consolidada (Constituição, art. 52, VI);
competência privativa para aprovar a indicação. O curriculum vitae – Pedido de autorização para operações financeiras externas
do indicado, devidamente assinado, acompanha a mensagem. (Constituição, art. 52, V); e outros.
d) pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-
Presidente da República se ausentarem do País por mais de 15 dias. Entre as mensagens menos comuns estão as de:
Trata-se de exigência constitucional (Constituição, art. 49, III, e 83), – Convocação extraordinária do Congresso Nacional
e a autorização é da competência privativa do Congresso Nacional. (Constituição, art. 57, § 6o);
O Presidente da República, tradicionalmente, por cortesia, quando – Pedido de autorização para exonerar o Procurador-Geral da
a ausência é por prazo inferior a 15 dias, faz uma comunicação a República (art. 52, XI, e 128, § 2o);
cada Casa do Congresso, enviando-lhes mensagens idênticas. – Pedido de autorização para declarar guerra e decretar
e) encaminhamento de atos de concessão e renovação de mobilização nacional (Constituição, art. 84, XIX);
concessão de emissoras de rádio e TV. A obrigação de submeter – Pedido de autorização ou referendo para celebrar a paz
tais atos à apreciação do Congresso Nacional consta no inciso XII (Constituição, art. 84, XX);
do artigo 49 da Constituição. Somente produzirão efeitos legais a – Justificativa para decretação do estado de defesa ou de sua
outorga ou renovação da concessão após deliberação do Congresso prorrogação (Constituição, art. 136, § 4o);
Nacional (Constituição, art. 223, § 3o). Descabe pedir na mensagem – Pedido de autorização para decretar o estado de sítio
a urgência prevista no art. 64 da Constituição, porquanto o § 1o do (Constituição, art. 137);
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Em resumo: estabelecer a autonomia literária é descobrir os mo- principal preocupação dos jesuítas era o trabalho de catequese, ob-
mentos em que as formas e artifícios literários se prestam a fixar a jetivo que determinou toda a sua produção literária, tanto na poe-
nova visão estética da nova realidade. Assim, a literatura, ao invés de sia quanto no teatro. Mesmo assim, do ponto de vista estético, foi a
períodos cronológicos, deverá ser dividida, desde o seu nascedouro, melhor produção literária do Quinhentismo brasileiro. Além da po-
de acordo com os estilos correspondentes às suas diversas fases, do esia de devoção, os jesuítas cultivaram o teatro de caráter pedagó-
Quinhentismo ao Modernismo, até a fase da contemporaneidade. gico, baseado em trechos bíblicos, e as cartas que informavam aos
Duas eras - A literatura brasileira tem sua história dividida em superiores na Europa sobre o andamento dos trabalhos na colônia.
duas grandes eras, que acompanham a evolução política e econô- Não se pode comentar, no entanto, a literatura dos jesuítas
mica do país: a Era Colonial e a Era Nacional, separadas por um sem referências ao que o padre José de Anchieta representa para o
período de transição, que corresponde à emancipação política do Quinhentismo brasileiro. Chamado pelos índios de «Grande Piahy»
Brasil. As eras apresentam subdivisões chamadas escolas literárias (supremo pajé branco), Anchieta veio para o Brasil em 1553 e, no
ou estilos de época. ano seguinte, fundou um colégio no planalto paulista, a partir do
A Era Colonial abrange o Quinhentismo (de 1500, ano do des- qual surgiu a cidade de São Paulo.
cobrimento, a 1601), o Seiscentismo ou Barroco (de 1601 a 1768), Ao realizar um exaustivo trabalho de catequese, José de An-
o Setecentismo (de 1768 a 1808) e o período de Transição (de 1808 chieta deixou uma fabulosa herança literária: a primeira gramática
a 1836). A Era Nacional, por sua vez, envolve o Romantismo (de do tupi-guarani, insuperável cartilha para o ensino da língua dos na-
1836 a 1881), o Realismo (de 1881 a 1893), o Simbolismo (de 1893 a tivos; várias poesias no estilo do verso medieval; e diversos autos,
1922) e o Modernismo (de 1922 a 1945). A partir daí o que está em segundo o modelo deixado pelo poeta português Gil Vicente, que
estudo é a contemporaneidade da literatura brasileira. agrega à moral religiosa católica os costumes dos indígenas, sempre
com a preocupação de caracterizar os extremos, como o bem e o
O Quinhentismo mal, o anjo e o diabo.
Essa expressão é a denominação genérica de todas as manifes-
tações literárias ocorridas no Brasil durante o século XVI, correspon- O Barroco
dendo à introdução da cultura europeia em terras brasileiras. Não O Barroco no Brasil tem seu marco inicial em 1601, com a pu-
se pode falar em uma literatura “do” Brasil, como característica do blicação do poema épico «Prosopopeia”, de Bento Teixeira, que in-
País naquele período, mas sim em literatura “no” Brasil – uma lite- troduz definitivamente o modelo da poesia camoniana em nossa
ratura ligada ao Brasil, mas que denota as ambições e as intenções literatura. Estende-se por todo o século XVII e início do XVIII.
do homem europeu. Embora o Barroco brasileiro seja datado de 1768, com a fun-
No quinhentismo, o que se demonstrava era o momento histó- dação da Arcádia Ultramarina e a publicação do livro “Obras”, de
rico vivido pela Península Ibérica, que abrangia uma literatura infor- Cláudio Manuel da Costa, o movimento academicista ganha corpo
mativa e uma literatura dos jesuítas, como principais manifestações a partir de 1724, com a fundação da Academia Brasílica dos Esque-
literárias no século XVI. Quem produzia literatura naquele período cidos. Este fato assinala a decadência dos valores defendidos pelo
estava com os olhos voltados para as riquezas materiais (ouro, pra- Barroco e a ascensão do movimento árcade. O termo barroco de-
ta, ferro, madeira etc.), enquanto a literatura dos jesuítas preocupa- nomina genericamente todas as manifestações artísticas dos anos
va-se com o trabalho de catequese. de 1600 e início dos anos de 1700. Além da literatura, estende-se à
Com exceção da carta de Pero Vaz de Caminha, considerada o música, pintura, escultura e arquitetura da época.
primeiro documento da literatura no Brasil, as principais crônicas da Antes do texto de Bento Teixeira, os sinais mais evidentes da
literatura informativa datam da segunda metade do século XVI, fato influência da poesia barroca no Brasil surgiram a partir de 1580 e
compreensível, já que a colonização só pode ser contada a partir de começaram a crescer nos anos seguintes ao domínio espanhol na
1530. A literatura jesuítica, por seu lado, também caracteriza o fi- Península Ibérica, já que é a Espanha a responsável pela unificação
nal do Quinhentismo, tendo esses religiosos pisado o solo brasileiro dos reinos da região, o principal foco irradiador do novo estilo po-
somente em 1549. ético.
A literatura informativa, também chamada de literatura dos O quadro brasileiro se completa no século XVII, com a presen-
viajantes ou dos cronistas, reflexo das grandes navegações, empe- ça cada vez mais forte dos comerciantes, com as transformações
nha-se em fazer um levantamento da terra nova, de sua flora, fau- ocorridas no Nordeste em consequência das invasões holandesas e,
na, de sua gente. É, portanto, uma literatura meramente descritiva finalmente, com o apogeu e a decadência da cana-de-açúcar,
e, como tal, sem grande valor literário Uma das principais referências do barroco brasileiro é Gregório
A principal característica dessa manifestação é a exaltação da de Matos Guerra, poeta baiano que cultivou com a mesma beleza
terra, resultante do assombro do europeu que vinha de um mundo tanto o estilo cultista quanto o conceptista (o cultismo é marcado
temperado e se defrontava com o exotismo e a exuberância de um pela linguagem rebuscada, extravagante, enquanto o conceptismo
mundo tropical. Com relação à linguagem, o louvor à terra aparece caracteriza-se pelo jogo de ideias, de conceitos. O primeiro valo-
no uso exagerado de adjetivos, quase sempre empregados no su- riza o pormenor, enquanto o segundo segue um raciocínio lógico,
perlativo (belo é belíssimo, lindo é lindíssimo etc.) racionalista)
O melhor exemplo da escola quinhentista brasileira é Pero Vaz Na poesia lírica e religiosa, Gregório de Matos deixa claro cer-
de Caminha. Sua “Carta a El Rei Dom Manuel sobre o achamento do to idealismo renascentista, colocado ao lado do conflito (como de
Brasil”, além do inestimável valor histórico, é um trabalho de bom hábito na época) entre o pecado e o perdão, buscando a pureza da
nível literário. O texto da carta mostra claramente o duplo objetivo fé, mas tendo ao mesmo tempo necessidade de viver a vida mun-
que, segundo Caminha, impulsionava os portugueses para as aven- dana. Contradição que o situava com perfeição na escola barroca
turas marítimas, isto é, a conquista dos bens materiais e a dilatação do Brasil.
da fé cristã Literatura jesuíta - Consequência da Contrarreforma, a
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Antônio Vieira - Se por um lado, Gregório de Matos mexeu com Gosto burguês - Assim, a burguesia atinge uma posição de do-
as estruturas morais e a tolerância de muita gente - como o admi- mínio no campo econômico e passa a lutar pelo poder político, en-
nistrador português, o próprio rei, o clero e os costumes da própria tão em mãos da monarquia. Isto se reflete claramente no campo
sociedade baiana do século XVII - por outro, ninguém angariou tan- social e das artes: a antiga arte cerimonial das cortes cede lugar ao
tas críticas e inimizades quanto o “impiedoso” Padre Antônio Vieira, poder do gosto burguês.
detentor de um invejável volume de obras literárias, inquietantes Pode-se dizer que a falta de substitutos para o padre Antônio
para os padrões da época. Vieira e Gregório de Matos, mortos nos últimos cinco anos do sé-
Politicamente, Vieira tinha contra si a pequena burguesia cris- culo XVII, foi também um aspecto motivador do surgimento do Ar-
tã (por defender o capitalismo judaico e os cristãos-novos); os pe- cadismo no Brasil. De qualquer forma, suas características no País
quenos comerciantes (por defender o monopólio comercial); e os seguem a linha europeia: a volta aos padrões clássicos da Antigui-
administradores e colonos (por defender os índios). Essas posições, dade e do Renascimento; a simplicidade; a poesia bucólica, pastoril;
principalmente a defesa dos cristãos-novos, custaram a Vieira uma o fingimento poético e o uso de pseudônimos. Quanto ao aspecto
condenação da Inquisição, ficando preso de 1665 a 1667. A obra do formal, a escola é marcada pelo soneto, os versos decassílabos, a
Padre Antônio Vieira pode ser dividida em três tipos de trabalhos: rima optativa e a tradição da poesia épica. O Arcadismo tem como
Profecias, Cartas e Sermões. principais nomes: Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonza-
As Profecias constam de três obras: História do Futuro, Es- ga, José de Santa Rita Durão e Basílio da Gama.
peranças de Portugal e Clavis Prophetarum. Nelas se notam o se-
bastianismo e as esperanças de que Portugal se tornaria o “quinto O Romantismo
império do Mundo”. Segundo ele, tal fato estaria escrito na Bíblia. O Romantismo se inicia no Brasil em 1836, quando Gonçalves
Aqui ele demonstra bem seu estilo alegórico de interpretação bíbli- de Magalhães publica na França a “Niterói - Revista Brasiliense”,
ca (uma característica quase que constante de religiosos brasileiros e, no mesmo ano, lança um livro de poesias românticas intitulado
íntimos da literatura barroca). Além, é claro, de revelar um naciona- “Suspiros poéticos e saudades”.
lismo megalomaníaco e servidão incomum. Em 1822, Dom Pedro I concretiza um movimento que se fa-
O grosso da produção literária do Padre Antônio Vieira está nas zia sentir, de forma mais imediata, desde 1808: a independência
cerca de 500 cartas. do Brasil. A partir desse momento, o novo país necessita inserir-se
Elas versam sobre o relacionamento entre Portugal e Holanda, no modelo moderno, acompanhando as nações independentes da
sobre a Inquisição e os cristãos novos e sobre a situação da colônia, Europa e América. A imagem do português conquistador deveria
transformando-se em importantes documentos históricos. ser varrida. Há a necessidade de autoafirmação da pátria que se
Os melhores de sua obra, no entanto, estão nos 200 sermões. formava. O ciclo da mineração havia dado condições para que as fa-
De estilo barroco conceptista, totalmente oposto ao Gongorismo, mílias mais abastadas mandassem seus filhos à Europa, em particu-
o pregador português joga com as ideias e os conceitos, segundo lar França e Inglaterra, onde buscavam soluções para os problemas
os ensinamentos de retórica dos jesuítas. Um dos seus principais brasileiros. O Brasil de então nem chegava perto da formação social
trabalhos é o Sermão da Sexagésima, pregado na capela Real de dos países industrializados da Europa (burguesia/proletariado). A
Lisboa, em 1655. A obra também ficou conhecida como “A palavra estrutura social do passado próximo (aristocracia/escravo) ainda
de Deus”. prevalecia. Nesse Brasil, segundo o historiador José de Nicola, “o
Polêmico, este sermão resume a arte de pregar. Com ele, Vieira ser burguês ainda não era uma posição econômica e social, mas
procurou atingir seus adversários católicos, os gongóricos domini- mero estado de espírito, norma de comportamento”.
canos, analisando no sermão “Porque não frutificava a Palavra de Marco final - Nesse período, Gonçalves de Magalhães viajava
Deus na terra”, atribuindo-lhes culpa. pela Europa. Em 1836, ele funda a revista Niterói, da qual circula-
ram apenas dois números, em Paris.
O Arcadismo Nela, ele publica o “Ensaio sobre a história da literatura brasi-
O Arcadismo no Brasil começa no ano de 1768, com dois fatos leira”, considerado o nosso primeiro manifesto romântico. Essa es-
marcantes: a fundação da Arcádia Ultramarina e a publicação de cola literária só teve seu marco final no ano de 1881, quando foram
Obras, de Cláudio Manuel da Costa. A escola setecentista, por sinal, lançados os primeiros romances de tendência naturalista e realista,
desenvolve-se até 1808, com a chegada da Família Real ao Rio de como “O mulato”, de Aluízio Azevedo, e “Memórias póstumas de
Janeiro, que, com suas medidas político-administrativas, permite a Brás Cubas”, de Machado de Assis. Manifestações do movimento
introdução do pensamento pré-romântico no Brasil. realista, aliás, já vinham ocorrendo bem antes do início da deca-
No início do século XVIII dá-se a decadência do pensamento dência do Romantismo, como, por exemplo, o liderado por Tobias
barroco, para a qual vários fatores colaboraram, entre eles o can- Barreto desde 1870, na Escola de Recife.
saço do público com o exagero da expressão barroca e da chamada O Romantismo, como se sabe, define-se como modismo nas
arte cortesã, que se desenvolvera desde a Renascença e atinge em letras universais a partir dos últimos 25 anos do século XVIII. A se-
meados do século um estágio estacionário (e até decadente), per- gunda metade daquele século, com a industrialização modificando
dendo terreno para o subjetivismo burguês; o problema da ascen- as antigas relações econômicas, leva a Europa a uma nova compo-
são burguesa superou o problema religioso; surgem as primeiras sição do quadro político e social, que tanto influenciaria os tempos
arcádias, que procuram a pureza e a simplicidade das formas clássi- modernos. Daí a importância que os modernistas deram à Revo-
cas; os burgueses, como forma de combate ao poder monárquico, lução Francesa, tão exaltada por Gonçalves de Magalhães. Em seu
começam a cultuar o “bom selvagem”, em oposição ao homem cor- “Discurso sobre a história da literatura do Brasil”, ele diz: “...Eis aqui
rompido pela sociedade. como o Brasil deixou de ser colônia e foi depois elevado à categoria
de Reino Unido. Sem a Revolução Francesa, que tanto esclareceu os
povos, esse passo tão cedo se não daria...”.
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A classe social delineia-se em duas classes distintas e antagô- A geração condoreira, caracterizada pela poesia social e liber-
nicas, embora atuassem paralelas durante a Revolução Francesa: tária, reflete as lutas internas da segunda metade do reinado de D.
a classe dominante, agora representada pela burguesia capitalista Pedro II. Essa geração sofreu intensamente a influência de Victor
industrial, e a classe dominada, representada pelo proletariado. O Hugo e de sua poesia político-social, daí ser conhecida como gera-
Romantismo foi uma escola burguesa de caráter ideológico, a favor ção hugoana. O termo condoreirismo é consequência do símbolo
da classe dominante. Daí porque o nacionalismo, o sentimentalis- de liberdade adotado pelos jovens românticos: o condor, águia que
mo, o subjetivismo e o irracionalismo - características marcantes do habita o alto da condilheira dos Antes. Seu principal representante
Romantismo inicial - não podem ser analisados isoladamente, sem foi Castro Alves, seguido por Tobias Barreto e Sousândrade.
se fazer menção à sua carga ideológica. Duas outras variações literárias do Romantismo merecem des-
Novas influências - No Brasil, o momento histórico em que taque: a prosa e o teatro romântico. José de Nicola demonstrou
ocorre o Romantismo tem que ser visto a partir das últimas pro- quais as explicações para o aparecimento e desenvolvimento do
duções árcades, caracterizadas pela sátira política de Gonzaga e romance no Brasil: “A importação ou simples tradução de romances
Silva Alvarenga. Com a chegada da Corte, o Rio de Janeiro passa europeus; a urbanização do Rio de Janeiro, transformado, então,
por um processo de urbanização, tornando-se um campo propício à em Corte, criando uma sociedade consumidora representada pela
divulgação das novas influências europeias. A colônia caminhava no aristocracia rural, profissionais liberais, jovens estudantes, todos em
rumo da independência. busca de entretenimento; o espírito nacionalista em consequência
Após 1822, cresce no Brasil independente o sentimento de na- da independência política a exigir uma “cor local” para os enredos;
cionalismo, busca-se o passado histórico, exalta-se a natureza pá- o jornalismo vivendo o seu primeiro grande impulso e a divulgação
tria. Na realidade, características já cultivadas na Europa, e que se em massa de folhetins; o avanço do teatro nacional.”.
encaixaram perfeitamente à necessidade brasileira de ofuscar pro- Os romances respondiam às exigências daquele público leitor;
fundas crises sociais, financeiras e econômicas. giravam em torno da descrição dos costumes urbanos, ou de ame-
De 1823 a 1831, o Brasil viveu um período conturbado, como nidades das zonas rurais, ou de imponentes selvagens, apresentan-
reflexo do autoritarismo de D. Pedro I: a dissolução da Assembleia do personagens idealizados pela imaginação e ideologia românticas
Constituinte; a Constituição outorgada; a Confederação do Equador; com os quais o leitor se identificava, vivendo uma realidade que lhe
a luta pelo trono português contra seu irmão D. Miguel; a acusação convinha. Algumas poucas obras, porém, fugiram desse esquema,
de ter mandado assassinar Líbero Badaró e, finalmente, a abolição como “Memórias de um Sargento de Milícias”, de Manuel Antônio
da escravatura. Segue-se o período regencial e a maioridade pre- de Almeida, e até “Inocência”, do Visconde de Taunay.
matura de Pedro II. É neste ambiente confuso e inseguro que surge Ao se considerar a mera cronologia, o primeiro romance bra-
o Romantismo brasileiro, carregado de lusofobia e, principalmente, sileiro foi “O filho do pescador”, publicado em 1843, de autoria de
de nacionalismo. Teixeira de Souza (1812-1881). Mas se tratava de um romance senti-
No final do Romantismo brasileiro, a partir de 1860, as transfor- mentalóide, de trama confusa e que não serve para definir as linhas
mações econômicas, políticas e sociais levam a uma literatura mais que o romance romântico seguiria na literatura brasileira.
próxima da realidade; a poesia reflete as grandes agitações, como Por esta razão, sobretudo pela aceitação obtida junto ao
a luta abolicionista, a Guerra do Paraguai, o ideal de República. É público leitor, justamente por ter moldado o gosto deste público
a decadência do regime monárquico e o aparecimento da poesia ou correspondido às suas expectativas, convencionou-se adotar o
social de Castro Alves. No fundo, uma transição para o Realismo. romance “A Moreninha”, de Joaquim Manuel de Macedo, publicado
O Romantismo apresenta uma característica inusitada: revela em 1844, como o primeiro romance brasileiro.
nitidamente uma evolução no comportamento dos autores român- Dentro das características básicas da prosa romântica, desta-
ticos. A comparação entre os primeiros e os últimos representantes cam-se, além de Joaquim Manuel de Macedo, Manuel Antônio de
dessa escola mostra traços peculiares a cada fase, mas discrepantes Almeida e José de Alencar. Almeida, por sinal, com as “Memórias de
entre si. No caso brasileiro, por exemplo, há uma distância consi- um Sargento de Milícias” realizou uma obra totalmente inovadora
derável entre a poesia de Gonçalves Dias e a de Castro Alves. Daí a para sua época, exatamente quando Macedo dominava o ambiente
necessidade de se dividir o Romantismo em fases ou gerações. No literário. As peripécias de um sargento descritas por ele podem ser
romantismo brasileiro podemos reconhecer três gerações: Geração consideradas como o verdadeiro romance de costumes do Roman-
Nacionalista ou indianista; geração do “mal do século” e a “geração tismo brasileiro, pois abandona a visão da burguesia urbana, para
condoreira”. retratar o povo com toda a sua simplicidade.
A primeira (nacionalista ou indianista) é marcada pela exalta- “Casamento” - José de Alencar, por sua vez, aparece na litera-
ção da natureza, volta ao passado histórico, medievalismo, criação tura brasileira como o consolidador do romance, um ficcionista que
do herói nacional na figura do índio, de onde surgiu a denominação cai no gosto popular. Sua obra é um retrato fiel de suas posições
“geração indianista”. O sentimentalismo e a religiosidade são outras políticas e sociais. Ele defendia o “casamento” entre o nativo e o
características presentes. Entre os principais autores, destacam-se europeu colonizador, numa troca de favores: uns ofereciam a natu-
Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias e Araújo Porto. reza virgem, um solo esplêndido; outros a cultura. Da soma desses
Egocentrismo - A segunda (do mal do século, também chamada fatores resultaria um Brasil independente. “O guarani” é o melhor
de geração byroniana, de Lord Byron) é impregnada de egocentris- exemplo, ao se observar a relação do principal personagem da obra,
mo, negativismo boêmio, pessimismo, dúvida, desilusão adolescen- o índio Peri, com a família de D. Antônio de Mariz.
te e tédio constante. Seu tema preferido é a fuga da realidade, que Esse jogo de interesses entre o índio e o europeu, proposto
se manifesta na idealização da infância, nas virgens sonhadas e na por Alencar, aparece também em Iracema (um anagrama da pala-
exaltação da morte. Os principais poetas dessa geração foram Ál- vra América), na relação da índia com o Português Martim. Moacir,
vares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Junqueira Freire e Fagundes filho de Iracema e Martim, é o primeiro brasileiro fruto desse casa-
Varela. mento.
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José de Alencar diversificou tanto sua obra, que tornou pos- O Realismo reflete as profundas transformações econômicas,
sível uma classificação por modalidades: romances urbanos ou de políticas, sociais e culturais da segunda metade do século XIX. A
costumes (retratando a sociedade carioca de sua época - o Rio do Revolução Industrial, iniciada no século XVIII, entra numa nova fase,
II Reinado); romances históricos (dois, na verdade, voltados para caracterizada pela utilização do aço, do petróleo e da eletricidade;
o período colonial brasileiro - “As minas de prata” e “A guerra dos ao mesmo tempo, o avanço científico leva a novas descobertas nos
mascates”); romances regionais (“O sertanejo” e “O gaúcho” são campos da física e da química. O capitalismo se estrutura em mol-
as duas obras regionais de Alencar); romances rurais (como “Til” e des modernos, com o surgimento de grandes complexos industriais,
“O tronco do ipê”); e romances indianistas (que trouxeram maior aumentando a massa operária urbana, e formando uma população
popularidade para o escritor, como “O Guarani”, “Iracema” e “Ubi- marginalizada, que não partilha dos benefícios do progresso indus-
rajara”). trial, mas, pelo contrário, é explorada e sujeita a condições subu-
manas de trabalho.
Realismo e Naturalismo O Brasil também passa por mudanças radicais tanto no cam-
“O Realismo é uma reação contra o Romantismo: o Romantis- po econômico quanto no político-social, no período compreendido
mo era a apoteose do sentimento - o Realismo é a anatomia do ca- entre 1850 e 1900, embora com profundas diferenças materiais,
ráter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios se comparadas às da Europa. A campanha abolicionista intensifica-
olhos - para condenar o que houve de mau na nossa sociedade”. Ao -se a partir de 1850; a Guerra do Paraguai (1864/1870) tem como
cunhar este conceito, Eça de Queiroz sintetizou a visão de vida que consequência o pensamento republicano (o Partido Republicano
os autores da escola realista tinham do homem durante e logo após foi fundado no ano em que essa guerra terminou); a Monarquia
o declínio do Romantismo. vive uma vertiginosa decadência. A Lei Áurea, de 1888, não resolveu o
Esse estilo de época teve uma prévia: os românticos Castro Al- problema dos negros, mas criou uma nova realidade: o fim da mão-de-
ves, Sousândrade e Tobias Barreto, embora fizessem uma poesia -obra escrava e a sua substituição pela mão-de-obra assalariada, então
romântica na forma e na expressão, utilizavam temas voltados para representada pelas levas de imigrantes europeus que vinham trabalhar
a realidade político-social da época (final da década de 1860). Da na lavoura cafeeira, o que originou uma nova economia voltada para o
mesma forma, algumas produções do romance romântico já apon- mercado externo, mas agora sem a estrutura colonialista.
tavam para um novo estilo na literatura brasileira, como algumas Raul Pompéia, Machado de Assis e Aluízio Azevedo transfor-
obras de Manuel Antônio de Almeida, Franklin Távora e Visconde maram-se nos principais representantes da escola realista no Brasil.
de Taunay. Começava-se o abandono do Romantismo enquanto sur- Ideologicamente, os autores desse período são antimonárquicos,
giam os primeiros sinais do Realismo. assumindo uma defesa clara do ideal republicano, como nos ro-
Na década de 70 surge a chamada Escola de Recife, com Tobias mances “O mulato”, “O cortiço” e “O Ateneu”. Eles negam a burgue-
Barreto, Silvio Romero e outros, aproximando-se das ideias euro- sia a partir da família. A expressão Realismo é uma denominação
peias ligadas ao positivismo, ao evolucionismo e, principalmente, genérica da escola literária, que abriga três tendências distintas:
à filosofia. São os ideais do Realismo que encontravam ressonância “romance realista”, “romance naturalista” e “poesia parnasiana”.
no conturbado momento histórico vivido pelo Brasil, sob o signo do O romance realista foi exaustivamente cultivado no Brasil por
abolicionismo, do ideal republicano e da crise da Monarquia. Machado de Assis. Trata-se de uma narrativa mais preocupada com
No Brasil considera-se 1881 como o ano inaugural do Realismo. a análise psicológica, fazendo a crítica à sociedade a partir do com-
De fato, esse foi um ano fértil para a literatura brasileira, com a pu- portamento de determinados personagens. Para se ter uma ideia,
blicação de dois romances fundamentais, que modificaram o curso os cinco romances da fase realista de Machado de Assis apresentam
de nossas letras: Aluízio Azevedo publica “O mulato”, considerado nomes próprios em seus títulos (“Brás Cubas”; “Quincas Borba”;
o primeiro romance naturalista do Brasil; Machado de Assis publica “Dom Casmurro”, “Esaú e Jacó”; e “Aires”). Isto revela uma clara
“Memórias Póstumas de Brás Cubas”, o primeiro romance realista preocupação com o indivíduo. O romance realista analisa a socieda-
de nossa literatura. de por cima. Em outras palavras: seus personagens são capitalistas,
Na divisão tradicional da história da literatura brasileira, o ano pertencem à classe dominante. O romance realista é documental,
considerado data final do Realismo é 1893, com a publicação de retrato de uma época.
“Missal” e “Broquéis”, ambos de Cruz e Sousa, obras inaugurais do
Simbolismo, mas não o término do Realismo e suas manifestações Naturalismo
na prosa - com os romances realistas e naturalistas - e na poesia, O romance naturalista, por sua vez, foi cultivado no Brasil por
com o Parnasianismo “Príncipe dos poetas” - Da mesma forma, Aluísio Azevedo e Júlio Ribeiro. Aqui, Raul Pompéia também pode
o início do Simbolismo, em 1893, não representou o fim do Rea- ser incluído, mas seu caso é muito particular, pois seu romance “O
lismo, porque obras realistas foram publicadas posteriormente a Ateneu” ora apresenta características naturalistas, ora realistas, ora
essa data, como “Dom Casmurro”, de Machado de Assis, em 1900, impressionistas. A narrativa naturalista é marcada pela forte análise
e “Esaú e Jacó”, do mesmo autor, em 1904. Olavo Bilac, chamado social, a partir de grupos humanos marginalizados, valorizando o
“príncipe dos poetas”, obteve esta distinção em 1907. A Academia coletivo. Os títulos das obras naturalistas apresentam quase sem-
Brasileira de Letras, templo do Realismo, também foi inaugurada pre a mesma preocupação: “O mulato”, “O cortiço”, “Casa de pen-
posteriormente à data-marco do fim do Realismo: 1897. Na realida- são”, “O Ateneu”.
de, nos últimos vinte anos do século XIX e nos primeiros do século O Naturalismo apresenta romances experimentais. A influência
XX, três estéticas se desenvolvem paralelamente: o Realismo e suas de Charles Darwin se faz sentir na máxima segundo a qual o homem
manifestações, o Simbolismo e o Pré-Modernismo, que só conhe- é um animal; portanto antes de usar a razão deixa-se levar pelos
cem o golpe fatal em 1922, com a Semana de Arte Moderna. instintos naturais, não podendo ser reprimido em suas manifesta-
ções instintivas, como o sexo, pela moral da classe dominante. A
constante repressão leva às taras patológicas, tão ao gosto do Na-
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turalismo. Em consequência, esses romances são mais ousados e A Revolução Federalista (1893 a 1895), que começou como
erroneamente tachados, por alguns, de pornográficos, apresentan- uma disputa regional, ganhou dimensão nacional ao se opor ao
do descrições minuciosas de atos sexuais, tocando, inclusive, em te- governo de Floriano Peixoto, gerando cenas de extrema violência
mas então proibidos como o homossexualismo - tanto o masculino e crueldade no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Além
(O Ateneu), quanto o feminino (O cortiço). disso, surgiu a Revolta da Armada, movimento rebelde que exigiu a
renúncia de Floriano, combatendo, sobretudo, a Marinha brasileira.
O Parnasianismo Ao conseguir esmagar os revoltosos, o presidente consegue conso-
A poesia parnasiana preocupa-se com a forma e a objetivida- lidar a República.
de, com seus sonetos alexandrinos perfeitos. Olavo Bilac, Raimun- Esse ambiente provavelmente representou a origem do Sim-
do Correia e Alberto de Oliveira formam a trindade parnasiana O bolismo, marcado por frustrações, angústias, falta de perspectivas,
Parnasianismo é a manifestação poética do Realismo, dizem alguns rejeitando o fato e privilegiando o sujeito.
estudiosos da literatura brasileira, embora ideologicamente não E isto é relevante pois a principal característica desse estilo de
mantenha todos os pontos de contato com os romancistas realistas época foi justamente a negação do Realismo e suas manifestações.
e naturalistas. Seus poetas estavam à margem das grandes transfor- A nova estética nega o cientificismo, o materialismo e o racionalis-
mações do final do século XIX e início do século XX. mo. E valoriza as manifestações metafísicas e espirituais, ou seja, o
Culto à forma - A nova estética se manifesta a partir do final da extremo oposto do Naturalismo e do Parnasianismo.
década de 1870, prolongando-se até a Semana de Arte Moderna. “Dante Negro” - Impossível referir-se ao Simbolismo sem re-
Em alguns casos chegou a ultrapassar o ano de 1922 (não conside- verenciar seus dois grandes expoentes: Cruz e Sousa e Alphonsus
rando, é claro, o neo-parnasianismo). Objetividade temática e culto de Guimarães. Aliás, não seria exagero afirmar que ambos foram o
da forma: eis a receita. A forma fixa representada pelos sonetos; a próprio Simbolismo. Especialmente o primeiro, chamado, então, de
métrica dos versos alexandrinos perfeitos; a rima rica, rara e perfei- “cisne negro” ou “Dante negro”. Figura mais importante do Simbo-
ta. Isto tudo como negação da poesia romântica dos versos livres e lismo brasileiro, sem ele, dizem os especialistas, não haveria essa
brancos. Em suma, é o endeusamento da forma. estética no Brasil. Como poeta, teve apenas um volume publicado
em vida: “Broquéis” (os dois outros volumes de poesia são póstu-
O Simbolismo mos). Teve uma carreira muito rápida, apesar de ser considerado
É comum, entre críticos e historiadores, afirmar-se que o Bra- um dos maiores nomes do Simbolismo universal. Sua obra apre-
sil não teve momento típico para o Simbolismo, sendo essa escola senta uma evolução importante: na medida em que abandona o
literária a mais europeia, dentre as que contaram com seguidores subjetivismo e a angústia iniciais, avança para posições mais uni-
nacionais, no confronto com as demais. Por isso, foi chamada de versalizantes - sua produção inicial fala da dor e do sofrimento do
“produto de importação”. O Simbolismo no Brasil começa em 1893 homem negro (colocações pessoais, pois era filho de escravos), mas
com a publicação de dois livros: “Missal” (prosa) e “Broquéis” (po- evolui para o sofrimento e a angústia do ser humano.
esia), ambos do poeta catarinense Cruz e Sousa, e estende-se até Já Alphonsus de Guimarães preferiu manter-se fiel a um “tri-
1922, quando se realizou a Semana de Arte Moderna. ângulo” que caracterizou toda a sua obra: misticismo, amor e mor-
O início do Simbolismo não pode ser entendido como o fim da te. A crítica o considera o mais místico poeta de nossa literatura. O
escola anterior, o Realismo, pois no final do século XIX e início do sé- amor pela noiva, morta às vésperas do casamento, e sua profunda
culo XX tem-se três tendências que caminham paralelas: Realismo, religiosidade e devoção por Nossa Senhora, gerou, e não poderia
Simbolismo e pré-modernismo, com o aparecimento de alguns au- ser diferente, um misticismo que beirava o exagero. Um exemplo
tores preocupados em denunciar a realidade brasileira, entre eles é o “Setenário das dores de Nossa Senhora”, em que ele atesta sua
Euclides da Cunha, Lima Barreto e Monteiro Lobato. Foi a Semana devoção pela Virgem. A morte aparece em sua obra como um único
de Arte Moderna que, pois, fim a todas as estéticas anteriores e meio de atingir a sublimação e se aproximar de Constança - a noiva
traçou, de forma definitiva, novos rumos para a literatura do Brasil. morta - e da virgem. Daí o amor aparecer sempre espiritualizado.
Transição - O Simbolismo, em termos genéricos, reflete um mo- A própria decisão de se isolar na cidade mineira de Mariana,
mento histórico extremamente complexo, que marcaria a transição que ele próprio considerou sua “torre de marfim”, é uma postura
para o século XX e a definição de um novo mundo, consolidado a simbolista.
partir da segunda década deste século. As últimas manifestações
simbolistas e as primeiras produções modernistas são contemporâ- O Pré-modernismo
neas da primeira Guerra Mundial e da Revolução Russa. O que se convencionou chamar de pré-modernismo no Brasil
Nesse contexto de conflitos e insatisfações mundiais (que mo- não constitui uma escola literária. Pré-modernismo, é, na verdade,
tivou o surgimento do Simbolismo), era natural que se imaginasse um termo genérico que designa toda uma vasta produção literária,
a falta de motivos para o Brasil desenvolver uma escola de época que caracteriza os primeiros vinte anos deste século.
como essa. Mas é interessante notar que as origens do Simbolismo Nele é que se encontram as mais variadas tendências e estilos
brasileiro se deram em uma região magirnalizada pela elite cultural literários - desde os poetas parnasianos e simbolistas, que conti-
e política: o Sul - a que mais sofreu com a oposição à recém-nas- nuavam a produzir, até os escritores que começavam a desenvol-
cida república, ainda impregnada de conceitos, teorias e práticas ver um novo regionalismo, alguns preocupados com uma literatura
militares. A República de então não era a que se desejava. E o Rio política, e outros com propostas realmente inovadoras. É grande a
Grande do Sul, onde a insatisfação foi mais intensa, transformou-se lista dos autores que pertenceram ao pré-modernismo, mas, indis-
em palco de lutas sangrentas iniciadas em 1893, o mesmo ano do cutivelmente, merecem destaque: Euclides da Cunha, Lima Barreto,
início do Simbolismo. Graça Aranha, Monteiro Lobato e Augusto dos Anjos.
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Assim, pode-se dizer que essa escola começou em 1902, com pela alta burguesia, de um lado, e pelo operariado, de outro. Surge
a publicação de dois livros: “Os sertões”, de Euclides da Cunha, e a pequena burguesia, formada por funcionários públicos, comer-
“Canaã”, de Graça Aranha, e se estende até o ano de 1922, com a ciantes, profissionais liberais e militares, entre outros, criando uma
realização da Semana de Arte Moderna. massa politicamente “barulhenta” e reivindicatória. A falta de ho-
Apesar de o pré-modernismo não constituir uma escola literá- mogeneidade no bloco urbano tem origem em alguns aspectos do
ria, apresentando individualidades muito fortes, com estilos às ve- comportamento do operariado. Os imigrantes de origem europeia
zes antagônicos - como é o caso, por exemplo, de Euclides da Cunha trazem suas experiências de luta de classes. Em geral esses traba-
e Lima Barreto - percebe-se alguns pontos comuns entre as princi- lhadores eram anarquistas e suas ações resultavam, quase sempre,
pais obras pré-modernistas: em greves e tensões sociais de toda sorte, entre 1905 e 1917. Um
a) eram obras inovadoras, que apresentavam ruptura com o ano depois, quando ocorreu a Revolução Russa, os artigos na im-
passado, com o academicismo; prensa a esse respeito tornaram-se cada vez mais comuns. O par-
b) primavam pela denúncia da realidade brasileira, negando tido comunista seria fundado em 1922. Desde então, ocorreria o
o Brasil literário, herdado do Romantismo e do Parnasianismo. O declínio da influência anarquista no movimento operário.
grande tema do pré-modernismo é o Brasil não oficial do sertão Desta forma, circulavam pela cidade de São Paulo, numa mes-
nordestino, dos caboclos interioranos, dos subúrbios; ma calçada, um barão do café, um operário anarquista, um padre,
c) acentuavam o regionalismo, com o qual os autores acabam um burguês, um nordestino, um professor, um negro, um comer-
montando um vasto painel brasileiro: o Norte e o Nordeste nas ciante, um advogado, um militar etc., formando, de fato, uma “pau-
obras de Euclides da Cunha, o Vale do Rio Paraíba e o interior pau- liceia desvairada” (título de célebre obra de Mário de Andrade).
lista nos textos de Monteiro Lobato, o Espírito Santo, retratado por Esse desfile inusitado e variado de tipos humanos serviu de palco
Graça Aranha, ou o subúrbio carioca, temática quase que invariável ideal para a realização de um evento que mostrasse uma arte inova-
da obra de Lima Barreto; dora a romper com as velhas estruturas literárias vigentes no País.
d) difundiram os tipos humanos marginalizados, que tiveram
ampliado o seu perfil, até então desconhecido, ou desprezado, O Modernismo - (primeira fase)
quando conhecido - o sertanejo nordestino, o caipira, os funcioná- O período de 1922 a 1930 é o mais radical do movimento mo-
rios públicos, o mulato; dernista, justamente em consequência da necessidade de defini-
e) traçaram uma ligação entre os fatos políticos, econômicos e ções e do rompimento de todas as estruturas do passado. Daí o
sociais contemporâneos, aproximando a ficção da realidade. caráter anárquico desta primeira fase modernista e seu forte sen-
Esses escritores acabaram produzindo uma redescoberta do tido destruidor.
Brasil, mais próxima da realidade, e pavimentaram o caminho para Ao mesmo tempo em que se procura o moderno, o original e
o período literário seguinte, o Modernismo, iniciado em 1922, que o polêmico, o nacionalismo se manifesta em suas múltiplas facetas:
acentuou de vez a ruptura com o que até então se conhecia como uma volta às origens, à pesquisa das fontes quinhentistas, à procu-
literatura brasileira. ra de uma língua brasileira (a língua falada pelo povo nas ruas), as
paródias, numa tentativa de repensar a história e a literatura mani-
A Semana de Arte Moderna festos nacionalistas do Pau-Brasil (o Manifesto do Pau-Brasil, escrito
O Modernismo, como tendência literária, ou estilo de época, por Oswald de Andrade em 1924, propõe uma literatura extrema-
teve seu prenúncio com a realização da Semana de Arte Moderna mente vinculada à realidade brasileira) e da Antropofagia, dentro
no Teatro Municipal de São Paulo, nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro da linha comandada por Oswald de Andrade. Mas havia também os
de 1922. Idealizada por um grupo de artistas, a Semana pretendia manifestos do Verde-Amarelismo e o do Grupo da Anta, que trazem
colocar a cultura brasileira a par das correntes de vanguarda do a semente do nacionalismo fascista comandado por Plínio Salgado.
pensamento europeu, ao mesmo tempo que pregava a tomada de No final da década de 20, a postura nacionalista apresenta duas
consciência da realidade brasileira. vertentes distintas: de um lado, um nacionalismo crítico, conscien-
O Movimento não deve ser visto apenas do ponto de vista ar- te, de denúncia da realidade brasileira e identificado politicamente
tístico, como recomendam os historiadores e críticos especializados com as esquerdas; de outro, o nacionalismo ufanista, utópico, exa-
em história da literatura brasileira, mas também como um movi- gerado, identificado com as correntes políticas de extrema direita.
mento político e social. O País estava dividido entre o rural e o urba- Entre os principais nomes dessa primeira fase do Modernismo,
no. Mas o bloco urbano não era homogêneo. As principais cidades que continuariam a produzir nas décadas seguintes, destacam-se
brasileiras, em particular São Paulo, conheciam uma rápida trans- Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, Antônio
formação como consequência do processo industrial. A primeira de Alcântara Machado, além de Menotti del Picchia, Cassiano Ricar-
Guerra Mundial foi a responsável pelo primeiro surto de industria- do, Guilherme de Almeida e Plínio Salgado.
lização e consequente urbanização. O Brasil contava com 3.358 in-
dústrias em 1907. Em 1920, esse número pulou para 13.336. Isso O Modernismo - (segunda fase)
significou o surgimento de uma burguesia industrial cada dia mais O período de 1930 a 1945 registrou a estreia de alguns dos
forte, mas marginalizada pela política econômica do governo fede- nomes mais significativos do romance brasileiro. Refletindo o mes-
ral, voltada para a produção e exportação do café. mo momento histórico e apresentando as mesmas preocupações
Imigrantes - Ao lado disso, o número de imigrantes europeus dos poetas da década de 30 (Murilo Mendes, Jorge de Lima, Carlos
crescia consideravelmente, especialmente os italianos, distribuin- Drummond de Andrade, Cecília Meireles e Vinícius de Moraes), a
do-se entre as zonas produtoras de café e as zonas urbanas, onde segunda fase do Modernismo apresenta autores como José Lins do
estavam as indústrias. De 1903 a 1914, o Brasil recebeu nada menos Rego, Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, Jorge Amado e Érico
que 1,5 milhão de imigrantes. Nos centros urbanos criou-se uma
faixa considerável de população espremida pelos barões do café e
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Veríssimo, que produzem uma literatura de caráter mais construti- primeiro número é lançado na “Primavera de 1947” e que afirma,
vo, de maturidade, aproveitando as conquistas da geração de 1922 entre outras coisas, que “uma geração só começa a existir no dia em
e sua prosa inovadora. que não acredita nos que a precederam, e só existe realmente no
Efeitos da crise - Na década de 30, o País passava por gran- dia em que deixam de acreditar nela.”
des transformações, fortemente marcadas pela revolução de 30 e Essa geração de escritores negou a liberdade formal, as ironias,
o questionamento das oligarquias tradicionais. Não havia como não as sátiras e outras “brincadeiras” modernistas. Os poetas de 45 par-
sentir os efeitos da crise econômica mundial, os choques ideológi- tem para uma poesia mais equilibrada e séria”, distante do que eles
cos que levavam a posições mais definidas e engajadas. Tudo isso chamavam de “primarismo desabonador” de Mário de Andrade e
formou um campo propício ao desenvolvimento de um romance Oswald de Andrade. A preocupação primordial era quanto ao resta-
caracterizado pela denúncia social, verdadeiro documento da reali- belecimento da forma artística e bela; os modelos voltam a ser os
dade brasileira, atingindo um elevado grau de tensão nas relações mestres do Parnasianismo e do Simbolismo.
do indivíduo com o mundo. Esse grupo, chamado de Geração de 45, era formado, entre
Nessa busca do homem brasileiro “espalhado nos mais distan- outros poetas, por Lêdo Ivo, Péricles Eugênio da Silva Ramos, Geir
tes recantos de nossa terra”, no dizer de José Lins do Rego, o regio- Campos e Darcy Damasceno. O final dos anos 40, no entanto, reve-
nalismo ganha uma importância até então não alcançada na litera- lou um dos mais importantes poetas da nossa literatura, não filiado
tura brasileira, levando ao extremo as relações do personagem com esteticamente a qualquer grupo e aprofundador das experiências
o meio natural e social. Destaque especial merecem os escritores modernistas anteriores: ninguém menos que João Cabral de Melo
nordestinos que vivenciam a passagem de um Nordeste medieval Neto. Contemporâneos a ele, e com alguns pontos de contato com
para uma nova realidade capitalista e imperialista. E nesse aspecto, sua obra, destacam-se Ferreira Gullar e Mauro Mota.
o Baiano Jorge Amado é um dos melhores representantes do ro-
mance brasileiro, quando retrata o drama da economia cacaueira, A produção contemporânea
desde a conquista e uso da terra até a passagem de seus produtos Produção contemporânea deve ser entendida como as obras
para as mãos dos exportadores. Mas também não se pode esquecer e movimentos literários surgidos nas décadas de 60 e 70, e que
de José Lins do Rego, com as suas regiões de cana, os banguês e os refletiram um momento histórico caracterizado inicialmente pelo
engenhos sendo devorados pelas modernas usinas. autoritarismo, por uma rígida censura e enraizada autocensura. Seu
O primeiro romance representativo do regionalismo nordes- período mais crítico ocorreu entre os anos de 1968 e 1978, durante
tino, que teve seu ponto de partida no Manifesto Regionalista de a vigência do Ato Institucional nº 5 (AI-5). Tanto que, logo após a
1926, foi “A bagaceira”, de José Américo de Almeida, publicado em extinção do Ato, verificou-se uma progressiva normalização no País.
1928. Verdadeiro marco na história literária do Brasil, sua importân- As adversidades políticas, no entanto, não mergulharam o País
cia deve-se mais à temática (a seca, os retirantes, o engenho) e ao numa calmaria cultural. Ao contrário, as décadas de 60 e 70 assisti-
caráter social do romance, do que aos valores estéticos. ram a uma produção cultural bastante intensa em todos os setores.
Na poesia, percebe-se a preocupação em manter uma temática
Pós-Modernismo social, um texto participante, com a permanência de nomes consa-
O Pós-Modernismo se insere no contexto dos extraordinários grados como Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo
fenômenos sociais e políticos de 1945. Foi o ano que assistiu ao fim Neto e Ferreira Gullar, ao lado de outros poetas que ainda apara-
da Segunda Guerra Mundial e ao início da Era Atômica, com as ex- vam as arestas em suas produções.
plosões de Hiroshima e Nagasaki. O mundo passa a acreditar numa Visual - O início da década de 60 apresentou alguns grupos em
paz duradoura. Cria-se a Organização das Nações Unidas (ONU) e, luta contra o que chamaram “esquemas analítico-discursivos da sin-
em seguida, publica-se a Declaração dos Direitos do Homem. Mas, taxe tradicional”. Ao mesmo tempo, esses grupos buscavam solu-
logo depois, inicia-se a Guerra Fria. ções no aproveitamento visual da página em branco, na sonoridade
Paralelamente a tudo isso, o Brasil vive o fim da ditadura de das palavras e nos recursos gráficos. O sintoma mais importante
Getúlio Vargas. O País inicia um processo de redemocratização. desse movimento foi o surgimento da Poesia Concreta e da Poesia
Convoca-se uma eleição geral e os partidos são legalizados. Apesar Práxis. Paralelamente, surgia a poesia “marginal”, que se desenvol-
disso, abre-se um novo tempo de perseguições políticas, ilegalida- veu fora dos grandes esquemas industriais e comerciais de produ-
des e exílios. ção de livros.
A literatura brasileira também passa por profundas alterações, No romance, ao lado da última produção de Jorge Amado e
com algumas manifestações representando muitos passos adiante; Érico Veríssimo, e das obras “lacriminosas” de José Mauro de Vas-
outras, um retrocesso. O jornal “O Tempo”, excelente crítico literá- concelos (“Meu pé de Laranja-Lima”, “Barro Blanco”), de muito su-
rio, encarrega-se de fazer a seleção. cesso junto ao grande público, tem se mantido o regionalismo de
Intimismo - A prosa, tanto nos romances como nos contos, Mário Palmério, Bernardo Élis, Antônio Callado, Josué Montello e
aprofunda a tendência já trilhada por alguns autores da década de José Cândido de Carvalho. Dentre os intimistas, destacam-se Os-
30, em busca de uma literatura intimista, de sondagem psicológica, man Lins, Autran Dourado e Lygia Fagundes Telles.
introspectiva, com destaque para Clarice Lispector. Na prosa, as duas décadas citadas assistiram à consagração das
Ao mesmo tempo, o regionalismo adquire uma nova dimensão narrativas curtas (crônica e conto). O desenvolvimento da crônica
com a produção fantástica de João Guimarães Rosa e sua recriação está intimamente ligado ao espaço aberto a esse gênero na grande
dos costumes e da fala sertaneja, penetrando fundo na psicologia imprensa. Hoje, por exemplo, não há um grande jornal que não in-
do jagunço do Brasil central. clua em suas páginas crônicas de Rubem Braga, Fernando Sabino,
Na poesia, ganha corpo, a partir de 1945, uma geração de poe- Carlos Heitor Cony, Paulo Mendes Campos, Luís Fernando Veríssimo
tas que se opõe às conquistas e inovações dos modernistas de 1922. e Lourenço Diaféria, entre outros. Deve-se fazer uma menção espe-
A nova proposta foi defendida, inicialmente, pela revista Orfeu, cujo
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cial a Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto), que, com suas bem-hu- Um dia ele deixou o monótono caminhar de corpo mole
moradas e cortantes sátiras político-sociais, escritas na década de para subir as poucas rampas do seu cais.
60, tem servido de mestre a muitos cronistas. Foi conhecendo o movimento da cidade,
O conto, por outro lado, analisado no conjunto das produções a pobreza residente nas taperas marginais.
contemporâneas, situa-se em posição privilegiada tanto em quali- Pois tão irado e tão potente fez-se o rio
dade quanto em quantidade. Entre os contistas mais significativos, que todo um povo se juntou para enfrentá-lo.
destacam-se Dalton Trevisan, Moacyr Scliar, Samuel Rawet, Rubem Mas ele prosseguiu indiferente,
Fonseca, Domingos Pellegrini Jr. e João Antônio. carregando no seu dorso bois e gente,
até roçados de arroz e de feijão.
Na sua obstinada e galopante caminhada,
destruiu paredes, casas, barricadas,
QUESTÕES
deixando no percurso mágoa e dor.
Depois subiu os degraus da igreja santa
1. PREFEITURA DE LUZIÂNIA-GO – PROFESSOR I – AROEIRA – e postou-se horas sob os pés do Criador.
2021 E desceu devagarinho, até deitar-se
Nos enunciados abaixo, pode-se observar a presença de dife- novamente no seu leito.
rentes tipologias textuais como base dos gêneros materializados Mas toda noite o seu olhar de rio
nas sequências enunciativas. Numere os parênteses conforme o fica boiando sob as luzes da cidade.
código de cada tipologia. (Adaptado de: MORAES, Herculano. O rio da minha
( ) 1 - --- Não; é casada. --- Com quem? --- Com um estancieiro terra. Disponível em: https://www.escritas.org)
do Rio grande. --- Chama-se? --- Ele? Fonseca, ela, Maria Cora. No trecho até roçados de arroz e de feijão, o termo “até” clas-
--- O marido não veio com ela? --- Está no Rio Grande. (ASSIS, sifica-se como
Machado de Assis.Maria Cora.) (A) pronome.
( ) 2 - Ao acertar os seis números na loteria, Paulo foi para casa, (B) preposição.
entrou calado no quarto e dormiu. (C) artigo.
( ) 3 - Incorpore em sua vida quatro sentimentos positivos: a (D) advérbio.
compaixão, a generosidade, a alegria e o otimismo. (E) conjunção.
( ) 4 - No meu ponto de vista, a mulher ideal deve ter como ca-
racterísticas físicas o cabelo liso, pele macia, olhos claros, nariz 3. INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto a seguir para res-
fino. Ser amiga, compreensiva e, acima de tudo, ser fiel. (ALVES, ponder à questão que a ele se refere.
André, Escola. Estadual Pereira Barreto. Texto adaptado.) Texto 01
( ) 5 - As palavras mal empregadas podem ter efeitos mais
negativos do que os traumas físicos.
( 1 ) narrativa;
( 2 ) dialogal;
( 3 ) argumentativa;
( 4 ) injuntiva;
( 5 ) descritiva.
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De acordo com o texto, “[...] sair de um acidente em alta velocidade pelo vidro da frente” indica uma
(A) solução.
(B) alternativa.
(C) prevenção.
(D) consequência.
(E) precaução.
4. FGV - 2022 - TJ-DFT - Oficial de Justiça Avaliador Federal- “Quando se julga por indução e sem o necessário conhecimento dos fatos,
às vezes chega-se a ser injusto até mesmo com os malfeitores.” O raciocínio abaixo que deve ser considerado como indutivo é:
(A) Os funcionários públicos folgam amanhã, por isso meu marido ficará em casa;
(B) Todos os juízes procuram julgar corretamente, por isso é o que ele também procura;
(C) Nos dias de semana os mercados abrem, por isso deixarei para comprar isso amanhã;
(D) No inverno, chove todos os dias, por isso vou comprar um guarda-chuva;
(E) Ontem nevou bastante, por isso as estradas devem estar intransitáveis.
5. FGV - 2022 - TJ-DFT - Analista Judiciário - Segurança da Informação- “Também leio livros, muitos livros: mas com eles aprendo menos
do que com a vida. Apenas um livro me ensinou muito: o dicionário. Oh, o dicionário, adoro-o. Mas também adoro a estrada, um dicionário
muito mais maravilhoso.”
Depreende-se desse pensamento que seu autor:
(A) nada aprende com os livros, com exceção do dicionário;
(B) deve tudo que conhece ao dicionário;
(C) adquire conhecimentos com as viagens que realiza;
(D) conhece o mundo por meio da experiência de vida;
(E)constatou que os dicionários registram o melhor da vida.
6. COTEC - 2022 - Prefeitura de Paracatu - MG - Técnico Higiene Dental - INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 01 a seguir para
responder à questão que a ele se refere.
Texto 01
A vírgula, na fala do primeiro quadro, foi usada de acordo com a norma para separar um
(A) vocativo.
(B) aposto explicativo.
(C) expressão adverbial.
(D) oração coordenada.
(E) predicativo.
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teve, desde cedo, acesso à melhor educação possível de sua época 8. FCC - 2022 - TRT - 14ª Região (RO e AC) - Analista Judiciário -
e, assim, aprendeu a língua de sinais francesa no Instituto Nacional Área Judiciária- A chama é bela
de Surdos-Mudos de Paris. No Brasil, tomando-se como inspiração Nos anos 1970 comprei uma casa no campo com uma bela la-
a iniciativa de Huet, fundouse, em 26 de setembro de 1856, o Im- reira, e para meus filhos, entre 10 e 12 anos, a experiência do fogo,
perial Instituto de SurdosMudos, instituição de caráter privado. No da brasa que arde, da chama, era um fenômeno absolutamente
seu percurso, o instituto recebeu diversos nomes, mas a mudança novo. E percebi que quando a lareira estava acesa eles deixavam a
mais significativa se deu em 1957, quando foi denominado Instituto televisão de lado. A chama era mais bela e variada do que qualquer
Nacional de Educação dos Surdos – INES, que está em funciona- programa, contava histórias infinitas, não seguia esquemas fixos
mento até hoje! Essa mudança refletia o princípio de modernização como um programa televisivo.
da década de 1950, pelo qual se guiava o instituto, com suas discus-
sões sobre educação de surdos. O fogo também se faz metáfora de muitas pulsões, do infla-
Dessa forma, Huet e a língua de sinais francesa tiveram grande mar-se de ódio ao fogo da paixão amorosa. E o fogo pode ser a luz
influência na língua brasileira de sinais, a Libras, que foi ganhando ofuscante que os olhos não podem fixar, como não podem encarar
espaço aos poucos e logo passou a ser utilizada pelos surdos bra- o Sol (o calor do fogo remete ao calor do Sol), mas devidamente
sileiros. Contudo, nesse mesmo período, muitos educadores ainda amestrado, quando se transforma em luz de vela, permite jogos de
defendiam a ideia de que a melhor maneira de ensinar era pelo mé- claro-escuro, vigílias noturnas nas quais uma chama solitária nos
todo oralizado, ou seja, pessoas surdas seriam educadas por meio obriga a imaginar coisas sem nome...
de línguas orais. Nesse caso, a comunicação acontecia nas modali- O fogo nasce da matéria para transformar-se em substância
dades de escrita, leitura, leitura labial e também oral. No Congresso cada vez mais leve e aérea, da chama rubra ou azulada da raiz à
de Milão, em 11 de setembro de 1880, muitos educadores votaram chama branca do ápice, até desmaiar em fumaça... Nesse sentido,
pela proibição da utilização da língua de sinais por não acreditarem a natureza do fogo é ascensional, remete a uma transcendência e,
na efetividade desse método na educação das pessoas surdas. contudo, talvez porque tenhamos aprendido que ele vive no cora-
Essa decisão prejudicou consideravelmente o ensino da Língua ção da Terra, é também símbolo de profundidades infernais. É vida,
Brasileira de Sinais, mas, mesmo diante dessa proibição, a Libras mas é também experiência de seu apagar-se e de sua contínua fra-
continuou sendo utilizada devido à persistência dos surdos. Poste- gilidade.
riormente, buscou-se a legitimidade da Língua Brasileira de Sinais,
e os surdos continuaram lutando pelo seu reconhecimento e regu- (Adaptado de: ECO, Umberto. Construir o inimigo. Rio de Janei-
lamentação por meio de um projeto de lei escrito em 1993. Porém, ro: Record, 2021, p. 54-55)
apenas em 2002, foi aprovada a Lei 10.436/2002, que reconhece a
Língua Brasileira de Sinais (Libras) como meio legal de comunicação Está plenamente adequada a pontuação da seguinte frase:
e expressão no país. (A) Os filhos do autor diante da lareira, não deixaram de se es-
pantar, com o espetáculo inédito daquelas chamas bruxulean-
Internet:: <www.ufmg.br>(com adaptações) tes.
(B) Como metáfora, o fogo por conta de seus inúmeros atribu-
Assinale a opção correta a respeito do emprego das formas ver- tos, chega mesmo a propiciar expansões, simbólicas e metafó-
bais e dos sinais de pontuação no texto CG1A1. ricas.
(A) A correção gramatical e a coerência do texto seriam preser- (C) Tanto como a do Sol, a luz do fogo, uma vez expandida,
vadas, caso a vírgula empregada logo após o vocábulo “mas” pode ofuscar os olhos de quem, imprudente, ouse enfrentá-la.
(primeiro período do quarto parágrafo) fosse eliminada. (D) O autor do texto em momentos descritivos, não deixa de
(B) A forma verbal “tiveram” (primeiro período do terceiro pa- insinuar sua atração, pela magia dos poderes e do espetáculo
rágrafo) poderia ser substituída por “obtiveram” sem prejuízo do fogo.
aos sentidos e à correção gramatical do texto. (E) Disponíveis metáforas, parecem se desenvolver quando,
(C) A forma verbal “continuou” (primeiro período do quarto por amor ou por ódio extremos somos tomados por paixões
parágrafo) está flexionada no singular para concordar com o incendiárias.
artigo definido “a”, mas poderia ser substituída, sem prejuízo
à correção gramatical, pela forma verbal “continuaram”, que 9. AGIRH - 2022 - Prefeitura de Roseira - SP - Enfermeiro 36
estabeleceria concordância com o termo “Libras”. horas - Assinale o item que contém erro de ortografia.
(D) A forma verbal “acreditarem” (quarto período do terceiro (A) Na cultura japonesa, fica desprestigiado para sempre quem
parágrafo) concorda com “educadores” e por isso está flexio- inflinge as regras da lealdade.
nada no plural. (B) Não conseguindo prever o resultado a que chegariam, sen-
(E) No primeiro período do terceiro parágrafo do texto, é facul- tiu-se frustrado.
tativo o emprego da vírgula imediatamente após “Libras”. (C) Desgostos indescritíveis, porventura, seriam rememorados
durante a sessão de terapia.
(D) Ao reverso de outros, trazia consigo autoconhecimento e
autoafirmação.
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10. Unoesc - 2022 - Prefeitura de Maravilha - SC - Agente Admi- 13. OBJETIVA - 2022 - Prefeitura de Dezesseis de Novembro -
nistrativo - Edital nº 2- Considerando a acentuação tônica, assinale RS - Controlador Interno- Considerando-se a concordância nominal,
as alternativas abaixo com (V) verdadeiro ou (F) falso. marcar C para as afirmativas Certas, E para as Erradas e, após, assi-
( ) As palavras “gramática” e “partir” são, respectivamente, nalar a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
proparoxítona e oxítona. ( ) Agora que tudo passou, sinto que tenho menas tristezas na
( ) “Nós” é uma palavra oxítona. minha vida.
( ) “César” não é proparoxítona, tampouco oxítona. ( ) Posso pedir teu bloco e tua caneta emprestada?
( ) “Despretensiosamente” é uma palavra proparoxítona. ( ) É proibido a entrada de animais na praia.
( ) “Café” é uma palavra paroxítona. (A) C - E - C.
A sequência correta de cima para baixo é: (B) C - E - E.
(A) F, V, V, F, V. (C) E - E - C.
(B) V, V, F, V, F. (D) E - C - E.
(C) V, F, V, F, V.
(D) V, V, V, F, F. 14. FCC - 2022 - TRT - 14ª Região (RO e AC) - Analista Judiciário
- Área Judiciária
11. CESPE / CEBRASPE - 2022 - TCE-PB - Médico- Texto CB1A1-I O meu ofício
A história da saúde não é a história da medicina, pois apenas O meu ofício é escrever, e sei bem disso há muito tempo. Espe-
de 10% a 20% da saúde são determinados pela medicina, e essa ro não ser mal-entendida: não sei nada sobre o valor daquilo que
porcentagem era ainda menor nos séculos anteriores. Os outros posso escrever. Quando me ponho a escrever, sinto-me extraordi-
três determinantes da saúde são o comportamento, o ambiente e a nariamente à vontade e me movo num elemento que tenho a im-
biologia – idade, sexo e genética. As histórias da medicina centradas pressão de conhecer extraordinariamente bem: utilizo instrumen-
no atendimento à saúde não permitem uma compreensão global tos que me são conhecidos e familiares e os sinto bem firmes em
da melhoria da saúde humana. A história dessa melhoria é uma his- minhas mãos. Se faço qualquer outra coisa, se estudo uma língua
tória de superação. Antes dos primeiros progressos, a saúde huma- estrangeira, se tento aprender história ou geografia, ou tricotar
na estava totalmente estagnada. Da Revolução Neolítica, há 12 mil uma malha, ou viajar, sofro e me pergunto como é que os outros
anos, até meados do século XVIII, a expectativa de vida dos seres conseguem fazer essas coisas. E tenho a impressão de ser cega e
humanos ocidentais não evoluíra de modo significativo. Estava pa- surda como uma náusea dentro de mim.
ralisada na faixa dos 25-30 anos. Foi somente a partir de 1750 que Já quando escrevo nunca penso que talvez haja um modo mais
o equilíbrio histórico se modificou positivamente. Vários elementos correto, do qual os outros escritores se servem. Não me importa
alteraram esse contexto, provocando um aumento praticamente nada o modo dos outros escritores. O fato é que só sei escrever
contínuo da longevidade. Há 200 anos, as suecas detinham o re- histórias. Se tento escrever um ensaio de crítica ou um artigo sob
corde mundial com uma longevidade de 46 anos. Em 2019, eram as encomenda para um jornal, a coisa sai bem ruim. O que escrevo
japonesas que ocupavam o primeiro lugar, com uma duração média nesses casos tenho de ir buscar fora de mim. E sempre tenho a sen-
de vida de 88 anos. Mesmo sem alcançar esse recorde, as popula- sação de enganar o próximo com palavras tomadas de empréstimo
ções dos países industrializados podem esperar viver atualmente ou furtadas aqui e ali.
ao menos 80 anos. Desde 1750, cada geração vive um pouco mais Quando escrevo histórias, sou como alguém que está em seu
do que a anterior e prepara a seguinte para viver ainda mais tempo. país, nas ruas que conhece desde a infância, entre as árvores e os
Jean-David Zeitoun. História da saúde humana: vamos viver muros que são seus. Este é o meu ofício, e o farei até a morte. Entre
cada vez mais? os cinco e dez anos ainda tinha dúvidas e às vezes imaginava que
Tradução Patrícia Reuillard. São Paulo: Contexto, 2022, p. 10-11 podia pintar, ou conquistar países a cavalo, ou inventar uma nova
(com adaptações). máquina. Mas a primeira coisa séria que fiz foi escrever um conto,
No que se refere a aspectos linguísticos do texto CB1A1-I, jul- um conto curto, de cinco ou seis páginas: saiu de mim como um mi-
gue o item seguinte. lagre, numa noite, e quando finalmente fui dormir estava exausta,
A inserção de uma vírgula imediatamente após o termo “au- atônita, estupefata.
mento” (nono período) prejudicaria a correção gramatical e o sen-
tido original do texto. (Adaptado de: GINZBURG, Natalia. As pequenas virtudes. Trad.
( )CERTO Maurício Santana Dias. São Paulo: Cosac Naify, 2015, p, 72-77, pas-
( )ERRADO sim)
12. FGV - 2022 - SEAD-AP - Cuidador Uma das marcas da textu- As normas de concordância verbal encontram-se plenamente
alidade é a coerência. Entre as frases abaixo, assinale aquela que se observadas em:
mostra coerente. (A) As palavras que a alguém ocorrem deitar no papel acabam
(A) Avise-me se você não receber esta carta. por identificar o estilo mesmo de quem as escreveu.
(B) Só uma coisa a vida ensina: a vida nada ensina. (B) Gaba-se a autora de que às palavras a que recorre nunca
(C) Quantos sofrimentos nos custaram os males que nunca falta a espontaneidade dos bons escritos.
ocorreram. (C) Faltam às tarefas outras de que poderiam se incumbir a fa-
(D) Todos os casos são únicos e iguais a outros. cilidade que encontra ela em escrever seus textos.
(E) Como eu disse antes, eu nunca me repito. (D) Os possíveis entraves para escrever um conto, revela a au-
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tora, logo se dissipou em sua primeira tentativa. colisão. Uma motocicleta atinge a traseira de seu veículo.
(E) Não haveria de surgir impulsos mais fortes, para essa escri- Eu tomo a defesa do motorista: ele não viu a moto se aproxi-
tora, do que os que a levaram a imaginar histórias. mar. Presumo que vários dos leitores já passaram por situação se-
melhante, mas, caso você seja exceção e acredite que enxergaria
15. SELECON - 2019 - Prefeitura de Cuiabá - MT - Técnico em a motocicleta, eu o convido a assistir a um vídeo que existe sobre
Nutrição Escolar- Considerando a regência nominal e o emprego do isso. O filme prova quão difícil é perceber objetos que de repente
acento grave, o trecho destacado em “inerentes a esta festa” está somem ou aparecem em uma cena.
corretamente substituído em: Nossa condição humana está casada com uma inabilidade de
(A) inerentes à determinado momento perceber certas mudanças. Claro que notamos muitas alterações à
(B) inerentes à regras de convivência nossa volta, especialmente se olharmos para o ponto alvo da modi-
(C) inerentes à regulamentos anteriores ficação no momento em que ela ocorrerá. Assim, se olharmos fixa-
(D) inerentes à evidência de incorreções mente para uma janela cheia de vasos de flores, poderemos assistir
à queda de um deles. Mas, se desviarmos brevemente nossos olhos
16. Assinale a frase com desvio de regência verbal. da janela, justamente no momento do tombo, é possível que nem
(A) Informei-lhe o bloqueio do financiamento de pesquisas. notemos a falta do enfeite. O fenômeno se chama cegueira para
(B) Avisaram-no a liberação de recursos para ciência e tecno- mudança: nossa incapacidade de visualizar variações do ambiente
logia. entre uma olhada e outra.
(C) Os acadêmicos obedecem ao planejamento estratégico. No mundo real, mudanças são geralmente antecedidas por
(D) Todos os homens, por natureza, aspiram ao saber. uma série de movimentos. Se esses movimentos superam um limiar
(E) Assistimos ao filme que apresentou a obra daquele grande atrativo, vão capturar nossa atenção que focará na alteração consi-
cientista. derada dominante. Por sua vez, modificações que não ultrapassam
o limiar não provocarão divergência da atenção e serão ignoradas.
17. MPE-GO - 2022 - MPE-GO - Oficial de Promotoria - Edital Quando abrimos nossos olhos, ficamos com a impressão de
nº 007- Sendo (C) para as assertivas corretas e (E) para as erradas, termos visão nítida, rica e bem detalhada do mundo que se estende
assinale a alternativa com a sequência certa considerando a obser- por todo nosso campo visual. A consciência de nossa percepção não
vância das normas da língua portuguesa: é limitada, mas nossa atenção e nossa memória de curtíssimo prazo
( ) O futebol é um esporte de que o povo gosta. são. Não somos capazes de memorizar tudo instantaneamente à
( ) Visitei a cidade onde você nasceu. nossa volta e nem podemos nos ater a tudo que nos cerca. Nossa in-
( ) É perigoso o local a que você se dirige. trospecção da grandiosidade de nossa experiência visual confronta
( ) Tenho uma coleção de quadros pela qual já me ofereceram com nossas limitações perceptivas práticas e cria uma vivência rica,
milhões. porém efêmera e sujeita a erros de interpretações. Dimensiona um
gradiente entre o que é real e o que se presume, algo que favorece
(A) E – E – E – C os acidentes de trânsito.
(B) C – C – C – E Podemos interpretar que o acidente do exemplo do início do
(C) C – E – E – E texto se deu porque o motorista convergiu sua atenção às partes
(D) C – C – C – C centrais da pista, por onde os carros preferencialmente circulam
sob velocidade mais ou menos previsível. Assim que o último carro
18. FADCT - 2022 - Prefeitura de Ibema - PR - Assistente Admi- passou, ficou fácil pressupor que o centro da pista permaneceria
nistrativo- A frase “ O estudante foi convidado para assistir os deba- vazio por um intervalo de tempo seguro para a travessia. As late-
tes políticos.” apresenta, de acordo com a norma padrão da Língua rais da pista, locais em que motocicletas geralmente trafegam, não
portuguesa, um desvio de: tiveram a atenção merecida, e a velocidade da moto não estava no
(A) Concordância nominal. padrão esperado.
(B) Concordância verbal. O mundo aqui fora é um caos repleto de acontecimentos, e
(C) Regência verbal. nossos cérebros têm que coletar e reter alguns deles para que pos-
(D) Regência nominal samos compreendê-lo e, assim, agirmos em busca da nossa sobre-
vivência. Mas essas informações são salpicadas, incompletas e mu-
19. FUNCERN - 2019 - Prefeitura de Apodi - RN - Professor de táveis. Traçar uma linha que contextualize todos esses dados não é
Ensino Fundamental I ( 1º ao 5º ano)- simples. Eventualmente, esse jogo mental de ligar pontinhos cria
Os pontos cegos de nosso cérebro e o risco eterno de aciden- armadilha para nós mesmos, pois por vezes um ponto que deveria
tes ser descartado é inserido em uma lógica apenas por ser chamativo.
Luciano Melo E outro, ao contrário, deveria ser considerado, mas é menospreza-
O motorista aguarda o momento seguro para conduzir seu car- do, pois à primeira vista não atendeu a um pressuposto.
ro e atravessar o cruzamento. Olha para os lados que atravessará e, Essas interpretações podem provocar outras tragédias além de
estático, aguarda que outros veículos deixem livre o caminho pela acidentes de carro.
via transversal à sua frente. Enquanto espera, olha de um lado a ou-
tro a vigiar a pista quase livre. Finalmente não avista mais nenhum Disponível em:<https://www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 20 abr.
veículo que poderá atrapalhar seu planejado movimento. É hora de 2019. (texto adaptado)
dirigir, mas, no meio da travessia, ele é surpreendido por uma grave
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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
No trecho “[...]poderemos assistir à queda de um deles.”, a (A IMPORTÂNCIA dos debates. GaúchaZH, 17 de outubro de 2018. Dis-
ocorrência do acento grave é justificada ponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br. Acesso em: 30 de agosto
(A) pela exigência de artigo do termo regente, que é um ver- de 2022)
bo, e pela exigência de preposição do termo regido, que é um
nome. No segundo parágrafo do texto, há a frase: “Colocados frente
(B) pela exigência de preposição do termo regente, que é um a frente nos microfones da Rádio Gaúcha, ambos tiveram a oportu-
nome, e pela exigência de artigo do termo regido, que é um nidade de enfrentar questões importantes ligadas ao cotidiano dos
verbo. eleitores.” Conforme se observa, na expressão em destaque, não há
(C) pela exigência de artigo do termo regente, que é um nome, ocorrência da crase.
e pela exigência de artigo do termo regido, que é um verbo. Assim, seguindo a regra gramatical acerca da crase, assinale a
(D) pela exigência de preposição do termo regente, que é um alternativa em que há o emprego da crase indevidamente:
verbo, e pela exigência de artigo do termo regido, que é um (A) cara a cara; às ocultas; à procura.
nome. (B) face a face; às pressas; à deriva.
(C) à frente; à direita; às vezes.
20. MPE-GO - 2022 - MPE-GO - Oficial de Promotoria - Edital (D) à tarde; à sombra de; a exceção de.
nº 006
A importância dos debates
É promissor que os candidatos ao governo gaúcho venham GABARITO
dando ênfase nas conversas diretas a projetos de governo de inte-
resse específico dos eleitores
O primeiro confronto direto entre os candidatos Eduardo Leite
1 C
(PSDB) e José Ivo Sartori (MDB), que disputam o governo do Estado
em segundo turno, reafirmou a importância dessa alternativa de- 2 D
mocrática para ajudar os eleitores a fazer suas escolhas. Uma das 3 D
vantagens do sistema de votação em dois turnos, instituído pela
Constituição de 1988, é justamente a de propiciar um maior de- 4 E
talhamento dos programas de governo dos dois candidatos mais 5 D
votados na primeira etapa. 6 A
Foi justamente o que ocorreu ontem entre os postulantes ao
Palácio Piratini. Colocados frente a frente nos microfones da Rá- 7 D
dio Gaúcha, ambos tiveram a oportunidade de enfrentar questões 8 C
importantes ligadas ao cotidiano dos eleitores. A viabilidade de as
9 A
principais demandas dos gaúchos serem contempladas vai depen-
der acima de tudo da estratégia de cada um para enfrentar a crise 10 D
das finanças públicas. 11 CERTO
Diferentemente do que os eleitores estão habituados a assistir
no horário eleitoral obrigatório e a acompanhar por postagens dos 12 B
candidatos nas redes sociais, debates se prestam menos para pro- 13 D
paganda pessoal, estratégias de marketing e para a disseminação 14 B
de informações inconfiáveis e notícias falsas, neste ano usadas lar-
gamente em campanhas. Além disso, têm a vantagem de desafiar 15 D
os candidatos com questionamentos de jornalistas e do público. As 16 B
respostas, inclusive, podem ser conferidas por profissionais de im-
17 D
prensa, com divulgação posterior, o que facilita o discernimento por
parte de eleitores sobre o que corresponde ou não à verdade. 18 C
O Rio Grande do Sul enfrenta uma crise fiscal no setor público 19 D
que, se não contar com uma perspectiva de solução imediata, pra-
20 D
ticamente vai inviabilizar a implantação de qualquer plano de go-
verno. Por isso, é promissor que, enquanto em outros Estados pre-
dominam denúncias e acusações, os candidatos ao governo gaúcho
venham dando ênfase nas conversas diretas a projetos de governo
de interesse específico dos eleitores.
Democracia se faz com diálogo e transparência. Sem discus-
sões amplas, perdem os cidadãos, que ficam privados de informa-
ções essenciais para fazer suas escolhas com mais objetividade e
menos passionalismo.
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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO
Raciocínio lógico é o modo de pensamento que elenca hipó- Existem cinco conectivos fundamentais, são eles:
teses, a partir delas, é possível relacionar resultados, obter conclu-
sões e, por fim, chegar a um resultado final. ^: e (aditivo) conjunção
Mas nem todo caminho é certeiro, sendo assim, certas estru- Posso escrever “Carlos é professor e a moeda do Brasil é o
turas foram organizadas de modo a analisar a estrutura da lógica, Real”, posso escrever p ^ q.
para poder justamente determinar um modo, para que o caminho
traçado não seja o errado. Veremos que há diversas estruturas para v: ou (um ou outro) ou disjunção
isso, que se organizam de maneira matemática. p v q: Carlos é professor ou a moeda do Brasil é o Real
A estrutura mais importante são as proposições.
: “ou” exclusivo (este ou aquele, mas não ambos) ou
Proposição: declaração ou sentença, que pode ser verdadeira disjunção exclusiva (repare o ponto acima do conectivo).
ou falsa. p v q: Ou Carlos é professor ou a moeda do Brasil é o Real (mas
nunca ambos)
Ex.: Carlos é professor.
¬ ou ~: negação
As proposições podem assumir dois aspectos, verdadeiro ou ~p: Carlos não é professor
falso. No exemplo acima, caso Carlos seja professor, a proposição é
verdadeira. Se fosse ao contrário, ela seria falsa. ->: implicação ou condicional (se… então…)
Importante notar que a proposição deve afirmar algo, acompa- p -> q: Se Carlos é professor, então a moeda do Brasil é o Real
nhado de um verbo (é, fez, não notou e etc). Caso a nossa frase seja
“Brasil e Argentina”, nada está sendo afirmado, logo, a frase não é ⇔: Se, e somente se (ou bi implicação) (bicondicional)
uma proposição. p ⇔ q: Carlos é professor se, e somente se, a moeda do Brasil
Há também o caso de certas frases que podem ser ou não é o Real
proposições, dependendo do contexto. A frase “N>3” só pode ser
classificada como verdadeira ou falsa caso tenhamos algumas in- Vemos que, mesmo tratando de letras e símbolos, estas estru-
formações sobre N, caso contrário, nada pode ser afirmado. Nestes turas se baseiam totalmente na nossa linguagem, o que torna mais
casos, chamamos estas frases de sentenças abertas, devido ao seu natural decifrar esta simbologia.
caráter imperativo. Por fim, a lógica tradicional segue três princípios. Podem pa-
O processo matemático em volta do raciocínio lógico nos per- recer princípios tolos, por serem óbvios, mas pensemos aqui, que
mite deduzir diversas relações entre declarações, assim, iremos estamos estabelecendo as regras do nosso jogo, então é primordial
utilizar alguns símbolos e letras de forma a exprimir estes encade- que tudo esteja extremamente estabelecido.
amentos.
As proposições podem ser substituídas por letras minúsculas 1 – Princípio da Identidade
(p.ex.: a, b, p, q, …) p=p
Literalmente, estamos afirmando que uma proposição é igual
(ou equivalente) a ela mesma.
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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO
Note que quando tínhamos uma proposição, nossa tabela verdade resultou em uma tabela com 2 linhas e quando tínhamos duas
proposições nossa tabela era composta por 4 linhas.
A fórmula para o número de linhas se dá através de 2^n, onde n é o número de proposições.
Se tivéssemos a seguinte tabela verdade:
p q r p v q -> r
Mesmo sem preenchê-la, podemos afirmar que ela terá 2³ linhas, ou seja, 8 linhas.
Mais um exemplo:
p q p -> q ~p ~q ~q -> ~p
V V V F F V
V F F F V F
F V V V F V
F F V V V V
Note que o resultado de p->q é igual a ~q -> ~p (V-F-F-V). Quando isso acontece, diremos que as proposições compostas são logica-
mente equivalentes (iguais).
Outro exemplo de como a tabela verdade pode nos ajudar a resolver certas proposições mais complicadas: Quero saber os resultados
para a proposição composta (p^q) -> pvq. O que vamos fazer primeiro é montar a tabela verdade para p^q e pvq.
p q p^q pvq
V V V V
V F F V
F V F V
F F F F
Agora que sabemos como nossos elementos se comportam, vamos relacionar com p->q:
p q p->q
V V V
V F F
F V V
F F V
Desta forma, sabemos que a implicação que relaciona V com V resulta em V, e V com F resulta em F, e assim por diante.
Podemos então agora montar nossa tabela completa com todas estas informações:
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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO
(p^q) ->
p q p^q pvp p->q
pvq
V V V V V V
V F F V F V
F V F V V V
F F F F V V
O processo pode parecer trabalhoso, mas a prática faz com que seja rápida a montagem destas tabelas, chegando rapidamente na
análise da questão e com seu resultado prontamente obtido.
Geralmente, não é simples construir uma tabela verdade, algumas relações podem facilitar as análises. Uma delas são as Leis de Mor-
gan, que negam algumas relações. São elas:
– 1ª lei de Morgan: ¬(p^q) = (¬p) v (¬q)
– 2ª lei de Morgan: ¬(p v q) = (¬p) ^ (¬q)
Então, através de Morgan, negar p ^ q (Carlos é professor E a moeda do Brasil é o Real,) equivale a dizer, Carlos não é professor OU a
moeda do Brasil não é o real
Da mesma forma, negar p v q (Carlos é professor OU a moeda do Brasil é o Real) equivale a Carlos não é professor E a moeda do Brasil
não é o Real.
Estas leis podem parecer abstratas mas através da prática é possível familiarizar-se com elas, já que são importantes aliadas para
resolver diversas questões.
Quando uma expressão sempre apresenta a coluna resultado na tabela verdade como verdadeira, ela é chamada de tautologia. Na
mesma linha de pensamento, podemos denominar uma expressão como uma contradição quando sua tabela verdade sempre resulta em
falso. Por fim, são denominadas como contingência, as expressões que não são nem tautologias nem contradições, ou seja, que apresen-
tam tanto resultados verdadeiros quanto falsos.
Vejamos a seguinte tabela verdade:
Uma certa evolução de uma lógica sentencial é a lógica de primeira ordem ou lógica de predicados, onde além dos conectivos, estão
presente os quantificadores (com expressões como qualquer e algum, por exemplo)2.
Esta forma de raciocinar segue os mesmos preceitos que a lógica com conectivos (e, ou, ou exclusivo, implicação, …), tendo também
novos símbolos, que são:
O raciocínio verbal lida com problemas de lógica quase que to- RACIOCÍNIO ESPACIAL E TEMPORAL
talmente escritos, abordando geralmente a negação de certas fra-
ses que podem parecer óbvias mas que muitas vezes nos pregam Existem tipos de questões de lógica que envolvem situações
peças. específicas que necessitam de algo a mais para resolver do que so-
Podemos nos perguntar se a lógica, em geral, não é estabelecer mente as tabelas verdade. Um exemplo disso são questões envol-
símbolos para traduzir estas frases. Sim! A diferença é que negar vendo espaço (posição, fila e tamanho e etc.) e tempo (horas, dias,
certas frases podem fazer sentido verbalmente, mas devemos nos calendário e etc.).
ater a lógica em si e buscar então absorver isso ao nosso raciocínio. Não há uma forma de elaborar estratégias específicas para a
resolução de questões deste tipo, então iremos fornecer alguns
Uma importante ferramenta neste momento são as Leis de exemplos para inspirar quais análises podem ser feitas.
Morgan:
Exemplos:
1ª lei de Morgan 1 – Em um determinado ano, o mês de setembro teve 5 sába-
¬(p ∧ q) = (¬p) ∨ (¬q) dos e 5 domingos. Rodrigo faz aniversário no dia 1º de setembro.
Em qual dia da semana foi o seu aniversário esse ano?
2ª lei de Morgan
¬(p ∨ q) = (¬p) ∧ (¬q) Aqui, temos um exercício lidando com tempo. Neste caso, es-
tamos lidando com calendário, envolvendo dias de um mês. Numa
Exemplo: primeira vista, esta questão pode parecer muito difícil de resolver,
p: João dirige pois, aparentemente, há informações faltando. Mas vamos ver
q: a capital do mundo é Itapeva. como proceder na análise:
1º) Vamos nos atentar que setembro possui 30 dias;
p ∧ q: João dirige e a capital do mundo é Itapeva. 2º) Dessa forma, dividindo este valor por 7, descobrimos quan-
tas semanas há nesse mês: 30 : 7 = 4 (e sobra 2).
Vamos negar esta proposição. Num primeiro momento, pode- 3º) Assim, esse mês terá 4 semanas e mais dois dias.
mos estar inclinados a responder que a negativa seria João não diri- 4º) Se o mês começasse numa quinta-feira, teríamos então:
ge e a capital do mundo não é Itapeva. Mas a 1ª Lei de Morgan nos 4 domingos
sinaliza que está errado3. Devemos, negar as proposições simples e 4 segundas
trocar o nosso conectivo. Se estava e, agora precisa estar ou. 4 terças
Assim, a negação da frase seria: João não dirige ou a capital do 4 quartas
mundo não é Itapeva. Diferença sutil, mas muito importante. 4 quintas
5 sextas
5 sábados
3 Repare que as Leis de Morgan se tratam de equivalências lógicas.
Caso se interesse em ver essas igualdades, veja o tópico equivalências
lógicas.
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RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO
5º) No exemplo acima, para dar 5 sextas e 5 sábados, o mês 3 – Ana, Bela, Carla e Dora estão sentadas em volta de uma
começou numa quinta. Assim, para termos 5 sábados e 5 domingos, mesa quadrada em cadeiras numeradas de 1 a 4, como mostra a
o mês deve começar numa sexta. figura a seguir:
6º) Como o aniversário de Rodrigo é no dia 1º de setembro,
então seu aniversário será numa sexta-feira
---
4º) O último ano bissexto foi em 2020, então o próximo será 3º) Ana e Dora estão nas cadeiras pares
em 2024. Nos anos bissextos, fevereiro ganha um dia a mais. Se Ana estiver na cadeira 2, temos a configuração:
5º) Temos então que de 2021 para 2024:
1 – Carla 2 – Ana 3 – Bela
2021 2022: +1 dia na semana 4 – Dora
2022 2023: +1 dia na semana
2023 2024: +2 dias na semana Se Ana estiver na cadeira na cadeira 4, temos a configuração
= +4 dias na semana
1 – Dora 2 – Bela 3 – Carla
6º) Como o dia 23 de outubro de 2021 caiu num sábado, o 4 – Ana
dia 23 de outubro de 2024 cairá 4 dias da semana depois, ou seja,
numa quarta. Mas essa opção não é possível, pois Ana e Dora estão nas pa-
res.
– Lembrando: calendário e horas Logo, estão sentadas Carla na cadeira 1, Ana na cadeira 2, Bela
Janeiro – 31 dias na cadeira 3 e Dora na cadeira 4.
Fevereiro – 28* dias
Março – 31 dias ---
Abril – 30 dias
Maio – 31 dias Vemos que cabe ao candidato uma certa criatividade aliada ao
Junho – 30 dias raciocínio para abordar as questões. Não há nada muito complexo,
Julho – 31 dias mas deve ser cuidadosamente vista para evitar deslizes e más in-
Agosto – 31 dias terpretações.
Setembro – 30 dias
Outubro – 31 dias LÓGICA SEQUENCIAL
Novembro – 30 dias
Dezembro – 31 dias A lógica sequencial envolve a percepção e interpretação de
objetos que induzem a uma sequência, buscando reconhecer essa
*Os anos bissextos acontecem a cada 4 anos (múltiplos de 4 sequência e estabelecer sucessores a este objeto.
como 2000, 2004, 2008, 2012, 2016, 2020, 2024, 2028, …) e nestes Muitas vezes essas questões vêm atreladas com aspectos arit-
anos fevereiro possui 29 dias. méticos (sequências numéricas) ou geometria (construção de cer-
tas figuras).
1 dia = 24 horas Não há como sistematizar este assunto, então iremos ver al-
1 hora = 60 minutos guns exemplos para nos inspirar para que busquemos resolver de-
1 minuto = 60 segundos mais questões.
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RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO
Exemplos:
1 – A sequência de números a seguir foi construída com um padrão lógico e é uma sequência ilimitada:
0, 1, 2, 3, 4, 5, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 30, 31, 32, 33, 34, 35, 40, …
A partir dessas informações, identifique o termo da posição 74 e o termo da posição 95. Qual a soma destes dois termos?
6 x 1 = 6 (0 até 5)
6 x 2 = 12 (10 até 15)
6 x 3 = 18 (20 até 25)
3º) O número que está multiplicando o 6 menos uma unidade representa a dezena que estamos começando a contar:
6x1 1 - 1 = 0 (0 até 5)
6x2 2 - 1 = 1 (10 até 15)
6x3 3 - 1 = 2 (20 até 25)
74 : 6 = 12 (sobra 2)
95 : 6 = 15 (sobra 5)
4; 7; 13; 25; 49
Admitindo-se que a regularidade dessa sequência permaneça a mesma para os números seguintes, é correto afirmar que o sétimo
termo será igual a?
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3 – Observe a sequência:
O padrão de formação dessa sequência permanece para as figuras seguintes. Desse modo, a figura que deve ocupar a 131ª posição
na sequência é idêntica à qual figura?
1º) Vemos que o padrão retorna para a origem a cada 7 termos.
2º) Os termos 14, 21, 28, 35, …, irão ser os mesmos que o padrão da 7ª figura.
3º) Os termos 8, 15, 22, 29, 36, …, irão ser os mesmos que o padrão da 1ª figura.
4º) Vamos então dividir 131 por 7 para descobrir essa equivalência.
131 : 7 = 18 (sobra 5)
DIAGRAMAS LÓGICOS
Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários problemas. Uma situação em que esses diagramas poderão ser usados, será
na determinação da quantidade de elementos que apresentam uma determinada característica.
Assim, se num grupo de pessoas há 43 que dirigem carro, 18 que dirigem moto e 10 que dirigem carro e moto. Baseando-se nesses
dados, e nos diagramas lógicos poderemos saber: Quantas pessoas têm no grupo ou quantas dirigem somente carro ou ainda quantas
dirigem somente motos. Vamos inicialmente montar os diagramas dos conjuntos que representam os motoristas de motos e motoristas
de carros. Começaremos marcando quantos elementos tem a intersecção e depois completaremos os outros espaços.
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gramas. Existia a necessidade de criar diagramas em que pudessem matemática. Embora seja simples construir diagramas de Venn para
ser observadas, por meio de suposição, quaisquer relações entre as dois ou três conjuntos, surgem dificuldades quando se tenta usá-los
zonas não apenas as que são “verdadeiras”. para um número maior. Algumas construções possíveis são devidas
Os diagramas de Euler (em conjunto com os de Venn) são larga- ao próprio John Venn e a outros matemáticos como Anthony W. F.
mente utilizados para ensinar a teoria dos conjuntos no campo da Edwards, Branko Grünbaum e Phillip Smith. Além disso, encontram-
matemática ou lógica matemática no campo da lógica. Eles também -se em uso outros diagramas similares aos de Venn, entre os quais
podem ser utilizados para representar relacionamentos complexos os de Euler, Johnston, Pierce e Karnaugh.
com mais clareza, já que representa apenas as relações válidas. Em
estudos mais aplicados esses diagramas podem ser utilizados para Dois Conjuntos: considere-se o seguinte exemplo: suponha-se
provar / analisar silogismos que são argumentos lógicos para que se que o conjunto A representa os animais bípedes e o conjunto B re-
possa deduzir uma conclusão. presenta os animais capazes de voar. A área onde os dois círculos
se sobrepõem, designada por intersecção A e B ou intersecção A-B,
Diagramas de Venn conteria todas as criaturas que ao mesmo tempo podem voar e têm
Designa-se por diagramas de Venn os diagramas usados em apenas duas pernas motoras.
matemática para simbolizar graficamente propriedades, axiomas e
problemas relativos aos conjuntos e sua teoria. Os respetivos dia-
gramas consistem de curvas fechadas simples desenhadas sobre
um plano, de forma a simbolizar os conjuntos e permitir a repre-
sentação das relações de pertença entre conjuntos e seus elemen-
tos (por exemplo, 4 {3,4,5}, mas 4 ∉ {1,2,3,12}) e relações de con-
tinência (inclusão) entre os conjuntos (por exemplo, {1, 3} ⊂ {1, 2, Considere-se agora que cada espécie viva está representada
3, 4}). Assim, duas curvas que não se tocam e estão uma no espaço por um ponto situado em alguma parte do diagrama. Os humanos e
interno da outra simbolizam conjuntos que possuem continência; os pinguins seriam marcados dentro do círculo A, na parte dele que
ao passo que o ponto interno a uma curva representa um elemento não se sobrepõe com o círculo B, já que ambos são bípedes mas não
pertencente ao conjunto. podem voar. Os mosquitos, que voam mas têm seis pernas, seriam
Os diagramas de Venn são construídos com coleções de cur- representados dentro do círculo B e fora da sobreposição. Os caná-
vas fechadas contidas em um plano. O interior dessas curvas re- rios, por sua vez, seriam representados na intersecção A-B, já que
presenta, simbolicamente, a coleção de elementos do conjunto. De são bípedes e podem voar. Qualquer animal que não fosse bípede
acordo com Clarence Irving Lewis, o “princípio desses diagramas é nem pudesse voar, como baleias ou serpentes, seria marcado por
que classes (ou conjuntos) sejam representadas por regiões, com pontos fora dos dois círculos.
tal relação entre si que todas as relações lógicas possíveis entre as Assim, o diagrama de dois conjuntos representa quatro áreas
classes possam ser indicadas no mesmo diagrama. Isto é, o diagra- distintas (a que fica fora de ambos os círculos, a parte de cada cír-
ma deixa espaço para qualquer relação possível entre as classes, e culo que pertence a ambos os círculos (onde há sobreposição), e
a relação dada ou existente pode então ser definida indicando se as duas áreas que não se sobrepõem, mas estão em um círculo ou
alguma região em específico é vazia ou não-vazia”. Pode-se escrever no outro):
uma definição mais formal do seguinte modo: Seja C = (C1, C2, ... Cn) - Animais que possuem duas pernas e não voam (A sem sobre-
uma coleção de curvas fechadas simples desenhadas em um plano. posição).
C é uma família independente se a região formada por cada uma - Animais que voam e não possuem duas pernas (B sem sobre-
das interseções X1 X2 ... Xn, onde cada Xi é o interior ou o exterior posição).
de Ci, é não-vazia, em outras palavras, se todas as curvas se inter- - Animais que possuem duas pernas e voam (sobreposição).
sectam de todas as maneiras possíveis. Se, além disso, cada uma - Animais que não possuem duas pernas e não voam (branco
dessas regiões é conexa e há apenas um número finito de pontos - fora).
de interseção entre as curvas, então C é um diagrama de Venn para
n conjuntos. Essas configurações são representadas, respectivamente, pelas
Nos casos mais simples, os diagramas são representados por operações de conjuntos: diferença de A para B, diferença de B para
círculos que se encobrem parcialmente. As partes referidas em um A, intersecção entre A e B, e conjunto complementar de A e B. Cada
enunciado específico são marcadas com uma cor diferente. Even- uma delas pode ser representada como as seguintes áreas (mais
tualmente, os círculos são representados como completamente escuras) no diagrama:
inseridos dentro de um retângulo, que representa o conjunto uni-
verso daquele particular contexto (já se buscou a existência de um
conjunto universo que pudesse abranger todos os conjuntos possí-
veis, mas Bertrand Russell mostrou que tal tarefa era impossível). A
ideia de conjunto universo é normalmente atribuída a Lewis Carroll.
Do mesmo modo, espaços internos comuns a dois ou mais con-
juntos representam a sua intersecção, ao passo que a totalidade
dos espaços pertencentes a um ou outro conjunto indistintamente
representa sua união.
John Venn desenvolveu os diagramas no século XIX, ampliando
e formalizando desenvolvimentos anteriores de Leibniz e Euler. E,
na década de 1960, eles foram incorporados ao currículo escolar de
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Complementar de dois conjuntos: U \ (AB) Diagrama de Venn mostrando todas as intersecções possíveis
entre A, B e C.
Além disso, essas quatro áreas podem ser combinadas de 16
formas diferentes. Por exemplo, pode-se perguntar sobre os ani-
mais que voam ou tem duas patas (pelo menos uma das caracterís-
ticas); tal conjunto seria representado pela união de A e B. Já os ani-
mais que voam e não possuem duas patas mais os que não voam e
possuem duas patas, seriam representados pela diferença simétrica
entre A e B. Estes exemplos são mostrados nas imagens a seguir,
que incluem também outros dois casos.
União de três conjuntos: ABC
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Nenhum A é B. É falsa.
Algum A é B. É verdadeira.
Algum A não é B. É falsa.
(B U C) \ A
PROPOSIÇÕES CATEGÓRICAS
- Todo A é B
- Nenhum A é B 2. Se a proposição Nenhum A é B é verdadeira, então temos
- Algum A é B e somente a representação:
- Algum A não é B Todo A é B. É falsa.
Algum A é B. É falsa.
Proposições do tipo Todo A é B afirmam que o conjunto A é um Algum A não é B. É verdadeira.
subconjunto do conjunto B. Ou seja: A está contido em B. Atenção:
dizer que Todo A é B não significa o mesmo que Todo B é A. Enun- 3. Se a proposição Algum A é B é verdadeira, temos as quatro
ciados da forma Nenhum A é B afirmam que os conjuntos A e B são representações possíveis:
disjuntos, isto é, não tem elementos em comum. Atenção: dizer que
Nenhum A é B é logicamente equivalente a dizer que Nenhum B é A.
Por convenção universal em Lógica, proposições da forma
Algum A é B estabelecem que o conjunto A tem pelo menos um
elemento em comum com o conjunto B. Contudo, quando dizemos
que Algum A é B, pressupomos que nem todo A é B. Entretanto,
no sentido lógico de algum, está perfeitamente correto afirmar que
“alguns de meus colegas estão me elogiando”, mesmo que todos
eles estejam. Dizer que Algum A é B é logicamente equivalente a
dizer que Algum B é A. Também, as seguintes expressões são equi-
valentes: Algum A é B = Pelo menos um A é B = Existe um A que é B.
Proposições da forma Algum A não é B estabelecem que o con-
Nenhum A é B. É falsa.
junto A tem pelo menos um elemento que não pertence ao conjun-
Todo A é B. Pode ser verdadeira (em 3 e 4) ou falsa (em 1 e 2).
to B. Temos as seguintes equivalências: Algum A não é B = Algum A
Algum A não é B. Pode ser verdadeira (em 1 e 2) ou falsa (em 3
é não B = Algum não B é A. Mas não é equivalente a Algum B não é
e 4) – é indeterminada.
A. Nas proposições categóricas, usam-se também as variações gra-
maticais dos verbos ser e estar, tais como é, são, está, foi, eram, ...,
4. Se a proposição Algum A não é B é verdadeira, temos as três
como elo de ligação entre A e B.
representações possíveis:
- Todo A é B = Todo A não é não B.
- Algum A é B = Algum A não é não B.
- Nenhum A é B = Nenhum A não é não B.
- Todo A é não B = Todo A não é B.
- Algum A é não B = Algum A não é B.
- Nenhum A é não B = Nenhum A não é B.
- Nenhum A é B = Todo A é não B.
- Todo A é B = Nenhum A é não B.
- A negação de Todo A é B é Algum A não é B (e vice-versa).
- A negação de Algum A é B é Nenhum A não é B (e vice-versa).
Todo A é B. É falsa.
Verdade ou Falsidade das Proposições Categóricas Nenhum A é B. Pode ser verdadeira (em 3) ou falsa (em 1 e 2 – é
Dada a verdade ou a falsidade de qualquer uma das proposi- indeterminada).
ções categóricas, isto é, de Todo A é B, Nenhum A é B, Algum A é Algum A é B. Ou falsa (em 3) ou pode ser verdadeira (em 1 e
B e Algum A não é B, pode-se inferir de imediato a verdade ou a 2 – é ideterminada).
falsidade de algumas ou de todas as outras.
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4 https://matematicario.com.br/ 5 https://brasilescola.uol.com.br/matematica/multiplos-divisores.htm
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Assim, temos o dividendo N = 525 e o divisor d = 8. Veja que Divisão pelo número primo 7:
as propriedades são satisfeitas, pois (525 – 5 + 8) = 528 é divisível
por 8 e:
528 = 8 · 66
— Números Primos
Os números primos são aqueles que apresentam apenas dois
divisores: um e o próprio número6. Eles fazem parte do conjunto
dos números naturais.
Por exemplo, 2 é um número primo, pois só é divisível por um
e ele mesmo.
Quando um número apresenta mais de dois divisores eles são Divisão pelo número primo 11:
chamados de números compostos e podem ser escritos como um
produto de números primos.
Por exemplo, 6 não é um número primo, é um número com-
posto, já que tem mais de dois divisores (1, 2 e 3) e é escrito como
produto de dois números primos 2 x 3 = 6.
Algumas considerações sobre os números primos:
– O número 1 não é um número primo, pois só é divisível por
ele mesmo; Observe que chegamos a uma divisão não exata cujo quociente
– O número 2 é o menor número primo e, também, o único é menor que o divisor. Isso comprova que o número 113 é primo.
que é par;
– O número 5 é o único número primo terminado em 5;
PORCENTAGEM
– Os demais números primos são ímpares e terminam com os
algarismos 1, 3, 7 e 9.
Uma maneira de reconhecer um número primo é realizando A porcentagem representa uma razão cujo denominador é 100, ou
divisões com o número investigado. Para facilitar o processo, veja seja, .
alguns critérios de divisibilidade:
– Divisibilidade por 2: todo número cujo algarismo da unidade O termo por cento é abreviado usando o símbolo %, que sig-
é par é divisível por 2; nifica dividir por 100 e, por isso, essa razão também é chamada de
– Divisibilidade por 3: um número é divisível por 3 se a soma razão centesimal ou percentual7.
dos seus algarismos é um número divisível por 3; Saber calcular porcentagem é importante para resolver proble-
– Divisibilidade por 5: um número será divisível por 5 quando o mas matemáticos, principalmente na matemática financeira para
algarismo da unidade for igual a 0 ou 5. calcular descontos, juros, lucro, e assim por diante.
Se o número não for divisível por 2, 3 e 5 continuamos as divi- — Calculando Porcentagem de um Valor
sões com os próximos números primos menores que o número até Para saber o percentual de um valor basta multiplicar a razão
que: centesimal correspondente à porcentagem pela quantidade total.
– Se for uma divisão exata (resto igual a zero) então o número Exemplo: para descobrir quanto é 20% de 200, realizamos a se-
não é primo. guinte operação:
– Se for uma divisão não exata (resto diferente de zero) e o quo-
ciente for menor que o divisor, então o número é primo.
– Se for uma divisão não exata (resto diferente de zero) e o
quociente for igual ao divisor, então o número é primo.
6 https://www.todamateria.com.br/o-que-sao-numeros-primos/ 7 https://www.todamateria.com.br/calcular-porcentagem/
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2º passo: multiplicar o valor que representa 1% pela porcenta- Fator multiplicativo para desconto em um valor
gem que se quer descobrir. Para calcular um desconto de um produto, a fórmula do fator
multiplicativo envolve uma subtração.
2 x 20 = 40 Fator de multiplicação = 1 - 0,25.
Chegamos mais uma vez à conclusão que 20% de 200 é 40. Exemplo: Ao aplicar um desconto de 25% em uma mercadoria
que custa R$ 100, qual o valor final da mercadoria?
Método 2: Calcular porcentagem utilizando frações equiva- 1º passo: encontrar a taxa de variação.
lentes
As frações equivalentes representam a mesma porção do todo
e podem ser encontradas dividindo o numerador e o denominador
da fração pelo mesmo número natural.
Veja como encontrar a fração equivalente de . 2º passo: aplicar a taxa na fórmula do fator multiplicativo.
Fator de multiplicação = 1 - 0,25.
Fator de multiplicação = 0,75.
JUROS
— Diferença entre Juros Simples e Compostos Exemplo: Se o capital de R$ 1 000,00 rende mensalmente R$
Nos juros simples a correção é aplicada a cada período e consi- 25,00, qual é a taxa anual de juros no sistema de juros simples?
dera apenas o valor inicial. Nos juros compostos a correção é feita Solução: Primeiro, vamos identificar cada grandeza indicada no
em cima de valores já corrigidos. problema.
Por isso, os juros compostos também são chamados de juros
sobre juros, ou seja, o valor é corrigido sobre um valor que já foi C = R$ 1 000,00
corrigido. J = R$ 25,00
t = 1 mês
Sendo assim, para períodos maiores de aplicação ou emprésti- i=?
mo a correção por juros compostos fará com que o valor final a ser
recebido ou pago seja maior que o valor obtido com juros simples. Agora que fizemos a identificação de todas as grandezas, pode-
mos substituir na fórmula dos juros:
A maioria das operações financeiras utiliza a correção pelo sis- — Fórmula de Juros Compostos
tema de juros compostos. Os juros simples se restringem as opera- O montante capitalizado a juros compostos é encontrado apli-
ções de curto período. cando a seguinte fórmula:
C = 2 000
Podemos substituir o valor de J, na fórmula acima e encontrar i = 4% ou 0,04 ao trimestre
a seguinte expressão para o montante: t = 1 ano = 4 trimestres
M=?
Razão9 nada mais é que o quociente entre dois números (quan- 2. A soma dos dois primeiros termos está para o primeiro (ou
tidades, medidas, grandezas). para o segundo termo), assim como a soma dos dois últimos está
Sendo a e b dois números, chama-se razão de a para b: para o terceiro (ou para o quarto termo).
PROPORÇÃO
MEDIDAS DE COMPRIMENTO, ÁREA, VOLUME, MASSA E
Bem resumido, temos que proporção10 é uma igualdade entre TEMPO
duas razões.
— Medidas de Comprimento
Existem várias medidas de comprimento, como por exemplo a jarda, a polegada e o pé.
No SI a unidade padrão de comprimento é o metro (m). Atualmente ele é definido como o comprimento da distância percorrida pela
luz no vácuo durante um intervalo de tempo de 1/299.792.458 de um segundo.
Assim, são múltiplos do metro: quilômetro (km), hectômetro (hm) e decâmetro (dam)12.
Enquanto são submúltiplos do metro: decímetro (dm), centímetro (cm) e milímetro (mm).
Os múltiplos do metro são as grandes distâncias. Eles são chamados de múltiplos porque resultam de uma multiplicação que tem
como referência o metro.
Os submúltiplos, ao contrário, como pequenas distâncias, resultam de uma divisão que tem igualmente como referência o metro. Eles
aparecem do lado direito na tabela acima, cujo centro é a nossa medida base - o metro.
— Medidas de Capacidade
As medidas de capacidade representam as unidades usadas para definir o volume no interior de um recipiente13. A principal unidade
de medida da capacidade é o litro (L).
O litro representa a capacidade de um cubo de aresta igual a 1 dm. Como o volume de um cubo é igual a medida da aresta elevada ao
cubo, temos então a seguinte relação:
1 L = 1 dm³
Mudança de Unidades
O litro é a unidade fundamental de capacidade. Entretanto, também é usado o quilolitro(kL), hectolitro(hL) e decalitro que são seus
múltiplos e o decilitro, centilitro e o mililitro que são os submúltiplos.
Como o sistema padrão de capacidade é decimal, as transformações entre os múltiplos e submúltiplos são feitas multiplicando-se ou
dividindo-se por 10.
Para transformar de uma unidade de capacidade para outra, podemos utilizar a tabela abaixo:
Note que dividir por 1000 é o mesmo que “andar” com a vírgula três casa diminuindo o número.
b) 5 daL em dL
Seguindo o mesmo raciocínio anterior, identificamos que para converter de decalitro para decilitro devemos multiplicar duas vezes
por 10, ou seja, multiplicar por 100.
5 . 100 = 500 dL
c) 400 cL em L
Para passar de centilitro para litro, vamos dividir o número duas vezes por 10, isto é, dividir por 100:
400 : 100 = 4 L
12 https://www.todamateria.com.br/medidas-de-comprimento/
13 https://www.todamateria.com.br/medidas-de-capacidade/
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Medida de Volume
As medidas de volume representam o espaço ocupado por um corpo. Desta forma, podemos muitas vezes conhecer a capacidade de
um determinado corpo conhecendo seu volume.
A unidade de medida padrão de volume é o metro cúbico (m³), sendo ainda utilizados seus múltiplos (km³, hm³ e dam³) e submúltiplos
(dm³, cm³ e mm³).
Em algumas situações é necessário transformar a unidade de medida de volume para uma unidade de medida de capacidade ou vice-
versa. Nestes casos, podemos utilizar as seguintes relações:
1 m³ = 1 000 L
1 dm³ = 1 L
1 cm³ = 1 mL
Exemplo: Um tanque tem a forma de um paralelepípedo retângulo com as seguintes dimensões: 1,80 m de comprimento, 0,90 m de
largura e 0,50 m de altura. A capacidade desse tanque, em litros, é:
A) 0,81
B) 810
C) 3,2
D) 3200
Para começar, vamos calcular o volume do tanque, e para isso, devemos multiplicar suas dimensões:
V = 1,80 . 0,90 . 0,50 = 0,81 m³
Para transformar o valor encontrado em litros, podemos fazer a seguinte regra de três:
Medidas de Massa
No Sistema Internacional de unidades a medida de massa é o quilograma (kg)14. Um cilindro de platina e irídio é usado como o padrão
universal do quilograma.
As unidades de massa são: quilograma (kg), hectograma (hg), decagrama (dag), grama (g), decigrama (dg), centigrama (cg) e miligrama
(mg).
São ainda exemplos de medidas de massa a arroba, a libra, a onça e a tonelada. Sendo 1 tonelada equivalente a 1000 kg.
Utilizando o grama como base, os múltiplos e submúltiplos das unidades de massa estão na tabela a seguir.
Além das unidades apresentadas existem outras como a tonelada, que é um múltiplo do grama, sendo que 1 tonelada equivale a 1
000 000 g ou 1 000 kg. Essa unidade é muito usada para indicar grandes massas.
A arroba é uma unidade de medida usada no Brasil, para determinar a massa dos rebanhos bovinos, suínos e de outros produtos. Uma
arroba equivale a 15 kg.
O quilate é uma unidade de massa, quando se refere a pedras preciosas. Neste caso 1 quilate vale 0,2 g.
14 https://www.todamateria.com.br/medidas-de-massa/
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— Conversão de unidades
Como o sistema padrão de medida de massa é decimal, as transformações entre os múltiplos e submúltiplos são feitas multiplicando-
se ou dividindo-se por 1015.
Para transformar as unidades de massa, podemos utilizar a tabela abaixo:
Exemplos:
a) Quantas gramas tem 1 kg?
Para converter quilograma em grama basta consultar o quadro acima. Observe que é necessário multiplicar por 10 três vezes.
1 kg → g
1 kg x 10 x 10 x 10 = 1 x 1000 = 1.000 g
— Medidas de Tempo
Existem diversas unidades de medida de tempo, por exemplo a hora, o dia, o mês, o ano, o século. No sistema internacional de
medidas a unidades de tempo é o segundo (s)16.
O diagrama abaixo apresenta a operação que devemos fazer para passar de uma unidade para outra.
Em algumas áreas é necessário usar medidas com precisão maior que o segundo. Neste caso, usamos seus submúltiplos.
Assim, podemos indicar o tempo decorrido de um evento em décimos, centésimos ou milésimos de segundos.
Por exemplo, nas competições de natação o tempo de um atleta é medido com precisão de centésimos de segundo.
15 https://www.todamateria.com.br/medidas-de-massa/
16 https://www.todamateria.com.br/medidas-de-tempo/
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Instrumentos de Medidas
Para medir o tempo utilizamos relógios que são dispositivos que medem eventos que acontecem em intervalos regulares.
Os primeiros instrumentos usados para a medida do tempo foram os relógios de Sol, que utilizavam a sombra projetada de um objeto
para indicar as horas.
Foram ainda utilizados relógios que empregavam escoamento de líquidos, areia, queima de fluidos e dispositivos mecânicos como os
pêndulos para indicar intervalos de tempo.
Tudo o que estiver do lado direito da medida base são chamados submúltiplos. Os prefixos deci, centi e mili correspondem
respectivamente à décima, centésima e milésima parte da unidade fundamental.
Do lado esquerdo estão os múltiplos. Os prefixos deca, hecto e quilo correspondem respectivamente a dez, cem e mil vezes a unidade
fundamental.
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Exemplos:
a) Quantos mililitros correspondem 35 litros?
Para fazer a transformação pedida, vamos escrever o número na tabela das medidas de capacidade. Lembrando que a medida pode
ser escrita como 35,0 litros. A virgula e o algarismo que está antes dela devem ficar na casa da unidade de medida dada, que neste caso
é o litro.
Depois completamos as demais caixas com zeros até chegar na unidade pedida. A vírgula ficará sempre atrás dos algarismos que
estiver na caixa da unidade pedida, que neste caso é o ml.
Depois completamos com zeros até chegar na casa da unidade pedida, que neste caso é o quilograma. A vírgula passa então para
atrás do algarismo que está na casa do quilograma.
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— Gráficos
Os gráficos são representações que facilitam a análise de dados, os quais costumam ser dispostos em tabelas quando se realiza pes-
quisas estatísticas17. Eles trazem muito mais praticidade, principalmente quando os dados não são discretos, ou seja, quando são números
consideravelmente grandes. Além disso, os gráficos também apresentam de maneira evidente os dados em seu aspecto temporal.
Elementos do Gráfico
Ao construirmos um gráfico em estatística, devemos levar em consideração alguns elementos que são essenciais para sua melhor
compreensão. Um gráfico deve ser simples devido à necessidade de passar uma informação de maneira mais rápida e coesa, ou seja, em
um gráfico estatístico, não deve haver muitas informações, devemos colocar nele somente o necessário.
As informações em um gráfico devem estar dispostas de maneira clara e verídica para que os resultados sejam dados de modo coeso
com a finalidade da pesquisa.”
Tipos de Gráficos
Em estatística é muito comum a utilização de diagramas para representar dados, diagramas são gráficos construídos em duas dimen-
sões, isto é, no plano. Existem vários modos de representá-los. A seguir, listamos alguns.
• Gráfico de Pontos
Também conhecido como Dotplot, é utilizado quando possuímos uma tabela de distribuição de frequência, sendo ela absoluta ou
relativa. O gráfico de pontos tem por objetivo apresentar os dados das tabelas de forma resumida e que possibilite a análise das distribui-
ções desses dados.
Exemplo: Suponha uma pesquisa, realizada em uma escola de educação infantil, na qual foram coletadas as idades das crianças. Nessa
coleta foi organizado o seguinte rol:
Rol: {1, 1, 2, 2, 2, 2, 3, 3, 4, 4, 4, 4, 4, 4, 5, 5, 6}
Observe que a quantidade de pontos corresponde à frequência de cada idade e o somatório de todos os pontos fornece-nos a quan-
tidade total de dados coletados.
• Gráfico de linha
É utilizado em casos que existe a necessidade de analisar dados ao longo do tempo, esse tipo de gráfico é muito presente em análises
financeiras. O eixo das abscissas (eixo x) representa o tempo, que pode ser dado em anos, meses, dias, horas etc., enquanto o eixo das
ordenadas (eixo y) representa o outro dado em questão.
17 https://brasilescola.uol.com.br/matematica/graficos.htm
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Uma das vantagens desse tipo de gráfico é a possibilidade de realizar a análise de mais de uma tabela, por exemplo.
Exemplo: Uma empresa deseja verificar seu faturamento em determinado ano, os dados foram dispostos em uma tabela.
Veja que nesse tipo de gráfico é possível ter uma melhor noção a respeito do crescimento ou do decrescimento dos rendimentos da
empresa.
• Gráfico de Barras
Tem como objetivo comparar os dados de determinada amostra utilizando retângulos de mesma largura e altura. Altura essa que deve
ser proporcional ao dado envolvido, isto é, quanto maior a frequência do dado, maior deve ser a altura do retângulo.
Exemplo: Imagine que determinada pesquisa tem por objetivo analisar o percentual de determinada população que acesse ou tenha:
internet, energia elétrica, rede celular, aparelho celular ou tablet. Os resultados dessa pesquisa podem ser dispostos em um gráfico como
este:
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• Gráfico de Colunas
Seu estilo é semelhante ao do gráfico de barras, sendo utilizado para a mesma finalidade. O gráfico de colunas então é usado quando
as legendas forem curtas, a fim de não deixar muitos espaços em branco no gráfico de barra.
Exemplo: Este gráfico está, de forma genérica, quantificando e comparando determinada grandeza ao longo de alguns anos.
• Gráfico de Setor
É utilizado para representar dados estatísticos com um círculo dividido em setores, as áreas dos setores são proporcionais às frequên-
cias dos dados, ou seja, quanto maior a frequência, maior a área do setor circular.
Exemplo: Este exemplo, de forma genérica, está apresentando diferentes variáveis com frequências diversas para determinada gran-
deza, a qual pode ser, por exemplo, a porcentagem de votação em candidatos em uma eleição.
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• Histograma
O Histograma é uma ferramenta de análise de dados que apresenta diversos retângulos justapostos (barras verticais)18.
Por esse motivo, ele se assemelha ao gráfico de colunas, entretanto, o histograma não apresenta espaço entre as barras.
• Infográficos
Os infográficos representam a união de uma imagem com um texto informativo. As imagens podem conter alguns tipos de gráficos.
18 https://www.todamateria.com.br/tipos-de-graficos/
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— Tabelas
As tabelas são usadas para organizar algumas informações ou dados. Da mesma forma que os gráficos, elas facilitam o entendimento,
por meio de linhas e colunas que separam os dados.
Sendo assim, são usadas para melhor visualização de informações em diversas áreas do conhecimento. Também são muito frequentes
em concursos e vestibulares.
GEOMETRIA BÁSICA: ÂNGULOS, TRIÂNGULOS, POLÍGONOS, DISTÂNCIAS, PROPORCIONALIDADE, PERÍMETRO E ÁREA. PLA-
NO CARTESIANO: SISTEMA DE COORDENADAS, DISTÂNCIA
A geometria é uma área da matemática que estuda as formas geométricas desde comprimento, área e volume19. O vocábulo geome-
tria corresponde a união dos termos “geo” (terra) e “metron” (medir), ou seja, a “medida de terra”.
A Geometria é dividida em três categorias:
- Geometria Analítica;
- Geometria Plana;
- Geometria Espacial;
Assim, a geometria analítica, também chamada de geometria cartesiana, une conceitos de álgebra e geometria através dos sistemas
de coordenadas. Os conceitos mais utilizados são o ponto e a reta.
Enquanto a geometria plana ou euclidiana reúne os estudos sobre as figuras planas, ou seja, as que não apresentam volume, a
geometria espacial estuda as figuras geométricas que possuem volume e mais de uma dimensão.
— Geometria Plana
É a área da matemática que estuda as formas que não possuem volume. Triângulos, quadriláteros, retângulos, circunferências são
alguns exemplos de figuras de geometria plana (polígonos)20.
Para geometria plana, é importante saber calcular a área, o perímetro e o(s) lado(s) de uma figura a partir das relações entre os
ângulos e as outras medidas da forma geométrica.
Algumas fórmulas de geometria plana:
— Teorema de Pitágoras
Uma das fórmulas mais importantes para esta frente matemática é o Teorema de Pitágoras.
Em um triângulo retângulo (com um ângulo de 90º), a soma dos quadrados dos catetos (os “lados” que formam o ângulo reto) é igual
ao quadrado da hipotenusa (a aresta maior da figura).
Teorema de Pitágoras: a² + b² = c²
19 https://www.todamateria.com.br/matematica/geometria/#:~:text=A%20geometria%20%C3%A9%20uma%20%C3%A1rea,Geometria%20
Anal%C3%ADtica
20 https://bityli.com/BMvcWO
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- h é altura.
— Teorema de Tales
O Teorema de Tales é uma propriedade para retas paralelas.
Polígonos
O perímetro é a soma de todos os lados da figura, ou seja, o comprimento do polígono.
Onde A é a área da figura, veja as principais fórmulas:
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Fórmulas da Circunferência
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— Geometria Espacial
É a frente matemática que estuda a geometria no espaço. Ou seja, é o estudo das formas que possuem três dimensões: comprimento,
largura e altura.
Apenas as figuras de geometria espacial têm volume.
Uma das primeiras figuras geométricas que você estuda em geometria espacial é o prisma. Ele é uma figura formada por retângulos,
e duas bases. Outros exemplos de figuras de geometria espacial são cubos, paralelepípedos, pirâmides, cones, cilindros e esferas. Veja a
aula de Geometria espacial sobre prisma e esfera.
V+F=A+2
Fórmulas da Esfera
Fórmulas do Cone
Onde r é o raio da base, g é a geratriz e H é a altura.
Área lateral do cone: Š = π · R . g
Área da base do cone: A = π · R²
Área da superfície total do cone: S = Š + A
Volume do cone: V = 1/3 . A . H
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Volume (V): V = . AB . h.
h² + r² = t²
h² + a² = g²
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Área da face: AF =
Área total: AT =
— Geometria Analítica
A geometria analítica utiliza coordenadas e funções do plano
cartesiano para solucionar perguntas matemáticas. É a área da
matemática que relaciona a álgebra com a geometria. A álgebra
utiliza variáveis para representar os números e u utiliza fórmulas QUESTÕES
matemáticas.
Conhecer essa frente da matemática também é importante
para resolver questões de Física. Por exemplo, o cálculo da área em 1. PREFEITURA DE GUZOLÂNDIA/SP - ESCRITURÁRIO -
um plano cartesiano pode informar o deslocamento (ΔS) se o eixo x OMNI/2021
e o eixo y informarem a velocidade e o tempo. Podemos definir um número primo, como um número natu-
O primeiro passo para estudar essa matéria é aprender o ral, que é divisível por exatamente dois números naturais. Como os
conceito de ponto e reta. números racionais são números escritos como a fração entre dois
- Um ponto determina uma posição no espaço. números inteiros, assinale a opção CORRETA em relação aos núme-
- Uma reta é um conjunto de pontos. ros primos e racionais.
- Um plano é um conjunto infinito com duas dimensões. (A) Os números primos não são racionais, já que não podemos
escrevê-los na forma de uma fração.
Entender a relação entre ponto, reta e plano é importante (B) O único número primo e racional é o número 1.
para resolver questões com coordenadas no plano cartesiano, mas (C) Todos os números primos também são racionais.
também para responder perguntas sobre a definição de ponto, reta (D) Não existe número primo que seja par.
e plano, e a posição relativa entre retas, reta e plano e planos.
Para representar um ponto (A, por exemplo) em um plano 2. PREFEITURA DE PAULÍNIA/SP - CARGOS DE NÍVEL FUNDA-
cartesiano, primeiro você deve indicar a posição no eixo x (horizontal) MENTAL - FGV/2021
e depois no eixo y (vertical). Assim, segue as coordenadas seguem Observe o exemplo seguinte.
o modelo A (xa,ya). O número 10 possui 4 divisores, pois os únicos números que
dividem 10 exatamente são: 1, 2, 5 e 10.
— Equação Fundamental da Reta O número de divisores de 48 é
A equação fundamental da reta que passa pelo ponto P (x0, y0) (A) 6.
e tem coeficiente angular m é: (B) 7.
(C) 8.
y – y0 = m . (x – x0) (D) 9.
Equação Reduzida e Equação Geral da Reta (E) 10.
• Equação reduzida: y = mx + q e m = tgα.
• Equação geral: ax + by + c = 0. 3. PREFEITURA DE ITATIBA/SP - PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁ-
SICA - AVANÇA SP/2020
No que se refere aos Conjuntos Numéricos, julgue os itens a
seguir e, ao final, assinale a alternativa correta:
I – Reúnem diversos conjuntos cujos elementos são quase to-
dos números.
II – São formados por números naturais, inteiros, racionais, ir-
racionais e reais.
III – O ramo da Matemática que estuda os conjuntos numéricos
é a Teoria dos Sistemas.
(A) Apenas o item I é verdadeiro.
(B) Apenas o item II é verdadeiro.
(C) Apenas o item III é verdadeiro.
(D) Apenas os itens I e III são verdadeiros.
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12. CREFONO - 1ª REGIÃO - AGENTE FISCAL - QUADRIX/2020 (C) Função de segundo grau, f(x) = 3,75x2 + 20
Com base nessa situação hipotética, julgue o item. (D) Função de primeiro grau, f(x) = 3,75x + 20
Supondo-se que um cachorro de pequeno porte precise de 600 (E) Função de segundo grau, f(x) = 4x + 3,75 + 20
mL de água por dia para se manter hidratado e que 1 g de água
ocupe o volume de 1 cm3, é correto afirmar que a quantidade de 18. PREFEITURA DE SANTO AUGUSTO/RS - AUDITOR FISCAL DE
água necessária para um cachorro de pequeno porte se manter hi- TRIBUTOS MUNICIPAIS - FUNDATEC/2020
dratado é superior a meio quilo. Considerando as seguintes frações: f(x) = 2x + 8 e g(x) = 3x – 2,
( ) CERTO assinale a alternativa que apresenta o resultado de f(6)/g(2).
( ) ERRADO (A) 3.
(B) 5.
13. AVAREPREV/SP - OFICIAL DE MANUTENÇÃO E SERVIÇOS - (C) 8.
VUNESP/2020 (D) 16.
A capacidade de uma caixa d´água é de 8,5 m³. Essa capacidade (E) 24.
em litros é de:
(A) 8,5. 19. AVAREPREV/SP - OFICIAL DE MANUTENÇÃO E SERVIÇOS -
(B) 85. VUNESP/2020
(C) 850. Paulo vai alugar um carro e pesquisou os preços em duas agên-
(D) 8500. cias. A tabela a seguir apresenta os valores cobrados para a locação
de um mesmo tipo de carro nessas duas agências.
14. COMUR DE NOVO HAMBURGO/RS - AGENTE DE ATENDI- Agência Taxa inicial Taxa por quilômetro rodado
MENTO E VENDAS - FUNDATEC/2021 Qual o resultado da equação I R$ 40,00 R$ 8,00
de primeiro grau 2x - 7 = 28 - 5x? II R$ 20,00 R$ 5,00
(A) 3. O valor do aluguel é calculado somando-se a taxa inicial com
(B) 5. o valor correspondente ao total de quilômetros rodados. Se Paulo
(C) 7. escolher a agência II e rodar 68 km, ele pagará pelo aluguel a quan-
(D) -4,6. tia de
(E) Não é possível resolver essa equação. (A) R$ 360,00.
(B) R$ 420,00.
15. PREFEITURA DE PEREIRAS/SP - ASSISTENTE SOCIAL - AVAN- (C) R$ 475,00.
ÇA SP/2021 (D) R$ 584,00.
Assinale a alternativa que apresenta o resultado correto para a
seguinte equação de primeiro grau: 20. PREFEITURA DE TAUBATÉ/SP - ESCRITURÁRIO - VU-
x + 5 = 20 – 4x NESP/2022
(A) x = 1. Um mestre de obras precisa de um pedaço de madeira cortada
(B) x = 2. em formato de triângulo retângulo, com o maior lado medindo 37
(C) x = 3. cm, e o menor lado medindo 12 cm. O perímetro desse pedaço de
(D) x = 4. madeira triangular deve ser de:
(E) x = 5. (A) 81 cm.
(B) 82 cm.
16. PREFEITURA DE CERQUILHO/SP - PROFESSOR DE ENSINO (C) 83 cm.
FUNDAMENTAL II - METROCAPITAL SOLUÇÕES/2020 (D) 84 cm.
Assinale a alternativa que apresenta corretamente o resultado (E) 85 cm.
para a seguinte equação de primeiro grau:
13x - 23 -45 = -7x +12 21. CÂMARA DE IPIRANGA DO NORTE/MT - ASSISTENTE ADMI-
(A) 2. NISTRATIVO - OBJETIVA/2022
(B) 3. Um terreno retangular com comprimento de 16m e largura de
(C) 4. 12m será dividido ao meio por uma de suas diagonais. Supondo-se
(D) 5. que será utilizado uma cerca para fazer essa divisão, ao todo, quan-
(E) 6. tos metros de cerca serão necessários?
(A) 18m
17. PREFEITURA DE VENÂNCIO AIRES/RS - PSICOPEDAGOGO - (B) 20m
OBJETIVA/2021 (C) 22m
Um posto de combustível está com promoção em prol de uma (D) 24m
entidade. Em dias normais, o litro da gasolina está R$ 4,00, mas, na
promoção, abastecendo o carro e doando o valor de R$ 20,00 para
uma entidade beneficente, o litro da gasolina sai por R$ 3,75. A pro-
moção feita pelo posto pode ser descrita por uma função. Como é
chamada essa função e como podemos escrevê-la?
(A) Função de primeiro grau, f(x) = 4x − 3,75x + 20
(B) Função de segundo grau, f(x) = 4x2 − 3,75x + 20
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22. PREFEITURA DE LARANJAL PAULISTA/SP - PEB II - AVANÇA 26. PREFEITURA DE LARANJAL PAULISTA/SP - AUXILIAR ADMI-
SP/2022 NISTRATIVO - AVANÇA SP/2021
Raquel deseja comprar 15 litros de uma bebida vendida na se- Um pai e uma mãe, no dia do nascimento do seu filho, resol-
guinte embalagem: veram aplicar uma determinada quantia em um investimento. Esse
dinheiro será resgatado quando o filho fizer 18 anos. Considerando
que o valor aplicado foi de R$ 15.000,00 com taxa de juros simples
de 1,5 % ao mês, qual será o valor do resgate?
(A) R$ 48.600,00
(B) R$ 63.600,00
(C) R$ 78.600,00
(D) R$ 83.600,00
(E) R$ 98.600,00
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______________________________________________________
GABARITO ______________________________________________________
______________________________________________________
1 C ______________________________________________________
2 E ______________________________________________________
3 B
______________________________________________________
4 D
______________________________________________________
5 CERTO
6 D ______________________________________________________
7 B ______________________________________________________
8 D ______________________________________________________
9 C ______________________________________________________
10 D
______________________________________________________
11 D
______________________________________________________
12 CERTO
13 D ______________________________________________________
14 B ______________________________________________________
15 C ______________________________________________________
16 C
______________________________________________________
17 D
______________________________________________________
18 B
19 A ______________________________________________________
20 D ______________________________________________________
21 B ______________________________________________________
22 C
______________________________________________________
23 CERTO
______________________________________________________
24 B
25 B ______________________________________________________
26 B ______________________________________________________
27 C ______________________________________________________
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA
Assim, a empresa privada tem como objetivo principal a rea- que da organização pública é público, sendo que, o regime jurídico
lização da sua atividade principal de produção de um bem ou de aplicável para a empresa é de direito privado e para a organização
prestação de um serviço, e, como finalidade mediata, captar um pública, pelo menos, em princípio, é o direito público.
lucro econômico para a sua organização. Ainda, uma organização Logo, as pessoas que trabalham em instituições privadas estão
pública também tem como objetivo essencial a realização do cum- regidas pelo direito trabalhista (CLT) e as pessoas que trabalham
primento de sua missão institucional, para, através dela, obter o pela administração pública é, em princípio, estatutárias ou de di-
bem da comunidade e servir ao interesse geral. reito público.
Por isso que muitos autores acreditam que partem dessa pre-
missa o interesse de mobilizador da empresa privada seja a lucra-
tividade e o das organizações públicas seja a efetividade. Abaixo, EXCELÊNCIA NOS SERVIÇOS PÚBLICOS. GESTÃO DA
resumem-se as principais diferenças e relação a esse tipo de orga- QUALIDADE
nização.
Os agentes públicos tendem a ter um perfil pessoal e profissio- suficiente e de boa qualidade), respostas flexíveis e rápidas (rea-
nal diferente daquelas que optam pela iniciativa privada. Gestores lização de adaptação quando as necessidades dos cidadãos mu-
públicos tendem a ser menos sensíveis a incentivos financeiros do dam), receptividade aos serviços (privilegiando o envolvimento dos
que os seus pares privados. cidadãos na definição dos serviços), competência do pessoal que
Para que ocorra a motivação dos agentes públicos, é necessário presta o serviço (habilidade técnica do servidor), polidez e gentileza
que eles sintam que prestam um serviço que agrega valor à socieda- do pessoal (que é um elemento-chave na qualidade de um serviço),
de, e não apenas servem à burocracia. Dessa forma, é importante credibilidade (no setor público, requer tratamento igualitário e pro-
um trabalho de comunicação que permita a esses agentes visualizar fissionalismo.
os benefícios que trazem para a sociedade. Possui relação direta com a imagem da organização), confia-
Nesse processo, a gestão da qualidade é válida, pois aumenta bilidade e responsabilidade (consistência e precisão na prestação
a eficiência da prestação de serviços, melhora a comunicação orga- do serviço), e segurança e qualidade dos aspectos tangíveis (ins-
nizacional e focaliza resultados. Qualidade já é um requisito básico talações adequadas, acesso a pessoas deficientes, por exemplo, e
para a existência das empresas da iniciativa privada. que passem uma imagem de serviço de qualidade, mobiliário, por
Em alguns mercados, uma qualidade superior significa, ain- exemplo).
da, um diferencial competitivo. A disseminação dessa filosofia nas
empresas ocorreu, em grande parte, devido à criação dos prêmios Quanto à medição de desempenho, no setor privado ela ocorre
da qualidade. de forma mais simples, visto que pode-se utilizar resultados finan-
Neste momento, para que os governos sirvam à população com ceiros como forma de comparação, enquanto que, no setor públi-
qualidade, os prêmios da qualidade públicos estão sendo utilizados co, há que se considerar resultados para os diferentes interessados
enquanto estratégia gerencial. Um prêmio da qualidade público (usuários do serviço, sociedade, dentre outros). Os prêmios públi-
pode ser definido como um instrumento que incentiva inovação e cos, em sua maioria, são compostos por modelos gerenciais, conhe-
desempenho no setor público, por meio da identificação de organi- cidos como modelos de excelência em gestão.
zações públicas com excelência em serviços. Esses modelos são focados numa gama de atividades geren-
Dessa forma, introduz competição em setores que não pos- ciais, comportamentos e processos que influenciam a qualidade
suem concorrência e incentivam o aprendizado organizacional, dos produtos e serviços entregues pelas organizações e contêm
pois as companhias que se destacam mostram suas virtudes para critérios a serem atendidos pelo setor. Eles estão baseados nos
outras organizações, participantes ou não da premiação. Boa parte princípios, conceitos e linguagem próprios da natureza pública das
das premiações da qualidade premiam tanto organizações privadas organizações.
quanto as públicas.
O que motiva a criação de prêmios exclusivamente públicos é — Critérios de Excelência em Gestão Pública
o fato de as restrições desse ambiente serem diferentes das do am- Critérios de Excelência definem o que uma organização deve
biente privado. Fundamentalmente, o setor público pertence a uma apresentar para que seu modelo de gestão seja considerado com-
comunidade, enquanto o setor privado pertence a um empresário patível com o modelo de determinada premiação. Os critérios cons-
ou grupo de acionistas. tituem-se de requisitos, e a forma de atingi-los é determinada pela
Além disso, os serviços públicos são custeados, majoritaria- própria organização.
mente, com recursos de impostos, enquanto que os serviços pri- Os critérios de grande parte dos prêmios existentes atualmente
vados são sustentados pelos valores pagos pelos clientes. Assim, baseiam-se nos critérios de três premiações: o japonês, Prêmio De-
as organizações públicas são guiadas, principalmente, por forças ming; o europeu, EQA (do inglês, European Quality Award); e o nor-
políticas ao invés de forças econômicas, gerando diferentes fontes te-americano, Malcolm Baldrige National Quality Award (MBNQA).
de autoridade, que podem ser conflitantes. Cada premiação elenca os seus critérios de acordo com o enfo-
Tais características influenciam no modo de administração. Na que desejado, por exemplo, o Prêmio Deming é mais voltado para a
administração privada, os empresários ou sócios procuram contro- implementação de ferramentas de controle estatístico da qualida-
lar o negócio diretamente, e os administradores possuem benefí- de, enquanto que o EQA possui maior foco no impacto na socieda-
cios financeiros diretos de um bom resultado da companhia, seja de e na gestão de pessoas da organização.
através de ações ou de programas de incentivo. Na administração O objetivo do Prêmio Nacional da Gestão Pública - PQGF é o
pública, geralmente, os administradores não obtêm benefícios fi- de elevar o padrão dos serviços públicos prestados e aumentar a
nanceiros de um bom resultado alcançado na instituição. competitividade do país. O prêmio está inserido no Programa Na-
Outro entrave é a burocracia, que tende a ser maior no setor cional de Gestão Pública e Desburocratização (GESPÚBLICA), criado
público, devido à necessidade de controle sobre o patrimônio públi- em 2005, a partir da união do Programa de Qualidade no Serviço
co. Muitas vezes, essa característica pode levantar barreiras à busca Público com o Programa Nacional de Desburocratização.
de inovações, ou, ainda, uma preocupação excessiva com regras e O modelo de excelência utilizado pelo PQGF é o Modelo de
processos ao invés de resultados. Excelência em Gestão Pública - MEGP, cujos critérios são voltados
Por fim, o horizonte de planejamento, geralmente é curto, para os clientes externos e internos da organização, inspirados nos
dada a instabilidade decorrente do fato de as forças políticas mu- critérios do Prêmio Nacional da Qualidade - PNQ, que são utilizados
darem periodicamente. Em relação à medição da qualidade em para organizações privadas.
serviços públicos, definem-se dez dimensões principais: acesso ao Esses critérios estão em constante atualização, de forma a esta-
serviço (p.ex., localização, tempo de espera, disponibilidade, dentre rem alinhados com o que há de mais atual em excelência em gestão
outros), nível de comunicação (associado à linguagem simplifica- e com as mudanças que ocorrem na administração pública.
da, mas que mantenha o rigor à legislação), sistema administrativo
inteligível (por meio de processos simplificados com informação
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
O MEGP está alicerçado sobre os cinco princípios constitucionais da Administração Pública (legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência) e sobre treze fundamentos que expressam o estado da arte da gestão pública contemporânea: pensamento sis-
têmico, aprendizado organizacional, cultura da inovação, liderança e constância de propósitos, orientação por processos e informações,
visão de futuro, geração de valor, comprometimento com as pessoas, foco no cidadão e na sociedade, desenvolvimento de parcerias,
responsabilidade social, controle social, e gestão participativa.
Além disso, o MEGP está dividido em oito partes, que constituem os critérios, os quais estão integrados em quatro blocos, como
mostra a figura abaixo.
Em cada caixa encontra-se o número, o nome e a pontuação máxima possível de cada critério. Os critérios de 1 até 7 formam a dimen-
são “Processos Gerenciais” do modelo, enquanto que o critério 8 compõe a dimensão “Resultados Organizacionais”.
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/97354/000919637.pdf?sequence=1
O modelo segue a lógica do PDCA, que vem do inglês, Plan (Planejar), Do (Executar), Check (Verificar) e Act (Agir).
O primeiro bloco (Liderança, Estratégias e Planos, Cidadãos e Sociedade) corresponde à fase de “planejamento” do modelo, onde a
Alta Administração traça estratégias que atendam às necessidades dos cidadãos. O segundo bloco (Pessoas e Processos) engloba a parte
de “execução” do ciclo, transformação das estratégias em resultados.
No terceiro bloco (Resultados) é onde ocorre a etapa de “controle” do atendimento das necessidades dos usuários, da gestão de
pessoas, da execução orçamentária, dentre outros. O último bloco representa a etapa de “ação”, pois é a parte onde a organização analisa
dados internos e externos e toma atitudes no sentido de corrigir ou melhorar suas práticas de gestão.
Para efeito de avaliação das organizações, as oito partes são transformadas em Critérios de Excelência. Esses são desdobrados em
itens, que, por sua vez, se desdobram em requisitos.
O GESPÚBLICA trabalha com três instrumentos de auto avaliação da gestão, de acordo com o estágio de desenvolvimento na busca
pela excelência da organização: o instrumento de 250 pontos, o de 500 pontos e o de 1000 pontos. Os instrumentos de 250 e 500 pontos
são utilizados por organizações que estão iniciando essa busca pela excelência, enquanto que o modelo de 1000 pontos é utilizado por
instituições que desejam concorrer ao PQGF.
A auto avaliação consiste na avaliação do grau de aderência das práticas de gestão da organização em relação ao referencial de ex-
celência proposto. As deficiências identificadas na organização dão origem a um Plano de Melhoria da Gestão (PMG), com ações para a
melhoria do seu desempenho.
A auto avaliação e o PMG são submetidos ao GESPÚBLICA para validação externa e posterior emissão do certificado do nível de gestão,
o qual possui validade de um ano e seis meses. O sistema de pontuação determina o estágio de maturidade da gestão da organização nas
dimensões “Processos Gerenciais” e “Resultados Organizacionais”.
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Os processos gerenciais são avaliados em quatro fatores de O quadro de gestão por resultados exige novos valores que
pontuação: enfoque (que analisa se as práticas de gestão são ade- possam catalisar o processo de obtenção de resultados. A delega-
quadas e proativas), aplicação (que avalia a disseminação e con- ção implica a transferência de mais responsabilidades aos gestores,
tinuidade das práticas na organização), aprendizado (que verifica enquanto a habilitação consiste em disponibilizar-lhes os meios ne-
se houve refinamento das práticas) e integração (que examina se cessários que possam facilitar o processo decisório, como a infor-
existe coerência com as estratégias, se as práticas estão inter-re- mação, a formação e a autoridade exigida.
lacionadas com as outras e se existe cooperação entre as partes É necessário que se estabeleçam alguns mecanismos de res-
interessadas). ponsabilização para a habilitação do gestor público, apontando os
Os resultados organizacionais são avaliados em relação aos se- seguintes:
guintes fatores de pontuação: relevância (que verifica a importância (a) objetivos esclarecidos para a conscientização de todos;
dos resultados para o alcance dos objetivos estratégicos), tendência (b) definição de indicadores de rendimento para avaliar os re-
(que analisa o comportamento ao longo do tempo) e nível atual sultados;
(que examina o atendimento ao requerido pelas partes interessa- (c) implementação de sistemas de informações viáveis;
das e a comparação com o nível dos resultados de outras organi- (d) elaboração de relatórios tempestivos de resultados.
zações). De acordo com a pontuação global obtida, a organização
é enquadrada em um dos nove estágios de maturidade de gestão Na busca da administração por resultados, deve-se abandonar
do modelo. o excesso de burocracia, eliminando-se controles desnecessários
A organização deve, antes de proceder à sua auto avaliação, que representam limitações ou barreiras para a obtenção de resul-
elaborar o seu perfil, onde consta uma apresentação da organiza- tados oriundos de decisões centralizadas. Assim, o processo de evi-
ção, com aspectos relevantes sobre seus processos, área de atua- denciação e comunicação exigem o fornecimento e detalhamento
ção, desafios, o relacionamento com as partes interessadas e um de uma informação completa e útil.
histórico da busca pela excelência. Esse perfil proporciona uma vi- Na base da administração por resultados, está o accounta-
são sistêmica da organização, tornando explícitos conhecimentos bility (prestação de contas) que representa uma etapa crucial na
implícitos e, por consequência, facilitando a auto avaliação. implementação deste modelo de gestão no processo gerencial da
administração pública. A adoção do modelo da administração por
O MEGP é um modelo genérico para todos os tipos de organi- resultados requer uma mudança mais cultural do que estrutural.
zações públicas, mas possui versões adaptadas às particularidades
de alguns setores, como o de saneamento. Ele também serve de re- Compromisso, responsabilidade e envolvimento constituem fa-
ferencial para outros prêmios estaduais e municipais de excelência tores que devem determinar o comportamento do agente público
em gestão pública. frente à máquina administrativa pública, no sentido da busca por
resultados concretos. A conscientização sobre esses valores facilita
o processo contínuo da perseguição de resultados no setor público.
GESTÃO DE RESULTADOS NA PRODUÇÃO DE SERVIÇOS Portanto, deduz-se que a dimensão comportamental é parte
PÚBLICOS integrante da gestão por resultados e mostra-se como elemento
essencial para o seu êxito. O estágio atual da sociedade moderna
exige da administração pública um foco nos resultados.
A prática da administração voltada para os resultados tem Assim, é preciso que ela responda às expectativas modernas, o
como requisito uma gestão organizacional articulada acerca de vá- que obriga a passagem pela gestão por resultados. Com isso, passa-
rios elementos que podem ser identificados em quatro principais -se a exigir dos gestores públicos não somente a prestarem contas,
dimensões3: com o principal objetivo de tornar públicos os relatórios descritivos
a) quadro estratégico responsável pela formulação da estraté- de fatos gerenciais acontecidos, mas, sobretudo, a evidenciarem
gia referente à meta da organização e os meios necessários para um “income of accountability”.
alcançá-la; Um modelo de administração centralizado nos resultados per-
b) delegação, habilitação e responsabilização; mite às organizações centrar constantemente sua atenção no alcan-
c) concentração em resultados pela eliminação de controles ce de resultado. Para tanto devem mensurar seu desempenho de
inúteis; forma regular e objetiva. Nesse modelo, destaca-se a necessidade
d) implementação de um sistema de reporting e de comuni- de o gestor público apreender novos mecanismos e de adaptá-los,
cação. para melhorar a sua eficácia administrativa.
A nova abordagem da gestão pública requer que os cidadãos
A implementação de um quadro estratégico na administração sejam colocados no centro das preocupações da administração,
pública requer o abandono da visão legalista. No setor público, buscando meios de integrá-los aos debates e fazer com que par-
costuma-se cumprir metas orçamentárias preocupando-se sempre ticipem nas decisões. Com essa medida, os administradores públi-
com o equilíbrio de receitas e despesas. O enfoque nos resultados cos podem gerir os recursos colocados à sua disposição de maneira
deve ser traduzido pela formulação de estratégias gerenciais que econômica e eficaz.
permitam ao órgão público identificar a meta a ser atingida, bem
como o caminho apropriado para o alcance da meta traçada.
3 http://www.anpad.org.br/admin/pdf/ENAPG360.pdf
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
— A administração por resultados: novo paradigma da admi- Para que se possa implantar uma administração focalizada em
nistração pública resultados, impõe-se redesenhar o modo de gestão dos sistemas de
No estágio atual da gestão pública, o principal debate acerca da administração pública. Os gestores públicos precisam definir claramen-
nova administração pública diz respeito à administração por resul- te os resultados que se pretende obter, implementar o programa ou
tados. Ela representa fortemente um dos elementos-chave da New serviço, mensurar e avaliar o rendimento e, caso seja necessário, fazer
Public Management (Nova Gestão Pública). ajustamentos para aumentar a sua eficiência e a sua eficácia.
Esta busca por resultados se evidencia nas reformas ou mo- A administração dirigida à geração de resultados assegura um
dernizações de muitas administrações no mundo. Em quase todos melhoramento contínuo da performance, facilita o alcance de ser-
os projetos de modernização ou de reforma de uma administração viços de excelência e favorece o desenvolvimento da liderança e a
pública, é sempre conferida uma ênfase maior na gestão por resul- responsabilização pelos indivíduos e pela coletividade. A adoção de
tados. critérios para a obtenção de resultados, por parte da gestão pública
A avaliação dos resultados das políticas, dos programas e dos gerencial, envolve questões relevantes de mensuração.
serviços constitui um elemento essencial da administração pública. A literatura voltada à mensuração de resultados da gestão pú-
Essa avaliação ajuda a identificar o que funciona e o que não funcio- blica tem defendido a utilização de indicadores físicos ou qualitati-
na, bem como a evidenciar outros meios estratégicos de melhorar vos para indicar os benefícios que constituem os objetivos e metas
as políticas, os programas e as iniciativas. das políticas avaliadas. Conclui que somente os custos são expres-
Uma política de administração baseada em resultados favorece sos em termos monetários, fazendo-se necessária a comparação
a geração de conhecimentos objetivos e detalhados, no sentido de desses custos aos benefícios quantitativos ou qualitativos para fins
auxiliar os gestores a tomar decisões mais eficientes sobre suas po- de avaliação.
líticas e seus programas de governo. Os resultados no setor público assumem um significado espe-
A administração por resultados tem um papel importante nes- cial. Por isso, devem existir unidades organizadas do setor público,
te cenário de reformas recentes do setor público no mundo. Esse para propiciar o alcance do resultado desejado de uma determina-
modelo disponibiliza informações relevantes voltadas para a eficá- da política. Mas suas ações se concentram totalmente nos produ-
cia, a eficiência e a performance das políticas vinculadas ao setor tos/serviços das políticas, ao invés dos resultados que devem ser
público. Além disso, contribui para a otimização da gestão pública. atingidos. A gestão por resultados exige uma visão mais ampla do
O direcionamento da administração pública na busca de resul- que aquela preocupada apenas em equacionar recursos com pro-
tados permite aos gestores responder às preocupações dos contribuin- dutos/serviços.
tes quanto à utilização dos recursos públicos. Enfim, uma administra- Qualquer organização, seja pública ou privada, precisa desen-
ção pública voltada para os resultados é essencial para um governo que volver uma atenção equilibrada para o que está fazendo, devendo
prioriza os cidadãos e busca assegurar o bem-estar social. priorizar sua relação com as necessidades dos consumidores.
As organizações dos setores público e privado que mensuram Um outro aspecto que não se pode silenciar diz respeito a gran-
e avaliam os resultados de suas atividades consideram que esta in- de quantidade de leis que regem a administração pública brasileira
formação as leva a repensar seu papel e contribui para melhorar que muitas das vezes trazem interpretações contraditórias, dificul-
seu rendimento. Elas podem, em consequência, recompensar os tado assim sua eficácia nos três entes federativos, levando assim os
sucessos, manter as experiências anteriores e gerar a confiança da gestores a usarem, muita das vezes, técnicas informais no modo de
sociedade. Sua aptidão para mensurar e avaliar os resultados é in- gerir os recursos públicos.
dispensável à execução de programas, à prestação de serviços e à
aplicação de políticas de qualidade.
No passado, e ainda com resquícios no presente, os governos O PAPEL DO SERVIDOR
enfatizavam o que gastavam, o que faziam e o que produziam. Não
se pode negar que é importante ter informações exatas nessas
áreas. Entretanto, isto não é suficiente para concretizar a orienta- Nos últimos anos, o funcionalismo público vem ganhando uma
ção centralizada em resultados imposta por este modelo de admi- maior visibilidade através de lutas para a melhoria salarial, tornan-
nistração. do-se parte fundamental para o funcionamento de um país. Mesmo
Uma administração baseada em resultados permite aos órgãos com cargos que não são muito privilegiados na questão remunera-
públicos oferecer um melhor serviço aos cidadãos, identificando os ção, a sociedade ainda rotula o servidor como o vilão do desenvol-
pontos fortes e os pontos de estrangulamento dos programas. Com vimento.
isso, é possível detectar aqueles que não dão bons resultados. Sabemos que há pessoas que pouco contribuem para o bem
Um programa de administração moderna impede os gestores comum, mas existem muitas exceções, e a despeito do descaso
de irem além do que fazem (atividades) e do que produzem (ou- reinante, há funcionários que honram seu ofício, aplicando-se com
tput), orientando-os a centrar sua atenção nos resultados reais, isto todo seu empenho em seus deveres diários.
é, nas consequências e nos efeitos dos seus programas. O papel do servidor, diante dos cofres do estado, sempre será
Os requisitos para a avaliação da performance da administração de espelho de confiança para os contribuintes. Como o Código de
baseada em resultados têm se acentuado muito nos últimos anos, Ética do Servidor preceitua: “não basta distinguir entre o bem e o
tornando complexa a avaliação da performance das atividades em mal, mas acrescer a isto a ideia de que o fim é sempre o bem co-
todos os níveis de todo o governo. Pesquisas sobre a avaliação da mum”.
performance administrativa, no setor público, vêm apontando pro-
blemas na concepção e gestão desses sistemas, indicando sua efi-
cácia como principal fator no tocante a accountability dos governos.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Todos os seus atos deverão ser pautados na moralidade admi- O servidor público, qualquer que seja sua formação ou função
nistrativa, integrada no Direito, uma vez que se identifica com seu desempenhada, é um importante agente na construção social. Ao
patronato na sociedade, incluindo a si próprio como contribuinte, contrário das pessoas que desempenham cargos políticos, cargos
ajudando a custear com pagamento de seus tributos a sua remune- de confiança ou que são servidores temporários, o servidor público
ração mensal. permanece desempenhando sua função, anos e anos a fundo, tor-
Se a função pública é tida como exercício profissional, está ela nando-se profundo conhecedor da gerência de prestação de servi-
vinculada à sua vida particular. Fatos e atos de sua vida poderão ços ao cidadão.
acrescer ou diminuir seu bom conceito. Na Roma Antiga, os senadores, ocupando o mais nobre cargo
Reconhecemos que há dificuldades para servir bem à popula- do funcionalismo público, eram consultores do imperador e gover-
ção: baixa remuneração, condições de trabalho em níveis críticos, nantes das principais províncias. Quer pelo reconhecimento social
valorização de natureza política e não profissional, absoluta falta de conquistado, quer pelos inerentes privilégios decorrentes do cargo,
motivação. Porém, mais do que nunca o funcionário público deve instigavam certa avidez dos não eleitos.
mostrar zelo e empenho no exercício de suas atividades. Quanto No Brasil, o funcionalismo público fez-se presente desde a che-
mais serviços prestar à sua comunidade, mais essa o valorizará. Ce- gada da frota de navios portugueses comandada por Pedro Álvares
der às pressões com desânimo só poderá apressar sua desvaloriza- Cabral, em 22 de abril de 1500. O receio de invasões estrangeiras
ção e fundamentar a teoria de seu descarte. e a necessidade de desenvolver a economia luso-americana torna-
O Código de Ética do Servidor Público, através do Decreto nº. ram urgente a ampliação da máquina burocrática metropolitana
1.171 de 22 de junho de 1994, é considerado um dos mais rigorosos atuante na colônia, a partir de 1530.
no estabelecimento dos limites comportamentais. Vamos destacar Em 1808, ao lado de D. João VI, quase 15 mil portugueses, den-
abaixo alguns incisos deste decreto: tre membros da realeza, funcionários, criados, assessores e pes-
Inciso III – A moralidade da Administração Pública não se limita soas ligadas à corte, se instalaram na cidade do RJ. A partir deste
à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de momento, diante da necessidade de reger-se a colônia conforme
que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a diplomacia real, tomou-se maior consciência da importância do
a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consoli- trabalho administrativo.
dar a moralidade do ato administrativo. Proclamou-se a independência, aboliu-se a escravatura, o Bra-
Inciso VIII – Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não sil virou República e, durante toda a história política, lá estavam pre-
pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da sentes os funcionários públicos, impulsionando o desenvolvimento
própria pessoa interessada ou da Administração Pública. Nenhum do País.
Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do Um dos primeiros documentos consolidando as normas rela-
hábito do erro, da opressão ou da mentira, que sempre aniquilam tivas ao funcionalismo público foi o decreto 1.713, de 28/10/39.
até mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação. Razão pela qual, no ano de 1943, o então Presidente da República
Inciso X – Deixar o servidor público qualquer pessoa à espe- Getúlio Vargas institui o dia 28 de outubro como o Dia do Funcio-
ra de solução que compete ao setor em que exerça suas funções, nário Público.
permitindo a formação de longas filas ou qualquer outra espécie Hodiernamente, os direitos e deveres dos servidores públicos
de atraso na prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude estão definidos e estabelecidos na Constituição Federal, a partir de
contra a ética ou ato de desumanidade, mas principalmente grave seu artigo 39.
dano moral aos usuários dos serviços públicos. A Constituição do Estado de SP dispõe acerca do tema nos ar-
Inciso XI – O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens tigos 124 e seguintes, assim como o próprio Estatuto dos Funcioná-
legais de seus superiores, velando atentamente por seu cumpri- rios Públicos (Lei Estadual 10.261/68).
mento e, assim, evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, Obviamente, o papel do servidor público não é apenas o de ser
o descaso e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de estável. É muito mais do que isso, pois a sua atuação está necessa-
corrigir e caracterizam até mesmo imprudência no desempenho da riamente voltada para os anseios da sociedade.
função pública. A estabilidade dos servidores somente se justifica se ela asse-
Inciso XII – Toda ausência injustificada do servidor de seu lo- gura, de um lado, a continuidade e a eficiência da Administração e,
cal de trabalho é fator de desmoralização do serviço público, o que de outro, a legalidade e impessoalidade da gestão da coisa pública.
quase sempre conduz à desordem nas relações humanas. Com efeito, a responsabilidade do servidor público é muito
É importante que todo servidor público esteja ciente do conte- maior do que se imagina, tornando-se um privilégio por tratar-se
údo do Código de Ética, contribuindo assim para o melhor desem- de agente transformador do Estado.
penho de suas funções. Ao longo destes meus quase cinquenta anos de advocacia
pública, tive a oportunidade de conhecer e conviver, dia após dia,
A importância do servidor público com muitos servidores públicos. Sua grande e avassaladora maioria
Quando um servidor público menciona a sua função, logo des- exerce com zelo as atribuições do cargo, observando todas as nor-
perta uma série de reações diversas nas pessoas. mas legais e regulamentares.
Enquanto algumas ficam admiradas, pois para ser um servi- Costumo dizer que, com a Constituição Federal de 1988, nas-
dor público a pessoa precisou submeter-se a prévio e concorrido ceu a figura de um novo servidor público que, mais liberto de es-
concurso; outras enxergam o servidor com certa desconsideração, tereótipos do passado, possui plena consciência da dimensão de
acreditando que este trabalha menos e recebe mais, tornando-se, sua tarefa.
assim, oneroso aos cofres públicos.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
A prestação do serviço público é das mais importantes ativi- Tal fenômeno resultará na ampliação dos estreitos limites da
dades de um corpo social. Nenhum País, Estado ou Município fun- definição jurídica do conceito de cidadania de uma noção relativa-
ciona sem seu quadro de servidores públicos, responsáveis pelos mente passiva, onde o cidadão é visto da perspectiva de mero por-
diversos serviços fornecidos ao cidadão. tador de direitos e deveres para com o Estado, para uma concepção
mais ativa, na qual “os cidadãos participantes da esfera pública”
(BENEVIDES, 1998) serão potenciais agentes da exigência do res-
CIDADANIA: DIREITOS E DEVERES DO CIDADÃO peito aos direitos assegurados e, ainda, da criação de mais espaços
públicos e quiçá de novos direitos não enunciados.
Cidadania é termo que advém do latim (com raiz em civitatis, Sentido originário greco-romano de cidadania
de civitas, que significa cidade, palavra da qual deriva cidadão e ci- Segundo expõe MARILENA CHAUÍ (2001, p. 371), o termo civi-
dadania) (CUNHA, 200:182) e possui vários sentidos, que vão desde tas (raiz etimológica de cidadania) é tradução latina da palavra gre-
o técnico-jurídico, isto é, qualidade daquele que “usufrui de direitos ga polis, que indica cidade como ente público e coletivo. Também
civis e políticos garantidos pelo Estado e desempenha deveres que, res publica, por exemplo, é tradução latina de ta politika, “signifi-
nesta condição, lhe são atribuídos” (HOUAISS, 2001:714), passando cando, portanto, os negócios públicos dirigidos pelo populus roma-
pela associação ao ato de fazer valer os direitos, e havendo inclusi- nus, isto é, os patrícios ou cidadãos livres e iguais, nascidos no solo
ve, no Estado Contemporâneo, quem fale em cidadania universal[1] de Roma”. Polis e civitas correspondem ao conjunto de instituições
(BENEVIDES, 1998): exercitada pelo “cidadão do mundo”, ou seja, públicas, incluindo leis, erário público, serviços públicos e sua admi-
pelo indivíduo “que coloca suas obrigações para com a humanidade nistração pelos cidadãos.
acima dos interesses de seu país” (BENEVIDES, 1998). Em Roma, cidadania designava uma situação política detida por
A polissemia ou ambiguidade do termo ao mesmo tempo que alguns, com exclusão, por exemplo, dos escravos, das mulheres e
aponta para um potencial ou riqueza de sentidos faz com que ele, das crianças, em relação à possibilidade de participação dos assun-
de certa forma, perca sua força originária, que deita raízes na Anti- tos relativos ao Estado Romano. Segundo expõe DALMO DE ABREU
guidade greco-romana, conforme se exporá. DALLARI:
Atualmente, do ponto de vista estrito do Direito, costuma-se “a cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa
dizer que cidadão é o nacional que está no gozo dos direitos po- a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de
líticos. Trata-se, portanto, de quem possui título de eleitor e, por seu povo. Quem não tem cidadania está marginalizado ou excluído
conseguinte, pode participar diretamente dos assuntos do Estado, da vida social e da tomada de decisões, ficando numa posição de
via de regra, por meio de eleição, plebiscito, referendo ou iniciativa inferioridade dentro do grupo social” (DALLARI, 1998:14).
popular. Foi, contudo, na Grécia do auge da democracia, que a questão
Tal sentido, entretanto, enfraquece as potencialidades da no- da participação dos cidadãos na condução dos assuntos coletivos
ção de cidadania em um Estado Democrático de Direito. Cidadania assumiu uma dimensão mais pronunciada. Neste período, houve
é um conceito em construção e não algo dado ou acabado. Ade- a cisão entre as concepções de esfera privada, na qual as pessoas
mais, a construção da amplitude da noção de cidadania não se deu desempenhavam atividades ligadas à sobrevivência, num espaço de
de forma tranquila e pacífica, mas foi produto de lutas travadas sujeição (dos escravos, das mulheres e dos menores), e de esfera
contra privilégios infundados rumo à afirmação de direitos relacio- pública, considerada como espaço de igualdade, no qual homens
nados com a igualdade e consequentemente à universalização de livres exerciam a cidadania.
seu exercício. Os cidadãos gregos desta época eram iguais em dois sentidos:
Neste contexto, deve-se ressaltar que, no Brasil, a Constituição (a) o da isonomia, que implicava a igualdade perante a lei; e (b) o da
de 1988 representou um marco na transição de um regime auto- isegoria, a qual atribuía idêntico direito a todos de expor e discutir
ritário para um Estado Democrático de Direito, o que implicou na em público sobre as ações que a polis deveria ou não realizar. Como
necessidade de implementação de várias formas de participação da os gregos conferiam elevado valor à noção de igualdade, o sorteio
sociedade nos assuntos coletivos, que não se restringem às três ex- foi considerado a mais justa forma de distribuição de encargos esta-
pressões de democracia direta positivadas na Constituição (art. 14). tais, uma vez que assim todos os cidadãos seriam, de fato, tratados
A cidadania, conforme especifica o artigo 1º, II, da Constituição com isonomia[2].
Federal, é um dos fundamentos do Estado Democrático de Direito. Assevere-se que, para os gregos, o espaço público era um re-
Na realidade, rigorosamente falando, nem haveria necessidade de ferencial valorativo que apontava para a finalidade superior da vida
tal alusão, uma vez que as noções de democracia e cidadania são dos homens livres, entendida como racional e justa. Nesta perspec-
intrinsecamente indissociáveis. tiva, o desenvolvimento das virtudes políticas fazia parte do ideal
A tendência, conforme o País avance no processo de consoli- de educação (JAEGER, 2001:1098) do homem grego, para a garantia
dação da democracia, será a ampliação das formas de participação de uma existência livre e ativa em face dos serviços públicos desen-
da coletividade nos assuntos de interesse geral, mediante o desen- volvidos para a coletividade.
volvimento de diversos expedientes, como audiências e consultas
públicas, conselhos de gestão e de fiscalização de serviços públicos, Barreiras históricas e culturais à vivência da cidadania plena
incremento dos espaços públicos de reivindicação e pelo fortaleci- no Brasil
mento dos movimentos populares e das organizações criadas no Cidadania, conforme visto é conceito relacionado com a atu-
seio da sociedade civil. ação dos indivíduos na condução dos negócios públicos. Trata-se,
portanto, de circunstância relacionada com a democracia, que,
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
quando transformada em realidade, exige e incentiva que o indiví- “de um lado, os chefes municipais e os coronéis, que conduzem
duo tenha uma postura ativa, no sentido de integrar-se, discutir e magotes de eleitores como que toca tropa de burros; de outro lado,
fazer-se ouvir perante o organismo político. a situação política dominante do Estado, que dispõe do erário, dos
empregos, dos favores e da força policial, que possui, em suma, o
O exercício pleno da cidadania é conquista social, relacionada cofre das graças e o poder da desgraça” (LEAL, 1975:43).
com a afirmação e respeito aos Direitos Humanos. Mesmo que qua- O coronelismo caracterizou-se como sistema político baseado
se todos os ordenamentos jurídicos nacionais tenham incorporado na “troca de favores”. O Estado, de um lado, negociava a nomeação
em seus preceitos normas que enunciam valores favoráveis ao de- dos cargos públicos, o erário e o controle da polícia e, de outro lado,
sempenho da cidadania, a sua prática (práxis) varia muito de Estado o coronel oferecia a liderança em relação aos trabalhadores de sua
para Estado e de período para período no mesmo local. circunscrição rural, que com a República foram transformados em
É pressuposto do pleno exercício da cidadania o desenvolvi- eleitores. A ideia era buscar um compromisso no qual haveria a ga-
mento de relações sociais mais igualitárias, por isso que incomo- rantia de eleição dos governadores e simultaneamente a manuten-
da tanto a formulação feita por FRIEDRICH MÜLLER (2000, p.5-60): ção do poder privado dos coronéis, mesmo que em decadência.
que grau de exclusão social ainda pode ser tolerado por um sistema O governo estadual, em troca do apoio político, concedia uma
democrático? Tender-se-ia responder cinicamente que em uma de- autonomia “extralegal” aos coronéis que compreendia: (1) o poder
mocracia material nenhum grau de exclusão social pode ser tole- para a nomeação de cargos públicos, permitindo o surgimento do
rado, contudo, a problemática denuncia que as pessoas, no geral, denominado “filhotismo”, pois o coronel nomeava pessoas com as
como cidadãs que são, tendem a retirar de suas costas a respon- quais mantinha relações; (2) o apoio do poder de polícia estadual
sabilidade de promover ações no sentido da inclusão social, pro- para a perseguição dos opositores do coronel, o que deu ensejo ao
curando não se fazer essa verdadeira e, por isso mesmo, incômoda chamado “mandonismo”; e (3) o poder de administração dos recur-
questão. Também é pressuposto do pleno exercício da cidadania: a sos financeiros do município, que eram utilizados para fins pessoais,
consciência da diferenciação que existe entre vida privada e espaço ocasionando o que o autor denominou de “desorganização dos ser-
público. Estes são aspectos que esbarram em problemas históricos viços públicos locais”.
e, consequentemente, culturais no Brasil. Assim, os coronéis falseavam os votos dos seus “rebanhos elei-
Sabe-se que o Brasil foi tratado ab ovo, como um local para ser torais”, isto é, direcionavam os votos para o resultado pactuado
explorado para o enriquecimento de interesses de fora de seu terri- com os governantes, utilizando-se dos votos de cabresto e de ele-
tório. Diferentemente do que ocorreu em colônias de povoamento, mentos coercitivos, como a ação de pistoleiros, geralmente capan-
o objetivo precípuo de grande parte dos colonizadores que aqui se gas de sua confiança, ou grupo de jagunços, ou seja, de um “bando
fixaram foi o enriquecimento rápido mediante a produção extrati- de caboclos dedicados ao ofício das armas, que viviam à sombra de
vista (agrícola ou de mineração) baseada, via de regra, no latifún- sua autoridade”.
dio, no trabalho escravo e no suprimento de carências do mercado Entretanto, após a Revolução de 30, com a promulgação do
externo. Código Eleitoral, houve a instauração do voto secreto, que acabru-
Mesmo com a abolição da escravatura e a adoção do trabalho nhou o sistema coronelista, porém, não foi suficiente para solapá-
assalariado, que se deu no País na divisa dos séculos XIX e XX, pre- -lo, haja vista que a sua base de sustentação era a estrutura agrária
dominou, a partir da Proclamação da República, com a progressiva do País, e não o voto em si.
expansão dos direitos políticos no Brasil, o que se denominou de Portanto, segundo NUNES LEAL, a estrutura agrária, aliada à
“coronelismo”. Este é fenômeno cuja análise é imprescindível para falta de autonomia municipal, e ao sistema representativo, cuja uni-
que se entenda o nascimento distorcido da noção de espaço públi- versalização fez surgir no cenário local um novo ator político com
co no Brasil. amplos poderes, isto é, o governador, são fatores que contribuíram
O coronelismo, segundo VICTOR NUNES LEAL, representou a para a manifestação plena do coronelismo em seu período auge,
decadência do poder privado e a ascensão do poder público, com a que foi o da República Velha (de 1889 a 1930).
emergência do sufrágio universal a partir da Constituição de 1891, Contudo, mesmo com as mudanças que foram sentidas no
que transformou grande contingente de trabalhadores rurais (em Brasil a partir da década de trinta, a reflexão acerca do fenômeno
um país que era, à época, essencialmente agrário) em eleitores. é indispensável na medida em que provoca inferências que trans-
O poder privado, que existia relativamente inconteste desde as cendem aos estreitos limites de contextualização de sua ocorrência
grandes divisões do território pelo sistema das sesmarias (que foi mais evidente, fornecendo uma importante explicação sobre as ori-
fonte de origem dos grandes latifúndios no País), enfrentou acen- gens distorcidas das relações entre o espaço público e privado no
tuada decadência em função de vários aspectos, dentre os quais se Brasil, ao contrário do que ocorreu, por exemplo, na Grécia no perí-
ressaltam: o êxodo rural, produto da industrialização, e a afirma- odo auge da democracia, onde artesãos e comerciantes não foram
ção e garantia dos direitos trabalhistas somente aos trabalhadores considerados cidadãos, à medida que não dispunham de “tempo
urbanos, que transformou o campo em instância menos atraente. livre” para se dedicarem às tarefas efetivamente públicas.
Também houve a ascensão progressiva do poder público, advinda Ademais, a análise evidencia que diante da miséria e da ausên-
da consolidação do modelo federativo de Estado. cia de informação da população, ela acaba sendo mais facilmente
Enfraquecidos diante de seus dependentes e rivais, os coronéis manipulada pelos detentores de poder que, por este motivo, preo-
se viram na necessidade de fazer alianças políticas com o Estado, cupam-se menos em promover um projeto efetivo de emancipação
que expandia sua influência na proporção em que diminuía a dos social do que com a sua permanência no poder.
donos de terra. A essência do compromisso coronelista repousou, Portanto, apesar de todo avanço que as instituições públicas
portanto, no acordo firmado entre o poder privado decadente e o foram objeto no Brasil, ao longo do século XX, com a industrializa-
poder público em ascensão, e este complicado arranjo, denomina- ção e a formação de uma classe média sustentadora de uma nova
do por NUNES LEAL de “sistema de reciprocidade”, envolveu: base de relações sociais, o coronelismo explica as origens da pro-
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Entre os vários fatores que se relacionam com a globalização CONCEITOS DE CIDADÃO E SUAS E ATRIBUIÇÕES
e a privação do poder interventivo do Estado nacional, menciona No contexto de reforma do Estado e gerencialismo, o objetivo
HABERMAS[8]: (a) a perda da capacidade de controle estatal, pois o de aproximar o Estado do cidadão faz surgir diversos termos para se
Estado isolado não concentrava forças para defender seus cidadãos referir ao cidadão enquanto receptor dos serviços públicos: usuá-
contra efeitos de decisões de atores externos ou contra os efeitos rio-cidadão (NASSUNO, 2000); cidadão-usuário (PECI; CAVALCANTI,
em cadeia de processos que tinham origem fora de suas fronteiras; 2001), cliente-cidadão (BRESSER PEREIRA, 1999), cidadão-consumi-
(b) crescentes déficits de legitimidade no processo decisórios, pois dor (Citizen’s Charter), cidadão-cliente (BRASIL, 1995; OSBORNE;
com a globalização muitas decisões políticas foram subtraídas das GAEBLER, 1995), cidadão-proprietário (SCHACHTER, 1995), cidadão
arenas nacionais e passaram discutidas em decisões interestatais; virtuoso (HART, 1984) e cidadão-parceiro (PRATA, 1998). Portanto,
e (c) progressiva incapacidade de o Estado dar provas de ações de nessa seção, procura-se apresentar a origem do conceito de cliente
comando e organização em face de mercados globalmente ilimita- ou consumidor na administração pública e explorar alguns dos ter-
dos e de fluxos acelerados de capital que, isentos do dever de pre- mos utilizados para se referir ao cidadão.
sença nacional, retiravam-se de uma economia tão logo sentiam-se O surgimento do cliente/consumidor na administração pública
ameaçados, onerando, sem possibilidade de intervenção estatal, a
garantia de empregos e, portanto, os padrões econômicos e sociais Em 1992, na Inglaterra, foi lançada a Carta ao Cidadão (Citi-
de uma nação. zen’s Charter). Nesta, o governo assume a posição de defensor dos
A América Latina sofreu na década de 90 os efeitos da pressão direitos do cidadão frente a serviços públicos monopolistas e define
internacional para que ocorresse um movimento de privatização e seus padrões mínimos de desempenho (RICHARDS, 1994). Esse do-
de liberalização de diversos setores de atividades que antes eram cumento inspirou iniciativas em muitos países como os Estados Uni-
consideradas serviços públicos para o domínio do livre mercado, dos, Canadá, França, Bélgica, Austrália e Itália (COUTINHO, 2000, p.
para que o Estado ajustasse suas contas externas. 13).
Mesmo aqueles serviços públicos que não foram diretamente Com base nas recomendações da Carta ao Cidadão, as organi-
privatizados, em face do déficit estatal e da pressão internacional, zações públicas passam a ter obrigação de:
passaram a ser alvo de delegação para empresas privadas, via de re- 1) identificar quem são os seus usuários; 2) realizar pesquisas
gra, mediante concessão de serviços públicos. Assim, nota-se que, junto a esses usuários para determinar suas expectativas quanto ao
paulatinamente, o caráter de gratuidade da prestação de serviços tipo e qualidade dos serviços; 3) estabelecer padrões de qualidade
públicos à população passou a ser tratada no direito público como e compará-los à situação atual;
princípio da modicidade das tarifas, para que se resguardasse ao 4) buscar comparações com o desempenho de serviços pres-
prestador o caráter lucrativo de seu contrato, o que significou em tados na iniciativa privada (benchmark); 5) realizar pesquisa junto
termos sociais mais ônus e encargos e maior restrição no acesso ao aos funcionários públicos para detectar obstáculos e outros proble-
serviço para grande parte da população pobre. mas para melhorar os serviços; 6) possibilitar opções de fontes de
Atualmente, no início do século XXI, os cidadãos brasileiros se serviços aos usuários; 7) tornar as informações, serviços e sistemas
deparam com inúmeras perplexidades: ao mesmo tempo em que de queixas facilmente acessíveis aos cidadãos-usuários; e 8) pro-
houve um significativo avanço proporcionado pelos instrumentos videnciar retornos rápidos e eficazes às reclamações dos usuários
de caráter democrático, previstos direta ou indiretamente pela (OSBORNE e PLASTRIK, 1997, apud COUTINHO, 2000, p. 13).
Constituição de 1988, o mundo se deparou com uma crise financei- Ao seguir as recomendações da Carta ao Cidadão, a gestão pú-
ra iminente que ameaça de desemprego inúmeros setores, o que blica aproxima-se da gestão privada e, consequentemente, surge a
se refletirá sobre o desenvolvimento econômico e sobre a acessi- figura do cliente, ou o paradigma do cliente conforme aponta Ri-
bilidade dos cidadãos aos serviços ofertados, seja pelo regime de chards (1994).
mercado ou mesmo através da delegação de serviços público. Como lembra Abrucio (2005), a associação entre sociedade e
mercado chega a atingir um ponto extremo no New Public Mana-
Por outro lado, a América Latina, diante da crise financeira que gement – o consumerism, segundo o qual se firmava, entre Estado
afeta economias centrais, se viu na necessidade de repensar a ado- e sociedade, uma relação de prestação de serviços públicos. Esta
ção indiscriminada, defendida pelo neoliberalismo, de modelos de consumia os serviços prestados por aquele, que, por sua vez, incor-
desenvolvimento econômico totalmente dependentes de proces- porava práticas comuns da administração privada, como o foco na
sos transfronteiriços, tendo em vista, entre outros fatores, a timidez qualidade, competição, flexibilidade e demanda.
da consolidação de uma noção de cidadania universal, pautada no Para Prata (1998), não há dúvida de que a introdução do con-
respeito à igualdade entre nações. Houve a percepção generalizada ceito de cliente representou uma mudança importante e positiva na
de que a utilização da força bélica não foi arma descartada do ce- cultura organizacional do setor público. A adoção do consumerism,
nário internacional, sobrepondo-se, lamentavelmente, em diversos contudo, suscita algumas questões importantes. A primeira e mais
casos, à desejada busca de solidariedade entre nações, que justifi- lógica delas é “quem é o cliente no setor público?”. Para a autora,
caria maior integração. esse problema, facilmente equacionado e resolvido para as empre-
Entretanto, nota-se que mesmo diante de tal percepção, os sas privadas, se traduz em matéria bastante controversa na órbita
Estados nacionais de países em desenvolvimento continuaram, em estatal.
sua maioria, incapazes de suprir adequadamente a demanda por Para Beltramini (1981), a questão é bem simples: o cliente no
serviços públicos que atendessem às necessidades básicas de sua setor privado é a pessoa que compra e usa os produtos e/ou os ser-
população, e buscam na iniciativa privada parcerias capazes de pre- viços oferecidos por determinada empresa. O cliente no setor pú-
encher essa carência. blico é também a pessoa que usa os serviços oferecidos por órgão
ou instituição governamental. O cliente de uma agência de combate
à pobreza, por exemplo, são os pobres; os clientes de um parque
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industrial são todas as pessoas que usam o parque. Os produtores o serviço prestado às crianças nas escolas, por exemplo, sob essa
de uma agência de combate à pobreza e de um parque industrial visão, seria assunto somente das escolas, dos alunos e de seus pais.
são os administradores públicos e os legisladores que projetam os Por isso, questiona se essa maneira de conduzir o serviço leva em
serviços oferecidos para resolver os problemas dos pobres e dos consideração as solicitações de uma sociedade mais ampla.
usuários do parque. Nessa mesma ótica, Gray (1994 apud Prata, 1998) afirma que
Para Prata (1998), contudo, ao examinar a questão de uma for- o termo cliente e o tipo de transações a ele relacionado não levam
ma mais ampla, tem-se o dilema de contrabalançar os interesses em conta as dimensões de equidade, responsabilidade e bem pú-
do contribuinte, aquele que efetivamente fornece os recursos para blico. Na verdade, este autor concebe que o conceito é claramente
que os serviços sejam prestados, com as reivindicações dos bene- insuficiente para representar o papel do cidadão.
ficiários diretos destes serviços. A autora explica que nem sempre A despeito dos reconhecidos benefícios do foco no cliente e
aquele que recebe serviços públicos é realmente um contribuinte; das críticas à aparente superficialidade com que vem sendo desen-
ou ainda, aqueles que mais contribuem com impostos são geral- volvida essa perspectiva, Richards (1994) faz restrições à metáfora
mente os que menos necessitam dos serviços públicos oferecidos do cliente no serviço público e defende o enriquecimento do con-
individualmente, mesmo que também precisem daqueles presta- ceito de cliente com o de cidadão, que é muito mais abrangente,
dos de forma coletiva, como segurança e construção de estradas. abrigando uma série de conotações diferentes, que se deslocam
Richards (1994) denuncia a suspeita de que, por trás do apa- do nível individual para o coletivo. É o que se pretende abordar na
rente fortalecimento do cliente para fazer escolhas individuais que próxima seção.
influam no serviço recebido no nível micro, estaria um enfraqueci-
mento de sua capacidade de influenciar, no nível macro, a política O cidadão
pública em questão. Assim, os clientes podem influenciar a maneira Cidadania é um conceito ativo e dinâmico que envolve direitos
como o serviço deve ser prestado, mas não lhes é facultado definir e deveres. O fato de ser cidadão dá ao indivíduo o direito de exigir
o objetivo público a alcançar. E é aí que reside a ameaça à estrutura bons serviços, e não recebê-los como uma dádiva, um favor pelos
de poder vigente: investido desse novo status, surge a possibilidade quais deve ser muito agradecido. É dever do Estado proporcionar-
de que o cidadão venha a dividir com os políticos eleitos e os funcio- -lhe tais serviços de forma apropriada. Em contrapartida, cidadãos
nários públicos o poder de decisão, ao invés de se contentarem em têm muito mais responsabilidades e obrigações. Eles representam
receber passivamente os serviços. Segundo Potter (1988, p. 155), também o papel de “súditos” de seus governos, tendo que pagar
“é preciso somente um pequeno, lógico passo para o progresso do impostos e taxas, prestarem serviço militar, e respeitar as determi-
princípio de representação para o de participação, mas isso marca nações do governo, em benefício da ordem coletiva. Nas palavras
um salto gigantesco na maneira como a maioria dos serviços pú- de Mintzberg (1996, p. 77), “somos na verdade cidadãos, com direi-
blicos são atualmente realizados”. Não é por acaso, como explica tos que vão muito além dos direitos dos consumidores”.
Gray (1994, p. 53 apud Prata, 1998), que defender o envolvimen- A cidadania como conceito está em constante construção e
to dos consumidores não gera resistência desde que as estruturas associada a elementos da vida em sociedade e a relação com o Es-
políticas não sejam tocadas: “...a tentação é deixar a participação tado, no que diz respeito aos direitos e aos deveres, a liberdade,
dos usuários num nível que as organizações possam acomodar sem a igualdade, a participação, a coletividade e o bem comum. Costa
demasiado transtorno estrutural ou político”. (2006) chama a atenção para os diferentes direitos abrangidos pelo
Uma das maiores críticas ao conceito de cliente é que ele apre- conceito de cidadania: direitos civis, políticos, sociais e difusos, reu-
senta o risco de levar à esfera pública o fortalecimento da perspec- nindo aqueles que não se encaixam nas categorias anteriores. Com
tiva individualista, já comum no mundo das escolhas privadas. Isto a redemocratização brasileira na década de 1980, foram alcançados
seria particularmente prejudicial, devido ao papel de redistribuição os direitos políticos, sem que os civis já estivessem garantidos. A
do Estado. Num mundo formado por indivíduos voltados para a fragilidade destes prejudica a existência daqueles e, por extensão,
consecução dos próprios objetivos, considerações sobre ética, bem a própria democracia em um sentido que ultrapassa o simples pro-
maior e interesse público seriam pouco significantes. Nesse contex- cesso eleitoral. Já os direitos sociais e difusos, na opinião de Costa
to, seria provavelmente considerado natural que os menos privi- (2006), estão longe de serem assegurados. A construção da cida-
legiados e os incapazes de fazer ouvir suas reivindicações fossem dania no Brasil, assim, mostra-se incompleta, na medida em que
abandonados à própria sorte (PRATA, 1998). os indivíduos não dispõem ainda, de fato, das quatro categorias de
Peci et al. (2008) afirmam que é justamente na lógica do merca- direito.
do que o cliente está inserido, ao contrário do cidadão. Os autores A cidadania, no sentido “cívico”, enfatiza as dimensões de uni-
argumentam, que não é que mercado e sociedade sejam incom- versalidade, generalidade, igualdade de direitos, responsabilidades
patíveis, nem tampouco cidadãos e clientes, porém a associação e deveres. A dimensão cívica articula-se à ideia de deveres e res-
dos dois implica em uma dupla interpretação: em primeiro lugar, ponsabilidades, à propensão ao comportamento solidário, inclusi-
significa um retrocesso no que tange a dimensão pública, visto que ve relativamente àqueles que, pelas condições econômico-sociais,
representa a supressão da ampla perspectiva dos direitos; em se- encontram-se excluídos do exercício dos direitos, do “direito a ter
gundo, e originando-se a partir do primeiro ponto, essa associação direitos” (TEIXEIRA, 2001).
à lógica privada das relações de mercado sobrepõe-se à pública, Cerchiaro e Ayrosa (2007) criticam a prática de a Nova Admi-
perpetuando, no Brasil, a confusão entre as duas dimensões, tão nistração Pública tratar os cidadãos como consumidores esquecen-
presente na história brasileira. do-se do seu papel maior dentro do contexto político. Os autores
O próprio desenvolvimento de serviços públicos na base de ressaltam que, apesar de a maior parte dos serviços públicos ser
uma relação meramente contratual, aos moldes do mercado, con- de natureza profissional, o cidadão é mais do que um mero consu-
duziria a uma transação privada entre aqueles que prestam os midor.
serviços e aqueles que os recebem. Richards (1994) ressalta que,
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Na concepção de Mintzberg (1996, p. 77), existe uma grande Fleury (2003) destaca a existência da dimensão cívica da cida-
diferença entre as atividades governamentais voltadas para o con- dania que pressupõe a inclusão ativa dos cidadãos na comunidade
sumidor e as voltadas para o cidadão: “a frequência da ocorrência”. política, ou seja, eles passam a se relacionar com os poderes legal-
Existem poucas atividades do governo voltadas puramente para mente constituídos e com a sociedade, compondo um cenário de
o consumidor, em compensação, muitas das atividades do gover- novos direitos e deveres. Nessa dimensão pública dos indivíduos, a
no são voltadas para o cidadão, na forma de infraestrutura: social cidadania está inserida em um modelo de integração e sociabilida-
(como museus), física (estradas e portos), econômica (políticas mo- de e “transcende os interesses egoístas do indivíduo no mercado,
netárias), mediadora (tribunais cíveis), estrangeira (embaixadas e na direção de uma atitude generosa e solidária” (FLEURY, 2003, p.
consulados) e de apoio ao próprio governo (como a máquina elei- 9).
toral). Sob essa mesma ótica, Prata (1998) argumenta que compre-
Sob essa ótica, o processo de reestruturação do Estado brasi- ender o cidadão a partir do conceito substantivo é uma forma de
leiro pode terminar por confundir estas duas entidades políticas: o acrescentar solidariedade ao individualismo. Para a autora, a cida-
cidadão e o consumidor (MENDES, 2001). A troca da cidadania por dania tem também as fundamentais características do altruísmo e
um modelo voltado para o consumidor no novo paradigma repre- da solidariedade. O cidadão deve levar em conta as preferências e o
senta uma fundamental degradação moral na relação das institui- bem de outros, não só os seus. Conforme afirma também Richards
ções para a governança (MINTZBERG, 1996; DOBEL, 2001). (1994), como cidadãos, podemos chegar a aceitar decisões que vão
Visando ressaltar a dimensão cidadão, Denhardt e Denhardt contra nossos interesses, uma vez que essas decisões tenham sido
(2003) propõem uma abordagem, denominada de Novo Serviço tomadas de forma correta ou em benefício da sociedade. A cidada-
Público. Na concepção desses autores, o Novo Serviço Público apre- nia envolve, portanto, o desenvolvimento de um nível mais alto de
senta-se como uma resposta aos modelos de gestão pública buro- consciência.
crática e gerencial, e está centrado em valores de cidadania e de A cidadania efetiva assume que os cidadãos agem: moni-
participação e na crença de que o cidadão saberá tomar as decisões toram órgãos públicos e fazem com que suas preferências sejam
corretas, se, para isso, for-lhe dada oportunidade. Assim, o cidadão conhecidas. Sob esse posto de vista, a reforma do Estado requer
é tido como um indivíduo que anseia não apenas pela satisfação o empowerment do público através de educação para a cidadania
de suas necessidades e de seus interesses privados, mas que busca e constante troca de informações entre governo e cidadãos. Scha-
também a construção de um bem comum. chter (1995) conclui que a tarefa mais difícil é reinventar o nosso
Essa abordagem procura resgatar a epistemologia da adminis- próprio papel como cidadãos ativos: a natureza humana e as com-
tração pública que reconhece as pessoas como seres políticos que, plexidades de nossa sociedade nos impedem de aceitar o papel de
devidamente articulados, agem na comunidade para construção do proprietários do governo, o qual, sem nossa participação, poderia,
bem comum (PARADA et al., 2008). Portanto, a eficiência não deve no máximo, obter sucesso parcial em suas reformas.
ser utilizada como o único critério para uma perfeita gestão pública, A partir do exposto, percebe que o conceito de cidadão-pro-
mas que esta se paute, sobretudo, por ideais como justiça, equida- prietário é utilizado como uma forma de aprimorar a noção de ci-
de, responsividade e respeito ao cidadão. dadania, bem como as concepções de cidadão virtuoso e cidadão-
Nesse sentido, a administração pública deve ser compreendida -parceiro.
como um conjunto de ações voltadas à produção dos serviços pú-
blicos – para o bem comum – considerando as múltiplas dimensões Cidadão virtuoso
e a capacidade dos cidadãos de participar de uma sociedade politi- O termo cidadão virtuoso é incorporado no debate sobre o
camente articulada (SANTOS et al., 2006). papel do cidadão a partir da descrição feita por Hart (1984) discu-
A proposta do Novo Serviço Público, enquanto modelo de ges- tida por Frederickson (1991). Este autor, defendendo uma noção
tão para o bem comum, propõe que os serviços públicos sejam aprimorada de cidadania destaca que “um governo não pode ser
exercidos de forma compartilhada pelo Estado, organizações de in- melhor que as pessoas que ele representa” (p. 409-410). O cidadão
teresse público e não estatais e pelos cidadãos, lembrando que es- virtuoso é o indivíduo dotado de responsabilidade moral individual,
ses últimos assumem um duplo papel, ou seja, são produtores e be- tem o dever de agir em defesa dos valores vigentes, opondo-se ao
neficiários dos resultados desse processo. Tal estratégia, chamada racismo, à discriminação sexual ou à invasão de privacidade, por
de co-produção, parte do princípio de que a participação conjunta exemplo.
gera maior responsabilidade (accountability) entre os co-produto- Essa perspectiva conduz a uma responsabilidade individual pe-
res e desenvolve a cidadania. los direitos naturais ou fundamentais de cada um. Portanto, o cida-
Por outro lado, convém destacar que o Novo Serviço Público dão virtuoso necessita também ter conhecimento da Constituição e
não extingue o pensar estratégico. Pressupõe, sim, que esse seja estar apto a realizar julgamentos morais e filosóficos; deve acreditar
orientado por dois tipos de racionalidade: a substantiva e a instru- que os valores vigentes de seu país são verdadeiros e corretos e não
mental (PARADA et al., 2008). A substantiva como forma de sus- apenas ideias aceitas pela maioria ou psicologicamente gratifican-
tentar as práticas nas bases da inteligência, de um conhecimento tes; deve ter civilidade, o que inclui tolerância com a expressão de
autônomo gerado da análise das relações entre os fatos da realida- ideias, e indulgência para perceber que as regras devem ser man-
de, resguardando a liberdade das instâncias que produzem e que tidas num nível mínimo – de forma a não prejudicar a liberdade
usufruem o bem público. Já a instrumental é permeada pela fun- (PRATA, 1998, p. 11-12).
cionalidade, que deve ser vista como referência a um objetivo es- A partir do exposto, evidencia-se que o conceito de cidadão vir-
pecífico e pressupõe que ações sejam realizadas para se atingir o tuoso está em consonância com a afirmação de Fleury (2003, p. 9),
máximo rendimento, de forma eficiente, eficaz e efetiva. Portanto, para quem, conforme já exposto, a cidadania “transcende os inte-
o Novo Serviço Público não exime a prática técnica da racionalidade resses egoístas do indivíduo no mercado, na direção de uma atitude
instrumental presente no gerencialismo da reforma administrativa. generosa e solidária”.
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que realmente haja uma representação mais justa e adequada para através de incentivos a programas de flexibilização da gestão públi-
o cidadão, imprimindo à relação cidadão-Estado o respeito mútuo e ca, tornando sua máquina administrativa mais barata, ágil e recepti-
a identidade de interesses que caracterizam as parcerias. va à inovação gerencial e à autonomia administrativa (SILVA, 1994).
Diante desse contexto no qual se configuram os diversos ter- Para as organizações públicas, as regras das organizações pri-
mos utilizados para se referir ao cidadão e ao seu papel na relação vadas na busca pela qualidade são bastante válidas, contudo, se
com o Estado, questiona-se a necessidade de utilização de tantos percebe que elas estão um pouco longe da realidade, uma vez que
termos. Por isso, na próxima seção, procura-se clarear o conceito as características que envolvem a qualidade de serviços têm sido
de cidadão-consumidor defendendo o mesmo como um conceito assimiladas de forma lenta pelo setor público. Esse fato é obser-
apropriado para tratar o indivíduo nas suas duas dimensões: cida- vado através das frequentes reclamações e cobranças com relação
dão (Estado) e consumidor (mercado). à necessidade de quantitativo e qualitativo dos serviços por elas
oferecidos. Segundo Osborne e Gaebler (1995), no setor público,
CIDADÃO-CONSUMIDOR: UM SER DE MERCADO OU DE ESTA- diferentemente da iniciativa privada, a maioria das instituições
DO? atendem a um conjunto muito diversificado de clientes, que na sua
Com base nos diversos conceitos e papéis atribuídos ao cida- grande maioria saem descontentes com os serviços em função de
dão diante do Estado, duas orientações principais podem ser de- que a administração pública vem trabalhando com processos buro-
lineadas: i) uma que defende a categoria cidadão e seus adjetivos cráticos que ocasionam trâmites vagarosos, sistemas de protocolos
proprietário, virtuoso e parceiro como a mais adequada para ser arcaicos e ineficientes. Além disso, seus órgãos ou setores traba-
utilizada no contexto da administração pública e, considera que são lham de forma isolada, não existindo integração entre os diversos
limitadas ou até mesmo equivocadas as referências de conjugar ci- setores, sem falar que seus servidores, na sua grande maioria, não
dadão como consumidor ou cliente; ii) uma outra que se posiciona possuem motivação para exercer suas funções, quer seja por falta
a favor de que haja uma dinamicidade entre os termos cidadão e de perspectivas de crescimento profissional, capacitação e aprimo-
consumidor, em prol de que administração pública alcance a tríade ramento, subutilização, ou por questões salariais, além da moro-
eficiência-eficácia-efetividade³ e supere as vicissitudes da burocra- sidade de absorção de inovações tecnológicas e a inexistência de
cia. políticas públicas definidas que sejam coerentes ao pensamento
Na primeira concepção foram típicas as críticas que relatam voltado ao bem comum. Pode-se afirmar que essa realidade se con-
que conjugar o cidadão como um consumidor ou um cliente con- figura também no Brasil porque ainda estamos longe de alcançar a
siste em uma falha, visto que estes termos são oriundos do setor excelência na prestação de serviços públicos. Essa poderia ser tra-
privado, que por serem expostos a um mercado diversificado, isto duzida por serviço de qualidade, atendimento cortês e personaliza-
lhes proporcionam uma infinidade de alternativas de consumo, di- do, atendimento das reais necessidades, entre outros.
ferentemente do que ocorre no setor público, onde muitos serviços Portanto, se tratar o indivíduo como cliente/consumidor impli-
são prestados em forma de monopólio. Essa primeira orientação ca, prestar-lhe um serviço de excelência como tem sido almejado
faz ressalvas no sentido de que ao carregar princípios de mercado pelo setor privado, pode-se afirmar que ainda falta muito para que
pouco adaptados ao setor público, corre-se o risco de que a igual- a figura do cliente se concretize na prática na administração pública
dade - como um princípio essencial da cidadania - seja suprimida brasileira contemporânea. Se por um lado, há críticas de que o cida-
por tentar segmentar os cidadãos ou reconhecer as suas diferenças dão tem sido tratado apenas como cliente, por outro lado, também
no desenvolvimento das estratégias de prestação de serviços (NAS- se pode criticar se ele for tratado apenas como cidadão, principal-
SUNO, 2000). mente, considerando o contexto brasileiro, onde é comum a ocor-
Já a segunda concepção se desenvolve no contexto da Refor- rência de situações que suprimem os direitos dos cidadãos (COSTA,
ma do Estado, cujos desafios concentram em incorporar à admi- 2006) e que consequentemente não eximem reflexos na prestação
nistração pública mecanismos gerenciais, provenientes da iniciativa dos serviços. Talvez seja exatamente por isso que a orientação ou
privada. Todo este movimento concentra-se na busca do trinômio foco no cidadão-consumidor tenha sido acusada de ser superficial.
eficácia-eficiência-efetividade e se pauta por ações que visem Por isso, acredita-se que ao enfatizar e operacionalizar a dimensão
transformar as estruturas burocráticas rígidas em organizações consumidor, a administração pública possa propiciar ao cidadão a
mais flexíveis que atendam a esse trinômio ao mesmo tempo em excelência nos serviços públicos.Reis (1990) corrobora com esta co-
que promovam crescente transparência administrativa e convivam locação, mostrando que a prestação de serviços públicos não pode
com controles e interesses públicos, políticos e interinstitucionais desconsiderar a situação de que: “temos de fazer clientes reais para
cada vez mais complexos e diversificados. que possamos esperar ter cidadãos em sentido pleno, capazes não
Vale destacar ainda que entre os objetivos do gerencialismo na só de expressar a autonomia que diz respeito especialmente aos di-
administração pública está a redução dos gastos e a obtenção de reitos civis e políticos da cidadania, mas também de eventualmente
maiores retornos, ou seja, aumentar a produtividade e a eficiên- exibir virtudes cívicas e exercer as responsabilidades que a concep-
cia do setor público. Isto vem de encontro aos anseios do cidadão ção normativa da cidadania vê como o anverso daqueles direitos”
como contribuinte. Por outro lado, para que se alcance este obje- (p. 188)
tivo e o nível de serviço não deteriore, a dimensão qualidade deve Diante do exposto, defende-se a utilização do conceito de ci-
ser também incorporada ao modelo gerencial, de modo que não se dadão-consumidor na administração pública por acreditar que esse
satisfaça somente a eficiência, mas, sobretudo a eficácia e a efetivi- conceito abrange dois aspectos fundamentais não excludentes: (i)
dade na prestação dos serviços. Visto agora como um prestador de entender o indivíduo, acima de tudo, como cidadão com todos os
serviços, que tem de utilizar-se de instrumentos de mercado para direitos e deveres implicados no conceito de cidadania, ou seja,
garantir a eficiência de suas organizações, o Estado está sendo gra- indivíduo ativo, parceiro do Estado, co-produtor dos serviços pú-
dativamente forçado a enfatizar o atendimento das necessidades blicos; (ii) entender o indivíduo também como consumidor/cliente
tanto de regulação quanto dos serviços dos seus clientes/cidadãos,
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
que tem o direito (implícito no conceito de cidadania) de exigir o Conforme bem explicitado por Olenscki e Coelho (2005), em
atendimento de suas necessidades e, consequentemente, a exce- um primeiro momento da reforma do Estado, os serviços públicos
lência na prestação de serviços públicos. foram vistos como adaptação da iniciativa privada ao setor estatal,
Por outro lado, vale destacar que ao reconhecer o cidadão vislumbrando-se a prestação de serviços como forma de atender
como um consumidor ou cliente, isto não elimina a necessidade de quantitativa e qualitativamente as necessidades e desejos de con-
realizar uma reflexão sobre as especificidades da natureza do setor sumidores, portanto, no seu aspecto mercadológico; na acepção de
público. Portanto, cidadão não pode ser visto apenas como um con- prestação de serviços, se necessário e possível, personalizado. Des-
sumidor, visto que este escolhe o que, onde e como quer adquirir o sa forma, a orientação estava circunscrita à eficácia.
produto diferentemente do que ocorre no setor público. Em alguns Em um segundo momento ocorre a incorporação substantiva
casos, esse problema é mais acentuado, pois apenas um prestador dos aspectos de participação política com transparência adminis-
de serviços tem a concessão durante um longo período. Portanto, é trativa e equidade na prestação de serviços públicos, ou seja, uma
necessária uma visão de um cidadão-consumidor que participe dos preocupação com as demandas sociais, originadas de um ambiente
sistemas de controle das operações concedidas. Não apenas consu- de formulações e de tomada de decisões a partir não só da burocra-
midor, não apenas cidadão, mas sim cidadão-consumidor. cia estatal e dos mandatos políticos como de outros atores sociais,
Conforme escreve Vale (2004), a administração Pública deve que se tornam copartícipes de todo o processo, repercutindo no
desempenhar melhor o seu papel de provedora de serviços públicos longo prazo na transformação do aparelho de Estado e na criação
e, assim, dinamizar o atendimento ao cidadão. Nesse sentido, uma de uma legitimidade ampliada à ação estatal, visando reduzir as
administração pública deve relacionar-se não com o que se deno- relações assimétricas entre indivíduos-cidadãos, e proporcionan-
mina cliente ou consumidor, mas ter como beneficiário o cidadão. do valor público. Essa corrente do gerencialismo se convencionou
Deve-se pensar na administração pública não numa perspectiva de denominar Public Service Orientation cuja preocupação principal é
quem paga o serviço (cliente) e quem recebe por ele (o funcioná- guiar-se pelos princípios de equidade e justiça sociais; do ponto de
rio), mas quem tem o direito de receber (o cidadão) e quem tem o vista da prestação de serviços, a atenção se volta à orientação de
dever de fornecer (a administração). Portanto, tem que se lutar pe- efetividade da ação do Estado (OLENSCKI; COELHO, 2005).
los direitos do cidadão tanto quanto pelos direitos do consumidor Assim, essa segunda perspectiva extrapola a orientação de
uma vez que ambos não estão sendo plenamente atendidos. mercado, incorporando a orientação para valor, no caso, voltada
Mesmo que autores como Bueno (2006) ainda interpretem o para a criação de valor público. Tal perspectiva aproxima-se da
conceito de cidadão-consumidor como um termo que está mais im- orientação de valor na iniciativa privada na medida em que o setor
buído de princípios de mercado, não se identifica problemas maio- privado volta-se para a criação de valor não somente para consu-
res desde que este princípio venha contribuir com a excelência na midores, mas para os stakeholders, tal como empresas que prezem
prestação de serviços públicos. Acredita-se que este não extingue a pela ética, pelo desenvolvimento sustentável e pela responsabilida-
importância da cidadania e seu contexto de democracia. Concorda- de social (OLENSCKI; COELHO, 2005).
-se com Cerchiaro e Ayrosa (2007) que, nesse conceito, a dimensão Dentro dessa discussão sobre interesse público e interesse
cidadão é bem mais ampla do que a dimensão consumidor. Portan- privado, a abordagem do Novo Serviço Público pode prestar uma
to, tratar o indivíduo também como consumidor não implica retirar- grande contribuição. Denhardt e Denhardt (2003) buscam resgatar
-lhe os direitos, mas sim considerá-lo como merecedor de serviços a epistemologia da administração pública que reconhece as pes-
de qualidade. soas como seres políticos que, devidamente articulados, agem na
A cidadania, no sentido “cívico” articula-se à ideia de deveres comunidade para construção do bem comum, propósito que deve
e responsabilidades, à propensão ao comportamento solidário preceder os interesses privados (SALM; MENEGASSO, 2006).
conforme expôs Teixeira (2001). Portanto, entende-se que o pró- No Novo Serviço Público busca-se o desempenho da adminis-
prio conceito de cidadania já abarca a ideia de solidariedade, gene- tração pública não mais na direção da eficiência e da eficácia apre-
rosidade, participação e parceria, não necessitando, portanto, da goadas pela iniciativa privada, tampouco com base em interesses
utilização de novos conceitos (cidadão virtuoso, cidadão-parceiro, próprios que muitas vezes não representam os interesses da coleti-
cidadão-proprietário) para se referir a um mesmo objeto: relação vidade. Nele, ideais como justiça, equidade, responsividade, respei-
cidadão-Estado. Além disso, vale ressaltar que o significado dos ad- to, empowerment e compromisso não são negados; pelo contrário,
jetivos virtuoso, parceiro e proprietário também estão contidos na tendem a superar o valor da eficiência como único critério para o
orientação cidadão-consumidor, ou seja, reconhece-se a necessida- perfeito desempenho dos órgãos públicos (DENHARDT; DENHARDT,
de de que haja participação e controle social por parte dos cidadãos 2003).
na gestão pública, conforme está expresso no Plano Diretor de Re- A base do Novo Serviço Público configura-se como complemen-
forma de Estado (1995). tar e não substitutiva aos outros modelos de Administração Pública.
Dessa forma, entende-se que, no bojo do conceito de cidadão- Nessa perspectiva, a administração pública precisa ser reconhecida
-consumidor, o cidadão não se transforma em consumidor no sen- pelo conjunto de ações voltadas à produção dos serviços públicos
tido de deixar de ser cidadão. “Tratar o cidadão como consumidor – para o bem comum – considerando as múltiplas dimensões e a
é abordá-lo exclusivamente sob a perspectiva do indivíduo que tem capacidade dos cidadãos de participar de uma sociedade politica-
uma posição no consumo do mercado de serviços” (FLEURY, 2002, mente articulada (SALM; MENEGASSO, 2006). Esse modelo aponta
p. 82). Portanto, não se deve tratar de uma única dimensão. O que a participação direta dos cidadãos como uma alternativa para se
ocorre é o acréscimo do status também de consumidor/cliente, ou desenvolver uma sociedade genuinamente democrática; defende,
seja, aquele que, assim como no setor privado, pode exigir a exce- ainda, que, via atividades de co-produção entre comunidades, ór-
lência na prestação de serviços públicos. gãos públicos, privados e não governamentais, é possível desenvol-
ver maior participação, cidadania e accountability na sociedade.
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
É justamente na busca coletiva que o indivíduo reflete e atua sobrevivência do negócio, onde à cada dia, procuram conquistar e
politicamente, deixando aflorar sua condição humana de ser ativo, manter os seus clientes, oferecendo vantagens e benefícios palpá-
com poder de ação, ao invés de ser apenas reativo, comportando-se veis e reais.
de acordo com os estímulos que recebe. Santos et al. (2006), enfati- Quanto aos serviços públicos, esta mudança ainda é lenta e in-
zam a dimensão cidadão mostrando que esse é um co-produtor do cipiente, estando restrita apenas às grandes empresas públicas e
bem-público, ou seja, não basta tratar o cidadão como um consumi- em alguns órgãos governamentais, mas a grande massa de público,
dor, tem que ter espaços para que ele delibere e participe. cidadãos eleitores e portadores de direitos constitucionais, ainda
Embora Bueno (2006, p. 8) critique a reforma administrativa está desprotegida das benesses que poderão advir da adoção de
afirmando que o seu foco está em “melhorar a eficiência do ponto uma nova postura, por parte dos dirigentes públicos, com respeito
de vista da produção de serviços, para um ser de mercado, o cida- ao atendimento cotidiano ao cidadão comum.
dão-consumidor”, ele reconhece que ao menos em relação à efici- Definidas as bases da tese, iniciemos então uma análise com-
ência na provisão dos serviços a reforma administrativa de 1995 foi parativa entre o atendimento privado e o público:
positiva. Peci et al. (2008) também reconhecem aspectos positivos. O cliente da economia privada, adquire um bem, sabendo
Para eles, na perspectiva da Nova Administração Pública, a relação quanto vale, quanto pesa, quais as suas características, qual o seu
entre público e privado pode ganhar contornos positivos uma vez diferencial em relação aos bens concorrentes, e depende somen-
que é nas práticas das empresas privadas que a administração pú- te dele - consumidor - qual será a destinação. Por outro lado, na
blica busca inspiração para corrigir suas falhas. O pluralismo dos economia pública, o contribuinte nem sempre sabe onde será em-
modelos de governança, por exemplo, faz com que o cidadão possa pregado o produto da arrecadação, nem se será beneficiado de for-
ser considerado e incluído, quando for o caso, em redes de políticas ma direta, ou mesmo indireta por tal arrecadação. Basta que nos
públicas enquanto cliente e enquanto cidadão (PECI et al., 2008). lembremos da arrecadação individual à Previdência e Assistência
Sob a ótica positiva, Olenscki e Coelho (2005) oferecem exem- Social, daquelas pessoas que apenas para fugir das longas filas, bus-
plos de reestruturação organizacional que prezaram pela orienta- cam a medicina particular, ou ainda contribuem para os planos de
ção da eficiência, da eficácia e até mesmo pela orientação da efe- previdência privada, e arcam com o ônus financeiro de tal decisão.
titividade. Com relação à reestruturação do INSS, evidenciam que Se para a empresa privada, o cliente é parte essencial do negó-
esta foi feita com foco no cliente e o usuário foi entendido como cio, para os dirigentes públicos, o cidadão é a razão de ser da exis-
consumidor de serviços dessa autarquia. Os autores concluem que, tência do governo, e o seu atendimento é o item mais importante
nesse programa prevaleceu o modelo gerencial orientado pela efi- em qualquer atividade pública.
cácia, em que o Estado, embora fazendo valer um direito do cida- Na economia privada, o cliente, se não for convenientemente
dão, provê serviços a um consumidor, tal como se observa no varejo atendido, sempre pode optar por um outro fornecedor, enquanto
de serviços privados. Os exemplos fornecidos por Olenscki e Coelho que o contribuinte e usuário do serviço público ou atividade mono-
(2005) conduzem ao entendimento de que cidadãos e consumido- polizada, sempre deverá retornar ao mesmo balcão de atendimen-
res não são atores políticos excludentes e que lógica de mercado e to, e interagir com as mesmas pessoas, nem sempre motivadas para
interesse público caminham juntos no gerencialismo presente nos proporcionar o melhor e mais rápido atendimento.
serviços públicos na atualidade. Contudo, não se deve perder de Face à este panorama, consideramos que os dirigentes que irão
vista que a administração pública tem de ter senso público, tem que se empossar neste próximo primeiro de janeiro, tem um grande de-
estar sensível ao interesse público, deve procurar sempre o equilí- safio pela frente, qual seja de transformar a máquina adminstrativa
brio entre os novos mecanismos geradores de eficiência sem jamais e a própria síntese da burocracia, rumo à modernidade no ato de
perder de vista as questões relativas à cidadania. administrar, sendo que esse desafio representa uma maravilhosa
Necessidades do cidadão tarefa, onde terão a oportunidade de mudar a postura de todos os
cargos funcionais equiparando o serviço público à a economia pri-
Novamente estamos no limiar de uma nova gestão pública mu- vada, dentro do conceito de que o cliente sempre tem razão. Assim
nicipal, quando renovam-se os ocupantes dos cargos de Prefeito, sendo, descreveremos de forma resumida, as principais teses re-
Vice-Prefeito, Vereadores, Secretários, Diretores, encarregados e presentativas do grande desafio de transformação:
cargos técnicos de confiança; e mais uma vez, temos a oportunida- A autoridade no setor público, deriva de um consentimento da
de de assistir uma verdadeira transformação no serviço público, que população, e fundamenta-se apenas na delegação de poderes, con-
poderá, acompanhando a onda de modernidade pela qual passa o cedidos pela comunidade, por um determinado tempo, e condicio-
mundo privado, alavancar as relações entre governantes e gover- nado à prestação de bons serviços à coletividade.
nados e dar uma nova dimensão à administração pública, voltando O público (usuário/contribuinte) nunca interrompe o trabalho
toda sua atenção ao contribuinte e usuário, ou seja ao cidadão. do funcionalismo, pois ele é a própria essência e o único propósito
Como tese, iremos então, traçar um paralelo entre o cliente ->> deste trabalho, pois sem público, não há funcionalismo; haja vista
principal motivo da existência das empresas de uma forma geral, que ele não é uma parte descartável do processo, mas sim a parte
e o público (desde o mais humilde cidadão) ->> principal e único essencial na continuidade dos cargos burocráticos.
motivo da existência da denominada burocracia (funcionalismo pú- Solucionar problemas e descascar abacaxis, em uma incansável
blico) de uma forma específica. fila que nunca se interrompe, é apenas parte de “um dia perfeita-
No caso da economia privada, assistimos uma verdadeira revo- mente normal”, pois é para exercer tais atividades é que existe a
lução no item atendimento ao cliente, provocada em um primeiro burocracia.
momento apenas por uma questão de marketing, onde cada em- Quem paga a conta, é somente o público, o usuário, o contri-
presa procurou diferenciar-se das outras e conquistar seu cliente, buinte, e assim, o salário e os vencimentos de todos participantes
e em segundo lugar, por uma questão de conceitual e da própria na pirâmide hierárquica depende tão somente do público, aquele
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
mesmo que em um momento antes, elegeu os dirigentes majori- blica, a segurança pública, a construção de habitações populares,
tários, que assim puderam contratar suas assessorias e manter os os programas de transferência de renda, a previdência social, etc.
demais partícipes do meio burocrático. O cidadão brasileiro deve ter consciência que tem um retorno na
Da mesma forma que a empresa privada pesquisa o mercado proporção inversa do que se sonega.
para verificar o grau de aceitação que está tendo seus bens e ser- Esse mesmo cidadão supõe que pode cobrar uma eficácia que
viços, assim também o serviço público deve pesquisar e ouvir seus não ele próprio não sustenta como um cidadão, em última análise,
cidadãos, no sentido de fazer os ajustes necessários na máquina responsável pelo Estado. É como se o Estado fosse uma coisa e o
administrativa. cidadão comum fosse outra, com uma separação completa entre a
Finalmente, a famosa cortesia e o pronto atendimento, não é sociedade política e a sociedade civil.
apenas uma atitude pessoal, nem deve ser reservada para os pro- Empresário costuma afirmar que a eliminação da corrupção no
tegidos pela sorte, mas antes de tudo, é uma obrigação de todo Brasil é uma questão de educação, isto é, “caberia à escola formar
servidor público. os jovens para não serem corruptos”. A resposta é: “há um jeito
mais fácil de extinguir a corrupção. Como, para existir corrupção,
Cidadão-Contribuinte tem de haver um corrupto e um corruptor, e como o corruptor, de
Os brasileiros tentam encontrar outro fundamento para a ci- maneira geral, é aquele que tem dinheiro para corromper, basta en-
dadania que não envolva o pagamento de impostos. Supõem que tão que este indivíduo rico não corrompa aos mais pobres…”
qualquer indivíduo seria cidadão, naturalmente, apenas por nascer Os impostos diretos recaem sobre a propriedade (IPVA, ITCMD,
ou viver no território nacional. Tal condição não estaria ligada a uma IPTU, ITR) e a renda (IRPF). Os impostos indiretos recaem sobre o
contrapartida sob a forma de pagamento de impostos ao Tesouro consumo: ICMS, IPI, etc. IOF tributa operações financeiras. Daí é
Nacional. comum alegar que, embora a maioria da população tenha renda
O problema dessa concepção, aparentemente generosa, é que isenta, ela a gasta em consumo, “logo, fica evidente que ela é gra-
ela não pensa que aos direitos correspondem obrigações, entre as vada com uma tributação proporcionalmente maior que sustenta a
quais os pagamentos de impostos. O sustento do Estado depende máquina estatal”. Menos, menos…
dos cidadãos! Os diálogos entre Mario Sergio Cortella e Renato Jani- Rozane Bezerra de Siqueira, José Ricardo Bezerra Nogueira e
ne Ribeiro no livro “Política: para não ser idiota” advertem que “daí Evaldo Santana de Souza, pesquisadores da UFPE, argumentam que
muitos pensam que o dinheiro público pode ser gasto a rodo, como a visão comum de que o sistema tributário brasileiro é regressivo é
se não tivesse dono, como se não tivesse custo”. reforçada por estudos que:
Desde a era neoliberal, todas as vezes em que se falou em re- • de um lado, subestimam a renda informal dos mais pobres, e,
forma tributária, no Brasil, a intenção foi a de diminuir a tributação • de outro, subestimam os tributos pagos pelos mais ricos.
e não de ordená-la para que se alcance maior justiça social. Associa- Buscando corrigir esses vieses, um artigo deles estima a dis-
ções patronais, ligadas às elites, chegam a argumentar que o “cai- tribuição da carga tributária com base na POF 2008-09 e na PNAD
xa dois” é obrigatório! Empresários afirmam que, se o imposto for 2009. Os resultados indicam que o sistema tributário brasileiro in-
totalmente pago, não conseguirão obter lucratividade justa! Então, cide de forma quase proporcional sobre as famílias em diferentes
honestamente, o negócio é inviável e o mais correto é fechá-lo. classes de renda, e, portanto, é aproximadamente neutro do ponto
É raciocínio similar ao do consumidor que imagina que pode- de vista distributivo.
ria comprar um automóvel de luxo importado caso não tivesse de A parcela de contribuição para a receita tributária é muito pró-
pagar impostos. Autoengano. Na nação sem Estado predominaria xima da parcela de participação na renda para todos os décimos,
a selvageria e ele não poderia trafegar com esse carro atraente… mas vale notar (veja tabela 8 acima) que apenas no caso do último
Formam a opinião pública com a ilusória ideia de que a pre- décimo a contribuição para arrecadação (41,7%) é maior do que a
sença do Estado como um arrecadador de tributos é ofensiva, pois participação na renda ajustada (35,7%). Esse décimo superior paga
seria uma espoliação. E ainda juntam o argumento que “há pouco 28,6% dos tributos indiretos, mas paga 67,6% dos tributos diretos,
retorno pelos impostos pagos, pois se paga ainda por serviços pri- entre eles, 40,7% da contribuição previdenciária e 91,6% do IRPF.
vados”, opção de quem deseja distinção social. Ora, esse “retorno” Esses resultados sugerem que o sistema tributário brasileiro não
sempre estará abaixo das imensas expectativas de que “o Estado tem um efeito significativo sobre a distribuição de renda entre as
tudo pode, mesmo sem a arrecadação de impostos”. Esse discur- famílias.
so inconsequente completa-se afirmando que “se trata apenas de Consolidou-se no país, na era neoliberal, a ideia de que de um
(má) vontade política e/ou carência de competência”. lado existe a sociedade, “um pelotão homogêneo de gente”, e, de
Muitos cidadãos desavisados confundem ineficiência da má- outro lado, o Estado “que a extorque e não teria nada a ver com
quina estatal com delinquência estatal. Eventual delinquência esta- ela”. Ora, quem elege o governo e o parlamento não é responsá-
tal não está necessariamente ligada à capacidade de ação pública. vel?!
Ela, geralmente, é consequência de má-fé por parte de corruptores A sociedade não tem essa homogeneidade, ela é composta por
e corruptos. Quanto a isso, cabe investigação de órgãos públicos antagonismo, sendo importantes as disputas que dizem respeito:
como a Polícia Federal, MP e o TCU, para o que também necessita • aos impostos que cada qual paga e
de orçamento com arrecadação de impostos. • a quem se beneficia do dinheiro público.
Vale lembrar que o Brasil não é um dos países de maior nível Os brasileiros necessitam ter a consciência de que foram eles
de tributação, ele está no pelotão intermediário, abaixo dos nórdi- próprios que escolheram o governo e os parlamentares. Só então
cos que têm o maior IDH. Mesmo que fosse, ainda assim é muito eles sentirão ser responsáveis pela escolha que elegeram. E a de-
questionável essa ideia que “os cidadãos não têm um retorno cor- fenderão contra aqueles ilusionistas que desejam o desmanche do
respondente ao que pagaram”. Basta imaginar a insegurança que Estado social-desenvolvimentista.
teria a sociedade brasileira sem a saúde pública, a educação pú-
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
(C) F, F, V.
QUESTÕES (D) V, F, V.
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NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
PRINCÍPIO DA PROVENIÊNCIA. TEORIA DAS TRÊS IDADES DE ARQUIVO. GESTÃO DE DOCUMENTOS. PROTOCOLO. INSTRU-
MENTOS DE GESTÃO DE DOCUMENTOS. PLANO DE CLASSIFICAÇÃO.. ARQUIVOS PERMANENTES: ARRANJO E DESCRIÇÃO.
PRESERVAÇÃO, CONSERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO DE DOCUMENTOS ARQUIVÍSTICOS.
A arquivística é uma ciência que estuda as funções do arquivo, e também os princípios e técnicas a serem observados durante a atu-
ação de um arquivista sobre os arquivos e, tem por objetivo, gerenciar todas as informações que possam ser registradas em documentos
de arquivos.
A Lei nº 8.159/91 (dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e entidades privadas e dá outras providências) nos dá sobre
arquivo:
“Consideram-se arquivos, para os fins desta lei, os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por órgãos públicos, instituições
de caráter público e entidades privadas, em decorrência do exercício de atividades específicas, bem como por pessoa física, qualquer que
seja o suporte da informação ou a natureza dos documentos.”
“É o conjunto de documentos oficialmente produzidos e recebidos por um governo, organização ou firma, no decorrer de suas ativi-
dades, arquivados e conservados por si e seus sucessores para efeitos futuros”, Solon Buck (Souza, 1950) (citado por PAES, Marilena Leite,
1986).
“É a acumulação ordenada dos documentos, em sua maioria textuais, criados por uma instituição ou pessoa, no curso de sua ativida-
de, e preservados para a consecução dos seus objetivos, visando à utilidade que poderão oferecer no futuro.” (PAES, Marilena Leite, 1986).
De acordo com uma das acepções existentes para arquivos, esse também pode designar local físico designado para conservar o acer-
vo.
A arquivística está embasada em princípios que a diferencia de outras ciências documentais existentes.
Vejamos:
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
O princípio de proveniência nos remete a um conceito muito importante aos arquivistas: o Fundo de Arquivo, que se caracteriza como
um conjunto de documentos de qualquer natureza – isto é, independentemente da sua idade, suporte, modo de produção, utilização e
conteúdo– reunidos automática e organicamente –ou seja, acumulados por um processo natural que decorre da própria atividade da ins-
tituição–, criados e/ou acumulados e utilizados por uma pessoa física, jurídica ou poruma família no exercício das suas atividades ou das
suas funções.
Esse Fundo de Arquivo possui duas classificações a se destacar.
Fundo Fechado – quando a instituição foi extinta e não produz mais documentos estamos.
Fundo Aberto - quando a instituição continua a produzir documentos que se vão reunindo no seu arquivo.
Temos ainda outros aspectos relevantes ao arquivo, que por alguns autores, podem ser classificados como princípios e por outros,
como qualidades ou aspectos simplesmente, mas que, independente da classificação conceitual adotada, são relevantes no estudo da
arquivologia. São eles:
- Territorialidade: arquivos devem ser conservados o mais próximo possível do local que o gerou ou que influenciou sua produção.
- Imparcialidade: Os documentos administrativos são meios de ação e relativos a determinadas funções. Sua imparcialidade explica-se
pelo fato de que são relativos a determinadas funções; caso contrário, os procedimentos aos quais os documentos se referem não funcio-
narão, não terão validade. Os documentos arquivísticos retratam com fidelidade os fatos e atos que atestam.
- Autenticidade: Um documento autêntico é aquele que se mantém da mesma forma como foi produzido e, portanto, apresenta o
mesmo grau de confiabilidade que tinha no momento de sua produção.
Por finalidade a arquivística visa servir de fonte de consulta, tornando possível a circulação de informação registrada, guardada e
preservada sob cuidados da Administração, garantida sua veracidade.
Costumeiramente ocorre uma confusão entre Arquivo e outros dois conceitos relacionados à Ciência da Informação, que são a Bi-
blioteca e o Museu, talvez pelo fato desses também manterem ali conteúdo guardados e conservados, porém, frisa-se que trata-se de
conceitos distintos.
Arquivos Públicos
Segundo a Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991, art.7º, Capítulo II:
“Os arquivos públicos são os conjuntos de documentos produzidos e recebidos, no exercício de suas atividades, por órgãos públicos
de âmbito federal, estadual, do distrito federal e municipal, em decorrência de suas funções administrativas, legislativas e judiciárias”.
Igualmente importante, os dois parágrafos do mesmo artigo diz:
“§ 1º São também públicos os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por instituições de caráter público, por entidades
privadas encarregadas da gestão de serviços públicos no exercício de suas atividades.
§ 2º A cessação de atividades de instituições públicas e de caráter público implica o recolhimento de sua documentação à institui-
ção arquivística pública ou a sua transferência à instituição sucessora.»
Todos os documentos produzidos e/ou recebidos por órgãos públicos ou entidades privadas (revestidas de caráter público – mediante
delegação de serviços públicos) são considerados arquivos públicos, independentemente da esfera de governo.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
Depois de analisado o documento ele é classificado em uma categoria de assuntopara que possam ser achados. Neste momento
pode-se ate dar um código a ele.
Distribuição:
Também conhecido como movimentação, é a entrega para seus destinatários internos da empresa. Caso fosse para fora da empresa
seria feita pela expedição.
Tramitação:
A tramitação são procedimentos formais definidas pela empresa.É o caminho que o documento percorre desde sua entrada na em-
presa até chegar ao seu destinatário (cumprir sua função).Todas as etapas devem ser seguidas sem erro para que o protocolo consiga
localizar o documento. Quando os dados são colocados corretamente, como datas e setores em que o documento caminhou por exemplo,
ajudará aagilizar a sua localização.
Expedição de documentos:
A expedição é por onde sai o documento. Deve-se verificar se faltam folhas ou anexos. Também deve numerar e datar a correspon-
dência no original e nas cópias, pois as cópias são o acompanhamento da tramitação do documento na empresa e serão encaminhadas ao
arquivo. As originais são expedidas para seus destinatários.
Após cumprirem suas respectivas funções, os documentos devem ter seu destino decidido, seja este a sua eliminação ou
Sistemas de classificação
O conceito de classificação e o respectivo sistema classificativo a ser adotado, são de uma importância decisiva na elaboração de um
plano de classificação que permita um bom funcionamento do arquivo.
Um bom plano de classificação deve possuir as seguintes características:
- Satisfazer as necessidades práticas do serviço, adotando critérios que potenciem a resolução dos problemas. Quanto mais simples
forem as regras de classificação adotadas, tanto melhor se efetuará a ordenação da documentação;
- A sua construção deve estar de acordo com as atribuições do organismo (divisão de competências) ou em última análise, focando a
estrutura das entidades de onde provém a correspondência;
- Deverá ter em conta a evolução futura das atribuições do serviço deixando espaço livre para novas inclusões;
- Ser revista periodicamente, corrigindo os erros ou classificações mal efetuadas, e promover a sua atualização sempre que se enten-
der conveniente.
A classificação por assuntos é utilizada com o objetivo de agrupar os documentos sob um mesmo tema, como forma de agilizar sua
recuperação e facilitar as tarefas arquivísticas relacionadas com a avaliação, seleção, eliminação, transferência, recolhimento e acesso a
esses documentos, uma vez que o trabalho arquivístico é realizado com base no conteúdo do documento, o qual reflete a atividade que
o gerou e determina o uso da informação nele contida. A classificação define, portanto, a organização física dos documentos arquivados,
constituindo-se em referencial básico para sua recuperação.
Na classificação, as funções, atividades, espécies e tipos documentais distribuídos de acordo com as funções e atividades desempe-
nhadas pelo órgão.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
De acordo com o estágio de evolução (considera-se o tempo - ULTRASSECRETO: Dados ou informações referentes à sobera-
de vida de um arquivo) nia e à integridade territorial nacional, a plano ou operações mi-
- ARQUIVO DE PRIMEIRA IDADE OU CORRENTE - guarda a docu- litares, às relações internacionais do País, a projetos de pesquisa
mentação mais atual e frequentemente consultada. Pode ser man- e desenvolvimento científico e tecnológico de interesse da defesa
tido em local de fácil acesso para facilitar a consulta. nacional e a programas econômicos, cujo conhecimento não autori-
- ARQUIVO DE SEGUNDA IDADE OU INTERMEDIÁRIO - inclui zado possa acarretar dano excepcionalmente grave à segurança da
documentos que vieram do arquivo corrente, porque deixaram de sociedade e do Estado.
ser usados com frequência. Mas eles ainda podem ser consultados
pelos órgãos que os produziram e os receberam, se surgir uma situ- Arquivamento e ordenação de documentos
ação idêntica àquela que os gerou. O arquivamento é o conjunto de técnicas e procedimentos que
- ARQUIVO DE TERCEIRA IDADE OU PERMANENTE - nele se en- visa ao acondicionamento e armazenamento dos documentos no
contram os documentos que perderam o valor administrativo e cujo arquivo.
uso deixou de ser frequente, é esporádico. Eles são conservados Uma vez registrado, classificado e tramitado nas unidades com-
somente por causa de seu valor histórico, informativo para compro- petentes, o documento deverá ser encaminhado ao seu destino
var algo para fins de pesquisa em geral, permitindo que se conheça para arquivamento, após receber despacho final.
como os fatos evoluíram. O arquivamento é a guarda dos documentos no local esta-
belecido, de acordo com a classificação dada. Nesta etapa toda a
De acordo com a extensão da atenção atenção é necessária, pois um documento arquivado erroneamente
Os arquivos se dividem em: poderá ficar perdido quando solicitado posteriormente.
- ARQUIVO SETORIAL - localizado junto aos órgãos operacio- O documento ficará arquivado na unidade até que cumpra o
nais, cumprindo as funções de um arquivo corrente. prazo para transferência ao Arquivo Central ou sua eliminação.
- ARQUIVO CENTRAL OU GERAL - destina-se a receber os docu-
mentos correntes provenientes dos diversos órgãos que integram a As operações para arquivamento são:
estrutura de uma instituição. 1. Verificar se o documento destina-se ao arquivamento;
2. Checar a classificação do documento, caso não haja, atribuir
De acordo com a natureza de seus documentos um código conforme o assunto;
- ARQUIVO ESPECIAL - guarda documentos de variadas for- 3. Ordenar os documentos na ordem sequencial;
mas físicas como discos, fitas, disquetes, fotografias, microformas 4. Ao arquivar o documento na pasta, verificar a existência de
(fichas microfilmadas), slides, filmes, entre outros. Eles merecem antecedentes na mesma pasta e agrupar aqueles que tratam do
tratamento adequado não apenas quanto ao armazenamento das mesmo assunto, por consequência, o mesmo código;
peças, mas também quanto ao registro, acondicionamento, contro- 5. Arquivar as pastas na sequência dos códigos atribuídos – usar
le e conservação. uma pasta para cada código, evitando a classificação “diversos”;
- ARQUIVO ESPECIALIZADO – também conhecido como arquivo 6. Ordenar os documentos que não possuem antecedentes de
técnico, é responsável pela guarda os documentos de um determi- acordo com a ordem estabelecida – cronológica, alfabética, geográ-
nado assunto ou setor/departamento específico. fica, verificando a existência de cópias e eliminando-as. Caso não
exista o original manter uma única cópia;
De acordo com a natureza do assunto 7. Arquivar o anexo do documento, quando volumoso, em cai-
- OSTENSIVO: aqueles que ao serem divulgados não prejudicam xa ou pasta apropriada, identificando externamente o seu conteúdo
a administração; e registrando a sua localização no documento que o encaminhou.
- SIGILOSO: em decorrência do assunto, o acesso é limitado, 8. Endereçamento - o endereço aponta para o local onde os
com divulgação restrita. documentos/processos estão armazenados.
De acordo com a espécie Devemos considerar duas formas de arquivamento: A horizon-
- ADMINISTRATIVO: Referente às atividades puramente admi- tal e a vertical.
nistrativas; - Arquivamento Horizontal: os documentos são dispostos uns
- JUDICIAL: Referente às ações judiciais e extrajudiciais; sobre os outros, ―deitados, dentro do mobiliário. É indicado para
- CONSULTIVO: Referente ao assessoramento e orientação jurí- arquivos permanentes e para documentos de grandes dimensões,
dica. Busca dirimir dúvidas entre pareceres, busca alternativas para pois evitam marcas e dobras nos mesmos.
evitar a esfera judicial. - Arquivamento Vertical: os documentos são dispostos uns
atrás dos outros dentro do mobiliário. É indicado para arquivos
De acordo com o grau de sigilo correntes, pois facilita a busca pela mobilidade na disposição dos
- RESERVADO: Dados ou informações cuja revelação não-au- documentos.
torizada possa comprometer planos, operações ou objetivos neles
previstos; Para o arquivamento e ordenação dos documentos no arquivo,
- SECRETO: Dados ou informações referentes a sistemas, ins- devemos considerar tantos os métodos quanto os sistemas.
talações, projetos, planos ou operações de interesse nacional, a Os Sistemas de Arquivamento nada mais são do que a possibi-
assuntos diplomáticos e de inteligência e a planos ou detalhes, pro- lidade ou não de recuperação da informação sem o uso de instru-
gramas ou instalações estratégicos, cujo conhecimento não auto- mentos.
rizado possa acarretar dano grave à segurança da sociedade e do Tudo o que isso quer dizer é apenas se precisa ou não de uma
Estado; ferramenta (índice, tabela ou qualquer outro semelhante) para lo-
calizar um documento em um arquivo.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
Quando NÃO HÁ essa necessidade, dizemos que é um sistema - Método numérico simples
direto de busca e/ou recuperação, como por exemplo, os métodos Esse método é usado quando o modo de organizar é feito pelo
alfabético e geográfico. número da pasta ou do documento em que ele foi arquivado. É mui-
Quando HÁ essa necessidade, dizemos que é um sistema indi- to utilizado na organização de prontuários médicos, filmes, proces-
reto de busca e/ou recuperação, como são os métodos numéricos. sos e pastas de funcionários.
A ORDENAÇÃO é a reunião dos documentos que foram classifi- - Método numérico cronológico
cados dentre de um mesmo assunto. Um método usado para fazer a organização dos documentos
Sua finalidade é agilizar o arquivamento, de forma organizada e por data. É extremamente utilizado para organizar documentos fi-
categorizada previamente para posterior arquivamento. nanceiros, fotos e outros arquivos em que a data é o elemento es-
Para definir a forma da ordenação é considerada a natureza dos sencial para buscar a informação.
documentos, podendo ser:2
- Método numérico dígito-terminal
1. Arquivamento por assunto A partir do momento em que se faz uso de números maiores,
Uma das técnicas mais utilizadas para a gestão de documentos com diversos dígitos, o método simples não é eficiente. Isso ocorre
é o arquivamento por assunto. Como o próprio nome já adianta, porque ele acaba se tornando trabalhoso e lento. Por isso, nesse
essa técnica consiste em realizar o arquivamento dos documentos caso, o mais indicado é utilizar o método dígito-terminal.
de acordo com o assunto tratado neles. Nesse método, a ordenação é realizada com base nos dois últi-
Isso permite agrupar documentos que tratem de assuntos cor- mos dígitos. Quando esses são idênticos, a ordenação é dada a par-
relatos e permite encontrar informações completas sobre deter- tir dos dois dígitos anteriores. Isso acaba tornando o arquivamento
minada matéria de forma simples e direta, sendo especialmente mais ágil e eficiente.
interessante para empresas que lidam com um grande volume de
documentos de um mesmo tema. 4. Método eletrônico
O método eletrônico consiste em arquivar os documentos de
2. Método alfabético forma eletrônica, realizando sua digitalização — o que permite não
Uma das mais conhecidas técnicas de arquivamento de docu- só organizá-los de diversas formas distintas e de acordo com o mé-
mentos é o método alfabético, que consiste em organizar os docu- todo que mais se encaixa na organização e nas necessidades da em-
mentos arquivados de acordo com a ordem alfabética desses, per- presa, mas fazer sua gestão online e até mesmo remota.
mitindo uma consulta mais intuitiva e eficiente.
Como a própria denominação já indica, nesse esquema o ele- 5. Método geográfico
mento principal considerado é o nome. Estamos falando sobre um Esse método é aquele usado quando os documentos apresen-
método muito usado nas empresas por apresentar a vantagem de tam a sua organização por meio do local, isto é, quando a empresa
ser rápido e simples. escolhe classificar os documentos a partir de seu local de origem.
No entanto, quando se armazena um número muito grande de No entanto, de acordo com a literatura arquivística, duas nor-
informações, é comum que existam alguns erros. Isso acontece de- mas precisam ser empregadas para que o método geográfico seja
vido à grande variedade de grafia dos nomes e também ao cansaço utilizado de forma adequada. Confira!
visual do funcionário.
Para que a localização e o armazenamento dos documentos - Norma do método geográfico 1
se tornem mais rápidos, é possível combinar esse método com a Quando os documentos são organizados por país ou por es-
escolha de cores. Dessa forma, fica mais simples encontrar a letra tado, eles precisam ser ordenados alfabeticamente. Dessa forma,
procurada. fica mais fácil localizá-los depois. Isso vale também para as cidades
Esse método é conhecido como Variadex e utiliza as cores de um mesmo país ou estado: sempre postas em ordem alfabética.
como elementos auxiliares, com o objetivo de facilitar a localização Nesse caso, as capitais precisam aparecer no início da lista, uma vez
e a recuperação dos documentos. Vale lembrar que essa é somen- que elas são, normalmente, as mais procuradas, tendo uma quanti-
te uma variação do método alfabético. É possível, ainda, combinar dade maior de documentos.
esse método ao de arquivamento por assunto, usando a ordem al- - Norma do método geográfico 2
fabética para subdividir a organização. Ao realizar um arquivamento por cidades, quando não existe
separação por estado, não há a exigência de que as capitais fiquem
3. Método numérico no início. A ordem vai ser simplesmente alfabética. Entretanto, ao
O método numérico é outra opção de arquivamento e uma óti- final de cada cidade, o estado a que ela corresponde precisa apare-
ma escolha para empresas que lidam com um grande volume de cer na identificação.
documentos. Ele consiste em determinar um número sequencial 6. Método temático
para cada documento, permitindo sua consulta de acordo com um Esse é um método que propõe a organização dos documentos
índice numérico previamente determinado. por assunto. Assim, a classificação é elaborada pelos assuntos e te-
Como o próprio nome indica, esse método é aquele usado mas básicos, que podem admitir diversas composições.
quando os documentos são ordenados por números. É possível es-
colher três formas distintas de utilizá-lo: numérico simples, crono- 7. Índice onomástico (opcional)
lógico ou dígito-terminal. Índice de nomes próprios que aparecem no texto. Deve ser uti-
lizado quando o Coordenador da coleção assim o decidir. Deve ser
2Adaptado de www.agu.gov.br organizado da mesma maneira que o índice remissivo.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
Tabela de temporalidade
Instrumento de destinação, que determina prazos e condições de guarda tendo em vista a transferência, recolhimento, descarte de
documentos, com a finalidade de garantir o acesso à informação a quantos dela necessitem.
É um instrumento resultante da atividade de avaliação de documentos, que consiste em identificar seus valores (primário/adminis-
trativo ou secundário/histórico) e definir prazos de guarda, registrando dessa forma, o registra o ciclo de vida dos documentos.
Para que a tabela tenha validade precisa ser aprovada por autoridade competente e divulgada entre os funcionários na instituição.
Sua estrutura básica deve necessariamente contemplar os conjuntos documentais produzidos e recebidos por uma instituição no
exercício de suas atividades, os prazos de guarda nas fases corrente e intermediária, a destinação final – eliminação ou guarda permanen-
te, além de um campo para observações necessárias à sua compreensão e aplicação.
1. Assunto: Apresenta-se aqui os conjuntos documentais produzidos e recebidos, hierarquicamente distribuídos de acordo com as
funções e atividades desempenhadas pela instituição.
Como instrumento auxiliar, pode ser utilizado o índice, que contém os conjuntos documentais ordenados alfabeticamente para agili-
zar a sua localização na tabela.
2. Prazos de guarda: Trata-se do tempo necessário para arquivamento dos documentos nas fases corrente e intermediária, visando
atender exclusivamente às necessidades da administração que os gerou.
Deve ser objetivo e direto na definição da ação – exemplos: até aprovação das contas; até homologação daaposentadoria; e até qui-
tação da dívida.
- Os prazos são preferencialmente em ANOS
- Os prazos são determinados pelas: - Normas
- Precaução
- Informações recaptulativas
- Frequência de uso
4. Observações: Neste campo são registradas informações complementares e justificativas, necessárias à correta aplicação da tabela.
Incluem-se, ainda, orientações quanto à alteração do suporte da informação e aspectos elucidativos quanto à destinação dos documentos,
segundo a particularidade dos conjuntos documentais avaliados.
A definição dos prazos de guarda devem ser definidos com base na legislação vigente e nas necessidades administrativas.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
Não podemos nos esquecer dos documentos eletrônicos, que hoje em dia está cada vez mais presente. As alternativas são diversas,
como dispositivos externos de gravação,porém, o mais indicado hoje, é armazenar os dados em nuvem, que oferece além da segurança,
a facilidade de acesso.
Armazenamento
Áreas de armazenamento
Áreas Externas
A localização de um depósito de arquivo deve prever facilidades de acesso e de segurança contra perigos iminentes, evitando-se, por
exemplo:
- áreas de risco de vendavais e outras intempéries, e de inundações, como margens de rios e subsolos;
- áreas de risco de incêndios, próximas a postos de combustíveis, depósitos e distribuidoras de gases, e construções irregulares;
- áreas próximas a indústrias pesadas com altos índices de poluição atmosférica, como refinarias de petróleo;
- áreas próximas a instalações estratégicas, como indústrias e depósitos de munições, de material bélico e aeroportos.
Áreas Internas
As áreas de trabalho e de circulação de público deverão atender às necessidades de funcionalidade e conforto, enquanto as de arma-
zenamento de documentos devem ser totalmente independentes das demais.
Condições Ambientais
Quanto às condições climáticas, as áreas de pesquisa e de trabalho devem receber tratamento diferenciado das áreas dos depósitos,
as quais, por sua vez, também devem se diferenciar entre si, considerando-se as necessidades específicas de preservação para cada tipo
de suporte.
A deterioração natural dos suportes dos documentos, ao longo do tempo, ocorre por reações químicas, que são aceleradas por
flutuações e extremos de temperatura e umidade relativa do ar e pela exposição aos poluentes atmosféricos e às radiações luminosas,
especialmente dos raios ultravioleta.
A adoção dos parâmetros recomendados por diferentes autores (de temperatura entre 15° e 22° C e de umidade relativa entre 45%
e 60%) exige, nos climas quentes e úmidos, o emprego de meios mecânicos sofisticados, resultando em altos custos de investimento em
equipamentos, manutenção e energia.
Os índices muito elevados de temperatura e umidade relativa do ar, as variações bruscas e a falta de ventilação promovem a ocorrên-
cia de infestações de insetos e o desenvolvimento de microorganismos, que aumentam as proporções dos danos.
Com base nessas constatações, recomenda-se:
- armazenar todos os documentos em condições ambientais que assegurem sua preservação, pelo prazo de guarda estabelecido, isto
é, em temperatura e umidade relativa do ar adequadas a cada suporte documental;
- monitorar as condições de temperatura e umidade relativa do ar, utilizando pessoal treinado, a partir de metodologia previamente
definida;
- utilizar preferencialmente soluções de baixo custo direcionadas à obtenção de níveis de temperatura e umidade relativa estabilizados
na média, evitando variações súbitas;
- reavaliar a utilidade de condicionadores mecânicos quando os equipamentos de climatização não puderem ser mantidos em funcio-
namento sem interrupção;
- proteger os documentos e suas embalagens da incidência direta de luz solar, por meio de filtros, persianas ou cortinas;
- monitorar os níveis de luminosidade, em especial das radiações ultravioleta;
- reduzir ao máximo a radiação UV emitida por lâmpadas fluorescentes, aplicando filtros bloqueadores aos tubos ou às luminárias;
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
- promover regularmente a limpeza e o controle de insetos ras- No caso de caixas não confeccionados em cartão alcalino, reco-
teiros nas áreas de armazenamento; menda-se o uso de invólucros internos de papel alcalino, para evitar
- manter um programa integrado de higienização do acervo e o contato direto de documentos com materiais instáveis.3
de prevenção de insetos;
- monitorar as condições do ar quanto à presença de poeira e PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO DE DOCUMENTOS DE ARQUI-
poluentes, procurando reduzir ao máximo os contaminantes, uti- VO
lizando cortinas, filtros, bem como realizando o fechamento e a A manutenção dos documentos pelo prazo determinado na ta-
abertura controlada de janelas; bela de temporalidade dependem de três aspectos:
- armazenar os acervos de fotografias, filmes, meios magnéticos
e ópticos em condições climáticas especiais, de baixa temperatura Fatores de deterioração em acervos de arquivos
e umidade relativa, obtidas por meio de equipamentos mecânicos Conhecendo-se a natureza dos materiais componentes dos
bem dimensionados, sobretudo para a manutenção da estabilidade acervos e seu comportamento diante dos fatores aos quais estão
dessas condições, a saber: fotografias em preto e branco T 12ºC ± expostos, torna-se bastante fácil detectar elementos nocivos e tra-
1ºC e UR 35% ± 5% fotografias em cor T 5ºC ± 1ºC e UR 35% ± 5% çar políticas de conservação para minimizá-los.
filmes e registros magnéticos T 18ºC ± 1ºC e UR 40% ± 5%. A grande maioria dos arquivos é constituída de documentos
impressos, e o papel é basicamente composto por fibras de celulo-
Acondicionamento se, portanto, identificar os principais agentes nocivos da celulose e
Os documentos devem ser acondicionados em mobiliário e in- descobrir soluções para evita-los é um grande passo na preservação
vólucros apropriados, que assegurem sua preservação. e na conservação documental.
A escolha deverá ser feita observando-se as características fí- Essa degradação à qual os acervos estão sujeitos não se limita
sicas e a natureza de cada suporte. A confecção e a disposição do a um único fator, pelo contrário, são várias as formas dessa degra-
mobiliário deverão acatar as normas existentes sobre qualidade e dação ocorrer, como veremos a seguir:
resistência e sobre segurança no trabalho.
O mobiliário facilita o acesso seguro aos documentos, promove 1. Fatores ambientais
a proteção contra danos físicos, químicos e mecânicos. Os docu- São os agentes encontrados no ambiente físico do acervo,
mentos devem ser guardados em arquivos, estantes, armários ou como por exemplo, Temperatura, Umidade Relativa do Ar, Radiação
prateleiras, apropriados a cada suporte e formato. da Luz, Qualidade do Ar.
Os documentos de valor permanente que apresentam grandes
formatos, como mapas, plantas e cartazes, devem ser armazenados - Temperatura e umidade relativa
horizontalmente, em mapotecas adequadas às suas medidas, ou O calor e a umidade contribuem significativamente para a des-
enrolados sobre tubos confeccionados em cartão alcalino e acon- truição dos documentos, principalmente quando em suporte-pa-
dicionados em armários ou gavetas. Nenhum documento deve ser pel. O desequilíbrio de um interfere no equilíbrio do outro. O calor
armazenado diretamente sobre o chão. acelera a deterioração. A velocidade de muitas reações químicas, é
As mídias magnéticas, como fitas de vídeo, áudio e de compu- dobrada a cada aumento de 10°C. A alteração da umidade relativa
tador, devem ser armazenadas longe de campos magnéticos que proporciona as condições necessárias para desencadear intensas
possam causar a distorção ou a perda de dados. O armazenamento reações químicas nos materiais.
será preferencialmente em mobiliário de aço tratado com pintura A circulação do ar ambiente representa um fator bastante im-
sintética, de efeito antiestático. portante para amenizar os efeitos da temperatura e umidade rela-
As embalagens protegem os documentos contra a poeira e da- tiva elevada.
nos acidentais, minimizam as variações externas de temperatura e
umidade relativa e reduzem os riscos de danos por água e fogo em - Radiação da luz
casos de desastre. Toda fonte de luz, emite radiação nociva aos materiais de acer-
As caixas de arquivo devem ser resistentes ao manuseio, ao vos, provocando consideráveis danos através da oxidação.
peso dos documentos e à pressão, caso tenham de ser empilhadas. Algumas medidas podem ser tomadas para proteção dos acer-
Precisam ser mantidas em boas condições de conservação e limpe- vos:
za, de forma a proteger os documentos. - As janelas devem ser protegidas por cortinas ou persianas que
As medidas de caixas, envelopes ou pastas devem respeitar for- bloqueiem totalmente o sol;
matos padronizados, e devem ser sempre iguais às dos documentos - Filtros feitos de filmes especiais também ajudam no controle
que irão abrigar, ou, caso haja espaço, esses devem ser preenchidos da radiação UV, tanto nos vidros de janelas quanto em lâmpadas
para proteger o documento. fluorescentes.
Todos os materiais usados para o armazenamento de docu-
mentos permanentes devem manter-se quimicamente estáveis ao - Qualidades do ar
longo do tempo, não podendo provocar quaisquer reações que afe- O controle da qualidade é muito importante porque os gases e
tem a preservação dos documentos. as partículas sólidas contribuem muito para a deterioração de ma-
Os papéis e cartões empregados na produção de caixas e invó- teriais de bibliotecas e arquivos, destacando que esses poluentes
lucros devem ser alcalinos e corresponder às expectativas de pre- podem tanto vir do ambiente externo como podem ser gerando no
servação dos documentos. próprio ambiente.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
(C)Quatro, somente.
QUESTÕES (D)Três, somente.
(E)Dois, somente.
1. No processo de arquivamento, se enquadram como Tipolo- 5.O procedimento de arquivo que visa a desacelerar o proces-
gias documentais e suportes físicos, EXCETO: so de degradação de documentos, por meio de controle ambiental
(A)Microfilmagens. e de tratamentos específicos, tem a seguinte denominação:
(B) Preservação e conservação documental. (A) limpeza.
(C) Restauração de documentos. (B) conservação.
(D) Protocolos e avaliação de documentos. (C) vaporização
(D) desinfestação.
2. O princípio da arquivologia segundo o qual os arquivos refle- (E) higienização
tem a estrutura, as funções e as atividades da entidade produtora,
em suas relações internas e externas é denominado como: 6. A restauração deve ser entendida como um conjunto de me-
(A) Indivisibilidade. didas que objetivam a estabilização ou a reversão de danos físicos
(B).Unicidade ou químicos adquiridos pelo documento ao longo do tempo e do
(C) Organicidade uso, intervindo de modo a não comprometer sua integridade e seu
(D) Cumulatividade. caráter histórico. A técnica de restauração de documentos que con-
(E) Proveniência. siste na aplicação de reforço de papel ou tecido em qualquer face
de uma folha, denomina-se:
3. Na implementação de programas de gestão de documentos (A) velatura
é muito importante a utilização de método de ordenação. Em uma (B) laminação
situação cuja necessidade é um eixo de plano prévio de distribuição (C) encolagem
dos documentos em dez grandes classes, cada uma podendo ser (D) encapsulação.
subdividida em dez subclasses e assim por diante. Assinale a opção (E) alisamento.
que indica esse método de ordenação.
(A)Decimal. 7. Acerca das atividades de protocolo, julgue os itens subse-
(B)Dígito-terminal. quentes.
(C)Duplex. Os documentos considerados sigilosos são recebidos pelos ser-
(D)Geográfico. viços de protocolo, mas devem ser enviados em envelope lacrado
(E)Soundex. com a indicação da classificação de sigilo.
( ).CERTO
4. Preservação de documentos é o conjunto de medidas adota- ( ) ERRADO
das visando proteger, conservar ou restaurar os documentos arma-
zenados em um arquivo. Na conservação dos documentos, vários 8. Quando o protocolo remete documentos aos setores de
elementos devem ser evitados, pois tendem a danificar ou acelerar trabalho para estes decidirem sobre a matéria contida nesses do-
sua degradação. Sobre medidas e cuidados com a preservação dos cumentos, ele realiza uma de suas principais atividades, que é o
documentos, considere os seguintes itens. registro.
I. Deve-se evitar a entrada de água, fogo ou luz no ambiente de ( ).CERTO
arquivo, pois esses elementos tendem a danificar os documentos. ( ) ERRADO
II. A limpeza do ambiente, sempre que possiv́ el, deve ser feita
a seco (aspirador de pó) ou com a utilização de panos úmidos nas 9. Os fatores ambientais são cruciais para a conservação de do-
estantes e no chão. cumentos, pois são responsáveis por reações químicas que podem
III. Deve-se evitar a utilização de saliva ou umedecedor de de- gerar alta nocividade ao papel e favorecer sua destruição. Consi-
dos ao passar as páginas dos documentos. derando essa informação, assinale a alternativa que apresenta um
IV. Ao fazer anotações nos documentos, como o código de clas- fator de degradação de agente químico.
sificação, por exemplo, deve-se utilizar lápis. (A) iluminação
V. Os objetos metálicos, como clipes, grampos e colchetes, de- (B) temperatura
vem ser evitados por provocar a oxidação do papel. Quando neces- (C) poluição atmosférica
sária a juntada de folhas para formar um processo ou documento, (D) acondicionamento
é indicada a utilização de clipes ou colchetes plásticos. (E) umidade relativa
VI. Colas e fitas adesivas também devem ser evitadas, por pro-
vocar manchas irreversiv́ eis no documento, produto de sua alta
acidez. Na restauração de documentos, existem colas e fitas ade-
sivas com qualidade arquiviś tica (sem acidez) adequadas a essa
tarefa.
Quantos dos itens apresentados estão corretos?
(A)Todos.
(B)Cinco, somente.
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NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA
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GABARITO
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______________________________________________________
1 D
2 C ______________________________________________________
3 A ______________________________________________________
4 B
______________________________________________________
5 B
6 A ______________________________________________________
7 CERTO ______________________________________________________
8 ERRADO ______________________________________________________
9 C
______________________________________________________
10 E
______________________________________________________
ANOTAÇÕES ______________________________________________________
______________________________________________________
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TÉCNICAS SECRETARIAIS
Valores: Representa a convicções básicas de que um modo es- a aceitação das diferenças. A empatia é um ato de compreensão tão
pecífico de conduta ou de condição de existência é individualmente seguro quanto à apreensão do sentido das palavras contidas numa
ou socialmente preferível a modo contrário ou oposto de conduta página impressa.
ou de existência. Eles contêm um elemento de julgamento, baseado A empatia é o primeiro inibidor da crueldade humana: reprimir
naquilo que o indivíduo acredita ser correto, bom ou desejável. Os a inclinação natural de sentir com o outro nos faz tratar o outro
valores costumam ser relativamente estáveis e duradouros. como um objeto.
Atitudes: As atitudes são afirmações avaliadoras – favoráveis O ser humano é capaz de encobrir intencionalmente a empa-
ou desfavoráveis – em relação a objetos, pessoas ou eventos. Refle- tia, é capaz de fechar os olhos e os ouvidos aos apelos dos outros.
tem como um indivíduo se sente em relação a alguma coisa. Quan- Suprimir essa inclinação natural de sentir com outro desencadeia a
do digo “gosto do meu trabalho” estou expressando minha atitude crueldade.
em relação ao trabalho. As atitudes não são o mesmo que os valo- Empatia implica certo grau de compartilhamento emocional -
res, mas ambos estão inter-relacionados e envolve três componen- um pré-requisito para realmente compreender o mundo interior do
tes: cognitivo, afetivo e comportamental. outro.
A convicção que “discriminar é errado” é uma afirmativa ava-
liadora. Essa opinião é o componente cognitivo de uma atitude. Ela A empatia nas empresas
estabelece a base para a parte mais crítica de uma atitude: o seu Qual a relação entre empatia e produtividade?
componente afetivo. O afeto é o segmento da atitude que se refere “O conceito de empatia está relacionado á capacidade de ouvir
ao sentimento e às emoções e se traduz na afirmação “Não gosto o outro de tal forma a compreender o mundo a partir de seu ponto
de João porque ele discrimina os outros”. Finalmente, o sentimento de vista. Não pressupõe concordância ou discordância, mas o en-
pode provocar resultados no comportamento. O componente com- tendimento da forma de pensar, sentir e agir do interlocutor. No
portamental de uma atitude se refere à intenção de se comportar momento em que isso ocorre de forma coletiva, a organização dia-
de determinada maneira em relação a alguém ou alguma coisa. En- loga e conhece saltos de produtividade e de satisfação das pessoas”.
tão, para continuar no exemplo, posso decidir evitar a presença de
João por causa dos meus sentimentos em relação a ele. “A empatia é primordial para o desenvolvimento das organi-
Encarar a atitude como composta por três componentes – cog- zações pois, ela é que define no comportamento individual a preo-
nição, afeto e comportamento – é algo muito útil para compreender cupação de cada indivíduo no equilíbrio comportamental de todos
sua complexidade e as relações potenciais entre atitudes e compor- os envolvidos no processo, pois, empatia pressupõe o respeito ao
tamento. Ao contrário dos valores, as atitudes são menos estáveis. outro.”
É quando desenvolvemos a compreensão mútua, ou seja, um
Eficácia no relacionamento interpessoal tipo de relacionamento onde as partes compreendem bem os va-
A competência interpessoal é a habilidade de lidar eficazmente lores, deficiências e virtudes do outro. No contexto das relações
com relações interpessoais, de lidar com outras pessoas de forma humanas, pode-se afirmar que o sucesso dos relacionamentos in-
adequada à necessidade de cada uma delas e às exigências da situ- terpessoais depende do grau de compreensão entre os indivíduos.
ação. Segundo C. Argyris (1968) é a habilidade de lidar eficazmente Quando há compreensão mútua as pessoas comunicam-se melhor
com relações interpessoais de acordo com três critérios: e conseguem resolver conflitos de modo saudável.
Percepção acurada da situação interpessoal, de suas variáveis
relevantes e respectiva interrelação. Empoderamento
Habilidade de resolver realmente os problemas de tal modo Para Chiavenato, o empowerment ou empoderamento, é uma
que não haja regressões. ação que permite melhorar a qualidade e a produtividade dos co-
Soluções alcançadas de tal forma que as pessoas envolvidas laboradores, fazendo com que o resultado do serviço prestado seja
continuem trabalhando juntas tão eficientemente, pelo menos, satisfatoriamente melhor. Estas melhorias acontecem através de
como quando começaram a resolver seus problemas. delegação de autoridade e de responsabilidade, fomentando a co-
Dois componentes da competência interpessoal assumem im- laboração sistêmica entre diferentes níveis hierárquicos e a propa-
portância capital: a percepção e a habilidade propriamente dita. O gação de confiança entre os liderados e os líderes.
processo da percepção precisa ser treinado para uma visão acurada Ele simboliza a estratégia da organização e de seus gestores de
da situação interpessoal. delegar a tomada de decisão para seus colaboradores, promovendo
A percepção seletiva é um processo que aparece na comunica- a flexibilidade, rapidez e melhoria no processo de tomada de deci-
ção, pois os receptores vêm e ouvem seletivamente com base em são da empresa.
suas necessidades, experiências, formação, interesses, valores, etc. O empowerment permite aos funcionários da empresa toma-
A percepção social: É o meio pelo qual a pessoa forma impres- rem decisões com base em informações fornecidas pelos gestores,
sões de uma outra na esperança de compreendê-la. aumentando sua participação e responsabilidade nas atividades
da empresa. Geralmente é utilizado em organizações com cultura
Empatia participativa, que utilizam equipes de trabalho autodirigidas e que
Colocar-se no lugar do outro, mediante sentimentos e situa- compartilham o poder com todos os seus funcionários.
ções vivenciadas. O empowerment está diretamente ligado ao conceito de lide-
“Sentir com o outro é envolver-se”. A empatia leva ao envolvi- rança e, também, cultura organizacional. Uma vez que não se pode
mento, ao altruísmo e a piedade. Ver as coisas da perspectiva dos criar uma cultura de delegação de poder aos funcionários em uma
outros quebra estereótipos tendenciosos e assim leva a tolerância e empresa engessada e burocrática, sem uma estrutura de hábitos e
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pensamentos preparada para isso. A empresa que pretende se utili- 2. A abertura para uma real autonomiadando às pessoas não
zar de uma prática como o empowerment não pode ter uma cultura somente as informações, mas o apoio e a liberdade necessária para
de tomada de decisões centralizada, por exemplo. agirem. É preciso confiar nestes profissionais e incentivá-los a lide-
O empowerment possui quatro bases principais, que são: rar os processos em que estão envolvidos, e sob os quais assumi-
• Poder– dar poder às pessoas, delegando autoridade e res- ram responsabilidades. Uma cultura punitiva impede a autonomia;
ponsabilidade em todos os níveis da organização. Isso significa dar erros devem ser corrigidos, não punidos. A autonomia deve guiar-
importância e confiar nas pessoas, dar-lhes liberdade e autonomia -se pela visão, missão e valores da empresa, assim como por seus
de ação. objetivos e metas, dentro do contexto dos sistemas e processos em
• Motivação – proporcionar motivação às pessoas para incen- vigor na organização.
tivá-las continuamente. Isso significa reconhecer o bom desempe- 3. Redução dos níveis hierárquicos e da burocraciaque tornam
nho, recompensar os resultados, permitir que as pessoas partici- as empresas lentas e rígidas. Através da prática de empowerment,
pem dos resultados de seu trabalho e festejem o alcance das metas. equipes auto-gerenciadas podem atingir alta performance e buscar
• Desenvolvimento – dar recursos às pessoas em termos de ca- a excelência em níveis muito superiores aos de empresas centrali-
pacitação e desenvolvimento pessoal e profissional. Isso significa zadoras.
treinar continuamente, proporcionar informações e conhecimento, Seguindo estes 3 passos básicos, a empresa torna sua adapta-
ensinar continuamente novas técnicas, criar e desenvolver talentos ção mais fácil e menos traumática. Gerando um ambiente apropria-
na organização. do para o aprendizado dos funcionários a fim de torná-los tomado-
• Liderança – proporcionar liderança na organização. Isso signi- res de decisão dentro da empresa.2
fica orientar as pessoas, definir objetivos e metas, abrir novos hori-
zontes, avaliar o desempenho e proporcionar retroação.
Alguns gestores pensam que o ato de delegar a tomada de Eficácia no comportamento interpessoal.
decisão para um funcionário é sinônimo de perda de controle ou A postura profissional é o comportamento adequado dentro
liderança. Este é um ponto que merece uma discussão maior, uma das organizações, na qual busca seguir os valores da empresa para
vez que abrange diversos aspectos, mas o mais importante de se um resultado positivo.
destacar é que o empowerment valoriza os funcionários e melhora
a condução dos processos internos à empresa. A importância da qualidade
As mudanças no mundo, em geral, estão cada vez mais contínu-
Vantagens do empowerment as aceleradas e, principalmente, diversificadas. Isso se deve ao fe-
Com mencionado anteriormente, a adoção do empowerment nômeno da globalização, aos avanços tecnológicos, à preocupação
por parte das empresas traz diversos benefícios para elas, como por com a saúde e o meio ambiente, entre outros fatores.
exemplo: o aumento da motivação e da satisfação dos funcionários, Tanto os profissionais como as empresas precisam adequar seu
aumentando assim a taxa de retenção dos talentos da empresa, o perfil para atender a essas novas mudanças, inclusive se ajustando
compartilhamento das responsabilidades e tarefas, maior agilidade às exigências do mercado, cada vez maiores. Para superar os no-
e flexibilidade no processo de tomada de decisão, etc. Além, claro, vos desafios impostos pela realidade e atender às expectativas dos
de estimular o aparecimento de novos líderes dentro das empresas. clientes, as empresas precisam de profissionais competentes e que
Por este motivo, é cada vez maior o número de gestores que realizem suas atividades com qualidade.
preparam suas organizações para a prática do empowerment, trei- Mas, afinal, o que é qualidade? Qualidade, na linguagem cor-
nando e doutrinando seus funcionários para que possam receber porativa, é uma das condições para se ter sucesso e, hoje em dia,
tais responsabilidades de forma correta. significa um dos diferenciais competitivos mais importantes. Ou
Para Carlos Hilsdorf, o empowerment corresponde a uma re- seja, é um conjunto de características que distinguem, de forma po-
lação que envolve poder e responsabilidade, como duas faces de sitiva, um profissional ou uma empresa dos demais e que agregam
uma mesma moeda.Para promovê-lo, não basta transferir verbal- valor ao seu trabalho.
mente poder às pessoas; elas precisam ter reais condições de agir Para se manter competitivo no mercado e ter um diferencial, o
no pleno exercício da sua responsabilidade, desenvolvendo o que profissional precisa realizar suas atividades corretamente. Apenas
chamamos de “ownership“, ou seja, agirem como intraempreen- a qualidade técnica, porém, não assegura o lugar no mercado. O
dedores e como se fossem “proprietárias” do negócio, pensando grande desafio do profissional de qualquer área de atuação é saber
como empresários. se relacionar bem (tratar as pessoas adequadamente, mostrar-se
disponível e acessível, ser gentil), ter um comportamento compa-
Aplicação do empowerment tível com as regras e valores da empresa e se comunicar bem (se
Segundo Hilsdorf, para uma correta implantação do empower- fazer entender pelos outros, escrever bem, saber ouvir).
ment é necessário: Por fim, vale ressaltar: estamos falando de um conceito dinâmi-
1. Um profundo compartilhamento das informaçõescom to- co, ou seja, cada empresa tem o seu. Fique atento: o que representa
dos os envolvidos. A informação é o objeto que destrói a incerteza. qualidade para uma empresa não necessariamente o é para outra.
Ela é fundamental para a correta tomada de decisões. A Informação Portanto, ao iniciar qualquer experiência profissional, procure en-
deve circular, de maneira clara, transparente e adaptada à condição tender quais são as competências valorizadas naquele ambiente de
e necessidade de cada equipe em particular. Algumas informações trabalho. Investir nelas é o primeiro passo para realizar suas tarefas
gerais para o bom entendimento do negócio e do cenário devem com qualidade.
ser compartilhadas com todas as pessoas, outras mais restritas e
sigilosas, apenas com as pessoas-chave.
2Texto adaptado de Gustavo Periard
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As novas exigências Há, ainda, outras características que certamente podem contar
Aqueles que pretendem ingressar no mercado de trabalho já pontos positivos na hora da contratação ou mesmo na convivência
devem ter escutado de professores, pais ou pessoas mais experien- diária no ambiente de trabalho: uma boa rede de contatos; per-
tes que “a concorrência está cada vez mais acirrada” e que “é pre- sistência (uma vez que a vontade, por si só, às vezes não basta);
ciso se preparar”, e os recém-chegados ao mundo corporativo já cuidado com a aparência; assiduidade e pontualidade.
podem ter constatado esse fato. Mas o que isso significa na prática? A Conexão Profissional, na terceira edição da série Desafios
Há quem ache que “se preparar” está diretamente ligado à es- para se tornar um bom profissional, trata de mais um dos desafios
colha do curso superior e ao desempenho na faculdade, mas não dos recém-chegados ao mundo corporativo: a atenção aos proces-
é de todo verdade: isso é o primeiro passo, mas não garante uma sos e às rotinas nas organizações.
vaga no mercado. Dia após dia, surgem novas tecnologias e formas Ao integrar uma equipe de trabalho, um dos primeiros passos
de se executar melhor uma tarefa e, com elas, relações de trabalho a serem dados é procurar compreender a rotina da organização.
que exigem uma nova postura profissional — a de desenvolver as Ter uma visão global das atividades que a organização desenvolve é
“habilidades” necessárias para enfrentar os desafios propostos. Na indispensável para um bom desempenho e, principalmente, para a
verdade, algumas dessas habilidades só ganharam destaque recen- conquista da autonomia. Para tanto, é fundamental atenção contí-
temente, enquanto outras apenas mudaram de foco, atualizando- nua aos processos. Com isso, você pode compreender o seu papel
-se. Vejamos algumas delas: na equipe e na organização, além de entender como os setores in-
Seja parceiro da educação. Uma boa postura profissio- teragem e qual a função e inter-relação de cada um, considerando
nal exige uma boa educação, ou seja, respeitar os demais, saber o conjunto.
se comportar em público, honrar os compromissos e prezar pela Conhecer a rotina de sua equipe e da empresa permite otimizar
organização no ambiente de trabalho. e sistematizar suas atividades. Além disso, você pode administrar
Mantenha sempre uma boa aparência. Não é necessário melhor o seu tempo, identificar e solucionar eventuais problemas
estar sempre elegante, pois uma boa aparência significa saber usar com mais agilidade, bem como propor alternativas para aprimorar a
a roupa certa no lugar certo. Devemos saber nos vestir de acordo qualidade do trabalho, sempre com o foco nos resultados.
com que o local de trabalho nos solicita, sabendo sempre o que é Sem a compreensão dos processos, é menos provável perceber
certo e o que é errado para cada ambiente. o seu papel na organização. Resultado: mais desperdício, menos
Cumprir todas as tarefas. Isso não é somente uma ques- produtividade. Evite sempre trabalhar no “piloto automático”. Isso
tão de bom senso, mas também uma questão de comprometimen- pode acarretar retrabalho, gasto desnecessário de energia e recur-
to profissional. Desenvolver as tarefas que lhe são atribuídas é um sos, não-cumprimento de prazos, burocratização e baixa competiti-
ponto positivo que acaba também sendo avaliado por gestores do vidade. Em síntese: prejuízo para você e para a empresa.
colaborador. Portanto, para satisfazer às exigências do mercado, é cada vez
Ser pontual. Faça o seu trabalho de maneira correta e mais importante possuir uma visão global do ambiente de trabalho.
cumpra os horários planejados, mantendo sempre a pontualidade Conhecer a rotina da organização e manter atenção aos processos
para os compromissos marcados. só trazem ganhos para ambas as partes: para o profissional, maior
Respeitar os demais colegas de trabalho. Não é necessário competitividade e possibilidade de agilizar soluções e, para a em-
ter estima por todos os colegas de trabalho, mas respeitá-lo é uma presa, equipes mais integradas e que falam a mesma língua. Para o
obrigação. Não apenas no ambiente de trabalho, mas em demais conjunto, melhores resultados.3
situações cotidianas. Por isso, respeitar as diferenças e os limites no A competência interpessoal é habilidade de lidar eficazmente
relacionamento com os outros é fundamental. com relações interpessoais, de lidar com outras pessoas de forma
Aceitar opiniões. É importante saber escutar, opinar e adequada à necessidade de cada uma delas e às exigências da situ-
aceitar opiniões diferentes, pois essa atitude acaba levando as pes- ação. Segundo C. Argyris (1968) é a habilidade de lidar eficazmente
soas a também entenderem o seu ponto de vista, sem que este seja com relações interpessoais de acordo com três critérios:
imposto ao demais.
Autocrítica e interesse. Ao ter uma preocupação constan- Percepção acurada da situação interpessoal, de suas vari-
te em melhorar, dificilmente se terá problemas com relação a pos- áveis relevantes e respectiva inter-relação.
tura profissional, pois essa preocupação constante em melhorar é Habilidade de resolver realmente os problemas de tal
um ponto que leva a melhoria contínua nas carreiras profissionais. modo que não haja regressões.
Espera-se que todo profissional tenha um preparo básico, Soluções alcançadas de tal forma que as pessoas envolvi-
mas o novo profissional deve demonstrar também esforço e inte- das continuem trabalhando juntas tão eficientemente, pelo menos,
resse incansáveis para aprender. como quando começaram a resolver seus problemas.
É necessário ter um ânimo permanente, disposição para
o trabalho e para correr atrás do que se quer. Dois componentes da competência interpessoal assumem
O profissional de hoje deve demonstrar disponibilidade e importância capital: a percepção e a habilidade propriamente dita.
boa administração do seu tempo e das suas tarefas. O processo da percepção precisa ser treinado para uma visão acu-
Muitas organizações começam a mostrar interesse em in- rada da situação interpessoal.
vestir na capacitação de seus funcionários, mas, para isso, é preciso A percepção seletiva é um processo que aparece na comunica-
uma sólida relação de confiança mútua. ção, pois os receptores vêm e ouvem seletivamente com base em
A ética é fundamental no trabalho. Sem seriedade, nenhu- suas necessidades, experiências, formação, interesses, valores, etc.
ma relação profissional pode dar certo. A percepção social: É o meio pelo qual a pessoa forma impres-
sões de uma outra na esperança de compreendê-la.
3Por Rozilane Mendonça
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Novas COMPETÊNCIAS começam a ser exigidas pelas organiza- • Reconhecer emoções nos outros: Empatia.
ções, que reinventam sua dinâmica produtiva, desenvolvendo no- • Habilidade em relacionamentos interpessoais: aptidão social
vas formas de trabalho e de resolução de conflitos. Surgem novos
paradigmas de relações das organizações com fornecedores, clien- Fatores positivos do relacionamento
tes e colaboradores. Nesse contexto, as relações humanas no am- Chamamos de fatores positivos todos aqueles que, num soma-
biente de trabalho tem sido foco da atenção dos gestores, para que tóriogeral, irão contribuir para uma boaqualidade no atendimento
sejam desenvolvidas habilidades e atitudes necessárias ao manejo interno e externo. Assim, desde que cumpridos ou atendidos re-
inteligente das relações interpessoais. quisitos básicos de valorização do outro, estaremos falando de um
bom relacionamento. Os níveis de relacionamento aqui devem ser
DEFINIÇÃO DE COMPETÊNCIA elevados, tendo em vista sempre odireito de cada indivíduo derece-
ber com qualidade a supressão de suas necessidades.
Chamamos de competência a integração e a coordenação de O relacionamento entre pessoas é aforma como eles se tratam
um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes (C.H.A.) que ese comunicam. Quando os indivíduos se comunicam bem, e o gos-
na sua manifestação produzem uma atuação diferenciada. tam de fazer, se diz que há um bom relacionamento entre as partes.
Quando se tratam mal, e pelo menos um deles não gosta de entrar
C – conhecimento - SABER em contato com os outros, é um mau relacionamento.
H – habilidade – SABER FAZER Fatores que interferem no trabalho em equipe
A - atitude - QUERER FAZER - Estrelismo;
- Ausência de comunicação e de liderança;
A COMPETÊNCIA TÉCNICA envolve o C.H.A em áreas técnicas - Posturas autoritárias;
específicas. - Incapacidade de ouvir;
- Falta de treinamento e de objetivos;
A COMPETÊNCIA INTERPESSOAL envolve o C.H.A nas relações - Não saber “quem é quem” na equipe.
interpessoais.
Fatores positivos do relacionamento
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
Comunicabilidade
Qualquer um pode zangar-se. Isso é fácil. • habilidade de expor as ideias;
Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora • clareza na comunicação verbal;
certa, pelo motivo certo e da maneira certa não é fácil. Aristóteles • é a qualidade do ato comunicativo otimizado, no qual a men-
sagem é transferida integral, correta, rápida e economicamente e
Como trabalhar bem com os outros? Como entender os outros sem “ruídos”.
e fazer-se entender?
A inteligência acadêmica pouco tem a ver com a vida emocio- Objetividade
nal. As pessoas mais brilhantes podem afogar-se nos recifes das • relacionada com a clareza na informação prestada ao usuário.
paixões e dos impulsos desenfreados, pessoas com alto nível de QI • é importante ser claro e direto nas informações prestadas,
pode ser pilotos incompetentes de sua vida particular. sem rodeios, dispensando informações desnecessárias à situação.
A aptidão emocional é uma capacidade que determina até
onde podemos usar bem quaisquer outras aptidões que tenhamos, Eficiência
incluindo o intelecto bruto. • A Administração Pública deve atender o cidadão com agilida-
Inteligência emocional: É a habilidade de lidar eficazmente de, com adequada organização interna e ótimo aproveitamento dos
com relações interpessoais, de lidar com outras pessoas de forma recursos disponíveis.
adequada as necessidades de cada uma e as exigências da situação,
observando as emoções e reações evidenciadas no comportamento Presteza
do outro e no seu próprio comportamento. • Manifestação do interesse em atender às necessidades do
Inteligência intrapessoal: É a habilidade de lidar com o seu usuário.
próprio comportamento. Exige autoconhecimento, controle emo-
cional, automotivação e saber reconhecer os sentimentos quando Interesse
eles ocorrem. • É importante mostrar-se interessado pelo problema/situação
Inteligência interpessoal: É a habilidade de lidar eficazmente do cidadão-usuário.
com outras pessoas de forma adequada. • Mostrar empenho para lhe apresentar as soluções.
• O interesse na prestação do serviço está diretamente relacio-
ELEMENTOS BÁSICOS DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL nado à presteza, à eficiência e à empatia.
• Autoconhecimento: Conhecer a si próprio, gerar autoconfian-
ça, conhecer pontos positivos e negativos. Não apenas nas relações humanas assim como nas relações de
• Controle Emocional: Capacidade de gerenciar as próprias trabalho, colocar-se no lugar do outro (empatia) garante maior sen-
emoções e impulsos. sibilidade e interesse ao usuário do serviço público.
• Automotivação: Capacidade de gerenciar as próprias emo-
ções com vistas a uma meta a ser alcançada. Persistir diante de fra-
cassos e dificuldades.
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A comunicação dirigida face a face pode viabilizar soluções de das necessidades dos clientes e aos parcos recursos disponíveis,
cotidianas para os cidadãos que solicitam atenção e esperam por quer para o pagamento dos salários, quer para a execução mesmo
informações corretas. Além disso, Argenti (2006) afirma que a cre- das políticas. (SCHMIDT, 2006, p. 17-18).
dibilidade adquirida por meio do relacionamento com grupos espe- Hogwood e Gunn (1993) listam diversas precondições para a
cíficos tende a surtir mais efeito que campanhas e anúncios corpo- adequada implementação das políticas públicas. Dentre outros fa-
rativos massivos. tores, eles apontam o acordo sobre os objetivos, a perfeita comuni-
As organizações públicas, e especificamente as administra- cação e coordenação e a obediência aos superiores. Considera-se,
ções municipais, que desejam atingir resultados na implantação no entanto, que tais aspectos dificilmente serão totalmente atendi-
das práticas de comunicação com seus cidadãos precisam utilizar dos porque os indivíduos tendem a resistir a serem tratados como
com eficiência o contato direto com estes, gerando interatividade e meios. Eles interagem como seres integrais, trazendo suas próprias
contribuindo para a constituição de imagem favorável. (GERZSON; perspectivas.
MULLER, 2009, p. 65). Mesmo que a formalidade burocrática vise a padronizar proce-
Woodrow Wilson, um dos inspiradores do paradigma clássico dimentos, os servidores têm uma certa liberdade de decisão. Sua
da administração pública, já em 1887, demonstrava a importância adaptação às normas pode ser feita de modo a desvirtuar comple-
de aproximá-la da sociedade. Ele defendia a eliminação do anoni- tamente os objetivos, ampliando ainda mais as cobranças relativas
mato burocrático e a discricionariedade como formas de aumentar aos procedimentos burocráticos irrelevantes ou promovendo uma
a responsabilidade e criticava a desconfiança ilimitada nos adminis- adaptação favorável ao cidadão, explicando os trâmites de forma
tradores e nas instituições públicas. simplificada, apontando alternativas ou mesmo flexibilizando as
Considerando tais questões, abordar a comunicação pública normas para melhor atender cada cidadão.
sob o prisma da relação individual entre servidor e cidadão é uma Assim, as prioridades outorgadas pelos planejadores também
tentativa de compreender as estratégias e os mecanismos envolvi- são influenciadas pelo poder político de instâncias do próprio po-
dos na comunicação formal e informal e o modo como os servidores der público. Destaca-se, então, a importância de focar a tríade go-
lidam com os interesses e as demandas dos cidadãos. verno-servidor-cidadão na comunicação pública. Entende-se, neste
Chamar a atenção para o papel dos servidores na adequação caso, que o governo é o agente do primeiro escalão, responsável
das políticas governamentais é considerar que ações públicas não por grandes decisões e por formatar e planejar a implantação das
são isentas. Elas trazem a marca dos interesses e das percepções de políticas públicas.
seus executores, o que pode causar distorções entre as necessida- Por outro lado, considera-se que tanto a política quanto a co-
des dos cidadãos e o que o Estado lhes oferece. (SKOCPOL, 1985). municação pública direcionadas ao cidadão só se efetivam na ação,
Busca-se, portanto, destacar a necessidade de considerar que o Es- e o servidor que as implementa pode alterar o curso delas.
tado se submete não só a interesses localizados na sociedade, mas Do ponto de vista comportamental, muito do que se sabe so-
também aos interesses de seus próprios membros. bre as estratégias de interação entre os servidores e os cidadãos
Segundo Rhodes (1986), implícito à concepção de redes está o deve-se às pesquisas empíricas desenvolvidas por Lipsky (1980). O
argumento de que a implementação é um elemento-chave no pro- autor afirma que os servidores públicos desenvolvem um conjunto
cesso político, pois os objetivos iniciais podem ser substancialmen- de estratégias que são postas em ação de acordo com o tipo de
te transformados quando levados à prática. demanda existente.
Porém, a concepção tradicional da administração pública pres- Chamado de “burocrata no nível da rua”, por Michael Lipsky
supõe que as políticas são implementadas tal como foram planeja- (1980), o servidor focado nesse estudo trata-se de um prestador de
das, desconsiderando o contexto e as especificidades de quem as serviços públicos, diretamente atuante na oferta desses serviços e
implementa e de quem as recebe. Focar as redes numa perspectiva com contato pessoal com os usuários. A burocracia de nível de rua
micro possibilita perceber in loco como, de fato, a implementação (street level bureaucracy) considera que os escalões mais baixos são
das políticas é efetivada. essenciais para o funcionamento efetivo e prega que a aproxima-
O distanciamento hierárquico e a falta de interação entre os ção ajuda a definir a relação entre Estado e sociedade. (FERRAREZI,
formuladores (agentes políticos) e implementadores (agentes ad- 2007).
ministrativos) podem gerar distorções em ambos os processos, re- Dasso Junior (2002) destaca que o papel a ser desempenhado
fletidas na distância entre a política planejada e a política que chega pelos servidores diante da necessidade de flexibilizar procedimen-
ao cidadão. A implementação dos programas criados nos níveis hie- tos burocráticos incongruentes com a realidade dos atendimentos
rárquicos superiores pode diferir do que foi proposto, por diversos passa por reconstruir a capacidade analítica do Estado. É preciso
motivos: a falta de entendimento, a não explicitação dos objetivos, “dotar a administração pública de capacidade para dar respostas
os interesses políticos de quem implementa a ação, a (re)significa- às demandas sociais, definidas através de processos participativos”.
ção em função da vivência e percepção do servidor, ou mesmo a (DASSO JUNIOR, 2002, p. 13). Para isso, o autor defende a flexibili-
adaptação consciente às condições de trabalho ou às condições es- zação e redução da estrutura hierárquica, bem como a inclusão dos
pecíficas dos cidadãos atendidos. servidores na formulação e gestão das políticas.
Dentre os fatores que podem levar a essa desconexão está o “O instrumento fundamental de ação do servidor é a informa-
fato de que os trabalhadores que estão em suas atividades diárias ção, o que requer capacidade de captar, transferir, disseminar e uti-
em contato direto com os cidadãos possuem suas próprias referên- lizá-la de forma proativa e interativa.” (JUNQUEIRA; INOJOSA, 1992,
cias; eles agem em respeito a elas (...). É relevante o fato de as po- p. 29). Mas, para alterar o formato instrumental de comunicação, é
líticas públicas serem executadas no nível da rua, por funcionários preciso vencer resistências e posições arraigadas. A construção de
muitas vezes desconhecedores das políticas conforme o desenho relacionamentos requer a superação de barreiras como a resistên-
original, desmotivados, sobrecarregados, trabalhando sob situação
de estresse devido ao alto grau de incerteza inerente à diversida-
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cia de gestores e servidores historicamente acostumados com es- processos de comunicação no contexto das organizações de uma
truturas hierarquizadas e com um processo verticalizado e marcado forma dinâmica e próxima da prática cotidiana, considerando-se as
pela apropriação e pelo controle da informação. relações que as constituem.
Ao se analisar o Estado após o processo de redemocratização Ao estabelecer vínculos internos e externos entre diferentes
do Brasil, é possível verificar que a incapacidade de os governos conjuntos de ação, a análise das redes de comunicação possibilita
centrais darem respostas a demandas sociais cada vez mais com- estabelecer nexos explicativos entre as relações dinâmicas do sis-
plexas, diversas e conflitantes, cujos atores reivindicam atenção di- tema do “nós” da comunidade de comunicação com o ecossistema
ferenciada, resulta na descentralização administrativa. externo do “eles” possibilitando, inclusive identificar suas dialéticas
Embora tal medida, baseada no modelo da nova gestão públi- na definição cognitiva de um campo de ação comum. (HANSEN,
ca, busque proporcionar mais flexibilidade e autonomia para apro- 2006, p. 2-3).
ximar as estruturas de decisão dos cidadãos, a tendência dos gover- Dentro das organizações, pode-se utilizar a metodologia de
nos em implementar políticas autorreferentes persiste. Verifica-se rede para identificar relações de cooperação e conflito, bem como
uma proliferação de decisões “por um pequeno círculo que se loca- para avaliar a influência da hierarquia e de interesses individuais
liza em instâncias enclausuradas na alta burocracia governamental”. nas relações, as interações dentro dos setores e transetoriais, as
(DINIZ, 1998, p. 34). competências e as relações de poder. No aspecto das redes exter-
Assim, o desenho institucional trazido pela nova administração nas, cabe considerar o atendimento, a captação de informações
pública aumentou o isolamento dos decisores. (DINIZ, 2000). Via de que possibilitem adequar às demandas e as relações estabelecidas
regra, eles trabalham em gabinetes distantes dos pontos de atendi- com outras organizações.
mento e não mantêm contato frequente com os cidadãos atingidos Se por um lado, a análise de redes sociais trabalha com os mes-
por suas decisões. Por outro lado, a maioria daqueles que mantêm mos instrumentos de captação de dados utilizados pelas ciências
contato cotidiano com os cidadãos no processo de implementação sociais: questionários, entrevista, análise documental; por outro,
e disponibilização das políticas, nos balcões de atendimento, repre- ela oferece novas possibilidades na análise de tais dados.
sentando o governo em reuniões com os diferentes grupos asso- A análise de redes sociais tem uma dimensão propriamente so-
ciativos da sociedade civil, ou executando políticas de educação, cial e comunicacional, que permite traçar os elos, as interações e as
saúde, habitação, infraestrutura e assistência social, exerce suas motivações dos atores em função do convívio (concreto ou virtual) e
funções longe dos níveis hierárquicos estratégicos. Não raro, seu dos interesses e dos objetivos compartilhados. (MARTELETO, 2010,
papel é considerado inexpressivo no modelo top-down de imple- p.39)
mentação de políticas. Nessa rede cujos nós são conectados pela relação que estabe-
A participação no gerenciamento pode criar motivação para o lecem, percebe-se que não só emissor e receptor se ajustam e se
trabalho e mais independência além, é claro, de proporcionar mui- influenciam na interação como também recebem outras influências
tos benefícios para a instituição, que poderá entender melhor as diretas e indiretas. A análise de redes sociais possibilita mapear e
demandas do cidadão, ao mesmo tempo em que o beneficia com analisar não apenas a mútua afetação, mas múltiplas afetações de-
um atendimento mais adequado. correntes das interações intraorganizacionais e sociais mais amplas.
Resolver problemas, seguidas vezes partindo do zero e utilizar No enfoque da rede, ter prestígio significa ser um ator que re-
esforços em duplicata são, segundo Davenport e Prusak (1998), prá- cebe mais informações do que envia. (WASSERMAN; FAUST, 1999,
ticas comuns nas quais o conhecimento14 de soluções já criadas p. 173). Sendo assim, a partir da análise das ligações é possível
não é compartilhado. Os autores destacam que há um saber oculto, identificar indivíduos mais bem posicionados em relação ao fluxo
em estado latente no processo de trabalho e na mente dos traba- relacional e que, em razão desta posição, possuem maior poder de
lhadores, que pode ser conhecido e socializado. A transferência de influenciar a comunicação entre os indivíduos com os quais se re-
conhecimento nas organizações também ocorre nas conversas in- lacionam.
formais e contatos pessoais. O desafio é transformar o conhecimen- A análise de rede aponta o poder de influência dos atores com
to latente em linguagem comunicativa, de modo a incorporá-lo ao base em diferentes aspectos posicionais. Ela identifica não só os
processo de trabalho e ao patrimônio da instituição. líderes de opinião, caracterizados como aqueles que mais influen-
Tal como destacam tais autores, se a realidade política de uma ciam as atividades, os relacionamentos e as informações na rede,
organização permite que se multipliquem enclausuradores do co- mas também os membros pelos quais passam os fluxos mais in-
nhecimento, o intercâmbio será mínimo. Eles defendem que, ao tensos, aqueles que mais intermedeiam contatos ou aqueles cujo
invés de as informações serem represadas nos altos escalões ou potencial pode ser melhor explorado; além das conexões diretas
mesmo em nível gerencial, elas tenham fluxo entre os níveis hie- e indiretas, o grau de reciprocidade; a interação dentro e entre os
rárquicos e cheguem à ponta, aos funcionários que representam subgrupos e a coesão das relações. De forma análoga, também é
diretamente a organização nos atendimentos cotidianos. Assim, a possível identificar aqueles que constituem barreiras, comprome-
informação constituiria não só recurso estratégico para o planeja- tendo o processo comunicacional.
mento, controle e tomada de decisão, mas também para embasar Assim, a análise da comunicação organizacional, sob o prisma
as ações cotidianas. das relações em rede, possibilita responder questões como: com
quem cada indivíduo busca informação sobre determinado assun-
Análise de redes sociais na comunicação organizacional to; quais deles se conhecem ou quem tem acesso a quem; com que
A abundância de fluxos e demandas informacionais requer frequência trocam informações; se os colegas sabem com quem
reconhecer a organização como ator social com influências mul- buscar cada tipo de informação; se utilizam tais fontes; que tipo de
tidirecionais. Nessa perspectiva, a rede não é apenas uma cadeia relação estabelecem. Mais que responder tais questões, a análise
de vínculos, mas também uma maneira de analisar e entender os demonstra como cada aspecto influencia a estrutura de relações
do grupo.
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a solução para o seu concurso!
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a solução para o seu concurso!
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Fique de pé – Levante-se em todas as reuniões com clientes Avaliar o que é realmente importante é fundamental para ge-
(sugestão). Isso ajuda a evitar conversas paralelas (dependendo da renciar o tempo. De acordo com o consultor Marco Antônio Impe-
posição), observar os participantes (incentivar ou controlar a parti- rador, da Franklin Covey do Brasil, quando não se sabe quais são as
cipação) e consultar visualmente as metas escritas quando o foco prioridades, tudo parece urgente e imprescindível.
estiver perdido. Infelizmente, quando os outros veem que estamos fazendo
Usar o relógio no centro da mesa- Uma das principais inquie- tudo, esperam sempre que todas as tarefas sejam realizadas. Isso
tações dos motoristas ao serem treinados e começar a aplicar suas não é bom. Entre as consequências de não priorizar estão a queda
aptidões é o gerenciamento do tempo. Como sugestão, deixe um no rendimento e até no conceito que o funcionário tem na empre-
grande relógio no centro da mesa, à vista de todos, para que todo o sa. O gestor não precisa de quem faz tudo, mas de quem faz bem o
grupo fique alerta e ciente das horas. que é realmente necessário - explica Imperador.
Escreva as memórias da reunião - para evitar perder ou repetir
conversas, é bom anotar as principais ideias e os próximos passos Planejamento Diário
discutidos na reunião (compromisso e data). 1. Rever o dia de ontem.
2. Relacionar os eventos de hoje de forma realista.
3. Priorizar cada tarefa.
ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO 4. Ordenar as tarefas.
Passo A Passo
É uma ferramenta gerencial5, que tanto pode ser utilizada nas
empresas quanto em nossas vidas, permitindo a organização de Balança Biológica
metas pessoais e profissionais com menor dispêndio de energia fí- O primeiro ponto é a aceitação do problema - no caso, a não
sica e mental. A boa administração de tempo é provavelmente o administração do tempo - e o comprometimento com a mudança.
fator mais importante na administração de si mesmo e do trabalho O período reservado para o lazer e descanso e para o trabalho deve
executado. Ela começa com a autodescoberta, isto é, com a identi- ser igual, 50% para cada. O gerenciamento do tempo só é possível
ficação de como utilizamos o nosso tempo, do que não nos satisfaz quando a balança biológica está equilibrada.
e do que desejamos mudar.
Delegar Funções
O Profissional e o seu Tempo Não ser controlador é fundamental, alguém que tem inúmeras
Um dos maiores problemas, para todos é que nunca há tempo tarefas concentradas em si e que não as delega, é o exemplo clássi-
suficiente para fazer tudo o que é necessário. Peter Drucker, diz que co do profissional que nunca tem tempo. Outro tipo que não con-
o profissional que não consegue gerenciar seu próprio tempo não segue fazer o dia render é o tipo ditador. Quase sempre mal visto é
consegue gerenciar nada mais. Pois é de vital importância que do- constantemente boicotado. As tarefas que ele delega são mal feitas
mine o seu tempo, ao invés de ser por ele dominado. e têm que ser executadas de novo, muitas vezes, por ele mesmo.
agenda, e-mail, gravador... Em vez de ganharem tempo, acabam As oito maneiras de superar o adiamento:
perdendo porque tem que checar seus compromissos em vários Faça agora e fará uma vez somente:
lugares diferentes. - Não fique lendo e relendo para fazer uma ação. Leia e aja.
- Clareie a sua mente: Não postergue nada.
Reuniões - Programe o que você vai fazer e realmente faça ou esqueça o
Objetividade deve ser um dos lemas do executivo que quer ge- que você não vai fazer.
renciar bem o seu tempo. Por isso, reuniões só devem ser convoca- - Resolva os problemas enquanto eles são pequenos: Caso con-
das se forem estritamente necessárias. Consomem muito tempo. trário seus problemas crescerão e consumirão mais tempo.
Se forem inevitáveis, o ideal é discutir especificamente o assunto - Diminua as interrupções desnecessárias: Isso o ajudará a ser
pautado. Delimitar o tempo de duração e o que vai ser abordado no mais produtivo.
encontro também evita o desperdício de tempo - Coloque os atrasos em dia: Os trabalhos atrasados criam o seu
próprio trabalho extra.
Simplicidade - Comece a operar visando o futuro e não o passado: Trabalhe
A prolixidade é um dos grandes problemas nas empresas. Uma sempre de forma preventiva, antecipando-se.
conversa telefônica que poderia durar cinco minutos, prolonga-se - Pare de se preocupar: O grande dano do adiamento é o cansa-
por uma hora por pura falta de objetividade. O profissional que ço mental e psíquico que isso causa.
tenta fazer mil coisas ao mesmo tempo, não se concentra em nada Agora sinta-se melhor em relação a si mesmo: A conclusão de
e não define prioridades certamente não conseguirá fazer seu dia tarefas evita o estresse e a ansiedade e traz mais autoconfiança e
render. auto respeito.
Benefícios obtidos com uma melhor Administração Do Tem- O Tempo é um recurso precioso, que não pode ser recuperado,
po: ou expandido, portanto saiba usá-lo pois ele proporciona oportuni-
dades iguais para todos.
• Desenvolve uma perspectiva real do que a vida oferece e
como pode ser vivida;
• Permite aproveitar mais a vida; CONDUTA PROFISSIONAL: COMUNICAÇÃO VERBAL E
• Possibilita maior domínio e controle do trabalho; APRESENTAÇÃO PESSOAL
• Evita pressão interna e pressões externas;
• Segurança e objetividade do trabalho; A postura profissional
• Aumenta a produtividade; É o comportamento adequado dentro das organizações, na
• Mantém o equilíbrio entre a vida pessoal, familiar e profis- qual busca seguir os valores da empresa para um resultado positivo.
sional;
• Combate celulite e flacidez, melhora o condicionamento físi- A importância da qualidade
co. As mudanças no mundo, em geral, estão cada vez mais contínu-
as aceleradas e, principalmente, diversificadas. Isso se deve ao fe-
A pessoa que não administra o seu tempo é porque passa a nômeno da globalização, aos avanços tecnológicos, à preocupação
maior parte do dia pensando no que fazer em 1º lugar, outra parte com a saúde e o meio ambiente, entre outros fatores.
recomeçando o trabalho interrompido e finalmente a outra recla- Tanto os profissionais como as empresas precisam adequar seu
mando que não teve tempo para nada. perfil para atender a essas novas mudanças, inclusive se ajustando
O primeiro passo é sabermos se estamos ou não utilizando bem às exigências do mercado, cada vez maiores. Para superar os no-
o nosso tempo. A melhor maneira de descobrirmos é fazendo algu- vos desafios impostos pela realidade e atender às expectativas dos
mas perguntas, como, por exemplo, as listadas a seguir: clientes, as empresas precisam de profissionais competentes e que
• Tenho a sensação de que nunca consigo terminar todas as ta- realizem suas atividades com qualidade.
refas planejadas no tempo previsto? Mas, afinal, o que é qualidade? Qualidade, na linguagem cor-
• Fico alternando entre uma tarefa e outra? porativa, é uma das condições para se ter sucesso e, hoje em dia,
• Sou constantemente interrompido enquanto estou executan- significa um dos diferenciais competitivos mais importantes. Ou
do meu trabalho? seja, é um conjunto de características que distinguem, de forma po-
• Gasto mais tempo do que deveria falando ao telefone ou len- sitiva, um profissional ou uma empresa dos demais e que agregam
do e-mails; ou nem sequer sei quanto tempo gasto com estas ati- valor ao seu trabalho.
vidades? Para se manter competitivo no mercado e ter um diferencial, o
profissional precisa realizar suas atividades corretamente. Apenas
Desperdiçadores do Tempo: a qualidade técnica, porém, não assegura o lugar no mercado. O
• Não definição / Classificação das metas; grande desafio do profissional de qualquer área de atuação é saber
• Não fazer plano diário; se relacionar bem (tratar as pessoas adequadamente, mostrar-se
• Prioridades não claras/ falta priorização; disponível e acessível, ser gentil), ter um comportamento compa-
• Alterações constantes de ordens e de prioridades; tível com as regras e valores da empresa e se comunicar bem (se
• Não antecipar prováveis acontecimentos futuros e não se pre- fazer entender pelos outros, escrever bem, saber ouvir).
parar para eles; Por fim, vale ressaltar: estamos falando de um conceito dinâmi-
• Não se prevenir contra problemas rotineiros; co, ou seja, cada empresa tem o seu. Fique atento: o que representa
• Empreendendo mais do que pode menos estimativa de tempo qualidade para uma empresa não necessariamente o é para outra.
não realista; Portanto, ao iniciar qualquer experiência profissional, procure en-
• Sobrecarga de trabalho; tender quais são as competências valorizadas naquele ambiente de
• Atrasos; trabalho. Investir nelas é o primeiro passo para realizar suas tarefas
• Barulho; com qualidade.
• Desorganização pessoal;
• Arquivos desorganizados; As novas exigências
• Responsabilidade e autoridades confusas; Aqueles que pretendem ingressar no mercado de trabalho já
• Não se ajustar a mudanças; devem ter escutado de professores, pais ou pessoas mais experien-
• Treinamento deficiente; tes que “a concorrência está cada vez mais acirrada” e que “é pre-
• Excesso de controle e Reuniões improdutivas; ciso se preparar”, e os recém-chegados ao mundo corporativo já
• Fazer eu próprio / não delegar; podem ter constatado esse fato. Mas o que isso significa na prática?
• Não saber dizer não; Há quem ache que “se preparar” está diretamente ligado à es-
• Excesso de material para ler; colha do curso superior e ao desempenho na faculdade, mas não
• Excesso de comunicação; é de todo verdade: isso é o primeiro passo, mas não garante uma
• Falta de comunicação; vaga no mercado. Dia após dia, surgem novas tecnologias e formas
• Inexistência de padrões / critérios; de se executar melhor uma tarefa e, com elas, relações de trabalho
• Falta de diretrizes; que exigem uma nova postura profissional — a de desenvolver as
• Não adaptação / resistências à mudanças. “habilidades” necessárias para enfrentar os desafios propostos. Na
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verdade, algumas dessas habilidades só ganharam destaque recen- na equipe e na organização, além de entender como os setores in-
temente, enquanto outras apenas mudaram de foco, atualizando- teragem e qual a função e inter-relação de cada um, considerando
-se. Vejamos algumas delas: o conjunto.
• Seja parceiro da educação. Uma boa postura profissional exi- Conhecer a rotina de sua equipe e da empresa permite otimizar
ge uma boa educação, ou seja, respeitar os demais, saber se com- e sistematizar suas atividades. Além disso, você pode administrar
portar em público, honrar os compromissos e prezar pela organiza- melhor o seu tempo, identificar e solucionar eventuais problemas
ção no ambiente de trabalho. com mais agilidade, bem como propor alternativas para aprimorar a
• Mantenha sempre uma boa aparência. Não é necessário es- qualidade do trabalho, sempre com o foco nos resultados.
tar sempre elegante, pois uma boa aparência significa saber usar Sem a compreensão dos processos, é menos provável perceber
a roupa certa no lugar certo. Devemos saber nos vestir de acordo o seu papel na organização. Resultado: mais desperdício, menos
com que o local de trabalho nos solicita, sabendo sempre o que é produtividade. Evite sempre trabalhar no “piloto automático”. Isso
certo e o que é errado para cada ambiente. pode acarretar retrabalho, gasto desnecessário de energia e recur-
• Cumprir todas as tarefas. Isso não é somente uma questão sos, não-cumprimento de prazos, burocratização e baixa competiti-
de bom senso, mas também uma questão de comprometimento vidade. Em síntese: prejuízo para você e para a empresa.
profissional. Desenvolver as tarefas que lhe são atribuídas é um Portanto, para satisfazer às exigências do mercado, é cada vez
ponto positivo que acaba também sendo avaliado por gestores do mais importante possuir uma visão global do ambiente de trabalho.
colaborador. Conhecer a rotina da organização e manter atenção aos processos
• Ser pontual. Faça o seu trabalho de maneira correta e cumpra só trazem ganhos para ambas as partes: para o profissional, maior
os horários planejados, mantendo sempre a pontualidade para os competitividade e possibilidade de agilizar soluções e, para a em-
compromissos marcados. presa, equipes mais integradas e que falam a mesma língua. Para o
• Respeitar os demais colegas de trabalho. Não é necessário conjunto, melhores resultados.6
ter estima por todos os colegas de trabalho, mas respeitá-lo é uma
obrigação. Não apenas no ambiente de trabalho, mas em demais A aprendizagem, como já vimos, pressupõe uma busca criativa
situações cotidianas. Por isso, respeitar as diferenças e os limites no da inovação, ao mesmo tempo em que lida com a memória organi-
relacionamento com os outros é fundamental. zacional e a reconstrói. Pressupõe, também, motivação para apren-
• Aceitar opiniões. É importante saber escutar, opinar e aceitar der. E motivação só é possível se as pessoas se identificam e con-
opiniões diferentes, pois essa atitude acaba levando as pessoas a sideram nobres as missões organizacionais e se orgulham de fazer
também entenderem o seu ponto de vista, sem que este seja im- parte e de lutar pelos objetivos. Se há uma sensação de que é bom
posto ao demais. trabalhar com essa empresa, pode-se vislumbrar um crescimento
• Autocrítica e interesse. Ao ter uma preocupação constante conjunto e ilimitado. Se há ética e confiança nessa relação, se não
em melhorar, dificilmente se terá problemas com relação a postura há medos e se há valorização à livre troca de experiências e saberes.
profissional, pois essa preocupação constante em melhorar é um Nesse aspecto, é possível perceber que a comunicação organi-
ponto que leva a melhoria contínua nas carreiras profissionais. zacional pode se constituir numa instância da aprendizagem pois,
• Espera-se que todo profissional tenha um preparo básico, se praticada com ética, pode provocar uma tendência favorável à
mas o novo profissional deve demonstrar também esforço e inte- participação dos trabalhadores, dar maior sentido ao trabalho, fa-
resse incansáveis para aprender. vorecer a credibilidade da direção (desde que seja transparente),
• É necessário ter um ânimo permanente, disposição para o fomentar a responsabilidade e aumentar as possibilidades de me-
trabalho e para correr atrás do que se quer. lhoria da organização ao favorecer o pensamento criativo entre os
• O profissional de hoje deve demonstrar disponibilidade e boa empregados para solucionar os problemas da empresa (Ricarte,
administração do seu tempo e das suas tarefas. 1996).
• Muitas organizações começam a mostrar interesse em inves- Para Ricarte, um dos grandes desafios das próximas décadas
tir na capacitação de seus funcionários, mas, para isso, é preciso será fazer da criatividade o principal foco de gestão de todas as em-
uma sólida relação de confiança mútua. presas, pois o único caminho para tornar uma empresa competitiva
• A ética é fundamental no trabalho. Sem seriedade, nenhuma é a geração de ideias criativas; a única forma de gerar ideias é atrair
relação profissional pode dar certo. para a empresa pessoas criativas; e a melhor maneira de atrair e
Há, ainda, outras características que certamente podem contar manter pessoas criativas é proporcionando-lhes um ambiente ade-
pontos positivos na hora da contratação ou mesmo na convivência quado para trabalhar.
diária no ambiente de trabalho: uma boa rede de contatos; per- Esse ambiente adequado pressupõe liberdade e competência
sistência (uma vez que a vontade, por si só, às vezes não basta); para comunicar. Hoje, uma das principais exigências para o exercício
cuidado com a aparência; assiduidade e pontualidade. A Conexão da função gerencial é certamente a habilidade comunicacional. As
Profissional, na terceira edição da série Desafios para se tornar um outras habilidades seriam a predisposição para a mudança e para a
bom profissional, trata de mais um dos desafios dos recém-chega- inovação; a busca do equilíbrio entre a flexibilidade e a ética, a de-
dos ao mundo corporativo: a atenção aos processos e às rotinas nas sordem e a incerteza; a capacidade permanente de aprendizagem;
organizações. saber fazer e saber ser.
Ao integrar uma equipe de trabalho, um dos primeiros passos Essa habilidade comunicacional, porém, na maioria das empre-
a serem dados é procurar compreender a rotina da organização. sas, ainda não faz parte da job-description de um executivo. É ainda
Ter uma visão global das atividades que a organização desenvolve é uma reserva do profissional de comunicação, embora devesse ser
indispensável para um bom desempenho e, principalmente, para a encarada como responsabilidade de todos, em todos os níveis.
conquista da autonomia. Para tanto, é fundamental atenção contí-
nua aos processos. Com isso, você pode compreender o seu papel 6 Por Rozilane Mendonça
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a solução para o seu concurso!
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O desenvolvimento dessa habilidade pressupõe, antes de tudo, Para encontrarmos maior crescimento, a disponibilidade em
saber ouvir e lidar com a diferença. É preciso lembrar: sempre ape- aprender se faz necessária. Só aprendemos aquilo que queremos
nas metade da mensagem pertence a quem a emite, a outra me- e quando queremos.
tade é de quem a escuta e a processa. Lasswell já dizia que quem Nas relações humanas, nada é mais importante do que nossa
decodifica a mensagem é aquele que a recebe, por isso a necessi- motivação em estar com outro, participar na coordenação de cami-
dade de se ajustarem os signos e códigos ao repertório de quem vai nhos ou metas a alcançar.
processá-los. Um fato merecedor de nossa atenção é que o homem necessi-
Pode-se afirmar, ainda, que as bases para a construção de um ta viver com outros homens, pela sua própria natureza social, mas
ambiente propício à criatividade, à inovação e à aprendizagem es- ainda não se harmonizou nessa relação.
tão na autoestima, na empatia e na afetividade. Sem esses elemen- Lewin (1965) considerou o grupo como o terreno sobre o qual
tos, não se estabelece a comunicação nem o entendimento. Embo- o indivíduo se sustenta e se satisfaz. Um instrumento para satis-
ra durante o texto tenhamos exposto inúmeros obstáculos para o fação das necessidades físicas, econômicas, políticas, sociais, etc.·.
advento dessa nova realidade e que poderiam nos levar a acreditar,
tal qual Luhman (1992), na improbabilidade da comunicação, acre- Comunicação
ditamos que essa é uma utopia pela qual vale a pena lutar. A comunicação é um dos principais processos da vida, que nos
Mas é preciso ter cuidado. Esse ambiente de mudanças, que deixa trocar pensamentos, informações, emoções, etc. Estamos
traz consigo uma radical mudança no processo de troca de infor- familiarizados com o conceito de remetente e destinatário na
mações nas organizações e afeta, também, todo um sistema de comunicação, vamos então diferenciar os dois tipos de comunicação.
comunicação baseado no paradigma da transmissão controlada de
informações, favorece o surgimento e a atuação do que chamo de Definições
novos Messias da comunicação, que prometem internalizarem nas – Comunicação pessoal: é uma atividade espontânea e
pessoas os novos objetivos e conceitos, estimularem a motivação e inconsciente.
o comprometimento à nova ordem de coisas, organizarem rituais – Comunicação impessoal: são os meios de comunicação,
de passagem em que se dá outro sentido aos valores abandonados atmosfera, eventos e outros canais que transmitem mensagens sem
e introduz-se o novo. contato ou comunicação face a face. A comunicação de massa influi
Hoje, não é raro encontrar-se nos corredores das organizações o comportamento e as atitudes pessoais por meio de um processo
profissionais da mudança cultural, agentes da nova ordem, verda- de fluxo de comunicação que ocorre em etapas.
deiros profetas munidos de fórmulas infalíveis, de cartilhas ilumi- – Comunicação verbal: o processo de troca de informações e
nistas, capazes de minar resistências e viabilizar uma nova cultura e ideias entre pessoas usando palavras que podem ser escritas ou
que se autodenominam reengenheiros da cultura. faladas. Um dos principais benefícios da comunicação verbal é que
Esses profissionais se aproveitam da constatação de que a co- ela permite um feedback quase imediato do receptor, o que pode
municação é, sim, instrumento essencial da mudança, mas se es- ajudar a garantir que a mensagem seja compreendida.
quecem de que o que transforma e qualifica é o diálogo, a experi- – Comunicação interpessoal: refere-se ao processo de
ência vivida e praticada, e não a simples transmissão unilateral de comunicação que ocorre entre duas ou mais pessoas usando
conceitos, frases feitas e fórmulas acabadas tão próprias da chama- linguagem verbal ou não verbal. Como sabemos, a interação social
da educação bancária descrita por Paulo Freire. e o compartilhamento de pensamentos e ideias são essenciais para
E a viabilização do diálogo e da participação tem de ser uma po- a existência humana. Este processo é necessário para cada pessoa
lítica de comunicação e de RH. A construção e a viabilização dessa refrigerar sua mente. A comunicação interpessoal que envolvendo
política é, desde já, um desafio aos estrategistas de RH e de comuni- duas pessoas é chamada de comunicação um-para-um. Já quando
cação, como forma de criar o tal ambiente criativo a que Ricarte de temos três ou mais pessoas estão envolvidas no processo de
referiu e viabilizar, assim, a construção da organização qualificante, comunicação é a comunicação em grupo.
capaz de enfrentar os desafios constantes de um mundo em muta- – Comunicação intrapessoal: tipo de comunicação em que
ção, incerto e inseguro. as pessoas se comunicam consigo mesmas. Nesse caso, você é o
Em Sociologia, um grupo é um sistema de relações sociais, de remetente e o destinatário. Conhecido como “diálogo interno”
interações recorrentes entre pessoas. Também pode ser definido ou “discurso interno”. Esse tipo de comunicação ocorre quando a
como uma coleção de várias pessoas que compartilham certas ca- pessoa pensa profundamente e tenta descobrir as coisas por conta
racterísticas, interajam uns com os outros, aceitem direitos e obri- própria. Basicamente a comunicação interpessoal é regida por três
gações como sócios do grupo e compartilhem uma identidade co- áreas: autoconceito, expetativa e percepção.
mum — para haver um grupo social, é preciso que os indivíduos se
percebam de alguma forma afiliados ao grupo. A diferença entre os tipos de comunicação é baseada no número
Segundo COSTA (2002), o grupo surgiu pela necessidade de de pessoas envolvidas nesse tipo de comunicação. A comunicação
o homem viver em contato com os outros homens. Nesta relação interna é o tipo de conexão que você estabelece consigo mesmo;
homem-homem, vários fenômenos estão presentes; comunicação, nesse caso, a mesma pessoa é o remetente e o destinatário. A
percepção, afeição liderança, integração, normas e outros. À medi- comunicação intrapessoal também é conhecida como diálogo
da que nós nos observamos na relação eu-outro surge uma ampli- intrapessoal ou discurso intrapessoal. Em contraste, a comunicação
tude de caminhos para nosso conhecimento e orientação. interpessoal é um tipo de comunicação entre duas ou mais pessoas
Cada um passa a ser um espelho que reflete atitudes e dá re- por meio de uma linguagem verbal ou não verbal.
torno ao outro, através do feedback.
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a solução para o seu concurso!
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COMUNICAÇÃO COMUNICAÇÃO
INTERPESSOAL INTRAPESSOAL
A comunicação interpessoal A comunicação intrapessoal
refere-se ao processo de é o tipo de comunicação que se
Definição comunicação ocorre entre faz consigo mesmo; neste caso, a
duas ou mais pessoas usando própria pessoa é o remetente e o
linguagem verbal ou não verbal. destinatário.
Algumas das características
mais marcantes da comunicação Principalmente três aspectos
interpessoal são que ela governam a comunicação
Características
é inescapável, complexa, intrapessoal; autoconceito,
contextual e irreversível ou expectativa e percepção.
irrepetível.
São necessárias pelo menos
Pessoas envolvidas Um
duas pessoas
A comunicação intrapessoal
A comunicação interpessoal
ocorre continuamente quando
Acontece ocorre regularmente, pois é uma
estamos pensando em algo ou
necessidade social.
aspecto.
Fonte: https://diferenciario.com/br/comunicao-intrapessoal-e-comunicao-interpessoal/
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a solução para o seu concurso!
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Entenda a empresa que você representa Entre os principais podemos citar a desmotivação, o estresse e
Estar alinhado a imagem profissional que a sua deseja passar o acúmulo de conflitos internos — sintomas característicos de uma
pode ser um primeiro passo importante e essencial para cuidar da empresa desagregadora e com baixo índice de desenvolvimento.
apresentação pessoal. Para isso, entenda seus valores e seus méto- Como andam as relações humanas no trabalho em sua empre-
dos de comunicação, converse com profissionais que podem ajudar sa? Que tal conferir, conosco, o impacto positivo em trabalhá-la e
você nesse posicionamento, como seus líderes e parceiros diretos, promover um clima verdadeiramente produtivo? É só seguir com
especialistas de marketing, vendas e outros. esta leitura, então!
Com esse tipo de informação em mente você saberá que ima-
gem deseja refletir no seu contato com o cliente. É possível que O que são as relações humanas no trabalho?
existem grupos de pessoas da companhia que você pode tomar Basicamente, uma relação humana é aquela em que ocorre a
como referência de vestuário e comportamento. Além disso, conhe- interação entre duas ou mais pessoas. Quando eficiente, essa habi-
cer o ambiente empresarial em que se encontra para a realização lidade é trabalhada de maneira ininterrupta. Ocorre, por exemplo,
de um serviço também pode colaborar com essas escolhas. quando:
- um líder delega atividades para a sua equipe;
Cuide da aparência - uma reunião é convocada;
Dica básica: sua apresentação pessoal também está relaciona- - um feedback é fornecido;
da a sua imagem e, por isso, é importante cuidar bem da aparência. - ideias são sugeridas;
Isso inclui a escolha e limpeza de vestimentas, higiene pessoal e - divergência estabelecem a riqueza de um debate.
diversos elementos que compõe esse conjunto de coisas sobre você Ou seja: a todo momento as relações humanas no trabalho in-
que também comunicam cuidado e zelo, como cabelo, adereços, terpelam o caminho dos colaboradores.
unhas, barba, perfume, entre outros.
Qual é a importância das relações humanas no trabalho?
Prazos e pontualidade Anteriormente, destacamos que a falta de sintonia no convívio
Atitudes e compromisso também podem espelhar o modo entre os colaboradores pode, lenta e gradualmente, evoluir para
como as pessoas enxergam você. A pontualidade, por exemplo, faz um estado crônico de estresse, desmotivação, desagregação e im-
parte da sua apresentação. Busque chegar no horário ou com algum produtividade.
tempo de antecedência, considerado o surgimento de possíveis im-
previstos, como trânsito e outros acontecimentos. Por sua vez, exemplos de boas relações humanas no trabalho
Além dos horários, o compromisso assumido com a entrega do são, de fato, soluções para minimizar as situações acima. Veja só
trabalho também representa o nível de responsabilidade que o pro- alguns deles que contribuem para um bom clima organizacional:
fissional e sua empresa possuem. Para prestadoras, por exemplo, o - respeito aos colegas e superiores;
cumprimento de prazo é um dos principais diferenciais em relação - fofocas são erradicadas do dia a dia;
à concorrência e zelar por isso é um dever da organização, de seus - paciência para saber ouvir;
colaboradores e parceiros. - colaboração com os colegas;
- ideias e sugestões sem atacar os companheiros de trabalho;
Comunicação e tratamento pessoal - respeito e acolhimento de uma cultura de respeito às dife-
Por fim, ao considerar todo o conjunto de elementos da apre- renças.
sentação pessoal, nunca se trata apenas da aparência física. É preci-
so estar preparado em todos os aspectos, inclusive quando falamos Isso significa que a importância das relações humanas no tra-
de comunicação e tratamento pessoal. balho está intimamente associada à construção de um ambiente
Todos esses itens, juntos, podem demonstrar respeito, cuidado positivo, de condições favoráveis para o exercício da profissão.
e confiança ao cliente. Estar preparado para lidar com imprevistos E não pense que o conceito é recente: em 1930, um estudo foi
ou trazer soluções diante de problemas não mapeados também conduzido na fábrica de Hawthorne Works (Illinois, EUA) e apontou
pode ser um meio para expor ideias e irradiar a segurança que sua que pequenas mudanças, na rotina, já afetam a produtividade das
empresa e você proporcionam no trabalho. equipes.
As relações humanas no trabalho ocorrem de maneira ininter- Quais riscos impedem o desenvolvimento das relações huma-
rupta, a partir da interação entre duas ou mais pessoas. Essa habi- nas?
lidade é essencial para obter um clima organizacional produtivo e As consequências das más relações humanas no trabalho já
harmonioso porque gera empatia, colaboração e o alinhamento de foram identificadas, até aqui. O que muitos profissionais de RH de-
objetivos. vem estar pensando, então, é: “e o que motiva esse tipo de proble-
As relações humanas no trabalho são essenciais para o esta- ma na empresa?”
belecimento de um clima organizacional produtivo e harmonioso.
Mas que isso não seja o único motivo para a promoção e a con- Abaixo, algumas das questões associadas a esse problema se-
tínua manutenção das boas relações humanas no trabalho: afinal, o rão observadas, como:
seu desequilíbrio pode gerar uma série de problemas.
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Chiavenato (2002), nos leva a compreender que a qualidade A compreensão da natureza dessas relações humanas permite
de vida das pessoas pode aumentar através de sua constante ca- melhores resultados dos subordinados e uma atmosfera onde cada
pacitação e de seu crescente desenvolvimento profissional, pois pessoa é encorajada a expressar-se livre e de maneira sadia.
pessoas treinadas e habilitadas trabalham com mais facilidade e Com o avanço da tecnologia, o trabalho também passa a ser
confiabilidade, prazer e felicidade, além de melhorar na qualidade mais individual, cada funcionário em seu setor, isso faz com que
e produtividade dentro das organizações também deve haver re- as pessoas fiquem distantes uma das outras, aumentando o nível
lacionamentos interpessoais, pois o homem é um ser de relações, de stress, pois não conseguem mais se relacionarem, não há mais
ninguém consegue ser autossuficiente e saber se relacionar tam- tempo para o diálogo.
bém é um aprendizado. A comunicação hoje é tudo, saber se comunicar é fundamental
As convivências ajudam na reflexão e interiorização das pes- e para o sucesso de uma organização isso é essencial. Chiavenato
soas, e também apresentam uma rejeição à sociedade egoísta em (2010, p.47) diz: “A informação não é tocada, palpável nem medi-
que vivemos. da, mas é um produto valioso no mundo atual porque proporciona
De qualquer forma, não podemos deixar de entender que uma poder”.
organização sem pessoas não teria sentido. Uma fábrica sem pes- Diante do exposto vê-se que o mundo gira em torno da comu-
soas pára; um computador sem uma pessoa é inútil. “Em sua es- nicação e da informação e para que uma organização tenha sucesso
sência, as organizações têm sua origem nas pessoas, o trabalho é é necessário que a comunicação seja clara, direta e transparente
processado por pessoas e o produto de seu trabalho destina-se às assim como as relações interpessoais.
pessoas (LUCENA, 1990, p.52)”.
Nesse sentido, Chiavenato (1989) fala que a integração entre Conforme diz Chiavenato (1989, p.3):
indivíduos na organização é importante porque se torna viável um As organizações são unidades sociais (e, portanto, constituídas
clima de cooperação, fazendo com que atinjam determinados ob- de pessoas que trabalham juntas) que existem para alcançar deter-
jetivos juntos. minados objetivos. Os objetivos podem ser o lucro, as transações
Para Chiavenato (2000, p.47), antigamente, a área de recursos comerciais, o ensino, a prestação de serviços públicos, a caridade, o
humanos se caracterizava por definir políticas para tratar as pes- lazer, etc. Nossas vidas estão intimamente ligadas às organizações,
soas de maneira comum e padronizada. Os processos de Recursos porque tudo o que fazemos é feito dentro das organizações.
Humanos tratavam as pessoas como se todas elas fossem iguais e Os ambientes de trabalho são, pois, organizações, e nelas so-
idênticas. bressai a interação entre as pessoas, para a promoção da formação
Hoje, há diferenças individuais e também, há diversidade nas humana.
organizações. A razão é simples: quanto maior a diferença das pes- Romão (2002) registra:
soas, tanto maior seu potencial de criatividade e inovação. Hoje temos que nos preparar para viver a era emocional, onde
a empresa tem de mostrar ao colaborador que ele é necessário
A diversidade está em alta. As pessoas estão deixando de se- como funcionário profissional, e antes de qualquer coisa que é um
rem meros recursos produtivos para ser o capital humano da orga- ser humano com capacidades que reunem à produção da empresa,
nização. O trabalho está deixando de ser individualizado, solitário formarão uma equipe e harmoniosa em que o maior beneficiado
e isolado para se transformar em uma atividade grupal, solidária e será ele mesmo com melhoria em sua qualidade de vida, relacio-
conjunta. namentos com os outros e, principalmente, o cliente que sentirá
Hoje, em vez de dividir, separar e isolar tornou-se importan- isso quando adquirir o produto ou serviço da empresa gerando a
te juntar e integrar para obter efeito de melhor e maior resultado fidelização que tanto se busca.
e multiplicador. As pessoas trabalham melhor e mais satisfeitas O melhor negócio de uma organização ainda se chama gente,
quando o fazem juntas. Equipes, trabalho em conjunto, compar- e ver gente integrada na organização como matéria-prima principal
tilhamento, participação, solidariedade, consenso, decisão em também é lucro, além de ser um fator primordial na geração de
equipes:essas estão sendo as palavras de ordem nas organizações ( resultados.
CHIAVENATO, 2002, p.71-72 ). Percebe-se que a parte humana da empresa precisa estar sem-
Como se viu até então, as pessoas são produtos do meio em pre em processo de educação, não a educação escolar, mas uma
que vivem, têm emoções, sentimentos e agem de acordo com o educação que tenha como objetivo melhorias no comportamento
conjunto que as cercam seja no espaço físico ou social. das pessoas, nas relações do dia a dia, pois somos seres de ralações,
não nos bastamos, precisamos sempre um do outro. Precisamos
As Relações Humanas nas Organizações nos relacionar e se comunicar, somos seres inacabados em proces-
Os indivíduos dentro da organização participam de grupos so- so de educação constante, estamos em busca contínua de mudar
ciais e mantêm-se em uma constante interação social. Para explicar nossa realidade.
o comportamento humano nas organizações, a Teoria das Relações Algumas dicas que podem ajudar a manter boas relações inter-
Humanas passou a estudar essa interação social. As relações huma- pessoais no ambiente organizacional:
nas são as ações e atitudes desenvolvidas e através dos contatos Procure investir em sua equipe e na manutenção de relaciona-
entre pessoas e grupos. mentos saudáveis.
Cada pessoa possui uma personalidade própria e diferenciada Evite gerar competição uns com os outros e estimule a colabo-
que influi no comportamento e atitudes das outras com quem man- ração entre colegas e equipes.
tém contatos e é, por outro lado, igualmente influenciada pelas ou- Investir no desenvolvimento de habilidades e aprimoramento
tras. Cada pessoa procura ajustar-se às demais pessoas e grupos, de competências da equipe.
pretendendo ser compreendida, aceita e participa, com o objetivo Quando surgirem os conflitos e as diferenças, aja com cautela
de entender os seus interesses e aspirações. e não tome partido de ninguém.
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Promova a conversa e evite brigas e discussões. Chiavenato nos diz que antigamente, a área de recursos hu-
Algumas Normas de Convivência: manos se caracterizava por definir políticas para tratar as pesso-
Fale com as pessoas, seja comunicativo, não há nada melhor as de maneira comum e padronizada. Os processos de Recursos
que chegar para uma pessoa e conversar alegremente, discutir Humanos tratavam as pessoas como se todas elas fossem iguais e
ideias e falar sobre várias coisas. idênticas. Hoje, as diferenças individuais estão em alta: A área de
Sorria para as pessoas, é sempre bom encontrar uma pessoa Recursos Humanos está enfatizando as diferenças individuais e a
alegre, sorridente, ela te deixa mais à vontade. diversidade nas organizações. A razão é simples: quanto maior a
Chame as pessoas pelo nome, nunca coloque apelido de mau diferença das pessoas, tanto maior seu potencial de criatividade e
gosto nas pessoas, afinal você não gostaria que fizessem o mesmo inovação.
com você. As mais recentes abordagens administrativas enfatizam que
Seja amigo e prestativo, pois ninguém quer um amigo impres- são as pessoas que fazem a diferença nas organizações. Em outras
tável perto de si, e para que você tenha amigos e pessoas prestati- palavras, em um mundo onde a informação é rapidamente dispo-
vas, cultive isso também, seja amigo e prestativo. nibilizada e compartilhada pelas organizações, sobressaem aquelas
Seja cordial, faça as coisas com boa vontade, ninguém gosta de que são capazes de transformá-la rapidamente em oportunidades,
pessoas que tudo que faz, é com raiva. em termos de novos produtos e serviços, antes que outras o façam.
Tenha mais interesse com o que as pessoas falam com você, E isto pode ser conseguido não com a tecnologia simplesmente,
seja sincero e franco, mas é claro, com toda educação sem deixar as mas com as pessoas que sabem utilizá-la adequadamente. São as
outras pessoas desajeitadas e desconfortáveis ao seu lado. pessoas (e não apenas a tecnologia) que fazem a diferença. A tec-
A dificuldade de relacionamento entre as pessoas é um dos nologia pode ser adquirida por qualquer organização com facilida-
principais problemas vivenciados no mundo moderno, quer seja de, nas repartições, setores e estabelecimentos. Bons funcionários
entre amigos, entre pessoas da família ou entre colegas de tra- exige um investimento muito mais longo em termos de capacitação
balho. De modo geral essas desavenças surgem na interação diá- quanto a habilidades e conhecimentos e, sobretudo, em termos de
ria entre duas ou mais pessoas, ocasionadas por divergências de confiança e comprometimento pessoal.
ideias, por diferenças de personalidade, objetivos ou metas ou por Os sujeitos e os diferentes cenários são universos vivos ou sis-
variedade de percepções e modos de analisar uma mesma infor- temas inacabados em permanente interação e transformação e
mação ou fato. que, para compreendê-la, não se pode desprezar essa complexi-
Atualmente, muito tem se falado da importância das relações dade.
interpessoais dentro das organizações, de se humanizar o ambiente Entende-se que, no âmbito dos conhecimentos que envolvem
de trabalho, mas afinal o que é essa tal humanização? os seres humanos e suas relações com os outros e com o mundo
Humanizar significa respeitar o trabalhador enquanto pessoa, (âmbito das Ciências Humanas e Sociais), torna-se necessário con-
enquanto ser humano. Significa valorizá-lo em razão da dignidade siderar motivações, desejos, crenças, ideias, ideologias, intenções.
que lhe é interna. A prática da humanização deve ser observada Em razão disso, compreende-se que a realidade é uma construção
continuamente. social e que os sujeitos também não estão prontos e acabados, mas
O comportamento ético deve ser o princípio da vida da orga- se transformam. Também se compreende a realidade como sendo
nização, uma vez que se é ético é preocupar-se com a felicidade dinâmica e em constante transformação. Nesse processo de trans-
pessoal e coletiva. formação da realidade, observam-se posições opostas, interesses
Numa sociedade em que os valores morais estão deixando de contrários e a instalação de soluções provisórias, porém marcadas
existir por ações que destroem a ética e a moralidade, existe uma por contradições que, sendo evidenciadas, produzem a necessida-
necessidade oculta de se buscar humanizar as pessoas e conse- de de novas transformações.
quentemente as organizações. É preciso haver abertura para o conhecimento, pensar o novo,
Diante disso, com o aumento da necessidade das empresas de reconstruir o velho, reinventar o pensar. A educação abrange mais
gerarem resultados positivos, tem se enfatizado a importância das do que o saber fazer, é preciso aprender a viver com os outros,
relações interpessoais com vistas a melhorar o desempenho funcio- desenvolver a percepção de depender reciprocamente, administrar
nal e consequentemente contribuir para a realização dos objetivos conflitos, a participação de projetos comuns, a ter prazer no espaço
organizacionais. comum (CESAR; BIACHINI; PIASSA, 2008).
O relacionamento interpessoal saudável, por exemplo, às ve- Trabalhar as relações humanas em grupo envolve as diferen-
zes não encontra proteção no ambiente organizacional, gerando os ças, opiniões, conceitos, atitudes, crenças, valores, preconceitos,
mais diversos conflitos e, portanto, “desumanizando” as organiza- diante de sua profissão, enfocando aspectos de Motivação, Autoes-
ções. tima, Percepção, Comunicação, Colaboração, Feedback, Liderança
e Grupos, para um melhor conhecimento de si próprio e melhorar
Entendendo o Relacionamento Interpessoal: Relações Huma- relações com o outro.
nas Muitas pessoas já perderam a noção do que é um convívio sau-
Relacionamento interpessoal é atualmente o grande diferen- dável e simplesmente se concentram em chegar à frente a qualquer
cial competitivo das mais variadas organizações, ele por sua vez, custo. Como consequências naturais surgem diversos conflitos que
está intimamente ligado à necessidade de se ter recursos huma- podem comprometer o bom relacionamento dentro das institui-
nos, mais importantes inclusive que os financeiros e tecnológicos, ções.
ou seja, tem a ver com trabalho em equipe, confiança, amizade, Quando realmente queremos, as coisas acontecem. O primei-
cooperação, capacidade de julgamento e sabedoria das pessoas. ro passo para a mudança é a aceitação das nossas deficiências, da
aceitação de nós mesmos. Para isso, temos que mudar nossa atitu-
de! Pergunte-se: Eu preciso mudar essa relação? Eu quero mudar
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essa relação? Eu posso fazer algo para transformar essa situação? Saber entender e conduzir de forma amigável nossas diferen-
Eu vou fazer isso? Se a resposta for positiva para as quatro pergun- ças é uma habilidade essencial na forma de nos comunicar. Isto é
tas, estamos preparados para mudar e reverter o quadro. Sem a o que as pessoas fazem naturalmente quando compartilham uma
nossa mudança de atitude, não há mudança nos relacionamentos. visão comum, desejam aprofundar suas amizades ou estabelecer
É muito fácil querermos mudar o outro, quando na verdade, temos um bom relacionamento.
que começar por nós mesmos. Provavelmente ficaríamos positivamente surpresos se efetiva-
Enfim, a forma como lidamos com o conflito é o que faz toda a mente soubéssemos conviver com as diferenças e como é possível
diferença. Todo conflito apresenta uma oportunidade de enxergar- conseguir resultados gratificantes procurando entender melhor a
mos o ponto de vista do outro e percebermos se faríamos o mes- nós mesmos e os outros.
mo, caso estivéssemos no lugar dele. Se agirmos assim, os conflitos Enfim, podemos buscar similaridades e minimizar nossas dife-
começam a ter um lado extremamente positivo, pois podem ser renças como seres humanos de várias maneiras. É natural que pro-
ótimas oportunidades para mudança de percepção, inovação na curemos amenizar nossas diferenças com as pessoas de que gos-
empresa, cooperação entre as pessoas e, principalmente, estímulo tamos com aquelas que simpatizamos à primeira vista, ou mesmo
para que aconteça maior sinceridade nas relações interpessoais. compartilhamos nossos objetivos de vida.
Cada pessoa tem uma história de vida, uma maneira de pensar Da mesma forma, também é natural que criemos barreiras
a vida e assim também o trabalho é visto de sua forma especial. Há com pessoas que consideramos difíceis ou até mesmo, de forma
pessoas mais dispostas a ouvir, outras nem tanto, há pessoas que inexplicável, não simpatizemos. No entanto, quando não consegui-
se interessam em aprender constantemente, outras não, enfim as mos minimizar nossas diferenças com essas pessoas, está formada
pessoas têm objetivos diferenciados e nesta situação muitas vezes a base para o conflito.
priorizam o que melhor lhes convém e às vezes em conflito com a
própria empresa. Portanto: Relações Humanas da Teoria à Prática
O autoconhecimento e o conhecimento do outro são compo- Não é possível generalizar pessoas. Somos todos diferentes em
nentes essenciais na compreensão de como a pessoa atua no traba- cada uma de nossas relações. Porém, o mais importante é aceitar-
lho, dificultando ou facilitando as relações. Dentre as dificuldades mo-nos do jeito que somos tratando de destacar as qualidades que
mais observadas, destacam-se: falta de objetivos pessoais, difi- temos e modificar o que deve ser mudado. E isso se refere tanto ao
culdade em priorizar, dificuldade em ouvir (BOM SUCESSO, 1997, aspecto físico quanto ao aspecto psicológico. Não se pode nunca
p.38). esquecer, que o ser humano é que faz as coisas acontecerem. Por
Sem respeito pelo nosso semelhante, um bom relacionamento que não tentar conhecê-lo melhor a cada dia?
interpessoal não será possível. Por sermos seres humanos diferen- Para evoluirmos, é importante entender definitivamente a
tes uns dos outros, costumamos ver as pessoas e as situações que importância de estabelecer um bom relacionamento interpesso-
vivemos de forma como fazem sentido para nós, de acordo com al. De que forma? Em primeiro lugar, “respeito ao ser humano é
nossos vícios e o hábito que temos de ver as pessoas e o mundo, fundamental”. Além disso, dedicarmos um bom tempo à leitura,
e não somente e necessariamente da forma como a realidade se aos estudos sobre o ser humano e a conhecer pessoas. Estas ações
apresenta. irão nos ajudar a desenvolver a cada dia a habilidade de saber se
Alguém poderá explicar seu próprio comportamento ou de relacionar bem. É fato que, sabendo viver, comunicando-se e rela-
outra pessoa sem os conceitos de amor e de ódio? Geralmente de- cionando-se bem, será possível conseguir obter resultados com e
senvolvemos nossa própria série de conceitos para interpretar o através de pessoas. Atitude positiva e maturidade caminham sem-
comportamento dos outros. Precisamos saber que uma pessoa só pre juntas.
muda quando ela mesma consegue perceber ou for convencida de É importante lembrar que: os profissionais desvalorizados ten-
que a forma como faz ou atua, de fato, não é a mais adequada. Ou dem a perder o foco, se desmotivam facilmente, diminui sua produ-
seja, a própria pessoa precisa reconhecer a necessidade de mudar. tividade, o que acaba prejudicando e muito o bom andamento da
Em primeiro lugar, além do respeito, é necessário ter no míni- empresa. Cada pessoa é única, com suas características e persona-
mo um conhecimento razoável sobre pessoas, e conseguir adquirir lidades próprias. Por isso, devemos conhecer nossos funcionários e
experiências que nos façam entender que as relações interpesso- saber qual é o perfil comportamental de cada um, assim será mais
ais devem ser boas pelo menos para que possamos nos comunicar fácil identificar a melhor maneira de lidar individualmente ou em
bem e fazer as coisas acontecer. grupo com cada um.
A chave estrutural para que isso ocorra é oferecer o respeito Outra dica importante para manter relacionamentos inter-
que todo o ser humano merece reunir uma boa dose de paciência e pessoais de forma positiva para organização é investir no desen-
principalmente gostar de pessoas e de gente. volvimento de habilidades e aprimoramento de competências da
Portanto, precisamos entender que relacionamento interpes- equipe.
soal é um dos quesitos de êxito e sucesso em nossas vidas. E que Os conflitos podem acontecer em qualquer circunstância, prin-
este relacionamento deve ser o melhor possível. cipalmente no ambiente profissional, por isso, é importante que
Outro aspecto importante para um bom relacionamento inter- chefes e gestores fiquem sempre atentos aos comportamentos do
pessoal depende de uma boa comunicação entre emissores e re- time.
ceptores. Qualquer informação que se pretenda transmitir de uma
pessoa para outra, de uma pessoa para um grupo, de um professor Quando surgirem conflitos e as diferenças, devemos agir com
para alunos, de um palestrante para ouvintes deve ser bem comu- cautela e não tomar partido de ninguém. E devemos lembrar que
nicada e bem compreendida. Quem dá informação é o principal todos são peças chave no sucesso do negócio. Sendo assim, promo-
responsável por uma boa comunicação. veremos a conversa e evitamos brigas e discussões. Enfim, pode-
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mos perceber, por meio desses argumentos, que o relacionamento trando suas emoções somente quando se sentem ameaçados, in-
interpessoal é de fundamental importância e ainda contribui signi- justiçados ou até mesmo temerosos de perder posições ou funções
ficativamente para o sucesso de qualquer empresa. que ocupam.
Tanto as pessoas quanto as empresas sofrem as consequências
A Importância na Qualidade do Ambiente de Trabalho das relações interpessoais negativas que geram desmotivação da
Passamos mais tempo em nosso ambiente de trabalho do que equipe, queda do rendimento e da produtividade.
em nosso lar, e ainda assim não nos damos conta de como é impor- As trocas constantes de informações e o diálogo são essenciais
tante estar em um ambiente saudável, e o quanto isto depende de quando se busca a preservação dos relacionamentos e o trabalho
cada um. Devemos refletir sobre qual o nosso papel e a importância em equipe, o que acaba sendo essencial e indispensável para o bom
na qualidade do ambiente em que trabalhamos. andamento das atividades organizacionais. Nesse sentido, o rela-
Além de constituir responsabilidade da empresa, qualidade de cionar-se é dar e receber ao mesmo tempo, abrir-se para o novo,
vida é uma conquista pessoal. O autoconhecimento e a descober- buscar ser aceito e ser entendido e entender o outro.
ta do papel de cada um nas organizações, da postura facilitadora, No ambiente de trabalho, onde passamos cerca de um terço
empreendedora, passiva ou ativa, transformadora ou conformista de nossa vida é fundamental que saibamos viver e conviver com
é responsabilidade de todos (BOM SUCESSO, 1997, p.47). as pessoas e respeitá-las em suas individualidades, caso contrário,
É importante que a comunicação seja clara, e é necessário que somente o fato de pensar em ir para o trabalho passa a ser insupor-
se tenham boas relações. É fundamental ter um bom relaciona- tável esta ideia.
mento entre as pessoas, pois isso contribui não somente para uma Para que o clima organizacional seja harmonioso e as pesso-
boa convivência no dia a dia, mas também para um bom clima, e as tenham um bom relacionamento interpessoal, é necessário que
influencia diretamente de forma positiva no resultado da organi- cada um deixe de agir de forma individualizada e egoísta, promo-
zação. vendo relações amigáveis, construtivas e duradouras. (https://psi-
As organizações são compostas por pessoas, devemos conside- cologado.com.br/atuacao/psicologia-organizacional/a-importan-
rar que, para um bom andamento do trabalho e uma boa produção, cia-da-relacao-interpessoal-no-ambiente-de-trabalho)
é necessário que as pessoas estejam bem colocadas na organiza-
ção, com oportunidades de crescimento e, principalmente, com
felicidade. INTERAÇÃO COM O PÚBLICO INTERNO E EXTERNO
Fatores ambientais colaboram para a qualidade de trabalho,
pois quanto maior for à preocupação com o fator humano nas or-
ganizações, mais elevado será o resultado. Enfim, se houver investi- QUALIDADE NO ATENDIMENTO AO PÚBLICO INTERNO E EX-
mento no desenvolvimento humano de todas as pessoas da empre- TERNO
sa, as relações interpessoais saudáveis resultarão em um ambiente O atendimento ao cliente é a interação direta entre um con-
favorável onde todos possam deixar fluir suas potencialidades. Os sumidor que faz uma compra e um representante da empresa que
valores, aos poucos, mudam, e o empregado está sentindo o gosto a está vendendo. A maioria dos varejistas vê essa interação direta
de participar, de arriscar, de ganhar mais e de sobreviver a tantas como um fator crítico para garantir a satisfação do comprador e in-
mudanças. centivar a repetição de negócios.
De acordo com Bom Sucesso (1997), “No cenário idealizado de Ainda hoje, quando grande parte do atendimento ao cliente é
pleno emprego, mesmo de ótimas condições financeiras, conforto feito por sistemas automatizados de autoatendimento, a opção de
e segurança, alguns trabalhadores ainda estarão dominados pelo falar com um ser humano é vista como necessária para a maioria
sofrimento emocional. Outros necessitados, conseguindo o alimen- das empresas. É um aspecto fundamental no atendimento huma-
to diário com esforço excessivo, ainda assim se declaram felizes, nizado.
esperançosos.” Nos bastidores da maioria das empresas estão pessoas que
No mercado de trabalho hoje em dia, se não tivermos um bom nunca encontram ou cumprimentam as pessoas que compram seus
relacionamento com as pessoas, acabamos ficando sem emprego, produtos. Os representantes de atendimento ao cliente são os que
pois hoje em dia, precisamos nos comunicar, ter contato com as têm contato direto com os compradores. As percepções dos com-
pessoas. Mas muitos seres humanos são prejudicados por si mes- pradores sobre a empresa e o produto são moldadas em parte por
mo, por falta de compreensão ao outro, falta de paciência, e o prin- sua experiência em lidar com essa pessoa.
cipal, que é não saber lidar com as diferenças. Por esse motivo, muitas empresas trabalham arduamente para
No nosso dia a dia, convivemos e falamos com várias pessoas aumentar os níveis de satisfação de seus clientes.
de todo lugar, outra classe social ou raça diferente da nossa, enfim,
vemos e convivemos com pessoas de todos os tipos, mas não é só O custo da satisfação do cliente
porque ela é diferente, que não podemos ter um bom relaciona- Durante décadas, as empresas de muitos setores procuraram
mento, ainda mais, se esta pessoa está todos os dias do nosso lado reduzir os custos de pessoal automatizando seus processos o má-
no trabalho. ximo possível.
Quando estamos reunidos em um ambiente onde há pessoas No atendimento ao cliente, isso tem levado muitas empresas
diferentes é normal que encontremos hábitos diferentes do nosso, a implementar sistemas online e por telefone que tiram o máximo
sendo assim, temos que aprender a lidar e ceder aos hábitos dos de dúvidas ou resolvem o máximo de problemas sem a presença
outros e demonstrar o nosso também. humana.
O problema se instala quando essas situações não são resolvi-
das ou não são percebidas pelos envolvidos, ficando “mascarados”,
invisíveis e internalizados nos colaboradores que acabam demons-
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Mas, no final, há questões de atendimento ao cliente para as Existem muitas dicas e práticas recomendadas de atendimento
quais a interação humana é indispensável, criando uma vantagem ao cliente que podem ser implementadas em uma empresa para
competitiva. desenvolver um excelente atendimento ao cliente interno. A cria-
A Amazon é um exemplo de empresa que está fazendo de tudo ção de um programa que consiste em todos ou na maioria desses
para automatizar uma operação vasta e complexa. Precisa, já que elementos pode ter um grande impacto na produtividade e no mo-
entregou 4,2 bilhões de pacotes nas portas dos clientes em 2020. ral da equipe.
No entanto, a Amazon ainda oferece atendimento ao cliente
24 horas por dia, por telefone, além de serviços de e-mail e chat ATENDIMENTO EXTERNO
ao vivo. Muito provavelmente, você pode se lembrar vividamente de
A maioria das empresas bem-sucedidas reconhece a impor- experiências boas e ruins ao interagir com o atendimento ao cliente
tância de fornecer um excelente atendimento ao cliente. A intera- externo pessoalmente ou por telefone. Você interage com a equipe
ção cortês e empática com um representante de atendimento ao externa de atendimento ao cliente ao fazer reservas para jantar, ve-
cliente treinado pode significar a diferença entre perder ou reter rificar um livro na biblioteca ou comprar um carro novo, para citar
um cliente. apenas alguns exemplos encontrados na vida cotidiana. O trabalho
Principais componentes do bom atendimento ao cliente de um representante externo de atendimento ao cliente é ajudá-lo
Proprietários de pequenos negócios bem-sucedidos entendem – o cliente – dentro dos parâmetros da política da empresa.
instintivamente a necessidade de um bom atendimento ao cliente. Atendimento ao cliente externo é o negócio de ajudar indiví-
Grandes empresas estudam o assunto em profundidade e têm algu- duos e entidades fora da organização a obter bens, produtos, in-
mas conclusões básicas sobre os principais componentes: formações e serviços. Os usuários finais podem ser compradores,
• A atenção oportuna às questões levantadas pelos clientes é patronos de cinema, turistas, clientes empresariais ou empresas
crítica. Exigir que um cliente espere na fila ou fique em espera pre- interessadas em contratar serviços. O atendimento ao cliente ex-
judica uma interação antes de começar. terno avalia as necessidades do usuário final e estabelece processos
• O atendimento ao cliente deve ser um processo de etapa úni- e protocolos para atender a essas expectativas.
ca para o consumidor. A pessoa média não distingue entre atendimento ao cliente ex-
• Se um cliente ligar para uma linha de apoio, o representante terno e atendimento ao cliente em geral. No entanto, os termos são
deve, sempre que possível, acompanhar o problema até à sua re- mais sutis nos negócios. As grandes organizações tendem a ser mui-
solução. to claras sobre os papéis e as funções dos papéis de atendimento ao
• Se um cliente precisar ser transferido para outro departa- cliente externo versus interno. Ambas as áreas são essenciais para o
mento, o representante original deve acompanhar o cliente para bom funcionamento e sucesso de uma organização.
garantir que o problema foi resolvido.
Atendimento ao Cliente Externo x Interno
ATENDIMENTO INTERNO O atendimento externo existe para prestar os mais diversos
O atendimento ao cliente interno envolve tudo o que uma or- tipos de atendimento àqueles que estão fora da organização. Por
ganização pode fazer para ajudar seus funcionários a cumprir suas outro lado, o atendimento ao cliente interno refere-se ao atendi-
obrigações, atingir suas metas e desfrutar de seu trabalho. Abrange mento, suporte e assistência estendidos aos funcionários e partes
como diferentes departamentos se comunicam uns com os outros interessadas filiadas à organização. O help desk de TI e os recursos
e como os indivíduos interagem com seus colegas, subordinados e humanos, por exemplo, se esforçam para fornecer um atendimento
superiores. É um aspecto vital dos negócios modernos, pois cria o eficiente ao cliente interno. Departamentos e equipes que depen-
ambiente no qual uma empresa tem mais chances de sucesso. dem uns dos outros são provedores e receptores de atendimento
ao cliente interno.
Por que o atendimento ao cliente interno é importante?
A importância do atendimento ao cliente interno não pode ser Importância do Atendimento ao Cliente Externo
exagerada, especialmente para um departamento como o de recur- O Advertising Specialty Institute, ou ASI, afirma que o atendi-
sos humanos, onde as interações internas são parte integrante de mento ao cliente externo trata de atender e exceder as necessida-
suas tarefas diárias. Existem vários benefícios em cultivar um bom des e desejos dos clientes. Exemplos de bom atendimento ao cliente
atendimento ao cliente interno como uma de suas metas de negó- externo incluem saudar calorosamente um hóspede do hotel, servir
cios, por isso é fácil entender por que é um aspecto tão valorizado alegremente os clientes do restaurante, emitir um reembolso sem
dos negócios modernos. complicações e processar um pedido com eficiência. Empresas que
valorizam o relacionamento com o cliente vão além para conhecer
Os benefícios incluem: seus clientes e atender seus desejos e expectativas de qualidade.
• Aumentando a produtividade da equipe. A ASI observa ainda que um bom atendimento ao cliente inter-
• Aumentar a satisfação dos funcionários com sua experiência no e externo anda de mãos dadas. Clientes internos, como funcio-
de trabalho. nários, parceiros de negócios e acionistas, têm maior probabilidade
• Criação de canais de comunicação claros. de serem bons embaixadores da empresa e prestar atendimento ao
• Estimular a fidelidade dos funcionários. cliente com um sorriso se estiverem genuinamente felizes e leais à
• Resolver problemas mais rapidamente. empresa.
• Melhorar o atendimento ao cliente externo.
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Receita e Rentabilidade Fora do domínio das mensagens de texto e e-mails, muitas en-
A qualidade do atendimento ao cliente externo afeta o com- trevistas de emprego e reuniões de negócios ainda são conduzidas
portamento do consumidor e os resultados de uma empresa em inteiramente por telefone. Por isso é importante saber falar com
todos os setores industriais. A menos que um monopólio venda um impacto usando esse meio de comunicação.
produto muito necessário e tenha uma vantagem no mercado, o
atendimento ao cliente externo desempenha um papel fundamen- Como conduzir uma conversa de negócios ao telefone
tal na lucratividade. Clientes satisfeitos que gostam e confiam na • Prepare-se para uma chamada
empresa continuarão voltando e comprando. • Apresente-se
• Indique o principal motivo da sua chamada
De acordo com a Ameritas – uma seguradora de vida que se • Ouça ativamente sem interromper
orgulha de seu excelente atendimento ao cliente – os benefícios • Pratique sua etiqueta de telefone comercial
de um ótimo atendimento ao cliente externo são mensuráveis. Por • Agradeça
exemplo, de acordo com Ameritas:
• 97% dos clientes satisfeitos compartilham suas experiências Prepare-se para uma chamada
de atendimento ao cliente. Qual é a primeira coisa que você deve fazer antes de fazer uma
• 70% dos compradores gastam mais dinheiro se obtiverem um ligação comercial? Reserve um momento para se preparar. Aqui es-
bom atendimento ao cliente. tão alguns passos para fazer isso de forma eficaz:
• 59% mudarão para uma nova empresa para obter um melhor • Identifique o motivo pelo qual você está ligando. Saber o ob-
atendimento ao cliente. jetivo de sua ligação comercial evitará que você fique nervoso ao
Lealdade do consumidor falar com alguém que mal conhece. Quer vender algo, pedir ajuda
As qualidades de atendimento ao cliente externo mais valoriza- ou obter alguma informação? Pense por um minuto sobre o objeti-
das pelos clientes são eficiência, cortesia, empatia e uma conexão vo que deseja alcançar com esta ligação.
pessoal. Fornecer um ótimo serviço cria uma base de clientes leais • Anote os pontos-chave que você precisa cobrir. Para manter
que oferece uma proteção contra concorrentes famintos que en- sua ligação sob controle, prepare algumas anotações sobre os as-
tram no mercado. Mesmo que os preços em uma pequena empresa suntos que deseja discutir durante a conversa, bem como quaisquer
sejam um pouco mais altos do que os encontrados em um gran- perguntas que precise fazer. Alguns pontos também podem ajudá-
de varejista, os clientes podem pagar mais para obter assistência -lo a se sentir mais confiante e a manter o controle da conversa.
imediata, informações confiáveis, atenção pessoal e uma garantia • Prepare as informações de suporte necessárias. Esteja perto
confiável. de um dispositivo com internet para que você possa pesquisar da-
Os clientes que são ignorados, maltratados ou frustrados por dos extras rapidamente.
suas interações com o atendimento ao cliente externo provavel-
mente comprarão na próxima vez que precisarem comprar um item Apresente-se
idêntico ou semelhante. Com a crescente popularidade do mer- Ao fazer chamadas, diga “Alô” e apresente-se à pessoa do ou-
chandising online, os clientes têm infinitas opções quando se tra- tro lado da linha. Para seguir a etiqueta profissional ao telefone,
ta de gastar seu dinheiro. Uma equipe externa de atendimento ao comece com seu primeiro nome, bem como seu sobrenome, cargo
cliente ineficaz, inacessível, mal treinada ou rude pode levar uma ou nome da empresa, se necessário. Por exemplo:
empresa à falência com o tempo. “Olá. Meu nome é Brian e estou ligando de [nome da empre-
sa].”
COMUNICAÇÃO E ATENDIMENTO TELEFÔNICO É educado começar uma conversa com conversa fiada, espe-
Hoje, muitas pessoas preferem e-mails e mensagens de texto cialmente se você conhece bem a pessoa. Mas não seja muito ta-
a telefonemas para comunicação relacionada ao trabalho. Por quê? garela. Lembre-se de que você tem tempo limitado na ligação, por-
Fazer ligações de negócios pode ser um pouco estressante. tanto, concentre-se no objetivo específico da conversa e vá direto
De acordo com Darlene Price, presidente da Well Said, Inc. e ao ponto. Se você não conhece a pessoa, troque gentilezas como
autora de Well Said! Apresentações e conversas que geram resul- um breve «Como você está hoje?» ou “Espero que você esteja bem
tados, o medo de falar ao telefone e a dúvida sobre o que dizer e hoje”.
como dizer impedem que muitos potenciais chamadores disquem
números. Indique o principal motivo da sua chamada
Ao contrário de e-mails e mensagens, onde você pode editar Após a saudação telefônica profissional, declare o objetivo de
suas palavras a qualquer momento, usar um telefone para comuni- sua ligação de maneira educada e direta. Por exemplo:
cação comercial é uma experiência em tempo real. Os primeiros 20 “Recebi seu e-mail ontem, então estou ligando para acompa-
segundos da sua chamada podem ser a chave para o sucesso. Usan- nhar.”
do apenas a combinação de suas palavras e tom de voz, você pode “Estou ligando de [nome da empresa]. Gostaria de falar com
aumentar ou diminuir suas chances de obter o resultado desejado você sobre sua compra recente.”
dessa interação. Explicar o motivo de sua ligação fornece foco e direção para a
Embora possa ser mais conveniente entrar em contato com conversa. Além disso, isso vai te ajudar a prender a atenção da pes-
alguém por meio de tecnologias digitais, o telefone ainda é uma soa e mostrar que você está preparado para a palestra. Mantenha
forma mais pessoal de conduzir uma conversa de negócios. Nada um ritmo constante e fale sem muitas pausas e palavras de preen-
pode substituir o som de uma voz humana. chimento como “um” e “uh”.
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Hoje o mundo depende de modos virtuais de comunicação. O receptor, ao receber a mensagem, tem a liberdade de dar
Estas são basicamente plataformas de comunicação modernas. feedback ou responder à mensagem quando quiser. Com o advento
As plataformas de comunicação modernas tornaram muito fácil da internet e dos aplicativos de mensagens instantâneas gratuitos e
para as pessoas manterem contato com seus entes queridos sem que exigem apenas o uso da internet, a popularização das mensa-
estarem fisicamente presentes. Dada a atual pandemia global, os gens de texto SMS vem se esvaindo.
modos virtuais de comunicação tiveram um aumento na demanda
porque as pessoas ainda podiam estar presentes para seus amigos Blogs
e familiares, além de manter o distanciamento social. Blogs são sites que são usados para publicar uma mensagem
Algumas das principais formas modernas de comunicação são ou um pensamento ou ideia elaborada usando um tom de conversa
as seguintes: para os leitores. Uma informação publicada em um blog pode ser
acessada por qualquer pessoa. Da mesma forma, eles também po-
Bate-papo ou chats ao vivo dem fornecer feedback. Geralmente é usado pelo remetente para
Hoje, os chats ao vivo são usados por muitas pessoas para ad- enviar mensagens para as massas.
ministrar seus sites. Eles são bastante úteis na administração de
empresas. Eles permitem que as pessoas façam perguntas e obte-
nham respostas sem sair do site. Mas a pessoa tem que se certificar FORMAS DE TRATAMENTO
de que sempre há alguém online para lidar com os chats ao vivo e Você ainda fica confuso sobre quando usar Srta, Sra. ou Sr?
responder às perguntas dos clientes. Estes são apenas três exemplos de honoríficos - palavras que im-
plicam ou expressam status, educação ou respeito - que ainda são
Mídia social usados no local de trabalho ao endereçar cartas de apresentação e
A mídia social literalmente mudou a face da comunicação mo- e-mails, apresentar alguém ou conhecer um novo colega.
derna. Não há limite e pode-se optar por se comunicar publicamen-
te ou se comunicar em particular com as pessoas. A chegada de Embora possam parecer bastante semelhantes, não são ter-
vários sites de mídia social desempenhou um papel enorme na vida mos intercambiáveis, e é sempre importante praticar a etiqueta
das pessoas, pois agora elas podem facilmente manter contato com profissional e respeitosa sempre que possível ao interagir com ou-
sua família e amigos. tras pessoas no local de trabalho. A seguir, apresentaremos a his-
tória desses títulos honoríficos, como decidir qual termo usar em
Aplicativos de mensagens instantâneas diferentes situações e contextos e como tornar a conversa sobre
Aplicativos de mensagens instantâneas como o WhatsApp são esse tópico mais progressiva e inclusiva no local de trabalho.
usados para bate-papos informais rápidos e conversas em grupo.
Uma introdução de cada termo e seu uso
Bate-papo por vídeo Qual termo você prefere usar depende inteiramente de você.
Os bate-papos por vídeo são a versão evoluída da chamada de Mas, historicamente, os termos denotaram o estado civil e/ou a
voz, na qual tanto o remetente quanto o destinatário podem se ver idade das mulheres. Aqui está um guia rápido sobre todos os três:
e decodificar a linguagem corporal um do outro, além de ouvir suas
vozes e conhecer suas emoções. Eles são usados com menos frequ- Srta ou Senhorita
ência do que as chamadas de voz, mas vale a pena considerá-los. O termo “senhora” geralmente se refere a uma mulher solteira
Vários aplicativos também permitem que os usuários participem de ou menina mais jovem (alguns dizem que 30 anos é o limite para
videochamadas em grupo. usar esse termo). Pode ser usado sozinho, sem fazer referência a
nomes (ex: “com licença, senhorita, você deixou cair seu livro”), ou
Chamada de voz pode ser combinado com o nome e/ou sobrenome de alguém (ex:
Uma das formas mais personalizadas de comunicação moderna A senhorita Silva é o nossa nova estagiário de engenharia”). O ter-
é a chamada de voz. As chamadas de voz podem ser feitas com e mo senhorita não foi usado para se referir a mulheres adultas até
sem internet. Ele permite instantaneamente que o remetente e o meados do século 18, e antes disso, a palavra era usada apenas para
destinatário ouçam um ao outro e suas emoções e é uma das for- meninas.
mas de comunicação modernas mais usadas atualmente.
Sra ou Senhora
E-mail “Sra.”, uma abreviação de “senhora”, existe desde o século 16
Hoje, o e-mail é uma das formas de comunicação mais subes- e geralmente se refere a uma mulher casada. Às vezes, uma mulher
timadas, mas ainda é usada por todos em todo o mundo. O e-mail divorciada ou viúva ainda será chamada de Sra. Ao usar Sra., cos-
pode ser usado para muitos tipos diferentes de finalidades, como tuma-se combinar o termo com o sobrenome de uma mulher (ex:
marketing, criação de reconhecimento de marca, divulgação de no- Sra. Campos).
tícias, envio de mensagens para as massas, etc. Pode ser formal e
informal e amplamente utilizado por empresas. Sr ou Senhor
Sr. é um título usado antes de um sobrenome ou nome comple-
Mensagens de texto SMS to de um homem, seja ele casado ou não. Sr. é uma abreviatura de
As mensagens de texto existem desde que os telefones celula- Senhor. É um título de respeito e uma forma de tratamento formal.
res foram inventados. Textos SMS são curtos, nítidos e são usados Ex: O Senhor Gomes está na sala de espera. A abreviação Sr. é usada
principalmente para comunicação informal, pois ajudam a comu- em cartas e mensagens escritas em e-mails, mas a palavra completa
nicar pequenos bits de informação do remetente ao destinatário. é usada no dia a dia.
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pres. Presente
COMUNICAÇÕES ADMINISTRATIVAS: REDAÇÃO DE
CORRESPONDÊNCIA E DOCUMENTOS OFICIAIS Res. Resolução do Congresso Nacional
RICD Regimento Interno da Câmara dos Deputados
RISF Regimento Interno do Senado Federal
A terceira edição do Manual de Redação da Presidência da Re-
pública foi lançado no final de 2018 e apresenta algumas mudanças s. Substantivo
quanto ao formato anterior. Para contextualizar, o manual foi criado s.f. Substantivo feminino
em 1991 e surgiu de uma necessidade de padronizar os protocolos
s.m. Substantivo masculino
à moderna administração pública. Assim, ele é referência quando
se trata de Redação Oficial em todas as esferas administrativas. SEI! Sistema Eletrônico de Informações
O Decreto de nº 9.758 de 11 de abril de 2019 veio alterar re- sing. Singular
gras importantes, quanto aos substantivos de tratamento. Expres-
sões usadas antes (como: Vossa Excelência ou Excelentíssimo, Vossa tb. Também
Senhoria, Vossa Magnificência, doutor, ilustre ou ilustríssimo, digno v. Ver ou verbo
ou digníssimo e respeitável) foram retiradas e substituídas apenas v.g. verbi gratia
por: Senhor (a). Excepciona a nova regra quando o agente público
entender que não foi atendido pelo decreto e exigir o tratamento var. pop. Variante popular
diferenciado.
A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela
A redação oficial é escrita. Para que haja comunicação, são necessários:
A maneira pela qual o Poder Público redige comunicações ofi- a) alguém que comunique: o serviço público.
ciais e atos normativos e deve caracterizar-se pela: clareza e pre- b) algo a ser comunicado: assunto relativo às atribuições do
cisão, objetividade, concisão, coesão e coerência, impessoalidade, órgão que comunica.
formalidade e padronização e uso da norma padrão da língua por- c) alguém que receba essa comunicação: o público, uma insti-
tuguesa. tuição privada ou outro órgão ou entidade pública, do Poder Execu-
tivo ou dos outros Poderes.
SINAIS E ABREVIATURAS EMPREGADOS Além disso, deve-se considerar a intenção do emissor e a fina-
• Indica forma (em geral sintática) inaceitável ou lidade do documento, para que o texto esteja adequado à situação
agramatical comunicativa. Os atos oficiais (atos de caráter normativo) estabele-
§ Parágrafo cem regras para a conduta dos cidadãos, regulam o funcionamento
dos órgãos e entidades públicos. Para alcançar tais objetivos, em
adj. adv. Adjunto adverbial sua elaboração, precisa ser empregada a linguagem adequada. O
arc. Arcaico mesmo ocorre com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua
é a de informar com clareza e objetividade.
art.; arts. Artigo; artigos
cf. Confronte Atributos da redação oficial:
CN Congresso Nacional • clareza e precisão;
• objetividade;
Cp. Compare • concisão;
EM Exposição de Motivos • coesão e coerência;
f.v. Forma verbal • impessoalidade;
• formalidade e padronização; e
fem. Feminino • uso da norma padrão da língua portuguesa.
ind. Indicativo
ICP - Brasil Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira
masc. Masculino
obj. dir. Objeto direto
obj. ind. Objeto indireto
p. Página
p. us. Pouco usado
pess. Pessoa
pl. Plural
pref. Prefixo
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b) [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO: Quando mais de um órgão envia, conjuntamente, o mesmo expediente para um único órgão
receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão na epígrafe.
c) [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO CIRCULAR: Quando mais de um órgão envia, conjuntamente, o mesmo expediente para mais
de um órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão na epígrafe.
Nos expedientes circulares, por haver mais de um receptor, o órgão remetente poderá inserir no rodapé as siglas ou nomes dos órgãos
que receberão o expediente.
A exposição de motivos é dirigida ao Presidente da República por um Ministro de Estado. Nos casos em que o assunto tratado envolva
mais de um ministério, a exposição de motivos será assinada por todos os ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada de inter-
ministerial. Independentemente de ser uma EM com apenas um autor ou uma EM interministerial, a sequência numérica das exposições
de motivos é única. A numeração começa e termina dentro de um mesmo ano civil.
A exposição de motivos é a principal modalidade de comunicação dirigida ao Presidente da República pelos ministros. Além disso,
pode, em certos casos, ser encaminhada cópia ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário.
O Sistema de Geração e Tramitação de Documentos Oficiais (Sidof) é a ferramenta eletrônica utilizada para a elaboração, a redação,
a alteração, o controle, a tramitação, a administração e a gerência das exposições de motivos com as propostas de atos a serem encami-
nhadas pelos Ministérios à Presidência da República.
Ao se utilizar o Sidof, a assinatura, o nome e o cargo do signatário são substituídos pela assinatura eletrônica que informa o nome do
ministro que assinou a exposição de motivos e do consultor jurídico que assinou o parecer jurídico da Pasta.
A Mensagem é o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos Poderes Públicos, notadamente as mensagens enviadas
pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato da administração pública; para expor o plano de governo por
ocasião da abertura de sessão legislativa; para submeter ao Congresso Nacional matérias que dependem de deliberação de suas Casas;
para apresentar veto; enfim, fazer comunicações do que seja de interesse dos Poderes Públicos e da Nação.
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos ministérios à Presidência da República, a cujas assessorias caberá a redação final.
As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Congresso Nacional têm as seguintes finalidades:
a) Encaminhamento de proposta de emenda constitucional, de projeto de lei ordinária, de projeto de lei complementar e os que com-
preendem plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamentos anuais e créditos adicionais.
b) Encaminhamento de medida provisória.
c) Indicação de autoridades.
d) Pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-Presidente da República se ausentarem do país por mais de 15 dias.
e) Encaminhamento de atos de concessão e de renovação de concessão de emissoras de rádio e TV.
f) Encaminhamento das contas referentes ao exercício anterior.
g) Mensagem de abertura da sessão legislativa.
h) Comunicação de sanção (com restituição de autógrafos).
i) Comunicação de veto.
j) Outras mensagens remetidas ao Legislativo, ex. Apreciação de intervenção federal.
As mensagens contêm:
a) brasão: timbre em relevo branco;
b) identificação do expediente: MENSAGEM Nº, alinhada à margem esquerda, no início do texto;
c) vocativo: alinhado à margem esquerda, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo do destinatário, com o recuo de pará-
grafo dado ao texto;
d) texto: iniciado a 2 cm do vocativo;
e) local e data: posicionados a 2 cm do final do texto, alinhados à margem direita. A mensagem, como os demais atos assinados pelo
Presidente da República, não traz identificação de seu signatário.
A utilização do e-mail para a comunicação tornou-se prática comum, não só em âmbito privado, mas também na administração públi-
ca. O termo e-mail pode ser empregado com três sentidos. Dependendo do contexto, pode significar gênero textual, endereço eletrônico
ou sistema de transmissão de mensagem eletrônica. Como gênero textual, o e-mail pode ser considerado um documento oficial, assim
como o ofício. Portanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatível com uma comunicação oficial. Como endereço eletrônico utiliza-
do pelos servidores públicos, o e-mail deve ser oficial, utilizando-se a extensão “.gov.br”, por exemplo. Como sistema de transmissão de
mensagens eletrônicas, por seu baixo custo e celeridade, transformou-se na principal forma de envio e recebimento de documentos na
administração pública.
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Nos termos da Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto de 2001, para que o e-mail tenha valor documental, isto é, para que
possa ser aceito como documento original, é necessário existir certificação digital que ateste a identidade do remetente, segundo os parâ-
metros de integridade, autenticidade e validade jurídica da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira – ICPBrasil.
O destinatário poderá reconhecer como válido o e-mail sem certificação digital ou com certificação digital fora ICP-Brasil; contudo,
caso haja questionamento, será obrigatório a repetição do ato por meio documento físico assinado ou por meio eletrônico reconhecido
pela ICP-Brasil. Salvo lei específica, não é dado ao ente público impor a aceitação de documento eletrônico que não atenda os parâmetros
da ICP-Brasil.
Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interessa definir padronização da mensagem
comunicada. O assunto deve ser o mais claro e específico possível, relacionado ao conteúdo global da mensagem. Assim, quem irá receber
a mensagem identificará rapidamente do que se trata; quem a envia poderá, posteriormente, localizar a mensagem na caixa do correio
eletrônico.
O texto dos correios eletrônicos deve ser iniciado por uma saudação. Quando endereçado para outras instituições, para receptores
desconhecidos ou para particulares, deve-se utilizar o vocativo conforme os demais documentos oficiais, ou seja, “Senhor” ou “Senhora”,
seguido do cargo respectivo, ou “Prezado Senhor”, “Prezada Senhora”.
Atenciosamente é o fecho padrão em comunicações oficiais. Com o uso do e-mail, popularizou-se o uso de abreviações como “Att.”,
e de outros fechos, como “Abraços”, “Saudações”, que, apesar de amplamente usados, não são fechos oficiais e, portanto, não devem ser
utilizados em e-mails profissionais.
Sugere-se que todas as instituições da administração pública adotem um padrão de texto de assinatura. A assinatura do e-mail deve
conter o nome completo, o cargo, a unidade, o órgão e o telefone do remetente.
A possibilidade de anexar documentos, planilhas e imagens de diversos formatos é uma das vantagens do e-mail. A mensagem que
encaminha algum arquivo deve trazer informações mínimas sobre o conteúdo do anexo.
Os arquivos anexados devem estar em formatos usuais e que apresentem poucos riscos de segurança. Quando se tratar de documento
ainda em discussão, os arquivos devem, necessariamente, ser enviados, em formato que possa ser editado.
A correção ortográfica é requisito elementar de qualquer texto, e ainda mais importante quando se trata de textos oficiais. Muitas
vezes, uma simples troca de letras pode alterar não só o sentido da palavra, mas de toda uma frase. O que na correspondência particular
seria apenas um lapso na digitação pode ter repercussões indesejáveis quando ocorre no texto de uma comunicação oficial ou de um ato
normativo. Assim, toda revisão que se faça em determinado documento ou expediente deve sempre levar em conta também a correção
ortográfica.
Sintaxe é a parte da Gramática que estuda a palavra, não em si, mas em relação às outras, que, com ela, se unem para exprimir o
pensamento. Temos, assim, a seguinte ordem de colocação dos elementos que compõem uma oração:
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O sujeito é o ser de quem se fala ou que executa a ação enunciada na oração. De acordo com a gramática normativa, o sujeito da
oração não pode ser preposicionado. Ele pode ter complemento, mas não ser complemento.
Embora seja usada como recurso estilístico na literatura, a fragmentação de frases deve ser evitada nos textos oficiais, pois muitas
vezes dificulta a compreensão.
A omissão de certos termos, ao fazermos uma comparação, omissão própria da língua falada, deve ser evitada na língua escrita, pois
compromete a clareza do texto: nem sempre é possível identificar, pelo contexto, o termo omitido. A ausência indevida de um termo pode
impossibilitar o entendimento do sentido que se quer dar a uma frase.
Ambígua é a frase ou oração que pode ser tomada em mais de um sentido. Como a clareza é requisito básico de todo texto oficial,
deve-se atentar para as construções que possam gerar equívocos de compreensão. A ambiguidade decorre, em geral, da dificuldade de
identificar-se a que palavra se refere um pronome que possui mais de um antecedente na terceira pessoa.
A concordância é o processo sintático segundo o qual certas palavras se acomodam, na sua forma, às palavras de que dependem.
Essa acomodação formal se chama flexão e se dá quanto a gênero e número (nos adjetivos – nomes ou pronomes), números e pessoa (nos
verbos). Daí, a divisão: concordância nominal e concordância verbal.
Regência é, em gramática, sinônimo de dependência, subordinação. Assim, a sintaxe de regência trata das relações de dependência
que as palavras mantêm na frase. Dizemos que um termo rege o outro que o complementa. Numa frase, os termos regentes ou subordi-
nantes (substantivos, adjetivos, verbos) regem os termos regidos ou subordinados (substantivos, adjetivos, preposições) que lhes comple-
tam o sentido.
Os sinais de pontuação, ligados à estrutura sintática, têm as seguintes finalidades:
a) assinalar as pausas e as inflexões da voz (a entoação) na leitura;
b) separar palavras, expressões e orações que, segundo o autor, devem merecer destaque; e
c) esclarecer o sentido da frase, eliminando ambiguidades.
A vírgula serve para marcar as separações breves de sentido entre termos vizinhos, as inversões e as intercalações, quer na oração,
quer no período. O ponto e vírgula, em princípio, separa estruturas coordenadas já portadoras de vírgulas internas. É também usado em
lugar da vírgula para dar ênfase ao que se quer dizer.
Emprega-se este sinal de pontuação para introduzir citações, marcar enunciados de diálogo e indicar um esclarecimento, um resumo
ou uma consequência do que se afirmou.
O ponto de interrogação, como se depreende de seu nome, é utilizado para marcar o final de uma frase interrogativa direta. O ponto
de exclamação é utilizado para indicar surpresa, espanto, admiração, súplica etc. Seu uso na redação oficial fica geralmente restrito aos
discursos e às peças de retórica.
O uso do pronome demonstrativo obedece às seguintes circunstâncias:
a) Emprega-se este(a)/isto quando o termo referente estiver próximo ao emissor, ou seja, de quem fala ou redige.
b) Emprega-se esse(a)/isso quando o termo referente estiver próximo ao receptor, ou seja, a quem se fala ou para quem se redige.
c) Emprega-se aquele(a)/aquilo quando o termo referente estiver distante tanto do emissor quanto do receptor da mensagem.
d) Emprega-se este(a) para referir-se ao tempo presente;
e) Emprega-se esse(a) para se referir ao tempo passado;
f) Emprega-se aquele(a)/aquilo em relação a um tempo passado mais longínquo, ou histórico.
g) Usa-se este(a)/isto para introduzir referência que, no texto, ainda será mencionado;
h) Usa-se este(a)para se referir ao próprio texto;
i) Emprega-se esse(a)/isso quando a informação já foi mencionada no texto.
A Semântica estuda o sentido das palavras, expressões, frases e unidades maiores da comunicação verbal, os significados que lhe são
atribuídos. Ao considerarmos o significado de determinada palavra, levamos em conta sua história, sua estrutura (radical, prefixos, sufixos
que participam da sua forma) e, por fim, o contexto em que se apresenta.
Sendo a clareza um dos requisitos fundamentais de todo texto oficial, deve-se atentar para a tradição no emprego de determinada
expressão com determinado sentido. O emprego de expressões ditas de uso consagrado confere uniformidade e transparência ao sentido
do texto. Mas isso não quer dizer que os textos oficiais devam limitar-se à repetição de chavões e de clichês.
Verifique sempre o contexto em que as palavras estão sendo utilizadas. Certifique-se de que não há repetições desnecessárias ou
redundâncias. Procure sinônimos ou termos mais precisos para as palavras repetidas; mas se sua substituição for comprometer o sentido
do texto, tornando-o ambíguo ou menos claro, não hesite em deixar o texto como está.
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É importante lembrar que o idioma está em constante muta- • Reserva legal qualificada (algumas providências sejam prece-
ção. A própria evolução dos costumes, das ideias, das ciências, da didas de específica autorização legislativa, vinculada à determinada
política, enfim da vida social em geral, impõe a criação de novas situação ou destinada a atingir determinado objetivo);
palavras e de formas de dizer. • Princípio da legalidade nos âmbitos penal, tributário e admi-
A redação oficial não pode alhear-se dessas transformações, nistrativo;
nem incorporá-las acriticamente. Quanto às novidades vocabula- • Princípio da proporcionalidade;
res, por um lado, elas devem sempre ser usadas com critério, evi- • Densidade da norma (a previsão legal contenha uma discipli-
tando-se aquelas que podem ser substituídas por vocábulos já de na suficientemente concreta);
uso consolidado sem prejuízo do sentido que se lhes quer dar. • Respeito ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coi-
De outro lado, não se concebe que, em nome de suposto pu- sa julgada;
rismo, a linguagem das comunicações oficiais fique imune às cria- • Remissões legislativas (se as remissões forem inevitáveis, se-
ções vocabulares ou a empréstimos de outras línguas. A rapidez jam elas formuladas de tal modo que permitam ao intérprete apre-
do desenvolvimento tecnológico, por exemplo, impõe a criação de ender o seu sentido sem ter de compulsar o texto referido).
inúmeros novos conceitos e termos, ditando de certa forma a ve-
locidade com que a língua deve incorporá-los. O importante é usar Além do processo legislativo disciplinado na Constituição (pro-
o estrangeirismo de forma consciente, buscar o equivalente portu- cesso legislativo externo), a doutrina identifica o chamado processo
guês quando houver ou conformar a palavra estrangeira ao espírito legislativo interno, que se refere à forma de fazer adotada para a
da Língua Portuguesa. tomada da decisão legislativa.
O problema do abuso de estrangeirismos inúteis ou emprega- Antes de decidir sobre as providências a serem tomadas, é es-
dos em contextos em que não cabem, é em geral causado ou pelo sencial identificar o problema a ser enfrentado. Realizada a iden-
desconhecimento da riqueza vocabular de nossa língua, ou pela in- tificação do problema em decorrência de impulsos externos (ma-
corporação acrítica do estrangeirismo. nifestações de órgãos de opinião pública, críticas de segmentos
• A homonímia é a designação geral para os casos em que pa- especializados) ou graças à atuação dos mecanismos próprios de
lavras de sentidos diferentes têm a mesma grafia (os homônimos controle, o problema deve ser delimitado de forma precisa.
homógrafos) ou a mesma pronúncia (os homônimos homófonos). A análise da situação questionada deve contemplar as causas
ou o complexo de causas que eventualmente determinaram ou
• Os homógrafos podem coincidir ou não na pronúncia, como contribuíram para o seu desenvolvimento. Essas causas podem ter
nos exemplos: quarto (aposento) e quarto (ordinal), manga (fruta) influências diversas, tais como condutas humanas, desenvolvimen-
e manga (de camisa), em que temos pronúncia idêntica; e apelo tos sociais ou econômicos, influências da política nacional ou inter-
(pedido) e apelo (com e aberto, 1ª pess. Do sing. Do pres. Do ind. Do nacional, consequências de novos problemas técnicos, efeitos de
verbo apelar), consolo (alívio) e consolo (com o aberto, 1ª pess. Do leis antigas, mudanças de concepção etc.
sing. Do pres. Do ind. Do verbo consolar), com pronúncia diferente. Para verificar a adequação dos meios a serem utilizados, deve-
Os homógrafos de idêntica pronúncia diferenciam-se pelo contexto -se realizar uma análise dos objetivos que se esperam com a apro-
em que são empregados. vação da proposta. A ação do legislador, nesse âmbito, não difere,
• Já o termo paronímia designa o fenômeno que ocorre com fundamentalmente, da atuação do homem comum, que se caracte-
palavras semelhantes (mas não idênticas) quanto à grafia ou à pro- riza mais por saber exatamente o que não quer, sem precisar o que
núncia. É fonte de muitas dúvidas, como entre descrição (ato de efetivamente pretende.
descrever) e discrição (qualidade do que é discreto), retificar (corri- A avaliação emocional dos problemas, a crítica generalizada
gir) e ratificar (confirmar). e, às vezes, irrefletida sobre o estado de coisas dominante acabam
por permitir que predominem as soluções negativistas, que têm por
No Estado de Direito, as normas jurídicas cumprem a tarefa escopo, fundamentalmente, suprimir a situação questionada sem
de concretizar a Constituição. Elas devem criar os fundamentos de contemplar, de forma detida e racional, as alternativas possíveis ou
justiça e de segurança que assegurem um desenvolvimento social as causas determinantes desse estado de coisas negativo. Outras
harmônico em um contexto de paz e de liberdade. Esses complexos vezes, deixa-se orientar por sentimento inverso, buscando, pura e
objetivos da norma jurídica são expressos nas funções: simplesmente, a preservação do status quo.
I) de integração: a lei cumpre função de integração ao com- Essas duas posições podem levar, nos seus extremos, a uma
pensar as diferenças jurídico-políticas no quadro de formação da imprecisa definição dos objetivos. A definição da decisão legislati-
vontade do Estado (desigualdades sociais, regionais); va deve ser precedida de uma rigorosa avaliação das alternativas
II) de planificação: a lei é o instrumento básico de organização, existentes, seus prós e contras. A existência de diversas alternativas
de definição e de distribuição de competências; para a solução do problema não só amplia a liberdade do legislador,
III) de proteção: a lei cumpre função de proteção contra o arbí- como também permite a melhoria da qualidade da decisão legis-
trio ao vincular os próprios órgãos do Estado; lativa.
IV) de regulação: a lei cumpre função reguladora ao direcionar Antes de decidir sobre a alternativa a ser positivada, devem-
condutas por meio de modelos; -se avaliar e contrapor as alternativas existentes sob dois pontos de
V) de inovação: a lei cumpre função de inovação na ordem ju- vista: a) De uma perspectiva puramente objetiva: verificar se a aná-
rídica e no plano social. lise sobre os dados fáticos e prognósticos se mostra consistente; b)
De uma perspectiva axiológica: aferir, com a utilização de critérios
Requisitos da elaboração normativa: de probabilidade (prognósticos), se os meios a serem empregados
• Clareza e determinação da norma;
• Princípio da reserva legal;
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TÉCNICAS SECRETARIAIS
mostram-se adequados a produzir as consequências desejadas. De- Atenção: Deve-se ter especial atenção quando do uso do apos-
vem-se contemplar, igualmente, as suas deficiências e os eventuais tilamento para os atos relativos à vacância ou ao provimento de-
efeitos colaterais negativos. corrente de alteração de estrutura de órgão, autarquia ou funda-
O processo de decisão normativa estará incompleto caso se en- ção pública. O apostilamento não se aplica aos casos nos quais a
tenda que a tarefa do legislador se encerre com a edição do ato nor- essência do cargo em comissão ou da função de confiança tenham
mativo. Uma planificação mais rigorosa do processo de elaboração sido alterados, tais como nos casos de alteração do nível hierárqui-
normativa exige um cuidadoso controle das diversas consequências co, transformação de atribuição de assessoramento em atribuição
produzidas pelo novo ato normativo. de chefia (ou vice-versa) ou transferência de cargo para unidade
É recomendável que o legislador redija as leis dentro de um com outras competências. Também deve-se alertar para o fato que
espírito de sistema, tendo em vista não só a coerência e a harmonia a praxe atual tem sido exigir que o apostilamento decorrente de
interna de suas disposições, mas também a sua adequada inserção alteração em estrutura regimental seja realizado na mesma data da
no sistema jurídico como um todo. Essa sistematização expressa entrada em vigor de seu decreto.
uma característica da cientificidade do Direito e corresponde às A estrutura dos atos normativos é composta por dois elemen-
exigências mínimas de segurança jurídica, à medida que impedem tos básicos: a ordem legislativa e a matéria legislada. A ordem legis-
uma ruptura arbitrária com a sistemática adotada na aplicação do lativa compreende a parte preliminar e o fecho da lei ou do decreto;
Direito. Costuma-se distinguir a sistemática da lei em sistemática a matéria legislada diz respeito ao texto ou ao corpo do ato.
interna (compatibilidade teleológica e ausência de contradição ló- A lei ordinária é ato normativo primário e contém, em regra,
gica) e sistemática externa (estrutura da lei). normas gerais e abstratas. Embora as leis sejam definidas, normal-
Regras básicas a serem observadas para a sistematização do mente, pela generalidade e pela abstração (lei material), estas con-
texto do ato normativo, com o objetivo de facilitar sua estruturação: têm, não raramente, normas singulares (lei formal ou ato normati-
a) matérias que guardem afinidade objetiva devem ser tratadas vo de efeitos concretos).
em um mesmo contexto ou agrupamento; As leis complementares são um tipo de lei que não têm a ri-
b) os procedimentos devem ser disciplinados segundo a ordem gidez dos preceitos constitucionais, e tampouco comportam a re-
cronológica, se possível; vogação por força de qualquer lei ordinária superveniente. Com a
c) a sistemática da lei deve ser concebida de modo a permitir instituição de lei complementar, o constituinte buscou resguardar
que ela forneça resposta à questão jurídica a ser disciplinada; e determinadas matérias contra mudanças céleres ou apressadas,
d) institutos diversos devem ser tratados separadamente. sem deixá-las exageradamente rígidas, o que dificultaria sua modifi-
cação. A lei complementar deve ser aprovada pela maioria absoluta
• O artigo de alteração da norma deve fazer menção expressa de cada uma das Casas do Congresso Nacional.
ao ato normativo que está sendo alterado. Lei delegada é o ato normativo elaborado e editado pelo Pre-
• Na hipótese de alteração parcial de artigo, os dispositivos que sidente da República em decorrência de autorização do Poder Le-
não terão o seu texto alterado serão substituídos por linha ponti- gislativo, expedida por meio de resolução do Congresso Nacional e
lhada, cujo uso é obrigatório para indicar a manutenção e a não dentro dos limites nela traçados. Medida provisória é ato normativo
alteração do trecho do artigo. com força de lei que pode ser editado pelo Presidente da República
em caso de relevância e urgência. Decretos são atos administrativos
O termo “republicação” é utilizado para designar apenas a hi- de competência exclusiva do Chefe do Executivo, destinados a pro-
pótese de o texto publicado não corresponder ao original assina- ver as situações gerais ou individuais, abstratamente previstas, de
do pela autoridade. Não se pode cogitar essa hipótese por motivo modo expresso ou implícito, na lei.
de erro já constante do documento subscrito pela autoridade ou, • Decretos singulares ou de efeitos concretos: Os decretos po-
muito menos, por motivo de alteração na opinião da autoridade. dem conter regras singulares ou concretas (por exemplo, decretos
Considerando que os atos normativos somente produzem efeitos referentes à questão de pessoal, de abertura de crédito, de desa-
após a publicação no Diário Oficial da União, mesmo no caso de re- propriação, de cessão de uso de imóvel, de indulto, de perda de
publicação, não se poderá cogitar a existência de efeitos retroativos nacionalidade, etc.).
com a publicação do texto corrigido. Contudo, o texto publicado • Decretos regulamentares: Os decretos regulamentares são
sem correspondência com aquele subscrito pela autoridade poderá atos normativos subordinados ou secundários.
ser considerado inválido com efeitos retroativos. • Decretos autônomos: Limita-se às hipóteses de organização
Já a retificação se refere aos casos em que texto publicado e funcionamento da administração pública federal, quando não im-
corresponde ao texto subscrito pela autoridade, mas que continha plicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos pú-
lapso manifesto. A retificação requer nova assinatura pelas autori- blicos, e de extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos.
dades envolvidas e, em muitos casos, é menos conveniente do que
a mera alteração da norma. Portaria é o instrumento pelo qual Ministros ou outras autori-
A correção de erro material que não afete a substância do ato dades expedem instruções sobre a organização e o funcionamento
singular de caráter pessoal e as retificações ou alterações da de- de serviço, sobre questões de pessoal e outros atos de sua compe-
nominação de cargos, funções ou órgãos que tenham tido a deno- tência.
minação modificada em decorrência de lei ou de decreto superve-
niente à expedição do ato pessoal a ser apostilado são realizadas O processo legislativo abrange não só a elaboração das leis
por meio de apostila. O apostilamento é de competência do setor propriamente ditas (leis ordinárias, leis complementares, leis de-
de recurso humanos do órgão, autarquia ou fundação, e dispensa legadas), mas também a elaboração das emendas constitucionais,
nova assinatura da autoridade que subscreveu o ato originário. das medidas provisórias, dos decretos legislativos e das resoluções.
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TÉCNICAS SECRETARIAIS
A iniciativa é a proposta de edição de direito novo. A iniciati- O período entre a publicação da lei e a sua entrada em vigor é
va comum ou concorrente compete ao Presidente da República, a chamado de período de vacância ou vacatio legis. Na falta de dis-
qualquer Deputado ou Senador, a qualquer comissão de qualquer posição especial, vigora o princípio que reconhece o decurso de um
das Casas do Congresso, e aos cidadãos – iniciativa popular. A Cons- lapso de tempo entre a data da publicação e o termo inicial da obri-
tituição confere a iniciativa da legislação sobre certas matérias, gatoriedade (45 dias).
privativamente, a determinados órgãos, denominada de iniciativa Podem-se distinguir seis tipos de procedimento legislativo:
reservada. A Constituição prevê, ainda, sistema de iniciativa vincu- a) procedimento legislativo normal: Trata da elaboração das
lada, na qual a apresentação do projeto é obrigatória. Nesse caso, o leis ordinárias (excluídas as leis financeiras e os códigos) e comple-
Chefe do Executivo Federal deve encaminhar ao Congresso Nacio- mentares.
nal os projetos referentes às leis orçamentárias (plano plurianual, b) procedimento legislativo abreviado: Este procedimento
lei de diretrizes orçamentárias e o orçamento anual). dispensa a competência do Plenário, ocorrendo, por isso, a deli-
beração terminativa sobre o projeto de lei nas próprias Comissões
A disciplina sobre a discussão e a instrução do projeto de lei é Permanentes.
confiada, fundamentalmente, aos Regimentos das Casas Legislati- c) procedimento legislativo sumário: Entre as prerrogativas
vas. regimentais das Casas do Congresso Nacional existe a de conferir
Emenda é a proposição apresentada como acessória de outra urgência a certas proposições.
proposição. Nem todo titular de iniciativa tem poder de emenda. d) procedimento legislativo sumaríssimo: Existe nas duas Ca-
Essa faculdade é reservada aos parlamentares. Se, entretanto, for sas do Congresso Nacional mecanismo que assegura deliberação
de iniciativa do Poder Executivo ou do Poder Judiciário, o seu titular instantânea sobre matérias submetidas à sua apreciação.
também pode apresentar modificações, acréscimos, o que fará por e) procedimento legislativo concentrado: O procedimento le-
meio de mensagem aditiva, dirigida ao Presidente da Câmara dos gislativo concentrado tipifica-se, basicamente, pela apresentação
Deputados, que justifique a necessidade do acréscimo. A apresen- das matérias em reuniões conjuntas de deputados e senadores. Ex.
tação de emendas a qualquer projeto de lei oriundo de iniciativa re- para leis financeiras e delegadas.
servada é autorizada, desde que não implique aumento de despesa f) procedimento legislativo especial: Nesse procedimento,
e que tenha estrita pertinência temática. englobam-se dois ritos distintos com características próprias, um
A Constituição não impede a apresentação de emendas ao pro- destinado à elaboração de emendas à Constituição; outro, à de có-
jeto de lei orçamentária. Elas devem ser, todavia, compatíveis com digos.
o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias e devem
indicar os recursos necessários, sendo admitidos apenas aqueles
provenientes de anulação de despesa. A Constituição veda a propo- ÉTICA E CIDADANIA
situra de emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias que
não guardem compatibilidade com o plano plurianual.
A votação da matéria legislativa constitui ato coletivo das Casas A ética e cidadania estão relacionados com as atitudes dos in-
do Congresso. Realiza-se, normalmente, após a instrução do proje- divíduos e a forma como estes interagem uns com os outros na so-
to nas comissões e dos debates no plenário. A sanção é o ato pelo ciedade.
qual o Chefe do Executivo manifesta a sua anuência ao projeto de
lei aprovado pelo Poder Legislativo. Verifica-se aqui a fusão da von- Ética
tade do Congresso Nacional com a do Presidente, da qual resulta a Ética é o nome dado ao ramo da filosofia dedicado aos assuntos
formação da lei. morais. A palavra ética é derivada do grego, e significa aquilo que
O veto é o ato pelo qual o Chefe do Poder Executivo nega san- pertence ao caráter. A palavra “ética” vem do Grego “ethos” que
ção ao projeto – ou a parte dele –, obstando à sua conversão em lei. significa “modo de ser” ou “caráter”.
Dois são os fundamentos para a recusa de sanção: “A ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos ho-
a) inconstitucionalidade; ou mens em sociedade. É a ciência da moral, isto é, de uma esfera do
b) contrariedade ao interesse público. comportamento humano.” (VASQUEZ)
Conforme o dicionário Mini Aurélio (FERREIRA, 2010) o conceito
O veto deve ser expresso e motivado, e oposto no prazo de 15 de ética é o “estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta
dias úteis, contado da data do recebimento do projeto, e comunica- humana do ponto de vista do bem e do mal; conjunto de normas e
do ao Congresso Nacional nas 48 horas subsequentes à sua oposi- princípios que norteiam a conduta do ser humano.”
ção. O veto não impede a conversão do projeto em lei, podendo ser A ética é uma característica inerente a toda ação humana e, por
superado por deliberação do Congresso Nacional. esta razão, é um elemento vital na produção da realidade social.
A promulgação e a publicação constituem fases essenciais da Todo homem possui um senso ético, uma espécie de “consciência
eficácia da lei. A promulgação das leis compete ao Presidente da moral”, estando constantemente avaliando e julgando suas ações
República. Ela deverá ocorrer dentro do prazo de 48 horas, decor- para saber se são boas ou más, certas ou erradas, justas ou injustas.
rido da sanção ou da superação do veto. Nesse último caso, se o Existem sempre comportamentos humanos classificáveis sob a
Presidente não promulgar a lei, competirá a promulgação ao Pre- ótica do certo e errado, do bem e do mal. Embora relacionadas com
sidente do Senado Federal, que disporá, igualmente, de 48 horas o agir individual, essas classificações sempre têm relação com as
para fazê-lo; se este não o fizer, deverá fazê-lo o Vice-Presidente do matrizes culturais que prevalecem em determinadas sociedades e
Senado Federal, em prazo idêntico. contextos históricos.
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TÉCNICAS SECRETARIAIS
A ética está relacionada à opção, ao desejo de realizar a vida, nada com direitos sociais, políticos e civis. O sociólogo britânico T.H.
mantendo com os outros relações justas e aceitáveis. Via de regra Marshall afirmou que a cidadania só é plena se for dotada de direito
está fundamentada nas ideias de bem e virtude, enquanto valores civil, político e social.
perseguidos por todo ser humano e cujo alcance se traduz numa Com o passar dos anos, a cidadania no Brasil sofreu uma evolu-
existência plena e feliz. ção no sentido da conquista dos direitos políticos, sociais e civis. No
entanto, ainda há um longo caminho a percorrer, tendo em conta
A Ética no Trabalho os milhões que vivem em situação de pobreza extrema, a taxa de
A ética está ligada a verdade e este é o primeiro passo para apro- desemprego, um baixo nível de alfabetização e a violência vivida na
ximar-se do comportamento correto. No campo do trabalho, a ética sociedade.
tem sido cada vez mais exigida, provavelmente porque a humani- A ética e a moral têm uma grande influência na cidadania, pois
dade evoluía em tecnologia, mas não conseguiu se desenvolver na dizem respeito à conduta do ser humano. Um país com fortes bases
mesma proporção naquilo que se refere à elevação de espírito. A éticas e morais apresenta uma forte cidadania.
atitude ética vai determinar como um profissional trata os outros Cidadania significa o conjunto de direitos e deveres pelo qual o
profissionais no ambiente de trabalho, os consumidores de seus ser- cidadão, o indivíduo está sujeito no seu relacionamento com a so-
viços: clientes internos e externos entre outros membros da comu- ciedade em que vive. O termo cidadania vem do latim, civitas que
nidade em geral. quer dizer “cidade”.
A ética é indispensável ao profissional, porque na ação humana Os direitos civis referem-se às liberdades individuais, como o di-
“o fazer” e “o agir” estão interligados. O fazer diz respeito à compe- reito de ir e vir, de dispor do próprio corpo, o direito à vida, à liberda-
tência, à eficiência que todo profissional deve possuir para exercer de de expressão, à propriedade, à igualdade perante a lei, a não ser
bem a sua profissão. O agir se refere à conduta do profissional, ao julgado fora de um processo regular, a não ter o lar violado.
conjunto de atitudes que deve assumir no desempenho de sua pro- Os direitos políticos referem-se à participação do cidadão no
fissão. governo da sociedade, ou seja, à participação no poder. Entre eles
estão a possibilidade de fazer manifestações políticas, organizar par-
Cidadania tidos, votar e ser votado. O exercício desse tipo de direito confere
Exercer a cidadania é ter consciência de seus direitos e obriga- legitimidade à organização política da sociedade.
ções e lutar para que sejam colocados em prática. Exercer a cidada- Os direitos sociais, assim como os demais, são constituídos his-
nia é estar em pleno gozo das disposições constitucionais. Preparar toricamente e, portanto, produto das relações e conflitos de grupos
o cidadão para o exercício da cidadania é um dos objetivos da edu- sociais em determinados momentos da história. Eles nasceram das
cação de um país. lutas dos trabalhadores pelo direito ao trabalho e a um salário digno,
Cidadania é o direito de ter uma ideia e poder expressa-la; poder pelo direito de usufruir da riqueza e dos recursos produzidos pelos
votar em quem quiser sem constrangimento; poder processar um seres humanos, como moradia, saúde, alimentação, educação, lazer.
médico que age com negligencia; devolver um produto estragado e Referência
receber o dinheiro de volta; ter direito de ser negro, índio, homosse-
xual, mulher sem ser descriminado; e de praticar uma religião sem UFRRJ. UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO. INSTI-
ser perseguido. TUTO DE EDUCAÇÂO. DEPARTAMENTO DE TORIA E PLANEJAMENTO
Há detalhes que parecem insignificantes, mas revelam estágios DE ENSINO. CURSO DE FORMAÇÃO DE AGENTES DE REFLORESTA-
de cidadania: respeitar o sinal vermelho no transito, não jogar papel MENTO. Noções Básicas de Ética e Cidadania
na rua, não destruir telefones públicos. Por trás desse comporta- FERRREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Mini Aurélio: o dicionário
mento está o respeito ao outro. da língua portuguesa. Coord. Marina Baird Ferreira. 8. ed. Curitiba:
Conceito: No sentido etimológico da palavra, cidadão deriva da Positivo, 2010.
palavra civita, que em latim significa cidade, e que tem seu correlato
grego na palavra politikos – aquele que habita na cidade.
Segundo o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, “ci- QUESTÕES
dadania é a qualidade ou estado do cidadão”, entende-se por cida-
dão “o indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um estado,
ou no desempenho de seus deveres para com este”. 1. (AOCP/BRDE) A comunicação e relação interpessoal são
Cidadania é a pertença passiva e ativa de indivíduos em um esta- apresentadas como habilidade interpessoal e comunicação, tam-
do - nação com certos direitos e obrigações universais em um espe- bém chamadas de habilidades humanas e são consideradas extre-
cífico nível de igualdade (JANOSKI, 1998). mamente necessárias na vida de um administrador, em função de
Um dos pressupostos da cidadania é a nacionalidade, pois desta proporcionar
forma ele pode cumprir os seus direitos políticos. No Brasil os direi- (A) trabalho com eficácia e esforços cooperativos na direção
tos políticos são orquestrados pela Constituição Federal. O conceito dos objetivos estabelecidos.
de cidadania tem se tornado mais amplo com o passar do tempo, (B) visão sistêmica da organização com envolvimento das pes-
porque está sempre em construção, já que cada vez mais a cidadania soas.
diz respeito a um conjunto de parâmetros sociais. (C) trabalho com eficácia, empregabilidade e polivalência.
A cidadania pode ser dividida em duas categorias: cidadania for- (D) visão sistêmica da organização e facilidade no uso de técni-
mal e substantiva. A cidadania formal é referente à nacionalidade de cas específicas.
um indivíduo e ao fato de pertencer a uma determinada nação. A (E) trabalho com eficácia e esforços individualizados na direção
cidadania substantiva é de um caráter mais amplo, estando relacio- dos objetivos estabelecidos.
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a solução para o seu concurso!
TÉCNICAS SECRETARIAIS
2. (FCC – AL/SP) Um dos fatores de qualidade no atendimento 6. (ANVISA - Técnico Administrativo - CESPE) Acerca dos instru-
ao público é a empatia. Empatia é mentos de organização do tempo, dos compromissos e do local de
(A) a capacidade de transmitir sinceridade, competência e con- trabalho, julgue os itens a seguir.
fiança ao público. O planejamento, a utilização de agenda e a definição de priori-
(B) a capacidade de cumprir, de modo confiável e exato, o que dades são importantes para a administração do tempo.
foi prometido ao público ( ) CERTO
(C) o grau de cuidado e atenção individual que o atendente ( ) ERRADO
demonstra para com o público, colocando-se em seu lugar para
um melhor entendimento do problema.
(D) a intimidade que o atendente manifesta ao ajudar pronta- 7. . (ANVISA - Técnico Administrativo – CESPE) No sentido de
mente o cidadão aumentar a produtividade de uma reunião de trabalho, é conve-
(E) a habilidade em definir regras consensuais para o efetivo niente que a respectiva agenda seja divulgada com antecedência
atendimento aos participantes dessa reunião
( ) CERTO
3. (PRF – Policial Rodoviário Federal – CESPE - 2013) A respeito ( ) ERRADO
da ética no serviço público, julgue os itens subsequentes.
O elemento ético deve estar presente na conduta de todo ser- 8. (OBJETIVA - 2019 - PREFEITURA DE SÃO JOÃO DA URTIGA -
vidor público, que deve ser capaz de discernir o que é honesto e RS - AGENTE ADMINISTRATIVO)
desonesto no exercício de sua função. Segundo o Manual de Redação da Presidência da República, a
( ) Certo finalidade básica da Redação Oficial é comunicar com:
( ) Errado (A) Subjetividade e máxima clareza.
(B) Subjetividade e máxima imprecisão.
4. (CONSULPLAN/TSE) Em relação à comunicação nas organi- (C) Objetividade e máxima clareza.
zações, analise. (D) Objetividade e máxima imprecisão.
I. Uma comunicação eficaz é um processo horizontal, em que
todos os envolvidos mantêm uma ética relacional.
9. (FUNDATEC - 2019 - PREFEITURA DE NOVO HORIZONTE - SP
II. É possível melhorar a comunicação por meio de treinamento
- AGENTE ADMINISTRATIVO)
e desenvolvimento de pessoal.
Segundo o Manual de Redação da Presidência da República
III. A comunicação é elemento acessório no processo de busca
de qualidade nas organizações. (2018), os documentos do padrão ofício devem obedecer à seguin-
Assinale te formatação, entre outras:
(A) se apenas a afirmativa I estiver correta. (I) Margem lateral direita: 1,5 cm;
(B) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas. (II) Margem lateral esquerda: no mínimo, 3 cm de largura;
(C) se apenas a afirmativa II estiver correta. (III) Margem superior e inferior: 2 cm; e
(D) se apenas a afirmativa III estiver correta. (IV) Tamanho do papel: A5 (14,8 cm x 21 cm).
Quais estão corretas?
5. (TST - Técnico Judiciário de Segurança Judiciária - FCC) A ta- (A) Apenas I.
bela a seguir mostra os horários nos quais cada um dos cinco dire- (B) Apenas I e III.
tores de uma empresa tem disponibilidade para marcação de uma (C) Apenas II e IV.
reunião em um determinado dia. (D) Apenas I, II e III.
(E) Apenas II, III e IV.
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GABARITO ______________________________________________________
______________________________________________________
1 A ______________________________________________________
2 C ______________________________________________________
3 CERTO
______________________________________________________
4 C
5 D ______________________________________________________
6 CERTO ______________________________________________________
7 CERTO
______________________________________________________
8 C
______________________________________________________
9 D
10 B ______________________________________________________
______________________________________________________
ANOTAÇÕES ______________________________________________________
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COMUNICAÇÃO OFICIAL
Até a segunda edição deste Manual, havia três tipos de expedientes que se diferenciavam antes pela finalidade do que pela forma:
o ofício, o aviso e o memorando. Com o objetivo de uniformizá-los, deve-se adotar nomenclatura e diagramação únicas, que sigam o que
chamamos de padrão ofício.
Consistem em partes do documento no padrão ofício:
• Cabeçalho: O cabeçalho é utilizado apenas na primeira página do documento, centralizado na área determinada pela formatação.
No cabeçalho deve constar o Brasão de Armas da República no topo da página; nome do órgão principal; nomes dos órgãos secundários,
quando necessários, da maior para a menor hierarquia; espaçamento entrelinhas simples (1,0). Os dados do órgão, tais como endereço,
telefone, endereço de correspondência eletrônica, sítio eletrônico oficial da instituição, podem ser informados no rodapé do documento,
centralizados.
• Identificação do expediente:
a) nome do documento: tipo de expediente por extenso, com todas as letras maiúsculas;
b) indicação de numeração: abreviatura da palavra “número”, padronizada como Nº;
c) informações do documento: número, ano (com quatro dígitos) e siglas usuais do setor que expede o documento, da menor para a
maior hierarquia, separados por barra (/);
d) alinhamento: à margem esquerda da página.
• Local e data:
a) composição: local e data do documento;
b) informação de local: nome da cidade onde foi expedido o documento, seguido de vírgula. Não se deve utilizar a sigla da unidade da
federação depois do nome da cidade;
c) dia do mês: em numeração ordinal se for o primeiro dia do mês e em numeração cardinal para os demais dias do mês. Não se deve
utilizar zero à esquerda do número que indica o dia do mês;
d) nome do mês: deve ser escrito com inicial minúscula;
e) pontuação: coloca-se ponto-final depois da data;
f) alinhamento: o texto da data deve ser alinhado à margem direita da página.
• Endereçamento: O endereçamento é a parte do documento que informa quem receberá o expediente. Nele deverão constar :
a) vocativo;
b) nome: nome do destinatário do expediente;
c) cargo: cargo do destinatário do expediente;
d) endereço: endereço postal de quem receberá o expediente, dividido em duas linhas: primeira linha: informação de localidade/lo-
gradouro do destinatário ou, no caso de ofício ao mesmo órgão, informação do setor; segunda linha: CEP e cidade/unidade da federação,
separados por espaço simples. Na separação entre cidade e unidade da federação pode ser substituída a barra pelo ponto ou pelo traves-
são. No caso de ofício ao mesmo órgão, não é obrigatória a informação do CEP, podendo ficar apenas a informação da cidade/unidade da
federação;
e) alinhamento: à margem esquerda da página.
• Assunto: O assunto deve dar uma ideia geral do que trata o documento, de forma sucinta. Ele deve ser grafado da seguinte maneira:
a) título: a palavra Assunto deve anteceder a frase que define o conteúdo do documento, seguida de dois-pontos;
b) descrição do assunto: a frase que descreve o conteúdo do documento deve ser escrita com inicial maiúscula, não se deve utilizar
verbos e sugere-se utilizar de quatro a cinco palavras;
c) destaque: todo o texto referente ao assunto, inclusive o título, deve ser destacado em negrito;
d) pontuação: coloca-se ponto-final depois do assunto;
e) alinhamento: à margem esquerda da página.
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• Texto:
NOS CASOS EM QUE NÃO SEJA USADO PARA ENCAMINHA- QUANDO FOREM USADOS PARA ENCAMINHAMENTO DE
MENTO DE DOCUMENTOS, O EXPEDIENTE DEVE CONTER A DOCUMENTOS, A ESTRUTURA É MODIFICADA:
SEGUINTE ESTRUTURA:
a) introdução: em que é apresentado o objetivo da comunica- a) introdução: deve iniciar com referência ao expediente que
ção. Evite o uso das formas: Tenho a honra de, Tenho o prazer de, solicitou o encaminhamento. Se a remessa do documento não tiver
Cumpre-me informar que. Prefira empregar a forma direta: Infor- sido solicitada, deve iniciar com a informação do motivo da comu-
mo, Solicito, Comunico; nicação, que é encaminhar, indicando a seguir os dados completos
b) desenvolvimento: em que o assunto é detalhado; se o texto do documento encaminhado (tipo, data, origem ou signatário e as-
contiver mais de uma ideia sobre o assunto, elas devem ser trata- sunto de que se trata) e a razão pela qual está sendo encaminhado;
das em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à exposi- b) desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer
ção; e algum comentário a respeito do documento que encaminha, po-
c) conclusão: em que é afirmada a posição sobre o assunto. derá acrescentar parágrafos de desenvolvimento. Caso contrário,
não há parágrafos de desenvolvimento em expediente usado para
encaminhamento de documentos.
Em qualquer uma das duas estruturas, o texto do documento deve ser formatado da seguinte maneira:
a) alinhamento: justificado;
b) espaçamento entre linhas: simples;
c) parágrafos: espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após cada parágrafo; recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da margem
esquerda; numeração dos parágrafos: apenas quando o documento tiver três ou mais parágrafos, desde o primeiro parágrafo. Não se
numeram o vocativo e o fecho;
d) fonte: Calibri ou Carlito; corpo do texto: tamanho 12 pontos; citações recuadas: tamanho 11 pontos; notas de Rodapé: tamanho
10 pontos.
e) símbolos: para símbolos não existentes nas fontes indicadas, pode-se utilizar as fontes Symbol e Wingdings.
• Fechos para comunicações: O fecho das comunicações oficiais objetiva, além da finalidade óbvia de arrematar o texto, saudar o
destinatário.
a) Para autoridades de hierarquia superior a do remetente, inclusive o Presidente da República: Respeitosamente,
b) Para autoridades de mesma hierarquia, de hierarquia inferior ou demais casos: Atenciosamente,
• Identificação do signatário: Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República, todas as demais comunicações ofi-
ciais devem informar o signatário segundo o padrão:
a) nome: nome da autoridade que as expede, grafado em letras maiúsculas, sem negrito. Não se usa linha acima do nome do signa-
tário;
b) cargo: cargo da autoridade que expede o documento, redigido apenas com as iniciais maiúsculas. As preposições que liguem as
palavras do cargo devem ser grafadas em minúsculas; e
c) alinhamento: a identificação do signatário deve ser centralizada na página. Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assi-
natura em página isolada do expediente. Transfira para essa página ao menos a última frase anterior ao fecho.
• Numeração de páginas: A numeração das páginas é obrigatória apenas a partir da segunda página da comunicação. Ela deve ser
centralizada na página e obedecer à seguinte formatação:
a) posição: no rodapé do documento, ou acima da área de 2 cm da margem inferior; e
b) fonte: Calibri ou Carlito.
Quanto a formatação e apresentação, os documentos do padrão ofício devem obedecer à seguinte forma:
a) tamanho do papel: A4 (29,7 cm x 21 cm);
b) margem lateral esquerda: no mínimo, 3 cm de largura;
c) margem lateral direita: 1,5 cm;
d) margens superior e inferior: 2 cm;
e) área de cabeçalho: na primeira página, 5 cm a partir da margem superior do papel;
f) área de rodapé: nos 2 cm da margem inferior do documento;
g) impressão: na correspondência oficial, a impressão pode ocorrer em ambas as faces do papel. Nesse caso, as margens esquerda e
direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares (margem espelho);
h) cores: os textos devem ser impressos na cor preta em papel branco, reservando-se, se necessário, a impressão colorida para gráfi-
cos e ilustrações;
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O Sistema de Geração e Tramitação de Documentos Oficiais dereço eletrônico utilizado pelos servidores públicos, o e-mail deve
(Sidof) é a ferramenta eletrônica utilizada para a elaboração, a re- ser oficial, utilizando-se a extensão “.gov.br”, por exemplo. Como
dação, a alteração, o controle, a tramitação, a administração e a ge- sistema de transmissão de mensagens eletrônicas, por seu baixo
rência das exposições de motivos com as propostas de atos a serem custo e celeridade, transformou-se na principal forma de envio e
encaminhadas pelos Ministérios à Presidência da República. recebimento de documentos na administração pública.
Nos termos da Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto
Ao se utilizar o Sidof, a assinatura, o nome e o cargo do sig- de 2001, para que o e-mail tenha valor documental, isto é, para
natário são substituídos pela assinatura eletrônica que informa o que possa ser aceito como documento original, é necessário existir
nome do ministro que assinou a exposição de motivos e do con- certificação digital que ateste a identidade do remetente, segundo
sultor jurídico que assinou o parecer jurídico da Pasta. os parâmetros de integridade, autenticidade e validade jurídica da
Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira – ICPBrasil.
O destinatário poderá reconhecer como válido o e-mail sem
A Mensagem é o instrumento de comunicação oficial entre os
certificação digital ou com certificação digital fora ICP-Brasil; con-
Chefes dos Poderes Públicos, notadamente as mensagens enviadas
tudo, caso haja questionamento, será obrigatório a repetição do
pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar
ato por meio documento físico assinado ou por meio eletrônico re-
sobre fato da administração pública; para expor o plano de gover-
conhecido pela ICP-Brasil. Salvo lei específica, não é dado ao ente
no por ocasião da abertura de sessão legislativa; para submeter
público impor a aceitação de documento eletrônico que não atenda
ao Congresso Nacional matérias que dependem de deliberação de
os parâmetros da ICP-Brasil.
suas Casas; para apresentar veto; enfim, fazer comunicações do que
Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua
seja de interesse dos Poderes Públicos e da Nação.
flexibilidade. Assim, não interessa definir padronização da mensa-
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos ministérios
gem comunicada. O assunto deve ser o mais claro e específico pos-
à Presidência da República, a cujas assessorias caberá a redação fi-
sível, relacionado ao conteúdo global da mensagem. Assim, quem
nal. As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Congresso
irá receber a mensagem identificará rapidamente do que se trata;
Nacional têm as seguintes finalidades:
quem a envia poderá, posteriormente, localizar a mensagem na cai-
a) Encaminhamento de proposta de emenda constitucional,
xa do correio eletrônico.
de projeto de lei ordinária, de projeto de lei complementar e os
O texto dos correios eletrônicos deve ser iniciado por uma sau-
que compreendem plano plurianual, diretrizes orçamentárias, or-
dação. Quando endereçado para outras instituições, para recepto-
çamentos anuais e créditos adicionais.
res desconhecidos ou para particulares, deve-se utilizar o vocativo
b) Encaminhamento de medida provisória.
conforme os demais documentos oficiais, ou seja, “Senhor” ou “Se-
c) Indicação de autoridades.
nhora”, seguido do cargo respectivo, ou “Prezado Senhor”, “Prezada
d) Pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-Presiden-
Senhora”.
te da República se ausentarem do país por mais de 15 dias.
Atenciosamente é o fecho padrão em comunicações oficiais.
e) Encaminhamento de atos de concessão e de renovação de
Com o uso do e-mail, popularizou-se o uso de abreviações como
concessão de emissoras de rádio e TV.
“Att.”, e de outros fechos, como “Abraços”, “Saudações”, que, ape-
f) Encaminhamento das contas referentes ao exercício anterior.
sar de amplamente usados, não são fechos oficiais e, portanto, não
g) Mensagem de abertura da sessão legislativa.
devem ser utilizados em e-mails profissionais.
h) Comunicação de sanção (com restituição de autógrafos).
Sugere-se que todas as instituições da administração pública
i) Comunicação de veto.
adotem um padrão de texto de assinatura. A assinatura do e-mail
j) Outras mensagens remetidas ao Legislativo, ex. Apreciação
deve conter o nome completo, o cargo, a unidade, o órgão e o tele-
de intervenção federal.
fone do remetente.
As mensagens contêm:
A possibilidade de anexar documentos, planilhas e imagens de
a) brasão: timbre em relevo branco;
diversos formatos é uma das vantagens do e-mail. A mensagem que
b) identificação do expediente: MENSAGEM Nº, alinhada à
encaminha algum arquivo deve trazer informações mínimas sobre o
margem esquerda, no início do texto;
conteúdo do anexo.
c) vocativo: alinhado à margem esquerda, de acordo com o
Os arquivos anexados devem estar em formatos usuais e que
pronome de tratamento e o cargo do destinatário, com o recuo de
apresentem poucos riscos de segurança. Quando se tratar de docu-
parágrafo dado ao texto;
mento ainda em discussão, os arquivos devem, necessariamente,
d) texto: iniciado a 2 cm do vocativo;
ser enviados, em formato que possa ser editado.
e) local e data: posicionados a 2 cm do final do texto, alinha-
A correção ortográfica é requisito elementar de qualquer tex-
dos à margem direita. A mensagem, como os demais atos assinados
to, e ainda mais importante quando se trata de textos oficiais. Mui-
pelo Presidente da República, não traz identificação de seu signa-
tas vezes, uma simples troca de letras pode alterar não só o sentido
tário.
da palavra, mas de toda uma frase. O que na correspondência par-
A utilização do e-mail para a comunicação tornou-se prática
ticular seria apenas um lapso na digitação pode ter repercussões
comum, não só em âmbito privado, mas também na administra-
indesejáveis quando ocorre no texto de uma comunicação oficial
ção pública. O termo e-mail pode ser empregado com três sentidos.
ou de um ato normativo. Assim, toda revisão que se faça em de-
Dependendo do contexto, pode significar gênero textual, endere-
terminado documento ou expediente deve sempre levar em conta
ço eletrônico ou sistema de transmissão de mensagem eletrônica.
também a correção ortográfica.
Como gênero textual, o e-mail pode ser considerado um documen-
to oficial, assim como o ofício. Portanto, deve-se evitar o uso de
linguagem incompatível com uma comunicação oficial. Como en-
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Sintaxe é a parte da Gramática que estuda a palavra, não em si, mas em relação às outras, que, com ela, se unem para exprimir o
pensamento. Temos, assim, a seguinte ordem de colocação dos elementos que compõem uma oração:
O sujeito é o ser de quem se fala ou que executa a ação enunciada na oração. De acordo com a gramática normativa, o sujeito da
oração não pode ser preposicionado. Ele pode ter complemento, mas não ser complemento.
Embora seja usada como recurso estilístico na literatura, a fragmentação de frases deve ser evitada nos textos oficiais, pois muitas
vezes dificulta a compreensão.
A omissão de certos termos, ao fazermos uma comparação, omissão própria da língua falada, deve ser evitada na língua escrita, pois
compromete a clareza do texto: nem sempre é possível identificar, pelo contexto, o termo omitido. A ausência indevida de um termo pode
impossibilitar o entendimento do sentido que se quer dar a uma frase.
Ambígua é a frase ou oração que pode ser tomada em mais de um sentido. Como a clareza é requisito básico de todo texto oficial,
deve-se atentar para as construções que possam gerar equívocos de compreensão. A ambiguidade decorre, em geral, da dificuldade de
identificar-se a que palavra se refere um pronome que possui mais de um antecedente na terceira pessoa.
A concordância é o processo sintático segundo o qual certas palavras se acomodam, na sua forma, às palavras de que dependem.
Essa acomodação formal se chama flexão e se dá quanto a gênero e número (nos adjetivos – nomes ou pronomes), números e pessoa (nos
verbos). Daí, a divisão: concordância nominal e concordância verbal.
Regência é, em gramática, sinônimo de dependência, subordinação. Assim, a sintaxe de regência trata das relações de dependência
que as palavras mantêm na frase. Dizemos que um termo rege o outro que o complementa. Numa frase, os termos regentes ou subordi-
nantes (substantivos, adjetivos, verbos) regem os termos regidos ou subordinados (substantivos, adjetivos, preposições) que lhes comple-
tam o sentido.
Os sinais de pontuação, ligados à estrutura sintática, têm as seguintes finalidades:
a) assinalar as pausas e as inflexões da voz (a entoação) na leitura;
b) separar palavras, expressões e orações que, segundo o autor, devem merecer destaque; e
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c) esclarecer o sentido da frase, eliminando ambiguidades. De outro lado, não se concebe que, em nome de suposto pu-
A vírgula serve para marcar as separações breves de sentido rismo, a linguagem das comunicações oficiais fique imune às cria-
entre termos vizinhos, as inversões e as intercalações, quer na ora- ções vocabulares ou a empréstimos de outras línguas. A rapidez
ção, quer no período. O ponto e vírgula, em princípio, separa es- do desenvolvimento tecnológico, por exemplo, impõe a criação de
truturas coordenadas já portadoras de vírgulas internas. É também inúmeros novos conceitos e termos, ditando de certa forma a ve-
usado em lugar da vírgula para dar ênfase ao que se quer dizer. locidade com que a língua deve incorporá-los. O importante é usar
Emprega-se este sinal de pontuação para introduzir citações, o estrangeirismo de forma consciente, buscar o equivalente portu-
marcar enunciados de diálogo e indicar um esclarecimento, um re- guês quando houver ou conformar a palavra estrangeira ao espírito
sumo ou uma consequência do que se afirmou. da Língua Portuguesa.
O ponto de interrogação, como se depreende de seu nome, O problema do abuso de estrangeirismos inúteis ou emprega-
é utilizado para marcar o final de uma frase interrogativa direta. dos em contextos em que não cabem, é em geral causado ou pelo
O ponto de exclamação é utilizado para indicar surpresa, espanto, desconhecimento da riqueza vocabular de nossa língua, ou pela in-
admiração, súplica etc. Seu uso na redação oficial fica geralmente corporação acrítica do estrangeirismo.
restrito aos discursos e às peças de retórica. • A homonímia é a designação geral para os casos em que pa-
O uso do pronome demonstrativo obedece às seguintes cir- lavras de sentidos diferentes têm a mesma grafia (os homônimos
cunstâncias: homógrafos) ou a mesma pronúncia (os homônimos homófonos).
a) Emprega-se este(a)/isto quando o termo referente estiver • Os homógrafos podem coincidir ou não na pronúncia, como
próximo ao emissor, ou seja, de quem fala ou redige. nos exemplos: quarto (aposento) e quarto (ordinal), manga (fruta)
b) Emprega-se esse(a)/isso quando o termo referente estiver e manga (de camisa), em que temos pronúncia idêntica; e apelo
próximo ao receptor, ou seja, a quem se fala ou para quem se re- (pedido) e apelo (com e aberto, 1ª pess. Do sing. Do pres. Do ind. Do
dige. verbo apelar), consolo (alívio) e consolo (com o aberto, 1ª pess. Do
c) Emprega-se aquele(a)/aquilo quando o termo referente es- sing. Do pres. Do ind. Do verbo consolar), com pronúncia diferente.
tiver distante tanto do emissor quanto do receptor da mensagem. Os homógrafos de idêntica pronúncia diferenciam-se pelo contexto
d) Emprega-se este(a) para referir-se ao tempo presente; em que são empregados.
e) Emprega-se esse(a) para se referir ao tempo passado; • Já o termo paronímia designa o fenômeno que ocorre com
f) Emprega-se aquele(a)/aquilo em relação a um tempo passa- palavras semelhantes (mas não idênticas) quanto à grafia ou à pro-
do mais longínquo, ou histórico. núncia. É fonte de muitas dúvidas, como entre descrição (ato de
g) Usa-se este(a)/isto para introduzir referência que, no texto, descrever) e discrição (qualidade do que é discreto), retificar (corri-
ainda será mencionado; gir) e ratificar (confirmar).
h) Usa-se este(a)para se referir ao próprio texto; No Estado de Direito, as normas jurídicas cumprem a tarefa
i) Emprega-se esse(a)/isso quando a informação já foi mencio- de concretizar a Constituição. Elas devem criar os fundamentos de
nada no texto. justiça e de segurança que assegurem um desenvolvimento social
A Semântica estuda o sentido das palavras, expressões, frases harmônico em um contexto de paz e de liberdade. Esses complexos
e unidades maiores da comunicação verbal, os significados que lhe objetivos da norma jurídica são expressos nas funções:
são atribuídos. Ao considerarmos o significado de determinada pa- I) de integração: a lei cumpre função de integração ao com-
lavra, levamos em conta sua história, sua estrutura (radical, prefi- pensar as diferenças jurídico-políticas no quadro de formação da
xos, sufixos que participam da sua forma) e, por fim, o contexto em vontade do Estado (desigualdades sociais, regionais);
que se apresenta. II) de planificação: a lei é o instrumento básico de organização,
Sendo a clareza um dos requisitos fundamentais de todo texto de definição e de distribuição de competências;
oficial, deve-se atentar para a tradição no emprego de determina- III) de proteção: a lei cumpre função de proteção contra o arbí-
da expressão com determinado sentido. O emprego de expressões trio ao vincular os próprios órgãos do Estado;
ditas de uso consagrado confere uniformidade e transparência ao IV) de regulação: a lei cumpre função reguladora ao direcionar
sentido do texto. Mas isso não quer dizer que os textos oficiais de- condutas por meio de modelos;
vam limitar-se à repetição de chavões e de clichês. V) de inovação: a lei cumpre função de inovação na ordem ju-
Verifique sempre o contexto em que as palavras estão sendo rídica e no plano social.
utilizadas. Certifique-se de que não há repetições desnecessárias
ou redundâncias. Procure sinônimos ou termos mais precisos para Requisitos da elaboração normativa:
as palavras repetidas; mas se sua substituição for comprometer o • Clareza e determinação da norma;
sentido do texto, tornando-o ambíguo ou menos claro, não hesite • Princípio da reserva legal;
em deixar o texto como está. • Reserva legal qualificada (algumas providências sejam prece-
É importante lembrar que o idioma está em constante muta- didas de específica autorização legislativa, vinculada à determinada
ção. A própria evolução dos costumes, das ideias, das ciências, da situação ou destinada a atingir determinado objetivo);
política, enfim da vida social em geral, impõe a criação de novas • Princípio da legalidade nos âmbitos penal, tributário e admi-
palavras e de formas de dizer. nistrativo;
A redação oficial não pode alhear-se dessas transformações, • Princípio da proporcionalidade;
nem incorporá-las acriticamente. Quanto às novidades vocabula- • Densidade da norma (a previsão legal contenha uma discipli-
res, por um lado, elas devem sempre ser usadas com critério, evi- na suficientemente concreta);
tando-se aquelas que podem ser substituídas por vocábulos já de • Respeito ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coi-
uso consolidado sem prejuízo do sentido que se lhes quer dar. sa julgada;
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• Remissões legislativas (se as remissões forem inevitáveis, se- uma característica da cientificidade do Direito e corresponde às
jam elas formuladas de tal modo que permitam ao intérprete apre- exigências mínimas de segurança jurídica, à medida que impedem
ender o seu sentido sem ter de compulsar o texto referido). uma ruptura arbitrária com a sistemática adotada na aplicação do
Direito. Costuma-se distinguir a sistemática da lei em sistemática
Além do processo legislativo disciplinado na Constituição (pro- interna (compatibilidade teleológica e ausência de contradição ló-
cesso legislativo externo), a doutrina identifica o chamado processo gica) e sistemática externa (estrutura da lei).
legislativo interno, que se refere à forma de fazer adotada para a Regras básicas a serem observadas para a sistematização do
tomada da decisão legislativa. texto do ato normativo, com o objetivo de facilitar sua estruturação:
Antes de decidir sobre as providências a serem tomadas, é es- a) matérias que guardem afinidade objetiva devem ser tratadas
sencial identificar o problema a ser enfrentado. Realizada a iden- em um mesmo contexto ou agrupamento;
tificação do problema em decorrência de impulsos externos (ma- b) os procedimentos devem ser disciplinados segundo a ordem
nifestações de órgãos de opinião pública, críticas de segmentos cronológica, se possível;
especializados) ou graças à atuação dos mecanismos próprios de c) a sistemática da lei deve ser concebida de modo a permitir
controle, o problema deve ser delimitado de forma precisa. que ela forneça resposta à questão jurídica a ser disciplinada; e
A análise da situação questionada deve contemplar as causas d) institutos diversos devem ser tratados separadamente.
ou o complexo de causas que eventualmente determinaram ou • O artigo de alteração da norma deve fazer menção expressa
contribuíram para o seu desenvolvimento. Essas causas podem ter ao ato normativo que está sendo alterado.
influências diversas, tais como condutas humanas, desenvolvimen- • Na hipótese de alteração parcial de artigo, os dispositivos que
tos sociais ou econômicos, influências da política nacional ou inter- não terão o seu texto alterado serão substituídos por linha ponti-
nacional, consequências de novos problemas técnicos, efeitos de lhada, cujo uso é obrigatório para indicar a manutenção e a não
leis antigas, mudanças de concepção etc. alteração do trecho do artigo.
Para verificar a adequação dos meios a serem utilizados, deve- O termo “republicação” é utilizado para designar apenas a hi-
-se realizar uma análise dos objetivos que se esperam com a apro- pótese de o texto publicado não corresponder ao original assina-
vação da proposta. A ação do legislador, nesse âmbito, não difere, do pela autoridade. Não se pode cogitar essa hipótese por motivo
fundamentalmente, da atuação do homem comum, que se caracte- de erro já constante do documento subscrito pela autoridade ou,
riza mais por saber exatamente o que não quer, sem precisar o que muito menos, por motivo de alteração na opinião da autoridade.
efetivamente pretende. Considerando que os atos normativos somente produzem efeitos
A avaliação emocional dos problemas, a crítica generalizada após a publicação no Diário Oficial da União, mesmo no caso de re-
e, às vezes, irrefletida sobre o estado de coisas dominante acabam publicação, não se poderá cogitar a existência de efeitos retroativos
por permitir que predominem as soluções negativistas, que têm por com a publicação do texto corrigido. Contudo, o texto publicado
escopo, fundamentalmente, suprimir a situação questionada sem sem correspondência com aquele subscrito pela autoridade poderá
contemplar, de forma detida e racional, as alternativas possíveis ou ser considerado inválido com efeitos retroativos.
as causas determinantes desse estado de coisas negativo. Outras Já a retificação se refere aos casos em que texto publicado
vezes, deixa-se orientar por sentimento inverso, buscando, pura e corresponde ao texto subscrito pela autoridade, mas que continha
simplesmente, a preservação do status quo. lapso manifesto. A retificação requer nova assinatura pelas autori-
Essas duas posições podem levar, nos seus extremos, a uma dades envolvidas e, em muitos casos, é menos conveniente do que
imprecisa definição dos objetivos. A definição da decisão legislati- a mera alteração da norma.
va deve ser precedida de uma rigorosa avaliação das alternativas A correção de erro material que não afete a substância do ato
existentes, seus prós e contras. A existência de diversas alternativas singular de caráter pessoal e as retificações ou alterações da de-
para a solução do problema não só amplia a liberdade do legislador, nominação de cargos, funções ou órgãos que tenham tido a deno-
como também permite a melhoria da qualidade da decisão legis- minação modificada em decorrência de lei ou de decreto superve-
lativa. niente à expedição do ato pessoal a ser apostilado são realizadas
Antes de decidir sobre a alternativa a ser positivada, devem- por meio de apostila. O apostilamento é de competência do setor
-se avaliar e contrapor as alternativas existentes sob dois pontos de de recurso humanos do órgão, autarquia ou fundação, e dispensa
vista: a) De uma perspectiva puramente objetiva: verificar se a aná- nova assinatura da autoridade que subscreveu o ato originário.
lise sobre os dados fáticos e prognósticos se mostra consistente; b) Atenção: Deve-se ter especial atenção quando do uso do apos-
De uma perspectiva axiológica: aferir, com a utilização de critérios tilamento para os atos relativos à vacância ou ao provimento de-
de probabilidade (prognósticos), se os meios a serem empregados corrente de alteração de estrutura de órgão, autarquia ou funda-
mostram-se adequados a produzir as consequências desejadas. De- ção pública. O apostilamento não se aplica aos casos nos quais a
vem-se contemplar, igualmente, as suas deficiências e os eventuais essência do cargo em comissão ou da função de confiança tenham
efeitos colaterais negativos. sido alterados, tais como nos casos de alteração do nível hierárqui-
O processo de decisão normativa estará incompleto caso se en- co, transformação de atribuição de assessoramento em atribuição
tenda que a tarefa do legislador se encerre com a edição do ato nor- de chefia (ou vice-versa) ou transferência de cargo para unidade
mativo. Uma planificação mais rigorosa do processo de elaboração com outras competências. Também deve-se alertar para o fato que
normativa exige um cuidadoso controle das diversas consequências a praxe atual tem sido exigir que o apostilamento decorrente de
produzidas pelo novo ato normativo. alteração em estrutura regimental seja realizado na mesma data da
É recomendável que o legislador redija as leis dentro de um entrada em vigor de seu decreto.
espírito de sistema, tendo em vista não só a coerência e a harmonia
interna de suas disposições, mas também a sua adequada inserção
no sistema jurídico como um todo. Essa sistematização expressa
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COMUNICAÇÃO OFICIAL
A estrutura dos atos normativos é composta por dois elemen- A disciplina sobre a discussão e a instrução do projeto de lei
tos básicos: a ordem legislativa e a matéria legislada. A ordem legis- é confiada, fundamentalmente, aos Regimentos das Casas Legis-
lativa compreende a parte preliminar e o fecho da lei ou do decreto; lativas.
a matéria legislada diz respeito ao texto ou ao corpo do ato.
A lei ordinária é ato normativo primário e contém, em regra,
Emenda é a proposição apresentada como acessória de outra
normas gerais e abstratas. Embora as leis sejam definidas, normal-
proposição. Nem todo titular de iniciativa tem poder de emenda.
mente, pela generalidade e pela abstração (lei material), estas con-
Essa faculdade é reservada aos parlamentares. Se, entretanto, for
têm, não raramente, normas singulares (lei formal ou ato normati-
de iniciativa do Poder Executivo ou do Poder Judiciário, o seu titular
vo de efeitos concretos).
também pode apresentar modificações, acréscimos, o que fará por
As leis complementares são um tipo de lei que não têm a ri-
meio de mensagem aditiva, dirigida ao Presidente da Câmara dos
gidez dos preceitos constitucionais, e tampouco comportam a re-
Deputados, que justifique a necessidade do acréscimo. A apresen-
vogação por força de qualquer lei ordinária superveniente. Com a
tação de emendas a qualquer projeto de lei oriundo de iniciativa re-
instituição de lei complementar, o constituinte buscou resguardar
servada é autorizada, desde que não implique aumento de despesa
determinadas matérias contra mudanças céleres ou apressadas,
e que tenha estrita pertinência temática.
sem deixá-las exageradamente rígidas, o que dificultaria sua modifi-
A Constituição não impede a apresentação de emendas ao pro-
cação. A lei complementar deve ser aprovada pela maioria absoluta
jeto de lei orçamentária. Elas devem ser, todavia, compatíveis com
de cada uma das Casas do Congresso Nacional.
o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias e devem
Lei delegada é o ato normativo elaborado e editado pelo Pre-
indicar os recursos necessários, sendo admitidos apenas aqueles
sidente da República em decorrência de autorização do Poder Le-
provenientes de anulação de despesa. A Constituição veda a propo-
gislativo, expedida por meio de resolução do Congresso Nacional e
situra de emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias que
dentro dos limites nela traçados. Medida provisória é ato normativo
não guardem compatibilidade com o plano plurianual.
com força de lei que pode ser editado pelo Presidente da República
A votação da matéria legislativa constitui ato coletivo das Casas
em caso de relevância e urgência. Decretos são atos administrativos
do Congresso. Realiza-se, normalmente, após a instrução do proje-
de competência exclusiva do Chefe do Executivo, destinados a pro-
to nas comissões e dos debates no plenário. A sanção é o ato pelo
ver as situações gerais ou individuais, abstratamente previstas, de
qual o Chefe do Executivo manifesta a sua anuência ao projeto de
modo expresso ou implícito, na lei.
lei aprovado pelo Poder Legislativo. Verifica-se aqui a fusão da von-
• Decretos singulares ou de efeitos concretos: Os decretos po-
tade do Congresso Nacional com a do Presidente, da qual resulta a
dem conter regras singulares ou concretas (por exemplo, decretos
formação da lei.
referentes à questão de pessoal, de abertura de crédito, de desa-
O veto é o ato pelo qual o Chefe do Poder Executivo nega san-
propriação, de cessão de uso de imóvel, de indulto, de perda de
ção ao projeto – ou a parte dele –, obstando à sua conversão em lei.
nacionalidade, etc.).
Dois são os fundamentos para a recusa de sanção: a) inconstitucio-
• Decretos regulamentares: Os decretos regulamentares são
nalidade; ou b) contrariedade ao interesse público.
atos normativos subordinados ou secundários.
O veto deve ser expresso e motivado, e oposto no prazo de 15
• Decretos autônomos: Limita-se às hipóteses de organização
dias úteis, contado da data do recebimento do projeto, e comunica-
e funcionamento da administração pública federal, quando não im-
do ao Congresso Nacional nas 48 horas subsequentes à sua oposi-
plicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos pú-
ção. O veto não impede a conversão do projeto em lei, podendo ser
blicos, e de extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos.
superado por deliberação do Congresso Nacional.
Portaria é o instrumento pelo qual Ministros ou outras autori-
A promulgação e a publicação constituem fases essenciais da
dades expedem instruções sobre a organização e o funcionamento
eficácia da lei. A promulgação das leis compete ao Presidente da
de serviço, sobre questões de pessoal e outros atos de sua compe-
República. Ela deverá ocorrer dentro do prazo de 48 horas, decor-
tência.
rido da sanção ou da superação do veto. Nesse último caso, se o
Presidente não promulgar a lei, competirá a promulgação ao Pre-
O processo legislativo abrange não só a elaboração das leis
sidente do Senado Federal, que disporá, igualmente, de 48 horas
propriamente ditas (leis ordinárias, leis complementares, leis de-
para fazê-lo; se este não o fizer, deverá fazê-lo o Vice-Presidente do
legadas), mas também a elaboração das emendas constitucionais,
Senado Federal, em prazo idêntico.
das medidas provisórias, dos decretos legislativos e das resoluções.
O período entre a publicação da lei e a sua entrada em vigor é
A iniciativa é a proposta de edição de direito novo. A iniciati-
chamado de período de vacância ou vacatio legis. Na falta de dis-
va comum ou concorrente compete ao Presidente da República, a
posição especial, vigora o princípio que reconhece o decurso de um
qualquer Deputado ou Senador, a qualquer comissão de qualquer
lapso de tempo entre a data da publicação e o termo inicial da obri-
das Casas do Congresso, e aos cidadãos – iniciativa popular. A Cons-
gatoriedade (45 dias).
tituição confere a iniciativa da legislação sobre certas matérias,
Podem-se distinguir seis tipos de procedimento legislativo:
privativamente, a determinados órgãos, denominada de iniciativa
a) procedimento legislativo normal: Trata da elaboração das
reservada. A Constituição prevê, ainda, sistema de iniciativa vincu-
leis ordinárias (excluídas as leis financeiras e os códigos) e comple-
lada, na qual a apresentação do projeto é obrigatória. Nesse caso, o
mentares.
Chefe do Executivo Federal deve encaminhar ao Congresso Nacio-
b) procedimento legislativo abreviado: Este procedimento
nal os projetos referentes às leis orçamentárias (plano plurianual,
dispensa a competência do Plenário, ocorrendo, por isso, a deli-
lei de diretrizes orçamentárias e o orçamento anual).
beração terminativa sobre o projeto de lei nas próprias Comissões
Permanentes.
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COMUNICAÇÃO OFICIAL
c) procedimento legislativo sumário: Entre as prerrogativas Marque a alternativa que contém a sequência CORRETA de pre-
regimentais das Casas do Congresso Nacional existe a de conferir enchimento dos parênteses.
urgência a certas proposições. (A) V, V, V, F e F.
d) procedimento legislativo sumaríssimo: Existe nas duas Ca- (B) V, V, F, F e F
sas do Congresso Nacional mecanismo que assegura deliberação (C) F, F, F, V e V.
instantânea sobre matérias submetidas à sua apreciação. (D) F, F, F, F e V.
e) procedimento legislativo concentrado: O procedimento le- (D) V, V, F, F e V.
gislativo concentrado tipifica-se, basicamente, pela apresentação
das matérias em reuniões conjuntas de deputados e senadores. Ex. 4. (IF BAIANO - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO – IF-BA –
para leis financeiras e delegadas. 2019)
f) procedimento legislativo especial: Nesse procedimento, Acerca de seus conhecimentos em redação oficial, é correto
englobam-se dois ritos distintos com características próprias, um afirmar que o vocativo adequado a um texto no padrão ofício desti-
destinado à elaboração de emendas à Constituição; outro, à de có- nado ao presidente do Congresso Nacional é
digos. (A) Senhor Presidente.
(B) Excelentíssimo Senhor Presidente.
(C) Presidente.
QUESTÕES (D) Excelentíssimo Presidente.
(E) Excelentíssimo Senhor.
1. (OBJETIVA - 2019 - PREFEITURA DE SÃO JOÃO DA URTIGA - RS 5. (CÂMARA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO - PE - AUXILIAR
- AGENTE ADMINISTRATIVO) ADMINISTRATIVO - INSTITUTO AOCP - 2019 )
Segundo o Manual de Redação da Presidência da República, a Referente à aplicação de elementos de gramática à redação ofi-
finalidade básica da Redação Oficial é comunicar com: cial, os sinais de pontuação estão ligados à estrutura sintática e têm
(A) Subjetividade e máxima clareza. várias finalidades. Assinale a alternativa que apresenta a pontuação
(B) Subjetividade e máxima imprecisão. que pode ser utilizada em lugar da vírgula para dar ênfase ao que
(C) Objetividade e máxima clareza. se quer dizer.
(D) Objetividade e máxima imprecisão. (A) Dois-pontos.
(B) Ponto-e-vírgula.
2. (FUNDATEC - 2019 - PREFEITURA DE NOVO HORIZONTE - SP (C) Ponto-de-interrogação.
- AGENTE ADMINISTRATIVO) (D) Ponto-de-exclamação.
Segundo o Manual de Redação da Presidência da República
(2018), os documentos do padrão ofício devem obedecer à seguin- 6. (UNIR - TÉCNICO DE LABORATÓRIO - ANÁLISES CLÍNICAS-
te formatação, entre outras: AOCP – 2018)
(I) Margem lateral direita: 1,5 cm; Pode-se dizer que redação oficial é a maneira pela qual o Poder
(II) Margem lateral esquerda: no mínimo, 3 cm de largura; Público redige atos normativos e comunicações. Em relação à reda-
(III) Margem superior e inferior: 2 cm; e ção de documentos oficiais, julgue, como VERDADEIRO ou FALSO,
(IV) Tamanho do papel: A5 (14,8 cm x 21 cm). os itens a seguir.
Quais estão corretas?
(A) Apenas I. A língua tem por objetivo a comunicação. Alguns elementos
(B) Apenas I e III. são necessários para a comunicação: a) emissor, b) receptor, c) con-
(C) Apenas II e IV. teúdo, d) código, e) meio de circulação, f) situação comunicativa.
(D) Apenas I, II e III. Com relação à redação oficial, o emissor é o Serviço Público (Minis-
(E) Apenas II, III e IV. tério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção). O assunto
é sempre referente às atribuições do órgão que comunica. O desti-
3. (CPCON - 2019 - PREFEITURA DE GUARABIRA - PB - AGENTE natário ou receptor dessa comunicação ou é o público, o conjunto
ADMINISTRATIVO) dos cidadãos, ou outro órgão público, do Executivo ou dos outros
O Manual de Redação da Presidência da República estabelece Poderes da União.
o emprego de somente dois fechos diferentes para todas as moda- ( ) Certo
lidades de comunicação oficial. Marque (V) ou (F), conforme sejam ( ) Errado
verdadeiras ou falsas as proposições.
( ) Para autoridades superiores, inclusive o Presidente da Repú-
blica: Respeitosamente.
( ) Para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia in-
ferior: Atenciosamente.
( ) Para autoridades superiores, inclusive o Presidente da Repú-
blica: Atenciosamente.
( ) Para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia in-
ferior: Respeitosamente.
( ) Tal regra também é aplicável a comunicações dirigidas a au-
toridades estrangeiras.
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7. (IF-SC - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO- IF-SC - 2019 ) que está mais relacionado ao princípio da impessoalidade que
Determinadas palavras são frequentes na redação oficial. ao da formalidade.
Conforme as regras do Acordo Ortográfico que entrou em vigor (C) O uso de assinatura e identificação do cargo em ofícios, em-
em 2009, assinale a opção CORRETA que contém apenas palavras bora seja uma obrigatoriedade, viola o princípio da impessoali-
grafadas conforme o Acordo. dade, uma vez que o nome do servidor em si já caracteriza uma
I. abaixo-assinado, Advocacia-Geral da União, antihigiênico, ca- marca linguística de subjetividade.
pitão de mar e guerra, capitão-tenente, vice-coordenador. (D) Na redação de ofícios e memorandos, deve-se utilizar a
II. contra-almirante, co-obrigação, coocupante, decreto-lei, di- linguagem técnica específica do órgão, mesmo que esses do-
retor-adjunto, diretor-executivo, diretor-geral, sócio-gerente. cumentos tratem de temas mais genéricos da Administração
III. diretor-presidente, editor-assistente, editor-chefe, ex-dire- Pública.
tor, general de brigada, general de exército, segundo-secretário. (E) Para a comunicação institucional, podem ser utilizados
IV. matéria-prima, ouvidor-geral, papel-moeda, pós-graduação, e-mails com certificação digital do remetente, desde que a lin-
pós-operatório, pré-escolar, pré-natal, pré-vestibular; Secretaria- guagem se mantenha impessoal, coesa, objetiva e formal.
-Geral.
V. primeira-dama, primeiro-ministro, primeiro-secretário, pró- 10. Quadrix - 2023 - CRO-BA - Técnico Administrativo- Quanto
-ativo, Procurador-Geral, relator-geral, salário-família, Secretaria- à comunicação e à redação de documentos oficiais, julgue o item.
-Executiva, tenente-coronel. No que se refere aos textos de atos normativos, é correto afir-
Assinale a alternativa CORRETA: mar que, embora permitidos, mediante previsão legal, para a de-
(A) As afirmações I, II, III e V estão corretas. signação de entidades da administração pública indireta, as siglas
(B) As afirmações II, III, IV e V estão corretas. e os acrônimos não devem ser utilizados para designar órgãos da
(C) As afirmações II, III e IV estão corretas. administração pública direta.
(D) As afirmações I, II e IV estão corretas. ( ) CERTO
(E) As afirmações III, IV e V estão corretas. ( ) ERRADO
8. ( PC-MG - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL - FUMARC – 2018) 11. COPEVE-UFAL - 2023 - IF-AL - Assistente em Administração-
Na Redação Oficial, exige-se o uso do padrão formal da língua. Ao elaborar um Ofício seguindo o padrão estabelecido pelo Manual
Portanto, são necessários conhecimentos linguísticos que funda- de Redação da Presidência da República, o agente público deverá:
mentem esses usos. (A) imprimir o documento em tinta preta, com timbre e gráfi-
Analise o uso da vírgula nas seguintes frases do Texto 3: cos coloridos, com o objetivo de proporcionar uma visualização
1. Um crime bárbaro mobilizou a Polícia Militar na Região de mais clara ao leitor.
Venda Nova, em Belo Horizonte, ontem. (B) utilizar narrativa sucinta e clara das temáticas abordadas,
2. O rapaz, de 22 anos, se apresentou espontaneamente à 9ª organizando-as de maneira sequencial e visando dar ênfase ao
Área Integrada de Segurança Pública (Aisp) e deu detalhes do crime. conteúdo principal.
3. Segundo a polícia, o jovem informou que tinha um relaciona- (C) utilizar apenas um dos lados do papel, configurando as mar-
mento difícil com a mãe e teria discutido com ela momentos antes gens esquerda e direita de acordo com o padrão estabelecido
de desferir os golpes. pela ABNT.
INDIQUE entre os parênteses a justificativa adequada para uso (D) evitar a adoção exagerada de negrito, itálico, relevo, dentre
da vírgula em cada frase. outras formas de formatação que tenham impacto na sobrie-
( ) Para destacar deslocamento de termos. dade do documento.
( ) Para separar adjuntos adverbiais. (E) mencionar o nome da cidade antes de informar a data, que
( ) Para indicar um aposto. deverá aparecer grafada em uma linha acima da numeração do
A sequência CORRETA, de cima para baixo, é: ofício e da sigla do setor.
(A) 1 – 2 – 3.
(B) 2 – 1 – 3. 12. Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Executi-
(C) 3 – 1 – 2. vo - Direito- São atributos indispensáveis à redação oficial, EXCETO:
(D) 3 – 2 – 1. (A) Clareza.
(B) Coerência.
9. IADES - 2023 - SEAGRI-DF - Analista de Desenvolvimento e (C) Prolixidade.
Fiscalização Agropecuária - Administrador- No que tange à lingua- (D) Objetividade.
gem utilizada em correspondências oficiais de acordo com o Ma- (E )Impessoalidade.
nual de Redação da Presidência da República, assinale a alternativa
correta.
(A) A informalidade e a impessoalidade são princípios que
norteiam a elaboração de comunicações oficiais. O primeiro,
para tornar o corpo do texto mais acessível aos técnicos, e o
segundo, para não haver interferências ideológicas por parte
dos membros da equipe.
(B) O emprego adequado de pronomes de tratamento nos ex-
pedientes oficiais escritos refere-se à modalidade exigida por
essas situações de comunicação, ou seja, é um traço linguístico
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GABARITO
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1 C
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2 D
3 B ______________________________________________________
4 B ______________________________________________________
5 B
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6 CERTO
7 E ______________________________________________________
8 C ______________________________________________________
9 E
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10 CERTO
11 D ______________________________________________________
12 C ______________________________________________________
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DAS ATRIBUIÇÕES NO SIMADE WEB I – Validar os Planos Curriculares dos cursos ofertados pelas es-
colas, conferindo atenção especial ao cadastro do Programa Peda-
Art. 5º - Compete ao Diretor das Escolas Estaduais de Minas gógico das turmas criadas;
Gerais, observando o disposto na Resolução SEE n.º 2.795, de 28 de II – Monitorar o registro adequado da trajetória acadêmica dos
setembro de 2015: estudantes, observando as normas e orientações desta Secretaria;
I - Cadastrar e inativar os servidores de sua Escola para realizar III – Acompanhar a finalização dos registros de avaliação e fre-
as operações no SIMADE e no DED; quência no DED e no SIMADE, a regularização de vida escolar, o
II - Orientar, supervisionar, retificar e validar os registros de da- cumprimento da progressão parcial, a autorização e inclusão de
dos no SIMADE, sob a responsabilidade do PEB, do Secretário Es- novas turmas, a realização de novas matrículas e a enturmação de
colar e do Assistente Técnico de Educação Básica (ATB), dentro dos estudantes, entre outras ações realizadas pelas escolas no sistema.
prazos previstos por esta Secretaria; Art. 9º - Compete ao Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE)
III - Monitorar a inserção dos dados no SIMADE, garantindo a capacitar os docentes e o pessoal administrativo da escola, no que
sua fidedignidade e atualização periódica, em conformidade com tange ao uso da tecnologia educacional para a manutenção do fun-
as normas vigentes da Secretaria de Estado de Educação de Minas cionamento do SIMADE, observando o disposto na Resolução SEE
Gerais. nº 2.972, de 16 de maio de 2016.
Parágrafo único. O Diretor deverá organizar o Quadro de Pesso- Art. 10 - Compete ao Diretor da Superintendência Regional de
al, após a devida inserção dos dados cadastrais da escola, dos seus Ensino (SRE):
servidores e estudantes, como também turmas, aulas e funções, I – Autorizar o funcionamento de turmas no SIMADE;
dentre outros dados necessários, com base no disposto na legisla- II – Promover a articulação entre as equipes da SRE, com o ob-
ção vigente. jetivo de integrar as ações pedagógicas desenvolvidas pela escola,
Art. 6º - Compete ao Secretário Escolar e ao ATB das escolas SRE e Unidade Central desta Secretaria que impactam na qualidade
estaduais de Minas Gerais: dos dados e na gestão do SIMADE.
I – Inserir e manter atualizados os dados cadastrais da Escola, Art. 11 – Compete à Comissão Permanente de Avaliação de Do-
de seus servidores e estudantes, observando as normas vigentes da cumentos (CPAD) promover a gestão, a guarda e a preservação dos
Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais. documentos arquivísticos digitais escolares, observando o disposto
II – Realizar a configuração de Programa Pedagógico, observan- na Resolução SEE n.º 1.125, de 13 de junho de 2008.
do a matriz curricular vigente para cada tipo de ensino e etapa de
escolarização; DAS ATRIBUIÇÕES NO DIÁRIO ESCOLAR DIGITAL
III - Realizar a matrícula e enturmação no SIMADE imediata-
mente após o acolhimento do estudante; Art. 12 – Compete ao PEB:
IV – Efetuar, dentro dos prazos estabelecidos por esta Secreta- I – Inserir a frequência diária dos estudantes, semanalmente,
ria, a criação de turmas, em conformidade com o Plano de Atendi- em conformidade com as normas e orientações desta Secretaria de
mento vigente; Estado de Educação;
V – Organizar as turmas, aulas e funções a serem atribuídas ao II – Inserir os conteúdos lecionados nas aulas, em até 5 dias
PEB, atendendo ao disposto na legislação vigente; úteis após o encerramento das atividades de cada bimestre;
VI – Associar os docentes aos conteúdos curriculares, visando o III – Informar os procedimentos de avaliação, as oportunidades
acesso deles ao DED, da(s) respectiva(s) turma(s); de aprendizagem, o aproveitamento alcançado pelos estudantes
VII – Assegurar o registro no SIMADE, da frequência e aprovei- em cada bimestre;
tamento dos estudantes matriculados nos cursos e modalidades e IV – Inserir o resultado final, em conformidade com o Regimen-
participantes dos projetos ofertados pela escola em até 5 dias úteis, to Escolar e orientações específicas, em até 5 dias úteis após o en-
após o encerramento das atividades de cada bimestre; cerramento do calendário escolar.
VIII – Conferir os resultados escolares dos estudantes no SIMA- Art. 13 – Compete ao EEB:
DE em até 5 dias úteis após o encerramento de cada bimestre letivo. I – Monitorar os registros no DED, observando as normas vi-
Art. 7º - Compete ao servidor do Serviço de Documentação e gentes;
Informações Educacionais (SEDINE): II – Registrar o perfil da(s) turma(s) relativo à enturmação pe-
I – Acompanhar e orientar as escolas estaduais de sua circuns- dagógica;
crição sobre a inserção tempestiva, a atualização e a correção dos III – Autorizar as retificações de registros no DED, quando soli-
dados educacionais nas plataformas do SIMADE; citado pelo PEB.
II – Capacitar as equipes das escolas estaduais e Superinten-
dências Regionais de Ensino sobre as rotinas operacionais e funcio- DISPOSIÇÕES FINAIS
nalidades do SIMADE;
III – Orientar os registros das informações educacionais nas Pla- Art. 14 - Os registros de frequência diária dos estudantes e de
taformas do SIMADE, pelas escolas estaduais, esclarecendo dúvidas procedimentos avaliativos efetuados no DED nos anos de 2017 e
dos servidores das unidades escolares e das demais equipes das 2018 estão validados por esta Resolução.
Superintendências Regionais de Ensino quanto às funcionalidades Art. 15 - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publica-
do sistema. ção, ficando revogadas as Resoluções SEE nº 1.180, de 28 de agosto
Art. 8º - Compete ao Analista Educacional/Inspetor Escolar de 2008, e Resolução SEE nº 2.131, de 17 de julho de 2012.
(ANE/IE), observando o disposto na Resolução SEE n.º 3.428, de 13
de junho de 2017: SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO, em Belo Horizonte, aos
17 de dezembro de 2018.
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