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a solução para o seu concurso!

IASES
INSTITUTO DE ATENDIMENTO SOCIOE-
DUCATIVO DO ESPÍRITO SANTO

Agente Socioeducativo

EDITAL DE ABERTURA
Nº 001/2022

CÓD: SL-021OT-22
7908433227694
INTRODUÇÃO

Como passar em um concurso público?


Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação. É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como
estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.

Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou esta introdução com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.

Então mãos à obra!


• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho;

• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área;

• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total;

• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo;

• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.

• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame;

• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.

A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.

Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.

A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Vamos juntos!

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ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Compreensão e Interpretação de texto. Tipos textuais (texto narrativo, dissertativo, expositivo, descritivo e injuntivo).
Gêneros textuais. Coerência e coesão textual. Linguagem Verbal e não verbal. Funções da Linguagem.................................. 7
2. Variação linguística..................................................................................................................................................................... 21
3. Discurso direto e indireto............................................................................................................................................................ 22
4. Figuras da Linguagem.................................................................................................................................................................. 24
5. Ortografia (Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa)........................................................................................................ 26
6. Acentuação gráfica...................................................................................................................................................................... 27
7. Sinais de Pontuação..................................................................................................................................................................... 28
8. Classes de Palavras: Adjetivo, Advérbio, Artigo, Preposição, Conjunção, Interjeição, Numeral, Pronomes, Substantivos e
Verbos......................................................................................................................................................................................... 29
9. Crase............................................................................................................................................................................................ 34
10. Estrutura e Formação de Palavras................................................................................................................................................ 34
11. Concordância nominal e verbal................................................................................................................................................... 36
12. Regência nominal e verbal........................................................................................................................................................... 36
13. Análise sintática: frase, oração e período........................................................................................................................................ 37
14. Semântica: Sinônimos. Antônimos. Homônimos. Parônimos. Denotação e conotação. Significado de Palavras........................ 39

Matemática
1. Conjuntos numéricos: Naturais (N), Inteiros (Z), Racionais (Q), Reais (R): representação, ordenação, operações, problemas. 47
Operações numéricas (adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação e raiz)................................................................
2. Números fracionários: operações com números fracionários..................................................................................................... 51
3. Números decimais: operações com números decimais................................................................................................................ 54
4. Teoria dos números: pares / ímpares / múltiplos / divisores / primos / compostos / fatoração / divisibilidade / MMC / MDC 55
5. Equações do 1º e do 2º grau........................................................................................................................................................ 56
6. Razão e proporção: propriedades das proporções e divisão proporcional................................................................................. 59
7. Regra de três simples................................................................................................................................................................... 61
8. Porcentagem............................................................................................................................................................................... 61
9. Resolução de situações problemas.............................................................................................................................................. 62
10. Tratamento da informação: gráficos e tabelas............................................................................................................................ 63
11. Áreas de figuras planas (triângulos, quadriláteros, círculos e polígonos regulares).................................................................... 64
12. Função quadrática. Função exponencial. Função logarítmica..................................................................................................... 69
13. Análise Combinatória Simples..................................................................................................................................................... 74
14. Noções de estatísticas................................................................................................................................................................. 75
15. Probabilidade.............................................................................................................................................................................. 78
16. Progressão aritmética e geométrica............................................................................................................................................ 79
17. Juros simples e compostos.......................................................................................................................................................... 81

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ÍNDICE

Informática
1. Sistema Operacional e software................................................................................................................................................. 85
2. Internet: Navegação na Internet, conceitos de URL, links, sites, busca e impressão de páginas. ................................................ 97
3. Editor de texto (Microsoft Office): Formatação de Fonte e Parágrafo; Bordas e Sombreamento; Marcadores, Numeração
e Tabulação; Cabeçalho, Rodapé e Número de Páginas; Manipulação de Imagens e Formas; Configuração de página;
Tabelas. ...................................................................................................................................................................................... 100
4. Planilha eletrônica - Excel (Microsoft Office): Formatação da Planilha e de Células; criar cálculos utilizando as quatro
operações; formatar dados através da Formatação Condicional; representar dados através de Gráficos. Configuração de
Impressoras. ............................................................................................................................................................................... 104
5. Programa Antivírus e Firewall. .................................................................................................................................................... 110
6. Teclas de Atalho........................................................................................................................................................................... 112
7. Sistema E-Docs............................................................................................................................................................................ 113

Conhecimentos Específicos
Agente Socioeducativo
1. Lei do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo – SINASE............................................................................................ 127
2. Estatuto da Criança e do Adolescente – ECRIAD e atualizações........................................................................................................ 137
3. Lei nº 9.455, de 7 de abril de 1997, a qual define os crimes de tortura e dá outras providências................................................ 174
4. Regime Disciplinar e Processo Administrativo Disciplinar previsto na Lei Complementar 46 de 31 de janeiro de 1994............. 175
5. Ética no Serviço Público................................................................................................................................................................ 175
6. Sistema Único de Segurança Pública........................................................................................................................................... 179
7. Declaração Universal Dos Direitos Humanos................................................................................................................................ 187
8. Regras Mínimas para o tratamento de pessoas presas – Organização das Nações Unidas- ONU................................................ 189
9. Justiça Restaurativa e Comunicação Não Violenta........................................................................................................................ 200
10. Primeiros SocorroS...................................................................................................................................................................... 201
11. Constituição Federal: Dos Direitos e Garantias Fundamentais, Dos Direitos Sociais, Da Organização do Estado, Da Administração
Pública, Do Processo Legislativo, Da Segurança Pública, Da Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem e do Idoso........... 207
12. Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente - CONANDA................................................................................ 241
13. Socioeducação............................................................................................................................................................................. 242
14. Atribuições teórica e prática do cargo de Agente Socioeducativo, estabelecidas na Lei nº 706/2013........................................ 242

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LÍNGUA PORTUGUESA

• Linguagem não-verbal é aquela que utiliza somente imagens,


COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO. TIPOS TEX- fotos, gestos... não há presença de nenhuma palavra.
TUAIS (TEXTO NARRATIVO, DISSERTATIVO, EXPOSITIVO,
DESCRITIVO E INJUNTIVO). GÊNEROS TEXTUAIS. COERÊN-
CIA E COESÃO TEXTUAL. LINGUAGEM VERBAL E NÃO
VERBAL. FUNÇÕES DA LINGUAGEM

Compreensão e interpretação de textos


Chegamos, agora, em um ponto muito importante para todo o
seu estudo: a interpretação de textos. Desenvolver essa habilidade
é essencial e pode ser um diferencial para a realização de uma boa
prova de qualquer área do conhecimento.
Mas você sabe a diferença entre compreensão e interpretação?
A compreensão é quando você entende o que o texto diz de
forma explícita, aquilo que está na superfície do texto.
Quando Jorge fumava, ele era infeliz.
Por meio dessa frase, podemos entender que houve um tempo • Linguagem Mista (ou híbrida) é aquele que utiliza tanto as
que Jorge era infeliz, devido ao cigarro. palavras quanto as imagens. Ou seja, é a junção da linguagem
A interpretação é quando você entende o que está implícito, verbal com a não-verbal.
nas entrelinhas, aquilo que está de modo mais profundo no texto
ou que faça com que você realize inferências.
Quando Jorge fumava, ele era infeliz.
Já compreendemos que Jorge era infeliz quando fumava, mas
podemos interpretar que Jorge parou de fumar e que agora é feliz.
Percebeu a diferença?

Tipos de Linguagem
Existem três tipos de linguagem que precisamos saber para que
facilite a interpretação de textos.
• Linguagem Verbal é aquela que utiliza somente palavras. Ela
pode ser escrita ou oral.

Além de saber desses conceitos, é importante sabermos


identificar quando um texto é baseado em outro. O nome que
damos a este processo é intertextualidade.

Interpretação de Texto
Interpretar um texto quer dizer dar sentido, inferir, chegar
a uma conclusão do que se lê. A interpretação é muito ligada ao
subentendido. Sendo assim, ela trabalha com o que se pode deduzir
de um texto.
A interpretação implica a mobilização dos conhecimentos
prévios que cada pessoa possui antes da leitura de um determinado
texto, pressupõe que a aquisição do novo conteúdo lido estabeleça
uma relação com a informação já possuída, o que leva ao
crescimento do conhecimento do leitor, e espera que haja uma
apreciação pessoal e crítica sobre a análise do novo conteúdo lido,
afetando de alguma forma o leitor.
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Sendo assim, podemos dizer que existem diferentes tipos de Identificando o tema de um texto
leitura: uma leitura prévia, uma leitura seletiva, uma leitura analítica O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia
e, por fim, uma leitura interpretativa. principal que o texto será desenvolvido. Para que você consiga
identificar o tema de um texto, é necessário relacionar as diferen-
É muito importante que você: tes informações de forma a construir o seu sentido global, ou seja,
- Assista os mais diferenciados jornais sobre a sua cidade, você precisa relacionar as múltiplas partes que compõem um todo
estado, país e mundo; significativo, que é o texto.
- Se possível, procure por jornais escritos para saber de notícias Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a ler um
(e também da estrutura das palavras para dar opiniões); texto por sentir-se atraído pela temática resumida no título. Pois o
- Leia livros sobre diversos temas para sugar informações título cumpre uma função importante: antecipar informações sobre
ortográficas, gramaticais e interpretativas; o assunto que será tratado no texto.
- Procure estar sempre informado sobre os assuntos mais Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura por-
polêmicos; que achou o título pouco atraente ou, ao contrário, sentiu-se atraí-
- Procure debater ou conversar com diversas pessoas sobre do pelo título de um livro ou de um filme, por exemplo. É muito
qualquer tema para presenciar opiniões diversas das suas. comum as pessoas se interessarem por temáticas diferentes, de-
pendendo do sexo, da idade, escolaridade, profissão, preferências
Dicas para interpretar um texto: pessoais e experiência de mundo, entre outros fatores.
– Leia lentamente o texto todo. Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro, se-
No primeiro contato com o texto, o mais importante é tentar xualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas, moda, cuidados com
compreender o sentido global do texto e identificar o seu objetivo. o corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são praticamente in-
finitas e saber reconhecer o tema de um texto é condição essen-
– Releia o texto quantas vezes forem necessárias. cial para se tornar um leitor hábil. Vamos, então, começar nossos
Assim, será mais fácil identificar as ideias principais de cada estudos?
parágrafo e compreender o desenvolvimento do texto. Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício
bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz ao ler um texto:
– Sublinhe as ideias mais importantes. reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir?
Sublinhar apenas quando já se tiver uma boa noção da ideia
principal e das ideias secundárias do texto. CACHORROS
– Separe fatos de opiniões.
O leitor precisa separar o que é um fato (verdadeiro, objetivo Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma
e comprovável) do que é uma opinião (pessoal, tendenciosa e espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos
mutável). seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa ami-
– Retorne ao texto sempre que necessário. zade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas
Além disso, é importante entender com cuidado e atenção os precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam que,
enunciados das questões. se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a
comida que sobrava. Já os homens descobriram que os cachorros
– Reescreva o conteúdo lido. podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da
Para uma melhor compreensão, podem ser feitos resumos, casa, além de serem ótimos companheiros. Um colaborava com o
tópicos ou esquemas. outro e a parceria deu certo.

Além dessas dicas importantes, você também pode grifar Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o pos-
palavras novas, e procurar seu significado para aumentar seu sível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o tex-
vocabulário, fazer atividades como caça-palavras, ou cruzadinhas to vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele
são uma distração, mas também um aprendizado. falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo
Não se esqueça, além da prática da leitura aprimorar a do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a asso-
compreensão do texto e ajudar a aprovação, ela também estimula ciação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo
nossa imaginação, distrai, relaxa, informa, educa, atualiza, melhora mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens.
nosso foco, cria perspectivas, nos torna reflexivos, pensantes, além As informações que se relacionam com o tema chamamos de
de melhorar nossa habilidade de fala, de escrita e de memória. subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram,
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma unida-
seletas e organizadas, através dos parágrafos que é composto pela de de sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse texto
ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você chegou à
do texto. conclusão de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães.
O primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa que você foi
a identificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se capaz de identificar o tema do texto!
as ideias secundárias, ou fundamentações, as argumentações,
ou explicações, que levem ao esclarecimento das questões Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-ideias-
apresentadas na prova. -secundarias/
Compreendido tudo isso, interpretar significa extrair um
significado. Ou seja, a ideia está lá, às vezes escondida, e por isso
o candidato só precisa entendê-la – e não a complementar com
algum valor individual. Portanto, apegue-se tão somente ao texto, e
nunca extrapole a visão dele.

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IDENTIFICAÇÃO DE EFEITOS DE IRONIA OU HUMOR EM Ironia dramática (ou satírica)
TEXTOS VARIADOS A ironia dramática é um efeito de sentido que ocorre nos textos
Ironia literários quando o leitor, a audiência, tem mais informações do que
Ironia  é o recurso pelo qual o emissor diz o contrário do que tem um personagem sobre os eventos da narrativa e sobre inten-
está pensando ou sentindo (ou por pudor em relação a si próprio ou ções de outros personagens. É um recurso usado para aprofundar
com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem). os significados ocultos em diálogos e ações e que, quando captado
A ironia consiste na utilização de determinada palavra ou ex- pelo leitor, gera um clima de suspense, tragédia ou mesmo comé-
pressão que, em um outro contexto diferente do usual, ganha um dia, visto que um personagem é posto em situações que geram con-
novo sentido, gerando um efeito de humor. flitos e mal-entendidos porque ele mesmo não tem ciência do todo
Exemplo: da narrativa.
Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo o
que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil apa-
recer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exem-
plo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história
irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens agem ao
longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a
plateia já sabe que eles não serão bem-sucedidos.

Humor
Nesse caso, é muito comum a utilização de situações que pare-
çam cômicas ou surpreendentes para provocar o efeito de humor.
Situações cômicas ou potencialmente humorísticas comparti-
lham da característica do efeito surpresa. O humor reside em ocor-
rer algo fora do esperado numa situação.
Há diversas situações em que o humor pode aparecer. Há as ti-
rinhas e charges, que aliam texto e imagem para criar efeito cômico;
há anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, frequentemente
acessadas como forma de gerar o riso.
Os textos com finalidade humorística podem ser divididos em
quatro categorias: anedotas, cartuns, tiras e charges.

Exemplo:

Na construção de um texto, ela pode aparecer em três mo-


dos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou satírica).

Ironia verbal
Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig-
nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a
intenção são diferentes.
Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível!

Ironia de situação Análise e a interpretação do texto segundo o gênero em que


A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o se inscreve
resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja. Compreender um texto trata da análise e decodificação do que
Exemplo: Quando num texto literário uma personagem planeja de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes. Inter-
uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. No li- pretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao
vro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a conectar as ideias do texto com a realidade. Interpretação trabalha
personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto.
vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem suces- Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual-
so. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia é que quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia
planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou famoso após a principal. Compreender relações semânticas é uma competência
morte. imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.
Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode-
-se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro-
fissional, mas também o desenvolvimento pessoal.

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Busca de sentidos tempo na novela é baseada no calendário. O tempo e local são de-
Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo finidos pelas histórias dos personagens. A história (enredo) tem um
os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto mais
apreensão do conteúdo exposto. curto.
Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma
relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que
citadas ou apresentando novos conceitos. nós mesmos já vivemos e normalmente é utilizado a ironia para
Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici- mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica o tempo não
tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder é relevante e quando é citado, geralmente são pequenos intervalos
espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas como horas ou mesmo minutos.
entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer
que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun- Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da lin-
damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas. guagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento,
a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de
Importância da interpretação imagens.
A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se
informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a inter- Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a
pretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assunto
específicos, aprimora a escrita. que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é con-
Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros fa- vencer o leitor a concordar com ele.
tores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes pre-
sentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz sufi- Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um
ciente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre releia o texto, entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informações.
pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas
que não foram observados previamente. Para auxiliar na busca de de destaque sobre algum assunto de interesse.
sentidos do texto, pode-se também retirar dele os tópicos frasais
presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apreen- Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materiali-
são do conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não es- za em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite as
tão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira aleató- crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando
ria, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários, os professores a identificar o nível de alfabetização delas.
estabelecendo uma relação hierárquica do pensamento defendido,
retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos. Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo
Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo au- de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa li-
tor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço para berdade para quem recebe a informação.
divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas.
Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você DISTINÇÃO DE FATO E OPINIÃO SOBRE ESSE FATO
precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que Fato
não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas. O fato é algo que aconteceu ou está acontecendo. A existência
Ler com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão, do fato pode ser constatada de modo indiscutível. O fato pode é
assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes. uma coisa que aconteceu e pode ser comprovado de alguma manei-
ra, através de algum documento, números, vídeo ou registro.
Diferença entre compreensão e interpretação Exemplo de fato:
A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do A mãe foi viajar.
texto e verificar o que realmente está escrito nele. Já a interpreta-
ção imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. O Interpretação
leitor tira conclusões subjetivas do texto. É o ato de dar sentido ao fato, de entendê-lo. Interpretamos
quando relacionamos fatos, os comparamos, buscamos suas cau-
Gêneros Discursivos sas, previmos suas consequências.
Romance: descrição longa de ações e sentimentos de perso- Entre o fato e sua interpretação há uma relação lógica: se apon-
nagens fictícios, podendo ser de comparação com a realidade ou tamos uma causa ou consequência, é necessário que seja plausível.
totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma Se comparamos fatos, é preciso que suas semelhanças ou diferen-
novela é a extensão do texto, ou seja, o romance é mais longo. No ças sejam detectáveis.
romance nós temos uma história central e várias histórias secun-
dárias. Exemplos de interpretação:
A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmente tro país.
imaginário. Com linguagem linear e curta, envolve poucas perso- A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
nagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única do que com a filha.
ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações
encaminham-se diretamente para um desfecho. Opinião
A opinião é a avaliação que se faz de um fato considerando um
Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferencia- juízo de valor. É um julgamento que tem como base a interpretação
do por sua extensão. Ela fica entre o conto e o romance, e tem a que fazemos do fato.
história principal, mas também tem várias histórias secundárias. O
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Nossas opiniões costumam ser avaliadas pelo grau de coerên- Outro aspecto que merece especial atenção são  os conecto-
cia que mantêm com a interpretação do fato. É uma interpretação res. São responsáveis pela coesão do texto e tornam a leitura mais
do fato, ou seja, um modo particular de olhar o fato. Esta opinião fluente, visando estabelecer um encadeamento lógico entre as
pode alterar de pessoa para pessoa devido a fatores socioculturais. ideias e servem de ligação entre o parágrafo, ou no interior do pe-
ríodo, e o tópico que o antecede.
Exemplos de opiniões que podem decorrer das interpretações Saber usá-los com precisão, tanto no interior da frase, quanto
anteriores: ao passar de um enunciado para outro, é uma exigência também
A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou- para a clareza do texto.
tro país. Ela tomou uma decisão acertada. Sem os conectores (pronomes relativos, conjunções, advér-
A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão bios, preposições, palavras denotativas) as ideias não fluem, muitas
do que com a filha. Ela foi egoísta. vezes o pensamento não se completa, e o texto torna-se obscuro,
sem coerência.
Muitas vezes, a interpretação já traz implícita uma opinião. Esta estrutura é uma das mais utilizadas em textos argumenta-
Por exemplo, quando se mencionam com ênfase consequên- tivos, e por conta disso é mais fácil para os leitores.
cias negativas que podem advir de um fato, se enaltecem previsões Existem diversas formas de se estruturar cada etapa dessa es-
positivas ou se faz um comentário irônico na interpretação, já esta- trutura de texto, entretanto, apenas segui-la já leva ao pensamento
mos expressando nosso julgamento. mais direto.
É muito importante saber a diferença entre o fato e opinião,
principalmente quando debatemos um tema polêmico ou quando NÍVEIS DE LINGUAGEM
analisamos um texto dissertativo. Definição de linguagem
Linguagem é qualquer meio sistemático de comunicar ideias
Exemplo: ou sentimentos através de signos convencionais, sonoros, gráficos,
A mãe viajou e deixou a filha só. Nem deve estar se importando gestuais etc. A linguagem é individual e flexível e varia dependendo
com o sofrimento da filha. da idade, cultura, posição social, profissão etc. A maneira de arti-
cular as palavras, organizá-las na frase, no texto, determina nossa
ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO E DOS PARÁGRAFOS linguagem, nosso estilo (forma de expressão pessoal).
Uma boa redação é dividida em ideias relacionadas entre si As inovações linguísticas, criadas pelo falante, provocam, com
ajustadas a uma ideia central que norteia todo o pensamento do o decorrer do tempo, mudanças na estrutura da língua, que só as
texto. Um dos maiores problemas nas redações é estruturar as incorpora muito lentamente, depois de aceitas por todo o grupo
ideias para fazer com que o leitor entenda o que foi dito no texto. social. Muitas novidades criadas na linguagem não vingam na língua
Fazer uma estrutura no texto para poder guiar o seu pensamento e caem em desuso.
e o do leitor. Língua escrita e língua falada
A língua escrita não é a simples reprodução gráfica da língua
Parágrafo falada, por que os sinais gráficos não conseguem registrar grande
O parágrafo organizado em torno de uma ideia-núcleo, que é parte dos elementos da fala, como o timbre da voz, a entonação, e
desenvolvida por ideias secundárias. O parágrafo pode ser forma- ainda os gestos e a expressão facial. Na realidade a língua falada é
do por uma ou mais frases, sendo seu tamanho variável. No texto mais descontraída, espontânea e informal, porque se manifesta na
dissertativo-argumentativo, os parágrafos devem estar todos rela- conversação diária, na sensibilidade e na liberdade de expressão
cionados com a tese ou ideia principal do texto, geralmente apre- do falante. Nessas situações informais, muitas regras determinadas
sentada na introdução. pela língua padrão são quebradas em nome da naturalidade, da li-
Embora existam diferentes formas de organização de parágra- berdade de expressão e da sensibilidade estilística do falante.
fos, os textos dissertativo-argumentativos e alguns gêneros jornalís-
ticos apresentam uma estrutura-padrão. Essa estrutura consiste em Linguagem popular e linguagem culta
três partes: a ideia-núcleo, as ideias secundárias (que desenvolvem Podem valer-se tanto da linguagem popular quanto da lingua-
a ideia-núcleo) e a conclusão (que reafirma a ideia-básica). Em pa- gem culta. Obviamente a linguagem popular é mais usada na fala,
rágrafos curtos, é raro haver conclusão. nas expressões orais cotidianas. Porém, nada impede que ela esteja
presente em poesias (o Movimento Modernista Brasileiro procurou
Introdução: faz uma rápida apresentação do assunto e já traz valorizar a linguagem popular), contos, crônicas e romances em que
uma ideia da sua posição no texto, é normalmente aqui que você o diálogo é usado para representar a língua falada.
irá identificar qual o problema do texto, o porque ele está sendo
escrito. Normalmente o tema e o problema são dados pela própria Linguagem Popular ou Coloquial
prova. Usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se quase
sempre rebelde à norma gramatical e é carregada de vícios de lin-
Desenvolvimento: elabora melhor o tema com argumentos e guagem (solecismo – erros de regência e concordância; barbarismo
ideias que apoiem o seu posicionamento sobre o assunto. É possí- – erros de pronúncia, grafia e flexão; ambiguidade; cacofonia; pleo-
vel usar argumentos de várias formas, desde dados estatísticos até nasmo), expressões vulgares, gírias e preferência pela coordenação,
citações de pessoas que tenham autoridade no assunto. que ressalta o caráter oral e popular da língua. A linguagem popular
está presente nas conversas familiares ou entre amigos, anedotas,
Conclusão: faz uma retomada breve de tudo que foi abordado irradiação de esportes, programas de TV e auditório, novelas, na
e conclui o texto. Esta última parte pode ser feita de várias maneiras expressão dos esta dos emocionais etc.
diferentes, é possível deixar o assunto ainda aberto criando uma
pergunta reflexiva, ou concluir o assunto com as suas próprias con-
clusões a partir das ideias e argumentos do desenvolvimento.

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A Linguagem Culta ou Padrão Exemplo:
É a ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em que Era uma casa muito engraçada
se apresenta com terminologia especial. É usada pelas pessoas ins- Não tinha teto, não tinha nada
truídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se pela obediên- Ninguém podia entrar nela, não
cia às normas gramaticais. Mais comumente usada na linguagem Porque na casa não tinha chão
escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais artificial, Ninguém podia dormir na rede
mais estável, menos sujeita a variações. Está presente nas aulas, Porque na casa não tinha parede
conferências, sermões, discursos políticos, comunicações científi- Ninguém podia fazer pipi
cas, noticiários de TV, programas culturais etc. Porque penico não tinha ali
Mas era feita com muito esmero
Gíria Na rua dos bobos, número zero
A gíria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais como (Vinícius de Moraes)
arma de defesa contra as classes dominantes. Esses grupos utilizam
a gíria como meio de expressão do cotidiano, para que as mensa- TIPO TEXTUAL INJUNTIVO
gens sejam decodificadas apenas por eles mesmos. A injunção indica como realizar uma ação, aconselha, impõe,
Assim a gíria é criada por determinados grupos que divulgam instrui o interlocutor. Chamado também de texto instrucional, o
o palavreado para outros grupos até chegar à mídia. Os meios de tipo de texto injuntivo é utilizado para predizer acontecimentos e
comunicação de massa, como a televisão e o rádio, propagam os comportamentos, nas leis jurídicas.
novos vocábulos, às vezes, também inventam alguns. A gíria pode
acabar incorporada pela língua oficial, permanecer no vocabulário Características principais:
de pequenos grupos ou cair em desuso. • Normalmente apresenta frases curtas e objetivas, com ver-
Ex.: “chutar o pau da barraca”, “viajar na maionese”, “galera”, bos de comando, com tom imperativo; há também o uso do futuro
“mina”, “tipo assim”. do presente (10 mandamentos bíblicos e leis diversas).
• Marcas de interlocução: vocativo, verbos e pronomes de 2ª
Linguagem vulgar pessoa ou 1ª pessoa do plural, perguntas reflexivas etc.
Existe uma linguagem vulgar relacionada aos que têm pouco
ou nenhum contato com centros civilizados. Na linguagem vulgar Exemplo:
há estruturas com “nóis vai, lá”, “eu di um beijo”, “Ponhei sal na Impedidos do Alistamento Eleitoral (art. 5º do Código Eleito-
comida”. ral) – Não podem alistar-se eleitores: os que não saibam exprimir-se
na língua nacional, e os que estejam privados, temporária ou defi-
Linguagem regional nitivamente dos direitos políticos. Os militares são alistáveis, desde
Regionalismos são variações geográficas do uso da língua pa- que oficiais, aspirantes a oficiais, guardas-marinha, subtenentes ou
drão, quanto às construções gramaticais e empregos de certas pala- suboficiais, sargentos ou alunos das escolas militares de ensino su-
vras e expressões. Há, no Brasil, por exemplo, os falares amazônico, perior para formação de oficiais.
nordestino, baiano, fluminense, mineiro, sulino.
Tipos e genêros textuais
Os tipos textuais configuram-se como modelos fixos e abran- Tipo textual expositivo
gentes que objetivam a distinção e definição da estrutura, bem A dissertação é o ato de apresentar ideias, desenvolver racio-
como aspectos linguísticos de narração, dissertação, descrição e cínio, analisar contextos, dados e fatos, por meio de exposição,
explicação. Eles apresentam estrutura definida e tratam da forma discussão, argumentação e defesa do que pensamos. A dissertação
como um texto se apresenta e se organiza. Existem cinco tipos clás- pode ser expositiva ou argumentativa.
sicos que aparecem em provas: descritivo, injuntivo, expositivo (ou A dissertação-expositiva é caracterizada por esclarecer um as-
dissertativo-expositivo) dissertativo e narrativo. Vejamos alguns sunto de maneira atemporal, com o objetivo de explicá-lo de ma-
exemplos e as principais características de cada um deles. neira clara, sem intenção de convencer o leitor ou criar debate.

Tipo textual descritivo Características principais:


A descrição é uma modalidade de composição textual cujo • Apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão.
objetivo é fazer um retrato por escrito (ou não) de um lugar, uma • O objetivo não é persuadir, mas meramente explicar, infor-
pessoa, um animal, um pensamento, um sentimento, um objeto, mar.
um movimento etc. • Normalmente a marca da dissertação é o verbo no presente.
Características principais: • Amplia-se a ideia central, mas sem subjetividade ou defesa
• Os recursos formais mais encontrados são os de valor adje- de ponto de vista.
tivo (adjetivo, locução adjetiva e oração adjetiva), por sua função • Apresenta linguagem clara e imparcial.
caracterizadora.
• Há descrição objetiva e subjetiva, normalmente numa enu- Exemplo:
meração. O texto dissertativo consiste na ampliação, na discussão, no
• A noção temporal é normalmente estática. questionamento, na reflexão, na polemização, no debate, na ex-
• Normalmente usam-se verbos de ligação para abrir a defini- pressão de um ponto de vista, na explicação a respeito de um de-
ção. terminado tema.
• Normalmente aparece dentro de um texto narrativo. Existem dois tipos de dissertação bem conhecidos: a disserta-
• Os gêneros descritivos mais comuns são estes: manual, anún- ção expositiva (ou informativa) e a argumentativa (ou opinativa).
cio, propaganda, relatórios, biografia, tutorial. Portanto, pode-se dissertar simplesmente explicando um as-
sunto, imparcialmente, ou discutindo-o, parcialmente.

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Tipo textual dissertativo-argumentativo GÊNEROS TEXTUAIS
Este tipo de texto — muito frequente nas provas de concur- Já os gêneros textuais (ou discursivos) são formas diferentes
sos — apresenta posicionamentos pessoais e exposição de ideias de expressão comunicativa. As muitas formas de elaboração de um
apresentadas de forma lógica. Com razoável grau de objetividade, texto se tornam gêneros, de acordo com a intenção do seu pro-
clareza, respeito pelo registro formal da língua e coerência, seu in- dutor. Logo, os gêneros apresentam maior diversidade e exercem
tuito é a defesa de um ponto de vista que convença o interlocutor funções sociais específicas, próprias do dia a dia. Ademais, são
(leitor ou ouvinte). passíveis de modificações ao longo do tempo, mesmo que preser-
vando características preponderantes. Vejamos, agora, uma tabela
Características principais: que apresenta alguns gêneros textuais classificados com os tipos
• Presença de estrutura básica (introdução, desenvolvimento textuais que neles predominam.
e conclusão): ideia principal do texto (tese); argumentos (estraté-
gias argumentativas: causa-efeito, dados estatísticos, testemunho Tipo Textual Predominante Gêneros Textuais
de autoridade, citações, confronto, comparação, fato, exemplo,
enumeração...); conclusão (síntese dos pontos principais com su- Descritivo Diário
gestão/solução). Relatos (viagens, históricos, etc.)
• Utiliza verbos na 1ª pessoa (normalmente nas argumentações Biografia e autobiografia
informais) e na 3ª pessoa do presente do indicativo (normalmente Notícia
nas argumentações formais) para imprimir uma atemporalidade e Currículo
um caráter de verdade ao que está sendo dito. Lista de compras
• Privilegiam-se as estruturas impessoais, com certas modali- Cardápio
zações discursivas (indicando noções de possibilidade, certeza ou Anúncios de classificados
probabilidade) em vez de juízos de valor ou sentimentos exaltados. Injuntivo Receita culinária
• Há um cuidado com a progressão temática, isto é, com o de- Bula de remédio
senvolvimento coerente da ideia principal, evitando-se rodeios. Manual de instruções
Regulamento
Exemplo: Textos prescritivos
A maioria dos problemas existentes em um país em desenvol-
vimento, como o nosso, podem ser resolvidos com uma eficiente Expositivo Seminários
administração política (tese), porque a força governamental certa- Palestras
mente se sobrepõe a poderes paralelos, os quais – por negligência Conferências
de nossos representantes – vêm aterrorizando as grandes metró- Entrevistas
poles. Isso ficou claro no confronto entre a força militar do RJ e os Trabalhos acadêmicos
traficantes, o que comprovou uma verdade simples: se for do desejo Enciclopédia
dos políticos uma mudança radical visando o bem-estar da popula- Verbetes de dicionários
ção, isso é plenamente possível (estratégia argumentativa: fato- Dissertativo-argumentativo Editorial Jornalístico
-exemplo). É importante salientar, portanto, que não devemos ficar Carta de opinião
de mãos atadas à espera de uma atitude do governo só quando o Resenha
caos se estabelece; o povo tem e sempre terá de colaborar com uma Artigo
cobrança efetiva (conclusão). Ensaio
Monografia, dissertação de
Tipo textual narrativo mestrado e tese de doutorado
O texto narrativo é uma modalidade textual em que se conta
Narrativo Romance
um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lu-
Novela
gar, envolvendo certos personagens. Toda narração tem um enredo,
Crônica
personagens, tempo, espaço e narrador (ou foco narrativo).
Contos de Fada
Fábula
Características principais:
Lendas
• O tempo verbal predominante é o passado.
• Foco narrativo com narrador de 1ª pessoa (participa da his-
tória – onipresente) ou de 3ª pessoa (não participa da história – Sintetizando: os tipos textuais são fixos, finitos e tratam da for-
onisciente). ma como o texto se apresenta. Os gêneros textuais são fluidos, infi-
• Normalmente, nos concursos públicos, o texto aparece em nitos e mudam de acordo com a demanda social.
prosa, não em verso.
ARGUMENTAÇÃO
Exemplo: O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma
Solidão informação a alguém. Quem comunica pretende criar uma imagem
João era solteiro, vivia só e era feliz. Na verdade, a solidão era positiva de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito educado,
o que o tornava assim. Conheceu Maria, também solteira, só e fe- ou inteligente, ou culto), quer ser aceito, deseja que o que diz
liz. Tão iguais, a afinidade logo se transforma em paixão. Casam-se. seja admitido como verdadeiro. Em síntese, tem a intenção de
Dura poucas semanas. Não havia mesmo como dar certo: ao se uni- convencer, ou seja, tem o desejo de que o ouvinte creia no que o
rem, um tirou do outro a essência da felicidade. texto diz e faça o que ele propõe.
Nelson S. Oliveira Se essa é a finalidade última de todo ato de comunicação, todo
Fonte: https://www.recantodasletras.com.br/contossur- texto contém um componente argumentativo. A argumentação é o
reais/4835684 conjunto de recursos de natureza linguística destinados a persuadir

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a pessoa a quem a comunicação se destina. Está presente em todo Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa quase
tipo de texto e visa a promover adesão às teses e aos pontos de impossível, tantas são as formas de que nos valemos para fazer
vista defendidos. as pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, é importante
As pessoas costumam pensar que o argumento seja apenas entender bem como eles funcionam.
uma prova de verdade ou uma razão indiscutível para comprovar a Já vimos diversas características dos argumentos. É preciso
veracidade de um fato. O argumento é mais que isso: como se disse acrescentar mais uma: o convencimento do interlocutor, o
acima, é um recurso de linguagem utilizado para levar o interlocutor auditório, que pode ser individual ou coletivo, será tanto mais
a crer naquilo que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro o que fácil quanto mais os argumentos estiverem de acordo com suas
está sendo transmitido. A argumentação pertence ao domínio da crenças, suas expectativas, seus valores. Não se pode convencer
retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o uso de recursos um auditório pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas
de linguagem. que ele abomina. Será mais fácil convencê-lo valorizando coisas
Para compreender claramente o que é um argumento, é bom que ele considera positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja vem
voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do século IV a.C., numa com frequência associada ao futebol, ao gol, à paixão nacional. Nos
obra intitulada “Tópicos: os argumentos são úteis quando se tem de Estados Unidos, essa associação certamente não surtiria efeito,
escolher entre duas ou mais coisas”. porque lá o futebol não é valorizado da mesma forma que no Brasil.
Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e O poder persuasivo de um argumento está vinculado ao que é
uma desvantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos valorizado ou desvalorizado numa dada cultura.
argumentar. Suponhamos, no entanto, que tenhamos de escolher
entre duas coisas igualmente vantajosas, a riqueza e a saúde. Nesse Tipos de Argumento
caso, precisamos argumentar sobre qual das duas é mais desejável. Já verificamos que qualquer recurso linguístico destinado
O argumento pode então ser definido como qualquer recurso que a fazer o interlocutor dar preferência à tese do enunciador é um
torna uma coisa mais desejável que outra. Isso significa que ele atua argumento. Exemplo:
no domínio do preferível. Ele é utilizado para fazer o interlocutor
crer que, entre duas teses, uma é mais provável que a outra, mais Argumento de Autoridade
possível que a outra, mais desejável que a outra, é preferível à outra. É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reconhecidas
O objetivo da argumentação não é demonstrar a verdade de pelo auditório como autoridades em certo domínio do saber,
um fato, mas levar o ouvinte a admitir como verdadeiro o que o para servir de apoio àquilo que o enunciador está propondo. Esse
enunciador está propondo. recurso produz dois efeitos distintos: revela o conhecimento do
Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumentação. produtor do texto a respeito do assunto de que está tratando; dá ao
O primeiro opera no domínio do necessário, ou seja, pretende texto a garantia do autor citado. É preciso, no entanto, não fazer do
demonstrar que uma conclusão deriva necessariamente das texto um amontoado de citações. A citação precisa ser pertinente e
premissas propostas, que se deduz obrigatoriamente dos verdadeira. Exemplo:
postulados admitidos. No raciocínio lógico, as conclusões não “A imaginação é mais importante do que o conhecimento.”
dependem de crenças, de uma maneira de ver o mundo, mas
apenas do encadeamento de premissas e conclusões. Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein. Para
Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte encadeamento: ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação, não há
A é igual a B. conhecimento. Nunca o inverso.
A é igual a C. Alex José Periscinoto.
Então: C é igual a B. In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2

Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigatoriamente, A tese defendida nesse texto é que a imaginação é mais
que C é igual a A. importante do que o conhecimento. Para levar o auditório a aderir
Outro exemplo: a ela, o enunciador cita um dos mais célebres cientistas do mundo.
Todo ruminante é um mamífero. Se um físico de renome mundial disse isso, então as pessoas devem
A vaca é um ruminante. acreditar que é verdade.
Logo, a vaca é um mamífero.
Argumento de Quantidade
Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a conclusão É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior
também será verdadeira. número de pessoas, o que existe em maior número, o que tem maior
No domínio da argumentação, as coisas são diferentes. Nele, duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O fundamento
a conclusão não é necessária, não é obrigatória. Por isso, deve- desse tipo de argumento é que mais = melhor. A publicidade faz
se mostrar que ela é a mais desejável, a mais provável, a mais largo uso do argumento de quantidade.
plausível. Se o Banco do Brasil fizer uma propaganda dizendo-
se mais confiável do que os concorrentes porque existe desde a Argumento do Consenso
chegada da família real portuguesa ao Brasil, ele estará dizendo- É uma variante do argumento de quantidade. Fundamenta-se
nos que um banco com quase dois séculos de existência é sólido em afirmações que, numa determinada época, são aceitas como
e, por isso, confiável. Embora não haja relação necessária entre verdadeiras e, portanto, dispensam comprovações, a menos que
a solidez de uma instituição bancária e sua antiguidade, esta tem o objetivo do texto seja comprovar alguma delas. Parte da ideia
peso argumentativo na afirmação da confiabilidade de um banco. de que o consenso, mesmo que equivocado, corresponde ao
Portanto é provável que se creia que um banco mais antigo seja indiscutível, ao verdadeiro e, portanto, é melhor do que aquilo que
mais confiável do que outro fundado há dois ou três anos. não desfruta dele. Em nossa época, são consensuais, por exemplo,
as afirmações de que o meio ambiente precisa ser protegido e de
que as condições de vida são piores nos países subdesenvolvidos.

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Ao confiar no consenso, porém, corre-se o risco de passar dos - Para conseguir fazer exames com mais cuidado e porque
argumentos válidos para os lugares comuns, os preconceitos e as alguns deles são barrapesada, a gente botou o governador no
frases carentes de qualquer base científica. hospital por três dias.
Como dissemos antes, todo texto tem uma função
Argumento de Existência argumentativa, porque ninguém fala para não ser levado a sério,
É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil aceitar para ser ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de
aquilo que comprovadamente existe do que aquilo que é apenas comunicação deseja-se influenciar alguém. Por mais neutro que
provável, que é apenas possível. A sabedoria popular enuncia o pretenda ser, um texto tem sempre uma orientação argumentativa.
argumento de existência no provérbio “Mais vale um pássaro na A orientação argumentativa é uma certa direção que o falante
mão do que dois voando”. traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, ao falar de um
Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas documentais homem público, pode ter a intenção de criticá-lo, de ridicularizá-lo
(fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.) ou provas ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza.
concretas, que tornam mais aceitável uma afirmação genérica. O enunciador cria a orientação argumentativa de seu texto
Durante a invasão do Iraque, por exemplo, os jornais diziam que o dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo certos
exército americano era muito mais poderoso do que o iraquiano. episódios e revelando outros, escolhendo determinadas palavras e
Essa afirmação, sem ser acompanhada de provas concretas, poderia não outras, etc. Veja:
ser vista como propagandística. No entanto, quando documentada “O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras
pela comparação do número de canhões, de carros de combate, de trocavam abraços afetuosos.”
navios, etc., ganhava credibilidade. O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que noras
Argumento quase lógico e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria escolhido esse
É aquele que opera com base nas relações lógicas, como causa fato para ilustrar o clima da festa nem teria utilizado o termo até,
e efeito, analogia, implicação, identidade, etc. Esses raciocínios que serve para incluir no argumento alguma coisa inesperada.
são chamados quase lógicos porque, diversamente dos raciocínios Além dos defeitos de argumentação mencionados quando
lógicos, eles não pretendem estabelecer relações necessárias tratamos de alguns tipos de argumentação, vamos citar outros:
entre os elementos, mas sim instituir relações prováveis, possíveis, - Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido tão
plausíveis. Por exemplo, quando se diz “A é igual a B”, “B é igual a amplo, que serve de argumento para um ponto de vista e seu
C”, “então A é igual a C”, estabelece-se uma relação de identidade contrário. São noções confusas, como paz, que, paradoxalmente,
lógica. Entretanto, quando se afirma “Amigo de amigo meu é meu pode ser usada pelo agressor e pelo agredido. Essas palavras
amigo” não se institui uma identidade lógica, mas uma identidade podem ter valor positivo (paz, justiça, honestidade, democracia)
provável. ou vir carregadas de valor negativo (autoritarismo, degradação do
Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais facilmente meio ambiente, injustiça, corrupção).
aceito do que um texto incoerente. Vários são os defeitos que - Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derrubadas por
concorrem para desqualificar o texto do ponto de vista lógico: fugir um único contra exemplo. Quando se diz “Todos os políticos são
do tema proposto, cair em contradição, tirar conclusões que não se ladrões”, basta um único exemplo de político honesto para destruir
fundamentam nos dados apresentados, ilustrar afirmações gerais o argumento.
com fatos inadequados, narrar um fato e dele extrair generalizações - Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, fora do
indevidas. contexto adequado, sem o significado apropriado, vulgarizando-as e
atribuindo-lhes uma significação subjetiva e grosseira. É o caso, por
Argumento do Atributo exemplo, da frase “O imperialismo de certas indústrias não permite
É aquele que considera melhor o que tem propriedades típicas que outras crescam”, em que o termo imperialismo é descabido,
daquilo que é mais valorizado socialmente, por exemplo, o mais uma vez que, a rigor, significa “ação de um Estado visando a reduzir
raro é melhor que o comum, o que é mais refinado é melhor que o outros à sua dependência política e econômica”.
que é mais grosseiro, etc. A boa argumentação é aquela que está de acordo com a situação
Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequência, concreta do texto, que leva em conta os componentes envolvidos
celebridades recomendando prédios residenciais, produtos de na discussão (o tipo de pessoa a quem se dirige a comunicação, o
beleza, alimentos estéticos, etc., com base no fato de que o assunto, etc).
consumidor tende a associar o produto anunciado com atributos Convém ainda alertar que não se convence ninguém com
da celebridade. manifestações de sinceridade do autor (como eu, que não costumo
Uma variante do argumento de atributo é o argumento da mentir...) ou com declarações de certeza expressas em fórmulas
competência linguística. A utilização da variante culta e formal feitas (como estou certo, creio firmemente, é claro, é óbvio, é
da língua que o produtor do texto conhece a norma linguística evidente, afirmo com toda a certeza, etc). Em vez de prometer,
socialmente mais valorizada e, por conseguinte, deve produzir um em seu texto, sinceridade e certeza, autenticidade e verdade, o
texto em que se pode confiar. Nesse sentido é que se diz que o enunciador deve construir um texto que revele isso. Em outros
modo de dizer dá confiabilidade ao que se diz. termos, essas qualidades não se prometem, manifestam-se na ação.
Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado de A argumentação é a exploração de recursos para fazer parecer
saúde de uma personalidade pública. Ele poderia fazê-lo das duas verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso, levar a pessoa a
maneiras indicadas abaixo, mas a primeira seria infinitamente mais que texto é endereçado a crer naquilo que ele diz.
adequada para a persuasão do que a segunda, pois esta produziria Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e expressa um
certa estranheza e não criaria uma imagem de competência do ponto de vista, acompanhado de certa fundamentação, que inclui
médico: a argumentação, questionamento, com o objetivo de persuadir.
- Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e levando em Argumentar é o processo pelo qual se estabelecem relações
conta o caráter invasivo de alguns exames, a equipe médica houve para chegar à conclusão, com base em premissas. Persuadir é
por bem determinar o internamento do governador pelo período
de três dias, a partir de hoje, 4 de fevereiro de 2001.
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um processo de convencimento, por meio da argumentação, no A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental para a
qual procura-se convencer os outros, de modo a influenciar seu argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes propôs quatro
pensamento e seu comportamento. regras básicas que constituem um conjunto de reflexos vitais, uma
A persuasão pode ser válida e não válida. Na persuasão série de movimentos sucessivos e contínuos do espírito em busca
válida, expõem-se com clareza os fundamentos de uma ideia da verdade:
ou proposição, e o interlocutor pode questionar cada passo - evidência;
do raciocínio empregado na argumentação. A persuasão não - divisão ou análise;
válida apoia-se em argumentos subjetivos, apelos subliminares, - ordem ou dedução;
chantagens sentimentais, com o emprego de “apelações”, como a - enumeração.
inflexão de voz, a mímica e até o choro.
Alguns autores classificam a dissertação em duas modalidades, A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a omissão
expositiva e argumentativa. Esta, exige argumentação, razões a favor e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração pode quebrar o
e contra uma ideia, ao passo que a outra é informativa, apresenta encadeamento das ideias, indispensável para o processo dedutivo.
dados sem a intenção de convencer. Na verdade, a escolha dos A forma de argumentação mais empregada na redação
dados levantados, a maneira de expô-los no texto já revelam uma acadêmica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras cartesianas,
“tomada de posição”, a adoção de um ponto de vista na dissertação, que contém três proposições: duas premissas, maior e menor,
ainda que sem a apresentação explícita de argumentos. Desse e a conclusão. As três proposições são encadeadas de tal forma,
ponto de vista, a dissertação pode ser definida como discussão, que a conclusão é deduzida da maior por intermédio da menor. A
debate, questionamento, o que implica a liberdade de pensamento, premissa maior deve ser universal, emprega todo, nenhum, pois
a possibilidade de discordar ou concordar parcialmente. A liberdade alguns não caracteriza a universalidade.
de questionar é fundamental, mas não é suficiente para organizar Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedução
um texto dissertativo. É necessária também a exposição dos (silogística), que parte do geral para o particular, e a indução, que vai
fundamentos, os motivos, os porquês da defesa de um ponto de do particular para o geral. A expressão formal do método dedutivo
vista. é o silogismo. A dedução é o caminho das consequências, baseia-se
Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitude em uma conexão descendente (do geral para o particular) que leva
argumentativa. A argumentação está presente em qualquer tipo de à conclusão. Segundo esse método, partindo-se de teorias gerais,
discurso, porém, é no texto dissertativo que ela melhor se evidencia. de verdades universais, pode-se chegar à previsão ou determinação
Para discutir um tema, para confrontar argumentos e posições, de fenômenos particulares. O percurso do raciocínio vai da causa
é necessária a capacidade de conhecer outros pontos de vista e para o efeito. Exemplo:
seus respectivos argumentos. Uma discussão impõe, muitas vezes,
a análise de argumentos opostos, antagônicos. Como sempre, Todo homem é mortal (premissa maior = geral, universal)
essa capacidade aprende-se com a prática. Um bom exercício Fulano é homem (premissa menor = particular)
para aprender a argumentar e contra-argumentar consiste em Logo, Fulano é mortal (conclusão)
desenvolver as seguintes habilidades:
- argumentação: anotar todos os argumentos a favor de A indução percorre o caminho inverso ao da dedução, baseiase
uma ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a posição em uma conexão ascendente, do particular para o geral. Nesse caso,
totalmente contrária; as constatações particulares levam às leis gerais, ou seja, parte de
- contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate e quais os fatos particulares conhecidos para os fatos gerais, desconhecidos. O
argumentos que essa pessoa imaginária possivelmente apresentaria percurso do raciocínio se faz do efeito para a causa. Exemplo:
contra a argumentação proposta; O calor dilata o ferro (particular)
- refutação: argumentos e razões contra a argumentação O calor dilata o bronze (particular)
oposta. O calor dilata o cobre (particular)
A argumentação tem a finalidade de persuadir, portanto, O ferro, o bronze, o cobre são metais
argumentar consiste em estabelecer relações para tirar conclusões Logo, o calor dilata metais (geral, universal)
válidas, como se procede no método dialético. O método dialético
não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de polêmicas. Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser válido
Trata-se de um método de investigação da realidade pelo estudo e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as duas premissas
de sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno também o forem. Se há erro ou equívoco na apreciação dos
em questão e da mudança dialética que ocorre na natureza e na fatos, pode-se partir de premissas verdadeiras para chegar a uma
sociedade. conclusão falsa. Tem-se, desse modo, o sofisma. Uma definição
Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês, criou inexata, uma divisão incompleta, a ignorância da causa, a falsa
o método de raciocínio silogístico, baseado na dedução, que analogia são algumas causas do sofisma. O sofisma pressupõe
parte do simples para o complexo. Para ele, verdade e evidência má fé, intenção deliberada de enganar ou levar ao erro; quando o
são a mesma coisa, e pelo raciocínio torna-se possível chegar a sofisma não tem essas intenções propositais, costuma-se chamar
conclusões verdadeiras, desde que o assunto seja pesquisado em esse processo de argumentação de paralogismo. Encontra-se um
partes, começando-se pelas proposições mais simples até alcançar, exemplo simples de sofisma no seguinte diálogo:
por meio de deduções, a conclusão final. Para a linha de raciocínio - Você concorda que possui uma coisa que não perdeu?
cartesiana, é fundamental determinar o problema, dividi-lo em - Lógico, concordo.
partes, ordenar os conceitos, simplificando-os, enumerar todos os - Você perdeu um brilhante de 40 quilates?
seus elementos e determinar o lugar de cada um no conjunto da - Claro que não!
dedução. - Então você possui um brilhante de 40 quilates...

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Exemplos de sofismas: A análise decompõe o todo em partes, a classificação estabelece
Dedução as necessárias relações de dependência e hierarquia entre as
Todo professor tem um diploma (geral, universal) partes. Análise e classificação ligam-se intimamente, a ponto de se
Fulano tem um diploma (particular) confundir uma com a outra, contudo são procedimentos diversos:
Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa) análise é decomposição e classificação é hierarquisação.
Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos e fenômenos
Indução por suas diferenças e semelhanças; fora das ciências naturais, a
O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor. classificação pode-se efetuar por meio de um processo mais ou
(particular) menos arbitrário, em que os caracteres comuns e diferenciadores
Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor. (particular) são empregados de modo mais ou menos convencional. A
Rio de Janeiro e Taubaté são cidades. classificação, no reino animal, em ramos, classes, ordens, subordens,
Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Redentor. (geral gêneros e espécies, é um exemplo de classificação natural, pelas
– conclusão falsa) características comuns e diferenciadoras. A classificação dos
variados itens integrantes de uma lista mais ou menos caótica é
Nota-se que as premissas são verdadeiras, mas a conclusão pode artificial.
ser falsa. Nem todas as pessoas que têm diploma são professores;
nem todas as cidades têm uma estátua do Cristo Redentor. Comete- Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata, caminhão,
se erro quando se faz generalizações apressadas ou infundadas. A canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassilgo, queijo, relógio,
“simples inspeção” é a ausência de análise ou análise superficial sabiá, torradeira.
dos fatos, que leva a pronunciamentos subjetivos, baseados nos Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá.
sentimentos não ditados pela razão. Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo.
Tem-se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torradeira.
fundamentais, que contribuem para a descoberta ou comprovação Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus.
da verdade: análise, síntese, classificação e definição. Além desses,
existem outros métodos particulares de algumas ciências, que Os elementos desta lista foram classificados por ordem
adaptam os processos de dedução e indução à natureza de uma alfabética e pelas afinidades comuns entre eles. Estabelecer
realidade particular. Pode-se afirmar que cada ciência tem seu critérios de classificação das ideias e argumentos, pela ordem
método próprio demonstrativo, comparativo, histórico etc. A de importância, é uma habilidade indispensável para elaborar
análise, a síntese, a classificação a definição são chamadas métodos o desenvolvimento de uma redação. Tanto faz que a ordem seja
sistemáticos, porque pela organização e ordenação das ideias visam crescente, do fato mais importante para o menos importante, ou
sistematizar a pesquisa. decrescente, primeiro o menos importante e, no final, o impacto
Análise e síntese são dois processos opostos, mas interligados; do mais importante; é indispensável que haja uma lógica na
a análise parte do todo para as partes, a síntese, das partes para classificação. A elaboração do plano compreende a classificação
o todo. A análise precede a síntese, porém, de certo modo, uma das partes e subdivisões, ou seja, os elementos do plano devem
depende da outra. A análise decompõe o todo em partes, enquanto obedecer a uma hierarquização. (Garcia, 1973, p. 302304.)
a síntese recompõe o todo pela reunião das partes. Sabe-se, porém, Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo na
que o todo não é uma simples justaposição das partes. Se alguém introdução, os termos e conceitos sejam definidos, pois, para
reunisse todas as peças de um relógio, não significa que reconstruiu expressar um questionamento, deve-se, de antemão, expor clara
o relógio, pois fez apenas um amontoado de partes. Só reconstruiria e racionalmente as posições assumidas e os argumentos que as
todo se as partes estivessem organizadas, devidamente combinadas, justificam. É muito importante deixar claro o campo da discussão e
seguida uma ordem de relações necessárias, funcionais, então, o a posição adotada, isto é, esclarecer não só o assunto, mas também
relógio estaria reconstruído. os pontos de vista sobre ele.
Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do todo A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da
por meio da integração das partes, reunidas e relacionadas num linguagem e consiste na enumeração das qualidades próprias
conjunto. Toda síntese, por ser uma reconstrução, pressupõe a de uma ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o elemento
análise, que é a decomposição. A análise, no entanto, exige uma conforme a espécie a que pertence, demonstra: a característica que
decomposição organizada, é preciso saber como dividir o todo em o diferencia dos outros elementos dessa mesma espécie.
partes. As operações que se realizam na análise e na síntese podem Entre os vários processos de exposição de ideias, a definição
ser assim relacionadas: é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito das ciências.
Análise: penetrar, decompor, separar, dividir. A definição científica ou didática é denotativa, ou seja, atribui às
Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir. palavras seu sentido usual ou consensual, enquanto a conotativa ou
metafórica emprega palavras de sentido figurado. Segundo a lógica
A análise tem importância vital no processo de coleta de ideias tradicional aristotélica, a definição consta de três elementos:
a respeito do tema proposto, de seu desdobramento e da criação de - o termo a ser definido;
abordagens possíveis. A síntese também é importante na escolha - o gênero ou espécie;
dos elementos que farão parte do texto. - a diferença específica.
Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser formal ou
informal. A análise formal pode ser científica ou experimental;
é característica das ciências matemáticas, físico-naturais e
experimentais. A análise informal é racional ou total, consiste
em “discernir” por vários atos distintos da atenção os elementos
constitutivos de um todo, os diferentes caracteres de um objeto ou
fenômeno.

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O que distingue o termo definido de outros elementos da Procedimentos Argumentativos: Constituem os procedimentos
mesma espécie. Exemplo: argumentativos mais empregados para comprovar uma afirmação:
Na frase: O homem é um animal racional classifica-se: exemplificação, explicitação, enumeração, comparação.
Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista por meio
de exemplos, hierarquizar afirmações. São expressões comuns
nesse tipo de procedimento: mais importante que, superior a, de
maior relevância que. Empregam-se também dados estatísticos,
Elemento especiediferença acompanhados de expressões: considerando os dados; conforme
a ser definidoespecífica os dados apresentados. Faz-se a exemplificação, ainda, pela
apresentação de causas e consequências, usando-se comumente as
É muito comum formular definições de maneira defeituosa, expressões: porque, porquanto, pois que, uma vez que, visto que,
por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o todo em por causa de, em virtude de, em vista de, por motivo de.
partes. Esse tipo de definição é gramaticalmente incorreto; quando Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo é explicar
é advérbio de tempo, não representa o gênero, a espécie, a gente é ou esclarecer os pontos de vista apresentados. Pode-se alcançar
forma coloquial não adequada à redação acadêmica. Tão importante esse objetivo pela definição, pelo testemunho e pela interpretação.
é saber formular uma definição, que se recorre a Garcia (1973, Na explicitação por definição, empregamse expressões como: quer
p.306), para determinar os “requisitos da definição denotativa”. dizer, denomina-se, chama-se, na verdade, isto é, haja vista, ou
Para ser exata, a definição deve apresentar os seguintes requisitos: melhor; nos testemunhos são comuns as expressões: conforme,
- o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe em segundo, na opinião de, no parecer de, consoante as ideias de, no
que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que ‘mesa’ está entender de, no pensamento de. A explicitação se faz também pela
realmente incluída) e não “mesa é um instrumento ou ferramenta interpretação, em que são comuns as seguintes expressões: parece,
ou instalação”; assim, desse ponto de vista.
- o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir todos os Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma sequência de
exemplos específicos da coisa definida, e suficientemente restrito elementos que comprovam uma opinião, tais como a enumeração
para que a diferença possa ser percebida sem dificuldade; de pormenores, de fatos, em uma sequência de tempo, em que são
- deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em verdade, frequentes as expressões: primeiro, segundo, por último, antes,
definição, quando se diz que o “triângulo não é um prisma”; depois, ainda, em seguida, então, presentemente, antigamente,
- deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não constitui depois de, antes de, atualmente, hoje, no passado, sucessivamente,
definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo é um homem” respectivamente. Na enumeração de fatos em uma sequência de
não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem); espaço, empregam-se as seguintes expressões: cá, lá, acolá, ali, aí,
além, adiante, perto de, ao redor de, no Estado tal, na capital, no
interior, nas grandes cidades, no sul, no leste...
- deve ser breve (contida num só período). Quando a definição,
Comparação: Analogia e contraste são as duas maneiras
ou o que se pretenda como tal, é muito longa (séries de períodos
de se estabelecer a comparação, com a finalidade de comprovar
ou de parágrafos), chama-se explicação, e também definição
uma ideia ou opinião. Na analogia, são comuns as expressões: da
expandida;d
mesma forma, tal como, tanto quanto, assim como, igualmente.
- deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o termo) +
Para estabelecer contraste, empregam-se as expressões: mais que,
cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero) + adjuntos (as
menos que, melhor que, pior que.
diferenças).
Entre outros tipos de argumentos empregados para aumentar
o poder de persuasão de um texto dissertativo encontram-se:
As definições dos dicionários de língua são feitas por meio
Argumento de autoridade: O saber notório de uma autoridade
de paráfrases definitórias, ou seja, uma operação metalinguística
reconhecida em certa área do conhecimento dá apoio a uma
que consiste em estabelecer uma relação de equivalência entre a
afirmação. Dessa maneira, procura-se trazer para o enunciado a
palavra e seus significados.
credibilidade da autoridade citada. Lembre-se que as citações literais
A força do texto dissertativo está em sua fundamentação.
no corpo de um texto constituem argumentos de autoridade. Ao
Sempre é fundamental procurar um porquê, uma razão verdadeira
fazer uma citação, o enunciador situa os enunciados nela contidos
e necessária. A verdade de um ponto de vista deve ser demonstrada
na linha de raciocínio que ele considera mais adequada para
com argumentos válidos. O ponto de vista mais lógico e racional
explicar ou justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de argumento
do mundo não tem valor, se não estiver acompanhado de uma
tem mais caráter confirmatório que comprobatório.
fundamentação coerente e adequada.
Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispensam
Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a lógica
explicação ou comprovação, pois seu conteúdo é aceito como válido
clássica, que foram abordados anteriormente, auxiliam o
por consenso, pelo menos em determinado espaço sociocultural.
julgamento da validade dos fatos. Às vezes, a argumentação é
Nesse caso, incluem-se
clara e pode reconhecer-se facilmente seus elementos e suas
- A declaração que expressa uma verdade universal (o homem,
relações; outras vezes, as premissas e as conclusões organizam-se
mortal, aspira à imortalidade);
de modo livre, misturando-se na estrutura do argumento. Por isso,
- A declaração que é evidente por si mesma (caso dos
é preciso aprender a reconhecer os elementos que constituem um
postulados e axiomas);
argumento: premissas/conclusões. Depois de reconhecer, verificar
- Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de
se tais elementos são verdadeiros ou falsos; em seguida, avaliar
natureza subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que a própria
se o argumento está expresso corretamente; se há coerência e
razão desconhece); implica apreciação de ordem estética (gosto
adequação entre seus elementos, ou se há contradição. Para isso
não se discute); diz respeito a fé religiosa, aos dogmas (creio, ainda
é que se aprende os processos de raciocínio por dedução e por
que parece absurdo).
indução. Admitindo-se que raciocinar é relacionar, conclui-se que
o argumento é um tipo específico de relação entre as premissas e
a conclusão.
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Comprovação pela experiência ou observação: A verdade de - Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando uma
um fato ou afirmação pode ser comprovada por meio de dados sequência na apresentação das ideias selecionadas, obedecendo
concretos, estatísticos ou documentais. às partes principais da estrutura do texto, que poderia ser mais ou
Comprovação pela fundamentação lógica: A comprovação menos a seguinte:
se realiza por meio de argumentos racionais, baseados na lógica:
causa/efeito; consequência/causa; condição/ocorrência. Introdução
Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As declarações, - função social da ciência e da tecnologia;
julgamento, pronunciamentos, apreciações que expressam opiniões - definições de ciência e tecnologia;
pessoais (não subjetivas) devem ter sua validade comprovada, - indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico.
e só os fatos provam. Em resumo toda afirmação ou juízo que
expresse uma opinião pessoal só terá validade se fundamentada na Desenvolvimento
evidência dos fatos, ou seja, se acompanhada de provas, validade - apresentação de aspectos positivos e negativos do
dos argumentos, porém, pode ser contestada por meio da contra- desenvolvimento tecnológico;
argumentação ou refutação. São vários os processos de contra- - como o desenvolvimento científico-tecnológico modificou as
argumentação: condições de vida no mundo atual;
Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação - a tecnocracia: oposição entre uma sociedade
demonstrando o absurdo da consequência. Exemplo clássico é a tecnologicamente desenvolvida e a dependência tecnológica dos
contraargumentação do cordeiro, na conhecida fábula “O lobo e o países subdesenvolvidos;
cordeiro”; - enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento social;
Refutação por exclusão: consiste em propor várias hipóteses - comparar a vida de hoje com os diversos tipos de vida do
para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela que se julga passado; apontar semelhanças e diferenças;
verdadeira; - analisar as condições atuais de vida nos grandes centros
Desqualificação do argumento: atribui-se o argumento urbanos;
à opinião pessoal subjetiva do enunciador, restringindo-se a - como se poderia usar a ciência e a tecnologia para humanizar
universalidade da afirmação; mais a sociedade.
Ataque ao argumento pelo testemunho de autoridade:
consiste em refutar um argumento empregando os testemunhos de Conclusão
autoridade que contrariam a afirmação apresentada; - a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/
Desqualificar dados concretos apresentados: consiste em consequências maléficas;
desautorizar dados reais, demonstrando que o enunciador - síntese interpretativa dos argumentos e contra-argumentos
baseou-se em dados corretos, mas tirou conclusões falsas ou apresentados.
inconsequentes. Por exemplo, se na argumentação afirmou-se, por
meio de dados estatísticos, que “o controle demográfico produz o Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano de
desenvolvimento”, afirma-se que a conclusão é inconsequente, pois redação: é um dos possíveis.
baseia-se em uma relação de causa-feito difícil de ser comprovada. Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece
Para contraargumentar, propõese uma relação inversa: “o entre dois textos, quando um texto já criado exerce influência na
desenvolvimento é que gera o controle demográfico”. criação de um novo texto. Pode-se definir, então, a intertextualidade
Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros possíveis para como sendo a criação de um texto a partir de outro texto já
desenvolver um tema, que podem ser analisadas e adaptadas existente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem
ao desenvolvimento de outros temas. Elege-se um tema, e, em funções diferentes que dependem muito dos textos/contextos em
seguida, sugerem-se os procedimentos que devem ser adotados que ela é inserida.
para a elaboração de um Plano de Redação. O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento,
não se restringindo única e exclusivamente a textos literários.
Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da evolução Em alguns casos pode-se dizer que a intertextualidade assume
tecnológica a função de não só persuadir o leitor como também de difundir a
- Questionar o tema, transformá-lo em interrogação, responder cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura,
a interrogação (assumir um ponto de vista); dar o porquê da escultura, literatura etc). Intertextualidade é a relação entre dois
resposta, justificar, criando um argumento básico; textos caracterizada por um citar o outro.
- Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento básico e A intertextualidade é o diálogo entre textos. Ocorre quando
construir uma contra-argumentação; pensar a forma de refutação um texto (oral, escrito, verbal ou não verbal), de alguma maneira,
que poderia ser feita ao argumento básico e tentar desqualificá-la se utiliza de outro na elaboração de sua mensagem. Os dois textos
(rever tipos de argumentação); – a fonte e o que dialoga com ela – podem ser do mesmo gênero
- Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de ideias ou de gêneros distintos, terem a mesma finalidade ou propósitos
que estejam direta ou indiretamente ligadas ao tema (as ideias diferentes. Assim, como você constatou, uma história em
podem ser listadas livremente ou organizadas como causa e quadrinhos pode utilizar algo de um texto científico, assim como
consequência); um poema pode valer-se de uma letra de música ou um artigo de
- Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema e com o opinião pode mencionar um provérbio conhecido.
argumento básico; Há várias maneiras de um texto manter intertextualidade com
- Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhendo as que outro, entre elas, ao citá-lo, ao resumi-lo, ao reproduzi-lo com
poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias transformam-se outras palavras, ao traduzi-lo para outro idioma, ao ampliá-lo, ao
em argumentos auxiliares, que explicam e corroboram a ideia do tomá-lo como ponto de partida, ao defendê-lo, ao criticá-lo, ao
argumento básico; ironizá-lo ou ao compará-lo com outros.

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Os estudiosos afirmam que em todos os textos ocorre algum Evidentemente, a intertextualidade está ligada ao
grau de intertextualidade, pois quando falamos, escrevemos, “conhecimento de mundo”, que deve ser compartilhado, ou seja,
desenhamos, pintamos, moldamos, ou seja, sempre que nos comum ao produtor e ao receptor de textos.
expressamos, estamos nos valendo de ideias e conceitos que A intertextualidade pressupõe um universo cultural muito
já foram formulados por outros para reafirmá-los, ampliá-los amplo e complexo, pois implica a identificação / o reconhecimento de
ou mesmo contradizê-los. Em outras palavras, não há textos remissões a obras ou a textos / trechos mais, ou menos conhecidos,
absolutamente originais, pois eles sempre – de maneira explícita ou além de exigir do interlocutor a capacidade de interpretar a função
implícita – mantêm alguma relação com algo que foi visto, ouvido daquela citação ou alusão em questão.
ou lido.
Intertextualidade explícita e intertextualidade implícita
Tipos de Intertextualidade A intertextualidade pode ser caracterizada como explícita ou
A intertextualidade acontece quando há uma referência implícita, de acordo com a relação estabelecida com o texto fonte,
explícita ou implícita de um texto em outro. Também pode ou seja, se mais direta ou se mais subentendida.
ocorrer com outras formas além do texto, música, pintura, filme,
novela etc. Toda vez que uma obra fizer alusão à outra ocorre a A intertextualidade explícita:
intertextualidade. – é facilmente identificada pelos leitores;
Por isso é importante para o leitor o conhecimento de mundo, – estabelece uma relação direta com o texto fonte;
um saber prévio, para reconhecer e identificar quando há um – apresenta elementos que identificam o texto fonte;
diálogo entre os textos. A intertextualidade pode ocorrer afirmando – não exige que haja dedução por parte do leitor;
as mesmas ideias da obra citada ou contestando-as. – apenas apela à compreensão do conteúdos.

Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia do A intertextualidade implícita:


texto é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre para atualizar, – não é facilmente identificada pelos leitores;
reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer – não estabelece uma relação direta com o texto fonte;
com outras palavras o que já foi dito. – não apresenta elementos que identificam o texto fonte;
A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros – exige que haja dedução, inferência, atenção e análise por
textos, há uma ruptura com as ideologias impostas e por isso parte dos leitores;
é objeto de interesse para os estudiosos da língua e das artes. – exige que os leitores recorram a conhecimentos prévios para
Ocorre, aqui, um choque de interpretação, a voz do texto original a compreensão do conteúdo.
é retomada para transformar seu sentido, leva o leitor a uma
reflexão crítica de suas verdades incontestadas anteriormente, com PONTO DE VISTA
esse processo há uma indagação sobre os dogmas estabelecidos O modo como o autor narra suas histórias provoca diferentes
e uma busca pela verdade real, concebida através do raciocínio e sentidos ao leitor em relação à uma obra. Existem três pontos
da crítica. Os programas humorísticos fazem uso contínuo dessa de vista diferentes. É considerado o elemento da narração que
arte, frequentemente os discursos de políticos são abordados compreende a perspectiva através da qual se conta a história.
de maneira cômica e contestadora, provocando risos e também Trata-se da posição da qual o narrador articula a narrativa. Apesar
reflexão a respeito da demagogia praticada pela classe dominante. de existir diferentes possibilidades de Ponto de Vista em uma
A Epígrafe é um recurso bastante utilizado em obras, textos narrativa, considera-se dois pontos de vista como fundamentais: O
científicos, desde artigos, resenhas, monografias, uma vez que narrador-observador e o narrador-personagem.
consiste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha alguma
relação com o que será discutido no texto. Do grego, o termo Primeira pessoa
“epígrafhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior) e Um personagem narra a história a partir de seu próprio ponto
“graphé” (escrita). Como exemplo podemos citar um artigo sobre de vista, ou seja, o escritor usa a primeira pessoa. Nesse caso, lemos
Patrimônio Cultural e a epígrafe do filósofo Aristóteles (384 a.C.-322 o livro com a sensação de termos a visão do personagem podendo
a.C.): “A cultura é o melhor conforto para a velhice”. também saber quais são seus pensamentos, o que causa uma
leitura mais íntima. Da mesma maneira que acontece nas nossas
A Citação é o Acréscimo de partes de outras obras numa vidas, existem algumas coisas das quais não temos conhecimento e
produção textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem só descobrimos ao decorrer da história.
expressa entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro
autor. Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação Segunda pessoa
sem relacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o O autor costuma falar diretamente com o leitor, como um
termo “citação” (citare) significa convocar. diálogo. Trata-se de um caso mais raro e faz com que o leitor se
sinta quase como outro personagem que participa da história.
A Alusão faz referência aos elementos presentes em outros
textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por dois Terceira pessoa
termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar). Coloca o leitor numa posição externa, como se apenas
observasse a ação acontecer. Os diálogos não são como na narrativa
Pastiche é uma recorrência a um gênero. em primeira pessoa, já que nesse caso o autor relata as frases como
alguém que estivesse apenas contando o que cada personagem
A Tradução está no campo da intertextualidade porque implica disse.
a recriação de um texto.

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Sendo assim, o autor deve definir se sua narrativa será – uso de substantivos masculinos como femininos ou vice-
transmitida ao leitor por um ou vários personagens. Se a história -versa: duzentas gramas de presunto (duzentos), a champanha (o
é contada por mais de um ser fictício, a transição do ponto de champanha), tive muita dó dela (muito dó), mistura do cal (da cal).
vista de um para outro deve ser bem clara, para que quem estiver – a omissão do “s” como marca de plural de substantivos e ad-
acompanhando a leitura não fique confuso. jetivos (típicos do falar paulistano): os amigo e as amiga, os livro
indicado, as noite fria, os caso mais comum.
Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece – o enfraquecimento do uso do modo subjuntivo: Espero que o
entre dois textos, quando um texto já criado exerce influência na Brasil reflete (reflita) sobre o que aconteceu nas últimas eleições; Se
criação de um novo texto. Pode-se definir, então, a intertextualida- eu estava (estivesse) lá, não deixava acontecer; Não é possível que
de como sendo a criação de um texto a partir de outro texto já exis- ele esforçou (tenha se esforçado) mais que eu.
tente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem funções – o uso do prefixo hiper- em vez do sufixo -íssimo para criar o
diferentes que dependem muito dos textos/contextos em que ela superlativo de adjetivos, recurso muito característico da linguagem
é inserida. jovem urbana: um cara hiper-humano (em vez de humaníssimo),
O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento, uma prova hiperdifícil (em vez de dificílima), um carro hiperpossan-
não se restringindo única e exclusivamente a textos literários. te (em vez de possantíssimo).
Em alguns casos pode-se dizer que a intertextualidade assume – a conjugação de verbos irregulares pelo modelo dos regula-
a função de não só persuadir o leitor como também de difundir a res: ele interviu (interveio), se ele manter (mantiver), se ele ver (vir)
cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura, o recado, quando ele repor (repuser).
escultura, literatura etc). Intertextualidade é a relação entre dois – a conjugação de verbos regulares pelo modelo de irregulares:
textos caracterizada por um citar o outro. vareia (varia), negoceia (negocia).
A intertextualidade é o diálogo entre textos. Ocorre quando um
texto (oral, escrito, verbal ou não verbal), de alguma maneira, se Variações Fônicas
utiliza de outro na elaboração de sua mensagem. Os dois textos – a Ocorrem no modo de pronunciar os sons constituintes da pala-
fonte e o que dialoga com ela – podem ser do mesmo gênero ou vra. Entre esses casos, podemos citar:
de gêneros distintos, terem a mesma finalidade ou propósitos di- – a redução de proparoxítonas a paroxítonas: Petrópis (Petró-
ferentes. Assim, como você constatou, uma história em quadrinhos polis), fórfi (fósforo), porva (pólvora), todas elas formas típicas de
pode utilizar algo de um texto científico, assim como um poema pessoas de baixa condição social.
pode valer-se de uma letra de música ou um artigo de opinião pode – A pronúncia do “l” final de sílaba como “u” (na maioria das
mencionar um provérbio conhecido. regiões do Brasil) ou como “l” (em certas regiões do Rio Grande
Há várias maneiras de um texto manter intertextualidade com do Sul e Santa Catarina) ou ainda como “r” (na linguagem caipira):
outro, entre elas, ao citá-lo, ao resumi-lo, ao reproduzi-lo com ou- quintau, quintar, quintal; pastéu, paster, pastel; faróu, farór, farol.
tras palavras, ao traduzi-lo para outro idioma, ao ampliá-lo, ao to- – deslocamento do “r” no interior da sílaba: largato, preguntar,
má-lo como ponto de partida, ao defendê-lo, ao criticá-lo, ao ironi- estrupo, cardeneta, típicos de pessoas de baixa condição social.
zá-lo ou ao compará-lo com outros. – a queda do “r” final dos verbos, muito comum na linguagem
Os estudiosos afirmam que em todos os textos ocorre algum oral no português: falá, vendê, curti (em vez de curtir), compô.
grau de intertextualidade, pois quando falamos, escrevemos, de- – o acréscimo de vogal no início de certas palavras: eu me
senhamos, pintamos, moldamos, ou seja, sempre que nos expres- alembro, o pássaro avoa, formas comuns na linguagem clássica,
samos, estamos nos valendo de ideias e conceitos que já foram hoje frequentes na fala caipira.
formulados por outros para reafirmá-los, ampliá-los ou mesmo con- – a queda de sons no início de palavras: ocê, cê, ta, tava, ma-
tradizê-los. Em outras palavras, não há textos absolutamente origi- relo (amarelo), margoso (amargoso), características na linguagem
nais, pois eles sempre – de maneira explícita ou implícita – mantêm oral coloquial.
alguma relação com algo que foi visto, ouvido ou lido.
Variações Sintáticas
Correlação entre as palavras da frase. No domínio da sintaxe,
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA como no da morfologia, não são tantas as diferenças entre uma va-
riante e outra. Como exemplo, podemos citar:
– a substituição do pronome relativo “cujo” pelo pronome
É possível encontrar no Brasil diversas variações linguísticas, “que” no início da frase mais a combinação da preposição “de” com
como na linguagem regional. Elas  reúnem as variantes da língua o pronome “ele” (=dele): É um amigo que eu já conhecia a família
que foram criadas pelos homens e são reinventadas a cada dia. dele (em vez de cuja família eu já conhecia).
Delas surgem as variações que envolvem vários aspectos histó- – a mistura de tratamento entre tu e você, sobretudo quando
ricos, sociais, culturais, geográficos, entre outros. se trata de verbos no imperativo: Entra, que eu quero falar com
Nenhuma língua é usada de maneira uniforme por todos os você (em vez de contigo); Fala baixo que a sua (em vez de tua) voz
seus falantes em todos os lugares e em qualquer situação. Sabe-se me irrita.
que, numa mesma língua, há formas distintas para traduzir o mes- – ausência de concordância do verbo com o sujeito: Eles che-
mo significado dentro de um mesmo contexto. gou tarde (em grupos de baixa extração social); Faltou naquela se-
As variações que distinguem uma variante de outra se mani- mana muitos alunos; Comentou-se os episódios.
festam em quatro planos distintos, a saber: fônico, morfológico, – o uso de pronomes do caso reto com outra função que não
sintático e lexical. a de sujeito: encontrei ele (em vez de encontrei-o) na rua; não irão
sem você e eu (em vez de mim); nada houve entre tu (em vez de ti)
Variações Morfológicas e ele.
Ocorrem nas formas constituintes da palavra. As diferenças en- – o uso do pronome lhe como objeto direto: não lhe (em vez de
tre as variantes não são tantas quanto as de natureza fônica, mas “o”) convidei; eu lhe (em vez de “o”) vi ontem.
não são desprezíveis. Como exemplos, podemos citar:
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– a ausência da preposição adequada antes do pronome relati- – Histórica: as línguas se alteram com o passar do tempo e com
vo em função de complemento verbal: são pessoas que (em vez de: o uso. Muda a forma de falar, mudam as palavras, a grafia e o senti-
de que) eu gosto muito; este é o melhor filme que (em vez de a que) do delas. Essas alterações recebem o nome de variações históricas.
eu assisti; você é a pessoa que (em vez de em que) eu mais confio.

Variações Léxicas DISCURSO DIRETO E INDIRETO


Conjunto de palavras de uma língua. As variantes do plano do
léxico, como as do plano fônico, são muito numerosas e caracteri-
zam com nitidez uma variante em confronto com outra. São exem- Discurso direto
plos possíveis de citar: É a fala da personagem reproduzida fielmente pelo narrador,
– as diferenças lexicais entre Brasil e Portugal são tantas e, às ou seja, reproduzida nos termos em que foi expressa.
vezes, tão surpreendentes, que têm sido objeto de piada de lado a — Bonito papel! Quase três da madrugada e os senhores com-
lado do Oceano. Em Portugal chamam de cueca aquilo que no Brasil pletamente bêbados, não é?
chamamos de calcinha; o que chamamos de fila no Brasil, em Por- Foi aí que um dos bêbados pediu:
tugal chamam de bicha; café da manhã em Portugal se diz pequeno — Sem bronca, minha senhora. Veja logo qual de nós quatro é
almoço; camisola em Portugal traduz o mesmo que chamamos de o seu marido que os outros querem ir para casa.
suéter, malha, camiseta. (Stanislaw Ponte Preta)
– a escolha do adjetivo maior em vez do advérbio muito para
formar o grau superlativo dos adjetivos, características da lingua- Observe que, no exemplo dado, a fala da personagem é intro-
gem jovem de alguns centros urbanos: maior legal; maior difícil; duzida por um travessão, que deve estar alinhado dentro do pará-
Esse amigo é um carinha maior esforçado. grafo.
O narrador, ao reproduzir diretamente a fala das personagens,
Designações das Variantes Lexicais: conserva características do linguajar de cada uma, como termos de
– Arcaísmo: palavras que já caíram de uso. Por exemplo, um gíria, vícios de linguagem, palavrões, expressões regionais ou caco-
bobalhão era chamado de coió ou bocó; em vez de refrigerante usa- etes pessoais.
va-se gasosa; algo muito bom, de qualidade excelente, era supimpa. O discurso direto geralmente apresenta verbos de elocução (ou
– Neologismo: contrário do arcaísmo. São palavras recém-cria- declarativos ou dicendi) que indicam quem está emitindo a mensa-
das, muitas das quais mal ou nem entraram para os dicionários. A na gem.
computação tem vários exemplos, como escanear, deletar, printar. Os verbos declarativos ou de elocução mais comuns são:
– Estrangeirismo: emprego de palavras emprestadas de outra acrescentar
língua, que ainda não foram aportuguesadas, preservando a forma afirmar
de origem. Nesse caso, há muitas expressões latinas, sobretudo da concordar
linguagem jurídica, tais como: habeas-corpus (literalmente, “tenhas consentir
o corpo” ou, mais livremente, “estejas em liberdade”), ipso facto contestar
(“pelo próprio fato de”, “por isso mesmo. continuar
declamar
As palavras de origem inglesas são várias: feeling (“sensibilida- determinar
de”, capacidade de percepção), briefing (conjunto de informações dizer
básicas). esclarecer
– Jargão: vocabulário típico de um campo profissional como exclamar
a medicina, a engenharia, a publicidade, o jornalismo. Furo é no- explicar
tícia dada em primeira mão. Quando o furo se revela falso, foi uma gritar
barriga. indagar
– Gíria: vocabulário especial de um grupo que não deseja ser insistir
entendido por outros grupos ou que pretende marcar sua identida- interrogar
de por meio da linguagem. Por exemplo, levar um lero (conversar). interromper
– Preciosismo: é um léxico excessivamente erudito, muito raro: intervir
procrastinar (em vez de adiar); cinesíforo (em vez de motorista). mandar
– Vulgarismo: o contrário do preciosismo, por exemplo, de ordenar, pedir
saco cheio (em vez de aborrecido), se ferrou (em vez de se deu mal, perguntar
arruinou-se). prosseguir
protestar
Tipos de Variação reclamar
As variações mais importantes, são as seguintes: repetir
– Sociocultural: Esse tipo de variação pode ser percebido com replicar
certa facilidade. responder
– Geográfica: é, no Brasil, bastante grande. Ao conjunto das retrucar
características da pronúncia de uma determinada região dá-se o solicitar
nome de sotaque: sotaque mineiro, sotaque nordestino, sotaque
gaúcho etc. Os verbos declarativos podem, além de introduzir a fala, indicar
– De Situação: são provocadas pelas alterações das circuns- atitudes, estados interiores ou situações emocionais das persona-
tâncias em que se desenrola o ato de comunicação. Um modo de gens como, por exemplo, os verbos protestar, gritar, ordenar e ou-
falar compatível com determinada situação é incompatível com
outra
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tros. Esse efeito pode ser também obtido com o uso de adjetivos ou A certo ponto da conversação, Glória me disse que desejava
advérbios aliados aos verbos de elocução: falou calmamente, gritou muito conhecer Carlota e perguntou por que não a levei comigo.
histérica, respondeu irritada, explicou docemente. (Ciro dos Anjos)

Exemplo: Fui ter com ela, e perguntei se a mãe havia dito alguma coisa;
— O amor, prosseguiu sonhadora, é a grande realização de nos- respondeu-me que não.
sas vidas. (Machado de Assis)
Ao utilizar o discurso direto – diálogos (com ou sem travessão) Discurso indireto livre
entre as personagens –, você deve optar por um dos três estilos a Resultante da mistura dos discursos direto e indireto, existe
seguir: uma terceira modalidade de técnica narrativa, o chamado discurso
indireto livre, processo de grande efeito estilístico. Por meio dele,
Estilo 1: o narrador pode, não apenas reproduzir indiretamente falas das
João perguntou: personagens, mas também o que elas não falam, mas pensam, so-
— Que tal o carro? nham, desejam etc. Neste caso, discurso indireto livre corresponde
ao monólogo interior das personagens, mas expresso pelo narrador.
Estilo 2: As orações do discurso indireto livre são, em regra, indepen-
João perguntou: “Que tal o carro?” (As aspas são optativas) dentes, sem verbos dicendi, sem pontuação que marque a passa-
Antônio respondeu: “horroroso” (As aspas são optativas) gem da fala do narrador para a da personagem, mas com transpo-
sições do tempo do verbo (pretérito imperfeito) e dos pronomes
Estilo 3: (terceira pessoa). O foco narrativo deve ser de terceira pessoa. Esse
Verbos de elocução no meio da fala: discurso é muito empregado na narrativa moderna, pela fluência e
— Estou vendo, disse efusivamente João, que você adorou o ritmo que confere ao texto.
carro.
— Você, retrucou Antônio, está completamente enganado. Fabiano ouviu o relatório desconexo do bêbado, caiu numa in-
decisão dolorosa. Ele também dizia palavras sem sentido, conversa
Verbos de elocução no fim da fala: à toa. Mas irou-se com a comparação, deu marradas na parede. Era
— Estou vendo que você adorou o carro — disse efusivamente bruto, sim senhor, nunca havia aprendido, não sabia explicar-se.
João. Estava preso por isso? Como era? Então mete- se um homem na
— Você está completamente enganado — retrucou Antônio. cadeia por que ele não sabe falar direito?
(Graciliano Ramos)
Os trechos que apresentam verbos de elocução podem vir com
travessões ou com vírgulas. Observe os seguintes exemplos: Observe que se o trecho “Era bruto, sim” estivesse um discur-
so direto, apresentaria a seguinte formulação: Sou bruto, sim; em
— Não posso, disse ela daí a alguns instantes, não deixo meu discurso indireto: Ele admitiu que era bruto; em discurso indireto
filho. (Machado de Assis) livre: Era bruto, sim.

— Não vá sem eu lhe ensinar a minha filosofia da miséria, disse Para produzir discurso indireto livre que exprima o mundo inte-
ele, escarrachando-se diante de mim. (Machado de Assis) rior da personagem (seus pensamentos, desejos, sonhos, fantasias
etc.), o narrador precisa ser onisciente. Observe que os pensamen-
— Vale cinquenta, ponderei; Sabina sabe que custou cinquenta tos da personagem aparecem, no trecho transcrito, principalmente
e oito. (Machado de Assis) nas orações interrogativas, entremeadas com o discurso do narra-
dor.
— Ainda não, respondi secamente. (Machado de Assis)
Transposição de discurso
Verbos de elocução depois de orações interrogativas e excla- Na narração, para reconstituir a fala da personagem, utiliza-se
mativas: a estrutura de um discurso direto ou de um discurso indireto. O
— Nunca me viu? perguntou Virgília vendo que a encarava com domínio dessas estruturas é importante tanto para se empregar
insistência. (Machado de Assis) corretamente os tipos de discurso na redação.
— Para quê? interrompeu Sabina. (Machado de Assis) Os sinais de pontuação (aspas, travessão, dois-pontos) e outros
— Isso nunca; não faço esmolas! disse ele. (Machado de Assis) recursos como grifo ou itálico, presentes no discurso direto, não
aparecem no discurso indireto, a não ser que se queira insistir na
Observe que os verbos de elocução aparecem em letras minús- atribuição do enunciado à personagem, não ao narrador. Tal insis-
culas depois dos pontos de exclamação e interrogação. tência, porém, é desnecessária e excessiva, pois, se o texto for bem
construído, a identificação do discurso indireto livre não oferece
Discurso indireto dificuldade.
No discurso indireto, o narrador exprime indiretamente a fala
da personagem. O narrador funciona como testemunha auditiva e
passa para o leitor o que ouviu da personagem. Na transcrição, o
verbo aparece na terceira pessoa, sendo imprescindível a presen-
ça de verbos dicendi (dizer, responder, retrucar, replicar, perguntar,
pedir, exclamar, contestar, concordar, ordenar, gritar, indagar, de-
clamar, afirmar, mandar etc.), seguidos dos conectivos que (dicendi
afirmativo) ou se (dicendi interrogativo) para introduzir a fala da
personagem na voz do narrador.
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Discurso Direto
FIGURAS DA LINGUAGEM
• Presente
A enfermeira afirmou:
– É uma menina. As figuras de linguagem ou de estilo são empregadas para
valorizar o texto, tornando a linguagem mais expressiva. É um re-
• Pretérito perfeito curso linguístico para expressar de formas diferentes experiências
– Já esperei demais, retrucou com indignação. comuns, conferindo originalidade, emotividade ao discurso, ou tor-
nando-o poético.
• Futuro do presente
Pedrinho gritou: As figuras de linguagem classificam-se em
– Não sairei do carro. – figuras de palavra;
– figuras de pensamento;
• Imperativo – figuras de construção ou sintaxe.
Olhou-a e disse secamente:
– Deixe-me em paz. Figuras de palavra
Emprego de um termo com sentido diferente daquele conven-
Outras alterações cionalmente empregado, a fim de se conseguir um efeito mais ex-
• Primeira ou segunda pessoa pressivo na comunicação.
Maria disse:
– Não quero sair com Roberto hoje. Metáfora: comparação abreviada, que dispensa o uso dos co-
nectivos comparativos; é uma comparação subjetiva. Normalmente
• Vocativo vem com o verbo de ligação claro ou subentendido na frase.
– Você quer café, João?, perguntou a prima.
Exemplos
• Objeto indireto na oração principal ...a vida é cigana
A prima perguntou a João se ele queria café. É caravana
É pedra de gelo ao sol.
• Forma interrogativa ou imperativa (Geraldo Azevedo/ Alceu Valença)
Abriu o estojo, contou os lápis e depois perguntou ansiosa:
– E o amarelo? Encarnado e azul são as cores do meu desejo.
(Carlos Drummond de Andrade)
• Advérbios de lugar e de tempo
aqui, daqui, agora, hoje, ontem, amanhã Comparação: aproxima dois elementos que se identificam,
• Pronomes demonstrativos e possessivos ligados por conectivos comparativos explícitos: como, tal qual, tal
essa(s), esta(s) como, que, que nem. Também alguns verbos estabelecem a com-
esse(s), este(s) paração: parecer, assemelhar-se e outros.
isso, isto
meu, minha Exemplo
teu, tua Estava mais angustiado que um goleiro na hora do gol, quando
nosso, nossa você entrou em mim como um sol no quintal.
(Belchior)
Discurso Indireto
• Pretérito imperfeito Catacrese: emprego de um termo em lugar de outro para o
A enfermeira afirmou que era uma menina. qual não existe uma designação apropriada.
• Futuro do pretérito
Pedrinho gritou que não sairia do carro. Exemplos
• Pretérito mais-que-perfeito – folha de papel
Retrucou com indignação que já esperara (ou tinha esperado) – braço de poltrona
demais. – céu da boca
• Pretérito imperfeito do subjuntivo – pé da montanha
Olhou-a e disse secamente que o deixasse em paz.
Outras alterações Sinestesia: fusão harmônica de, no mínimo, dois dos cinco sen-
• Terceira pessoa tidos físicos.
Maria disse que não queria sair com Roberto naquele dia.
• Objeto indireto na oração principal Exemplo
A prima perguntou a João se ele queria café. Vem da sala de linotipos a doce (gustativa) música (auditiva)
• Forma declarativa mecânica.
Abriu o estojo, contou os lápis e depois perguntou ansiosa pelo (Carlos Drummond de Andrade)
amarelo.
lá, dali, de lá, naquele momento, naquele dia, no dia anterior, A fusão de sensações físicas e psicológicas também é sineste-
na véspera, no dia seguinte, aquela(s), aquele(s), aquilo, seu, sia: “ódio amargo”, “alegria ruidosa”, “paixão luminosa”, “indiferen-
sua (dele, dela), seu, sua (deles, delas) ça gelada”.

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Antonomásia: substitui um nome próprio por uma qualidade, zunzin de mil zonzons zoando em meio à pasta de calor
atributo ou circunstância que individualiza o ser e notabiliza-o. da noite em branco
(Carlos Drummond de Andrade)
Exemplos
O filósofo de Genebra (= Calvino). Observação: verbos que exprimem os sons são considerados
O águia de Haia (= Rui Barbosa). onomatopaicos, como cacarejar, tiquetaquear, miar etc.

Metonímia: troca de uma palavra por outra, de tal forma que Figuras de sintaxe ou de construção
a palavra empregada lembra, sugere e retoma a que foi omitida. Dizem respeito a desvios em relação à concordância entre os
termos da oração, sua ordem, possíveis repetições ou omissões.
Exemplos
Leio Graciliano Ramos. (livros, obras) Podem ser formadas por:
Comprei um panamá. (chapéu de Panamá) omissão: assíndeto, elipse e zeugma;
Tomei um Danone. (iogurte) repetição: anáfora, pleonasmo e polissíndeto;
inversão: anástrofe, hipérbato, sínquise e hipálage;
Alguns autores, em vez de metonímia, classificam como siné- ruptura: anacoluto;
doque quando se têm a parte pelo todo e o singular pelo plural. concordância ideológica: silepse.

Exemplo Anáfora: repetição da mesma palavra no início de um período,


A cidade inteira viu assombrada, de queixo caído, o pistoleiro frase ou verso.
sumir de ladrão, fugindo nos cascos de seu cavalo. (singular pelo
plural) Exemplo
(José Cândido de Carvalho) Dentro do tempo o universo
[na imensidão.
Figuras Sonoras Dentro do sol o calor peculiar
Aliteração: repetição do mesmo fonema consonantal, geral- [do verão.
mente em posição inicial da palavra. Dentro da vida uma vida me
[conta uma estória que fala
Exemplo [de mim.
Vozes veladas veludosas vozes volúpias dos violões, vozes ve- Dentro de nós os mistérios
ladas. [do espaço sem fim!
(Cruz e Sousa) (Toquinho/Mutinho)

Assonância: repetição do mesmo fonema vocal ao longo de um Assíndeto: ocorre quando orações ou palavras que deveriam
verso ou poesia. vir ligadas por conjunções coordenativas aparecem separadas por
vírgulas.
Exemplo
Sou Ana, da cama, Exemplo
da cana, fulana, bacana Não nos movemos, as mãos é
Sou Ana de Amsterdam. que se estenderam pouco a
(Chico Buarque) pouco, todas quatro, pegando-se,
apertando-se, fundindo-se.
Paronomásia: Emprego de vocábulos semelhantes na forma ou (Machado de Assis)
na prosódia, mas diferentes no sentido.
Polissíndeto: repetição intencional de uma conjunção coorde-
Exemplo nativa mais vezes do que exige a norma gramatical.
Berro pelo aterro pelo desterro berro por seu berro pelo seu
[erro Exemplo
quero que você ganhe que Há dois dias meu telefone não fala, nem ouve, nem toca, nem
[você me apanhe tuge, nem muge.
sou o seu bezerro gritando (Rubem Braga)
[mamãe.
(Caetano Veloso) Pleonasmo: repetição de uma ideia já sugerida ou de um ter-
mo já expresso.
Onomatopeia: imitação aproximada de um ruído ou som pro-
duzido por seres animados e inanimados. Pleonasmo literário: recurso estilístico que enriquece a expres-
são, dando ênfase à mensagem.
Exemplo
Vai o ouvido apurado Exemplos
na trama do rumor suas nervuras Não os venci. Venceram-me
inseto múltiplo reunido eles a mim.
para compor o zanzineio surdo (Rui Barbosa)
circular opressivo

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Morrerás morte vil na mão de um forte. Silepse
(Gonçalves Dias) Silepse de gênero: Não há concordância de gênero do adjetivo
Pleonasmo vicioso: Frequente na linguagem informal, cotidia- ou pronome com a pessoa a que se refere.
na, considerado vício de linguagem. Deve ser evitado. Exemplos
Pois aquela criancinha, longe de ser um estranho...
Exemplos (Rachel de Queiroz)
Ouvir com os ouvidos.
Rolar escadas abaixo. V. Ex.a parece magoado...
Colaborar juntos. (Carlos Drummond de Andrade)
Hemorragia de sangue.
Repetir de novo. Silepse de pessoa: Não há concordância da pessoa verbal com
o sujeito da oração.
Elipse: Supressão de uma ou mais palavras facilmente suben-
tendidas na frase. Geralmente essas palavras são pronomes, con- Exemplos
junções, preposições e verbos. Os dois ora estais reunidos...
(Carlos Drummond de Andrade)
Exemplos
Compareci ao Congresso. (eu) Na noite do dia seguinte, estávamos reunidos algumas pessoas.
Espero venhas logo. (eu, que, tu) (Machado de Assis)
Ele dormiu duas horas. (durante)
No mar, tanta tormenta e tanto dano. (verbo Haver) Silepse de número: Não há concordância do número verbal
(Camões) com o sujeito da oração.

Zeugma: Consiste na omissão de palavras já expressas anterior- Exemplo


mente. Corria gente de todos os lados, e gritavam.
(Mário Barreto)
Exemplos
Foi saqueada a vila, e assassina dos os partidários dos Filipes.
(Camilo Castelo Branco)
ORTOGRAFIA (NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA
Rubião fez um gesto, Palha outro: mas quão diferentes. PORTUGUESA)
(Machado de Assis)

Hipérbato ou inversão: alteração da ordem direta dos elemen- ORTOGRAFIA OFICIAL


tos na frase. • Mudanças no alfabeto: O alfabeto tem 26 letras. Foram rein-
troduzidas as letras k, w e y.
Exemplos O alfabeto completo é o seguinte: A B C D E F G H I J K L M N O
Passeiam, à tarde, as belas na avenida. PQRSTUVWXYZ
(Carlos Drummond de Andrade) • Trema: Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a
letra u para indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos gue,
Paciência tenho eu tido... gui, que, qui.
(Antônio Nobre)
Regras de acentuação
Anacoluto: interrupção do plano sintático com que se inicia a – Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das
frase, alterando a sequência do processo lógico. A construção do palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima
período deixa um ou mais termos desprendidos dos demais e sem sílaba)
função sintática definida.
Como era Como fica
Exemplos
E o desgraçado, tremiam-lhe as pernas. alcatéia alcateia
(Manuel Bandeira) apóia apoia
Aquela mina de ouro, ela não ia deixar que outras espertas bo- apóio apoio
tassem as mãos.
(José Lins do Rego) Atenção: essa regra só vale para as paroxítonas. As oxítonas
continuam com acento: Ex.: papéis, herói, heróis, troféu, troféus.
Hipálage: inversão da posição do adjetivo (uma qualidade que
pertence a um objeto é atribuída a outro, na mesma frase). – Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no
u tônicos quando vierem depois de um ditongo.
Exemplo
...em cada olho um grito castanho de ódio. Como era Como fica
(Dalton Trevisan)
...em cada olho castanho um grito de ódio) baiúca baiuca
bocaiúva bocaiuva
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Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em Viu? Tudo muito tranquilo. Certeza que você já está dominando
posição final (ou seguidos de s), o acento permanece. Exemplos: muita coisa. Mas não podemos parar, não é mesmo?!?! Por isso
tuiuiú, tuiuiús, Piauí. vamos passar para mais um ponto importante.

– Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem Acentuação é o modo de proferir um som ou grupo de sons
e ôo(s). com mais relevo do que outros. Os sinais diacríticos servem para
indicar, dentre outros aspectos, a pronúncia correta das palavras.
Vejamos um por um:
Como era Como fica
abençôo abençoo Acento agudo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre
crêem creem aberto.
Já cursei a Faculdade de História.
– Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/ Acento circunflexo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre
para, péla(s)/ pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera. fechado.
Meu avô e meus três tios ainda são vivos.
Atenção: Acento grave: marca o fenômeno da crase (estudaremos este
• Permanece o acento diferencial em pôde/pode. caso afundo mais à frente).
• Permanece o acento diferencial em pôr/por. Sou leal à mulher da minha vida.
• Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural
dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter, As palavras podem ser:
reter, conter, convir, intervir, advir etc.). – Oxítonas: quando a sílaba tônica é a última (ca-fé, ma-ra-cu-
• É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as -já, ra-paz, u-ru-bu...)
palavras forma/fôrma. – Paroxítonas: quando a sílaba tônica é a penúltima (me-sa,
sa-bo-ne-te, ré-gua...)
Uso de hífen – Proparoxítonas: quando a sílaba tônica é a antepenúltima
Regra básica: (sá-ba-do, tô-ni-ca, his-tó-ri-co…)
Sempre se usa o hífen diante de h: anti-higiênico, super-ho-
mem. As regras de acentuação das palavras são simples. Vejamos:
• São acentuadas todas as palavras proparoxítonas (médico,
Outros casos íamos, Ângela, sânscrito, fôssemos...)
1. Prefixo terminado em vogal: • São acentuadas as palavras paroxítonas terminadas em L, N,
– Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo. R, X, I(S), US, UM, UNS, OS, ÃO(S), Ã(S), EI(S) (amável, elétron, éter,
– Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto, fênix, júri, oásis, ônus, fórum, órfão...)
semicírculo. • São acentuadas as palavras oxítonas terminadas em A(S),
– Sem hífen diante de r e s. Dobram-se essas letras: antirracis- E(S), O(S), EM, ENS, ÉU(S), ÉI(S), ÓI(S) (xarás, convéns, robô, Jô, céu,
mo, antissocial, ultrassom. dói, coronéis...)
– Com hífen diante de mesma vogal: contra-ataque, micro-on- • São acentuados os hiatos I e U, quando precedidos de vogais
das. (aí, faísca, baú, juízo, Luísa...)

2. Prefixo terminado em consoante: Viu que não é nenhum bicho de sete cabeças? Agora é só trei-
– Com hífen diante de mesma consoante: inter-regional, sub- nar e fixar as regras.
-bibliotecário.
– Sem hífen diante de consoante diferente: intermunicipal, su-
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
persônico.
– Sem hífen diante de vogal: interestadual, superinteressante.

Observações: Acentuação é o modo de proferir um som ou grupo de sons


• Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra com mais relevo do que outros. Os sinais diacríticos servem para
iniciada por r: sub-região, sub-raça. Palavras iniciadas por h perdem indicar, dentre outros aspectos, a pronúncia correta das palavras.
essa letra e juntam-se sem hífen: subumano, subumanidade. Vejamos um por um:
• Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de pala-
vra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano. Acento agudo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre
• O prefixo co aglutina-se, em geral, com o segundo elemento, aberto.
mesmo quando este se inicia por o: coobrigação, coordenar, coope- Já cursei a Faculdade de História.
rar, cooperação, cooptar, coocupante. Acento circunflexo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre
• Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-al- fechado.
mirante. Meu avô e meus três tios ainda são vivos.
• Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam Acento grave: marca o fenômeno da crase (estudaremos este
a noção de composição, como girassol, madressilva, mandachuva, caso afundo mais à frente).
pontapé, paraquedas, paraquedista. Sou leal à mulher da minha vida.
• Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró,
usa-se sempre o hífen: ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém-mar, As palavras podem ser:
recém-casado, pós-graduação, pré-vestibular, pró-europeu. – Oxítonas: quando a sílaba tônica é a última (ca-fé, ma-ra-cu-
-já, ra-paz, u-ru-bu...)
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– Paroxítonas: quando a sílaba tônica é a penúltima (me-sa, Dois-pontos ( : )
sa-bo-ne-te, ré-gua...) Marcam uma supressão de voz em frase ainda não concluída.
– Proparoxítonas: quando a sílaba tônica é a antepenúltima Em termos práticos, este sinal é usado para: Introduzir uma citação
(sá-ba-do, tô-ni-ca, his-tó-ri-co…) (discurso direto) e introduzir um aposto explicativo, enumerativo,
distributivo ou uma oração subordinada substantiva apositiva.
As regras de acentuação das palavras são simples. Vejamos: Ex: Uma bela festa: cheia de alegria e comida boa.
• São acentuadas todas as palavras proparoxítonas (médico,
íamos, Ângela, sânscrito, fôssemos...) Ponto e vírgula ( ; )
• São acentuadas as palavras paroxítonas terminadas em L, N, Representa uma pausa mais forte que a vírgula e menos que o
R, X, I(S), US, UM, UNS, OS, ÃO(S), Ã(S), EI(S) (amável, elétron, éter, ponto, e é empregado num trecho longo, onde já existam vírgulas,
fênix, júri, oásis, ônus, fórum, órfão...) para enunciar pausa mais forte, separar vários itens de uma enume-
• São acentuadas as palavras oxítonas terminadas em A(S), ração (frequente em leis), etc.
E(S), O(S), EM, ENS, ÉU(S), ÉI(S), ÓI(S) (xarás, convéns, robô, Jô, céu, Ex: Vi na festa os deputados, senadores e governador; vi tam-
dói, coronéis...) bém uma linda decoração e bebidas caras.

• São acentuados os hiatos I e U, quando precedidos de vogais Travessão ( — )


(aí, faísca, baú, juízo, Luísa...) Não confundir o travessão com o traço de união ou hífen e com
o traço de divisão empregado na partição de sílabas (ab-so-lu-ta-
Viu que não é nenhum bicho de sete cabeças? Agora é só trei- -men-te) e de palavras no fim de linha. O travessão pode substituir
nar e fixar as regras. vírgulas, parênteses, colchetes, para assinalar uma expressão inter-
calada e pode indicar a mudança de interlocutor, na transcrição de
um diálogo, com ou sem aspas.
SINAIS DE PONTUAÇÃO Ex: Estamos — eu e meu esposo — repletos de gratidão.

Parênteses e colchetes ( ) – [ ]
Pontuação Os parênteses assinalam um isolamento sintático e semântico
Com Nina Catach, entendemos por pontuação um “sistema mais completo dentro do enunciado, além de estabelecer maior in-
de reforço da escrita, constituído de sinais sintáticos, destinados a timidade entre o autor e o seu leitor. Em geral, a inserção do parên-
organizar as relações e a proporção das partes do discurso e das tese é assinalada por uma entonação especial. Intimamente ligados
pausas orais e escritas. Estes sinais também participam de todas as aos parênteses pela sua função discursiva, os colchetes são utiliza-
funções da sintaxe, gramaticais, entonacionais e semânticas”. (BE- dos quando já se acham empregados os parênteses, para introduzi-
CHARA, 2009, p. 514) rem uma nova inserção.
A partir da definição citada por Bechara podemos perceber a Ex: Vamos estar presentes na festa (aquela organizada pelo go-
importância dos sinais de pontuação, que é constituída por alguns vernador)
sinais gráficos assim distribuídos: os separadores (vírgula [ , ], pon-
to e vírgula [ ; ], ponto final [ . ], ponto de exclamação [ ! ], reti- Aspas ( “ ” )
cências [ ... ]), e os de comunicação ou “mensagem” (dois pontos As aspas são empregadas para dar a certa expressão sentido
[ : ], aspas simples [‘ ’], aspas duplas [ “ ” ], travessão simples [ – ], particular (na linguagem falada é em geral proferida com entoação
travessão duplo [ — ], parênteses [ ( ) ], colchetes ou parênteses especial) para ressaltar uma expressão dentro do contexto ou para
retos [ [ ] ], chave aberta [ { ], e chave fechada [ } ]). apontar uma palavra como estrangeirismo ou gíria. É utilizada, ain-
da, para marcar o discurso direto e a citação breve.
Ponto ( . ) Ex: O “coffe break” da festa estava ótimo.
O ponto simples final, que é dos sinais o que denota maior pau-
sa, serve para encerrar períodos que terminem por qualquer tipo Vírgula
de oração que não seja a interrogativa direta, a exclamativa e as São várias as regras que norteiam o uso das vírgulas. Eviden-
reticências. ciaremos, aqui, os principais usos desse sinal de pontuação. Antes
Estaremos presentes na festa. disso, vamos desmistificar três coisas que ouvimos em relação à
vírgula:
Ponto de interrogação ( ? ) 1º – A vírgula não é usada por inferência. Ou seja: não “senti-
Põe-se no fim da oração enunciada com entonação interrogati- mos” o momento certo de fazer uso dela.
va ou de incerteza, real ou fingida, também chamada retórica. 2º – A vírgula não é usada quando paramos para respirar. Em
Você vai à festa? alguns contextos, quando, na leitura de um texto, há uma vírgula, o
leitor pode, sim, fazer uma pausa, mas isso não é uma regra. Afinal,
Ponto de exclamação ( ! ) cada um tem seu tempo de respiração, não é mesmo?!?!
Põe-se no fim da oração enunciada com entonação exclama- 3º – A vírgula tem sim grande importância na produção de tex-
tiva. tos escritos. Não caia na conversa de algumas pessoas de que ela é
Ex: Que bela festa! menos importante e que pode ser colocada depois.
Agora, precisamos saber que a língua portuguesa tem uma or-
Reticências ( ... ) dem comum de construção de suas frases, que é Sujeito > Verbo >
Denotam interrupção ou incompletude do pensamento (ou Objeto > Adjunto, ou seja, (SVOAdj).
porque se quer deixar em suspenso, ou porque os fatos se dão com Maria foi à padaria ontem.
breve espaço de tempo intervalar, ou porque o nosso interlocutor Sujeito Verbo Objeto Adjunto
nos toma a palavra), ou hesitação em enunciá-lo.
Ex: Essa festa... não sei não, viu.
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Perceba que, na frase acima, não há o uso de vírgula. Isso ocor- Classificação dos substantivos
re por alguns motivos:
1) NÃO se separa com vírgula o sujeito de seu predicado. SUBSTANTIVO SIMPLES: Olhos/água/
2) NÃO se separa com vírgula o verbo e seus complementos. apresentam um só radical em muro/quintal/caderno/
3) Não é aconselhável usar vírgula entre o complemento do sua estrutura. macaco/sabão
verbo e o adjunto.
SUBSTANTIVOS COMPOSTOS: Macacos-prego/
Podemos estabelecer, então, que se a frase estiver na ordem são formados por mais de um porta-voz/
comum (SVOAdj), não usaremos vírgula. Caso contrário, a vírgula radical em sua estrutura. pé-de-moleque
é necessária: SUBSTANTIVOS PRIMITIVOS: Casa/
Ontem, Maria foi à padaria. são os que dão origem a mundo/
Maria, ontem, foi à padaria. outras palavras, ou seja, ela é população
À padaria, Maria foi ontem. a primeira. /formiga

Além disso, há outros casos em que o uso de vírgulas é neces- SUBSTANTIVOS DERIVADOS: Caseiro/mundano/
sário: são formados por outros populacional/formigueiro
• Separa termos de mesma função sintática, numa enumera- radicais da língua.
ção. SUBSTANTIVOS PRÓPRIOS: Rodrigo
Simplicidade, clareza, objetividade, concisão são qualidades a designa determinado ser /Brasil
serem observadas na redação oficial. entre outros da mesma /Belo Horizonte/Estátua da
• Separa aposto. espécie. São sempre iniciados Liberdade
Aristóteles, o grande filósofo, foi o criador da Lógica. por letra maiúscula.
• Separa vocativo.
SUBSTANTIVOS COMUNS: biscoitos/ruídos/estrelas/
Brasileiros, é chegada a hora de votar.
referem-se qualquer ser de cachorro/prima
• Separa termos repetidos.
uma mesma espécie.
Aquele aluno era esforçado, esforçado.
SUBSTANTIVOS CONCRETOS: Leão/corrente
• Separa certas expressões explicativas, retificativas, exempli- nomeiam seres com existência /estrelas/fadas
ficativas, como: isto é, ou seja, ademais, a saber, melhor dizendo, própria. Esses seres podem /lobisomem
ou melhor, quer dizer, por exemplo, além disso, aliás, antes, com ser animadoso ou inanimados, /saci-pererê
efeito, digo. reais ou imaginários.
O político, a meu ver, deve sempre usar uma linguagem clara, SUBSTANTIVOS ABSTRATOS: Mistério/
ou seja, de fácil compreensão. nomeiam ações, estados, bondade/
qualidades e sentimentos que confiança/
• Marca a elipse de um verbo (às vezes, de seus complemen- não tem existência própria, ou lembrança/
tos). seja, só existem em função de amor/
O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os particula- um ser. alegria
res. (= ... a portaria regulamenta os casos particulares)
SUBSTANTIVOS COLETIVOS: Elenco (de atores)/
• Separa orações coordenadas assindéticas. referem-se a um conjunto acervo (de obras artísticas)/
Levantava-me de manhã, entrava no chuveiro, organizava as de seres da mesma espécie, buquê (de flores)
ideias na cabeça... mesmo quando empregado
no singular e constituem um
• Isola o nome do lugar nas datas. substantivo comum.
Rio de Janeiro, 21 de julho de 2006. NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS PALAVRAS
QUE NÃO ESTÃO AQUI!
• Isolar conectivos, tais como: portanto, contudo, assim, dessa
forma, entretanto, entre outras. E para isolar, também, expressões Flexão dos Substantivos
conectivas, como: em primeiro lugar, como supracitado, essas infor- • Gênero: Os gêneros em português podem ser dois: masculi-
mações comprovam, etc. no e feminino. E no caso dos substantivos podem ser biformes ou
Fica claro, portanto, que ações devem ser tomadas para ame- uniformes
nizar o problema. – Biformes: as palavras tem duas formas, ou seja, apresenta
uma forma para o masculino e uma para o feminino: tigre/tigresa, o
presidente/a presidenta, o maestro/a maestrina
CLASSES DE PALAVRAS: ADJETIVO, ADVÉRBIO, ARTIGO, – Uniformes: as palavras tem uma só forma, ou seja, uma única
PREPOSIÇÃO, CONJUNÇÃO, INTERJEIÇÃO, NUMERAL, forma para o masculino e o feminino. Os uniformes dividem-se em
PRONOMES, SUBSTANTIVOS E VERBOS epicenos, sobrecomuns e comuns de dois gêneros.
a) Epicenos: designam alguns animais e plantas e são invariá-
veis: onça macho/onça fêmea, pulga macho/pulga fêmea, palmeira
CLASSES DE PALAVRAS macho/palmeira fêmea.
Substantivo b) Sobrecomuns: referem-se a seres humanos; é pelo contexto
São as palavras que atribuem nomes aos seres reais ou imagi- que aparecem que se determina o gênero: a criança (o criança), a
nários (pessoas, animais, objetos), lugares, qualidades, ações e sen- testemunha (o testemunha), o individuo (a individua).
timentos, ou seja, que tem existência concreta ou abstrata. 
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c) Comuns de dois gêneros: a palavra tem a mesma forma tanto para o masculino quanto para o feminino: o/a turista, o/a agente, o/a
estudante, o/a colega.
• Número: Podem flexionar em singular (1) e plural (mais de 1).
– Singular: anzol, tórax, próton, casa.
– Plural: anzóis, os tórax, prótons, casas.

• Grau: Podem apresentar-se no grau aumentativo e no grau diminutivo.


– Grau aumentativo sintético: casarão, bocarra.
– Grau aumentativo analítico: casa grande, boca enorme.
– Grau diminutivo sintético: casinha, boquinha
– Grau diminutivo analítico: casa pequena, boca minúscula. 

Adjetivo
É a palavra variável que especifica e caracteriza o substantivo: imprensa livre, favela ocupada. Locução adjetiva é expressão composta
por substantivo (ou advérbio) ligado a outro substantivo por preposição com o mesmo valor e a mesma função que um adjetivo: golpe de
mestre (golpe magistral), jornal da tarde (jornal vespertino).

Flexão do Adjetivos
• Gênero:
– Uniformes: apresentam uma só para o masculino e o feminino: homem feliz, mulher feliz.
– Biformes: apresentam uma forma para o masculino e outra para o feminino: juiz sábio/ juíza sábia, bairro japonês/ indústria japo-
nesa, aluno chorão/ aluna chorona. 

• Número:
– Os adjetivos simples seguem as mesmas regras de flexão de número que os substantivos: sábio/ sábios, namorador/ namoradores,
japonês/ japoneses.
– Os adjetivos compostos têm algumas peculiaridades: luvas branco-gelo, garrafas amarelo-claras, cintos da cor de chumbo.

• Grau:
– Grau Comparativo de Superioridade: Meu time é mais vitorioso (do) que o seu.
– Grau Comparativo de Inferioridade: Meu time é menos vitorioso (do) que o seu.
– Grau Comparativo de Igualdade: Meu time é tão vitorioso quanto o seu.
– Grau Superlativo Absoluto Sintético: Meu time é famosíssimo.
– Grau Superlativo Absoluto Analítico: Meu time é muito famoso.
– Grau Superlativo Relativo de Superioridade: Meu time é o mais famoso de todos.
– Grau Superlativo Relativo de Inferioridade; Meu time é menos famoso de todos.

Artigo
É uma palavra variável em gênero e número que antecede o substantivo, determinando de modo particular ou genérico.
• Classificação e Flexão do Artigos
– Artigos Definidos: o, a, os, as.
O menino carregava o brinquedo em suas costas.
As meninas brincavam com as bonecas.
– Artigos Indefinidos: um, uma, uns, umas.
Um menino carregava um brinquedo.
Umas meninas brincavam com umas bonecas.

Numeral
É a palavra que indica uma quantidade definida de pessoas ou coisas, ou o lugar (posição) que elas ocupam numa série.
• Classificação dos Numerais
– Cardinais: indicam número ou quantidade:
Trezentos e vinte moradores.
– Ordinais: indicam ordem ou posição numa sequência:
Quinto ano. Primeiro lugar.
– Multiplicativos: indicam o número de vezes pelo qual uma quantidade é multiplicada:
O quíntuplo do preço.
– Fracionários: indicam a parte de um todo:
Dois terços dos alunos foram embora.

Pronome
É a palavra que substitui os substantivos ou os determinam, indicando a pessoa do discurso.
• Pronomes pessoais vão designar diretamente as pessoas em uma conversa. Eles indicam as três pessoas do discurso.

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Pronomes Retos Pronomes Oblíquos


Pessoas do Discurso
Função Subjetiva Função Objetiva
1º pessoa do singular Eu Me, mim, comigo
2º pessoa do singular Tu Te, ti, contigo
3º pessoa do singular Ele, ela,  Se, si, consigo, lhe, o, a
1º pessoa do plural Nós Nos, conosco
2º pessoa do plural Vós Vos, convosco
3º pessoa do plural Eles, elas Se, si, consigo, lhes, os, as

• Pronomes de Tratamento são usados no trato com as pessoas, normalmente, em situações formais de comunicação.

Pronomes de Tratamento Emprego


Você Utilizado em situações informais.
Senhor (es) e Senhora (s) Tratamento para pessoas mais velhas.
Vossa Excelência Usados para pessoas com alta autoridade
Vossa Magnificência Usados para os reitores das Universidades.
Vossa Senhoria Empregado nas correspondências e textos escritos.
Vossa Majestade Utilizado para Reis e Rainhas
Vossa Alteza Utilizado para príncipes, princesas, duques.
Vossa Santidade Utilizado para o Papa
Vossa Eminência Usado para Cardeais.
Vossa Reverendíssima Utilizado para sacerdotes e religiosos em geral.

• Pronomes Possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribuindo-lhes a posse de alguma coisa.

Pessoa do Discurso Pronome Possessivo


1º pessoa do singular Meu, minha, meus, minhas
2º pessoa do singular teu, tua, teus, tuas
3º pessoa do singular seu, sua, seus, suas
1º pessoa do plural Nosso, nossa, nossos, nossas
2º pessoa do plural Vosso, vossa, vossos, vossas
3º pessoa do plural Seu, sua, seus, suas

• Pronomes Demonstrativos são utilizados para indicar a posição de algum elemento em relação à pessoa seja no discurso, no tempo
ou no espaço.

Pronomes Demonstrativos Singular Plural


Feminino esta, essa, aquela estas, essas, aquelas
Masculino este, esse, aquele estes, esses, aqueles

• Pronomes Indefinidos referem-se à 3º pessoa do discurso, designando-a de modo vago, impreciso, indeterminado. Os pronomes
indefinidos podem ser variáveis (varia em gênero e número) e invariáveis (não variam em gênero e número).

Classificação Pronomes Indefinidos


algum, alguma, alguns, algumas, nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas, muito, muita, muitos, muitas, pouco,
pouca, poucos, poucas, todo, toda, todos, todas, outro, outra, outros, outras, certo, certa, certos, certas, vário, vá-
Variáveis
ria, vários, várias, tanto, tanta, tantos, tantas, quanto, quanta, quantos, quantas, qualquer, quaisquer, qual, quais,
um, uma, uns, umas.
Invariáveis quem, alguém, ninguém, tudo, nada, outrem, algo, cada.

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• Pronomes Interrogativos são palavras variáveis e invariáveis utilizadas para formular perguntas diretas e indiretas.

Classificação Pronomes Interrogativos


Variáveis qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas.
Invariáveis quem, que.

• Pronomes Relativos referem-se a um termo já dito anteriormente na oração, evitando sua repetição. Eles também podem ser
variáveis e invariáveis.

Classificação Pronomes Relativos


Variáveis o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas.
Invariáveis quem, que, onde.

Verbos
São as palavras que exprimem ação, estado, fenômenos meteorológicos, sempre em relação ao um determinado tempo.

• Flexão verbal
Os verbos podem ser flexionados de algumas formas.
– Modo: É a maneira, a forma como o verbo se apresenta na frase para indicar uma atitude da pessoa que o usou. O modo é dividido
em três: indicativo (certeza, fato), subjuntivo (incerteza, subjetividade) e imperativo (ordem, pedido).
– Tempo: O tempo indica o momento em que se dá o fato expresso pelo verbo. Existem três tempos no modo indicativo: presente,
passado (pretérito perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito) e futuro (do presente e do pretérito). No subjuntivo, são três: presente, pre-
térito imperfeito e futuro.
– Número: Este é fácil: singular e plural.
– Pessoa: Fácil também: 1ª pessoa (eu amei, nós amamos); 2º pessoa (tu amaste, vós amastes); 3ª pessoa (ele amou, eles amaram).

• Formas nominais do verbo


Os verbos têm três formas nominais, ou seja, formas que exercem a função de nomes (normalmente, substantivos). São elas infinitivo
(terminado em -R), gerúndio (terminado em –NDO) e particípio (terminado em –DA/DO).

• Voz verbal
É a forma como o verbo se encontra para indicar sua relação com o sujeito. Ela pode ser ativa, passiva ou reflexiva.
– Voz ativa: Segundo a gramática tradicional, ocorre voz ativa quando o verbo (ou locução verbal) indica uma ação praticada pelo
sujeito. Veja:
João pulou da cama atrasado
– Voz passiva: O sujeito é paciente e, assim, não pratica, mas recebe a ação. A voz passiva pode ser analítica ou sintética. A voz passiva
analítica é formada por:
Sujeito paciente + verbo auxiliar (ser, estar, ficar, entre outros) + verbo principal da ação conjugado no particípio + preposição por/
pelo/de + agente da passiva.
A casa foi aspirada pelos rapazes

A voz passiva sintética, também chamada de voz passiva pronominal (devido ao uso do pronome se) é formada por:
Verbo conjugado na 3.ª pessoa (no singular ou no plural) + pronome apassivador «se» + sujeito paciente.
Aluga-se apartamento.

Advérbio
É a palavra invariável que modifica o verbo, adjetivo, outro advérbio ou a oração inteira, expressando uma determinada circunstância.
As circunstâncias dos advérbios podem ser:
– Tempo: ainda, cedo, hoje, agora, antes, depois, logo, já, amanhã, tarde, sempre, nunca, quando, jamais, ontem, anteontem, breve-
mente, atualmente, à noite, no meio da noite, antes do meio-dia, à tarde, de manhã, às vezes, de repente, hoje em dia, de vez em quando,
em nenhum momento, etc.
– Lugar: Aí, aqui, acima, abaixo, ali, cá, lá, acolá, além, aquém, perto, longe, dentro, fora, adiante, defronte, detrás, de cima, em cima,
à direita, à esquerda, de fora, de dentro, por fora, etc.
– Modo: assim, melhor, pior, bem, mal, devagar, depressa, rapidamente, lentamente, apressadamente, felizmente, às pressas, às
ocultas, frente a frente, com calma, em silêncio, etc.
– Afirmação: sim, deveras, decerto, certamente, seguramente, efetivamente, realmente, sem dúvida, com certeza, por certo, etc. 
– Negação: não, absolutamente, tampouco, nem, de modo algum, de jeito nenhum, de forma alguma, etc.
– Intensidade: muito, pouco, mais, menos, meio, bastante, assaz, demais, bem, mal, tanto, tão, quase, apenas, quanto, de pouco, de
todo, etc.
– Dúvida: talvez, acaso, possivelmente, eventualmente, porventura, etc.

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Preposição
É a palavra que liga dois termos, de modo que o segundo complete o sentido do primeiro. As preposições são as seguintes:

Conjunção
É palavra que liga dois elementos da mesma natureza ou uma oração a outra. As conjunções podem ser coordenativas (que ligam
orações sintaticamente independentes) ou subordinativas (que ligam orações com uma relação hierárquica, na qual um elemento é de-
terminante e o outro é determinado).

• Conjunções Coordenativas

Tipos Conjunções Coordenativas


Aditivas e, mas ainda, mas também, nem...
Adversativas contudo, entretanto, mas, não obstante, no entanto, porém, todavia...
Alternativas já…, já…, ou, ou…, ou…, ora…, ora…, quer…, quer…
Conclusivas assim, então, logo, pois (depois do verbo), por conseguinte, por isso, portanto...
Explicativas pois (antes do verbo), porquanto, porque, que...

• Conjunções Subordinativas

Tipos Conjunções Subordinativas


Causais Porque, pois, porquanto, como, etc.
Concessivas Embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, etc.
Condicionais Se, caso, quando, conquanto que, salvo se, sem que, etc.
Conformativas Conforme, como (no sentido de conforme), segundo, consoante, etc.
Finais Para que, a fim de que, porque (no sentido de que), que, etc.
Proporcionais À medida que, ao passo que, à proporção que, etc.
Temporais Quando, antes que, depois que, até que, logo que, etc.
Comparativas Que, do que (usado depois de mais, menos, maior, menor, melhor, etc.
Consecutivas Que (precedido de tão, tal, tanto), de modo que, De maneira que, etc.
Integrantes Que, se.

Interjeição
É a palavra invariável que exprime ações, sensações, emoções, apelos, sentimentos e estados de espírito, traduzindo as reações das
pessoas.
• Principais Interjeições
Oh! Caramba! Viva! Oba! Alô! Psiu! Droga! Tomara! Hum!

Dez classes de palavras foram estudadas agora. O estudo delas é muito importante, pois se você tem bem construído o que é e a fun-
ção de cada classe de palavras, não terá dificuldades para entender o estudo da Sintaxe.

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CRASE ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS

A crase é a fusão de duas vogais idênticas. A primeira vogal a ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
é uma preposição, a segunda vogal a é um artigo ou um pronome As palavras são formadas por estruturas menores, com
demonstrativo. significados próprios. Para isso, há vários processos que contribuem
a (preposição) + a(s) (artigo) = à(s) para a formação das palavras.

• Devemos usar crase: Estrutura das palavras


– Antes palavras femininas: As palavras podem ser subdivididas em estruturas significativas
Iremos à festa amanhã menores - os morfemas, também chamados de elementos mórficos: 
Mediante à situação. – radical e raiz;
O Governo visa à resolução do problema. – vogal temática;
– tema;
– Locução prepositiva implícita “à moda de, à maneira de” – desinências;
Devido à regra, o acento grave é obrigatoriamente usado nas – afixos;
locuções prepositivas com núcleo feminino iniciadas por a: – vogais e consoantes de ligação.
Os frangos eram feitos à moda da casa imperial. Radical: Elemento que contém a base de significação do
Às vezes, porém, a locução vem implícita antes de substanti- vocábulo.
vos masculinos, o que pode fazer você pensar que não rola a crase. Exemplos
Mas... há crase, sim! VENDer, PARTir, ALUNo, MAR.
Depois da indigestão, farei uma poesia à Drummond, vestir-
-me-ei à Versace e entregá-la-ei à tímida aniversariante. Desinências: Elementos que indicam as flexões dos vocábulos.

– Expressões fixas Dividem-se em:


Existem algumas expressões em que sempre haverá o uso de
crase: Nominais
à vela, à lenha, à toa, à vista, à la carte, à queima-roupa, à von- Indicam flexões de gênero e número nos substantivos.
tade, à venda, à mão armada, à beça, à noite, à tarde, às vezes, às Exemplos
pressas, à primeira vista, à hora certa, àquela hora, à esquerda, à pequenO, pequenA, alunO, aluna.
direita, à vontade, às avessas, às claras, às escuras, à mão, às escon- pequenoS, pequenaS, alunoS, alunas.
didas, à medida que, à proporção que.
• NUNCA devemos usar crase: Verbais
– Antes de substantivos masculinos: Indicam flexões de modo, tempo, pessoa e número nos verbos
Andou a cavalo pela cidadezinha, mas preferiria ter andado a Exemplos
pé. vendêSSEmos, entregáRAmos. (modo e tempo)
vendesteS, entregásseIS. (pessoa e número)
– Antes de substantivo (masculino ou feminino, singular ou
plural) usado em sentido generalizador: Indica, nos verbos, a conjugação a que pertencem.
Depois do trauma, nunca mais foi a festas. Exemplos
Não foi feita menção a mulher, nem a criança, tampouco a ho- 1ª conjugação: – A – cantAr
mem. 2ª conjugação: – E – fazEr
3ª conjugação: – I – sumIr
– Antes de artigo indefinido “uma”
Iremos a uma reunião muito importante no domingo. Observação
Nos substantivos ocorre vogal temática quando ela não indica
– Antes de pronomes oposição masculino/feminino.
Obs.: A crase antes de pronomes possessivos é facultativa. Exemplos
livrO, dentE, paletó.
Fizemos referência a Vossa Excelência, não a ela.
A quem vocês se reportaram no Plenário? Tema: União do radical e a vogal temática.
Assisto a toda peça de teatro no RJ, afinal, sou um crítico. Exemplos
CANTAr, CORREr, CONSUMIr.
– Antes de verbos no infinitivo
A partir de hoje serei um pai melhor, pois voltei a trabalhar. Vogal e consoante de ligação: São os elementos que se
interpõem aos vocábulos por necessidade de eufonia.
Exemplos
chaLeira, cafeZal.

Afixos
Os afixos são elementos que se acrescentam antes ou depois do
radical de uma palavra para a formação de outra palavra. Dividem-
se em:
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Prefixo: Partícula que se coloca antes do radical. Nota-se o emprego desses prefixos em palavras como: 
Exemplos abordar, além-mar, bem-aventurado, desleal, engarrafar, maldição,
DISpor, EMpobrecer, DESorganizar. menosprezar, sem-cerimônia, sopé, sobpor, sobre-humano, etc.

Sufixo Latinos: Prefixos que conservam até hoje a sua forma latina
Afixo que se coloca depois do radical. original:
Exemplos a, ab, abs – afastamento: aversão, abjurar.
contentaMENTO, reallDADE, enaltECER. a, ad – aproximação, direção: amontoar.
Processos de formação das palavras ambi – dualidade: ambidestro.
Composição: Formação de uma palavra nova por meio da bis, bin, bi – repetição, dualidade: bisneto, binário.
junção de dois ou mais vocábulos primitivos. Temos: centum – cem: centúnviro, centuplicar, centígrado.
circum, circun, circu – em volta de: circumpolar, circunstante.
Justaposição: Formação de palavra composta sem alteração na cis – aquem de: cisalpino, cisgangético.
estrutura fonética das primitivas. com, con, co – companhia, concomitância: combater,
Exemplos contemporâneo.
passa + tempo = passatempo contra – oposição, posição inferior: contradizer.
gira + sol = girassol de – movimento de cima para baixo, origem, afastamento:
decrescer, deportar.
Aglutinação: Formação de palavra composta com alteração da des – negação, separação, ação contrária: desleal, desviar.
estrutura fonética das primitivas. dis, di – movimento para diversas partes, ideia contrária:
Exemplos distrair, dimanar.
em + boa + hora = embora entre – situação intermediaria, reciprocidade: entrelinha,
vossa + merce = você entrevista.
ex, es, e – movimento de dentro para fora, intensidade,
Derivação: privação, situação cessante: exportar, espalmar, ex-professor.
Formação de uma nova palavra a partir de uma primitiva. extra – fora de, além de, intensidade: extravasar, extraordinário.
Temos: im, in, i – movimento para dentro; ideia contraria: importar,
ingrato.
Prefixação: Formação de palavra derivada com acréscimo de inter – no meio de: intervocálico, intercalado.
um prefixo ao radical da primitiva. intra – movimento para dentro: intravenoso, intrometer.
Exemplos justa – perto de: justapor.
CONter, INapto, DESleal. multi – pluralidade: multiforme.
ob, o – oposição: obstar, opor, obstáculo.
Sufixação: Formação de palavra nova com acréscimo de um pene – quase: penúltimo, península.
sufixo ao radical da primitiva. per – movimento através de, acabamento de ação; ideia
Exemplos pejorativa: percorrer.
cafezAL, meninINHa, loucaMENTE. post, pos – posteridade: postergar, pospor.
pre – anterioridade: predizer, preclaro.
Parassíntese: Formação de palavra derivada com acréscimo de preter – anterioridade, para além: preterir, preternatural.
um prefixo e um sufixo ao radical da primitiva ao mesmo tempo. pro – movimento para diante, a favor de, em vez de: prosseguir,
Exemplos procurador, pronome.
EMtardECER, DESanimADO, ENgravidAR. re – movimento para trás, ação reflexiva, intensidade, repetição:
regressar, revirar.
Derivação imprópria: Alteração da função de uma palavra retro – movimento para trás: retroceder.
primitiva. satis – bastante: satisdar.
Exemplo sub, sob, so, sus – inferioridade: subdelegado, sobraçar, sopé.
Todos ficaram encantados com seu  andar: verbo usado com subter – por baixo: subterfúgio.
valor de substantivo. super, supra – posição superior, excesso: super-homem,
superpovoado.
Derivação regressiva: Ocorre a alteração da estrutura fonética trans, tras, tra, tres – para além de, excesso: transpor.
de uma palavra primitiva para a formação de uma derivada. Em tris, três, tri – três vezes: trisavô, tresdobro.
geral de um verbo para substantivo ou vice-versa. ultra – para além de, intensidade: ultrapassar, ultrabelo.
Exemplos uni – um: unânime, unicelular.
combater – o combate
chorar – o choro Grego: Os principais prefixos de origem grega são:
a, an – privação, negação: ápode, anarquia.
Prefixos ana – inversão, parecença: anagrama, analogia.
Os prefixos existentes em Língua Portuguesa são divididos em: anfi – duplicidade, de um e de outro lado: anfíbio, anfiteatro.
vernáculos, latinos e gregos. anti – oposição: antipatia, antagonista.
apo – afastamento: apólogo, apogeu.
Vernáculos: Prefixos latinos que sofreram modificações ou arqui, arque, arce, arc – superioridade: arcebispo, arcanjo.
foram aportuguesados: a, além, ante, aquém, bem, des, em, entre, caco – mau: cacofonia.
mal, menos, sem, sob, sobre, soto. cata – de cima para baixo: cataclismo, catalepsia.
deca – dez: decâmetro.
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dia – através de, divisão: diáfano, diálogo. Elas mesmas cozinhavam./ Guardou as cópias anexas.
dis – dualidade, mau: dissílabo, dispepsia.
en – sobre, dentro: encéfalo, energia. • Muito, pouco, bastante, meio, caro e barato variam quando
endo – para dentro: endocarpo. pronomes indefinidos adjetivos e numerais e são invariáveis quan-
epi – por cima: epiderme, epígrafe. do advérbios:
eu – bom: eufonia, eugênia, eupepsia. Muitas vezes comemos muito./ Chegou meio atrasada./ Usou
hecto – cem: hectômetro. meia dúzia de ovos.
hemi – metade: hemistíquio, hemisfério.
hiper – superioridade: hipertensão, hipérbole. • Só varia quando adjetivo e não varia quando advérbio:
hipo – inferioridade: hipoglosso, hipótese, hipotermia. Os dois andavam sós./ A respostas só eles sabem.
homo – semelhança, identidade: homônimo.
meta – união, mudança, além de: metacarpo, metáfase. • É bom, é necessário, é preciso, é proibido variam quando o
míria – dez mil: miriâmetro. substantivo estiver determinado por artigo:
mono – um: monóculo, monoculista. É permitida a coleta de dados./ É permitido coleta de dados.
neo – novo, moderno: neologismo, neolatino.
para – aproximação, oposição: paráfrase, paradoxo. Concordância Verbal
penta – cinco: pentágono. O verbo concorda com seu sujeito em número e pessoa:
peri – em volta de: perímetro. O público aplaudiu o ator de pé./ A sala e quarto eram enor-
poli – muitos: polígono, polimorfo. mes.
pro – antes de: prótese, prólogo, profeta.
Sufixos Concordância ideológica ou silepse
Os sufixos podem ser: nominais, verbais e adverbial. • Silepse de gênero trata-se da concordância feita com o gêne-
ro gramatical (masculino ou feminino) que está subentendido no
Nominais contexto.
Coletivos: -aria, -ada, -edo, -al, -agem, -atro, -alha, -ama. Vossa Excelência parece satisfeito com as pesquisas.
Aumentativos e diminutivos: -ão, -rão, -zão, -arrão, -aço, -astro, Blumenau estava repleta de turistas.
-az. • Silepse de número trata-se da concordância feita com o nú-
Agentes: -dor, -nte, -ário, -eiro, -ista. mero gramatical (singular ou plural) que está subentendido no con-
Lugar: -ário, -douro, -eiro, -ório. texto.
Estado: -eza, -idade, -ice, -ência, -ura, -ado, -ato. O elenco voltou ao palco e [os atores] agradeceram os aplau-
Pátrios: -ense, -ista, -ano, -eiro, -ino, -io, -eno, -enho, -aico. sos.
Origem, procedência: -estre, -este, -esco. • Silepse de pessoa trata-se da concordância feita com a pes-
soa gramatical que está subentendida no contexto.
Verbais O povo temos memória curta em relação às promessas dos po-
Comuns: -ar, -er, -ir. líticos.
Frequentativos: -açar, -ejar, -escer, -tear, -itar.
Incoativos: -escer, -ejar, -itar.
Diminutivos: -inhar, -itar, -icar, -iscar. REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL

Adverbial = há apenas um
MENTE: mecanicamente, felizmente etc. • Regência Nominal 
A regência nominal estuda os casos em que nomes (substan-
tivos, adjetivos e advérbios) exigem outra palavra para completar-
CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL -lhes o sentido. Em geral a relação entre um nome e o seu comple-
mento é estabelecida por uma preposição.

Concordância Nominal • Regência Verbal


Os adjetivos, os pronomes adjetivos, os numerais e os artigos A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre o
concordam em gênero e número com os substantivos aos quais se verbo (termo regente) e seu complemento (termo regido). 
referem. Isto pertence a todos.
Os nossos primeiros contatos começaram de maneira amisto-
sa. Regência de algumas palavras

Casos Especiais de Concordância Nominal Esta palavra combina com Esta preposição
• Menos e alerta são invariáveis na função de advérbio:
Colocou menos roupas na mala./ Os seguranças continuam Acessível a
alerta. Apto a, para

• Pseudo e todo são invariáveis quando empregados na forma- Atencioso com, para com
ção de palavras compostas: Coerente com
Cuidado com os pseudoamigos./ Ele é o chefe todo-poderoso.
Conforme a, com
• Mesmo, próprio, anexo, incluso, quite e obrigado variam de Dúvida acerca de, de, em, sobre
acordo com o substantivo a que se referem:
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Empenho de, em, por A tecnologia permitiu o resgate dos operários.


• Objeto Direto: Complemento que se liga ao verbo transitivo
Fácil a, de, para, direto ou ao verbo transitivo direto e indireto sem o auxílio da pre-
Junto a, de posição.
A tecnologia tem possibilitado avanços notáveis.
Pendente de Os pais oferecem ajuda financeira ao filho.
Preferível a • Objeto Indireto: Complemento que se liga ao verbo transi-
tivo indireto ou ao verbo transitivo direto e indireto por meio de
Próximo a, de
preposição. 
Respeito a, com, de, para com, por Os Estados Unidos resistem ao grave momento.
Situado a, em, entre João gosta de beterraba.
• Adjunto Adverbial: Termo modificador do verbo que exprime
Ajudar (a fazer algo) a determinada circunstância (tempo, lugar, modo etc.) ou intensifica
Aludir (referir-se) a um verbo, adjetivo ou advérbio.
O ônibus saiu à noite quase cheio, com destino a Salvador.
Aspirar (desejar, pretender) a Vamos sair do mar.
Assistir (dar assistência) Não usa preposição • Agente da Passiva: Termo da oração que exprime quem prati-
ca a ação verbal quando o verbo está na voz passiva.
Deparar (encontrar) com
Raquel foi pedida em casamento por seu melhor amigo.
Implicar (consequência) Não usa preposição • Adjunto Adnominal: Termo da oração que modifica um subs-
Lembrar Não usa preposição tantivo, caracterizando-o ou determinando-o sem a intermediação
de um verbo.
Pagar (pagar a alguém) a Um casal de médicos eram os novos moradores do meu pré-
Precisar (necessitar) de dio.
• Complemento Nominal: Termo da oração que completa no-
Proceder (realizar) a
mes, isto é, substantivos, adjetivos e advérbios, e vem preposicio-
Responder a nado.
Visar ( ter como objetivo a A realização do torneio teve a aprovação de todos.
pretender) • Predicativo do Sujeito: Termo que atribui característica ao su-
jeito da oração.
NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS PALAVRAS A especulação imobiliária me parece um problema.
QUE NÃO ESTÃO AQUI! • Predicativo do Objeto: Termo que atribui características ao
objeto direto ou indireto da oração.
O médico considerou o paciente hipertenso.
ANÁLISE SINTÁTICA: FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO • Aposto: Termo da oração que explica, esclarece, resume ou
identifica o nome ao qual se refere (substantivo, pronome ou equi-
valentes). O aposto sempre está entre virgulas ou após dois-pontos.
Agora chegamos no assunto que causa mais temor em muitos A praia do Forte, lugar paradisíaco, atrai muitos turistas.
estudantes. Mas eu tenho uma boa notícia para te dar: o estudo • Vocativo: Termo da oração que se refere a um interlocutor a
da sintaxe é mais fácil do que parece e você vai ver que sabe muita quem se dirige a palavra.
coisa que nem imagina. Para começar, precisamos de classificar al- Senhora, peço aguardar mais um pouco.
gumas questões importantes:
Tipos de orações
• Frase: Enunciado que estabelece uma comunicação de sen- As partes de uma oração já está fresquinha aí na sua cabeça,
tido completo.  não é?!?! Estudar os tipos de orações que existem será moleza, mo-
Os jornais publicaram a notícia. leza. Vamos comigo!!!
Silêncio!  Temos dois tipos de orações: as coordenadas, cuja as orações
de um período são independentes (não dependem uma da outra
• Oração: Enunciado que se forma com um verbo ou com uma para construir sentido completo); e as subordinadas, cuja as ora-
locução verbal. ções de um período são dependentes (dependem uma da outra
Este filme causou grande impacto entre o público. para construir sentido completo).
A inflação deve continuar sob controle. As orações coordenadas podem ser sindéticas (conectadas
uma a outra por uma conjunção) e assindéticas (que não precisam
• Período Simples: formado por uma única oração. da conjunção para estar conectadas. O serviço é feito pela vírgula).
O clima se alterou muito nos últimos dias.

• Período Composto: formado por mais de uma oração.


O governo prometeu/ que serão criados novos empregos.

Bom, já está a clara a diferença entre frase, oração e período.


Vamos, então, classificar os elementos que compõem uma oração:
• Sujeito: Termo da oração do qual se declara alguma coisa.
O problema da violência preocupa os cidadãos.
• Predicado: Tudo que se declara sobre o sujeito.
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Tipos de orações coordenadas

Orações Coordenadas Sindéticas Orações Coordenadas Assindéticas

Aditivas Fomos para a escola e fizemos o exame final. • Lena estava triste, cansada, decepcionada.
Adversativas Pedro Henrique estuda muito, porém não passa •
no vestibular. • Ao chegar à escola conversamos, estudamos,
lanchamos.
Alternativas Manuela ora quer comer hambúrguer, ora quer
comer pizza. Alfredo está chateado, pensando em se mudar.
Conclusivas Não gostamos do restaurante, portanto não
iremos mais lá. Precisamos estar com cabelos arrumados, unhas feitas.

Explicativas Marina não queria falar, ou seja, ela estava de João Carlos e Maria estão radiantes, alegria que dá inveja.
mau humor.

Tipos de orações subordinadas


As orações subordinadas podem ser substantivas, adjetivas e adverbiais. Cada uma delas tem suas subclassificações, que veremos
agora por meio do quadro seguinte.

Orações Subordinadas
Subjetivas É certo que ele trará os a sobremesa do
Exercem a função de sujeito jantar.
Completivas Nominal Estou convencida de que ele é solteiro.
Exercem a função de complemento
nominal
Predicativas O problema é que ele não entregou a
Orações Subordinadas Substantivas Exercem a função de predicativo refeição no lugar.
Apositivas Eu lhe disse apenas isso: que não se
Exercem a função de aposto aborrecesse com ela.
Objetivas Direta Espero que você seja feliz.
Exercem a função de objeto direto
Objetivas Indireta Lembrou-se da dívida que tem com ele.
Exercem a função de objeto indireto

Explicativas Os alunos, que foram mal na prova de


Explicam um termo dito anteriormente. quinta, terão aula de reforço.
SEMPRE serão acompanhadas por
vírgula.
Orações Subordinadas Adjetivas
Restritivas Os alunos que foram mal na prova de quinta
Restringem o sentido de um termo terão aula de reforço.
dito anteriormente. NUNCA serão
acompanhadas por vírgula.

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Causais Estou vestida assim porque vou sair.


Assumem a função de advérbio de causa
Consecutivas Falou tanto que ficou rouca o resto do dia.
Assumem a função de advérbio de
consequência
Comparativas A menina comia como um adulto come.
Assumem a função de advérbio de
comparação
Condicionais Desde que ele participe, poderá entrar na
Assumem a função de advérbio de reunião.
condição
Conformativas O shopping fechou, conforme havíamos
Assumem a função de advérbio de previsto.
Orações Subordinadas Adverbiais
conformidade
Concessivas Embora eu esteja triste, irei à festa mais
Assumem a função de advérbio de tarde.
concessão
Finais Vamos direcionar os esforços para que
Assumem a função de advérbio de todos tenham acesso aos benefícios.
finalidade
Proporcionais Quanto mais eu dormia, mais sono tinha.
Assumem a função de advérbio de
proporção
Temporais Quando a noite chega, os morcegos saem
Assumem a função de advérbio de de suas casas.
tempo

Olha como esse quadro facilita a vida, não é?! Por meio dele, conseguimos ter uma visão geral das classificações e subclassificações
das orações, o que nos deixa mais tranquilos para estudá-las.

SEMÂNTICA: SINÔNIMOS. ANTÔNIMOS. HOMÔNIMOS. PARÔNIMOS. DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO. SIGNIFICADO DE PALA-


VRAS

Significação de palavras
As palavras podem ter diversos sentidos em uma comunicação. E isso também é estudado pela Gramática Normativa: quem cuida
dessa parte é a Semântica, que se preocupa, justamente, com os significados das palavras. Veremos, então, cada um dos conteúdos que
compõem este estudo.

Antônimo e Sinônimo
Começaremos por esses dois, que já são famosos.
O Antônimo são palavras que têm sentidos opostos a outras. Por exemplo, felicidade é o antônimo de tristeza, porque o significado
de uma é o oposto da outra. Da mesma forma ocorre com homem que é antônimo de mulher.

Já o sinônimo são palavras que têm sentidos aproximados e que podem, inclusive, substituir a outra. O uso de sinônimos é muito im-
portante para produções textuais, porque evita que você fique repetindo a mesma palavra várias vezes. Utilizando os mesmos exemplos,
para ficar claro: felicidade é sinônimo de alegria/contentamento e homem é sinônimo de macho/varão.

Hipônimos e Hiperônimos
Estes conceitos são simples de entender: o hipônimo designa uma palavra de sentido mais específico, enquanto que o hiperônimo
designa uma palavra de sentido mais genérico. Por exemplo, cachorro e gato são hipônimos, pois têm sentido específico. E animais domés-
ticos é uma expressão hiperônima, pois indica um sentido mais genérico de animais. Atenção: não confunda hiperônimo com substantivo
coletivo. Hiperônimos estão no ramo dos sentidos das palavras, beleza?!?!

Outros conceitos que agem diretamente no sentido das palavras são os seguintes:
Conotação e Denotação
Observe as frases:
Amo pepino na salada.
Tenho um pepino para resolver.
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As duas frases têm uma palavra em comum: pepino. Mas essa palavra tem o mesmo sentido nos dois enunciados? Isso mesmo, não!
Na primeira frase, pepino está no sentido denotativo, ou seja, a palavra está sendo usada no sentido próprio, comum, dicionarizado.
Já na segunda frase, a mesma palavra está no sentindo conotativo, pois ela está sendo usada no sentido figurado e depende do con-
texto para ser entendida.
Para facilitar: denotativo começa com D de dicionário e conotativo começa com C de contexto.

Por fim, vamos tratar de um recurso muito usado em propagandas:

Ambiguidade
Observe a propaganda abaixo:

https://redacaonocafe.wordpress.com/2012/05/22/ambiguidade-na-propaganda/

Perceba que há uma duplicidade de sentido nesta construção. Podemos interpretar que os móveis não durarão no estoque da loja, por
estarem com preço baixo; ou que por estarem muito barato, não têm qualidade e, por isso, terão vida útil curta.
Essa duplicidade acontece por causa da ambiguidade, que é justamente a duplicidade de sentidos que podem haver em uma palavra,
frase ou textos inteiros.

QUESTÕES

1. (FEMPERJ – VALEC – JORNALISTA – 2012) Intertextualidade é a presença de um texto em outro; o pensamento abaixo que NÃO se
fundamenta em intertextualidade é:
(A) “Se tudo o que é bom dura pouco, eu já deveria ter morrido há muito tempo.”
(B) “Nariz é essa parte do corpo que brilha, espirra, coça e se mete onde não é chamada.”
(C) “Une-te aos bons e será um deles. Ou fica aqui com a gente mesmo!”
(D) “Vamos fazer o feijão com arroz. Se puder botar um ovo, tudo bem.”
(E) “O Neymar é invendável, inegociável e imprestável.”

2. (FUNIVERSA – CEB – ADVOGADO – 2010) Assinale a alternativa em que todas as palavras são acentuadas pela mesma razão.
(A) “Brasília”, “prêmios”, “vitória”.
(B) “elétrica”, “hidráulica”, “responsáveis”.
(C) “sérios”, “potência”, “após”.
(D) “Goiás”, “já”, “vários”.
(E) “solidária”, “área”, “após”.

3. (CESGRANRIO – CMB – ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO – 2012) Algumas palavras são acentuadas com o objetivo exclusivo
de distingui-las de outras. Uma palavra acentuada com esse objetivo é a seguinte:
(A) pôr.
(B) ilhéu.
(C) sábio.
(D) também.
(E) lâmpada.

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4. (FDC – PROFESSOR DE PORTUGUÊS II – 2005) Marque a série 8. (CESGRANRIO – PETROBRAS – TÉCNICO DE ENFERMAGEM
em que o hífen está corretamente empregado nas cinco palavras: DO TRABALHO – 2011) Há ERRO quanto ao emprego dos sinais de
(A) pré-nupcial, ante-diluviano, anti-Cristo, ultra-violeta, infra- pontuação em:
-vermelho. (A) Ao dizer tais palavras, levantou-se, despediu-se dos convi-
(B) vice-almirante, ex-diretor, super-intendente, extrafino, in- dados e retirou-se da sala: era o final da reunião.
fra-assinado. (B) Quem disse que, hoje, enquanto eu dormia, ela saiu sorra-
(C) anti-alérgico, anti-rábico, ab-rupto, sub-rogar, antihigiênico. teiramente pela porta?
(D) extraoficial, antessala, contrassenso, ultrarrealismo, con- (C) Na infância, era levada e teimosa; na juventude, tornou-se
trarregra. tímida e arredia; na velhice, estava sempre alheia a tudo.
(E) co-seno, contra-cenar, sobre-comum, sub-humano, infra- (D) Perdida no tempo, vinham-lhe à lembrança a imagem mui-
-mencionado. to branca da mãe, as brincadeiras no quintal, à tarde, com os
irmãos e o mundo mágico dos brinquedos.
5. (ESAF – SRF – AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL – 2003) (E) Estava sempre dizendo coisas de que mais tarde se arre-
Indique o item em que todas as palavras estão corretamente em- penderia. Prometia a si própria que da próxima vez, tomaria
pregadas e grafadas. cuidado com as palavras, o que entretanto, não acontecia.
(A) A pirâmide carcerária assegura um contexto em que o po-
der de infringir punições legais a cidadãos aparece livre de 9. (FCC – INFRAERO – ADMINISTRADOR – 2011) Está inteira-
qualquer excesso e violência. mente correta a pontuação do seguinte período:
(B) Nos presídios, os chefes e subchefes não devem ser exata- (A) Os personagens principais de uma história, responsáveis
mente nem juízes, nem professores, nem contramestres, nem pelo sentido maior dela, dependem, muitas vezes, de peque-
suboficiais, nem “pais”, porém avocam a si um pouco de tudo nas providências que, tomadas por figurantes aparentemente
isso, num modo de intervenção específico. sem importância, ditam o rumo de toda a história.
(C) O carcerário, ao homogeinizar o poder legal de punir e o (B) Os personagens principais, de uma história, responsáveis
poder técnico de disciplinar, ilide o que possa haver de violento pelo sentido maior dela, dependem muitas vezes, de pequenas
em um e de arbitrário no outro, atenuando os efeitos de revol- providências que tomadas por figurantes, aparentemente sem
ta que ambos possam suscitar. importância, ditam o rumo de toda a história.
(D) No singular poder de punir, nada mais lembra o antigo po- (C) Os personagens principais de uma história, responsáveis
der do soberano iminente que vingava sua autoridade sobre o pelo sentido maior dela dependem muitas vezes de pequenas
corpo dos supliciados. providências, que, tomadas por figurantes aparentemente,
(E) A existência de uma proibição legal cria em torno dela um sem importância, ditam o rumo de toda a história.
campo de práticas ilegais, sob o qual se chega a exercer con- (D) Os personagens principais, de uma história, responsáveis
trole e aferir lucro ilícito, mas que se torna manejável por sua pelo sentido maior dela, dependem, muitas vezes de pequenas
organização em delinqüência. providências, que tomadas por figurantes aparentemente sem
importância, ditam o rumo de toda a história.
6. (FCC – METRÔ/SP – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO JÚNIOR – (E) Os personagens principais de uma história, responsáveis,
2012) A frase que apresenta INCORREÇÕES quanto à ortografia é: pelo sentido maior dela, dependem muitas vezes de peque-
(A) Quando jovem, o compositor demonstrava uma capacidade nas providências, que tomadas por figurantes, aparentemente,
extraordinária de imitar vários estilos musicais. sem importância, ditam o rumo de toda a história.
(B) Dizem que o músico era avesso à ideia de expressar senti-
mentos pessoais por meio de sua música. 10. (CONSULPLAN – ANALISTA DE INFORMÁTICA (SDS-SC) –
(C) Poucos estudiosos se despõem a discutir o empacto das 2008) A alternativa em que todas as palavras são formadas pelo
composições do músico na cultura ocidental. mesmo processo de formação é:
(D) Salvo algumas exceções, a maioria das óperas do compo- (A) responsabilidade, musicalidade, defeituoso;
sitor termina em uma cena de reconciliação entre os persona- (B) cativeiro, incorruptíveis, desfazer;
gens. (C) deslealdade, colunista, incrível;
(E) Alguns acreditam que o valor da obra do compositor se (D) anoitecer, festeiro, infeliz;
deve mais à árdua dedicação do que a arroubos de inspiração. (E) reeducação, dignidade, enriquecer.

7. (CESGRANRIO – FINEP – TÉCNICO – 2011) A vírgula pode ser 11. (IMA – PREF. BOA HORA/PI – PROCURADOR MUNICIPAL –
retirada sem prejuízo para o significado e mantendo a norma pa- 2010) No verso “Para desentristecer, leãozinho”, Caetano Veloso
drão na seguinte sentença: cria um neologismo. A opção que contém o processo de formação
(A) Mário, vem falar comigo depois do expediente. utilizado para formar a palavra nova e o tipo de derivação que a
(B) Amanhã, apresentaremos a proposta de trabalho. palavra primitiva foi formada respectivamente é:
(C) Telefonei para o Tavares, meu antigo chefe. (A) derivação prefixal (des + entristecer); derivação parassinté-
(D) Encomendei canetas, blocos e crachás para a reunião. tica (en + trist + ecer);
(E) Entrou na sala, cumprimentou a todos e iniciou o discurso. (B) derivação sufixal (desentriste + cer); derivação imprópria
(en + triste + cer);
(C) derivação regressiva (des + entristecer); derivação parassin-
tética (en + trist + ecer);
(D) derivação parassintética (en + trist + ecer); derivação prefi-
xal (des + entristecer);
(E) derivação prefixal (en + trist + ecer); derivação parassintéti-
ca (des + entristecer).

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12. (IMA – PREF. BOA HORA/PI – PROCURADOR MUNICIPAL – (A) O uso do plural em “valores” é responsável pela flexão de
2010) A palavra “Olhar” em (meu olhar) é um exemplo de palavra plural em “deflacionados”.
formada por derivação: (B) O plural em “resultados” é responsável pela flexão de plural
(A) parassintética; em “Elevaram-se”.
(B) prefixal; (C) Emprega-se o singular em “proporcionou” para respeitar as
(C) sufixal; regras de concordância com “economia”.
(D) imprópria; (D) O singular em “a arrecadação” é responsável pela flexão de
(E) regressiva. singular em “fez aumentar”.
(E) A flexão de plural em “foram” justifica-se pela concordância
13. (CESGRANRIO – BNDES – ADVOGADO – 2004) No título do com “relevantes”.
artigo “A tal da demanda social”, a classe de palavra de “tal” é:
(A) pronome; 18. (FGV – SENADO FEDERAL – POLICIAL LEGISLATIVO FEDERAL
(B) adjetivo; – 2008) Assinale a alternativa em que se tenha optado corretamen-
(C) advérbio; te por utilizar ou não o acento grave indicativo de crase.
(D) substantivo; (A) Vou à Brasília dos meus sonhos.
(E) preposição. (B) Nosso expediente é de segunda à sexta.
(C) Pretendo viajar a Paraíba.
14. Assinale a alternativa que apresenta a correta classificação (D) Ele gosta de bife à cavalo.
morfológica do pronome “alguém” (l. 44).
(A) Pronome demonstrativo. 19. (FDC – MAPA – ANALISTA DE SISTEMAS – 2010) Na oração
(B) Pronome relativo. “Eles nos deixaram À VONTADE” e no trecho “inviabilizando o ata-
(C) Pronome possessivo. que, que, naturalmente, deveria ser feito À DISTÂNCIA”, observa-se
(D) Pronome pessoal. a ocorrência da crase nas locuções adverbiais em caixa-alta. Nas
(E) Pronome indefinido. locuções das frases abaixo também ocorre a crase, que deve ser
marcada com o acento, EXCETO em:
15. Em relação à classe e ao emprego de palavras no texto, na (A) Todos estavam à espera de uma solução para o problema.
oração “A abordagem social constitui-se em um processo de traba- (B) À proporção que o tempo passava, maior era a angústia do
lho planejado de aproximação” (linhas 1 e 2), os vocábulos subli- eleitorado pelo resultado final.
nhados classificam-se, respectivamente, em (C) Um problema à toa emperrou o funcionamento do sistema.
(A) preposição, pronome, artigo, adjetivo e substantivo. (D) Os técnicos estavam face à face com um problema insolú-
(B) pronome, preposição, artigo, substantivo e adjetivo. vel.
(C) conjunção, preposição, numeral, substantivo e pronome. (E) O Tribunal ficou à mercê dos hackers que invadiram o sis-
(D) pronome, conjunção, artigo, adjetivo e adjetivo. tema.
(E) conjunção, conjunção, numeral, substantivo e advérbio.
20. Levando-se em consideração os conceitos de frase, oração
16. (VUNESP – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – e período, é correto afirmar que o trecho abaixo é considerado um
2011) Assinale a alternativa em que a concordância verbal está cor- (a):
reta. “A expectativa é que o México, pressionado pelas mudanças
(A) Haviam cooperativas de catadores na cidade de São Paulo. americanas, entre na fila.”
(B) O lixo de casas e condomínios vão para aterros. (A) Frase, uma vez que é composta por orações coordenadas e
(C) O tratamento e a destinação corretos do lixo evitaria que subordinadas.
35% deles fosse despejado em aterros. (B) Período, composto por três orações.
(D) Fazem dois anos que a prefeitura adia a questão do lixo. (C) Oração, pois possui sentido completo.
(E) Somos nós quem paga a conta pelo descaso com a coleta (D) Período, pois é composto por frases e orações.
de lixo.
21. (AOCP – PREF. DE CATU/BA – MECÂNICO DE VEÍCULOS –
17. (ESAF – CGU – ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – 2012) 2007) Leia a seguinte sentença: Joana tomou um sonífero e não dor-
Assinale a opção que fornece a correta justificativa para as relações miu. Assinale a alternativa que classifica corretamente a segunda
de concordância no texto abaixo. oração.
O bom desempenho do lado real da economia proporcionou (A) Oração coordenada assindética aditiva.
um período de vigoroso crescimento da arrecadação. A maior lucra- (B) Oração coordenada sindética aditiva.
tividade das empresas foi decisiva para os resultados fiscais favo- (C) Oração coordenada sindética adversativa.
ráveis. Elevaram-se, de forma significativa e em valores reais, de- (D) Oração coordenada sindética explicativa.
flacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), as (E) Oração coordenada sindética alternativa.
receitas do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), a Contribuição
Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), e a Contribuição para o Finan-
ciamento da Seguridade Social (Cofins). O crescimento da massa de
salários fez aumentar a arrecadação do Imposto de Renda Pessoa
Física (IRPF) e a receita de tributação sobre a folha da previdência
social. Não menos relevantes foram os elevados ganhos de capital,
responsáveis pelo aumento da arrecadação do IRPF.

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22. (AOCP – PREF. DE CATU/BA – BIBLIOTECÁRIO – 2007) Leia Leia o texto abaixo para responder a questão.
a seguinte sentença: Não precisaremos voltar ao médico nem fazer A lama que ainda suja o Brasil
exames. Assinale a alternativa que classifica corretamente as duas Fabíola Perez(fabiola.perez@istoe.com.br)
orações.
(A) Oração coordenada assindética e oração coordenada adver- A maior tragédia ambiental da história do País escancarou um
sativa. dos principais gargalos da conjuntura política e econômica brasilei-
(B) Oração principal e oração coordenada sindética aditiva. ra: a negligência do setor privado e dos órgãos públicos diante de
(C) Oração coordenada assindética e oração coordenada adi- um desastre de repercussão mundial. Confirmada a morte do Rio
tiva. Doce, o governo federal ainda não apresentou um plano de recu-
(D) Oração principal e oração subordinada adverbial consecu- peração efetivo para a área (apenas uma carta de intenções). Tam-
tiva. pouco a mineradora Samarco, controlada pela brasileira Vale e pela
(E) Oração coordenada assindética e oração coordenada adver- anglo-australiana BHP Billiton. A única medida concreta foi a aplica-
bial consecutiva. ção da multa de R$ 250 milhões – sendo que não há garantias de
que ela será usada no local. “O leito do rio se perdeu e a calha pro-
23. (EMPASIAL – TJ/SP – ESCREVENTE JUDICIÁRIO – 1999) Ana- funda e larga se transformou num córrego raso”, diz Malu Ribeiro,
lise sintaticamente a oração em destaque: coordenadora da rede de águas da Fundação SOS Mata Atlântica,
“Bem-aventurados os que ficam, porque eles serão recompen- sobre o desastre em Mariana, Minas Gerais. “O volume de rejeitos
sados” (Machado de Assis). se tornou uma bomba relógio na região.”
(A) oração subordinada substantiva completiva nominal. Para agravar a tragédia, a empresa declarou que existem riscos
(B) oração subordinada adverbial causal. de rompimento nas barragens de Germano e de Santarém. Segun-
(C) oração subordinada adverbial temporal desenvolvida. do o Departamento Nacional de Produção Mineral, pelo menos 16
(D) oração coordenada sindética conclusiva. barragens de mineração em todo o País apresentam condições de
(E) oração coordenada sindética explicativa. insegurança. “O governo perdeu sua capacidade de aparelhar ór-
gãos técnicos para fiscalização”, diz Malu. Na direção oposta
24. (FGV – SENADO FEDERAL – TÉCNICO LEGISLATIVO – ADMI- Ao caminho da segurança, está o projeto de lei 654/2015, do
NISTRAÇÃO – 2008) “Mas o fato é que transparência deixou de ser senador Romero Jucá (PMDB-RR) que prevê licença única em um
um processo de observação cristalina para assumir um discurso de tempo exíguo para obras consideradas estratégicas. O novo mar-
políticas de averiguação de custos engessadas que pouco ou quase co regulatório da mineração, por sua vez, também concede priori-
nada retratam as necessidades de populações distintas.”. dade à ação de mineradoras. “Ocorrerá um aumento dos conflitos
A oração grifada no trecho acima classifica-se como: judiciais, o que não será interessante para o setor empresarial”, diz
(A) subordinada substantiva predicativa; Maurício Guetta, advogado do Instituto Sócio Ambiental (ISA). Com
(B) subordinada adjetiva restritiva; o avanço dessa legislação outros danos irreversíveis podem ocorrer.
(C) subordinada substantiva subjetiva; FONTE: http://www.istoe.com.br/reportagens/441106_A+LA MA+-
(D) subordinada substantiva objetiva direta; QUE+AINDA+SUJA+O+BRASIL
(E) subordinada adjetiva explicativa.
27. Observe as assertivas relacionadas ao texto lido:
25. (FUNCAB – PREF. PORTO VELHO/RO – MÉDICO – 2009) No I. O texto é predominantemente narrativo, já que narra um
trecho abaixo, as orações introduzidas pelos termos grifados são fato.
classificadas, em relação às imediatamente anteriores, como: II. O texto é predominantemente expositivo, já que pertence ao
“Não há dúvida de que precisaremos curtir mais o dia a dia, gênero textual editorial.
mas nunca à custa de nossos filhos...” III. O texto é apresenta partes narrativas e partes expositivas, já
(A) subordinada substantiva objetiva indireta e coordenada sin- que se trata de uma reportagem.
dética adversativa; IV. O texto apresenta partes narrativas e partes expositivas, já
(B) subordinada adjetiva restritiva e coordenada sindética ex- se trata de um editorial.
plicativa;
(C) subordinada adverbial conformativa e subordinada adver- Analise as assertivas e responda:
bial concessiva; (A) Somente a I é correta.
(D) subordinada substantiva completiva nominal e coordenada (B) Somente a II é incorreta.
sindética adversativa; (C) Somente a III é correta
(E) subordinada adjetiva restritiva e subordinada adverbial con- (D) A III e IV são corretas.
cessiva.
28. Observe as assertivas relacionadas ao texto “A lama que
26. (ACEP – PREF. QUIXADÁ/CE – PSICÓLOGO – 2010) No pe- ainda suja o Brasil”:
ríodo “O essencial é o seguinte: //nunca antes neste país houve um I- O texto é coeso, mas não é coerente, já que tem problemas
governo tão imbuído da ideia // de que veio // para recomeçar a no desenvolvimento do assunto.
história.”, a oração sublinhada é classificada como: II- O texto é coerente, mas não é coeso, já que apresenta pro-
(A) coordenada assindética; blemas no uso de conjunções e preposições.
(B) subordinada substantiva completiva nominal; III- O texto é coeso e coerente, graças ao bom uso das classes
(C) subordinada substantiva objetiva indireta; de palavras e da ordem sintática.
(D) subordinada substantiva apositiva. IV- O texto é coeso e coerente, já que apresenta progressão
temática e bom uso dos recursos coesivos.

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Analise as assertivas e responda: bela dama, e puxava a um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali,
(A) Somente a I é correta. alisando, abotoando, acolchetando, a linha, para mofar da agulha,
(B) Somente a II é incorreta. perguntou-lhe:
(C) Somente a III é correta. — Ora agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da
(D) Somente a IV é correta. baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que
vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para
Leia o texto abaixo para responder as questões. a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas?
Vamos, diga lá.
UM APÓLOGO Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça
Machado de Assis. grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha: — Anda,
aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai go-
Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha: zar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que
— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrola- não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.
da, para fingir que vale alguma coisa neste mundo? Contei esta história a um professor de melancolia, que me dis-
— Deixe-me, senhora. se, abanando a cabeça: — Também eu tenho servido de agulha a
— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está muita linha ordinária!
com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me
der na cabeça. 29. De acordo com o texto “Um Apólogo” de Machado de Assis
— Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. e com a ilustração abaixo, e levando em consideração as persona-
Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem gens presentes nas narrativas tanto verbal quanto visual, indique
o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos a opção em que a fala não é compatível com a associação entre os
outros. elementos dos textos:
— Mas você é orgulhosa.
— Decerto que sou.
— Mas por quê?
— É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa
ama, quem é que os cose, senão eu?
— Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora
que quem os cose sou eu, e muito eu?
— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pe-
daço ao outro, dou feição aos babados…
— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante,
puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço e
mando…
— Também os batedores vão adiante do imperador.
— Você é imperador?
— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel su-
balterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o (A) “- Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda en-
trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto… rolada, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?” (L.02)
Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. (B) “- Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha.
Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar?” (L.06)
tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a (C) “- Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante,
costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, en- puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço
fiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando e mando...” (L.14-15)
orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre (D) “- Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco?
os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo;
isto uma cor poética. E dizia a agulha: eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando
— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? abaixo e acima.” (L.25-26)
Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é (E) “- Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela
que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de
e acima… costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém.
A linha não respondia nada; ia andando. Buraco aberto pela Onde me espetam, fico.” (L.40-41)
agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe
o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha vendo que 30. O diminutivo, em Língua Portuguesa, pode expressar outros
ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era valores semânticos além da noção de dimensão, como afetividade,
tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-pli- pejoratividade e intensidade. Nesse sentido, pode-se afirmar que
c-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a os valores semânticos utilizados nas formas diminutivas “unidi-
costura, para o dia seguinte; continuou ainda nesse e no outro, até nha”(L.26) e “corpinho”(L.32), são, respectivamente, de:
que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile. (A) dimensão e pejoratividade;
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que (B) afetividade e intensidade;
a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para (C) afetividade e dimensão;
dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da (D) intensidade e dimensão;
(E) pejoratividade e afetividade.

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31. Em um texto narrativo como “Um Apólogo”, é muito co- 35. (CESGRANRIO – SEPLAG/BA – PROFESSOR PORTUGUÊS –
mum uso de linguagem denotativa e conotativa. Assinale a alterna- 2010) Estabelece relação de hiperonímia/hiponímia, nessa ordem,
tiva cujo trecho retirado do texto é uma demonstração da expressi- o seguinte par de palavras:
vidade dos termos “linha” e “agulha” em sentido figurado. (A) estrondo – ruído;
(A) “- É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa (B) pescador – trabalhador;
ama, quem é que os cose, senão eu?” (L.11) (C) pista – aeroporto;
(B) “- Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. (D) piloto – comissário;
Agulha não tem cabeça.” (L.06) (E) aeronave – jatinho.
(C) “- Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um
pedaço ao outro, dou feição aos babados...” (L.13) 36. (VUNESP – SEAP/SP – AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA
(D) “- Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordi- PENITENCIÁRIA – 2012) No trecho – Para especialistas, fica uma
nária!” (L.43) questão: até que ponto essa exuberância econômica no Brasil é
(E) “- Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco?” sustentável ou é apenas mais uma bolha? – o termo em destaque
(L.25) tem como antônimo:
(A) fortuna;
32. De acordo com a temática geral tratada no texto e, de modo (B) opulência;
metafórico, considerando as relações existentes em um ambiente (C) riqueza;
de trabalho, aponte a opção que NÃO corresponde a uma ideia pre- (D) escassez;
sente no texto: (E) abundância.
(A) O texto sinaliza que, normalmente, não há uma relação
equânime em ambientes coletivos de trabalho; 37. (IF BAIANO - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO – IF-BA –
(B) O texto sinaliza que, normalmente, não há uma relação 2019)
equânime em ambientes coletivos de trabalho; Acerca de seus conhecimentos em redação oficial, é correto
(C) O texto indica que, em um ambiente coletivo de trabalho, afirmar que o vocativo adequado a um texto no padrão ofício desti-
cada sujeito possui atribuições próprias. nado ao presidente do Congresso Nacional é
(D) O texto sugere que o reconhecimento no ambiente cole- (A) Senhor Presidente.
tivo de trabalho parte efetivamente das próprias atitudes do (B) Excelentíssimo Senhor Presidente.
sujeito. (C) Presidente.
(E) O texto revela que, em um ambiente coletivo de trabalho, (D) Excelentíssimo Presidente.
frequentemente é difícil lidar com as vaidades individuais. (E) Excelentíssimo Senhor.

33. (FCC – TRE/MG – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2005) As liberda- 38. (CÂMARA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO - PE - AUXILIAR
des ...... se refere o autor dizem respeito a direitos ...... se ocupa a ADMINISTRATIVO - INSTITUTO AOCP - 2019 )
nossa Constituição. Preenchem de modo correto as lacunas da frase Referente à aplicação de elementos de gramática à redação ofi-
acima, na ordem dada, as expressões: cial, os sinais de pontuação estão ligados à estrutura sintática e têm
(A) a que – de que; várias finalidades. Assinale a alternativa que apresenta a pontuação
(B) de que – com que; que pode ser utilizada em lugar da vírgula para dar ênfase ao que
(C) a cujas – de cujos; se quer dizer.
(D) à que – em que; (A) Dois-pontos.
(E) em que – aos quais. (B) Ponto-e-vírgula.
(C) Ponto-de-interrogação.
34. (ESAF – CGU – ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – 2008) (D) Ponto-de-exclamação.
Assinale o trecho que apresenta erro de regência.
(A) Depois de um longo período em que apresentou taxas de 39. (UNIR - TÉCNICO DE LABORATÓRIO - ANÁLISES CLÍNICAS-
crescimento econômico que não iam além dos 3%, o Brasil fe- AOCP – 2018) 
cha o ano de 2007 com uma expansão de 5,3%, certamente a Pode-se dizer que redação oficial é a maneira pela qual o Poder
maior taxa registrada na última década. Público redige atos normativos e comunicações. Em relação à reda-
(B) Os dados ainda não são definitivos, mas tudo sugere que ção de documentos oficiais, julgue, como VERDADEIRO ou FALSO,
serão confirmados. A entidade responsável pelo estudo foi a os itens a seguir.
conhecida Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL). A língua tem por objetivo a comunicação. Alguns elementos
(C) Não há dúvida de que os números são bons, num momento são necessários para a comunicação: a) emissor, b) receptor, c) con-
em que atingimos um bom superávit em conta-corrente, em teúdo, d) código, e) meio de circulação, f) situação comunicativa.
que se revela queda no desemprego e até se anuncia a am- Com relação à redação oficial, o emissor é o Serviço Público (Minis-
pliação de nossas reservas monetárias, além da descoberta de tério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção). O assunto
novas fontes de petróleo. é sempre referente às atribuições do órgão que comunica. O desti-
(D) Mesmo assim, olhando-se para os vizinhos de continente, natário ou receptor dessa comunicação ou é o público, o conjunto
percebe-se que nossa performance é inferior a que foi atribuí- dos cidadãos, ou outro órgão público, do Executivo ou dos outros
da a Argentina (8,6%) e a alguns outros países com participação Poderes da União.
menor no conjunto dos bens produzidos pela América Latina. ( ) Certo
(E) Nem é preciso olhar os exemplos da China, Índia e Rússia, ( ) Errado
com crescimento acima desses patamares. Ao conjunto inteiro
da América Latina, o organismo internacional está atribuindo
um crescimento médio, em 2007, de 5,6%, um pouco maior do
que o do Brasil.
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40. (IF-SC - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO- IF-SC - 2019 )
Determinadas palavras são frequentes na redação oficial. Con-
8 E
forme as regras do Acordo Ortográfico que entrou em vigor em 9 A
2009, assinale a opção CORRETA que contém apenas palavras gra-
fadas conforme o Acordo.
10 A
I. abaixo-assinado, Advocacia-Geral da União, antihigiênico, ca- 11 A
pitão de mar e guerra, capitão-tenente, vice-coordenador.
II. contra-almirante, co-obrigação, coocupante, decreto-lei, di- 12 D
retor-adjunto, diretor-executivo, diretor-geral, sócio-gerente. 13 A
III. diretor-presidente, editor-assistente, editor-chefe, ex-dire-
tor, general de brigada, general de exército, segundo-secretário. 14 E
IV. matéria-prima, ouvidor-geral, papel-moeda, pós-graduação, 15 B
pós-operatório, pré-escolar, pré-natal, pré-vestibular; Secretaria-
-Geral. 16 E
V. primeira-dama, primeiro-ministro, primeiro-secretário, pró- 17 A
-ativo, Procurador-Geral, relator-geral, salário-família, Secretaria-
-Executiva, tenente-coronel. 18 A
19 D
Assinale a alternativa CORRETA:
(A) As afirmações I, II, III e V estão corretas. 20 B
(B) As afirmações II, III, IV e V estão corretas. 21 C
(C) As afirmações II, III e IV estão corretas.
(D) As afirmações I, II e IV estão corretas. 22 C
(E) As afirmações III, IV e V estão corretas. 23 E
41. ( PC-MG - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL - FUMARC – 2018) 24 A
Na Redação Oficial, exige-se o uso do padrão formal da língua. 25 D
Portanto, são necessários conhecimentos linguísticos que funda-
mentem esses usos. 26 B
Analise o uso da vírgula nas seguintes frases do Texto 3:
27 C
1. Um crime bárbaro mobilizou a Polícia Militar na Região de
Venda Nova, em Belo Horizonte, ontem. 28 D
2. O rapaz, de 22 anos, se apresentou espontaneamente à 9ª
29 E
Área Integrada de Segurança Pública (Aisp) e deu detalhes do crime.
3. Segundo a polícia, o jovem informou que tinha um relaciona- 30 D
mento difícil com a mãe e teria discutido com ela momentos antes
de desferir os golpes.
31 D
32 D
INDIQUE entre os parênteses a justificativa adequada para uso
da vírgula em cada frase. 33 A
( ) Para destacar deslocamento de termos. 34 D
( ) Para separar adjuntos adverbiais.
( ) Para indicar um aposto. 35 E
A sequência CORRETA, de cima para baixo, é: 36 D
(A) 1 – 2 – 3.
(B) 2 – 1 – 3. 37 B
(C) 3 – 1 – 2. 38 B
(D) 3 – 2 – 1.
39 A
40 E
GABARITO
41 C

1 E
2 A
3 A
4 D
5 B
6 C
7 B
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MATEMÁTICA

40 – 36 + 23
CONJUNTOS NUMÉRICOS: NATURAIS (N), INTEIROS (Z), 4 + 23
RACIONAIS (Q), REAIS (R): REPRESENTAÇÃO, ORDENAÇÃO, 27
OPERAÇÕES, PROBLEMAS. OPERAÇÕES NUMÉRICAS (ADI-
ÇÃO, SUBTRAÇÃO, MULTIPLICAÇÃO, DIVISÃO, POTENCIA- Exemplo 3
ÇÃO E RAIZ) 25-(50-30)+4x5
25-20+20=25

Números Naturais Números Inteiros


Os números naturais são o modelo matemático necessário Podemos dizer que este conjunto é composto pelos números
para efetuar uma contagem. naturais, o conjunto dos opostos dos números naturais e o zero.
Começando por zero e acrescentando sempre uma unidade, Este conjunto pode ser representado por:
obtemos o conjunto infinito dos números naturais

- Todo número natural dado tem um sucessor Subconjuntos do conjunto :


a) O sucessor de 0 é 1. 1)Conjunto dos números inteiros excluindo o zero
b) O sucessor de 1000 é 1001.
c) O sucessor de 19 é 20. {...-2, -1, 1, 2, ...}

Usamos o * para indicar o conjunto sem o zero. 2) Conjuntos dos números inteiros não negativos

{1,2,3,4,5,6... . } {0, 1, 2, ...}

- Todo número natural dado N, exceto o zero, tem um anteces- 3) Conjunto dos números inteiros não positivos
sor (número que vem antes do número dado).
Exemplos: Se m é um número natural finito diferente de zero. {...-3, -2, -1}
a) O antecessor do número m é m-1.
b) O antecessor de 2 é 1. Números Racionais
c) O antecessor de 56 é 55. Chama-se de número racional a todo número que pode ser ex-
d) O antecessor de 10 é 9. presso na forma , onde a e b são inteiros quaisquer, com b≠0
São exemplos de números racionais:
Expressões Numéricas -12/51
Nas expressões numéricas aparecem adições, subtrações, mul- -3
tiplicações e divisões. Todas as operações podem acontecer em -(-3)
uma única expressão. Para resolver as expressões numéricas utili- -2,333...
zamos alguns procedimentos:
As dízimas periódicas podem ser representadas por fração,
Se em uma expressão numérica aparecer as quatro operações, portanto são consideradas números racionais.
devemos resolver a multiplicação ou a divisão primeiramente, na Como representar esses números?
ordem em que elas aparecerem e somente depois a adição e a sub-
tração, também na ordem em que aparecerem e os parênteses são Representação Decimal das Frações
resolvidos primeiro. Temos 2 possíveis casos para transformar frações em decimais

Exemplo 1 1º) Decimais exatos: quando dividirmos a fração, o número de-


10 + 12 – 6 + 7 cimal terá um número finito de algarismos após a vírgula.
22 – 6 + 7
16 + 7
23

Exemplo 2
40 – 9 x 4 + 23
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MATEMÁTICA
Subtraindo:
100x-x=112,1212...-1,1212...
99x=111
X=111/99
2º) Terá um número infinito de algarismos após a vírgula, mas
lembrando que a dízima deve ser periódica para ser número racio- Números Irracionais
nal Identificação de números irracionais
– Todas as dízimas periódicas são números racionais.
OBS: período da dízima são os números que se repetem, se – Todos os números inteiros são racionais.
não repetir não é dízima periódica e assim números irracionais, que – Todas as frações ordinárias são números racionais.
trataremos mais a frente. – Todas as dízimas não periódicas são números irracionais.
– Todas as raízes inexatas são números irracionais.
– A soma de um número racional com um número irracional é
sempre um número irracional.
– A diferença de dois números irracionais, pode ser um número
racional.
– Os números irracionais não podem ser expressos na forma ,
com a e b inteiros e b≠0.

Exemplo: - = 0 e 0 é um número racional.

– O quociente de dois números irracionais, pode ser um núme-


Representação Fracionária dos Números Decimais ro racional.
1ºcaso) Se for exato, conseguimos sempre transformar com o
denominador seguido de zeros. Exemplo: : = = 2 e 2 é um número racional.
O número de zeros depende da casa decimal. Para uma casa,
um zero (10) para duas casas, dois zeros(100) e assim por diante. – O produto de dois números irracionais, pode ser um número
racional.

Exemplo: . = = 7 é um número racional.

Exemplo: radicais( a raiz quadrada de um número na-


tural, se não inteira, é irracional.

Números Reais

2ºcaso) Se dízima periódica é um número racional, então como


podemos transformar em fração?

Exemplo 1
Transforme a dízima 0, 333... .em fração
Sempre que precisar transformar, vamos chamar a dízima dada
de x, ou seja
X=0,333...

Se o período da dízima é de um algarismo, multiplicamos por


10.
10x=3,333... Fonte: www.estudokids.com.br

E então subtraímos: Representação na reta


10x-x=3,333...-0,333...
9x=3
X=3/9
X=1/3

Agora, vamos fazer um exemplo com 2 algarismos de período.

Exemplo 2
Seja a dízima 1,1212... Intervalos limitados
Façamos x = 1,1212... Intervalo fechado – Números reais maiores do que a ou iguais a
100x = 112,1212... . e menores do que b ou iguais a b.
Editora
48
48
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MATEMÁTICA

Intervalo:[a,b]
Conjunto: {x ϵ R|a≤x≤b} Intervalo:]a,+ ∞[
Conjunto:{x ϵ R|x>a}
Intervalo aberto – números reais maiores que a e menores que
b. Potenciação
Multiplicação de fatores iguais
2³=2.2.2=8

Intervalo:]a,b[ Casos
Conjunto:{xϵR|a<x<b} 1) Todo número elevado ao expoente 0 resulta em 1.

Intervalo fechado à esquerda – números reais maiores que a ou


iguais a A e menores do que B.

2) Todo número elevado ao expoente 1 é o próprio número.

Intervalo:{a,b[
Conjunto {x ϵ R|a≤x<b}

Intervalo fechado à direita – números reais maiores que a e 3) Todo número negativo, elevado ao expoente par, resulta em
menores ou iguais a b. um número positivo.

Intervalo:]a,b]
Conjunto:{x ϵ R|a<x≤b} 4) Todo número negativo, elevado ao expoente ímpar, resulta
em um número negativo.
Intervalos Ilimitados
Semirreta esquerda, fechada de origem b- números reais me-
nores ou iguais a b.

5) Se o sinal do expoente for negativo, devemos passar o sinal


para positivo e inverter o número que está na base.
Intervalo:]-∞,b]
Conjunto:{x ϵ R|x≤b}

Semirreta esquerda, aberta de origem b – números reais me-


nores que b.

6) Toda vez que a base for igual a zero, não importa o valor do
expoente, o resultado será igual a zero.
Intervalo:]-∞,b[
Conjunto:{x ϵ R|x<b}

Semirreta direita, fechada de origem a – números reais maiores


ou iguais a A.
Propriedades
1) (am . an = am+n) Em uma multiplicação de potências de mesma
base, repete-se a base e soma os expoentes.

Intervalo:[a,+ ∞[ Exemplos:
Conjunto:{x ϵ R|x≥a} 24 . 23 = 24+3= 27
(2.2.2.2) .( 2.2.2)= 2.2.2. 2.2.2.2= 27
Semirreta direita, aberta, de origem a – números reais maiores
que a.

Editora
49
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MATEMÁTICA
2) (am: an = am-n). Em uma divisão de potência de mesma base. Observe:
Conserva-se a base e subtraem os expoentes. 1 1
1

Exemplos:
3.5 = (3.5) = 3 .5 = 3. 5
2 2 2

96 : 92 = 96-2 = 94
De modo geral, se
a ∈ R+ , b ∈ R+ , n ∈ N * ,

3) (am)n Potência de potência. Repete-se a base e multiplica-se Então:


os expoentes. n
a.b = n a .n b
Exemplos:
(52)3 = 52.3 = 56 O radical de índice inteiro e positivo de um produto indicado é
igual ao produto dos radicais de mesmo índice dos fatores do radi-
cando.

Raiz quadrada de frações ordinárias

4) E uma multiplicação de dois ou mais fatores elevados a um 1 1


expoente, podemos elevar cada um a esse mesmo expoente. 2 2 22 2
2
(4.3)²=4².3² Observe: =  = 1 =
3 3 3
5) Na divisão de dois fatores elevados a um expoente, podemos 32
elevar separados. a na
* *
=
De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R , n ∈ N , então: n
+
b nb
O radical de índice inteiro e positivo de um quociente indicado
é igual ao quociente dos radicais de mesmo índice dos termos do
radicando.
Radiciação
Radiciação é a operação inversa a potenciação Raiz quadrada números decimais

Operações

Técnica de Cálculo
A determinação da raiz quadrada de um número torna-se mais
fácil quando o algarismo se encontra fatorado em números primos.
Veja:
Operações
64 2
32 2 Multiplicação
16 2
Exemplo
8 2
4 2
2 2
1 Divisão

64=2.2.2.2.2.2=26

Como é raiz quadrada a cada dois números iguais “tira-se” um Exemplo


e multiplica.

Editora
50
50
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MATEMÁTICA

Adição e subtração

Para fazer esse cálculo, devemos fatorar o 8 e o 20.


3/8 2/8

8 2 20 2 5/8
4 2 10 2
3 2 5
2 2 5 5 Observe que + =
8 8 8
1 1 Portanto, Jorge e Miguel comeram juntos 5 do tablete de cho-
colate. 8
Na adição e subtração de duas ou mais frações que têm deno-
minadores iguais, conservamos o denominador comum e somamos
ou subtraímos os numeradores.
Caso tenha:
Outro Exemplo:
Não dá para somar, as raízes devem ficar desse modo.
3 5 7 3+5−7 1
+ − = =
Racionalização de Denominadores 2 2 2 2 2
Normalmente não se apresentam números irracionais com
radicais no denominador. Ao processo que leva à eliminação dos Frações com denominadores diferentes:
radicais do denominador chama-se racionalização do denominador.
3 5
1º Caso: Denominador composto por uma só parcela Calcular o valor de 8 + 6 . Inicialmente, devemos reduzir as fra-
ções ao mesmo denominador comum:

mmc (8,6) = 24 3 + 5 = 9 + 20
8 6 24 24
24 : 8 . 3 = 9
24 : 6 . 5 = 20
Devemos proceder, agora, como no primeiro caso, simplifican-
do o resultado, quando possível:
2º Caso: Denominador composto por duas parcelas.
9 20 = 9 + 20 29
+ =
24 24 24 24
3 5 9 20 9 + 20 29
Portanto: + = + = =
Devemos multiplicar de forma que obtenha uma diferença de 8 6 24 24 24 24
quadrados no denominador:
Na adição e subtração de duas ou mais frações que têm os
denominadores diferentes, reduzimos inicialmente as frações ao
menor denominador comum, após o que procedemos como no pri-
meiro caso.

Multiplicação
NÚMEROS FRACIONÁRIOS: OPERAÇÕES COM NÚMEROS
FRACIONÁRIOS Exemplo 4
2
De uma caixa de frutas, 5 são bananas. Do total de bananas,
estão estragadas. Qual é a fração de frutas da caixa que estão
Números Fracionários 3
estragadas?
Adição e Subtração

Frações com denominadores iguais:


Representa 4/5 do conteúdo da caixa
Exemplo 3 2
Jorge comeu 8 de um tablete de chocolate e Miguel 8 desse
mesmo tablete. Qual a fração do tablete de chocolate que Jorge e
Miguel comeram juntos?
A figura abaixo representa o tablete de chocolate. Nela tam-
bém estão representadas as frações do tablete que Jorge e Miguel
comeram: Representa 2/3 de 4/5 do conteúdo da caixa.

Editora
51
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MATEMÁTICA
Repare que o problema proposto consiste em calcular o valor São frações inversas
2
de 3 de 4 que, de acordo com a figura, equivale a 8 do total de fru-
Observando que as frações 3 e 1 são frações inversas, pode-
5 15
tas. De acordo com a tabela acima, 2 de 4 equivale a 2 . 4 . Assim
3 5
sendo: 3 5
mos afirmar que: 1 3
Para dividir uma fração por outra, multiplicamos a primeira
2. 4= 8 pelo inverso da segunda.
3 5 15
4 4 3 4 1 4
Portanto :3= : = . =
5 5 1 5 3 15
Ou seja:
4
Ou seja, o namorado de Lúcia recebeu do total de chocola-
2 2 4 8
de 4 = . = 2.4 = tes contidos na caixa. 15
3 5 3 5 3.5 15
4 8 41 5 5
Outro exemplo: : = . =
O produto de duas ou mais frações é uma fração cujo numera- 3 5 3 82 6
dor é o produto dos numeradores e cujo denominador é o produto Observação:
dos denominadores das frações dadas. 3
3 1
Note a expressão: 2 . Ela é equivalente à expressão : .
1 2 5
Outro exemplo: 2 . 4 . 7 2.4.7 56
= = 3 5
3 5 9 3.5.9 135 2 3 1 3 5 15
Portanto 1 = : = . =
2 5 2 1 2
Observação: Sempre que possível, antes de efetuar a multipli- 5
cação, podemos simplificar as frações entre si, dividindo os nume- Números Decimais
radores e os denominadores por um fator comum. Esse processo de
simplificação recebe o nome de cancelamento. Adição e Subtração
Vamos calcular o valor da seguinte soma:
3
21 . 4 . 9 12
=
1
3 5 10 5
25 5,32 + 12,5 + 0, 034
Transformaremos, inicialmente, os números decimais em fra-
Divisão ções decimais:
Duas frações são inversas ou recíprocas quando o numerador
de uma é o denominador da outra e vice-versa. 5,32 + 12,5 + 0, 034 = 352 + 125 + 34 =
100 10 1000
Exemplo 5320 12500 34 17854
= + + = = 17, 854
2 3 1000 1000 1000 1000
é a fração inversa de
3 2
1
5 ou 5 é a fração inversa de Portanto: 5,32 + 12,5 + 0, 034 = 17, 854
1 5
Na prática, a adição e a subtração de números decimais são
Considere a seguinte situação: obtidas de acordo com a seguinte regra:
4
Lúcia recebeu de seu pai os dos chocolates contidos em uma - Igualamos o número de casas decimais, acrescentando zeros.
5
caixa. Do total de chocolates recebidos, Lúcia deu a terça parte para - Colocamos os números um abaixo do outro, deixando vírgula
o seu namorado. Que fração dos chocolates contidos na caixa rece- embaixo de vírgula.
beu o namorado de Lúcia? - Somamos ou subtraímos os números decimais como se eles
fossem números naturais.
A solução do problema consiste em dividir o total de chocolates - Na resposta colocamos a vírgula alinhada com a vírgula dos
4
que Lúcia recebeu de seu pai por 3, ou seja, 5 : 3. números dados.
1
Por outro lado, dividir algo por 3 significa calcular desse algo.
3
Exemplo
4 1 4
Portanto: : 3 = de 2,35 + 14,3 + 0, 0075 + 5
5 3 5
Disposição prática:
1 4 1 4 4 1 4 2,3500
Como de = . = . , resulta que 4 : 3 = 14,3000
3 5 3 5 5
3 5 5
0,0075
5,0000
: 3= 4 . 1 21,6575
1 5 3

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MATEMÁTICA
Multiplicação Exemplo 1
Vamos calcular o valor do seguinte produto: 2,58 x 3,4. 24 : 0,5
Transformaremos, inicialmente, os números decimais em fra-
ções decimais: Disposição prática: 24,0 0,5
40 48
258 34 8772 0
2,58 x 3,4 = . = = 8,772
100 10 1000
Portanto 2,58 x 3,4 = 8,772

Na prática, a multiplicação de números decimais é obtida de Nesse caso, o resto da divisão é igual à zero. Assim sendo, a
acordo com as seguintes regras: divisão é chamada de divisão exata e o quociente é exato.

- Multiplicamos os números decimais como se eles fossem nú- Exemplo 2


meros naturais. 9,775 : 4,25
- No resultado, colocamos tantas casas decimais quantas forem Disposição prática: 9,775 4,250
as do primeiro fator somadas às do segundo fator. 1 275 2
Exemplo: 652,2 x 2,03

Disposição prática: Nesse caso, o resto da divisão é diferente de zero. Assim sendo,
a divisão é chamada de divisão aproximada e o quociente é apro-
652,2 → 1 casa decimal ximado.
x 2,03 → 2 casas decimais
19 566 Se quisermos continuar uma divisão aproximada, devemos
1 304 4 acrescentar zeros aos restos e prosseguir dividindo cada número
1 323,966 → 1 + 2 = 3 casas decimais obtido pelo divisor. Ao mesmo tempo em que colocamos o primeiro
zero no primeiro resto, colocamos uma vírgula no quociente.

9,775 4,250 9,775 4,250


1 2750 2, 1 2750 2,3
DIVISÃO 0000

Numa divisão em que:

D é o dividendo Acrescentamos um zero Colocamos uma


d é o divisor temos: D d D=q.d+r ao primeiro resto. vírgula no quociente.
q é o quociente r q
r é o resto
Exemplo 3
Numa divisão, o resto é sempre menor que o divisor 0,14 : 28

0,14000 28,00
Vamos, por exemplo, efetuar a seguinte divisão: 24 : 0,5. 0000 0,005

Inicialmente, multiplicaremos o dividendo e o divisor da divi-


são dada por 10.
Exemplo 4
24 : 0,5 = (24 . 10) : (0,5 . 10) = 240 : 5 2 : 16
A vantagem de tal procedimento foi a de transformarmos em
número natural o número decimal que aparecia na divisão. Com 20 16
isso, a divisão entre números decimais se transforma numa equiva- 40 0,125
lente com números naturais. 80
0
Portanto: 24 : 0,5 = 240 : 5 = 48
Na prática, a divisão entre números decimais é obtida de acor-
do com as seguintes regras:
- Igualamos o número de casas decimais do dividendo e do di-
visor.
- Cortamos as vírgulas e efetuamos a divisão como se os núme-
ros fossem naturais.

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53
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MATEMÁTICA

NÚMEROS DECIMAIS: OPERAÇÕES COM NÚMEROS DECIMAIS

O sistema de numeração decimal é de base 10, ou seja utiliza 10 algarismos (símbolos) diferentes para representar todos os números.
Formado pelos algarismos 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, é um sistema posicional, ou seja, a posição do algarismo no número modifica o seu valor.
É o sistema de numeração que nós usamos. Ele foi concebido pelos hindus e divulgado no ocidente pelos árabes, por isso, é também
chamado de «sistema de numeração indo-arábico».

Evolução do sistema de numeração decimal

Características
- Possui símbolos diferentes para representar quantidades de 1 a 9 e um símbolo para representar a ausência de quantidade (zero).
- Como é um sistema posicional, mesmo tendo poucos símbolos, é possível representar todos os números.
- As quantidades são agrupadas de 10 em 10, e recebem as seguintes denominações:
10 unidades = 1 dezena
10 dezenas = 1 centena
10 centenas = 1 unidade de milhar, e assim por diante

Exemplos

Ordens e Classes
No sistema de numeração decimal cada algarismo representa uma ordem, começando da direita para a esquerda e a cada três ordens
temos uma classe.

CLASSE DOS CLASSE DOS CLASSE DOS CLASSE DAS


BILHÕES MILHÕES MILHARES UNIDADES SIMPLES
12ª 11ª 10ª 9ª 8ª 7ª 6ª 5ª 4ª 3ª 2ª 1ª
ordem ordem ordem ordem ordem ordem ordem ordem ordem ordem ordem ordem
Centenas Dezenas Unidades Centenas Dezenas Unidades Centenas Dezenas Unidades
de de de de de de de de de Centenas Dezenas Unidades
Bilhão Bilhão Bilhão Milhão Milhão Milhão Milhar Milhar Milhas
Editora
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54
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MATEMÁTICA
Para fazer a leitura de números muito grandes, dividimos os • Tomar o fatores comuns com o menor expoente
algarismos do número em classes (blocos de 3 ordens), colocando • Multiplicar os fatores entre si.
um ponto para separar as classes, começando da direita para a es-
querda. Exemplo:

Exemplos 15 3 24 2
1) 57283
Primeiro, separamos os blocos de 3 algarismos da direita para 5 5 12 2
a esquerda e colocamos um ponto para separar o número: 57. 283. 1 6 2
No quadro acima vemos que 57 pertence a classe dos milha-
3 3
res e 283 a classe das unidades simples. Assim, o número será lido
como: cinquenta e sete mil, duzentos e oitenta e três. 1

2) 12839696 15 = 3.5 24 = 23.3


Separando os blocos de 3 algarismos temos: 12.839.696
O número então será lido como: doze milhões, oitocentos e O fator comum é o 3 e o 1 é o menor expoente.
trinta e nove mil, seiscentos e noventa e seis. m.d.c
(15,24) = 3
Fonte:
https://www.todamateria.com.br/sistema-de-numeracao-decimal/ Mínimo Múltiplo Comum
O mínimo múltiplo comum (m.m.c) de dois ou mais números é
o menor número, diferente de zero.
TEORIA DOS NÚMEROS: PARES / ÍMPARES / MÚLTIPLOS /
Para calcular devemos seguir as etapas:
DIVISORES / PRIMOS / COMPOSTOS / FATORAÇÃO / DIVI-
• Decompor os números em fatores primos
SIBILIDADE / MMC / MDC
• Multiplicar os fatores entre si

Exemplo:
Múltiplos
Um número é múltiplo de outro quando ao dividirmos o pri-
meiro pelo segundo, o resto é zero. 15,24 2
15,12 2
Exemplo
15,6 2
15,3 3
5,1 5
1

Para o mmc, fica mais fácil decompor os dois juntos.


O conjunto de múltiplos de um número natural não-nulo é in- Basta começar sempre pelo menor primo e verificar a divisão
finito e podemos consegui-lo multiplicando-se o número dado por com algum dos números, não é necessário que os dois sejam divisí-
todos os números naturais. veis ao mesmo tempo.
M(3)={0,3,6,9,12,...} Observe que enquanto o 15 não pode ser dividido, continua
aparecendo.
Divisores
Os números 12 e 15 são múltiplos de 3, portanto 3 é divisor de Assim, o mmc (15,24) = 23.3.5 = 120
12 e 15.
D(12)={1,2,3,4,6,12} Exemplo
D(15)={1,3,5,15} O piso de uma sala retangular, medindo 3,52 m × 4,16 m, será
revestido com ladrilhos quadrados, de mesma dimensão, inteiros,
Observações: de forma que não fique espaço vazio entre ladrilhos vizinhos. Os
– Todo número natural é múltiplo de si mesmo. ladrilhos serão escolhidos de modo que tenham a maior dimensão
– Todo número natural é múltiplo de 1. possível.
– Todo número natural, diferente de zero, tem infinitos múlti- Na situação apresentada, o lado do ladrilho deverá medir
plos. (A) mais de 30 cm.
- O zero é múltiplo de qualquer número natural. (B) menos de 15 cm.
(C) mais de 15 cm e menos de 20 cm.
Máximo Divisor Comum (D) mais de 20 cm e menos de 25 cm.
O máximo divisor comum de dois ou mais números naturais (E) mais de 25 cm e menos de 30 cm.
não-nulos é o maior dos divisores comuns desses números.
Para calcular o m.d.c de dois ou mais números, devemos seguir
as etapas:
• Decompor o número em fatores primos
Editora
55
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA
Resposta: A. Uma raiz da equação ax+b =0(a≠0) é um valor numérico de x
que, substituindo no 1º membro da equação, torna-se igual ao 2º
352 2 416 2 membro.

176 2 208 2 Nada mais é que pensarmos em uma balança.


88 2 104 2
44 2 52 2
22 2 26 2
11 11 13 13
1 1

Devemos achar o mdc para achar a maior medida possível


E são os fatores que temos iguais:25=32 A balança deixa os dois lados iguais para equilibrar, a equação
também.
Exemplo No exemplo temos:
(MPE/SP – Oficial de Promotora I – VUNESP/2016) No aero- 3x+300
porto de uma pequena cidade chegam aviões de três companhias Outro lado: x+1000+500
aéreas. Os aviões da companhia A chegam a cada 20 minutos, da E o equilíbrio?
companhia B a cada 30 minutos e da companhia C a cada 44 mi- 3x+300=x+1500
nutos. Em um domingo, às 7 horas, chegaram aviões das três com-
panhias ao mesmo tempo, situação que voltará a se repetir, nesse Quando passamos de um lado para o outro invertemos o sinal
mesmo dia, às: 3x-x=1500-300
(A) 16h 30min. 2x=1200
(B) 17h 30min. X=600
(C) 18h 30min.
(D) 17 horas. Exemplo
(E) 18 horas. (PREF. DE NITERÓI/RJ – Fiscal de Posturas – FGV/2015) A idade
de Pedro hoje, em anos, é igual ao dobro da soma das idades de
Resposta: E. seus dois filhos, Paulo e Pierre. Pierre é três anos mais velho do que
Paulo. Daqui a dez anos, a idade de Pierre será a metade da idade
20,30,44 2 que Pedro tem hoje.
10,15,22 2 A soma das idades que Pedro, Paulo e Pierre têm hoje é:
(A) 72;
5,15,11 3 (B) 69;
5,5,11 5 (C) 66;
(D) 63;
1,1,11 11
(E) 60.
1,1,1
Resolução
Mmc(20,30,44)=2².3.5.11=660 A ideia de resolver as equações é literalmente colocar na lin-
guagem matemática o que está no texto.
1h---60minutos “Pierre é três anos mais velho do que Paulo”
x-----660 Pi=Pa+3
x=660/60=11
“Daqui a dez anos, a idade de Pierre será a metade da idade
Então será depois de 11horas que se encontrarão que Pedro tem hoje.”
7+11=18h

EQUAÇÕES DO 1º E DO 2º GRAU A idade de Pedro hoje, em anos, é igual ao dobro da soma das
idades de seus dois filhos,
Pe=2(Pi+Pa)
Equação 1º grau Pe=2Pi+2Pa
Equação é toda sentença matemática aberta representada por
uma igualdade, em que exista uma ou mais letras que representam Lembrando que:
números desconhecidos. Pi=Pa+3
Equação do 1º grau, na incógnita x, é toda equação redutível
à forma ax+b=0, em que a e b são números reais, chamados coefi- Substituindo em Pe
cientes, com a≠0. Pe=2(Pa+3)+2Pa
Pe=2Pa+6+2Pa
Pe=4Pa+6
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56
56
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA
Se ∆ = 0, há duas soluções iguais:

Pa+3+10=2Pa+3
Pa=10
Pi=Pa+3
Pi=10+3=13 Se ∆ > 0, há soluções reais diferentes:
Pe=40+6=46
Soma das idades: 10+13+46=69
Resposta: B.

Equação 2º grau Relações entre Coeficientes e Raízes


A equação do segundo grau é representada pela fórmula geral: Dada as duas raízes:
ax2+bx+c=0

Onde a, b e c são números reais, a≠0.

Discussão das Raízes


Soma das Raízes

Produto das Raízes

Se for negativo, não há solução no conjunto dos números


reais.

Se for positivo, a equação tem duas soluções: Composição de uma equação do 2ºgrau, conhecidas as raízes
Podemos escrever a equação da seguinte maneira:

x²-Sx+P=0

Exemplo
Exemplo Dada as raízes -2 e 7. Componha a equação do 2º grau.

Solução
S=x1+x2=-2+7=5
P=x1.x2=-2.7=-14
Então a equação é: x²-5x-14=0

Exemplo
, portanto não há solução real. (IMA – Analista Administrativo Jr – SHDIAS/2015) A soma das
idades de Ana e Júlia é igual a 44 anos, e, quando somamos os qua-
drados dessas idades, obtemos 1000. A mais velha das duas tem:
(A) 24 anos
(B) 26 anos
(C) 31 anos
(D) 33 anos

Resolução
A+J=44
A²+J²=1000
A=44-J
(44-J)²+J²=1000
1936-88J+J²+J²=1000
2J²-88J+936=0

Dividindo por2:
J²-44J+468=0
∆=(-44)²-4.1.468
∆=1936-1872=64

Se ∆ < 0 não há solução, pois não existe raiz quadrada real de


um número negativo.
Editora
57
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA
O método de resolução se assemelha muito à resolução de
uma inequação - produto, de modo que devemos analisar o sinal
das funções e realizar a intersecção do sinal dessas funções.

Exemplo
Resolva a inequação a seguir:

Substituindo em A
A=44-26=18
Ou A=44-18=26 x-2≠0
Resposta: B. x≠2

Inequação
Uma inequação é uma sentença matemática expressa por uma
ou mais incógnitas, que ao contrário da equação que utiliza um sinal
de igualdade, apresenta sinais de desigualdade. Veja os sinais de
desigualdade:
>: maior
<: menor
≥: maior ou igual
≤: menor ou igual

O princípio resolutivo de uma inequação é o mesmo da equa-


ção, onde temos que organizar os termos semelhantes em cada
membro, realizando as operações indicadas. No caso das inequa- Sistema de Inequação do 1º Grau
ções, ao realizarmos uma multiplicação de seus elementos por Um sistema de inequação do 1º grau é formado por duas ou
–1com o intuito de deixar a parte da incógnita positiva, invertemos mais inequações, cada uma delas tem apenas uma variável sendo
o sinal representativo da desigualdade. que essa deve ser a mesma em todas as outras inequações envol-
vidas.
Exemplo 1
Veja alguns exemplos de sistema de inequação do 1º grau:
4x + 12 > 2x – 2
4x – 2x > – 2 – 12
2x > – 14
x > –14/2
x>–7
Vamos achar a solução de cada inequação.
Inequação - Produto
Quando se trata de inequações - produto, teremos uma desi- 4x + 4 ≤ 0
gualdade que envolve o produto de duas ou mais funções. Portanto, 4x ≤ - 4
surge a necessidade de realizar o estudo da desigualdade em cada x≤-4:4
função e obter a resposta final realizando a intersecção do conjunto x≤-1
resposta das funções.

Exemplo
a)(-x+2)(2x-3)<0 S1 = {x ϵ R | x ≤ - 1}

Fazendo o cálculo da segunda inequação temos:


x+1≤0
x≤-1

A “bolinha” é fechada, pois o sinal da inequação é igual.


S2 = { x ϵ R | x ≤ - 1}

Calculando agora o CONJUNTO SOLUÇÃO da inequação


Temos:
Inequação -Quociente S = S1 ∩ S2
Na inequação- quociente, tem-se uma desigualdade de funções
fracionárias, ou ainda, de duas funções na qual uma está dividindo
a outra. Diante disso, deveremos nos atentar ao domínio da função
que se encontra no denominador, pois não existe divisão por zero.
Com isso, a função que estiver no denominador da inequação deve-
rá ser diferente de zero.
Editora
58
58
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA
Exemplo:
Na sala do 1º ano de um colégio há 20 rapazes e 25 moças.
Encontre a razão entre o número de rapazes e o número de moças.
(lembrando que razão é divisão)

Portanto:
S = { x ϵ R | x ≤ - 1} ou S = ] - ∞ ; -1]
Proporção
Inequação 2º grau Proporção é a igualdade entre duas razões. A proporção entre
Chama-se inequação do 2º grau, toda inequação que pode ser A/B e C/D é a igualdade:
escrita numa das seguintes formas:
ax²+bx+c>0
ax²+bx+c≥0
ax²+bx+c<0
ax²+bx+c<0 Propriedade fundamental das proporções
ax²+bx+c≤0 Numa proporção:
ax²+bx+c≠0

Exemplo
Vamos resolver a inequação3x² + 10x + 7 < 0.
Os números A e D são denominados extremos enquanto os nú-
Resolvendo Inequações meros B e C são os meios e vale a propriedade: o produto dos meios
Resolver uma inequação significa determinar os valores reais é igual ao produto dos extremos, isto é:
de x que satisfazem a inequação dada. AxD=BxC
Assim, no exemplo, devemos obter os valores reais de x que
tornem a expressão 3x² + 10x +7negativa. Exemplo: A fração 3/4 está em proporção com 6/8, pois:

Exercício: Determinar o valor de X para que a razão X/3 esteja


em proporção com 4/6.

Solução: Deve-se montar a proporção da seguinte forma:

Segunda propriedade das proporções


Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença dos dois
primeiros termos está para o primeiro, ou para o segundo termo,
assim como a soma ou a diferença dos dois últimos termos está
para o terceiro, ou para o quarto termo. Então temos:

S = {x ϵ R / –7/3 < x < –1}


Ou

RAZÃO E PROPORÇÃO: PROPRIEDADES DAS PROPORÇÕES


E DIVISÃO PROPORCIONAL
Ou

Razão
Chama-se de razão entre dois números racionais a e b, com b
≠ 0, ao quociente entre eles. Indica-se a razão de a para b por a/b
ou a : b. Ou

Editora
59
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA
Exemplo
Velocidade x Tempo a tabela abaixo:

VELOCIDADE (M/S) TEMPO (S)


Terceira propriedade das proporções
Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença dos an- 5 200
tecedentes está para a soma ou a diferença dos consequentes, as- 8 125
sim como cada antecedente está para o seu respectivo consequen-
te. Temos então: 10 100
16 62,5
20 50

Quanto MAIOR a velocidade MENOS tempo??


Ou Inversamente proporcional
Se eu dobro a velocidade, eu faço o tempo pela metade.

Diretamente Proporcionais
Para decompor um número M em partes X1, X2, ..., Xn direta-
Ou mente proporcionais a p1, p2, ..., pn, deve-se montar um sistema
com n equações e n incógnitas, sendo as somas X1+X2+...+Xn=M e
p1+p2+...+pn=P.

Ou

A solução segue das propriedades das proporções:

Grandezas Diretamente Proporcionais


Duas grandezas variáveis dependentes são diretamente pro-
porcionais quando a razão entre os valores da 1ª grandeza é igual a
razão entre os valores correspondentes da 2ª, ou de uma maneira
mais informal, se eu pergunto: Exemplo
Quanto mais.....mais.... Carlos e João resolveram realizar um bolão da loteria. Carlos
entrou com R$ 10,00 e João com R$ 15,00. Caso ganhem o prêmio
Exemplo de R$ 525.000,00, qual será a parte de cada um, se o combinado
Distância percorrida e combustível gasto entre os dois foi de dividirem o prêmio de forma diretamente pro-
porcional?

DISTÂNCIA (KM) COMBUSTÍVEL (LITROS)


13 1
26 2
39 3
52 4

Quanto MAIS eu ando, MAIS combustível?


Diretamente proporcionais
Se eu dobro a distância, dobra o combustível Carlos ganhará R$210000,00 e Carlos R$315000,00.
Grandezas Inversamente Proporcionais Inversamente Proporcionais
Duas grandezas variáveis dependentes são inversamente pro- Para decompor um número M em n partes X1, X2, ..., Xn inver-
porcionais quando a razão entre os valores da 1ª grandeza é igual samente proporcionais a p1, p2, ..., pn, basta decompor este número
ao inverso da razão entre os valores correspondentes da 2ª. M em n partes X1, X2, ..., Xn diretamente proporcionais a 1/p1, 1/p2,
Quanto mais....menos... ..., 1/pn. A montagem do sistema com n equações e n incógnitas,
assume que X1+X2+...+ Xn=M e além disso

Editora
60
60
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA
cuja solução segue das propriedades das proporções: Solução: montando a tabela, colocando em cada coluna as
grandezas de mesma espécie e, em cada linha, as grandezas de es-
pécies diferentes que se correspondem:

HORAS CAMINHÕES VOLUME


8↑ ----- 20 ↓ ----- 160 ↑
5↑ ----- X↓ ----- 125 ↑
REGRA DE TRÊS SIMPLES
A seguir, devemos comparar cada grandeza com aquela onde
está o x.
Regra de três simples
Regra de três simples é um processo prático para resolver pro- Observe que:
blemas que envolvam quatro valores dos quais conhecemos três Aumentando o número de horas de trabalho, podemos dimi-
deles. Devemos, portanto, determinar um valor a partir dos três já nuir o número de caminhões. Portanto a relação é inversamente
conhecidos. proporcional (seta para cima na 1ª coluna).
Aumentando o volume de areia, devemos aumentar o número
Passos utilizados numa regra de três simples: de caminhões. Portanto a relação é diretamente proporcional (seta
1º) Construir uma tabela, agrupando as grandezas da mesma para baixo na 3ª coluna). Devemos igualar a razão que contém o
espécie em colunas e mantendo na mesma linha as grandezas de termo x com o produto das outras razões de acordo com o sentido
espécies diferentes em correspondência. das setas.
2º) Identificar se as grandezas são diretamente ou inversamen- Montando a proporção e resolvendo a equação temos:
te proporcionais.
3º) Montar a proporção e resolver a equação.
HORAS CAMINHÕES VOLUME
Um trem, deslocando-se a uma velocidade média de 400Km/h,
faz um determinado percurso em 3 horas. Em quanto tempo faria 8↑ ----- 20 ↓ ----- 160 ↓
esse mesmo percurso, se a velocidade utilizada fosse de 480km/h? 5↑ ----- X↓ ----- 125 ↓

Solução: montando a tabela: Obs.: Assim devemos inverter a primeira coluna ficando:

1) Velocidade (Km/h) Tempo (h)


HORAS CAMINHÕES VOLUME

400 ----- 3 8 ----- 20 ----- 160

480 ----- X 5 ----- X ----- 125

2) Identificação do tipo de relação:

VELOCIDADE Tempo
400 ↓ ----- 3↑ Logo, serão necessários 25 caminhões
480 ↓ ----- X↑

Obs.: como as setas estão invertidas temos que inverter os nú- PORCENTAGEM
meros mantendo a primeira coluna e invertendo a segunda coluna
ou seja o que está em cima vai para baixo e o que está em baixo na
segunda coluna vai para cima
Porcentagem é uma fração cujo denominador é 100, seu sím-
bolo é (%). Sua utilização está tão disseminada que a encontramos
VELOCIDADE Tempo nos meios de comunicação, nas estatísticas, em máquinas de cal-
400 ↓ ----- 3↓ cular, etc.
480 ↓ ----- X↓ Os acréscimos e os descontos é importante saber porque ajuda
muito na resolução do exercício.
480x=1200
X=25 Acréscimo
Se, por exemplo, há um acréscimo de 10% a um determinado
Regra de três composta valor, podemos calcular o novo valor apenas multiplicando esse va-
Regra de três composta é utilizada em problemas com mais de lor por 1,10, que é o fator de multiplicação. Se o acréscimo for de
duas grandezas, direta ou inversamente proporcionais. 20%, multiplicamos por 1,20, e assim por diante.
Exemplos:
1) Em 8 horas, 20 caminhões descarregam 160m³ de areia. Em
5 horas, quantos caminhões serão necessários para descarregar
125m³?
Editora
61
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA
Veja a tabela abaixo: O menor número de meninas possíveis para ter gripe é se to-
dos os meninos estiverem gripados, assim apenas 2 meninas estão.
ACRÉSCIMO OU LUCRO FATOR DE MULTIPLICAÇÃO
10% 1,10
15% 1,15 Resposta: C.
20% 1,20
47% 1,47
RESOLUÇÃO DE SITUAÇÕES PROBLEMAS
67% 1,67

Exemplo: Aumentando 10% no valor de R$10,00 temos: Os problemas matemáticos são resolvidos utilizando inúmeros
10 x 1,10 = R$ 11,00 recursos matemáticos, destacando, entre todos, os princípios algé-
bricos, os quais são divididos de acordo com o nível de dificuldade
Desconto e abordagem dos conteúdos. A prática das questões é que faz com
No caso de haver um decréscimo, o fator de multiplicação será: que se ganhe maior habilidade para resolver problemas dessa na-
Fator de Multiplicação =1 - taxa de desconto (na forma decimal) tureza.
Veja a tabela abaixo:
Exemplos:
DESCONTO FATOR DE MULTIPLICAÇÃO 01. (Câmara Municipal de São José dos Campos/SP – Analista
Técnico Legislativo – Designer Gráfico – VUNESP) Em um condomí-
10% 0,90
nio, a caixa d’água do bloco A contém 10 000 litros a mais de água
25% 0,75 do que a caixa d’água do bloco B. Foram transferidos 2 000 litros de
34% 0,66 água da caixa d’água do bloco A para a do bloco B, ficando o bloco
A com o dobro de água armazenada em relação ao bloco B. Após a
60% 0,40 transferência, a diferença das reservas de água entre as caixas dos
90% 0,10 blocos A e B, em litros, vale
(A) 4 000.
Exemplo: Descontando 10% no valor de R$10,00 temos: (B) 4 500.
10 X 0,90 = R$ 9,00 (C) 5 000.
(D) 5 500.
Chamamos de lucro em uma transação comercial de compra e (E) 6 000.
venda a diferença entre o preço de venda e o preço de custo.
Lucro=preço de venda -preço de custo Resolução:
A = B + 10000( I )
Podemos expressar o lucro na forma de porcentagem de duas Transferidos: A – 2000 = 2.B , ou seja,A = 2.B + 2000( II )
formas: Substituindo a equação ( II ) na equação ( I ), temos:
2.B + 2000 = B + 10000
2.B – B = 10000 – 2000
B = 8000 litros (no início)
Assim, A = 8000 + 10000 = 18000 litros (no início)
Portanto, após a transferência, fica:
A’ = 18000 – 2000 = 16000 litros
B’ = 8000 + 2000 = 10000 litros
Por fim, a diferença é de : 16000 – 10000 = 6000 litros
Exemplo Resposta: E.
(DPE/RR – Analista de Sistemas – FCC/2015) Em sala de aula
com 25 alunos e 20 alunas, 60% desse total está com gripe. Se x% 02. (IFNMG – Matemática - Gestão de Concursos) Uma linha
das meninas dessa sala estão com gripe, o menor valor possível de produção monta um equipamento em oito etapas bem defini-
para x é igual a das, sendo que cada etapa gasta exatamente 5 minutos em sua
(A) 8. tarefa. O supervisor percebe, cinco horas e trinta e cinco minutos
(B) 15. depois do início do funcionamento, que a linha parou de funcionar.
(C) 10. Como a linha monta apenas um equipamento em cada processo de
(D) 6. oito etapas, podemos afirmar que o problema foi na etapa:
(E) 12. (A) 2
(B) 3
Resolução (C) 5
45------100% (D) 7
X-------60%
X=27 Resolução:
Um equipamento leva 8.5 = 40 minutos para ser montado.
5h30 = 60.5 + 30 = 330 minutos
330min : 40min = 8 equipamentos + 20 minutos (resto)
Editora
62
62
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA
20min : 5min = 4 etapas Caio – Felipe = ?
Como as alternativas não apresentam a etapa 4, provavelmen- Pedro + 15 – (João – 7) =
te, o problema ocorreu na etapa 3. João – 6 + 15 – João + 7 = 16
Resposta: B. Resposta: E.

03. (EBSERH/HU-UFGD – Técnico em Informática – AOCP) Joa-


na pretende dividir um determinado número de bombons entre
seus 3 filhos. Sabendo que o número de bombons é maior que 24 e TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO: GRÁFICOS E TABELAS
menor que 29, e que fazendo a divisão cada um dos seus 3 filhos re-
ceberá 9 bombons e sobrará 1 na caixa, quantos bombons ao todo
Joana possui? Os gráficos e tabelas apresentam o cruzamento entre dois da-
(A) 24. dos relacionados entre si.
(B) 25. A escolha do tipo e a forma de apresentação sempre vão de-
(C) 26. pender do contexto, mas de uma maneira geral um bom gráfico
(D) 27. deve:
(E) 28 -Mostrar a informação de modo tão acurado quanto possível.
-Utilizar títulos, rótulos, legendas, etc. para tornar claro o con-
Resolução: texto, o conteúdo e a mensagem.
Sabemos que 9 . 3 = 27 e que, para sobrar 1, devemos fazer 27 -Complementar ou melhorar a visualização sobre aspectos des-
+ 1 = 28. critos ou mostrados numericamente através de tabelas.
Resposta: E. -Utilizar escalas adequadas.
-Mostrar claramente as tendências existentes nos dados.
04. (Câmara Municipal de São José dos Campos/SP – Analista
Técnico Legislativo – Designer Gráfico – VUNESP) Na biblioteca de Tipos de gráficos
um instituto de física, para cada 2 livros de matemática, existem 3 Barras- utilizam retângulos para mostrar a quantidade.
de física. Se o total de livros dessas duas disciplinas na biblioteca é
igual a 1 095, o número de livros de física excede o número de livros Barra vertical
de matemática em

(A) 219.
(B) 405.
(C) 622.
(D) 812.
(E) 1 015.

Resolução:

𝑀 2 , ou seja, 3.M = 2.F( I )


=
𝐹 3
M + F = 1095 , ou seja, M = 1095 – F( II )
Vamos substituir a equação ( II ) na equação ( I ):
3 . (1095 – F) = 2.F
3285 – 3.F = 2.F Barra horizontal
5.F = 3285
F = 3285 / 5
F = 657 (física)
Assim: M = 1095 - 657 = 438 (matemática)
A diferença é: 657 – 438 = 219
Resposta: A.

05. (CEFET – Auxiliar em Administração – CESGRANRIO) Caio


é 15 cm mais alto do que Pedro. Pedro é 6 cm mais baixo que João.
João é 7 cm mais alto do que Felipe. Qual é, em cm, a diferença
entre as alturas de Caio e de Felipe?
(A) 1
(B) 2
(C) 9
(D) 14
(E) 16 Histogramas
São gráfico de barra que mostram a frequência de uma variável
Resolução: específica e um detalhe importante que são faixas de valores em x.
Caio = Pedro + 15cm
Pedro = João – 6cm
João = Felipe + 7cm, ou seja:Felipe = João – 7
Editora
63
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA

Da mesma forma, as tabelas ajudam na melhor visualização de


dados e muitas vezes é através dela que vamos fazer os tipos de
gráficos vistos anteriormente.
Podem ser tabelas simples:
Quantos aparelhos tecnológicos você tem na sua casa?

APARELHO QUANTIDADE
Televisão 3
Setor ou pizza- Muito útil quando temos um total e queremos Celular 4
demonstrar cada parte, separando cada pedaço como numa pizza.
Geladeira 1

ÁREAS DE FIGURAS PLANAS (TRIÂNGULOS, QUADRILÁTE-


ROS, CÍRCULOS E POLÍGONOS REGULARES)

Ângulos
Denominamos ângulo a região do plano limitada por duas se-
mirretas de mesma origem. As semirretas recebem o nome de la-
dos do ângulo e a origem delas, de vértice do ângulo.

Linhas- É um gráfico de grande utilidade e muito comum na


representação de tendências e relacionamentos de variáveis

Ângulo Agudo: É o ângulo, cuja medida é menor do que 90º.

Pictogramas – são imagens ilustrativas para tornar mais fácil a


compreensão de todos sobre um tema.

Ângulo Obtuso: É o ângulo cuja medida é maior do que 90º.

Editora
64
64
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA

Ângulo Raso:
- É o ângulo cuja medida é 180º;
- É aquele, cujos lados são semi-retas opostas.
Altura de um triângulo é o segmento que liga um vértice a um
ponto da reta suporte do lado oposto e é perpendicular a esse lado.

Na figura, é uma altura do .

Um triângulo tem três alturas.

Ângulo Reto:
- É o ângulo cuja medida é 90º;
- É aquele cujos lados se apoiam em retas perpendiculares.

Mediatriz de um segmento de reta é a reta perpendicular a


esse segmento pelo seu ponto médio.

Na figura, a reta m é a mediatriz de .


Triângulo

Elementos

Mediana
Mediana de um triângulo é um segmento de reta que liga um
vértice ao ponto médio do lado oposto.
Na figura, é uma mediana do ABC.
Um triângulo tem três medianas.

Mediatriz de um triângulo é uma reta do plano do triângulo


que é mediatriz de um dos lados desse triângulo.
Na figura, a reta m é a mediatriz do lado do .
Um triângulo tem três mediatrizes.

A bissetriz de um ângulo interno de um triângulo intercepta o


lado oposto

Bissetriz interna de um triângulo é o segmento da bissetriz de


um ângulo do triângulo que liga um vértice a um ponto do lado
oposto.
Na figura, é uma bissetriz interna do .
Um triângulo tem três bissetrizes internas.
Classificação

Quanto aos lados


Triângulo escaleno: três lados desiguais.

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65
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA

Triângulo isósceles: Pelo menos dois lados iguais.

Desigualdade entre Lados e ângulos dos triângulos


Num triângulo o comprimento de qualquer lado é menor que
a soma dos outros dois. Em qualquer triângulo, ao maior ângulo
opõe-se o maior lado, e vice-versa.

QUADRILÁTEROS
Quadrilátero é todo polígono com as seguintes propriedades:
- Tem 4 lados.
- Tem 2 diagonais.
- A soma dos ângulos internos Si = 360º
Triângulo equilátero: três lados iguais. - A soma dos ângulos externos Se = 360º

Trapézio: É todo quadrilátero tem dois paralelos.

Quanto aos ângulos


Triângulo acutângulo: tem os três ângulos agudos
- é paralelo a
- Losango: 4 lados congruentes
- Retângulo: 4 ângulos retos (90 graus)
- Quadrado: 4 lados congruentes e 4 ângulos retos.

Triângulo retângulo: tem um ângulo reto Observações:


- No retângulo e no quadrado as diagonais são congruentes
(iguais)
- No losango e no quadrado as diagonais são perpendiculares
entre si (formam ângulo de 90°) e são bissetrizes dos ângulos inter-
nos (dividem os ângulos ao meio).

Áreas

1- Trapézio: , onde B é a medida da base maior, b é a


medida da base menor e h é medida da altura.
Triângulo obtusângulo: tem um ângulo obtuso
2 - Paralelogramo: A = b.h, onde b é a medida da base e h é a
medida da altura.

3 - Retângulo: A = b.h

Editora
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66
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA

4 - Losango: , onde D é a medida da diagonal maior e d


é a medida da diagonal menor.

5 - Quadrado: A = l2, onde l é a medida do lado.

Polígono
Chama-se polígono a união de segmentos que são chamados
lados do polígono, enquanto os pontos são chamados vértices do
polígono. Ângulos Externos

A soma dos ângulos externos=360°


Diagonal de um polígono é um segmento cujas extremidades Teorema de Tales
são vértices não-consecutivos desse polígono. Se um feixe de retas paralelas tem duas transversais, então a
razão de dois segmentos quaisquer de uma transversal é igual à ra-
zão dos segmentos correspondentes da outra.
Dada a figura anterior, O Teorema de Tales afirma que são váli-
das as seguintes proporções:

Exemplo

Número de Diagonais

Ângulos Internos Semelhança de Triângulos


A soma das medidas dos ângulos internos de um polígono con- Dois triângulos são semelhantes se, e somente se, os seus ân-
vexo de n lados é (n-2).180 gulos internos tiverem, respectivamente, as mesmas medidas, e os
Unindo um dos vértices aos outros n-3, convenientemente es- lados correspondentes forem proporcionais.
colhidos, obteremos n-2 triângulos. A soma das medidas dos ângu-
los internos do polígono é igual à soma das medidas dos ângulos Casos de Semelhança
internos dos n-2 triângulos. 1º Caso: AA(ângulo - ângulo)
Se dois triângulos têm dois ângulos congruentes de vértices
correspondentes, então esses triângulos são congruentes.

Editora
67
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA

Temos:

2º Caso: LAL(lado-ângulo-lado)
Se dois triângulos têm dois lados correspondentes proporcio-
nais e os ângulos compreendidos entre eles congruentes, então es-
ses dois triângulos são semelhantes.

Fórmulas Trigonométricas

Relação Fundamental
Existe uma outra importante relação entre seno e cosseno de
um ângulo. Considere o triângulo retângulo ABC.

3º Caso: LLL (lado - lado - lado)


Se dois triângulos têm os três lado correspondentes proporcio-
nais, então esses dois triângulos são semelhantes.

Neste triângulo, temos que: c²=a²+b²


Dividindo os membros por c²

Razões Trigonométricas no Triângulo Retângulo


Considerando o triângulo retângulo ABC.

Como

Todo triângulo que tem um ângulo reto é denominado trian-


gulo retângulo.
O triângulo ABC é retângulo em A e seus elementos são:

Editora
68
68
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA

b) Paralelas: r e s não têm ponto comum ou r e s são coinci-


dentes.
a: hipotenusa
b e c: catetos
h: altura relativa à hipotenusa
m e n: projeções ortogonais dos catetos sobre a hipotenusa

Relações Métricas no Triângulo Retângulo


Chamamos relações métricas as relações existentes entre os
diversos segmentos desse triângulo. Assim:

1. O quadrado de um cateto é igual ao produto da hipotenusa


pela projeção desse cateto sobre a hipotenusa.

2. O produto dos catetos é igual ao produto da hipotenusa pela


altura relativa à hipotenusa.

3. O quadrado da altura é igual ao produto das projeções dos FUNÇÃO QUADRÁTICA. FUNÇÃO EXPONENCIAL. FUNÇÃO
catetos sobre a hipotenusa. LOGARÍTMICA

Diagrama de Flechas
4. O quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos
catetos (Teorema de Pitágoras).

Posições Relativas de Duas Retas


Duas retas no espaço podem pertencer a um mesmo plano.
Nesse caso são chamadas retas coplanares. Podem também não
estar no mesmo plano. Nesse caso, são denominadas retas rever-
sas.

Retas Coplanares Gráfico Cartesiano


a) Concorrentes: r e s têm um único ponto comum

-Duas retas concorrentes podem ser:


1. Perpendiculares: r e s formam ângulo reto.
2. Oblíquas: r e s não são perpendiculares.

Editora
69
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA
Muitas vezes nos deparamos com situações que envolvem uma Sobrejetora: Quando todos os elementos do contradomínio fo-
relação entre grandezas. Assim, o valor a ser pago na conta de luz rem imagens de pelo menos um elemento do domínio.
depende do consumo medido no período; o tempo de uma viagem
de automóvel depende da velocidade no trajeto.
Como, em geral, trabalhamos com funções numéricas, o domí-
nio e a imagem são conjuntos numéricos, e podemos definir com
mais rigor o que é uma função matemática utilizando a linguagem
da teoria dos conjuntos.

Definição: Sejam A e B dois conjuntos não vazios e f uma rela-


ção de A em B.
Essa relação f é uma função de A em B quando a cada elemen-
to x do conjunto A está associado um e apenas um elemento y do Bijetora: Quando apresentar as características de função inje-
conjunto B. tora e ao mesmo tempo, de sobrejetora, ou seja, elementos dis-
tintos têm sempre imagens distintas e todos os elementos do con-
Notação: f: A→B (lê-se função f de A em B) tradomínio são imagens de pelo menos um elemento do domínio.

Domínio, contradomínio, imagem


O domínio é constituído por todos os valores que podem ser
atribuídos à variável independente. Já a imagem da função é forma-
da por todos os valores correspondentes da variável dependente.

O conjunto A é denominado domínio da função, indicada por D.


O domínio serve para definir em que conjunto estamos trabalhan-
do, isto é, os valores possíveis para a variável x.
O conjunto B é denominado contradomínio, CD.
Cada elemento x do domínio tem um correspondente y no con- Função 1º grau
tradomínio. A esse valor de y damos o nome de imagem de x pela A função do 1° grau relacionará os valores numéricos obtidos
função f. O conjunto de todos os valores de y que são imagens de de expressões algébricas do tipo (ax + b), constituindo, assim, a fun-
valores de x forma o conjunto imagem da função, que indicaremos ção f(x) = ax + b.
por Im.
Estudo dos Sinais
Exemplo Definimos função como relação entre duas grandezas repre-
Com os conjuntos A={1, 4, 7} e B={1, 4, 6, 7, 8, 9, 12}criamos sentadas por x e y. No caso de uma função do 1º grau, sua lei de
a função f: A→B. definida por f(x) = x + 5 que também pode ser formação possui a seguinte característica: y = ax + b ou f(x) = ax +
representada por y = x + 5. A representação, utilizando conjuntos, b, onde os coeficientes a e b pertencem aos reais e diferem de zero.
desta função, é: Esse modelo de função possui como representação gráfica a figura
de uma reta, portanto, as relações entre os valores do domínio e da
imagem crescem ou decrescem de acordo com o valor do coeficien-
te a. Se o coeficiente possui sinal positivo, a função é crescente, e
caso ele tenha sinal negativo, a função é decrescente.

Função Crescente: a > 0


De uma maneira bem simples, podemos olhar no gráfico que os
valores de y vão crescendo.

No nosso exemplo, o domínio é D = {1, 4, 7}, o contradomínio é


= {1, 4, 6, 7, 8, 9, 12} e o conjunto imagem é Im = {6, 9, 12}

Classificação das funções


Injetora: Quando para ela elementos distintos do domínio
apresentam imagens também distintas no contradomínio.

Função Decrescente: a < 0


Nesse caso, os valores de y, caem.

Editora
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70
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA
f(x)=ax²+bx+c, onde a≠0
f(x)=a(x-x1)(x-x2)

É essencial que apareça ax² para ser uma função quadrática e


deve ser o maior termo.

Concavidade
A concavidade da parábola é para cima se a>0 e para baixo se
a<0

Raiz da função
Calcular o valor da raiz da função é determinar o valor em que a
reta cruza o eixo x, para isso consideremos o valor de y igual a zero,
pois no momento em que a reta intersecta o eixo x, y = 0. Observe a
representação gráfica a seguir:

Discriminante(∆)
∆ = b²-4ac
∆>0

A parábola y=ax²+bx+c intercepta o eixo x em dois pontos dis-


tintos, (x1,0) e (x2,0), onde x1 e x2 são raízes da equação ax²+bx+c=0

∆=0

Quando ∆=0 , a parábola y=ax²+bx+c é tangente ao eixo x, no


Podemos estabelecer uma formação geral para o cálculo da raiz ponto
de uma função do 1º grau, basta criar uma generalização com base
na própria lei de formação da função, considerando y = 0 e isolando
o valor de x (raiz da função).
X=-b/a
Repare que, quando tivermos o discriminante ∆ = 0, as duas
Dependendo do caso, teremos que fazer um sistema com duas raízes da equação ax²+bx+c=0 são iguais
equações para acharmos o valor de a e b. ∆<0

Exemplo: A função não tem raízes reais


Dado que f(x)=ax+b e f(1)=3 e f(3)=5, ache a função.

F(1)=1a+b
3=a+b
F(3)=3a+b
5=3a+b

Isolando a em I Raízes
a=3-b
Substituindo em II

3(3-b)+b=5
9-3b+b=5
-2b=-4
b=2

Portanto,
a=3-b
a=3-2=1
Assim, f(x)=x+2

Função Quadrática ou Função do 2º grau


Em geral, uma função quadrática ou polinomial do segundo
grau tem a seguinte forma:
Editora
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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA
Vértices e Estudo do Sinal Solução
Quando a > 0, a parábola tem concavidade voltada para cima e
um ponto de mínimo V; quando a < 0, a parábola tem concavidade
voltada para baixo e um ponto de máximo V.

Em qualquer caso, as coordenadas de V são .

Veja os gráficos:

Função exponencial
A expressão matemática que define a função exponencial é
uma potência. Nesta potência, a base é um número real positivo e
diferente de 1 e o expoente é uma variável.

Função crescente
Se a > 1 temos uma função exponencial crescente, qualquer
que seja o valor real de x.
No gráfico da função ao lado podemos observar que à medida
que x aumenta, também aumenta f(x) ou y. Graficamente vemos
que a curva da função é crescente.

Função decrescente
Se 0 < a < 1 temos uma função exponencial decrescente em
todo o domínio da função.
Neste outro gráfico podemos observar que à medida que x au-
menta, y diminui. Graficamente observamos que a curva da função
Equação Exponencial é decrescente.
É toda equação cuja incógnita se apresenta no expoente de
uma ou mais potências de bases positivas e diferentes de 1.

Exemplo
Resolva a equação no universo dos números reais.

Editora
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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA
A Constante de Euler Consequências da Definição
É definida por :
e = exp(1)

O número e é um número irracional e positivo e em função da


definição da função exponencial, temos que:
Ln(e) = 1

Este número é denotado por e em homenagem ao matemático


suíço Leonhard Euler (1707-1783), um dos primeiros a estudar as
propriedades desse número.

O valor deste número expresso com 10 dígitos decimais, é:


e = 2,7182818284

Se x é um número real, a função exponencial exp(.) pode ser


escrita como a potência de base e com expoente x, isto é: Propriedades
ex = exp(x)

Propriedades dos expoentes


Se a, x e y são dois números reais quaisquer e k é um número
racional, então:
- ax ay= ax + y
- ax / ay= ax - y
- (ax) y= ax.y
- (a b)x = ax bx
- (a / b)x = ax / bx
- a-x = 1 / ax

Logaritmo
Considerando-se dois números N e a reais e positivos, com a
≠1, existe um número c tal que:

Mudança de Base

A esse expoente c damos o nome de logaritmo de N na base a

Exemplo
Ainda com base na definição podemos estabelecer condições Dados log 2=0,3010 e log 3=0,4771, calcule:
de existência: a) log 6
b) log1,5
c) log 16

Solução
Exemplo a) Log 6=log 2⋅3=log2+log3=0,3010+0,4771=0,7781

Função Logarítmica

Uma função dada por , em que a constante


a é positiva e diferente de 1, denomina-se função logarítmica.

Editora
73
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA

ANÁLISE COMBINATÓRIA SIMPLES


Observe que os números obtidos diferem entre si:
Pela ordem dos elementos: 56 e 65
Análise Combinatória Pelos elementos componentes: 56 e 67
A Análise Combinatória é a área da Matemática que trata dos Cada número assim obtido é denominado arranjo simples dos
problemas de contagem. 3 elementos tomados 2 a 2.

Princípio Fundamental da Contagem Indica-se A3,2


Estabelece o número de maneiras distintas de ocorrência de
um evento composto de duas ou mais etapas.
Se uma decisão E1 pode ser tomada de n1 modos e, a decisão E2
pode ser tomada de n2 modos, então o número de maneiras de se
tomarem as decisões E1 e E2 é n1.n2.
Permutação Simples
Exemplo Chama-se permutação simples dos n elementos, qualquer
agrupamento(sequência) de n elementos distintos de E.
O número de permutações simples de n elementos é indicado
por Pn.
Pn = n!

Exemplo
Quantos anagramas tem a palavra CHUVEIRO?
Solução
A palavra tem 8 letras, portanto:
P8 = 8! = 8 . 7 . 6 . 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 40320
O número de maneiras diferentes de se vestir é:2(calças).
3(blusas)=6 maneiras Permutação com elementos repetidos
De modo geral, o número de permutações de n objetos, dos
Fatorial quais n1 são iguais a A, n2 são iguais a B, n3 são iguais a C etc.
É comum nos problemas de contagem, calcularmos o produto
de uma multiplicação cujos fatores são números naturais consecu-
tivos. Para facilitar adotamos o fatorial.
n! = n(n - 1)(n - 2)... 3 . 2 . 1, (n ϵ N)

Arranjo Simples Exemplo


Denomina-se arranjo simples dos n elementos de E, p a p, toda Quantos anagramas tem a palavra PARALELEPÍPEDO?
sequência de p elementos distintos de E.
Solução
Exemplo Se todos as letras fossem distintas, teríamos 14! Permutações.
Usando somente algarismos 5, 6 e 7. Quantos números de 2 Como temos uma letra repetida, esse número será menor.
algarismos distintos podemos formar?
Temos 3P, 2A, 2L e 3 E

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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA
Combinação Simples LINHA 3 1 3 3 1
Dado o conjunto {a1, a2, ..., an} com n objetos distintos, pode-
mos formar subconjuntos com p elementos. Cada subconjunto com LINHA 4 1 4 6 4 1
i elementos é chamado combinação simples. LINHA 5 1 5 10 10 5 1
LINHA 6 1 6 15 20 15 6 1

Binômio de Newton
Denomina-se binômio de Newton todo binômio da forma (a +
b)n, com n ϵ N. Vamos desenvolver alguns binômios:
Exemplo
n = 0 → (a + b)0 = 1
Calcule o número de comissões compostas de 3 alunos que po-
n = 1 → (a + b)1 = 1a + 1b
demos formar a partir de um grupo de 5 alunos.
n = 2 → (a + b)2 = 1a2 + 2ab +1b2
n = 3 → (a + b)3 = 1a3 + 3a2b +3ab2 + b3
Solução
Observe que os coeficientes dos termos formam o triângulo de
Pascal.

Números Binomiais
O número de combinações de n elementos, tomados p a p,
também é representado pelo número binomial .

NOÇÕES DE ESTATÍSTICAS
Binomiais Complementares
Dois binomiais de mesmo numerador em que a soma dos de-
Estatística descritiva
nominadores é igual ao numerador são iguais:
O objetivo da Estatística Descritiva é resumir as principais ca-
racterísticas de um conjunto de dados por meio de tabelas, gráficos
e resumos numéricos.

Noções de estatística
A estatística torna-se a cada dia uma importante ferramenta de
Relação de Stifel
apoio à decisão. Resumindo: é um conjunto de métodos e técnicas
que auxiliam a tomada de decisão sob a presença de incerteza.

Estatística descritiva (Dedutiva)


O objetivo da Estatística Descritiva é resumir as principais ca-
racterísticas de um conjunto de dados por meio de tabelas, gráficos
Triângulo de Pascal
e resumos numéricos. Fazemos uso de:

Tabelas de frequência
Ao dispor de uma lista volumosa de dados, as tabelas de frequ-
ência servem para agrupar informações de modo que estas possam
ser analisadas. As tabelas podem ser de frequência simples ou de
frequência em faixa de valores.

Gráficos
O objetivo da representação gráfica é dirigir a atenção do ana-
lista para alguns aspectos de um conjunto de dados. Alguns exem-
plos de gráficos são: diagrama de barras, diagrama em setores,
histograma, boxplot, ramo-e-folhas, diagrama de dispersão, gráfico
sequencial.

Resumos numéricos
Por meio de medidas ou resumos numéricos podemos levantar
importantes informações sobre o conjunto de dados tais como: a
LINHA 0 1 tendência central, variabilidade, simetria, valores extremos, valores
LINHA 1 1 1 discrepantes, etc.
LINHA 2 1 2 1

Editora
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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA
Estatística inferencial (Indutiva) Censo
Utiliza informações incompletas para tomar decisões e tirar É uma avaliação direta de um parâmetro, utilizando-se todos os
conclusões satisfatórias. O alicerce das técnicas de estatística infe- componentes da população.
rencial está no cálculo de probabilidades. Fazemos uso de:
Principais propriedades:
Estimação - Admite erros processual zero e tem 100% de confiabilidade;
A técnica de estimação consiste em utilizar um conjunto de da- - É caro;
dos incompletos, ao qual iremos chamar de amostra, e nele calcular - É lento;
estimativas de quantidades de interesse. Estas estimativas podem - É quase sempre desatualizado (visto que se realizam em perí-
ser pontuais (representadas por um único valor) ou intervalares. odos de anos 10 em 10 anos);
- Nem sempre é viável.
Teste de Hipóteses
O fundamento do teste estatístico de hipóteses é levantar su- Dados brutos: é uma sequência de valores numéricos não or-
posições acerca de uma quantidade não conhecida e utilizar, tam- ganizados, obtidos diretamente da observação de um fenômeno
bém, dados incompletos para criar uma regra de escolha. coletivo.

População e amostra Rol: é uma sequência ordenada dos dados brutos.

Média aritmética de um conjunto de números é o valor que se


obtém dividindo a soma dos elementos pelo número de elementos
do conjunto.
Representemos a média aritmética por .
A média pode ser calculada apenas se a variável envolvida na
pesquisa for quantitativa. Não faz sentido calcular a média aritméti-
ca para variáveis quantitativas.
Na realização de uma mesma pesquisa estatística entre diferen-
tes grupos, se for possível calcular a média, ficará mais fácil estabe-
lecer uma comparação entre esses grupos e perceber tendências.
É o conjunto de todas as unidades sobre as quais há o interesse de Considerando uma equipe de basquete, a soma das alturas dos
investigar uma ou mais características. jogadores é:

Variáveis e suas classificações 1,85 + 1,85 + 1,95 + 1,98 + 1,98 + 1,98 + 2,01 + 2,01+2,07+2,07
Qualitativas – quando seus valores são expressos por atribu- +2,07+2,07+2,10+2,13+2,18 = 30,0
tos: sexo (masculino ou feminino), cor da pele, entre outros. Dize-
mos que estamos qualificando. Se dividirmos esse valor pelo número total de jogadores, obte-
Quantitativas – quando seus valores são expressos em núme- remos a média aritmética das alturas:
ros (salários dos operários, idade dos alunos, etc). Uma variável
quantitativa que pode assumir qualquer valor entre dois limites
recebe o nome de variável contínua; e uma variável que só pode
assumir valores pertencentes a um conjunto enumerável recebe o
nome de variável discreta. A média aritmética das alturas dos jogadores é 2,02m.

Fases do método estatístico Média Ponderada


— Coleta de dados: após cuidadoso planejamento e a devida A média dos elementos do conjunto numérico A relativa à adi-
determinação das características mensuráveis do fenômeno que se ção e na qual cada elemento tem um “determinado peso” é chama-
quer pesquisar, damos início à coleta de dados numéricos necessá- da média aritmética ponderada.
rios à sua descrição. A coleta pode ser direta e indireta.
— Crítica dos dados: depois de obtidos os dados, os mesmos
devem ser cuidadosamente criticados, à procura de possível falhas
e imperfeições, a fim de não incorrermos em erros grosseiros ou
de certo vulto, que possam influir sensivelmente nos resultados. A
crítica pode ser externa e interna. Mediana (Md)
— Apuração dos dados: soma e processamento dos dados ob- Sejam os valores escritos em rol: x1 , x2 , x3 , ... xn
tidos e a disposição mediante critérios de classificação, que pode
ser manual, eletromecânica ou eletrônica. Sendo n ímpar, chama-se mediana o termo xi tal que o núme-
— Exposição ou apresentação de dados: os dados devem ser ro de termos da sequência que precedem xi é igual ao número de
apresentados sob forma adequada (tabelas ou gráficos), tornando termos que o sucedem, isto é, xi é termo médio da sequência (xn)
mais fácil o exame daquilo que está sendo objeto de tratamento em rol.
estatístico. Sendo n par, chama-se mediana o valor obtido pela média arit-
— Análise dos resultados: realizadas anteriores (Estatística mética entre os termos xj e xj +1, tais que o número de termos que
Descritiva), fazemos uma análise dos resultados obtidos, através precedem xj é igual ao número de termos que sucedem xj +1, isto é,
dos métodos da Estatística Indutiva ou Inferencial, que tem por a mediana é a média aritmética entre os termos centrais da sequ-
base a indução ou inferência, e tiramos desses resultados conclu- ência (xn) em rol.
sões e previsões.
Editora
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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA
Exemplo 1: E para amostra
Determinar a mediana do conjunto de dados:
{12, 3, 7, 10, 21, 18, 23}

Solução:
Escrevendo os elementos do conjunto em rol, tem-se: (3, 7, 10, Exemplo 1:
12, 18, 21, 23). A mediana é o termo médio desse rol. Logo: Md=12 Em oito jogos, o jogador A, de bola ao cesto, apresentou o se-
Resposta: Md=12. guinte desempenho, descrito na tabela abaixo:

Exemplo 2: JOGO NÚMERO DE PONTOS


Determinar a mediana do conjunto de dados:
{10, 12, 3, 7, 18, 23, 21, 25}. 1 22
2 18
Solução:
Escrevendo-se os elementos do conjunto em rol, tem-se: 3 13
(3, 7, 10, 12, 18, 21, 23, 25). A mediana é a média aritmética 4 24
entre os dois termos centrais do rol.
5 26
Logo: 6 20
7 19
Resposta: Md=15
8 18
Moda (Mo)
Num conjunto de números: x1 , x2 , x3 , ... xn, chama-se moda a) Qual a média de pontos por jogo?
aquele valor que ocorre com maior frequência. b) Qual a variância do conjunto de pontos?

Observação: Solução:
A moda pode não existir e, se existir, pode não ser única. a) A média de pontos por jogo é:

Exemplo 1:
O conjunto de dados 3, 3, 8, 8, 8, 6, 9, 31 tem moda igual a 8,
isto é, Mo=8.

Exemplo 2:
O conjunto de dados 1, 2, 9, 6, 3, 5 não tem moda. b) A variância é:

Medidas de dispersão
Duas distribuições de frequência com medidas de tendência
central semelhantes podem apresentar características diversas.
Necessita-se de outros índices numéricas que informem sobre o
grau de dispersão ou variação dos dados em torno da média ou de
qualquer outro valor de concentração. Esses índices são chamados
medidas de dispersão. Desvio médio

Variância Definição
Há um índice que mede a “dispersão” dos elementos de um Medida da dispersão dos dados em relação à média de uma se-
conjunto de números em relação à sua média aritmética, e que é quência. Esta medida representa a média das distâncias entre cada
chamado de variância. Esse índice é assim definido: elemento da amostra e seu valor médio.
Seja o conjunto de números x1 , x2 , x3 , ... xn, tal que é sua
média aritmética. Chama-se variância desse conjunto, e indica-se
por , o número:

Desvio padrão
Definição
Seja o conjunto de números x1 , x2 , x3 , ... xn, tal que é sua mé-
dia aritmética. Chama-se desvio padrão desse conjunto, e indica-se
Isto é: por , o número:

Editora
77
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA
Isto é: Solução
a) O espaço amostral tem 8 elementos, pois cada lançamento,
há duas possibilidades.
2x2x2=8

b)
E={(C,C,C), (C,C,R),(C,R,C),(R,C,C),(R,R,C),(R,C,R),(C,R,R),(R,R,R)}
Exemplo:
As estaturas dos jogadores de uma equipe de basquetebol são: Probabilidade
2,00 m; 1,95 m; 2,10 m; 1,90 m e 2,05 m. Calcular: Considere um experimento aleatório de espaço amostral E com
a) A estatura média desses jogadores. n(E) amostras equiprováveis. Seja A um evento com n(A) amostras.
b) O desvio padrão desse conjunto de estaturas.

Solução:

Sendo a estatura média, temos:


Eventos complementares
Seja E um espaço amostral finito e não vazio, e seja A um even-
to de E. Chama-se complementar de A, e indica-se por , o evento
formado por todos os elementos de E que não pertencem a A.

Sendo o desvio padrão, tem-se:

Note que
PROBABILIDADE

Experimento Aleatório Exemplo


Qualquer experiência ou ensaio cujo resultado é imprevisível, Uma bola é retirada de uma urna que contém bolas coloridas.
por depender exclusivamente do acaso, por exemplo, o lançamento Sabe-se que a probabilidade de ter sido retirada uma bola vermelha
de um dado. é .Calcular a probabilidade de ter sido retirada uma bola que não
seja vermelha.
Espaço Amostral
Num experimento aleatório, o conjunto de todos os resultados Solução
possíveis é chamado espaço amostral, que se indica por E.
No lançamento de um dado, observando a face voltada para
cima, tem-se:
E={1,2,3,4,5,6}
São complementares.
No lançamento de uma moeda, observando a face voltada para
cima:
E={Ca,Co}

Evento Adição de probabilidades


É qualquer subconjunto de um espaço amostral. Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral E, finito e não
No lançamento de um dado, vimos que vazio. Tem-se:
E={1,2,3,4,5,6}

Esperando ocorrer o número 5, tem-se o evento {5}: Ocorrer


um número par, tem-se {2,4,6}.
Exemplo
Exemplo No lançamento de um dado, qual é a probabilidade de se obter
Considere o seguinte experimento: registrar as faces voltadas um número par ou menor que 5, na face superior?
para cima em três lançamentos de uma moeda.
a) Quantos elementos tem o espaço amostral? Solução
b) Descreva o espaço amostral. E={1,2,3,4,5,6} n(E)=6

Editora
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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA
Sejam os eventos Exemplo
A={2,4,6} n(A)=3 A sequência (2,7,12) é uma PA finita de razão 5:
B={1,2,3,4} n(B)=4 a1 = 2
a2 = 2 + 5 = 7
a3 = 7 + 5 = 12

Classificação
As progressões aritméticas podem ser classificadas de acordo
com o valor da razão r.
r < 0, PA decrescente
r > 0, PA crescente
r = 0, PA constante
Probabilidade Condicional
É a probabilidade de ocorrer o evento A dado que ocorreu o Propriedades das Progressões Aritméticas
evento B, definido por: -Qualquer termo de uma PA, a partir do segundo, é a média
aritmética entre o anterior e o posterior.

E={1,2,3,4,5,6}, n(E)=6 -A soma de dois termos equidistantes dos extremos é igual à


B={2,4,6} n(B)=3 soma dos extremos.
A={2} a1 + an = a2 + an-1 = a3 + an-2

Termo Geral da PA
Podemos escrever os elementos da PA(a1, a2, a3, ..., an,...) da
seguinte forma:
a2 = a1 + r
a3 = a2 + r = a1 + 2r
a4 = a3 + r = a1 + 3r

Eventos Simultâneos Observe que cada termo é obtido adicionando-se ao primeiro


Considerando dois eventos, A e B, de um mesmo espaço amos- número de razões r igual à posição do termo menos uma unidade.
tral, a probabilidade de ocorrer A e B é dada por: an = a1 + (n - 1)r

Soma dos Termos de uma Progressão Aritmética


Considerando a PA finita (6,10, 14, 18, 22, 26, 30, 34).
6 e 34 são extremos, cuja soma é 40

PROGRESSÃO ARITMÉTICA E GEOMÉTRICA

Numa PA finita, a soma de dois termos equidistantes dos extre-


Sequências mos é igual à soma dos extremos.
Sempre que estabelecemos uma ordem para os elementos de
um conjunto, de tal forma que cada elemento seja associado a uma Soma dos Termos
posição, temos uma sequência. Usando essa propriedade, obtemos a fórmula que permite cal-
O primeiro termo da sequência é indicado por a1,o segundo por cular a soma dos n primeiros termos de uma progressão aritmética.
a2, e o n-ésimo por an.

Termo Geral de uma Sequência


Algumas sequências podem ser expressas mediante uma lei de
formação. Isso significa que podemos obter um termo qualquer da
sequência a partir de uma expressão, que relaciona o valor do ter- Sn - Soma dos primeiros termos
mo com sua posição. a1 - primeiro termo
Para a posição n(n ϵ N*), podemos escrever an=f(n) an - enésimo termo
n - número de termos
Progressão Aritmética
Denomina-se progressão aritmética(PA) a sequência em que Exemplo
cada termo, a partir do segundo, é obtido adicionando-se uma Uma progressão aritmética finita possui 39 termos. O último é
constante r ao termo anterior. Essa constante r chama-se razão da igual a 176 e o central e igual a 81. Qual é o primeiro termo?
PA.
an = an-1 + r(n ≥ 2)
Editora
79
a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA
Solução Portanto, o termo geral é:
Como esta sucessão possui 39 termos, sabemos que o termo an = a1 . qn-1
central é o a20, que possui 19 termos à sua esquerda e mais 19 à sua
direita. Então temos os seguintes dados para solucionar a questão: Soma dos Termos de uma Progressão Geométrica Finita
Seja a PG finita (a1, a1q, a1q2, ...)de razão q e de soma dos ter-
mos Sn:

1º Caso: q=1
Sn = n . a 1

Sabemos também que a soma de dois termos equidistantes 2º Caso: q≠1


dos extremos de uma P.A. finita é igual à soma dos seus extremos.
Como esta P.A. tem um número ímpar de termos, então o termo
central tem exatamente o valor de metade da soma dos extremos.
Em notação matemática temos:
Exemplo
Dada a progressão geométrica (1, 3, 9, 27,..) calcular:
a) A soma dos 6 primeiros termos
b) O valor de n para que a soma dos n primeiros termos seja
29524

Solução:
a1 = 1; q = 3; n = 6

Assim sendo:
O primeiro termo desta sucessão é igual a -14.

Progressão Geométrica
Denomina-se progressão geométrica(PG) a sequência em que
se obtém cada termo, a partir do segundo, multiplicando o anterior
por uma constante q, chamada razão da PG.

Exemplo
Dada a sequência: (4, 8, 16)
a1 = 4
a2 = 4 . 2 = 8
a3 = 8 . 2 = 16

Classificação
As classificações geométricas são classificadas assim:
- Crescente: Quando cada termo é maior que o anterior. Isto Soma dos Termos de uma Progressão Geométrica Infinita
ocorre quando a1 > 0 e q > 1 ou quando a1 < 0 e 0 < q < 1.
- Decrescente: Quando cada termo é menor que o anterior. Isto 1º Caso:-1 < q < 1
ocorre quando a1 > 0 e 0 < q < 1 ou quando a1 < 0 e q > 1.
- Alternante: Quando cada termo apresenta sinal contrário ao
do anterior. Isto ocorre quando q < 0.
- Constante: Quando todos os termos são iguais. Isto ocorre
quando q = 1. Uma PG constante é também uma PA de razão r = 0. Quando a PG infinita possui soma finita, dizemos que a série é
A PG constante é também chamada de PG estacionaria. convergente.
- Singular: Quando zero é um dos seus termos. Isto ocorre
quando a1 = 0 ou q = 0. 2º Caso: |q| > 1
A PG infinita não possui soma finita, dizemos que a série é di-
Termo Geral da PG vergente
Pelo exemplo anterior, podemos perceber que cada termo é
obtido multiplicando-se o primeiro por uma potência cuja base é 3º Caso: |q| = 1
a razão. Note que o expoente da razão é igual à posição do termo Também não possui soma finita, portanto divergente
menos uma unidade.
Produto dos termos de uma PG finita
a2 = a1 . q2-1
a3 = a1 . q3-1

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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA
Observação importante: a taxa de juros e o tempo de aplica-
JUROS SIMPLES E COMPOSTOS ção devem ser referentes a um mesmo período. Ou seja, os dois
devem estar em meses, bimestres, trimestres, semestres, anos... O
que não pode ocorrer é um estar em meses e outro em anos, ou
Matemática Financeira qualquer outra combinação de períodos.
A Matemática Financeira possui diversas aplicações no atual
sistema econômico. Algumas situações estão presentes no cotidia- Dica: Essa fórmula J = C i n, lembra as letras das palavras “JU-
no das pessoas, como financiamentos de casa e carros, realizações ROS SIMPLES” e facilita a sua memorização.
de empréstimos, compras a crediário ou com cartão de crédito,
aplicações financeiras, investimentos em bolsas de valores, entre Outro ponto importante é saber que essa fórmula pode ser tra-
outras situações. Todas as movimentações financeiras são baseadas balhada de várias maneiras para se obter cada um de seus valores,
na estipulação prévia de taxas de juros. Ao realizarmos um emprés- ou seja, se você souber três valores, poderá conseguir o quarto, ou
timo a forma de pagamento é feita através de prestações mensais seja, como exemplo se você souber o Juros (J), o Capital Inicial (C)
acrescidas de juros, isto é, o valor de quitação do empréstimo é e a Taxa (i), poderá obter o Tempo de aplicação (n). E isso vale para
superior ao valor inicial do empréstimo. A essa diferença damos o qualquer combinação.
nome de juros.
Exemplo
Capital Maria quer comprar uma bolsa que custa R$ 85,00 à vista.
O Capital é o valor aplicado através de alguma operação finan- Como não tinha essa quantia no momento e não queria perder a
ceira. Também conhecido como: Principal, Valor Atual, Valor Pre- oportunidade, aceitou a oferta da loja de pagar duas prestações de
sente ou Valor Aplicado. Em inglês usa-se Present Value (indicado R$ 45,00, uma no ato da compra e outra um mês depois. A taxa de
pela tecla PV nas calculadoras financeiras). juros mensal que a loja estava cobrando nessa operação era de:
(A) 5,0%
Taxa de juros e Tempo (B) 5,9%
A taxa de juros indica qual remuneração será paga ao dinheiro (C) 7,5%
emprestado, para um determinado período. Ela vem normalmente (D) 10,0%
expressa da forma percentual, em seguida da especificação do perí- (E) 12,5%
odo de tempo a que se refere: Resposta Letra “e”.
8 % a.a. - (a.a. significa ao ano).
10 % a.t. - (a.t. significa ao trimestre). O juros incidiu somente sobre a segunda parcela, pois a pri-
meira foi à vista. Sendo assim, o valor devido seria R$40 (85-45) e a
Outra forma de apresentação da taxa de juros é a unitária, que parcela a ser paga de R$45.
é igual a taxa percentual dividida por 100, sem o símbolo %: Aplicando a fórmula M = C + J:
0,15 a.m. - (a.m. significa ao mês). 45 = 40 + J
0,10 a.q. - (a.q. significa ao quadrimestre) J=5
Aplicando a outra fórmula J = C i n:
Montante 5 = 40 X i X 1
Também conhecido como valor acumulado é a soma do Capi- i = 0,125 = 12,5%
tal Inicial com o juro produzido em determinado tempo.
Essa fórmula também será amplamente utilizada para resolver Juros Compostos
questões. o juro de cada intervalo de tempo é calculado a partir do saldo
M=C+J no início de correspondente intervalo. Ou seja: o juro de cada in-
M = montante tervalo de tempo é incorporado ao capital inicial e passa a render
C = capital inicial juros também.
J = juros
M=C+C.i.n Quando usamos juros simples e juros compostos?
M=C(1+i.n) A maioria das operações envolvendo dinheiro utilizajuros com-
postos. Estão incluídas: compras a médio e longo prazo, compras
Juros Simples com cartão de crédito, empréstimos bancários, as aplicações finan-
Chama-se juros simples a compensação em dinheiro pelo em- ceiras usuais como Caderneta de Poupança e aplicações em fundos
préstimo de um capital financeiro, a uma taxa combinada, por um de renda fixa, etc. Raramente encontramos uso para o regime de
prazo determinado, produzida exclusivamente pelo capital inicial. juros simples: é o caso das operações de curtíssimo prazo, e do pro-
Em Juros Simples a remuneração pelo capital inicial aplicado cesso de desconto simples de duplicatas.
é diretamente proporcional ao seu valor e ao tempo de aplicação.
A expressão matemática utilizada para o cálculo das situações O cálculo do montante é dado por:
envolvendo juros simples é a seguinte:
J = C i n, onde: M = C (1 + i)t
J = juros
C = capital inicial Exemplo
i = taxa de juros Calcule o juro composto que será obtido na aplicação de
n = tempo de aplicação (mês, bimestre, trimestre, semestre, R$25000,00 a 25% ao ano, durante 72 meses
ano...) C = 25000
i = 25%aa = 0,25
i = 72 meses = 6 anos
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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA
M = C (1 + i)t 5. (UNIRV/GO – AUXILIAR DE LABORATÓRIO – UNIRV-
M = 25000 (1 + 0,25)6 GO/2017) Num estacionamento encontram-se 18 motos, 15 tri-
M = 25000 (1,25)6 ciclos e alguns carros. Se Pedrinho contou um total de 269 rodas,
M = 95367,50 quantos carros tem no estacionamento?
(A) 45
M=C+J (B) 47
J = 95367,50 - 25000 = 70367,50 (C)50
(D) 52

6. (TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VU-


QUESTÕES NESP/2017) Sabe-se que 16 caixas K, todas iguais, ou 40 caixas Q,
todas também iguais, preenchem totalmente certo compartimento,
inicialmente vazio. Também é possível preencher totalmente esse
1. (PREFEITURA DE SALVADOR /BA - TÉCNICO DE NÍVEL mesmo compartimento completamente vazio utilizando 4 caixas K
SUPERIOR II - DIREITO – FGV/2017) Em um concurso, há 150 can- mais certa quantidade de caixas Q. Nessas condições, é correto afir-
didatos em apenas duas categorias: nível superior e nível médio. mar que o número de caixas Q utilizadas será igual a
Sabe-se que: (A) 10.
• dentre os candidatos, 82 são homens; (B) 28.
• o número de candidatos homens de nível superior é igual ao (C) 18.
de mulheres de nível médio; (D) 22.
• dentre os candidatos de nível superior, 31 são mulheres. (E) 30.

O número de candidatos homens de nível médio é 7. (MPE/GO – OFICIAL DE PROMOTORIA – MPEGO/2017)


(A) 42. Durante 90 dias, 12 operários constroem uma loja. Qual o número
(B) 45. mínimo de operários necessários para fazer outra loja igual em 60
(C) 48. dias?
(D) 50. (A) 8 operários.
(E) 52. (B) 18 operários.
(C) 14 operários.
2. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA - MS- (D) 22 operários.
CONCURSOS/2017) Raoni, Ingrid, Maria Eduarda, Isabella e José (E) 25 operários
foram a uma prova de hipismo, na qual ganharia o competidor que
obtivesse o menor tempo final. A cada 1 falta seriam incrementados 8. (CRM/MG – TÉCNICO EM INFORMÁTICA- FUNDEP/2017)
6 segundos em seu tempo final. Ingrid fez 1’10” com 1 falta, Maria Veja, a seguir, a oferta da loja Magazine Bom Preço:
Eduarda fez 1’12” sem faltas, Isabella fez 1’07” com 2 faltas, Raoni Aproveite a Promoção!
fez 1’10” sem faltas e José fez 1’05” com 1 falta. Verificando a colo- Forno Micro-ondas
cação, é correto afirmar que o vencedor foi: De R$ 720,00
(A) José Por apenas R$ 504,00
(B) Isabella
(C) Maria Eduarda Nessa oferta, o desconto é de:
(D) Raoni (A) 70%.
(B) 50%.
3. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA - MS- (C) 30%.
CONCURSOS/2017) O valor de √0,444... é: (D) 10%.
(A) 0,2222...
(B) 0,6666... 9. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FAURGS/2017) Na Pes-
(C) 0,1616... quisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, realizada pelo
(D) 0,8888... Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram obtidos
os dados da taxa de desocupação da população em idade para tra-
4. (EMBASA – ASSISTENTE DE LABORATÓRIO – IBFC/2017) balhar. Esses dados, em porcentagem, encontram-se indicados na
Um marceneiro possui duas barras de ferro, uma com 1,40 metros apresentação gráfica abaixo, ao longo de trimestres de 2014 a 2017.
de comprimento e outra com 2,45 metros de comprimento. Ele pre-
tende cortá-las em barras de tamanhos iguais, de modo que cada
pedaço tenha a maior medida possível. Nessas circunstâncias, o to-
tal de pedaços que o marceneiro irá cortar, utilizando as duas de
ferro, é:
(A) 9
(B) 11
(C) 12
(D) 13

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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA
Dentre as alternativas abaixo, assinale a que apresenta a me- (D) 1/12
lhor aproximação para o aumento percentual da taxa de desocupa- (E) ¼
ção do primeiro trimestre de 2017 em relação à taxa de desocupa-
ção do primeiro trimestre de 2014. 14. (FCEP – TÉCNICO ARTÍSTICO – AMAUC/2017) Considere a
(A) 15%. equação do 1º grau: 2(x - 2) = 3(x/3 + 4) . A raiz da equação é o segundo
(B) 25%. termo de uma Progressão Aritmética (P.A.). O primeiro termo da P.A. cor-
(C) 50%. responde aos 3/4 da raiz da equação. O valor do décimo termo da P.A. é:
(D) 75%. (A) 48
(E) 90%. (B)36
(C) 32
10. (IPRESB/SP - ANALISTA DE PROCESSOS PREVIDENCIÁ- (D) 28
RIOS- VUNESP/2017) Um terreno retangular ABCD, com 40 m de (E) 24
largura por 60 m de comprimento, foi dividido em três lotes, con-
forme mostra a figura. 15. (POLICIA CIENTIFICA – PERITO CRIMINAL – IBFC/2017)
Assinale a alternativa correta. Uma empresa recebeu um emprésti-
mo bancário de R$ 120.000,00 por 1 ano, pagando o montante de
R$ 180.000,00. A taxa anual de juros desse empréstimo foi de:
(A) 0,5% ao ano
(B) 5 % ao ano
(C) 5,55 % ao ano
(D) 150% ao ano
(E) 50% ao ano

GABARITO

Sabendo-se que EF = 36 m e que a área do lote 1 é 864 m², o 1. Resposta: B.


perímetro do lote 2 é 150-82=68 mulheres
(A) 100 m. Como 31 mulheres são candidatas de nível superior, 37 são de
(B) 108 m. nível médio.
(C) 112 m. Portanto, há 37 homens de nível superior.
(D) 116 m. 82-37=45 homens de nível médio.
(E) 120 m.
2. Resposta: D.
11. (TJ/RS - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FAURGS/2017) Uma lo- Como o tempo de Raoni foi 1´10” sem faltas, ele foi o vencedor.
cadora de automóveis oferece dois planos de aluguel de carros a
seus clientes: 3. Resposta: B.
Plano A: diária a R$ 120,00, com quilometragem livre. Primeiramente, vamos transformar a dízima em fração
Plano B: diária a R$ 90,00, mais R$ 0,40 por quilômetro rodado. X=0,4444....
Alugando um automóvel, nesta locadora, quantos quilômetros 10x=4,444...
precisam ser rodados para que o valor do aluguel pelo Plano A seja 9x=4
igual ao valor do aluguel pelo Plano B?
(A) 30.
(B) 36.
(C) 48.
(D) 75.
(E) 84.

12. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Tomando os al-


garismos 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7, quantos números pares de 4 algarismos 4. Resposta: B.
distintos podem ser formados?
(A) 120. 140 2 245 5
(B) 210.
(C) 360. 70 2 49 7
(D) 630. 35 5 7 7
(E) 840.
7 7 1
13. (UPE – TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO – UPENET/2017) 1
Qual a probabilidade de, lançados simultaneamente dois dados ho-
nestos, a soma dos resultados ser igual ou maior que 10? Mdc=5.7=35
(A) 1/18 140/35=4
(B) 1/36 245/35=7
(C) 1/6 Portanto, serão 11 pedaços.

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MATEMÁTICA
5. Resposta: B.
Vamos fazer a conta de rodas:
Motos tem 2 rodas, triciclos 3 e carros 4
18⋅2+15⋅3+x⋅4=269
4x=269-36-45
4x=188
X=47 96h=1728
H=18
6. Resposta: E
Se, com 16 caixas K, fica cheio e já foram colocadas 4 caixa, Como I é um triângulo:
faltam 12 caixas K, mas queremos colocar as caixas Q, então vamos 60-36=24
ver o equivalente de 12 caixas K X²=24²+18²
X²=576+324
X²=900
X=30
Como h=18 e AD é 40, EG=22
Q=30 caixas
Perímetro lote 2: 40+22+24+30=116
7. Resposta: B
11. Resposta: D.
OPERÁRIOS dias 90+0,4x=120
0,4x=30
12 ----- 90 X=75km
X ----- 60
12. Resposta: C.
Quanto mais operários, menos dias (inversamente proporcio- __ ___ __ __
nal) 6. 5.4. 3=360

13. Resposta: C.
P=6x6=36
60x=1080 Pra ser maior ou igual a 10:
X=18 4+6
5+5
8. Resposta: C. 5+6
6+4
6+5
6+6

Ou seja, ele pagou 70% do produto, o desconto foi de 30%.


OBS: muito cuidado nesse tipo de questão, para não errar con-
forme a pergunta feita.
14. Resposta: A
9. Resposta: E. Raiz da equação:
13,7/7,2=1,90 2x-4=x+12
Houve um aumento de 90%. X=16 é 0 segundo termo da PA

10. Resposta: D Primeiro termo:

PA
(12,16,...)
R=16-12=4

a10 = a1 + 9r
a10 = 12 + 36 = 48

15. Resposta: E
M=C(1+i)t
180000=120000(1+i)
180000=120000+120000i
60000=120000i
i=0,5=50%
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA

SISTEMA OPERACIONAL E SOFTWARE

Pasta
São estruturas que dividem o disco em várias partes de tamanhos variados as quais podem pode armazenar arquivos e outras pastas
(subpastas)1.

Arquivo
É a representação de dados/informações no computador os quais ficam dentro das pastas e possuem uma extensão que identifica o
tipo de dado que ele representa.

Extensões de arquivos

EXTENSÃO TIPO
.jpg, .jpeg, .png, .bpm, .gif, ... Imagem
.xls, .xlsx, .xlsm, ... Planilha
.doc, .docx, .docm, ... Texto formatado
.txt Texto sem formatação
.mp3, .wma, .aac, .wav, ... Áudio
.mp4, .avi, rmvb, .mov, ... Vídeo
.zip, .rar, .7z, ... Compactadores
.ppt, .pptx, .pptm, ... Apresentação
.exe Executável
.msl, ... Instalador

Existem vários tipos de arquivos como arquivos de textos, arquivos de som, imagem, planilhas, etc. Alguns arquivos são universais
podendo ser aberto em qualquer sistema. Mas temos outros que dependem de um programa específico como os arquivos do Corel Draw
que necessita o programa para visualizar. Nós identificamos um arquivo através de sua extensão. A extensão são aquelas letras que ficam
no final do nome do arquivo.
Exemplos:
.txt: arquivo de texto sem formatação.
.html: texto da internet.
.rtf: arquivo do WordPad.
.doc e .docx: arquivo do editor de texto Word com formatação.

1 https://docente.ifrn.edu.br/elieziosoares/disciplinas/informatica/aula-05-manipulacao-de-arquivos-e-pastas
Editora
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
É possível alterar vários tipos de arquivos, como um documento do Word (.docx) para o PDF (.pdf) como para o editor de texto do
LibreOffice (.odt). Mas atenção, tem algumas extensões que não são possíveis e caso você tente poderá deixar o arquivo inutilizável.

Nomenclatura dos arquivos e pastas


Os arquivos e pastas devem ter um nome o qual é dado no momento da criação. Os nomes podem conter até 255 caracteres (letras,
números, espaço em branco, símbolos), com exceção de / \ | > < * : “ que são reservados pelo sistema operacional.
Bibliotecas
Criadas para facilitar o gerenciamento de arquivos e pastas, são um local virtual que agregam conteúdo de múltiplos locais em um só.
Estão divididas inicialmente em 4 categorias:
– Documentos;
– Imagens;
– Músicas;
– Vídeos.

Windows Explorer
O Windows Explorer é um gerenciador de informações, arquivos, pastas e programas do sistema operacional Windows da Microsoft2.
Todo e qualquer arquivo que esteja gravado no seu computador e toda pasta que exista nele pode ser vista pelo Windows Explorer.
Possui uma interface fácil e intuitiva.
Na versão em português ele é chamado de Gerenciador de arquivo ou Explorador de arquivos.
O seu arquivo é chamado de Explorer.exe
Normalmente você o encontra na barra de tarefas ou no botão Iniciar > Programas > Acessórios.

2 https://centraldefavoritos.com.br/2019/06/05/conceitos-de-organizacao-e-de-gerenciamento-de-informacoes-arquivos-pastas-e-programas/
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
Na parte de cima do Windows Explorer você terá acesso a muitas funções de gerenciamento como criar pastas, excluir, renomear, ex-
cluir históricos, ter acesso ao prompt de comando entre outras funcionalidades que aparecem sempre que você selecionar algum arquivo.
A coluna do lado esquerdo te dá acesso direto para tudo que você quer encontrar no computador. As pastas mais utilizadas são as de
Download, documentos e imagens.

Operações básicas com arquivos do Windows Explorer


• Criar pasta: clicar no local que quer criar a pasta e clicar com o botão direito do mouse e ir em novo > criar pasta e nomear ela. Você
pode criar uma pasta dentro de outra pasta para organizar melhor seus arquivos. Caso você queira salvar dentro de uma mesma pasta um
arquivo com o mesmo nome, só será possível se tiver extensão diferente. Ex.: maravilha.png e maravilha.doc
Independente de uma pasta estar vazia ou não, ela permanecerá no sistema mesmo que o computador seja reiniciado
• Copiar: selecione o arquivo com o mouse e clique Ctrl + C e vá para a pasta que quer colar a cópia e clique Ctrl +V. Pode também
clicar com o botão direito do mouse selecionar copiar e ir para o local que quer copiar e clicar novamente como o botão direito do mouse
e selecionar colar.
• Excluir: pode selecionar o arquivo e apertar a tecla delete ou clicar no botão direito do mouse e selecionar excluir
• Organizar: você pode organizar do jeito que quiser como, por exemplo, ícones grandes, ícones pequenos, listas, conteúdos, lista com
detalhes. Estas funções estão na barra de cima em exibir ou na mesma barra do lado direito.
• Movimentar: você pode movimentar arquivos e pastas clicando Ctrl + X no arquivo ou pasta e ir para onde você quer colar o arquivo
e Clicar Ctrl + V ou clicar com o botão direito do mouse e selecionar recortar e ir para o local de destino e clicar novamente no botão direito
do mouse e selecionar colar.

Localizando Arquivos e Pastas


No Windows Explorer tem duas:
Tem uma barra de pesquisa acima na qual você digita o arquivo ou pasta que procura ou na mesma barra tem uma opção de Pesquisar.
Clicando nesta opção terão mais opções para você refinar a sua busca.

Arquivos ocultos
São arquivos que normalmente são relacionados ao sistema. Eles ficam ocultos (invisíveis) por que se o usuário fizer alguma alteração,
poderá danificar o Sistema Operacional.
Apesar de estarem ocultos e não serem exibido pelo Windows Explorer na sua configuração padrão, eles ocupam espaço no disco.

WINDOWS 10

Lançado em 2015, O Windows 10 chega ao mercado com a proposta ousada, juntar todos os produtos da Microsoft em uma única
plataforma. Além de desktops e notebooks, essa nova versão equipará smartphones, tablets, sistemas embarcados, o console Xbox One e
produtos exclusivos, como o Surface Hub e os óculos de realidade aumentada HoloLens3.

Versões do Windows 10

– Windows 10 Home: edição do sistema operacional voltada para os consumidores domésticos que utilizam PCs (desktop e note-
book), tablets e os dispositivos “2 em 1”.
– Windows 10 Pro: o Windows 10 Pro também é voltado para PCs (desktop e notebook), tablets e dispositivos “2 em 1”, mas traz
algumas funcionalidades extras em relação ao Windows 10 Home, os quais fazem com que essa edição seja ideal para uso em pequenas
empresas, apresentando recursos para segurança digital, suporte remoto, produtividade e uso de sistemas baseados na nuvem.

3 https://estudioaulas.com.br/img/ArquivosCurso/materialDemo/SlideDemo-4147.pdf
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INFORMÁTICA
– Windows 10 Enterprise: construído sobre o Windows 10 Pro, o Windows 10 Enterprise é voltado para o mercado corporativo. Os
alvos dessa edição são as empresas de médio e grande porte, e o Sistema apresenta capacidades que focam especialmente em tecnologias
desenvolvidas no campo da segurança digital e produtividade.
– Windows 10 Education: Construída a partir do Windows 10 Enterprise, essa edição foi desenvolvida para atender as necessidades
do meio escolar.
– Windows 10 Mobile: o Windows 10 Mobile é voltado para os dispositivos de tela pequena cujo uso é centrado no touchscreen,
como smartphones e tabletsa
– Windows 10 Mobile Enterprise: também voltado para smartphones e pequenos tablets, o Windows 10 Mobile Enterprise tem como
objetivo entregar a melhor experiência para os consumidores que usam esses dispositivos para trabalho.
– Windows 10 IoT: edição para dispositivos como caixas eletrônicos, terminais de autoatendimento, máquinas de atendimento para
o varejo e robôs industriais – todas baseadas no Windows 10 Enterprise e Windows 10 Mobile Enterprise.
– Windows 10 S: edição otimizada em termos de segurança e desempenho, funcionando exclusivamente com aplicações da Loja
Microsoft.
– Windows 10 Pro – Workstation: como o nome sugere, o Windows 10 Pro for Workstations é voltado principalmente para uso pro-
fissional mais avançado em máquinas poderosas com vários processadores e grande quantidade de RAM.

Área de Trabalho (pacote aero)


Aero é o nome dado a recursos e efeitos visuais introduzidos no Windows a partir da versão 7.

Área de Trabalho do Windows 10.4

4 https://edu.gcfglobal.org/pt/tudo-sobre-o-windows-10/sobre-a-area-de-trabalho-do-windows-10/1/
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
Aero Glass (Efeito Vidro)
Recurso que deixa janelas, barras e menus transparentes, parecendo um vidro.

Efeito Aero Glass.5

Aero Flip (Alt+Tab)


Permite a alternância das janelas na área de trabalho, organizando-as de acordo com a preferência de uso.

Efeito Aero Flip.

5 https://www.tecmundo.com.br/windows-10/64159-efeito-aero-glass-lancado-mod-windows-10.htm
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
Aero Shake (Win+Home)
Ferramenta útil para quem usa o computador com multitarefas. Ao trabalhar com várias janelas abertas, basta “sacudir” a janela
ativa, clicando na sua barra de título, que todas as outras serão minimizadas, poupando tempo e trabalho. E, simplesmente, basta sacudir
novamente e todas as janelas serão restauradas.

Efeito Aero Shake (Win+Home)

Aero Snap (Win + Setas de direção do teclado)


Recurso que permite melhor gerenciamento e organização das janelas abertas.
Basta arrastar uma janela para o topo da tela e a mesma é maximizada, ou arrastando para uma das laterais a janela é dividida de
modo a ocupar metade do monitor.

Efeito Aero Snap.


Aero Peek (Win+Vírgula – Transparência / Win+D – Minimizar Tudo)
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
O Aero Peek (ou “Espiar área de trabalho”) permite que o usuário possa ver rapidamente o desktop. O recurso pode ser útil quando
você precisar ver algo na área de trabalho, mas a tela está cheia de janelas abertas. Ao usar o Aero Peek, o usuário consegue ver o que
precisa, sem precisar fechar ou minimizar qualquer janela. Recurso pode ser acessado por meio do botão Mostrar área de trabalho (parte
inferior direita do Desktop). Ao posicionar o mouse sobre o referido botão, as janelas ficam com um aspecto transparente. Ao clicar sobre
ele, as janelas serão minimizadas.

Efeito Aero Peek.

Menu Iniciar
Algo que deixou descontente grande parte dos usuários do Windows 8 foi o sumiço do Menu Iniciar.
O novo Windows veio com a missão de retornar com o Menu Iniciar, o que aconteceu de fato. Ele é dividido em duas partes: na direita,
temos o padrão já visto nos Windows anteriores, como XP, Vista e 7, com a organização em lista dos programas. Já na direita temos uma
versão compacta da Modern UI, lembrando muito os azulejos do Windows Phone 8.

Menu Iniciar no Windows 10.6

6 https://pplware.sapo.pt/microsoft/windows/windows-10-5-dicas-usar-melhor-menu-iniciar
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
Nova Central de Ações
A Central de Ações é a nova central de notificações do Windows 10. Ele funciona de forma similar à Central de Ações das versões an-
teriores e também oferece acesso rápido a recursos como modo Tablet, Bloqueio de Rotação, Luz noturna e VPN.

Central de ações do Windows 10.7

Paint 3D
O novo App de desenhos tem recursos mais avançados, especialmente para criar objetos em três dimensões. As ferramentas antigas
de formas, linhas e pintura ainda estão lá, mas o design mudou e há uma seleção extensa de funções que prometem deixar o programa
mais versátil.
Para abrir o Paint 3D clique no botão Iniciar ou procure por Paint 3D na caixa de pesquisa na barra de tarefas.

Paint 3D.

7 Fonte: https://support.microsoft.com/pt-br/help/4026791/windows-how-to-open-action-center
Editora
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INFORMÁTICA
Cortana
Cortana é um/a assistente virtual inteligente do sistema operacional Windows 10.
Além de estar integrada com o próprio sistema operacional, a Cortana poderá atuar em alguns aplicativos específicos. Esse é o caso
do Microsoft Edge, o navegador padrão do Windows 10, que vai trazer a assistente pessoal como uma de suas funcionalidades nativas. O
assistente pessoal inteligente que entende quem você é, onde você está e o que está fazendo. O Cortana pode ajudar quando for solicita-
do, por meio de informações-chave, sugestões e até mesmo executá-las para você com as devidas permissões.
Para abrir a Cortana selecionando a opção na Barra de Tarefas. Podendo teclar ou falar o
tema que deseja.

Cortana no Windows 10.8

Microsot Edge
O novo navegador do Windows 10 veio para substituir o Internet Explorer como o browser-padrão do sistema operacional da Mi-
crosoft. O programa tem como características a leveza, a rapidez e o layout baseado em padrões da web, além da remoção de suporte a
tecnologias antigas, como o ActiveX e o Browser Helper Objects.
Dos destaques, podemos mencionar a integração com serviços da Microsoft, como a assistente de voz Cortana e o serviço de armaze-
namento na nuvem OneDrive, além do suporte a ferramentas de anotação e modo de leitura.
O Microsoft Edge é o primeiro navegador que permite fazer anotações, escrever, rabiscar e realçar diretamente em páginas da Web.
Use a lista de leitura para salvar seus artigos favoritos para mais tarde e lê-los no modo de leitura . Focalize guias abertas para visu-
alizá-las e leve seus favoritos e sua lista de leitura com você quando usar o Microsoft Edge em outro dispositivo.
O Internet Explorer 11, ainda vem como acessório do Windows 10. Devendo ser descontinuado nas próximas atualizações.
Para abrir o Edge clique no botão Iniciar , Microsoft Edge ou clique no ícone na barra de tarefas.

Microsoft Edge no Windows 10.

8 https://www.tecmundo.com.br/cortana/76638-cortana-ganhar-novo-visual-windows-10-rumor.htm
Editora
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INFORMÁTICA
Windows Hello
O Windows Hello funciona com uma tecnologia de credencial chamada Microsoft Passport, mais fácil, mais prática e mais segura do
que usar uma senha, porque ela usa autenticação biométrica. O usuário faz logon usando face, íris, impressão digital, PIN, bluetooth do
celular e senha com imagem.
Para acessar o Windows Hello, clique no botão , selecione Configurações > Contas > Opções de entrada. Ou procure por
Hello ou Configurações de entrada na barra de pesquisa.

Windows Hello.

Bibliotecas
As Bibliotecas são um recurso do Windows 10 que permite a exibição consolidada de arquivos relacionados em um só local. Você pode
pesquisar nas Bibliotecas para localizar os arquivos certos rapidamente, até mesmo quando esses arquivos estão em pastas, unidades
ou em sistemas diferentes (quando as pastas são indexadas nos sistemas remotos ou armazenadas em cache localmente com Arquivos
Offline).

Tela Bibliotecas no Windows 10.9


9 https://agorafunciona.wordpress.com/2017/02/12/como-remover-as-pastas-imagens-da-camera-e-imagens-salvas
Editora
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INFORMÁTICA
One Drive
O OneDrive é serviço um de armazenamento e compartilhamento de arquivos da Microsoft. Com o Microsoft OneDrive você pode
acessar seus arquivos em qualquer lugar e em qualquer dispositivo.
O OneDrive é um armazenamento on-line gratuito que vem com a sua conta da Microsoft. É como um disco rígido extra que está
disponível para todos os dispositivos que você usar.

OneDivre.10

Manipulação de Arquivos
É um conjunto de informações nomeadas, armazenadas e organizadas em uma mídia de armazenamento de dados. O arquivo está
disponível para um ou mais programas de computador, sendo essa relação estabelecida pelo tipo de arquivo, identificado pela extensão
recebida no ato de sua criação ou alteração.
Há arquivos de vários tipos, identificáveis por um nome, seguido de um ponto e um sufixo com três (DOC, XLS, PPT) ou quatro letras
(DOCX, XLSX), denominado extensão. Assim, cada arquivo recebe uma denominação do tipo arquivo.extensão. Os tipos mais comuns são
arquivos de programas (executavel.exe), de texto (texto.docx), de imagens (imagem.bmp, eu.jpg), planilhas eletrônicas (tabela.xlsx) e
apresentações (monografia.pptx).

Pasta
As pastas ou diretórios: não contém informação propriamente dita e sim arquivos ou mais pastas. A função de uma pasta é organizar
tudo o que está dentro das unidades.
O Windows utiliza as pastas do computador para agrupar documentos, imagens, músicas, aplicações, e todos os demais tipos de
arquivos existentes.
Para visualizar a estrutura de pastas do disco rígido, bem como os arquivos nela armazenados, utiliza-se o Explorador de Arquivos.

Manipulação de arquivos e/ou pastas (Recortar/Copiar/Colar)


Existem diversas maneiras de manipular arquivos e/ou pastas.
1. Através dos botões RECORTAR, COPIAR E COLAR. (Mostrados na imagem acima – Explorador de arquivos).
2. Botão direito do mouse.
3. Selecionando e arrastando com o uso do mouse (Atenção com a letra da unidade e origem e destino).

10 Fonte: https://tecnoblog.net/286284/como-alterar-o-local-da-pasta-do-onedrive-no-windows-10
Editora
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INFORMÁTICA

Central de Segurança do Windows Defender


A Central de Segurança do Windows Defender fornece a área de proteção contra vírus e ameaças.
Para acessar a Central de Segurança do Windows Defender, clique no botão , selecione Configurações > Atualização e seguran-
ça > Windows Defender. Ou procure por Windows Defender na barra de pesquisa.

Windows Defender.11

Lixeira
A Lixeira armazena temporariamente arquivos e/ou pastas excluídos das unidades internas do computador (c:\).
Para enviar arquivo para a lixeira:
- Seleciona-lo e pressionar a tecla DEL.
- Arrasta-lo para a lixeira.
- Botão direito do mouse sobre o arquivo, opção excluir.
- Seleciona-lo e pressionar CTRL+D.

Arquivos apagados permanentemente:


- Arquivos de unidades de rede.
- Arquivos de unidades removíveis (pen drive, ssd card...).
- Arquivos maiores do que a lixeira. (Tamanho da lixeira é mostrado em MB (megabytes) e pode variar de acordo com o tamanho do
HD (disco rígido) do computador).
- Deletar pressionando a tecla SHIFT.
11 Fonte: https://answers.microsoft.com/pt-br/protect/forum/all/central-de-seguran%C3%A7a-do-windows-defender/9ae1b77e-de-
7c-4ee7-b90f-4bf76ad529b1
Editora
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INFORMÁTICA
- Desabilitar a lixeira (Propriedades). Com o passar do tempo, e com o sucesso que a rede foi tendo,
o número de adesões foi crescendo continuamente. Como nesta
Para acessar a Lixeira, clique no ícone correspondente na época, o computador era extremamente difícil de lidar, somente al-
área de trabalho do Windows 10. gumas instituições possuíam internet.
No entanto, com a elaboração de softwares e interfaces cada
Outros Acessórios do Windows 10 vez mais fáceis de manipular, as pessoas foram se encorajando a
participar da rede. O grande atrativo da internet era a possibilida-
Existem outros, outros poderão ser lançados e incrementados, de de se trocar e compartilhar ideias, estudos e informações com
mas os relacionados a seguir são os mais populares: outras pessoas que, muitas vezes nem se conhecia pessoalmente.
– Alarmes e relógio.
– Assistência Rápida. Conectando-se à Internet
– Bloco de Notas. Para se conectar à Internet, é necessário que se ligue a uma
– Calculadora. rede que está conectada à Internet. Essa rede é de um provedor de
– Calendário. acesso à internet. Assim, para se conectar você liga o seu computa-
– Clima. dor à rede do provedor de acesso à Internet; isto é feito por meio
– E-mail. de um conjunto como modem, roteadores e redes de acesso (linha
– Facilidade de acesso (ferramenta destinada a deficientes fí- telefônica, cabo, fibra-ótica, wireless, etc.).
sicos).
– Ferramenta de Captura. World Wide Web
– Gravador de passos. A web nasceu em 1991, no laboratório CERN, na Suíça. Seu
– Internet Explorer. criador, Tim Berners-Lee, concebeu-a unicamente como uma lin-
– Mapas. guagem que serviria para interligar computadores do laboratório e
– Mapa de Caracteres. outras instituições de pesquisa, e exibir documentos científicos de
– Paint. forma simples e fácil de acessar.
– Windows Explorer. Hoje é o segmento que mais cresce. A chave do sucesso da
– WordPad. World Wide Web é o hipertexto. Os textos e imagens são interli-
– Xbox. gados por meio de palavras-chave, tornando a navegação simples
e agradável.
Principais teclas de atalho
CTRL + F4: fechar o documento ativo. Protocolo de comunicação
CTRL + R ou F5: atualizar a janela. Transmissão e fundamentalmente por um conjunto de proto-
CTRL + Y: refazer. colos encabeçados pelo TCP/IP. Para que os computadores de uma
CTRL + ESC: abrir o menu iniciar. rede possam trocar informações entre si é necessário que todos os
CTRL + SHIFT + ESC: gerenciador de tarefas. computadores adotem as mesmas regras para o envio e o recebi-
WIN + A: central de ações. mento de informações. Este conjunto de regras é conhecido como
WIN + C: cortana. Protocolo de Comunicação. No protocolo de comunicação estão de-
WIN + E: explorador de arquivos. finidas todas as regras necessárias para que o computador de desti-
WIN + H: compartilhar. no, “entenda” as informações no formato que foram enviadas pelo
WIN + I: configurações. computador de origem.
WIN + L: bloquear/trocar conta. Existem diversos protocolos, atualmente a grande maioria das
WIN + M: minimizar as janelas. redes utiliza o protocolo TCP/IP já que este é utilizado também na
WIN + R: executar. Internet.
WIN + S: pesquisar. O protocolo TCP/IP acabou se tornando um padrão, inclusive
WIN + “,”: aero peek. para redes locais, como a maioria das redes corporativas hoje tem
WIN + SHIFT + M: restaurar as janelas. acesso Internet, usar TCP/IP resolve a rede local e também o acesso
WIN + TAB: task view (visão de tarefas). externo.
WIN + HOME: aero shake.
ALT + TAB: alternar entre janelas. TCP / IP
WIN + X: menu de acesso rápido. Sigla de Transmission Control Protocol/Internet Protocol (Pro-
F1: ajuda. tocolo de Controle de Transmissão/Protocolo Internet).
Embora sejam dois protocolos, o TCP e o IP, o TCP/IP aparece
nas literaturas como sendo:
- O protocolo principal da Internet;
INTERNET: NAVEGAÇÃO NA INTERNET, CONCEITOS DE - O protocolo padrão da Internet;
URL, LINKS, SITES, BUSCA E IMPRESSÃO DE PÁGINAS - O protocolo principal da família de protocolos que dá suporte
ao funcionamento da Internet e seus serviços.
Internet
A Internet é uma rede mundial de computadores interligados Considerando ainda o protocolo TCP/IP, pode-se dizer que:
através de linhas de telefone, linhas de comunicação privadas, ca- A parte TCP é responsável pelos serviços e a parte IP é respon-
bos submarinos, canais de satélite, etc12. Ela nasceu em 1969, nos sável pelo roteamento (estabelece a rota ou caminho para o trans-
Estados Unidos. Interligava originalmente laboratórios de pesquisa porte dos pacotes).
e se chamava ARPAnet (ARPA: Advanced Research Projects Agency).
12 https://cin.ufpe.br/~macm3/Folders/Apostila%20Internet%20-%20
Avan%E7ado.pdf
Editora
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INFORMÁTICA
Domínio O recurso mais comum que o navegador traduz é o HTML, uma
Se não fosse o conceito de domínio quando fossemos acessar linguagem de marcação para criar páginas na web e para ser inter-
um determinado endereço na web teríamos que digitar o seu en- pretado pelos navegadores.
dereço IP. Por exemplo: para acessar o site do Google ao invés de Eles também podem reconhecer arquivos em formato PDF,
você digitar www.google.com você teria que digitar um número IP imagens e outros tipos de dados.
– 74.125.234.180. Essas ferramentas traduzem esses tipos de solicitações por
É através do protocolo DNS (Domain Name System), que é pos- meio das URLs, ou seja, os endereços eletrônicos que digitamos na
sível associar um endereço de um site a um número IP na rede. parte superior dos navegadores para entrarmos numa determinada
O formato mais comum de um endereço na Internet é algo como página.
http://www.empresa.com.br, em que: Abaixo estão outros recursos de um navegador de internet:
www: (World Wide Web): convenção que indica que o ende- – Barra de Endereço: é o espaço em branco que fica localiza-
reço pertence à web. do no topo de qualquer navegador. É ali que o usuário deve digitar
empresa: nome da empresa ou instituição que mantém o ser- a URL (ou domínio ou endereço eletrônico) para acessar qualquer
viço. página na web.
com: indica que é comercial. – Botões de Início, Voltar e Avançar: botões clicáveis básicos
br: indica que o endereço é no Brasil. que levam o usuário, respectivamente, ao começo de abertura do
navegador, à página visitada antes ou à página visitada seguinte.
URL – Favoritos: é a aba que armazena as URLs de preferência do
Um URL (de Uniform Resource Locator), em português, Locali- usuário. Com um único simples, o usuário pode guardar esses en-
zador-Padrão de Recursos, é o endereço de um recurso (um arqui- dereços nesse espaço, sendo que não existe uma quantidade limite
vo, uma impressora etc.), disponível em uma rede; seja a Internet, de links. É muito útil para quando você quer acessar as páginas mais
ou uma rede corporativa, uma intranet. recorrentes da sua rotina diária de tarefas.
Uma URL tem a seguinte estrutura: protocolo://máquina/ca- – Atualizar: botão básico que recarrega a página aberta naque-
minho/recurso. le momento, atualizando o conteúdo nela mostrado. Serve para
mostrar possíveis edições, correções e até melhorias de estrutura
HTTP no visual de um site. Em alguns casos, é necessário limpar o cache
É o protocolo responsável pelo tratamento de pedidos e res- para mostrar as atualizações.
postas entre clientes e servidor na World Wide Web. Os endereços – Histórico: opção que mostra o histórico de navegação do
web sempre iniciam com http:// (http significa Hypertext Transfer usuário usando determinado navegador. É muito útil para recupe-
Protocol, Protocolo de transferência hipertexto). rar links, páginas perdidas ou revisitar domínios antigos. Pode ser
apagado, caso o usuário queira.
Hipertexto – Gerenciador de Downloads: permite administrar os downlo-
São textos ou figuras que possuem endereços vinculados a ads em determinado momento. É possível ativar, cancelar e pausar
eles. Essa é a maneira mais comum de navegar pela web. por tempo indeterminado. É um maior controle na usabilidade do
navegador de internet.
Navegadores – Extensões: já é padrão dos navegadores de internet terem
Um navegador de internet é um programa que mostra informa- um mecanismo próprio de extensões com mais funcionalidades.
ções da internet na tela do computador do usuário. Com alguns cliques, é possível instalar temas visuais, plug-ins com
Além de também serem conhecidos como browser ou web novos recursos (relógio, notícias, galeria de imagens, ícones, entre
browser, eles funcionam em computadores, notebooks, dispositi- outros.
vos móveis, aparelhos portáteis, videogames e televisores conec- – Central de Ajuda: espaço para verificar a versão instalada do
tados à internet. navegador e artigos (geralmente em inglês, embora também exis-
Um navegador de internet condiciona a estrutura de um site tam em português) de como realizar tarefas ou ações específicas
e exibe qualquer tipo de conteúdo na tela da máquina usada pelo no navegador.
internauta.
Esse conteúdo pode ser um texto, uma imagem, um vídeo, um Firefox, Internet Explorer, Google Chrome, Safari e Opera são
jogo eletrônico, uma animação, um aplicativo ou mesmo servidor. alguns dos navegadores mais utilizados atualmente. Também co-
Ou seja, o navegador é o meio que permite o acesso a qualquer nhecidos como web browsers ou, simplesmente, browsers, os na-
página ou site na rede. vegadores são uma espécie de ponte entre o usuário e o conteúdo
Para funcionar, um navegador de internet se comunica com virtual da Internet.
servidores hospedados na internet usando diversos tipos de pro-
tocolos de rede. Um dos mais conhecidos é o protocolo HTTP, que Internet Explorer
transfere dados binários na comunicação entre a máquina, o nave- Lançado em 1995, vem junto com o Windows, está sendo
gador e os servidores. substituído pelo Microsoft Edge, mas ainda está disponível como
segundo navegador, pois ainda existem usuários que necessitam de
Funcionalidades de um Navegador de Internet algumas tecnologias que estão no Internet Explorer e não foram
A principal funcionalidade dos navegadores é mostrar para o atualizadas no Edge.
usuário uma tela de exibição através de uma janela do navegador. Já foi o mais navegador mais utilizado do mundo, mas hoje per-
Ele decodifica informações solicitadas pelo usuário, através de deu a posição para o Google Chrome e o Mozilla Firefox.
códigos-fonte, e as carrega no navegador usado pelo internauta.
Ou seja, entender a mensagem enviada pelo usuário, solicitada
através do endereço eletrônico, e traduzir essa informação na tela
do computador. É assim que o usuário consegue acessar qualquer
site na internet.
Editora
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA

Principais recursos do Internet Explorer:


– Transformar a página num aplicativo na área de trabalho, Algumas características de destaque do Firefox são:
permitindo que o usuário defina sites como se fossem aplicativos – Velocidade e desempenho para uma navegação eficiente.
instalados no PC. Através dessa configuração, ao invés de apenas – Não exige um hardware poderoso para rodar.
manter os sites nos favoritos, eles ficarão acessíveis mais facilmente – Grande quantidade de extensões para adicionar novos recur-
através de ícones. sos.
– Gerenciador de downloads integrado. – Interface simplificada facilita o entendimento do usuário.
– Mais estabilidade e segurança. – Atualizações frequentes para melhorias de segurança e pri-
– Suporte aprimorado para HTML5 e CSS3, o que permite uma vacidade.
navegação plena para que o internauta possa usufruir dos recursos – Disponível em desktop e mobile.
implementados nos sites mais modernos.
– Com a possibilidade de adicionar complementos, o navega- Google Chorme
dor já não é apenas um programa para acessar sites. Dessa forma, é É possível instalar o Google Chrome nas principais versões do
possível instalar pequenos aplicativos que melhoram a navegação e sistema operacional Windows e também no Linux e Mac.
oferecem funcionalidades adicionais. O Chrome é o navegador de internet mais usado no mundo.
– One Box: recurso já conhecido entre os usuários do Google É, também, um dos que têm melhor suporte a extensões, maior
Chrome, agora está na versão mais recente do Internet Explorer. compatibilidade com uma diversidade de dispositivos e é bastante
Através dele, é possível realizar buscas apenas informando a pala- convidativo à navegação simplificada.
vra-chave digitando-a na barra de endereços.

Microsoft Edge
Da Microsoft, o Edge é a evolução natural do antigo Explorer13.
O navegador vem integrado com o Windows 10. Ele pode receber
aprimoramentos com novos recursos na própria loja do aplicativo.
Além disso, a ferramenta otimiza a experiência do usuário con-
vertendo sites complexos em páginas mais amigáveis para leitura.

Principais recursos do Google Chrome:


– Desempenho ultra veloz, desde que a máquina tenha recur-
sos RAM suficientes.
– Gigantesca quantidade de extensões para adicionar novas
funcionalidades.
– Estável e ocupa o mínimo espaço da tela para mostrar conte-
údos otimizados.
– Segurança avançada com encriptação por Certificado SSL (HT-
Outras características do Edge são: TPS).
– Experiência de navegação com alto desempenho. – Disponível em desktop e mobile.
– Função HUB permite organizar e gerenciar projetos de qual-
quer lugar conectado à internet. Opera
– Funciona com a assistente de navegação Cortana. Um dos primeiros navegadores existentes, o Opera segue evo-
– Disponível em desktops e mobile com Windows 10. luindo como um dos melhores navegadores de internet.
– Não é compatível com sistemas operacionais mais antigos. Ele entrega uma interface limpa, intuitiva e agradável de usar.
Firefox Além disso, a ferramenta também é leve e não prejudica a qualida-
Um dos navegadores de internet mais populares, o Firefox é de da experiência do usuário.
conhecido por ser flexível e ter um desempenho acima da média.
Desenvolvido pela Fundação Mozilla, é distribuído gratuita-
mente para usuários dos principais sistemas operacionais. Ou seja,
mesmo que o usuário possua uma versão defasada do sistema ins-
talado no PC, ele poderá ser instalado.

13 https://bit.ly/2WITu4N
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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
Outros pontos de destaques do Opera são:
– Alto desempenho com baixo consumo de recursos e de energia.
– Recurso Turbo Opera filtra o tráfego recebido, aumentando a velocidade de conexões de baixo desempenho.
– Poupa a quantidade de dados usados em conexões móveis (3G ou 4G).
– Impede armazenamento de dados sigilosos, sobretudo em páginas bancárias e de vendas on-line.
– Quantidade moderada de plug-ins para implementar novas funções, além de um bloqueador de publicidade integrado.
– Disponível em desktop e mobile.

Safari
O Safari é o navegador oficial dos dispositivos da Apple. Pela sua otimização focada nos aparelhos da gigante de tecnologia, ele é um
dos navegadores de internet mais leves, rápidos, seguros e confiáveis para usar.

O Safari também se destaca em:


– Sincronização de dados e informações em qualquer dispositivo Apple (iOS).
– Tem uma tecnologia anti-rastreio capaz de impedir o direcionamento de anúncios com base no comportamento do usuário.
– Modo de navegação privada não guarda os dados das páginas visitadas, inclusive histórico e preenchimento automático de campos
de informação.
– Compatível também com sistemas operacionais que não seja da Apple (Windows e Linux).
– Disponível em desktops e mobile.

Intranet
A intranet é uma rede de computadores privada que assenta sobre a suíte de protocolos da Internet, porém, de uso exclusivo de
um determinado local, como, por exemplo, a rede de uma empresa, que só pode ser acessada pelos seus utilizadores ou colaboradores
internos14.
Pelo fato, a sua aplicação a todos os conceitos emprega-se à intranet, como, por exemplo, o paradigma de cliente-servidor. Para tal, a
gama de endereços IP reservada para esse tipo de aplicação situa-se entre 192.168.0.0 até 192.168.255.255.
Dentro de uma empresa, todos os departamentos possuem alguma informação que pode ser trocada com os demais setores, poden-
do cada sessão ter uma forma direta de se comunicar com as demais, o que se assemelha muito com a conexão LAN (Local Area Network),
que, porém, não emprega restrições de acesso.
A intranet é um dos principais veículos de comunicação em corporações. Por ela, o fluxo de dados (centralização de documentos,
formulários, notícias da empresa, etc.) é constante, pretendendo reduzir os custos e ganhar velocidade na divulgação e distribuição de
informações.
Apesar do seu uso interno, acessando aos dados corporativos, a intranet permite que computadores localizados numa filial, se conec-
tados à internet com uma senha, acessem conteúdos que estejam na sua matriz. Ela cria um canal de comunicação direto entre a empresa
e os seus funcionários/colaboradores, tendo um ganho significativo em termos de segurança.

EDITOR DE TEXTO (MICROSOFT OFFICE): FORMATAÇÃO DE FONTE E PARÁGRAFO; BORDAS E SOMBREAMENTO; MAR-
CADORES, NUMERAÇÃO E TABULAÇÃO; CABEÇALHO, RODAPÉ E NÚMERO DE PÁGINAS; MANIPULAÇÃO DE IMAGENS
E FORMAS; CONFIGURAÇÃO DE PÁGINA; TABELAS

O Word faz parte da suíte de aplicativos Office, e é considerado um dos principais produtos da Microsoft sendo a suíte que domina o
mercado de suítes de escritório.
Word é um processador de textos versátil com recursos avançados de editoração eletrônica capaz de criar textos, elementos gráficos,
cartas, relatórios, páginas da Internet e e-mail15.
A versão 2010 trouxe muitos novos recursos úteis para o programa, junto com alterações importantes na interface do usuário que foi
projetada para aprimorar o acesso a toda a ampla variedade de recursos do Word.

14 https://centraldefavoritos.com.br/2018/01/11/conceitos-basicos-ferramentas-aplicativos-e-procedimentos-de-internet-e-intranet-parte-2/
15 Monteiro, E. Microsoft Word 2007.
Editora
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100
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INFORMÁTICA
A interface do Word 2010 é bem diferente da versão 2003 e bem parecida com o Word 2007. Dentre as vantagens oferecidas pelo
aplicativo, podemos destacar: efeitos de formatação como preenchimentos de gradiente e reflexos, diretamente no texto do documento,
aplicar ao texto e às formas, muitos dos mesmos efeitos que talvez já use para imagens, gráficos e elementos gráficos SmartArt, uso do
Painel de Navegação que facilita a pesquisa e até a reorganização do conteúdo do documento em poucos cliques, além de ferramentas
para trabalhos em rede.

Interface do Word 2010.

1. Barra de título: exibe o nome de arquivo do documento que está sendo editado e o nome do software que você está usando16. Ele
também inclui a minimizar padrão, restauração, botões e fechar.
2. Ferramentas de acesso rápido: comandos que costumam ser usados, como Salvar, Desfazer, e Refazer estão localizados aqui. No
final da barra de ferramentas de acesso rápido é um menu suspenso onde você pode adicionar outros comumente usados ou necessários
comumente comandos.
3. Guia de arquivo: clique neste botão para localizar comandos que atuam no documento, em vez do conteúdo do documento, como
o Novo, Abrir, Salvar como, Imprimir e Fechar.
4. A faixa de opções: comandos necessários para o seu trabalho estão localizados aqui. A aparência da faixa de opções será alterada
dependendo do tamanho do seu monitor. O Word irá compactar a faixa de opções alterando a organização dos controles para acomodar
monitores menores.
5. Janela de editar: mostra o conteúdo do documento que você está editando.
6. Barra de rolagem: permite a você alterar a posição de exibição do documento que você está editando.
7. Barra de status: exibe informações sobre o documento que você está editando.
8. Botões de exibição: permite a você alterar o modo de exibição do documento que você está editando para atender às suas neces-
sidades.
9. Controle de slide de zoom: permite que você alterar as configurações de zoom do documento que você está editando.
Salvar a abrir um documento
No Word, você deve salvar seu documento para que você pode sair do programa sem perder seu trabalho. Quando você salva o
documento, ele é armazenado como um arquivo em seu computador. Posteriormente, você pode abrir o arquivo, alterá-lo e imprimi-lo.
Para salvar um documento, faça o seguinte:
1. Clique no botão Salvar na barra de ferramentas de acesso rápido.
2. Especifique o local onde deseja salvar o documento na caixa Salvar em. Na primeira vez em que você salvar o documento, a primeira
linha de texto no documento é previamente preenchida como nome do arquivo na caixa nome do arquivo. Para alterar o nome do arquivo,
digite um novo nome de arquivo.
3. Clique em Salvar.
4. O documento é salvo como um arquivo. O nome do arquivo na barra de título é alterado para refletir o nome de arquivo salvo.

16 https://support.microsoft.com/pt-br/office/word-para-novos-usu%C3%A1rios-cace0fd8-eed9-4aa2-b3c6-07d39895886c#ID0EAABAAA=Office_2010
Editora
101
a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
É possível abrir um documento do Word para continuar seu trabalho. Para abrir um documento, faça o seguinte:
1. Clique no botão Iniciar e, em seguida, clique em documentos.
2. Navegue até o local onde você armazenou o arquivo e clique duas vezes no arquivo. Aparece a tela de inicialização do Word e, em
seguida, o documento é exibido.
É possível também abrir um documento a partir do Word clicando na guia arquivo e, em seguida, clicando em Abrir. Para abrir um
documento que salvo recentemente, clique em recentes.

Criando documentos no Word


O texto padrão criado no Word é chamado de documento, quando salvos no computador, este documento recebe o nome definido
pelo usuário e a extensão .DOCX (ponto DOCX).
Ao salvar um documento do Word, você também poderá criar seus próprios modelos no Word. Bastando para isso informar que o
arquivo será salvo no formato Modelo de documento, na janela do comando Arquivo/Salvar como...
Neste caso, a extensão adotada pelo arquivo será .DOTX e serão gravados em uma pasta específica, ao invés da extensão para docu-
mentos comuns .DOCX. Também é possível usar o comando Arquivo/Salvar como para salvar seu documento em diferentes formatos como
.HTM, .PDF, .ODT e .DOC utilizado pelas versões mais antigas do Word.

Editar e formatar texto


Antes de editar ou formatar texto, primeiro selecione o texto. Siga as etapas abaixo para selecionar o texto.
1. Coloque o cursor no início do texto que você gostaria de editar ou formatar e, em seguida, pressione o botão esquerdo do mouse.
2. Ao manter pressionado o botão esquerdo do mouse, movê-la para a direita (chamada de “arrastar”) para selecionar o texto. Uma
cor de plano de fundo é adicionada no local do texto selecionado para indicar que o intervalo de seleção.
A maioria das ferramentas de formatação de texto são encontrados clicando na guia página inicial e, em seguida, escolhendo no grupo
fonte.

1. Esta é a guia página inicial.


2. Este é o grupo fonte na guia página inicial.
3. Este é o botão negrito. Consulte a tabela abaixo para os nomes e funções de todos os botões no grupo fonte.

Editora
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102
a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
Ícones e teclas de atalho
F1: Ajuda do Word
Novo (Ctrl + O): exibe um novo docu-
mento em branco. Alterar Estilos: exibe o painel de for-
matação de estilo.
Ctrl + A (Abrir): abre documentos an-
teriormente salvos. Ctrl+Shift+F (Fonte): apresenta uma
lista de opções para modificar a tipografia
da fonte (letra).
Ctrl + B (Salvar): grava o arquivo.
Ctrl+Shift+P (Tamanho da Fonte):
apresenta uma lista de opções para modi-
Ctrl + P (Imprimir): imprime o docu- ficar o tamanho da fonte.
mento.
Ctrl+> ou Ctrl+]: aumentar fonte.
Visualizar a impressão.

Ctrl+< ou Ctrl+[: diminuir fonte.


Verificar Ortografia e Gramática F7

Ctrl+U (Substituir): permite substituir Limpar Formatação.


um texto no documento.
Ctrl + X (Copiar): copia dados para a Ctrl+N: negrito.
Área de Transferência sem deixar de exibir
a imagem na tela.
Ctrl+I: itálico.
Ctrl + C (Copiar): copia dados para a
Área de Transferência sem deixar de exibir
a imagem na tela. Ctrl+S: sublinhado.
Ctrl + V (Colar): recupera dados envia-
dos para a Área de Transferência. Tachado.
Ctrl+Shift+C e Ctrl+Shift+V (Pincel):
copia e cola formatações de texto. Texto Subscrito.
Ctrl + Z (Desfazer): desfazer a última
ação. Ctrl+Shift++: texto sobrescrito.
Ctrl + R (Refazer): retorno ao estado
antes de ter acionado o Desfazer. Shift+F3: alternar entre maiúsculas e
minúsculas.
F4 (Repetir): repete a última ação. Funciona como uma caneta marca-tex-
to.
Ctrl + K (Inserir Hiperlink): insere links
de parágrafos, arquivos ou Web. Cor-da-fonte.
Desenhar Tabela: permite ao usuário
inserir uma tabela, desenhando linhas. Marcadores: aplica marcadores aos
parágrafos selecionados.
Colunas: formata o texto em colunas. Numeração: formata como lista nume-
rada os parágrafos selecionados.
Desenho: exibe ou oculta a Barra de
Ferramentas Desenho. Tab (para descer um nível) e Shift+Tab
(para subir um nível): numeração de Vários
Ctrl + *: exibe ou oculta caracteres não Níveis: formata os parágrafos com lista nu-
imprimíveis. merada em vários níveis.

Efeito de Texto: atribui um efeito visu- Diminuir recuo: avança o texto em di-
al (brilho, sombra ou reflexo) ao texto se- reção à margem esquerda.
lecionado.
Aumentar recuo: distancia o texto da
Shift + F3 (Maiúsculas e Minúsculas): margem esquerda.
alterna a capitalização do texto.

Editora
103
a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA

Classificar: coloca em ordem alfabé-


tica parágrafos iniciados por textos ou nú-
meros.
Ctrl+Shift+* (Mostrar Tudo): exibe/
Oculta caracteres não imprimíveis

Ctrl+Q: alinhar à esquerda.

Ctrl+E: centralizar.

Alinhar à Direita.

Ctrl+J: justificar

Ctrl+1 (Espaçamento Simples), Ctrl+2


(Espaçamento Duplo) e Ctrl+5 (1,5 linhas):
espaçamento entrelinhas
Sombreamento: preenche com cor o
plano de fundo.

Bordas: opções de bordas para o texto


selecionado.

PLANILHA ELETRÔNICA - EXCEL (MICROSOFT OFFICE): FORMATAÇÃO DA PLANILHA E DE CÉLULAS; CRIAR CÁLCULOS
UTILIZANDO AS QUATRO OPERAÇÕES; FORMATAR DADOS ATRAVÉS DA FORMATAÇÃO CONDICIONAL; REPRESENTAR
DADOS ATRAVÉS DE GRÁFICOS. CONFIGURAÇÃO DE IMPRESSORA

O Microsoft Excel 2010 é um programa de planilha eletrônica de cálculos, em que as informações são digitadas em pequenos quadra-
dos chamadas de células.
É um programa voltado para construção de tabelas simples até as mais complexas. Ao abrir o aplicativo, o que se visualiza é uma folha
composta de colunas e linhas formando células.

Tela inicial do Excel 2010.

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INFORMÁTICA
Nessa versão temos uma maior quantidade de linhas e colunas, sendo especificamente, 1.048.576 linhas e 16.384 colunas.

As cinco principais funções do Excel são17:


– Planilhas: você pode armazenar manipular, calcular e analisar dados tais como números, textos e fórmulas. Pode acrescentar grá-
fico diretamente em sua planilha, elementos gráficos, tais como retângulos, linhas, caixas de texto e botões. É possível utilizar formatos
pré-definidos em tabelas.
– Bancos de dados: você pode classificar pesquisar e administrar facilmente uma grande quantidade de informações utilizando ope-
rações de bancos de dados padronizadas.
– Gráficos: você pode rapidamente apresentar de forma visual seus dados. Além de escolher tipos pré-definidos de gráficos, você pode
personalizar qualquer gráfico da maneira desejada.
– Apresentações: Você pode usar estilos de células, ferramentas de desenho, galeria de gráficos e formatos de tabela para criar apre-
sentações de alta qualidade.
– Macros: as tarefas que são frequentemente utilizadas podem ser automatizadas pela criação e armazenamento de suas próprias
macros.

Planilha Eletrônica
A Planilha Eletrônica é uma folha de cálculo disposta em forma de tabela, na qual poderão ser efetuados rapidamente vários tipos de
cálculos matemáticos, simples ou complexos.
Além disso, a planilha eletrônica permite criar tabelas que calculam automaticamente os totais de valores numéricos inseridos, impri-
mir tabelas em layouts organizados e criar gráficos simples.

Barra de ferramentas de acesso rápido


Essa barra localizada na parte superior esquerdo, ajudar a deixar mais perto os comandos mais utilizados, sendo que ela pode ser
personalizada. Um bom exemplo é o comando de visualização de impressão que podemos inserir nesta barra de acesso rápido.

Barra de ferramentas de acesso rápido.

17 http://www.prolinfo.com.br
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105
a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
Barra de Fórmulas
Nesta barra é onde inserimos o conteúdo de uma célula podendo conter fórmulas, cálculos ou textos, mais adiante mostraremos
melhor a sua utilidade.

Barra de Fórmulas.

Guia de Planilhas
Quando abrirmos um arquivo do Excel, na verdade estamos abrindo uma pasta de trabalho onde pode conter planilhas, gráficos, tabe-
las dinâmicas, então essas abas são identificadoras de cada item contido na pasta de trabalho, onde consta o nome de cada um.
Nesta versão quando abrimos uma pasta de trabalho, por padrão encontramos apenas uma planilha.

Guia de Planilhas.

– Coluna: é o espaçamento entre dois traços na vertical.


– Linha: é o espaçamento entre dois traços na horizontal.
– Célula: é o cruzamento de uma linha com uma coluna. Na figura abaixo podemos notar que a célula selecionada possui um endereço
que é o resultado do cruzamento da linha 2 e a coluna B, então a célula será chamada B2, como mostra na caixa de nome logo acima da
planilha.

Células.

Faixa de opções do Excel (Antigo Menu)


A “faixa de opções introduzida pela primeira vez no Excel 2007, foi aprimorada na versão 2010 e possui algumas diferenças que estão
listadas:

A volta do “Arquivo”: o botão “Arquivo”, que ficou amplamente divulgado nas versões anteriores à versão 2007 retorna na versão
2010. Na versão 2007 este botão havia sido substituído pelo “Botão do Office”, mas na versão 2010, ele voltou a ser chamado de “Arquivo”,
que ao receber o clique, ingressará no “modo de exibição do Microsoft Office Backstage”.
A faixa de opções está organizada em guias/grupos e comandos. Nas versões anteriores ao MS Excel 2007 a faixa de opções era co-
nhecida como menu.
1. Guias: existem sete guias na parte superior. Cada uma representa tarefas principais executadas no Excel.
2. Grupos: cada guia tem grupos que mostram itens relacionados reunidos.
3. Comandos: um comando é um botão, uma caixa para inserir informações ou um menu.

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INFORMÁTICA
Pasta de trabalho
É denominada pasta todo arquivo que for criado no MS Excel. Tudo que for criado será um arquivo com extensão: xls, xlsx, xlsm, xltx
ou xlsb.

Fórmulas
Fórmulas são equações que executam cálculos sobre valores na planilha. Uma fórmula sempre inicia com um sinal de igual (=).
Uma fórmula também pode conter os seguintes itens: funções, referências, operadores e constantes.

– Referências: uma referência identifica uma célula ou um intervalo de células em uma planilha e informa ao Microsoft Excel onde
procurar os valores ou dados a serem usados em uma fórmula.
– Operadores: um sinal ou símbolo que especifica o tipo de cálculo a ser executado dentro de uma expressão. Existem operadores
matemáticos, de comparação, lógicos e de referência.

OPERADOR ARITMÉTICO SIGNIFICADO EXEMPLO


+ (Sinal de Adição) Adição 3+3
- (Sinal de Subtração) Subtração 3-1
* (Sinal de Multiplicação) Multiplicação 3*3
/ (Sinal de Divisão) Divisão 10/2
% (Símbolo de Percentagem) Percentagem 15%
^ (Sinal de Exponenciação) Exponenciação 3^4

OPERADOR DE COMPARAÇÃO SIGNIFICADO EXEMPLO


> (Sinal de Maior que) Maior do que B2 > V2
< (Sinal de Menor que) Menor do que C8 < G7
>= (Sinal de Maior ou igual a) Maior ou igual a B2 >= V2
=< (Sinal de Menor ou igual a) Menor ou igual a C8 =< G7
<> (Sinal de Diferente) Diferente J10 <> W7

OPERADOR DE REFERÊNCIA SIGNIFICADO EXEMPLO


: (Dois pontos) Operador de intervalo sem exceção B5 : J6
; (Ponto e Vírgula) Operador de intervalo intercalado B8; B7 ; G4

– Constantes: é um valor que não é calculado, e que, portanto, não é alterado. Por exemplo: =C3+5.
O número 5 é uma constante. Uma expressão ou um valor resultante de uma expressão não é considerado uma constante.

Níveis de Prioridade de Cálculo


Quando o Excel cria fórmulas múltiplas, ou seja, misturar mais de uma operação matemática diferente dentro de uma mesma fórmula,
ele obedece a níveis de prioridade.
Os Níveis de Prioridade de Cálculo são os seguintes:
Prioridade 1: Exponenciação e Radiciação (vice-versa).
Prioridade 2: Multiplicação e Divisão (vice-versa).
Prioridade 3: Adição e Subtração (vice-versa).
Os cálculos são executados de acordo com a prioridade matemática, conforme esta sequência mostrada, podendo ser utilizados pa-
rênteses “ () ” para definir uma nova prioridade de cálculo.

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INFORMÁTICA
Criando uma fórmula
Para criar uma fórmula simples como uma soma, tendo como referência os conteúdos que estão em duas células da planilha, digite
o seguinte:

Copiar Fórmula para células adjacentes


Copiar uma fórmula para células vizinhas representa ganho de tempo ao trabalhar com planilhas.
Para isso, podemos usar a alça de preenchimento. Sua manipulação permite copiar rapidamente conteúdo de uma célula para outra,
inclusive fórmulas.

Alça de Preenchimento.

Funções
Funções são fórmulas predefinidas que efetuam cálculos usando valores específicos, denominados argumentos, em uma determinada
ordem ou estrutura. As funções podem ser usadas para executar cálculos simples ou complexos.
Assim como as fórmulas, as funções também possuem uma estrutura (sintaxe), conforme ilustrado abaixo:

Estrutura da função.

NOME DA FUNÇÃO: todas as funções que o Excel permite usar em suas células tem um nome exclusivo.
Para obter uma lista das funções disponíveis, clique em uma célula e pressione SHIFT+F3.
ARGUMENTOS: os argumentos podem ser números, texto, valores lógicos, como VERDADEIRO ou FALSO, matrizes, valores de erro
como #N/D ou referências de célula. O argumento que você atribuir deve produzir um valor válido para esse argumento. Os argumentos
também podem ser constantes, fórmulas ou outras funções.

Função SOMA
Esta função soma todos os números que você especifica como argumentos. Cada argumento pode ser um intervalo, uma referência
de célula, uma matriz, uma constante, uma fórmula ou o resultado de outra função. Por exemplo, SOMA (A1:A5) soma todos os números
contidos nas células de A1 a A5. Outro exemplo: SOMA (A1;A3; A5) soma os números contidos nas células A1, A3 e A5.

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INFORMÁTICA

Função MÉDIA
Esta função calcula a média aritmética de uma determinada faixa de células contendo números. Para tal, efetua o cálculo somando os
conteúdos dessas células e dividindo pela quantidade de células que foram somadas.

Função MÁXIMO e MÍNIMO


Essas funções dado um intervalo de células retorna o maior e menor número respectivamente.

Função SE
A função SE é uma função do grupo de lógica, onde temos que tomar uma decisão baseada na lógica do problema. A função SE verifica
uma condição que pode ser Verdadeira ou Falsa, diante de um teste lógico.
Sintaxe
SE (teste lógico; valor se verdadeiro; valor se falso)

Exemplo:
Na planilha abaixo, como saber se o número é negativo, temos que verificar se ele é menor que zero.
Na célula A2 digitaremos a seguinte formula:

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INFORMÁTICA
Função SOMASE
A função SOMASE é uma junção de duas funções já estudadas PROGR AMA ANTIVÍRUS E FIREWALL
aqui, a função SOMA e SE, onde buscaremos somar valores desde
que atenda a uma condição especificada:

Sintaxe Códigos maliciosos (Malware)


SOMASE (intervalo analisado; critério; intervalo a ser somado) Códigos maliciosos (malware) são programas especificamente
Onde: desenvolvidos para executar ações danosas e atividades maliciosas
Intervalo analisado (obrigatório): intervalo em que a função vai em um computador18. Algumas das diversas formas como os códi-
analisar o critério. gos maliciosos podem infectar ou comprometer um computador
Critério (obrigatório): Valor ou Texto a ser procurado no inter- são:
valo a ser analisado. – Pela exploração de vulnerabilidades existentes nos progra-
Intervalo a ser somado (opcional): caso o critério seja atendido mas instalados;
é efetuado a soma da referida célula analisada. Não pode conter – Pela autoexecução de mídias removíveis infectadas, como
texto neste intervalo. pen-drives;
– Pelo acesso a páginas Web maliciosas, utilizando navegado-
res vulneráveis;
– Pela ação direta de atacantes que, após invadirem o compu-
tador, incluem arquivos contendo códigos maliciosos;
– Pela execução de arquivos previamente infectados, obtidos
em anexos de mensagens eletrônicas, via mídias removíveis, em
páginas Web ou diretamente de outros computadores (através do
compartilhamento de recursos).

Uma vez instalados, os códigos maliciosos passam a ter acesso


aos dados armazenados no computador e podem executar ações
em nome dos usuários, de acordo com as permissões de cada usu-
Exemplo: ário.
Vamos calcular a somas das vendas dos vendedores por Gêne- Os principais motivos que levam um atacante a desenvolver
ro. Observando a planilha acima, na célula C9 digitaremos a função e a propagar códigos maliciosos são a obtenção de vantagens fi-
=SOMASE (B2:B7;”M”; C2:C7) para obter a soma dos vendedores. nanceiras, a coleta de informações confidenciais, o desejo de au-
topromoção e o vandalismo. Além disto, os códigos maliciosos são
Função CONT.SE muitas vezes usados como intermediários e possibilitam a prática
Esta função conta quantas células se atender ao critério solici- de golpes, a realização de ataques e a disseminação de spam (mais
tado. Ela pede apenas dois argumentos, o intervalo a ser analisado detalhes nos Capítulos Golpes na Internet, Ataques na Internet e
e o critério para ser verificado. Spam, respectivamente).
A seguir, serão apresentados os principais tipos de códigos ma-
Sintaxe liciosos existentes.
CONT.SE (intervalo analisado; critério)
Onde: Vírus
Intervalo analisado (obrigatório): intervalo em que a função vai Vírus é um programa ou parte de um programa de computador,
analisar o critério. normalmente malicioso, que se propaga inserindo cópias de si mes-
Critério (obrigatório): Valor ou Texto a ser procurado no inter- mo e se tornando parte de outros programas e arquivos.
valo a ser analisado. Para que possa se tornar ativo e dar continuidade ao processo
de infecção, o vírus depende da execução do programa ou arquivo
hospedeiro, ou seja, para que o seu computador seja infectado é
preciso que um programa já infectado seja executado.
O principal meio de propagação de vírus costumava ser os
disquetes. Com o tempo, porém, estas mídias caíram em desuso e
começaram a surgir novas maneiras, como o envio de e-mail. Atu-
almente, as mídias removíveis tornaram-se novamente o principal
meio de propagação, não mais por disquetes, mas, principalmente,
pelo uso de pen-drives.
Há diferentes tipos de vírus. Alguns procuram permanecer ocul-
tos, infectando arquivos do disco e executando uma série de ativi-
dades sem o conhecimento do usuário. Há outros que permanecem
inativos durante certos períodos, entrando em atividade apenas em
Aproveitando o mesmo exemplo da função anterior, podemos datas específicas. Alguns dos tipos de vírus mais comuns são:
contar a quantidade de homens e mulheres. – Vírus propagado por e-mail: recebido como um arquivo ane-
Na planilha acima, na célula C9 digitaremos a função =CONT.SE xo a um e-mail cujo conteúdo tenta induzir o usuário a clicar sobre
(B2:B7;”M”) para obter a quantidade de vendedores. este arquivo, fazendo com que seja executado.

18 https://cartilha.cert.br/malware/
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INFORMÁTICA
– Vírus de script: escrito em linguagem de script, como VBS- Spyware
cript e JavaScript, e recebido ao acessar uma página Web ou por Spyware é um programa projetado para monitorar as ativida-
e-mail, como um arquivo anexo ou como parte do próprio e-mail des de um sistema e enviar as informações coletadas para terceiros.
escrito em formato HTML. Pode ser usado tanto de forma legítima quanto maliciosa, de-
– Vírus de macro: tipo específico de vírus de script, escrito em pendendo de como é instalado, das ações realizadas, do tipo de
linguagem de macro, que tenta infectar arquivos manipulados por informação monitorada e do uso que é feito por quem recebe as
aplicativos que utilizam esta linguagem como, por exemplo, os que informações coletadas. Pode ser considerado de uso:
compõe o Microsoft Office (Excel, Word e PowerPoint, entre ou- – Legítimo: quando instalado em um computador pessoal, pelo
tros). próprio dono ou com consentimento deste, com o objetivo de veri-
– Vírus de telefone celular: vírus que se propaga de celular para ficar se outras pessoas o estão utilizando de modo abusivo ou não
celular por meio da tecnologia bluetooth ou de mensagens MMS autorizado.
(Multimedia Message Service). A infecção ocorre quando um usu- – Malicioso: quando executa ações que podem comprometer
ário permite o recebimento de um arquivo infectado e o executa. a privacidade do usuário e a segurança do computador, como mo-
nitorar e capturar informações referentes à navegação do usuário
Worm ou inseridas em outros programas (por exemplo, conta de usuário
Worm é um programa capaz de se propagar automaticamen- e senha).
te pelas redes, enviando cópias de si mesmo de computador para Alguns tipos específicos de programas spyware são:
computador. – Keylogger: capaz de capturar e armazenar as teclas digitadas
Diferente do vírus, o worm não se propaga por meio da inclu- pelo usuário no teclado do computador.
são de cópias de si mesmo em outros programas ou arquivos, mas – Screenlogger: similar ao keylogger, capaz de armazenar a po-
sim pela execução direta de suas cópias ou pela exploração auto- sição do cursor e a tela apresentada no monitor, nos momentos em
mática de vulnerabilidades existentes em programas instalados em que o mouse é clicado, ou a região que circunda a posição onde o
computadores. mouse é clicado.
Worms são notadamente responsáveis por consumir muitos – Adware: projetado especificamente para apresentar propa-
recursos, devido à grande quantidade de cópias de si mesmo que gandas.
costumam propagar e, como consequência, podem afetar o desem-
penho de redes e a utilização de computadores. Backdoor
Backdoor é um programa que permite o retorno de um invasor
Bot e botnet a um computador comprometido, por meio da inclusão de serviços
Bot é um programa que dispõe de mecanismos de comunicação criados ou modificados para este fim.
com o invasor que permitem que ele seja controlado remotamente. Pode ser incluído pela ação de outros códigos maliciosos, que
Possui processo de infecção e propagação similar ao do worm, ou tenham previamente infectado o computador, ou por atacantes,
seja, é capaz de se propagar automaticamente, explorando vulne- que exploram vulnerabilidades existentes nos programas instalados
rabilidades existentes em programas instalados em computadores. no computador para invadi-lo.
A comunicação entre o invasor e o computador infectado pelo Após incluído, o backdoor é usado para assegurar o acesso fu-
bot pode ocorrer via canais de IRC, servidores Web e redes do tipo turo ao computador comprometido, permitindo que ele seja aces-
P2P, entre outros meios. Ao se comunicar, o invasor pode enviar sado remotamente, sem que haja necessidade de recorrer nova-
instruções para que ações maliciosas sejam executadas, como des- mente aos métodos utilizados na realização da invasão ou infecção
ferir ataques, furtar dados do computador infectado e enviar spam. e, na maioria dos casos, sem que seja notado.
Um computador infectado por um bot costuma ser chamado de
zumbi (zombie computer), pois pode ser controlado remotamente, Cavalo de troia (Trojan)
sem o conhecimento do seu dono. Também pode ser chamado de Cavalo de troia, trojan ou trojan-horse, é um programa que,
spam zombie quando o bot instalado o transforma em um servidor além de executar as funções para as quais foi aparentemente proje-
de e-mails e o utiliza para o envio de spam. tado, também executa outras funções, normalmente maliciosas, e
Botnet é uma rede formada por centenas ou milhares de com- sem o conhecimento do usuário.
putadores zumbis e que permite potencializar as ações danosas Exemplos de trojans são programas que você recebe ou obtém
executadas pelos bots. de sites na Internet e que parecem ser apenas cartões virtuais ani-
Quanto mais zumbis participarem da botnet mais potente ela mados, álbuns de fotos, jogos e protetores de tela, entre outros.
será. O atacante que a controlar, além de usá-la para seus próprios Estes programas, geralmente, consistem de um único arquivo e ne-
ataques, também pode alugá-la para outras pessoas ou grupos que cessitam ser explicitamente executados para que sejam instalados
desejem que uma ação maliciosa específica seja executada. no computador.
Algumas das ações maliciosas que costumam ser executadas Trojans também podem ser instalados por atacantes que, após
por intermédio de botnets são: ataques de negação de serviço, invadirem um computador, alteram programas já existentes para
propagação de códigos maliciosos (inclusive do próprio bot), coleta que, além de continuarem a desempenhar as funções originais,
de informações de um grande número de computadores, envio de também executem ações maliciosas.
spam e camuflagem da identidade do atacante (com o uso de pro-
xies instalados nos zumbis).

Editora
111
a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
Rootkit Spam zombies são computadores de usuários finais que foram
Rootkit é um conjunto de programas e técnicas que permite comprometidos por códigos maliciosos em geral, como worms,
esconder e assegurar a presença de um invasor ou de outro código bots, vírus e cavalos de tróia. Estes códigos maliciosos, uma vez ins-
malicioso em um computador comprometido. talados, permitem que spammers utilizem a máquina para o envio
Rootkits inicialmente eram usados por atacantes que, após in- de spam, sem o conhecimento do usuário. Enquanto utilizam má-
vadirem um computador, os instalavam para manter o acesso pri- quinas comprometidas para executar suas atividades, dificultam a
vilegiado, sem precisar recorrer novamente aos métodos utilizados identificação da origem do spam e dos autores também. Os spam
na invasão, e para esconder suas atividades do responsável e/ou zombies são muito explorados pelos spammers, por proporcionar o
dos usuários do computador. Apesar de ainda serem bastante usa- anonimato que tanto os protege.
dos por atacantes, os rootkits atualmente têm sido também utili- Estes filtros são responsáveis por evitar que mensagens indese-
zados e incorporados por outros códigos maliciosos para ficarem jadas cheguem até a sua caixa de entrada no e-mail.
ocultos e não serem detectados pelo usuário e nem por mecanis-
mos de proteção. Anti-malwares
Ferramentas anti-malware são aquelas que procuram detectar
Ransomware e, então, anular ou remover os códigos maliciosos de um computa-
Ransomware é um tipo de código malicioso que torna inacessí- dor. Antivírus, anti-spyware, anti-rootkit e anti-trojan são exemplos
veis os dados armazenados em um equipamento, geralmente usan- de ferramentas deste tipo.
do criptografia, e que exige pagamento de resgate (ransom) para
restabelecer o acesso ao usuário19.

O pagamento do resgate geralmente é feito via bitcoins. TECLAS DE ATALHO


Pode se propagar de diversas formas, embora as mais comuns
sejam através de e-mails com o código malicioso em anexo ou que
induzam o usuário a seguir um link e explorando vulnerabilidades Os atalhos são combinações de teclas que permitem a execu-
em sistemas que não tenham recebido as devidas atualizações de ção de determinadas ações. Dentro deste conceito os atalhos são
segurança. muito apreciados pelos usuários, visto que economizam tempo,
pois ao invés de acessar um item com o mouse o mesmo pode ser
Antivírus acessado por uma combinação de teclas simples.
O antivírus é um software de proteção do computador que eli- Vamos exemplificar abaixo alguns atalhos juntamente com sua
mina programas maliciosos que foram desenvolvidos para prejudi- combinação de teclas.
car o computador.
O vírus infecta o computador através da multiplicação dele (có- Atalhos para o Sistema Operacional Windows
pias) com intenção de causar danos na máquina ou roubar dados. — Win ou “Ctrl + Esc” – Abre o Menu Iniciar
O antivírus analisa os arquivos do computador buscando pa- — Win + número – Abre o programa correspondente da “Barra
drões de comportamento e códigos que não seriam comuns em de Tarefas”
algum tipo de arquivo e compara com seu banco de dados. Com — Win + D – Abre ou esconde a “Área de trabalho”
isto ele avisa o usuário que tem algo suspeito para ele tomar pro- — Win + E – Abre o “Explorador de arquivos”
vidência. — Win + G (Windows 10) – Abre a barra de jogos quando um
O banco de dados do antivírus é muito importante neste pro- jogo está aberto
cesso, por isso, ele deve ser constantemente atualizado, pois todos — Win + H – Inicia a função de ditado do sistema
os dias são criados vírus novos. — Win + I – Abre a tela de “Configurações” do Windows 10
Uma grande parte das infecções de vírus tem participação do — Win + L – Bloqueia o computador
usuário. Os mais comuns são através de links recebidos por e-mail — Win + M – Minimiza o programa aberto
ou download de arquivos na internet de sites desconhecidos ou — Win + R – Abre a janela do “Executar”
mesmo só de acessar alguns sites duvidosos pode acontecer uma — Win + S – Abre o sistema de buscas do Windows
contaminação. — Win + U – Abre a central de acessibilidade do Windows
Outro jeito de contaminar é através de dispositivos de armaze- — Win + X – Abre um menu que facilita o acesso a ferramentas
namentos móveis como HD externo e pen drive. Nestes casos de- do sistema
vem acionar o antivírus para fazer uma verificação antes. — Win + PrtScr – Faz uma captura da tela e a salva a imagem
Existem diversas opções confiáveis, tanto gratuitas quanto pa- automaticamente
gas. Entre as principais estão: — Alt + PrtScr – Captura de tela da janela atual, deixando-a na
– Avast; área de transferência
– AVG; — PrtScr – Faz uma captura de toda a tela do notebook
– Norton; — Win + Tab – Abre a tela do “Visão de Tarefas”
– Avira; — Win + setas ↑/↓/ →/← posiciona a janela ao lado ou redi-
– Kaspersky; mensiona / maximiza
– McAffe. — Win + vírgula – Mostra temporariamente a área de trabalho
— Win + Alt + D – Abre ou fecha o calendário e data/hora do
Filtro anti-spam Windows
Spam é o termo usado para referir-se aos e-mails não solici- — Win + Ctrl + D – Adiciona uma nova área de trabalho virtual
tados, que geralmente são enviados para um grande número de — Tecla Win + Ctrl + F4 – Fecha a área de trabalho virtual atual
pessoas. — Tecla Win + Ctrl + setas → / ← – Alterna entre as áreas de
trabalho virtuais
— Alt + Tab – Alterna entre os programas aberto
19 https://cartilha.cert.br/ransomware/
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112
a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
— Ctrl + Shift + Esc – Abre a barra “Gerenciador de tarefas”
— Ctrl + seta da direita ou esquerda – Move o cursor de digitação entre palavras
— Ctrl + seta para cima ou para baixo – Move o cursor de digitação entre os parágrafos
— Tecla F1 – Abre o menu de ajuda do programa aberto
— Tecla Win + F1 – Abre o menu de ajuda do Windows
— Shift esquerdo + alt esquerdo + Print Screen – Ativa ou desabilita o alto contraste
— Shift esquerdo + tecla Win + M – Restaura as janelas minimizadas anteriormente
— Windows + Tecla Pause/Break – Abre a aba de propriedades do sistema
— Tecla Windows + sinal de mais ou menos – Usa a lupa disponível no Windows.

Outros atalhos gerais:


— Ctrl + A – Seleciona todos o arquivo ou texto, exceto na suíte Microsoft Office
— Ctrl + C Copia a seleção
— Ctrl + D – Apaga um item enviando-o para a lixeira;
— Ctrl + R – Recarrega uma janela ou página sendo vista
— Ctrl + X – Recorta a seleção
— Ctrl + V – Cola o item da área de transferência
— Ctrl + Y – Refaz uma ação
— Ctrl + Z – Desfaz uma ação.

Outros Atalhos importantes:


— Tecla + (sinal de mais) – Mostra todo o conteúdo de uma pasta selecionada
— Tecla – (sinal de menos) – Fecha o conteúdo aberto de uma pasta selecionada
— Tecla End – Exibe o final da pasta atual
— Tecla F11 – Maximiza ou minimiza a janela ativa
— Shift + Delete – Exclui o item previamente selecionado, sem enviá-lo a lixeira
— F3 – realiza pesquisas de arquivos em uma pasta que estiver aberta.
— F5 – atualiza a janela atual, seja uma pasta, aplicativo ou página na web.
— F6 – seleciona o texto que estiver na barra de endereços do Explorer ou do navegador.

SISTEMA E-DOCS

GOOGLE DRIVE
Textos no Google Docs
Um dos destaques da ferramenta de edição de textos do Google Docs é que enquanto você edita ou escreve no Google Docs você não
precisa salvar o trabalho, pois tudo o que é produzido nele, é salvo automaticamente. Ou seja, caso seu celular descarregue, não é preciso
se preocupar, pois o conteúdo é guardado à medida que está sendo produzido.
O Google garante ainda que esse é o fim da preocupação com os formatos dos arquivos, uma vez que todo o material produzido den-
tro do Docs é totalmente compatível com outros programas de edição como o Microsoft Word ou Excel, por exemplo.
Por se tratar de uma ferramenta do Google, a empresa também disponibiliza um espaço para o buscador que permite que você “ex-
plore e deixe-se inspirar pelas imagens, citações e textos das pesquisas no Google sem sair do aplicativo para Android”, explica o desen-
volvedor.

Etapa 1: Criar um documento


Para criar um novo documento:
Abra a tela inicial do Documentos em docs.google.com.
No canto superior esquerdo, em “Iniciar um novo documento”, clique em Novo Adicionar. O novo documento será criado e aberto.
Também é possível criar novos documentos neste URL: docs.google.com/create.
Etapa 2: Editar e formatar
Você pode adicionar e editar o texto, os parágrafos, o espaçamento e muito mais em um documento.
Etapa 3: Compartilhar e colaborar com outras pessoas
Você pode compartilhar arquivos e pastas com as pessoas e determinar se elas podem ver, editar ou comentar esses itens.
Excel 2010, 2013 e detalhes gerais

Editora
113
a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA

Figura 23: Tela Principal do Excel 2013

Barra de Títulos:
A linha superior da tela é a barra de títulos, que mostra o nome da pasta de trabalho na janela. Ao iniciar o programa aparece Pasta 1
porque você ainda não atribuiu um nome ao seu arquivo.

Faixa de Opções:
Desde a versão 2007 do Office, os menus e barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de Opções. Os comandos são organi-
zados em uma única caixa, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de atividade e, para melhorar a organização, algumas
são exibidas somente quando necessário.

Figura 24: Faixa de Opções

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido:


A Barra de Ferramentas de Acesso Rápido fica posicionada no topo da tela e pode ser configurada com os botões de sua preferência,
tornando o trabalho mais ágil.

Figura 25: Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Adicionando e Removendo Componentes:


Para ocultar ou exibir um botão de comando na barra de ferramentas de acesso rápido podemos clicar com o botão direito no com-
ponente que desejamos adicionar, em qualquer guia. Será exibida uma janela com a opção de Adicionar à Barra de Ferramentas de Acesso
Rápido.Temos ainda outra opção de adicionar ou remover componentes nesta barra, clicando na seta lateral. Na janela apresentada temos
várias opções para personalizar a barra, além da opção Mais Comandos..., onde temos acesso a todos os comandos do Excel.

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Figura 26: Adicionando componentes à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Para remoção do componente, selecione-o, clique com o botão direito do mouse e escolha Remover da Barra de Ferramentas de
Acesso Rápido.

Barra de Status:
Localizada na parte inferior da tela, a barra de status exibe mensagens, fornece estatísticas e o status de algumas teclas. Nela encon-
tramos o recurso de Zoom e os botões de “Modos de Exibição”.

Figura 27: Barra de Status

Clicando com o botão direito sobre a barra de status, será exibida a caixa Personalizar barra de status. Nela podemos ativar ou desati-
var vários componentes de visualização.

Figura 28: Personalizar Barra de Status

Barras de Rolagem: Nos lados direito e inferior da região de texto estão as barras de rolagem. Clique nas setas para cima ou para baixo
para mover a tela verticalmente, ou para a direita e para a esquerda para mover a tela horizontalmente, e assim poder visualizar toda a
sua planilha.

Planilha de Cálculo: A área quadriculada representa uma planilha de cálculos, na qual você fará a inserção de dados e fórmulas para
colher os resultados desejados.

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Uma planilha é formada por linhas, colunas e células. As linhas são numeradas (1, 2, 3, etc.) e as colunas nomeadas com letras (A, B,
C, etc.).

Figura 29: Planilha de Cálculo

Cabeçalho de Coluna: Cada coluna tem um cabeçalho, que contém a letra que a identifica. Ao clicar na letra, toda a coluna é selecio-
nada.

Figura 30: Seleção de Coluna

Ao dar um clique com o botão direito do mouse sobre o cabeçalho de uma coluna, aparecerá o menu pop-up, onde as opções deste
menu são as seguintes:
-Formatação rápida: a caixa de formatação rápida permite escolher a formatação de fonte e formato de dados, bem como mesclagem
das células (será abordado mais detalhadamente adiante).
-Recortar: copia toda a coluna para a área de transferência, para que possa ser colada em outro local determinado e, após colada, essa
coluna é excluída do local de origem.
-Copiar: copia toda a coluna para a área de transferência, para que possa ser colada em outro local determinado.
-Opções de Colagem: mostra as diversas opções de itens que estão na área de transferência e que tenham sido recortadas ou copiadas.
-Colar especial: permite definir formatos específicos na colagem de dados, sobretudo copiados de outros aplicativos.
-Inserir: insere uma coluna em branco, exatamente antes da coluna selecionada.
-Excluir: exclui toda a coluna selecionada, inclusive os dados nela contidos e sua formatação.
-Limpar conteúdo: apenas limpa os dados de toda a coluna, mantendo a formatação das células.
-Formatar células: permite escolher entre diversas opções para fazer a formatação das células (tal procedimento será visto detalha-
damente adiante).
-Largura da coluna: permite definir o tamanho da coluna selecionada.
-Ocultar: oculta a coluna selecionada. Muitas vezes uma coluna é utilizada para fazer determinados cálculos, necessários para a tota-
lização geral, mas desnecessários na visualização. Neste caso, utiliza-se esse recurso.
-Re-exibir: reexibe colunas ocultas.

Cabeçalho de Linha: Cada linha tem também um cabeçalho, que contém o número que a identifica. Clicando no cabeçalho de uma
linha, esta ficará selecionada.

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Figura 31: Cabeçalho de linha

Sendo assim, as células são representadas como mostra a tabela:

Figura 32: Representação das Células

Caixa de Nome: Você pode visualizar a célula na qual o cursor está posicionado através da Caixa de Nome, ou, ao contrário, pode clicar
com o mouse nesta caixa e digitar o endereço da célula em que deseja posicionar o cursor. Após dar um “Enter”, o cursor será automati-
camente posicionado na célula desejada.

Guias de Planilhas: Em versões anteriores do Excel, ao abrir uma nova pasta de trabalho no Excel, três planilhas já eram criadas: Plan1,
Plan2 e Plan3. Nesta versão, somente uma planilha é criada, e você poderá criar outras, se necessitar. Para criar nova planilha dentro da
pasta de trabalho, clique no sinal + ( ). Para alternar entre as planilhas, basta clicar sobre a guia, na planilha que deseja tra-
balhar.
Você verá, no decorrer desta lição, como podemos cruzar dados entre planilhas e até mesmo entre pastas de trabalho diferentes,
utilizando as guias de planilhas.
Ao posicionar o mouse sobre qualquer uma das planilhas existentes e clicar com o botão direito aparecerá um menu pop up.

Figura 33: Menu Planilhas

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As funções deste menu são as seguintes:
-Inserir: insere uma nova planilha exatamente antes da planilha selecionada.
-Excluir: exclui a planilha selecionada e os dados que ela contém.
-Renomear: renomeia a planilha selecionada.
-Mover ou copiar: você pode mover a planilha para outra posição, ou mesmo criar uma cópia da planilha com todos os dados nela
contidos.
-Proteger Planilha: para impedir que, por acidente ou deliberadamente, um usuário altere, mova ou exclua dados importantes de
planilhas ou pastas de trabalho, você pode proteger determinados elementos da planilha (planilha: o principal documento usado no Excel
para armazenar e trabalhar com dados, também chamado planilha eletrônica. Uma planilha consiste em células organizadas em colunas e
linhas; ela é sempre armazenada em uma pasta de trabalho.) ou da pasta de trabalho, com ou sem senha (senha: uma forma de restringir
o acesso a uma pasta de trabalho, planilha ou parte de uma planilha. As senhas do Excel podem ter até 255 letras, números, espaços e
símbolos.
É necessário digitar as letras maiúsculas e minúsculas corretamente ao definir e digitar senhas.). É possível remover a proteção da
planilha, quando necessário.
-Exibir código: pode-se criar códigos de programação em VBA (Visual Basic for Aplications) e vincular às guias de planilhas (trata-se de
tópico de programação avançada, que não é o objetivo desta lição, portanto, não será abordado).
-Cor da guia: muda a cor das guias de planilhas.
-Ocultar/Re-exibir: oculta/reexibe uma planilha.
-Selecionar todas as planilhas: cria uma seleção em todas as planilhas para que possam ser configuradas e impressas juntamente.

Selecionar Tudo: Clicando-se na caixa Selecionar tudo, todas as células da planilha ativa serão selecionadas.

Figura 34: Caixa Selecionar Tudo

Barra de Fórmulas: Na barra de fórmulas são digitadas as fórmulas que efetuarão os cálculos.
A principal função do Excel é facilitar os cálculos com o uso de suas fórmulas. A partir de agora, estudaremos várias de suas fórmulas.
Para iniciar, vamos ter em mente que, para qualquer fórmula que será inserida em uma célula, temos que ter sinal de “=” no seu início.
Esse sinal, oferece uma entrada no Excel que o faz diferenciar textos ou números comuns de uma fórmula.

Somar: Se tivermos uma sequência de dados numéricos e quisermos realizar a sua soma, temos as seguintes formas de fazê-lo:

Figura 35: Soma simples

Usamos, nesse exemplo, a fórmula =B2+B3+B4.


Após o sinal de “=” (igual), clicar em uma das células, digitar o sinal de “+” (mais) e continuar essa sequência até o último valor.
Após a sequência de células a serem somadas, clicar no ícone soma, ou usar as teclas de atalho Alt+=.
A última forma que veremos é a função soma digitada. Vale ressaltar que, para toda função, um início é fundamental:
= nome da função (

1 -Sinal de igual.
2 – Nome da função.
3 – Abrir parênteses.
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Após essa sequência, o Excel mostrará um pequeno lembrete Na célula C1 está sendo mostrado o resultado da função
sobre a função que iremos usar, e nele é possível clicar e obter ajuda, =hoje(), que aparece na barra de fórmulas.
também. Usaremos, no exemplo a seguir, a função = soma(B2:B4). Inteiro: Com essa função podemos obter o valor inteiro de uma
Lembre-se, basta colocar a célula que contém o primeiro valor, fração. A função a ser digitada é =int(A2). Lembramos que A2 é a
em seguida os dois pontos (:) e por último a célula que contém o célula escolhida e varia de acordo com a célula a ser selecionada na
último valor. planilha trabalhada.

Subtrair: A subtração será feita sempre entre dois valores, por Arredondar para cima: Com essa função, é possível arredondar
isso não precisamos de uma função específica. um número com casas decimais para o número mais distante de
Tendo dois valores em células diferentes, podemos apenas cli- zero.
car na primeira, digitar o sinal de “-” (menos) e depois clicar na se- Sua sintaxe é:= ARREDONDAR.PARA.CIMA(núm;núm_dígitos)
gunda célula. Usamos na figura a seguir a fórmula = B2-B3. Onde:
Núm: é qualquer número real que se deseja arredondar.
Multiplicar: Para realizarmos a multiplicação, procedemos de Núm_dígitos: é o número de dígitos para o qual se deseja ar-
forma semelhante à subtração. Clicamos no primeiro número, digi- redondar núm.
tamos o sinal de multiplicação que, para o Excel é o “*” asterisco, e
depois, clicamos no último valor. No próximo exemplo, usaremos a
fórmula =B2*B3.
Outra forma de realizar a multiplicação é através da seguinte
função:
=mult(B2;c2) multiplica o valor da célula B2 pelo valor da célula
C2.
Figura 37: Início da função arredondar para cima
Dividir: Para realizarmos a divisão, procedemos de forma se-
melhante à subtração e multiplicação. Clicamos no primeiro núme- Veja na figura, que quando digitamos a parte inicial da função,
ro, digitamos o sinal de divisão que, para o Excel é a “/” barra, e o Excel nos mostra que temos que selecionar o num, ou seja, a cé-
depois, clicamos no último valor. No próximo exemplo, usaremos a lula que desejamos arredondar e, depois do “;” (ponto e vírgula),
fórmula =B3/B2. digitar a quantidade de dígitos para a qual queremos arredondar.
Na próxima figura, para efeito de entendimento, deixaremos as
Máximo: Mostra o maior valor em um intervalo de células sele- funções aparentes, e os resultados dispostos na coluna C:
cionadas. Na figura a seguir, iremos calcular a maior idade digitada
no intervalo de células de A2 até A5. A função digitada será = má- A função Arredondar.para.Baixo segue exatamente o mesmo
ximo(A2:A5). conceito.
Onde: “= máximo” – é o início da função; (A2:A5) – refere-se ao Resto: Com essa função podemos obter o resto de uma divisão.
endereço dos valores onde você deseja ver qual é o maior valor. No Sua sintaxe é a seguinte:
caso a resposta seria 10. = mod (núm;divisor)
Onde:
Mínimo: Mostra o menor valor existente em um intervalo de Núm: é o número para o qual desejamos encontrar o resto.
células selecionadas. divisor: é o número pelo qual desejamos dividir o número.
Na figura a seguir, calcularemos o menor salário digitado no
intervalo de A2 até A5. A função digitada será = mínimo (A2:A5).
Onde: “= mínimo” – é o início da função; (A2:A5) – refere-se ao
endereço dos valores onde você deseja ver qual é o maior valor. No
caso a resposta seria R$ 622,00.

Média: A função da média soma os valores de uma sequência


selecionada e divide pela quantidade de valores dessa sequência. Figura 38: Exemplo de digitação da função MOD
Na figura a seguir, foi calculada a média das alturas de quatro
pessoas, usando a função = média (A2:A4) Os valores do exemplo a cima serão, respectivamente: 1,5 e 1.
Foi digitado “= média )”, depois, foram selecionados os valores Valor Absoluto: Com essa função podemos obter o valor ab-
das células de A2 até A5. Quando a tecla Enter for pressionada, o soluto de um número. O valor absoluto, é o número sem o sinal. A
resultado será automaticamente colocado na célula A6. sintaxe da função é a seguinte:
Todas as funções, quando um de seus itens for alterado, recal- =abs(núm)
culam o valor final. Onde: aBs(núm)

Data: Esta fórmula insere a data automática em uma planilha. Núm: é o número real cujo valor absoluto você deseja obter.

Figura 36: Exemplo função hoje


Figura 39: Exemplo função abs
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Dias 360: Retorna o número de dias entre duas datas com base em um ano de 360 dias (doze meses de 30 dias). Sua sintaxe é:
= DIAS360(data_inicial;data_final)
Onde:
data_inicial = a data de início de contagem.
Data_final = a data a qual quer se chegar.

No exemplo a seguir, vamos ver quantos dias faltam para chegar até a data de 14/06/2018, tendo como data inicial o dia 05/03/2018.
A função utilizada será =dias360(A2;B2)

Figura 40: Exemplo função dias360

Vamos usar a Figura abaixo para explicar as próximas funções (Se, SomaSe, Cont.Se)

Figura 41: Exemplo (Se, SomaSe, Cont.se)

Função SE: O SE é uma função condicional, ou seja, verifica SE uma condição é verdadeira ou falsa.
A sintaxe dessa função é a seguinte:
=SE(teste_lógico;“valor_se_verdadeiro”;“valor_se_falso”)
=: Significa a chamada para uma fórmula/função
SE: função SE
teste_lógico: a pergunta a qual se deseja ter resposta
“valor_se_verdadeiro”: se a resposta da pergunta for verdadeira, define o resultado “valor_se_falso” se a resposta da pergunta for
falsa, define o resultado.
Usando a planilha acima como exemplo, na coluna ‘E’ queremos colocar uma mensagem se o funcionário recebe um salário igual ou
acima do valor mínimo R$ 724,00 ou abaixo do valor mínimo determinado em R$ 724,00.
Assim, temos a condição:
SE VALOR DE C3 FOR MAIOR OU IGUAL a 724, então ESCREVA “ACIMA”, senão ESCREVA “ABAIXO” MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA
E3
Traduzindo a condição em variáveis teremos:
Resultado: será mostrado na célula C3, portanto é onde devemos digitar a fórmula
Teste lógico: C3>=724
Valor_se_verdadeiro: “Acima”
Valor_se_falso: “Abaixo”
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Assim, com o cursor na célula E3, digitamos: CONT.SE: chamada para a função CONT.SE
=SE(C3>=724;”Acima”;”Abaixo”) intervalo: intervalo de células onde será feita a análise dos da-
dos
Para cada uma das linhas, podemos copiar e colar as fórmulas, “critérios”: critérios a serem avaliados nas células do “interva-
e o Excel, inteligentemente, acertará as linhas e colunas nas células. lo”
Nossas fórmulas ficarão assim: Usando a planilha acima como exemplo, queremos saber quan-
E4 ↑ =SE(C4>=724;”Acima”;”Abaixo”) tas pessoas ganham R$ 1.200,00 ou mais, e mostrar o resultado na
E5 ↑ =SE(C5>=724;”Acima”;”Abaixo”) célula D14, e quantas ganham abaixo de R$1.200,00 e mostrar o
E6 ↑ =SE(C6>=724;”Acima”;”Abaixo”) resultado na célula D15. Para isso precisamos criar a seguinte con-
E7 ↑ =SE(C7>=724;”Acima”;”Abaixo”) dição:
E8 ↑ =SE(C8>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E9 ↑ =SE(C9>=724;”Acima”;”Abaixo”) R$ 1.200,00 ou MAIS:
E10 ↑ =SE(C10>=724;”Acima”;”Abaixo”) SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MAIOR OU IGUAL
A 1.200,00, ENTÃO
Função SomaSE: A SomaSE é uma função de soma condiciona- CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
da, ou seja, SOMA os valores, SE determinada condição for verda- MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D14
deira. A sintaxe desta função é a seguinte:
=SomaSe(intervalo;“critérios”;intervalo_soma) Traduzindo a condição em variáveis teremos:
=Significa a chamada para uma fórmula/função Resultado: será mostrado na célula D14, portanto é onde deve-
SomaSe: função SOMASE mos digitar a fórmula
intervalo: Intervalo de células onde será feita a análise dos da- Intervalo para análise: C3:C10
dos Critério: >=1200
“critérios”: critérios (sempre entre aspas) a serem avaliados a Assim, com o cursor na célula D14, digitamos:
fim de chegar à condição verdadeira =CONT.SE(C3:C10;”>=1200”)
intervalo_soma: Intervalo de células onde será verificada a MENOS DE R$ 1.200,00:
condição para soma dos valores SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MENOR QUE 1200,
Exemplo: usando a planilha acima, queremos somar os salários ENTÃO
de todos os funcionários HOMENS e mostrar o resultado na célula CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
D16. E também queremos somar os salários das funcionárias mu- MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D15
lheres e mostrar o resultado na célula D17. Para isso precisamos
criar a seguinte condição: Traduzindo a condição em variáveis teremos:
HOMENS: Resultado: será mostrado na célula D15, portanto é onde deve-
SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MASCULINO, ENTÃO mos digitar a fórmula
SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO INTERVALO D3 Intervalo para análise: C3:C10
ATÉ D10 Critério: <1200
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D16 Assim, com o cursor na célula D15, digitamos:
=CONT.SE(C3:C10;”<1200”)
Traduzindo a condição em variáveis teremos: Observações: fique atento com o > (maior) e < (menor), >=
Resultado: será mostrado na célula D16, portanto é onde deve- (maior ou igual) e <=(menor ou igual). Se tivéssemos determinado a
mos digitar a fórmula contagem de valores >1200 (maior que 1200) e <1200 (menor que
Intervalo para análise: C3:C10 1200), o valor =1200 (igual a 1200) não entraria na contagem.
Critério: “MASCULINO”
Intervalo para soma: D3:D10 Formatação de Células: Ao observar a planilha abaixo, fica cla-
Assim, com o cursor na célula D16, digitamos: ro que não é uma planilha bem formatada, vamos deixar ela de uma
=SOMASE(D3:D10;”masculino”;C3:C10) maneira mais agradável.
MULHERES:
SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR FEMININO, ENTÃO
SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO INTERVALO D3
ATÉ D10
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D17
Traduzindo a condição em variáveis teremos:
Resultado: será mostrado na célula D17, portanto é onde deve-
mos digitar a fórmula
Intervalo para análise: C3:C10
Critério: “FEMININO”
Intervalo para soma: D3:D10
Assim, com o cursor na célula D17, digitamos:
=SomaSE(D3:D10;”feminino”;C3:C10)

Função CONT.SE: O CONT.SE é uma função de contagem condi-


cionada, ou seja, CONTA a quantidade de registros, SE determinada Figura 42: Planilha sem Formatação
condição for verdadeira. A sintaxe desta função é a seguinte:
=CONT.SE(intervalo;“critérios”) Vamos utilizar os 3(três) passos apontados na Figura abaixo:
= : significa a chamada para uma fórmula/função
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Figura 43: Formatando a planilha

O primeiro passo é mesclar e centralizar o título, para isso utilizamos o botão Mesclar e Centralizar, entre outras opções de alinhamen-
to, como centralizar, direção do texto, entre outras.

Figura 44: Formatando a planilha (Passo 1)

Em seguida, vamos colocar uma borda no texto digitado, vamos escolher a opção “Todas as bordas”, podemos mudar o título para
negrito, mudar a cor do fundo e/ou de uma fonte, basta selecionar a(s) célula(s) e escolher as formatações.

Figura 45: Formatando a planilha (Passo 2)

Para finalizar essa etapa vamos formatar a coluna C para moeda, que é o caso desse exemplo, porém pode ser realizado vários outros
tipos de formatação, como, porcentagem, data, hora, científico, basta clicar no dropbox onde está escrito geral e escolher.

Figura 46: Formatando a planilha (Passo 3)


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O resultado final nos traz uma planilha muito mais agradável e de fácil entendimento:

Figura 47: Planilha Formatada

Ordenando os dados: Você pode digitar os dados em qualquer ordem, pois o Excel possui uma ferramenta muito útil para ordenar os
dados.
Ao clicar neste botão, você tem as opções para classificar de A a Z (ordem crescente), de Z a A (ordem decrescente) ou classificação
personalizada.
Para ordenar seus dados, basta clicar em uma célula da coluna que deseja ordenar, e selecionar a classificação crescente ou decrescen-
te. Mas cuidado! Se você selecionar uma coluna inteira, nas versões mais antigas do Excel, você irá classificar os dados dessa coluna, mas
vai manter os dados das outras colunas onde estão. Ou seja, seus dados ficarão alterados. Nas versões mais novas, ele fará a pergunta, se
deseja expandir a seleção e dessa forma, fazer a classificação dos dados junto com a coluna de origem, ou se deseja manter a seleção e
classificar somente a coluna selecionada.

Filtrando os dados: Ainda no botão temos a opção FILTRO. Ao selecionar esse botão, cada uma das colunas da nossa planilha irá abrir
uma seta para fazer a seleção dos dados que desejamos visualizar. Assim, podemos filtrar e visualizar somente os dados do mês de Janeiro
ou então somente os gastos com contas de consumo, por exemplo.

Grupo ferramentas de dados:


- Texto para colunas: separa o conteúdo de uma célula do Excel em colunas separadas.
- Remover duplicatas: exclui linhas duplicadas de uma planilha - Validação de dados: permite especificar valores inválidos para uma
planilha. Por exemplo, podemos especificar que a planilha não aceitará receber valores menores que 10.
- Consolidar: combina valores de vários intervalos em um novo intervalo.
- Teste de hipóteses: testa diversos valores para a fórmula na planilha.

Gráficos: Outra forma interessante de analisar os dados é utilizando gráficos. O Excel monta os gráficos rapidamente e é muito fácil.
Na Guia Inserir da Faixa de Opções, temos diversas opções de gráficos que podem ser utilizados.

Figura 48: Gráficos

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Utilizando a planilha da Concessionária Grupo Nova, teremos o seguinte gráfico escolhido

Figura 49: Gráfico de Colunas – 3D


Redimensione o gráfico clicando com o mouse nas bordas para aumentar de tamanho. Reposicione o gráfico na página, clicando nas
linhas e arrastando até o local desejado.

QUESTÕES

1. (FGV-SEDUC -AM) O dispositivo de hardware que tem como principal função a digitalização de imagens e textos, convertendo as
versões em papel para o formato digital, é denominado
(A) joystick.
(B) plotter.
(C) scanner.
(D) webcam.
(E) pendrive.

2. (CKM-FUNDAÇÃO LIBERATO SALZANO) João comprou um novo jogo para seu computador e o instalou sem que ocorressem erros.
No entanto, o jogo executou de forma lenta e apresentou baixa resolução. Considerando esse contexto, selecione a alternativa que contém
a placa de expansão que poderá ser trocada ou adicionada para resolver o problema constatado por João.
(A) Placa de som
(B) Placa de fax modem
(C) Placa usb
(D) Placa de captura
(E) Placa de vídeo

3. (CKM-FUNDAÇÃO LIBERATO SALZANO) Há vários tipos de periféricos utilizados em um computador, como os periféricos de saída e
os de entrada. Dessa forma, assinale a alternativa que apresenta um exemplo de periférico somente de entrada.
(A) Monitor
(B) Impressora
(C) Caixa de som
(D) Headphone
(E) Mouse
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4. (VUNESP-2019 – SEDUC-SP) Na rede mundial de computado- 10. (CPCON – PREF, PORTALEGRE) Existem muitas versões do
res, Internet, os serviços de comunicação e informação são disponi- Microsoft Windows disponíveis para os usuários. No entanto, não é
bilizados por meio de endereços e links com formatos padronizados uma versão oficial do Microsoft Windows
URL (Uniform Resource Locator). Um exemplo de formato de ende- (A) Windows 7
reço válido na Internet é: (B) Windows 10
(A) http:@site.com.br (C) Windows 8.1
(B) HTML:site.estado.gov (D) Windows 9
(C) html://www.mundo.com (E) Windows Server 2012
(D) https://meusite.org.br
(E) www.#social.*site.com 11. (MOURA MELO – CAJAMAR) É uma versão inexistente do
Windows:
5. (IBASE PREF. DE LINHARES – ES) Quando locamos servido- (A) Windows Gold.
res e armazenamento compartilhados, com software disponível e (B) Windows 8.
localizados em Data-Centers remotos, aos quais não temos acesso (C) Windows 7.
presencial, chamamos esse serviço de: (D) Windows XP.
(A) Computação On-Line.
(B) Computação na nuvem. 12. (QUADRIX CRN) Nos sistemas operacionais Windows 7 e
(C) Computação em Tempo Real. Windows 8, qual, destas funções, a Ferramenta de Captura não exe-
(D) Computação em Block Time. cuta?
(E) Computação Visual (A) Capturar qualquer item da área de trabalho.
(B) Capturar uma imagem a partir de um scanner.
6. (CESPE – SEDF) Com relação aos conceitos básicos e modos (C) Capturar uma janela inteira
de utilização de tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimen- (D) Capturar uma seção retangular da tela.
tos associados à Internet, julgue o próximo item. (E) Capturar um contorno à mão livre feito com o mouse ou
Embora exista uma série de ferramentas disponíveis na Inter- uma caneta eletrônica
net para diversas finalidades, ainda não é possível extrair apenas o
áudio de um vídeo armazenado na Internet, como, por exemplo, no 13. (IF-PB) Acerca dos sistemas operacionais Windows 7 e 8,
Youtube (http://www.youtube.com). assinale a alternativa INCORRETA:
( ) Certo (A) O Windows 8 é o sucessor do 7, e ambos são desenvolvidos
( ) Errado pela Microsoft.
(B) O Windows 8 apresentou uma grande revolução na interfa-
7. (CESP-MEC WEB DESIGNER) Na utilização de um browser, a ce do Windows. Nessa versão, o botão “iniciar” não está sem-
execução de JavaScripts ou de programas Java hostis pode provocar pre visível ao usuário.
danos ao computador do usuário. (C) É possível executar aplicativos desenvolvidos para Windows
( ) Certo 7 dentro do Windows 8.
( ) Errado (D) O Windows 8 possui um antivírus próprio, denominado
Kapersky.
8. (FGV – SEDUC -AM) Um Assistente Técnico recebe um e-mail (E) O Windows 7 possui versões direcionadas para computado-
com arquivo anexo em seu computador e o antivírus acusa existên- res x86 e 64 bits.
cia de vírus.
Assinale a opção que indica o procedimento de segurança a ser 14. (CESP -UERN) Na suíte Microsoft Office, o aplicativo
adotado no exemplo acima. (A) Excel é destinado à elaboração de tabelas e planilhas eletrô-
(A) Abrir o e-mail para verificar o conteúdo, antes de enviá-lo nicas para cálculos numéricos, além de servir para a produção
ao administrador de rede. de textos organizados por linhas e colunas identificadas por nú-
(B) Executar o arquivo anexo, com o objetivo de verificar o tipo meros e letras.
de vírus. (B) PowerPoint oferece uma gama de tarefas como elaboração
(C) Apagar o e-mail, sem abri-lo. e gerenciamento de bancos de dados em formatos .PPT.
(D) Armazenar o e-mail na área de backup, para fins de moni- (C) Word, apesar de ter sido criado para a produção de texto, é
toramento. útil na elaboração de planilhas eletrônicas, com mais recursos
(E) Enviar o e-mail suspeito para a pasta de spam, visando a que o Excel.
analisá-lo posteriormente. (D) FrontPage é usado para o envio e recebimento de mensa-
gens de correio eletrônico.
9. (CESPE – PEFOCE) Entre os sistemas operacionais Windows (E) Outlook é utilizado, por usuários cadastrados, para o envio
7, Windows Vista e Windows XP, apenas este último não possui ver- e recebimento de páginas web.
são para processadores de 64 bits.
( ) Certo 15. (FUNDEP – UFVJM-MG) Assinale a alternativa que apresen-
( ) Errado ta uma ação que não pode ser realizada pelas opções da aba “Pági-
na Inicial” do Word 2010.
(A) Definir o tipo de fonte a ser usada no documento.
(B) Recortar um trecho do texto para incluí-lo em outra parte
do documento.
(C) Definir o alinhamento do texto.
(D) Inserir uma tabela no texto

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a solução para o seu concurso!
INFORMÁTICA
16. (CESPE – TRE-AL) Considerando a janela do PowerPoint
2002 ilustrada abaixo julgue os itens a seguir, relativos a esse apli-
ANOTAÇÕES
cativo.
A apresentação ilustrada na janela contém 22 slides ?. ______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________
( ) Certo
( ) Errado ______________________________________________________

______________________________________________________
17. (CESPE – CAIXA) O PowerPoint permite adicionar efeitos so-
noros à apresentação em elaboração. ______________________________________________________
( ) Certo
______________________________________________________
( ) Errado
______________________________________________________

______________________________________________________
GABARITO
_____________________________________________________

_____________________________________________________
1 C
2 E ______________________________________________________
3 E ______________________________________________________
4 D
______________________________________________________
5 B
______________________________________________________
6 ERRADO
7 CERTO ______________________________________________________
8 C ______________________________________________________
9 CERTO
______________________________________________________
10 D
11 A ______________________________________________________
12 B ______________________________________________________
13 D
______________________________________________________
14 A
______________________________________________________
15 D
16 CERTO ______________________________________________________
17 CERTO ______________________________________________________

______________________________________________________

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a solução para o seu concurso!
AGENTE
CONHECIMENTOS
SOCIOEDUCATIVO
ESPECÍFICOS
Agente Socioeducativo
§ 5º Entendem-se por entidade de atendimento a pessoa jurí-
LEI DO SISTEMA NACIONAL DE ATENDIMENTO SOCIOE- dica de direito público ou privado que instala e mantém a unidade
DUCATIVO – SINASE e os recursos humanos e materiais necessários ao desenvolvimento
de programas de atendimento.
Art. 2º O Sinase será coordenado pela União e integrado pelos
LEI Nº 12.594, DE 18 DE JANEIRO DE 2012. sistemas estaduais, distrital e municipais responsáveis pela imple-
mentação dos seus respectivos programas de atendimento a ado-
Institui o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo lescente ao qual seja aplicada medida socioeducativa, com liberda-
(Sinase), regulamenta a execução das medidas socioeducativas de de organização e funcionamento, respeitados os termos desta
destinadas a adolescente que pratique ato infracional; e altera as Lei.
Leis nºs 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
Adolescente); 7.560, de 19 de dezembro de 1986, 7.998, de 11 de CAPÍTULO II
janeiro de 1990, 5.537, de 21 de novembro de 1968, 8.315, de 23 DAS COMPETÊNCIAS
de dezembro de 1991, 8.706, de 14 de setembro de 1993, os Decre-
tos-Leis nºs 4.048, de 22 de janeiro de 1942, 8.621, de 10 de janeiro Art. 3º Compete à União:
de 1946, e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo I - formular e coordenar a execução da política nacional de
Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. atendimento socioeducativo;
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- II - elaborar o Plano Nacional de Atendimento Socioeducativo,
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: em parceria com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
III - prestar assistência técnica e suplementação financeira aos
TÍTULO I Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para o desenvolvimen-
DO SISTEMA NACIONAL DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO to de seus sistemas;
(SINASE) IV - instituir e manter o Sistema Nacional de Informações so-
bre o Atendimento Socioeducativo, seu funcionamento, entidades,
CAPÍTULO I programas, incluindo dados relativos a financiamento e população
DISPOSIÇÕES GERAIS atendida;
V - contribuir para a qualificação e ação em rede dos Sistemas
Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Nacional de Atendimento So- de Atendimento Socioeducativo;
cioeducativo (Sinase) e regulamenta a execução das medidas desti- VI - estabelecer diretrizes sobre a organização e funcionamento
nadas a adolescente que pratique ato infracional. das unidades e programas de atendimento e as normas de refe-
§ 1º Entende-se por Sinase o conjunto ordenado de princípios, rência destinadas ao cumprimento das medidas socioeducativas de
regras e critérios que envolvem a execução de medidas socioeduca- internação e semiliberdade;
tivas, incluindo-se nele, por adesão, os sistemas estaduais, distrital VII - instituir e manter processo de avaliação dos Sistemas de
e municipais, bem como todos os planos, políticas e programas es- Atendimento Socioeducativo, seus planos, entidades e programas;
pecíficos de atendimento a adolescente em conflito com a lei. VIII - financiar, com os demais entes federados, a execução de
§ 2º Entendem-se por medidas socioeducativas as previstas programas e serviços do Sinase; e
no  art. 112 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da IX - garantir a publicidade de informações sobre repasses de
Criança e do Adolescente), as quais têm por objetivos: recursos aos gestores estaduais, distrital e municipais, para finan-
I - a responsabilização do adolescente quanto às consequências ciamento de programas de atendimento socioeducativo.
lesivas do ato infracional, sempre que possível incentivando a sua § 1º São vedados à União o desenvolvimento e a oferta de pro-
reparação; gramas próprios de atendimento.
II - a integração social do adolescente e a garantia de seus di- § 2º Ao Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Ado-
reitos individuais e sociais, por meio do cumprimento de seu plano lescente (Conanda) competem as funções normativa, deliberativa,
individual de atendimento; e de avaliação e de fiscalização do Sinase, nos termos previstos na Lei
III - a desaprovação da conduta infracional, efetivando as dispo- nº 8.242, de 12 de outubro de 1991, que cria o referido Conselho.
sições da sentença como parâmetro máximo de privação de liber- § 3º O Plano de que trata o inciso II do caput deste artigo será
dade ou restrição de direitos, observados os limites previstos em submetido à deliberação do Conanda.
lei. § 4º À Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da Re-
§ 3º Entendem-se por programa de atendimento a organização pública (SDH/PR) competem as funções executiva e de gestão do
e o funcionamento, por unidade, das condições necessárias para o Sinase.
cumprimento das medidas socioeducativas. Art. 4º Compete aos Estados:
§ 4º Entende-se por unidade a base física necessária para a or-
ganização e o funcionamento de programa de atendimento.
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aa solução
solução para
para oo seu
seu concurso!
concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
I - formular, instituir, coordenar e manter Sistema Estadual de dispõe sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos
Atendimento Socioeducativo, respeitadas as diretrizes fixadas pela e dá outras providências, ou qualquer outro instrumento jurídico
União; adequado, como forma de compartilhar responsabilidades.
II - elaborar o Plano Estadual de Atendimento Socioeducativo § 2º Ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Ado-
em conformidade com o Plano Nacional; lescente competem as funções deliberativas e de controle do Sis-
III - criar, desenvolver e manter programas para a execução das tema Municipal de Atendimento Socioeducativo, nos termos pre-
medidas socioeducativas de semiliberdade e internação; vistos no inciso II do art. 88 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990
IV - editar normas complementares para a organização e fun- (Estatuto da Criança e do Adolescente), bem como outras definidas
cionamento do seu sistema de atendimento e dos sistemas muni- na legislação municipal.
cipais; § 3º O Plano de que trata o inciso II do caput deste artigo será
V - estabelecer com os Municípios formas de colaboração para submetido à deliberação do Conselho Municipal dos Direitos da
o atendimento socioeducativo em meio aberto; Criança e do Adolescente.
VI - prestar assessoria técnica e suplementação financeira aos § 4º Competem ao órgão a ser designado no Plano de que trata
Municípios para a oferta regular de programas de meio aberto; o inciso II do caput deste artigo as funções executiva e de gestão do
VII - garantir o pleno funcionamento do plantão interinstitucio- Sistema Municipal de Atendimento Socioeducativo.
nal, nos termos previstos no inciso V do art. 88 da Lei nº 8.069, de Art. 6º Ao Distrito Federal cabem, cumulativamente, as compe-
13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente) ; tências dos Estados e dos Municípios.
VIII - garantir defesa técnica do adolescente a quem se atribua
prática de ato infracional; CAPÍTULO III
IX - cadastrar-se no Sistema Nacional de Informações sobre o DOS PLANOS DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO
Atendimento Socioeducativo e fornecer regularmente os dados ne-
cessários ao povoamento e à atualização do Sistema; e Art. 7º O Plano de que trata o inciso II do art. 3º desta Lei de-
X - cofinanciar, com os demais entes federados, a execução de verá incluir um diagnóstico da situação do Sinase, as diretrizes, os
programas e ações destinados ao atendimento inicial de adolescen- objetivos, as metas, as prioridades e as formas de financiamento e
te apreendido para apuração de ato infracional, bem como aqueles gestão das ações de atendimento para os 10 (dez) anos seguintes,
destinados a adolescente a quem foi aplicada medida socioeducati- em sintonia com os princípios elencados na Lei nº 8.069, de 13 de
va privativa de liberdade. julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente).
§ 1º Ao Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Ado- § 1º As normas nacionais de referência para o atendimento so-
lescente competem as funções deliberativas e de controle do Siste- cioeducativo devem constituir anexo ao Plano de que trata o inciso
ma Estadual de Atendimento Socioeducativo, nos termos previstos II do art. 3º desta Lei.
no inciso II do art. 88 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Esta- § 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão,
tuto da Criança e do Adolescente), bem como outras definidas na com base no Plano Nacional de Atendimento Socioeducativo, ela-
legislação estadual ou distrital. borar seus planos decenais correspondentes, em até 360 (trezentos
§ 2º O Plano de que trata o inciso II do caput deste artigo será e sessenta) dias a partir da aprovação do Plano Nacional.
submetido à deliberação do Conselho Estadual dos Direitos da Art. 8º Os Planos de Atendimento Socioeducativo deverão,
Criança e do Adolescente. obrigatoriamente, prever ações articuladas nas áreas de educação,
§ 3º Competem ao órgão a ser designado no Plano de que trata saúde, assistência social, cultura, capacitação para o trabalho e es-
o inciso II do caput deste artigo as funções executiva e de gestão do porte, para os adolescentes atendidos, em conformidade com os
Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo. princípios elencados na Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Esta-
Art. 5º Compete aos Municípios: tuto da Criança e do Adolescente).
I - formular, instituir, coordenar e manter o Sistema Municipal Parágrafo único. Os Poderes Legislativos federal, estaduais, dis-
de Atendimento Socioeducativo, respeitadas as diretrizes fixadas trital e municipais, por meio de suas comissões temáticas pertinen-
pela União e pelo respectivo Estado; tes, acompanharão a execução dos Planos de Atendimento Socioe-
II - elaborar o Plano Municipal de Atendimento Socioeducati- ducativo dos respectivos entes federados.
vo, em conformidade com o Plano Nacional e o respectivo Plano
Estadual; CAPÍTULO IV
III - criar e manter programas de atendimento para a execução DOS PROGRAMAS DE ATENDIMENTO
das medidas socioeducativas em meio aberto;
IV - editar normas complementares para a organização e fun- SEÇÃO I
cionamento dos programas do seu Sistema de Atendimento Socio- DISPOSIÇÕES GERAIS
educativo;
V - cadastrar-se no Sistema Nacional de Informações sobre o Art. 9º Os Estados e o Distrito Federal inscreverão seus progra-
Atendimento Socioeducativo e fornecer regularmente os dados ne- mas de atendimento e alterações no Conselho Estadual ou Distrital
cessários ao povoamento e à atualização do Sistema; e dos Direitos da Criança e do Adolescente, conforme o caso.
VI - cofinanciar, conjuntamente com os demais entes federa- Art. 10. Os Municípios inscreverão seus programas e altera-
dos, a execução de programas e ações destinados ao atendimento ções, bem como as entidades de atendimento executoras, no Con-
inicial de adolescente apreendido para apuração de ato infracional, selho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.
bem como aqueles destinados a adolescente a quem foi aplicada Art. 11. Além da especificação do regime, são requisitos obriga-
medida socioeducativa em meio aberto. tórios para a inscrição de programa de atendimento:
§ 1º Para garantir a oferta de programa de atendimento socio- I - a exposição das linhas gerais dos métodos e técnicas peda-
educativo de meio aberto, os Municípios podem instituir os con- gógicas, com a especificação das atividades de natureza coletiva;
sórcios dos quais trata a Lei nº 11.107, de 6 de abril de 2005, que II - a indicação da estrutura material, dos recursos humanos e
das estratégias de segurança compatíveis com as necessidades da
respectiva unidade;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
III - regimento interno que regule o funcionamento da entida- Parágrafo único. Se o Ministério Público impugnar o creden-
de, no qual deverá constar, no mínimo: ciamento, ou a autoridade judiciária considerá-lo inadequado, ins-
a) o detalhamento das atribuições e responsabilidades do di- taurará incidente de impugnação, com a aplicação subsidiária do
rigente, de seus prepostos, dos membros da equipe técnica e dos procedimento de apuração de irregularidade em entidade de aten-
demais educadores; dimento regulamentado na  Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990
b) a previsão das condições do exercício da disciplina e conces- (Estatuto da Criança e do Adolescente), devendo citar o dirigente
são de benefícios e o respectivo procedimento de aplicação; e do programa e a direção da entidade ou órgão credenciado.
c) a previsão da concessão de benefícios extraordinários e
enaltecimento, tendo em vista tornar público o reconhecimento ao SEÇÃO III
adolescente pelo esforço realizado na consecução dos objetivos do DOS PROGRAMAS DE PRIVAÇÃO DA LIBERDADE
plano individual;
IV - a política de formação dos recursos humanos; Art. 15. São requisitos específicos para a inscrição de progra-
V - a previsão das ações de acompanhamento do adolescente mas de regime de semiliberdade ou internação:
após o cumprimento de medida socioeducativa; I - a comprovação da existência de estabelecimento educacio-
VI - a indicação da equipe técnica, cuja quantidade e formação nal com instalações adequadas e em conformidade com as normas
devem estar em conformidade com as normas de referência do sis- de referência;
tema e dos conselhos profissionais e com o atendimento socioedu- II - a previsão do processo e dos requisitos para a escolha do
cativo a ser realizado; e dirigente;
VII - a adesão ao Sistema de Informações sobre o Atendimento III - a apresentação das atividades de natureza coletiva;
Socioeducativo, bem como sua operação efetiva. IV - a definição das estratégias para a gestão de conflitos, veda-
Parágrafo único. O não cumprimento do previsto neste artigo da a previsão de isolamento cautelar, exceto nos casos previstos no
sujeita as entidades de atendimento, os órgãos gestores, seus diri- § 2º do art. 49 desta Lei; e
gentes ou prepostos à aplicação das medidas previstas no art. 97 V - a previsão de regime disciplinar nos termos do art. 72 desta
da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Lei.
Adolescente). Art. 16. A estrutura física da unidade deverá ser compatível
Art. 12. A composição da equipe técnica do programa de aten- com as normas de referência do Sinase.
dimento deverá ser interdisciplinar, compreendendo, no mínimo, § 1º É vedada a edificação de unidades socioeducacionais em
profissionais das áreas de saúde, educação e assistência social, de espaços contíguos, anexos, ou de qualquer outra forma integrados
acordo com as normas de referência. a estabelecimentos penais.
§ 1º Outros profissionais podem ser acrescentados às equipes § 2º A direção da unidade adotará, em caráter excepcional, me-
para atender necessidades específicas do programa. didas para proteção do interno em casos de risco à sua integridade
§ 2º Regimento interno deve discriminar as atribuições de cada física, à sua vida, ou à de outrem, comunicando, de imediato, seu
profissional, sendo proibida a sobreposição dessas atribuições na defensor e o Ministério Público.
entidade de atendimento. Art. 17. Para o exercício da função de dirigente de programa
§ 3º O não cumprimento do previsto neste artigo sujeita as en- de atendimento em regime de semiliberdade ou de internação,
tidades de atendimento, seus dirigentes ou prepostos à aplicação além dos requisitos específicos previstos no respectivo programa
das medidas previstas no art. 97 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de de atendimento, é necessário:
1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente). I - formação de nível superior compatível com a natureza da
função;
SEÇÃO II II - comprovada experiência no trabalho com adolescentes de,
DOS PROGRAMAS DE MEIO ABERTO no mínimo, 2 (dois) anos; e
III - reputação ilibada.
Art. 13. Compete à direção do programa de prestação de servi-
ços à comunidade ou de liberdade assistida: CAPÍTULO V
I - selecionar e credenciar orientadores, designando-os, caso a DA AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DA GESTÃO DO ATEN-
caso, para acompanhar e avaliar o cumprimento da medida; DIMENTO SOCIOEDUCATIVO
II - receber o adolescente e seus pais ou responsável e orientá-
-los sobre a finalidade da medida e a organização e funcionamento Art. 18. A União, em articulação com os Estados, o Distrito Fe-
do programa; deral e os Municípios, realizará avaliações periódicas da implemen-
III - encaminhar o adolescente para o orientador credenciado; tação dos Planos de Atendimento Socioeducativo em intervalos não
IV - supervisionar o desenvolvimento da medida; e superiores a 3 (três) anos.
V - avaliar, com o orientador, a evolução do cumprimento da § 1º O objetivo da avaliação é verificar o cumprimento das me-
medida e, se necessário, propor à autoridade judiciária sua substi- tas estabelecidas e elaborar recomendações aos gestores e opera-
tuição, suspensão ou extinção. dores dos Sistemas.
Parágrafo único. O rol de orientadores credenciados deverá ser § 2º O processo de avaliação deverá contar com a participação
comunicado, semestralmente, à autoridade judiciária e ao Ministé- de representantes do Poder Judiciário, do Ministério Público, da De-
rio Público. fensoria Pública e dos Conselhos Tutelares, na forma a ser definida
Art. 14. Incumbe ainda à direção do programa de medida de em regulamento.
prestação de serviços à comunidade selecionar e credenciar enti- § 3º A primeira avaliação do Plano Nacional de Atendimento
dades assistenciais, hospitais, escolas ou outros estabelecimentos Socioeducativo realizar-se-á no terceiro ano de vigência desta Lei,
congêneres, bem como os programas comunitários ou governa- cabendo ao Poder Legislativo federal acompanhar o trabalho por
mentais, de acordo com o perfil do socioeducando e o ambiente no meio de suas comissões temáticas pertinentes.
qual a medida será cumprida.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 19. É instituído o Sistema Nacional de Avaliação e Acom- III - verificar a implementação de todos os demais compromis-
panhamento do Atendimento Socioeducativo, com os seguintes sos assumidos por ocasião da celebração dos instrumentos jurídicos
objetivos: relativos ao atendimento socioeducativo; e
I - contribuir para a organização da rede de atendimento socio- IV - a articulação interinstitucional e intersetorial das políticas.
educativo; Art. 23. A avaliação das entidades terá por objetivo identificar
II - assegurar conhecimento rigoroso sobre as ações do atendi- o perfil e o impacto de sua atuação, por meio de suas atividades,
mento socioeducativo e seus resultados; programas e projetos, considerando as diferentes dimensões insti-
III - promover a melhora da qualidade da gestão e do atendi- tucionais e, entre elas, obrigatoriamente, as seguintes:
mento socioeducativo; e I - o plano de desenvolvimento institucional;
IV - disponibilizar informações sobre o atendimento socioedu- II - a responsabilidade social, considerada especialmente sua
cativo. contribuição para a inclusão social e o desenvolvimento socioeco-
§ 1º A avaliação abrangerá, no mínimo, a gestão, as entidades nômico do adolescente e de sua família;
de atendimento, os programas e os resultados da execução das me- III - a comunicação e o intercâmbio com a sociedade;
didas socioeducativas. IV - as políticas de pessoal quanto à qualificação, aperfeiçoa-
§ 2º Ao final da avaliação, será elaborado relatório contendo mento, desenvolvimento profissional e condições de trabalho;
histórico e diagnóstico da situação, as recomendações e os prazos V - a adequação da infraestrutura física às normas de referên-
para que essas sejam cumpridas, além de outros elementos a se- cia;
rem definidos em regulamento. VI - o planejamento e a autoavaliação quanto aos processos,
§ 3º O relatório da avaliação deverá ser encaminhado aos res- resultados, eficiência e eficácia do projeto pedagógico e da propos-
pectivos Conselhos de Direitos, Conselhos Tutelares e ao Ministério ta socioeducativa;
Público. VII - as políticas de atendimento para os adolescentes e suas
§ 4º Os gestores e entidades têm o dever de colaborar com o famílias;
processo de avaliação, facilitando o acesso às suas instalações, à VIII - a atenção integral à saúde dos adolescentes em conformi-
documentação e a todos os elementos necessários ao seu efetivo dade com as diretrizes do art. 60 desta Lei; e
cumprimento. IX - a sustentabilidade financeira.
§ 5º O acompanhamento tem por objetivo verificar o cumpri- Art. 24. A avaliação dos programas terá por objetivo verificar,
mento das metas dos Planos de Atendimento Socioeducativo. no mínimo, o atendimento ao que determinam os arts. 94, 100, 1
Art. 20. O Sistema Nacional de Avaliação e Acompanhamento 17, 119, 120, 123 e 124 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990
da Gestão do Atendimento Socioeducativo assegurará, na metodo- (Estatuto da Criança e do Adolescente).
logia a ser empregada: Art. 25. A avaliação dos resultados da execução de medida so-
I - a realização da autoavaliação dos gestores e das instituições cioeducativa terá por objetivo, no mínimo:
de atendimento; I - verificar a situação do adolescente após cumprimento da
II - a avaliação institucional externa, contemplando a análise medida socioeducativa, tomando por base suas perspectivas edu-
global e integrada das instalações físicas, relações institucionais, cacionais, sociais, profissionais e familiares; e
compromisso social, atividades e finalidades das instituições de II - verificar reincidência de prática de ato infracional.
atendimento e seus programas; Art. 26. Os resultados da avaliação serão utilizados para:
III - o respeito à identidade e à diversidade de entidades e pro- I - planejamento de metas e eleição de prioridades do Sistema
gramas; de Atendimento Socioeducativo e seu financiamento;
IV - a participação do corpo de funcionários das entidades de II - reestruturação e/ou ampliação da rede de atendimento so-
atendimento e dos Conselhos Tutelares da área de atuação da en- cioeducativo, de acordo com as necessidades diagnosticadas;
tidade avaliada; e III - adequação dos objetivos e da natureza do atendimento so-
V - o caráter público de todos os procedimentos, dados e resul- cioeducativo prestado pelas entidades avaliadas;
tados dos processos avaliativos. IV - celebração de instrumentos de cooperação com vistas à
Art. 21. A avaliação será coordenada por uma comissão perma- correção de problemas diagnosticados na avaliação;
nente e realizada por comissões temporárias, essas compostas, no V - reforço de financiamento para fortalecer a rede de atendi-
mínimo, por 3 (três) especialistas com reconhecida atuação na área mento socioeducativo;
temática e definidas na forma do regulamento. VI - melhorar e ampliar a capacitação dos operadores do Siste-
Parágrafo único. É vedado à comissão permanente designar ma de Atendimento Socioeducativo; e
avaliadores: VII - os efeitos do art. 95 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990
I - que sejam titulares ou servidores dos órgãos gestores avalia- (Estatuto da Criança e do Adolescente).
dos ou funcionários das entidades avaliadas; Parágrafo único. As recomendações originadas da avaliação de-
II - que tenham relação de parentesco até o 3º grau com titula- verão indicar prazo para seu cumprimento por parte das entidades
res ou servidores dos órgãos gestores avaliados e/ou funcionários de atendimento e dos gestores avaliados, ao fim do qual estarão
das entidades avaliadas; e sujeitos às medidas previstas no art. 28 desta Lei.
III - que estejam respondendo a processos criminais. Art. 27. As informações produzidas a partir do Sistema Nacional
Art. 22. A avaliação da gestão terá por objetivo: de Informações sobre Atendimento Socioeducativo serão utilizadas
I - verificar se o planejamento orçamentário e sua execução se para subsidiar a avaliação, o acompanhamento, a gestão e o finan-
processam de forma compatível com as necessidades do respectivo ciamento dos Sistemas Nacional, Distrital, Estaduais e Municipais
Sistema de Atendimento Socioeducativo; de Atendimento Socioeducativo.
II - verificar a manutenção do fluxo financeiro, considerando
as necessidades operacionais do atendimento socioeducativo, as
normas de referência e as condições previstas nos instrumentos ju-
rídicos celebrados entre os órgãos gestores e as entidades de aten-
dimento;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
CAPÍTULO VI “ Art. 5º-A. A Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Se-
DA RESPONSABILIZAÇÃO DOS GESTORES, OPERADORES E nad), órgão gestor do Fundo Nacional Antidrogas (Funad), poderá
ENTIDADES DE ATENDIMENTO financiar projetos das entidades do Sinase desde que:
I - o ente federado de vinculação da entidade que solicita o
Art. 28. No caso do desrespeito, mesmo que parcial, ou do não recurso possua o respectivo Plano de Atendimento Socioeducativo
cumprimento integral às diretrizes e determinações desta Lei, em aprovado;
todas as esferas, são sujeitos: II - as entidades governamentais e não governamentais inte-
I - gestores, operadores e seus prepostos e entidades governa- grantes do Sinase que solicitem recursos tenham participado da
mentais às medidas previstas no inciso I e no § 1º do art. 97 da Lei avaliação nacional do atendimento socioeducativo;
nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adoles- III - o projeto apresentado esteja de acordo com os pressupos-
cente) ; e tos da Política Nacional sobre Drogas e legislação específica.”
II - entidades não governamentais, seus gestores, operadores Art. 33. A Lei nº 7.998, de 11 de janeiro de 1990, passa a vigo-
e prepostos às medidas previstas no inciso II e no § 1º do art. 97 rar acrescida do seguinte art. 19-A:
da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do “ Art. 19-A. O Codefat poderá priorizar projetos das entidades
Adolescente). integrantes do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo
Parágrafo único. A aplicação das medidas previstas neste artigo (Sinase) desde que:
dar-se-á a partir da análise de relatório circunstanciado elaborado I - o ente federado de vinculação da entidade que solicita o
após as avaliações, sem prejuízo do que determinam os arts. 191 a  recurso possua o respectivo Plano de Atendimento Socioeducativo
197, 225 a 227, 230 a 236, 243 e 245 a 247 da Lei nº 8.069, de aprovado;
13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente). II - as entidades governamentais e não governamentais inte-
Art. 29. Àqueles que, mesmo não sendo agentes públicos, in- grantes do Sinase que solicitem recursos tenham se submetido à
duzam ou concorram, sob qualquer forma, direta ou indireta, para avaliação nacional do atendimento socioeducativo.”
o não cumprimento desta Lei, aplicam-se, no que couber, as pe- Art. 34. O art. 2º da  Lei nº 5.537, de 21 de novembro de
nalidades dispostas na Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, que 1968, passa a vigorar acrescido do seguinte § 3º :
dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos “Art. 2º .......................................................................
de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego .............................................................................................
ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional § 3º O fundo de que trata o art. 1º poderá financiar, na forma
e dá outras providências (Lei de Improbidade Administrativa). das resoluções de seu conselho deliberativo, programas e projetos
de educação básica relativos ao Sistema Nacional de Atendimento
CAPÍTULO VII Socioeducativo (Sinase) desde que:
DO FINANCIAMENTO E DAS PRIORIDADES I - o ente federado que solicitar o recurso possua o respectivo
Plano de Atendimento Socioeducativo aprovado;
Art. 30. O Sinase será cofinanciado com recursos dos orçamen- II - as entidades de atendimento vinculadas ao ente federado
tos fiscal e da seguridade social, além de outras fontes. que solicitar o recurso tenham se submetido à avaliação nacional
§ 1º (VETADO). do atendimento socioeducativo; e
§ 2º Os entes federados que tenham instituído seus sistemas III - o ente federado tenha assinado o Plano de Metas Compro-
de atendimento socioeducativo terão acesso aos recursos na forma misso Todos pela Educação e elaborado o respectivo Plano de Ações
de transferência adotada pelos órgãos integrantes do Sinase. Articuladas (PAR).” (NR)
§ 3º Os entes federados beneficiados com recursos dos orça-
mentos dos órgãos responsáveis pelas políticas integrantes do Sina- TÍTULO II
se, ou de outras fontes, estão sujeitos às normas e procedimentos DA EXECUÇÃO DAS MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS
de monitoramento estabelecidos pelas instâncias dos órgãos das
políticas setoriais envolvidas, sem prejuízo do disposto nos incisos CAPÍTULO I
IX e X do art. 4º , nos incisos V e VI do art. 5º e no art. 6º desta Lei. DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 31. Os Conselhos de Direitos, nas 3 (três) esferas de gover-
no, definirão, anualmente, o percentual de recursos dos Fundos dos Art. 35. A execução das medidas socioeducativas reger-se-á pe-
Direitos da Criança e do Adolescente a serem aplicados no financia- los seguintes princípios:
mento das ações previstas nesta Lei, em especial para capacitação, I - legalidade, não podendo o adolescente receber tratamento
sistemas de informação e de avaliação. mais gravoso do que o conferido ao adulto;
Parágrafo único. Os entes federados beneficiados com recur- II - excepcionalidade da intervenção judicial e da imposição de
sos do Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente para ações medidas, favorecendo-se meios de autocomposição de conflitos;
de atendimento socioeducativo prestarão informações sobre o de- III - prioridade a práticas ou medidas que sejam restaurativas e,
sempenho dessas ações por meio do Sistema de Informações sobre sempre que possível, atendam às necessidades das vítimas;
Atendimento Socioeducativo. IV - proporcionalidade em relação à ofensa cometida;
Art. 32. A Lei nº 7.560, de 19 de dezembro de 1986, passa a V - brevidade da medida em resposta ao ato cometido, em es-
vigorar com as seguintes alterações: pecial o respeito ao que dispõe o art. 122 da Lei nº 8.069, de 13 de
“ Art. 5º Os recursos do Funad serão destinados: julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente) ;
............................................................................................. VI - individualização, considerando-se a idade, capacidades e
X - às entidades governamentais e não governamentais inte- circunstâncias pessoais do adolescente;
grantes do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sina- VII - mínima intervenção, restrita ao necessário para a realiza-
se). ção dos objetivos da medida;
...................................................................................” (NR)

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
VIII - não discriminação do adolescente, notadamente em ra- § 3º Admitida a impugnação, ou se entender que o plano é
zão de etnia, gênero, nacionalidade, classe social, orientação reli- inadequado, a autoridade judiciária designará, se necessário, au-
giosa, política ou sexual, ou associação ou pertencimento a qual- diência da qual cientificará o defensor, o Ministério Público, a di-
quer minoria ou status ; e reção do programa de atendimento, o adolescente e seus pais ou
IX - fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários no responsável.
processo socioeducativo. § 4º A impugnação não suspenderá a execução do plano indivi-
dual, salvo determinação judicial em contrário.
CAPÍTULO II § 5º Findo o prazo sem impugnação, considerar-se-á o plano
DOS PROCEDIMENTOS individual homologado.
Art. 42. As medidas socioeducativas de liberdade assistida, de
Art. 36. A competência para jurisdicionar a execução das me- semiliberdade e de internação deverão ser reavaliadas no máximo a
didas socioeducativas segue o determinado pelo art. 146 da Lei nº cada 6 (seis) meses, podendo a autoridade judiciária, se necessário,
8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescen- designar audiência, no prazo máximo de 10 (dez) dias, cientificando
te). o defensor, o Ministério Público, a direção do programa de atendi-
Art. 37. A defesa e o Ministério Público intervirão, sob pena de mento, o adolescente e seus pais ou responsável.
nulidade, no procedimento judicial de execução de medida socioe- § 1º A audiência será instruída com o relatório da equipe téc-
ducativa, asseguradas aos seus membros as prerrogativas previstas nica do programa de atendimento sobre a evolução do plano de
na Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do que trata o art. 52 desta Lei e com qualquer outro parecer técnico
Adolescente), podendo requerer as providências necessárias para requerido pelas partes e deferido pela autoridade judiciária.
adequar a execução aos ditames legais e regulamentares. § 2º A gravidade do ato infracional, os antecedentes e o tempo
Art. 38. As medidas de proteção, de advertência e de reparação de duração da medida não são fatores que, por si, justifiquem a não
do dano, quando aplicadas de forma isolada, serão executadas nos substituição da medida por outra menos grave.
próprios autos do processo de conhecimento, respeitado o disposto § 3º Considera-se mais grave a internação, em relação a todas
nos arts. 143 e 144 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatu- as demais medidas, e mais grave a semiliberdade, em relação às
to da Criança e do Adolescente). medidas de meio aberto.
Art. 39. Para aplicação das medidas socioeducativas de presta- Art. 43. A reavaliação da manutenção, da substituição ou da
ção de serviços à comunidade, liberdade assistida, semiliberdade suspensão das medidas de meio aberto ou de privação da liberdade
ou internação, será constituído processo de execução para cada e do respectivo plano individual pode ser solicitada a qualquer tem-
adolescente, respeitado o disposto nos  arts. 143 e  144 da Lei nº po, a pedido da direção do programa de atendimento, do defensor,
8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescen- do Ministério Público, do adolescente, de seus pais ou responsável.
te), e com autuação das seguintes peças: § 1º Justifica o pedido de reavaliação, entre outros motivos:
I - documentos de caráter pessoal do adolescente existentes I - o desempenho adequado do adolescente com base no seu
no processo de conhecimento, especialmente os que comprovem plano de atendimento individual, antes do prazo da reavaliação
sua idade; e obrigatória;
II - as indicadas pela autoridade judiciária, sempre que houver II - a inadaptação do adolescente ao programa e o reiterado
necessidade e, obrigatoriamente: descumprimento das atividades do plano individual; e
a) cópia da representação; III - a necessidade de modificação das atividades do plano in-
b) cópia da certidão de antecedentes; dividual que importem em maior restrição da liberdade do adoles-
c) cópia da sentença ou acórdão; e cente.
d) cópia de estudos técnicos realizados durante a fase de co- § 2º A autoridade judiciária poderá indeferir o pedido, de pron-
nhecimento. to, se entender insuficiente a motivação.
Parágrafo único. Procedimento idêntico será observado na hi- § 3º Admitido o processamento do pedido, a autoridade judici-
pótese de medida aplicada em sede de remissão, como forma de ária, se necessário, designará audiência, observando o princípio do
suspensão do processo. § 1º do art. 42 desta Lei.
Art. 40. Autuadas as peças, a autoridade judiciária encaminha- § 4º A substituição por medida mais gravosa somente ocorrerá
rá, imediatamente, cópia integral do expediente ao órgão gestor do em situações excepcionais, após o devido processo legal, inclusive
atendimento socioeducativo, solicitando designação do programa na hipótese do inciso III do art. 122 da Lei nº 8.069, de 13 de julho
ou da unidade de cumprimento da medida. de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), e deve ser:
Art. 41. A autoridade judiciária dará vistas da proposta de pla- I - fundamentada em parecer técnico;
no individual de que trata o art. 53 desta Lei ao defensor e ao Mi- II - precedida de prévia audiência, e nos termos do § 1º do art.
nistério Público pelo prazo sucessivo de 3 (três) dias, contados do 42 desta Lei.
recebimento da proposta encaminhada pela direção do programa Art. 44. Na hipótese de substituição da medida ou modificação
de atendimento. das atividades do plano individual, a autoridade judiciária remeterá
§ 1º O defensor e o Ministério Público poderão requerer, e o o inteiro teor da decisão à direção do programa de atendimento,
Juiz da Execução poderá determinar, de ofício, a realização de qual- assim como as peças que entender relevantes à nova situação jurí-
quer avaliação ou perícia que entenderem necessárias para com- dica do adolescente.
plementação do plano individual. Parágrafo único. No caso de a substituição da medida importar
§ 2º A impugnação ou complementação do plano individual, em vinculação do adolescente a outro programa de atendimento, o
requerida pelo defensor ou pelo Ministério Público, deverá ser fun- plano individual e o histórico do cumprimento da medida deverão
damentada, podendo a autoridade judiciária indeferi-la, se enten- acompanhar a transferência.
der insuficiente a motivação. Art. 45. Se, no transcurso da execução, sobrevier sentença de
aplicação de nova medida, a autoridade judiciária procederá à uni-
ficação, ouvidos, previamente, o Ministério Público e o defensor, no
prazo de 3 (três) dias sucessivos, decidindo-se em igual prazo.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 1º É vedado à autoridade judiciária determinar reinício de IV - peticionar, por escrito ou verbalmente, diretamente a qual-
cumprimento de medida socioeducativa, ou deixar de considerar quer autoridade ou órgão público, devendo, obrigatoriamente, ser
os prazos máximos, e de liberação compulsória previstos na Lei nº respondido em até 15 (quinze) dias;
8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescen- V - ser informado, inclusive por escrito, das normas de orga-
te), excetuada a hipótese de medida aplicada por ato infracional nização e funcionamento do programa de atendimento e também
praticado durante a execução. das previsões de natureza disciplinar;
§ 2º É vedado à autoridade judiciária aplicar nova medida de VI - receber, sempre que solicitar, informações sobre a evolu-
internação, por atos infracionais praticados anteriormente, a ado- ção de seu plano individual, participando, obrigatoriamente, de sua
lescente que já tenha concluído cumprimento de medida socioedu- elaboração e, se for o caso, reavaliação;
cativa dessa natureza, ou que tenha sido transferido para cumpri- VII - receber assistência integral à sua saúde, conforme o dis-
mento de medida menos rigorosa, sendo tais atos absorvidos por posto no art. 60 desta Lei; e
aqueles aos quais se impôs a medida socioeducativa extrema. VIII - ter atendimento garantido em creche e pré-escola aos fi-
Art. 46. A medida socioeducativa será declarada extinta: lhos de 0 (zero) a 5 (cinco) anos.
I - pela morte do adolescente; § 1º As garantias processuais destinadas a adolescente autor
II - pela realização de sua finalidade; de ato infracional previstas na Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990
III - pela aplicação de pena privativa de liberdade, a ser cum- (Estatuto da Criança e do Adolescente), aplicam-se integralmente
prida em regime fechado ou semiaberto, em execução provisória na execução das medidas socioeducativas, inclusive no âmbito ad-
ou definitiva; ministrativo.
IV - pela condição de doença grave, que torne o adolescente § 2º A oferta irregular de programas de atendimento socioedu-
incapaz de submeter-se ao cumprimento da medida; e cativo em meio aberto não poderá ser invocada como motivo para
V - nas demais hipóteses previstas em lei. aplicação ou manutenção de medida de privação da liberdade.
§ 1º No caso de o maior de 18 (dezoito) anos, em cumprimento Art. 50. Sem prejuízo do disposto no § 1º do art. 121 da Lei nº
de medida socioeducativa, responder a processo-crime, caberá à 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescen-
autoridade judiciária decidir sobre eventual extinção da execução, te), a direção do programa de execução de medida de privação da
cientificando da decisão o juízo criminal competente. liberdade poderá autorizar a saída, monitorada, do adolescente nos
§ 2º Em qualquer caso, o tempo de prisão cautelar não conver- casos de tratamento médico, doença grave ou falecimento, devida-
tida em pena privativa de liberdade deve ser descontado do prazo mente comprovados, de pai, mãe, filho, cônjuge, companheiro ou
de cumprimento da medida socioeducativa. irmão, com imediata comunicação ao juízo competente.
Art. 47. O mandado de busca e apreensão do adolescente terá Art. 51. A decisão judicial relativa à execução de medida socio-
vigência máxima de 6 (seis) meses, a contar da data da expedição, educativa será proferida após manifestação do defensor e do Mi-
podendo, se necessário, ser renovado, fundamentadamente. nistério Público.
Art. 48. O defensor, o Ministério Público, o adolescente e seus
pais ou responsável poderão postular revisão judicial de qualquer CAPÍTULO IV
sanção disciplinar aplicada, podendo a autoridade judiciária sus- DO PLANO INDIVIDUAL DE ATENDIMENTO (PIA)
pender a execução da sanção até decisão final do incidente.
§ 1º Postulada a revisão após ouvida a autoridade colegiada Art. 52. O cumprimento das medidas socioeducativas, em re-
que aplicou a sanção e havendo provas a produzir em audiência, gime de prestação de serviços à comunidade, liberdade assistida,
procederá o magistrado na forma do § 1º do art. 42 desta Lei. semiliberdade ou internação, dependerá de Plano Individual de
§ 2º É vedada a aplicação de sanção disciplinar de isolamento a Atendimento (PIA), instrumento de previsão, registro e gestão das
adolescente interno, exceto seja essa imprescindível para garantia atividades a serem desenvolvidas com o adolescente.
da segurança de outros internos ou do próprio adolescente a quem Parágrafo único. O PIA deverá contemplar a participação dos
seja imposta a sanção, sendo necessária ainda comunicação ao de- pais ou responsáveis, os quais têm o dever de contribuir com o
fensor, ao Ministério Público e à autoridade judiciária em até 24 processo ressocializador do adolescente, sendo esses passíveis de
(vinte e quatro) horas. responsabilização administrativa, nos termos do art. 249 da Lei nº
8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescen-
CAPÍTULO III te), civil e criminal.
DOS DIREITOS INDIVIDUAIS Art. 53. O PIA será elaborado sob a responsabilidade da equipe
técnica do respectivo programa de atendimento, com a participa-
Art. 49. São direitos do adolescente submetido ao cumprimen- ção efetiva do adolescente e de sua família, representada por seus
to de medida socioeducativa, sem prejuízo de outros previstos em pais ou responsável.
lei: Art. 54. Constarão do plano individual, no mínimo:
I - ser acompanhado por seus pais ou responsável e por seu I - os resultados da avaliação interdisciplinar;
defensor, em qualquer fase do procedimento administrativo ou ju- II - os objetivos declarados pelo adolescente;
dicial; III - a previsão de suas atividades de integração social e/ou ca-
II - ser incluído em programa de meio aberto quando inexistir pacitação profissional;
vaga para o cumprimento de medida de privação da liberdade, ex- IV - atividades de integração e apoio à família;
ceto nos casos de ato infracional cometido mediante grave ameaça V - formas de participação da família para efetivo cumprimento
ou violência à pessoa, quando o adolescente deverá ser internado do plano individual; e
em Unidade mais próxima de seu local de residência; VI - as medidas específicas de atenção à sua saúde.
III - ser respeitado em sua personalidade, intimidade, liberdade Art. 55. Para o cumprimento das medidas de semiliberdade ou
de pensamento e religião e em todos os direitos não expressamen- de internação, o plano individual conterá, ainda:
te limitados na sentença; I - a designação do programa de atendimento mais adequado
para o cumprimento da medida;

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
II - a definição das atividades internas e externas, individuais ou VI - capacitação das equipes de saúde e dos profissionais das
coletivas, das quais o adolescente poderá participar; e entidades de atendimento, bem como daqueles que atuam nas uni-
III - a fixação das metas para o alcance de desenvolvimento de dades de saúde de referência voltadas às especificidades de saúde
atividades externas. dessa população e de suas famílias;
Parágrafo único. O PIA será elaborado no prazo de até 45 (qua- VII - inclusão, nos Sistemas de Informação de Saúde do SUS,
renta e cinco) dias da data do ingresso do adolescente no programa bem como no Sistema de Informações sobre Atendimento Socioe-
de atendimento. ducativo, de dados e indicadores de saúde da população de adoles-
Art. 56. Para o cumprimento das medidas de prestação de ser- centes em atendimento socioeducativo; e
viços à comunidade e de liberdade assistida, o PIA será elaborado VIII - estruturação das unidades de internação conforme as
no prazo de até 15 (quinze) dias do ingresso do adolescente no pro- normas de referência do SUS e do Sinase, visando ao atendimento
grama de atendimento. das necessidades de Atenção Básica.
Art. 57. Para a elaboração do PIA, a direção do respectivo pro- Art. 61. As entidades que ofereçam programas de atendimento
grama de atendimento, pessoalmente ou por meio de membro da socioeducativo em meio aberto e de semiliberdade deverão prestar
equipe técnica, terá acesso aos autos do procedimento de apuração orientações aos socioeducandos sobre o acesso aos serviços e às
do ato infracional e aos dos procedimentos de apuração de outros unidades do SUS.
atos infracionais atribuídos ao mesmo adolescente. Art. 62. As entidades que ofereçam programas de privação de
§ 1º O acesso aos documentos de que trata o caput deverá ser liberdade deverão contar com uma equipe mínima de profissionais
realizado por funcionário da entidade de atendimento, devidamen- de saúde cuja composição esteja em conformidade com as normas
te credenciado para tal atividade, ou por membro da direção, em de referência do SUS.
conformidade com as normas a serem definidas pelo Poder Judi- Art. 63. (VETADO).
ciário, de forma a preservar o que determinam os arts. 143 e 144 § 1º O filho de adolescente nascido nos estabelecimentos refe-
da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do ridos no caput deste artigo não terá tal informação lançada em seu
Adolescente). registro de nascimento.
§ 2º A direção poderá requisitar, ainda: § 2º Serão asseguradas as condições necessárias para que a
I - ao estabelecimento de ensino, o histórico escolar do adoles- adolescente submetida à execução de medida socioeducativa de
cente e as anotações sobre o seu aproveitamento; privação de liberdade permaneça com o seu filho durante o perío-
II - os dados sobre o resultado de medida anteriormente aplica- do de amamentação.
da e cumprida em outro programa de atendimento; e
III - os resultados de acompanhamento especializado anterior. SEÇÃO II
Art. 58. Por ocasião da reavaliação da medida, é obrigatória a DO ATENDIMENTO A ADOLESCENTE COM TRANSTORNO
apresentação pela direção do programa de atendimento de relató- MENTAL E COM DEPENDÊNCIA DE ÁLCOOL E DE SUBSTÂNCIA
rio da equipe técnica sobre a evolução do adolescente no cumpri- PSICOATIVA
mento do plano individual.
Art. 59. O acesso ao plano individual será restrito aos servido- Art 64. O adolescente em cumprimento de medida socioedu-
res do respectivo programa de atendimento, ao adolescente e a cativa que apresente indícios de transtorno mental, de deficiência
seus pais ou responsável, ao Ministério Público e ao defensor, exce- mental, ou associadas, deverá ser avaliado por equipe técnica mul-
to expressa autorização judicial. tidisciplinar e multissetorial.
§ 1º As competências, a composição e a atuação da equipe téc-
CAPÍTULO V nica de que trata o caput deverão seguir, conjuntamente, as normas
DA ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DE ADOLESCENTE EM CUM- de referência do SUS e do Sinase, na forma do regulamento.
PRIMENTO DE MEDIDA SOCIOEDUCATIVA § 2º A avaliação de que trata o caput subsidiará a elaboração
e execução da terapêutica a ser adotada, a qual será incluída no
SEÇÃO I PIA do adolescente, prevendo, se necessário, ações voltadas para
DISPOSIÇÕES GERAIS a família.
§ 3º As informações produzidas na avaliação de que trata
Art. 60. A atenção integral à saúde do adolescente no Sistema o caput são consideradas sigilosas.
de Atendimento Socioeducativo seguirá as seguintes diretrizes: § 4º Excepcionalmente, o juiz poderá suspender a execução da
I - previsão, nos planos de atendimento socioeducativo, em to- medida socioeducativa, ouvidos o defensor e o Ministério Público,
das as esferas, da implantação de ações de promoção da saúde, com vistas a incluir o adolescente em programa de atenção integral
com o objetivo de integrar as ações socioeducativas, estimulando a à saúde mental que melhor atenda aos objetivos terapêuticos esta-
autonomia, a melhoria das relações interpessoais e o fortalecimen- belecidos para o seu caso específico.
to de redes de apoio aos adolescentes e suas famílias; § 5º Suspensa a execução da medida socioeducativa, o juiz de-
II - inclusão de ações e serviços para a promoção, proteção, signará o responsável por acompanhar e informar sobre a evolução
prevenção de agravos e doenças e recuperação da saúde; do atendimento ao adolescente.
III - cuidados especiais em saúde mental, incluindo os relacio- § 6º A suspensão da execução da medida socioeducativa será
nados ao uso de álcool e outras substâncias psicoativas, e atenção avaliada, no mínimo, a cada 6 (seis) meses.
aos adolescentes com deficiências; § 7º O tratamento a que se submeterá o adolescente deverá
IV - disponibilização de ações de atenção à saúde sexual e re- observar o previsto na  Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que
produtiva e à prevenção de doenças sexualmente transmissíveis; dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de
V - garantia de acesso a todos os níveis de atenção à saúde, por transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde
meio de referência e contrarreferência, de acordo com as normas mental.
do Sistema Único de Saúde (SUS); § 8º (VETADO).

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 65. Enquanto não cessada a jurisdição da Infância e Juven- CAPÍTULO VIII
tude, a autoridade judiciária, nas hipóteses tratadas no art. 64, po- DA CAPACITAÇÃO PARA O TRABALHO
derá remeter cópia dos autos ao Ministério Público para eventual
propositura de interdição e outras providências pertinentes. Art. 76. O art. 2º do Decreto-Lei nº 4.048, de 22 de janeiro de
Art. 66. (VETADO). 1942, passa a vigorar acrescido do seguinte § 1º , renumerando-se
o atual parágrafo único para § 2º :
CAPÍTULO VI “Art. 2º .........................................................................
DAS VISITAS A ADOLESCENTE EM CUMPRIMENTO DE MEDIDA § 1º As escolas do Senai poderão ofertar vagas aos usuários
DE do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase) nas
INTERNAÇÃO condições a serem dispostas em instrumentos de cooperação cele-
brados entre os operadores do Senai e os gestores dos Sistemas de
Art. 67. A visita do cônjuge, companheiro, pais ou responsáveis, Atendimento Socioeducativo locais.
parentes e amigos a adolescente a quem foi aplicada medida socio- § 2º ...................................................................... ” (NR)
educativa de internação observará dias e horários próprios defini- Art. 77. O art. 3º do Decreto-Lei nº 8.621, de 10 de janeiro de
dos pela direção do programa de atendimento. 1946, passa a vigorar acrescido do seguinte § 1º , renumerando-se
Art. 68. É assegurado ao adolescente casado ou que viva, com- o atual parágrafo único para § 2º :
provadamente, em união estável o direito à visita íntima. “Art. 3º .........................................................................
Parágrafo único. O visitante será identificado e registrado pela § 1º As escolas do Senac poderão ofertar vagas aos usuários
direção do programa de atendimento, que emitirá documento de do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase) nas
identificação, pessoal e intransferível, específico para a realização condições a serem dispostas em instrumentos de cooperação cele-
da visita íntima. brados entre os operadores do Senac e os gestores dos Sistemas de
Art. 69. É garantido aos adolescentes em cumprimento de me- Atendimento Socioeducativo locais.
dida socioeducativa de internação o direito de receber visita dos § 2º . ..................................................................... ” (NR)
filhos, independentemente da idade desses. Art. 78. O art. 1º da  Lei nº 8.315, de 23 de dezembro de
Art. 70. O regulamento interno estabelecerá as hipóteses de 1991, passa a vigorar acrescido do seguinte parágrafo único:
proibição da entrada de objetos na unidade de internação, vedando “Art. 1º .........................................................................
o acesso aos seus portadores. Parágrafo único. Os programas de formação profissional rural
do Senar poderão ofertar vagas aos usuários do Sistema Nacional
CAPÍTULO VII de Atendimento Socioeducativo (Sinase) nas condições a serem dis-
DOS REGIMES DISCIPLINARES postas em instrumentos de cooperação celebrados entre os opera-
dores do Senar e os gestores dos Sistemas de Atendimento Socioe-
Art. 71. Todas as entidades de atendimento socioeducativo de- ducativo locais.” (NR)
verão, em seus respectivos regimentos, realizar a previsão de regi- Art. 79. O art. 3º da  Lei nº 8.706, de 14 de setembro de
me disciplinar que obedeça aos seguintes princípios: 1993, passa a vigorar acrescido do seguinte parágrafo único:
I - tipificação explícita das infrações como leves, médias e gra- “Art. 3º .........................................................................
ves e determinação das correspondentes sanções; Parágrafo único. Os programas de formação profissional do
II - exigência da instauração formal de processo disciplinar para Senat poderão ofertar vagas aos usuários do Sistema Nacional de
a aplicação de qualquer sanção, garantidos a ampla defesa e o con- Atendimento Socioeducativo (Sinase) nas condições a serem dis-
traditório; postas em instrumentos de cooperação celebrados entre os opera-
III - obrigatoriedade de audiência do socioeducando nos casos dores do Senat e os gestores dos Sistemas de Atendimento Socioe-
em que seja necessária a instauração de processo disciplinar; ducativo locais.” (NR)
IV - sanção de duração determinada; Art. 80. O art. 429 do Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de
V - enumeração das causas ou circunstâncias que eximam, ate- 1943, passa a vigorar acrescido do seguinte § 2º :
nuem ou agravem a sanção a ser imposta ao socioeducando, bem “Art. 429. .....................................................................
como os requisitos para a extinção dessa; .............................................................................................
VI - enumeração explícita das garantias de defesa; § 2º Os estabelecimentos de que trata o caput ofertarão va-
VII - garantia de solicitação e rito de apreciação dos recursos gas de aprendizes a adolescentes usuários do Sistema Nacional de
cabíveis; e Atendimento Socioeducativo (Sinase) nas condições a serem dis-
VIII - apuração da falta disciplinar por comissão composta por, postas em instrumentos de cooperação celebrados entre os esta-
no mínimo, 3 (três) integrantes, sendo 1 (um), obrigatoriamente, belecimentos e os gestores dos Sistemas de Atendimento Socioe-
oriundo da equipe técnica. ducativo locais.” (NR)
Art. 72. O regime disciplinar é independente da responsabilida-
de civil ou penal que advenha do ato cometido. TÍTULO III
Art. 73. Nenhum socioeducando poderá desempenhar função DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
ou tarefa de apuração disciplinar ou aplicação de sanção nas entida-
des de atendimento socioeducativo. Art. 81. As entidades que mantenham programas de atendi-
Art. 74. Não será aplicada sanção disciplinar sem expressa e mento têm o prazo de até 6 (seis) meses após a publicação desta
anterior previsão legal ou regulamentar e o devido processo admi- Lei para encaminhar ao respectivo Conselho Estadual ou Municipal
nistrativo. dos Direitos da Criança e do Adolescente proposta de adequação da
Art. 75. Não será aplicada sanção disciplinar ao socioeducando sua inscrição, sob pena de interdição.
que tenha praticado a falta: Art. 82. Os Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente,
I - por coação irresistível ou por motivo de força maior; em todos os níveis federados, com os órgãos responsáveis pelo sis-
II - em legítima defesa, própria ou de outrem. tema de educação pública e as entidades de atendimento, deverão,
no prazo de 1 (um) ano a partir da publicação desta Lei, garantir
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
a inserção de adolescentes em cumprimento de medida socioedu- I - 1% (um por cento) do imposto sobre a renda devido apurado
cativa na rede pública de educação, em qualquer fase do período pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real; e
letivo, contemplando as diversas faixas etárias e níveis de instrução. II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apurado pelas
Art. 83. Os programas de atendimento socioeducativo sob pessoas físicas na Declaração de Ajuste Anual, observado o disposto
a responsabilidade do Poder Judiciário serão, obrigatoriamente, no art. 22 da Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997.
transferidos ao Poder Executivo no prazo máximo de 1 (um) ano a .............................................................................................
partir da publicação desta Lei e de acordo com a política de oferta § 5º Observado o disposto no § 4º do art. 3º da Lei nº 9.249,
dos programas aqui definidos. de 26 de dezembro de 1995, a dedução de que trata o inciso I
Art. 84. Os programas de internação e semiliberdade sob a res- do caput :
ponsabilidade dos Municípios serão, obrigatoriamente, transferidos I - será considerada isoladamente, não se submetendo a limite
para o Poder Executivo do respectivo Estado no prazo máximo de 1 em conjunto com outras deduções do imposto; e
(um) ano a partir da publicação desta Lei e de acordo com a política II - não poderá ser computada como despesa operacional na
de oferta dos programas aqui definidos. apuração do lucro real.” (NR)
Art. 85. A não transferência de programas de atendimento para “ Art. 260-A. A partir do exercício de 2010, ano-calendário de
os devidos entes responsáveis, no prazo determinado nesta Lei, im- 2009, a pessoa física poderá optar pela doação de que trata o inciso
portará na interdição do programa e caracterizará ato de improbi- II do caput  do art. 260 diretamente em sua Declaração de Ajuste
dade administrativa do agente responsável, vedada, ademais, ao Anual.
Poder Judiciário e ao Poder Executivo municipal, ao final do referido § 1º A doação de que trata o caput poderá ser deduzida até os
prazo, a realização de despesas para a sua manutenção. seguintes percentuais aplicados sobre o imposto apurado na decla-
Art. 86. Os arts. 90, 97, 121, 122, 198 e 208 da Lei nº 8.069, de ração:
13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), pas- I - (VETADO);
sam a vigorar com a seguinte redação: II - (VETADO);
“Art. 90. ...................................................................... III - 3% (três por cento) a partir do exercício de 2012.
............................................................................................. § 2º A dedução de que trata o caput :
V - prestação de serviços à comunidade; I - está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do imposto sobre
VI - liberdade assistida; a renda apurado na declaração de que trata o inciso II do caput do
VII - semiliberdade; e art. 260;
VIII - internação. II - não se aplica à pessoa física que:
. ...................................................................................” (NR) a) utilizar o desconto simplificado;
“Art. 97. (VETADO)” b) apresentar declaração em formulário; ou
“Art. 121. ................................. ............ c) entregar a declaração fora do prazo;
............................................................................................. III - só se aplica às doações em espécie; e
§ 7º A determinação judicial mencionada no § 1º poderá ser IV - não exclui ou reduz outros benefícios ou deduções em vi-
revista a qualquer tempo pela autoridade judiciária.” (NR) gor.
“Art. 122. ..................................................................... § 3º O pagamento da doação deve ser efetuado até a data de
............................................................................................. vencimento da primeira quota ou quota única do imposto, observa-
§ 1º O prazo de internação na hipótese do inciso III deste arti- das instruções específicas da Secretaria da Receita Federal do Brasil.
go não poderá ser superior a 3 (três) meses, devendo ser decretada § 4º O não pagamento da doação no prazo estabelecido no § 3º
judicialmente após o devido processo legal. implica a glosa definitiva desta parcela de dedução, ficando a pes-
...................................................................................” (NR) soa física obrigada ao recolhimento da diferença de imposto devido
“  Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e apurado na Declaração de Ajuste Anual com os acréscimos legais
da Juventude, inclusive os relativos à execução das medidas socio- previstos na legislação.
educativas, adotar-se-á o sistema recursal da Lei nº 5.869, de 11 de § 5º A pessoa física poderá deduzir do imposto apurado na De-
janeiro de 1973 (Código de Processo Civil), com as seguintes adap- claração de Ajuste Anual as doações feitas, no respectivo ano-ca-
tações: lendário, aos fundos controlados pelos Conselhos dos Direitos da
............................................................................................. Criança e do Adolescente municipais, distrital, estaduais e nacional
II - em todos os recursos, salvo nos embargos de declaração, o concomitantemente com a opção de que trata o caput, respeitado
prazo para o Ministério Público e para a defesa será sempre de 10 o limite previsto no inciso II do art. 260.”
(dez) dias; “ Art. 260-B. A doação de que trata o inciso I do art. 260 pode-
...................................................................................” (NR) rá ser deduzida:
“Art. 208. ..................................................................... I - do imposto devido no trimestre, para as pessoas jurídicas
............................................................................................. que apuram o imposto trimestralmente; e
X - de programas de atendimento para a execução das medi- II - do imposto devido mensalmente e no ajuste anual, para as
das socioeducativas e aplicação de medidas de proteção. pessoas jurídicas que apuram o imposto anualmente.
...................................................................................” (NR) Parágrafo único. A doação deverá ser efetuada dentro do perí-
Art. 87. A  Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da odo a que se refere a apuração do imposto.”
Criança e do Adolescente), passa a vigorar com as seguintes alte- “ Art. 260-C. As doações de que trata o art. 260 desta Lei po-
rações: dem ser efetuadas em espécie ou em bens.
“ Art. 260. Os contribuintes poderão efetuar doações aos Fun- Parágrafo único. As doações efetuadas em espécie devem ser
dos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, distrital, depositadas em conta específica, em instituição financeira pública,
estaduais ou municipais, devidamente comprovadas, sendo essas vinculadas aos respectivos fundos de que trata o art. 260.”
integralmente deduzidas do imposto de renda, obedecidos os se-
guintes limites:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
“  Art. 260-D. Os órgãos responsáveis pela administração das V - o total dos recursos recebidos e a respectiva destinação, por
contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacio- projeto atendido, inclusive com cadastramento na base de dados
nal, estaduais, distrital e municipais devem emitir recibo em favor do Sistema de Informações sobre a Infância e a Adolescência; e
do doador, assinado por pessoa competente e pelo presidente do VI - a avaliação dos resultados dos projetos beneficiados com
Conselho correspondente, especificando: recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente na-
I - número de ordem; cional, estaduais, distrital e municipais.”
II - nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e ende- “  Art. 260-J. O Ministério Público determinará, em cada Co-
reço do emitente; marca, a forma de fiscalização da aplicação dos incentivos fiscais
III - nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do doador; referidos no art. 260 desta Lei.
IV - data da doação e valor efetivamente recebido; e Parágrafo único. O descumprimento do disposto nos arts. 260-
V - ano-calendário a que se refere a doação. G e 260-I sujeitará os infratores a responder por ação judicial pro-
§ 1º O comprovante de que trata o caput deste artigo pode ser posta pelo Ministério Público, que poderá atuar de ofício, a reque-
emitido anualmente, desde que discrimine os valores doados mês rimento ou representação de qualquer cidadão.”
a mês. “ Art. 260-K. A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência
§ 2º No caso de doação em bens, o comprovante deve conter da República (SDH/PR) encaminhará à Secretaria da Receita Federal
a identificação dos bens, mediante descrição em campo próprio ou do Brasil, até 31 de outubro de cada ano, arquivo eletrônico con-
em relação anexa ao comprovante, informando também se houve tendo a relação atualizada dos Fundos dos Direitos da Criança e do
avaliação, o nome, CPF ou CNPJ e endereço dos avaliadores.” Adolescente nacional, distrital, estaduais e municipais, com a indi-
“ Art. 260-E. Na hipótese da doação em bens, o doador deverá: cação dos respectivos números de inscrição no CNPJ e das contas
I - comprovar a propriedade dos bens, mediante documenta- bancárias específicas mantidas em instituições financeiras públicas,
ção hábil; destinadas exclusivamente a gerir os recursos dos Fundos.”
II - baixar os bens doados na declaração de bens e direitos, “ Art. 260-L. A Secretaria da Receita Federal do Brasil expedirá
quando se tratar de pessoa física, e na escrituração, no caso de pes- as instruções necessárias à aplicação do disposto nos arts.  260 a
soa jurídica; e 260-K.”
III - considerar como valor dos bens doados: Art. 88. O parágrafo único do art. 3º da Lei nº 12.213, de 20 de
a) para as pessoas físicas, o valor constante da última declara- janeiro de 2010, passa a vigorar com a seguinte redação:
ção do imposto de renda, desde que não exceda o valor de merca- “Art. 3º ..........................................................................
do; Parágrafo único. A dedução a que se refere o caput deste artigo
b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos bens. não poderá ultrapassar 1% (um por cento) do imposto devido.” (NR)
Parágrafo único. O preço obtido em caso de leilão não será con- Art. 89. (VETADO).
siderado na determinação do valor dos bens doados, exceto se o Art. 90. Esta Lei entra em vigor após decorridos 90 (noventa)
leilão for determinado por autoridade judiciária.” dias de sua publicação oficial.
“ Art. 260-F. Os documentos a que se referem os arts. 260-D Brasília, 18 de janeiro de 2012; 191º da Independência e 124º
e 260-E devem ser mantidos pelo contribuinte por um prazo de 5 da República.
(cinco) anos para fins de comprovação da dedução perante a Recei-
ta Federal do Brasil.”
“  Art. 260-G. Os órgãos responsáveis pela administração das ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE – ECRIAD
contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacio- E ATUALIZAÇÕES
nal, estaduais, distrital e municipais devem:
I - manter conta bancária específica destinada exclusivamente
a gerir os recursos do Fundo; LEI FEDERAL Nº 8.069/90 – DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DA
II - manter controle das doações recebidas; e CRIANÇA E DO ADOLESCENTE;
III - informar anualmente à Secretaria da Receita Federal do
Brasil as doações recebidas mês a mês, identificando os seguintes O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é uma lei federal
dados por doador: (8.069 promulgada em julho de 1990), que trata sobre os direitos
a) nome, CNPJ ou CPF; das crianças e adolescentes em todo o Brasil.
b) valor doado, especificando se a doação foi em espécie ou Trata-se de um ramo do direito especializado, dividido em partes
em bens.” geral e especial, onde a primeira traça, como as demais codificações
“ Art. 260-H. Em caso de descumprimento das obrigações pre- existentes, os princípios norteadores do Estatuto. Já a segunda
vistas no art. 260-G, a Secretaria da Receita Federal do Brasil dará parte estrutura a política de atendimento, medidas, conselho
conhecimento do fato ao Ministério Público.” tutelar, acesso jurisdicional e apuração de atos infracionais.
“ Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da Criança e do Adoles- A partir do Estatuto, crianças e adolescentes brasileiros, sem
cente nacional, estaduais, distrital e municipais divulgarão ampla- distinção de raça, cor ou classe social, passaram a ser reconhecidos
mente à comunidade: como sujeitos de direitos e deveres, considerados como pessoas em
I - o calendário de suas reuniões; desenvolvimento a quem se deve prioridade absoluta do Estado.
II - as ações prioritárias para aplicação das políticas de atendi- O objetivo estatutário é a proteção dos menores de 18 anos,
mento à criança e ao adolescente; proporcionando a eles um desenvolvimento físico, mental, moral e
III - os requisitos para a apresentação de projetos a serem be- social condizentes com os princípios constitucionais da liberdade e
neficiados com recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do da dignidade, preparando para a vida adulta em sociedade.
Adolescente nacional, estaduais, distrital ou municipais; O ECA estabelece direitos à vida, à saúde, à alimentação, à
IV - a relação dos projetos aprovados em cada ano-calendário educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
e o valor dos recursos previstos para implementação das ações, por respeito, à liberdade, à convivência familiar e comunitária para
projeto; meninos e meninas, e também aborda questões de políticas de

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
atendimento, medidas protetivas ou medidas socioeducativas, entre 1. Atender crianças e adolescentes e aplicar medidas de
outras providências. Trata-se de direitos diretamente relacionados proteção.
à Constituição da República de 1988. 2. Atender e aconselhar os pais ou responsável e aplicar medidas
Para o Estatuto, considera-se criança a pessoa de até doze pertinentes previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente.
anos de idade incompletos, e adolescente aquela compreendida 3. Promover a execução de suas decisões, podendo
entre doze e dezoito anos. Entretanto, aplica-se o estatuto, requisitar serviços públicos e entrar na Justiça quando alguém,
excepcionalmente, às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de injustificadamente, descumprir suas decisões.
idade, em situações que serão aqui demonstradas. 4. Levar ao conhecimento do Ministério Público fatos que o
Dispõe, ainda, que nenhuma criança ou adolescente será Estatuto tenha como infração administrativa ou penal.
objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, 5. Encaminhar à Justiça os casos que a ela são pertinentes.
violência, crueldade e opressão, por qualquer pessoa que seja, 6. Tomar providências para que sejam cumpridas as medidas
devendo ser punido qualquer ação ou omissão que atente aos sócio-educativas aplicadas pela Justiça a adolescentes infratores.
seus direitos fundamentais. Ainda, no seu artigo 7º, disciplina que 7. Expedir notificações em casos de sua competência.
a criança e o adolescente têm direito à proteção à vida e à saúde, 8. Requisitar certidões de nascimento e de óbito de crianças e
mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o adolescentes, quando necessário.
nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições 9. Assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta
dignas de existência. orçamentaria para planos e programas de atendimento dos direitos
As medidas protetivas adotadas pelo ECA são para salvaguardar da criança e do adolescente.
a família natural ou a família substituta, sendo está ultima 10. Entrar na Justiça, em nome das pessoas e das famílias,
pela guarda, tutela ou adoção. A guarda obriga a prestação de para que estas se defendam de programas de rádio e televisão que
assistência material, moral e educacional, a tutela pressupõe todos contrariem princípios constitucionais bem como de propaganda de
os deveres da guarda e pode ser conferida a pessoa de até 21 anos produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao
incompletos, já a adoção atribui condição de filho, com mesmos meio ambiente.
direito e deveres, inclusive sucessórios. 11. Levar ao Ministério Público casos que demandam ações
A instituição familiar é a base da sociedade, sendo indispensável judiciais de perda ou suspensão do pátrio poder.
à organização social, conforme preceitua o art. 226 da CR/88. Não 12. Fiscalizar as entidades governamentais e não-
sendo regra, mas os adolescentes correm maior risco quando fazem governamentais que executem programas de proteção e
parte de famílias desestruturadas ou violentas. socioeducativos.
Cabe aos pais o dever de sustento, guarda e educação dos
filhos, não constituindo motivo de escusa a falta ou a carência de Considerando que todos têm o dever de zelar pela dignidade da
recursos materiais, sob pena da perda ou a suspensão do pátrio criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento
poder. desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor,
Caso a família natural, comunidade formada pelos pais ou havendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra alguma
qualquer deles e seus descendentes, descumpra qualquer de suas criança ou adolescente, serão obrigatoriamente comunicados ao
obrigações, a criança ou adolescente serão colocados em família Conselho Tutelar para providências cabíveis.
substituta mediante guarda, tutela ou adoção. Ainda com toda proteção às crianças e aos adolescentes, a
Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado delinquência é uma realidade social, principalmente nas grandes
no seio da sua família e, excepcionalmente, em família substituta, cidades, sem previsão de término, fazendo com que tenha
assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente livre tratamento diferenciado dos crimes praticados por agentes
da presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecentes. imputáveis.
Por tal razão que a responsabilidade dos pais é enorme no Os crimes praticados por adolescentes entre 12 e 18 anos
desenvolvimento familiar e dos filhos, cujo objetivo é manter ao incompletos são denominados atos infracionais passíveis de
máximo a estabilidade emocional, econômica e social. aplicação de medidas socioeducativas. Os dispositivos do Estatuto
A perda de valores sociais, ao longo do tempo, também são da Criança e do Adolescente disciplinam situações nas quais tanto
fatores que interferem diretamente no desenvolvimento das o responsável, quanto o menor devem ser instados a modificarem
crianças e adolescentes, visto que não permanecem exclusivamente atitudes, definindo sanções para os casos mais graves.
inseridos na entidade familiar. Nas hipóteses do menor cometer ato infracional, cuja conduta
Por isso é dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça sempre estará descrita como crime ou contravenção penal para os
ou violação dos direitos das crianças e dos adolescentes. Tanto imputáveis, poderão sofrer sanções específicas aquelas descritas no
que cabe a sociedade, família e ao poder público proibir a venda e estatuto como medidas socioeducativas.
comercialização à criança e ao adolescente de armas, munições e Os menores de 18 anos são penalmente inimputáveis, mas
explosivos, bebida alcoólicas, drogas, fotos de artifício, revistas de respondem pela prática de ato infracional cuja sanção será desde
conteúdo adulto e bilhetes lotéricos ou equivalentes. a adoção de medida protetiva de encaminhamento aos pais ou
Cada município deverá haver, no mínimo, um Conselho Tutelar responsável, orientação, apoio e acompanhamento, matricula e
composto de cinco membros, escolhidos pela comunidade local, frequência em estabelecimento de ensino, inclusão em programa
regularmente eleitos e empossados, encarregado pela sociedade de auxílio à família, encaminhamento a tratamento médico,
de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente. psicológico ou psiquiátrico, abrigo, tratamento toxicológico e, até,
O Conselho Tutelar é uma das entidades públicas competentes colocação em família substituta.
a salvaguardar os direitos das crianças e dos adolescentes nas Já o adolescente entre 12 e 18 anos incompletos (inimputáveis)
hipóteses em que haja desrespeito, inclusive com relação a seus que pratica algum ato infracional, além das medidas protetivas
pais e responsáveis, bem como aos direitos e deveres previstos na já descritas, a autoridade competente poderá aplicar medida
legislação do ECA e na Constituição. São deveres dos Conselheiros socioeducativa de acordo com a capacidade do ofensor,
Tutelares: circunstâncias do fato e a gravidade da infração, são elas:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
1) Advertências – admoestação verbal, reduzida a termo O importante é observar que as crianças e os adolescentes não
e assinada pelos adolescentes e genitores sob os riscos do podem ser considerados autênticas propriedades de seus genitores,
envolvimento em atos infracionais e sua reiteração, visto que são titulas de direitos humanos como quaisquer pessoas,
2) Obrigação de reparar o dano – caso o ato infracional seja dotados de direitos e deveres como demonstrado.
passível de reparação patrimonial, compensando o prejuízo da A implantação integral do ECA sofre grande resistência de
vítima, parte da sociedade brasileira, que o considera excessivamente
3) Prestação de serviços à comunidade – tem por objetivo paternalista em relação aos atos infracionais cometidos por crianças
conscientizar o menor infrator sobre valores e solidariedade social, e adolescentes, uma vez que os atos infracionais estão ficando cada
4) Liberdade assistida – medida de grande eficácia para o vez mais violentos e reiterados.
enfretamento da prática de atos infracionais, na medida em que Consideram, ainda, que o estatuto, que deveria proteger e
atua juntamente com a família e o controle por profissionais educar a criança e o adolescente, na prática, acaba deixando-os sem
(psicólogos e assistentes sociais) do Juizado da Infância e Juventude, nenhum tipo de punição ou mesmo ressocialização, bem como é
5) Semiliberdade – medida de média extremidade, uma vez que utilizado por grupos criminosos para livrar-se de responsabilidades
exigem dos adolescentes infratores o trabalho e estudo durante o criminais fazendo com que adolescentes assumam a culpa.
dia, mas restringe sua liberdade no período noturno, mediante Cabe ao Estado zelas para que as crianças e adolescentes se
recolhimento em entidade especializada desenvolvam em condições sociais que favoreçam a integridade
6) Internação por tempo indeterminado – medida mais extrema física, liberdade e dignidade. Contudo, não se pode atribuir tal
do Estatuto da Criança e do Adolescente devido à privação total da responsabilidade apenas a uma suposta inaplicabilidade do estatuto
liberdade. Aplicada em casos mais graves e em caráter excepcional. da criança e do adolescente, uma vez que estes nada mais são do
que o produto da entidade familiar e da sociedade, as quais têm
Antes da sentença, a internação somente pode ser determinada importância fundamental no comportamento dos mesmos.1
pelo prazo máximo de 45 dias, mediante decisão fundamentada
baseada em fortes indícios de autoria e materialidade do ato Últimas alterações no ECA
infracional.
Nessa vertente, as entidades que desenvolvem programas de As mais recentes:
internação têm a obrigação de: São quatro os pontos modificados no ECA durante a atual
1) Observar os direitos e garantias de que são titulares os administração:
adolescentes; - A instituição da Semana Nacional de Prevenção da Gravidez
2) Não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto de na Adolescência, na lei nº 13.798, de 3 de janeiro de 2019;
restrição na decisão de internação, - A criação do Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas - na
3) Preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito e lei nº 13.812, de 16 de março 2019;
dignidade ao adolescente, - A mudança na idade mínima para que uma criança ou
4) Diligenciar no sentido do restabelecimento e da preservação adolescente possa viajar sem os pais ou responsáveis e sem
dos vínculos familiares, autorização judicial, passando de 12 para 16 anos - na mesma lei
5) Oferecer instalações físicas em condições adequadas, e toda nº 13.812;
infraestrutura e cuidados médicos e educacionais, inclusive na área - A mudança na lei sobre a reeleição dos conselheiros tutelares,
de lazer e atividades culturais e desportivas. que agora podem ser reeleitos por vários mandatos consecutivos,
6) Reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo em vez de apenas uma vez - lei 13.824, de 9 de maio 2019.
máximo de seis meses, dando ciência dos resultados à autoridade
competente. Lei nº 13.509/17, publicada em 22 de novembro de 2017
altera o ECA ao estabelecer novos prazos e procedimentos para o
Uma vez aplicada as medidas socioeducativas podem ser trâmite dos processos de adoção, além de prever novas hipóteses
implementadas até que sejam completados 18 anos de idade. de destituição do poder familiar, de apadrinhamento afetivo e
Contudo, o cumprimento pode chegar aos 21 anos de idade nos disciplinar a entrega voluntária de crianças e adolescentes à adoção.
casos de internação, nos termos do art. 121, §5º do ECA.
Assim como no sistema penal tradicional, as sanções previstas Lei Federal nº 13.431/2017 – Lei da Escuta Protegida
no Estatuto da Criança e do Adolescente apresentam preocupação Esta lei estabelece novas diretrizes para o atendimento de
com a reeducação e a ressocialização dos menores infratores. crianças ou adolescentes vítimas ou testemunhas de violências,
Antes de iniciado o procedimento de apuração do ato e que frequentemente são expostos a condutas profissionais
infracional, o representante do Ministério Público poderá conceder não qualificadas, sendo obrigados a relatar por várias vezes,
o perdão (remissão), como forma de exclusão do processo, se ou para pessoas diferentes, violências sofridas, revivendo
atendido às circunstâncias e consequências do fato, contexto social, desnecessariamente seu drama.
personalidade do adolescente e sua maior ou menor participação Denominada “Lei da Escuta Protegida”, essa lei tem como
no ato infracional. objetivo a proteção de crianças e adolescentes após a revelação da
Por fim, o Estatuto da Criança e do Adolescente institui violência sofrida, promovendo uma escuta única nos serviços de
medidas aplicáveis aos pais ou responsáveis de encaminhamento atendimento e criando um protocolo de atendimento a ser adotado
a programa de proteção a família, inclusão em programa de por todos os órgãos do Sistema de Garantia de Direitos.
orientação a alcoólatras e toxicômanos, encaminhamento a
tratamento psicológico ou psiquiátrico, encaminhamento a cursos
ou programas de orientação, obrigação de matricular e acompanhar
o aproveitamento escolar do menor, advertência, perda da guarda,
destituição da tutela e até suspensão ou destituição do pátrio poder.
1 Fonte: www.ambito-juridico.com.br – Texto adaptado de Cláudia Mara de
Almeida Rabelo Viegas / Cesar Leandro de Almeida Rabelo
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Lei 13.436, de 12 de abril de 2017 - Garantia do direito a Na presente Lei estão dispostos os procedimentos de adoção
acompanhamento e orientação à mãe com relação à amamentação (Livro I, capítulo V), a aplicação de medidas socioeducativas (Livro II,
Esta lei introduziu no artigo 10 do ECA uma responsabilidade capítulo II), do Conselho Tutelar (Livro II, capítulo V), e também dos
adicional para os hospitais e demais estabelecimentos de atenção crimes cometidos contra crianças e adolescentes.
à saúde de gestantes, públicos e particulares: daqui em diante O objetivo estatutário é a proteção dos menores de 18 anos,
eles estão obrigados a acompanhar a prática do processo de proporcionando a eles um desenvolvimento físico, mental, moral e
amamentação, prestando orientações quanto à técnica adequada, social condizentes com os princípios constitucionais da liberdade e
enquanto a mãe permanecer na unidade hospitalar. da dignidade, preparando para a vida adulta em sociedade.
O ECA estabelece direitos à vida, à saúde, à alimentação, à
Lei 13.438, de 26 de abril de 2017 – Protocolo de Avaliação de educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
riscos para o desenvolvimento psíquico das crianças respeito, à liberdade, à convivência familiar e comunitária para
Esta lei determina que o Sistema Único de Saúde (SUS) será meninos e meninas, e também aborda questões de políticas de
obrigado a adotar protocolo com padrões para a avaliação de atendimento, medidas protetivas ou medidas socioeducativas, entre
riscos ao desenvolvimento psíquico de crianças de até 18 meses outras providências. Trata-se de direitos diretamente relacionados
de idade. A lei estabelece que crianças de até 18 meses de à Constituição da República de 1988.
idade façam acompanhamento através de protocolo ou outro
instrumento de detecção de risco. Esse acompanhamento se dará Dispõe a Lei 8.069/1990 que nenhuma criança ou adolescente
em consulta pediátrica. Por meio de exames poderá ser detectado será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação,
precocemente, por exemplo, o transtorno do espectro autista, o exploração, violência, crueldade e opressão, por qualquer pessoa
que permitirá um melhor acompanhamento no desenvolvimento que seja, devendo ser punido qualquer ação ou omissão que atente
futuro da criança. aos seus direitos fundamentais.

Lei nº 13.440, de 8 de maio de 2017 – Aumento na penalização LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990.
de crimes de exploração sexual de crianças e adolescentes
Esta lei promoveu a inclusão de mais uma penalidade no artigo Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá
244-A do ECA. A pena previa reclusão de quatro a dez anos e multa outras providências.
nos crimes de exploração sexual de crianças e adolescentes. Agora
o texto está acrescido de perda de bens e que os valores advindos O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso
dessas práticas serão revertidos em favor do Fundo dos Direitos Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
da Criança e do Adolescente da unidade da Federação (Estado ou
Distrito Federal) em que foi cometido o crime. Título I
Das Disposições Preliminares
Lei nº 13.441, de 8 de maio de 2017 - Prevê a infiltração de
agentes de polícia na internet com o fim de investigar crimes Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao
contra a dignidade sexual de criança e de adolescente adolescente.
Esta lei prevê a infiltração policial virtual no combate aos crimes Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa
contra a dignidade sexual de vulneráveis. A nova lei acrescentou ao até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre
ECA os artigos 190-A a 190-E e normatizou a investigação em meio doze e dezoito anos de idade.
cibernético. Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se
excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e
Revogação do artigo 248 que versava sobre trabalho doméstico um anos de idade.
de adolescentes Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos
Foi revogado o artigo 248 do ECA que possibilitava a fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção
regularização da guarda de adolescentes para o serviço doméstico. integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por
A Constituição Brasileira proíbe o trabalho infantil, mas este artigo outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes
estabelecia prazo de cinco dias para que o responsável, ou novo facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social,
guardião, apresentasse à Vara de Justiça de sua cidade ou comarca em condições de liberdade e de dignidade.
o adolescente trazido de outra localidade para prestação de serviço Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a
doméstico, o que, segundo os autores do projeto de lei que resultou todas as crianças e adolescentes, sem discriminação de nascimento,
na revogação do artigo, abria espaço para a regularização do situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença,
trabalho infantil ilegal. deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem,
condição econômica, ambiente social, região e local de moradia
Lei 13.306 de 2016 publicada no dia 04 de julho, alterou o ou outra condição que diferencie as pessoas, as famílias ou a
Estatuto da Criança e do Adolescente fixando em cinco anos a comunidade em que vivem. (incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
idade máxima para o atendimento na educação infantil.2 Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é uma lei federal geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a
(8.069 promulgada em julho de 1990), que trata sobre os direitos efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação,
das crianças e adolescentes em todo o Brasil. à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura,
Trata-se de um ramo do direito especializado, dividido em partes à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
geral e especial, onde a primeira traça, como as demais codificações comunitária.
existentes, os princípios norteadores do Estatuto. Já a segunda Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
parte estrutura a política de atendimento, medidas, conselho a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer
tutelar, acesso jurisdicional e apuração de atos infracionais. circunstâncias;
2 Fonte: www.equipeagoraeupasso.com.br/www.g1.globo.com
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de § 9 o A atenção primária à saúde fará a busca ativa da gestante
relevância pública; que não iniciar ou que abandonar as consultas de pré-natal, bem
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais como da puérpera que não comparecer às consultas pós-parto.
públicas; (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas § 10. Incumbe ao poder público garantir, à gestante e à mulher
relacionadas com a proteção à infância e à juventude. com filho na primeira infância que se encontrem sob custódia
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de em unidade de privação de liberdade, ambiência que atenda às
qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, normas sanitárias e assistenciais do Sistema Único de Saúde para
crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, o acolhimento do filho, em articulação com o sistema de ensino
por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais. competente, visando ao desenvolvimento integral da criança.
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos Art. 8º-A. Fica instituída a Semana Nacional de Prevenção
e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e da Gravidez na Adolescência, a ser realizada anualmente na
do adolescente como pessoas em desenvolvimento. semana que incluir o dia 1º de fevereiro, com o objetivo de
disseminar informações sobre medidas preventivas e educativas
Título II que contribuam para a redução da incidência da gravidez na
Dos Direitos Fundamentais adolescência. (Incluído pela Lei nº 13.798, de 2019)
Parágrafo único. As ações destinadas a efetivar o disposto no
Capítulo I caput deste artigo ficarão a cargo do poder público, em conjunto com
Do Direito à Vida e à Saúde organizações da sociedade civil, e serão dirigidas prioritariamente
ao público adolescente. (Incluído pela Lei nº 13.798, de 2019)
Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida Art. 9º O poder público, as instituições e os empregadores
e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que propiciarão condições adequadas ao aleitamento materno, inclusive
permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, aos filhos de mães submetidas a medida privativa de liberdade.
em condições dignas de existência. § 1 o Os profissionais das unidades primárias de saúde
Art. 8 o É assegurado a todas as mulheres o acesso aos programas desenvolverão ações sistemáticas, individuais ou coletivas,
e às políticas de saúde da mulher e de planejamento reprodutivo e, visando ao planejamento, à implementação e à avaliação de
às gestantes, nutrição adequada, atenção humanizada à gravidez, ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno e à
ao parto e ao puerpério e atendimento pré-natal, perinatal e pós- alimentação complementar saudável, de forma contínua. (Incluído
natal integral no âmbito do Sistema Único de Saúde. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
pela Lei nº 13.257, de 2016) § 2 o Os serviços de unidades de terapia intensiva neonatal
§ 1 o O atendimento pré-natal será realizado por profissionais deverão dispor de banco de leite humano ou unidade de coleta de
da atenção primária. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) leite humano. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 2 o Os profissionais de saúde de referência da gestante Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à
garantirão sua vinculação, no último trimestre da gestação, ao saúde de gestantes, públicos e particulares, são obrigados a:
estabelecimento em que será realizado o parto, garantido o direito I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de
de opção da mulher. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos;
§ 3 o Os serviços de saúde onde o parto for realizado assegurarão II - identificar o recém-nascido mediante o registro de
às mulheres e aos seus filhos recém-nascidos alta hospitalar sua impressão plantar e digital e da impressão digital da mãe,
responsável e contrarreferência na atenção primária, bem como sem prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade
o acesso a outros serviços e a grupos de apoio à amamentação. administrativa competente;
(Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica
§ 4 o Incumbe ao poder público proporcionar assistência de anormalidades no metabolismo do recém-nascido, bem como
psicológica à gestante e à mãe, no período pré e pós-natal, inclusive prestar orientação aos pais;
como forma de prevenir ou minorar as consequências do estado IV - fornecer declaração de nascimento onde constem
puerperal. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência necessariamente as intercorrências do parto e do desenvolvimento
§ 5 o A assistência referida no § 4 o deste artigo deverá ser do neonato;
prestada também a gestantes e mães que manifestem interesse em V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a
entregar seus filhos para adoção, bem como a gestantes e mães que permanência junto à mãe.
se encontrem em situação de privação de liberdade. (Redação dada VI - acompanhar a prática do processo de amamentação,
pela Lei nº 13.257, de 2016) prestando orientações quanto à técnica adequada, enquanto a mãe
§ 6 o A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um) permanecer na unidade hospitalar, utilizando o corpo técnico já
acompanhante de sua preferência durante o período do pré-natal, existente. (Incluído pela Lei nº 13.436, de 2017) (Vigência)
do trabalho de parto e do pós-parto imediato. (Incluído pela Lei nº § 1º Os testes para o rastreamento de doenças no recém-
13.257, de 2016) nascido serão disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde, no
§ 7 o A gestante deverá receber orientação sobre aleitamento âmbito do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), na
materno, alimentação complementar saudável e crescimento e forma da regulamentação elaborada pelo Ministério da Saúde, com
desenvolvimento infantil, bem como sobre formas de favorecer implementação de forma escalonada, de acordo com a seguinte
a criação de vínculos afetivos e de estimular o desenvolvimento ordem de progressão: (Incluído pela Lei nº 14.154, de 2021)
integral da criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) Vigência
§ 8 o A gestante tem direito a acompanhamento saudável I – etapa 1: (Incluído pela Lei nº 14.154, de 2021) Vigência
durante toda a gestação e a parto natural cuidadoso, estabelecendo- a) fenilcetonúria e outras hiperfenilalaninemias; (Incluída pela
se a aplicação de cesariana e outras intervenções cirúrgicas por Lei nº 14.154, de 2021) Vigência
motivos médicos. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
b) hipotireoidismo congênito; (Incluída pela Lei nº 14.154, de permanência em tempo integral de um dos pais ou responsável,
2021) Vigência nos casos de internação de criança ou adolescente. (Redação dada
c) doença falciforme e outras hemoglobinopatias; (Incluída pela Lei nº 13.257, de 2016)
pela Lei nº 14.154, de 2021) Vigência Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo
d) fibrose cística; (Incluída pela Lei nº 14.154, de 2021) Vigência físico, de tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos contra
e) hiperplasia adrenal congênita; (Incluída pela Lei nº 14.154, criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao
de 2021) Vigência Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras
f) deficiência de biotinidase; (Incluída pela Lei nº 14.154, de providências legais. (Redação dada pela Lei nº 13.010, de 2014)
2021) Vigência § 1 o As gestantes ou mães que manifestem interesse
g) toxoplasmose congênita; (Incluída pela Lei nº 14.154, de em entregar seus filhos para adoção serão obrigatoriamente
2021) Vigência encaminhadas, sem constrangimento, à Justiça da Infância e da
II – etapa 2: (Incluído pela Lei nº 14.154, de 2021) Vigência Juventude. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
a) galactosemias; (Incluída pela Lei nº 14.154, de 2021) Vigência § 2 o Os serviços de saúde em suas diferentes portas de
b) aminoacidopatias; (Incluída pela Lei nº 14.154, de 2021) entrada, os serviços de assistência social em seu componente
Vigência especializado, o Centro de Referência Especializado de Assistência
c) distúrbios do ciclo da ureia; (Incluída pela Lei nº 14.154, de Social (Creas) e os demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos
2021) Vigência da Criança e do Adolescente deverão conferir máxima prioridade
d) distúrbios da betaoxidação dos ácidos graxos; (Incluída pela ao atendimento das crianças na faixa etária da primeira infância
Lei nº 14.154, de 2021) Vigência com suspeita ou confirmação de violência de qualquer natureza,
III – etapa 3: doenças lisossômicas; (Incluído pela Lei nº 14.154, formulando projeto terapêutico singular que inclua intervenção em
de 2021) Vigência rede e, se necessário, acompanhamento domiciliar. (Incluído pela
IV – etapa 4: imunodeficiências primárias; (Incluído pela Lei nº Lei nº 13.257, de 2016)
14.154, de 2021) Vigência Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas
V – etapa 5: atrofia muscular espinhal. (Incluído pela Lei nº de assistência médica e odontológica para a prevenção das
14.154, de 2021) Vigência enfermidades que ordinariamente afetam a população infantil, e
§ 2º A delimitação de doenças a serem rastreadas pelo teste campanhas de educação sanitária para pais, educadores e alunos.
do pezinho, no âmbito do PNTN, será revisada periodicamente, § 1 o É obrigatória a vacinação das crianças nos casos
com base em evidências científicas, considerados os benefícios do recomendados pelas autoridades sanitárias. (Renumerado do
rastreamento, do diagnóstico e do tratamento precoce, priorizando parágrafo único pela Lei nº 13.257, de 2016)
as doenças com maior prevalência no País, com protocolo de § 2 o O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à saúde
tratamento aprovado e com tratamento incorporado no Sistema bucal das crianças e das gestantes, de forma transversal, integral
Único de Saúde. (Incluído pela Lei nº 14.154, de 2021) Vigência e intersetorial com as demais linhas de cuidado direcionadas à
§ 3º O rol de doenças constante do § 1º deste artigo poderá ser mulher e à criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
expandido pelo poder público com base nos critérios estabelecidos § 3 o A atenção odontológica à criança terá função educativa
no § 2º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 14.154, de 2021) Vigência protetiva e será prestada, inicialmente, antes de o bebê nascer, por
§ 4º Durante os atendimentos de pré-natal e de puerpério meio de aconselhamento pré-natal, e, posteriormente, no sexto
imediato, os profissionais de saúde devem informar a gestante e os e no décimo segundo anos de vida, com orientações sobre saúde
acompanhantes sobre a importância do teste do pezinho e sobre as bucal. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
eventuais diferenças existentes entre as modalidades oferecidas no § 4 o A criança com necessidade de cuidados odontológicos
Sistema Único de Saúde e na rede privada de saúde. (Incluído pela especiais será atendida pelo Sistema Único de Saúde. (Incluído pela
Lei nº 14.154, de 2021) Vigência Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 11. É assegurado acesso integral às linhas de cuidado § 5 º É obrigatória a aplicação a todas as crianças, nos seus
voltadas à saúde da criança e do adolescente, por intermédio do primeiros dezoito meses de vida, de protocolo ou outro instrumento
Sistema Único de Saúde, observado o princípio da equidade no construído com a finalidade de facilitar a detecção, em consulta
acesso a ações e serviços para promoção, proteção e recuperação pediátrica de acompanhamento da criança, de risco para o seu
da saúde. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) desenvolvimento psíquico. (Incluído pela Lei nº 13.438, de 2017)
§ 1 o A criança e o adolescente com deficiência serão atendidos, (Vigência)
sem discriminação ou segregação, em suas necessidades gerais de
saúde e específicas de habilitação e reabilitação. (Redação dada Capítulo II
pela Lei nº 13.257, de 2016) Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade
§ 2 o Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente,
àqueles que necessitarem, medicamentos, órteses, próteses e Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade,
outras tecnologias assistivas relativas ao tratamento, habilitação ou ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo
reabilitação para crianças e adolescentes, de acordo com as linhas de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e
de cuidado voltadas às suas necessidades específicas. (Redação sociais garantidos na Constituição e nas leis.
dada pela Lei nº 13.257, de 2016) Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes
§ 3 o Os profissionais que atuam no cuidado diário ou aspectos:
frequente de crianças na primeira infância receberão formação I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários,
específica e permanente para a detecção de sinais de risco para ressalvadas as restrições legais;
o desenvolvimento psíquico, bem como para o acompanhamento II - opinião e expressão;
que se fizer necessário. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) III - crença e culto religioso;
Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde, IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;
inclusive as unidades neonatais, de terapia intensiva e de V - participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação;
cuidados intermediários, deverão proporcionar condições para a VI - participar da vida política, na forma da lei;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
VII - buscar refúgio, auxílio e orientação. § 1 o Toda criança ou adolescente que estiver inserido em
Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da programa de acolhimento familiar ou institucional terá sua situação
integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, reavaliada, no máximo, a cada 3 (três) meses, devendo a autoridade
abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, judiciária competente, com base em relatório elaborado por equipe
dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais. interprofissional ou multidisciplinar, decidir de forma fundamentada
Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do pela possibilidade de reintegração familiar ou pela colocação em
adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, família substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art.
violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor. 28 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser § 2 o A permanência da criança e do adolescente em programa
educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento de acolhimento institucional não se prolongará por mais de 18
cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação (dezoito meses), salvo comprovada necessidade que atenda ao seu
ou qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família superior interesse, devidamente fundamentada pela autoridade
ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos executores de judiciária. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de § 3 o A manutenção ou a reintegração de criança ou
cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los. (Incluído pela Lei adolescente à sua família terá preferência em relação a qualquer
nº 13.010, de 2014) outra providência, caso em que será esta incluída em serviços e
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se: (Incluído programas de proteção, apoio e promoção, nos termos do § 1 o do
pela Lei nº 13.010, de 2014) art. 23, dos incisos I e IV do caput do art. 101 e dos incisos I a IV do
I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva caput do art. 129 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de
aplicada com o uso da força física sobre a criança ou o adolescente 2016)
que resulte em: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) § 4 o Será garantida a convivência da criança e do adolescente com
a) sofrimento físico; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) a mãe ou o pai privado de liberdade, por meio de visitas periódicas
b) lesão; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) promovidas pelo responsável ou, nas hipóteses de acolhimento
II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel de institucional, pela entidade responsável, independentemente de
tratamento em relação à criança ou ao adolescente que: (Incluído autorização judicial. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014)
pela Lei nº 13.010, de 2014) § 5 o Será garantida a convivência integral da criança com a mãe
a) humilhe; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) adolescente que estiver em acolhimento institucional. (Incluído
b) ameace gravemente; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de pela Lei nº 13.509, de 2017)
2014) § 6 o A mãe adolescente será assistida por equipe especializada
c) ridicularize. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) multidisciplinar. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, Art. 19-A. A gestante ou mãe que manifeste interesse em
os responsáveis, os agentes públicos executores de medidas entregar seu filho para adoção, antes ou logo após o nascimento,
socioeducativas ou qualquer pessoa encarregada de cuidar de será encaminhada à Justiça da Infância e da Juventude. (Incluído
crianças e de adolescentes, tratá-los, educá-los ou protegê-los pela Lei nº 13.509, de 2017)
que utilizarem castigo físico ou tratamento cruel ou degradante § 1 o A gestante ou mãe será ouvida pela equipe interprofissional
como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro da Justiça da Infância e da Juventude, que apresentará relatório à
pretexto estarão sujeitos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, autoridade judiciária, considerando inclusive os eventuais efeitos
às seguintes medidas, que serão aplicadas de acordo com a do estado gestacional e puerperal. (Incluído pela Lei nº 13.509, de
gravidade do caso: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) 2017)
I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de § 2 o De posse do relatório, a autoridade judiciária poderá
proteção à família; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) determinar o encaminhamento da gestante ou mãe, mediante sua
II - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico; expressa concordância, à rede pública de saúde e assistência social
(Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) para atendimento especializado. (Incluído pela Lei nº 13.509, de
III - encaminhamento a cursos ou programas de orientação; 2017)
(Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) § 3 o A busca à família extensa, conforme definida nos termos
IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento do parágrafo único do art. 25 desta Lei, respeitará o prazo máximo
especializado; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) de 90 (noventa) dias, prorrogável por igual período. (Incluído pela
V - advertência. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) Lei nº 13.509, de 2017)
Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo serão § 4 o Na hipótese de não haver a indicação do genitor e de
aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras providências não existir outro representante da família extensa apto a receber
legais. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) a guarda, a autoridade judiciária competente deverá decretar a
extinção do poder familiar e determinar a colocação da criança
Capítulo III sob a guarda provisória de quem estiver habilitado a adotá-la ou
Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária de entidade que desenvolva programa de acolhimento familiar ou
institucional. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
Seção I § 5 o Após o nascimento da criança, a vontade da mãe ou de
Disposições Gerais ambos os genitores, se houver pai registral ou pai indicado, deve ser
manifestada na audiência a que se refere o § 1 o do art. 166 desta
Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e Lei, garantido o sigilo sobre a entrega. (Incluído pela Lei nº 13.509,
educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família de 2017)
substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em § 6º Na hipótese de não comparecerem à audiência nem o
ambiente que garanta seu desenvolvimento integral. (Redação genitor nem representante da família extensa para confirmar a
dada pela Lei nº 13.257, de 2016) intenção de exercer o poder familiar ou a guarda, a autoridade

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
judiciária suspenderá o poder familiar da mãe, e a criança será Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm direitos
colocada sob a guarda provisória de quem esteja habilitado a adotá- iguais e deveres e responsabilidades compartilhados no cuidado
la. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) e na educação da criança, devendo ser resguardado o direito de
§ 7 o Os detentores da guarda possuem o prazo de 15 (quinze) transmissão familiar de suas crenças e culturas, assegurados os
dias para propor a ação de adoção, contado do dia seguinte à data direitos da criança estabelecidos nesta Lei. (Incluído pela Lei nº
do término do estágio de convivência. (Incluído pela Lei nº 13.509, 13.257, de 2016)
de 2017) Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não constitui
§ 8 o Na hipótese de desistência pelos genitores - manifestada motivo suficiente para a perda ou a suspensão do poder familiar .
em audiência ou perante a equipe interprofissional - da entrega da (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
criança após o nascimento, a criança será mantida com os genitores, § 1 o Não existindo outro motivo que por si só autorize a
e será determinado pela Justiça da Infância e da Juventude o decretação da medida, a criança ou o adolescente será mantido em
acompanhamento familiar pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias. sua família de origem, a qual deverá obrigatoriamente ser incluída
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) em serviços e programas oficiais de proteção, apoio e promoção.
§ 9 o É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre o nascimento, (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
respeitado o disposto no art. 48 desta Lei. (Incluído pela Lei nº § 2º A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a
13.509, de 2017) destituição do poder familiar, exceto na hipótese de condenação
§ 10. Serão cadastrados para adoção recém-nascidos e crianças por crime doloso sujeito à pena de reclusão contra outrem
acolhidas não procuradas por suas famílias no prazo de 30 (trinta) igualmente titular do mesmo poder familiar ou contra filho, filha
dias, contado a partir do dia do acolhimento. (Incluído pela Lei nº ou outro descendente. (Redação dada pela Lei nº 13.715, de 2018)
13.509, de 2017) Art. 24. A perda e a suspensão do poder familiar serão
Art. 19-B. A criança e o adolescente em programa de decretadas judicialmente, em procedimento contraditório, nos
acolhimento institucional ou familiar poderão participar de casos previstos na legislação civil, bem como na hipótese de
programa de apadrinhamento. (Incluído pela Lei nº 13.509, de descumprimento injustificado dos deveres e obrigações a que
2017) alude o art. 22. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)
§ 1 o O apadrinhamento consiste em estabelecer e proporcionar Vigência
à criança e ao adolescente vínculos externos à instituição para
fins de convivência familiar e comunitária e colaboração com o Seção II
seu desenvolvimento nos aspectos social, moral, físico, cognitivo, Da Família Natural
educacional e financeiro. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 2º Podem ser padrinhos ou madrinhas pessoas maiores de Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade formada
18 (dezoito) anos não inscritas nos cadastros de adoção, desde que pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes.
cumpram os requisitos exigidos pelo programa de apadrinhamento Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou ampliada
de que fazem parte. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) aquela que se estende para além da unidade pais e filhos ou da
§ 3 o Pessoas jurídicas podem apadrinhar criança ou adolescente unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a
a fim de colaborar para o seu desenvolvimento. (Incluído pela Lei nº criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e
13.509, de 2017) afetividade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 4 o O perfil da criança ou do adolescente a ser apadrinhado Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser
será definido no âmbito de cada programa de apadrinhamento, com reconhecidos pelos pais, conjunta ou separadamente, no próprio
prioridade para crianças ou adolescentes com remota possibilidade termo de nascimento, por testamento, mediante escritura ou outro
de reinserção familiar ou colocação em família adotiva. (Incluído documento público, qualquer que seja a origem da filiação.
pela Lei nº 13.509, de 2017) Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o
§ 5 o Os programas ou serviços de apadrinhamento apoiados nascimento do filho ou suceder-lhe ao falecimento, se deixar
pela Justiça da Infância e da Juventude poderão ser executados por descendentes.
órgãos públicos ou por organizações da sociedade civil. (Incluído Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito
pela Lei nº 13.509, de 2017) personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser
§ 6 o Se ocorrer violação das regras de apadrinhamento, os exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição,
responsáveis pelo programa e pelos serviços de acolhimento observado o segredo de Justiça.
deverão imediatamente notificar a autoridade judiciária
competente. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) Seção III
Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, Da Família Substituta
ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas
quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. Subseção I
Art. 21. O poder familiar será exercido, em igualdade de Disposições Gerais
condições, pelo pai e pela mãe, na forma do que dispuser a
legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante
de discordância, recorrer à autoridade judiciária competente para a guarda, tutela ou adoção, independentemente da situação jurídica
solução da divergência. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, da criança ou adolescente, nos termos desta Lei.
de 2009) Vigência § 1 o Sempre que possível, a criança ou o adolescente será
Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e previamente ouvido por equipe interprofissional, respeitado
educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre
destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações as implicações da medida, e terá sua opinião devidamente
judiciais. considerada. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 2 o Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será § 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição
necessário seu consentimento, colhido em audiência. (Redação de dependente, para todos os fins e efeitos de direito, inclusive
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência previdenciários.
§ 3 o Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de § 4 o Salvo expressa e fundamentada determinação em
parentesco e a relação de afinidade ou de afetividade, a fim de evitar contrário, da autoridade judiciária competente, ou quando a
ou minorar as consequências decorrentes da medida. (Incluído pela medida for aplicada em preparação para adoção, o deferimento
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência da guarda de criança ou adolescente a terceiros não impede o
§ 4 o Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tutela exercício do direito de visitas pelos pais, assim como o dever de
ou guarda da mesma família substituta, ressalvada a comprovada prestar alimentos, que serão objeto de regulamentação específica,
existência de risco de abuso ou outra situação que justifique a pedido do interessado ou do Ministério Público. (Incluído pela Lei
plenamente a excepcionalidade de solução diversa, procurando- nº 12.010, de 2009) Vigência
se, em qualquer caso, evitar o rompimento definitivo dos vínculos Art. 34. O poder público estimulará, por meio de assistência
fraternais. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, o acolhimento, sob a forma
§ 5 o A colocação da criança ou adolescente em família substituta de guarda, de criança ou adolescente afastado do convívio familiar.
será precedida de sua preparação gradativa e acompanhamento (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
posterior, realizados pela equipe interprofissional a serviço da § 1 o A inclusão da criança ou adolescente em programas
Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com o apoio de acolhimento familiar terá preferência a seu acolhimento
dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal institucional, observado, em qualquer caso, o caráter temporário e
de garantia do direito à convivência familiar. (Incluído pela Lei nº excepcional da medida, nos termos desta Lei. (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência 12.010, de 2009)
§ 6 o Em se tratando de criança ou adolescente indígena ou § 2 o Na hipótese do § 1 o deste artigo a pessoa ou casal
proveniente de comunidade remanescente de quilombo, é ainda cadastrado no programa de acolhimento familiar poderá receber
obrigatório: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência a criança ou adolescente mediante guarda, observado o disposto
I - que sejam consideradas e respeitadas sua identidade social e nos arts. 28 a 33 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
cultural, os seus costumes e tradições, bem como suas instituições, Vigência
desde que não sejam incompatíveis com os direitos fundamentais § 3 o A União apoiará a implementação de serviços de
reconhecidos por esta Lei e pela Constituição Federal; (Incluído pela acolhimento em família acolhedora como política pública, os quais
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência deverão dispor de equipe que organize o acolhimento temporário de
II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente no seio de crianças e de adolescentes em residências de famílias selecionadas,
sua comunidade ou junto a membros da mesma etnia; (Incluído capacitadas e acompanhadas que não estejam no cadastro de
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência adoção. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão § 4 o Poderão ser utilizados recursos federais, estaduais, distritais
federal responsável pela política indigenista, no caso de crianças e municipais para a manutenção dos serviços de acolhimento em
e adolescentes indígenas, e de antropólogos, perante a equipe família acolhedora, facultando-se o repasse de recursos para a
interprofissional ou multidisciplinar que irá acompanhar o caso. própria família acolhedora. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer tempo,
Art. 29. Não se deferirá colocação em família substituta a mediante ato judicial fundamentado, ouvido o Ministério Público.
pessoa que revele, por qualquer modo, incompatibilidade com a
natureza da medida ou não ofereça ambiente familiar adequado. Subseção III
Art. 30. A colocação em família substituta não admitirá Da Tutela
transferência da criança ou adolescente a terceiros ou a entidades
governamentais ou não-governamentais, sem autorização judicial. Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a pessoa
Art. 31. A colocação em família substituta estrangeira constitui de até 18 (dezoito) anos incompletos. (Redação dada pela Lei nº
medida excepcional, somente admissível na modalidade de adoção. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável prestará Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a prévia
compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo, decretação da perda ou suspensão do poder familiar e implica
mediante termo nos autos. necessariamente o dever de guarda. (Expressão substituída pela Lei
nº 12.010, de 2009) Vigência
Subseção II Art. 37. O tutor nomeado por testamento ou qualquer
Da Guarda documento autêntico, conforme previsto no parágrafo único do art.
1.729 da Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil ,
Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência material, deverá, no prazo de 30 (trinta) dias após a abertura da sucessão,
moral e educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu ingressar com pedido destinado ao controle judicial do ato,
detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais. (Vide observando o procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei.
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo Parágrafo único. Na apreciação do pedido, serão observados
ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos procedimentos de os requisitos previstos nos arts. 28 e 29 desta Lei, somente sendo
tutela e adoção, exceto no de adoção por estrangeiros. deferida a tutela à pessoa indicada na disposição de última vontade,
§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos se restar comprovado que a medida é vantajosa ao tutelando e
de tutela e adoção, para atender a situações peculiares ou suprir que não existe outra pessoa em melhores condições de assumi-la.
a falta eventual dos pais ou responsável, podendo ser deferido o (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
direito de representação para a prática de atos determinados. Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto no art. 24.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Subseção IV § 1º. O consentimento será dispensado em relação à criança
Da Adoção ou adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou tenham sido
destituídos do poder familiar . (Expressão substituída pela Lei nº
Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-á 12.010, de 2009) Vigência
segundo o disposto nesta Lei. § 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos de idade,
§ 1 o A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se será também necessário o seu consentimento.
deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de manutenção Art. 46. A adoção será precedida de estágio de convivência com
da criança ou adolescente na família natural ou extensa, na forma a criança ou adolescente, pelo prazo máximo de 90 (noventa) dias,
do parágrafo único do art. 25 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, observadas a idade da criança ou adolescente e as peculiaridades
de 2009) Vigência do caso. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 2 o É vedada a adoção por procuração. (Incluído pela Lei nº § 1 o O estágio de convivência poderá ser dispensado se o
12.010, de 2009) Vigência adotando já estiver sob a tutela ou guarda legal do adotante durante
§ 3 o Em caso de conflito entre direitos e interesses do tempo suficiente para que seja possível avaliar a conveniência da
adotando e de outras pessoas, inclusive seus pais biológicos, devem constituição do vínculo. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
prevalecer os direitos e os interesses do adotando. (Incluído pela Vigência
Lei nº 13.509, de 2017) § 2 o A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a dispensa
Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito anos da realização do estágio de convivência. (Redação dada pela Lei nº
à data do pedido, salvo se já estiver sob a guarda ou tutela dos 12.010, de 2009) Vigência
adotantes. § 2 o -A. O prazo máximo estabelecido no caput deste artigo
Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com pode ser prorrogado por até igual período, mediante decisão
os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o fundamentada da autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº
de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos 13.509, de 2017)
matrimoniais. § 3 o Em caso de adoção por pessoa ou casal residente ou
§ 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do outro, domiciliado fora do País, o estágio de convivência será de, no
mantêm-se os vínculos de filiação entre o adotado e o cônjuge ou mínimo, 30 (trinta) dias e, no máximo, 45 (quarenta e cinco) dias,
concubino do adotante e os respectivos parentes. prorrogável por até igual período, uma única vez, mediante decisão
§ 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus fundamentada da autoridade judiciária. (Redação dada pela Lei nº
descendentes, o adotante, seus ascendentes, descendentes e 13.509, de 2017)
colaterais até o 4º grau, observada a ordem de vocação hereditária. § 3 o -A. Ao final do prazo previsto no § 3 o deste artigo, deverá
Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, ser apresentado laudo fundamentado pela equipe mencionada no §
independentemente do estado civil. (Redação dada pela Lei nº 4 o deste artigo, que recomendará ou não o deferimento da adoção
12.010, de 2009) Vigência à autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do § 4 o O estágio de convivência será acompanhado pela equipe
adotando. interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude,
§ 2 o Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela
sejam casados civilmente ou mantenham união estável, comprovada execução da política de garantia do direito à convivência familiar,
a estabilidade da família. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de que apresentarão relatório minucioso acerca da conveniência do
2009) Vigência deferimento da medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais Vigência
velho do que o adotando. § 5 o O estágio de convivência será cumprido no território
§ 4 o Os divorciados, os judicialmente separados e os ex- nacional, preferencialmente na comarca de residência da criança ou
companheiros podem adotar conjuntamente, contanto que adolescente, ou, a critério do juiz, em cidade limítrofe, respeitada,
acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o estágio em qualquer hipótese, a competência do juízo da comarca de
de convivência tenha sido iniciado na constância do período de residência da criança. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
convivência e que seja comprovada a existência de vínculos de Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial,
afinidade e afetividade com aquele não detentor da guarda, que que será inscrita no registro civil mediante mandado do qual não se
justifiquem a excepcionalidade da concessão. (Redação dada pela fornecerá certidão.
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes como pais,
§ 5 o Nos casos do § 4 o deste artigo, desde que demonstrado bem como o nome de seus ascendentes.
efetivo benefício ao adotando, será assegurada a guarda § 2º O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o
compartilhada, conforme previsto no art. 1.584 da Lei n o 10.406, registro original do adotado.
de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil . (Redação dada pela Lei nº § 3 o A pedido do adotante, o novo registro poderá ser lavrado
12.010, de 2009) Vigência no Cartório do Registro Civil do Município de sua residência.
§ 6 o A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no curso do § 4 o Nenhuma observação sobre a origem do ato poderá
procedimento, antes de prolatada a sentença. (Incluído pela Lei nº constar nas certidões do registro. (Redação dada pela Lei nº 12.010,
12.010, de 2009) Vigência de 2009) Vigência
Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais § 5 o A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e,
vantagens para o adotando e fundar-se em motivos legítimos. a pedido de qualquer deles, poderá determinar a modificação do
Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração e saldar prenome. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
o seu alcance, não pode o tutor ou o curador adotar o pupilo ou o § 6 o Caso a modificação de prenome seja requerida pelo
curatelado. adotante, é obrigatória a oitiva do adotando, observado o disposto
Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou do nos §§ 1 o e 2 o do art. 28 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.010,
representante legal do adotando. de 2009) Vigência
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 7 o A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em § 8 o A autoridade judiciária providenciará, no prazo de 48
julgado da sentença constitutiva, exceto na hipótese prevista no § (quarenta e oito) horas, a inscrição das crianças e adolescentes em
6 o do art. 42 desta Lei, caso em que terá força retroativa à data do condições de serem adotados que não tiveram colocação familiar
óbito. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência na comarca de origem, e das pessoas ou casais que tiveram deferida
§ 8 o O processo relativo à adoção assim como outros a sua habilitação à adoção nos cadastros estadual e nacional referidos
ele relacionados serão mantidos em arquivo, admitindo-se seu no § 5 o deste artigo, sob pena de responsabilidade. (Incluído pela
armazenamento em microfilme ou por outros meios, garantida a Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
sua conservação para consulta a qualquer tempo. (Incluído pela Lei § 9 o Compete à Autoridade Central Estadual zelar pela
nº 12.010, de 2009) Vigência manutenção e correta alimentação dos cadastros, com posterior
§ 9º Terão prioridade de tramitação os processos de adoção em comunicação à Autoridade Central Federal Brasileira. (Incluído pela
que o adotando for criança ou adolescente com deficiência ou com Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
doença crônica. (Incluído pela Lei nº 12.955, de 2014) § 10. Consultados os cadastros e verificada a ausência de
§ 10. O prazo máximo para conclusão da ação de adoção será pretendentes habilitados residentes no País com perfil compatível e
de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável uma única vez por igual interesse manifesto pela adoção de criança ou adolescente inscrito
período, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária. nos cadastros existentes, será realizado o encaminhamento da
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) criança ou adolescente à adoção internacional. (Redação dada pela
Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origem Lei nº 13.509, de 2017)
biológica, bem como de obter acesso irrestrito ao processo no qual § 11. Enquanto não localizada pessoa ou casal interessado
a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, após completar em sua adoção, a criança ou o adolescente, sempre que possível e
18 (dezoito) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) recomendável, será colocado sob guarda de família cadastrada em
Vigência programa de acolhimento familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção poderá ser 2009) Vigência
também deferido ao adotado menor de 18 (dezoito) anos, a seu § 12. A alimentação do cadastro e a convocação criteriosa dos
pedido, assegurada orientação e assistência jurídica e psicológica. postulantes à adoção serão fiscalizadas pelo Ministério Público.
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o poder § 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor de
familiar dos pais naturais. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, candidato domiciliado no Brasil não cadastrado previamente nos
de 2009) Vigência termos desta Lei quando: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou Vigência
foro regional, um registro de crianças e adolescentes em condições I - se tratar de pedido de adoção unilateral; (Incluído pela Lei nº
de serem adotados e outro de pessoas interessadas na adoção. 12.010, de 2009) Vigência
(Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência II - for formulada por parente com o qual a criança ou
§ 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia consulta adolescente mantenha vínculos de afinidade e afetividade; (Incluído
aos órgãos técnicos do juizado, ouvido o Ministério Público. pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 2º Não será deferida a inscrição se o interessado não satisfizer III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda
os requisitos legais, ou verificada qualquer das hipóteses previstas legal de criança maior de 3 (três) anos ou adolescente, desde que
no art. 29. o lapso de tempo de convivência comprove a fixação de laços de
§ 3 o A inscrição de postulantes à adoção será precedida de um afinidade e afetividade, e não seja constatada a ocorrência de má-fé
período de preparação psicossocial e jurídica, orientado pela equipe ou qualquer das situações previstas nos arts. 237 ou 238 desta Lei.
técnica da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política § 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o candidato
municipal de garantia do direito à convivência familiar. (Incluído deverá comprovar, no curso do procedimento, que preenche os
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência requisitos necessários à adoção, conforme previsto nesta Lei.
§ 4 o Sempre que possível e recomendável, a preparação referida (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
no § 3 o deste artigo incluirá o contato com crianças e adolescentes § 15. Será assegurada prioridade no cadastro a pessoas
em acolhimento familiar ou institucional em condições de serem interessadas em adotar criança ou adolescente com deficiência,
adotados, a ser realizado sob a orientação, supervisão e avaliação com doença crônica ou com necessidades específicas de saúde,
da equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude, com apoio além de grupo de irmãos. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
dos técnicos responsáveis pelo programa de acolhimento e pela Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela na qual o
execução da política municipal de garantia do direito à convivência pretendente possui residência habitual em país-parte da Convenção
familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência de Haia, de 29 de maio de 1993, Relativa à Proteção das Crianças e à
§ 5 o Serão criados e implementados cadastros estaduais Cooperação em Matéria de Adoção Internacional, promulgada pelo
e nacional de crianças e adolescentes em condições de serem Decreto n o 3.087, de 21 junho de 1999 , e deseja adotar criança em
adotados e de pessoas ou casais habilitados à adoção. (Incluído outro país-parte da Convenção. (Redação dada pela Lei nº 13.509,
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência de 2017)
§ 6 o Haverá cadastros distintos para pessoas ou casais residentes § 1 o A adoção internacional de criança ou adolescente
fora do País, que somente serão consultados na inexistência de brasileiro ou domiciliado no Brasil somente terá lugar quando restar
postulantes nacionais habilitados nos cadastros mencionados no § comprovado: (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
5 o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência I - que a colocação em família adotiva é a solução adequada ao
§ 7 o As autoridades estaduais e federais em matéria de adoção caso concreto; (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
terão acesso integral aos cadastros, incumbindo-lhes a troca de II - que foram esgotadas todas as possibilidades de colocação
informações e a cooperação mútua, para melhoria do sistema. da criança ou adolescente em família adotiva brasileira, com a
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência comprovação, certificada nos autos, da inexistência de adotantes

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
habilitados residentes no Brasil com perfil compatível com a criança § 1 o Se a legislação do país de acolhida assim o autorizar,
ou adolescente, após consulta aos cadastros mencionados nesta admite-se que os pedidos de habilitação à adoção internacional
Lei; (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) sejam intermediados por organismos credenciados. (Incluída pela
III - que, em se tratando de adoção de adolescente, Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
este foi consultado, por meios adequados ao seu estágio de § 2 o Incumbe à Autoridade Central Federal Brasileira
desenvolvimento, e que se encontra preparado para a medida, o credenciamento de organismos nacionais e estrangeiros
mediante parecer elaborado por equipe interprofissional, encarregados de intermediar pedidos de habilitação à adoção
observado o disposto nos §§ 1 o e 2 o do art. 28 desta Lei. (Incluída internacional, com posterior comunicação às Autoridades Centrais
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Estaduais e publicação nos órgãos oficiais de imprensa e em sítio
§ 2 o Os brasileiros residentes no exterior terão preferência próprio da internet. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
aos estrangeiros, nos casos de adoção internacional de criança ou § 3 o Somente será admissível o credenciamento de organismos
adolescente brasileiro. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) que: (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Vigência I - sejam oriundos de países que ratificaram a Convenção de
§ 3 o A adoção internacional pressupõe a intervenção das Haia e estejam devidamente credenciados pela Autoridade Central
Autoridades Centrais Estaduais e Federal em matéria de adoção do país onde estiverem sediados e no país de acolhida do adotando
internacional. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência para atuar em adoção internacional no Brasil; (Incluída pela Lei nº
§ 4º (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 12.010, de 2009) Vigência
Art. 52. A adoção internacional observará o procedimento II - satisfizerem as condições de integridade moral, competência
previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei, com as seguintes adaptações: profissional, experiência e responsabilidade exigidas pelos países
(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência respectivos e pela Autoridade Central Federal Brasileira; (Incluída
I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em adotar criança pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ou adolescente brasileiro, deverá formular pedido de habilitação III - forem qualificados por seus padrões éticos e sua formação
à adoção perante a Autoridade Central em matéria de adoção e experiência para atuar na área de adoção internacional; (Incluída
internacional no país de acolhida, assim entendido aquele onde pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
está situada sua residência habitual; (Incluída pela Lei nº 12.010, IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo ordenamento
de 2009) Vigência jurídico brasileiro e pelas normas estabelecidas pela Autoridade
II - se a Autoridade Central do país de acolhida considerar Central Federal Brasileira. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009)
que os solicitantes estão habilitados e aptos para adotar, emitirá Vigência
um relatório que contenha informações sobre a identidade, a § 4 o Os organismos credenciados deverão ainda: (Incluído pela
capacidade jurídica e adequação dos solicitantes para adotar, sua Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
situação pessoal, familiar e médica, seu meio social, os motivos que I - perseguir unicamente fins não lucrativos, nas condições e
os animam e sua aptidão para assumir uma adoção internacional; dentro dos limites fixados pelas autoridades competentes do país
(Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência onde estiverem sediados, do país de acolhida e pela Autoridade
III - a Autoridade Central do país de acolhida enviará o relatório Central Federal Brasileira; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009)
à Autoridade Central Estadual, com cópia para a Autoridade Central Vigência
Federal Brasileira; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência II - ser dirigidos e administrados por pessoas qualificadas e
IV - o relatório será instruído com toda a documentação de reconhecida idoneidade moral, com comprovada formação ou
necessária, incluindo estudo psicossocial elaborado por equipe experiência para atuar na área de adoção internacional, cadastradas
interprofissional habilitada e cópia autenticada da legislação pelo Departamento de Polícia Federal e aprovadas pela Autoridade
pertinente, acompanhada da respectiva prova de vigência; (Incluída Central Federal Brasileira, mediante publicação de portaria do órgão
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência federal competente; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
V - os documentos em língua estrangeira serão devidamente III - estar submetidos à supervisão das autoridades competentes
autenticados pela autoridade consular, observados os tratados do país onde estiverem sediados e no país de acolhida, inclusive
e convenções internacionais, e acompanhados da respectiva quanto à sua composição, funcionamento e situação financeira;
tradução, por tradutor público juramentado; (Incluída pela Lei nº (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
12.010, de 2009) Vigência IV - apresentar à Autoridade Central Federal Brasileira, a cada
VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer exigências e ano, relatório geral das atividades desenvolvidas, bem como relatório
solicitar complementação sobre o estudo psicossocial do postulante de acompanhamento das adoções internacionais efetuadas no
estrangeiro à adoção, já realizado no país de acolhida; (Incluída pela período, cuja cópia será encaminhada ao Departamento de Polícia
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Federal; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VII - verificada, após estudo realizado pela Autoridade V - enviar relatório pós-adotivo semestral para a Autoridade
Central Estadual, a compatibilidade da legislação estrangeira com Central Estadual, com cópia para a Autoridade Central Federal
a nacional, além do preenchimento por parte dos postulantes à Brasileira, pelo período mínimo de 2 (dois) anos. O envio do relatório
medida dos requisitos objetivos e subjetivos necessários ao seu será mantido até a juntada de cópia autenticada do registro civil,
deferimento, tanto à luz do que dispõe esta Lei como da legislação estabelecendo a cidadania do país de acolhida para o adotado;
do país de acolhida, será expedido laudo de habilitação à adoção (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
internacional, que terá validade por, no máximo, 1 (um) ano; VI - tomar as medidas necessárias para garantir que os adotantes
(Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência encaminhem à Autoridade Central Federal Brasileira cópia da
VIII - de posse do laudo de habilitação, o interessado será certidão de registro de nascimento estrangeira e do certificado de
autorizado a formalizar pedido de adoção perante o Juízo da nacionalidade tão logo lhes sejam concedidos. (Incluída pela Lei nº
Infância e da Juventude do local em que se encontra a criança ou 12.010, de 2009) Vigência
adolescente, conforme indicação efetuada pela Autoridade Central § 5 o A não apresentação dos relatórios referidos no § 4 o deste
Estadual. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência artigo pelo organismo credenciado poderá acarretar a suspensão de
seu credenciamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 6 o O credenciamento de organismo nacional ou estrangeiro § 1 o Caso não tenha sido atendido o disposto na Alínea “c” do
encarregado de intermediar pedidos de adoção internacional terá Artigo 17 da Convenção de Haia, deverá a sentença ser homologada
validade de 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) pelo Superior Tribunal de Justiça. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
Vigência 2009) Vigência
§ 7 o A renovação do credenciamento poderá ser concedida § 2 o O pretendente brasileiro residente no exterior em país não
mediante requerimento protocolado na Autoridade Central Federal ratificante da Convenção de Haia, uma vez reingressado no Brasil,
Brasileira nos 60 (sessenta) dias anteriores ao término do respectivo deverá requerer a homologação da sentença estrangeira pelo
prazo de validade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Superior Tribunal de Justiça. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
§ 8 o Antes de transitada em julgado a decisão que concedeu a Vigência
adoção internacional, não será permitida a saída do adotando do Art. 52-C. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o país
território nacional. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência de acolhida, a decisão da autoridade competente do país de origem
§ 9 o Transitada em julgado a decisão, a autoridade judiciária da criança ou do adolescente será conhecida pela Autoridade
determinará a expedição de alvará com autorização de viagem, bem Central Estadual que tiver processado o pedido de habilitação dos
como para obtenção de passaporte, constando, obrigatoriamente, pais adotivos, que comunicará o fato à Autoridade Central Federal e
as características da criança ou adolescente adotado, como idade, determinará as providências necessárias à expedição do Certificado
cor, sexo, eventuais sinais ou traços peculiares, assim como foto de Naturalização Provisório. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
recente e a aposição da impressão digital do seu polegar direito, Vigência
instruindo o documento com cópia autenticada da decisão e § 1 o A Autoridade Central Estadual, ouvido o Ministério
certidão de trânsito em julgado. (Incluído pela Lei nº 12.010, de Público, somente deixará de reconhecer os efeitos daquela decisão
2009) Vigência se restar demonstrado que a adoção é manifestamente contrária à
§ 10. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá, a ordem pública ou não atende ao interesse superior da criança ou do
qualquer momento, solicitar informações sobre a situação das adolescente. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
crianças e adolescentes adotados (Incluído pela Lei nº 12.010, de § 2 o Na hipótese de não reconhecimento da adoção, prevista
2009) Vigência no § 1 o deste artigo, o Ministério Público deverá imediatamente
§ 11. A cobrança de valores por parte dos organismos requerer o que for de direito para resguardar os interesses da
credenciados, que sejam considerados abusivos pela Autoridade criança ou do adolescente, comunicando-se as providências à
Central Federal Brasileira e que não estejam devidamente Autoridade Central Estadual, que fará a comunicação à Autoridade
comprovados, é causa de seu descredenciamento. (Incluído pela Central Federal Brasileira e à Autoridade Central do país de origem.
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 12. Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não podem ser Art. 52-D. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o país
representados por mais de uma entidade credenciada para atuar na de acolhida e a adoção não tenha sido deferida no país de origem
cooperação em adoção internacional. (Incluído pela Lei nº 12.010, porque a sua legislação a delega ao país de acolhida, ou, ainda, na
de 2009) Vigência hipótese de, mesmo com decisão, a criança ou o adolescente ser
§ 13. A habilitação de postulante estrangeiro ou domiciliado oriundo de país que não tenha aderido à Convenção referida, o
fora do Brasil terá validade máxima de 1 (um) ano, podendo ser processo de adoção seguirá as regras da adoção nacional. (Incluído
renovada. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 14. É vedado o contato direto de representantes de
organismos de adoção, nacionais ou estrangeiros, com dirigentes Capítulo IV
de programas de acolhimento institucional ou familiar, assim como Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer
com crianças e adolescentes em condições de serem adotados, sem
a devida autorização judicial. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação,
Vigência visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o
§ 15. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá limitar exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-
ou suspender a concessão de novos credenciamentos sempre que se-lhes:
julgar necessário, mediante ato administrativo fundamentado. I - igualdade de condições para o acesso e permanência na
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência escola;
Art. 52-A. É vedado, sob pena de responsabilidade e II - direito de ser respeitado por seus educadores;
descredenciamento, o repasse de recursos provenientes de III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer
organismos estrangeiros encarregados de intermediar pedidos de às instâncias escolares superiores;
adoção internacional a organismos nacionais ou a pessoas físicas. IV - direito de organização e participação em entidades
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência estudantis;
Parágrafo único. Eventuais repasses somente poderão ser V - acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua residência,
efetuados via Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente e garantindo-se vagas no mesmo estabelecimento a irmãos que
estarão sujeitos às deliberações do respectivo Conselho de Direitos frequentem a mesma etapa ou ciclo de ensino da educação básica.
da Criança e do Adolescente (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) (Redação dada pela Lei nº 13.845, de 2019)
Vigência Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência
Art. 52-B. A adoção por brasileiro residente no exterior em país do processo pedagógico, bem como participar da definição das
ratificante da Convenção de Haia, cujo processo de adoção tenha propostas educacionais.
sido processado em conformidade com a legislação vigente no país Art. 53-A. É dever da instituição de ensino, clubes e agremiações
de residência e atendido o disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da recreativas e de estabelecimentos congêneres assegurar medidas
referida Convenção, será automaticamente recepcionada com o de conscientização, prevenção e enfrentamento ao uso ou
reingresso no Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência dependência de drogas ilícitas. (Incluído pela Lei nº 13.840, de
2019)
Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, são
que a ele não tiveram acesso na idade própria; assegurados os direitos trabalhistas e previdenciários.
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é assegurado
ensino médio; trabalho protegido.
III - atendimento educacional especializado aos portadores de Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime
deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; familiar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido em entidade
IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero governamental ou não-governamental, é vedado trabalho:
a cinco anos de idade; (Redação dada pela Lei nº 13.306, de 2016) I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da cinco horas do dia seguinte;
criação artística, segundo a capacidade de cada um; II - perigoso, insalubre ou penoso;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu
do adolescente trabalhador; desenvolvimento físico, psíquico, moral e social;
VII - atendimento no ensino fundamental, através de IV - realizado em horários e locais que não permitam a
programas suplementares de material didático-escolar, transporte, freqüência à escola.
alimentação e assistência à saúde. Art. 68. O programa social que tenha por base o trabalho
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público educativo, sob responsabilidade de entidade governamental
subjetivo. ou não-governamental sem fins lucrativos, deverá assegurar ao
§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder adolescente que dele participe condições de capacitação para o
público ou sua oferta irregular importa responsabilidade da exercício de atividade regular remunerada.
autoridade competente. § 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral em
§ 3º Compete ao poder público recensear os educandos no que as exigências pedagógicas relativas ao desenvolvimento pessoal
ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou e social do educando prevalecem sobre o aspecto produtivo.
responsável, pela freqüência à escola. § 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho
Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular efetuado ou a participação na venda dos produtos de seu trabalho
seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino. não desfigura o caráter educativo.
Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino Art. 69. O adolescente tem direito à profissionalização e à
fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de: proteção no trabalho, observados os seguintes aspectos, entre
I - maus-tratos envolvendo seus alunos; outros:
II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, I - respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento;
esgotados os recursos escolares; II - capacitação profissional adequada ao mercado de trabalho.
III - elevados níveis de repetência.
Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, experiências Título III
e novas propostas relativas a calendário, seriação, currículo, Da Prevenção
metodologia, didática e avaliação, com vistas à inserção de crianças
e adolescentes excluídos do ensino fundamental obrigatório. Capítulo I
Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os valores Disposições Gerais
culturais, artísticos e históricos próprios do contexto social da
criança e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade da Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou
criação e o acesso às fontes de cultura. violação dos direitos da criança e do adolescente.
Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da União, Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
estimularão e facilitarão a destinação de recursos e espaços para deverão atuar de forma articulada na elaboração de políticas
programações culturais, esportivas e de lazer voltadas para a públicas e na execução de ações destinadas a coibir o uso de castigo
infância e a juventude. físico ou de tratamento cruel ou degradante e difundir formas não
violentas de educação de crianças e de adolescentes, tendo como
Capítulo V principais ações: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho I - a promoção de campanhas educativas permanentes para
a divulgação do direito da criança e do adolescente de serem
Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento
anos de idade, salvo na condição de aprendiz. (Vide Constituição cruel ou degradante e dos instrumentos de proteção aos direitos
Federal) humanos; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada II - a integração com os órgãos do Poder Judiciário, do
por legislação especial, sem prejuízo do disposto nesta Lei. Ministério Público e da Defensoria Pública, com o Conselho Tutelar,
Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação técnico- com os Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente e com as
profissional ministrada segundo as diretrizes e bases da legislação entidades não governamentais que atuam na promoção, proteção
de educação em vigor. e defesa dos direitos da criança e do adolescente; (Incluído pela Lei
Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá aos nº 13.010, de 2014)
seguintes princípios: III - a formação continuada e a capacitação dos profissionais
I - garantia de acesso e freqüência obrigatória ao ensino regular; de saúde, educação e assistência social e dos demais agentes que
II - atividade compatível com o desenvolvimento do atuam na promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do
adolescente; adolescente para o desenvolvimento das competências necessárias
III - horário especial para o exercício das atividades. à prevenção, à identificação de evidências, ao diagnóstico e ao
Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é assegurada enfrentamento de todas as formas de violência contra a criança e o
bolsa de aprendizagem. adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
IV - o apoio e o incentivo às práticas de resolução pacífica de Parágrafo único. As crianças menores de dez anos somente
conflitos que envolvam violência contra a criança e o adolescente; poderão ingressar e permanecer nos locais de apresentação ou
(Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) exibição quando acompanhadas dos pais ou responsável.
V - a inclusão, nas políticas públicas, de ações que visem a Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente exibirão,
garantir os direitos da criança e do adolescente, desde a atenção pré- no horário recomendado para o público infanto juvenil, programas
natal, e de atividades junto aos pais e responsáveis com o objetivo com finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas.
de promover a informação, a reflexão, o debate e a orientação Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apresentado ou
sobre alternativas ao uso de castigo físico ou de tratamento cruel anunciado sem aviso de sua classificação, antes de sua transmissão,
ou degradante no processo educativo; (Incluído pela Lei nº 13.010, apresentação ou exibição.
de 2014) Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e funcionários de
VI - a promoção de espaços intersetoriais locais para a empresas que explorem a venda ou aluguel de fitas de programação
articulação de ações e a elaboração de planos de atuação conjunta em vídeo cuidarão para que não haja venda ou locação em
focados nas famílias em situação de violência, com participação desacordo com a classificação atribuída pelo órgão competente.
de profissionais de saúde, de assistência social e de educação e de Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo deverão exibir,
órgãos de promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do no invólucro, informação sobre a natureza da obra e a faixa etária a
adolescente. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) que se destinam.
Parágrafo único. As famílias com crianças e adolescentes com Art. 78. As revistas e publicações contendo material
deficiência terão prioridade de atendimento nas ações e políticas impróprio ou inadequado a crianças e adolescentes deverão ser
públicas de prevenção e proteção. (Incluído pela Lei nº 13.010, de comercializadas em embalagem lacrada, com a advertência de seu
2014) conteúdo.
Art. 70-B. As entidades, públicas e privadas, que atuem nas Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as capas que
áreas a que se refere o art. 71, dentre outras, devem contar, em contenham mensagens pornográficas ou obscenas sejam protegidas
seus quadros, com pessoas capacitadas a reconhecer e comunicar com embalagem opaca.
ao Conselho Tutelar suspeitas ou casos de maus-tratos praticados Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao público infanto-
contra crianças e adolescentes. (Incluído pela Lei nº 13.046, de juvenil não poderão conter ilustrações, fotografias, legendas,
2014) crônicas ou anúncios de bebidas alcoólicas, tabaco, armas e
Parágrafo único. São igualmente responsáveis pela munições, e deverão respeitar os valores éticos e sociais da pessoa
comunicação de que trata este artigo, as pessoas encarregadas, por e da família.
razão de cargo, função, ofício, ministério, profissão ou ocupação, do Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que explorem
cuidado, assistência ou guarda de crianças e adolescentes, punível, comercialmente bilhar, sinuca ou congênere ou por casas de
na forma deste Estatuto, o injustificado retardamento ou omissão, jogos, assim entendidas as que realizem apostas, ainda que
culposos ou dolosos. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014) eventualmente, cuidarão para que não seja permitida a entrada e
Art. 71. A criança e o adolescente têm direito a informação, a permanência de crianças e adolescentes no local, afixando aviso
cultura, lazer, esportes, diversões, espetáculos e produtos e para orientação do público.
serviços que respeitem sua condição peculiar de pessoa em
desenvolvimento. Seção II
Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não excluem da Dos Produtos e Serviços
prevenção especial outras decorrentes dos princípios por ela
adotados. Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adolescente de:
Art. 73. A inobservância das normas de prevenção importará I - armas, munições e explosivos;
em responsabilidade da pessoa física ou jurídica, nos termos desta II - bebidas alcoólicas;
Lei. III - produtos cujos componentes possam causar dependência
física ou psíquica ainda que por utilização indevida;
Capítulo II IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que pelo
Da Prevenção Especial seu reduzido potencial sejam incapazes de provocar qualquer dano
físico em caso de utilização indevida;
Seção I V - revistas e publicações a que alude o art. 78;
Da informação, Cultura, Lazer, Esportes, Diversões e VI - bilhetes lotéricos e equivalentes.
Espetáculos Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou adolescente
em hotel, motel, pensão ou estabelecimento congênere, salvo se
Art. 74. O poder público, através do órgão competente, regulará autorizado ou acompanhado pelos pais ou responsável.
as diversões e espetáculos públicos, informando sobre a natureza
deles, as faixas etárias a que não se recomendem, locais e horários Seção III
em que sua apresentação se mostre inadequada. Da Autorização para Viajar
Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e espetáculos
públicos deverão afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada Art. 83. Nenhuma criança ou adolescente menor de 16
do local de exibição, informação destacada sobre a natureza (dezesseis) anos poderá viajar para fora da comarca onde reside
do espetáculo e a faixa etária especificada no certificado de desacompanhado dos pais ou dos responsáveis sem expressa
classificação. autorização judicial. (Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019)
Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às diversões § 1º A autorização não será exigida quando:
e espetáculos públicos classificados como adequados à sua faixa a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança
etária. ou do adolescente menor de 16 (dezesseis) anos, se na mesma
unidade da Federação, ou incluída na mesma região metropolitana;
(Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
b) a criança ou o adolescente menor de 16 (dezesseis) anos IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais
estiver acompanhado: (Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019) vinculados aos respectivos conselhos dos direitos da criança e do
1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, adolescente;
comprovado documentalmente o parentesco; V - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério
2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe Público, Defensoria, Segurança Pública e Assistência Social,
ou responsável. preferencialmente em um mesmo local, para efeito de agilização
§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou do atendimento inicial a adolescente a quem se atribua autoria de
responsável, conceder autorização válida por dois anos. ato infracional;
Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização é VI - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério
dispensável, se a criança ou adolescente: Público, Defensoria, Conselho Tutelar e encarregados da execução
I - estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável; das políticas sociais básicas e de assistência social, para efeito de
II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado agilização do atendimento de crianças e de adolescentes inseridos
expressamente pelo outro através de documento com firma em programas de acolhimento familiar ou institucional, com vista
reconhecida. na sua rápida reintegração à família de origem ou, se tal solução
Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma se mostrar comprovadamente inviável, sua colocação em família
criança ou adolescente nascido em território nacional poderá sair substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28
do País em companhia de estrangeiro residente ou domiciliado no desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
exterior. VII - mobilização da opinião pública para a indispensável
participação dos diversos segmentos da sociedade. (Incluído pela
Parte Especial Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Título I VIII - especialização e formação continuada dos profissionais
Da Política de Atendimento que trabalham nas diferentes áreas da atenção à primeira infância,
incluindo os conhecimentos sobre direitos da criança e sobre
Capítulo I desenvolvimento infantil; (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Disposições Gerais IX - formação profissional com abrangência dos diversos direitos
da criança e do adolescente que favoreça a intersetorialidade no
Art. 86. A política de atendimento dos direitos da criança e do atendimento da criança e do adolescente e seu desenvolvimento
adolescente far-se-á através de um conjunto articulado de ações integral; (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
governamentais e não-governamentais, da União, dos estados, do X - realização e divulgação de pesquisas sobre desenvolvimento
Distrito Federal e dos municípios. infantil e sobre prevenção da violência. (Incluído pela Lei nº 13.257,
Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento: de 2016)
I - políticas sociais básicas; Art. 89. A função de membro do conselho nacional e dos
II - serviços, programas, projetos e benefícios de assistência conselhos estaduais e municipais dos direitos da criança e do
social de garantia de proteção social e de prevenção e redução de adolescente é considerada de interesse público relevante e não
violações de direitos, seus agravamentos ou reincidências; (Redação será remunerada.
dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
III - serviços especiais de prevenção e atendimento médico Capítulo II
e psicossocial às vítimas de negligência, maus-tratos, exploração, Das Entidades de Atendimento
abuso, crueldade e opressão;
IV - serviço de identificação e localização de pais, responsável, Seção I
crianças e adolescentes desaparecidos; Disposições Gerais
V - proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos
da criança e do adolescente. Art. 90. As entidades de atendimento são responsáveis pela
VI - políticas e programas destinados a prevenir ou abreviar manutenção das próprias unidades, assim como pelo planejamento
o período de afastamento do convívio familiar e a garantir o e execução de programas de proteção e sócio-educativos destinados
efetivo exercício do direito à convivência familiar de crianças e a crianças e adolescentes, em regime de: (Vide)
adolescentes; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência I - orientação e apoio sócio-familiar;
VII - campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma de II - apoio sócio-educativo em meio aberto;
guarda de crianças e adolescentes afastados do convívio familiar III - colocação familiar;
e à adoção, especificamente inter-racial, de crianças maiores ou IV - acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei nº
de adolescentes, com necessidades específicas de saúde ou com 12.010, de 2009) Vigência
deficiências e de grupos de irmãos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de V - prestação de serviços à comunidade; (Redação dada pela Lei
2009) Vigência nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 88. São diretrizes da política de atendimento: VI - liberdade assistida; (Redação dada pela Lei nº 12.594, de
I - municipalização do atendimento; 2012) (Vide)
II - criação de conselhos municipais, estaduais e nacional VII - semiliberdade; e (Redação dada pela Lei nº 12.594, de
dos direitos da criança e do adolescente, órgãos deliberativos 2012) (Vide)
e controladores das ações em todos os níveis, assegurada VIII - internação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
a participação popular paritária por meio de organizações § 1 o As entidades governamentais e não governamentais
representativas, segundo leis federal, estaduais e municipais; deverão proceder à inscrição de seus programas, especificando
III - criação e manutenção de programas específicos, observada os regimes de atendimento, na forma definida neste artigo, no
a descentralização político-administrativa; Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
qual manterá registro das inscrições e de suas alterações, do que VIII - preparação gradativa para o desligamento;
fará comunicação ao Conselho Tutelar e à autoridade judiciária. IX - participação de pessoas da comunidade no processo
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência educativo.
§ 2 o Os recursos destinados à implementação e manutenção § 1 o O dirigente de entidade que desenvolve programa de
dos programas relacionados neste artigo serão previstos nas acolhimento institucional é equiparado ao guardião, para todos os
dotações orçamentárias dos órgãos públicos encarregados das efeitos de direito. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
áreas de Educação, Saúde e Assistência Social, dentre outros, § 2 o Os dirigentes de entidades que desenvolvem programas
observando-se o princípio da prioridade absoluta à criança e ao de acolhimento familiar ou institucional remeterão à autoridade
adolescente preconizado pelo caput do art. 227 da Constituição judiciária, no máximo a cada 6 (seis) meses, relatório circunstanciado
Federal e pelo caput e parágrafo único do art. 4 o desta Lei. (Incluído acerca da situação de cada criança ou adolescente acolhido e sua
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência família, para fins da reavaliação prevista no § 1 o do art. 19 desta Lei.
§ 3 o Os programas em execução serão reavaliados pelo (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, § 3 o Os entes federados, por intermédio dos Poderes Executivo
no máximo, a cada 2 (dois) anos, constituindo-se critérios para e Judiciário, promoverão conjuntamente a permanente qualificação
renovação da autorização de funcionamento: (Incluído pela Lei nº dos profissionais que atuam direta ou indiretamente em programas
12.010, de 2009) Vigência de acolhimento institucional e destinados à colocação familiar de
I - o efetivo respeito às regras e princípios desta Lei, bem como crianças e adolescentes, incluindo membros do Poder Judiciário,
às resoluções relativas à modalidade de atendimento prestado Ministério Público e Conselho Tutelar. (Incluído pela Lei nº 12.010,
expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente, de 2009) Vigência
em todos os níveis; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 4 o Salvo determinação em contrário da autoridade judiciária
II - a qualidade e eficiência do trabalho desenvolvido, atestadas competente, as entidades que desenvolvem programas de
pelo Conselho Tutelar, pelo Ministério Público e pela Justiça da acolhimento familiar ou institucional, se necessário com o auxílio
Infância e da Juventude; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) do Conselho Tutelar e dos órgãos de assistência social, estimularão
Vigência o contato da criança ou adolescente com seus pais e parentes, em
III - em se tratando de programas de acolhimento institucional cumprimento ao disposto nos incisos I e VIII do caput deste artigo.
ou familiar, serão considerados os índices de sucesso na reintegração (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
familiar ou de adaptação à família substituta, conforme o caso. § 5 o As entidades que desenvolvem programas de acolhimento
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência familiar ou institucional somente poderão receber recursos
Art. 91. As entidades não-governamentais somente poderão públicos se comprovado o atendimento dos princípios, exigências e
funcionar depois de registradas no Conselho Municipal dos Direitos finalidades desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
da Criança e do Adolescente, o qual comunicará o registro ao § 6 o O descumprimento das disposições desta Lei pelo dirigente
Conselho Tutelar e à autoridade judiciária da respectiva localidade. de entidade que desenvolva programas de acolhimento familiar ou
§ 1 o Será negado o registro à entidade que: (Incluído pela Lei nº institucional é causa de sua destituição, sem prejuízo da apuração
12.010, de 2009) Vigência de sua responsabilidade administrativa, civil e criminal. (Incluído
a) não ofereça instalações físicas em condições adequadas de pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
habitabilidade, higiene, salubridade e segurança; § 7 o Quando se tratar de criança de 0 (zero) a 3 (três) anos em
b) não apresente plano de trabalho compatível com os acolhimento institucional, dar-se-á especial atenção à atuação de
princípios desta Lei; educadores de referência estáveis e qualitativamente significativos,
c) esteja irregularmente constituída; às rotinas específicas e ao atendimento das necessidades básicas,
d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas. incluindo as de afeto como prioritárias. (Incluído pela Lei nº 13.257,
e) não se adequar ou deixar de cumprir as resoluções e de 2016)
deliberações relativas à modalidade de atendimento prestado Art. 93. As entidades que mantenham programa de
expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente, acolhimento institucional poderão, em caráter excepcional e de
em todos os níveis. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência urgência, acolher crianças e adolescentes sem prévia determinação
§ 2 o O registro terá validade máxima de 4 (quatro) anos, da autoridade competente, fazendo comunicação do fato em até 24
cabendo ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do (vinte e quatro) horas ao Juiz da Infância e da Juventude, sob pena
Adolescente, periodicamente, reavaliar o cabimento de sua de responsabilidade. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
renovação, observado o disposto no § 1 o deste artigo. (Incluído pela Vigência
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Parágrafo único. Recebida a comunicação, a autoridade
Art. 92. As entidades que desenvolvam programas de judiciária, ouvido o Ministério Público e se necessário com o
acolhimento familiar ou institucional deverão adotar os seguintes apoio do Conselho Tutelar local, tomará as medidas necessárias
princípios: (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência para promover a imediata reintegração familiar da criança ou
I - preservação dos vínculos familiares e promoção da do adolescente ou, se por qualquer razão não for isso possível
reintegração familiar; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) ou recomendável, para seu encaminhamento a programa de
Vigência acolhimento familiar, institucional ou a família substituta, observado
II - integração em família substituta, quando esgotados os o disposto no § 2 o do art. 101 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010,
recursos de manutenção na família natural ou extensa; (Redação de 2009) Vigência
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 94. As entidades que desenvolvem programas de
III - atendimento personalizado e em pequenos grupos; internação têm as seguintes obrigações, entre outras:
IV - desenvolvimento de atividades em regime de co-educação; I - observar os direitos e garantias de que são titulares os
V - não desmembramento de grupos de irmãos; adolescentes;
VI - evitar, sempre que possível, a transferência para outras II - não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto de
entidades de crianças e adolescentes abrigados; restrição na decisão de internação;
VII - participação na vida da comunidade local;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
III - oferecer atendimento personalizado, em pequenas a) advertência;
unidades e grupos reduzidos; b) afastamento provisório de seus dirigentes;
IV - preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito e c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
dignidade ao adolescente; d) fechamento de unidade ou interdição de programa.
V - diligenciar no sentido do restabelecimento e da preservação II - às entidades não-governamentais:
dos vínculos familiares; a) advertência;
VI - comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, os b) suspensão total ou parcial do repasse de verbas públicas;
casos em que se mostre inviável ou impossível o reatamento dos c) interdição de unidades ou suspensão de programa;
vínculos familiares; d) cassação do registro.
VII - oferecer instalações físicas em condições adequadas de § 1 o Em caso de reiteradas infrações cometidas por entidades
habitabilidade, higiene, salubridade e segurança e os objetos de atendimento, que coloquem em risco os direitos assegurados
necessários à higiene pessoal; nesta Lei, deverá ser o fato comunicado ao Ministério Público ou
VIII - oferecer vestuário e alimentação suficientes e adequados representado perante autoridade judiciária competente para
à faixa etária dos adolescentes atendidos; as providências cabíveis, inclusive suspensão das atividades ou
IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos, odontológicos e dissolução da entidade. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
farmacêuticos; Vigência
X - propiciar escolarização e profissionalização; § 2 o As pessoas jurídicas de direito público e as organizações
XI - propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer; não governamentais responderão pelos danos que seus agentes
XII - propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de causarem às crianças e aos adolescentes, caracterizado o
acordo com suas crenças; descumprimento dos princípios norteadores das atividades de
XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada caso; proteção específica. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo Vigência
máximo de seis meses, dando ciência dos resultados à autoridade
competente; Título II
XV - informar, periodicamente, o adolescente internado sobre Das Medidas de Proteção
sua situação processual;
XVI - comunicar às autoridades competentes todos os casos de Capítulo I
adolescentes portadores de moléstias infecto-contagiosas; Disposições Gerais
XVII - fornecer comprovante de depósito dos pertences dos
adolescentes; Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente
XVIII - manter programas destinados ao apoio e são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem
acompanhamento de egressos; ameaçados ou violados:
XIX - providenciar os documentos necessários ao exercício da I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
cidadania àqueles que não os tiverem; II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
XX - manter arquivo de anotações onde constem data e III - em razão de sua conduta.
circunstâncias do atendimento, nome do adolescente, seus pais ou
responsável, parentes, endereços, sexo, idade, acompanhamento Capítulo II
da sua formação, relação de seus pertences e demais dados que Das Medidas Específicas de Proteção
possibilitem sua identificação e a individualização do atendimento.
§ 1 o Aplicam-se, no que couber, as obrigações constantes Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser
deste artigo às entidades que mantêm programas de acolhimento aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como substituídas a
institucional e familiar. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) qualquer tempo.
Vigência Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as
§ 2º No cumprimento das obrigações a que alude este artigo as necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem ao
entidades utilizarão preferencialmente os recursos da comunidade. fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.
Art. 94-A. As entidades, públicas ou privadas, que abriguem Parágrafo único. São também princípios que regem a aplicação
ou recepcionem crianças e adolescentes, ainda que em caráter das medidas: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
temporário, devem ter, em seus quadros, profissionais capacitados a I - condição da criança e do adolescente como sujeitos de
reconhecer e reportar ao Conselho Tutelar suspeitas ou ocorrências direitos: crianças e adolescentes são os titulares dos direitos
de maus-tratos. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014) previstos nesta e em outras Leis, bem como na Constituição Federal;
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Seção II II - proteção integral e prioritária: a interpretação e aplicação de
Da Fiscalização das Entidades toda e qualquer norma contida nesta Lei deve ser voltada à proteção
integral e prioritária dos direitos de que crianças e adolescentes são
Art. 95. As entidades governamentais e não-governamentais titulares; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
referidas no art. 90 serão fiscalizadas pelo Judiciário, pelo Ministério III - responsabilidade primária e solidária do poder público:
Público e pelos Conselhos Tutelares. a plena efetivação dos direitos assegurados a crianças e a
Art. 96. Os planos de aplicação e as prestações de contas serão adolescentes por esta Lei e pela Constituição Federal, salvo nos
apresentados ao estado ou ao município, conforme a origem das casos por esta expressamente ressalvados, é de responsabilidade
dotações orçamentárias. primária e solidária das 3 (três) esferas de governo, sem prejuízo da
Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de atendimento municipalização do atendimento e da possibilidade da execução de
que descumprirem obrigação constante do art. 94, sem prejuízo da programas por entidades não governamentais; (Incluído pela Lei nº
responsabilidade civil e criminal de seus dirigentes ou prepostos: 12.010, de 2009) Vigência
I - às entidades governamentais:
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
IV - interesse superior da criança e do adolescente: a IX - colocação em família substituta. (Incluído pela Lei nº
intervenção deve atender prioritariamente aos interesses e direitos 12.010, de 2009) Vigência
da criança e do adolescente, sem prejuízo da consideração que for § 1 o O acolhimento institucional e o acolhimento familiar são
devida a outros interesses legítimos no âmbito da pluralidade dos medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis como forma de
interesses presentes no caso concreto; (Incluído pela Lei nº 12.010, transição para reintegração familiar ou, não sendo esta possível,
de 2009) Vigência para colocação em família substituta, não implicando privação de
V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção da criança liberdade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
e do adolescente deve ser efetuada no respeito pela intimidade, § 2 o Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais para
direito à imagem e reserva da sua vida privada; (Incluído pela Lei nº proteção de vítimas de violência ou abuso sexual e das providências
12.010, de 2009) Vigência a que alude o art. 130 desta Lei, o afastamento da criança ou
VI - intervenção precoce: a intervenção das autoridades adolescente do convívio familiar é de competência exclusiva
competentes deve ser efetuada logo que a situação de perigo seja da autoridade judiciária e importará na deflagração, a pedido
conhecida; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência do Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse, de
VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida procedimento judicial contencioso, no qual se garanta aos pais ou
exclusivamente pelas autoridades e instituições cuja ação seja ao responsável legal o exercício do contraditório e da ampla defesa.
indispensável à efetiva promoção dos direitos e à proteção da (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
criança e do adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) § 3 o Crianças e adolescentes somente poderão ser
Vigência encaminhados às instituições que executam programas de
VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve ser acolhimento institucional, governamentais ou não, por meio de
a necessária e adequada à situação de perigo em que a criança uma Guia de Acolhimento, expedida pela autoridade judiciária, na
ou o adolescente se encontram no momento em que a decisão é qual obrigatoriamente constará, dentre outros: (Incluído pela Lei nº
tomada; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 12.010, de 2009) Vigência
IX - responsabilidade parental: a intervenção deve ser efetuada I - sua identificação e a qualificação completa de seus pais ou
de modo que os pais assumam os seus deveres para com a criança e de seu responsável, se conhecidos; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
o adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 2009) Vigência
X - prevalência da família: na promoção de direitos e na proteção II - o endereço de residência dos pais ou do responsável, com
da criança e do adolescente deve ser dada prevalência às medidas pontos de referência; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
que os mantenham ou reintegrem na sua família natural ou extensa III - os nomes de parentes ou de terceiros interessados em tê-
ou, se isso não for possível, que promovam a sua integração em los sob sua guarda; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
família adotiva; (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) IV - os motivos da retirada ou da não reintegração ao convívio
XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o adolescente, familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
respeitado seu estágio de desenvolvimento e capacidade de § 4 o Imediatamente após o acolhimento da criança ou
compreensão, seus pais ou responsável devem ser informados dos do adolescente, a entidade responsável pelo programa de
seus direitos, dos motivos que determinaram a intervenção e da acolhimento institucional ou familiar elaborará um plano individual
forma como esta se processa; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) de atendimento, visando à reintegração familiar, ressalvada a
Vigência existência de ordem escrita e fundamentada em contrário de
XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o adolescente, autoridade judiciária competente, caso em que também deverá
em separado ou na companhia dos pais, de responsável ou de contemplar sua colocação em família substituta, observadas as
pessoa por si indicada, bem como os seus pais ou responsável, regras e princípios desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
têm direito a ser ouvidos e a participar nos atos e na definição da Vigência
medida de promoção dos direitos e de proteção, sendo sua opinião § 5 o O plano individual será elaborado sob a responsabilidade
devidamente considerada pela autoridade judiciária competente, da equipe técnica do respectivo programa de atendimento e levará
observado o disposto nos §§ 1 o e 2 o do art. 28 desta Lei. (Incluído em consideração a opinião da criança ou do adolescente e a oitiva
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência dos pais ou do responsável. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. Vigência
98, a autoridade competente poderá determinar, dentre outras, as § 6 o Constarão do plano individual, dentre outros: (Incluído
seguintes medidas: pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo I - os resultados da avaliação interdisciplinar; (Incluído pela Lei
de responsabilidade; nº 12.010, de 2009) Vigência
II - orientação, apoio e acompanhamento temporários; II - os compromissos assumidos pelos pais ou responsável; e
III - matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
oficial de ensino fundamental; III - a previsão das atividades a serem desenvolvidas com a
IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários criança ou com o adolescente acolhido e seus pais ou responsável,
de proteção, apoio e promoção da família, da criança e do com vista na reintegração familiar ou, caso seja esta vedada por
adolescente; (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) expressa e fundamentada determinação judicial, as providências a
V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, serem tomadas para sua colocação em família substituta, sob direta
em regime hospitalar ou ambulatorial; supervisão da autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, 2009) Vigência
orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos; § 7 o O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá no local
VII - acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei nº mais próximo à residência dos pais ou do responsável e, como parte
12.010, de 2009) Vigência do processo de reintegração familiar, sempre que identificada a
VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar; (Redação necessidade, a família de origem será incluída em programas oficiais
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
de orientação, de apoio e de promoção social, sendo facilitado e § 6 o São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação requerida
estimulado o contato com a criança ou com o adolescente acolhido. do reconhecimento de paternidade no assento de nascimento e
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência a certidão correspondente. (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de
§ 8 o Verificada a possibilidade de reintegração familiar, o 2016)
responsável pelo programa de acolhimento familiar ou institucional
fará imediata comunicação à autoridade judiciária, que dará vista Título III
ao Ministério Público, pelo prazo de 5 (cinco) dias, decidindo em Da Prática de Ato Infracional
igual prazo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 9 o Em sendo constatada a impossibilidade de reintegração Capítulo I
da criança ou do adolescente à família de origem, após seu Disposições Gerais
encaminhamento a programas oficiais ou comunitários de orientação,
apoio e promoção social, será enviado relatório fundamentado ao Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como
Ministério Público, no qual conste a descrição pormenorizada das crime ou contravenção penal.
providências tomadas e a expressa recomendação, subscrita pelos Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito
técnicos da entidade ou responsáveis pela execução da política anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei.
municipal de garantia do direito à convivência familiar, para a Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada
destituição do poder familiar, ou destituição de tutela ou guarda. a idade do adolescente à data do fato.
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança corresponderão
§ 10. Recebido o relatório, o Ministério Público terá o prazo as medidas previstas no art. 101.
de 15 (quinze) dias para o ingresso com a ação de destituição do Capítulo II
poder familiar, salvo se entender necessária a realização de estudos Dos Direitos Individuais
complementares ou de outras providências indispensáveis ao Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade
ajuizamento da demanda. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de senão em flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e
2017) fundamentada da autoridade judiciária competente.
§ 11. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou Parágrafo único. O adolescente tem direito à identificação dos
foro regional, um cadastro contendo informações atualizadas responsáveis pela sua apreensão, devendo ser informado acerca de
sobre as crianças e adolescentes em regime de acolhimento seus direitos.
familiar e institucional sob sua responsabilidade, com informações Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local onde
pormenorizadas sobre a situação jurídica de cada um, bem como as se encontra recolhido serão incontinenti comunicados à autoridade
providências tomadas para sua reintegração familiar ou colocação judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por
em família substituta, em qualquer das modalidades previstas no ele indicada.
art. 28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de
§ 12. Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, o Conselho responsabilidade, a possibilidade de liberação imediata.
Tutelar, o órgão gestor da Assistência Social e os Conselhos Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determinada
Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente e da Assistência pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias.
Social, aos quais incumbe deliberar sobre a implementação de Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e basear-
políticas públicas que permitam reduzir o número de crianças e se em indícios suficientes de autoria e materialidade, demonstrada
adolescentes afastados do convívio familiar e abreviar o período de a necessidade imperiosa da medida.
permanência em programa de acolhimento. (Incluído pela Lei nº Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será
12.010, de 2009) Vigência submetido a identificação compulsória pelos órgãos policiais, de
Art. 102. As medidas de proteção de que trata este Capítulo proteção e judiciais, salvo para efeito de confrontação, havendo
serão acompanhadas da regularização do registro civil. (Vide Lei nº dúvida fundada.
12.010, de 2009) Vigência Capítulo III
§ 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o assento Das Garantias Processuais
de nascimento da criança ou adolescente será feito à vista dos Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade
elementos disponíveis, mediante requisição da autoridade sem o devido processo legal.
judiciária. Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as
§ 2º Os registros e certidões necessários à regularização de seguintes garantias:
que trata este artigo são isentos de multas, custas e emolumentos, I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional,
gozando de absoluta prioridade. mediante citação ou meio equivalente;
§ 3 o Caso ainda não definida a paternidade, será deflagrado II - igualdade na relação processual, podendo confrontar-se
procedimento específico destinado à sua averiguação, conforme com vítimas e testemunhas e produzir todas as provas necessárias
previsto pela Lei n o 8.560, de 29 de dezembro de 1992. (Incluído à sua defesa;
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência III - defesa técnica por advogado;
§ 4 o Nas hipóteses previstas no § 3 o deste artigo, é dispensável IV - assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados,
o ajuizamento de ação de investigação de paternidade pelo na forma da lei;
Ministério Público se, após o não comparecimento ou a recusa do V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade
suposto pai em assumir a paternidade a ele atribuída, a criança for competente;
encaminhada para adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável
Vigência em qualquer fase do procedimento.
§ 5 o Os registros e certidões necessários à inclusão, a qualquer
tempo, do nome do pai no assento de nascimento são isentos de
multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta prioridade.
(Incluído dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Capítulo IV Seção V
Das Medidas Sócio-Educativas Da Liberdade Assistida

Seção I Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se


Disposições Gerais afigurar a medida mais adequada para o fim de acompanhar,
auxiliar e orientar o adolescente.
Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade § 1º A autoridade designará pessoa capacitada para
competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas: acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada por entidade
I - advertência; ou programa de atendimento.
II - obrigação de reparar o dano; § 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de
III - prestação de serviços à comunidade; seis meses, podendo a qualquer tempo ser prorrogada, revogada
IV - liberdade assistida; ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério
V - inserção em regime de semi-liberdade; Público e o defensor.
VI - internação em estabelecimento educacional; Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão da
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI. autoridade competente, a realização dos seguintes encargos, entre
§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua outros:
capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da infração. I - promover socialmente o adolescente e sua família,
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a fornecendo-lhes orientação e inserindo-os, se necessário, em
prestação de trabalho forçado. programa oficial ou comunitário de auxílio e assistência social;
§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência II - supervisionar a freqüência e o aproveitamento escolar do
mental receberão tratamento individual e especializado, em local adolescente, promovendo, inclusive, sua matrícula;
adequado às suas condições. III - diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente
Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts. 99 e 100. e de sua inserção no mercado de trabalho;
Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II a VI IV - apresentar relatório do caso.
do art. 112 pressupõe a existência de provas suficientes da autoria
e da materialidade da infração, ressalvada a hipótese de remissão, Seção VI
nos termos do art. 127. Do Regime de Semi-liberdade
Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada sempre que
houver prova da materialidade e indícios suficientes da autoria. Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser determinado
desde o início, ou como forma de transição para o meio
Seção II aberto, possibilitada a realização de atividades externas,
Da Advertência independentemente de autorização judicial.
§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização,
Art. 115. A advertência consistirá em admoestação verbal, que devendo, sempre que possível, ser utilizados os recursos existentes
será reduzida a termo e assinada. na comunidade.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-se,
Seção III no que couber, as disposições relativas à internação.
Da Obrigação de Reparar o Dano
Seção VII
Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos Da Internação
patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o caso, que o
adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade,
por outra forma, compense o prejuízo da vítima. sujeita aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à
Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medida condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
poderá ser substituída por outra adequada. § 1º Será permitida a realização de atividades externas, a
critério da equipe técnica da entidade, salvo expressa determinação
Seção IV judicial em contrário.
Da Prestação de Serviços à Comunidade § 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua
manutenção ser reavaliada, mediante decisão fundamentada, no
Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na máximo a cada seis meses.
realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por período não § 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação
excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, excederá a três anos.
escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em § 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o
programas comunitários ou governamentais. adolescente deverá ser liberado, colocado em regime de semi-
Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as liberdade ou de liberdade assistida.
aptidões do adolescente, devendo ser cumpridas durante jornada § 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade.
máxima de oito horas semanais, aos sábados, domingos e feriados § 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida de
ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a freqüência à escola ou autorização judicial, ouvido o Ministério Público.
à jornada normal de trabalho. § 7 o A determinação judicial mencionada no § 1 o poderá ser
revista a qualquer tempo pela autoridade judiciária. (Incluído pela
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada
quando:

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça Art. 127. A remissão não implica necessariamente o
ou violência a pessoa; reconhecimento ou comprovação da responsabilidade, nem
II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves; prevalece para efeito de antecedentes, podendo incluir
III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida eventualmente a aplicação de qualquer das medidas previstas em
anteriormente imposta. lei, exceto a colocação em regime de semi-liberdade e a internação.
§ 1 o O prazo de internação na hipótese do inciso III deste artigo Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá ser
não poderá ser superior a 3 (três) meses, devendo ser decretada revista judicialmente, a qualquer tempo, mediante pedido expresso
judicialmente após o devido processo legal. (Redação dada pela Lei do adolescente ou de seu representante legal, ou do Ministério
nº 12.594, de 2012) (Vide) Público.
§ 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, havendo
outra medida adequada. Título IV
Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsável
exclusiva para adolescentes, em local distinto daquele destinado
ao abrigo, obedecida rigorosa separação por critérios de idade, Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável:
compleição física e gravidade da infração. I - encaminhamento a serviços e programas oficiais ou
Parágrafo único. Durante o período de internação, inclusive comunitários de proteção, apoio e promoção da família; (Redação
provisória, serão obrigatórias atividades pedagógicas. dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade, II - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio,
entre outros, os seguintes: orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do III - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;
Ministério Público; IV - encaminhamento a cursos ou programas de orientação;
II - peticionar diretamente a qualquer autoridade; V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua
III - avistar-se reservadamente com seu defensor; freqüência e aproveitamento escolar;
IV - ser informado de sua situação processual, sempre que VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a
solicitada; tratamento especializado;
V - ser tratado com respeito e dignidade; VII - advertência;
VI - permanecer internado na mesma localidade ou naquela VIII - perda da guarda;
mais próxima ao domicílio de seus pais ou responsável; IX - destituição da tutela;
VII - receber visitas, ao menos, semanalmente; X - suspensão ou destituição do poder familiar . (Expressão
VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos; substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas nos incisos
pessoal; IX e X deste artigo, observar-se-á o disposto nos arts. 23 e 24.
X - habitar alojamento em condições adequadas de higiene e Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou
salubridade; abuso sexual impostos pelos pais ou responsável, a autoridade
XI - receber escolarização e profissionalização; judiciária poderá determinar, como medida cautelar, o afastamento
XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer: do agressor da moradia comum.
XIII - ter acesso aos meios de comunicação social; Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, a
XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e fixação provisória dos alimentos de que necessitem a criança ou o
desde que assim o deseje; adolescente dependentes do agressor. (Incluído pela Lei nº 12.415,
XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de de 2011)
local seguro para guardá-los, recebendo comprovante daqueles
porventura depositados em poder da entidade; Título V
XVI - receber, quando de sua desinternação, os documentos Do Conselho Tutelar
pessoais indispensáveis à vida em sociedade.
§ 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade. Capítulo I
§ 2º A autoridade judiciária poderá suspender temporariamente Disposições Gerais
a visita, inclusive de pais ou responsável, se existirem motivos sérios
e fundados de sua prejudicialidade aos interesses do adolescente. Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo,
Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física e não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo
mental dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas adequadas de cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, definidos
contenção e segurança. nesta Lei.
Art. 132. Em cada Município e em cada Região Administrativa
Capítulo V do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar
Da Remissão como órgão integrante da administração pública local, composto de
5 (cinco) membros, escolhidos pela população local para mandato
Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para de 4 (quatro) anos, permitida recondução por novos processos de
apuração de ato infracional, o representante do Ministério Público escolha. (Redação dada pela Lei nº 13.824, de 2019)
poderá conceder a remissão, como forma de exclusão do processo, Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar,
atendendo às circunstâncias e conseqüências do fato, ao contexto serão exigidos os seguintes requisitos:
social, bem como à personalidade do adolescente e sua maior ou I - reconhecida idoneidade moral;
menor participação no ato infracional. II - idade superior a vinte e um anos;
Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da III - residir no município.
remissão pela autoridade judiciária importará na suspensão ou
extinção do processo.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o local, dia e prestando-lhe informações sobre os motivos de tal entendimento
horário de funcionamento do Conselho Tutelar, inclusive quanto à e as providências tomadas para a orientação, o apoio e a promoção
remuneração dos respectivos membros, aos quais é assegurado o social da família. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
direito a: (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012) Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente poderão ser
I - cobertura previdenciária; (Incluído pela Lei nº 12.696, de revistas pela autoridade judiciária a pedido de quem tenha legítimo
2012) interesse.
II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3
(um terço) do valor da remuneração mensal; (Incluído pela Lei nº Capítulo III
12.696, de 2012) Da Competência
III - licença-maternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
IV - licença-paternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012) Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de competência
V - gratificação natalina. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012) constante do art. 147.
Parágrafo único. Constará da lei orçamentária municipal
e da do Distrito Federal previsão dos recursos necessários ao Capítulo IV
funcionamento do Conselho Tutelar e à remuneração e formação Da Escolha dos Conselheiros
continuada dos conselheiros tutelares. (Redação dada pela Lei nº
12.696, de 2012) Art. 139. O processo para a escolha dos membros do Conselho
Art. 135. O exercício efetivo da função de conselheiro constituirá Tutelar será estabelecido em lei municipal e realizado sob a
serviço público relevante e estabelecerá presunção de idoneidade responsabilidade do Conselho Municipal dos Direitos da Criança
moral. (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012) e do Adolescente, e a fiscalização do Ministério Público. (Redação
dada pela Lei nº 8.242, de 12.10.1991)
Capítulo II § 1 o O processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar
Das Atribuições do Conselho ocorrerá em data unificada em todo o território nacional a cada
4 (quatro) anos, no primeiro domingo do mês de outubro do
Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar: ano subsequente ao da eleição presidencial. (Incluído pela Lei nº
I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas 12.696, de 2012)
nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas previstas no art. 101, I a § 2 o A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia 10 de
VII; janeiro do ano subsequente ao processo de escolha. (Incluído pela
II - atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as Lei nº 12.696, de 2012)
medidas previstas no art. 129, I a VII; § 3 o No processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar,
III - promover a execução de suas decisões, podendo para é vedado ao candidato doar, oferecer, prometer ou entregar ao
tanto: eleitor bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive
a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, brindes de pequeno valor. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
serviço social, previdência, trabalho e segurança;
b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de Capítulo V
descumprimento injustificado de suas deliberações. Dos Impedimentos
IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que
constitua infração administrativa ou penal contra os direitos da Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conselho marido
criança ou adolescente; e mulher, ascendentes e descendentes, sogro e genro ou nora,
V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua irmãos, cunhados, durante o cunhadio, tio e sobrinho, padrasto ou
competência; madrasta e enteado.
VI - providenciar a medida estabelecida pela autoridade Parágrafo único. Estende-se o impedimento do conselheiro,
judiciária, dentre as previstas no art. 101, de I a VI, para o na forma deste artigo, em relação à autoridade judiciária e ao
adolescente autor de ato infracional; representante do Ministério Público com atuação na Justiça da
VII - expedir notificações; Infância e da Juventude, em exercício na comarca, foro regional ou
VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança distrital.
ou adolescente quando necessário;
IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração da Título VI
proposta orçamentária para planos e programas de atendimento Do Acesso à Justiça
dos direitos da criança e do adolescente;
X - representar, em nome da pessoa e da família, contra Capítulo I
a violação dos direitos previstos no art. 220, § 3º, inciso II, da Disposições Gerais
Constituição Federal ;
XI - representar ao Ministério Público para efeito das ações Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou adolescente à
de perda ou suspensão do poder familiar, após esgotadas as Defensoria Pública, ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, por
possibilidades de manutenção da criança ou do adolescente junto à qualquer de seus órgãos.
família natural. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 1º. A assistência judiciária gratuita será prestada aos que dela
XII - promover e incentivar, na comunidade e nos grupos necessitarem, através de defensor público ou advogado nomeado.
profissionais, ações de divulgação e treinamento para o § 2º As ações judiciais da competência da Justiça da Infância
reconhecimento de sintomas de maus-tratos em crianças e e da Juventude são isentas de custas e emolumentos, ressalvada a
adolescentes. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014) hipótese de litigância de má-fé.
Parágrafo único. Se, no exercício de suas atribuições, o
Conselho Tutelar entender necessário o afastamento do convívio
familiar, comunicará incontinenti o fato ao Ministério Público,
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 142. Os menores de dezesseis anos serão representados IV - conhecer de ações civis fundadas em interesses individuais,
e os maiores de dezesseis e menores de vinte e um anos assistidos difusos ou coletivos afetos à criança e ao adolescente, observado o
por seus pais, tutores ou curadores, na forma da legislação civil ou disposto no art. 209;
processual. V - conhecer de ações decorrentes de irregularidades em
Parágrafo único. A autoridade judiciária dará curador especial à entidades de atendimento, aplicando as medidas cabíveis;
criança ou adolescente, sempre que os interesses destes colidirem VI - aplicar penalidades administrativas nos casos de infrações
com os de seus pais ou responsável, ou quando carecer de contra norma de proteção à criança ou adolescente;
representação ou assistência legal ainda que eventual. VII - conhecer de casos encaminhados pelo Conselho Tutelar,
Art. 143. E vedada a divulgação de atos judiciais, policiais e aplicando as medidas cabíveis.
administrativos que digam respeito a crianças e adolescentes a que Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou adolescente
se atribua autoria de ato infracional. nas hipóteses do art. 98, é também competente a Justiça da Infância
Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fato não e da Juventude para o fim de:
poderá identificar a criança ou adolescente, vedando-se fotografia, a) conhecer de pedidos de guarda e tutela;
referência a nome, apelido, filiação, parentesco, residência e, b) conhecer de ações de destituição do poder familiar , perda
inclusive, iniciais do nome e sobrenome. (Redação dada pela Lei nº ou modificação da tutela ou guarda; (Expressão substituída pela Lei
10.764, de 12.11.2003) nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 144. A expedição de cópia ou certidão de atos a que se c) suprir a capacidade ou o consentimento para o casamento;
refere o artigo anterior somente será deferida pela autoridade d) conhecer de pedidos baseados em discordância paterna ou
judiciária competente, se demonstrado o interesse e justificada a materna, em relação ao exercício do poder familiar ; (Expressão
finalidade. substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil, quando
Capítulo II faltarem os pais;
Da Justiça da Infância e da Juventude f) designar curador especial em casos de apresentação de
queixa ou representação, ou de outros procedimentos judiciais ou
Seção I extrajudiciais em que haja interesses de criança ou adolescente;
Disposições Gerais g) conhecer de ações de alimentos;
h) determinar o cancelamento, a retificação e o suprimento dos
Art. 145. Os estados e o Distrito Federal poderão criar varas registros de nascimento e óbito.
especializadas e exclusivas da infância e da juventude, cabendo ao Art. 149. Compete à autoridade judiciária disciplinar, através de
Poder Judiciário estabelecer sua proporcionalidade por número de portaria, ou autorizar, mediante alvará:
habitantes, dotá-las de infra-estrutura e dispor sobre o atendimento, I - a entrada e permanência de criança ou adolescente,
inclusive em plantões. desacompanhado dos pais ou responsável, em:
a) estádio, ginásio e campo desportivo;
Seção II b) bailes ou promoções dançantes;
Do Juiz c) boate ou congêneres;
d) casa que explore comercialmente diversões eletrônicas;
Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz da e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e televisão.
Infância e da Juventude, ou o juiz que exerce essa função, na forma II - a participação de criança e adolescente em:
da lei de organização judiciária local. a) espetáculos públicos e seus ensaios;
Art. 147. A competência será determinada: b) certames de beleza.
I - pelo domicílio dos pais ou responsável; § 1º Para os fins do disposto neste artigo, a autoridade judiciária
II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à falta levará em conta, dentre outros fatores:
dos pais ou responsável. a) os princípios desta Lei;
§ 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a autoridade b) as peculiaridades locais;
do lugar da ação ou omissão, observadas as regras de conexão, c) a existência de instalações adequadas;
continência e prevenção. d) o tipo de freqüência habitual ao local;
§ 2º A execução das medidas poderá ser delegada à autoridade e) a adequação do ambiente a eventual participação ou
competente da residência dos pais ou responsável, ou do local onde freqüência de crianças e adolescentes;
sediar-se a entidade que abrigar a criança ou adolescente. f) a natureza do espetáculo.
§ 3º Em caso de infração cometida através de transmissão § 2º As medidas adotadas na conformidade deste artigo
simultânea de rádio ou televisão, que atinja mais de uma comarca, deverão ser fundamentadas, caso a caso, vedadas as determinações
será competente, para aplicação da penalidade, a autoridade de caráter geral.
judiciária do local da sede estadual da emissora ou rede, tendo a
sentença eficácia para todas as transmissoras ou retransmissoras Seção III
do respectivo estado. Dos Serviços Auxiliares
Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é competente
para: Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de sua
I - conhecer de representações promovidas pelo Ministério proposta orçamentária, prever recursos para manutenção de
Público, para apuração de ato infracional atribuído a adolescente, equipe interprofissional, destinada a assessorar a Justiça da Infância
aplicando as medidas cabíveis; e da Juventude.
II - conceder a remissão, como forma de suspensão ou extinção Art. 151. Compete à equipe interprofissional dentre outras
do processo; atribuições que lhe forem reservadas pela legislação local, fornecer
III - conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes; subsídios por escrito, mediante laudos, ou verbalmente, na
audiência, e bem assim desenvolver trabalhos de aconselhamento,
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
orientação, encaminhamento, prevenção e outros, tudo sob a § 1 o Recebida a petição inicial, a autoridade judiciária
imediata subordinação à autoridade judiciária, assegurada a livre determinará, concomitantemente ao despacho de citação e
manifestação do ponto de vista técnico. independentemente de requerimento do interessado, a realização
Parágrafo único. Na ausência ou insuficiência de servidores de estudo social ou perícia por equipe interprofissional ou
públicos integrantes do Poder Judiciário responsáveis pela multidisciplinar para comprovar a presença de uma das causas de
realização dos estudos psicossociais ou de quaisquer outras espécies suspensão ou destituição do poder familiar, ressalvado o disposto
de avaliações técnicas exigidas por esta Lei ou por determinação no § 10 do art. 101 desta Lei, e observada a Lei n o 13.431, de 4 de
judicial, a autoridade judiciária poderá proceder à nomeação de abril de 2017 . (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
perito, nos termos do art. 156 da Lei no 13.105, de 16 de março § 2 o Em sendo os pais oriundos de comunidades indígenas,
de 2015 (Código de Processo Civil) . (Incluído pela Lei nº 13.509, é ainda obrigatória a intervenção, junto à equipe interprofissional
de 2017) ou multidisciplinar referida no § 1 o deste artigo, de representantes
do órgão federal responsável pela política indigenista, observado o
Capítulo III disposto no § 6 o do art. 28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.509,
Dos Procedimentos de 2017)
§ 3º A concessão da liminar será, preferencialmente, precedida
Seção I de entrevista da criança ou do adolescente perante equipe
Disposições Gerais multidisciplinar e de oitiva da outra parte, nos termos da Lei nº
13.431, de 4 de abril de 2017. (Incluído pela Lei nº 14.340, de 2022)
Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei aplicam- § 4º Se houver indícios de ato de violação de direitos de criança
se subsidiariamente as normas gerais previstas na legislação ou de adolescente, o juiz comunicará o fato ao Ministério Público
processual pertinente. e encaminhará os documentos pertinentes. (Incluído pela Lei nº
§ 1º É assegurada, sob pena de responsabilidade, prioridade 14.340, de 2022)
absoluta na tramitação dos processos e procedimentos previstos Art. 158. O requerido será citado para, no prazo de dez dias,
nesta Lei, assim como na execução dos atos e diligências judiciais oferecer resposta escrita, indicando as provas a serem produzidas e
a eles referentes. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência oferecendo desde logo o rol de testemunhas e documentos.
§ 2º Os prazos estabelecidos nesta Lei e aplicáveis aos seus § 1 o A citação será pessoal, salvo se esgotados todos os meios
procedimentos são contados em dias corridos, excluído o dia do para sua realização. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014)
começo e incluído o dia do vencimento, vedado o prazo em dobro § 2 o O requerido privado de liberdade deverá ser citado
para a Fazenda Pública e o Ministério Público. (Incluído pela Lei nº pessoalmente. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014)
13.509, de 2017) § 3 o Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver
Art. 153. Se a medida judicial a ser adotada não corresponder a procurado o citando em seu domicílio ou residência sem o encontrar,
procedimento previsto nesta ou em outra lei, a autoridade judiciária deverá, havendo suspeita de ocultação, informar qualquer pessoa
poderá investigar os fatos e ordenar de ofício as providências da família ou, em sua falta, qualquer vizinho do dia útil em que
necessárias, ouvido o Ministério Público. voltará a fim de efetuar a citação, na hora que designar, nos termos
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica para o do art. 252 e seguintes da Lei n o 13.105, de 16 de março de 2015
fim de afastamento da criança ou do adolescente de sua família de (Código de Processo Civil) . (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
origem e em outros procedimentos necessariamente contenciosos. § 4 o Na hipótese de os genitores encontrarem-se em local
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência incerto ou não sabido, serão citados por edital no prazo de 10 (dez)
Art. 154. Aplica-se às multas o disposto no art. 214. dias, em publicação única, dispensado o envio de ofícios para a
localização. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
Seção II Art. 159. Se o requerido não tiver possibilidade de constituir
Da Perda e da Suspensão do Poder Familiar advogado, sem prejuízo do próprio sustento e de sua família,
(Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência poderá requerer, em cartório, que lhe seja nomeado dativo, ao qual
incumbirá a apresentação de resposta, contando-se o prazo a partir
Art. 155. O procedimento para a perda ou a suspensão do da intimação do despacho de nomeação.
poder familiar terá início por provocação do Ministério Público ou Parágrafo único. Na hipótese de requerido privado de
de quem tenha legítimo interesse. (Expressão substituída pela Lei liberdade, o oficial de justiça deverá perguntar, no momento da
nº 12.010, de 2009) Vigência citação pessoal, se deseja que lhe seja nomeado defensor. (Incluído
Art. 156. A petição inicial indicará: pela Lei nº 12.962, de 2014)
I - a autoridade judiciária a que for dirigida; Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciária requisitará
II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência do requerente de qualquer repartição ou órgão público a apresentação de
e do requerido, dispensada a qualificação em se tratando de pedido documento que interesse à causa, de ofício ou a requerimento das
formulado por representante do Ministério Público; partes ou do Ministério Público.
III - a exposição sumária do fato e o pedido; Art. 161. Se não for contestado o pedido e tiver sido concluído
IV - as provas que serão produzidas, oferecendo, desde logo, o o estudo social ou a perícia realizada por equipe interprofissional
rol de testemunhas e documentos. ou multidisciplinar, a autoridade judiciária dará vista dos autos
Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ao Ministério Público, por 5 (cinco) dias, salvo quando este for o
ouvido o Ministério Público, decretar a suspensão do poder familiar requerente, e decidirá em igual prazo. (Redação dada pela Lei nº
, liminar ou incidentalmente, até o julgamento definitivo da 13.509, de 2017)
causa, ficando a criança ou adolescente confiado a pessoa idônea, § 1º A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento
mediante termo de responsabilidade. (Expressão substituída pela das partes ou do Ministério Público, determinará a oitiva de
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência testemunhas que comprovem a presença de uma das causas de

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suspensão ou destituição do poder familiar previstas nos arts. 1.637 IV - indicação do cartório onde foi inscrito nascimento,
e 1.638 da Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) , anexando, se possível, uma cópia da respectiva certidão;
ou no art. 24 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) V - declaração sobre a existência de bens, direitos ou
§ 2 o (Revogado) . (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) rendimentos relativos à criança ou ao adolescente.
§ 3 o Se o pedido importar em modificação de guarda, será Parágrafo único. Em se tratando de adoção, observar-se-ão
obrigatória, desde que possível e razoável, a oitiva da criança ou também os requisitos específicos.
adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de Art. 166. Se os pais forem falecidos, tiverem sido destituídos ou
compreensão sobre as implicações da medida. (Incluído pela Lei nº suspensos do poder familiar, ou houverem aderido expressamente
12.010, de 2009) Vigência ao pedido de colocação em família substituta, este poderá ser
§ 4º É obrigatória a oitiva dos pais sempre que eles forem formulado diretamente em cartório, em petição assinada pelos
identificados e estiverem em local conhecido, ressalvados os casos próprios requerentes, dispensada a assistência de advogado.
de não comparecimento perante a Justiça quando devidamente (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
citados. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) § 1 o Na hipótese de concordância dos pais, o juiz: (Redação
§ 5 o Se o pai ou a mãe estiverem privados de liberdade, a dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
autoridade judicial requisitará sua apresentação para a oitiva. I - na presença do Ministério Público, ouvirá as partes,
(Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014) devidamente assistidas por advogado ou por defensor público, para
Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade judiciária dará verificar sua concordância com a adoção, no prazo máximo de 10
vista dos autos ao Ministério Público, por cinco dias, salvo quando (dez) dias, contado da data do protocolo da petição ou da entrega
este for o requerente, designando, desde logo, audiência de da criança em juízo, tomando por termo as declarações; e (Incluído
instrução e julgamento. pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 1º (Revogado) . (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) II - declarará a extinção do poder familiar. (Incluído pela Lei nº
§ 2 o Na audiência, presentes as partes e o Ministério Público, 13.509, de 2017)
serão ouvidas as testemunhas, colhendo-se oralmente o parecer § 2 o O consentimento dos titulares do poder familiar será
técnico, salvo quando apresentado por escrito, manifestando-se precedido de orientações e esclarecimentos prestados pela equipe
sucessivamente o requerente, o requerido e o Ministério Público, interprofissional da Justiça da Infância e da Juventude, em especial,
pelo tempo de 20 (vinte) minutos cada um, prorrogável por mais 10 no caso de adoção, sobre a irrevogabilidade da medida. (Incluído
(dez) minutos. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 3 o A decisão será proferida na audiência, podendo a § 3 o São garantidos a livre manifestação de vontade dos
autoridade judiciária, excepcionalmente, designar data para sua detentores do poder familiar e o direito ao sigilo das informações.
leitura no prazo máximo de 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei nº (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
13.509, de 2017) § 4 o O consentimento prestado por escrito não terá validade se
§ 4 o Quando o procedimento de destituição de poder familiar não for ratificado na audiência a que se refere o § 1 o deste artigo.
for iniciado pelo Ministério Público, não haverá necessidade de (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
nomeação de curador especial em favor da criança ou adolescente. § 5 o O consentimento é retratável até a data da realização da
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) audiência especificada no § 1 o deste artigo, e os pais podem exercer
Art. 163. O prazo máximo para conclusão do procedimento o arrependimento no prazo de 10 (dez) dias, contado da data de
será de 120 (cento e vinte) dias, e caberá ao juiz, no caso de notória prolação da sentença de extinção do poder familiar. (Redação dada
inviabilidade de manutenção do poder familiar, dirigir esforços para pela Lei nº 13.509, de 2017)
preparar a criança ou o adolescente com vistas à colocação em § 6 o O consentimento somente terá valor se for dado após
família substituta. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) o nascimento da criança. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Parágrafo único. A sentença que decretar a perda ou a Vigência
suspensão do poder familiar será averbada à margem do registro § 7 o A família natural e a família substituta receberão a devida
de nascimento da criança ou do adolescente. (Incluído pela Lei nº orientação por intermédio de equipe técnica interprofissional a
12.010, de 2009) Vigência serviço da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente
com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política
Seção III municipal de garantia do direito à convivência familiar. (Redação
Da Destituição da Tutela dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento
Art. 164. Na destituição da tutela, observar-se-á o procedimento das partes ou do Ministério Público, determinará a realização de
para a remoção de tutor previsto na lei processual civil e, no que estudo social ou, se possível, perícia por equipe interprofissional,
couber, o disposto na seção anterior. decidindo sobre a concessão de guarda provisória, bem como, no
caso de adoção, sobre o estágio de convivência.
Seção IV Parágrafo único. Deferida a concessão da guarda provisória ou
Da Colocação em Família Substituta do estágio de convivência, a criança ou o adolescente será entregue
ao interessado, mediante termo de responsabilidade. (Incluído pela
Art. 165. São requisitos para a concessão de pedidos de Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
colocação em família substituta: Art. 168. Apresentado o relatório social ou o laudo pericial, e
I - qualificação completa do requerente e de seu eventual ouvida, sempre que possível, a criança ou o adolescente, dar-se-á
cônjuge, ou companheiro, com expressa anuência deste; vista dos autos ao Ministério Público, pelo prazo de cinco dias,
II - indicação de eventual parentesco do requerente e de decidindo a autoridade judiciária em igual prazo.
seu cônjuge, ou companheiro, com a criança ou adolescente, Art. 169. Nas hipóteses em que a destituição da tutela, a
especificando se tem ou não parente vivo; perda ou a suspensão do poder familiar constituir pressuposto
III - qualificação completa da criança ou adolescente e de seus lógico da medida principal de colocação em família substituta, será
pais, se conhecidos;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
observado o procedimento contraditório previsto nas Seções II e III Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, houver indícios
deste Capítulo. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) de participação de adolescente na prática de ato infracional, a
Vigência autoridade policial encaminhará ao representante do Ministério
Parágrafo único. A perda ou a modificação da guarda poderá Público relatório das investigações e demais documentos.
ser decretada nos mesmos autos do procedimento, observado o Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de ato
disposto no art. 35. infracional não poderá ser conduzido ou transportado em
Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela, observar-se-á o compartimento fechado de veículo policial, em condições
disposto no art. 32, e, quanto à adoção, o contido no art. 47. atentatórias à sua dignidade, ou que impliquem risco à sua
Parágrafo único. A colocação de criança ou adolescente sob integridade física ou mental, sob pena de responsabilidade.
a guarda de pessoa inscrita em programa de acolhimento familiar Art. 179. Apresentado o adolescente, o representante do
será comunicada pela autoridade judiciária à entidade por este Ministério Público, no mesmo dia e à vista do auto de apreensão,
responsável no prazo máximo de 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei nº boletim de ocorrência ou relatório policial, devidamente autuados
12.010, de 2009) Vigência pelo cartório judicial e com informação sobre os antecedentes do
adolescente, procederá imediata e informalmente à sua oitiva e, em
Seção V sendo possível, de seus pais ou responsável, vítima e testemunhas.
Da Apuração de Ato Infracional Atribuído a Adolescente Parágrafo único. Em caso de não apresentação, o representante
do Ministério Público notificará os pais ou responsável para
Art. 171. O adolescente apreendido por força de ordem judicial apresentação do adolescente, podendo requisitar o concurso das
será, desde logo, encaminhado à autoridade judiciária. polícias civil e militar.
Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato Art. 180. Adotadas as providências a que alude o artigo anterior,
infracional será, desde logo, encaminhado à autoridade policial o representante do Ministério Público poderá:
competente. I - promover o arquivamento dos autos;
Parágrafo único. Havendo repartição policial especializada para II - conceder a remissão;
atendimento de adolescente e em se tratando de ato infracional III - representar à autoridade judiciária para aplicação de
praticado em co-autoria com maior, prevalecerá a atribuição da medida sócio-educativa.
repartição especializada, que, após as providências necessárias e Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou concedida
conforme o caso, encaminhará o adulto à repartição policial própria. a remissão pelo representante do Ministério Público, mediante
Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional cometido termo fundamentado, que conterá o resumo dos fatos, os autos
mediante violência ou grave ameaça a pessoa, a autoridade policial, serão conclusos à autoridade judiciária para homologação.
sem prejuízo do disposto nos arts. 106, parágrafo único, e 107, § 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a autoridade
deverá: judiciária determinará, conforme o caso, o cumprimento da medida.
I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o § 2º Discordando, a autoridade judiciária fará remessa dos autos
adolescente; ao Procurador-Geral de Justiça, mediante despacho fundamentado,
II - apreender o produto e os instrumentos da infração; e este oferecerá representação, designará outro membro do
III - requisitar os exames ou perícias necessários à comprovação Ministério Público para apresentá-la, ou ratificará o arquivamento
da materialidade e autoria da infração. ou a remissão, que só então estará a autoridade judiciária obrigada
Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, a a homologar.
lavratura do auto poderá ser substituída por boletim de ocorrência Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante do Ministério
circunstanciada. Público não promover o arquivamento ou conceder a remissão,
Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o oferecerá representação à autoridade judiciária, propondo a
adolescente será prontamente liberado pela autoridade policial, instauração de procedimento para aplicação da medida sócio-
sob termo de compromisso e responsabilidade de sua apresentação educativa que se afigurar a mais adequada.
ao representante do Ministério Público, no mesmo dia ou, sendo § 1º A representação será oferecida por petição, que conterá
impossível, no primeiro dia útil imediato, exceto quando, pela o breve resumo dos fatos e a classificação do ato infracional e,
gravidade do ato infracional e sua repercussão social, deva o quando necessário, o rol de testemunhas, podendo ser deduzida
adolescente permanecer sob internação para garantia de sua oralmente, em sessão diária instalada pela autoridade judiciária.
segurança pessoal ou manutenção da ordem pública. § 2º A representação independe de prova pré-constituída da
Art. 175. Em caso de não liberação, a autoridade policial autoria e materialidade.
encaminhará, desde logo, o adolescente ao representante do Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a conclusão do
Ministério Público, juntamente com cópia do auto de apreensão ou procedimento, estando o adolescente internado provisoriamente,
boletim de ocorrência. será de quarenta e cinco dias.
§ 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a autoridade Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade judiciária
policial encaminhará o adolescente à entidade de atendimento, designará audiência de apresentação do adolescente, decidindo,
que fará a apresentação ao representante do Ministério Público no desde logo, sobre a decretação ou manutenção da internação,
prazo de vinte e quatro horas. observado o disposto no art. 108 e parágrafo.
§ 2º Nas localidades onde não houver entidade de atendimento, § 1º O adolescente e seus pais ou responsável serão cientificados
a apresentação far-se-á pela autoridade policial. À falta de repartição do teor da representação, e notificados a comparecer à audiência,
policial especializada, o adolescente aguardará a apresentação em acompanhados de advogado.
dependência separada da destinada a maiores, não podendo, em § 2º Se os pais ou responsável não forem localizados, a
qualquer hipótese, exceder o prazo referido no parágrafo anterior. autoridade judiciária dará curador especial ao adolescente.
Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a autoridade policial § 3º Não sendo localizado o adolescente, a autoridade
encaminhará imediatamente ao representante do Ministério judiciária expedirá mandado de busca e apreensão, determinando
Público cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência. o sobrestamento do feito, até a efetiva apresentação.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 4º Estando o adolescente internado, será requisitada a sua Seção V-A
apresentação, sem prejuízo da notificação dos pais ou responsável. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela autoridade Da Infiltração de Agentes de Polícia para a Investigação de
judiciária, não poderá ser cumprida em estabelecimento prisional. Crimes contra a Dignidade Sexual de Criança e de Adolescente
§ 1º Inexistindo na comarca entidade com as características
definidas no art. 123, o adolescente deverá ser imediatamente Art. 190-A. A infiltração de agentes de polícia na internet com
transferido para a localidade mais próxima. o fim de investigar os crimes previstos nos arts. 240 , 241 , 241-A
§ 2º Sendo impossível a pronta transferência, o adolescente , 241-B , 241-C e 241-D desta Lei e nos arts. 154-A , 217-A , 218 ,
aguardará sua remoção em repartição policial, desde que em 218-A e 218-B do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940
seção isolada dos adultos e com instalações apropriadas, não (Código Penal) , obedecerá às seguintes regras: (Incluído pela Lei nº
podendo ultrapassar o prazo máximo de cinco dias, sob pena de 13.441, de 2017)
responsabilidade. I – será precedida de autorização judicial devidamente
Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais ou circunstanciada e fundamentada, que estabelecerá os limites da
responsável, a autoridade judiciária procederá à oitiva dos mesmos, infiltração para obtenção de prova, ouvido o Ministério Público;
podendo solicitar opinião de profissional qualificado. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
§ 1º Se a autoridade judiciária entender adequada a remissão, II – dar-se-á mediante requerimento do Ministério Público ou
ouvirá o representante do Ministério Público, proferindo decisão. representação de delegado de polícia e conterá a demonstração
§ 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de medida de de sua necessidade, o alcance das tarefas dos policiais, os nomes
internação ou colocação em regime de semi-liberdade, a autoridade ou apelidos das pessoas investigadas e, quando possível, os dados
judiciária, verificando que o adolescente não possui advogado de conexão ou cadastrais que permitam a identificação dessas
constituído, nomeará defensor, designando, desde logo, audiência pessoas; (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
em continuação, podendo determinar a realização de diligências e III – não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias, sem
estudo do caso. prejuízo de eventuais renovações, desde que o total não exceda
§ 3º O advogado constituído ou o defensor nomeado, no prazo a 720 (setecentos e vinte) dias e seja demonstrada sua efetiva
de três dias contado da audiência de apresentação, oferecerá necessidade, a critério da autoridade judicial. (Incluído pela Lei nº
defesa prévia e rol de testemunhas. 13.441, de 2017)
§ 4º Na audiência em continuação, ouvidas as testemunhas § 1 º A autoridade judicial e o Ministério Público poderão
arroladas na representação e na defesa prévia, cumpridas as requisitar relatórios parciais da operação de infiltração antes do
diligências e juntado o relatório da equipe interprofissional, término do prazo de que trata o inciso II do § 1 º deste artigo.
será dada a palavra ao representante do Ministério Público e ao (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
defensor, sucessivamente, pelo tempo de vinte minutos para cada § 2 º Para efeitos do disposto no inciso I do § 1 º deste artigo,
um, prorrogável por mais dez, a critério da autoridade judiciária, consideram-se: (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
que em seguida proferirá decisão. I – dados de conexão: informações referentes a hora, data,
Art. 187. Se o adolescente, devidamente notificado, não início, término, duração, endereço de Protocolo de Internet (IP)
comparecer, injustificadamente à audiência de apresentação, utilizado e terminal de origem da conexão; (Incluído pela Lei nº
a autoridade judiciária designará nova data, determinando sua 13.441, de 2017)
condução coercitiva. II – dados cadastrais: informações referentes a nome e
Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou suspensão do endereço de assinante ou de usuário registrado ou autenticado
processo, poderá ser aplicada em qualquer fase do procedimento, para a conexão a quem endereço de IP, identificação de usuário ou
antes da sentença. código de acesso tenha sido atribuído no momento da conexão.
Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará qualquer medida, § 3 º A infiltração de agentes de polícia na internet não será
desde que reconheça na sentença: admitida se a prova puder ser obtida por outros meios. (Incluído
I - estar provada a inexistência do fato; pela Lei nº 13.441, de 2017)
II - não haver prova da existência do fato; Art. 190-B. As informações da operação de infiltração serão
III - não constituir o fato ato infracional; encaminhadas diretamente ao juiz responsável pela autorização da
IV - não existir prova de ter o adolescente concorrido para o medida, que zelará por seu sigilo. (Incluído pela Lei nº 13.441, de
ato infracional. 2017)
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, estando o Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o acesso aos
adolescente internado, será imediatamente colocado em liberdade. autos será reservado ao juiz, ao Ministério Público e ao delegado
Art. 190. A intimação da sentença que aplicar medida de de polícia responsável pela operação, com o objetivo de garantir o
internação ou regime de semi-liberdade será feita: sigilo das investigações. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
I - ao adolescente e ao seu defensor; Art. 190-C. Não comete crime o policial que oculta a sua
II - quando não for encontrado o adolescente, a seus pais ou identidade para, por meio da internet, colher indícios de autoria e
responsável, sem prejuízo do defensor. materialidade dos crimes previstos nos arts. 240 , 241 , 241-A , 241-
§ 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-se-á B , 241-C e 241-D desta Lei e nos arts. 154-A , 217-A , 218 , 218-A e
unicamente na pessoa do defensor. 218-B do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
§ 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescente, deverá Penal) . (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
este manifestar se deseja ou não recorrer da sentença. Parágrafo único. O agente policial infiltrado que deixar de
observar a estrita finalidade da investigação responderá pelos
excessos praticados. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 190-D. Os órgãos de registro e cadastro público poderão § 1º No procedimento iniciado com o auto de infração, poderão
incluir nos bancos de dados próprios, mediante procedimento ser usadas fórmulas impressas, especificando-se a natureza e as
sigiloso e requisição da autoridade judicial, as informações circunstâncias da infração.
necessárias à efetividade da identidade fictícia criada. (Incluído pela § 2º Sempre que possível, à verificação da infração seguir-se-á
Lei nº 13.441, de 2017) a lavratura do auto, certificando-se, em caso contrário, dos motivos
Parágrafo único. O procedimento sigiloso de que trata esta do retardamento.
Seção será numerado e tombado em livro específico. (Incluído pela Art. 195. O requerido terá prazo de dez dias para apresentação
Lei nº 13.441, de 2017) de defesa, contado da data da intimação, que será feita:
Art. 190-E. Concluída a investigação, todos os atos eletrônicos I - pelo autuante, no próprio auto, quando este for lavrado na
praticados durante a operação deverão ser registrados, gravados, presença do requerido;
armazenados e encaminhados ao juiz e ao Ministério Público, II - por oficial de justiça ou funcionário legalmente habilitado,
juntamente com relatório circunstanciado. (Incluído pela Lei nº que entregará cópia do auto ou da representação ao requerido, ou
13.441, de 2017) a seu representante legal, lavrando certidão;
Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados citados no III - por via postal, com aviso de recebimento, se não for
caput deste artigo serão reunidos em autos apartados e apensados encontrado o requerido ou seu representante legal;
ao processo criminal juntamente com o inquérito policial, IV - por edital, com prazo de trinta dias, se incerto ou não
assegurando-se a preservação da identidade do agente policial sabido o paradeiro do requerido ou de seu representante legal.
infiltrado e a intimidade das crianças e dos adolescentes envolvidos. Art. 196. Não sendo apresentada a defesa no prazo legal, a
(Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) autoridade judiciária dará vista dos autos do Ministério Público, por
cinco dias, decidindo em igual prazo.
Seção VI Art. 197. Apresentada a defesa, a autoridade judiciária
Da Apuração de Irregularidades em Entidade de procederá na conformidade do artigo anterior, ou, sendo necessário,
Atendimento designará audiência de instrução e julgamento. (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
Art. 191. O procedimento de apuração de irregularidades em Parágrafo único. Colhida a prova oral, manifestar-se-ão
entidade governamental e não-governamental terá início mediante sucessivamente o Ministério Público e o procurador do requerido,
portaria da autoridade judiciária ou representação do Ministério pelo tempo de vinte minutos para cada um, prorrogável por mais
Público ou do Conselho Tutelar, onde conste, necessariamente, dez, a critério da autoridade judiciária, que em seguida proferirá
resumo dos fatos. sentença.
Parágrafo único. Havendo motivo grave, poderá a autoridade
judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar liminarmente o Seção VIII
afastamento provisório do dirigente da entidade, mediante decisão (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
fundamentada. Da Habilitação de Pretendentes à Adoção
Art. 192. O dirigente da entidade será citado para, no prazo de
dez dias, oferecer resposta escrita, podendo juntar documentos e Art. 197-A. Os postulantes à adoção, domiciliados no Brasil,
indicar as provas a produzir. apresentarão petição inicial na qual conste: (Incluído pela Lei nº
Art. 193. Apresentada ou não a resposta, e sendo necessário, a 12.010, de 2009) Vigência
autoridade judiciária designará audiência de instrução e julgamento, I - qualificação completa; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
intimando as partes. Vigência
§ 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o Ministério II - dados familiares; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Público terão cinco dias para oferecer alegações finais, decidindo a Vigência
autoridade judiciária em igual prazo. III - cópias autenticadas de certidão de nascimento ou
§ 2º Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo casamento, ou declaração relativa ao período de união estável;
de dirigente de entidade governamental, a autoridade judiciária (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
oficiará à autoridade administrativa imediatamente superior ao IV - cópias da cédula de identidade e inscrição no Cadastro de
afastado, marcando prazo para a substituição. Pessoas Físicas; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade V - comprovante de renda e domicílio; (Incluído pela Lei nº
judiciária poderá fixar prazo para a remoção das irregularidades 12.010, de 2009) Vigência
verificadas. Satisfeitas as exigências, o processo será extinto, sem VI - atestados de sanidade física e mental (Incluído pela Lei nº
julgamento de mérito. 12.010, de 2009) Vigência
§ 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da VII - certidão de antecedentes criminais; (Incluído pela Lei nº
entidade ou programa de atendimento. 12.010, de 2009) Vigência
VIII - certidão negativa de distribuição cível. (Incluído pela Lei
Seção VII nº 12.010, de 2009) Vigência
Da Apuração de Infração Administrativa às Normas de Art. 197-B. A autoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta e
Proteção à Criança e ao Adolescente oito) horas, dará vista dos autos ao Ministério Público, que no prazo
de 5 (cinco) dias poderá: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Art. 194. O procedimento para imposição de penalidade Vigência
administrativa por infração às normas de proteção à criança e ao I - apresentar quesitos a serem respondidos pela equipe
adolescente terá início por representação do Ministério Público, interprofissional encarregada de elaborar o estudo técnico a que se
ou do Conselho Tutelar, ou auto de infração elaborado por refere o art. 197-C desta Lei; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
servidor efetivo ou voluntário credenciado, e assinado por duas Vigência
testemunhas, se possível.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
II - requerer a designação de audiência para oitiva dos § 4 o Após 3 (três) recusas injustificadas, pelo habilitado, à
postulantes em juízo e testemunhas; (Incluído pela Lei nº 12.010, adoção de crianças ou adolescentes indicados dentro do perfil
de 2009) Vigência escolhido, haverá reavaliação da habilitação concedida. (Incluído
III - requerer a juntada de documentos complementares e a pela Lei nº 13.509, de 2017)
realização de outras diligências que entender necessárias. (Incluído § 5 o A desistência do pretendente em relação à guarda para
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência fins de adoção ou a devolução da criança ou do adolescente depois
Art. 197-C. Intervirá no feito, obrigatoriamente, equipe do trânsito em julgado da sentença de adoção importará na sua
interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, exclusão dos cadastros de adoção e na vedação de renovação da
que deverá elaborar estudo psicossocial, que conterá subsídios que habilitação, salvo decisão judicial fundamentada, sem prejuízo das
permitam aferir a capacidade e o preparo dos postulantes para o demais sanções previstas na legislação vigente. (Incluído pela Lei nº
exercício de uma paternidade ou maternidade responsável, à luz 13.509, de 2017)
dos requisitos e princípios desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, Art. 197-F. O prazo máximo para conclusão da habilitação
de 2009) Vigência à adoção será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável por igual
§ 1 o É obrigatória a participação dos postulantes em período, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária.
programa oferecido pela Justiça da Infância e da Juventude, (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela
execução da política municipal de garantia do direito à convivência Capítulo IV
familiar e dos grupos de apoio à adoção devidamente habilitados Dos Recursos
perante a Justiça da Infância e da Juventude, que inclua preparação
psicológica, orientação e estímulo à adoção inter-racial, de crianças Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância
ou de adolescentes com deficiência, com doenças crônicas ou com e da Juventude, inclusive os relativos à execução das medidas
necessidades específicas de saúde, e de grupos de irmãos. (Redação socioeducativas, adotar-se-á o sistema recursal da Lei n o 5.869, de
dada pela Lei nº 13.509, de 2017) 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil) , com as seguintes
§ 2 o Sempre que possível e recomendável, a etapa obrigatória adaptações: (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
da preparação referida no § 1 o deste artigo incluirá o contato com I - os recursos serão interpostos independentemente de
crianças e adolescentes em regime de acolhimento familiar ou preparo;
institucional, a ser realizado sob orientação, supervisão e avaliação II - em todos os recursos, salvo nos embargos de declaração, o
da equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude e dos grupos prazo para o Ministério Público e para a defesa será sempre de 10
de apoio à adoção, com apoio dos técnicos responsáveis pelo (dez) dias; (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
programa de acolhimento familiar e institucional e pela execução III - os recursos terão preferência de julgamento e dispensarão
da política municipal de garantia do direito à convivência familiar. revisor;
(Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) IV - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 3 o É recomendável que as crianças e os adolescentes acolhidos V - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
institucionalmente ou por família acolhedora sejam preparados VI - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
por equipe interprofissional antes da inclusão em família adotiva. VII - antes de determinar a remessa dos autos à superior
(Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) instância, no caso de apelação, ou do instrumento, no caso de
Art. 197-D. Certificada nos autos a conclusão da participação agravo, a autoridade judiciária proferirá despacho fundamentado,
no programa referido no art. 197-C desta Lei, a autoridade mantendo ou reformando a decisão, no prazo de cinco dias;
judiciária, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, decidirá acerca VIII - mantida a decisão apelada ou agravada, o escrivão
das diligências requeridas pelo Ministério Público e determinará remeterá os autos ou o instrumento à superior instância dentro
a juntada do estudo psicossocial, designando, conforme o caso, de vinte e quatro horas, independentemente de novo pedido
audiência de instrução e julgamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, do recorrente; se a reformar, a remessa dos autos dependerá de
de 2009) Vigência pedido expresso da parte interessada ou do Ministério Público, no
Parágrafo único. Caso não sejam requeridas diligências, ou prazo de cinco dias, contados da intimação.
sendo essas indeferidas, a autoridade judiciária determinará a Art. 199. Contra as decisões proferidas com base no art. 149
juntada do estudo psicossocial, abrindo a seguir vista dos autos caberá recurso de apelação.
ao Ministério Público, por 5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo. Art. 199-A. A sentença que deferir a adoção produz efeito desde
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência logo, embora sujeita a apelação, que será recebida exclusivamente
Art. 197-E. Deferida a habilitação, o postulante será inscrito nos no efeito devolutivo, salvo se se tratar de adoção internacional ou
cadastros referidos no art. 50 desta Lei, sendo a sua convocação para se houver perigo de dano irreparável ou de difícil reparação ao
a adoção feita de acordo com ordem cronológica de habilitação e adotando. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
conforme a disponibilidade de crianças ou adolescentes adotáveis. Art. 199-B. A sentença que destituir ambos ou qualquer dos
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência genitores do poder familiar fica sujeita a apelação, que deverá ser
§ 1 o A ordem cronológica das habilitações somente poderá recebida apenas no efeito devolutivo. (Incluído pela Lei nº 12.010,
deixar de ser observada pela autoridade judiciária nas hipóteses de 2009) Vigência
previstas no § 13 do art. 50 desta Lei, quando comprovado ser essa Art. 199-C. Os recursos nos procedimentos de adoção e
a melhor solução no interesse do adotando. (Incluído pela Lei nº de destituição de poder familiar, em face da relevância das
12.010, de 2009) Vigência questões, serão processados com prioridade absoluta, devendo
§ 2 o A habilitação à adoção deverá ser renovada no mínimo ser imediatamente distribuídos, ficando vedado que aguardem,
trienalmente mediante avaliação por equipe interprofissional. em qualquer situação, oportuna distribuição, e serão colocados
(Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) em mesa para julgamento sem revisão e com parecer urgente do
§ 3 o Quando o adotante candidatar-se a uma nova adoção, será Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
dispensável a renovação da habilitação, bastando a avaliação por
equipe interprofissional. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 199-D. O relator deverá colocar o processo em mesa para XII - requisitar força policial, bem como a colaboração dos
julgamento no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, contado da sua serviços médicos, hospitalares, educacionais e de assistência social,
conclusão. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência públicos ou privados, para o desempenho de suas atribuições.
Parágrafo único. O Ministério Público será intimado da data do § 1º A legitimação do Ministério Público para as ações cíveis
julgamento e poderá na sessão, se entender necessário, apresentar previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas
oralmente seu parecer. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) hipóteses, segundo dispuserem a Constituição e esta Lei.
Vigência § 2º As atribuições constantes deste artigo não excluem outras,
Art. 199-E. O Ministério Público poderá requerer a instauração desde que compatíveis com a finalidade do Ministério Público.
de procedimento para apuração de responsabilidades se constatar § 3º O representante do Ministério Público, no exercício de
o descumprimento das providências e do prazo previstos nos artigos suas funções, terá livre acesso a todo local onde se encontre criança
anteriores. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência ou adolescente.
§ 4º O representante do Ministério Público será responsável
Capítulo V pelo uso indevido das informações e documentos que requisitar,
Do Ministério Público nas hipóteses legais de sigilo.
§ 5º Para o exercício da atribuição de que trata o inciso VIII
Art. 200. As funções do Ministério Público previstas nesta Lei deste artigo, poderá o representante do Ministério Público:
serão exercidas nos termos da respectiva lei orgânica. a) reduzir a termo as declarações do reclamante, instaurando o
Art. 201. Compete ao Ministério Público: competente procedimento, sob sua presidência;
I - conceder a remissão como forma de exclusão do processo; b) entender-se diretamente com a pessoa ou autoridade
II - promover e acompanhar os procedimentos relativos às reclamada, em dia, local e horário previamente notificados ou
infrações atribuídas a adolescentes; acertados;
III - promover e acompanhar as ações de alimentos e os c) efetuar recomendações visando à melhoria dos serviços
procedimentos de suspensão e destituição do poder familiar , públicos e de relevância pública afetos à criança e ao adolescente,
nomeação e remoção de tutores, curadores e guardiães, bem como fixando prazo razoável para sua perfeita adequação.
oficiar em todos os demais procedimentos da competência da Art. 202. Nos processos e procedimentos em que não for parte,
Justiça da Infância e da Juventude; (Expressão substituída pela Lei atuará obrigatoriamente o Ministério Público na defesa dos direitos
nº 12.010, de 2009) Vigência e interesses de que cuida esta Lei, hipótese em que terá vista dos
IV - promover, de ofício ou por solicitação dos interessados, autos depois das partes, podendo juntar documentos e requerer
a especialização e a inscrição de hipoteca legal e a prestação de diligências, usando os recursos cabíveis.
contas dos tutores, curadores e quaisquer administradores de bens Art. 203. A intimação do Ministério Público, em qualquer caso,
de crianças e adolescentes nas hipóteses do art. 98; será feita pessoalmente.
V - promover o inquérito civil e a ação civil pública para a Art. 204. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta
proteção dos interesses individuais, difusos ou coletivos relativos a nulidade do feito, que será declarada de ofício pelo juiz ou a
à infância e à adolescência, inclusive os definidos no art. 220, § 3º requerimento de qualquer interessado.
inciso II, da Constituição Federal ; Art. 205. As manifestações processuais do representante do
VI - instaurar procedimentos administrativos e, para instruí-los: Ministério Público deverão ser fundamentadas.
a) expedir notificações para colher depoimentos ou
esclarecimentos e, em caso de não comparecimento injustificado, Capítulo VI
requisitar condução coercitiva, inclusive pela polícia civil ou militar; Do Advogado
b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de
autoridades municipais, estaduais e federais, da administração Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou responsável,
direta ou indireta, bem como promover inspeções e diligências e qualquer pessoa que tenha legítimo interesse na solução da lide
investigatórias; poderão intervir nos procedimentos de que trata esta Lei, através de
c) requisitar informações e documentos a particulares e advogado, o qual será intimado para todos os atos, pessoalmente
instituições privadas; ou por publicação oficial, respeitado o segredo de justiça.
VII - instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias Parágrafo único. Será prestada assistência judiciária integral e
e determinar a instauração de inquérito policial, para apuração de gratuita àqueles que dela necessitarem.
ilícitos ou infrações às normas de proteção à infância e à juventude; Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a prática de
VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais ato infracional, ainda que ausente ou foragido, será processado sem
assegurados às crianças e adolescentes, promovendo as medidas defensor.
judiciais e extrajudiciais cabíveis; § 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á nomeado
IX - impetrar mandado de segurança, de injunção e habeas pelo juiz, ressalvado o direito de, a todo tempo, constituir outro de
corpus, em qualquer juízo, instância ou tribunal, na defesa dos sua preferência.
interesses sociais e individuais indisponíveis afetos à criança e ao § 2º A ausência do defensor não determinará o adiamento de
adolescente; nenhum ato do processo, devendo o juiz nomear substituto, ainda
X - representar ao juízo visando à aplicação de penalidade por que provisoriamente, ou para o só efeito do ato.
infrações cometidas contra as normas de proteção à infância e à § 3º Será dispensada a outorga de mandato, quando se tratar
juventude, sem prejuízo da promoção da responsabilidade civil e de defensor nomeado ou, sido constituído, tiver sido indicado por
penal do infrator, quando cabível; ocasião de ato formal com a presença da autoridade judiciária.
XI - inspecionar as entidades públicas e particulares de
atendimento e os programas de que trata esta Lei, adotando
de pronto as medidas administrativas ou judiciais necessárias à
remoção de irregularidades porventura verificadas;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Capítulo VII § 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por
Da Proteção Judicial dos Interesses Individuais, Difusos e associação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado
Coletivos poderá assumir a titularidade ativa.
Art. 211. Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos
Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de interessados compromisso de ajustamento de sua conduta às
responsabilidade por ofensa aos direitos assegurados à criança e exigências legais, o qual terá eficácia de título executivo extrajudicial.
ao adolescente, referentes ao não oferecimento ou oferta irregular: Art. 212. Para defesa dos direitos e interesses protegidos por
I - do ensino obrigatório; esta Lei, são admissíveis todas as espécies de ações pertinentes.
II - de atendimento educacional especializado aos portadores § 1º Aplicam-se às ações previstas neste Capítulo as normas do
de deficiência; Código de Processo Civil.
III – de atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero § 2º Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública ou
a cinco anos de idade; (Redação dada pela Lei nº 13.306, de 2016) agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder
IV - de ensino noturno regular, adequado às condições do público, que lesem direito líquido e certo previsto nesta Lei, caberá
educando; ação mandamental, que se regerá pelas normas da lei do mandado
V - de programas suplementares de oferta de material didático- de segurança.
escolar, transporte e assistência à saúde do educando do ensino Art. 213. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de
fundamental; obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica
VI - de serviço de assistência social visando à proteção à família, da obrigação ou determinará providências que assegurem o
à maternidade, à infância e à adolescência, bem como ao amparo às resultado prático equivalente ao do adimplemento.
crianças e adolescentes que dele necessitem; § 1º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo
VII - de acesso às ações e serviços de saúde; justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz
VIII - de escolarização e profissionalização dos adolescentes conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citando
privados de liberdade. o réu.
IX - de ações, serviços e programas de orientação, apoio e § 2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na
promoção social de famílias e destinados ao pleno exercício do sentença, impor multa diária ao réu, independentemente de pedido
direito à convivência familiar por crianças e adolescentes. (Incluído do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência prazo razoável para o cumprimento do preceito.
X - de programas de atendimento para a execução das medidas § 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado
socioeducativas e aplicação de medidas de proteção. (Incluído pela da sentença favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) se houver configurado o descumprimento.
XI - de políticas e programas integrados de atendimento à Art. 214. Os valores das multas reverterão ao fundo gerido pelo
criança e ao adolescente vítima ou testemunha de violência. Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente do respectivo
(Incluído pela Lei nº 13.431, de 2017) (Vigência) município.
§ 1 o As hipóteses previstas neste artigo não excluem da § 1º As multas não recolhidas até trinta dias após o trânsito em
proteção judicial outros interesses individuais, difusos ou coletivos, julgado da decisão serão exigidas através de execução promovida
próprios da infância e da adolescência, protegidos pela Constituição pelo Ministério Público, nos mesmos autos, facultada igual iniciativa
e pela Lei. (Renumerado do Parágrafo único pela Lei nº 11.259, de aos demais legitimados.
2005) § 2º Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro ficará
§ 2 o A investigação do desaparecimento de crianças ou depositado em estabelecimento oficial de crédito, em conta com
adolescentes será realizada imediatamente após notificação aos correção monetária.
órgãos competentes, que deverão comunicar o fato aos portos, Art. 215. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos,
aeroportos, Polícia Rodoviária e companhias de transporte para evitar dano irreparável à parte.
interestaduais e internacionais, fornecendo-lhes todos os dados Art. 216. Transitada em julgado a sentença que impuser
necessários à identificação do desaparecido. (Incluído pela Lei nº condenação ao poder público, o juiz determinará a remessa de
11.259, de 2005) peças à autoridade competente, para apuração da responsabilidade
Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no civil e administrativa do agente a que se atribua a ação ou omissão.
foro do local onde ocorreu ou deva ocorrer a ação ou omissão, cujo Art. 217. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da
juízo terá competência absoluta para processar a causa, ressalvadas sentença condenatória sem que a associação autora lhe promova
a competência da Justiça Federal e a competência originária dos a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada igual
tribunais superiores. iniciativa aos demais legitimados.
Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em interesses coletivos Art. 218. O juiz condenará a associação autora a pagar ao réu os
ou difusos, consideram-se legitimados concorrentemente: honorários advocatícios arbitrados na conformidade do § 4º do art.
I - o Ministério Público; 20 da Lei n.º 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo
II - a União, os estados, os municípios, o Distrito Federal e os Civil) , quando reconhecer que a pretensão é manifestamente
territórios; infundada.
III - as associações legalmente constituídas há pelo menos Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação
um ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa autora e os diretores responsáveis pela propositura da ação serão
dos interesses e direitos protegidos por esta Lei, dispensada a solidariamente condenados ao décuplo das custas, sem prejuízo de
autorização da assembléia, se houver prévia autorização estatutária. responsabilidade por perdas e danos.
§ 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Art. 219. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá
Públicos da União e dos estados na defesa dos interesses e direitos adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e
de que cuida esta Lei. quaisquer outras despesas.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o servidor público Seção II
deverá provocar a iniciativa do Ministério Público, prestando-lhe Dos Crimes em Espécie
informações sobre fatos que constituam objeto de ação civil, e
indicando-lhe os elementos de convicção. Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente
Art. 221. Se, no exercício de suas funções, os juízos e tribunais de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de manter
tiverem conhecimento de fatos que possam ensejar a propositura registro das atividades desenvolvidas, na forma e prazo referidos
de ação civil, remeterão peças ao Ministério Público para as no art. 10 desta Lei, bem como de fornecer à parturiente ou a seu
providências cabíveis. responsável, por ocasião da alta médica, declaração de nascimento,
Art. 222. Para instruir a petição inicial, o interessado poderá onde constem as intercorrências do parto e do desenvolvimento do
requerer às autoridades competentes as certidões e informações neonato:
que julgar necessárias, que serão fornecidas no prazo de quinze Pena - detenção de seis meses a dois anos.
dias. Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Art. 223. O Ministério Público poderá instaurar, sob sua Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
presidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer pessoa, Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de
organismo público ou particular, certidões, informações, exames ou estabelecimento de atenção à saúde de gestante de identificar
perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a dez corretamente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto, bem
dias úteis. como deixar de proceder aos exames referidos no art. 10 desta Lei:
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as Pena - detenção de seis meses a dois anos.
diligências, se convencer da inexistência de fundamento para Parágrafo único. Se o crime é culposo:
a propositura da ação cível, promoverá o arquivamento dos Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
autos do inquérito civil ou das peças informativas, fazendo-o Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade,
fundamentadamente. procedendo à sua apreensão sem estar em flagrante de ato
§ 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de informação infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária
arquivados serão remetidos, sob pena de se incorrer em falta grave, competente:
no prazo de três dias, ao Conselho Superior do Ministério Público. Pena - detenção de seis meses a dois anos.
§ 3º Até que seja homologada ou rejeitada a promoção de Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à
arquivamento, em sessão do Conselho Superior do Ministério apreensão sem observância das formalidades legais.
público, poderão as associações legitimadas apresentar razões Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela
escritas ou documentos, que serão juntados aos autos do inquérito apreensão de criança ou adolescente de fazer imediata comunicação
ou anexados às peças de informação. à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à
§ 4º A promoção de arquivamento será submetida a exame e pessoa por ele indicada:
deliberação do Conselho Superior do Ministério Público, conforme Pena - detenção de seis meses a dois anos.
dispuser o seu regimento. Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade,
§ 5º Deixando o Conselho Superior de homologar a promoção guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento:
de arquivamento, designará, desde logo, outro órgão do Ministério Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Público para o ajuizamento da ação. Art. 233. (Revogado pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997 :
Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de
disposições da Lei n.º 7.347, de 24 de julho de 1985 . ordenar a imediata liberação de criança ou adolescente, tão logo
tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão:
Título VII Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Dos Crimes e Das Infrações Administrativas Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei
em benefício de adolescente privado de liberdade:
Capítulo I Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Dos Crimes Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária,
membro do Conselho Tutelar ou representante do Ministério
Seção I Público no exercício de função prevista nesta Lei:
Disposições Gerais Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o
Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados contra tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem judicial, com o fim
a criança e o adolescente, por ação ou omissão, sem prejuízo do de colocação em lar substituto:
disposto na legislação penal. Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa.
Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as normas Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a
da Parte Geral do Código Penal e, quanto ao processo, as pertinentes terceiro, mediante paga ou recompensa:
ao Código de Processo Penal. Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.
Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou
incondicionada. efetiva a paga ou recompensa.
Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista no inciso I do Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao
caput do art. 92 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 envio de criança ou adolescente para o exterior com inobservância
(Código Penal), para os crimes previstos nesta Lei, praticados por das formalidades legais ou com o fito de obter lucro:
servidores públicos com abuso de autoridade, são condicionados à Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.
ocorrência de reincidência. (Incluído pela Lei nº 13.869. de 2019) Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça ou
Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da função, fraude: (Incluído pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003)
nesse caso, independerá da pena aplicada na reincidência. (Incluído Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena
pela Lei nº 13.869. de 2019) correspondente à violência.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou I – agente público no exercício de suas funções; (Incluído pela
registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, Lei nº 11.829, de 2008)
envolvendo criança ou adolescente: (Redação dada pela Lei nº II – membro de entidade, legalmente constituída, que
11.829, de 2008) inclua, entre suas finalidades institucionais, o recebimento, o
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação processamento e o encaminhamento de notícia dos crimes referidos
dada pela Lei nº 11.829, de 2008) neste parágrafo; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
§ 1 o Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta, III – representante legal e funcionários responsáveis de provedor
coage, ou de qualquer modo intermedeia a participação de criança de acesso ou serviço prestado por meio de rede de computadores,
ou adolescente nas cenas referidas no caput deste artigo, ou ainda até o recebimento do material relativo à notícia feita à autoridade
quem com esses contracena. (Redação dada pela Lei nº 11.829, de policial, ao Ministério Público ou ao Poder Judiciário. (Incluído pela
2008) Lei nº 11.829, de 2008)
§ 2 o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete § 3 o As pessoas referidas no § 2 o deste artigo deverão manter
o crime: (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) sob sigilo o material ilícito referido. (Incluído pela Lei nº 11.829, de
I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de 2008)
exercê-la; (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de adulteração,
de hospitalidade; ou (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra
III – prevalecendo-se de relações de parentesco consangüíneo forma de representação visual: (Incluído pela Lei nº 11.829, de
ou afim até o terceiro grau, ou por adoção, de tutor, curador, 2008)
preceptor, empregador da vítima ou de quem, a qualquer outro Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído
título, tenha autoridade sobre ela, ou com seu consentimento. pela Lei nº 11.829, de 2008)
(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro à venda, disponibiliza, distribui, publica ou divulga por qualquer
registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica meio, adquire, possui ou armazena o material produzido na forma
envolvendo criança ou adolescente: (Redação dada pela Lei nº do caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
11.829, de 2008) Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação qualquer meio de comunicação, criança, com o fim de com ela
dada pela Lei nº 11.829, de 2008) praticar ato libidinoso: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído
publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de pela Lei nº 11.829, de 2008)
sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído
registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica pela Lei nº 11.829, de 2008)
envolvendo criança ou adolescente: (Incluído pela Lei nº 11.829, de I – facilita ou induz o acesso à criança de material contendo
2008) cena de sexo explícito ou pornográfica com o fim de com ela praticar
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído ato libidinoso; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
pela Lei nº 11.829, de 2008) II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo com o fim
§ 1 o Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei nº de induzir criança a se exibir de forma pornográfica ou sexualmente
11.829, de 2008) explícita. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão
fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo; “cena de sexo explícito ou pornográfica” compreende qualquer
(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) situação que envolva criança ou adolescente em atividades sexuais
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de
computadores às fotografias, cenas ou imagens de que trata o uma criança ou adolescente para fins primordialmente sexuais.
caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
§ 2 o As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1 o deste artigo Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar,
são puníveis quando o responsável legal pela prestação do serviço, de qualquer forma, a criança ou adolescente arma, munição ou
oficialmente notificado, deixa de desabilitar o acesso ao conteúdo explosivo:
ilícito de que trata o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos. (Redação dada pela
de 2008) Lei nº 10.764, de 12.11.2003)
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda
fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de que gratuitamente, de qualquer forma, a criança ou a adolescente,
sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros produtos cujos
(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) componentes possam causar dependência física ou psíquica:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
pela Lei nº 11.829, de 2008) Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato
§ 1 o A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de não constitui crime mais grave. (Redação dada pela Lei nº 13.106,
pequena quantidade o material a que se refere o caput deste artigo. de 2015)
(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar,
§ 2 o Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a de qualquer forma, a criança ou adolescente fogos de estampido ou
finalidade de comunicar às autoridades competentes a ocorrência de artifício, exceto aqueles que, pelo seu reduzido potencial, sejam
das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de utilização
quando a comunicação for feita por: (Incluído pela Lei nº 11.829, indevida:
de 2008) Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres
definidos no caput do art. 2 o desta Lei, à prostituição ou à exploração inerentes ao poder familiar ou decorrente de tutela ou guarda, bem
sexual: (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000) assim determinação da autoridade judiciária ou Conselho Tutelar:
Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da perda (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
de bens e valores utilizados na prática criminosa em favor do Fundo Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se
dos Direitos da Criança e do Adolescente da unidade da Federação o dobro em caso de reincidência.
(Estado ou Distrito Federal) em que foi cometido o crime, ressalvado Art. 250. Hospedar criança ou adolescente desacompanhado
o direito de terceiro de boa-fé. (Redação dada pela Lei nº 13.440, dos pais ou responsável, ou sem autorização escrita desses ou
de 2017) da autoridade judiciária, em hotel, pensão, motel ou congênere:
§ 1 o Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ou o (Redação dada pela Lei nº 12.038, de 2009).
responsável pelo local em que se verifique a submissão de criança Pena – multa. (Redação dada pela Lei nº 12.038, de 2009).
ou adolescente às práticas referidas no caput deste artigo. (Incluído § 1 º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de
pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000) multa, a autoridade judiciária poderá determinar o fechamento
§ 2 o Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da do estabelecimento por até 15 (quinze) dias. (Incluído pela Lei nº
licença de localização e de funcionamento do estabelecimento. 12.038, de 2009).
(Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000) § 2 º Se comprovada a reincidência em período inferior a 30
Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (trinta) dias, o estabelecimento será definitivamente fechado e terá
(dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-o a sua licença cassada. (Incluído pela Lei nº 12.038, de 2009).
praticá-la: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por qualquer
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei meio, com inobservância do disposto nos arts. 83, 84 e 85 desta Lei:
nº 12.015, de 2009) Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se
§ 1 o Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem o dobro em caso de reincidência.
pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se de quaisquer meios Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou espetáculo
eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da internet. (Incluído pela público de afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada do
Lei nº 12.015, de 2009) local de exibição, informação destacada sobre a natureza da
§ 2 o As penas previstas no caput deste artigo são aumentadas diversão ou espetáculo e a faixa etária especificada no certificado
de um terço no caso de a infração cometida ou induzida estar de classificação:
incluída no rol do art. 1 o da Lei n o 8.072, de 25 de julho de 1990 . Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se
(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) o dobro em caso de reincidência.
Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer
Capítulo II representações ou espetáculos, sem indicar os limites de idade a
Das Infrações Administrativas que não se recomendem:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, duplicada
Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por em caso de reincidência, aplicável, separadamente, à casa de
estabelecimento de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré- espetáculo e aos órgãos de divulgação ou publicidade.
escola ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, espetáculo ou
de que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação sem aviso de sua classificação: (Expressão declarada inconstitucional
de maus-tratos contra criança ou adolescente: pela ADI 2.404).
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se Pena - multa de vinte a cem salários de referência; duplicada
o dobro em caso de reincidência. em caso de reincidência a autoridade judiciária poderá determinar
Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de entidade de a suspensão da programação da emissora por até dois dias.
atendimento o exercício dos direitos constantes nos incisos II, III, Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congênere
VII, VIII e XI do art. 124 desta Lei: classificado pelo órgão competente como inadequado às crianças
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se ou adolescentes admitidos ao espetáculo:
o dobro em caso de reincidência. Pena - multa de vinte a cem salários de referência; na
Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização reincidência, a autoridade poderá determinar a suspensão do
devida, por qualquer meio de comunicação, nome, ato ou espetáculo ou o fechamento do estabelecimento por até quinze
documento de procedimento policial, administrativo ou judicial dias.
relativo a criança ou adolescente a que se atribua ato infracional: Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente fita de
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se programação em vídeo, em desacordo com a classificação atribuída
o dobro em caso de reincidência. pelo órgão competente:
§ 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou parcialmente, Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso
fotografia de criança ou adolescente envolvido em ato infracional, de reincidência, a autoridade judiciária poderá determinar o
ou qualquer ilustração que lhe diga respeito ou se refira a atos que fechamento do estabelecimento por até quinze dias.
lhe sejam atribuídos, de forma a permitir sua identificação, direta Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 78 e 79
ou indiretamente. desta Lei:
§ 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou emissora Pena - multa de três a vinte salários de referência, duplicando-
de rádio ou televisão, além da pena prevista neste artigo, a se a pena em caso de reincidência, sem prejuízo de apreensão da
autoridade judiciária poderá determinar a apreensão da publicação revista ou publicação.
(Expressão declarada inconstitucional pela ADIN 869). Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento ou o
Art. 248. (Revogado pela Lei nº 13.431, de 2017) (Vigência) empresário de observar o que dispõe esta Lei sobre o acesso
de criança ou adolescente aos locais de diversão, ou sobre sua
participação no espetáculo:

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e
de reincidência, a autoridade judiciária poderá determinar o Comunitária e as do Plano Nacional pela Primeira Infância. (Redação
fechamento do estabelecimento por até quinze dias. dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 258-A. Deixar a autoridade competente de providenciar a § 2 o Os conselhos nacional, estaduais e municipais dos direitos
instalação e operacionalização dos cadastros previstos no art. 50 e da criança e do adolescente fixarão critérios de utilização, por
no § 11 do art. 101 desta Lei: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) meio de planos de aplicação, das dotações subsidiadas e demais
Vigência receitas, aplicando necessariamente percentual para incentivo ao
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil acolhimento, sob a forma de guarda, de crianças e adolescentes e
reais). (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência para programas de atenção integral à primeira infância em áreas
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas a autoridade que de maior carência socioeconômica e em situações de calamidade.
deixa de efetuar o cadastramento de crianças e de adolescentes (Redação dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
em condições de serem adotadas, de pessoas ou casais habilitados § 3º O Departamento da Receita Federal, do Ministério da
à adoção e de crianças e adolescentes em regime de acolhimento Economia, Fazenda e Planejamento, regulamentará a comprovação
institucional ou familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) das doações feitas aos fundos, nos termos deste artigo. (Incluído
Vigência pela Lei nº 8.242, de 12.10.1991)
Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de § 4º O Ministério Público determinará em cada comarca a forma
estabelecimento de atenção à saúde de gestante de efetuar de fiscalização da aplicação, pelo Fundo Municipal dos Direitos da
imediato encaminhamento à autoridade judiciária de caso de que Criança e do Adolescente, dos incentivos fiscais referidos neste
tenha conhecimento de mãe ou gestante interessada em entregar artigo. (Incluído pela Lei nº 8.242, de 12.10.1991)
seu filho para adoção: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 5 o Observado o disposto no § 4 o do art. 3 o da Lei n o 9.249, de
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil 26 de dezembro de 1995 , a dedução de que trata o inciso I do caput
reais). (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência : (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o funcionário de I - será considerada isoladamente, não se submetendo a limite
programa oficial ou comunitário destinado à garantia do direito à em conjunto com outras deduções do imposto; e (Incluído pela Lei
convivência familiar que deixa de efetuar a comunicação referida no nº 12.594, de 2012) (Vide)
caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência II - não poderá ser computada como despesa operacional na
Art. 258-C. Descumprir a proibição estabelecida no inciso II do apuração do lucro real. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
art. 81: (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015) Art. 260-A. A partir do exercício de 2010, ano-calendário de
Pena - multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$ 10.000,00 (dez 2009, a pessoa física poderá optar pela doação de que trata o inciso
mil reais); (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015) II do caput do art. 260 diretamente em sua Declaração de Ajuste
Medida Administrativa - interdição do estabelecimento Anual. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
comercial até o recolhimento da multa aplicada. (Redação dada § 1 o A doação de que trata o caput poderá ser deduzida até
pela Lei nº 13.106, de 2015) os seguintes percentuais aplicados sobre o imposto apurado na
declaração: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Disposições Finais e Transitórias I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 259. A União, no prazo de noventa dias contados da III - 3% (três por cento) a partir do exercício de 2012. (Incluído
publicação deste Estatuto, elaborará projeto de lei dispondo sobre pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
a criação ou adaptação de seus órgãos às diretrizes da política de § 2 o A dedução de que trata o caput : (Incluído pela Lei nº
atendimento fixadas no art. 88 e ao que estabelece o Título V do 12.594, de 2012) (Vide)
Livro II. I - está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do imposto sobre
Parágrafo único. Compete aos estados e municípios a renda apurado na declaração de que trata o inciso II do caput do
promoverem a adaptação de seus órgãos e programas às diretrizes art. 260; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
e princípios estabelecidos nesta Lei. II - não se aplica à pessoa física que: (Incluído pela Lei nº 12.594,
Art. 260. Os contribuintes poderão efetuar doações aos de 2012) (Vide)
Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, distrital, a) utilizar o desconto simplificado; (Incluído pela Lei nº 12.594,
estaduais ou municipais, devidamente comprovadas, sendo essas de 2012) (Vide)
integralmente deduzidas do imposto de renda, obedecidos os b) apresentar declaração em formulário; ou (Incluído pela Lei
seguintes limites: (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) nº 12.594, de 2012) (Vide)
I - 1% (um por cento) do imposto sobre a renda devido apurado c) entregar a declaração fora do prazo; (Incluído pela Lei nº
pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real; e (Redação 12.594, de 2012) (Vide)
dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) III - só se aplica às doações em espécie; e (Incluído pela Lei nº
II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apurado pelas 12.594, de 2012) (Vide)
pessoas físicas na Declaração de Ajuste Anual, observado o disposto IV - não exclui ou reduz outros benefícios ou deduções em
no art. 22 da Lei n o 9.532, de 10 de dezembro de 1997 . (Redação vigor. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) § 3 o O pagamento da doação deve ser efetuado até a data
§ 1º - (Revogado pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de de vencimento da primeira quota ou quota única do imposto,
efeito) observadas instruções específicas da Secretaria da Receita Federal
§ 1 o -A. Na definição das prioridades a serem atendidas com do Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
os recursos captados pelos fundos nacional, estaduais e municipais § 4 o O não pagamento da doação no prazo estabelecido no
dos direitos da criança e do adolescente, serão consideradas as § 3 implica a glosa definitiva desta parcela de dedução, ficando
o

disposições do Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa a pessoa física obrigada ao recolhimento da diferença de imposto

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172
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
devido apurado na Declaração de Ajuste Anual com os acréscimos b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos bens. (Incluído
legais previstos na legislação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
(Vide) Parágrafo único. O preço obtido em caso de leilão não será
§ 5 o A pessoa física poderá deduzir do imposto apurado na considerado na determinação do valor dos bens doados, exceto se
Declaração de Ajuste Anual as doações feitas, no respectivo ano- o leilão for determinado por autoridade judiciária. (Incluído pela Lei
calendário, aos fundos controlados pelos Conselhos dos Direitos da nº 12.594, de 2012) (Vide)
Criança e do Adolescente municipais, distrital, estaduais e nacional Art. 260-F. Os documentos a que se referem os arts. 260-D e
concomitantemente com a opção de que trata o caput , respeitado 260-E devem ser mantidos pelo contribuinte por um prazo de 5
o limite previsto no inciso II do art. 260. (Incluído pela Lei nº 12.594, (cinco) anos para fins de comprovação da dedução perante a Receita
de 2012) (Vide) Federal do Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-B. A doação de que trata o inciso I do art. 260 poderá Art. 260-G. Os órgãos responsáveis pela administração das
ser deduzida: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente
I - do imposto devido no trimestre, para as pessoas jurídicas nacional, estaduais, distrital e municipais devem: (Incluído pela Lei
que apuram o imposto trimestralmente; e (Incluído pela Lei nº nº 12.594, de 2012) (Vide)
12.594, de 2012) (Vide) I - manter conta bancária específica destinada exclusivamente
II - do imposto devido mensalmente e no ajuste anual, para as a gerir os recursos do Fundo; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
pessoas jurídicas que apuram o imposto anualmente. (Incluído pela (Vide)
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) II - manter controle das doações recebidas; e (Incluído pela Lei
Parágrafo único. A doação deverá ser efetuada dentro do nº 12.594, de 2012) (Vide)
período a que se refere a apuração do imposto. (Incluído pela Lei nº III - informar anualmente à Secretaria da Receita Federal do
12.594, de 2012) (Vide) Brasil as doações recebidas mês a mês, identificando os seguintes
Art. 260-C. As doações de que trata o art. 260 desta Lei podem dados por doador: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
ser efetuadas em espécie ou em bens. (Incluído pela Lei nº 12.594, a) nome, CNPJ ou CPF; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
de 2012) (Vide) (Vide)
Parágrafo único. As doações efetuadas em espécie devem ser b) valor doado, especificando se a doação foi em espécie ou em
depositadas em conta específica, em instituição financeira pública, bens. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
vinculadas aos respectivos fundos de que trata o art. 260. (Incluído Art. 260-H. Em caso de descumprimento das obrigações
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) previstas no art. 260-G, a Secretaria da Receita Federal do Brasil
Art. 260-D. Os órgãos responsáveis pela administração das dará conhecimento do fato ao Ministério Público. (Incluído pela Lei
contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nº 12.594, de 2012) (Vide)
nacional, estaduais, distrital e municipais devem emitir recibo em Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da Criança e do
favor do doador, assinado por pessoa competente e pelo presidente Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais divulgarão
do Conselho correspondente, especificando: (Incluído pela Lei nº amplamente à comunidade: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
12.594, de 2012) (Vide) (Vide)
I - número de ordem; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) I - o calendário de suas reuniões; (Incluído pela Lei nº 12.594,
(Vide) de 2012) (Vide)
II - nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e II - as ações prioritárias para aplicação das políticas de
endereço do emitente; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) atendimento à criança e ao adolescente; (Incluído pela Lei nº
III - nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do doador; 12.594, de 2012) (Vide)
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) III - os requisitos para a apresentação de projetos a serem
IV - data da doação e valor efetivamente recebido; e (Incluído beneficiados com recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Adolescente nacional, estaduais, distrital ou municipais; (Incluído
V - ano-calendário a que se refere a doação. (Incluído pela Lei pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
nº 12.594, de 2012) (Vide) IV - a relação dos projetos aprovados em cada ano-calendário
§ 1 o O comprovante de que trata o caput deste artigo pode ser e o valor dos recursos previstos para implementação das ações, por
emitido anualmente, desde que discrimine os valores doados mês a projeto; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
mês. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) V - o total dos recursos recebidos e a respectiva destinação, por
§ 2 o No caso de doação em bens, o comprovante deve conter projeto atendido, inclusive com cadastramento na base de dados
a identificação dos bens, mediante descrição em campo próprio do Sistema de Informações sobre a Infância e a Adolescência; e
ou em relação anexa ao comprovante, informando também se (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
houve avaliação, o nome, CPF ou CNPJ e endereço dos avaliadores. VI - a avaliação dos resultados dos projetos beneficiados com
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente
Art. 260-E. Na hipótese da doação em bens, o doador deverá: nacional, estaduais, distrital e municipais. (Incluído pela Lei nº
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) 12.594, de 2012) (Vide)
I - comprovar a propriedade dos bens, mediante documentação Art. 260-J. O Ministério Público determinará, em cada Comarca,
hábil; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) a forma de fiscalização da aplicação dos incentivos fiscais referidos
II - baixar os bens doados na declaração de bens e direitos, no art. 260 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
quando se tratar de pessoa física, e na escrituração, no caso de Parágrafo único. O descumprimento do disposto nos arts.
pessoa jurídica; e (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) 260-G e 260-I sujeitará os infratores a responder por ação judicial
III - considerar como valor dos bens doados: (Incluído pela Lei proposta pelo Ministério Público, que poderá atuar de ofício, a
nº 12.594, de 2012) (Vide) requerimento ou representação de qualquer cidadão. (Incluído
a) para as pessoas físicas, o valor constante da última declaração pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
do imposto de renda, desde que não exceda o valor de mercado;
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 260-K. A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da Parágrafo único. A divulgação a que se refere o caput será
República (SDH/PR) encaminhará à Secretaria da Receita Federal veiculada em linguagem clara, compreensível e adequada a crianças
do Brasil, até 31 de outubro de cada ano, arquivo eletrônico e adolescentes, especialmente às crianças com idade inferior a 6
contendo a relação atualizada dos Fundos dos Direitos da Criança (seis) anos. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
e do Adolescente nacional, distrital, estaduais e municipais, com Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias após sua
a indicação dos respectivos números de inscrição no CNPJ e das publicação.
contas bancárias específicas mantidas em instituições financeiras Parágrafo único. Durante o período de vacância deverão
públicas, destinadas exclusivamente a gerir os recursos dos Fundos. ser promovidas atividades e campanhas de divulgação e
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) esclarecimentos acerca do disposto nesta Lei.
Art. 260-L. A Secretaria da Receita Federal do Brasil expedirá as Art. 267. Revogam-se as Leis n.º 4.513, de 1964 , e 6.697, de 10
instruções necessárias à aplicação do disposto nos arts. 260 a 260- de outubro de 1979 (Código de Menores), e as demais disposições
K. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) em contrário.
Art. 261. A falta dos conselhos municipais dos direitos da
criança e do adolescente, os registros, inscrições e alterações a Brasília, 13 de julho de 1990; 169º da Independência e 102º da
que se referem os arts. 90, parágrafo único, e 91 desta Lei serão República.
efetuados perante a autoridade judiciária da comarca a que
pertencer a entidade.
Parágrafo único. A União fica autorizada a repassar aos estados LEI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997, A QUAL DEFINE OS
e municípios, e os estados aos municípios, os recursos referentes CRIMES DE TORTURA E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS
aos programas e atividades previstos nesta Lei, tão logo estejam
criados os conselhos dos direitos da criança e do adolescente nos
seus respectivos níveis. Desde os primórdios, a tortura é um crime que sempre esteve
Art. 262. Enquanto não instalados os Conselhos Tutelares, vinculado a historia do homem.
as atribuições a eles conferidas serão exercidas pela autoridade Frise-se que apesar de tratar-se de um crime que data de tão
judiciária. longo tempo, o mesmo continua sendo um assunto demasiada-
Art. 263. O Decreto-Lei n.º 2.848, de 7 de dezembro de 1940 mente atual polêmico.
(Código Penal), passa a vigorar com as seguintes alterações: A Tortura é a imposição de dor física ou psicológica por cruel-
1) Art. 121 ............................................................... dade, intimidação, punição, para obtenção de uma confissão, infor-
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de um terço, mação ou meramente por prazer da pessoa que tortura. Em pleno
se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, século XXI, a prática de tortura e de formas cruéis, desumanas e
arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à degradantes de tratamento permanece difundida e sistemática,
vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge principalmente no Brasil.
para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena A tortura foi proibida pela Terceira Convenção de Genebra
é aumentada de um terço, se o crime é praticado contra pessoa (1929) e por convenção das Nações Unidas, adotada pela Assem-
menor de catorze anos. bleia Geral em 10 de dezembro de 1984 por meio da resolução n.º
2) Art. 129 ............................................................... 39/46. A tortura constitui uma grave violação dos Direitos Humanos
§ 7º Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer das No Brasil a Constituição Federal de 1988 faz referencias à tortu-
hipóteses do art. 121, § 4º. ra, encontrando-se presente no Estatuto da Criança e do Adolescen-
§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121. te e na Lei da Tortura aqui disposta em abril do ano de 1997,
3) Art. 136............................................................... Em 1989 entrou em vigor o Decreto 98.386, de 09.11.1989, a
§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura (OEA).
contra pessoa menor de catorze anos. Destarte, ante a esses fato no que concerne ao crime de tor-
4) Art. 213 ............................................................... tura, A Lei n.º 9455/1997, foi editada pelo Brasil, cujo texto segue
Parágrafo único. Se a ofendida é menor de catorze anos: abaixo:
Pena - reclusão de quatro a dez anos.
5) Art. 214............................................................... LEI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997
Parágrafo único. Se o ofendido é menor de catorze anos:
Pena - reclusão de três a nove anos.» Define os crimes de tortura e dá outras providências.
Art. 264. O art. 102 da Lei n.º 6.015, de 31 de dezembro de
1973 , fica acrescido do seguinte item: O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
“Art. 102 ............................................................... cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
6º) a perda e a suspensão do pátrio poder. “
Art. 265. A Imprensa Nacional e demais gráficas da União, da Art. 1º Constitui crime de tortura:
administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e I - constranger alguém com emprego de violência ou grave
mantidas pelo poder público federal promoverão edição popular ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
do texto integral deste Estatuto, que será posto à disposição das a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da
escolas e das entidades de atendimento e de defesa dos direitos da vítima ou de terceira pessoa;
criança e do adolescente. b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
Art. 265-A. O poder público fará periodicamente ampla c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
divulgação dos direitos da criança e do adolescente nos meios de II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade,
comunicação social. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento
físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida
de caráter preventivo.
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou Art. 10 - Serão admitidas exceções às regras do artigo anterior,
sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por quanto ao direito de prioridade à nomenclatura, se acorrerem mo-
intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante tivos imperiosos, mediante acordo entre as Unidades Federativas
de medida legal. interessadas.
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando Art. 11 - Ao propor a alteração da organização e da divisão judi-
tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção ciária, na forma prescrita no § 5º do art. 144 da Constituição Fede-
de um a quatro anos. ral, o Tribunal de Justiça anexará informação previamente solicitada
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, à Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, a
a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclu- fim de que a Assembléia Legislativa, se for o caso, promova a elimi-
são é de oito a dezesseis anos. nação das repetições de topônimos existentes.
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço: Art. 12 - Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, a Assem-
I - se o crime é cometido por agente público; bléia Legislativa poderá solicitar informações à Fundação Instituto
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, com vistas a alterar a
deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos; ‘(Redação denominação de localidade do Estado ou provocar essa providência
dada pela Lei nº 10.741, de 2003) em outros Estados da Federação.
III - se o crime é cometido mediante sequestro. Art. 13 - Os projetos de criação ou de alteração da denomina-
§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou em- ção de município ou distrito deverão ser instruídos com informa-
prego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo ção da Fundação IBGE sobre inexistência de topônimo correlato, na
da pena aplicada. mesma ou em outra Unidade da Federação.
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça Art. 14 - Independentemente do disposto nos arts. 11 e 12 des-
ou anistia. ta Lei, a Fundação IBGE encaminhará, no início do período de que
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese trata o art. 6º da mesma, às Assembléias Legislativas, à Câmara dos
do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado. Deputados e ao Senado Federal, a relação dos municípios, em or-
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não dem alfabética, com indicação do Estado ou Território em que se si-
tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima brasi- tuem, a data da fundação e a categoria administrativa ou judiciária,
leira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira. para fins do disposto no art. 9º.”
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 3º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de Art. 4º - Revogam-se as disposições em contrário.
1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente.
Brasília, em 21 de agosto de 1984; 163º da Independência e
96º da República.
REGIME DISCIPLINAR E PROCESSO ADMINISTRATIVO
DISCIPLINAR PREVISTO NA LEI COMPLEMENTAR 46 DE
31 DE JANEIRO DE 1994 ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

LEI COMPLEMENTAR Nº 46, DE 21 DE AGOSTO DE 1984 A insatisfação com a conduta ética no serviço público é um fato
que vem sendo constantemente criticado pela sociedade brasilei-
Fixa normas sobre repetição de topônimos de cidades e vilas, ra. De modo geral, o país enfrenta o descrédito da opinião pública
incorporadas ao texto da Lei Complementar nº 1, de 9 de novem- a respeito do comportamento dos administradores públicos e da
bro de 1967. classe política em todas as suas esferas: municipal, estadual e fede-
ral. A partir desse cenário, é natural que a expectativa da sociedade
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Na- seja mais exigente com a conduta daqueles que desempenham ati-
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar: vidades no serviço e na gestão de bens públicos.
Para discorrer sobre o tema, é importante conceituar moral,
Art. 1º - A ementa da Lei Complementar nº 1, de 9 de novem- moralidade e ética. A moral pode ser entendida como o conjunto
bro de 1967, passa a vigorar com a seguinte redação: de regras consideradas válidas, de modo absoluto, para qualquer
“Estabelece os requisitos mínimos de população e renda públi- tempo ou lugar, grupo ou pessoa determinada, ou, ainda, como a
ca e a forma de consulta prévia as populações locais para a criação ciência dos costumes, a qual difere de país para país, sendo que,
de novos municípios, e dá outras providências”. em nenhum lugar, permanece a mesma por muito tempo. Portan-
Art. 2º - Acrescentem-se à Lei Complementar nº 1, de 9 de no- to, observa-se que a moral é mutável, variando de acordo com o
vembro de 1967, os seguintes artigos, renumerando-se como arts. desenvolvimento de cada sociedade. Em consequência, deste con-
15 e 16 os atuais arts. 9º e 10: ceito, surgiria outro: o da moralidade, como a qualidade do que é
“Art. 9º - Visando a eliminar a repetição de topônimos de cida- moral. A ética, no entanto, representaria uma abordagem sobre as
des e vilas, são estabelecidas as seguintes regras: constantes morais, aquele conjunto de valores e costumes mais ou
I - quando duas ou mais localidades tiverem a mesma deno- menos permanente no tempo e uniforme no espaço. A ética é a
minação, promover-se-á a alteração do topônimo, ficando com a ciência da moral ou aquela que estuda o comportamento dos ho-
denominação original a de mais elevada categoria administrativa mens na sociedade.
ou judiciária, na seguinte ordem de precedência: capital, sede de A falta de ética, tão criticada pela sociedade, na condução do
comarca, sede de município e sede de distrito; serviço público por administradores e políticos, generaliza a todos,
II - no caso de haver mais de uma localidade com o mesmo colocando-os no mesmo patamar, além de constituir-se em uma
nome, este prevalecerá para a que o possuir há mais tempo; visão imediatista.
III - na designação de novos topônimos, não serão utilizados
designações de datas ou nomes de pessoas vivas.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
É certo que a crítica que a sociedade tem feito ao serviço pú- ra que é imprescindível levar em conta, como pressuposto, que a
blico, seja ela por causa das longas filas ou da morosidade no an- base do funcionalismo é estruturalmente sólida, pois deriva de va-
damento de processos, muitas vezes tem fundamento. Também, lores tradicionais da classe média, onde ele é recrutado. Portanto,
com referência ao gerenciamento dos recursos financeiros, têm-se qualquer iniciativa que parta do diagnóstico de que se está diante
notícia, em todas as esferas de governo, de denúncias sobre desvio de um problema endêmico de corrupção generalizada será inevita-
de verbas públicas, envolvendo administradores públicos e políti- velmente equivocada, injusta e contraproducente, pois alienaria o
cos em geral. funcionalismo do esforço de aperfeiçoamento que a sociedade está
A questão deveria ser conduzida com muita seriedade, porque a exigir. Afinal, não se poderia responsabilizar nem cobrar algo de
desfazer a imagem negativa do padrão ético do serviço público bra- alguém que sequer teve a oportunidade de conhecê-lo.
sileiro é tarefa das mais difíceis. Do ponto de vista da Comissão de Ética Pública, a repressão,
Refletindo sobre a questão, acredita-se que um alternativa, na prática, é quase sempre ineficaz. O ideal seria a prevenção,
para o governo, poderia ser a oferta à sociedade de ações educati- através de identificação e de tratamento específico, das áreas da
vas de boa qualidade, nas quais os indivíduos pudessem ter, desde administração pública em que ocorressem, com maior freqüência,
o início da sua formação, valores arraigados e trilhados na morali- condutas incompatíveis com o padrão ético almejado para o servi-
dade. Dessa forma, seriam garantidos aos mesmos, comportamen- ço público. Essa é uma tarefa complicada, que deveria ser iniciada
tos mais duradouros e interiorização de princípios éticos. pelo nível mais alto da administração, aqueles que detém poder
Outros caminhos seriam a repreensão e a repressão, e nesse decisório.
ponto há de se levar em consideração as leis punitivas e os diversos A Comissão defende que o administrador público deva ter Có-
códigos de ética de categorias profissionais e de servidores públi- digo de Conduta de linguagem simples e acessível, evitando termos
cos, os quais trazem severas penalidades aos maus administrado- jurídicos excessivamente técnicos, que norteie o seu comporta-
res. mento enquanto permanecer no cargo e o proteja de acusações in-
As leis, além de normatizarem determinado assunto, trazem, fundadas. E vai mais longe ao defender que, na ausência de regras
em seu conteúdo, penalidades de advertência, suspensão e reclu- claras e práticas de conduta, corre-se o risco de inibir o cidadão
são do servidor público que infringir dispositivos previstos na legis- honesto de aceitar cargo público de relevo. Além disso, afirma ser
lação vigente. Uma das mais comentadas na atualidade é a Lei de necessária a criação de mecanismo ágil de formulação dessas re-
Responsabilidade Fiscal, que estabelece normas de finanças públi- gras, assim como de sua difusão e fiscalização. Deveria existir uma
cas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal. instância à qual os administradores públicos pudessem recorrer em
Já os códigos de ética trazem, em seu conteúdo, o conjunto de caso de dúvida e de apuração de transgressões, que seria, no caso,
normas a serem seguidas e as penalidades aplicáveis no caso do a Comissão de Ética Pública, como órgão de consulta da Presidência
não cumprimento das mesmas. Normalmente, os códigos lembram da República.
aos funcionários que estes devem agir com dignidade, decoro, zelo Diante dessas reflexões, a ética deveria ser considerada como
e eficácia, para preservar a honra do serviço público. Enfatizam um caminho no qual os indivíduos tivessem condições de escolha
que é dever do servidor ser cortês, atencioso, respeitoso com os livre e, nesse particular, é de grande importância a formação e as
usuários do serviço público. Também, é dever do servidor ser rápi- informações recebidas por cada cidadão ao longo da vida.
do, assíduo, leal, correto e justo, escolhendo sempre aquela opção A moralidade administrativa constitui-se, atualmente, num
que beneficie o maior número de pessoas. Os códigos discorrem, pressuposto de validade de todo ato da administração pública. A
ainda, sobre as obrigações, regras, cuidados e cautelas que devem moral administrativa é imposta ao agente público para sua condu-
ser observadas para cumprimento do objetivo maior que é o bem ta interna, segundo as exigências da instituição a que serve, e a
comum, prestando serviço público de qualidade à população. Afi- finalidade de sua ação: o bem comum. O administrador público,
nal, esta última é quem alimenta a máquina governamental dos ao atuar, não poderia desprezar o elemento ético de sua conduta.
recursos financeiros necessários à prestação dos serviços públicos, A ética tem sido um dos mais trabalhados temas da atualidade,
através do pagamento dos tributos previstos na legislação brasilei- porque se vem exigindo valores morais em todas as instâncias da
ra – ressalta-se, aqui, a grande carga tributária imposta aos contri- sociedade, sejam elas políticas, científicas ou econômicas.
buintes brasileiros. Também, destaca-se nos códigos que a função É a preocupação da sociedade em delimitar legal e ilegal, moral
do servidor deve ser exercida com transparência, competência, se- e imoral, justo e injusto. Desse conflito é que se ergue a ética, tão
riedade e compromisso com o bem estar da coletividade. discutida pelos filósofos de toda a história mundial.
Os códigos não deixam dúvidas quanto às questões que envol-
vem interesses particulares, as quais, jamais, devem ser prioriza- Mas afinal, o que é ética???
das em detrimento daquelas de interesses públicos, ainda mais se Contemporaneamente e de forma bastante usual, a palavra
forem caracterizadas como situações ilícitas. Dentre as proibições ética é mais compreendida como disciplina da área de filosofia e
elencadas, tem-se o uso do cargo para obter favores, receber pre- que tem por objetivo a moral ou moralidade, os bons costumes,
sentes, prejudicar alguém através de perseguições por qualquer o bom comportamento e a boa fé, inclusive. Por sua vez, a moral
que seja o motivo, a utilização de informações sigilosas em proveito deveria estar intrinsecamente ligada ao comportamento humano,
próprio e a rasura e alteração de documentos e processos. Todas na mesma medida, em que está o seu caráter, personalidade, etc;
elas evocam os princípios fundamentais da administração pública: presumindo portanto, que também a ética pode ser avaliada de
legalidade, impessoalidade, publicidade e moralidade – este últi- maneira boa ou ruim, justa ou injusta, correta ou incorreta.
mo princípio intimamente ligado à ética no serviço público. Além Num sentido menos filosófico e mais prático podemos enten-
desses, também se podem destacar os princípios da igualdade e da der esse conceito analisando certos comportamentos do nosso
probidade. dia a dia, quando nos referimos por exemplo, ao comportamen-
Criada pelo Presidente da República em maio de 2000, a Co- to de determinados profissionais podendo ser desde um médico,
missão de Ética Pública entende que o aperfeiçoamento da conduta jornalista, advogado, administrador, um político e até mesmo um
ética decorreria da explicitação de regras claras de comportamento professor; expressões como: ética médica, ética jornalística, ética
e do desenvolvimento de uma estratégia específica para a sua im- administrativa e ética pública, são muito comuns.
plementação. Na formulação dessa estratégia, a Comissão conside-
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Podemos verificar que a ética está diretamente relacionada ao A sociedade por sua vez, tem sua parcela de responsabilidade
padrão de comportamento do indivíduo, dos profissionais e tam- nesta situação, pois não se mobilizam para exercer os seus direitos
bém do político, como falamos anteriormente. O ser humano ela- e impedir estes casos vergonhosos de abuso de poder por parte
borou as leis para orientar seu comportamento frente as nossas do Pode Público. Um dos motivos para esta falta de mobilização
necessidades (direitos e obrigações) e em relação ao meio social, social se dá, devido á falta de uma cultura cidadã, ou seja, a socie-
entretanto, não é possível para a lei ditar nosso padrão de compor- dade não exerce sua cidadania. A cidadania Segundo Milton Santos
tamento e é aí que entra outro ponto importante que é a cultura, “ é como uma lei”, isto é, ela existe mas precisa ser descoberta ,
ficando claro que não a cultura no sentido de quantidade de conhe- aprendida, utilizada e reclamada e só evolui através de processos
cimento adquirido, mas sim a qualidade na medida em que esta de luta. Essa evolução surge quando o cidadão adquire esse status,
pode ser usada em prol da função social, do bem estar e tudo mais ou seja, quando passa a ter direitos sociais. A luta por esses direitos
que diz respeito ao bem maior do ser humano, este sim é o ponto garante um padrão de vida mais decente. O Estado, por sua vez,
fundamental, a essência, o ponto mais controverso quando trata- tenta refrear os impulsos sociais e desrespeitar os indivíduos, nes-
mos da questão ética na vida pública, á qual iremos nos aprofundar sas situações a cidadania deve se valer contra ele, e imperar atra-
um pouco mais, por se tratar do tema central dessa pesquisa. vés de cada pessoa. Porém Milton Santos questiona, se “há cidadão
A questão da ética no serviço Público. neste pais”? Pois para ele desde o nascimento as pessoas herdam
Quando falamos sobre ética pública, logo pensamos em cor- de seus pais e ao longa da vida e também da sociedade, conceitos
rupção, extorsão, ineficiência, etc, mas na realidade o que devemos morais que vão sendo contestados posteriormente com a formação
ter como ponto de referência em relação ao serviço público, ou na de idéias de cada um, porém a maioria das pessoas não sabem se
vida pública em geral, é que seja fixado um padrão a partir do qual são ou não cidadãos.
possamos, em seguida julgar a atuação dos servidores públicos ou A educação seria o mais forte instrumento na formação de ci-
daqueles que estiverem envolvidos na vida pública, entretanto não dadão consciente para a construção de um futuro melhor.
basta que haja padrão, tão somente, é necessário que esse padrão No âmbito Administrativo, funcionários mal capacitados e
seja ético, acima de tudo . sem princípios éticos que convivem todos os dias com mandos e
O fundamento que precisa ser compreendido é que os padrões desmandos, atos desonestos, corrupção e falta de ética tendem a
éticos dos servidores públicos advêm de sua própria natureza, ou assimilar por este rol “cultural” de aproveitamento em beneficio
seja, de caráter público, e sua relação com o público. A questão próprio.
da ética pública está diretamente relacionada aos princípios fun- Se o Estado, que a principio deve impor a ordem e o respeito
damentais, sendo estes comparados ao que chamamos no Direito, como regra de conduta para uma sociedade civilizada, é o primeiro
de “Norma Fundamental”, uma norma hipotética com premissas a evidenciar o ato imoral, vêem esta realidade como uma razão,
ideológicas e que deve reger tudo mais o que estiver relacionado desculpa ou oportunidade para salvar-se, e , assim sendo, através
ao comportamento do ser humano em seu meio social, aliás, pode- dos usos de sua atribuição publica.
mos invocar a Constituição Federal. Esta ampara os valores morais A consciência ética, como a educação e a cultura são aprendi-
da boa conduta, a boa fé acima de tudo, como princípios básicos das pelo ser humano, assim, a ética na administração publica, pode
e essenciais a uma vida equilibrada do cidadão na sociedade, lem- e deve ser desenvolvida junto aos agentes públicos ocasionando
brando inclusive o tão citado, pelos gregos antigos, “bem viver”. assim, uma mudança na administração publica que deve ser senti-
Outro ponto bastante controverso é a questão da impessoali- da pelo contribuinte que dela se utiliza diariamente, seja por meio
dade. Ao contrário do que muitos pensam, o funcionalismo público da simplificação de procedimentos, isto é, a rapidez de respostas
e seus servidores devem primar pela questão da “impessoalidade”, e qualidade dos serviços prestados, seja pela forma de agir e de
deixando claro que o termo é sinônimo de “igualdade”, esta sim é a contato entre o cidadão e os funcionários públicos.
questão chave e que eleva o serviço público a níveis tão ineficazes, A mudança que se deseja na Administração pública implica
não se preza pela igualdade. No ordenamento jurídico está claro e numa gradativa, mas necessária “transformação cultura” dentro
expresso, “todos são iguais perante a lei”. da estrutura organizacional da Administração Pública, isto é, uma
E também a idéia de impessoalidade, supõe uma distinção reavaliação e valorização das tradições, valores, hábitos, normas,
entre aquilo que é público e aquilo que é privada (no sentido do etc, que nascem e se forma ao longo do tempo e que criam um
interesse pessoal), que gera portanto o grande conflito entre os in- determinado estilo de atuação no seio da organização.
teresses privados acima dos interesses públicos. Podemos verificar Conclui-se, assim, que a improbidade e a falta de ética que
abertamente nos meios de comunicação, seja pelo rádio, televisão, nascem nas máquinas administrativas devido ao terreno fértil en-
jornais e revistas, que este é um dos principais problemas que cer- contrado devido à existência de governos autoritários, governos
cam o setor público, afetando assim, a ética que deveria estar aci- regidos por políticos sem ética, sem critérios de justiça social e que,
ma de seus interesses. mesmo após o advento de regimes democrático, continuam conta-
Não podemos falar de ética, impessoalidade (sinônimo de minados pelo “vírus” dos interesses escusos geralmente oriundos
igualdade), sem falar de moralidade. Esta também é um dos prin- de sociedades dominadas por situações de pobreza e injustiça so-
cipais valores que define a conduta ética, não só dos servidores cial, abala a confiança das instituições, prejudica a eficácia das orga-
públicos, mas de qualquer indivíduo. Invocando novamente o or- nizações, aumenta os custos, compromete o bom uso dos recursos
denamento jurídico podemos identificar que a falta de respeito ao públicos e os resultados dos contratos firmados pela Administração
padrão moral, implica portanto, numa violação dos direitos do ci- Pública e ainda castiga cada vez mais a sociedade que sofre com
dadão, comprometendo inclusive, a existência dos valores dos bons a pobreza, com a miséria, a falta de sistema de saúde, de esgoto,
costumes em uma sociedade. habitação, ocasionados pela falta de investimentos financeiros do
A falta de ética na Administração Publica encontra terreno fér- Governo, porque os funcionários públicos priorizam seus interesses
til para se reproduzir , pois o comportamento de autoridades públi- pessoais em detrimento dos interesses sociais.
cas estão longe de se basearem em princípios éticos e isto ocorre
devido a falta de preparo dos funcionários, cultura equivocada e
especialmente, por falta de mecanismos de controle e responsabi-
lização adequada dos atos anti-éticos.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Essa situação vergonhosa só terá um fim no dia em que a so- Código de Ética do Poder Executivo Federal
ciedade resolver lutar para exercer os seus direitos respondendo O Código de Ética dos Servidores Públicos Civil do Poder Execu-
positivamente o questionamento feito por Milton Santos “HÁ CI- tivo Federal foi aprovado pelo decreto n° 1.171 de 22 de junho de
DADÃOS NESTE PAÍS?” e poderemos responder em alto e bom som 1994, destinado aos servidores públicos federais.
que “ SIM. Há cidadão neste pais. E somos todos brasileiros.”. A Comissão de Ética Pública é um colegiado, criado em 1999 e
Finalizando, gostaríamos de destacar alguns pontos básicos, vinculado à Presidência da República, responsável por supervisio-
que baseado neste estudo, julgamos essenciais para a boa conduta, nar e revisar as normas referentes a ética na Administração Pública
um padrão ético, impessoal e moralístico: do Poder Executivo Federal.
1. Podemos conceituar ética, também como sendo um padrão
de comportamento orientado pelos valores e princípio morais e da Veja os Princípios Gerais do Serviço Público
dignidade humana. - Os servidores públicos devem ser leais as suas Constituições,
2. O ser humano possui diferentes valores e princípios e a leis e princípios éticos acima dos interesses privados;
“quantidade” de valores e princípios atribuídos, determinam a - Os servidores não poderão ter interesses financeiros que cau-
“qualidade” de um padrão de comportamento ético: Maior valor sem conflitos ao desempenho de sua atividade;
atribuído (bem), maior ética; Menor valor atribuído (bem), menor - Os servidores deverão usar de sigilo, não utilizando informa-
ética. ções governamentais para seu próprio interesse. Além disso não
3. A cultura e a ética estão intrinsecamente ligadas. Não nos poderão fazer promessas não autorizadas que comprometam o
referimos a palavra cultura como sendo a quantidade de conheci- governo;
mento adquirido, mas sim a qualidade na medida em que esta pode - Os servidores deverão ser honestos no cumprimento de suas
ser usada em prol da função social, do bem estar e tudo mais que funções;
diz respeito ao bem maior do ser humano . - Os servidores não poderão aceitar presente ou item de valor
4. A falta de ética induz ao descumprimento das leis do orde- de qualquer pessoa ou instituição em busca de benefícios, nem rea-
namento jurídico. lizar atividades não reguladas ou permitidas pelo órgão do servidor;
5. Em princípio as leis se baseiam nos princípios da dignidade - Os servidores não poderão usar seu cargo para ganhos pri-
humana, dos bons costumes e da boa fé. vados;
6. Maior impessoalidade (igualdade), maior moralidade = me- - Os servidores devem agir com imparcialidade e não devem
lhor padrão de ética. dar tratamento diferenciado a nenhuma organização individual ou
privada;
Ética do Servidor Público - Os servidores deverão proteger e conservar o patrimônio do
Os servidores públicos são profissionais que possuem um vín- Estado, não os utilizando para fins não autorizados;
culo de trabalho profissional com órgãos e entidades do governo. - Os servidores deverão confessar fraudes, corrupção, desper-
Dentro do setor público, todas as atividades do governo afe- dícios e abusos as autoridades responsáveis.
tam a vida de um país. Por isso, é necessário que os servidores apli- - Os servidores deverão de boa fé satisfazer suas obrigações de
quem os valores éticos para que os cidadãos possam acreditar na cidadãos, incluindo obrigações financeiras;
eficiência dos serviços públicos. - Os servidores deverão apoiar todos os regulamentos e leis
Existem normas de conduta que norteiam o comportamento que asseguram oportunidades iguais para todos;
do servidor, dentre elas estão os códigos de ética municipais e o - Os servidores deverão evitar toda a ação que crie a aparência
Código de Ética da Administração do Poder Executivo Federal. As- de que estão violando as leis ou normas éticas.3
sim, é missão deles serem leais aos princípios éticos e as leis acima
das vantagens financeiras do cargo e ou qualquer outro interesse COMPORTAMENTO PROFISSIONAL
particular. O modo como você age no dia a dia determina quem você é
Esses interesses podem ser os desvios de verbas públicas, po- e ainda estabelece o que as pessoas ao seu redor podem pensar
líticos que se beneficiam de programas e situações para ganhar vo- ao seu respeito. Não estou falando apenas de pontos isolados ou
tos, produção de leis que vão contra os princípios da sociedade, somente do seu lado pessoal. O conjunto formado a partir das
corrupção, etc. suas características pessoais e das atitudes tomadas no seu am-
As próprias leis possuem sanções e mecanismos que penalizam biente de trabalho, por exemplo, determina qual é a sua postura
servidores públicos que agem em desacordo com suas atividades, profissional.
um exemplo é a Lei de Improbidade Administrativa. Um profissional com ótima formação, diversas habilidades téc-
nicas e boa experiência: esse certamente é o perfil de colaborador
Código de Ética dos Servidores Públicos que toda empresa procura. No entanto, isso pode não ser o sufi-
Os códigos de ética tanto o federal, quanto os municipais, são ciente para conquistar a vaga dos sonhos. Afinal, os empregadores
um conjunto de normas que dizem respeito a conduta dos servido- também buscam outros valores importantes, como um comporta-
res dentro de seu serviço, além de penalidades a serem aplicadas mento profissional exemplar. Comprometimento, respeito e cola-
pelo não cumprimento dessas normas. Ambos possuem uma Co- boração são, por exemplo, alguns fatores que as companhias têm
missão de Ética responsável por julgar os casos referentes à ética observado na hora de contratar novos funcionários.
no serviço público.
Os códigos informam os princípios e deveres dos servidores Principais valores analisados pelas organizações
públicos como decoro, zelo, dignidade, eficácia e honra, além de Cada vez mais as empresas têm procurado por profissionais
outras qualidades do servidor, suas obrigações que visam o bem colaborativos, ou seja, indivíduos capazes de ir além para alcançar
estar da população, bem como as proibições e punições derivadas objetivos e metas e para ter um bom relacionamento dentro do
do serviço irregular de suas funções, que relembram os princípios
fundamentais da administração pública.
3 Fonte: www.codigo-de-etica.info/www.direitonet.com.br/www.portal.meto-
dista.br
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ambiente de trabalho. Num processo seletivo, essa característica •
Se a empresa em que você trabalha permite que você na-
não elimina deficiências de formação, mas garante pontos positivos vegue em sites ou redes sociais que não estão relacionadas ao seu
para a carreira profissional do candidato. escopo, faça isso com moderação;
Os valores que os empregadores procuram são simples, veja • Não atender telefonemas pessoais com frequência.
alguns deles: • Sempre cumprir com os prazos e os horários. Entregue
seus documentos nos dias certos e procure chegar alguns minutos
Respeito antes das reuniões começarem. Em caso de atrasos, avise as pes-
É a principal característica analisada, já que algumas pessoas soas envolvidas para não causar transtornos aos seus colegas de
tendem a subjugar outros funcionários e a tratá-los de forma des- trabalho. E, é claro, tenha uma justificativa honesta.
respeitosa quando assumem um cargo mais elevado, criando um • Saber esperar as pessoas concluírem as ideias para depois
ambiente de trabalho ruim e desmotivador para os colegas. expor as suas. Não atropele a fala dos outros para não ser atrope-
lado também.
Cooperação • Escutar com atenção e tranquilidade todas as opiniões
O que se espera de qualquer funcionário dentro de uma em- sem levantar polêmicas ou conflitos desnecessários. Isso sim é es-
presa é que ele cumpra com suas tarefas. Entretanto, algumas cuta ativa!
pessoas podem encontrar maior dificuldade em determinadas ati- • Ficar atento às regras gramaticais da língua portuguesa
vidades, por isso, quem demonstra disposição em contribuir com em e-mails e documentos. Gafes demonstram falta de atenção ou
o colega é bem-visto pelas empresas. Afinal, são esses gestos mais de leitura.
humanos que tornam o cotidiano menos pesado e colaboram para • Saber identificar quais brincadeiras são saudáveis, o mo-
o desenvolvimento pessoal e profissional do indivíduo. mento propício de fazê-la e quem é receptível a elas para evitar
constrangimentos. Ninguém merece aquelas piadas preconceituo-
Humildade sas com cor, orientação sexual, classe social ou identidade de gêne-
Ninguém nasce sabendo tudo, mas algumas pessoas simples- ro. Na dúvida, não faça a brincadeira!
mente não conseguem reconhecer isso. Assim, tornam-se arrogan-
tes e passam a acreditar que não precisam de mais nada e de mais Como você pode perceber, essas são dicas básicas de como se
ninguém. Ser humilde é ter a consciência de que nunca se tem todo comportar dentro de um ambiente de trabalho e, é claro, na so-
o conhecimento necessário e que é preciso buscar melhorar sem- ciedade. Não estou falando apenas de uma seção de julgamentos
pre. Esse tipo de colaborador consegue evoluir constantemente e infundados que as pessoas ao seu redor podem fazer a seu respei-
sabe identificar com mais facilidade as habilidades dos outros. to, mas de você dentro de um contexto profissional. O respeito às
outras pessoas, a dedicação aos seu ofício e a sua força de vonta-
Organização de em querer evoluir diariamente são essenciais.
Não adianta ter todas as características citadas e ser uma óti- Ressalta-se ainda que, em se tratando de servidor público, fun-
ma pessoa no trabalho, se você não consegue ser organizado. Isso damental é que este tenha um comportamento adequadamente
impede que as tarefas fluam no dia a dia, e pode prejudicar tanto o inserido no contexto ético, como vimos nos tópicos anteriores, sen-
seu rendimento quanto o dos colegas. do este, um dever colocado para este profissional.4
Especialistas indicam que, para ser uma pessoa bem-sucedida,
o desenvolvimento profissional e pessoal devem caminhar juntos.
SISTEMA ÚNICO DE SEGURANÇA PÚBLICA
Valores para o trabalho e para a vida
Especialistas indicam que, para ser uma pessoa bem-sucedida,
o desenvolvimento profissional e pessoal devem caminhar juntos. LEI Nº 13.675, DE 11 DE JUNHO DE 2018.
Tentar desenvolver esses valores e colocá-los em prática no seu
emprego é uma forma de atingir esse equilíbrio e consequente- Disciplina a organização e o funcionamento dos órgãos respon-
mente o sucesso em todas as esferas da vida. sáveis pela segurança pública, nos termos do § 7º do art. 144 da
Constituição Federal; cria a Política Nacional de Segurança Pública
Como ter atitudes adequadas e Defesa Social (PNSPDS); institui o Sistema Único de Segurança Pú-
Uma sequência de comportamentos pode formar a definição blica (Susp); altera a Lei Complementar nº 79, de 7 de janeiro de
que as outras pessoas do trabalho têm a seu respeito. Selecionei 1994, a Lei nº 10.201, de 14 de fevereiro de 2001, e a Lei nº 11.530,
algumas das principais atitudes interessantes para fazer e não de 24 de outubro de 2007; e revoga dispositivos da Lei nº 12.681,
fazer em um ambiente profissional. Veja: de 4 de julho de 2012.
• Estudar e se informar sobre sua área e o mercado de tra-
balho. Evoluir constantemente faz parte de um ser humano que O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
deseja ser melhor todos os dias. cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
• Ler bastante e seja capaz de desenvolver satisfatoriamen-
te uma conversa com ideias e perguntas construtivas. CAPÍTULO I
• Demonstrar interesse em progredir, pois oportunidades DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
podem surgir e você poderá ser beneficiado caso se esforce.
• Manter boas relações interpessoais com os colegas. Não Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Único de Segurança Pública
precisa ser melhor amigo, apenas ser educado e solidário com to- (Susp) e cria a Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social
dos, sem preconceitos. (PNSPDS), com a finalidade de preservação da ordem pública e da
• Não falar mal da empresa para colegas ou em redes so- incolumidade das pessoas e do patrimônio, por meio de atuação
ciais dentro ou fora do horário de trabalho. Lembre-se de que mes-
mo os perfis públicos podem ser acessados por pessoas especializa-
das seja qual forem suas configurações de privacidade.
4 Fonte: www.sbcoaching.com.br
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
conjunta, coordenada, sistêmica e integrada dos órgãos de seguran- IV - atuação integrada entre a União, os Estados, o Distrito
ça pública e defesa social da União, dos Estados, do Distrito Federal Federal e os Municípios em ações de segurança pública e políticas
e dos Municípios, em articulação com a sociedade. transversais para a preservação da vida, do meio ambiente e da dig-
Art. 2º A segurança pública é dever do Estado e responsabilida- nidade da pessoa humana;
de de todos, compreendendo a União, os Estados, o Distrito Federal V - coordenação, cooperação e colaboração dos órgãos e insti-
e os Munícipios, no âmbito das competências e atribuições legais tuições de segurança pública nas fases de planejamento, execução,
de cada um. monitoramento e avaliação das ações, respeitando-se as respecti-
vas atribuições legais e promovendo-se a racionalização de meios
CAPÍTULO II com base nas melhores práticas;
DA POLÍTICA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA VI - formação e capacitação continuada e qualificada dos pro-
SOCIAL (PNSPDS) fissionais de segurança pública, em consonância com a matriz cur-
ricular nacional;
SEÇÃO I VII - fortalecimento das instituições de segurança pública por
DA COMPETÊNCIA PARA ESTABELECIMENTO DAS POLÍTICAS meio de investimentos e do desenvolvimento de projetos estrutu-
DE SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL rantes e de inovação tecnológica;
VIII - sistematização e compartilhamento das informações de
Art. 3º Compete à União estabelecer a Política Nacional de Se- segurança pública, prisionais e sobre drogas, em âmbito nacional;
gurança Pública e Defesa Social (PNSPDS) e aos Estados, ao Distrito IX - atuação com base em pesquisas, estudos e diagnósticos
Federal e aos Municípios estabelecer suas respectivas políticas, ob- em áreas de interesse da segurança pública;
servadas as diretrizes da política nacional, especialmente para aná- X - atendimento prioritário, qualificado e humanizado às pes-
lise e enfrentamento dos riscos à harmonia da convivência social, soas em situação de vulnerabilidade;
com destaque às situações de emergência e aos crimes interesta- XI - padronização de estruturas, de capacitação, de tecnologia
duais e transnacionais. e de equipamentos de interesse da segurança pública;
XII - ênfase nas ações de policiamento de proximidade, com
SEÇÃO II foco na resolução de problemas;
DOS PRINCÍPIOS XIII - modernização do sistema e da legislação de acordo com
a evolução social;
Art. 4º São princípios da PNSPDS: XIV - participação social nas questões de segurança pública;
I - respeito ao ordenamento jurídico e aos direitos e garantias XV - integração entre os Poderes Legislativo, Executivo e Judici-
individuais e coletivos; ário no aprimoramento e na aplicação da legislação penal;
II - proteção, valorização e reconhecimento dos profissionais XVI - colaboração do Poder Judiciário, do Ministério Público
de segurança pública; e da Defensoria Pública na elaboração de estratégias e metas para
III - proteção dos direitos humanos, respeito aos direitos fun- alcançar os objetivos desta Política;
damentais e promoção da cidadania e da dignidade da pessoa hu- XVII - fomento de políticas públicas voltadas à reinserção social
mana; dos egressos do sistema prisional;
IV - eficiência na prevenção e no controle das infrações penais; XVIII - (VETADO);
V - eficiência na repressão e na apuração das infrações penais; XIX - incentivo ao desenvolvimento de programas e projetos
VI - eficiência na prevenção e na redução de riscos em situa- com foco na promoção da cultura de paz, na segurança comunitária
ções de emergência e desastres que afetam a vida, o patrimônio e e na integração das políticas de segurança com as políticas sociais
o meio ambiente; existentes em outros órgãos e entidades não pertencentes ao siste-
VII - participação e controle social; ma de segurança pública;
VIII - resolução pacífica de conflitos; XX - distribuição do efetivo de acordo com critérios técnicos;
IX - uso comedido e proporcional da força; XXI - deontologia policial e de bombeiro militar comuns, res-
X - proteção da vida, do patrimônio e do meio ambiente; peitados os regimes jurídicos e as peculiaridades de cada institui-
XI - publicidade das informações não sigilosas; ção;
XII - promoção da produção de conhecimento sobre segurança XXII - unidade de registro de ocorrência policial;
pública; XXIII - uso de sistema integrado de informações e dados ele-
XIII - otimização dos recursos materiais, humanos e financeiros trônicos;
das instituições; XXIV – (VETADO);
XIV - simplicidade, informalidade, economia procedimental e XXV - incentivo à designação de servidores da carreira para
celeridade no serviço prestado à sociedade; os cargos de chefia, levando em consideração a graduação, a capa-
XV - relação harmônica e colaborativa entre os Poderes; citação, o mérito e a experiência do servidor na atividade policial
XVI - transparência, responsabilização e prestação de contas. específica;
XXVI - celebração de termo de parceria e protocolos com agên-
SEÇÃO III cias de vigilância privada, respeitada a lei de licitações.
DAS DIRETRIZES
SEÇÃO IV
Art. 5º São diretrizes da PNSPDS: DOS OBJETIVOS
I - atendimento imediato ao cidadão;
II - planejamento estratégico e sistêmico; Art. 6º São objetivos da PNSPDS:
III - fortalecimento das ações de prevenção e resolução pacífica I - fomentar a integração em ações estratégicas e operacionais,
de conflitos, priorizando políticas de redução da letalidade violenta, em atividades de inteligência de segurança pública e em gerencia-
com ênfase para os grupos vulneráveis; mento de crises e incidentes;

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
II - apoiar as ações de manutenção da ordem pública e da inco- Parágrafo único. Os objetivos estabelecidos direcionarão a for-
lumidade das pessoas, do patrimônio, do meio ambiente e de bens mulação do Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social,
e direitos; documento que estabelecerá as estratégias, as metas, os indicado-
III - incentivar medidas para a modernização de equipamentos, res e as ações para o alcance desses objetivos.
da investigação e da perícia e para a padronização de tecnologia dos
órgãos e das instituições de segurança pública; SEÇÃO V
IV - estimular e apoiar a realização de ações de prevenção à DAS ESTRATÉGIAS
violência e à criminalidade, com prioridade para aquelas relacio-
nadas à letalidade da população jovem negra, das mulheres e de Art. 7º A PNSPDS será implementada por estratégias que garan-
outros grupos vulneráveis; tam integração, coordenação e cooperação federativa, interopera-
V - promover a participação social nos Conselhos de segurança bilidade, liderança situacional, modernização da gestão das institui-
pública; ções de segurança pública, valorização e proteção dos profissionais,
VI - estimular a produção e a publicação de estudos e diagnós- complementaridade, dotação de recursos humanos, diagnóstico
ticos para a formulação e a avaliação de políticas públicas; dos problemas a serem enfrentados, excelência técnica, avaliação
VII - promover a interoperabilidade dos sistemas de segurança continuada dos resultados e garantia da regularidade orçamentária
pública; para execução de planos e programas de segurança pública.
VIII - incentivar e ampliar as ações de prevenção, controle e
fiscalização para a repressão aos crimes transfronteiriços; SEÇÃO VI
IX - estimular o intercâmbio de informações de inteligência de DOS MEIOS E INSTRUMENTOS
segurança pública com instituições estrangeiras congêneres;
X - integrar e compartilhar as informações de segurança públi- Art. 8º São meios e instrumentos para a implementação da
ca, prisionais e sobre drogas; PNSPDS:
XI - estimular a padronização da formação, da capacitação e I - os planos de segurança pública e defesa social;
da qualificação dos profissionais de segurança pública, respeitadas II - o Sistema Nacional de Informações e de Gestão de Seguran-
as especificidades e as diversidades regionais, em consonância com ça Pública e Defesa Social, que inclui:
esta Política, nos âmbitos federal, estadual, distrital e municipal; a) o Sistema Nacional de Acompanhamento e Avaliação das
XII - fomentar o aperfeiçoamento da aplicação e do cumpri- Políticas de Segurança Pública e Defesa Social (Sinaped);
mento de medidas restritivas de direito e de penas alternativas à b) o Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública,
prisão; Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Munições, de Material
XIII - fomentar o aperfeiçoamento dos regimes de cumprimen- Genético, de Digitais e de Drogas (Sinesp); (Redação dada pela Lei
to de pena restritiva de liberdade em relação à gravidade dos cri- nº 13.756, de 2018)
mes cometidos; c) o Sistema Integrado de Educação e Valorização Profissional
XIV - (VETADO); (Sievap);
XV - racionalizar e humanizar o sistema penitenciário e outros d) a Rede Nacional de Altos Estudos em Segurança Pública (Re-
ambientes de encarceramento; naesp);
XVI - fomentar estudos, pesquisas e publicações sobre a políti- e) o Programa Nacional de Qualidade de Vida para Profissio-
ca de enfrentamento às drogas e de redução de danos relacionados nais de Segurança Pública (Pró-Vida);
aos seus usuários e aos grupos sociais com os quais convivem; III - (VETADO);
XVII - fomentar ações permanentes para o combate ao crime IV - o Plano Nacional de Enfrentamento de Homicídios de Jo-
organizado e à corrupção; vens;
XVIII - estabelecer mecanismos de monitoramento e de avalia- V - os mecanismos formados por órgãos de prevenção e con-
ção das ações implementadas; trole de atos ilícitos contra a Administração Pública e referentes a
XIX - promover uma relação colaborativa entre os órgãos de se- ocultação ou dissimulação de bens, direitos e valores.
gurança pública e os integrantes do sistema judiciário para a cons-
trução das estratégias e o desenvolvimento das ações necessárias CAPÍTULO III
ao alcance das metas estabelecidas; DO SISTEMA ÚNICO DE SEGURANÇA PÚBLICA
XX - estimular a concessão de medidas protetivas em favor de
pessoas em situação de vulnerabilidade; SEÇÃO I
XXI - estimular a criação de mecanismos de proteção dos agen- DA COMP OSIÇÃO DO SISTEMA
tes públicos que compõem o sistema nacional de segurança pública
e de seus familiares; Art. 9º É instituído o Sistema Único de Segurança Pública
XXII - estimular e incentivar a elaboração, a execução e o moni- (Susp), que tem como órgão central o Ministério Extraordinário da
toramento de ações nas áreas de valorização profissional, de saúde, Segurança Pública e é integrado pelos órgãos de que trata o art.
de qualidade de vida e de segurança dos servidores que compõem 144 da Constituição Federal , pelos agentes penitenciários, pelas
o sistema nacional de segurança pública; guardas municipais e pelos demais integrantes estratégicos e ope-
XXIII - priorizar políticas de redução da letalidade violenta; racionais, que atuarão nos limites de suas competências, de forma
XXIV - fortalecer os mecanismos de investigação de crimes he- cooperativa, sistêmica e harmônica.
diondos e de homicídios; § 1º São integrantes estratégicos do Susp:
XXV - fortalecer as ações de fiscalização de armas de fogo e I - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, por
munições, com vistas à redução da violência armada; intermédio dos respectivos Poderes Executivos;
XXVI - fortalecer as ações de prevenção e repressão aos crimes II - os Conselhos de Segurança Pública e Defesa Social dos três
cibernéticos. entes federados.
§ 2º São integrantes operacionais do Susp:
I - polícia federal;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
II - polícia rodoviária federal; nais e administrativas e à prevenção dos desastres, e utilizará indi-
III – (VETADO); cadores públicos que demonstrem de forma objetiva os resultados
IV - polícias civis; pretendidos.
V - polícias militares; Art. 12 . A aferição anual de metas deverá observar os seguin-
VI - corpos de bombeiros militares; tes parâmetros:
VII - guardas municipais; I - as atividades de polícia judiciária e de apuração das infra-
VIII - órgãos do sistema penitenciário; ções penais serão aferidas, entre outros fatores, pelos índices de
IX - (VETADO); elucidação dos delitos, a partir dos registros de ocorrências poli-
X - institutos oficiais de criminalística, medicina legal e identi- ciais, especialmente os de crimes dolosos com resultado em morte
ficação; e de roubo, pela identificação, prisão dos autores e cumprimento
XI - Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp); de mandados de prisão de condenados a crimes com penas de re-
XII - secretarias estaduais de segurança pública ou congêneres; clusão, e pela recuperação do produto de crime em determinada
XIII - Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec); circunscrição;
XIV - Secretaria Nacional de Política Sobre Drogas (Senad); II - as atividades periciais serão aferidas mediante critérios
XV - agentes de trânsito; técnicos emitidos pelo órgão responsável pela coordenação das
XVI - guarda portuária. perícias oficiais, considerando os laudos periciais e o resultado na
§ 3º (VETADO). produção qualificada das provas relevantes à instrução criminal;
§ 4º Os sistemas estaduais, distrital e municipais serão res- III - as atividades de polícia ostensiva e de preservação da
ponsáveis pela implementação dos respectivos programas, ações ordem pública serão aferidas, entre outros fatores, pela maior ou
e projetos de segurança pública, com liberdade de organização e menor incidência de infrações penais e administrativas em deter-
funcionamento, respeitado o disposto nesta Lei. minada área, seguindo os parâmetros do Sinesp;
IV - as atividades dos corpos de bombeiros militares serão afe-
SEÇÃO II ridas, entre outros fatores, pelas ações de prevenção, preparação
DO FUNCIONAMENTO para emergências e desastres, índices de tempo de resposta aos
desastres e de recuperação de locais atingidos, considerando-se
Art. 10. A integração e a coordenação dos órgãos integrantes áreas determinadas;
do Susp dar-se-ão nos limites das respectivas competências, por V - a eficiência do sistema prisional será aferida com base nos
meio de: seguintes fatores, entre outros:
I - operações com planejamento e execução integrados; a) o número de vagas ofertadas no sistema;
II - estratégias comuns para atuação na prevenção e no contro- b) a relação existente entre o número de presos e a quantidade
le qualificado de infrações penais; de vagas ofertadas;
III - aceitação mútua de registro de ocorrência policial; c) o índice de reiteração criminal dos egressos;
IV - compartilhamento de informações, inclusive com o Siste- d) a quantidade de presos condenados atendidos de acordo
ma Brasileiro de Inteligência (Sisbin); com os parâmetros estabelecidos pelos incisos do caput deste arti-
V - intercâmbio de conhecimentos técnicos e científicos; go, com observância de critérios objetivos e transparentes.
VI - integração das informações e dos dados de segurança pú- § 1º A aferição considerará aspectos relativos à estrutura de
blica por meio do Sinesp. trabalho físico e de equipamentos, bem como de efetivo.
§ 1º O Susp será coordenado pelo Ministério Extraordinário da § 2º A aferição de que trata o inciso I do caput deste artigo de-
Segurança Pública. verá distinguir as autorias definidas em razão de prisão em flagrante
§ 2º As operações combinadas, planejadas e desencadeadas das autorias resultantes de diligências investigatórias.
em equipe poderão ser ostensivas, investigativas, de inteligência ou Art. 13. O Ministério Extraordinário da Segurança Pública, res-
mistas, e contar com a participação de órgãos integrantes do Susp ponsável pela gestão do Susp, deverá orientar e acompanhar as
e, nos limites de suas competências, com o Sisbin e outros órgãos atividades dos órgãos integrados ao Sistema, além de promover as
dos sistemas federal, estadual, distrital ou municipal, não necessa- seguintes ações:
riamente vinculados diretamente aos órgãos de segurança pública I - apoiar os programas de aparelhamento e modernização dos
e defesa social, especialmente quando se tratar de enfrentamento órgãos de segurança pública e defesa social do País;
a organizações criminosas. II - implementar, manter e expandir, observadas as restrições
§ 3º O planejamento e a coordenação das operações referidas previstas em lei quanto a sigilo, o Sistema Nacional de Informações
no § 2º deste artigo serão exercidos conjuntamente pelos partici- e de Gestão de Segurança Pública e Defesa Social;
pantes. III - efetivar o intercâmbio de experiências técnicas e opera-
§ 4º O compartilhamento de informações será feito preferen- cionais entre os órgãos policiais federais, estaduais, distrital e as
cialmente por meio eletrônico, com acesso recíproco aos bancos de guardas municipais;
dados, nos termos estabelecidos pelo Ministério Extraordinário da IV - valorizar a autonomia técnica, científica e funcional dos
Segurança Pública. institutos oficiais de criminalística, medicina legal e identificação,
§ 5º O intercâmbio de conhecimentos técnicos e científicos garantindo-lhes condições plenas para o exercício de suas funções;
para qualificação dos profissionais de segurança pública e defesa V - promover a qualificação profissional dos integrantes da se-
social dar-se-á, entre outras formas, pela reciprocidade na abertura gurança pública e defesa social, especialmente nas dimensões ope-
de vagas nos cursos de especialização, aperfeiçoamento e estudos racional, ética e técnico-científica;
estratégicos, respeitadas as peculiaridades e o regime jurídico de VI - realizar estudos e pesquisas nacionais e consolidar dados e
cada instituição, e observada, sempre que possível, a matriz curri- informações estatísticas sobre criminalidade e vitimização;
cular nacional. VII - coordenar as atividades de inteligência da segurança pú-
Art. 11. O Ministério Extraordinário da Segurança Pública fi- blica e defesa social integradas ao Sisbin;
xará, anualmente, metas de excelência no âmbito das respectivas VIII - desenvolver a doutrina de inteligência policial.
competências, visando à prevenção e à repressão das infrações pe-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 14. É de responsabilidade do Ministério Extraordinário da III - o resultado célere na apuração das denúncias em tramita-
Segurança Pública: ção nas respectivas corregedorias;
I - disponibilizar sistema padronizado, inf­ormatizado e seguro IV - o grau de confiabilidade e aceitabilidade do órgão pela
que permita o intercâmbio de informações entre os integrantes do população por ele atendida.
Susp; § 5º Caberá aos Conselhos propor diretrizes para as políticas
II - apoiar e avaliar periodicamente a infraestrutura tecnológica públicas de segurança pública e defesa social, com vistas à preven-
e a segurança dos processos, das redes e dos sistemas; ção e à repressão da violência e da criminalidade.
III - estabelecer cronograma para adequação dos integrantes § 6º A organização, o funcionamento e as demais competên-
do Susp às normas e aos procedimentos de funcionamento do Sis- cias dos Conselhos serão regulamentados por ato do Poder Executi-
tema. vo, nos limites estabelecidos por esta Lei.
Art. 15. A União poderá apoiar os Estados, o Distrito Federal § 7º Os Conselhos Estaduais, Distrital e Municipais de Segu-
e os Municípios, quando não dispuserem de condições técnicas e rança Pública e Defesa Social, que contarão também com represen-
operacionais necessárias à implementação do Susp. tantes da sociedade civil organizada e de representantes dos traba-
Art. 16. Os órgãos integrantes do Susp poderão atuar em vias lhadores, poderão ser descentralizados ou congregados por região
urbanas, rodovias, terminais rodoviários, ferrovias e hidrovias fe- para melhor atuação e intercâmbio comunitário.
derais, estaduais, distrital ou municipais, portos e aeroportos, no
âmbito das respectivas competências, em efetiva integração com o SEÇÃO II
órgão cujo local de atuação esteja sob sua circunscrição, ressalvado DOS CONSELHEIROS
o sigilo das investigações policiais.
Art. 17. Regulamento disciplinará os critérios de aplicação de Art. 21. Os Conselhos serão compostos por:
recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP) e do Fun- I - representantes de cada órgão ou entidade integrante do
do Penitenciário Nacional (Funpen), respeitando-se a atribuição Susp;
constitucional dos órgãos que integram o Susp, os aspectos geográ- II - representante do Poder Judiciário;
ficos, populacionais e socioeconômicos dos entes federados, bem III - representante do Ministério Público;
como o estabelecimento de metas e resultados a serem alcançados. IV - representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB);
Art. 18. As aquisições de bens e serviços para os órgãos inte- V - representante da Defensoria Pública;
grantes do Susp terão por objetivo a eficácia de suas atividades e VI - representantes de entidades e organizações da sociedade
obedecerão a critérios técnicos de qualidade, modernidade, efici- cuja finalidade esteja relacionada com políticas de segurança públi-
ência e resistência, observadas as normas de licitação e contratos. ca e defesa social;
Parágrafo único. (VETADO). VII - representantes de entidades de profissionais de seguran-
ça pública.
CAPÍTULO IV § 1º Os representantes das entidades e organizações referidas
DOS CONSELHOS DE SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL nos incisos VI e VII do caput deste artigo serão eleitos por meio de
processo aberto a todas as entidades e organizações cuja finalidade
SEÇÃO I seja relacionada com as políticas de segurança pública, conforme
DA COMPOSIÇÃO convocação pública e critérios objetivos previamente definidos pe-
los Conselhos.
Art. 19. A estrutura formal do Susp dar-se-á pela formação de § 2º Cada conselheiro terá 1 (um) suplente, que substituirá o
Conselhos permanentes a serem criados na forma do art. 21 desta titular em sua ausência.
Lei. § 3º Os mandatos eletivos dos membros referidos nos incisos
Art. 20. Serão criados Conselhos de Segurança Pública e Defesa VI e VII do caput deste artigo e a designação dos demais membros
Social, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos terão a duração de 2 (dois) anos, permitida apenas uma recondução
Municípios, mediante proposta dos chefes dos Poderes Executivos, ou reeleição.
encaminhadas aos respectivos Poderes Legislativos. § 4º Na ausência de representantes dos órgãos ou entidades
§ 1º O Conselho Nacional de Segurança Pública e Defesa So- referidos no caput deste artigo, aplica-se o disposto no § 7º do art.
cial, com atribuições, funcionamento e composição estabelecidos 20 desta Lei.
em regulamento, terá a participação de representantes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. CAPÍTULO V
§ 2º Os Conselhos de Segurança Pública e Defesa Social con- DA FORMULAÇÃO DOS PLANOS DE SEGURANÇA PÚBLICA E
gregarão representantes com poder de decisão dentro de suas DEFESA SOCIAL
estruturas governamentais e terão natureza de colegiado, com
competência consultiva, sugestiva e de acompanhamento social SEÇÃO I
das atividades de segurança pública e defesa social, respeitadas as DOS PLANOS
instâncias decisórias e as normas de organização da Administração
Pública. Art. 22. A União instituirá Plano Nacional de Segurança Pública
§ 3º Os Conselhos de Segurança Pública e Defesa Social exerce- e Defesa Social, destinado a articular as ações do poder público,
rão o acompanhamento das instituições referidas no § 2º do art. 9º com a finalidade de:
desta Lei e poderão recomendar providências legais às autoridades I - promover a melhora da qualidade da gestão das políticas
competentes. sobre segurança pública e defesa social;
§ 4º O acompanhamento de que trata o § 3º deste artigo con- II - contribuir para a organização dos Conselhos de Segurança
siderará, entre outros, os seguintes aspectos: Pública e Defesa Social;
I - as condições de trabalho, a valorização e o respeito pela III - assegurar a produção de conhecimento no tema, a defini-
integridade física e moral dos seus integrantes; ção de metas e a avaliação dos resultados das políticas de seguran-
II - o atingimento das metas previstas nesta Lei; ça pública e defesa social;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
IV - priorizar ações preventivas e fiscalizatórias de segurança VII - garantir a efetividade dos programas, ações, atividades e
interna nas divisas, fronteiras, portos e aeroportos. projetos das políticas de segurança pública e defesa social;
§ 1º As políticas públicas de segurança não se restringem aos VIII - promover o monitoramento e a avaliação das políticas de
integrantes do Susp, pois devem considerar um contexto social segurança pública e defesa social;
amplo, com abrangência de outras áreas do serviço público, como IX - fomentar a criação de grupos de estudos formados por
educação, saúde, lazer e cultura, respeitadas as atribuições e as fi- agentes públicos dos órgãos integrantes do Susp, professores e pes-
nalidades de cada área do serviço público. quisadores, para produção de conhecimento e reflexão sobre o fe-
§ 2º O Plano de que trata o caput deste artigo terá duração de nômeno da criminalidade, com o apoio e a coordenação dos órgãos
10 (dez) anos a contar de sua publicação. públicos de cada unidade da Federação;
§ 3º As ações de prevenção à criminalidade devem ser consi- X - fomentar a harmonização e o trabalho conjunto dos inte-
deradas prioritárias na elaboração do Plano de que trata o caput grantes do Susp;
deste artigo. XI - garantir o planejamento e a execução de políticas de segu-
§ 4º A União, por intermédio do Ministério Extraordinário da rança pública e defesa social;
Segurança Pública, deverá elaborar os objetivos, as ações estraté- XII - fomentar estudos de planejamento urbano para que me-
gicas, as metas, as prioridades, os indicadores e as formas de fi- didas de prevenção da criminalidade façam parte do plano diretor
nanciamento e gestão das Políticas de Segurança Pública e Defesa das cidades, de forma a estimular, entre outras ações, o reforço na
Social. iluminação pública e a verificação de pessoas e de famílias em situ-
§ 5º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão, ação de risco social e criminal.
com base no Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social,
elaborar e implantar seus planos correspondentes em até 2 (dois) SEÇÃO III
anos a partir da publicação do documento nacional, sob pena de DAS METAS PARA ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DAS
não poderem receber recursos da União para a execução de progra- POLÍTICAS DE SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL
mas ou ações de segurança pública e defesa social.
§ 6º O poder público deverá dar ampla divulgação ao conteúdo Art. 25. Os integrantes do Susp fixarão, anualmente, metas de
das Políticas e dos Planos de segurança pública e defesa social. excelência no âmbito das respectivas competências, visando à pre-
Art. 23. A União, em articulação com os Estados, o Distrito venção e à repressão de infrações penais e administrativas e à pre-
Federal e os Municípios, realizará avaliações anuais sobre a imple- venção de desastres, que tenham como finalidade:
mentação do Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, I - planejar, pactuar, implementar, coordenar e supervisionar
com o objetivo de verificar o cumprimento das metas estabelecidas as atividades de educação gerencial, técnica e operacional, em coo-
e elaborar recomendações aos gestores e operadores das políticas peração com as unidades da Federação;
públicas. II - apoiar e promover educação qualificada, continuada e in-
Parágrafo único. A primeira avaliação do Plano Nacional de tegrada;
Segurança Pública e Defesa Social realizar-se-á no segundo ano de III - identificar e propor novas metodologias e técnicas de edu-
vigência desta Lei, cabendo ao Poder Legislativo Federal acompa- cação voltadas ao aprimoramento de suas atividades;
nhá-la. IV - identificar e propor mecanismos de valorização profissio-
nal;
SEÇÃO II V - apoiar e promover o sistema de saúde para os profissionais
DAS DIRETRIZES GERAIS de segurança pública e defesa social;
VI - apoiar e promover o sistema habitacional para os profissio-
Art. 24. Os agentes públicos deverão observar as seguintes di- nais de segurança pública e defesa social.
retrizes na elaboração e na execução dos planos:
I - adotar estratégias de articulação entre órgãos públicos, en- SEÇÃO IV
tidades privadas, corporações policiais e organismos internacionais, DA COOPERAÇÃO, DA INTEGRAÇÃO E DO FUNCIONAMENTO
a fim de implantar parcerias para a execução de políticas de segu- HARMÔNICO DOS MEMBROS DO SUSP
rança pública e defesa social;
II - realizar a integração de programas, ações, atividades e pro- Art. 26. É instituído, no âmbito do Susp, o Sistema Nacional de
jetos dos órgãos e entidades públicas e privadas nas áreas de saúde, Acompanhamento e Avaliação das Políticas de Segurança Pública e
planejamento familiar, educação, trabalho, assistência social, pre- Defesa Social (Sinaped), com os seguintes objetivos:
vidência social, cultura, desporto e lazer, visando à prevenção da I - contribuir para organização e integração dos membros do
criminalidade e à prevenção de desastres; Susp, dos projetos das políticas de segurança pública e defesa social
III - viabilizar ampla participação social na formulação, na im- e dos respectivos diagnósticos, planos de ação, resultados e avalia-
plementação e na avaliação das políticas de segurança pública e ções;
defesa social; II - assegurar o conhecimento sobre os programas, ações e
IV - desenvolver programas, ações, atividades e projetos ar- atividades e promover a melhora da qualidade da gestão dos pro-
ticulados com os estabelecimentos de ensino, com a sociedade e gramas, ações, atividades e projetos de segurança pública e defesa
com a família para a prevenção da criminalidade e a prevenção de social;
desastres; III - garantir que as políticas de segurança pública e defesa so-
V - incentivar a inclusão das disciplinas de prevenção da vio- cial abranjam, no mínimo, o adequado diagnóstico, a gestão e os re-
lência e de prevenção de desastres nos conteúdos curriculares dos sultados das políticas e dos programas de prevenção e de controle
diversos níveis de ensino; da violência, com o objetivo de verificar:
VI - ampliar as alternativas de inserção econômica e social dos a) a compatibilidade da forma de processamento do plane-
egressos do sistema prisional, promovendo programas que priori- jamento orçamentário e de sua execução com as necessidades do
zem a melhoria de sua escolarização e a qualificação profissional; respectivo sistema de segurança pública e defesa social;
b) a eficácia da utilização dos recursos públicos;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
c) a manutenção do fluxo financeiro, consideradas as neces- I - tenham relação de parentesco até terceiro grau com titula-
sidades operacionais dos programas, as normas de referência e as res ou servidores dos órgãos gestores avaliados;
condições previstas nos instrumentos jurídicos celebrados entre os II - estejam respondendo a processo criminal ou administra-
entes federados, os órgãos gestores e os integrantes do Susp; tivo.
d) a implementação dos demais compromissos assumidos por
ocasião da celebração dos instrumentos jurídicos relativos à efetiva- CAPÍTULO VI
ção das políticas de segurança pública e defesa social; DO CONTROLE E DA TRANSPARÊNCIA
e) a articulação interinstitucional e intersetorial das políticas.
Art. 27. Ao final da avaliação do Plano Nacional de Segurança SEÇÃO I
Pública e Defesa Social, será elaborado relatório com o histórico e a DO CONTROLE INTERNO
caracterização do trabalho, as recomendações e os prazos para que
elas sejam cumpridas, além de outros elementos a serem definidos Art. 33. Aos órgãos de correição, dotados de autonomia no
em regulamento. exercício de suas competências, caberá o gerenciamento e a reali-
§ 1º Os resultados da avaliação das políticas serão utilizados zação dos processos e procedimentos de apuração de responsabili-
para: dade funcional, por meio de sindicância e processo administrativo
I - planejar as metas e eleger as prioridades para execução e disciplinar, e a proposição de subsídios para o aperfeiçoamento das
financiamento; atividades dos órgãos de segurança pública e defesa social.
II - reestruturar ou ampliar os programas de prevenção e con-
trole; SEÇÃO II
III - adequar os objetivos e a natureza dos programas, ações e DO ACOMPANHAMENTO PÚBLICO DA ATIVIDADE POLICIAL
projetos;
IV - celebrar instrumentos de cooperação com vistas à corre- Art. 34. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
ção de problemas constatados na avaliação; deverão instituir órgãos de ouvidoria dotados de autonomia e inde-
V - aumentar o financiamento para fortalecer o sistema de se- pendência no exercício de suas atribuições.
gurança pública e defesa social; Parágrafo único. À ouvidoria competirá o recebimento e trata-
VI - melhorar e ampliar a capacitação dos operadores do Susp. mento de representações, elogios e sugestões de qualquer pessoa
§ 2º O relatório da avaliação deverá ser encaminhado aos res- sobre as ações e atividades dos profissionais e membros integran-
pectivos Conselhos de Segurança Pública e Defesa Social. tes do Susp, devendo encaminhá-los ao órgão com atribuição para
Art. 28. As autoridades, os gestores, as entidades e os órgãos as providências legais e a resposta ao requerente.
envolvidos com a segurança pública e defesa social têm o dever de
colaborar com o processo de avaliação, facilitando o acesso às suas SEÇÃO III
instalações, à documentação e a todos os elementos necessários ao DA TRANSPARÊNCIA E DA INTEGRAÇÃO DE DADOS E INFOR-
seu efetivo cumprimento. MAÇÕES
Art. 29. O processo de avaliação das políticas de segurança pú-
blica e defesa social deverá contar com a participação de represen- Art. 35. É instituído o Sistema Nacional de Informações de Se-
tantes dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, do Ministério gurança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Muni-
Público, da Defensoria Pública e dos Conselhos de Segurança Públi- ções, de Material Genético, de Digitais e de Drogas (Sinesp), com a
ca e Defesa Social, observados os parâmetros estabelecidos nesta finalidade de armazenar, tratar e integrar dados e informações para
Lei. auxiliar na formulação, implementação, execução, acompanhamen-
Art. 30. Cabe ao Poder Legislativo acompanhar as avaliações to e avaliação das políticas relacionadas com:
do respectivo ente federado. I - segurança pública e defesa social;
Art. 31. O Sinaped assegurará, na metodologia a ser empre- II - sistema prisional e execução penal;
gada: III - rastreabilidade de armas e munições;
I - a realização da autoavaliação dos gestores e das corpora- IV - banco de dados de perfil genético e digitais;
ções; V - enfrentamento do tráfico de drogas ilícitas.
II - a avaliação institucional externa, contemplando a análise Art. 36. O Sinesp tem por objetivos:
global e integrada das instalações físicas, relações institucionais, I - proceder à coleta, análise, atualização, sistematização, inte-
compromisso social, atividades e finalidades das corporações; gração e interpretação de dados e informações relativos às políticas
III - a análise global e integrada dos diagnósticos, estruturas, de segurança pública e defesa social;
compromissos, finalidades e resultados das políticas de segurança II - disponibilizar estudos, estatísticas, indicadores e outras in-
pública e defesa social; formações para auxiliar na formulação, implementação, execução,
IV - o caráter público de todos os procedimentos, dados e re- monitoramento e avaliação de políticas públicas;
sultados dos processos de avaliação. III - promover a integração das redes e sistemas de dados e
Art. 32. A avaliação dos objetivos e das metas do Plano Na- informações de segurança pública e defesa social, criminais, do sis-
cional de Segurança Pública e Defesa Social será coordenada por tema prisional e sobre drogas;
comissão permanente e realizada por comissões temporárias, essas IV - garantir a interoperabilidade dos sistemas de dados e in-
compostas, no mínimo, por 3 (três) membros, na forma do regula- formações, conforme os padrões definidos pelo conselho gestor.
mento próprio. Parágrafo único. O Sinesp adotará os padrões de integridade,
Parágrafo único. É vedado à comissão permanente designar disponibilidade, confidencialidade, confiabilidade e tempestividade
avaliadores que sejam titulares ou servidores dos órgãos gestores dos sistemas informatizados do governo federal.
avaliados, caso: Art. 37. Integram o Sinesp todos os entes federados, por inter-
médio de órgãos criados ou designados para esse fim.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 1º Os dados e as informações de que trata esta Lei deverão I - promover cursos de graduação, extensão e pós-graduação
ser padronizados e categorizados e serão fornecidos e atualizados em segurança pública e defesa social;
pelos integrantes do Sinesp. II - fomentar a integração entre as ações dos profissionais, em
§ 2º O integrante que deixar de fornecer ou atualizar seus conformidade com as políticas nacionais de segurança pública e de-
dados e informações no Sinesp poderá não receber recursos nem fesa social;
celebrar parcerias com a União para financiamento de programas, III - promover a compreensão do fenômeno da violência;
projetos ou ações de segurança pública e defesa social e do sistema IV - difundir a cidadania, os direitos humanos e a educação
prisional, na forma do regulamento. para a paz;
§ 3º O Ministério Extraordinário da Segurança Pública é au- V - articular o conhecimento prático dos profissionais de segu-
torizado a celebrar convênios com órgãos do Poder Executivo que rança pública e defesa social com os conhecimentos acadêmicos;
não integrem o Susp, com o Poder Judiciário e com o Ministério VI - difundir e reforçar a construção de cultura de segurança
Público, para compatibilização de sistemas de informação e inte- pública e defesa social fundada nos paradigmas da contemporanei-
gração de dados, ressalvadas as vedações constitucionais de sigilo e dade, da inteligência, da informação e do exercício de atribuições
desde que o objeto fundamental dos acordos seja a prevenção e a estratégicas, técnicas e científicas;
repressão da violência. VII - incentivar produção técnico-científica que contribua para
§ 4º A omissão no fornecimento das informações legais implica as atividades desenvolvidas pelo Susp.
responsabilidade administrativa do agente público. Art. 41. A Rede EaD-Senasp é escola virtual destinada aos pro-
fissionais de segurança pública e defesa social e tem como objetivo
CAPÍTULO VII viabilizar o acesso aos processos de aprendizagem, independente-
DA CAPACITAÇÃO E DA VALORIZAÇÃO DO PROFISSIONAL EM mente das limitações geográficas e sociais existentes, com o pro-
SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL pósito de democratizar a educação em segurança pública e defesa
social.
SEÇÃO I
DO SISTEMA INTEGRADO DE EDUCAÇÃO E VALORIZAÇÃO SEÇÃO II
PROFISSIONAL (SIEVAP) DO PROGRAMA NACIONAL DE QUALIDADE DE VIDA PARA
PROFISSIONAIS DE SEGURANÇA PÚBLICA (PRÓ-VIDA)
Art. 38. É instituído o Sistema Integrado de Educação e Valori-
zação Profissional (Sievap), com a finalidade de: Art. 42. O Programa Nacional de Qualidade de Vida para Profis-
I - planejar, pactuar, implementar, coordenar e supervisionar sionais de Segurança Pública (Pró-Vida) tem por objetivo elaborar,
as atividades de educação gerencial, técnica e operacional, em coo- implementar, apoiar, monitorar e avaliar, entre outros, os projetos
peração com as unidades da Federação; de programas de atenção psicossocial e de saúde no trabalho dos
II - identificar e propor novas metodologias e técnicas de edu- profissionais de segurança pública e defesa social, bem como a inte-
cação voltadas ao aprimoramento de suas atividades; gração sistêmica das unidades de saúde dos órgãos que compõem
III - apoiar e promover educação qualificada, continuada e in- o Susp.
tegrada;
IV - identificar e propor mecanismos de valorização profissio- CAPÍTULO VIII
nal. DISPOSIÇÕES FINAIS
§ 1º O Sievap é constituído, entre outros, pelos seguintes pro-
gramas: Art. 43. Os documentos de identificação funcional dos profis-
I - matriz curricular nacional; sionais da área de segurança pública e defesa social serão padro-
II - Rede Nacional de Altos Estudos em Segurança Pública (Re- nizados mediante ato do Ministro de Estado Extraordinário da Se-
naesp); gurança Pública e terão fé pública e validade em todo o território
III - Rede Nacional de Educação a Distância em Segurança Pú- nacional.
blica (Rede EaD-Senasp); Art. 44. (VETADO).
IV - programa nacional de qualidade de vida para segurança Art. 45. Deverão ser realizadas conferências a cada 5 (cinco)
pública e defesa social. anos para debater as diretrizes dos planos nacional, estaduais e mu-
§ 2º Os órgãos integrantes do Susp terão acesso às ações de nicipais de segurança pública e defesa social.
educação do Sievap, conforme política definida pelo Ministério Ex- Art. 46. O art. 3º da Lei Complementar nº 79, de 7 de janeiro de
traordinário da Segurança Pública. 1994 , passa a vigorar com as seguintes alterações:
Art. 39. A matriz curricular nacional constitui-se em referen- “Art. 3º ........................................................................
cial teórico, metodológico e avaliativo para as ações de educação ......................................................................................
aos profissionais de segurança pública e defesa social e deverá ser § 1º (VETADO).
observada nas atividades formativas de ingresso, aperfeiçoamento, ......................................................................................
atualização, capacitação e especialização na área de segurança pú- § 4º Os entes federados integrantes do Sistema Nacional de
blica e defesa social, nas modalidades presencial e a distância, res- Informações de Segurança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de
peitados o regime jurídico e as peculiaridades de cada instituição. Armas e Munições, de Material Genético, de Digitais e de Drogas
§ 1º A matriz curricular é pautada nos direitos humanos, nos (Sinesp) que deixarem de fornecer ou atualizar seus dados no Siste-
princípios da andragogia e nas teorias que enfocam o processo de ma não poderão receber recursos do Funpen.
construção do conhecimento. ............................................................................” (NR)
§ 2º Os programas de educação deverão estar em consonância Art. 47. O inciso II do § 3º e o § 5º do art. 4º da Lei nº 10.201, de
com os princípios da matriz curricular nacional. 14 de fevereiro de 2001 , passam a vigorar com a seguinte redação:
Art. 40. A Renaesp, integrada por instituições de ensino su- “Art. 4º ..........................................................................
perior, observadas as normas de licitação e contratos, tem como ........................................................................................
objetivo: § 3º ................................................................................
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
........................................................................................ de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade tendo sempre
II - os integrantes do Sistema Nacional de Informações de Se- em mente esta Declaração, esforce-se, por meio do ensino e da
gurança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Muni- educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e,
ções, de Material Genético, de Digitais e de Drogas (Sinesp) que pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e inter-
cumprirem os prazos estabelecidos pelo órgão competente para o nacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância
fornecimento de dados e informações ao Sistema; universais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios Países-
....................................................................................... -Membros quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.
§ 5º (VETADO)
.............................................................................” (NR) Artigo 1
Art. 48. O § 2º do art. 9º da Lei nº 11.530, de 24 de outubro de Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e
2007 , passa a vigorar com a seguinte redação: direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em rela-
“Art. 9º .......................................................................... ção uns aos outros com espírito de fraternidade.
........................................................................................
§ 2º Os entes federados integrantes do Sistema Nacional de Artigo 2
Informações de Segurança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de 1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e
Armas e Munições, de Material Genético, de Digitais e de Drogas as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de
(Sinesp) que deixarem de fornecer ou de atualizar seus dados e in- qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião
formações no Sistema não poderão receber recursos do Pronasci.” política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza,
(NR) nascimento, ou qualquer outra condição.
Art. 49. Revogam-se os arts. 1º a 8º da Lei nº 12.681, de 4 de 2. Não será também feita nenhuma distinção fundada na con-
julho de 2012. dição política, jurídica ou internacional do país ou território a que
Art. 50. Esta Lei entra em vigor após decorridos 30 (trinta) dias pertença uma pessoa, quer se trate de um território independente,
de sua publicação oficial. sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limi-
tação de soberania.

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS Artigo 3


Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança
pessoal.
Declaração Universal dos Direitos Humanos
Adotada e proclamada pela Assembléia Geral das Nações Artigo 4
Unidas (resolução 217 A III) em 10 de dezembro 1948. Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravi-
dão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas for-
Preâmbulo mas.
Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a
todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e Artigo 5
inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou casti-
mundo, go cruel, desumano ou degradante.
Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos
humanos resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciên- Artigo 6
cia da humanidade e que o advento de um mundo em que mulhe- Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares,
res e homens gozem de liberdade de palavra, de crença e da liber- reconhecido como pessoa perante a lei.
dade de viverem a salvo do temor e da necessidade foi proclamado
como a mais alta aspiração do ser humano comum, Artigo 7
Considerando ser essencial que os direitos humanos sejam Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer dis-
protegidos pelo império da lei, para que o ser humano não seja tinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção
compelido, como último recurso, à rebelião contra a tirania e a contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e
opressão, contra qualquer incitamento a tal discriminação.
Considerando ser essencial promover o desenvolvimento de
relações amistosas entre as nações, Artigo 8
Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais nacionais
na Carta, sua fé nos direitos fundamentais do ser humano, na dig- competentes remédio efetivo para os atos que violem os direitos
nidade e no valor da pessoa humana e na igualdade de direitos do fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou
homem e da mulher e que decidiram promover o progresso social e pela lei.
melhores condições de vida em uma liberdade mais ampla,
Considerando que os Países-Membros se comprometeram a Artigo 9
promover, em cooperação com as Nações Unidas, o respeito uni- Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.
versal aos direitos e liberdades fundamentais do ser humano e a
observância desses direitos e liberdades, Artigo 10
Considerando que uma compreensão comum desses direitos Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma jus-
e liberdades é da mais alta importância para o pleno cumprimento ta e pública audiência por parte de um tribunal independente e
desse compromisso, imparcial, para decidir seus direitos e deveres ou fundamento de
Agora portanto a Assembleia Geral proclama a presente De- qualquer acusação criminal contra ele.
claração Universal dos Direitos Humanos como o ideal comum a
ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Artigo 11 Artigo 20
1.Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito 1. Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião e asso-
de ser presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido ciação pacífica.
provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe te- 2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.
nham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.
2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão Artigo 21
que, no momento, não constituíam delito perante o direito nacio- 1. Todo ser humano tem o direito de tomar parte no governo
nal ou internacional. Também não será imposta pena mais forte de seu país diretamente ou por intermédio de representantes livre-
de que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato mente escolhidos.
delituoso. 2. Todo ser humano tem igual direito de acesso ao serviço pú-
blico do seu país.
Artigo 12 3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo;
Ninguém será sujeito à interferência na sua vida privada, na essa vontade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por
sua família, no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataque à sufrágio universal, por voto secreto ou processo equivalente que
sua honra e reputação. Todo ser humano tem direito à proteção da assegure a liberdade de voto.
lei contra tais interferências ou ataques.
Artigo 22
Artigo 13 Todo ser humano, como membro da sociedade, tem direito à
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e segurança social, à realização pelo esforço nacional, pela coopera-
residência dentro das fronteiras de cada Estado. ção internacional e de acordo com a organização e recursos de cada
2. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, in- Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis
clusive o próprio e a esse regressar. à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade.

Artigo 14 Artigo 23
1. Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito de 1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de
procurar e de gozar asilo em outros países. emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção
2. Esse direito não pode ser invocado em caso de perseguição contra o desemprego.
legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos 2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a
contrários aos objetivos e princípios das Nações Unidas. igual remuneração por igual trabalho.
3. Todo ser humano que trabalha tem direito a uma remune-
Artigo 15 ração justa e satisfatória que lhe assegure, assim como à sua famí-
1. Todo ser humano tem direito a uma nacionalidade. lia, uma existência compatível com a dignidade humana e a que se
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.
nem do direito de mudar de nacionalidade. 4. Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e a neles
ingressar para proteção de seus interesses.
Artigo 16
1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restri- Artigo 24
ção de raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair ma- Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive a
trimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em relação limitação razoável das horas de trabalho e a férias remuneradas
ao casamento, sua duração e sua dissolução. periódicas.
2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno con-
sentimento dos nubentes. Artigo 25
3. A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e 1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de
tem direito à proteção da sociedade e do Estado. assegurar a si e à sua família saúde, bem-estar, inclusive alimenta-
ção, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais
Artigo 17 indispensáveis e direito à segurança em caso de desemprego, do-
1. Todo ser humano tem direito à propriedade, só ou em socie- ença invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios
dade com outros. de subsistência em circunstâncias fora de seu controle.
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade. 2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistên-
cia especiais. Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matri-
Artigo 18 mônio, gozarão da mesma proteção social.
Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento,
consciência e religião; esse direito inclui a liberdade de mudar de Artigo 26
religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou cren- 1. Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será
ça pelo ensino, pela prática, pelo culto em público ou em particular. gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A ins-
trução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional
Artigo 19 será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta basea-
Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expres- da no mérito.
são; esse direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opi- 2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvi-
niões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por mento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito
quaisquer meios e independentemente de fronteiras. pelos direitos do ser humano e pelas liberdades fundamentais. A
instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade en-
tre todas as nações e grupos raciais ou religiosos e coadjuvará as
atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de 2. Para que o princípio da não discriminação seja posto em prá-
instrução que será ministrada a seus filhos. tica, as administrações prisionais devem ter em conta as necessida-
des individuais dos reclusos, particularmente daqueles em situação
Artigo 27 de maior vulnerabilidade. As medidas tomadas para proteger e pro-
1. Todo ser humano tem o direito de participar livremente da mover os direitos dos reclusos portadores de necessidades espe-
vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar do ciais não serão consideradas discriminatórias.
progresso científico e de seus benefícios.
2. Todo ser humano tem direito à proteção dos interesses mo- Regra 3
rais e materiais decorrentes de qualquer produção científica literá- A detenção e quaisquer outras medidas que excluam uma pes-
ria ou artística da qual seja autor. soa do contacto com o mundo exterior são penosas pelo facto de,
ao ser privada da sua liberdade, lhe ser retirado o direito à auto-
Artigo 28 determinação. Assim, o sistema prisional não deve agravar o sofri-
Todo ser humano tem direito a uma ordem social e interna- mento inerente a esta situação, exceto em casos pontuais em que
cional em que os direitos e liberdades estabelecidos na presente a separação seja justificável ou nos casos em que seja necessário
Declaração possam ser plenamente realizados. manter a disciplina.

Artigo 29 Regra 4
1. Todo ser humano tem deveres para com a comunidade, na 1. Os objetivos de uma pena de prisão ou de qualquer outra
qual o livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade é pos- medida restritiva da liberdade são, prioritariamente, proteger a so-
sível. ciedade contra a criminalidade e reduzir a reincidência. Estes objeti-
2. No exercício de seus direitos e liberdades, todo ser humano vos só podem ser alcançados se o período de detenção for utilizado
estará sujeito apenas às limitações determinadas pela lei, exclusi- para assegurar, sempre que possível, a reintegração destas pessoas
vamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e res- na sociedade após a sua libertação, para que possam levar uma vida
peito dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer as justas autossuficiente e de respeito para com as leis
exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma so- 2. Para esse fim, as administrações prisionais e demais autori-
ciedade democrática. dades competentes devem proporcionar educação, formação pro-
3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, fissional e trabalho, bem como outras formas de assistência apro-
ser exercidos contrariamente aos objetivos e princípios das Nações priadas e disponíveis, incluindo aquelas de natureza reparadora,
Unidas. moral, espiritual, social, desportiva e de saúde. Estes programas,
atividades e serviços devem ser facultados de acordo com as neces-
Artigo 30 sidades individuais de tratamento dos reclusos.
Nenhuma disposição da presente Declaração poder ser inter-
pretada como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pes- Regra 5
soa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer 1. O regime prisional deve procurar minimizar as diferenças en-
ato destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades tre a vida durante a detenção e aquela em liberdade que tendem a
aqui estabelecidos. reduzir a responsabilidade dos reclusos ou o respeito à sua dignida-
de como seres humanos.
2. As administrações prisionais devem fazer todos os ajustes
REGRAS MÍNIMAS PARA O TRATAMENTO DE PESSOAS possíveis para garantir que os reclusos portadores de deficiências
PRESAS – ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS- ONU físicas, mentais ou qualquer outra incapacidade tenham acesso
completo e efetivo à vida prisional em base de igualdade.

Regras de Mandela Registos

I. REGRAS DE APLICAÇÃO GERAL Regra 6


Em todos os locais em que haja pessoas detidas, deve existir
Princípios básicos um sistema uniformizado de registo dos reclusos. Este sistema pode
Regra 1 ser um banco de dados ou um livro de registo, com páginas nume-
Todos os reclusos devem ser tratados com o respeito inerente radas e assinadas. Devem existir procedimentos que garantam um
ao valor e dignidade do ser humano. Nenhum recluso deverá ser sistema seguro de auditoria e que impeçam o acesso não autoriza-
submetido a tortura ou outras penas ou a tratamentos cruéis, de- do ou a modificação de qualquer informação contida no sistema
sumanos ou degradantes e deverá ser protegido de tais atos, não
sendo estes justificáveis em qualquer circunstância. A segurança Regra 7
dos reclusos, do pessoal do sistema prisional, dos prestadores de Nenhuma pessoa deve ser admitida num estabelecimento pri-
serviço e dos visitantes deve ser sempre assegurada. sional sem uma ordem de detenção válida. As seguintes informa-
ções devem ser adicionadas ao sistema de registo do recluso, logo
Regra 2 após a sua admissão:
1. Estas Regras devem ser aplicadas com imparcialidade. Não (a) Informações precisas que permitam determinar a sua iden-
deve haver nenhuma discriminação em razão da raça, cor, sexo, lín- tidade, respeitando a auto atribuição de género;
gua, religião, opinião política ou outra, origem nacional ou social, (b) Os motivos da detenção e a autoridade competente que a
património, nascimento ou outra condição. É necessário respeitar ordenou, além da data, horário e local de prisão;
as crenças religiosas e os preceitos morais do grupo a que pertença (c) A data e o horário da sua entrada e saída, bem como de
o recluso. qualquer transferência;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
(d) Quaisquer ferimentos visíveis e reclamações acerca de 2. Quando se recorra à utilização de dormitórios, estes devem
maus-tratos sofridos; ser ocupados por reclusos cuidadosamente escolhidos e reconheci-
(e) Um inventário dos seus bens pessoais; dos como sendo capazes de serem alojados nestas condições. Du-
(f) Os nomes dos seus familiares e, quando aplicável, dos seus rante a noite, deverão estar sujeitos a uma vigilância regular, adap-
filhos, incluindo a idade, o local de residência e sua custódia ou tu- tada ao tipo de estabelecimento prisional em causa
tela;
(g) Contato de emergência e informações acerca do parente Regra 13
mais próximo. Todos os locais destinados aos reclusos, especialmente os dor-
mitórios, devem satisfazer todas as exigências de higiene e saúde,
Regra 8 tomando-se devidamente em consideração as condições climatéri-
As seguintes informações devem ser adicionadas ao sistema de cas e, especialmente, a cubicagem de ar disponível, o espaço míni-
registo do recluso durante a sua detenção, quando aplicáveis: mo, a iluminação, o aquecimento e a ventilação
(a) Informação relativa ao processo judicial, incluindo datas de
audiências e representação legal; Regra 14
(b) Avaliações iniciais e relatórios de classificação; Em todos os locais destinados aos reclusos, para viverem ou
(c) Informação relativa ao comportamento e à disciplina; trabalharem:
(d) Pedidos e reclamações, inclusive alegações de tortura, san- (a) As janelas devem ser suficientemente amplas de modo a
ções ou outros tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes, a que os reclusos possam ler ou trabalhar com luz natural e devem
menos que sejam de natureza confidencial; ser construídas de forma a permitir a entrada de ar fresco, haja ou
(e) Informação sobre a imposição de sanções disciplinares; não ventilação artificial;
(f) Informação sobre as circunstâncias e causas de quaisquer (b) A luz artificial deve ser suficiente para permitir aos reclusos
ferimentos ou de morte e, em caso de falecimento, o destino do ler ou trabalhar sem prejudicar a vista.
corpo.
Regra 15
Regra 9 As instalações sanitárias devem ser adequadas, de maneira a
Todos os registos mencionados nas Regras 7 e 8 serão mantidos que os reclusos possam efetuar as suas necessidades quando preci-
confidenciais e só serão acessíveis aos que, por razões profissionais, sarem, de modo limpo e decente.
solicitem o seu acesso. Todos os reclusos devem ter acesso aos seus
registos, nos termos previstos em legislação interna, e direito a re- Regra 16
ceber uma cópia oficial destes registos no momento da sua liber- As instalações de banho e duche devem ser suficientes para
tação. que todos os reclusos possam, quando desejem ou lhes seja exigi-
do, tomar banho ou duche a uma temperatura adequada ao clima,
Regra 10 tão frequentemente quanto necessário à higiene geral, de acordo
O sistema de registo dos reclusos deve também ser utilizado com a estação do ano e a região geográfica, mas pelo menos uma
para gerar dados fiáveis sobre tendências e características da po- vez por semana num clima temperado.
pulação prisional, incluindo taxas de ocupação, a fim de criar uma
base para a tomada de decisões fundamentadas em provas. Regra 17
Todas as zonas de um estabelecimento prisional utilizadas re-
Separação de categorias gularmente pelos reclusos devem ser sempre mantidas e conserva-
Regra 11 das escrupulosamente limpas.
As diferentes categorias de reclusos devem ser mantidas em
estabelecimentos prisionais separados ou em diferentes zonas de Higiene pessoal
um mesmo estabelecimento prisional, tendo em consideração o Regra 18
respetivo sexo e idade, antecedentes criminais, razões da detenção 1. Deve ser exigido a todos os reclusos que se mantenham lim-
e medidas necessárias a aplicar. Assim: pos e, para este fim, ser-lhes-ão fornecidos água e os artigos de
(a) Homens e mulheres devem ficar detidos em estabeleci- higiene necessários à saúde e limpeza.
mentos separados; nos estabelecimentos que recebam homens e 2. A fim de permitir aos reclusos manter um aspeto correto e
mulheres, todos os locais destinados às mulheres devem ser com- preservar o respeito por si próprios, ser-lhes-ão garantidos os meios
pletamente separados; indispensáveis para cuidar do cabelo e da barba; os homens devem
(b) Presos preventivos devem ser mantidos separados dos con- poder barbear-se regularmente.
denados;
(c) Pessoas detidas por dívidas ou outros reclusos do foro civil Vestuário e roupas de cama
devem ser mantidos separados dos reclusos do foro criminal; Regra 19
(d) Os jovens reclusos devem ser mantidos separados dos adul- 1. Deve ser garantido vestuário adaptado às condições clima-
tos. téricas e de saúde a todos os reclusos que não estejam autorizados
a usar o seu próprio vestuário. Este vestuário não deve de forma
Alojamento alguma ser degradante ou humilhante.
Regra 12 2. Todo o vestuário deve estar limpo e ser mantido em bom
1. As celas ou locais destinados ao descanso noturno não de- estado. As roupas interiores devem ser mudadas e lavadas tão fre-
vem ser ocupados por mais de um recluso. Se, por razões especiais, quentemente quanto seja necessário para a manutenção da higie-
tais como excesso temporário de população prisional, for neces- ne.
sário que a administração prisional central adote exceções a esta 3. Em circunstâncias excecionais, sempre que um recluso obte-
regra deve evitar-se que dois reclusos sejam alojados numa mesma nha licença para sair do estabelecimento, deve ser autorizado a ves-
cela ou local. tir as suas próprias roupas ou roupas que não chamem a atenção.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Regra 20 2. O registo médico deve ser encaminhado para o serviço de
Sempre que os reclusos sejam autorizados a utilizar o seu pró- saúde do estabelecimento prisional para o qual o recluso é transfe-
prio vestuário, devem ser tomadas disposições no momento de ad- rido, encontrando-se sujeito à confidencialidade médica.
missão no estabelecimento para assegurar que este seja limpo e
adequado. Regra 27
1. Todos os estabelecimentos prisionais devem assegurar o
Regra 21 pronto acesso a tratamentos médicos em casos urgentes. Os reclu-
A todos os reclusos, de acordo com padrões locais ou nacio- sos que necessitem de cuidados especializados ou de cirurgia de-
nais, deve ser fornecido um leito próprio e roupa de cama suficiente vem ser transferidos para estabelecimentos especializados ou para
e própria, que estará limpa quando lhes for entregue, mantida em hospitais civis. Se os estabelecimentos prisionais possuírem instala-
bom estado de conservação e mudada com a frequência suficiente ções hospitalares próprias, estas devem dispor de pessoal e equipa-
para garantir a sua limpeza. mento apropriados que permitam prestar aos reclusos doentes os
cuidados e o tratamento adequados.
Alimentação 2. As decisões clínicas só podem ser tomadas por profissionais
Regra 22 de saúde responsáveis e não podem ser modificadas ou ignoradas
1. A administração deve fornecer a cada recluso, a horas de- pela equipa prisional não médica.
terminadas, alimentação de valor nutritivo adequado à saúde e à
robustez física, de qualidade e bem preparada e servida. Regra 28
2. Todos os reclusos devem ter a possibilidade de se prover Nos estabelecimentos prisionais para mulheres devem existir
com água potável sempre que necessário. instalações especiais para o tratamento das reclusas grávidas, das
que tenham acabado de dar à luz e das convalescentes. Desde que
Exercício e desporto seja possível, devem ser tomadas medidas para que o parto tenha
Regra 23 lugar num hospital civil. Se a criança nascer num estabelecimento
1. Todos os reclusos que não efetuam trabalho no exterior de- prisional, tal facto não deve constar do respetivo registo de nasci-
vem ter pelo menos uma hora diária de exercício adequado ao ar mento.
livre quando o clima o permita.
2. Os jovens reclusos e outros de idade e condição física com- Regra 29
patíveis devem receber, durante o período reservado ao exercício, 1. A decisão que permite à criança ficar com o seu pai ou com a
educação física e recreativa. Para este fim, serão colocados à dispo- sua mãe no estabelecimento prisional deve ser baseada no melhor
sição dos reclusos o espaço, instalações e equipamento adequados. interesse da criança. Nos estabelecimentos prisionais que acolhem
os filhos de reclusos, devem ser tomadas providências para garan-
Serviços Médicos tir:
Regra 24 (a) Um infantário interno ou externo, dotado de pessoal quali-
1. A prestação de serviços médicos aos reclusos é da responsa- ficado, onde as crianças possam permanecer quando não estejam
bilidade do Estado. Os reclusos devem poder usufruir dos mesmos ao cuidado dos pais;
padrões de serviços de saúde disponíveis à comunidade e ter aces- (b) Serviços de saúde pediátricos, incluindo triagem médica no
so gratuito aos serviços de saúde necessários, sem discriminação ingresso e monitoração constante de seu desenvolvimento por es-
em razão da sua situação jurídica. pecialistas.
2. Os serviços médicos devem ser organizados em estreita liga- 2. As crianças que se encontrem nos estabelecimentos prisio-
ção com a administração geral de saúde pública de forma a garantir nais com os pais nunca devem ser tratadas como prisioneiras.
a continuidade do tratamento e da assistência, incluindo os casos
de VIH, tuberculose e de outras doenças infeciosas e da toxicode- Regra 30
pendência. Um médico, ou qualquer outro profissional de saúde qualifica-
do, seja este subordinado ou não ao médico, deve observar, conver-
Regra 25 sar e examinar todos os reclusos, o mais depressa possível após a
1. Todos os estabelecimentos prisionais devem ter um serviço sua admissão no estabelecimento prisional e, em seguida, sempre
de saúde incumbido de avaliar, promover, proteger e melhorar a que necessário. Deve dar-se especial atenção a:
saúde física e mental dos reclusos, prestando particular atenção aos (a) Identificar as necessidades de cuidados médicos e adotar as
reclusos com necessidades especiais ou problemas de saúde que medidas de tratamento necessárias;
dificultam sua reabilitação. (b) Identificar quaisquer maus-tratos a que o recluso recém-
2. Os serviços de saúde devem ser compostos por uma equipa -admitido tenha sido submetido antes de sua entrada no estabele-
interdisciplinar, com pessoal qualificado e suficiente, capaz de exer- cimento prisional;
cer a sua atividade com total independência clínica, devendo ter (c) Identificar qualquer sinal de estresse psicológico ou de qual-
conhecimentos especializados de psicologia e psiquiatria. Todos os quer outro tipo causado pela detenção, incluindo, mas não só, o ris-
reclusos devem poder beneficiar dos serviços de um dentista qua- co de suicídio ou de lesões auto infligidas e sintomas de abstinência
lificado. resultantes do uso de drogas, medicamentos ou álcool; devem ser
tomadas todas as medidas ou tratamentos individualizados apro-
Regra 26 priados;
1. Os serviços de saúde devem elaborar registos médicos indivi- (d) Nos casos em que se suspeita que o recluso é portador de
duais, confidenciais, atualizados e precisos para cada um dos reclu- uma doença infectocontagiosa, deve providenciar-se o isolamento
sos, que a eles devem ter acesso, sempre que solicitado. O recluso clínico e o tratamento adequado durante todo o período de infeção;
pode também ter acesso ao seu registo médico através de uma ter- (e) Determinar a aptidão do recluso para trabalhar, praticar
ceira pessoa por si designada. exercícios e participar das demais atividades, conforme for o caso.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Regra 31 2. O diretor deve tomar em consideração os relatórios e os
O médico ou, quando aplicável, outros profissionais de saúde conselhos do médico referidos no parágrafo 1 desta Regra e na Re-
qualificados devem visitar diariamente todos os reclusos que se gra 33 e tomar imediatamente as medidas sugeridas para que es-
encontrem doentes, que se queixem de problemas físicos ou men- tas recomendações sejam seguidas; em caso de desacordo ou se a
tais ou de ferimentos e todos aqueles para os quais a sua atenção matéria não for da sua competência, transmitirá imediatamente à
é especialmente necessária. Todos os exames médicos devem ser autoridade superior a sua opinião e o relatório médico.
conduzidos em total confidencialidade.
Restrições, disciplina e sanções
Regra 32 Regra 36
1. A relação entre o médico ou outros profissionais de saúde e A ordem e a disciplina devem ser mantidas com firmeza, mas
o recluso deve ser regida pelos mesmos padrões éticos e profissio- sem impor mais restrições do que as necessárias para a manuten-
nais aplicados aos pacientes da comunidade, em particular: ção da segurança e da boa organização da vida comunitária.
(a) O dever de proteger a saúde física e mental do recluso e a
prevenção e tratamento de doenças, baseados apenas em funda- Regra 37
mentos clínicos; Os seguintes pontos devem ser determinados por lei ou por
(b) A adesão à autonomia do recluso no que concerne à sua regulamentação emanada pela autoridade administrativa compe-
própria saúde e ao consentimento informado na relação médico- tente:
-paciente; (a) Conduta que constitua infração disciplinar;
(c) A confidencialidade da informação médica, a menos que (b) O tipo e a duração das sanções disciplinares que podem ser
manter tal confidencialidade resulte numa ameaça real e iminente aplicadas;
para o paciente ou para os outros; (c) Autoridade competente para pronunciar essas sanções;
(d) A absoluta proibição de participar, ativa ou passivamente, (d) Qualquer forma de separação involuntária da população
em atos que possam consistir em tortura ou sanções ou tratamen- prisional geral, como o confinamento solitário, o isolamento, a se-
tos cruéis, desumanos ou degradantes, incluindo experiências mé- gregação, as unidades de cuidado especial ou alojamentos restri-
dicas ou científicas que possam ser prejudiciais à saúde do recluso, tos, seja por razão de sanção disciplinar ou para a manutenção da
tais como a remoção de células, tecidos ou órgãos. ordem e segurança, incluindo políticas de promulgação e os proce-
2. Sem prejuízo do parágrafo 1 (d) desta Regra, deve ser permi- dimentos que regulamentem o uso e a revisão da imposição e da
tido ao recluso, com base no seu livre e informado consentimento saída de qualquer forma de separação involuntária.
e de acordo com as leis aplicáveis, participar em ensaios clínicos e
outras pesquisas de saúde acessíveis à comunidade, se o resultado Regra 38
de tais pesquisas e experiências forem capazes de produzir um be- 1. As administrações prisionais são encorajadas a fazer uso,
nefício direto e significativo à sua saúde; e doar células, tecidos ou sempre que possível, da prevenção de conflitos, da mediação ou de
órgãos a parentes. qualquer outro meio alternativo de resolução de litígios para preve-
nir infrações disciplinares e resolver conflitos.
Regra 33 2. Para os reclusos que estejam, ou estiveram separados, a ad-
O médico deve comunicar ao diretor sempre que julgue que ministração prisional deve tomar as medidas necessárias para ali-
a saúde física ou mental do recluso foi ou será desfavoravelmente viar os efeitos prejudiciais do confinamento neles provocados, bem
afetada pelo prolongamento ou pela aplicação de qualquer modali- como na comunidade que os recebe quando são libertados.
dade do regime de detenção.
Regra 39
Regra 34 1. Nenhum preso pode ser punido, exceto com base nas dispo-
Se, durante o exame de admissão ou na prestação posterior de sições legais ou regulamentares referidas na Regra 37 e nos prin-
cuidados médicos, o médico ou profissional de saúde detectar qual- cípios de equidade e de processo legal; e nunca duas vezes pela
quer sinal de tortura, punição ou tratamentos cruéis, desumanos mesma infração.
ou degradantes, deve registar e comunicar tais casos à autoridade 2. As administrações prisionais devem assegurar a proporcio-
médica, administrativa ou judicial competente. Devem ser seguidos nalidade entre a sanção disciplinar aplicável e a infração cometida
os procedimentos de salvaguarda apropriados para garantir que o e devem manter registos apropriados de todas as sanções discipli-
recluso ou as pessoas a ele associados não sejam expostos a perigos nares aplicadas.
previsíveis. 3. Antes de aplicar uma sanção disciplinar, as administrações
prisionais devem ter em conta se, e como, uma eventual doença
Regra 35 mental ou incapacidade de desenvolvimento do recluso contri-
1. O médico ou o profissional de saúde pública competente buiu para a sua conduta e para a prática da infração ou ato que
deve proceder a inspeções regulares e aconselhar o diretor sobre: fundamentou a sanção disciplinar. As administrações prisionais não
(a) A quantidade, qualidade, preparação e distribuição de ali- devem punir qualquer conduta do recluso se esta for considerada
mentos; como resultado direto da sua doença mental ou incapacidade inte-
(b) A higiene e asseio do estabelecimento prisional e dos re- lectual.
clusos;
(c) As instalações sanitárias, aquecimento, iluminação e venti- Regra 40
lação do estabelecimento; 1. Nenhum recluso pode ser colocado a trabalhar no estabele-
(d) A qualidade e asseio do vestuário e da roupa de cama dos cimento prisional em cumprimento de qualquer medida disciplinar.
reclusos;
(e) A observância das regras respeitantes à educação física e
desportiva, nos casos em que não haja pessoal especializado encar-
regado destas atividades.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
2. Esta regra, contudo, não impede o funcionamento adequado Regra 45
de sistemas baseados na autoadministração, sob os quais ativida- 1. O confinamento solitário deve ser somente utilizado em
des ou responsabilidades sociais, educacionais ou desportivas são casos excecionais, como último recurso e durante o menor tem-
confiadas, sob supervisão, aos reclusos, organizados em grupos, po possível, e deve ser sujeito a uma revisão independente, sendo
para fins de tratamento. aplicado unicamente de acordo com a autorização da autoridade
competente. Não deve ser imposto em consequência da sentença
Regra 41 do recluso.
1. Qualquer alegação de infração disciplinar praticada por um 2. A imposição do confinamento solitário deve ser proibida no
recluso deve ser prontamente transmitida à autoridade competen- caso de o recluso ser portador de uma deficiência mental ou física
te, que deve investigá-la sem atrasos injustificados. e sempre que essas condições possam ser agravadas por esta me-
2. O recluso deve ser informado, sem demora e numa língua dida. A proibição do uso do confinamento solitário e de medidas
que compreenda, da natureza das acusações apresentadas contra similares nos casos que envolvem mulheres e crianças, como referi-
si, devendo-lhe ser garantido tempo e os meios adequados para do nos padrões e normas da Organização das Nações Unidas sobre
preparar a sua defesa. prevenção do crime e justiça penal2 , continuam a ser aplicáveis.
3. O recluso deve ter direito a defender-se pessoalmente ou
através de advogado, quando os interesses da justiça assim o re- Regra 46
queiram, em particular nos casos que envolvam infrações discipli- 1. Os profissionais de saúde não devem ter qualquer papel
nares graves. Se o recluso não entender ou não falar a língua utiliza- na imposição de sanções disciplinares ou de outras medidas res-
da na audiência disciplinar, devem ser assistidos gratuitamente por tritivas. Devem, no entanto, prestar especial atenção à saúde dos
um intérprete competente. reclusos mantidos sob qualquer forma de separação involuntária,
4. O recluso deve ter a oportunidade de interpor recurso das visitando-os diariamente e providenciando o pronto atendimento e
sanções disciplinares impostas contra a sua pessoa. a assistência médica quando solicitado pelo recluso ou pelos guar-
5. No caso da infração disciplinar ser julgada como crime, o re- das prisionais.
cluso deve ter direito a todas as garantias inerentes ao processo 2. Os profissionais de saúde devem transmitir ao diretor, sem
legal, aplicáveis aos processos criminais, incluindo total acesso a um demora, qualquer efeito colateral causado pelas sanções disciplina-
advogado res ou outras medidas restritivas à saúde física ou mental do recluso
submetido a tais sanções ou medidas e devem aconselhar o diretor
Regra 42 se considerarem necessário interrompê-las por razões físicas ou psi-
As condições gerais de vida expressas nestas Regras, incluindo cológicas.
as relacionadas com a iluminação, a ventilação, a temperatura, as 3. Os profissionais de saúde devem ter autoridade para rever
instalações sanitárias, a nutrição, a água potável, a acessibilidade a e recomendar alterações na separação involuntária de um preso, a
ambientes ao ar livre e ao exercício físico, a higiene pessoal, os cui- fim de assegurar que tal separação não agrave as condições médi-
dados médicos e o espaço pessoal adequado, devem ser aplicadas cas ou a deficiência física ou mental do recluso.
a todos os reclusos, sem exceção.
Instrumentos de coação
Regra 43 Regra 47
1. Em nenhuma circunstância devem as restrições ou sanções 1. O uso de correntes, de imobilizadores de ferro ou de outros
disciplinares implicar tortura, punições ou outra forma de trata- instrumentos de coação considerados inerentemente degradantes
mentos cruéis, desumanos ou degradantes. As seguintes práticas, ou penosos deve ser proibido.
em particular, devem ser proibidas: 2. Outros instrumentos de coação só devem ser utilizados
(a) Confinamento solitário indefinido; quando previstos em lei e nas seguintes circunstâncias:
(b) Confinamento solitário prolongado; (a) Como medida de precaução contra uma evasão durante
(c) Detenção em cela escura ou constantemente iluminada; uma transferência, desde que sejam retirados logo que o recluso
(d) Castigos corporais ou redução da alimentação ou água po- compareça perante uma autoridade judicial ou administrativa;
tável do recluso; (b) Por ordem do diretor, depois de se terem esgotado todos
(e) Castigos coletivos. os outros meios de dominar o recluso, a fim de o impedir de causar
2. Os instrumentos de imobilização jamais devem ser utilizados prejuízo a si próprio ou a outros ou de causar danos materiais; nes-
como sanção por infrações disciplinares. tes casos o diretor deve consultar o médico com urgência e apre-
3. As sanções disciplinares ou medidas restritivas não devem sentar um relatório à autoridade administrativa superior.
incluir a proibição de contato com a família. O contato familiar só
pode ser restringido durante um período limitado de tempo e en- Regra 48
quanto for estritamente necessário para a manutenção da seguran- 1. Quando a utilização de instrumentos de coação for autoriza-
ça e da ordem. da, de acordo com o parágrafo
2 da regra 47, os seguintes princípios serão aplicados:
Regra 44 (a) Os instrumentos de coação só devem ser utilizados quando
Para os efeitos tidos por convenientes, o confinamento solitá- outras formas menos severas de controlo não forem efetivas face
rio refere-se ao confinamento do recluso por 22 horas ou mais, por aos riscos representados por uma ação não controlada;
dia, sem contato humano significativo. O confinamento solitário (b) O método de restrição será o menos invasivo possível, o
prolongado refere-se ao confinamento solitário por mais de 15 dias necessário e razoável para controlar a ação do recluso, em função
consecutivos do nível e da natureza do risco apresentado;
(c) Os instrumentos de coação só devem ser utilizados durante
o período estritamente necessário e devem ser retirados logo que
deixe de existir o risco que motivou a restrição.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
2. Os instrumentos de coação não devem ser utilizados em Regra 55
mulheres em trabalho de parto, nem durante nem imediatamente 1. As informações mencionadas na regra 54 devem estar dispo-
após o parto. níveis nas línguas mais utilizadas, de acordo com as necessidades
da população prisional. Se um recluso não compreender qualquer
Regra 49 uma destas línguas, deve ser providenciada a assistência de um in-
A administração prisional deve procurar obter e promover for- térprete.
mação no uso de técnicas de controlo que evitem a necessidade 2. Se o recluso for analfabeto, as informações devem ser-lhe
de utilizar instrumentos de coação ou que reduzam o seu caráter comunicadas oralmente. Os reclusos com deficiências sensoriais
intrusivo. devem receber as informações de forma apropriada às suas neces-
sidades.
Revistas aos reclusos e inspeção de celas 3. A administração prisional deve expor, com destaque, a infor-
Regra 50 mação nas áreas de trânsito comum do estabelecimento prisional.
As leis e regulamentos sobre as revistas aos reclusos e inspe-
ções de celas devem estar em conformidade com as obrigações do Regra 56
Direito Internacional e devem ter em conta os padrões e as normas 1. Todo o recluso deve ter a oportunidade de, em qualquer dia,
internacionais, uma vez considerada a necessidade de garantir a se- formular pedidos ou reclamações ao diretor do estabelecimento
gurança dos estabelecimentos prisionais. As revistas aos reclusos e prisional ou ao membro do pessoal prisional autorizado a repre-
as inspeções devem ser conduzidas de forma a respeitar a dignida- sentá-lo.
de humana inerente e a privacidade do recluso sujeito à inspeção, 2. Deve ser viabilizada a possibilidade de os reclusos formula-
assim como os princípios da proporcionalidade, legalidade e neces- rem pedidos ou reclamações, durante as inspeções do estabeleci-
sidade. mento prisional, ao inspetor prisional. O recluso deve ter a oportu-
nidade de conversar com o inspetor ou com qualquer outro oficial
Regra 51 de inspeção, de forma livre e com total confidencialidade, sem a
As revistas aos reclusos e as inspeções não serão utilizadas para presença do diretor ou de outros membros da equipa.
assediar, intimidar ou invadir desnecessariamente a privacidade do 3. Todo o recluso deve ter o direito de fazer um pedido ou re-
recluso. Para fins de responsabilização, a administração prisional clamação sobre seu tratamento, sem censura quanto ao conteúdo,
deve manter registos apropriados das revistas feitas aos reclusos e à administração prisional central, à autoridade judicial ou a outras
inspeções, em particular as que envolvem o ato de despir e de ins- autoridades competentes, incluindo os que têm poderes de revisão
pecionar partes íntimas do corpo e inspeções nas celas, bem como e de reparação.
as razões das inspeções, a identidade daqueles que as conduziram e 4. Os direitos previstos nos parágrafos 1 a 3 desta Regra serão
quaisquer outros resultados decorrentes dessas inspeções. estendidos ao seu advogado. Nos casos em que nem o recluso, nem
o seu advogado tenham a possibilidade de exercer tais direitos, um
Regra 52 membro da família do recluso ou qualquer outra pessoa que tenha
1. Revistas íntimas invasivas, incluindo o ato de despir e de ins- conhecimento do caso deve poder exercê-los.
pecionar partes íntimas do corpo, devem ser feitas apenas quando
forem absolutamente necessárias. As administrações prisionais de- Regra 57
vem ser encorajadas a desenvolver e a utilizar outras alternativas 1. Todo o pedido ou reclamação deve ser prontamente apre-
apropriadas em vez de revistas íntimas invasivas. As revistas íntimas ciado e respondido sem demora. Se o pedido ou a reclamação for
invasivas devem ser conduzidas de forma privada e por pessoal trei- rejeitado, ou no caso de atraso indevido, o reclamante deve ter o
nado do mesmo sexo que o recluso inspecionado. direito de apresentá-lo à autoridade judicial ou a outra autoridade.
2. As revistas das partes íntimas devem ser conduzidas apenas 2. Devem ser criados mecanismos de salvaguarda para asse-
por profissionais de saúde qualificados, que não sejam os principais gurar que os reclusos possam formular pedidos e reclamações de
responsáveis pelos cuidados de saúde do recluso, ou, no mínimo, forma segura e, se solicitado pelo reclamante, de forma confiden-
por pessoal adequadamente treinado por um profissional de saúde cial. O recluso, ou qualquer outra pessoa mencionada no parágrafo
em relação aos padrões de higiene, saúde e segurança. 4 da Regra 56, não deve ser exposto a qualquer risco de retaliação,
intimidação ou outras consequências negativas como resultado de
Regra 53 um pedido ou reclamação.
Os reclusos devem ter acesso aos documentos relacionados 3. Alegações de tortura ou outras penas ou tratamentos cruéis,
com os seus processos judiciais e ser autorizados a mantê-los consi- desumanos ou degradantes devem ser imediatamente apreciadas e
go, sem que a administração prisional tenha acesso a estes. devem originar uma investigação rápida e imparcial, conduzida por
uma autoridade nacional independente, de acordo com os parágra-
Informações e direito de reclamação dos reclusos fos 1 e 2 da Regra 71.
Regra 54
Todo o recluso, no momento da admissão, deve receber infor- Contatos com o mundo exterior
mação escrita sobre: Regra 58
(a) A legislação e os regulamentos do estabelecimento prisional 1. Os reclusos devem ser autorizados, sob a necessária super-
e do sistema prisional; visão, a comunicar periodicamente com as suas famílias e com ami-
(b) Os seus direitos, inclusive os meios autorizados para obter gos: (a) Por correspondência e utilizando, se possível, meios de tele-
informações, acesso a assistência jurídica, incluindo o apoio judici- comunicação, digitais, eletrônicos e outros; e (b) Através de visitas.
ário, e sobre procedimentos para formular pedidos e reclamações; 2. Onde forem permitidas as visitais conjugais, este direito deve
(c) As suas obrigações, incluindo as sanções disciplinares apli- ser garantido sem discriminação e as mulheres reclusas devem
cáveis; e exercer este direito nas mesmas condições que os homens. Devem
(d) Todos os assuntos que podem ser necessários para se adap-
tar à vida no estabelecimento.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ser instaurados procedimentos e disponibilizados locais, de forma Religião
a garantir o justo e igualitário acesso, respeitando-se a segurança Regra 65
e a dignidade. 1. Se o estabelecimento prisional reunir um número suficiente
de reclusos da mesma religião, deve ser nomeado ou autorizado um
Regra 59 representante qualificado dessa religião. Se o número de reclusos o
Os reclusos devem ser colocados, sempre que possível, em es- justificar e as circunstâncias o permitirem, deve ser encontrada uma
tabelecimentos prisionais próximos das suas casas ou do local da solução permanente.
sua reabilitação social. 2. O representante qualificado, nomeado ou autorizado nos
termos do parágrafo 1 desta Regra, deve ser autorizado a organizar
Regra 60 periodicamente serviços religiosos e a fazer, sempre que for acon-
1. A entrada de visitantes nos estabelecimentos prisionais de- selhável, visitas pastorais privadas, num horário apropriado, aos re-
pende do consentimento do visitante de submeter-se à revista. O clusos da sua religião.
visitante pode retirar o seu consentimento a qualquer momento; 3. O direito de entrar em contato com um representante qua-
nestes casos, a administração prisional poderá recusar o seu acesso. lificado da sua religião nunca deve ser negado a qualquer recluso.
2. Os procedimentos de entrada e revista de visitantes não de- Por outro lado, se um recluso se opõe à visita de um representante
vem ser degradantes e devem ser regidos por princípios tão pro- de uma religião, a sua vontade deve ser plenamente respeitada.
tetivos como os delineados nas Regras 50 a 52. As revistas feitas a
partes íntimas do corpo devem ser evitadas e não devem ser apli- Regra 66
cadas a crianças. Tanto quanto possível, cada recluso deve ser autorizado a satis-
fazer as exigências da sua vida religiosa, assistindo aos serviços mi-
Regra 61 nistrados no estabelecimento prisional e tendo na sua posse livros
1. Os reclusos devem ter a oportunidade, tempo e meios ade- de rito e prática de ensino religioso da sua confissão.
quados para receberem visitas e de comunicar com um advogado
escolhido por si ou com um defensor público, sem demora, inter- Depósito de objetos pertencentes aos reclusos
ceptação ou censura, em total confidencialidade, sobre qualquer Regra 67
assunto jurídico, em conformidade com a legislação nacional apli- 1. Quando o regulamento não autorizar aos reclusos a posse de
cada. Estas consultas podem ocorrer à vista dos agentes prisionais, dinheiro, objetos de valor, peças de vestuário e outros objetos que
mas não podem ser ouvidas por estes. lhes pertençam, estes devem, no momento de admissão no estabe-
2. Nos casos em que os reclusos não falam a língua local, a ad- lecimento, ser guardados em lugar seguro. Deve ser elaborado um
ministração prisional deve facilitar o acesso aos serviços de um in- inventário destes objetos, assinado pelo recluso. Devem ser toma-
térprete competente e independente. das medidas para conservar estes objetos em bom estado.
3. Os reclusos devem ter acesso a um apoio judiciário efetivo. 2. Estes objetos e o dinheiro devem ser restituídos ao recluso
no momento da sua libertação, com exceção do dinheiro que te-
Regra 62 nha sido autorizado a gastar, dos objetos que tenham sido enviados
1. A reclusos de nacionalidade estrangeira devem ser concedi- pelo recluso para o exterior ou das peças de vestuário que tenham
das facilidades razoáveis para comunicarem com os representantes sido destruídas por razões de higiene. O recluso deve assinar o reci-
diplomáticos e consulares do Estado a que pertencem. bo dos objetos e do dinheiro que lhe tenham sido restituídos.
2. A reclusos de nacionalidade de Estados sem representação 3. Os valores e objetos enviados do exterior encontram-se sub-
diplomática ou consular no país, e a refugiados ou apátridas, devem metidos a estas mesmas regras.
ser concedidas facilidades semelhantes para comunicarem com re- 4. Se o recluso for portador de medicamentos ou estupefacien-
presentantes diplomáticos do Estado encarregado de zelar pelos tes no momento da admissão, o médico ou outro profissional de
seus interesses ou com qualquer autoridade nacional ou interna- saúde qualificado decidirá sobre a sua utilização.
cional que tenha a seu cargo a proteção dessas pessoas.
Notificações
Regra 63 Regra 68
Os reclusos devem ser mantidos regularmente informados das Todo o recluso deve ter o direito de ter oportunidade e os
notícias mais importantes através da leitura de jornais, publicações meios de informar imediatamente a sua família ou qualquer outra
periódicas ou institucionais especiais, através de transmissões de pessoa designada por si sobre a sua detenção, transferência para
rádio, conferências ou quaisquer outros meios semelhantes, autori- outro estabelecimento prisional ou sobre qualquer doença ou fe-
zados ou controlados pela administração prisional. rimento graves. A divulgação de informações pessoais dos reclusos
deve ser regida por legislação nacional.
Biblioteca
Regra 64 Regra 69
Cada estabelecimento prisional deve ter uma biblioteca para o No caso de morte de um recluso, o diretor do estabelecimento
uso de todas as categorias de reclusos, devidamente provida com prisional deve informar imediatamente o parente mais próximo ou a
livros recreativos e de instrução e os reclusos devem ser incentiva- pessoa previamente designada pelo recluso. As pessoas designadas
dos a utilizá-la plenamente. pelo recluso para receberem informações sobre a sua saúde devem
ser notificadas pelo diretor em caso de doença grave, ferimento ou
transferência para uma instituição médica. O pedido explícito de
um recluso, de que seu cônjuge ou parente mais próximo não seja
informado em caso de doença ou ferimento, deve ser respeitado.

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195
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Regra 70 3. Para a realização daqueles fins, os membros do pessoal de-
Um recluso deve ser informado imediatamente da morte ou vem desempenhar funções a tempo inteiro na qualidade de pro-
doença grave de qualquer parente próximo, cônjuge ou companhei- fissionais do sistema prisional, devem ter o estatuto de funcioná-
ro. No caso de doença crítica de um parente próximo, cônjuge ou rios do Estado e ser-lhes garantida, por conseguinte, segurança no
companheiro, o recluso deve ser autorizado, quando as circunstân- emprego dependente apenas de boa conduta, eficácia no trabalho
cias o permitirem, a estar junto dele, quer sob escolta quer só, ou a e aptidão física. A remuneração deve ser suficiente para permitir
participar no seu funeral recrutar e manter ao serviço homens e mulheres competentes; as
regalias e as condições de emprego devem ser determinadas tendo
Investigações em conta a natureza penosa do trabalho.
Regra 71
1. Não obstante uma investigação interna, o diretor do esta- Regra 75
belecimento prisional deve comunicar, imediatamente, a morte, o 1. Os funcionários devem possuir um nível de educação ade-
desaparecimento ou o ferimento grave à autoridade judicial ou a quado e deve ser-lhes proporcionadas condições e meios para po-
outra autoridade competente independente da administração pri- derem exercer as suas funções de forma profissional.
sional e deve determinar uma investigação imediata, imparcial e 2. Devem frequentar, antes de entrar em funções, um curso de
efetiva às circunstâncias e às causas destes casos. A administração formação geral e específico, que deve refletir as melhores e mais
prisional deve cooperar integralmente com a referida autoridade e modernas práticas, baseadas em dados empíricos, das ciências pe-
assegurar que todas as provas são preservadas. nais. Apenas os candidatos que ficarem aprovados nas provas teóri-
2. A obrigação referida no parágrafo 1 desta Regra deve ser cas e práticas devem ser admitidos no serviço prisional.
igualmente aplicada quando houver indícios razoáveis para se su- 3. Após a entrada em funções e ao longo da sua carreira, o pes-
por que um ato de tortura ou outras penas ou tratamentos cruéis, soal deve conservar e melhorar os seus conhecimentos e compe-
desumanos ou degradantes tenham sido praticados no estabeleci- tências profissionais, seguindo cursos de aperfeiçoamento organi-
mento prisional, mesmo que não tenha sido recebida uma reclama- zados periodicamente.
ção formal.
3. Quando houver indícios razoáveis para se supor que os atos Regra 76
referidos no parágrafo 2 desta Regra tenham sido praticados, de- 1. A formação a que se refere o parágrafo 2 da Regra 75 deve
vem ser tomadas medidas imediatas para garantir que todas as incluir, no mínimo, o seguinte:
pessoas potencialmente implicadas não tenham qualquer envolvi- (a) Legislação, regulamentos e políticas nacionais relevantes,
mento na investigação ou contato com as testemunhas, vítimas e bem como os instrumentos internacionais e regionais aplicáveis
seus familiares. que devem nortear o trabalho e as interações dos funcionários com
os reclusos;
Regra 72 (b) Direitos e deveres dos funcionários no exercício das suas
A administração prisional deve tratar o corpo de um recluso funções, incluindo o respeito à dignidade humana de todos os re-
falecido com respeito e dignidade. O corpo do recluso falecido deve clusos e a proibição de certas condutas, em particular a prática de
ser devolvido ao seu parente mais próximo o mais rapidamente tortura ou outras penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou de-
possível e, o mais tardar, quando concluída a investigação. A ad- gradantes;
ministração prisional deve providenciar um funeral culturalmente (c) Segurança, incluindo o conceito de segurança dinâmica, o
adequado, se não houver outra parte disposta ou capaz de fazê-lo, uso da força e instrumentos de coação e a gestão de pessoas vio-
e deve manter um registo completo do facto. lentas, tendo em consideração técnicas preventivas e alternativas,
como a negociação e a mediação;
Transferência de reclusos (d) Técnicas de primeiros socorros, as necessidades psicosso-
Regra 73 ciais dos reclusos e correspondentes dinâmicas do ambiente prisio-
1. Quando os reclusos são transferidos, de ou para outro esta- nal, bem como o apoio e assistência social, incluindo o diagnóstico
belecimento, devem ser vistos o menos possível pelo público e de- prévio de doenças mentais.
vem ser tomadas medidas apropriadas para os proteger de insultos, 2. Os funcionários que estiverem incumbidos de trabalhar com
curiosidade e de qualquer tipo de publicidade. certas categorias de reclusos, ou que estejam designados para ou-
2. Deve ser proibido o transporte de reclusos em veículos com tras funções específicas, devem receber formação adequada às
deficiente ventilação ou iluminação ou que, de qualquer outro suas características.
modo, os possa sujeitar a sacrifícios físicos desnecessários.
3. O transporte de reclusos deve ser efetuado a expensas da Regra 77
administração prisional em condições de igualdade para todos. Todos os membros do pessoal devem, em todas as circunstân-
cias, comportar-se e desempenhar as suas funções de maneira a
Pessoal do estabelecimento prisional que o seu exemplo tenha boa influência sobre os reclusos e mereça
Regra 74 o respeito destes.
1. A administração prisional deve selecionar cuidadosamente
o pessoal de todas as categorias, dado que é da sua integridade, Regra 78
humanidade, aptidões pessoais e capacidades profissionais que de- 1. Na medida do possível, deve incluir-se no pessoal um nú-
pende a boa gestão dos estabelecimentos prisionais. mero suficiente de especialistas, tais como psiquiatras, psicólogos,
2. A administração prisional deve esforçar-se permanentemen- assistentes sociais, professores e instrutores técnicos.
te por suscitar e manter no espírito do pessoal e da opinião públi- 2. Os assistentes sociais, professores e instrutores técnicos de-
ca a convicção de que esta missão representa um serviço social de vem exercer as suas funções de forma permanente, mas poderá
grande importância; para o efeito, devem ser utilizados todos os também recorrer-se a auxiliares a tempo parcial ou a voluntários.
meios adequados para esclarecer o público.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Regra 79 Regra 84
1. O diretor do estabelecimento prisional deve ser adequada- 1. Os inspetores devem ter a autoridade para:
mente qualificado para a sua função, quer pelo seu carácter, quer (a) Aceder a todas as informações sobre o número de reclusos
pelas suas competências administrativas, formação e experiência. e dos locais de detenção, bem como a toda a informação relevante
2. O diretor do estabelecimento prisional deve exercer a sua ao tratamento dos reclusos, incluindo os seus registos e as condi-
função oficial a tempo inteiro e não deve ser nomeado a tempo ções de detenção;
parcial. Deve residir no estabelecimento prisional ou nas imedia- (b) Escolher livremente qual o estabelecimento prisional que
ções deste. querem inspecionar, inclusive fazendo visitas por iniciativa própria
3. Quando dois ou mais estabelecimentos prisionais estejam sem aviso prévio e quais os reclusos que pretendem entrevistar;
sob a autoridade de um único diretor, este deve visitar ambos com (c) Conduzir entrevistas com os reclusos e com os funcionários
regularidade. Em cada um dos estabelecimentos deve haver um prisionais, em total privacidade e confidencialidade, durante as
funcionário responsável. suas visitas;
(d) Fazer recomendações à administração prisional e a outras
Regra 80 autoridades competentes.
1. O diretor, o seu adjunto e a maioria dos outros membros do 2. As equipas de inspeção externa devem ser compostas por
pessoal do estabelecimento prisional devem falar a língua da maior inspetores qualificados e experientes, indicados por uma autorida-
parte dos reclusos ou uma língua entendida pela maioria deles. de competente, e devem contar com profissionais de saúde. Deve-
2. Deve recorrer-se aos serviços de um intérprete sempre que -se procurar ter uma representação equilibrada de género.
seja necessário.
Regra 85
Regra 81 1. Depois de uma inspeção, deve ser submetido à autoridade
1. Nos estabelecimentos prisionais destinados a homens e mu- competente um relatório escrito. Esforços devem ser empreendi-
lheres, a secção das mulheres deve ser colocada sob a direção de dos para tornar público os relatórios das inspeções externas, ex-
um funcionário do sexo feminino responsável que terá à sua guarda cluindo-se qualquer dado pessoal dos reclusos, a menos que estes
todas as chaves dessa secção. tenham dado explicitamente o seu acordo.
2. Nenhum funcionário do sexo masculino pode entrar na parte 2. A administração prisional ou qualquer outra autoridade
do estabelecimento destinada às mulheres sem ser acompanhado competente, conforme apropriado, deve indicar, num prazo razo-
por um funcionário do sexo feminino. ável, se as recomendações provindas das inspeções externas serão
3. A vigilância das reclusas deve ser assegurada exclusivamente implementadas.
por funcionários do sexo feminino. Não obstante, isso não impe-
de que funcionários do sexo masculino, especialmente médicos e II. REGRAS APLICÁVEIS A CATEGORIAS ESPECIAIS
professores, desempenhem as suas funções profissionais em esta-
belecimentos prisionais ou secções do estabelecimento prisional A. Reclusos condenados
destinados a mulheres.
Princípios gerais
Regra 82 Regra 86
1. Os funcionários dos estabelecimentos prisionais não devem, Os princípios gerais a seguir enunciados têm por finalidade a
nas suas relações com os reclusos, usar de força, exceto em legítima definição do espírito dentro do qual os sistemas prisionais devem
defesa ou em casos de tentativa de fuga ou de resistência física ati- ser administrados e os objetivos a que devem tender, de acordo
va ou passiva a uma ordem baseada na lei ou nos regulamentos. Os com a declaração feita na observação preliminar 1 destas Regras.
funcionários que tenham de recorrer à força não devem usar senão
a estritamente necessária e devem comunicar imediatamente o in- Regra 87
cidente ao diretor do estabelecimento prisional. Antes do termo da execução de uma pena ou de uma medida
2. Os membros do pessoal prisional devem receber formação é desejável que sejam adotadas as medidas necessárias para asse-
técnica especial que lhes permita dominar os reclusos violentos. gurar ao recluso um regresso progressivo à vida na sociedade. Este
3. Salvo circunstâncias especiais, os agentes que assegurem objetivo poderá ser alcançado, consoante os casos, através de um
serviços que os ponham em contato direto com os reclusos não de- regime preparatório da libertação, organizado no próprio estabe-
vem estar armados. Aliás, não deverá ser confiada uma arma a um lecimento ou em outro estabelecimento adequado, ou mediante
membro do pessoal sem que este seja treinado para o seu uso. uma libertação condicional sujeita a controlo, que não deve caber à
polícia, mas que deve comportar uma assistência social eficaz.
Inspeções internas e externas
Regra 83 Regra 88
1. Deve haver um sistema duplo de inspeções regulares nos es- 1. O tratamento não deve acentuar a exclusão dos reclusos da
tabelecimentos e serviços prisionais: sociedade, mas sim fazê-los compreender que continuam a fazer
(a) Inspeções internas ou administrativas conduzidas pela ad- parte dela. Para este fim, há que recorrer, sempre que possível, à
ministração prisional central; cooperação de organismos da comunidade destinados a auxiliar o
(b) Inspeções externas conduzidas por um órgão independente pessoal do estabelecimento prisional na reabilitação social dos re-
da administração prisional, que pode incluir órgãos internacionais clusos.
ou regionais competentes. 2. Assistentes sociais, colaborando com cada estabelecimento,
2. Em ambos os casos, o objetivo das inspeções deve ser o de devem ter por missão a manutenção e a melhoria das relações do
assegurar que os estabelecimentos prisionais sejam administrados recluso com a sua família e com os organismos sociais que podem
de acordo com as leis, regulamentos, políticas e procedimentos ser-lhe úteis. Devem adotar-se medidas tendo em vista a salvaguar-
vigentes, para prossecução dos objetivos dos serviços prisionais e
correcionais e para a proteção dos direitos dos reclusos.
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197
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
da, de acordo com a lei e a pena imposta, dos direitos civis, dos di- 3. Os relatórios e outros elementos pertinentes devem ser co-
reitos em matéria de segurança social e de outros benefícios sociais locados num arquivo individual. Este arquivo deve ser atualizado e
dos reclusos. classificado de modo a poder ser consultado pelo pessoal responsá-
vel sempre que necessário.
Regra 89
1. A realização destes princípios exige a individualização do tra- Classificação e individualização
tamento e, para este fim, um sistema flexível de classificação dos Regra 93
reclusos por grupos; é por isso desejável que esses grupos sejam 1. As finalidades da classificação devem ser:
colocados em estabelecimentos prisionais separados, adequados (a) De separar os reclusos que, pelo seu passado criminal ou
ao tratamento de cada um deles. pela sua personalidade, possam vir a exercer uma influência negati-
2. Estes estabelecimentos não devem possuir o mesmo grau de va sobre os outros reclusos;
segurança para cada grupo. É desejável prever graus de segurança (b) De repartir os reclusos por grupos tendo em vista facilitar o
consoante as necessidades dos diferentes grupos. Os estabeleci- seu tratamento para a sua reinserção social.
mentos abertos, pelo próprio facto de não preverem medidas de 2. Há que dispor, na medida do possível, de estabelecimentos
segurança física contra as evasões, mas remeterem neste domínio separados ou de secções distintas dentro de um estabelecimento
à autodisciplina dos reclusos, proporcionam aos reclusos cuidado- para o tratamento das diferentes categorias de reclusos.
samente escolhidos as condições mais favoráveis à sua reabilitação.
3. É desejável que nos estabelecimentos prisionais fechados a Regra 94
individualização do tratamento não seja prejudicada por um núme- Assim que possível após a admissão e depois de um estudo da
ro demasiado elevado de reclusos. Nalguns países entende-se que personalidade de cada recluso condenado a uma pena ou a uma
a população destes estabelecimentos não deve ultrapassar os qui- medida de uma certa duração deve ser preparado um programa de
nhentos. Nos estabelecimentos abertos, a população deve ser tão tratamento que lhe seja destinado, à luz dos dados de que se dispõe
reduzida quanto possível. sobre as suas necessidades individuais, as suas capacidades e o seu
4. Por outro lado, não é recomendável manter estabelecimen- estado de espírito.
tos demasiado pequenos que possam impedir que instalações ade-
quadas sejam facultadas Privilégios
Regra 95
Regra 90 Há que instituir em cada estabelecimento um sistema de pri-
O dever da sociedade não cessa com a libertação de um reclu- vilégios adaptado às diferentes categorias de reclusos e aos dife-
so. Seria por isso necessário dispor de organismos governamentais rentes métodos de tratamento, com o objetivo de encorajar o bom
ou privados capazes de trazer ao recluso colocado em liberdade um comportamento, de desenvolver o sentido da responsabilidade e
auxílio pós-penitenciário eficaz, tendente a diminuir os preconcei- de estimular o interesse e a cooperação dos reclusos no seu próprio
tos a seu respeito e a permitir-lhe a sua reinserção na sociedade. tratamento.

Tratamento Trabalho
Regra 91 Regra 96
O tratamento das pessoas condenadas a uma pena ou medida 1. Todos os reclusos condenados devem ter a oportunidade de
privativa de liberdade deve ter por objetivo, na medida em que o trabalhar e/ou participar ativamente na sua reabilitação, em con-
permitir a duração da condenação, criar nelas a vontade e as ap- formidade com as suas aptidões física e mental, de acordo com a
tidões que as tornem capazes, após a sua libertação, de viver no determinação do médico ou de outro profissional de saúde quali-
respeito pela lei e de prover às suas necessidades. Este tratamento ficado.
deve incentivar o respeito por si próprias e desenvolver o seu senti- 2. Deve ser dado trabalho suficiente de natureza útil aos re-
do da responsabilidade. clusos, de modo a conservá-los ativos durante um dia normal de
trabalho.
Regra 92
1. Para este fim, há que recorrer a todos os meios apropria- Regra 97
dos, nomeadamente à assistência religiosa nos países em que seja 1. O trabalho na prisão não deve ser de natureza penosa.
possível, à instrução, à orientação e à formação profissionais, à 2. Os reclusos não devem ser mantidos em regime de escravi-
assistência social direcionada, ao aconselhamento profissional, ao dão ou de servidão.
desenvolvimento físico e à educação moral, de acordo com as ne- 3. Nenhum recluso será chamado a trabalhar para beneficiar,
cessidades de cada recluso. Há que ter em conta o passado social a título pessoal ou privado, qualquer membro da equipa prisional
e criminal do condenado, as suas capacidades e aptidões físicas e
mentais, a sua personalidade, a duração da condenação e as pers- Regra 98
pectivas da sua reabilitação. 1. Tanto quanto possível, o trabalho proporcionado deve ser de
2. Para cada recluso condenado a uma pena ou a uma medi- natureza que mantenha ou aumente as capacidades dos reclusos
da de certa duração, o diretor do estabelecimento prisional deve para ganharem honestamente a vida depois de libertados.
receber, no mais breve trecho após a admissão do recluso, relató- 2. Deve ser proporcionada formação profissional, em profis-
rios completos sobre os diferentes aspetos referidos no parágrafo 1 sões úteis, aos reclusos que dela tirem proveito e especialmente a
desta Regra. Estes relatórios devem sempre compreender um rela- jovens reclusos.
tório de um médico, se possível especializado em psiquiatria, sobre 3. Dentro dos limites compatíveis com uma seleção profissio-
a condição física e mental do recluso. nal apropriada e com as exigências da administração e disciplina
prisional, os reclusos devem poder escolher o tipo de trabalho que
querem fazer

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Regra 99 Regra 105
1. A organização e os métodos do trabalho nos estabelecimen- Devem ser proporcionadas atividades recreativas e culturais
tos prisionais devem aproximar-se tanto quanto possível dos que em todos os estabelecimentos prisionais em benefício da saúde
regem um trabalho semelhante fora do estabelecimento, de modo mental e física dos reclusos.
a preparar os reclusos para as condições de uma vida profissional
normal. Relações sociais e assistência pós-prisional
2. No entanto, o interesse dos reclusos e a sua formação profis- Regra 106
sional não devem ser subordinados ao desejo de realizar um bene- Deve ser prestada atenção especial à manutenção e melhora-
fício financeiro por meio do trabalho prisional. mento das relações entre o recluso e a sua família que se mostrem
de maior vantagem para ambos.
Regra 100
1. As indústrias e as explorações agrícolas devem, de preferên- Regra 107
cia, ser dirigidas pela administração prisional e não por empresários Desde o início do cumprimento da pena de um recluso, deve
privados. ter-se em consideração o seu futuro depois de libertado, devendo
2. Quando os reclusos forem empregues para trabalho não este ser estimulado e ajudado a manter ou estabelecer relações
controlado pela administração prisional, devem ser sempre colo- com pessoas ou organizações externas, aptas a promover os me-
cados sob vigilância do pessoal prisional. Salvo nos casos em que lhores interesses da sua família e da sua própria reabilitação social.
o trabalho seja efetuado para outros departamentos do Estado, as
pessoas às quais esse trabalho seja prestado devem pagar à admi- Regra 108
nistração a remuneração normal exigível para esse trabalho, tendo 1. Os serviços ou organizações governamentais ou outras, que
todavia em conta a produtividade dos reclusos. prestam assistência a reclusos colocados em liberdade para se re-
estabelecerem na sociedade, devem assegurar, na medida do pos-
Regra 101 sível e do necessário, que sejam facultados aos reclusos libertados
1. Os cuidados prescritos destinados a proteger a segurança e documentos de identificação apropriados, que lhes sejam garanti-
a saúde dos trabalhadores em liberdade devem igualmente existir das casas adequadas e trabalho, vestuário apropriado ao clima e à
nos estabelecimentos prisionais. estação do ano e recursos suficientes para chegarem ao seu destino
2. Devem ser adotadas disposições para indemnizar os reclusos e para subsistirem no período imediatamente seguinte à sua liber-
por acidentes de trabalho e doenças profissionais, nas mesmas con- tação.
dições que a lei concede aos trabalhadores em liberdade. 2. Os representantes oficiais dessas organizações devem ter o
acesso necessário ao estabelecimento prisional e aos reclusos, sen-
Regra 102 do consultados sobre o futuro do recluso desde o início do cumpri-
1. As horas diárias e semanais máximas de trabalho dos reclu- mento da pena.
sos devem ser fixadas por lei ou por regulamento administrativo, 3. É recomendável que as atividades destas organizações este-
tendo em consideração regras ou costumes locais respeitantes ao jam centralizadas ou sejam coordenadas, tanto quanto possível, a
trabalho dos trabalhadores em liberdade. fim de garantir a melhor utilização dos seus esforços.
2. As horas devem ser fixadas de modo a deixar um dia de des- B. Reclusos com transtornos mentais e/ou com problemas de
canso semanal e tempo suficiente para a educação e para outras saúde
atividades necessárias como parte do tratamento e reinserção dos
reclusos. Regra 109
1. As pessoas consideradas inimputáveis, ou a quem, posterior-
Regra 103 mente, foi diagnosticado uma deficiência mental e/ou um proble-
1. O trabalho dos reclusos deve ser remunerado de modo equi- ma de saúde grave, em relação aos quais a detenção poderia agra-
tativo. var a sua condição, não devem ser detidas em prisões. Devem ser
2. O regulamento deve permitir aos reclusos a utilização de tomadas medidas para as transferir para um estabelecimento para
pelo menos uma parte da sua remuneração para adquirir objetos doentes mentais o mais depressa possível.
autorizados, destinados ao seu uso pessoal, e para enviar outra par- 2. Se necessário, os demais reclusos que sofrem de outras do-
te à sua família. enças ou anomalias mentais devem ser examinados e tratados em
3. O regulamento deve prever igualmente que uma parte da instituições especializadas, sob vigilância médica.
remuneração seja reservada pela administração prisional de modo 3. O serviço médico ou psiquiátrico dos estabelecimentos pri-
a constituir uma poupança que será entregue ao recluso no mo- sionais deve proporcionar tratamento psiquiátrico a todos os reclu-
mento da sua libertação. sos que o necessitem.

Educação e lazer Regra 110


Regra 104 É desejável que sejam adotadas medidas, de acordo com os
1. Devem ser tomadas medidas no sentido de melhorar a edu- organismos competentes, para que o tratamento psiquiátrico seja
cação de todos os reclusos que daí tirem proveito, incluindo ins- mantido, se necessário, depois da colocação em liberdade e que
trução religiosa nos países em que tal for possível. A educação de uma assistência social pós-prisional de natureza psiquiátrica seja
analfabetos e jovens reclusos será obrigatória, prestando-lhe a ad- assegurada.
ministração prisional especial atenção
2. Tanto quanto for possível, a educação dos reclusos deve es-
tar integrada no sistema educacional do país, para que depois da
sua libertação possam continuar, sem dificuldades, os seus estudos

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
C. Reclusos detidos ou a aguardar julgamento 2. Se uma pessoa detida preventivamente não tiver um advo-
Regra 111 gado da sua escolha, ser-lhe-á designado um defensor oficioso pela
1. Os detidos ou presos em virtude de lhes ser imputada a prá- autoridade judicial, ou outra autoridade, em todos os casos em que
tica de uma infração penal, quer estejam detidos sob custódia da os interesses da justiça o exigirem e sem custos para a pessoa deti-
polícia, quer num estabelecimento prisional, mas que ainda não da preventivamente, caso esta não possua recursos suficientes para
foram julgados e condenados, são doravante designados nestas Re- pagar. A possibilidade de se recusar o acesso a um advogado deve
gras por “detidos preventivamente”. ser sujeita a uma revisão independente, sem demora.
2. As pessoas detidas preventivamente presumem-se inocen-
tes e como tal devem ser tratadas. Regra 120
3. Estes detidos devem beneficiar de um regime especial cujos 1. Os direitos e as modalidades que regem o acesso de uma
elementos essenciais se discriminam nestas Regras, sem prejuízo pessoa detida preventivamente ao seu advogado ou defensor ofi-
das disposições legais sobre a proteção da liberdade individual ou cioso, com vista à sua defesa, devem ser regulados pelos mesmos
que estabelecem os trâmites a ser observados em relação a pessoas princípios estabelecidos na Regra 61.
detidas preventivamente. 2. A pessoa detida preventivamente deve ter à sua disposição,
se assim o desejar, material de escrita a fim de preparar os docu-
Regra 112 mentos relacionados com a sua defesa e entregar instruções confi-
1. As pessoas detidas preventivamente devem ser mantidas se- denciais ao seu advogado ou defensor oficioso.
paradas dos reclusos condenados.
2. Os jovens detidos preventivamente devem ser mantidos se- D. Presos civis
parados dos adultos e ser, em princípio, detidos em estabelecimen- Regra 121
tos prisionais separados. Nos países cuja legislação prevê a prisão por dívidas ou outras
formas de prisão proferidas por decisão judicial na sequência de
Regra 113 processos que não tenham natureza penal, os reclusos não devem
As pessoas detidas preventivamente devem dormir sozinhas ser submetidos a maiores restrições nem ser tratados com maior
em quartos separados, sob reserva de diferente costume local re- severidade do que for necessário para manter a segurança e a or-
lativo ao clima. dem. O seu tratamento não deve ser menos favorável do que o dos
detidos preventivamente, sob reserva, porém, da eventual obriga-
Regra 114 ção de trabalhar.
Dentro dos limites compatíveis com a boa ordem do estabele-
cimento prisional, as pessoas detidas preventivamente podem, se E. Pessoas presas ou detidas sem acusação
o desejarem, mandar vir alimentação do exterior a expensas pró- Regra 122
prias, quer através da administração, quer através da sua família Sem prejuízo das disposições contidas no artigo 9.º do Pacto
ou amigos. Caso contrário a administração deve fornecer-lhes a ali- Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos3 , deve ser concedi-
mentação. da às pessoas presas ou detidas sem acusação a proteção conferida
nos termos da secção C, Partes I e II desta Regra. As disposições re-
Regra 115 levantes da secção A da Parte II, desta Regra, serão igualmente apli-
A pessoa detida preventivamente deve ser autorizada a usar cáveis sempre que a sua aplicação possa beneficiar esta categoria
a sua própria roupa se estiver limpa e for adequada. Se usar roupa especial de reclusos, desde que não seja tomada nenhuma medida
do estabelecimento prisional, esta será diferente da fornecida aos que implique a reeducação ou a reabilitação de pessoas não conde-
condenados. nadas por uma infração penal.

Regra 116
Será sempre dada à pessoa detida preventivamente a oportu- JUSTIÇA RESTAURATIVA E COMUNICAÇÃO NÃO VIO-
nidade de trabalhar, mas esta não será obrigada a fazê-lo. Se optar LENTA
por trabalhar, será remunerada.

Regra 117 O que é Justiça Restaurativa Juvenil


A pessoa detida preventivamente deve ser autorizada a obter, “Consiste no modelo de justiça participativa, com a finalidade
a expensas próprias ou a expensas de terceiros, livros, jornais, ma- de proporcionar maior efetividade em relação às medidas socioe-
terial para escrever e outros meios de ocupação compatíveis com ducativas na Vara da Infância e Juventude e na justiça comum, de
os interesses da administração da justiça e com a segurança e boa contribuir com a garantia dos direitos humanos do autor do ato in-
ordem do estabelecimento prisional. fracional, familiares, vítima e comunidade, bem como promover a
cultura de paz social.” (DMJ-10(2283):2, 24-09-2010).
Regra 118 Há de se considerar os vários conceitos existentes de Justiça
A pessoa detida preventivamente deve ser autorizada a ser vi- Restaurativa, e trazemos o conceito da Organização das Nações Uni-
sitada e a ser tratada pelo seu médico pessoal ou dentista se existir das (ONU-2002), que a define como:
motivo razoável para o seu pedido e puder pagar quaisquer despe- “Um processo através do qual todas as partes envolvidas em
sas em que incorrer. um ato que causou ofensa reúnem-se para decidir coletivamente
como lidar com as circunstâncias decorrentes desse ato e suas im-
Regra 119 plicações para o futuro.”
1. Todo o recluso tem o direito a ser imediatamente informado Para a Justiça Restaurativa Juvenil, o modo de resolução de con-
das razões de sua detenção e sobre quaisquer acusações apresen- flitos tem um enfoque coletivo, com a valorização da autonomia,
tadas contra si. história e necessidades das pessoas, oferecendo oportunidades

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200
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
para que os interessados (autor, receptor, familiares e comunidade)
possam conversar e identificar suas necessidades não atendidas, a PRIMEIROS SOCORROS
fim de restaurar a harmonia e o equilíbrio entre todos.

Justiça Restaurativa e sua Contribuição Para a Justiça Restau- PRIMEIROS SOCORROS;


rativa Juvenil
O modelo restaurativo se afigura como uma alternativa real Sinalização do Local do Acidente
para o sistema de justiça, mais acessível e apto a intervir de forma Os acidentes acontecem nas ruas e estradas, impedindo ou di-
afetiva na prevenção e solução de conflitos. Não se trata apenas ficultando a passagem normal dos outros veículos. Por isso, esteja
de uma construção teórica, mas de um modelo já incorporado por certo de que situações de perigo vão ocorrer (novos acidentes ou
diversos países, inclusive nos Estados brasileiros. atropelamentos), se você demorar muito ou não sinalizar o local de
A Justiça Restaurativa emerge como uma esperança em meio forma adequada. Algumas regras são fundamentais para você fazer
ao crescimento do clima de insegurança e dos altos índices de vio- a sinalização do acidente:
lência e criminalidade. Por se apresentar como forma de atendi-
mento a adolescentes autores de ato infracional, com o objetivo O QUE FAZER PRIMEIRO
de reparar o dano individual, social e nas relações causado pelo ato Normalmente, em um lugar de acidente, há cenas de sofrimen-
cometido, as práticas restaurativas vêm se solidificando como efi- to, nervosismo e pânico, além de situações que exigem providên-
cazes coadjuvantes no sistema de justiça juvenil. cias imediatas. Independentemente da gravidade da situação, de-
Na Justiça Restaurativa dá-se a oportunidade à vítima de cres- vemos agir com calma e frieza:
cer, aprender e compreender o que se passou na vida do autor do - Sinalize o local a fim de evitar outro acidente;
ato infracional, bem como saber ouvir o outro lado e ter a capaci- - Acione o socorro especializado;
dade de diálogar porque, às vezes, a vítima não a tem. Ajudar na - Não movimente a vítima;
construção de acordos é pedagógico também para a vítima, carac- - Se a vítima estiver consciente, converse calmamente com ela
terística não existente no processo tradicional. O círculo em si, tem transmitindo alívio e segurança, informando que o socorro já está a
a finalidade de ‘‘tirar’’um pouco a visão hierárquica do processo caminho e convencendo-a a não se mover;
tradicional, em que tudo deve ser feito em nome do Estado e na - Acione novamente o socorro em caso de demora, mas não
construção do diálogo não deve haver hierarquia.(Pedreira, 2014) ofereça nada para vítima engolir. Nem remédios e nem qualquer
Reconhecendo a eficácia do viés restaurativo, o SINASE – Siste- tipo de líquido;
ma Nacional de Atendimento Socioeducativo – recomenda a utiliza- - Se a vítima estiver inconsciente, mantenha sua boca aberta e
ção deste método como importante alternativa à ressocialização de seu nariz desobstruído;
adolescentes em conflito com a lei. - Com a vítima consciente ou inconsciente, procure por sinais
Um marco importante para a Justiça Restaurativa foi publicado de sangramento, começando na cabeça e descendo até os pés (sem
no dia 2 de junho de 2016 pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ): esquecer os braços). Caso encontre algum sangramento, afaste as
a Resolução nº 225. Esta Resolução contém as diretrizes para a im- roupas da região e comprima o local com um pano de forma mo-
plantação da Justiça Restaurativa em todo país, estabelecendo que derada e firme;
os Tribunais de Justiça adotem este programa em seu rol de ações. - Peça e aceite a colaboração de outras pessoas, deixando a
liderança para quem tiver mais experiência, conhecimento, frieza
Objetivos da Justiça Restaurativa e calma.
A Justiça Restaurativa traz como objetivo principal a mudança
dos paradigmas de convívio entre as pessoas para construir uma Atenção! Os passos principais de Primeiros Socorros:
sociedade em que cada qual se sinta igualmente responsável pelas 1) Garanta a segurança – sinalize o local;
mudanças e pela paz. Em resumo, a Justiça Restaurativa resgata o 2) Peça socorro – acione o socorro especializado;
justo e o ético nas relações, nas instituições e na sociedade. 3) Controle a situação – mantenha a calma;
Aplicada no âmbito do Judiciário, a Justiça Restaurativa tem 4) Verifique a situação – localize, proteja e examine as vítimas.
como objetivo a resolução de conflitos interpessoais de forma pací-
fica, promovendo a corresponsabilidade de todos os envolvidos no PROCEDIMENTOS A SEREM ADOTADOS EM CASO DE ACIDENTES
conflito a fim de buscar respostas efetivas para a sua solução. Pro-
picia a prevenção, a desjudicialização, a restauração e a reparação Parada e Estacionamento
dos danos individuais, sociais e relacionais. Enfim, explora a possi- Estacione seu carro a mais ou menos 30 metros do local do aci-
bilidade de o dialogismo se converter numa plataforma adequada dente, use o triângulo, pisca-alerta, lanternas, entre outros.
para integrar os diferentes contributos disciplinares da educação
para a paz. Sinalização do local
Assim, a Justiça Restaurativa traz uma verdadeira mudança de Use também para sinalizar o local do acidente os mesmos ma-
paradigma, daquele retributivo (punitivo) para o restaurativo pois, teriais descritos acima. Inicie a sinalização em um ponto em que os
tomando como foco central os danos e consequentes necessidades, motoristas ainda não possam ver o acidente.
tanto da vítima como também do ofensor e da comunidade, trata
das obrigações decorrentes desses prejuízos de ordem material e
moral.
Para tanto, vale-se de procedimentos inclusivos e cooperativos
nos quais serão envolvidos todos aqueles direta ou indiretamente
atingidos, tudo de forma a corrigir os caminhos que nasceram er-
rados
(ZEHR, 2008).

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201
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Não adianta ver o acidente quando já não há tempo suficiente (primeiros socorros). Para tanto, evite que a vítima seja exposta
para parar ou diminuir a velocidade. No caso de vias de fluxo rápido, desnecessariamente e mantenha o devido sigilo sobre as informa-
com veículos ou obstáculos na pista, é preciso alertar os motoris- ções pessoais que ela lhe revele durante o atendimento.
tas antes que eles percebam o acidente. Assim, vai dar tempo para Quando se está lidando com vidas, o tempo é um fator que não
reduzir a velocidade, concentrar a atenção e desviar. Então não se deve ser desprezado em hipótese alguma. A demora na prestação
esqueça que a sinalização deve começar antes do local do acidente do atendimento pode definir a vida ou a morte da vítima, assim
ser visível. como procedimentos inadequados. Importante lembrar que um ser
Nem é preciso dizer que a sinalização deverá ser feita antes humano pode passar até três semanas sem comida, uma semana
da visualização nos dois sentidos (ida e volta) nos casos em que o sem água, porém, pouco provável, que sobreviva mais que cinco
acidente interferir no tráfego das duas mãos de direção minutos sem oxigênio.

Demarque todo o desvio do tráfego até o acidente As fases do socorro:


Não é só a sinalização que deve se iniciar bem antes do aci- 1º Avaliação da cena: a primeira atitude a ser tomada no lo-
dente. É necessário que todo o trecho, do início da sinalização até cal do acidente é avaliar os riscos que possam colocar em perigo a
o acidente, seja demarcado, indicando quando houver desvio de di- pessoa prestadora dos primeiros socorros. Se houver algum perigo
reção. Se isso não puder ser feito de forma completa, faça o melhor em potencial, deve-se aguardar a chegada do socorro especializa-
que puder, aguardando as equipes de socorro, que deverão com- do. Nesta fase, verifica-se também a provável causa do acidente, o
pletar a sinalização e os desvios. número de vítimas e a provável gravidade delas e todas as outras
informações que possam ser úteis para a notificação do acidente,
Mantenha o tráfego fluindo bem como a utilização dos equipamentos de proteção individual
Outro objetivo importante na sinalização é manter a fluidez do (EPI luvas, mascaras, óculos, capote, etc) e solicitação de auxílio a
tráfego, isto é, apesar do afunilamento provocado pelo acidente, serviços especializados como: Corpo de Bombeiros (193), SAMU
deve sempre ser mantida uma via segura para os veículos passa- (192), Polícia Militar (190), polícia Civil (147), Defesa Civil (363
rem. Faça isso por duas razões: se ocorrer uma parada no tráfego, o 1350), CEB (0800610196), Cruz Vermelha, etc.
congestionamento, ao surgir repentinamente, pode provocar novas
colisões. Nesta fase o prestador de socorro deve atentar-se para: Avaliar
a situação:
Além disso, não se esqueça que, com o trânsito parado, as via- - Inteirar-se do ocorrido com tranquilidade e rapidez;
turas de socorro vão demorar mais a chegar. Para manter o tráfego - Verificar os riscos para si próprio, para a vítima e terceiros;
fluindo, tome as seguintes providências: - Criar um rápido plano de ação para administrar os recursos
• Mantenha, dentro do possível, as vias livres para o tráfego materiais e humanos visando garantir a eficiência do atendimento.
fluir;
• Coloque pessoas ao longo do trecho sinalizado para cuidarem Manter a segurança da área:
da fluidez; - Proteger a vítima do perigo mantendo a segurança da cena;
• Não permita que curiosos parem na via destinada ao tráfego. - Não tentar fazer sozinho mais do que o possível.

ACIONAMENTO DE RECURSOS Chamar por socorro especializado: Assegurar-se que a ajuda


Quanto mais cedo chegar um socorro profissional, melhor para especializada foi providenciada e está a caminho.
as vítimas de um acidente. Solicite um, o mais rápido possível.
Hoje, em grande parte do Brasil, nós podemos contar com ser- 2º Avaliação Inicial: fase de identificação e correção imediata
viços de atendimento às emergências. dos problemas que ameaçam a vida a curto prazo, sendo eles:
O chamado Resgate, ligado aos Corpos de Bombeiros, os SA- - Vias aéreas Estão desobstruídas? Existe lesão da cervical?
MUs, os atendimentos das próprias rodovias ou outros tipos de so- - Respiração Está adequada?
corro, recebem chamados por telefone, fazem uma triagem prévia - Circulação Existe pulso palpável? Há hemorragias graves?
e enviam equipes treinadas em ambulâncias equipadas. No próprio - Nível de Consciência AVDI.
local, após uma primeira avaliação, os feridos são atendidos emer-
gencialmente para, em seguida, serem transferidos aos hospitais. Pelo histórico do acidente deve-se observar indícios que pos-
São serviços gratuitos, que têm, em muitos casos, números de sam ajudar ao prestador de socorro classificar a vítima como clínica
telefone padronizados em todo o Brasil. Use o seu celular, o de ou- ou traumática.
tra pessoa, os telefones dos acostamentos das rodovias, os telefo- Vítima Clínica: apresenta sinais e sintomas de disfunções com
nes públicos ou peça para alguém que esteja passando pelo local natureza fisiológica, como doenças, etc.
que vá até um telefone ou um posto rodoviário e acione rapida- Vítima de Trauma: apresenta sinais e sintomas de natureza
mente o Socorro. traumática, como possíveis fraturas. Devemos nesses casos atentar
para a imobilização e estabilização da região suspeita de lesão.
VERIFICAÇÃO DAS CONDIÇÕES GERAIS DA VÍTIMA; CUIDADOS
COM A VÍTIMA (O QUE NÃO FAZER) 3º Avaliação Dirigida: Esta fase visa obter os componentes ne-
Toda pessoa que for realizar o atendimento pré-hospitalar cessários para que se possa tomar a decisão correta sobre os cuida-
(APH), mais conhecido como primeiros socorros, deve antes de dos que devem ser aplicados na vítima.
tudo, atentar para a sua própria segurança. O impulso de ajudar a - Entrevista rápida SAMPLE;
outras pessoas, não justifica a tomada de atitudes inconsequentes, - Exame rápido;
que acabem transformando-o em mais uma vítima. A seriedade e o - Aferição dos Sinais vitais TPRPA.
respeito são premissas básicas para um bom atendimento de APH

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SAMPLE: Instáveis: hemorragias III e IV, estado de choque, queimaduras,
S - sinais e sintomas; etc.
A - alergias; Potencialmente Instáveis: hemorragias II, fraturas, luxações,
M - medicações; queimaduras, etc.
P - passado médico; Estáveis: hemorragias I, entorses, contusões, cãibras, disten-
L - líquidos e alimentos; sões, etc.
E - eventos relacionados com o trauma ou doença.
Remoção do acidentado: A remoção da vítima, do local do aci-
O que o prestador de socorro deve observar ao avaliar o pulso dente para o hospital, é tarefa que requer da pessoa prestadora de
e a respiração. primeiros socorros o máximo de cuidado e correto desempenho.

Pulso: Antes da remoção:


Frequência: É aferida em batimentos por minuto, podendo ser - Tente controlar a hemorragia;
normal, lenta ou rápida. - Inicie a respiração de socorro;
Ritmo: É verificado através do intervalo entre um batimento e - Execute a massagem cardíaca externa;
outro. Pode ser regular ou irregular. - Imobilize as fraturas;
Intensidade: É avaliada através da força da pulsação. Pode ser - Evite o estado de choque, se necessário.
cheio (quando o pulso é forte) ou fino (quando o pulso é fraco).
Respiração: Para o transporte da vítima, podemos utilizar: maca ou padiola,
Frequência: É aferida em respirações por minuto, podendo ser: ambulância, helicóptero ou recursos improvisados (Meios de For-
normal, lenta ou rápida. tuna):
Ritmo: É verificado através do intervalo entre uma respiração e - Ajuda de pessoas;
outra, podendo ser regular ou irregular. - Maca;
Profundidade: Deve-se verificar se a respiração é profunda ou - Cadeira;
superficial. - Tábua;
- Cobertor;
Sinais Vitais - Porta ou outro material disponível. Como proceder
(TPRPA) Pulso Respiração
Temperatura Vítima consciente e podendo andar: Remova a vítima apoian-
do-a em seus ombros.
Adulto 60 a 100 bpm Adulto 12 a 20 ipm
Fria Normal
Criança 80 a 120 bpm Criança 20 a 30 ipm Vítima consciente não podendo andar:
Quente
Bebê 100 a 160 bpm Bebê 30 a 60 ipm - Transporte a vítima utilizando dos recursos aqui demonstra-
dos, em casos de:
Pressão Arterial - Fratura, luxações e entorses de pé;
VN <130mmHg sistólica e <80mmHg diastólica - Contusão, distensão muscular e ferimentos dos membros in-
- estenda o braço da vítima com a mão em supinação; feriores;
- enrole o manguito vazio no ponto médio do braço; - Picada de animais peçonhentos: cobra, escorpião e outros.
- feche a válvula perto da pera;
- apalpe a artéria braquial; Importante:
- bombeie o manguito até cessar o pulso; - Evite paradas e freadas bruscas do veículo, durante o trans-
- coloque o estetoscópio encima do local do pulso braquial; porte;
- libere o ar vagarosamente até ouvir o 1º som de “korotkoff”; - Previna-se contra o aparecimento de danos irreparáveis ao
- observe no mostrador os mmHg no momento do 1º som (sís- acidentado, movendo-o o menos possível
tole); - Solicite, sempre que possível, a assistência de um médico na
- continue esvaziando até para o som de “korotkoff”; remoção de acidentado grave;
- observe no mostrador os mmHg no último som (diástole); - Não interrompa, em hipótese alguma, a respiração de socorro
- continue esvaziando totalmente o manguito; e a compressão cardíaca externa ao transportar o acidentado.
- anote os valores da PA e a hora, ex: 130x80 mmHg 10:55 h.
Hemorragias:
4º Avaliação Física Detalhada: nesta fase examina-se da cabeça É a perda de sangue provocada pelo rompimento de um vaso
aos pés da vítima, procurando identificar lesões. sanguíneo, podendo ser arterial, venosa ou capilar.
Durante a inspeção dos membros inferiores e superiores deve- Toda hemorragia deve ser controlada imediatamente. A he-
-se avaliar o Pulso, Perfusão, Sensibilidade e a Motricidade (PPSM) morragia abundante e não controlada pode causar a morte de 3 a
5 minutos.
5º Estabilização e Transporte: nesta fase finaliza-se o exame da
vítima, avalia-se a região dorsal, prevenir-se o estado de choque e Classificação quanto ao volume de sangue perdido:
prepara-se para o transporte. Classe I perda de até 15% do volume sanguíneo (adulto de 70
6º Avaliação Continuada: nesta fase, verificam-se periodica- kg = até 750 ml de sangue), apresenta discreta taquicardia;
mente os sinais vitais e mantém-se uma constante observação do Classe: II perda de 15 a 30% do volume sanguíneo (adulto de 70
aspecto geral da vítima. kg = até 750 a 1.500 ml de sangue), apresenta taquicardia, taquip-
Reavaliar vítimas Críticas e Instáveis a cada 3 minutos; Reavaliar neia, queda da PA e ansiedade;
vítimas Potencialmente Instáveis e Estáveis a cada 10 minutos.
Críticas: PCR e parada respiratória.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Classe III perda de 30 a 40% do volume sanguíneo (adultode 70 - Pulso fraco e rápido;
kg = 2 litros, de sangue), apresenta taquicardia, taquipneia, queda - Enchimento capilar lento;
da PA e ansiedade, insuficiente perfusão; - Inconsciência total ou parcial.

Classe IV perda de mais de 40% do volume sanguíneo (adulto Como proceder


de 70 kg = acima de 2 litros, de sangue), apresenta acentuado au- - Realize uma rápida inspeção na vítima;
mento da FC e respiratória, queda intensa da PA. - Combata, evite ou contorne a causa do estado de choque, se
possível;
Como proceder (técnicas de hemostasia): - Mantenha a vítima deitada e em repouso;
- Mantenha a região que sangra em posição mais elevada que - Controle toda e qualquer hemorragia externa;
o resto do corpo; - Verifique se as vias aéreas estão permeáveis, retire da boca,
- Use uma compressa ou um pano limpo sobre o ferimento, se necessário, secreção, dentadura ou qualquer outro objeto;
pressionando-o com firmeza, a fim de estancar o sangramento; - Inicie a respiração de socorro boca-a-boca, em caso de parada
- Comprima com os dedos ou com a mão os pontos de pressão, respiratória;
onde os vasos são mais superficiais, caso continue o sangramento; - Execute a compressão cardíaca externa associada à respiração
- Dobre o joelho se o ferimento for na perna; o cotovelo se no de socorro boca-a-boca, se a vítima apresentar ausência de pulso e
antebraço, tendo o cuidado de colocar por dentro da parte dobrada, dilatação das pupilas (midríase);
bem junto da articulação, um chumaço de pano, algodão ou papel; - Afrouxe a vestimenta da vítima;
- Evite o estado de choque; - Vire a cabeça da vítima para o lado, caso ocorra vômito;
- Remova imediatamente a vítima para o hospital mais próxi- - Eleve os membros inferiores cerca de 30 cm, exceto nos casos
mo. de choque cardiogênicos (infarto agudo do miocárdio, arritmias e
Desmaio e estado de choque: É o conjunto de manifestações cardiopatias) pela dificuldade de trabalho do coração;
que resultam de um desequilíbrio entre o volume de sangue circu- - Procure aquecer a vítima;
lante e a capacidade do sistema vascular, causados geralmente por: - Avalie o status neurológico (ECG);
choque elétrico, hemorragia aguda, queimadura extensa, ferimento - Remova imediatamente a vítima para o hospital mais próxi-
grave, envenenamento, exposição a extremos de calor e frio, fratu- mo.
ra, emoção violenta, distúrbios circulatórios, dor aguda e infecção
grave. Queimaduras, Insolação e Intermação
Queimaduras: São lesões dos tecidos produzidas por substân-
Tipos de estado de choque: cia corrosiva ou irritante, pela ação do calor ou frio e de emanação
Choque Cardiogênico: Incapacidade do coração de bombear radioativa. A gravidade de uma queimadura não se mede somente
sangue para o resto do corpo. Possui as seguintes causas: infarto pelo grau da lesão (superficial ou profunda), mas também pela ex-
agudo do miocárdio, arritmias, cardiopatias. tensão ou localização da área atingida.
Choque Neurogênico: Dilatação dos vasos sanguíneos em fun-
ção de uma lesão medular. Geralmente é provocado por traumatis- Classificação das Queimaduras
mos que afetam a coluna cervical (TRM e/ou TCE). 1º Grau: lesão das camadas superficiais da pele com:
Choque Séptico: Ocorre devido a incapacidade do organismo - Eritema (vermelhidão);
em reagir a uma infecção provocada por bactérias ou vírus que - Dor local suportável;
penetram na corrente sanguínea liberando grande quantidade de - Inchaço.
toxinas.
Choque Hipovolêmico: Diminuição do volume sanguíneo. 2º Grau: Lesão das camadas mais profundas da pele com:
- Eritema (vermelhidão);
Possui as seguintes causas: - Formação de Flictenas (bolhas);
Perdas sanguíneas hemorragias internas e externas; Perdas de - Inchaço;
plasma queimaduras e peritonites; Perdas de fluídos e eletrólitos - Dor e ardência locais, de intensidades variadas.
vômitos e diarreias.
Choque Anafilático: Decorrente de severa reação alérgica. 3º Grau: Lesão de todas as camadas da pele, comprometendo
os tecidos mais profundos, podendo ainda alcançar músculos e os-
Ocorrem as seguintes reações: sos. Estas queimaduras se apresentam:
Pele: urticária, edema e cianose dos lábios; - Secas, esbranquiçadas ou de aspecto carbonizadas,
Sistema respiratório: dificuldade de respirar e edema da árvore - Pouca ou nenhuma dor local;
respiratória; - Pele branca escura ou carbonizada;
Sistema circulatório: dilatação dos vasos sanguíneos, queda da - Não ocorrem bolhas.
PA, pulso fino e fraco, palidez. como se manifesta
- Pele fria e úmida; Queimaduras de 1º, 2º e 3º grau podem apresentar-se no mes-
- Sudorese (transpiração abundante) na testa e nas palmas das mo acidentado. O risco de morte (gravidade do caso) não está no
mãos; grau da queimadura, e sim na extensão da superfície atingida e ou
- Palidez; da localidade da lesão. Quanto maior a área queimada, maior a gra-
- Sensação de frio, chegando às vezes a ter tremores; vidade do caso.
- Náusea e vômitos;
- Respiração curta, rápida e irregular;
- Perturbação visual com dilatação da pupila, perda do brilho
dos olhos;
- Queda gradual da PA;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Avaliação da Área Queimada Como se manifesta
Use a “regra dos nove” correspondente a superfície corporal: - Dor de cabeça e náuseas;
Genitália 1% - Palidez acentuada;
Cabeça 9% - Sudorese (transpiração excessiva);
Membros superiores 18% - Pulso rápido e fraco;
Membros inferiores 36% - Temperatura corporal ligeiramente febril;
Tórax e abdômen (anterior) 18% Tórax e região lombar (poste- - Inconsciência.
rior) 18% Considere:
Pequeno queimado menos de 10% da área corpórea; Grande Como proceder
queimado Mais de 10% da área corpórea; - Remova a vítima para um lugar fresco e arejado;
- Afrouxe as vestes da vítima;
Importante: Área corpórea para crianças: - Mantenha o acidentado deitado com a cabeça mais baixa que
Cabeça 18% o resto do corpo.
Membros superiores 18%
Membros inferiores 28% Asfixia e Afogamento
Tórax e abdômen (anterior) 18% Tórax e região lombar (poste- Asfixia: Dificuldade ou parada respiratória, podendo ser pro-
rior) 13% Nádegas 5% vocada por: choque elétrico, afogamento, deficiência de oxigênio
atmosférico, Obstrução das Vias Aéreas por Corpo Estranho (OVA-
Como proceder CE), etc. A falta de oxigênio pode provocar sequelas dentro de 3 a 5
Afastar a vítima da origem da queimadura; minutos, caso não haja atendimento conveniente.
Retire as vestes, se a peça for de fácil remoção. Caso contrário,
abafe o fogo envolvendo-a em cobertor, colcha ou casaco; Como se manifesta
- Lave a região afetada com água fria e abundante (1ºgrau); - Atitudes que caracterizem dificuldade na respiração;
- Não esfregue a região atingida, evitando o rompimento das - Ausência de movimentos respiratórios;
bolhas; - Inconsciência;
- Aplique compressas úmidas e frias utilizando panos limpos; - Cianose (lábios, língua e unhas arroxeadas);
- Faça um curativo protetor com bandagens úmidas; - Midríase (pupilas dilatadas);
- Mantenha o curativo e as compressas úmidas com soro fisio- - Respiração ruidosa;
lógico; - Fluxo aéreo diminuído ou ausente.
- Não aplique unguentos, graxas, óleos, pasta de dente, marga-
rina, etc. sobre a área queimada; Como proceder
- Mantenha a vítima em repouso e evite o estado de choque; - Encoraje ou estimule a vítima a tossir;
- Procure um médico. - Caso a vítima esteja consciente, aplique 5 manobras de Hei-
mlich.
Importante: Nas queimaduras por soda cáustica, devemos lim- - Caso esteja inconsciente, aplique duas insuflações e observe
par as áreas atingidas com uma toalha ou pano antes da lavagem, sinais da passagem do ar (expansão de tórax); caso não haja, in-
pois o contato destas substâncias com a água cria uma reação quí- tercale 5 Heimlich com a inspeção das vias aéreas para observar a
mica que produz enorme quantidade de calor. expulsão do corpo estranho, e 2 insuflações, percebendo a parada
respiratória e notando sinais da passagem do ar, mantenha 1 insu-
Insolação: É uma perturbação decorrente da exposição direta e flação a cada 5 segundos (12 ipm) até a retomada da respiração ou
prolongada do organismo aos raios solares. chegada do socorro especializado.
Como se manifesta: - Para: lactentes conscientes, aplique 5 compressões do tórax
- Pele seca, quente e avermelhada; intercalado de 5 tapotagens (como no desenho) e inspeção das vias
- Pulso rápido e forte; aéreas;
- Dor de cabeça acentuada; - Para lactentes inconsciente, aplique duas insuflações (somen-
- Sede intensa; te o ar que se encontra nas bochechas) e observe sinais da passa-
- Temperatura do corpo elevada; gem do ar (expansão de tórax). Caso não haja, intercale 5 Heimlich
- Dificuldade respiratória; (como no desenho) com a inspeção das vias aéreas para observar a
- Inconsciência. expulsão do corpo estranho, e 2 insuflações, se perceber a parada
respiratória e notar sinais da passagem do ar, mantenha 1 insufla-
Como proceder ção a cada 3 segundos (20 ipm) até a retomada da respiração ou
- Remova a vítima para um lugar fresco e arejado; chegada do socorro especializado.
- Afrouxe as vestes da vítima; - Em caso de parada cardiorrespiratória (ausência de pulso),
- Mantenha o acidentado em repouso e recostado; executar a reanimação cárdio pulmonar (RCP);
- Aplique compressas geladas ou banho frio, se possível; - Procure o hospital mais próximo.
- Procure o hospital mais próximo.
Afogamento: Asfixia provocada pela imersão em meio líquido.
Intermação: Perturbação do organismo causada por excessivo Geralmente ocorre por câimbra, mau jeito, onda mais forte, inun-
calor em locais úmidos e não arejados, dificultando a regulação tér- dação ou enchente e por quem se lança na água sem saber nadar.
mica do organismo.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Como se manifesta - Verifique se a vítima apresenta pulso, caso negativo inicie a
- Agitação; compressão cardíaca externa:
- Dificuldade respiratória; - Posicione as mãos sobre o externo, 02 cm acima do processo
- Inconsciência; xifoide;
- Parada respiratória; - Mantenha os dedos das mãos entrelaçados e afastados do
- Parada cardíaca. corpo da vítima;
- Mantenha os braços retos e perpendiculares ao corpo da ví-
Como proceder tima;
- Tente retirar a vítima da água utilizando material disponível
(corda, boia, remo, etc.)
- Em último caso e se souber nadar muito bem, aproxime-se
da vítima pelas costas, segure-a e mantenha-a com a cabeça fora
d’água (cuidado com o afogamento duplo);
- Coloque a vítima deitada em decúbito dorsal, quando fora
d’água;
- Insista na respiração de socorro se necessário, o mais rápido
possível;
- Execute a compressão cardíaca externa se a vítima apresentar
ausência de pulso e midríase (pupilas dilatadas); - Inicie a compressão cardíaca comprimindo o peito da vítima
- Friccione vigorosamente os braços e as pernas da vítima, esti- em torno de 03 a 05 cm;
mulando a circulação;
- Aqueça a vítima;
- Remova a vítima para o hospital mais próximo.

Ressuscitação Cárdio Pulmonar (Rcp):


Conjunto de medidas emergenciais que permitem salvar uma
vida pela falência ou insuficiência do sistema respiratório ou car-
diovascular. Sem oxigênio as células do cérebro morrem em 10
minutos. As lesões começam após 04 minutos a partir da parada - Realize as compressões de forma ritmada procurando atingir
respiratória. de 80 a 100 compressões por minuto;
Causas da parada cardiorrespiratória (pcr): - Deve intercalar 02 insuflações a cada 30 compressões.
- Asfixia;
- Intoxicações;
- Traumatismos;
- Afogamento;
- Eletrocussão (choque elétrico);
- Estado de choque;
- Doenças. - Após 01 ciclo (02 insuflações e 30 compressões 4 vezes) moni-
torar novamente os sinais vitais;
Como Se Manifesta - Não interrompa a rcp, mesmo durante o transporte, até a re-
- Perda de consciência; cuperação da vítima ou a chegada do socorro especializado.
- Ausência de movimentos respiratórios;
- Ausência de pulso; Casos Específicos
- Cianose (pele, língua, lóbulo da orelha e bases da unhas ar- Ao executar a compressão cardíaca externa em adolescentes
roxeadas); ou em crianças, pressione o tórax com uma das mãos, em lactentes
- Midríase (pupilas dilatadas e sem fotorreatividade). apenas com a ponta dos dedos, sendo que para estes deve se fazer
1 insuflação (somente o ar nas bochechas) para 5 compressões, rea-
Como proceder valiar a cada ciclo (01 insuflação e 5 compressões 20 vezes)
- Verifique o estado de consciência da vítima, perguntando-lhe
em voz alta: “Posso lhe ajudar?”; Respiração de Socorro Método de Silvester (Modificado)
- Trate as hemorragias externas abundantes; Este método é aplicado nos casos em que não se pode em-
- Coloque a vítima em decúbito dorsal sobre uma superfície pregar o método boca-a-boca (traumatismos graves de face, en-
dura; venenamento por cianureto, ácido sulfúrico, ácido clorídrico, soda
- Verifique se a vítima está respirando (VOS); cáustica, fenol e outras substâncias cáusticas). O método silvestre
- Realize a hiperextensão do pescoço. Esta manobra não deverá permite não só o restabelecimento dos movimentos respiratórios
ser realizada se houver suspeita de lesão na coluna cervical. Nesse como os do coração.
caso, realize a tração da mandíbula, sem inclinar e girar a cabeça da
vítima ou empurre mandibular; Como proceder
- Verifique se as vias aéreas da vítima estão desobstruídas apli- Desobstrua a boca e a garganta da vítima, fazendo tração da
cando-lhe duas insuflações pelo método boca-a-boca: língua e retirando corpos estranhos e secreção;
Coloque a vítima em decúbito dorsal;
Eleve o tórax da vítima com auxílio de um travesseiro, cobertor
dobrado, casaco ou pilha de jornal, inclinando sua cabeça para trás,
provocando a hiperextensão do pescoço;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Ajoelhe-se, coloque a cabeça da vítima entre suas pernas e B ferimentos extensos ou profundos 1 ferimentos abdominais
com os braços paralelos ao corpo; abertos
Segure os punhos da vítima, trazendo seus braços para trás e Procedimentos: evite mexer em vísceras expostas, cubra com
para junto de suas pernas (rente ao solo); compressa úmida e fixe-a com faixa, removendo a vitima com cui-
Volte com os braços da vítima para frente (rente ao solo), cru- dado a um pronto-socorro mais próximo.
zando-os sobre o peito (parte inferior do externo 2 cm do processo
xifoide); ferimentos profundos no tórax
Pressione o tórax da vítima 05 vezes seguidas; Procedimentos cubra o ferimento com gaze ou pano limpo, evi-
tando entrada de ar para o interior do tórax, durante a inspiração.
Volte os braços da vítima para a posição inicial e reinicie o mé- Aperte moderadamente um cinto ou faixa em torno do tórax
todo. para não prejudicar a respiração da vitima.

Equipamentos para socorros de urgência (sugestão): ferimentos na cabeça


Prepare sua caixa de primeiros socorros antes de precisar dela. Procedimentos: afrouxe suas roupas, mantenha a vitima dei-
Amanhã, uma vida poderá depender de você. tada em decúbito dorsal, agasalhada, faca compressas para conter
hemorragias, removendo-a ao PS mais próximo.
C Ferimentos Perfurantes: São lesões causadas por acidente
Algodão Esparadrapo Papel e caneta
com vidros metais, etc.
Ataduras Estetoscópio Pinças farpas Prenda-as com uma atadura sobre uma gaze.
hemostáticas atadura Nos dedos, mãos, antebraço ou perna, cotovelo ou joe-
Atadura elástica Gaze esterilizada Respirador lho Como fazer.
“Ambu” bandagem Serve para manter um curativo, uma imobilização
de fratura ou conter provisoriamente uma parte do corpo lesada.
Cobertor térmico Lenço Triangular Sabão
Colar cervical Luva de Soro fisiológico Cuidados:
procedimentos -a região deve estar limpa;
-os músculos relaxados;
Compressas limpas Máscaras Talas variadas
-começar das extremidades dos membros lesados para o cen-
Curativos protetores Micropore Telefones úteis tro;
Cânulas de Guedel Maca rígida ou KED Tesoura
Importante: qualquer enfaixamento ou bandagem que provo-
Esfigmomanômetro Óculos de proteção Válvula para RCP que dor ou arroxeamento na região deve ser afrouxado imediata-
mente.
Lesões nos ossos e articulações Lesões na espinha (coluna)
Providências: Cuidado no atendimento e no transporte (imobi- Torniquetes: São utilizados somente para controlar hemorra-
lização correta) gias nos casos em que a vítima teve o braço ou a perna amputada
ou esmagadas.
Fraturas: O primeiro socorro consiste apenas em impedir o des-
locamento das partes fraturadas, evitando maiores danos.
Fechadas CONSTITUIÇÃO FEDERAL: DOS DIREITOS E GARANTIAS
Expostas FUNDAMENTAIS, DOS DIREITOS SOCIAIS, DA ORGANI-
Não faça: não desloque ou arraste a vítima até que a região sus- ZAÇÃO DO ESTADO, DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, DO
peita de fratura tenha sido imobilizada, a menos que haja eminente PROCESSO LEGISLATIVO, DA SEGURANÇA PÚBLICA, DA
perigo (explosões ou trânsito). FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE, DO JO-
Luxações ou deslocamentos das juntas (braço, ombro) VEM E DO IDOSO
Tipoia
Entorses e distensões
Trate como se fosse fraturas. Distinção entre Direitos e Garantias Fundamentais
Aplique gelo e compressas frias no local. Pode-se dizer que os direitos fundamentais são os bens jurídi-
Contusões cos em si mesmos considerados, de cunho declaratório, narrados
Providencias: repouso do local (imobilização), compressas frias. no texto constitucional. Por sua vez, as garantias fundamentais são
estabelecidas na mesma Constituição Federal como instrumento de
Qualquer vitima que estiver inconsciente pode ter sofrido pan- proteção dos direitos fundamentais e, como tais, de cunho assecu-
cada na cabeça (concussão cerebral). ratório.

Ferimentos Evolução dos Direitos e Garantias Fundamentais


A leves ou superficiais
Procedimentos: Faca limpeza do local com soro fisiológico ou • Direitos Fundamentais de Primeira Geração
água corrente, curativo com mercúrio cromo ou iodo e cubra o feri- Possuem as seguintes características:
mento com gaze ou pano limpo, encaminhando a vitima ao pronto a) surgiram no final do século XVIII, no contexto da Revolução
Socorro ou UBS. Não tente retirar farpas, vidros ou partículas de Francesa, fase inaugural do constitucionalismo moderno, e domina-
metal do ferimento. ram todo o século XIX;
b) ganharam relevo no contexto do Estado Liberal, em oposição
ao Estado Absoluto;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
c) estão ligados ao ideal de liberdade; e) Inalienabilidade: são indisponíveis e inalienáveis por não
d) são direitos negativos, que exigem uma abstenção do Estado possuírem conteúdo econômico-patrimonial;
em favor das liberdades públicas; f) Imprescritibilidade: são sempre exercíveis, não desparecen-
e) possuíam como destinatários os súditos como forma de pro- do pelo decurso do tempo.
teção em face da ação opressora do Estado;
f) são os direitos civis e políticos. Destinatários dos Direitos e Garantias Fundamentais
Todas as pessoas físicas, sem exceção, jurídicas e estatais, são
• Direitos Fundamentais de Segunda Geração destinatárias dos direitos e garantias fundamentais, desde que
Possuem as seguintes características: compatíveis com a sua natureza.
a) surgiram no início do século XX;
b) apareceram no contexto do Estado Social, em oposição ao Eficácia Horizontal dos Direitos e Garantias Fundamentais
Estado Liberal; Muito embora criados para regular as relações verticais, de su-
c) estão ligados ao ideal de igualdade; bordinação, entre o Estado e seus súditos, passam a ser emprega-
d) são direitos positivos, que passaram a exigir uma atuação dos nas relações provadas, horizontais, de coordenação, envolven-
positiva do Estado; do pessoas físicas e jurídicas de Direito Privado.
e) correspondem aos direitos sociais, culturais e econômicos.
Natureza Relativa dos Direitos e Garantias Fundamentais
• Direitos Fundamentais de Terceira Geração Encontram limites nos demais direitos constitucionalmente
Em um próximo momento histórico, foi despertada a preocu- consagrados, bem como são limitados pela intervenção legislativa
pação com os bens jurídicos da coletividade, com os denominados ordinária, nos casos expressamente autorizados pela própria Cons-
interesses metaindividuais (difusos, coletivos e individuais homogê- tituição (princípio da reserva legal).
neos), nascendo os direitos fundamentais de terceira geração.
Colisão entre os Direitos e Garantias Fundamentais
Direitos Metaindividuais O princípio da proporcionalidade sob o seu triplo aspecto (ade-
quação, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito) é a
Natureza Destinatários ferramenta apta a resolver choques entre os princípios esculpidos
Difusos Indivisível Indeterminados na Carta Política, sopesando a incidência de cada um no caso con-
creto, preservando ao máximo os direitos e garantias fundamentais
Determináveis ligados por uma constitucionalmente consagrados.
Coletivos Indivisível
relação jurídica
Individuais Determinados ligados por uma Os quatro status de Jellinek
Divisível a) status passivo ou subjectionis: quando o indivíduo se encon-
Homogêneos situação fática
tra em posição de subordinação aos poderes públicos, caracterizan-
Os Direitos Fundamentais de Terceira Geração possuem as se- do-se como detentor de deveres para com o Estado;
guintes características: b) status negativo: caracterizado por um espaço de liberdade
a) surgiram no século XX; de atuação dos indivíduos sem ingerências dos poderes públicos;
b) estão ligados ao ideal de fraternidade (ou solidariedade), c) status positivo ou status civitatis: posição que coloca o indi-
que deve nortear o convívio dos diferentes povos, em defesa dos víduo em situação de exigir do Estado que atue positivamente em
bens da coletividade; seu favor;
c) são direitos positivos, a exigir do Estado e dos diferentes d) status ativo: situação em que o indivíduo pode influir na for-
povos uma firme atuação no tocante à preservação dos bens de mação da vontade estatal, correspondendo ao exercício dos direi-
interesse coletivo; tos políticos, manifestados principalmente por meio do voto.
d) correspondem ao direito de preservação do meio ambiente,
de autodeterminação dos povos, da paz, do progresso da humani- Referências Bibliográficas:
dade, do patrimônio histórico e cultural, etc. DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Con-
cursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier.
• Direitos Fundamentais de Quarta Geração
Segundo Paulo Bonavides, a globalização política é o fator his- Os direitos individuais estão elencados no caput do Artigo 5º
tórico que deu origem aos direitos fundamentais de quarta gera- da CF. São eles:
ção. Eles estão ligados à democracia, à informação e ao pluralismo.
Também são transindividuais. Direito à Vida
O direito à vida deve ser observado por dois prismas: o direito
Direitos Fundamentais de Quinta Geração de permanecer vivo e o direito de uma vida digna.
Paulo Bonavides defende, ainda, que o direito à paz represen- O direito de permanecer vivo pode ser observado, por exem-
taria o direito fundamental de quinta geração. plo, na vedação à pena de morte (salvo em caso de guerra decla-
rada).
Características dos Direitos e Garantias Fundamentais Já o direito à uma vida digna, garante as necessidades vitais
São características dos Direitos e Garantias Fundamentais: básicas, proibindo qualquer tratamento desumano como a tortura,
a) Historicidade: não nasceram de uma só vez, revelando sua penas de caráter perpétuo, trabalhos forçados, cruéis, etc.
índole evolutiva;
b) Universalidade: destinam-se a todos os indivíduos, indepen-
dentemente de características pessoais;
c) Relatividade: não são absolutos, mas sim relativos;
d) Irrenunciabilidade: não podem ser objeto de renúncia;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Direito à Liberdade II- ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma
O direito à liberdade consiste na afirmação de que ninguém coisa senão em virtude de lei;
será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em vir- III- ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desu-
tude de lei. Tal dispositivo representa a consagração da autonomia mano ou degradante;
privada. IV- é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o ano-
Trata-se a liberdade, de direito amplo, já que compreende, nimato;
dentre outros, as liberdades: de opinião, de pensamento, de loco- V- é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo,
moção, de consciência, de crença, de reunião, de associação e de além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
expressão. VI- é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo
assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na for-
Direito à Igualdade ma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
A igualdade, princípio fundamental proclamado pela Constitui- VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência
ção Federal e base do princípio republicano e da democracia, deve religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;
ser encarada sob duas óticas, a igualdade material e a igualdade VIII- ninguém será privado de direitos por motivo de crença reli-
formal. giosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para
A igualdade formal é a identidade de direitos e deveres conce- eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir
didos aos membros da coletividade por meio da norma. prestação alternativa, fixada em lei;
Por sua vez, a igualdade material tem por finalidade a busca IX - é livre a expressão de atividade intelectual, artística, cientí-
da equiparação dos cidadãos sob todos os aspectos, inclusive o fica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
jurídico. É a consagração da máxima de Aristóteles, para quem o X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a ima-
princípio da igualdade consistia em tratar igualmente os iguais e gem das pessoas, assegurado o direito à indenização por dano ma-
desigualmente os desiguais na medida em que eles se desigualam. terial ou moral decorrente de sua violação;
Sob o pálio da igualdade material, caberia ao Estado promover XI- a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo
a igualdade de oportunidades por meio de políticas públicas e leis penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagran-
que, atentos às características dos grupos menos favorecidos, com- te delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por
pensassem as desigualdades decorrentes do processo histórico da determinação judicial;
formação social. XII- é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no úl-
Direito à Privacidade timo caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei
Para o estudo do Direito Constitucional, a privacidade é gênero, estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução proces-
do qual são espécies a intimidade, a honra, a vida privada e a ima- sual penal;
gem. De maneira que, os mesmos são invioláveis e a eles assegura- XIII- é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão,
-se o direito à indenização pelo dano moral ou material decorrente atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
de sua violação. XIV- é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado
o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
Direito à Honra XV- é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz,
O direito à honra almeja tutelar o conjunto de atributos perti- podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permane-
nentes à reputação do cidadão sujeito de direitos, exatamente por cer ou dele sair com seus bens;
tal motivo, são previstos no Código Penal. XVI- todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em lo-
cais abertos ao público, independentemente de autorização, desde
Direito de Propriedade que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o
É assegurado o direito de propriedade, contudo, com mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade com-
restrições, como por exemplo, de que se atenda à função social da petente;
propriedade. Também se enquadram como espécies de restrição do XVII- é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada
direito de propriedade, a requisição, a desapropriação, o confisco a de caráter paramilitar;
e o usucapião. XVIII- a criação de associações e, na forma da lei, a de coope-
Do mesmo modo, é no direito de propriedade que se assegu- rativas independem de autorização, sendo vedada a interferência
ram a inviolabilidade do domicílio, os direitos autorais (propriedade estatal em seu funcionamento;
intelectual) e os direitos reativos à herança. XIX- as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvi-
Destes direitos, emanam todos os incisos do Art. 5º, da CF/88, das ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-
conforme veremos abaixo: -se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
XX- ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a perma-
TÍTULO II necer associado;
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS XXI- as entidades associativas, quando expressamente autori-
zadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou
CAPÍTULO I extrajudicialmente;
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS XXII- é garantido o direito de propriedade;
XXIII- a propriedade atenderá a sua função social;
Artigo 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de XXIV- a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, me-
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à diante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: previstos nesta Constituição;
I- homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos
termos desta Constituição;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
XXV- no caso de iminente perigo público, a autoridade compe- XLIV- constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de gru-
tente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao pro- pos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o
prietário indenização ulterior, se houver dano; Estado Democrático;
XXVI- a pequena propriedade rural, assim definida em lei, des- XLV- nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo
de que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de
pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dis- bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles
pondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, XLVI- a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre
publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdei- outras, as seguintes:
ros pelo tempo que a lei fixar; a) privação ou restrição de liberdade;
XXVIII- são assegurados, nos termos da lei: b) perda de bens;
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e c) multa;
à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades d) prestação social alternativa;
desportivas; e) suspensão ou interdição de direitos;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das XLVII- não haverá penas:
obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intér- a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do
pretes e às respectivas representações sindicais e associativas; artigo 84, XIX;
XXIX- a lei assegurará aos autores de inventos industriais privi- b) de caráter perpétuo;
légio temporário para sua utilização, bem como às criações indus- c) de trabalhos forçados;
triais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros d) de banimento;
signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvi- e) cruéis;
mento tecnológico e econômico do País; XLVIII- a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de
XXX- é garantido o direito de herança; acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
XXXI- a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será XLIX- é assegurado aos presos o respeito à integridade física e
regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos moral;
brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável à lei pessoal L- às presidiárias serão asseguradas condições para que pos-
do de cujus; sam permanecer com seus filhos durante o período de amamenta-
XXXII- o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do con- ção;
sumidor; LI- nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado,
XXXIII- todos têm direito a receber dos órgãos públicos informa- em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de
ções de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e dro-
que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, gas afins, na forma da lei;
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da LII- não será concedida extradição de estrangeiro por crime po-
sociedade e do Estado; lítico ou de opinião;
XXXIV- são a todos assegurados, independentemente do paga- LIII- ninguém será processado nem sentenciado senão por au-
mento de taxas: toridade competente;
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direi- LIV- ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o
tos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; devido processo legal;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa LV- aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa,
XXXV- a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão com os meios e recursos a ela inerentes;
ou ameaça a direito; LVI- são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios
XXXVI- a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico ilícitos;
perfeito e a coisa julgada; LVII- ninguém será considerado culpado até o trânsito em julga-
XXXVII- não haverá juízo ou tribunal de exceção; do da sentença penal condenatória;
XXXVIII- é reconhecida a instituição do júri, com a organização LVIII- o civilmente identificado não será submetido à identifica-
que lhe der a lei, assegurados: ção criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei;
a) a plenitude da defesa; LIX- será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se
b) o sigilo das votações; esta não for intentada no prazo legal;
c) a soberania dos veredictos; LX- a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
a vida; LXI- ninguém será preso senão em flagrante delito ou por or-
XXXIX- não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena dem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente,
sem prévia cominação legal; salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente mi-
XL- a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; litar, definidos em lei;
XLI- a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos LXII- a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre
e liberdades fundamentais; serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família
XLII- a prática do racismo constitui crime inafiançável e impres- ou à pessoa por ele indicada;
critível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; LXIII- o preso será informado de seus direitos, entre os quais o
XLIII- a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da famí-
graça ou anistia a prática de tortura, o tráfico ilícito de entorpecen- lia e de advogado;
tes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hedion- LXIV- o preso tem direito a identificação dos responsáveis por
dos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, sua prisão ou por seu interrogatório policial;
podendo evitá-los, se omitirem;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
LXV- a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autori- O tratado foi equiparado no ordenamento jurídico brasileiro às
dade judiciária; leis ordinárias. Em que pese tenha adquirido este caráter, o men-
LXVI- ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a cionado tratado diz respeito a direitos humanos, porém não possui
lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; característica de emenda constitucional, pois entrou em vigor em
LXVII- não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável nosso ordenamento jurídico antes da edição da Emenda Constitu-
pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimen- cional nº 45/04. Para que tal tratado seja equiparado às emendas
tícia e a do depositário infiel; constitucionais deverá passar pelo mesmo rito de aprovação destas.
LXVIII- conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer
ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberda- Referências Bibliográficas:
de de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Con-
LXIX- conceder-se-á mandado de segurança para proteger di- cursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier.
reito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas
data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for Os direitos sociais são prestações positivas proporcionadas
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atri- pelo Estado direta ou indiretamente, enunciadas em normas cons-
buições de Poder Público; titucionais, que possibilitam melhores condições de vida aos mais
LXX- o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: fracos, direitos que tendem a realizar a igualização de situações so-
a) partido político com representação no Congresso Nacional; ciais desiguais. São, portanto, direitos que se ligam ao direito de
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legal- igualdade. Estão previstos na CF nos artigos 6 a 11. Vejamos:
mente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em
defesa dos interesses de seus membros ou associados; CAPÍTULO II
LXXI- conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta DOS DIREITOS SOCIAIS
de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à naciona- Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação,
lidade, à soberania e à cidadania; o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previ-
LXXII- conceder-se-á habeas data: dência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à aos desamparados, na forma desta Constituição. (Redação dada
pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015)
de entidades governamentais ou de caráter público; Parágrafo único. Todo brasileiro em situação de vulnerabilida-
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo de social terá direito a uma renda básica familiar, garantida pelo
por processo sigiloso, judicial ou administrativo; poder público em programa permanente de transferência de renda,
LXXIII- qualquer cidadão é parte legítima para propor ação cujas normas e requisitos de acesso serão determinados em lei, ob-
popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de servada a legislação fiscal e orçamentária. (Incluído pela Emenda
entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, Constitucional nº 114, de 2021)
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de
autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus outros que visem à melhoria de sua condição social:
da sucumbência; I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária
LXXIV- o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá
aos que comprovarem insuficiência de recursos; indenização compensatória, dentre outros direitos;
LXXV- o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, as- II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
sim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença; III - fundo de garantia do tempo de serviço;
LXXVI- são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na for- IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado,
ma da lei: capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua fa-
a) o registro civil de nascimento; mília com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário,
b) a certidão de óbito. higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos
LXXVII- são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação
e, na forma da lei, os atos necessário ao exercício da cidadania; para qualquer fim;
LXXVIII- a todos, no âmbito judicial e administrativo, são asse- V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do
gurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a trabalho;
celeridade de sua tramitação. VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção
LXXIX - é assegurado, nos termos da lei, o direito à proteção dos ou acordo coletivo;
dados pessoais, inclusive nos meios digitais. (Incluído pela Emenda VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que
Constitucional nº 115, de 2022) percebem remuneração variável;
§1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral
têm aplicação imediata. ou no valor da aposentadoria;
§2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua
adotados, ou dos tratados internacionais em que a República retenção dolosa;
Federativa do Brasil seja parte. XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da re-
§3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos muneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empre-
humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso sa, conforme definido em lei;
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalha-
§4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal dor de baixa renda nos termos da lei;
Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical,
diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou eco-
horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção nômica, na mesma base territorial, que será definida pelos traba-
coletiva de trabalho; lhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos área de um Município;
ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coleti-
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos do- vos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou
mingos; administrativas;
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no míni- IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratan-
mo, em cinquenta por cento à do normal; do de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um do sistema confederativo da representação sindical respectiva, in-
terço a mais do que o salário normal; dependentemente da contribuição prevista em lei;
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a
com a duração de cento e vinte dias; sindicato;
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante in- coletivas de trabalho;
centivos específicos, nos termos da lei; VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no organizações sindicais;
mínimo de trinta dias, nos termos da lei; VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a par-
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de nor- tir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação
mas de saúde, higiene e segurança; sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
insalubres ou perigosas, na forma da lei; Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à orga-
XXIV - aposentadoria; nização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nas- as condições que a lei estabelecer.
cimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos traba-
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de lhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os inte-
trabalho; resses que devam por meio dele defender.
XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei; § 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empre- sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
gador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando § 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas
incorrer em dolo ou culpa; da lei.
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e em-
trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalha- pregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus inte-
dores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do resses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e
contrato de trabalho; deliberação.
a) (Revogada). Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é as-
b) (Revogada). segurada a eleição de um representante destes com a finalidade
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empre-
de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; gadores.
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário
e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; Os direitos sociais regem-se pelos princípios abaixo:
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e • Princípio da proibição do retrocesso: qualifica-se pela impos-
intelectual ou entre os profissionais respectivos; sibilidade de redução do grau de concretização dos direitos sociais
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a já implementados pelo Estado. Ou seja, uma vez alcançado deter-
menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis minado grau de concretização de um direito social, fica o legislador
anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; proibido de suprimir ou reduzir essa concretização sem que haja
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo a criação de mecanismos equivalentes chamados de medias com-
empregatício permanente e o trabalhador avulso. pensatórias.
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhado- • Princípio da reserva do possível: a implementação dos di-
res domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, reitos e garantias fundamentais de segunda geração esbarram no
XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, óbice do financeiramente possível.
atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a simplifi- • Princípio do mínimo existencial: é um conjunto de bens e
cação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e aces- direitos vitais básicos indispensáveis a uma vida humana digna,
sórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os intrinsecamente ligado ao fundamento da dignidade da pessoa
previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua humana previsto no Artigo 1º, III, CF. A efetivação do mínimo
integração à previdência social. existencial não se sujeita à reserva do possível, pois tais direitos se
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado encontram na estrutura dos serviços púbicos essenciais.
o seguinte:
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a funda-
ção de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, veda-
das ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização
sindical;

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Os direitos sociais são divididos em: b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao
brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para
Direitos relativos aos trabalhadores permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis.
Direitos relativos ao salário, às condições de trabalho, à liber- Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Fe-
dade de instituição sindical, o direito de greve, entre outros (CF, ar- derativa do Brasil.
tigos 7º a 11). § 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira,
o hino, as armas e o selo nacionais.
Direitos relativos ao homem consumidor § 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter
Direito à saúde, à educação, à segurança social, ao desenvolvi- símbolos próprios.
mento intelectual, o igual acesso das crianças e adultos à instrução,
à cultura e garantia ao desenvolvimento da família, que estariam no A Nacionalidade é o vínculo jurídico-político de Direito Público
título da ordem social. interno, que faz da pessoa um dos elementos componentes da di-
mensão pessoal do Estado (o seu povo).
Referências Bibliográficas:
DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Con- Considera-se povo o conjunto de nacionais, ou seja, os brasilei-
cursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier. ros natos e naturalizados.

Os direitos referentes à nacionalidade estão previstos dos Arti- Espécies de Nacionalidade


gos 12 a 13 da CF. Vejamos: São duas as espécies de nacionalidade:
a) Nacionalidade primária, originária, de 1º grau, involuntá-
CAPÍTULO III ria ou nata: é aquela resultante de um fato natural, o nascimento.
DA NACIONALIDADE Trata-se de aquisição involuntária de nacionalidade, decorrente do
simples nascimento ligado a um critério estabelecido pelo Estado
Art. 12. São brasileiros: na sua Constituição Federal. Descrita no Artigo 12, I, CF/88.
I - natos: b) Nacionalidade secundária, adquirida, por aquisição, de 2º
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de grau, voluntária ou naturalização: é a que se adquire por ato voliti-
pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; vo, depois do nascimento, somado ao cumprimento dos requisitos
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasilei- constitucionais. Descrita no Artigo 12, II, CF/88.
ra, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federa-
tiva do Brasil; O quadro abaixo auxilia na memorização das diferenças entre
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe bra- as duas:
sileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira com-
petente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e Nacionalidade
optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela
nacionalidade brasileira; Primária Secundária
II - naturalizados: Nascimento + Requisitos Ato de vontade + Requisitos
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, constitucionais constitucionais
exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas resi-
dência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; Brasileiro Nato Brasileiros Naturalizado
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na
República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterrup- • Critérios para Adoção de Nacionalidade Primária
tos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade O Estado pode adotar dois critérios para a concessão da nacio-
brasileira. nalidade originária: o de origem sanguínea (ius sanguinis) e o de
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, origem territorial (ius solis).
se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos O critério ius sanguinis tem por base questões de hereditarie-
os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta dade, um vínculo sanguíneo com os ascendentes.
Constituição. O critério ius solis concede a nacionalidade originária aos nas-
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros cidos no território de um determinado Estado, sendo irrelevante a
natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição. nacionalidade dos genitores.
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: A CF/88 adotou o critério ius solis como regra geral, possibili-
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; tando em alguns casos, a atribuição de nacionalidade primária pau-
II - de Presidente da Câmara dos Deputados; tada no ius sanguinis.
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; Portugueses Residentes no Brasil
V - da carreira diplomática; O §1º do Artigo 12 da CF confere tratamento diferenciado aos
VI - de oficial das Forças Armadas. portugueses residentes no Brasil. Não se trata de hipótese de natu-
VII - de Ministro de Estado da Defesa. ralização, mas tão somente forma de atribuição de direitos.
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro
que: Portugueses Equiparados
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em
virtude de atividade nociva ao interesse nacional; Igual os Se houver 1) Residência permanente no
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: Direitos dos Brasil;
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei es- Brasileiros 2) Reciprocidade aos brasileiros
trangeira; Naturalizados em Portugal.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Distinção entre Brasileiros Natos e Naturalizados § 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
A CF/88 em seu Artigo 12, §2º, prevê que a lei não poderá fa- § 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado
zer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, com exceção às e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou
seguintes hipóteses: substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um
Cargos privativos de brasileiros natos → Artigo 12, §3º, CF; único período subsequente.
Função no Conselho da República → Artigo 89, VII, CF; § 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da
Extradição → Artigo 5º, LI, CF; e República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os
Direito de propriedade → Artigo 222, CF. Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses
antes do pleito.
Perda da Nacionalidade § 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o
O Artigo 12, §4º da CF refere-se à perda da nacionalidade, que cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau
apenas poderá ocorrer nas duas hipóteses taxativamente elencadas ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de
na CF, sob pena de manifesta inconstitucionalidade. Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os
haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se
Dupla Nacionalidade já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
O Artigo 12, §4º, II da CF traz duas hipóteses em que a opção § 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes
por outra nacionalidade não ocasiona a perda da brasileira, passan- condições:
do o nacional a possuir dupla nacionalidade (polipátrida). I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se
Polipátrida → aquele que possui mais de uma nacionalidade. da atividade;
Heimatlos ou Apátrida → aquele que não possui nenhuma na- II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela
cionalidade. autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato
da diplomação, para a inatividade.
Idioma Oficial e Símbolos Nacionais § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de
Por fim, o Artigo 13 da CF elenca o Idioma Oficial e os Símbolos inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a
Nacionais do Brasil. probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato
considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e
Referências Bibliográficas: legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico
DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Con- ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na adminis-
cursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier. tração direta ou indireta.
§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça
Os Direitos Políticos têm previsão legal na CF/88, em seus Arti- Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída
gos 14 a 16. Seguem abaixo: a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou
fraude.
CAPÍTULO IV § 11. A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo
DOS DIREITOS POLÍTICOS de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de
manifesta má-fé.
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio univer- § 12. Serão realizadas concomitantemente às eleições
sal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos municipais as consultas populares sobre questões locais aprovadas
termos da lei, mediante: pelas Câmaras Municipais e encaminhadas à Justiça Eleitoral até
I - plebiscito; 90 (noventa) dias antes da data das eleições, observados os limites
II - referendo; operacionais relativos ao número de quesitos. (Incluído pela Emen-
III - iniciativa popular. da Constitucional nº 111, de 2021)
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são: § 13. As manifestações favoráveis e contrárias às questões
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; submetidas às consultas populares nos termos do § 12 ocorrerão
II - facultativos para: durante as campanhas eleitorais, sem a utilização de propaganda
a) os analfabetos; gratuita no rádio e na televisão. (Incluído pela Emenda Constitucio-
b) os maiores de setenta anos; nal nº 111, de 2021)
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou
§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, suspensão só se dará nos casos de:
durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos. I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em
§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei: julgado;
I - a nacionalidade brasileira; II - incapacidade civil absoluta;
II - o pleno exercício dos direitos políticos; III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto du-
III - o alistamento eleitoral; rarem seus efeitos;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação
V - a filiação partidária; alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
VI - a idade mínima de: V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da Re- Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor
pública e Senador; na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e até um ano da data de sua vigência.
do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual
ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
De acordo com José Afonso da Silva, os direitos políticos, rela- → Inelegibilidade reflexa, ou seja, inelegibilidade relativa por mo-
cionados à primeira geração dos direitos e garantias fundamentais, tivos de casamento, parentesco ou afinidade, uma vez que não incide
consistem no conjunto de normas que asseguram o direito subjetivo sobre o mandatário, mas sim perante terceiros (Artigo 14, §7º, CF).
de participação no processo político e nos órgãos governamentais.
São instrumentos previstos na Constituição e em normas infra- Condição de Militar
constitucionais que permitem o exercício concreto da participação O militar alistável é elegível, desde que atenda as exigências
do povo nos negócios políticos do Estado. previstas no §8º do Artigo 14, da CF, a saber:
I – se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se
Capacidade Eleitoral Ativa da atividade;
Segundo o Artigo 14, §1º da CF, a capacidade eleitoral ativa é o II – se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela
direito de votar nas eleições, nos plebiscitos ou nos referendos, cuja autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato
aquisição se dá com o alistamento eleitoral, que atribui ao nacional da diplomação, para a inatividade.
a condição de cidadão (aptidão para o exercício de direitos políticos).
Observa-se que a norma restringe a elegibilidade aos militares
Alistamento Eleitoral e Voto alistáveis, logo, os conscritos, que são inalistáveis, são inelegíveis. O
quadro abaixo serve como exemplo:
Obrigatório Facultativo Inalistável – Artigo 14, §2º
Maiores Maiores de 16 Estrangeiros (com exceção Militares – Exceto os Conscritos
de 18 e e menores de aos portugueses equiparados,
menores de 18 anos constantes no Artigo 12, §1º Menos de 10 anos Registro da candidatura → Inatividade
70 anos Maiores de 70 da CF) Mais de 10 anos Registro da candidatura → Agregado
anos Conscritos (aqueles convocados Na diplomação → Inatividade
Analfabetos para o serviço militar
obrigatório) Privação dos Direitos Políticos
De acordo com o Artigo 15 da CF, o cidadão pode ser privado
• Características do Voto dos seus direitos políticos por prazo indeterminado (perda), sendo
O voto no Brasil é direito (como regra), secreto, universal, com que, neste caso, o restabelecimento dos direitos políticos depende-
valor igual para todos, periódico, personalíssimo, obrigatório e livre. rá do exercício de ato de vontade do indivíduo, de um novo alista-
mento eleitoral.
Capacidade Eleitoral Passiva Da mesma forma, a privação dos direitos políticos pode se dar
Também chamada de Elegibilidade, a capacidade eleitoral pas- por prazo determinado (suspensão), em que o restabelecimento se
siva diz respeito ao direito de ser votado, ou seja, de eleger-se para dará automaticamente, ou seja, independentemente de manifesta-
cargos políticos. Tem previsão legal no Artigo 14, §3º da CF. ção do suspenso, desde que ultrapassado as razões da suspensão.
O quadro abaixo facilita a memorização da diferença entre as Vejamos:
duas espécies de capacidade eleitoral. Vejamos:
Privação dos Direitos Políticos
Capacidade Eleitoral Ativa Capacidade Eleitoral Passiva Perda Suspensão
Alistabilidade Elegibilidade Privação por prazo Privação por prazo
Direito de votar Direito de ser votado indeterminado determinado
Restabelecimento dos direitos Restabelecimento dos
Inelegibilidades políticos depende de um novo direitos políticos se dá
A inelegibilidade afasta a capacidade eleitoral passiva (direito alistamento eleitoral automaticamente
de ser votado), constituindo-se impedimento à candidatura a man-
datos eletivos nos Poderes Executivo e Legislativo. Referências Bibliográficas:
DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Con-
• Inelegibilidade Absoluta cursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier.
Com previsão legal no Artigo 14, §4º da CF, a inelegibilidade ab-
soluta impede que o cidadão concorra a qualquer mandato eletivo A previsão legal dos Partidos Políticos de dá no Artigo 17 da CF.
e, em virtude de natureza excepcional, somente pode ser estabele- Vejamos:
cida na Constituição Federal.
Refere-se aos Inalistáveis e aos Analfabetos. CAPÍTULO V
DOS PARTIDOS POLÍTICOS
• Inelegibilidade Relativa
Consiste em restrições que recaem à candidatura a determi- Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de
nados cargos eletivos, em virtude de situações próprias em que se partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime de-
encontra o cidadão no momento do pleito eleitoral. São elas: mocrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa
→ Vedação ao terceiro mandato sucessivo para os Chefes do humana e observados os seguintes preceitos:
Poder Executivo (Artigo 14, §5º, CF); I - caráter nacional;
→ Desincompatibilização para concorrer a outros cargos, apli- II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entida-
cada apenas aos Chefes do Poder Executivo (Artigo 14, §6º, CF); de ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes;
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir Trata-se de um privilégio aos ideais políticos, que devem estar
sua estrutura interna e estabelecer regras sobre escolha, formação acima das características pessoais do candidato.
e duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua Segundo Dirley da Cunha Júnior, entende-se por partido polí-
organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha tico uma pessoa jurídica de Direito Privado que consiste na união
e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a ou agremiação voluntária de cidadãos com afinidades ideológicas e
sua celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de políticas, organizada segundo princípios de disciplina e fidelidade.
vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, Tal conceito vai ao encontro das disposições acerca dos parti-
distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas dos políticos trazidas pelo Artigo 1º da Lei nº 9296/1995, para quem
de disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda o partido político, pessoa jurídica de Direito Privado, destina-se a
Constitucional nº 97, de 2017) assegurar, no interesse do regime democrático, a autenticidade do
§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade sistema representativo e a defender os direitos fundamentais defi-
jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal nidos na Constituição Federal.
Superior Eleitoral. A Constituição confere ampla liberdade aos partidos políticos,
§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e uma vez que são instituições indispensáveis para concretização do
acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos Estado democrático de direito, muito embora restrinja a utilização
políticos que alternativamente: (Redação dada pela Emenda de organização paramilitar.
Constitucional nº 97, de 2017)
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no Referências Bibliográficas:
mínimo, 3% (três por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo BORTOLETO, Leandro; e LÉPORE, Paulo. Noções de Direito Constitu-
menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% cional e de Direito Administrativo. Coleção Tribunais e MPU. Salvador:
(dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou (Incluído Editora JusPODIVM.
pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017) DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Con-
II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais dis- cursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier.
tribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação. (In-
cluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017) Formas de Estado - Estado Unitário, Confederação e Federa-
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de ção
organização paramilitar. A forma de Estado relaciona-se com o modo de exercício do po-
§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos der político em função do território do Estado. Verifica-se no caso
previstos no § 3º deste artigo é assegurado o mandato e facultada concreto se há, ou não, repartição regional do exercício de poderes
a filiação, sem perda do mandato, a outro partido que os tenha autônomos, podendo ser criados, a partir dessa lógica, um modelo
atingido, não sendo essa filiação considerada para fins de de Estado unitário ou um Estado Federado.
distribuição dos recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao
tempo de rádio e de televisão. (Incluído pela Emenda Constitucional • Estado Unitário
nº 97, de 2017) Também chamado de Estado Simples, é aquele dotado de um
§ 6º Os Deputados Federais, os Deputados Estaduais, os único centro com capacidade legislativa, administrativa e judiciá-
Deputados Distritais e os Vereadores que se desligarem do partido ria, do qual emanam todos os comandos normativos e no qual se
pelo qual tenham sido eleitos perderão o mandato, salvo nos casos concentram todas as competências constitucionais (exemplos: Uru-
de anuência do partido ou de outras hipóteses de justa causa guai, e Brasil Colônia, com a Constituição de 1824, até a Proclama-
estabelecidas em lei, não computada, em qualquer caso, a migração ção da República, com a Constituição de 1891).
de partido para fins de distribuição de recursos do fundo partidário
ou de outros fundos públicos e de acesso gratuito ao rádio e à tele- O Estado Unitário pode ser classificado em:
visão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 111, de 2021) a) Estado unitário puro ou centralizado: casos em que haverá
§ 7º Os partidos políticos devem aplicar no mínimo 5% (cinco somente um Poder Executivo, um Poder Legislativo e um Poder Ju-
por cento) dos recursos do fundo partidário na criação e na diciário, exercido de forma central;
manutenção de programas de promoção e difusão da participação b) Estado unitário descentralizado: casos em que haverá a for-
política das mulheres, de acordo com os interesses intrapartidários. mação de entes regionais com autonomia para exercer questões
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 117, de 2022) administrativas ou judiciárias fruto de delegação, mas não se con-
§ 8º O montante do Fundo Especial de Financiamento de cede a autonomia legislativa que continua pertencendo exclusiva-
Campanha e da parcela do fundo partidário destinada a campanhas mente ao poder central.
eleitorais, bem como o tempo de propaganda gratuita no rádio e na
televisão a ser distribuído pelos partidos às respectivas candidatas, • Estado Federativo – Federação
deverão ser de no mínimo 30% (trinta por cento), proporcional ao Também chamados de federados, complexos ou compostos,
número de candidatas, e a distribuição deverá ser realizada confor- são aqueles em que as capacidades judiciária, legislativa e admi-
me critérios definidos pelos respectivos órgãos de direção e pelas nistrativa são atribuídas constitucionalmente a entes regionais, que
normas estatutárias, considerados a autonomia e o interesse parti- passam a gozar de autonomias próprias (e não soberanias).
dário. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 117, de 2022) Nesse caso, as autonomias regionais não são fruto de delega-
ção voluntária, como ocorre nos Estados unitários descentralizados,
De acordo com os ensinamentos de José Afonso da Silva, o par- mas se originam na própria Constituição, o que impede a retirada
tido político é uma forma de agremiação de um grupo social que de competências por ato voluntário do poder central.
se propõe a organizar, coordenar e instrumentar a vontade popular
com o fim de assumir o poder para realizar seu programa de go-
verno.
Os partidos são a base do sistema político brasileiro, pois a filia-
ção a partido político é uma das condições de elegibilidade.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
O quadro abaixo facilita este entendimento. Vejamos: Nos termos do supracitado Artigo 18, a organização político-
-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a
Formas de Estado União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autô-
nomos (não soberanos). Trata-se de norma que reflete a forma fe-
Unitário derativa de Estado.
Único centro de onde emana o poder estatal Ser ente autônomo dentro de um federalismo significa a pos-
sibilidade de implementar uma gestão particularizada, mas sempre
Puro Descentralizado respeitando os limites impostos pelos princípios e regras do Estado
Não há delegação de Há delegação de competências federal. Daí, têm-se os seguintes elementos:
competências → Auto-organização: permite aos Estados-membros criarem
as Constituições Estaduais (Artigo 25 da CF) e aos Municípios firma-
Federado
rem suas Leis Orgânicas (Artigo 29 da CF);
O exercício do poder estatal é atribuído constitucionalmente a → Auto legislação: os entes da federação podem estabelecer
entes regionais autônomos normas gerais e abstratas próprias, a exemplos das leis estaduais e
municipais (Artigos 22 e 24 da CF);
• Confederação → Auto governo: os Estados membros terão seus Governado-
Se caracteriza por uma reunião dissolúvel de Estados sobera- res e Deputados estaduais, enquanto os Municípios possuirão Pre-
nos, que se unem por meio de um tratado internacional. Aqui, per- feitos e Vereadores, nos termos dos Artigos 27 a 29 da CF;
cebe-se o traço marcante da Confederação, ou seja, a dissolubilida- → Auto administração: os membros da federação podem pres-
de do pacto internacional pelos Estados soberanos que o integram, tar e manter serviços próprios, atendendo às competências admi-
a partir de um juízo interno de conveniência. nistrativas da CF, notadamente de seu Artigo 23.
Observe a ilustração das diferenças entre uma Federação e
uma Confederação: • Vedação aos Entes Federados
Consoante ao Artigo 19 da CF, destaca-se que a autonomia dos
Federação Confederação entes da federação não é limitada, e sofre as seguintes vedações:
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e
Formada por uma Constituição Formada por um trato aos Municípios:
internacional I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, em-
Os entes regionais gozam de Os Estados que o integram baraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus repre-
autonomia mantêm sua soberania sentantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma
da lei, a colaboração de interesse público;
Indissolubilidade do pacto Dissolubilidade do pacto II - recusar fé aos documentos públicos;
federativo internacional III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.
O Federalismo Brasileiro Repartição de Competências Constitucionais
Observe a disposição legal do Artigo 18 da CF: A Repartição de competências é a técnica de distribuição de
competências administrativas, legislativas e tributárias aos entes
TÍTULO III federativos para que não haja conflitos de atribuições dentro do
DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO território nacional.
Competência é a capacidade para emitir decisões dentro de um
CAPÍTULO I campo específico.
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA A Constituição trabalha com três naturezas de competência, a
administrativa, legislativa e a tributária.
Art. 18. A organização político-administrativa da República Fe- → Competência administrativa ou material: refere-se à execu-
derativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Fede- ção de alguma atividade estatal, ou seja, é a capacidade para atuar
ral e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constitui- concretamente sobre a matéria;
ção. → Competência legislativa: atribui iniciativa para legislar sobre
§ 1º Brasília é a Capital Federal. determinada matéria, ou seja, é a capacidade para estabelecer nor-
§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, mas gerais e abstratas sobre determinado campo;
transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem → Competência tributária: refere-se ao poder de instituir tri-
serão reguladas em lei complementar. butos.
§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou
desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos • Técnica da Repartição de Competência
Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população Trata-se da predominância do interesse, segundo a qual, à
diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso União caberão as matérias de interesse nacional (Artigos 21 e 22 da
Nacional, por lei complementar. CF), aos Estados-membros, o interesse regional, e aos municípios,
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento as questões de predominante interesse local (Artigo 30 da CF).
de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período Para tanto, a Constituição enumerou expressamente as com-
determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de petências da União e dos municípios, resguardando aos Estados-
consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios -membros a chamada competência residual, remanescente, não
envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, enumerada ou não expressa (Artigo 25, §1º da CF).
apresentados e publicados na forma da lei. Acresça-se que, para o Distrito Federal, a Constituição atribuiu
as competências previstas para os estados e os municípios, denomi-
nada de competência cumulativa (Artigo 32, § 1º da CF).
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Organização do Estado – União IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordena-
A União é a pessoa jurídica de Direito Público interno, parte ção do território e de desenvolvimento econômico e social;
integrante da Federação brasileira dotada de autonomia. Possui ca- X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;
pacidade de auto-organização (Constituição Federal), autogoverno, XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão
auto legislação (Artigo 22 da CF) e autoadministração (Artigo 20 da ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei,
CF). que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um ór-
A União tem previsão legal na CF, dos Artigos 20 a 24. Vejamos: gão regulador e outros aspectos institucionais;
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão
CAPÍTULO II ou permissão:
DA UNIÃO a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens;
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveita-
Art. 20. São bens da União: mento energético dos cursos de água, em articulação com os Esta-
I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser dos onde se situam os potenciais hidro energéticos;
atribuídos; c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeropor-
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, tuária;
das fortificações e construções militares, das vias federais de comu- d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre por-
nicação e à preservação ambiental, definidas em lei; tos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de de Estado ou Território;
seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e interna-
com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele cional de passageiros;
provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais; f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Públi-
países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluí- co do Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria Pública dos
das, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas Territórios;
áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e
as referidas no art. 26, II; XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia penal, a polícia
V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como
econômica exclusiva; prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de
VI - o mar territorial; serviços públicos, por meio de fundo próprio; (Redação dada pela
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos; Emenda Constitucional nº 104, de 2019)
VIII - os potenciais de energia hidráulica; XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geo-
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo; grafia, geologia e cartografia de âmbito nacional;
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões
e pré-históricos; públicas e de programas de rádio e televisão;
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. XVII - conceder anistia;
§ 1º É assegurada, nos termos da lei, à União, aos Estados, ao XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as cala-
Distrito Federal e aos Municípios a participação no resultado da midades públicas, especialmente as secas e as inundações;
exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos
fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso;
no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusi-
zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa ve habitação, saneamento básico e transportes urbanos;
exploração. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 102, de XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional
2019) de viação;
§ 2º A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de largura, ao XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e
longo das fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira, de fronteiras;
é considerada fundamental para defesa do território nacional, e sua XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer
ocupação e utilização serão reguladas em lei. natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o
Art. 21. Compete à União: enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio
I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes prin-
organizações internacionais; cípios e condições:
II - declarar a guerra e celebrar a paz; a) toda atividade nuclear em território nacional somente será
III - assegurar a defesa nacional; admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso
IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que for- Nacional;
ças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele perma- b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercializa-
neçam temporariamente; ção e a utilização de radioisótopos para pesquisa e uso agrícolas e
V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a interven- industriais; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 118, de
ção federal; 2022)
VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, a co-
bélico; mercialização e a utilização de radioisótopos para pesquisa e uso
VII - emitir moeda; médicos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 118, de
VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as 2022)
operações de natureza financeira, especialmente as de crédito, d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da
câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência existência de culpa;
privada; XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições
atividade de garimpagem, em forma associativa. democráticas e conservar o patrimônio público;
XXVI - organizar e fiscalizar a proteção e o tratamento de dados II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garan-
pessoais, nos termos da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional tia das pessoas portadoras de deficiência;
nº 115, de 2022) III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, notáveis e os sítios arqueológicos;
marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de
II - desapropriação; obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;
III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à
em tempo de guerra; ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação; (Redação dada pela
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
radiodifusão; VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qual-
V - serviço postal; quer de suas formas;
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
metais; VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abaste-
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de va- cimento alimentar;
lores; IX - promover programas de construção de moradias e a melho-
VIII - comércio exterior e interestadual; ria das condições habitacionais e de saneamento básico;
IX - diretrizes da política nacional de transportes; X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginali-
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, zação, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos;
aérea e aeroespacial; XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos
XI - trânsito e transporte; de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia; territórios;
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização; XII - estabelecer e implantar política de educação para a segu-
XIV - populações indígenas; rança do trânsito.
XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a
estrangeiros; cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Muni-
XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições cípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-es-
para o exercício de profissões; tar em âmbito nacional.
XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal le-
Federal e dos Territórios e da Defensoria Pública dos Territórios, gislar concorrentemente sobre:
bem como organização administrativa destes; I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e ur-
XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia banístico; (Vide Lei nº 13.874, de 2019)
nacionais; II - orçamento;
XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança III - juntas comerciais;
popular; IV - custas dos serviços forenses;
XX - sistemas de consórcios e sorteios; V - produção e consumo;
XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, de-
garantias, convocação, mobilização, inatividades e pensões das po- fesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e
lícias militares e dos corpos de bombeiros militares; (Redação dada controle da poluição;
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turís-
XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e tico e paisagístico;
ferroviária federais; VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consu-
XXIII - seguridade social; midor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico
XXIV - diretrizes e bases da educação nacional; e paisagístico;
XXV - registros públicos; IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia,
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza; pesquisa, desenvolvimento e inovação; (Redação dada pela Emenda
XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as Constitucional nº 85, de 2015)
modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas
e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, causas;
obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas XI - procedimentos em matéria processual;
e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa maríti- XIII - assistência jurídica e Defensoria pública;
ma, defesa civil e mobilização nacional; XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de
XXIX - propaganda comercial. deficiência;
XXX - proteção e tratamento de dados pessoais. (Incluído pela XV - proteção à infância e à juventude;
Emenda Constitucional nº 115, de 2022) XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias ci-
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Esta- vis.
dos a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas § 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da
neste artigo. União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. (Vide Lei nº 13.874,
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distri- de 2019)
to Federal e dos Municípios:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Es-
não exclui a competência suplementar dos Estados. (Vide Lei nº tado, para mandato de 4 (quatro) anos, realizar-se-á no primeiro
13.874, de 2019) domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do tér-
exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas mino do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em 6 de
peculiaridades. (Vide Lei nº 13.874, de 2019) janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao mais, o disposto
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais no art. 77 desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Consti-
suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. (Vide tucional nº 111, de 2021)
Lei nº 13.874, de 2019) § 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo
ou função na administração pública direta ou indireta, ressalvada
Organização do Estado – Estados a posse em virtude de concurso público e observado o disposto no
Os Estados-membros são pessoas jurídicas de Direito Público art. 38, I, IV e V.
interno, dotados de autonomia, em razão da capacidade de auto- § 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e
-organização (Artigo 25 da CF), autoadministração (Artigo 26 da CF), dos Secretários de Estado serão fixados por lei de iniciativa da
autogoverno (Artigos 27 e 28 da CF) e auto legislação (Artigo 25 e Assembleia Legislativa, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39,
parágrafos da CF). § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
Os dispositivos constitucionais referentes ao tema vão dos Ar-
tigos 25 a 28: Organização do Estado – Municípios
Sobre os Municípios, prevalece o entendimento de que são en-
CAPÍTULO III tes federativos, uma vez que os artigos 1º e 18 da CF, são expressos
DOS ESTADOS FEDERADOS ao elencar a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
como integrantes da Federação brasileira.
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constitui- Como pessoa política também dotada de autonomia, possuem
ções e leis que adotarem, observados os princípios desta Constitui- auto-organização (Artigo 29 da CF), auto legislação (Artigo 30 da
ção. CF), autogoverno (Incisos do Artigo 29 da CF) e autoadministração
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes (Artigo 30 da CF).
sejam vedadas por esta Constituição. A previsão legal sobre os Municípios está prevista na CF, dos
Artigos 29 a 31. Vejamos:
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante
concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, CAPÍTULO IV
vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação. DOS MUNICÍPIOS
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir
regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois
constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois
integrar a organização, o planejamento e a execução de funções terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, aten-
públicas de interesse comum. didos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados: do respectivo Estado e os seguintes preceitos:
I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para
e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorren- mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo reali-
tes de obras da União; zado em todo o País;
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro
seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato dos
ou terceiros; que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso de Mu-
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União; nicípios com mais de duzentos mil eleitores;
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União. III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do
Art. 27. O número de Deputados à Assembleia Legislativa cor- ano subsequente ao da eleição;
responderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos IV - para a composição das Câmaras Municipais, será observa-
Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de do o limite máximo de:
tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze. a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze
§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, mil) habitantes;
aplicando- sê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000
eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de (quinze mil) habitantes e de até 30.000 (trinta mil) habitantes;
mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas. c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000
§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei (trinta mil) habitantes e de até 50.000 (cinquenta mil) habitantes;
de iniciativa da Assembleia Legislativa, na razão de, no máximo, d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de 50.000
setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em espécie, para os (cinquenta mil) habitantes e de até 80.000 (oitenta mil) habitantes;
Deputados Federais, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de 80.000
§ 7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (oitenta mil) habitantes e de até 120.000 (cento e vinte mil) habi-
§ 3º Compete às Assembleias Legislativas dispor sobre seu tantes;
regimento interno, polícia e serviços administrativos de sua f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de 120.000
secretaria, e prover os respectivos cargos. (cento e vinte mil) habitantes e de até 160.000 (cento sessenta mil)
§ 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo habitantes;
legislativo estadual.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de b) em Municípios de dez mil e um a cinquenta mil habitantes, o
160.000 (cento e sessenta mil) habitantes e de até 300.000 (trezen- subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a trinta por cento
tos mil) habitantes; do subsídio dos Deputados Estaduais;
h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais de c) em Municípios de cinquenta mil e um a cem mil habitantes,
300.000 (trezentos mil) habitantes e de até 450.000 (quatrocentos e o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a quarenta por
cinquenta mil) habitantes; cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil habitantes,
450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes e de até 600.000 o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a cinquenta por
(seiscentos mil) habitantes; cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil habi-
600.000 (seiscentos mil) habitantes e de até 750.000 (setecentos tantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a sessenta
cinquenta mil) habitantes; por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes, o sub-
750.000 (setecentos e cinquenta mil) habitantes e de até 900.000 sídio máximo dos Vereadores corresponderá a setenta e cinco por
(novecentos mil) habitantes; cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores
900.000 (novecentos mil) habitantes e de até 1.050.000 (um milhão não poderá ultrapassar o montante de cinco por cento da receita
e cinquenta mil) habitantes; do Município;
m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras
1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes e de até 1.200.000 e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município;
(um milhão e duzentos mil) habitantes; IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança,
n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de similares, no que couber, ao disposto nesta Constituição para os
1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes e de até 1.350.000 membros do Congresso Nacional e na Constituição do respectivo
(um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes; Estado para os membros da Assembleia Legislativa;
o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de 1.350.000 X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça;
(um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes e de até XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câ-
1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes; mara Municipal;
p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais XII - cooperação das associações representativas no planeja-
de 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes e de até mento municipal;
1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes; XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico
q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais do Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de,
de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes e de até pelo menos, cinco por cento do eleitorado;
2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes; XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, pa-
r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de rágrafo único.
2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes e de até Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal,
3.000.000 (três milhões) de habitantes; incluídos os subsídios dos Vereadores e excluídos os gastos com ina-
s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de tivos, não poderá ultrapassar os seguintes percentuais, relativos ao
3.000.000 (três milhões) de habitantes e de até 4.000.000 (quatro somatório da receita tributária e das transferências previstas no §
milhões) de habitantes; 5o do art. 153 e nos arts. 158 e 159, efetivamente realizado no exer-
t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de cício anterior:
4.000.000 (quatro milhões) de habitantes e de até 5.000.000 (cinco I - 7% (sete por cento) para Municípios com população de até
milhões) de habitantes; 100.000 (cem mil) habitantes;
u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais II - 6% (seis por cento) para Municípios com população entre
de 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes e de até 6.000.000 (seis 100.000 (cem mil) e 300.000 (trezentos mil) habitantes;
milhões) de habitantes; III - 5% (cinco por cento) para Municípios com população entre
v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 300.001 (trezentos mil e um) e 500.000 (quinhentos mil) habitantes;
6.000.000 (seis milhões) de habitantes e de até 7.000.000 (sete mi- IV - 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) para
lhões) de habitantes; Municípios com população entre 500.001 (quinhentos mil e um) e
w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais 3.000.000 (três milhões) de habitantes;
de 7.000.000 (sete milhões) de habitantes e de até 8.000.000 (oito V - 4% (quatro por cento) para Municípios com população entre
milhões) de habitantes; e 3.000.001 (três milhões e um) e 8.000.000 (oito milhões) de habi-
x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de tantes;
8.000.000 (oito milhões) de habitantes; VI - 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para Muni-
V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Mu- cípios com população acima de 8.000.001 (oito milhões e um) ha-
nicipais fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal, observado bitantes.
o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; § 1º A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por
VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câ- cento de sua receita com folha de pagamento, incluído o gasto com
maras Municipais em cada legislatura para a subsequente, obser- o subsídio de seus Vereadores.
vado o que dispõe esta Constituição, observados os critérios estabe- § 2º Constitui crime de responsabilidade do Prefeito Municipal:
lecidos na respectiva Lei Orgânica e os seguintes limites máximos: I - efetuar repasse que supere os limites definidos neste artigo;
a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio máximo II - não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou
dos Vereadores corresponderá a vinte por cento do subsídio dos De- III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Or-
putados Estaduais; çamentária.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 3º Constitui crime de responsabilidade do Presidente da § 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas
Câmara Municipal o desrespeito ao § 1o deste artigo. as regras do art. 77, e dos Deputados Distritais coincidirá com a
Art. 30. Compete aos Municípios: dos Governadores e Deputados Estaduais, para mandato de igual
I - legislar sobre assuntos de interesse local; duração.
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; § 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem o disposto no art. 27.
como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de pres- § 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do
tar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei; Distrito Federal, da polícia civil, da polícia penal, da polícia militar
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação e do corpo de bombeiros militar. (Redação dada pela Emenda
estadual; Constitucional nº 104, de 2019)
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de conces-
são ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o • Territórios
de transporte coletivo, que tem caráter essencial; Os Territórios possuem natureza jurídica de autarquias territo-
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e riais integrantes da Administração indireta da União. Por isso, não
do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamen- são dotados de autonomia política.
tal;
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e SEÇÃO II
do Estado, serviços de atendimento à saúde da população; DOS TERRITÓRIOS
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territo-
rial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e judi-
da ocupação do solo urbano; ciária dos Territórios.
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, § 1º Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos
observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual. quais se aplicará, no que couber, o disposto no Capítulo IV deste
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Título.
Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas § 2º As contas do Governo do Território serão submetidas ao
de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei. Congresso Nacional, com parecer prévio do Tribunal de Contas da
§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com União.
o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou § 3º Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes,
dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver. além do Governador nomeado na forma desta Constituição, haverá
§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre órgãos judiciários de primeira e segunda instância, membros do
as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de Ministério Público e defensores públicos federais; a lei disporá
prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara sobre as eleições para a Câmara Territorial e sua competência
Municipal. deliberativa.
§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias,
anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame Intervenção Federal e Estadual
e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos É uma excepcional possibilidade de supressão temporária da
termos da lei. autonomia política de um ente federativo. Suas hipóteses integram
§ 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de um rol taxativo previsto na Constituição Federal.
Contas Municipais.
CAPÍTULO VI
Organização do Estado - Distrito Federal e Territórios DA INTERVENÇÃO

• Distrito Federal Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Fe-
O Distrito Federal é o ente federativo com competências par- deral, exceto para:
cialmente tuteladas pela União, conforme se extrai dos Artigos 21, I - manter a integridade nacional;
XIII e XIV, e 22, VII da CF. II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação
Por ser considerado um ente político dotado de autonomia, em outra;
possui capacidade de auto-organização (Artigo 32 da CF), autogo- III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
verno (Artigo 32, §§ 2º e 3º da CF), autoadministração (Artigo 32, §§ IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas uni-
1º e 4º da CF) e auto legislação (Artigo 32, § 1º da CF). dades da Federação;
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
CAPÍTULO V a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois
DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS anos consecutivos, salvo motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas
SEÇÃO I nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;
DO DISTRITO FEDERAL VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitu-
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, cionais:
reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício a) forma republicana, sistema representativo e regime demo-
mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legisla- crático;
tiva, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta b) direitos da pessoa humana;
Constituição. c) autonomia municipal;
§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências d) prestação de contas da administração pública, direta e in-
legislativas reservadas aos Estados e Municípios. direta.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impos- Princípios da Administração Pública
tos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na Nos termos do caput do Artigo 37 da CF, a administração públi-
manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços ca direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
públicos de saúde. do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
nos Municípios localizados em Território Federal, exceto quando: As provas de Direito Constitucional exigem com frequência a
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos memorização de tais princípios. Assim, para facilitar essa memori-
consecutivos, a dívida fundada; zação, já é de praxe valer-se da clássica expressão mnemônica “LIM-
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei; PE”. Observe o quadro abaixo:
III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita muni-
cipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e Princípios da Administração Pública
serviços públicos de saúde;
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para L Legalidade
assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Es- I Impessoalidade
tadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão
judicial. M Moralidade
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: P Publicidade
I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou
E Eficiência
do Poder Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supre-
mo Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder Judi- LIMPE
ciário;
II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de Passemos ao conceito de cada um deles:
requisição do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de
Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral; • Princípio da Legalidade
III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de represen- De acordo com este princípio, o administrador não pode agir
tação do Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, ou deixar de agir, senão de acordo com a lei, na forma determinada.
e no caso de recusa à execução de lei federal. O quadro abaixo demonstra suas divisões.
IV - (Revogado).
§ 1º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, Princípio da Legalidade
o prazo e as condições de execução e que, se couber, nomeará o
interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional A Administração Pública somente
Em relação à Administração
ou da Assembleia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro pode fazer o que a lei permite →
Pública
horas. Princípio da Estrita Legalidade
§ 2º Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a O Particular pode fazer tudo que a
Assembleia Legislativa, far-se-á convocação extraordinária, no Em relação ao Particular
lei não proíbe
mesmo prazo de vinte e quatro horas.
§ 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a • Princípio da Impessoalidade
apreciação pelo Congresso Nacional ou pela Assembleia Legislativa, Em decorrência deste princípio, a Administração Pública deve
o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se servir a todos, sem preferências ou aversões pessoais ou partidá-
essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade. rias, não podendo atuar com vistas a beneficiar ou prejudicar de-
§ 4º Cessados os motivos da intervenção, as autoridades terminadas pessoas, uma vez que o fundamento para o exercício de
afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal. sua função é sempre o interesse público.
Referências Bibliográficas: • Princípio da Moralidade
BORTOLETO, Leandro; e LÉPORE, Paulo. Noções de Direito Constitu- Tal princípio caracteriza-se por exigir do administrador público
cional e de Direito Administrativo. Coleção Tribunais e MPU. Salvador: um comportamento ético de conduta, ligando-se aos conceitos de
Editora JusPODIVM. probidade, honestidade, lealdade, decoro e boa-fé.
DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Con- A moralidade se extrai do senso geral da coletividade represen-
cursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier. tada e não se confunde com a moralidade íntima do administrador
(moral comum) e sim com a profissional (ética profissional).
Disposições gerais e servidores públicos O Artigo 37, § 4º da CF elenca as consequências possíveis, devi-
A expressão Administração Pública em sentido objetivo traduz do a atos de improbidade administrativa:
a ideia de atividade, tarefa, ação ou função de atendimento ao inte-
resse coletivo. Já em sentido subjetivo, indica o universo dos órgãos
e pessoas que desempenham função pública. Sanções ao cometimento de atos de improbidade
Conjugando os dois sentidos, pode-se conceituar a Administra- administrativa
ção Pública como sendo o conjunto de pessoas e órgãos que de- Suspensão dos direitos políticos (responsabilidade política)
sempenham uma função de atendimento ao interesse público, ou
Perda da função pública (responsabilidade disciplinar)
seja, que estão a serviço da coletividade.
Indisponibilidade dos bens (responsabilidade patrimonial)
Ressarcimento ao erário (responsabilidade patrimonial)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
• Princípio da Publicidade IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convo-
O princípio da publicidade determina que a Administração Pú- cação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de pro-
blica tem a obrigação de dar ampla divulgação dos atos que pratica, vas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursa-
salvo a hipótese de sigilo necessário. dos para assumir cargo ou emprego, na carreira;
A publicidade é a condição de eficácia do ato administrativo e V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servi-
tem por finalidade propiciar seu conhecimento pelo cidadão e pos- dores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem
sibilitar o controle por todos os interessados. preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e per-
centuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribui-
• Princípio da Eficiência ções de direção, chefia e assessoramento;
Segundo o princípio da eficiência, a atividade administrativa VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre asso-
deve ser exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional, ciação sindical;
evitando atuações amadorísticas. VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites
Este princípio impõe à Administração Pública o dever de agir definidos em lei específica;
com eficiência real e concreta, aplicando, em cada caso concreto, a VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos
medida, dentre as previstas e autorizadas em lei, que mais satisfaça para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de
o interesse público com o menor ônus possível (dever jurídico de sua admissão;
boa administração). IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo de-
Em decorrência disso, a administração pública está obrigada a terminado para atender a necessidade temporária de excepcional
desenvolver mecanismos capazes de propiciar os melhores resul- interesse público;
tados possíveis para os administrados. Portanto, a Administração X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que
Pública será considerada eficiente sempre que o melhor resultado trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por
for atingido. lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, asse-
gurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção
Disposições Gerais na Administração Pública de índices;
O esquema abaixo sintetiza a definição de Administração Pú- XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, fun-
blica: ções e empregos públicos da administração direta, autárquica e
fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos
Administração Pública Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de
mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pen-
Direta Indireta sões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente
Autarquias (podem ser qualificadas como agências ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra na-
Federal reguladoras) tureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Mi-
Estadual Fundações (autarquias e fundações podem ser nistros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos
Distrital qualificadas como agências executivas) Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal,
Municipal Sociedades de economia mista o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o
Empresas públicas subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Le-
gislativo e o subsidio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, li-
Entes Cooperados mitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do sub-
Não integram a Administração Pública, mas prestam serviços de sídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal,
interesse público. Exemplos: SESI, SENAC, SENAI, ONG’s no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do
Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos;
As disposições gerais sobre a Administração Pública estão elen- XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder
cadas nos Artigos 37 e 38 da CF. Vejamos: Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Execu-
tivo;
CAPÍTULO VII XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer es-
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA pécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do
serviço público;
SEÇÃO I XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público
DISPOSIÇÕES GERAIS não serão computados nem acumulados para fins de concessão de
acréscimos ulteriores;
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e em-
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí- pregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI
pios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mora- e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
lidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos,
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em
brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim qualquer caso o disposto no inciso XI:
como aos estrangeiros, na forma da lei; a) a de dois cargos de professor;
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de apro- b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
vação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de
de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, saúde, com profissões regulamentadas;
na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta
anos, prorrogável uma vez, por igual período; ou indiretamente, pelo poder público;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais te- I - o prazo de duração do contrato;
rão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direi-
sobre os demais setores administrativos, na forma da lei; tos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e III - a remuneração do pessoal.”
autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de econo- § 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às
mia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem
caso, definir as áreas de sua atuação; recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a cria- para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.
ção de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, § 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de
assim como a participação de qualquer delas em empresa privada; aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os
serviços, compras e alienações serão contratados mediante pro- cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eleti-
cesso de licitação pública que assegure igualdade de condições a vos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação
todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações e exoneração.
de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos ter- § 11. Não serão computadas, para efeito dos limites
mos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as
técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.
obrigações. § 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo,
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito,
Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funciona- mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como
mento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo
terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco
atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo
cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio. Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, § 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar ser readaptado para exercício de cargo cujas atribuições e
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que
de autoridades ou servidores públicos. tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, enquanto
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a permanecer nesta condição, desde que possua a habilitação e o
nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos nível de escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida
da lei. a remuneração do cargo de origem. (Incluído pela Emenda
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na Constitucional nº 103, de 2019)
administração pública direta e indireta, regulando especialmente: § 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública,
em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o
ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição.
dos serviços; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a infor- § 15. É vedada a complementação de aposentadorias de
mações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X servidores públicos e de pensões por morte a seus dependentes que
e XXXIII; não seja decorrente do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente não seja prevista em lei que extinga regime próprio de previdência
ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública. social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão § 16. Os órgãos e entidades da administração pública, individual
a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a ou conjuntamente, devem realizar avaliação das políticas públicas,
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e inclusive com divulgação do objeto a ser avaliado e dos resultados
gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. alcançados, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para nº 109, de 2021)
ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica
causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as se-
ressarcimento. guintes disposições:
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital,
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo,
direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remunera-
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante ção;
de cargo ou emprego da administração direta e indireta que III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibili-
possibilite o acesso a informações privilegiadas. dade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não
órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;
ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício
administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos
de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
dispor sobre:
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previ- § 9º É vedada a incorporação de vantagens de caráter
dência social, permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo temporário ou vinculadas ao exercício de função de confiança ou de
de origem. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo. (Incluído pela
2019) Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores
Servidores Públicos titulares de cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário,
Os servidores públicos são pessoas físicas que prestam serviços mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores
à administração pública direta, às autarquias ou fundações públi- ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que
cas, gerando entre as partes um vínculo empregatício ou estatutá- preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. (Redação dada pela
rio. Esses serviços são prestados à União, aos Estados-membros, ao Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Distrito Federal ou aos Municípios. § 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência
As disposições sobre os Servidores Públicos estão elencadas social será aposentado: (Redação dada pela Emenda Constitucional
dos Artigos 39 a 41 da CF. Vejamos: nº 103, de 2019)
I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em
SEÇÃO II que estiver investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese
DOS SERVIDORES PÚBLICOS em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para
verificação da continuidade das condições que ensejaram a conces-
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios são da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente federativo;
instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
planos de carreira para os servidores da administração pública dire- II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo
ta, das autarquias e das fundações públicas. de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar;
instituirão conselho de política de administração e remuneração de III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade,
pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Po- se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem,
deres. e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Cons-
componentes do sistema remuneratório observará: tituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de contribuição e os
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos demais requisitos estabelecidos em lei complementar do respectivo
cargos componentes de cada carreira; ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103,
II - os requisitos para a investidura; de 2019)
III - as peculiaridades dos cargos. § 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas ao valor mínimo a que se refere o § 2º do art. 201 ou superiores
de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores ao limite máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência
públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos Social, observado o disposto nos §§ 14 a 16. (Redação dada pela
para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
convênios ou contratos entre os entes federados. § 3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o serão disciplinadas em lei do respectivo ente federativo. (Redação
disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de § 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados
admissão quando a natureza do cargo o exigir. para concessão de benefícios em regime próprio de previdência
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os social, ressalvado o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Redação
Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, § 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar
vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição
prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, diferenciados para aposentadoria de servidores com deficiência,
obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos equipe multiprofissional e interdisciplinar. (Incluído pela Emenda
Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor Constitucional nº 103, de 2019)
remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer § 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar
caso, o disposto no art. 37, XI. do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão diferenciados para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente
anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e penitenciário, de agente socioeducativo ou de policial dos órgãos de
empregos públicos. que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput do
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144. (Incluído pela Emenda
Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários Constitucional nº 103, de 2019)
provenientes da economia com despesas correntes em cada § 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar
órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição
de programas de qualidade e produtividade, treinamento e diferenciados para aposentadoria de servidores cujas atividades
desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos
do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes,
produtividade. vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação.
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima § 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto
reduzida em 5 (cinco) anos em relação às idades decorrentes da nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado
aplicação do disposto no inciso III do § 1º, desde que comprovem no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na correspondente regime de previdência complementar.
educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei § 17. Todos os valores de remuneração considerados para o
complementar do respectivo ente federativo. (Redação dada pela cálculo do benefício previsto no § 3° serão devidamente atualizados,
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) na forma da lei.
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias
acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que
de mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime
previdência social, aplicando-se outras vedações, regras e condições geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual
para a acumulação de benefícios previdenciários estabelecidas no igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos.
Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda § 19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do
Constitucional nº 103, de 2019) respectivo ente federativo, o servidor titular de cargo efetivo
§ 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando se que tenha completado as exigências para a aposentadoria
tratar da única fonte de renda formal auferida pelo dependente, o voluntária e que opte por permanecer em atividade poderá fazer
benefício de pensão por morte será concedido nos termos de lei do jus a um abono de permanência equivalente, no máximo, ao
respectivo ente federativo, a qual tratará de forma diferenciada a valor da sua contribuição previdenciária, até completar a idade
hipótese de morte dos servidores de que trata o § 4º-B decorrente para aposentadoria compulsória. (Redação dada pela Emenda
de agressão sofrida no exercício ou em razão da função. (Redação Constitucional nº 103, de 2019)
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) § 20. É vedada a existência de mais de um regime próprio de
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para previdência social e de mais de um órgão ou entidade gestora desse
preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme regime em cada ente federativo, abrangidos todos os poderes, ór-
critérios estabelecidos em lei. gãos e entidades autárquicas e fundacionais, que serão responsá-
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou veis pelo seu financiamento, observados os critérios, os parâmetros
municipal será contado para fins de aposentadoria, observado e a natureza jurídica definidos na lei complementar de que trata o
o disposto nos §§ 9º e 9º-A do art. 201, e o tempo de serviço § 22. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
correspondente será contado para fins de disponibilidade. (Redação § 21. (Revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) nº 103, de 2019)
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem § 22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de
de tempo de contribuição fictício. previdência social, lei complementar federal estabelecerá, para os
§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total que já existam, normas gerais de organização, de funcionamento
dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da e de responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre outros
acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de aspectos, sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de
outras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de 2019)
previdência social, e ao montante resultante da adição de proventos I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o
de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma Regime Geral de Previdência Social; (Incluído pela Emenda Consti-
desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre tucional nº 103, de 2019)
nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos re-
§ 12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em cursos; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
regime próprio de previdência social, no que couber, os requisitos III - fiscalização pela União e controle externo e social; (Incluído
e critérios fixados para o Regime Geral de Previdência Social. pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial; (Incluído pela
§ 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e V - condições para instituição do fundo com finalidade previ-
exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, denciária de que trata o art. 249 e para vinculação a ele dos recur-
ou de emprego público, o Regime Geral de Previdência Social. sos provenientes de contribuições e dos bens, direitos e ativos de
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) qualquer natureza; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de
§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 2019)
instituirão, por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, regime VI - mecanismos de equacionamento do déficit atuarial; (Incluí-
de previdência complementar para servidores públicos ocupantes do pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
de cargo efetivo, observado o limite máximo dos benefícios do VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, ob-
Regime Geral de Previdência Social para o valor das aposentadorias servados os princípios relacionados com governança, controle inter-
e das pensões em regime próprio de previdência social, ressalvado no e transparência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103,
o disposto no § 16. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº de 2019)
103, de 2019) VIII - condições e hipóteses para responsabilização daqueles
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 que desempenhem atribuições relacionadas, direta ou indiretamen-
oferecerá plano de benefícios somente na modalidade contribuição te, com a gestão do regime; (Incluído pela Emenda Constitucional
definida, observará o disposto no art. 202 e será efetivado por nº 103, de 2019)
intermédio de entidade fechada de previdência complementar ou IX - condições para adesão a consórcio público; (Incluído pela
de entidade aberta de previdência complementar. (Redação dada Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) X - parâmetros para apuração da base de cálculo e definição
de alíquota de contribuições ordinárias e extraordinárias. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os ser- A Emenda Constitucional nº 101/19, promulgada pelo Congres-
vidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de so Nacional, permite acúmulo de cargos públicos nas áreas de saú-
concurso público. de e educação por militares. Através da referida Emenda, os Milita-
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: res poderão exercer funções de professor ou profissional da saúde
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; desde que haja compatibilidade de horário. Ou seja, aplicou-se a
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegu- tais profissionais o disposto no art. 37, inciso XVI, da CF/88.
rada ampla defesa; Desde a promulgação da CF/88, o exercício simultâneo de
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desem- cargos era permitido apenas para servidores públicos civis e para
penho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. militares das Forças Armadas que atuam na área de saúde. A acu-
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor mulação passou a ser possível, desde que haja compatibilidade de
estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se horários.
estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, Vejamos as disposições do Art. 42 da CF/88:
aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com
remuneração proporcional ao tempo de serviço. SEÇÃO III
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS
servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração TERRITÓRIOS
proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento
em outro cargo. Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bom-
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é beiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e
obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Ter-
instituída para essa finalidade. ritórios.
§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e
• Estabilidade dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições
A estabilidade é a garantia que o servidor público possui de do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo
permanecer no cargo ou emprego público depois de ter sido apro- a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º,
vado em estágio probatório. inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos
De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello, a estabilidade governadores.
poder ser definida como a garantia constitucional de permanência § 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito
no serviço público, do servidor público civil nomeado, em razão de Federal e dos Territórios aplica-se o que for fixado em lei específica
concurso público, para titularizar cargo de provimento efetivo, após do respectivo ente estatal.
o transcurso de estágio probatório. § 3º Aplica-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e
A estabilidade é assegurada ao servidor após três anos de efe- dos Territórios o disposto no art. 37, inciso XVI, com prevalência
tivo exercício, em virtude de nomeação em concurso público. Esse da atividade militar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 101,
é o estágio probatório citado pela lei. de 2019)
Passada a fase do estágio, sendo o servidor público efetivado,
ele perderá o cargo somente nas hipóteses elencadas no Artigo 41, Das Regiões
§ 1º da CF. De acordo com a CF/88 as políticas da União podem se dar de
Haja vista o tema ser muito cobrado nas provas dos mais varia- forma regionalizada e a disposição legal do Art. 43 visa reduzir as
dos concursos públicos, segue a tabela explicativa: desigualdades regionais. Este tema será regulado por Lei Comple-
mentar.
Estabilidade do Servidor Diz o Art. 43 da CF/88:

Requisitos para Cargo de provimento efetivo/ocupado em SEÇÃO IV


aquisição de razão de concurso público DAS REGIÕES
Estabilidade 3 anos de efetivo exercício
Avaliação de desempenho por comissão Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular
instituída para esta finalidade sua ação em um mesmo complexo geoeconômico e social, visando a
Hipóteses em Em virtude de sentença judicial transitada seu desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais.
que o servidor em julgado § 1º - Lei complementar disporá sobre:
estável pode Mediante processo administrativo em que I - as condições para integração de regiões em desenvolvimen-
perder o cargo lhe seja assegurada ampla defesa to;
Mediante procedimento de avaliação II - a composição dos organismos regionais que executarão, na
periódica de desempenho, na forma de lei forma da lei, os planos regionais, integrantes dos planos nacionais
complementar, assegurada ampla defesa de desenvolvimento econômico e social, aprovados juntamente com
Em razão de excesso de despesa estes.
§ 2º - Os incentivos regionais compreenderão, além de outros,
Dos Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios na forma da lei:
A CF/88 impôs aos Militares, regime especial e diferenciado do I - igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de custos
servidor civil. Os direitos e deveres dos militares e dos civis não se e preços de responsabilidade do Poder Público;
misturam a não ser por expressa determinação constitucional. II - juros favorecidos para financiamento de atividades priori-
Não pode o legislador infraconstitucional cercear direitos ou tárias;
impor deveres que a Constituição Federal não trouxe de forma taxa- III - isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos
tiva, tampouco não se pode inserir deveres dos servidores civis aos federais devidos por pessoas físicas ou jurídicas;
militares de forma reflexa.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
IV - prioridade para o aproveitamento econômico e social dos Senado Federal
rios e das massas de água represadas ou represáveis nas regiões de Compõe-se de representantes dos estados e do Distrito Fede-
baixa renda, sujeitas a secas periódicas. ral, de forma paritária, eleitos segundo o princípio majoritário, para
§ 3º - Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União incentivará um mandato de 8 anos, sendo que em cada eleição, que ocorre a
a recuperação de terras áridas e cooperará com os pequenos cada 4 anos, serão eleitos, alternadamente, um terço e dois terços
e médios proprietários rurais para o estabelecimento, em suas dos membros dessa Casa Legislativa (Artigo 46, caput e seu § 2º).
glebas, de fontes de água e de pequena irrigação. Cada estado e o Distrito Federal possuem 3 senadores, eleitos,
cada qual, com dois suplentes, totalizando 81 (Artigo 46, §§ 1º e 3º
Referências Bibliográficas: da CF).
BORTOLETO, Leandro; e LÉPORE, Paulo. Noções de Direito Constitu- Vejamos nosso quadro sinótico:
cional e de Direito Administrativo. Coleção Tribunais e MPU. Salvador:
Editora JusPODIVM.
Congresso Nacional
NADAL, Fábio; e SANTOS, Vauledir Ribeiro. Administrativo – Série Resu-
mo. 3ª edição. São Paulo: Editora Método. Câmara dos Deputados Senado Federal (Artigo 46 da
(Artigo 45 da CF) CF)
Funções Típicas e Atípicas 513 membros 81 membros
O Poder Legislativo possui as funções típicas de elaborar nor-
mas gerais e abstratas (leis) e exercer a atividade fiscalizatória. Esta Representantes do povo Representantes dos estados/DF
fiscalização engloba tanto a econômico-financeira (Artigos 70 a 75 Caracteriza o princípio Caracteriza o princípio
da CF), bem como a político-administrativa, por intermédio de suas republicano federativo
Comissões, em especial, a Comissão Parlamentar de Inquérito (Ar-
Eleição pelo sistema Eleição pelo sistema majoritário
tigo 58, § 3º, da CF).
proporcional
Como funções atípicas o Poder Legislativo administra e julga.
Administra quando, por exemplo, nomeia, exonera, ou promove os Mandato de 4 anos Mandato de 8 anos (Artigo 46, §
seus servidores. Julga quando o Senado Federal decide acerca da 1º, da CF)
ocorrência ou não de crime de responsabilidade cometido por cer- Sucessivas reeleições Sucessivas reeleições
tas autoridades previstas na Constituição (Artigo 52, I, II e parágrafo
único). Mínimo de 8 e máximo de 70 3 senadores por estado/DF
O Poder Legislativo no âmbito da Federação está assim confi- por estado/DF (Artigo 45, § (Artigo 46, § 1º, da CF).
gurado: 1º da CF) Cada senador será eleito com 2
suplentes (Artigo 46, § 3º, da CF)
Poder Legislativo Idade mínima: 21 anos (Artigo Idade mínima: 35 anos (Artigo
14, § 3º, VI, c, da CF) 14, § 3º, VI, a, da CF)
União Congresso Nacional (Artigo 44 e seguintes
da CF) Territórios se houver elegem Recomposição alternada de 1/3
4 deputados (Artigo 45, § 2º, e 2/3 dos Senadores a cada 4
Estados-Membros Assembleias Legislativas (Artigo 27 da CF) da CF) anos (Artigo 46, § 2º, da CF)
Distrito Federal Câmara Legislativa (Artigo 32, § 3º, da CF)
Municípios Câmaras Municipais (Artigo 29 da CF) Seguem abaixo os dispositivos constitucionais correspondentes:

TÍTULO IV
Congresso Nacional
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
O Congresso Nacional é formado pela Câmara dos Deputados
(REDAÇÃO DADA PELA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 80, DE
e pelo Senado Federal, ou seja, sistema bicameral (Artigo 44, caput,
2014)
da CF).
CAPÍTULO I
Câmara dos Deputados
DO PODER LEGISLATIVO
É composta por representantes do povo, eleitos pelo sistema
proporcional em cada estado, em cada território e no Distrito
SEÇÃO I
Federal, para um mandato de 4 anos, permitidas sucessivas
DO CONGRESSO NACIONAL
reeleições (Artigo 45, caput, da CF).
À luz do § 1º do Artigo 45, da CF, nenhum Estado e o Distrito
Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional,
Federal terá menos do que 8 nem mais do que 70 deputados
que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
federais, levando-se em conta a população de cada ente federativo.
Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro
Já os territórios federais, caso existentes, terão 4 deputados fe-
anos.
derais (Artigo 45, § 2º, da CF).
Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representan-
Conforme dispõe a Lei Complementar nº 78, de 30/12/93, que
tes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em
disciplina a fixação do número de deputados, nos termos do Artigo
cada Território e no Distrito Federal.
45, § 1º, da CF, uma vez estabelecido o número de deputados fe-
§ 1º O número total de Deputados, bem como a representação
derais, será definido o número de deputados estaduais, conforme
por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei
preceitua o Artigo 27 da CF.
complementar, proporcionalmente à população, procedendo-
se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que
nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou
mais de setenta Deputados.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 2º Cada Território elegerá quatro Deputados. VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Se-
Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Es- nadores, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II,
tados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário. 153, III, e 153, § 2º, I;
§ 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da
com mandato de oito anos. República e dos Ministros de Estado, observado o que dispõem os
§ 2º A representação de cada Estado e do Distrito Federal será arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
renovada de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da
terços. República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de
§ 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes. governo;
Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as delibe- X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas
rações de cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por maio- Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração
ria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros. indireta;
XI - zelar pela preservação de sua competência legislativa em
SEÇÃO II face da atribuição normativa dos outros Poderes;
DAS ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL XII - apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de
emissoras de rádio e televisão;
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presi- XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas
dente da República, não exigida esta para o especificado nos arts. da União;
49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a ativi-
União, especialmente sobre: dades nucleares;
I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas; XV - autorizar referendo e convocar plebiscito;
II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aprovei-
operações de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado; tamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas mi-
III - fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas; nerais;
IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de de- XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras
senvolvimento; públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares.
V - limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e XVIII - decretar o estado de calamidade pública de âmbito nacio-
bens do domínio da União; nal previsto nos arts. 167-B, 167-C, 167-D, 167-E, 167-F e 167-G desta
VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas Assembleias Legisla- Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qual-
tivas; quer de suas Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou
VII - transferência temporária da sede do Governo Federal; quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidên-
VIII - concessão de anistia; cia da República para prestarem, pessoalmente, informações sobre
IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério Públi- assunto previamente determinado, importando crime de responsa-
co e da Defensoria Pública da União e dos Territórios e organização bilidade a ausência sem justificação adequada.
judiciária e do Ministério Público do Distrito Federal; § 1º Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Senado
X – criação, transformação e extinção de cargos, empregos e Federal, à Câmara dos Deputados, ou a qualquer de suas Comissões,
funções públicas, observado o que estabelece o art. 84, VI, b; por sua iniciativa e mediante entendimentos com a Mesa respectiva,
XI – criação e extinção de Ministérios e órgãos da administra- para expor assunto de relevância de seu Ministério.
ção pública; § 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal
XII - telecomunicações e radiodifusão; poderão encaminhar pedidos escritos de informações a Ministros
XIII - matéria financeira, cambial e monetária, instituições fi- de Estado ou a qualquer das pessoas referidas no caput deste
nanceiras e suas operações; artigo, importando em crime de responsabilidade a recusa, ou o
XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mo- não - atendimento, no prazo de trinta dias, bem como a prestação
biliária federal. de informações falsas.
XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Fe-
deral, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º; 150, II; 153, III; e SEÇÃO III
153, § 2º, I. DA CÂMARA DOS DEPUTADOS
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos in- Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:
ternacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de
patrimônio nacional; processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os
II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a ce- Ministros de Estado;
lebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo terri- II - proceder à tomada de contas do Presidente da República,
tório nacional ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessen-
os casos previstos em lei complementar; ta dias após a abertura da sessão legislativa;
III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a III - elaborar seu regimento interno;
se ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias; IV – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, cria-
IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autori- ção, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de
zar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas; seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remune-
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem ração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes
do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa; orçamentárias;
VI - mudar temporariamente sua sede; V - eleger membros do Conselho da República, nos termos do
art. 89, VII.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
SEÇÃO IV Vedações, Garantias e Imunidades Parlamentares
DO SENADO FEDERAL
• Vedações
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: Aos parlamentares federais, é vedado o exercício de algumas
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da Re- atividades, em decorrência das relevantes atribuições constitucio-
pública nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de nais que possuem, à luz do que dispõe o Artigo 54 da CF.
Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica
nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; • Garantias
II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, Artigo 53, § 6º da CF → Isenção do dever de testemunhar: é o
os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacio- chamado sigilo da fonte;
nal do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Ad- Artigo 53, § 7º da CF → Incorporação às Forças Armadas;
vogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade; Artigo 53, § 8º da CF → Estado de sítio: limitação de sua sus-
III - aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pú- pensão pela Constituição.
blica, a escolha de:
a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição; • Imunidades
b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Pre- Imunidades são prerrogativas outorgadas pela Constituição aos
sidente da República; ocupantes de mandatos eletivos com a finalidade de assegurar-lhes
c) Governador de Território; proteção no exercício de suas atribuições constitucionais.
d) Presidente e diretores do banco central; – Imunidade Material: afasta a possibilidade de responsabili-
e) Procurador-Geral da República; zação civil e penal do congressista por suas manifestações, desde
f) titulares de outros cargos que a lei determinar; que emanadas no desempenho da atividade congressual (Artigo 53,
IV - aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em caput, da CF).
sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de ca- – Imunidade Formal: são garantias atribuídas aos parlamenta-
ráter permanente; res com relação ao trâmite dos processos-crimes em que figuram
V - autorizar operações externas de natureza financeira, de in- como réus e prisões contra si decretadas, a partir de sua diploma-
teresse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e ção (Artigo 53, §§ 1º ao 5º, da CF).
dos Municípios;
VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites glo- Vejamos os dispositivos constitucionais correspondentes:
bais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios; SEÇÃO V
VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações DOS DEPUTADOS E DOS SENADORES
de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Fede-
ral e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades contro- Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penal-
ladas pelo Poder Público federal; mente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.
VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de ga- § 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma,
rantia da União em operações de crédito externo e interno; serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.
IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da § 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso
dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime
X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte
inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal; e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de
XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exone- seus membros, resolva sobre a prisão.
ração, de ofício, do Procurador-Geral da República antes do término § 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por
de seu mandato; crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará
XII - elaborar seu regimento interno; ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela
XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até
criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções a decisão final, sustar o andamento da ação.
de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva re- § 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva
muneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de dire- no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento
trizes orçamentárias; pela Mesa Diretora.
XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos do § 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto
art. 89, VII. durar o mandato.
XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tribu- § 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a
tário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desem- testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão
penho das administrações tributárias da União, dos Estados e do do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram
Distrito Federal e dos Municípios. ou deles receberam informações.
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcio- § 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e
nará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se Senadores, embora militares e ainda que em tempo de guerra,
a condenação, que somente será proferida por dois terços dos vo- dependerá de prévia licença da Casa respectiva.
tos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito § 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão
anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o
sanções judiciais cabíveis. voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de
atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam
incompatíveis com a execução da medida.
Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
I - desde a expedição do diploma: Comissões Parlamentares e Comissões Parlamentares de In-
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito pú- quérito (CPIs)
blico, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou
empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato • Comissões e Mesas
obedecer a cláusulas uniformes; A Constituição Federal faculta ao Congresso Nacional e suas
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, Casas Legislativas (Câmara e Senado) a criação de Comissões per-
inclusive os de que sejam demissíveis “ad nutum”, nas entidades manentes e temporárias, que deverão ser constituídas na forma e
constantes da alínea anterior; com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de
II - desde a posse: que resultar sua criação (Artigo 58, caput, da CF).
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que Por seu turno, as Mesas são órgãos de direção superior da Câ-
goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito mara dos Deputados, do Senado Federal e do Congresso Nacional,
público, ou nela exercer função remunerada; cuja composição possui mandato de dois anos, sendo vedada a ree-
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis “ad nu- leição para o mesmo cargo (Artigo 57, § 4º, da CF).
tum”, nas entidades referidas no inciso I, “a”;
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das enti- • Comissão Parlamentar de Inquérito
dades a que se refere o inciso I, “a”; Tem como fundamento a função típica fiscalizatória do Poder
d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público ele- Legislativo e é uma consequência direta e imediata da adoção do
tivo. sistema de freios e contrapesos previsto na Constituição.
Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador: São criadas com a finalidade de apurar fato determinado rele-
I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo vante para a sociedade e a sua previsão constitucional encontra-se
anterior; no Artigo 58, § 3º, da CF.
II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro Vamos aos dispositivos constitucionais correspondentes:
parlamentar;
III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à SEÇÃO VI
terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo DAS REUNIÕES
licença ou missão por esta autorizada;
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos; Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Ca-
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos pital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22
nesta Constituição; de dezembro.
VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em § 1º As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas
julgado. para o primeiro dia útil subsequente, quando recaírem em sábados,
§ 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos domingos ou feriados.
casos definidos no regimento interno, o abuso das prerrogativas § 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação
asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de do projeto de lei de diretrizes orçamentárias.
vantagens indevidas. § 3º Além de outros casos previstos nesta Constituição, a
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será Câmara dos Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão em sessão
decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por conjunta para:
maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de I - inaugurar a sessão legislativa;
partido político representado no Congresso Nacional, assegurada II - elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços
ampla defesa. comuns às duas Casas;
§ 3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente
declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante da República;
provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar.
representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. § 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias,
§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para
ou possa levar à perda do mandato, nos termos deste artigo, terá a posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para
seus efeitos suspensos até as deliberações finais de que tratam os mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução para o mesmo
§§ 2º e 3º. cargo na eleição imediatamente subsequente.
Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador: § 5º A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo
I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Ter- Presidente do Senado Federal, e os demais cargos serão exercidos,
ritório, Secretário de Estado, do Distrito Federal, de Território, de alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na
Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática temporária; Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou § 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-
para tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde que, se-á:
neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por ses- I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação
são legislativa. de estado de defesa ou de intervenção federal, de pedido de autori-
§ 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de zação para a decretação de estado de sítio e para o compromisso e
investidura em funções previstas neste artigo ou de licença superior a posse do Presidente e do Vice-Presidente da República;
a cento e vinte dias. II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara
§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição dos Deputados e do Senado Federal ou a requerimento da maioria
para preenchê-la se faltarem mais de quinze meses para o término dos membros de ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse
do mandato. público relevante, em todas as hipóteses deste inciso com a apro-
§ 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador poderá vação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso
optar pela remuneração do mandato. Nacional.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional Fase Introdutória – Iniciativa de Lei por Parlamentar e Extra-
somente deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado, parlamentar
ressalvada a hipótese do § 8º deste artigo, vedado o pagamento de A Fase Introdutória tem início quando um dos legitimados pela
parcela indenizatória, em razão da convocação. CF (Art. 61, caput) toma a iniciativa de apresentar um projeto de lei
§ 8º Havendo medidas provisórias em vigor na data de a uma das Casas do Congresso Nacional.
convocação extraordinária do Congresso Nacional, serão elas Esta iniciativa, também chamada de proposição, disposição,
automaticamente incluídas na pauta da convocação. competência legiferante ou competência legislativa, pode ser clas-
sificada em parlamentar, extraparlamentar, privativa, concorrente
SEÇÃO VII ou popular.
DAS COMISSÕES A Iniciativa Parlamentar, como o próprio nome sugere, é aque-
la realizada pelos membros do Congresso Nacional. Noutro giro, a
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões Iniciativa Extraparlamentar ocorre quando a Constituição confere
permanentes e temporárias, constituídas na forma e com as atri- a legitimidade para proposição legislativa a órgãos dos Poderes Exe-
buições previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar cutivo e Judiciário.
sua criação.
§ 1º Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é Fase Constitutiva
assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional O projeto de lei será apresentado a uma das Casas do Congres-
dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da so Nacional, que atuará como Casa iniciadora, cumprindo a outra
respectiva Casa. Casa Legislativa a função de Casa Revisora.
§ 2º Às comissões, em razão da matéria de sua competência, Nas Casas do Congresso Nacional funcionará parcela da fase
cabe: constitutiva, formada pela discussão, votação, além de possível
I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do re- análise de veto. Após a deliberação parlamentar, a fase constitutiva
gimento, a competência do Plenário, salvo se houver recurso de um encerrar-se-á com a deliberação executiva, por meio da sanção ou
décimo dos membros da Casa; do veto presidencial.
II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade ci-
vil; Deliberação Parlamentar
III - convocar Ministros de Estado para prestar informações so- A deliberação parlamentar refere-se a discussão, votação e,
bre assuntos inerentes a suas atribuições; eventualmente, a análise do veto.
IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas
de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou en- Regime de Urgência (Processo Legislativo Sumário)
tidades públicas; O Processo Legislativo Sumário é deflagrado quando o Presi-
V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão; dente da República solicita urgência na apreciação de projetos de
VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e lei de sua iniciativa (privativa ou concorrente).
setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer. Observe o quadro abaixo:
§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão
poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além Processo Legislativo Sumário – Artigo 64, § 1º, da CF
de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão
criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em Projetos de lei de iniciativa privativa ou
conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço Requisitos concorrente do Presidente da República;
de seus membros, para a apuração de fato determinado e por Pedido de urgência pelo Presidente da República.
prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas
ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou Deliberação Executiva
criminal dos infratores. A deliberação executiva refere-se à sanção ou veto.
§ 4º Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa
do Congresso Nacional, eleita por suas Casas na última sessão Fase Complementar
ordinária do período legislativo, com atribuições definidas no Refere-se a promulgação e publicação.
regimento comum, cuja composição reproduzirá, quanto possível,
a proporcionalidade da representação partidária. A lei nasce com a sanção ou, excepcionalmente, com a rejeição
do veto. Com a promulgação, ocorre a sua inserção no ordenamen-
O Processo Legislativo é o conjunto de atos (iniciativa, dis- to jurídico e a produção de seus efeitos se dá com a publicação.
cussão, votação, emenda, sanção, veto, derrubada do veto, pro-
mulgação, publicação) realizados pelo Congresso Nacional e pela O quadro abaixo resume as fases do Processo Legislativo Or-
Presidência da República, visando à elaboração de emendas à Cons- dinário.
tituição, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medi-
das provisórias, decretos legislativos e resoluções. Processo Legislativo Ordinário
Processo Legislativo Ordinário Fase Introdutória Iniciativa do projeto de lei
É o procedimento exigido para a elaboração das leis ordinárias Deliberação parlamentar → discussão,
e das leis complementares, que de decompõe em três fases: intro- votação e, eventualmente, a análise do
dutória, constitutiva e complementar. Fase Constitutiva
veto.
Deliberação executiva → sanção ou veto.
Fase
Promulgação e publicação da lei
Complementar

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Espécies Normativas: Lei Complementar e Lei Ordinária SUBSEÇÃO II
Todo o processo legislativo ordinário aplica-se, igualmente, à DA EMENDA À CONSTITUIÇÃO
aprovação de leis ordinárias e leis complementares. A única distin-
ção está no quórum de aprovação, que, para as leis complementa- Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante propos-
res, é de maioria absoluta, conforme o Artigo 69, da CF. ta:
Não há hierarquia entre lei ordinária e lei complementar, uma I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Depu-
vez que ambas retiram seu fundamento de validade direto da Cons- tados ou do Senado Federal;
tituição Federal. II - do Presidente da República;
A diferença entre ambas encontra-se na reserva de matéria, ou III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unida-
seja, as matérias que devem ser veiculadas por lei complementar des da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria
estão exaustivamente previstas na Constituição, por sua vez, onde relativa de seus membros.
a Carta Política for silente, interpreta-se que a matéria deve ser tra- § 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de
tada por lei ordinária. intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do
Espécies Normativas Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se
obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
• Medida Provisória § 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas
Em caso de relevância e urgência, o Presidente poderá adotar da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo
medidas provisórias, com força de lei (possui natureza jurídica de número de ordem.
lei em sentido material, pois é um ato normativo primário sob con- § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda
dição resolutiva), devendo submetê-las de imediato ao Congresso tendente a abolir:
Nacional por meio de mensagem. I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
• Lei Delegada III - a separação dos Poderes;
As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da Repúbli- IV - os direitos e garantias individuais.
ca, devendo solicitar a delegação ao Congresso Nacional, que, por § 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou
resolução, especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício. havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na
mesma sessão legislativa.
• Decreto Legislativo
São atos normativos primários mediante os quais são executa- SUBSEÇÃO III
das as competências exclusivas do Congresso Nacional. DAS LEIS

• Resolução Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a


As resoluções são atos normativos primários (Artigo 59, VII, da qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Sena-
CF) que materializam as competências privativas da Câmara e do do Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República,
Senado. ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procura-
dor-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previs-
Os dispositivos constitucionais referentes ao Processo Legisla- tos nesta Constituição.
tivo encontram-se elencados do Artigos 59 a 69 da CF, conforme § 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as
seguem: leis que:
I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;
SEÇÃO VIII II - disponham sobre:
DO PROCESSO LEGISLATIVO a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na adminis-
tração direta e autárquica ou aumento de sua remuneração;
SUBSEÇÃO I b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária
DISPOSIÇÃO GERAL e orçamentária, serviços públicos e pessoal da administração dos
Territórios;
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídi-
I - emendas à Constituição; co, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria;
II - leis complementares; d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da
III - leis ordinárias; União, bem como normas gerais para a organização do Ministério
IV - leis delegadas; Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e
V - medidas provisórias; dos Territórios;
VI - decretos legislativos; e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração
VII - resoluções. pública, observado o disposto no art. 84, VI;
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimen-
redação, alteração e consolidação das leis. to de cargos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma e
transferência para a reserva.
§ 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à
Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo,
um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por
cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos
eleitores de cada um deles.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da Re- II - nos projetos sobre organização dos serviços administrativos
pública poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, deven- da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, dos Tribunais Fede-
do submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. rais e do Ministério Público.
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa
I – relativa a: do Presidente da República, do Supremo Tribunal Federal e dos Tri-
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políti- bunais Superiores terão início na Câmara dos Deputados.
cos e direito eleitoral; § 1º O Presidente da República poderá solicitar urgência para
b) direito penal, processual penal e processual civil; apreciação de projetos de sua iniciativa.
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a § 2º Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado
carreira e a garantia de seus membros; Federal não se manifestarem sobre a proposição, cada qual
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e sucessivamente, em até quarenta e cinco dias, sobrestar-se-ão
créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. todas as demais deliberações legislativas da respectiva Casa, com
167, § 3º; exceção das que tenham prazo constitucional determinado, até que
II – que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança se ultime a votação.
popular ou qualquer outro ativo financeiro; § 3º A apreciação das emendas do Senado Federal pela Câmara
III – reservada a lei complementar; dos Deputados far-se-á no prazo de dez dias, observado quanto ao
IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso mais o disposto no parágrafo anterior.
Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República. § 4º Os prazos do § 2º não correm nos períodos de recesso do
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração Congresso Nacional, nem se aplicam aos projetos de código.
de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto
só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido pela outra, em um só turno de discussão e votação, e enviado à
convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. sanção ou promulgação, se a Casa revisora o aprovar, ou arquivado,
§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e se o rejeitar.
12 perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à Casa ini-
lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma ciadora.
vez por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação envia-
decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes. rá o projeto de lei ao Presidente da República, que, aquiescendo, o
§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação da sancionará.
medida provisória, suspendendo-se durante os períodos de recesso § 1º - Se o Presidente da República considerar o projeto, no
do Congresso Nacional. todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse
§ 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias
Nacional sobre o mérito das medidas provisórias dependerá de juízo úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de
prévio sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais. quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos
§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta do veto.
e cinco dias contados de sua publicação, entrará em regime de § 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo,
urgência, subsequentemente, em cada uma das Casas do Congres- de parágrafo, de inciso ou de alínea.
so Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas § 3º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente
as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver trami- da República importará sanção.
tando. § 4º O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta
§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência dias a contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo
de medida provisória que, no prazo de sessenta dias, contado de voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores.
sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas § 5º Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para
do Congresso Nacional. promulgação, ao Presidente da República.
§ 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na § 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, o
Câmara dos Deputados. veto será colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas
§ 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores as demais proposições, até sua votação final.
examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes § 7º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito
de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada horas pelo Presidente da República, nos casos dos § 3º e § 5º, o
uma das Casas do Congresso Nacional. Presidente do Senado a promulgará, e, se este não o fizer em igual
§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo.
medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente
sua eficácia por decurso de prazo. poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legisla-
§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º tiva, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qual-
até sessenta dias após a rejeição ou perda de eficácia de medida quer das Casas do Congresso Nacional.
provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da
praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas. República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional.
§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto § 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência
original da medida provisória, esta manter-se-á integralmente em exclusiva do Congresso Nacional, os de competência privativa da
vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto. Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada
Art. 63. Não será admitido aumento da despesa prevista: à lei complementar, nem a legislação sobre:
I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da Repúbli- I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a
ca, ressalvado o disposto no art. 166, § 3º e § 4º; carreira e a garantia de seus membros;
II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e
eleitorais;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos. SEÇÃO IX
§ 2º A delegação ao Presidente da República terá a forma de DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
resolução do Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e
os termos de seu exercício. Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, ope-
§ 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo racional e patrimonial da União e das entidades da administração
Congresso Nacional, este a fará em votação única, vedada qualquer direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade,
emenda. aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo
Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por maioria Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de
absoluta. controle interno de cada Poder.
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurí-
Referências Bibliográficas: dica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou
DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Con- administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União
cursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier. responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza
pecuniária.
Tribunal de Contas da União (TCU) e Fiscalização Contábil, Fi- Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional,
nanceira e Orçamentária da União será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual
Conforme já visto neste, além da função típica de legislar, ao compete:
Poder Legislativo também foi atribuída função fiscalizatória. I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da
Sabe-se que, de modo geral, todo poder deverá manter, de for- República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em
ma integrada, sistema de controle interno fiscalizatório, conforme sessenta dias a contar de seu recebimento;
estabelece o Artigo 74, caput, da CF. II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis
Em relação ao Legislativo, além do controle interno (inerente por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e in-
a todo poder), também realiza controle externo, através da fiscali- direta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas
zação contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa
da União e das entidades da administração direta (pertencentes ao a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao
Executivo, Legislativo e Judiciário) e indireta, levando-se em consi- erário público;
deração a legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de
subvenções e renúncia de receitas (Artigo 70, caput, da CF). admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e
A CF/88 consagra, dessa forma, um sistema harmônico, inte- indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder
grado e sistêmico de perfeita convivência entre os controles inter- Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em
nos de cada poder e o controle externo exercido pelo Legislativo, comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas
com o auxílio do Tribunal de Contas (Artigo 74, IV, da CF). e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o
Esse sistema de atuação conjunta é reforçado pela regra conti- fundamento legal do ato concessório;
da no Artigo 74, § 1º, da CF, na medida em que os responsáveis pelo IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do
controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregula- Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e au-
ridade ou ilegalidade, dela deverão dar ciência ao TCU, sob pena de ditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional
responsabilidade solidária. e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo,
Portanto, o controle externo será realizado pelo Congresso Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;
Nacional, auxiliado pelo Tribunal de Contas, cuja competência está V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais
expressa no Artigo 71 da CF. de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta,
Dentre as várias competências atribuídas ao Tribunal de Con- nos termos do tratado constitutivo;
tas, encontra-se a de auxiliar o Legislativo (Congresso Nacional), no VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela
controle externo das contas do Executivo. União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos
O Tribunal de Contas decide administrativamente, não produ- congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;
zindo nenhum ato marcado pela definitividade, ou fixação do direi- VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacio-
to no caso concreto, no sentido de afastamento da pretensão resis- nal, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas
tida. Portanto, o Tribunal de Contas não integra o Poder Judiciário. Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
O Tribunal de Contas, apesar de ser autônomo, não tendo qual- operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspe-
quer vínculo de subordinação ao Legislativo, é auxiliar deste. A fis- ções realizadas;
calização em si é realizada pelo Legislativo. O Tribunal de Contas, VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de des-
como órgão auxiliar, apenas emite pareces técnicos. pesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que
estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano
Tribunais de Contas dos Estados (TCEs) e Tribunais e Conse- causado ao erário;
lhos de Contas dos Municípios IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as pro-
No que couber, as regras estabelecidas para o Tribunal de vidências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada
Contas da União (TCU) deverão ser observadas pelos Tribunais de ilegalidade;
Contas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (Artigo 75, X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, co-
caput, da CF). municando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal;
Segue abaixo os Artigos pertinentes da CF: XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou
abusos apurados.
§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado
diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato,
ao Poder Executivo as medidas cabíveis.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo § 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem
de noventa dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela
anterior, o Tribunal decidirá a respeito. darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de
§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito responsabilidade solidária.
ou multa terão eficácia de título executivo. § 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato
§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou
e anualmente, relatório de suas atividades. ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.
Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no
166, §1º, diante de indícios de despesas não autorizadas, ainda que que couber, à organização, composição e fiscalização dos Tribunais
sob a forma de investimentos não programados ou de subsídios não de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais
aprovados, poderá solicitar à autoridade governamental responsá- e Conselhos de Contas dos Municípios.
vel que, no prazo de cinco dias, preste os esclarecimentos necessá- Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre os
rios. Tribunais de Contas respectivos, que serão integrados por sete Con-
§ 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes selheiros.
insuficientes, a Comissão solicitará ao Tribunal pronunciamento
conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias. Referências Bibliográficas:
§ 2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Con-
se julgar que o gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão cursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier.
à economia pública, proporá ao Congresso Nacional sua sustação. LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 11 edição – São
Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Mi- Paulo: Editora Método.
nistros, tem sede no Distrito Federal, quadro próprio de pessoal e
jurisdição em todo o território nacional, exercendo, no que couber, O Título V da Carta Constitucional consagra as normas per-
as atribuições previstas no art. 96. tinentes à defesa do Estado e das instituições democráticas, pre-
§ 1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão vendo medidas excepcionais para manter ou restabelecer a ordem
nomeados dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos: constitucional em momentos de anormalidade da vida política do
I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de Estado, é o chamado sistema constitucional das crises, composto
idade; pelo estado de defesa (Artigo 136, da CF) e pelo estado de sítio (Ar-
II - idoneidade moral e reputação ilibada; tigos 137 a 139, da CF).
III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e Ademais, prevê o Texto Maior o perfil constitucional das insti-
financeiros ou de administração pública; tuições responsáveis pela defesa do Estado, quais sejam, as Forças
IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva ati- Armadas (Artigos 142 e 143, da CF) e os órgãos de segurança públi-
vidade profissional que exija os conhecimentos mencionados no in- ca (Artigo 144, da CF).
ciso anterior. Com efeito, os estados de defesa e de sítio são momentos de
§ 2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão crise constitucional de legalidade extraordinária, em que são per-
escolhidos: mitidas a suspensão ou a diminuição do alcance de certos direitos
I - um terço pelo Presidente da República, com aprovação do fundamentais, mitigando a proteção dos cidadãos em face da ação
Senado Federal, sendo dois alternadamente dentre auditores e opressora do Estado.
membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista
tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antiguidade e mere- Sistema Constitucional das Crises
cimento;
II - dois terços pelo Congresso Nacional. Estado de Defesa Estado de Sítio
§ 3° Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as
mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e Estado de Defesa
vantagens dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça, aplicando- Consiste na instauração de uma legalidade extraordinária, por
se lhes, quanto à aposentadoria e pensão, as normas constantes tempo certo, em locais restritos e determinados, mediante decreto
do art. 40. do Presidente da República, ouvidos o Conselho da República e o
§ 4º O auditor, quando em substituição a Ministro, terá as Conselho de Defesa Nacional, para preservar a ordem pública ou
mesmas garantias e impedimentos do titular e, quando no exercício a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institu-
das demais atribuições da judicatura, as de juiz de Tribunal Regional cional ou atingidas por calamidades de grandes proporções da na-
Federal. tureza.
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, Vejamos o dispositivo constitucional que o representa:
de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade
de: TÍTULO V
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano pluria- DA DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS
nual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da
União; CAPÍTULO I
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à DO ESTADO DE DEFESA E DO ESTADO DE SÍTIO
eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimo-
nial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como SEÇÃO I
da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado; DO ESTADO DE DEFESA
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garan-
tias, bem como dos direitos e haveres da União; Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão insti- da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de
tucional. defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais res-
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
tritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar autori-
por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por ca- zação para decretar o estado de sítio ou sua prorrogação, relatará
lamidades de grandes proporções na natureza. os motivos determinantes do pedido, devendo o Congresso Nacio-
§ 1º O decreto que instituir o estado de defesa determinará o nal decidir por maioria absoluta
tempo de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua duração,
e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a as normas necessárias a sua execução e as garantias constitucio-
vigorarem, dentre as seguintes: nais que ficarão suspensas, e, depois de publicado, o Presidente da
I - restrições aos direitos de: República designará o executor das medidas específicas e as áreas
a) reunião, ainda que exercida no seio das associações; abrangidas.
b) sigilo de correspondência; § 1º - O estado de sítio, no caso do art. 137, I, não poderá ser
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica; decretado por mais de trinta dias, nem prorrogado, de cada vez,
II - ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na por prazo superior; no do inciso II, poderá ser decretado por todo
hipótese de calamidade pública, respondendo a União pelos danos o tempo que perdurar a guerra ou a agressão armada estrangeira.
e custos decorrentes. § 2º - Solicitada autorização para decretar o estado de sítio
§ 2º O tempo de duração do estado de defesa não será superior durante o recesso parlamentar, o Presidente do Senado Federal,
a trinta dias, podendo ser prorrogado uma vez, por igual período, se de imediato, convocará extraordinariamente o Congresso Nacional
persistirem as razões que justificaram a sua decretação. para se reunir dentro de cinco dias, a fim de apreciar o ato.
§ 3º Na vigência do estado de defesa: § 3º - O Congresso Nacional permanecerá em funcionamento
I - a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo exe- até o término das medidas coercitivas.
cutor da medida, será por este comunicada imediatamente ao juiz Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com funda-
competente, que a relaxará, se não for legal, facultado ao preso re- mento no art. 137, I, só poderão ser tomadas contra as pessoas as
querer exame de corpo de delito à autoridade policial; seguintes medidas:
II - a comunicação será acompanhada de declaração, pela au- I - obrigação de permanência em localidade determinada;
toridade, do estado físico e mental do detido no momento de sua II - detenção em edifício não destinado a acusados ou condena-
autuação; dos por crimes comuns;
III - a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao
superior a dez dias, salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário; sigilo das comunicações, à prestação de informações e à liberdade
IV - é vedada a incomunicabilidade do preso. de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei;
§ 4º Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o IV - suspensão da liberdade de reunião;
Presidente da República, dentro de vinte e quatro horas, submeterá V - busca e apreensão em domicílio;
o ato com a respectiva justificação ao Congresso Nacional, que VI - intervenção nas empresas de serviços públicos;
decidirá por maioria absoluta. VII - requisição de bens.
§ 5º Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difu-
convocado, extraordinariamente, no prazo de cinco dias. são de pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas Ca-
§ 6º O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de dez sas Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa.
dias contados de seu recebimento, devendo continuar funcionando
enquanto vigorar o estado de defesa. SEÇÃO III
§ 7º Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de DISPOSIÇÕES GERAIS
defesa.
Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes par-
Estado de Sítio tidários, designará Comissão composta de cinco de seus membros
Consiste na instauração de uma legalidade extraordinária, por para acompanhar e fiscalizar a execução das medidas referentes ao
tempo determinado (que poderá ser no território nacional inteiro), estado de defesa e ao estado de sítio.
objetivando preservar ou restaurar a normalidade constitucional, Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, ces-
perturbada por motivo de comoção grave de repercussão nacional sarão também seus efeitos, sem prejuízo da responsabilidade pelos
ou por situação de beligerância com Estado estrangeiro (Artigo 49, ilícitos cometidos por seus executores ou agentes.
II c/c Artigo 84, XIX, da CF). Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou o estado
É mais grave que o estado de defesa, no sentido em que de sítio, as medidas aplicadas em sua vigência serão relatadas pelo
as medidas tomadas contra os direitos individuais serão mais Presidente da República, em mensagem ao Congresso Nacional,
restritivas, conforme faz ver o Artigo 139, da CF. com especificação e justificação das providências adotadas, com
Vejamos os dispositivos constitucionais correspondentes: relação nominal dos atingidos e indicação das restrições aplicadas.

SEÇÃO II Forças Armadas e Segurança Pública


DO ESTADO DE SÍTIO
• Forças Armadas
Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho Constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica,
da República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congres- são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas
so Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos casos com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema
de: do Presidente da República, e destinam-se à defesa da pátria, à ga-
I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de rantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer des-
fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o es- tes, da lei e da ordem.
tado de defesa;
II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão ar-
mada estrangeira.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
• Segurança Pública prerrogativas e outras situações especiais dos militares, considera-
Dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exer- das as peculiaridades de suas atividades, inclusive aquelas cumpri-
cida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das das por força de compromissos internacionais e de guerra.
pessoas e do patrimônio. Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei.
Os órgãos de segurança pública são: polícia federal, polícia ro- § 1º Às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir
doviária federal, polícia ferroviária federal, polícias civis, polícias serviço alternativo aos que, em tempo de paz, após alistados,
militares e corpos de bombeiros militares e polícias penais federal, alegarem imperativo de consciência, entendendo-se como tal o
estaduais e distrital. decorrente de crença religiosa e de convicção filosófica ou política,
Segue abaixo os Artigos da CF, correspondentes aos referidos para se eximirem de atividades de caráter essencialmente militar.
temas: § 2º As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do serviço
militar obrigatório em tempo de paz, sujeitos, porém, a outros
CAPÍTULO II encargos que a lei lhes atribuir.
DAS FORÇAS ARMADAS
CAPÍTULO III
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo DA SEGURANÇA PÚBLICA
Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes
e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e res-
a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se ponsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem
à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos
iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem. seguintes órgãos:
§ 1º Lei complementar estabelecerá as normas gerais a serem I - polícia federal;
adotadas na organização, no preparo e no emprego das Forças II - polícia rodoviária federal;
Armadas. III - polícia ferroviária federal;
§ 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições IV - polícias civis;
disciplinares militares. V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados VI - polícias penais federal, estaduais e distrital. (Redação dada
militares, aplicando-se lhes, além das que vierem a ser fixadas em pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019)
lei, as seguintes disposições: § 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente,
I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas ine- organizado e mantido pela União e estruturado em carreira,
rentes, são conferidas pelo Presidente da República e asseguradas destina-se a:
em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou reformados, sen- I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou
do-lhes privativos os títulos e postos militares e, juntamente com os em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas
demais membros, o uso dos uniformes das Forças Armadas; entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras in-
II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou em- frações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacio-
prego público civil permanente, ressalvada a hipótese prevista no nal e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
art. 37, inciso XVI, alínea “c”, será transferido para a reserva, nos II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
termos da lei; afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazen-
III - o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em dária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de compe-
cargo, emprego ou função pública civil temporária, não eletiva, ain- tência;
da que da administração indireta, ressalvada a hipótese prevista no III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de
art. 37, inciso XVI, alínea “c”, ficará agregado ao respectivo quadro fronteiras;
e somente poderá, enquanto permanecer nessa situação, ser pro- IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária
movido por antiguidade, contando-se-lhe o tempo de serviço ape- da União.
nas para aquela promoção e transferência para a reserva, sendo § 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado
depois de dois anos de afastamento, contínuos ou não, transferido e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na
para a reserva, nos termos da lei; forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais.
IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve; § 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado
V - o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na
a partidos políticos; forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais.
VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado in- § 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de
digno do oficialato ou com ele incompatível, por decisão de tribunal carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções
militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal es- de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as
pecial, em tempo de guerra; militares.
VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena pri- § 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a
vativa de liberdade superior a dois anos, por sentença transitada em preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares,
julgado, será submetido ao julgamento previsto no inciso anterior; além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de
VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII, atividades de defesa civil.
XII, XVII, XVIII, XIX e XXV, e no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV, bem § 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador
como, na forma da lei e com prevalência da atividade militar, no art. do sistema penal da unidade federativa a que pertencem, cabe
37, inciso XVI, alínea “c”; a segurança dos estabelecimentos penais. (Redação dada pela
IX - (Revogado) Emenda Constitucional nº 104, de 2019)
X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites
de idade, a estabilidade e outras condições de transferência do mi-
litar para a inatividade, os direitos, os deveres, a remuneração, as
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
§ 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros militares, § 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e
forças auxiliares e reserva do Exército subordinam-se, juntamente da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão
com as polícias civis e as polícias penais estaduais e distrital, aos do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e
Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019) coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas.
§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos § 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de
órgãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a
a eficiência de suas atividades. violência no âmbito de suas relações.
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegu-
destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme rar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade,
dispuser a lei. o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade
órgãos relacionados neste artigo será fixada na forma do § 4º do e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo
art. 39. de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência,
§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem crueldade e opressão.
pública e da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias § 1º O Estado promoverá programas de assistência integral
públicas: à saúde da criança, do adolescente e do jovem, admitida a
I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trân- participação de entidades não governamentais, mediante políticas
sito, além de outras atividades previstas em lei, que assegurem ao específicas e obedecendo aos seguintes preceitos:
cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e I - aplicação de percentual dos recursos públicos destinados à
II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos saúde na assistência materno-infantil;
Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades executivos e seus II - criação de programas de prevenção e atendimento especia-
agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da lei. lizado para as pessoas portadoras de deficiência física, sensorial ou
mental, bem como de integração social do adolescente e do jovem
Referências Bibliográficas: portador de deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e
DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Con- a convivência, e a facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos,
cursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier. com a eliminação de obstáculos arquitetônicos e de todas as formas
de discriminação.
Família, Criança, Adolescente e Idoso § 2º A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros
e dos edifícios de uso público e de fabricação de veículos de
• Família transporte coletivo, a fim de garantir acesso adequado às pessoas
É importante nos atentarmos, qual abrangente o conceito do portadoras de deficiência.
termo “família”, já que engloba combinações mais amplas (uniões § 3º O direito a proteção especial abrangerá os seguintes
plúrimas, homoafetivas etc.), não previstas no texto constitucional. aspectos:
I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho,
• Criança e Adolescente observado o disposto no art. 7º, XXXIII;
Quanto à criança e ao adolescente, deve-se dar atenção espe- II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;
cial para a responsabilização por atos infracionais. III - garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à
Além disso, o tema relativo ao jovem, apesar de não ser muito escola;
cobrado, chama-se a atenção apenas ao plano nacional da juventu- IV - garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de
de e sua duração. ato infracional, igualdade na relação processual e defesa técnica
por profissional habilitado, segundo dispuser a legislação tutelar
• Idoso específica;
Por fim, o idoso tem repercussões relevantes na jurisprudência V - obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e
e na interpretação de algumas leis, como é o caso do Estatuto do respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, quan-
Idoso. do da aplicação de qualquer medida privativa da liberdade;
VI - estímulo do Poder Público, através de assistência jurídica,
CAPÍTULO VII incentivos fiscais e subsídios, nos termos da lei, ao acolhimento, sob
DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE, DO JOVEM E a forma de guarda, de criança ou adolescente órfão ou abandona-
DO IDOSO do;
VII - programas de prevenção e atendimento especializado à
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção criança, ao adolescente e ao jovem dependente de entorpecentes
do Estado. e drogas afins.
§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração. § 4º A lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração
§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei. sexual da criança e do adolescente.
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união § 5º A adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da
estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo lei, que estabelecerá casos e condições de sua efetivação por parte
a lei facilitar sua conversão em casamento. de estrangeiros.
§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade § 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou
formada por qualquer dos pais e seus descendentes. por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas
§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
exercidos igualmente pelo homem e pela mulher. § 7º No atendimento dos direitos da criança e do adolescente
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. levar-se- á em consideração o disposto no art. 204.
§ 8º A lei estabelecerá:
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
I - o estatuto da juventude, destinado a regular os direitos dos § 5º É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas
jovens; terras, salvo, «ad referendum» do Congresso Nacional, em caso
II - o plano nacional de juventude, de duração decenal, visando de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua população, ou
à articulação das várias esferas do poder público para a execução no interesse da soberania do País, após deliberação do Congresso
de políticas públicas. Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o retorno imediato logo
Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito que cesse o risco.
anos, sujeitos às normas da legislação especial. § 6º São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos atos que tenham por objeto a ocupação, o domínio e a posse das
menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os terras a que se refere este artigo, ou a exploração das riquezas
pais na velhice, carência ou enfermidade. naturais do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes, ressalvado
Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de am- relevante interesse público da União, segundo o que dispuser
parar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comuni- lei complementar, não gerando a nulidade e a extinção direito
dade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o a indenização ou a ações contra a União, salvo, na forma da lei,
direito à vida. quanto às benfeitorias derivadas da ocupação de boa-fé.
§ 1º Os programas de amparo aos idosos serão executados § 7º Não se aplica às terras indígenas o disposto no art. 174, §
preferencialmente em seus lares. 3º e § 4º.
§ 2º Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a Art. 232. Os índios, suas comunidades e organizações são par-
gratuidade dos transportes coletivos urbanos. tes legítimas para ingressar em juízo em defesa de seus direitos e
interesses, intervindo o Ministério Público em todos os atos do pro-
Índios cesso.
De acordo com o art. 231, da CF, são reconhecidos aos índios
sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os
direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, CONSELHO NACIONAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E
competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos DO ADOLESCENTE - CONANDA
os seus bens.
Entende-se por terras tradicionalmente ocupadas pelos índios
aquelas por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas Criado em 1991 pela Lei nº 8.242, o Conselho Nacional dos Di-
para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação reitos da Criança e do Adolescente - CONANDA é um órgão cole-
dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessá- giado permanente, de caráter deliberativo e composição paritária,
rias à sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes previsto no artigo 88 da lei no 8.069/90 – Estatuto da Criança e do
e tradições. Adolescente (ECA). Integrante da estrutura básica do Ministério dos
As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se Direitos Humanos, o Conanda é o principal órgão do sistema de ga-
à sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das ri- rantia de direitos.
quezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes. Por meio da gestão compartilhada, governo e sociedade civil
São inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas, im- definem, no âmbito do Conselho, as diretrizes para a Política Na-
prescritíveis. Em outras palavras, elas não podem ser vendidas e cional de Promoção, Proteção e Defesa dos Direitos de Crianças e
não podem ser objeto de usucapião (prescrição aquisitiva). Adolescentes. Além de contribuir para a definição das políticas para
As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios são bens da a infância e a adolescência, o Conanda também fiscaliza as ações
União. Eles possuem apenas o direito à posse e ao usufruto (artigo executadas pelo poder público no que diz respeito ao atendimento
20, inciso XI, Constituição). da população infanto-juvenil.
A gestão do Fundo Nacional para a Criança e o Adolescente
CAPÍTULO VIII (FNCA) também é uma importante atribuição do Conselho. É ele
DOS ÍNDIOS o responsável pela regulamentação sobre a criação e a utilização
desses recursos, garantindo que sejam destinados às ações de pro-
Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, moção, proteção e garantia dos direitos de crianças e adolescentes,
costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários so- conforme estabelece o ECA.
bre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União
demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens. Conheça outras atribuições do Conanda
§ 1º São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as • Fiscalizar as ações de promoção dos direitos da infância e
por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para adolescência executadas por organismos governamentais e não-go-
suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos vernamentais;
recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias • Definir as diretrizes para a criação e o funcionamento dos
a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e Conselhos Estaduais, Distrital e Municipais dos Direitos da Criança e
tradições. do Adolescente e dos Conselhos Tutelares;
§ 2º As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam- • Estimular, apoiar e promover a manutenção de bancos de da-
se a sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das dos com informações sobre a infância e a adolescência;
riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes. • Acompanhar a elaboração e a execução do orçamento da
§ 3º O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os União, verificando se estão assegurados os recursos necessários
potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais para a execução das políticas de promoção e defesa dos direitos da
em terras indígenas só podem ser efetivados com autorização do população infanto-juvenil;
Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes • Convocar, a cada três anos conforme a Resolução nº 144, a
assegurada participação nos resultados da lavra, na forma da lei. Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente;
§ 4º As terras de que trata este artigo são inalienáveis e • Gerir o Fundo Nacional para a Criança e o Adolescente (FNCA).
indisponíveis, e os direitos sobre elas, imprescritíveis.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Composição ços à comunidade. E segundo dados publicados em 2018 pelo então
O Conanda é um órgão colegiado de composição paritária in- Ministério dos Direitos Humanos, ainda com base no Levantamento
tegrado por 28 conselheiros titulares e 28 suplentes, sendo 14 re- Anual do SINASE de 2016, são mais de 26 mil adolescentes vincula-
presentantes do Poder Executivo e 14 representantes de entidades dos às medidas de semiliberdade e internação estrita.
não-governamentais que possuem atuação em âmbito nacional e Mas apesar das importantes mudanças jurídicas e institucio-
atuação na promoção e defesa dos direitos de crianças e adoles- nais realizadas ao longo do século, sabemos que ainda há muito o
centes. Confira a lista com os nomes das entidades e seus represen- que mudar para que esses milhares de adolescentes e jovens te-
tantes que compõem a gestão para o biênio 2017-2018 do Conanda nham assegurado, de fato e de direito, o que o ECA e o SINASE ins-
(link para página estática com a lista como hoje é possível visualizar tituem. Infelizmente ainda são recorrentes diversas formas de vio-
no Portal dos Direitos da Criança e do Adolescente) lações de direitos, herdadas de uma cultura penal punitivista, que
colocam à prova o cotidiano das instituições, as práticas de seus
Breve histórico trabalhadores, o poder de mobilização dos movimentos sociais e a
A CF de 1988 e a promulgação do ECA traz um novo olhar sobre agenda da sociedade civil diante das contradições e desafios que a
a infância e a adolescência, ao incluir diretrizes da Convenção In- Socioeducação possui.
ternacional dos Direitos da Criança, aprovada por unanimidade na Para fazer frente à esse cenário de forma crítica e propositiva,
Assembleia Geral das Nações Unidas, em 20 de novembro de 1989, acreditamos que é fundamental qualificar e ampliar o debate sobre
e assinada pelo Brasil em 26 de janeiro de 1990. a Socioeducação no Brasil, com foco na defesa dos direitos huma-
O Brasil é um dos poucos países que prevê legalmente a cons- nos. É por isso que neste portal você vai encontrar muito do que
tituição de conselhos paritários e deliberativos na área das políticas trabalhadores(as), pesquisadores(as), gestores públicos, conselhos
para crianças e adolescentes, assim como a estruturação de conse- de direitos, terceiro setor e movimentos sociais têm praticado, es-
lhos tutelares eleitos pelas próprias comunidades. tudado e produzido na área: experiências do fazer socioeducativo
no cotidiano das instituições que executam as medidas; experiên-
Fonte: https://www.gov.br/mdh/pt-br/acesso-a-informacao/participa- cias de planejamento e implementação de políticas nos Estados e
cao-social/conselho-nacional-dos-direitos-da-crianca-e-do-adolescen- Municípios; experiências de organização, mobilização e ação social
te-conanda/conanda na defesa de direitos; eventos; além de regulamentações, livros, ar-
tigos, pesquisas, audiovisual e demais materiais de referência.

SOCIOEDUCAÇÃO Fonte: https://socioeducacao.unb.br/#:~:text=Quando%20falamos%20


em%20Socioeduca%C3%A7%C3%A3o%20nos,aos%20quais%20foi%20
atribu%C3%ADda%20legalmente
Quando falamos em Socioeducação nos referimos à relação
entre formas jurídicas e práticas institucionais historicamente cons-
truídas e acumuladas no Brasil, por força das condições econômi- ATRIBUIÇÕES TEÓRICA E PRÁTICA DO CARGO DE
cas, políticas e sociais de cada época, voltadas para a responsabili- AGENTE SOCIOEDUCATIVO, ESTABELECIDAS NA LEI Nº
zação de adolescentes e jovens aos quais foi atribuída legalmente a 706/2013
autoria de atos infracionais.
Tais relações sofreram mudanças importantes nos últimos cem
anos no país. Do primeiro Código Penal Republicano (1890), pas- Nome do Cargo: Agente Socioeducativo
sando pelos Códigos de Menores (1927 e 1970) até chegarmos ao
Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), saímos da completa Requisito de Ingresso:
indiferenciação entre idade e condições de desenvolvimento de Conclusão de Curso de Nível Médio reconhecido pelo Minis-
pessoas apenadas (ZANELLA; LARA, 2015) ao reconhecimento de tério da Educação e carteira nacional de habilitação categoria “B”.
crianças e adolescentes como sujeitos de direitos, em especial, o de
ser considerada a especificidade de cada etapa do desenvolvimento Atribuição:
para a aplicação de penas, conhecidas desde o ECA como medidas Intervir pedagogicamente, de forma direta ou indireta, nos
socioeducativas (ARRAES, 2019). São elas: prestação de serviços à processos socioeducativos, através do diálogo, orientações técni-
comunidade, liberdade assistida, semiliberdade e internação. cas e administrativas, quando convocado; Participar da elaboração,
Em 2012 o Brasil instituiu por força da lei 12.594 o Sistema Na- execução e avaliação do Plano Individual de Atendimento (PIA); Re-
cional de Atendimento Socioeducativo (SINASE), uma política pú- gistrar as irregularidades e fatos importantes para o atendimento
blica que regulamenta a execução das medidas socioeducativas a técnico, no livro de ocorrências, ocorridos na admissão e desliga-
partir de princípios orientados pela Doutrina da Proteção Integral mento, nas movimentações internas e externas, durante todo o
que o ECA inaugurou. Com isso, as medidas devem ter um caráter cumprimento da medida socioeducativa; Realizar e controlar a mo-
pedagógico que prevaleça sobre o sancionatório, de modo a não vimentação interna dos socioeducandos, acompanhando os atendi-
submeter adolescentes e jovens à um tratamento mais gravoso do mentos técnicos, os horários de lazer, refeições, cultura, esporte, as
que o destinado aos adultos; assegurar a proporcionalidade da san- atividades escolares e os cursos profissionalizantes; Atuar como um
ção em relação ao ato cometido; garantir a mínima intervenção na canal de comunicação entre os socioeducandos e os diversos seto-
vida privada de socioeducandos e famílias, com a aplicação de me- res de atendimento técnico da unidade; Acompanhar as atividades
didas pelo tempo mais breve possível; e primar pelo fortalecimento diárias, orientar e dar suporte aos socioeducandos de seu grupo
dos vínculos familiares e comunitários, entre outros aspectos im- de trabalho; Facilitar as reuniões matinais e elaborar relatórios do
portantes (ARRAES, 2019). cotidiano (atas) e do processo de desenvolvimento dos socioedu-
Segundo a Pesquisa Nacional de Medidas Socioeducativas em candos; Participar das reuniões periódicas para discutir o desenvol-
Meio Aberto (fevereiro/março de 2018) feita pelo Ministério do De- vimento dos socioeducandos juntamente com as equipes técnicas;
senvolvimento Social, são mais de 117 mil adolescentes e jovens Acompanhar os socioeducandos em atividades extras; Supervisio-
cumprindo as medidas de liberdade assistida e prestação de servi- nar o cumprimento das normas dos programas ou atividades que
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
acompanha; Acompanhar o socioeducando no alojamento; Manter (D) o relativismo cultural, a indivisibilidade e a interdependên-
o bom funcionamento no alojamento e demais dependências da cia dos direitos humanos, conferindo primazia aos direitos eco-
unidade; Resolver conflitos imediatos; Registrar em livro de ata o nômicos, sociais e culturais, como condição ao exercício dos
transcorrer do plantão; Conhecer e aplicar o Projeto Pedagógico da direitos civis e políticos.
Instituição, no que lhe compete; Procurar sempre atualizar-se em (E) a universalidade, a indivisibilidade e a interdependência dos
assuntos referentes à educação de socioeducandos; Participar com direitos humanos, conferindo primazia aos direitos econômi-
os socioeducandos, das atividades de esporte, cultura e lazer; Estar cos, sociais e culturais, como condição ao exercício dos direitos
atento ao desenvolvimento dos socioeducandos sob sua responsa- civis e políticos.
bilidade; Trabalhar em conjunto com os técnicos responsáveis pelos
socioeducandos; Despertar (acordar) os socioeducandos; Acom- 2. (CESPE - 2008 - MPE-RO - Promotor de Justiça) Após as con-
panhar a limpeza matinal e a higiene pessoal dos socioeducandos; seqüências devastadoras da Segunda Guerra Mundial, os países re-
Subsidiar a equipe técnica com informações que possam ser válidas solveram criar uma organização multi e supranacional para regular
no trabalho dos técnicos; Realizar a identificação e revista no socio- as relações entre os povos. Nesse marco, surgiu, em 1945, a Carta
educando e vistoria nos seus pertences durante a admissão e desli- das Nações, cujos fundamentos visavam, essencialmente, à manu-
gamento da unidade de internação e nas movimentações internas e tenção da paz internacional, que incluía a proteção da integridade
externas; Vistoriar periodicamente os alojamentos; Realizar a iden- territorial dos Estados frente à agressão e à intervenção externa;
tificação e revista de visitantes, bem como a vistoria em seus per- ao fomento entre as nações de relações de amizade, levando em
tences; Registrar e acompanhar a entrada e saída de visitantes, bem conta os princípios de igualdade, soberania e livre determinação
como as ocorrências de irregularidades durante a visitação; Apli- dos povos; e à realização de cooperação internacional para solução
car procedimento de segurança em funcionário e vistoria em seus de problemas internacionais de caráter econômico, social, cultural
pertences; Vistoriar cargas e veículos que irão ingressar na unidade e humanitário, incluindo o respeito aos direitos humanos e às li-
(alimentação, materiais diversos); Acompanhar as movimentações berdades fundamentais, sem fazer distinção por motivos de raça,
internas e os atendimentos aos socioeducandos em pontos estra- sexo, idioma ou religião. A Carta das Nações deu origem à ONU,
tégicos; Planejar, preparar e executar as movimentações externas que, posteriormente, criou uma carta de direitos - a Declaração Uni-
junto com a equipe técnica; Realizar a conferência diária e verificar versal dos Direitos Humanos (DUDH) - adotada e proclamada pela
a quantidade de socioeducandos na unidade; Intervir direta ou in- Resolução 217-A (III) da Assembléia Geral das Nações Unidas, em
diretamente em situações de emergência na unidade, através de 10 de dezembro de 1948.
contenção, primeiros socorros, quando necessário, utilizando-se de
intervenções pedagógicas após controlada a situação; Zelar pela Acerca dos direitos fundamentais previstos no documento
ordem, disciplina e segurança no interior da unidade; Ler as ocor- mencionado no texto acima, assinale a opção incorreta.
rências no início do plantão; Vistoriar as dependências da unidade, (A) A DUDH surgiu para atender ao clamor de toda a humani-
em equipe; Fazer ocorrências exatas sobre os acontecimentos do dade e buscou realçar alguns princípios básicos fundamentais
dia; Manter a ordem e a disciplina; Acompanhar os socioeducandos para a compreensão da dignidade humana, entre eles, a liber-
fora da unidade, quando solicitado, mantendo a ordem, disciplina dade e a igualdade.
e segurança, zelando por sua integridade física e a do socioeducan- B) A DUDH protege o genoma humano como unidade funda-
do; Comunicar, na troca do plantão, ao monitoramento responsá- mental de todos os membros da espécie humana e também
vel pela sua turma de socioeducandos algum detalhe ou fato que reconhece como inerentes sua dignidade e sua diversidade. Em
mereça ser destacado; Encaminhar e monitorar os socioeducandos um sentido simbólico, a DUDH reconhece o genoma como a
para as atividades terapêuticas e profissionalizantes; Evitar, por to- herança da humanidade.
dos os meios legítimos, a evasão de socioeducandos; Conduzir ve- (C) A DUDH afirma que o desrespeito aos direitos humanos é
ículos, desde que habilitado, conforme as normas das leis de trân- causa da barbárie.
sito, para fins de desempenho de suas atividades; Executar outras (D) A DUDH assegura o direito de resistência.
atividades correlatas. (E) A DUDH assegura o direito de resistência. E A DUDH corre-
laciona o estabelecimento de uma compreensão comum dos
direitos humanos com o seu pleno cumprimento.
QUESTÕES
3. A Declaração Universal dos Direitos Humanos reconhece,
por meio de seus trinta artigos, a dignidade como inerente a todos
1. ( FCC - 2009 - DPE-MA - Defensor Público) Ao introduzir a os membros da família humana e seus direitos iguais e inalienáveis.
concepção contemporânea de direitos humanos, a Declaração Uni- É um ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as Na-
versal de Direitos Humanos de 1948 afirma que ções, sendo que um desses artigos prescreve que
(A) o relativismo cultural, a indivisibilidade e a interdependên- (A) “Os homens têm direitos quase plenos e as mulheres têm
cia dos direitos humanos, conferindo primazia ao valor da soli- direitos parciais à vida.”
dariedade, como condição ao exercício dos direitos civis, políti- (B) “Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.”
cos, econômicos, sociais e culturais. (C) “Todo homem suspeito de um ato delituoso é considerado
(B) a universalidade, a indivisibilidade e a interdependência dos culpado.”
direitos humanos, conferindo paridade hierárquica entre direi- (D) “A tortura somente é permitida se outro castigo cruel não
tos civis e políticos e direitos econômicos, sociais e culturais. atingir seu objetivo.”
(C) a universalidade, a indivisibilidade e a interdependência
dos direitos humanos, conferindo primazia aos direitos civis e
políticos, como condição ao exercício dos direitos econômicos,
sociais e culturais.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
4. O 3º Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH III), 6. O Programa Nacional de Direitos Humanos
fruto de intenso debate público, especialmente durante a 11ª Con- (A) identifica, desde a sua primeira edição, os órgãos estatais
ferência Nacional de Direitos Humanos, restou aprovado pelo De- diretamente responsáveis pela realização das diretrizes ou
creto nº 7.037, de 21 de dezembro de 2009. Mesmo assim, alguns ações nele previstas.
aspectos causaram grande repercussão, gerando alterações no tex- (B) é atualizado respeitando-se a periodicidade estabelecida na
to original por parte da Presidência da República, nos termos do CF.
Decreto nº 7.177, de 12 de maio de 2010. (C) não foi positivado quando de sua primeira edição, já que ha-
Qual dos itens abaixo NÃO sofreu alteração? via sido produzido exclusivamente por iniciativa da sociedade
(A) DIRETRIZ 24 ? Preservação da memória histórica e constru- civil organizada.
ção pública da verdade. OBJETIVO ESTRATÉGICO I ? Incentivar (D) incorporou ações especificamente relacionadas à DP ape-
iniciativas de preservação da memória histórica e de constru- nas a partir de sua segunda edição.
ção pública da verdade sobre períodos autoritários. (E) encontra-se em sua terceira edição, que incorporou pro-
(B) DIRETRIZ 25 ? Modernização da legislação relacionada com posições oriundas da 11.ª Conferência Nacional dos Direitos
promoção do direito à memória e à verdade, fortalecendo a Humanos e de outras tantas conferências temáticas nacionais.
democracia. OBJETIVO ESTRATÉGICO I ? Suprimir do ordena-
mento jurídico brasileiro eventuais normas remanescentes de 7. O Decreto nº 7.037/2009, aprova o Programa Nacional de
períodos de exceção que afrontem os compromissos interna- Direitos Humanos − PNDH-3 e dá outras providências. No Eixo
cionais e os preceitos constitucionais sobre Direitos Humanos. Orientador III − “Universalizar direitos em um contexto de desigual-
(C) DIRETRIZ 9 ? Combate às desigualdades estruturais. OBJETI- dades” − encontra-se na Diretriz 7: “Garantia dos Direitos Humanos
VO ESTRATÉGICO III ? Garantia dos direitos das mulheres para de forma universal, indivisível e interdependente, assegurando a ci-
o estabelecimento das condições necessárias para sua plena dadania plena”. Como ações pragmáticas para a ampliação do aces-
cidadania. so universal a sistema de saúde de qualidade (Objetivo estratégico
(D) DIRETRIZ 22 ? Garantia do direito à comunicação democrá- IV) consta: “Expandir e consolidar programas de serviços básicos
tica e ao acesso à informação para consolidação de uma cultura de saúde e de atendimento domiciliar para a população de baixa
em diretos humanos. OBJETIVO ESTRATÉGICO I ? Promover o renda, com enfoque na prevenção e diagnóstico prévio de doenças
respeito aos Direitos Humanos nos meios de comunicação e o e deficiências, com apoio diferenciado às pessoas idosas, indígenas,
cumprimento de seu papel na promoção da cultura em Direitos negros e comunidades quilombolas, pessoas com deficiência, pes-
Humanos. soas em situação de rua, lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transe-
(E) DIRETRIZ 13 ? Prevenção da violência e da criminalidade e xuais, crianças e adolescentes, mulheres” e também
profissionalização da investigação de atos criminosos. OBJETI- (A) “religiosos e romeiros”.
VO ESTRATÉGICO I ? Ampliação do controle de armas de fogo (B) “lideranças e seus colaboradores”.
em circulação no país. (C) “estrangeiros e imigrantes”.
(D) “expatriados e ex-detentos”.
5. Considerando que a Política Nacional de Direitos Humanos (E) “pescadores artesanais e população de baixa renda”.
é responsável pelo desenvolvimento de políticas públicas para a
afirmação dos direitos humanos na sociedade brasileira, assinale a 8. As regras mínimas das Nações Unidas para o tratamento dos
opção correta acerca dos programas nacionais de direitos humanos presos não incluem
(PNDHs). (A) o respeito as crenças religiosas e aos preceitos morais do
(A) A implementação do Plano Nacional de Educação em Direi- grupo a que pertença o preso.
tos Humanos visa fortalecer os direitos humanos como instru- (B) que todos são dotados de razão e consciência e devem agir
mento transversal das políticas públicas e revisar a legislação com espírito de fraternidade
sobre abuso de autoridade e desacato à autoridade, conforme (C) as razões da prisão de qualquer pessoa e a autoridade com-
definido no PNDH-1. petente que a ordenou.
(B) O PNDH-3 apresenta propostas para o aperfeiçoamento do (D) a separação entre pessoas presas preventivamente e presos
poder público no desenvolvimento de políticas públicas de pre- condenados
venção ao crime e à violência, reforçando a noção de acesso (E) que os presos jovens deverão ser mantidos´separados dos
universal à justiça como direito fundamental. presos adultos
(C) O Plano Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho
Infantil e Proteção do Trabalhador Adolescente tem por finali- 9. Sobre as Regras Mínimas para o Tratamento de Pessoas Pre-
dade coordenar as diversas formas de intervenção estabeleci- sas, aprovadas pela ONU, analise as assertivas a seguir:
das no PNDH-2, de forma a assegurar a eliminação do trabalho I. A utilização do preso em serviços, em consequência de me-
infantil. didas disciplinares, deve ser incentivada como medida sócio-edu-
(D) O PNDH-2 prevê ações em prol do direito à memória e à cativa.
verdade, que incluem a promoção da apuração e do esclareci- II. O fim e a justificação de uma pena de prisão ou de qualquer
mento público das violações de direitos humanos praticadas no medida privativa de liberdade é, em última instância, punir o preso
contexto da repressão política ocorrida no Brasil, com o propó- pelo crime praticado.
sito de promover a reconciliação nacional. III. É obrigatória a educação de analfabetos e de presos jovens.
(E) O PNDH-1 foi lançado em 1996 com o objetivo de estabe-
lecer ações específicas para garantir o direito a educação, saú- Está correto o que se afirma em
de, previdência e assistência social, trabalho, moradia, meio (A) I e II, apenas.
ambiente saudável, alimentação, cultura e lazer, assim como (B) I, II e III.
de estabelecer propostas voltadas para a educação e sensibi- (C) II, apenas.
lização de toda a sociedade brasileira, visando à construção e (D) III, apenas.
consolidação de uma cultura de respeito aos direitos humanos. (E) I e III, apenas.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
10. Sobre as Regras Mínimas para o Tratamento de Pessoas ______________________________________________________
Presas, aprovadas pela ONU, analise as assertivas a seguir:
I. Em circunstâncias excepcionais, quando o preso necessitar ______________________________________________________
afastar-se do estabelecimento penitenciário para fins autorizados,
ele poderá usar suas próprias roupas, desde que chamem atenção ______________________________________________________
sobre si, a fim de facilitar eventual identificação por autoridades se
______________________________________________________
houver necessidade.
II. É garantido ao preso ser visto o menos possível pelo público ______________________________________________________
quando estiver sendo transferido para outro estabelecimento pri-
sional. ______________________________________________________
III. Instrumentos como algemas e correntes podem ser utiliza-
dos como instrumentos de punição apenas em casos excepcionais ______________________________________________________

Está correto o que se afirma em ______________________________________________________


(A) I e II, apenas.
______________________________________________________
(B) II e III, apenas.
(C) I, II e III. ______________________________________________________
(D) I, apenas.
(E) II, apenas. ______________________________________________________

______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________

______________________________________________________
1 B
2 B ______________________________________________________

3 B ______________________________________________________
4 E ______________________________________________________
5 B
______________________________________________________
6 E
7 E ______________________________________________________
8 B ______________________________________________________
9 D
______________________________________________________
10 E
______________________________________________________

ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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