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a solução para o seu concurso!

CEETEPS-SP
CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO
TECNOLÓGICA PAULA SOUZA

Agente Técnico e
Administrativo (Auxiliar Administrativo)

EDITAL DE ABERTU-
RA DE INSCRIÇÕES Nº
001/2022

CÓD: SL-003NV-22
7908433228851
INTRODUÇÃO

Como passar em um concurso público?


Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação. É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como
estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.

Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou esta introdução com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.

Então mãos à obra!


• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho;

• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área;

• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total;

• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo;

• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.

• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame;

• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.

A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.

Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.

A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Vamos juntos!

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ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Análise, compreensão e interpretação de diversos tipos de textos verbais, não verbais, literários e não literários. Informações
literais e inferências possíveis. Ponto de vista do autor. Estruturação do texto: relações entre ideias; recursos de coesão..... 7
2. Significação contextual de palavras e expressões. Sinônimos e antônimos. Sentido próprio e figurado das palavras. ............ 21
3. Classes de palavras: emprego e sentido que imprimem às relações que estabelecem: substantivo, adjetivo, artigo, numeral,
pronome, verbo, advérbio, preposição e conjunção. Voz Ativa e Passiva.................................................................................. 22
4. Sintaxe: período simples; período composto - coordenação e subordinação. .......................................................................... 26
5. Concordância verbal e nominal. ............................................................................................................................................... 29
6. Regência verbal e nominal. ....................................................................................................................................................... 29
7. Colocação pronominal. .............................................................................................................................................................. 30
8. Crase. ........................................................................................................................................................................................ 31
9. Pontuação. ................................................................................................................................................................................ 31
10. Ortografia oficial. ....................................................................................................................................................................... 32
11. Acentuação gráfica..................................................................................................................................................................... 33

Raciocínio Lógico-matemático
1. Operações, expressões e problemas com números naturais. Números fracionários, decimais, inteiros, racionais e reais. ........ 37
2. Equação de 1º e 2º graus, com variáveis. .................................................................................................................................... 42
3. Razão e proporção. ..................................................................................................................................................................... 46
4. Regra de 3 simples e composta. .................................................................................................................................................. 47
5. Geometria. Cálculo de área e de volume. .................................................................................................................................. 48
6. Estrutura lógica de relações arbitrárias entre pessoas, lugares, objetos ou eventos fictícios; dedução de novas informações
das relações fornecidas e avalição das condições usadas para estabelecer a estrutura daquelas relações. Compreensão do
processo lógico que, a partir de um conjunto de hipóteses, conduz, de forma válida, a conclusões determinadas.................. 60

Noções de Informática
1. MS-Windows 10: conceito de pastas, diretórios, arquivos e atalhos, área de trabalho, área de transferência, manipulação
de arquivos e pastas, uso dos menus, programas e aplicativos, interação com o conjunto de aplicativos MS-Office 2016....... 87
2. MS-Word 2016: estrutura básica dos documentos, edição e formatação de textos, cabeçalhos, parágrafos, fontes, colunas,
marcadores simbólicos e numéricos, tabelas, impressão, controle de quebras e numeração de páginas, legendas, índices,
inserção de objetos, campos predefinidos, caixas de texto. ..................................................................................................... 97
3. MS-Excel 2016: estrutura básica das planilhas, conceitos de células, linhas, colunas, pastas e gráficos, elaboração de tabelas
e gráficos, uso de fórmulas, funções e macros, impressão, inserção de objetos, campos predefinidos, controle de quebras
e numeração de páginas, obtenção de dados externos, classificação de dados. ...................................................................... 105
4. Correio Eletrônico: uso de correio eletrônico, preparo e envio de mensagens, anexação de arquivos. .................................... 111
5. Internet: navegação na internet, conceitos de URL, links, sites, busca e impressão de páginas................................................ 113

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ÍNDICE

Conhecimentos Específicos - Noções de Direito Administrativo


Agente Técnico e Administrativo (Auxiliar Administrativo)
1. Princípios da Administração. ...................................................................................................................................................... 119
2. Organização administrativa: Administração direta e indireta, centralizada e descentralizada. ................................................ 121
3. Poderes da Administração: hierárquico; disciplinar; poder normativo e regulamentar; vinculado; discricionário. Poder de
polícia: conceito, características, finalidade e limites. ................................................................................................................ 124
4. Ato administrativo: conceito; requisitos; atributos; classificação; espécies; discricionariedade e vinculação; invalidação;
anulação; revogação; prescrição; cassação e revalidação. ........................................................................................................ 130
5. Agentes Públicos: Normas constitucionais concernentes aos servidores públicos (art. 39 a 41, CF). Servidores públicos:
classificação e características. Regimes jurídicos funcionais: único, estatutário, e de emprego público. Cargo público:
conceito e espécies; provimento; estabilidade; vacância; remoção; redistribuição e substituição. Concurso público. ............ 141
6. Serviços Públicos: conceito, classificação, regulamentação e controle; forma, meios e requisitos; delegação: concessão,
permissão, autorização. ............................................................................................................................................................ 152
7. Licitação: conceito, finalidades, princípios e objeto. Obrigatoriedade, dispensa, inexigibilidade e vedação. Modalidades.
Procedimento, revogação e anulação. Sanções. Normas gerais de licitação. ............................................................................ 163
8. Contratos administrativos: conceito, peculiaridades e interpretação. Formalização, execução, inexecução, revisão e
rescisão. .................................................................................................................................................................................... 172
9. Controle da Administração. Controle interno e externo. .......................................................................................................... 181
10. Lei de Improbidade Administrativa (Lei Federal nº 8.429/1992); .............................................................................................. 185
11. Processo administrativo: conceito, princípios, fases e modalidades. ........................................................................................ 194
12. Processo Administrativo no âmbito da Administração Pública Estadual (Lei Estadual nº 10.177/1998); ................................. 201
13. Lei Federal nº 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação)......................................................................................................... 208

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LÍNGUA PORTUGUESA

• Linguagem não-verbal é aquela que utiliza somente imagens,


ANÁLISE, COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE DIVERSOS fotos, gestos... não há presença de nenhuma palavra.
TIPOS DE TEXTOS VERBAIS, NÃO VERBAIS, LITERÁRIOS E
NÃO LITERÁRIOS. INFORMAÇÕES LITERAIS E INFERÊNCIAS
POSSÍVEIS. PONTO DE VISTA DO AUTOR. ESTRUTURAÇÃO
DO TEXTO: RELAÇÕES ENTRE IDEIAS; RECURSOS DE CO-
ESÃO

Compreensão e interpretação de textos


Chegamos, agora, em um ponto muito importante para todo o
seu estudo: a interpretação de textos. Desenvolver essa habilidade
é essencial e pode ser um diferencial para a realização de uma boa
prova de qualquer área do conhecimento.
Mas você sabe a diferença entre compreensão e interpretação?
A compreensão é quando você entende o que o texto diz de
forma explícita, aquilo que está na superfície do texto.
Quando Jorge fumava, ele era infeliz. • Linguagem Mista (ou híbrida) é aquele que utiliza tanto as pa-
Por meio dessa frase, podemos entender que houve um tempo lavras quanto as imagens. Ou seja, é a junção da linguagem verbal
que Jorge era infeliz, devido ao cigarro. com a não-verbal.
A interpretação é quando você entende o que está implícito,
nas entrelinhas, aquilo que está de modo mais profundo no texto
ou que faça com que você realize inferências.
Quando Jorge fumava, ele era infeliz.
Já compreendemos que Jorge era infeliz quando fumava, mas
podemos interpretar que Jorge parou de fumar e que agora é feliz.
Percebeu a diferença?

Tipos de Linguagem
Existem três tipos de linguagem que precisamos saber para que
facilite a interpretação de textos.
• Linguagem Verbal é aquela que utiliza somente palavras. Ela
pode ser escrita ou oral.

Além de saber desses conceitos, é importante sabermos iden-


tificar quando um texto é baseado em outro. O nome que damos a
este processo é intertextualidade.

Interpretação de Texto
Interpretar um texto quer dizer dar sentido, inferir, chegar a
uma conclusão do que se lê. A interpretação é muito ligada ao su-
bentendido. Sendo assim, ela trabalha com o que se pode deduzir
de um texto.
A interpretação implica a mobilização dos conhecimentos pré-
vios que cada pessoa possui antes da leitura de um determinado
texto, pressupõe que a aquisição do novo conteúdo lido estabeleça
uma relação com a informação já possuída, o que leva ao cresci-
mento do conhecimento do leitor, e espera que haja uma aprecia-
ção pessoal e crítica sobre a análise do novo conteúdo lido, afetan-
do de alguma forma o leitor.
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Sendo assim, podemos dizer que existem diferentes tipos de IDENTIFICANDO O TEMA DE UM TEXTO
leitura: uma leitura prévia, uma leitura seletiva, uma leitura analíti- O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia
ca e, por fim, uma leitura interpretativa. principal que o texto será desenvolvido. Para que você consiga
identificar o tema de um texto, é necessário relacionar as diferen-
É muito importante que você: tes informações de forma a construir o seu sentido global, ou seja,
- Assista os mais diferenciados jornais sobre a sua cidade, esta- você precisa relacionar as múltiplas partes que compõem um todo
do, país e mundo; significativo, que é o texto.
- Se possível, procure por jornais escritos para saber de notícias Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a ler um
(e também da estrutura das palavras para dar opiniões); texto por sentir-se atraído pela temática resumida no título. Pois o
- Leia livros sobre diversos temas para sugar informações orto- título cumpre uma função importante: antecipar informações sobre
gráficas, gramaticais e interpretativas; o assunto que será tratado no texto.
- Procure estar sempre informado sobre os assuntos mais po- Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura por-
lêmicos; que achou o título pouco atraente ou, ao contrário, sentiu-se atra-
- Procure debater ou conversar com diversas pessoas sobre ído pelo título de um livro ou de um filme, por exemplo. É muito
qualquer tema para presenciar opiniões diversas das suas. comum as pessoas se interessarem por temáticas diferentes, de-
pendendo do sexo, da idade, escolaridade, profissão, preferências
Dicas para interpretar um texto: pessoais e experiência de mundo, entre outros fatores.
– Leia lentamente o texto todo. Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro, se-
No primeiro contato com o texto, o mais importante é tentar xualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas, moda, cuidados com
compreender o sentido global do texto e identificar o seu objetivo. o corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são praticamente in-
finitas e saber reconhecer o tema de um texto é condição essen-
– Releia o texto quantas vezes forem necessárias. cial para se tornar um leitor hábil. Vamos, então, começar nossos
Assim, será mais fácil identificar as ideias principais de cada pa- estudos?
rágrafo e compreender o desenvolvimento do texto. Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício
bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz ao ler um texto:
– Sublinhe as ideias mais importantes. reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir?
Sublinhar apenas quando já se tiver uma boa noção da ideia
principal e das ideias secundárias do texto. CACHORROS
– Separe fatos de opiniões.
O leitor precisa separar o que é um fato (verdadeiro, objetivo Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma
e comprovável) do que é uma opinião (pessoal, tendenciosa e mu- espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos
tável). seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa ami-
– Retorne ao texto sempre que necessário. zade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas
Além disso, é importante entender com cuidado e atenção os precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam que,
enunciados das questões. se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a
comida que sobrava. Já os homens descobriram que os cachorros
– Reescreva o conteúdo lido. podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da
Para uma melhor compreensão, podem ser feitos resumos, tó- casa, além de serem ótimos companheiros. Um colaborava com o
picos ou esquemas. outro e a parceria deu certo.

Além dessas dicas importantes, você também pode grifar pa- Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o pos-
lavras novas, e procurar seu significado para aumentar seu vocabu- sível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o tex-
lário, fazer atividades como caça-palavras, ou cruzadinhas são uma to vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele
distração, mas também um aprendizado. falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo
Não se esqueça, além da prática da leitura aprimorar a compre- do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a asso-
ensão do texto e ajudar a aprovação, ela também estimula nossa ciação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo
imaginação, distrai, relaxa, informa, educa, atualiza, melhora nos- mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens.
so foco, cria perspectivas, nos torna reflexivos, pensantes, além de As informações que se relacionam com o tema chamamos de
melhorar nossa habilidade de fala, de escrita e de memória. subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram,
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias se- ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma unida-
letas e organizadas, através dos parágrafos que é composto pela de de sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse texto
ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você chegou à
do texto. conclusão de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães.
O primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a iden- Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa que você foi
tificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias capaz de identificar o tema do texto!
secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou explica-
ções, que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-ideias-
prova. -secundarias/
Compreendido tudo isso, interpretar significa extrair um signi-
ficado. Ou seja, a ideia está lá, às vezes escondida, e por isso o can-
didato só precisa entendê-la – e não a complementar com algum
valor individual. Portanto, apegue-se tão somente ao texto, e nunca
extrapole a visão dele.

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IDENTIFICAÇÃO DE EFEITOS DE IRONIA OU HUMOR EM Ironia dramática (ou satírica)
TEXTOS VARIADOS A ironia dramática é um efeito de sentido que ocorre nos textos
literários quando o leitor, a audiência, tem mais informações do que
Ironia tem um personagem sobre os eventos da narrativa e sobre inten-
Ironia  é o recurso pelo qual o emissor diz o contrário do que ções de outros personagens. É um recurso usado para aprofundar
está pensando ou sentindo (ou por pudor em relação a si próprio ou os significados ocultos em diálogos e ações e que, quando captado
com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem). pelo leitor, gera um clima de suspense, tragédia ou mesmo comé-
A ironia consiste na utilização de determinada palavra ou ex- dia, visto que um personagem é posto em situações que geram con-
pressão que, em um outro contexto diferente do usual, ganha um flitos e mal-entendidos porque ele mesmo não tem ciência do todo
novo sentido, gerando um efeito de humor. da narrativa.
Exemplo: Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo o
que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil apa-
recer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exem-
plo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história
irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens agem ao
longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a
plateia já sabe que eles não serão bem-sucedidos.

Humor
Nesse caso, é muito comum a utilização de situações que pare-
çam cômicas ou surpreendentes para provocar o efeito de humor.
Situações cômicas ou potencialmente humorísticas comparti-
lham da característica do efeito surpresa. O humor reside em ocor-
rer algo fora do esperado numa situação.
Há diversas situações em que o humor pode aparecer. Há as ti-
rinhas e charges, que aliam texto e imagem para criar efeito cômico;
há anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, frequentemente
acessadas como forma de gerar o riso.
Os textos com finalidade humorística podem ser divididos em
quatro categorias: anedotas, cartuns, tiras e charges.

Exemplo:

Na construção de um texto, ela pode aparecer em três mo-


dos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou satírica).

Ironia verbal
Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig-
nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a
intenção são diferentes.
Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível!
ANÁLISE E A INTERPRETAÇÃO DO TEXTO SEGUNDO O GÊ-
Ironia de situação NERO EM QUE SE INSCREVE
A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o Compreender um texto trata da análise e decodificação do que
resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja. de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes. Inter-
Exemplo: Quando num texto literário uma personagem planeja pretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao
uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. No li- conectar as ideias do texto com a realidade. Interpretação trabalha
vro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto.
personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual-
vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem suces- quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia
so. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia é que principal. Compreender relações semânticas é uma competência
planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou famoso após a imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.
morte. Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode-
-se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro-
fissional, mas também o desenvolvimento pessoal.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Busca de sentidos Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferencia-
Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo do por sua extensão. Ela fica entre o conto e o romance, e tem a
os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na história principal, mas também tem várias histórias secundárias. O
apreensão do conteúdo exposto. tempo na novela é baseada no calendário. O tempo e local são de-
Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma finidos pelas histórias dos personagens. A história (enredo) tem um
relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto mais
citadas ou apresentando novos conceitos. curto.
Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici-
tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que
espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas nós mesmos já vivemos e normalmente é utilizado a ironia para
entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica o tempo não
que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun- é relevante e quando é citado, geralmente são pequenos intervalos
damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas. como horas ou mesmo minutos.

Importância da interpretação Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da lin-


A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se guagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento,
informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a inter- a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de
pretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos imagens.
específicos, aprimora a escrita.
Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros fa- Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a
tores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes pre- opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assunto
sentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz sufi- que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é con-
ciente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre releia o texto, vencer o leitor a concordar com ele.
pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes
que não foram observados previamente. Para auxiliar na busca de Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um
sentidos do texto, pode-se também retirar dele os tópicos frasais entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informações.
presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apre- Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas
ensão do conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não de destaque sobre algum assunto de interesse.
estão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira alea-
tória, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários, Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materiali-
estabelecendo uma relação hierárquica do pensamento defendido, za em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite as
retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos. crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando
Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo au- os professores a identificar o nível de alfabetização delas.
tor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço para
divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas. Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo
Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa li-
precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que berdade para quem recebe a informação.
não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas.
Ler com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão, DISTINÇÃO DE FATO E OPINIÃO SOBRE ESSE FATO
assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes.
Fato
Diferença entre compreensão e interpretação O fato é algo que aconteceu ou está acontecendo. A existência
A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do do fato pode ser constatada de modo indiscutível. O fato pode é
texto e verificar o que realmente está escrito nele. Já a interpreta- uma coisa que aconteceu e pode ser comprovado de alguma manei-
ção imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. O ra, através de algum documento, números, vídeo ou registro.
leitor tira conclusões subjetivas do texto. Exemplo de fato:
A mãe foi viajar.
Gêneros Discursivos
Romance: descrição longa de ações e sentimentos de perso- Interpretação
nagens fictícios, podendo ser de comparação com a realidade ou É o ato de dar sentido ao fato, de entendê-lo. Interpretamos
totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma quando relacionamos fatos, os comparamos, buscamos suas cau-
novela é a extensão do texto, ou seja, o romance é mais longo. No sas, previmos suas consequências.
romance nós temos uma história central e várias histórias secun- Entre o fato e sua interpretação há uma relação lógica: se apon-
dárias. tamos uma causa ou consequência, é necessário que seja plausível.
Se comparamos fatos, é preciso que suas semelhanças ou diferen-
Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmente ças sejam detectáveis.
imaginário. Com linguagem linear e curta, envolve poucas perso-
nagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única Exemplos de interpretação:
ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
encaminham-se diretamente para um desfecho. tro país.
A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
do que com a filha.

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Opinião Conclusão: faz uma retomada breve de tudo que foi abordado
A opinião é a avaliação que se faz de um fato considerando um e conclui o texto. Esta última parte pode ser feita de várias maneiras
juízo de valor. É um julgamento que tem como base a interpretação diferentes, é possível deixar o assunto ainda aberto criando uma
que fazemos do fato. pergunta reflexiva, ou concluir o assunto com as suas próprias con-
Nossas opiniões costumam ser avaliadas pelo grau de coerên- clusões a partir das ideias e argumentos do desenvolvimento.
cia que mantêm com a interpretação do fato. É uma interpretação
do fato, ou seja, um modo particular de olhar o fato. Esta opinião Outro aspecto que merece especial atenção são  os conecto-
pode alterar de pessoa para pessoa devido a fatores socioculturais. res. São responsáveis pela coesão do texto e tornam a leitura mais
fluente, visando estabelecer um encadeamento lógico entre as
Exemplos de opiniões que podem decorrer das interpretações ideias e servem de ligação entre o parágrafo, ou no interior do perí-
anteriores: odo, e o tópico que o antecede.
A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou- Saber usá-los com precisão, tanto no interior da frase, quanto
tro país. Ela tomou uma decisão acertada. ao passar de um enunciado para outro, é uma exigência também
A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão para a clareza do texto.
do que com a filha. Ela foi egoísta. Sem os conectores (pronomes relativos, conjunções, advér-
Muitas vezes, a interpretação já traz implícita uma opinião. bios, preposições, palavras denotativas) as ideias não fluem, muitas
Por exemplo, quando se mencionam com ênfase consequên- vezes o pensamento não se completa, e o texto torna-se obscuro,
cias negativas que podem advir de um fato, se enaltecem previsões sem coerência.
positivas ou se faz um comentário irônico na interpretação, já esta- Esta estrutura é uma das mais utilizadas em textos argumenta-
mos expressando nosso julgamento. tivos, e por conta disso é mais fácil para os leitores.
É muito importante saber a diferença entre o fato e opinião, Existem diversas formas de se estruturar cada etapa dessa es-
principalmente quando debatemos um tema polêmico ou quando trutura de texto, entretanto, apenas segui-la já leva ao pensamento
analisamos um texto dissertativo. mais direto.

Exemplo: NÍVEIS DE LINGUAGEM


A mãe viajou e deixou a filha só. Nem deve estar se importando
com o sofrimento da filha. Definição de linguagem
Linguagem é qualquer meio sistemático de comunicar ideias
ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO E DOS PARÁGRAFOS ou sentimentos através de signos convencionais, sonoros, gráficos,
Uma boa redação é dividida em ideias relacionadas entre si gestuais etc. A linguagem é individual e flexível e varia dependendo
ajustadas a uma ideia central que norteia todo o pensamento do da idade, cultura, posição social, profissão etc. A maneira de arti-
texto. Um dos maiores problemas nas redações é estruturar as cular as palavras, organizá-las na frase, no texto, determina nossa
ideias para fazer com que o leitor entenda o que foi dito no texto. linguagem, nosso estilo (forma de expressão pessoal).
Fazer uma estrutura no texto para poder guiar o seu pensamento As inovações linguísticas, criadas pelo falante, provocam, com
e o do leitor. o decorrer do tempo, mudanças na estrutura da língua, que só as
Parágrafo incorpora muito lentamente, depois de aceitas por todo o grupo
O parágrafo organizado em torno de uma ideia-núcleo, que é social. Muitas novidades criadas na linguagem não vingam na língua
desenvolvida por ideias secundárias. O parágrafo pode ser forma- e caem em desuso.
do por uma ou mais frases, sendo seu tamanho variável. No texto Língua escrita e língua falada
dissertativo-argumentativo, os parágrafos devem estar todos rela- A língua escrita não é a simples reprodução gráfica da língua
cionados com a tese ou ideia principal do texto, geralmente apre- falada, por que os sinais gráficos não conseguem registrar grande
sentada na introdução. parte dos elementos da fala, como o timbre da voz, a entonação, e
ainda os gestos e a expressão facial. Na realidade a língua falada é
Embora existam diferentes formas de organização de parágra- mais descontraída, espontânea e informal, porque se manifesta na
fos, os textos dissertativo-argumentativos e alguns gêneros jornalís- conversação diária, na sensibilidade e na liberdade de expressão
ticos apresentam uma estrutura-padrão. Essa estrutura consiste em do falante. Nessas situações informais, muitas regras determinadas
três partes: a ideia-núcleo, as ideias secundárias (que desenvolvem pela língua padrão são quebradas em nome da naturalidade, da li-
a ideia-núcleo) e a conclusão (que reafirma a ideia-básica). Em pa- berdade de expressão e da sensibilidade estilística do falante.
rágrafos curtos, é raro haver conclusão.
Linguagem popular e linguagem culta
Introdução: faz uma rápida apresentação do assunto e já traz Podem valer-se tanto da linguagem popular quanto da lingua-
uma ideia da sua posição no texto, é normalmente aqui que você gem culta. Obviamente a linguagem popular é mais usada na fala,
irá identificar qual o problema do texto, o porque ele está sendo nas expressões orais cotidianas. Porém, nada impede que ela esteja
escrito. Normalmente o tema e o problema são dados pela própria presente em poesias (o Movimento Modernista Brasileiro procurou
prova. valorizar a linguagem popular), contos, crônicas e romances em que
o diálogo é usado para representar a língua falada.
Desenvolvimento: elabora melhor o tema com argumentos e
ideias que apoiem o seu posicionamento sobre o assunto. É possí-
vel usar argumentos de várias formas, desde dados estatísticos até
citações de pessoas que tenham autoridade no assunto.

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Linguagem Popular ou Coloquial Características principais:
Usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se quase • Os recursos formais mais encontrados são os de valor adje-
sempre rebelde à norma gramatical e é carregada de vícios de lin- tivo (adjetivo, locução adjetiva e oração adjetiva), por sua função
guagem (solecismo – erros de regência e concordância; barbarismo caracterizadora.
– erros de pronúncia, grafia e flexão; ambiguidade; cacofonia; pleo- • Há descrição objetiva e subjetiva, normalmente numa enu-
nasmo), expressões vulgares, gírias e preferência pela coordenação, meração.
que ressalta o caráter oral e popular da língua. A linguagem popular • A noção temporal é normalmente estática.
está presente nas conversas familiares ou entre amigos, anedotas, • Normalmente usam-se verbos de ligação para abrir a defini-
irradiação de esportes, programas de TV e auditório, novelas, na ção.
expressão dos esta dos emocionais etc. • Normalmente aparece dentro de um texto narrativo.
• Os gêneros descritivos mais comuns são estes: manual, anún-
A Linguagem Culta ou Padrão cio, propaganda, relatórios, biografia, tutorial.
É a ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em que
se apresenta com terminologia especial. É usada pelas pessoas ins- Exemplo:
truídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se pela obediên- Era uma casa muito engraçada
cia às normas gramaticais. Mais comumente usada na linguagem Não tinha teto, não tinha nada
escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais artificial, Ninguém podia entrar nela, não
mais estável, menos sujeita a variações. Está presente nas aulas, Porque na casa não tinha chão
conferências, sermões, discursos políticos, comunicações científi- Ninguém podia dormir na rede
cas, noticiários de TV, programas culturais etc. Porque na casa não tinha parede
Gíria Ninguém podia fazer pipi
A gíria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais como Porque penico não tinha ali
arma de defesa contra as classes dominantes. Esses grupos utilizam Mas era feita com muito esmero
a gíria como meio de expressão do cotidiano, para que as mensa- Na rua dos bobos, número zero
gens sejam decodificadas apenas por eles mesmos. (Vinícius de Moraes)
Assim a gíria é criada por determinados grupos que divulgam
o palavreado para outros grupos até chegar à mídia. Os meios de TIPO TEXTUAL INJUNTIVO
comunicação de massa, como a televisão e o rádio, propagam os A injunção indica como realizar uma ação, aconselha, impõe,
novos vocábulos, às vezes, também inventam alguns. A gíria pode instrui o interlocutor. Chamado também de texto instrucional, o
acabar incorporada pela língua oficial, permanecer no vocabulário tipo de texto injuntivo é utilizado para predizer acontecimentos e
de pequenos grupos ou cair em desuso. comportamentos, nas leis jurídicas.
Ex.: “chutar o pau da barraca”, “viajar na maionese”, “galera”,
“mina”, “tipo assim”. Características principais:
• Normalmente apresenta frases curtas e objetivas, com ver-
Linguagem vulgar bos de comando, com tom imperativo; há também o uso do futuro
Existe uma linguagem vulgar relacionada aos que têm pouco do presente (10 mandamentos bíblicos e leis diversas).
ou nenhum contato com centros civilizados. Na linguagem vulgar • Marcas de interlocução: vocativo, verbos e pronomes de 2ª
há estruturas com “nóis vai, lá”, “eu di um beijo”, “Ponhei sal na pessoa ou 1ª pessoa do plural, perguntas reflexivas etc.
comida”.
Exemplo:
Linguagem regional Impedidos do Alistamento Eleitoral (art. 5º do Código Eleito-
Regionalismos são variações geográficas do uso da língua pa- ral) – Não podem alistar-se eleitores: os que não saibam exprimir-se
drão, quanto às construções gramaticais e empregos de certas pala- na língua nacional, e os que estejam privados, temporária ou defi-
vras e expressões. Há, no Brasil, por exemplo, os falares amazônico, nitivamente dos direitos políticos. Os militares são alistáveis, desde
nordestino, baiano, fluminense, mineiro, sulino. que oficiais, aspirantes a oficiais, guardas-marinha, subtenentes ou
suboficiais, sargentos ou alunos das escolas militares de ensino su-
Tipos e genêros textuais perior para formação de oficiais.
Os tipos textuais configuram-se como modelos fixos e abran-
gentes que objetivam a distinção e definição da estrutura, bem Tipo textual expositivo
como aspectos linguísticos de narração, dissertação, descrição e A dissertação é o ato de apresentar ideias, desenvolver racio-
explicação. Eles apresentam estrutura definida e tratam da forma cínio, analisar contextos, dados e fatos, por meio de exposição,
como um texto se apresenta e se organiza. Existem cinco tipos clás- discussão, argumentação e defesa do que pensamos. A dissertação
sicos que aparecem em provas: descritivo, injuntivo, expositivo (ou pode ser expositiva ou argumentativa.
dissertativo-expositivo) dissertativo e narrativo. Vejamos alguns A dissertação-expositiva é caracterizada por esclarecer um as-
exemplos e as principais características de cada um deles. sunto de maneira atemporal, com o objetivo de explicá-lo de ma-
neira clara, sem intenção de convencer o leitor ou criar debate.
Tipo textual descritivo
A descrição é uma modalidade de composição textual cujo Características principais:
objetivo é fazer um retrato por escrito (ou não) de um lugar, uma • Apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão.
pessoa, um animal, um pensamento, um sentimento, um objeto, • O objetivo não é persuadir, mas meramente explicar, infor-
um movimento etc. mar.
• Normalmente a marca da dissertação é o verbo no presente.
• Amplia-se a ideia central, mas sem subjetividade ou defesa
de ponto de vista.
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• Apresenta linguagem clara e imparcial. • Normalmente, nos concursos públicos, o texto aparece em
prosa, não em verso.
Exemplo:
O texto dissertativo consiste na ampliação, na discussão, no Exemplo:
questionamento, na reflexão, na polemização, no debate, na ex- Solidão
pressão de um ponto de vista, na explicação a respeito de um de- João era solteiro, vivia só e era feliz. Na verdade, a solidão era
terminado tema. o que o tornava assim. Conheceu Maria, também solteira, só e fe-
Existem dois tipos de dissertação bem conhecidos: a disserta- liz. Tão iguais, a afinidade logo se transforma em paixão. Casam-se.
ção expositiva (ou informativa) e a argumentativa (ou opinativa). Dura poucas semanas. Não havia mesmo como dar certo: ao se uni-
Portanto, pode-se dissertar simplesmente explicando um as- rem, um tirou do outro a essência da felicidade.
sunto, imparcialmente, ou discutindo-o, parcialmente. Nelson S. Oliveira
Fonte: https://www.recantodasletras.com.br/contossurre-
Tipo textual dissertativo-argumentativo ais/4835684
Este tipo de texto — muito frequente nas provas de concur-
sos — apresenta posicionamentos pessoais e exposição de ideias GÊNEROS TEXTUAIS
apresentadas de forma lógica. Com razoável grau de objetividade, Já os gêneros textuais (ou discursivos) são formas diferentes
clareza, respeito pelo registro formal da língua e coerência, seu in- de expressão comunicativa. As muitas formas de elaboração de um
tuito é a defesa de um ponto de vista que convença o interlocutor texto se tornam gêneros, de acordo com a intenção do seu pro-
(leitor ou ouvinte). dutor. Logo, os gêneros apresentam maior diversidade e exercem
funções sociais específicas, próprias do dia a dia. Ademais, são pas-
Características principais: síveis de modificações ao longo do tempo, mesmo que preservan-
• Presença de estrutura básica (introdução, desenvolvimento do características preponderantes. Vejamos, agora, uma tabela que
e conclusão): ideia principal do texto (tese); argumentos (estraté- apresenta alguns gêneros textuais classificados com os tipos textu-
gias argumentativas: causa-efeito, dados estatísticos, testemunho ais que neles predominam.
de autoridade, citações, confronto, comparação, fato, exemplo,
enumeração...); conclusão (síntese dos pontos principais com su- Tipo Textual Predominante Gêneros Textuais
gestão/solução).
• Utiliza verbos na 1ª pessoa (normalmente nas argumentações Descritivo Diário
informais) e na 3ª pessoa do presente do indicativo (normalmente Relatos (viagens, históricos, etc.)
nas argumentações formais) para imprimir uma atemporalidade e Biografia e autobiografia
um caráter de verdade ao que está sendo dito. Notícia
• Privilegiam-se as estruturas impessoais, com certas modali- Currículo
zações discursivas (indicando noções de possibilidade, certeza ou Lista de compras
probabilidade) em vez de juízos de valor ou sentimentos exaltados. Cardápio
• Há um cuidado com a progressão temática, isto é, com o de- Anúncios de classificados
senvolvimento coerente da ideia principal, evitando-se rodeios. Injuntivo Receita culinária
Bula de remédio
Exemplo: Manual de instruções
A maioria dos problemas existentes em um país em desenvol- Regulamento
vimento, como o nosso, podem ser resolvidos com uma eficiente Textos prescritivos
administração política (tese), porque a força governamental certa-
mente se sobrepõe a poderes paralelos, os quais – por negligência Expositivo Seminários
de nossos representantes – vêm aterrorizando as grandes metró- Palestras
poles. Isso ficou claro no confronto entre a força militar do RJ e os Conferências
traficantes, o que comprovou uma verdade simples: se for do desejo Entrevistas
dos políticos uma mudança radical visando o bem-estar da popula- Trabalhos acadêmicos
ção, isso é plenamente possível (estratégia argumentativa: fato- Enciclopédia
-exemplo). É importante salientar, portanto, que não devemos ficar Verbetes de dicionários
de mãos atadas à espera de uma atitude do governo só quando o Dissertativo-argumentativo Editorial Jornalístico
caos se estabelece; o povo tem e sempre terá de colaborar com uma Carta de opinião
cobrança efetiva (conclusão). Resenha
Artigo
Tipo textual narrativo Ensaio
O texto narrativo é uma modalidade textual em que se conta Monografia, dissertação de
um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lu- mestrado e tese de doutorado
gar, envolvendo certos personagens. Toda narração tem um enredo,
Narrativo Romance
personagens, tempo, espaço e narrador (ou foco narrativo).
Novela
Crônica
Características principais:
Contos de Fada
• O tempo verbal predominante é o passado.
Fábula
• Foco narrativo com narrador de 1ª pessoa (participa da his-
Lendas
tória – onipresente) ou de 3ª pessoa (não participa da história –
onisciente).

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Sintetizando: os tipos textuais são fixos, finitos e tratam da for- As pessoas costumam pensar que o argumento seja apenas
ma como o texto se apresenta. Os gêneros textuais são fluidos, infi- uma prova de verdade ou uma razão indiscutível para comprovar a
nitos e mudam de acordo com a demanda social. veracidade de um fato. O argumento é mais que isso: como se disse
acima, é um recurso de linguagem utilizado para levar o interlocu-
INTERTEXTUALIDADE tor a crer naquilo que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro o
A  intertextualidade  é um recurso realizado entre textos, ou que está sendo transmitido. A argumentação pertence ao domínio
seja, é a influência e relação que um estabelece sobre o outro. As- da retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o uso de recur-
sim, determina o fenômeno relacionado ao processo de produção sos de linguagem.
de textos que faz referência (explícita ou implícita) aos elementos Para compreender claramente o que é um argumento, é bom
existentes em outro texto, seja a nível de conteúdo, forma ou de voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do século IV a.C., numa
ambos: forma e conteúdo. obra intitulada “Tópicos: os argumentos são úteis quando se tem de
Grosso modo, a intertextualidade é o diálogo entre textos, de escolher entre duas ou mais coisas”.
forma que essa relação pode ser estabelecida entre as produções
textuais que apresentem diversas linguagens (visual, auditiva, escri- Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e uma des-
ta), sendo expressa nas artes (literatura, pintura, escultura, música, vantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos argumentar.
dança, cinema), propagandas publicitárias, programas televisivos, Suponhamos, no entanto, que tenhamos de escolher entre duas
provérbios, charges, dentre outros. coisas igualmente vantajosas, a riqueza e a saúde. Nesse caso, pre-
cisamos argumentar sobre qual das duas é mais desejável. O argu-
Tipos de Intertextualidade mento pode então ser definido como qualquer recurso que torna
• Paródia: perversão do texto anterior que aparece geralmen- uma coisa mais desejável que outra. Isso significa que ele atua no
te, em forma de crítica irônica de caráter humorístico. Do grego domínio do preferível. Ele é utilizado para fazer o interlocutor crer
(parodès), a palavra “paródia” é formada pelos termos “para” (se- que, entre duas teses, uma é mais provável que a outra, mais pos-
melhante) e “odes” (canto), ou seja, “um canto (poesia) semelhante sível que a outra, mais desejável que a outra, é preferível à outra.
a outro”. Esse recurso é muito utilizado pelos programas humorís- O objetivo da argumentação não é demonstrar a verdade de
ticos. um fato, mas levar o ouvinte a admitir como verdadeiro o que o
• Paráfrase: recriação de um texto já existente mantendo a enunciador está propondo.
mesma ideia contida no texto original, entretanto, com a utilização Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumentação.
de outras palavras. O vocábulo “paráfrase”, do grego (paraphrasis), O primeiro opera no domínio do necessário, ou seja, pretende
significa a “repetição de uma sentença”. demonstrar que uma conclusão deriva necessariamente das pre-
• Epígrafe: recurso bastante utilizado em obras e textos cientí- missas propostas, que se deduz obrigatoriamente dos postulados
ficos. Consiste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha admitidos. No raciocínio lógico, as conclusões não dependem de
alguma relação com o que será discutido no texto. Do grego, o ter- crenças, de uma maneira de ver o mundo, mas apenas do encadea-
mo “epígrafhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior) mento de premissas e conclusões.
e “graphé” (escrita). Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte encadeamento:
• Citação: Acréscimo de partes de outras obras numa produção A é igual a B.
textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem expressa A é igual a C.
entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro autor. Então: C é igual a B.
Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação sem re-
lacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o termo Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigatoriamente,
“citação” (citare) significa convocar. que C é igual a A.
• Alusão: Faz referência aos elementos presentes em outros Outro exemplo:
textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por dois Todo ruminante é um mamífero.
termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar). A vaca é um ruminante.
• Outras formas de intertextualidade menos discutidas são Logo, a vaca é um mamífero.
o pastiche, o sample, a tradução e a bricolagem.
Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a conclusão
ARGUMENTAÇÃO também será verdadeira.
O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma informa- No domínio da argumentação, as coisas são diferentes. Nele,
ção a alguém. Quem comunica pretende criar uma imagem positiva a conclusão não é necessária, não é obrigatória. Por isso, deve-se
de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito educado, ou inteligente, mostrar que ela é a mais desejável, a mais provável, a mais plau-
ou culto), quer ser aceito, deseja que o que diz seja admitido como sível. Se o Banco do Brasil fizer uma propaganda dizendo-se mais
verdadeiro. Em síntese, tem a intenção de convencer, ou seja, tem confiável do que os concorrentes porque existe desde a chegada
o desejo de que o ouvinte creia no que o texto diz e faça o que ele da família real portuguesa ao Brasil, ele estará dizendo-nos que um
propõe. banco com quase dois séculos de existência é sólido e, por isso, con-
Se essa é a finalidade última de todo ato de comunicação, todo fiável. Embora não haja relação necessária entre a solidez de uma
texto contém um componente argumentativo. A argumentação é o instituição bancária e sua antiguidade, esta tem peso argumentati-
conjunto de recursos de natureza linguística destinados a persuadir vo na afirmação da confiabilidade de um banco. Portanto é provável
a pessoa a quem a comunicação se destina. Está presente em todo que se creia que um banco mais antigo seja mais confiável do que
tipo de texto e visa a promover adesão às teses e aos pontos de outro fundado há dois ou três anos.
vista defendidos. Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa quase
impossível, tantas são as formas de que nos valemos para fazer as
pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, é importante enten-
der bem como eles funcionam.

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Já vimos diversas características dos argumentos. É preciso Argumento de Existência
acrescentar mais uma: o convencimento do interlocutor, o auditó- É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil aceitar
rio, que pode ser individual ou coletivo, será tanto mais fácil quanto aquilo que comprovadamente existe do que aquilo que é apenas
mais os argumentos estiverem de acordo com suas crenças, suas provável, que é apenas possível. A sabedoria popular enuncia o ar-
expectativas, seus valores. Não se pode convencer um auditório gumento de existência no provérbio “Mais vale um pássaro na mão
pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas que ele abomi- do que dois voando”.
na. Será mais fácil convencê-lo valorizando coisas que ele considera Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas documentais
positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja vem com frequência (fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.) ou provas concre-
associada ao futebol, ao gol, à paixão nacional. Nos Estados Unidos, tas, que tornam mais aceitável uma afirmação genérica. Durante
essa associação certamente não surtiria efeito, porque lá o futebol a invasão do Iraque, por exemplo, os jornais diziam que o exérci-
não é valorizado da mesma forma que no Brasil. O poder persuasivo to americano era muito mais poderoso do que o iraquiano. Essa
de um argumento está vinculado ao que é valorizado ou desvalori- afirmação, sem ser acompanhada de provas concretas, poderia ser
zado numa dada cultura. vista como propagandística. No entanto, quando documentada pela
comparação do número de canhões, de carros de combate, de na-
Tipos de Argumento vios, etc., ganhava credibilidade.
Já verificamos que qualquer recurso linguístico destinado a fa- Argumento quase lógico
zer o interlocutor dar preferência à tese do enunciador é um argu- É aquele que opera com base nas relações lógicas, como causa
mento. Exemplo: e efeito, analogia, implicação, identidade, etc. Esses raciocínios são
chamados quase lógicos porque, diversamente dos raciocínios lógi-
Argumento de Autoridade cos, eles não pretendem estabelecer relações necessárias entre os
É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reconhecidas elementos, mas sim instituir relações prováveis, possíveis, plausí-
pelo auditório como autoridades em certo domínio do saber, para veis. Por exemplo, quando se diz “A é igual a B”, “B é igual a C”, “en-
servir de apoio àquilo que o enunciador está propondo. Esse recur- tão A é igual a C”, estabelece-se uma relação de identidade lógica.
so produz dois efeitos distintos: revela o conhecimento do produtor Entretanto, quando se afirma “Amigo de amigo meu é meu amigo”
do texto a respeito do assunto de que está tratando; dá ao texto a não se institui uma identidade lógica, mas uma identidade provável.
garantia do autor citado. É preciso, no entanto, não fazer do texto Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais facilmente
um amontoado de citações. A citação precisa ser pertinente e ver- aceito do que um texto incoerente. Vários são os defeitos que con-
dadeira. Exemplo: correm para desqualificar o texto do ponto de vista lógico: fugir do
“A imaginação é mais importante do que o conhecimento.” tema proposto, cair em contradição, tirar conclusões que não se
fundamentam nos dados apresentados, ilustrar afirmações gerais
Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein. Para com fatos inadequados, narrar um fato e dele extrair generalizações
ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação, não há conhe- indevidas.
cimento. Nunca o inverso.
Alex José Periscinoto. Argumento do Atributo
In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2 É aquele que considera melhor o que tem propriedades típi-
cas daquilo que é mais valorizado socialmente, por exemplo, o mais
A tese defendida nesse texto é que a imaginação é mais impor- raro é melhor que o comum, o que é mais refinado é melhor que o
tante do que o conhecimento. Para levar o auditório a aderir a ela, que é mais grosseiro, etc.
o enunciador cita um dos mais célebres cientistas do mundo. Se Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequência, ce-
um físico de renome mundial disse isso, então as pessoas devem lebridades recomendando prédios residenciais, produtos de beleza,
acreditar que é verdade. alimentos estéticos, etc., com base no fato de que o consumidor
tende a associar o produto anunciado com atributos da celebrida-
Argumento de Quantidade de.
É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior nú- Uma variante do argumento de atributo é o argumento da
mero de pessoas, o que existe em maior número, o que tem maior competência linguística. A utilização da variante culta e formal da
duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O fundamento língua que o produtor do texto conhece a norma linguística social-
desse tipo de argumento é que mais = melhor. A publicidade faz mente mais valorizada e, por conseguinte, deve produzir um texto
largo uso do argumento de quantidade. em que se pode confiar. Nesse sentido é que se diz que o modo de
dizer dá confiabilidade ao que se diz.
Argumento do Consenso Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado de saúde
É uma variante do argumento de quantidade. Fundamenta-se de uma personalidade pública. Ele poderia fazê-lo das duas manei-
em afirmações que, numa determinada época, são aceitas como ras indicadas abaixo, mas a primeira seria infinitamente mais ade-
verdadeiras e, portanto, dispensam comprovações, a menos que o quada para a persuasão do que a segunda, pois esta produziria certa
objetivo do texto seja comprovar alguma delas. Parte da ideia de estranheza e não criaria uma imagem de competência do médico:
que o consenso, mesmo que equivocado, corresponde ao indiscu- - Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e levando em
tível, ao verdadeiro e, portanto, é melhor do que aquilo que não conta o caráter invasivo de alguns exames, a equipe médica houve
desfruta dele. Em nossa época, são consensuais, por exemplo, as por bem determinar o internamento do governador pelo período
afirmações de que o meio ambiente precisa ser protegido e de que de três dias, a partir de hoje, 4 de fevereiro de 2001.
as condições de vida são piores nos países subdesenvolvidos. Ao - Para conseguir fazer exames com mais cuidado e porque al-
confiar no consenso, porém, corre-se o risco de passar dos argu- guns deles são barrapesada, a gente botou o governador no hospi-
mentos válidos para os lugares comuns, os preconceitos e as frases tal por três dias.
carentes de qualquer base científica.

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Como dissemos antes, todo texto tem uma função argumen- A persuasão pode ser válida e não válida. Na persuasão váli-
tativa, porque ninguém fala para não ser levado a sério, para ser da, expõem-se com clareza os fundamentos de uma ideia ou pro-
ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de comunicação posição, e o interlocutor pode questionar cada passo do raciocínio
deseja-se influenciar alguém. Por mais neutro que pretenda ser, um empregado na argumentação. A persuasão não válida apoia-se em
texto tem sempre uma orientação argumentativa. argumentos subjetivos, apelos subliminares, chantagens sentimen-
A orientação argumentativa é uma certa direção que o falante tais, com o emprego de “apelações”, como a inflexão de voz, a mí-
traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, ao falar de um mica e até o choro.
homem público, pode ter a intenção de criticá-lo, de ridicularizá-lo Alguns autores classificam a dissertação em duas modalidades,
ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza. expositiva e argumentativa. Esta, exige argumentação, razões a fa-
O enunciador cria a orientação argumentativa de seu texto vor e contra uma ideia, ao passo que a outra é informativa, apresen-
dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo certos episó- ta dados sem a intenção de convencer. Na verdade, a escolha dos
dios e revelando outros, escolhendo determinadas palavras e não dados levantados, a maneira de expô-los no texto já revelam uma
outras, etc. Veja: “tomada de posição”, a adoção de um ponto de vista na disserta-
“O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras troca- ção, ainda que sem a apresentação explícita de argumentos. Desse
vam abraços afetuosos.” ponto de vista, a dissertação pode ser definida como discussão, de-
bate, questionamento, o que implica a liberdade de pensamento, a
possibilidade de discordar ou concordar parcialmente. A liberdade
O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que noras de questionar é fundamental, mas não é suficiente para organizar
e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria escolhido esse um texto dissertativo. É necessária também a exposição dos fun-
fato para ilustrar o clima da festa nem teria utilizado o termo até, damentos, os motivos, os porquês da defesa de um ponto de vista.
que serve para incluir no argumento alguma coisa inesperada. Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitude argu-
Além dos defeitos de argumentação mencionados quando tra- mentativa. A argumentação está presente em qualquer tipo de dis-
tamos de alguns tipos de argumentação, vamos citar outros: curso, porém, é no texto dissertativo que ela melhor se evidencia.
- Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido tão am- Para discutir um tema, para confrontar argumentos e posições,
plo, que serve de argumento para um ponto de vista e seu contrá- é necessária a capacidade de conhecer outros pontos de vista e
rio. São noções confusas, como paz, que, paradoxalmente, pode ser seus respectivos argumentos. Uma discussão impõe, muitas ve-
usada pelo agressor e pelo agredido. Essas palavras podem ter valor zes, a análise de argumentos opostos, antagônicos. Como sempre,
positivo (paz, justiça, honestidade, democracia) ou vir carregadas essa capacidade aprende-se com a prática. Um bom exercício para
de valor negativo (autoritarismo, degradação do meio ambiente, aprender a argumentar e contra-argumentar consiste em desenvol-
injustiça, corrupção). ver as seguintes habilidades:
- Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derrubadas por - argumentação: anotar todos os argumentos a favor de uma
um único contra exemplo. Quando se diz “Todos os políticos são ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a posição total-
ladrões”, basta um único exemplo de político honesto para destruir mente contrária;
o argumento. - contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate e quais os
- Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, fora do con- argumentos que essa pessoa imaginária possivelmente apresenta-
texto adequado, sem o significado apropriado, vulgarizando-as e ria contra a argumentação proposta;
atribuindo-lhes uma significação subjetiva e grosseira. É o caso, por - refutação: argumentos e razões contra a argumentação opos-
exemplo, da frase “O imperialismo de certas indústrias não permite ta.
que outras crescam”, em que o termo imperialismo é descabido,
uma vez que, a rigor, significa “ação de um Estado visando a reduzir A argumentação tem a finalidade de persuadir, portanto, ar-
outros à sua dependência política e econômica”. gumentar consiste em estabelecer relações para tirar conclusões
A boa argumentação é aquela que está de acordo com a situa- válidas, como se procede no método dialético. O método dialético
ção concreta do texto, que leva em conta os componentes envolvi- não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de polêmicas.
dos na discussão (o tipo de pessoa a quem se dirige a comunicação, Trata-se de um método de investigação da realidade pelo estudo de
o assunto, etc). sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno em ques-
Convém ainda alertar que não se convence ninguém com mani- tão e da mudança dialética que ocorre na natureza e na sociedade.
festações de sinceridade do autor (como eu, que não costumo men- Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês, criou o mé-
tir...) ou com declarações de certeza expressas em fórmulas feitas todo de raciocínio silogístico, baseado na dedução, que parte do
(como estou certo, creio firmemente, é claro, é óbvio, é evidente, simples para o complexo. Para ele, verdade e evidência são a mes-
afirmo com toda a certeza, etc). Em vez de prometer, em seu texto, ma coisa, e pelo raciocínio torna-se possível chegar a conclusões
sinceridade e certeza, autenticidade e verdade, o enunciador deve verdadeiras, desde que o assunto seja pesquisado em partes, co-
construir um texto que revele isso. Em outros termos, essas quali- meçando-se pelas proposições mais simples até alcançar, por meio
dades não se prometem, manifestam-se na ação. de deduções, a conclusão final. Para a linha de raciocínio cartesiana,
A argumentação é a exploração de recursos para fazer parecer é fundamental determinar o problema, dividi-lo em partes, ordenar
verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso, levar a pessoa a os conceitos, simplificando-os, enumerar todos os seus elementos
que texto é endereçado a crer naquilo que ele diz. e determinar o lugar de cada um no conjunto da dedução.
Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e expressa um A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental para a
ponto de vista, acompanhado de certa fundamentação, que inclui argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes propôs quatro
a argumentação, questionamento, com o objetivo de persuadir. Ar- regras básicas que constituem um conjunto de reflexos vitais, uma
gumentar é o processo pelo qual se estabelecem relações para che- série de movimentos sucessivos e contínuos do espírito em busca
gar à conclusão, com base em premissas. Persuadir é um processo da verdade:
de convencimento, por meio da argumentação, no qual procura-se - evidência;
convencer os outros, de modo a influenciar seu pensamento e seu - divisão ou análise;
comportamento. - ordem ou dedução;
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- enumeração. Indução
O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor. (parti-
A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a omissão cular)
e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração pode quebrar o Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor. (particular)
encadeamento das ideias, indispensável para o processo dedutivo. Rio de Janeiro e Taubaté são cidades.
A forma de argumentação mais empregada na redação acadê- Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Redentor. (geral
mica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras cartesianas, que – conclusão falsa)
contém três proposições: duas premissas, maior e menor, e a con-
clusão. As três proposições são encadeadas de tal forma, que a con- Nota-se que as premissas são verdadeiras, mas a conclusão
clusão é deduzida da maior por intermédio da menor. A premissa pode ser falsa. Nem todas as pessoas que têm diploma são pro-
maior deve ser universal, emprega todo, nenhum, pois alguns não fessores; nem todas as cidades têm uma estátua do Cristo Reden-
caracteriza a universalidade. tor. Comete-se erro quando se faz generalizações apressadas ou
Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedução (silo- infundadas. A “simples inspeção” é a ausência de análise ou análise
gística), que parte do geral para o particular, e a indução, que vai do superficial dos fatos, que leva a pronunciamentos subjetivos, base-
particular para o geral. A expressão formal do método dedutivo é o ados nos sentimentos não ditados pela razão.
silogismo. A dedução é o caminho das consequências, baseia-se em Tem-se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não fundamen-
uma conexão descendente (do geral para o particular) que leva à tais, que contribuem para a descoberta ou comprovação da verda-
conclusão. Segundo esse método, partindo-se de teorias gerais, de de: análise, síntese, classificação e definição. Além desses, existem
verdades universais, pode-se chegar à previsão ou determinação de outros métodos particulares de algumas ciências, que adaptam os
fenômenos particulares. O percurso do raciocínio vai da causa para processos de dedução e indução à natureza de uma realidade par-
o efeito. Exemplo: ticular. Pode-se afirmar que cada ciência tem seu método próprio
demonstrativo, comparativo, histórico etc. A análise, a síntese, a
Todo homem é mortal (premissa maior = geral, universal) classificação a definição são chamadas métodos sistemáticos, por-
Fulano é homem (premissa menor = particular) que pela organização e ordenação das ideias visam sistematizar a
Logo, Fulano é mortal (conclusão) pesquisa.
Análise e síntese são dois processos opostos, mas interligados;
A indução percorre o caminho inverso ao da dedução, baseia- a análise parte do todo para as partes, a síntese, das partes para o
se em uma conexão ascendente, do particular para o geral. Nesse todo. A análise precede a síntese, porém, de certo modo, uma de-
caso, as constatações particulares levam às leis gerais, ou seja, par- pende da outra. A análise decompõe o todo em partes, enquanto a
te de fatos particulares conhecidos para os fatos gerais, desconheci- síntese recompõe o todo pela reunião das partes. Sabe-se, porém,
dos. O percurso do raciocínio se faz do efeito para a causa. Exemplo: que o todo não é uma simples justaposição das partes. Se alguém
O calor dilata o ferro (particular) reunisse todas as peças de um relógio, não significa que reconstruiu
O calor dilata o bronze (particular) o relógio, pois fez apenas um amontoado de partes. Só reconstruiria
O calor dilata o cobre (particular) todo se as partes estivessem organizadas, devidamente combina-
O ferro, o bronze, o cobre são metais das, seguida uma ordem de relações necessárias, funcionais, então,
Logo, o calor dilata metais (geral, universal) o relógio estaria reconstruído.
Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do todo por
Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser válido meio da integração das partes, reunidas e relacionadas num con-
e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as duas premissas junto. Toda síntese, por ser uma reconstrução, pressupõe a análise,
também o forem. Se há erro ou equívoco na apreciação dos fatos, que é a decomposição. A análise, no entanto, exige uma decompo-
pode-se partir de premissas verdadeiras para chegar a uma conclu- sição organizada, é preciso saber como dividir o todo em partes. As
são falsa. Tem-se, desse modo, o sofisma. Uma definição inexata, operações que se realizam na análise e na síntese podem ser assim
uma divisão incompleta, a ignorância da causa, a falsa analogia são relacionadas:
algumas causas do sofisma. O sofisma pressupõe má fé, intenção Análise: penetrar, decompor, separar, dividir.
deliberada de enganar ou levar ao erro; quando o sofisma não tem Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir.
essas intenções propositais, costuma-se chamar esse processo de
argumentação de paralogismo. Encontra-se um exemplo simples de A análise tem importância vital no processo de coleta de ideias
sofisma no seguinte diálogo: a respeito do tema proposto, de seu desdobramento e da criação
- Você concorda que possui uma coisa que não perdeu? de abordagens possíveis. A síntese também é importante na esco-
- Lógico, concordo. lha dos elementos que farão parte do texto.
- Você perdeu um brilhante de 40 quilates? Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser formal ou in-
- Claro que não! formal. A análise formal pode ser científica ou experimental; é ca-
- Então você possui um brilhante de 40 quilates... racterística das ciências matemáticas, físico-naturais e experimen-
tais. A análise informal é racional ou total, consiste em “discernir”
Exemplos de sofismas: por vários atos distintos da atenção os elementos constitutivos de
um todo, os diferentes caracteres de um objeto ou fenômeno.
Dedução A análise decompõe o todo em partes, a classificação estabe-
Todo professor tem um diploma (geral, universal) lece as necessárias relações de dependência e hierarquia entre as
Fulano tem um diploma (particular) partes. Análise e classificação ligam-se intimamente, a ponto de se
Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa) confundir uma com a outra, contudo são procedimentos diversos:
análise é decomposição e classificação é hierarquisação.

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Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos e fenôme- É muito comum formular definições de maneira defeituosa,
nos por suas diferenças e semelhanças; fora das ciências naturais, a por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o todo em par-
classificação pode-se efetuar por meio de um processo mais ou me- tes. Esse tipo de definição é gramaticalmente incorreto; quando é
nos arbitrário, em que os caracteres comuns e diferenciadores são advérbio de tempo, não representa o gênero, a espécie, a gente é
empregados de modo mais ou menos convencional. A classificação, forma coloquial não adequada à redação acadêmica. Tão importan-
no reino animal, em ramos, classes, ordens, subordens, gêneros e te é saber formular uma definição, que se recorre a Garcia (1973,
espécies, é um exemplo de classificação natural, pelas caracterís- p.306), para determinar os “requisitos da definição denotativa”.
ticas comuns e diferenciadoras. A classificação dos variados itens Para ser exata, a definição deve apresentar os seguintes requisitos:
integrantes de uma lista mais ou menos caótica é artificial. - o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe em
que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que ‘mesa’ está
Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata, caminhão, realmente incluída) e não “mesa é um instrumento ou ferramenta
canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassilgo, queijo, relógio, ou instalação”;
sabiá, torradeira. - o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir todos os
Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá. exemplos específicos da coisa definida, e suficientemente restrito
Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo. para que a diferença possa ser percebida sem dificuldade;
Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torradeira. - deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em verdade,
Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus. definição, quando se diz que o “triângulo não é um prisma”;
- deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não constitui
Os elementos desta lista foram classificados por ordem alfabé- definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo é um homem”
tica e pelas afinidades comuns entre eles. Estabelecer critérios de não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem);
classificação das ideias e argumentos, pela ordem de importância, é - deve ser breve (contida num só período). Quando a definição,
uma habilidade indispensável para elaborar o desenvolvimento de ou o que se pretenda como tal, é muito longa (séries de períodos
uma redação. Tanto faz que a ordem seja crescente, do fato mais ou de parágrafos), chama-se explicação, e também definição expan-
importante para o menos importante, ou decrescente, primeiro dida;d
o menos importante e, no final, o impacto do mais importante; é - deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o termo) +
indispensável que haja uma lógica na classificação. A elaboração cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero) + adjuntos (as
do plano compreende a classificação das partes e subdivisões, ou diferenças).
seja, os elementos do plano devem obedecer a uma hierarquização.
(Garcia, 1973, p. 302304.) As definições dos dicionários de língua são feitas por meio de
Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo na in- paráfrases definitórias, ou seja, uma operação metalinguística que
trodução, os termos e conceitos sejam definidos, pois, para expres- consiste em estabelecer uma relação de equivalência entre a pala-
sar um questionamento, deve-se, de antemão, expor clara e racio- vra e seus significados.
nalmente as posições assumidas e os argumentos que as justificam. A força do texto dissertativo está em sua fundamentação. Sem-
É muito importante deixar claro o campo da discussão e a posição pre é fundamental procurar um porquê, uma razão verdadeira e
adotada, isto é, esclarecer não só o assunto, mas também os pontos necessária. A verdade de um ponto de vista deve ser demonstrada
de vista sobre ele. com argumentos válidos. O ponto de vista mais lógico e racional do
A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da lingua- mundo não tem valor, se não estiver acompanhado de uma funda-
gem e consiste na enumeração das qualidades próprias de uma mentação coerente e adequada.
ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o elemento conforme a Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a lógica clás-
espécie a que pertence, demonstra: a característica que o diferen- sica, que foram abordados anteriormente, auxiliam o julgamento
cia dos outros elementos dessa mesma espécie. da validade dos fatos. Às vezes, a argumentação é clara e pode reco-
Entre os vários processos de exposição de ideias, a definição nhecer-se facilmente seus elementos e suas relações; outras vezes,
é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito das ciências. A as premissas e as conclusões organizam-se de modo livre, mistu-
definição científica ou didática é denotativa, ou seja, atribui às pa- rando-se na estrutura do argumento. Por isso, é preciso aprender a
lavras seu sentido usual ou consensual, enquanto a conotativa ou reconhecer os elementos que constituem um argumento: premis-
metafórica emprega palavras de sentido figurado. Segundo a lógica sas/conclusões. Depois de reconhecer, verificar se tais elementos
tradicional aristotélica, a definição consta de três elementos: são verdadeiros ou falsos; em seguida, avaliar se o argumento está
- o termo a ser definido; expresso corretamente; se há coerência e adequação entre seus
- o gênero ou espécie; elementos, ou se há contradição. Para isso é que se aprende os pro-
- a diferença específica. cessos de raciocínio por dedução e por indução. Admitindo-se que
raciocinar é relacionar, conclui-se que o argumento é um tipo espe-
O que distingue o termo definido de outros elementos da mes- cífico de relação entre as premissas e a conclusão.
ma espécie. Exemplo: Procedimentos Argumentativos: Constituem os procedimentos
argumentativos mais empregados para comprovar uma afirmação:
Na frase: O homem é um animal racional classifica-se: exemplificação, explicitação, enumeração, comparação.
Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista por meio
de exemplos, hierarquizar afirmações. São expressões comuns nes-
se tipo de procedimento: mais importante que, superior a, de maior
relevância que. Empregam-se também dados estatísticos, acompa-
Elemento especie diferença nhados de expressões: considerando os dados; conforme os dados
a ser definidoespecífica apresentados. Faz-se a exemplificação, ainda, pela apresentação de
causas e consequências, usando-se comumente as expressões: por-
que, porquanto, pois que, uma vez que, visto que, por causa de, em
virtude de, em vista de, por motivo de.
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Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo é expli- dos argumentos, porém, pode ser contestada por meio da contra-
car ou esclarecer os pontos de vista apresentados. Pode-se alcançar -argumentação ou refutação. São vários os processos de contra-ar-
esse objetivo pela definição, pelo testemunho e pela interpreta- gumentação:
ção. Na explicitação por definição, empregamse expressões como: Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação demonstran-
quer dizer, denomina-se, chama-se, na verdade, isto é, haja vista, do o absurdo da consequência. Exemplo clássico é a contraargu-
ou melhor; nos testemunhos são comuns as expressões: conforme, mentação do cordeiro, na conhecida fábula “O lobo e o cordeiro”;
segundo, na opinião de, no parecer de, consoante as ideias de, no Refutação por exclusão: consiste em propor várias hipóteses
entender de, no pensamento de. A explicitação se faz também pela para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela que se julga ver-
interpretação, em que são comuns as seguintes expressões: parece, dadeira;
assim, desse ponto de vista. Desqualificação do argumento: atribui-se o argumento à opi-
Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma sequência de nião pessoal subjetiva do enunciador, restringindo-se a universali-
elementos que comprovam uma opinião, tais como a enumeração dade da afirmação;
de pormenores, de fatos, em uma sequência de tempo, em que são Ataque ao argumento pelo testemunho de autoridade: consis-
frequentes as expressões: primeiro, segundo, por último, antes, de- te em refutar um argumento empregando os testemunhos de auto-
pois, ainda, em seguida, então, presentemente, antigamente, de- ridade que contrariam a afirmação apresentada;
pois de, antes de, atualmente, hoje, no passado, sucessivamente, Desqualificar dados concretos apresentados: consiste em de-
respectivamente. Na enumeração de fatos em uma sequência de sautorizar dados reais, demonstrando que o enunciador baseou-se
espaço, empregam-se as seguintes expressões: cá, lá, acolá, ali, aí, em dados corretos, mas tirou conclusões falsas ou inconsequentes.
além, adiante, perto de, ao redor de, no Estado tal, na capital, no Por exemplo, se na argumentação afirmou-se, por meio de dados
interior, nas grandes cidades, no sul, no leste... estatísticos, que “o controle demográfico produz o desenvolvimen-
Comparação: Analogia e contraste são as duas maneiras de to”, afirma-se que a conclusão é inconsequente, pois baseia-se em
se estabelecer a comparação, com a finalidade de comprovar uma uma relação de causa-feito difícil de ser comprovada. Para contra-
ideia ou opinião. Na analogia, são comuns as expressões: da mesma argumentar, propõese uma relação inversa: “o desenvolvimento é
forma, tal como, tanto quanto, assim como, igualmente. Para esta- que gera o controle demográfico”.
belecer contraste, empregam-se as expressões: mais que, menos Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros possíveis para
que, melhor que, pior que. desenvolver um tema, que podem ser analisadas e adaptadas ao
Entre outros tipos de argumentos empregados para aumentar desenvolvimento de outros temas. Elege-se um tema, e, em segui-
o poder de persuasão de um texto dissertativo encontram-se: da, sugerem-se os procedimentos que devem ser adotados para a
Argumento de autoridade: O saber notório de uma autoridade elaboração de um Plano de Redação.
reconhecida em certa área do conhecimento dá apoio a uma afir-
mação. Dessa maneira, procura-se trazer para o enunciado a credi- Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da evolução
bilidade da autoridade citada. Lembre-se que as citações literais no tecnológica
corpo de um texto constituem argumentos de autoridade. Ao fazer - Questionar o tema, transformá-lo em interrogação, responder
uma citação, o enunciador situa os enunciados nela contidos na li- a interrogação (assumir um ponto de vista); dar o porquê da respos-
nha de raciocínio que ele considera mais adequada para explicar ou ta, justificar, criando um argumento básico;
justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de argumento tem mais - Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento básico e
caráter confirmatório que comprobatório. construir uma contra-argumentação; pensar a forma de refutação
que poderia ser feita ao argumento básico e tentar desqualificá-la
Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispensam expli-
(rever tipos de argumentação);
cação ou comprovação, pois seu conteúdo é aceito como válido por
- Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de ideias
consenso, pelo menos em determinado espaço sociocultural. Nesse
que estejam direta ou indiretamente ligadas ao tema (as ideias po-
caso, incluem-se
dem ser listadas livremente ou organizadas como causa e consequ-
- A declaração que expressa uma verdade universal (o homem,
ência);
mortal, aspira à imortalidade);
- Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema e com o
- A declaração que é evidente por si mesma (caso dos postula-
argumento básico;
dos e axiomas);
- Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhendo as que
- Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de nature- poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias transformam-se em
za subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que a própria razão argumentos auxiliares, que explicam e corroboram a ideia do argu-
desconhece); implica apreciação de ordem estética (gosto não se mento básico;
discute); diz respeito a fé religiosa, aos dogmas (creio, ainda que - Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando uma se-
parece absurdo). quência na apresentação das ideias selecionadas, obedecendo às
partes principais da estrutura do texto, que poderia ser mais ou
Comprovação pela experiência ou observação: A verdade de menos a seguinte:
um fato ou afirmação pode ser comprovada por meio de dados con-
cretos, estatísticos ou documentais. Introdução
Comprovação pela fundamentação lógica: A comprovação se - função social da ciência e da tecnologia;
realiza por meio de argumentos racionais, baseados na lógica: cau- - definições de ciência e tecnologia;
sa/efeito; consequência/causa; condição/ocorrência. - indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico.
Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As declarações,
julgamento, pronunciamentos, apreciações que expressam opini- Desenvolvimento
ões pessoais (não subjetivas) devem ter sua validade comprovada, - apresentação de aspectos positivos e negativos do desenvol-
e só os fatos provam. Em resumo toda afirmação ou juízo que ex- vimento tecnológico;
presse uma opinião pessoal só terá validade se fundamentada na - como o desenvolvimento científico-tecnológico modificou as
evidência dos fatos, ou seja, se acompanhada de provas, validade condições de vida no mundo atual;
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- a tecnocracia: oposição entre uma sociedade tecnologica- A coerência:
mente desenvolvida e a dependência tecnológica dos países sub- - assenta-se no plano cognitivo, da inteligibilidade do texto;
desenvolvidos; - situa-se na subjacência do texto; estabelece conexão concei-
- enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento social; tual;
- comparar a vida de hoje com os diversos tipos de vida do pas- - relaciona-se com a macroestrutura; trabalha com o todo, com
sado; apontar semelhanças e diferenças; o aspecto global do texto;
- analisar as condições atuais de vida nos grandes centros ur- - estabelece relações de conteúdo entre palavras e frases.
banos;
- como se poderia usar a ciência e a tecnologia para humanizar Coesão
mais a sociedade. É um conjunto de elementos posicionados ao longo do texto,
numa linha de sequência e com os quais se estabelece um vínculo
Conclusão ou conexão sequencial. Se o vínculo coesivo se faz via gramática,
- a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/consequ- fala-se em coesão gramatical. Se se faz por meio do vocabulário,
ências maléficas; tem-se a coesão lexical.
- síntese interpretativa dos argumentos e contra-argumentos A coesão textual é a ligação, a relação, a conexão entre pala-
apresentados. vras, expressões ou frases do texto. Ela manifesta-se por elementos
gramaticais, que servem para estabelecer vínculos entre os compo-
Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano de reda- nentes do texto.
ção: é um dos possíveis. Existem, em Língua Portuguesa, dois tipos de coesão: a lexical,
Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece que é obtida pelas relações de sinônimos, hiperônimos, nomes ge-
entre dois textos, quando um texto já criado exerce influência na néricos e formas elididas, e a gramatical, que é conseguida a partir
criação de um novo texto. Pode-se definir, então, a intertextualida- do emprego adequado de artigo, pronome, adjetivo, determinados
de como sendo a criação de um texto a partir de outro texto já exis- advérbios e expressões adverbiais, conjunções e numerais.
tente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem funções A coesão:
diferentes que dependem muito dos textos/contextos em que ela - assenta-se no plano gramatical e no nível frasal;
é inserida. - situa-se na superfície do texto, estabele conexão sequencial;
O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento, - relaciona-se com a microestrutura, trabalha com as partes
não se restringindo única e exclusivamente a textos literários. componentes do texto;
Em alguns casos pode-se dizer que a intertextualidade assume - Estabelece relações entre os vocábulos no interior das frases.
a função de não só persuadir o leitor como também de difundir a
cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura, PONTO DE VISTA
escultura, literatura etc). Intertextualidade é a relação entre dois O modo como o autor narra suas histórias provoca diferentes
textos caracterizada por um citar o outro. sentidos ao leitor em relação à uma obra. Existem três pontos de
vista diferentes. É considerado o elemento da narração que com-
Coesão e coerência fazem parte importante da elaboração de preende a perspectiva através da qual se conta a história. Trata-se
um texto com clareza. Ela diz respeito à maneira como as ideias são da posição da qual o narrador articula a narrativa. Apesar de existir
organizadas a fim de que o objetivo final seja alcançado: a compre- diferentes possibilidades de Ponto de Vista em uma narrativa, con-
ensão textual. Na redação espera-se do autor capacidade de mobili- sidera-se dois pontos de vista como fundamentais: O narrador-ob-
zar conhecimentos e opiniões, argumentar de modo coerente, além servador e o narrador-personagem.
de expressar-se com clareza, de forma correta e adequada.
Primeira pessoa
Coerência Um personagem narra a história a partir de seu próprio ponto
É uma rede de sintonia entre as partes e o todo de um texto. de vista, ou seja, o escritor usa a primeira pessoa. Nesse caso, lemos
Conjunto de unidades sistematizadas numa adequada relação se- o livro com a sensação de termos a visão do personagem poden-
mântica, que se manifesta na compatibilidade entre as ideias. (Na do também saber quais são seus pensamentos, o que causa uma
linguagem popular: “dizer coisa com coisa” ou “uma coisa bate com leitura mais íntima. Da mesma maneira que acontece nas nossas
outra”). vidas, existem algumas coisas das quais não temos conhecimento e
Coerência é a unidade de sentido resultante da relação que se só descobrimos ao decorrer da história.
estabelece entre as partes do texto. Uma ideia ajuda a compreen-
der a outra, produzindo um sentido global, à luz do qual cada uma Segunda pessoa
das partes ganha sentido. Coerência é a ligação em conjunto dos O autor costuma falar diretamente com o leitor, como um diá-
elementos formativos de um texto. logo. Trata-se de um caso mais raro e faz com que o leitor se sinta
A coerência não é apenas uma marca textual, mas diz respeito quase como outro personagem que participa da história.
aos conceitos e às relações semânticas que permitem a união dos
elementos textuais. Terceira pessoa
A coerência de um texto é facilmente deduzida por um falante Coloca o leitor numa posição externa, como se apenas obser-
de uma língua, quando não encontra sentido lógico entre as propo- vasse a ação acontecer. Os diálogos não são como na narrativa em
sições de um enunciado oral ou escrito. É a competência linguística, primeira pessoa, já que nesse caso o autor relata as frases como al-
tomada em sentido lato, que permite a esse falante reconhecer de guém que estivesse apenas contando o que cada personagem disse.
imediato a coerência de um discurso. Sendo assim, o autor deve definir se sua narrativa será transmi-
tida ao leitor por um ou vários personagens. Se a história é contada
por mais de um ser fictício, a transição do ponto de vista de um para
outro deve ser bem clara, para que quem estiver acompanhando a
leitura não fique confuso.
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SIGNIFICAÇÃO CONTEXTUAL DE PALAVRAS E EXPRESSÕES. SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS. SENTIDO PRÓPRIO E FIGURADO


DAS PALAVRAS

Significação de palavras
As palavras podem ter diversos sentidos em uma comunicação. E isso também é estudado pela Gramática Normativa: quem cuida
dessa parte é a Semântica, que se preocupa, justamente, com os significados das palavras. Veremos, então, cada um dos conteúdos que
compõem este estudo.

Antônimo e Sinônimo
Começaremos por esses dois, que já são famosos.

O Antônimo são palavras que têm sentidos opostos a outras. Por exemplo, felicidade é o antônimo de tristeza, porque o significado
de uma é o oposto da outra. Da mesma forma ocorre com homem que é antônimo de mulher.

Já o sinônimo são palavras que têm sentidos aproximados e que podem, inclusive, substituir a outra. O uso de sinônimos é muito im-
portante para produções textuais, porque evita que você fique repetindo a mesma palavra várias vezes. Utilizando os mesmos exemplos,
para ficar claro: felicidade é sinônimo de alegria/contentamento e homem é sinônimo de macho/varão.

Hipônimos e Hiperônimos
Estes conceitos são simples de entender: o hipônimo designa uma palavra de sentido mais específico, enquanto que o hiperônimo
designa uma palavra de sentido mais genérico. Por exemplo, cachorro e gato são hipônimos, pois têm sentido específico. E animais domés-
ticos é uma expressão hiperônima, pois indica um sentido mais genérico de animais. Atenção: não confunda hiperônimo com substantivo
coletivo. Hiperônimos estão no ramo dos sentidos das palavras, beleza?!?!

Outros conceitos que agem diretamente no sentido das palavras são os seguintes:

Conotação e Denotação
Observe as frases:
Amo pepino na salada.
Tenho um pepino para resolver.

As duas frases têm uma palavra em comum: pepino. Mas essa palavra tem o mesmo sentido nos dois enunciados? Isso mesmo, não!
Na primeira frase, pepino está no sentido denotativo, ou seja, a palavra está sendo usada no sentido próprio, comum, dicionarizado.
Já na segunda frase, a mesma palavra está no sentindo conotativo, pois ela está sendo usada no sentido figurado e depende do con-
texto para ser entendida.
Para facilitar: denotativo começa com D de dicionário e conotativo começa com C de contexto.

Por fim, vamos tratar de um recurso muito usado em propagandas:

Ambiguidade
Observe a propaganda abaixo:

https://redacaonocafe.wordpress.com/2012/05/22/ambiguidade-na-propaganda/
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Perceba que há uma duplicidade de sentido nesta construção. SUBSTANTIVOS COLETIVOS: Elenco (de atores)/
Podemos interpretar que os móveis não durarão no estoque da loja, referem-se a um conjunto acervo (de obras artísticas)/
por estarem com preço baixo; ou que por estarem muito barato, de seres da mesma espécie, buquê (de flores)
não têm qualidade e, por isso, terão vida útil curta. mesmo quando empregado
Essa duplicidade acontece por causa da ambiguidade, que é no singular e constituem um
justamente a duplicidade de sentidos que podem haver em uma substantivo comum.
palavra, frase ou textos inteiros.
NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS PALAVRAS
QUE NÃO ESTÃO AQUI!
CLASSES DE PALAVRAS: EMPREGO E SENTIDO QUE IMPRI-
MEM ÀS RELAÇÕES QUE ESTABELECEM: SUBSTANTIVO, Flexão dos Substantivos
ADJETIVO, ARTIGO, NUMERAL, PRONOME, VERBO, AD- • Gênero: Os gêneros em português podem ser dois: masculi-
VÉRBIO, PREPOSIÇÃO E CONJUNÇÃO. VOZ ATIVA E PAS- no e feminino. E no caso dos substantivos podem ser biformes ou
SIVA uniformes
– Biformes: as palavras tem duas formas, ou seja, apresenta
uma forma para o masculino e uma para o feminino: tigre/tigresa, o
CLASSES DE PALAVRAS presidente/a presidenta, o maestro/a maestrina
– Uniformes: as palavras tem uma só forma, ou seja, uma única
Substantivo forma para o masculino e o feminino. Os uniformes dividem-se em
São as palavras que atribuem nomes aos seres reais ou imagi- epicenos, sobrecomuns e comuns de dois gêneros.
nários (pessoas, animais, objetos), lugares, qualidades, ações e sen- a) Epicenos: designam alguns animais e plantas e são invariá-
timentos, ou seja, que tem existência concreta ou abstrata.  veis: onça macho/onça fêmea, pulga macho/pulga fêmea, palmeira
macho/palmeira fêmea.
Classificação dos substantivos b) Sobrecomuns: referem-se a seres humanos; é pelo contexto
que aparecem que se determina o gênero: a criança (o criança), a
testemunha (o testemunha), o individuo (a individua).
SUBSTANTIVO SIMPLES: Olhos/água/
c) Comuns de dois gêneros: a palavra tem a mesma forma tanto
apresentam um só radical em muro/quintal/caderno/
para o masculino quanto para o feminino: o/a turista, o/a agente,
sua estrutura. macaco/sabão
o/a estudante, o/a colega.
SUBSTANTIVOS COMPOSTOS: Macacos-prego/ • Número: Podem flexionar em singular (1) e plural (mais de 1).
são formados por mais de um porta-voz/ – Singular: anzol, tórax, próton, casa.
radical em sua estrutura. pé-de-moleque – Plural: anzóis, os tórax, prótons, casas.
SUBSTANTIVOS PRIMITIVOS: Casa/
são os que dão origem a mundo/ • Grau: Podem apresentar-se no grau aumentativo e no grau
outras palavras, ou seja, ela é população diminutivo.
a primeira. /formiga – Grau aumentativo sintético: casarão, bocarra.
– Grau aumentativo analítico: casa grande, boca enorme.
SUBSTANTIVOS DERIVADOS: Caseiro/mundano/ – Grau diminutivo sintético: casinha, boquinha
são formados por outros populacional/formigueiro – Grau diminutivo analítico: casa pequena, boca minúscula. 
radicais da língua.
SUBSTANTIVOS PRÓPRIOS: Rodrigo Adjetivo
designa determinado ser /Brasil É a palavra variável que especifica e caracteriza o substantivo:
entre outros da mesma /Belo Horizonte/Estátua da imprensa livre, favela ocupada. Locução adjetiva é expressão com-
espécie. São sempre iniciados Liberdade posta por substantivo (ou advérbio) ligado a outro substantivo por
por letra maiúscula. preposição com o mesmo valor e a mesma função que um adjetivo:
golpe de mestre (golpe magistral), jornal da tarde (jornal vesper-
SUBSTANTIVOS COMUNS: biscoitos/ruídos/estrelas/ tino).
referem-se qualquer ser de cachorro/prima
uma mesma espécie. Flexão do Adjetivos
SUBSTANTIVOS CONCRETOS: Leão/corrente • Gênero:
nomeiam seres com existência /estrelas/fadas – Uniformes: apresentam uma só para o masculino e o femini-
própria. Esses seres podem /lobisomem no: homem feliz, mulher feliz.
ser animadoso ou inanimados, /saci-pererê – Biformes: apresentam uma forma para o masculino e outra
reais ou imaginários. para o feminino: juiz sábio/ juíza sábia, bairro japonês/ indústria
japonesa, aluno chorão/ aluna chorona. 
SUBSTANTIVOS ABSTRATOS: Mistério/
nomeiam ações, estados, bondade/
• Número:
qualidades e sentimentos que confiança/
– Os adjetivos simples seguem as mesmas regras de flexão de
não tem existência própria, ou lembrança/
número que os substantivos: sábio/ sábios, namorador/ namorado-
seja, só existem em função de amor/
res, japonês/ japoneses.
um ser. alegria
– Os adjetivos compostos têm algumas peculiaridades: luvas
branco-gelo, garrafas amarelo-claras, cintos da cor de chumbo.

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• Grau:
– Grau Comparativo de Superioridade: Meu time é mais vitorioso (do) que o seu.
– Grau Comparativo de Inferioridade: Meu time é menos vitorioso (do) que o seu.
– Grau Comparativo de Igualdade: Meu time é tão vitorioso quanto o seu.
– Grau Superlativo Absoluto Sintético: Meu time é famosíssimo.
– Grau Superlativo Absoluto Analítico: Meu time é muito famoso.
– Grau Superlativo Relativo de Superioridade: Meu time é o mais famoso de todos.
– Grau Superlativo Relativo de Inferioridade; Meu time é menos famoso de todos.

Artigo
É uma palavra variável em gênero e número que antecede o substantivo, determinando de modo particular ou genérico.
• Classificação e Flexão do Artigos
– Artigos Definidos: o, a, os, as.
O menino carregava o brinquedo em suas costas.
As meninas brincavam com as bonecas.
– Artigos Indefinidos: um, uma, uns, umas.
Um menino carregava um brinquedo.
Umas meninas brincavam com umas bonecas.

Numeral
É a palavra que indica uma quantidade definida de pessoas ou coisas, ou o lugar (posição) que elas ocupam numa série.
• Classificação dos Numerais
– Cardinais: indicam número ou quantidade:
Trezentos e vinte moradores.
– Ordinais: indicam ordem ou posição numa sequência:
Quinto ano. Primeiro lugar.
– Multiplicativos: indicam o número de vezes pelo qual uma quantidade é multiplicada:
O quíntuplo do preço.
– Fracionários: indicam a parte de um todo:
Dois terços dos alunos foram embora.

Pronome
É a palavra que substitui os substantivos ou os determinam, indicando a pessoa do discurso.
• Pronomes pessoais vão designar diretamente as pessoas em uma conversa. Eles indicam as três pessoas do discurso.

Pronomes Retos Pronomes Oblíquos


Pessoas do Discurso
Função Subjetiva Função Objetiva
1º pessoa do singular Eu Me, mim, comigo
2º pessoa do singular Tu Te, ti, contigo
3º pessoa do singular Ele, ela,  Se, si, consigo, lhe, o, a
1º pessoa do plural Nós Nos, conosco
2º pessoa do plural Vós Vos, convosco
3º pessoa do plural Eles, elas Se, si, consigo, lhes, os, as

• Pronomes de Tratamento são usados no trato com as pessoas, normalmente, em situações formais de comunicação.

Pronomes de Tratamento Emprego


Você Utilizado em situações informais.
Senhor (es) e Senhora (s) Tratamento para pessoas mais velhas.
Vossa Excelência Usados para pessoas com alta autoridade
Vossa Magnificência Usados para os reitores das Universidades.
Vossa Senhoria Empregado nas correspondências e textos escritos.
Vossa Majestade Utilizado para Reis e Rainhas
Vossa Alteza Utilizado para príncipes, princesas, duques.
Vossa Santidade Utilizado para o Papa
Vossa Eminência Usado para Cardeais.

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Pronomes de Tratamento Emprego


Vossa Reverendíssima Utilizado para sacerdotes e religiosos em geral.

• Pronomes Possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribuindo-lhes a posse de alguma coisa.

Pessoa do Discurso Pronome Possessivo


1º pessoa do singular Meu, minha, meus, minhas
2º pessoa do singular teu, tua, teus, tuas
3º pessoa do singular seu, sua, seus, suas
1º pessoa do plural Nosso, nossa, nossos, nossas
2º pessoa do plural Vosso, vossa, vossos, vossas
3º pessoa do plural Seu, sua, seus, suas

• Pronomes Demonstrativos são utilizados para indicar a posição de algum elemento em relação à pessoa seja no discurso, no tempo
ou no espaço.

Pronomes Demonstrativos Singular Plural


Feminino esta, essa, aquela estas, essas, aquelas
Masculino este, esse, aquele estes, esses, aqueles

• Pronomes Indefinidos referem-se à 3º pessoa do discurso, designando-a de modo vago, impreciso, indeterminado. Os pronomes
indefinidos podem ser variáveis (varia em gênero e número) e invariáveis (não variam em gênero e número).

Classificação Pronomes Indefinidos


algum, alguma, alguns, algumas, nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas, muito, muita, muitos, muitas, pouco,
pouca, poucos, poucas, todo, toda, todos, todas, outro, outra, outros, outras, certo, certa, certos, certas, vário, vá-
Variáveis
ria, vários, várias, tanto, tanta, tantos, tantas, quanto, quanta, quantos, quantas, qualquer, quaisquer, qual, quais,
um, uma, uns, umas.
Invariáveis quem, alguém, ninguém, tudo, nada, outrem, algo, cada.

• Pronomes Interrogativos são palavras variáveis e invariáveis utilizadas para formular perguntas diretas e indiretas.

Classificação Pronomes Interrogativos


Variáveis qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas.
Invariáveis quem, que.

• Pronomes Relativos referem-se a um termo já dito anteriormente na oração, evitando sua repetição.  Eles também podem ser
variáveis e invariáveis.

Classificação Pronomes Relativos


Variáveis o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas.
Invariáveis quem, que, onde.

Verbos
São as palavras que exprimem ação, estado, fenômenos meteorológicos, sempre em relação ao um determinado tempo.

• Flexão verbal
Os verbos podem ser flexionados de algumas formas.
– Modo: É a maneira, a forma como o verbo se apresenta na frase para indicar uma atitude da pessoa que o usou. O modo é dividido
em três: indicativo (certeza, fato), subjuntivo (incerteza, subjetividade) e imperativo (ordem, pedido).
– Tempo: O tempo indica o momento em que se dá o fato expresso pelo verbo. Existem três tempos no modo indicativo: presente,
passado (pretérito perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito) e futuro (do presente e do pretérito). No subjuntivo, são três: presente, pre-
térito imperfeito e futuro.
– Número: Este é fácil: singular e plural.
– Pessoa: Fácil também: 1ª pessoa (eu amei, nós amamos); 2º pessoa (tu amaste, vós amastes); 3ª pessoa (ele amou, eles amaram).
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• Formas nominais do verbo
Os verbos têm três formas nominais, ou seja, formas que exercem a função de nomes (normalmente, substantivos). São elas infinitivo
(terminado em -R), gerúndio (terminado em –NDO) e particípio (terminado em –DA/DO).

• Voz verbal
É a forma como o verbo se encontra para indicar sua relação com o sujeito. Ela pode ser ativa, passiva ou reflexiva.
– Voz ativa: Segundo a gramática tradicional, ocorre voz ativa quando o verbo (ou locução verbal) indica uma ação praticada pelo
sujeito. Veja:
João pulou da cama atrasado
– Voz passiva: O sujeito é paciente e, assim, não pratica, mas recebe a ação. A voz passiva pode ser analítica ou sintética. A voz passiva
analítica é formada por:
Sujeito paciente + verbo auxiliar (ser, estar, ficar, entre outros) + verbo principal da ação conjugado no particípio + preposição por/
pelo/de + agente da passiva.
A casa foi aspirada pelos rapazes

A voz passiva sintética, também chamada de voz passiva pronominal (devido ao uso do pronome se) é formada por:
Verbo conjugado na 3.ª pessoa (no singular ou no plural) + pronome apassivador «se» + sujeito paciente.
Aluga-se apartamento.

Advérbio
É a palavra invariável que modifica o verbo, adjetivo, outro advérbio ou a oração inteira, expressando uma determinada circunstância.
As circunstâncias dos advérbios podem ser:
– Tempo: ainda, cedo, hoje, agora, antes, depois, logo, já, amanhã, tarde, sempre, nunca, quando, jamais, ontem, anteontem, breve-
mente, atualmente, à noite, no meio da noite, antes do meio-dia, à tarde, de manhã, às vezes, de repente, hoje em dia, de vez em quando,
em nenhum momento, etc.
– Lugar: Aí, aqui, acima, abaixo, ali, cá, lá, acolá, além, aquém, perto, longe, dentro, fora, adiante, defronte, detrás, de cima, em cima,
à direita, à esquerda, de fora, de dentro, por fora, etc.
– Modo: assim, melhor, pior, bem, mal, devagar, depressa, rapidamente, lentamente, apressadamente, felizmente, às pressas, às ocul-
tas, frente a frente, com calma, em silêncio, etc.
– Afirmação: sim, deveras, decerto, certamente, seguramente, efetivamente, realmente, sem dúvida, com certeza, por certo, etc. 
– Negação: não, absolutamente, tampouco, nem, de modo algum, de jeito nenhum, de forma alguma, etc.
– Intensidade: muito, pouco, mais, menos, meio, bastante, assaz, demais, bem, mal, tanto, tão, quase, apenas, quanto, de pouco, de
todo, etc.
– Dúvida: talvez, acaso, possivelmente, eventualmente, porventura, etc.

Preposição
É a palavra que liga dois termos, de modo que o segundo complete o sentido do primeiro. As preposições são as seguintes:

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Conjunção
É palavra que liga dois elementos da mesma natureza ou uma oração a outra. As conjunções podem ser coordenativas (que ligam
orações sintaticamente independentes) ou subordinativas (que ligam orações com uma relação hierárquica, na qual um elemento é de-
terminante e o outro é determinado).

• Conjunções Coordenativas

Tipos Conjunções Coordenativas


Aditivas e, mas ainda, mas também, nem...
Adversativas contudo, entretanto, mas, não obstante, no entanto, porém, todavia...
Alternativas já…, já…, ou, ou…, ou…, ora…, ora…, quer…, quer…
Conclusivas assim, então, logo, pois (depois do verbo), por conseguinte, por isso, portanto...
Explicativas pois (antes do verbo), porquanto, porque, que...

• Conjunções Subordinativas

Tipos Conjunções Subordinativas


Causais Porque, pois, porquanto, como, etc.
Concessivas Embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, etc.
Condicionais Se, caso, quando, conquanto que, salvo se, sem que, etc.
Conformativas Conforme, como (no sentido de conforme), segundo, consoante, etc.
Finais Para que, a fim de que, porque (no sentido de que), que, etc.
Proporcionais À medida que, ao passo que, à proporção que, etc.
Temporais Quando, antes que, depois que, até que, logo que, etc.
Comparativas Que, do que (usado depois de mais, menos, maior, menor, melhor, etc.
Consecutivas Que (precedido de tão, tal, tanto), de modo que, De maneira que, etc.
Integrantes Que, se.

Interjeição
É a palavra invariável que exprime ações, sensações, emoções, apelos, sentimentos e estados de espírito, traduzindo as reações das
pessoas.
• Principais Interjeições
Oh! Caramba! Viva! Oba! Alô! Psiu! Droga! Tomara! Hum!

Dez classes de palavras foram estudadas agora. O estudo delas é muito importante, pois se você tem bem construído o que é e a fun-
ção de cada classe de palavras, não terá dificuldades para entender o estudo da Sintaxe.

SINTAXE: PERÍODO SIMPLES; PERÍODO COMPOSTO - COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO

Agora chegamos no assunto que causa mais temor em muitos estudantes. Mas eu tenho uma boa notícia para te dar: o estudo da
sintaxe é mais fácil do que parece e você vai ver que sabe muita coisa que nem imagina. Para começar, precisamos de classificar algumas
questões importantes:

• Frase: Enunciado que estabelece uma comunicação de sentido completo. 


Os jornais publicaram a notícia.
Silêncio! 

• Oração: Enunciado que se forma com um verbo ou com uma locução verbal.
Este filme causou grande impacto entre o público.
A inflação deve continuar sob controle.

• Período Simples: formado por uma única oração.


O clima se alterou muito nos últimos dias.

• Período Composto: formado por mais de uma oração.


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O governo prometeu/ que serão criados novos empregos.

Bom, já está a clara a diferença entre frase, oração e período. Vamos, então, classificar os elementos que compõem uma oração:
• Sujeito: Termo da oração do qual se declara alguma coisa.
O problema da violência preocupa os cidadãos.
• Predicado: Tudo que se declara sobre o sujeito.
A tecnologia permitiu o resgate dos operários.
• Objeto Direto: Complemento que se liga ao verbo transitivo direto ou ao verbo transitivo direto e indireto sem o auxílio da prepo-
sição.
A tecnologia tem possibilitado avanços notáveis.
Os pais oferecem ajuda financeira ao filho.
• Objeto Indireto: Complemento que se liga ao verbo transitivo indireto ou ao verbo transitivo direto e indireto por meio de preposi-
ção. 
Os Estados Unidos resistem ao grave momento.
João gosta de beterraba.
• Adjunto Adverbial: Termo modificador do verbo que exprime determinada circunstância (tempo, lugar, modo etc.) ou intensifica um
verbo, adjetivo ou advérbio.
O ônibus saiu à noite quase cheio, com destino a Salvador.
Vamos sair do mar.
• Agente da Passiva: Termo da oração que exprime quem pratica a ação verbal quando o verbo está na voz passiva.
Raquel foi pedida em casamento por seu melhor amigo.
• Adjunto Adnominal: Termo da oração que modifica um substantivo, caracterizando-o ou determinando-o sem a intermediação de
um verbo.
Um casal de médicos eram os novos moradores do meu prédio.
• Complemento Nominal: Termo da oração que completa nomes, isto é, substantivos, adjetivos e advérbios, e vem preposicionado.
A realização do torneio teve a aprovação de todos.
• Predicativo do Sujeito: Termo que atribui característica ao sujeito da oração.
A especulação imobiliária me parece um problema.
• Predicativo do Objeto: Termo que atribui características ao objeto direto ou indireto da oração.
O médico considerou o paciente hipertenso.
• Aposto: Termo da oração que explica, esclarece, resume ou identifica o nome ao qual se refere (substantivo, pronome ou equivalen-
tes). O aposto sempre está entre virgulas ou após dois-pontos.
A praia do Forte, lugar paradisíaco, atrai muitos turistas.
• Vocativo: Termo da oração que se refere a um interlocutor a quem se dirige a palavra.
Senhora, peço aguardar mais um pouco.

Tipos de orações
As partes de uma oração já está fresquinha aí na sua cabeça, não é?!?! Estudar os tipos de orações que existem será moleza, moleza.
Vamos comigo!!!
Temos dois tipos de orações: as coordenadas, cuja as orações de um período são independentes (não dependem uma da outra para
construir sentido completo); e as subordinadas, cuja as orações de um período são dependentes (dependem uma da outra para construir
sentido completo).
As orações coordenadas podem ser sindéticas (conectadas uma a outra por uma conjunção) e assindéticas (que não precisam da
conjunção para estar conectadas. O serviço é feito pela vírgula).

Tipos de orações coordenadas

Orações Coordenadas Sindéticas Orações Coordenadas Assindéticas

Aditivas Fomos para a escola e fizemos o exame final. • Lena estava triste, cansada, decepcionada.
Adversativas Pedro Henrique estuda muito, porém não passa •
no vestibular. • Ao chegar à escola conversamos, estudamos,
lanchamos.
Alternativas Manuela  ora  quer comer hambúrguer,  ora quer
comer pizza. Alfredo está chateado, pensando em se mudar.
Conclusivas Não gostamos do restaurante,  portanto  não
iremos mais lá. Precisamos estar com cabelos arrumados, unhas feitas.

Explicativas Marina não queria falar,  ou seja, ela estava de João Carlos e Maria estão radiantes, alegria que dá inveja.
mau humor.

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Tipos de orações subordinadas
As orações subordinadas podem ser substantivas, adjetivas e adverbiais. Cada uma delas tem suas subclassificações, que veremos
agora por meio do quadro seguinte.

Orações Subordinadas
Subjetivas É certo que ele trará os a sobremesa do
Exercem a função de sujeito jantar.
Completivas Nominal Estou convencida de que ele é solteiro.
Exercem a função de complemento
nominal
Predicativas O problema é que ele não entregou a
Orações Subordinadas Substantivas Exercem a função de predicativo refeição no lugar.
Apositivas Eu lhe disse apenas isso: que não se
Exercem a função de aposto aborrecesse com ela.
Objetivas Direta Espero que você seja feliz.
Exercem a função de objeto direto
Objetivas Indireta Lembrou-se da dívida que tem com ele.
Exercem a função de objeto indireto

Explicativas Os alunos, que foram mal na prova de


Explicam um termo dito anteriormente. quinta, terão aula de reforço.
SEMPRE serão acompanhadas por
vírgula.
Orações Subordinadas Adjetivas
Restritivas Os alunos que foram mal na prova de quinta
Restringem o sentido de um termo terão aula de reforço.
dito anteriormente. NUNCA serão
acompanhadas por vírgula.

Causais Estou vestida assim porque vou sair.


Assumem a função de advérbio de causa
Consecutivas Falou tanto que ficou rouca o resto do dia.
Assumem a função de advérbio de
consequência
Comparativas A menina comia como um adulto come.
Assumem a função de advérbio de
comparação
Condicionais Desde que ele participe, poderá entrar na
Assumem a função de advérbio de reunião.
condição
Conformativas O shopping fechou, conforme havíamos
Assumem a função de advérbio de previsto.
Orações Subordinadas Adverbiais
conformidade
Concessivas Embora eu esteja triste, irei à festa mais
Assumem a função de advérbio de tarde.
concessão
Finais Vamos direcionar os esforços para que todos
Assumem a função de advérbio de tenham acesso aos benefícios.
finalidade
Proporcionais Quanto mais eu dormia, mais sono tinha.
Assumem a função de advérbio de
proporção
Temporais Quando a noite chega, os morcegos saem de
Assumem a função de advérbio de suas casas.
tempo

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Olha como esse quadro facilita a vida, não é?! Por meio dele, conseguimos ter uma visão geral das classificações e subclassificações
das orações, o que nos deixa mais tranquilos para estudá-las.

CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL

Concordância Nominal
Os adjetivos, os pronomes adjetivos, os numerais e os artigos concordam em gênero e número com os substantivos aos quais se
referem.
Os nossos primeiros contatos começaram de maneira amistosa.

Casos Especiais de Concordância Nominal


• Menos e alerta são invariáveis na função de advérbio:
Colocou menos roupas na mala./ Os seguranças continuam alerta.

• Pseudo e todo são invariáveis quando empregados na formação de palavras compostas:


Cuidado com os pseudoamigos./ Ele é o chefe todo-poderoso.

• Mesmo, próprio, anexo, incluso, quite e obrigado variam de acordo com o substantivo a que se referem:
Elas mesmas cozinhavam./ Guardou as cópias anexas.

• Muito, pouco, bastante, meio, caro e barato variam quando pronomes indefinidos adjetivos e numerais e são invariáveis quando
advérbios:
Muitas vezes comemos muito./ Chegou meio atrasada./ Usou meia dúzia de ovos.

• Só varia quando adjetivo e não varia quando advérbio:


Os dois andavam sós./ A respostas só eles sabem.

• É bom, é necessário, é preciso, é proibido variam quando o substantivo estiver determinado por artigo:
É permitida a coleta de dados./ É permitido coleta de dados.

Concordância Verbal
O verbo concorda com seu sujeito em número e pessoa:
O público aplaudiu o ator de pé./ A sala e quarto eram enormes.

Concordância ideológica ou silepse


• Silepse de gênero trata-se da concordância feita com o gênero gramatical (masculino ou feminino) que está subentendido no con-
texto.
Vossa Excelência parece satisfeito com as pesquisas.
Blumenau estava repleta de turistas.
• Silepse de número trata-se da concordância feita com o número gramatical (singular ou plural) que está subentendido no contexto.
O elenco voltou ao palco e [os atores] agradeceram os aplausos.
• Silepse de pessoa trata-se da concordância feita com a pessoa gramatical que está subentendida no contexto.
O povo temos memória curta em relação às promessas dos políticos.

REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

• Regência Nominal 
A regência nominal estuda os casos em que nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) exigem outra palavra para completar-lhes o
sentido. Em geral a relação entre um nome e o seu complemento é estabelecida por uma preposição.

• Regência Verbal
A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre o verbo (termo regente) e seu complemento (termo regido). 
Isto pertence a todos.

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Regência de algumas palavras Próclise
Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo.
Esta palavra combina com Esta preposição
Palavra de sentido negativo: Não me falou a verdade.
Acessível a Advérbios sem pausa em relação ao verbo: Aqui te espero pa-
Apto a, para cientemente.
Havendo pausa indicada por vírgula, recomenda-se a ênclise:
Atencioso com, para com Ontem, encontrei-o no ponto do ônibus.
Coerente com Pronomes indefinidos: Ninguém o chamou aqui.
Pronomes demonstrativos: Aquilo lhe desagrada.
Conforme a, com
Orações interrogativas: Quem lhe disse tal coisa?
Dúvida acerca de, de, em, sobre Orações optativas (que exprimem desejo), com sujeito ante-
Empenho de, em, por posto ao verbo: Deus lhe pague, Senhor!
Orações exclamativas: Quanta honra nos dá sua visita!
Fácil a, de, para, Orações substantivas, adjetivas e adverbiais, desde que não se-
Junto a, de jam reduzidas: Percebia que o observavam.
Verbo no gerúndio, regido de preposição em: Em se plantando,
Pendente de tudo dá.
Preferível a Verbo no infinitivo pessoal precedido de preposição: Seus in-
tentos são para nos prejudicarem.
Próximo a, de
Respeito a, com, de, para com, por Ênclise
Situado a, em, entre Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo.

Ajudar (a fazer algo) a Verbo no início da oração, desde que não esteja no futuro do
Aludir (referir-se) a indicativo: Trago-te flores.
Verbo no imperativo afirmativo: Amigos, digam-me a verdade!
Aspirar (desejar, pretender) a Verbo no gerúndio, desde que não esteja precedido pela pre-
Assistir (dar assistência) Não usa preposição posição em: Saí, deixando-a aflita.
Verbo no infinitivo impessoal regido da preposição a. Com
Deparar (encontrar) com
outras preposições é facultativo o emprego de ênclise ou próclise:
Implicar (consequência) Não usa preposição Apressei-me a convidá-los.
Lembrar Não usa preposição
Mesóclise
Pagar (pagar a alguém) a Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo.
Precisar (necessitar) de
É obrigatória somente com verbos no futuro do presente ou no
Proceder (realizar) a
futuro do pretérito que iniciam a oração.
Responder a Dir-lhe-ei toda a verdade.
Visar ( ter como objetivo a Far-me-ias um favor?
pretender)
Se o verbo no futuro vier precedido de pronome reto ou de
NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS PALAVRAS qualquer outro fator de atração, ocorrerá a próclise.
QUE NÃO ESTÃO AQUI! Eu lhe direi toda a verdade.
Tu me farias um favor?

Colocação do pronome átono nas locuções verbais


COLOCAÇÃO PRONOMINAL Verbo principal no infinitivo ou gerúndio: Se a locução verbal
não vier precedida de um fator de próclise, o pronome átono deve-
rá ficar depois do auxiliar ou depois do verbo principal.
A colocação do pronome átono está relacionada à harmonia da Exemplos:
frase. A tendência do português falado no Brasil é o uso do prono- Devo-lhe dizer a verdade.
me antes do verbo – próclise. No entanto, há casos em que a norma Devo dizer-lhe a verdade.
culta prescreve o emprego do pronome no meio – mesóclise – ou
após o verbo – ênclise. Havendo fator de próclise, o pronome átono deverá ficar antes
De acordo com a norma culta, no português escrito não se ini- do auxiliar ou depois do principal.
cia um período com pronome oblíquo átono. Assim, se na lingua- Exemplos:
gem falada diz-se “Me encontrei com ele”, já na linguagem escrita, Não lhe devo dizer a verdade.
formal, usa-se “Encontrei-me’’ com ele. Não devo dizer-lhe a verdade.
Sendo a próclise a tendência, é aconselhável que se fixem bem
as poucas regras de mesóclise e ênclise. Assim, sempre que estas Verbo principal no particípio: Se não houver fator de próclise,
não forem obrigatórias, deve-se usar a próclise, a menos que preju- o pronome átono ficará depois do auxiliar.
dique a eufonia da frase. Exemplo: Havia-lhe dito a verdade.

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Se houver fator de próclise, o pronome átono ficará antes do – Antes de pronomes
auxiliar. Obs.: A crase antes de pronomes possessivos é facultativa.
Exemplo: Não lhe havia dito a verdade.
Fizemos referência a Vossa Excelência, não a ela.
Haver de e ter de + infinitivo: Pronome átono deve ficar depois A quem vocês se reportaram no Plenário?
do infinitivo. Assisto a toda peça de teatro no RJ, afinal, sou um crítico.
Exemplos:
Hei de dizer-lhe a verdade. – Antes de verbos no infinitivo
Tenho de dizer-lhe a verdade. A partir de hoje serei um pai melhor, pois voltei a trabalhar.

Observação
Não se deve omitir o hífen nas seguintes construções: PONTUAÇÃO
Devo-lhe dizer tudo.
Estava-lhe dizendo tudo.
Havia-lhe dito tudo. Pontuação
Com Nina Catach, entendemos por pontuação um “sistema
de reforço da escrita, constituído de sinais sintáticos, destinados a
CRASE organizar as relações e a proporção das partes do discurso e das
pausas orais e escritas. Estes sinais também participam de todas as
funções da sintaxe, gramaticais, entonacionais e semânticas”. (BE-
A crase é a fusão de duas vogais idênticas. A primeira vogal a CHARA, 2009, p. 514)
é uma preposição, a segunda vogal a é um artigo ou um pronome A partir da definição citada por Bechara podemos perceber a
demonstrativo. importância dos sinais de pontuação, que é constituída por alguns
a (preposição) + a(s) (artigo) = à(s) sinais gráficos assim distribuídos: os separadores (vírgula [ , ], pon-
to e vírgula [ ; ], ponto final [ . ], ponto de exclamação [ ! ], reti-
• Devemos usar crase: cências [ ... ]), e os de comunicação ou “mensagem” (dois pontos
– Antes palavras femininas: [ : ], aspas simples [‘ ’], aspas duplas [ “ ” ], travessão simples [ – ],
Iremos à festa amanhã travessão duplo [ — ], parênteses [ ( ) ], colchetes ou parênteses
Mediante à situação. retos [ [ ] ], chave aberta [ { ], e chave fechada [ } ]).
O Governo visa à resolução do problema.
Ponto ( . )
– Locução prepositiva implícita “à moda de, à maneira de” O ponto simples final, que é dos sinais o que denota maior pau-
Devido à regra, o acento grave é obrigatoriamente usado nas sa, serve para encerrar períodos que terminem por qualquer tipo
locuções prepositivas com núcleo feminino iniciadas por a: de oração que não seja a interrogativa direta, a exclamativa e as
Os frangos eram feitos à moda da casa imperial. reticências.
Às vezes, porém, a locução vem implícita antes de substanti- Estaremos presentes na festa.
vos masculinos, o que pode fazer você pensar que não rola a crase.
Mas... há crase, sim! Ponto de interrogação ( ? )
Depois da indigestão, farei uma poesia à Drummond, vestir- Põe-se no fim da oração enunciada com entonação interrogati-
-me-ei à Versace e entregá-la-ei à tímida aniversariante. va ou de incerteza, real ou fingida, também chamada retórica.
Você vai à festa?
– Expressões fixas
Existem algumas expressões em que sempre haverá o uso de Ponto de exclamação ( ! )
crase: Põe-se no fim da oração enunciada com entonação exclama-
à vela, à lenha, à toa, à vista, à la carte, à queima-roupa, à von- tiva.
tade, à venda, à mão armada, à beça, à noite, à tarde, às vezes, às Ex: Que bela festa!
pressas, à primeira vista, à hora certa, àquela hora, à esquerda, à
direita, à vontade, às avessas, às claras, às escuras, à mão, às escon- Reticências ( ... )
didas, à medida que, à proporção que. Denotam interrupção ou incompletude do pensamento (ou
• NUNCA devemos usar crase: porque se quer deixar em suspenso, ou porque os fatos se dão com
– Antes de substantivos masculinos: breve espaço de tempo intervalar, ou porque o nosso interlocutor
Andou a cavalo pela cidadezinha, mas preferiria ter andado a nos toma a palavra), ou hesitação em enunciá-lo.
pé. Ex: Essa festa... não sei não, viu.

– Antes de substantivo (masculino ou feminino, singular ou Dois-pontos ( : )


plural) usado em sentido generalizador: Marcam uma supressão de voz em frase ainda não concluída.
Depois do trauma, nunca mais foi a festas. Em termos práticos, este sinal é usado para: Introduzir uma citação
Não foi feita menção a mulher, nem a criança, tampouco a ho- (discurso direto) e introduzir um aposto explicativo, enumerativo,
mem. distributivo ou uma oração subordinada substantiva apositiva.
Ex: Uma bela festa: cheia de alegria e comida boa.
– Antes de artigo indefinido “uma”
Iremos a uma reunião muito importante no domingo.

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Ponto e vírgula ( ; ) Podemos estabelecer, então, que se a frase estiver na ordem
Representa uma pausa mais forte que a vírgula e menos que o comum (SVOAdj), não usaremos vírgula. Caso contrário, a vírgula
ponto, e é empregado num trecho longo, onde já existam vírgulas, é necessária:
para enunciar pausa mais forte, separar vários itens de uma enume- Ontem, Maria foi à padaria.
ração (frequente em leis), etc. Maria, ontem, foi à padaria.
Ex: Vi na festa os deputados, senadores e governador; vi tam- À padaria, Maria foi ontem.
bém uma linda decoração e bebidas caras.
Além disso, há outros casos em que o uso de vírgulas é neces-
Travessão ( — ) sário:
Não confundir o travessão com o traço de união ou hífen e com • Separa termos de mesma função sintática, numa enumera-
o traço de divisão empregado na partição de sílabas (ab-so-lu-ta- ção.
-men-te) e de palavras no fim de linha. O travessão pode substituir Simplicidade, clareza, objetividade, concisão são qualidades a
vírgulas, parênteses, colchetes, para assinalar uma expressão inter- serem observadas na redação oficial.
calada e pode indicar a mudança de interlocutor, na transcrição de • Separa aposto.
um diálogo, com ou sem aspas. Aristóteles, o grande filósofo, foi o criador da Lógica.
Ex: Estamos — eu e meu esposo — repletos de gratidão. • Separa vocativo.
Brasileiros, é chegada a hora de votar.
Parênteses e colchetes ( ) – [ ] • Separa termos repetidos.
Os parênteses assinalam um isolamento sintático e semântico Aquele aluno era esforçado, esforçado.
mais completo dentro do enunciado, além de estabelecer maior in-
timidade entre o autor e o seu leitor. Em geral, a inserção do parên- • Separa certas expressões explicativas, retificativas, exempli-
tese é assinalada por uma entonação especial. Intimamente ligados ficativas, como: isto é, ou seja, ademais, a saber, melhor dizendo,
aos parênteses pela sua função discursiva, os colchetes são utiliza- ou melhor, quer dizer, por exemplo, além disso, aliás, antes, com
dos quando já se acham empregados os parênteses, para introduzi- efeito, digo.
rem uma nova inserção. O político, a meu ver, deve sempre usar uma linguagem clara,
Ex: Vamos estar presentes na festa (aquela organizada pelo go- ou seja, de fácil compreensão.
vernador)
• Marca a elipse de um verbo (às vezes, de seus complemen-
Aspas ( “ ” ) tos).
As aspas são empregadas para dar a certa expressão sentido O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os particula-
particular (na linguagem falada é em geral proferida com entoação res. (= ... a portaria regulamenta os casos particulares)
especial) para ressaltar uma expressão dentro do contexto ou para
apontar uma palavra como estrangeirismo ou gíria. É utilizada, ain- • Separa orações coordenadas assindéticas.
da, para marcar o discurso direto e a citação breve. Levantava-me de manhã, entrava no chuveiro, organizava as
Ex: O “coffe break” da festa estava ótimo. ideias na cabeça...

Vírgula • Isola o nome do lugar nas datas.


São várias as regras que norteiam o uso das vírgulas. Eviden- Rio de Janeiro, 21 de julho de 2006.
ciaremos, aqui, os principais usos desse sinal de pontuação. Antes
disso, vamos desmistificar três coisas que ouvimos em relação à • Isolar conectivos, tais como: portanto, contudo, assim, dessa
vírgula: forma, entretanto, entre outras. E para isolar, também, expressões
1º – A vírgula não é usada por inferência. Ou seja: não “senti- conectivas, como: em primeiro lugar, como supracitado, essas infor-
mos” o momento certo de fazer uso dela. mações comprovam, etc.
2º – A vírgula não é usada quando paramos para respirar. Em Fica claro, portanto, que ações devem ser tomadas para ame-
alguns contextos, quando, na leitura de um texto, há uma vírgula, o nizar o problema.
leitor pode, sim, fazer uma pausa, mas isso não é uma regra. Afinal,
cada um tem seu tempo de respiração, não é mesmo?!?!
3º – A vírgula tem sim grande importância na produção de tex-
tos escritos. Não caia na conversa de algumas pessoas de que ela é ORTOGRAFIA OFICIAL
menos importante e que pode ser colocada depois.
Agora, precisamos saber que a língua portuguesa tem uma or-
dem comum de construção de suas frases, que é Sujeito > Verbo > ORTOGRAFIA OFICIAL
Objeto > Adjunto, ou seja, (SVOAdj). • Mudanças no alfabeto: O alfabeto tem 26 letras. Foram rein-
Maria foi à padaria ontem. troduzidas as letras k, w e y.
Sujeito Verbo Objeto Adjunto O alfabeto completo é o seguinte: A B C D E F G H I J K L M N O
PQRSTUVWXYZ
Perceba que, na frase acima, não há o uso de vírgula. Isso ocor- • Trema: Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a
re por alguns motivos: letra u para indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos gue,
1) NÃO se separa com vírgula o sujeito de seu predicado. gui, que, qui.
2) NÃO se separa com vírgula o verbo e seus complementos.
3) Não é aconselhável usar vírgula entre o complemento do Regras de acentuação
verbo e o adjunto. – Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das
palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima
sílaba)
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Observações:
Como era Como fica
• Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra
alcatéia alcateia iniciada por r: sub-região, sub-raça. Palavras iniciadas por h perdem
apóia apoia essa letra e juntam-se sem hífen: subumano, subumanidade.
• Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de pala-
apóio apoio vra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano.
• O prefixo co aglutina-se, em geral, com o segundo elemento,
Atenção: essa regra só vale para as paroxítonas. As oxítonas mesmo quando este se inicia por o: coobrigação, coordenar, coope-
continuam com acento: Ex.: papéis, herói, heróis, troféu, troféus. rar, cooperação, cooptar, coocupante.
• Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-al-
– Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no mirante.
u tônicos quando vierem depois de um ditongo. • Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam
a noção de composição, como girassol, madressilva, mandachuva,
Como era Como fica pontapé, paraquedas, paraquedista.
• Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró,
baiúca baiuca usa-se sempre o hífen: ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém-mar,
bocaiúva bocaiuva recém-casado, pós-graduação, pré-vestibular, pró-europeu.

Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em Viu? Tudo muito tranquilo. Certeza que você já está dominando
posição final (ou seguidos de s), o acento permanece. Exemplos: muita coisa. Mas não podemos parar, não é mesmo?!?! Por isso
tuiuiú, tuiuiús, Piauí. vamos passar para mais um ponto importante.

– Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem


e ôo(s).
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Como era Como fica
abençôo abençoo Acentuação é o modo de proferir um som ou grupo de sons
crêem creem com mais relevo do que outros. Os sinais diacríticos servem para
indicar, dentre outros aspectos, a pronúncia correta das palavras.
Vejamos um por um:
– Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/
para, péla(s)/ pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera.
Acento agudo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre
aberto.
Atenção:
Já cursei a Faculdade de História.
• Permanece o acento diferencial em pôde/pode.
Acento circunflexo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre
• Permanece o acento diferencial em pôr/por.
fechado.
• Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural
Meu avô e meus três tios ainda são vivos.
dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter,
Acento grave: marca o fenômeno da crase (estudaremos este
reter, conter, convir, intervir, advir etc.).
caso afundo mais à frente).
• É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as
Sou leal à mulher da minha vida.
palavras forma/fôrma.
As palavras podem ser:
Uso de hífen
– Oxítonas: quando a sílaba tônica é a última (ca-fé, ma-ra-cu-
Regra básica:
-já, ra-paz, u-ru-bu...)
Sempre se usa o hífen diante de h: anti-higiênico, super-ho-
– Paroxítonas: quando a sílaba tônica é a penúltima (me-sa,
mem.
sa-bo-ne-te, ré-gua...)
– Proparoxítonas: quando a sílaba tônica é a antepenúltima
Outros casos
(sá-ba-do, tô-ni-ca, his-tó-ri-co…)
1. Prefixo terminado em vogal:
– Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo.
As regras de acentuação das palavras são simples. Vejamos:
– Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto,
• São acentuadas todas as palavras proparoxítonas (médico,
semicírculo.
íamos, Ângela, sânscrito, fôssemos...)
– Sem hífen diante de r e s. Dobram-se essas letras: antirracis-
• São acentuadas as palavras paroxítonas terminadas em L, N,
mo, antissocial, ultrassom.
R, X, I(S), US, UM, UNS, OS, ÃO(S), Ã(S), EI(S) (amável, elétron, éter,
– Com hífen diante de mesma vogal: contra-ataque, micro-on-
fênix, júri, oásis, ônus, fórum, órfão...)
das.
• São acentuadas as palavras oxítonas terminadas em A(S),
E(S), O(S), EM, ENS, ÉU(S), ÉI(S), ÓI(S) (xarás, convéns, robô, Jô, céu,
2. Prefixo terminado em consoante:
dói, coronéis...)
– Com hífen diante de mesma consoante: inter-regional, sub-
-bibliotecário.
• São acentuados os hiatos I e U, quando precedidos de vogais
– Sem hífen diante de consoante diferente: intermunicipal, su-
(aí, faísca, baú, juízo, Luísa...)
persônico.
– Sem hífen diante de vogal: interestadual, superinteressante.

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Viu que não é nenhum bicho de sete cabeças? Agora é só trei- Analise as assertivas e responda:
nar e fixar as regras. (A) Somente a I é correta.
(B) Somente a II é incorreta.
(C) Somente a III é correta
QUESTÕES (D) A III e IV são corretas.

3. Observe as assertivas relacionadas ao texto “A lama que ain-


1. (FEMPERJ – VALEC – JORNALISTA – 2012) Intertextualidade é da suja o Brasil”:
a presença de um texto em outro; o pensamento abaixo que NÃO I- O texto é coeso, mas não é coerente, já que tem problemas
se fundamenta em intertextualidade é: no desenvolvimento do assunto.
(A) “Se tudo o que é bom dura pouco, eu já deveria ter morrido II- O texto é coerente, mas não é coeso, já que apresenta pro-
há muito tempo.” blemas no uso de conjunções e preposições.
(B) “Nariz é essa parte do corpo que brilha, espirra, coça e se III- O texto é coeso e coerente, graças ao bom uso das classes
mete onde não é chamada.” de palavras e da ordem sintática.
(C) “Une-te aos bons e será um deles. Ou fica aqui com a gente IV- O texto é coeso e coerente, já que apresenta progressão
mesmo!” temática e bom uso dos recursos coesivos.
(D) “Vamos fazer o feijão com arroz. Se puder botar um ovo, Analise as assertivas e responda:
tudo bem.” (A) Somente a I é correta.
(E) “O Neymar é invendável, inegociável e imprestável.” (B) Somente a II é incorreta.
(C) Somente a III é correta.
Leia o texto abaixo para responder a questão. (D) Somente a IV é correta.
A lama que ainda suja o Brasil
Fabíola Perez(fabiola.perez@istoe.com.br) Leia o texto abaixo para responder as questões.

A maior tragédia ambiental da história do País escancarou um UM APÓLOGO


dos principais gargalos da conjuntura política e econômica brasilei- Machado de Assis.
ra: a negligência do setor privado e dos órgãos públicos diante de
um desastre de repercussão mundial. Confirmada a morte do Rio Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
Doce, o governo federal ainda não apresentou um plano de recu- — Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrola-
peração efetivo para a área (apenas uma carta de intenções). Tam- da, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?
pouco a mineradora Samarco, controlada pela brasileira Vale e pela — Deixe-me, senhora.
anglo-australiana BHP Billiton. A única medida concreta foi a aplica- — Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está
ção da multa de R$ 250 milhões – sendo que não há garantias de com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me
que ela será usada no local. “O leito do rio se perdeu e a calha pro- der na cabeça.
funda e larga se transformou num córrego raso”, diz Malu Ribeiro, — Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha.
coordenadora da rede de águas da Fundação SOS Mata Atlântica, Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem
sobre o desastre em Mariana, Minas Gerais. “O volume de rejeitos
o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos
se tornou uma bomba relógio na região.”
outros.
Para agravar a tragédia, a empresa declarou que existem ris-
— Mas você é orgulhosa.
cos de rompimento nas barragens de Germano e de Santarém. Se-
— Decerto que sou.
gundo o Departamento Nacional de Produção Mineral, pelo menos
— Mas por quê?
16 barragens de mineração em todo o País apresentam condições
— É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa
de insegurança. “O governo perdeu sua capacidade de aparelhar
ama, quem é que os cose, senão eu?
órgãos técnicos para fiscalização”, diz Malu. Na direção oposta
Ao caminho da segurança, está o projeto de lei 654/2015, — Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora
do senador Romero Jucá (PMDB-RR) que prevê licença única em um que quem os cose sou eu, e muito eu?
tempo exíguo para obras consideradas estratégicas. O novo marco — Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pe-
regulatório da mineração, por sua vez, também concede priorida- daço ao outro, dou feição aos babados…
de à ação de mineradoras. “Ocorrerá um aumento dos conflitos ju- — Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante,
diciais, o que não será interessante para o setor empresarial”, diz puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço e
Maurício Guetta, advogado do Instituto Sócio Ambiental (ISA). Com mando…
o avanço dessa legislação outros danos irreversíveis podem ocorrer. — Também os batedores vão adiante do imperador.
FONTE: http://www.istoe.com.br/reportagens/441106_A+LA MA+- — Você é imperador?
QUE+AINDA+SUJA+O+BRASIL — Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel su-
21. Observe as assertivas relacionadas ao texto lido: balterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o
I. O texto é predominantemente narrativo, já que narra um trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto…
fato. Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa.
II. O texto é predominantemente expositivo, já que pertence ao Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que
gênero textual editorial. tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a
III. O texto é apresenta partes narrativas e partes expositivas, já costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, en-
que se trata de uma reportagem. fiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando
IV. O texto apresenta partes narrativas e partes expositivas, já orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre
se trata de um editorial. os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a
isto uma cor poética. E dizia a agulha:
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— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? (A) “- Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda en-
Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é rolada, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?” (L.02)
que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo (B) “- Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha.
e acima… Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar?” (L.06)
A linha não respondia nada; ia andando. Buraco aberto pela (C) “- Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante,
agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço
o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha vendo que e mando...” (L.14-15)
ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era (D) “- Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco?
tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-pli- Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo;
c-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando
costura, para o dia seguinte; continuou ainda nesse e no outro, até abaixo e acima.” (L.25-26)
que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile. (E) “- Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de
a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém.
dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da Onde me espetam, fico.” (L.40-41)
bela dama, e puxava a um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali,
alisando, abotoando, acolchetando, a linha, para mofar da agulha, 5. (CESGRANRIO – SEPLAG/BA – PROFESSOR PORTUGUÊS –
perguntou-lhe: 2010) Estabelece relação de hiperonímia/hiponímia, nessa ordem,
— Ora agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da o seguinte par de palavras:
baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que (A) estrondo – ruído;
vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para (B) pescador – trabalhador;
a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? (C) pista – aeroporto;
Vamos, diga lá. (D) piloto – comissário;
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de ca- (E) aeronave – jatinho.
beça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha:
— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é 6. Em relação à classe e ao emprego de palavras no texto, na
que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze oração “A abordagem social constitui-se em um processo de traba-
como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, lho planejado de aproximação” (linhas 1 e 2), os vocábulos subli-
fico. nhados classificam-se, respectivamente, em
Contei esta história a um professor de melancolia, que me dis- (A) preposição, pronome, artigo, adjetivo e substantivo.
se, abanando a cabeça: — Também eu tenho servido de agulha a (B) pronome, preposição, artigo, substantivo e adjetivo.
muita linha ordinária! (C) conjunção, preposição, numeral, substantivo e pronome.
(D) pronome, conjunção, artigo, adjetivo e adjetivo.
4. De acordo com o texto “Um Apólogo” de Machado de Assis (E) conjunção, conjunção, numeral, substantivo e advérbio.
e com a ilustração abaixo, e levando em consideração as persona-
gens presentes nas narrativas tanto verbal quanto visual, indique 7. (ACEP – PREF. QUIXADÁ/CE – PSICÓLOGO – 2010) No perí-
a opção em que a fala não é compatível com a associação entre os odo “O essencial é o seguinte: //nunca antes neste país houve um
elementos dos textos: governo tão imbuído da ideia // de que veio // para recomeçar a
história.”, a oração sublinhada é classificada como:
(A) coordenada assindética;
(B) subordinada substantiva completiva nominal;
(C) subordinada substantiva objetiva indireta;
(D) subordinada substantiva apositiva.

8. (FCC – TRE/MG – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2005) As liberdades


...... se refere o autor dizem respeito a direitos ...... se ocupa a nossa
Constituição. Preenchem de modo correto as lacunas da frase aci-
ma, na ordem dada, as expressões:
(A) a que – de que;
(B) de que – com que;
(C) a cujas – de cujos;
(D) à que – em que;
(E) em que – aos quais.

9. (VUNESP – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2011)


Assinale a alternativa em que a concordância verbal está correta.
(A) Haviam cooperativas de catadores na cidade de São Paulo.
(B) O lixo de casas e condomínios vão para aterros.
(C) O tratamento e a destinação corretos do lixo evitaria que
35% deles fosse despejado em aterros.
(D) Fazem dois anos que a prefeitura adia a questão do lixo.
(E) Somos nós quem paga a conta pelo descaso com a coleta
de lixo.

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10. (FGV – SENADO FEDERAL – POLICIAL LEGISLATIVO FEDERAL 15. (CESGRANRIO – CMB – ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRA-
– 2008) Assinale a alternativa em que se tenha optado corretamen- TIVO – 2012) Algumas palavras são acentuadas com o objetivo ex-
te por utilizar ou não o acento grave indicativo de crase. clusivo de distingui-las de outras. Uma palavra acentuada com esse
(A) Vou à Brasília dos meus sonhos. objetivo é a seguinte:
(B) Nosso expediente é de segunda à sexta. (A) pôr.
(C) Pretendo viajar a Paraíba. (B) ilhéu.
(D) Ele gosta de bife à cavalo. (C) sábio.
(D) também.
11. (CESGRANRIO – FINEP – TÉCNICO – 2011) A vírgula pode (E) lâmpada.
ser retirada sem prejuízo para o significado e mantendo a norma
padrão na seguinte sentença:
(A) Mário, vem falar comigo depois do expediente.
(B) Amanhã, apresentaremos a proposta de trabalho. GABARITO
(C) Telefonei para o Tavares, meu antigo chefe.
(D) Encomendei canetas, blocos e crachás para a reunião.
(E) Entrou na sala, cumprimentou a todos e iniciou o discurso.
1 E
12. (ESAF – SRF – AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL –
2003) Indique o item em que todas as palavras estão corretamente 2 C
empregadas e grafadas. 3 D
(A) A pirâmide carcerária assegura um contexto em que o po-
4 E
der de infringir punições legais a cidadãos aparece livre de
qualquer excesso e violência. 5 E
(B) Nos presídios, os chefes e subchefes não devem ser exata- 6 B
mente nem juízes, nem professores, nem contramestres, nem
suboficiais, nem “pais”, porém avocam a si um pouco de tudo 7 B
isso, num modo de intervenção específico. 8 A
(C) O carcerário, ao homogeinizar o poder legal de punir e o 9 E
poder técnico de disciplinar, ilide o que possa haver de violento
em um e de arbitrário no outro, atenuando os efeitos de revol- 10 A
ta que ambos possam suscitar. 11 B
(D) No singular poder de punir, nada mais lembra o antigo po-
12 B
der do soberano iminente que vingava sua autoridade sobre o
corpo dos supliciados. 13 C
(E) A existência de uma proibição legal cria em torno dela um 14 A
campo de práticas ilegais, sob o qual se chega a exercer con-
trole e aferir lucro ilícito, mas que se torna manejável por sua 15 A
organização em delinqüência.

13. (FCC – METRÔ/SP – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO JÚNIOR


– 2012) A frase que apresenta INCORREÇÕES quanto à ortografia é:
(A) Quando jovem, o compositor demonstrava uma capacidade
extraordinária de imitar vários estilos musicais.
(B) Dizem que o músico era avesso à ideia de expressar senti-
mentos pessoais por meio de sua música.
(C) Poucos estudiosos se despõem a discutir o empacto das
composições do músico na cultura ocidental.
(D) Salvo algumas exceções, a maioria das óperas do compo-
sitor termina em uma cena de reconciliação entre os persona-
gens.
(E) Alguns acreditam que o valor da obra do compositor se
deve mais à árdua dedicação do que a arroubos de inspiração.

14. (FUNIVERSA – CEB – ADVOGADO – 2010) Assinale a alter-


nativa em que todas as palavras são acentuadas pela mesma razão.
(A) “Brasília”, “prêmios”, “vitória”.
(B) “elétrica”, “hidráulica”, “responsáveis”.
(C) “sérios”, “potência”, “após”.
(D) “Goiás”, “já”, “vários”.
(E) “solidária”, “área”, “após”.

Editora
36
36
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO
MATEMÁTICO

Exemplo 2
OPERAÇÕES, EXPRESSÕES E PROBLEMAS COM NÚMEROS 40 – 9 x 4 + 23
NATURAIS. NÚMEROS FRACIONÁRIOS, DECIMAIS, INTEI- 40 – 36 + 23
ROS, RACIONAIS E REAIS 4 + 23
27

Números Naturais Exemplo 3


Os números naturais são o modelo matemático necessário 25-(50-30)+4x5
para efetuar uma contagem. 25-20+20=25
Começando por zero e acrescentando sempre uma unidade,
obtemos o conjunto infinito dos números naturais Números Inteiros
Podemos dizer que este conjunto é composto pelos números
naturais, o conjunto dos opostos dos números naturais e o zero.
Este conjunto pode ser representado por:

- Todo número natural dado tem um sucessor


a) O sucessor de 0 é 1.
b) O sucessor de 1000 é 1001.
c) O sucessor de 19 é 20. Subconjuntos do conjunto :
1)Conjunto dos números inteiros excluindo o zero
Usamos o * para indicar o conjunto sem o zero.
{...-2, -1, 1, 2, ...}

{1,2,3,4,5,6... . } 2) Conjuntos dos números inteiros não negativos

- Todo número natural dado N, exceto o zero, tem um anteces- {0, 1, 2, ...}
sor (número que vem antes do número dado).
Exemplos: Se m é um número natural finito diferente de zero. 3) Conjunto dos números inteiros não positivos
a) O antecessor do número m é m-1.
b) O antecessor de 2 é 1. {...-3, -2, -1}
c) O antecessor de 56 é 55.
d) O antecessor de 10 é 9. Números Racionais
Chama-se de número racional a todo número que pode ser ex-
Expressões Numéricas presso na forma , onde a e b são inteiros quaisquer, com b≠0
Nas expressões numéricas aparecem adições, subtrações, mul- São exemplos de números racionais:
tiplicações e divisões. Todas as operações podem acontecer em
uma única expressão. Para resolver as expressões numéricas utili- -12/51
zamos alguns procedimentos: -3

Se em uma expressão numérica aparecer as quatro operações, -(-3)


devemos resolver a multiplicação ou a divisão primeiramente, na -2,333...
ordem em que elas aparecerem e somente depois a adição e a sub-
tração, também na ordem em que aparecerem e os parênteses são As dízimas periódicas podem ser representadas por fração,
resolvidos primeiro. portanto são consideradas números racionais.
Como representar esses números?
Exemplo 1
10 + 12 – 6 + 7 Representação Decimal das Frações
22 – 6 + 7 Temos 2 possíveis casos para transformar frações em decimais
16 + 7
23 1º) Decimais exatos: quando dividirmos a fração, o número de-
cimal terá um número finito de algarismos após a vírgula.

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Agora, vamos fazer um exemplo com 2 algarismos de período.

Exemplo 2
Seja a dízima 1,1212...
Façamos x = 1,1212...
100x = 112,1212... .

Subtraindo:
100x-x=112,1212...-1,1212...
2º) Terá um número infinito de algarismos após a vírgula, mas 99x=111
lembrando que a dízima deve ser periódica para ser número racio- X=111/99
nal
OBS: período da dízima são os números que se repetem, se Números Irracionais
não repetir não é dízima periódica e assim números irracionais, que Identificação de números irracionais
trataremos mais a frente. – Todas as dízimas periódicas são números racionais.
– Todos os números inteiros são racionais.
– Todas as frações ordinárias são números racionais.
– Todas as dízimas não periódicas são números irracionais.
– Todas as raízes inexatas são números irracionais.
– A soma de um número racional com um número irracional é
sempre um número irracional.
– A diferença de dois números irracionais, pode ser um número
racional.
– Os números irracionais não podem ser expressos na forma ,
com a e b inteiros e b≠0.

Representação Fracionária dos Números Decimais Exemplo: - = 0 e 0 é um número racional.


1ºcaso) Se for exato, conseguimos sempre transformar com o
denominador seguido de zeros. – O quociente de dois números irracionais, pode ser um núme-
O número de zeros depende da casa decimal. Para uma casa, ro racional.
um zero (10) para duas casas, dois zeros(100) e assim por diante.
Exemplo: : = = 2 e 2 é um número racional.

– O produto de dois números irracionais, pode ser um número


racional.

Exemplo: . = = 7 é um número racional.

Exemplo: radicais( a raiz quadrada de um número na-


tural, se não inteira, é irracional.

Números Reais

2ºcaso) Se dízima periódica é um número racional, então como


podemos transformar em fração?

Exemplo 1
Transforme a dízima 0, 333... .em fração
Sempre que precisar transformar, vamos chamar a dízima dada
de x, ou seja
X=0,333...

Se o período da dízima é de um algarismo, multiplicamos por


10.
10x=3,333...

E então subtraímos:
10x-x=3,333...-0,333... Fonte: www.estudokids.com.br
9x=3
X=3/9
X=1/3

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Representação na reta Intervalo:]-∞,b[
Conjunto:{x ϵ R|x<b}

Semirreta direita, fechada de origem a – números reais maiores


ou iguais a A.

Intervalos limitados Intervalo:[a,+ ∞[


Intervalo fechado – Números reais maiores do que a ou iguais a Conjunto:{x ϵ R|x≥a}
e menores do que b ou iguais a b.
Semirreta direita, aberta, de origem a – números reais maiores
que a.

Intervalo:[a,b]
Conjunto: {x ϵ R|a≤x≤b}

Intervalo aberto – números reais maiores que a e menores que Intervalo:]a,+ ∞[


b. Conjunto:{x ϵ R|x>a}

Potenciação
Multiplicação de fatores iguais

Intervalo:]a,b[ 2³=2.2.2=8
Conjunto:{xϵR|a<x<b}
Casos
Intervalo fechado à esquerda – números reais maiores que a ou 1) Todo número elevado ao expoente 0 resulta em 1.
iguais a A e menores do que B.

2) Todo número elevado ao expoente 1 é o próprio número.


Intervalo:{a,b[
Conjunto {x ϵ R|a≤x<b}

Intervalo fechado à direita – números reais maiores que a e


menores ou iguais a b.
3) Todo número negativo, elevado ao expoente par, resulta em
um número positivo.

Intervalo:]a,b]
Conjunto:{x ϵ R|a<x≤b}

Intervalos Ilimitados 4) Todo número negativo, elevado ao expoente ímpar, resulta


Semirreta esquerda, fechada de origem b- números reais me- em um número negativo.
nores ou iguais a b.

Intervalo:]-∞,b] 5) Se o sinal do expoente for negativo, devemos passar o sinal


Conjunto:{x ϵ R|x≤b} para positivo e inverter o número que está na base.

Semirreta esquerda, aberta de origem b – números reais me-


nores que b.

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
6) Toda vez que a base for igual a zero, não importa o valor do Técnica de Cálculo
expoente, o resultado será igual a zero. A determinação da raiz quadrada de um número torna-se mais
fácil quando o algarismo se encontra fatorado em números primos.
Veja:

64 2
Propriedades 32 2
1) (am . an = am+n) Em uma multiplicação de potências de mesma 16 2
base, repete-se a base e soma os expoentes.
8 2
Exemplos: 4 2
24 . 23 = 24+3= 27 2 2
(2.2.2.2) .( 2.2.2)= 2.2.2. 2.2.2.2= 27
1

64=2.2.2.2.2.2=26

Como é raiz quadrada a cada dois números iguais “tira-se” um


2) (a : a = a ). Em uma divisão de potência de mesma base.
m n m-n e multiplica.
Conserva-se a base e subtraem os expoentes.

Exemplos:
96 : 92 = 96-2 = 94
Observe:

1 1 1
3.5 = (3.5) 2 = 3 2 .5 2 = 3. 5
3) (am)n Potência de potência. Repete-se a base e multiplica-se
os expoentes.
De modo geral, se
Exemplos:
(52)3 = 52.3 = 56 a ∈ R+ , b ∈ R+ , n ∈ N * ,

Então:

n
a.b = n a .n b
4) E uma multiplicação de dois ou mais fatores elevados a um
expoente, podemos elevar cada um a esse mesmo expoente.
(4.3)²=4².3² O radical de índice inteiro e positivo de um produto indicado é
igual ao produto dos radicais de mesmo índice dos fatores do radi-
5) Na divisão de dois fatores elevados a um expoente, podemos cando.
elevar separados.
Raiz quadrada de frações ordinárias

1 1
2 2 22 2
2
Observe: =  = 1 =
Radiciação
3 3 3
32
Radiciação é a operação inversa a potenciação
a na
* *
=
De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R , n ∈ N , então: n
+
b nb
O radical de índice inteiro e positivo de um quociente indicado
é igual ao quociente dos radicais de mesmo índice dos termos do
radicando.

Raiz quadrada números decimais

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Operações Devemos multiplicar de forma que obtenha uma diferença de
quadrados no denominador:

Operações Múltiplos
Um número é múltiplo de outro quando ao dividirmos o pri-
meiro pelo segundo, o resto é zero.
Multiplicação
Exemplo
Exemplo

Divisão

O conjunto de múltiplos de um número natural não-nulo é in-


finito e podemos consegui-lo multiplicando-se o número dado por
Exemplo todos os números naturais.
M(3)={0,3,6,9,12,...}

Divisores
Adição e subtração Os números 12 e 15 são múltiplos de 3, portanto 3 é divisor de
12 e 15.
Para fazer esse cálculo, devemos fatorar o 8 e o 20. D(12)={1,2,3,4,6,12}
D(15)={1,3,5,15}
8 2 20 2 Observações:
4 2 10 2 – Todo número natural é múltiplo de si mesmo.
2 2 5 5 – Todo número natural é múltiplo de 1.
– Todo número natural, diferente de zero, tem infinitos múlti-
1 1 plos.
- O zero é múltiplo de qualquer número natural.

Máximo Divisor Comum


O máximo divisor comum de dois ou mais números naturais
Caso tenha: não-nulos é o maior dos divisores comuns desses números.
Para calcular o m.d.c de dois ou mais números, devemos seguir
Não dá para somar, as raízes devem ficar desse modo. as etapas:
• Decompor o número em fatores primos
Racionalização de Denominadores • Tomar o fatores comuns com o menor expoente
Normalmente não se apresentam números irracionais com • Multiplicar os fatores entre si.
radicais no denominador. Ao processo que leva à eliminação dos
radicais do denominador chama-se racionalização do denominador. Exemplo:
1º Caso: Denominador composto por uma só parcela
15 3 24 2
5 5 12 2
1 6 2
3 3
1

2º Caso: Denominador composto por duas parcelas.


15 = 3.5 24 = 23.3

O fator comum é o 3 e o 1 é o menor expoente.


m.d.c
(15,24) = 3

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Mínimo Múltiplo Comum Exemplo
O mínimo múltiplo comum (m.m.c) de dois ou mais números é (MPE/SP – Oficial de Promotora I – VUNESP/2016) No aero-
o menor número, diferente de zero. porto de uma pequena cidade chegam aviões de três companhias
aéreas. Os aviões da companhia A chegam a cada 20 minutos, da
Para calcular devemos seguir as etapas: companhia B a cada 30 minutos e da companhia C a cada 44 mi-
• Decompor os números em fatores primos nutos. Em um domingo, às 7 horas, chegaram aviões das três com-
• Multiplicar os fatores entre si panhias ao mesmo tempo, situação que voltará a se repetir, nesse
mesmo dia, às:
Exemplo: (A) 16h 30min.
(B) 17h 30min.
15,24 2 (C) 18h 30min.
(D) 17 horas.
15,12 2 (E) 18 horas.
15,6 2
Resposta: E.
15,3 3
5,1 5
20,30,44 2
1
10,15,22 2
Para o mmc, fica mais fácil decompor os dois juntos. 5,15,11 3
Basta começar sempre pelo menor primo e verificar a divisão 5,5,11 5
com algum dos números, não é necessário que os dois sejam divisí-
veis ao mesmo tempo. 1,1,11 11
Observe que enquanto o 15 não pode ser dividido, continua 1,1,1
aparecendo.
Mmc(20,30,44)=2².3.5.11=660
Assim, o mmc (15,24) = 23.3.5 = 120
1h---60minutos
Exemplo x-----660
O piso de uma sala retangular, medindo 3,52 m × 4,16 m, será x=660/60=11
revestido com ladrilhos quadrados, de mesma dimensão, inteiros,
de forma que não fique espaço vazio entre ladrilhos vizinhos. Os Então será depois de 11horas que se encontrarão
ladrilhos serão escolhidos de modo que tenham a maior dimensão 7+11=18h
possível.
Na situação apresentada, o lado do ladrilho deverá medir
EQUAÇÃO DE 1º E 2º GRAUS, COM VARIÁVEIS
(A) mais de 30 cm.
(B) menos de 15 cm.
(C) mais de 15 cm e menos de 20 cm. Equação 1º grau
(D) mais de 20 cm e menos de 25 cm. Equação é toda sentença matemática aberta representada por
(E) mais de 25 cm e menos de 30 cm. uma igualdade, em que exista uma ou mais letras que representam
Resposta: A. números desconhecidos.
Equação do 1º grau, na incógnita x, é toda equação redutível
352 2 416 2 à forma ax+b=0, em que a e b são números reais, chamados coefi-
cientes, com a≠0.
176 2 208 2
88 2 104 2 Uma raiz da equação ax+b =0(a≠0) é um valor numérico de x
que, substituindo no 1º membro da equação, torna-se igual ao 2º
44 2 52 2
membro.
22 2 26 2
11 11 13 13 Nada mais é que pensarmos em uma balança.
1 1

Devemos achar o mdc para achar a maior medida possível


E são os fatores que temos iguais:25=32

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
A balança deixa os dois lados iguais para equilibrar, a equação Equação 2º grau
também.
No exemplo temos: A equação do segundo grau é representada pela fórmula geral:
3x+300
Outro lado: x+1000+500 ax2+bx+c=0
E o equilíbrio?
3x+300=x+1500 Onde a, b e c são números reais, a≠0.

Quando passamos de um lado para o outro invertemos o sinal Discussão das Raízes
3x-x=1500-300
2x=1200
X=600

Exemplo
(PREF. DE NITERÓI/RJ – Fiscal de Posturas – FGV/2015) A idade
de Pedro hoje, em anos, é igual ao dobro da soma das idades de
seus dois filhos, Paulo e Pierre. Pierre é três anos mais velho do que Se for negativo, não há solução no conjunto dos números
Paulo. Daqui a dez anos, a idade de Pierre será a metade da idade reais.
que Pedro tem hoje.
A soma das idades que Pedro, Paulo e Pierre têm hoje é: Se for positivo, a equação tem duas soluções:
(A) 72;
(B) 69;
(C) 66;
(D) 63;
(E) 60.
Exemplo
Resolução
A ideia de resolver as equações é literalmente colocar na lin-
guagem matemática o que está no texto.
“Pierre é três anos mais velho do que Paulo”
Pi=Pa+3

“Daqui a dez anos, a idade de Pierre será a metade da idade


que Pedro tem hoje.” , portanto não há solução real.

A idade de Pedro hoje, em anos, é igual ao dobro da soma das


idades de seus dois filhos,
Pe=2(Pi+Pa)
Pe=2Pi+2Pa

Lembrando que:
Pi=Pa+3

Substituindo em Pe
Pe=2(Pa+3)+2Pa
Pe=2Pa+6+2Pa
Pe=4Pa+6

Pa+3+10=2Pa+3
Pa=10
Pi=Pa+3
Pi=10+3=13 Se ∆ < 0 não há solução, pois não existe raiz quadrada real de
Pe=40+6=46 um número negativo.
Soma das idades: 10+13+46=69
Resposta: B. Se ∆ = 0, há duas soluções iguais:

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Se ∆ > 0, há soluções reais diferentes:

Substituindo em A
Relações entre Coeficientes e Raízes A=44-26=18
Ou A=44-18=26
Dada as duas raízes: Resposta: B.

Inequação
Uma inequação é uma sentença matemática expressa por uma
ou mais incógnitas, que ao contrário da equação que utiliza um sinal
de igualdade, apresenta sinais de desigualdade. Veja os sinais de
Soma das Raízes desigualdade:
>: maior
<: menor
≥: maior ou igual
≤: menor ou igual
Produto das Raízes
O princípio resolutivo de uma inequação é o mesmo da equa-
ção, onde temos que organizar os termos semelhantes em cada
membro, realizando as operações indicadas. No caso das inequa-
ções, ao realizarmos uma multiplicação de seus elementos por
Composição de uma equação do 2ºgrau, conhecidas as raízes –1com o intuito de deixar a parte da incógnita positiva, invertemos
o sinal representativo da desigualdade.
Podemos escrever a equação da seguinte maneira:
Exemplo 1
x²-Sx+P=0 4x + 12 > 2x – 2
4x – 2x > – 2 – 12
Exemplo 2x > – 14
Dada as raízes -2 e 7. Componha a equação do 2º grau. x > –14/2
x>–7
Solução
S=x1+x2=-2+7=5 Inequação - Produto
P=x1.x2=-2.7=-14 Quando se trata de inequações - produto, teremos uma desi-
Então a equação é: x²-5x-14=0 gualdade que envolve o produto de duas ou mais funções. Portanto,
surge a necessidade de realizar o estudo da desigualdade em cada
Exemplo função e obter a resposta final realizando a intersecção do conjunto
(IMA – Analista Administrativo Jr – SHDIAS/2015) A soma das resposta das funções.
idades de Ana e Júlia é igual a 44 anos, e, quando somamos os qua-
drados dessas idades, obtemos 1000. A mais velha das duas tem: Exemplo
(A) 24 anos
(B) 26 anos a)(-x+2)(2x-3)<0
(C) 31 anos
(D) 33 anos

Resolução
A+J=44
A²+J²=1000
A=44-J
(44-J)²+J²=1000
1936-88J+J²+J²=1000
2J²-88J+936=0

Dividindo por2:
J²-44J+468=0
∆=(-44)²-4.1.468
∆=1936-1872=64 Inequação -Quociente
Na inequação- quociente, tem-se uma desigualdade de funções
fracionárias, ou ainda, de duas funções na qual uma está dividindo
a outra. Diante disso, deveremos nos atentar ao domínio da função
que se encontra no denominador, pois não existe divisão por zero.
Com isso, a função que estiver no denominador da inequação deve-
rá ser diferente de zero.
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44
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
O método de resolução se assemelha muito à resolução de Calculando agora o CONJUNTO SOLUÇÃO da inequação
uma inequação - produto, de modo que devemos analisar o sinal Temos:
das funções e realizar a intersecção do sinal dessas funções. S = S1 ∩ S2

Exemplo
Resolva a inequação a seguir:

x-2≠0
x≠2
Portanto:

S = { x ϵ R | x ≤ - 1} ou S = ] - ∞ ; -1]

Inequação 2º grau
Chama-se inequação do 2º grau, toda inequação que pode ser
escrita numa das seguintes formas:
ax²+bx+c>0
ax²+bx+c≥0
ax²+bx+c<0
ax²+bx+c<0
ax²+bx+c≤0
ax²+bx+c≠0
Sistema de Inequação do 1º Grau
Um sistema de inequação do 1º grau é formado por duas ou Exemplo
mais inequações, cada uma delas tem apenas uma variável sendo Vamos resolver a inequação3x² + 10x + 7 < 0.
que essa deve ser a mesma em todas as outras inequações envol-
vidas. Resolvendo Inequações
Veja alguns exemplos de sistema de inequação do 1º grau: Resolver uma inequação significa determinar os valores reais
de x que satisfazem a inequação dada.
Assim, no exemplo, devemos obter os valores reais de x que
tornem a expressão 3x² + 10x +7negativa.

Vamos achar a solução de cada inequação.


4x + 4 ≤ 0
4x ≤ - 4
x≤-4:4
x≤-1

S1 = {x ϵ R | x ≤ - 1}

Fazendo o cálculo da segunda inequação temos:


x+1≤0
x≤-1

A “bolinha” é fechada, pois o sinal da inequação é igual.

S2 = { x ϵ R | x ≤ - 1}

S = {x ϵ R / –7/3 < x < –1}

Editora
45
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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Ou
RAZÃO E PROPORÇÃO
 

Razão

Chama-se de razão entre dois números racionais a e b, com b Ou


≠ 0, ao quociente entre eles. Indica-se a razão de a para b por a/b
ou a : b.

Exemplo:
Na sala do 1º ano de um colégio há 20 rapazes e 25 moças.
Encontre a razão entre o número de rapazes e o número de moças. Ou
(lembrando que razão é divisão)

Terceira propriedade das proporções


Proporção Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença dos an-
tecedentes está para a soma ou a diferença dos consequentes, as-
Proporção é a igualdade entre duas razões. A proporção entre sim como cada antecedente está para o seu respectivo consequen-
A/B e C/D é a igualdade: te. Temos então:

Propriedade fundamental das proporções


Numa proporção: Ou

Os números A e D são denominados extremos enquanto os nú-


meros B e C são os meios e vale a propriedade: o produto dos meios Ou
é igual ao produto dos extremos, isto é:

AxD=BxC

Exemplo: A fração 3/4 está em proporção com 6/8, pois:


Ou

Exercício: Determinar o valor de X para que a razão X/3 esteja


em proporção com 4/6.
Grandezas Diretamente Proporcionais
Solução: Deve-se montar a proporção da seguinte forma:
Duas grandezas variáveis dependentes são diretamente pro-
porcionais quando a razão entre os valores da 1ª grandeza é igual a
razão entre os valores correspondentes da 2ª, ou de uma maneira
mais informal, se eu pergunto:
Quanto mais.....mais....

Segunda propriedade das proporções Exemplo


Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença dos dois Distância percorrida e combustível gasto
primeiros termos está para o primeiro, ou para o segundo termo,
assim como a soma ou a diferença dos dois últimos termos está DISTÂNCIA (KM) COMBUSTÍVEL (LITROS)
para o terceiro, ou para o quarto termo. Então temos:
13 1
26 2
39 3
52 4
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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Quanto MAIS eu ando, MAIS combustível? Para decompor um número M em n partes X1, X2, ..., Xn inver-
Diretamente proporcionais samente proporcionais a p1, p2, ..., pn, basta decompor este número
Se eu dobro a distância, dobra o combustível M em n partes X1, X2, ..., Xn diretamente proporcionais a 1/p1, 1/p2,
..., 1/pn. A montagem do sistema com n equações e n incógnitas,
Grandezas Inversamente Proporcionais assume que X1+X2+...+ Xn=M e além disso

Duas grandezas variáveis dependentes são inversamente pro-


porcionais quando a razão entre os valores da 1ª grandeza é igual
ao inverso da razão entre os valores correspondentes da 2ª.
Quanto mais....menos...

Exemplo cuja solução segue das propriedades das proporções:


Velocidade x Tempo a tabela abaixo:

VELOCIDADE (M/S) TEMPO (S)


5 200
8 125
REGRA DE 3 SIMPLES E COMPOSTA
10 100
16 62,5
Regra de três simples
20 50
Regra de três simples é um processo prático para resolver pro-
blemas que envolvam quatro valores dos quais conhecemos três
Quanto MAIOR a velocidade MENOS tempo?? deles. Devemos, portanto, determinar um valor a partir dos três já
Inversamente proporcional conhecidos.
Se eu dobro a velocidade, eu faço o tempo pela metade.
Passos utilizados numa regra de três simples:
Diretamente Proporcionais 1º) Construir uma tabela, agrupando as grandezas da mesma
Para decompor um número M em partes X1, X2, ..., Xn direta- espécie em colunas e mantendo na mesma linha as grandezas de
mente proporcionais a p1, p2, ..., pn, deve-se montar um sistema espécies diferentes em correspondência.
com n equações e n incógnitas, sendo as somas X1+X2+...+Xn=M e 2º) Identificar se as grandezas são diretamente ou inversamen-
p1+p2+...+pn=P. te proporcionais.
3º) Montar a proporção e resolver a equação.
Um trem, deslocando-se a uma velocidade média de 400Km/h,
faz um determinado percurso em 3 horas. Em quanto tempo faria
esse mesmo percurso, se a velocidade utilizada fosse de 480km/h?
A solução segue das propriedades das proporções: Solução: montando a tabela:

1) Velocidade (Km/h) Tempo (h)

400 ----- 3
Exemplo 480 ----- X
Carlos e João resolveram realizar um bolão da loteria. Carlos
entrou com R$ 10,00 e João com R$ 15,00. Caso ganhem o prêmio 2) Identificação do tipo de relação:
de R$ 525.000,00, qual será a parte de cada um, se o combinado
entre os dois foi de dividirem o prêmio de forma diretamente pro-
VELOCIDADE Tempo
porcional?
400 ↓ ----- 3↑
480 ↓ ----- X↑

Obs.: como as setas estão invertidas temos que inverter os nú-


meros mantendo a primeira coluna e invertendo a segunda coluna
ou seja o que está em cima vai para baixo e o que está em baixo na
segunda coluna vai para cima

VELOCIDADE Tempo
400 ↓ ----- 3↓
Carlos ganhará R$210000,00 e Carlos R$315000,00. 480 ↓ ----- X↓
Inversamente Proporcionais

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
480x=1200
X=25

Regra de três composta


Regra de três composta é utilizada em problemas com mais de duas grandezas, direta ou inversamente proporcionais.

Exemplos:
1) Em 8 horas, 20 caminhões descarregam 160m³ de areia. Em 5 horas, quantos caminhões serão necessários para descarregar 125m³?

Solução: montando a tabela, colocando em cada coluna as grandezas de mesma espécie e, em cada linha, as grandezas de espécies
diferentes que se correspondem:

HORAS CAMINHÕES VOLUME


8↑ ----- 20 ↓ ----- 160 ↑
5↑ ----- X↓ ----- 125 ↑

A seguir, devemos comparar cada grandeza com aquela onde está o x.

Observe que:
Aumentando o número de horas de trabalho, podemos diminuir o número de caminhões. Portanto a relação é inversamente propor-
cional (seta para cima na 1ª coluna).
Aumentando o volume de areia, devemos aumentar o número de caminhões. Portanto a relação é diretamente proporcional (seta
para baixo na 3ª coluna). Devemos igualar a razão que contém o termo x com o produto das outras razões de acordo com o sentido das
setas.
Montando a proporção e resolvendo a equação temos:

HORAS CAMINHÕES VOLUME


8↑ ----- 20 ↓ ----- 160 ↓
5↑ ----- X↓ ----- 125 ↓

Obs.: Assim devemos inverter a primeira coluna ficando:

HORAS CAMINHÕES VOLUME


8 ----- 20 ----- 160
5 ----- X ----- 125

Logo, serão necessários 25 caminhões

GEOMETRIA. CÁLCULO DE ÁREA E DE VOLUME

Geometria plana
Aqui nos deteremos a conceitos mais cobrados como perímetro e área das principais figuras planas. O que caracteriza a geometria
plana é o estudo em duas dimensões.

Perímetro
É a soma dos lados de uma figura plana e pode ser representado por P ou 2p, inclusive existem umas fórmulas de geometria que
aparece p que é o semiperímetro (metade do perímetro). Basta observamos a imagem:

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Observe que a planta baixa tem a forma de um retângulo.

Exemplo:
(CPTM - Médico do trabalho – MAKIYAMA) Um terreno retangular de perímetro 200m está à venda em uma imobiliária. Sabe-se que
sua largura tem 28m a menos que o seu comprimento. Se o metro quadrado cobrado nesta região é de R$ 50,00, qual será o valor pago
por este terreno?
(A) R$ 10.000,00.
(B) R$ 100.000,00.
(C) R$ 125.000,00.
(D) R$ 115.200,00.
(E) R$ 100.500,00.

Resolução:
O perímetro do retângulo é dado por = 2(b+h);
Pelo enunciado temos que: sua largura tem 28m a menos que o seu comprimento, logo 2 (x + (x-28)) = 2 (2x -28) = 4x – 56. Como ele
já dá o perímetro que é 200, então
200 = 4x -56  4x = 200+56  4x = 256  x = 64
Comprimento = 64, largura = 64 – 28 = 36
Área do retângulo = b.h = 64.36 = 2304 m2
Logo o valor da área é: 2304.50 = 115200
Resposta: D

• Área
É a medida de uma superfície. Usualmente a unidade básica de área é o m2 (metro quadrado). Que equivale à área de um quadrado
de 1 m de lado.

Quando calculamos que a área de uma determinada figura é, por exemplo, 12 m2; isso quer dizer que na superfície desta figura cabem
12 quadrados iguais ao que está acima.

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Planta baixa de uma casa com a área total

Para efetuar o cálculo de áreas é necessário sabermos qual a figura plana e sua respectiva fórmula. Vejamos:

(Fonte: https://static.todamateria.com.br/upload/57/97/5797a651dfb37-areas-de-figuras-planas.jpg)

Geometria espacial
Aqui trataremos tanto das figuras tridimensionais e dos sólidos geométricos. O importante é termos em mente todas as figuras planas,
pois a construção espacial se dá através da junção dessas figuras. Vejamos:

Diedros
Sendo dois planos secantes (planos que se cruzam) π e π’, o espaço entre eles é chamado de diedro. A medida de um diedro é feita
em graus, dependendo do ângulo formado entre os planos.

Poliedros
São sólidos geométricos ou figuras geométricas espaciais formadas por três elementos básicos: faces, arestas e vértices. Chamamos
de poliedro o sólido limitado por quatro ou mais polígonos planos, pertencentes a planos diferentes e que têm dois a dois somente uma
aresta em comum. Veja alguns exemplos:
Editora
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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Exemplo:
(PUC/RS) Um poliedro convexo tem cinco faces triangulares e
três pentagonais. O número de arestas e o número de vértices des-
te poliedro são, respectivamente:
(A) 30 e 40
(B) 30 e 24
(C) 30 e 8
(D) 15 e 25
(E) 15 e 9

Resolução:
O poliedro tem 5 faces triangulares e 3 faces pentagonais, logo,
tem um total de 8 faces (F = 8). Como cada triângulo tem 3 lados e
Os polígonos são as faces do poliedro; os lados e os vértices dos o pentágono 5 lados. Temos:
polígonos são as arestas e os vértices do poliedro.
Um poliedro é convexo se qualquer reta (não paralela a ne-
nhuma de suas faces) o corta em, no máximo, dois pontos. Ele não
possuí “reentrâncias”. E caso contrário é dito não convexo.

Relação de Euler
Em todo poliedro convexo sendo V o número de vértices, A o
número de arestas e F o número de faces, valem as seguintes rela-
ções de Euler:
Poliedro Fechado: V – A + F = 2 Resposta: E
Poliedro Aberto: V – A + F = 1
Não Poliedros
Para calcular o número de arestas de um poliedro temos que
multiplicar o número de faces F pelo número de lados de cada face
n e dividir por dois. Quando temos mais de um tipo de face, basta
somar os resultados.
A = n.F/2

Poliedros de Platão
Eles satisfazem as seguintes condições:
- todas as faces têm o mesmo número n de arestas;
- todos os ângulos poliédricos têm o mesmo número m de ares-
tas;
- for válida a relação de Euler (V – A + F = 2).
Os sólidos acima são. São considerados não planos pois pos-
suem suas superfícies curvas.
Cilindro: tem duas bases geometricamente iguais definidas por
curvas fechadas em superfície lateral curva.
Cone: tem uma só base definida por uma linha curva fechada e
uma superfície lateral curva.
Esfera: é formada por uma única superfície curva.

Poliedros Regulares
Um poliedro e dito regular quando:
- suas faces são polígonos regulares congruentes;
- seus ângulos poliédricos são congruentes;
Por essas condições e observações podemos afirmar que todos
os poliedros de Platão são ditos Poliedros Regulares.

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Planificações de alguns Sólidos Geométricos

Exemplo:
(PREF. JUCÁS/CE – PROFESSOR DE MATEMÁTICA – INSTITUTO
NEO EXITUS) O número de faces de um prisma, em que a base é um
polígono de n lados é:
(A) n + 1.
(B) n + 2.
(C) n.
(D) n – 1.
(E) 2n + 1.

Resolução:
Fonte: https://1.bp.blogspot.com/-WWDbQ-Gh5zU/Wb7iCjR42BI/ Se a base tem n lados, significa que de cada lado sairá uma face.
AAAAAAAAIR0/kfRXIcIYLu4Iqf7ueIYKl39DU-9Zw24lgCLcBGAs/ Assim, teremos n faces, mais a base inferior, e mais a base su-
s1600/revis%25C3%25A3o%2Bfiguras%2Bgeom%25C3%25A9tri- perior.
cas-page-001.jpg Portanto, n + 2
Resposta: B
Sólidos geométricos
O cálculo do volume de figuras geométricas, podemos pedir PIRÂMIDE: é um sólido geométrico que tem uma base e um
que visualizem a seguinte figura: vértice superior.

a) A figura representa a planificação de um prisma reto;


b) O volume de um prisma reto é igual ao produto da área da
base pela altura do sólido, isto é:
V = Ab. a
Onde a é igual a h (altura do sólido)

c) O cubo e o paralelepípedo retângulo são prismas;


d) O volume do cilindro também se pode calcular da mesma
forma que o volume de um prisma reto.

Área e Volume dos sólidos geométricos

PRISMA: é um sólido geométrico que possui duas bases iguais


e paralelas.
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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Exemplo: CONE: é um sólido geométrico que tem uma base circular e
Uma pirâmide triangular regular tem aresta da base igual a 8 vértice superior.
cm e altura 15 cm. O volume dessa pirâmide, em cm3, é igual a:
(A) 60
(B) 60
(C) 80
(D) 80
(E) 90

Resolução:
Do enunciado a base é um triângulo equilátero. E a fórmula
da área do triângulo equilátero é . A aresta da base é a = 8 cm e h
= 15 cm.
Cálculo da área da base:

Cálculo do volume:

Exemplo:
Um cone equilátero tem raio igual a 8 cm. A altura desse cone,
em cm, é:

(A)

(B)

(C)

(D)
Resposta: D
CILINDRO: é um sólido geométrico que tem duas bases iguais, (E) 8
paralelas e circulares.
Resolução:
Em um cone equilátero temos que g = 2r. Do enunciado o raio
é 8 cm, então a geratriz é g = 2.8 = 16 cm.
g2 = h2 + r2
162 = h2 + 82
256 = h2 + 64
256 – 64 = h2
h2 = 192

Resposta: D

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
ESFERA: superfície curva, possui formato de uma bola.

TRONCOS: são cortes feitos nas superfícies de alguns dos sólidos geométricos. São eles:

Exemplo:
(ESCOLA DE SARGENTO DAS ARMAS – COMBATENTE/LOGÍSTICA – TÉCNICA/AVIAÇÃO – EXÉRCITO BRASILEIRO) O volume de um
tronco de pirâmide de 4 dm de altura e cujas áreas das bases são iguais a 36 dm² e 144 dm² vale:
(A) 330 cm³
(B) 720 dm³
(C) 330 m³
(D) 360 dm³
(E) 336 dm³

Resolução:

AB=144 dm²
Ab=36 dm²

Resposta: E
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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Geometria analítica Distância entre dois pontos de um plano
Um dos objetivos da Geometria Analítica é determinar a reta Por meio das coordenadas de dois pontos A e B, podemos lo-
que representa uma certa equação ou obter a equação de uma reta calizar esses pontos em um sistema cartesiano ortogonal e, com
dada, estabelecendo uma relação entre a geometria e a álgebra. isso, determinar a distância d(A, B) entre eles. O triângulo formado
é retângulo, então aplicamos o Teorema de Pitágoras.
Sistema cartesiano ortogonal (PONTO)
Para representar graficamente um par ordenado de números
reais, fixamos um referencial cartesiano ortogonal no plano. A reta
x é o eixo das abscissas e a reta y é o eixo das ordenadas. Como se
pode verificar na imagem é o Sistema cartesiano e suas proprieda-
des.

Ponto médio de um segmento


Para determinarmos as coordenadas de um ponto P, traçamos
linhas perpendiculares aos eixos x e y.
• xp é a abscissa do ponto P;
• yp é a ordenada do ponto P;
• xp e yp constituem as coordenadas do ponto P.

Mediante a esse conhecimento podemos destacar as formulas Baricentro


que serão uteis ao cálculo. O baricentro (G) de um triângulo é o ponto de intersecção das
medianas do triângulo. O baricentro divide as medianas na razão
de 2:1.

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Condição de alinhamento de três pontos Cálculo do coeficiente angular
Consideremos três pontos de uma mesma reta (colineares), Se a inclinação α nos for desconhecida, podemos calcular o co-
A(x1, y1), B(x2, y2) e C(x3, y3). eficiente angular m por meio das coordenadas de dois pontos da
reta, como podemos verificar na imagem.

Estes pontos estarão alinhados se, e somente se:

Reta

Equação da reta
Por outro lado, se D ≠ 0, então os pontos A, B e C serão vértices A equação da reta é determinada pela relação entre as abscis-
de um triângulo cuja área é: sas e as ordenadas. Todos os pontos desta reta obedecem a uma
mesma lei. Temos duas maneiras de determinar esta equação:

1) Um ponto e o coeficiente angular


Exemplo:
Consideremos um ponto P(1, 3) e o coeficiente angular m = 2.
onde o valor do determinante é sempre dado em módulo, pois Dados P(x1, y1) e Q(x, y), com P ∈ r, Q ∈ r e m a declividade da
a área não pode ser um número negativo. reta r, a equação da reta r será:

Inclinação de uma reta e Coeficiente angular de uma reta (ou


declividade)
À medida do ângulo α, onde α é o menor ângulo que uma reta
forma com o eixo x, tomado no sentido anti-horário, chamamos de
inclinação da reta r do plano cartesiano.

2) Dois pontos: A(x1, y1) e B(x2, y2)


Já a declividade é dada por: m = tgα Consideremos os pontos A(1, 4) e B(2, 1). Com essas informa-
ções, podemos determinar o coeficiente angular da reta:

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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Com o coeficiente angular, podemos utilizar qualquer um dos Posições relativas de duas retas
dois pontos para determinamos a equação da reta. Temos A(1, 4), Em relação a sua posição elas podem ser:
m = -3 e Q(x, y) A) Retas concorrentes: Se r1 e r2 são concorrentes, então seus
y - y1 = m.(x - x1) ⇒ y - 4 = -3. (x - 1) ⇒ y - 4 = -3x + 3 ⇒ 3x + ângulos formados com o eixo x são diferentes e, como consequên-
y - 4 - 3 = 0 ⇒ 3x + y - 7 = 0 cia, seus coeficientes angulares são diferentes.

Equação reduzida da reta


A equação reduzida é obtida quando isolamos y na equação da
reta y - b = mx

– Equação segmentária da reta


É a equação da reta determinada pelos pontos da reta que in-
terceptam os eixos x e y nos pontos A (a, 0) e B (0,b).

B) Retas paralelas: Se r1 e r2 são paralelas, seus ângulos com o


eixo x são iguais e, em consequência, seus coeficientes angulares
são iguais (m1 = m2). Entretanto, para que sejam paralelas, é neces-
sário que seus coeficientes lineares n1 e n2 sejam diferentes

Equação geral da reta


Toda equação de uma reta pode ser escrita na forma:
ax + by + c = 0

onde a, b e c são números reais constantes com a e b não si-


multaneamente nulos.

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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
C) Retas coincidentes: Se r1 e r2 são coincidentes, as retas cor- Distância entre um ponto e uma reta
tam o eixo y no mesmo ponto; portanto, além de terem seus coe- A distância de um ponto a uma reta é a medida do segmento
ficientes angulares iguais, seus coeficientes lineares também serão perpendicular que liga o ponto à reta. Utilizamos a fórmula a seguir
iguais. para obtermos esta distância.

onde d(P, r) é a distância entre o ponto P(xP, yP) e a reta r .

Exemplo:
(UEPA) O comandante de um barco resolveu acompanhar a
procissão fluvial do Círio-2002, fazendo o percurso em linha reta.
Para tanto, fez uso do sistema de eixos cartesianos para melhor
orientação. O barco seguiu a direção que forma 45° com o sentido
positivo do eixo x, passando pelo ponto de coordenadas (3, 5). Este
Intersecção de retas trajeto ficou bem definido através da equação:
Duas retas concorrentes, apresentam um ponto de intersecção (A) y = 2x – 1
P(a, b), em que as coordenadas (a, b) devem satisfazer as equações (B) y = - 3x + 14
de ambas as retas. Para determinarmos as coordenadas de P, basta (C) y = x + 2
resolvermos o sistema constituído pelas equações dessas retas. (D) y = - x + 8
(E) y = 3x – 4
Condição de perpendicularismo
Se duas retas, r1 e r2, são perpendiculares entre si, a seguinte Resolução:
relação deverá ser verdadeira. xo = 3, yo = 5 e = 1. As alternativas estão na forma de equação
reduzida, então:
y – yo = m(x – xo)
y – 5 = 1.(x – 3)
y–5=x–3
y=x–3+5
y=x+2
Resposta: C

onde m1 e m2 são os coeficientes angulares das retas r1 e r2, Circunferência


respectivamente.
É o conjunto dos pontos do plano equidistantes de um ponto
fixo O, denominado centro da circunferência.
A medida da distância de qualquer ponto da circunferência ao
centro O é sempre constante e é denominada raio.

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58
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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Equação reduzida da circunferência Elipse
Dados um ponto P(x, y) qualquer, pertencente a uma circunfe-
rência de centro O(a,b) e raio r, sabemos que: d(O,P) = r. É o conjunto dos pontos de um plano cuja soma das distâncias
a dois pontos fixos do plano é constante. Onde F1 e F2 são focos:

Equação Geral da circunferência


A equação geral de uma circunferência é obtida através do de-
senvolvimento da equação reduzida. Mesmo que mudemos o eixo maior da elipse do eixo x para
o eixo y, a relação de Pitágoras (a2 =b2 + c2) continua sendo válida.

Exemplo:
(VUNESP) A equação da circunferência, com centro no ponto
C(2, 1) e que passa pelo ponto P(0, 3), é:
(A) x2 + (y – 3)2 = 0
(B) (x – 2)2 + (y – 1)2 = 4
(C) (x – 2)2 + (y – 1)2 = 8
(D) (x – 2)2 + (y – 1)2 = 16 Equações da elipse
(E) x2 + (y – 3)2 = 8 a) Centrada na origem e com o eixo maior na horizontal.

Resolução:
Temos que C(2, 1), então a = 2 e b = 1. O raio não foi dado no
enunciado.
(x – a)2 + (y – b)2 = r2
(x – 2)2 + (y – 1)2 = r2 (como a circunferência passa pelo ponto P,
basta substituir o x por 0 e o y por 3 para achar a raio.
(0 – 2)2 + (3 – 1)2 = r2
(- 2)2 + 22 = r2
4 + 4 = r2
r2 = 8 b) Centrada na origem e com o eixo maior na vertical.
(x – 2)2 + (y – 1)2 = 8
Resposta: C

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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

ESTRUTURA LÓGICA DE RELAÇÕES ARBITRÁRIAS ENTRE PESSOAS, LUGARES, OBJETOS OU EVENTOS FICTÍCIOS; DEDUÇÃO
DE NOVAS INFORMAÇÕES DAS RELAÇÕES FORNECIDAS E AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES USADAS PARA ESTABELECER A ES-
TRUTURA DAQUELAS RELAÇÕES. COMPREENSÃO DO PROCESSO LÓGICO QUE, A PARTIR DE UM CONJUNTO DE HIPÓTESES,
CONDUZ, DE FORMA VÁLIDA, A CONCLUSÕES DETERMINADAS

RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO


Este tipo de raciocínio testa sua habilidade de resolver problemas matemáticos, e é uma forma de medir seu domínio das diferentes
áreas do estudo da Matemática: Aritmética, Álgebra, leitura de tabelas e gráficos, Probabilidade e Geometria etc. Essa parte consiste nos
seguintes conteúdos:
- Operação com conjuntos.
- Cálculos com porcentagens.
- Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos, geométricos e matriciais.
- Geometria básica.
- Álgebra básica e sistemas lineares.
- Calendários.
- Numeração.
- Razões Especiais.
- Análise Combinatória e Probabilidade.
- Progressões Aritmética e Geométrica.

RACIOCÍNIO LÓGICO DEDUTIVO


Este tipo de raciocínio está relacionado ao conteúdo Lógica de Argumentação.

ORIENTAÇÕES ESPACIAL E TEMPORAL


O raciocínio lógico espacial ou orientação espacial envolvem figuras, dados e palitos. O raciocínio lógico temporal ou orientação tem-
poral envolve datas, calendário, ou seja, envolve o tempo.
O mais importante é praticar o máximo de questões que envolvam os conteúdos:
- Lógica sequencial
- Calendários

RACIOCÍNIO VERBAL
Avalia a capacidade de interpretar informação escrita e tirar conclusões lógicas.
Uma avaliação de raciocínio verbal é um tipo de análise de habilidade ou aptidão, que pode ser aplicada ao se candidatar a uma vaga.
Raciocínio verbal é parte da capacidade cognitiva ou inteligência geral; é a percepção, aquisição, organização e aplicação do conhecimento
por meio da linguagem.
Nos testes de raciocínio verbal, geralmente você recebe um trecho com informações e precisa avaliar um conjunto de afirmações,
selecionando uma das possíveis respostas:
A – Verdadeiro (A afirmação é uma consequência lógica das informações ou opiniões contidas no trecho)
B – Falso (A afirmação é logicamente falsa, consideradas as informações ou opiniões contidas no trecho)
C – Impossível dizer (Impossível determinar se a afirmação é verdadeira ou falsa sem mais informações)

ESTRUTURAS LÓGICAS
Precisamos antes de tudo compreender o que são proposições. Chama-se proposição toda sentença declarativa à qual podemos atri-
buir um dos valores lógicos: verdadeiro ou falso, nunca ambos. Trata-se, portanto, de uma sentença fechada.

Elas podem ser:


• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógico verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto, não
é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem? – Fez Sol ontem?
- Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a televisão.
- Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, ambíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro do
meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1

• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será considerada
uma frase, proposição ou sentença lógica.

Proposições simples e compostas


• Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.

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60
60
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
• Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógicas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
simples. As proposições compostas são designadas pelas letras latinas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.
ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas por duas proposições simples.

Proposições Compostas – Conectivos


As proposições compostas são formadas por proposições simples ligadas por conectivos, aos quais formam um valor lógico, que po-
demos vê na tabela a seguir:

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

Disjunção Inclusiva v p ou q

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q

Condicional → Se p então q

Bicondicional ↔ p se e somente se q

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61
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Em síntese temos a tabela verdade das proposições que facilitará na resolução de diversas questões

Exemplo:
(MEC – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA OS POSTOS 9,10,11 E 16 – CESPE)

A figura acima apresenta as colunas iniciais de uma tabela-verdade, em que P, Q e R representam proposições lógicas, e V e F corres-
pondem, respectivamente, aos valores lógicos verdadeiro e falso.
Com base nessas informações e utilizando os conectivos lógicos usuais, julgue o item subsecutivo.
A última coluna da tabela-verdade referente à proposição lógica P v (Q↔R) quando representada na posição horizontal é igual a

( ) Certo
( ) Errado

Resolução:
P v (Q↔R), montando a tabela verdade temos:

R Q P [P v (Q ↔ R) ]
V V V V V V V V
V V F F V V V V
V F V V V F F V
V F F F F F F V
F V V V V V F F
F V F F F V F F
F F V V V F V F
F F F F V F V F

Resposta: Certo

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Proposição
Conjunto de palavras ou símbolos que expressam um pensamento ou uma ideia de sentido completo. Elas transmitem pensamentos,
isto é, afirmam fatos ou exprimem juízos que formamos a respeito de determinados conceitos ou entes.

Valores lógicos
São os valores atribuídos as proposições, podendo ser uma verdade, se a proposição é verdadeira (V), e uma falsidade, se a proposi-
ção é falsa (F). Designamos as letras V e F para abreviarmos os valores lógicos verdade e falsidade respectivamente.
Com isso temos alguns aximos da lógica:
– PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO: uma proposição não pode ser verdadeira E falsa ao mesmo tempo.
– PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO: toda proposição OU é verdadeira OU é falsa, verificamos sempre um desses casos, NUNCA
existindo um terceiro caso.

“Toda proposição tem um, e somente um, dos valores, que são: V ou F.”

Classificação de uma proposição


Elas podem ser:
• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógico verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto, não
é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem? – Fez Sol ontem?
- Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a televisão.
- Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, ambíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro do
meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1

• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será considerada
uma frase, proposição ou sentença lógica.

Proposições simples e compostas


• Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.

Exemplos
r: Thiago é careca.
s: Pedro é professor.

• Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógicas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
simples. As proposições compostas são designadas pelas letras latinas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.

Exemplo
P: Thiago é careca e Pedro é professor.

ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas por duas proposições simples.

Exemplos:
1. (CESPE/UNB) Na lista de frases apresentadas a seguir:
– “A frase dentro destas aspas é uma mentira.”
– A expressão x + y é positiva.
– O valor de √4 + 3 = 7.
– Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira.
– O que é isto?

Há exatamente:
(A) uma proposição;
(B) duas proposições;
(C) três proposições;
(D) quatro proposições;
(E) todas são proposições.

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Resolução:
Analisemos cada alternativa:
(A) “A frase dentro destas aspas é uma mentira”, não podemos atribuir valores lógicos a ela, logo não é uma sentença lógica.
(B) A expressão x + y é positiva, não temos como atribuir valores lógicos, logo não é sentença lógica.
(C) O valor de √4 + 3 = 7; é uma sentença lógica pois podemos atribuir valores lógicos, independente do resultado que tenhamos
(D) Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira, também podemos atribuir valores lógicos (não estamos considerando a quantidade
certa de gols, apenas se podemos atribuir um valor de V ou F a sentença).
(E) O que é isto? - como vemos não podemos atribuir valores lógicos por se tratar de uma frase interrogativa.
Resposta: B.

Conectivos (conectores lógicos)


Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos. São eles:

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

Disjunção Inclusiva v p ou q

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q

Condicional → Se p então q

Bicondicional ↔ p se e somente se q

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Exemplo:
2. (PC/SP - Delegado de Polícia - VUNESP) Os conectivos ou operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbolos (da
linguagem formal) utilizados para conectar proposições de acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa que apre-
senta exemplos de conjunção, negação e implicação, respectivamente.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q
(E) p v q, ¬ q, p v q

Resolução:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre-
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposição simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representada pelo símbolo (→).
Resposta: B.

Tabela Verdade
Quando trabalhamos com as proposições compostas, determinamos o seu valor lógico partindo das proposições simples que a com-
põe. O valor lógico de qualquer proposição composta depende UNICAMENTE dos valores lógicos das proposições simples componentes,
ficando por eles UNIVOCAMENTE determinados.

• Número de linhas de uma Tabela Verdade: depende do número de proposições simples que a integram, sendo dado pelo seguinte
teorema:
“A tabela verdade de uma proposição composta com n* proposições simples componentes contém 2n linhas.”

Exemplo:
3. (CESPE/UNB) Se “A”, “B”, “C” e “D” forem proposições simples e distintas, então o número de linhas da tabela-verdade da propo-
sição (A → B) ↔ (C → D) será igual a:
(A) 2;
(B) 4;
(C) 8;
(D) 16;
(E) 32.

Resolução:
Veja que podemos aplicar a mesma linha do raciocínio acima, então teremos:
Número de linhas = 2n = 24 = 16 linhas.
Resposta D.

Conceitos de Tautologia , Contradição e Contigência


• Tautologia: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade (última coluna), V (verdades).
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma tautologia, então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma tautologia, quaisquer que sejam
as proposições P0, Q0, R0, ...

• Contradição: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade (última coluna), F (falsidades). A contradição é a negação da Tauto-
logia e vice versa.
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma contradição, então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma contradição, quaisquer que sejam
as proposições P0, Q0, R0, ...

• Contingência: possui valores lógicos V e F ,da tabela verdade (última coluna). Em outros termos a contingência é uma proposição
composta que não é tautologia e nem contradição.

Exemplos:
4. (DPU – ANALISTA – CESPE) Um estudante de direito, com o objetivo de sistematizar o seu estudo, criou sua própria legenda, na qual
identificava, por letras, algumas afirmações relevantes quanto à disciplina estudada e as vinculava por meio de sentenças (proposições).
No seu vocabulário particular constava, por exemplo:
P: Cometeu o crime A.
Q: Cometeu o crime B.
R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclusão no regime fechado.
S: Poderá optar pelo pagamento de fiança.

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Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não recordar qual era o crime B, lembrou que ele era inafiançável.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
A sentença (P→Q)↔((~Q)→(~P)) será sempre verdadeira, independentemente das valorações de P e Q como verdadeiras ou falsas.
( ) Certo
( ) Errado

Resolução:
Considerando P e Q como V.
(V→V) ↔ ((F)→(F))
(V) ↔ (V) = V
Considerando P e Q como F
(F→F) ↔ ((V)→(V))
(V) ↔ (V) = V
Então concluímos que a afirmação é verdadeira.
Resposta: Certo.

Equivalência
Duas ou mais proposições compostas são equivalentes, quando mesmo possuindo estruturas lógicas diferentes, apresentam a mesma
solução em suas respectivas tabelas verdade.
Se as proposições P(p,q,r,...) e Q(p,q,r,...) são ambas TAUTOLOGIAS, ou então, são CONTRADIÇÕES, então são EQUIVALENTES.

Exemplo:
5. (VUNESP/TJSP) Uma negação lógica para a afirmação “João é rico, ou Maria é pobre” é:
(A) Se João é rico, então Maria é pobre.
(B) João não é rico, e Maria não é pobre.
(C) João é rico, e Maria não é pobre.
(D) Se João não é rico, então Maria não é pobre.
(E) João não é rico, ou Maria não é pobre.

Resolução:
Nesta questão, a proposição a ser negada trata-se da disjunção de duas proposições lógicas simples. Para tal, trocamos o conectivo
por “e” e negamos as proposições “João é rico” e “Maria é pobre”. Vejam como fica:

Resposta: B.

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Leis de Morgan
Com elas:
– Negamos que duas dadas proposições são ao mesmo tempo verdadeiras equivalendo a afirmar que pelo menos uma é falsa
– Negamos que uma pelo menos de duas proposições é verdadeira equivalendo a afirmar que ambas são falsas.

ATENÇÃO
As Leis de Morgan exprimem que NEGAÇÃO CONJUNÇÃO em DISJUNÇÃO
transforma: DISJUNÇÃO em CONJUNÇÃO

CONECTIVOS
Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos.

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA EXEMPLOS


Negação ~ Não p A cadeira não é azul.
Conjunção ^ peq Fernando é médico e Nicolas é Engenheiro.
Disjunção Inclusiva v p ou q Fernando é médico ou Nicolas é Engenheiro.
Disjunção Exclusiva v Ou p ou q Ou Fernando é médico ou João é Engenheiro.
Condicional → Se p então q Se Fernando é médico então Nicolas é Engenheiro.
Bicondicional ↔ p se e somente se q Fernando é médico se e somente se Nicolas é Engenheiro.

Conectivo “não” (~)


Chamamos de negação de uma proposição representada por “não p” cujo valor lógico é verdade (V) quando p é falsa e falsidade (F)
quando p é verdadeira. Assim “não p” tem valor lógico oposto daquele de p. Pela tabela verdade temos:

Conectivo “e” (˄)


Se p e q são duas proposições, a proposição p ˄ q será chamada de conjunção. Para a conjunção, tem-se a seguinte tabela-verdade:

ATENÇÃO: Sentenças interligadas pelo conectivo “e” possuirão o valor verdadeiro somente quando todas as sentenças, ou argumen-
tos lógicos, tiverem valores verdadeiros.

Conectivo “ou” (v)


Este inclusivo: Elisabete é bonita ou Elisabete é inteligente. (Nada impede que Elisabete seja bonita e inteligente).

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Conectivo “ou” (v)
Este exclusivo: Elisabete é paulista ou Elisabete é carioca. (Se Elisabete é paulista, não será carioca e vice-versa).

• Mais sobre o Conectivo “ou”


– “inclusivo”(considera os dois casos)
– “exclusivo”(considera apenas um dos casos)
Exemplos:
R: Paulo é professor ou administrador
S: Maria é jovem ou idosa
No primeiro caso, o “ou” é inclusivo,pois pelo menos uma das proposições é verdadeira, podendo ser ambas.
No caso da segunda, o “ou” é exclusivo, pois somente uma das proposições poderá ser verdadeira

Ele pode ser “inclusivo”(considera os dois casos) ou “exclusivo”(considera apenas um dos casos)

Exemplo:
R: Paulo é professor ou administrador
S: Maria é jovem ou idosa

No primeiro caso, o “ou” é inclusivo,pois pelo menos uma das proposições é verdadeira, podendo ser ambas.
No caso da segunda, o “ou” é exclusivo, pois somente uma das proposições poderá ser verdadeiro

Conectivo “Se... então” (→)


Se p e q são duas proposições, a proposição p→q é chamada subjunção ou condicional. Considere a seguinte subjunção: “Se fizer sol,
então irei à praia”.
1. Podem ocorrer as situações:
2. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
3. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade)
5. Não fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade, pois eu não disse o que faria se não fizesse sol. Assim, poderia ir ou não ir à praia).
Temos então sua tabela verdade:

Observe que uma subjunção p→q somente será falsa quando a primeira proposição, p, for verdadeira e a segunda, q, for falsa.

Conectivo “Se e somente se” (↔)


Se p e q são duas proposições, a proposição p↔q1 é chamada bijunção ou bicondicional, que também pode ser lida como: “p é con-
dição necessária e suficiente para q” ou, ainda, “q é condição necessária e suficiente para p”.
Considere, agora, a seguinte bijunção: “Irei à praia se e somente se fizer sol”. Podem ocorrer as situações:
1. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
2. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
3. Não fez sol e fui à praia. (Eu menti)
4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade). Sua tabela verdade:

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Observe que uma bicondicional só é verdadeira quando as proposições formadoras são ambas falsas ou ambas verdadeiras.

ATENÇÃO: O importante sobre os conectivos é ter em mente a tabela de cada um deles, para que assim você possa resolver qualquer
questão referente ao assunto.

Ordem de precedência dos conectivos:


O critério que especifica a ordem de avaliação dos conectivos ou operadores lógicos de uma expressão qualquer. A lógica matemática
prioriza as operações de acordo com a ordem listadas:

Em resumo:

Exemplo:
(PC/SP - DELEGADO DE POLÍCIA - VUNESP) Os conectivos ou operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbolos (da
linguagem formal) utilizados para conectar proposições de acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa que apre-
senta exemplos de conjunção, negação e implicação, respectivamente.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q
(E) p v q, ¬ q, p v q

Resolução:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre-
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposição simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representada pelo símbolo (→).
Resposta: B

CONTRADIÇÕES
São proposições compostas formadas por duas ou mais proposições onde seu valor lógico é sempre FALSO, independentemente do
valor lógico das proposições simples que a compõem. Vejamos:
A proposição: p ^ ~p é uma contradição, conforme mostra a sua tabela-verdade:

Exemplo:
(PEC-FAZ) Conforme a teoria da lógica proposicional, a proposição ~P ∧ P é:
(A) uma tautologia.
(B) equivalente à proposição ~p ∨ p.
(C) uma contradição.
(D) uma contingência.
(E) uma disjunção.
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Resolução: • Transitiva:
Montando a tabela teremos que: – Se P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...) e
Q(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...), então
P ~p ~p ^p P(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...)
– Se P ⇒ Q e Q ⇒ R, então P ⇒ R
V F F
V F F Regras de Inferência
• Inferência é o ato ou processo de derivar conclusões lógicas
F V F
de proposições conhecidas ou decididamente verdadeiras. Em ou-
F V F tras palavras: é a obtenção de novas proposições a partir de propo-
sições verdadeiras já existentes.
Como todos os valores são Falsidades (F) logo estamos diante
de uma CONTRADIÇÃO. Regras de Inferência obtidas da implicação lógica
Resposta: C

A proposição P(p,q,r,...) implica logicamente a proposição Q(p,-


q,r,...) quando Q é verdadeira todas as vezes que P é verdadeira.
Representamos a implicação com o símbolo “⇒”, simbolicamente
temos:

P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...).

ATENÇÃO: Os símbolos “→” e “⇒” são completamente distin-


tos. O primeiro (“→”) representa a condicional, que é um conec- • Silogismo Disjuntivo
tivo. O segundo (“⇒”) representa a relação de implicação lógica
que pode ou não existir entre duas proposições.

Exemplo:

• Modus Ponens

Observe:
- Toda proposição implica uma Tautologia:

• Modus Tollens

- Somente uma contradição implica uma contradição:

Propriedades
• Reflexiva:
– P(p,q,r,...) ⇒ P(p,q,r,...)
– Uma proposição complexa implica ela mesma.

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Tautologias e Implicação Lógica – Extensão: O critério de extensão ou quantidade classifica
uma proposição categórica em universal ou particular. A classifica-
• Teorema ção dependerá do quantificador que é utilizado na proposição.
P(p,q,r,..) ⇒ Q(p,q,r,...) se e somente se P(p,q,r,...) → Q(p,q,r,...)

Entre elas existem tipos e relações de acordo com a qualidade


e a extensão, classificam-se em quatro tipos, representados pelas
letras A, E, I e O.

• Universal afirmativa (Tipo A) – “TODO A é B”


Teremos duas possibilidades.
Observe que:
→ indica uma operação lógica entre as proposições. Ex.: das
proposições p e q, dá-se a nova proposição p → q.
⇒ indica uma relação. Ex.: estabelece que a condicional P →
Q é tautológica.

Inferências

• Regra do Silogismo Hipotético


Tais proposições afirmam que o conjunto “A” está contido no
conjunto “B”, ou seja, que todo e qualquer elemento de “A” é tam-
bém elemento de “B”. Observe que “Toda A é B” é diferente de
“Todo B é A”.

• Universal negativa (Tipo E) – “NENHUM A é B”


Princípio da inconsistência Tais proposições afirmam que não há elementos em comum
– Como “p ^ ~p → q” é tautológica, subsiste a implicação lógica entre os conjuntos “A” e “B”. Observe que “nenhum A é B” é o mes-
p ^ ~p ⇒ q mo que dizer “nenhum B é A”.
– Assim, de uma contradição p ^ ~p se deduz qualquer propo- Podemos representar esta universal negativa pelo seguinte dia-
sição q. grama (A ∩ B = ø):

A proposição “(p ↔ q) ^ p” implica a proposição “q”, pois a


condicional “(p ↔ q) ^ p → q” é tautológica.

Lógica de primeira ordem


Existem alguns tipos de argumentos que apresentam proposi-
ções com quantificadores. Numa proposição categórica, é impor-
tante que o sujeito se relacionar com o predicado de forma coeren-
te e que a proposição faça sentido, não importando se é verdadeira • Particular afirmativa (Tipo I) - “ALGUM A é B”
ou falsa. Podemos ter 4 diferentes situações para representar esta pro-
posição:
Vejamos algumas formas:
- Todo A é B.
- Nenhum A é B.
- Algum A é B.
- Algum A não é B.

Onde temos que A e B são os termos ou características dessas


proposições categóricas.

• Classificação de uma proposição categórica de acordo com


o tipo e a relação
Elas podem ser classificadas de acordo com dois critérios fun-
damentais: qualidade e extensão ou quantidade.
– Qualidade: O critério de qualidade classifica uma proposição
categórica em afirmativa ou negativa.
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Essas proposições Algum A é B estabelecem que o conjunto “A” Exemplos:
tem pelo menos um elemento em comum com o conjunto “B”. Con- (DESENVOLVE/SP - CONTADOR - VUNESP) Alguns gatos não
tudo, quando dizemos que Algum A é B, presumimos que nem todo são pardos, e aqueles que não são pardos miam alto.
A é B. Observe “Algum A é B” é o mesmo que “Algum B é A”. Uma afirmação que corresponde a uma negação lógica da afir-
mação anterior é:
• Particular negativa (Tipo O) - “ALGUM A não é B” (A) Os gatos pardos miam alto ou todos os gatos não são par-
Se a proposição Algum A não é B é verdadeira, temos as três dos.
representações possíveis: (B) Nenhum gato mia alto e todos os gatos são pardos.
(C) Todos os gatos são pardos ou os gatos que não são pardos
não miam alto.
(D) Todos os gatos que miam alto são pardos.
(E) Qualquer animal que mia alto é gato e quase sempre ele é
pardo.

Resolução:
Temos um quantificador particular (alguns) e uma proposição
do tipo conjunção (conectivo “e”). Pede-se a sua negação.

O quantificador existencial “alguns” pode ser negado, seguindo


o esquema, pelos quantificadores universais (todos ou nenhum).
Logo, podemos descartar as alternativas A e E.
A negação de uma conjunção se faz através de uma disjunção,
Proposições nessa forma: Algum A não é B estabelecem que o em que trocaremos o conectivo “e” pelo conectivo “ou”. Descarta-
conjunto “A” tem pelo menos um elemento que não pertence ao mos a alternativa B.
conjunto “B”. Observe que: Algum A não é B não significa o mesmo Vamos, então, fazer a negação da frase, não esquecendo de
que Algum B não é A. que a relação que existe é: Algum A é B, deve ser trocado por: Todo
A é não B.
• Negação das Proposições Categóricas Todos os gatos que são pardos ou os gatos (aqueles) que não
Ao negarmos uma proposição categórica, devemos observar as são pardos NÃO miam alto.
seguintes convenções de equivalência: Resposta: C
– Ao negarmos uma proposição categórica universal geramos
uma proposição categórica particular. (CBM/RJ - CABO TÉCNICO EM ENFERMAGEM - ND) Dizer que a
– Pela recíproca de uma negação, ao negarmos uma proposição afirmação “todos os professores é psicólogos” e falsa, do ponto de
categórica particular geramos uma proposição categórica universal. vista lógico, equivale a dizer que a seguinte afirmação é verdadeira
– Negando uma proposição de natureza afirmativa geramos, (A) Todos os não psicólogos são professores.
sempre, uma proposição de natureza negativa; e, pela recíproca, (B) Nenhum professor é psicólogo.
negando uma proposição de natureza negativa geramos, sempre, (C) Nenhum psicólogo é professor.
uma proposição de natureza afirmativa. (D) Pelo menos um psicólogo não é professor.
(E) Pelo menos um professor não é psicólogo.
Em síntese:
Resolução:
Se a afirmação é falsa a negação será verdadeira. Logo, a nega-
ção de um quantificador universal categórico afirmativo se faz atra-
vés de um quantificador existencial negativo. Logo teremos: Pelo
menos um professor não é psicólogo.
Resposta: E

• Equivalência entre as proposições


Basta usar o triângulo a seguir e economizar um bom tempo na
resolução de questões.

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Exemplo:
(PC/PI - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL - UESPI) Qual a negação
lógica da sentença “Todo número natural é maior do que ou igual
a cinco”?
(A) Todo número natural é menor do que cinco.
(B) Nenhum número natural é menor do que cinco. NENHUM
E
(C) Todo número natural é diferente de cinco. AéB
(D) Existe um número natural que é menor do que cinco.
(E) Existe um número natural que é diferente de cinco. Existe pelo menos um elemento que
pertence a A, então não pertence a B, e
Resolução: vice-versa.
Do enunciado temos um quantificador universal (Todo) e pede-
-se a sua negação.
O quantificador universal todos pode ser negado, seguindo o
esquema abaixo, pelo quantificador algum, pelo menos um, existe
ao menos um, etc. Não se nega um quantificador universal com To-
dos e Nenhum, que também são universais.

Existe pelo menos um elemento co-


mum aos conjuntos A e B.
Podemos ainda representar das seguin-
ALGUM tes formas:
I
AéB

Portanto, já podemos descartar as alternativas que trazem


quantificadores universais (todo e nenhum). Descartamos as alter-
nativas A, B e C.
Seguindo, devemos negar o termo: “maior do que ou igual a
cinco”. Negaremos usando o termo “MENOR do que cinco”.
Obs.: maior ou igual a cinco (compreende o 5, 6, 7...) ao ser
negado passa a ser menor do que cinco (4, 3, 2,...).
Resposta: D

Diagramas lógicos
Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários proble-
mas. É uma ferramenta para resolvermos problemas que envolvam
argumentos dedutivos, as quais as premissas deste argumento po-
dem ser formadas por proposições categóricas.

ATENÇÃO: É bom ter um conhecimento sobre conjuntos para


conseguir resolver questões que envolvam os diagramas lógicos. ALGUM
O
A NÃO é B
Vejamos a tabela abaixo as proposições categóricas:

TIPO PREPOSIÇÃO DIAGRAMAS


Perceba-se que, nesta sentença, a aten-
ção está sobre o(s) elemento (s) de A que
não são B (enquanto que, no “Algum A é
B”, a atenção estava sobre os que eram B,
TODO ou seja, na intercessão).
A Temos também no segundo caso, a dife-
AéB
rença entre conjuntos, que forma o con-
Se um elemento pertence ao conjunto A, junto A - B
então pertence também a B.

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Exemplo: Visto que na primeira chegamos à conclusão que C = CC
(GDF–ANALISTA DE ATIVIDADES CULTURAIS ADMINISTRAÇÃO Segundo as afirmativas temos:
– IADES) Considere as proposições: “todo cinema é uma casa de (A) existem cinemas que não são teatros- Observando o último
cultura”, “existem teatros que não são cinemas” e “algum teatro é diagrama vimos que não é uma verdade, pois temos que existe
casa de cultura”. Logo, é correto afirmar que pelo menos um dos cinemas é considerado teatro.
(A) existem cinemas que não são teatros.
(B) existe teatro que não é casa de cultura.
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro.
(D) existe casa de cultura que não é cinema.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema.

Resolução:
Vamos chamar de:
Cinema = C
Casa de Cultura = CC
Teatro = T
Analisando as proposições temos:
- Todo cinema é uma casa de cultura
(B) existe teatro que não é casa de cultura. – Errado, pelo mes-
mo princípio acima.
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro. – Errado,
a primeira proposição já nos afirma o contrário. O diagrama
nos afirma isso

- Existem teatros que não são cinemas

(D) existe casa de cultura que não é cinema. – Errado, a justifi-


cativa é observada no diagrama da alternativa anterior.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema. – Cor-
reta, que podemos observar no diagrama abaixo, uma vez que
todo cinema é casa de cultura. Se o teatro não é casa de cultura
também não é cinema.

- Algum teatro é casa de cultura

Resposta: E

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LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO
Chama-se argumento a afirmação de que um grupo de propo-
sições iniciais redunda em outra proposição final, que será conse-
quência das primeiras. Ou seja, argumento é a relação que associa
um conjunto de proposições P1, P2,... Pn , chamadas premissas do
argumento, a uma proposição Q, chamada de conclusão do argu-
mento.

Observem que todos os elementos do conjunto menor (ho-


mens) estão incluídos, ou seja, pertencem ao conjunto maior (dos
pássaros). E será sempre essa a representação gráfica da frase
“Todo A é B”. Dois círculos, um dentro do outro, estando o círculo
menor a representar o grupo de quem se segue à palavra TODO.
Exemplo: Na frase: “Nenhum pássaro é animal”. Observemos que a pa-
P1: Todos os cientistas são loucos. lavra-chave desta sentença é NENHUM. E a ideia que ela exprime é
P2: Martiniano é louco. de uma total dissociação entre os dois conjuntos.
Q: Martiniano é um cientista.

O exemplo dado pode ser chamado de Silogismo (argumento


formado por duas premissas e a conclusão).
A respeito dos argumentos lógicos, estamos interessados em
verificar se eles são válidos ou inválidos! Então, passemos a enten-
der o que significa um argumento válido e um argumento inválido.

Argumentos Válidos
Dizemos que um argumento é válido (ou ainda legítimo ou bem
construído), quando a sua conclusão é uma consequência obrigató-
ria do seu conjunto de premissas.
Será sempre assim a representação gráfica de uma sentença
Exemplo: “Nenhum A é B”: dois conjuntos separados, sem nenhum ponto em
O silogismo... comum.
P1: Todos os homens são pássaros. Tomemos agora as representações gráficas das duas premissas
P2: Nenhum pássaro é animal. vistas acima e as analisemos em conjunto. Teremos:
Q: Portanto, nenhum homem é animal.

... está perfeitamente bem construído, sendo, portanto, um


argumento válido, muito embora a veracidade das premissas e da
conclusão sejam totalmente questionáveis.

ATENÇÃO: O que vale é a CONSTRUÇÃO, E NÃO O SEU CONTE-


ÚDO! Se a construção está perfeita, então o argumento é válido,
independentemente do conteúdo das premissas ou da conclusão!

• Como saber se um determinado argumento é mesmo váli-


do?
Para se comprovar a validade de um argumento é utilizando Comparando a conclusão do nosso argumento, temos:
diagramas de conjuntos (diagramas de Venn). Trata-se de um mé- NENHUM homem é animal – com o desenho das premissas
todo muito útil e que será usado com frequência em questões que será que podemos dizer que esta conclusão é uma consequência
pedem a verificação da validade de um argumento. Vejamos como necessária das premissas? Claro que sim! Observemos que o con-
funciona, usando o exemplo acima. Quando se afirma, na premissa junto dos homens está totalmente separado (total dissociação!) do
P1, que “todos os homens são pássaros”, poderemos representar conjunto dos animais. Resultado: este é um argumento válido!
essa frase da seguinte maneira:
Argumentos Inválidos
Dizemos que um argumento é inválido – também denominado
ilegítimo, mal construído, falacioso ou sofisma – quando a verdade
das premissas não é suficiente para garantir a verdade da conclu-
são.
Editora
75
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Exemplo: Métodos para validação de um argumento
P1: Todas as crianças gostam de chocolate. Aprenderemos a seguir alguns diferentes métodos que nos
P2: Patrícia não é criança. possibilitarão afirmar se um argumento é válido ou não!
Q: Portanto, Patrícia não gosta de chocolate. 1º) Utilizando diagramas de conjuntos: esta forma é indicada
quando nas premissas do argumento aparecem as palavras TODO,
Este é um argumento inválido, falacioso, mal construído, pois ALGUM E NENHUM, ou os seus sinônimos: cada, existe um etc.
as premissas não garantem (não obrigam) a verdade da conclusão. 2º) Utilizando tabela-verdade: esta forma é mais indicada
Patrícia pode gostar de chocolate mesmo que não seja criança, pois quando não for possível resolver pelo primeiro método, o que ocor-
a primeira premissa não afirmou que somente as crianças gostam re quando nas premissas não aparecem as palavras todo, algum e
de chocolate. nenhum, mas sim, os conectivos “ou” , “e”, “” e “↔”. Baseia-se
Utilizando os diagramas de conjuntos para provar a validade na construção da tabela-verdade, destacando-se uma coluna para
do argumento anterior, provaremos, utilizando-nos do mesmo arti- cada premissa e outra para a conclusão. Este método tem a des-
fício, que o argumento em análise é inválido. Comecemos pela pri- vantagem de ser mais trabalhoso, principalmente quando envolve
meira premissa: “Todas as crianças gostam de chocolate”. várias proposições simples.
3º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos e consi-
derando as premissas verdadeiras.
Por este método, fácil e rapidamente demonstraremos a vali-
dade de um argumento. Porém, só devemos utilizá-lo na impossibi-
lidade do primeiro método.
Iniciaremos aqui considerando as premissas como verdades.
Daí, por meio das operações lógicas com os conectivos, descobri-
remos o valor lógico da conclusão, que deverá resultar também em
verdade, para que o argumento seja considerado válido.

4º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos, conside-


rando premissas verdadeiras e conclusão falsa.
É indicado este caminho quando notarmos que a aplicação do
terceiro método não possibilitará a descoberta do valor lógico da
Analisemos agora o que diz a segunda premissa: “Patrícia não é conclusão de maneira direta, mas somente por meio de análises
criança”. O que temos que fazer aqui é pegar o diagrama acima (da mais complicadas.
primeira premissa) e nele indicar onde poderá estar localizada a Pa-
trícia, obedecendo ao que consta nesta segunda premissa. Vemos Em síntese:
facilmente que a Patrícia só não poderá estar dentro do círculo das
crianças. É a única restrição que faz a segunda premissa! Isto posto,
concluímos que Patrícia poderá estar em dois lugares distintos do
diagrama:
1º) Fora do conjunto maior;
2º) Dentro do conjunto maior. Vejamos:

Finalmente, passemos à análise da conclusão: “Patrícia não


gosta de chocolate”. Ora, o que nos resta para sabermos se este ar-
gumento é válido ou não, é justamente confirmar se esse resultado
(se esta conclusão) é necessariamente verdadeiro!
- É necessariamente verdadeiro que Patrícia não gosta de cho- Exemplo:
colate? Olhando para o desenho acima, respondemos que não! Diga se o argumento abaixo é válido ou inválido:
Pode ser que ela não goste de chocolate (caso esteja fora do círcu-
lo), mas também pode ser que goste (caso esteja dentro do círculo)! (p ∧ q) → r
Enfim, o argumento é inválido, pois as premissas não garantiram a _____~r_______
veracidade da conclusão! ~p ∨ ~q

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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Resolução: Se Maria foi ao cinema, então Fernando estava estudando.
-1ª Pergunta) O argumento apresenta as palavras todo, algum ( ) Certo
ou nenhum? ( ) Errado
A resposta é não! Logo, descartamos o 1º método e passamos
à pergunta seguinte. Resolução:
A questão trata-se de lógica de argumentação, dadas as pre-
- 2ª Pergunta) O argumento contém no máximo duas proposi- missas chegamos a uma conclusão. Enumerando as premissas:
ções simples? A = Chove
A resposta também é não! Portanto, descartamos também o B = Maria vai ao cinema
2º método. C = Cláudio fica em casa
- 3ª Pergunta) Há alguma das premissas que seja uma proposi- D = Faz frio
ção simples ou uma conjunção? E = Fernando está estudando
A resposta é sim! A segunda proposição é (~r). Podemos optar F = É noite
então pelo 3º método? Sim, perfeitamente! Mas caso queiramos A argumentação parte que a conclusão deve ser (V)
seguir adiante com uma próxima pergunta, teríamos: Lembramos a tabela verdade da condicional:
- 4ª Pergunta) A conclusão tem a forma de uma proposição
simples ou de uma disjunção ou de uma condicional? A resposta
também é sim! Nossa conclusão é uma disjunção! Ou seja, caso
queiramos, poderemos utilizar, opcionalmente, o 4º método!
Vamos seguir os dois caminhos: resolveremos a questão pelo
3º e pelo 4º métodos.

Resolução pelo 3º Método


Considerando as premissas verdadeiras e testando a conclusão
verdadeira. Teremos:
- 2ª Premissa) ~r é verdade. Logo: r é falsa! A condicional só será F quando a 1ª for verdadeira e a 2ª falsa,
- 1ª Premissa) (p ∧ q)r é verdade. Sabendo que r é falsa, utilizando isso temos:
concluímos que (p ∧ q) tem que ser também falsa. E quando uma O que se quer saber é: Se Maria foi ao cinema, então Fernando
conjunção (e) é falsa? Quando uma das premissas for falsa ou am- estava estudando. // B → ~E
bas forem falsas. Logo, não é possível determinamos os valores Iniciando temos:
lógicos de p e q. Apesar de inicialmente o 3º método se mostrar 4º - Quando chove (F), Maria não vai ao cinema. (F) // A → ~B
adequado, por meio do mesmo, não poderemos determinar se o = V – para que o argumento seja válido temos que Quando chove
argumento é ou NÃO VÁLIDO. tem que ser F.
3º - Quando Cláudio fica em casa (V), Maria vai ao cinema (V).
Resolução pelo 4º Método // C → B = V - para que o argumento seja válido temos que Maria
Considerando a conclusão falsa e premissas verdadeiras. Tere- vai ao cinema tem que ser V.
mos: 2º - Quando Cláudio sai de casa(F), não faz frio (F). // ~C → ~D
- Conclusão) ~p v ~q é falso. Logo: p é verdadeiro e q é verda- = V - para que o argumento seja válido temos que Quando Cláudio
deiro! sai de casa tem que ser F.
Agora, passamos a testar as premissas, que são consideradas 5º - Quando Fernando está estudando (V ou F), não chove (V).
verdadeiras! Teremos: // E → ~A = V. – neste caso Quando Fernando está estudando pode
- 1ª Premissa) (p∧q)r é verdade. Sabendo que p e q são ver- ser V ou F.
dadeiros, então a primeira parte da condicional acima também é 1º- Durante a noite(V), faz frio (V). // F → D = V
verdadeira. Daí resta que a segunda parte não pode ser falsa. Logo:
r é verdadeiro. Logo nada podemos afirmar sobre a afirmação: Se Maria foi ao
- 2ª Premissa) Sabendo que r é verdadeiro, teremos que ~r é cinema (V), então Fernando estava estudando (V ou F); pois temos
falso! Opa! A premissa deveria ser verdadeira, e não foi! dois valores lógicos para chegarmos à conclusão (V ou F).
Resposta: Errado
Neste caso, precisaríamos nos lembrar de que o teste, aqui no
4º método, é diferente do teste do 3º: não havendo a existência si- (PETROBRAS – TÉCNICO (A) DE EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO
multânea da conclusão falsa e premissas verdadeiras, teremos que JÚNIOR – INFORMÁTICA – CESGRANRIO) Se Esmeralda é uma fada,
o argumento é válido! Conclusão: o argumento é válido! então Bongrado é um elfo. Se Bongrado é um elfo, então Monarca
é um centauro. Se Monarca é um centauro, então Tristeza é uma
Exemplos: bruxa.
(DPU – AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE) Considere que as Ora, sabe-se que Tristeza não é uma bruxa, logo
seguintes proposições sejam verdadeiras. (A) Esmeralda é uma fada, e Bongrado não é um elfo.
• Quando chove, Maria não vai ao cinema. (B) Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.
• Quando Cláudio fica em casa, Maria vai ao cinema. (C) Bongrado é um elfo, e Monarca é um centauro.
• Quando Cláudio sai de casa, não faz frio. (D) Bongrado é um elfo, e Esmeralda é uma fada
• Quando Fernando está estudando, não chove. (E) Monarca é um centauro, e Bongrado não é um elfo.
• Durante a noite, faz frio.

Tendo como referência as proposições apresentadas, julgue o


item subsecutivo.
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77
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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Resolução:
Vamos analisar cada frase partindo da afirmativa Trizteza não é bruxa, considerando ela como (V), precisamos ter como conclusão o
valor lógico (V), então:
(4) Se Esmeralda é uma fada(F), então Bongrado é um elfo (F) → V
(3) Se Bongrado é um elfo (F), então Monarca é um centauro (F) → V
(2) Se Monarca é um centauro(F), então Tristeza é uma bruxa(F) → V
(1) Tristeza não é uma bruxa (V)

Logo:
Temos que:
Esmeralda não é fada(V)
Bongrado não é elfo (V)
Monarca não é um centauro (V)
Como a conclusão parte da conjunção, o mesmo só será verdadeiro quando todas as afirmativas forem verdadeiras, logo, a única que
contém esse valor lógico é:
Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.
Resposta: B

LÓGICA MATEMÁTICA QUALITATIVA


Aqui veremos questões que envolvem correlação de elementos, pessoas e objetos fictícios, através de dados fornecidos. Vejamos o
passo a passo:

01. Três homens, Luís, Carlos e Paulo, são casados com Lúcia, Patrícia e Maria, mas não sabemos quem ê casado com quem. Eles tra-
balham com Engenharia, Advocacia e Medicina, mas também não sabemos quem faz o quê. Com base nas dicas abaixo, tente descobrir o
nome de cada marido, a profissão de cada um e o nome de suas esposas.
a) O médico é casado com Maria.
b) Paulo é advogado.
c) Patrícia não é casada com Paulo.
d) Carlos não é médico.

Vamos montar o passo a passo para que você possa compreender como chegar a conclusão da questão.
1º passo – vamos montar uma tabela para facilitar a visualização da resolução, a mesma deve conter as informações prestadas no
enunciado, nas quais podem ser divididas em três grupos: homens, esposas e profissões.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos
Luís
Paulo
Lúcia
Patrícia
Maria

Também criamos abaixo do nome dos homens, o nome das esposas.

2º passo – construir a tabela gabarito.


Essa tabela não servirá apenas como gabarito, mas em alguns casos ela é fundamental para que você enxergue informações que ficam
meio escondidas na tabela principal. Uma tabela complementa a outra, podendo até mesmo que você chegue a conclusões acerca dos
grupos e elementos.

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos
Luís
Paulo

3º passo preenchimento de nossa tabela, com as informações mais óbvias do problema, aquelas que não deixam margem a nenhuma
dúvida. Em nosso exemplo:
- O médico é casado com Maria: marque um “S” na tabela principal na célula comum a “Médico” e “Maria”, e um “N” nas demais
células referentes a esse “S”.

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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos
Luís
Paulo
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

ATENÇÃO: se o médico é casado com Maria, ele NÃO PODE ser casado com Lúcia e Patrícia, então colocamos “N” no cruzamento
de Medicina e elas. E se Maria é casada com o médico, logo ela NÃO PODE ser casada com o engenheiro e nem com o advogado (logo
colocamos “N” no cruzamento do nome de Maria com essas profissões).
– Paulo é advogado: Vamos preencher as duas tabelas (tabela gabarito e tabela principal) agora.
– Patrícia não é casada com Paulo: Vamos preencher com “N” na tabela principal
– Carlos não é médico: preenchemos com um “N” na tabela principal a célula comum a Carlos e “médico”.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

Notamos aqui que Luís então é o médico, pois foi a célula que ficou em branco. Podemos também completar a tabela gabarito.
Novamente observamos uma célula vazia no cruzamento de Carlos com Engenharia. Marcamos um “S” nesta célula. E preenchemos
sua tabela gabarito.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos Engenheiro
Luís Médico
Paulo Advogado

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
4º passo – após as anotações feitas na tabela principal e na tabela gabarito, vamos procurar informações que levem a novas conclu-
sões, que serão marcadas nessas tabelas.
Observe que Maria é esposa do médico, que se descobriu ser Luís, fato que poderia ser registrado na tabela-gabarito. Mas não vamos
fazer agora, pois essa conclusão só foi facilmente encontrada porque o problema que está sendo analisado é muito simples. Vamos con-
tinuar o raciocínio e fazer as marcações mais tarde. Além disso, sabemos que Patrícia não é casada com Paulo. Como Paulo é o advogado,
podemos concluir que Patrícia não é casada com o advogado.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N N
Maria S N N

Verificamos, na tabela acima, que Patrícia tem de ser casada com o engenheiro, e Lúcia tem de ser casada com o advogado.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N N S
Patrícia N S N
Maria S N N

Concluímos, então, que Lúcia é casada com o advogado (que é Paulo), Patrícia é casada com o engenheiro (que e Carlos) e Maria é
casada com o médico (que é Luís).
Preenchendo a tabela-gabarito, vemos que o problema está resolvido:

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos Engenheiro Patrícia
Luís Médico Maria
Paulo Advogado Lúcia

Exemplo:
(TRT-9ª REGIÃO/PR – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC) Luiz, Arnaldo, Mariana e Paulo viajaram em janeiro, todos
para diferentes cidades, que foram Fortaleza, Goiânia, Curitiba e Salvador. Com relação às cidades para onde eles viajaram, sabe-se que:
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador;
− Mariana viajou para Curitiba;
− Paulo não viajou para Goiânia;
− Luiz não viajou para Fortaleza.

É correto concluir que, em janeiro,


(A) Paulo viajou para Fortaleza.
(B) Luiz viajou para Goiânia.
(C) Arnaldo viajou para Goiânia.
(D) Mariana viajou para Salvador.
(E) Luiz viajou para Curitiba.

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Resolução: QUANTIFICADOR + SENTENÇA ABERTA = SENTENÇA FECHADA
Vamos preencher a tabela:
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador; Tipos de quantificadores

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador • Quantificador universal (∀)


Luiz N O símbolo ∀ pode ser lido das seguintes formas:

Arnaldo N
Mariana
Paulo

− Mariana viajou para Curitiba;


Exemplo:
Todo homem é mortal.
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador A conclusão dessa afirmação é: se você é homem, então será
Luiz N N mortal.
Na representação do diagrama lógico, seria:
Arnaldo N N
Mariana N N S N
Paulo N

− Paulo não viajou para Goiânia;

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador


Luiz N N
ATENÇÃO: Todo homem é mortal, mas nem todo mortal é ho-
Arnaldo N N mem.
Mariana N N S N A frase “todo homem é mortal” possui as seguintes conclusões:
1ª) Algum mortal é homem ou algum homem é mortal.
Paulo N N
2ª) Se José é homem, então José é mortal.
− Luiz não viajou para Fortaleza.
A forma “Todo A é B” pode ser escrita na forma: Se A então B.
A forma simbólica da expressão “Todo A é B” é a expressão (∀
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador (x) (A (x) → B).
Luiz N N N Observe que a palavra todo representa uma relação de inclusão
de conjuntos, por isso está associada ao operador da condicional.
Arnaldo N N Aplicando temos:
Mariana N N S N x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Agora, se escrevermos da for-
Paulo N N ma ∀ (x) ∈ N / x + 2 = 5 ( lê-se: para todo pertencente a N temos x
+ 2 = 5), atribuindo qualquer valor a x a sentença será verdadeira?
A resposta é NÃO, pois depois de colocarmos o quantificador,
Agora, completando o restante:
a frase passa a possuir sujeito e predicado definidos e podemos jul-
Paulo viajou para Salvador, pois a nenhum dos três viajou. En-
gar, logo, é uma proposição lógica.
tão, Arnaldo viajou para Fortaleza e Luiz para Goiânia
• Quantificador existencial (∃)
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador O símbolo ∃ pode ser lido das seguintes formas:
Luiz N S N N
Arnaldo S N N N
Mariana N N S N
Paulo N N N S

Resposta: B
Exemplo:
Quantificador “Algum matemático é filósofo.” O diagrama lógico dessa frase
É um termo utilizado para quantificar uma expressão. Os quan- é:
tificadores são utilizados para transformar uma sentença aberta ou
proposição aberta em uma proposição lógica.

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
O quantificador existencial tem a função de elemento comum. Como existe pelo menos um valor para y e qualquer valor de
A palavra algum, do ponto de vista lógico, representa termos co- x somado a 0 será igual a x, podemos concluir que o item está cor-
muns, por isso “Algum A é B” possui a seguinte forma simbólica: (∃ reto.
(x)) (A (x) ∧ B). Resposta: CERTO

Aplicando temos:
x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Escrevendo da forma (∃ x) ∈
N / x + 2 = 5 (lê-se: existe pelo menos um x pertencente a N tal que x QUESTÕES
+ 2 = 5), atribuindo um valor que, colocado no lugar de x, a sentença
será verdadeira?
A resposta é SIM, pois depois de colocarmos o quantificador, 1. (PREFEITURA DE SALVADOR /BA - TÉCNICO DE NÍVEL SU-
a frase passou a possuir sujeito e predicado definidos e podemos PERIOR II - DIREITO – FGV/2017) Em um concurso, há 150 candida-
julgar, logo, é uma proposição lógica. tos em apenas duas categorias: nível superior e nível médio.
Sabe-se que:
ATENÇÃO: • dentre os candidatos, 82 são homens;
– A palavra todo não permite inversão dos termos: “Todo A é B” • o número de candidatos homens de nível superior é igual ao
é diferente de “Todo B é A”. de mulheres de nível médio;
– A palavra algum permite a inversão dos termos: “Algum A é • dentre os candidatos de nível superior, 31 são mulheres.
B” é a mesma coisa que “Algum B é A”.
O número de candidatos homens de nível médio é
Forma simbólica dos quantificadores (A) 42.
Todo A é B = (∀ (x) (A (x) → B). (B) 45.
Algum A é B = (∃ (x)) (A (x) ∧ B). (C) 48.
Nenhum A é B = (~ ∃ (x)) (A (x) ∧ B). (D) 50.
Algum A não é B= (∃ (x)) (A (x) ∧ ~ B). (E) 52.

Exemplos: 2. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA - MS-


Todo cavalo é um animal. Logo, CONCURSOS/2017) Raoni, Ingrid, Maria Eduarda, Isabella e José
(A) Toda cabeça de animal é cabeça de cavalo. foram a uma prova de hipismo, na qual ganharia o competidor que
(B) Toda cabeça de cavalo é cabeça de animal. obtivesse o menor tempo final. A cada 1 falta seriam incrementados
(C) Todo animal é cavalo. 6 segundos em seu tempo final. Ingrid fez 1’10” com 1 falta, Maria
(D) Nenhum animal é cavalo. Eduarda fez 1’12” sem faltas, Isabella fez 1’07” com 2 faltas, Raoni
fez 1’10” sem faltas e José fez 1’05” com 1 falta. Verificando a colo-
Resolução: cação, é correto afirmar que o vencedor foi:
A frase “Todo cavalo é um animal” possui as seguintes conclu- (A) José
sões: (B) Isabella
– Algum animal é cavalo ou Algum cavalo é um animal. (C) Maria Eduarda
– Se é cavalo, então é um animal. (D) Raoni
Nesse caso, nossa resposta é toda cabeça de cavalo é cabeça
de animal, pois mantém a relação de “está contido” (segunda forma 3. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA - MS-
de conclusão). CONCURSOS/2017) O valor de √0,444... é:
Resposta: B (A) 0,2222...
(B) 0,6666...
(CESPE) Se R é o conjunto dos números reais, então a proposi- (C) 0,1616...
ção (∀ x) (x ∈ R) (∃ y) (y ∈ R) (x + y = x) é valorada como V. (D) 0,8888...

Resolução: 4. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO - VUNESP/2017)


Lemos: para todo x pertencente ao conjunto dos números reais Se, numa divisão, o divisor e o quociente são iguais, e o resto é 10,
(R) existe um y pertencente ao conjunto dos números dos reais (R) sendo esse resto o maior possível, então o dividendo é
tal que x + y = x. (A) 131.
– 1º passo: observar os quantificadores. (B) 121.
X está relacionado com o quantificador universal, logo, todos (C) 120.
os valores de x devem satisfazer a propriedade. (D) 110.
Y está relacionado com o quantificador existencial, logo, é ne- (E) 101.
cessário pelo menos um valor de x para satisfazer a propriedade.
– 2º passo: observar os conjuntos dos números dos elementos 5. (TST – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2017) As expressões
x e y. numéricas abaixo apresentam resultados que seguem um padrão
O elemento x pertence ao conjunto dos números reais. específico:
O elemento y pertence ao conjunto os números reais.
– 3º passo: resolver a propriedade (x+ y = x). 1ª expressão: 1 x 9 + 2
A pergunta: existe algum valor real para y tal que x + y = x? 2ª expressão: 12 x 9 + 3
Existe sim! y = 0. 3ª expressão: 123 x 9 + 4
X + 0 = X. ...
7ª expressão: █ x 9 + ▲
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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Seguindo esse padrão e colocando os números adequados no 11. (IPRESB/SP - ANALISTA DE PROCESSOS PREVIDENCIÁ-
lugar dos símbolos █ e ▲, o resultado da 7ª expressão será RIOS- VUNESP/2017) Para imprimir 300 apostilas destinadas a um
(A) 1 111 111. curso, uma máquina de fotocópias precisa trabalhar 5 horas por dia
(B) 11 111. durante 4 dias. Por motivos administrativos, será necessário impri-
(C) 1 111. mir 360 apostilas em apenas 3 dias. O número de horas diárias que
(D) 111 111. essa máquina terá que trabalhar para realizar a tarefa é
(E) 11 111 111. (A) 6.
(B) 7.
6. (UNIRV/GO – AUXILIAR DE LABORATÓRIO – UNIRV- (C) 8.
GO/2017) O valor de m para que a equação (2m -1) x² - 6x + 3 = 0 (D) 9.
tenha duas raízes reais iguais é (E) 10.
(A) 3
(B) 2 12. (SEPOG – ANALISTA EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
(C) −1 E COMUNICAÇÃO – FGV/2017) Uma máquina copiadora A faz 20%
(D) −6 mais cópias do que uma outra máquina B, no mesmo tempo.
A máquina B faz 100 cópias em uma hora.
7. (IPRESB - AGENTE PREVIDENCIÁRIO – VUNESP/2017) Em A máquina A faz 100 cópias em
setembro, o salário líquido de Juliano correspondeu a 4/5 do seu sa- (A) 44 minutos.
lário bruto. Sabe-se que ele destinou 2/5 do salário líquido recebido (B) 46 minutos.
nesse mês para pagamento do aluguel, e que poupou 2/5 do que (C) 48 minutos.
restou. Se Juliano ficou, ainda, com R$ 1.620,00 para outros gastos, (D) 50 minutos.
então o seu salário bruto do mês de setembro foi igual a (E) 52 minutos.
(A) R$ 6.330,00.
(B) R$ 5.625,00. 13. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FAURGS/2017) Na figura
(C) R$ 5.550,00. abaixo, encontra-se representada uma cinta esticada passando em
(D) R$ 5.125,00. torno de três discos de mesmo diâmetro e tangentes entre si.
(E) R$ 4.500,00.

8. (SESAU/RO – TÉCNICO EM INFORMÁTICA – FUNRIO/2017)


Daqui a 24 anos, Jovelino terá o triplo de sua idade atual. Daqui a
cinco anos, Jovelino terá a seguinte idade:
(A) 12.
(B) 14.
(C) 16.
(D) 17.
(E) 18.

9. (CRBIO – AUXILIAR ADMINISTRATIVO – VUNESP/2017) O


transporte de 1980 caixas iguais foi totalmente repartido entre dois Considerando que o diâmetro de cada disco é 8, o comprimen-
veículos, A e B, na razão direta das suas respectivas capacidades to da cinta acima representada é
de carga, em toneladas. Sabe-se que A tem capacidade para trans- (A) 8/3 π + 8 .
portar 2,2 t, enquanto B tem capacidade para transportar somente (B) 8/3 π + 24.
1,8 t. Nessas condições, é correto afirmar que a diferença entre o (C) 8π + 8 .
número de caixas carregadas em A e o número de caixas carregadas (D) 8π + 24.
em B foi igual a (E) 16π + 24.
(A) 304.
(B) 286. 14. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FAURGS/2017) Na figura
(C) 224. abaixo, ABCD é um quadrado de lado 10; E, F, G e H são pontos
(D) 216. médios dos lados do quadrado ABCD e são os centros de quatro
(E) 198. círculos tangentes entre si.

10. (EMDEC – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – IBFC/2016)


Paulo vai dividir R$ 4.500,00 em partes diretamente proporcionais
às idades de seus três filhos com idades de 4, 6 e 8 anos respecti-
vamente. Desse modo, o total distribuído aos dois filhos com maior
idade é igual a:
(A) R$2.500,00
(B) R$3.500,00
(C) R$ 1.000,00
(D) R$3.200,00

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
A área da região sombreada, da figura acima apresentada, é 5. Resposta: E.
(A)100 - 5π . A 7ª expressão será: 1234567x9+8=11111111
(B) 100 - 10π .
(C) 100 - 15π . 6. Resposta: B
(D)100 - 20π . ∆=-(-6)²-4⋅(2m-1) ⋅3=0
(E)100 - 25π . 36-24m+12=0
-24m=-48
15. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FAURGS/2017) No cubo M=2
de aresta 10, da figura abaixo, encontra-se representado um plano
passando pelos vértices B e C e pelos pontos P e Q, pontos médios, 7. Resposta: B.
respectivamente, das arestas EF e HG, gerando o quadrilátero BCQP. Salário liquido: x

10x+6x+40500=25x
9x=40500
X=4500

A área do quadrilátero BCQP, da figura acima, é SALARIO FRAÇÃO


(A) 25√5.
(B) 50√2. Y --------------- 1
(C) 50√5. 4500 --------------- 4/5
(D)100√2 .
(E) 100√5.
5625
GABARITO
8. Resposta: D.
Idade atual: x
1. Resposta: B. X+24=3x
150-82=68 mulheres 2x=24
Como 31 mulheres são candidatas de nível superior, 37 são de X=12
nível médio. Ele tem agora 12 anos, daqui a 5 anos: 17.
Portanto, há 37 homens de nível superior.
82-37=45 homens de nível médio. 9. Resposta: E
2,2k+1,8k=1980
2. Resposta: D. 4k=1980
Como o tempo de Raoni foi 1´10” sem faltas, ele foi o vencedor. K=495
2,2x495=1089
3. Resposta: B. 1980-1089=891
Primeiramente, vamos transformar a dízima em fração 1089-891=198
X=0,4444....
10x=4,444... 10. Resposta: B
9x=4

A+B+C=4500
4p+6p+8p=4500
18p=4500
P=250
B=6p=6x250=1500
4. Resposta: A. C=8p=8x250=2000
Como o maior resto possível é 10, o divisor é o número 11 que 1500+2000=3500
é igua o quociente.
11x11=121+10=131

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
11. Resposta: C A área de um círculo é

↑ APOSTILAS ↑ HORAS DIAS ↓


300 ----- 5 ----- 4
360 ----- X ----- 3

↑ APOSTILAS ↑ HORAS DIAS ↑


A sombreada=100-25π
300 ----- 5 ----- 3
360 ----- X ----- 4 15. Resposta: C
CQ é hipotenusa do triângulo GQC.
01. CQ²=10²+5²
CQ²=100+25
CQ²=125
900x=7200 CQ=5√5
X=8 A área do quadrilátero seria CQ⋅BC
A=5√5⋅10=50√5
12. Resposta: D
Como a máquina A faz 20% a mais:
Em 1 hora a máquina A faz 120 cópias. ANOTAÇÕES
120------60 minutos
10-------x
______________________________________________________
X=50 minutos
______________________________________________________
13. Resposta: D
Observe o triângulo do meio, cada lado é exatamente a mesma ______________________________________________________
medida da parte reta da cinta.
______________________________________________________
Que é igual a 2 raios, ou um diâmetro, portanto o lado esticado
tem 8x3=24 m ______________________________________________________
A parte do círculo é igual a 120°, pois é 1/3 do círculo, como são
três partes, é a mesma medida de um círculo. ______________________________________________________
O comprimento do círculo é dado por: 2πr=8π
______________________________________________________
Portanto, a cinta tem 8π+24
______________________________________________________
14. Resposta: E
Como o quadrado tem lado 10,a área é 100. ______________________________________________________

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O lado AF e AE medem 5, cada um, pois F e E é o ponto Médio
X²=5²+5² ______________________________________________________
X²=25+25
X²=50 ______________________________________________________
X=5√2
X é o diâmetro do círculo, como temos 4 semi círculos, temos ______________________________________________________
2 círculos inteiros.
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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

MS-WINDOWS 10: CONCEITO DE PASTAS, DIRETÓRIOS, ARQUIVOS E ATALHOS, ÁREA DE TRABALHO, ÁREA DE TRANSFERÊN-
CIA, MANIPULAÇÃO DE ARQUIVOS E PASTAS, USO DOS MENUS, PROGRAMAS E APLICATIVOS, INTERAÇÃO COM O CONJUN-
TO DE APLICATIVOS MS-OFFICE 2016

Lançado em 2015, O Windows 10 chega ao mercado com a proposta ousada, juntar todos os produtos da Microsoft em uma única
plataforma. Além de desktops e notebooks, essa nova versão equipará smartphones, tablets, sistemas embarcados, o console Xbox One e
produtos exclusivos, como o Surface Hub e os óculos de realidade aumentada HoloLens1.

Versões do Windows 10

– Windows 10 Home: edição do sistema operacional voltada para os consumidores domésticos que utilizam PCs (desktop e note-
book), tablets e os dispositivos “2 em 1”.
– Windows 10 Pro: o Windows 10 Pro também é voltado para PCs (desktop e notebook), tablets e dispositivos “2 em 1”, mas traz
algumas funcionalidades extras em relação ao Windows 10 Home, os quais fazem com que essa edição seja ideal para uso em pequenas
empresas, apresentando recursos para segurança digital, suporte remoto, produtividade e uso de sistemas baseados na nuvem.
– Windows 10 Enterprise: construído sobre o Windows 10 Pro, o Windows 10 Enterprise é voltado para o mercado corporativo. Os
alvos dessa edição são as empresas de médio e grande porte, e o Sistema apresenta capacidades que focam especialmente em tecnologias
desenvolvidas no campo da segurança digital e produtividade.
– Windows 10 Education: Construída a partir do Windows 10 Enterprise, essa edição foi desenvolvida para atender as necessidades
do meio escolar.
– Windows 10 Mobile: o Windows 10 Mobile é voltado para os dispositivos de tela pequena cujo uso é centrado no touchscreen,
como smartphones e tablets
– Windows 10 Mobile Enterprise: também voltado para smartphones e pequenos tablets, o Windows 10 Mobile Enterprise tem como
objetivo entregar a melhor experiência para os consumidores que usam esses dispositivos para trabalho.
– Windows 10 IoT: edição para dispositivos como caixas eletrônicos, terminais de autoatendimento, máquinas de atendimento para
o varejo e robôs industriais – todas baseadas no Windows 10 Enterprise e Windows 10 Mobile Enterprise.
– Windows 10 S: edição otimizada em termos de segurança e desempenho, funcionando exclusivamente com aplicações da Loja
Microsoft.
– Windows 10 Pro – Workstation: como o nome sugere, o Windows 10 Pro for Workstations é voltado principalmente para uso pro-
fissional mais avançado em máquinas poderosas com vários processadores e grande quantidade de RAM.

1 https://estudioaulas.com.br/img/ArquivosCurso/materialDemo/SlideDemo-4147.pdf
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Área de Trabalho (pacote aero)
Aero é o nome dado a recursos e efeitos visuais introduzidos no Windows a partir da versão 7.

Área de Trabalho do Windows 10.2

Aero Glass (Efeito Vidro)


Recurso que deixa janelas, barras e menus transparentes, parecendo um vidro.

Efeito Aero Glass.3

2 https://edu.gcfglobal.org/pt/tudo-sobre-o-windows-10/sobre-a-area-de-trabalho-do-windows-10/1/
3 https://www.tecmundo.com.br/windows-10/64159-efeito-aero-glass-lancado-mod-windows-10.htm
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Aero Flip (Alt+Tab)
Permite a alternância das janelas na área de trabalho, organizando-as de acordo com a preferência de uso.

Efeito Aero Flip.

Aero Shake (Win+Home)


Ferramenta útil para quem usa o computador com multitarefas. Ao trabalhar com várias janelas abertas, basta “sacudir” a janela
ativa, clicando na sua barra de título, que todas as outras serão minimizadas, poupando tempo e trabalho. E, simplesmente, basta sacudir
novamente e todas as janelas serão restauradas.

Efeito Aero Shake (Win+Home)


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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Aero Snap (Win + Setas de direção do teclado)
Recurso que permite melhor gerenciamento e organização das janelas abertas.
Basta arrastar uma janela para o topo da tela e a mesma é maximizada, ou arrastando para uma das laterais a janela é dividida de
modo a ocupar metade do monitor.

Efeito Aero Snap.

Aero Peek (Win+Vírgula – Transparência / Win+D – Minimizar Tudo)


O Aero Peek (ou “Espiar área de trabalho”) permite que o usuário possa ver rapidamente o desktop. O recurso pode ser útil quando
você precisar ver algo na área de trabalho, mas a tela está cheia de janelas abertas. Ao usar o Aero Peek, o usuário consegue ver o que
precisa, sem precisar fechar ou minimizar qualquer janela. Recurso pode ser acessado por meio do botão Mostrar área de trabalho (parte
inferior direita do Desktop). Ao posicionar o mouse sobre o referido botão, as janelas ficam com um aspecto transparente. Ao clicar sobre
ele, as janelas serão minimizadas.

Efeito Aero Peek.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Menu Iniciar
Algo que deixou descontente grande parte dos usuários do Windows 8 foi o sumiço do Menu Iniciar.
O novo Windows veio com a missão de retornar com o Menu Iniciar, o que aconteceu de fato. Ele é dividido em duas partes: na direita,
temos o padrão já visto nos Windows anteriores, como XP, Vista e 7, com a organização em lista dos programas. Já na direita temos uma
versão compacta da Modern UI, lembrando muito os azulejos do Windows Phone 8.

Menu Iniciar no Windows 10.4


Nova Central de Ações
A Central de Ações é a nova central de notificações do Windows 10. Ele funciona de forma similar à Central de Ações das versões an-
teriores e também oferece acesso rápido a recursos como modo Tablet, Bloqueio de Rotação, Luz noturna e VPN.

Central de ações do Windows 10.5

4 https://pplware.sapo.pt/microsoft/windows/windows-10-5-dicas-usar-melhor-menu-iniciar
5 Fonte: https://support.microsoft.com/pt-br/help/4026791/windows-how-to-open-action-center
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Paint 3D
O novo App de desenhos tem recursos mais avançados, especialmente para criar objetos em três dimensões. As ferramentas antigas
de formas, linhas e pintura ainda estão lá, mas o design mudou e há uma seleção extensa de funções que prometem deixar o programa
mais versátil.
Para abrir o Paint 3D clique no botão Iniciar ou procure por Paint 3D na caixa de pesquisa na barra de tarefas.

Paint 3D.

Cortana
Cortana é um/a assistente virtual inteligente do sistema operacional Windows 10.
Além de estar integrada com o próprio sistema operacional, a Cortana poderá atuar em alguns aplicativos específicos. Esse é o caso
do Microsoft Edge, o navegador padrão do Windows 10, que vai trazer a assistente pessoal como uma de suas funcionalidades nativas. O
assistente pessoal inteligente que entende quem você é, onde você está e o que está fazendo. O Cortana pode ajudar quando for solicita-
do, por meio de informações-chave, sugestões e até mesmo executá-las para você com as devidas permissões.
Para abrir a Cortana selecionando a opção na Barra de Tarefas. Podendo teclar ou falar o
tema que deseja.

Cortana no Windows 10.6

Microsot Edge
O novo navegador do Windows 10 veio para substituir o Internet Explorer como o browser-padrão do sistema operacional da Mi-
crosoft. O programa tem como características a leveza, a rapidez e o layout baseado em padrões da web, além da remoção de suporte a
tecnologias antigas, como o ActiveX e o Browser Helper Objects.
Dos destaques, podemos mencionar a integração com serviços da Microsoft, como a assistente de voz Cortana e o serviço de armaze-
namento na nuvem OneDrive, além do suporte a ferramentas de anotação e modo de leitura.

6 https://www.tecmundo.com.br/cortana/76638-cortana-ganhar-novo-visual-windows-10-rumor.htm
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O Microsoft Edge é o primeiro navegador que permite fazer anotações, escrever, rabiscar e realçar diretamente em páginas da Web.
Use a lista de leitura para salvar seus artigos favoritos para mais tarde e lê-los no modo de leitura . Focalize guias abertas para visu-
alizá-las e leve seus favoritos e sua lista de leitura com você quando usar o Microsoft Edge em outro dispositivo.
O Internet Explorer 11, ainda vem como acessório do Windows 10. Devendo ser descontinuado nas próximas atualizações.
Para abrir o Edge clique no botão Iniciar , Microsoft Edge ou clique no ícone na barra de tarefas.

Microsoft Edge no Windows 10.

Windows Hello
O Windows Hello funciona com uma tecnologia de credencial chamada Microsoft Passport, mais fácil, mais prática e mais segura do
que usar uma senha, porque ela usa autenticação biométrica. O usuário faz logon usando face, íris, impressão digital, PIN, bluetooth do
celular e senha com imagem.
Para acessar o Windows Hello, clique no botão , selecione Configurações > Contas > Opções de entrada. Ou procure por
Hello ou Configurações de entrada na barra de pesquisa.

Windows Hello.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Bibliotecas
As Bibliotecas são um recurso do Windows 10 que permite a exibição consolidada de arquivos relacionados em um só local. Você pode
pesquisar nas Bibliotecas para localizar os arquivos certos rapidamente, até mesmo quando esses arquivos estão em pastas, unidades
ou em sistemas diferentes (quando as pastas são indexadas nos sistemas remotos ou armazenadas em cache localmente com Arquivos
Offline).

Tela Bibliotecas no Windows 10.7

One Drive
O OneDrive é serviço um de armazenamento e compartilhamento de arquivos da Microsoft. Com o Microsoft OneDrive você pode
acessar seus arquivos em qualquer lugar e em qualquer dispositivo.
O OneDrive é um armazenamento on-line gratuito que vem com a sua conta da Microsoft. É como um disco rígido extra que está
disponível para todos os dispositivos que você usar.

OneDivre.8

Manipulação de Arquivos
É um conjunto de informações nomeadas, armazenadas e organizadas em uma mídia de armazenamento de dados. O arquivo está
disponível para um ou mais programas de computador, sendo essa relação estabelecida pelo tipo de arquivo, identificado pela extensão
recebida no ato de sua criação ou alteração.
7 https://agorafunciona.wordpress.com/2017/02/12/como-remover-as-pastas-imagens-da-camera-e-imagens-salvas
8 Fonte: https://tecnoblog.net/286284/como-alterar-o-local-da-pasta-do-onedrive-no-windows-10
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Há arquivos de vários tipos, identificáveis por um nome, seguido de um ponto e um sufixo com três (DOC, XLS, PPT) ou quatro letras
(DOCX, XLSX), denominado extensão. Assim, cada arquivo recebe uma denominação do tipo arquivo.extensão. Os tipos mais comuns são
arquivos de programas (executavel.exe), de texto (texto.docx), de imagens (imagem.bmp, eu.jpg), planilhas eletrônicas (tabela.xlsx) e
apresentações (monografia.pptx).

Pasta
As pastas ou diretórios: não contém informação propriamente dita e sim arquivos ou mais pastas. A função de uma pasta é organizar
tudo o que está dentro das unidades.
O Windows utiliza as pastas do computador para agrupar documentos, imagens, músicas, aplicações, e todos os demais tipos de
arquivos existentes.
Para visualizar a estrutura de pastas do disco rígido, bem como os arquivos nela armazenados, utiliza-se o Explorador de Arquivos.

Manipulação de arquivos e/ou pastas (Recortar/Copiar/Colar)


Existem diversas maneiras de manipular arquivos e/ou pastas.
1. Através dos botões RECORTAR, COPIAR E COLAR. (Mostrados na imagem acima – Explorador de arquivos).
2. Botão direito do mouse.
3. Selecionando e arrastando com o uso do mouse (Atenção com a letra da unidade e origem e destino).

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Central de Segurança do Windows Defender
A Central de Segurança do Windows Defender fornece a área de proteção contra vírus e ameaças.
Para acessar a Central de Segurança do Windows Defender, clique no botão , selecione Configurações > Atualização e seguran-
ça > Windows Defender. Ou procure por Windows Defender na barra de pesquisa.

Windows Defender.9

Lixeira
A Lixeira armazena temporariamente arquivos e/ou pastas excluídos das unidades internas do computador (c:\).
Para enviar arquivo para a lixeira:
- Seleciona-lo e pressionar a tecla DEL.
- Arrasta-lo para a lixeira.
- Botão direito do mouse sobre o arquivo, opção excluir.
- Seleciona-lo e pressionar CTRL+D.

Arquivos apagados permanentemente:


- Arquivos de unidades de rede.
- Arquivos de unidades removíveis (pen drive, ssd card...).
- Arquivos maiores do que a lixeira. (Tamanho da lixeira é mostrado em MB (megabytes) e pode variar de acordo com o tamanho do
HD (disco rígido) do computador).
- Deletar pressionando a tecla SHIFT.
- Desabilitar a lixeira (Propriedades).

Para acessar a Lixeira, clique no ícone correspondente na área de trabalho do Windows 10.

Outros Acessórios do Windows 10

Existem outros, outros poderão ser lançados e incrementados, mas os relacionados a seguir são os mais populares:
– Alarmes e relógio.
– Assistência Rápida.
– Bloco de Notas.
– Calculadora.
– Calendário.
– Clima.
– E-mail.
– Facilidade de acesso (ferramenta destinada a deficientes físicos).
– Ferramenta de Captura.
– Gravador de passos.
– Internet Explorer.
– Mapas.
9 Fonte: https://answers.microsoft.com/pt-br/protect/forum/all/central-de-seguran%C3%A7a-do-windows-defender/9ae1b77e-de-
7c-4ee7-b90f-4bf76ad529b1
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
– Mapa de Caracteres.
– Paint.
– Windows Explorer.
– WordPad.
– Xbox.

Principais teclas de atalho


CTRL + F4: fechar o documento ativo.
CTRL + R ou F5: atualizar a janela.
CTRL + Y: refazer.
CTRL + ESC: abrir o menu iniciar.
CTRL + SHIFT + ESC: gerenciador de tarefas.
WIN + A: central de ações.
WIN + C: cortana.
WIN + E: explorador de arquivos.
WIN + H: compartilhar.
WIN + I: configurações.
WIN + L: bloquear/trocar conta.
WIN + M: minimizar as janelas.
WIN + R: executar.
WIN + S: pesquisar.
WIN + “,”: aero peek.
WIN + SHIFT + M: restaurar as janelas.
WIN + TAB: task view (visão de tarefas).
WIN + HOME: aero shake.
ALT + TAB: alternar entre janelas.
WIN + X: menu de acesso rápido.
F1: ajuda.

MS-WORD 2016: ESTRUTURA BÁSICA DOS DOCUMENTOS, EDIÇÃO E FORMATAÇÃO DE TEXTOS, CABEÇALHOS, PARÁGRA-
FOS, FONTES, COLUNAS, MARCADORES SIMBÓLICOS E NUMÉRICOS, TABELAS, IMPRESSÃO, CONTROLE DE QUEBRAS E NU-
MERAÇÃO DE PÁGINAS, LEGENDAS, ÍNDICES, INSERÇÃO DE OBJETOS, CAMPOS PREDEFINIDOS, CAIXAS DE TEXTO

Essa versão de edição de textos vem com novas ferramentas e novos recursos para que o usuário crie, edite e compartilhe documen-
tos de maneira fácil e prática10.
O Word 2016 está com um visual moderno, mas ao mesmo tempo simples e prático, possui muitas melhorias, modelos de documen-
tos e estilos de formatações predefinidos para agilizar e dar um toque de requinte aos trabalhos desenvolvidos. Trouxe pouquíssimas no-
vidades, seguiu as tendências atuais da computação, permitindo o compartilhamento de documentos e possuindo integração direta com
vários outros serviços da web, como Facebook, Flickr, Youtube, Onedrive, Twitter, entre outros.

Novidades no Word 2016


– Diga-me o que você deseja fazer: facilita a localização e a realização das tarefas de forma intuitiva, essa nova versão possui a caixa
Diga-me o que deseja fazer, onde é possível digitar um termo ou palavra correspondente a ferramenta ou configurações que procurar.

10 http://www.popescolas.com.br/eb/info/word.pdf
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
– Trabalhando em grupo, em tempo real: permite que vários usuários trabalhem no mesmo documento de forma simultânea.

Ao armazenar um documento on-line no OneDrive ou no SharePoint e compartilhá-lo com colegas que usam o Word 2016 ou Word
On-line, vocês podem ver as alterações uns dos outros no documento durante a edição. Após salvar o documento on-line, clique em Com-
partilhar para gerar um link ou enviar um convite por e-mail. Quando seus colegas abrem o documento e concordam em compartilhar
automaticamente as alterações, você vê o trabalho em tempo real.

– Pesquisa inteligente: integra o Bing, serviço de buscas da Microsoft, ao Word 2016. Ao clicar com o botão do mouse sobre qualquer
palavra do texto e no menu exibido, clique sobre a função Pesquisa Inteligente, um painel é exibido ao lado esquerdo da tela do programa
e lista todas as entradas na internet relacionadas com a palavra digitada.
– Equações à tinta: se utilizar um dispositivo com tela sensível ao toque é possível desenhar equações matemáticas, utilizando o dedo
ou uma caneta de toque, e o programa será capaz de reconhecer e incluir a fórmula ou equação ao documento.

– Histórico de versões melhorado: vá até Arquivo > Histórico para conferir uma lista completa de alterações feitas a um documento
e para acessar versões anteriores.
– Compartilhamento mais simples: clique em Compartilhar para compartilhar seu documento com outras pessoas no SharePoint, no
OneDrive ou no OneDrive for Business ou para enviar um PDF ou uma cópia como um anexo de e-mail diretamente do Word.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

– Formatação de formas mais rápida: quando você insere formas da Galeria de Formas, é possível escolher entre uma coleção de
preenchimentos predefinidos e cores de tema para aplicar rapidamente o visual desejado.

– Guia Layout: o nome da Guia Layout da Página na versão 2010/2013 do Microsoft Word mudou para apenas Layout11.

Interface Gráfica

Guia de Início Rápido.12

Ao clicar em Documento em branco surgirá a tela principal do Word 201613.

11 CARVALHO, D. e COSTA, Renato. Livro Eletrônico.


12 https://www.udesc.br/arquivos/udesc/id_cpmenu/5297/Guia_de_Inicio_Rapido___Word_2016_14952206861576.pdf
13 Melo, F. INFORMÁTICA. MS-Word 2016.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Área de trabalho do Word 2016.

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido


Permite adicionar atalhos, de funções comumente utilizadas no trabalho com documentos que podem ser personalizados de acordo
com a necessidade do usuário.

Faixa de Opções
Faixa de Opções é o local onde estão os principais comandos do Word, todas organizadas em grupos e distribuídas por meio de guias,
que permitem fácil localização e acesso. As faixas de Opções são separadas por nove guias: Arquivos; Página Inicial, Inserir, Design, Layout,
Referências, Correspondências, Revisão e Exibir.

– Arquivos: possui diversas funcionalidades, dentre algumas:


– Novo: abrir um Novo documento ou um modelo (.dotx) pré-formatado.
– Abrir: opções para abrir documentos já salvos tanto no computador como no sistema de armazenamento em nuvem da Microsoft,
One Drive. Além de exibir um histórico dos últimos arquivos abertos.
– Salvar/Salvar como: a primeira vez que irá salvar o documento as duas opções levam ao mesmo lugar. Apenas a partir da segunda
vez em diante que o Salvar apenas atualiza o documento e o Salvar como exibe a janela abaixo. Contém os locais onde serão armazenados
os arquivos. Opções locais como na nuvem (OneDrive).
– Imprimir: opções de impressão do documento em edição. Desde a opção da impressora até as páginas desejadas. O usuário tanto
pode imprimir páginas sequenciais como páginas alternadas.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

– Página Inicial: possui ferramentas básicas para formatação de texto, como tamanho e cor da fonte, estilos de marcador, alinhamento
de texto, entre outras.

Grupo Área de Transferência


Para acessá-la basta clicar no pequeno ícone de uma setinha para baixo no canto inferior direito, logo à frente de Área de Transferên-
cia.
Colar (CTRL + V): cola um item (pode ser uma letra, palavra, imagem) copiado ou recortado.
Recortar (CTRL + X): recorta um item (pode ser uma letra, palavra, imagem) armazenando-o temporariamente na Área de Transferên-
cia para em seguida ser colado no local desejado.
Copiar (CTRL+C): copia o item selecionado (cria uma cópia na Área de Transferência).
Pincel de Formatação (CTRL+SHIFT+C / CTRL+SHIFT+V): esse recurso (principalmente o ícone) cai em vários concursos. Ele permite
copiar a formatação de um item e aplicar em outro.

Grupo Fonte

Fonte: permite que selecionar uma fonte, ou seja, um tipo de letra a ser exibido em seu texto. Em cada texto
pode haver mais de um tipo de fontes diferentes.

Tamanho da fonte: é o tamanho da letra do texto. Permite escolher entre diferentes tamanhos de fonte na lista
ou que digite um tamanho manualmente.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Negrito: aplica o formato negrito (escuro) ao texto selecionado. Se o cursor estiver sobre uma palavra, ela ficará
toda em negrito. Se a seleção ou a palavra já estiver em negrito, a formatação será removida.

Itálico: aplica o formato itálico (deitado) ao texto selecionado. Se o cursor estiver sobre uma palavra, ela ficará
toda em itálico. Se a seleção ou palavra já estiver em itálico, a formatação será removida.

Sublinhado: sublinha, ou seja, insere ou remove uma linha embaixo do texto selecionado. Se o cursor não está
em uma palavra, o novo texto inserido será sublinhado.

Tachado: risca uma linha, uma palavra ou apenas uma letra no texto selecionado ou, se o cursor somente estiver
sobre uma palavra, esta palavra ficará riscada.

Subscrito: coloca a palavra abaixo das demais.

Sobrescrito: coloca a palavra acima das demais.

Cor do realce do texto: aplica um destaque colorido sobre a palavra, assim como uma caneta marca texto.

Cor da fonte: permite alterar a cor da fonte (letra).

Grupo Parágrafo

Marcadores: permite criar uma lista com diferentes marcadores.

Numeração: permite criar uma lista numerada.

Lista de vários itens: permite criar uma lista numerada em níveis.

Diminuir Recuo: diminui o recuo do parágrafo em relação à margem esquerda.

Aumentar Recuo: aumenta o recuo do parágrafo em relação à margem esquerda.

Classificar: organiza a seleção atual em ordem alfabética ou numérica.

Mostrar tudo: mostra marcas de parágrafos e outros símbolos de formatação ocultos.

Alinhar a esquerda: alinha o conteúdo com a margem esquerda.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Centralizar: centraliza seu conteúdo na página.

Alinhar à direita: alinha o conteúdo à margem direita.

Justificar: distribui o texto uniformemente entre as margens esquerda e direita.

Espaçamento de linha e parágrafo: escolhe o espaçamento entre as linhas do texto ou entre parágrafos.

Sombreamento: aplica uma cor de fundo no parágrafo onde o cursor está posicionado.

Bordas: permite aplicar ou retirar bordas no trecho selecionado.

Grupo Estilo
Possui vários estilos pré-definidos que permite salvar configurações relativas ao tamanho e cor da fonte, espaçamento entre linhas
do parágrafo.

Grupo Edição

CTRL+L: ao clicar nesse ícone é aberta a janela lateral, denominada navegação, onde é possível localizar
um uma palavra ou trecho dentro do texto.

CTRL+U: pesquisa no documento a palavra ou parte do texto que você quer mudar e o substitui por
outro de seu desejo.

Seleciona o texto ou objetos no documento.

Inserir: a guia inserir permite a inclusão de elementos ao texto, como: imagens, gráficos, formas, configurações de quebra de página,
equações, entre outras.

Adiciona uma folha inicial em seu documento, parecido como uma capa.

Adiciona uma página em branco em qualquer lugar de seu documento.

Uma seção divide um documento em partes determinadas pelo usuário para que sejam aplicados dife-
rentes estilos de formatação na mesma ou facilitar a numeração das páginas dentro dela.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Permite inserir uma tabela, uma planilha do Excel, desenhar uma tabela, tabelas rápidas ou converter o texto em tabela
e vice-versa.

Design: esta guia agrupa todos os estilos e formatações disponíveis para aplicar ao layout do documento.

Layout: a guia layout define configurações características ao formato da página, como tamanho, orientação, recuo, entre outras.

Referências: é utilizada para configurações de itens como sumário, notas de rodapé, legendas entre outros itens relacionados a iden-
tificação de conteúdo.

Correspondências: possui configuração para edição de cartas, mala direta, envelopes e etiquetas.

Revisão: agrupa ferramentas úteis para realização de revisão de conteúdo do texto, como ortografia e gramática, dicionário de sinô-
nimos, entre outras.

Exibir: altera as configurações de exibição do documento.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Formatos de arquivos
Veja abaixo alguns formatos de arquivos suportados pelo Word 2016:
.docx: formato xml.
.doc: formato da versão 2003 e anteriores.
.docm: formato que contém macro (vba).
.dot: formato de modelo (carta, currículo...) de documento da versão 2003 e anteriores.
.dotx: formato de modelo (carta, currículo...) com o padrão xml.
.odt: formato de arquivo do Libre Office Writer.
.rtf: formato de arquivos do WordPad.
.xml: formato de arquivos para Web.
.html: formato de arquivos para Web.
.pdf: arquivos portáteis.

MS-EXCEL 2016: ESTRUTURA BÁSICA DAS PLANILHAS, CONCEITOS DE CÉLULAS, LINHAS, COLUNAS, PASTAS E GRÁFICOS,
ELABORAÇÃO DE TABELAS E GRÁFICOS, USO DE FÓRMULAS, FUNÇÕES E MACROS, IMPRESSÃO, INSERÇÃO DE OBJETOS,
CAMPOS PREDEFINIDOS, CONTROLE DE QUEBRAS E NUMERAÇÃO DE PÁGINAS, OBTENÇÃO DE DADOS EXTERNOS, CLASSI-
FICAÇÃO DE DADOS

O Microsoft Excel 2016 é um software para criação e manutenção de Planilhas Eletrônicas.


A grande mudança de interface do aplicativo ocorreu a partir do Excel 2007 (e de todos os aplicativos do Office 2007 em relação as
versões anteriores). A interface do Excel, a partir da versão 2007, é muito diferente em relação as versões anteriores (até o Excel 2003). O
Excel 2016 introduziu novas mudanças, para corrigir problemas e inconsistências relatadas pelos usuários do Excel 2010 e 2013.
Na versão 2016, temos uma maior quantidade de linhas e colunas, sendo um total de 1.048.576 linhas por 16.384 colunas.
O Excel 2016 manteve as funcionalidades e recursos que já estamos acostumados, além de implementar alguns novos, como14:
- 6 tipos novos de gráficos: Cascata, Gráfico Estatístico, Histograma, Pareto e Caixa e Caixa Estreita.
- Pesquise, encontra e reúna os dados necessários em um único local utilizando “Obter e Transformar Dados” (nas versões anteriores
era Power Query disponível como suplemento.
- Utilize Mapas 3D (em versões anteriores com Power Map disponível como suplemento) para mostrar histórias junto com seus dados.

Especificamente sobre o Excel 2016, seu diferencial é a criação e edição de planilhas a partir de dispositivos móveis de forma mais fácil
e intuitivo, vendo que atualmente, os usuários ainda não utilizam de forma intensa o Excel em dispositivos móveis.

Tela Inicial do Excel 2016.


14 https://ninjadoexcel.com.br/microsoft-excel-2016/
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Ao abrir uma planilha em branco ou uma planilha, é exibida a área de trabalho do Excel 2016 com todas as ferramentas necessárias
para criar e editar planilhas15.

As cinco principais funções do Excel são16:


– Planilhas: Você pode armazenar manipular, calcular e analisar dados tais como números, textos e fórmulas. Pode acrescentar grá-
fico diretamente em sua planilha, elementos gráficos, tais como retângulos, linhas, caixas de texto e botões. É possível utilizar formatos
pré-definidos em tabelas.
– Bancos de dados: você pode classificar pesquisar e administrar facilmente uma grande quantidade de informações utilizando ope-
rações de bancos de dados padronizadas.
– Gráficos: você pode rapidamente apresentar de forma visual seus dados. Além de escolher tipos pré-definidos de gráficos, você
pode personalizar qualquer gráfico da maneira desejada.
– Apresentações: Você pode usar estilos de células, ferramentas de desenho, galeria de gráficos e formatos de tabela para criar apre-
sentações de alta qualidade.
– Macros: as tarefas que são frequentemente utilizadas podem ser automatizadas pela criação e armazenamento de suas próprias
macros.

Planilha Eletrônica
A Planilha Eletrônica é uma folha de cálculo disposta em forma de tabela, na qual poderão ser efetuados rapidamente vários tipos de
cálculos matemáticos, simples ou complexos.
Além disso, a planilha eletrônica permite criar tabelas que calculam automaticamente os totais de valores numéricos inseridos, impri-
mir tabelas em layouts organizados e criar gráficos simples.

Barra de ferramentas de acesso rápido


Essa barra localizada na parte superior esquerdo, ajudar a deixar mais perto os comandos mais utilizados, sendo que ela pode ser
personalizada. Um bom exemplo é o comando de visualização de impressão que podemos inserir nesta barra de acesso rápido.

Barra de ferramentas de acesso rápido.


15 https://juliobattisti.com.br/downloads/livros/excel_2016_basint_degusta.pdf
16 http://www.prolinfo.com.br
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Barra de Fórmulas
Nesta barra é onde inserimos o conteúdo de uma célula podendo conter fórmulas, cálculos ou textos, mais adiante mostraremos
melhor a sua utilidade.

Barra de Fórmulas.

Guia de Planilhas
Quando abrirmos um arquivo do Excel, na verdade estamos abrindo uma pasta de trabalho onde pode conter planilhas, gráficos, tabe-
las dinâmicas, então essas abas são identificadoras de cada item contido na pasta de trabalho, onde consta o nome de cada um.
Nesta versão quando abrimos uma pasta de trabalho, por padrão encontramos apenas uma planilha.

Guia de Planilhas.

– Coluna: é o espaçamento entre dois traços na vertical. As colunas do Excel são representadas em letras de acordo com a ordem
alfabética crescente sendo que a ordem vai de “A” até “XFD”, e tem no total de 16.384 colunas em cada planilha.
– Linha: é o espaçamento entre dois traços na horizontal. As linhas de uma planilha são representadas em números, formam um total
de 1.048.576 linhas e estão localizadas na parte vertical esquerda da planilha.

Linhas e colunas.

Célula: é o cruzamento de uma linha com uma coluna. Na figura abaixo podemos notar que a célula selecionada possui um endereço
que é o resultado do cruzamento da linha 4 e a coluna B, então a célula será chamada B4, como mostra na caixa de nome logo acima da
planilha.

Células.

Faixa de opções do Excel (Antigo Menu)


Como na versão anterior o MS Excel 2013 a faixa de opções está organizada em guias/grupos e comandos. Nas versões anteriores ao
MS Excel 2007 a faixa de opções era conhecida como menu.
Guias: existem sete guias na parte superior. Cada uma representa tarefas principais executadas no Excel.
Grupos: cada guia tem grupos que mostram itens relacionados reunidos.
Comandos: um comando é um botão, uma caixa para inserir informações ou um menu.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Pasta de trabalho
É denominada pasta todo arquivo que for criado no MS Excel. Tudo que for criado será um arquivo com extensão: xls, xlsx, xlsm, xltx
ou xlsb.

Fórmulas
Fórmulas são equações que executam cálculos sobre valores na planilha. Uma fórmula sempre inicia com um sinal de igual (=).
Uma fórmula também pode conter os seguintes itens: funções, referências, operadores e constantes.

– Referências: uma referência identifica uma célula ou um intervalo de células em uma planilha e informa ao Microsoft Excel onde
procurar os valores ou dados a serem usados em uma fórmula.
– Operadores: um sinal ou símbolo que especifica o tipo de cálculo a ser executado dentro de uma expressão. Existem operadores
matemáticos, de comparação, lógicos e de referência.

OPERADOR ARITMÉTICO SIGNIFICADO EXEMPLO


+ (Sinal de Adição) Adição 3+3
- (Sinal de Subtração) Subtração 3-1
* (Sinal de Multiplicação) Multiplicação 3*3
/ (Sinal de Divisão) Divisão 10/2
% (Símbolo de Percentagem) Percentagem 15%
^ (Sinal de Exponenciação) Exponenciação 3^4

OPERADOR DE COMPARAÇÃO SIGNIFICADO EXEMPLO


> (Sinal de Maior que) Maior do que B2 > V2
< (Sinal de Menor que) Menor do que C8 < G7
>= (Sinal de Maior ou igual a) Maior ou igual a B2 >= V2
=< (Sinal de Menor ou igual a) Menor ou igual a C8 =< G7
<> (Sinal de Diferente) Diferente J10 <> W7

OPERADOR DE REFERÊNCIA SIGNIFICADO EXEMPLO


: (Dois pontos) Operador de intervalo sem exceção B5 : J6
; (Ponto e Vírgula) Operador de intervalo intercalado B8; B7 ; G4

– Constantes: é um valor que não é calculado, e que, portanto, não é alterado. Por exemplo: =C3+5.
O número 5 é uma constante. Uma expressão ou um valor resultante de uma expressão não é considerado uma constante.

Níveis de Prioridade de Cálculo


Quando o Excel cria fórmulas múltiplas, ou seja, misturar mais de uma operação matemática diferente dentro de uma mesma fórmula,
ele obedece a níveis de prioridade.
Os Níveis de Prioridade de Cálculo são os seguintes:
Prioridade 1: Exponenciação e Radiciação (vice-versa).
Prioridade 2: Multiplicação e Divisão (vice-versa).
Prioridade 3: Adição e Subtração (vice-versa).
Os cálculos são executados de acordo com a prioridade matemática, conforme esta sequência mostrada, podendo ser utilizados pa-
rênteses “ () ” para definir uma nova prioridade de cálculo.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Criando uma fórmula
Para criar uma fórmula simples como uma soma, tendo como referência os conteúdos que estão em duas células da planilha, digite
o seguinte:

Funções
Funções são fórmulas predefinidas que efetuam cálculos usando valores específicos, denominados argumentos, em uma determinada
ordem ou estrutura. As funções podem ser usadas para executar cálculos simples ou complexos.
Assim como as fórmulas, as funções também possuem uma estrutura (sintaxe), conforme ilustrado abaixo:

Estrutura da função.

NOME DA FUNÇÃO: todas as funções que o Excel permite usar em suas células tem um nome exclusivo.
Para obter uma lista das funções disponíveis, clique em uma célula e pressione SHIFT+F3.
ARGUMENTOS: os argumentos podem ser números, texto, valores lógicos, como VERDADEIRO ou FALSO, matrizes, valores de erro
como #N/D ou referências de célula. O argumento que você atribuir deve produzir um valor válido para esse argumento. Os argumentos
também podem ser constantes, fórmulas ou outras funções.

Função SOMA
Esta função soma todos os números que você especifica como argumentos. Cada argumento pode ser um intervalo, uma referência
de célula, uma matriz, uma constante, uma fórmula ou o resultado de outra função. Por exemplo, SOMA (A1:A5) soma todos os números
contidos nas células de A1 a A5. Outro exemplo: SOMA (A1;A3; A5) soma os números contidos nas células A1, A3 e A5.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Função MÉDIA
Esta função calcula a média aritmética de uma determinada faixa de células contendo números. Para tal, efetua o cálculo somando os
conteúdos dessas células e dividindo pela quantidade de células que foram somadas.

Função MÁXIMO e MÍNIMO


Essas funções dado um intervalo de células retorna o maior e menor número respectivamente.

Função SE
A função SE é uma função do grupo de lógica, onde temos que tomar uma decisão baseada na lógica do problema. A função SE verifica
uma condição que pode ser Verdadeira ou Falsa, diante de um teste lógico.

Sintaxe
SE (teste lógico; valor se verdadeiro; valor se falso)

Exemplo:
Na planilha abaixo, como saber se o número é negativo, temos que verificar se ele é menor que zero.
Na célula A2 digitaremos a seguinte formula:

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Função SOMASE
A função SOMASE é uma junção de duas funções já estudadas Aproveitando o mesmo exemplo da função anterior, podemos
aqui, a função SOMA e SE, onde buscaremos somar valores desde contar a quantidade de homens e mulheres.
que atenda a uma condição especificada: Na planilha acima, na célula C9 digitaremos a função =CONT.SE
(B2:B7;”M”) para obter a quantidade de vendedores.
Sintaxe
SOMASE (intervalo analisado; critério; intervalo a ser somado)
Onde:
CORREIO ELETRÔNICO: USO DE CORREIO ELETRÔNICO,
Intervalo analisado (obrigatório): intervalo em que a função vai
PREPARO E ENVIO DE MENSAGENS, ANEXAÇÃO DE AR-
analisar o critério.
QUIVOS
Critério (obrigatório): Valor ou Texto a ser procurado no inter-
valo a ser analisado.
Intervalo a ser somado (opcional): caso o critério seja atendido E-mail
é efetuado a soma da referida célula analisada. Não pode conter O e-mail revolucionou o modo como as pessoas recebem men-
texto neste intervalo. sagem atualmente17. Qualquer pessoa que tenha um e-mail pode
mandar uma mensagem para outra pessoa que também tenha
e-mail, não importando a distância ou a localização.
Um endereço de correio eletrônico obedece à seguinte estru-
tura: à esquerda do símbolo @ (ou arroba) fica o nome ou apelido
do usuário, à direita fica o nome do domínio que fornece o acesso.
O resultado é algo como:

maria@apostilassolucao.com.br

Atualmente, existem muitos servidores de webmail – correio


eletrônico – na Internet, como o Gmail e o Outlook.
Para possuir uma conta de e-mail nos servidores é necessário
Exemplo: preencher uma espécie de cadastro. Geralmente existe um conjun-
Vamos calcular a somas das vendas dos vendedores por Gêne- to de regras para o uso desses serviços.
ro. Observando a planilha acima, na célula C9 digitaremos a função
=SOMASE (B2:B7;”M”; C2:C7) para obter a soma dos vendedores. Correio Eletrônico
Este método utiliza, em geral, uma aplicação (programa de cor-
Função CONT.SE reio eletrônico) que permite a manipulação destas mensagens e um
Esta função conta quantas células se atender ao critério solici- protocolo (formato de comunicação) de rede que permite o envio
tado. Ela pede apenas dois argumentos, o intervalo a ser analisado e recebimento de mensagens18. Estas mensagens são armazenadas
e o critério para ser verificado. no que chamamos de caixa postal, as quais podem ser manipuladas
por diversas operações como ler, apagar, escrever, anexar, arquivos
Sintaxe e extração de cópias das mensagens.
CONT.SE (intervalo analisado; critério)
Onde: Funcionamento básico de correio eletrônico
Intervalo analisado (obrigatório): intervalo em que a função vai Essencialmente, um correio eletrônico funciona como dois pro-
analisar o critério. gramas funcionando em uma máquina servidora:
Critério (obrigatório): Valor ou Texto a ser procurado no inter- – Servidor SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): protocolo de
valo a ser analisado. transferência de correio simples, responsável pelo envio de men-
sagens.
– Servidor POP3 (Post Office Protocol – protocolo Post Office)
ou IMAP (Internet Mail Access Protocol): protocolo de acesso de
correio internet), ambos protocolos para recebimento de mensa-
gens.

17 https://cin.ufpe.br/~macm3/Folders/Apostila%20Internet%20-%20
Avan%E7ado.pdf
18 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/11/correio-eletronico-
-webmail-e-mozilla-thunderbird/
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Para enviar um e-mail, o usuário deve possuir um cliente de e-mail que é um programa que permite escrever, enviar e receber e-mails
conectando-se com a máquina servidora de e-mail. Inicialmente, um usuário que deseja escrever seu e-mail, deve escrever sua mensagem
de forma textual no editor oferecido pelo cliente de e-mail e endereçar este e-mail para um destinatário que possui o formato “nome@
dominio.com.br“. Quando clicamos em enviar, nosso cliente de e-mail conecta-se com o servidor de e-mail, comunicando-se com o pro-
grama SMTP, entregando a mensagem a ser enviada. A mensagem é dividida em duas partes: o nome do destinatário (nome antes do @)
e o domínio, i.e., a máquina servidora de e-mail do destinatário (endereço depois do @). Com o domínio, o servidor SMTP resolve o DNS,
obtendo o endereço IP do servidor do e-mail do destinatário e comunicando-se com o programa SMTP deste servidor, perguntando se o
nome do destinatário existe naquele servidor. Se existir, a mensagem do remetente é entregue ao servidor POP3 ou IMAP, que armazena
a mensagem na caixa de e-mail do destinatário.

Ações no correio eletrônico


Independente da tecnologia e recursos empregados no correio eletrônico, em geral, são implementadas as seguintes funções:
– Caixa de Entrada: caixa postal onde ficam todos os e-mails recebidos pelo usuário, lidos e não-lidos.
– Lixeira: caixa postal onde ficam todos os e-mails descartados pelo usuário, realizado pela função Apagar ou por um ícone de Lixeira.
Em geral, ao descartar uma mensagem ela permanece na lixeira, mas não é descartada, até que o usuário decida excluir as mensagens de-
finitivamente (este é um processo de segurança para garantir que um usuário possa recuperar e-mails apagados por engano). Para apagar
definitivamente um e-mail é necessário entrar, de tempos em tempos, na pasta de lixeira e descartar os e-mails existentes.
– Nova mensagem: permite ao usuário compor uma mensagem para envio. Os campos geralmente utilizados são:
– Para: designa a pessoa para quem será enviado o e-mail. Em geral, pode-se colocar mais de um destinatário inserindo os e-mails de
destino separados por ponto-e-vírgula.
– CC (cópia carbono): designa pessoas a quem também repassamos o e-mail, ainda que elas não sejam os destinatários principais da
mensagem. Funciona com o mesmo princípio do Para.
– CCo (cópia carbono oculta): designa pessoas a quem repassamos o e-mail, mas diferente da cópia carbono, quando os destinatários
principais abrirem o e-mail não saberão que o e-mail também foi repassado para os e-mails determinados na cópia oculta.
– Assunto: título da mensagem.
– Anexos: nome dado a qualquer arquivo que não faça parte da mensagem principal e que seja vinculada a um e-mail para envio ao
usuário. Anexos, comumente, são o maior canal de propagação de vírus e malwares, pois ao abrirmos um anexo, obrigatoriamente ele
será “baixado” para nosso computador e executado. Por isso, recomenda-se a abertura de anexos apenas de remetentes confiáveis e, em
geral, é possível restringir os tipos de anexos que podem ser recebidos através de um e-mail para evitar propagação de vírus e pragas. Al-
guns antivírus permitem analisar anexos de e-mails antes que sejam executados: alguns serviços de webmail, como por exemplo, o Gmail,
permitem analisar preliminarmente se um anexo contém arquivos com malware.
– Filtros: clientes de e-mail e webmails comumente fornecem a função de filtro. Filtros são regras que escrevemos que permitem
que, automaticamente, uma ação seja executada quando um e-mail cumpre esta regra. Filtros servem assim para realizar ações simples e
padronizadas para tornar mais rápida a manipulação de e-mails. Por exemplo, imagine que queremos que ao receber um e-mail de “joao@
blabla.com”, este e-mail seja diretamente descartado, sem aparecer para nós. Podemos escrever uma regra que toda vez que um e-mail
com remetente “joao@blabla.com” chegar em nossa caixa de entrada, ele seja diretamente excluído.

19

Respondendo uma mensagem


Os ícones disponíveis para responder uma mensagem são:
– Responder ao remetente: responde à mensagem selecionada para o autor dela (remetente).
– Responde a todos: a mensagem é enviada tanto para o autor como para as outras pessoas que estavam na lista de cópias.
– Encaminhar: envia a mensagem selecionada para outra pessoa.
19 https://support.microsoft.com/pt-br/office/ler-e-enviar-emails-na-vers%C3%A3o-light-do-outlook-582a8fdc-152c-4b61-85fa-ba5ddf07050b
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Clientes de E-mail
Um cliente de e-mail é essencialmente um programa de computador que permite compor, enviar e receber e-mails a partir de um ser-
vidor de e-mail, o que exige cadastrar uma conta de e-mail e uma senha para seu correto funcionamento. Há diversos clientes de e-mails
no mercado que, além de manipular e-mails, podem oferecer recursos diversos.
– Outlook: cliente de e-mails nativo do sistema operacional Microsoft Windows. A versão Express é uma versão mais simplificada e
que, em geral, vem por padrão no sistema operacional Windows. Já a versão Microsoft Outlook é uma versão que vem no pacote Microsoft
Office possui mais recursos, incluindo, além de funções de e-mail, recursos de calendário.
– Mozilla Thunderbird: é um cliente de e-mails e notícias Open Source e gratuito criado pela Mozilla Foundation (mesma criadora do
Mozilla Firefox).

Webmails
Webmail é o nome dado a um cliente de e-mail que não necessita de instalação no computador do usuário, já que funciona como uma
página de internet, bastando o usuário acessar a página do seu provedor de e-mail com seu login e senha. Desta forma, o usuário ganha
mobilidade já que não necessita estar na máquina em que um cliente de e-mail está instalado para acessar seu e-mail. A desvantagem da
utilização de webmails em comparação aos clientes de e-mail é o fato de necessitarem de conexão de Internet para leitura dos e-mails,
enquanto nos clientes de e-mail basta a conexão para “baixar” os e-mails, sendo que a posterior leitura pode ser realizada desconectada
da Internet.
Exemplos de servidores de webmail do mercado são:
– Gmail
– Yahoo!Mail
– Microsoft Outlook: versão on-line do Outlook. Anteriormente era conhecido como Hotmail, porém mudou de nome quando a Mi-
crosoft integrou suas diversas tecnologias.

20

Diferença entre webmail e correio eletrônico


O webmail (Yahoo ou Gmail) você acessa através de seu navegador (Firefox ou Google Chrome) e só pode ler conectado na internet.
Já o correio eletrônico (Thunderbird ou Outlook) você acessa com uma conexão de internet e pode baixar seus e-mails, mas depois pode
ler na hora que quiser sem precisar estar conectado na internet.

INTERNET: NAVEGAÇÃO NA INTERNET, CONCEITOS DE URL, LINKS, SITES, BUSCA E IMPRESSÃO DE PÁGINAS

Internet
A Internet é uma rede mundial de computadores interligados através de linhas de telefone, linhas de comunicação privadas, cabos
submarinos, canais de satélite, etc21. Ela nasceu em 1969, nos Estados Unidos. Interligava originalmente laboratórios de pesquisa e se cha-
mava ARPAnet (ARPA: Advanced Research Projects Agency). Com o passar do tempo, e com o sucesso que a rede foi tendo, o número de
adesões foi crescendo continuamente. Como nesta época, o computador era extremamente difícil de lidar, somente algumas instituições
possuíam internet.
20 https://www.dialhost.com.br/ajuda/abrir-uma-nova-janela-para-escrever-novo-email
21 https://cin.ufpe.br/~macm3/Folders/Apostila%20Internet%20-%20Avan%E7ado.pdf
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
No entanto, com a elaboração de softwares e interfaces cada É através do protocolo DNS (Domain Name System), que é pos-
vez mais fáceis de manipular, as pessoas foram se encorajando a sível associar um endereço de um site a um número IP na rede.
participar da rede. O grande atrativo da internet era a possibilida- O formato mais comum de um endereço na Internet é algo como
de de se trocar e compartilhar ideias, estudos e informações com http://www.empresa.com.br, em que:
outras pessoas que, muitas vezes nem se conhecia pessoalmente. www: (World Wide Web): convenção que indica que o ende-
reço pertence à web.
Conectando-se à Internet empresa: nome da empresa ou instituição que mantém o ser-
Para se conectar à Internet, é necessário que se ligue a uma viço.
rede que está conectada à Internet. Essa rede é de um provedor de com: indica que é comercial.
acesso à internet. Assim, para se conectar você liga o seu computa- br: indica que o endereço é no Brasil.
dor à rede do provedor de acesso à Internet; isto é feito por meio
de um conjunto como modem, roteadores e redes de acesso (linha URL
telefônica, cabo, fibra-ótica, wireless, etc.). Um URL (de Uniform Resource Locator), em português, Locali-
zador-Padrão de Recursos, é o endereço de um recurso (um arqui-
World Wide Web vo, uma impressora etc.), disponível em uma rede; seja a Internet,
A web nasceu em 1991, no laboratório CERN, na Suíça. Seu ou uma rede corporativa, uma intranet.
criador, Tim Berners-Lee, concebeu-a unicamente como uma lin- Uma URL tem a seguinte estrutura: protocolo://máquina/ca-
guagem que serviria para interligar computadores do laboratório e minho/recurso.
outras instituições de pesquisa, e exibir documentos científicos de
forma simples e fácil de acessar. HTTP
Hoje é o segmento que mais cresce. A chave do sucesso da É o protocolo responsável pelo tratamento de pedidos e res-
World Wide Web é o hipertexto. Os textos e imagens são interli- postas entre clientes e servidor na World Wide Web. Os endereços
gados por meio de palavras-chave, tornando a navegação simples web sempre iniciam com http:// (http significa Hypertext Transfer
e agradável. Protocol, Protocolo de transferência hipertexto).

Protocolo de comunicação Hipertexto


Transmissão e fundamentalmente por um conjunto de proto- São textos ou figuras que possuem endereços vinculados a
colos encabeçados pelo TCP/IP. Para que os computadores de uma eles. Essa é a maneira mais comum de navegar pela web.
rede possam trocar informações entre si é necessário que todos os
computadores adotem as mesmas regras para o envio e o recebi- Navegadores
mento de informações. Este conjunto de regras é conhecido como Um navegador de internet é um programa que mostra informa-
Protocolo de Comunicação. No protocolo de comunicação estão de- ções da internet na tela do computador do usuário.
finidas todas as regras necessárias para que o computador de desti- Além de também serem conhecidos como browser ou web
no, “entenda” as informações no formato que foram enviadas pelo browser, eles funcionam em computadores, notebooks, dispositi-
computador de origem. vos móveis, aparelhos portáteis, videogames e televisores conec-
Existem diversos protocolos, atualmente a grande maioria das tados à internet.
redes utiliza o protocolo TCP/IP já que este é utilizado também na Um navegador de internet condiciona a estrutura de um site
Internet. e exibe qualquer tipo de conteúdo na tela da máquina usada pelo
O protocolo TCP/IP acabou se tornando um padrão, inclusive internauta.
para redes locais, como a maioria das redes corporativas hoje tem Esse conteúdo pode ser um texto, uma imagem, um vídeo, um
acesso Internet, usar TCP/IP resolve a rede local e também o acesso jogo eletrônico, uma animação, um aplicativo ou mesmo servidor.
externo. Ou seja, o navegador é o meio que permite o acesso a qualquer
página ou site na rede.
TCP / IP Para funcionar, um navegador de internet se comunica com
Sigla de Transmission Control Protocol/Internet Protocol (Pro- servidores hospedados na internet usando diversos tipos de pro-
tocolo de Controle de Transmissão/Protocolo Internet). tocolos de rede. Um dos mais conhecidos é o protocolo HTTP, que
Embora sejam dois protocolos, o TCP e o IP, o TCP/IP aparece transfere dados binários na comunicação entre a máquina, o nave-
nas literaturas como sendo: gador e os servidores.
- O protocolo principal da Internet;
- O protocolo padrão da Internet; Funcionalidades de um Navegador de Internet
- O protocolo principal da família de protocolos que dá suporte A principal funcionalidade dos navegadores é mostrar para o
ao funcionamento da Internet e seus serviços. usuário uma tela de exibição através de uma janela do navegador.
Ele decodifica informações solicitadas pelo usuário, através de
Considerando ainda o protocolo TCP/IP, pode-se dizer que: códigos-fonte, e as carrega no navegador usado pelo internauta.
A parte TCP é responsável pelos serviços e a parte IP é respon- Ou seja, entender a mensagem enviada pelo usuário, solicitada
sável pelo roteamento (estabelece a rota ou caminho para o trans- através do endereço eletrônico, e traduzir essa informação na tela
porte dos pacotes). do computador. É assim que o usuário consegue acessar qualquer
site na internet.
Domínio O recurso mais comum que o navegador traduz é o HTML, uma
Se não fosse o conceito de domínio quando fossemos acessar linguagem de marcação para criar páginas na web e para ser inter-
um determinado endereço na web teríamos que digitar o seu en- pretado pelos navegadores.
dereço IP. Por exemplo: para acessar o site do Google ao invés de Eles também podem reconhecer arquivos em formato PDF,
você digitar www.google.com você teria que digitar um número IP imagens e outros tipos de dados.
– 74.125.234.180.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Essas ferramentas traduzem esses tipos de solicitações por Principais recursos do Internet Explorer:
meio das URLs, ou seja, os endereços eletrônicos que digitamos na – Transformar a página num aplicativo na área de trabalho,
parte superior dos navegadores para entrarmos numa determinada permitindo que o usuário defina sites como se fossem aplicativos
página. instalados no PC. Através dessa configuração, ao invés de apenas
Abaixo estão outros recursos de um navegador de internet: manter os sites nos favoritos, eles ficarão acessíveis mais facilmente
– Barra de Endereço: é o espaço em branco que fica localiza- através de ícones.
do no topo de qualquer navegador. É ali que o usuário deve digitar – Gerenciador de downloads integrado.
a URL (ou domínio ou endereço eletrônico) para acessar qualquer – Mais estabilidade e segurança.
página na web. – Suporte aprimorado para HTML5 e CSS3, o que permite uma
– Botões de Início, Voltar e Avançar: botões clicáveis básicos navegação plena para que o internauta possa usufruir dos recursos
que levam o usuário, respectivamente, ao começo de abertura do implementados nos sites mais modernos.
navegador, à página visitada antes ou à página visitada seguinte. – Com a possibilidade de adicionar complementos, o navega-
– Favoritos: é a aba que armazena as URLs de preferência do dor já não é apenas um programa para acessar sites. Dessa forma, é
usuário. Com um único simples, o usuário pode guardar esses en- possível instalar pequenos aplicativos que melhoram a navegação e
dereços nesse espaço, sendo que não existe uma quantidade limite oferecem funcionalidades adicionais.
de links. É muito útil para quando você quer acessar as páginas mais – One Box: recurso já conhecido entre os usuários do Google
recorrentes da sua rotina diária de tarefas. Chrome, agora está na versão mais recente do Internet Explorer.
– Atualizar: botão básico que recarrega a página aberta naque- Através dele, é possível realizar buscas apenas informando a pala-
le momento, atualizando o conteúdo nela mostrado. Serve para vra-chave digitando-a na barra de endereços.
mostrar possíveis edições, correções e até melhorias de estrutura
no visual de um site. Em alguns casos, é necessário limpar o cache Microsoft Edge
para mostrar as atualizações. Da Microsoft, o Edge é a evolução natural do antigo Explorer22.
– Histórico: opção que mostra o histórico de navegação do O navegador vem integrado com o Windows 10. Ele pode receber
usuário usando determinado navegador. É muito útil para recupe- aprimoramentos com novos recursos na própria loja do aplicativo.
rar links, páginas perdidas ou revisitar domínios antigos. Pode ser Além disso, a ferramenta otimiza a experiência do usuário con-
apagado, caso o usuário queira. vertendo sites complexos em páginas mais amigáveis para leitura.
– Gerenciador de Downloads: permite administrar os downlo-
ads em determinado momento. É possível ativar, cancelar e pausar
por tempo indeterminado. É um maior controle na usabilidade do
navegador de internet.
– Extensões: já é padrão dos navegadores de internet terem
um mecanismo próprio de extensões com mais funcionalidades.
Com alguns cliques, é possível instalar temas visuais, plug-ins com
novos recursos (relógio, notícias, galeria de imagens, ícones, entre
outros.
– Central de Ajuda: espaço para verificar a versão instalada do Outras características do Edge são:
navegador e artigos (geralmente em inglês, embora também exis- – Experiência de navegação com alto desempenho.
tam em português) de como realizar tarefas ou ações específicas – Função HUB permite organizar e gerenciar projetos de qual-
no navegador. quer lugar conectado à internet.
– Funciona com a assistente de navegação Cortana.
Firefox, Internet Explorer, Google Chrome, Safari e Opera são – Disponível em desktops e mobile com Windows 10.
alguns dos navegadores mais utilizados atualmente. Também co- – Não é compatível com sistemas operacionais mais antigos.
nhecidos como web browsers ou, simplesmente, browsers, os na-
vegadores são uma espécie de ponte entre o usuário e o conteúdo Firefox
virtual da Internet. Um dos navegadores de internet mais populares, o Firefox é
conhecido por ser flexível e ter um desempenho acima da média.
Internet Explorer Desenvolvido pela Fundação Mozilla, é distribuído gratuita-
Lançado em 1995, vem junto com o Windows, está sendo mente para usuários dos principais sistemas operacionais. Ou seja,
substituído pelo Microsoft Edge, mas ainda está disponível como mesmo que o usuário possua uma versão defasada do sistema ins-
segundo navegador, pois ainda existem usuários que necessitam de talado no PC, ele poderá ser instalado.
algumas tecnologias que estão no Internet Explorer e não foram
atualizadas no Edge.
Já foi o mais navegador mais utilizado do mundo, mas hoje per-
deu a posição para o Google Chrome e o Mozilla Firefox.

Algumas características de destaque do Firefox são:


– Velocidade e desempenho para uma navegação eficiente.
– Não exige um hardware poderoso para rodar.
22 https://bit.ly/2WITu4N
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
– Grande quantidade de extensões para adicionar novos recur- Safari
sos. O Safari é o navegador oficial dos dispositivos da Apple. Pela
– Interface simplificada facilita o entendimento do usuário. sua otimização focada nos aparelhos da gigante de tecnologia, ele
– Atualizações frequentes para melhorias de segurança e pri- é um dos navegadores de internet mais leves, rápidos, seguros e
vacidade. confiáveis para usar.
– Disponível em desktop e mobile.

Google Chorme
É possível instalar o Google Chrome nas principais versões do
sistema operacional Windows e também no Linux e Mac.
O Chrome é o navegador de internet mais usado no mundo.
É, também, um dos que têm melhor suporte a extensões, maior
compatibilidade com uma diversidade de dispositivos e é bastante
convidativo à navegação simplificada.

O Safari também se destaca em:


– Sincronização de dados e informações em qualquer disposi-
tivo Apple (iOS).
– Tem uma tecnologia anti-rastreio capaz de impedir o direcio-
namento de anúncios com base no comportamento do usuário.
– Modo de navegação privada não guarda os dados das páginas
visitadas, inclusive histórico e preenchimento automático de cam-
Principais recursos do Google Chrome: pos de informação.
– Desempenho ultra veloz, desde que a máquina tenha recur- – Compatível também com sistemas operacionais que não seja
sos RAM suficientes. da Apple (Windows e Linux).
– Gigantesca quantidade de extensões para adicionar novas – Disponível em desktops e mobile.
funcionalidades.
– Estável e ocupa o mínimo espaço da tela para mostrar conte- Intranet
údos otimizados. A intranet é uma rede de computadores privada que assenta
– Segurança avançada com encriptação por Certificado SSL (HT- sobre a suíte de protocolos da Internet, porém, de uso exclusivo de
TPS). um determinado local, como, por exemplo, a rede de uma empresa,
– Disponível em desktop e mobile. que só pode ser acessada pelos seus utilizadores ou colaboradores
internos23.
Opera Pelo fato, a sua aplicação a todos os conceitos emprega-se à
Um dos primeiros navegadores existentes, o Opera segue evo- intranet, como, por exemplo, o paradigma de cliente-servidor. Para
luindo como um dos melhores navegadores de internet. tal, a gama de endereços IP reservada para esse tipo de aplicação
Ele entrega uma interface limpa, intuitiva e agradável de usar. situa-se entre 192.168.0.0 até 192.168.255.255.
Além disso, a ferramenta também é leve e não prejudica a qualida-
de da experiência do usuário. Dentro de uma empresa, todos os departamentos possuem
alguma informação que pode ser trocada com os demais setores,
podendo cada sessão ter uma forma direta de se comunicar com as
demais, o que se assemelha muito com a conexão LAN (Local Area
Network), que, porém, não emprega restrições de acesso.
A intranet é um dos principais veículos de comunicação em cor-
porações. Por ela, o fluxo de dados (centralização de documentos,
formulários, notícias da empresa, etc.) é constante, pretendendo
reduzir os custos e ganhar velocidade na divulgação e distribuição
de informações.
Apesar do seu uso interno, acessando aos dados corporativos,
Outros pontos de destaques do Opera são: a intranet permite que computadores localizados numa filial, se co-
– Alto desempenho com baixo consumo de recursos e de ener- nectados à internet com uma senha, acessem conteúdos que este-
gia. jam na sua matriz. Ela cria um canal de comunicação direto entre
– Recurso Turbo Opera filtra o tráfego recebido, aumentando a a empresa e os seus funcionários/colaboradores, tendo um ganho
velocidade de conexões de baixo desempenho. significativo em termos de segurança.
– Poupa a quantidade de dados usados em conexões móveis
(3G ou 4G).
– Impede armazenamento de dados sigilosos, sobretudo em
páginas bancárias e de vendas on-line.
– Quantidade moderada de plug-ins para implementar novas
funções, além de um bloqueador de publicidade integrado.
– Disponível em desktop e mobile.
23 https://centraldefavoritos.com.br/2018/01/11/conceitos-basicos-
-ferramentas-aplicativos-e-procedimentos-de-internet-e-intranet-par-
te-2/
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
5. (TJ/RN - TÉCNICO DE SUPORTE SÊNIOR - COMPERVE/2020)
QUESTÕES Um técnico de suporte recebeu uma planilha elaborada no Micro-
soft Excel, com os quantitativos de equipamentos em 3 setores di-
ferentes e o valor unitário em reais de cada equipamento, conforme
imagem abaixo.
1. (PREFEITURA DE SENTINELA DO SUL/RS - FISCAL - OBJETI-
VA/2020) Considerando-se o Internet Explorer 11, marcar C para as
afirmativas Certas, E para as Erradas e, após, assinalar a alternativa
que apresenta a sequência CORRETA:
(---) No Windows 10, é necessário instalar o aplicativo do Inter-
net Explorer.
(---) É possível fixar o aplicativo do Internet Explorer na barra de
tarefas do Windows 10.

(A) C - C.
(B) C - E.
(C) E - E.
(D) E – C

2. (PREFEITURA DE SÃO FRANCISCO/MG - ASSISTENTE SOCIAL Para que uma célula mostre o valor em reais do somatório dos
- COTEC/2020) Um usuário de computador realiza comumente um valores de todos os equipamentos do departamento de informáti-
conjunto de atividades como copiar, recortar e colar arquivos uti- ca, seria necessário utilizar a fórmula:
lizando o Windows Explorer. Dessa forma, existe um conjunto de (A) =SOMA(B3:B8 + C3:C8)
ações de usuários, como realizar cliques com o mouse e utilizar-se (B) =SOMA(B3:B8 * C3:C8)
de atalhos de teclado, que deve ser seguido com o fim de realizar (C) =SOMA(B3:B8 * D3:D8)
o trabalho desejado. Assim, para mover um arquivo entre partições (D) =SOMA(B3:B8 + D3:D8)
diferentes do sistema operacional Windows 10, é possível adotar o
seguinte conjunto de ações: 6. (PREFEITURA DE SÃO CARLOS/SP - MÉDICO - INSTITUTO EX-
(A) Clicar sobre o arquivo com o botão direito do mouse, man- CELÊNCIA/2018) Tendo por base o programa Microsoft Excel na sua
tendo-o pressionado e mover o arquivo para a partição de des- configuração padrão e versão mais recente, responda: Qual opera-
tino e escolher a ação de colar. dor aritmético é utilizado quando for preciso inserir uma potencia-
(B) Clicar sobre o arquivo com o botão esquerdo do mouse, ção?
mantendo-o pressionado e mover o arquivo para a partição de (A) !
destino. Por fim soltar o botão do mouse. (B) $
(C) Clicar sobre o arquivo com o botão direito do mouse, man- (C) *
tendo-o pressionado e mover o arquivo para a partição de des- (D) @
tino. Por fim soltar o botão do mouse. (E) ^
(D) Clicar uma vez sobre o arquivo com o botão direito do mou-
se e mover o arquivo para a partição de destino. 7. (PREFEITURA DE SÃO FRANCISCO/MG - ASSISTENTE ADMI-
(E) Clicar sobre o arquivo com o botão direito do mouse, man- NISTRATIVO - COTEC/2020) Em observação aos conceitos e compo-
tendo-o pressionado e mover o arquivo para a partição de des- nentes de e-mail, faça a relação da denominação de item, presente
tino e escolher a ação de mover. na 1.ª coluna, com a sua definição, na 2.ª coluna.
Item
3. (PREFEITURA DE TAUBATÉ/SP - AUDITOR PLENO - INSTITUTO 1- Spam
EXCELÊNCIA/2019) Utilizando o Microsoft Word 2016 para formatar 2- IMAP
o texto em um documento como colunas. Qual das alternativas con- 3- Cabeçalho
tém o caminho certo para realizar essa ação? 4- Gmail
(A) Selecione o texto - Guia Inserir - Opção Colunas.
(B) Selecionar o texto - Guia Layout - Opção Colunas. Definição
(C) Selecione o texto - Guia Página Inicial - Opção Colunas. ( ) Protocolo de gerenciamento de correio eletrônico.
(D) Nenhuma das alternativas. ( ) Um serviço gratuito de webmail.
( ) Mensagens de e-mail não desejadas e enviadas em massa
4. (PREFEITURA DE TIBAGI/PR - AGENTE DE DEFESA CIVIL - FA- para múltiplas pessoas.
FIPA/2019) O Microsoft Word Pt-Br versão 2016 possui guias que ( ) Uma das duas seções principais das mensagens de e-mail.
facilitam e organizam a utilização do Software. Por padrão, as guias
que vêm disponíveis no programa são exatamente essas apresenta- A alternativa CORRETA para a correspondência entre colunas é:
das abaixo, com exceção da: (A) 1, 2, 3, 4.
(A) Exibir. (B) 3, 1, 2, 4.
(B) Layout. (C) 2, 1, 4, 3.
(C) Design. (D) 2, 4, 1, 3.
(D) Corrigir. (E) 1, 3, 4, 2.

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8. (PREFEITURA DE BRASÍLIA DE MINAS/MG - ENGENHEIRO
AMBIENTAL - COTEC/2020) LEIA as afirmações a seguir:
ANOTAÇÕES
I - É registrada a data e a hora de envio da mensagem.
II - As mensagens devem ser lidas periodicamente para não ______________________________________________________
acumular.
III - Não indicado para assuntos confidenciais. ______________________________________________________
IV - Utilizada para comunicações internacionais e regionais,
economizando despesas com telefone e evitando problemas com ______________________________________________________
fuso horário.
V - As mensagens podem ser arquivadas e armazenadas, per- ______________________________________________________
mitindo-se fazer consultas posteriores.
______________________________________________________
São vantagens do correio eletrônico aquelas dispostas em ape-
nas: ______________________________________________________
(A) I, IV e V.
(B) I, III e IV. ______________________________________________________
(C) II, III e V.
(D) II, IV e V. ______________________________________________________
(E) III, IV e V.
______________________________________________________
9. (PREFEITURA DE AREAL - RJ - TÉCNICO EM INFORMÁTICA -
______________________________________________________
GUALIMP/2020) São características exclusivas da Intranet:
(A) Acesso restrito e Rede Local (LAN). ______________________________________________________
(B) Rede Local (LAN) e Compartilhamento de impressoras.
(C) Comunicação externa e Compartilhamento de Dados. ______________________________________________________
(D) Compartilhamento de impressoras e Acesso restrito.
______________________________________________________
10. (PREFEITURA DE SÃO FRANCISCO/MG - ASSISTENTE ADMI-
NISTRATIVO - COTEC/2020) Os termos internet e World Wide Web ______________________________________________________
(WWW) são frequentemente usados como sinônimos na linguagem
corrente, e não são porque ______________________________________________________
(A) a internet é uma coleção de documentos interligados (pági-
______________________________________________________
nas web) e outros recursos, enquanto a WWW é um serviço de
acesso a um computador. ______________________________________________________
(B) a internet é um conjunto de serviços que permitem a co-
nexão de vários computadores, enquanto WWW é um serviço ______________________________________________________
especial de acesso ao Google.
(C) a internet é uma rede mundial de computadores especial, ______________________________________________________
enquanto a WWW é apenas um dos muitos serviços que fun-
cionam dentro da internet. ______________________________________________________
(D) a internet possibilita uma comunicação entre vários compu-
______________________________________________________
tadores, enquanto a WWW, o acesso a um endereço eletrônico.
(E) a internet é uma coleção de endereços eletrônicos, enquan- ______________________________________________________
to a WWW é uma rede mundial de computadores com acesso
especial ao Google. ______________________________________________________

______________________________________________________
GABARITO ______________________________________________________

______________________________________________________

1 D ______________________________________________________
2 E
______________________________________________________
3 B
______________________________________________________
4 D
5 B ______________________________________________________
6 E
______________________________________________________
7 D
______________________________________________________
8 A
9 B ______________________________________________________
10 C ______________________________________________________
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
LÍNGUA PORTUGUESA
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Agente Técnico e Administrativo


(Auxiliar Administrativo)
c. Serviço público: resume-se em toda atividade que a Admi-
PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO nistração Pública executa, de forma direta ou indireta, para satis-
fazer os anseios e as necessidades coletivas do povo, sob o regime
jurídico e com predominância pública. O serviço público também
Administração pública regula a atividade permanente de edição de atos normativos e con-
Conceito cretos sobre atividades públicas e privadas, de forma implementati-
Administração Pública em sentido geral e objetivo, é a ativida- va de políticas de governo.
de que o Estado pratica sob regime público, para a realização dos A finalidade de todas essas funções é executar as políticas de
interesses coletivos, por intermédio das pessoas jurídicas, órgãos e governo e desempenhar a função administrativa em favor do in-
agentes públicos. teresse público, dentre outros atributos essenciais ao bom anda-
A Administração Pública pode ser definida em sentido amplo e mento da Administração Pública como um todo com o incentivo das
estrito, além disso, é conceituada por Di Pietro (2009, p. 57), como atividades privadas de interesse social, visando sempre o interesse
“a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve, sob re- público.
gime jurídico total ou parcialmente público, para a consecução dos A Administração Pública também possui elementos que a com-
interesses coletivos”. põe, são eles: as pessoas jurídicas de direito público e de direito
Nos dizeres de Di Pietro (2009, p. 54), em sentido amplo, a privado por delegação, órgãos e agentes públicos que exercem a
Administração Pública é subdividida em órgãos governamentais e função administrativa estatal.
órgãos administrativos, o que a destaca em seu sentido subjetivo,
sendo ainda subdividida pela sua função política e administrativa — Observação importante:
em sentido objetivo. Pessoas jurídicas de direito público são entidades estatais aco-
Já em sentido estrito, a Administração Pública se subdivide em pladas ao Estado, exercendo finalidades de interesse imediato da
órgãos, pessoas jurídicas e agentes públicos que praticam funções coletividade. Em se tratando do direito público externo, possuem
administrativas em sentido subjetivo, sendo subdividida também a personalidade jurídica de direito público cometida à diversas na-
na atividade exercida por esses entes em sentido objetivo. ções estrangeiras, como à Santa Sé, bem como a organismos inter-
Em suma, temos: nacionais como a ONU, OEA, UNESCO.(art. 42 do CC).
No direito público interno encontra-se, no âmbito da adminis-
tração direta, que cuida-se da Nação brasileira: União, Estados, Dis-
SENTIDO Sentido amplo {órgãos governamentais e trito Federal, Territórios e Municípios (art. 41, incs. I, II e III, do CC).
SUBJETIVO órgãos administrativos}. No âmbito do direito público interno encontram-se, no campo
SENTIDO Sentido estrito {pessoas jurídicas, órgãos e da administração indireta, as autarquias e associações públicas (art.
SUBJETIVO agentes públicos}. 41, inc. IV, do CC). Posto que as associações públicas, pessoas jurídi-
SENTIDO Sentido amplo {função política e adminis- cas de direito público interno dispostas no inc. IV do art. 41 do CC,
OBJETIVO trativa}. pela Lei n.º 11.107/2005,7 foram sancionadas para auxiliar ao con-
sórcio público a ser firmado entre entes públicos (União, Estados,
SENTIDO Sentido estrito {atividade exercida por Municípios e Distrito Federal).
OBJETIVO esses entes}.
Princípios da administração pública
Existem funções na Administração Pública que são exercidas De acordo com o administrativista Alexandre Mazza (2017),
pelas pessoas jurídicas, órgãos e agentes da Administração que são princípios são regras condensadoras dos valores fundamentais de
subdivididas em três grupos: fomento, polícia administrativa e ser- um sistema. Sua função é informar e materializar o ordenamento
viço público. jurídico bem como o modo de atuação dos aplicadores e intérpre-
Para melhor compreensão e conhecimento, detalharemos cada tes do direito, sendo que a atribuição de informar decorre do fato
uma das funções. Vejamos: de que os princípios possuem um núcleo de valor essencial da or-
a. Fomento: É a atividade administrativa incentivadora do de- dem jurídica, ao passo que a atribuição de enformar é denotada
senvolvimento dos entes e pessoas que exercem funções de utilida- pelos contornos que conferem à determinada seara jurídica.
de ou de interesse público. Desta forma, o administrativista atribui dupla aplicabilidade
b. Polícia administrativa: É a atividade de polícia administrati- aos princípios da função hermenêutica e da função integrativa.
va. São os atos da Administração que limitam interesses individuais
em prol do interesse coletivo.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Referente à função hermenêutica, os princípios são amplamen- – Princípio da Impessoalidade: Deve ser analisado sob duas
te responsáveis por explicitar o conteúdo dos demais parâmetros óticas:
legais, isso se os mesmos se apresentarem obscuros no ato de tute-
la dos casos concretos. Por meio da função integrativa, por sua vez, a) Sob a ótica da atuação da Administração Pública em relação
os princípios cumprem a tarefa de suprir eventuais lacunas legais aos administrados: Em sua atuação, deve o administrador pautar
observadas em matérias específicas ou diante das particularidades na não discriminação e na não concessão de privilégios àqueles que
que permeiam a aplicação das normas aos casos existentes. o ato atingirá. Sua atuação deverá estar baseada na neutralidade e
na objetividade.
Os princípios colocam em prática as função hermenêuticas e in- b) Em relação à sua própria atuação, administrador deve exe-
tegrativas, bem como cumprem o papel de esboçar os dispositivos cutar atos de forma impessoal, como dispõe e exige o parágrafo
legais disseminados que compõe a seara do Direito Administrativo, primeiro do art. 37 da CF/88 ao afirmar que: ‘‘A publicidade dos
dando-lhe unicidade e coerência. atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos
deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social,
Além disso, os princípios do Direito Administrativo podem ser dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que carac-
expressos e positivados escritos na lei, ou ainda, implícitos, não po- terizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.’’
sitivados e não escritos na lei de forma expressa.
– Princípio da Moralidade: Dispõe que a atuação administrati-
— Observação importante: va deve ser totalmente pautada nos princípios da ética, honestida-
Não existe hierarquia entre os princípios expressos e implíci- de, probidade e boa-fé. Esse princípio está conexo à não corrupção
tos. Comprova tal afirmação, o fato de que os dois princípios que na Administração Pública.
dão forma o Regime Jurídico Administrativo, são meramente im-
plícitos. O princípio da moralidade exige que o administrador tenha
conduta pautada de acordo com a ética, com o bom senso, bons
Regime Jurídico Administrativo: é composto por todos os prin- costumes e com a honestidade. O ato administrativo terá que obe-
cípios e demais dispositivos legais que formam o Direito Adminis- decer a Lei, bem como a ética da própria instituição em que o agen-
trativo. As diretrizes desse regime são lançadas por dois princípios te atua. Entretanto, não é suficiente que o ato seja praticado apenas
centrais, ou supraprincípios que são a Supremacia do Interesse Pú- nos parâmetros da Lei, devendo, ainda, obedecer à moralidade.
blico e a Indisponibilidade do Interesse Público.
– Princípio da Publicidade: Trata-se de um mecanismo de con-
trole dos atos administrativos por meio da sociedade. A publicidade
Conclama a necessidade da sobreposi-
SUPREMACIA DO está associada à prestação de satisfação e informação da atuação
ção dos interesses da coletividade sobre
INTERESSE PÚBLICO pública aos administrados. Via de regra é que a atuação da Admi-
os individuais.
nistração seja pública, tornando assim, possível o controle da socie-
Sua principal função é orientar a dade sobre os seus atos.
INDISPONIBILIDA-
atuação dos agentes públicos para que Ocorre que, no entanto, o princípio em estudo não é abso-
DE DO INTERESSE
atuem em nome e em prol dos interes- luto. Isso ocorre pelo fato deste acabar por admitir exceções pre-
PÚBLICO
ses da Administração Pública. vistas em lei. Assim, em situações nas quais, por exemplo, devam
ser preservadas a segurança nacional, relevante interesse coletivo e
Ademais, tendo o agente público usufruído das prerrogativas intimidade, honra e vida privada, o princípio da publicidade deverá
de atuação conferidas pela supremacia do interesse público, a in- ser afastado.
disponibilidade do interesse público, com o fito de impedir que tais
prerrogativas sejam utilizadas para a consecução de interesses pri- Sendo a publicidade requisito de eficácia dos atos administra-
vados, termina por colocar limitações aos agentes públicos no cam- tivos que se voltam para a sociedade, pondera-se que os mesmos
po de sua atuação, como por exemplo, a necessidade de aprovação não poderão produzir efeitos enquanto não forem publicados.
em concurso público para o provimento dos cargos públicos.
– Princípio da Eficiência: A atividade administrativa deverá ser
Princípios Administrativos exercida com presteza, perfeição, rendimento, qualidade e econo-
Nos parâmetros do art. 37, caput da Constituição Federal, a Ad- micidade. Anteriormente era um princípio implícito, porém, hodier-
ministração Pública deverá obedecer aos princípios da Legalidade, namente, foi acrescentado, de forma expressa, na CFB/88, com a
Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência. EC n. 19/1998.
Vejamos:
– Princípio da Legalidade: Esse princípio no Direito Administra- São decorrentes do princípio da eficiência:
tivo, apresenta um significado diverso do que apresenta no Direito
Privado. No Direito Privado, toda e qualquer conduta do indivíduo a. A possibilidade de ampliação da autonomia gerencial, orça-
que não esteja proibida em lei e que não esteja contrária à lei, é mentária e financeira de órgãos, bem como de entidades adminis-
considerada legal. O termo legalidade para o Direito Administrativo, trativas, desde que haja a celebração de contrato de gestão.
significa subordinação à lei, o que faz com que o administrador deva
atuar somente no instante e da forma que a lei permitir. b. A real exigência de avaliação por meio de comissão especial
— Observação importante: O princípio da legalidade considera para a aquisição da estabilidade do servidor Efetivo, nos termos do
a lei em sentido amplo. Nesse diapasão, compreende-se como lei, art. 41, § 4º da CFB/88.
toda e qualquer espécie normativa expressamente disposta pelo
art. 59 da Constituição Federal.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Criação, extinção e capacidade processual dos órgãos públicos
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA: ADMINISTRAÇÃO DIRE- Os arts. 48, XI e 61, § 1º da CFB/1988 dispõem que a criação
TA E INDIRETA, CENTRALIZADA E DESCENTRALIZADA e a extinção de órgãos da administração pública dependem de lei
de iniciativa privativa do chefe do Executivo a quem compete, de
forma privada, e por meio de decreto, dispor sobre a organização
Administração direta e indireta e funcionamento desses órgãos públicos, quando não ensejar au-
A princípio, infere-se que Administração Direta é correspon- mento de despesas nem criação ou extinção de órgãos públicos
dente aos órgãos que compõem a estrutura das pessoas federativas (art. 84, VI, b, CF/1988). Desta forma, para que haja a criação e ex-
que executam a atividade administrativa de maneira centralizada. O tinção de órgãos, existe a necessidade de lei, no entanto, para dis-
vocábulo “Administração Direta” possui sentido abrangente vindo a por sobre a organização e o funcionamento, denota-se que poderá
compreender todos os órgãos e agentes dos entes federados, tanto ser utilizado ato normativo inferior à lei, que se trata do decreto.
os que fazem parte do Poder Executivo, do Poder Legislativo ou do Caso o Poder Executivo Federal desejar criar um Ministério a mais,
Poder Judiciário, que são os responsáveis por praticar a atividade o presidente da República deverá encaminhar projeto de lei ao Con-
administrativa de maneira centralizada. gresso Nacional. Porém, caso esse órgão seja criado, sua estrutu-
Já a Administração Indireta, é equivalente às pessoas jurídicas ração interna deverá ser feita por decreto. Na realidade, todos os
criadas pelos entes federados, que possuem ligação com as Admi- regimentos internos dos ministérios são realizados por intermédio
nistrações Diretas, cujo fulcro é praticar a função administrativa de de decreto, pelo fato de tal ato se tratar de organização interna do
maneira descentralizada. órgão. Vejamos:
Tendo o Estado a convicção de que atividades podem ser exer-
cidas de forma mais eficaz por entidade autônoma e com persona- ÓRGÃO — é criado por meio de lei.
lidade jurídica própria, o Estado transfere tais atribuições a particu- ORGANIZAÇÃO INTERNA — pode ser feita por DECRETO, des-
lares e, ainda pode criar outras pessoas jurídicas, de direito público de que não provoque aumento de despesas, bem como a criação
ou de direito privado para esta finalidade. Optando pela segunda ou a extinção de outros órgãos.
opção, as novas entidades passarão a compor a Administração Indi- ÓRGÃOS DE CONTROLE — Trata-se dos prepostos a fiscalizar e
reta do ente que as criou e, por possuírem como destino a execução controlar a atividade de outros órgãos e agentes”. Exemplo: Tribu-
especializado de certas atividades, são consideradas como sendo nal de Contas da União.
manifestação da descentralização por serviço, funcional ou técnica,
de modo geral. Pessoas administrativas
Explicita-se que as entidades administrativas são a própria Ad-
Desconcentração e Descentralização ministração Indireta, composta de forma taxativa pelas autarquias,
Consiste a desconcentração administrativa na distribuição in- fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia
terna de competências, na esfera da mesma pessoa jurídica. Assim mista.
sendo, na desconcentração administrativa, o trabalho é distribuído De forma contrária às pessoas políticas, tais entidades, nao são
entre os órgãos que integram a mesma instituição, fato que ocorre reguladas pelo Direito Administrativo, não detendo poder político
de forma diferente na descentralização administrativa, que impõe e encontram-se vinculadas à entidade política que as criou. Não
a distribuição de competência para outra pessoa, física ou jurídica. existe hierarquia entre as entidades da Administração Pública in-
Ocorre a desconcentração administrativa tanto na administra- direta e os entes federativos que as criou. Ocorre, nesse sentido,
ção direta como na administração indireta de todos os entes fede- uma vinculação administrativa em tais situações, de maneira que os
rativos do Estado. Pode-se citar a título de exemplo de desconcen- entes federativos somente conseguem manter-se no controle se as
tração administrativa no âmbito da Administração Direta da União, entidades da Administração Indireta estiverem desempenhando as
os vários ministérios e a Casa Civil da Presidência da República; em funções para as quais foram criadas de forma correta.
âmbito estadual, o Ministério Público e as secretarias estaduais,
dentre outros; no âmbito municipal, as secretarias municipais e Pessoas políticas
as câmaras municipais; na administração indireta federal, as várias As pessoas políticas são os entes federativos previstos na Cons-
agências do Banco do Brasil que são sociedade de economia mista, tituição Federal. São eles a União, os Estados, o Distrito Federal e os
ou do INSS com localização em todos os Estados da Federação. Municípios. Denota-se que tais pessoas ou entes, são regidos pelo
Ocorre que a desconcentração enseja a existência de vários Direito Constitucional, vindo a deter uma parcela do poder político.
órgãos, sejam eles órgãos da Administração Direta ou das pessoas Por esse motivo, afirma-se que tais entes são autônomos, vindo a
jurídicas da Administração Indireta, e devido ao fato desses órgãos se organizar de forma particular para alcançar as finalidades aven-
estarem dispostos de forma interna, segundo uma relação de su- çadas na Constituição Federal.
bordinação de hierarquia, entende-se que a desconcentração admi- Assim sendo, não se confunde autonomia com soberania, pois,
nistrativa está diretamente relacionada ao princípio da hierarquia. ao passo que a autonomia consiste na possibilidade de cada um dos
Registra-se que na descentralização administrativa, ao invés entes federativos organizar-se de forma interna, elaborando suas
de executar suas atividades administrativas por si mesmo, o Estado leis e exercendo as competências que a eles são determinadas pela
transfere a execução dessas atividades para particulares e, ainda a Constituição Federal, a soberania nada mais é do que uma caracte-
outras pessoas jurídicas, de direito público ou privado. rística que se encontra presente somente no âmbito da República
Explicita-se que, mesmo que o ente que se encontre distribuin- Federativa do Brasil, que é formada pelos referidos entes federati-
do suas atribuições e detenha controle sobre as atividades ou ser- vos.
viços transferidos, não existe relação de hierarquia entre a pessoa
que transfere e a que acolhe as atribuições.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Autarquias a prestação de serviços públicos.” Já se for exploradora de atividade
As autarquias são pessoas jurídicas de direito público interno, econômica, como maneira de evitar que o princípio da livre con-
criadas por lei específica para a execução de atividades especiais e corrência reste-se prejudicado, as referidas atividades deverão ser
típicas da Administração Pública como um todo. Com as autarquias, reguladas pelo direito privado, nos ditames do artigo 173 da Consti-
a impressão que se tem, é a de que o Estado veio a descentralizar tuição Federal, que assim determina:
determinadas atividades para entidades eivadas de maior especia- Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a
lização. exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será per-
As autarquias são especializadas em sua área de atuação, dan- mitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional
do a ideia de que os serviços por elas prestados são feitos de forma ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. § 1º A
mais eficaz e venham com isso, a atingir de maneira contundente a lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da socieda-
sua finalidade, que é o bem comum da coletividade como um todo. de de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade
Por esse motivo, aduz-se que as autarquias são um serviço público econômica de produção ou comercialização de bens ou de presta-
descentralizado. Assim, devido ao fato de prestarem esse serviço ção de serviços, dispondo sobre:
público especializado, as autarquias acabam por se assemelhar em I – sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela
tudo o que lhes é possível, ao entidade estatal a que estiverem ser- sociedade;
vindo. Assim sendo, as autarquias se encontram sujeitas ao mesmo II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas priva-
regime jurídico que o Estado. Nos dizeres de Hely Lopes Meirelles, das, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, tra-
as autarquias são uma “longa manus” do Estado, ou seja, são exe- balhistas e tributários;
cutoras de ordens determinadas pelo respectivo ente da Federação III – licitação e contratação de obras, serviços, compras e alie-
a que estão vinculadas. nações, observados os princípios da Administração Pública;
As autarquias são criadas por lei específica, que de forma obri- IV – a constituição e o funcionamento dos conselhos de Admi-
gacional deverá ser de iniciativa do Chefe do Poder Executivo do nistração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários;
ente federativo a que estiver vinculada. Explicita-se também que V – os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabili-
a função administrativa, mesmo que esteja sendo exercida tipica- dade dos administradores
mente pelo Poder Executivo, pode vir a ser desempenhada, em re-
Vejamos em síntese, algumas características em comum das
gime totalmente atípico pelos demais Poderes da República. Em tais
empresas públicas e das sociedades de economia mista:
situações, infere-se que é possível que sejam criadas autarquias no
• Devem realizar concurso público para admissão de seus em-
âmbito do Poder Legislativo e do Poder Judiciário, oportunidade na
pregados;
qual a iniciativa para a lei destinada à sua criação, deverá, obriga-
• Não estão alcançadas pela exigência de obedecer ao teto
toriamente, segundo os parâmetros legais, ser feita pelo respectivo
constitucional;
Poder.
• Estão sujeitas ao controle efetuado pelos Tribunais de Contas,
bem como ao controle do Poder Legislativo;
Empresas Públicas
• Não estão sujeitas à falência;
Sociedades de Economia Mista
• Devem obedecer às normas de licitação e contrato adminis-
São a parte da Administração Indireta mais voltada para o di- trativo no que se refere às suas atividades-meio;
reito privado, sendo também chamadas pela maioria doutrinária de • Devem obedecer à vedação à acumulação de cargos prevista
empresas estatais. constitucionalmente;
Tanto a empresas públicas, quanto as sociedades de economia • Não podem exigir aprovação prévia, por parte do Poder Legis-
mista, no que se refere à sua área de atuação, podem ser divididas lativo, para nomeação ou exoneração de seus diretores.
entre prestadoras diversas de serviço público e plenamente atuan-
tes na atividade econômica de modo geral. Assim sendo, obtemos Fundações e outras entidades privadas delegatárias
dois tipos de empresas públicas e dois tipos de sociedades de eco- Identifica-se no processo de criação das fundações privadas,
nomia mista. duas características que se encontram presentes de forma contun-
Ressalta-se que ao passo que as empresas estatais explorado- dente, sendo elas a doação patrimonial por parte de um instituidor
ras de atividade econômica estão sob a égide, no plano constitu- e a impossibilidade de terem finalidade lucrativa.
cional, pelo art. 173, sendo que a sua atividade se encontra regida O Decreto 200/1967 e a Constituição Federal Brasileira de 1988
pelo direito privado de maneira prioritária, as empresas estatais conceituam Fundação Pública como sendo um ente de direito pre-
prestadoras de serviço público são reguladas, pelo mesmo diploma dominantemente de direito privado, sendo que a Constituição Fe-
legal, pelo art. 175, de maneira que sua atividade é regida de forma deral dá à Fundação o mesmo tratamento oferecido às Sociedades
exclusiva e prioritária pelo direito público. de Economia Mista e às Empresas Públicas, que permite autoriza-
ção da criação, por lei e não a criação direta por lei, como no caso
Observação importante: todas as empresas estatais, sejam das autarquias.
prestadoras de serviços públicos ou exploradoras de atividade eco- Entretanto, a doutrina majoritária e o STF aduzem que a Fun-
nômica, possuem personalidade jurídica de direito privado. dação Pública poderá ser criada de forma direta por meio de lei
específica, adquirindo, desta forma, personalidade jurídica de direi-
O que diferencia as empresas estatais exploradoras de ativida- to público, vindo a criar uma Autarquia Fundacional ou Fundação
de econômica das empresas estatais prestadoras de serviço público Autárquica.
é a atividade que exercem. Assim, sendo ela prestadora de serviço
público, a atividade desempenhada é regida pelo direito público, Observação importante: a autarquia é definida como serviço
nos ditames do artigo 175 da Constituição Federal que determina personificado, ao passo que uma autarquia fundacional é conceitu-
que “incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou ada como sendo um patrimônio de forma personificada destinado
sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a uma finalidade específica de interesse social.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Vejamos como o Código Civil determina: V – promoção da segurança alimentar e nutricional;
Art. 41 - São pessoas jurídicas de direito público interno:(...) VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; promoção do desenvolvimento sustentável; VII – promoção do vo-
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei. luntariado;
No condizente à Constituição, denota-se que esta não faz dis- VIII – promoção do desenvolvimento econômico e social e com-
tinção entre as Fundações de direito público ou de direito privado. bate à pobreza;
O termo Fundação Pública é utilizado para diferenciar as fundações IX – experimentação, não lucrativa, de novos modelos sociopro-
da iniciativa privada, sem que haja qualquer tipo de ligação com a dutivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego
Administração Pública. e crédito;
No entanto, determinadas distinções poderão ser feitas, como X – promoção de direitos estabelecidos, construção de novos
por exemplo, a imunidade tributária recíproca que é destinada so- direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar;
mente às entidades de direito público como um todo. Registra-se XI – promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos hu-
que o foro de ambas é na Justiça Federal. manos, da democracia e de outros valores universais;
XII – estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias al-
Delegação Social ternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos
Organizações sociais técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas
As organizações sociais são entidades privadas que recebem neste artigo.
o atributo de Organização Social. Várias são as entidades criadas A lei das Oscips apresenta um rol de entidades que não podem
por particulares sob a forma de associação ou fundação que de- receber a qualificação. Vejamos:
sempenham atividades de interesse público sem fins lucrativos. Ao Art. 2º Não são passíveis de qualificação como Organizações
passo que algumas existem e conseguem se manter sem nenhuma da Sociedade Civil de Interesse Público, ainda que se dediquem de
ligação com o Estado, existem outras que buscam se aproximar do qualquer forma às atividades descritas no art. 3º desta Lei:
Estado com o fito de receber verbas públicas ou bens públicos com I – as sociedades comerciais;
o objetivo de continuarem a desempenhar sua atividade social. Nos II – os sindicatos, as associações de classe ou de representação
parâmetros da Lei 9.637/1998, o Poder Executivo Federal poderá de categoria profissional;
constituir como Organizações Sociais pessoas jurídicas de direito III – as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação
privado, que não sejam de fins lucrativos, cujas atividades sejam de credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais;
dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tec- IV – as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas
nológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à fundações;
saúde, atendidos os requisitos da lei. Ressalte-se que as entidades V – as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar
privadas que vierem a atuar nessas áreas poderão receber a quali- bens ou serviços a um círculo restrito de associados ou sócios;
ficação de OSs. VI – as entidades e empresas que comercializam planos de saú-
Lembremos que a Lei 9.637/1998 teve como fulcro transferir os de e assemelhados;
serviços que não são exclusivos do Estado para o setor privado, por VII – as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas
intermédio da absorção de órgãos públicos, vindo a substituí-los mantenedoras;
por entidades privadas. Tal fenômeno é conhecido como publiciza- VIII – as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gra-
ção. Com a publicização, quando um órgão público é extinto, logo, tuito e suas mantenedoras;
outra entidade de direito privado o substitui no serviço anterior- IX – as Organizações Sociais;
mente prestado. Denota-se que o vínculo com o poder público para X – as cooperativas;
que seja feita a qualificação da entidade como organização social é
estabelecido com a celebração de contrato de gestão. Outrossim, as Por fim, registre-se que o vínculo de união entre a entidade
Organizações Sociais podem receber recursos orçamentários, utili- e o Estado é denominado termo de parceria e que para a qualifi-
zação de bens públicos e servidores públicos. cação de uma entidade como Oscip, é exigido que esta tenha sido
constituída e se encontre em funcionamento regular há, pelo me-
Organizações da sociedade civil de interesse público nos, três anos nos termos do art. 1º, com redação dada pela Lei n.
São conceituadas como pessoas jurídicas de direito privado, 13.019/2014. O Tribunal de Contas da União tem entendido que
sem fins lucrativos, nas quais os objetivos sociais e normas estatu- o vínculo firmado pelo termo de parceria por órgãos ou entidades
tárias devem obedecer aos requisitos determinados pelo art. 3º da da Administração Pública com Organizações da Sociedade Civil de
Lei n. 9.790/1999. Denota-se que a qualificação é de competência Interesse Público não é demandante de processo de licitação. De
do Ministério da Justiça e o seu âmbito de atuação é parecido com acordo com o que preceitua o art. 23 do Decreto n. 3.100/1999,
o da OS, entretanto, é mais amplo. Vejamos: deverá haver a realização de concurso de projetos pelo órgão es-
Art. 3º A qualificação instituída por esta Lei, observado em tatal interessado em construir parceria com Oscips para que venha
qualquer caso, o princípio da universalização dos serviços, no res- a obter bens e serviços para a realização de atividades, eventos,
pectivo âmbito de atuação das Organizações, somente será conferi- consultorias, cooperação técnica e assessoria.
da às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos
objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes finalidades: Entidades de utilidade pública
I – promoção da assistência social; O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado trouxe em
II – promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio seu bojo, dentre várias diretrizes, a publicização dos serviços esta-
histórico e artístico; tais não exclusivos, ou seja, a transferência destes serviços para o
III – promoção gratuita da educação, observando-se a forma setor público não estatal, o denominado Terceiro Setor.
complementar de participação das organizações de que trata esta
Lei;
IV – promoção gratuita da saúde, observando-se a forma com-
plementar de participação das organizações de que trata esta Lei;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Podemos incluir entre as entidades que compõem o Terceiro
Setor, aquelas que são declaradas como sendo de utilidade pública, PODERES DA ADMINISTRAÇÃO: HIERÁRQUICO; DISCIPLI-
os serviços sociais autônomos, como SESI, SESC, SENAI, por exem- NAR; PODER NORMATIVO E REGULAMENTAR; VINCULA-
plo, as organizações sociais (OS) e as organizações da sociedade civil DO; DISCRICIONÁRIO. PODER DE POLÍCIA: CONCEITO, CA-
de interesse público (OSCIP). RACTERÍSTICAS, FINALIDADE E LIMITES
É importante explicitar que o crescimento do terceiro setor
está diretamente ligado à aplicação do princípio da subsidiarieda-
de na esfera da Administração Pública. Por meio do princípio da Poder Hierárquico
subsidiariedade, cabe de forma primária aos indivíduos e às orga- Trata-se o poder hierárquico, de poder conferido à autoridade
nizações civis o atendimento dos interesses individuais e coletivos. administrativa para distribuir e dirimir funções em escala de seus
Assim sendo, o Estado atua apenas de forma subsidiária nas de- órgãos, vindo a estabelecer uma relação de coordenação e subordi-
mandas que, devido à sua própria natureza e complexidade, não nação entre os servidores que estiverem sob a sua hierarquia.
puderam ser atendidas de maneira primária pela sociedade. Dessa A estrutura de organização da Administração Pública é baseada
maneira, o limite de ação do Estado se encontraria na autossufici- em dois aspectos fundamentais, sendo eles: a distribuição de com-
ência da sociedade. petências e a hierarquia.
Em relação ao Terceiro Setor, o Plano Diretor do Aparelho do Em decorrência da amplitude das competências e das res-
Estado previa de forma explícita a publicização de serviços públicos ponsabilidades da Administração, jamais seria possível que toda a
estatais que não são exclusivos. A expressão publicização significa função administrativa fosse desenvolvida por um único órgão ou
a transferência, do Estado para o Terceiro Setor, ou seja um setor agente público. Assim sendo, é preciso que haja uma distribuição
público não estatal, da execução de serviços que não são exclusivos dessas competências e atribuições entre os diversos órgãos e agen-
do Estado, vindo a estabelecer um sistema de parceria entre o Es- tes integrantes da Administração Pública.
tado e a sociedade para o seu financiamento e controle, como um Entretanto, para que essa divisão de tarefas aconteça de ma-
todo. Tal parceria foi posteriormente modernizada com as leis que neira harmoniosa, os órgãos e agentes públicos são organizados
instituíram as organizações sociais e as organizações da sociedade em graus de hierarquia e poder, de maneira que o agente que se
civil de interesse público. encontra em plano superior, detenha o poder legal de emitir ordens
O termo publicização também é atribuído a um segundo sen- e fiscalizar a atuação dos seus subordinados. Essa relação de subor-
tido adotado por algumas correntes doutrinárias, que corresponde dinação e hierarquia, por sua vez, causa algumas sequelas, como o
à transformação de entidades públicas em entidades privadas sem dever de obediência dos subordinados, a possibilidade de o imedia-
fins lucrativos. to superior avocar atribuições, bem como a atribuição de rever os
No que condizente às características das entidades que com- atos dos agentes subordinados.
põem o Terceiro Setor, a ilustre Maria Sylvia Zanella Di Pietro enten- Denota-se, porém, que o dever de obediência do subordinado
de que todas elas possuem os mesmos traços, sendo eles: não o obriga a cumprir as ordens manifestamente ilegais, advindas
de seu superior hierárquico. Ademais, nos ditames do art. 116, XII,
1. Não são criadas pelo Estado, ainda que algumas delas te- da Lei 8.112/1990, o subordinado tem a obrigação funcional de re-
nham sido autorizadas por lei;
presentar contra o seu superior caso este venha a agir com ilegali-
2. Em regra, desempenham atividade privada de interesse pú-
dade, omissão ou abuso de poder.
blico (serviços sociais não exclusivos do Estado);
Registra-se que a delegação de atribuições é uma das mani-
3. Recebem algum tipo de incentivo do Poder Público;
festações do poder hierárquico que consiste no ato de conferir a
4. Muitas possuem algum vínculo com o Poder Público e, por
outro servidor atribuições que de âmbito inicial, faziam parte dos
isso, são obrigadas a prestar contas dos recursos públicos à Admi-
atos de competência da autoridade delegante. O ilustre Hely Lopes
nistração
Meirelles aduz que a delegação de atribuições se submete a algu-
5. Pública e ao Tribunal de Contas;
mas regras, sendo elas:
6. Possuem regime jurídico de direito privado, porém derroga-
do parcialmente por normas direito público; A) A impossibilidade de delegação de atribuições de um Po-
Assim, estas entidades integram o Terceiro Setor pelo fato de der a outro, exceto quando devidamente autorizado pelo texto da
não se enquadrarem inteiramente como entidades privadas e tam- Constituição Federal. Exemplo: autorização por lei delegada, que
bém porque não integram a Administração Pública Direta ou Indi- ocorre quando a Constituição Federal autoriza o Legislativo a dele-
reta. gar ao Chefe do Executivo a edição de lei.
Convém mencionar que, como as entidades do Terceiro Setor B) É impossível a delegação de atos de natureza política. Exem-
são constituídas sob a forma de pessoa jurídica de direito privado, plos: o veto e a sanção de lei;
seu regime jurídico, normalmente, via regra geral, é de direito pri- C) As atribuições que a lei fixar como exclusivas de determina-
vado. Acontece que pelo fato de estas gozarem normalmente de da autoridade, não podem ser delegadas;
algum incentivo do setor público, também podem lhes ser aplicá- D) O subordinado não pode recusar a delegação;
veis algumas normas de direito público. Esse é o motivo pelo qual a E) As atribuições não podem ser subdelegadas sem a devida
conceituada professora afirma que o regime jurídico aplicado às en- autorização do delegante.
tidades que integram o Terceiro Setor é de direito privado, podendo Sem prejuízo do entendimento doutrinário a respeito da dele-
ser modificado de maneira parcial por normas de direito público. gação de competência, a Lei Federal 9.784/1999, que estabelece os
ditames do processo administrativo federal, estabeleceu as seguin-
tes regras relacionadas a esse assunto:
• A competência não pode ser renunciada, porém, pode ser
delegada se não houver impedimento legal;
• A delegação de competência é sempre exercida de forma par-
cial, tendo em vista que um órgão administrativo ou seu titular não
detém o poder de delegar todas as suas atribuições;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
• A título de delegação vertical, depreende-se que esta pode Ressalte-se, também, que a relação de hierarquia é inerente
ser feita para órgãos ou agentes subordinados hierarquicamente, e, à função administrativa e não há hierarquia entre integrantes do
a nível de delegação horizontal, também pode ser feita para órgãos Poder Legislativo e do Poder Judiciário no desempenho de suas fun-
e agentes não subordinados à hierarquia. ções típicas constitucionais. No entanto, os membros dos Poderes
Judiciário e Legislativo também estão submetidos à relação de hie-
Não podem ser objeto de delegação: rarquia no que condiz ao exercício de funções atípicas ou adminis-
• A edição de atos de caráter normativo; trativas. Exemplo: um juiz de Primeira Instância, não é legalmente
• A decisão de recursos administrativos; obrigado a adotar o posicionamento do Presidente do Tribunal no
• As matérias de competência exclusiva do órgão ou autorida- julgamento de um processo de sua competência, porém, encontra-
de; -se obrigado, por ditames da lei a cumprir ordens daquela autorida-
de quando versarem a respeito do horário de funcionamento dos
Ressalta-se com afinco que o ato de delegação e a sua revo- serviços administrativos da sua Vara.
gação deverão ser publicados no meio oficial, nos trâmites da lei. Por fim, é de suma importância destacar que a subordinação
Ademais, deverá o ato de delegação especificar as matérias e os po- não se confunde com a vinculação administrativa, pois, a subordi-
deres transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e nação decorre do poder hierárquico e existe apenas no âmbito da
os objetivos da delegação e também o recurso devidamente cabível mesma pessoa jurídica. Já a vinculação, resulta do poder de super-
à matéria que poderá constar a ressalva de exercício da atribuição visão ou do poder de tutela que a Administração Direta detém so-
delegada. bre as entidades da Administração Indireta.
O ato de delegação poderá ser revogado a qualquer tempo pela Esquematizando, temos:
autoridade delegante como forma de transferência não definitiva
de atribuições, devendo as decisões adotadas por delegação, men-
cionar de forma clara esta qualidade, que deverá ser considerada
como editada pelo delegado.
No condizente à avocação, afirma-se que se trata de procedi-
mento contrário ao da delegação de competência, vindo a ocor-
rer quando o superior assume ou passa a desenvolver as funções
que eram de seu subordinado. De acordo com a doutrina, a norma
geral, é a possibilidade de avocação pelo superior hierárquico de
qualquer competência do subordinado, ressaltando-se que nesses
casos, a competência a ser avocada não poderá ser privativa do ór-
gão subordinado.
Dispõe a Lei 9.784/1999 que a avocação das competências do
órgão inferior apenas será permitida em caráter excepcional e tem-
porário com a prerrogativa de que existam motivos relevantes e im- Poder conferido à autoridade admi-
preterivelmente justificados. nistrativa para distribuir e dirimir funções
PODER em escala de seus órgãos, que estabelece
O superior também pode rever os atos dos seus subordinados,
HIERÁRQUICO uma relação de coordenação e subordina-
como consequência do poder hierárquico com o fito de mantê-los,
ção entre os servidores que estiverem sob
convalidá-los, ou ainda, desfazê-los, de ofício ou sob provocação do
a sua hierarquia.
interessado. Convalidar significa suprir o vício de um ato adminis-
trativo por intermédio de um segundo ato, tornando válido o ato vi- A edição de atos de caráter normativo
ciado. No tocante ao desfazimento do ato administrativo, infere-se NÃO PODEM SER
A decisão de recursos administrativos
que pode ocorrer de duas formas: OBJETO
a) Por revogação: no momento em que a manutenção do ato DE DELEGAÇÃO As matérias de competência exclusiva
válido se tornar inconveniente ou inoportuna; do órgão ou autoridade
b) Por anulação: quando o ato apresentar vícios. Por revogação: quando a manutenção
No entanto, a utilização do poder hierárquico nem sempre po- DESFAZIMENTO do ato válido se tornar inconveniente ou
derá possibilitar a invalidação feita pela autoridade superior dos DO ATO inoportuna
atos praticados por seus subordinados. Nos ditames doutrinários, a ADMINISTRATIVO Por anulação: quando o ator apresen-
revisão hierárquica somente é possível enquanto o ato não tiver se tar vícios
tornado definitivo para a Administração Pública e, ainda, se houver
sido criado o direito subjetivo para o particular. Poder Disciplinar
O poder disciplinar confere à Administração Pública o poder de
Observação importante: “revisão” do ato administrativo não autorizar e apurar infrações, aplicando as devidas penalidades aos
se confunde com “reconsideração” desse mesmo ato. A revisão de servidores público, bem como às demais pessoas sujeitas à discipli-
ato é condizente à avaliação por parte da autoridade superior em na administrativa em decorrência de determinado vínculo específi-
relação à manutenção ou não de ato que foi praticado por seu su- co. Assim, somente está sujeito ao poder disciplinar o agente que
bordinado, no qual o fundamento é o exercício do poder hierárqui- possuir vínculo certo e preciso com a Administração, não importan-
co. Já na reconsideração, a apreciação relativa à manutenção do do que esse vínculo seja de natureza funcional ou contratual.
ato administrativo é realizada pela própria autoridade que confec-
cionou o ato, não existindo, desta forma, manifestação do poder
hierárquico.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Existindo vínculo funcional, infere-se que o poder disciplinar é • Pode ter caráter discricionário em relação à escolha entre
decorrente do poder hierárquico. Em razão da existência de distri- sanções legalmente cabíveis e respectiva gradação.
buição de escala dos órgãos e servidores pertencentes a uma mes-
ma pessoa jurídica, competirá ao superior hierárquico determinar o Poder regulamentar
cumprimento de ordens e exigir daquele que lhe for subordinado, Com supedâneo no art. 84, IV, da Constituição Federal, consiste
o cumprimento destas. Não atendendo o subordinado às determi- o poder regulamentar na competência atribuída aos Chefes do Po-
nações do seu superior ou descumprindo o dever funcional, o seu der Executivo para que venham a editar normas gerais e abstratas
chefe poderá e deverá aplicar as sanções dispostas no estatuto fun- destinadas a detalhar as leis, possibilitando o seu fiel regulamento
cional. e eficaz execução.
Conforme dito, o poder disciplinar também detém o poder de A doutrina não é unânime em relação ao uso da expressão po-
alcançar particulares que mantenham vínculo contratual com o Po- der regulamentar. Isso acontece, por que há autores que, asseme-
der Público, a exemplo daqueles contratados para prestar serviços lhando-se ao conceito anteriormente proposto, usam esta expres-
à Administração Pública. Nesse sentido, como não existe relação de são somente para se referirem à faculdade de editar regulamentos
hierarquia entre o particular e a Administração, o pressuposto para conferida aos Chefes do Executivo. Outros autores, a usam com
a aplicação de sanções de forma direta não é o poder hierárqui- conceito mais amplo, acoplando também os atos gerais e abstra-
co, mas sim o princípio da supremacia do interesse público sobre tos que são emitidos por outras autoridades, tais como: resoluções,
o particular. portarias, regimentos, deliberações e instruções normativas. Há
Denota-se que o poder disciplinar é o poder de investigar e ainda uma corrente que entende essas providências gerais e abs-
punir crimes e contravenções penais não se referem ao mesmo tratas editadas sob os parâmetros e exigências da lei, com o fulcro
instituto e não se confundem. Ao passo que o primeiro é aplicado de possibilitar-lhe o cumprimento em forma de manifestações do
somente àqueles que possuem vínculo específico com a Adminis- poder normativo.
tração de forma funcional ou contratual, o segundo é exercido so- No entanto, em que pese a mencionada controvérsia, prevalece
mente sobre qualquer indivíduo que viole as leis penais vigentes. como estudo e aplicação geral adotada pela doutrina clássica, que
Da mesma forma, o exercício do poder de polícia também não utiliza a expressão “poder regulamentar” para se referir somente à
se confunde com as penalidades decorrentes do poder disciplinar, competência exclusiva dos Chefes do Poder Executivo para editar
que, embora ambos possuam natureza administrativa, estas deve- regulamentos, mantendo, por sua vez, a expressão “poder normati-
rão ser aplicadas a qualquer pessoa que esteja causando transtor- vo” para os demais atos normativos emitidos por outras espécies de
nos ou pondo em risco a coletividade, pois, no poder de polícia, autoridades da Administração Direta e Indireta, como por exemplo,
denota-se que o vínculo entre a Administração Pública e o adminis- de dirigentes de agências reguladoras e de Ministros.
trado é de âmbito geral, ao passo que nas penalidades decorrentes Registra-se que os regulamentos são publicados através de
do poder disciplinar, somente são atingidos os que possuem relação decreto, que é a maneira pela qual se revestem os atos editados
funcional ou contratual com a Administração. pelo chefe do Poder Executivo. O conteúdo de um decreto pode ser
Em suma, temos: por meio de conteúdo ou de determinado regulamento ou, ainda,
1º - Sanção Disciplinar: Possui natureza administrativa; advém a pela adoção de providências distintas. A título de exemplo desta
do poder disciplinar; é aplicável sobre as pessoas que possuem vín- última situação, pode-se citar um decreto que dá a designação de
culo específico com a Administração Pública. determinado nome a um prédio público.
2º - Sanção de Polícia: Possui natureza administrativa; advém Em razão de os regulamentos serem editados sob forma con-
do poder de polícia; aplica-se sobre as pessoas que desobedeçam dizente de decreto, é comum serem chamados de decretos regu-
às regulamentações de polícia administrativa. lamentares, decretos de execução ou regulamentos de execução.
3º - Sanção Penal: Possui natureza penal; decorre do poder ge- Podemos classificar os regulamentos em três espécies diferen-
ral de persecução penal; aplica-se sobre as pessoas que cometem
tes:
crimes ou contravenções penais.
A) Regulamento executivo;
Por fim, registre-se que é comum a doutrina afirmar que o
B) Regulamento independente ou autônomo;
poder disciplinar é exercido de forma discricionária. Tal afirmação
c) Regulamento autorizado.
deve ser analisada com cuidado no que se refere ao seu alcance
Vejamos a composição de cada em deles:
como um todo, pois, se ocorrer de o agente sob disciplina adminis-
trativa cometer infração, a única opção que restará ao gestor será
Regulamento Executivo
aplicar á situação a penalidade devidamente prevista na lei, pois, a
Existem leis que, ao serem editadas, já reúnem as condições
aplicação da pena é ato vinculado. Quando existente, a discriciona-
riedade refere-se ao grau da penalidade ou à aplicação correta das suficientes para sua execução, enquanto outras pugnam por um re-
sanções legalmente cabíveis, tendo em vista que no direito adminis- gulamento para serem executadas. Entretanto, em tese, qualquer
trativo não é predominável o princípio da pena específica que se re- lei é passível de ser regulamentada. Diga-se de passagem, até mes-
fere à necessidade de prévia definição em lei da infração funcional mo aquelas cuja execução não dependa de regulamento. Para isso,
e da exata sanção cabível. suficiente é que o Chefe do Poder Executivo entenda conveniente
Em resumo, temos: detalhar a sua execução.
O ato de regulamento executivo é norma geral e abstrata. Sen-
Poder Disciplinar do geral pelo fato de não possuir destinatários determinados ou
• Apura infrações e aplica penalidades; determináveis, vindo a atingir quaisquer pessoas que estejam nas
• Para que o indivíduo seja submetido ao poder disciplinar, é situações reguladas; é abstrata pelo fato de dispor sobre hipóteses
preciso que possua vínculo funcional com a administração; que, se e no momento em que forem verificadas no mundo con-
• A aplicação de sanção disciplinar deve ser acompanhada de creto, passarão a gerar as consequências abstratamente previstas.
processo administrativo no qual sejam assegurados o direito ao Desta forma, podemos afirmar que o regulamento possui conteúdo
contraditório e à ampla defesa, devendo haver motivação para que material de lei, porém, com ela não se confunde sob o aspecto for-
seja aplicada a penalidade disciplinar cabível; mal.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
O ato de regulamento executivo é constituído por importantes criando direitos ou obrigações, nem contrariando, ampliando ou
funções. São elas: restringindo as disposições da lei regulamentada. São, em resumo,
atos normativos considerados secundários que são editados pelo
1.º) Disciplinar a discricionariedade administrativa Chefe do Executivo com o fulcro de detalhar a execução dos atos
Ocorre, tendo em vista a existência de discricionariedade quan- normativos primários elaborados pelas leis.
do a lei confere ao agente público determinada quantidade de li- Dando enfoque à subordinação dos regulamentos executivos à
berdade para o exercício da função administrativa. Tal quantidade e lei, a Constituição Federal prevê a possibilidade de o Congresso Na-
margem de liberdade termina sendo reduzida quando da editação cional sustá-los, caso exorbite do poder regulamentar nos parâme-
de um regulamento executivo que estipula regras de observância tros do art. 49, inc. V da CF/88. É o que a doutrina chama de “veto
obrigatória, vindo a determinar a maneira como os agentes devem legislativo”, dentro de uma analogia com o veto que o Chefe do Exe-
proceder no fiel cumprimento da lei. cutivo poderá apor aos projetos de lei aprovados pelo Parlamento.
Ou seja, ao disciplinar por intermédio de regulamento o exer- Pondera-se que a aproximação terminológica possui limitações,
cício da discricionariedade administrativa, o Chefe do Poder Exe- uma vez que o veto propriamente dito do executivo, pode ocorrer
cutivo, termina por voluntariamente limitá-la, vindo a estabelecer em função de o Presidente da República entender que o projeto
autêntica autovinculação, diminuindo, desta forma, o espaço para de lei é incompatível com a Constituição Federal, que configuraria
a discussão de casos e fatos sem importância para a administração o veto jurídico, ou, ainda, contrário ao interesse público, que seria
pública. o veto político. Por sua vez, o veto legislativo só pode ocorrer por
exorbitância do poder regulamentar, sendo assim, sempre jurídico.
2.º) Uniformizar os critérios de aplicação da lei Melhor dizendo, não há como imaginar que o Parlamento venha a
É interpretada no contexto da primeira, posto que o regula- sustar um decreto regulamentar por entendê-lo contrário ao inte-
mento ao disciplinar a forma com que a lei deve ser fielmente cum- resse público, uma vez que tal norma somente deve detalhar como
prida, estipula os critérios a serem adotados nessa atividade, fato a lei ao ser elaborada pelo próprio Legislativo, será indubitavelmen-
que impede variações significativas nos casos sujeitos à lei aplicada. te cumprida. Destarte, se o Parlamento entende que o decreto edi-
Exemplo: podemos citar o desenvolvimento dos servidores na car- tado dentro do poder regulamentar é contrário ao interesse públi-
reira de Policial Rodoviário Federal. co, deverá, por sua vez, revogar a própria lei que lhe dá o sustento.
Criadora da carreira de Policial Rodoviário Federal, a Lei Ademais, lembremos que os regulamentos se submetem ao
9.654/1998 estabeleceu suas classes e determinou que a investidu- controle de legalidade, de tal forma que a nulidade decorrente da
ra no cargo de Policial Rodoviário Federal teria que se dar no padrão exorbitância do poder regulamentar também está passível de ser
único da classe de Agente, na qual o titular deverá permanecer por reconhecida pelo Poder Judiciário ou pelo próprio Chefe do Poder
pelo menos três anos ou até obter o direito à promoção à classe Executivo no exercício da autotutela.
subsequente, nos termos do art. 3.º, § 2.º.
A antiguidade e o merecimento são os principais requisitos Regulamento independente ou autônomo
para que os servidores públicos sejam promovidos. No entanto, Ressalte-se que esta segunda espécie de regulamento, tam-
o vocábulo “merecimento” é carregado de subjetivismo, fato que bém adota a forma de decreto. Diversamente do regulamento exe-
abriria a possibilidade de que os responsáveis pela promoção dos cutivo, esse regulamento não se presta a detalhar uma lei, detendo
servidores, alegando discricionariedade, viessem a agir com base o poder de inovar na ordem jurídica, da mesma maneira que uma
em critérios obscuros e casuístas, vindo a promover perseguições e lei. O regulamento autônomo (decreto autônomo) é considerado
privilégios. E é por esse motivo que existe a necessidade de regula- ato normativo primário porque retira sua força exclusivamente e
mentação dos requisitos de promoção, como demonstra o próprio diretamente da Constituição.
estatuto dos servidores públicos civis federais em seu art. 10, pará- A Carta Magna de 1988, em sua redação original, deletou a fi-
grafo único da Lei 8.112/1990. gura do decreto autônomo no direito brasileiro. No entanto, com
Com o fulcro de regulamentar a matéria, foi editado o Decreto a Emenda Constitucional 32/2001, a possibilidade foi novamente
8.282/2014, que possui como atributo, detalhar os requisitos e es- inserida na alínea a do inciso VI do art. 84 da CFB/88.
tabelecer os devidos critérios para promoção dos Policiais Rodoviá- Mesmo havendo controvérsias, a posição dominante na doutri-
rios Federais, dentre os quais se encontra a obtenção de “resultado na é no sentido de que a única hipótese de regulamento autônomo
satisfatório na avaliação de desempenho no interstício considerado que o direito brasileiro permite é a contida no mencionado dispo-
para a progressão”, disposta no art. 4.º, II, “b”. Da mesma forma, sitivo constitucional, que estabelece a competência do Presidente
a expressão “resultado satisfatório” também é eivada de subjetivi- da República para dispor, mediante decreto, sobre organização e
dade, motivo pelo qual o § 3.º do mesmo dispositivo regulamentar funcionamento da administração federal, isso, quando não implicar
designou que para o efeito de promoção, seria considerado satisfa- em aumento de despesa nem mesmo criação ou extinção de órgãos
tório o alcance de oitenta por cento das metas estipuladas em ato públicos.
do dirigente máximo do órgão. Por oportuno, registarmos que a autorização que está prevista
Assim sendo, verificamos que a discricionariedade do dirigente na alínea b do mesmo dispositivo constitucional, para que o Presi-
máximo da PRF continua a existir, e o exemplo disso, é o estabe- dente da República, mediante decreto, possa extinguir cargos públi-
lecimento das metas. Entretanto, ela foi reduzida no condizente cos vagos, não se trata de caso de regulamento autônomo. Cuida-se
à avaliação da suficiência de desempenho dos servidores para o de uma xucra hipótese de abandono do princípio do paralelismo
efeito de promoção. O que nos leva a afirmar ainda que, diante da das formas. Isso por que em decorrência do princípio da hierarquia
regulamentação, erigiu a existência de vinculação da autoridade ad- das normas, se um instituto jurídico for criado por intermédio de
ministrativa referente ao percentual considerado satisfatório para determinada espécie normativa, sua extinção apenas poderá ser
o efeito de promoção dos servidores, critério que inclusive já foi veiculada pelo mesmo tipo de ato, ou, ainda, por um de superior
uniformizado. hierarquia.
Embora exista uma enorme importância em termos de pratici- Nesse sentido, sendo os cargos públicos criados por lei, nos pa-
dade, denota-se que os regulamentos de execução gozam de hie- râmetros do art. 48, inc. X da CFB/88, apenas a lei poderia extingui-
rarquia infralegal e não detém o poder de inovar na ordem jurídica, -los pelo sistema do paralelismo das formas. Entretanto, deixando
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
de lado essa premissa, o legislador constituinte derivado permitiu para órgãos administrativos técnicos. Cuida-se do fenômeno da
que, estando vago o cargo público, a extinção aconteça por decreto. deslegalização, por meio do qual a normatização sai da esfera da lei
Poderíamos até dizer que foi autorizado um decreto autônomo, mas para a esfera do regulamento autorizado.
nunca um regulamento autônomo, isso posto pelo fato de tal de- No entanto, o regulamento autorizado não se encontra limita-
creto não gozar de generalidade e abstração, não regulamentando do somente a explicar, detalhar ou complementar a lei. Na verdade,
determinada matéria. Cuida-se, nesse sentido, de um ato de efeitos ele busca a inovação do ordenamento jurídico ao criar normas téc-
concretos, amplamente desprovido de natureza regulamentar. nicas não contidas na lei, ato que realiza em decorrência de expres-
De forma diversa do decreto regulamentar ou regulamento sa determinação legal.
executivo, que é editado para minuciar a fiel execução da lei, desta- Depreende-se que o regulamento autorizado não pode ser
ca-se que o decreto autônomo ou regulamento independente, en- confundido com o regulamento autônomo. Isso ocorre, porque,
contra-se sujeito ao controle de constitucionalidade. O que justifica ao passo que este último retira sua força jurídica da Constituição,
a mencionada diferenciação, é o fato de o conflito entre um decreto aquele é amplamente dependente de expressa autorização contida
regulamentar e a lei que lhe atende de fundamento vir a configurar na lei. Além disso, também se diverge do decreto de execução por-
ilegalidade, não cabendo o argumento de que o decreto é inconsti- que, embora seja um ato normativo secundário que retira sua força
tucional porque exorbitou do poder regulamentar. Assim, havendo jurídica da lei, detém o poder de inovar a ordem jurídica, ao contrá-
agressão direta à Constituição, a lei, com certeza pode ser conside- rio do que ocorre com este último no qual sua destinação é apenas
rada inconstitucional, mas não o decreto que a regulamenta. Agora, a de detalhar a lei para que seja fielmente executada.
em se tratando do decreto autônomo, infere-se que este é norma Nos moldes da jurisprudência, não é admitida a edição de regu-
primária, vindo a fundamentar-se no próprio texto constitucional, lamento autorizado para matéria reservada à lei, um exemplo disso
de forma a ser possível uma agressão direta à Constituição Federal é a criação de tributos ou da criação de tipos penais, tendo em vista
de 1988, legitimando desta maneira, a instauração de processo de que afrontaria o princípio da separação dos Poderes, pelo fato de
controle de constitucionalidade. Assim sendo, podemos citar a lição estar o Executivo substituindo a função do Poder Legislativo.
do Supremo Tribunal Federal: Entretanto, mesmo nos casos de inexistência de expressa de-
Com efeito, o que é necessário demonstrar, é que o decreto do terminação constitucional estabelecendo reserva legal, tem sido
Chefe do Executivo advém de competência direta da Constituição, admitida a utilização de regulamentos autorizados, desde que a lei
ou que retire seu fundamento da Carta Magna. Nessa sentido, caso venha a os autorizar e estabeleça as condições, bem como os limi-
o regulamento não se amolde ao figurino constitucional, caberá, tes da matéria a ser regulamentada. É nesse sentido que eles têm
por conseguinte, análise de constitucionalidade pelo Supremo tri- sido adotados com frequência para a fixação de normas técnicas,
bunal Federal. Se assim não for, será apenas vício de inconstitucio- como por exemplo, daquelas condições determinadas pelas agên-
nalidade reflexa, afastando desta forma, o controle concentrado cias reguladoras.
em ADI porque, como adverte Carlos Velloso: “é uma questão de
opção. Hans Kelsen, no debate com Carl Schmitt, em 1929, deixou Regulamentos jurídicos e regulamentos administrativos
isso claro. E o Supremo Tribunal fez essa opção também no controle A ilustre Maria Sylvia Zanella Di Pietro, afirma que é possível
difuso, quando estabeleceu que não se conhece de inconstitucio- fazer a distinção entre os regulamentos jurídicos ou normativos e
os regulamentos administrativos ou de organização.
nalidade indireta. Não há falar-se em inconstitucionalidade indireta
Afirma-se que os regulamentos jurídicos ou normativos, criam
reflexa. É uma opção da Corte para que não se realize o velho adá-
regras ou normas para o exterior da Administração Pública, que
gio: ‘muita jurisdição, resulta em nenhuma jurisdição’” (ADI 2.387-
passam a vincular todos os cidadãos de forma geral, como acontece
0/DF, Rel. Min. Marco Aurélio).
com as normas inseridas no poder de polícia. No condizente aos
Em suma, conforme dito anteriormente, convém relembrar
regulamentos administrativos ou de organização, denota-se que es-
que o art. 13, I, da Lei 9.784/1999 proíbe de forma expressa a de-
tes estabelecem normas sobre a organização administrativa ou que
legação de atos de caráter normativo. No entanto, com exceção a
se relacionam aos particulares que possuem um vínculo específico
essa regra, o decreto autônomo, diversamente do que acontece
com o Estado, como por exemplo, os concessionários de serviços
com o decreto regulamentar que é indelegável, pode vir a ser ob-
públicos ou que possuem um contrato com a Administração.
jeto de delegação aos Ministros de Estado, ao Procurador Geral da De acordo com a ilustre professora, outra nota que merece
República e ao Advogado destaque em relação à distinção entre os mencionados institutos,
Geral da União, conforme previsão contida no parágrafo único é a de que os regulamentos jurídicos, pelo fato de se referirem à
do art. 84 da Constituição Federal. liberdade e aos direitos dos particulares sem uma relação especí-
fica com a Administração, são, por sua vez, elaborados com menor
Regulamento autorizado ou delegado grau de discricionariedade em relação aos regulamentos adminis-
Denota-se que além das espécies anteriores de regulamento trativos.
apresentadas, a doutrina administrativista e jurista também men- Esquematicamente, temos:
ciona a respeito da existência do regulamento autorizado ou dele-
gado.
De acordo com a doutrina tradicional, o legislador ordinário ESPÉCIES DE Regulamentos jurídicos ou normativos
não poderá, fora dos casos previstos na Constituição, delegar de REGULAMENTO
QUANTO AOS Regulamentos administrativos ou de
forma integral a função de legislar que é típica do Poder Legislativo, organização
DESTINATÁRIOS
aos órgãos administrativos.
Entretanto, em decorrência da complexidade das atividades
Poder de Polícia
técnicas da Administração, contemporaneamente, embora haja
O poder de polícia é a legítima faculdade conferida ao Estado
controvérsias em relação ao aspecto da constitucionalidade, a dou-
para estabelecer regras restritivas e condicionadoras do exercício
trina maior tem aceitado que as competências para regular deter-
de direitos e garantias individuais, tendo sempre em vista o inte-
minadas matérias venham a ser transferidas pelo próprio legislador
resse público.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Limites Por fim, denota-se que as determinações contidas na Lei
No exercício do poder de polícia, os atos praticados, assim 9.873/1999 não se aplicam às infrações de natureza funcional e aos
como todo ato administrativo, mesmo sendo discricionário, está processos e procedimentos de natureza tributária, nos termos do
eivado de limitações legais em relação à competência, à forma, aos art. 5.º.
fins, aos motivos ou ao objeto.
Ressalta-se de antemão com ênfase, que para que o ato de po- Atributos
lícia seja considerado legítimo, deve respeitar uma relação de pro- Segundo a maior parte da doutrina, são atributos do poder de
porcionalidade existente entre os meios e os fins. Assim sendo, a polícia: a discricionariedade, a autoexecutoriedade e a coercibilida-
medida de polícia não poderá ir além do necessário com o fito de de. Entretanto, vale explicitar que nem todas essas características
atingir a finalidade pública a que se destina. Imaginemos por exem- estão presentes de forma simultânea em todos os atos de polícia.
plo, a hipótese de um estabelecimento comercial que somente pos- Vejamos detalhadamente a definição e atribuição de cada atri-
suía licença do poder público para atuar como revenda de roupas, buto:
mas que, além dessa atividade, funcionava como atelier de costura.
Caso os fiscais competentes, na constatação do fato, viessem a in- Discricionariedade
terditar todo o estabelecimento, pondera-se que tal medida seria Consiste na liberdade de escolha da autoridade pública em re-
desproporcional, tendo em vista que, para por fim à irregularidade, lação à conveniência e oportunidade do exercício do poder de polí-
seria suficiente somente interditar a parte da revenda de roupas. cia. Entretanto, mesmo que a discricionariedade dos atos de polícia
Acontece que em havendo eventuais atos de polícia que este- seja a regra, em determinadas situações o exercício do poder de
jam eivados de vícios de legalidade ou que se demostrem despro- polícia é vinculado e por isso, não deixa margem para que a autori-
dade responsável possa executar qualquer tipo de opção.
porcionais devem ser, por conseguinte, anulados pelo Poder Judici-
Como exemplo do mencionado no retro parágrafo, compare-
ário por meio do controle judicial, ou, pela própria administração
mos os atos de concessão de alvará de licença e de autorização,
no exercício da autotutela.
respectivamente. Em se tratando do caso do alvará de licença, de-
preende-se que o ato é vinculado, significando que a licença não
Prescrição poderá ser negada quando o requerente estiver preenchendo os
Determina a Lei 9.873/1999 que na Administração Pública Fe- requisitos legais para sua obtenção. Diga-se de passagem, que isso
deral, direta e indireta, são prescritíveis em cinco anos a ação pu- ocorre com a licença para dirigir, para construir bem como para
nitiva para apuração da infração e a aplicação da sanção de polícia, exercer certas profissões, como a de enfermagem, por exemplo. Re-
desde que contados da data da prática do ato ou, em se tratando de ferente à hipótese de alvará de autorização, mesmo o requerente
infração de forma permanente ou continuada, do dia em que tiver atendendo aos requisitos da lei, a Administração Pública poderá ou
cessado (art. 1.º). Entretanto, se o fato objeto da ação punitiva da não conceder a autorização, posto que esse ato é de natureza dis-
Administração também for considerado crime, a prescrição deverá cricionária e está sujeito ao juízo de conveniência e oportunidade
se reger pelo prazo previsto na lei penal em seu art. 1.º, § 2.º. da autoridade administrativa. É o que ocorre, por exemplo, coma
Ademais, a Lei determina que prescreve em cinco anos a ação autorização para porte de arma, bem como para a produção de ma-
de execução da administração pública federal relativa a crédito não terial bélico.
tributário advindo da aplicação de multa por infração à legislação
em vigor, desde que devidamente contados da constituição defini- Autoexecutoriedade
tiva do crédito, nos termos da Lei 9.873/1999, art. 1.º-A, com sua Nos sábios dizeres de Hely Lopes Meirelles, o atributo da auto-
redação incluída pela Lei 11.941/2009. executoriedade consiste na “faculdade de a Administração decidir
Denota-se que a mencionada norma prevê, ainda, a possibi- e executar diretamente sua decisão por seus próprios meios, sem
lidade de prescrição intercorrente, ou seja, aquela que ocorre no intervenção do Judiciário”. Assim, se um estabelecimento comer-
curso do processo, quando o procedimento administrativo vir a fi- cial estiver comercializando bebidas deteriorados, o Poder Público
car paralisado por mais de três anos, desde que pendente de des- poderá usar do seu poder para apreendê-los e incinerá-los, sendo
pacho ou julgamento, tendo em vista que os autos serão arquivados desnecessário haver qualquer ordem judicial. Ocorre, também, que
de ofício ou mediante requerimento da parte interessada, sem que tal fato não impede ao particular, que se sentir prejudicado pelo
haja prejuízo da apuração da responsabilidade funcional decorren- excesso ou desvio de poder, de buscar o amparo do Poder Judiciário
te da paralisação, se for o caso, nos parâmetros do art. 1.º, § 1.º. para fazer cessar o ato de polícia abusivo.
Vale a pena mencionar com destaque que a prescrição da ação Entretanto, denota-se que nem todas as medidas de polícia
são dotadas de autoexecutoriedade. A doutrina majoritária afirma
punitiva, no caso das sanções de polícia, se interrompe no decurso
que a autoexecutoriedade só pode existir em duas situações, sen-
das seguintes hipóteses:
do elas: quando estiver prevista expressamente em lei; ou mesmo
A) Notificação ou citação do indiciado ou acusado, inclusive por
não estando prevista expressamente em lei, se houver situação de
meio de edital;
urgência que demande a execução direta da medida. O que infere
B) ocorrer qualquer ato inequívoco que importe apuração do que, não sendo cumprido nenhum desses requisitos, o ato de po-
fato; pela decisão condenatória recorrível; lícia autoexecutado será considerado abusivo. Cite-se como exem-
C)Por qualquer ato inequívoco que importe em manifestação plo, o de ato de polícia que não contém autoexecutoriedade, como
expressa de tentativa de solução conciliatória no âmbito interno da o caso de uma autuação por desrespeito à normas sanitárias. Nesse
Administração Pública Federal. caso específico, se o poder público tiver a pretensão de cobrar o
Registramos que a Lei em estudo, prevê a possibilidade de em mencionado valor, não poderá fazê-lo de forma direta, sendo ne-
determinadas situações específicas, quando o interessado inter- cessário que promova a execução judicial da dívida.
romper a prática ou sanar a irregularidade, que haja a suspensão
do prazo prescricional para aplicação das sanções de polícia, nos
parâmetros do art. 3.º.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
A renomada Professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro, afirma Esquematizando, temos:
que alguns autores dividem o atributo da autoexecutoriedade em
dois, sendo eles: a exigibilidade (privilège du préalable) e a execu- ATRIBUTOS DO PODER DE POLÍCIA
toriedade (privilège d’action d’office). Nesse diapasão, a exigibili-
DISCRICIONARIEDADE AUTOEXECUTORIEDADE COERCIBILIDADE
dade ensejaria a possibilidade de a Administração tomar decisões
executórias, impondo obrigações aos administrados mesmo sem a Liberdade de Faculdade de a
concordância destes, e a executoriedade, que consiste na faculdade escolha da autori- Administração deci- Faz com que
de se executar de forma direta todas essas decisões sem que haja a dade pública em dir e executar dire- o ato seja imposto
necessidade de intervenção do Poder Judiciário, usando-se, quando relação à conveni- tamente sua decisão ao particular, con-
for preciso, do emprego direto da força pública. Imaginemos como ência e oportunida- por seus próprios cordando este, ou
exemplo, um depósito antigo de carros que esteja ameaçado de de do exercício do meios, sem interven- não.
desabar. Nessa situação específica, a Administração pode ordenar poder de polícia. ção do Judiciário.
que o proprietário promova a sua demolição (exigibilidade). E não
sendo a ordem cumprida, a própria Administração possui o poder Uso e abuso de poder
de mandar seus servidores demolirem o imóvel (executoriedade). De antemão, depreende-se que o exercício de poder acontece
Ainda, pelos ensinamentos da ilustre professora, ao passo que de forma legítima quando desempenhado pelo órgão competente,
a exigibilidade se encontra relacionada com a aplicação de meios desde que esteja nos limites da lei a ser aplicada, bem como em
indiretos de coação, como a aplicação de multa ou a impossibilida- atendimento à consecução dos fins públicos.
de de licenciamento de veículo enquanto não forem pagas as mul- No entanto, é possível que a autoridade, ao exercer o poder,
tas de trânsito, a executoriedade irá se consubstanciar no uso de venha a ultrapassar os limites de sua competência ou o utilize para
meios diretos de coação, como por exemplo dissolução de reunião, fins diversos do interesse público. Quando isto ocorre, afirma-se
da apreensão de mercadorias, da interdição de estabelecimento e que houve abuso de poder. Ressalta-se que o abuso de poder ocor-
da demolição de prédio. re tanto por meio de um ato comissivo, quando é feita alguma coisa
Adverte-se, por fim, que a exigibilidade se encontra presente que não deveria ser feita, quanto por meio de um ato omissivo, por
em todas as medidas de polícia, ao contrário da executoriedade, meio do qual se deixa de fazer algo que deveria ser feito.
que apenas se apresenta nas hipóteses previstas por meio de lei ou Pode o abuso de poder se dividido em duas espécies, são elas:
em situações de urgência.
• Excesso de poder: Ocorre a partir do momento em que a au-
Coercibilidade toridade atua extrapolando os limites da sua competência.
É um atributo do poder de polícia que faz com que o ato seja • Desvio de poder ou desvio de finalidade: Ocorre quando a
imposto ao particular, concordando este, ou não. Em outras termos, autoridade vem a praticar um ato que é de sua competência, po-
o ato de polícia, como manifestação do ius imperi estatal, não está rém, o utiliza para uma finalidade diferente da prevista ou contrária
consignado à dependência da concordância do particular para que ao interesse público como um todo.
tenha validade e seja eficaz. Além disso, a coercibilidade é indisso- Convém mencionar que o ato praticado com abuso de poder
ciável da autoexecutoridade, e o ato de polícia só poderá ser autoe- pode ser devidamente invalidado pela própria Administração por
xecutável pelo fato de ser dotado de força coercitiva. intermédio da autotutela ou pelo Poder Judiciário, sob controle ju-
Assim sendo, a coercibilidade ou imperatividade, definida dicial.
como a obrigatoriedade do ato para os seus destinatários, acaba se
confundindo com a definição dada de exigibilidade que resulta do
desdobramento do atributo da autoexecutoriedade. ATO ADMINISTRATIVO: CONCEITO; REQUISITOS; ATRIBU-
TOS; CLASSIFICAÇÃO; ESPÉCIES; DISCRICIONARIEDADE E
Poder de polícia originário e poder de polícia delegado VINCULAÇÃO; INVALIDAÇÃO; ANULAÇÃO; REVOGAÇÃO;
Nos parâmetros doutrinários, o poder de polícia originário é PRESCRIÇÃO; CASSAÇÃO E REVALIDAÇÃO
aquele exercido pelos órgãos dos próprios entes federativos, tendo
como fundamento a própria repartição de competências materiais
e legislativas constante na Constituição Federal Brasileira de 1988. Conceito
Referente ao poder de polícia delegado, afirma-se que este faz Hely Lopes Meirelles conceitua ato administrativo como sendo
referência ao poder de polícia atribuído às pessoas de direito pú- “toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública
blico da Administração Indireta, posto que esta delegação deve ser que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, res-
feita por intermédio de lei do ente federativo que possua o poder guardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor
de polícia originário. obrigações aos administrados ou a si própria”.
Como uma das mais claras manifestações do princípio segun- Já Maria Sylvia Zanella Di Pietro explana esse tema, como: “a
do o qual o interesse público se sobrepõe ao interesse privado, no declaração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos
exercício do poder de polícia, o Estado impõe aos particulares ações jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de
e omissões independentemente das suas vontades. Tal possibilida- direito público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário”.
de envolve exercício de atividade típica de Estado, com clara ma- O renomado, Celso Antônio Bandeira de Mello, por sua vez,
nifestação de potestade (poder de autoridade). Assim, estão pre- explica o conceito de ato administrativo de duas formas. São elas:
sentes características ínsitas ao regime jurídico de direito público, A) Primeira: em sentido amplo, na qual há a predominância de
o que tem levado o STF a genericamente negar a possibilidade de atos gerais e abstratos. Exemplos: os contratos administrativos e os
delegação do poder de polícia a pessoas jurídicas de direito privado, regulamentos.
ainda que integrantes da administração indireta (ADI 1717/DF).

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
No sentido amplo, de acordo com o mencionado autor, o ato Atos normativos
administrativo pode, ainda, ser considerado como a “declaração do
Estado (ou de quem lhe faça as vezes – como, por exemplo, um Atos normativos em sentido estrito e propriamente ditos
concessionário de serviço público), no exercício de prerrogativas
públicas, manifestada mediante providências jurídicas complemen- Requisitos
tares da lei a título de lhe dar cumprimento, e sujeitas a controle de A lei da Ação Popular, Lei nº 4.717/1965, aponta a existência
legitimidade por órgão jurisdicional”. de cinco requisitos do ato administrativo. São eles: competência,
B) Segunda: em sentido estrito, no qual acrescenta à definição finalidade, forma, motivo e objeto. É importante esclarecer que a
anterior, os atributos da unilateralidade e da concreção. Desta for- falta ou o defeito desses elementos pode resultar.
ma, no entendimento estrito de ato administrativo por ele expos- De acordo com o a gravidade do caso em consideração, em
ta, ficam excluídos os atos convencionais, como os contratos, por simples irregularidade com possibilidade de ser sanada, invalidan-
exemplo, bem como os atos abstratos. do o ato do ato, ou até mesmo o tornando inexistente.
Embora haja ausência de uniformidade doutrinária, a partir da No condizente à competência, no sentido jurídico, esta palavra
análise lúcida do tópico anterior, acoplada aos estudos dos concei- designa a prerrogativa de poder e autorização de alguém que está
tos retro apresentados, é possível extrair alguns elementos funda- legalmente autorizado a fazer algo. Da mesma maneira, qualquer
mentais para a definição dos conceitos do ato administrativo. pessoa, ainda que possua capacidade e excelente rendimento para
De antemão, é importante observar que, embora o exercício fazer algo, mas não alçada legal para tal, deve ser considerada in-
da função administrativa consista na atividade típica do Poder Exe- competente em termos jurídicos para executar tal tarefa.
cutivo, os Poderes Legislativo e Judiciário, praticam esta função Pensamento idêntico é válido para os órgãos e entidades pú-
de forma atípica, vindo a praticar, também, atos administrativos. blicas, de forma que, por exemplo, a Agência Nacional de Aviação
Exemplo: ao realizar concursos públicos, os três Poderes devem no- Civil (ANAC) não possui competência para conferir o passaporte e
mear os aprovados, promovendo licitações e fornecendo benefícios liberar a entrada de um estrangeiro no Brasil, tendo em vista que o
legais aos servidores, dentre outras atividades. Acontece que em
controle de imigração brasileiro é atividade exclusiva e privativa da
todas essas atividades, a função administrativa estará sendo exerci-
Polícia Federal.
da que, mesmo sendo função típica, mas, recordemos, não é função
Nesse sentido, podemos conceituar competência como sendo
exclusiva do Poder Executivo.
o acoplado de atribuições designadas pelo ordenamento jurídico às
Denota-se também, que nem todo ato praticado no exercício
da função administrativa é ato administrativo, isso por que em inú- pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos, com o fito de facilitar
meras situações, o Poder Público pratica atos de caráter privado, o desempenho de suas atividades.
desvestindo-se das prerrogativas que conformam o regime jurídico A competência possui como fundamento do seu instituto a di-
de direito público e assemelhando-se aos particulares. Exemplo: a visão do trabalho com ampla necessidade de distribuição do con-
emissão de um cheque pelo Estado, uma vez que a referida provi- junto das tarefas entre os agentes públicos. Desta forma, a distri-
dência deve ser disciplinada exclusivamente por normas de direito buição de competências possibilita a organização administrativa
privado e não público. do Poder Público, definindo quais as tarefas cabíveis a cada pessoa
Há de se desvencilhar ainda que o ato administrativo pode ser política, órgão ou agente.
praticado não apenas pelo Estado, mas também por aquele que Relativo à competência com aplicação de multa por infração à
o represente. Exemplo: os órgãos da Administração Direta, bem legislação do imposto de renda, dentre as pessoas políticas, a União
como, os entes da Administração Indireta e particulares, como é a competente para instituir, fiscalizar e arrecadar o imposto e tam-
acontece com as permissionárias e com as concessionárias de ser- bém para estabelecer as respectivas infrações e penalidades. Já em
viços públicos. relação à instituição do tributo e cominação de penalidades, que
Destaca-se, finalmente, que o ato administrativo por não apre- é de competência do legislativo, dentre os Órgãos Constitucionais
sentar caráter de definitividade, está sujeito a controle por órgão da União, o Órgão que possui tal competência, é o Congresso Na-
jurisdicional. Em obediência a essas diretrizes, compreendemos cional no que condizente à fiscalização e aplicação das respectivas
que ato administrativo é a manifestação unilateral de vontade pro- penalidades.
veniente de entidade arremetida em prerrogativas estatais ampara-
das pelos atributos provenientes do regime jurídico de direito públi- Em relação às fontes, temos as competências primária e secun-
co, destinadas à produção de efeitos jurídicos e sujeitos a controle dária. Vejamos a definição de cada uma delas nos tópicos abaixo:
judicial específico. a) Competência primária: quando a competência é estabeleci-
Em suma, temos: da pela lei ou pela Constituição Federal.
ATO ADMINISTRATIVO: é a manifestação unilateral de vontade b) Competência Secundária: a competência vem expressa em
proveniente de entidade arremetida em prerrogativas estatais am- normas de organização, editadas pelos órgãos de competência pri-
paradas pelos atributos provenientes do regime jurídico de direito
mária, uma vez que é produto de um ato derivado de um órgão ou
público, destinadas à produção de efeitos jurídicos e sujeitos a con-
agente que possui competência primária.
trole judicial específico.
Entretanto, a distribuição de competência não ocorre de forma
ATOS ADMINISTRATIVOS EM SENTIDO AMPLO aleatória, de forma que sempre haverá um critério lógico informan-
Atos de Direito Privado do a distribuição de competências, como a matéria, o território, a
hierarquia e o tempo. Exemplo disso, concernente ao critério da
Atos materiais
matéria, é a criação do Ministério da Saúde.
Atos de opinião, conhecimento, juízo ou valor Em relação ao critério territorial, a criação de Superintendên-
Atos políticos cias Regionais da Polícia Federal e, ainda, pelo critério da hierarquia,
a criação do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF),
Contratos
órgão julgador de recursos contra as decisões das Delegacias da Re-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
ceita Federal de Julgamento criação da Comissão Nacional da Ver- Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não
dade que trabalham na investigação de violações graves de Direitos houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a ou-
Humanos nos períodos entre 18.09.1946 e 05.10.1988, que resulta tros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquica-
na combinação dos critérios da matéria e do tempo. mente subordinados, quando for conveniente, em razão de circuns-
A competência possui como características: tâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
a) Exercício obrigatório: pelos órgãos e agentes públicos, uma Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à
vez que se trata de um poder-dever de ambos. delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos
b) Irrenunciável ou inderrogável: isso ocorre, seja pela vonta- presidentes.
de da Administração, ou mesmo por acordo com terceiros, uma vez Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
que é estabelecida em decorrência do interesse público. Exemplo: I - a edição de atos de caráter normativo;
diante de um excessivo aumento da ocorrência de crimes graves e II - a decisão de recursos administrativos;
da sua diminuição de pessoal, uma delegacia de polícia não poderá III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autori-
jamais optar por não mais registrar boletins de ocorrência relativos dade.
a crimes considerados menos graves. Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publi-
c) Intransferível: não pode ser objeto de transação ou acordo cados no meio oficial.
com o fulcro de ser repassada a responsabilidade a outra pessoa. § 1º O ato de delegação especificará as matérias e poderes
Frise-se que a delegação de competência não provoca a transfe- transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os ob-
rência de sua titularidade, porém, autoriza o exercício de deter- jetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva
minadas atribuições não exclusivas da autoridade delegante, que de exercício da atribuição delegada.
poderá, conforme critérios próprios e a qualquer tempo, revogar a § 2º O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela
delegação. autoridade delegante.
d) Imodificável: não admite ser modificada por ato do agente, § 3º As decisões adotadas por delegação devem mencionar
quando fixada pela lei ou pela Constituição, uma vez que somente explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo de-
estas normas poderão alterá-la. legado.
e) Imprescritível: o agente continua competente, mesmo que Convém registrar que a delegação é ato discricionário, que
não tenha sido utilizada por muito tempo. leva em conta para sua prática circunstâncias de índole técnica, so-
f) Improrrogável: com exceção de disposição expressa prevista cial, econômica, jurídica ou territorial, bem como é ato revogável
em lei, o agente incompetente não passa a ser competente pelo a qualquer tempo pela autoridade delegante, sendo que o ato de
mero fato de ter praticado o ato ou, ainda, de ter sido o primeiro a delegação bem como a sua revogação deverão ser expressamente
tomar conhecimento dos fatos que implicariam a motivação de sua publicados no meio oficial, especificando em seu ato as matérias e
prática. poderes delegados, os parâmetros de limites da atuação do delega-
do, o recurso cabível, a duração e os objetivos da delegação.
Cabem dentro dos critérios de competência a delegação e a
avocação, que podem ser definidas da seguinte forma: Importante ressaltar:
a) Delegação de competência: trata-se do fenômeno por in- Súmula 510 do STF: Praticado o ato por autoridade, no exercí-
termédio do qual um órgão administrativo ou um agente público cio de competência delegada, contra ela cabe o mandado de segu-
delega a outros órgãos ou agentes públicos a tarefa de executar rança ou a medida judicial.
parte das funções que lhes foram atribuídas. Em geral, a delegação Com fundamento nessa orientação, o STF decidiu no julgamen-
é transferida para órgão ou agente de plano hierárquico inferior. to do MS 24.732 MC/DF, que o foro da autoridade delegante não
No entanto, a doutrina contemporânea considera, quando justifi- poderá ser transmitido de forma alguma à autoridade delegada.
cadamente necessário, a admissão da delegação fora da linha hie- Desta forma, tendo sido o ato praticado pela autoridade delegada,
rárquica. todas e quaisquer medidas judiciais propostas contra este ato deve-
Considera-se ainda que o ato de delegação não suprime a atri- rão respeitar o respectivo foro da autoridade delegada.
buição da autoridade delegante, que continua competente para o
exercício das funções cumulativamente com a autoridade a que foi Seguindo temos:
delegada a função. Entretanto, cada agente público, na prática de
atos com fulcro nos poderes que lhe foram atribuídos, agirá sempre a) Avocação: trata-se do fenômeno contrário ao da delegação e
em nome próprio e, respectivamente irá responder por seus atos. se resume na possibilidade de o superior hierárquico trazer para si
Por todas as decisões que tomar. Do mesmo modo, adotando de forma temporária o devido exercício de competências legalmen-
cautelas parecidas, a autoridade delegante da ação também pode- te estabelecidas para órgãos ou agentes hierarquicamente inferio-
rá revogar a qualquer tempo a delegação realizada anteriormen- res. Diferentemente da delegação, não cabe avocação fora da linha
te. Desta maneira, a regra geral é a possibilidade de delegação de de hierarquia, posto que a utilização do instituto é dependente de
competências, só deixando esta de ser possível se houver quaisquer poder de vigilância e controle nas relações hierarquizadas.
impedimentos legais vigentes. Vejamos a diferença entre a avocação com revogação de dele-
gação:
É importante conhecer a respeito da delegação de competên-
cia o disposto na Lei 9.784/1999, Lei do Processo Administrativo • Na avocação, sendo sua providência de forma excepcional e
Federal, que tendo tal norma aplicada somente no âmbito federal, temporária, nos termos do art. 15 da Lei 9.787/1999, a competên-
incorporou grande parte da orientação doutrinária existente, dis- cia é de forma originária e advém do órgão ou agente subordinado,
pondo em seus arts. 11 a 14: sendo que de forma temporária, passa a ser exercida pelo órgão ou
autoridade avocante.
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos
administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de
delegação e avocação legalmente admitidos.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
• Já na revogação de delegação, anteriormente, a competên- ABUSO DE AUTORIDADE
cia já era de forma original da autoridade ou órgão delegante, que
achou por conveniência e oportunidade revogar o ato de delega- EXCESSO DE PODER Vício de competência
ção, voltando, por conseguinte a exercer suas atribuições legais por DESVIO DE PODER Desvio de finalidade
cunho de mão própria.
Relativo à finalidade, denota-se que a finalidade pública é uma
Finalmente, adverte-se que, apesar de ser um dever ser exer- das características do princípio da impessoalidade. Nesse diapasão,
cido com autocontrole, o poder originário de avocar competência a Administração não pode atuar com o objetivo de beneficiar ou
também se constitui em regra na Administração Pública, uma vez prejudicar determinadas pessoas, tendo em vista que seu compor-
que é inerente à organização hierárquica como um todo. Entretan- tamento deverá sempre ser norteado pela busca do interesse públi-
to, conforme a doutrina de forma geral, o órgão superior não pode co. Além disso, existe determinada finalidade típica para cada tipo
avocar a competência do órgão subordinado em se tratando de de ato administrativo.
competências exclusivas do órgão ou de agentes inferiores atribu- Assim sendo, identifica-se no ato administrativo duas espécies
ídas por lei. Exemplo: Secretário de Segurança Pública, mesmo es- de finalidade pública. São elas:
tando alguns degraus hierárquicos acima de todos os Delegados da a) Geral ou mediata: consiste na satisfação do interesse públi-
Polícia Civil, não poderá jamais avocar para si a competência para co considerado de forma geral.
presidir determinado inquérito policial, tendo em vista que esta b) Pública específica ou imediata: é o resultado específico pre-
competência é exclusiva dos titulares desses cargos. visto na lei, que deve ser alcançado com a prática de determinado
Não convém encerrar esse tópico acerca da competência sem ato.
mencionarmos a respeito dos vícios de competência que é concei- Está relacionada ao atributo da tipicidade, por meio do qual a
tuado como o sofrimento de algum defeito em razão de problemas lei dispõe uma finalidade a ser alcançada para cada espécie de ato.
com a competência do agente que o pratica que se subdivide em:
a) Excesso de poder: acontece quando o agente que pratica o Destaca-se que o descumprimento de qualquer dessas finali-
ato acaba por exceder os limites de sua competência, agindo além dades, seja geral ou específica, resulta no vício denominado desvio
das providências que poderia adotar no caso concreto, vindo a pra- de poder ou desvio de finalidade. O desvio de poder é vício que não
ticar abuso de poder. O vício de excesso de poder nem sempre po- pode ser sanado, e por esse motivo, não pode ser convalidado.
derá resultar em anulação do ato administrativo, tendo em vista A Lei de Ação Popular, Lei 4.717/1965 em seu art. 2º, parágra-
que em algumas situações será possível convalidar o ato defeituoso. fo único, alínea e, estabelece que “o desvio de finalidade se veri-
b) Usurpação de função: ocorre quando uma pessoa exerce fica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele
atribuições próprias de um agente público, sem que tenha esse previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência”.
atributo ou competência. Exemplo: uma pessoa que celebra casa- Destaque-se que por via de regra legal atributiva de competência
mentos civis fingindo ser titular do cargo de juiz. estatui de forma explícita ou implicitamente, os fins que devem ser
c) Função de fato: ocorre quando a pessoa que pratica o ato seguidos e obedecidos pelo agente público. Caso o ato venha a ser
está irregularmente investida no cargo, emprego ou função pública praticado visando a fins diversos, verificar-se-á a presença do vício
ou ainda que, mesmo devidamente investida, existe qualquer tipo de finalidade.
de impedimento jurídico para a prática do ato naquele momento. O desvio de finalidade, segundo grandes doutrinadores, se ve-
Na função de fato, o agente pratica o ato num contexto que tem rifica em duas hipóteses. São elas:
toda a aparência de legalidade. Por esse motivo, em decorrência da a) o ato é formalmente praticado com finalidade diversa da
teoria da aparência, desde que haja boa-fé do administrado, esta prevista por lei. Exemplo: remover um funcionário com o objetivo
deve ser respeitada, devendo, por conseguinte, ser considerados de punição.
válidos os atos, como se fossem praticados pelo funcionário de fato. b) ocorre quando o ato, mesmo formalmente editado com a
Em suma, temos: finalidade legal, possui, na prática, o foco de atender a fim de inte-
resse particular da autoridade. Exemplo: com o objetivo de perse-
VÍCIOS DE COMPETÊNCIA guir inimigo, ocorre a desapropriação de imóvel alegando interesse
público.
Em determinadas situações
EXCESSO DE PODER
é possível a convalidação Em resumo, temos:
USURPAÇÃO DE FUNÇÃO Ato inexistente
Ato válido, se houver boa-fé Específica ou Imediata e
FUNÇÃO DE FATO FINALIDADE PÚBLICA
do administrado Geral ou Mediata
Ato praticado com finalidade
diversa da prevista em Lei.
e
DESVIO DE FINALIDADE
Ato praticado formalmente
OU DESVIO DE PODER
com finalidade prevista em Lei, po-
rém, visando a atender a fins pes-
soais de autoridade.

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Concernente à forma, averígua-se na doutrina duas formas dis- c) quando o motivo é inadequado.
tintas de definição como requisito do ato administrativo. São elas:
A) De caráter mais restrito, demonstrando que a forma é o É de suma importância estabelecer a diferença entre motivo e
modo de exteriorização do ato administrativo. motivação. Vejamos:
B) Considera a forma de natureza mais ampla, incluindo no • Motivo: situação que autoriza ou determina a produção do
conceito de forma apenas o modo de exteriorização do ato, bem ato administrativo. Sempre deve estar previsto no ato administrati-
como todas as formalidades que devem ser destacadas e observa- vo, sob pena de nulidade, sendo que sua ausência de motivo legíti-
das no seu curso de formação. mo ou ilegítimo é causa de invalidação do ato administrativo.
Ambas as acepções estão meramente corretas, cuidando-se • Motivação: é a declinação de forma expressa do motivo, sen-
simplesmente de modos diferentes de examinar a questão, sendo do a declaração das razões que motivaram à edição do ato. Já a mo-
que a primeira analisa a forma do ato administrativo sob o aspecto tivação declarada e expressa dos motivos dos atos administrativos,
exterior do ato já formado e a segunda, analisa a dinâmica da for- via de regra, nem sempre é exigida. Porém, se for obrigatória pela
mação do ato administrativo. lei, sua ausência causará invalidade do ato administrativo por vício
de forma, e não de motivo.
Via de regra, no Direito Privado, o que prevalece é a liberdade Convém ressaltar que a Lei 9.784/1999, que regulamenta o
de forma do ato jurídico, ao passo que no Direito Público, a regra é processo administrativo na esfera federal, dispõe no art. 50, o se-
o formalismo moderado. O ato administrativo não precisa ser reves- guinte:
tido de formas rígidas e solenes, mas é imprescindível que ele seja Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com
escrito. Ainda assim, tal exigência, não é absoluta, tendo em vista indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
que em alguns casos, via de regra, o agente público tem a possibi- I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
lidade de se manifestar de outra forma, como acontece nas ordens II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
verbais transmitidas de forma emergencial aos subordinados, ou, III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção
ainda, por exemplo, quando um agente de trânsito transmite orien- pública;
tações para os condutores de veículos através de silvos e gestos. IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo lici-
Pondera-se ainda, que o ato administrativo é denominado vício tatório;
de forma quando é enviado ou emitido sem a obediência à forma e V - decidam recursos administrativos;
sem cumprimento das formalidades previstas em lei. Via de regra, VI - decorram de reexame de ofício;
considera-se plenamente possível a convalidação do ato adminis- VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão
trativo que contenha vício de forma. No entanto, tal convalidação ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;
não será possível nos casos em que a lei estabelecer que a forma é VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalida-
requisito primordial à validade do ato. ção de ato administrativo.
Devemos explanar também que a motivação declarada e escri- Prevê a mencionada norma em seu § 1º, que a motivação deve
ta dos motivos que possibilitaram a prática do ato, quando for de ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração
caráter obrigatório, integra a própria forma do ato. Desta maneira, de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, infor-
quando for obrigatória, a ausência de motivação enseja vício de for- mações, decisões ou propostas, que, nesse caso, serão parte inte-
ma, mas não vício de motivo. grante do ato. Tal hipótese é denominada pela doutrina de “motiva-
Porém, de forma diferente, sendo o motivo declinado pela au- ção aliunde” que significa motivação “em outro local”, mas que está
toridade e comprovadamente ilícito ou falso, o vício consistirá no sendo admitida no direito brasileiro.
elemento motivo.
A motivação dos atos administrativos
Motivo É a teoria dos motivos determinantes. Convém explicitar a res-
O motivo diz respeito aos pressupostos de fato e de direito que peito da motivação dos atos administrativo e da teoria dos motivos
estabelecem ou autorizam a edição do ato administrativo. determinantes que se baseia na ideia de que mesmo a lei não exi-
Quando a autoridade administrativa não tem margem para de- gindo a motivação, se o ato administrativo for motivado, ele só terá
cidir a respeito da conveniência e oportunidade para editar o ato validade se os motivos declarados forem verdadeiros.
administrativo, diz-se que este é ato vinculado. No condizente ao
ato discricionário, como há espaço de decisão para a autoridade Exemplo
administrativa, a presença do motivo simplesmente autoriza a prá- A doutrina cita o caso do ato de exoneração ad nutum de ser-
tica do ato. vidor ocupante de cargo comissionado, uma vez que esse tipo de
ato não exige motivação. Entretanto, caso a autoridade competente
Nesse diapasão, existem também o motivo de direito que se venha a alegar que a exoneração transcorre da falta de pontualida-
trata da abstrata previsão normativa de uma situação que ao ser de habitual do comissionado, a validade do ato exoneratório virá
verificada no mundo concreto que autoriza ou determina a prática a ficar na dependência da existência do motivo declarado. Já se o
do ato, ao passo que o motivo de fato é a concretização no mundo interessado apresentar a folha de ponto comprovando sua pontua-
empírico da situação prevista em lei. lidade, a exoneração, seja por via administrativa ou judicial, deverá
Assim sendo, podemos esclarecer que a prática do ato adminis- ser anulada.
trativo depende da presença adjunta dos motivos de fato e de direi- É importante registrar que a teoria dos motivos determinantes
to, posto que para isso, são imprescindíveis à existência abstrata de pode ser aplicada tanto aos atos administrativos vinculados quanto
previsão normativa bem como a ocorrência, de fato concreto que aos discricionários, para que o ato tenha sido motivado.
se integre à tal previsão. Em suma, temos:
De acordo com a doutrina, o vício de motivo é passível de ocor-
rer nas seguintes situações: • Motivo do ato administrativo
a) quando o motivo é inexistente. — Definição: pressuposto de fato e direito que fundamenta a
b) quando o motivo é falso. edição do ato administrativo.
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— Motivo de Direito: é a situação prevista na lei, de forma abs- • Presunção de legitimidade
trata que autoriza ou determina a prática do ato administrativo. Decorre do próprio princípio da legalidade e milita em favor dos
— Motivo de fato: circunstância que se realiza no mundo real atos administrativos. É o único atributo presente em todos os atos
que corresponde à descrição contida de forma abstrata na lei, ca- administrativos. Pelo fato de a administração poder agir somente
racterizando o motivo de direito. quando autorizada por lei, presume-se, por conseguinte que se a
administração agiu e executou tal ato, observando os parâmetros
VÍCIOS DE MOTIVO DO ATO ADMINISTRATIVO legais. Desta forma, em decorrência da presunção de legitimidade,
os atos administrativos presumem-se editados em conformidade
Inexistente com a lei, até que se prove o contrário.
Falso De forma parecida, por efeito dos princípios da moralidade e
da legalidade, quando a administração alega algo, presume-se que
Inadequado
suas alegações são verdadeiras. É o que a doutrina conceitua como
• Teoria dos motivos determinantes presunção de veracidade dos atos administrativos que se cuida da
— O ato administrativo possui sua validade vinculada aos moti- presunção de que o ato administrativo foi editado em conformida-
vos expostos mesmo que não seja exigida a motivação. de com a lei, gerando a desconfiança de que as alegações produzi-
— Só é aplicada apenas se o ato conter motivação. das pela administração são verdadeiras.
— STJ: “Não se decreta a invalidade de um ato administrativo As presunções de legitimidade e de veracidade são elementos
quando apenas um, entre os diversos motivos determinantes, não e qualificadoras presentes em todos os atos administrativos. No
está adequado à realidade fática”. entanto, ambas serão sempre relativas ou juris tantum, podendo
ser afastadas em decorrência da apresentação de prova em sentido
Objeto contrário. Assim sendo, se o administrado se sentir prejudicado por
O objeto do ato administrativo pode ser conceituado como algum ato que refutar ilegal ou fundado em mentiras, poderá sub-
sendo o efeito jurídico imediato produzido pelo ato. Em outras pala- metê-lo ao controle pela própria administração pública, bem como
vras, podemos afirmar que o objeto do ato administrativo cuida-se pelo Judiciário. Já se o órgão provocado alegar que a prática não
da alteração da situação jurídica que o ato administrativo se propõe está em conformidade com a lei ou é fundada em alegações falsas,
a realizar. Desta forma, no ato impositivo de multa, por exemplo, o poderá proclamará a nulidade do ato, desfazendo os seus efeitos.
objeto é a punição do transgressor. Denota-se que a principal consequência da presunção de vera-
Para que o ato administrativo tenha validade, seu objeto deve cidade é a inversão do ônus da prova. Nesse sentido, relembremos
ser lícito, possível, certo e revestido de moralidade conforme os pa- que em regra, segundo os parâmetros jurídicos, o dever de provar
drões aceitos como éticos e justos. é de quem alega o fato a ser provado. Desta maneira, se o particu-
Havendo o descumprimento dessas exigências, podem incidir lar “X” alega que o particular “Y” cometeu ato ilícito em prejuízo
os esporádicos vícios de objeto dos atos administrativos. Nesse sen- do próprio “X”, incumbe a “X” comprovar o que está alegando, de
tido, podemos afirmar que serão viciados os atos que possuam os maneira que, em nada conseguir provar os fatos, “Y” não poderá
seguintes objetos, seguidos com alguns exemplos: ser punido.
a) Objeto lícito: punição de um servidor público com suspen- • Imperatividade
são por prazo superior ao máximo estabelecido por lei específica.
Em decorrência desse do atributo, os atos administrativos são
b) Objeto impossível: determinação aos subordinados para
impostos pelo Poder Público a terceiros, independentemente da
evitar o acontecimento de chuva durante algum evento esportivo.
concordância destes. Infere-se que a imperatividade é provenien-
c) Objeto incerto: em ato unificado, a suspensão do direito de
dirigir das pessoas que por ventura tenham dirigido alcoolizadas te do poder extroverso do Estado, ou seja, o Poder Público poderá
nos últimos 12 meses, tanto as que tenham sido abordadas por au- editar atos, de modo unilateral e com isso, constituir obrigações
toridade pública ou flagradas no teste do bafômetro. para terceiros. A imperatividade representa um traço diferenciado
d) Objeto moral: a autorização concedida a um grupo de pes- em relação aos atos de direito privado, uma vez que estes somente
soas específicas para a ocupação noturna de determinado trecho possuem o condão de obrigar os terceiros que manifestarem sua
de calçada para o exercício da prostituição. Nesse exemplo, o objeto expressa concordância.
é tido como imoral. Entretanto, nem todo ato administrativo possui imperativida-
de, característica presente exclusivamente nos atos que impõem
Atributos do Ato Administrativo obrigações ou restrições aos administrados. Pelo contrário, se o ato
Tendo em vista os pormenores do regime jurídico de direito administrativo tiver por objetivo conferir direitos, como por exem-
público ou regime jurídico administrativo, os atos administrativos plo: licença, admissão, autorização ou permissão, ou, ainda, quan-
são dotados de alguns atributos que os se diferenciam dos atos pri- do possuir conteúdo apenas enunciativo como certidão, atestado
vados. ou parecer, por exemplo, não haverá imperatividade.
Acontece que não há unanimidade doutrinária no condizente
ao rol desses atributos. Entretanto, para efeito de conhecimento, • Autoexecutoriedade
bem como a enumeração que tem sido mais cobrada em concursos Consiste na possibilidade de os atos administrativos serem exe-
públicos, bem como em teses, abordaremos o conceito utilizado cutados diretamente pela Administração Pública, por intermédio de
pela Professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro. meios coercitivos próprios, sem que seja necessário a intervenção
Nos dizeres da mencionada administrativista, os atributos dos prévia do Poder Judiciário.
atos administrativos são: Esse atributo é decorrente do princípio da supremacia do inte-
resse público, típico do regime de direito administrativo, fato que
acaba por possibilitar a atuação do Poder Público no condizente à
rapidez e eficiência.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
No entender de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a autoexecuto- a) Em relação aos destinatários: atos gerais e individuais. Os
riedade somente é possível quando estiver expressamente previs- atos gerais ou normativos, são expedidos sem destinatários deter-
ta em lei, ou, quando se tratar de medida urgente, que não sendo minados ou determináveis e aplicáveis a todas as pessoas que de
adotada de imediato, ocasionará, por sua vez, prejuízo maior ao uma forma ou de outra se coloquem em situações concretas que
interesse público. correspondam às situações reguladas pelo ato. Exemplo: o Regula-
mento do Imposto de Renda.
EXEMPLOS DE ATOS ADMINISTRATIVOS AUTOEXECUTÓRIOS
• Atos individuais ou especiais: são dirigidos a destinatários
Apreensão de mercadorias impróprias para o consumo humano individualizados, podendo ser singulares ou plúrimos. Sendo que
Demolição de edifício em situação de risco será singular quando alcançar um único sujeito determinado e será
plúrimo, quando for designado a uma pluralidade de sujeitos deter-
Internação de pessoa com doença contagiosa
minados em si.
Dissolução de reunião que ameace a segurança
Exemplo:
Por fim, ressalta-se que o princípio da inafastabilidade da pres- O decreto de desapropriação que atinja um único imóvel. Por
tação jurisdicional possui o condão de garantir ao particular que outro lado, como hipótese de ato individual plúrimo, cita-se: o ato
considere que algum direito seu foi lesionado ou ameaçado, possa de nomeação de servidores em forma de lista. Quanto aos desti-
livremente levar a questão ao Poder Judiciário em busca da defesa natários: ATOS GERAIS, ATOS INDIVIDUAIS, SINGULARES PLÚRIMOS
dos seus direitos.
b) Em relação ao grau de liberdade do agente, os atos podem
Tipicidade ser atos vinculados e discricionários.
De antemão, infere-se que a maior parte dos autores não cita • Os atos vinculados são aqueles nos quais a Administração
a tipicidade como atributo do ato administrativo. Isso ocorre pelo Pública fica sem liberdade de escolha, nos quais, desde que com-
fato de tal característica não estabelecer um privilégio da adminis- provados os requisitos legais, a edição do ato se torna obrigatória,
tração, mas sim uma restrição. Se adotarmos o entendimento de nos parâmetros previstos na lei. Exemplo: licença para a construção
que a título de “atributos” devemos estudar as particularidades dos de imóvel.
atos administrativos que os divergem dos demais atos jurídicos, de- • Já os discricionários são aqueles em que a Administração
veremos incluir a tipicidade na lista. Entretanto, se entendermos Pública possui um pouco mais de liberdade para, em consonância
que apenas são considerados atributos as prerrogativas que aca- com critérios subjetivos de conveniência e oportunidade, tomar de-
bam por verticularizar as relações jurídicas nas quais a administra- cisões quando e como o ato será praticado, com a definição de seu
ção toma parte, a tipicidade não poderia ser considerada. conteúdo, destinatários, a motivação e a forma de sua prática.
Nos termos da primeira corrente, para a Professora Maria Syl-
via Zanella Di Pietro, a “tipicidade é o atributo pelo qual o ato admi- c) Em relação às prerrogativas da Administração, os atos admi-
nistrativo deve corresponder a figuras definidas previamente pela nistrativos podem ser atos de império, de gestão e de expediente.
lei como aptas a produzir determinados resultados”. Assim sendo, • Atos de império são atos por meio dos quais a Administra-
em consonância com esse atributo, para cada finalidade que a Ad- ção Pública pratica no uso das prerrogativas tipicamente estatais
ministração Pública pretender alcançar, deverá haver um ato pre- usando o poder de império para impô-los de modo unilateral e co-
viamente definido na lei. ercitivo aos seus administrados. Exemplo: interdição de estabeleci-
Denota-se que a tipicidade é uma consequência do princípio mentos comerciais.
da legalidade. Esse atributo não permite à Administração praticar
atos em desacordo com os parâmetros legais, motivo pelo qual o d) Em relação aos atos de gestão, são atos por meio dos quais
atributo da tipicidade é considerado como uma ideia contrária à da a Administração Pública atua sem o uso das prerrogativas prove-
autonomia da vontade, por meio da qual o particular tem liberda- nientes do regime jurídico administrativo. Exemplo: atos de admi-
de para praticar atos desprovidos de disciplina legal, inclusive atos nistração dos bens e serviços públicos e dos atos negociais com os
inominados. particulares.
Ainda nos trâmites com o entendimento exposto, ressalta-se Quando praticados de forma regular os atos de gestão, passam
que a tipicidade só existe nos atos unilaterais, não se encontran- a ter caráter vinculante e geram direitos subjetivos.
do presente nos contratos. Isso ocorre porque não existe qualquer
impedimento de ordem jurídica para que a Administração venha a Exemplo:
firmar com o particular um contrato inominado desprovido de regu- Uma autarquia ao alugar um imóvel a ela pertencente, de for-
lamentação legal, desde que esta seja a melhor maneira de atender ma vinculante entre a administração e o locatário aos termos do
tanto ao interesse público como ao interesse particular. contrato, acaba por gerar direitos e deveres para ambos.
• Já os atos de expediente são tidos como aqueles que im-
Classificação dos Atos Administrativos pulsionam a rotina interna da repartição, sem caráter vinculante e
A Doutrina não é uniforme no que condiz à atribuição dada sem forma especial, cujo objetivo é dar andamento aos processos e
à diversidade dos critérios adotados com esse objetivo. Por esse papéis que tramitam internamente nos órgãos públicos.
motivo, sem esgotar o assunto, apresentamos algumas classifica-
ções mais relevantes, tanto no que se refere a uma maior utilidade Exemplo:
prática na análise dos regimes jurídicos, tanto pela concomitante Um despacho com o teor: “ao setor de contabilidade para as
abordagem nas provas de concursos públicos. devidas análises”.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
e) Quanto à formação, os atos administrativos podem ser atos b) Decreto geral: possui caráter normativo veiculando regras
simples, complexos e compostos. gerais e abstratas, fato que visa facilitar ou detalhar a correta apli-
• O ato simples decorre da declaração de vontade de apenas cação da Lei. Exemplo: o decreto que institui o “Regulamento do
um órgão da administração pública, pouco importando se esse ór- Imposto de Renda”.
gão é unipessoal ou colegiado. Assim sendo, a nomeação de um c) Decreto individual: seu objetivo é tratar da situação específi-
servidor público pelo Prefeito de um Município, será considerada ca de pessoas ou grupos determinados, sendo que a sua publicação
como ato simples singular, ao passo que a decisão de um processo produz de imediato, efeitos concretos.
administrativo por órgão colegiado será apenas ato simples cole-
giado. Exemplo:
• O ato complexo é constituído pela manifestação de dois ou Decreto que declara a utilidade pública de determinado bem
mais órgãos, por meio dos quais as vontades se unem em todos os para fim de desapropriação.
sentidos para formar um só ato. Exemplo: um decreto assinado pelo Nesse ponto, passaremos a verificar a respeito do decreto re-
Presidente da República e referendado pelo Ministro de Estado. gulamentar, também designado de decreto de execução. A doutrina
É importante não confundir ato complexo com procedimento o conceitua como sendo aquele que introduz um regulamento, não
administrativo. Nos dizeres de Hely Lopes Meirelles, “no ato com- permitindo que o seu conteúdo e o seu alcance possam ir além da-
plexo integram-se as vontades de vários órgãos para a obtenção de queles do que é permitido por Lei.
um mesmo ato, ao passo que no procedimento administrativo pra- Por sua vez, o decreto autônomo é aquele que dispõe sobre
ticam-se diversos atos intermediários e autônomos para a obtenção matéria não regulada em lei, passando a criar um novo direito. Pon-
de um ato final e principal”. dera-se que atualmente, as únicas hipóteses de decreto autônomo
admitidas no direito brasileiro, são as disposta no art. 84, VI, “a”, da
f) Em relação ao ato administrativo composto, pondera que Constituição Federal, incluída pela Emenda Constitucional 32/2001,
este também decorre do resultado da manifestação de vontade de que predispõe a competência privativa do Presidente da República
dois ou mais órgãos. O que o diferencia do ato complexo é o fato de para dispor, mediante decreto, sobre a organização e funcionamen-
que, ao passo que no ato complexo as vontades dos órgãos se unem to da administração federal, quando não incorrer em aumento de
para formar um só ato, no ato composto são praticados dois atos, despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos.
um principal e outro acessório.
• Atos ordinatórios
Ademais, é importante explicar a definição de Hely Lopes Mei- Os atos administrativos ordinatórios são aqueles que podem
relles, para quem o ato administrativo composto “é o que resulta da ser editados no exercício do poder hierárquico, com o fulcro de dis-
vontade única de um órgão, mas depende da verificação por parte ciplinar as relações internas da Administração Pública. Detalhare-
de outro, para se tornar exequível”. A mencionada definição, em- mos aqui os principais atos ordinatórios. São eles: as instruções, as
bora seja discutível, vem sendo muito utilizada pelas bancas exa- circulares, os avisos, as portarias, as ordens de serviço, os ofícios e
minadoras na elaboração de questões de provas de concurso pú- os despachos.
blico. Isso ocorreu na aplicação da prova para Assistente Jurídico Instruções: tratam-se de atos administrativos editados pela
do DF, elaborada pelo CESPE em 2001, que foi considerado correto autoridade hierarquicamente superior, com o fulcro de ordenar a
o seguinte tópico: “Ao ato administrativo cuja prática dependa de atuação dos agentes que lhes são subordinados. Exemplo: as instru-
vontade única de um órgão da administração, mas cuja exequibili- ções que ordenam os atos que devem ser usados de forma interna
dade dependa da verificação de outro órgão, dá-se o nome de ato na análise do pedido de utilização de bem público formalizado uni-
administrativo composto”. camente por particular.
Circulares: são consideradas idênticas às instruções, entretan-
Espécies to, de modo geral se encontram dotadas de menor abrangência.
O saudoso jurista Hely Lopes Meirelles propõe que os atos Avisos: tratam-se de atos administrativos que são editados por
administrativos sejam divididos em cinco espécies. São elas: atos Ministros de Estados com o objetivo de tratarem de assuntos corre-
normativos, atos ordinatórios, atos negociais, atos enunciativos e latos aos respectivos Ministérios.
atos punitivos. Portarias: são atos administrativos respectivamente editados
por autoridades administrativas, porém, diferentes das do chefe do
• Atos normativos Poder Executivo. Exemplo: determinação por meio de portaria de-
Os atos normativos são aqueles cuja finalidade imediata é es- terminando a instauração de processo disciplinar específico.
miuçar os procedimentos e comportamentos para a fiel execução Ordens de serviço: tratam-se de atos administrativos ordena-
da lei, posto que as dispostas e utilizadas por tais atos são gerais, dores da adoção de conduta específica em circunstâncias especiais.
não possuem destinatários específicos e determinados, e abstratas, Exemplo: ordem de serviço determinadora de início de obra públi-
versando sobre hipóteses e nunca sobre casos concretos. ca.
Ofícios: são especificamente, atos administrativos que se res-
Em relação à forma jurídica adotada, os atos normativos po- ponsabilizam pela formalização da comunicação de forma escrita
dem ser: e oficial existente entre os diversos órgãos públicos, bem como de
a) Decreto: é ato administrativo de competência privativa dos entidades administrativas como um todo. Exemplo: requisição de
chefes do Poder Executivo utilizados para regulamentar situação informações necessárias para a defesa do Estado em juízo por meio
geral ou individual prevista na legislação, englobando também de de ofício enviado pela Procuradoria do Estado à Secretaria de Saú-
forma ampla, o decreto legislativo, cuja competência é privativa das de.
Casas Legislativas. Despachos: são atos administrativos eivados de poder decisó-
O decreto é de suma importância no direito brasileiro, moti- rio ou apenas de mero expediente praticados em processos admi-
vo pelo qual, de acordo com seu conteúdo, os decretos podem ser nistrativos. Exemplo: quando da ocorrência de processo disciplinar,
classificados em decreto geral e individual. Vejamos: é emitido despacho especifico determinando a oitiva de testemu-
nhas.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
• Atos negociais 3) Parecer vinculante: é o parecer que deve ser elaborado de
Também chamados de atos receptícios, são atos administrati- forma obrigatória contendo teor que vincule a autoridade adminis-
vos de caráter administrativo editados a pedido do particular, com trativa com o dever de acatá-lo.
o fulcro de viabilizar o exercício de atividade específica, bem como a
utilização de bens públicos. Nesse ato, a vontade da Administração b) Certidões: tratam-se de atos administrativos que possuem
Pública é pertinente com a pretensão do particular. Fazem parte o condão de declarar a existência ou inexistência de atos ou fatos
desta categoria, a licença, a permissão, a autorização e a admissão. administrativos. As certidões são atos que retratam a realidade, po-
Vejamos: rém, não são capazes de criar ou extinguir relações jurídicas.
a) Licença: possui algumas características. São elas: *Nota importante: o art. 5, XXXIV, “b”, da Constituição Federal
— Ato vinculado: desde que sejam preenchidos os requisitos consagra o direito de certidão no âmbito de direitos fundamentais,
legais por parte do particular, o Poder Público deverá editar a li- no qual assegura a todo e qualquer cidadão interessado, indepen-
cença; dentemente do pagamento de taxas, “a obtenção de certidões em
— Ato de consentimento estatal: ato por meio do qual a Admi- repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de
nistração se torna conivente com o exercício da atividade privada situações de interesse pessoal”.
como um todo;
— Ato declaratório: ato que reconhece o direito subjetivo do c) Atestados: tratam-se de atos administrativos similares às
particular, vindo a autorizar a habilitação do seu exercício. certidões, posto que também declaram a existência ou inexistência
de fatos. Entretanto, os atestados não se confundem com as cer-
b) Permissão: trata-se de ato administrativo discricionário do- tidões, uma vez que nas certidões, o agente público utiliza-se do
tado da permissão do exercício de atividades específicas realizadas ato de emitir declaração sobre ato ou fato constante dos arquivos
pelo particular ou, ainda, o uso privativo de determinado bem pú- públicos, ao passo que os atestados se incumbem da tarefa de re-
blico. Exemplo: a permissão para uso de bem público específico. tratar fatos que não constam de forma antecipada dos arquivos da
A permissão é dotada de características essenciais. São elas: Administração Pública.
— Ato de consentimento estatal: ato por meio do qual a Ad-
ministração Pública concorda com o exercício da atividade privada, d) Apostilamento: tratam-se atos administrativos que possuem
bem como da utilização de bem público por particulares; o objetivo de averbar determinados fatos ou direitos reconhecidos
— Ato discricionário: ato por intermédio do qual a autoridade pela norma jurídica como um todo. Como exemplo, podemos citar
administrativa é dotada de liberdade de análise referente à conve- o apostilamento, via de regra, feito no verso da última página dos
niência e à oportunidade do ato administrativo; contratos administrativos, da variação do valor contratual advinda
— Ato constitutivo: ato por meio do qual, o particular possui de reajuste previsto no contrato, nos parâmetros do art. 65, § 8.°,
somente expectativa de direito antes da edição do ato, e não ape- da Lei 8.666/1993, Lei de Licitações.
nas de direito subjetivo ao ato.
• Atos punitivos
c) Autorização: é detentora de características iguais às da per- Também chamados de atos sancionatórios, os atos punitivos
missão, vindo a constituir ato administrativo discricionário permis- são aqueles que atuam na restrição de direitos, bem como de in-
sionário do exercício de atividade específica pelo particular ou, teresses dos administrados que vierem a atuar em desalento com
ainda, o uso particular de bem público. Da mesma forma que a per- a ordem jurídica de modo geral. Entretanto, exige-se, de qualquer
missão, a autorização possui como características: o ato de consen- forma, o devido respeito à ampla defesa e ao contraditório na edi-
timento estatal, o ato discricionário e o ato constitutivo. ção de atos punitivos, nos trâmites do art. 5.°, LV, da Constituição
Federal Brasileira, bem como que as sanções administrativas te-
d) Admissão: trata-se de ato administrativo vinculado portador nham previsão legal expressa cumprindo os ditames do princípio
do reconhecimento do direito ao recebimento de serviço público da legalidade.
específico pelo particular, que deve ser editado na hipótese na qual Podemos dividir as sanções em dois grupos:
o particular preencha devidamente os requisitos legais 1) Sanções de polícia: de modo geral são aplicadas com supe-
dâneo no poder de polícia, bem como são relacionadas aos particu-
• Atos enunciativos lares em geral. Exemplo: multa de trânsito.
São atos administrativos que expressam opiniões ou, ain- 2) Sanções funcionais ou disciplinares: são aplicadas com em-
da, que certificam fatos no campo da Administração Pública. A dou- basamento no poder disciplinar aos servidores públicos e às demais
trina reconhece como espécies de atos enunciativos: os pareceres, pessoas que se encontram especialmente vinculadas à Administra-
as certidões, os atestados e o apostilamento. Vejamos: ção Pública. Exemplo: reprimenda imposta à determinada empresa
a) Pareceres: são atos administrativos que buscam expressar contratada pela Administração.
a opinião do agente público a respeito de determinada questão de Em relação aos atos punitivos, pode-se citar como exemplos, as
ordem fática, técnica ou jurídica. Exemplo: no curso de processo de multas, as interdições de atividades, as apreensões ou destruições
licenciamento ambiental é apresentado parecer técnico. de coisas e as sanções disciplinares. Vejamos resumidamente cada
De forma geral, a doutrina pondera a existência de três espé- espécie:
cies de pareceres. São eles: Multas: tratam-se de sanções pecuniárias que são impostas
1) Parecer facultativo: esta espécie não é exigida pela legislação aos administrados.
para formulação da decisão administrativa. Ao ser elaborado, não Interdições de atividades: são atos que proibitivos ou suspen-
vincula a autoridade competente; sivos do exercício de atividades diversas.
2) Parecer obrigatório: é o parecer que deve ser necessaria- Apreensão ou destruição de coisas: cuidam-se de sanções
mente elaborado nas hipóteses mencionadas na legislação, mas a aplicadas pela Administração relacionadas às coisas que colocam a
opinião nele contida não vincula de forma definitiva a autoridade população em risco.
responsável pela decisão administrativa, que pode contrariar o pa-
recer de forma motivada;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Ressalta-se que em se tratando de perigo público iminente, a Relativo à sua natureza jurídica, sendo a cassação considerada
autoridade pública deterá o poder de destruir as coisas nocivas à como um ato sancionatório, uma vez que a cassação só poderia ser
coletividade, havendo ou não, processo administrativo prévio, si- proposta contra particulares que tenham sido flagrados pelos agen-
tuação hipotética na qual a ampla defesa será delongada para mo- tes de fiscalização em descumprimento às condições de subsistên-
mento posterior. Entretanto, estando ausente a urgência da medi- cia do ato, bem como por ato revisional que implicasse auditoria,
da, denota-se que a sua aplicação dependerá da formalização feita acoplando até mesmo questões relativas à intercepção de bases de
de forma prévia no processo administrativo, situação por intermé- dados públicas.
dio da qual, a ampla defesa será postergada para momento ulterior. Vale ressaltar que a cassação e a anulação possuem efeitos pa-
Sanções disciplinares: também chamadas de sanções funcio- recidos, porém não são equivalentes, uma vez que a cassação ad-
nais, as sanções disciplinares são aplicadas aos servidores públicos vém do não cumprimento ou alteração dos requisitos necessários
e aos administrados possuidores de relação jurídica especial com a para a formação ou manutenção de uma situação jurídica, ao passo
Administração Pública, desde que tenha sido constatada a violação que a anulação tem parte quando é verificado que o defeito do ato
ao ordenamento jurídico, bem como aos termos do negócio jurídi- ocorreu na formação do ato.
co. Um exemplo disso, é a demissão de servidor público que tenha
cometido falta grave. Anulação
*Nota importante: Diferentemente das sanções aplicadas aos É a retirada ou supressão do ato administrativo, pelo motivo
particulares, de modo geral, no exercício do poder de polícia, as de ele ter sido produzido com ausência de conformidade com a lei
sanções disciplinares são aplicadas no campo das relações de sujei- e com o ordenamento jurídico. A anulação é resultado do controle
ção especial de administrados específicos do poder disciplinar da de legalidade ou legitimidade do ato. O controle de legalidade ou
Administração Pública, como é o caso dos servidores e contratados. legitimidade não permite que se aprofunde na análise do mérito do
Ao passo que as sanções de polícia são aplicadas para o exterior ato, posto que, se a Administração contiver por objetivo retirar o
da Administração - as chamadas sanções externas - as sanções dis- ato por razões de conveniência e oportunidade, deverá, por conse-
ciplinares são aplicadas no interior da Administração Pública, - as guinte, revogá-lo, e não o anular.
denominadas sanções internas. Diferentemente da revogação, que mantém incidência somen-
te sobre atos discricionários, a anulação pode atingir tanto os atos
Extinção do ato administrativo discricionários quanto os vinculados. Isso que é explicado pelo fato
Diversas são as causas que causam e determinam a extinção de que ambos deterem a prerrogativa de conter vícios de legali-
dos atos administrativos ou de seus efeitos. No entendimento de dade. Em relação à competência, a anulação do ato administrativo
Celso Antônio Bandeira de Mello, o ato administrativo eficaz poderá viciado pode ser promovida tanto pela Administração como pelo
ser extinto pelos seguintes motivos: cumprimento de seus efeitos, Poder Judiciário.
vindo a se extinguir naturalmente; desaparecimento do sujeito, Muitas vezes, a Administração anula o seu próprio ato. Quando
vindo a causar a extinção subjetiva, ou sendo do objeto, extinção isso acontece, dizemos que ela agiu com base no seu poder de au-
objetiva; retirada do ato pelo Poder Público e pela renúncia do be- totutela, devidamente paramentado nas seguintes Súmulas do STF:
neficiário.
PODER DE AUTOTUTELA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Nesse tópico trataremos do condizente a outras situações por
meio das quais a extinção do ato administrativo ou de seus efeitos A Administração Pública pode declarar
SÚMULA 346
ocorre pelo fato do Poder Público ter emitido novo ato que surtiu a nulidade dos seus próprios atos.
efeito extintivo sobre o ato anterior. Isso pode ocorrer nas seguintes A Administração pode anular seus pró-
situações: prios atos, quando eivados de vícios
que os tornam ilegais, porque deles
Cassação não se originam direitos; ou revogá-
É a supressão do ato pelo fato do destinatário ter descumprido SÚMULA 473 -los, por motivo de conveniência ou
condições que deveriam permanecer atendidas com o fito de dar oportunidade, respeitados os direitos
continuidade à0situação jurídica. Como modalidade de extinção adquiridos, e ressalvada, em todos os
do ato administrativo, a cassação relaciona-se ao ato que, mesmo casos, a apreciação judicial.
sendo legítimo na sua origem e formação, tornou-se ilegal na sua
execução. Exemplo: cassação de uma licença para funcionamento
de hotel que passou a funcionar ilegalmente como casa de prosti- Assim, percebe-se que o instituto da autotutela pode ser in-
tuição. vocado para anular o ato administrativo por motivo de ilegalidade,
bem como para revogá-lo por razões de conveniência e oportuni-
Vale ressaltar que um dos principais requisitos da cassação de dade.
um ato administrativo é a preeminente necessidade de sua vincu- A anulação do ato administrativo pode se dar de ofício ou por
lação obrigatória às hipóteses previstas em lei ou norma similar. provocação do interessado.
Desta forma, a Administração Pública não detém o poder de de- Tendo em vista o princípio da inércia Poder Judiciário, no exer-
monstrar ou indicar motivos diferentes dos previstos para justificar cício de função jurisdicional, este apenas poderá anular o ato admi-
a cassação, estando, desta maneira, limitada ao que houver sido nistrativo havendo pedido do interessado.
fixado nas referidas leis ou normas similares. Esse entendimento, Destaque-se que a anulação de ato administrativo pela própria
em geral, evita que os particulares sejam coagidos a conviver com Administração, somente pode ser realizada dentro do prazo legal-
extravagante insegurança jurídica, posto que, a qualquer momento mente estabelecido. À vista da autonomia administrativa atribuída
a administração estaria apta a propor a cassação do ato adminis- de forma igual à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, cada
trativo. uma dessas esferas tem a possibilidade de, observado o princípio
da razoabilidade e mediante legislação própria, fixar os prazos para
o exercício da autotutela.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Em decorrência do disposto no art. 54 da Lei 9.784/1999, no Por meio da teoria dualista é admitida a existência de vícios
âmbito federal, em razão do direito de a Administração anular os sanáveis e insanáveis, bem como de atos administrativos nulos e
atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os anuláveis.
destinatários de boa-fé, o prazo de anulação decai em cinco anos, À vista da atual predominância doutrinária, a teoria dualista foi
contados da data em que foram praticados. Infere-se que como tal incorporada formalmente à legislação brasileira. Nesse diapasão, o
norma não possui caráter nacional, não há impedimentos para a art. 55 da Lei 9.784/1999 atribui à Administração pública a possibi-
estipulação de prazos diferentes em outras esferas. lidade de convalidar os atos que apresentarem defeitos sanáveis,
levando em conta que tal providência não acarrete lesão ao interes-
Revogação se público nem prejuízo a terceiros. Embora tal regra seja destinada
É a extinção do ato administrativo válido, promovido pela pró- à aplicação no âmbito da União, o mesmo entendimento tem sido
pria Administração, por motivos de conveniência e oportunidade, aplicado em todas as esferas, tanto em decorrência da existência de
sendo que o ato é suprimido pelo Poder Público por motivações de dispositivo similar nas leis locais, quanto mediante analogia com a
conveniência e oportunidade, sempre relacionadas ao atendimento esfera federal e também com fundamento na prevalência doutriná-
do interesse público. Assim, se um ato administrativo legal e per- ria vigente.
feito se torna inconveniente ao interesse público, a administração Assim, é de suma importância esclarecermos que a jurispru-
pública poderá suprimi-lo por meio da revogação. dência tem entendido que mesmo o ato nulo pode, em determina-
A revogação resulta de um controle de conveniência e oportu- das lides, deixar de ter sua nulidade proclamada em decorrência do
nidade do ato administrativo promovido pela própria Administra- princípio da segurança jurídica.
ção que o editou.
É fundamental compreender que a revogação somente pode Decadência Administrativa
atingir os atos administrativos discricionários. Isso ocorre por que O instituto da decadência consiste na perda efetiva de um direi-
quando a administração está à frente do motivo que ordena a prá- to existente, pela falta de seu exercício, no período de tempo deter-
tica do ato vinculado, ela deve praticá-lo de forma obrigatória, não minado em lei e também pela vontade das próprias partes e, ainda
lhe sendo de forma alguma, facultada a possibilidade de analisar a no fim de um direito subjetivo em face da inércia de seu titular, que
conveniência e nem mesmo a oportunidade de fazê-lo. Desta ma- não ajuizou uma ação constitutiva no prazo estabelecido pela lei.
neira, não havendo possibilidade de análise de mérito para a edição Celso Antônio Bandeira de Mello considera esse instituto como
do ato, essa abertura passará a não existir para que o ato seja des- sendo a “perda do próprio direito, em si, por não o utilizar no prazo
feito pela revogação. previsto para o seu exercício, evento, este, que sucede quando a
única forma de expressão do direito coincide conaturalmente com
Mesmo não se submetendo a qualquer limite de prazo, a prin- o direito de ação”. Ou seja, “quando o exercício do direito se con-
cípio, a revogação do ato administrativo pode ser realizada a qual- funde com o exercício da ação para manifestá-lo”.
quer tempo. Nesse sentido, a doutrina infere a existência de certos Nos trâmites do artigo 54 da Lei 9.784/99, encontramos o dis-
limites ao poder de revogar. Nos dizeres de Maria Sylvia Zanella Di posto legal sobre a decadência do direito de a administração pú-
Pietro12, não são revogáveis os seguintes atos: blica anular seus próprios atos, a partir do momento em que esses
a) Os atos vinculados, porque sobre eles não é possível a aná- vierem a gerar efeitos favoráveis a seus destinatários. Vejamos:
lise de conveniência e oportunidade; Artigo 54. O direito da administração de anular os atos admi-
b) Os atos que exauriram seus efeitos, como a revogação não nistrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários
retroage e os atos já produziram todos os efeitos que lhe seriam decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados,
próprios, não há que falar em revogação; é o que ocorre quando salvo comprovada má-fé.
transcorre o prazo de uma licença concedida ao servidor público, § 1° - No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de
após o gozo do direito, não há como revogar o ato; decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento.
c) Quando a prática do ato exauriu a competência de quem o § 2° - Considera-se exercício do direito de anular qualquer me-
praticou, o que ocorre quando o ato está sob apreciação de autori- dida de autoridade administrativa que importe impugnação à vali-
dade superior, hipótese em que a autoridade inferior que o praticou dade do ato.”
deixou de ser competente para revogá-lo; O mencionado direito de anulação do ato administrativo decai
d) Os meros atos administrativos, como certidões, atestados, no prazo de cinco anos, contados da data em que o ato foi prati-
votos, porque os efeitos deles decorrentes são estabelecidos pela cado. Isso significa que durante esse decurso, o administrado per-
lei; manecerá submetido a revisões ou anulações do ato administrativo
e) Os atos que integram um procedimento, porque a cada que o beneficia.
novo ato ocorre a preclusão com relação ao ato anterior; Entretanto, após o encerramento do prazo decadencial, o ad-
f) Os atos que geram direitos a terceiros, (o chamado direito ministrado poderá ter suas relações com a administração consolida-
adquirido), conforme estabelecido na Súmula 473 do STF. das contando com a proteção da segurança jurídica.
Anote-se que o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do
Convalidação Mandado de Segurança 28.953, adotou o seguinte entendimento
É a providência tomada para purificar o ato viciado, afastando sobre a matéria na qual o ministro Luiz Fux desta forma esclareceu:
por sua vez, o vício que o maculava e mantendo seus efeitos, inclu- “No próprio Superior Tribunal de Justiça, onde ocupei durante
sive aqueles que foram gerados antes da providência saneadora. dez anos a Turma de Direito Público, a minha leitura era exatamente
Em sentido técnico, a convalidação gera efeitos ex tunc, uma vez essa, igual à da ministra Carmen Lúcia; quer dizer, a administração
que retroage à data da edição do ato original, mantendo-lhe todos tem cinco anos para concluir e anular o ato administrativo, e não
os efeitos. para iniciar o procedimento administrativo. Em cinco anos tem que
Sendo admitida a convalidação, a convalidação perderia sua estar anulado o ato administrativo, sob pena de incorrer em deca-
razão de ser, equivalendo em tudo a uma anulação, apagando os dência (grifo aditado). Eu registro também que é da doutrina do
efeitos passados, seguida da edição de novo ato que por sua vez, Supremo Tribunal Federal o postulado da segurança jurídica e da
passaria a gerar os seus tradicionais efeitos prospectivos. proteção da confiança, que são expressões do Estado Democrático
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
de Direito, revelando-se impregnados de elevado conteúdo ético, Outros, no entanto, não compõe os quadros internos da admi-
social e jurídico, projetando sobre as relações jurídicas, inclusive, nistração Pública, isto é, são alheios ao aparelho estatal, permane-
as de Direito Público. De sorte que é absolutamente insustentável cendo externamente.
o fato de que o Poder Público não se submente também a essa Vamos analisar cada uma dessas categorias:
consolidação das situações eventualmente antijurídicas pelo de- a) Agentes políticos: agentes políticos exercem uma função
curso do tempo.” pública de alta direção do Estado. São os que ocupam lugar de co-
Destaca-se que ao afirmar que a Administração Pública dispõe mando e chefia de cada um dos Poderes (Executivo, Legislativo e
de cinco anos para anular o ato administrativo, o ministro Luiz Fux Judiciário). São titulares dos cargos estruturais à organização polí-
promoveu maior confiabilidade na relação entre o administrado e tica do País.
Administração Pública, suprimindo da administração o poder de Ingressam em regra, por meio de eleições, desempenhando
usar abusivamente sua prerrogativa de anulação do ato adminis- mandatos fixos e quando termina o mandato a relação com o Esta-
trativo, o que proporciona maior equilíbrio entre as partes interes- do também termina automaticamente.
sadas. A vinculação dos agentes políticos com o aparelho governa-
Em resumo, é de grande importância o posicionamento adota- mental não é profissional, mas institucional e estatutária.
do pela Corte Suprema, levando em conta que ao mesmo só tempo, Os agentes políticos serão remunerados exclusivamente por
propicia maior segurança jurídica e respeita a regra geral de conta- subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer
gem do prazo decadencial. gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou
outra espécie remuneratória.
b) Servidores Públicos: são as pessoas que executam serviços
AGENTES PÚBLICOS: NORMAS CONSTITUCIONAIS CON- ao Estado e também às entidades da Administração Pública direta e
CERNENTES AOS SERVIDORES PÚBLICOS (ART. 39 A 41, CF). indireta (sentido amplo). Os servidores têm vínculo empregatício e
SERVIDORES PÚBLICOS: CLASSIFICAÇÃO E CARACTERÍSTI- sua remuneração é paga pelos cofres públicos.
CAS. REGIMES JURÍDICOS FUNCIONAIS: ÚNICO, ESTATUTÁ- Também chamados de servidores estatais engloba todos aque-
RIO, E DE EMPREGO PÚBLICO. CARGO PÚBLICO: CONCEI- les que mantêm com o Estado relação de trabalho de natureza pro-
TO E ESPÉCIES; PROVIMENTO; ESTABILIDADE; VACÂNCIA; fissional, de caráter não eventual e sob o vínculo de dependência.
REMOÇÃO; REDISTRIBUIÇÃO E SUBSTITUIÇÃO. CON- Servidores públicos podem ser:
CURSO PÚBLICO - estatutários: são os ocupantes de CARGOS PÚBLICOS e estão
sob o regime estatutário. Quando nomeados, ingressam numa situ-
ação jurídica previamente definida, à qual se submetem com o ato
CONCEITO da posse. Assim, não tem como modificar as normas vigentes por
Em seu conceito mais amplo Agente Público é a pessoa física meio de contrato entre o servidor e a Administração, mesmo que
que presta serviços às Pessoas Jurídicas da Administração Pública com a concordância de ambos, por se tratar de normas de ordem
Direta ou Indireta, também são aqueles que exercem função públi- pública. Não há contrato de trabalho entre os estatutários e a Ad-
ca, seja qual for a modalidade (mesário, jurado, servidor público, ministração, tendo em vista sua natureza não contratual mas sim
etc.).  regida por um estatuto jurídico condicionada ao termo de posse. 
A Lei de Improbidade Administrativa (8.429/92) conceitua - empregados públicos: são ocupantes de empregos públicos
Agente Público: contratados sob o regime da CLT, com vínculo contratual, precisam
de aprovação em concurso público ou processo seletivo e sua de-
“Artigo 2° - Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, missão precisa ser motivada;
todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remu- - temporários ou em regime especial: são os contratados por
neração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qual- tempo determinado, com base no artigo 37, IX, CF. Não ocupam
quer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, empre- cargos ou empregos públicos e não exige aprovação em concurso
go ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior”. público, mas a Administração Pública deve respeitar os princípios
constitucionais da impessoalidade e da moralidade, realizando um
Para o jurista administrativo Celso Antonio Bandeira de Mello processo seletivo simplificado.
“...esta expressão – agentes públicos – é a mais ampla que se pode
conceber para designar genérica e indistintamente os sujeitos que Para que tenha a contratação de temporários, se faz necessária
servem ao Poder Público como instrumentos expressivos de sua von- a existência de lei regulamentadora, com a previsão dos casos de
tade ou ação, ainda quando o façam apenas ocasional ou episodica- contratação, o prazo da contratação, a necessidade temporária e a
mente. Quem quer que desempenhe funções estatais, enquanto as motivação do interesse público.
exercita, é um agente público.” - cargos comissionados: são os de livre nomeação e exonera-
ção, tem caráter provisório e se destina às atribuições de direção,
A denominação “agente público” é tratada como gênero das chefia e assessoramento. Os efetivos também podem ser comissio-
diversas espécies que vinculam o indivíduo ao estado a partir da nados. Ao servidor ocupante exclusivamente de cargo em comissão
sua natureza jurídica. As espécies do agente público podem ser di- aplica-se o regime geral de previdência social previsto na Constitui-
vididas como do qual são espécies os agentes políticos, servidores ção Federal, artigo 40, § 13.
públicos (servidores estatais, empregado público, temporários e co-
missionados), particulares em colaboração, agentes militares e os c) Agentes militares: são as pessoas físicas que prestam ser-
agentes de fato. viços à Forças Armadas (Marinha, Aeronáutica, Exército - art. 142,
caput, e § 3º, CF, Polícias Militares, Corpo de Bombeiros - art. 42,
ESPÉCIES (CLASSIFICAÇÃO) CF).
Agentes públicos abrangem todas as demais categorias, sendo
que alguns deles fazem parte da estrutura administrativa do Estado,
seja em sua estrutura direta ou então na organização indireta.
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Aqueles que compõem os quadros permanentes das forças Função pública: é a atividade em si mesma, é a atribuição, as
militares possuem vinculação estatutária, e não contratual, mas o tarefas desenvolvidas pelos servidores. São espécies:
regime jurídico é disciplinado por legislação específica diversa da a) Funções de confiança, exercidas exclusivamente por servi-
aplicável aos servidores civis. dores ocupantes de cargo efetivo, e destinadas ás atribuições de
Possui vínculo estatutário sujeito a regime jurídico próprio, me- chefia, direção e assessoramento;
diante remuneração paga pelos cofres públicos. b) Funções exercidas por contratados por tempo determinado
d) Particulares em colaboração / honoríficos: são prestadores para atender a necessidade temporária de excepcional interesse
de serviços ao Estado sem vinculação permanente de emprego e público, nos termos da lei autorizadora, que deve advir de cada
sem remuneração. Essa categoria de agentes públicos pode ser ente federado.
prestada de diversas formas, segundo entendimento de Celso An-
tônio Bandeira de Mello, se dá por: REGIME JURÍDICO
- requisitados de serviço: como mesários e convocados para o Regime jurídico dos servidores públicos é o conjunto de nor-
serviço militar (conscritos); mas e princípios referentes a direitos, deveres e demais regras ju-
- gestores de negócios públicos: são particulares que assumem
rídicas normas que regem a vida funcional do servidor. A lei que
espontaneamente uma tarefa pública, em situações emergenciais,
reúne estas regras é denominada de Estatuto e o regime jurídico
quando o Estado não está presente para proteger o interesse pú-
passa a ser chamado de regime jurídico Estatutário.
blico.
- contratados por locação civil de serviços: é o caso, por exem-
plo, de jurista famoso contratado para emitir um parecer; No âmbito de cada pessoa política - União, Estados, Distrito Fe-
deral e Municípios - há um Estatuto. A Lei nº 8.112 de 11/12/1990
- concessionários e permissionários: exercem função pública (por exemplo) estabeleceu que o regime jurídico Estatutário é o
por delegação estatal; aplicável aos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias e
- delegados de função ou ofício público: é o caso dos titulares fundações públicas federais, ocupantes de cargos públicos.
de cartórios.
Provimento
e) Agentes de fato: é o particular que sem vínculo formal e le- Segundo Hely Lopes Meirelles, é o ato pelo qual se efetua o
gítimo com o Estado exerce função pública, acreditando estar de preenchimento do cargo público, com a designação de seu titular.
boa-fé e com o objetivo de atender o interesse público. Neste caso, Configura-se no ato de designação de um sujeito para titularizar
não há investidura prévia nos cargos, empregos e funções públicas.  cargo público Podendo ser:
Agente de fato putativo: é aquele que desempenha atividade a) originário ou inicial: quando o agente não possui vinculação
pública com a presunção de que tem legitimidade, mas há alguma anterior com a Administração Pública;
ILEGALIDADE em sua INVESTIDURA. É aquele servidor que toma b) derivado: pressupõe a existência de um vínculo com a Ad-
posse sem cumprir algum requisito do cargo. ministração. 
Agentes de fato necessário: são os que atuam em situações de
calamidade pública ou emergência.  Posse: é o ato pelo qual uma pessoa assume, de maneira efe-
tiva, o exercício das funções para que foi nomeada, designada ou
CARGO, EMPREGO E FUNÇÃO PÚBLICA eleita, ou seja, é sua investidura no cargo público. O ato da posse
Cargo, emprego e função pública são tipos de vínculos de tra- determina a concordância e a vontade do sujeito em entrar no exer-
balho na Administração Pública ocupadas por servidores públicos. cício, além de cumprir a exigência regulamentar. 
A Constituição Federal, em vários dispositivos, emprega os vocábu-
los cargo, emprego e função para designar realidades diversas, po- Exercício: é o momento em que o servidor dá início ao desem-
rém que existem paralelamente na Administração.  penho de suas atribuições de trabalho. A data do efetivo exercício
é considerada como o marco inicial para a produção de todos os
Cargo público: unidade de atribuições e competências funcio-
efeitos jurídicos da vida funcional do servidor público e ainda para
nais. É o lugar dentro da organização funcional da Administração
o início do período do estágio probatório, da contagem do tempo
Direta de suas autarquias e fundações públicas que, ocupado por
servidor público, submetidos ao regime estatuário. de contribuição para aposentadoria, período aquisitivo para a per-
Possui funções específicas e remuneração fixada em lei ou di- cepção de férias e outras vantagens remuneratórias.
ploma a ela equivalente. Todo cargo tem uma função, porém, nem São formas de provimento: nomeação, promoção, readapta-
toda função pressupõe a existência de um cargo. ção, reversão, aproveitamento, reintegração e recondução.
Para Celso Antônio Bandeira de Mello são as mais simples e a) Nomeação: é o único caso de provimento originário, já que o
indivisíveis unidades de competência a serem titularizadas por um servidor dependerá da aprovação prévia em concurso público e não
agente. São criados por lei, previstos em número certo e com de- possuirá relação anterior com o Estado;
nominação própria. b) Promoção: é forma de provimento derivado (neste caso o
Com efeito, as várias competências previstas na Constituição agente público já se encontra ocupando o cargo) onde o servidor
para a União, Estados e Municípios são distribuídas entre seus res- passará a exercer um cargo mais elevado dentro da carreira exer-
pectivos órgãos, cada qual dispondo de determinado número de cida.
cargos criados por lei, que lhes confere denominação própria, defi- c) Readaptação: espécie de transferência efetuada com a finali-
ne suas atribuições e fixa o padrão de vencimento ou remuneração. dade de prover o servidor em outro cargo compatível com eventual
limitação de capacidade física ou mental, condicionada a inspeção
Empregos públicos: são núcleos de encargos de trabalho per- médica.
manentes a serem preenchidos por pessoas contratadas para de- d) Reversão: trata-se do reingresso de servidor aposentado de
sempenhá-los, sob relação jurídica trabalhista (CLT) de natureza seu ofício por não subsistirem mais as razões que lhe determinarão
contratual e somente podem ser criados por lei.  a aposentadoria por invalidez.
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e) Aproveitamento: relaciona-se com a retomada do servidor Estabilidade: confere ao servidor público a efetiva permanên-
posto em disponibilidade (ato pelo qual se transfere o servidor à cia no serviço após três anos de estágio probatório, após os quais
inatividade remunerada de servidor estável em razão de extinção só perderá o cargo se caracterizada uma das hipóteses previstas no
do cargo ocupado ou destinado a reintegração de servidor), seja artigo 41, § 1º, ou artigo 169, ambos da CF.
no mesmo cargo anteriormente ocupado ou em cargo equivalente Hipóteses: 
quanto as atribuições e vencimentos. a) em razão de sentença judicial com trânsito em julgado (art.
41, §1º, I, da CF);
f) Reintegração: retorno de servidor ilegalmente desligado de
seu cargo. O reconhecimento do direito a reintegração pode decor- b) por meio de processo administrativo em que lhe seja assegu-
rer de decisão proferida na esfera administrativa ou judicial. rada a ampla defesa (art. 41, § 1º, II, da CF);
g) Recondução: retorno de servidor estável ao cargo que an- c) mediante procedimento de avaliação periódica de desempe-
teriormente ocupava, seja por não ter sido habilitado no estágio nho, na forma da lei complementar, assegurada ampla defesa (art.
probatório relativo a outro cardo para o qual tenha sido nomeado 41, § 1º, III, da CF);
ou por ter sido desalojado do cargo em razão de reintegração do d) em virtude de excesso de despesas com o pessoal ativo e
servidor que ocupava o cargo anteriormente. inativo, desde que as medidas previstas no art. 169, § 3º, da CF, não
surtam os efeitos esperados (art. 169, § 4º, da CF).
Vacância
A vacância é a situação jurídica atribuída a um cargo que está A estabilidade é a prerrogativa atribuída ao servidor que pre-
sem ocupante. Vários fatos levam à vacância, entre os quais: encher os requisitos estabelecidos na Constituição Federal que lhe
- o servidor pediu o desligamento (exoneração a pedido); garante a permanência no serviço. 
- o servidor foi desligado do cargo em comissão ou não iniciou O servidor estável, que tiver seu cargo extinto, não estará fora
exercício (exoneração ex officio); da Administração Pública, porque a norma constitucional lhe garan-
- o servidor foi punido com a perda do cargo (demissão); te estabilidade no serviço e não no cargo. Nesta hipótese o servidor
- o servidor passou a exercer outro cargo ante limitações em é colocado em disponibilidade remunerada, seguindo o disposto no
sua capacidade física ou mental (readaptação); art. 41, § 3.º, da Constituição sendo sua remuneração calculada de
- aposentadoria ou falecimento do servidor; forma proporcional ao tempo de serviço.
- acesso ou promoção. O servidor aprovado em concurso público de cargo regido pela
lei 8112/90 e consequentemente nomeado passará por um período
Para Di Pietro1, vacância é o ato administrativo pelo qual o ser- de avaliação, terá o novo servidor que comprovar no estágio proba-
vidor é destituído do cargo, emprego ou função. tório que tem aptidão para exercer as atividades daquele cargo para
o qual foi nomeado em tais fatores:
Decorre de exoneração, demissão, aposentadoria, promoção e
a) Assiduidade; 
falecimento. O artigo 33 da Lei 8.112/90 prevê ainda a readaptação
b) Disciplina;
e a posse em outro cargo inacumulável. Mas a ascensão e a trans-
c) Capacidade de iniciativa;
formação deixaram de existir por força da Lei 9.527/97.
d) Produtividade;
A exoneração não é penalidade; ela se dá a pedido ou ex offi-
e) Responsabilidade.
cio, neste caso quando se tratar de cargo em comissão ou função
Atualmente o prazo mencionado de 3 anos de efetivo exercício
de confiança; no caso de cargo efetivo, quando não satisfeitas as
para o servidor público (de forma geral), adquirir estabilidade é o
exigências do estágio probatório ou quando, tendo tomado posse,
que está previsto na Constituição, que foi alterado após a Emenda
o servidor não entrar em exercício no prazo estabelecido. nº 19/98.
Já a demissão constitui penalidade decorrente da prática de ilí- Muito embora, a Lei nº 8.112/90, no artigo 20 cite o prazo de 2
cito administrativo; tem por efeito desligar o servidor dos quadros anos, para que o servidor adquira estabilidade devemos considerar
do funcionalismo. que o correto é o texto inserido na Constituição Federal, repita-se 3
A promoção é, ao mesmo tempo, ato de provimento no cargo anos de efetivo exercício.
superior e vacância no cargo inferior. Como não houve uma revogação expressa de tais normas elas
A readaptação, segundo artigo 24 da 8.112/90, “é a investidura permanecem nos textos legais, mesmo que na prática não são apli-
do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatí- cadas, pois ferem a CF (existe uma revogação tácita dessas normas). 
veis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou
mental verificada em inspeção médica”. - Requisitos para adquirir estabilidade:
a) estágio probatório de três anos;
Efetividade, estabilidade e vitaliciedade b) nomeação em caráter efetivo;
Efetividade: cargos efetivos são aqueles que se revestem de ca- c) aprovação em avaliação especial de desempenho.
ráter de permanência, constituindo a maioria absoluta dos cargos
integrantes dos diversos quadros funcionais. Vitaliciedade: Cargos vitalícios são aqueles que oferecem a
Com efeito, se o cargo não é vitalício ou em comissão, terá que maior garantia de permanência a seus ocupantes. Somente através
ser necessariamente efetivo. Embora em menor escala que nos de processo judicial, como regra, podem os titulares perder seus
cargos vitalícios, os cargos efetivos também proporcionam segu- cargos (art. 95, I, CF). Desse modo, torna-se inviável a extinção do
rança a seus titulares; a perda do cargo, segundo art. 41, §1º da vínculo por exclusivo processo administrativo (salvo no período ini-
Constituição Federal, só poderá ocorrer, quando estáveis, se houver cial de dois anos até a aquisição da prerrogativa). A vitaliciedade
sentença judicial ou processo administrativo em que se lhes faculte configura-se como verdadeira prerrogativa para os titulares dos
ampla defesa, e agora também em virtude de avaliação negativa de cargos dessa natureza e se justifica pela circunstância de que é ne-
desempenho durante o período de estágio probatório. cessária para tornar independente a atuação desses agentes, sem
que sejam sujeitos a pressões eventuais impostas por determina-
dos grupos de pessoas.
1 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella, Direito Administrativo, 31ª edição, 2018
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Existem três cargos públicos vitalícios no Brasil: REMUNERAÇÃO
- Magistrados (Art. 95, I, CF); Vencimento: é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo
- Membros do Ministério Público (Art. 128, § 5º, I, “a”, CF); público, com valor fixado em lei.
- Membros dos Tribunais de Contas (Art. 73, §3º).
Remuneração: é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das
Por se tratar de prerrogativa constitucional, em função da qual vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei. O acrés-
cabe ao Constituinte aferir a natureza do cargo e da função para cimo de vantagens permanentes ao vencimento do cargo efetivo é
atribuí-la, não podem Constituições Estaduais e Leis Orgânicas mu- irredutível.
nicipais, nem mesmo lei de qualquer esfera, criar outros cargos com Constitui vedação legal o pagamento de remuneração inferior
a garantia da vitaliciedade. Consequentemente, apenas Emenda à ao salário mínimo
Constituição Federal poderá fazê-lo.
IMPORTANTE: tanto o vencimento com a remuneração e o pro-
Criação, transformação e extinção de cargos, empregos e fun- vento não serão objeto de arresto, seqüestro ou penhora, exceto
ções públicas nos casos de prestação de alimentos resultante de decisão judicial.
Com efeito, as várias competências previstas na Constituição
para a União, Estados e Municípios são distribuídas entre seus res- DIREITOS E DEVERES
pectivos órgãos, cada qual dispondo de determinado número de Os direitos e vantagens dos servidores públicos, quais sejam:
cargos criados por lei, que lhes confere denominação própria, defi-
vencimento, indenizações, gratificações, diárias, adicionais, férias,
ne suas atribuições e fixa o padrão de vencimento ou remuneração.
licenças, concessões e direito de petição. 
Criar um cargo é oficializá-lo, atribuindo a ele denominação
Indenizações: de acordo com o art. 51 da Lei nº 8.112/90 as in-
própria, número certo, funções determinadas, etc. Somente se cria
denizações são constituídas pela ajuda de custo, diárias, transporte
um cargo por meio de lei, logo cada Poder, no âmbito de suas com-
petências podem criar um cargo por meio da lei. No caso dos cargos e auxílio moradia.
públicos da União, o vencimento é pago pelos cofres públicos, para Ajuda de custo: A ajuda de custo destina-se a compensar as
provimento em caráter efetivo ou em comissão. despesas de instalação do servidor que, no atendimento do inte-
A transformação ocorre quando há modificação ou alteração resse do serviço, passar a ter exercício em nova sede, desde que
na natureza do cargo de forma que, ao mesmo tempo em que o acarrete mudança de domicílio em caráter permanente.
cargo é extinto, outro é criado. Somente se dá por meio de lei e há Constitui vedação legal o duplo pagamento de indenização, a
o aproveitamento de todos os servidores quando o novo cargo tiver qualquer tempo, no caso de o cônjuge ou companheiro que dete-
o mesmo nível e atribuições compatíveis com o anterior. nha também a condição de servidor, vier a ter exercício na mesma
A extinção corresponde ao fim do cargo e também deve ser sede.
efetuada por meio de lei. Diárias: essa prerrogativa está regulamentada no art. 58 da Lei
No entanto, o art. 84, VI, “b” da Constituição Federal revela nº 8.112/90. É devida ao servidor que se afastar da sede em caráter
exceção a norma geral ao atribuir competência para o Presidente eventual ou transitório para outro ponto do território nacional ou
da República para dispor, mediante decreto, sobre a extinção de para o exterior. São destinadas a indenizar as parcelas de despesas
funções ou cargos públicos quando vagos. extraordinárias com pousada, alimentação e locomoção urbana.
Gratificações e Adicionais: são tratados no art. 61 da Lei nº
Desvio de função 8.112/90 que as discrimina, a saber:
O servidor público deve exercer suas atividades funcionais res- - retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e as-
peitando as competências e atribuições previstas para o cargo que sessoramento,
ocupa. Cumpre ressaltar que a lei que cria o cargo estabelece quais - gratificação natalina,
são os limites das atribuições e competências do cargo. - adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou
No entanto, não raro identificar o servidor exercendo atribui- penosas,
çoes diversas daquelas previstas em lei para o cargo atualmente - adicional pela prestação de serviço extraordinário,
ocupado. - adicional noturno,
Por definição, o desvio de função do servidor público ocorre - adicional de férias,
quando este desempenha função diversa daquela correspondente
- outros (relativos ao local ou à natureza do trabalho),
ao cargo por ele legalmente investido mediante aprovação em con-
- gratificação por encargo de curso ou concurso.
curso público.
Quando constatada a ocorrência de desvio de função, o servi-
Férias: é um direito que o servidor alcança após cumprir o pe-
dor que teve suas atribuições desviadas faz jus a indenização relati-
vas as diferenças salarias decorrentes do desvio. ríodo aquisitivo (12 meses). Consiste em um período de 30 dias de
Este é o entendimento já consolidado pelo Superior Tribunal de descanso que podem ser cumuladas até o máximo de dois perío-
Justiça que editou Sumula a respeito. dos, bem como podem ser parceladas em até três etapas.
Súmula nº 378 STJ Licenças: de acordo com o art. 81 da referida lei a licença é con-
“Reconhecido o desvio de função, o servidor faz jus às diferen- cedida por motivo de doença em pessoa da família, de afastamento
ças salariais decorrentes”. do cônjuge ou companheiro, para o serviço militar, para a atividade
Importante esclarecer que em caso de desvio de função, o ser- política, para capacitação, para tratar de interesses particulares e
vidor público que teve as atribuições do cargo para o qual foi inves- para desempenho de mandato classista.
tido desviadas não tem direito ao reenquadramento funcional. Isso Concessões: existem quando é permitido ao servidor se ausen-
porque inafastável o princípio da imprescindibilidade de concurso tar sem ter que arcar com quaisquer prejuízos.
público para o preenchimento de cargos pela administração públi- O art. 97 da Lei nº 8.112/90 elenca as hipóteses de concessão,
ca, No entanto, tem direito a receber os vencimentos correspon- vejamos:
dentes à função desempenhada. - por um dia para doação de sangue,
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
- pelo período comprovadamente necessário para alistamen- c) Responsabilidade Penal: A responsabilidade penal do servi-
to ou recadastramento eleitoral, limitado, em qualquer caso a dois dor é a que resulta de uma conduta tipificada por lei como infração
dias, penal. A responsabilidade penal abrange crimes e contravenções
- por oito dias consecutivos em razão de casamento, falecimen- imputadas ao servidor, nessa qualidade.
to de cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, en-
teados, menor sob guarda ou tutela ou irmãos. Os crimes funcionais estão definidos no Código Penal, artigos
Direito de Petição: o direito de petição existe para a defesa do 312 a 326, como o peculato, a concussão, a corrupção passiva, a
direito ou interesse legítimo. É instrumento utilizado pelo servidor prevaricação etc. Outros estão previstos em leis especiais federais.
e dirigido à autoridade competente que deve decidir.
A responsabilidade penal do servidor é apurada em Juízo Cri-
RESPONSABILIDADE minal. Se o servidor for responsabilizado penalmente, sofrerá uma
Ao exercer funções públicas, os servidores públicos não estão sanção penal, que pode ser privativa de liberdade (reclusão ou de-
desobrigados de se responsabilizar por seus atos, tanto atos públi- tenção), restritiva de direitos (prestação pecuniária, perda de bens
cos quanto atos administrativos, além dos atos políticos, dependen- e valores, prestação de serviço à comunidade ou a entidades públi-
do de sua função, cargo ou emprego. cas, interdição temporária de direitos e limitação de fim de semana)
Esta responsabilidade é algo indispensável na atividade admi- ou multa (Código Penal, art. 32).
nistrativa, ou seja, enquanto houver exercício irregular de direito ou Importante ressaltar que a decisão penal, apurada por causa
de poder a responsabilidade deve estar presente. da responsabilidade penal do servidor, só terá reflexo na responsa-
Quanto o Estado repara o dano, em homenagem à responsa- bilidade civil do servidor se o ilícito penal tiver ocasionado prejuízo
bilidade objetiva do Estado, fica com direito de regresso contra o patrimonial (ilícito civil). 
responsável que efetivamente causou o dano, isto é, com o direito
de recuperar o valor da indenização junto ao agente que causador Nos termos do que estabelece o artigo 125 da Lei 8.112/90, as
do dano.  sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo
Efetivamente, o direito de regresso, em sede de responsabilida- independentes entre si.
de estatal, configura-se na pretensão do Estado em buscar do seu A responsabilidade administrativa do servidor será afastada
agente, responsável pelo dano, a recomposição do erário, uma vez se, no processo criminal, o servidor for absolvido por ter sido de-
desfalcado do montante destinado ao pagamento da indenização clarada a inexistência do fato ou, quando o fato realmente existiu,
à vítima.
não tenha sido imputada sua autoria ao servidor. Notem que, se o
Nesse aspecto, o direito de regresso é o direito assegurado ao
servidor for absolvido por falta ou insuficiência de provas, a respon-
Estado no sentido de dirigir sua pretensão indenizatória contra o
sabilidade administrativa não será afastada.
agente responsável pelo dano, quando tenha este agido com culpa
ou dolo.
PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
Neste contexto, o agente público poderá ser responsabilizado
O Regime Disciplinar é o conjunto de deveres, proibições, que
nos âmbitos civil, penal e administrativo.
geram responsabilidades aos agentes públicos. Descumprido este
rol, se apura os ilícitos administrativos, onde gera as sanções dis-
a) Responsabilidade Civil: A responsabilidade civil decorre de
ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em pre- ciplinares.
juízo ao erário ou a terceiros. Com o intuito de responsabilizar quem comete faltas adminis-
Neste caso, responsabilidade civil se refere à responsabilidade trativas, atribui-se à Administração o Poder Disciplinar do Estado,
patrimonial, que faz referência aos Atos Ilícitos e que traz consigo a que assegura a responsabilização dos agentes públicos quando co-
regra geral da responsabilidade civil, que é de reparar o dano cau- mentem ações que contrariam seus deveres e proibições relacio-
sado a outrem. nados às atribuições do cargo, função ou emprego de que estão
A Administração Pública, confirmada a responsabilidade de investidos. Por consequência dos descumprimentos legais, há a
seus agentes, como preceitua a no art.37, §6, parte final do Texto aplicação de sanções disciplinares, conforme dispõe a legislação.
Maior, é “assegurado o direito de regresso contra o responsável nos
casos de dolo ou culpa”, descontará nos vencimentos do servidor Dos Deveres
público, respeitando os limites mensais, a quantia exata para o res- Via de regra, os estatutos listam condutas e proibições a serem
sarcimento do dano. observadas pelos servidores, configurando, umas e outras, os seus
deveres como dois lados da mesma moeda. Por exemplo: a proibi-
b) Responsabilidade Administrativa: A responsabilidade admi- ção de proceder de forma desidiosa equivale ao dever de exercer
nistrativa é apurada em processo administrativo, assegurando-se com zelo as atribuições do cargo. Por isso, podem ser englobados
ao servidor o contraditório e a ampla defesa. sob a rubrica “deveres” os que os estatutos assim intitulam e os que
Uma vez constatada a prática do ilícito administrativo, ficará os estatutos arrolam como proibições.
o servidor sujeito à sanção administrativa adequada ao caso, que - Dever de Agir: Devem os administradores agirem em benefí-
poderá ser advertência, suspensão, demissão, cassação de aposen- cio da coletividade.
tadoria ou disponibilidade, destituição de cargo em comissão ou - Dever de Probidade: O agente público deve agir de forma
destituição de função comissionada. honesta e em conformidade com os princípios da legalidade e da
A penalidade deve sempre ser motivada pela autoridade com- moralidade.
petente para sua aplicação, sob pena de nulidade. - Dever de Prestar Contas: Todo administrador deve prestar
Se durante a apuração da responsabilidade administrativa a contas do dinheiro público.
autoridade competente verificar que o ilícito administrativo tam- - Dever de Eficiência: Deve elaborar suas funções perfeição e
bém está capitulado como ilícito penal, deve encaminhar cópia do rendimento funcional. 
processo administrativo ao Ministério Público, que irá mover ação - Dever de Urbanidade: Deve o servidor ser cordial com os de-
penal contra o servidor  mais colegas de trabalho e com o público em geral.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
- Dever de Assiduidade: O servidor deve comparecer em seu Devido ao princípio da Legalidade, todos os agentes devem fa-
serviço, a fim de cumprir seu horário conforme determinado. zer aquilo que está restrito em lei, e caso algum deles descumpram
  a legislação, ocorre uma infração administrativa, pelo poder discipli-
Das Proibições nar, os agentes infratores estão sujeitos a penalidades, que podem
De acordo com o estatuto federal, aplicável aos Servidores Pú- ser: advertência, suspensão, demissão, cassação de aposentadoria
blicos Civis da União, das autarquias e fundações públicas federais, ou disponibilidade, destituição de cargo em comissão e destituição
ocupantes de cargos público, seu artigo 117 traz um rol de proibi- de função comissionada.
ções sendo elas: Para uma aplicação de penalidade justa deve ser considerada
- ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia au- a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela
torização do chefe imediato; provierem para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou
- retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qual- atenuantes e os antecedentes funcionais.
quer documento ou objeto da repartição; É necessário que cada penalidade imposta mencione o funda-
- recusar fé a documentos públicos; mento legal e a causa da sanção disciplinar.
- opor resistência injustificada ao andamento de documento e
processo ou execução de serviço; DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS APLICÁVEIS
- promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto
da repartição; A Constituição Federal, em capítulo específico determina as
- cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previs- diretrizes a serem adotadas pela Administração Pública no trata-
tos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabi- mento de normas específicas aos ocupantes de cargos e empregos
lidade ou de seu subordinado; públicos da Administração Direta ou Indireta.
- coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a as-
Vejamos os dispositivos constitucionais relativos ao tema.
sociação profissional ou sindical, ou a partido político;
- manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de con-
fiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil;
CAPÍTULO VII
- valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem,
em detrimento da dignidade da função pública; DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
- participar de gerência ou administração de sociedade privada,
personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na SEÇÃO I
qualidade de acionista, cotista ou comanditário; DISPOSIÇÕES GERAIS

A essa vedação existe duas exceções, já que o servidor poderá: Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer
I - participação nos conselhos de administração e fiscal de em- dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
presas ou entidades em que a União detenha, direta ou indireta- pios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mora-
mente, participação no capital social ou em sociedade cooperativa lidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
constituída para prestar serviços a seus membros;  I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos
II - gozo de licença para o trato de interesses particulares, na brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim
forma do art. 91 (8.112), observada a legislação sobre conflito de como aos estrangeiros, na forma da lei; 
interesses. II - a investidura em cargo ou emprego público depende de apro-
- atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições vação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos,
públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego,
assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou com- na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em
panheiro; comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; 
- receber propina, comissão, presente ou vantagem de qual- III - o prazo de validade do concurso público será de até dois
quer espécie, em razão de suas atribuições; anos, prorrogável uma vez, por igual período;
- aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convo-
- praticar usura sob qualquer de suas formas; cação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de pro-
- proceder de forma desidiosa; vas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursa-
- utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em servi- dos para assumir cargo ou emprego, na carreira;
ços ou atividades particulares; V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servi-
- cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que
dores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem
ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias;
preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e per-
- exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o
centuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribui-
exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho;
ções de direção, chefia e assessoramento;  
- recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicita-
do.  VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre asso-
ciação sindical;
Infrações e Sanções Administrativas/Penalidades VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites
Os servidores públicos de cada âmbito - União, Estados, Distrito definidos em lei específica;
Federal e Municípios - têm um Estatuto próprio. Quanto aos agen- VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos
tes públicos Federais rege a Lei nº 8.112/1990, já o regimento dos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de
demais depende de cada Estado/Município. sua admissão;
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo de-
terminado para atender a necessidade temporária de excepcional
interesse público;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do
trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funciona-
lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, asse- mento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas,
gurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e
de índices;  atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, fun- cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio. 
ções e empregos públicos da administração direta, autárquica e § 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e cam-
fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos panhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informa-
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de tivo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes,
mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pen- símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de auto-
sões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ridades ou servidores públicos.
ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra na- § 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a
tureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos
Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, da lei.
nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito § 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na
Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Exe- administração pública direta e indireta, regulando especialmente: 
cutivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos
Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento
Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade
cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo dos serviços; 
Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a infor-
aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defen- mações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X
sores Públicos;  e XXXIII;   
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder III - a disciplina da representação contra o exercício negligente
Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Execu- ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública. 
tivo; § 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a sus-
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer es- pensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indispo-
pécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do nibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e grada-
serviço público; ção previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos pra-
não serão computados nem acumulados para fins de concessão de
ticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos
acréscimos ulteriores;
ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e em-
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito priva-
pregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI
e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; do prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o
exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
qualquer caso o disposto no inciso XI:  § 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocu-
a) a de dois cargos de professor;  pante de cargo ou emprego da administração direta e indireta que
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; possibilite o acesso a informações privilegiadas. 
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos
saúde, com profissões regulamentadas; órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administra-
e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de dores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de
economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
ou indiretamente, pelo poder público; I - o prazo de duração do contrato; 
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais te- II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direi-
rão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência tos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; 
sobre os demais setores administrativos, na forma da lei; III - a remuneração do pessoal. 
XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e § 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às
autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de econo- sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem
mia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Muni-
caso, definir as áreas de sua atuação; cípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a cria- geral. 
ção de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, § 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de apo-
assim como a participação de qualquer delas em empresa privada; sentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a re-
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, muneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os
serviços, compras e alienações serão contratados mediante pro- cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos
cesso de licitação pública que assegure igualdade de condições a
e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e
todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações
exoneração. 
de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos ter-
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remunera-
mos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação
tórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de
técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
obrigações. caráter indenizatório previstas em lei. 

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, § 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas
fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores
mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisi-
limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo tos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração
Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco cen- de convênios ou contratos entre os entes federados.
tésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo § 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o dis-
Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos posto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX,
subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores. XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de
§ 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser rea- admissão quando a natureza do cargo o exigir.
daptado para exercício de cargo cujas atribuições e responsabilida- § 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os
des sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão
capacidade física ou mental, enquanto permanecer nesta condição, remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela úni-
desde que possua a habilitação e o nível de escolaridade exigidos ca, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono,
para o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de ori- prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória,
gem.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo § 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública, cípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor remu-
inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rom- neração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o
pimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição. disposto no art. 37, XI.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão
§ 15. É vedada a complementação de aposentadorias de ser-
anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e
vidores públicos e de pensões por morte a seus dependentes que
empregos públicos.
não seja decorrente do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
não seja prevista em lei que extinga regime próprio de previdência
cípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários provenien-
social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
tes da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica
e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de
e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as se-
qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, mo-
guintes disposições:
dernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público,
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital,
ficará afastado de seu cargo, emprego ou função; inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade.
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, § 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em
emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remunera- carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º.
ção; § 9º É vedada a incorporação de vantagens de caráter tempo-
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibili- rário ou vinculadas ao exercício de função de confiança ou de cargo
dade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego em comissão à remuneração do cargo efetivo. (Incluído pela Emen-
ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não da Constitucional nº 103, de 2019)
havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior; Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício titulares de cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário,
de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores
os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento; ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que
V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previ- preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. (Redação dada pela
dência social, permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
de origem. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de § 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência
2019) social será aposentado: (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 103, de 2019)
SEÇÃO II I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em
DOS SERVIDORES PÚBLICOS que estiver investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese
em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios verificação da continuidade das condições que ensejaram a conces-
instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e são da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente federativo;
planos de carreira para os servidores da administração pública dire- (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
ta, das autarquias e das fundações públicas. (Vide ADIN nº 2.135-4) II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta
instituirão conselho de política de administração e remuneração de e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar;
pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Po- III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade,
deres. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem,
(Vide ADIN nº 2.135-4) e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais compo- idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Cons-
nentes do sistema remuneratório observará: tituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de contribuição e os
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos demais requisitos estabelecidos em lei complementar do respectivo
cargos componentes de cada carreira; ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103,
II - os requisitos para a investidura; de 2019)
III - as peculiaridades dos cargos.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores § 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos
ao valor mínimo a que se refere o § 2º do art. 201 ou superiores proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da acumu-
ao limite máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência lação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras ativi-
Social, obser vado o disposto nos §§ 14 a 16. (Redação dada pela dades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) social, e ao montante resultante da adição de proventos de inativi-
§ 3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria se- dade com remuneração de cargo acumulável na forma desta Cons-
rão disciplinadas em lei do respectivo ente federativo. (Redação tituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) exoneração, e de cargo eletivo.
§ 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados § 12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em re-
para concessão de benefícios em regime próprio de previdência so- gime próprio de previdência social, no que couber, os requisitos e
cial, ressalvado o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Redação critérios fixados para o Regime Geral de Previdência Social. (Reda-
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) ção dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do res- § 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de
pectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferencia- cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exonera-
dos para aposentadoria de servidores com deficiência, previamente ção, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, ou de
submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por equipe multi- emprego público, o Regime Geral de Previdência Social. (Redação
profissional e interdisciplinar. (Incluído pela Emenda Constitucional dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
nº 103, de 2019) § 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios ins-
§ 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do res- tituirão, por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, regime
pectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferencia- de previdência complementar para servidores públicos ocupantes
dos para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente peniten- de cargo efetivo, observado o limite máximo dos benefícios do Re-
ciário, de agente socioeducativo ou de policial dos órgãos de que gime Geral de Previdência Social para o valor das aposentadorias e
tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput do art. das pensões em regime próprio de previdência social, ressalvado
52 e os incisos I a IV do caput do art. 144. (Incluído pela Emenda o disposto no § 16. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
Constitucional nº 103, de 2019) 103, de 2019)
§ 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do § 15. O regime de previdência complementar de que trata o §
respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferen-
14 oferecerá plano de benefícios somente na modalidade contribui-
ciados para aposentadoria de servidores cujas atividades sejam
ção definida, observará o disposto no art. 202 e será efetivado por
exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e bio-
intermédio de entidade fechada de previdência complementar ou
lógicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada
de entidade aberta de previdência complementar. (Redação dada
a caracterização por categoria profissional ou ocupação. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o dis-
§ 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima
posto nos § § 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver in-
reduzida em 5 (cinco) anos em relação às idades decorrentes da
gressado no serviço público até a data da publicação do ato de ins-
aplicação do disposto no inciso III do § 1º, desde que comprovem
tituição do correspondente regime de previdência complementar.
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação
infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei comple- § 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cál-
mentar do respectivo ente federativo. (Redação dada pela Emenda culo do benefício previsto no § 3° serão devidamente atualizados,
Constitucional nº 103, de 2019) na forma da lei.
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentado-
acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção de rias e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que
mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de previdên- superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime
cia social, aplicando-se outras vedações, regras e condições para a geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual
acumulação de benefícios previdenciários estabelecidas no Regime igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos.
Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda Constitu- § 19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do
cional nº 103, de 2019) respectivo ente federativo, o servidor titular de cargo efetivo que
§ 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando se tratar tenha completado as exigências para a aposentadoria voluntária e
da única fonte de renda formal auferida pelo dependente, o be- que opte por permanecer em atividade poderá fazer jus a um abo-
nefício de pensão por morte será concedido nos termos de lei do no de permanência equivalente, no máximo, ao valor da sua con-
respectivo ente federativo, a qual tratará de forma diferenciada a tribuição previdenciária, até completar a idade para aposentadoria
hipótese de morte dos servidores de que trata o § 4º-B decorrente compulsória. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de
de agressão sofrida no exercício ou em razão da função. (Redação 2019)
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) § 20. É vedada a existência de mais de um regime próprio de
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preser- previdência social e de mais de um órgão ou entidade gestora des-
var-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios se regime em cada ente federativo, abrangidos todos os poderes,
estabelecidos em lei. órgãos e entidades autárquicas e fundacionais, que serão responsá-
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou veis pelo seu financiamento, observados os critérios, os parâmetros
municipal será contado para fins de aposentadoria, observado o e a natureza jurídica definidos na lei complementar de que trata o
disposto nos §§ 9º e 9º-A do art. 201, e o tempo de serviço corres- § 22. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
pondente será contado para fins de disponibilidade. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de conta-
gem de tempo de contribuição fictício.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá ape- EXERCÍCIO DO PODER DE POLÍCIA POR SERVIDORES CELETISTA
nas sobre as parcelas de proventos de aposentadoria e de pensão A Polícia Administrativa é manifestada por meio de atos norma-
que superem o dobro do limite máximo estabelecido para os bene- tivos e de alcance geral, bem como de atos concretos e específicos.
fícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201 Além disso, outra característica marcante dos atos expedidos
desta Constituição, quando o beneficiário, na forma da lei, for por- por força da Polícia Administrativa são os atos revestidos de contro-
tador de doença incapacitante (Incluído pela Emenda Constitucio- le e fiscalização.
nal nº 47, de 2005) (Revogado pela Emenda Constitucional nº 103, A atividade administrativa que envolve atos fiscalizadores e de
de 2019) (Vigência) (Vide Emenda Constitucional nº 103, de 2019) controle , os quais a Administração Pública pretende a prevenção
§ 22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de previ- de atos lesivos ao bem estar social ou saúde pública não podem ser
dência social, lei complementar federal estabelecerá, para os que proferidos por servidores com regime contratual – CLT.
já existam, normas gerais de organização, de funcionamento e de Esta é a grande polêmica envolvendo a prática de atos admi-
responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre outros aspectos, nistrativos revestidos de Poder de Polícia quando praticados por
sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) servidores celetistas.
I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o Conforme ressaltado pela melhor doutrina, Celso António Ban-
Regime Geral de Previdência Social; (Incluído pela Emenda Consti- deira de Mello afirma que “o regime normal dos servidores públicos
tucional nº 103, de 2019) teria mesmo de ser o estatutário, pois este (ao contrário do regime
II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos re- trabalhista) é o concebido para atender a peculiaridades de um vín-
cursos; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) culo no qual não estão em causa tão-só interesses empregatícios,
III - fiscalização pela União e controle externo e social; (Incluído mas onde avultam interesses públicos são os próprios instrumentos
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) de atuacão do Estado”.
IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial; (Incluído pela A jurisprudência já se manifestou neste sentido no julgamento
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) da cautelar da ADin no 2.310, o Supremo examinou a lei que trata
V - condições para instituição do fundo com finalidade previ- dos agentes públicos de agências reguladoras (Lei no 9.985/2000),
denciária de que trata o art. 249 e para vinculação a ele dos recur- e ali se posicionou contrário à contratação de servidores em regime
sos provenientes de contribuições e dos bens, direitos e ativos de celetista para a execução de atos revestidos com o Poder de Polícia
qualquer natureza; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de no ato de fiscalização. De acordo com o ministro Marco Aurélio, re-
2019) lator:
VI - mecanismos de equacionamento do deficit atuarial; (Inclu- “...prescindir, no caso, da ocupação de cargos públicos, com os
ído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) direitos e garantias a eles inerentes, é adotar flexibilidade incompa-
VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, ob- tível com a natureza dos serviços a serem prestados, igualizando os
servados os princípios relacionados com governança, controle inter- servidores das agências a prestadores de serviços subalternos, dos
no e transparência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, quais não se exige, até mesmo, escolaridade maior, como são ser-
de 2019) ventes, artífices, mecanógrafos, entre outros. Atente-se para as es-
VIII - condições e hipóteses para responsabilização daqueles pécies. Está-se diante de atividade na qual o poder de fiscalização,
que desempenhem atribuições relacionadas, direta ou indiretamen- o poder de polícia fazem- se com envergadura ímpar, exigindo, por
te, com a gestão do regime; (Incluído pela Emenda Constitucional isso mesmo, que aquele que a desempenhe sinta-se seguro, atue
nº 103, de 2019) sem receios outros, e isso pressupõe a ocupação de cargo público
IX - condições para adesão a consórcio público; (Incluído pela (…). Em suma, não se coaduna com os objetivos precípuos das agên-
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
cias reguladoras, verdadeiras autarquias, embora de caráter espe-
X - parâmetros para apuração da base de cálculo e definição
cial, a flexibilidade inerente aos empregos públicos, impondo-se a
de alíquota de contribuições ordinárias e extraordinárias. (Incluído
adoção da regra que é revelada pelo regime de cargo público, tal
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
como ocorre em relação a outras atividades fiscalizadoras — fiscais
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os ser-
do trabalho, de renda, servidores do Banco Central, dos Tribunais
vidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de
de Contas etc.”
concurso público.
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
Portanto, muito embora não tenha previsão legal, o entendi-
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegu- mento construído pela doutrina e jurisprudência entende que o
rada ampla defesa; emprego público, de natureza contratual (CLT) é incompatível com
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desem- a atividade a ser desenvolvida quando se exige a incidência de ato
penho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. com poder de polícia. O cargo público, sim, é cercado de garantias
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor institucionais, destinadas a dar proteção e independência ao servi-
estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se es- dor para prestar a manifestação do Estado quando no exercício do
tável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, Poder de Polícia.
aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com re-
muneração proporcional ao tempo de serviço. REGIME CONSTITUCIONAL DOS SERVIDORES PÚBLICOS
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o ser-
vidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração propor- Concurso público
cional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em Via de regra, para que ocorra a legal investidura em cargou ou
outro cargo. emprego público é necessária prévia aprovação em concurso de
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obriga- prova ou de provas e títulos, levando em consideração a natureza e
tória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída a complexidade do cargo ou emprego.Quanto as normas constitu-
para essa finalidade. cionais acerca da obrigatoriedade de concurso para o preenchimen-
to de cargos públicos
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
A jurisprudência é pacífica quanto a necessidade de aprovação Ainda em homenagem ao Princípio da Acessibilidade aos car-
previa em concurso público para ocupar cargo na estrutura admi- gos e empregos públicos, o texto constitucional determina que a lei
nistrativa. deverá reservar percentual do total das vagas a serem preenchidas
Súmula Vinculante 43 É inconstitucional toda modalidade de por concurso público de cargos e empregos públicos para as pesso-
provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia apro- as portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão.
vação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo
que não integra a carreira na qual anteriormente investido. Invalidação do concurso
Conforme mencionado, os concursos públicos devem ser rea-
Exceção: As nomeação efetuadas pela Administração Pública lizados previamente para o preenchimento de cargos e empregos
para preenchimento de cargo em comissão declarado em lei de li- públicos, devendo para tanto dispensar tratamento impessoal e
vre nomeação e exoneração dispensa a realização e aprovação em igualitário entre os interessados, sendo certo que a ausência desse
concurso público. tratamento causaria fraude a ordem constitucional de realização de
O concurso público terá prazo de validade de até dois anos, concurso público.
podendo ser prorrogável uma única vez por igual período. Em ho- Neste contexto, são inválidas as disposições constantes em edi-
menagem ao princípio constitucional da impessoalidade, durante o tais ou normas de admissão em cargos e empregos públicos que
prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele que desvirtuam as finalidades da realização do concurso público.
for aprovado será convocado com prioridade sobre novos concursa- Caso se identifique qualquer norma ou cláusula constante em
dos para assumir cargo ou emprego. edital que inviabilize ou dificulte a ampla participação daqueles que
preencham os requisitos mínimos ou então que direcione, de qual-
Direito de acesso aos cargos, empregos e funções públicas quer forma, com o objetivo de beneficiar ou prejudicar alguém em
A Constituição Federal estabelece o Princípio da Ampla Aces- concurso público poderá acarretar na invalidação de todo o certa-
sibilidade aos cargos, funções e empregos públicos aos brasileiros me.
que preencham os requisitos estabelecidos em lei específica, bem O direito à revisão judicial de provas e exames seletivos à luz
como aos estrangeiros, na forma da lei. dos tribunais pátrios
Tal princípio que garante a ampla acessibilidade tem por objeti-
vo proporcionar iguais oportunidades de disputar, por meio de con- O controle judicial dos atos administrativos é preceito básico
curso público, o preenchimento em cargos ou empregos públicos do Estado de Direito com status de garantia constitucional, nos ter-
na Administração Direta ou Indireta. mos do que estabelece o artigo 5º, XXXV da Constituição Federal
de 1988.
Requisito de inscrição e requisitos de cargos Art. 5º
Nas regras gerais constantes nos editais de concursos públicos [...]
é vedada a inclusão de cláusulas discriminatórias entre brasileiros XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão
natos e naturalizados, salvo para preenchimento de cargos específi- ou ameaça a direito;
cos mencionados no artigo 12, § 3º da Constituição Federal.
Artigo 12. Esta, inclusive, se configura em função típica do Poder Judici-
[...] ário, exercer o controle legal dos atos editados pela ente estatal,
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: como forma de controle externo da Administração Pública.
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; Neste contexto, ainda é complexa a discussão sobre a legiti-
II - de Presidente da Câmara dos Deputados; midade do Poder Judiciário exercer revisão judicial de questões e
III - de Presidente do Senado Federal; resultados em provas de concurso público.
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; É crescente a demanda de candidatos que buscam na tutela do
V - da carreira diplomática; Poder Judiciário a revisão de resultados de concursos públicos, atri-
VI - de oficial das Forças Armadas. buindo as bancas organizadoras, entre outros argumentos, a carên-
VII - de Ministro de Estado da Defesa. cia de razoabilidade, proporcionalidade, isonomia e transparência
durante a realização do certame.
Ademais, em decorrência do mandamento constitucional do A jurisprudência dos nossos Tribunais tem-se orientado no sen-
artigo 7º, XXX, em princípio não seria admissível restrições de con- tido de que só são passíveis de reexame judicial as questões cuja
crrencia em concurso público por motivos de idade ou sexo para impugnação se funda na ilegalidade da avaliação ou dos graus con-
a regular admissão em cargos e empregos públicos, no entanto, o feridos pelos examinadores ou ainda a ausência de impessoalidade
mencionado artigo constitucional prevê a possibilidade de se insti- dedicada nas provas com privilégios exorbitantes a determinados
tuírem requisitos específicos e diferenciados de admissão quando candidatos, com a exclusão arbitrária de outros.
a natureza do cargo assim exigir. Exemplo: Teste de Aptidão Física Nos Estados de Direito, em que vige o princípio da legalidade,
– TAF - permite exigência sequência de exercícios fisicos diferencia- não há espaço para arbitrariedades estatais, ao impor a Ordem Jurí-
dos entre homens e mulheres. dica, não ficando de toda sorte excluída da apreciação judicial toda
Quanto aos requisitos específicos para investidura em cargos lesão ou ameaça a direito, inclusive quanto ao possível reexame
públicos, a Lei 8.112/90, em seu artigo 5º assim determina: judicial de atos praticados durante os concursos públicos ou pro-
Art. 5o São requisitos básicos para investidura em cargo público: cessos de seleção.
I - a nacionalidade brasileira;
II - o gozo dos direitos políticos; Da investidura do servidor público
III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais; A investidura em cargo público, mesmo nos casos em que o
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; cargo não é vitalício ou em comissão, terá que ser necessariamente
V - a idade mínima de dezoito anos; efetivo.
VI - aptidão física e mental.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Embora em menor escala que nos cargos vitalícios, os cargos Passando o tempo, denota-se que o Estado foi se distanciando
efetivos também proporcionam segurança a seus titulares; a perda dos princípios liberais, passando a desenvolver também atividades
do cargo, segundo art. 41, §1º da Constituição Federal, só poderá comerciais e industriais, que, diga se de passagem, anteriormente
ocorrer, quando estáveis, se houver sentença judicial ou processo eram reservadas somente à iniciativa privada. De outro ângulo, foi
administrativo em que se lhes faculte ampla defesa, e agora tam- verificado em determinadas situações, que a estrutura de organiza-
bém em virtude de avaliação negativa de desempenho durante o ção do Estado não se encontrava adequada à execução de todos os
período de estágio probatório. serviços públicos. Por esse motivo, o Poder Público veio a delegar
Isso lhe garante que, uma vez legalmente investido em cargo a particulares com o intuito de responsabilidade, a prestação de al-
público passa a ser representante do Estado nas manifestações guns serviços públicos. Em outro momento, tais serviços públicos
proferidas durante o exercício do cargo, e assim, passa a gozar de também passaram a ter sua prestação delegada a outras pessoas
prerrogativas especiais (típicas de direito público) com o objetivo de jurídicas, que por sua vez, eram criadas pelo próprio Estado para
satisfazer as demandas coletivas. esse fim específico. Eram as empresas públicas e sociedades de
economia mista, que possuem regime jurídico de direito privado,
Estágio experimental, estágio probatório e Estabilidade cujo serviço era mais eficaz para que fossem executados os serviços
O instituto da Estabilidade corresponde à proteção ao ocupan- comerciais e industriais.
te do cargo, garantindo, não de forma absoluta, a permanência no Esses acontecimentos acabaram por prejudicar os critérios uti-
Serviço Público, o que permite a execução regular de suas ativida- lizados pela doutrina para definir serviço público como um todo.
des, visando exclusivamente o alcance do interesse coletivo. Denota-se que o elemento subjetivo foi afetado pelo fato de as pes-
soas jurídicas de direito público terem deixado de ser as únicas a
No entanto, para se conquistar a estabilidade prevista constitu- prestar tais serviços, posto que esta incumbência também passou
cionalmente é necessário superar a etapa de estágio experimental a ser delegada aos particulares, como é o caso das concessionárias,
ou também chamada de estágio probatório, que pressupõe a reali- permissionárias e autorizatárias. Já o elemento material foi atingido
zação de avaliação de desempenho e transpor o período de 3 (três) em decorrência de algumas atividades que outrora não eram tidas
anos de efetivo desempenho da função. como de interesse público, mas que passaram a ser exercidas pelo
A Avaliação de Desempenho é uma importante ferramenta de Estado, 8como por exemplo, como se deu com o serviço de loterias.
Gestão de Pessoas que corresponde a uma análise sistemática do O elemento formal, por sua vez, também foi bastante atingido, na
desempenho do profissional em função das atividades que realiza, forma que aduz que nem todos os serviços públicos são prestados
das metas estabelecidas, dos resultados alcançados e do seu poten- sob regime de exclusividade pública, como por exemplo, a aplica-
cial de desenvolvimento. ção de algumas normas de direito do consumidor e de direito civil
a contratos feitos entre os particulares e a entidade prestadora de
serviço público de forma geral.
SERVIÇOS PÚBLICOS: CONCEITO, CLASSIFICAÇÃO, REGU- Assim sendo, em razão dessas inovações, os autores passaram,
LAMENTAÇÃO E CONTROLE; FORMA, MEIOS E REQUISI- por sua vez, a comentar em crise na noção de serviço público. Ho-
TOS; DELEGAÇÃO: CONCESSÃO, PERMISSÃO, AUTORIZA- diernamente, os critérios anteriormente mencionados continuam
ÇÃO sendo utilizados para definir serviço público, porém, não é exigido
que os três elementos se façam presentes ao mesmo tempo para
que o serviço possa ser considerado de utilidade pública, passan-
Conceito do a existir no campo doutrinário diversas definições, advindas do
De modo geral, não havendo a existência de um conceito legal uso isolado de um dos elementos ou da combinação existente entre
ou constitucional de serviço público, a doutrina se encarregou de eles.
buscar uma definição para os contornos do instituto, ato que foi re- Registra-se, que além da enorme variedade de definições ad-
alizado com a adoção, sendo por algumas vezes isolada, bem como vindas da combinação dos critérios subjetivo, material e formal, é
em outras, de forma combinadas, vindo a utilizar-se dos critérios de suma importância compreendermos que o vocábulo “serviço
subjetivo, material e formal. Vejamos a definição conceitual de cada público” pode ser considerado sob dois pontos de vista, sendo um
em deles: subjetivo e outro objetivo. Façamos um breve estudo de cada um
deles:
Critério subjetivo
Aduz que o serviço público se trata de serviço prestado pelo Sentido objetivo
Estado de forma direta. Infere-se que tal expressão é usada para fazer alusão ao sujeito
responsável pela execução da atividade. Exemplo: determinada au-
Critério material tarquia com o dever de prestar de serviços para a área da educação.
Sob esse crivo, serviço público é a atividade que possui como
objetivo satisfazer as necessidades coletivas. Sentido objetivo ou material
Nesse sentido, a administração pública está coligada à diversas
Critério formal atividades que são exercidas pelo Estado, por intermédio de seus
Segundo esse critério, serviço público é o labor exercido sob agentes, órgãos e entidades na diligência eficaz da função adminis-
o regime jurídico de direito público denegridor e desmesurado do trativa estatal.
direito comum. Destaque-se, por oportuno, que o vocábulo serviço público
sempre está se referindo a uma atividade, ou, ainda, a um conjunto
de atividades a serem exercidas, sem levar em conta qual o órgão
ou a entidade que as exerce.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Mesmo com os aspectos expostos, boa parte da doutrina ain- Observação importante: Com o entendimento acima mencio-
da usa de definições de caráter amplo e restrito do vocábulo ser- nado, a ilustre Professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro acaba por
viço público. Para alguns, tal vocábulo se presta a designar todas definir serviço público como sendo toda a atividade material que a
as funções do Estado, tendo em vista que nesse rol estão inclusas lei atribui ao Estado, para que este a exerça de forma direta ou por
as funções administrativa, legislativa e judiciária. Já outra corrente intermédio de seus delegados, com o condão de satisfazer de forma
doutrinária, utiliza-se de um conceito com menor amplitude, vindo concreta as necessidades da coletividade, sob regime jurídico total
a incluir somente as funções administrativas e excluindo, por sua ou parcialmente público.
vez, as funções legislativa e judiciária. Destarte, infere-se que den-
tre aquelas doutrinas que adotam um sentido mais restrito, existem Elementos Constitutivos
ainda as que excluem do conceito atividades importantes advindas Os elementos do serviço público podem ser classificados sob os
do exercício do poder de polícia, de intervenção e de fomento. seguintes aspectos:
Denota-se com grande importância, que o direito brasileiro
acaba por diferenciar de forma expressa o serviço público e o poder Subjetivo: Por meio do qual o serviço público está sempre sob
de polícia. Em campo tributário, por exemplo, no disposto em seus a total responsabilidade do Estado. No entanto, registra-se que ao
arts. 77 e 78, o Código Tributário Nacional dispõe do ensino e deter- Estado como um todo, é permitido delegar determinados serviços
minação de duas atuações como fatos geradores diversos do tribu- públicos, desde que sempre por intermediação dos parâmetros da
to de nome taxa. Nesse diapasão de linha diferenciadora, a ESAF, na lei e sob regime de concessão ou permissão, bem como por meio de
aplicação da prova para Procurador do Distrito Federal/2007, veio licitação. Denota-se que nesse caso, é o próprio Estado que escolhe
a considerar como incorreta a afirmação: “o exercício da atividade os serviços que são considerados serviços públicos. Como exem-
estatal de polícia administrativa constitui a prestação de um serviço plo, podemos citar: os Correios, a radiodifusão e a energia elétrica,
público ao administrado”. dentre outros serviços pertinentes à Administração Pública. Esse
De forma geral, a doutrina entende que os elementos subjetivo, elemento determina que o serviço público deve ser prestado pelo
material e formal tradicionalmente utilizados para definir serviço Estado ou pelos seus entes delegados, ou seja, por pessoas jurídi-
público, continuam de forma ampla a servir a esse propósito, desde cas criadas pelo Estado ou por concessões e permissões a terceiros
que estejam combinados e harmonizados com o fito de acoplar de para que possam prestá-lo.
forma correta, as contemporâneas figuras jurídicas que vêm sendo
inseridas e determinadas pelo legislador com força de lei, com o Formal: A princípio, o regime jurídico é de Direito Público, ou
fulcro de oferecer conveniência e utilidades, bem como de atender parcialmente público, sob o manto do qual o serviço público deverá
as constantes necessidades da população que sempre acontecem ser prestado. No entanto, quando particulares prestam seus servi-
de forma mutante, a exemplo das parcerias público-privadas, das ços em conjunto com o Poder Público, ressalta-se que o regime ju-
OSCIPs e organizações sociais. rídico é considerado como híbrido. Isso por que nesse caso, poderá
Nesse sentido, com o objetivo de reinterpretar o elemento haver a permanência do Direito Público ou do Direito Privado nos
subjetivo em consonância com o atual estágio de evolução do di- ditames da lei. Porém, em ambas as situações, a responsabilidade
reito administrativo, podemos afirmar que a caracterização de um será sempre objetiva.
serviço como público, em tempos contemporâneos passou a não
exigir mais que a prestação seja realizada pelo Estado, mas apenas Material: Por intermédio desse elemento, o serviço público de-
que ele passe a deter, nos termos legais dispostos na Constituição verá sempre prestar serviços condizentes a uma atividade de inte-
Federal de 1988, a titularidade de tal serviço. Em relação a esse resse público como um todo. Denota-se que por meio da aplicação
aspecto, destacamos a importância de não vir a confundir a expres- desse elemento, o objetivo do serviço público será sempre o de sa-
siva titularidade do serviço com sua efetiva prestação. Registe-se tisfazer de forma concreta as necessidades da coletividade.
que o titular do serviço, trata-se do sujeito que detém a atribuição
legal constitucional para vir a prestá-lo. Via de regra, aquele que de-
tém a titularidade do serviço não se encontra obrigado a prestá-lo
de forma direta através de seus órgãos, mas tem o dever legal de
promover-lhe a prestação, de forma direta por meio de seu aparato
administrativo, ou, ainda, mediante a legal delegação a particulares
realizada por meio de concessão, permissão ou autorização.
De maneira igual, contemporaneamente, o critério material
considerado de forma isolada não é suficiente para definir um ser-
viço como público. Isso ocorre pelo fato de existirem determinadas
atividades relativas aos direitos sociais como saúde e educação, por
exemplo, que apenas podem ser enquadradas no conceito quando
forem devidamente prestadas pelo Estado, levando em conta que
a execução desses serviços por particulares deve ser denominada
como serviço privado.
Finalmente, em relação ao critério formal, nos tempos moder-
nos, infere-se que não é mais necessário que o regime jurídico ao
qual está submetido o serviço público seja realizado de maneira in-
tegral de direito público, sendo que em algumas situações, acaba
existindo um sistema híbrido que é formado por regras e normas
de direito público e privado, principalmente em se tratando de caso
de serviços públicos nos quais sua prestação tenha sido delegada a
terceiros.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Esquematizando, temos: Havendo descumprimento de quaisquer dos requisitos retro
Elementos constitutivos dos serviços públicos mencionados, afirma-se que o usuário do serviço terá em suas mãos
o direito pleno de recorrer ao Poder Judiciário para exigir a correta
Subjetivo - determina que o serviço público deve ser presta- prestação desses serviços. Neste mesmo sentido, destaca-se que a
do pelo Estado ou pelos seus entes delegados, ou seja, por pesso- greve de servidores públicos, não poderá jamais ultrapassar o direi-
as jurídicas criadas pelo Estado ou por concessões e permissões a to dos usuários dos serviços essenciais, que se tratam daqueles que
terceiros para que possam prestá-lo. por decorrência de sua natureza, colocam a sobrevivência, a vida e
a segurança da sociedade em risco se estiverem ausentes.
Formal - o regime jurídico é de Direito Público, ou parcial-
mente público, sob o manto do qual o serviço público deverá ser Formas de prestação e meios de execução
prestado. O art. 175 da Constituição Federal de 1988 determina, que
compete ao Poder Público, nos parâmetros legais, de forma direta
Material - o serviço público deverá sempre prestar serviços ou sob regime de concessão ou permissão a prestação de serviços
condizentes a uma atividade de interesse público como um todo. públicos de forma geral. De acordo com esse mesmo dispositivo, as
concessões e permissões de serviços públicos deverão ser sempre
Subjetivo - é o próprio Estado que escolhe os serviços que precedidas de licitação.
são considerados serviços públicos. Como exemplo, podemos ci- Entretanto, o parágrafo único do art. 175 da Carta Magna dis-
tar: os Correios, a radiodifusão e a energia elétrica, dentre outros põe a implementação de lei para regulamentar as seguintes refe-
serviços pertinentes à Administração Pública. rências:
I – o regime das empresas concessionárias e permissionárias
Formal - poderá haver a permanência do Direito Público ou de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua
do Direito Privado nos ditames da lei. Porém, em ambas as situa- prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e
ções, a responsabilidade será sempre objetiva. rescisão da concessão ou permissão;
II – os direitos dos usuários;
Material - por meio da aplicação desse elemento, o objetivo III – política tarifária;
do serviço público será sempre o de satisfazer de forma concreta IV – a obrigação de manter serviço adequado.
as necessidades da coletividade. Considera-se que a Lei Federal 8.987/1995, em obediência ao
mandamento constitucional foi editada estabelecendo normas ge-
neralizadas como um todo em matéria de concessão e permissão
Regulamentação e Controle
de serviços públicos, devendo tais normas, ser aplicáveis à União,
Tanto a regulamentação quanto o controle do serviço público
Estados, Distrito Federal e Municípios, da mesma forma que a Lei
são realizados de maneira regular pelo Poder Público. Isso ocorre
Federal 9.074/1995, que, embora tenha o condão de estipular re-
em qualquer sentido, ainda que o serviço esteja delegado por con-
gras especificamente voltadas a serviços de competência da União,
cessão, permissão ou autorização, uma vez que nestas situações,
trouxe também em seu bojo, pouquíssimas regras gerais que po-
deverá o Estado manter sua titularidade e, ainda que haja situações
dem ser aplicadas a todos os entes federados.
adversas e problemas durante a prestação, poderá o Poder Público
Em relação à forma de prestação dos serviços públicos, depre-
interferir para que haja a regularização do seu funcionamento, com
ende-se que estes podem ser prestados de forma centralizada ou
fundamento sempre na preservação do interesse público.
descentralizada, sendo a primeira forma caracterizada quando o
Ressalta-se que esses serviços são controlados e também fisca-
serviço público for prestado pela própria pessoa jurídica federativa
lizados pelo Poder Público, que deve intervir em caso de má pres-
que detém a sua titularidade e a segunda forma, quando, em várias
tação, sendo que isso é uma obrigação que lhe compete segundo
situações, o ente político titular de determinado serviço público,
parâmetros legais.
embora continue mantendo a sua titularidade, termina por transfe-
A esse respeito, dispõe a Lei 8997 de 1995 em seus arts. 3º e
rir a pessoas diferentes e desconhecida à sua estrutura administra-
32, respectivamente:
tiva, a responsabilidade pela prestação.
Art. 3º. As concessões e permissões sujeitar-se-ão à fiscalização
Lembremos que o ente político, mesmo ao transferir a respon-
pelo poder concedente responsável pela delegação, com a coopera-
sabilidade pela prestação de serviços públicos a terceiros, sempre
ção dos usuários.
poderá conservar a sua titularidade, fato que lhe garante a manu-
Art. 32. O poder concedente poderá intervir na concessão, com
tenção da competência para regular e controlar a prestação dos
o fim de assegurar a adequação na prestação do serviço, bem como
serviços delegados a outrem.
o fiel cumprimento das normas contratuais, regulamentares e le-
A descentralização dos serviços públicos pode ocorrer de duas
gais pertinentes.
maneiras:
1. Por meio de outorga ou delegação legal: por meio da qual o
Deve-se registrar também, que outro aspecto que deve ser en-
Estado cria uma entidade que poderá ser autarquia, fundação pú-
fatizado com destaque em relação à regulamentação e ao contro-
blica sociedade de economia mista ou empresa pública, transferin-
le dos serviços públicos, são os requisitos do serviço e direito dos
do-lhe, por meios legais a execução de um serviço público.
usuários, sendo que o primeiro deles é a permanência, que possui
2. Por meio de delegação ou delegação negocial: por intermé-
como atributo, impor a continuidade do serviço. Logo após, temos
dio da qual, o Poder Público detém o poder de transferir por contra-
o requisito da generalidade, por meio do qual, os serviços devem
to ou ato unilateral a execução ampla do serviço, desde que o ente
ser prestados de maneira uniforme para toda a coletividade. Em se-
delegado preste o serviço em nome próprio e por sua conta e risco,
guida, surge o requisito da eficiência, por intermédio do qual é exi-
sob o controle do Estado e dentro da mesma pessoa jurídica.
gida a eficaz atualização do serviço público. Em continuidade, vem
a modicidade, por meio da qual, infere-se que as tarifas que são co-
bradas dos usuários devem ser eivadas de valor razoável e por fim,
a cortesia, que por seu intermédio, entende-se que o tratamento
com o usuário público em geral, deverá ser oferecido com presteza.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Esclarece-se ainda, a título de conhecimento, que a delegação titularidade, na qual o concessionário é obrigado, por meio de con-
negocial admite a titularidade exclusiva do ente delegante sobre tratos legais a executar o serviço delegado em nome próprio, por
o serviço a ser delegado. Em se tratando de serviços nos quais a sua conta e risco, sendo sujeito a controle e fiscalização do poder
titularidade não for exclusiva do Poder Público, como educação e concedente e remunerado através de tarifa paga pelo usuário ou
saúde, por exemplo, o particular que tiver a pretensão de exercê-lo outra modalidade de remuneração advinda da exploração do ser-
não estará dependente de delegação do Estado, uma vez que tais viço. Exemplo: as receitas adquiridas por empresas de transporte
atos de exercício de educação e saúde, quando forem prestados por coletivo que cobram por comerciais constantes na parte traseira
particulares, não serão mais considerados como serviços públicos, dos ônibus.
mas sim como atividade econômica da iniciativa privada. Conforme mencionado, existem duas modalidades de conces-
Em outras palavras, os serviços públicos podem ser executados são comum, quais sejam: a concessão de serviço público, também
nas formas: conhecida como concessão simples e a concessão de serviço públi-
Direta: Quando é prestado pela própria administração pública co antecedida de execução por meio de obra pública.
por intermédio de seus próprios órgãos e agentes. A concessão de serviço público ou concessão simples, pode ser
Indireta: Quando o serviço público é prestado por intermé- definida pela lei como a “delegação da prestação de serviço público,
dio de entidades da Administração Pública indireta ou, ainda, de feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de
particulares, por meio de delegação, concessão, permissão e au- concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que de-
torização. Esta forma de prestação de serviço, deverá ser sempre monstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e
sobrepujada de licitação, formalizada por meio de contrato admi- por prazo determinado” (art. 2º, II).
nistrativo, seguida de adesão com prazo previamente estipulado Já a concessão de serviço público antecedida de execução de
e que por ato bilateral, buscando somente transferir a execução, obra pública pode ser como “a construção, total ou parcial, conser-
porém, jamais a titularidade que deverá sempre permanecer com vação, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de
o poder outorgante. interesse público, delegada pelo poder concedente, mediante licita-
Em resumo, temos: ção, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio
de empresas que demonstre capacidade para a sua realização, por
sua conta e risco, de forma que o investimento da concessionária
seja remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço
ou da obra por prazo determinado” (art. 2º, III). Como hipótese de
exemplo, citamos a concessão a particular, vitorioso de processo
licitatório por construção e conservação de rodovia, com o conse-
quente pagamento realizado mediante a cobrança de pedágio aos
particulares que vierem a utilizar da via.
Pondera-se que a diferença entre as duas modalidades de con-
cessão comum está apenas no objeto. Perceba que na concessão
simples, o objeto do contrato é somente a execução de atividade
Transferência da execução do que foi caracterizada como sendo serviço público, ao passo que na
DESCENTRALIZAÇÃO serviço para outra pessoa física ou concessão de serviço público antecedida da execução de obra pú-
jurídica. blica existe uma duplicidade de objeto, sendo que o primeiro deles
se refere ao ajuste existente entre o poder concedente e o conces-
Divisão interna do serviço com sionário para que certa obra pública seja executada. Em relação ao
DESCONCENTRAÇÃO outros órgãos da mesma pessoa ju- segundo, a prestação do serviço público existe na exploração am-
rídica. plamente econômica do serviço ou da obra.

Delegação • Direitos e obrigações dos usuários


Concessão Nos ditames do art. 7º da Lei 8.987/1995, os direitos e obriga-
Ocorre a delegação negocial de serviços públicos mediante: ções dos usuários dos serviços públicos delegados são os seguintes:
concessão, permissão ou autorização. a) Receber serviço adequado;
Nesse tópico, não esgotaremos todas as formas de concessões b) Receber do poder concedente e da concessionária informa-
existentes e suas formas de aplicação e execução nos serviços públi- ções para a defesa de interesses individuais ou coletivos;
cos, porém destacaremos as mais importantes e mais cobradas em c) Obter e utilizar o serviço, com liberdade de escolha entre
provas de concursos públicos e áreas afins. vários prestadores de serviços, quando for o caso, observadas as
Conforme o Ordenamento Jurídico Brasileiro, as concessões de normas do poder concedente;
serviços públicos podem ser divididas em duas espécies: d) Levar ao conhecimento do poder público e da concessioná-
1ª) Concessões comuns, que estão sob a égide das leis ria as irregularidades de que tenham conhecimento, referentes ao
8.987/1995 e 9.074/1995 e 2ª, que subdividem em: concessão de serviço prestado;
serviços públicos e concessão de serviço público precedida da exe- e) Comunicar às autoridades competentes os atos ilícitos prati-
cução de obra pública. cados pela concessionária na prestação do serviço;
2ª) Concessões especiais, que são as parcerias público-privadas f) Contribuir para a permanência das boas condições dos bens
previstas na Lei 11.079/2004, sujeitas a alguns dispositivos da Lei públicos pelos quais lhes são prestados os serviços.
8.987/1995. Se subdividindo em duas categorias: concessão patro- Ademais, as concessionárias de serviços públicos, de direito
cinada e concessão administrativa. público e privado, nos Estados e no Distrito Federal, são legalmente
A concessão comum de serviço público é uma modalidade de obrigadas a dispor ao consumidor e ao usuário, desde que dentro
contrato administrativo por intermédio do qual a Administração Pú- do mês de vencimento, o mínimo de seis datas como opção para
blica transfere delegação a pessoa jurídica ou, ainda, a consórcio de escolherem os dias de vencimento de seus débitos a serem adim-
empresas a execução de certo serviço público pertencente à sua plidos, nos termos do art. 7º-A, da Lei 8.987/1995.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
1. Serviço adequado dida de obra pública deverá ser realizada por prazo determinado,
Os usuários detêm o direito de receber um serviço público mas não define quais seriam os limites desse prazo. Assim sendo,
adequado. Esse direito encontra-se regulamentado pelo seguinte caberá à lei reguladora específica de cada serviço público, devida-
dispositivo: mente editada pelo ente federado detentor de competência para
prestá-lo, aditar definindo qual o prazo de duração do contrato de
Art. 6º Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação concessão. Caso o legislador competente não estabeleça qualquer
de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, confor- prazo, deverá, por conseguinte, o poder concedente fixá-lo no ato
me estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo da minuta do contrato de concessão, que se encontra afixado como
contrato. anexo no edital da licitação. Denota-se que o prazo deve ser razo-
§ 1º Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regula- ável, de forma a permitir o abatimento dos investimentos a serem
ridade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalida- realizados pelo concessionário.
de, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas. Referente às concessões advindas de parceria público-priva-
da, infere-se que a vigência de tais contratos deverá ser sempre
Denota-se que além do conhecimento da previsão no citado compatível com o abatimento dos investimentos realizados, não
dispositivo, é importante compreendermos o significado prático de podendo ser sendo inferior a 5 e nem superior a 35 anos, já restan-
cada condição citada, com o objetivo de garantir que cada exigência do-se incluído nesse prazo eventual prorrogação nos termos da Lei
legal seja cumprida para a qualificação do serviço como adequado. 11.079/2004, art. 5º, I.
Desta forma, temos:
1 – Regularidade: exige que os serviços públicos sejam presta- Cláusulas do contrato de concessão
dos de forma a garantir a estabilidade e a manutenção dos requi- Nos ditames dos arts. 23 e 23-A da Lei 8.987/1995, as cláusu-
sitos essenciais, sendo prestados em perfeita harmonia com a lei e las do contrato de concessão tratam de modo geral sobre o modo,
com o regulamento que disciplina a matéria. a forma e as condições de prestação dos serviços; os direitos e as
2 – Continuidade: impõe que o serviço público, uma vez insti- obrigações do concedente, do concessionário e dos usuários; os po-
tuído, seja prestado de forma permanente e sem interrupção, com deres de fiscalização do concedente; a obrigação do concessionário
exceção de situações de emergência, bem como a que advém de de prestar contas; ou e disciplinam aspectos relativos à extinção da
razões de ordem técnica ou de segurança das instalações elétricas, concessão.
por exemplo.
Infere-se que as cláusulas podem ser divididas em: cláusulas
3 – Eficiência: refere-se à obtenção de resultados eficazes na
essenciais obrigatórias em qualquer contrato de concessão, quer
prestação do serviço público, exigindo que o serviço seja realiza-
seja concessão simples, quer seja concessão de serviço público pre-
do de acordo com uma adequada relação de custo/benefício, para,
cedida de obra pública, cláusulas obrigatórias apenas nos contratos
com isso, evitar desperdícios.
de concessão de serviço público precedida da execução de obra pú-
4 – Segurança: deverão os serviços públicos respeitar padrões,
blica e cláusulas facultativas. Vejamos, em síntese:
bem como normas de segurança, de forma a preservar a integri-
dade da população de modo geral e dos equipamentos utilizados.
(São obrigatórias nas concessões):
5 – Atualidade: possui como foco o impedimento de que o
prestador se encontre alheio às inovações tecnológicas, suprimindo I – objeto, área e prazo da concessão;
o investimento em termos de disponibilização aos usuários das me- II – modo, forma e condições de prestação do serviço;
lhorias de qualidade e amplitude do serviço. III – critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros definidores
6 – Generalidade: deve oferecer a garantia de que o serviço da qualidade do serviço;
seja ofertado da forma mais abrangente possível. IV – preço do serviço, critérios e procedimentos para o reajuste
7 – Cortesia: o prestador do serviço deverá tratar o usuário de e a revisão das tarifas;
forma educada e gentil. V – direitos, garantias e obrigações do poder concedente e da
8 – Modicidade das tarifas: aduz que o valora a ser pago pela concessionária, inclusive os relacionados às previsíveis necessida-
prestação dos serviços, deverá, nos parâmetros legais, ser estabe- des de futura alteração e expansão do serviço e consequente mo-
lecido de acordo com os padrões de razoabilidade, buscando evitar dernização, aperfeiçoamento e ampliação dos equipamentos e das
que os prestadores de serviços venham o obter lucros extraordiná- instalações;
rios causando prejuízo aos usuários econômico-financeiros do con- VI – direitos e deveres dos usuários para obtenção e utilização
trato firmado com a administração. do serviço;
VII – forma de fiscalização das instalações, dos equipamentos,
Observação importante: A celebração de qualquer espécie de dos métodos e práticas de execução do serviço, bem como a indi-
contrato de concessão ou permissão de serviço público deve ser cação dos órgãos competentes para exercê-la; simples e nas con-
realizada mediante licitação, conforme previsto no art. 175 da Cons- cessões de serviço público precedida da execução de obra pública
tituição Federal. Concernente às concessões, a Lei 8.987/1995 de- (art. 23,caput);
terminou que a delegação dependerá da realização de prévio pro- VIII – penalidades contratuais e administrativas a que se sujeita
cedimento licitatório para que seja escolhido o concessionário, na a concessionária e sua forma de aplicação;
modalidade obrigatória da concorrência. Sendo a modalidade licita- IX – casos de extinção da concessão;
tória regulada pela Lei de Licitações e Contratos, Lei 8.666/1993, e X – bens reversíveis;
tema dos próximos tópicos de estudo, mais adiante, detalharemos XI – critérios para o cálculo e a forma de pagamento das indeni-
com maior aprofundamento sobre este importante tema. zações devidas à concessionária, quando for o caso;
XII – condições para prorrogação do contrato;
Passemos a abordar a respeito do prazo que a Administração XIII – à obrigatoriedade, forma e periodicidade da prestação de
Pública permite à concessão na execução dos serviços públicos contas da concessionária ao poder concedente;
como um todo. A Lei 8.987/1995 estabelece que a concessão sim- XIV – exigência da publicação de demonstrações financeiras
ples de serviço público ou a concessão de serviço público prece- periódicas da concessionária; e
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
XV – o foro e o modo amigável de solução das divergências con- 2 – Caducidade (ou decadência)
tratuais. Consiste na extinção do contrato de concessão de serviço pú-
blico em decorrência de inexecução total ou parcial do contrato,
Cláusulas obrigatórias somente nas concessões de serviços por razões que devem ser imputadas à concessionária. Poderá ser
públicos precedidas de obras públicas (art. 23, parágrafo único) declarada pelo poder concedente pelas seguintes maneiras, nos
I – estipular os cronogramas físico-financeiros de execução das termos do art. 38, § 1º, I a VII:
obras vinculadas à concessão; e A) O serviço estiver sendo prestado de forma inadequada ou
II – exigir garantia do fiel cumprimento, pela concessionária, deficiente, tendo por base as normas, critérios, indicadores e parâ-
das obrigações relativas às obras vinculadas à concessão. metros definidores da qualidade do serviço;
B) A concessionária descumprir cláusulas contratuais ou dispo-
Cláusulas facultativas (art. 23-A) sições legais ou regulamentares concernentes à concessão;
I – o contrato de concessão poderá prever o emprego de meca- C) A concessionária paralisar o serviço ou concorrer para tan-
nismos privados para resolução de disputas decorrentes ou relacio-
to, ressalvadas as hipóteses decorrentes de caso fortuito ou força
nadas ao contrato, inclusive a arbitragem, a ser realizada no Brasil
maior;
e em língua portuguesa, nos termos da Lei 9.307, de 23.09.1996;
D) A concessionária perder as condições econômicas, técnicas
II – qualquer outra que não seja obrigatória.
ou operacionais para manter a adequada prestação do serviço con-
É importante, demonstrar que o contrato de concessão é firma- cedido; a concessionária não cumprir as penalidades impostas por
do tendo em vista, não apenas oferecimento da melhor proposta, infrações, nos devidos prazos;
mas incluindo também as características referentes à pessoa con- E) A concessionária não atender a intimação do poder conce-
tratada, devendo o concessionário demonstrar capacidade técnica dente no sentido de regularizar a prestação do serviço; e
e econômico-financeira que faça haver a presunção de que haverá F) A concessionária não atender a intimação do poder conce-
a perfeita execução do serviço. A esse aspecto, a doutrina deno- dente para, em 180 dias, apresentar a documentação relativa à re-
mina de contrato firmado intuitu personae, que se trata da prática gularidade fiscal, no curso da concessão, na forma do art. 29 da Lei
de eventual transferência da concessão para outra pessoa jurídica, 8.666, de 21.06.1993.
bem como do controle societário da concessionária, sem prévia avi-
so ou autorização do poder concedente, vindo a implicar a caduci- 3 – Rescisão
dade que nada mais é do que a extinção da concessão. De acordo com a Lei 8.987/1995 a rescisão é a forma de ex-
tinção da concessão, por iniciativa da respectiva concessionária,
Intervenção na concessão quando esta se encontrar motivada pelo descumprimento de nor-
A intervenção na concessão encontra-se submetida a um pro- mas contratuais advindas do poder concedente, nos ditames do art.
cedimento formal. De antemão, o poder concedente, por meio de 39. Nesta hipótese, sendo a autoexecutoriedade privilégio aplicável
ato do Chefe do Poder Executivo, ao tomar conhecimento da falta somente à Administração Pública, para que o concessionário possa
de adequação da prestação do serviço ou do descumprimento pela rescindir o contrato de concessão, deverá fazê-lo por intermédio de
concessionária das normas pertinentes, edita o decreto de inter- ação judicial, sendo que os serviços prestados pela concessionária
venção que deverá conter a designação do interventor, o prazo da não deverão ser interrompidos e nem mesmo paralisados em hi-
intervenção e os objetivos e limites da medida nos ditames do le- pótese alguma, até que a decisão judicial que determine a rescisão
gais pertinentes. transite em julgado.
Declarada a intervenção por intermédio de decreto, o poder
concedente deverá, no prazo de até 30 dias, realizar a instauração 4 – Anulação
de procedimento administrativo com o fito de comprovar as causas Trata-se de hipótese de extinção do contrato de concessão em
determinadas na medida e apurar as responsabilidades. Esse proce-
decorrência de vício de legalidade, que pode, via de regra, ser de-
dimento administrativo deverá ser concluído em até 180 dias, sob
clarado por via administrativa ou judicial.
pena de ser considerada inválida a intervenção, nos termos do art.
33, § 2º da Lei 8987/95.
5 – Falência ou extinção da empresa concessionária e faleci-
Extinção da concessão mento ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual
A concessão pode ser extinta por várias causas, colocando A Lei 8.987/1995, embora a Lei 8.987/95 mencione esse tópico
fim à prestação dos serviços pelo concessionário. O art. 35 da Lei como formas de extinção da concessão no art. 35, VI, nada dispõe
8.987/1995, prevê de forma expressa algumas causas de extinção em relação aos efeitos dessas hipóteses de extinção. No entendi-
da concessão. Sendo elas: o advento do termo contratual; a encam- mento de José dos Santos Carvalho Filho, tais fatos acabam por
pação; a caducidade; a rescisão; a anulação; e a falência ou extinção provocar a extinção de pleno direito do contrato, pelo fato de que
da empresa concessionária e falecimento ou incapacidade do titu- tornam inviável a execução do serviço público objeto do ajuste.
lar, em se tratando de empresa individual.
Pondera-se que além das causas anteriores, previstas na legis- 6 – Desafetação do serviço público
lação e adotadas pela doutrina, a extinção da concessão de serviço A Lei 8.987/1995 não se refere e nem minucia a desafetação
público também pode ocorrer por: desafetação do serviço; distrato; de serviço público como causa de extinção da concessão. Entretan-
ou renúncia da concessionária. to, no entender de Diógenes Gasparini, a desafetação do serviço
Vejamos: público em decorrência de lei também é hipótese de extinção da
concessão, tendo em vista que a desafetação ocorre no momento
1 – Encampação (ou resgate) em que uma lei torna público um serviço.
Consiste na extinção da concessão em decorrência da retoma-
da do serviço pelo poder concedente durante o prazo da concessão,
por motivos de interesse público.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
7 – Distrato (acordo) d) Os permissionários podem ser pessoas físicas ou jurídicas
Mesmo não havendo referência legal à extinção da concessão (diferencia-se das concessões de serviço público em razão de os
por intermédio de acordo ou distrato entre o poder concedente e concessionários somente poderem ser pessoa jurídica ou consórcio
a concessionária, esta hipótese não foi vedada pela legislação. Por de empresas).
esse motivo, boa parte da doutrina vem admitindo a extinção an- Por motivos importantes relacionados às características ante-
tecipada da concessão de forma amigável e também consensual. riores, destacamos algumas observações.
Relativo a primeira, aduz-se que todo contrato administrativo
8 – Renúncia da concessionária é um contrato de adesão, posto que a minuta do contrato deve ser
Nesse caso, a lei também não menciona essa hipótese como redigida pela Administração, bem como integra todos os anexos do
maneira de extinção da concessão. Porém, o ilustre Diogo de Figuei- edital de licitação apresentado. Desta maneira, aquele que vence a
redo Moreira Neto, a renúncia da concessionária será aceita como licitação e, por sua vez, assina o contrato, passa a aderir somente ao
forma de extinção da concessão, a partir do momento em que hou- que foi estipulado pela Administração Pública, não podendo haver
ver previsão contratual nesse sentido vindo a disciplinar-lhe as de- discussões sobre as cláusulas contratuais. Assim ocorrendo, tanto a
vidas consequências. concessão quanto a permissão de serviço público estarão se cons-
tituindo em contrato de adesão, sendo que essa circunstância, não
Nota importante acerca da concessão: serve para diferenciar os dois institutos.
• Outro efeito da extinção da concessão é a assunção imediata Direcionado à segunda observação a ser feita, trata-se de uma
do serviço pelo poder concedente, ficando este autorizado a ocupar relação à precariedade do vínculo, que de antemão, pode vir a ser
as instalações e a utilizar todos os bens reversíveis, tendo em vista a extinto a qualquer tempo, havendo ou não indenização. Registra-
necessidade de dar continuidade à prestação do serviço público nos se que o texto da lei acabou por usar designação imprópria de re-
parâmetros do art. 35, §§ 2º e 3º. vogação do contrato, tendo em vista que este não é revogado, é
• Independente da causa da extinção da concessão, os bens re- rescindido, o que se dá de forma contrária do ato administrativo
versíveis que ainda não se encontrem amortizados ou depreciados que é sujeito à revogação. De qualquer maneira, a precariedade do
deverão ser indenizados ao concessionário, sob pena de, se não o vínculo encontra-se relacionada à possibilidade de extinção sem o
fizer, haver enriquecimento sem causa do poder concedente. pagamento de indenização.
Pondera-se que todo e qualquer tipo de contrato administra-
Permissão tivo, desde que esteja justificado pelo interesse público, pode ser
O art. 175 da Constituição Federal Brasileira determina que rescindido de forma unilateral pela Administração Pública, não con-
“incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob figurando esse aspecto apenas uma particularidade do contrato de
regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a permissão de serviços públicos.
Infere-se que quando a rescisão do contrato de concessão não
prestação de serviços públicos”.
for causada pelo concessionário, acarretará em direito a percepção
Passível de observação, o ditado dispositivo constitucional não
de indenização pelos prejuízos sofridos, uma vez que a concessão é
faz nenhum tipo de referência relativa à autorização de serviços pú-
impreterivelmente celebrada por prazo certo. No tocante à permis-
blicos. Entretanto, denota-se que existe a admissão da delegação
são, existem contradições, pois existem doutrinadores que enten-
de serviços públicos por intermédio de autorização com fulcro nos
dem que a permissão sempre ocorre, via de regra, por prazo certo
art. 21, XI e XII, e art. 223 da Constituição Federal. Desta forma,
e determinado, ao passo que outros doutrinadores defendem que
infere-se que a delegação de serviços públicos pode ser realizada
a permissão ocorre, de antemão, por prazo indeterminado, porém,
por meio de concessão, permissão ou autorização. Tratada anterior-
também admitem que ocorre prazo determinado, desde que tal
mente, passemos a explorar os demais institutos. dispositivo esteja fixado no edital da correspondente licitação. Essa
Infere-se que a Lei 8.987/1995 não traz em seu bojo muitos última posição, é a que a Professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro
dispositivos relacionados à permissão de serviços públicos, vindo defende, para quem a fixação de prazo de vigência da permissão faz
a limitar-se a estabelecer o seu conceito. A permissão de serviço com que desapareçam as diferenças existentes entre os institutos
público, nos ditames da lei, pode ser conceituada como “a delega- da permissão e da concessão. Por conseguinte, em se tratando da
ção, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços permissão por prazo determinado, ressalta-se que não existe a pre-
públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que cariedade do vínculo, vindo, desta forma, o permissionário obter o
demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e ris- direito de indenização quando não der causa à rescisão deste.
co” (art. 2º, IV). Já o art. 40 da mesma Lei dispõe:
Art. 40. A permissão de serviço público será formalizada me-
diante contrato de adesão, que observará os termos desta Lei, das
demais normas pertinentes e do edital de licitação, inclusive quanto
à precariedade e à revogabilidade unilateral do contrato pelo poder
concedente.
Proveniente do exposto, podemos expor com destaque as prin-
cipais características da permissão de serviço público. São elas:
a) É uma forma de delegação de serviços públicos;
b) Deve ser precedida de licitação pública, mas a Lei não de-
termina a modalidade licitatória a ser seguida (diferencia-se da
concessão de serviço público que exige a licitação na modalidade
concorrência);
c) É formalizada por meio de um contrato de adesão, de natu-
reza precária, uma vez que a lei prevê que pode ser revogado de
maneira unilateral pelo poder concedente (diferencia-se das con-
cessões de serviço público que não possuem natureza precária); e
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Em síntese, vejamos as principais características da concessão a) Serviços públicos propriamente ditos (essenciais) e serviços
e da permissão de serviços públicos: de utilidade pública (não essenciais)
Em relação aos serviços públicos propriamente ditos, afirma-
PERMISSÃO DE CONCESSÃO DE -se que são serviços classificados como essenciais à sobrevivência
SERVIÇO PÚBLICO SERVIÇO PÚBLICO da sociedade e do próprio Estado. Como exemplo, podemos citar
o serviço de Polícia Judiciária e Administrativa. Tendo em vista que
• Forma de delegação de tais serviços exigem a prática de atos de império relacionados aos
serviço público; • Forma de delegação de administrados, denota-se que os mesmos só podem ser prestados
• Depende de licitação, serviço público; de forma direta pelo Estado, sem a necessidade de delegação a ter-
mas a lei não • Depende de licitação na ceiros. Concernente aos serviços de utilidade pública, aduz-se que
• Predetermina a modali- modalidade obrigatória da con- são aqueles cuja prestação é de bom proveito à coletividade, tendo
dade licitatória; corrência; em vista que, mesmo que estes visem a facilitação da vida do indiví-
• Possui natureza precária, • Não possui natureza pre- duo na sociedade como um todo, não são considerados essenciais,
havendo controvérsias na dou- cária; podendo, por esse motivo, ser executados de forma direta pelo Es-
trina; • Os concessionários só tado ou ter sua prestação delegada a particulares. Exemplo: a água
• Os permissionários po- podem ser pessoa jurídica ou tratada, o transporte coletivo, dentre outros.
dem ser pessoa física ou pessoa consórcio de empresas.
jurídica. b) Serviços próprios e impróprios
A classificação de serviços públicos próprios e impróprios é
Autorização apresentada com variações de sentido na doutrina.
De acordo com o entendimento da doutrina, a autorização se No entendimento de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a doutri-
constitui em ato administrativo unilateral, discricionário e precário na clássica classifica como serviços públicos próprios aqueles que,
por intermédio do qual, o poder público detém o poder de delegar em decorrência de sua importância, o Estado passa a assumir como
a execução de um serviço público de sua titularidade, possibilitando seus e os coloca em execução de forma direta por intermédio de
que o particular o realize em seu próprio benefício. Nos ditames
seus agentes, ou, ainda, indireta que ocorre mediante delegação
de Hely Lopes Meirelles, “serviços autorizados são aqueles que o
a terceiros concessionários ou permissionários. Referente aos ser-
Poder Público, por ato unilateral, precário e discricionário, consente
viços públicos impróprios, são aqueles que, embora atendam às
na sua execução por particular para atender a interesses coletivos
necessidades coletivas, não estão sendo executados pelo Estado,
instáveis ou emergência transitória”.
nas suas formas direta ou indireta, mas estão autorizados, regula-
mentados e fiscalizados pelo Poder Público. Exemplo: as institui-
Depreende-se que a autorização de serviço público não é de-
ções financeiras, de seguro e previdência privada, dentre outros.
pendente de licitação, posto que esta somente é exigível para a rea-
Entretanto, a própria autora explica que os serviços considerados
lização de contrato. Sendo a autorização ato administrativo, enten-
de- se que não deverá ser precedida de procedimento licitatório. impróprios pela retro mencionado corrente doutrinária, em sentido
Entretanto, se houver uma quantidade limitada de autorizações a jurídico, sequer poderiam ser considerados serviços públicos, tendo
serem fornecidas e existindo determinada pluralidade de possíveis em vista que a lei não atribui a sua prestação ao Estado.
interessados, em atendimento ao princípio da isonomia, é neces- Hely Lopes Meirelles ensina que serviços próprios do Estado
sário que se faça um processo seletivo para facilitar a escolha dos “são aqueles que se relacionam intimamente com as atribuições do
entes que serão autorizados pelo Poder Público. Poder Público, como: segurança, polícia, higiene e saúde públicos
Caso o ato de autorização seja precário, pode de antemão, ser etc., sendo que para a execução destes, a Administração utiliza de
revogado a qualquer tempo, desde que seja por motivo de interesse seu poder de hierarquia sobre os administrados. Por esse motivo,
público, suprimindo o direito à indenização por parte do eventual infere-se que só devem ser prestados por órgãos ou entidades pú-
prejudicado. No entanto, a exemplo de exceção, existindo estabele- blicas, sem delegação a particulares”. Por sua vez, os serviços im-
cimento de prazo para a autorização, ressalta-se que o vínculo aca- próprios do Estado “são os que não afetam substancialmente as ne-
ba por perder a precariedade, passando a ser cabível o direito de cessidades da comunidade, mas satisfazem interesses comuns de
indenização em se tratando de caso de revogação da autorização. seus membros, e, por isso, a Administração os presta remunerada-
Demonstramos, por fim, que embora seja tradição se definir a mente, por seus órgãos ou entidades descentralizadas (autarquias,
autorização como ato administrativo discricionário, a Lei Geral de empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações go-
Telecomunicações determina que a autorização de serviço de te- vernamentais), ou delega sua prestação a concessionários, permis-
lecomunicações é ato administrativo vinculado, nos parâmetros da sionários ou autorizatários”.
Lei 9.472/1997, art. 131, § 1º, de forma a não existir possibilidade
de a administração denegar a prática da atividade para os particu- c) Serviços administrativos, econômicos (comerciais ou indus-
lares que vierem a preencher devidamente as condições objetivas e triais) e sociais
subjetivas necessárias São constituídos por atividades promovidas pelo Poder Público
com o fulcro de atender às necessidades internas requeridas pela
Classificação Administração. Também podem preparar outros serviços que deve-
Existem vários critérios adotados para classificar os serviços, rão ser prestados ao público, como por exemplo, as estações expe-
dentre os quais, vale à pena destacar os seguintes: rimentais e a imprensa oficial.
Nos ditames da lição de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, o serviço
comercial ou industrial é aquele que a Administração Pública exe-
cuta, direta ou indiretamente, com o objetivo de atender às neces-
sidades coletivas de ordem econômica, tendo como supedâneo no
art. 175 da Constituição Federal, a exemplo dos serviços de teleco-
municações, dentre outros.
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Já o serviço público social, cuida-se daquele que atende a ne- Já a segunda classificação, acaba por levar em conta a menção
cessidades coletivas, em áreas cuja atuação do Estado é considera- expressa ou implícita dos princípios em seus textos normativos. São
da de caráter essencial, a exemplo dos serviços de educação, saúde eles:
e previdência. De acordo com a doutrina dominante, tais serviços, a) Princípios expressos: são os que se encontram expressa-
quando são prestados pela iniciativa privada não são considerados mente mencionados no texto da norma. Exemplos: princípios da
como serviços públicos, mas sim como serviços de natureza priva- Administração Pública que são elencados no art. 37 da CRFB);
da. b) Princípios implícitos: são os reconhecidos pela doutrina e
pela jurisprudência advindo da interpretação sistemática do orde-
d) Serviços uti singuli (singulares) e uti universi (coletivos) namento jurídico. Exemplos: princípios da razoabilidade e da pro-
Também chamados de serviços singulares ou individuais, os porcionalidade, da segurança jurídica.
serviços uti singuli são aqueles cuja finalidade é a satisfação indivi- Em relação ao processo administrativo, denota-se que estes
dual e direta das necessidades do indivíduo. Esses serviços têm usu- são regulados por leis infraconstitucionais e que também elencam
ários determinados, sendo, por esse motivo, possível a mensuração outros princípios do Direito Administrativo. A nível federal, registra-
de forma individualizada da utilização de cada usuário. São incluí- -se que o art. 2. ° da Lei 9.784/1999 cita a existência dos seguintes
dos nessa categoria os serviços de fornecimento de água, energia princípios: legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, propor-
elétrica, telefone, etc. que podem ser remunerados por intermédio cionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança
de taxa ou tarifa. jurídica, interesse público e eficiência.
Os serviços uti universi, também conhecidos como serviços uni-
versais, coletivos ou gerais, são os serviços prestados à coletividade, Sem qualquer tipo de dependência da quantidade de princípios
porém, são usufruídos somente de forma indireta pelos indivíduos. elencados pelo ordenamento e pela doutrina, podemos destacar,
Exemplos: serviço de iluminação pública, defesa nacional, dentre para fins de estudo os principais princípios do Direito Administrati-
outros. Denota-se que os serviços uti universi, de modo geral são vo: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência,
prestados a usuários indeterminados e indetermináveis, não sendo razoabilidade, proporcionalidade, finalidade pública (supremacia
por esse motivo, passíveis de ter seu uso individualizado. Além disso do interesse público sobre o interesse privado), continuidade, auto-
são custeados através de impostos ou contribuições especiais. Por tutela, consensualidade/participação, segurança jurídica, confiança
esse motivo, o STF editou a Súmula 670 (posteriormente convertida legítima e boa-fé.
na Súmula Vinculante 41), na qual predomina o entendimento de Vejamos a definição e a importância de cada um deles:
que “o serviço de iluminação pública não pode ser remunerado me-
diante taxa”, uma vez que se trata de serviço uti universi. Princípio da legalidade
Previsto no art. 37 da CRFB/1988, é conceituado como um pro-
Por fim, ressalta-se que há uma correlação entre a conceitua- duto do Liberalismo, que pregava a superioridade do Poder Legisla-
ção do serviço como uti universi ou uti singuli e o seu custeio, pois, tivo na qual a legalidade se divide em dois importantes desdobra-
quando o serviço é uti singuli, é possível identificar o usuário e men- mentos:
cionar a utilização da expressão a “conta” deve ser paga pelo pró- a) supremacia da lei: a lei acaba por prevalecer e tem preferên-
prio usuário, mediante o implemento de taxa, preço ou tarifa. Em se cia sobre os atos da Administração;
tratando de serviço uti universi, quando não é possível saber quem b) reserva de lei: o tratamento de determinadas matérias deve
são os usuários de forma individualizada, pois, o usuário é a “coleti- ser formalizado pela legislação, excluindo o uso de outros atos com
vidade”, nem quantificar o uso, a “conta” é paga pela coletividade, caráter normativo.
mediante o recolhimento de impostos ou contribuições especiais. Todavia, o princípio da legalidade deve ser conceituado como o
principal conceito para a configuração do regime jurídico-adminis-
Princípios trativo, tendo em vista que segundo ele, a administração pública só
Os princípios jurídicos solidificam os valores fundamentais da poderá ser desempenhada de forma eficaz em seus atos executivos,
ordem jurídica. Em razão de sua fundamentalidade e abertura lin- agindo conforme os parâmetros legais vigentes. De acordo com o
guística, os princípios se espalham sobre todo o sistema jurídico, princípio em análise, todo ato que não possuir base em fundamen-
vindo a garantindo-lhe harmonia e coerência. tos legais é ilícito.
Os princípios jurídicos são classificados a partir de dois crité-
rios. Partindo da amplitude de aplicação no sistema normativo, os Princípio da impessoalidade
princípios podem ser divididos em três espécies: Consagrado de forma expressa no art. 37 da CRFB/1988, possui
a) Princípios fundamentais: são princípios que representam duas interpretações possíveis:
as decisões políticas de estrutura do Estado, servindo de base para a) igualdade (ou isonomia): dispõe que a Administração Pública
todas as demais normas constitucionais, como por exemplo: prin- deve se abster de tratamento de forma impessoal e isonômico aos
cípios republicanos, federativo, da separação de poderes, dentre particulares, com o fito de atender a finalidade pública, vedadas a
outros; discriminação odiosa ou desproporcional. Exemplo: art. 37, II, da
b) Princípios gerais: via de regra, se referem a importantes es- CRFB/1988: concurso público. Isso posto, com ressalvas ao trata-
pecificações dos princípios fundamentais, embora possuam menor mento que é diferenciado para pessoas que estão se encontram em
grau de abstração e acabam por se espalhar sobre todo o ordena- posição fática de desigualdade, com o fulcro de efetivar a igualdade
mento jurídico. Exemplos: os princípios da isonomia e da legalidade; material. Exemplo: art. 37, VIII, da CRFB e art. 5.0, § 2. °, da Lei
c) Princípios setoriais ou especiais: se destinam à aplicação de 8.112/1990: reserva de vagas em cargos e empregos públicos para
certo tema, capítulo ou título da Constituição. Exemplos: princípios portadores de deficiência.
da Administração Pública dispostos no art. 37 da CRFB: legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

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b) proibição de promoção pessoal: quem faz as realizações Princípios da razoabilidade e da proporcionalidade
públicas é a própria entidade administrativa e não são tidas como Nascido e desenvolvido no sistema da common law da Magna
feitos pessoais dos seus respectivos agentes, motivos pelos quais Carta de 1215, o princípio da razoabilidade o princípio surgiu no di-
toda a publicidade dos atos do Poder Público deve possuir caráter reito norte-americano por intermédio da evolução jurisprudencial
educativo, informativo ou de orientação social, nos termos do art. da cláusula do devido processo legal, pelas Emendas 5.’ e 14.’ da
37, § 1.°, da CRFB : “dela não podendo constar nomes, símbolos Constituição dos Estados Unidos, vindo a deixar de lado o seu cará-
ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou ter procedimental (procedural due process of law: direito ao contra-
servidores públicos” . ditório, à ampla defesa, dentre outras garantias processuais) para,
por sua vez, incluir a versão substantiva (substantive due process of
Princípio da moralidade law: proteção das liberdades e dos direitos dos indivíduos contra
Disposto no art. 37 da CRFB/1988, presta-se a exigir que a atua- abusos do Estado).
ção administrativa, respeite a lei, sendo ética, leal e séria. Nesse dia- Desde seus primórdios, o princípio da razoabilidade vem sendo
pasão, o art. 2. °, parágrafo único, IV, da Lei 9.784/1999 ordena ao aplicado como forma de valoração pelo Judiciário, bem como da
administrador nos processos administrativos, a autêntica “atuação constitucionalidade das leis e dos atos administrativos, demons-
segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé”. Exemplo: trando ser um dos mais importantes instrumentos de defesa dos
a vedação do ato de nepotismo inserido da Súmula Vinculante 13 direitos fundamentais dispostos na legislação pátria.
do STF. Entretanto, o STF tem afastado a aplicação da mencionada O princípio da proporcionalidade, por sua vez origina-se das te-
súmula para os cargos políticos, o que para a doutrina em geral não orias jusnaturalistas dos séculos XVII e XVIII, a partir do momento
parece apropriado, tendo em vista que o princípio da moralidade é no qual foi reconhecida a existência de direitos perduráveis ao ho-
um princípio geral e aplicável a toda a Administração Pública, vindo mem oponíveis ao Estado. Foi aplicado primeiramente no âmbito
do Direito Administrativo, no “direito de polícia”, vindo a receber,
a alcançar, inclusive, os cargos de natureza política.
na Alemanha, dignidade constitucional, a partir do momento em
que a doutrina e a jurisprudência passaram a afirmar que a propor-
Princípio da publicidade
cionalidade seria um princípio implícito advindo do próprio Estado
Sua função é impor a divulgação e a exteriorização dos atos
de Direito.
do Poder Público, nos ditames do art. 37 da CRFB/1988 e do art.
Embora haja polêmica em relação à existência ou não de di-
2. ° da Lei 9.784/1999). Ressalta-se com grande importância que a
ferenças existentes entre os princípios da razoabilidade e da pro-
transparência dos atos administrativos guarda estreita relação com
porcionalidade, de modo geral, tem prevalecido a tese da fungibi-
o princípio democrático nos termos do art. 1. ° da CRFB/1988), vin-
lidade entre os mencionados princípios que se relacionam e forma
do a possibilitar o exercício do controle social sobre os atos públicos paritária com os ideais igualdade, justiça material e racionalidade,
praticados pela Administração Pública em geral. Denota-se que a vindo a consubstanciar importantes instrumentos de contenção dos
atuação administrativa obscura e sigilosa é característica típica dos excessos cometidos pelo Poder Público.
Estados autoritários. Como se sabe, no Estado Democrático de Di- O princípio da proporcionalidade é subdividido em três
reito, a regra determinada por lei, é a publicidade dos atos estatais, subprincípios:
com exceção dos casos de sigilo determinados e especificados por a) Adequação ou idoneidade: o ato praticado pelo Estado será
lei. Exemplo: a publicidade é um requisito essencial para a produ- adequado quando vier a contribuir para a realização do resultado
ção dos efeitos dos atos administrativos, é uma necessidade de mo- pretendido.
tivação dos atos administrativos. b) Necessidade ou exigibilidade: em decorrência da proibição
do excesso, existindo duas ou mais medidas adequadas para alcan-
Princípio da eficiência çar os fins perseguidos de interesse público, o Poder Público terá
Foi inserido no art. 37 da CRFB, por intermédio da EC 19/1998, o dever de adotar a medida menos agravante aos direitos funda-
com o fito de substituir a Administração Pública burocrática pela mentais.
Administração Pública gerencial. O intuito de eficiência está relacio- c) Proporcionalidade em sentido estrito: coloca fim a uma tí-
nado de forma íntima com a necessidade de célere efetivação das pica consideração, no caso concreto, entre o ônus imposto pela
finalidades públicas dispostas no ordenamento jurídico. Exemplo: atuação do Estado e o benefício que ela produz, motivo pelo qual
duração razoável dos processos judicial e administrativo, nos dita- a restrição ao direito fundamental deverá ser plenamente justifica-
mes do art. 5.0, LXXVIII, da CRFB/1988, inserido pela EC 45/2004), da, tendo em vista importância do princípio ou direito fundamental
bem como o contrato de gestão no interior da Administração (art. que será efetivado.
37 da CRFB) e com as Organizações Sociais (Lei 9.637/1998).
Em relação à circulação de riquezas, existem dois critérios que Princípio da supremacia do interesse público sobre o interes-
garantem sua eficiência: se privado (princípio da finalidade pública)
a) eficiência de Pareto (“ótimo de Pareto”): a medida se torna É considerado um pilar do Direito Administrativo tradicional,
eficiente se conseguir melhorar a situação de certa pessoa sem pio- tendo em vista que o interesse público pode ser dividido em duas
rar a situação de outrem. categorias:
b) eficiência de Kaldor-Hicks: as normas devem ser aplicadas de a) interesse público primário: encontra-se relacionado com a
forma a produzir o máximo de bem-estar para o maior número de necessidade de satisfação de necessidades coletivas promovendo
pessoas, onde os benefícios de “X” superam os prejuízos de “Y”). justiça, segurança e bem-estar através do desempenho de ativi-
Ressalte-se, contudo, em relação aos critérios mencionados dades administrativas que são prestadas à coletividade, como por
acima, que a eficiência não pode ser analisada apenas sob o prisma exemplo, os serviços públicos, poder de polícia e o fomento, dentre
econômico, tendo em vista que a Administração possui a obrigação outros.
de considerar outros aspectos fundamentais, como a qualidade do
serviço ou do bem, durabilidade, confiabilidade, dentre outros as-
pectos.

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b) interesse público secundário: trata-se do interesse do pró- Assim sendo, com a aplicação dos princípios da consensualida-
prio Estado, ao estar sujeito a direitos e obrigações, encontra-se de e da participação, a administração termina por voltar-se para a
ligando de forma expressa à noção de interesse do erário, imple- coletividade, vindo a conhecer melhor os problemas e aspirações
mentado através de atividades administrativas instrumentais que da sociedade, passando a ter a ter atividades de mediação para
são necessárias ao atendimento do interesse público primário. resolver e compor conflitos de interesses entre várias partes ou
Exemplos: as atividades relacionadas ao orçamento, aos agentes entes, surgindo daí, um novo modo de agir, não mais colocando o
público e ao patrimônio público. ato como instrumento exclusivo de definição e atendimento do in-
teresse público, mas sim em forma de atividade aberta para a cola-
Princípio da continuidade boração dos indivíduos, passando a ter importância o momento do
Encontra-se ligado à prestação de serviços públicos, sendo que consenso e da participação.
tal prestação gera confortos materiais para as pessoas e não pode De acordo com Vinícius Francisco Toazza, “o consenso na toma-
ser interrompida, levando em conta a necessidade permanente de da de decisões administrativas está refletido em alguns institutos
satisfação dos direitos fundamentais instituídos pela legislação. jurídicos como o plebiscito, referendo, coleta de informações, con-
Tendo em vista a necessidade de continuidade do serviço pú- selhos municipais, ombudsman, debate público, assessoria externa
blico, é exigido regularidade na sua prestação. Ou seja, prestador ou pelo instituto da audiência pública. Salienta-se: a decisão final
do serviço, seja ele o Estado, ou, o delegatório, deverá prestar o é do Poder Público; entretanto, ele deverá orientar sua decisão o
serviço de forma adequada, em consonância com as normas vigen- mais próximo possível em relação à síntese extraída na audiência do
tes e, em se tratando dos concessionários, devendo haver respeito interesse público. Nota-se que ocorre a ampliação da participação
às condições do contrato de concessão. Em resumo, a continuidade dos interessados na decisão”, o que poderá gerar tanto uma “atu-
pressupõe a regularidade, isso por que seria inadequado exigir que ação coadjuvante” como uma “atuação determinante por parte de
o prestador continuasse a prestar um serviço de forma irregular. interessados regularmente habilitados à participação” (MOREIRA
Mesmo assim, denota-se que a continuidade acaba por não NETO, 2006, p. 337-338).
impor que todos os serviços públicos sejam prestados diariamente Desta forma, o princípio constitucional da participação é o pio-
e em período integral. Na realidade, o serviço público deverá ser neiro da inclusão dos indivíduos na formação das tutelas jurídico-
prestado sempre na medida em que a necessidade da população -políticas, sendo também uma forma de controle social, devido aos
vier a surgir, sendo lícito diferenciar a necessidade absoluta da ne- seus institutos participativos e consensuais.
cessidade relativa, onde na primeira, o serviço deverá ser prestado
sem qualquer tipo interrupção, tendo em vista que a população ne- Princípios da segurança jurídica, da confiança legítima e da
cessita de forma permanente da disponibilidade do serviço. Exem- boa-fé
plos: hospitais, distribuição de energia, limpeza urbana, dentre ou- Os princípios da segurança jurídica, da confiança legítima e da
tros. boa-fé possuem importantes aspectos que os assemelham entre si.

Princípio da autotutela O princípio da segurança jurídica está dividido em dois senti-


Aduz que a Administração Pública possui o poder-dever de re- dos:
ver os seus próprios atos, seja no sentido de anulá-los por vício de Objetivo: estabilização do ordenamento jurídico, levando em
legalidade, ou, ainda, para revogá-los por motivos de conveniência conta a necessidade de que sejam respeitados o direito adquirido,
e de oportunidade, de acordo com a previsão contida nas Súmulas o ato jurídico perfeito e a coisa julgada (art. 5.°, XXXVI, da CRFB);
346 e 473 do STF, e, ainda, como no art. 53 da Lei 9.784/1999. Subjetivo: infere a proteção da confiança das pessoas relacio-
A autotutela designa o poder-dever de corrigir ilegalidades, nadas às expectativas geradas por promessas e atos estatais.
bem como de garantir o interesse público dos atos editados pela
própria Administração, como por exemplo, a anulação de ato ilegal Já o princípio da boa-fé tem sido dividido em duas acepções:
e revogação de ato inconveniente ou inoportuno. Objetiva: diz respeito à lealdade e à lisura da atuação dos par-
Fazendo referência à autotutela administrativa, infere-se que ticulares;
esta possui limites importantes que, por sua vez, são impostos ante Subjetiva: está ligada à relação com o caráter psicológico da-
à necessidade de respeito à segurança jurídica e à boa-fé dos parti- quele que atuou em conformidade com o direito. Esta caracteriza-
culares de modo geral. ção da confiança legítima depende em grande parte da boa-fé do
particular, que veio a crer nas expectativas que foram geradas pela
Princípios da consensualidade e da participação atuação do Estado.
Segundo Moreira Neto, a participação e a consensualidade tor- Condizente à noção de proteção da confiança legítima, verifi-
naram-se decisivas para as democracias contemporâneas, pelo fato ca-se que esta aparece em forma de uma reação frente à utilização
de contribuem no aprimoramento da governabilidade, vindo a fazer abusiva de normas jurídicas e de atos administrativos que termi-
a praticar a eficiência no serviço público, propiciando mais freios nam por surpreender os seus receptores.
contra o abuso, colocando em prática a legalidade, garantindo a Em decorrência de sua amplitude, princípio da segurança jurí-
atenção a todos os interesses de forma justa, propiciando decisões dica, inclui na sua concepção a confiança legítima e a boa-fé, com
mais sábias e prudentes usando da legitimidade, desenvolvendo a supedâneo em fundamento constitucional que se encontra implí-
responsabilidade das pessoas por meio do civismo e tornando os cito na cláusula do Estado Democrático de Direito no art. 1.° da
comandos estatais mais aceitáveis e mais fáceis de ser obedecidos. CRFB/1988, na proteção do direito adquirido, do ato jurídico perfei-
Desta forma, percebe-se que a atividade de consenso entre o to e da coisa julgada de acordo com o art. 5.0, XXXVI, da CRFB/1988.
Poder Público e particulares, ainda que de maneira informal, veio a Por fim, registra-se que em âmbito infraconstitucional, o
assumir um importante papel no condizente ao processo de iden- princípio da segurança jurídica é mencionado no art. 2. ° da Lei
tificação de interesses públicos e privados que se encontram sob a 9.784/1999, vindo a ser caracterizado por meio da confiança legíti-
tutela da Administração Pública. ma, pressupondo o cumprimento dos seguintes requisitos:

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a) ato da Administração suficientemente conclusivo para gerar Verificamos, por oportuno, que a redação original do caput do
no administrado (afetado) confiança em um dos seguintes casos: art. 3º da Lei 8.666/1993 não continha o princípio da promoção do
confiança do afetado de que a Administração atuou corretamente; desenvolvimento nacional sustentável e que tal menção expressa,
confiança do afetado de que a sua conduta é lícita na relação jurídi- apenas foi inserida com a edição da Lei 12.349/2010, contexto no
ca que mantém com a Administração; ou confiança do afetado de qual foi criada a “margem de preferência”, facilitando a concessão
que as suas expectativas são razoáveis; de vantagens competitivas para empresas produtoras de bens e
b) presença de “signos externos”, oriundos da atividade admi- serviços nacionais.
nistrativa, que, independentemente do caráter vinculante, orien-
tam o cidadão a adotar determinada conduta; Princípio da legalidade
c) ato da Administração que reconhece ou constitui uma situa- A legalidade, que na sua visão moderna é chamado também de
ção jurídica individualizada (ou que seja incorporado ao patrimônio juridicidade, é um princípio que pode ser aplicado à toda atividade
jurídico de indivíduos determinados), cuja durabilidade é confiável; de ordem administrativa, vindo a incluir o procedimento licitatório.
d) causa idônea para provocar a confiança do afetado (a con- A lei serve para ser usada como limite de base à atuação do gestor
fiança não pode ser gerada por mera negligência, ignorância ou to- público, representando, desta forma, uma garantia aos administra-
lerância da Administração); e dos contra as condutas abusivas do Estado.
e) cumprimento, pelo interessado, dos seus deveres e obriga- No âmbito das licitações, pondera-se que o princípio da lega-
ções no caso. lidade é fundamental, posto que todas as fases do procedimento
licitatório se encontram estabelecidas na legislação. Considera-se
que todos os entes que participarem do certame, têm direito pú-
LICITAÇÃO: CONCEITO, FINALIDADES, PRINCÍPIOS E OB- blico subjetivo de fiel observância do procedimento paramentado
JETO. OBRIGATORIEDADE, DISPENSA, INEXIGIBILIDADE E na legislação por meio do art. 4° da Lei 8.666/1993, podendo, caso
VEDAÇÃO. MODALIDADES. PROCEDIMENTO, REVOGAÇÃO venham a se sentir prejudicados pela ausência de observância de
E ANULAÇÃO. SANÇÕES. NORMAS GERAIS DE LICITAÇÃO alguma regra, impugnar a ação ou omissão na esfera administrativa
ou judicial.
Diga-se de passagem, não apenas os participantes, mas qual-
quer cidadão, pode por direito, impugnar edital de licitação em de-
Princípios corrência de irregularidade na aplicação da lei, vir a representar ao
Diante do cenário atual, pondera-se que ocorreram diversas Ministério Público, aos Tribunais de Contas ou aos órgãos de con-
mudanças na Lei de Licitações. Porém, como estamos em fase trole interno em face de irregularidades em licitações públicas, nos
de transição em relação às duas leis, posto que nos dois primei- termos dos arts. 41, § 1º, 101 e 113, § 1º da Lei 8666/1993.
ros anos, as duas se encontrarão válidas, tendo em vista que na
aplicação para processos que começaram na Lei anterior, deverão Princípio da impessoalidade
continuar a ser resolvidos com a aplicação dela, e, processos que Com ligação umbilical ao princípio da isonomia, o princípio da
começarem após a aprovação da nova Lei, deverão ser resolvidos impessoalidade demonstra, em primeiro lugar, que a Administra-
com a aplicação da nova Lei. ção deve adotar o mesmo tratamento a todos os administrados que
Aprovada recentemente, a Nova Lei de Licitações sob o nº. estejam em uma mesma situação jurídica, sem a prerrogativa de
14.133/2.021, passou por significativas mudanças, entretanto, no quaisquer privilégios ou perseguições. Por outro ângulo, ligado ao
que tange aos princípios, manteve o mesmo rol do art. 3º da Lei nº. princípio do julgamento objetivo, registra-se que todas as decisões
8.666/1.993, porém, dispondo sobre o assunto, no Capítulo II, art. administrativas tomadas no contexto de uma licitação, deverão ob-
5º, da seguinte forma: servar os critérios objetivos estabelecidos de forma prévia no edital
Art. 5º Na aplicação desta Lei, serão observados os princípios do certame. Desta forma, ainda que determinado licitante venha a
da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade, apresentar uma vantagem relevante para a consecução do objeto
da eficiência, do interesse público, da probidade administrativa, do contrato, afirma-se que esta não poderá ser levada em consi-
da igualdade, do planejamento, da transparência, da eficácia, da deração, caso não haja regra editalícia ou legal que a preveja como
passível de fazer interferências no julgamento das propostas.
segregação de funções, da motivação, da vinculação ao edital, do
julgamento objetivo, da segurança jurídica, da razoabilidade, da
Princípios da moralidade e da probidade administrativa
competitividade, da proporcionalidade, da celeridade, da economi-
A Lei 8.666/1993, Lei de Licitações, considera que os princípios
cidade e do desenvolvimento nacional sustentável, assim como as
da moralidade e da probidade administrativa possuem realidades
disposições do Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1.942, (Lei
distintas. Na realidade, os dois princípios passam a informação de
de Introdução às Normas do Direito Brasileiro).
que a licitação deve ser pautada pela honestidade, boa-fé e ética,
O objetivo da Lei de Licitações é regular a seleção da proposta
isso, tanto por parte da Administração como por parte dos entes
que for mais vantajosa para a Administração Pública. No condizente
licitantes. Sendo assim, para que um comportamento seja conside-
à promoção do desenvolvimento nacional sustentável, entende-se
rado válido, é imprescindível que, além de ser legalizado, esteja nos
que este possui como foco, determinar que a licitação seja destina- ditames da lei e de acordo com a ética e os bons costumes. Exis-
da com o objetivo de garantir a observância do princípio constitu- tem desentendimentos doutrinários acerca da distinção entre esses
cional da isonomia. dois princípios. Alguns autores empregam as duas expressões com
Denota-se que a quantidade de princípios previstos na lei não o mesmo significado, ao passo que outros procuram diferenciar
é exaustiva, aceitando-se quando for necessário, a aplicação de ou- os conceitos. O que perdura, é que, ao passo que a moralidade é
tros princípios que tenham relação com aqueles dispostos de forma constituída em um conceito vago e sem definição legal, a probidade
expressa no texto legal. administrativa, ou melhor dizendo, a improbidade administrativa
possui contornos paramentados na Lei 8.429/1992.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Princípio da Publicidade todos os que tem condições de adimplir o futuro contrato e proíbe,
Possui a Administração Pública o dever de realizar seus atos pu- ainda a feitura de discriminações injustificadas no julgamento das
blicamente de forma a garantir aos administrados o conhecimento propostas.
do que os administradores estão realizando, e também de manei- Aplicando o princípio da igualdade, o art. 3º, I, da Lei
ra a possibilitar o controle social da conduta administrativa. Em se 8.666/1993, veda de forma expressa aos agentes públicos admitir,
tratando especificamente de licitação, determina o art. 3º, § 3º, da prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação por meio de edital
Lei 8.666/1993 que “a licitação não será sigilosa, sendo públicos e ou convite, as cláusulas que comprometam, restrinjam ou frustrem
acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao o seu caráter de competição, inclusive nos casos de sociedades co-
conteúdo das propostas, até a respectiva abertura”. operativas, e estabeleçam preferências ou diferenças em decorrên-
Advindo do mesmo princípio, qualquer cidadão tem o direito cia da naturalidade, da sede ou do domicílio dos licitantes ou de
de acompanhar o desenvolvimento da licitação, desde que não in- “qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o
terfira de modo a atrapalhar ou impedir a realização dos trabalhos específico objeto do contrato”, com ressalva ao disposto nos §§ 5º a
(Lei 8.666/1993, art. 4º, in fine). 12 do mesmo artigo, e no art. 3º da Lei 8.248, de 23.10.1991.
A ilustre Maria Sylvia Zanella Di Pietro esclarece que “a publici- Ante o exposto, conclui-se que, mesmo que a circunstância
dade é tanto maior, quanto maior for a competição propiciada pela restrinja o caráter de competição do certame, se for pertinente ou
modalidade de licitação; ela é a mais ampla possível na concorrên- relevante para o objeto do contrato, poderá ser incluída no instru-
cia, em que o interesse maior da Administração é o de atrair maior mento de convocação do certame.
número de licitantes, e se reduz ao mínimo no convite, em que o O princípio da isonomia não impõe somente tratamento igua-
valor do contrato dispensa maior divulgação. “ litário aos assemelhados, mas também a diferenciação dos desi-
Todo ato da Administração deve ser publicado de forma a for- guais, na medida de suas desigualdades.
necer ao cidadão, informações acerca do que se passa com as ver-
bas públicas e sua aplicação em prol do bem comum e também por Princípio do Planejamento
obediência ao princípio da publicidade. A princípio, infere-se que o princípio do planejamento se en-
contra dotado de conteúdo jurídico, sendo que é seu dever fixar o
Princípio da eficiência do interesse público dever legal do planejamento como um todo.
Trata-se de um dos princípios norteadores da administração Registra-se que a partir deste princípio, é possível compreen-
pública acoplado aos da legalidade, finalidade, motivação, razoabili- der que a Administração Pública tem o dever de planejar toda a
dade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório,
licitação e também toda a contratação pública de forma adequada
da segurança jurídica e do interesse público.
e satisfatória. Assim, o planejamento exigido, é o que se mostre de
Assim sendo, não basta que o Estado atue sobre o manto da
forma eficaz e eficiente, bem como que se encaixe a todos os outros
legalidade, posto que quando se refere serviço público, é essencial
princípios previstos na CFB/1.988 e na jurisdição pátria como um
que o agente público atue de forma mais eficaz, bem como que
todo.
haja melhor organização e estruturação advinda da administração
Desta forma, na ausência de justificativa para realizar o pla-
pública.
nejamento adequado da licitação e do contrato, ressalta-se que a
Vale ressaltar que o princípio da eficiência deve estar subme-
ausência, bem como a insuficiência dele poderá vir a motivar a res-
tido ao princípio da legalidade, pois nunca se poderá justificar a
atuação administrativa agindo de forma contrária ao ordenamento ponsabilidade do agente público.
jurídico, posto que por mais eficiente que seja, ambos os princípios
devem atuar de forma acoplada e não sobreposta. Princípio da transparência
Por ser o objeto da licitação a escolha da proposta mais vanta- O princípio da transparência pode ser encontrado dentro da
josa, o administrador deverá se encontrar eivado de honestidade ao aplicação de outros princípios, como os princípios da publicidade,
cuidar da Administração Pública. imparcialidade, eficiência, dentre outros.
Boa parte da doutrina afirma o princípio da transparência não é
Princípio da Probidade Administrativa um princípio independente, o incorporando ao princípio da publici-
A Lei de Licitações trata dos princípios da moralidade e da pro- dade, posto ser o seu entendimento que uma das inúmeras funções
bidade administrativa como formas distintas uma da outra. Os dois do princípio da publicidade é o dever de manter intacta a trans-
princípios passam a noção de que a licitação deve ser configurada parência dos atos das entidades públicas. Entretanto, o princípio
pela honestidade, boa-fé e ética, tanto por parte da Administração da transparência pode ser diferenciado do princípio da publicida-
Pública, como por parte dos licitantes. Desta forma, para que um de pelo fato de que por intermédio da publicidade, existe o dever
comportamento tenha validade, é necessário que seja legal e esteja das entidades públicas consistente na obrigação de divulgar os seus
em conformidade com a ética e os bons costumes. atos, uma vez que nem sempre a divulgação de informações é feita
Existe divergência quanto à distinção entre esses dois princí- de forma transparente.
pios. Alguns doutrinadores usam as duas expressões com o mesmo O Superior Tribunal de Justiça entende que o “direito à infor-
significado, ao passo que outros procuram diferenciar os conceitos. mação, abrigado expressamente pelo art. 5°, XIV, da Constituição
O correto é que, enquanto a moralidade se constitui num conceito Federal, é uma das formas de expressão concreta do Princípio da
vago, a probidade administrativa, ou melhor dizendo, a improbida- Transparência, sendo também corolário do Princípio da Boa-fé Ob-
de administrativa se encontra eivada de contornos definidos na Lei jetiva e do Princípio da Confiança […].” (STJ. RESP 200301612085,
8.429/1992. Herman Benjamin – Segunda Turma, DJE DATA:19/03/2009).

Princípio da igualdade Princípio da eficácia


Conhecido como princípio da isonomia, decorre do fato de que Por meio desse princípio, deverá o agente público agir de for-
a Administração Pública deve tratar, de forma igual, todos os licitan- ma eficaz e organizada promovendo uma melhor estruturação por
tes que estiverem na mesma situação jurídica. O princípio da igual- parte da Administração Pública, mantendo a atuação do Estado
dade garante a oportunidade de participar do certame de licitação, dentro da legalidade.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Vale ressaltar que o princípio da eficácia deve estar submetido Esse princípio possui o condão de impedir quaisquer interpre-
ao princípio da legalidade, pois nunca se poderá justificar a atuação tações subjetivas do edital que possam favorecer um concorrente e,
administrativa contrária ao ordenamento jurídico, por mais eficien- por consequência, vir a prejudicar de forma desleal a outros.
te que seja, na medida em que ambos os princípios devem atuar de
maneira conjunta e não sobrepostas. Princípio da razoabilidade
Trata-se de um princípio de grande importância para o contro-
Princípio da segregação de funções le da atividade administrativa dentro do processo licitatório, posto
Trata-se de uma norma de controle interno com o fito de evitar que se incumbe de impor ao administrador, a atuação dentro dos
falhas ou fraudes no processo de licitação, vindo a descentralizar o requisitos aceitáveis sob o ponto de vista racional, uma vez que ao
poder e criando independência para as funções de execução opera- trabalhar na interdição de decisões ou práticas discrepantes do mí-
cional, custódia física, bem como de contabilização nimo plausível, prova mais uma vez ser um veículo de suma im-
Assim sendo, cada setor ou servidor incumbido de determina- portância do respeito à legalidade, na medida em que é a lei que
da tarefa, fará a sua parte no condizente ao desempenho de fun- determina os parâmetros por intermédio dos quais é construída a
ções, evitando que nenhum empregado ou seção administrativa razão administrativa como um todo.
venha a participar ou controlar todas as fases relativas à execução e Pondera-se que o princípio da razoabilidade se encontra aco-
controle da despesa pública, vindo assim, a possibilitar a realização plado ao princípio da proporcionalidade, além de manter relação
de uma verificação cruzada. com o princípio da finalidade, uma vez que, caso não seja atendida
O princípio da segregação de funções, advém do Princípio da a razoabilidade, a finalidade também irá ficar ferida.
moralidade administrativa e se encontra previsto no art. 37, caput,
Princípio da competitividade
da CFB/1.988 e o da moralidade, no Capítulo VII, seção VIII, item
O princípio da competição se encontra relacionado à competiti-
3, inciso IV, da IN nº 001/2001 da Secretaria Federal de Controle
vidade e às cláusulas que são responsáveis por garantir a igualdade
Interno do Ministério da Fazenda.
de condições para todos os concorrentes licitatórios. Esse princípio
se encontra ligado ao princípio da livre concorrência nos termos do
Princípio da motivação inciso IV do art. 170 da Constituição Federal Brasileira. Desta manei-
O princípio da motivação predispõe que a administração no ra, devido ao fato da lei recalcar o abuso do poder econômico que
processo licitatório possui o dever de justificar os seus atos, vindo pretenda eliminar a concorrência, a lei e os demais atos normativos
a apresentar os motivos que a levou a decidir sobre os fatos, com pertinentes não poderão agir com o fulcro de limitar a competitivi-
a observância da legalidade estatal. Desta forma, é necessário que dade na licitação.
haja motivo para que os atos administrativos licitatórios tenham Assim, havendo cláusula que possa favorecer, excluir ou infrin-
sido realizados, sempre levando em conta as razões de direito que gir a impessoalidade exigida do gestor público, denota-se que esta
levaram o agente público a proceder daquele modo. poderá recair sobre a questão da restrição de competição no pro-
cesso licitatório.
Princípio da vinculação ao edital Obs. importante: De acordo com o Tribunal de Contas, não é
Trata-se do corolário do princípio da legalidade e da objetivi- aceitável a discriminação arbitrária no processo de seleção do con-
dade das determinações de habilidades, que possui o condão de tratante, posto que é indispensável o tratamento uniforme para si-
impor tanto à Administração, quanto ao licitante, a imposição de tuações uniformes, uma vez que a licitação se encontra destinada
que este venha a cumprir as normas contidas no edital de maneira a garantir não apenas a seleção da proposta mais vantajosa para a
objetiva, porém, sempre zelando pelo princípio da competitividade. Administração Pública, como também a observância do princípio
Denota-se que todos os requisitos do ato convocatório devem constitucional da isonomia. Acórdão 1631/2007 Plenário (Sumá-
estar em conformidade com as leis e a Constituição, tendo em vista rio).
que se trata de ato concretizador e de hierarquia inferior a essas
entidades. Princípio da proporcionalidade
Nos ditames do art. 3º da Lei nº 8.666/93, a licitação destina-se O princípio da proporcionalidade, conhecido como princípio
a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a da razoabilidade, possui como objetivo evitar que as peculiaridades
seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a pro- determinadas pela Constituição Federal Brasileira sejam feridas ou
moção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada suprimidas por ato legislativo, administrativo ou judicial que possa
exceder os limites por ela determinados e avance, sem permissão
e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da le-
no âmbito dos direitos fundamentais.
galidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publi-
cidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento
Princípio da celeridade
convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.
Devidamente consagrado pela Lei nº 10.520/2.002 e conside-
O princípio da vinculação ao instrumento convocatório princí- rado um dos direcionadores de licitações na modalidade pregão, o
pio se destaca por impor à Administração a não acatar qualquer princípio da celeridade trabalha na busca da simplificação de pro-
proposta que não se encaixe nas exigências do ato convocatório, cedimentos, formalidades desnecessárias, bem como de intransi-
sendo que tais exigências deverão possuir total relação com o obje- gências excessivas, tendo em vista que as decisões, sempre que for
to da licitação, com a lei e com a Constituição Federal. possível, deverão ser aplicadas no momento da sessão.

Princípio do julgamento objetivo Princípio da economicidade


O objetivo desse princípio é a lisura do processo licitatório. De Sendo o fim da licitação a escolha da proposta que seja mais
acordo com o princípio do julgamento objetivo, o processo licitató- vantajosa para a Administração Pública, pondera-se que é neces-
rio deve observar critérios objetivos definidos no ato convocatório, sário que o administrador esteja dotado de honestidade ao cuidar
para o julgamento das propostas apresentadas, devendo seguir de coisa pública. O princípio da economicidade encontra-se relaciona-
forma fiel ao disposto no edital quando for julgar as propostas. do ao princípio da moralidade e da eficiência.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Sobre o assunto, no que condiz ao princípio da economicidade, Princípio do sigilo das propostas
entende o jurista Marçal Justen Filho, que “… Não basta honestida- Até a abertura dos envelopes licitatórios em ato público ante-
de e boas intenções para validação de atos administrativos. A eco- cipadamente designado, o conteúdo das propostas apresentadas
nomicidade impõe adoção da solução mais conveniente e eficiente pelos licitantes deve ser mantido em sigilo nos termos do art. 43,
sob o ponto de vista da gestão dos recursos públicos”. (Justen Filho, § 1º, da Lei 8.666/1993. Deixando claro que violar o sigilo de pro-
1998, p.66). postas apresentadas em procedimento licitatório, ou oportunizar
a terceiro a oportunidade de devassá-lo, além de prejudicar os de-
Princípio da licitação sustentável mais licitantes, constitui crime tipificado no art. 94 do Estatuto das
Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, “o princípio da susten- Licitações, vindo a sujeitar os infratores à pena de detenção, de 2
tabilidade da licitação ou da licitação sustentável liga-se à ideia de (dois) a 3 (três) anos, e multa;
que é possível, por meio do procedimento licitatório, incentivar a
preservação do meio ambiente”. Princípio da adjudicação compulsória ao vencedor
Esse princípio passou a constar de maneira expressa do contido Significa que a Administração não pode, ao concluir o procedi-
na Lei 8.666/1993 depois que o seu art. 3º sofreu alteração pela Lei mento, atribuir o objeto da licitação a outro agente ou ente que não
12.349/2010, que incluiu entre os objetivos da licitação a promoção seja o vencedor. Esse princípio, também impede que seja aberta
do desenvolvimento nacional sustentável. nova licitação enquanto for válida a adjudicação anterior.
Da mesma maneira, a Lei 12.462/2011, que institui o Regime Registra-se que a adjudicação é um ato declaratório que ga-
Diferenciado de Contratações Públicas (RDC), dispõe o desenvolvi- rante ao vencedor que, vindo a Administração a celebrar um con-
mento nacional sustentável como forma de princípio a ser obser- trato, o fará com o agente ou ente a quem foi adjudicado o objeto.
vado nas licitações e contratações regidas por seu diploma legal. Entretanto, mesmo que o objeto licitado tenha sido adjudicado, é
Assim, prevê a mencionada Lei que as contratações realizadas com possível que não aconteça a celebração do contrato, posto que a
fito no Regime Jurídico Diferenciado de Contratações Públicas de- licitação pode vir a ser revogada de forma lícita por motivos de in-
vem respeitar, em especial, as normas relativas ao art. 4º, § 1º: teresse público, ou anulada, caso seja constatada alguma irregula-
A) disposição final ambientalmente adequada dos resíduos só- ridade Insanável.
lidos gerados pelas obras contratadas;
B) mitigação por condicionantes e compensação ambiental, Princípio da competitividade
que serão definidas no procedimento de licenciamento ambiental; É advindo do princípio da isonomia. Em outras palavras, ha-
c) utilização de produtos, equipamentos e serviços que, comprova- vendo restrição à competição, de maneira a privilegiar determi-
damente, reduzam o consumo de energia e recursos naturais; nado licitante, consequentemente ocorrerá violação ao princípio
D) avaliação de impactos de vizinhança, na forma da legislação da isonomia. Por esse motivo, como manifestação do princípio da
urbanística; competitividade, tem-se a regra de que é proibido aos agentes pú-
E) proteção do patrimônio cultural, histórico, arqueológico e blicos “admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação,
imaterial, inclusive por meio da avaliação do impacto direto ou indi- cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem
reto causado pelas obras contratadas; o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades coope-
F) acessibilidade para o uso por pessoas com deficiência ou com
rativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da natu-
mobilidade reduzida.
ralidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra
circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto
Princípios correlatos
do contrato”, com exceção do disposto nos §§ 5º a 12 deste art. e
Além dos princípios anteriores determinados pela Lei
no art. 3º da Lei 8.248, de 23.10.1991” .
8.666/1993, a doutrina revela a existência de outros princípios que
Convém mencionar que José dos Santos Carvalho Filho, enten-
também são atinentes aos procedimentos licitatórios, dentre os
de que o dispositivo legal mencionado anteriormente é tido como
quais se destacamos:
manifestação do princípio da indistinção.
Princípio da obrigatoriedade
Consagrado no art. 37, XXI, da CF, esse princípio está disposto Princípio da vedação à oferta de vantagens imprevistas
no art. 2º do Estatuto das Licitações. A determinação geral é que É um corolário do princípio do julgamento objetivo. No referen-
as obras, serviços, compras, alienações, concessões, permissões e te ao julgamento das propostas, a comissão de licitação não poderá,
locações da Administração Pública, quando forem contratadas por por exemplo, considerar qualquer oferta de vantagem que não es-
terceiros, sejam precedidas da realização de certame licitatório, teja prevista no edital ou no convite, inclusive financiamentos sub-
com exceção somente dos casos previstos pela legislação vigente. sidiados ou a fundo perdido, nem preço ou vantagem baseada nas
ofertas dos demais licitantes, nos ditames do art. 44, parag. 2°da
Princípio do formalismo Lei 8.666/1993.
Por meio desse princípio, a licitação se desenvolve de acordo
com o procedimento formal previsto na legislação. Assim sendo, o Competência Legislativa
art. 4º, parágrafo único, da Lei 8.666/1993 determina que “o pro- A União é munida de competência privativa para legislar sobre
cedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza ato administrati- normas gerais de licitações, em todas as modalidades, para a admi-
vo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administração nistração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito
Pública”. Federal e dos Municípios, conforme determinação do art. 22, XXVII,
da CFB/1988.
Desse modo, denota-se que de modo geral, as normas edita-
das pela União são de observância obrigatória por todos os entes
federados, competindo a estes, editar normas específicas que são
aplicáveis somente às suas próprias licitações, de modo a comple-
mentar a disciplina prevista na norma geral sem contrariá-la.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Nessa linha, a título de exemplo, a competência para legislar Art. 74. É inexigível a licitação quando inviável a competição,
supletivamente não permite: a) a criação de novas modalidades li- em especial nos casos de:
citatórias ou de novas hipóteses de dispensa de licitação; b) o esta- I - aquisição de materiais, de equipamentos ou de gêneros ou
belecimento de novos tipos de licitação (critérios de julgamento das contratação de serviços que só possam ser fornecidos por produtor,
propostas); c) a redução dos prazos de publicidade ou de recursos. empresa ou representante comercial exclusivos;
É importante registrar que a EC 19/1998, em alteração ao art. II - contratação de profissional do setor artístico, diretamente
173, § 1º, da Constituição Federal, anteviu que deverá ser editada ou por meio de empresário exclusivo, desde que consagrado pela
lei com o fulcro de disciplinar o estatuto jurídico da empresa pú- crítica especializada ou pela opinião pública;
blica, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que III - contratação dos seguintes serviços técnicos especializados
explorem atividade econômica de produção ou comercialização de de natureza predominantemente intelectual com profissionais ou
bens ou de prestação de serviços, sendo que esse estatuto deverá empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para
dispor a respeito de licitação e contratação de obras, serviços, com- serviços de publicidade e divulgação:
pras e alienações, desde que observados os princípios da adminis- a) estudos técnicos, planejamentos, projetos básicos ou proje-
tração pública. tos executivos;
A mencionada modificação constitucional, teve como objeti- b) pareceres, perícias e avaliações em geral;
vo possibilitar a criação de normas mais flexíveis sobre licitação e c) assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras
contratos e com maior adequação condizente à natureza jurídica ou tributárias;
das entidades exploradoras de atividades econômicas, que traba- d) fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou ser-
lham sob sistema jurídico predominantemente de direito privado. viços;
O Maior obstáculo, é o fato de que essas instituições na maioria das
e) patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;
vezes entram em concorrência com a iniciativa privada e precisam
f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
ter uma agilidade que pode, na maioria das situações, ser prejudi-
g) restauração de obras de arte e de bens de valor histórico;
cada pela necessidade de submissão aos procedimentos burocráti-
h) controles de qualidade e tecnológico, análises, testes e en-
cos da administração direta, autárquica e fundacional.
Em observância e cumprimento à determinação da Constitui- saios de campo e laboratoriais, instrumentação e monitoramento
ção Federal, foi promulgada a Lei 13.303/2016, Lei das Estatais, que de parâmetros específicos de obras e do meio ambiente e demais
criou regras e normas específicas paras as licitações que são dirigi- serviços de engenharia que se enquadrem no disposto neste inciso;
das por qualquer empresa pública e sociedade de economia mista IV - objetos que devam ou possam ser contratados por meio de
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Ponde- credenciamento;
ra-se que tais regras forma mantidas pela nova Lei de Licitações, Lei V - aquisição ou locação de imóvel cujas características de ins-
nº: 14.133/2.021 em seu art. 1º, inciso I. talações e de localização tornem necessária sua escolha.
De acordo com as regras e normas da Lei 13.303/2016, tais em- Em entendimento ao inc. I, afirma-se que o fornecedor exclu-
presas públicas e sociedades de economia mista não estão dispen- sivo, vedada a preferência de marca, deverá a comprovar a exclu-
sadas do dever de licitar. Mas estão somente adimplindo tal obriga- sividade por meio de atestado fornecido pelo órgão de registro do
ção com seguimento em procedimentos mais flexíveis e adequados comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o
a sua natureza jurídica. Assim sendo, a Lei 8.666/1993 acabou por serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou,
não mais ser aplicada às estatais e às suas subsidiárias. ainda, pelas entidades equivalentes.
Entretanto, com a entrada em vigor da nova Lei de Licitações de Em relação ao inc. II do referido diploma legal, verifica-se a dis-
nº. 14.133/2.021, advinda do Projeto de Lei nº 4.253/2020, obser- pensabilidade da exigência de licitação para a contratação de profis-
va-se que ocorreu um impacto bastante concreto para as estatais sionais da seara artística de forma direta ou através de empresário,
naquilo que se refere ao que a Lei nº 13.303/16 expressa ao reme- levando em conta que este deverá ser reconhecido publicamente.
ter à aplicação das Leis nº 8.666/93 e Lei nº 10.520/02. Por fim, o inc. III, aduz sobre a contratação de serviços técnicos
Nesse sentido, denota-se em relação ao assunto acima que são especializados, de natureza singular, com profissionais ou empresas
pontos de destaque com a aprovação da Nova Lei de Licitações de de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de
nº. 14.133/2.021: publicidade e divulgação.
1) O pregão, sendo que esta modalidade não será mais regula-
da pela Lei nº 10.520/02, que consta de forma expressa no art. 32, Ressalta-se que além das mencionadas hipóteses previstas de
IV, da Lei nº 13.303/16; forma exemplificativa na legislação, sempre que for impossível a
2) As normas de direito penal que deverão ser aplicadas na
competição, o procedimento de inexigibilidade de licitação deverá
seara dos processos de contratação, que, por sua vez, deixarão de
ser adotado.
ser regulados pelos arts. 89 a 99 da Lei nº 8.666/93; e
Vale destacar com grande importância, ainda, em relação ao
3) Os critérios de desempate de propostas, sendo que a Lei
inc. III da Nova Lei de Licitações, que nem todo serviço técnico espe-
nº 13.303/16 dispõe de forma expressa, dentre os critérios de de-
sempate contidos no art. 55, inc. III, a adoção da previsão que se cializado está apto a ensejar a inexigibilidade de licitação, fato que
encontra inserida no § 2º do art. 3º da Lei nº 8.666/93, que por sua se verificará apenas se ao mesmo tempo, tal serviço for de natureza
vez, passará a ter outro tratamento pela Nova Lei de Licitações. singular e o seu prestador for dotado de notória especialização. O
serviço de natureza singular é reconhecido pela sua complexidade,
Dispensa e inexigibilidade relevância ou pelos interesses públicos que estiverem em jogo, vin-
Verificar-se-á a inexigibilidade de licitação sempre que houver do demandar a contratação de prestador com a devida e notória
inviabilidade de competição. Com a entrada em vigor da Nova Lei especialização.
de Licitações, Lei nº. 14.133/2.021 no art. 74, I, II e III, foi disposto Por sua vez, a legislação considera como sendo de notória
as hipóteses por meio das quais a competição é inviável e que, por- especialização, aquele profissional ou empresa que o conceito no
tanto, nesses casos, a licitação é inexigível. Vejamos: âmbito de sua especialidade, advindo de desempenho feito ante-
riormente como estudos, experiências, publicações, organização,
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
equipe técnica, ou de outros atributos e requisitos pertinentes com grande importância para a administração Pública, tendo em vista
suas atividades, que permitam demonstrar e comprovar que o seu que a depender do mercado, a divulgação do orçamento original no
trabalho é essencial e o mais adequado à plena satisfação do objeto instante de ocorrência da licitação acarretará o efeito âncora, fazen-
do contrato. do com que os valores das propostas sejam elevados ao patamar
Vale mencionar que em situações práticas, a contratação de mais aproximado possível no que diz respeito ao valor máximo que
serviços especializados por inexigibilidade de licitação tem criado a Administração admite.
várias controvérsias, principalmente quando se refere à contrata-
ção de serviços de advocacia e também de contabilidade. Melhor técnica ou conteúdo artístico
Conforme já estudado, a licitação é tida como dispensada Nesse tipo de licitação, a escolha da empresa vencedora leva
quando, mesmo a competição sendo viável, o certame deixou de em consideração a proposta que oferecer mais vantagem em ques-
ser realizado pelo fato da própria lei o dispensar. Tem natureza dife- tão de fatores de ordem técnica e artística. Denota-se que esta es-
rente da ausência de exigibilidade da licitação dispensável porque pécie de licitação deve ser aplicada com exclusividade para serviços
nesta, o gestor tem a possibilidade de decidir por realizar ou não o de cunho intelectual, como ocorre na elaboração de projetos, por
procedimento. exemplo incluindo-se nesse rol, tanto os básicos como os executi-
A licitação dispensada está acoplada às hipóteses de alienação vos como: cálculos, gerenciamento, supervisão, fiscalização e ou-
de bens móveis ou imóveis da Administração Pública. Em grande tros pertinentes à matéria.
parte das vezes, quando, ao pretender a Administração alienar bens
de sua propriedade, sejam estes móveis ou imóveis, deverá proce-
Técnica e preço
der à realização de licitação. No entanto, em algumas situações, em
Depreende-se que esta espécie de licitação é de cunho obriga-
razão das peculiaridades do caso especifico, a lei acaba por dispen-
tório quando da contratação de bens e serviços na área tecnológica
sar o procedimento, o que é verificado, por exemplo, na hipótese da
doação de um bem para outro órgão ou entidade da Administração como de informática e áreas afins, e também nas modalidade de
Pública de qualquer esfera de governo. Ocorre que nesse caso, a concorrência, segundo a nova lei de Licitações. Nesse caso espe-
Administração já determinou previamente para qual órgão ou en- cífico, o licitante demonstra e apresenta a sua proposta e a docu-
tidade irá doar o bem. Assim sendo, não existe a necessidade de mentação usando três envelopes distintos, sendo eles: o primeiro
realização do certame licitatório. para a habilitação, o segundo para o deslinde da proposta técnica e
o terceiro, com o preço, que deverão ser avaliados nessa respectiva
Critérios de Julgamento ordem.
Os novos critérios de julgamento tratam-se das referências
que são utilizadas para a avaliação das propostas de licitação. Regis- Maior lance (leilão)
tra-se que as espécies de licitação encontram-se dotadas de carac- Nos ditames da nova Lei de Licitações, esse critério se encon-
terísticas e exigências diversas, sendo que as espécies de licitação tra restrito à modalidade de leilão, disciplina que estudaremos nos
tendem sempre a variam de acordo com seus prazos e ritos espe- próximos tópicos.
cíficos como um todo. Com a aprovação da Lei 14.133/2.021 em
seu art. 33, foram criados novos tipos de licitação designados para Maior retorno econômico
a compra de bens e serviços. Sendo eles: menor preço, maior des- Registra-se que esse tema se trata de uma das maiores novida-
conto, melhor técnica ou conteúdo artístico, técnica e preço, maior des advindas da Nova Lei de Licitações, pelo fato desse requisito ser
lance (leilão), maior retorno econômico. um tipo de licitação de uso para licitações cujo objeto e fulcro sejam
Vejamos: uma espécie de contrato de eficiência.
Menor preço Assim dispõe o inc. LIII do Art. 6º da Nova Lei de Licitações:
Trata-se do principal objetivo da Administração Pública que é LIII - contrato de eficiência: contrato cujo objeto é a prestação
o de comprar pelo menor preço possível. É o critério padrão bási- de serviços, que pode incluir a realização de obras e o fornecimento
co e o mais utilizado em qualquer espécie de licitação, inclusive o de bens, com o objetivo de proporcionar economia ao contratante,
pregão. Desta forma, vence, aquele que apresentar o preço menor na forma de redução de despesas correntes, remunerado o contra-
entre os participantes do certame, desde que a empresa licitante tado com base em percentual da economia gerada;
atenda a todos os requisitos estipulados no edital.
Desta forma, depreende-se que a pretensão da Administração
Nesta espécie de licitação, vencerá a proposta que oferecer e
não se trata somente da obra, do serviço ou do bem propriamente
comprovar maiores vantagens para a Administração Pública, ape-
dito, mas sim do resultado econômico que tenha mais vantagens
nas em questões de valores, o que, na maioria das vezes, termina
advindas dessas prestações, razão pela qual, a melhor proposta de
por prejudicar a população, tendo em vista que ao analisar apenas
a questão de menor preço, nem sempre irá conseguir contratar um ajuste trata-se daquela que oferece maior retorno econômico à ma-
trabalho de qualidade. quina pública.

Maior desconto Modalidades


Pondera-se que caso a licitação seja julgada pelo critério de
maior desconto, o preço com o valor estimado ou o máximo aceitá- De antemão, infere-se que com o advento da nova Lei de Lici-
vel, deverá constar expressamente do edital. Isso acontece, por que tações de nº. 14.133/2.021, foram excluídas do diploma legal da
nessas situações específicas, a publicação do valor de referência da Lei 8.666/1.993 as seguintes modalidades de licitação: tomada de
Administração Pública é extremamente essencial para que os pro- preços, convite e RDC – Lei 12.462/2.011. Desta forma, de acordo
ponentes venham a oferecer seus descontos. com a Nova Lei de Licitações, são modalidades de licitação: con-
Denota-se que o texto de lei determina que a administração li- corrência, concurso, leilão, pregão e diálogo competitivo.
citante forneça o orçamento original da contratação, mesmo que tal Lembrando que conforme afirmado no início desse estudo,
orçamento tenha sido declarado sigiloso, a qualquer instante tanto pelo fato do ordenamento jurídico administrativo estar em fase de
para os órgãos de controle interno quanto externo. Esse fato é de transição em relação às duas leis, posto que nos dois primeiros anos
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
as duas se encontrarão válidas, tendo em vista que na aplicação Quaisquer interessados podem participar do leilão. Denota-se
para processos que começaram na Lei anterior, deverão continuar que o bem será vendido para o licitante que fizer a oferta de maior
a ser resolvidos com a aplicação dela, e, processos que começarem lance, o qual deverá obrigatoriamente ser igual ou superior ao valor
após a aprovação da nova Lei, deverão ser resolvidos com a aplica- de avaliação do bem.
ção da nova Lei. A realização do leilão poderá ser por meio de leiloeiro oficial ou
por servidor indicado pela Administração, procedendo-se conforme
Concorrência os ditames da legislação pertinente.
Com fundamento no art. 29 da Lei 14.133/2.021, concorrência
é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na Destaca-se ainda, que algumas entidades financeiras da Admi-
fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requi- nistração indireta executam contratos de mútuo que são garantidos
sitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de por penhor e que, restando-se vencido o contrato, se a dívida não
seu objeto. for liquidada, promover-se-á o leilão do bem empenhado que deve-
Em termos práticos, trata-se a concorrência de modalidade rá seguir as regras pertinentes à Lei de licitações.
licitatória conveniente para contratações de grande aspecto. Isso
ocorre, por que a Lei de Licitações e Contratos dispôs uma espécie
Pregão
de hierarquia quando a definição da modalidade de licitação acon-
Com fundamento no art. 29 da Nova Lei de Licitações, trata-
tece em razão do valor do contrato. Ocorre que quanto maiores
-se o pregão de uma modalidade de licitação do tipo menor preço,
forem os valores envolvidos, mais altos e maiores serão o nível de
publicidade bem como os prazos estipulados para a realização do designada ao aferimento de aquisição de bens e serviços comuns.
procedimento. Em alguns casos, não obstante, é permitido uso da Existem duas maneiras de ocorrência dos pregões, sendo estas nas
modalidade de maior publicidade no lugar das de menor publicida- formas eletrônica e presencial.
de, jamais o contrário. Pondera-se que a Lei geral que rege os pregões é a Lei
Nesta linha de pensamento, a regra passa a exigir o uso da con- 10.520/02. No entanto, em âmbito federal, o pregão presencial é
corrência para valores elevados, vindo a permitir que seja realizada fundamentado e regulamentado pelo Decreto3.555/00, já o pregão
a tomada de preços ou concorrência para montantes de cunho in- eletrônico, por meio do Decreto 5.450/05.
termediário e convite (ou tomada de preços ou concorrência), para Os referidos decretos, em razão da natureza institucional de
contratos de valores mais reduzidos. Os gestores, na prática, ge- processamento dos pregões, são estabelecidos por meio de regras
ralmente optam por utilizar a modalidade licitatória que seja mais diferentes que serão adotadas pelo Poder Público.
simplificada dentro do possível, de maneira a evitar a submissão a Em âmbito federal, a modalidade pregão é obrigatória para
prazos mais extensos de publicidade do certame. contratação de serviços e bens comuns. No entanto, o Decreto
5.459/05 determina que a forma eletrônica é, via de regra, prefe-
Concurso rencial.
Disposto no art. 30 da Nova Lei de Licitações, esta modalidade Ressalta-se que aqueles que estiverem interessados em partici-
de licitação pode ser utilizada para a escolha de trabalho técnico, par do pregão presencial, deverão comparecer em hora e local nos
científico ou artístico. Vejamos o que dispõe a Nova Lei de Licita- quais deverá ocorrer a Sessão Pública, onde será feito o credencia-
ções: mento, devendo ainda, apresentar os envelopes de proposta, bem
Art. 30. O concurso observará as regras e condições previstas como os documentos pertinentes.
em edital, que indicará: Referente ao pregão eletrônico, deverão os interessados fazer
I - a qualificação exigida dos participantes; cadastro no sistema de compras a ser usado pelo ente licitante, vin-
II - as diretrizes e formas de apresentação do trabalho; do, por conseguinte, cadastrar a sua proposta.
III - as condições de realização e o prêmio ou remuneração a ser A classificação a respeito das formas de pregão está também
concedida ao vencedor. eivada de diferenças. Infere-se que no pregão presencial, o prego-
Parágrafo único. Nos concursos destinados à elaboração de
eiro deverá fazer a seleção de todas as propostas de até 10% acima
projeto, o vencedor deverá ceder à Administração Pública, nos ter-
da melhor proposta e as classificar para a fase de lances. Havendo
mos do art. 93 desta Lei, todos os direitos patrimoniais relativos ao
ausência de propostas que venham a atingir esses 10%, restarão
projeto e autorizar sua execução conforme juízo de conveniência e
selecionadas, por conseguinte, as três melhores propostas.
oportunidade das autoridades competentes.
Diversamente do que ocorre no pregão eletrônico, levando em
Leilão conta que todos os participantes são classificados e tem o direito de
Disposto no art. 31 da Nova Lei de Licitações, o leilão poderá participar da fase na qual ocorrem os lances por meio do sistema,
ser cometido a leiloeiro oficial ou a servidor designado pela auto- dentro dos parâmetros pertinentes ao horário indicado no edital ou
ridade competente da Administração, sendo que seu regulamento carta convite.
deverá dispor sobre seus procedimentos operacionais. Inicia-se a fase de lances do pregão presencial com o lance da
Se optar pela realização de leilão por intermédio de leiloeiro licitação que possui a maior proposta, vindo a seguir, por conse-
oficial, a Administração deverá selecioná-lo mediante credencia- guinte, a lista decrescente até alcançar ao menor valor.
mento ou licitação na modalidade pregão e adotar o critério de jul- É importante destacar que no pregão eletrônico, os lances são
gamento de maior desconto para as comissões a serem cobradas, lançados no sistema na medida em que os participantes vão ofer-
utilizados como parâmetro máximo, os percentuais definidos na lei tando, devendo ser sempre de menor valor ao último lance que por
que regula a referida profissão e observados os valores dos bens a este foi ofertado. Assim, lances são lançados e registrados no siste-
serem leiloados ma, até que esta fase venha a se encerrar.
O leilão não exigirá registro cadastral prévio, não terá fase de Desde o início da Sessão, no pregão presencial o pregoeiro de-
habilitação e deverá ser homologado assim que concluída a fase verá se informar de antemão, quem são os participantes, tendo em
de lances, superada a fase recursal e efetivado o pagamento pelo vista que estes se identificam no momento do em que fazem o cre-
licitante vencedor, na forma definida no edital. denciamento.
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No pregão eletrônico, até que chegue a fase de habilitação, Registra-se que base legal no art. 66 da referida Lei, habilita-
o pregoeiro não possui a informação sobre quem são os licitantes ção jurídica visa a demonstrar a capacidade de o licitante exercer
participantes, para evitar conluio. direitos e assumir obrigações, e a documentação a ser apresentada
A intenção de recorrer no pregão presencial, deverá por parâ- por ele limita-se à comprovação de existência jurídica da pessoa e,
metros legais, ser manifestada e eivada com as motivações ao final quando cabível, de autorização para o exercício da atividade a ser
da Sessão. contratada.
No pregão eletrônico, havendo a intenção de recorrer, deverá Já o art. 67, dispõe de forma clara a respeito da documentação
de imediato a parte interessada se manifestar, devendo ser regis- exigida para a qualificação técnico-profissional e técnico-operacio-
trado no campo do sistema de compras pertinente, no qual deverá nal. Vejamos:
conter as exposições com a motivação da interposição. Art. 67. A documentação relativa à qualificação técnico-profis-
sional e técnico-operacional será restrita a:
Diálogo competitivo I - apresentação de profissional, devidamente registrado no
Com supedâneo no art. 32 da Nova Lei de Licitações, modali- conselho profissional competente, quando for o caso, detentor de
dade diálogo competitivo é restrita a contratações em que a Admi- atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou ser-
nistração: viço de características semelhantes, para fins de contratação;
Art. 32. A modalidade diálogo competitivo é restrita a contrata- II - certidões ou atestados, regularmente emitidos pelo conse-
ções em que a Administração: lho profissional competente, quando for o caso, que demonstrem
I - vise a contratar objeto que envolva as seguintes condições: capacidade operacional na execução de serviços similares de com-
a) inovação tecnológica ou técnica; plexidade tecnológica e operacional equivalente ou superior, bem
b) impossibilidade de o órgão ou entidade ter sua necessidade como documentos comprobatórios emitidos na forma do § 3º do
satisfeita sem a adaptação de soluções disponíveis no mercado; e art. 88 desta Lei;
c) impossibilidade de as especificações técnicas serem definidas III - indicação do pessoal técnico, das instalações e do apare-
com precisão suficiente pela Administração; lhamento adequados e disponíveis para a realização do objeto da
II - verifique a necessidade de definir e identificar os meios e as
licitação, bem como da qualificação de cada membro da equipe téc-
alternativas que possam satisfazer suas necessidades, com desta-
nica que se responsabilizará pelos trabalhos;
que para os seguintes aspectos:
IV - prova do atendimento de requisitos previstos em lei espe-
a) a solução técnica mais adequada;
cial, quando for o caso;
b) os requisitos técnicos aptos a concretizar a solução já defi-
nida; V - registro ou inscrição na entidade profissional competente,
c) a estrutura jurídica ou financeira do contrato. quando for o caso;
VI - declaração de que o licitante tomou conhecimento de todas
Obs. Importante: § 1º, inc. VIII , Lei 14.133/2021- a Adminis- as informações e das condições locais para o cumprimento das obri-
tração deverá, ao declarar que o diálogo foi concluído, juntar aos gações objeto da licitação.
autos do processo licitatório os registros e as gravações da fase de
diálogo, iniciar a fase competitiva com a divulgação de edital con- Julgamento
tendo a especificação da solução que atenda às suas necessidades Sob a vigência do nº. 14.133/2.021, a Nova Lei de Licitações
e os critérios objetivos a serem utilizados para seleção da proposta trouxe em seu art. 33, a nova forma de julgamento, sendo que de
mais vantajosa e abrir prazo, não inferior a 60 (sessenta) dias úteis, agora em diante, as propostas deverão ser julgadas de acordo sob
para todos os licitantes pré-selecionados na forma do inciso II deste os seguintes critérios:
parágrafo apresentarem suas propostas, que deverão conter os ele- 1. Menor preço;
mentos necessários para a realização do projeto. 2. Maior desconto;
3. Melhor técnica ou conteúdo artístico;
Habilitação, Julgamento e recursos 4. Técnica e preço;
Habilitação 5. Maior lance, no caso de leilão;
Com determinação expressa no Capítulo VI da Nova Lei de Lici- 6. Maior retorno econômico.
tações, art. 62, denota-se que a habilitação se mostra como a fase Observa-se que os títulos por si só já dão a noção a respeito do
da licitação por meio da qual se verifica o conjunto de informações seu funcionamento, bem como já foram estudados anteriormente
e documentos necessários e suficientes para demonstrar a capaci- nesta obra. Entretanto, é possível afirmar que a maior novidade,
dade do licitante de realizar o objeto da licitação. trata-se do critério de maior retorno econômico, que é uma espécie
Registra-se no dispositivo legal, que os critérios inseridos foram de licitação usada somente para certames cujo objeto seja contrato
renovados pela Nova Lei, como por exemplo, a previsão em lei de de eficiência de forma geral.
aceitação de balanço de abertura. Nesta espécie de contrato, busca-se o resultado econômico
No que condiz à habilitação econômico-financeira, com supe-
que proporcione a maior vantagem advinda de uma obra, serviço
dâneo legal no art. 68 da Nova Lei, observa-se que possui utilidade
ou bem, motivo pelo qual, a melhor proposta deverá ser aquela que
para demonstrar que o licitante se encontra dotado de capacidade
trouxer um maior retorno econômico.
para sintetizar com suas possíveis obrigações futuras, devendo a
mesma ser comprovada de forma objetiva, por intermédio de coefi-
cientes e índices econômicos que deverão estar previstos no edital Recursos
e devidamente justificados no processo de licitação. Com base legal no art. 71 da nova Lei de Licitações, não ocor-
De acordo com a Nova lei, os documentos exigidos para a ha- rendo inversão de fases na licitação, pondera-se que os recursos em
bilitação são: a certidão negativa de feitos a respeito de falência ex- face dos atos de julgamento ou habilitação, deverão ser apresenta-
pedida pelo distribuidor da sede do licitante, e, por último, exige-se dos no término da fase de habilitação, tendo em vista que tal ato
o balanço patrimonial dos últimos dois exercícios sociais, salvo das deverá acontecer em apenas uma etapa.
empresas que foram constituídas no lapso de menos de dois anos.
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Caso os licitantes desejem recorrer a despeito dos atos do jul- IV - a possibilidade de o licitante oferecer ou não proposta em
gamento da proposta e da habilitação, denota-se que deverão se quantitativo inferior ao máximo previsto no edital, obrigando-se
manifestar de imediato o seu desejo de recorrer, logo após o térmi- nos limites dela;
no de cada sessão, sob pena de preclusão V - o critério de julgamento da licitação, que será o de menor
Havendo a inversão das fases com a habilitação de forma pre- preço ou o de maior desconto sobre tabela de preços praticada no
cedente à apresentação das propostas, bem como o julgamento, mercado;
afirma-se que os recursos terão que ser apresentados em dois in- VI - as condições para alteração de preços registrados;
tervalos de tempo, após a fase de habilitação e após o julgamento VII - o registro de mais de um fornecedor ou prestador de servi-
das propostas. ço, desde que aceitem cotar o objeto em preço igual ao do licitante
vencedor, assegurada a preferência de contratação de acordo com
Adjudicação e homologação a ordem de classificação;
O Direito Civil Brasileiro conceitua a adjudicação como sendo VIII - a vedação à participação do órgão ou entidade em mais
o ato por meio do qual se declara, cede ou transfere a propriedade de uma ata de registro de preços com o mesmo objeto no prazo de
de uma pessoa para outra. Já o Direito Processual Civil a conceitua validade daquela de que já tiver participado, salvo na ocorrência de
como uma forma de pagamento feito ao exequente ou a terceira ata que tenha registrado quantitativo inferior ao máximo previsto
pessoa, por meio da transferência dos bens sobre os quais incide no edital;
a execução. IX - as hipóteses de cancelamento da ata de registro de preços
Ressalta-se que os procedimentos legais de adjudicação têm e suas consequências
início com o fim da fase de classificação das propostas. Adilson § 1º O critério de julgamento de menor preço por grupo de
Dallari (1992:106), doutrinariamente separando as fases de classi- itens somente poderá ser adotado quando for demonstrada a invia-
ficação e adjudicação, ensina que esta não é de cunho obrigatório, bilidade de se promover a adjudicação por item e for evidenciada a
embora não seja livre. sua vantagem técnica e econômica, e o critério de aceitabilidade de
Podemos conceituar a homologação como o ato que perfaz o preços unitários máximos deverá ser indicado no edital.
encerramento da licitação, abrindo espaço para a contratação. Ho- § 2º Na hipótese de que trata o § 1º deste artigo, observados
mologação é a aprovação determinada por autoridade judicial ou os parâmetros estabelecidos nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 23 desta Lei,
administrativa a determinados atos particulares com o fulcro de a contratação posterior de item específico constante de grupo de
produzir os efeitos jurídicos que lhes são pertinentes. itens exigirá prévia pesquisa de mercado e demonstração de sua
Considera-se que a homologação do processo de licitação re- vantagem para o órgão ou entidade.
presenta a aceitação da proposta. De acordo com Sílvio Rodrigues § 3º É permitido registro de preços com indicação limitada a
(1979:69), a aceitação consiste na “formulação da vontade concor- unidades de contratação, sem indicação do total a ser adquirido,
dante e envolve adesão integral à proposta recebida.” apenas nas seguintes situações:
Registre-se por fim, que a homologação vincula tanto a Admi- I - quando for a primeira licitação para o objeto e o órgão ou
nistração como o licitante, para buscar o aperfeiçoamento do con- entidade não tiver registro de demandas anteriores;
trato. II - no caso de alimento perecível;
III - no caso em que o serviço estiver integrado ao fornecimento
Registro de preços de bens.
Registro de preços é a modalidade de licitação que se encontra § 4º Nas situações referidas no § 3º deste artigo, é obrigatória
apropriada para possibilitar diversas contratações que sejam conco- a indicação do valor máximo da despesa e é vedada a participação
mitantes ou sucessivas, sem que haja a realização de procedimento de outro órgão ou entidade na ata.
de licitação de forma específica para cada uma destas contratações. § 5º O sistema de registro de preços poderá ser usado para
Registra-se que o referido sistema é útil tanto a um, quanto a a contratação de bens e serviços, inclusive de obras e serviços de
mais órgãos pertencentes à Administração. engenharia, observadas as seguintes condições:
De modo geral, o registro de preços é usado para compras cor- I - realização prévia de ampla pesquisa de mercado;
riqueiras de bens ou serviços específicos, em se tratando daqueles II - seleção de acordo com os procedimentos previstos em re-
que não se sabe a quantidade que será preciso adquirir, bem como gulamento;
quando tais compras estiverem sob a condição de entregas parcela- III - desenvolvimento obrigatório de rotina de controle;
das. O objetivo destas ações é evitar que se formem estoques, uma IV - atualização periódica dos preços registrados;
vez que estes geram alto custo de manutenção, além do risco de V - definição do período de validade do registro de preços;
tais bens vir a perecer ou deteriorar. VI - inclusão, em ata de registro de preços, do licitante que acei-
Por fim, vejamos os dispositivos legais contidos na Nova lei de tar cotar os bens ou serviços em preços iguais aos do licitante vence-
Lictações que regem o sistema de registro de preços: dor na sequência de classificação da licitação e inclusão do licitante
Art. 82. O edital de licitação para registro de preços observará que mantiver sua proposta original.
as regras gerais desta Lei e deverá dispor sobre: § 6º O sistema de registro de preços poderá, na forma de regu-
I - as especificidades da licitação e de seu objeto, inclusive a lamento, ser utilizado nas hipóteses de inexigibilidade e de dispen-
quantidade máxima de cada item que poderá ser adquirida; sa de licitação para a aquisição de bens ou para a contratação de
II - a quantidade mínima a ser cotada de unidades de bens ou, serviços por mais de um órgão ou entidade.
no caso de serviços, de unidades de medida; Art. 83. A existência de preços registrados implicará compro-
III - a possibilidade de prever preços diferentes: misso de fornecimento nas condições estabelecidas, mas não obri-
a) quando o objeto for realizado ou entregue em locais dife- gará a Administração a contratar, facultada a realização de licita-
rentes; ção específica para a aquisição pretendida, desde que devidamente
b) em razão da forma e do local de acondicionamento; motivada.
c) quando admitida cotação variável em razão do tamanho do Art. 84. O prazo de vigência da ata de registro de preços será de
lote; 1 (um) ano e poderá ser prorrogado, por igual período, desde que
d) por outros motivos justificados no processo; comprovado o preço vantajoso.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Parágrafo único. O contrato decorrente da ata de registro de • Art. 95, § 2º É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com
preços terá sua vigência estabelecida em conformidade com as dis- a Administração, salvo o de pequenas compras ou o de prestação
posições nela contidas. de serviços de pronto pagamento, assim entendidos aqueles de va-
lor não superior a R$ 10.000,00 (dez mil reais).
Revogação e anulação da licitação • São atos da Administração Pública antes de formalizar ou
De antemão, em relação à revogação e a anulação do proce- prorrogar contratos administrativos: verificar a regularidade fiscal
dimento licitatório, aplica-se o mesmo raciocínio, posto que caso do contratado; consultar o Cadastro Nacional de Empresas idôneas
tenha havido vício no procedimento, busca-se por vias legais o a e suspensas (CEIS) e punidas (CNEP).
possibilidade de corrigi-lo. Em se tratando de caso de vício que não • A Nova Lei de Licitações inseriu vários crimes do Código Pe-
se possa sanar, ou haja a impossibilidade de saná-lo, a anulação se nal, no que se refere às licitações, dentre eles, o art. 337-H do Có-
impõe. Entretanto, caso não exista qualquer espécie de vício no cer- digo Penal de 1.940:
tame, mas, a contratação tenha sido deixada de ser considerada de Art. 337-H. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer mo-
interesse público, impõe-se a aplicação da revogação. dificação ou vantagem, inclusive prorrogação contratual, em favor
Nos ditames do art. 62 da Lei nº 13.303/2016, após o início da do contratado, durante a execução dos contratos celebrados com a
fase de apresentação de lances ou propostas, “a revogação ou a Administração Pública sem autorização em lei, no edital da licitação
anulação da licitação somente será efetivada depois de se conceder ou nos respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar fatu-
aos licitantes que manifestem interesse em contestar o respectivo ra com preterição da ordem cronológica de sua exigibilidade:
ato prazo apto a lhes assegurar o exercício do direito ao contraditó- Pena – reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa.
rio e à ampla defesa”.
Já na seara da lei nº 8.666/93, ressalta-se que a norma tratou Perturbação de processo licitatório
de limitar a indicar, por meio do art. 49, §3º, que em caso de des- • Os valores fixados na Lei, serão anualmente corrigidos pelo
fazimento do processo licitatório, ficará assegurado o contraditório IPCA-E, nos termos do art. 182: O Poder Executivo federal atua-
e a ampla defesa. lizará, a cada dia 1º de janeiro, pelo Índice Nacional de Preços ao
Por fim, registra-se que em se tratando da obrigatoriedade da Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) ou por índice que venha a subs-
aprovação de espaço aos licitantes interessados no exercício do di- tituí-lo, os valores fixados por esta Lei, os quais serão divulgados no
reito ao contraditório e à ampla defesa, de forma anterior ao ato PNCP.
de decisório de revogação e anulação, criou-se de forma tradicio-
nal diversos debates tanto na doutrina quanto na jurisprudência
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS: CONCEITO, PECULIARI-
nacional. Um exemplo da informação acima, trata-se dos diversos
DADES E INTERPRETAÇÃO. FORMALIZAÇÃO, EXECUÇÃO,
julgados que ressalvam a aplicação contida no art. 49, §3º da Lei
INEXECUÇÃO, REVISÃO E RESCISÃO
8.666/1.993 nas situações de revogação de licitação antes de sua
homologação. Pondera-se que esse entendimento afirma que o
contraditório e a ampla defesa apenas seriam exigíveis quando o
No desempenho da função administrativa, o Poder Público
procedimento de licitação tiver sido concluído.
empraza diversas relações jurídicas com pessoas físicas e jurídicas,
Obs. Importante: Ainda que em situações por meio das quais é
públicas e privadas. A partir do momento em que tais relações se
considerado dispensável dar a oportunidade aos licitantes do con-
constituem por intermédio da manifestação bilateral da vontade
traditório e a ampla defesa, a obrigação da administração em mo-
das partes, afirmamos que foi celebrado um contrato da Adminis-
tivar o ato revogatório não será afastada, uma vez que devendo se
tração.
ater aos princípios da transparência e da motivação, o gestor por
Denota-se que os contratos da Administração podem ser nas
força de lei, deverá sempre evidenciar as razões pelas quais foram
formas:
fundamentadas a conclusão pela revogação do certame, bem como
Contratos Administrativos: são aqueles comandados pelas
os motivos de não prosseguir com o processo licitatório. normas de Direito Público.
Contratos de Direito Privado firmados pela Administração:
Breves considerações adicionais acerca das mudanças no pro- são aqueles comandados por normas de Direito Privado.
cesso de licitação após a aprovação da Lei 14.133/2.021
• Com a aprovação da Nova Lei, nos ditames do §2º do art. 17, Princípios
será utilizada como regra geral, a forma eletrônica de contratação Princípio da legalidade
para todos os procedimentos licitatórios. Disposto no art. 37 da CRFB/1988, recebe um conceito como
• Como exceção, caso seja preciso que a forma de contratação um produto do Liberalismo, que propagava evidente superioridade
seja feita presencialmente, o órgão deverá expor os motivos de fato do Poder Legislativo por intermédio da qual a legalidade veio a ser
e de direito no processo administrativo, porém, ficará incumbido da bipartida em importantes desdobramentos:
obrigação de gravar a sessão em áudio e também em vídeo. 1) Supremacia da lei: a lei prevalece e tem preferência sobre os
• O foco da Nova Lei, é buscar o incentivo para o uso do siste- atos da Administração;
ma virtual nos certames, vindo, assim, a dar mais competitividade, 2) Reserva de lei: a apreciação de certas matérias deve ser for-
segurança e isonomia para as licitações de forma geral. malizada pela legislação, deletando o uso de outros atos de caráter
• A Nova Lei de Licitações criou o PNCP (Portal Nacional de normativo.
Contratações Públicas), que irá servir como um portal obrigatório. Todavia, o princípio da legalidade deve ser conceituado como o
• Todos os órgãos terão obrigação de divulgar suas licitações, principal conceito para a configuração do regime jurídico-adminis-
sejam eles federais, estaduais ou municipais. trativo, tendo em vista que segundo ele, a administração pública só
• Art. 20. Os itens de consumo adquiridos para suprir as de- poderá ser desempenhada de forma eficaz em seus atos executivos,
mandas das estruturas da Administração Pública deverão ser de agindo conforme os parâmetros legais vigentes. De acordo com o
qualidade comum, não superior à necessária para cumprir as finali- princípio em análise, todo ato que não possuir base em fundamen-
dades às quais se destinam, vedada a aquisição de artigos de luxo. tos legais é ilícito.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Princípio da impessoalidade a) eficiência de Pareto (“ótimo de Pareto”): a medida se torna
Consagrado de forma expressa no art. 37 da CRFB/1988, possui eficiente se conseguir melhorar a situação de certa pessoa sem pio-
duas interpretações possíveis: rar a situação de outrem.
a) igualdade (ou isonomia): dispõe que a Administração Públi- b) eficiência de Kaldor-Hicks: as normas devem ser aplicadas
ca deve se abster de tratamento de forma impessoal e isonômico de forma a produzir o máximo de bem-estar para o maior número
aos particulares, com o fito de atender a finalidade pública, vedadas de pessoas, onde os benefícios de “X” superam os prejuízos de “Y”).
a discriminação odiosa ou desproporcional. Exemplo: art. 37, II, da Ressalte-se, contudo, em relação aos critérios mencionados
CRFB/1988: concurso público. Isso posto, com ressalvas ao trata- acima, que a eficiência não pode ser analisada apenas sob o prisma
mento que é diferenciado para pessoas que estão se encontram em econômico, tendo em vista que a Administração possui a obrigação
posição fática de desigualdade, com o fulcro de efetivar a igualdade de considerar outros aspectos fundamentais, como a qualidade do
material. Exemplo: art. 37, VIII, da CRFB e art. 5.0, § 2. °, da Lei serviço ou do bem, durabilidade, confiabilidade, dentre outros as-
8.112/1990: reserva de vagas em cargos e empregos públicos para pectos.
portadores de deficiência.
b) proibição de promoção pessoal: quem faz as realizações Princípios da razoabilidade e da proporcionalidade
públicas é a própria entidade administrativa e não são tidas como Nascido e desenvolvido no sistema da common law da Magna
feitos pessoais dos seus respectivos agentes, motivos pelos quais Carta de 1215, o princípio da razoabilidade o princípio surgiu no di-
toda a publicidade dos atos do Poder Público deve possuir caráter reito norte-americano por intermédio da evolução jurisprudencial
educativo, informativo ou de orientação social, nos termos do art. da cláusula do devido processo legal, pelas Emendas 5.’ e 14.’ da
37, § 1. °, da CRFB: “dela não podendo constar nomes, símbolos Constituição dos Estados Unidos, vindo a deixar de lado o seu cará-
ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ter procedimental (procedural due process of law: direito ao contra-
ou servidores públicos”. ditório, à ampla defesa, dentre outras garantias processuais) para,
por sua vez, incluir a versão substantiva (substantive due process of
Princípio da moralidade law: proteção das liberdades e dos direitos dos indivíduos contra
Disposto no art. 37 da CRFB/1988, presta-se a exigir que a atua- abusos do Estado).
ção administrativa, respeite a lei, sendo ética, leal e séria. Nesse dia- Desde seus primórdios, o princípio da razoabilidade vem sendo
pasão, o art. 2. °, parágrafo único, IV, da Lei 9.784/1999 ordena ao aplicado como forma de valoração pelo Judiciário, bem como da
administrador nos processos administrativos, a autêntica “atuação constitucionalidade das leis e dos atos administrativos, demons-
segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé”. Exemplo: trando ser um dos mais importantes instrumentos de defesa dos
a vedação do ato de nepotismo inserido da Súmula Vinculante 13 direitos fundamentais dispostos na legislação pátria.
do STF. Entretanto, o STF tem afastado a aplicação da mencionada O princípio da proporcionalidade, por sua vez origina-se das te-
súmula para os cargos políticos, o que para a doutrina em geral não orias jusnaturalistas dos séculos XVII e XVIII, a partir do momento
parece apropriado, tendo em vista que o princípio da moralidade é no qual foi reconhecida a existência de direitos perduráveis ao ho-
um princípio geral e aplicável a toda a Administração Pública, vindo mem oponíveis ao Estado. Foi aplicado primeiramente no âmbito
a alcançar, inclusive, os cargos de natureza política. do Direito Administrativo, no “direito de polícia”, vindo a receber,
na Alemanha, dignidade constitucional, a partir do momento em
Princípio da publicidade que a doutrina e a jurisprudência passaram a afirmar que a propor-
Sua função é impor a divulgação e a exteriorização dos atos cionalidade seria um princípio implícito advindo do próprio Estado
do Poder Público, nos ditames do art. 37 da CRFB/1988 e do art. de Direito.
2. ° da Lei 9.784/1999). Ressalta-se com grande importância que a Embora haja polêmica em relação à existência ou não de di-
transparência dos atos administrativos guarda estreita relação com ferenças existentes entre os princípios da razoabilidade e da pro-
o princípio democrático nos termos do art. 1. ° da CRFB/1988), vin- porcionalidade, de modo geral, tem prevalecido a tese da fungibi-
do a possibilitar o exercício do controle social sobre os atos públicos lidade entre os mencionados princípios que se relacionam e forma
praticados pela Administração Pública em geral. Denota-se que a
paritária com os ideais igualdade, justiça material e racionalidade,
atuação administrativa obscura e sigilosa é característica típica dos
vindo a consubstanciar importantes instrumentos de contenção dos
Estados autoritários. Como se sabe, no Estado Democrático de Di-
excessos cometidos pelo Poder Público.
reito, a regra determinada por lei, é a publicidade dos atos estatais,
O princípio da proporcionalidade é subdividido em três
com exceção dos casos de sigilo determinados e especificados por
subprincípios:
lei. Exemplo: a publicidade é um requisito essencial para a produ-
a) Adequação ou idoneidade: o ato praticado pelo Estado será
ção dos efeitos dos atos administrativos, é uma necessidade de mo-
adequado quando vier a contribuir para a realização do resultado
tivação dos atos administrativos.
pretendido.
b) Necessidade ou exigibilidade: em decorrência da proibição
Princípio da eficiência
Foi inserido no art. 37 da CRFB, por intermédio da EC 19/1998, do excesso, existindo duas ou mais medidas adequadas para alcan-
com o fito de substituir a Administração Pública burocrática pela çar os fins perseguidos de interesse público, o Poder Público terá
Administração Pública gerencial. O intuito de eficiência está relacio- o dever de adotar a medida menos agravante aos direitos funda-
nado de forma íntima com a necessidade de célere efetivação das mentais.
finalidades públicas dispostas no ordenamento jurídico. Exemplo: c) Proporcionalidade em sentido estrito: coloca fim a uma
duração razoável dos processos judicial e administrativo, nos dita- típica consideração, no caso concreto, entre o ônus imposto pela
mes do art. 5.0, LXXVIII, da CRFB/1988, inserido pela EC 45/2004), atuação do Estado e o benefício que ela produz, motivo pelo qual
bem como o contrato de gestão no interior da Administração (art. a restrição ao direito fundamental deverá ser plenamente justifica-
37 da CRFB) e com as Organizações Sociais (Lei 9.637/1998). da, tendo em vista importância do princípio ou direito fundamental
Em relação à circulação de riquezas, existem dois critérios que que será efetivado.
garantem sua eficiência:
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Princípio da supremacia do interesse público sobre o interes- a praticar a eficiência no serviço público, propiciando mais freios
se privado (princípio da finalidade pública) contra o abuso, colocando em prática a legalidade, garantindo a
É considerado um pilar do Direito Administrativo tradicional, atenção a todos os interesses de forma justa, propiciando decisões
tendo em vista que o interesse público pode ser dividido em duas mais sábias e prudentes usando da legitimidade, desenvolvendo a
categorias: responsabilidade das pessoas por meio do civismo e tornando os
a) interesse público primário: encontra-se relacionado com a comandos estatais mais aceitáveis e mais fáceis de ser obedecidos.
necessidade de satisfação de necessidades coletivas promovendo Desta forma, percebe-se que a atividade de consenso entre o
justiça, segurança e bem-estar através do desempenho de ativi- Poder Público e particulares, ainda que de maneira informal, veio a
dades administrativas que são prestadas à coletividade, como por assumir um importante papel no condizente ao processo de iden-
exemplo, os serviços públicos, poder de polícia e o fomento, dentre tificação de interesses públicos e privados que se encontram sob a
outros. tutela da Administração Pública.
b) interesse público secundário: trata-se do interesse do pró- Assim sendo, com a aplicação dos princípios da consensualida-
prio Estado, ao estar sujeito a direitos e obrigações, encontra-se de e da participação, a administração termina por voltar-se para a
ligando de forma expressa à noção de interesse do erário, imple- coletividade, vindo a conhecer melhor os problemas e aspirações
mentado através de atividades administrativas instrumentais que da sociedade, passando a ter a ter atividades de mediação para
são necessárias ao atendimento do interesse público primário. resolver e compor conflitos de interesses entre várias partes ou
Exemplos: as atividades relacionadas ao orçamento, aos agentes entes, surgindo daí, um novo modo de agir, não mais colocando o
público e ao patrimônio público. ato como instrumento exclusivo de definição e atendimento do in-
teresse público, mas sim em forma de atividade aberta para a cola-
Princípio da continuidade boração dos indivíduos, passando a ter importância o momento do
Encontra-se ligado à prestação de serviços públicos, sendo que consenso e da participação.
tal prestação gera confortos materiais para as pessoas e não pode De acordo com Vinícius Francisco Toazza, “o consenso na toma-
ser interrompida, levando em conta a necessidade permanente de da de decisões administrativas está refletido em alguns institutos
satisfação dos direitos fundamentais instituídos pela legislação. jurídicos como o plebiscito, referendo, coleta de informações, con-
Tendo em vista a necessidade de continuidade do serviço pú- selhos municipais, ombudsman, debate público, assessoria externa
blico, é exigido regularidade na sua prestação. Ou seja, prestador ou pelo instituto da audiência pública. Salienta-se: a decisão final
do serviço, seja ele o Estado, ou, o delegatório, deverá prestar o é do Poder Público; entretanto, ele deverá orientar sua decisão o
serviço de forma adequada, em consonância com as normas vigen- mais próximo possível em relação à síntese extraída na audiência do
tes e, em se tratando dos concessionários, devendo haver respeito interesse público. Nota-se que ocorre a ampliação da participação
às condições do contrato de concessão. Em resumo, a continuidade dos interessados na decisão”, o que poderá gerar tanto uma “atu-
pressupõe a regularidade, isso por que seria inadequado exigir que ação coadjuvante” como uma “atuação determinante por parte de
o prestador continuasse a prestar um serviço de forma irregular. interessados regularmente habilitados à participação” (MOREIRA
Mesmo assim, denota-se que a continuidade acaba por não NETO, 2006, p. 337-338).
impor que todos os serviços públicos sejam prestados diariamente Desta forma, o princípio constitucional da participação é o pio-
e em período integral. Na realidade, o serviço público deverá ser neiro da inclusão dos indivíduos na formação das tutelas jurídico-
prestado sempre na medida em que a necessidade da população -políticas, sendo também uma forma de controle social, devido aos
vier a surgir, sendo lícito diferenciar a necessidade absoluta da ne- seus institutos participativos e consensuais.
cessidade relativa, onde na primeira, o serviço deverá ser prestado
sem qualquer tipo interrupção, tendo em vista que a população ne- Princípios da segurança jurídica, da confiança legítima e da
cessita de forma permanente da disponibilidade do serviço. Exem- boa-fé
plos: hospitais, distribuição de energia, limpeza urbana, dentre ou- Os princípios da segurança jurídica, da confiança legítima e da
tros. boa-fé possuem importantes aspectos que os assemelham entre si.
O princípio da segurança jurídica está dividido em dois senti-
Princípio da autotutela dos:
Aduz que a Administração Pública possui o poder-dever de re- a) objetivo: estabilização do ordenamento jurídico, levando em
ver os seus próprios atos, seja no sentido de anulá-los por vício de conta a necessidade de que sejam respeitados o direito adquirido,
legalidade, ou, ainda, para revogá-los por motivos de conveniência o ato jurídico perfeito e a coisa julgada (art. 5.°, XXXVI, da CRFB);
e de oportunidade, de acordo com a previsão contida nas Súmulas b) subjetivo: infere a proteção da confiança das pessoas rela-
346 e 473 do STF, e, ainda, como no art. 53 da Lei 9.784/1999. cionadas às expectativas geradas por promessas e atos estatais.
A autotutela designa o poder-dever de corrigir ilegalidades,
bem como de garantir o interesse público dos atos editados pela Já o princípio da boa-fé tem sido dividido em duas acepções:
própria Administração, como por exemplo, a anulação de ato ilegal a) objetiva: diz respeito à lealdade e à lisura da atuação dos
e revogação de ato inconveniente ou inoportuno. particulares;
Fazendo referência à autotutela administrativa, infere-se que b) subjetiva: está ligada a relação com o caráter psicológico
esta possui limites importantes que, por sua vez, são impostos ante daquele que atuou em conformidade com o direito. Esta caracteri-
à necessidade de respeito à segurança jurídica e à boa-fé dos parti- zação da confiança legítima depende em grande parte da boa-fé do
culares de modo geral. particular, que veio a crer nas expectativas que foram geradas pela
atuação do Estado.
Princípios da consensualidade e da participação Condizente à noção de proteção da confiança legítima, verifi-
Segundo Moreira Neto, a participação e a consensualidade tor- ca-se que esta aparece em forma de uma reação frente à utilização
naram-se decisivas para as democracias contemporâneas, pelo fato abusiva de normas jurídicas e de atos administrativos que termi-
de contribuem no aprimoramento da governabilidade, vindo a fazer nam por surpreender os seus receptores.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Em decorrência de sua amplitude, princípio da segurança jurí- Características
dica, inclui na sua concepção a confiança legítima e a boa-fé, com A doutrina não é unânime quanto às características dos contra-
supedâneo em fundamento constitucional que se encontra implí- tos administrativos. Ainda assim, de modo geral, podemos aduzir
cito na cláusula do Estado Democrático de Direito no art. 1.° da que são as seguintes:
CRFB/1988, na proteção do direito adquirido, do ato jurídico perfei- A) Presença da Administração Pública – nos contratos admi-
to e da coisa julgada de acordo com o art. 5.0, XXXVI, da CRFB/1988. nistrativos, a Administração Pública atua na relação contratual na
Por fim, registra-se que em âmbito infraconstitucional, o posição de Poder Público, por esta razão, é dotada de um rol de
princípio da segurança jurídica é mencionado no art. 2. ° da Lei prerrogativas que acabam por a colocar em posição de hierarquia
9.784/1999, vindo a ser caracterizado por meio da confiança legíti- diante do particular, sendo que tais prerrogativas se materializam
ma, pressupondo o cumprimento dos seguintes requisitos: nas cláusulas exorbitantes;
a) ato da Administração suficientemente conclusivo para gerar B) Finalidade pública – do mesmo modo que nos contratos de
no administrado (afetado) confiança em um dos seguintes casos: direito privado, nos contratos administrativos sempre deverá estar
confiança do afetado de que a Administração atuou corretamente; presente a incessante busca da satisfação do interesse público, sob
confiança do afetado de que a sua conduta é lícita na relação jurídi- pena de incorrer em desvio de poder;
ca que mantém com a Administração; ou confiança do afetado de C) Procedimento legal – são estabelecidos por meio de lei pro-
que as suas expectativas são razoáveis; cedimentos de cunho obrigatório para a celebração dos contratos
b) presença de “signos externos”, oriundos da atividade admi- administrativos, que contém, dentre outras medidas, autorização
nistrativa, que, independentemente do caráter vinculante, orien- legislativa, justificativa de preço, motivação, autorização pela auto-
tam o cidadão a adotar determinada conduta; ridade competente, indicação de recursos orçamentários e licita-
c) ato da Administração que reconhece ou constitui uma situa- ção;
ção jurídica individualizada (ou que seja incorporado ao patrimônio D) Bilateralidade – independentemente de serem de direito
jurídico de indivíduos determinados), cuja durabilidade é confiável; privado ou de direito público, os contratos são formados a partir de
d) causa idônea para provocar a confiança do afetado (a con- manifestações bilaterais de vontades da Administração contratante
fiança não pode ser gerada por mera negligência, ignorância ou to- e do particular contratado;
lerância da Administração); e E) Consensualidade – são o resultado de um acordo de vonta-
e) cumprimento, pelo interessado, dos seus deveres e obriga- des plenas e livres, e não de ato impositivo;
ções no caso. F) Formalidade – não basta que haja a vontade das partes para
que o contrato administrativo se aperfeiçoe, sendo necessário o
Elementos
cumprimento de determinações previstas na Lei 8.666/1993;
Aduz-se que sobre esta matéria, a lei nada menciona a respei-
H) Onerosidade – o contrato possui valor econômico conven-
to, porém, a doutrina tratou de a conceituar e estabelecer alguns
cionado;
paradigmas. Refere-se à classificação que a doutrina faz do contrato
I) Comutatividade – os contratos exigem equidade das presta-
administrativo. Desta forma, o contrato administrativo é:
ções do contratante e do contratado, sendo que estas devem ser
1) Comutativo: trata-se dos contratos de prestações certas e
previamente definidas e conhecidas;
determinadas. Possui prestação e contraprestação já estabelecidas
J) Caráter sinalagmático – constituído de obrigações recíprocas
e equivalentes. Nesta espécie de contrato, as partes, além de rece-
berem da outra prestação proporcional à sua, podem apreciar ime- tanto para a Administração contratante como para o contratado;
diatamente, verificando previamente essa equivalência. Ressalta-se K) Natureza de contrato de adesão – as cláusulas dos contratos
que o contrato comutativo se encontra em discordância do contrato administrativos devem ser fixadas de forma unilateral pela Admi-
aleatório que é aquele contrato por meio do qual, as partes se ar- nistração.
riscam a uma contraprestação que por ora se encontra desconheci- Registra-se que deve constar no edital da licitação, a minuta
da ou desproporcional, dizendo respeito a fatos futuros. Exemplo: do contrato que será celebrado. Desta maneira, os licitantes ao
contrato de seguro, posto que uma das partes não sabe se terá que fazerem suas propostas, estão acatando os termos contratuais es-
cumprir alguma obrigação, e se tiver, nem sabe qual poderá ser. tabelecidos pela Administração. Ainda que o contrato não esteja
Com referência a esse tipo de contrato, aduz o art. 4 do Decre- precedido de licitação, a doutrina aduz que é sempre a adminis-
to-Lei n.7.568/2011: tração quem estabelece as cláusulas contratuais, pelo fato de estar
Art. 4º A celebração de convênio ou contrato de repasse com vinculada às normas e também ao princípio da indisponibilidade do
entidades privadas sem fins lucrativos será precedida de chama- interesse público;
mento público a ser realizado pelo órgão ou entidade concedente, L) Caráter intuitu personae – por que os contratos administrati-
visando à seleção de projetos ou entidades que tornem mais eficaz vos são firmados tomando em conta as características pessoais do
o objeto do ajuste. (Redação dada pelo Decreto n. 7.568, de 2011) contratado. Por esta razão, de modo geral, é proibida a subcontra-
2) Oneroso: por ter natureza bilateral, comporta vantagens tação total ou parcial do objeto contratado, a associação do contra-
para ambos os contraentes, tendo em vista que estes sofrem um tado com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem
sacrifício patrimonial equivalente a um proveito almejado. Existe como a fusão, cisão ou incorporação, cuja desobediência é motivo
um benefício recebido que corresponde a um sacrifício, por meio para rescisão contratual (art. 78, VI, Lei 8.666/1993). Entretanto, a
do qual, as partes gozam de benefícios e deveres. Ocorre de forma regra anterior é amparada pelo art. 72 da mesma lei, que determina
contrária do contrato gratuito, como a doação, posto que neste, só a possibilidade de subcontratação de partes de obra, serviço ou for-
uma das partes possui obrigação, que é entregar o bem, já a outra, necimento, até o limite admitido pela Administração. Aduz-se que a
não tem. possibilidade de subcontratação é abominada pela doutrina, tendo
3) Formal: é dotado de condições específicas previstas na legis- em vista vez que permite que uma empresa que não participou por
lação para que tenha validade. A formalização do contrato encon- meios legais da licitação de forma indireta, acabe contratando com
tra-se paramentada no art. 60 Lei 8.666/1993. Denota-se, por opor- o Poder Público, o que ofende o princípio da licitação previsto no
tuno, que o contrato administrativo é celebrado pela forma escrita, art. 37, XXI, da Constituição Federal.
nos ditames art. 60, parágrafo único.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Formalização Alteração
Em regra, os contratos administrativos são precedidos da reali- Em consonância com o art. 65 da Lei 8.666/1993, Lei de Lici-
zação de licitação, ressalvado nas hipóteses por meio das quais a lei tações, a Administração Pública possui o poder de fazer alterações
estabelece a dispensa ou inexigibilidade deste procedimento. Além durante a execução de seus contratos de maneira unilateral, inde-
disso, a minuta do futuro contrato a ser firmado pela Administração pendentemente da vontade do ente contratado.
com o licitante vencedor, constitui anexo do edital de licitação, dele Infere-se aqui, que o contrato administrativo possui o condão
sendo parte integrante (art. 40, § 2º, III). de ser alterado unilateralmente ou por meio de acordo. Além dis-
Os contratos administrativos são em regra, formais e escritos. so, ressalte-se que as alterações unilaterais podem ser de ordem
Registre-se que o instrumento de contrato, á ato obrigatório qualitativa ou quantitativa. Vejamos o dispositivo legal acerca do
nas situações de concorrência ou de tomadas tomada de preços, assunto:
bem como ainda nas situações de dispensa ou inexigibilidade de Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser altera-
licitação, nas quais os valores contratados estejam elencados nos dos, com as devidas justificativas, nos seguintes casos:
limites daquelas duas modalidades licitatórias. I - unilateralmente pela Administração:
Aduz-se que nos demais casos, o termo de contrato será facul- a) quando houver modificação do projeto ou das especifica-
tativo, fato que enseja à Administração adotar o instrumento con- ções, para melhor adequação técnica aos seus objetivos;
tratual ou, ainda, vir a optar por substituí-lo por outro instrumento b) quando necessária a modificação do valor contratual em de-
hábil a documentar a avença, conforme quadro a seguir (art. 62, § corrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto,
2º): nos limites permitidos por esta Lei;
Todo contrato administrativo tem natureza de contrato de ade- II - por acordo das partes:
são, pois todas as cláusulas contratuais são fixadas pela Adminis- a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;
tração. Contrato de adesão é aquele em que todas as cláusulas são b) quando necessária a modificação do regime de execução da
fixadas por apenas uma das partes, no caso do contrato administra- obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de
tivo, a Administração. verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais ori-
ginários;
Prazo c) quando necessária a modificação da forma de pagamento,
Tendo em vista que os contratos administrativos devem ter por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor
prazo determinado, sua vigência deve ficar adjunta à vigência dos inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com rela-
respectivos créditos orçamentários. Assim sendo, em regra, os con- ção ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente contra-
tratos terão duração de um ano, levando em conta que esse é o prestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço;
prazo de vigência dos créditos orçamentários que são passados aos d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicial-
órgãos e às entidades. Nos ditames da Lei 4.320/1964, o crédito mente entre os encargos do contratado e a retribuição da adminis-
orçamentário tem duração de um ano, vindo a coincidir com o ano tração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento,
civil. objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro ini-
Entretanto, o art. 57 da Lei 8.666/1993 determina outras situa- cial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou
ções que não seguem ao disposto na regra acima. Vejamos: previsíveis porém de consequências incalculáveis, retardadores ou
• Aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas me- impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força
tas estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorro- maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econô-
gados se houver interesse da Administração e desde que isso tenha mica extraordinária e extracontratual. (Redação dada pela Lei nº
sido previsto no ato convocatório; 8.883, de 1994)
• À prestação de serviços a serem executados de forma contí- Desta maneira, percebe-se que o contrato administrativo per-
nua, que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e suces- mite de forma regulamentada, que haja alteração em suas cláu-
sivos períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais sulas durante sua execução. Registre-se que contrato não é um
vantajosas para a administração, limitada a sessenta meses; (Reda- documento rígido e inflexível, tendo em vista que o mesmo pode
ção dada pela Lei nº 9.648, de 1998); sofrer alterações para que venha a se adequar às modificações que
• Ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de forem preciso durante a execução contratual. Além disso, a lei fixa
informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 percentuais por meio dos quais a Administração pode promover al-
(quarenta e oito) meses após o início da vigência do contrato. terações no objeto do contrato, restando o contratado obrigado a
De acordo com a Carta Magna, toda programação de longo pra- acatar as modificações realizadas, desde que dentro dos percentu-
zo do Governo tem o dever de estar contida do plano plurianual. ais fixados pela legislação.
Desta maneira, estando o contrato contemplado nessa programa-
ção a longo prazo – PPA –, sua duração será estendida enquanto Revisão
existir a previsão nessa lei específica. A princípio, denota-se que as causas que justificam a inexecu-
Em relação aos serviços contínuos na Administração Pública, ção contratual possuem o condão de gerar apenas a interrupção
denota-se que são aqueles que exigem uma permanência do servi- momentânea da execução contratual, bem como a total impos-
ço. Sendo uma espécie de serviço que é mais coerente manter por sibilidade de sua conclusão com a consequente rescisão. Em tais
um período maior ao invés de ficar renovando e trocando todos os situações, pelo ato de as situações não decorrem de culpa do con-
anos. Por isso, em razão da Lei n. 12.349/2010, foi acrescentado tratado, este poderá vir a paralisar a execução de forma que não
mais um dispositivo que determina que o contrato pode ter dura- seja considerado descumpridor. Assegurado pela CFB/1988, em seu
ção superior a um ano, que é a regra geral art. 37, XXI, o equilíbrio econômico-financeiro da relação contratual
consiste na manutenção das condições de pagamento estabeleci-
das quando do início do contrato, de forma que a relação se mante-
nha estável entre as obrigações do contratado e haja correta e justa
retribuição da Administração pelo fornecimento do bem, execução
de obra ou prestação de serviço.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Havendo qualquer razão que cause a alteração do contrato sem se social, urbanização, industrialização, edificação, cultivo da terra,
que o contratado tenha culpa, tal razão terá que ser restabelecida. aproveitamento sustentável das várzeas, preservação das comuni-
Registra-se que essa garantia é de cunho constitucional. Nesse sen- dades tradicionais e seus meios de subsistência ou outras modali-
tido, caso o contrato seja atingido por acontecimentos posteriores dades de interesse social em áreas urbanas, que poderá ser firmado
à sua celebração, vindo a onerar o contratado, o equilíbrio econô- por tempo certo ou indeterminado (Decreto-lei 271/1967, art. 7º,
mico-financeiro inicial deverá, nos termos legais que lhe assiste, ser com redação dada pela Lei 11.481/2007).
restabelecido por intermédio da recomposição contratual. Desta Afirma-se que a princípio, as partes devem se prestar ao fiel
maneira, a inexecução sem culpa do contratado virá a acarretar a cumprimento dos prazos previstos nos contratos. Entretanto, exis-
revisão contratual, caso tenha havido alteração do equilíbrio eco- tem situações nas quais não é possível o cumprimento da avença no
nômico-financeiro prazo originalmente previsto. Ocorrendo isso, a lei admite a prorro-
gação dos prazos contratuais, desde que tal fato seja justificado e
Prorrogação autorizado de forma antecedente pela autoridade competente para
Via regra geral, os contratos administrativos regidos pela Lei celebrar o contrato, o que é aceito pela norma nos casos em que
8.666/1993 possuem duração determinada e vinculada à vigência houver (art. 57, § 1º):
dos respectivos créditos orçamentários. No entanto, há exceções a A) alteração do projeto ou especificações, pela Administração;
essa regra nas seguintes situações: B) superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estra-
a) Quando o contrato se referir à execução dos projetos cujos
nho à vontade das partes, que altere fundamentalmente as condi-
produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano
ções de execução do contrato;
Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se houver interesse
C) interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo
da Administração e desde que isso tenha sido previsto no ato con-
de trabalho por ordem e no interesse da Administração; aumento
vocatório (art. 57, I);
b) Quando o contrato for relativo à prestação de serviços a se- das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites per-
rem executados de forma contínua, que poderão ter a sua duração mitidos por essa Lei;
prorrogada por iguais e sucessivos períodos visando à obtenção de D) impedimento de execução do contrato por fato ou ato de
preços e condições mais vantajosas para a administração, limitada terceiro reconhecido pela Administração em documento contem-
a 60 meses (art. 57, II); porâneo à sua ocorrência; omissão ou atraso de providências a car-
c) No caso do aluguel de equipamentos e da utilização de pro- go da Administração, inclusive quanto aos pagamentos previstos de
gramas de informática, podendo a duração estender-se pelo prazo que resulte, diretamente, impedimento ou retardamento na exe-
de até 48 meses após o início da vigência do contrato (art. 57, IV); cução do contrato, sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos
d) Nos contratos celebrados com dispensa de licitação pelos responsáveis.
seguintes motivos:
I) possibilidade de comprometimento da segurança nacional; Renovação
II) para as compras de material de uso das forças armadas, Cuida-se a renovação do contrato da inovação no todo ou em
exceto materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver parte do ajuste, desse que mantido seu objeto inicial. A finalidade
necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de da renovação contratual é a manutenção da continuidade do servi-
apoio logístico naval, aéreo e terrestre; ço público, tendo em vista a admissão da recontratação direta do
III) para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou pres- atual contratado, isso, desde que as circunstâncias a justifiquem e
tados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade permitam seu enquadramento numa das hipóteses dispostas por
tecnológica e defesa nacional; lei de dispensa ou inexigibilidade de licitação, como acontece por
IV) para contratação de empresas relacionadas à pesquisa e de- exemplo, quando o contrato original é extinto, vindo a faltar ínfima
senvolvimento tecnológico, conforme previsto nos arts. 3º, 4º, 5º e parte da obra, serviço ou fornecimento para concluída, ou quando
20 da Lei 10.973/2004. durante a execução, surge a necessidade de reparação ou amplia-
Denota-se que esses contratos terão vigência por até 120 me- ção não prevista, mas que pode ser feita pelo pessoal e equipamen-
ses, por interesse da Administração (art. 57, V, dispositivo incluído tos que já se encontram em atividade.
pela Lei 12.349, de 2010). Via regra geral, a renovação é realizada por meio de nova lici-
É importante registrar que em se tratando de casos de contra-
tação, com a devida observância de todas as formalidades legais.
tos celebrados com dispensa de licitação por motivos de emergên-
Ocorrendo isso, a lei impõe vedações ao estabelecimento no edital
cia ou calamidade pública, a duração do contrato deverá se esten-
de cláusulas que venham a favorecer o atual contratado em preju-
der apenas pelo período necessário ao afastamento da urgência,
ízo dos demais concorrentes, com exceção das que prevejam sua
tendo prazo máximo de 180 dias, contados da ocorrência da emer-
gência ou calamidade, vedada a sua prorrogação (art. 24, IV). indenização por equipamentos ou benfeitorias que serão utilizados
Embora a lei determine a proibição da prorrogação de contrato pelo futuro contratado.
com fundamento na dispensa de licitação por emergência ou cala-
midade pública, ressalta-se que o TCU veio a consolidar entendi- Reajuste contratual
mento de que pode haver exceções a essa regra em algumas hipó- Reajuste contratual é uma das formas de reequilíbrio econô-
teses restritas, advindas de fato superveniente, e também, desde mico-financeiro dos contratos. É caracterizado por fazer parte de
que a duração do contrato se estenda por período de tempo razo- uma fórmula prevista no contrato que é utilizada para proteger os
ável e suficiente para enfrentar a situação emergencial (AC- 1941- contratados dos efeitos inflacionários.
39/07-P). Infere-se que a Lei 8.666/1993, no art. 55, III, prevê o reajus-
Em análise ao art. 57, § 3º, da Lei 8.666/1993, percebe-se que te como cláusula estritamente necessária em todo contrato a que
este proíbe a existência de contrato administrativo com prazo de estabeleça o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-
vigência indeterminado. No entanto, tal regra não é aplicada ao -base e periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de
contrato de concessão de direito real de uso de terrenos públicos atualização monetária entre a data do adimplemento das obriga-
para finalidades específicas de regularização fundiária de interes- ções e a do efetivo pagamento.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Execução e inexecução II – multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou
Por determinação legal a execução do contrato será acompa- no contrato;
nhada e também fiscalizada por um representante advindo da Ad- III – suspensão temporária de participação em licitação e impe-
ministração designado, sendo permitida a contratação de terceiros dimento de contratar com a Administração, por prazo não superior
para assisti-lo e subsidiá-lo de informações relativas a essa atribui- a 2 (dois) anos;
ção. IV – declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com
Deverá ser anotado em registro próprio todas as ocorrências a Administração Pública enquanto perdurarem os motivos determi-
pertinentes à execução do contrato, determinando o que for pre- nantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante
ciso à regularização das faltas bem como dos defeitos observados. a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida
Ressalta-se, que tanto as decisões como as providências que ultra- sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos
passarem a competência do representante deverão ser requeridas resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base
a seus superiores em tempo suficiente para a adoção das medidas no inciso anterior.
que se mostrarem pertinentes.
Em relação ao contratado, deverá manter preposto, admitido Cláusulas exorbitantes
pela Administração, no local da obra ou serviço, para representá-lo De todas as características, essa é a mais importante. As Cláu-
na execução contratual. O contratado possui como obrigação o de- sulas exorbitantes conferem uma série de poderes para a Adminis-
ver de reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir, às suas tração em detrimento do contratado. Mesmo que de forma implíci-
custas, no total ou em parte, o objeto do contrato no qual forem ta, se encontram presentes em todos os contratos administrativos.
encontrados vícios, defeitos ou incorreções advindas da execução São também chamadas de cláusulas leoninas, porque só dão
ou de materiais empregados. esses poderes para a Administração Pública, consideradas como
Além do exposto a respeito do contratado, este também é res- exorbitantes porque saem fora dos padrões de normalidade, vindo
ponsável pelos danos causados diretamente à Administração ou a a conferir poderes apenas a uma das partes.
terceiros, advindos de sua culpa ou dolo na execução contratual, O contratado não pode se valer das cláusulas exorbitantes ou
não excluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização ou leoninas em contrato de direito privado, tendo em vista a ilegali-
o acompanhamento por meio do órgão interessado. O contratado dade de tal ato, posto que é ilegal nesses tipos de contratos, além
também se encontra responsável pelos encargos trabalhistas, previ- disso, as partes envolvidas devem ter os mesmos direitos e obriga-
denciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato. ções. Havendo qualquer tipo de cláusula em contrato privado que
atribua direito somente a uma das partes, esta cláusula será ilegal
Em se tratando da inexecução do contrato, percebe-se que a e leonina.
mesma está prevista no art. 77 da Lei de licitações 8.666/93. Veja- São exemplos de cláusulas exorbitantes: a viabilidade de alte-
mos: ração unilateral do contrato por intermédio da Administração, sua
Art. 77 - A inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua rescisão unilateral, a fiscalização do contrato, a possibilidade de
rescisão com as consequências contratuais e as previstas em lei ou aplicação de penalidades por inexecução e a ocupação, na hipótese
regulamento. de rescisão contratual.

Observação importante: Cumpre Ressaltar que a Administra- Anulação


ção Pública responde solidariamente com o contratado pelos encar- Apenas a Administração Pública detém o poder de executar a
gos previdenciários resultantes da execução do contrato anulação unilateral. Isso significa que caso o contratado ou outro
interessado desejem fazer a anulação contratual, terão que recorrer
Pondera-se que a inexecução pode ocorrer de forma parcial ou às esferas judiciais para conseguir a anulação. A anulação do contra-
total, posto que ocorrendo a inexecução parcial de uma das partes, to é advinda de ilegalidade constatada na sua execução ou, ainda,
não é observado um prazo disposto em cláusula específica em ha- na fase de licitação, posto que os vícios gerados no procedimento
licitatório causam a anulação do contrato.
vendo a inexecução total, se o contratado não veio a executar o ob-
Nos parâmetros do art. 59 da Lei de Licitações, é demonstrado
jeto do contrato. Infere-se que qualquer dessas situações são passí-
que a nulidade não possui o condão de exonerar a Administração
veis de propiciar responsabilidade para o inadimplente, resultando
do dever de indenização ao contratado pelo que este houver feito
em sanções contratuais e legais proporcionais à falta cometida pela
até a data em que ela for declarada e por outros prejuízos causados
parte inadimplente, vindo tais sanções a variar desde as multas, a
comprovados, desde que não lhe seja imputável, vindo a promover
revisão ou a rescisão do contrato.
a responsabilização de quem deu motivo ao ocorrido. Assim sendo,
Registre-se que a inexecução do contrato pode ser o resulta-
caso ocorra anulação, o contratado deverá auferir ganhos pelo que
do de um ato ou omissão da parte contratada, tendo tal parte agi-
já executou, pois, caso contrário, seria considerado enriquecimen-
do com negligência, imprudência e imperícia. Podem também ter to ilícito da Administração Pública. Porém, caso seja o contratado
acontecido causas justificadoras por meio das quais o contratan- que tenha dado causa à nulidade, infere-se que este não terá esse
te tenha dado causa ao descumprimento das cláusulas contratu- mesmo direito.
ais, vindo a agir sem culpa, podendo se desvencilhar de qualquer
responsabilidade assumida, tendo em vista que o comportamento Observação importante: A anulação possui efeito ex tunc, ou
ocorreu de forma alheia à vontade da parte. seja, retroativo (voltado para o sentido passado), posto que a lei
Por fim, ressalte-se que a inexecução total ou parcial do contra- dispõe que ela acaba por desconstituir os efeitos produzidos e im-
to enseja à Administração Pública o poder de aplicar as sanções de pede que se produzam novos efeitos.
natureza administrativa dispostas no art. 87:
Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Adminis-
tração poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as
seguintes sanções:
I – advertência;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Revogação 4) retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite
A questão da possibilidade de desfazimento do processo de dos prejuízos causados à Administração.
licitação e do contrato administrativo por meio da própria Adminis-
tração Pública é matéria que não engloba discussões doutrinárias e Em síntese, temos:
jurisprudenciais. Inclusive, o controle interno dos atos administra-
tivos se encontra baseado no princípio da autotutela, que se trata EXTINÇÃO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO
do poder - dever da Administração Pública de revogar e anular seus
próprios atos, desde que haja justificação pertinente, com vistas a ORDINÁRIA EXTRAORDINÁRIA
preservar o interesse público, bem como sejam respeitados o devi- I –Pelo cumprimento do objeto;
do processo legal e os direitos e interesses legítimos dos destinatá- I – Pela anulação;
II – Pelo advento do termo final do
rios, conforme determina a Súmula 473 do STF. Vejamos: II – Pela rescisão.
contrato.
Súmula 473 do STF - A administração pode anular seus próprios
atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles Equilíbrio Econômico-financeiro
não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência Em alusão ao tratamento do equilíbrio econômico - contratual,
ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, a Constituição Federal de 1.988 em seu art. 37, inciso XXI dispõe o
em todos os casos, a apreciação judicial. seguinte:
Conforme determinação do art. 49 da Lei Federal 8.666/93, Art. 37: A administração pública direta e indireta, de qualquer
assim preceitua quanto ao desfazimento dos processos licitatórios: dos poderes da União, dos Estados e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do procedi- eficiência e também, ao seguinte:
mento somente poderá revogar a licitação por razões de interesse XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras,
público decorrente de fato superveniente devidamente compro- serviços, compras e alienações serão contratados mediante proces-
vado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, devendo so de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos
anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de terceiros, os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pa-
mediante parecer escrito e devidamente fundamentado. gamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos
Para efeitos de rescisão unilateral do contrato administrativo, da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação téc-
por motivos de interesse público, a discricionariedade administra- nica e econômica, indispensáveis à garantia do cumprimento das
tiva exige que a questão do interesse público deve ser justificada obrigações.
em fatos de grande relevância, o que torna insuficiente a simples Denota-se que os mencionados dispositivos determinam que
alegação do interesse público, se restarem ausentes a comprovação as condições efetivas da proposta devem ser mantidas, não tendo
das lesões advindas da manutenção do contrato e das circunstân- como argumentar de maneira contrária no que diz respeito à le-
cias extraordinárias, bem como dos danos irreparáveis ou de difícil galidade da modificação do valor contratual original, com o obje-
reparação. tivo de equilibrar o que foi devidamente avençado e pactuado no
momento da assinatura, bem como ao que foi disposto a pagar a
Extinção e Consequências contratante ao contratado.
A extinção do contrato administrativo diz respeito ao término Isso não quer dizer que toda alteração deveria ser feita para
da obrigação vinculada existente entre a Administração e o contra- adicionar valor ao contrato original, tendo em vista que também
tado, podendo ocorrer de duas maneiras, sendo elas: pode ser para diminuir, isso, desde que se comprove por vias ade-
A) de maneira ordinária, pelo cumprimento do objeto (ex.: na quadas que o valor do serviço ou produto contratado se encontra
finalização da construção de instituição pública) ou pelo aconteci- acima do valor proposto inicialmente, ocasionado por deflação ou
mento do termo final já previsto no contrato (ex.: a data final de um queda de valores nos insumos, produtos ou serviços, ou até mesmo
contrato de fornecimento de forma contínua); em decorrência de uma desvalorização cambial. Além disso, o Po-
B) de maneira extraordinária, pela anulação ou pela rescisão der Público não tem a obrigação de pagar além do que se propôs,
contratual. nem valor menor ao acordado inicialmente, devendo sempre haver
Em relação à extinção ordinária, denota-se que esta não com- equilíbrio em relação aos pactos contratuais.
porta maiores detalhamentos, sendo que as partes, ao cumprir suas Os artigos 57, 58 3 65 da Lei 8666/93, aliados aos artigos 9 1e
obrigações, a consequência natural a ocorrer é a extinção do víncu- 10 da Lei Federal nº 8987/95, conforme descrição, se completam
lo obrigacional, sem maiores necessidades de manifestação por via em relação a esse tema e, se referindo ao princípio da legalidade,
administrativa ou judicial. existe a necessidade de se apreciar os contratos sujeitos aos entes
públicos. Vejamos:
Já a extinção extraordinária do contrato por meio da anulação,
Art. 57: A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará
considera-se que a lei prevê consequências diferentes para o caso
adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto
de haver ou não haver culpa do contratado no fato que deu causa à
quanto aos relativos:
rescisão contratual. Existindo culpa do contratado pela rescisão do
§ 1º. Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e
contrato, as consequências são as seguintes (art. 80, I a IV):
de entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do
1) assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local
contrato e assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico-
em que se encontrar, por ato próprio da Administração;
-financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes motivos, devida-
2) ocupação e utilização provisória do local, instalações, equi-
mente autuados em processo:
pamentos, material e pessoal empregados na execução do contra- I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração;
to, necessários à sua continuidade, que deverá ser precedida de II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho
autorização expressa do Ministro de Estado competente, ou Secre- à vontade das partes, que altere fundamentalmente as condições
tário Estadual ou Municipal, conforme o caso (art. 80, § 3º); de execução do contrato;
3) execução da garantia contratual, para ressarcimento da Ad- III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do rit-
ministração, e dos valores das multas e indenizações a ela devidos; mo de trabalho por ordem e no interesse da Administração;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no contra- b) quando necessária a modificação do regime de execução da
to, nos limites permitidos por esta Lei; obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de
V - impedimento de execução do contrato por fato ou ato de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais ori-
terceiro reconhecido pela Administração em documento contempo- ginários;
râneo à sua ocorrência; c) quando necessária a modificação da forma de pagamento,
VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Administra- por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor
ção, inclusive quanto aos pagamentos previstos de que resulte, dire- inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com rela-
tamente, impedimento ou retardamento na execução do contrato, ção ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente contra-
sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos responsáveis. prestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço;
Como se observa, existe previsão explicita na Lei no. 8666/93, d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicial-
art. 57, § 1º., I, II, III, IV, V, VI, de que o contrato deve ser equilibrado mente entre os encargos do contratado e a retribuição da Adminis-
sempre que houver uma das condições dos incisos I a VI, de forma tração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento,
que o legislador previu quais as hipóteses que se encaixam para o objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro ini-
equilíbrio. Entretanto, não apresenta de forma clara, cabendo ao cial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou
administrador agir com legalidade e bom senso nos casos concretos previsíveis porém de consequências incalculáveis, retardadores ou
específicos. No entanto, a aludida previsão não se restringe somen- impeditivos da execução do ajustado, ou ainda, em caso de força
te ao art. 57, § 1º, incisos I, II, III, IV, V e VI da Lei no. 8666/93, tendo maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econô-
previsão ainda no art. 58 do mesmo diploma legal. Vejamos: mica extraordinária e extracontratual.
Art. 58: O regime jurídico dos contratos administrativos ins- Verifica-se que o art. 65 determina que, de início, deve haver
tituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a o restabelecimento do que foi pactuado no contrato avençado,
prerrogativa de: devendo ser dotados de equilíbrio os encargos, bem como a retri-
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às buição da administração para que haja justa remuneração, sendo
finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contra- mantidas as condições originais do termo contratual. Em se tratan-
tado; do, especificamente da concessão de serviço público, a Lei 8.987/95
II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no in- dispõe no art. 9º a revisão de tarifa como uma forma de equilíbrio
ciso I do art. 79 desta Lei; financeiro. Vejamos:
III – fiscalizar-lhes a execução; Art. 9º: A tarifa do serviço público concedido será fixada pelo
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial preço da proposta vencedora da licitação e preservada pelas re-
do ajuste; gras de revisão previstas nesta Lei, no edital e no contrato. § 2º.
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente Os contratos poderão prever mecanismos de revisão das tarifas, a
bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do fim de manter-se o equilíbrio econômico-financeiro. § 3º. Ressal-
vados os impostos sobre a renda, a criação, alteração ou extinção
contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração admi-
de quaisquer tributos ou encargos legais, após a apresentação da
nistrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipó-
proposta, quando comprovado seu impacto, implicara a revisão da
tese de rescisão do contrato Administrativo.
tarifa, para mais ou para menos, conforme o caso. § 4º. Em haven-
§ 1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos con-
do alteração unilateral do contrato que afete o seu inicial equilíbrio
tratos administrativos não poderão ser alteradas sem prévia con- econômico-financeiro, o poder concedente deverá restabelecê-lo,
cordância do contratado. concomitantemente à alteração.
§ 2º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômi- Art. 10º. Sempre que forem atendidas as condições do contra-
co-financeiras do contrato deverão ser revistas para que se mante- to, considera-se mantido seu equilíbrio econômico-financeiro.
nha o equilíbrio contratual. Atentos às fundamentações legais, observamos que parte na
Assim, o legislador ao repetir no art. 58 da Lei 8666/93 o direi- inicial da Constituição Federal, verifica-se que na Administração Pú-
to ao equilíbrio contratual, fica bastante clara a preocupação em blica é possível haver o equilíbrio econômico-financeiro, entretan-
manter a igualdade entre as partes. Note que o parágrafo 2º prevê to, há diversas dúvidas a respeito da utilização do ajuste contratual,
respeito ao direito do contratado, uma vez que é admitido que a principalmente pela ausência de conhecimento da legislação, o que
administração, desde que seja motivos de interesse público se ne- acaba por causar problemas de ordem econômica, tanto em relação
gue a equilibrar um contrato que esteja resultando em prejuízos ao ao contratado quanto ao contratante. Registre-se, por fim, que o
contratado, desde que o fato do prejuízo se encaixe em uma das pacto contratual deve ser mantido durante o período completo de
hipóteses dispostas no art. 57, Lei no. 8666/93. Proposta que não execução, e o equilíbrio financeiro acaba por se tornar a ferramenta
pode ser executada, não é passível de equilíbrio. mais adequada para proporcionar essa condição.
Ante o exposto, acrescenta-se ainda que a Lei 8666/93 destaca
o equilíbrio no art. 65, I e II. Vejamos: Convênios e terceirização
Art. 65: Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, Os convênios podem ser definidos como os ajustes entre o
com as devidas justificativas, nos seguintes casos: Poder Público e entidades públicas ou privadas, nos quais estejam
I - unilateralmente pela Administração: estabelecidos a previsão de colaboração mútua, com o fito de reali-
a) quando houver modificação do projeto ou das especifica- zação de objetivos de interesse comum.
ções, para melhor adequação técnica aos seus objetivos; Não obstante, o convênio possua em comum com o contrato
b) quando necessária a modificação do valor contratual em de- o fato de ser um acordo de vontades, com este não se confunde.
corrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, Denota-se que pelo convênio, os interesses dos signatários são
nos limites permitidos por esta Lei; comuns, ao passo que nos contratos, os interesses são opostos e
contraditórios.
II - por acordo das partes:
Em decorrência de tal diferença de interesses, é que se alude
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;
que nos contratos existem partes e nos convênios existem partíci-
pes.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
De acordo com o art. 116 da Lei 8.666/1993, a celebração de como por exemplo, uma ADI ajuizada pelo Presidente da Repúbli-
convênio, acordo ou ajuste por meio dos órgãos ou entidades da ca. O Judiciário contém os membros de sua cúpula (STF), que são
Administração Pública depende de antecedente aprovação de com- indicados pelo chefe de outro Poder, no caso, o Presidente da Repú-
petente plano de trabalho a ser proposto pela organização interes- blica, sendo a indicação restrita à aprovação de uma das Casas do
sada, que deverá conter as seguintes informações: Parlamento (Senado Federal), o que acaba por ser uma espécie de
A) identificação do objeto a ser executado; controle prévio.
B) metas a serem atingidas; Desta maneira, percebe-se que no Estado Democrático de Di-
C) etapas ou fases de execução; reito, o próprio ordenamento jurídico dispõe de mecanismos que
D) plano de aplicação dos recursos financeiros; possibilitam o controle de toda a atuação do Estado. Tais instru-
E) cronograma de desembolso; mentos tem como objetivo, garantir que tal atuação se mantenha
F) previsão de início e fim da execução do objeto e, bem assim, sempre consolidada com o direito, visando ao interesse público e
da conclusão das etapas ou fases programadas; mantendo o respeito aos direitos dos administrados.
Em relação à localização do órgão de controle, infere-se que
Em relação à terceirização na esfera da Administração Pública, pode ser interno ou externo. Vejamos:
depreende-se que é exigida do administrador muito cuidado, posto • Controle interno: é realizado por órgãos de um Poder sobre-
que, embora haja contrariamento ao art. 71 da Lei 8.666/93, a dívi- pondo condutas que são praticadas na direção desse mesmo Poder,
da trabalhista das empresas terceirizadas acabam por recair sobre ou, ainda, por um órgão de uma pessoa jurídica da Administração
o órgão tomador dos serviços, que é o que chamamos de respon- indireta sobre atos que foram praticados pela própria pessoa jurídi-
sabilidade subsidiária. Assim sendo, o administrador público deverá ca da qual faz parte. No controle interno o órgão controlador encon-
exigir garantias, bem como passar a acompanhar o cumprimento tra-se inserido na estrutura administrativa que deve ser controlada.
das obrigações trabalhistas advindos da empresa prestadora de ser- Em alguns casos, o controle interno decorre da hierarquia, pois
viços, com fito especial quando do encerramento do contrato. esta possibilita aos órgãos hierarquicamente superiores controlar
Registre-se que a responsabilidade subsidiária pela tomadora os atos praticados pelos que lhe são subordinados. Em resumo, o
dos serviços é o que entende a Justiça do trabalho, com base no controle interno que venha a depender da existência de hierarquia
Enunciado nº 331, item IV editado pelo Tribunal Superior do Traba- entre controlador e controlado, é aquele exercido pelas chefias so-
lho – TST, que aduz: bre seus subordinados, sendo o tradicional “sistema de controle in-
“O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do terno” é organizado por lei incumbida de lhe definir as atribuições,
empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos não dependendo de hierarquia para o exercício de suas prerroga-
serviços, quanto àquelas obrigações, inclusive quanto aos órgãos da tivas.
administração direta, das autarquias, das fundações públicas, das
• Controle externo: é realizado por órgão estranho à estrutu-
empresas públicas e das sociedades de economia mista, desde que
ra do Poder controlado. Verificamos tal fato, em termos práticos,
haja participado da relação processual e constem também do título
quando por exemplo, um Tribunal de Contas Estadual passa a julgar
executivo judicial.”
as contas no âmbito dos poderes legislativo ou judiciário.
Com fulcro no Enunciado retro citado, denota-se que incon-
táveis são as decisões condenatórias à Administração Pública, em
Controle Judicial
relação ao pagamento de obrigações trabalhistas que cabem de for-
Registremos, a princípio, que o controle judicial da Administra-
ma original à empresa prestadora de serviços, onerando o erário,
ção Pública, trata-se daquele exercido pelo Poder Judiciário, quan-
vindo a contrariar o que se espera da Terceirização que é a redução
de custos à Administração Pública. do em exercício de função jurisdicional, sobre os atos administra-
tivos do Poder Executivo, do Poder Legislativo e do próprio Poder
Judiciário. O controle judicial é aquele por meio do qual, o Poder
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO. CONTROLE INTERNO E Judiciário, ao exercer de a função jurisdicional, aprecia a juridicida-
EXTERNO de que engloba a regularidade, a legalidade e a constitucionalidade
da conduta administrativa.
Denota-se que o controle externo da Administração por meio
Controle exercido pela Administração Pública (controle inter- do Poder Judiciário foi majorado e fortalecido pela Constituição
no) Federal de 1988, tendo previsto novos instrumentos de controle,
A princípio, infere-se que a teoria da separação dos poderes como por exemplo, o mandado de segurança coletivo, o mandado
possui em sua essência, de acordo com Montesquieu, o objetivo de injunção e o habeas data.
certo de limitar arbítrios de maneira que venha a proteger os direi- O Brasil, contemporaneamente adota o sistema de unidade de
tos individuais. Isso por que, grande parte dos detentores do Poder jurisdição, também conhecido por sistema de monopólio de juris-
tende a adquirir mais poder, situação tal, que, caso não esteja sujei- dição ou sistema inglês, por intermédio do qual o Poder Judiciário
ta a controle, culminará no abuso, ou até no absolutismo. possui a exclusividade da função jurisdicional, vindo a inferir que
Para evitar esse tipo de distorção, Montesquieu propôs a teoria somente as decisões judiciais fazem coisa julgada em sentido pró-
dos freios e contrapesos, por meio da qual os poderes constituídos prio, vindo a tornar-se juridicamente insuscetíveis de serem modi-
possuem a incumbência de controlar, freando e contrabalanceando ficadas.
as atuações dos demais poderes, de maneira que cada um deles Desta maneira, percebe-se que a decisão que é proferida pela
tenha autonomia, possua liberdade, porém, uma liberdade sob vi- Administração Pública ou, ainda, qualquer ato administrativo en-
gilância. Nesse sentido, o Poder Legislativo edita leis que podem ser contram-se passíveis de revisão pelo Poder Judiciário.
vetadas ou freadas pelo Poder Executivo, que poderá ter seu veto É importante registrar que o fundamento da adoção do siste-
derrubado ou freado pelo Poder Legislativo. Ou seja, não concor- ma de unidade jurisdicional no Brasil é a previsão que se encontra
dando o Executivo com a derrubada de um veto vindo a entender inserida no art. 5º, XXXV, da CFB/1988, por meio da qual ficou es-
que a lei aprovada seja inconstitucional, deterá o poder de incumbir tabelecido que “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário
a matéria à análise do Poder Judiciário que irá dirimir o conflito, lesão ou ameaça a direito”.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Há países, que de forma diferente do Brasil, adotam o sistema O controle legislativo, também denominado de controle parla-
de dualidade de jurisdição ou sistema do contencioso administrati- mentar, se refere àquele no qual o Poder Legislativo exerce poder
vo ou sistema francês. Denota-se que nesses países, a função juris- sobre os atos do Poder Executivo e sobre os atos do Poder Judi-
dicional é exercida por duas estruturas orgânicas que são regidas ciário, sendo este último somente no que condiz ao desempenho
de forma independente, sendo elas a Justiça Judiciária e a Justiça da função administrativa. Trata-se assim, o controle parlamentar de
Administrativa, posto que cada uma profere decisão com força de um controle externo sobre os demais Poderes.
coisa julgada no âmbito de suas competências. Infere-se que a estrutura do Poder Legislativo Brasileira deve
Referente à Justiça Administrativa, explica-se que no sistema ser verificada com atenção às peculiaridades de cada ente federa-
de dualidade de jurisdição, esta é composta por juízes e tribunais do, posto que não somente o princípio da simetria, como também
administrativos cuja competência cuida-se em geral, de resolver as regras específicas que a Constituição Federal predispõe para os
litígios nos quais o Poder Público seja parte. Pareando a Justiça Ad- âmbitos federal, estadual, municipal e distrital.
ministrativa, está a Justiça Judiciária, composta por órgãos do Poder Em análise ao plano federal, verifica-se que vigora o bicamera-
Judiciário, tendo competência para julgar com definitividade confli- lismo federativo, sendo o Poder Legislativo Federal composto por
tos que envolvam somente particulares. duas Casas: a Câmara dos Deputados que é composta por represen-
Pondera-se que o controle exercido pelo Poder Judiciário, via tantes do povo e o Senado Federal que é composto por represen-
de regra, será sempre um controle de legalidade ou legitimidade do tantes dos Estados-membros e do Distrito Federal.
ato administrativo. No exercício da função jurisdicional, os Magis- De acordo com o sistema constitucional, o controle parlamen-
trados não apreciam o mérito do ato administrativo, não analisando tar pode ser exercido: a) por uma das Casas isoladamente; b) pelas
a conveniência e a oportunidade da prática do ato. duas Casas reunidas em sessão conjunta; c) pela mesa diretora do
Devido ao fato de se tratar de um controle de legalidade ou Congresso Nacional ou de cada Casa; d) pelas comissões do Con-
de legitimidade, sempre que o ato estiver eivado de algum vício, a gresso Nacional ou de cada Casa.
decisão judicial será revertida no sentido de anulação do ato admi- Levando em conta o princípio da simetria de organização, as
nistrativo que se encontra viciado. Vale enfatizar que não é cabível regras mencionadas também devem ser aplicadas, no que lhes cou-
no exercício da função jurisdicional a revogação do ato administra- ber, ao Poder Legislativo em âmbito estadual, municipal e distrital,
tivo, tendo em vista que esta pressupõe a análise do mérito do ato. desde que realizadas as devidas adaptações, principalmente aque-
É de suma importância destacar que o controle judicial possui las que advém do fato de nos planos estadual, municipal e distrital a
abrangência tanto em relação aos atos vinculados quanto aos dis- organização do Poder Legislativo serem do tipo unicameral.
cricionários, posto que ambos devem obedecer aos requisitos de Com fundamento no princípio da autotutela, o Poder Legislati-
validade como a competência, a forma e a finalidade. Desta forma, vo também possui o poder de exercer o controle interno sobre os
é possível que tanto os atos administrativos vinculados quanto os seus próprios atos. Nessa situação, aduz-se que o Poder Legislativo
discricionários venham a apresentar vícios de legalidade ou ilegiti- estará realizando um controle administrativo interno. Esse é o mo-
midade, em decorrência dos quais poderão vir a ser anulados pelo tivo pelo qual quando falamos no controle parlamentar, estamos
Poder Judiciário quando estiver no exercício do controle jurisdicio- abordando somente o controle externo exercido pelo Poder Legis-
nal. lativo.
Explicita-se que o controle judicial da Administração, de modo Destaca-se que o controle que o Poder Legislativo detém sobre
geral, é sempre provocado, isso por que ele depende da iniciativa a Administração Pública, encontra-se limitado às hipóteses previs-
de alguma pessoa, que poderá ser física ou jurídica. Qualquer pes- tas na Constituição Federal. Isso ocorre, por que porque caso con-
soa que tenha a pretensão de provocar o controle da administração trário, haveria inferiorização do princípio da separação dos poderes.
pelo Poder Judiciário, deverá, de antemão, propor judicialmente a Acontece que em razão disso, não podem leis ordinárias, comple-
ação cabível para o alcance desse objetivo. mentares ou Constituições Estaduais predispor outras modalidades
Por fim, diga-se de passagem, que existem várias espécies de de controle diversas das que são previstas na Constituição Federal,
sob risco de ferir o mesmo princípio.
ações judiciais que permitem ao Judiciário apreciar lesão ou ame-
De modo geral, a doutrina diferencia dois tipos de controle le-
aça a direito decorrente de ato administrativo. Exemplos: o habeas
gislativo: o político e o financeiro.
corpus, o habeas data, o mandado de injunção, etc. A relação das
O controle financeiro é exercido com o auxílio dos tribunais de
ações que dão possibilidade ao controle judicial da Administração
contas. Já o controle político, alcança aspectos de legalidade e de
será sempre a título de exemplificação, tendo em vista que o con-
mérito, vindo a ser preventivo, concomitante ou repressivo, con-
trole pode ser exercido, inclusive, por intermédio de ação judicial
forme o caso.
ordinária sem denominação especial ou específica.
Formas de controle político:
Nota: a Emenda Constitucional 45/2004 ao introduzir no di-
1. Da competência exclusiva do Congresso Nacional (CF, art.
reito brasileiro o instituto das súmulas vinculantes, inaugurou um 49): resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos inter-
novo mecanismo de controle judicial da Administração Pública, ato nacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao
por meio do qual passou-se a admitir o cabimento de reclamação patrimônio nacional; autorizar o Presidente da República a declarar
ao STF contra ato administrativo que contrarie súmulas vinculantes guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras transi-
editadas pela Corte Suprema. tem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamen-
te, ressalvados os casos previstos em lei complementar; autorizar
Controle Legislativo o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do
O controle legislativo é aquele executado pelo Poder Legisla- País, quando a ausência exceder a quinze dias; aprovar o estado de
tivo sobre as autoridades e os órgãos dos outros poderes, como defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou sus-
ocorre por exemplo, nos casos de convocação de autoridades com o pender qualquer uma dessas medidas; sustar os atos normativos
objetivo de prestar esclarecimentos ou, ainda, do controle externo do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos
exercido pelo Poder Legislativo auxiliado pelo Tribunal de Contas. limites de delegação legislativa; julgar anualmente as contas pres-
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tadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a nistros de Estado ou a quaisquer titulares de órgãos diretamente
execução dos planos de governo; fiscalizar e controlar, diretamente, subordinados à Presidência da República, importando em crime de
ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluí- responsabilidade a recusa, ou o não atendimento, no prazo de trin-
dos os da administração indireta; apreciar os atos de concessão e ta dias, bem como a prestação de informações falsas.
renovação de concessão de emissoras de rádio e televisão; aprovar Por fim, em relação ao controle político legislativo, cabe espe-
iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares; au- cial destaque referente ao controle exercido pelas comissões parla-
torizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de mentares de inquérito (CPIs).
recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais; aprovar, As CPIs são comissões temporárias designadas a investigar fato
previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área certo e determinado e fazem parte do contexto de uma das funções
superior a dois mil e quinhentos hectares. típicas do Parlamento que é a função de fiscalização.
De acordo com a Constituição Federal, as comissões parlamen-
2. Da competência privativa do Senado Federal (CF, art. 52): tares de inquérito possuem poderes de investigação que são pró-
processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República prios das autoridades judiciais, além de outros poderes que estão
nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Esta- previstos nos regimentos das Casas Legislativa. As CPIs são criadas
do e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, seja em conjun-
nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; processar e to ou de forma separada mediante pugnação de um terço de seus
julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do membros, com o objetivo de apurar fato determinado e por prazo
certo, sendo que as suas conclusões, quando for preciso, serão en-
Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério
caminhadas ao Ministério Público, para que este órgão promova a
Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da
responsabilidade civil ou criminal dos infratores, nos termos dispos-
União nos crimes de responsabilidade; autorizar operações exter-
tos no art. 58, § 3º da CFB/1988.
nas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do
Em decorrência do exercício dos seus poderes de investigação,
Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios; fixar, por propos- a CPI é dotada de ato próprio, sem a necessidade de autorização
ta do Presidente da República, limites globais para o montante da judicial para:
dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos • realizar as diligências que entender necessárias;
Municípios; dispor sobre limites globais e condições para as opera- • convocar e tomar o depoimento de autoridades, inquirir tes-
ções de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito temunhas sob compromisso e ouvir indiciados;
Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades • requisitar de órgãos públicos informações e documentos de
controladas pelo Poder Público federal; dispor sobre limites e con- qualquer natureza;
dições para a concessão de garantia da União em operações de cré- • requerer ao Tribunal de Contas da União a realização de ins-
dito externo e interno; estabelecer limites globais e condições para peções e auditorias que entender necessárias.
o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e Ademais, conforme decisão do STF, por autoridade própria, a
dos Municípios; aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a CPI pode sem necessidade de intervenção judicial, porém, sempre
exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República antes do por meio de decisão fundamentada e motivada, observadas todas
término de seu mandato; aprovar previamente, por voto secreto, as formalidades da legislação, determinar a quebra de sigilo fiscal,
após arguição pública, a escolha de: bancário e de dados do investigado. (MS 23.452/RJ).
• Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição; Em esquema básico, temos:
• Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Pre-
sidente da República; Financeiro: é exercido com o auxílio dos
• Governador de Território; CONTROLE tribunais de contas.
• Presidente e diretores do Banco Central; LEGISLATIVO Político: alcança aspectos de legalidade
• Procurador-Geral da República; ESPÉCIES e de mérito, vindo a ser preventivo, concomi-
• Titulares de outros cargos que a lei determinar.
tante ou repressivo.
• Aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em
sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de ca-
Controle pelos Tribunais de Contas
ráter permanente; Previstos na Constituição Federal, os Tribunais de Contas são
órgãos com a finalidade de auxiliar o Poder Legislativo na execução
do exercício do controle externo da Administração Pública. São ór-
3. Da competência privativa da Câmara dos Deputados (CF, gãos especializados e não integram a estrutura administrativa do
art. 51): autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração Parlamento e também não mantém com ele mantém qualquer es-
de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e pécie de relação hierárquica.
os Ministros de Estado; proceder à tomada de contas do Presiden- Denota-se que a Carta Magna de 1988 preservou a estrutura
te da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional de organização dos Tribunais de Contas vigente nos diversos entes
dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa. da federação à época de sua promulgação. Com isso, nos termos
do art. 31, § 4º da CFB/1988, tornou-se proibida a criação de novos
4. Outros controles políticos (CF, art. 50): a Câmara dos Depu- tribunais, conselhos ou órgãos de contas municipais.
tados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão Em seguimento a essa diretriz, em âmbito federal, temos o TCU
convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos dire- (Tribunal de Contas da União); no plano estadual, os Tribunais de
tamente subordinados à Presidência da República para prestarem, Contas dos Estados; no Distrito Federal, o TCDF (Tribunal de Con-
pessoalmente, informações sobre assunto previamente determina- tas do Distrito Federal), sendo que na esfera municipal, percebe-se
do, importando crime de responsabilidade a ausência sem justifi- a organização dos tribunais de contas não ocorre de maneira uni-
cação adequada; as Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado forme. Devido ao fato da maioria dos municípios ter criado até a
Federal poderão encaminhar pedidos escritos de informações a Mi- CF/1988 o seu próprio Tribunal de Contas, a função de prestar auxí-
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lio ao Poder Legislativo municipal no exercício do controle externo é Em continuidade, o controle de economicidade é relativo à uti-
normalmente repassada ao Tribunal de Contas do respectivo Estado lização dos recursos de forma racional, uma vez que com ele, pre-
que é dotado de atribuições de controle ao das administrações es- tende-se averiguar se a despesa realizada atende aos aspectos da
tadual e municipal. melhor relação custo-benefício.
Em relação à sua composição, verificamos com afinco que os Destaca-se que o controle externo também investiga se hou-
Tribunais de Contas são órgãos colegiados, com quadro de pessoal ve a aplicação de forma correta das subvenções, que se tratam de
próprio (inspetores, procuradores, analistas, técnicos etc.), sendo transferências de recursos feitas pelo governo com o fito de cobrir
o TCU composto por nove ministros, ao passo que os demais Tri- despesas de custeio das entidades beneficiadas.
bunais de contas são compostos, em regra, por sete conselheiros, As subvenções podem ser de duas espécies. São elas: subven-
número sempre observado nos Estados, com exceção do Tribunal ções sociais e subvenções econômicas.
de Contas do Município de São Paulo que conta com apenas cinco A) Subvenções sociais: são destinadas ao custeio de institui-
conselheiros, nos parâmetros do art. 49 da Lei Orgânica daquele ções públicas ou privadas de caráter assistencial ou cultural, que
Município. não possuem finalidade lucrativa, nos ditames da Lei 4.320/1964,
Embora, não obstante a existência dos chamados “tribunais” art. 12, § 3º, I.
de contas, as cortes de contas também não exercem jurisdição em B) Subvenções econômicas: são as destinadas ao custeio de
sentido próprio, isso por que suas decisões não possuem o caráter empresas públicas ou privadas de caráter industrial, comercial, agrí-
de definitividade, vindo a sofrer a possibilidade de serem anuladas cola ou pastoril, nos termos da Lei 4.320/1964, art. 12, § 3º, II.
pelo Poder Judiciário. Entretanto, o processo ajuizado com o fito Registra-se, que o controle externo também se incumbe de
de anular a decisão da corte de contas é distinto do processo de apreciar a regularidade da renúncia de receita. Há vários mecanis-
natureza administrativa em que foi proferida tal decisão. Desta for- mos que tornam possível a renúncia de receita, como por exemplo:
ma, o interessado não poderá interpor um recurso para o Judiciário a remissão, o subsídio, a isenção e a modificação da alíquota ou da
em desfavor da decisão final do Tribunal de Contas com o fulcro base de cálculo de tributo que implique sua redução.
Nos ditames constitucionais, a cargo de Congresso Nacional, o
de reformá-la, mas sim ajuizar processo autônomo perante o órgão
controle externo, será exercido com a ajuda do Tribunal de Contas
jurisdicional competente com o objetivo de anular o mencionado
da União, ao qual compete, nos parâmetros do art. 71 da CFB/1988:
julgado.
A) Apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da
Registra-se que em relação ao controle externo financeiro e
República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em
as atribuições dos tribunais de contas, a Constituição Federal criou sessenta dias a contar de seu recebimento;
um sistema harmonizado de controle, que prevê a existência de um B) Julgar as contas dos administradores e demais responsáveis
controle externo associada a um controle interno executado por por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e in-
cada órgão sobre seus agentes e seus atos. direta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas
O controle exercido pelo Poder Legislativo é uma forma de con- pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa
trolar de maneira externa os atos dos órgãos dos outros Poderes a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao
e das entidades da administração indireta. Esse controle, além de erário público; apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos
controlar a parte financeira dos outros órgãos, também abrange de de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta
forma ampla o controle contábil, financeiro, orçamentário, opera- e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder
cional e patrimonial, levando em conta os aspectos da legalidade, Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas
de receitas. e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o
No campo contábil a análise abrange o registro dos fatos contá- fundamento legal do ato concessório;
beis e a elaboração de demonstrativos. Em âmbito financeiro, é veri- C) Realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do
ficado o verdadeiro ingresso das receitas, através de comprovantes Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e
de depósito ou transferência de recursos, bem como a realização de auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacio-
forma efetiva de despesas, vindo a comprovar os seus tradicionais nal e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legis-
estágios de licitação, empenho, liquidação e pagamento. Por sua lativo, Executivo e
vez, o controle orçamentário é aquele que acompanha a execução Judiciário, e demais entidades referidas na letra b;
do orçamento, que é a legislação em que se encontram as receitas D) fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais
previstas e também as despesas fixadas. Em referência ao controle de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta,
operacional, ressaltamos que o mesmo trata de diversos aspectos nos termos do tratado constitutivo;
do desempenho da atividade administrativa, como por exemplo, E) Fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela
numa auditoria operacional, pode ser computado o tempo médio União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos
congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;
que o usuário usa esperando por atendimento médico em uma uni-
F) Prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional,
dade do sistema público de saúde. Finalmente, temos o controle
por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comis-
patrimonial, que cuida da fiscalização do patrimônio público.
sões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, opera-
Analisando a legalidade do controle externo, observamos que
cional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções
este investiga se a conduta administrativa está de acordo com as realizadas;
diversas normas jurídicas. G) Aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa
O controle de legitimidade atua complementando o controle ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que es-
de legalidade, permitindo a apreciação de outros aspectos além da tabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano
adequação formal da conduta à legislação pertinente. Nesse diapa- causado ao erário;
são, são passíveis de averiguação aspectos como a finalidade do ato H) Assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as pro-
e a obediência aos princípios constitucionais como a moralidade vidências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada
administrativa, por exemplo. ilegalidade;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
I) sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comu- rem causa à perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte
nicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal; prejuízo ao erário público, nos termos do disposto no art. 71, III da
J) Representar ao Poder competente sobre irregularidades ou CFB/1988.
abusos apurados. Outro ponto importante a ser destacado, é o fato de que ao
julgar as contas dos gestores públicos e demais agentes que cau-
Observação: As normas retro mencionadas acima relativas ao sarem danos ao erário, em diversos casos, os tribunais de contas
Tribunal de Contas da União aplicam-se, no que couber, à organi- imputam débito com o objetivo de ressarcir o dano, ou multa com
zação, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Es- caráter de punição. Denota-se que decisões das Cortes de Contas
tados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos que imputam débito ou multa terão validade de título executivo
de Contas dos Municípios, onde houver, nos termos do art.75 da nos termos do art. 71, § 3º da CFB/198. Ou seja, caso a pessoa a
CFB/1988. quem foi imputada a multa ou o débito não vier a adimplir a refe-
rida importância dentro do prazo estipulado por lei, poderá sofrer
Aspectos importantes sobre as atribuições dos Tribunais de a cobrança judicial da importância diretamente por intermédio de
Contas uma ação de execução, sendo desnecessário o ajuizamento de uma
Vejamos a diferença entre os atributos de “apreciar contas” e ação de conhecimento para rediscutir a matéria que já foi objeto de
“julgar contas”. decisão da corte de contas.
Em relação às contas do chefe do Poder Executivo, os Tribu- Pelo fato das decisões definitivas dos tribunais de contas que
nais de Contas têm atribuição para “apreciá-las”, desde que haja a imputam débito ou aplicam multa terem, por si só, força de títu-
emissão de parecer conclusivo, que deverá ser elaborado no prazo lo executivo, sua execução independe da inscrição em dívida ati-
de 60 dias a contar de seu recebimento (art. 71, I), sendo que é va. Entretanto, os entes federados têm o costume de inscrever to-
competência do Poder dos os seus créditos passíveis de execução em dívida ativa, o que
Legislativo julgar as contas de cada ente federado. Desta ma- ocorre por dois motivos. Em primeiro lugar, por que a inscrição dá
neira, as contas anuais do Presidente da República são julgadas pelo possibilidade para que a execução siga o rito estabelecido na Lei
Congresso Nacional nos ditames do art. 49, IX, CF/1988; as dos Go- 6.830/1980, Lei das Execuções Fiscais, trazendo uma série de van-
vernadores, pela Assembleia Legislativa do respectivo Estado; a do tagens para o exequente. Em segundo lugar, a inscrição acaba por
Governador do Distrito Federal, pela Câmara Legislativa do Distrito submeter o crédito a um controle mais amplo, na medida em que
Federal; e as contas dos Prefeitos, pelas respectivas câmaras muni- ele fica registrado em sistemas informatizados criados para a admi-
cipais. nistração, controle de prazos e cobrança dos valores inscritos.
Existe uma particularidade em relação ao parecer que o tri-
bunal de contas do Estado ou do município emite a respeito das
contas anuais do chefe do Poder Executivo municipal. Nos termos
do previsto no art. 31, § 2º, da CF/1988, o parecer prévio, emitido LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (LEI FEDERAL Nº
pelo tribunal de contas sobre as contas que o Prefeito deve anual- 8.429/1992)
mente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços
dos membros da Câmara Municipal. Assim sendo, é por essa razão
que grande parte da doutrina afirma que nessa hipótese, o parecer IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
prévio é relativamente vinculante, não sendo absolutamente vin-
culante pelo fato de poder ser superado, porém, como a superação A improbidade administrativa é a falta de probidade do servi-
depende de quórum qualificado, tem-se uma vinculação relativa. dor no exercício de suas funções ou de governantes no desempe-
Em relação a esse assunto, o STF explicou que a expressão “só nho das atividades próprias de seu cargo. Os atos de improbidade
deixará de prevalecer”, contida no mencionado § 2º, não quer di- administrativa importam a suspensão dos direitos políticos, a perda
zer que o parecer conclusivo do tribunal de contas poderia produ- da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento
zir efeitos imediatos, que se poderiam se tornar permanentes em do Erário (patrimônio da administração), na forma e gradação pre-
vistas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
caso do silêncio da casa legislativa. Para a Suprema Corte, o parecer
Com a inclusão do princípio da moralidade administrativa no
do Tribunal de Contas que rejeita as contas do chefe do executivo
texto constitucional houve um reflexo da preocupação com a ética
possui natureza opinativa, só podendo produzir o efeito de inelegi-
na Administração Pública, para evitar a corrupção de servidores.
bilidade do prefeito (LC 64/1990, art. 1º, I, alínea “g”) após transcor-
A matéria é regulada no plano constitucional pelo art. 37, §4º,
rido o julgamento das contas pela respectiva Câmara de Vereadores
da Constituição Federal, e no plano infraconstitucional pela Lei Fe-
(RE 729.744/MG e RE 848.826/DF).
deral Nº 8.429, de 02.06.1992, que dispõe sobre “as sanções apli-
De outro ângulo, o parecer antecedente emitido pela Corte de
cáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no
Contas é indispensável ao julgamento das contas anuais dos Prefei-
exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração
tos. Foi justamente por esse motivo que o STF julgou inconstitucio-
pública direta, indireta ou fundacional.”
nal dispositivo de constituição estadual que permitia às Câmaras A lei 8.429/92 pune os atos de improbidade praticados por
Legislativas apreciarem as contas anuais prestadas pelos prefeitos, qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração.
independentemente do parecer do Tribunal de Contas do Estado, Agente público, para os efeitos desta lei, é todo aquele que exer-
quando este não fosse oferecido no prazo de 180 dias. (ADI 3.077/ ce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição,
SE). nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de
Os Tribunais de Contas possuem competência distinta para jul- investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função. Con-
gar as contas dos administradores e demais responsáveis por verba tudo, a lei também poderá ser aplicada, àquele que, mesmo não
pública, bens e valores públicos da administração direta e indireta, sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de
inclusive das fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou in-
Poder Público, e ainda, as contas dos entes que ensejarem e de- direta.
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Os atos que constituem improbidade administrativa podem ser § 7º Independentemente de integrar a administração indireta,
divididos em quatro espécies: estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de improbidade pratica-
1. Ato de improbidade administrativa que importa enriqueci- dos contra o patrimônio de entidade privada para cuja criação ou
mento ilícito (art. 9º) custeio o erário haja concorrido ou concorra no seu patrimônio ou
2) Ato de improbidade administrativa que importa lesão ao erá- receita atual, limitado o ressarcimento de prejuízos, nesse caso, à
rio (art. 10) repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. (In-
cluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
3) Ato de improbidade administrativa decorrente de concessão § 8º Não configura improbidade a ação ou omissão decorrente
ou aplicação indevida de benefício financeiro ou tributário (art. 10- de divergência interpretativa da lei, baseada em jurisprudência, ain-
A) da que não pacificada, mesmo que não venha a ser posteriormente
4) Ato de improbidade administrativa que atenta contra os prevalecente nas decisões dos órgãos de controle ou dos tribunais
princípios da administração pública (art. 11). do Poder Judiciário. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público
LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992 o agente político, o servidor público e todo aquele que exerce, ainda
que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação,
Dispõe sobre as sanções aplicáveis em virtude da prática de designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou
atos de improbidade administrativa, de que trata o § 4º do art. 37 vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades referi-
da Constituição Federal; e dá outras providências. (Redação dada das no art. 1º desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
pela Lei nº 14.230, de 2021) Parágrafo único. No que se refere a recursos de origem pública,
sujeita-se às sanções previstas nesta Lei o particular, pessoa física
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Na- ou jurídica, que celebra com a administração pública convênio, con-
cional decreta e eu sanciono a seguinte lei: trato de repasse, contrato de gestão, termo de parceria, termo de
cooperação ou ajuste administrativo equivalente. (Incluído pela Lei
nº 14.230, de 2021)
CAPÍTULO I
Art. 3º As disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber,
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra
dolosamente para a prática do ato de improbidade. (Redação dada
Art. 1º O sistema de responsabilização por atos de improbidade
pela Lei nº 14.230, de 2021)
administrativa tutelará a probidade na organização do Estado e no § 1º Os sócios, os cotistas, os diretores e os colaboradores de
exercício de suas funções, como forma de assegurar a integridade pessoa jurídica de direito privado não respondem pelo ato de im-
do patrimônio público e social, nos termos desta Lei. (Redação dada probidade que venha a ser imputado à pessoa jurídica, salvo se,
pela Lei nº 14.230, de 2021) comprovadamente, houver participação e benefícios diretos, caso
Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, em que responderão nos limites da sua participação. (Incluído pela
de 2021) Lei nº 14.230, de 2021)
§ 1º Consideram-se atos de improbidade administrativa as con- § 2º As sanções desta Lei não se aplicarão à pessoa jurídica,
dutas dolosas tipificadas nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, ressalvados caso o ato de improbidade administrativa seja também sanciona-
tipos previstos em leis especiais. (Incluído pela Lei nº 14.230, de do como ato lesivo à administração pública de que trata a Lei nº
2021) 12.846, de 1º de agosto de 2013. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
§ 2º Considera-se dolo a vontade livre e consciente de alcan- 2021)
çar o resultado ilícito tipificado nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, não Art. 4° (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021)
bastando a voluntariedade do agente. (Incluído pela Lei nº 14.230, Art. 5° (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021)
de 2021) Art. 6° (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 3º O mero exercício da função ou desempenho de compe- Art. 7º Se houver indícios de ato de improbidade, a autoridade
tências públicas, sem comprovação de ato doloso com fim ilícito, que conhecer dos fatos representará ao Ministério Público compe-
afasta a responsabilidade por ato de improbidade administrativa. tente, para as providências necessárias. (Redação dada pela Lei nº
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 14.230, de 2021)
§ 4º Aplicam-se ao sistema da improbidade disciplinado nesta Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230,
Lei os princípios constitucionais do direito administrativo sanciona- de 2021)
dor. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Art. 8º O sucessor ou o herdeiro daquele que causar dano ao
§ 5º Os atos de improbidade violam a probidade na organiza- erário ou que se enriquecer ilicitamente estão sujeitos apenas à
ção do Estado e no exercício de suas funções e a integridade do obrigação de repará-lo até o limite do valor da herança ou do pa-
patrimônio público e social dos Poderes Executivo, Legislativo e Ju- trimônio transferido. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 8º-A A responsabilidade sucessória de que trata o art. 8º
diciário, bem como da administração direta e indireta, no âmbito da
desta Lei aplica-se também na hipótese de alteração contratual, de
União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. (Incluído
transformação, de incorporação, de fusão ou de cisão societária.
pela Lei nº 14.230, de 2021)
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 6º Estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de improbida-
Parágrafo único. Nas hipóteses de fusão e de incorporação, a
de praticados contra o patrimônio de entidade privada que receba responsabilidade da sucessora será restrita à obrigação de repara-
subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes pú- ção integral do dano causado, até o limite do patrimônio transferi-
blicos ou governamentais, previstos no § 5º deste artigo. (Incluído do, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções previstas nesta Lei
pela Lei nº 14.230, de 2021) decorrentes de atos e de fatos ocorridos antes da data da fusão
ou da incorporação, exceto no caso de simulação ou de evidente
intuito de fraude, devidamente comprovados. (Incluído pela Lei nº
14.230, de 2021)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
CAPÍTULO II SEÇÃO II
DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE CAUSAM
SEÇÃO I PREJUÍZO AO ERÁRIO
DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE IMPOR-
TAM ENRIQUECIMENTO ILÍCITO Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa
lesão ao erário qualquer ação ou omissão dolosa, que enseje, efe-
Art. 9º Constitui ato de improbidade administrativa importan- tiva e comprovadamente, perda patrimonial, desvio, apropriação,
do em enriquecimento ilícito auferir, mediante a prática de ato do- malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades
loso, qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente: (Redação dada pela
exercício de cargo, de mandato, de função, de emprego ou de ati- Lei nº 14.230, de 2021)
vidade nas entidades referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente: I - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a indevida
(Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica,
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou de bens, de rendas, de verbas ou de valores integrantes do acervo
imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indire- patrimonial das entidades referidas no art. 1º desta Lei; (Redação
ta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica pri-
ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do vada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo
agente público; patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a
II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para fa- observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis
cilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou à espécie;
a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente desper-
preço superior ao valor de mercado; sonalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, ren-
III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para fa- das, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades
cilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o forne- mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades
cimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de legais e regulamentares aplicáveis à espécie;
mercado; IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, qualquer bem móvel, bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades referidas
de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas,
no art. 1º desta Lei, bem como o trabalho de servidores, de empre- por preço inferior ao de mercado;
gados ou de terceiros contratados por essas entidades; (Redação
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem
dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
ou serviço por preço superior ao de mercado;
V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta
VI - realizar operação financeira sem observância das normas
ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar,
legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidô-
de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qual-
nea;
quer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a obser-
VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta
vância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à es-
ou indireta, para fazer declaração falsa sobre qualquer dado técni-
pécie;
co que envolva obras públicas ou qualquer outro serviço ou sobre
quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercado- VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo
rias ou bens fornecidos a qualquer das entidades referidas no art. seletivo para celebração de parcerias com entidades sem fins lucra-
1º desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) tivos, ou dispensá-los indevidamente, acarretando perda patrimo-
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de manda- nial efetiva; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
to, de cargo, de emprego ou de função pública, e em razão deles, IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autoriza-
bens de qualquer natureza, decorrentes dos atos descritos no caput das em lei ou regulamento;
deste artigo, cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimô- X - agir ilicitamente na arrecadação de tributo ou de renda,
nio ou à renda do agente público, assegurada a demonstração pelo bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio públi-
agente da licitude da origem dessa evolução; (Redação dada pela co; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Lei nº 14.230, de 2021) XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de con- pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irre-
sultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que te- gular;
nha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enri-
omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a queça ilicitamente;
atividade; XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veí-
IX - perceber vantagem econômica para intermediar a libera- culos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza,
ção ou aplicação de verba pública de qualquer natureza; de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencio-
X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta nadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público,
ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declara- empregados ou terceiros contratados por essas entidades.
ção a que esteja obrigado; XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão associa-
rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das en- da sem observar as formalidades previstas na lei; (Incluído pela Lei
tidades mencionadas no art. 1° desta lei; nº 11.107, de 2005)
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem sufi-
integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no ciente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as formali-
art. 1° desta lei. dades previstas na lei. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorpo- VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo,
ração, ao patrimônio particular de pessoa física ou jurídica, de bens, desde que disponha das condições para isso, com vistas a ocultar
rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração irregularidades; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
pública a entidades privadas mediante celebração de parcerias, VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de tercei-
sem a observância das formalidades legais ou regulamentares apli- ro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou
cáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência) econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.
XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização
privada utilize bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos e aprovação de contas de parcerias firmadas pela administração pú-
pela administração pública a entidade privada mediante celebração blica com entidades privadas. (Redação dada pela Lei nº 13.019, de
de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regula- 2014) (Vigência)
mentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) IX - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
(Vigência) X - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
XVIII - celebrar parcerias da administração pública com entida- XI - nomear cônjuge, companheiro ou parente em linha reta,
des privadas sem a observância das formalidades legais ou regula- colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autori-
mentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) dade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido
(Vigência) em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de
XIX - agir para a configuração de ilícito na celebração, na fisca- cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada
lização e na análise das prestações de contas de parcerias firmadas na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes
pela administração pública com entidades privadas; (Redação dada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com-
pela Lei nº 14.230, de 2021) preendido o ajuste mediante designações recíprocas; (Incluído pela
XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração Lei nº 14.230, de 2021)
pública com entidades privadas sem a estrita observância das nor- XII - praticar, no âmbito da administração pública e com recur-
mas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação sos do erário, ato de publicidade que contrarie o disposto no § 1º
irregular. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014, com a redação dada do art. 37 da Constituição Federal, de forma a promover inequívoco
pela Lei nº 13.204, de 2015) enaltecimento do agente público e personalização de atos, de pro-
XXI - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) gramas, de obras, de serviços ou de campanhas dos órgãos públi-
XXII - conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tribu- cos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
tário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei § 1º Nos termos da Convenção das Nações Unidas contra a
Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. (Incluído pela Lei nº Corrupção, promulgada pelo Decreto nº 5.687, de 31 de janeiro
14.230, de 2021) de 2006, somente haverá improbidade administrativa, na aplica-
§ 1º Nos casos em que a inobservância de formalidades legais ção deste artigo, quando for comprovado na conduta funcional do
ou regulamentares não implicar perda patrimonial efetiva, não agente público o fim de obter proveito ou benefício indevido para
ocorrerá imposição de ressarcimento, vedado o enriquecimento si ou para outra pessoa ou entidade. (Incluído pela Lei nº 14.230,
sem causa das entidades referidas no art. 1º desta Lei. (Incluído de 2021)
pela Lei nº 14.230, de 2021) § 2º Aplica-se o disposto no § 1º deste artigo a quaisquer atos
§ 2º A mera perda patrimonial decorrente da atividade econô- de improbidade administrativa tipificados nesta Lei e em leis espe-
mica não acarretará improbidade administrativa, salvo se compro-
ciais e a quaisquer outros tipos especiais de improbidade adminis-
vado ato doloso praticado com essa finalidade. (Incluído pela Lei nº
trativa instituídos por lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
14.230, de 2021)
§ 3º O enquadramento de conduta funcional na categoria de
que trata este artigo pressupõe a demonstração objetiva da prática
SEÇÃO III
de ilegalidade no exercício da função pública, com a indicação das
DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE ATEN-
normas constitucionais, legais ou infralegais violadas. (Incluído pela
TAM CONTRA OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Lei nº 14.230, de 2021)
§ 4º Os atos de improbidade de que trata este artigo exigem
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta
contra os princípios da administração pública a ação ou omissão lesividade relevante ao bem jurídico tutelado para serem passíveis
dolosa que viole os deveres de honestidade, de imparcialidade e de de sancionamento e independem do reconhecimento da produção
legalidade, caracterizada por uma das seguintes condutas: (Reda- de danos ao erário e de enriquecimento ilícito dos agentes públicos.
ção dada pela Lei nº 14.230, de 2021) (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) § 5º Não se configurará improbidade a mera nomeação ou indi-
II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) cação política por parte dos detentores de mandatos eletivos, sen-
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão do necessária a aferição de dolo com finalidade ilícita por parte do
das atribuições e que deva permanecer em segredo, propiciando agente. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
beneficiamento por informação privilegiada ou colocando em risco
a segurança da sociedade e do Estado; (Redação dada pela Lei nº CAPÍTULO III
14.230, de 2021) DAS PENAS
IV - negar publicidade aos atos oficiais, exceto em razão de sua
imprescindibilidade para a segurança da sociedade e do Estado ou Art. 12. Independentemente do ressarcimento integral do dano
de outras hipóteses instituídas em lei; (Redação dada pela Lei nº patrimonial, se efetivo, e das sanções penais comuns e de respon-
14.230, de 2021) sabilidade, civis e administrativas previstas na legislação específica,
V - frustrar, em ofensa à imparcialidade, o caráter concorrencial está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes
de concurso público, de chamamento ou de procedimento licitató- cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamen-
rio, com vistas à obtenção de benefício próprio, direto ou indireto, te, de acordo com a gravidade do fato: (Redação dada pela Lei nº
ou de terceiros; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 14.230, de 2021)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
I - na hipótese do art. 9º desta Lei, perda dos bens ou valores § 7º As sanções aplicadas a pessoas jurídicas com base nesta
acrescidos ilicitamente ao patrimônio, perda da função pública, sus- Lei e na Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, deverão observar
pensão dos direitos políticos até 14 (catorze) anos, pagamento de o princípio constitucional do non bis in idem. (Incluído pela Lei nº
multa civil equivalente ao valor do acréscimo patrimonial e proibi- 14.230, de 2021)
ção de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou § 8º A sanção de proibição de contratação com o poder público
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que deverá constar do Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Sus-
por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pensas (CEIS) de que trata a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013,
pelo prazo não superior a 14 (catorze) anos; (Redação dada pela Lei observadas as limitações territoriais contidas em decisão judicial,
nº 14.230, de 2021) conforme disposto no § 4º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 14.230,
II - na hipótese do art. 10 desta Lei, perda dos bens ou valores de 2021)
acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstân- § 9º As sanções previstas neste artigo somente poderão ser
cia, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos até 12 executadas após o trânsito em julgado da sentença condenatória.
(doze) anos, pagamento de multa civil equivalente ao valor do dano (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
e proibição de contratar com o poder público ou de receber bene- § 10. Para efeitos de contagem do prazo da sanção de suspen-
fícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, são dos direitos políticos, computar-se-á retroativamente o inter-
ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio ma- valo de tempo entre a decisão colegiada e o trânsito em julgado da
joritário, pelo prazo não superior a 12 (doze) anos; (Redação dada sentença condenatória. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
pela Lei nº 14.230, de 2021)
III - na hipótese do art. 11 desta Lei, pagamento de multa civil CAPÍTULO IV
de até 24 (vinte e quatro) vezes o valor da remuneração percebida DA DECLARAÇÃO DE BENS
pelo agente e proibição de contratar com o poder público ou de
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou in- Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicio-
diretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual nados à apresentação de declaração de imposto de renda e proven-
seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 4 (quatro) anos; tos de qualquer natureza, que tenha sido apresentada à Secretaria
(Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Especial da Receita Federal do Brasil, a fim de ser arquivada no ser-
IV - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
viço de pessoal competente. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de
Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230,
2021)
de 2021)
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 1º A sanção de perda da função pública, nas hipóteses dos in-
cisos I e II do caput deste artigo, atinge apenas o vínculo de mesma § 2º A declaração de bens a que se refere o caput deste arti-
qualidade e natureza que o agente público ou político detinha com go será atualizada anualmente e na data em que o agente público
o poder público na época do cometimento da infração, podendo deixar o exercício do mandato, do cargo, do emprego ou da função.
o magistrado, na hipótese do inciso I do caput deste artigo, e em (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
caráter excepcional, estendê-la aos demais vínculos, consideradas § 3º Será apenado com a pena de demissão, sem prejuízo de
as circunstâncias do caso e a gravidade da infração. (Incluído pela outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar a
Lei nº 14.230, de 2021) declaração dos bens a que se refere o caput deste artigo dentro do
§ 2º A multa pode ser aumentada até o dobro, se o juiz conside- prazo determinado ou que prestar declaração falsa. (Redação dada
rar que, em virtude da situação econômica do réu, o valor calculado pela Lei nº 14.230, de 2021)
na forma dos incisos I, II e III do caput deste artigo é ineficaz para § 4º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
reprovação e prevenção do ato de improbidade. (Incluído pela Lei
nº 14.230, de 2021) CAPÍTULO V
§ 3º Na responsabilização da pessoa jurídica, deverão ser con- DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E DO PROCESSO JUDI-
siderados os efeitos econômicos e sociais das sanções, de modo CIAL
a viabilizar a manutenção de suas atividades. (Incluído pela Lei nº
14.230, de 2021) Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade ad-
§ 4º Em caráter excepcional e por motivos relevantes devida- ministrativa competente para que seja instaurada investigação des-
mente justificados, a sanção de proibição de contratação com o tinada a apurar a prática de ato de improbidade.
poder público pode extrapolar o ente público lesado pelo ato de § 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e
improbidade, observados os impactos econômicos e sociais das assinada, conterá a qualificação do representante, as informações
sanções, de forma a preservar a função social da pessoa jurídica, sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha
conforme disposto no § 3º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 14.230, conhecimento.
de 2021) § 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em
§ 5º No caso de atos de menor ofensa aos bens jurídicos tute- despacho fundamentado, se esta não contiver as formalidades es-
lados por esta Lei, a sanção limitar-se-á à aplicação de multa, sem
tabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a represen-
prejuízo do ressarcimento do dano e da perda dos valores obtidos,
tação ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei.
quando for o caso, nos termos do caput deste artigo. (Incluído pela
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade
Lei nº 14.230, de 2021)
determinará a imediata apuração dos fatos, observada a legislação
§ 6º Se ocorrer lesão ao patrimônio público, a reparação do
dano a que se refere esta Lei deverá deduzir o ressarcimento ocorri- que regula o processo administrativo disciplinar aplicável ao agen-
do nas instâncias criminal, civil e administrativa que tiver por objeto te. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
os mesmos fatos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Minis-
tério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência de
procedimento administrativo para apurar a prática de ato de im-
probidade.

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Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho desses, o bloqueio de contas bancárias, de forma a garantir a sub-
de Contas poderá, a requerimento, designar representante para sistência do acusado e a manutenção da atividade empresária ao
acompanhar o procedimento administrativo. longo do processo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 16. Na ação por improbidade administrativa poderá ser § 12. O juiz, ao apreciar o pedido de indisponibilidade de bens
formulado, em caráter antecedente ou incidente, pedido de indis- do réu a que se refere o caput deste artigo, observará os efeitos
ponibilidade de bens dos réus, a fim de garantir a integral recompo- práticos da decisão, vedada a adoção de medida capaz de acarre-
sição do erário ou do acréscimo patrimonial resultante de enrique- tar prejuízo à prestação de serviços públicos. (Incluído pela Lei nº
cimento ilícito. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 14.230, de 2021)
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) § 13. É vedada a decretação de indisponibilidade da quantia de
§ 1º-A O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere até 40 (quarenta) salários mínimos depositados em caderneta de
o caput deste artigo poderá ser formulado independentemente da poupança, em outras aplicações financeiras ou em conta-corrente.
representação de que trata o art. 7º desta Lei. (Incluído pela Lei nº (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
14.230, de 2021) § 14. É vedada a decretação de indisponibilidade do bem de
§ 2º Quando for o caso, o pedido de indisponibilidade de bens a família do réu, salvo se comprovado que o imóvel seja fruto de van-
que se refere o caput deste artigo incluirá a investigação, o exame e tagem patrimonial indevida, conforme descrito no art. 9º desta Lei.
o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras man- (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
tidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados Art. 17. A ação para a aplicação das sanções de que trata esta
internacionais. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) Lei será proposta pelo Ministério Público e seguirá o procedimento
§ 3º O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere o comum previsto na Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código
caput deste artigo apenas será deferido mediante a demonstração de Processo Civil), salvo o disposto nesta Lei. (Redação dada pela Lei
no caso concreto de perigo de dano irreparável ou de risco ao re- nº 14.230, de 2021)
sultado útil do processo, desde que o juiz se convença da probabili- § 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
dade da ocorrência dos atos descritos na petição inicial com funda- § 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
mento nos respectivos elementos de instrução, após a oitiva do réu § 3º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
em 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 4º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 4º A indisponibilidade de bens poderá ser decretada sem a § 4º-A A ação a que se refere o caput deste artigo deverá ser
oitiva prévia do réu, sempre que o contraditório prévio puder com- proposta perante o foro do local onde ocorrer o dano ou da pessoa
provadamente frustrar a efetividade da medida ou houver outras jurídica prejudicada. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
circunstâncias que recomendem a proteção liminar, não podendo a § 5º A propositura da ação a que se refere o caput deste ar-
urgência ser presumida. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) tigo prevenirá a competência do juízo para todas as ações poste-
§ 5º Se houver mais de um réu na ação, a somatória dos valores riormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o
declarados indisponíveis não poderá superar o montante indicado mesmo objeto. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
na petição inicial como dano ao erário ou como enriquecimento ilí- § 6º A petição inicial observará o seguinte: (Redação dada pela
cito. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Lei nº 14.230, de 2021)
§ 6º O valor da indisponibilidade considerará a estimativa de I - deverá individualizar a conduta do réu e apontar os elemen-
tos probatórios mínimos que demonstrem a ocorrência das hipóte-
dano indicada na petição inicial, permitida a sua substituição por
ses dos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei e de sua autoria, salvo impossi-
caução idônea, por fiança bancária ou por seguro-garantia judicial,
bilidade devidamente fundamentada; (Incluído pela Lei nº 14.230,
a requerimento do réu, bem como a sua readequação durante a
de 2021)
instrução do processo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
II - será instruída com documentos ou justificação que con-
§ 7º A indisponibilidade de bens de terceiro dependerá da de-
tenham indícios suficientes da veracidade dos fatos e do dolo
monstração da sua efetiva concorrência para os atos ilícitos apu-
imputado ou com razões fundamentadas da impossibilidade de
rados ou, quando se tratar de pessoa jurídica, da instauração de
apresentação de qualquer dessas provas, observada a legislação
incidente de desconsideração da personalidade jurídica, a ser pro-
vigente, inclusive as disposições constantes dos arts. 77 e 80 da Lei
cessado na forma da lei processual. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). (In-
2021) cluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 8º Aplica-se à indisponibilidade de bens regida por esta Lei, § 6º-A O Ministério Público poderá requerer as tutelas provi-
no que for cabível, o regime da tutela provisória de urgência da Lei sórias adequadas e necessárias, nos termos dos arts. 294 a 310 da
nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). (In- Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil
cluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 9º Da decisão que deferir ou indeferir a medida relativa à in- § 6º-B A petição inicial será rejeitada nos casos do art. 330 da
disponibilidade de bens caberá agravo de instrumento, nos termos Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil),
da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). bem como quando não preenchidos os requisitos a que se referem
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) os incisos I e II do § 6º deste artigo, ou ainda quando manifestamen-
§ 10. A indisponibilidade recairá sobre bens que assegurem te inexistente o ato de improbidade imputado. (Incluído pela Lei nº
exclusivamente o integral ressarcimento do dano ao erário, sem in- 14.230, de 2021)
cidir sobre os valores a serem eventualmente aplicados a título de § 7º Se a petição inicial estiver em devida forma, o juiz mandará
multa civil ou sobre acréscimo patrimonial decorrente de atividade autuá-la e ordenará a citação dos requeridos para que a contestem
lícita. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) no prazo comum de 30 (trinta) dias, iniciado o prazo na forma do
§ 11. A ordem de indisponibilidade de bens deverá priorizar ve- art. 231 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Pro-
ículos de via terrestre, bens imóveis, bens móveis em geral, semo- cesso Civil). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
ventes, navios e aeronaves, ações e quotas de sociedades simples § 8º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
e empresárias, pedras e metais preciosos e, apenas na inexistência § 9º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
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§ 9º-A Da decisão que rejeitar questões preliminares suscitadas II - a imposição de ônus da prova ao réu, na forma dos §§ 1º e
pelo réu em sua contestação caberá agravo de instrumento. (Incluí- 2º do art. 373 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de
do pela Lei nº 14.230, de 2021) Processo Civil); (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 10. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) III - o ajuizamento de mais de uma ação de improbidade admi-
§ 10-A. Havendo a possibilidade de solução consensual, pode- nistrativa pelo mesmo fato, competindo ao Conselho Nacional do
rão as partes requerer ao juiz a interrupção do prazo para a contes- Ministério Público dirimir conflitos de atribuições entre membros
tação, por prazo não superior a 90 (noventa) dias. (Incluído pela Lei de Ministérios Públicos distintos; (Incluído pela Lei nº 14.230, de
nº 13.964, de 2019) 2021)
§ 10-B. Oferecida a contestação e, se for o caso, ouvido o autor, IV - o reexame obrigatório da sentença de improcedência ou
o juiz: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) de extinção sem resolução de mérito. (Incluído pela Lei nº 14.230,
I - procederá ao julgamento conforme o estado do processo, de 2021)
observada a eventual inexistência manifesta do ato de improbida- § 20. A assessoria jurídica que emitiu o parecer atestando a
de; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) legalidade prévia dos atos administrativos praticados pelo adminis-
II - poderá desmembrar o litisconsórcio, com vistas a otimizar a trador público ficará obrigada a defendê-lo judicialmente, caso este
instrução processual. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) venha a responder ação por improbidade administrativa, até que a
§ 10-C. Após a réplica do Ministério Público, o juiz proferirá de- decisão transite em julgado. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
cisão na qual indicará com precisão a tipificação do ato de improbi- § 21. Das decisões interlocutórias caberá agravo de instrumen-
dade administrativa imputável ao réu, sendo-lhe vedado modificar to, inclusive da decisão que rejeitar questões preliminares suscita-
o fato principal e a capitulação legal apresentada pelo autor. (Inclu- das pelo réu em sua contestação. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
ído pela Lei nº 14.230, de 2021) 2021)
§ 10-D. Para cada ato de improbidade administrativa, deverá Art. 17-A. (VETADO): (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
necessariamente ser indicado apenas um tipo dentre aqueles pre- I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
vistos nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
de 2021) III - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 10-E. Proferida a decisão referida no § 10-C deste artigo, as § 1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
partes serão intimadas a especificar as provas que pretendem pro- § 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
duzir. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 10-F. Será nula a decisão de mérito total ou parcial da ação § 4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
de improbidade administrativa que: (Incluído pela Lei nº 14.230, de § 5º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
2021) Art. 17-B. O Ministério Público poderá, conforme as circuns-
I - condenar o requerido por tipo diverso daquele definido na tâncias do caso concreto, celebrar acordo de não persecução civil,
petição inicial; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) desde que dele advenham, ao menos, os seguintes resultados: (In-
II - condenar o requerido sem a produção das provas por ele cluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
tempestivamente especificadas. (Incluído pela Lei nº 14.230, de I - o integral ressarcimento do dano; (Incluído pela Lei nº
2021) 14.230, de 2021)
§ 11. Em qualquer momento do processo, verificada a inexis- II - a reversão à pessoa jurídica lesada da vantagem indevida
tência do ato de improbidade, o juiz julgará a demanda improce- obtida, ainda que oriunda de agentes privados. (Incluído pela Lei nº
dente. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) 14.230, de 2021)
§ 12. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) § 1º A celebração do acordo a que se refere o caput deste ar-
§ 13. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) tigo dependerá, cumulativamente: (Incluído pela Lei nº 14.230, de
§ 14. Sem prejuízo da citação dos réus, a pessoa jurídica inte- 2021)
ressada será intimada para, caso queira, intervir no processo. (In- I - da oitiva do ente federativo lesado, em momento anterior
cluído pela Lei nº 14.230, de 2021) ou posterior à propositura da ação; (Incluído pela Lei nº 14.230, de
§ 15. Se a imputação envolver a desconsideração de pessoa ju- 2021)
rídica, serão observadas as regras previstas nos arts. 133, 134, 135, II - de aprovação, no prazo de até 60 (sessenta) dias, pelo ór-
136 e 137 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de gão do Ministério Público competente para apreciar as promoções
Processo Civil). (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) de arquivamento de inquéritos civis, se anterior ao ajuizamento da
§ 16. A qualquer momento, se o magistrado identificar a exis- ação; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
tência de ilegalidades ou de irregularidades administrativas a se- III - de homologação judicial, independentemente de o acordo
rem sanadas sem que estejam presentes todos os requisitos para ocorrer antes ou depois do ajuizamento da ação de improbidade
a imposição das sanções aos agentes incluídos no polo passivo da administrativa. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
demanda, poderá, em decisão motivada, converter a ação de im- § 2º Em qualquer caso, a celebração do acordo a que se refere
probidade administrativa em ação civil pública, regulada pela Lei nº o caput deste artigo considerará a personalidade do agente, a natu-
7.347, de 24 de julho de 1985. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) reza, as circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do ato de
§ 17. Da decisão que converter a ação de improbidade em ação improbidade, bem como as vantagens, para o interesse público, da
civil pública caberá agravo de instrumento. (Incluído pela Lei nº rápida solução do caso. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
14.230, de 2021) § 3º Para fins de apuração do valor do dano a ser ressarcido,
§ 18. Ao réu será assegurado o direito de ser interrogado sobre deverá ser realizada a oitiva do Tribunal de Contas competente, que
os fatos de que trata a ação, e a sua recusa ou o seu silêncio não se manifestará, com indicação dos parâmetros utilizados, no prazo
implicarão confissão. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) de 90 (noventa) dias. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 19. Não se aplicam na ação de improbidade administrativa: § 4º O acordo a que se refere o caput deste artigo poderá ser
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) celebrado no curso da investigação de apuração do ilícito, no curso
I - a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor em da ação de improbidade ou no momento da execução da sentença
caso de revelia; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) condenatória. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
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§ 5º As negociações para a celebração do acordo a que se re- § 3º Não haverá remessa necessária nas sentenças de que trata
fere o caput deste artigo ocorrerão entre o Ministério Público, de esta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
um lado, e, de outro, o investigado ou demandado e o seu defensor. Art. 17-D. A ação por improbidade administrativa é repressiva,
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) de caráter sancionatório, destinada à aplicação de sanções de ca-
§ 6º O acordo a que se refere o caput deste artigo poderá con- ráter pessoal previstas nesta Lei, e não constitui ação civil, vedado
templar a adoção de mecanismos e procedimentos internos de in- seu ajuizamento para o controle de legalidade de políticas públicas
tegridade, de auditoria e de incentivo à denúncia de irregularidades e para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente
e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito e de outros interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos.
da pessoa jurídica, se for o caso, bem como de outras medidas em (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
favor do interesse público e de boas práticas administrativas. (Inclu- Parágrafo único. Ressalvado o disposto nesta Lei, o controle
ído pela Lei nº 14.230, de 2021) de legalidade de políticas públicas e a responsabilidade de agentes
§ 7º Em caso de descumprimento do acordo a que se refere o públicos, inclusive políticos, entes públicos e governamentais, por
caput deste artigo, o investigado ou o demandado ficará impedido danos ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor
de celebrar novo acordo pelo prazo de 5 (cinco) anos, contado do artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, a qualquer ou-
conhecimento pelo Ministério Público do efetivo descumprimento. tro interesse difuso ou coletivo, à ordem econômica, à ordem urba-
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) nística, à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos
Art. 17-C. A sentença proferida nos processos a que se refere e ao patrimônio público e social submetem-se aos termos da Lei nº
esta Lei deverá, além de observar o disposto no art. 489 da Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil): (Incluí- Art. 18. A sentença que julgar procedente a ação fundada nos
do pela Lei nº 14.230, de 2021) arts. 9º e 10 desta Lei condenará ao ressarcimento dos danos e à
I - indicar de modo preciso os fundamentos que demonstram perda ou à reversão dos bens e valores ilicitamente adquiridos, con-
os elementos a que se referem os arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, que forme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito.
não podem ser presumidos; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
II - considerar as consequências práticas da decisão, sempre § 1º Se houver necessidade de liquidação do dano, a pessoa
que decidir com base em valores jurídicos abstratos; (Incluído pela jurídica prejudicada procederá a essa determinação e ao ulterior
Lei nº 14.230, de 2021) procedimento para cumprimento da sentença referente ao ressar-
III - considerar os obstáculos e as dificuldades reais do gestor cimento do patrimônio público ou à perda ou à reversão dos bens.
e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
direitos dos administrados e das circunstâncias práticas que houve- § 2º Caso a pessoa jurídica prejudicada não adote as providên-
rem imposto, limitado ou condicionado a ação do agente; (Incluído cias a que se refere o § 1º deste artigo no prazo de 6 (seis) meses,
pela Lei nº 14.230, de 2021) contado do trânsito em julgado da sentença de procedência da
IV - considerar, para a aplicação das sanções, de forma isolada ação, caberá ao Ministério Público proceder à respectiva liquidação
ou cumulativa: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) do dano e ao cumprimento da sentença referente ao ressarcimento
a) os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade; (Inclu- do patrimônio público ou à perda ou à reversão dos bens, sem pre-
ído pela Lei nº 14.230, de 2021) juízo de eventual responsabilização pela omissão verificada. (Incluí-
b) a natureza, a gravidade e o impacto da infração cometida; do pela Lei nº 14.230, de 2021)
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 3º Para fins de apuração do valor do ressarcimento, deverão
c) a extensão do dano causado; (Incluído pela Lei nº 14.230, ser descontados os serviços efetivamente prestados. (Incluído pela
de 2021) Lei nº 14.230, de 2021)
d) o proveito patrimonial obtido pelo agente; (Incluído pela Lei § 4º O juiz poderá autorizar o parcelamento, em até 48 (qua-
nº 14.230, de 2021) renta e oito) parcelas mensais corrigidas monetariamente, do débi-
e) as circunstâncias agravantes ou atenuantes; (Incluído pela to resultante de condenação pela prática de improbidade adminis-
Lei nº 14.230, de 2021) trativa se o réu demonstrar incapacidade financeira de saldá-lo de
f) a atuação do agente em minorar os prejuízos e as consequên- imediato. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
cias advindas de sua conduta omissiva ou comissiva; (Incluído pela Art. 18-A. A requerimento do réu, na fase de cumprimento da
Lei nº 14.230, de 2021) sentença, o juiz unificará eventuais sanções aplicadas com outras
g) os antecedentes do agente; (Incluído pela Lei nº 14.230, de já impostas em outros processos, tendo em vista a eventual con-
2021) tinuidade de ilícito ou a prática de diversas ilicitudes, observado o
V - considerar na aplicação das sanções a dosimetria das san- seguinte: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
ções relativas ao mesmo fato já aplicadas ao agente; (Incluído pela I - no caso de continuidade de ilícito, o juiz promoverá a maior
Lei nº 14.230, de 2021) sanção aplicada, aumentada de 1/3 (um terço), ou a soma das pe-
VI - considerar, na fixação das penas relativamente ao terceiro, nas, o que for mais benéfico ao réu; (Incluído pela Lei nº 14.230,
quando for o caso, a sua atuação específica, não admitida a sua de 2021)
responsabilização por ações ou omissões para as quais não tiver II - no caso de prática de novos atos ilícitos pelo mesmo sujeito,
concorrido ou das quais não tiver obtido vantagens patrimoniais o juiz somará as sanções. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
indevidas; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Parágrafo único. As sanções de suspensão de direitos políticos
VII - indicar, na apuração da ofensa a princípios, critérios obje- e de proibição de contratar ou de receber incentivos fiscais ou cre-
tivos que justifiquem a imposição da sanção. (Incluído pela Lei nº ditícios do poder público observarão o limite máximo de 20 (vinte)
14.230, de 2021) anos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 1º A ilegalidade sem a presença de dolo que a qualifique não
configura ato de improbidade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 2º Na hipótese de litisconsórcio passivo, a condenação ocor-
rerá no limite da participação e dos benefícios diretos, vedada qual-
quer solidariedade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
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CAPÍTULO VI CAPÍTULO VII
DAS DISPOSIÇÕES PENAIS DA PRESCRIÇÃO

Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbida- Art. 23. A ação para a aplicação das sanções previstas nesta Lei
de contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor prescreve em 8 (oito) anos, contados a partir da ocorrência do fato
da denúncia o sabe inocente. ou, no caso de infrações permanentes, do dia em que cessou a per-
Pena: detenção de seis a dez meses e multa. manência. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está su- I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
jeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais ou à II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
imagem que houver provocado. III - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos § 1º A instauração de inquérito civil ou de processo adminis-
políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença con- trativo para apuração dos ilícitos referidos nesta Lei suspende o
denatória. curso do prazo prescricional por, no máximo, 180 (cento e oitenta)
§ 1º A autoridade judicial competente poderá determinar o dias corridos, recomeçando a correr após a sua conclusão ou, caso
afastamento do agente público do exercício do cargo, do emprego não concluído o processo, esgotado o prazo de suspensão. (Incluído
ou da função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida for pela Lei nº 14.230, de 2021)
necessária à instrução processual ou para evitar a iminente prática § 2º O inquérito civil para apuração do ato de improbidade será
de novos ilícitos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) concluído no prazo de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias corri-
§ 2º O afastamento previsto no § 1º deste artigo será de até 90 dos, prorrogável uma única vez por igual período, mediante ato fun-
(noventa) dias, prorrogáveis uma única vez por igual prazo, median- damentado submetido à revisão da instância competente do órgão
te decisão motivada. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica. (Incluído
Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe: pela Lei nº 14.230, de 2021)
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo § 3º Encerrado o prazo previsto no § 2º deste artigo, a ação de-
quanto à pena de ressarcimento e às condutas previstas no art. 10 verá ser proposta no prazo de 30 (trinta) dias, se não for caso de ar-
desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
quivamento do inquérito civil. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle
§ 4º O prazo da prescrição referido no caput deste artigo inter-
interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas.
rompe-se: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 1º Os atos do órgão de controle interno ou externo serão con-
I - pelo ajuizamento da ação de improbidade administrativa;
siderados pelo juiz quando tiverem servido de fundamento para a
conduta do agente público. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 2º As provas produzidas perante os órgãos de controle e as II - pela publicação da sentença condenatória; (Incluído pela Lei
correspondentes decisões deverão ser consideradas na formação nº 14.230, de 2021)
da convicção do juiz, sem prejuízo da análise acerca do dolo na con- III - pela publicação de decisão ou acórdão de Tribunal de Jus-
duta do agente. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) tiça ou Tribunal Regional Federal que confirma sentença condena-
§ 3º As sentenças civis e penais produzirão efeitos em relação à tória ou que reforma sentença de improcedência; (Incluído pela Lei
ação de improbidade quando concluírem pela inexistência da con- nº 14.230, de 2021)
duta ou pela negativa da autoria. (Incluído pela Lei nº 14.230, de IV - pela publicação de decisão ou acórdão do Superior Tribu-
2021) nal de Justiça que confirma acórdão condenatório ou que reforma
§ 4º A absolvição criminal em ação que discuta os mesmos fa- acórdão de improcedência; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
tos, confirmada por decisão colegiada, impede o trâmite da ação da V - pela publicação de decisão ou acórdão do Supremo Tribunal
qual trata esta Lei, havendo comunicação com todos os fundamen- Federal que confirma acórdão condenatório ou que reforma acór-
tos de absolvição previstos no art. 386 do Decreto-Lei nº 3.689, de dão de improcedência. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal). (Incluído pela Lei § 5º Interrompida a prescrição, o prazo recomeça a correr do
nº 14.230, de 2021) dia da interrupção, pela metade do prazo previsto no caput deste
§ 5º Sanções eventualmente aplicadas em outras esferas deve- artigo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
rão ser compensadas com as sanções aplicadas nos termos desta § 6º A suspensão e a interrupção da prescrição produzem efei-
Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) tos relativamente a todos os que concorreram para a prática do ato
Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta Lei, o Minis- de improbidade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
tério Público, de ofício, a requerimento de autoridade administrati- § 7º Nos atos de improbidade conexos que sejam objeto do
va ou mediante representação formulada de acordo com o disposto mesmo processo, a suspensão e a interrupção relativas a qualquer
no art. 14 desta Lei, poderá instaurar inquérito civil ou procedimen- deles estendem-se aos demais. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
to investigativo assemelhado e requisitar a instauração de inquérito 2021)
policial. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) § 8º O juiz ou o tribunal, depois de ouvido o Ministério Público,
Parágrafo único. Na apuração dos ilícitos previstos nesta Lei,
deverá, de ofício ou a requerimento da parte interessada, reconhe-
será garantido ao investigado a oportunidade de manifestação por
cer a prescrição intercorrente da pretensão sancionadora e decre-
escrito e de juntada de documentos que comprovem suas alegações
tá-la de imediato, caso, entre os marcos interruptivos referidos no
e auxiliem na elucidação dos fatos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
§ 4º, transcorra o prazo previsto no § 5º deste artigo. (Incluído pela
2021)
Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 23-A. É dever do poder público oferecer contínua capacita-
ção aos agentes públicos e políticos que atuem com prevenção ou
repressão de atos de improbidade administrativa. (Incluído pela Lei
nº 14.230, de 2021)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 23-B. Nas ações e nos acordos regidos por esta Lei, não Ex. Ocorre uma denuncia de um servidor, que está vendendo
haverá adiantamento de custas, de preparo, de emolumentos, de pão de mel dentro da administração pública, as pessoas sabem que
honorários periciais e de quaisquer outras despesas. (Incluído pela este servidor não sabe cozinhar. A autoridade recebe a informação.
Lei nº 14.230, de 2021) Sabe-se que essa conduta não é gravíssima, assim abre-se um PAD
§ 1º No caso de procedência da ação, as custas e as demais des- simplificado para apurar a situação, mas com a informação de que
pesas processuais serão pagas ao final. (Incluído pela Lei nº 14.230, a pessoa não sabe cozinhar, ao abrir o PAD simplificado ele não se
de 2021) confirma, assim arquiva-se. No caso de confirmação, por exemplo,
§ 2º Haverá condenação em honorários sucumbenciais em não era pão de mel, mas cocada, aqui não se arquiva o processo,
caso de improcedência da ação de improbidade se comprovada mas aplica-se uma advertência.
má-fé. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Obs. Cuidado com o termo sindicância, na doutrina do Direito
Art. 23-C. Atos que ensejem enriquecimento ilícito, perda patri- Administrativo em Geral (Processo Administrativo – Lei 9.784/99),
monial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação de re- existe o termo sindicância, no sentido investigativo-inquisitório e
cursos públicos dos partidos políticos, ou de suas fundações, serão acusatória- punitivo. Assim, dentro do Processo Administrativo Ge-
responsabilizados nos termos da Lei nº 9.096, de 19 de setembro de ral, existem duas modalidades de sindicância.
1995. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) O PAD simplificado possui uma sindicância punitiva/acusatória,
uma vez que ao final ela apresenta uma penalidade. Esta distinção
CAPÍTULO VIII ocorre, pois, caso esteja-se diante de uma sindicância investigati-
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS va/ inquisitória, não é necessário fornecer a ninguém o direito de
ampla defesa e contraditório, uma vez que não se está acusando
Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. ninguém, mas apenas investigando.
Art. 25. Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de junho de Não existe muitas regras sobre o processo administrativo dis-
1957, e 3.502, de 21 de dezembro de 1958 e demais disposições ciplinar simplificado, de modo que, de maneira geral, utiliza-se o
em contrário. procedimento do propriamente dito como margem.
O prazo para a conclusão de um PAD simplificado é de 30 dias,
ou seja, após o início da sindicância tem-se 30 dias para encerrar,
PROCESSO ADMINISTRATIVO: CONCEITO, PRINCÍPIOS, FA- podendo ser prorrogados por mais 30 dias.
SES E MODALIDADES II. Processo Administrativo Disciplinar Propriamente Dito: utili-
zado nos casos de infrações gravíssimas. Este processo administra-
tivo disciplinar possui três fases, sendo elas:
Processo administrativo * Primeira Fase: Compreende a instauração do processo. Para a
O Processo Administrativo Disciplinar tem como objetivo apu- instauração do processo é necessário que o Administrador Público
rar possíveis infrações disciplinares e, conforme o caso, aplicar a tome conhecimento de uma conduta indisciplinar, assim, é preciso
penalidade cabível. conhecer a conduta, para depois instaurar um PAD.
As regras disciplinares são de competência de cada ente fede- *Diante de uma denuncia anônima é preciso instaurar o PAD? A
rativo, que irão regular os devidos procedimentos disciplinares de Lei 8.112/90 de a entender que a denuncia anônima está vedada de
seus respectivos servidores públicos. maneira geral para evitar o chamado denuncismo. Uma vez que, a
Na esfera federal, temos o nosso estudo baseado na Lei Lei fala que a denúncia deve ser clara, demonstrando seu endereço,
8.112/90, sendo o estatuto dos servidores públicos. Vale destacar, nome, ou seja, você tem que ser responsável pela sua denúncia –
que as regras estatutárias não podem desrespeitar os princípios e assumir a responsabilidade. Ocorre que, nessa situação, ao exigir
as regras constitucionais. que a denúncia seja sempre clara, pode estar evitando que certas
Dentro da Lei 8.112/90 existem três modalidades de Processo denúncias cheguem à Administração Pública. Assim, conclui-se que
Administrativo Disciplinar, logo nas três hipóteses, por se tratar de a denúncia anônima não deve ser desconsiderada de fato, sendo
processo administrativo disciplinar é possível à existência de uma necessário analisar a presença de elementos concretos na denúncia
penalidade ao final. São modalidades do PAD: anônima.
I. Processo Administrativo Disciplinar Simplificado/ Sindicância De modo que, ao receber a denúncia anônima a Autoridade
(Art. 145 da Lei 8.112/90): possui como objetivo a apuração das competente não pode abrir um PAD de prontidão. Mas, caso a Au-
condutas que em tese são de menor potencial ofensivo, pressupõe toridade verifique elementos concretos nesta denúncia anônima,
então que os tipos de penalidade a serem aplicadas aqui possuem instaura-se um PAD de sindicância investigatório, se neste proces-
natureza leve. so for confirmado os elementos instaura-se um PAD propriamente
Caso ao dar início a esta modalidade de PAD e, verifica-se a não dito, para apurar a fundo as infrações e aplicar as penalidades ne-
existência do fato, o PAD é arquivado, uma vez que está ausente de cessárias.
provas/ elementos probatórios. O PAD Propriamente Dito pode ser instaurado de prontidão
Por outro lado, caso o PAD simplificado seja confirmado, apli- caso verifique-se uma conduta gravíssima, de uma denúncia clara
ca-se uma advertência, ou então, uma suspensão de até 30 dias ao (pessoa assumi a responsabilidade), desta forma percebe-se que a
servidor público. sindicância não é pré-requisito para a instauração do PAD, desde
Assim, a punição para condutas do servidor público de natu- que a denúncia seja clara.
reza leve é de advertência ou suspensão de até 30 dias. Nota-se Um dos elementos da Portaria que instaura o PAD é o afasta-
que caso conclua-se, diante da apuração do PAD simplificado, que a mento preventivo da servidor público (Ato Administrativo – Porta-
infração é gravíssima, finaliza-se o PAD simplificado e instaura-se o ria). Esse afastamento ocorre, pois muitas vezes, os demais servi-
PAD propriamente dito. dores não se sentem confortáveis em testemunharem algo com o
acusado ainda ocupando o cargo, pois ele poderia utilizar sua in-
fluência – por exemplo, se vocês testemunharem acontecerá algo.
Assim, o afastamento é utilizado como um acautelamento do Admi-
nistrador Público em relação ao processo administrativo disciplinar.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Vale ressaltar que o afastamento temporário não é uma puni- Ademais, importante ressaltar que no momento em que o PAD
ção, tendo em vista que ainda não houve PAD. Sendo assim, neste é aberto, o prazo prescricional do mesmo se interrompe até a de-
afastamento é razoável que o servidor público continue recebendo cisão da autoridade competente (Art. 142, § 3º da Lei 8.112/90).
a sua remuneração. O prazo de afastamento temporário do servidor Entretanto existem discussões acerca da razoabilidade desse tempo
público é de no máximo 60 dias, prorrogáveis, desde que justificá- de decisão da autoridade competente, de modo que a previsão le-
vel, por mais 60 dias (Art. 147 da Lei 8.112/90). gal diverge da jurisprudencial.
Caso passe o período total de 120 dias (60 + 60 prorrogáveis), e A lei entende que a Autoridade tem o tempo necessário para
a Autoridade necessite de mais tempo para a investigação, não tem se chegar a uma decisão, já a jurisprudência, entende que, uma vez
como aumentar o prazo e o servidor continuar afastado, assim o interrompido o prazo prescricional do PAD, após 140 dias, diante
servidor retorna para o seu cargo e o PAD continua. da ausência de uma decisão pela autoridade competente, o pra-
O Ato Administrativo que instaura o PAD indica o nome de três zo prescricional volta a correr. Isto é, uma vez instaurado o PAD, a
servidores públicos para compor uma Comissão Processante. Ou autoridade competente tem 140 dias para concluí-lo, uma vez que
seja, uma autoridade instaura o PAD, sendo somente os Ministros o PAD normalmente deve durar 60 dias, prorrogáveis por mais 60,
que possuem competência para tanto, entretanto não são os Minis- após isso a autoridade competente tem 20 dias para julgá-lo – to-
tros que tocam o Processo Administrativo Disciplinar, mas sim uma talizando 140 dias.
Comissão Processante. * Segunda Fase: esta se subdivide em:
Dentro do ato de instauração o Ministro já indica os servido- - Inquérito Administrativo: é tocado pela Comissão Processan-
res públicos, sendo a regra geral que a Comissão Processante seja te, composta por três servidores públicos que possuem estabilida-
composta por três Servidores Estáveis (estabilidade é um requisito de.
– Artigo 149 da Lei 8.112/90). Um desses três Servidores será Presi- - Instrução do Processo: nesta fase mantem-se a regra funda-
dente da Comissão, este tem que ter o cargo superior ou similar ao mental inserida no artigo 5º, inciso LV da Constituição Federal. Em
do servidor púbico acusado. que, toda fase de Processo Administrativo Disciplinar será acom-
A regra geral prevê a estabilidade, pois esta funciona como panhada pelo Servidor acusado, uma vez que, caso não tenha este
uma garantia do servidor público que compõe a comissão, de modo acompanhamento não existirá a possibilidade do contraditório e
a garantir que este não pode ser retirado/ perder o cargo a não ser nem da ampla defesa.
nas hipóteses do artigo 41 da CF, ou seja, não sofro o risco de ser Outro princípio que rege esta fase é o Princípio da Oficialidade,
ameaça a ser mandada embora. (Obs. Não pode estar este Servidor no sentido de que a Comissão Processante ao tocar o inquérito ad-
Público somente no cargo de comissão, uma vez que cargos em co- ministrativo age de ofício, não sendo necessário que a Autoridade
missão não possuem a estabilidade). Administrativa de comandos para a Comissão Processante.
Obs. É muito comum na jurisprudência quando se anula um Nesta fase também é necessário buscar a verdade material/
processo administrativo, anula-se a comissão processante em um real, ou seja, a verdade mais próxima do que realmente aconteceu,
sentido geral. Assim qual é o ato que a autoridade competente tem nesse sentido, pode se falar que o PAD é muito parecido com o pro-
que fazer? Instaurar um novo PAD, com a nomeação de novas pes- cesso penal.
soas para compor a comissão processante, uma vez que a anterior Durante a Instrução do Processo serão tomadas todas as me-
foi desfeita, pois não garantiu a ampla defesa e o contraditório. didas necessárias como, por exemplo: oitiva de testemunhas, pe-
Caso anteriormente tenha ocorrido alguma nulidade que tenha ge- rícias, acareações, sempre com a possibilidade de o servidor pú-
rado o desfazimento da comissão processante, pode esta mesma
blico causado intervir no procedimento, ou seja, apresentar seus
comissão ser escolhida novamente. Assim, a Comissão Processante
próprios laudos, testemunhas.
só não pode ser a mesma caso esta não garanta o contraditório e a
Nota-se que caso ocorra à violação ao contraditório e a ampla
ampla defesa.
defesa, o PAD deverá ser arquivado.
A Suspensão e Advertência podem ser aplicadas no PAD, no
Obs. É possível emprestar provas produzidas em processos ju-
momento em que o Servidor Público é suspenso ou advertido,
dicias em andamento? Sim, desde que esta prova emprestada seja
começa a correr um prazo para o cancelamento desse registro de
lícita.
penalidades na sua ficha de servidor público. De modo que, após
Obs. É necessário que se dê a possibilidade de participação de
3 (para o caso de advertência) ou 5 (para a suspensão) anos o servi-
dor cometa outro ilícito/ não sofra nenhuma outra sanção, ele não advogado, não podendo ser vedada a sua participação no PAD.
será considerado como reincidente. Assim, aqui não se cancela os Esta situação do Advogado gerou a Súmula Vinculante nº 5 do
efeitos da suspensão e da advertência, mas o Registro de Penalida- STF, que prevê que a falta de defesa técnica, ou seja, de advoga-
des em sua ficha. do em um PAD não ofende a Constituição Federal. Entretanto o STJ
Prazo de Prescrição do PAD: o Servidor Público no exercício da acredita que é necessária a presença do advogado no PAD. O que
sua atividade, pratica uma conduta em que a penalidade típica é vale, neste caso, é a posição do STF na Súmula Vinculante nº 5.
demissão, assim, o poder público / administração pública, tem o - Defesa
prazo de 5 anos, a partir do conhecimento do fato da conduta pela - Relatório
autoridade competente para abrir um PAD, sob pena de prescrição.
Caso a conduta leve a suspensão do servidor, a Administração * Terceira Fase: Julgamento
Pública tem dois anos, a partir do conhecimento da conduta, para
abrir o PAD sob pena de prescrição. LEI Nº 9.784 , DE 29 DE JANEIRO DE 1999.
Por outro lado, caso a conduta leve a advertência ao servidor,
a Administração Pública tem 180 dias, a partir do conhecimento da Regula o processo administrativo no âmbito da Administração
conduta, para abrir o PAD, sob pena de prescrição. Pública Federal.
Vale ressaltar, que nos três casos acima (demissão, suspen-
são e advertência), caso a Autoridade competente, tome conheci- O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
mento da conduta e não instaure o PAD ela sofre as sanções da Lei cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
8.112/90, ou seja, assume a responsabilidade.
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CAPÍTULO I II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter có-
pias de documentos neles contidos e conhecer as decisões profe-
Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo ad- ridas;
ministrativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta, III - formular alegações e apresentar documentos antes da deci-
visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e são, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente;
ao melhor cumprimento dos fins da Administração. IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo
§ 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos quando obrigatória a representação, por força de lei.
Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho
de função administrativa. CAPÍTULO III
§ 2o Para os fins desta Lei, consideram-se: DOS DEVERES DO ADMINISTRADO
I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Ad-
ministração direta e da estrutura da Administração indireta; Art. 4o São deveres do administrado perante a Administração,
II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade sem prejuízo de outros previstos em ato normativo:
jurídica; I - expor os fatos conforme a verdade;
III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
de decisão. III - não agir de modo temerário;
Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colabo-
princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, pro- rar para o esclarecimento dos fatos.
porcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, seguran- CAPÍTULO IV
ça jurídica, interesse público e eficiência. DO INÍCIO DO PROCESSO
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observa-
dos, entre outros, os critérios de: Art. 5o O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a
I - atuação conforme a lei e o Direito; pedido de interessado.
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia to- Art. 6o O requerimento inicial do interessado, salvo casos em
tal ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei; que for admitida solicitação oral, deve ser formulado por escrito e
III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada conter os seguintes dados:
a promoção pessoal de agentes ou autoridades; I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;
II - identificação do interessado ou de quem o represente;
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e
III - domicílio do requerente ou local para recebimento de co-
boa-fé;
municações;
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as
IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus
hipóteses de sigilo previstas na Constituição;
fundamentos;
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obri- V - data e assinatura do requerente ou de seu representante.
gações, restrições e sanções em medida superior àquelas estrita- Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa imotivada
mente necessárias ao atendimento do interesse público; de recebimento de documentos, devendo o servidor orientar o in-
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que deter- teressado quanto ao suprimento de eventuais falhas.
minarem a decisão; Art. 7o Os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos modelos ou formulários padronizados para assuntos que importem
direitos dos administrados; pretensões equivalentes.
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar ade- Art. 8o Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados
quado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos admi- tiverem conteúdo e fundamentos idênticos, poderão ser formula-
nistrados; dos em um único requerimento, salvo preceito legal em contrário.
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de ale-
gações finais, à produção de provas e à interposição de recursos, CAPÍTULO V
nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de DOS INTERESSADOS
litígio;
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas Art. 9o São legitimados como interessados no processo admi-
as previstas em lei; nistrativo:
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem preju- I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de
ízo da atuação dos interessados; direitos ou interesses individuais ou no exercício do direito de re-
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que me- presentação;
lhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos
aplicação retroativa de nova interpretação. ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada;
III - as organizações e associações representativas, no tocante a
CAPÍTULO II direitos e interesses coletivos;
DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas quan-
to a direitos ou interesses difusos.
Art. 10. São capazes, para fins de processo administrativo, os
Art. 3o O administrado tem os seguintes direitos perante a Ad-
maiores de dezoito anos, ressalvada previsão especial em ato nor-
ministração, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados:
mativo próprio.
I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que
deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de
suas obrigações;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
CAPÍTULO VI CAPÍTULO VIII
DA COMPETÊNCIA DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PROCESSO

Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de
administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir.
delegação e avocação legalmente admitidos. § 1o Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não vernáculo, com a data e o local de sua realização e a assinatura da
houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a ou- autoridade responsável.
tros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquica- § 2o Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente
mente subordinados, quando for conveniente, em razão de circuns- será exigido quando houver dúvida de autenticidade.
tâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. § 3o A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à ser feita pelo órgão administrativo.
delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos § 4o O processo deverá ter suas páginas numeradas sequencial-
presidentes. mente e rubricadas.
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis,
I - a edição de atos de caráter normativo; no horário normal de funcionamento da repartição na qual tramitar
II - a decisão de recursos administrativos; o processo.
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autori- Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário normal os
dade. atos já iniciados, cujo adiamento prejudique o curso regular do pro-
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publi- cedimento ou cause dano ao interessado ou à Administração.
cados no meio oficial.
Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou
§ 1o O ato de delegação especificará as matérias e poderes
autoridade responsável pelo processo e dos administrados que dele
transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os ob-
participem devem ser praticados no prazo de cinco dias, salvo mo-
jetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva
tivo de força maior.
de exercício da atribuição delegada.
Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser dilatado
§ 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela au-
até o dobro, mediante comprovada justificação.
toridade delegante.
Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se preferencial-
§ 3o As decisões adotadas por delegação devem mencionar ex-
mente na sede do órgão, cientificando-se o interessado se outro for
plicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo dele-
o local de realização.
gado.
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos
relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de CAPÍTULO IX
competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior. DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS
Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão publi-
camente os locais das respectivas sedes e, quando conveniente, a Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o processo
unidade fundacional competente em matéria de interesse especial. administrativo determinará a intimação do interessado para ciência
Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o processo de decisão ou a efetivação de diligências.
administrativo deverá ser iniciado perante a autoridade de menor § 1o A intimação deverá conter:
grau hierárquico para decidir. I - identificação do intimado e nome do órgão ou entidade ad-
ministrativa;
CAPÍTULO VII II - finalidade da intimação;
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO III - data, hora e local em que deve comparecer;
IV - se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-se
Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o ser- representar;
vidor ou autoridade que: V - informação da continuidade do processo independente-
I - tenha interesse direto ou indireto na matéria; mente do seu comparecimento;
II - tenha participado ou venha a participar como perito, teste- VI - indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes.
munha ou representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao § 2o A intimação observará a antecedência mínima de três dias
cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau; úteis quanto à data de comparecimento.
III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o inte- § 3o A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por
ressado ou respectivo cônjuge ou companheiro. via postal com aviso de recebimento, por telegrama ou outro meio
Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimen- que assegure a certeza da ciência do interessado.
to deve comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se § 4o No caso de interessados indeterminados, desconhecidos
de atuar. ou com domicílio indefinido, a intimação deve ser efetuada por
Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o impedi- meio de publicação oficial.
mento constitui falta grave, para efeitos disciplinares. § 5o As intimações serão nulas quando feitas sem observância
Art. 20. Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou servidor das prescrições legais, mas o comparecimento do administrado su-
que tenha amizade íntima ou inimizade notória com algum dos inte- pre sua falta ou irregularidade.
ressados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes Art. 27. O desatendimento da intimação não importa o reco-
e afins até o terceiro grau. nhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo
Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser administrado.
objeto de recurso, sem efeito suspensivo. Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será garanti-
do direito de ampla defesa ao interessado.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do processo Art. 39. Quando for necessária a prestação de informações ou
que resultem para o interessado em imposição de deveres, ônus, a apresentação de provas pelos interessados ou terceiros, serão
sanções ou restrição ao exercício de direitos e atividades e os atos expedidas intimações para esse fim, mencionando-se data, prazo,
de outra natureza, de seu interesse. forma e condições de atendimento.
Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá o ór-
CAPÍTULO X gão competente, se entender relevante a matéria, suprir de ofício a
DA INSTRUÇÃO omissão, não se eximindo de proferir a decisão.
Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos solicitados ao
Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e interessado forem necessários à apreciação de pedido formulado, o
comprovar os dados necessários à tomada de decisão realizam-se não atendimento no prazo fixado pela Administração para a respec-
de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo proces- tiva apresentação implicará arquivamento do processo.
so, sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou diligência
probatórias. ordenada, com antecedência mínima de três dias úteis, mencionan-
§ 1o O órgão competente para a instrução fará constar dos au- do-se data, hora e local de realização.
tos os dados necessários à decisão do processo. Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão
§ 2o Os atos de instrução que exijam a atuação dos interessados consultivo, o parecer deverá ser emitido no prazo máximo de quin-
devem realizar-se do modo menos oneroso para estes. ze dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de maior
Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo as provas prazo.
obtidas por meios ilícitos. § 1o Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emiti-
Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assunto de do no prazo fixado, o processo não terá seguimento até a respectiva
interesse geral, o órgão competente poderá, mediante despacho apresentação, responsabilizando-se quem der causa ao atraso.
motivado, abrir período de consulta pública para manifestação de § 2o Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de ser
terceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo para emitido no prazo fixado, o processo poderá ter prosseguimento e
a parte interessada. ser decidido com sua dispensa, sem prejuízo da responsabilidade
§ 1o A abertura da consulta pública será objeto de divulgação de quem se omitiu no atendimento.
pelos meios oficiais, a fim de que pessoas físicas ou jurídicas pos- Art. 43. Quando por disposição de ato normativo devam ser
sam examinar os autos, fixando-se prazo para oferecimento de ale- previamente obtidos laudos técnicos de órgãos administrativos e
gações escritas. estes não cumprirem o encargo no prazo assinalado, o órgão res-
§ 2o O comparecimento à consulta pública não confere, por si, ponsável pela instrução deverá solicitar laudo técnico de outro ór-
a condição de interessado do processo, mas confere o direito de gão dotado de qualificação e capacidade técnica equivalentes.
obter da Administração resposta fundamentada, que poderá ser Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de
comum a todas as alegações substancialmente iguais. manifestar-se no prazo máximo de dez dias, salvo se outro prazo for
Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade, legalmente fixado.
diante da relevância da questão, poderá ser realizada audiência pú- Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração Pública
blica para debates sobre a matéria do processo. poderá motivadamente adotar providências acauteladoras sem a
Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em matéria prévia manifestação do interessado.
relevante, poderão estabelecer outros meios de participação de Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo e a ob-
administrados, diretamente ou por meio de organizações e associa- ter certidões ou cópias reprográficas dos dados e documentos que
ções legalmente reconhecidas. o integram, ressalvados os dados e documentos de terceiros prote-
Art. 34. Os resultados da consulta e audiência pública e de ou- gidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à imagem.
tros meios de participação de administrados deverão ser apresen- Art. 47. O órgão de instrução que não for competente para emi-
tados com a indicação do procedimento adotado. tir a decisão final elaborará relatório indicando o pedido inicial, o
Art. 35. Quando necessária à instrução do processo, a audiên- conteúdo das fases do procedimento e formulará proposta de deci-
cia de outros órgãos ou entidades administrativas poderá ser reali- são, objetivamente justificada, encaminhando o processo à autori-
zada em reunião conjunta, com a participação de titulares ou repre- dade competente.
sentantes dos órgãos competentes, lavrando-se a respectiva ata, a
ser juntada aos autos. CAPÍTULO XI
Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha ale- DO DEVER DE DECIDIR
gado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a
instrução e do disposto no art. 37 desta Lei. Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir
Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão decisão nos processos administrativos e sobre solicitações ou recla-
registrados em documentos existentes na própria Administração mações, em matéria de sua competência.
responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o ór- Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a Ad-
gão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos ministração tem o prazo de até trinta dias para decidir, salvo prorro-
documentos ou das respectivas cópias. gação por igual período expressamente motivada.
Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da
tomada da decisão, juntar documentos e pareceres, requerer dili- CAPÍTULO XI-A
gências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria DA DECISÃO COORDENADA
objeto do processo. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
§ 1o Os elementos probatórios deverão ser considerados na
motivação do relatório e da decisão. Art. 49-A. No âmbito da Administração Pública federal, as de-
§ 2o Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fun- cisões administrativas que exijam a participação de 3 (três) ou mais
damentada, as provas propostas pelos interessados quando sejam setores, órgãos ou entidades poderão ser tomadas mediante deci-
ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias. são coordenada, sempre que: (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
I - for justificável pela relevância da matéria; e (Incluído pela Lei IV - registro das orientações, das diretrizes, das soluções ou das
nº 14.210, de 2021) propostas de atos governamentais relativos ao objeto da convoca-
II - houver discordância que prejudique a celeridade do proces- ção; (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
so administrativo decisório. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) V - posicionamento dos participantes para subsidiar futura atu-
§ 1º Para os fins desta Lei, considera-se decisão coordenada ação governamental em matéria idêntica ou similar; e (Incluído pela
a instância de natureza interinstitucional ou intersetorial que atua Lei nº 14.210, de 2021)
de forma compartilhada com a finalidade de simplificar o proces- VI - decisão de cada órgão ou entidade relativa à matéria sujei-
so administrativo mediante participação concomitante de todas as ta à sua competência. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
autoridades e agentes decisórios e dos responsáveis pela instrução § 1º Até a assinatura da ata, poderá ser complementada a fun-
técnico-jurídica, observada a natureza do objeto e a compatibilida- damentação da decisão da autoridade ou do agente a respeito de
de do procedimento e de sua formalização com a legislação perti- matéria de competência do órgão ou da entidade representada. (In-
nente. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) cluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) § 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) § 3º A ata será publicada por extrato no Diário Oficial da União,
§ 4º A decisão coordenada não exclui a responsabilidade origi- do qual deverão constar, além do registro referido no inciso IV do
nária de cada órgão ou autoridade envolvida. (Incluído pela Lei nº caput deste artigo, os dados identificadores da decisão coordenada
14.210, de 2021) e o órgão e o local em que se encontra a ata em seu inteiro teor,
§ 5º A decisão coordenada obedecerá aos princípios da legali- para conhecimento dos interessados. (Incluído pela Lei nº 14.210,
dade, da eficiência e da transparência, com utilização, sempre que de 2021)
necessário, da simplificação do procedimento e da concentração
das instâncias decisórias. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) CAPÍTULO XII
§ 6º Não se aplica a decisão coordenada aos processos admi- DA MOTIVAÇÃO
nistrativos: (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
I - de licitação; (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com
II - relacionados ao poder sancionador; ou (Incluído pela Lei nº indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
14.210, de 2021) I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
III - em que estejam envolvidas autoridades de Poderes distin- II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
tos. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção
Art. 49-B. Poderão habilitar-se a participar da decisão coorde-
pública;
nada, na qualidade de ouvintes, os interessados de que trata o art.
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo lici-
9º desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
tatório;
Parágrafo único. A participação na reunião, que poderá incluir
V - decidam recursos administrativos;
direito a voz, será deferida por decisão irrecorrível da autoridade
VI - decorram de reexame de ofício;
responsável pela convocação da decisão coordenada. (Incluído pela
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão
Lei nº 14.210, de 2021)
ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;
Art. 49-C. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalida-
Art. 49-D. Os participantes da decisão coordenada deverão ser
ção de ato administrativo.
intimados na forma do art. 26 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.210,
de 2021) § 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, po-
Art. 49-E. Cada órgão ou entidade participante é responsável dendo consistir em declaração de concordância com fundamentos
pela elaboração de documento específico sobre o tema atinente à de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que,
respectiva competência, a fim de subsidiar os trabalhos e integrar neste caso, serão parte integrante do ato.
o processo da decisão coordenada. (Incluído pela Lei nº 14.210, de § 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode
2021) ser utilizado meio mecânico que reproduza os fundamentos das
Parágrafo único. O documento previsto no caput deste artigo decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos inte-
abordará a questão objeto da decisão coordenada e eventuais pre- ressados.
cedentes. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021) § 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e comis-
Art. 49-F. Eventual dissenso na solução do objeto da decisão sões ou de decisões orais constará da respectiva ata ou de termo
coordenada deverá ser manifestado durante as reuniões, de forma escrito.
fundamentada, acompanhado das propostas de solução e de alte-
ração necessárias para a resolução da questão. (Incluído pela Lei nº CAPÍTULO XIII
14.210, de 2021) DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS
Parágrafo único. Não poderá ser arguida matéria estranha ao DE EXTINÇÃO DO PROCESSO
objeto da convocação. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
Art. 49-G. A conclusão dos trabalhos da decisão coordenada Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação escrita,
será consolidada em ata, que conterá as seguintes informações: (In- desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, re-
cluído pela Lei nº 14.210, de 2021) nunciar a direitos disponíveis.
I - relato sobre os itens da pauta; (Incluído pela Lei nº 14.210, § 1o Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia
de 2021) atinge somente quem a tenha formulado.
II - síntese dos fundamentos aduzidos; (Incluído pela Lei nº § 2o A desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso,
14.210, de 2021) não prejudica o prosseguimento do processo, se a Administração
III - síntese das teses pertinentes ao objeto da convocação; (In- considerar que o interesse público assim o exige.
cluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto o proces- Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou
so quando exaurida sua finalidade ou o objeto da decisão se tornar incerta reparação decorrente da execução, a autoridade recorrida
impossível, inútil ou prejudicado por fato superveniente. ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, dar
efeito suspensivo ao recurso.
CAPÍTULO XIV Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para dele
DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO conhecer deverá intimar os demais interessados para que, no prazo
de cinco dias úteis, apresentem alegações.
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quan- Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto:
do eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de I - fora do prazo;
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. II - perante órgão incompetente;
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos adminis- III - por quem não seja legitimado;
trativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários IV - após exaurida a esfera administrativa.
decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, § 1o Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente a auto-
salvo comprovada má-fé. ridade competente, sendo-lhe devolvido o prazo para recurso.
§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de de- § 2o O não conhecimento do recurso não impede a Administra-
cadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento. ção de rever de ofício o ato ilegal, desde que não ocorrida preclusão
§ 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer me- administrativa.
dida de autoridade administrativa que importe impugnação à vali- Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá con-
dade do ato. firmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a deci-
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão são recorrida, se a matéria for de sua competência.
ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresen- Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder
tarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Ad- decorrer gravame à situação do recorrente, este deverá ser cientifi-
ministração. cado para que formule suas alegações antes da decisão.
CAPÍTULO XV Art. 64-A.Se o recorrente alegar violação de enunciado da sú-
DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO mula vinculante, o órgão competente para decidir o recurso explici-
tará as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, con-
Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de forme o caso. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006).Vigência
razões de legalidade e de mérito. Art. 64-B.Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação
§ 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, fundada em violação de enunciado da súmula vinculante, dar-se-á
a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará ciência à autoridade prolatora e ao órgão competente para o julga-
mento do recurso, que deverão adequar as futuras decisões admi-
à autoridade superior.
nistrativas em casos semelhantes, sob pena de responsabilização
§ 2o Salvo exigência legal, a interposição de recurso administra-
pessoal nas esferas cível, administrativa e penal.(Incluído pela Lei
tivo independe de caução.
nº 11.417, de 2006). Vigência
§ 3oSe o recorrente alegar que a decisão administrativa contra-
Art. 65. Os processos administrativos de que resultem san-
ria enunciado da súmula vinculante, caberá à autoridade prolatora
ções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício,
da decisão impugnada, se não a reconsiderar, explicitar, antes de
quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetí-
encaminhar o recurso à autoridade superior, as razões da aplicabili-
veis de justificar a inadequação da sanção aplicada.
dade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. (Incluído pela
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar
Lei nº 11.417, de 2006).Vigência agravamento da sanção.
Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por três
instâncias administrativas, salvo disposição legal diversa. CAPÍTULO XVI
Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso administrativo: DOS PRAZOS
I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no pro-
cesso; Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da cienti-
II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente ficação oficial, excluindo-se da contagem o dia do começo e incluin-
afetados pela decisão recorrida; do-se o do vencimento.
III - as organizações e associações representativas, no tocante a § 1o Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil se-
direitos e interesses coletivos; guinte se o vencimento cair em dia em que não houver expediente
IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses ou este for encerrado antes da hora normal.
difusos. § 2o Os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo.
Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o prazo § 3o Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a
para interposição de recurso administrativo, contado a partir da ci- data. Se no mês do vencimento não houver o dia equivalente àque-
ência ou divulgação oficial da decisão recorrida. le do início do prazo, tem-se como termo o último dia do mês.
§ 1o Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso adminis- Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente comprovado,
trativo deverá ser decidido no prazo máximo de trinta dias, a partir os prazos processuais não se suspendem.
do recebimento dos autos pelo órgão competente.
§ 2o O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá ser CAPÍTULO XVII
prorrogado por igual período, ante justificativa explícita. DAS SANÇÕES
Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de requerimento no
qual o recorrente deverá expor os fundamentos do pedido de ree- Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade compe-
xame, podendo juntar os documentos que julgar convenientes. tente, terão natureza pecuniária ou consistirão em obrigação de fa-
Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem zer ou de não fazer, assegurado sempre o direito de defesa.
efeito suspensivo.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
CAPÍTULO XVIII TÍTULO II
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS DOS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Art. 69. Os processos administrativos específicos continuarão a Artigo 4.º - A Administração Pública atuará em obediência aos
reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade,
os preceitos desta Lei. razoabilidade, finalidade, interesse público e motivação dos atos
Art. 69-A.Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão administrativos.
ou instância, os procedimentos administrativos em que figure como Artigo 5.º - A norma administrativa deve ser interpretada e apli-
parte ou interessado: (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). cada da forma que melhor garanta a realização do fim público a que
I - pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos;(In- se dirige.
cluído pela Lei nº 12.008, de 2009). Artigo 6.º - Somente a lei poderá:
II - pessoa portadora de deficiência, física ou mental; (Incluído I - criar condicionamentos aos direitos dos particulares ou im-
pela Lei nº 12.008, de 2009). por-lhes deveres de qualquer espécie; e
III – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). II - prever infrações ou prescrever sanções.
IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla,
neoplasia maligna, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitan- TÍTULO III
te, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anqui- DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
losante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da
doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, CAPÍTULO I
síndrome de imunodeficiência adquirida, ou outra doença grave, DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a
doença tenha sido contraída após o início do processo.(Incluído Artigo 7.º - A Administração não iniciará qualquer atuação ma-
pela Lei nº 12.008, de 2009). terial relacionada com a esfera jurídica dos particulares sem a pré-
§ 1oA pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando via expedição do ato administrativo que lhe sirva de fundamento,
prova de sua condição, deverá requerê-lo à autoridade administra- salvo na hipótese de expressa previsão legal.
tiva competente, que determinará as providências a serem cumpri-
das. (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). CAPÍTULO II
§ 2oDeferida a prioridade, os autos receberão identificação pró- DA INVALIDADE DOS ATOS
pria que evidencie o regime de tramitação prioritária. (Incluído pela
Lei nº 12.008, de 2009). Artigo 8.º - São inválidos os atos administrativos que desaten-
§ 3o(VETADO)(Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). dam os pressupostos legais e regulamentares de sua edição, ou os
§ 4o(VETADO)(Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). princípios da Administração, especialmente nos casos de:
Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. I - incompetência da pessoa jurídica, órgão ou agente de que
emane;
II - omissão de formalidades ou procedimentos essenciais;
PROCESSO ADMINISTRATIVO NO ÂMBITO DA ADMI- III - impropriedade do objeto;
NISTRAÇÃO PÚBLICA ESTADUAL (LEI ESTADUAL Nº IV - inexistência ou impropriedade do motivo de fato ou de di-
10.177/1998) reito;
V - desvio de poder;
VI - falta ou insuficiência de motivação.
LEI Nº 10.177, DE 30 DE DEZEMBRO DE 1998 Parágrafo único - Nos atos discricionários, será razão de inva-
lidade a falta de correlação lógica entre o motivo e o conteúdo do
Regula o processo administrativo no âmbito da Administração ato, tendo em vista sua finalidade.
Pública Estadual Artigo 9.º - A motivação indicará as razões que justifiquem a
edição do ato, especialmente a regra de competência, os funda-
O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO: mentos de fato e de direito e a finalidade objetivada.
Faço saber que a Assembléia Legislativa decreta e eu promulgo Parágrafo único - A motivação do ato no procedimento admi-
a seguinte lei: nistrativo poderá consistir na remissão a pareceres ou manifesta-
ções nele proferidos.
TÍTULO I Artigo 10 - A Administração anulará seus atos inválidos, de ofí-
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES cio ou por provocação de pessoa interessada, salvo quando:
- Inciso I declarado inconstitucional, em controle concentrado,
Artigo 1.º - Esta lei regula os atos e procedimentos adminis- pelo Supremo Tribunal Federal, nos autos da ADI nº 6.019, com mo-
trativos da Administração Pública centralizada e descentralizada do dulação de efeitos, para que:
Estado de São Paulo, que não tenham disciplina legal específica. 1- sejam mantidas as anulações já realizadas pela Adminis-
Parágrafo único - Considera-se integrante da Administração tração até a publicação da ata do julgamento de mérito da ADI
descentralizada estadual toda pessoa jurídica controlada ou manti- (23/04/2021), desde que tenham observado o prazo de 10 (dez)
da, direta ou indiretamente, pelo Poder Público estadual, seja qual anos;
for seu regime jurídico. 2- seja aplicado o prazo decadencial de 10 (dez) anos aos casos
Artigo 2.º - As normas desta lei aplicam-se subsidiariamente em que, em 23/04/2021, já havia transcorrido mais da metade do
aos atos e procedimentos administrativos com disciplina legal es- tempo fixado na lei declarada inconstitucional (aplicação, por ana-
pecífica. logia, do art. 2.028 do Código Civil) e
Artigo 3.º - Os prazos fixados em normas legais específicas pre-
valecem sobre os desta lei.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
3- para os demais atos administrativos já praticados, seja o pra- CAPÍTULO IV
zo decadencial de 5 (cinco) anos contado a partir da publicação da DA PUBLICIDADE DOS ATOS
ata do julgamento de mérito da ADI (23/04/2021).
II - da irregularidade não resultar qualquer prejuízo; Artigo 16 - Os atos administrativos, inclusive os de caráter ge-
III - forem passíveis de convalidação. ral, entrarão em vigor na data de sua publicação, salvo disposição
Artigo 11 - A Administração poderá convalidar seus atos invá- expressa em contrário.
lidos, quando a invalidade decorrer de vício de competência ou de Artigo 17 - Salvo norma expressa em contrário, a publicidade
ordem formal, desde que: dos atos administrativos consistirá em sua publicação no Diário
I - na hipótese de vício de competência, a convalidação seja Oficial do Estado, ou, quando for o caso, na citação, notificação ou
feita pela autoridade titulada para a prática do ato, e não se trate intimação do interessado.
de competência indelegável; Parágrafo único - A publicação dos atos sem conteúdo norma-
II - na hipótese de vício formal, este possa ser suprido de modo tivo poderá ser resumida.
eficaz.
§ 1.º - Não será admitida a convalidação quando dela resultar CAPÍTULO V
prejuízo à Administração ou a terceiros ou quando se tratar de ato DO PRAZO PARA A PRODUÇÃO DOS ATOS
impugnado.
§ 2.º - A convalidação será sempre formalizada por ato moti- Artigo 18 - Será de 60 (sessenta) dias, se outra não for a de-
vado. terminação legal, o prazo máximo para a prática de atos adminis-
trativos isolados, que não exijam procedimento para sua prolação,
CAPÍTULO III ou para a adoção, pela autoridade pública, de outras providências
DA FORMALIZAÇÃO DOS ATOS necessárias à aplicação de lei ou decisão administrativa.
Parágrafo único - O prazo fluirá a partir do momento em que, à
Artigo 12 - São atos administrativos: vista das circunstâncias, tornar-se logicamente possível a produção
I - de competência privativa: do ato ou a adoção da medida, permitida prorrogação, quando ca-
a) do Governador do Estado, o Decreto; bível, mediante proposta justificada.
b) dos Secretários de Estado, do Procurador Geral do Estado e
dos Reitores das Universidades, a Resolução; CAPÍTULO VI
c) dos órgãos colegiados, a Deliberação; DA DELEGAÇÃO E DA AVOCAÇÃO
II - de competência comum:
a) a todas as autoridades, até o nível de Diretor de Serviço; as Artigo 19 - Salvo vedação legal, as autoridades superiores po-
autoridades policiais; aos dirigentes das entidades descentraliza- derão delegar a seus subordinados a prática de atos de sua compe-
das, bem como, quando estabelecido em norma legal específica, a tência ou avocar os de competência destes.
outras autoridades administrativas, a Portaria; Artigo 20 - São indelegáveis, entre outras hipóteses decorren-
b) a todas as autoridades ou agentes da Administração, os de- tes de normas específicas:
mais atos administrativos, tais como Ofícios, Ordens de Serviço, Ins- I - a competência para a edição de atos normativos que regu-
truções e outros. lem direitos e deveres dos administrados;
§ 1.º - Os atos administrativos, excetuados os decretos, aos II - as atribuições inerentes ao caráter político da autoridade;
quais se refere a Lei Complementar n. 60, de 10 de julho de 1972, e III - as atribuições recebidas por delegação, salvo autorização
os referidos no Artigo 14 desta lei, serão numerados em séries pró- expressa e na forma por ela determinada;
prias, com renovação anual, identificando-se pela sua denomina- IV - a totalidade da competência do órgão;
ção, seguida da sigla do órgão ou entidade que os tenha expedido. V - as competências essenciais do órgão, que justifiquem sua
§ 2.º - Aplica-se na elaboração dos atos administrativos, no que existência.
couber, o disposto na Lei Complementar n. 60, de 10 de julho de Parágrafo único - O órgão colegiado não pode delegar suas fun-
1972. ções, mas apenas a execução material de suas deliberações.
Artigo 13 - Os atos administrativos produzidos por escrito in-
dicarão a data e o local de sua edição, e conterão a identificação TITULO IV
nominal, funcional e a assinatura da autoridade responsável. DOS PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS
Artigo 14 - Os atos de conteúdo normativo e os de caráter geral CAPÍTULO I
serão numerados em séries específicas, seguidamente, sem reno- NORMAS GERAIS
vação anual.
Artigo 15 - Os regulamentos serão editados por decreto, obser- SEÇÃO I
vadas as seguintes regras: DOS PRINCÍPIOS
I - nenhum regulamento poderá ser editado sem base em lei,
nem prever infrações, sanções, deveres ou condicionamentos de Artigo 21 - Os atos da Administração serão precedidos do pro-
direitos nela não estabelecidos; cedimento adequado à sua validade e à proteção dos direitos e in-
II - os decretos serão referendados pelos Secretários de Estado teresses dos particulares.
em cuja área de atuação devam incidir, ou pelo Procurador Geral do Artigo 22 - Nos procedimentos administrativos observar-se-ão,
Estado, quando for o caso; entre outros requisitos de validade, a igualdade entre os adminis-
III - nenhum decreto regulamentar será editado sem exposição trados e o devido processo legal, especialmente quanto à exigência
de motivos que demonstre o fundamento legal de sua edição, a fi- de publicidade, do contraditório, ampla defesa e, quando for o caso,
nalidade das medidas adotadas e a extensão de seus efeitos; do despacho ou decisão motivados.
IV - as minutas de regulamento serão obrigatoriamente subme-
tidas ao órgão jurídico competente, antes de sua apreciação pelo
Governador do Estado.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 1.º - Para atendimento dos princípios previstos neste artigo, Artigo 31 - Os resultados da consulta e audiência pública e de
serão assegurados às partes o direito de emitir manifestação, de outros meios de participação dos administrados deverão ser acom-
oferecer provas e acompanhar sua produção, de obter vista e de panhados da indicação do procedimento adotado.
recorrer.
§ 2.º - Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fun- SEÇÃO IV
damentada, as provas propostas pelos interessados quando sejam DOS PRAZOS
ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias.
Artigo 32 - Quando outros não estiverem previstos nesta lei
SEÇÃO II ou em disposições especiais, serão obedecidos os seguintes prazos
DO DIREITO DE PETIÇÃO máximos nos procedimentos administrativos:
I - para autuação, juntada aos autos de quaisquer elementos,
Artigo 23 - É assegurado a qualquer pessoa, física ou jurídica, publicação e outras providências de mero expediente: 2 (dois) dias;
independentemente de pagamento, o direito de petição contra ile- II - para expedição de notificação ou intimação pessoal: 6 (seis)
galidade ou abuso de poder e para a defesa de direitos. dias;
Parágrafo único - As entidades associativas, quando expressa- III - para elaboração e apresentação de informes sem caráter
mente autorizadas por seus estatutos ou por ato especial, e os sin- técnico ou jurídico: 7 (sete) dias;
dicatos poderão exercer o direito de petição, em defesa dos direitos IV - para elaboração e apresentação de pareceres ou informes
e interesses coletivos ou individuais de seus membros. de caráter técnico ou jurídico: 20 (vinte) dias, prorrogáveis por 10
Artigo 24 - Em nenhuma hipótese, a Administração poderá re- (dez) dias quando a diligência requerer o deslocamento do agente
cusar-se a protocolar a petição, sob pena de responsabilidade do para localidade diversa daquela onde tem sua sede de exercício;
agente. V - para decisões no curso do procedimento: 7 (sete) dias;
VI - para manifestações do particular ou providências a seu car-
SEÇÃO III go: 7 (sete) dias;
DA INSTRUÇÃO VII - para decisão final: 20 (vinte) dias;
VIII - para outras providências da Administração: 5 (cinco) dias.
Artigo 25 - Os procedimentos serão impulsionados e instruídos § 1.º - O prazo fluirá a partir do momento em que, à vista das
de ofício, atendendo-se à celeridade, economia, simplicidade e uti- circunstâncias, tornar-se logicamente possível a produção do ato ou
lidade dos trâmites. a adoção da providência.
Artigo 26 - O órgão ou entidade da Administração estadual que § 2.º - Os prazos previstos neste artigo poderão ser, caso a caso,
necessitar de informações de outro, para instrução de procedimen- prorrogados uma vez, por igual período, pela autoridade superior,
to administrativo, poderá requisitá-las diretamente, sem observân- à vista de representação fundamentada do agente responsável por
cia da vinculação hierárquica, mediante ofício, do qual uma cópia seu cumprimento.
será juntada aos autos. Artigo 33 - O prazo máximo para decisão de requerimentos de
Parágrafo único - Os documentos digitalizados juntados aos qualquer espécie apresentados à Administração será de 120 (cento
autos por advogados privados têm a mesma força probante dos ori- e vinte) dias, se outro não for legalmente estabelecido.
ginais, ressalvada a alegação motivada e fundamentada de adulte- § 1.º - Ultrapassado o prazo sem decisão, o interessado poderá
ração antes ou durante a tramitação do processo, e a autenticação considerar rejeitado o requerimento na esfera administrativa, salvo
de cópias de documentos físicos exigidos na forma da lei poderá ser previsão legal ou regulamentar em contrário.
feita pelo órgão administrativo ou pelo advogado constituído para § 2.º - Quando a complexidade da questão envolvida não per-
os fins específicos desta lei. (NR) mitir o atendimento do prazo previsto neste artigo, a autoridade
- Parágrafo único incluído pela Lei nº 16.331, de 24/01/2019. cientificará o interessado das providências até então tomadas, sem
Artigo 27 - Durante a instrução, os autos do procedimento ad- prejuízo do disposto no parágrafo anterior.
ministrativo permanecerão na repartição competente. § 3.º - O disposto no § 1.° deste artigo não desonera a autorida-
Artigo 28 - Quando a matéria do processo envolver assunto de de do dever de apreciar o requerimento.
interesse geral, o órgão competente poderá, mediante despacho
motivado, autorizar consulta pública para manifestação de tercei- SEÇÃO V
ros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo para a parte DA PUBLICIDADE
interessada.
§ 1.º - A abertura da consulta pública será objeto de divulgação Artigo 34 - No curso de qualquer procedimento administrativo,
pelos meios oficiais, a fim de que os autos possam ser examinados as citações, intimações e notificações, quando feitas pessoalmente
pelos interessados, fixando-se prazo para oferecimento de alega- ou por carta com aviso de recebimento, observarão as seguintes
ções escritas. regras:
§ 2.º - O comparecimento à consulta pública não confere, por I - constitui ônus do requerente informar seu endereço para
si, a condição de interessado no processo, mas constitui o direito de correspondência, bem como alterações posteriores;
obter da Administração resposta fundamentada. II - considera-se efetivada a intimação ou notificação por carta
Artigo 29 - Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade, com sua entrega no endereço fornecido pelo interessado;
diante da relevância da questão, poderá ser realizada audiência pú- III - será obrigatoriamente pessoal a citação do acusado, em
blica para debates sobre a matéria do processo. procedimento sancionatório, e a intimação do terceiro interessado,
Artigo 30 - Os órgãos e entidades administrativas, em matéria em procedimento de invalidação;
relevante, poderão estabelecer outros meios de participação dos IV - na citação, notificação ou intimação pessoal, caso o desti-
administrados, diretamente ou por meio de organizações e associa- natário se recuse a assinar o comprovante de recebimento, o servi-
ções legalmente reconhecidas. dor encarregado certificará a entrega e a recusa;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
V - quando o particular estiver representado nos autos por pro- SEÇÃO IV
curador, a este serão dirigidas as notificações e intimações, salvo DOS REQUISITOS DA PETIÇÃO DE RECURSO
disposição em contrário.
Parágrafo único - Na hipótese do inciso III, não encontrado o in- Artigo 43 - A petição de recurso observará os seguintes requi-
teressado, a citação ou a intimação serão feitas por edital publicado sitos:
no Diário Oficial do Estado. I - será dirigida à autoridade recorrida e protocolada no órgão
Artigo 35 - Durante a instrução, será concedida vista dos autos a que esta pertencer;
ao interessado, mediante simples solicitação, sempre que não pre- II - trará a indicação do nome, qualificação e endereço do re-
judicar o curso do procedimento. corrente;
Parágrafo único - A concessão de vista será obrigatória, no pra- III - conterá exposição, clara e completa, das razões da incon-
zo para manifestação do interessado ou para apresentação de re- formidade.
cursos, mediante publicação no Diário Oficial do Estado. Artigo 44 - Salvo disposição legal em contrário, o prazo para
Artigo 36 - Ao advogado e assegurado o direito de retirar os apresentação de recurso ou pedido de reconsideração será de 15
autos da repartição, mediante recibo, durante o prazo para mani- (quinze) dias contados da publicação ou notificação do ato.
festação de seu constituinte, salvo na hipótese de prazo comum. Artigo 45 - Conhecer-se-á do recurso erroneamente designado,
quando de seu conteúdo resultar induvidosa a impugnação do ato.
CAPÍTULO II
DOS RECURSOS SEÇÃO V
DOS EFEITOS DOS RECURSOS
SEÇÃO I
DA LEGITIMIDADE PARA RECORRER Artigo 46 - O recurso será recebido no efeito meramente devo-
lutivo, salvo quando:
Artigo 37 - Todo aquele que for afetado por decisão administra- I - houver previsão legal ou regulamentar em contrário; e
tiva poderá dela recorrer, em defesa de interesse ou direito. II - além de relevante seu fundamento, da execução do ato re-
Artigo 38 - À Procuradoria Geral do Estado compete recorrer, corrido, se provido, puder resultar a ineficácia da decisão final.
de ofício, de decisões que contrariarem Súmula Administrativa ou Parágrafo único - Na hipótese do inciso II, o recorrente pode-
Despacho Normativo do Governador do Estado, sem prejuízo da rá requerer, fundamentadamente, em petição anexa ao recurso, a
possibilidade de deflagrar, de ofício, o procedimento invalidatório concessão do efeito suspensivo.
pertinente, nas hipóteses em que já tenha decorrido o prazo re-
cursal. SEÇÃO VI
DA TRAMITAÇÃO DOS RECURSOS
SEÇÃO II
Artigo 47 - A tramitação dos recursos observará as seguintes
DA COMPETÊNCIA PARA CONHECER DO RECURSO regras:
I - a petição será juntada aos autos em 2 (dois) dias, contados
Artigo 39 - Quando norma legal não dispuser de outro modo, da data de seu protocolo;
será competente para conhecer do recurso a autoridade imediata- II - quando os autos em que foi produzida a decisão recorri-
mente superior àquela que praticou o ato. da tiverem de permanecer na repartição de origem para quaisquer
Artigo 40 - Salvo disposição legal em contrário, a instância má- outras providências cabíveis, o recurso será autuado em separado,
xima para o recurso administrativo será: trasladando-se cópias dos elementos necessários;
I - na Administração centralizada, o Secretário de Estado ou au- III - requerida a concessão de efeito suspensivo, a autoridade
toridade a ele equiparada, excetuados os casos em que o ato tenha recorrida apreciará o pedido nos 5 (cinco) dias subseqüentes;
sido por ele praticado originariamente; e IV - havendo outros interessados representados nos autos, se-
II - na Administração descentralizada, o dirigente superior da rão estes intimados, com prazo comum de 15 (quinze) dias, para
pessoa jurídica. oferecimento de contra-razões;
Parágrafo único - O disposto neste artigo não se aplica ao recur- V - com ou sem contra-razões, os autos serão submetidos ao
so previsto no Artigo 38. órgão jurídico, para elaboração de parecer, no prazo máximo de 20
(vinte) dias, salvo na hipótese do Artigo 38;
SEÇÃO III VI - a autoridade recorrida poderá reconsiderar seu ato, nos 7
DAS SITUAÇÕES ESPECIAIS (sete) dias subseqüentes;
VII - mantido o ato, os autos serão encaminhados à autoridade
Artigo 41 - São irrecorríveis, na esfera administrativa, os atos de competente para conhecer do recurso, para decisão, em 30 (trinta)
mero expediente ou preparatórios de decisões. dias.
Artigo 42 - Contra decisões tomadas originariamente pelo Go- § 1.º - As decisões previstas nos incisos III, VI e VII serão enca-
vernador do Estado ou pelo dirigente superior de pessoa jurídica da minhadas, em 2 (dois) dias, à publicação no Diário Oficial do Estado.
Administração descentralizada, caberá pedido de reconsideração, § 2.º - Da decisão prevista no inciso III, não caberá recurso na
que não poderá ser renovado, observando-se, no que couber, o re- esfera administrativa.
gime do recurso hierárquico. Artigo 48 - Os recursos dirigidos ao Governador do Estado se-
Parágrafo único - O pedido de reconsideração só será admitido rão, previamente, submetidos à Procuradoria Geral do Estado ou
se contiver novos argumentos, e será sempre dirigido à autoridade ao órgão de consultoria jurídica da entidade descentralizada, para
que houver expedido o ato ou proferido a decisão. parecer, a ser apresentado no prazo máximo de 20 (vinte) dias.

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SEÇÃO VII Artigo 56 - Quando duas ou mais pessoas pretenderem da Ad-
DA DECISÃO E SEUS EFEITOS ministração o reconhecimento ou atribuição de direitos que se ex-
cluam mutuamente, será instaurado procedimento administrativo
Artigo 49 - A decisão de recurso não poderá, no mesmo pro- para a decisão, com observância das normas do artigo anterior, e
cedimento, agravar a restrição produzida pelo ato ao interesse do das ditadas pelos princípios da igualdade e do contraditório.
recorrente, salvo em casos de invalidação.
Artigo 50 - Ultrapassado, sem decisão, o prazo de 120 (cento e SEÇÃO II
vinte) dias contado do protocolo do recurso que tramite sem efei- DO PROCEDIMENTO DE INVALIDAÇÃO
to suspensivo, o recorrente poderá considerá-lo rejeitado na esfera
administrativa. Artigo 57 - Rege-se pelo disposto nesta Seção o procedimento
§ 1.º - No caso do pedido de reconsideração previsto no Artigo para invalidação de ato ou contrato administrativo e, no que cou-
42, o prazo para a decisão será de 90 (noventa) dias. ber, de outros ajustes.
§ 2.º - O disposto neste artigo não desonera a autoridade do Artigo 58 - O procedimento para invalidação provocada obser-
dever de apreciar o recurso. vará as seguintes regras:
Artigo 51 - Esgotados os recursos, a decisão final tomada em I - o requerimento será dirigido à autoridade que praticou o ato
procedimento administrativo formalmente regular não poderá ser ou firmou o contrato, atendidos os requisitos do Artigo 54;
modificada pela Administração, salvo por anulação ou revisão, ou II - recebido o requerimento, será ele submetido ao órgão de
quando o ato, por sua natureza, for revogável. consultoria jurídica para emissão de parecer, em 20 (vinte) dias;
III - o órgão jurídico opinará sobre a procedência ou não do
CAPÍTULO III pedido, sugerindo, quando for o caso, providências para a instrução
DOS PROCEDIMENTOS EM ESPÉCIE dos autos e esclarecendo se a eventual invalidação atingirá tercei-
ros;
SEÇÃO I IV - quando o parecer apontar a existência de terceiros interes-
DO PROCEDIMENTO DE OUTORGA sados, a autoridade determinará sua intimação, para, em 15 (quin-
ze) dias, manifestar-se a respeito;
Artigo 52 - Regem-se pelo disposto nesta Seção os pedidos de V - concluída a instrução, serão intimadas as partes para, em 7
reconhecimento, de atribuição ou de liberação do exercício do di- (sete) dias, apresentarem suas razões finais;
reito. VI - a autoridade, ouvindo o órgão jurídico, decidirá em 20 (vin-
Artigo 53 - A competência para apreciação do requerimento te) dias, por despacho motivado, do qual serão intimadas as partes;
será do dirigente do órgão ou entidade encarregados da matéria VII - da decisão, caberá recurso hierárquico.
versada, salvo previsão legal ou regulamentar em contrário. Artigo 59 - O procedimento para invalidação ofício observará
Artigo 54 - O requerimento será dirigido à autoridade compe- as seguintes regras:
tente para sua decisão, devendo indicar: I - quando se tratar da invalidade de ato ou contrato, a autori-
I - o nome, a qualificação e o endereço do requerente; dade que o praticou, ou seu superior hierárquico, submeterá o as-
II - os fundamentos de fato e de direito do pedido; sunto ao órgão de consultoria jurídica;
III - a providência pretendida; II - o órgão jurídico opinará sobre a validade do ato ou contra-
IV - as provas em poder da Administração que o requerente to, sugerindo, quando for o caso, providências para instrução dos
pretende ver juntadas aos autos. autos, e indicará a necessidade ou não da instauração de contradi-
Parágrafo único - O requerimento será desde logo instruído tório, hipótese em que serão aplicadas as disposições dos incisos IV
com a prova documental de que o interessado disponha. a VII do artigo anterior.
Artigo 55 - A tramitação dos requerimentos de que trata esta Artigo 60 - No curso de procedimento de invalidação, a auto-
Seção observará as seguintes regras: ridade poderá, de ofício ou em face de requerimento, suspender
I - protocolado o expediente, o órgão que o receber providen- a execução do ato ou contrat , para evitar prejuízos de reparação
ciará a autuação e seu encaminhamento à repartição competente, onerosa ou impossível.
no prazo de 2 (dois) dias; Artigo 61 - Invalidado o ato ou contrato, a administração toma-
II - o requerimento será desde logo indeferido, se não atender rá as providências necessárias para desfazer os efeitos produzidos,
aos requisitos dos incisos I a IV do artigo anterior, notificando-se o salvo quanto a terceiros de boa fé, determinando a apuração de
requerente; eventuais responsabilidades.
III - se o requerimento houver sido dirigido a órgão incompe-
tente, este providenciará seu encaminhamento à unidade adequa- SEÇÃO III
da, notificando-se o requerente; DO PROCEDIMENTO SANCIONATÓRIO
IV - a autoridade determinará as providências adequadas à
instrução dos autos, ouvindo, em caso de dúvida quanto à matéria Artigo 62 - Nenhuma sanção administrativa será aplicada à pes-
jurídica, o órgão de consultoria jurídica; soa física ou jurídica pela administração Pública, sem que lhe seja
V - quando os elementos colhidos puderem conduzir ao inde- assegurada ampla defesa, em procedimento sancionatório.
ferimento, o requerente será intimado, com prazo de 7 (sete) dias, Parágrafo único - No curso do procedimento ou, em caso de ex-
para manifestação final; trema urgência, antes dele, a Administração poderá adotar as me-
VI - terminada a instrução, a autoridade decidirá, em despacho didas cautelares estritamente indispensáveis à eficácia do ato final.
motivado, nos 20 (vinte) dias subseqüentes; Artigo 63 - O procedimento sancionatório observará, salvo le-
VII - da decisão caberá recurso hierárquico. gislação específica, as seguintes regras:
I - verificada a ocorrência de infração administrativa, será ins-
taurado o respectivo procedimento para sua apuração;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
II - o ato de instauração, expedido pela autoridade competente, IX - o depósito, em conta aberta em favor do interessado, do
indicará os fatos em que se baseia e as normas pertinentes à infra- valor inscrito, atualizado monetariamente até o mês do pagamento,
ção e à sanção aplicável; importará em quitação do débito;
III - o acusado será citado ou intimado, com cópia do ato de X - o interessado, mediante prévia notificação à Administração,
instauração, para, em 15 (quinze) dias, oferecer sua defesa e indicar poderá considerar indeferido seu requerimento caso o pagamento
as provas que pretende produzir; não se realize na forma e no prazo previstos nos incisos VIII e IX.
IV - caso haja requerimento para produção de provas, a autori- § 1.º - Quando o interessado utilizar-se da faculdade prevista
dade apreciará sua pertinência, em despacho motivado; nos incisos VII, parte final, e X, perderá qualquer efeito o ato que
V - o acusado será intimado para: tiver acolhido o pedido, não se podendo invocá-lo como reconheci-
a) manifestar-se, em 7 (sete) dias, sobre os documentos junta- mento da responsabilidade administrativa.
dos aos autos pela autoridade, se maior prazo não lhe for assinado § 2.º - Devidamente autorizado pelo Governador, o Procurador
em face da complexidade da prova; Geral do Estado poderá delegar, no âmbito da Administração cen-
b) acompanhar a produção das provas orais, com antecedência tralizada, a competência prevista no inciso V, hipótese em que o
mínima de 2 (dois) dias; delegante tornar-se-á a instância máxima de recurso.
c) formular quesitos e indicar assistente técnico, quando neces- Artigo 66 - Nas indenizações pagas nos termos do artigo ante-
sária prova pericial, em 7 (sete) dias; rior, não incidirão juros, honorários advocatícios ou qualquer outro
d) concluida a instrução, apresentar, em 7 (sete) dias, suas ale- acréscimo.
gações finais; Artigo 67 - Na hipótese de condenação definitiva do Estado ao
VI - antes da decisão, será ouvido o órgão de consultoria jurí- ressarcimento de danos, deverá o fato ser comunicado ao Procura-
dica; dor Geral do Estado, no prazo de 15 (quinze) dias, pelo órgão encar-
VII - a decisão, devidamente motivada, será proferida no prazo regado de oficiar no feito, sob pena de responsabilidade.
máximo de 20 (vinte) dias, notificando-se o interessado por publi- Artigo 68 - Recebida a comunicação, o Procurador Geral do Es-
cação no Diário Oficial do Estado; tado, no prazo de 10 (dez) dias, determinará a instauração de pro-
VIII - da decisão caberá recurso. cedimento, cuja tramitação obedecerá o disposto na Seção III para
Artigo 64 - O procedimento sancionatório será sigiloso até de- apuração de eventual responsabilidade civil de agente público, por
cisão final, salvo em relação ao acusado, seu procurador ou terceiro culpa ou dolo.
que demonstre legítimo interesse. Parágrafo único - O Procurador Geral do Estado, de ofício, de-
Parágrafo único - Incidirá em infração disciplinar grave o servi- terminará a instauração do procedimento previsto neste artigo,
dor que, por qualquer forma, divulgar irregularmente informações quando na forma do Artigo 65, a Fazenda houver ressarcido extra-
relativas à acusação, ao acusado ou ao procedimento. judicialmente o particular.
Artigo 69 - Concluindo-se pela responsabilidade civil do agen-
SEÇÃO IV te, será ele intimado para, em 30 (trinta) dias, recolher aos cofres
DO PROCEDIMENTO DE REPARAÇÃO DE DANOS públicos o valor do prejuízo suportado pela Fazenda, atualizado mo-
netariamente.
Artigo 65 - Aquele que pretender, da Fazenda Pública, res- Artigo 70 - Vencido, sem o pagamento, o prazo estipulado no
sarcimento por danos causados por agente público, agindo nessa artigo anterior, será proposta, de imediato, a respectiva ação judi-
qualidade, poderá requerê-lo administrativamente, observadas as cial para cobrança do débito.
seguintes regras: Artigo 71 - Aplica-se o disposto nesta Seção às entidades des-
I - o requerimento será protocolado na Procuradoria Geral do centralizadas, observada a respectiva estrutura administrativa.
Estado, até 5 (cinco) anos contados do ato ou fato que houver dado
causa ao dano; SEÇÃO V
II - o protocolo do requerimento suspende, nos termos da legis- DO PROCEDIMENTO PARA OBTENÇÃO DE CERTIDÃO
lação pertinente, a prescrição da ação de responsabilidade contra o
Estado, pelo período que durar sua tramitação; Artigo 72 - É assegurada, nos termos do Artigo 5.° , XXXIV, “b”,
III - o requerimento conterá os requisitos do Artigo 54, deven- da Constituição Federal, a expedição de certidão sobre atos, con-
do trazer indicação precisa do montante atualizado da indenização tratos, decisões ou pareceres constantes de registros ou autos de
pretendida, e declaração de que o interessado concorda com as procedimentos em poder da Administração Pública, ressalvado o
condição contidas neste artigo e no subsequente; disposto no Artigo 75.
IV - o procedimento, dirigido por Procurador do Estado, obser- Parágrafo único - As certidões serão expedidas sob a forma de
vará as regras do Artigo 55; relato ou mediante cópia reprográfica dos elementos pretendidos.
V - a decisão do requerimento caberá ao Procurador Geral do Artigo 73 - Para o exercício do direito previsto no artigo ante-
Estado ou ao dirigente da entidade descentralizada, que recorrerão rior, o interessado deverá protocolar requerimento no órgão com-
de ofício ao Governador, nas hipóteses previstas em regulamento; petente, independentemente de qualquer pagamento, especifican-
VI - acolhido em definitivo o pedido, total ou parcialmente, será do os elementos que pretende ver certificados.
feita, em 15 (quinze) dias,a inscrição, em registro cronológico, do Artigo 74 - O requerimento será apreciado, em 5 (cinco) dias
valor atualizado do débito, intimando-se o interessado; úteis, pela autoridade competente, que determinará a expedição
VII - a ausência de manifestação expressa do interessado, em da certidão requerida em prazo não superior a 5 (cinco) dias úteis.
10 (dez) dias, contados da intimação, implicará em concordância Artigo 75 - O requerimento será indeferido, em despacho moti-
com o valor inscrito; caso não concorde com esse valor, o interessa- vado, se a divulgação da informação solicitada colocar em compro-
do poderá, no mesmo prazo, apresentar desistência, cancelando-se vado risco a segurança da sociedade ou do Estado, violar a intimi-
a inscrição e arquivando-se os autos; dade de terceiros ou não se enquadrar na hipótese constitucional.
VIII - os débitos inscritos até 1.° de julho serão pagos até o últi- § 1.º - Na hipótese deste artigo, a autoridade competente, an-
mo dia útil do exercício seguinte, à conta de dotação orçamentária tes de sua decisão, ouvirá o órgão de consultoria jurídica, que se
específica; manifestará em 3 (três) dias úteis.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 2.º - Do indeferimento do pedido de certidão caberá recurso. I - a eliminação completa de registros de dados falsos a seu res-
Artigo 76 - A expedição da certidão independerá de qualquer peito, os quais tenham sido obtidos por meios ilícitos, ou se refiram
pagamento quando o requerente demonstrar sua necessidade para às hipóteses vedadas pelo Artigo 81;
a defesa de direitos ou esclarecimento de situações de interesse II - a retificação, complementação, esclarecimento ou atuali-
pessoal. zação de dados incorretos, incompletos, dúbios ou desatualizados.
Parágrafo único - Nas demais hipóteses,o interessado deverá Parágrafo único - Aplicam-se ao procedimento de retificação as
recolher o valor correspondente, conforme legislação específica. regras contidas nos Artigos 54 e 55.
Artigo 84 - O fichário ou o registro nominal devem ser comple-
SEÇÃO VI tados ou corrigidos, de ofício, assim que a entidade ou órgão por
DO PROCEDIMENTO PARA OBTENÇÃO DE INFORMAÇÕES eles responsável tome conhecimento da incorreção, desatualização
PESSOAIS ou caráter incompleto de informações neles contidas.
Artigo 85 - No caso de informação já fornecida a terceiros, sua
Artigo 77 - Toda pessoa terá direito de acesso aos registros no- alteração será comunicada a estes, desde que requerida pelo inte-
minais que a seu respeito constem em qualquer espécie de fichário ressado, a quem dará cópia da retificação.
ou registro,informatizado ou não, dos órgãos ou entidades da Admi-
nistração, inclusive policiais. SEÇÃO VIII
Artigo 78 - O requerimento para obtenção de informações ob- DO PROCEDIMENTO DE DENÚNCIA
servará as seguintes regras:
I - o interessado apresentará, ao órgão ou entidade do qual pre- Artigo 86 - Qualquer pessoa que tiver conhecimento de viola-
tende as informações, requerimento escrito manifestando o desejo ção da ordem jurídica, praticada por agentes administrativos, pode-
de conhecer tudo o que a seu respeito conste das fichas ou registros rá denunciá-la à Administração.
existentes; Artigo 87 - A denúncia conterá a identificação do seu autor,
II - as informações serão fornecidas no prazo máximo de 10 devendo indicar o fato e suas circunstâncias, e, se possível, seus
(dez) dias úteis, contados do protocolo do requerimento; responsáveis ou beneficiários.
III - as informações serão transmitidas em linguagem clara e Parágrafo único - Quando a denúncia for apresentada verbal-
indicarão, conforme for requerido pelo interessado: mente, a autoridade lavrará termo, assinado pelo denunciante.
a) o conteúdo integral do que existir registrado; Artigo 88 - Instaurado o procedimento administrativo, a auto-
b) a fonte das informações e dos registros; ridade responsável determinará as providências necessárias à sua
c) o prazo até o qual os registros serão mantidos; instrução, observando-se os prazos legais e as seguintes regras:
d) as categorias de pessoas que, por suas funções ou por neces- I - é obrigatória a manifestação do órgão de consultoria jurídica;
sidade do serviço, tem, diretamente, acesso aos registros; II - o denunciante não é parte no procedimento, podendo, en-
e) as categorias de destinatários habilitados a receber comuni- tretanto, ser convocado para depor;
cação desses registros; e III - o resultado da denúncia será comunicado ao autor, se este
f) se tais registros são transmitidos a outros órgãos estaduais, e assim o solicitar.
quais são esses órgãos. Artigo 89 - Incidirá em infração disciplinar grave a autoridade
Artigo 79 - Os dados existentes, cujo conhecimento houver sido que não der andamento imediato, rápido e eficiente ao procedi-
ocultado ao interessado, quando de sua solicitação de informações, mento regulado nesta Seção.
não poderão, em hipótese alguma, ser utilizados em quaisquer pro-
cedimentos que vierem a ser contra o mesmo instaurados. TÍTULO V
Artigo 80 - Os órgãos ou entidades da Administração, ao coletar DISPOSIÇÕES FINAIS
informações, devem esclarecer aos interessados:
I - o caráter obrigatório ou facultativo das respostas; Artigo 90 - O descumprimento injustificado, pela Administra-
II - as conseqüências de qualquer incorreção nas respostas; ção, dos prazos previstos nesta lei gera responsabilidade disciplinar,
III - os órgãos aos quais se destinam as informações; e imputável aos agentes públicos encarregados do assunto, não im-
IV - a existência do direito de acesso e de retificação das infor- plicando, necessariamente, em nulidade do procedimento.
mações. § 1.º - Respondem também os superiores hierárquicos que se
Parágrafo único - Quando as informações forem colhidas me- omitirem na fiscalização dos serviços de seus subordinados, ou que
diante questionários impressos, devem eles conter os esclareci- de algum modo concorram para a infração.
mentos de que trata este artigo. § 2.º - Os prazos concedidos aos particulares poderão ser de-
Artigo 81 - É proibida a inserção ou conservação em fichário ou volvidos, mediante requerimento do interessado, quando óbices
registro de dados nominais relativos a opiniões políticas, filosóficas injustificados, causados pela Administração, resultarem na impos-
ou religiosas, origem racial, orientação sexual e filiação sindical ou sibilidade de atendimento do prazo fixado.
partidária. Artigo 91 - Os prazos previstos nesta lei são contínuos, salvo
Artigo 82 - É vedada a utilização, sem autorização prévia do in- disposição expressa em contrário, não se interrompendo aos do-
teressado, de dados pessoais para outros fins que não aqueles para mingos ou feriados.
os quais foram prestados. Artigo 92 - Quando norma não dispuser de forma diversa, os
prazos serão computados excluindo-se o dia do começo e incluin-
SEÇÃO VII do-se o do vencimento.
DO PROCEDIMENTO PARA RETIFICAÇÃO DE INFORMAÇÕES § 1.º - Só se iniciam e vencem os prazos em dia de expediente
PESSOAIS no órgão ou entidade.
§ 2.º - Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil
Artigo 83 - Qualquer pessoa tem o direito de exigir, da Admi- subseqüente se, no dia do vencimento, o expediente for encerrado
nistração: antes do horário normal.

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Artigo 93 - Esta lei entrará em vigor em 120 (cento e vinte) dias I - informação: dados, processados ou não, que podem ser uti-
contados da data de sua publicação. lizados para produção e transmissão de conhecimento, contidos em
Artigo 94 - Revogam-se as disposições em contrário, especial- qualquer meio, suporte ou formato;
mente o Decreto-lei n. 104, de 20 de junho de 1969 e a Lei n. 5.702, II - documento: unidade de registro de informações, qualquer
de 5 de junho de 1987. que seja o suporte ou formato;
Palácio dos Bandeirantes, 30 de dezembro de 1998. III - informação sigilosa: aquela submetida temporariamente
à restrição de acesso público em razão de sua imprescindibilidade
para a segurança da sociedade e do Estado;
LEI FEDERAL Nº 12.527/2011 (LEI DE ACESSO À INFORMA- IV - informação pessoal: aquela relacionada à pessoa natural
ÇÃO) identificada ou identificável;
V - tratamento da informação: conjunto de ações referentes à
produção, recepção, classificação, utilização, acesso, reprodução,
LEI Nº 12.527, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2011. transporte, transmissão, distribuição, arquivamento, armazena-
mento, eliminação, avaliação, destinação ou controle da informa-
Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. ção;
5º , no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Consti- VI - disponibilidade: qualidade da informação que pode ser co-
tuição Federal; altera a Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990; nhecida e utilizada por indivíduos, equipamentos ou sistemas au-
revoga a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos da Lei torizados;
nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras providências. VII - autenticidade: qualidade da informação que tenha sido
produzida, expedida, recebida ou modificada por determinado in-
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- divíduo, equipamento ou sistema;
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: VIII - integridade: qualidade da informação não modificada, in-
clusive quanto à origem, trânsito e destino;
CAPÍTULO I IX - primariedade: qualidade da informação coletada na fonte,
DISPOSIÇÕES GERAIS com o máximo de detalhamento possível, sem modificações.
Art. 5º É dever do Estado garantir o direito de acesso à infor-
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem obser- mação, que será franqueada, mediante procedimentos objetivos e
vados pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, com o fim ágeis, de forma transparente, clara e em linguagem de fácil com-
de garantir o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. preensão.
5º , no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constitui-
ção Federal. CAPÍTULO II
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei: DO ACESSO A INFORMAÇÕES E DA SUA DIVULGAÇÃO
I - os órgãos públicos integrantes da administração direta dos
Poderes Executivo, Legislativo, incluindo as Cortes de Contas, e Ju- Art. 6º Cabe aos órgãos e entidades do poder público, observa-
diciário e do Ministério Público; das as normas e procedimentos específicos aplicáveis, assegurar a:
II - as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas,
I - gestão transparente da informação, propiciando amplo aces-
as sociedades de economia mista e demais entidades controladas
so a ela e sua divulgação;
direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Mu-
II - proteção da informação, garantindo-se sua disponibilidade,
nicípios.
autenticidade e integridade; e
Art. 2º Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, às
III - proteção da informação sigilosa e da informação pessoal,
entidades privadas sem fins lucrativos que recebam, para realiza-
observada a sua disponibilidade, autenticidade, integridade e even-
ção de ações de interesse público, recursos públicos diretamente
tual restrição de acesso.
do orçamento ou mediante subvenções sociais, contrato de gestão,
Art. 7º O acesso à informação de que trata esta Lei compreen-
termo de parceria, convênios, acordo, ajustes ou outros instrumen-
tos congêneres. de, entre outros, os direitos de obter:
Parágrafo único. A publicidade a que estão submetidas as en- I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de
tidades citadas no caput refere-se à parcela dos recursos públicos acesso, bem como sobre o local onde poderá ser encontrada ou
recebidos e à sua destinação, sem prejuízo das prestações de contas obtida a informação almejada;
a que estejam legalmente obrigadas. II - informação contida em registros ou documentos, produ-
Art. 3º Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a as- zidos ou acumulados por seus órgãos ou entidades, recolhidos ou
segurar o direito fundamental de acesso à informação e devem ser não a arquivos públicos;
executados em conformidade com os princípios básicos da adminis- III - informação produzida ou custodiada por pessoa física ou
tração pública e com as seguintes diretrizes: entidade privada decorrente de qualquer vínculo com seus órgãos
I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo ou entidades, mesmo que esse vínculo já tenha cessado;
como exceção; IV - informação primária, íntegra, autêntica e atualizada;
II - divulgação de informações de interesse público, indepen- V - informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e enti-
dentemente de solicitações; dades, inclusive as relativas à sua política, organização e serviços;
III - utilização de meios de comunicação viabilizados pela tec- VI - informação pertinente à administração do patrimônio pú-
nologia da informação; blico, utilização de recursos públicos, licitação, contratos adminis-
IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência trativos; e
na administração pública; VII - informação relativa:
V - desenvolvimento do controle social da administração pú- a) à implementação, acompanhamento e resultados dos pro-
blica. gramas, projetos e ações dos órgãos e entidades públicas, bem
Art. 4º Para os efeitos desta Lei, considera-se: como metas e indicadores propostos;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e tomadas VII - indicar local e instruções que permitam ao interessado co-
de contas realizadas pelos órgãos de controle interno e externo, in- municar-se, por via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou entida-
cluindo prestações de contas relativas a exercícios anteriores. de detentora do sítio; e
§ 1º O acesso à informação previsto no caput não compreende VIII - adotar as medidas necessárias para garantir a acessibili-
as informações referentes a projetos de pesquisa e desenvolvimen- dade de conteúdo para pessoas com deficiência, nos termos do art.
to científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segu- 17 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, e do art. 9º da
rança da sociedade e do Estado. Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada
§ 2º Quando não for autorizado acesso integral à informação pelo Decreto Legislativo nº 186, de 9 de julho de 2008.
por ser ela parcialmente sigilosa, é assegurado o acesso à parte não § 4º Os Municípios com população de até 10.000 (dez mil) ha-
sigilosa por meio de certidão, extrato ou cópia com ocultação da bitantes ficam dispensados da divulgação obrigatória na internet
parte sob sigilo. a que se refere o § 2º , mantida a obrigatoriedade de divulgação,
§ 3º O direito de acesso aos documentos ou às informações em tempo real, de informações relativas à execução orçamentária e
neles contidas utilizados como fundamento da tomada de decisão financeira, nos critérios e prazos previstos no art. 73-B da Lei Com-
e do ato administrativo será assegurado com a edição do ato deci- plementar nº 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade
sório respectivo. Fiscal).
§ 4º A negativa de acesso às informações objeto de pedido for- Art. 9º O acesso a informações públicas será assegurado me-
mulado aos órgãos e entidades referidas no art. 1º , quando não diante:
fundamentada, sujeitará o responsável a medidas disciplinares, nos I - criação de serviço de informações ao cidadão, nos órgãos e
termos do art. 32 desta Lei. entidades do poder público, em local com condições apropriadas
§ 5º Informado do extravio da informação solicitada, poderá o para:
interessado requerer à autoridade competente a imediata abertura a) atender e orientar o público quanto ao acesso a informa-
de sindicância para apurar o desaparecimento da respectiva docu- ções;
mentação. b) informar sobre a tramitação de documentos nas suas res-
§ 6º Verificada a hipótese prevista no § 5º deste artigo, o res- pectivas unidades;
ponsável pela guarda da informação extraviada deverá, no prazo de c) protocolizar documentos e requerimentos de acesso a infor-
10 (dez) dias, justificar o fato e indicar testemunhas que compro- mações; e
vem sua alegação. II - realização de audiências ou consultas públicas, incentivo à
Art. 8º É dever dos órgãos e entidades públicas promover, in- participação popular ou a outras formas de divulgação.
dependentemente de requerimentos, a divulgação em local de fácil
acesso, no âmbito de suas competências, de informações de inte- CAPÍTULO III
resse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas. DO PROCEDIMENTO DE ACESSO À INFORMAÇÃO
§ 1º Na divulgação das informações a que se refere o caput,
deverão constar, no mínimo: SEÇÃO I
I - registro das competências e estrutura organizacional, en- DO PEDIDO DE ACESSO
dereços e telefones das respectivas unidades e horários de atendi-
mento ao público; Art. 10. Qualquer interessado poderá apresentar pedido de
II - registros de quaisquer repasses ou transferências de recur- acesso a informações aos órgãos e entidades referidos no art. 1º
sos financeiros; desta Lei, por qualquer meio legítimo, devendo o pedido conter a
III - registros das despesas; identificação do requerente e a especificação da informação reque-
IV - informações concernentes a procedimentos licitatórios, in- rida.
clusive os respectivos editais e resultados, bem como a todos os § 1º Para o acesso a informações de interesse público, a identi-
contratos celebrados; ficação do requerente não pode conter exigências que inviabilizem
V - dados gerais para o acompanhamento de programas, ações, a solicitação.
projetos e obras de órgãos e entidades; e § 2º Os órgãos e entidades do poder público devem viabilizar
VI - respostas a perguntas mais frequentes da sociedade. alternativa de encaminhamento de pedidos de acesso por meio de
§ 2º Para cumprimento do disposto no caput, os órgãos e enti- seus sítios oficiais na internet.
dades públicas deverão utilizar todos os meios e instrumentos legí- § 3º São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos
timos de que dispuserem, sendo obrigatória a divulgação em sítios determinantes da solicitação de informações de interesse público.
oficiais da rede mundial de computadores (internet). Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conce-
§ 3º Os sítios de que trata o § 2º deverão, na forma de regula- der o acesso imediato à informação disponível.
mento, atender, entre outros, aos seguintes requisitos: § 1º Não sendo possível conceder o acesso imediato, na forma
I - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita o disposta no caput, o órgão ou entidade que receber o pedido deve-
acesso à informação de forma objetiva, transparente, clara e em rá, em prazo não superior a 20 (vinte) dias:
linguagem de fácil compreensão; I - comunicar a data, local e modo para se realizar a consulta,
II - possibilitar a gravação de relatórios em diversos formatos efetuar a reprodução ou obter a certidão;
eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais como plani- II - indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total ou
lhas e texto, de modo a facilitar a análise das informações; parcial, do acesso pretendido; ou
III - possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos III - comunicar que não possui a informação, indicar, se for do
em formatos abertos, estruturados e legíveis por máquina; seu conhecimento, o órgão ou a entidade que a detém, ou, ainda,
IV - divulgar em detalhes os formatos utilizados para estrutura- remeter o requerimento a esse órgão ou entidade, cientificando o
ção da informação; interessado da remessa de seu pedido de informação.
V - garantir a autenticidade e a integridade das informações § 2º O prazo referido no § 1º poderá ser prorrogado por mais
disponíveis para acesso; 10 (dez) dias, mediante justificativa expressa, da qual será cientifi-
VI - manter atualizadas as informações disponíveis para acesso; cado o requerente.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 3º Sem prejuízo da segurança e da proteção das informações III - os procedimentos de classificação de informação sigilosa
e do cumprimento da legislação aplicável, o órgão ou entidade po- estabelecidos nesta Lei não tiverem sido observados; e
derá oferecer meios para que o próprio requerente possa pesquisar IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou outros procedi-
a informação de que necessitar. mentos previstos nesta Lei.
§ 4º Quando não for autorizado o acesso por se tratar de infor- § 1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser diri-
mação total ou parcialmente sigilosa, o requerente deverá ser infor- gido à Controladoria-Geral da União depois de submetido à apre-
mado sobre a possibilidade de recurso, prazos e condições para sua ciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior
interposição, devendo, ainda, ser-lhe indicada a autoridade compe- àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo
tente para sua apreciação. de 5 (cinco) dias.
§ 5º A informação armazenada em formato digital será forneci- § 2º Verificada a procedência das razões do recurso, a Contro-
da nesse formato, caso haja anuência do requerente. ladoria-Geral da União determinará ao órgão ou entidade que ado-
§ 6º Caso a informação solicitada esteja disponível ao público te as providências necessárias para dar cumprimento ao disposto
em formato impresso, eletrônico ou em qualquer outro meio de nesta Lei.
acesso universal, serão informados ao requerente, por escrito, o § 3º Negado o acesso à informação pela Controladoria-Geral da
lugar e a forma pela qual se poderá consultar, obter ou reproduzir União, poderá ser interposto recurso à Comissão Mista de Reavalia-
a referida informação, procedimento esse que desonerará o órgão ção de Informações, a que se refere o art. 35.
ou entidade pública da obrigação de seu fornecimento direto, salvo Art. 17. No caso de indeferimento de pedido de desclassifica-
se o requerente declarar não dispor de meios para realizar por si ção de informação protocolado em órgão da administração públi-
mesmo tais procedimentos. ca federal, poderá o requerente recorrer ao Ministro de Estado da
Art. 12. O serviço de busca e de fornecimento de informação área, sem prejuízo das competências da Comissão Mista de Reava-
é gratuito. (Redação dada pela Lei nº 14.129, de 2021) (Vigência) liação de Informações, previstas no art. 35, e do disposto no art. 16.
§ 1º O órgão ou a entidade poderá cobrar exclusivamente o § 1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser diri-
valor necessário ao ressarcimento dos custos dos serviços e dos ma- gido às autoridades mencionadas depois de submetido à aprecia-
teriais utilizados, quando o serviço de busca e de fornecimento da ção de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior à
informação exigir reprodução de documentos pelo órgão ou pela autoridade que exarou a decisão impugnada e, no caso das Forças
entidade pública consultada. (Incluído pela Lei nº 14.129, de 2021) Armadas, ao respectivo Comando.
(Vigência) § 2º Indeferido o recurso previsto no caput que tenha como
§ 2º Estará isento de ressarcir os custos previstos no § 1º deste objeto a desclassificação de informação secreta ou ultrassecreta,
artigo aquele cuja situação econômica não lhe permita fazê-lo sem caberá recurso à Comissão Mista de Reavaliação de Informações
prejuízo do sustento próprio ou da família, declarada nos termos da prevista no art. 35.
Lei nº 7.115, de 29 de agosto de 1983. (Incluído pela Lei nº 14.129, Art. 18. Os procedimentos de revisão de decisões denegatórias
de 2021) (Vigência) proferidas no recurso previsto no art. 15 e de revisão de classifica-
Art. 13. Quando se tratar de acesso à informação contida em ção de documentos sigilosos serão objeto de regulamentação pró-
documento cuja manipulação possa prejudicar sua integridade, de- pria dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público, em
verá ser oferecida a consulta de cópia, com certificação de que esta seus respectivos âmbitos, assegurado ao solicitante, em qualquer
confere com o original. caso, o direito de ser informado sobre o andamento de seu pedido.
Art. 19. (VETADO).
Parágrafo único. Na impossibilidade de obtenção de cópias, o
§ 1º (VETADO).
interessado poderá solicitar que, a suas expensas e sob supervisão
§ 2º Os órgãos do Poder Judiciário e do Ministério Público infor-
de servidor público, a reprodução seja feita por outro meio que não
marão ao Conselho Nacional de Justiça e ao Conselho Nacional do
ponha em risco a conservação do documento original.
Ministério Público, respectivamente, as decisões que, em grau de
Art. 14. É direito do requerente obter o inteiro teor de decisão
recurso, negarem acesso a informações de interesse público.
de negativa de acesso, por certidão ou cópia.
Art. 20. Aplica-se subsidiariamente, no que couber, a Lei nº
9.784, de 29 de janeiro de 1999, ao procedimento de que trata este
SEÇÃO II
Capítulo.
DOS RECURSOS
CAPÍTULO IV
Art. 15. No caso de indeferimento de acesso a informações ou DAS RESTRIÇÕES DE ACESSO À INFORMAÇÃO
às razões da negativa do acesso, poderá o interessado interpor re-
curso contra a decisão no prazo de 10 (dez) dias a contar da sua SEÇÃO I
ciência. DISPOSIÇÕES GERAIS
Parágrafo único. O recurso será dirigido à autoridade hierarqui-
camente superior à que exarou a decisão impugnada, que deverá se Art. 21. Não poderá ser negado acesso à informação necessária
manifestar no prazo de 5 (cinco) dias. à tutela judicial ou administrativa de direitos fundamentais.
Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou enti- Parágrafo único. As informações ou documentos que versem
dades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à sobre condutas que impliquem violação dos direitos humanos prati-
Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) cada por agentes públicos ou a mando de autoridades públicas não
dias se: poderão ser objeto de restrição de acesso.
I - o acesso à informação não classificada como sigilosa for ne- Art. 22. O disposto nesta Lei não exclui as demais hipóteses
gado; legais de sigilo e de segredo de justiça nem as hipóteses de segredo
II - a decisão de negativa de acesso à informação total ou par- industrial decorrentes da exploração direta de atividade econômi-
cialmente classificada como sigilosa não indicar a autoridade classi- ca pelo Estado ou por pessoa física ou entidade privada que tenha
ficadora ou a hierarquicamente superior a quem possa ser dirigido qualquer vínculo com o poder público.
pedido de acesso ou desclassificação;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
SEÇÃO II § 1º O acesso, a divulgação e o tratamento de informação clas-
DA CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO QUANTO AO GRAU E sificada como sigilosa ficarão restritos a pessoas que tenham ne-
PRAZOS DE SIGILO cessidade de conhecê-la e que sejam devidamente credenciadas na
forma do regulamento, sem prejuízo das atribuições dos agentes
Art. 23. São consideradas imprescindíveis à segurança da socie- públicos autorizados por lei.
dade ou do Estado e, portanto, passíveis de classificação as infor- § 2º O acesso à informação classificada como sigilosa cria a
mações cuja divulgação ou acesso irrestrito possam: obrigação para aquele que a obteve de resguardar o sigilo.
I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integrida- § 3º Regulamento disporá sobre procedimentos e medidas a
de do território nacional; serem adotados para o tratamento de informação sigilosa, de modo
II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as a protegê-la contra perda, alteração indevida, acesso, transmissão e
relações internacionais do País, ou as que tenham sido fornecidas divulgação não autorizados.
em caráter sigiloso por outros Estados e organismos internacionais; Art. 26. As autoridades públicas adotarão as providências ne-
III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população; cessárias para que o pessoal a elas subordinado hierarquicamente
IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica conheça as normas e observe as medidas e procedimentos de segu-
ou monetária do País; rança para tratamento de informações sigilosas.
V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégi- Parágrafo único. A pessoa física ou entidade privada que, em
cos das Forças Armadas; razão de qualquer vínculo com o poder público, executar atividades
VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desen- de tratamento de informações sigilosas adotará as providências ne-
volvimento científico ou tecnológico, assim como a sistemas, bens, cessárias para que seus empregados, prepostos ou representantes
instalações ou áreas de interesse estratégico nacional; observem as medidas e procedimentos de segurança das informa-
VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas autori- ções resultantes da aplicação desta Lei.
dades nacionais ou estrangeiras e seus familiares; ou
VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como de in- SEÇÃO IV
vestigação ou fiscalização em andamento, relacionadas com a pre- DOS PROCEDIMENTOS DE CLASSIFICAÇÃO, RECLASSIFICAÇÃO
venção ou repressão de infrações. E DESCLASSIFICAÇÃO
Art. 24. A informação em poder dos órgãos e entidades públi-
cas, observado o seu teor e em razão de sua imprescindibilidade à Art. 27. A classificação do sigilo de informações no âmbito da
segurança da sociedade ou do Estado, poderá ser classificada como administração pública federal é de competência: (Regulamento)
ultrassecreta, secreta ou reservada. I - no grau de ultrassecreto, das seguintes autoridades:
§ 1º Os prazos máximos de restrição de acesso à informação, a) Presidente da República;
conforme a classificação prevista no caput, vigoram a partir da data b) Vice-Presidente da República;
de sua produção e são os seguintes: c) Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerro-
I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos; gativas;
II - secreta: 15 (quinze) anos; e d) Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; e
III - reservada: 5 (cinco) anos. e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes
§ 2º As informações que puderem colocar em risco a segurança no exterior;
do Presidente e Vice-Presidente da República e respectivos cônju- II - no grau de secreto, das autoridades referidas no inciso I, dos
ges e filhos(as) serão classificadas como reservadas e ficarão sob si- titulares de autarquias, fundações ou empresas públicas e socieda-
gilo até o término do mandato em exercício ou do último mandato, des de economia mista; e
em caso de reeleição. III - no grau de reservado, das autoridades referidas nos incisos
§ 3º Alternativamente aos prazos previstos no § 1º , poderá ser I e II e das que exerçam funções de direção, comando ou chefia,
estabelecida como termo final de restrição de acesso a ocorrência nível DAS 101.5, ou superior, do Grupo-Direção e Assessoramento
de determinado evento, desde que este ocorra antes do transcurso Superiores, ou de hierarquia equivalente, de acordo com regula-
do prazo máximo de classificação. mentação específica de cada órgão ou entidade, observado o dis-
posto nesta Lei.
§ 4º Transcorrido o prazo de classificação ou consumado o
§ 1º A competência prevista nos incisos I e II, no que se refere
evento que defina o seu termo final, a informação tornar-se-á, au-
à classificação como ultrassecreta e secreta, poderá ser delegada
tomaticamente, de acesso público.
pela autoridade responsável a agente público, inclusive em missão
§ 5º Para a classificação da informação em determinado grau
no exterior, vedada a subdelegação.
de sigilo, deverá ser observado o interesse público da informação e
§ 2º A classificação de informação no grau de sigilo ultrassecre-
utilizado o critério menos restritivo possível, considerados:
to pelas autoridades previstas nas alíneas “d” e “e” do inciso I de-
I - a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade e do
verá ser ratificada pelos respectivos Ministros de Estado, no prazo
Estado; e
previsto em regulamento.
II - o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento que
§ 3º A autoridade ou outro agente público que classificar in-
defina seu termo final. formação como ultrassecreta deverá encaminhar a decisão de que
trata o art. 28 à Comissão Mista de Reavaliação de Informações, a
SEÇÃO III que se refere o art. 35, no prazo previsto em regulamento.
DA PROTEÇÃO E DO CONTROLE DE INFORMAÇÕES SIGILOSAS Art. 28. A classificação de informação em qualquer grau de si-
gilo deverá ser formalizada em decisão que conterá, no mínimo, os
Art. 25. É dever do Estado controlar o acesso e a divulgação seguintes elementos:
de informações sigilosas produzidas por seus órgãos e entidades, I - assunto sobre o qual versa a informação;
assegurando a sua proteção. (Regulamento) II - fundamento da classificação, observados os critérios esta-
belecidos no art. 24;
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III - indicação do prazo de sigilo, contado em anos, meses ou IV - à defesa de direitos humanos; ou
dias, ou do evento que defina o seu termo final, conforme limites V - à proteção do interesse público e geral preponderante.
previstos no art. 24; e § 4º A restrição de acesso à informação relativa à vida privada,
IV - identificação da autoridade que a classificou. honra e imagem de pessoa não poderá ser invocada com o intuito
Parágrafo único. A decisão referida no caput será mantida no de prejudicar processo de apuração de irregularidades em que o
mesmo grau de sigilo da informação classificada. titular das informações estiver envolvido, bem como em ações vol-
Art. 29. A classificação das informações será reavaliada pela au- tadas para a recuperação de fatos históricos de maior relevância.
toridade classificadora ou por autoridade hierarquicamente supe- § 5º Regulamento disporá sobre os procedimentos para trata-
rior, mediante provocação ou de ofício, nos termos e prazos previs- mento de informação pessoal.
tos em regulamento, com vistas à sua desclassificação ou à redução
do prazo de sigilo, observado o disposto no art. 24. (Regulamento) CAPÍTULO V
§ 1º O regulamento a que se refere o caput deverá considerar DAS RESPONSABILIDADES
as peculiaridades das informações produzidas no exterior por auto-
ridades ou agentes públicos. Art. 32. Constituem condutas ilícitas que ensejam responsabili-
§ 2º Na reavaliação a que se refere o caput, deverão ser exa- dade do agente público ou militar:
minadas a permanência dos motivos do sigilo e a possibilidade de I - recusar-se a fornecer informação requerida nos termos des-
danos decorrentes do acesso ou da divulgação da informação. ta Lei, retardar deliberadamente o seu fornecimento ou fornecê-la
§ 3º Na hipótese de redução do prazo de sigilo da informação, intencionalmente de forma incorreta, incompleta ou imprecisa;
o novo prazo de restrição manterá como termo inicial a data da sua II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, destruir, inutili-
produção. zar, desfigurar, alterar ou ocultar, total ou parcialmente, informação
Art. 30. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pu- que se encontre sob sua guarda ou a que tenha acesso ou conheci-
blicará, anualmente, em sítio à disposição na internet e destinado à mento em razão do exercício das atribuições de cargo, emprego ou
veiculação de dados e informações administrativas, nos termos de função pública;
regulamento: III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações de acesso
I - rol das informações que tenham sido desclassificadas nos à informação;
últimos 12 (doze) meses; IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou permitir
II - rol de documentos classificados em cada grau de sigilo, com acesso indevido à informação sigilosa ou informação pessoal;
identificação para referência futura; V - impor sigilo à informação para obter proveito pessoal ou de
III - relatório estatístico contendo a quantidade de pedidos de terceiro, ou para fins de ocultação de ato ilegal cometido por si ou
informação recebidos, atendidos e indeferidos, bem como informa- por outrem;
ções genéricas sobre os solicitantes. VI - ocultar da revisão de autoridade superior competente in-
§ 1º Os órgãos e entidades deverão manter exemplar da publi- formação sigilosa para beneficiar a si ou a outrem, ou em prejuízo
cação prevista no caput para consulta pública em suas sedes. de terceiros; e
§ 2º Os órgãos e entidades manterão extrato com a lista de VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentos con-
informações classificadas, acompanhadas da data, do grau de sigilo cernentes a possíveis violações de direitos humanos por parte de
e dos fundamentos da classificação. agentes do Estado.
§ 1º Atendido o princípio do contraditório, da ampla defesa e
SEÇÃO V do devido processo legal, as condutas descritas no caput serão con-
DAS INFORMAÇÕES PESSOAIS sideradas:
I - para fins dos regulamentos disciplinares das Forças Armadas,
Art. 31. O tratamento das informações pessoais deve ser feito transgressões militares médias ou graves, segundo os critérios ne-
de forma transparente e com respeito à intimidade, vida privada, les estabelecidos, desde que não tipificadas em lei como crime ou
honra e imagem das pessoas, bem como às liberdades e garantias contravenção penal; ou
individuais. II - para fins do disposto na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro
§ 1º As informações pessoais, a que se refere este artigo, relati- de 1990, e suas alterações, infrações administrativas, que deverão
vas à intimidade, vida privada, honra e imagem: ser apenadas, no mínimo, com suspensão, segundo os critérios nela
I - terão seu acesso restrito, independentemente de classifica- estabelecidos.
ção de sigilo e pelo prazo máximo de 100 (cem) anos a contar da § 2º Pelas condutas descritas no caput, poderá o militar ou
sua data de produção, a agentes públicos legalmente autorizados e agente público responder, também, por improbidade administrati-
à pessoa a que elas se referirem; e va, conforme o disposto nas Leis nºs 1.079, de 10 de abril de 1950,
II - poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso por tercei- e 8.429, de 2 de junho de 1992.
ros diante de previsão legal ou consentimento expresso da pessoa Art. 33. A pessoa física ou entidade privada que detiver infor-
a que elas se referirem. mações em virtude de vínculo de qualquer natureza com o poder
§ 2º Aquele que obtiver acesso às informações de que trata público e deixar de observar o disposto nesta Lei estará sujeita às
este artigo será responsabilizado por seu uso indevido. seguintes sanções:
§ 3º O consentimento referido no inciso II do § 1º não será exi- I - advertência;
gido quando as informações forem necessárias: II - multa;
I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa estiver III - rescisão do vínculo com o poder público;
física ou legalmente incapaz, e para utilização única e exclusivamen- IV - suspensão temporária de participar em licitação e impe-
te para o tratamento médico; dimento de contratar com a administração pública por prazo não
II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas de evi- superior a 2 (dois) anos; e
dente interesse público ou geral, previstos em lei, sendo vedada a V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a
identificação da pessoa a que as informações se referirem; administração pública, até que seja promovida a reabilitação peran-
III - ao cumprimento de ordem judicial; te a própria autoridade que aplicou a penalidade.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
§ 1º As sanções previstas nos incisos I, III e IV poderão ser apli- II - garantir a segurança de informações sigilosas, inclusive
cadas juntamente com a do inciso II, assegurado o direito de defesa aquelas provenientes de países ou organizações internacionais com
do interessado, no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias. os quais a República Federativa do Brasil tenha firmado tratado,
§ 2º A reabilitação referida no inciso V será autorizada somente acordo, contrato ou qualquer outro ato internacional, sem prejuízo
quando o interessado efetivar o ressarcimento ao órgão ou enti- das atribuições do Ministério das Relações Exteriores e dos demais
dade dos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção órgãos competentes.
aplicada com base no inciso IV. Parágrafo único. Regulamento disporá sobre a composição, or-
§ 3º A aplicação da sanção prevista no inciso V é de competên- ganização e funcionamento do NSC.
cia exclusiva da autoridade máxima do órgão ou entidade pública, Art. 38. Aplica-se, no que couber, a Lei nº 9.507, de 12 de no-
facultada a defesa do interessado, no respectivo processo, no prazo vembro de 1997, em relação à informação de pessoa, física ou jurí-
de 10 (dez) dias da abertura de vista. dica, constante de registro ou banco de dados de entidades gover-
Art. 34. Os órgãos e entidades públicas respondem diretamen- namentais ou de caráter público.
te pelos danos causados em decorrência da divulgação não autori- Art. 39. Os órgãos e entidades públicas deverão proceder à rea-
zada ou utilização indevida de informações sigilosas ou informações valiação das informações classificadas como ultrassecretas e secre-
pessoais, cabendo a apuração de responsabilidade funcional nos tas no prazo máximo de 2 (dois) anos, contado do termo inicial de
casos de dolo ou culpa, assegurado o respectivo direito de regresso. vigência desta Lei.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se à pessoa físi- § 1º A restrição de acesso a informações, em razão da reavalia-
ca ou entidade privada que, em virtude de vínculo de qualquer na- ção prevista no caput, deverá observar os prazos e condições pre-
tureza com órgãos ou entidades, tenha acesso a informação sigilosa vistos nesta Lei.
ou pessoal e a submeta a tratamento indevido. § 2º No âmbito da administração pública federal, a reavaliação
prevista no caput poderá ser revista, a qualquer tempo, pela Co-
CAPÍTULO VI missão Mista de Reavaliação de Informações, observados os termos
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS desta Lei.
§ 3º Enquanto não transcorrido o prazo de reavaliação previsto
Art. 35. (VETADO). no caput, será mantida a classificação da informação nos termos da
§ 1º É instituída a Comissão Mista de Reavaliação de Informa- legislação precedente.
ções, que decidirá, no âmbito da administração pública federal, so- § 4º As informações classificadas como secretas e ultrassecre-
bre o tratamento e a classificação de informações sigilosas e terá tas não reavaliadas no prazo previsto no caput serão consideradas,
competência para: automaticamente, de acesso público.
I - requisitar da autoridade que classificar informação como ul- Art. 40. No prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da vigência
trassecreta e secreta esclarecimento ou conteúdo, parcial ou inte- desta Lei, o dirigente máximo de cada órgão ou entidade da admi-
gral da informação; nistração pública federal direta e indireta designará autoridade que
II - rever a classificação de informações ultrassecretas ou se- lhe seja diretamente subordinada para, no âmbito do respectivo ór-
cretas, de ofício ou mediante provocação de pessoa interessada, gão ou entidade, exercer as seguintes atribuições:
observado o disposto no art. 7º e demais dispositivos desta Lei; e I - assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso a
III - prorrogar o prazo de sigilo de informação classificada como informação, de forma eficiente e adequada aos objetivos desta Lei;
ultrassecreta, sempre por prazo determinado, enquanto o seu II - monitorar a implementação do disposto nesta Lei e apre-
acesso ou divulgação puder ocasionar ameaça externa à soberania sentar relatórios periódicos sobre o seu cumprimento;
nacional ou à integridade do território nacional ou grave risco às III - recomendar as medidas indispensáveis à implementação
relações internacionais do País, observado o prazo previsto no § 1º e ao aperfeiçoamento das normas e procedimentos necessários ao
do art. 24. correto cumprimento do disposto nesta Lei; e
§ 2º O prazo referido no inciso III é limitado a uma única reno- IV - orientar as respectivas unidades no que se refere ao cum-
vação. primento do disposto nesta Lei e seus regulamentos.
§ 3º A revisão de ofício a que se refere o inciso II do § 1º deve- Art. 41. O Poder Executivo Federal designará órgão da adminis-
rá ocorrer, no máximo, a cada 4 (quatro) anos, após a reavaliação tração pública federal responsável:
prevista no art. 39, quando se tratar de documentos ultrassecretos I - pela promoção de campanha de abrangência nacional de fo-
ou secretos. mento à cultura da transparência na administração pública e cons-
§ 4º A não deliberação sobre a revisão pela Comissão Mista de cientização do direito fundamental de acesso à informação;
Reavaliação de Informações nos prazos previstos no § 3º implicará a II - pelo treinamento de agentes públicos no que se refere ao
desclassificação automática das informações. desenvolvimento de práticas relacionadas à transparência na admi-
§ 5º Regulamento disporá sobre a composição, organização e nistração pública;
funcionamento da Comissão Mista de Reavaliação de Informações, III - pelo monitoramento da aplicação da lei no âmbito da ad-
observado o mandato de 2 (dois) anos para seus integrantes e de- ministração pública federal, concentrando e consolidando a publi-
mais disposições desta Lei. (Regulamento) cação de informações estatísticas relacionadas no art. 30;
Art. 36. O tratamento de informação sigilosa resultante de tra- IV - pelo encaminhamento ao Congresso Nacional de relatório
tados, acordos ou atos internacionais atenderá às normas e reco- anual com informações atinentes à implementação desta Lei.
mendações constantes desses instrumentos. Art. 42. O Poder Executivo regulamentará o disposto nesta Lei
Art. 37. É instituído, no âmbito do Gabinete de Segurança Insti- no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a contar da data de sua pu-
tucional da Presidência da República, o Núcleo de Segurança e Cre- blicação.
denciamento (NSC), que tem por objetivos: (Regulamento) Art. 43. O inciso VI do art. 116 da Lei no 8.112, de 11 de dezem-
I - promover e propor a regulamentação do credenciamento bro de 1990, passa a vigorar com a seguinte redação:
de segurança de pessoas físicas, empresas, órgãos e entidades para “Art. 116. ...................................................................
tratamento de informações sigilosas; e ............................................................................................
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VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do 6. A Administração Direta é correspondente aos órgãos que
cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver compõem a estrutura das pessoas federativas que executam a ati-
suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autori- vidade administrativa de maneira centralizada. O vocábulo “Admi-
dade competente para apuração; nistração Direta” possui sentido abrangente vindo a compreender
.................................................................................” (NR) todos os órgãos e agentes dos entes federados, tanto os que fazem
Art. 44. O Capítulo IV do Título IV da Lei nº 8.112, de 1990, parte do Poder Executivo, do Poder Legislativo ou do Poder Judiciá-
passa a vigorar acrescido do seguinte art. 126-A: rio, que são os responsáveis por praticar a atividade administrativa
“Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado ci- de maneira centralizada.
vil, penal ou administrativamente por dar ciência à autoridade su- ( ) CERTO
perior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra ( ) ERRADO
autoridade competente para apuração de informação concernente
à prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, 7. Tendo o Estado a convicção de que atividades podem ser
ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou fun- exercidas de forma mais eficaz por entidade autônoma e com per-
ção pública.” sonalidade jurídica própria, o Estado transfere tais atribuições a
Art. 45. Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, particulares e, ainda pode criar outras pessoas jurídicas, de direito
em legislação própria, obedecidas as normas gerais estabelecidas público ou de direito privado para esta finalidade.
nesta Lei, definir regras específicas, especialmente quanto ao dis- ( ) CERTO
posto no art. 9º e na Seção II do Capítulo III. ( ) ERRADO
Art. 46. Revogam-se:
I - a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005 ; e 8. Ocorre o desvio de poder ou desvio de finalidade quando a
II - os arts. 22 a 24 da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991. autoridade vem a praticar um ato que é de sua competência, po-
Art. 47. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias após rém, o utiliza para uma finalidade diferente da prevista ou contrária
a data de sua publicação. ao interesse público como um todo.
( ) CERTO
( ) ERRADO
QUESTÕES 9. (CESPE- 2013-TELEBRAS -ANALISTA SUPERIOR) Os elementos
vinculados de um ato administrativo são sempre a competência, a
finalidade e a forma.
1. Existe ampla hierarquia entre os princípios expressos e im- ( ) CERTO
plícitos. Comprova tal afirmação, o fato de que os dois princípios ( ) ERRADO
que dão forma o Regime Jurídico Administrativo, são meramente
implícitos. 10. (CESPE- 2008- MPE/RR -ANALISTA DE SISTEMAS) Na admi-
( ) CERTO nistração pública, os cargos públicos podem ser classificados como
( ) ERRADO cargo em comissão, cargo efetivo e cargo vitalício. São exemplos de
cargos vitalícios os de juiz e de promotor de justiça.
2. A supremacia do Interesse Público Conclama a necessidade ( ) CERTO
da sobreposição dos interesses da coletividade sobre os individuais. ( ) ERRADO
( ) CERTO
( ) ERRADO 11. De modo geral, não havendo a existência de um conceito
legal ou constitucional de serviço público, a doutrina se encarregou
3. O princípio da legalidade considera a lei em sentido amplo. de buscar uma definição para os contornos do instituto, ato que
Nesse diapasão, compreende-se como lei, toda e qualquer espécie foi realizado com a adoção, sendo por algumas vezes isolada, bem
normativa expressamente disposta pelo art. 59 da Constituição Fe- como em outras, de forma combinadas, vindo a utilizar-se dos crité-
deral. rios subjetivo, material e formal.
( ) CERTO ( ) CERTO
( ) ERRADO ( ) ERRADO

4. O princípio da publicidade dispõe que a atuação administra- 12. Além da enorme variedade de definições advindas da com-
tiva deve ser totalmente pautada nos princípios da ética, honestida- binação dos critérios subjetivo, material e formal, é de suma impor-
de, probidade e boa fé. Esse princípio está conexo à não corrupção tância compreendermos que o vocábulo “serviço público” pode ser
na Administração Pública. considerado sob dois pontos de vista, sendo um subjetivo e outro
( ) CERTO objetivo.
( ) ERRADO ( ) CERTO
( ) ERRADO
5. O princípio da Eficiência dispõe que a atividade administra-
tiva deverá ser exercida com presteza, perfeição, rendimento, qua- 13. Com fundamento no art. 29 da Nova Lei de Licitações, trata-
lidade e economicidade. Anteriormente era um princípio implícito, -se o pregão de uma modalidade de licitação do tipo menor preço,
porém, hodiernamente, foi acrescentado, de forma expressa, na designada ao aferimento de aquisição de bens e serviços comuns. O
CFB/88, com a EC n. 19/1998. pregão pode ocorrer somente de forma presencial.
( ) CERTO A assertiva se encontra:
( ) ERRADO ( ) CERTO
( ) ERRADO

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14. De acordo com a Nova lei de Licitações, os documentos exi-
gidos para a habilitação são: a certidão negativa de feitos a respeito
de falência expedida pelo distribuidor da sede do licitante, e, por GABARITO
último, exige-se o balanço patrimonial dos últimos dois exercícios
sociais, salvo das empresas que foram constituídas no lapso de me-
nos de três anos. 1 ERRADO
A assertiva se encontra:
( ) CERTO 2 CERTO
( ) ERRADO 3 CERTO
4 ERRADO
15. O procedimento legal é uma das características do contrato
administrativo, através do qual são estabelecidos por meio de lei, 5 CERTO
procedimentos de cunho obrigatório para a celebração dos contra- 6 CERTO
tos administrativos, que contém, dentre outras medidas, autoriza-
ção legislativa, justificativa de preço, motivação, autorização pela 7 CERTO
autoridade competente, indicação de recursos orçamentários e li- 8 CERTO
citação. 9 CERTO
( ) CERTO
( ) ERRADO 10 CERTO
11 CERTO
16. Controle interno é aquele realizado por órgãos de um Poder
12 CERTO
sobrepondo condutas que são praticadas na direção desse mesmo
Poder, ou, ainda, por um órgão de uma pessoa jurídica da Adminis- 13 ERRADO
tração indireta sobre atos que foram praticados pela própria pessoa 14 ERRADO
jurídica da qual faz parte. No controle interno o órgão controlador
encontra-se inserido na estrutura administrativa que deve ser con- 15 CERTO
trolada. 16 CERTO
( ) CERTO 17 CERTO
( ) ERRADO
18 CERTO
17. Controle externo é aquele realizado por órgão estranho à 19 CERTO
estrutura do Poder controlado. Verificamos tal fato, em termos prá-
20 CERTO
ticos, quando por exemplo, um Tribunal de Contas Estadual passa
a julgar as contas no âmbito dos poderes legislativo ou judiciário.
( ) CERTO
( ) ERRADO

18. O controle judicial da Administração Pública, trata-se da-


quele exercido pelo Poder Judiciário, quando em exercício de função
jurisdicional, sobre os atos administrativos do Poder Executivo, do
Poder Legislativo e do próprio Poder Judiciário. O controle judicial é
aquele por meio do qual, o Poder Judiciário, ao exercer de a função
jurisdicional, aprecia a juridicidade que engloba a regularidade, a
legalidade e a constitucionalidade da conduta administrativa.
( ) CERTO
( ) ERRADO

19. O Brasil, contemporaneamente adota o sistema de unida-


de de jurisdição, também conhecido por sistema de monopólio de
jurisdição ou sistema inglês, por intermédio do qual o Poder Judi-
ciário possui a exclusividade da função jurisdicional, vindo a inferir
que somente as decisões judiciais fazem coisa julgada em sentido
próprio, vindo a tornar-se juridicamente insuscetíveis de serem mo-
dificadas.
( ) CERTO
( ) ERRADO

20. Dentro do sistema de dualidade de jurisdição, é composta


por juízes e tribunais administrativos cuja competência cuida-se em
geral, de resolver litígios nos quais o Poder Público seja parte.
Esta afirmação se refere à justiça administrativa.
( ) CERTO
( ) ERRADO

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