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a solução para o seu concurso!

UFMG
UNIVERSIDADE FEDERAL DE
MINAS GERAIS

Assistente em Administração

EDITAL Nº 1724 , DE 11
DE OUTUBRO DE 2022

CÓD: SL-008FV-23
7908433232124
INTRODUÇÃO

Como passar em um concurso público?


Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação. É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como
estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.

Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou esta introdução com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.

Então mãos à obra!


• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho;

• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área;

• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total;

• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo;

• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.

• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame;

• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.

A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.

Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.

A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Vamos juntos!

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ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Leitura e interpretação de textos................................................................................................................................................. 7
2. Gêneros textuais e Tipos de texto: narrativo, descritivo, expositivo, argumentativo e injuntivo................................................ 8
3. Coesão, coerência e elementos de textualidade/textualização. Elementos da organização textual: segmentação, encadea-
mento e ordenação. Referenciação............................................................................................................................................. 8
4. Argumentação:pertinência, relevância e coerência dos argumentos; formas de articulação dos argumentos.......................... 10
5. Progressão temática.................................................................................................................................................................... 10
6. Paragrafação................................................................................................................................................................................ 11
7. Funções de linguagem................................................................................................................................................................. 11
8. Semântica: sinonímia e antonímia; polissemia e ambiguidade................................................................................................... 12
9. Figuras de linguagem................................................................................................................................................................... 13
10. Intertextualidade......................................................................................................................................................................... 16
11. Linguagem verbal e não verbal.................................................................................................................................................... 17
12. Variação linguística: as diversas modalidades do uso da língua adequadas às várias situações de comunicação. Formalidade
e informalidade............................................................................................................................................................................ 17
13. Conhecimentos linguísticos de acordo com a gramática normativa da língua portuguesa: acentuação gráfica......................... 18
14. classes de palavras: função das palavras nos enunciados e nos textos....................................................................................... 19
15. Emprego de conectores............................................................................................................................................................... 27
16. Colocação pronominal................................................................................................................................................................. 28
17. Estruturação sintática e semântica dos termos na oração e das orações no período: coordenação e subordinação................. 29
18. Regência nominal e verbal........................................................................................................................................................... 32
19. Uso do sinal indicativo de crase................................................................................................................................................... 34
20. Concordância nominal e verbal................................................................................................................................................... 35
21. Emprego dos sinais de pontuação............................................................................................................................................... 36
22. ortografia de acordo com a norma padrão, contemplando o Novo Acordo Ortográfico............................................................. 38

Legislação
1. Estatuto da Universidade Federal de Minas Gerais. ............................................................................................................... 49
2. Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação. .................................................................................... 60
3. Regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais........................... 64

Noções de Administração e Administração Pública


1. A administração e suas perspectivas. Antecedentes históricos da administração. Abordagens da administração -
administração científica;.......................................................................................................................................................... 91
2. Teoria clássica; ........................................................................................................................................................................ 91
3. Teoria das relações humanas................................................................................................................................................... 92
4. Teoria neoclássica; .................................................................................................................................................................. 93
5. Departamentalização............................................................................................................................................................... 94

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ÍNDICE

6. Administração por objetivos; .................................................................................................................................................. 94


7. Modelo burocrático; ............................................................................................................................................................... 95
8. Teoria estruturalista; ............................................................................................................................................................... 95
9. Teoria comportamental; ......................................................................................................................................................... 96
10. Teoria do desenvolvimento organizacional; . .......................................................................................................................... 97
11. Tecnologia e administração; teoria de sistemas;..................................................................................................................... 97
12. Teoria matemática da administração; ..................................................................................................................................... 98
13. Teoria da contingência. ........................................................................................................................................................... 100
14. Novas perspectivas para a teoria geral da administração........................................................................................................ 102

Noções de Direito Administrativo e Redação Oficial


1. Introdução ao Direito Administrativo. ..................................................................................................................................... 113
2. Regime Jurídico Administrativo. .............................................................................................................................................. 116
3. Poderes administrativos. . ........................................................................................................................................................ 126
4. Organização administrativa. . ................................................................................................................................................... 133
5. Atos administrativos. ............................................................................................................................................................... 136
6. Responsabilidade civil do Estado. ............................................................................................................................................ 147
7. Agentes públicos. ..................................................................................................................................................................... 152
8. Atributos da redação oficial. Comunicações oficiais................................................................................................................. 163

Noções de informática
1. Softwares..................................................................................................................................................................................... 175
2. Conhecimentos básicos de sistemas operacionais para computadores (Windows e Linux). Windows Explorer........................ 177
3. Manipulação de arquivos e pastas. tipos de arquivos e suas extensões. Aplicativos Diversos.................................................... 186
4. Microsoft Word 2010................................................................................................................................................................... 188
5. Microsoft Excel 2010.................................................................................................................................................................... 191
6. Navegadores web (Internet Explorer, Firefox e Chrome)............................................................................................................. 197

Noções de Atendimento no Serviço Público


1. Atendimento. Conceito. A importância do atendimento.......................................................................................................... 205
2. A importância do atendimento e tratamento .......................................................................................................................... 207
3. Postura do Atendente. ............................................................................................................................................................. 208
4. Apresentação Pessoal. ............................................................................................................................................................. 211
5. Limpeza e Arrumação do Ambiente de Trabalho. .................................................................................................................... 212
6. Tipos de Atendimento. Atendimento Presencial. .................................................................................................................... 213
7. Atendimento Telefônico. .......................................................................................................................................................... 214
8. Gestão de reclamações. A busca da excelência........................................................................................................................ 215

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A imagem a seguir ilustra uma campanha pela inclusão social.


LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Definição Geral
Embora correlacionados, esses conceitos se distinguem, pois
sempre que compreendemos adequadamente um texto e o objetivo
de sua mensagem, chegamos à interpretação, que nada mais é
do que as conclusões específicas. Exemplificando, sempre que
nos é exigida a compreensão de uma questão em uma avaliação,
a resposta será localizada no próprio no texto, posteriormente,
ocorre a interpretação, que é a leitura e a conclusão fundamentada
em nossos conhecimentos prévios.

Compreensão de Textos
Resumidamente, a compreensão textual consiste na análise do “A Constituição garante o direito à educação para todos e a
que está explícito no texto, ou seja, na identificação da mensagem. inclusão surge para garantir esse direito também aos alunos com
É assimilar (uma devida coisa) intelectualmente, fazendo uso deficiências de toda ordem, permanentes ou temporárias, mais ou
da capacidade de entender, atinar, perceber, compreender. menos severas.”
Compreender um texto é apreender de forma objetiva a mensagem
transmitida por ele. Portanto, a compreensão textual envolve a A partir do fragmento acima, assinale a afirmativa incorreta.
decodificação da mensagem que é feita pelo leitor. Por exemplo, (A) A inclusão social é garantida pela Constituição Federal de
ao ouvirmos uma notícia, automaticamente compreendemos 1988.
a mensagem transmitida por ela, assim como o seu propósito (B) As leis que garantem direitos podem ser mais ou menos
comunicativo, que é informar o ouvinte sobre um determinado severas.
evento. (C) O direito à educação abrange todas as pessoas, deficientes
ou não.
Interpretação de Textos (D) Os deficientes temporários ou permanentes devem ser
É o entendimento relacionado ao conteúdo, ou melhor, os incluídos socialmente.
resultados aos quais chegamos por meio da associação das ideias (E) “Educação para todos” inclui também os deficientes.
e, em razão disso, sobressai ao texto. Resumidamente, interpretar
é decodificar o sentido de um texto por indução. Comentário da questão:
A interpretação de textos compreende a habilidade de se Em “A” – Errado: o texto é sobre direito à educação, incluindo as
chegar a conclusões específicas após a leitura de algum tipo de pessoas com deficiência, ou seja, inclusão de pessoas na sociedade.
texto, seja ele escrito, oral ou visual. Em “B” – Certo: o complemento “mais ou menos severas” se
Grande parte da bagagem interpretativa do leitor é resultado refere à “deficiências de toda ordem”, não às leis.
da leitura, integrando um conhecimento que foi sendo assimilado Em “C” – Errado: o advérbio “também”, nesse caso, indica a
ao longo da vida. Dessa forma, a interpretação de texto é subjetiva, inclusão/adição das pessoas portadoras de deficiência ao direito à
podendo ser diferente entre leitores. educação, além das que não apresentam essas condições.
Em “D” – Errado: além de mencionar “deficiências de
Exemplo de compreensão e interpretação de textos toda ordem”, o texto destaca que podem ser “permanentes ou
Para compreender melhor a compreensão e interpretação de temporárias”.
textos, analise a questão abaixo, que aborda os dois conceitos em Em “E” – Errado: este é o tema do texto, a inclusão dos
um texto misto (verbal e visual): deficientes.
Resposta: Letra B.
FGV > SEDUC/PE > Agente de Apoio ao Desenvolvimento Escolar Espe-
cial > 2015
Português > Compreensão e interpretação de textos

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INFORMAÇÕES IMPLÍCITAS Como se classificam os tipos e os gêneros textuais


As classificações conforme o gênero podem sofrer mudanças
Definição e são amplamente flexíveis. Os principais gêneros são: romance,
Ao contrário das informações explícitas, que são expressadas conto, fábula, lenda, notícia, carta, bula de medicamento, cardápio
pelo autor no texto, as informações implícitas não são expressadas de restaurante, lista de compras, receita de bolo, etc. Quanto aos
da mesma forma. Em muitos casos, para que se faça uma leitura tipos, as classificações são fixas, e definem e distinguem o texto
eficiente, é necessário que se vá além do que está mencionado, com base na estrutura e nos aspectos linguísticos. Os tipos textuais
sendo necessário preciso inferir as informações de um texto, ou são: narrativo, descritivo, dissertativo, expositivo e injuntivo.
seja, decifrar suas entrelinhas.   Resumindo, os gêneros textuais são a parte concreta, enquanto
as tipologias integram o campo das formas, da teoria. Acompanhe
Inferência: quer dizer concluir alguma coisa com base em abaixo os principais gêneros textuais inseridos e como eles se
outra já conhecida. Fazer inferências é uma habilidade essencial inserem em cada tipo textual:
para a interpretação correta dos enunciados e dos textos. As Texto narrativo: esse tipo textual se estrutura em: apresentação,
principais informações que podem ser inferidas recebem o nome desenvolvimento, clímax e desfecho. Esses textos se caracterizam
de subtendidas e pressupostas.    pela apresentação das ações de personagens em um tempo e
espaço determinado. Os principais gêneros textuais que pertencem
Informação pressuposta: é aquela cujo enunciado depende ao tipo textual narrativo são: romances, novelas, contos, crônicas
para fazer que consiga gerar sentido. Analise o seguinte exemplo: e fábulas.
“Arnaldo retornará para casa?”, O enunciado, nesse caso, somente Texto descritivo: esse tipo compreende textos que descrevem
fará sentido se for levada em consideração que Arnaldo saiu de casa, lugares ou seres ou relatam acontecimentos. Em geral, esse tipo de
pelo menos provisoriamente – e essa é a informação pressuposta. texto contém adjetivos que exprimem as emoções do narrador, e,
O fato de Arnaldo se encontrar em casa invalidará o enunciado. em termos de gêneros, abrange diários, classificados, cardápios de
Observe que as informações pressupostas estão assinaladas por restaurantes, folhetos turísticos, relatos de viagens, etc.
meio de termos e expressões expostos no próprio enunciado e Texto expositivo: corresponde ao texto cuja função é transmitir
implicam de um critério lógico. Desse modo, no enunciado “Arnaldo ideias utilizando recursos de definição, comparação, descrição,
ainda não retornou para casa”, o termo “ainda” aponta que o conceituação e informação. Verbetes de dicionário, enciclopédias,
retorno de Arnaldo para casa é dado como certo pelos enunciados. jornais, resumos escolares, entre outros, fazem parte dos textos
expositivos.
Informação subtendida: diversamente à informação Texto argumentativo: os textos argumentativos têm o objetivo
pressupostas, a subentendida não é assinalada no enunciado, de apresentar um assunto recorrendo a argumentações, isto é,
sendo, portanto, apenas uma sugestão, isto é, pode ser percebida caracteriza-se por defender um ponto de vista. Sua estrutura é
como insinuações. O emprego de subentendidos “camufla” o composta por introdução, desenvolvimento e conclusão. Os textos
enunciado por trás de uma declaração, pois, nesse caso, ele não argumentativos compreendem os gêneros textuais manifesto e
quer se comprometer com ela. Em razão disso, pode-se afirmar abaixo-assinado.
que as informações são de responsabilidade do receptor da fala, Texto injuntivo: esse tipo de texto tem como finalidade de
ao passo que as pressupostas são comuns tanto aos falantes orientar o leitor, ou seja, expor instruções, de forma que o emissor
quanto aos receptores. As informações subentendidas circundam procure persuadir seu interlocutor. Em razão disso, o emprego de
nosso dia-a-dia nas as anedotas e na publicidade por exemplo; verbos no modo imperativo é sua característica principal. Pertencem
enquanto a primeira consiste em um gênero textual cujos sentido a este tipo os gêneros bula de remédio, receitas culinárias, manuais
está profundamente submetido à ruptura dos subentendidos, a de instruções, entre outros.
segunda se baseia nos pensamentos e comportamentos sociais Texto prescritivo: essa tipologia textual tem a função de instruir
para produzir informações subentendidas. o leitor em relação ao procedimento. Esses textos, de certa forma,
impedem a liberdade de atuação do leitor, pois decretam que ele
siga o que diz o texto. Os gêneros que pertencem a esse tipo de
GÊNEROS TEXTUAIS E TIPOS DE TEXTO: NARRATIVO, DES- texto são: leis, cláusulas contratuais, edital de concursos públicos.
CRITIVO, EXPOSITIVO, ARGUMENTATIVO E INJUNTIVO
COESÃO, COERÊNCIA E ELEMENTOS DE TEXTUALIDADE/
TEXTUALIZAÇÃO. ELEMENTOS DA ORGANIZAÇÃO TEXTU-
Definições e diferenciação: tipos textuais e gêneros textuais AL: SEGMENTAÇÃO, ENCADEAMENTO E ORDENAÇÃO. RE-
são dois conceitos distintos, cada qual com sua própria linguagem FERENCIAÇÃO
e estrutura. Os tipos textuais gêneros se classificam em razão
da estrutura linguística, enquanto os gêneros textuais têm sua
classificação baseada na forma de comunicação. Assim, os gêneros — Definições e diferenciação
são variedades existente no interior dos modelos pré-estabelecidos Coesão e coerência são dois conceitos distintos, tanto que um
dos tipos textuais. A definição de um gênero textual é feita a partir texto coeso pode ser incoerente, e vice-versa. O que existe em comum
dos conteúdos temáticos que apresentam sua estrutura específica. entre os dois é o fato de constituírem mecanismos fundamentais
Logo, para cada tipo de texto, existem gêneros característicos. para uma produção textual satisfatória. Resumidamente, a coesão

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textual se volta para as questões gramaticais, isto é, na articulação “Embora eu não saiba os detalhes, sei que um acidente
interna do texto. Já a coerência textual tem seu foco na articulação aconteceu.” Conjunção concessiva.
externa da mensagem.
– Coesão lexical: consiste no emprego de palavras que fazem
— Coesão Textual parte de um mesmo campo lexical ou que carregam sentido
Consiste no efeito da ordenação e do emprego adequado aproximado. É o caso dos nomes genéricos, sinônimos, hiperônimos,
das palavras que proporcionam a ligação entre frases, períodos e entre outros.
parágrafos de um texto. A coesão auxilia na sua organização e se Exemplo:
realiza por meio de palavras denominadas conectivos. “Aquele hospital público vive lotado. A instituição não está
dando conta da demanda populacional.”
As técnicas de coesão
A coesão pode ser obtida por meio de dois mecanismos — Coerência Textual
principais, a anáfora e a catáfora. Por estarem relacionados à A Coerência é a relação de sentido entre as ideias de um texto
mensagem expressa no texto, esses recursos classificam-se como que se origina da sua argumentação – consequência decorrente
endofóricas. Enquanto a anáfora retoma um componente, a catáfora dos saberes conhecimentos do emissor da mensagem. Um texto
o antecipa, contribuindo com a ligação e a harmonia textual. redundante e contraditório, ou cujas ideias introduzidas não
As regras de coesão apresentam conclusão, é um texto incoerente. A falta de coerência
Para que se garanta a coerência textual, é necessário que as prejudica a fluência da leitura e a clareza do discurso. Isso quer dizer
regras relacionadas abaixo sejam seguidas. que a falta de coerência não consiste apenas na ignorância por parte
dos interlocutores com relação a um determinado assunto, mas da
Referência emissão de ideias contrárias e do mal uso dos tempos verbais.
– Pessoal: emprego de pronomes pessoais e possessivos. Observe os exemplos:
Exemplo: “A apresentação está finalizada, mas a estou concluindo
«Ana e Sara foram promovidas. Elas serão gerentes de até o momento.” Aqui, temos um processo verbal acabado e um
departamento.” Aqui, tem-se uma referência pessoal anafórica inacabado.
(retoma termo já mencionado).
“Sou vegana e só como ovos com gema mole.” Os veganos não
– Comparativa: emprego de comparações com base em consomem produtos de origem animal.
semelhanças.
Exemplo: Princípios Básicos da Coerência
“Mais um dia como os outros…”. Temos uma referência – Relevância: as ideias têm que estar relacionadas.
comparativa endofórica. – Não Contradição: as ideias não podem se contradizer.
– Não Tautologia: as ideias não podem ser redundantes.
– Demonstrativa: emprego de advérbios e pronomes
demonstrativos. Fatores de Coerência
Exemplo: – As inferências: se partimos do pressuposto que os
“Inclua todos os nomes na lista, menos este: Fred da Silva.” interlocutores partilham do mesmo conhecimento, as inferências
Temos uma referência demonstrativa catafórica. podem simplificar as informações.
Exemplo:
– Substituição: consiste em substituir um elemento, quer seja “Sempre que for ligar os equipamentos, não se esqueça de que
nome, verbo ou frase, por outro, para que ele não seja repetido. voltagem da lavadora é 220w”.
Analise o exemplo:
“Iremos ao banco esta tarde, elas foram pela manhã.” Aqui, emissor e receptor compartilham do conhecimento de
que existe um local adequado para ligar determinado aparelho.
Perceba que a diferença entre a referência e a substituição é
evidente principalmente no fato de que a substituição adiciona ao – O conhecimento de mundo: todos nós temos uma bagagem
texto uma informação nova. No exemplo usado para a referência, o de saberes adquirida ao longo da vida e que é arquivada na nossa
pronome pessoal retoma as pessoas “Ana e Sara”, sem acrescentar memória. Esses conhecimentos podem ser os chamados scripts
quaisquer informações ao texto. (roteiros, tal como normas de etiqueta), planos (planejar algo
com um objetivo, tal como jogar um jogo), esquemas (planos de
– Elipse: trata-se da omissão de um componente textual – funcionamento, como a rotina diária: acordar, tomar café da manhã,
nominal, verbal ou frasal – por meio da figura denominando eclipse. sair para o trabalho/escola), frames (rótulos), etc.
Exemplo: Exemplo:
“Preciso falar com Ana. Você a viu?” Aqui, é o contexto que “Coelhinho e ovos de chocolate! Vai ser um lindo Natal!”
proporciona o entendimento da segunda oração, pois o leitor fica
ciente de que o locutor está procurando por Ana. O conhecimento cultural nos leva a identificar incoerência na
frase, afinal, “coelho” e “ovos de chocolate” são elementos, os
– Conjunção: é o termo que estabelece ligação entre as orações. chamados frames, que pertencem à comemoração de Páscoa, e
Exemplo: nada têm a ver com o Natal.

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ao reconhecimento do professor e à sua formação profissional. No


Elementos da organização textual: segmentação, encadea- Brasil, no entanto, ainda existe um um déficit na formação desses
mento e ordenação. profissionais, e o piso nacional ainda é muito insuficiente.”
– Argumentação por raciocínio lógico: recorre-se à relação
A segmentação é a divisão do texto em pequenas partes para de causa e efeito, proporcionando uma interpretação voltada
melhorar a compreensão. A encadeamento é a ligação dessas par- diretamente para o parecer defendido pelo emissor da mensagem.
tes, criando uma lógica e coesão no texto. A ordenação é a dispo- Exemplo: “Promover o aumento das punições no sistema penal
sição dessas partes de forma a transmitir uma mensagem clara e em diversos países não reduziu os casos de violência nesses locais,
coerente. Juntos, esses elementos ajudam a criar uma estrutura assim, resultados semelhantes devem ser observados se o sistema
eficiente para o texto. penal do Brasil aplicar maiores penas e rigor aos transgressores das
leis.”
ARGUMENTAÇÃO:PERTINÊNCIA, RELEVÂNCIA E COERÊN-
Os gêneros argumentativos
CIA DOS ARGUMENTOS; FORMAS DE ARTICULAÇÃO DOS
– Texto dissertativo-argumentativo: esse texto apresenta um
ARGUMENTOS.
tema, de modo que a argumentação é um recurso fundamental de
seu desenvolvimento. Por meio da argumentação, o autor defende
— Definição seu ponto de vista e realiza a exposição de seu raciocínio. Resenhas,
Argumentação é um recurso expressivo da linguagem ensaios e artigos são alguns exemplos desse tipo de texto.  
empregado nas produções textuais que objetivam estimular as – Resenha crítica: a argumentação também é um recurso
reflexões críticas e o diálogo, a partir de um grupo de proposições. fundamental desse tipo de texto, além de se caracterizar pelo pelo
A elaboração de um texto argumentativo requer coerência e juízo de valor, isto é, se baseia na exposição de ideias com grande
coesão, ou seja, clareza de ideia e o emprego adequado das potencial persuasivo.
normas gramaticais. Desse modo, a ação de argumentar promove – Crônica argumentativa: esse tipo de texto se assemelha aos
a potencialização das capacidades intelectuais, visto que se pauta artigos de opinião, e trata de temas e eventos do cotidiano. Ao
expressão de ideias e em pontos de vista ordenados e estabelecidos contrário das crônicas cômicas e históricas, a argumentativa recorre
com base em um tema específico, visando, especialmente, ao juízo de valor para acordar um dado ponto de vista sempre com
persuadir o receptor da mensagem. É importante ressaltar que a vistas ao convencimento e à persuasão do leitor.  
argumentação compreende, além das produções textuais escritas, – Ensaio: por expor ideias, pensamentos e pontos de vista,
as propagandas publicitárias, os debates políticos, os discursos esse texto caracteriza-se como argumentativo. Recebe esse
orais, entre outros.   nome exatamente por estar relacionado à ação de ensaiar, isto
é, demonstrar as proposições argumentativas com flexibilidade e
Os tipos de argumentação despretensão.
– Argumentação de autoridade: recorre-se a uma – Texto editorial: dentre os textos jornalísticos, o editorial é
personalidade conhecida por sua atuação em uma determinada aquele que faz uso da argumentação, pois se trata de uma produção
área ou a uma renomada instituição de pesquisa para enfatizar os que considera a subjetividade do autor, pela sua natureza crítica e
conceitos influenciar a opinião do leitor. Por exemplo, recorrer ao opinativa.
parecer de um médico infectologista para prevenir as pessoas sobre – Artigos de opinião: são textos semelhantes aos editoriais, por
os riscos de contrair o novo corona vírus.   apresentarem a opinião ao autor acerca de assuntos atuais, porém,
– Argumentação histórica: recorre-se a acontecimentos e em vez de uma síntese do tema, esses textos são elaborados por
marcos da história que remetem ao assunto abordado. Exemplo: especialistas, pois seu objetivo é fazer uso da argumentação para
“A desigualdade social no Brasil nos remete às condutas racistas propagar conhecimento.
desempenhadas instituições e pela população desde o início do
século XVI, conhecido como período escravista.”
– Argumentação de exemplificação: recorre a narrativas do PROGRESSÃO TEMÁTICA
cotidiano para chamar a atenção para um problema e, com isso,
auxiliar na fundamentação de uma opinião a respeito. Exemplo:
“Os casos de feminicídio e de agressões domésticas sofridas pelas
mulheres no país são evidenciados pelos sucessivos episódios de Definição
violência vividos por Maria da Penha no período em que ela esteve A progressão Temática é um método pelo qual o texto se
casada com seu ex-esposo. Esses episódios motivaram a criação de desenvolve, com a inserção de uma nova informação, associada
uma lei que leva seu nome, e que visa à garantia da segurança das à informação que já foi fornecida no próprio texto ou que já é
mulheres.” conhecida pelo leitor. Esse procedimento faz com que o texto
– Argumentação de comparação: equipara ideias divergentes avance na apresentação das novas informações acerca do tema
com o propósito de construir uma perspectiva indicando as abordado. É pela articulação entre esses eixos de informação que
diferenças ou as similaridades entre os conceitos abordados. texto progride. É possível que manter um tema único e apresentar
Exemplo: No reino Unido, os desenvolvimentos na educação sobre ele vários remas, várias informações novas. Mas é possível,
passaram, em duas décadas, por sucessivas políticas destinadas também, que o tema ou tópico principal se desdobre em subtemas
ou subtópicos, fazendo o texto avançar. Resumidamente, a

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progressão temática está associada ao conteúdo, à habilidade de


dar sequência às ideias e de conservá-las conectadas a uma rede Desenvolvimento: elabora melhor o tema com argumentos e
comum de sentidos. ideias que apoiem o seu posicionamento sobre o assunto. É possível
usar argumentos de várias formas, desde dados estatísticos até
Temas e Remas citações de pessoas que tenham autoridade no assunto.
– Tema: é uma informação fornecida que atua como o princípio
da mensagem. Conclusão: faz uma retomada breve de tudo que foi abordado
– Rema: é o desenvolvimento dessa mensagem, a interpretação e conclui o texto. Esta última parte pode ser feita de várias maneiras
do tema com a introdução de novas informações que são, diferentes, é possível deixar o assunto ainda aberto criando uma
sequencialmente, assimiladas pelo leitor, ouse seja, é o que faz o pergunta reflexiva, ou concluir o assunto com as suas próprias
tema avançar.   conclusões a partir das ideias e argumentos do desenvolvimento.
– A função de Tema e Rema no texto: esses elementos são
responsáveis pela organização da lógica e da clareza entre as ideias, Outro aspecto que merece especial atenção são os conecto-
já que a construção do texto de dá de oração em oração, e cada res. São responsáveis pela coesão do texto e tornam a leitura mais
oração tem o seu Tema e Rema que oferece uma orientação para fluente, visando estabelecer um encadeamento lógico entre as
o entendimento das informações mais relevantes do texto. O Tema ideias e servem de ligação entre o parágrafo, ou no interior do perí-
toma a posição introdutória para apontar o que virá em seguida, odo, e o tópico que o antecede.
e o Rema toma a posição de desfecho para indicar a sequência da Saber usá-los com precisão, tanto no interior da frase, quanto
mensagem, o que se diz do Tema, que conduz à interpretação e ao passar de um enunciado para outro, é uma exigência também
compreensão do leitor. para a clareza do texto.
Sem os conectores (pronomes relativos, conjunções, advér-
Progressão Temática Linear: acontece sempre que o rema bios, preposições, palavras denotativas) as ideias não fluem, muitas
de cada oração passa a funcionar como tema na oração ulterior; vezes o pensamento não se completa, e o texto torna-se obscuro,
é o modo como os temas e remas se encadeiam em frases que sem coerência.
se sucedem no texto. A manutenção e a progressão do tema são Esta estrutura é uma das mais utilizadas em textos argumenta-
requisitos indispensáveis para a coesão e para a coerência textual. tivos, e por conta disso é mais fácil para os leitores.
Existem diversas formas de se estruturar cada etapa dessa es-
trutura de texto, entretanto, apenas segui-la já leva ao pensamento
PARAGRAFAÇÃO mais direto.

FUNÇÕES DE LINGUAGEM
Uma boa redação é dividida em ideias relacionadas entre si
ajustadas a uma ideia central que norteia todo o pensamento do
texto. Um dos maiores problemas nas redações é estruturar as
ideias para fazer com que o leitor entenda o que foi dito no texto. Funções da linguagem são recursos da comunicação que, de
Fazer uma estrutura no texto para poder guiar o seu pensamento acordo com o objetivo do emissor, dão ênfase à mensagem trans-
e o do leitor. mitida, em função do contexto em que o ato comunicativo ocorre.
São seis as funções da linguagem, que se encontram direta-
Parágrafo mente relacionadas com os elementos da comunicação.
O parágrafo organizado em torno de uma ideia-núcleo, que é
desenvolvida por ideias secundárias. O parágrafo pode ser forma- Funções da Linguagem Elementos da Comunica-
do por uma ou mais frases, sendo seu tamanho variável. No texto ção
dissertativo-argumentativo, os parágrafos devem estar todos rela-
cionados com a tese ou ideia principal do texto, geralmente apre- Função referencial ou denotativa contexto
sentada na introdução. Função emotiva ou expressiva emissor
Função apelativa ou conativa receptor
Embora existam diferentes formas de organização de parágra-
fos, os textos dissertativo-argumentativos e alguns gêneros jornalís- Função poética mensagem
ticos apresentam uma estrutura-padrão. Essa estrutura consiste em Função fática canal
três partes: a ideia-núcleo, as ideias secundárias (que desenvolvem
Função metalinguística código
a ideia-núcleo) e a conclusão (que reafirma a ideia-básica). Em
parágrafos curtos, é raro haver conclusão.
Função Referencial
A função referencial tem como objetivo principal informar, re-
Introdução: faz uma rápida apresentação do assunto e já traz
ferenciar algo. Esse tipo de texto, que é voltado para o contexto da
uma ideia da sua posição no texto, é normalmente aqui que você
comunicação, é escrito na terceira pessoa do singular ou do plural,
irá identificar qual o problema do texto, o porque ele está sendo
o que enfatiza sua impessoalidade.
escrito. Normalmente o tema e o problema são dados pela própria
prova.

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Para exemplificar a linguagem referencial, podemos citar os Nela, o emissor preocupa-se de que maneira a mensagem será
materiais didáticos, textos jornalísticos e científicos. Todos eles, por transmitida por meio da escolha das palavras, das expressões, das
meio de uma linguagem denotativa, informam a respeito de algo, figuras de linguagem. Por isso, aqui o principal elemento comunica-
sem envolver aspectos subjetivos ou emotivos à linguagem. tivo é a mensagem.
A função poética não pertence somente aos textos literários.
Exemplo de uma notícia: Podemos encontrar a função poética também na publicidade ou
O resultado do terceiro levantamento feito pela Aliança Global nas expressões cotidianas em que há o uso frequente de metáforas
para Atividade Física de Crianças — entidade internacional dedica- (provérbios, anedotas, trocadilhos, músicas).
da ao estímulo da adoção de hábitos saudáveis pelos jovens — foi
decepcionante. Realizado em 49 países de seis continentes com o Exemplo:
objetivo de aferir o quanto crianças e adolescentes estão fazendo “Basta-me um pequeno gesto,
exercícios físicos, o estudo mostrou que elas estão muito sedentá- feito de longe e de leve,
rias. Em 75% das nações participantes, o nível de atividade física para que venhas comigo
praticado por essa faixa etária está muito abaixo do recomendado e eu para sempre te leve...”
para garantir um crescimento saudável e um envelhecimento de (Cecília Meireles)
qualidade — com bom condicionamento físico, músculos e esquele-
tos fortes e funções cognitivas preservadas. De “A” a “F”, a maioria Função Fática
dos países tirou nota “D”. A função fática tem como principal objetivo estabelecer um ca-
nal de comunicação entre o emissor e o receptor, quer para iniciar a
Função Emotiva transmissão da mensagem, quer para assegurar a sua continuação.
Caracterizada pela subjetividade com o objetivo de emocionar. A ênfase dada ao canal comunicativo.
É centrada no emissor, ou seja, quem envia a mensagem. A mensa- Esse tipo de função é muito utilizado nos diálogos, por exem-
gem não precisa ser clara ou de fácil entendimento. plo, nas expressões de cumprimento, saudações, discursos ao tele-
Por meio do tipo de linguagem que usamos, do tom de voz que fone, etc.
empregamos, etc., transmitimos uma imagem nossa, não raro in-
conscientemente. Exemplo:
Emprega-se a expressão função emotiva para designar a utili- -- Calor, não é!?
zação da linguagem para a manifestação do enunciador, isto é, da- -- Sim! Li na previsão que iria chover.
quele que fala. -- Pois é...

Exemplo: Nós te amamos! Função Metalinguística


É caracterizada pelo uso da metalinguagem, ou seja, a lingua-
Função Conativa gem que se refere a ela mesma. Dessa forma, o emissor explica um
A função conativa ou apelativa é caracterizada por uma lingua- código utilizando o próprio código.
gem persuasiva com a finalidade de convencer o leitor. Por isso, o Nessa categoria, os textos metalinguísticos que merecem des-
grande foco é no receptor da mensagem. taque são as gramáticas e os dicionários.
Trata-se de uma função muito utilizada nas propagandas, pu- Um texto que descreva sobre a linguagem textual ou um do-
blicidades e discursos políticos, a fim de influenciar o receptor por cumentário cinematográfico que fala sobre a linguagem do cinema
meio da mensagem transmitida. são alguns exemplos.
Esse tipo de texto costuma se apresentar na segunda ou na ter- Exemplo:
ceira pessoa com a presença de verbos no imperativo e o uso do Amizade s.f.: 1. sentimento de grande afeição, simpatia, apreço
vocativo. entre pessoas ou entidades. “sentia-se feliz com a amizade do seu
Não se interfere no comportamento das pessoas apenas com mestre”
a ordem, o pedido, a súplica. Há textos que nos influenciam de ma- 2. POR METONÍMIA: quem é amigo, companheiro, camarada.
neira bastante sutil, com tentações e seduções, como os anúncios “é uma de suas amizades fiéis”
publicitários que nos dizem como seremos bem-sucedidos, atraen-
tes e charmosos se usarmos determinadas marcas, se consumirmos
certos produtos. SEMÂNTICA: SINONÍMIA E ANTONÍMIA; POLISSEMIA E
Com essa função, a linguagem modela tanto bons cidadãos, AMBIGUIDADE
que colocam o respeito ao outro acima de tudo, quanto esperta-
lhões, que só pensam em levar vantagem, e indivíduos atemoriza-
dos, que se deixam conduzir sem questionar. Visão Geral: o significado das palavras é objeto de estudo
Exemplos: Só amanhã, não perca! da semântica, a área da gramática que se dedica ao sentido das
Vote em mim! palavras e também às relações de sentido estabelecidas entre elas.

Função Poética Denotação e conotação


Esta função é característica das obras literárias que possui Denotação corresponde ao sentido literal e objetivo das
como marca a utilização do sentido conotativo das palavras. palavras, enquanto a conotação diz respeito ao sentido figurado das
palavras. Exemplos:
“O gato é um animal doméstico.”
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“Meu vizinho é um gato.”

No primeiro exemplo, a palavra gato foi usada no seu verdadeiro


sentido, indicando uma espécie real de animal. Na segunda frase, a
palavra gato faz referência ao aspecto físico do vizinho, uma forma
de dizer que ele é tão bonito quanto o bichano.

Hiperonímia e hiponímia
Dizem respeito à hierarquia de significado. Um hiperônimo,
palavra superior com um sentido mais abrangente, engloba um
hipônimo, palavra inferior com sentido mais restrito.
Exemplos: https://redacaonocafe.wordpress.com/2012/05/22/ambiguidade-na-
– Hiperônimo: mamífero: – hipônimos: cavalo, baleia. -propaganda/
– Hiperônimo: jogo – hipônimos: xadrez, baralho.
Perceba que há uma duplicidade de sentido nesta construção.
Polissemia e monossemia Podemos interpretar que os móveis não durarão no estoque da loja,
A polissemia diz respeito ao potencial de uma palavra por estarem com preço baixo; ou que por estarem muito barato,
apresentar uma multiplicidade de significados, de acordo com o não têm qualidade e, por isso, terão vida útil curta.
contexto em que ocorre. A monossemia indica que determinadas Essa duplicidade acontece por causa da ambiguidade, que é
palavras apresentam apenas um significado. Exemplos: justamente a duplicidade de sentidos que podem haver em uma
– “Língua”, é uma palavra polissêmica, pois pode por um idioma palavra, frase ou textos inteiros.
ou um órgão do corpo, dependendo do contexto em que é inserida.
– A palavra “decalitro” significa medida de dez litros, e não
tem outro significado, por isso é uma palavra monossêmica.
Sinonímia e antonímia FIGURAS DE LINGUAGEM
A sinonímia diz respeito à capacidade das palavras serem
semelhantes em significado. Já antonímia se refere aos significados
opostos. Desse modo, por meio dessas duas relações, as palavras Figuras de Linguagem
expressam proximidade e contrariedade. As figuras de linguagem ou de estilo são empregadas para
Exemplos de palavras sinônimas: morrer = falecer; rápido = valorizar o texto, tornando a linguagem mais expressiva. É um re-
veloz. curso linguístico para expressar de formas diferentes experiências
Exemplos de palavras antônimas: morrer x nascer; pontual x comuns, conferindo originalidade, emotividade ao discurso, ou tor-
atrasado. nando-o poético.
Homonímia e paronímia As figuras de linguagem classificam-se em
A homonímia diz respeito à propriedade das palavras - figuras de palavra;
apresentarem: semelhanças sonoras e gráficas, mas distinção de - figuras de pensamento;
sentido (palavras homônimas), semelhanças homófonas, mas - figuras de construção ou sintaxe.
distinção gráfica e de sentido (palavras homófonas) semelhanças
gráficas, mas distinção sonora e de sentido (palavras homógrafas). Figuras de palavra: emprego de um termo com sentido dife-
A paronímia se refere a palavras que são escritas e pronunciadas de rente daquele convencionalmente empregado, a fim de se conse-
forma parecida, mas que apresentam significados diferentes. Veja guir um efeito mais expressivo na comunicação.
os exemplos:
– Palavras homônimas: caminho (itinerário) e caminho (verbo Metáfora: comparação abreviada, que dispensa o uso dos co-
caminhar); morro (monte) e morro (verbo morrer). nectivos comparativos; é uma comparação subjetiva. Normalmente
– Palavras homófonas: apressar (tornar mais rápido) e apreçar vem com o verbo de ligação claro ou subentendido na frase.
(definir o preço); arrochar (apertar com força) e arroxar (tornar
roxo). Exemplos
– Palavras homógrafas: apoio (suporte) e apoio (verbo apoiar); ...a vida é cigana
boto (golfinho) e boto (verbo botar); choro (pranto) e choro (verbo É caravana
chorar) . É pedra de gelo ao sol.
– Palavras parônimas: apóstrofe (figura de linguagem) e (Geraldo Azevedo/ Alceu Valença)
apóstrofo (sinal gráfico), comprimento (tamanho) e cumprimento
(saudação). Encarnado e azul são as cores do meu desejo.
(Carlos Drummond de Andrade)
Ambiguidade
Observe a propaganda abaixo: Comparação: aproxima dois elementos que se identificam,
ligados por conectivos comparativos explícitos: como, tal qual, tal
como, que, que nem. Também alguns verbos estabelecem a com-
paração: parecer, assemelhar-se e outros.
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Exemplo: Exemplo:
Estava mais angustiado que um goleiro na hora do gol, quando Sou Ana, da cama,
você entrou em mim como um sol no quintal. da cana, fulana, bacana
(Belchior) Sou Ana de Amsterdam.
Catacrese: emprego de um termo em lugar de outro para o (Chico Buarque)
qual não existe uma designação apropriada.
Paronomásia: Emprego de vocábulos semelhantes na forma ou
Exemplos na prosódia, mas diferentes no sentido.
– folha de papel
– braço de poltrona Exemplo:
– céu da boca Berro pelo aterro pelo desterro berro por seu berro pelo seu
– pé da montanha [erro
quero que você ganhe que
Sinestesia: fusão harmônica de, no mínimo, dois dos cinco sen- [você me apanhe
tidos físicos. sou o seu bezerro gritando
[mamãe.
Exemplo: (Caetano Veloso)
Vem da sala de linotipos a doce (gustativa) música (auditiva)
mecânica. Onomatopeia: imitação aproximada de um ruído ou som pro-
(Carlos Drummond de Andrade) duzido por seres animados e inanimados.

A fusão de sensações físicas e psicológicas também é sineste- Exemplo:


sia: “ódio amargo”, “alegria ruidosa”, “paixão luminosa”, “indiferen- Vai o ouvido apurado
ça gelada”. na trama do rumor suas nervuras
inseto múltiplo reunido
Antonomásia: substitui um nome próprio por uma qualidade, para compor o zanzineio surdo
atributo ou circunstância que individualiza o ser e notabiliza-o. circular opressivo
zunzin de mil zonzons zoando em meio à pasta de calor
Exemplos da noite em branco
O filósofo de Genebra (= Calvino). (Carlos Drummond de Andrade)
O águia de Haia (= Rui Barbosa).
Observação: verbos que exprimem os sons são considerados
Metonímia: troca de uma palavra por outra, de tal forma que onomatopaicos, como cacarejar, tiquetaquear, miar etc.
a palavra empregada lembra, sugere e retoma a que foi omitida.
Figuras de sintaxe ou de construção: dizem respeito a desvios
Exemplos: em relação à concordância entre os termos da oração, sua ordem,
Leio Graciliano Ramos. (livros, obras) possíveis repetições ou omissões.
Comprei um panamá. (chapéu de Panamá)
Tomei um Danone. (iogurte) Podem ser formadas por:
omissão: assíndeto, elipse e zeugma;
Alguns autores, em vez de metonímia, classificam como siné- repetição: anáfora, pleonasmo e polissíndeto;
doque quando se têm a parte pelo todo e o singular pelo plural. inversão: anástrofe, hipérbato, sínquise e hipálage;
ruptura: anacoluto;
Exemplo: concordância ideológica: silepse.
A cidade inteira viu assombrada, de queixo caído, o pistoleiro
sumir de ladrão, fugindo nos cascos de seu cavalo. (singular pelo Anáfora: repetição da mesma palavra no início de um período,
plural) frase ou verso.
(José Cândido de Carvalho)
Exemplo:
Figuras Sonoras Dentro do tempo o universo
Aliteração: repetição do mesmo fonema consonantal, geral- [na imensidão.
mente em posição inicial da palavra. Dentro do sol o calor peculiar
[do verão.
Exemplo: Dentro da vida uma vida me
Vozes veladas veludosas vozes volúpias dos violões, vozes ve- [conta uma estória que fala
ladas. [de mim.
(Cruz e Sousa) Dentro de nós os mistérios
[do espaço sem fim!
Assonância: repetição do mesmo fonema vocal ao longo de um (Toquinho/Mutinho)
verso ou poesia.
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Rubião fez um gesto, Palha outro: mas quão diferentes.


Assíndeto: ocorre quando orações ou palavras que deveriam (Machado de Assis)
vir ligadas por conjunções coordenativas aparecem separadas por
vírgulas. Hipérbato ou inversão: alteração da ordem direta dos elemen-
tos na frase.
Exemplo:
Não nos movemos, as mãos é Exemplos:
que se estenderam pouco a Passeiam, à tarde, as belas na avenida.
pouco, todas quatro, pegando-se, (Carlos Drummond de Andrade)
apertando-se, fundindo-se.
(Machado de Assis) Paciência tenho eu tido...
Polissíndeto: repetição intencional de uma conjunção coorde- (Antônio Nobre)
nativa mais vezes do que exige a norma gramatical.
Anacoluto: interrupção do plano sintático com que se inicia a
Exemplo: frase, alterando a sequência do processo lógico. A construção do
Há dois dias meu telefone não fala, nem ouve, nem toca, nem período deixa um ou mais termos desprendidos dos demais e sem
tuge, nem muge. função sintática definida.
(Rubem Braga)
Exemplos:
Pleonasmo: repetição de uma ideia já sugerida ou de um ter- E o desgraçado, tremiam-lhe as pernas.
mo já expresso. (Manuel Bandeira)

Pleonasmo literário: recurso estilístico que enriquece a expres- Aquela mina de ouro, ela não ia deixar que outras espertas bo-
são, dando ênfase à mensagem. tassem as mãos.
(José Lins do Rego)
Exemplos:
Não os venci. Venceram-me Hipálage: inversão da posição do adjetivo (uma qualidade que
eles a mim. pertence a um objeto é atribuída a outro, na mesma frase).
(Rui Barbosa)
Exemplo:
Morrerás morte vil na mão de um forte. ...em cada olho um grito castanho de ódio.
(Gonçalves Dias) (Dalton Trevisan)
...em cada olho castanho um grito de ódio)
Pleonasmo vicioso: Frequente na linguagem informal, cotidia-
na, considerado vício de linguagem. Deve ser evitado. Silepse:

Exemplos: Silepse de gênero: Não há concordância de gênero do adjetivo


Ouvir com os ouvidos. ou pronome com a pessoa a que se refere.
Rolar escadas abaixo.
Colaborar juntos. Exemplos:
Hemorragia de sangue. Pois aquela criancinha, longe de ser um estranho...
Repetir de novo. (Rachel de Queiroz)

Elipse: Supressão de uma ou mais palavras facilmente suben- V. Ex.a parece magoado...
tendidas na frase. Geralmente essas palavras são pronomes, con- (Carlos Drummond de Andrade)
junções, preposições e verbos.
Silepse de pessoa: Não há concordância da pessoa verbal com
Exemplos: o sujeito da oração.
Compareci ao Congresso. (eu)
Espero venhas logo. (eu, que, tu) Exemplos:
Ele dormiu duas horas. (durante) Os dois ora estais reunidos...
No mar, tanta tormenta e tanto dano. (verbo Haver) (Carlos Drummond de Andrade)
(Camões)
Na noite do dia seguinte, estávamos reunidos algumas pessoas.
Zeugma: Consiste na omissão de palavras já expressas anterior- (Machado de Assis)
mente.
Silepse de número: Não há concordância do número verbal
Exemplos: com o sujeito da oração.
Foi saqueada a vila, e assassina dos os partidários dos Filipes. Exemplo:
(Camilo Castelo Branco) Corria gente de todos os lados, e gritavam.
(Mário Barreto)
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1 – Paródia: é o processo de intertextualidade que faz uso da


crítica ou da ironia, com a finalidade de subverter o sentido original
INTERTEXTUALIDADE do texto. A modificação ocorre apenas no conteúdo, enquanto a
estrutura permanece inalterada. É muito comum nas músicas, no
cinema e em espetáculos de humor. Observe o exemplo da primeira
estrofe do poema “Vou-me embora pra Pasárgada”, de Manuel
— Definições gerais Bandeira:
Intertextualidade é, como o próprio nome sugere, uma relação
entre textos que se exerce com a menção parcial ou integral de TEXTO ORIGINAL
elementos textuais (formais e/ou semânticos) que fazem referência “Vou-me embora para Pasárgada
a uma ou a mais produções pré-existentes; é a inserção em um texto Lá sou amigo do rei
de trechos extraídos de outros textos. Esse diálogo entre textos Lá tenho a mulher que eu quero
não se restringe a textos verbais (livros, poemas, poesias, etc.) e Na cama que escolherei?”
envolve, também composições de natureza não verbal (pinturas,
esculturas, etc.) ou mista (filmes, peças publicitárias, música, PARÓDIA DE MILLÔR FERNANDES
desenhos animados, novelas, jogos digitais, etc.). “Que Manoel Bandeira me perdoe, mas vou-me embora de
Pasárgada
— Intertextualidade Explícita x Implícita Sou inimigo do Rei
– Intertextualidade explícita: é a reprodução fiel e integral Não tenho nada que eu quero
da passagem conveniente, manifestada aberta e diretamente nas Não tenho e nunca terei”
palavras do autor. Em caso de desconhecimento preciso sobre a
obra que originou a referência, o autor deve fazer uma prévia da 2 – Paráfrase: aqui, ocorre a reafirmação sentido do texto
existência do excerto em outro texto, deixando a hipertextualidade inicial, porém, a estrutura da nova produção nada tem a ver com
evidente. a primeira. É a reprodução de um texto com as palavras de quem
As características da intertextualidade explícita são: escreve o novo texto, isto é, os conceitos do primeiro texto são
– Conexão direta com o texto anterior; preservados, porém, são relatados de forma diferente. Exemplos:
– Obviedade, de fácil identificação por parte do leitor, sem observe as frases originais e suas respectivas paráfrases:
necessidade de esforço ou deduções;
– Não demanda que o leitor tenha conhecimento preliminar “Deus ajuda quem cedo madruga” – A professora ajuda quem
do conteúdo; muito estuda.
– Os elementos extraídos do outro texto estão claramente “To be or not to be, that is the question” – Tupi or not tupi, that
transcritos e referenciados. is the question.

– Intertextualidade explícita direta e indireta: em textos 3 – Alusão: é a referência, em um novo texto, de uma dada
acadêmicos, como dissertações e monografias, a intertextualidade obra, situação ou personagem já retratados em textos anteriores,
explícita é recorrente, pois a pesquisa acadêmica consiste de forma simples, objetiva e sem quaisquer aprofundamentos. Veja
justamente na contribuição de novas informações aos saberes já o exemplo a seguir:
produzidos. Ela ocorre em forma de citação, que, por sua vez, pode
ser direta, com a transcrição integral (cópia) da passagem útil, ou “Isso é presente de grego” – alusão à mitologia em que os
indireta, que é uma clara exploração das informações, mas sem troianos caem em armadilhada armada pelos gregos durante a
transcrição, re-elaborada e explicada nas palavras do autor. Guerra de Troia.
– Intertextualidade implícita: esse modo compreende os textos
que, ao aproveitarem conceitos, dados e informações presentes em 4 – Citação: trata-se da reescrita literal de um texto, isto é,
produções prévias, não fazem a referência clara e não reproduzem consiste em extrair o trecho útil de um texto e copiá-lo em outro.
integralmente em sua estrutura as passagens envolvidas. Em A citação está sempre presente em trabalhos científicos, como
outras palavras, faz-se a menção sem revelá-la ou anunciá-la. artigos, dissertações e teses. Para que não configure plágio (uma
De qualquer forma, para que se compreenda o significado da falta grave no meio acadêmico e, inclusive, sujeita a processo
relação estabelecida, é indispensável que o leitor seja capaz de judicial), a citação exige a indicação do autor original e inserção
reconhecer as marcas intertextuais e, em casos mais específicos, entre aspas. Exemplo:
ter lido e compreendido o primeiro material. As características da “Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.”
intertextualidade implícita são: conexão indireta com o texto fonte; (Lavoisier, Antoine-Laurent, 1773).
o leitor não a reconhece com facilidade; demanda conhecimento
prévio do leitor; exigência de análise e deduções por parte do leitor; 5 – Crossover: com denominação em inglês que significa
os elementos do texto pré-existente não estão evidentes na nova “cruzamento”, esse tipo de intertextualidade tem sido muito
estrutura. explorado nas mídias visuais e audiovisuais, como televisão, séries
e cinema. Basicamente, é a inserção de um personagem próprio de
um universo fictício em um mundo de ficção diferente. Freddy &
Jason” é um grande crossover do gênero de horror no cinema.
— Tipos de Intertextualidade Exemplo:

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• Linguagem não-verbal é aquela que utiliza somente imagens,


fotos, gestos... não há presença de nenhuma palavra.

• Linguagem Mista (ou híbrida) é aquele que utiliza tanto as pa-


lavras quanto as imagens. Ou seja, é a junção da linguagem verbal
com a não-verbal.
Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br

6) Epígrafe: é a transição de uma pequena passagem do texto


de origem na abertura do texto corrente. Em geral, a epígrafe está
localizada no início da página, à direita e em itálico. Mesmo sendo
uma passagem “solta”, esse tipo de intertextualidade está sempre
relacionado ao teor do novo texto.
Exemplo:

“A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém viu,


mas pensar o que ninguém ainda pensou sobre
aquilo que todo mundo vê.”
Arthur Schopenhauser

LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL

Além de saber desses conceitos, é importante sabermos iden-


tificar quando um texto é baseado em outro. O nome que damos a
Tipos de Linguagem este processo é intertextualidade.
Existem três tipos de linguagem que precisamos saber para que
facilite a interpretação de textos.
• Linguagem Verbal é aquela que utiliza somente palavras. Ela VARIAÇÃO LINGUÍSTICA: AS DIVERSAS MODALIDADES DO
pode ser escrita ou oral. USO DA LÍNGUA ADEQUADAS ÀS VÁRIAS SITUAÇÕES DE
COMUNICAÇÃO. FORMALIDADE E INFORMALIDADE

— Definição
A língua é a expressão básica de um povo e, portanto, passa por
mudanças conforme diversos fatores, como o contexto, a época, a
região, a cultura, as necessidades e as vivências do grupo e de cada
indivíduo nele inserido. A essas mudanças na língua, damos o nome
de variações ou variantes linguísticas. Elas consistem nas diversas
formas de expressão de um idioma de um país, tendo em vista que
a língua padrão de uma nação não é homogênea. A construção do
enunciado, a seleção das palavras e até mesmo a tonalidade da fala,
entre outras características, são considerados na análise de uma
variação linguística.

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Confira a seguir os quatro tipos de variantes linguísticas


existentes. CONHECIMENTOS LINGUÍSTICOS DE ACORDO COM A GRA-
– Variações sociais (diastráticas): são as diferenças relacionadas MÁTICA NORMATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA: ACENTU-
ao grupo social da pessoa que fala. As gírias, por exemplo, fazem AÇÃO GRÁFICA
parte da linguagem informal dos grupos mais jovens. Assim como
ocorre com os mais novos. — Definição
– Os jargões de grupos sociais específicos: outras turmas A acentuação gráfica consiste no emprego do acento nas
têm seu vocabulário particular, como é o caso dos capoeiristas, palavras grafadas com a finalidade de estabelecer, com base nas
por exemplo, no meio dos quais a expressão “meia-lua” tem um regras da língua, a intensidade e/ou a sonoridade das palavras.
significado bem diverso daquele que fará sentido para as pessoas Isso quer dizer que os acentos gráficos servem para indicar a sílaba
que não integram esse universo; o mesmo ocorre com a expressão tônica de uma palavra ou a pronúncia de uma vogal. De acordo com
“dar a caneta”, que, entre os futebolistas é compreendida como um as regras gramaticais vigentes, são quatro os acentos existentes na
tipo de driblar o adversário, bem diferente do que será assimilado língua portuguesa:
pela população em geral. – Acento agudo: Indica que a sílaba tônica da palavra tem som
– Os jargões profissionais: em razão dos tempos técnicos, as aberto. Ex.: área, relógio, pássaro.
profissões também têm bastante influência nas variantes sociais. – Acento circunflexo: Empregado acima das vogais “a” e” e
São termos cuja utilização é restrita a um círculo profissional. Os “o”para indicar sílaba tônica em vogal fechada. Ex.: acadêmico,
contadores, por exemplo, usam os temos “ativo” e “passivo” âncora, avô.
para expressar ideias bem diferentes daquelas empregadas pelas – Acento grave/crase: Indica a junção da preposição “a” com
pessoas em geral. o artigo “a”. Ex: “Chegamos à casa”. Esse acento não indica sílaba
– Variações históricas (diacrônicas): essas variantes estão tônica!
relacionadas ao desenvolvimento da história. Determinadas – Til: Sobre as vogais “a” e “o”, indica que a vogal de
expressões deixar de existir, enquanto outras surgem e outras se determinada palavra tem som nasal, e nem sempre recai sobre a
transformam conforme o tempo foi passando. Exemplos: sílaba tônica. Exemplo: a palavra órfã tem um acento agudo, que
– Vocabulário: a palavra defluxo foi substituída, com o tempo, indica que a sílaba forte é “o” (ou seja, é acento tônico), e um til
por resfriado; o uso da mesóclise era muito comum no século XIX, (˜), que indica que a pronúncia da vogal “a” é nasal, não oral. Outro
hoje, não se usa mais. exemplo semelhante é a palavra bênção.  
– Grafia: as reformas ortográficas são bastante regulares,
sendo que, na de 1911, uma das mudanças mais significativas foi
— Monossílabas Tônicas e Átonas
a substituição do ph por f (pharmácia – farmácia) e, na de 2016, a
Mesmo as palavras com apenas uma sílaba podem sofrer
queda do trema foi apenas uma delas (bilíngüe – bilingue).
alteração de intensidade de voz na sua pronúncia. Exemplo: observe
– Variações geográficas (diatópicas): essa variante está
o substantivo masculino “dó” e a preposição “do” (contração
relacionada com à região em que é gerada, assim como ocorre o
da preposição “de” + artigo “o”).   Ao comparar esses termos,
português brasileiro e os usos que se fazem da língua portuguesa
percebermos que o primeiro soa mais forte que o segundo, ou seja,
em Angola ou em Portugal, denominadas regionalismo. No
temos uma monossílaba tônica e uma átona, respectivamente.
contexto nacional, especialmente no Brasil, as variações léxicas, de
Diante de palavras monossílabas, a dica para identificar se é tônica
fonemas são abundantes. No interior de um estado elas também
(forte) ou fraca átona (fraca) é pronunciá-las em uma frase, como
são recorrentes.
abaixo:
– Exemplos: “abóbora”, “jerimum” e “moranga” são três
“Sinto grande dó ao vê-la sofrer.”
formas diferentes de se denominar um mesmo fruto, que
“Finalmente encontrei a chave do carro.”
dependem da região onde ele se encontra. Exemplo semelhante é
o da “mandioca”, que recebe o nome de “macaxeira” ou mesmo
Recebem acento gráfico:  
de “aipim”.
– As monossílabas tônicas terminadas em: -a(s) → pá(s), má(s);
– Variações situacionais (diafásicas): também chamadas de
-e(s) → pé(s), vê(s); -o(s) → só(s), pôs.
variações estilísticas, referem-se ao contexto que requer a adaptação
– As monossílabas tônicas formados por ditongos abertos -éis,
da fala ou ao estilo dela. É o caso das questões de linguagem formal
-éu, -ói. Ex: réis, véu, dói.
e informal, adequação à norma-padrão ou descaso com seu uso.
A utilização de expressões aprimoradas e a obediência às normas-
Não recebem acento gráfico:
padrão da língua remetem à linguagem culta, oposta à linguagem
– As monossílabas tônicas: par, nus, vez, tu, noz, quis.
coloquial. Na fala, a tonalidade da voz também importante. Dessa
– As formas verbais monossilábicas terminadas em “-ê”, nas
forma, a maneira de se comunicar informalmente e a escolha
quais a 3a pessoa do plural termina em “-eem”. Antes do novo
vocabular não serão, naturalmente, semelhantes em ocasiões
acordo ortográfico, esses verbos era acentuados. Ex.: Ele lê → Eles
como uma entrevista de emprego. Essas variações observam o
lêem leem.
contexto da interação social, considerando tanto o ambiente em
que a comunicação se dá quanto as expectativas dos envolvidos.
Exceção! O mesmo não ocorre com os verbos monossilábicos
terminados em “-em”, já que a terceira pessoa termina em “-êm”.
Nesses caso, a acentuação permanece acentuada. Ex.: Ele tem →
Eles têm; Ele vem → Eles vêm.

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Acentuação das palavras Oxítonas Exemplos: alcalóide – alcaloide; andróide – androide; alcalóide
As palavras cuja última sílaba é tônica devem ser acentuadas – alcaloide; assembléia – assembleia; asteróide – asteroide;
as oxítonas com sílaba tônica terminada em vogal tônica -a, -e e européia – europeia.
-o, sucedidas ou não por -s. Ex.: aliás, após, crachá, mocotó, pajé,
vocês. Logo, não se acentuam as oxítonas terminadas em “-i” e “-u”. 3 – Vogais -i e -u precedidas de ditongo em paroxítonas.
Ex.: caqui, urubu. Exemplos: feiúra – feiura; maoísta – maoista; taoísmo –
taoismo.
Acentuação das palavras Paroxítonas
São classificadas dessa forma as palavras cuja penúltima 4 – Palavras paroxítonas cuja terminação é -em, e que
sílaba é tônica. De acordo com a regra geral, não se acentuam as possuem -e tônico em hiato.
palavras paroxítonas, a não ser nos casos específicos relacionados Isso ocorre com a 3a pessoa do plural do presente do indicativo
abaixo. Observe as exceções: ou do subjuntivo. Exemplos: deem; lêem – leem; relêem – releem;
– Terminadas em -ei e -eis. Ex.: amásseis, cantásseis, fizésseis, revêem.
hóquei, jóquei, pônei, saudáveis.
– Terminadas em -r, -l, -n, -x e -ps. Ex.: bíceps, caráter, córtex, 5 – Palavras com trema: somente para palavras da língua
esfíncter, fórceps, fóssil, líquen, lúmen, réptil, tórax.   portuguesa. Exemplos: bilíngüe – bilíngue; enxágüe – enxágue;
– Terminadas em -i e -is. Ex.: beribéri, bílis, biquíni, cáqui, cútis, linguïça – linguiça.
grátis, júri, lápis, oásis, táxi.
– Terminadas em -us. Ex.: bônus, húmus, ônus, Vênus, vírus, 6 – Paroxítonas homógrafas: são palavras que têm a mesma
tônus.   grafia, mas apresentam significados diferentes. Exemplo: o verbo
– Terminadas em -om e -ons. Ex.: elétrons, nêutrons, prótons. PARAR: pára – para. Antes do Acordo Ortográfico, a flexão do verbo
– Terminadas em -um e -uns. Ex.: álbum, álbuns, fórum, fóruns, “parar” era acentuada para que fosse diferenciada da preposição
quórum, quóruns.   “para”.
– Terminadas em -ã e -ão. Ex.: bênção, bênçãos, ímã, ímãs, Atualmente, nenhuma delas recebe acentuação. Assim:
órfã, órfãs, órgão, órgãos, sótão, sótãos.   Antes: Ela sempre pára para ver a banda passar. [verbo /
preposição]
Acentuação das palavras Proparoxítonas Hoje: Ela sempre para para ver a banda passar. [verbo /
Classificam-se assim as palavras cuja antepenúltima sílaba é preposição]
tônica, e todas recebem acento, sem exceções. Ex.: ácaro, árvore,
bárbaro, cálida, exército, fétido, lâmpada, líquido, médico, pássaro,
tática, trânsito. CLASSES DE PALAVRAS: FUNÇÃO DAS PALAVRAS NOS
ENUNCIADOS E NOS TEXTOS
Ditongos e Hiatos
Acentuam-se:
– Oxítonas com sílaba tônica terminada em abertos “_éu”, — Definição
“_éi” ou “_ói”, sucedidos ou não por “_s”. Ex.: anéis, fiéis, herói, Classes gramaticais são grupos de palavras que organizam
mausoléu, sóis, véus. o estudo da gramática. Isto é, cada palavra existente na língua
– As letras “_i” e “_u” quando forem a segunda vogal tônica de portuguesa condiz com uma classe gramatical, na qual ela é inserida
um hiato e estejam isoladas ou sucedidas por “_s” na sílaba. Ex.: caí em razão de sua função. Confira abaixo as diversas funcionalidades
(ca-í), país (pa-ís), baú (ba-ú). de cada classe gramatical.

Não se acentuam: — Artigo


– A letra “_i”, sempre que for sucedida por de “_nh”. Ex.: É a classe gramatical que, em geral, precede um substantivo,
moinho, rainha, bainha. podendo flexionar em número e em gênero.
– As letras “_i” e o “_u” sempre que aparecerem repetidas. Ex.:
juuna, xiita. xiita. A classificação dos artigos
– Hiatos compostos por “_ee” e “_oo”. Ex.: creem, deem, leem, Artigos definidos: servem para especificar um substantivo ou
enjoo, magoo. para referirem-se a um ser específico por já ter sido mencionado ou
por ser conhecido mutuamente pelos interlocutores. Eles podem
O Novo Acordo Ortográfico flexionar em número (singular e plural) e gênero (masculino e
Confira as regras que levaram algumas palavras a perderem feminino).
acentuação em razão do Acordo Ortográfico de 1990, que entrou Artigos indefinidos: indicam uma generalização ou a ocorrência
em vigor em 2009: inicial do representante de uma dada espécie, cujo conhecimento
não é compartilhado entre os interlocutores, por se tratar da
1 – Vogal tônica fechada -o de -oo em paroxítonas. primeira vez em que aparece no discurso. Podem variar em número
Exemplos: enjôo – enjoo; magôo – magoo; perdôo – perdoo; e gênero.
vôo – voo; zôo – zoo. Observe:

2 – Ditongos abertos -oi e -ei em palavras paroxítonas.

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NÚMERO/GÊNERO MASCULINO FEMININO EXEMPLOS


Preciso de um pedreiro.
Singular Um Uma
Vi uma moça em frente à casa.
Localizei uns documentos antigos.
Plural Umas Umas
Joguei fora umas coisas velhas.

Outras funções do artigo


Substantivação: é o nome que se dá ao fenômeno de transformação de adjetivos e verbos em substantivos a partir do emprego do
artigo. Observe:  
– Em “O caminhar dela é muito elegante.”, “caminhar”, que teria valor de verbo, passou a ser o substantivo do enunciado.

Indicação de posse: antes de palavras que atribuem parentesco ou de partes do corpo, o artigo definido pode exprimir relação de
posse. Por exemplo:
“No momento em que ela chegou, o marido já a esperava.”
Na frase, o artigo definido “a” esclarece que se trata do marido do sujeito “ela”, omitindo o pronome possessivo dela.

Expressão de valor aproximado: devido à sua natureza de generalização, o artigo indefinido inserido antes de numeral indica valor
aproximado. Mais presente na linguagem coloquial, esse emprego dos artigos indefinidos representa expressões como “por volta de” e
“aproximadamente. Observe:
“Faz em média uns dez anos que a vi pela última vez.”
“Acrescente aproximadamente umas três ou quatro gotas de baunilha.”

Contração de artigos com preposições


Os artigos podem fazer junção a algumas preposições, criando uma única palavra contraída. A tabela abaixo ilustra como esse processo
ocorre:

PREPOSIÇÃO
de em a per/por
artigos masculino singular o do no ao pelo
definidos
plural os dos nos aos pelos
feminino singular a da na à pela
plural as das nas às pelas
ARTIGOS masculino singular um dum num
INDEFINIDOS plural uns duns nuns
feminino singular uma duma numa
plural umas dumas numas

— Substantivo
Essa classe atribui nome aos seres em geral (pessoas, animais, qualidades, sentimentos, seres mitológicos e espirituais). Os substantivos
se subdividem em:
Próprios ou Comuns: são próprios os substantivos que nomeiam algo específico, como nomes de pessoas (Pedro, Paula) ou lugares
(São Paulo, Brasil). São comuns os que nomeiam algo na sua generalidade (garoto, caneta, cachorro).
Primitivos ou derivados: se não for formado por outra palavra, é substantivo primitivo (carro, planeta); se formado por outra palavra,
é substantivo derivado (carruagem, planetário).
Concretos ou abstratos: os substantivos que nomeiam seres reais ou imaginativos, são concretos (cavalo, unicórnio); os que nomeiam
sentimentos, qualidades, ações ou estados são abstratos.  
Substantivos coletivos: são os que nomeiam os seres pertencentes ao mesmo grupo. Exemplos: manada (rebanho de gado),
constelação (aglomerado de estrelas), matilha (grupo de cães).  

— Adjetivo
É a classe de palavras que se associa ao substantivo para alterar o seu significado, atribuindo-lhe caracterização conforme uma
qualidade, um estado e uma natureza, bem como uma quantidade ou extensão à palavra, locução, oração, pronome, enfim, ao que quer
que seja nomeado.

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Os tipos de adjetivos Exemplos:


Simples e composto: com apenas um radical, é adjetivo simples – Criaturas da noite (criaturas noturnas).
(bonito, grande, esperto, miúdo, regular); apresenta mais de um – Paixão sem freio (paixão desenfreada).
radical, é composto (surdo-mudo, afrodescendente, amarelo- – Associação de comércios (associação comercial).
limão).  
Primitivo e derivado: o adjetivo que origina outros adjetivos é — Verbo
primitivo (belo, azul, triste, alegre); adjetivos originados de verbo, É a classe de palavras que indica ação, ocorrência, desejo,
substantivo ou outro adjetivo são classificados como derivados (ex.: fenômeno da natureza e estado. Os verbos se subdividem em:
substantivo morte → adjetivo mortal; adjetivo lamentar → adjetivo Verbos regulares: são os verbos que, ao serem conjugados, não
lamentável). têm seu radical modificado e preservam a mesma desinência do
Pátrio ou gentílico: é a palavra que indica a nacionalidade ou verbo paradigma, isto é, terminado em “-ar” (primeira conjugação),
origem de uma pessoa (paulista, brasileiro, mineiro, latino).   “-er” (segunda conjugação) ou “-ir” (terceira conjugação).  Observe o
exemplo do verbo “nutrir”:
O gênero dos adjetivos – Radical: nutr (a parte principal da palavra, onde reside seu
Uniformes: possuem forma única para feminino e masculino, significado).
isto é, não flexionam seu termo. Exemplo: “Fred é um amigo leal.” – Desinência: “-ir”, no caso, pois é a terminação da palavra e,
/ “Ana é uma amiga leal.”   tratando-se dos verbos, indica pessoa (1a, 2a, 3a), número (singular
Biformes: os adjetivos desse tipo possuem duas formas, que ou plural), modo (indicativo, subjuntivo ou imperativo) e tempo
variam conforme o gênero. Exemplo: “Menino travesso.” / “Menina (pretérito, presente ou futuro). Perceba que a conjugação desse no
travessa”. presente do indicativo: o radical não sofre quaisquer alterações,
tampouco a desinência. Portanto, o verbo nutrir é regular: Eu nutro;
O número dos adjetivos tu nutre; ele/ela nutre; nós nutrimos; vós nutris; eles/elas nutrem.
Por concordarem com o número do substantivo a que se – Verbos irregulares: os verbos irregulares, ao contrário dos
referem, os adjetivos podem estar no singular ou no plural. Assim, regulares, têm seu radical modificado quando conjugados e /ou têm
a sua composição acompanha os substantivos. Exemplos: pessoa desinência diferente da apresentada pelo verbo paradigma. Exemplo:
instruída → pessoas instruídas; campo formoso → campos analise o verbo dizer conjugado no pretérito perfeito do indicativo: Eu
formosos. disse; tu dissestes; ele/ela disse; nós dissemos; vós dissestes; eles/elas
disseram. Nesse caso, o verbo da segunda conjugação (-er) tem seu
O grau dos adjetivos radical, diz, alterado, além de apresentar duas desinências distintas
Quanto ao grau, os adjetivos se classificam em comparativo do verbo paradigma”. Se o verbo dizer fosse regular, sua conjugação
(compara qualidades) e superlativo (intensifica qualidades). no pretérito perfeito do indicativo seria: dizi, dizeste, dizeu, dizemos,
dizestes, dizeram.
Comparativo de igualdade: “O novo emprego é tão bom
quanto o anterior.”   — Pronome
Comparativo de superioridade: “Maria é mais prestativa do O pronome tem a função de indicar a pessoa do discurso (quem
que Luciana.” fala, com quem se fala e de quem se fala), a posse de um objeto e sua
Comparativo de inferioridade: “O gerente está menos atento posição. Essa classe gramatical é variável, pois flexiona em número e
do que a equipe.”    gênero. Os pronomes podem suplantar o substantivo ou acompanhá-
Superlativo absoluto: refere-se a apenas um substantivo, lo; no primeiro caso, são denominados “pronome substantivo”
podendo ser: e, no segundo, “pronome adjetivo”. Classificam-se em: pessoais,
– Analítico - “A modelo é extremamente bonita.” possessivos, demonstrativos, interrogativos, indefinidos e relativos.
– Sintético - “Pedro é uma pessoa boníssima.”
Pronomes pessoais
Superlativo relativo: refere-se a um grupo, podendo ser de: Os pronomes pessoais apontam as pessoas do discurso
– Superioridade - “Ela é a professora mais querida da escola.” (pessoas gramaticais), e se subdividem em pronomes do caso reto
– Inferioridade - “Ele era o menos disposto do grupo.”   (desempenham a função sintática de sujeito) e pronomes oblíquos
(atuam como complemento), sendo que, para cada caso reto, existe
Pronome adjetivo um correspondente oblíquo.
Recebem esse nome porque, assim como os adjetivos, esses
pronomes alteram os substantivos aos quais se referem. Assim, CASO RETO CASO OBLÍQUO
esse tipo de pronome flexiona em gênero e número para fazer
concordância com os substantivos. Exemplos: “Esta professora é Eu Me, mim, comigo.
a mais querida da escola.” (o pronome adjetivo esta determina o Tu Te, ti, contigo.
substantivo comum professora).
Ele Se, o, a , lhe, si, consigo.
Locução adjetiva Nós Nos, conosco.
Uma locução adjetiva é formada por duas ou mais palavras, Vós Vos, convosco.
que, associadas, têm o valor de um único adjetivo. Basicamente,
consiste na união preposição + substantivo ou advérbio. Eles Se, os, as, lhes, si, consigo.

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Observe os exemplos:
– Na frase “Maria está feliz. Ela vai se casar.”, o pronome cabível é do caso reto. Quem vai se casar? Maria.  
– Na frase “O forno? Desliguei-o agora há pouco. O pronome “o” completa o sentido do verbo. Fechei o que? O forno.

Lembrando que os pronomes oblíquos o, a, os, as, lo, la, los, las, no, na nos, e nas desempenham apenas a função de objeto direto.  

Pronomes possessivos
Esses pronomes indicam a relação de posse entre o objeto e a pessoa do discurso.

PESSOA DO DISCURSO PRONOME


1 pessoa – Eu
a
Meu, minha, meus, minhas
2 pessoa – Tu
a
Teu, tua, teus, tuas
3 pessoa–
a
Seu, sua, seus, suas

Exemplo: “Nossos filhos cresceram.” → o pronome indica que o objeto pertence à 1ª pessoa (nós).

Pronomes de tratamento
Tratam-se termos solenes que, em geral, são empregados em contextos formais — a única exceção é o pronome você. Eles têm a
função de promover uma referência direta do locutor para interlocutor (parceiros de comunicação). São divididos conforme o nível de
formalidade, logo, para cada situação, existe um pronome de tratamento específico. Apesar de expressarem interlocução (diálogo), à qual
seria adequado o emprego do pronome na segunda pessoa do discurso (“tu”), no caso dos pronomes de tratamento, os verbos devem ser
usados em 3a pessoa.

PRONOME USO ABREVIAÇÕES


Você situações informais V./VV
Senhor (es) e
pessoas mais velhas Sr. Sr.a (singular) e Srs. , Sra.s. (plural)
Senhora (s)
Vossa Senhoria em correspondências e outros textos redigidos V. S.a/V.Sas
altas autoridades, como Presidente da República, senadores,
Vossa Excelência V. Ex.a/ V. Ex.as
deputados, embaixadores
Vossa Magnificência reitores das Universidades V. Mag.a/V. Mag.as
Vossa Alteza príncipes, princesas, duques V.A (singular) e V.V.A.A. (plural)
Vossa Reverendíssima sacerdotes e religiosos em geral V. Rev. m.a/V. Rev. m. as
Vossa Eminência cardeais V. Ex.a/V. Em.as
Vossa Santidade Papa V.S.

Pronomes demonstrativos
Sua função é indicar a posição dos seres no que se refere ao tempo ao espaço e à pessoa do discurso – nesse último caso, o pronome
determina a proximidade entre um e outro. Esses pronomes flexionam-se em gênero e número.

PESSOA DO DISCURSO PRONOMES POSIÇÃO


1 pessoa
a
Este, esta, estes, estas, isto. Os seres ou objetos estão próximos da pessoa que fala.
Os seres ou objetos estão próximos da pessoa com quem se
2a pessoa Esse, essa, esses, essas, isso.
fala.
3a pessoa Aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo. Com quem se fala.

Observe os exemplos:
“Esta caneta é sua?”
“Esse restaurante é bom e barato.”

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Pronomes Indefinidos
Esses pronomes indicam indeterminação ou imprecisão, assim, estão sempre relacionados à 3ª pessoa do discurso. Os pronomes
indefinidos podem ser variáveis (flexionam conforme gênero e número) ou invariáveis (não flexionam). Analise os exemplos abaixo:
– Em “Alguém precisa limpar essa sujeira.”, o termo “alguém” quer dizer uma pessoa de identidade indefinida ou não especificada).
– Em “Nenhum convidado confirmou presença.”, o termo “nenhum” refere-se ao substantivo “convidado” de modo vago, pois não se
sabe de qual convidado se trata.
– Em “Cada criança vai ganhar um presente especial.”, o termo “cada” refere-se ao substantivo da frase “criança”, sem especificá-lo.
– Em “Outras lojas serão abertas no mesmo local.”, o termo “outras” refere-se ao substantivo “lojas” sem especificar de quais lojas se
trata.
Confira abaixo a tabela com os pronomes indefinidos:

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES INDEFINIDOS


VARIÁVEIS Muito, pouco, algum, nenhum, outro, qualquer, certo, um, tanto, quanto, bastante, vários, quantos, todo.
INVARIÁVEIS Nada, ninguém, cada, algo, alguém, quem, demais, outrem, tudo.

Pronomes relativos
Os pronomes relativos, como sugere o nome, se relacionam ao termo anterior e o substituem, sendo importante, portanto, para
prevenir a repetição indevida das palavras em um texto. Eles podem ser variáveis (o qual, cujo, quanto) ou invariáveis (que, quem, onde).
Observe os exemplos:
– Em “São pessoas cuja história nos emociona.”, o pronome “cuja” se apresenta entre dois substantivos (“pessoas” e “história”) e se
relaciona àquele que foi dito anteriormente (“pessoas”).
– Em “Os problemas sobre os quais conversamos já estão resolvidos.” , o pronome “os quais” retoma o substantivo dito anteriormente
(“problemas”).

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES RELATIVOS


VARIÁVEIS O qual, a qual, os quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas.
INVARIÁVEIS Quem, que, onde.

Pronomes interrogativos
Os pronomes interrogativos são palavras variáveis e invariáveis cuja função é formular perguntas diretas e indiretas. Exemplos:
“Quanto vai custar a passagem?” (oração interrogativa direta)
“Gostaria de saber quanto custará a passagem.” (oração interrogativa indireta)

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES INTERROGATIVOS


VARIÁVEIS Qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas.
INVARIÁVEIS Quem, que.

— Advérbio
É a classe de palavras invariável que atua junto aos verbos, aos adjetivos e mesmo aos advérbios, com o objetivo de modificar ou
intensificar seu sentido, ao adicionar-lhes uma nova circunstância. De modo geral, os advérbios exprimem circunstâncias de tempo, modo,
lugar, qualidade, causa, intensidade, oposição, aprovação, afirmação, negação, dúvida, entre outras noções. Confira na tabela:

CLASSIFICAÇÃO PRINCIPAIS TERMOS EXEMPLOS


Bem, mal, assim, melhor, pior, depressa, deva-
gar.
“Coloquei-o cuidadosamente no berço.”
ADVÉRBIO DE MODO Grande parte das palavras terminam em
“Andou depressa por causa da chuva”
“-mente”, como cuidadosamente, calmamente,
tristemente.
“O carro está fora.”
ADVERBIO DE LUGAR Perto, longe, dentro, fora, aqui, ali, lá e atrás. “Foi bem no teste?”
“Demorou, mas chegou longe!”
Antes, depois, hoje, ontem, amanhã sempre, “Sempre que precisar de algo, basta chamar-me.”
ADVÉRBIO DE TEMPO
nunca, cedo e tarde. “Cedo ou tarde, far-se-á justiça.”

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“Eles formam um casal tão bonito!”


ADVÉRBIO DE INTENSIDADE Muito, pouco, bastante, tão, demais, tanto. “Elas conversam demais”
“Você saiu muito depressa”
Sim e decerto e palavras afirmativas com o sufi-
“Decerto passaram por aqui”
xo “-mente” (certamente, realmente). Palavras
ADVÉRBIO DE AFIRMAÇÃO “Claro que irei!”
como claro e positivo, podem ser advérbio,
“Entendi, sim.”
dependendo do contexto.
Não e nem. Palavras como negativo, nenhum, “Jamais reatarei meu namoro com ele.”
ADVÉRBIO DE NEGAÇÃO nunca, jamais, entre outras, podem ser advér- “Sequer pensou para falar.”
bio de negação, conforme o contexto. “Não pediu ajuda.”
Talvez, quiçá, porventura e palavras que expres- “Quiçá seremos recebidas.”
ADVÉRBIO DE DÚVIDA sem dúvida acrescidas do sufixo “-mente”, como “Provavelmente sairei mais cedo.”
possivelmente. “Talvez eu saia cedo.”
“Por que vendeu o livro?” (oração interrogativa dire-
Quando, como, onde, aonde, donde, por que. ta, que indica causa)
ADVÉRBIO DE INTERROGA- Esse advérbio pode indicar circunstâncias de “Quando posso sair?” (oração interrogativa direta,
ÇÃO modo, tempo, lugar e causa. É usado somente que indica tempo)
em frases interrogativas diretas ou indiretas. “Explica como você fez isso.”
(oração interrogativa indireta, que indica modo).

— Conjunção
As conjunções integram a classe de palavras que tem a função de conectar os elementos de um enunciado ou oração e, com isso,
estabelecer uma relação de dependência ou de independência entre os termos ligados. Em função dessa relação entre os termos
conectados, as conjunções podem ser classificadas, respectivamente e de modo geral, como coordenativas ou subordinativas. Em outras
palavras, as conjunções são um vínculo entre os elementos de uma sentença, atribuindo ao enunciado uma maior mais clareza e precisão
ao enunciado.

Conjunções coordenativas: observe o exemplo:


“Eles ouviram os pedidos de ajuda. Eles chamaram o socorro.” – “Eles ouviram os pedidos de ajuda e chamaram o socorro.”
No exemplo, a conjunção “e” estabelece uma relação de adição ao enunciado, ao conectar duas orações em um mesmo período: além
de terem ouvido os pedidos de ajuda, chamaram o socorro. Perceba que não há relação de dependência entre ambas as sentenças, e que,
para fazerem sentido, elas não têm necessidade uma da outra. Assim, classificam-se como orações coordenadas, e a conjunção que as
relaciona, como coordenativa.

Conjunções subordinativas: analise este segundo caso:


“Não passei na prova, apesar de ter estudado muito.”

Neste caso, temos uma locução conjuntiva (duas palavras desempenham a função de conjunção). Além disso, notamos que o sentido
da segunda sentença é totalmente dependente da informação que é dada na primeira. Assim, a primeira oração recebe o nome de oração
principal, enquanto a segunda, de oração subordinada. Logo, a conjunção que as relaciona é subordinativa.

Classificação das conjunções


Além da classificação que se baseia no grau de dependência entre os termos conectados (coordenação e subordinação), as conjunções
possuem subdivisões.
Conjunções coordenativas: essas conjunções se reclassificam em razão do sentido que possuem cinco subclassificações, em função o
sentido que estabelecem entre os elementos que ligam. São cinco:

CLASSIFICAÇÃO FUNÇÃO EXEMPLOS


Estabelecer relação de adição (positiva ou ne- “No safári, vimos girafas, leões e zebras.” /
Conjunções coordenativas
gativa). As principais conjunções coordenativas “Ela ainda não chegou, nem sabemos quando vai
aditivas
aditivas são “e”, “nem” e “também”. chegar.”
Estabelecer relação de oposição. As principais
“Havia flores no jardim, mas estavam murchando.” /
Conjunções coordenativas conjunções coordenativas adversativas são
“Era inteligente e bom com palavras, entretanto,
adversativas “mas”, “porém”, “contudo”, “todavia”, “entre-
estava nervoso na prova.”
tanto”.

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Estabelecer relação de alternância. As principais “Pode ser que o resultado saia amanhã ou depois.” /
Conjunções coordenativas
conjunções coordenativas alternativas são “ou”, “Ora queria viver ali para sempre, ora queria mudar
alternativas
“ou... ou”, “ora... ora”, “talvez... talvez”.. de país.”
Estabelecer relação de conclusão. As principais “Não era bem remunerada, então decidi trocar de
Conjunções coordenativas
conjunções coordenativas conclusivas são “por- emprego.” /
conclusivas
tanto”, “então”, “assim”, “logo”. “Penso, logo existo.”
Estabelecer relação de explicação. As principais “Quisemos viajar porque não conseguiríamos des-
Conjunções coordenativas
conjunções coordenativas explicativas são “por- cansar aqui em casa.” /
explicativas
que”, “pois”, “porquanto”. “Não trouxe o pedido, pois não havia ouvido.”

Conjunções subordinativas: com base no sentido construído entre as duas orações relacionadas, a conjunção subordinativa pode ser
de dois subtipos:  
1 – Conjunções integrantes: introduzem a oração que cumpre a função de sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo,
complemento nominal ou aposto de outra oração. Essas conjunções são que e se. Exemplos:  
«É obrigatório que o senhor compareça na data agendada.”   
“Gostaria de saber se o resultado sairá ainda hoje.”
2 – Conjunções adverbiais: introduzem sintagmas adverbiais (orações que indicam uma circunstância adverbial relacionada à oração
principal) e se subdividem conforme a tabela abaixo:

CLASSIFICAÇÃO FUNÇÃO EXEMPLOS


São empregadas para introduzir a oração que Que e se. Analise:
cumpre a função de sujeito, objeto direito, obje- “É obrigatório que o senhor compareça na data
Conjunções Integrantes
to indireto, predicativo, complemento nominal agendada.” e
ou aposto de outra oração. “Gostaria de saber se o resultado sairá ainda hoje.”
Conjunções subornativas Introduzem uma oração subordinada que deno- Porque, pois, por isso que, uma vez que, já que, visto
causais ta causa. que, que, porquanto.
Estabelecer relação de alternância. As principais
Conjunções subornativas
conjunções coordenativas alternativas são “ou”, Conforme, segundo, como, consoante.
conformativas
“ou... ou”, “ora... ora”, “talvez... talvez”..
Introduzem uma oração subordinada em que
Conjunções subornativas é indicada uma hipótese ou uma condição Se, caso, salvo se, desde que, contanto que, dado
condicionais necessária para que seja realizada ou não o fato que, a menos que, a não ser que.
principal.
Mais, menos, menor, maior, pior, melhor, seguidas
Conjunções subornativas Introduzem uma oração que expressa uma de que ou do que. Qual depois de tal. Quanto depois
comparativas comparação. de tanto. Como, assim como, como se, bem como,
que nem.
Indicam uma oração em que se admite um
Conjunções subornativas Por mais que, por menos que, apesar de que, embo-
fato contrário à ação principal, mas incapaz de
concessivas ra, conquanto, mesmo que, ainda que, se bem que.
impedí-la.
Introduzem uma oração, cujos acontecimen-
Conjunções subornativas tos são simultâneos, concomitantes, ou seja, À proporção que, ao passo que, à medida que, à
proporcionais ocorrem no mesmo espaço temporal daqueles proporção que.
contidos na outra oração.
Depois que, até que, desde que, cada vez que, todas
Conjunções subornativas Introduzem uma oração subordinada indicadora
as vezes que, antes que, sempre que, logo que, mal,
temporais de circunstância de tempo.
quando.
Introduzem uma oração na qual é indicada a Tal, tão, tamanho, tanto (em uma oração, seguida
Conjunções subornativas
consequência do que foi declarado na oração pelo que em outra oração). De maneira que, de
consecutivas
anterior. forma que, de sorte que, de modo que.
Conjunções subornativas Introduzem uma oração indicando a finalidade
A fim de que, para que.
finais da oração principal.

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— Numeral
É a classe de palavra variável que exprime um número Coletivos: correspondem aos substantivos que exprimem
determinado ou a colocação de alguma coisa dentro de uma quantidades precisas, como dezena (10 unidades) ou dúzia (12
sequência. Os numerais podem ser: cardinais (um, dois, três), unidades).
ordinais (primeiro, segundo, terceiro), fracionários (meio, terço, – Os numerais coletivos sofrem a flexão de número: unidade/
quarto) e multiplicativos (dobro, triplo, quádruplo). Antes de nos unidades, dúzia/dúzias, dezena/dezenas, centena/centenas.
aprofundarmos em cada caso, vejamos o emprego dos numerais,
que tem três principais finalidades: — Preposição
1 – Indicar leis e decretos: nesses casos, emprega-se o numeral Essa classe de palavras cujo objetivo é marcar as relações
ordinal somente até o número nono; após, devem ser utilizados gramaticais que outras classes (substantivos, adjetivos, verbos e
os numerais cardinais. Exemplos: Parágrafo 9° (parágrafo nono); advérbios) exercem no discurso. Por apenas marcarem algumas
Parágrafo 10 (Parágrafo 10). relações entre as unidades linguísticas dentro do enunciado,
2 – Indicar os dias do mês: nessas situações, empregam-se os as preposições não possuem significado próprio se isoladas no
numerais cardinais, sendo que a única exceção é a indicação do discurso. Em razão disso, as preposições são consideradas classe
primeiro dia do mês, para a qual deve-se utilizar o numeral ordinal. gramatical dependente, ou seja, sua função gramatical (organização
Exemplos: dezesseis de outubro; primeiro de agosto. e estruturação) é principal, embora o desempenho semântico, que
3 – Indicar capítulos, séculos, capítulos, reis e papas: após o gera significado e sentido, esteja presente, possui um valor menor.
substantivo emprega-se o numeral ordinal até o décimo; após o
décimo utiliza-se o numeral cardinal. Exemplos: capítulo X (décimo); Classificação das preposições
século IV (quarto); Henrique VIII (oitavo), Bento XVI (dezesseis). Preposições essenciais: são aquelas que só aparecem na língua
propriamente como preposições, sem outra função. São elas: a,
Os tipos de numerais antes, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante,
Cardinais: são os números em sua forma fundamental e por (ou per, em dadas variantes geográficas ou históricas), sem,
exprimem quantidades. sob, sobre, trás.
Exemplos: um dois, dezesseis, trinta, duzentos, mil.   Exemplo 1 – ”Luís gosta de viajar.” e “Prefiro doce de coco.” Em
– Alguns deles flexionam em gênero (um/uma, dois/duas, ambas as sentenças, a preposição de manteve-se sempre sendo
quinhentos/quinhentas). preposição, apesar de ter estabelecido relação entre unidades
– Alguns números cardinais variam em número, como é o caso: linguísticas diferentes, garantindo-lhes classificações distintas
milhão/milhões, bilhão/bilhões, trilhão/trilhões, e assim por diante. conforme o contexto.
– Apalavra ambos(as) é considerada um numeral cardinal, pois
significa os dois/as duas. Exemplo: Antônio e Pedro fizeram o teste, Exemplo 2 – “Estive com ele até o reboque chegar.” e “Finalizei
mas os dois/ambos foram reprovados. o quadro com textura.” Perceba que nas duas fases, a mesma
preposição tem significados distintos: na primeira, indica recurso/
Ordinais: indicam ordem de uma sequência (primeiro, segundo, instrumento; na segunda, exprime companhia. Por isso, afirma-se
décimo, centésimo, milésimo…), isto é, apresentam a ordem de que a preposição tem valor semântico, mesmo que secundário ao
sucessão e uma série, seja ela de seres, de coisas ou de objetos. valor estrutural (gramática).
– Os numerais ordinais variam em gênero (masculino e
feminino) e número (singular e plural). Exemplos: primeiro/ Classificação das preposições
primeira, primeiros/primeiras, décimo/décimos, décima/décimas, Preposições acidentais: são aquelas que, originalmente, não
trigésimo/trigésimos, trigésima/trigésimas.   apresentam função de preposição, porém, a depender do contexto,
– Alguns numerais ordinais possuem o valor de adjetivo. podem assumir essa atribuição.  São elas: afora, como, conforme,
Exemplo: A carne de segunda está na promoção.   durante, exceto, feito, fora, mediante, salvo, segundo, visto, entre
outras.
Fracionários: servem para indicar a proporções numéricas Exemplo: ”Segundo o delegado, os depoimentos do
reduzidas, ou seja, para representar uma parte de um todo. suspeito apresentaram contradições.” A palavra “segundo”, que,
Exemplos: meio ou metade (½), um quarto (um quarto (¼), três normalmente seria um numeral (primeiro, segundo, terceiro), ao
quartos (¾), 1/12 avos.   ser inserida nesse contexto, passou a ser uma preposição acidental,
– Os números fracionários flexionam-se em gênero (masculino por tem o sentido de “de acordo com”, “em conformidade com”.  
e feminino) e número (singular e plural). Exemplos: meio copo de
leite, meia colher de açúcar; dois quartos do salário-mínimo.    Locuções prepositivas
Recebe esse nome o conjunto de palavras com valor e
Multiplicativos: esses numerais estabelecem relação entre emprego de uma preposição. As principais locuções prepositivas
um grupo, seja de coisas ou objetos ou coisas, ao atribuir-lhes uma são constituídas por advérbio ou locução adverbial acrescido da
característica que determina o aumento por meio dos múltiplos. preposição de, a ou com. Confira algumas das principais locuções
Exemplos: dobro, triplo, undécuplo, doze vezes, cêntuplo.   prepositivas.
– Em geral, os multiplicativos são invariáveis, exceto quando
atuam como adjetivo, pois, nesse caso, passam a flexionar número
e gênero (masculino e feminino). Exemplos: dose dupla de elogios,
duplos sentidos.

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abaixo de de acordo junto a


acerca de debaixo de junto de EMPREGO DE CONECTORES

acima de de modo a não obstante


a fim de dentro de para com
Os conectores são, assim, palavras ou expressões que se utili-
à frente de diante de por debaixo de zam para especificar as relações entre vários segmentos linguísticos
antes de embaixo de por cima de de um texto - servem para associar as ideias e estabelecer ligações
entre elas.
a respeito de em cima de por dentro de O uso correto de conectores permite uma maior coesão textual
atrás de em frente de por detrás de e envolve uma compreensão facilitada da globalidade do texto.
Os conectores pertencem a diversas classes de palavras - con-
através de em razão de quanto a junções (ou locuções conjuntivas) coordenativas e subordinativas,
com respeito a fora de sem embargo de advérbios (ou locuções adverbiais), preposições (ou locuções pre-
positivas), expressões adjetivas ou até orações completas.
— Interjeição
É a palavra invariável ou sintagma que compõem frases que Tipos de Conectores
manifestam por parte do emissor do enunciado uma surpresa, uma
hesitação, um susto, uma emoção, um apelo, uma ordem, etc., Adição - e, nem, pois, além disso, e ainda, não só…mas tam-
por parte do emissor do enunciado. São as chamadas unidades bém, como ainda, bem como…assim como, por um lado…por outro
autônomas, que usufruem de independência em relação aos demais lado, depois, logo após, finalmente, em primeiro lugar, em segundo
elementos do enunciado. As interjeições podem ser empregadas lugar, do mesmo modo, igualmente, de igual modo, da mesma ma-
também para chamar exigir algo ou para chamar a atenção do neira, de igual maneira, de novo, novamente, também, primeira-
interlocutor e são unidades cuja forma pode sofrer variações como: mente, da mesma forma, de igual forma, ultimamente, opostamen-
– Locuções interjetivas: são formadas por grupos e palavras te, de modo oposto, de maneira oposta, por último…
que, associadas, assumem o valor de interjeição. Exemplos: “Ai de Alternativa - ou, ou...ou, ora…ora, já...já, seja...seja, quer…
mim!”, “Minha nossa!” Cruz credo!”. quer, talvez...talvez, não...nem, em alternativa…
– Palavras da língua: “Eita!” “Nossa!” Certeza / afirmação - certamente, é evidente que, com certeza,
– Sons vocálicos: “Hum?!”, “Ué!”, “Ih…!» decerto, naturalmente, que, sem dúvida, sem dúvida que, de cer-
to, é óbvio que, evidentemente, obviamente, verdadeiramente, de
Os tipos de interjeição verdade, verdadeiro, realmente, exato, exatamente, com exatidão…
De acordo com as reações que expressam, as interjeições Conformidade - consoante, conforme, segundo, como, de
podem ser de: acordo com
Comparação - como, também, conforme, tanto…quanto, tal
como, assim como, bem como, pela mesma razão, de forma idênti-
ADMIRAÇÃO “Ah!”, “Oh!”, “Uau!”
ca, de forma similar…
ALÍVIO “Ah!, “Ufa!” Concessão - embora, conquanto, ainda que, mesmo que, mes-
ANIMAÇÃO “Coragem!”, “Força!”, “Vamos!” mo quando, se bem que, apesar de, ainda assim, mesmo assim, por
mais que, de qualquer forma, posto que, malgrado, não obstante,
APELO “Ei!”, “Oh!”, “Psiu!” inobstante, em que pese, independentemente de…
APLAUSO “Bravo!”, “Bis!” Conclusão / síntese / resumo - pois, portanto, por conseguin-
te, assim, logo, enfim, concluindo, conclusivamente, em conclusão,
DESPEDIDA/SAUDAÇÃO “Alô!”, “Oi!”, “Salve!”, “Tchau!” em síntese, consequentemente, em consequência, por outras pala-
vras, ou seja, em resumo, ou melhor, pois, por isso, deste modo, em
DESEJO “Tomara!” suma, sintetizando, finalizando…
Condição - se, caso, desde que, contanto que, exceto se, salvo
DOR “Ai!”, “Ui!”
se, a menos que, a não ser que, sem que, uma vez que (seguida de
DÚVIDA “Hã?!”, “Hein?!”, “Hum?!” verbo no subjuntivo)
ESPANTO “Eita!”, “Ué!” Confirmação - com efeito, efetivamente, na verdade, de fato,
factualmente, verdade, verdadeiramente, óbvio, obviamente…
IMPACIÊNCIA (FRUSTRA- Consequência - pelo que, de modo que, de forma que, de ma-
“Puxa!”
ÇÃO) neira que, de sorte que, de jeito que, daí que, tão… que, tal... que,
IMPOSIÇÃO “Psiu!”, “Silêncio!” tanto... que, tamanho... que, por tudo isso, consequentemente, por
conseguinte, como consequência…
SATISFAÇÃO “Eba!”, “Oba!” Dúvida - Talvez, possivelmente, provavelmente, é possível que,
SUSPENSÃO “Alto lá!”, “Basta!”, “Chega!” é provável que, porventura, quiçá, acaso, quem sabe, por certo…

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Explicitação / particularização - quer isto dizer, isto (não) signi-


fica que, por outras palavras, isto é, por exemplo, ou seja, é o caso
COLOCAÇÃO PRONOMINAL
de, nomeadamente, em particular, a saber, entre outros, especifi-
camente…
Finalidade / intencionalidade - com o fim de, com intuito, para
(que), a fim de (que), com o objetivo de, de forma a, com o fim / A colocação do pronome átono está relacionada à harmonia da
com o objetivo de / com o propósito de / com intuito de / com a frase. A tendência do português falado no Brasil é o uso do prono-
intenção de, com o fito de, que, porque (= para que)… me antes do verbo – próclise. No entanto, há casos em que a norma
Modo / forma / maneira - bem, mal, assim, depressa, devagar, culta prescreve o emprego do pronome no meio – mesóclise – ou
melhor, pior, rapidamente, calmamente, facilmente e a maioria dos após o verbo – ênclise.
advérbios terminados em -mente, à toa, à vontade, às claras, às es- De acordo com a norma culta, no português escrito não se ini-
curas, às pressas, à francesa, às escondidas, em silêncio, em vão, cia um período com pronome oblíquo átono. Assim, se na lingua-
sem medo, de mansinho, ao vivo gem falada diz-se “Me encontrei com ele”, já na linguagem escrita,
Necessidade / obrigação - faz-se mister, é necessário que, faz- formal, usa-se “Encontrei-me’’ com ele.
-se urgente que, urge que, é preciso que, é dever, torna-se impres- Sendo a próclise a tendência, é aconselhável que se fixem bem
cindível que as poucas regras de mesóclise e ênclise. Assim, sempre que estas
Opinião - na minha opinião, a meu ver, em meu entender, pa- não forem obrigatórias, deve-se usar a próclise, a menos que preju-
rece-me que, estou em crer que… dique a eufonia da frase.
Oposição / contraste - mas, porém, todavia, contudo, entre-
tanto, no entanto, senão (= mas sim) contrariamente, em vez de, ao Próclise
invés de, pelo contrário, por oposição, oposto, opostamente, dou- Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo.
tro modo, ao contrário, não obstante, por outro lado…
Proporção / proporcionalidade - ao passo que, à medida que, Palavra de sentido negativo: Não me falou a verdade.
à proporção que, quanto mais, tanto mais, enquanto Advérbios sem pausa em relação ao verbo: Aqui te espero pa-
Reafirmação / confirmação / resumo - ou seja, ou melhor, ou cientemente.
antes, isto é, digo, por assim dizer, por outras palavras, com efeito, Havendo pausa indicada por vírgula, recomenda-se a ênclise:
efetivamente, na verdade, de fato, de tato, em suma, em resumo, Ontem, encontrei-o no ponto do ônibus.
resumidamente… Pronomes indefinidos: Ninguém o chamou aqui.
Reformulação - quer dizer, mais corretamente, mais precisa- Pronomes demonstrativos: Aquilo lhe desagrada.
mente, ou melhor, dito de outro modo, numa palavra, noutros ter- Orações interrogativas: Quem lhe disse tal coisa?
mos, por outras palavras… Orações optativas (que exprimem desejo), com sujeito ante-
Razão / motivo / causa - porque, já que, visto que, uma vez posto ao verbo: Deus lhe pague, Senhor!
que, porquanto, como (= porque), na medida em que, devido a, em Orações exclamativas: Quanta honra nos dá sua visita!
virtude de, em razão de, em vista de, tendo em vista que, em face Orações substantivas, adjetivas e adverbiais, desde que não se-
de, em decorrência de jam reduzidas: Percebia que o observavam.
Sequência - começando, primeiramente, para começar, em pri- Verbo no gerúndio, regido de preposição em: Em se plantando,
meiro lugar, num primeiro momento, antes de, em segundo lugar, tudo dá.
em seguida, logo após, depois de, por último, concluindo, para ter- Verbo no infinitivo pessoal precedido de preposição: Seus in-
minar, em conclusão, em síntese, finalizando… tentos são para nos prejudicarem.
Sequência temporal - Hoje, ontem, agora, amanhã, ainda,
cedo, depois, tarde, antes Ênclise
Sequência geográfica / espacial - Aqui, ali, aí, lá, perto, longe, Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo.
dentro, fora, à direita, à esquerda, à frente, acima, abaixo, à distân-
cia, de longe, de perto Verbo no início da oração, desde que não esteja no futuro do
Tempo - quando, enquanto, até que, antes que, logo que, assim indicativo: Trago-te flores.
que, depois que, sempre que, desde que, desde quando, todas as Verbo no imperativo afirmativo: Amigos, digam-me a verdade!
vezes, senão quando, ao tempo que, mal... Verbo no gerúndio, desde que não esteja precedido pela pre-
Negação - não, nunca, tampouco, jamais, nada, ninguém, de posição em: Saí, deixando-a aflita.
modo algum, de jeito nenhum, em hipótese alguma Verbo no infinitivo impessoal regido da preposição a. Com
Ordem - ultimamente, primeiramente, antes, depois... outras preposições é facultativo o emprego de ênclise ou próclise:
Designação - eis, vede, aqui está... Apressei-me a convidá-los.
Realce / função expletiva - cá, lá, só, é que, ainda, mas...
Inclusão / exclusão - também, até, mesmo, inclusive, só, salvo, Mesóclise
menos, apenas, senão, exclusive, fora, tirante, sequer... Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo.
Intensidade / quantidade - muito, pouco, bastante, mais, me-
nos, tão, tanto, quase, demais... É obrigatória somente com verbos no futuro do presente ou no
futuro do pretérito que iniciam a oração.
Dir-lhe-ei toda a verdade.
Far-me-ias um favor?

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Frase
Se o verbo no futuro vier precedido de pronome reto ou de Trata-se de um enunciado que carrega um sentido completo
qualquer outro fator de atração, ocorrerá a próclise. que possui sentido integral, podendo ser constituída por somente
Eu lhe direi toda a verdade. uma ou várias palavras podendo conter verbo (frase verbal) ou
Tu me farias um favor? não (frase nominal). Uma frase pode exprimir ideias, sentimentos,
apelos ou ordens. Exemplos: “Saia!”, “O presidente vai fazer seu
Colocação do pronome átono nas locuções verbais discurso.”, “Atenção!”, “Que horror!”.
Verbo principal no infinitivo ou gerúndio: Se a locução verbal
não vier precedida de um fator de próclise, o pronome átono deve- A ordem das palavras: associada à pontuação apropriada,
rá ficar depois do auxiliar ou depois do verbo principal. a disposição das palavras na frase também é fundamental para a
Exemplos: compreensão da informação escrita, e deve seguir os padrões da
Devo-lhe dizer a verdade. Língua Portuguesa. Observe que a frase “A professora já vai falar.”
Devo dizer-lhe a verdade. Pode ser modificada para, por exemplo, “Já vai falar a professora.” ,
sem que haja prejuízo de sentido. No entanto, a construção “Falar a
Havendo fator de próclise, o pronome átono deverá ficar antes já professora vai.” , apesar da combinação das palavras, não poderá
do auxiliar ou depois do principal. ser compreendida pelo interlocutor.
Exemplos:
Não lhe devo dizer a verdade. Oração
Não devo dizer-lhe a verdade. É uma unidade sintática que se estrutura em redor de um
verbo ou de uma locução verbal. Uma frase pode ser uma oração,
Verbo principal no particípio: Se não houver fator de próclise, desde que tenha um verbo e um predicado; quanto ao sujeito, nem
o pronome átono ficará depois do auxiliar. sempre consta em uma oração, assim como o sentido completo. O
Exemplo: Havia-lhe dito a verdade. importante é que seja compreensível pelo receptor da mensagem.
Analise, abaixo, uma frase que é oração com uma que não é.
Se houver fator de próclise, o pronome átono ficará antes do 1 – Silêncio!”: É uma frase, mas não uma oração, pois não
auxiliar. contém verbo.
Exemplo: Não lhe havia dito a verdade. 2 – “Eu quero silêncio.”: A presença do verbo classifica a frase
como oração.
Haver de e ter de + infinitivo: Pronome átono deve ficar depois
do infinitivo. Unidade sintática (ou termo sintático): a sintaxe de uma
Exemplos: oração é formada por cada um dos termos, que, por sua vez,
Hei de dizer-lhe a verdade. estabelecem relação entre si para dar atribuir sentido à frase. No
Tenho de dizer-lhe a verdade. exemplo supracitado, a palavra “quero” deve unir-se às palavras
“Eu” e “silêncio” para que o receptor compreenda a mensagem.
Observação Dessa forma, cada palavra desta oração recebe o nome de termo
Não se deve omitir o hífen nas seguintes construções: ou unidade sintática, desempenhando, cada qual, uma função
Devo-lhe dizer tudo. sintática diferente.
Estava-lhe dizendo tudo.
Havia-lhe dito tudo. Classificação das orações: as orações podem ser simples ou
compostas. As orações simples apresentam apenas uma frase; as
compostas apresentam duas ou mais frases na mesma oração.
ESTRUTURAÇÃO SINTÁTICA E SEMÂNTICA DOS TERMOS Analise os exemplos abaixo e perceba que a oração composta tem
NA ORAÇÃO E DAS ORAÇÕES NO PERÍODO: COORDENA- duas frases, e cada uma tem seu próprio sentido.
ÇÃO E SUBORDINAÇÃO – Oração simples: “Eu quero silêncio.”
– Oração composta: “Eu quero silêncio para poder ouvir o
noticiário”.
Definição: sintaxe é a área da Gramática que se dedica ao
estudo da ordenação das palavras em uma frase, das frases em um Período
discurso e também da coerência (relação lógica) que estabelecem É a construção composta por uma ou mais orações, sempre com
entre si. Sempre que uma frase é construída, é fundamental que sentido completo. Assim como as orações, o período também pode
ela contenha algum sentido para que possa ser compreendida pelo ser simples ou composto, que se diferenciam em razão do número
receptor. Por fazer a mediação da combinação entre palavras e de orações que apresenta: o período simples contém apenas uma
orações, a sintaxe é essencial para que essa compreensão se efetive. oração, e o composto mais de uma. Lembrando que a oração é uma
Para que se possa compreender a análise sintática, é importante frase que contém um verbo. Assim, para não ter dúvidas quanto à
retomarmos alguns conceitos, como o de frase, oração e período. classificação, basta contar quantos verbos existentes na frase.
Vejamos: – Período simples: “Resolvo esse problema até amanhã.” -
apresenta apenas um verbo.
– Período composto: Resolvo esse problema até amanhã ou
ficarei preocupada.” - contém dois verbos.

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— Análise Sintática – Verbo transitivo: é o verbo que transita, isto é, que vai adiante
É o nome que se dá ao processo que serve para esmiuçar a para passar a informação adequada. Em outras palavras, é o verbo
estrutura de um período e das orações que compõem um período. que exige complemento para ser entendido. Para produzir essa
Termos da oração: é o nome dado às palavras que atribuem compreensão, esse trânsito do verbo, o complemento pode ser
sentido a uma frase verbal. A reunião desses elementos forma o direto ou indireto. No primeiro caso, a ligação direta entre verbo e
que chamamos de estrutura de um período. Os termos essenciais complemento. Ex.: “Quero comprar roupas.”. No segundo, verbo e
se subdividem em: essenciais, integrantes e acessórios. Acompanhe complemento são unidos por preposição. Ex.: “Preciso de dinheiro.”
a seguir as especificidades de cada tipo. – Verbo intransitivo: não requer complemento, é provido de
sentido completo. São exemplos: morrer, acordar, nascer, nadar,
1 – Termos Essenciais (ou fundamentais) da oração cair, mergulhar, correr.
Sujeito e Predicado: enquanto um é o ser sobre quem/o qual – Verbo de ligação: servem para expressar características de
se declara algo, o outro é o que se declara sobre o sujeito e, por estado ao sujeito, sendo eles: estado permanente (“Pedro é alto.”),
isso, sempre apresenta um verbo ou uma locução verbal, como nos estado de transição (“Pedro está acamado.”), estado de mutação
respectivos exemplos a seguir: (“Pedro esteve enfermo.”), estado de continuidade (“Pedro continua
Exemplo: em “Fred fez um lindo discurso.”, o sujeito é “Fred”, esbelto.”) e estado aparente (“Pedro parece nervoso.”).
que “fez um lindo discurso” (é o restante da oração, a declaração – Predicados nominais: são aqueles que têm um nome
sobre o sujeito). (substantivo ou adjetivo) como cujo núcleo significativo da oração.
Nem sempre o sujeito está no início da oração (sujeito direto), Ademais, ele se caracteriza pela indicação de estado ou qualidade,
podendo apresentar-se também no meio da fase ou mesmo após e é composto por um verbo de ligação mais o predicativo do sujeito.
o predicado (sujeito inverso). Veja um exemplo para cada um dos – Predicativo do sujeito: é um termo que atribui características
respectivos casos: ao sujeito por meio de um verbo. Exemplo: em “Marta é
“Fred fez um lindo discurso.” inteligente.”, o adjetivo é o predicativo do sujeito “Marta”, ou seja,
“Um lindo discurso Fred fez.” é sua característica de estado ou qualidade. Isso é comprovado pelo
“Fez um lindo discurso, Fred.” “ser” (é), que é o verbo de ligação entre Marta e sua característica
atual. Esse elemento não precisa ser, obrigatoriamente, um adjetivo,
– Sujeito determinado: é aquele identificável facilmente pela mas pode ser uma locução adjetiva, ou mesmo um substantivo ou
concordância verbal. palavra substantivada.
– Sujeito determinado simples: possui apenas um núcleo – Predicado Verbo-Nominal: esse tipo deve apresentar sempre
ligado ao verbo. Ex.: “Júlia passou no teste”. um predicativo do sujeito associado a uma ação do sujeito acrescida
– Sujeito determinado composto: possui dois ou mais núcleos. de uma qualidade sua. Exemplo: “As meninas saíram mais cedo da
Ex.: “Júlia e Felipe passaram no teste.” aula. Por isso, estavam contentes.
O sujeito “As meninas” possui como predicado o verbo “sair”
– Sujeito determinado implícito: não aparece facilmente na e também o adjetivo “contentes”. Logo, “estavam contentes” é o
oração, mas a frase é dotada de entendimento. Ex.: “Passamos no predicativo do sujeito e o verbo de ligação é “estar”.
teste.” Aqui, o termo “nós” não está explícito na oração, mas a
concordância do verbo o destaca de forma indireta. 2 – Termos integrantes da oração
– Sujeito indeterminado: é o que não está visível na oração Basicamente, são os termos que completam os verbos de uma
e, diferente do caso anterior, não há concordância verbal para oração, atribuindo sentindo a ela. Eles podem ser complementos
determiná-lo. verbais, complementos nominais ou mesmo agentes da passiva.
– Complementos Verbais: como sugere o nome, esses termos
Esse sujeito pode aparecer com: completam o sentido de verbos, e se classificam da seguinte forma:
– Verbo na 3a pessoa do plural. Ex.: “Reformaram a casa velha”. – Objeto direto: completa verbos transitivos diretos, não
– Verbo na 3a pessoa do singular + pronome “se”: “Contrata-se exigindo preposição.
padeiro.”». – Objeto indireto: complementam verbos transitivos indiretos,
– Verbo no infinitivo impessoal: “Vai ser mais fácil se você isto é, aqueles que dependem de preposição para que seu sentido
estiver lá.” seja compreendido.

– Orações sem sujeito: são compostas somente por predicado, Quanto ao objeto direto, podemos ter:
e sua mensagem está centralizada no verbo, que é impessoal. – Um pronome substantivo: “A equipe que corrigiu as provas.”
Essas orações podem ter verbos que constituam fenômenos da – Um pronome oblíquo direto: “Questionei-a sobre o
natureza, ou os verbos ser, estar, haver e fazer quando indicativos acontecido.”
de fenômeno meteorológico ou tempo. Observe os exemplos: – Um substantivo ou expressão substantivada: “Ele consertou
“Choveu muito ontem”. os aparelhos.»
“Era uma hora e quinze”.
– Complementos Nominais: esses termos completam o sentido
– Predicados Verbais: resultam da relação entre sujeito e de uma palavra, mas não são verbos; são nomes (substantivos,
verbo, ou entre verbo e complementos. Os verbos, por sua vez, adjetivos ou advérbios), sempre seguidos por preposição. Observe
também recebem sua classificação, conforme abaixo: os exemplos:

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– “Maria estava satisfeita com seus resultados.” – observe que – Aposto: é o termo que se relaciona com o sujeito para
“satisfeita” é adjetivo, e “com seus resultados” é complemento caracterizá-lo, contribuindo para a complementação uma
nominal. informação já completa. Observe os exemplos:
– “O entregador atravessou rapidamente pela viela. – “Michael Jackson, o rei do pop, faleceu há uma década.”
“rapidamente” é advérbio de modo. “Brasília, capital do Brasil, foi construída na década de 1950.”
– “Eu tenho medo do cachorro.” – Nesse caso, “medo” é um
substantivo. – Vocativo: esse termo não apresenta relação sintática nem
com sujeito nem com predicado, tendo sua função no chamamento
– Agentes da Passiva: são os termos de uma oração que praticam ou na interpelação de um ouvinte, e se relaciona com a 2a pessoa
a ação expressa pelo verbo, quando este está na voz passiva. Assim, do discurso. Os vocativos são o receptor da mensagem, ou seja, a
estão normalmente acompanhados pelas preposições de e por. quem ela é dirigida. Podem ser acompanhados de interjeições de
Observe os exemplos do item anterior modificados para a voz apelo. Observe:
passiva: “Ei, moça! Seu documento está pronto!”
– “Os resultados foram motivo de satisfação de Maria.” “Senhor, tenha misericórdia de nós!”
– “O cachorro foi alvo do meu medo.” “Vista o casaco, filha!”
– “A viela foi atravessada rapidamente pelo entregador.”
— Estudo da relação entre as orações
3 – Termos acessórios da oração Os períodos compostos são formados por várias orações.
Diversamente dos termos essenciais e integrantes, os termos As orações estabelecem entre si relações de coordenação ou de
acessórios não são fundamentais o sentido da oração, mas servem subordinação.
para complementar a informação, exprimindo circunstância, – Período composto por coordenação: é formado por
determinando o substantivo ou caracterizando o sujeito. Confira orações independentes. Apesar de estarem unidas por conjunções
abaixo quais são eles: ou vírgulas, as orações coordenadas podem ser entendidas
– Adjunto adverbial: são os termos que modificam o sentido individualmente porque apresentam sentidos completos.
do verbo, do adjetivo ou do advérbio. Analise os exemplos: Acompanhe a seguir a classificação das orações coordenadas:
“Dormimos muito.” – Oração coordenada aditiva: “Assei os salgados e preparei os
doces.”
O termo acessório “muito” classifica o verbo “dormir”. – Oração coordenada adversativa: “Assei os salgados, mas não
“Ele ficou pouco animado com a notícia.” preparei os doces.”
– Oração coordenada alternativa: “Ou asso os salgados ou
O termo acessório “pouco” classifica o adjetivo “animado” preparo os doces.”
“Maria escreve bastante bem.” – Oração coordenada conclusiva: “Marta estudou bastante,
logo, passou no exame.”
O termo acessório “bastante” modifica o advérbio “bem”. – Oração coordenada explicativa: “Marta passou no exame
porque estudou bastante.”
Os adjuntos adverbiais podem ser:
– Advérbios: pouco, bastante, muito, ali, rapidamente longe, etc. – Período composto por subordinação: são constituídos por
– Locuções adverbiais: o tempo todo, às vezes, à beira-mar, etc. orações dependentes uma da outra. Como as orações subordinadas
– Orações: «Quando a mercadoria chegar, avise.” (advérbio de apresentam sentidos incompletos, não podem ser entendidas
tempo). de forma separada. As orações subordinadas são divididas em
substantivas, adverbiais e adjetivas. Veja os exemplos:
– Adjunto adnominal: é o termo que especifica o substantivo, – Oração subordinada substantiva subjetiva: “Ficou provado
com função de adjetivo. Em razão disso, pode ser representado que o suspeito era realmente o culpado.”
por adjetivos, locuções adjetivas, artigos, numerais adjetivos ou – Oração subordinada substantiva objetiva direta: “Eu não
pronomes adjetivos. Analise o exemplo: queria que isso acontecesse.”
“O jovem apaixonado presenteou um lindo buquê à sua colega – Oração subordinada substantiva objetiva indireta: “É
de escola.” obrigatório de que todos os estudantes sejam assíduos.”
– Sujeito: “jovem apaixonado” – Oração subordinada substantiva completiva nominal: “Tenho
– Núcleo do predicado verbal: “presenteou” expectativa de que os planos serão melhores em breve!”
– Objeto direto do verbo entregar: “um lindo buquê” – Oração subordinada substantiva predicativa: “O que importa
– Objeto indireto: “à amiga de classe” – Adjuntos adnominais: é que meus pais são saudáveis.”
no sujeito, temos o artigo “o” e “apaixonado”, pois caracterizam – Oração subordinada substantiva apositiva: “Apenas saiba
o “jovem”, núcleo do sujeito; o numeral “um” e o adjetivo “lindo” disto: que tudo esteja organizado quando eu voltar!”
fazem referência a “buquê” (substantivo); o artigo “à” (contração – Oração subordinada adverbial causal: “Não posso me
da preposição + artigo feminino) e a locução “de trabalho” são os demorar porque tenho hora marcada na psicóloga.”
adjuntos adnominais de “colega”. – Oração subordinada adverbial consecutiva: “Ficamos tão
felizes que pulamos de alegria.”
– Oração subordinada adverbial final: “Eles ficaram vigiando
para que nós chegássemos a casa em segurança.”

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– Oração subordinada adverbial temporal: “Assim que eu cheguei, eles iniciaram o trabalho.”
– Oração subordinada adverbial condicional: “Se você vier logo, espero por você.»
– Oração subordinada adverbial concessiva: “Ainda que estivesse cansado, concluiu a maratona.”
– Oração subordinada adverbial comparativa: “Marta sentia como se ainda vivesse no interior.”
– Oração subordinada adverbial conformativa: “Conforme combinamos anteriormente, entregarei o produto até amanhã.”
– Oração subordinada adverbial proporcional: “Quanto mais me exercito, mais tenho disposição.”
– Oração subordinada adjetiva explicativa: “Meu filho, que passou no concurso, mudou-se para o interior.”
– Oração subordinada adjetiva restritiva: “A aluna que esteve enferma conseguiu ser aprovada nas provas.”

REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL

Visão geral: na Gramática, regência é o nome dado à relação de subordinação entre dois termos. Quando, em um enunciado ou
oração, existe influência de um tempo sobre o outro, identificamos o que se denomina termo determinante, essa relação entre esses
termos denominamos regência.
— Regência Nominal
É a relação entre um nome o seu complemento por meio de uma preposição. Esse nome pode ser um substantivo, um adjetivo ou um
advérbio e será o termo determinante.
O complemento preenche o significado do nome, cujo sentido estaria impreciso ou ambíguo se não fosse pelo complemento.
Observe os exemplos:
“A nova entrada é acessível a cadeirantes.”
“Eu tenho o sonho de viajar para o nordeste.”
“Ele é perito em investigações como esta.”
Na primeira frase, adjetivo “acessível” exige a preposição a, do contrário, seu sentido ficaria incompleto. O mesmo ocorre com os
substantivos “sonho“ e “perito”, nas segunda e terceira frases, em que os nomes exigem as preposições de e em para completude de seus
sentidos. Veja nas tabelas abaixo quais são os nomes que regem. Veja nas tabelas abaixo quais são os nomes que regem uma preposição
para que seu sentido seja completo.

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO A


acessível a cego a fiel a nocivo a
agradável a cheiro a grato a oposto a
alheio a comum a horror a perpendicular a
análogo a contrário a idêntico a posterior a
anterior a desatento a inacessível a prestes a
apto a equivalente a indiferente a surdo a
atento a estranho a inerente a visível a
avesso a favorável a necessário a

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO POR


admiração por devoção por responsável por
ansioso por respeito por

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO DE


sedento
amante de cobiçoso de digno de inimigo de natural de
de
amigo de contemporâneo de dotado de livre de obrigação de seguro de
ávido de desejoso de fácil de longe de orgulhoso de sonho de
capaz de diferente de impossível de louco de passível de
cheio de difícil de incapaz de maior de possível de

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REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO EM


doutor em hábil em interesse em negligente em primeiro em
exato em incessante em lento em parco em versado em
firme em indeciso em morador em perito em

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO PARA


apto para essencial para mau para
bastante para impróprio para pronto para
bom para inútil para próprio para

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO COM


amoroso com compatível com descontente com intolerante com
aparentado com cruel com furioso com liberal com
caritativo com cuidadoso com impaciente com solícito com

— Regência Verbal
Os verbos são os termos regentes, enquanto os objetos (direto e indireto) e adjuntos adverbiais são os termos regidos. Um verbo
possui a mesma regência do nome do qual deriva.

Observe as duas frases:


I – “Eles irão ao evento.” O verbo ir requer a preposição a (quem vai, vai a algum lugar), e isso o classifica como verbo transitivo direto;
“ao evento” são os termos regidos pelo verbo, isto é, constituem seu complemento.  
II – “Ela mora em região pantanosa.” O verbo morar exige a preposição em (quem mora mora em algum lugar), portanto, é verbo
transitivo indireto.  

No sentido de / pela transi- REGE


VERBO EXEMPLO
tividade PREPOSIÇÃO?
ajudar, dar assistência NÃO “Por favor, assista o time.”
Assistir ver SIM “Você assistiu ao jogo?”
pertencer SIM “Assiste aos cidadãos o direito de protestar.”
valor, preço NÃO “Esse imóvel custa caro.”
Custar
desafio, dano, peso moral SIM “Dizer a verdade custou a ela.”
fundamento / verbo ins-
NÃO “Isso não procede.”
Proceder transitivo
origem SIM “Essa conclusão procede de muito vivência.”
finalidade, objetivo SIM “Visando à garantia dos direitos.”
Visar
avistar, enxergar NÃO “O vigia logo visou o suspeito.”
desejo NÃO “Queremos sair cedo.”
Querer
estima SIM “Quero muito aos meus sogros.”
pretensão SIM “Aspiro a ascensão política.”
Aspirar
absorção ou respiração NÃO “Evite aspirar fumaça.”
consequência / verbo tran-
NÃO “A sua solicitação implicará alteração do meu trajeto.”
Implicar sitivo direto
insistência, birra SIM “Ele implicou com o cachorro.”

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convocação NÃO “Chame todos!”


“Chamo a Talita de Tatá.”
Chamar Rege complemento, com “Chamo Talita de Tatá.”
apelido
e sem preposição “Chamo a Talita Tatá.”
“Chamo Talita Tatá.”
o que se paga NÃO “Paguei o aluguel.”
Pagar
a quem se paga SIM “Pague ao credor.”
quem chega, chega a algum
Chegar lugar / verbo transitivo SIM “Quando chegar ao local, espere.”
indireto
quem obedece a algo /
Obedecer SIM “Obedeçam às regras.”
alguém / transitivo indireto
Esquecer verbo transitivo direito NÃO “Esqueci as alianças.”
... exige um comple-
verbo transitivo direito e
Informar mento sem e outro com “Informe o ocorrido ao gerente.”
indireto, portanto...
preposição
quem vai vai a algum lugar /
Ir SIM “Vamos ao teatro.”
verbo transitivo indireto
Quem mora em algum lugar “Eles moram no interior.”
Morar SIM
(verbo transitivo indireto) (Preposição “em” + artigo “o”).
Namorar verbo transitivio direito NÃO “Júlio quer namorar Maria.”
verbo bi transitivo (direto e
Preferir SIM “Prefira assados a frituras.”
indireto)
quem simpatiza simpatiza
Simpatizar com algo/ alguém/ verbo SIM “Simpatizei-me com todos.”
transitivo indireto

USO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE

Definição: na gramática grega, o termo quer dizer “mistura “ou “contração”, e ocorre entre duas vogais, uma final e outra inicial, em
palavras unidas pelo sentido. Basicamente, desse modo: a (preposição) + a (artigo feminino) = aa à; a (preposição) + aquela (pronome
demonstrativo feminino) = àquela; a (preposição) + aquilo (pronome demonstrativo feminino) = àquilo. Por ser a junção das vogais, a
crase, como regra geral, ocorre diante de palavras femininas, sendo a única exceção os pronomes demonstrativos aquilo e aquele, que
recebem a crase por terem “a” como sua vogal inicial. Crase não é o nome do acento, mas indicação do fenômeno de união representado
pelo acento grave.
A crase pode ser a contração da preposição a com:
– O artigo feminino definido a/as: “Foi à escola, mas não assistiu às aulas.”
– O pronome demonstrativo a/as: “Vá à paróquia central.”
– Os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo: “Retorne àquele mesmo local.”
– O a dos pronomes relativos a qual e as quais: “São pessoas às quais devemos o maior respeito e consideração”.

Perceba que a incidência da crase está sujeita à presença de duas vogais a (preposição + artigo ou preposição + pronome) na construção
sintática.

Técnicas para o emprego da crase


1 – Troque o termo feminino por um masculino, de classe semelhante. Se a combinação ao aparecer, ocorrerá crase diante da palavra
feminina.
Exemplos:
“Não conseguimos chegar ao hospital / à clínica.”
“Preferiu a fruta ao sorvete / à torta.”
“Comprei o carro / a moto.”
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“Irei ao evento / à festa.” e o adjetivo. Em outras palavras, refere-se ao substantivo e suas


formas relacionadas: adjetivo, numeral, pronome, artigo. Tal
2 – Troque verbos que expressem a noção de movimento (ir, vir, concordância ocorre em gênero e pessoa
chegar, voltar, etc.) pelo verbo voltar. Se aparecer a preposição da,
ocorrerá crase; caso apareça a preposição de, o acento grave não Casos específicos de concordância verbal
deve ser empregado. Concordância verbal com o infinitivo pessoal: existem três
Exemplos: situações em que o verbo no infinitivo é flexionado:
“Vou a São Paulo. / Voltei de São Paulo.” I – Quando houver um sujeito definido;
“Vou à festa dos Silva. / Voltei da Silva.” II – Sempre que se quiser determinar o sujeito;
“Voltarei a Roma e à Itália. / Voltarei de Roma e da Itália.” III – Sempre que os sujeitos da primeira e segunda oração
forem distintos.
3 – Troque o termo regente da preposição a por um que
estabeleça a preposição por, em ou de. Caso essas preposições não Observe os exemplos:
se façam contração com o artigo, isto é, não apareçam as formas “Eu pedir para eles fazerem a solicitação.”
pela(s), na(s) ou da(s), a crase não ocorrerá. “Isto é para nós solicitarmos.”
Exemplos:
“Começou a estudar (sem crase) – Optou por estudar / Gosta Concordância verbal com o infinitivo impessoal: não há flexão
de estudar / Insiste em estudar.” verbal quando o sujeito não for definido, ou sempre que o sujeito
“Refiro-me à sua filha (com crase) – Apaixonei-me pela sua filha da segunda oração for igual ao da primeira oração, ou mesmo
/ Gosto da sua filha / Votarei na sua filha.” em locuções verbais, com verbos preposicionados e com verbos
“Refiro-me a você. (sem crase) – Apaixonei-me por você / imperativos.
Gosto de você / Penso em você.”
Exemplos:
4 – Tratando-se de locuções, isto é, grupo de palavras que “Os membros conseguiram fazer a solicitação.”
expressam uma única ideia, a crase somente deve ser empregada “Foram proibidos de realizar o atendimento.”
se a locução for iniciada por preposição e essa locução tiver como
núcleo uma palavra feminina, ocorrerá crase. Concordância verbal com verbos impessoais: nesses casos,
Exemplos: verbo ficará sempre em concordância com a 3a pessoa do singular,
“Tudo às avessas.” tendo em vista que não existe um sujeito.
“Barcos à deriva.” Observe os casos a seguir:
– Verbos que indicam fenômenos da natureza, como anoitecer,
5 – Outros casos envolvendo locuções e crase: nevar, amanhecer.
Na locução «à moda de”, pode estar implícita a expressão Exemplo: “Não chove muito nessa região” ou “Já entardeceu.»
“moda de”, ficando somente o à explícito.
Exemplos: – O verbo haver com sentido de existir. Exemplo: “Havia duas
“Arroz à (moda) grega.” professoras vigiando as crianças.”
“Bife à (moda) parmegiana.” – O verbo fazer indicando tempo decorrido. Exemplo: “Faz
duas horas que estamos esperando.”
Nas locuções relativas a horários, ocorra crase apenas no caso
de horas especificadas e definidas: Exemplos: Concordância verbal com o verbo ser: diante dos pronomes
“À uma hora.” tudo, nada, o, isto, isso e aquilo como sujeito, há concordância
“Às cinco e quinze”. verbal com o predicativo do sujeito, podendo o verbo permanecer
no singular ou no plural:
– “Tudo que eu desejo é/são férias à beira-mar.”
CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL – “Isto é um exemplo do que o ocorreria.” e “Isto são exemplos
do que ocorreria.”

Concordância verbal com pronome relativo quem: o verbo,


Visão Geral: sumariamente, as concordâncias verbal e nominal ou faz concordância com o termo precedente ao pronome, ou
estudam a sintonia entre os componentes de uma oração. permanece na 3a pessoa do singular:
– Concordância verbal: refere-se ao verbo relacionado ao – “Fui eu quem solicitou.» e “Fomos nós quem solicitou.»
sujeito, sendo que o primeiro deve, obrigatoriamente, concordar
em número (flexão em singular e plural) e pessoa (flexão em 1a, Concordância verbal com pronome relativo que: o verbo
2a, ou 3a pessoa) com o segundo. Isto é, ocorre quando o verbo é concorda com o termo que antecede o pronome:
flexionado para concordar com o sujeito. – “Foi ele que fez.» e “Fui eu que fiz.»
– Concordância nominal: corresponde à harmonia em gênero – “Foram eles que fizeram.” e “Fomos nós que fizemos.»
(flexão em masculino e feminino) e número entre os vários nomes
da oração, ocorrendo com maior frequência sobre os substantivos

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Concordância verbal com a partícula de indeterminação do Concordância nominal com muito, pouco, bastante, longe,
sujeito se: nesse caso, o verbo cria concordância com a 3a pessoa do barato, meio e caro: esses termos instauram concordância em
singular sempre que a oração for constituída por verbos intransitivos gênero e número com o substantivo quando exercem função de
ou por verbos transitivos indiretos: adjetivo:
– «Precisa-se de cozinheiro.” e «Precisa-se de cozinheiros.” – “Tomei bastante suco.” e “Comprei bastantes frutas.”
– “A jarra estava meia cheia.” e “O sapato está meio gasto”.
Concordância com o elemento apassivador se: aqui, verbo – “Fizemos muito barulho.” e “Compramos muitos presentes.”
concorda com o objeto direto, que desempenha a função de sujeito
paciente, podendo aparecer no singular ou no plural:
– Aluga-se galpão.” e “Alugam-se galpões.” EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO

Concordância verbal com as expressões a metade, a maioria,


a maior parte: preferencialmente, o verbo fará concordância com
a 3° pessoa do singular. Porém, a 3a pessoa do plural também pode — Visão Geral
ser empregada: O sistema de pontuação consiste em um grupo de sinais
– “A maioria dos alunos entrou” e “A maioria dos alunos gráficos que, em um período sintático, têm a função primordial
entraram.” de indicar um nível maior ou menor de coesão entre estruturas
– “Grande parte das pessoas entendeu.” e “Grande parte das e, ocasionalmente, manifestar as propriedades da fala (prosódias)
pessoas entenderam.” em um discurso redigido. Na escrita, esses sinais substituem os
gestos e as expressões faciais que, na linguagem falada, auxiliam a
Concordância nominal muitos substantivos: o adjetivo deve compreensão da frase.
concordar em gênero e número com o substantivo mais próximo, O emprego da pontuação tem as seguintes finalidades:
mas também concordar com a forma no masculino plural: – Garantir a clareza, a coerência e a coesão interna dos diversos
– “Casa e galpão alugado.” e “Galpão e casa alugada.” tipos textuais;
– “Casa e galpão alugados.” e “Galpão e casa alugados.” – Garantir os efeitos de sentido dos enunciados;
– Demarcar das unidades de um texto;
Concordância nominal com pronomes pessoais: o adjetivo – Sinalizar os limites das estruturas sintáticas.
concorda em gênero e número com os pronomes pessoais:
– “Ele é prestativo.” e “Ela é prestativa.” — Sinais de pontuação que auxiliam na elaboração de um
– “Eles são prestativos.” e “Elas são prestativas.” enunciado

Concordância nominal com adjetivos: sempre que existir dois Vírgula


ou mais adjetivos no singular, o substantivo permanece no singular, De modo geral, sua utilidade é marcar uma pausa do enunciado
se houver um artigo entre os adjetivos. Se o artigo não aparecer, o para indicar que os termos por ela isolados, embora compartilhem
substantivo deve estar no plural: da mesma frase ou período, não compõem unidade sintática. Mas,
se, ao contrário, houver relação sintática entre os termos, estes
– “A blusa estampada e a colorida.” e “O casaco felpudo e o não devem ser isolados pela vírgula. Isto quer dizer que, ao mesmo
xadrez.” tempo que existem situações em que a vírgula é obrigatória, em
– “As blusas estampada e colorida.” e “Os casacos felpudo e outras, ela é vetada. Confira os casos em que a vírgula deve ser
xadrez.” empregada:

Concordância nominal com é proibido e é permitido: nessas • No interior da sentença


expressões, o adjetivo flexiona em gênero e número, sempre que 1 – Para separar elementos de uma enumeração e repetição:
houver um artigo determinando o substantivo. Caso não exista
esse artigo, o adjetivo deve permanecer invariável, no masculino ENUMERAÇÃO
singular:
– “É proibida a circulação de pessoas não identificadas.” e “É Adicione leite, farinha, açúcar, ovos, óleo e chocolate.
proibido circulação de pessoas não identificadas.” Paguei as contas de água, luz, telefone e gás.
– “É permitida a entrada de crianças.” e “É permitido entrada
de crianças acompanhadas.” REPETIÇÃO
Concordância nominal com menos: a palavra menos Os arranjos estão lindos, lindos!
permanece é invariável independente da sua atuação, seja ela
advérbio ou adjetivo: Sua atitude foi, muito, muito, muito indelicada.
– “Menos pessoas / menos pessoas”.
– “Menos problema /menos problemas.” 2 – Isolar o vocativo
“Crianças, venham almoçar!”
“Quando será a prova, professora?”

3 – Separar apostos

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“O ladrão, menor de idade, foi apreendido pela polícia.” 2 – Utiliza-se a vírgula em casos de polissíndeto, ou seja, sempre
que a conjunção “e” é reiterada com com a finalidade de destacar
4 – Isolar expressões explicativas: alguma ideia, por exemplo:
“As CPIs que terminaram em pizza, ou seja, ninguém foi “(…) e os desenrolamentos, e os incêndios, e a fome, e a sede;
responsabilizado.” e dez meses de combates, e cem dias de cancioneiro contínuo; e o
esmagamento das ruínas...” (Euclides da Cunha)
5 – Separar conjunções intercaladas
“Não foi explicado, porém, o porquê das falhas no sistema.” 3 – Emprega-se a vírgula sempre que orações coordenadas
apresentam sujeitos distintos, por exemplo:
6 – Isolar o adjunto adverbial anteposto ou intercalado: “A mulher ficou irritada, e o marido, constrangido.”
“Amanhã pela manhã, faremos o comunicado aos funcionários
do setor.” O uso da vírgula é vetado nos seguintes casos: separar sujeito
“Ele foi visto, muitas vezes, vagando desorientado pelas ruas.” e predicado, verbo e objeto, nome de adjunto adnominal, nome
7 – Separar o complemento pleonástico antecipado: e complemento nominal, objeto e predicativo do objeto, oração
“Estas alegações, não as considero legítimas.” substantiva e oração subordinada (desde que a substantivo não seja
apositiva nem se apresente inversamente).
8 – Separar termos coordenados assindéticos (não conectadas
por conjunções) Ponto
“Os seres vivos nascem, crescem, reproduzem-se, morrem.” 1 – Para indicar final de frase declarativa:
“O almoço está pronto e será servido.”
9 – Isolar o nome de um local na indicação de datas:
“São Paulo, 16 de outubro de 2022”. 2 – Abrevia palavras:
– “p.” (página)
10 – Marcar a omissão de um termo: – “V. Sra.” (Vossa Senhoria)
“Eu faço o recheio, e você, a cobertura.” (omissão do verbo – “Dr.” (Doutor)
“fazer”).
3 – Para separar períodos:
• Entre as sentenças “O jogo não acabou. Vamos para os pênaltis.”
1 – Para separar as orações subordinadas adjetivas explicativas
“Meu aluno, que mora no exterior, fará aulas remotas.” Ponto e Vírgula
1 – Para separar orações coordenadas muito extensas ou
2 – Para separar as orações coordenadas sindéticas e orações coordenadas nas quais já se tenha utilizado a vírgula:
assindéticas, com exceção das orações iniciadas pela conjunção “e”: “Gosto de assistir a novelas; meu primo, de jogos de RPG;
“Liguei para ela, expliquei o acontecido e pedi para que nos nossa amiga, de praticar esportes.”
ajudasse.”
2 – Para separar os itens de uma sequência de itens:
3 – Para separar as orações substantivas que antecedem a “Os planetas que compõem o Sistema Solar são:
principal: Mercúrio;
“Quando será publicado, ainda não foi divulgado.” Vênus;
Terra;
4 – Para separar orações subordinadas adverbiais desenvolvidas Marte;
ou reduzidas, especialmente as que antecedem a oração principal: Júpiter;
Saturno;
Urano;
Por ser sempre assim, ninguém dá
Reduzida Netuno.”
atenção!
Porque é sempre assim, já ninguém dá Dois Pontos
Desenvolvida
atenção! 1 – Para introduzirem apostos ou orações apositivas,
enumerações ou sequência de palavras que explicam e/ou resumem
5 – Separar as sentenças intercaladas: ideias anteriores.
“Querida, disse o esposo, estarei todos os dias aos pés do seu “Anote o endereço: Av. Brasil, 1100.”
leito, até que você se recupere por completo.” “Não me conformo com uma coisa: você ter perdoado aquela
grande ofensa.”
• Antes da conjunção “e”
1 – Emprega-se a vírgula quando a conjunção “e” adquire 2 – Para introduzirem citação direta:
valores que não expressam adição, como consequência ou “Desse estudo, Lavoisier extraiu o seu princípio, atualmente
diversidade, por exemplo. muito conhecido: “Nada se cria, nada se perde, tudo se transforma’.”
“Argumentou muito, e não conseguiu convencer-me.” 3 – Para iniciar fala de personagens:
“Ele gritava repetidamente:

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– Sou inocente!”
4 – Para substituir a vírgula em expressões ou frases explicativas:
Reticências “Michael Jackson — o retorno rei do pop — era imbatível.”
1 – Para indicar interrupção de uma frase incompleta
sintaticamente: Aspas
“Quem sabe um dia...” 1 – Para isolar palavras ou expressões que violam norma culta,
como termos populares, gírias, neologismos, estrangeirismos,
2 – Para indicar hesitação ou dúvida: arcaísmos, palavrões, e neologismos.
“Então... tenho algumas suspeitas... mas prefiro não revelar “Na juventude, ‘azarava’ todas as meninas bonitas.”
ainda.” “A reunião será feita ‘online’.”

3 – Para concluir uma frase gramaticalmente inacabada com o 2 – Para indicar uma citação direta:
objetivo de prolongar o raciocínio: “A índole natural da ciência é a longanimidade.” (Machado de
“Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas Assis)
faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecília - José de Alencar).

4 – Suprimem palavras em uma transcrição: ORTOGRAFIA DE ACORDO COM A NORMA PADRÃO, CON-
“Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros - TEMPLANDO O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO
Raimundo Fagner).

Ponto de Interrogação — Definições


1 – Para perguntas diretas: Com origem no idioma grego, no qual orto significa “direito”,
“Quando você pode comparecer?” “exato”, e grafia quer dizer “ação de escrever”, ortografia é o nome
dado ao sistema de regras definido pela gramática normativa que
2 – Algumas vezes, acompanha o ponto de exclamação para indica a escrita correta das palavras. Já a Ortografia Oficial se refere
destacar o enunciado: às práticas ortográficas que são consideradas oficialmente como
“Não brinca, é sério?!” adequadas no Brasil. Os principais tópicos abordados pela ortografia
são: o emprego de acentos gráficos que sinalizam vogais tônicas,
Ponto de Exclamação abertas ou fechadas; os processos fonológicos (crase/acento grave);
1 – Após interjeição: os sinais de pontuação elucidativos de funções sintáticas da língua e
“Nossa Que legal!” decorrentes dessas funções, entre outros.  
Os acentos: esses sinais modificam o som da letra sobre
2 – Após palavras ou sentenças com carga emotiva a qual recaem, para que palavras com grafia similar possam
“Infelizmente!” ter leituras diferentes, e, por conseguinte, tenham significados
distintos.  Resumidamente, os acentos são agudo (deixa o som da
3 – Após vocativo vogal mais aberto), circunflexo (deixa o som fechado), til (que faz
“Ana, boa tarde!” com que o som fique nasalado) e acento grave (para indicar crase).
O alfabeto: é a base de qualquer língua. Nele, estão
4 – Para fechar de frases imperativas: estabelecidos os sinais gráficos e os sons representados por cada
“Entre já!” um dos sinais; os sinais, por sua vez, são as vogais e as consoantes.  
As letras K, Y e W: antes consideradas estrangeiras, essas letras
Parênteses foram integradas oficialmente ao alfabeto do idioma português
a) Para isolar datas, palavras, referências em citações, frases brasileiro em 2009, com a instauração do Novo Acordo Ortográfico.
intercaladas de valor explicativo, podendo substituir o travessão ou As possibilidades da vogal Y e das consoantes K e W são, basicamente,
a vírgula: para nomes próprios e abreviaturas, como abaixo:  
“Mal me viu, perguntou (sem qualquer discrição, como sempre) – Para grafar símbolos internacionais e abreviações, como Km
quem seria promovido.” (quilômetro), W (watt) e Kg (quilograma).
– Para transcrever nomes próprios estrangeiros ou seus
Travessão derivados na língua portuguesa, como Britney, Washington, Nova
1 – Para introduzir a fala de um personagem no discurso direto: York.  
“O rapaz perguntou ao padre:
— Amar demais é pecado?” Relação som X grafia: confira abaixo os casos mais complexos
do emprego da ortografia correta das palavras e suas principais
2 – Para indicar mudança do interlocutor nos diálogos: regras:
“— Vou partir em breve.
— Vá com Deus!” «ch” ou “x”?: deve-se empregar o X nos seguintes casos:
– Em palavras de origem africana ou indígena. Exemplo: oxum,
3 – Para unir grupos de palavras que indicam itinerários: abacaxi.  
“Esse ônibus tem destino à cidade de São Paulo — SP.” – Após ditongos. Exemplo: abaixar, faixa.

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– Após a sílaba inicial “en”. Exemplo: enxada, enxergar. sobre as águas encrespadas.
– Após a sílaba inicial “me”. Exemplo: mexilhão, mexer,
mexerica.    O rio de minha terra é um deus estranho.

s” ou “x”?: utiliza-se o S nos seguintes casos: Um dia ele deixou o monótono caminhar de corpo mole
– Nos sufixos “ese”, “isa”, “ose”. Exemplo: síntese, avisa, para subir as poucas rampas do seu cais.
verminose. Foi conhecendo o movimento da cidade,
– Nos sufixos “ense”, “osa” e “oso”, quando formarem adjetivos. a pobreza residente nas taperas marginais.
Exemplo: amazonense, formosa, jocoso.
– Nos sufixos “ês” e “esa”, quando designarem origem, título ou Pois tão irado e tão potente fez-se o rio
nacionalidade. Exemplo: marquês/marquesa, holandês/holandesa, que todo um povo se juntou para enfrentá-lo.
burguês/burguesa. Mas ele prosseguiu indiferente,
– Nas palavras derivadas de outras cujo radical já apresenta “s”. carregando no seu dorso bois e gente,
Exemplo: casa – casinha – casarão; análise – analisar. até roçados de arroz e de feijão.

Porque, Por que, Porquê ou Por quê? Na sua obstinada e galopante caminhada,
– Porque (junto e sem acento): é conjunção explicativa, ou seja, destruiu paredes, casas, barricadas,
indica motivo/razão, podendo substituir o termo pois. Portanto, deixando no percurso mágoa e dor.
toda vez que essa substituição for possível, não haverá dúvidas de
que o emprego do porque estará correto. Exemplo: Não choveu, Depois subiu os degraus da igreja santa
porque/pois nada está molhado.   e postou-se horas sob os pés do Criador.
– Por que (separado e sem acento): esse formato é empregado
para introduzir uma pergunta ou no lugar de “o motivo pelo qual”, E desceu devagarinho, até deitar-se
para estabelecer uma relação com o termo anterior da oração. novamente no seu leito.
Exemplos: Por que ela está chorando? / Ele explicou por que do
cancelamento do show.   Mas toda noite o seu olhar de rio
– Porquê (junto e com acento): trata-se de um substantivo e, fica boiando sob as luzes da cidade.
por isso, pode estar acompanhado por artigo, adjetivo, pronome
ou numeral. Exemplo: Não ficou claro o porquê do cancelamento (Adaptado de: MORAES, Herculano. O rio da minha
do show.   terra. Disponível em: https://www.escritas.org)
– Por quê (separado e com acento): deve ser empregado ao
fim de frases interrogativas. Exemplo: Ela foi embora novamente. No trecho até roçados de arroz e de feijão, o termo “até” clas-
Por quê?   sifica-se como
(A) pronome.
Parônimos e homônimos (B) preposição.
– Parônimos: são palavras que se assemelham na grafia e na (C) artigo.
pronúncia, mas se divergem no significado. Exemplos: absolver (D) advérbio.
(perdoar) e absorver (aspirar); aprender (tomar conhecimento) e (E) conjunção.
apreender (capturar).
– Homônimos: são palavras com significados diferentes, mas 2. FCC - 2022 - TRT - 22ª Região (PI) - Analista Judiciário - Biblio-
que divergem na pronúncia. Exemplos: “gosto” (substantivo) e teconomia- rio de minha terra é um deus estranho.
“gosto” (verbo gostar) / “este” (ponto cardeal) e “este” (pronome Ele tem braços, dentes, corpo, coração,
demonstrativo). muitas vezes homicida,
foi ele quem levou o meu irmão.

QUESTÕES É muito calmo o rio de minha terra.

Suas águas são feitas de argila e de mistérios.


1. FCC - 2022 - TRT - 22ª Região (PI) - Analista Judiciário - Biblio- Nas solidões das noites enluaradas
teconomia- O rio de minha terra é um deus estranho. a maldição de Crispim desce
Ele tem braços, dentes, corpo, coração, sobre as águas encrespadas.
muitas vezes homicida,
foi ele quem levou o meu irmão. O rio de minha terra é um deus estranho.

É muito calmo o rio de minha terra. Um dia ele deixou o monótono caminhar de corpo mole
para subir as poucas rampas do seu cais.
Suas águas são feitas de argila e de mistérios. Foi conhecendo o movimento da cidade,
Nas solidões das noites enluaradas a pobreza residente nas taperas marginais.
a maldição de Crispim desce
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Pois tão irado e tão potente fez-se o rio mamíferos, incluindo os seres humanos, essa substância é produzi-
que todo um povo se juntou para enfrentá-lo. da tanto no cérebro como no corpo. De modo geral, influencia toda
Mas ele prosseguiu indiferente, uma série de comportamentos, facilita as interações sociais e induz
carregando no seu dorso bois e gente, a ligação entre os parceiros amorosos.
até roçados de arroz e de feijão. Não há dúvida de que os seres humanos estão constante-
mente usando muitos dos efeitos da oxitocina, conquanto tenham
Na sua obstinada e galopante caminhada, aprendido a evitar, em determinadas circunstâncias, os efeitos que
destruiu paredes, casas, barricadas, podem vir a não ser bons. Não se deve esquecer que o filtro de
deixando no percurso mágoa e dor. amor não trouxe bons resultados para o Tristão e Isolda de Wagner.
Ao fim de três horas de espetáculo, eles encontram uma morte de-
Depois subiu os degraus da igreja santa soladora.
e postou-se horas sob os pés do Criador.
(Adaptado de: DAMÁSIO, António. O erro de Descartes. São
E desceu devagarinho, até deitar-se Paulo: Companhia das Letras, edição digital)
novamente no seu leito.
A misteriosa bebida desperta neles a mais profunda das pai-
Mas toda noite o seu olhar de rio xões.
fica boiando sob as luzes da cidade.
No contexto em que se encontra, o segmento sublinhado aci-
(Adaptado de: MORAES, Herculano. O rio da minha ma exerce a mesma função sintática do que está também sublinha-
terra. Disponível em: https://www.escritas.org) do em:
(A) Wagner era um homem casado.
A figura de linguagem predominante no verso “O rio de minha (B) O enredo gira em torno da transformação da relação entre
terra é um deus estranho” é a os dois protagonistas.
(A) metáfora. (C) Existem, com efeito, poções em nossos organismos e cére-
(B) hipérbole. bros
(C) comparação. (D) o que o atraiu para essa história
(D) personificação. (E) Isolda pede à criada, Brangena, que lhe prepare uma poção
(E) metonímia. letal.

3. FCC - 2022 - TRT - 22ª Região (PI) - Analista Judiciário - Área 4. FCC - 2022 - TRT - 22ª Região (PI) - Técnico Judiciário - Área
Judiciária- Administrativa- Atenção: Para responder à questão, leia a crônica
Lembram-se da história de Tristão e Isolda? O enredo gira em “Tatu”, de Carlos Drummond de Andrade.
torno da transformação da relação entre os dois protagonistas. Isol-
da pede à criada, Brangena, que lhe prepare uma poção letal, mas, O luar continua sendo uma graça da vida, mesmo depois que
em vez disso, ela prepara-lhe um “filtro de amor”, que tanto Tristão o pé do homem pisou e trocou em miúdos a Lua, mas o tatu pensa
como Isolda bebem sem saber o efeito que irá produzir. A misterio- de outra maneira. Não que ele seja insensível aos amavios do ple-
sa bebida desperta neles a mais profunda das paixões e arrasta-os nilúnio; é sensível, e muito. Não lhe deixam, porém, curtir em paz
para um êxtase que nada consegue dissipar − nem sequer o fato de a claridade noturna, de que, aliás, necessita para suas expedições
ambos estarem traindo infamemente o bondoso rei Mark. Na ópera de objetivo alimentar. Por que me caçam em noites de lua cheia,
Tristão e Isolda, Richard Wagner captou a força da ligação entre os quando saio precisamente para caçar? Como prover a minha sub-
amantes numa das passagens mais exaltadas da história da música. sistência, se de dia é aquela competição desvairada entre bichos,
Devemos interrogar-nos sobre o que o atraiu para essa história e como entre homens, e de noite não me dão folga?
por que motivo milhões de pessoas, durante mais de um século, Isso aí, suponho, é matutado pelo tatu, e se não escapa do in-
têm partilhado o fascínio de Wagner por ela. terior das placas de sua couraça, em termos de português, é porque
A resposta à primeira pergunta é que a composição ce- o tatu ignora sabiamente os idiomas humanos, sem exceção, além
lebrava uma paixão semelhante e muito real da vida de Wagner. de não acreditar em audiência civilizada para seus queixumes. A
Wagner e Mathilde Wesendonck tinham se apaixonado de forma armadura dos bípedes é ainda mais invulnerável que a dele, e não
não menos insensata, se considerarmos que Mathilde era a mulher há sensibilidade para a dor ou a problemática do tatu.
do generoso benfeitor de Wagner e que Wagner era um homem Meu amigo andou pelas encostas do Corcovado, em noite de
casado. Wagner tinha sentido as forças ocultas e indomáveis que prata lunal, e conseguiu, por artimanhas só dele sabidas, capturar
por vezes conseguem se sobrepor à vontade própria e que, na au- vivo um tatu distraído. É, distraído. Do contrário não o pegaria. Es-
sência de explicações mais adequadas, têm sido atribuídas à magia tava imóvel, estático, fruindo o banho de luz na folhagem, essa ou-
ou ao destino. A resposta à segunda questão é um desafio ainda tra cor que as cores assumem debaixo da poeira argentina da Lua.
mais atraente. Esquecido das formigas, que lhe cumpria pesquisar e atacar, como
Existem, com efeito, poções em nossos organismos e cére- quem diz, diante de um motivo de prazer: “Daqui a pouco eu vou
bros capazes de impor comportamentos que podemos ser capazes trabalhar; só um minuto mais, alegria da vida”, quedou-se à mercê
ou não de eliminar por meio da chamada força de vontade. Um
exemplo elementar é a substância química oxitocina. No caso dos

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de inimigos maiores. Sem pressentir que o mais temível deles anda- vém evitar. Mas é uma fama injusta: há grandes melancólicos que
va por perto, em horas impróprias à deambulação de um professor fazem grande arte com sua melancolia, e assim preenchem a vida
universitário. da gente, como uma espécie de contrabando da tristeza que a arte
− Mas que diabo você foi fazer naqueles matos, de madru- transforma em beleza. “Pra fazer um samba com beleza é preciso
gada? um bocado de tristeza”, já defendeu o poeta Vinícius de Moraes, na
letra de um conhecido samba seu.
− Nada. Estava sem sono, e gosto de andar a esmo, quando Mas a melancolia não para nos sambas: ela desde sempre
todos roncam. anima a literatura, a música, a pintura, o cinema, as artes todas.
Anima, sim: tanto anima que a gente gosta de voltar a ver um bom
Sem sono e sem propósito de agredir o reino animal, pois é de filme melancólico, revisitar um belo poema desesperançado, ouvir
feitio manso, mas o velho instinto cavernal acordou nele, ao sentir uma vez mais um inspirado noturno para piano. Ou seja: os artis-
qualquer coisa a certa distância, parecida com a forma de um bicho. tas melancólicos fazem de sua melancolia a matéria-prima de uma
Achou logo um cipó bem forte, pedindo para ser usado na caça; obra-prima. Sorte deles, nossa e da própria melancolia, que é as-
e jamais tendo feito um laço de caçador, soube improvisá-lo com sim resgatada do escuro do inferno para a nitidez da forma artística
perícia de muitos milhares de anos (o que a universidade esconde, bem iluminada.
nas profundas camadas do ser, e só permite que venha aflorar em Confira: seria possível haver uma história da arte que
noite de lua cheia!). deixasse de falar das grandes obras melancólicas? Por certo se per-
Aproximou-se sutil, laçou de jeito o animal desprevenido. O deria a parte melhor do nosso humanismo criativo, que sabe fazer
coitado nem teve tempo de cravar as garras no laçador. Quando de uma dor um objeto aberto ao nosso reconhecimento prazero-
agiu, já este, num pulo, desviara o corpo. Outra volta no laço. E ou- so. Charles Chaplin, ao conceber Carlitos, dotou essa figura huma-
tra. Era fácil para o tatu arrebentar o cipó com a força que a natu- na inesquecível da complexa composição de fracasso, melancolia,
reza depositou em suas extremidades. Mas esse devia ser um tatu riso, esperteza e esperança. O vagabundo sem destino, que vive a
meio parvo, e se embaraçou em movimentos frustrados. Ou o sere- apanhar da vida, ganhou de seu criador o condão de emocionar o
no narrador mentiu, sei lá. Talvez o tenha comprado numa dessas mundo não com feitos gloriosos, mas com a resistente poesia que o
casas de suplício que há por aí, para negócio de animais. Talvez na faz enfrentar a vida munido da força interior de um melancólico dis-
rua, a um vendedor de ocasião, quando tudo se vende, desde o posto a trilhar com determinação seu caminho, ainda que no rumo
mico à alma, se o PM não ronda perto. a um horizonte incerto.
Não importa. O caso é que meu amigo tem em sua casa um
tatu que não se acomodou ao palmo de terra nos fundos da casa e (Humberto Couto Villares, a publicar)
tratou de abrigar longa escavação que o conduziu a uma pedreira,
e lá faz greve de fome. De lá não sai, de lá ninguém o tira. A noite No terceiro parágrafo, a personagem Carlitos é invocada para
perdeu para ele seu encanto luminoso. A ideia de levá-lo para o (A) dar um sentido de nobreza a todas as experiências de fra-
zoológico, aventada pela mulher do caçador, não frutificou. Melhor casso humano.
reconduzi-lo a seu hábitat, mas o tatu se revela profundamente (B) testemunhar a determinação de um indivíduo em alcançar
contrário a qualquer negociação com o bicho humano, que pensa seus altos objetivos.
em apelar para os bombeiros a fim de demolir o metrô tão rapi- (C) indicar a possibilidade da transformação sistemática da dor
damente feito, ao contrário do nosso, urbano, e salvar o infeliz. O em franca alegria.
tatu tem razões de sobra para não confiar no homem e no luar do (D) personificar a complexa conjunção entre força poética e
Corcovado. marginalidade social.
Não é fábula. Eu compreendo o tatu. (E) promover a felicidade que pode desfrutar quem não está
comprometido com nada.
(Adaptado de: ANDRADE, Carlos Drummond. Os dias lindos.
São Paulo: Companhia das Letras, 2013) 6. FCC - 2022 - TRT - 22ª Região (PI) - Técnico Judiciário - Tecno-
logia da Informação-
No desfecho da crônica, o cronista revela, em relação ao tatu, A independência política em 1822 não trouxe muitas novida-
um sentimento de des em termos institucionais, mas consolidou um objetivo claro,
(A) empatia. qual seja: estruturar e justificar uma nova nação.
(B) desconfiança. A tarefa não era pequena e quem a assumiu foi o Instituto His-
(C) superioridade. tórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), que, aberto em 1838, no Rio
(D) soberba. de Janeiro, logo deixaria claras suas principais metas: construir uma
(E) desdém. história que elevasse o passado e que fosse patriótica nas suas pro-
posições, trabalhos e argumentos.
5. FCC - 2022 - TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Analista Judiciário - Área Para referendar a coerência da filosofia que inaugurou o IHGB,
Administrativa- basta prestar atenção no primeiro concurso público por lá orga-
Melancolia e criatividade nizado. Em 1844, abriam-se as portas para os candidatos que se
dispusessem a discorrer sobre uma questão espinhosa: “Como se
Desde sempre o sentimento da melancolia gozou de má deve escrever a história do Brasil”. Tratava-se de inventar uma nova
fama. O melancólico é costumeiramente tomado como um ser de- história do e para o Brasil. Foi dado, então, um pontapé inicial, e
sanimado, depressivo, “pra baixo”, em suma: um chato que con- fundamental, para a disciplina que chamaríamos, anos mais tarde,
e com grande naturalidade, de “História do Brasil”.
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A singularidade da competição também ficou associada a seu Vede se é necessário matá-lo quando é possível puni-lo de ou-
resultado e à divulgação do nome do vencedor. O primeiro lugar, tra maneira, e se cabe empregar um de vossos compatriotas para
nessa disputa histórica, foi para um estrangeiro − o conhecido na- massacrar habilmente outro compatriota. [...] Em qualquer circuns-
turalista bávaro Karl von Martius (1794-1868), cientista de ilibada tância, condenai o criminoso a viver para ser útil: que ele trabalhe
importância, embora novato no que dizia respeito à história em continuamente para seu país, porque ele prejudicou o seu país. É
geral e àquela do Brasil em particular − , o qual advogou a tese de preciso reparar o prejuízo; a morte não repara nada.
que o país se definia por sua mistura, sem igual, de gentes e po- Talvez alguém vos diga: “O senhor Beccaria está enganado: a
vos. Utilizando a metáfora de um caudaloso rio, correspondente à preferência que ele dá a trabalhos penosos e úteis, que durem toda
herança portuguesa que acabaria por “limpar” e “absorver os pe- a vida, baseia-se apenas na opinião de que essa longa e ignominio-
quenos confluentes das raças índia e etiópica”, representava o país sa pena é mais terrível que a morte, pois esta só é sentida por um
a partir da singularidade e dimensão da mestiçagem de povos por momento”.
aqui existentes. Não se trata de discutir qual é a punição mais suave, porém
A essa altura, porém, e depois de tantos séculos de vigência a mais útil. O grande objetivo, como já dissemos em outra passa-
de um sistema violento como o escravocrata, era no mínimo com- gem, é servir o público; e, sem dúvida, um homem votado todos os
plicado simplesmente exaltar a harmonia. Além do mais, indígenas dias de sua vida a preservar uma região da inundação por meio de
continuavam sendo dizimados no litoral e no interior do país. diques, ou a abrir canais que facilitem o comércio, ou a drenar pân-
Martius, que em 1832 havia publicado um ensaio chamado “O tanos infestados, presta mais serviços ao Estado que um esqueleto
estado do direito entre os autóctones no Brasil”, condenando os a pendular de uma forca numa corrente de ferro, ou desfeito em
indígenas ao desaparecimento, agora optava por definir o país por pedaços sobre uma roda de carroça.
meio da redentora metáfora fluvial. Três longos rios resumiriam a
nação: um grande e caudaloso, formado pelas populações brancas; (VOLTAIRE. O preço da justiça. Trad. Ivone Castilho Benedetti.
outro um pouco menor, nutrido pelos indígenas; e ainda outro, São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 18-20)
mais diminuto, alimentado pelos negros.
Ali estavam, pois, os três povos formadores do Brasil; todos Voltaire acusa o sentido contraditório de um determinado po-
juntos, mas (também) diferentes e separados. Mistura não era (e sicionamento ao referir-se a ele nestes segmentos:
nunca foi) sinônimo de igualdade. Essa era uma ótima maneira de (A) massacrar habilmente um compatriota / detestar o homi-
“inventar” uma história não só particular (uma monarquia tropical cídio
e mestiçada) como também muito otimista: a água que corria re- (B) matem um homem / em grande aparato
presentava o futuro desse país constituído por um grande rio cau- (C) Beccaria está enganado / o grande objetivo é servir o pú-
daloso no qual desaguavam os demais pequenos afluentes. blico
É possível dizer que começava a ganhar força então a la- (D) presta mais serviços ao Estado / trabalhos penosos e úteis
dainha das três raças formadoras da nação, que continuaria encon- (E) servir ao público / preservar uma região da inundação
trando ampla ressonância no Brasil, pelo tempo afora.
8. FCC - 2022 - SEDU-ES - Professor MaPB - Ensino Fundamental
(Adaptado de: SCHWARCZ, Lilia Moritz. Sobre o autoritarismo e Médio - Língua Portuguesa-
brasileiro. São Paulo: Companhia das Letras, 2019) Ai de ti, Ipanema

O verbo sublinhado no segmento Mistura não era (e nunca foi) Há muitos anos, Rubem Braga começava assim uma de suas
sinônimo de igualdade está flexionado nos mesmos tempo e modo mais famosas crônicas: “Ai de ti, Copacabana, porque eu já fiz o si-
que o sublinhado em: nal bem claro de que é chegada a véspera de teu dia, e tu não viste;
(A) a disciplina que chamaríamos, anos mais tarde, e com gran- porém minha voz te abalará até as entranhas.” Era uma exortação
de naturalidade bíblica, apocalíptica, profética, ainda que irônica e hiperbólica. “En-
(B) Três longos rios resumiriam a nação tão quem especulará sobre o metro quadrado de teu terreno? Pois
(C) O primeiro lugar, nessa disputa histórica, foi para um es- na verdade não haverá terreno algum.”
trangeiro Na sua condenação, o Velho Braga antevia os sinais da
(D) A independência política em 1822 não trouxe muitas novi- degradação e da dissolução moral de um bairro prestes a ser tra-
dades gado pelo pecado e afogado pelo oceano, sucumbindo em meio às
(E) a água que corria representava o futuro desse país abjeções e ao vício: “E os escuros peixes nadarão nas tuas ruas e a
vasa fétida das marés cobrirá tua face”.
7. FCC - 2022 - DPE-AM - Analista Jurídico de Defensoria - Ci- A praia já chamada de “princesinha do mar”, coitada,
ências Jurídicas- Atenção: Considere o texto abaixo, do pensador inofensiva e pura, era então, como Ipanema seria depois, a síntese
francês Voltaire (1694-1778), para responder à questão. mítica do hedonismo carioca, mais do que uma metáfora, uma me-
tonímia.
O preço da justiça No fim dos anos 50, Copacabana era o éden não contami-
nado ainda pelos plenos pecados, eram tempos idílicos e pastorais,
Vós, que trabalhais na reforma das leis, pensai, assim como a era da inocência, da bossa nova, dos anos dourados de JK, de Gar-
grande jurisconsulto Beccaria, se é racional que, para ensinar os rincha. Digo eu agora: Ai de ti, Ipanema, que perdeste a inocência
homens a detestar o homicídio, os magistrados sejam homicidas e e o sossego, e tomaste o lugar de Copacabana, e não percebeste os
matem um homem em grande aparato.

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sinais que não são mais simbólicos: o emissário submarino se rom- Uma noite dessas, o movimento era pequeno, seu Adelino
pendo, as águas poluídas, as valas negras, as agressões, os assaltos, veio sentar-se ao lado da antiga freguesa. Era hora do jantar dele,
o medo e a morte. também. O garçom estendeu-lhe o menu e esperou. Seu Adelino,
calado, olhava para a lista inexpressiva dos pratos do dia. A inspira-
(Adaptado de: VENTURA, Zuenir. Crônicas de um fim de século. ção não vinha. O garçom já tinha ido e voltado duas vezes, e nada.
Rio de Janeiro: Objetiva, 1999, p. 166/167) A freguesa resolveu colaborar:
− Que tal um fígado acebolado?
Ao qualificar a linguagem de Rubem Braga em sua crônica “Ai − Acabou, madame − atalhou o garçom.
de ti, Copacabana”, Zuenir Ventura se vale dos termos exortação e − Deixe ver… Assada com coradas, está bem?
condenação, para reconhecer no texto do Velho Braga, − Não, não tenho vontade disso − e seu Adelino sacudiu a
(A) a tonalidade grave de uma invectiva. cabeça.
(B) a informalidade de um discurso emocional. − Bem, estou vendo aqui umas costeletas de porco com fei-
(C) o coloquialismo de um lírico confessional. jão-branco, farofa e arroz…
(D) a retórica argumentativa dos clássicos. − Não é mau, mas acontece que ainda ontem comi uma car-
(E) a força épica de uma celebração. nezita de porco, e há dois dias que me servem feijão ao almoço
− ponderou.
9. FCC - 2022 - PGE-AM - Assistente Procuratorial- Atenção: A freguesa de boa vontade virou-se para o garçom:
Examine a tirinha de Fernando Gonsales para responder à questão: − Aqui no menu não tem, mas quem sabe se há um bacalhau
a qualquer coisa? − pois seu Adelino (refletiu ela) é português, e
como todo lusíada que se preza, há de achar isso a pedida.
Da cozinha veio a informação:
− Tem bacalhau à Gomes de Sá. Quer?
− Pode ser isso − concordou seu Adelino, sem entusiasmo.
Ao cabo de dez minutos, veio o garçom brandindo o Gomes
de Sá. A freguesa olhou o prato, invejando-o, e, para estimular o
apetite de seu Adelino:
− Está uma beleza!
− Não acho muito não − retorquiu, inapetente.
O prato foi servido, o azeite adicionado, e seu Adelino traçou
o bacalhau, depois de lhe ser desejado bom apetite. Em silêncio.
Vendo que ele não se manifestava, sua leal conviva interpe-
Para obter seu efeito de humor, a tirinha explora a ambiguida- lou-o:
de do seguinte termo: − Como é, está bom?
(A) leitor Com um risinho meio de banda, fez a crítica:
(B) interessante. − Bom nada, madame. Isso não é bacalhau à Gomes de Sá
(C) livro. nem aqui nem em Macau. É bacalhau com batatas. E vou lhe dizer:
(D) prende. está mais para sem gosto do que com ele. A batata me sabe a insos-
(E) é. sa, e o bacalhau salgado em demasia, ai!
A cliente se lembrou, com saudade vera, daquele maravilhoso
10. FCC - 2022 - Prefeitura de Recife - PE - Agente Administra- Gomes de Sá que se come em casa de d. Concessa. E foi detalhando:
tivo da Assistência Social- Atenção: Leia a crônica para responder − Lá em casa é que se prepara um legal, sabe? Muito tomate,
à questão pimentão, azeite de verdade, para fazer um molho pra lá de bom, e
ainda acrescentam um ovo…
O dono do pequeno restaurante é amável, sem derrame, e a Seu Adelino emergiu da apatia, comoveu-se, os olhos brilhan-
fregueses mais antigos oferece, antes do menu, o jornal do dia “fa- do, desta vez em sorriso aberto:
cilitado”, isto é, com traços vermelhos cercando as notícias impor- − Isso mesmo! Ovo cozido e ralado, azeitonas portuguesas,
tantes. Vez por outra, indaga se a comida está boa, oferece cigar- daquelas… Um santo, santíssimo prato!
rinho, queixa-se do resfriado crônico e pergunta pelo nosso, se o Mas, encarando o concreto:
temos; se não temos, por aquele regime começado em janeiro, e de − Essa gente aqui não tem a ciência, não tem a ciência!
que desistimos. Também pelos filmes de espionagem, que mexem − Espera aí, seu Adelino, vamos ver no jornal se tem um bom
com ele na alma. filme de espionagem para o senhor se consolar.
Espetar a despesa não tem problema, em dia de barra pe- Não tinha, infelizmente.
sada. Chega a descontar o cheque a ser recebido no mês que vem
(“Falta só uma semana, seu Adelino”). (Adaptado de: ANDRADE, Carlos Drummond de. 70 histórias.
Além dessas delícias raras, seu Adelino faculta ao cliente dar São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 110-111)
palpites ao cozinheiro e beneficiar-se com o filé mais fresquinho, o
palmito de primeira, a batata feita na hora, especialmente para os O termo sublinhado em a fregueses mais antigos oferece, an-
eleitos. Enfim, autêntico papo-firme. tes do menu, o jornal do dia “facilitado” exerce a mesma função
sintática do termo sublinhado em:
(A) O garçom estendeu-lhe o menu e esperou
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(B) seu Adelino veio sentar-se ao lado da antiga freguesa uma malha, ou viajar, sofro e me pergunto como é que os outros
(C) Vez por outra, indaga se a comida está boa conseguem fazer essas coisas. E tenho a impressão de ser cega e
(D) Uma noite dessas, o movimento era pequeno surda como uma náusea dentro de mim.
(E) seu Adelino faculta ao cliente dar palpites ao cozinheiro Já quando escrevo nunca penso que talvez haja um modo
mais correto, do qual os outros escritores se servem. Não me im-
11. FCC - 2022 - TRT - 14ª Região (RO e AC) - Analista Judiciário porta nada o modo dos outros escritores. O fato é que só sei escre-
- Área Judiciária- ver histórias. Se tento escrever um ensaio de crítica ou um artigo
A chama é bela sob encomenda para um jornal, a coisa sai bem ruim. O que escrevo
nesses casos tenho de ir buscar fora de mim. E sempre tenho a sen-
Nos anos 1970 comprei uma casa no campo com uma sação de enganar o próximo com palavras tomadas de empréstimo
bela lareira, e para meus filhos, entre 10 e 12 anos, a experiência do ou furtadas aqui e ali.
fogo, da brasa que arde, da chama, era um fenômeno absolutamen- Quando escrevo histórias, sou como alguém que está em seu
te novo. E percebi que quando a lareira estava acesa eles deixavam país, nas ruas que conhece desde a infância, entre as árvores e os
a televisão de lado. A chama era mais bela e variada do que qual- muros que são seus. Este é o meu ofício, e o farei até a morte. Entre
quer programa, contava histórias infinitas, não seguia esquemas os cinco e dez anos ainda tinha dúvidas e às vezes imaginava que
fixos como um programa televisivo. podia pintar, ou conquistar países a cavalo, ou inventar uma nova
O fogo também se faz metáfora de muitas pulsões, do infla- máquina. Mas a primeira coisa séria que fiz foi escrever um conto,
mar-se de ódio ao fogo da paixão amorosa. E o fogo pode ser a luz um conto curto, de cinco ou seis páginas: saiu de mim como um mi-
ofuscante que os olhos não podem fixar, como não podem encarar lagre, numa noite, e quando finalmente fui dormir estava exausta,
o Sol (o calor do fogo remete ao calor do Sol), mas devidamente atônita, estupefata.
amestrado, quando se transforma em luz de vela, permite jogos de
claro-escuro, vigílias noturnas nas quais uma chama solitária nos (Adaptado de: GINZBURG, Natalia. As pequenas virtudes. Trad.
obriga a imaginar coisas sem nome... Maurício Santana Dias. São Paulo: Cosac Naify, 2015, p, 72-77,
O fogo nasce da matéria para transformar-se em substância passim)
cada vez mais leve e aérea, da chama rubra ou azulada da raiz à cha- As normas de concordância verbal encontram-se plenamente
ma branca do ápice, até desmaiar em fumaça... Nesse sentido, a na- observadas em:
tureza do fogo é ascensional, remete a uma transcendência e, con- (A) As palavras que a alguém ocorrem deitar no papel acabam
tudo, talvez porque tenhamos aprendido que ele vive no coração da por identificar o estilo mesmo de quem as escreveu.
Terra, é também símbolo de profundidades infernais. É vida, mas é (B) Gaba-se a autora de que às palavras a que recorre nunca
também experiência de seu apagar-se e de sua contínua fragilidade. falta a espontaneidade dos bons escritos.
(C) Faltam às tarefas outras de que poderiam se incumbir a fa-
(Adaptado de: ECO, Umberto. Construir o inimigo. Rio de Janeiro: cilidade que encontra ela em escrever seus textos.
Record, 2021, p. 54-55) (D) Os possíveis entraves para escrever um conto, revela a au-
tora, logo se dissipou em sua primeira tentativa.
O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa (E) Não haveria de surgir impulsos mais fortes, para essa escri-
forma do plural para integrar corretamente a frase: tora, do que os que a levaram a imaginar histórias
(A) Mais que os esquemas fixos dos programas de TV (atrair) as
crianças o espetáculo da lareira. 13. FCC - 2022 - TJ-CE - Analista Judiciário - Ciência da Compu-
(B) Sempre (haver), por conta dos poderes do fogo, as metáfo- tação - Infraestrutura de TI- Atenção: Para responder à questão, leia
ras que o fazem representar nossas paixões. o início do conto “Missa do Galo”, de Machado de Assis.
(C) Não (convir) aos espectadores do fogo fixar-se demorada-
mente em suas luzes que podem enceguecê-los. Nunca pude entender a conversação que tive com uma
(D) No fogo (convergir), como espetáculo que é, as proprieda- senhora, há muitos anos, contava eu dezessete, ela, trinta. Era noite
des do brilho físico e as do estatuto metafórico. de Natal. Havendo ajustado com um vizinho irmos à missa do galo,
(E) Aos múltiplos apelos do fogo (atender) nosso olhar aberto preferi não dormir; combinei que eu iria acordá-lo à meia-noite.
para o eterno espetáculo que suas chamas constituem. A casa em que eu estava hospedado era a do escrivão Me-
neses, que fora casado, em primeiras núpcias, com uma de minhas
12. FCC - 2022 - TRT - 14ª Região (RO e AC) - Analista Judiciário primas. A segunda mulher, Conceição, e a mãe desta acolheram-
- Área Judiciária -me bem quando vim de Mangaratiba para o Rio de Janeiro, meses
O meu ofício antes, a estudar preparatórios. Vivia tranquilo, naquela casa asso-
bradada da Rua do Senado, com os meus livros, poucas relações,
O meu ofício é escrever, e sei bem disso há muito tempo. alguns passeios. A família era pequena, o escrivão, a mulher, a sogra
Espero não ser mal-entendida: não sei nada sobre o valor daquilo e duas escravas. Costumes velhos. Às dez horas da noite toda a gen-
que posso escrever. Quando me ponho a escrever, sinto-me extra- te estava nos quartos; às dez e meia a casa dormia. Nunca tinha ido
ordinariamente à vontade e me movo num elemento que tenho ao teatro, e mais de uma vez, ouvindo dizer ao Meneses que ia ao
a impressão de conhecer extraordinariamente bem: utilizo instru- teatro, pedi-lhe que me levasse consigo. Nessas ocasiões, a sogra
mentos que me são conhecidos e familiares e os sinto bem firmes fazia uma careta, e as escravas riam à socapa; ele não respondia,
em minhas mãos. Se faço qualquer outra coisa, se estudo uma lín- vestia-se, saía e só tornava na manhã seguinte. Mais tarde é que
gua estrangeira, se tento aprender história ou geografia, ou tricotar eu soube que o teatro era um eufemismo em ação. Meneses trazia
amores com uma senhora, separada do marido, e dormia fora de
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a solução para o seu concurso!
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casa uma vez por semana. Conceição padecera, a princípio, com a bém do fator econômico: o homem é, em boa parte dos casos, o
existência da comborça*; mas afinal, resignara-se, acostumara-se, e responsável maior pelo sustento da casa. Por tudo isso, quando ele
acabou achando que era muito direito. se vê contrariado, repelido ou traído, acha-se no direito de matar.
Boa Conceição! Chamavam-lhe “a santa”, e fazia jus ao O que acontece com os homens que matam mulheres quan-
título, tão facilmente suportava os esquecimentos do marido. Em do são levados a julgamento? São execrados ou perdoados? Como
verdade, era um temperamento moderado, sem extremos, nem reage a sociedade e a Justiça brasileiras diante da brutalidade que
grandes lágrimas, nem grandes risos. Tudo nela era atenuado e pas- se tenta justificar como resultante da paixão? Há decisões estapa-
sivo. O próprio rosto era mediano, nem bonito nem feio. Era o que fúrdias, sentenças que decorrem mais em função da eloquência dos
chamamos uma pessoa simpática. Não dizia mal de ninguém, per- advogados e do clima emocional prevalecente entre os jurados do
doava tudo. Não sabia odiar; pode ser até que não soubesse amar. que das provas dos autos.
Naquela noite de Natal foi o escrivão ao teatro. Era pelos Vejam-se, por exemplo, casos de crimes passionais cujos res-
anos de 1861 ou 1862. Eu já devia estar em Mangaratiba, em férias; ponsáveis acabaram sendo inocentados com o argumento de que
mas fiquei até o Natal para ver “a missa do galo na Corte”. A família houve uma “legítima defesa da honra”, que não existe na lei. Os
recolheu-se à hora do costume; eu meti-me na sala da frente, vesti- motivos que levam o criminoso passional a praticar o ato delituoso
do e pronto. Dali passaria ao corredor da entrada e sairia sem acor- têm mais a ver com os sentimentos de vingança, ódio, rancor, frus-
dar ninguém. Tinha três chaves a porta; uma estava com o escrivão, tração, vaidade ferida, narcisismo maligno, prepotência, egoísmo
eu levaria outra, a terceira ficava em casa. do que com o verdadeiro sentimento de honra.
— Mas, Sr. Nogueira, que fará você todo esse tempo? per- A evolução da posição da mulher na sociedade e o desmo-
guntou-me a mãe de Conceição. ronamento dos padrões patriarcais tiveram grande repercussão nas
— Leio, D. Inácia. decisões judiciais mais recentes, sobretudo nos crimes passionais.
Tinha comigo um romance, os Três Mosqueteiros, velha A sociedade brasileira vem se dando conta de que mulheres não
tradução creio do Jornal do Comércio. Sentei-me à mesa que havia podem ser tratadas como cidadãs de segunda categoria, submeti-
no centro da sala, e à luz de um candeeiro de querosene, enquanto das ao poder de homens que, com o subterfúgio da sua “paixão”,
a casa dormia, trepei ainda uma vez ao cavalo magro de D’Artag- vinham assumindo o direito de vida e morte sobre elas.
nan e fui-me às aventuras. Os minutos voavam, ao contrário do que
costumam fazer, quando são de espera; ouvi bater onze horas, mas (Adaptado de: ELUF, Luiza Nagib. A paixão no banco dos réus.
quase sem dar por elas, um acaso. Entretanto, um pequeno rumor São Paulo: Saraiva, 2002, XI-XIV, passim)
que ouvi dentro veio acordar-me da leitura.
É inteiramente regular a pontuação do seguinte período:
(Adaptado de: Machado de Assis. Contos: uma antologia. São (A) A autora do texto reclama, com senso de justiça que não se
Paulo: Companhia das Letras, 1988) considere passional um crime movido pelo rancor, e pelo ódio.
(B) Como reage, a sociedade, quando se vê diante desses cri-
*comborça: qualificação humilhante da amante de homem ca- mes em que, a paixão alegada, vale como uma atenuante.
sado (C) Tratadas há muito, como cidadãs de segunda classe, as mu-
Verifica-se o emprego de vírgula para assinalar a supressão de lheres, aos poucos, têm garantido seus direitos fundamentais.
um verbo em: (D) Não é a paixão, mas sim, os motivos mais torpes, que es-
(A) A família era pequena, o escrivão, a mulher, a sogra e duas tão na raiz mesma, dos crimes hediondos apresentados como
escravas. passionais.
(B) Tinha três chaves a porta; uma estava com o escrivão, eu (E) Há advogados cuja retórica, encenada em tom emocional,
levaria outra, a terceira ficava em casa. acaba por convencer o júri, inocentando assim um frio crimi-
(C) A casa em que eu estava hospedado era a do escrivão Me- noso.
neses, que fora casado, em primeiras núpcias, com uma de mi-
nhas primas. 15. FCC - 2022 - DPE-AM - Analista Jurídico de Defensoria - Ci-
(D) Nunca pude entender a conversação que tive com uma se- ências Jurídicas Considere o texto abaixo para responder à questão.
nhora, há muitos anos, contava eu dezessete, ela, trinta.
(E) Vivia tranquilo, naquela casa assobradada da Rua do Sena- [Viver a pressa]
do, com os meus livros, poucas relações, alguns passeios.
Há uma continuidade entre a lógica intensamente competitiva
14. FCC - 2022 - TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Analista Judiciário e calculista do mundo do trabalho e aquilo que somos e fazemos
- Área Administrativa- nas horas em que estamos fora dele.
Crimes ditos “passionais” O vírus da pressa alastra-se em nossos dias de uma forma tão
epidêmica como a peste em outros tempos: a frequência do acesso
A história da humanidade registra poucos casos de mulhe- a um website despenca caso ele seja mais lento que um site rival.
res que mataram por se sentirem traídas ou desprezadas. Não sabe- Mais de um quinto dos usuários da internet desistem de um vídeo
mos, ainda, se a emancipação feminina irá trazer também esse tipo caso ele demore mais que cinco segundos para carregar.
de igualdade: a igualdade no crime e na violência. Provavelmente,
não. O crime dado como passional costuma ser uma reação daque-
le que se sente “possuidor” da vítima. O sentimento de posse, por
sua vez, decorre não apenas do relacionamento sexual, mas tam-

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a solução para o seu concurso!
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Excitação efêmera, sinal de tédio à espreita. Estará longe o dia (Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Pau-
em que toda essa pressa deixe de ser uma obsessão? Será que a lo: Companhia das Letras, 2016, p. 106)
adaptação triunfante aos novos tempos da velocidade máxima aca-
bará por esvaziar até mesmo a consciência dessa nossa degradação No emprego das formas verbais, são regulares a flexão e a con-
descontrolada? cordância na frase:
(A) Se ninguém se dispuser a mudar esse processo, ou vir pelo
(Adaptado de: GIANNETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São menos a reavaliá-lo, não se fará justiça quanto às riquezas a se
Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 88) distribuir.
(B) À medida que se recomporem as condições iniciais do pro-
Está plenamente adequada a pontuação do seguinte período: cesso, será maior a possibilidade de se atenderem a cada um
(A) Ao detectar, em nossos dias tão agitados, o vírus da pressa, de seus ideais.
que contamina não apenas o tempo do trabalho, mas também (C) Se não se contiverem os vícios do processo de distribuição
o tempo de outras ocupações, o autor mostra seu temor de das riquezas, ele seguirá sendo envenenado pelas mesmas in-
que, se assim continuar, nossa civilização se degradará. justiças.
(B) Ao detectar em nossos dias, tão agitados o vírus da pressa, (D) Caso não se retenhem seus pecados de origem, a distribui-
que contamina não apenas o tempo do trabalho mas, também, ção de riquezas não alcançará os objetivos da justiça que se
o tempo de outras ocupações, o autor mostra seu temor, de desejam fazer.
que, se assim continuar, nossa civilização se degradará. (E) Como eles não requiseram maior igualdade de oportunida-
(C) Ao detectar, em nossos dias tão agitados o vírus da pressa, des, viram-se prejudicados pelo processo a que se deram um
que contamina, não apenas o tempo do trabalho mas também referendo.
o tempo de outras ocupações, o autor mostra seu temor de
que, se assim continuar nossa civilização, se degradará. 17. FCC - 2022 - TJ-CE - Analista Judiciário - Ciência da Compu-
(D) Ao detectar em nossos dias tão agitados, o vírus da pressa tação - Sistemas da Informação-
que contamina, não apenas o tempo do trabalho mas, também 1. Qual é a principal obra que produzem os autores e narrado-
o tempo, de outras ocupações, o autor mostra seu temor de res dos novos gêneros autobiográficos? Um personagem chamado
que, se assim continuar nossa civilização se degradará. eu. O que todos criam e recriam ao performar as suas vidas nas
(E) Ao detectar em nossos dias tão agitados o vírus, da pressa vitrines interativas de hoje é a própria personalidade.
que contamina não apenas o tempo do trabalho, mas também 2. A autoconstrução de si como um personagem visível seria
o tempo de outras ocupações, o autor mostra, seu temor, de uma das metas prioritárias de grande parte dos relatos cotidianos,
que, se assim continuar nossa civilização se degradará. compostos por imagens autorreferentes, numa sorte de espetáculo
pessoal em diálogo com os demais membros das diversas redes.
16. FCC - 2020 - AL-AP - Analista Legislativo - Assessor Jurídico 3. Por isso, os canais de comunicação das mídias sociais da inte-
Legislativo- Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto met são também ferramentas para a criação de si. Esses instrumen-
abaixo. tos de autoestilização agora se encontram à disposição de qualquer
um. Isso significa um setor crescente da população mundial, mas
Distribuição justa também, ao mesmo tempo, remete a outro sentido dessa expres-
são. “Qualquer um” significa ninguém extraordinário, em princípio,
A justiça de um resultado distributivo das riquezas depende por ter produzido alguma coisa excepcional, e que tampouco se vê
das dotações iniciais dos participantes e da lisura do processo do impelido a fazê-lo para virar um personagem público. A insistência
qual ele decorre. Do ponto de vista coletivo, a questão crucial é: nessa ideia de que “agora qualquer um pode” encontra-se no ceme
a desigualdade observada reflete essencialmente os talentos, es- das louvações democratizantes plasmadas em conceitos como os
forços e valores diferenciados dos indivíduos, ou, ao contrário, ela de “inclusão digital”, recorrentes nas análises mais entusiastas des-
resulta de um jogo viciado na origem e no processo, de uma profun- tes fenômenos, tanto no âmbito acadêmico como no jornalístico.
da falta de equidade nas condições iniciais de vida, da privação de 4. Em que pese a suposta liberdade de escolha de cada usuário,
direitos elementares ou da discriminação racial, sexual, de gênero há códigos implícitos e fórmulas bastante explícitas para o sucesso
ou religiosa? dessa autocriação.
A condição da família em que uma criança tiver a sorte ou o 5. As diversas versões dessas personalidades que performam
infortúnio de nascer, um risco comum, a todos, passa a exercer um em múltiplas telas admitem certa variabilidade individual, mas cos-
papel mais decisivo na definição de seu futuro do que qualquer ou- tumam partir de uma base comum. Essa modalidade subjetiva que
tra coisa ou escolha que possa fazer no ciclo da vida. A falta de um hoje triunfa está impregnada com alguns vestígios do estilo do artis-
mínimo de equidade nas condições iniciais e na capacitação para a ta romântico, mas não se trata de alguém que procura produzir uma
vida tolhe a margem de escolha, vicia o jogo distributivo e envene- obra independente do seu criador. Ao invés disso, toda a energia e
na os valores da convivência. A igualdade de oportunidades está na os recursos estilísticos estão dirigidos a que esse autor de si mesmo
origem da emancipação das pessoas. Crianças e jovens precisam seja capaz de criar um personagem dotado de uma personalidade
ter a oportunidade de desenvolver seus talentos de modo a ampliar atraente. Trata-se de uma obra para ser vista e, nessa exposição, a
seu leque de escolhas possíveis na vida prática e eleger seus proje- obra precisa conquistar os aplausos do público. É uma subjetividade
tos, apostas e sonhos de realização. que se autocria em contato permanente com o olhar alheio, algo
que se cinzela a todo momento para ser compartilhado, curtido, co-

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LÍNGUA PORTUGUESA

mentado e admirado. Por isso, trata-se de um tipo de construção de podem ser tratadas como cidadãs de segunda categoria, submeti-
si alterdirigida, recorrendo aos conceitos propostos pelo sociólogo das ao poder de homens que, com o subterfúgio da sua “paixão”,
David Riesman, no livro A multidão solitária. vinham assumindo o direito de vida e morte sobre elas.

(Adaptado de: Paula Sibilia. O show do eu: a intimidade como (Adaptado de: ELUF, Luiza Nagib. A paixão no banco dos réus.
espetáculo. Contraponto, edição digital) São Paulo: Saraiva, 2002, XI-XIV, passim)

Está correta a redação da seguinte frase: Considere as orações:


(A) Têm-se que o modo de vida dos jovens mais abastados das I. Há crimes ditos passionais.
grandes cidades estadunidenses estão no cerne do novo tipo II. Os agentes desses crimes são por vezes inocentados.
de personalidade das mídias sociais. III. Os inocentados alegam legítima defesa da honra.
(B) Diariamente exibe-se fotografias autorreferentes nas mí-
dias sociais, fazendo de seus autores um tipo de personagem já Essas orações articulam-se de modo claro, correto e coerente
visto no cinema e na televisão. neste período único:
(C) Por tratar-se de uma obra à ser vista, os relatos autobio- (A) São ditos passionais os crimes inocentados, por alegarem os
gráficos encontrados nas mídias sociais, precisam conquistar criminosos, por vezes, legítima defesa da honra.
grande audiência. (B) É a legítima defesa da honra a alegação de que os agentes
(D) Como é sabido, existe inúmeras estratégias de autopromo- de crimes ditos passionais usam ao serem inocentados.
ção com o intuito de aumentar a visibilidade de uma persona- (C) Os inocentados agentes de crimes ditos passionais, alegam
lidade virtual. a razão da legítima defesa da honra.
(E) Grande parte dos relatos cotidianos encontrados nas mídias (D) Ao alegarem legítima defesa da honra, são por vezes ino-
sociais possui como meta a autopromoção da própria perso- centados os agentes dos crimes ditos passionais.
nalidade. (E) São por vezes inocentados, sendo alegado legítima defesa
18. FCC - 2022 - TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Analista Judiciário - da honra, os agentes de crimes ditos passionais.
Área Administrativa- Crimes ditos “passionais”
19. FCC - 2019 - SANASA Campinas - Técnico de Instrumentação
A história da humanidade registra poucos casos de mulhe- - Automação de Processos-
res que mataram por se sentirem traídas ou desprezadas. Não sabe- Diversos países estão propondo alternativas para enfrentar o
mos, ainda, se a emancipação feminina irá trazer também esse tipo problema da poluição oceânica, mas, até o momento, não tomaram
de igualdade: a igualdade no crime e na violência. Provavelmente, quaisquer medidas concretas.A organização holandesa The Ocean
não. O crime dado como passional costuma ser uma reação daque- Cleanup resolveu dar um passo à frente e assumir a missão de com-
le que se sente “possuidor” da vítima. O sentimento de posse, por bater a poluição oceânica nos próximos anos.
sua vez, decorre não apenas do relacionamento sexual, mas tam- A organização desenvolveu uma tecnologia para erradicar
bém do fator econômico: o homem é, em boa parte dos casos, o os plásticos que poluem os mares do planeta e pretende começar
responsável maior pelo sustento da casa. Por tudo isso, quando ele a limpar o Great Pacific Garbage Patch (a maior coleção de detritos
se vê contrariado, repelido ou traído, acha-se no direito de matar. marinhos do mundo), no Oceano Pacífico Norte, utilizando seu sis-
tema de limpeza recentemente redesenhado.
O que acontece com os homens que matam mulheres quan- Em resumo, a ideia principal do projeto é deixar as correntes
do são levados a julgamento? São execrados ou perdoados? Como oceânicas fazer todo o trabalho. Uma rede de telas em forma de
reage a sociedade e a Justiça brasileiras diante da brutalidade que “U” coletaria o plástico flutuante até um ponto central. O plástico
se tenta justificar como resultante da paixão? Há decisões estapa- concentrado poderia, então, ser extraído e enviado à costa maríti-
fúrdias, sentenças que decorrem mais em função da eloquência dos ma para fins de reciclagem.
advogados e do clima emocional prevalecente entre os jurados do
que das provas dos autos. (Texto adaptado. Disponível em: https://futuroexponencial.
com)
Vejam-se, por exemplo, casos de crimes passionais cujos res-
ponsáveis acabaram sendo inocentados com o argumento de que Em resumo, a ideia principal do projeto é deixar as correntes
houve uma “legítima defesa da honra”, que não existe na lei. Os oceânicas fazer todo o trabalho. (3° parágrafo)
motivos que levam o criminoso passional a praticar o ato delituoso O conteúdo da frase acima está preservado nesta outra reda-
têm mais a ver com os sentimentos de vingança, ódio, rancor, frus- ção, respeitando-se as regras de ortografia e acentuação:
tração, vaidade ferida, narcisismo maligno, prepotência, egoísmo (A) Em sintese, a ideia principal do projeto equivale a deixar
do que com o verdadeiro sentimento de honra. que as correntes oceânicas furtem-se a quaisquer trabalhos.
(B) Para sintetisar, a ideia principal do projeto tem haver com
A evolução da posição da mulher na sociedade e o desmo- deixar que as correntes oceânicas executem o trabalho inte-
ronamento dos padrões patriarcais tiveram grande repercussão nas gralmente.
decisões judiciais mais recentes, sobretudo nos crimes passionais. (C) De modo suscinto, a ideia principal do projeto está em dei-
A sociedade brasileira vem se dando conta de que mulheres não xar que as correntes oceânicas desempenhem qualquer traba-
lho.
(D) Em poucas palavras, a ideia principal do projeto consiste

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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

em deixar que as correntes oceânicas realizem o trabalho com-


pleto.
ANOTAÇÕES
(E) Sem mais delongas, a ideia principal do projeto assemelha-
-se a deixar que as correntes oceânicas desempenhem hesito- ______________________________________________________
samente o trabalho.
______________________________________________________
20. FCC - 2018 - SABESP - Estagiário - Nível Médio- A concordân-
cia, a ortografia e a acentuação estão plenamente corretas na frase ______________________________________________________
que se encontra em:
______________________________________________________
(A) Falta e ausência têm em quaizquer seres humanos. ______________________________________________________
(B) Não hão falta e ausência em uma série de individuos.
(C) Não existem falta e ausência como sentimentos humanos. ______________________________________________________
(D) Todos nós nos sentimos em falta para com o outro as vezes.
(E) Não haviam falta e ausência em nós quando eramos crian- ______________________________________________________
ças.
______________________________________________________

GABARITO ______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________
1 D
2 A ______________________________________________________
3 D _____________________________________________________
4 A
_____________________________________________________
5 D
6 E ______________________________________________________

7 A ______________________________________________________
8 A ______________________________________________________
9 D
______________________________________________________
10 E
11 D ______________________________________________________
12 B ______________________________________________________
13 D
______________________________________________________
14 E
15 A ______________________________________________________

16 C ______________________________________________________
17 E ______________________________________________________
18 D
______________________________________________________
19 D
20 C ______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO

II - firmar contratos, acordos e convênios;


ESTATUTO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS III - aceitar subvenções, doações, legados e cooperação finan-
ceira;
IV - elaborar e executar o orçamento de sua receita e despesa;
V - administrar os recursos próprios;
Novo Estatuto da UFMG(Versão encaminhada ao Mec, anterior VI - aprovar e executar planos, programas e projetos de investi-
à redação final ora em fase de finalização pela Comissão Especial do mentos referentes a obras, serviços e aquisições em geral;
Conselho Universitário) VII - realizar operações de crédito, para aquisição de bens mó-
veis e imóveis, execução de benfeitorias necessários e para compra
ESTATUTO e montagem de equipamentos, incluindo prestação de garantia,
TÍTULO I obedecida a legislação pertinente;
DA INSTITUIÇÃO VIII - efetuar transferências, quitações e tomar outras provi-
dências de ordem orçamentária, financeira e patrimonial.
Art. 1o A Universidade Federal de Minas Gerais, com sede em § 4o - A autonomia disciplinar consiste na faculdade de:
Belo Horizonte, criada pela Lei no 956, de 7 de setembro de 1927, I - estabelecer critérios e normas adequados ao desenvolvi-
do Estado de Minas Gerais, e transformada em instituição federal mento das atividades acadêmicas e administrativas a serem obser-
pela Lei no 971, de 16 de dezembro de 1949, é pessoa jurídica de vados pelos corpos docente, discente e técnico e administrativo;
direito público, mantida pela União, dotada de autonomia didático- II - prescrever medidas contra a inobservância dos preceitos
-científica, administrativa, disciplinar e de gestão financeira e patri- adotados, bem como o regime de sanções aplicáveis, com ênfase
monial. educativa, obedecidas as prescrições legais.
§ 1o A autonomia didático-científica consiste na faculdade de: Art. 2o - A Universidade é regida:
I - estabelecer sua política de ensino, pesquisa e extensão, in- I - pela legislação federal pertinente;
dissociáveis no âmbito da Universidade; II - por este Estatuto;
II - criar, organizar, avaliar, modificar e extinguir cursos e pro-
III - pelo Regimento Geral;
gramas;
IV - pelas resoluções de seus órgãos de deliberação superior;
III - estabelecer currículos e programas dos seus cursos;
V - pelos regimentos específicos, elaborados em consonância
IV - estabelecer número de vagas de seus cursos;
com os itens anteriores.
V - estabelecer seu regime escolar e didático;
Art. 3o É garantida a liberdade de manifestação de pensamento
VI - estabelecer critérios para seleção, admissão, promoção e
e a livre produção e transmissão de conhecimento.
habilitação de alunos;
Art. 4o - É vedado à Universidade tomar posição sobre ques-
VII - estabelecer planos e programas de ensino, de pesquisa e
de extensão; tões político-partidárias e religiosas, bem como adotar medidas ba-
VIII - conferir graus, diplomas, títulos e outras dignidades uni- seadas em preconceitos de qualquer natureza.
versitárias.
§ 2o A autonomia administrativa consiste na faculdade de: TÍTULO II
I - estabelecer a política geral de administração da Universida- DOS FINS
de;
II - aprovar e alterar o próprio Estatuto, o Regimento Geral e as Art. 5o - A Universidade Federal de Minas Gerais, comunidade
Resoluções normativas; de professores, alunos e pessoal técnico e administrativo, tem por
III - encaminhar, quando for o caso, à autoridade competente, objetivos precípuos a geração, o desenvolvimento, a transmissão e
os nomes indicados para o exercício de funções diretivas; a aplicação de conhecimentos através do ensino, da pesquisa e da
IV - dispor, respeitada a legislação específica, sobre pessoal extensão, de forma indissociada entre si e integrados na educação
docente, técnico e administrativo, estabelecendo direitos e deve- do cidadão, na formação técnico-profissional, na difusão da cultura
res, normas de seleção, admissão, avaliação, promoção, licencia- e na criação filosófica, artística e tecnológica.
mento, substituição, dispensa, exoneração, demissão, bem como § 1o A Universidade constitui-se veículo de desenvolvimento
plano de cargos e salários e programas de estímulo à melhoria de regional, nacional e internacional.
desempenho funcional. § 2o- É assegurada a gratuidade de ensino, entendida como
§ 3o - A autonomia de gestão financeira e patrimonial consiste não-cobrança de anuidade ou mensalidade nos cursos regulares de
na faculdade de: ensino básico, de graduação, de mestrado e de doutorado.
I - administrar seu patrimônio e dele dispor, observada a legis- Art. 6o - A Universidade inspirar-se-á nos ideais de liberdade e
lação pertinente; de solidariedade humana.
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LEGISLAÇÃO

Parágrafo único – No interesse de seus objetivos, a Universi- II - pelo Vice-Reitor;


dade procurará manter cooperação cultural com instituições nacio- III – pelos Diretores das Unidades Acadêmicas;
nais, internacionais e estrangeiras. IV – por 1 (um) professor de cada Unidade Acadêmica, lotado
nesta e em exercício na Universidade, eleito pela respectiva Con-
TÍTULO III gregação;
DA ORGANIZAÇÃO INSTITUCIONAL V - por professores, eleitos pelo corpo docente da Universida-
SUBTÍTULO I de, mediante composição e critérios estabelecidos por maioria ab-
DOS ÓRGÃOS soluta pelo Conselho Universitário;
VI - por integrantes do corpo técnico e administrativo, eleitos
Art. 7o - São órgãos da Universidade: por seus pares, nos termos do artigo 84 deste Estatuto, permitida
I - de deliberação superior, o Conselho Universitário e o Conse- a recondução;
lho de Ensino, Pesquisa e Extensão; VII – por integrantes do corpo discente, nos termos do artigo
II - de fiscalização econômico-financeira, o Conselho de Cura- 78 deste Estatuto;
dores; VIII – pela representação do Conselho de Integração Comuni-
III - de administração superior, a Reitoria e seus Órgãos Auxilia- tária, a ser estabelecida por maioria absoluta pelo Conselho Uni-
res e o Conselho de Diretores; versitário.
IV - de ensino, pesquisa e extensão, as Unidades e os Órgãos
Art. 9o - Salvo disposição em contrário, cada conselheiro que
Suplementares;
não seja membro nato será eleito com mandato de 3 (três) anos,
V - de consulta, o Conselho de Integração Comunitária.
permitido o exercício de mandatos consecutivos.
§ 1o – Os docentes ocuparão 70% (setenta por cento), no mí-
Parágrafo único. O conselheiro que não seja membro nato
nimo, dos assentos em cada colegiado, salvo no Conselho de Inte-
gração Comunitária. será eleito junto com o seu suplente, com mandato vinculado, para
§ 2o - Os Conselhos previstos no artigo, Conselho Universitário, substituí-lo eventualmente.
Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão, Conselho de Curadores, Art. 10. São órgãos do Conselho Universitário:
Conselho de Diretores, Conselho Diretor de Órgão Suplementar, de- I - a Presidência, exercida pelo Reitor e, na sua falta ou impedi-
verão obedecer às seguintes normas: mento, por seu substituto legal;
I – reunir-se-ão, ordinariamente, conforme previsto neste Esta- II – o Plenário, constituído pelos conselheiros presentes às reu-
tuto e no Regimento Geral, mediante convocação de seu presidente niões regularmente convocadas e instaladas;
e, em caráter extraordinário, quando convocados pela mesma auto- III – as Comissões Permanentes, eleitas pelo Plenário dentre
ridade, por iniciativa própria, ou a requerimento da maioria absolu- seus membros, para estudo de matérias submetidas a seu exame
ta de seus membros; por iniciativa da Presidência ou deliberação do Plenário;
II – funcionarão com a presença da maioria absoluta dos con- IV – as Comissões Especiais, para estudo de matérias subme-
selheiros e suas decisões, ressalvados os casos expressos neste Es- tidas a seu exame por iniciativa da Presidência ou deliberação do
tatuto ou no Regimento Geral, serão tomadas por maioria de votos Plenário.
dos presentes; Parágrafo único. As Comissões Permanentes, dentre elas obri-
III – a convocação far-se-á por aviso pessoal com antecedência gatoriamente a de Orçamento e Contas, funcionarão de acordo com
de 48 (quarenta e oito) horas, pelo menos, mencionando-se o as- normas estabelecidas pelo Plenário.
sunto a ser tratado, salvo se for considerado reservado, a juízo da Art. 11 - Funcionam junto ao Conselho Universitário:
presidência, conforme estabelecido no Regimento Geral; I - a Secretaria dos Órgãos de Deliberação Superior;
IV – haverá dispensa de prazo de convocação para as reuniões II - a Auditoria-Geral, como órgão de assessoramento.
de caráter urgente.
§ 3o - Nas faltas ou impedimentos do presidente e de seu subs- SEÇÃO II
tituto imediato, o órgão colegiado será presidido pelo decano, que DAS ATRIBUIÇÕES
é o conselheiro mais antigo no magistério da Universidade consi-
derando-se o cargo em exercício ou, em igualdade de condições, o Art.12. Ao Conselho Universitário, órgão máximo de delibera-
mais idoso, observado o disposto no artigo 31 e no parágrafo único
ção, incumbe formular a política geral da Universidade nos planos
do artigo 46.
acadêmico, administrativo, financeiro, patrimonial e disciplinar.
§ 4º Entende-se por maioria absoluta qualquer número inteiro
Art.13. Compete ao Conselho Universitário:
superior à metade do total dos membros do órgão colegiado.
I - aprovar ou modificar o Estatuto e o Regimento Geral da Uni-
SUBTÍTULO II versidade, bem como, nos termos destes, Resoluções Complemen-
DOS ÓRGÃOS DE DELIBERAÇÃO SUPERIOR tares e comuns e Regimentos específicos;
CAPÍTULO I II – aprovar os planos de desenvolvimento e expansão da Uni-
DO CONSELHO UNIVERSITÁRIO versidade;
SEÇÃO I III – criar, desmembrar, fundir ou extinguir Pró-Reitorias, Uni-
DA CONSTITUIÇÃO dades Acadêmicas, Unidades Especiais, Câmaras acadêmicas, De-
partamentos ou estruturas equivalentes, Órgãos Suplementares ou
Art.8o - O Conselho Universitário é integrado: Complementares, Colegiados Especiais e outros da Universidade;
I - pelo Reitor, como presidente, com voto de qualidade, além IV – estabelecer a política de pessoal e aprovar a organização
do voto comum; do respectivo quadro e o plano de cargos e salários;
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO

V – regulamentar os órgãos de assessoramento aos Colegiados § 1o As prescrições do inciso I, referente a Regimento Geral, e
Superiores e ao Reitor na formulação, no acompanhamento e na do inciso III deste artigo, relativas a Departamentos ou estruturas
execução das políticas de pessoal docente e de servidores técnicos equivalentes e a Órgãos Complementares, serão objeto de Reso-
e administrativos, previstos neste Estatuto; luções aprovadas por maioria absoluta dos membros do Conselho
VI – estabelecer os regimes de trabalho dos integrantes das Universitário.
carreiras de magistério e do exercício de cargos e funções diretivas § 2o As prescrições do inciso III deste artigo, relativas a Unida-
na Universidade; des, Pró-Reitorias, Câmaras acadêmicas e Órgãos Suplementares,
VII – aprovar os orçamentos plurianual e anual da Universida- serão objeto de Resoluções Complementares aprovadas pelo voto
de; de, pelo menos, 2/3 (dois terços) dos membros do Conselho Uni-
VIII – estabelecer a forma de ingresso de candidatos aos cursos versitário.
de graduação, ouvido o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão; § 3o- As prescrições dos incisos IV e VI deste artigo serão ob-
IX - autorizar o funcionamento e a extinção de cursos de gradu- jeto de Resoluções Complementares aprovadas pelo voto de, pelo
ação, de mestrado, de doutorado, bem como de cursos seqüenciais menos, 2/3 (dois terços) dos membros do Conselho Universitário.
e de outros não previstos nas atribuições do Conselho de Ensino, § 40 - A alienação de imóveis da Universidade e as operações
Pesquisa e Extensão, que conduzam a diploma e/ou importem de crédito com garantia deverão ser aprovadas pelo voto de, pelo
acréscimo de despesas. menos, 2/3 (dois terços) dos membros do Conselho Universitário.
X – determinar a suspensão de atividades de qualquer órgão
da Universidade; SEÇÃO III
XI - autorizar a aquisição, a locação, a gravação, a permuta ou DO FUNCIONAMENTO
a alienação de bens imóveis pela Universidade, bem assim a aceita-
ção de subvenções, doações e legados feitos a esta, ouvido o Con- Art. 14 - O Conselho Universitário reunir-se-á, ordinariamente,
selho de Curadores; nos meses de março, junho, setembro e dezembro.
XII - estabelecer política referente à celebração de contra- § 10 - As atividades a que se refere o inciso XXIII do artigo 13
tos, acordos e convênios, fixando instâncias competentes para sua terão lugar em sessão solene e pública convocada pelo Reitor, me-
aprovação; diante edital, instalando-se os trabalhos independentemente de
XIII - fixar taxas de serviços, emolumentos, contribuições e mul- quórum.
tas a serem cobrados; § 2o - O Conselho Universitário disporá sobre as sessões ple-
XIV – autorizar a realização de operações de crédito e prestar nárias, bem como sobre a constituição, a competência e o funcio-
garantias; namento da Secretaria dos Órgãos de Deliberação Superior e da
XV – julgar as contas da gestão do Reitor, após pronunciamento Auditoria-Geral.
do Conselho de Curadores, e, quando for o caso, as contas da ges-
tão dos Diretores de Unidades e de Órgãos Suplementares; CAPÍTULO II
DO CONSELHO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO
XVI- julgar, quando for o caso, as contas do Diretório Central
SEÇÃO I
dos Estudantes relativas a empréstimos, financiamentos e transfe-
DA CONSTITUIÇÃO
rências orçamentárias concedidos pela Universidade;
XVII– deliberar sobre concessão de dignidades universitárias,
Art. 15 - O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão é integra-
criar e conceder prêmios, bem como instituir símbolos;
do:
XVIII – determinar providências que lhe couberem, nos termos
I - pelo Reitor, como presidente, com voto de qualidade, além
deste Estatuto e do Regimento Geral, no plano disciplinar;
do voto comum;
XIX– decidir sobre o processo eleitoral e participar, juntamente
II - pelo Vice-Reitor;
com os Conselhos de Ensino, Pesquisa e Extensão e de Curadores, III - pelos Pró-Reitores que presidam as Câmaras acadêmicas;
da organização de listas para escolha do Reitor e do Vice-Reitor, IV – por 1 (um) professor de cada Unidade Acadêmica, eleito
regulamentando a consulta à comunidade, conforme disposto no pela Congregação respectiva, com mandato de 3 (três) anos, permi-
artigo 27, § 2º deste Estatuto; tida a recondução;
XX – estabelecer a composição e os critérios da representação V – pelo Diretor-Geral de cada Unidade Especial;
docente no Conselho Universitário; VI - por 3 (três) professores eleitos pelos Coordenadores de
XXI- aprovar a composição das Congregações, ouvidas as Uni- Graduação;
dades Acadêmicas; VII - por 3 (três) professores eleitos pelos Coordenadores de
XXII – dispor sobre a constituição, as atribuições e o funciona- Pós-Graduação;
mento do Conselho de Integração Comunitária; VIII – por até 6 (seis) docentes , mediante critérios estabeleci-
XXIII - tomar conhecimento do relatório e plano de trabalho dos pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão;
apresentados pelo Reitor, bem como assistir à entrega de títulos IX - por integrantes do corpo discente, nos termos do artigo 78
honoríficos outorgados pela Universidade; deste Estatuto.
XXIV - aprovar o Estatuto da Fundação Universitária Mendes § 1o - O mandato dos docentes a que se referem os itens VI a
Pimentel; VIII do artigo será de 3 (três) anos, permitida a recondução, veda-
XXV - deliberar como instância superior sobre matéria de recur- da, em cada caso, a escolha de mais de um professor por Unidade
sos, na forma deste Estatuto e Regimento Geral, bem como avocar Acadêmica.
o exame e a deliberação sobre qualquer matéria de interesse da § 2o - Juntamente com os membros efetivos, serão eleitos su-
Universidade; plentes com mandato vinculado para substituí-los eventualmente.
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO

SEÇÃO II I - a Presidência, exercida pelo Reitor e, na sua falta ou impedi-


DAS ATRIBUIÇÕES mento, por seu substituto legal;
II - o Plenário, integrado pelos conselheiros presentes às reuni-
Art. 16 - O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão é órgão ões regularmente convocadas e instaladas;
técnico de supervisão e deliberação em matéria de ensino, pesqui- III – as Câmaras acadêmicas, definidas por Resolução Comple-
sa e extensão. mentar do Conselho Universitário mediante proposta do Conselho
Art. 17 - Compete ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão: de Ensino, Pesquisa e Extensão, presididas pelos respectivos Pró-
I - estabelecer as diretrizes do ensino, da pesquisa e da exten- -Reitores e integradas por conselheiros eleitos pelo Plenário;
são na Universidade; IV - as Comissões, integradas por conselheiros eleitos pelo Ple-
II – submeter ao Conselho Universitário proposta de criação de nário, para estudo de matérias especiais.
Câmaras acadêmicas; § 1o - Cada um dos conselheiros do Conselho de Ensino, Pesqui-
III – manifestar-se para criação, desmembramento, fusão ou sa e Extensão poderá participar de até duas Câmaras acadêmicas.
extinção pelo Conselho Universitário de Unidades Acadêmicas, Uni- § 2o - As Câmaras terão competência deliberativa em matérias
dades Especiais, Departamentos ou estruturas equivalentes; de sua área específica, cabendo recurso para o Plenário do Conse-
IV – estabelecer as condições para a criação e atribuição de ati- lho.
vidades acadêmicas curriculares, fixar número de vagas, aprovar o § 3o - Das decisões do Plenário caberá recurso para o Conselho
currículo dos cursos e os projetos de funcionamento dos cursos de Universitário somente com fundamento em ilegalidade, observado
graduação, de mestrado, de doutorado, bem como de cursos se- o disposto no Regimento Geral.
qüenciais e de outros, contendo seus regulamentos, determinar a
localização dos Colegiados de Cursos, por proposta das respectivas SEÇÃO III
Câmaras, observado o disposto neste Estatuto; DO FUNCIONAMENTO
V – suspender temporariamente e propor ao Conselho Univer-
sitário a suspensão de cursos de graduação, de mestrado, de douto- Art. 19 - O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão reunir-se-
rado, bem como de cursos seqüenciais e de outros; -á, ordinariamente, nos meses de fevereiro, abril, junho, agosto,
VI – estabelecer diretrizes para criação, funcionamento e ava- outubro e dezembro.
liação, pelas respectivas Câmaras do Conselho, de cursos de exten-
são, de especialização, de atualização, de aperfeiçoamento, de cur-
SUBTÍTULO III
sos seqüenciais e de residência;
DO CONSELHO DE CURADORES
VII - regulamentar o processo de seleção de candidatos aos cur-
CAPÍTULO I
sos seqüenciais e de graduação;
DA CONSTITUIÇÃO
VIII - aprovar planos experimentais de ensino e de verificação
do rendimento escolar;
Art. 20 - O Conselho de Curadores é integrado:
IX - regulamentar a matrícula, o regime escolar e aprovar o ca-
I - por 1 (um) membro docente da Comissão de Orçamento e
lendário escolar da Universidade;
X - disciplinar o instituto de revalidação de diplomas; Contas do Conselho Universitário, eleito por seus pares e que será
XI - estabelecer as normas de afastamento de docentes para o presidente do órgão;
fins de estudo e cooperação; II - por 2 (dois) representantes docentes do Conselho Universi-
XII - supervisionar a execução da política de pessoal docente; tário, eleitos pelo Plenário;
XIII - elaborar o seu próprio Regimento e manifestar-se , no que III – por 3 (três) professores, eleitos pelo corpo docente da Uni-
for de sua competência específica, sobre modificação deste Esta- versidade;
tuto e do Regimento Geral, para apreciação do Conselho Univer- IV - por 1 (um) contador representante do Conselho Regional
sitário; de Contabilidade de Minas Gerais, designado pela entidade;
XIV – aprovar contratos, acordos e convênios, destinados ao V - por 1 (um) docente representante do Ministério da Educa-
ensino, à pesquisa ou à extensão, ouvidas as Pró-Reitorias pertinen- ção e do Desporto, designado pelo órgão;
tes nos assuntos de sua competência, observado o disposto no inci- VI – por 1 (um) representante do corpo técnico e administra-
so XII do artigo 13 deste Estatuto; tivo;
XV – decidir sobre recursos ou representações que lhe forem VII - por 1 (um) representante do corpo discente.
submetidos em matéria de ensino, pesquisa e extensão; § 1o - Os representantes terão suplentes escolhidos pela mes-
XVI - deliberar sobre questões relativas à avaliação acadêmica ma forma que os efetivos, com mandato vinculado, para substituí-
e institucional de cursos; -los eventualmente.
XVII – propor ao Conselho Universitário a criação de Colegiados § 2o - Salvo disposição em contrário, o mandato dos represen-
Especiais; tantes será de 2 (dois) anos, permitida a recondução.
XVIII – determinar a composição e as atribuições de Colegiados § 3o - Perderá o mandato o representante que deixar de per-
Especiais; tencer à instituição ou órgão representado.
XIX – deliberar sobre qualquer matéria de ensino, pesquisa e
extensão não incluída na competência de outro órgão; CAPÍTULO II
XX - participar da organização de listas tríplices para escolha do DAS ATRIBUIÇÕES
Reitor e do Vice-Reitor.
Art. 18 - São órgãos do Conselho de Ensino, Pesquisa e Exten- Art. 21 - Ao Conselho de Curadores, órgão de fiscalização eco-
são: nômico-financeira da Universidade, compete:
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO

I - pronunciar-se sobre a proposta orçamentária e o orçamen- CAPÍTULO II


to-programa; DO REITOR
II - emitir parecer sobre solicitações de recursos e alterações do
orçamento-programa; Art. 26 – O Reitor será nomeado pelo Presidente da República,
III - pronunciar-se conclusivamente sobre os balanços e a pres- que o escolherá de lista tríplice de docentes, organizada em reunião
tação de contas do Reitor e quando for o caso, as contas da gestão conjunta do Conselho Universitário, do Conselho de Ensino, Pesqui-
dos Diretores de Unidades, de Órgãos Suplementares e do Diretório sa e Extensão e do Conselho de Curadores, respeitada a legislação
Central dos Estudantes; vigente.
IV - pronunciar-se sobre a aquisição, a locação, a gravação, a § 1o - O Reitor terá mandato de 4 (quatro) anos, contados de
permuta ou a alienação de bens imóveis pela Universidade, bem sua posse, permitida uma recondução.
assim a aceitação de subvenções, doações e legados feitos a esta; § 2o - A lista de docentes, pela ordem de votos obtidos, será
V - pronunciar-se sobre prestação de garantias para realização encaminhada à autoridade competente até 60 (sessenta) dias antes
de operações de crédito; de extinto o mandato do Reitor em exercício ou, nos demais casos
VI – participar da organização de listas para escolha do Reitor de vacância, dentro dos 60 (sessenta) dias subseqüentes à vaga.
e do Vice-Reitor. § 3o - Poderão concorrer à lista tríplice os docentes membros
Parágrafo único - O Conselho de Curadores deverá pronunciar- da carreira de magistério superior da Universidade, em efetivo exer-
-se, no prazo de 10 (dez) dias, sobre matéria de que trata este arti- cício, respeitada a legislação vigente.
go, submetida à sua apreciação.
Art. 27 - A votação processar-se-á da seguinte forma:
I - cada conselheiro votará em cédula única;
CAPÍTULO III
II - integrarão a lista de nomes os candidatos que obtiverem,
DO FUNCIONAMENTO
pelo menos, maioria absoluta de votos dos membros dos órgãos
Art. 22 - O Conselho de Curadores reunir-se-á, ordinariamente, congregados;
nos meses de fevereiro e outubro. III - serão realizados tantos escrutínios quantos necessários à
§ 1o - O presidente terá, além do voto ordinário, o de qualida- formação da lista;
de. IV - não serão permitidos votos cumulativos, nem por procu-
§ 2o - O presidente será substituído em suas faltas ou impedi- ração.
mentos pelo decano dos representantes do Conselho Universitário Parágrafo único. O Conselho Universitário regulamentará o
no órgão. processo de consulta à comunidade universitária, para escolha de
Reitor e Vice-Reitor, precedendo a elaboração das listas tríplices,
SUBTÍTULO IV caso em que prevalecerão a votação secreta onde cada eleitor vota-
DOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO SUPERIOR rá em apenas um nome para cada cargo a ser preenchido e o peso
CAPÍTULO I de 70% (setenta por cento) dos votos para a manifestação do corpo
DA REITORIA docente no total dos votos da comunidade.
Art. 28 - São atribuições do Reitor:
Art. 23 - A Reitoria é órgão de administração geral, que super- I - representar a Universidade em juízo e fora dele;
visiona e controla a execução das atividades administrativas da Uni- II – administrar, superintender e fiscalizar as atividades da ins-
versidade, competindo-lhe, para esse fim, estabelecer as medidas tituição;
regulamentares cabíveis. III – presidir reuniões de colegiados universitários, sempre que
Art. 24 - A Reitoria é integrada por: estiver presente;
I – Reitor; IV – nomear os Diretores e Vice-Diretores das Unidades Acadê-
II – Vice-Reitor; micas empossando-os em sessão pública;
III - Pró-Reitorias; V – nomear e empossar os dirigentes de órgãos e repartições
IV - Procuradoria Jurídica; da área administrativa e de Órgãos Suplementares;
V - Assessoria. VI - praticar, por proposta fundamentada pelos órgãos compe-
§ 1o - Os Pró-Reitores, o Procurador-Geral e os Assessores se- tentes, os atos relativos à admissão, vida funcional e exoneração ou
rão de livre escolha do Reitor.
demissão do pessoal docente e técnico e administrativo da Univer-
§ 2o – As Pró-Reitorias poderão ter Pró-Reitores Adjuntos, no-
sidade;
meados na forma do parágrafo anterior, para substituir os Pró-Rei-
VII - apresentar, anualmente, ao Conselho Universitário, nos
tores em suas faltas e impedimentos e desempenhar as funções
termos deste Estatuto e do Regimento Geral, o programa de traba-
que lhes forem delegadas pelos respectivos Pró-Reitores.
Art. 25 - A Reitoria poderá instituir, com aprovação do Conselho lho, o orçamento, o relatório e a prestação de contas de sua gestão;
Universitário, Órgãos Auxiliares exigidos pela Administração. VIII - conferir graus, expedir diplomas e certificados acadêmi-
Parágrafo único – Os dirigentes dos órgãos a que se refere este cos e títulos honoríficos;
artigo serão de livre escolha do Reitor. IX - supervisionar a administração do Fundo de Bolsas;
X - observado o disposto no inciso XII do artigo 13 deste Estatu-
to, firmar contratos, acordos e convênios, mediante prévia aprova-
ção ou ad referendum do órgão competente;
XI - desempenhar as demais atribuições inerentes ao cargo de
Reitor.
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO

Art. 29 - O Reitor poderá vetar Resoluções do Conselho Univer- I - a Presidência, exercida pelo Reitor e, na sua falta ou impedi-
sitário e do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão, até 10 (dez) mento, por seu substituto legal;
dias depois da sessão em que tiverem sido aprovadas. II - o Plenário, constituído na forma deste Estatuto e integrado
§ 1o - Vetada uma Resolução, o Reitor convocará o colegiado pelos conselheiros presentes às reuniões regularmente convocadas
para, em sessão que se realizará dentro de 30 (trinta) dias, tomar e instaladas;
conhecimento das razões do veto. III - as Comissões, integradas por conselheiros eleitos pelo Ple-
§ 2o - A rejeição do veto por, pelo menos, 2/3 (dois terços) da nário.
totalidade dos membros do Conselho a que referir importará em
aprovação definitiva da Resolução. SEÇÃO II
DAS ATRIBUIÇÕES
CAPÍTULO III
DO VICE-REITOR Art. 34 - O Conselho de Diretores é órgão de assessoria exe-
cutiva da administração superior da Universidade, competindo-lhe
Art. 30 - Ao Vice-Reitor compete: traçar normas operacionais para matérias aprovadas pelo Conselho
I – substituir automaticamente o Reitor em suas faltas ou im- Universitário ou decidir sobre aquelas por este delegadas e assesso-
pedimentos; rar nas de competência do Reitor.
II - supervisionar administrativamente a vida acadêmica da Uni-
versidade; SEÇÃO III
III- supervisionar as atividades assistenciais da Universidade; DO FUNCIONAMENTO
IV - representar, como elemento de ligação, a administração su-
perior da Universidade junto às associações estudantis; Art. 35 - O Conselho de Diretores reunir-se-á, ordinariamente,
V - desempenhar as funções que lhe forem delegadas pelo Rei- uma vez por bimestre.
tor.
§ 1o - O Vice-Reitor será nomeado pelo Presidente da Repú- SUBTÍTULO V
blica, que o escolherá de lista tríplice de docentes, organizada na DO CONSELHO DE INTEGRAÇÃO COMUNITÁRIA
forma dos artigos 26 e 27 deste Estatuto.
§ 2o - O mandato do Vice-Reitor é de 4 (quatro) anos, contados Art. 36 - O Conselho de Integração Comunitária, órgão de cará-
de sua posse, permitida uma recondução. ter consultivo, tem por objetivo prover apoio institucional e técnico,
§ 3o - A lista tríplice de docentes, pela ordem de votos obtidos, subsídios de natureza crítica, visando à maior integração da Univer-
será encaminhada à autoridade competente até 60 (sessenta) dias sidade com a sociedade.
antes do término do mandato do Vice-Reitor em exercício ou, nos Parágrafo único - O Conselho Universitário disporá, por maioria
demais casos de vacância, dentro dos 60 (sessenta) dias subseqüen- absoluta, sobre a constituição, atribuições e funcionamento do ór-
tes à vaga. gão previsto no caput do artigo.
Art. 31 - Nas faltas ou impedimentos do Vice-Reitor, suas fun-
ções serão desempenhadas pelo decano do Conselho Universitário, TÍTULO IV
respeitados os requisitos estabelecidos no § 3o do artigo 7o e no § DA ESTRUTURA DAS UNIDADES
3o do artigo 26 deste Estatuto.
Art. 37 – A Universidade é composta de Unidades Acadêmicas
CAPÍTULO IV e Unidades Especiais.
DO CONSELHO DE DIRETORES
§ 1o - Unidade Acadêmica é estabelecimento de ensino que
SEÇÃO I
possui sede e estrutura administrativa próprias, realiza atividades
DA CONSTITUIÇÃO
de pesquisa e extensão e oferece curso superior que resulta na con-
cessão de diploma de graduação.
Art. 32 - O Conselho de Diretores é integrado:
§ 2o - Unidade Especial é estabelecimento de ensino que pos-
I - pelo Reitor, com voto de qualidade, além do voto comum;
sui sede e estrutura administrativa próprias, pode realizar ativida-
II - pelo Vice-Reitor;
des de pesquisa e extensão, mas não conduz à concessão de diplo-
III – pelos Pró-Reitores;
ma de graduação.
IV – pelos Diretores das Unidades Acadêmicas;
V – pelos Diretores-Gerais de Unidades Especiais; § 3o - Resolução Complementar do Conselho Universitário,
VI – pelos Diretores de Órgãos Suplementares; aprovada por, pelo menos, 2/3 (dois terços) de seus membros, defi-
VII - por integrantes do corpo técnico e administrativo, eleitos nirá as Unidades Acadêmicas e Unidades Especiais, ouvido o Conse-
por seus pares e com mandato de 3 (três) anos, permitido o exer- lho de Ensino, Pesquisa e Extensão.
cício de mandatos consecutivos, nos termos do artigo 84 deste Es- § 4o - A Resolução Complementar prevista no § 3o deste artigo
tatuto; estabelecerá normas gerais que regulamentem o funcionamento
VIII - por integrantes do corpo discente, nos termos do artigo das Unidades Especiais, ouvido o Conselho de Ensino, Pesquisa e
78 deste Estatuto. Extensão.
Parágrafo único. O conselheiro que não seja membro nato § 5o - A criação, o desmembramento, a fusão ou a extinção de
será eleito junto com o seu suplente, com mandato vinculado, para Unidades Acadêmicas e Unidades Especiais poderão ser apresenta-
substituí-lo eventualmente. dos pela própria Unidade interessada, pelo Reitor ou pelo Conselho
Art. 33 - São órgãos do Conselho de Diretores: de Ensino, Pesquisa e Extensão.
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO

§ 6o - As prescrições previstas no § 5o deste artigo depende- IX – submeter à aprovação do Conselho de Ensino, Pesquisa e
rão de Resolução Complementar do Conselho Universitário, apro- Extensão a composição dos Colegiados de Cursos sediados na res-
vada por pelo menos 2/3 (dois terços) de seus membros, mediante pectiva Unidade Acadêmica, nos termos do artigo 54 e seus incisos,
proposta fundamentada, ouvido o Conselho de Ensino, Pesquisa e deste Estatuto;
Extensão. X - estabelecer a composição e os critérios da representação
Art. 38 – As Unidades Acadêmicas poderão se organizar de for- docente nas Câmaras Departamentais da Unidade Acadêmica;
ma a contemplar estruturas de nível hierárquico a elas inferior. XI - supervisionar as atividades dos Departamentos ou estrutu-
§ 1o- Uma das formas possíveis para organização das Unidades ras equivalentes, compatibilizando os respectivos planos de traba-
Acadêmicas é a estrutura departamental. lho, quando for o caso;
§ 2o - O Departamento é o órgão de lotação de professores XII - elaborar a proposta orçamentária da Unidade Acadêmi-
para objetivos comuns de ensino, pesquisa e extensão, sendo de ca, estabelecer o orçamento-programa e acompanhar a execução
sua responsabilidade a oferta de atividades acadêmicas curricula- orçamentária;
res. XIII – compor comissões examinadoras de concursos para pro-
§ 3o - As Unidades Acadêmicas não poderão ter níveis hierár- vimento de cargos ou empregos de professor, na forma estabeleci-
quicos de organização inferiores aos Departamentos ou às formas da nas normas gerais de concursos;
de organização de hierarquia equivalentes aos Departamentos. XIV – manifestar-se sobre pedidos de remoção, transferência
§ 4o - A criação, o desmembramento, a fusão, a extinção ou ou movimentação de docentes da ou para a Unidade Acadêmica;
a alteração do nome de Departamento dependerão de proposta XV – aprovar critérios de avaliação de desempenho e de pro-
fundamentada da Unidade Acadêmica , aprovada pelo Conselho gressão de docentes e de servidores técnicos e administrativos, res-
Universitário, ouvido o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão. peitadas as normas e as políticas estabelecidas pela Universidade;
§ 5o- A Unidade Acadêmica não poderá manter, ao mesmo XVI – aprovar relatórios sobre o desempenho de docentes e de
tempo, dois ou mais tipos de estrutura de nível hierárquico a ela servidores técnicos e administrativos para fins de acompanhamen-
inferior. to, aprovação de relatórios, estágios probatórios e progressões;
§ 6o - Outras formas de organização das Unidades Acadêmicas, XVII - deliberar sobre afastamento de docentes e de servidores
diversas da estrutura departamental, só poderão ser implementa- técnicos e administrativos para fins de aperfeiçoamento ou presta-
das ou modificadas após aprovação pelo Conselho Universitário, ção de cooperação técnica;
ouvido o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão. XVIII - praticar os atos de sua alçada relativos ao regime disci-
plinar;
CAPÍTULO I XIX - julgar os recursos que lhe forem interpostos;
DA ADMINISTRAÇÃO E DO FUNCIONAMENTO DAS UNIDADES XX - instituir comissões, especificando-lhes expressamente a
ACADÊMICAS competência;
XXI - avocar o exame e a deliberação sobre matéria de interesse
Art. 39 - As Unidades Acadêmicas são administradas: da Unidade Acadêmica;
I - pela Congregação; XXII – aprovar as contas da gestão do Diretor da Unidade e do
II - pela Diretoria. Diretor de Órgão Complementar.
Art. 40 - A Congregação é órgão de deliberação superior da Uni- Art. 42 - As Congregações são integradas:
dade Acadêmica, competindo-lhe supervisionar a política de ensi- I – pelo Diretor da Unidade Acadêmica, como presidente, com
voto de qualidade, além do comum;
no, pesquisa e extensão no âmbito desta.
II - pelo Vice-Diretor;
Art. 41 - Cabe à Congregação:
III – por membros docentes, conforme proposta da Unidade
I - organizar o processo eleitoral e definir a lista tríplice de do-
Acadêmica aprovada pelo Conselho Universitário;
centes, em escrutínios secretos, para nomeação do Diretor e do Vi-
IV - por integrantes do corpo técnico e administrativo, eleitos
ce-Diretor da Unidade Acadêmica, observado o disposto no § 1o do
por seus pares, nos termos do artigo 84 deste Estatuto, com man-
artigo 7o, respeitada a legislação vigente;
dato de 2 (dois) anos, permitida a recondução;
II - propor ou manifestar-se sobre criação, desmembramento,
V – por integrantes do corpo discente da Unidade Acadêmica,
fusão, extinção, ou alteração de nome de Departamento e de Órgão
nos termos do artigo 78 deste Estatuto .
Complementar vinculados à respectiva Unidade Acadêmica; Art. 43 – A Diretoria da Unidade Acadêmica, exercida pelo Di-
III – propor ao Conselho Universitário forma de organização da retor e pelo Vice-Diretor, é órgão ao qual compete supervisionar os
respectiva Unidade Acadêmica diversa da estrutura departamental; programas de ensino, pesquisa e extensão e a execução das ativi-
IV – organizar lista tríplice de docentes para escolha de Diretor dades administrativas, na área da Unidade Acadêmica, dentro dos
de Órgão Complementar vinculado à Unidade Acadêmica; limites estatutários e regimentais.
V – elaborar e aprovar Resoluções que regulem o funcionamen- Art. 44 - O Diretor e o Vice-Diretor serão nomeados pelo Reitor,
to acadêmico e administrativo da Unidade Acadêmica , em conso- que os escolherá de listas tríplices de docentes, organizadas pela
nância com as normas da Universidade; Congregação da Unidade Acadêmica, respeitada a legislação vigen-
VI - autorizar o aceite de doação de bens móveis à Unidade te.
Acadêmica; § 1o - As listas tríplices de docentes, pela ordem de votos ob-
VII - eleger os representantes da Unidade Acadêmica no Con- tidos, será encaminhada à autoridade competente até 60 (sessen-
selho Universitário e no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão; ta) dias antes de extintos os mandatos de Diretor ou Vice-Diretor
VIII – submeter à aprovação do Conselho Universitário a com- em exercício ou, nos demais casos de vacância, dentro dos 60 (ses-
posição da respectiva Congregação; senta) dias subseqüentes às vagas.
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO

§ 2o- A Congregação regulamentará o processo de consulta à VI – manifestar-se sobre o desempenho de docentes e de ser-
comunidade local para escolha do Diretor e do Vice-Diretor, prece- vidores técnicos e administrativos, para fins de acompanhamento,
dendo a elaboração das listas tríplices, na forma prevista no artigo aprovação de relatórios, estágio probatório e progressão;
27, § 2º deste Estatuto. VII - elaborar a proposta orçamentária e o plano de aplicação
§ 3o - Os mandatos do Diretor e do Vice-Diretor são de 4 (qua- de verbas do Departamento;
tro) anos, contados de suas posses, permitida, em cada caso, uma VIII – designar, quando for o caso, representantes do Departa-
recondução. mento para Colegiados de Curso;
Art. 45 – Compete ao Diretor atuar como principal autoridade IX – indicar ou propor membros de comissões examinadoras
administrativa da Unidade Acadêmica, supervisionando as ativida- de concursos destinados ao provimento de cargos ou empregos de
des didático-científicas e dirigindo os serviços administrativos - in- professor, na forma prevista no Regimento Geral e em Resoluções
cluídos pessoal, finanças, patrimônio. do Conselho Universitário e Conselho de Ensino, Pesquisa e Exten-
Parágrafo único - Compete ao Diretor designar Diretor de Ór- são regulamentando esta matéria;
gão Complementar vinculado à Unidade Acadêmica, escolhido na X - manifestar-se previamente sobre contratos, acordos e con-
forma do artigo 67 deste Estatuto. vênios, bem como sobre projetos de prestação de serviços a serem
Art. 46 - São atribuições do Vice-Diretor: executados e assegurar que sua execução se dê observadas as nor-
I - substituir automaticamente o Diretor em suas faltas ou im- mas pertinentes;
pedimentos; XI - cumprir outras atribuições decorrentes do prescrito neste
II – colaborar com o Diretor na supervisão das atividades didá- Estatuto e no Regimento Geral.
tico-científicas da Unidade Acadêmica; § 1o - Os programas das atividades acadêmicas curriculares
III – desempenhar as funções que lhe forem delegadas pelo Di- oferecidos para cursos diversos ao de origem do Departamento de-
retor da Unidade Acadêmica ou determinadas pela Congregação. vem ser referendados pelo Colegiado de Curso a que se destinam.
Parágrafo único – O Vice-Diretor será substituído em suas faltas § 2o - Em caso de divergência entre a proposta departamen-
e impedimentos eventuais pelo decano da Congregação da Unida- tal e o Colegiado de Curso, como previsto no § 1o deste artigo, o
de Acadêmica, respeitados os requisitos estabelecidos no § 3o do conflito será dirimido pela Congregação, persistindo irá à Câmara
artigo 26 deste Estatuto. pertinente do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão.
Art. 47 - Cada Departamento compreende a Câmara e a As- Art. 50 - A Assembléia do Departamento, presidida pelo res-
sembléia. pectivo Chefe, tem a seguinte composição:
Parágrafo único – Nos Departamentos de até 15 (quinze) do- I – todos os docentes das carreiras de magistério vinculados ao
centes, a Câmara e a Assembléia constituem um só órgão. Departamento e em exercício na Universidade;
Art. 48 - A Câmara Departamental, presidida pelo Chefe de De- II - integrantes do corpo técnico e administrativo, em exercício
partamento, é constituída de: no Departamento, eleitos por seus pares, nos termos do artigo 84
I - Subchefe do Departamento; deste Estatuto, com mandato de 2 (dois) anos, permitida a recon-
II – professores, eleitos pelo corpo docente do Departamen- dução;
to mediante composição e critérios estabelecidos pela Congrega- III - integrantes do corpo discente, nos termos do artigo 78 des-
ção, com mandato de 2 (dois) anos, permitida a recondução; te Estatuto.
III - integrantes do corpo técnico e administrativo, em exercício Art. 51 - A Assembléia do Departamento exerce funções con-
sultivas em relação à Câmara, competindo-lhe:
no Departamento, eleitos por seus pares, nos termos do artigo 84
I - eleger o Chefe e o Subchefe do Departamento;
deste Estatuto, com mandato de 2 (dois) anos, permitida a recon-
II - estudar e discutir políticas do Departamento;
dução;
III – sugerir medidas destinadas a desenvolver atividades de en-
IV - integrantes do corpo discente, nos termos do artigo 78 des-
sino, de pesquisa e de extensão.
te Estatuto.
Parágrafo único - A Assembléia poderá ser convocada pelo Che-
Art. 49 - São atribuições da Câmara Departamental:
fe do Departamento, pela Câmara Departamental ou pela maioria
I – planejar e supervisionar a execução das atividades de en-
absoluta de seus membros e, no caso de eleições, pelo Diretor da
sino, pesquisa e extensão do Departamento, avaliando os planos
Unidade Acadêmica.
de trabalho individuais e atribuindo encargos aos docentes a ele Art. 52 - O Chefe e o Subchefe do Departamento, com man-
vinculados; datos de 2 (dois) anos, permitida a recondução, serão professores
II – estabelecer os programas e propor aos Colegiados de Curso das carreiras de magistério superior, em exercício, a ele vinculados,
os créditos das atividades acadêmicas curriculares do Departamen- eleitos pela maioria absoluta dos membros da Assembléia Depar-
to; tamental.
III - propor a admissão e a dispensa de docentes, bem como Art. 53 - Compete ao Chefe do Departamento:
modificações do regime de trabalho destes; I - presidir a Câmara Departamental e a Assembléia do Depar-
IV - opinar sobre pedidos de afastamento de docentes e de tamento;
servidores técnicos e administrativos para fins de aperfeiçoamento II - atuar como principal autoridade executiva do Departamen-
ou cooperação técnica, incumbindo-lhe estabelecer o acompanha- to em relação às diversas matérias que correspondem às atribui-
mento e a avaliação dessas atividades; ções da Câmara Departamental.
V – propor à Congregação da Unidade Acadêmica critérios de
avaliação de desempenho e de progressão de docentes e de servi-
dores técnicos e administrativos, respeitadas as normas e as políti-
cas estabelecidas pela Universidade;
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO

Parágrafo único - Nas faltas ou impedimentos do Chefe do De- Art. 57 – A juízo do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão,
partamento suas atribuições serão exercidas pelo Subchefe e este poderão ser criados Colegiados Especiais, aprovados pelo Conselho
será, automaticamente, substituído pelo decano da Câmara, pro- Universitário.
cedendo-se a nova eleição em caso de vacância da Chefia ou da Parágrafo único – A composição e as atribuições dos Colegiados
Subchefia. Especiais serão determinadas pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e
Extensão.
CAPÍTULO II
DOS COLEGIADOS DE CURSO CAPÍTULO III
DO ENSINO, DA PESQUISA E DA EXTENSÃO
Art. 54 –A coordenação didática de cada curso de graduação,
de mestrado e de doutorado é exercida por um Colegiado de Curso, Art. 58 - A administração do ensino, da pesquisa e da extensão
com as seguintes atribuições: far-se-á de acordo com as normas estatutárias e regimentais e se-
I – orientar e coordenar as atividades do curso e propor ao De- gundo resoluções baixadas pelos órgãos competentes.
partamento ou estrutura equivalente a indicação ou substituição Art. 59 - A Universidade poderá manter, entre outras, as se-
de docentes; guintes modalidades de cursos:
II – elaborar o currículo do curso com indicação de ementas, I - de graduação, abertos à matrícula de candidatos que hajam
créditos e pré-requisitos das atividades acadêmicas curriculares concluído o ensino médio ou equivalente e tenham sido classifica-
que o compõem; dos em processo seletivo;
III – referendar os programas das atividades acadêmicas curri- II - de pós-graduação, em nível de aperfeiçoamento, especia-
culares que compõem o curso, nos termos dos § 1o e § 2o do artigo lização, mestrado e doutorado, abertos à matrícula de candidatos
49 deste Estatuto; diplomados em curso de graduação, que preencham as condições
IV - decidir as questões referentes a matrícula, reopção, dispen- prescritas em cada caso;
sa ou inclusão de atividades acadêmicas curriculares, transferência, III – seqüenciais, por campo de saber, de diferentes níveis de
continuidade de estudos e obtenção de novo título e outras formas abrangência, abertos a candidatos que atendam aos requisitos es-
de ingresso, bem como as representações e os recursos sobre ma- tabelecidos pela Universidade;
téria didática, obedecida a legislação pertinente; IV – residência, mediante regulamentação pelo Conselho de
V - coordenar e executar os procedimentos da avaliação do cur- Ensino, Pesquisa e Extensão;
so; V - de extensão e outros, abertos a candidatos que satisfaçam
VI - representar ao órgão competente no caso de infração dis- os requisitos exigidos.
ciplinar; Art. 60 - O Regimento Geral regulará os atos da vida escolar.
VII - elaborar o plano de aplicação de verbas destinadas ao Co-
legiado. CAPÍTULO IV
§ 1o - Nas áreas em que houver cursos seqüenciais, estes serão DOS GRAUS ACADÊMICOS
coordenados pelos respectivos Colegiados de graduação ou, alter-
nativamente, por Comissões, conforme os respectivos projetos. Art. 61 - A Universidade conferirá os seguintes graus, expedin-
§ 2o - Nas áreas em que houver cursos de pós-graduação de do os diplomas correspondentes, observadas as disposições deste
diferentes níveis, estes serão coordenados por um só Colegiado ou, Estatuto e do Regimento Geral:
alternativamente, no caso de cursos de Especialização ou Aperfei- I - de Graduação, na área específica;
çoamento, por Comissões. II - de Mestre ou Doutor, por conclusão de cursos destes níveis;
§ 3o - O Colegiado de Curso ou Comissão terá sede em uma
III – de Doutor, em caráter excepcional, por defesa direta de
Unidade Acadêmica determinada pelo Conselho de Ensino, Pesqui-
tese;
sa e Extensão.
IV - de Livre-Docente.
§ 4o - Em caráter experimental, o curso não vinculado a uma
Parágrafo único - A Livre-Docência será regulamentada pelo
Unidade Acadêmica terá a localização de seu Colegiado decidida
Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão.
pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão.
Art. 62 - A Universidade outorgará títulos honoríficos de Dou-
Art. 55 – Cada Colegiado de Curso terá um Coordenador e um
tor Honoris Causa, Professor Honoris Causa, Professor Emérito e de
Subcoordenador, eleitos pelo órgão, por maioria absoluta, com
Benemérito, segundo critérios a serem estabelecidos no Regimento
mandato de 2 (dois) anos, permitida a recondução.
Geral.
§ 1o - Cabe ao Coordenador presidir o Colegiado e atuar como
principal autoridade executiva do órgão, com responsabilidade pela Art. 63 - A Universidade expedirá os seguintes certificados:
iniciativa nas diversas matérias de competência deste. I - de conclusão de cursos de aperfeiçoamento, de especializa-
§ 2o - Nas faltas ou impedimentos do Coordenador, suas atri- ção, extensão e outras modalidades que forem fixadas pelos órgãos
buições serão exercidas pelo Subcoordenador e este será, automa- competentes;
ticamente, substituído pelo decano do Colegiado, procedendo-se a II - de participação e aprovação em atividades acadêmicas cur-
nova eleição em caso de vacância da Coordenadoria ou da Subco- riculares.
ordenadoria. Art. 64 - O Regimento Geral disporá sobre reconhecimento e
Art. 56 – A composição do Colegiado e/ou Comissão de cada revalidação de diplomas e certificados expedidos por universidades
curso será estabelecida no respectivo regulamento, aprovado pelo ou escolas superiores, nacionais ou estrangeiras.
Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão.
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO

TÍTULO V I - os integrantes das carreiras de magistério;


DOS ÓRGÃOS SUPLEMENTARES E COMPLEMENTARES II - os Professores Visitantes e os Substitutos.
Art. 73 - Entendem-se por atividades de magistério:
Art. 65 – A Universidade poderá criar Órgãos Suplementares, I - as pertinentes ao ensino, à pesquisa e à extensão;
vinculados à Reitoria, e Órgãos Complementares, vinculados às Uni- II - as inerentes ao exercício de direção, assessoramento, chefia
dades Acadêmicas, sem lotação própria de pessoal docente, para e coordenação na Universidade.
colaborar no ensino, na pesquisa e na extensão, devendo seu fun- Art. 74 - Cabe aos Departamentos ou estruturas equivalentes,
cionamento ser disciplinado em regimentos próprios, aprovados, na organização de seus programas, atribuir os encargos de ensino,
no primeiro caso, pelo Conselho Universitário e, no segundo, pelas pesquisa e extensão aos docentes neles em exercício, de forma que
respectivas Congregações. se harmonizem os seus interesses e as preocupações científico-cul-
Art. 66 - Cada Órgão Suplementar será organizado na forma do turais dominantes dos professores.
respectivo Regimento e observado o disposto neste artigo. Art. 75 – A Universidade contará com órgão de assessoramento
§ 1o - O Órgão Suplementar será dirigido por um Conselho. aos Colegiados Superiores e ao Reitor na formulação, no acompa-
§ 2o - O Órgão Suplementar terá um Diretor e um Vice-Diretor, nhamento e na execução da política de pessoal docente, mediante
escolhidos pelo Reitor, de listas tríplices elaboradas pelo respectivo regulamentação pelo Conselho Universitário.
Conselho, com mandato de 2 (dois) anos, permitida a recondução.
Art. 67 - Cada Órgão Complementar será dirigido por um Dire- CAPÍTULO III
tor, designado pelo Diretor da Unidade Acadêmica a que se vincula, DO CORPO DISCENTE
escolhido de lista tríplice de docentes organizada pela Congregação, SEÇÃO I
com mandato de 2 (dois) anos, permitida a recondução. DA CONSTITUIÇÃO E DA REPRESENTAÇÃO

TÍTULO VI Art. 76 – Constituem o corpo discente da Universidade os alu-


DA COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA nos de cursos de graduação, especialização, residência, mestrado e
CAPÍTULO I doutorado.
DAS NORMAS GERAIS Art. 77 - O Conselho Universitário deliberará sobre direitos e
deveres dos alunos não referidos no artigo anterior.
Art. 68 - A comunidade universitária é constituída pelo corpo Art. 78 - O corpo discente terá representação, com direito a voz
docente, pelo corpo discente e pelo corpo técnico e administrativo, e voto, nos órgãos colegiados da Universidade e das suas Unidades
diversificados em função das respectivas atribuições e unificados Acadêmicas, na proporção de 1/5 (um quinto) dos conselheiros do-
no plano comum dos objetivos da Universidade. centes, permitida uma recondução.
Parágrafo único - A Universidade desenvolverá programas para Parágrafo único - A escolha dos representantes estudantis será
maior integração de professores, técnicos e administrativos apo- feita de acordo com o Regimento Geral.
sentados e ex-alunos à comunidade universitária.
Art. 69 - As carreiras de magistério serão organizadas em cate- SEÇÃO II
gorias hierárquicas, com funções específicas, a serem regulamen- DAS ASSOCIAÇÕES
tadas por pelo menos 2/3 (dois terços) do Conselho Universitário,
ouvido o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão. Art. 79 - Os alunos poderão congregar-se em associações com
§ 1o - O ingresso nas carreiras de pessoal docente e na catego- as seguintes finalidades:
ria final dessas carreiras será feito por concurso público de títulos I - promover a aproximação e a solidariedade entre os corpos
e provas e, nas carreiras de pessoal técnico e administrativo, será discente, docente e técnico e administrativo;
feito por concurso público de provas, nos termos a serem definidos II - preservar as tradições estudantis, a probidade da vida esco-
pelo Conselho Universitário. lar, o patrimônio moral e material da instituição e a harmonia entre
§ 2o - A progressão entre as diversas categorias das carreiras os diversos organismos da Universidade;
de magistério far-se-á exclusivamente por análise de mérito aca- III - organizar reuniões e certames de caráter cívico, social,
dêmico. cultural, científico, técnico, artístico, desportivo, visando à comple-
§ 3o - O pessoal docente e o pessoal técnico e administrativo mentação e ao aprimoramento da formação universitária;
serão lotados por ato do Reitor nas Unidades Acadêmicas e nos de- IV - assistir os estudantes carentes de recursos;
mais órgãos da Universidade. V - realizar intercâmbio e colaboração com entidades congê-
Art. 70 - A Universidade manterá através de órgãos próprios neres;
serviços assistenciais destinados aos membros da comunidade uni- VI - concorrer para o aprimoramento das instituições democrá-
versitária. ticas;
Art. 71 - O Regimento Geral prescreverá os princípios relativos VII – constituir, quando for o caso, a representação estudantil,
ao quadro funcional da Universidade e, no que competir a esta, ao nos termos do artigo 78 e seu parágrafo único.
corpo discente, à representação e às associações estudantis. Art. 80 - São reconhecidos, dentre outros, como órgãos de as-
sociação dos membros do corpo discente:
CAPÍTULO II I - no plano da Universidade, o Diretório Central dos Estudantes
DO CORPO DOCENTE (DCE);
II – no plano das Unidades Acadêmicas, o Diretório Acadêmico
Art. 72 - O corpo docente da Universidade compreende: (DA) ou Centro Acadêmico (CA).
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO

Art. 81 – O Regimento Geral disporá sobre a contribuição dos § 2o - O patrimônio da Universidade, inclusive todos os bens
associados à respectiva associação estudantil, bem como sobre os sob a guarda e administração das Unidades Acadêmicas e demais
recursos financeiros que lhe sejam destinados pela Reitoria ou pela órgãos, constará de cadastro geral, com suas alterações devidamen-
Unidade Acadêmica a que esteja vinculada. te registradas.
Art. 87 - Constituem recursos financeiros da Universidade:
SEÇÃO III I - dotação constante do orçamento geral da União;
DO FUNDO DE BOLSAS II - subvenções, auxílios, contribuições e verbas com destinação
especial, que forem atribuídos à Universidade nos orçamentos dos
Art. 82 - Cabe ao Conselho Universitário fixar, para cada ano Estados, dos Municípios, das autarquias e de outros órgãos do setor
subseqüente, o valor da contribuição obrigatória ao Fundo de Bol- público;
sas destinado ao custeio do programa para os estudantes carentes III - doações e contribuições, vinculadas ou não, feitas à Univer-
de meios e do programa assistencial, mantidos pela Fundação Uni- sidade por pessoas físicas ou jurídicas, nacionais, internacionais ou
versitária Mendes Pimentel. estrangeiras;
Parágrafo único - Os recursos do Fundo de Bolsas, repassados IV - produto de contribuições ou financiamentos originados de
pela Reitoria à Fundação Universitária Mendes Pimentel, são por contratos, acordos e convênios;
esta administrados nos termos do seu Estatuto, aprovado pelo Con- V - taxas, contribuições ou emolumentos cobrados pela Uni-
selho Universitário. versidade;
VI - renda de serviços prestados à comunidade por intermédio
CAPÍTULO IV de órgãos da Universidade;
DO CORPO TÉCNICO E ADMINISTRATIVO VII - produto de alienação ou aplicação de bens;
VIII - produtos de parafiscalidade ou de estímulos fiscais vin-
Art. 83 - O corpo técnico e administrativo da Universidade tem culados;
por atividades: IX - multas e penalidades financeiras;
I - as relacionadas com a permanente manutenção e adequa- X - rendas eventuais.
ção do apoio técnico, administrativo e operacional necessário ao § 1o - Não poderão ser aceitas contribuições para fins que con-
cumprimento dos objetivos institucionais; trariem os objetivos da Universidade.
II - as inerentes ao exercício de direção, chefia, coordenação, § 2o - Fica instituído o sistema de orçamento-programa em
assessoramento e assistência, na própria instituição. consonância com o Plano de Desenvolvimento e Expansão da Uni-
Art. 84 – Os servidores técnicos e administrativos estarão re- versidade.
presentados nos seguintes órgãos colegiados: Conselho Universi-
tário, Conselho de Curadores, Conselho de Diretores, Conselho Di- TÍTULO VIII
retor de Órgão Suplementar, Congregação de Unidade Acadêmica, DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
Câmara Departamental e Assembléia Departamental ou estrutura
equivalente ao Departamento. Art. 88 - A Universidade poderá, mediante convênio, utilizar-se
§ 1º – A representação dos servidores técnicos e administrati- dos serviços existentes na comunidade e mantidos por instituições
vos será de até 15% (quinze por cento ) dos membros docentes dos públicas ou privadas, para treinamento em situação real de alunos
órgãos colegiados referidos neste artigo, respeitando-se sempre as que o requeiram.
exigências mínimas de 70% (setenta por cento) para os membros Parágrafo único - Quando, além do emprego dos recursos exis-
docentes e de 1/5 (um quinto) dos docentes para a representação tentes no meio, tiver a Universidade que manter serviços próprios
discente no que couber. de experimentação, demonstração e aplicação, estes serão organi-
§ 2º Respeitados os parâmetros estabelecidos no § 1º deste ar- zados como órgãos das respectivas Unidades Acadêmicas.
tigo, a representação deverá ser a mais próxima do teto nele fixado. Art. 89 – No prazo de 180 (cento e oitenta ) dias, a contar de sua
Art. 85 - A Universidade contará com órgão específico de asses- vigência, os Colegiados pertinentes da Universidade deverão apro-
soramento aos Colegiados Superiores e ao Reitor na formulação, var a regulamentação deste Estatuto.
no acompanhamento e na execução da política de pessoal técnico § 1o - A estrutura atual da Universidade com seus órgãos e for-
e administrativo, mediante regulamentação pelo Conselho Univer- mas de funcionamento permanecerão em vigor até a regulamenta-
sitário. ção prevista no caput deste artigo.
§ 2o Sem prejuízo da composição imediata dos órgãos como
previstos neste Estatuto, serão respeitados os mandatos neles em
TÍTULO VII
curso na data de sua entrada em vigor.
DA ORDEM ECONÔMICO-FINANCEIRA
Art. 90 – O Diretor-Geral do Hospital das Clínicas integrará o
Conselho Universitário, até a regulamentação da matéria pela Uni-
Art. 86 - Constituem patrimônio da Universidade todos os bens
versidade.
móveis e imóveis de sua propriedade e demais direitos de que é
Art. 91 - O Regimento Geral disciplinará as matérias a serem re-
titular.
gulamentadas por Resoluções Complementares dos Colegiados de
§ 1o - As receitas patrimoniais dos bens sob a guarda e adminis-
deliberação superior da Universidade e das Congregações.
tração das Unidades Acadêmicas e demais órgãos e as decorrentes
Parágrafo único - A aprovação ou as modificações das resolu-
de prestação de serviços serão aplicadas, com prioridade, nas Uni-
ções de que trata este artigo serão por maioria absoluta dos mem-
dades Acadêmicas ou setores em que se produzirem. bros dos referidos Colegiados.
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO

Art. 92 - O presente Estatuto só poderá ser modificado por ini- II - dinâmica dos processos de pesquisa, de ensino, de extensão
ciativa do Reitor ou por proposta de 1/3 (um terço), no mínimo, e de administração, e as competências específicas decorrentes;
dos membros do Conselho Universitário, devendo a alteração ser III - qualidade do processo de trabalho;
aprovada em sessão para esse fim especialmente convocada, pelo IV - reconhecimento do saber não instituído resultante da atua-
voto de, pelo menos, 2/3 (dois terços) dos seus membros, ouvido ção profissional na dinâmica de ensino, de pesquisa e de extensão;
previamente o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão, no que for V - vinculação ao planejamento estratégico e ao desenvolvi-
de competência específica deste órgão. mento organizacional das instituições;
Parágrafo único - As alterações do presente Estatuto, sempre VI - investidura em cada cargo condicionada à aprovação em
que envolverem matéria pedagógica ou, de algum modo, ligada ao concurso público;
ensino, só entrarão em vigor no período letivo seguinte ao de sua VII – desenvolvimento do servidor vinculado aos objetivos ins-
aprovação. titucionais;
Art. 93- Os casos omissos neste Estatuto serão dirimidos pelo VIII - garantia de programas de capacitação que contemplem
Conselho Universitário, pelo voto de 2/3 (dois terços), no mínimo, a formação específica e a geral, nesta incluída a educação formal;
de seus membros. IX - avaliação do desempenho funcional dos servidores, como
Art. 94 - Revogadas as disposições em contrário, o presente Es- processo pedagógico, realizada mediante critérios objetivos decor-
tatuto entrará em vigor na data de sua publicação. rentes das metas institucionais, referenciada no caráter coletivo do
trabalho e nas expectativas dos usuários; e
X - oportunidade de acesso às atividades de direção, assesso-
ramento, chefia, coordenação e assistência, respeitadas as normas
PLANO DE CARREIRA DOS CARGOS TÉCNICO-ADMINIS- específicas.
TRATIVOS EM EDUCAÇÃO Art. 4º Caberá à Instituição Federal de Ensino avaliar anualmen-
te a adequação do quadro de pessoal às suas necessidades, propon-
do ao Ministério da Educação, se for o caso, o seu redimensiona-
LEI Nº 11.091, DE 12 DE JANEIRO DE 2005. mento, consideradas, entre outras, as seguintes variáveis:
I - demandas institucionais;
Vide Lei nº 12.702, de 2012 Dispõe sobre a estruturação II - proporção entre os quantitativos da força de trabalho do
do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Edu- Plano de Carreira e usuários;
cação, no âmbito das Instituições Federais de Ensino vinculadas ao III - inovações tecnológicas; e
Ministério da Educação, e dá outras providências. IV - modernização dos processos de trabalho no âmbito da Ins-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- tituição.
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Parágrafo único. Os cargos vagos e alocados provisoriamente
no Ministério da Educação deverão ser redistribuídos para as Ins-
CAPÍTULO I tituições Federais de Ensino para atender às suas necessidades, de
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES acordo com as variáveis indicadas nos incisos I a IV deste artigo e
conforme o previsto no inciso I do § 1º do art. 24 desta Lei.
Art. 1º Fica estruturado o Plano de Carreira dos Cargos Técnico-
-Administrativos em Educação, composto pelos cargos efetivos de
CAPÍTULO III
técnico-administrativos e de técnico-marítimos de que trata a Lei
DOS CONCEITOS
nº 7.596, de 10 de abril de 1987, e pelos cargos referidos no § 5º
do art. 15 desta Lei.
Art. 5º Para todos os efeitos desta Lei, aplicam-se os seguintes
§ 1º Os cargos a que se refere o caput deste artigo, vagos e
conceitos:
ocupados, integram o quadro de pessoal das Instituições Federais
I - plano de carreira: conjunto de princípios, diretrizes e normas
de Ensino.
§ 2º O regime jurídico dos cargos do Plano de Carreira é o ins- que regulam o desenvolvimento profissional dos servidores titula-
tituído pela Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, observadas res de cargos que integram determinada carreira, constituindo-se
as disposições desta Lei. em instrumento de gestão do órgão ou entidade;
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, são consideradas Instituições II – nível de classificação: conjunto de cargos de mesma hie-
Federais de Ensino os órgãos e entidades públicos vinculados ao rarquia, classificados a partir do requisito de escolaridade, nível de
Ministério da Educação que tenham por atividade-fim o desenvolvi- responsabilidade, conhecimentos, habilidades específicas, forma-
mento e aperfeiçoamento do ensino, da pesquisa e extensão e que ção especializada, experiência, risco e esforço físico para o desem-
integram o Sistema Federal de Ensino. penho de suas atribuições;
III - padrão de vencimento: posição do servidor na escala de
CAPÍTULO II vencimento da carreira em função do nível de capacitação, cargo e
DA ORGANIZAÇÃO DO QUADRO DE PESSOAL nível de classificação;
IV - cargo: conjunto de atribuições e responsabilidades previs-
Art. 3º A gestão dos cargos do Plano de Carreira observará os tas na estrutura organizacional que são cometidas a um servidor;
seguintes princípios e diretrizes: V - nível de capacitação: posição do servidor na Matriz Hierár-
I - natureza do processo educativo, função social e objetivos do quica dos Padrões de Vencimento em decorrência da capacitação
Sistema Federal de Ensino; profissional para o exercício das atividades do cargo ocupado, rea-
lizada após o ingresso;
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VI - ambiente organizacional: área específica de atuação do ser- § 1º Progressão por Capacitação Profissional é a mudança de
vidor, integrada por atividades afins ou complementares, organiza- nível de capacitação, no mesmo cargo e nível de classificação, de-
da a partir das necessidades institucionais e que orienta a política corrente da obtenção pelo servidor de certificação em Programa de
de desenvolvimento de pessoal; e capacitação, compatível com o cargo ocupado, o ambiente organi-
VII - usuários: pessoas ou coletividades internas ou externas à zacional e a carga horária mínima exigida, respeitado o interstício
Instituição Federal de Ensino que usufruem direta ou indiretamente de 18 (dezoito) meses, nos termos da tabela constante do Anexo
dos serviços por ela prestados. III desta Lei.
§ 2º Progressão por Mérito Profissional é a mudança para o
CAPÍTULO IV padrão de vencimento imediatamente subseqüente, a cada 2 (dois)
DA ESTRUTURA DO PLANO DE CARREIRA DOS CARGOS TÉCNI- anos de efetivo exercício, desde que o servidor apresente resultado
CO-ADMINISTRATIVOS EM EDUCAÇÃO fixado em programa de avaliação de desempenho, observado o res-
pectivo nível de capacitação.
Art. 6º O Plano de Carreira está estruturado em 5 (cinco) níveis § 3º O servidor que fizer jus à Progressão por Capacitação Pro-
de classificação, com 4 (quatro) níveis de capacitação cada, confor- fissional será posicionado no nível de capacitação subseqüente, no
me Anexo I-C desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11,784, de 2008) mesmo nível de classificação, em padrão de vencimento na mesma
Art. 7º Os cargos do Plano de Carreira são organizados em 5 posição relativa a que ocupava anteriormente, mantida a distância
(cinco) níveis de classificação, A, B, C, D e E, de acordo com o dispos- entre o padrão que ocupava e o padrão inicial do novo nível de ca-
to no inciso II do art. 5º e no Anexo II desta Lei. pacitação.
Art. 8º São atribuições gerais dos cargos que integram o Plano § 4º No cumprimento dos critérios estabelecidos no Anexo III, é
de Carreira, sem prejuízo das atribuições específicas e observados permitido o somatório de cargas horárias de cursos realizados pelo
os requisitos de qualificação e competências definidos nas respec- servidor durante a permanência no nível de capacitação em que se
tivas especificações: encontra e da carga horária que excedeu à exigência para progres-
I - planejar, organizar, executar ou avaliar as atividades ineren- são no interstício do nível anterior, vedado o aproveitamento de
tes ao apoio técnico-administrativo ao ensino; cursos com carga horária inferior a 20 (vinte) horas-aula. (Redação
II - planejar, organizar, executar ou avaliar as atividades técnico- dada pela Lei nº 12.772, de 2012)
-administrativas inerentes à pesquisa e à extensão nas Instituições § 5º A mudança de nível de capacitação e de padrão de venci-
Federais de Ensino; mento não acarretará mudança de nível de classificação.
III - executar tarefas específicas, utilizando-se de recursos ma- § 6º Para fins de aplicação do disposto no § 1º deste artigo aos
teriais, financeiros e outros de que a Instituição Federal de Ensino servidores titulares de cargos de Nível de Classificação E, a conclu-
disponha, a fim de assegurar a eficiência, a eficácia e a efetividade são, com aproveitamento, na condição de aluno regular, de discipli-
das atividades de ensino, pesquisa e extensão das Instituições Fe- nas isoladas, que tenham relação direta com as atividades inerentes
derais de Ensino. ao cargo do servidor, em cursos de Mestrado e Doutorado reconhe-
§ 1º As atribuições gerais referidas neste artigo serão exercidas cidos pelo Ministério da Educação - MEC, desde que devidamente
de acordo com o ambiente organizacional. comprovada, poderá ser considerada como certificação em Progra-
§ 2º As atribuições específicas de cada cargo serão detalhadas ma de Capacitação para fins de Progressão por Capacitação Pro-
em regulamento. fissional, conforme disciplinado em ato do Ministro de Estado da
Educação. (Incluído pela Lei nº 11,784, de 2008)
CAPÍTULO V § 7º A liberação do servidor para a realização de cursos de Mes-
DO INGRESSO NO CARGO E DAS FORMAS DE DESENVOLVI- trado e Doutorado está condicionada ao resultado favorável na ava-
MENTO liação de desempenho. (Incluído pela Lei nº 11,784, de 2008)
§ 8º Os critérios básicos para a liberação a que se refere o § 7º
Art. 9º O ingresso nos cargos do Plano de Carreira far-se-á no deste artigo serão estabelecidos em Portaria conjunta dos Minis-
padrão inicial do 1º (primeiro) nível de capacitação do respectivo tros de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão e da Educa-
nível de classificação, mediante concurso público de provas ou de ção. (Incluído pela Lei nº 11,784, de 2008)
provas e títulos, observadas a escolaridade e experiência estabele- Art. 10-A. A partir de 1º de maio de 2008, o interstício para
cidas no Anexo II desta Lei. Progressão por Mérito Profissional na Carreira, de que trata o § 2º
§ 1º O concurso referido no caput deste artigo poderá ser rea- do art. 10 desta Lei, passa a ser de 18 (dezoito) meses de efetivo
lizado por áreas de especialização, organizado em 1 (uma) ou mais exercício. (Incluído pela Lei nº 11,784, de 2008)
fases, bem como incluir curso de formação, conforme dispuser o Parágrafo único. Na contagem do interstício necessário à Pro-
plano de desenvolvimento dos integrantes do Plano de Carreira. gressão por Mérito Profissional de que trata o caput deste artigo,
§ 2º O edital definirá as características de cada fase do concur- será aproveitado o tempo computado desde a última progres-
so público, os requisitos de escolaridade, a formação especializada são. (Incluído pela Lei nº 11,784, de 2008)
e a experiência profissional, os critérios eliminatórios e classificató- Art. 11. Será instituído Incentivo à Qualificação ao servidor que
rios, bem como eventuais restrições e condicionantes decorrentes possuir educação formal superior ao exigido para o cargo de que é
do ambiente organizacional ao qual serão destinadas as vagas. titular, na forma de regulamento.
Art. 10. O desenvolvimento do servidor na carreira dar-se-á, Art. 12. O Incentivo à Qualificação terá por base percentual
exclusivamente, pela mudança de nível de capacitação e de padrão calculado sobre o padrão de vencimento percebido pelo servidor,
de vencimento mediante, respectivamente, Progressão por Capaci- na forma do Anexo IV desta Lei, observados os seguintes parâme-
tação Profissional ou Progressão por Mérito Profissional. tros: (Redação dada pela Lei nº 11,784, de 2008)
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I - a aquisição de título em área de conhecimento com relação CAPÍTULO VII


direta ao ambiente organizacional de atuação do servidor ensejará DO ENQUADRAMENTO
maior percentual na fixação do Incentivo à Qualificação do que em
área de conhecimento com relação indireta; e Art. 15. O enquadramento previsto nesta Lei será efetuado de
II - a obtenção dos certificados relativos ao ensino fundamental acordo com a Tabela de Correlação, constante do Anexo VII desta
e ao ensino médio, quando excederem a exigência de escolaridade Lei.
mínima para o cargo do qual o servidor é titular, será considerada, § 1º O enquadramento do servidor na Matriz Hierárquica será
para efeito de pagamento do Incentivo à Qualificação, como conhe- efetuado no prazo máximo de 90 (noventa) dias após a publicação
cimento relacionado diretamente ao ambiente organizacional. desta Lei, observando-se:
§ 1º Os percentuais do Incentivo à Qualificação não são acumu- I - o posicionamento inicial no Nível de Capacitação I do nível
láveis e serão incorporados aos respectivos proventos de aposenta- de classificação a que pertence o cargo; e
doria e pensão. II - o tempo de efetivo exercício no serviço público federal, na
§ 2º O Incentivo à Qualificação somente integrará os proventos forma do Anexo V desta Lei.
de aposentadorias e as pensões quando os certificados considera- § 2º Na hipótese de o enquadramento de que trata o § 1º deste
dos para a sua concessão tiverem sido obtidos até a data em que se artigo resultar em vencimento básico de valor menor ao somatório
deu a aposentadoria ou a instituição da pensão. (Redação dada pela do vencimento básico, da Gratificação Temporária - GT e da Gratifi-
Lei nº 11.233, de 2005) cação Específica de Apoio Técnico-Administrativo e Técnico-Maríti-
§ 3º Para fins de concessão do Incentivo à Qualificação, o Poder mo às Instituições Federais de Ensino - GEAT, considerados no mês
Executivo definirá as áreas de conhecimento relacionadas direta e de dezembro de 2004, proceder-se-á ao pagamento da diferença
indiretamente ao ambiente organizacional e os critérios e proces- como parcela complementar, de caráter temporário.
sos de validação dos certificados e títulos, observadas as diretrizes § 3º A parcela complementar a que se refere o § 2º deste ar-
previstas no § 2º do art. 24 desta Lei. tigo será considerada para todos os efeitos como parte integrante
§ 4º A partir de 1º de janeiro de 2013, o Incentivo à Qualifica- do novo vencimento básico, e será absorvida por ocasião da reor-
ção de que trata o caput será concedido aos servidores que possu- ganização ou reestruturação da carreira ou tabela remuneratória,
írem certificado, diploma ou titulação que exceda a exigência de inclusive para fins de aplicação da tabela constante do Anexo I-B
escolaridade mínima para ingresso no cargo do qual é titular, in- desta Lei.
dependentemente do nível de classificação em que esteja posicio- § 4º O enquadramento do servidor no nível de capacitação
nado, na forma do Anexo IV. (Incluído pela Lei nº 12.772, de 2012) correspondente às certificações que possua será feito conforme re-
gulamento específico, observado o disposto no art. 26, inciso III, e
CAPÍTULO VI no Anexo III desta Lei, bem como a adequação das certificações ao
DA REMUNERAÇÃO Plano de Desenvolvimento dos Integrantes da Carreira dos Cargos
Técnico-Administrativos em Educação, previsto no art. 24 desta Lei.
Art. 13. A remuneração dos integrantes do Plano de Carreira § 5º Os servidores redistribuídos para as Instituições Federais
será composta do vencimento básico, correspondente ao valor es- de Ensino serão enquadrados no Plano de Carreira no prazo de 90
tabelecido para o padrão de vencimento do nível de classificação e (noventa) dias da data de publicação desta Lei.
nível de capacitação ocupados pelo servidor, acrescido dos incenti- Art. 16. O enquadramento dos cargos referido no art. 1º desta
vos previstos nesta Lei e das demais vantagens pecuniárias estabe- Lei dar-se-á mediante opção irretratável do respectivo titular, a ser
lecidas em lei. formalizada no prazo de 60 (sessenta) dias a contar do início da vi-
Parágrafo único. Os integrantes do Plano de Carreira não farão gência desta Lei, na forma do termo de opção constante do Anexo
jus à Gratificação Temporária - GT, de que trata a Lei nº 10.868, de VI desta Lei. (Vide Lei nº 11,784, de 2008)
12 de maio de 2004, e à Gratificação Específica de Apoio Técnico- Parágrafo único. O servidor que não formalizar a opção pelo
-Administrativo e Técnico-Marítimo às Instituições Federais de En- enquadramento comporá quadro em extinção submetido à Lei nº
sino - GEAT, de que trata a Lei nº 10.908, de 15 de julho de 2004. 7.596, de 10 de abril de 1987, cujo cargo será transformado em car-
Art. 13-A. Os servidores lotados nas Instituições Federais de En- go equivalente do Plano de Carreira quando vagar.
sino integrantes do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Adminis- Art. 17. Os cargos vagos dos grupos Técnico-Administrativo e
trativos em Educação não farão jus à Vantagem Pecuniária Individu- Técnico-Marítimo do Plano Único de Classificação e Retribuição de
al - VPI instituída pela Lei nº 10.698, de 2 de julho de 2003. (Incluído Cargos e Empregos, de que trata a Lei nº 7.596, de 10 de abril de
pela Lei nº 11,784, de 2008) 1987, ficam transformados nos cargos equivalentes do Plano de
Art. 14. Os vencimentos básicos do Plano de Carreira dos Cargos Carreira de que trata esta Lei.
Técnico-Administrativos em Educação estão estruturados na forma Parágrafo único. Os cargos vagos de nível superior, intermedi-
do Anexo I-C desta Lei, com efeitos financeiros a partir das datas ário e auxiliar, não organizados em carreira, redistribuídos para as
nele especificadas. (Redação dada pela Lei nº 11,784, de 2008) Instituições Federais de Ensino, até a data da publicação desta Lei,
Parágrafo único. Sobre os vencimentos básicos referidos no serão transformados nos cargos equivalentes do Plano de Carreira
caput deste artigo incidirão os reajustes concedidos a título de revi- de que trata esta Lei.
são geral da remuneração dos servidores públicos federais. Art. 18. O Poder Executivo promoverá, mediante decreto, a ra-
cionalização dos cargos integrantes do Plano de Carreira, observa-
dos os seguintes critérios e requisitos:
I - unificação, em cargos de mesma denominação e nível de
escolaridade, dos cargos de denominações distintas, oriundos do
Plano Único de Classificação e Retribuição de Cargos e Empregos,
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do Plano de Classificação de Cargos - PCC e de planos correlatos, § 3º Cada Instituição Federal de Ensino deverá ter uma Comis-
cujas atribuições, requisitos de qualificação, escolaridade, habili- são Interna de Supervisão do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-
tação profissional ou especialização exigidos para ingresso sejam -Administrativos em Educação composta por servidores integrantes
idênticos ou essencialmente iguais aos cargos de destino; do Plano de Carreira, com a finalidade de acompanhar, orientar,
II - transposição aos respectivos cargos, e inclusão dos servi- fiscalizar e avaliar a sua implementação no âmbito da respectiva
dores na nova situação, obedecida a correspondência, identidade Instituição Federal de Ensino e propor à Comissão Nacional de Su-
e similaridade de atribuições entre o cargo de origem e o cargo em pervisão as alterações necessárias para seu aprimoramento.
que for enquadrado; e Art. 23. Aplicam-se os efeitos desta Lei:
III - posicionamento do servidor ocupante dos cargos unifica- I - aos servidores aposentados, aos pensionistas, exceto no que
dos em nível de classificação e nível de capacitação e padrão de se refere ao estabelecido no art. 10 desta Lei;
vencimento básico do cargo de destino, observados os critérios de II - aos titulares de empregos técnico-administrativos e técnico-
enquadramento estabelecidos por esta Lei. -marítimos integrantes dos quadros das Instituições Federais de En-
Art. 19. Será instituída em cada Instituição Federal de Ensino sino vinculadas ao Ministério da Educação, em relação às diretrizes
Comissão de Enquadramento responsável pela aplicação do dispos- de gestão dos cargos e de capacitação e aos efeitos financeiros da
to neste Capítulo, na forma prevista em regulamento. inclusão e desenvolvimento na Matriz Hierárquica e da percepção
§ 1º O resultado do trabalho efetuado pela Comissão de que do Incentivo à Qualificação, vedada a alteração de regime jurídico
trata o caput deste artigo será objeto de homologação pelo colegia- em decorrência do disposto nesta Lei.
do superior da Instituição Federal de Ensino. Art. 24. O plano de desenvolvimento institucional de cada Ins-
§ 2º A Comissão de Enquadramento será composta, paritaria- tituição Federal de Ensino contemplará plano de desenvolvimento
mente, por servidores integrantes do Plano de Carreira da respec- dos integrantes do Plano de Carreira, observados os princípios e di-
tiva instituição, mediante indicação dos seus pares, e por represen- retrizes do art. 3º desta Lei.
tantes da administração superior da Instituição Federal de Ensino. § 1º O plano de desenvolvimento dos integrantes do Plano de
Art. 20. Para o efeito de subsidiar a elaboração do Regulamento Carreira deverá conter:
de que trata o inciso III do art. 26 desta Lei, a Comissão de Enqua- I - dimensionamento das necessidades institucionais, com de-
dramento relacionará, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a con- finição de modelos de alocação de vagas que contemplem a diver-
tar da data de sua instalação, os servidores habilitados a perceber o sidade da instituição;
Incentivo à Qualificação e a ser enquadrados no nível de capacita-
II - Programa de Capacitação e Aperfeiçoamento; e
ção, nos termos dos arts. 11, 12 e 15 desta Lei.
III - Programa de Avaliação de Desempenho.
Art. 21. O servidor terá até 30 (trinta) dias, a partir da data de
§ 2º O plano de desenvolvimento dos integrantes do Plano de
publicação dos atos de enquadramento, de que tratam os §§ 1º e
Carreira será elaborado com base em diretrizes nacionais estabe-
2º do art. 15 desta Lei, para interpor recurso na Comissão de Enqua-
lecidas em regulamento, no prazo de 100 (cem) dias, a contar da
dramento, que decidirá no prazo de 60 (sessenta) dias.
publicação desta Lei.
Parágrafo único. Indeferido o recurso pela Comissão de Enqua-
§ 3º A partir da publicação do regulamento de que trata o § 2º
dramento, o servidor poderá recorrer ao órgão colegiado máximo
deste artigo, as Instituições Federais de Ensino disporão dos seguin-
da Instituição Federal de Ensino.
tes prazos:
CAPÍTULO VIII I - 90 (noventa) dias para a formulação do plano de desenvolvi-
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS mento dos integrantes do Plano de Carreira;
II – 180 (cento e oitenta) dias para formulação do programa de
Art. 22. Fica criada a Comissão Nacional de Supervisão do Plano capacitação e aperfeiçoamento; e
de Carreira, vinculada ao Ministério da Educação, com a finalidade III – 360 (trezentos e sessenta) dias para o início da execução do
de acompanhar, assessorar e avaliar a implementação do Plano de programa de avaliação de desempenho e o dimensionamento das
Carreira, cabendo-lhe, em especial: necessidades institucionais com a definição dos modelos de aloca-
I - propor normas regulamentadoras desta Lei relativas às di- ção de vagas.
retrizes gerais, ingresso, progressão, capacitação e avaliação de de- § 4º Na contagem do interstício necessário à Progressão por
sempenho; Mérito Profissional, será aproveitado o tempo computado entre a
II - acompanhar a implementação e propor alterações no Plano data em que tiver ocorrido a última progressão processada segundo
de Carreira; os critérios vigentes até a data da publicação desta Lei e aplicáveis
III - avaliar, anualmente, as propostas de lotação das Institui- ao Plano Único de Classificação e Retribuição de Cargos e Empregos
ções Federais de Ensino, conforme inciso I do § 1º do art. 24 desta e a data em que tiver sido feita a implantação do programa de ava-
Lei; e liação de desempenho, previsto neste artigo, em cada Instituição
IV - examinar os casos omissos referentes ao Plano de Carreira, Federal de Ensino.
encaminhando-os à apreciação dos órgãos competentes. Art. 25. O Ministério da Educação, no prazo de 12 (doze) meses
§ 1º A Comissão Nacional de Supervisão será composta, parita- a contar da publicação desta Lei, promoverá avaliação e exame da
riamente, por representantes do Ministério da Educação, dos diri- política relativa a contratos de prestação de serviços e à criação e
gentes das IFES e das entidades representativas da categoria. extinção de cargos no âmbito do Sistema Federal de Ensino.
§ 2º A forma de designação, a duração do mandato e os crité- Art. 26. O Plano de Carreira, bem como seus efeitos financei-
rios e procedimentos de trabalho da Comissão Nacional de Supervi- ros, será implantado gradualmente, na seguinte conformidade:
são serão estabelecidos em regulamento.
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I - incorporação das gratificações de que trata o § 2º do art. 15 PUBLICAÇÃO CONSOLIDADA DA LEI Nº 8.112, DE 11 DE DE-
desta Lei, enquadramento por tempo de serviço público federal e ZEMBRO DE 1990, DETERMINADA PELO ART. 13 DA LEI Nº 9.527,
posicionamento dos servidores no 1º (primeiro) nível de capacita- DE 10 DE DEZEMBRO DE 1997.
ção na nova tabela constante no Anexo I desta Lei, com início em 1º O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
de março de 2005; cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
II - implantação de nova tabela de vencimentos constante no
Anexo I-B desta Lei, em 1º de janeiro de 2006; e TÍTULO I
III - implantação do Incentivo à Qualificação e a efetivação do CAPÍTULO ÚNICO
enquadramento por nível de capacitação, a partir da publicação do DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
regulamento de que trata o art. 11 e o § 4º do art. 15 desta Lei.
Parágrafo único. A edição do regulamento referido no inciso III Art. 1oEsta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores Públi-
do caput deste artigo fica condicionada ao cumprimento do dispos- cos Civis da União, das autarquias, inclusive as em regime especial,
to nos arts. 16 e 17 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de e das fundações públicas federais.
2000. Art. 2oPara os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmen-
Art. 26-A. Além dos casos previstos na legislação vigente, o ocu- te investida em cargo público.
pante de cargo do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administra- Art. 3oCargo público é o conjunto de atribuições e responsabi-
tivos em Educação poderá afastar-se de suas funções para prestar lidades previstas na estrutura organizacional que devem ser come-
colaboração a outra instituição federal de ensino ou de pesquisa e tidas a um servidor.
ao Ministério da Educação, com ônus para a instituição de origem, Parágrafo único.Os cargos públicos, acessíveis a todos os bra-
não podendo o afastamento exceder a 4 (quatro) anos. (Incluído sileiros, são criados por lei, com denominação própria e vencimento
pela Lei nº 11.233, de 2005) pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou
Parágrafo único. O afastamento de que trata o caput deste ar- em comissão.
tigo será autorizado pelo dirigente máximo da IFE e deverá estar Art. 4oÉ proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os
vinculado a projeto ou convênio com prazos e finalidades objetiva- casos previstos em lei.
mente definidos. (Incluído pela Lei nº 11.233, de 2005)
Art. 26-B. É vedada a aplicação do instituto da redistribuição TÍTULO II
aos cargos vagos ou ocupados, dos Quadros de Pessoal das Institui- DO PROVIMENTO, VACÂNCIA, REMOÇÃO, REDISTRIBUIÇÃO E
ções Federais de Ensino para outros órgãos e entidades da adminis- SUBSTITUIÇÃO
tração pública e dos Quadros de Pessoal destes órgãos e entidades CAPÍTULO I
para aquelas instituições. (Incluído pela Lei nº 11,784, de 2008) DO PROVIMENTO
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo não se apli- SEÇÃO I
ca às redistribuições de cargos entre Instituições Federais de Ensi- DISPOSIÇÕES GERAIS
no. (Incluído pela Lei nº 11,784, de 2008)
Art. 27. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 5oSão requisitos básicos para investidura em cargo pú-
Brasília, 12 de janeiro de 2005; 184º da Independência e 117º blico:
da República. I - a nacionalidade brasileira;
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA II - o gozo dos direitos políticos;
Tarso Genro III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
Nelson Machado IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
V - a idade mínima de dezoito anos;
VI - aptidão física e mental.
§ 1oAs atribuições do cargo podem justificar a exigência de
REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DA outros requisitos estabelecidos em lei.
UNIÃO, DAS AUTARQUIAS E DAS FUNDAÇÕES PÚBLICAS § 2oÀs pessoas portadoras de deficiência é assegurado o di-
FEDERAIS reito de se inscrever em concurso público para provimento de cargo
cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são
portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por
LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 cento) das vagas oferecidas no concurso.
§ 3oAs universidades e instituições de pesquisa científica e
Mensagem de veto tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores,
Produção de efeito técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os
Partes mantidas pelo Congresso Nacional procedimentos desta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.515, de 20.11.97)
(Vide Lei nº 12.702, de 2012) Art. 6oO provimento dos cargos públicos far-se-á mediante
(Vide Lei nº 12.855, de 2013) ato da autoridade competente de cada Poder.
(Vide Lei nº 13.135, de 2015) Art. 7oA investidura em cargo público ocorrerá com a posse.
(Vide Medida Provisória nº 1.132, de 2022) Dispõe Art. 8oSão formas de provimento de cargo público:
sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das I - nomeação;
autarquias e das fundações públicas federais. II - promoção;
III -(Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
IV - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
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V - readaptação; § 2oEm se tratando de servidor, que esteja na data de publi-


VI - reversão; cação do ato de provimento, em licença prevista nos incisos I, III
VII - aproveitamento; e V do art. 81, ou afastado nas hipóteses dos incisos I, IV, VI, VIII,
VIII - reintegração; alíneas “a”, “b”, “d”, “e” e “f”, IX e X do art. 102, o prazo será contado
IX - recondução. do término do impedimento.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)
SEÇÃO II § 3oA posse poderá dar-se mediante procuração específica.
DA NOMEAÇÃO § 4oSó haverá posse nos casos de provimento de cargo por
nomeação.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 9oA nomeação far-se-á: § 5oNo ato da posse, o servidor apresentará declaração de
I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de bens e valores que constituem seu patrimônio e declaração quanto
provimento efetivo ou de carreira; ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública.
II - em comissão, inclusive na condição de interino, para cargos § 6oSerá tornado sem efeito o ato de provimento se a posse
de confiança vagos.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) não ocorrer no prazo previsto no § 1o deste artigo.
Parágrafo único.O servidor ocupante de cargo em comissão Art. 14.A posse em cargo público dependerá de prévia inspe-
ou de natureza especial poderá ser nomeado para ter exercício, in- ção médica oficial.
terinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das atri- Parágrafo único.Só poderá ser empossado aquele que for jul-
buições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar gado apto física e mentalmente para o exercício do cargo.
pela remuneração de um deles durante o período da interinidade. Art. 15.Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) cargo público ou da função de confiança. (Redação dada pela Lei nº
Art. 10.A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado 9.527, de 10.12.97)
de provimento efetivo depende de prévia habilitação em concurso § 1oÉ de quinze dias o prazo para o servidor empossado em
público de provas ou de provas e títulos, obedecidos a ordem de cargo público entrar em exercício, contados da data da posse. (Re-
classificação e o prazo de sua validade. dação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Parágrafo único.Os demais requisitos para o ingresso e o de- § 2oO servidor será exonerado do cargo ou será tornado sem
senvolvimento do servidor na carreira, mediante promoção, serão efeito o ato de sua designação para função de confiança, se não
estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do sistema de carreira entrar em exercício nos prazos previstos neste artigo, observado o
na Administração Pública Federal e seus regulamentos. (Redação disposto no art. 18. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) § 3oÀ autoridade competente do órgão ou entidade para
onde for nomeado ou designado o servidor compete dar-lhe exercí-
SEÇÃO III cio.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
DO CONCURSO PÚBLICO § 4oO início do exercício de função de confiança coincidirá
com a data de publicação do ato de designação, salvo quando o
Art. 11.O concurso será de provas ou de provas e títulos, po-
servidor estiver em licença ou afastado por qualquer outro motivo
dendo ser realizado em duas etapas, conforme dispuserem a lei e o
legal, hipótese em que recairá no primeiro dia útil após o término
regulamento do respectivo plano de carreira, condicionada a inscri-
do impedimento, que não poderá exceder a trinta dias da publica-
ção do candidato ao pagamento do valor fixado no edital, quando
ção. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
indispensável ao seu custeio, e ressalvadas as hipóteses de isenção
Art. 16.O início, a suspensão, a interrupção e o reinício do
nele expressamente previstas. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
exercício serão registrados no assentamento individual do servidor.
10.12.97) (Regulamento)
Parágrafo único.Ao entrar em exercício, o servidor apresenta-
Art. 12.O concurso público terá validade de até 2 (dois ) anos,
rá ao órgão competente os elementos necessários ao seu assenta-
podendo ser prorrogado uma única vez, por igual período.
§ 1oO prazo de validade do concurso e as condições de sua mento individual.
realização serão fixados em edital, que será publicado no Diário Ofi- Art. 17.A promoção não interrompe o tempo de exercício, que
cial da União e em jornal diário de grande circulação. é contado no novo posicionamento na carreira a partir da data de
§ 2oNão se abrirá novo concurso enquanto houver candidato publicação do ato que promover o servidor.(Redação dada pela Lei
aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expira- nº 9.527, de 10.12.97)
do. Art. 18.O servidor que deva ter exercício em outro município
em razão de ter sido removido, redistribuído, requisitado, cedido
SEÇÃO IV ou posto em exercício provisório terá, no mínimo, dez e, no máxi-
DA POSSE E DO EXERCÍCIO mo, trinta dias de prazo, contados da publicação do ato, para a re-
tomada do efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluído
Art. 13.A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, nesse prazo o tempo necessário para o deslocamento para a nova
no qual deverão constar as atribuições, os deveres, as responsabi- sede. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
lidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não poderão § 1oNa hipótese de o servidor encontrar-se em licença ou
ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados afastado legalmente, o prazo a que se refere este artigo será conta-
os atos de ofício previstos em lei. do a partir do término do impedimento. (Parágrafo renumerado e
§ 1oA posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da pu- alterado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
blicação do ato de provimento. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de § 2oÉ facultado ao servidor declinar dos prazos estabelecidos
10.12.97) no caput. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
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Art. 19.Os servidores cumprirão jornada de trabalho fixada em Art. 22.O servidor estável só perderá o cargo em virtude de
razão das atribuições pertinentes aos respectivos cargos, respeitada sentença judicial transitada em julgado ou de processo administra-
a duração máxima do trabalho semanal de quarenta horas e obser- tivo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa.
vados os limites mínimo e máximo de seis horas e oito horas diárias,
respectivamente. (Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91) SEÇÃO VI
§ 1oO ocupante de cargo em comissão ou função de confiança DA TRANSFERÊNCIA
submete-se a regime de integral dedicação ao serviço, observado o ART. 23. (REVOGADO PELA LEI Nº 9.527, DE 10.12.97)
disposto no art. 120, podendo ser convocado sempre que houver SEÇÃO VII
interesse da Administração. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de DA READAPTAÇÃO
10.12.97)
§ 2oO disposto neste artigo não se aplica a duração de traba- Art. 24.Readaptação é a investidura do servidor em cargo de
lho estabelecida em leis especiais. (Incluído pela Lei nº 8.270, de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que
17.12.91) tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em ins-
Art. 20.Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo peção médica.
de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por perí- § 1oSe julgado incapaz para o serviço público, o readaptando
odo de 24 (vinte e quatro) meses, durante o qual a sua aptidão e será aposentado.
capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo, § 2oA readaptação será efetivada em cargo de atribuições
observados os seguinte fatores: (vide EMC nº 19) afins, respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade e equi-
I - assiduidade; valência de vencimentos e, na hipótese de inexistência de cargo
II - disciplina; vago, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a
III - capacidade de iniciativa; ocorrência de vaga. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
IV - produtividade;
V- responsabilidade. SEÇÃO VIII
§ 1o 4 (quatro) meses antes de findo o período do estágio pro- DA REVERSÃO
batório, será submetida à homologação da autoridade competen- (REGULAMENTO DEC. Nº 3.644, DE 30.11.2000)
te a avaliação do desempenho do servidor, realizada por comissão
constituída para essa finalidade, de acordo com o que dispuser a lei Art. 25.Reversão é o retorno à atividade de servidor aposenta-
ou o regulamento da respectiva carreira ou cargo, sem prejuízo da do:(Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
continuidade de apuração dos fatores enumerados nos incisos I a V I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar insub-
do caput deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 11.784, de 2008 sistentes os motivos da aposentadoria; ou (Incluído pela Medida
§ 2oO servidor não aprovado no estágio probatório será exo- Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
nerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupa- II - no interesse da administração, desde que:(Incluído pela
do, observado o disposto no parágrafo único do art. 29. Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
§ 3oO servidor em estágio probatório poderá exercer quais- a) tenha solicitado a reversão; (Incluído pela Medida Provisória
quer cargos de provimento em comissão ou funções de direção, nº 2.225-45, de 4.9.2001)
chefia ou assessoramento no órgão ou entidade de lotação, e so- b) a aposentadoria tenha sido voluntária; (Incluído pela Medi-
mente poderá ser cedido a outro órgão ou entidade para ocupar da Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
cargos de Natureza Especial, cargos de provimento em comissão do c) estável quando na atividade;(Incluído pela Medida Provisó-
Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, de níveis 6, 5 e ria nº 2.225-45, de 4.9.2001)
4, ou equivalentes. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anterio-
§ 4oAo servidor em estágio probatório somente poderão ser res à solicitação; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
concedidas as licenças e os afastamentos previstos nos arts. 81, 4.9.2001)
incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afastamento para participar e) haja cargo vago. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-
de curso de formação decorrente de aprovação em concurso para 45, de 4.9.2001)
outro cargo na Administração Pública Federal.(Incluído pela Lei nº § 1oA reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resultan-
9.527, de 10.12.97) te de sua transformação. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-
§ 5oO estágio probatório ficará suspenso durante as licenças e 45, de 4.9.2001)
os afastamentos previstos nos arts. 83, 84, § 1o, 86 e 96, bem assim § 2oO tempo em que o servidor estiver em exercício será con-
na hipótese de participação em curso de formação, e será retoma- siderado para concessão da aposentadoria. (Incluído pela Medida
do a partir do término do impedimento. (Incluído pela Lei nº 9.527, Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
de 10.12.97) § 3oNo caso do inciso I, encontrando-se provido o cargo, o ser-
vidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência
SEÇÃO V de vaga.(Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
DA ESTABILIDADE § 4oO servidor que retornar à atividade por interesse da ad-
ministração perceberá, em substituição aos proventos da aposen-
Art. 21.O servidor habilitado em concurso público e empossa- tadoria, a remuneração do cargo que voltar a exercer, inclusive
do em cargo de provimento efetivo adquirirá estabilidade no servi- com as vantagens de natureza pessoal que percebia anteriormente
ço público ao completar 2 (dois) anos de efetivo exercício. (prazo 3 à aposentadoria.(Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
anos - vide EMC nº 19) 4.9.2001)
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§ 5oO servidor de que trata o inciso II somente terá os pro- CAPÍTULO II


ventos calculados com base nas regras atuais se permanecer pelo DA VACÂNCIA
menos cinco anos no cargo.(Incluído pela Medida Provisória nº
2.225-45, de 4.9.2001) Art. 33.A vacância do cargo público decorrerá de:
§ 6oO Poder Executivo regulamentará o disposto neste artigo. I - exoneração;
(Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) II - demissão;
Art. 26. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.225-45, de III - promoção;
4.9.2001) IV -(Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 27.Não poderá reverter o aposentado que já tiver comple- V - (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
tado 70 (setenta) anos de idade. VI - readaptação;
VII - aposentadoria;
SEÇÃO IX VIII - posse em outro cargo inacumulável;
DA REINTEGRAÇÃO IX - falecimento.
Art. 34.A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do ser-
Art. 28.A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no vidor, ou de ofício.
cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua trans- Parágrafo único.A exoneração de ofício dar-se-á:
formação, quando invalidada a sua demissão por decisão adminis- I - quando não satisfeitas as condições do estágio probatório;
trativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens. II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em
§ 1oNa hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará exercício no prazo estabelecido.
em disponibilidade, observado o disposto nos arts. 30 e 31. Art. 35.A exoneração de cargo em comissão e a dispensa de
§ 2oEncontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante função de confiança dar-se-á: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização ou 10.12.97)
aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade. I - a juízo da autoridade competente;
II - a pedido do próprio servidor.
SEÇÃO X Parágrafo único.(Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
DA RECONDUÇÃO
CAPÍTULO III
Art. 29.Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo DA REMOÇÃO E DA REDISTRIBUIÇÃO
anteriormente ocupado e decorrerá de: SEÇÃO I
I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo; DA REMOÇÃO
II - reintegração do anterior ocupante.
Parágrafo único.Encontrando-se provido o cargo de origem, o Art. 36.Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de
servidor será aproveitado em outro, observado o disposto no art. ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede.
30. Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, entende-se
por modalidades de remoção:(Redação dada pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)
SEÇÃO XI
I - de ofício, no interesse da Administração; (Incluído pela Lei
DA DISPONIBILIDADE E DO APROVEITAMENTO
nº 9.527, de 10.12.97)
II - a pedido, a critério da Administração; (Incluído pela Lei nº
Art. 30.O retorno à atividade de servidor em disponibilidade
9.527, de 10.12.97)
far-se-á mediante aproveitamento obrigatório em cargo de atribui-
III - a pedido, para outra localidade, independentemente do
ções e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.
interesse da Administração:(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 31.O órgão Central do Sistema de Pessoal Civil determina-
a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servi-
rá o imediato aproveitamento de servidor em disponibilidade em dor público civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos
vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou entidades da Administração Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslocado no
Pública Federal. interesse da Administração;(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Parágrafo único.Na hipótese prevista no § 3o do art. 37, o b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro
servidor posto em disponibilidade poderá ser mantido sob respon- ou dependente que viva às suas expensas e conste do seu assen-
sabilidade do órgão central do Sistema de Pessoal Civil da Admi- tamento funcional, condicionada à comprovação por junta médica
nistração Federal - SIPEC, até o seu adequado aproveitamento em oficial;(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
outro órgão ou entidade.(Parágrafo incluído pela Lei nº 9.527, de c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em
10.12.97) que o número de interessados for superior ao número de vagas,
Art. 32.Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a de acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou entidade
disponibilidade se o servidor não entrar em exercício no prazo legal, em que aqueles estejam lotados.(Incluído pela Lei nº 9.527, de
salvo doença comprovada por junta médica oficial. 10.12.97)

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SEÇÃO II periores a trinta dias consecutivos, paga na proporção dos dias de


DA REDISTRIBUIÇÃO efetiva substituição, que excederem o referido período. (Redação
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 37.Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimen- Art. 39.O disposto no artigo anterior aplica-se aos titulares de
to efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro geral de pessoal, unidades administrativas organizadas em nível de assessoria.
para outro órgão ou entidade do mesmo Poder, com prévia aprecia-
ção do órgão central do SIPEC, observados os seguintes preceitos: TÍTULO III
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) DOS DIREITOS E VANTAGENS
I - interesse da administração;(Incluído pela Lei nº 9.527, de CAPÍTULO I
10.12.97) DO VENCIMENTO E DA REMUNERAÇÃO
II - equivalência de vencimentos;(Incluído pela Lei nº 9.527,
de 10.12.97) Art. 40.Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de
III - manutenção da essência das atribuições do cargo; (Incluí- cargo público, com valor fixado em lei.
do pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Parágrafo único. (Revogado pela Medida Provisória nº 431, de
IV - vinculação entre os graus de responsabilidade e complexi- 2008). (Revogado pela Lei nº 11.784, de 2008)
dade das atividades; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Art. 41.Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acres-
V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação cido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei.
profissional;(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) § 1oA remuneração do servidor investido em função ou cargo
VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalida- em comissão será paga na forma prevista no art. 62.
des institucionais do órgão ou entidade.(Incluído pela Lei nº 9.527, § 2oO servidor investido em cargo em comissão de órgão ou
de 10.12.97) entidade diversa da de sua lotação receberá a remuneração de
§ 1oA redistribuição ocorrerá ex officio para ajustamento de acordo com o estabelecido no § 1o do art. 93.
lotação e da força de trabalho às necessidades dos serviços, inclu-
§ 3oO vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens
sive nos casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ou
de caráter permanente, é irredutível.
entidade. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 4oÉ assegurada a isonomia de vencimentos para cargos de
§ 2oA redistribuição de cargos efetivos vagos se dará mediante
atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo Poder, ou entre ser-
ato conjunto entre o órgão central do SIPEC e os órgãos e entidades
vidores dos três Poderes, ressalvadas as vantagens de caráter indi-
da Administração Pública Federal envolvidos. (Incluído pela Lei nº
vidual e as relativas à natureza ou ao local de trabalho.
9.527, de 10.12.97)
§ 5o Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao salá-
§ 3oNos casos de reorganização ou extinção de órgão ou en-
rio mínimo. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008
tidade, extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade no órgão
Art. 42.Nenhum servidor poderá perceber, mensalmente, a
ou entidade, o servidor estável que não for redistribuído será co-
locado em disponibilidade, até seu aproveitamento na forma dos título de remuneração, importância superior à soma dos valores
arts. 30 e 31. (Parágrafo renumerado e alterado pela Lei nº 9.527, percebidos como remuneração, em espécie, a qualquer título, no
de 10.12.97) âmbito dos respectivos Poderes, pelos Ministros de Estado, por
§ 4oO servidor que não for redistribuído ou colocado em dis- membros do Congresso Nacional e Ministros do Supremo Tribunal
ponibilidade poderá ser mantido sob responsabilidade do órgão Federal.
central do SIPEC, e ter exercício provisório, em outro órgão ou en- Parágrafo único.Excluem-se do teto de remuneração as vanta-
tidade, até seu adequado aproveitamento. (Incluído pela Lei nº gens previstas nos incisos II a VII do art. 61.
9.527, de 10.12.97) Art. 43.(Revogado pela Lei nº 9.624, de 2.4.98)(Vide Lei nº
9.624, de 2.4.98)
CAPÍTULO IV Art. 44.O servidor perderá:
DA SUBSTITUIÇÃO I - a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem motivo
justificado;(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 38.Os servidores investidos em cargo ou função de direção II - a parcela de remuneração diária, proporcional aos atrasos,
ou chefia e os ocupantes de cargo de Natureza Especial terão subs- ausências justificadas, ressalvadas as concessões de que trata o art.
titutos indicados no regimento interno ou, no caso de omissão, pre- 97, e saídas antecipadas, salvo na hipótese de compensação de ho-
viamente designados pelo dirigente máximo do órgão ou entidade. rário, até o mês subseqüente ao da ocorrência, a ser estabelecida
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) pela chefia imediata.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 1oO substituto assumirá automática e cumulativamente, Parágrafo único.As faltas justificadas decorrentes de caso
sem prejuízo do cargo que ocupa, o exercício do cargo ou função fortuito ou de força maior poderão ser compensadas a critério da
de direção ou chefia e os de Natureza Especial, nos afastamentos, chefia imediata, sendo assim consideradas como efetivo exercício.
impedimentos legais ou regulamentares do titular e na vacância do (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
cargo, hipóteses em que deverá optar pela remuneração de um de- Art. 45.Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, ne-
les durante o respectivo período. (Redação dada pela Lei nº 9.527, nhum desconto incidirá sobre a remuneração ou provento.(Vide
de 10.12.97) Decreto nº 1.502, de 1995)(Vide Decreto nº 1.903, de 1996) (Vide
§ 2oO substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo Decreto nº 2.065, de 1996) (Regulamento)(Regulamento)
ou função de direção ou chefia ou de cargo de Natureza Especial, § 1o(Revogado pela Lei nº 14.509, de 2022)
nos casos dos afastamentos ou impedimentos legais do titular, su- § 2o(Revogado pela Lei nº 14.509, de 2022)
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Art. 46.As reposições e indenizações ao erário, atualizadas até SUBSEÇÃO I


30 de junho de 1994, serão previamente comunicadas ao servidor DA AJUDA DE CUSTO
ativo, aposentado ou ao pensionista, para pagamento, no prazo
máximo de trinta dias, podendo ser parceladas, a pedido do inte- Art. 53.A ajuda de custo destina-se a compensar as despesas
ressado. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de de instalação do servidor que, no interesse do serviço, passar a ter
4.9.2001) exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter per-
§ 1oO valor de cada parcela não poderá ser inferior ao corres- manente, vedado o duplo pagamento de indenização, a qualquer
pondente a dez por cento da remuneração, provento ou pensão. tempo, no caso de o cônjuge ou companheiro que detenha também
(Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) a condição de servidor, vier a ter exercício na mesma sede. (Reda-
§ 2oQuando o pagamento indevido houver ocorrido no mês ção dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
anterior ao do processamento da folha, a reposição será feita ime- § 1oCorrem por conta da administração as despesas de trans-
diatamente, em uma única parcela.(Redação dada pela Medida Pro- porte do servidor e de sua família, compreendendo passagem, ba-
visória nº 2.225-45, de 4.9.2001) gagem e bens pessoais.
§ 3oNa hipótese de valores recebidos em decorrência de cum- § 2oÀ família do servidor que falecer na nova sede são asse-
primento a decisão liminar, a tutela antecipada ou a sentença que gurados ajuda de custo e transporte para a localidade de origem,
venha a ser revogada ou rescindida, serão eles atualizados até a dentro do prazo de 1 (um) ano, contado do óbito.
data da reposição.(Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225- § 3o Não será concedida ajuda de custo nas hipóteses de re-
45, de 4.9.2001) moção previstas nos incisos II e III do parágrafo único do art. 36.
Art. 47.O servidor em débito com o erário, que for demitido, (Incluído pela Lei nº 12.998, de 2014)
exonerado ou que tiver sua aposentadoria ou disponibilidade cas- Art. 54.A ajuda de custo é calculada sobre a remuneração do
sada, terá o prazo de sessenta dias para quitar o débito. (Redação servidor, conforme se dispuser em regulamento, não podendo ex-
dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) ceder a importância correspondente a 3 (três) meses.
Parágrafo único.A não quitação do débito no prazo previsto Art. 55.Não será concedida ajuda de custo ao servidor que se
implicará sua inscrição em dívida ativa. (Redação dada pela Medida afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude de mandato eletivo.
Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001) Art. 56.Será concedida ajuda de custo àquele que, não sendo
Art. 48.O vencimento, a remuneração e o provento não serão servidor da União, for nomeado para cargo em comissão, com mu-
objeto de arresto, seqüestro ou penhora, exceto nos casos de pres- dança de domicílio.
tação de alimentos resultante de decisão judicial. Parágrafo único.No afastamento previsto no inciso I do art. 93,
a ajuda de custo será paga pelo órgão cessionário, quando cabível.
CAPÍTULO II Art. 57.O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo
DAS VANTAGENS quando, injustificadamente, não se apresentar na nova sede no pra-
zo de 30 (trinta) dias.
Art. 49.Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as
seguintes vantagens:
SUBSEÇÃO II
I - indenizações;
DAS DIÁRIAS
II - gratificações;
III - adicionais.
Art. 58.O servidor que, a serviço, afastar-se da sede em caráter
§ 1oAs indenizações não se incorporam ao vencimento ou pro-
eventual ou transitório para outro ponto do território nacional ou
vento para qualquer efeito.
para o exterior, fará jus a passagens e diárias destinadas a indenizar
§ 2oAs gratificações e os adicionais incorporam-se ao venci-
as parcelas de despesas extraordinária com pousada, alimentação
mento ou provento, nos casos e condições indicados em lei.
e locomoção urbana, conforme dispuser em regulamento.(Redação
Art. 50.As vantagens pecuniárias não serão computadas, nem
acumuladas, para efeito de concessão de quaisquer outros acrés- dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
cimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico fun- § 1oA diária será concedida por dia de afastamento, sendo de-
damento. vida pela metade quando o deslocamento não exigir pernoite fora
da sede, ou quando a União custear, por meio diverso, as despe-
SEÇÃO I sas extraordinárias cobertas por diárias. (Redação dada pela Lei nº
DAS INDENIZAÇÕES 9.527, de 10.12.97)
§ 2oNos casos em que o deslocamento da sede constituir exi-
Art. 51.Constituem indenizações ao servidor: gência permanente do cargo, o servidor não fará jus a diárias.
I - ajuda de custo; § 3oTambém não fará jus a diárias o servidor que se deslocar
II - diárias; dentro da mesma região metropolitana, aglomeração urbana ou
III - transporte. microrregião, constituídas por municípios limítrofes e regularmente
IV - auxílio-moradia.(Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) instituídas, ou em áreas de controle integrado mantidas com países
Art. 52.Os valores das indenizações estabelecidas nos incisos I a limítrofes, cuja jurisdição e competência dos órgãos, entidades e
III do art. 51, assim como as condições para a sua concessão, serão servidores brasileiros considera-se estendida, salvo se houver per-
estabelecidos em regulamento. (Redação dada pela Lei nº 11.355, noite fora da sede, hipóteses em que as diárias pagas serão sempre
de 2006) as fixadas para os afastamentos dentro do território nacional. (In-
cluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
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Art. 59.O servidor que receber diárias e não se afastar da sede, Art. 60-C. (Revogado pela Lei nº 12.998, de 2014)
por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-las integralmente, no Art. 60-D.O valor mensal do auxílio-moradia é limitado a 25%
prazo de 5 (cinco) dias. (vinte e cinco por cento) do valor do cargo em comissão, função co-
Parágrafo único.Na hipótese de o servidor retornar à sede em missionada ou cargo de Ministro de Estado ocupado.(Incluído pela
prazo menor do que o previsto para o seu afastamento, restituirá as Lei nº 11.784, de 2008
diárias recebidas em excesso, no prazo previsto no caput. § 1o O valor do auxílio-moradia não poderá superar 25% (vinte
e cinco por cento) da remuneração de Ministro de Estado. (Incluído
SUBSEÇÃO III pela Lei nº 11.784, de 2008
DA INDENIZAÇÃO DE TRANSPORTE § 2o Independentemente do valor do cargo em comissão ou
função comissionada, fica garantido a todos os que preencherem
Art. 60.Conceder-se-á indenização de transporte ao servidor os requisitos o ressarcimento até o valor de R$ 1.800,00 (mil e oito-
que realizar despesas com a utilização de meio próprio de locomo- centos reais). (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008
ção para a execução de serviços externos, por força das atribuições § 3o (Incluído pela Medida Provisória nº 805, de 2017) (Vigên-
próprias do cargo, conforme se dispuser em regulamento. cia encerrada)
§ 4o (Incluído pela Medida Provisória nº 805, de 2017) (Vigên-
SUBSEÇÃO IV cia encerrada)
DO AUXÍLIO-MORADIA Art. 60-E.No caso de falecimento, exoneração, colocação de
(INCLUÍDO PELA LEI Nº 11.355, DE 2006) imóvel funcional à disposição do servidor ou aquisição de imóvel, o
auxílio-moradia continuará sendo pago por um mês. (Incluído pela
Art. 60-A.O auxílio-moradia consiste no ressarcimento das des- Lei nº 11.355, de 2006)
pesas comprovadamente realizadas pelo servidor com aluguel de
moradia ou com meio de hospedagem administrado por empresa SEÇÃO II
hoteleira, no prazo de um mês após a comprovação da despesa pelo DAS GRATIFICAÇÕES E ADICIONAIS
servidor. (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
Art. 60-B.Conceder-se-á auxílio-moradia ao servidor se aten- Art. 61.Além do vencimento e das vantagens previstas nesta
didos os seguintes requisitos: (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) Lei, serão deferidos aos servidores as seguintes retribuições, grati-
I - não exista imóvel funcional disponível para uso pelo servi- ficações e adicionais:(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
dor;(Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) I - retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e as-
II - o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe imóvel sessoramento;(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
funcional;(Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) II - gratificação natalina;
III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou te- III - (Revogado pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
nha sido proprietário, promitente comprador, cessionário ou promi- IV - adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas
tente cessionário de imóvel no Município aonde for exercer o cargo,
ou penosas;
incluída a hipótese de lote edificado sem averbação de construção,
V - adicional pela prestação de serviço extraordinário;
nos doze meses que antecederem a sua nomeação; (Incluído pela
VI - adicional noturno;
Lei nº 11.355, de 2006)
VII - adicional de férias;
IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba
VIII - outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho.
auxílio-moradia;(Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
IX - gratificação por encargo de curso ou concurso. (Incluído
V - o servidor tenha se mudado do local de residência para
pela Lei nº 11.314 de 2006)
ocupar cargo em comissão ou função de confiança do Grupo-Dire-
ção e Assessoramento Superiores - DAS, níveis 4, 5 e 6, de Natureza
Especial, de Ministro de Estado ou equivalentes (Incluído pela Lei SUBSEÇÃO I
nº 11.355, de 2006) DA RETRIBUIÇÃO PELO EXERCÍCIO DE FUNÇÃO DE DIREÇÃO,
VI - o Município no qual assuma o cargo em comissão ou fun- CHEFIA E ASSESSORAMENTO
ção de confiança não se enquadre nas hipóteses do art. 58, § 3o, (REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 9.527, DE 10.12.97)
em relação ao local de residência ou domicílio do servidor;(Incluído
pela Lei nº 11.355, de 2006) Art. 62.Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido em
VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha residido função de direção, chefia ou assessoramento, cargo de provimento
no Município, nos últimos doze meses, aonde for exercer o cargo em comissão ou de Natureza Especial é devida retribuição pelo seu
em comissão ou função de confiança, desconsiderando-se prazo in- exercício.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
ferior a sessenta dias dentro desse período; e(Incluído pela Lei nº Parágrafo único. Lei específica estabelecerá a remuneração
11.355, de 2006) dos cargos em comissão de que trata o inciso II do art. 9o.(Redação
VIII - o deslocamento não tenha sido por força de alteração dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
de lotação ou nomeação para cargo efetivo.(Incluído pela Lei nº Art. 62-A. Fica transformada em Vantagem Pessoal Nominal-
11.355, de 2006) mente Identificada - VPNI a incorporação da retribuição pelo exer-
IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de 2006. cício de função de direção, chefia ou assessoramento, cargo de pro-
(Incluído pela Lei nº 11.490, de 2007) vimento em comissão ou de Natureza Especial a que se referem os
Parágrafo único.Para fins do inciso VII, não será considerado o arts. 3o e 10 da Lei no 8.911, de 11 de julho de 1994, e o art. 3o da
prazo no qual o servidor estava ocupando outro cargo em comissão Lei no 9.624, de 2 de abril de 1998. (Incluído pela Medida Provisória
relacionado no inciso V. (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) nº 2.225-45, de 4.9.2001)
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Parágrafo único.A VPNI de que trata o caput deste artigo so- Parágrafo único.Os servidores a que se refere este artigo serão
mente estará sujeita às revisões gerais de remuneração dos servi- submetidos a exames médicos a cada 6 (seis) meses.
dores públicos federais. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-
45, de 4.9.2001) SUBSEÇÃO V
DO ADICIONAL POR SERVIÇO EXTRAORDINÁRIO
SUBSEÇÃO II
DA GRATIFICAÇÃO NATALINA Art. 73.O serviço extraordinário será remunerado com acrés-
cimo de 50% (cinqüenta por cento) em relação à hora normal de
Art. 63.A gratificação natalina corresponde a 1/12 (um doze trabalho.
avos) da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de dezem- Art. 74.Somente será permitido serviço extraordinário para
bro, por mês de exercício no respectivo ano. atender a situações excepcionais e temporárias, respeitado o limite
Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias máximo de 2 (duas) horas por jornada.
será considerada como mês integral.
Art. 64.A gratificação será paga até o dia 20 (vinte) do mês de SUBSEÇÃO VI
dezembro de cada ano. DO ADICIONAL NOTURNO
Parágrafo único. (VETADO).
Art. 65.O servidor exonerado perceberá sua gratificação nata- Art. 75.O serviço noturno, prestado em horário compreendido
lina, proporcionalmente aos meses de exercício, calculada sobre a entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e 5 (cinco) horas do dia se-
remuneração do mês da exoneração. guinte, terá o valor-hora acrescido de 25% (vinte e cinco por cento),
Art. 66.A gratificação natalina não será considerada para cálcu- computando-se cada hora como cinqüenta e dois minutos e trinta
lo de qualquer vantagem pecuniária. segundos.
Parágrafo único.Em se tratando de serviço extraordinário, o
SUBSEÇÃO III acréscimo de que trata este artigo incidirá sobre a remuneração
DO ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO prevista no art. 73.

Art. 67.(Revogado pela Medida Provisória nº 2.225-45, de SUBSEÇÃO VII


2001, respeitadas as situações constituídas até 8.3.1999) DO ADICIONAL DE FÉRIAS

SUBSEÇÃO IV Art. 76.Independentemente de solicitação, será pago ao servi-


DOS ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE, PERICULOSIDADE dor, por ocasião das férias, um adicional correspondente a 1/3 (um
OU ATIVIDADES PENOSAS terço) da remuneração do período das férias.
Parágrafo único.No caso de o servidor exercer função de di-
Art. 68.Os servidores que trabalhem com habitualidade em lo- reção, chefia ou assessoramento, ou ocupar cargo em comissão, a
cais insalubres ou em contato permanente com substâncias tóxicas, respectiva vantagem será considerada no cálculo do adicional de
radioativas ou com risco de vida, fazem jus a um adicional sobre o que trata este artigo.
vencimento do cargo efetivo.
§ 1oO servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade e SUBSEÇÃO VIII
DA GRATIFICAÇÃO POR ENCARGO DE CURSO OU CONCURSO
de periculosidade deverá optar por um deles.
(INCLUÍDO PELA LEI Nº 11.314 DE 2006)
§ 2oO direito ao adicional de insalubridade ou periculosidade
cessa com a eliminação das condições ou dos riscos que deram cau-
Art. 76-A. A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso é
sa a sua concessão.
devida ao servidor que, em caráter eventual:(Incluído pela Lei nº
Art. 69.Haverá permanente controle da atividade de servido-
11.314 de 2006)(Regulamento)(Vide Decreto nº 11.069, de 2022)
res em operações ou locais considerados penosos, insalubres ou
Vigência
perigosos.
I - atuar como instrutor em curso de formação, de desenvol-
Parágrafo único.A servidora gestante ou lactante será afastada,
vimento ou de treinamento regularmente instituído no âmbito da
enquanto durar a gestação e a lactação, das operações e locais pre- administração pública federal;(Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
vistos neste artigo, exercendo suas atividades em local salubre e em II - participar de banca examinadora ou de comissão para exa-
serviço não penoso e não perigoso. mes orais, para análise curricular, para correção de provas discur-
Art. 70.Na concessão dos adicionais de atividades penosas, de sivas, para elaboração de questões de provas ou para julgamento
insalubridade e de periculosidade, serão observadas as situações de recursos intentados por candidatos;(Incluído pela Lei nº 11.314
estabelecidas em legislação específica. de 2006)
Art. 71.O adicional de atividade penosa será devido aos servi- III - participar da logística de preparação e de realização de
dores em exercício em zonas de fronteira ou em localidades cujas concurso público envolvendo atividades de planejamento, coorde-
condições de vida o justifiquem, nos termos, condições e limites nação, supervisão, execução e avaliação de resultado, quando tais
fixados em regulamento. atividades não estiverem incluídas entre as suas atribuições perma-
Art. 72.Os locais de trabalho e os servidores que operam com nentes;(Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
Raios X ou substâncias radioativas serão mantidos sob controle per- IV - participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas de exa-
manente, de modo que as doses de radiação ionizante não ultra- me vestibular ou de concurso público ou supervisionar essas ativi-
passem o nível máximo previsto na legislação própria. dades. (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
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§ 1o Os critérios de concessão e os limites da gratificação de § 5oEm caso de parcelamento, o servidor receberá o valor
que trata este artigo serão fixados em regulamento, observados os adicional previsto no inciso XVII do art. 7o da Constituição Fede-
seguintes parâmetros:(Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006) ral quando da utilização do primeiro período. (Incluído pela Lei nº
I - o valor da gratificação será calculado em horas, observadas a 9.525, de 10.12.97)
natureza e a complexidade da atividade exercida; (Incluído pela Lei Art. 79.O servidor que opera direta e permanentemente com
nº 11.314 de 2006) Raios X ou substâncias radioativas gozará 20 (vinte) dias consecuti-
II - a retribuição não poderá ser superior ao equivalente a 120 vos de férias, por semestre de atividade profissional, proibida em
(cento e vinte) horas de trabalho anuais, ressalvada situação de ex- qualquer hipótese a acumulação.
cepcionalidade, devidamente justificada e previamente aprovada Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
pela autoridade máxima do órgão ou entidade, que poderá autori- Art. 80.As férias somente poderão ser interrompidas por mo-
zar o acréscimo de até 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais; tivo de calamidade pública, comoção interna, convocação para júri,
(Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006) serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade do serviço declarada
III - o valor máximo da hora trabalhada corresponderá aos se- pela autoridade máxima do órgão ou entidade. (Redação dada pela
guintes percentuais, incidentes sobre o maior vencimento básico da
Lei nº 9.527, de 10.12.97) (Vide Lei nº 9.525, de 1997)
administração pública federal: (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006)
Parágrafo único.O restante do período interrompido será go-
a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), em se tra-
zado de uma só vez, observado o disposto no art. 77. (Incluído pela
tando de atividades previstas nos incisos I e II do caput deste arti-
Lei nº 9.527, de 10.12.97)
go;(Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007)
b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), em se tratando
de atividade prevista nos incisos III e IV do caput deste artigo.(Reda- CAPÍTULO IV
ção dada pela Lei nº 11.501, de 2007) DAS LICENÇAS
§ 2o A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso somente SEÇÃO I
será paga se as atividades referidas nos incisos do caput deste ar- DISPOSIÇÕES GERAIS
tigo forem exercidas sem prejuízo das atribuições do cargo de que
o servidor for titular, devendo ser objeto de compensação de carga Art. 81.Conceder-se-á ao servidor licença:
horária quando desempenhadas durante a jornada de trabalho, na I - por motivo de doença em pessoa da família;
forma do § 4o do art. 98 desta Lei.(Incluído pela Lei nº 11.314 de II - por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;
2006) III - para o serviço militar;
§ 3o A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso não se IV - para atividade política;
incorpora ao vencimento ou salário do servidor para qualquer efei- V - para capacitação; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de
to e não poderá ser utilizada como base de cálculo para quaisquer 10.12.97)
outras vantagens, inclusive para fins de cálculo dos proventos da VI - para tratar de interesses particulares;
aposentadoria e das pensões.(Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006) VII - para desempenho de mandato classista.
§ 1o A licença prevista no inciso I do caput deste artigo bem
CAPÍTULO III como cada uma de suas prorrogações serão precedidas de exame
DAS FÉRIAS por perícia médica oficial, observado o disposto no art. 204 desta
Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)
Art. 77.O servidor fará jus a trinta dias de férias, que podem § 2o (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
ser acumuladas, até o máximo de dois períodos, no caso de neces- § 3oÉ vedado o exercício de atividade remunerada durante o
sidade do serviço, ressalvadas as hipóteses em que haja legislação período da licença prevista no inciso I deste artigo.
específica. (Redação dada pela Lei nº 9.525, de 10.12.97) (Vide Lei Art. 82.A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias do
nº 9.525, de 1997) término de outra da mesma espécie será considerada como pror-
§ 1oPara o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos
rogação.
12 (doze) meses de exercício.
§ 2oÉ vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço.
SEÇÃO II
§ 3oAs férias poderão ser parceladas em até três etapas, desde
DA LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA EM PESSOA DA FAMÍ-
que assim requeridas pelo servidor, e no interesse da administração
pública.(Incluído pela Lei nº 9.525, de 10.12.97) LIA
Art. 78.O pagamento da remuneração das férias será efetuado
até 2 (dois) dias antes do início do respectivo período, observan- Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de
do-se o disposto no § 1o deste artigo. (Vide Lei nº 9.525, de 1997) doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padras-
§ 1° e § 2° (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) to ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas expensas
§ 3oO servidor exonerado do cargo efetivo, ou em comissão, e conste do seu assentamento funcional, mediante comprovação
perceberá indenização relativa ao período das férias a que tiver di- por perícia médica oficial.(Redação dada pela Lei nº 11.907, de
reito e ao incompleto, na proporção de um doze avos por mês de 2009)
efetivo exercício, ou fração superior a quatorze dias. (Incluído pela § 1oA licença somente será deferida se a assistência direta do
Lei nº 8.216, de 13.8.91) servidor for indispensável e não puder ser prestada simultanea-
§ 4oA indenização será calculada com base na remuneração do mente com o exercício do cargo ou mediante compensação de ho-
mês em que for publicado o ato exoneratório. (Incluído pela Lei nº rário, na forma do disposto no inciso II do art. 44. (Redação dada
8.216, de 13.8.91) pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
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§ 2o A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações, SEÇÃO VI


poderá ser concedida a cada período de doze meses nas seguintes DA LICENÇA PARA CAPACITAÇÃO
condições: (Redação dada pela Lei nº 12.269, de 2010) (REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 9.527, DE 10.12.97)
I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a
remuneração do servidor; e (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010) Art. 87.Após cada qüinqüênio de efetivo exercício, o servidor
II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem remu- poderá, no interesse da Administração, afastar-se do exercício do
neração. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010) cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até três meses,
§ 3o O início do interstício de 12 (doze) meses será contado a para participar de curso de capacitação profissional. (Redação dada
partir da data do deferimento da primeira licença concedida. (Inclu- pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)(Vide Decreto nº 5.707, de 2006)
ído pela Lei nº 12.269, de 2010) Parágrafo único.Os períodos de licença de que trata o caput
§ 4o A soma das licenças remuneradas e das licenças não remu- não são acumuláveis. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
neradas, incluídas as respectivas prorrogações, concedidas em um Art. 88.(Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
mesmo período de 12 (doze) meses, observado o disposto no § 3o, Art. 89. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
não poderá ultrapassar os limites estabelecidos nos incisos I e II do Art. 90.(VETADO).
§ 2o. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)
SEÇÃO VII
SEÇÃO III DA LICENÇA PARA TRATAR DE INTERESSES PARTICULARES
DA LICENÇA POR MOTIVO DE AFASTAMENTO DO CÔNJUGE
Art. 91.A critério da Administração, poderão ser concedidas ao
Art. 84.Poderá ser concedida licença ao servidor para acompa- servidor ocupante de cargo efetivo, desde que não esteja em está-
nhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado para outro ponto gio probatório, licenças para o trato de assuntos particulares pelo
do território nacional, para o exterior ou para o exercício de manda- prazo de até três anos consecutivos, sem remuneração. (Redação
to eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo. dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
§ 1oA licença será por prazo indeterminado e sem remunera- Parágrafo único.A licença poderá ser interrompida, a qualquer
ção. tempo, a pedido do servidor ou no interesse do serviço.(Redação
§ 2oNo deslocamento de servidor cujo cônjuge ou companhei- dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
ro também seja servidor público, civil ou militar, de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí- SEÇÃO VIII
pios, poderá haver exercício provisório em órgão ou entidade da DA LICENÇA PARA O DESEMPENHO DE MANDATO CLASSISTA
Administração Federal direta, autárquica ou fundacional, desde que
para o exercício de atividade compatível com o seu cargo.(Redação Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à licença sem re-
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) muneração para o desempenho de mandato em confederação,
federação, associação de classe de âmbito nacional, sindicato re-
SEÇÃO IV presentativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão ou,
DA LICENÇA PARA O SERVIÇO MILITAR ainda, para participar de gerência ou administração em sociedade
cooperativa constituída por servidores públicos para prestar servi-
Art. 85.Ao servidor convocado para o serviço militar será con- ços a seus membros, observado o disposto na alínea c do inciso VIII
cedida licença, na forma e condições previstas na legislação espe- do art. 102 desta Lei, conforme disposto em regulamento e obser-
cífica. vados os seguintes limites: (Redação dada pela Lei nº 11.094, de
Parágrafo único.Concluído o serviço militar, o servidor terá até 2005)(Regulamento)
30 (trinta) dias sem remuneração para reassumir o exercício do car- I - para entidades com até 5.000 (cinco mil) associados, 2 (dois)
go. servidores; (Redação dada pela Lei nº 12.998, de 2014)
II - para entidades com 5.001 (cinco mil e um) a 30.000 (trinta
SEÇÃO V mil) associados, 4 (quatro) servidores; (Redação dada pela Lei nº
DA LICENÇA PARA ATIVIDADE POLÍTICA 12.998, de 2014)
III - para entidades com mais de 30.000 (trinta mil) associados,
Art. 86.O servidor terá direito a licença, sem remuneração, 8 (oito) servidores.(Redação dada pela Lei nº 12.998, de 2014)
durante o período que mediar entre a sua escolha em convenção § 1o Somente poderão ser licenciados os servidores eleitos
partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro para cargos de direção ou de representação nas referidas entida-
de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral. des, desde que cadastradas no órgão competente.(Redação dada
§ 1oO servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde pela Lei nº 12.998, de 2014)
desempenha suas funções e que exerça cargo de direção, chefia, § 2o A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser
assessoramento, arrecadação ou fiscalização, dele será afastado, a renovada, no caso de reeleição. (Redação dada pela Lei nº 12.998,
partir do dia imediato ao do registro de sua candidatura perante a de 2014)
Justiça Eleitoral, até o décimo dia seguinte ao do pleito.(Redação
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 2oA partir do registro da candidatura e até o décimo dia se-
guinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença, assegurados os
vencimentos do cargo efetivo, somente pelo período de três meses.
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
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CAPÍTULO V I - tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficará


DOS AFASTAMENTOS afastado do cargo;
SEÇÃO I II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo,
DO AFASTAMENTO PARA SERVIR A OUTRO ÓRGÃO OU ENTI- sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;
DADE III - investido no mandato de vereador:
a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as vanta-
Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter exercício em ou- gens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo;
tro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, ou do b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do
Distrito Federal e dos Municípios, nas seguintes hipóteses:(Redação cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.
dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91) (Regulamento) (Vide Decreto § 1oNo caso de afastamento do cargo, o servidor contribuirá
nº 4.493, de 3.12.2002) (Vide Decreto nº 5.213, de 2004) (Vide De- para a seguridade social como se em exercício estivesse.
creto nº 9.144, de 2017) § 2oO servidor investido em mandato eletivo ou classista não
I - para exercício de cargo em comissão ou função de confiança; poderá ser removido ou redistribuído de ofício para localidade di-
(Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91) versa daquela onde exerce o mandato.
II - em casos previstos em leis específicas. (Redação dada pela
Lei nº 8.270, de 17.12.91) SEÇÃO III
§ 1oNa hipótese do inciso I, sendo a cessão para órgãos ou en- DO AFASTAMENTO PARA ESTUDO OU MISSÃO NO EXTERIOR
tidades dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, o ônus
da remuneração será do órgão ou entidade cessionária, mantido o Art. 95.O servidor não poderá ausentar-se do País para estudo
ônus para o cedente nos demais casos. (Redação dada pela Lei nº ou missão oficial, sem autorização do Presidente da República, Pre-
8.270, de 17.12.91) sidente dos Órgãos do Poder Legislativo e Presidente do Supremo
§ 2ºNa hipótese de o servidor cedido a empresa pública ou Tribunal Federal. (Vide Decreto nº 1.387, de 1995)
sociedade de economia mista, nos termos das respectivas normas, § 1oA ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e finda a mis-
optar pela remuneração do cargo efetivo ou pela remuneração do são ou estudo, somente decorrido igual período, será permitida
cargo efetivo acrescida de percentual da retribuição do cargo em nova ausência.
comissão, a entidade cessionária efetuará o reembolso das despe-
§ 2oAo servidor beneficiado pelo disposto neste artigo não
sas realizadas pelo órgão ou entidade de origem. (Redação dada
será concedida exoneração ou licença para tratar de interesse par-
pela Lei nº 11.355, de 2006)
ticular antes de decorrido período igual ao do afastamento, res-
§ 3oA cessão far-se-á mediante Portaria publicada no Diário
salvada a hipótese de ressarcimento da despesa havida com seu
Oficial da União. (Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91)
afastamento.
§ 4oMediante autorização expressa do Presidente da Repúbli-
§ 3oO disposto neste artigo não se aplica aos servidores da
ca, o servidor do Poder Executivo poderá ter exercício em outro ór-
carreira diplomática.
gão da Administração Federal direta que não tenha quadro próprio
§ 4oAs hipóteses, condições e formas para a autorização de
de pessoal, para fim determinado e a prazo certo. (Incluído pela Lei
nº 8.270, de 17.12.91) que trata este artigo, inclusive no que se refere à remuneração do
§ 5º Aplica-se à União, em se tratando de empregado ou servi- servidor, serão disciplinadas em regulamento.(Incluído pela Lei nº
dor por ela requisitado, as disposições dos §§ 1º e 2º deste artigo. 9.527, de 10.12.97)
(Redação dada pela Lei nº 10.470, de 25.6.2002) Art. 96.O afastamento de servidor para servir em organismo
§ 6º As cessões de empregados de empresa pública ou de so- internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere dar-
ciedade de economia mista, que receba recursos de Tesouro Na- -se-á com perda total da remuneração.(Vide Decreto nº 3.456, de
cional para o custeio total ou parcial da sua folha de pagamento de 2000)
pessoal, independem das disposições contidas nos incisos I e II e §§
1º e 2º deste artigo, ficando o exercício do empregado cedido con- SEÇÃO IV
dicionado a autorização específica do Ministério do Planejamento, (INCLUÍDO PELA LEI Nº 11.907, DE 2009)
Orçamento e Gestão, exceto nos casos de ocupação de cargo em DO AFASTAMENTO PARA PARTICIPAÇÃO EM PROGRAMA DE
comissão ou função gratificada. (Incluído pela Lei nº 10.470, de PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU NO PAÍS
25.6.2002)
§ 7° O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, com Art. 96-A. O servidor poderá, no interesse da Administração, e
a finalidade de promover a composição da força de trabalho dos desde que a participação não possa ocorrer simultaneamente com
órgãos e entidades da Administração Pública Federal, poderá de- o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, afastar-
terminar a lotação ou o exercício de empregado ou servidor, inde- -se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração,
pendentemente da observância do constante no inciso I e nos §§ 1º para participar em programa de pós-graduação stricto sensu em
e 2º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 10.470, de 25.6.2002)(Vide instituição de ensino superior no País. (Incluído pela Lei nº 11.907,
Decreto nº 5.375, de 2005) de 2009)
§ 1o Ato do dirigente máximo do órgão ou entidade definirá,
SEÇÃO II em conformidade com a legislação vigente, os programas de capa-
DO AFASTAMENTO PARA EXERCÍCIO DE MANDATO ELETIVO citação e os critérios para participação em programas de pós-gra-
duação no País, com ou sem afastamento do servidor, que serão
Art. 94.Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-se avaliados por um comitê constituído para este fim.(Incluído pela Lei
as seguintes disposições: nº 11.907, de 2009)
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LEGISLAÇÃO

§ 2o Os afastamentos para realização de programas de mestra- § 3oAs disposições constantes do § 2o são extensivas ao servi-
do e doutorado somente serão concedidos aos servidores titulares dor que tenha cônjuge, filho ou dependente com deficiência. (Reda-
de cargos efetivos no respectivo órgão ou entidade há pelo menos ção dada pela Lei nº 13.370, de 2016)
3 (três) anos para mestrado e 4 (quatro) anos para doutorado, in- § 4o Será igualmente concedido horário especial, vinculado à
cluído o período de estágio probatório, que não tenham se afastado compensação de horário a ser efetivada no prazo de até 1 (um) ano,
por licença para tratar de assuntos particulares para gozo de licença ao servidor que desempenhe atividade prevista nos incisos I e II do
capacitação ou com fundamento neste artigo nos 2 (dois) anos an- caput do art. 76-A desta Lei.(Redação dada pela Lei nº 11.501, de
teriores à data da solicitação de afastamento.(Incluído pela Lei nº 2007)
11.907, de 2009) Art. 99.Ao servidor estudante que mudar de sede no interesse
§ 3o Os afastamentos para realização de programas de pós- da administração é assegurada, na localidade da nova residência ou
-doutorado somente serão concedidos aos servidores titulares de na mais próxima, matrícula em instituição de ensino congênere, em
cargos efetivo no respectivo órgão ou entidade há pelo menos qua- qualquer época, independentemente de vaga.
tro anos, incluído o período de estágio probatório, e que não te- Parágrafo único.O disposto neste artigo estende-se ao cônjuge
nham se afastado por licença para tratar de assuntos particulares ou companheiro, aos filhos, ou enteados do servidor que vivam na
ou com fundamento neste artigo, nos quatro anos anteriores à data sua companhia, bem como aos menores sob sua guarda, com au-
da solicitação de afastamento.(Redação dada pela Lei nº 12.269, de torização judicial.
2010)
§ 4o Os servidores beneficiados pelos afastamentos previstos CAPÍTULO VII
nos §§ 1o, 2o e 3o deste artigo terão que permanecer no exercício DO TEMPO DE SERVIÇO
de suas funções após o seu retorno por um período igual ao do afas-
tamento concedido.(Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
Art. 100.É contado para todos os efeitos o tempo de serviço
§ 5o Caso o servidor venha a solicitar exoneração do cargo ou
público federal, inclusive o prestado às Forças Armadas.
aposentadoria, antes de cumprido o período de permanência pre-
Art. 101.A apuração do tempo de serviço será feita em dias,
visto no § 4o deste artigo, deverá ressarcir o órgão ou entidade, na
forma do art. 47 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, dos que serão convertidos em anos, considerado o ano como de trezen-
gastos com seu aperfeiçoamento.(Incluído pela Lei nº 11.907, de tos e sessenta e cinco dias.
2009) Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 6o Caso o servidor não obtenha o título ou grau que justificou Art. 102.Além das ausências ao serviço previstas no art. 97, são
seu afastamento no período previsto, aplica-se o disposto no § 5o considerados como de efetivo exercício os afastamentos em virtude
deste artigo, salvo na hipótese comprovada de força maior ou de de: (Vide Decreto nº 5.707, de 2006)
caso fortuito, a critério do dirigente máximo do órgão ou entidade. I - férias;
(Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009) II - exercício de cargo em comissão ou equivalente, em órgão
§ 7o Aplica-se à participação em programa de pós-graduação ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, Municípios e Dis-
no Exterior, autorizado nos termos do art. 95 desta Lei, o disposto trito Federal;
nos §§ 1o a 6o deste artigo.(Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009) III - exercício de cargo ou função de governo ou administração,
em qualquer parte do território nacional, por nomeação do Presi-
CAPÍTULO VI dente da República;
DAS CONCESSÕES IV - participação em programa de treinamento regularmen-
te instituído ou em programa de pós-graduação stricto sensu no
Art. 97.Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se País, conforme dispuser o regulamento; (Redação dada pela Lei nº
do serviço: 11.907, de 2009) (Vide Decreto nº 5.707, de 2006)
I - por 1 (um) dia, para doação de sangue; V - desempenho de mandato eletivo federal, estadual, munici-
II - pelo período comprovadamente necessário para alistamen- pal ou do Distrito Federal, exceto para promoção por merecimento;
to ou recadastramento eleitoral, limitado, em qualquer caso, a 2 VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei;
(dois) dias; (Redação dada pela Lei nº 12.998, de 2014) VII - missão ou estudo no exterior, quando autorizado o afasta-
III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de : mento, conforme dispuser o regulamento; (Redação dada pela Lei
a) casamento; nº 9.527, de 10.12.97)(Vide Decreto nº 5.707, de 2006)
b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou VIII - licença:
padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos.
a) à gestante, à adotante e à paternidade;
Art. 98.Será concedido horário especial ao servidor estudante,
b) para tratamento da própria saúde, até o limite de vinte e
quando comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar e
quatro meses, cumulativo ao longo do tempo de serviço público
o da repartição, sem prejuízo do exercício do cargo.
prestado à União, em cargo de provimento efetivo;(Redação dada
§ 1oPara efeito do disposto neste artigo, será exigida a com-
pensação de horário no órgão ou entidade que tiver exercício, res- pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
peitada a duração semanal do trabalho. (Parágrafo renumerado e c) para o desempenho de mandato classista ou participação de
alterado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) gerência ou administração em sociedade cooperativa constituída
§ 2oTambém será concedido horário especial ao servidor por- por servidores para prestar serviços a seus membros, exceto para
tador de deficiência, quando comprovada a necessidade por junta efeito de promoção por merecimento; (Redação dada pela Lei nº
médica oficial, independentemente de compensação de horário. 11.094, de 2005)
(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) d) por motivo de acidente em serviço ou doença profissional;
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LEGISLAÇÃO

e) para capacitação, conforme dispuser o regulamento;(Reda- Art. 108.O prazo para interposição de pedido de reconsidera-
ção dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) ção ou de recurso é de 30 (trinta) dias, a contar da publicação ou da
f) por convocação para o serviço militar; ciência, pelo interessado, da decisão recorrida. (Vide Lei nº 12.300,
IX - deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18; de 2010)
X - participação em competição desportiva nacional ou convo- Art. 109.O recurso poderá ser recebido com efeito suspensivo,
cação para integrar representação desportiva nacional, no País ou a juízo da autoridade competente.
no exterior, conforme disposto em lei específica; Parágrafo único.Em caso de provimento do pedido de reconsi-
XI - afastamento para servir em organismo internacional de deração ou do recurso, os efeitos da decisão retroagirão à data do
que o Brasil participe ou com o qual coopere. (Incluído pela Lei nº ato impugnado.
9.527, de 10.12.97) Art. 110.O direito de requerer prescreve:
Art. 103.Contar-se-á apenas para efeito de aposentadoria e I - em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de cassa-
disponibilidade: ção de aposentadoria ou disponibilidade, ou que afetem interesse
I - o tempo de serviço público prestado aos Estados, Municí- patrimonial e créditos resultantes das relações de trabalho;
pios e Distrito Federal; II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo quando
II - a licença para tratamento de saúde de pessoal da família do outro prazo for fixado em lei.
servidor, com remuneração, que exceder a 30 (trinta) dias em perí- Parágrafo único.O prazo de prescrição será contado da data da
odo de 12 (doze) meses.(Redação dada pela Lei nº 12.269, de 2010) publicação do ato impugnado ou da data da ciência pelo interessa-
III - a licença para atividade política, no caso do art. 86, § 2o; do, quando o ato não for publicado.
IV - o tempo correspondente ao desempenho de mandato ele- Art. 111.O pedido de reconsideração e o recurso, quando cabí-
tivo federal, estadual, municipal ou distrital, anterior ao ingresso no veis, interrompem a prescrição.
serviço público federal; Art. 112.A prescrição é de ordem pública, não podendo ser
V - o tempo de serviço em atividade privada, vinculada à Pre- relevada pela administração.
vidência Social; Art. 113.Para o exercício do direito de petição, é assegurada
VI - o tempo de serviço relativo a tiro de guerra; vista do processo ou documento, na repartição, ao servidor ou a
VII - o tempo de licença para tratamento da própria saúde que procurador por ele constituído.
exceder o prazo a que se refere a alínea “b” do inciso VIII do art. Art. 114.A administração deverá rever seus atos, a qualquer
102.(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) tempo, quando eivados de ilegalidade.
§ 1oO tempo em que o servidor esteve aposentado será conta- Art. 115.São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos
do apenas para nova aposentadoria. neste Capítulo, salvo motivo de força maior.
§ 2oSerá contado em dobro o tempo de serviço prestado às
Forças Armadas em operações de guerra. TÍTULO IV
§ 3oÉ vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço DO REGIME DISCIPLINAR
prestado concomitantemente em mais de um cargo ou função de CAPÍTULO I
órgão ou entidades dos Poderes da União, Estado, Distrito Federal DOS DEVERES
e Município, autarquia, fundação pública, sociedade de economia
mista e empresa pública. Art. 116.São deveres do servidor:
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;
CAPÍTULO VIII II - ser leal às instituições a que servir;
DO DIREITO DE PETIÇÃO III - observar as normas legais e regulamentares;
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifesta-
Art. 104.É assegurado ao servidor o direito de requerer aos mente ilegais;
Poderes Públicos, em defesa de direito ou interesse legítimo. V - atender com presteza:
Art. 105.O requerimento será dirigido à autoridade competen- a) ao público em geral, prestando as informações requeridas,
te para decidi-lo e encaminhado por intermédio daquela a que esti- ressalvadas as protegidas por sigilo;
ver imediatamente subordinado o requerente. b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito
Art. 106.Cabe pedido de reconsideração à autoridade que hou- ou esclarecimento de situações de interesse pessoal;
ver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, não podendo c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.
ser renovado.(Vide Lei nº 12.300, de 2010) VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do
Parágrafo único.O requerimento e o pedido de reconsideração cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver
de que tratam os artigos anteriores deverão ser despachados no suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autori-
prazo de 5 (cinco) dias e decididos dentro de 30 (trinta) dias. dade competente para apuração; (Redação dada pela Lei nº 12.527,
Art. 107.Caberá recurso: (Vide Lei nº 12.300, de 2010) de 2011)
I - do indeferimento do pedido de reconsideração; VII - zelar pela economia do material e a conservação do patri-
II - das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos. mônio público;
§ 1oO recurso será dirigido à autoridade imediatamente supe- VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;
rior à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão, e, sucessiva- IX - manter conduta compatível com a moralidade adminis-
mente, em escala ascendente, às demais autoridades. trativa;
§ 2oO recurso será encaminhado por intermédio da autorida- X - ser assíduo e pontual ao serviço;
de a que estiver imediatamente subordinado o requerente. XI - tratar com urbanidade as pessoas;
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LEGISLAÇÃO

XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de po- I - participação nos conselhos de administração e fiscal de em-
der. presas ou entidades em que a União detenha, direta ou indireta-
Parágrafo único.A representação de que trata o inciso XII será mente, participação no capital social ou em sociedade cooperativa
encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade su- constituída para prestar serviços a seus membros; e(Incluído pela
perior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao repre- Lei nº 11.784, de 2008
sentando ampla defesa. II - gozo de licença para o trato de interesses particulares, na
forma do art. 91 desta Lei, observada a legislação sobre conflito de
CAPÍTULO II interesses. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008
DAS PROIBIÇÕES
CAPÍTULO III
Art. 117.Ao servidor é proibido: (Vide Medida Provisória nº DA ACUMULAÇÃO
2.225-45, de 4.9.2001)
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia Art. 118.Ressalvados os casos previstos na Constituição, é ve-
autorização do chefe imediato; dada a acumulação remunerada de cargos públicos.
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, § 1oA proibição de acumular estende-se a cargos, empregos
qualquer documento ou objeto da repartição; e funções em autarquias, fundações públicas, empresas públicas,
III - recusar fé a documentos públicos; sociedades de economia mista da União, do Distrito Federal, dos
IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento Estados, dos Territórios e dos Municípios.
e processo ou execução de serviço; § 2oA acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condiciona-
V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da à comprovação da compatibilidade de horários.
da repartição; § 3oConsidera-se acumulação proibida a percepção de venci-
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos mento de cargo ou emprego público efetivo com proventos da ina-
previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua res- tividade, salvo quando os cargos de que decorram essas remunera-
ponsabilidade ou de seu subordinado; ções forem acumuláveis na atividade. (Incluído pela Lei nº 9.527,
VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a de 10.12.97)
associação profissional ou sindical, ou a partido político; Art. 119.O servidor não poderá exercer mais de um cargo em
VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de comissão, exceto no caso previsto no parágrafo único do art. 9o,
confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau nem ser remunerado pela participação em órgão de deliberação
civil; coletiva.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de ou- Parágrafo único.O disposto neste artigo não se aplica à remu-
trem, em detrimento da dignidade da função pública; neração devida pela participação em conselhos de administração e
X - participar de gerência ou administração de sociedade priva- fiscal das empresas públicas e sociedades de economia mista, suas
da, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto subsidiárias e controladas, bem como quaisquer empresas ou enti-
na qualidade de acionista, cotista ou comanditário;(Redação dada dades em que a União, direta ou indiretamente, detenha participa-
pela Lei nº 11.784, de 2008 ção no capital social, observado o que, a respeito, dispuser legisla-
XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a reparti- ção específica. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45,
ções públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários de 4.9.2001)
ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou Art. 120.O servidor vinculado ao regime desta Lei, que acumu-
companheiro; lar licitamente dois cargos efetivos, quando investido em cargo de
XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de provimento em comissão, ficará afastado de ambos os cargos efe-
qualquer espécie, em razão de suas atribuições; tivos, salvo na hipótese em que houver compatibilidade de horário
XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estran- e local com o exercício de um deles, declarada pelas autoridades
geiro; máximas dos órgãos ou entidades envolvidos. (Redação dada pela
XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; Lei nº 9.527, de 10.12.97)
XV - proceder de forma desidiosa;
XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em CAPÍTULO IV
serviços ou atividades particulares; DAS RESPONSABILIDADES
XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo
que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias; Art. 121.O servidor responde civil, penal e administrativamen-
XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis te pelo exercício irregular de suas atribuições.
com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho; Art. 122.A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou
XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando soli- comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou
citado.(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) a terceiros.
Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do caput § 1oA indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário
deste artigo não se aplica nos seguintes casos: (Incluído pela Lei nº somente será liquidada na forma prevista no art. 46, na falta de
11.784, de 2008 outros bens que assegurem a execução do débito pela via judicial.
§ 2oTratando-se de dano causado a terceiros, responderá o
servidor perante a Fazenda Pública, em ação regressiva.
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LEGISLAÇÃO

§ 3oA obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores Parágrafo único.O cancelamento da penalidade não surtirá
e contra eles será executada, até o limite do valor da herança rece- efeitos retroativos.
bida. Art. 132.A demissão será aplicada nos seguintes casos:
Art. 123.A responsabilidade penal abrange os crimes e contra- I - crime contra a administração pública;
venções imputadas ao servidor, nessa qualidade. II - abandono de cargo;
Art. 124.A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato III - inassiduidade habitual;
omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou fun- IV - improbidade administrativa;
ção. V - incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição;
Art. 125.As sanções civis, penais e administrativas poderão VI - insubordinação grave em serviço;
cumular-se, sendo independentes entre si. VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo
Art. 126.A responsabilidade administrativa do servidor será em legítima defesa própria ou de outrem;
afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;
fato ou sua autoria. IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do
Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, cargo;
penal ou administrativamente por dar ciência à autoridade superior X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio na-
ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra autori- cional;
dade competente para apuração de informação concernente à prá- XI - corrupção;
tica de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, ainda XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públi-
que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou função pú- cas;
blica.(Incluído pela Lei nº 12.527, de 2011) XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117.
Art. 133.Detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal de
CAPÍTULO V cargos, empregos ou funções públicas, a autoridade a que se refere
DAS PENALIDADES o art. 143 notificará o servidor, por intermédio de sua chefia ime-
diata, para apresentar opção no prazo improrrogável de dez dias,
Art. 127.São penalidades disciplinares: contados da data da ciência e, na hipótese de omissão, adotará pro-
I - advertência; cedimento sumário para a sua apuração e regularização imediata,
II - suspensão; cujo processo administrativo disciplinar se desenvolverá nas seguin-
III - demissão; tes fases: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;(Vide ADPF I - instauração, com a publicação do ato que constituir a co-
nº 418) missão, a ser composta por dois servidores estáveis, e simultanea-
V - destituição de cargo em comissão; mente indicar a autoria e a materialidade da transgressão objeto da
VI - destituição de função comissionada.
apuração;(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 128.Na aplicação das penalidades serão consideradas a
II - instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e
natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela
relatório; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
provierem para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou
III - julgamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
atenuantes e os antecedentes funcionais.
§ 1oA indicação da autoria de que trata o inciso I dar-se-á pelo
Parágrafo único.O ato de imposição da penalidade mencionará
nome e matrícula do servidor, e a materialidade pela descrição dos
sempre o fundamento legal e a causa da sanção disciplinar.(Incluído
cargos, empregos ou funções públicas em situação de acumulação
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
ilegal, dos órgãos ou entidades de vinculação, das datas de ingresso,
Art. 129.A advertência será aplicada por escrito, nos casos de
violação de proibição constante do art. 117, incisos I a VIII e XIX, e do horário de trabalho e do correspondente regime jurídico. (Reda-
de inobservância de dever funcional previsto em lei, regulamenta- ção dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
ção ou norma interna, que não justifique imposição de penalidade § 2oA comissão lavrará, até três dias após a publicação do ato
mais grave. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) que a constituiu, termo de indiciação em que serão transcritas as
Art. 130.A suspensão será aplicada em caso de reincidência informações de que trata o parágrafo anterior, bem como promo-
das faltas punidas com advertência e de violação das demais proibi- verá a citação pessoal do servidor indiciado, ou por intermédio de
ções que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de demissão, sua chefia imediata, para, no prazo de cinco dias, apresentar defe-
não podendo exceder de 90 (noventa) dias. sa escrita, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição, ob-
§ 1oSerá punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o ser- servado o disposto nos arts. 163 e 164.(Redação dada pela Lei nº
vidor que, injustificadamente, recusar-se a ser submetido a inspe- 9.527, de 10.12.97)
ção médica determinada pela autoridade competente, cessando os § 3oApresentada a defesa, a comissão elaborará relatório con-
efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinação. clusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor, em
§ 2oQuando houver conveniência para o serviço, a penalidade que resumirá as peças principais dos autos, opinará sobre a licitude
de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cin- da acumulação em exame, indicará o respectivo dispositivo legal e
qüenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração, ficando remeterá o processo à autoridade instauradora, para julgamento.
o servidor obrigado a permanecer em serviço. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 131.As penalidades de advertência e de suspensão terão § 4oNo prazo de cinco dias, contados do recebimento do pro-
seus registros cancelados, após o decurso de 3 (três) e 5 (cinco) cesso, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão, aplicando-se,
anos de efetivo exercício, respectivamente, se o servidor não hou- quando for o caso, o disposto no § 3o do art. 167.(Incluído pela Lei
ver, nesse período, praticado nova infração disciplinar. nº 9.527, de 10.12.97)
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§ 5oA opção pelo servidor até o último dia de prazo para defe- respectivo dispositivo legal, opinará, na hipótese de abandono de
sa configurará sua boa-fé, hipótese em que se converterá automa- cargo, sobre a intencionalidade da ausência ao serviço superior a
ticamente em pedido de exoneração do outro cargo.(Incluído pela trinta dias e remeterá o processo à autoridade instauradora para
Lei nº 9.527, de 10.12.97) julgamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 6oCaracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé, Art. 141.As penalidades disciplinares serão aplicadas:
aplicar-se-á a pena de demissão, destituição ou cassação de apo- I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas
sentadoria ou disponibilidade em relação aos cargos, empregos ou do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Ge-
funções públicas em regime de acumulação ilegal, hipótese em que ral da República, quando se tratar de demissão e cassação de apo-
os órgãos ou entidades de vinculação serão comunicados. (Incluído sentadoria ou disponibilidade de servidor vinculado ao respectivo
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Poder, órgão, ou entidade;
§ 7oO prazo para a conclusão do processo administrativo disci- II - pelas autoridades administrativas de hierarquia imediata-
plinar submetido ao rito sumário não excederá trinta dias, contados mente inferior àquelas mencionadas no inciso anterior quando se
da data de publicação do ato que constituir a comissão, admitida tratar de suspensão superior a 30 (trinta) dias;
a sua prorrogação por até quinze dias, quando as circunstâncias o III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos
exigirem.(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) respectivos regimentos ou regulamentos, nos casos de advertência
§ 8oO procedimento sumário rege-se pelas disposições des- ou de suspensão de até 30 (trinta) dias;
te artigo, observando-se, no que lhe for aplicável, subsidiariamen- IV - pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se
te, as disposições dos Títulos IV e V desta Lei.(Incluído pela Lei nº tratar de destituição de cargo em comissão.
9.527, de 10.12.97) Art. 142.A ação disciplinar prescreverá:
Art. 134.Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demis-
inativo que houver praticado, na atividade, falta punível com a de- são, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de
missão. (Vide ADPF nº 418) cargo em comissão;
Art. 135.A destituição de cargo em comissão exercido por não II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
ocupante de cargo efetivo será aplicada nos casos de infração sujei- III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência.
ta às penalidades de suspensão e de demissão. § 1oO prazo de prescrição começa a correr da data em que o
Parágrafo único.Constatada a hipótese de que trata este artigo, fato se tornou conhecido.
a exoneração efetuada nos termos do art. 35 será convertida em § 2oOs prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se
destituição de cargo em comissão. às infrações disciplinares capituladas também como crime.
Art. 136.A demissão ou a destituição de cargo em comissão, § 3oA abertura de sindicância ou a instauração de processo
nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do art. 132, implica a indisponi- disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por
bilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação autoridade competente.
penal cabível. § 4oInterrompido o curso da prescrição, o prazo começará a
Art. 137.A demissão ou a destituição de cargo em comissão,
correr a partir do dia em que cessar a interrupção.
por infringência do art. 117, incisos IX e XI, incompatibiliza o ex-ser-
vidor para nova investidura em cargo público federal, pelo prazo de
TÍTULO V
5 (cinco) anos. (Vide ADIN 2975)
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
Parágrafo único.Não poderá retornar ao serviço público fede-
CAPÍTULO I
ral o servidor que for demitido ou destituído do cargo em comissão
DISPOSIÇÕES GERAIS
por infringência do art. 132, incisos I, IV, VIII, X e XI.
Art. 138.Configura abandono de cargo a ausência intencional
Art. 143.A autoridade que tiver ciência de irregularidade no
do servidor ao serviço por mais de trinta dias consecutivos.
Art. 139.Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao ser- serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata,
viço, sem causa justificada, por sessenta dias, interpoladamente, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, asse-
durante o período de doze meses. gurada ao acusado ampla defesa.
Art. 140.Na apuração de abandono de cargo ou inassiduidade § 1o (Revogado pela Lei nº 11.204, de 2005)
habitual, também será adotado o procedimento sumário a que se § 2o (Revogado pela Lei nº 11.204, de 2005)
refere o art. 133, observando-se especialmente que:(Redação dada § 3o A apuração de que trata o caput, por solicitação da au-
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) toridade a que se refere, poderá ser promovida por autoridade de
I - a indicação da materialidade dar-se-á:(Incluído pela Lei nº órgão ou entidade diverso daquele em que tenha ocorrido a irre-
9.527, de 10.12.97) gularidade, mediante competência específica para tal finalidade,
a) na hipótese de abandono de cargo, pela indicação precisa delegada em caráter permanente ou temporário pelo Presidente da
do período de ausência intencional do servidor ao serviço superior República, pelos presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos
a trinta dias;(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República, no âmbito
b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação dos dias do respectivo Poder, órgão ou entidade, preservadas as competên-
de falta ao serviço sem causa justificada, por período igual ou supe- cias para o julgamento que se seguir à apuração.(Incluído pela Lei
rior a sessenta dias interpoladamente, durante o período de doze nº 9.527, de 10.12.97)
meses;(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Art. 144.As denúncias sobre irregularidades serão objeto de
II - após a apresentação da defesa a comissão elaborará re- apuração, desde que contenham a identificação e o endereço do
latório conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do denunciante e sejam formuladas por escrito, confirmada a auten-
servidor, em que resumirá as peças principais dos autos, indicará o ticidade.
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Parágrafo único.Quando o fato narrado não configurar eviden- III - julgamento.


te infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será arquivada, Art. 152.O prazo para a conclusão do processo disciplinar não
por falta de objeto. excederá 60 (sessenta) dias, contados da data de publicação do ato
Art. 145.Da sindicância poderá resultar: que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por igual pra-
I - arquivamento do processo; zo, quando as circunstâncias o exigirem.
II - aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de § 1oSempre que necessário, a comissão dedicará tempo in-
até 30 (trinta) dias; tegral aos seus trabalhos, ficando seus membros dispensados do
III - instauração de processo disciplinar. ponto, até a entrega do relatório final.
Parágrafo único.O prazo para conclusão da sindicância não ex- § 2oAs reuniões da comissão serão registradas em atas que
cederá 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogado por igual período, a deverão detalhar as deliberações adotadas.
critério da autoridade superior.
Art. 146.Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar SEÇÃO I
a imposição de penalidade de suspensão por mais de 30 (trinta) DO INQUÉRITO
dias, de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade,
ou destituição de cargo em comissão, será obrigatória a instauração Art. 153.O inquérito administrativo obedecerá ao princípio do
de processo disciplinar. contraditório, assegurada ao acusado ampla defesa, com a utiliza-
ção dos meios e recursos admitidos em direito.
CAPÍTULO II Art. 154.Os autos da sindicância integrarão o processo discipli-
DO AFASTAMENTO PREVENTIVO nar, como peça informativa da instrução.
Parágrafo único.Na hipótese de o relatório da sindicância con-
Art. 147.Como medida cautelar e a fim de que o servidor não cluir que a infração está capitulada como ilícito penal, a autoridade
venha a influir na apuração da irregularidade, a autoridade instau- competente encaminhará cópia dos autos ao Ministério Público, in-
radora do processo disciplinar poderá determinar o seu afastamen- dependentemente da imediata instauração do processo disciplinar.
to do exercício do cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem Art. 155.Na fase do inquérito, a comissão promoverá a tomada
prejuízo da remuneração. de depoimentos, acareações, investigações e diligências cabíveis,
Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorrogado por objetivando a coleta de prova, recorrendo, quando necessário, a
igual prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não técnicos e peritos, de modo a permitir a completa elucidação dos
concluído o processo. fatos.
Art. 156.É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o
CAPÍTULO III processo pessoalmente ou por intermédio de procurador, arrolar e
DO PROCESSO DISCIPLINAR reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e formular
quesitos, quando se tratar de prova pericial.
Art. 148.O processo disciplinar é o instrumento destinado a § 1oO presidente da comissão poderá denegar pedidos con-
apurar responsabilidade de servidor por infração praticada no exer- siderados impertinentes, meramente protelatórios, ou de nenhum
cício de suas atribuições, ou que tenha relação com as atribuições interesse para o esclarecimento dos fatos.
do cargo em que se encontre investido. § 2oSerá indeferido o pedido de prova pericial, quando a com-
Art. 149.O processo disciplinar será conduzido por comissão provação do fato independer de conhecimento especial de perito.
composta de três servidores estáveis designados pela autoridade Art. 157.As testemunhas serão intimadas a depor mediante
competente, observado o disposto no § 3o do art. 143, que indica- mandado expedido pelo presidente da comissão, devendo a segun-
rá, dentre eles, o seu presidente, que deverá ser ocupante de cargo da via, com o ciente do interessado, ser anexado aos autos.
efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade Parágrafo único.Se a testemunha for servidor público, a expe-
igual ou superior ao do indiciado.(Redação dada pela Lei nº 9.527, dição do mandado será imediatamente comunicada ao chefe da re-
de 10.12.97) partição onde serve, com a indicação do dia e hora marcados para
§ 1oA Comissão terá como secretário servidor designado pelo inquirição.
seu presidente, podendo a indicação recair em um de seus mem- Art. 158.O depoimento será prestado oralmente e reduzido a
bros. termo, não sendo lícito à testemunha trazê-lo por escrito.
§ 2oNão poderá participar de comissão de sindicância ou de § 1oAs testemunhas serão inquiridas separadamente.
inquérito, cônjuge, companheiro ou parente do acusado, consan- § 2oNa hipótese de depoimentos contraditórios ou que se in-
güíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau. firmem, proceder-se-á à acareação entre os depoentes.
Art. 150.A Comissão exercerá suas atividades com indepen- Art. 159.Concluída a inquirição das testemunhas, a comissão
dência e imparcialidade, assegurado o sigilo necessário à elucida- promoverá o interrogatório do acusado, observados os procedi-
ção do fato ou exigido pelo interesse da administração. mentos previstos nos arts. 157 e 158.
Parágrafo único.As reuniões e as audiências das comissões te- § 1oNo caso de mais de um acusado, cada um deles será ouvi-
rão caráter reservado. do separadamente, e sempre que divergirem em suas declarações
Art. 151.O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes sobre fatos ou circunstâncias, será promovida a acareação entre
fases: eles.
I - instauração, com a publicação do ato que constituir a co- § 2oO procurador do acusado poderá assistir ao interrogatório,
missão; bem como à inquirição das testemunhas, sendo-lhe vedado inter-
II - inquérito administrativo, que compreende instrução, defe- ferir nas perguntas e respostas, facultando-se-lhe, porém, reinquiri-
sa e relatório; -las, por intermédio do presidente da comissão.
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Art. 160.Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do § 2oHavendo mais de um indiciado e diversidade de sanções,
acusado, a comissão proporá à autoridade competente que ele seja o julgamento caberá à autoridade competente para a imposição da
submetido a exame por junta médica oficial, da qual participe pelo pena mais grave.
menos um médico psiquiatra. § 3oSe a penalidade prevista for a demissão ou cassação de
Parágrafo único.O incidente de sanidade mental será processa- aposentadoria ou disponibilidade, o julgamento caberá às autorida-
do em auto apartado e apenso ao processo principal, após a expe- des de que trata o inciso I do art. 141.
dição do laudo pericial. § 4oReconhecida pela comissão a inocência do servidor, a au-
Art. 161.Tipificada a infração disciplinar, será formulada a indi- toridade instauradora do processo determinará o seu arquivamen-
ciação do servidor, com a especificação dos fatos a ele imputados e to, salvo se flagrantemente contrária à prova dos autos.(Incluído
das respectivas provas. pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 1oO indiciado será citado por mandado expedido pelo pre- Art. 168.O julgamento acatará o relatório da comissão, salvo
sidente da comissão para apresentar defesa escrita, no prazo de 10 quando contrário às provas dos autos.
(dez) dias, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição. Parágrafo único.Quando o relatório da comissão contrariar as
§ 2oHavendo dois ou mais indiciados, o prazo será comum e provas dos autos, a autoridade julgadora poderá, motivadamente,
de 20 (vinte) dias. agravar a penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o servidor de
§ 3oO prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro, para responsabilidade.
diligências reputadas indispensáveis. Art. 169.Verificada a ocorrência de vício insanável, a autorida-
§ 4oNo caso de recusa do indiciado em apor o ciente na cópia de que determinou a instauração do processo ou outra de hierar-
da citação, o prazo para defesa contar-se-á da data declarada, em quia superior declarará a sua nulidade, total ou parcial, e ordenará,
termo próprio, pelo membro da comissão que fez a citação, com a no mesmo ato, a constituição de outra comissão para instauração
assinatura de (2) duas testemunhas. de novo processo. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 162.O indiciado que mudar de residência fica obrigado a § 1oO julgamento fora do prazo legal não implica nulidade do
comunicar à comissão o lugar onde poderá ser encontrado. processo.
Art. 163.Achando-se o indiciado em lugar incerto e não sabido, § 2oA autoridade julgadora que der causa à prescrição de que
será citado por edital, publicado no Diário Oficial da União e em trata o art. 142, § 2o, será responsabilizada na forma do Capítulo IV
jornal de grande circulação na localidade do último domicílio co- do Título IV.
nhecido, para apresentar defesa. Art. 170.Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade
Parágrafo único.Na hipótese deste artigo, o prazo para defesa julgadora determinará o registro do fato nos assentamentos indivi-
será de 15 (quinze) dias a partir da última publicação do edital. duais do servidor.
Art. 164.Considerar-se-á revel o indiciado que, regularmente Art. 171.Quando a infração estiver capitulada como crime, o
citado, não apresentar defesa no prazo legal. processo disciplinar será remetido ao Ministério Público para ins-
§ 1oA revelia será declarada, por termo, nos autos do processo tauração da ação penal, ficando trasladado na repartição.
e devolverá o prazo para a defesa. Art. 172.O servidor que responder a processo disciplinar só
§ 2oPara defender o indiciado revel, a autoridade instauradora poderá ser exonerado a pedido, ou aposentado voluntariamente,
do processo designará um servidor como defensor dativo, que de- após a conclusão do processo e o cumprimento da penalidade, aca-
so aplicada.
verá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou
Parágrafo único.Ocorrida a exoneração de que trata o parágra-
ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado. (Reda-
fo único, inciso I do art. 34, o ato será convertido em demissão, se
ção dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
for o caso.
Art. 165.Apreciada a defesa, a comissão elaborará relatório mi-
Art. 173.Serão assegurados transporte e diárias:
nucioso, onde resumirá as peças principais dos autos e mencionará
I - ao servidor convocado para prestar depoimento fora da
as provas em que se baseou para formar a sua convicção.
sede de sua repartição, na condição de testemunha, denunciado
§ 1oO relatório será sempre conclusivo quanto à inocência ou
ou indiciado;
à responsabilidade do servidor.
II - aos membros da comissão e ao secretário, quando obri-
§ 2oReconhecida a responsabilidade do servidor, a comissão
gados a se deslocarem da sede dos trabalhos para a realização de
indicará o dispositivo legal ou regulamentar transgredido, bem missão essencial ao esclarecimento dos fatos.
como as circunstâncias agravantes ou atenuantes.
Art. 166.O processo disciplinar, com o relatório da comissão, SEÇÃO III
será remetido à autoridade que determinou a sua instauração, para DA REVISÃO DO PROCESSO
julgamento.
Art. 174.O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer
SEÇÃO II tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem fatos novos ou
DO JULGAMENTO circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a
inadequação da penalidade aplicada.
Art. 167. No prazo de 20 (vinte) dias, contados do recebimento § 1oEm caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do
do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão. servidor, qualquer pessoa da família poderá requerer a revisão do
§ 1oSe a penalidade a ser aplicada exceder a alçada da autori- processo.
dade instauradora do processo, este será encaminhado à autorida- § 2oNo caso de incapacidade mental do servidor, a revisão será
de competente, que decidirá em igual prazo. requerida pelo respectivo curador.
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Art. 175.No processo revisional, o ônus da prova cabe ao re- do cargo a que faz jus no exercício de suas atribuições, computan-
querente. do-se, para esse efeito, inclusive, as vantagens pessoais.(Incluído
Art. 176.A simples alegação de injustiça da penalidade não pela Lei nº 10.667, de 14.5.2003)
constitui fundamento para a revisão, que requer elementos novos, § 4o O recolhimento de que trata o § 3o deve ser efetuado até
ainda não apreciados no processo originário. o segundo dia útil após a data do pagamento das remunerações dos
Art. 177.O requerimento de revisão do processo será dirigido servidores públicos, aplicando-se os procedimentos de cobrança e
ao Ministro de Estado ou autoridade equivalente, que, se autorizar execução dos tributos federais quando não recolhidas na data de
a revisão, encaminhará o pedido ao dirigente do órgão ou entidade vencimento.(Incluído pela Lei nº 10.667, de 14.5.2003)
onde se originou o processo disciplinar. Art. 184.O Plano de Seguridade Social visa a dar cobertura aos
Parágrafo único.Deferida a petição, a autoridade competente riscos a que estão sujeitos o servidor e sua família, e compreende
providenciará a constituição de comissão, na forma do art. 149. um conjunto de benefícios e ações que atendam às seguintes fina-
Art. 178.A revisão correrá em apenso ao processo originário. lidades:
Parágrafo único. Na petição inicial, o requerente pedirá dia e I - garantir meios de subsistência nos eventos de doença, in-
hora para a produção de provas e inquirição das testemunhas que validez, velhice, acidente em serviço, inatividade, falecimento e re-
arrolar. clusão;
Art. 179.A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias para a con- II - proteção à maternidade, à adoção e à paternidade;
III - assistência à saúde.
clusão dos trabalhos.
Parágrafo único.Os benefícios serão concedidos nos termos
Art. 180.Aplicam-se aos trabalhos da comissão revisora, no
e condições definidos em regulamento, observadas as disposições
que couber, as normas e procedimentos próprios da comissão do
desta Lei.
processo disciplinar.
Art. 185.Os benefícios do Plano de Seguridade Social do servi-
Art. 181.O julgamento caberá à autoridade que aplicou a pena- dor compreendem:
lidade, nos termos do art. 141. I - quanto ao servidor:
Parágrafo único.O prazo para julgamento será de 20 (vinte) a) aposentadoria;
dias, contados do recebimento do processo, no curso do qual a au- b) auxílio-natalidade;
toridade julgadora poderá determinar diligências. c) salário-família;
Art. 182.Julgada procedente a revisão, será declarada sem d) licença para tratamento de saúde;
efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-se todos os direitos e) licença à gestante, à adotante e licença-paternidade;
do servidor, exceto em relação à destituição do cargo em comissão, f) licença por acidente em serviço;
que será convertida em exoneração. g) assistência à saúde;
Parágrafo único.Da revisão do processo não poderá resultar h) garantia de condições individuais e ambientais de trabalho
agravamento de penalidade. satisfatórias;
II - quanto ao dependente:
TÍTULO VI a) pensão vitalícia e temporária;
DA SEGURIDADE SOCIAL DO SERVIDOR b) auxílio-funeral;
CAPÍTULO I c) auxílio-reclusão;
DISPOSIÇÕES GERAIS d) assistência à saúde.
§ 1oAs aposentadorias e pensões serão concedidas e mantidas
Art. 183.A União manterá Plano de Seguridade Social para o pelos órgãos ou entidades aos quais se encontram vinculados os
servidor e sua família. servidores, observado o disposto nos arts. 189 e 224.
§ 1o O servidor ocupante de cargo em comissão que não seja, § 2oO recebimento indevido de benefícios havidos por fraude,
simultaneamente, ocupante de cargo ou emprego efetivo na admi- dolo ou má-fé, implicará devolução ao erário do total auferido, sem
nistração pública direta, autárquica e fundacional não terá direito prejuízo da ação penal cabível.
aos benefícios do Plano de Seguridade Social, com exceção da as-
sistência à saúde.(Redação dada pela Lei nº 10.667, de 14.5.2003) CAPÍTULO II
DOS BENEFÍCIOS
§ 2o O servidor afastado ou licenciado do cargo efetivo, sem
SEÇÃO I
direito à remuneração, inclusive para servir em organismo oficial
DA APOSENTADORIA
internacional do qual o Brasil seja membro efetivo ou com o qual
coopere, ainda que contribua para regime de previdência social no
Art. 186.O servidor será aposentado:(Vide art. 40 da Consti-
exterior, terá suspenso o seu vínculo com o regime do Plano de Se- tuição)
guridade Social do Servidor Público enquanto durar o afastamento I - por invalidez permanente, sendo os proventos integrais
ou a licença, não lhes assistindo, neste período, os benefícios do quando decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional
mencionado regime de previdência.(Incluído pela Lei nº 10.667, de ou doença grave, contagiosa ou incurável, especificada em lei, e
14.5.2003) proporcionais nos demais casos;
§ 3o Será assegurada ao servidor licenciado ou afastado sem II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proven-
remuneração a manutenção da vinculação ao regime do Plano de tos proporcionais ao tempo de serviço;
Seguridade Social do Servidor Público, mediante o recolhimento III - voluntariamente:
mensal da respectiva contribuição, no mesmo percentual devido a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e aos 30
pelos servidores em atividade, incidente sobre a remuneração total (trinta) se mulher, com proventos integrais;
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b) aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções de ma- Art. 190. O servidor aposentado com provento proporcional ao
gistério se professor, e 25 (vinte e cinco) se professora, com proven- tempo de serviço se acometido de qualquer das moléstias especifi-
tos integrais; cadas no § 1o do art. 186 desta Lei e, por esse motivo, for conside-
c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem, e aos 25 (vinte e rado inválido por junta médica oficial passará a perceber provento
cinco) se mulher, com proventos proporcionais a esse tempo; integral, calculado com base no fundamento legal de concessão da
d) aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e aos aposentadoria.(Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)
60 (sessenta) se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de Art. 191.Quando proporcional ao tempo de serviço, o proven-
serviço. to não será inferior a 1/3 (um terço) da remuneração da atividade.
§ 1oConsideram-se doenças graves, contagiosas ou incuráveis, Art. 192.(Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
a que se refere o inciso I deste artigo, tuberculose ativa, alienação Art. 193.(Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira posterior Art. 194.Ao servidor aposentado será paga a gratificação nata-
ao ingresso no serviço público, hanseníase, cardiopatia grave, do- lina, até o dia vinte do mês de dezembro, em valor equivalente ao
ença de Parkinson, paralisia irreversível e incapacitante, espondi- respectivo provento, deduzido o adiantamento recebido.
loartrose anquilosante, nefropatia grave, estados avançados do Art. 195.Ao ex-combatente que tenha efetivamente participa-
mal de Paget (osteíte deformante), Síndrome de Imunodeficiência do de operações bélicas, durante a Segunda Guerra Mundial, nos
Adquirida - AIDS, e outras que a lei indicar, com base na medicina termos da Lei nº 5.315, de 12 de setembro de 1967, será concedida
especializada. aposentadoria com provento integral, aos 25 (vinte e cinco) anos de
§ 2oNos casos de exercício de atividades consideradas insalu- serviço efetivo.
bres ou perigosas, bem como nas hipóteses previstas no art. 71, a
aposentadoria de que trata o inciso III, “a” e “c”, observará o dispos- SEÇÃO II
to em lei específica. DO AUXÍLIO-NATALIDADE
§ 3oNa hipótese do inciso I o servidor será submetido à junta
médica oficial, que atestará a invalidez quando caracterizada a in- Art. 196.O auxílio-natalidade é devido à servidora por motivo
de nascimento de filho, em quantia equivalente ao menor venci-
capacidade para o desempenho das atribuições do cargo ou a im-
mento do serviço público, inclusive no caso de natimorto.
possibilidade de se aplicar o disposto no art. 24. (Incluído pela Lei
§ 1oNa hipótese de parto múltiplo, o valor será acrescido de
nº 9.527, de 10.12.97)
50% (cinqüenta por cento), por nascituro.
Art. 187.A aposentadoria compulsória será automática, e de-
§ 2oO auxílio será pago ao cônjuge ou companheiro servidor
clarada por ato, com vigência a partir do dia imediato àquele em público, quando a parturiente não for servidora.
que o servidor atingir a idade-limite de permanência no serviço ati-
vo. SEÇÃO III
Art. 188.A aposentadoria voluntária ou por invalidez vigorará a DO SALÁRIO-FAMÍLIA
partir da data da publicação do respectivo ato.
§ 1oA aposentadoria por invalidez será precedida de licença Art. 197.O salário-família é devido ao servidor ativo ou ao ina-
para tratamento de saúde, por período não excedente a 24 (vinte tivo, por dependente econômico.
e quatro) meses. Parágrafo único.Consideram-se dependentes econômicos para
§ 2oExpirado o período de licença e não estando em condi- efeito de percepção do salário-família:
ções de reassumir o cargo ou de ser readaptado, o servidor será I - o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive os enteados
aposentado. até 21 (vinte e um) anos de idade ou, se estudante, até 24 (vinte e
§ 3oO lapso de tempo compreendido entre o término da licen- quatro) anos ou, se inválido, de qualquer idade;
ça e a publicação do ato da aposentadoria será considerado como II - o menor de 21 (vinte e um) anos que, mediante autoriza-
de prorrogação da licença. ção judicial, viver na companhia e às expensas do servidor, ou do
§ 4o Para os fins do disposto no § 1o deste artigo, serão con- inativo;
sideradas apenas as licenças motivadas pela enfermidade enseja- III - a mãe e o pai sem economia própria.
dora da invalidez ou doenças correlacionadas. (Incluído pela Lei nº Art. 198.Não se configura a dependência econômica quando o
11.907, de 2009) beneficiário do salário-família perceber rendimento do trabalho ou
§ 5o A critério da Administração, o servidor em licença para de qualquer outra fonte, inclusive pensão ou provento da aposen-
tratamento de saúde ou aposentado por invalidez poderá ser con- tadoria, em valor igual ou superior ao salário-mínimo.
vocado a qualquer momento, para avaliação das condições que Art. 199.Quando o pai e mãe forem servidores públicos e vi-
ensejaram o afastamento ou a aposentadoria. (Incluído pela Lei nº verem em comum, o salário-família será pago a um deles; quando
11.907, de 2009) separados, será pago a um e outro, de acordo com a distribuição
Art. 189.O provento da aposentadoria será calculado com ob- dos dependentes.
Parágrafo único.Ao pai e à mãe equiparam-se o padrasto, a
servância do disposto no § 3o do art. 41, e revisto na mesma data e
madrasta e, na falta destes, os representantes legais dos incapazes.
proporção, sempre que se modificar a remuneração dos servidores
Art. 200.O salário-família não está sujeito a qualquer tributo,
em atividade.
nem servirá de base para qualquer contribuição, inclusive para a
Parágrafo único.São estendidos aos inativos quaisquer bene-
Previdência Social.
fícios ou vantagens posteriormente concedidas aos servidores em Art. 201.O afastamento do cargo efetivo, sem remuneração,
atividade, inclusive quando decorrentes de transformação ou re- não acarreta a suspensão do pagamento do salário-família.
classificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria.
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LEGISLAÇÃO

SEÇÃO IV SEÇÃO V
DA LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE DA LICENÇA À GESTANTE, À ADOTANTE E DA LICENÇA-PATER-
NIDADE
Art. 202.Será concedida ao servidor licença para tratamento
de saúde, a pedido ou de ofício, com base em perícia médica, sem Art. 207.Será concedida licença à servidora gestante por 120
prejuízo da remuneração a que fizer jus. (cento e vinte) dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração.
Art. 203. A licença de que trata o art. 202 desta Lei será conce- (Vide Decreto nº 6.690, de 2008)
dida com base em perícia oficial. (Redação dada pela Lei nº 11.907, § 1oA licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês de
de 2009) gestação, salvo antecipação por prescrição médica.
§ 1oSempre que necessário, a inspeção médica será realizada § 2oNo caso de nascimento prematuro, a licença terá início a
na residência do servidor ou no estabelecimento hospitalar onde se partir do parto.
encontrar internado. § 3oNo caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do even-
§ 2oInexistindo médico no órgão ou entidade no local onde se to, a servidora será submetida a exame médico, e se julgada apta,
encontra ou tenha exercício em caráter permanente o servidor, e reassumirá o exercício.
não se configurando as hipóteses previstas nos parágrafos do art. § 4oNo caso de aborto atestado por médico oficial, a servidora
230, será aceito atestado passado por médico particular. (Redação terá direito a 30 (trinta) dias de repouso remunerado.
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Art. 208.Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá
§ 3o No caso do § 2o deste artigo, o atestado somente produ- direito à licença-paternidade de 5 (cinco) dias consecutivos.
zirá efeitos depois de recepcionado pela unidade de recursos hu- Art. 209.Para amamentar o próprio filho, até a idade de seis
manos do órgão ou entidade.(Redação dada pela Lei nº 11.907, de meses, a servidora lactante terá direito, durante a jornada de tra-
2009) balho, a uma hora de descanso, que poderá ser parcelada em dois
§ 4o A licença que exceder o prazo de 120 (cento e vinte) dias períodos de meia hora.
no período de 12 (doze) meses a contar do primeiro dia de afasta- Art. 210.À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de
mento será concedida mediante avaliação por junta médica oficial. criança até 1 (um) ano de idade, serão concedidos 90 (noventa) dias
(Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)
de licença remunerada. (Vide Decreto nº 6.691, de 2008)
§ 5o A perícia oficial para concessão da licença de que trata
Parágrafo único.No caso de adoção ou guarda judicial de crian-
o caput deste artigo, bem como nos demais casos de perícia ofi-
ça com mais de 1 (um) ano de idade, o prazo de que trata este artigo
cial previstos nesta Lei, será efetuada por cirurgiões-dentistas, nas
será de 30 (trinta) dias.
hipóteses em que abranger o campo de atuação da odontologia.
(Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
SEÇÃO VI
Art. 204. A licença para tratamento de saúde inferior a 15
DA LICENÇA POR ACIDENTE EM SERVIÇO
(quinze) dias, dentro de 1 (um) ano, poderá ser dispensada de perí-
cia oficial, na forma definida em regulamento. (Redação dada pela
Lei nº 11.907, de 2009) Art. 211.Será licenciado, com remuneração integral, o servidor
Art. 205.O atestado e o laudo da junta médica não se referirão acidentado em serviço.
ao nome ou natureza da doença, salvo quando se tratar de lesões Art. 212.Configura acidente em serviço o dano físico ou mental
produzidas por acidente em serviço, doença profissional ou qual- sofrido pelo servidor, que se relacione, mediata ou imediatamente,
quer das doenças especificadas no art. 186, § 1o. com as atribuições do cargo exercido.
Art. 206.O servidor que apresentar indícios de lesões orgânicas Parágrafo único.Equipara-se ao acidente em serviço o dano:
ou funcionais será submetido a inspeção médica. I - decorrente de agressão sofrida e não provocada pelo servi-
Art. 206-A.O servidor será submetido a exames médicos perió- dor no exercício do cargo;
dicos, nos termos e condições definidos em regulamento.(Incluído II - sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice-
pela Lei nº 11.907, de 2009) (Regulamento). -versa.
Parágrafo único. Para os fins do disposto no caput, a União e Art. 213.O servidor acidentado em serviço que necessite de
suas entidades autárquicas e fundacionais poderão: (Incluído pela tratamento especializado poderá ser tratado em instituição priva-
Lei nº 12.998, de 2014) da, à conta de recursos públicos.
I - prestar os exames médicos periódicos diretamente pelo ór- Parágrafo único. O tratamento recomendado por junta médica
gão ou entidade à qual se encontra vinculado o servidor; (Incluído oficial constitui medida de exceção e somente será admissível quan-
pela Lei nº 12.998, de 2014) do inexistirem meios e recursos adequados em instituição pública.
II - celebrar convênio ou instrumento de cooperação ou parce- Art. 214.A prova do acidente será feita no prazo de 10 (dez)
ria com os órgãos e entidades da administração direta, suas autar- dias, prorrogável quando as circunstâncias o exigirem.
quias e fundações; (Incluído pela Lei nº 12.998, de 2014)
III - celebrar convênios com operadoras de plano de assistência SEÇÃO VII
à saúde, organizadas na modalidade de autogestão, que possuam DA PENSÃO
autorização de funcionamento do órgão regulador, na forma do art.
230; ou (Incluído pela Lei nº 12.998, de 2014) Art. 215. Por morte do servidor, os seus dependentes, nas hi-
IV - prestar os exames médicos periódicos mediante contra- póteses legais, fazem jus à pensão por morte, observados os limites
to administrativo, observado o disposto na Lei no 8.666, de 21 de estabelecidos no inciso XI do caput do art. 37 da Constituição Fede-
junho de 1993, e demais normas pertinentes.(Incluído pela Lei nº ral e no art. 2º da Lei nº 10.887, de 18 de junho de 2004.(Redação
12.998, de 2014) dada pela Lei nº 13.846, de 2019)
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Art. 216. (Revogado pela Medida Provisória nº 664, de 2014) § 1º A concessão da pensão por morte não será protelada pela
(Vigência)(Revogado pela Lei nº 13.135, de 2015) falta de habilitação de outro possível dependente e a habilitação
Art. 217.São beneficiários das pensões: posterior que importe em exclusão ou inclusão de dependente só
I - o cônjuge;(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) produzirá efeito a partir da data da publicação da portaria de con-
a) (Revogada);(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) cessão da pensão ao dependente habilitado. (Redação dada pela
b) (Revogada);(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) Lei nº 13.846, de 2019)
c) (Revogada);(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) § 2º Ajuizada a ação judicial para reconhecimento da condição
d) (Revogada);(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) de dependente, este poderá requerer a sua habilitação provisória
e) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) ao benefício de pensão por morte, exclusivamente para fins de ra-
II - o cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato, teio dos valores com outros dependentes, vedado o pagamento da
com percepção de pensão alimentícia estabelecida judicialmente; respectiva cota até o trânsito em julgado da respectiva ação, ressal-
(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) vada a existência de decisão judicial em contrário. (Redação dada
a) (Revogada);(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) pela Lei nº 13.846, de 2019)
b) (Revogada);(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) § 3º Nas ações em que for parte o ente público responsável pela
c) Revogada);(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) concessão da pensão por morte, este poderá proceder de ofício à
d) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
habilitação excepcional da referida pensão, apenas para efeitos de
III - o companheiro ou companheira que comprove união es-
rateio, descontando-se os valores referentes a esta habilitação das
tável como entidade familiar;(Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
demais cotas, vedado o pagamento da respectiva cota até o trânsito
IV - o filho de qualquer condição que atenda a um dos seguin-
em julgado da respectiva ação, ressalvada a existência de decisão
tes requisitos:(Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
a) seja menor de 21 (vinte e um) anos; (Incluído pela Lei nº judicial em contrário. (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)
13.135, de 2015) § 4º Julgada improcedente a ação prevista no § 2º ou § 3º deste
b) seja inválido;(Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) artigo, o valor retido será corrigido pelos índices legais de reajusta-
c)(Vide Lei nº 13.135, de 2015)(Vigência) mento e será pago de forma proporcional aos demais dependentes,
d) tenha deficiência intelectual ou mental; (Redação dada pela de acordo com as suas cotas e o tempo de duração de seus benefí-
Lei nº 13.846, de 2019) cios.(Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
V - a mãe e o pai que comprovem dependência econômica do § 5º Em qualquer hipótese, fica assegurada ao órgão conces-
servidor; e (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) sor da pensão por morte a cobrança dos valores indevidamente
VI - o irmão de qualquer condição que comprove dependência pagos em função de nova habilitação. (Incluído pela Lei nº 13.846,
econômica do servidor e atenda a um dos requisitos previstos no de 2019)
inciso IV.(Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) Art. 220. Perde o direito à pensão por morte:(Redação dada
§ 1oA concessão de pensão aos beneficiários de que tratam os pela Lei nº 13.135, de 2015)
incisos I a IV do caput exclui os beneficiários referidos nos incisos V I - após o trânsito em julgado, o beneficiário condenado pela
e VI. (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) prática de crime de que tenha dolosamente resultado a morte do
§ 2oA concessão de pensão aos beneficiários de que trata o servidor; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
inciso V do caput exclui o beneficiário referido no inciso VI.(Redação II - o cônjuge, o companheiro ou a companheira se compro-
dada pela Lei nº 13.135, de 2015) vada, a qualquer tempo, simulação ou fraude no casamento ou
§ 3oO enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho me- na união estável, ou a formalização desses com o fim exclusivo de
diante declaração do servidor e desde que comprovada dependên- constituir benefício previdenciário, apuradas em processo judicial
cia econômica, na forma estabelecida em regulamento.(Incluído no qual será assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa.
pela Lei nº 13.135, de 2015) (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
§ 4º (VETADO).(Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) Art. 221.Será concedida pensão provisória por morte presumi-
Art. 218. Ocorrendo habilitação de vários titulares à pensão, da do servidor, nos seguintes casos:
o seu valor será distribuído em partes iguais entre os beneficiários I - declaração de ausência, pela autoridade judiciária compe-
habilitados.(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
tente;
§ 1o(Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
II - desaparecimento em desabamento, inundação, incêndio
§ 2o(Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
ou acidente não caracterizado como em serviço;
§ 3o(Revogado).(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
III - desaparecimento no desempenho das atribuições do cargo
Art. 219. A pensão por morte será devida ao conjunto dos de-
pendentes do segurado que falecer, aposentado ou não, a contar da ou em missão de segurança.
data: (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019) Parágrafo único.A pensão provisória será transformada em vi-
I - do óbito, quando requerida em até 180 (cento e oitenta talícia ou temporária, conforme o caso, decorridos 5 (cinco) anos
dias) após o óbito, para os filhos menores de 16 (dezesseis) anos, de sua vigência, ressalvado o eventual reaparecimento do servidor,
ou em até 90 (noventa) dias após o óbito, para os demais depen- hipótese em que o benefício será automaticamente cancelado.
dentes;(Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019) Art. 222.Acarreta perda da qualidade de beneficiário:
II - do requerimento, quando requerida após o prazo previs- I - o seu falecimento;
to no inciso I do caput deste artigo; ou (Redação dada pela Lei nº II - a anulação do casamento, quando a decisão ocorrer após a
13.846, de 2019) concessão da pensão ao cônjuge;
III - da decisão judicial, na hipótese de morte presumida. (Reda-
ção dada pela Lei nº 13.846, de 2019)
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III - a cessação da invalidez, em se tratando de beneficiário in- § 5º Na hipótese de o servidor falecido estar, na data de seu
válido, ou o afastamento da deficiência, em se tratando de benefici- falecimento, obrigado por determinação judicial a pagar alimentos
ário com deficiência, respeitados os períodos mínimos decorrentes temporários a ex-cônjuge, ex-companheiro ou ex-companheira, a
da aplicação das alíneas a e b do inciso VII do caput deste artigo; pensão por morte será devida pelo prazo remanescente na data do
(Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019) óbito, caso não incida outra hipótese de cancelamento anterior do
IV - o implemento da idade de 21 (vinte e um) anos, pelo filho benefício. (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)
ou irmão;(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) § 6º O beneficiário que não atender à convocação de que trata
V - a acumulação de pensão na forma do art. 225; o § 1º deste artigo terá o benefício suspenso, observado o disposto
VI - a renúncia expressa; e(Redação dada pela Lei nº 13.135, nos incisos I e II do caput do art. 95 da Lei nº 13.146, de 6 de julho
de 2015) de 2015.(Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)
VII - em relação aos beneficiários de que tratam os incisos I a III § 7º O exercício de atividade remunerada, inclusive na condi-
do caput do art. 217: (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) ção de microempreendedor individual, não impede a concessão ou
a) o decurso de 4 (quatro) meses, se o óbito ocorrer sem que manutenção da cota da pensão de dependente com deficiência in-
o servidor tenha vertido 18 (dezoito) contribuições mensais ou se o telectual ou mental ou com deficiência grave. (Incluído pela Lei nº
casamento ou a união estável tiverem sido iniciados em menos de 2 13.846, de 2019)
(dois) anos antes do óbito do servidor; (Incluído pela Lei nº 13.135, § 8º No ato de requerimento de benefícios previdenciários,
de 2015) não será exigida apresentação de termo de curatela de titular ou
b) o decurso dos seguintes períodos, estabelecidos de acordo de beneficiário com deficiência, observados os procedimentos a
com a idade do pensionista na data de óbito do servidor, depois de serem estabelecidos em regulamento.(Incluído pela Lei nº 13.846,
vertidas 18 (dezoito) contribuições mensais e pelo menos 2 (dois) de 2019)
anos após o início do casamento ou da união estável:(Incluído pela Art. 223. Por morte ou perda da qualidade de beneficiário, a
Lei nº 13.135, de 2015) respectiva cota reverterá para os cobeneficiários. (Redação dada
1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de idade; pela Lei nº 13.135, de 2015)
(Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) I - (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) anos de
II - (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
Art. 224.As pensões serão automaticamente atualizadas na
3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e nove) anos
mesma data e na mesma proporção dos reajustes dos vencimentos
de idade;(Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
dos servidores, aplicando-se o disposto no parágrafo único do art.
4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos de
189.
idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
Art. 225. Ressalvado o direito de opção, é vedada a percepção
5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (quarenta e
cumulativa de pensão deixada por mais de um cônjuge ou compa-
três) anos de idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
nheiro ou companheira e de mais de 2 (duas) pensões.(Redação
6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos de idade.
dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
(Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
§ 1oA critério da administração, o beneficiário de pensão cuja
preservação seja motivada por invalidez, por incapacidade ou por SEÇÃO VIII
deficiência poderá ser convocado a qualquer momento para avalia- DO AUXÍLIO-FUNERAL
ção das referidas condições.(Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
§ 2oSerão aplicados, conforme o caso, a regra contida no inciso Art. 226.O auxílio-funeral é devido à família do servidor faleci-
III ou os prazos previstos na alínea “b” do inciso VII, ambos do caput, do na atividade ou aposentado, em valor equivalente a um mês da
se o óbito do servidor decorrer de acidente de qualquer natureza remuneração ou provento.
ou de doença profissional ou do trabalho, independentemente do § 1oNo caso de acumulação legal de cargos, o auxílio será pago
recolhimento de 18 (dezoito) contribuições mensais ou da compro- somente em razão do cargo de maior remuneração.
vação de 2 (dois) anos de casamento ou de união estável. (Incluído § 2o(VETADO).
pela Lei nº 13.135, de 2015) § 3oO auxílio será pago no prazo de 48 (quarenta e oito) horas,
§ 3oApós o transcurso de pelo menos 3 (três) anos e desde por meio de procedimento sumaríssimo, à pessoa da família que
que nesse período se verifique o incremento mínimo de um ano houver custeado o funeral.
inteiro na média nacional única, para ambos os sexos, correspon- Art. 227.Se o funeral for custeado por terceiro, este será inde-
dente à expectativa de sobrevida da população brasileira ao nascer, nizado, observado o disposto no artigo anterior.
poderão ser fixadas, em números inteiros, novas idades para os fins Art. 228.Em caso de falecimento de servidor em serviço fora
previstos na alínea “b” do inciso VII do caput, em ato do Ministro de do local de trabalho, inclusive no exterior, as despesas de transpor-
Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão, limitado o acrésci- te do corpo correrão à conta de recursos da União, autarquia ou
mo na comparação com as idades anteriores ao referido incremen- fundação pública.
to.(Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
§ 4oO tempo de contribuição a Regime Próprio de Previdência SEÇÃO IX
Social (RPPS) ou ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS) será DO AUXÍLIO-RECLUSÃO
considerado na contagem das 18 (dezoito) contribuições mensais
referidas nas alíneas “a” e “b” do inciso VII do caput.(Incluído pela Art. 229.À família do servidor ativo é devido o auxílio-reclusão,
Lei nº 13.135, de 2015) nos seguintes valores:
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I - dois terços da remuneração, quando afastado por motivo de de 180 (cento e oitenta) dias da vigência desta Lei, normas essas
prisão, em flagrante ou preventiva, determinada pela autoridade também aplicáveis aos convênios existentes até 12 de fevereiro de
competente, enquanto perdurar a prisão; 2006;(Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)
II - metade da remuneração, durante o afastamento, em virtu- II - contratar, mediante licitação, na forma da Lei no 8.666, de
de de condenação, por sentença definitiva, a pena que não deter- 21 de junho de 1993, operadoras de planos e seguros privados de
mine a perda de cargo. assistência à saúde que possuam autorização de funcionamento do
§ 1oNos casos previstos no inciso I deste artigo, o servidor terá órgão regulador;(Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)
direito à integralização da remuneração, desde que absolvido. III -(VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)
§ 2oO pagamento do auxílio-reclusão cessará a partir do dia § 4o(VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)
imediato àquele em que o servidor for posto em liberdade, ainda § 5o O valor do ressarcimento fica limitado ao total despendi-
que condicional. do pelo servidor ou pensionista civil com plano ou seguro privado
§ 3oRessalvado o disposto neste artigo, o auxílio-reclusão será de assistência à saúde. (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)
devido, nas mesmas condições da pensão por morte, aos depen-
CAPÍTULO IV
dentes do segurado recolhido à prisão.(Incluído pela Lei nº 13.135,
DO CUSTEIO
de 2015)
Art. 231.(Revogado pela Lei nº 9.783, de 28.01.99)
CAPÍTULO III
DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE TÍTULO VII
CAPÍTULO ÚNICO
Art. 230. A assistência à saúde do servidor, ativo ou inativo, e DA CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE EXCEPCIONAL INTERES-
de sua família compreende assistência médica, hospitalar, odonto- SE PÚBLICO
lógica, psicológica e farmacêutica, terá como diretriz básica o imple-
mento de ações preventivas voltadas para a promoção da saúde e Art. 232.(Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93)
será prestada pelo Sistema Único de Saúde – SUS, diretamente pelo Art. 233.(Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93)
órgão ou entidade ao qual estiver vinculado o servidor, ou median- Art. 234.(Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93)
te convênio ou contrato, ou ainda na forma de auxílio, mediante Art. 235.(Revogado pela Lei nº 8.745, de 9.12.93)
ressarcimento parcial do valor despendido pelo servidor, ativo ou
inativo, e seus dependentes ou pensionistas com planos ou seguros Título VIII
privados de assistência à saúde, na forma estabelecida em regula- Capítulo Único
mento. (Redação dada pela Lei nº 11.302 de 2006) Das Disposições Gerais
§ 1oNas hipóteses previstas nesta Lei em que seja exigida perí-
cia, avaliação ou inspeção médica, na ausência de médico ou junta Art. 236.O Dia do Servidor Público será comemorado a vinte e
médica oficial, para a sua realização o órgão ou entidade celebra- oito de outubro.
rá, preferencialmente, convênio com unidades de atendimento do Art. 237.Poderão ser instituídos, no âmbito dos Poderes Exe-
sistema público de saúde, entidades sem fins lucrativos declaradas cutivo, Legislativo e Judiciário, os seguintes incentivos funcionais,
de utilidade pública, ou com o Instituto Nacional do Seguro Social - além daqueles já previstos nos respectivos planos de carreira:
INSS.(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) I - prêmios pela apresentação de idéias, inventos ou trabalhos
§ 2oNa impossibilidade, devidamente justificada, da aplicação que favoreçam o aumento de produtividade e a redução dos custos
do disposto no parágrafo anterior, o órgão ou entidade promoverá a operacionais;
contratação da prestação de serviços por pessoa jurídica, que cons- II - concessão de medalhas, diplomas de honra ao mérito, con-
tituirá junta médica especificamente para esses fins, indicando os decoração e elogio.
Art. 238.Os prazos previstos nesta Lei serão contados em dias
nomes e especialidades dos seus integrantes, com a comprovação
corridos, excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o do venci-
de suas habilitações e de que não estejam respondendo a processo
mento, ficando prorrogado, para o primeiro dia útil seguinte, o pra-
disciplinar junto à entidade fiscalizadora da profissão. (Incluído pela
zo vencido em dia em que não haja expediente.
Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 239.Por motivo de crença religiosa ou de convicção filo-
§ 3o Para os fins do disposto no caput deste artigo, ficam a sófica ou política, o servidor não poderá ser privado de quaisquer
União e suas entidades autárquicas e fundacionais autorizadas a: dos seus direitos, sofrer discriminação em sua vida funcional, nem
(Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006) eximir-se do cumprimento de seus deveres.
I - celebrar convênios exclusivamente para a prestação de ser- Art. 240.Ao servidor público civil é assegurado, nos termos da
viços de assistência à saúde para os seus servidores ou empregados Constituição Federal, o direito à livre associação sindical e os se-
ativos, aposentados, pensionistas, bem como para seus respectivos guintes direitos, entre outros, dela decorrentes:
grupos familiares definidos, com entidades de autogestão por elas a) de ser representado pelo sindicato, inclusive como substi-
patrocinadas por meio de instrumentos jurídicos efetivamente ce- tuto processual;
lebrados e publicados até 12 de fevereiro de 2006 e que possuam b) de inamovibilidade do dirigente sindical, até um ano após o
autorização de funcionamento do órgão regulador, sendo certo final do mandato, exceto se a pedido;
que os convênios celebrados depois dessa data somente poderão c) de descontar em folha, sem ônus para a entidade sindical a
sê-lo na forma da regulamentação específica sobre patrocínio de que for filiado, o valor das mensalidades e contribuições definidas
autogestões, a ser publicada pelo mesmo órgão regulador, no prazo em assembléia geral da categoria.
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LEGISLAÇÃO

d) (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Art. 245.A licença especial disciplinada pelo art. 116 da Lei nº
e) (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) 1.711, de 1952, ou por outro diploma legal, fica transformada em
Art. 241.Consideram-se da família do servidor, além do cônju- licença-prêmio por assiduidade, na forma prevista nos arts. 87 a 90.
ge e filhos, quaisquer pessoas que vivam às suas expensas e cons- Art. 246. (VETADO).
tem do seu assentamento individual. Art. 247. Para efeito do disposto no Título VI desta Lei, haverá
Parágrafo único.Equipara-se ao cônjuge a companheira ou ajuste de contas com a Previdência Social, correspondente ao perí-
companheiro, que comprove união estável como entidade familiar. odo de contribuição por parte dos servidores celetistas abrangidos
Art. 242.Para os fins desta Lei, considera-se sede o município pelo art. 243. (Redação dada pela Lei nº 8.162, de 8.1.91)
onde a repartição estiver instalada e onde o servidor tiver exercício, Art. 248.As pensões estatutárias, concedidas até a vigência
em caráter permanente. desta Lei, passam a ser mantidas pelo órgão ou entidade de origem
do servidor.
TÍTULO IX Art. 249.Até a edição da lei prevista no § 1o do art. 231, os
CAPÍTULO ÚNICO servidores abrangidos por esta Lei contribuirão na forma e nos per-
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS centuais atualmente estabelecidos para o servidor civil da União
conforme regulamento próprio.
Art. 243.Ficam submetidos ao regime jurídico instituído por Art. 250. O servidor que já tiver satisfeito ou vier a satisfazer,
esta Lei, na qualidade de servidores públicos, os servidores dos Po- dentro de 1 (um) ano, as condições necessárias para a aposentado-
deres da União, dos ex-Territórios, das autarquias, inclusive as em ria nos termos do inciso II do art. 184 do antigo Estatuto dos Fun-
regime especial, e das fundações públicas, regidos pela Lei nº 1.711, cionários Públicos Civis da União, Lei n° 1.711, de 28 de outubro de
de 28 de outubro de 1952 - Estatuto dos Funcionários Públicos Civis 1952, aposentar-se-á com a vantagem prevista naquele dispositivo.
da União, ou pela Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo (Mantido pelo Congresso Nacional)
Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, exceto os contratados Art. 251.(Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
por prazo determinado, cujos contratos não poderão ser prorroga- Art. 252.Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, com
dos após o vencimento do prazo de prorrogação. efeitos financeiros a partir do primeiro dia do mês subseqüente.
§ 1oOs empregos ocupados pelos servidores incluídos no regi- Art. 253.Ficam revogadas a Lei nº 1.711, de 28 de outubro de
me instituído por esta Lei ficam transformados em cargos, na data 1952, e respectiva legislação complementar, bem como as demais
de sua publicação. disposições em contrário.
§ 2oAs funções de confiança exercidas por pessoas não in- Brasília, 11 de dezembro de 1990; 169o da Independência e
tegrantes de tabela permanente do órgão ou entidade onde têm 102o da República.
exercício ficam transformadas em cargos em comissão, e mantidas FERNANDO COLLOR
enquanto não for implantado o plano de cargos dos órgãos ou enti- Jarbas Passarinho
dades na forma da lei.
§ 3oAs Funções de Assessoramento Superior - FAS, exercidas Presidência da República
por servidor integrante de quadro ou tabela de pessoal, ficam extin- Casa Civil
tas na data da vigência desta Lei. Subchefia para Assuntos Jurídicos
§ 4o(VETADO).
§ 5oO regime jurídico desta Lei é extensivo aos serventuários LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990
da Justiça, remunerados com recursos da União, no que couber.
§ 6oOs empregos dos servidores estrangeiros com estabilida- Partes vetadas pelo Presidente da República e mantidas pelo
de no serviço público, enquanto não adquirirem a nacionalidade Congresso Nacional, do Projeto que se transformou na Lei n.° 8.112,
brasileira, passarão a integrar tabela em extinção, do respectivo ór-
de 11 de dezembro de 1990, que “dispõe sobre o Regime Jurídico
gão ou entidade, sem prejuízo dos direitos inerentes aos planos de
dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias e das funda-
carreira aos quais se encontrem vinculados os empregos.
ções públicas federais”.
§ 7oOs servidores públicos de que trata o caput deste artigo,
O PRESIDENTE DO SENADO FEDERAL:
não amparados pelo art. 19 do Ato das Disposições Constitucionais
Faço saber que o CONGRESSO NACIONAL manteve, e eu, MAU-
Transitórias, poderão, no interesse da Administração e conforme
RO BENEVIDES, Presidente do Senado Federal, nos termos do § 7°
critérios estabelecidos em regulamento, ser exonerados median-
do art. 66 da Constituição, promulgo as seguintes partes da Lei n°
te indenização de um mês de remuneração por ano de efetivo
8.112, de 11 de dezembro de 1990:
exercício no serviço público federal.(Incluído pela Lei nº 9.527, de
10.12.97) “Art. 87 .......................................................................................
§ 8oPara fins de incidência do imposto de renda na fonte e na ......................................
declaração de rendimentos, serão considerados como indenizações § 1° .............................................................................................
isentas os pagamentos efetuados a título de indenização prevista .....................................
no parágrafo anterior.(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) § 2° Os períodos de licença-prêmio já adquiridos e não gozados
§ 9oOs cargos vagos em decorrência da aplicação do disposto pelo servidor que vier a falecer serão convertidos em pecúnia, em
no § 7o poderão ser extintos pelo Poder Executivo quando conside- favor de seus beneficiários da pensão.
rados desnecessários. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Art. 192. O servidor que contar tempo de serviço para aposen-
Art. 244.Os adicionais por tempo de serviço, já concedidos aos tadoria com provento integral será aposentado:
servidores abrangidos por esta Lei, ficam transformados em anuê- I - com a remuneração do padrão de classe imediatamente su-
nio. perior àquela em que se encontra posicionado;
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LEGISLAÇÃO

II - quando ocupante da última classe da carreira, com a remu- ______________________________________________________


neração do padrão correspondente, acrescida da diferença entre
esse e o padrão da classe imediatamente anterior. ______________________________________________________
Art. 193. O servidor que tiver exercido função de direção, che-
fia, assessoramento, assistência ou cargo em comissão, por perío- ______________________________________________________
do de 5 (cinco) anos consecutivos, ou 10 (dez) anos interpolados,
______________________________________________________
poderá aposentar-se com a gratificação da função ou remuneração
do cargo em comissão, de maior valor, desde que exercido por um ______________________________________________________
período mínimo de 2 (dois) anos.
§ 1° Quando o exercício da função ou cargo em comissão de ______________________________________________________
maior valor não corresponder ao período de 2 (dois) anos, será in-
corporada a gratificação ou remuneração da função ou cargo em ______________________________________________________
comissão imediatamente inferior dentre os exercidos.
§ 2° A aplicação do disposto neste artigo exclui as vantagens ______________________________________________________
previstas no art. 192, bem como a incorporação de que trata o art.
______________________________________________________
62, ressalvado o direito de opção.
Art. 231. ..................................................................................... ______________________________________________________
......................................
§ 1° ............................................................................................. ______________________________________________________
.....................................
§ 2º O custeio da aposentadoria é de responsabilidade integral ______________________________________________________
do Tesouro Nacional.
Art. 240. ..................................................................................... ______________________________________________________
......................................
a) ................................................................................................ ______________________________________________________
.....................................
______________________________________________________
b) ................................................................................................
..................................... ______________________________________________________
c) ................................................................................................
..................................... ______________________________________________________
d) de negociação coletiva;
e) de ajuizamento, individual e coletivamente, frente à Justiça ______________________________________________________
do Trabalho, nos termos da Constituição Federal.
Art. 250. O servidor que já tiver satisfeito ou vier a satisfazer, ______________________________________________________
dentro de 1 (um) ano, as condições necessárias para a aposentado-
______________________________________________________
ria nos termos do inciso II do art. 184 do antigo Estatuto dos Fun-
cionários Públicos Civis da União, Lei n° 1.711, de 28 de outubro ______________________________________________________
de 1952, aposentar-se-á com a vantagem prevista naquele dispo-
sitivo.” ______________________________________________________
Senado Federal, 18 de abril de 1991. 170° da Independência e
103° da República. ______________________________________________________

ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO E
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De acordo com o estudioso, existiam três males dos quais as


A ADMINISTRAÇÃO E SUAS PERSPECTIVAS. ANTECEDEN- indústrias e organizações sofriam, responsáveis por dificultar seu
TES HISTÓRICOS DA ADMINISTRAÇÃO. ABORDAGENS DA crescimento, eram eles:
ADMINISTRAÇÃO - ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA a) A vadiagem sistemática dos operários
b) A falta de uniformidade nos processos
c) A falta de conhecimento sobre as tarefas e rotinas de traba-
De acordo com Frederick Winslow Taylor, a Administração Cien- lho
tífica (1903) tinha como propósito aumentar a produtividade indus-
trial em seus processos operacionais, tornando-os mais funcionais Os pontos identificados por Taylor constituíam um norte para
e eficientes. Para que isso ocorresse, sua teoria era principalmente o pensamento científico e a continuidade dos estudos sobre o me-
fundamentada no estudo do tempo e dos movimentos. O principal lhoramento da produtividade. Um dos principais avanços que surgi-
ponto de sua teoria estava baseado na divisão do trabalho e a sua ram com a Administração Científica foi a transição do pensamento
organização dentro de uma corporação, ou seja, na distribuição es- empírico, exclusivamente baseado na experiência prática, para o
pecífica de cargos e tarefas. pensamento científico que visava encarar as organizações de modo
Portanto, a visão esquemática do trabalho de acordo com a sistemático, partindo para um viés analítico do trabalho, o tempo e
Administração Científica partia dos operários, “chão-de-fábrica” ou os movimentos para sua realização, assim como questões ligadas à
base da empresa, até o restante de toda a organização. Um dos ele- treinamentos, padrões, especializações de operários etc.
mentos chaves para que este processo fosse bem-sucedido em uma Surge, então, para Frederick Taylor a clareza da necessidade de
corporação era a especialização e a criação de rotinas repetitivas um setor exclusivo ao planejamento, para que de modo metódico,
que estabeleciam padrões de comportamento, tendo como ênfase haja organização em toda a estrutura organizacional do trabalho.
a tarefa. Este estudo diz respeito à primeira fase da administração Sendo assim, a padronização do maquinário e de ferramentas foi
científica. implantada, bem como a aplicação de padrões nos métodos de tra-
Os pontos principais da primeira fase do estudo também foram balho e nas rotinas de tarefas. Para os operários, isso significaria
motivo de críticas à época. O mecanicismo do trabalho, a superes- maior unidade quanto à estrutura do trabalho, além da possibili-
pecialização dos operários que limitava o trabalho, assim como a dade de melhor remuneração e até prêmios de acordo com a pro-
ausência de dados de fato empíricos que comprovam o aumento de dutividade.
produtividade dentro do que era proposto por Taylor eram pontos
que enfraqueciam a teoria. De acordo com o estudo Taylor pôde,
então, observar que o operário médio produzia menos do que era TEORIA CLÁSSICA
capaz mediante estas condições, outro fator observado era a lógica
da remuneração desproporcional à produção de cada operário, se o
que produz mais perceber que recebe o mesmo que o que produz A teoria clássica do engenheiro europeu Henri Fayol, criada em
menos, sua motivação para ser eficiente diminuirá e ele passará a 1916, tinha como principal preocupação a estrutura organizacional,
ser menos produtivo. ou seja, a ordem dos setores da organização e a relação entre elas.
A partir das conclusões do primeiro estudo, estabeleceu-se en- Sendo assim, apesar de ambas as teorias buscarem melhoria na
tão a necessidade de empregar melhores condições de pagamen- eficiência da produção, a abordagem da teoria clássica é caracte-
to, como a remuneração proporcional à produtividade do operá- rizada como inversa à teoria da administração científica, pois parte
rio (quanto mais ele produz, maior sua remuneração). No entanto, de cima para baixo, do topo da organização para a base produtiva
como garantir operários adequados ao serviço, que tenham grande (operários). Deste modo, sua ênfase reside na estrutura e não na
capacidade produtiva de modo que reduzam custos da organização tarefa. O objetivo de Fayol era aumentar a eficiência da organização
pelo custo-benefício do tempo em relação à produção, ainda que a partir da estruturação dos departamentos que a compõem e a
ele receba maior remuneração? O engenheiro observou que para forma como eles se relacionam entre si.
que isso fosse possível era necessário investir em métodos científi- Para tal, alguns princípios básicos deveriam ser aplicados à
cos de seleção e treinamento dos funcionários. realidade das organizações, alguns deles também podem ser ob-
Deste modo, a segunda fase dos estudos da teoria da adminis- servados na teoria de Taylor, como a divisão do trabalho (processo
tração científica foi o momento em que Frederick Taylor se apro- de especialização dos funcionários). Além deste, vemos também
fundou em administração geral para poder então partir para uma aplicada à sua teoria o princípio da autoridade e responsabilidade,
teoria científica que explicasse o funcionamento dos processos pro- responsável por determinar o direito de dar ordens dos superiores
dutivos e aumentasse a eficiência dos operários. Neste período ele e a resposta dos operários diante dela, sendo assim, criando uma
observou que a racionalização do trabalho deveria vir acompanha- unidade de comando, em que não há dúvidas quanto à hierarquia
da de uma estruturação. evitando contraordens.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

De acordo com a teoria de Henri Fayol, deveria prevalecer a dis- uma leve refeição durante esse período. Observou-se que o rendi-
ciplina e ordem como resposta à uma unidade de direção, ou seja, mento dos trabalhadores aumentou consideravelmente depois das
os operários deveriam responder à regras de trabalho e de conduta mudanças implementadas e eles apresentavam maior disposição.
e manterem a organização do seu local de trabalho para que preva- Na terceira fase das pesquisas, conduziram uma série de entre-
leça a unidade do corpo de serviço, tendo como centralização ob- vistas entre os funcionários para conhecerem suas opiniões quanto
jetivos comuns, de modo que os interesses gerais da organização ao comportamento de seus supervisores e seu relacionamento com
prevaleçam sobre os interesses individuais. os demais colaboradores. Constatou-se a existência de regras e nor-
Além disso, a remuneração deveria ser satisfatória para ambos, mas informais dentro das próprias relações entre funcionários que
funcionários e organização, de acordo com a teoria clássica. A de- os beneficiavam, diferentemente da relação que tinham com seus
fesa da estrutura hierárquica visava a criação de padrões, de modo patrões e supervisores.
que fosse fixa a linha de autoridade organizacional. No entanto, em Deste modo foi possível identificar a necessidade da democra-
seus princípios também estava presente a ideia da equidade, a fim tização e humanização da administração das empresas ao se diag-
de que justiça fosse estabelecida em qualquer processo ou decisão. nosticar relação direta entre o nível de produção e às expectativas
Este ponto é de extrema importância pois garante que cada depar- do grupo quanto aos benefícios que a empresa poderia os propor-
tamento desenvolva um senso de lealdade e devoção para com a cionar, como momentos de descanso, alimentação e dias de folga.
corporação, evitando assim uma grande rotatividade de funcioná- A teoria das relações humanas identificou a necessidade de reco-
rios. Para o modelo de Fayol, a estabilidade do corpo de funcio- nhecer os aspectos relacionais do trabalho e a forma como a mente
nários garante a manutenção do bom desempenho da organização humana funciona, o que pôde iniciar o desenvolvimento de uma
como um todo. abordagem humanística da administração de organizações.
Por fim, como consequência de todos os fatores mencionados
anteriormente, espera-se que haja iniciativa por parte da equipe, Decorrências da teoria das relações humanas
ou seja, capacidade de traçar e cumprir um plano. Além disso, vê-se Após o surgimento da teoria das Relações Humanas, surge tam-
a necessidade de que haja espírito de equipe, de tal forma que as bém uma nova forma de compreender o ambiente administrativo.
ações sejam sempre conjuntas, intermediadas e comunicadas de Pontos antes considerados irrelevantes e não-correlatos com o au-
forma clara, tendo consciência de classe a fim de defenderem seus mento ou a diminuição da produtividade no ambiente corporativo
objetivos e interesses. passam a ser de extrema importância: liderança, comunicação, rela-
cionamento, motivação, relações interpessoais, entre outros.
Sendo assim, a gestão empresarial proposta por Fayol é fun-
Ao contestar os enfoques das teorias iniciais do mundo admi-
damentada em planejamento e estrutura. No entanto, assim como
nistrativo, como o processo estrutural da corporação, as hierarquias
a teoria de Taylor, foi criticada como um modelo de trabalho feito
sólidas e imutáveis, o método científico e o maquinário robótico,
para explorar os trabalhadores que, fora os preceitos idealizados,
vemos novos desdobramentos no mundo corporativo. Dá-se lugar
não eram devidamente valorizados à época e enfrentavam péssi-
à uma perspectiva nova sobre o trabalhador, que passa a ser visto
mas condições de trabalho.
como um ser que age não segundo normas, regulamentações de
trabalho e listas de tarefas com o propósito de servir a corpora-
ção por lealdade ou pela remuneração que recebe. Com uma visão
TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS
humanizada, nota-se que os sentimentos, expectativas e relações
sociais são fatores cruciais que influenciam a ação e o desempenho,
podendo motivar ou desmotivar um indivíduo, trazer satisfação ou
A teoria das Relações Humanas surgiu em 1927, enquanto El- insatisfação, felicidade ou infelicidade.
ton Mayo conduzia uma série de experiências em uma empresa Ainda que o aspecto financeiro ainda seja um elemento de re-
de componentes e ferramentas telefônicas em trabalhadores que levância, a remuneração não é o cerne ou o único decisor quanto à
eram assolados pelo cansaço, por excesso de trabalho, acidentes no satisfação de um trabalhador, de acordo com a experiência de Haw-
ambiente de trabalho e, concomitantemente, sofriam grande rotati- thorne. Deste modo, um dos principais desdobramentos do estudo
vidade por causa das más condições em que exerciam suas funções. que desenvolveu a teoria das relações humanas é a identificação da
Estes experimentos foram nomeados Experiências de Hawthorne. real motivação dos comportamentos dos indivíduos.
Durante o experimento, Mayo e seus colaboradores puderam Segundo a Teoria das Relações Humanas, dentre as principais
observar alguns pontos que influenciavam diretamente no desem- necessidades humanas fundamentais, podemos observar as neces-
penho dos funcionários daquela empresa. Na primeira fase das ex- sidades fisiológicas, caracterizadas por serem inerentes à sobrevi-
periências, notou que dois grupos que realizavam o mesmo serviço vência do indivíduo (fome, sede, sono, proteção, atividade física
tinham desempenhos diferentes por causa da iluminação do am- etc). Estas necessidades são em geral supridas por corporações
biente em que estavam. O grupo em local mais iluminado produzia plenamente e, uma vez que a são, passam a não mais influenciar o
mais enquanto o grupo em local com baixa luminosidade produzia comportamento dos trabalhadores dentro de suas atividades. As-
menos, o que indicou a influência de um fator psicológico na produ- sim que as necessidades mais básicas, as fisiológicas, são supridas,
ção. Esta teoria contou com o desenvolvimento da psicologia como elas deixam de ser o motivo da ação. Outras necessidades, então,
ciência humana naquele período como base para seus estudos. tomam seu lugar: as necessidades psicológicas, exclusivas ao ho-
Em um segundo momento, os pesquisadores modificaram a ro- mem e é caracterizado como sendo as mais complexas, tratam-se
tina de trabalho do pessoal de tal modo: mudaram o local em que dos sentimentos e emoções ligados às ações que realiza; e as ne-
cada grupo trabalhava bem como a forma de pagamento, estabe- cessidades de autorrealização, na qual o indivíduo busca reconheci-
leceram alguns intervalos de descanso e também disponibilizaram mento e satisfação no que realiza.
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Deste modo, uma das maiores decorrências da teoria seria a A abordagem neoclássica, propõe então, a organização linha-s-
constatação de que todo o comportamento humano é proveniente taff, capaz de substituir ambas as organizações mencionadas ante-
da satisfação de suas necessidades, que podem ser simples e mais riormente, prevenindo que seus defeitos prejudiquem a empresa,
básicas ou mais complexas, e que esses pontos norteiam toda uma pois melhora o fluxo de comunicação dentre os trabalhadores, além
forma de agir. Entender este princípio básico foi necessário para de especializar os serviços com conhecimentos extras de outros de-
transformar a relação entre homem e trabalho na modernidade. partamentos.
Por fim, a abordagem neoclássica propõe a estruturação de de-
partamentos da seguinte maneira:
TEORIA NEOCLÁSSICA • Função;
• Produto e Serviço;
• Localização geográfica;
Nascida na década de 50, a teoria neoclássica da administração • Cliente;
foi desenvolvida por Peter Drucker entre outros autores. Trata-se, • Fases do processo;
na verdade de uma série de teorias com o objetivo de retomar as • Projetos;
abordagens das teorias clássica e científica da administração. Seus •Tempo;
conceitos se baseiam na prioridade da parte prática da administra- • Etc.
ção empresarial, na retomada das propostas da abordagem clássi- Deste modo, com a Teoria Neoclássica, a administração passa
ca, tendo como destaque os princípios gerais de gestão com enfo- a ser focada nos resultados, nos objetivos, tendo como fundamen-
que em objetivos comuns e resultados. to para a ação o planejamento estratégico. Especificando os obje-
Apesar de se fundamentar nos principais pontos da Teoria Clás- tivos que se pretende alcançar, a organização é capaz de controlar
sica, a Teoria Neoclássica propõe a exclusão de elementos exagera- as ações que poderão visar o alcance dos resultados que almejam
dos e inadequados que não podem ser aplicados na modernidade, obter.
de modo a agrupar outros conceitos de outras teorias que possam
ser relevantes e aplicáveis dentro do contexto proposto por Dru- Decorrências da abordagem neoclássica
cker, tendo em vista o caráter prático da teoria. Podemos citar 3 decorrências da Teoria Neoclássica na moder-
Esta teoria surgiu diante de uma necessidade de melhor orga- nidade:
nizar corporações que cresciam de modo exacerbado e impedir que
dilemas ligados à centralização de poder ou de tarefas se tornassem 1. Processo administrativo
pedras de tropeço para a equipe como um todo. A teoria neoclássi- O enfoque da administração passa a ser o planejamento ati-
ca propõe, então a descentralização do poder e das tarefas, visan- vo das ações em cada departamento de modo que se possa traçar
do clareza nas funções do administrador, ainda que seja necessário um plano com metas e objetivos claros que servirão como norte
aferir responsabilidade a mais indivíduos, tais como: planejamento, para toda a equipe, a fim de alcançar objetivos comuns. A organi-
organização, controle e direção. zação, então, tem papel primordial nos processos administrativos
para que as informações estejam claras e a forma de comunicação
A abordagem neoclássica da administração sejam eficazes e úteis ao trabalho como um todo. A direção exerce
A Teoria Neoclássica da Administração, caracterizada como a não apenas o papel de supervisionar e responder por seus subor-
Teoria Clássica com nova roupagem, adequada à realidade atual dinados, mas de controlar as ações realizadas em prol do objetivo
das empresas, trouxe alterações quanto à visão do que deve ser a comum, comandando as ações ou repreendendo atividades que se-
identidade de uma empresa ideal e funcional. Dentre os principais jam maléficas para a empresa.
pontos da abordagem neoclássica da administração, podemos citar:
• Ênfase no pragmatismo administrativo, a ativa busca de re- 2. Tipos de organização
sultados concretos por meio da prática, ainda tendo em mente as Cada organização possui suas características próprias, mas a
estruturas teóricas da administração. fim de padronizar a visão de empresa, de um modo geral, estabele-
• Retomada das bases clássicas, adaptadas ao contexto atual e ce-se uma lista de características básicas que toda organização tem,
às necessidades administrativas atuais. aprimorando, assim, a visualização de cada departamento ou posi-
• A corporação como um meio para se alcançar objetivos e re- ção hierárquica com que se lida no ambiente de trabalho, definindo
sultados as relações de modo objetivo. Deste modo, define-se o tipo de orga-
• Fundamentos recortados e adaptados de quase todas as de- nização que se deseja e se pode ser (linear, funcional ou linha staff).
mais teorias administrativas, além da clássica, a fim de garantir me-
lhores resultados. 3. Departamentalização
Além destes elementos prioritários sobre a abordagem neo- A definição dos departamentos que compõem a empresa, a es-
clássica da administração, o modelo organizacional deve também colha de alternativas de departamentalização, além de proposições
passar por transformações. Anteriormente, de acordo com as te- sobre as formas de comunicação são ações que também compõe
orias clássica e científica, apenas dois tipos de estruturação orga- uma abordagem moderna da administração em empresas, pois fa-
nizacional era possível: a organização funcional, caracterizada pela cilita a distribuição de tarefas e promove a especialização do traba-
especialização das funções (ainda utilizada em algumas empresas e lho de modo natural.
áreas, como na administração pública); e a organização linear, cuja
comunicação se dá em fila, ou seja, em uma ordem linear hierár-
quica.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

– Cliente: trata-se de uma divisão departamental, em que cada


DEPARTAMENTALIZAÇÃO setor se concentra em um público-alvo específico. Benefício: favo-
rece o atendimento das carências e exigências dos consumidores.
– Projetos: trata-se de uma departamentalização temporária,
Definição adequada nos casos de projetos ocasionais, como escritórios de as-
É o agrupamento de diversos procedimentos e/ou atividades sessoria e consultoria, que compartilham recursos de diversas na-
em repartições especializadas no âmbito de uma organização. O ob- turezas (materiais, financeiros, humanos e financeiros), conforme
jetivo é organizar e simplificar as funções de coordenação e super- seus planejamentos e prazos determinados.
visão, além de potencializar a diligência por resultados. O agrupa- – Processo: a partir de uma sequência lógica, as atividades são
mento é realizado de acordo com critérios individuais de recursos transferidas de um departamento para o outro.
e atividades, sejam eles de cunho material, humano, financeiro ou – Mista: é a associação de tipos distintos de departamentali-
tecnológico. zações.

Princípios
Esse sistema, as tarefas semelhantes devem ser concentradas ADMINISTRAÇÃO POR OBJETIVOS
em um único departamento, enquanto tarefas distintas devem ser
desempenhadas departamentos diferentes. O processo de fusão ou
formação de departamentos pode ser orientado pelos fundamen- Definição
tos relacionados abaixo: É um método que proporciona um gerenciamento mais deta-
• Princípio do maior uso: o setor que mais executa uma ativida- lhado nas empresas, a partir do alinhamento entre os objetivos da
de específica deve ser encarregado por sua realização corporação com as expectativas de seus colaborares. Essa gestão
• Princípio de maior interesse: a supervisão de uma atividade mais detalhada abrange planejamento, controle e foco nas metas
deve ser responsabilidade do departamento que mais tem interes- e objetivos. A teoria foi criada por Peter Drucker, (1954), inspirada
se na sua realização nos conceitos de Alfred Sloan (1920). De acordo com Drucker, deve-
• Princípio de separação e do controle: atividades de controle -se definir as metas da empresa e, assim, avaliar, individualmente, o
(supervisão) devem estar separadas das atividades de execução (ou desenvolvimento e o desempenho dos colaboradores, observando
tarefas controladas) sua motivação e envolvimento no exercício de suas funções.
• Princípio da supressão da concorrência: as tarefas de um se-
tor não podem ser desempenhadas também por outro. Esse prin- Características e princípios da APO
cípio consiste, em outras palavras, na restrição de uma atividade a – Destaque para planejamento, controle e direção, definindo
apenas um departamento. os objetivos e as metas
– Objetivos e metas estabelecidos de forma conjunta o para
Tipos de departamentalização departamentos e cargos
Esse modelo pode ser implantado de acordo com diversos cri- – Objetivos e metas estabelecidos conjuntamente, por líderes
térios que se adequam aos objetivos e natureza específica de cada e liderados
organização. Assim, pode-se optar por departamentalização por: – Acompanhamento, avaliação, revisão e reciclagem dos pla-
– Quantidade: sustenta-se sobre sistemas numéricos. Um res- nos, de forma contínua
ponsável fica a cargo de um número determinado de funcionários. – Estabelecimento de planos operacionais e táticos, focando
Essa forma de departamentalização é utilizada no caso de existirem sempre no controle e na mensuração
turnos de trabalho na organização. – Interligação entre os objetivos dos departamentos
– Função (ou funcional): consiste no agrupamento dos funcio- – Atualização constante (reciclagem) de projetos e processos
nários de acordo com a função de cada um dentro da organização. corporativos
Benefício: maior aproveitamento das especialidades. Desvantagem: – Desenvolvimento de estratégias motivacionais para os cola-
dificulta a visão integral do processo de produção até o produto boradores
final. – Suporte mútuo de todos nas primeiras fases de implementa-
– Local ou locacional, por função geográfica ou territorial: ção dos projetos
praticada em multinacionais, essa forma de departamentalização – Treinamento, qualificação, preparação e aperfeiçoamento
compreende a distribuição dos departamentos conforme sua locali- dos colaboradores
zação geográfica. Benefícios: possibilita a implantação de unidades
mais próximas dos clientes. Desvantagem: manter várias unidades Benefícios da APO
e salários pode ser muito oneroso. – Acompanhamento constante das operações, possibilitando
– Serviço ou produto (divisional): é adequada para situações correções e adequações imediatas
em que organização necessita dar destaque aos seus produtos e/ – Constante reciclagem de conhecimentos, para desempenhos
ou serviços, em vez de focar nas atividades internas. Benefícios: cada vez melhores
concentração de funcionários com habilidades específicas em uma – Proporciona melhorias contínuas dos processos organizacio-
mesma tarefa. Desvantagens: alto custos administrativos, pois cada nais
repartição deve manter sua própria equipe financeira, de marke- – Motiva maior interatividade entre gestores e subordinados
ting, etc.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Desvantagens da APO Principais vantagens e desvantagens do Modelo Burocrático de


Para muitos especialistas, a APO é inadequada e insuficien- Organização
te diante das imediatas e frequentes mudanças tecnológicas e da
competitividade do mercado no contexto atual. Vantagens Críticas

Benefícios pessoais Excesso de formalidades e


MODELO BUROCRÁTICO documentação (papelada)
Constância Interiorização das normas
Univocidade de informa- Resignação (conformida-
Esse modelo, criado no início do século XX, por Max Weber, se ções de)
baseia na padronização de procedimentos, no pensamento racional
Homogeneidade de infor- Dificuldades com a clien-
como meio de conquistar a excelência. A expressão formulada por
mações tela
Weber para uma área da administração nada tem a ver com a noção
popular de travamento e processo e juntada de documentos diver- Confiabilidade Relacionamentos desper-
sos (papelada). A burocracia no sentido científico é a estruturação sonalizados
formal de uma organização, que permite a disposição do trabalho Precisão Demonstração de autori-
humano para o cumprimento de metas comuns dentro de um prazo dade
maior. A burocracia de Weber pode ser resumida como a explicação
detalhada da realização das atividades nas organizações, um a solu- Agilidade das decisões Resistência a mudanças
ção que previne arbitrariedades nas organizações. Racionalidade Relacionamentos hierar-
quizados
Autoridade racional-legal
Segundo Weber, burocracia e autoridade são conceitos intrin-
secamente relacionados, sendo que esta pode ser estabelecida e
exercida da forma tradicional (baseada em costumes e tradições TEORIA ESTRUTURALISTA
culturais e religiosas), de forma carismática (fundamentada nos
atributos pessoais, sejam físicos ou de personalidade), e, finalmen-
te, por critério racional-legal, que o tipo alinhado com a teoria da
burocracia. Esse poder é atribuído e assegurado por regimentos e A abordagem estruturalista da administração se fundamenta
normas provenientes de uma convenção acordada pelo grupo. Nes- no princípio da Teoria Estruturalista (1950), que é o desdobramento
se caso, os membros são obrigados a atenderem aos comandos do da Teoria da Burocracia (1920). Resume-se em um esforço de inte-
líder estabelecido, pois, a autoridade na função e não na pessoa grar os tópicos mais importantes da Escola das Relações Humanas
que a desempenha. (informal), base da primeira teoria, e da Abordagem Clássica (for-
mal), base da segunda.
Princípios da Teoria Burocrática
– Funções e competências são definidas por regulamentos e Objetivo
regras (caráter legal das normas) Conciliação entre a procura da racionalidade por parte da orga-
– Direitos e deveres dos membros são determinados por regu- nização e a procura pela felicidade, empreendida pelos indivíduos.
lamentos e regras (sociedade legal) É indispensável reconhecer o dilema das organizações, que consiste
– A prerrogativa do cargo define a hierarquia no inevitável conflito entre propostas da organização e as deman-
– Reconhecimento fundamentado em normas pré-determina- das individuais. Tais divergências não podem ser amenizadas, po-
das rém, pode-se amenizá-las.
– Funções e cargos semelhantes recebem remunerações equi-
valentes – Abordagem Clássica: ou Administração Científica, compreen-
– Progressão de carreira e promoção estão submetidas a crité- dia que quanto mais uma eficiente uma organização fosse, mais sa-
rios e normas pré-estabelecidos (meritocracia; mérito e ompeten- tisfatória ela seria, pois a maximização da produtividade acarretaria
cia técnica. a remuneração dos membros.
– Escola das Relações Humanas: compreendia que quanto mais
Características da Teoria Burocrática uma satisfatória uma organização fosse, mais eficiente ela seria,
– Caráter formal das comunicações assim, defendia que os colaboradores não estariam satisfeitos em
– Relacionamento impessoal um ambiente formal racional, frio, que suprisse somente as suas
– Divisão de tarefas necessidades financeiras.
– Procedimentos e rotinas – Princípio: a estabilidade entre os aspectos racionais e não
– Hierarquia (noção de autoridade) racionais do comportamento humano é uma questão fundamental
– Previsibilidade das operações da vida moderna, da sociedade e do pensamento, além de ser um
– Qualificação profissional tema crucial da teoria das organizações.
– Especialização da administração
– Fundamento racional
– Complexidade das organizações
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Teoria estruturalista da administração Teoria comportamental da administração


Abrange o estudo das organizações por meio de uma análise A teoria comportamental da administração propõe um novo
mais completa do que as teorias antecessoras (clássica, relações ponto de vista e uma nova perspectiva dentro da teoria administra-
humanas e burocracia). A Teoria estruturalista constitui um desdo- tiva, baseada na renúncia às posturas prescritas e normativas das
bramento da Teoria da Burocracia, e tênue proximidade com Escola teorias precedentes (clássica, relações humanas e burocracia), na
das Relações Humanas. admissão de posturas descritivas e explicativas, e, enfim na abor-
dagem das
Objetivos
Promover a inter-relação entre organizações e sociedade, en- ciências do comportamento.
volvendo, assim, a estrutura organizacional e ambiente externo,
que é a sociedade maior, ou seja, a sociedade de organizações, ca- Visão
racterizada pela interdependência entre as organizações e o am- O ser humano é tido como um animal cujas necessidades não
biente externo (a sociedade e) e as pessoas (colaboradores e mem- se restringem ao âmbito financeiro, pois é dotado de psique, isto
bros dessa sociedade maior). é, é capaz de ordenar suas próprias percepções do universo. Além
disso, o homem é um ser passivo de assimilar conhecimento e mo-
Principais características da Teoria Estruturalista dificar suas ações. O comportamento humano é orientado para
objetivos, podendo ser útil aos demais indivíduos, sempre que o
• Importância das organizações - na sociedade moderna indus- empenho coletivo for fundamental para a conquista das metas co-
trializada, as empresas são importantes para o homem, para suprir muns.
suas necessidades básicas
• Importância do colaborador - dele depende a execução de Características
diversas atividades organizacionais • Foco nas pessoas
• Conflitos - inevitáveis entre as demandas da organização e • Atenção voltada para o processo de trabalho, ou seja, com o
dos membros comportamento organizacional
• Análise do comportamento humano (Teoria de Maslow).
Princípios da Teoria Estruturalista
• Integralidade e interdependência das partes. Disfunção
• Para os estruturalistas, entre os elementos sobre os quais a Falta de relatividade, ou seja, compreende que todos os seres
sociedade moderna se sustenta, natureza, trabalho, capital e orga- humanos têm exatamente as mesmas necessidades, e essas, por
nizações, os três primeiros se submetem ao último. sua vez, são categorizadas por prioridade, constituindo uma hierar-
• Entende a organização com um sistema aberto, vinculado ao quia.
ambiente externo e a outras organizações.
• Baseia-se na noção de estrutura, que é um todo composto Pirâmide de Maslow
por partes que se inter-relacionam. Segundo essa teoria, a motivação humana se origina a partir de
• Entende que os sistemas não são a mera justaposição das um grupo de necessidades que estão hierarquizadas pelo critério
partes, por considera que o todo é maior do que a simples soma da importância, em uma estrutura de pirâmide. Na base da estrutu-
das partes. ra, constam as necessidades de vitais, consideradas as mais básicas
• Adota uma abordagem múltipla, envolvendo análise da orga- e, no topo, as necessidades de autorrealização, consideradas mais
nização formal e informal, compensações mistas, de ordem social elevadas. As pessoas vão se movendo em direção ao topo, à medida
(humanista) e material (clássica), além de reconhecer os conflitos que suas necessidades são satisfeitas.
organizacionais, considerados inevitáveis.
– Nível 1 - NECESSIDADES PRIMÁRIAS - necessidades fisiológi-
cas (sono, alimentação, repouso desejo sexual, etc.)
TEORIA COMPORTAMENTAL – Nível 2 - NECESSIDADES PRIMÁRIAS - necessidade de segu-
rança (estabilidade e proteção).
– Nível 3 - Necessidades Secundárias - necessidades sociais (as-
Definição sociação, amor, participação, aceitação, etc.).
Instrumento de gestão que simplifica o sistema de gerencia- – Nível 4 - Necessidades Secundárias - necessidades de estima
mento de pessoas, também conhecida por teoria behaviorista. (dizem respeito ao próprio indivíduo e ao modo como ele se vê e se
Também pode ser definida como metodologia para o entendimen- julga, como status, consideração, autoconfiança, auto apreciação,
to das diversas personalidades dentro de uma organização. Como etc.)
derivação da Teoria das relações Humanas, seu foco é o compor- – Nível 5 - necessidades secundárias - necessidades de autorre-
tamento humano, porém, aborda, mais amplamente, toda a con- alização - estão no topo da hierarquia (o indivíduo busca a realiza-
juntura organizacional, porém, compreendendo o impacto desse ção do autodesenvolvimento e próprio potencial)
comportamento no ambiente de trabalho como um todo e as ex-
pectativas individuais em relação às organizações.

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TEORIA DO DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL

Derivada da Teoria Comportamental, a Teoria do Desenvolvimento Organizacional (DO ou TDO) abrange estudos da estrutura e do
comportamento humano. Essa teoria pode ser definida como um empenho respaldado pela alta gerência e de longo prazo, que visa à
melhoria dos processos de decisão relacionados à solução de problemas que impliquem em reforma institucional. Esse processo ocorre
por meio de uma investigação eficaz e participativa e de uma gestão adequada da cultura empresarial.

Principais características
• Processos em grupo
• Foco na organização como um todo
• Orientação de modo contingente
• Orientação abrangente e sistêmica
• Retroação das informações;
• Gerador de mudança;
• Simplificação da comunicação de forma integral
• Foco na resolução dos problemas
• Ordenação das atividades
• Aprendizagem a partir de experiências
• Qualificação entre pessoas
• Composição de equipes
• Perspectiva colaborativa e dinamismo nessa interação

Variáveis da Teoria do Desenvolvimento Organizacional


• Meio ambiente: o desenvolvimento tecnológico e das comunicações, o impacto das mudanças no ambiente empresarial, a amplia-
ção do conhecimento, entre outros;
• Organização: temática de preservação contra os impactos gerados por toda a agitação ambiental, além de dinamismo e flexibilidade.
• Grupo social: abrange circunstâncias associadas à liderança, à comunicação e aos conflitos.

TECNOLOGIA E ADMINISTRAÇÃO; TEORIA DE SISTEMAS

A informática é uma importante ferramenta utilizada para o desenvolvimento econômico e social, utilização e agilização de processos
e recursos. Dentro deste contexto pré-estabelecido vamos discorrer sobre a teoria dos sistemas que trata interrelação e integração de
diversos temas. Vamos abordar também a teoria matemática da administração que nada mais é que quantificar eventos para estudos, e
vamos fazer uma abordagem contingencial da administração, isto é, vamos estudar sua integração com o ambiente e tecnologia.

Teoria de Sistemas
Definição
A teoria de sistemas é um ramo que integrou todas as teorias anteriores da administração. As teorias anteriores da administração
faziam uma micro abordagem dos conceitos e desprezavam o todo. Já a Teoria de Sistemas trata a organização como um sistema aberto,
permitindo uma integração e inter-relação de vários assuntos de naturezas diferentes.
Dentro deste contexto, podemos citar alguns pontos centrais da teoria de sistemas:

Homem funcional
O homem funcional executa um papel (Função) e inter-relaciona-se com os demais. Desta forma o homem funcional é aquele que
interage e se auto ajusta a novos papéis. A organização é um sistema aberto onde indivíduos desempenham papéis.

Conflitos de papéis
Papéis são atividades desempenhadas dentro da empresa, conforme a sua posição na organização. É a forma como um indivíduo
reage dentro da organização. A organização é um sistema aberto e existe uma forte inter-relação entre os indivíduos, portanto existe uma
ação e uma retroação (feedback) em todos os aspectos (Vide figura acima).

Incentivos Mistos
Como o próprio nome diz esses incentivos não são somente financeiros, o homem funcional é um ser que busca o lado econômico e
o lado pessoal, isto é, os incentivos variam de financeiros a psicossociais.

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Estado Estável
Este estado estável é a possibilidade da organização conservar sua capacidade e eficiência. A organização é um sistema aberto portan-
to os vários subsistemas chegam a um equilíbrio permitindo o ciclo de funcionamento com eficiência.

Modelos de Organização
Modelo de Schein
O modelo de Shein foi desenvolvido pelo psicólogo social Edgar Schein. Este modelo trata da cultura organizacional, fatores como
hábitos, crenças, valores, etc.. Esses valores iniciam-se com o fundador, mas cada colaborador leva consigo seus valores. A cultura organi-
zacional é fruto da interação das diversas sub culturas existentes na organização.

Dentro deste contexto Schein separou três fatores influenciadores:

Artefatos
São fatores externos que extravasam valores da empresa, tais como missão, slogans, mobília, padrões, história, etc..

MANIFESTAÇÕES FÍSICAS MANIFESTAÇÕES COMPORTAMENTAIS MANIFESTAÇÕES VERBAIS


Design, logo, aparência, prédios, obje- Cerimônias, rituais, padrões de comunicação, tradi- Mitos, história, jargões,
tos materiais, layout; ções, recompensas e punições; apelidos, explicações.

Normas e Valores
São normas claras para os membros, mas não estão escritas. Estas normas portanto são claras e a sua aplicabilidade sofre uma forte
influencia da cultura do indivíduo.

Pressupostos
Segundo Schein o pressuposto é algo intrínseco aos indivíduos. Formado por temas polêmicos que são verdades absolutas no contex-
to do indivíduo. Esses pressupostos podem influenciar ações dos membros. Enfim, esses pressupostos que definem uma ação.

Resumo do modelo de Schein.

Modelo sócio técnico de Tavistock


O modelo de Tavistock, foi proposto e desenvolvido por sociólogos e psicólogos do instituto Tavistock em Londres. Este modelo trata
da interação de fatores técnicos e sociais em uma organização, isto é, são fatores como instalações, equipamentos, características físicas e
psicologias. A organização como um sistema aberto consiste em uma integração recíproca e administrada de tecnologia e de pessoas, daí
então os fatores técnicos e sociais assumirem uma importância relevante.

TEORIA MATEMÁTICA DA ADMINISTRAÇÃO

Definição

A Teoria Matemática da Administração é uma abordagem que surgiu durante a Segunda Guerra Mundial para quantificar os dados
para abordá-los de forma estatística. Desta forma os números deveriam ser analisados para a tomada de decisões, planejamento e em-
prego de recursos.

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Técnicas, Teorias e Ferramentas Metodologia 5s


Teoria dos jogos A metodologia 5s é um método japonês de administração ba-
É a teoria baseada na decisão do outro jogador. Baseado neste seado em cinco princípios, de acordo com a figura abaixo:
conceito, o administrador pode tomar decisões estratégicas basea-
do nas ações da concorrência.

Teoria das filas


A teoria das filas estuda formação de filas através de análises
matemáticas. Sendo assim é possível analisá-la para tornar use ser- Produção Just-in-time
viço viável economicamente no sentido de vendas, produção, es- Just-in-time, cuja a tradução livre seria “no exato momento” é
toque. um sistema de produção que envolve diminuir o estoque e os pro-
Exemplos: Fluxo de entrega, Fluxo de Produção, etc.. dutos necessários para produzir. Sendo assim a empresa não estoca
nenhum tipo de matéria, adquirindo conforme a necessidade, evi-
tando assim o desperdício, perda e diminuindo os custos da gestão
do estoque.

Teoria dos Grafos (técnicas PERT e CPM)


PERT e CPM são técnicas e planejamento e estimativas para
grandes projetos de forma gráfica. As técnicas trabalham com as
estimativas (otimista, mais provável, pessimista) no caso do PET e a
estimativa “mais precisa” no caso do CPM.

Teoria das restrições


A teoria das restrições TOC (Theory of Constraints) é o estudo
das limitações da empresa. Estas limitações impedem a empresa
de atingir seus objetivos. As restrições podem ser físicas, tais como:
máquinas, equipamentos, instalações, etc.; ou não-físicas, tais
como: um procedimento, a demanda de um produto, um paradig-
ma mental, etc...

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TQC (controle total da qualidade)


O controle total da qualidade é um sistema de gestão que visa garantir a satisfação total de fabricantes e clientes superando suas
expectativas. A TQC poder ser aplicada na fabricação ou em fornecimento de serviços.

BSC (balance score card)


O BSC é um método voltado ao gerenciamento estratégico que tem como pilares. O BSC busca indicadores para analisar as seguintes
abordagens:
– Financeira (Satisfação do Acionista)
– Cliente e mercado (Clientes felizes)
– Processos Internos (Eficiência)
– Recursos Humanos (Felizes e treinados)

SIX – SIGMA
Six ou Sigma é conjunto de práticas desenvolvidos pela Motorola para rastrear e melhorar a detecção de defeitos. Um defeito é co-
nhecido como uma não conformidade de um produto ou serviço. Dentro deste contexto existem ferramentas de estatística e qualidade na
busca de melhorias de processos.

TEORIA DA CONTINGÊNCIA

Definição
A teoria da contingência é a mais recente abordagem sobre teorias administrativas. Esta teoria toma como base outras e contextua-
liza o ambiente e a tecnologia. Esta teoria visa a aplicar e utilizar os recursos da melhor maneira possível dentro do comportamento e da
estrutura organizacional.
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Origens da teoria da contingência


Chandler (Estratégia e estrutura)
Chandler realizou uma pesquisa histórica sobre as grandes organizações e concluiu que as grandes organizações passaram por gran-
des transformações em quatro fases distintas: acumulação de recursos, racionalização do uso dos recursos, continuação do crescimento e
racionalização dos recursos em expansão.

Burns e Stalker (Organizações)


Burns e Stalker pesquisaram vinte industrias inglesas para detectar as relações de suas práticas administrativas e o ambiente e con-
cluiu que existem dois tipos de organizações: As organizações mecanicistas e as orgânicas.

Lawrence e Lorsch (Ambiente)


Esta pesquisa é o estudo e suas relações entre a organização e o ambiente. Ela marcou o início da teoria da contingencia. Toda orga-
nização está inserida em um determinado ambiente, este por sua vez gera vários subsistemas resultando na integração e diferenciação da
organização.

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Joan Woodward (Tecnologia) Análise SWOT


Joan Woodward fez uma pesquisa sobre a aplicabilidade das A análise SWOT é uma ferramenta importante no planejamen-
teorias administrativas e concluiu que dentro deste contexto existe to estratégico e permite a análise de vantagens e desvantagens da
um imperativo tecnológico. A tecnologia adotada determina a es- empresa.
trutura e o comportamento da organização.

Temas principais da teoria da contingência


S Strenghts Forças
O termo “Adhocracia” W Weakness Fraquezas
O termo “Adhocracia” foi criado por Alvin Tofler para designar O Opportunities Oportunidades
um tipo de sistema temporário de trabalho. Este sistema de traba-
lho é composto por pessoas de diferentes habilidades, pensamen- T Threats Ameaças
tos, formações e conhecimentos. Dentro desse contexto esse grupo
é mais efetivo na resolução de problemas. O conceito de “Adhocra- Matriz BCG
cia” é o oposto a burocracia, esta por sua vez enfatiza os processos A matriz BCG foi desenvolvida em 1970 por Bruce Henderson
de rotina fixa, enquanto a “Adhocracia” propõe a simplificação dos para atender o Boston Consulting Group. A matriz BCG é uma aná-
processos e a adaptação a situações específicas. lise gráfica visando portifólio de produtos e unidades de negócio.

Vantagens da “Adhocracia”
– Criatividade;
– Inovação;
– Soluções rápidas;
– Processos internos mais rápidos;
– Auto-Ajuste de acordo com a necessidade;
– Eliminação de aspectos burocráticos que gera atrasos.

Desvantagens da “Adhocracia”
– Comunicação muitas vezes dificultada;
– Ausência de documentos formais que formalizam processos
de trabalho;
– Papeis e funções muitas vezes indefinidos;
– Conflitos de interesses.
Para avaliarmos está matriz devemos nos atentar aos quadran-
Estrutura matricial tes, conforme explicado abaixo:
A Estrutura Matricial é composta por departamentos funcio-
nais, produtos e projetos. No caso temos uma fusão entre funcional QUADRANTE ANÁLISE
e a estrutura de projetos.
Baixa partição de mercado e alto cresci-
1
mento de mercado
Alta participação de mercado e alto cresci-
2
mento de mercado
Alta participação de mercado e baixo
3
crescimento de mercado
Baixa participação de mercado e baixo
4
crescimento de mercado

NOVAS PERSPECTIVAS PARA A TEORIA GERAL DA


ADMINISTRAÇÃO

Principais abordagens da administração (clássica até contin-


gencial)
É importante perceber que ao longo da história a Administra-
ção teve abordagens e ênfases distintas. Apesar de existir há pouco
mais de 100 (cem) anos, como todas as ciências, a Administração
evoluiu seus conceitos com o passar dos anos.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

De acordo com o Professor Idalberto Chiavenato (escritor, pro- — Comando e Controle: o gerente pensa e manda e os traba-
fessor e consultor administrativo), a Administração possui 7 (sete) lhadores obedecem de acordo com o plano.
abordagens, onde cada uma terá seu aspecto principal e agrupa- — Uma única maneira correta (the best way).
mento de autores, com seu enfoque específico. Uma abordagem, — Mão de obra e não recursos humanos.
poderá conter 2 (duas) ou mais teorias distintas. São elas: — Segurança, não insegurança. As organizações davam a sen-
1. Abordagem Clássica: que se desdobra em Administração sação de estabilidade dominando o mercado.
científica e Teoria Clássica da Administração.
2. Abordagem Humanística: que se desdobra principalmente Teoria Clássica
na Teoria das Relações Humanas. • Aumento da eficiência melhorando a disposição dos órgãos
3. Abordagem Neoclássica: que se desdobra na Teoria Neo- componentes da empresa (departamentos);
clássica da Administração, dos conceitos iniciais, processos admi- • Ênfase na anatomia (estrutura) e na fisiologia (funciona-
nistrativos, como os tipos de organização, departamentalização e mento);
administração por objetivos (APO). • Abordagem do topo para a base (nível estratégico tático);
4. Abordagem Estruturalista: que se desdobra em Teoria Buro- • Do todo para as partes.
crática e Teoria Estruturalista da Administração.
5. Abordagem Comportamental: que é subdividida na Teoria
Comportamental e Teoria do Desenvolvimento Organizacional (DO).
6. Abordagem Sistêmica: centrada no conceito cibernético
para a Administração, Teoria Matemática e a Teria de Sistemas da
Administração.
7. Abordagem Contingencial: que se desdobra na Teoria da
Contingência da Administração.

Diferente do processo neoclássico, na Teoria Clássica temos 5


(cinco) funções – POC3:
— Previsão ao invés de planejamento: Visualização do futuro e
traçar programa de ação.
— Organização: Constituir a empresa dos recursos materiais e
social.
— Comando: Dirigir e orientar pessoas.
— Coordenação: Ligação, união, harmonizar todos os esforços
Origem da Abordagem Clássica coletivamente.
1 — O crescimento acelerado e desorganizado das empresas:
• Ciência que substituísse o empirismo; Controle: Se certificar de que tudo está ocorrendo de acordo
• Planejamento de produção e redução do improviso. com as regras estabelecidas e as ordens dadas.
2 — Necessidade de aumento da eficiência e a competência
das organizações: • Princípios da Teoria Clássica:
• Obtendo melhor rendimento em face da concorrência; — Dividir o trabalho;
• Evitando o desperdício de mão de obra. — Autoridade e responsabilidade;
— Disciplina;
Abordagem Científica – ORT (Organização Racional do Traba- — Unidade de comando;
lho) — Unidade de direção;
• Estudo dos tempos e movimentos; — Subordinação dos interesses individuais aos gerais;
• Estudo da fadiga humana; — Remuneração do pessoal;
• Divisão do trabalho e especialização; — Centralização;
• Desenho de cargo e tarefas; — Cadeia escalar;
• Incentivos salariais e premiação de produção; — Ordem;
• Homo Economicus; — Equidade;
• Condições ambientais de trabalho; — Estabilidade do pessoal;
• Padronização; — Iniciativa;
• Supervisão funcional. — Espírito de equipe.
Aspectos da conclusão da Abordagem Científica: A percepção
de que os coordenadores, gerentes e dirigentes deveriam se preo- A Abordagem Clássica, junto da Burocrática, dentre todas as
cupar com o desenho da divisão das tarefas, e aos operários cabia abordagens, chega a ser uma das mais importantes.
única e exclusivamente a execução do trabalho, sem questionamen-
tos, apenas execução da mão de obra.
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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Abordagem Neoclássica
No início de 1950 nasce a Teoria Neoclássica, teoria mais contemporânea, remodelando a Teoria Clássica, colocando novo figurino
dentro das novas concepções trazidas pelas mudanças e pelas teorias anteriores. Funções essencialmente humanas começam a ser inseri-
das, como: Motivação, Liderança e Comunicação. Preocupação com as pessoas passa a fazer parte da Administração.

• Fundamentos da Abordagem Neoclássica


— A Administração é um processo operacional composto por funções, como: planejamento, organização, direção e controle.
— Deverá se apoiar em princípios basilares, já que envolve diversas situações.
— Princípios universais.
— O universo físico e a cultura interferem no meio ambiente e afetam a Administração.
— Visão mais flexível, de ajustamento, de continuidade e interatividade com o meio.
— Ênfase nos princípios e nas práticas gerais da Administração.
— Reafirmando os postulados clássicos.
— Ênfase nos objetivos e resultados.
— Ecletismo (influência de teorias diversas) nos conceitos.

Teoria Burocrática
Tem como pai Max Weber, por esse motivo é muitas vezes chamada de Teoria Weberiana. Para a burocracia a organização alcançaria
a eficiência quando explicasse, em detalhes, como as coisas deveriam ser feitas.
Burocracia não é algo negativo, o excesso de funções sim. A Burocracia é a organização eficiente por excelência. O excesso da Burocra-
cia é que transforma ela em algo negativo, o que chamamos de disfunções.

• Características
— Caráter formal das normas e regulamentos.
— Caráter formal das comunicações.
— Caráter racional e divisão do trabalho.
— Impessoalidade nas relações.
— Hierarquia de autoridade.
— Rotinas e procedimentos padronizados.
— Competência técnica e meritocracia.
— Especialização da administração.
— Profissionalização dos participantes.
— Completa previsibilidade de comportamento.

• Disfunções
— Internalização das regras e apego aos procedimentos.
— Excesso de formalismo e de papelório.
— Resistência às mudanças.
— Despersonalização do relacionamento.
— Categorização como base do processo decisório.
— “Superconformidade” às rotinas e aos procedimentos.
— Exibição de sinais de autoridade.
— Dificuldade no atendimento.

Abordagem Estruturalista
A partir da década de 40, tínhamos:
• Teoria Clássica: Mecanicismo – Organização.
• Teoria das Relações Humanas: Romantismo Ingênuo – Pessoas.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

As duas correntes sofreram críticas que revelaram a falta de uma teoria sólida e abrangente, que servisse de orientação para o admi-
nistrador.
A Abordagem Estruturalista é composta pela Teoria Burocrática e a Teoria Estruturalista. Além da ênfase na estrutura, ela também se
preocupa com pessoas e ambiente, se aproxima muito da Teoria de Relações Humanas.

No início da Teoria Estruturalista, vive-se a mesma gênese da Teoria da Burocracia, esse movimento onde só se encontram críticas da
Teoria das Relações Humanas às outras Teorias e não se tem uma preposição de um novo método.
• Teoria Clássica: Mecanicismo – Organização.
• Teoria das Relações Humanas: Romantismo Ingênuo – Pessoas.

A Teoria Estruturalista é um desdobramento da Burocracia e uma leve aproximação à Teoria das Relações Humanas. Ainda que a Teoria
das Relações Humanas tenha avançado, ela critica as anteriores e não proporciona bases adequadas para uma nova teoria. Já na Teoria
Estruturalista da Organização percebemos que o TODO é maior que a soma das partes. Significa que ao se colocar todos os indivíduos
dentro de um mesmo grupo, essa sinergia e cooperação dos indivíduos gerará um valor a mais que a simples soma das individualidades.
É a ideia de equipe.

• Teoria Estruturalista - Sociedade de Organizações


— Sociedade = Conjunto de Organizações (escola, igreja, empresa, família).
— Organizações = Conjunto de Membros (papéis) – (aluno, professor, diretor, pai).

O mesmo indivíduo faz parte de diferentes organizações e tem diferentes papéis.

• Teoria Estruturalista – O Homem Organizacional:


— Homem social que participa simultaneamente de várias organizações.
— Características: Flexibilidade; Tolerância às frustrações; Capacidade de adiar as recompensas e poder compensar o trabalho, em
detrimento das suas preferências; Permanente desejo de realização.

• Teoria Estruturalista – Abordagem múltipla:


— Tanto a organização formal, quanto a informal importam;
— Tanto recompensas salariais e materiais, quanto sociais e simbólicas geram mudanças de comportamento;
— Todos os diferentes níveis hierárquicos são importantes em uma organização;
— Todas as diferentes organizações têm seu papel na sociedade;
— As análises intra organizacional e Inter organizacional são fundamentais.

• Teoria Estruturalista – Conclusão:


— Tentativa de conciliação dos conceitos clássicos e humanísticos;
— Visão crítica ao modelo burocrático;
— Ampliação das abordagens de organização;
— Relações Inter organizacionais;
— Todas as heranças representam um avanço rumo à Abordagem Sistêmica e uma evolução no entendimento para a Teoria da Admi-
nistração.

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Abordagem Humanística
É um desdobramento da Teoria das Relações Humanas. A Abordagem Humanística nasce no período de entendimento de que a pro-
dutividade era o elemento principal, e seu modelo era “homem-máquina”, em que o trabalhador era visto basicamente como operador de
máquinas, não havia a percepção com outro elemento que não fosse a produtividade.

• Suas preocupações:
— Nas tarefas (abordagem científica) e nas estruturas (teoria clássica) dão lugar para ênfase nas pessoas;
— Nasce com a Teoria das Relações Humanas (1930) e no desenvolvimento da Psicologia do Trabalho:
* Análise do trabalho e adaptação do trabalhador ao trabalho.
* Adaptação do trabalho ao trabalhador.
— A necessidade de humanizar e democratizar a Administração libertando dos regimes rígidos e mecanicistas;
— Desenvolvimento das ciências humanas, principalmente a psicologia, e sua influência no campo industrial;
— Trazendo ideias de John Dewey e Kurt Lewin para o humanismo na Administração e as conclusões da experiência em si.

• Principais aspectos:
— Psicologia do trabalho, que hoje chamamos de Comportamento Organizacional, demonstrando uma percepção diferenciada do tra-
balhador, com viés de um homem mais social, com mais expectativas e desejos. Percebe-se então que o comportamento e a preocupação
com o ambiente de trabalho do indivíduo tornam-se parte responsável pela produtividade. Agregando a visão antagônica desse homem
econômico, trazendo o conceito de homem social.
— Experiência de Hawthorn desenvolvida por Elton Mayo, na qual a alteração de iluminação traz um resultado importante:
Essa experiência foi realizada no ano de 1927, pelo Conselho Nacional de Pesquisas dos Estados Unidos, em uma fábrica da Western
Eletric Company, situada em Chicago, no bairro de Hawthorn. Lá dois grupos foram selecionados e em um deles foi alterada a iluminação
no local de trabalho, observando assim, uma alteração no desempenho do comportamento e na produtividade do grupo em relação ao
outro. Não necessariamente ligada a alteração de iluminação, mas com a percepção dos indivíduos de estarem sendo vistos, começando
então a melhorarem seus padrões de trabalho. Sendo assim, chegou-se à conclusão de que:
1. A capacidade social do trabalhador determina principalmente a sua capacidade de executar movimentos, ou seja, é ela que de-
termina seu nível de competência. É a capacidade social do trabalhador que determina o seu nível de competência e eficiência e não sua
capacidade de executar movimentos eficientes dentro de um tempo estabelecido.
2. Os trabalhadores não agem ou reagem isoladamente como indivíduos, mas como membros de grupos, equipe de trabalho.
3. As pessoas são motivadas pela necessidade de reconhecimento.
4. Grupos informais: alicerçada no conceito de homem social, ou seja, o trabalhador é um indivíduo dotado de vontade e desejos
de estruturas sociais mais complexas, e que esse indivíduo reconhece em outros indivíduos elementos afins aos seus e esses elementos
passam a influenciar na produtividade do indivíduo. Os níveis de produtividade são controlados pelas normas informais do grupo e não
pela organização formal.
5. A Organização Informal:
• Relação de coesão e antagonismo. Simpatia e antipatia;
• Status ou posição social;
• Colaboração espontânea;
• Possibilidade de oposição à organização formal;
• Padrões de relações e atitudes;
• Mudanças de níveis e alterações dos grupos informais;
• A organização informal transcende a organização formal;
• Padrões de desempenho nos grupos informais.

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Abordagem Comportamental
A partir do ano de 1950 a Abordagem Comportamental (behavorista) marca a influência das ciências do comportamento. Tem como
participantes: Kurt Lewin, Barnard, Homans e o livro de Herbert Simon que podem ser entendidos como desdobramento da Teoria das
Relações Humanas. Seus aspectos são:
— Homem é um animal social, dotado de necessidades;
— Homem pode aprender;
— Homem pode cooperar e/ou competir;
— Homem é dotado de sistema psíquico;

Tendo a Teoria das Relações Humanas uma visão ingênua do indivíduo, em que se pensava que a Organização é que fazia do homem
um indivíduo ruim, na Teoria Comportamental a visão é diferente, pois observa-se que o indivíduo voluntariamente é que escolhe partici-
par ou não das decisões e/ou ações da organização. Aparecendo o processo de empatia e simpatia, em que o indivíduo abre mão, ou não
da participação, podendo ser ou não protagonista.
— Abandono das posições afirmativas e prescritivas (como deve ser) para uma lógica mais explicativa e descritiva;
— Mantem-se a ênfase nas pessoas, mas dentro de uma posição organizacional mais ampla
— Estudo sobre: Estilo de Administração – Processo decisório – Motivação – Liderança – Negociação

• Evolução do entendimento do indivíduo

Teoria Comportamental – Desdobramentos


• É possível a integração das necessidades individuais de auto expressão com os requisitos de uma organização;
• As organizações que apresentam alto grau de integração entre objetivos individuais e organizacionais são mais produtivas;
• Ao invés de reprimir o desenvolvimento e o potencial do indivíduo, as organizações podem contribuir para sua melhor aplicação.

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• Comportamento Organizacional
É a área que estuda a previsão, explicação, modificação e entendimento do comportamento humano e os processos mentais dos
indivíduos em relação ao seu trabalho dentro da organização. Tem grande relação com a Psicologia Organizacional e do trabalho, se
tornando uma fonte importante para a Administração e para a Gestão de Pessoas, pois passa-se a compreender melhor a relação entre
o indivíduo, o trabalho e as entidades organizacionais.
Baseia-se nas relações internas e externas, e que as forças psicológicas que atuam sobre o indivíduo nesse contexto, estão ligadas
também aos grupos e a própria organização.

• Objetos de estudo:
1. Impacto do emprego na vida humana (o quanto que esse elemento interfere na sua satisfação, felicidade, convivência com a famí-
lia);
2. Relação entre as pessoas e grupos dentro de um contexto de trabalho (contexto diferente da vida particular de casa, família, escola);
3. Percepções, crenças e atitudes do indivíduo com relação ao trabalho (como as pessoas enxergam a organização, o seu papel dentro
das relações que ela desenvolve e quanto essas questões se tornam significativas para vida do indivíduo);
4. Desempenho e produtividade (que fatores levam ao maior produtividade e desempenho, como pode-se influenciar nisso);
5. Saúde no trabalho (como as organizações afetam a saúde do indivíduo e como pode-se minimizar o impacto das suas atividades
nessa questão);
6. Ética nas relações de trabalho (o quanto as relações internas, de poder e de subordinação levam em consideração questões morais);
7. Diversidade da força de trabalho (questões de gênero, raça e credo);
8. Ações ou comportamentos do indivíduo dentro desse contexto (aprendizagem, cultura organizacional, poder, grupos e equipes,
liderança, motivação, comprometimento, bem como as causas e consequências dessas ações).
O comportamento organizacional é fundamental para os gestores e para a Gestão de Pessoas, propiciando todo o conjunto de ferra-
mentas para facilitar as decisões relacionadas a Gestão de Pessoas e Administração, bem como a vida diária dos gestores.

Abordagem Sistêmica
A partir do ano de 1950, muitas das teorias começaram a aparecer paralelamente, entre elas nasce a abordagem sistêmica. Ludwig
Von Bertalanffy, biólogo alemão, coordenava um estudo interdisciplinar a fim de transcender problemas existentes em cada ciência e
proporcionar princípios gerais. Princípios esses que darão a visão de uma organização como organismo, ensinando quatro princípios im-
portantes que devem ser pensados dentro das organizações. Nasce a Teoria Geral dos Sistemas
— Visão Totalizante;
— Visão Expansionista;
— Visão Sistêmica;
— Visão Integrada;

• Características da abordagem sistêmica


— Expansionismo: Tem a ideia totalmente contrária ao Reducionismo, significa dizer que o desempenho de um sistema menor, de-
pende de como ele interage com o todo maior que o envolve e do qual faz parte.
— Pensamento Sintético: É o fenômeno visto como parte de um sistema maior e é explicado em termos do papel que desempenha
nesse sistema maior. Juntando as coisas e não as separando. Há uma coordenação com as demais variáveis, em que as trocas das partes
de um todo estão completamente ajustadas. Verificando-se assim, o comportamento de cada parte no todo.
— Teleologia: A lógica sistêmica procura entender a inter-relação entre as diversas variáveis de um campo de forças que atuam entre
si. O todo é diferente de cada uma das suas partes.

Exemplo: o indivíduo é o que é pelo meio onde nasceu, pela educação que recebeu, pela forma de relacionamentos e cultura que
conviveu. Existe grandes diferenças entre os indivíduos devido às influências que sofreram ao longo da vida e é isso que a Teoria Geral de
Sistemas vai procurar explicar, o indivíduo é produto do meio em que vive, não está sozinho e isolado, tudo está fortemente conectado.
• Os sistemas existem dentro de sistemas (uma pequena parte, faz parte de um todo maior);
• Os sistemas são abertos (intercambio com o todo);
• As funções de um sistema dependem de sua estrutura (pessoas, recursos, do meio onde está).

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Teoria dos Sistemas

• Sistema Aberto
— Está constantemente e de forma dual (entrega e recebimento) interagindo com o ambiente;
— É capacitado para o crescimento, mudanças, adaptações ao ambiente, podendo também ser autor reprodutor sob certas condições;
— É contingência do sistema aberto competir com outros sistemas.

Abordagem Contingencial
A Abordagem Contingencial traz para nós a ideia de que não se alcança eficácia organizacional seguindo um modelo exclusivo, ou seja,
não há uma fórmula única e exclusiva ou melhor de se alcançar os objetivos organizacionais. Ela abraça todas as Teorias e dá razão para
cada uma delas.

• Características
— Não há regra absoluta;
— Tudo é relativo;
— Tudo dependerá (de Ambiente, Mapeamento ambiental, Seleção ambiental, Percepção ambiental, Consonância e Dissonância,
Desdobramentos do ambiente, Tecnologia);

• Abordagem Contingencial – Conclusão


— A variável tecnologia passa a assumir um importante papel na sociedade e nas organizações;
— O foco em novos modelos organizacionais mais flexíveis, ajustáveis e orgânicos como: estrutura matricial, em redes e equipes;
— O modelo de homem complexo= social + econômico + organizacional.

Teoria Geral da Administração

TEORIAS ÊNFASE ENFOQUES PRINCIPAIS


Administração Científica Nas tarefas Racionalizar o trabalho no nível operacional -
Taylor (1856-1915) - Gantt (1861-1919) ORT
Gilbreth (1868-1924) - Ford (1863-1947) Padronização
Clássica e Neoclássica Na estrutura Organização formal
Fayol (1841-1925) – Mooney (1884-1957) Princípios Gerais da Administração
Urwick (1891-1979) – Gulik (1892-1993) e outros Funções de Administrador
Burocrática e Organização Formal Burocrática
Max Weber (1864-1920) Racionalidade organizacional
Chamada Teoria Weberiana.
Abordagem múltipla:
Estruturalista Organização Formal e Informal
Análise Intra e Inter organizacional
Relações Humanas - Humanística Nas pessoas Organização Informal
Experiência de Hawthorn (1927) Motivação, Liderança, Comunicação e Dinâmi-
Desenvolvida por Elton Mayo ca em grupo
John Dewey e Kurt Lewin

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Comportamento Organizacional Estilos de Administração


Abordagem Comportamental Teoria das decisões
Kurt Lewin, Barnard, Homans e Herbert Simon Integração dos objetivos organizacionais e
A partir de 1950 individuais

Desenvolvimento Organizacional Mudança organizacional planejada


Abordagem de sistema aberto
Sistêmica No ambiente Análise ambiental
Ludwig Von Bertalanffy, biólogo alemão (1950) Abordagem de sistema
Contingência No ambiente Administração da tecnologia
(tecnologia) (Imperativo tecnológico)

QUESTÕES

1. As tarefas de recebimento compreendem desde a recepção do material pelo fornecedor na entrega, até a entrada nos estoques.
Suas etapas são: 1ª Entrada de materiais; 2ª Conferência quantitativa; 3ª Conferência qualitativa; 4ª Regularização.
( ) CERTO
( ) ERRADO

2. A paletização é um sistema consolidado no meio logístico e muito utilizado por empresas de varejo, para armazenagem e transporte
de cargas. A principal função dos paletes é otimizar e facilitar o transporte e armazenamento de mercadorias, com um tamanho padrão,
em porta-paletes e com o uso de paleteiras e/ou empilhadeiras.
( ) CERTO
( ) ERRADO

3. Um estoque centralizado mantém as mercadorias em Centros de Distribuição (CD).


Um estoque descentralizado faz com que todas as mercadorias sigam diretamente para seus (PVs) pontos de vendas.
( ) CERTO
( ) ERRADO

4. (2014-CESPE/CEBRASPE- SUFRAMA-Administrador)
Considerando a evolução da administração, julgue os itens a seguir.
“Evidencia-se a influência da abordagem clássica da administração por meio da administração científica em uma organização conce-
bida de baixo para cima e dos cargos para o sistema de produção.”
( ) Certo
( ) Errado

5.2016 - FUNCAB - EMSERH - Auxiliar Administrativo


A teoria administrativa das Relações Humanas enfatiza as pessoas, os grupos e a organização informal, destacando a importância da
interação pessoal, das ações e das atitudes. Com relação à essa teoria das Relações Humanas, analise as seguintes afirmativas.
I. Os elementos emocionais não planejados e irracionais do comportamento humano não merecem atenção.
II. A especialização não é a maneira mais eficiente de divisão do trabalho, pois os empregados gostam de trocar de posição para variar
e evitar a monotonia, mesmo que contrariando a política da empresa.
III. No local de trabalho as pessoas participam de grupos sociais dentro da organização e mantêm-se em constante interação social.

Está correto o que se afirma em:


(A) III, apenas.
(B) II e III, apenas.
(C) l e II, apenas.
(D) I, II e III.
(E) I e III, apenas.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

6. (2015-IADES-CRC-MG-Auxiliar Administrativo) ______________________________________________________


As teorias da administração podem ser divididas em várias cor-
rentes ou abordagens. A administração científica, com ênfase nas ______________________________________________________
tarefas, e a teoria clássica, com destaque para a estrutura, são al-
guns dos conceitos que deram início à administração moderna. ______________________________________________________
Considerando essas informações, no que se refere às teorias
______________________________________________________
administrativas, assinale a alternativa correta.
(A) A administração científica tem como principal enfoque a ______________________________________________________
organização racional do trabalho. Henri Fayol concentrou os
próprios esforços para descobrir o melhor método para tornar ______________________________________________________
o trabalho operário mais eficiente.
(B) As funções do administrador surgem na teoria clássica, sen- ______________________________________________________
do elas: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar.
(C) Vadiagem sistemática, identificada por Taylor, ocorre quan- ______________________________________________________
do os operários aprendem as respectivas tarefas observando os
______________________________________________________
próprios colegas de turno, repetindo os movimentos necessá-
rios à execução de uma tarefa. ______________________________________________________
(D) A administração científica caracteriza-se pela ênfase na ta-
refa realizada pelo operário, enquanto a teoria clássica concen- ______________________________________________________
tra-se na estrutura, visando aos interesses que a organização
deve possuir para ser eficiente, sobrepondo os interesses ge- ______________________________________________________
rais aos individuais.
(E) Uma das teorias de Taylor, ênfase na eficiência, afirma que ______________________________________________________
o trabalhador deve atingir, no mínimo, a produção padrão esta-
belecida pela gerência. ______________________________________________________

______________________________________________________

GABARITO ______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________
1 CERTO
2 CERTO ______________________________________________________
3 CERTO ______________________________________________________
4 CERTO
______________________________________________________
5 B
6 B ______________________________________________________

______________________________________________________
ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

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NOÇÕES DE DIREITO
ADMINISTRATIVO E REDAÇÃO OFICIAL

INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO

Conceito
De início, convém ressaltar que o estudo desse ramo do Direito, denota a distinção entre o Direito Administrativo, bem como entre as
normas e princípios que nele se inserem.
No entanto, o Direito Administrativo, como sistema jurídico de normas e princípios, somente veio a surgir com a instituição do Estado
de Direito, no momento em que o Poder criador do direito passou também a respeitá-lo. Tal fenômeno teve sua origem com os movimen-
tos constitucionalistas, cujo início se deu no final do século XVIII. Por meio do novo sistema, o Estado passou a ter órgãos específicos para
o exercício da Administração Pública e, por isso, foi necessário a desenvoltura do quadro normativo disciplinante das relações internas da
Administração, bem como das relações entre esta e os administrados. Assim sendo, pode considerar-se que foi a partir do século XIX que
o mundo jurídico abriu os olhos para a existência do Direito Administrativo.
Destaca-se ainda, que o Direito Administrativo foi formado a partir da teoria da separação dos poderes desenvolvida por Montes-
quieu, L’Espirit des Lois, 1748, e acolhida de forma universal pelos Estados de Direito. Até esse momento, o absolutismo reinante e a junção
de todos os poderes governamentais nas mãos do Soberano não permitiam o desenvolvimento de quaisquer teorias que visassem a reco-
nhecer direitos aos súditos, e que se opusessem às ordens do Príncipe. Prevalecia o domínio operante da vontade onipotente do Monarca.
Conceituar com precisão o Direito Administrativo é tarefa difícil, uma vez que o mesmo é marcado por divergências doutrinárias, o
que ocorre pelo fato de cada autor evidenciar os critérios que considera essenciais para a construção da definição mais apropriada para o
termo jurídico apropriado.
De antemão, ao entrar no fundamento de algumas definições do Direito Administrativo,
Considera-se importante denotar que o Estado desempenha três funções essenciais. São elas: Legislativa, Administrativa e Jurisdicio-
nal.
Pondera-se que os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário são independentes, porém, em tese, harmônicos entre si. Os poderes
foram criados para desempenhar as funções do Estado. Desta forma, verifica-se o seguinte:

Funções do Estado
> Legislativa
>> Administrativa
>>> Jurisdicional

Poderes criados para desenvolver as funções do estado


> Legislativo
>> Executivo
>>> Judiciário

Infere-se que cada poder exerce, de forma fundamental, uma das funções de Estado, é o que denominamos de FUNÇÃO TÍPICA.

PODER LEGISLATIVO PODER EXECUTIVO PODER JUDICIÁRIO


FUNÇÃO TÍPICA Legislar Administrativa Judiciária
Redigir e organizar o regramento Administração e gestão Julgar e solucionar conflitos por intermé-
ATRIBUIÇÃO
jurídico do Estado estatal dio da interpretação e aplicação das leis.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO E REDAÇÃO OFICIAL

Além do exercício da função típica, cada poder pode ainda exercer as funções destinadas a outro poder, é o que denominamos de
exercício de FUNÇÃO ATÍPICA. Vejamos:

PODER LEGISLATIVO PODER EXERCUTIVO PODER JUDICIÁRIO


Tem-se por função atípica desse
Tem-se como função atípica desse Tem-se por função atípica desse
poder, por ser típica do Poder
poder, por ser típica do Poder poder, por ser típica do Poder
Executivo: Fazer licitação para
FUNÇÃO ATÍPICA Judiciário: O julgamento do Presi- Legislativo: A edição de Medida
realizar a aquisição de equipa-
dente da República por crime de Provisória pelo Chefe do Execu-
mentos utilizados em regime
responsabilidade. tivo.
interno.

Diante da difícil tarefa de conceituar o Direito Administrativo, uma vez que diversos são os conceitos utilizados pelos autores moder-
nos de Direito Administrativo, sendo que, alguns consideram apenas as atividades administrativas em si mesmas, ao passo que outros,
optam por dar ênfase aos fins desejados pelo Estado, abordaremos alguns dos principais posicionamentos de diferentes e importantes
autores.
No entendimento de Carvalho Filho (2010), “o Direito Administrativo, com a evolução que o vem impulsionando contemporaneamen-
te, há de focar-se em dois tipos fundamentais de relações jurídicas, sendo, uma, de caráter interno, que existe entre as pessoas adminis-
trativas e entre os órgãos que as compõem e, a outra, de caráter externo, que se forma entre o Estado e a coletividade em geral.” (2010,
Carvalho Filho, p. 26).
Como regra geral, o Direito Administrativo é conceituado como o ramo do direito público que cuida de princípios e regras que discipli-
nam a função administrativa abrangendo entes, órgãos, agentes e atividades desempenhadas pela Administração Pública na consecução
do interesse público.
Vale lembrar que, como leciona DIEZ, o Direito Administrativo apresenta, ainda, três características principais:
1 – constitui um direito novo, já que se trata de disciplina recente com sistematização científica;
2 – espelha um direito mutável, porque ainda se encontra em contínua transformação;
3 – é um direito em formação, não se tendo, até o momento, concluído todo o seu ciclo de abrangência.

Entretanto, o Direito Administrativo também pode ser conceituado sob os aspectos de diferentes óticas, as quais, no deslindar desse
estudo, iremos abordar as principais e mais importantes para estudo, conhecimento e aplicação.
• Ótica Objetiva: Segundo os parâmetros da ótica objetiva, o Direito Administrativo é conceituado como o acoplado de normas que
regulamentam a atividade da Administração Pública de atendimento ao interesse público.
• Ótica Subjetiva: Sob o ângulo da ótica subjetiva, o Direito Administrativo é conceituado como um conjunto de normas que coman-
dam as relações internas da Administração Pública e as relações externas que são encadeadas entre elas e os administrados.
Nos moldes do conceito objetivo, o Direito Administrativo é tido como o objeto da relação jurídica travada, não levando em conta os
autores da relação.
O conceito de Direito Administrativo surge também como elemento próprio em um regime jurídico diferenciado, isso ocorre por que
em regra, as relações encadeadas pela Administração Pública ilustram evidente falta de equilíbrio entre as partes.
Para o professor da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, Fernando Correia, o Direito Administrativo é o sistema de nor-
mas jurídicas, diferenciadas das normas do direito privado, que regulam o funcionamento e a organização da Administração Pública, bem
como a função ou atividade administrativa dos órgãos administrativos.
Correia, o intitula como um corpo de normas de Direito Público, no qual os princípios, conceitos e institutos distanciam-se do Direito
Privado, posto que, as peculiaridades das normas de Direito Administrativo são manifestadas no reconhecimento à Administração Pública
de prerrogativas sem equivalente nas relações jurídico-privadas e na imposição, em decorrência do princípio da legalidade, de limitações
de atuação mais exatas do que as que auferem os negócios particulares.
Entende o renomado professor, que apenas com o aparecimento do Estado de Direito acoplado ao acolhimento do princípio da sepa-
ração dos poderes, é que seria possível se falar em Direito Administrativo.
Oswaldo Aranha Bandeira de Mello aduz, em seu conceito analítico, que o Direito Administrativo juridicamente falando, ordena a
atividade do Estado quanto à organização, bem como quanto aos modos e aos meios da sua ação, quanto à forma da sua própria ação, ou
seja, legislativa e executiva, por intermédio de atos jurídicos normativos ou concretos, na consecução do seu fim de criação de utilidade
pública, na qual participa de forma direta e imediata, e, ainda como das pessoas de direito que façam as vezes do Estado.

— Observação importante: Note que os conceitos classificam o Direito Administrativo como Ramo do Direito Público fazendo sempre
referência ao interesse público, ao inverso do Direito Privado, que cuida do regulamento das relações jurídicas entre particulares, o Direito
Público, tem por foco regular os interesses da sociedade, trabalhando em prol do interesse público.

Por fim, depreende-se que a busca por um conceito completo de Direito Administrativo não é recente. Entretanto, a Administração
Pública deve buscar a satisfação do interesse público como um todo, uma vez que a sua natureza resta amparada a partir do momento que
deixa de existir como fim em si mesmo, passando a existir como instrumento de realização do bem comum, visando o interesse público,
independentemente do conceito de Direito Administrativo escolhido.
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Objeto cem e sofrem com a atividade do Estado, assim como das funções
De acordo com a ilibada autora Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a e atividades desempenhadas pela Administração Pública, fato que
formação do Direito Administrativo como ramo autônomo, fadado leva a compreender que o seu objeto de estudo é evolutivo e dinâ-
de princípios e objeto próprios, teve início a partir do instante em mico acoplado com a atividade administrativa e o desenvolvimento
que o conceito de Estado de Direito começou a ser desenvolvido, do Estado. Destarte, em suma, seu objeto principal é o desempe-
com ampla estrutura sobre o princípio da legalidade e sobre o prin- nho da função administrativa.
cípio da separação de poderes. O Direito Administrativo Brasileiro
não surgiu antes do Direito Romano, do Germânico, do Francês e Fontes
do Italiano. Diversos direitos contribuíram para a formação do Di- Fonte significa origem. Neste tópico, iremos estudar a origem
reito Brasileiro, tais como: o francês, o inglês, o italiano, o alemão das regras que regem o Direito Administrativo.
e outros. Isso, de certa forma, contribuiu para que o nosso Direito Segundo Alexandre Sanches Cunha, “o termo fonte provém do
pudesse captar os traços positivos desses direitos e reproduzi-los latim fons, fontis, que implica o conceito de nascente de água. En-
de acordo com a nossa realidade histórica. tende-se por fonte tudo o que dá origem, o início de tudo. Fonte do
Atualmente, predomina, na definição do objeto do Direito Ad- Direito nada mais é do que a origem do Direito, suas raízes históri-
ministrativo, o critério funcional, como sendo o ramo do direito que cas, de onde se cria (fonte material) e como se aplica (fonte formal),
estuda a disciplina normativa da função administrativa, indepen- ou seja, o processo de produção das normas. São fontes do direito:
as leis, costumes, jurisprudência, doutrina, analogia, princípio geral
dentemente de quem esteja encarregado de exercê-la: Executivo,
do direito e equidade.” (CUNHA, 2012, p. 43).
Legislativo, Judiciário ou particulares mediante delegação estatal”,
(MAZZA, 2013, p. 33).
Fontes do Direito Administrativo:
Sendo o Direito Administrativo um ramo do Direito Público, o
entendimento que predomina no Brasil e na América Latina, ainda A) Lei
que incompleto, é que o objeto de estudo do Direito Administrati- A lei se estende desde a constituição e é a fonte primária e prin-
vo é a Administração Pública atuante como função administrativa cipal do Direito Administrativo e se estende desde a Constituição
ou organização administrativa, pessoas jurídicas, ou, ainda, como Federal em seus artigos 37 a 41, alcançando os atos administrativos
órgãos públicos. normativos inferiores. Desta forma, a lei como fonte do Direito Ad-
De maneira geral, o Direito é um conjunto de normas, princí- ministrativo significa a lei em sentido amplo, ou seja, a lei confec-
pios e regras, compostas de coercibilidade disciplinantes da vida cionada pelo Parlamento, bem como os atos normativos expedidos
social como um todo. Enquanto ramo do Direito Público, o Direito pela Administração, tais como: decretos, resoluções,
Administrativo, nada mais é que, um conjunto de princípios e regras
que disciplina a função administrativa, as pessoas e os órgãos que a Incluindo tratados internacionais.
exercem. Desta forma, considera-se como seu objeto, toda a estru- Desta maneira, sendo a Lei a fonte primária, formal e primor-
tura administrativa, a qual deverá ser voltada para a satisfação dos dial do Direito Administrativo, acaba por prevalecer sobre as de-
interesses públicos. mais fontes. E isso, prevalece como regra geral, posto que as demais
São leis específicas do Direito Administrativo a Lei n. 8.666/1993 fontes que estudaremos a seguir, são consideradas fontes secundá-
que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, insti- rias, acessórias ou informais.
tui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá A Lei pode ser subdividida da seguinte forma:
outras providências; a Lei n. 8.112/1990, que dispõe sobre o regime
jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das — Lei em sentido amplo
fundações públicas federais; a Lei n. 8.409/1992 que estima a recei- Refere-se a todas as fontes com conteúdo normativo, tais
ta e fixa a despesa da União para o exercício financeiro de 1992 e a como: a Constituição Federal, lei ordinária, lei complementar, me-
Lei n. 9.784/1999 que regula o processo administrativo no âmbito dida provisória, tratados internacionais, e atos administrativos nor-
da Administração Pública Federal. mativos (decretos, resoluções, regimentos etc.).
O Direito Administrativo tem importante papel na identificação
do seu objeto e o seu próprio conceito e significado foi de grande — Lei em sentido estrito
Refere-se à Lei feita pelo Parlamento, pelo Poder Legislativo
importância à época do entendimento do Estado francês em dividir
por meio de lei ordinária e lei complementar. Engloba também, ou-
as ações administrativas e as ações envolvendo o poder judiciário.
tras normas no mesmo nível como, por exemplo, a medida provisó-
Destaca-se na França, o sistema do contencioso administrativo com
ria que possui o mesmo nível da lei ordinária. Pondera-se que todos
matéria de teor administrativo, sendo decidido no tribunal admi-
mencionados são reputados como fonte primária (a lei) do Direito
nistrativo e transitando em julgado nesse mesmo tribunal. Definir o Administrativo.
objeto do Direito Administrativo é importante no sentido de com-
preender quais matérias serão julgadas pelo tribunal administrati- B) Doutrina
vo, e não pelo Tribunal de Justiça. Tem alto poder de influência como teses doutrinadoras nas
Depreende-se que com o passar do tempo, o objeto de estu- decisões administrativas, como no próprio Direito Administrativo.
do do Direito Administrativo sofreu significativa e grande evolução, A Doutrina visa indicar a melhor interpretação possível da norma
desde o momento em que era visto como um simples estudo das administrativa, indicando ainda, as possíveis soluções para casos
normas administrativas, passando pelo período do serviço público, determinados e concretos. Auxilia muito o viver diário da Adminis-
da disciplina do bem público, até os dias contemporâneos, quando tração Pública, posto que, muitas vezes é ela que conceitua, inter-
se ocupa em estudar e gerenciar os sujeitos e situações que exer- preta e explica os dispositivos da lei.
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Exemplo: Ressalta-se, com veemente importância, que os costumes


A Lei n. 9.784/1999, aduz que provas protelatórias podem ser podem gerar direitos para os administrados, em decorrência dos
recusadas no processo administrativo. Desta forma, a doutrina ex- princípios da lealdade, boa-fé, moralidade administrativa, dentre
plicará o que é prova protelatória, e a Administração Pública poderá outros, uma vez que um certo comportamento repetitivo da Ad-
usar o conceito doutrinário para recusar uma prova no processo ministração Pública gera uma expectativa em sentido geral de que
administrativo. essa prática deverá ser seguida nas demais situações parecidas

C) Jurisprudência — Observação importante: Existe divergência doutrinária em


Trata-se de decisões de um tribunal que estão na mesma dire- relação à aceitação dos costumes como fonte do Direito Adminis-
ção, além de ser a reiteração de julgamentos no mesmo sentido. trativo. No entanto, para concursos, e estudos correlatos, via de
regra, deve ser compreendida como correta a tese no sentido de
Exemplo: que o costume é fonte secundária, acessória, indireta e imediata
O Superior Tribunal de Justiça (STJ), possui determinada juris- do Direito Administrativo, tendo em vista que a fonte primária e
prudência que afirma que candidato aprovado dentro do número mediata é a Lei.
de vagas previsto no edital tem direito à nomeação, aduzindo que
existem diversas decisões desse órgão ou tribunal com o mesmo Nota - Sobre Súmulas Vinculantes
entendimento final. Nos termos do art. 103 - A da Constituição Federal, ‘‘o Supremo
Tribunal Federal poderá, de ofício ou mediante provocação, por de-
— Observação importante: Por tratar-se de uma orientação aos cisão de dois terços de seus membros, após decisões reiteradas que
demais órgãos do Poder Judiciário e da Administração Pública, a versam sobre matéria constitucional, aprovar súmulas que terão
jurisprudência não é de seguimento obrigatório. Entretanto, com as efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário
alterações promovidas desde a CFB/1988, esse sistema orientador e à administração pública direta e indireta”.
da jurisprudência tem deixado de ser a regra.

Exemplo:
Os efeitos vinculantes das decisões proferidas pelo Supremo
REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO
Tribunal Federal na ação direta de inconstitucionalidade (ADI), na
ação declaratória constitucionalidade (ADC) e na arguição de des-
cumprimento de preceito fundamental, e, em especial, com as sú- Conceito
mulas vinculantes, a partir da Emenda Constitucional nº. 45/2004. O vocábulo “regime jurídico administrativo” se refere às inú-
Nesses ocorridos, as decisões do STF acabaram por vincular e obri- meras particularidades que tornam a atuação da administração
gar a Administração Pública direta e indireta dos Poderes da União, pública individualizada nos momentos em que é comparada com a
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nos termos dis- atuação dos particulares de forma generalizada. Possui sentido res-
postos no art. 103-A da CF/1988. trito, restando-se com a serventia única de designar o conjunto de
normas de direito público que caracterizam o Direito Administrativo
D) Costumes de modo geral, estabelecendo, via de regra, prerrogativas que colo-
Costumes são condutas reiteradas. Assim sendo, cada país, cam a Administração Pública em posição privilegiada no que condiz
Estado, cidade, povoado, comunidade, tribo ou população tem os às suas relações com os particulares, bem como restrições, que tem
seus costumes, que via de regra, são diferentes em diversos aspec- o fulcro de evitar que ela se distancie da perseguição que não deve
tos, porém, em se tratando do ordenamento jurídico, não poderão cessar no sentido da consecução do bem comum.
ultrapassar e ferir as leis soberanas da Carta Magna que regem o Desta forma, de maneira presumida, o Regime Jurídico Admi-
Estado como um todo. nistrativo passa a atuar na busca da consecução de interesses cole-
tivos por meio dos quais a Administração usufrui de vantagens não
Como fontes secundárias e atuantes no Direito Administrati- extensivas aos particulares de modo geral, como é o caso do poder
vo, os costumes administrativos são práticas reiteradas que devem de desapropriar um imóvel, por exemplo. Assim sendo, a Adminis-
ser observadas pelos agentes públicos diante de determinadas si- tração Pública não pode abrir mão desses fins públicos, ou seja, ao
tuações. Os costumes podem exercer influência no Direito Admi- agente público não é lícito, sem a autorização da lei, transigir, ne-
nistrativo em decorrência da carência da legislação, consumando gociar, renunciar, ou seja, dispor de qualquer forma de interesses
o sistema normativo, costume praeter legem, ou nas situações em públicos, ainda que sejam aqueles cujos equivalentes no âmbito
que seria impossível legislar sobre todas as situações. privado, seriam considerados via de regra disponíveis, como o direi-
Os costumes não podem se opor à lei (contra legem), pois ela to de cobrar uma pensão alimentícia, por exemplo.
é a fonte primordial do Direito Administrativo, devendo somente Nesse sentido, pode-se se afirmar que a supremacia do inte-
auxiliar à exata compreensão e incidência do sistema normativo. resse público se encontra eivada de justificativas para a concessão
de prerrogativas, ao passo que a indisponibilidade de tal interesse,
Exemplo: por sua vez, passa a impor a estipulação de restrições e sujeições à
Ao determinar a CFB/1988 que um concurso terá validade de atuação administrativa, sendo estes os princípios da Administração
até 2 anos, não pode um órgão, de forma alguma, atribuir por efei- Pública, que nesse estudo, trataremos especificamente dos Princí-
to de costume, prazo de até 10 anos, porque estaria contrariando pios Expressos e Implícitos de modo geral.
disposição expressa na Carta Magna, nossa Lei Maior e Soberana.
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Princípios Expressos da Administração Pública de lei. No entanto, de acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello,
Princípio da Legalidade existem algumas restrições excepcionais ao princípio da legalidade
Surgido na era do Estado de Direito, o Princípio da Legalidade no ordenamento jurídico brasileiro, sendo elas: as medidas provisó-
possui o condão de vincular toda a atuação do Poder Público, seja rias, o estado de defesa e o estado de sítio.
de forma administrativa, jurisdicional, ou legislativa. É considerado Em resumo, temos:
uma das principais garantias protetivas dos direitos individuais no • Origem: Surgiu com o Estado de Direito e possui como obje-
sistema democrático, na medida em que a lei é confeccionada por tivo, proteger os direitos individuais em face da atuação do Estado;
intermédio dos representantes do povo e seu conteúdo passa a li- • A atividade administrativa deve exercida dentro dos limites
mitar toda a atuação estatal de forma geral. que a lei estabelecer e seguindo o procedimento que a lei exigir,
Na seara do direito administrativo, a principal determinação devendo ser autorizada por lei para que tenha eficácia;
advinda do Princípio da Legalidade é a de que a atividade adminis- • Dimensões: Princípio da supremacia da lei (primazia da lei ou
trativa seja exercida com observância exata dos parâmetros da lei, legalidade em sentido negativo); e Princípio da reserva legal (legali-
ou seja, a administração somente poderá agir quando estiver devi- dade em sentido positivo);
damente autorizada por lei, dentro dos limites estabelecidos por • Aplicação na esfera prática (exemplos): Necessidade de pre-
lei, vindo, por conseguinte, a seguir o procedimento que a lei exigir. visão legal para exigência de exame psicotécnico ou imposição de
O Princípio da Legalidade, segundo a doutrina clássica, se des- limite de Idade em concurso público, ausência da possibilidade de
dobra em duas dimensões fundamentais ou subprincípios, sendo decreto autônomo na concessão de direitos e imposição de obriga-
eles: o Princípio da supremacia da lei (primazia da lei ou da lega- ções a terceiros, subordinação de atos administrativos vinculados e
lidade em sentido negativo); e o Princípio da reserva legal (ou da atos administrativos discricionários;
legalidade em sentido positivo). Vejamos: • Aplicação na esfera teórica: Ao passo que no âmbito parti-
De acordo com os contemporâneos juristas Ricardo Alexandre cular é lícito fazer tudo o que a lei não proíbe, na administração
e João de Deus, o princípio da supremacia da lei, pode ser concei- pública só é permitido fazer o que a lei devidamente autorizar;
tuado da seguinte forma: • Legalidade: o ato administrativo deve estar em total confor-
midade com a lei e com o Direito, fato que amplia a seara do con-
O princípio da supremacia da lei, ou legalidade em sentido ne- trole de legalidade;
gativo, representa uma limitação à atuação da Administração, na • Exceções existentes: medida provisória, estado de defesa e
medida em que ela não pode contrariar o disposto na lei. Trata- se estado de sítio.
de uma consequência natural da posição de superioridade que a Princípio da Impessoalidade
lei ocupa no ordenamento jurídico em relação ao ato administra- É o princípio por meio do qual todos os agentes públicos devem
tivo. (2.017, ALEXANDRE e DEUS, p. 103). cumprir a lei de ofício de maneira impessoal, ainda que, em decor-
Entende-se, desta forma, que o princípio da supremacia da lei, rência de suas convicções pessoais, políticas e ideológicas, conside-
ou legalidade em sentido negativo, impõe limitações ao poder de rem a norma injusta.
atuação da Administração, tendo em vista que esta não pode agir Esse princípio possui quatro significados diferentes. São eles: a
em desconformidade com a lei, uma vez que a lei se encontra em finalidade pública, a isonomia, a imputação ao órgão ou entidade
posição de superioridade no ordenamento jurídico em relação ao administrativa dos atos praticados pelos seus servidores e a proibi-
ato administrativo como um todo. Exemplo: no ato de desapropria- ção de utilização de propaganda oficial para promoção pessoal de
ção por utilidade pública, caso exista atuação que não atenda ao agentes públicos.
interesse público, estará presente o vício de desvio de poder ou de Pondera-se que a Administração Pública não pode deixar de
finalidade, que torna o ato plenamente nulo. buscar a consecução do interesse público e nem tampouco, a con-
servação do patrimônio público, uma vez que tal busca possui cará-
Em relação ao princípio da reserva legal, ou da legalidade em ter institucional, devendo ser independente dos interesses pessoais
sentido positivo, infere-se que não basta que o ato administrativo dos ocupantes dos cargos que são exercidos em conluio as ativida-
simplesmente não contrarie a lei, não sendo contra legem, e nem des administrativas, ou seja, nesta acepção da impessoalidade, os
mesmo de ele pode ir além da lei praeter legem, ou seja, o ato ad- fins públicos, na forma determinada em lei, seja de forma expressa
ministrativo só pode ser praticado segundo a lei secundum legem. ou implícita, devem ser perseguidos independentemente da pessoa
Por esta razão, denota-se que o princípio da reserva legal ou da le- que exerce a função pública.
galidade em sentido positivo, se encontra dotado do poder de con- Pelo motivo retro mencionado, boa parte da doutrina conside-
dicionar a validade do ato administrativo à prévia autorização legal ra implicitamente inserido no princípio da impessoalidade, o prin-
de forma geral, uma vez que no entendimento do ilustre Hely Lopes cípio da finalidade, posto que se por ventura, o agente público vier
Meirelles, na administração pública não há liberdade nem vontade a praticar o ato administrativo sem interesse público, visando tão
pessoal, pois, ao passo que na seara particular é lícito fazer tudo o somente satisfazer interesse privado, tal ato sofrerá desvio de fina-
que a lei não proíbe, na Administração Pública, apenas é permitido lidade, vindo, por esse motivo a ser invalidado.
fazer o que a lei disponibiliza e autoriza. É importante ressaltar também que o princípio da impesso-
Pondera-se que em decorrência do princípio da legalidade, não alidade traz o foco da análise para o administrado. Assim sendo,
pode a Administração Pública, por mero ato administrativo, permi- independente da pessoa que esteja se relacionando com a adminis-
tir a concessão por meio de seus agentes, de direitos de quaisquer tração, o tratamento deverá ser sempre de forma igual para todos.
espécies e nem mesmo criar obrigações ou impor vedações aos ad- Desta maneira, a exigência de impessoalidade advém do princípio
ministrados, uma vez que para executar tais medidas, ela depende da isonomia, vindo a repercutir na exigência de licitação prévia às
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contratações a ser realizadas pela Administração; na vedação ao • Dispositivo de Lei combatente à violação do princípio da im-
nepotismo, de acordo com o disposto na Súmula Vinculante 13 do pessoalidade e a promoção pessoal de agentes públicos, por meio
Supremo Tribunal Federal; no respeito à ordem cronológica para de propaganda financiada exclusivamente com os cofres públicos:
pagamento dos precatórios, dentre outros fatores. Art. 37, § 1.º, da CFB/88:
Outro ponto importante que merece destaque acerca da acep- § 1.º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e
ção do princípio da impessoalidade, diz respeito à imputação da campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, in-
atuação administrativa ao Estado, e não aos agentes públicos que formativo ou de orientação social, dela não podendo constar no-
a colocam em prática. Assim sendo, as realizações estatais não são mes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de
imputadas ao agente público que as praticou, mas sim ao ente ou autoridades ou servidores públicos.
entidade em nome de quem foram produzidas tais realizações.
Por fim, merece destaque um outro ponto importante do prin- Princípio da Moralidade
cípio da impessoalidade que se encontra relacionado à proibição A princípio ressalta-se que não existe um conceito legal ou
da utilização de propaganda oficial com o fito de promoção pesso- constitucional de moralidade administrativa, o que ocorre na ver-
al de agentes públicos. Sendo a publicidade oficial, custeada com dade, são proclamas de conceitos jurídicos indeterminados que são
recursos públicos, deverá possuir como único propósito o caráter formatados pelo entendimento da doutrina majoritária e da juris-
educativo e informativo da população como um todo, o que, assim prudência.
sendo, não se permitirá que paralelamente a estes objetivos o ges- Nesse diapasão, ressalta-se que o princípio da moralidade é
tor utilize a publicidade oficial de forma direta, com o objetivo de condizente à convicção de obediência aos valores morais, aos prin-
promover a sua figura pública. cípios da justiça e da equidade, aos bons costumes, às normas da
Lamentavelmente, agindo em contramão ao princípio da im- boa administração, à ideia de honestidade, à boa-fé, à ética e por
pessoalidade, nota-se com frequência a utilização da propaganda último, à lealdade.
oficial como meio de promoção pessoal de agentes públicos, agin- A doutrina denota que a moral administrativa, trata-se daquela
do como se a satisfação do interesse público não lhes fosse uma que determina e comanda a observância a princípios éticos retira-
obrigação. Entretanto, em combate a tais atos, com o fulcro de dos da disciplina interna da Administração Pública.
restringir a promoção pessoal de agentes públicos, por intermédio Dentre os vários atos praticados pelos agentes públicos viola-
de propaganda financiada exclusivamente com os cofres públicos, dores do princípio da moralidade administrativa, é coerente citar:
o art. 37, § 1.º, da Constituição Federal, em socorro à população, a prática de nepotismo; as “colas” em concursos públicos; a práti-
determina: ca de atos de favorecimento próprio, dentre outros. Ocorre que os
Art. 37. [...] particulares também acabam por violar a moralidade administrati-
§ 1.º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e va quando, por exemplo: ajustam artimanhas em licitações; fazem
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, infor- “colas” em concursos públicos, dentre outros atos pertinentes.
mativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, É importante destacar que o princípio da moralidade é possui-
símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de auto- dor de existência autônoma, portanto, não se confunde com o prin-
ridades ou servidores públicos. cípio da legalidade, tendo em vista que a lei pode ser vista como
Desta maneira, em respeito ao mencionado texto constitucio- imoral e a seara da moral é mais ampla do que a da lei. Assim sendo,
nal, ressalta-se que a propaganda anunciando a disponibilização de ocorrerá ofensa ao princípio da moralidade administrativa todas as
um recente serviço ou o primórdio de funcionamento de uma nova vezes que o comportamento da administração, embora esteja em
escola, por exemplo, é legítima, possuindo importante caráter in- concordância com a lei, vier a ofender a moral, os princípios de jus-
formativo. tiça, os bons costumes, as normas de boa administração bem como
a ideia comum de honestidade.
Em resumo, temos: Registra-se em poucas palavras, que a moralidade pode ser
• Finalidade: Todos os agentes públicos devem cumprir a lei definida como requisito de validade do ato administrativo. Desta
de ofício de maneira impessoal, ainda que, em decorrência de suas forma, a conduta imoral, à semelhança da conduta ilegal, também
convicções pessoais, políticas e ideológicas, considerem a norma se encontra passível de trazer como consequência a invalidade do
injusta. respectivo ato, que poderá vir a ser decretada pela própria adminis-
• Significados: A finalidade pública, a isonomia, a imputação tração por meio da autotutela, ou pelo Poder Judiciário.
ao órgão ou entidade administrativa dos atos praticados pelos seus Denota-se que o controle judicial da moralidade administrativa
servidores e a proibição de utilização de propaganda oficial para se encontra afixado no art. 5.º, LXXIII, da Constituição Federal, que
promoção pessoal de agentes públicos. dispõe sobre a ação popular nos seguintes termos:
• Princípio implícito: O princípio da finalidade, posto que se Art. 5.º [...]
por ventura o agente público vier a praticar o ato administrativo LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação
sem interesse público, visando tão somente satisfazer interesse pri- popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de
vado, tal ato sofrerá desvio de finalidade, vindo, por esse motivo a entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa,
ser invalidado. ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o
• Aspecto importante: A imputação da atuação administrativa autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus
ao Estado, e não aos agentes públicos que a colocam em prática. da sucumbência.
• Nota importante: proibição da utilização de propaganda ofi-
cial com o fito de promoção pessoal de agentes públicos.
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Pontua-se na verdade, que ao atribuir competência para que impossibilidade de o titular do poder vir a controlar de forma con-
agentes públicos possam praticar atos administrativos, de forma tundente, o respectivo exercício por parte das autoridades consti-
implícita, a lei exige que o uso da prerrogativa legal ocorra em con- tuídas.
sonância com a moralidade administrativa, posto que caso esse re-
quisito não seja cumprido, virá a ensejar a nulidade do ato, sendo Pondera-se que a administração é pública e os seus atos devem
passível de proclamação por decisão judicial, bem como pela pró- ocorrer em público, sendo desta forma, em regra, a contundente e
pria administração que editou a ato ao utilizar-se da autotutela. ampla publicidade dos atos administrativos, ressalvados os casos de
Registra-se ainda que a improbidade administrativa constitui- sigilo determinados por lei.
-se num tipo de imoralidade administrativa qualificada, cuja gra- Assim sendo, denota-se que a publicidade não existe como um
vidade é preponderantemente enorme, tanto que veio a merecer fim em si mesmo, ou apenas como uma providência de ordem me-
especial tratamento constitucional e legal, que lhes estabeleceram ramente formal. O principal foco da publicidade é assegurar trans-
consequências exorbitantes ante a mera pronúncia de nulidade do parência ou visibilidade da atuação administrativa, vindo a possibi-
ato e, ainda, impondo ao agente responsável sanções de caráter litar o exercício do controle da Administração Pública por meio dos
pessoal de peso considerável. Uma vez reconhecida, a improbidade administrados, bem como dos órgãos determinados por lei que se
administrativa resultará na supressão do ato do ordenamento jurí- encontram incumbidos de tal objetivo.
dico e na imposição ao sujeito que a praticou grandes consequên- Nesse diapasão, o art. 5º, inciso XXXIII da CFB/88, garante a to-
cias, como a perda da função pública, indisponibilidade dos bens, dos os cidadãos o direito a receber dos órgãos públicos informações
ressarcimento ao erário e suspensão dos direitos políticos, nos ter- de seu interesse particular, ou de interesse coletivo, que deverão
mos do art. 37, § 4.º da Constituição Federal. serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, com
Por fim, de maneira ainda mais severa, o art. 85, V, da Consti- exceção daquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da so-
tuição Federal Brasileira, determina e qualifica como crime de res-
ciedade como um todo e do Estado de forma geral, uma vez que
ponsabilidade os atos do Presidente da República que venham a
esse dispositivo constitucional, ao garantir o recebimento de infor-
atentar contra a probidade administrativa, uma vez que a prática de
mações não somente de interesse individual, garante ainda que tal
crime de responsabilidade possui como uma de suas consequências
recebimento seja de interesse coletivo ou geral, fato possibilita o
determinadas por lei, a perda do cargo, fato que demonstra de for-
ma contundente a importância dada pelo legislador constituinte ao exercício de controle de toda a atuação administrativa advinda por
princípio da moralidade, posto que, na ocorrência de improbidade parte dos administrados.
administrativa por agressão qualificada, pode a maior autoridade É importante ressaltar que o princípio da publicidade não pode
da República ser levada ao impeachment. ser interpretado como detentor permissivo à violação da intimida-
Em resumo, temos: de, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas, conforme
• Conceito doutrinário: Moral administrativa é aquela deter- explicita o art. 5.º, X da Constituição Federal, ou do sigilo da fonte
minante da observância aos princípios éticos retirados da disciplina quando necessário ao exercício profissional, nos termos do art. 5.º,
interna da administração; XIV da CFB/88.
• Conteúdo do princípio: Total observância aos princípios da Destaca-se que com base no princípio da publicidade, com
justiça e da equidade, à boa-fé, às regras da boa administração, aos vistas a garantir a total transparência na atuação da administração
valores morais, aos bons costumes, à ideia comum de honestidade, pública, a CFB/1988 prevê: o direito à obtenção de certidões em
à ética e por último à lealdade; repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de si-
• Observância: Deve ser observado pelos agentes públicos e tuações de interesse pessoal, independentemente do pagamento de
também pelos particulares que se relacionam com a Administração taxas (art. 5.º, XXXIV, “b”); o direito de petição aos Poderes Públicos
Pública; em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder, in-
• Alguns atos que violam o princípio da moralidade adminis- dependentemente do pagamento de taxas (art. 5.º, XXXIV, “a”); e o
trativa a prática de nepotismo; as “colas” em concursos públicos; a direito de acesso dos usuários a registros administrativos e atos de
prática de atos de favorecimento próprio, dentre outros. governo (art. 37, § 3.º, II).
• Possuidor de existência autônoma: O princípio da moralida- Pondera-se que havendo violação a tais regras, o interessado
de não se confunde com o princípio da legalidade; possui à sua disposição algumas ações constitucionais para a tutela
• É requisito de validade do ato administrativo: Assim quando do seu direito, sendo elas: o habeas data (CF, art. 5.º, LXXII) e o
a moralidade não for observada, poderá ocorrer a invalidação do mandado de segurança (CF, art. 5.º, LXIX), ou ainda, as vias judiciais
ato; ordinárias.
• Autotutela: Ocorre quando a invalidação do ato administra- No que concerne aos mecanismos adotados para a concretiza-
tivo imoral pode ser decretada pela própria Administração Pública
ção do princípio, a publicidade poderá ocorrer por intermédio da
ou pelo Poder Judiciário;
publicação do ato ou, dependendo da situação, por meio de sua
• Ações judiciais para controle da moralidade administrativa
simples comunicação aos destinatários interessados.
que merecem destaque: ação popular e ação de improbidade ad-
Registra-se, que caso não haja norma determinando a publi-
ministrativa.
cação, os atos administrativos não geradores de efeitos externos
Princípio da Publicidade à Administração, como por exemplo, uma portaria que cria deter-
Advindo da democracia, o princípio da publicidade é carac- minado evento, não precisam ser publicados, bastando que seja
terizado pelo fato de todo poder emanar do povo, uma vez que atendido o princípio da publicidade por meio da comunicação aos
sem isso, não teria como a atuação da administração ocorrer sem interessados. Entendido esse raciocínio, pode-se afirmar que o de-
o conhecimento deste, fato que acarretaria como consequência a ver de publicação recai apenas sobre os atos geradores de efeitos
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externos à Administração. É o que ocorre, por exemplo, num edital • A publicação é exigida desde que exista previsão legal ou de
de abertura de um concurso público, ou quando exista norma legal atos que sejam produtores de efeitos externos;
determinando a publicação. • Não havendo exigência legal, a publicidade dos atos internos
Determinado a lei a publicação do ato, ressalta-se que esta de- poderá ser feita por intermédio de comunicação direta ao interes-
verá ser feita na Imprensa Oficial, e, caso a divulgação ocorra ape- sado;
nas pela televisão ou pelo rádio, ainda que em horário oficial, não • A Lei 12.527/2011 foi aprovada como um mecanismo amplo
se considerará atendida essa exigência. No entanto, conforme o en- e eficaz de concretização do acesso à informação, vindo a se tornar
sinamento do ilustre Hely Lopes Meirelles, onde não houver órgão um genuíno corolário do princípio da publicidade.
oficial, em consonância com a Lei Orgânica do Município, a publica- • A publicação deverá ser feita pela Imprensa Oficial, ou, onde
ção oficial poderá ser feita pela afixação dos atos e leis municipais não houver órgão oficial, em consonância com a Lei Orgânica do
na sede da Prefeitura ou da Câmara Municipal. Município, a publicação oficial poderá ser feita pela afixação dos
Dotada de importantes mecanismos para a concretização do atos e leis municipais na sede da Prefeitura ou da Câmara Munici-
princípio da publicidade, ganha destaque a Lei 12.527/2011, tam- pal.
bém conhecida como de Lei de Acesso à Informação ou Lei da
Transparência Pública. A mencionada Lei estabelece regras gerais, Princípio da Eficiência
de caráter nacional, vindo a disciplinar o acesso às informações A princípio, registra-se que apenas com o advento da Emenda
contidas no inciso XXXIII do art. 5º, no inciso II do § 3º do art. 37 Constitucional nº 19/1998, também conhecida como “Emenda da
e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal Brasileira de 1.988. Reforma Administrativa”, o princípio da eficiência veio a ser previs-
Encontram-se subordinados ao regime da lei 12.527/2011, tanto to no caput do art. 37 da Constituição Federal Brasileira de 1988.
a Administração Direta, quanto as entidades da Administração In- Acrescido a tais informações, o princípio da eficiência também se
direta e demais entidades controladas de forma direta ou indireta encontra previsto no caput do art. 2.º da Lei 9.784/1999, lei que
pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios. regula o processo administrativo na seara da Administração Pública
Também estão submetidas à ordenança da Lei da Transparência Pú- Federal.
blica as entidades privadas sem fins lucrativos, desde que recebam Desta forma, elevado à categoria de princípio constitucional ex-
recursos públicos para a realização de ações de interesse público, presso pela Emenda Constitucional 19/1998, o dever de eficiência
especialmente as relativas à publicidade da destinação desses re- corresponde ao dever de bem administrar a Máquina Pública.
No entendimento de Hely Lopes Meirelles, “o princípio da efi-
cursos, sem prejuízo de efetuarem as prestações de contas a que
ciência exige que a atividade administrativa seja exercida com pres-
estejam obrigadas por lei.
teza, perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno princípio
Por fim, pontua-se que embora a regra ser a publicidade, a Lei
da função administrativa, que já não se contenta em ser desem-
12.527/2011 excetua com ressalvas, o sigilo de informações que
penhada apenas com legalidade, exigindo resultados positivos para
sejam imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado de
o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da
forma geral. Ocorre que ainda nesses casos, o sigilo não será eter-
comunidade e de seus membros”.
no, estando previstos prazos máximos de restrição de acesso às
Pondera-se que princípio da eficiência deverá estar eivado de
informações, conforme suas classificações da seguinte forma, nos
valores e uma boa administração pública que dê preferência por
ditames do art. 24, § 1º: produtividade elevada, economicidade, excelente qualidade e ce-
a) Informação ultrassecreta (25 anos de prazo máximo de res- leridade dos serviços prestados, vindo a reduzir os desperdícios e,
trição ao acesso); ainda, que trabalhe pela desburocratização e pelo elevado rendi-
b) Informação secreta (15 anos de prazo máximo de restrição mento funcional como um todo.
ao acesso); De acordo com a Constituição Federal Brasileira, existem nor-
c) Informação reservada (cinco anos de prazo máximo de res- mas inseridas no ordenamento jurídico pátrio que possuem o con-
trição ao acesso). dão de tornar mais eficiente a prestação de serviços públicos. Pas-
Em síntese, temos: semos a analisar almas destas regras:
• É advindo da democracia e se encontra ligado ao exercício da 1. Nos termos do art. art. 41, § 4.º da CFB/88, com o fito de
cidadania; adquirir estabilidade, o servidor público, após ser aprovado em con-
• Exige divulgação ampla dos atos da Administração Pública, curso, terá que passar por uma avaliação especial de desempenho
com exceção das hipóteses excepcionais de sigilo; por comissão instituída para essa finalidade;
• Se encontra ligado à eficácia do ato administrativo; 2. Segundo o art. 41, §1º da CFB/88, após ter adquirido estabi-
• Possui como foco assegurar a transparência da atuação admi- lidade, o servidor não pode relaxar, uma vez que se encontra sujeito
nistrativa, vindo a possibilitar o exercício do controle da Administra- a passar por periódicas avaliações de desempenho, podendo correr
ção Pública de modo geral; o risco de perder o cargo, caso seja declarado insuficiente, assegu-
• Em relação à sua manifestação, concede ao cidadão: direito rada ampla defesa;
à obtenção de certidões em repartições públicas; direito de petição; Apelidada de “Lei de Responsabilidade das Estatais”, a Lei
direito de acesso dos usuários a registros administrativos e atos de 13.303/2016, dentre as diversas novidades estatuídas em seu di-
governo; direito a receber dos órgãos públicos informações de seu ploma, destacamos com ênfase no art. 17, a estipulação de notório
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, com exceção conhecimento, bem como tempo de experiência profissional e for-
daquelas informações, cujo sigilo seja indispensável à segurança da mação acadêmica como pré-requisitos legais para que alguém pos-
sociedade e do Estado. sa ser nomeado para o Conselho de Administração ou Diretoria de
• Não se trata de um princípio absoluto, necessitando que seja uma Empresa Pública ou sociedade de economia mista. Pondera-se
harmonizado com os demais princípios constitucionais; que tais exigências são uma autêntica homenagem ao princípio da
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eficiência, bem como aos princípios da moralidade e da isonomia. Assim sendo, pondera-se que não existe nenhuma uniformida-
Por fim, denota-se que o princípio da eficiência não se sobrepõe de na doutrina em relação ao conteúdo dos princípios da razoabi-
aos demais princípios, aliás, acrescente-se, que ela se soma aos lidade e da proporcionalidade, tendo em vista que há autores que
demais princípios administrativos, fatos que demonstram que a entendem os dois princípios como sendo sinônimos, ao passo que
função administrativa executada de forma eficiente, deverá sempre consideram que a proporcionalidade se trata apenas uma das ca-
ser exercida nos parâmetros de conformidade com o princípio da racterísticas do princípio da razoabilidade, havendo ainda, uma cor-
legalidade. rente que considera os dois como princípios distintos um do outro.
Em suma, temos: Embora haja doutrinárias divergentes em relação ao assunto,
• Se encontra expresso na Constituição Federal e foi inserido entende-se de modo geral, que o princípio da razoabilidade está re-
pela EC 19/1998; lacionado ao aceitamento explícito da conduta em face de padrões
• Princípio da eficiência ou dever de eficiência é o dever bem racionais de comportamento, que buscam levar em conta tanto o
administrar; bom senso do homem médio, quanto a finalidade para a qual foi
• É o mais moderno princípio da função administrativa, que outorgada a competência legítima ao agente público. Assim sen-
já não se contenta em ser desempenhada apenas com legalidade, do, o princípio da razoabilidade exige de maneira contundente do
exigindo resultados positivos para o serviço público e satisfatório administrador, atuação com bom senso, coerência e racionalidade.
atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros; Em relação ao princípio da proporcionalidade, entende-se que
• Exigências legais: as atividades administrativas devem ser este se refere à postura de conduta equilibrada, sendo proporcional
exercidas com presteza, perfeição e rendimento funcional; deverão à finalidade que se destina e também sem excessos em si mesmo.
surtir resultados positivos para o serviço público, bem como um Ponto importante que merece registro, é que o que considera uma
atendimento que possa satisfazer as necessidades da população e conduta como proporcional em um caso concreto, uma vez que de-
de seus membros; prima-se por economicidade, produtividade ele- vem estar presentes três elementos, sendo eles:
vada, qualidade e celeridade na prestação dos serviços bem como 1. A adequação: Trata-se da compatibilidade entre o meio em-
pela redução dos desperdícios e desburocratização; pregado e o fim almejado;
• Aspectos importantes: o modo como o agente público atua; 2. A exigibilidade: Por meio da qual, a conduta praticada deve
a forma de organizar, estruturar e disciplinar a Administração Públi- ser necessária, não existindo meio menos gravoso para alcançar o
ca como um todo; fim público;
• Trata-se de um princípio que se encontra relacionado à admi- 3. A proporcionalidade em sentido estrito: Por meio da qual,
nistração pública gerencial; as vantagens obtidas com conduta acabam por superar as desvan-
• É um princípio de se soma-se aos demais princípios da Ad- tagens.
ministração Pública, não se sobrepõe a nenhum deles e deve ser Na seara de controle de constitucionalidade, denota-se que o
exercido nos conformes ditados pelo princípio da legalidade. Supremo Tribunal Federal tem adotado com enorme frequência os
princípios da razoabilidade e proporcionalidade, de forma especial
Princípios Implícitos da Administração Pública nas situações em que o legislador ordinário edita lei que, embo-
No estudo anterior, foi exposto com ênfase os princípios apli- ra aparentemente não contrarie qualquer dispositivo disposto na
cáveis à administração pública expressos na Constituição Federal CFB/88, definha de ausência plena de razoabilidade.
de 1988. Entretanto, a doutrina também reconhece outros princí- Explicita-se ainda, que a jurisprudência do Supremo Tribunal
pios que, embora não estejam contidos de forma expressa no texto Federal tem usado de maneira contundente o princípio da razoa-
constitucional, são retirados da Carta Magna e são igualmente aco- bilidade como forma de examinar se discriminações usadas pelo
lhidos pelo sistema constitucional e importantes no estudo do direi- legislador ordinário ou pela Administração Pública, são ou não de
to administrativo. Trata-se dos princípios administrativos implícitos, fato agressivas ao princípio da isonomia que se encontra inserido
os quais iremos abordar em estudo neste tópico. na Constituição Federal.
Afirma-se que diversos desses princípios constitucionais implí- Ressalte-se, por fim, que o princípio da isonomia, além de auto-
citos são encontrados contemporaneamente em diversas leis. A Lei rizar, exige também tratamentos de forma diferente entre pessoas
9.784/1999, por exemplo se encontra eivada de normas e regras que se encontram em situações distintas. Desta maneira, o proble-
básicas sobre o processo administrativo na seara da Administração ma não é diferenciar, mas sim saber aplicar a razoabilidade do cri-
Federal, vindo a citar diversos princípios que não se encontram tério utilizado para a diferenciação. Um exemplo clássico disso, é a
dispostos na Constituição Federal de 1.988, embora sejam desta exigência de altura mínima para cargos de carreiras policiais, uma
advindos, como o interesse público, a segurança jurídica, a finalida- vez que esta é considerada razoável e válida, levando em conta que
de, a motivação, dentre outros. Desta maneira, depreende-se que o porte físico é característica importante e relevante para o exercí-
quando um princípio administrativo é qualificado como implícito, cio de tais cargos.
significa que ele não se encontra nominalmente expresso no texto Em resumo, temos:
constitucional, fato que não importa para efeito tal classificação, se Razoabilidade
ele se encontra ou não previsto de modo explícito em alguma forma • Exige do administrador atuação coerente, racional e com
de norma respectivamente infraconstitucional. bom senso;
• Diz respeito à aceitabilidade de uma conduta, dentro de pa-
Princípios da Razoabilidade e da Proporcionalidade drões e ditames normais de comportamento;
Sendo princípios gerais de direito, a razoabilidade e a propor- • Permite o controle de legalidade das leis e atos administra-
cionalidade, embora não estejam previstos expressamente no texto tivos, vindo a se constituir em limitação ao poder discricionário da
da CFB/88, transpassam vários dispositivos da CF/1988, vindo a se Administração Pública como um todo.
constituir em princípios constitucionais implícitos.
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Proporcionalidade a autoridade competente, de modo geral, compreende que ela se


• Exige do administrador conduta equilibrada, balanceada, sem encontra implícita nas circunstâncias causadoras da edição do ato,
excessos, proporcional ao fim ao qual se destina; ou que aponta motivos complexos, ou que não possuem nada a ver
• É uma das características do princípio da razoabilidade; com a medida tomada, ou, ainda, que estejam eivados da necessi-
• Elementos: dade de providência colocada de forma oposta à que foi adotada.
1) adequação; Por fim, é importante registrar que o momento da motivação
2) exigibilidade; pode ocorrer de forma prévia ou simultaneamente ao ato, caso não
3) proporcionalidade em sentido estrito; se tenha atendido ao requisito com uma posterior declinação de
• É permissionário do controle de legalidade das leis e atos ad- motivos. Isso ocorre por que a doutrina e a jurisprudência afugen-
ministrativos, vindo a se constituir em limitação ao poder discricio- tam o uso de fórmulas prontas e vazias como forma de motivação
nário da Administração Pública. para a prática de atos administrativos. Desta maneira, não se aceita
Princípio da motivação por exemplo, como sendo suficiente a afirmação de que o ato ad-
Trata-se de um princípio implícito que determina à Adminis- ministrativo foi praticado por causa de interesse público, ou, ainda
tração Púbica a indicação dos fundamentos de fato e de direito porque os argumentos que foram demonstrados pelo administrado
referentes às suas decisões. Por permitir o controle por meio dos não são suficientes, sendo necessário que seja indicado, no primei-
administrados, tendo em vista a licitude, a existência e a ampla sufi- ro caso, a correlação existente entre o ato e o interesse público vi-
ciência dos motivos indicados pela Administração na prática de seus sado e, no segundo, o porquê da falta de suficiência dos argumento
atos, o princípio da motivação é considerado como um princípio apresentados.
moralizador. Em síntese, temos:
Depreende-se que motivo é a circunstância de fato ou de di- • É um princípio implícito que determina à Administração Pú-
reito determinadora ou autorizadora da prática de ato específico. bica a indicação dos fundamentos de fato e de direito referentes às
Referindo-se a atos vinculados, o motivo passa a determinar que o suas decisões;
ato seja praticado. Porém, quando o ato é discricionário, havendo • É considerado como um princípio moralizador;
a presença do motivo, ela apenas irá validar a consumação do ato. • Motivo é a circunstância de fato ou de direito determinadora
Exemplo: contemplando uma manobra proibida no trânsito, sendo ou autorizadora da prática de ato específico;
esta o “motivo”, o agente deverá aplicar a multa correspondente, • Na Legislação Pátria, a regra geral é a necessidade de moti-
não sendo permitido e nem lícito à autoridade de trânsito analisar vação de todos os atos ou decisões administrativas, fato que indica
a conveniência e nem tampouco a oportunidade em relação à puni- que a Administração Pública deve, por força de lei, deixar sempre
ção da infração cometida, tendo em vista que o ato é vinculado e a expressos os motivos que a levaram a praticar um ato ou a tomar
presença do motivo acabam por determinar sua prática. certa decisão, seja esta de ato vinculado ou de ato discricionário;
Na Legislação Pátria, a regra geral é a necessidade de motiva-
• De acordo com o art. 50, § 1º da Lei 9.784/1999, a motivação
ção de todos os atos ou decisões administrativas, fato que indica
deve ser explícita, clara, harmônica ou congruente, ainda que, via
que a Administração Pública deve, por força de lei, deixar sempre
de regra, esta não exija uma forma específica.
expressos os motivos que a levaram a praticar um ato ou a tomar
• O momento da motivação pode ocorrer de forma prévia ou
certa decisão, seja esta de ato vinculado ou de ato discricionário.
simultaneamente ao ato, caso não se tenha atendido o requisito
Bastante reconhecido pela doutrina e pela jurisprudência, o
com uma posterior declinação de motivos.
princípio da motivação encontra-se previsto em diversos diplomas
normativos. Um exemplo disso, é o art. 50 da Lei 9.784/1999 que
Princípio da autotutela
ordena que os atos administrativos deverão ocorrer sempre de for-
ma motivada eivados da indicação dos fatos e dos fundamentos ju- O princípio da autotutela consiste na possibilidade de a Ad-
rídicos, quando: ministração rever seus próprios atos. É o poder acompanhado do
a) Negarem, limitarem ou vierem a afetar direitos ou interes- dever concedido à administração para zelar pela legalidade, pela
ses; conveniência e pela oportunidade dos atos que pratica.
b) Agravarem ou imporem deveres, encargos ou sanções; Levando em conta que a Administração Pública poderá agir
c) Decidirem a respeito de processos administrativos de con- apenas quando autorizada por lei e nos termos legalmente esta-
curso ou seleção pública; belecidos, dessa enunciação, decorre a presunção de que os atos
d) Dispensarem ou declararem a inexigibilidade de processo administrativos são dotados de presunção de legalidade, ou seja,
licitatório; são legais e se encontram fundamentados em presunção de veraci-
e) Decidirem a respeito de recursos administrativos; dade, sendo por isso, considerados verdadeiros.
f) Decorrerem de reexame de ofício; Tendo a Administração a prerrogativa de agir de ofício, pode-
g) Sempre que deixarem de aplicar jurisprudência firmada so- -se afirmar que esta possui o deve anular seus atos ilegais, e pode,
bre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e re- também revogar os atos que considerar inoportunos ou inconve-
latórios oficiais; nientes, independentemente de houver ou não a intervenção de
h) Importarem sobre anulação, suspensão, revogação ou con- terceiros.
validação de ato administrativo. Pondera-se que a autotutela possui dois aspectos do controle
interno dos atos administrativos, sendo eles:
De acordo com o art. 50, § 1º da Lei 9.784/1999, a motivação 1) O controle de legalidade: Por meio do qual a Administração
deve ser explícita, clara, harmônica ou congruente, ainda que, via Pública anula os atos ilegais;
de regra, que não exija uma forma específica. Por esse motivo, são 2) O controle de mérito: Por meio do qual a Administração
considerados nulos os atos que dependem de motivação. Porém, pode revogar os atos inoportunos ou inconvenientes.
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Registra-se com grande ênfase, o fato de o princípio autotutela Aspectos do controle interno dos atos administrativos:
se achar consagrado em duas súmulas do Supremo Tribunal Fede- 1) O controle de legalidade: Por meio do qual a Administração
ral, sendo elas: Pública anula os atos ilegais;
STF – Súmula 346: “A administração pública pode declarar a 2) O controle de mérito: Por meio do qual a Administração
nulidade dos seus próprios atos.” pode revogar os atos inoportunos ou inconvenientes.
STF – Súmula 473: “A Administração pode anular seus próprios
atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles Súmulas:
não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência STF – Súmula 346: “A administração pública pode declarar a
ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, nulidade dos seus próprios atos.”
em todos os casos, a apreciação judicial”. STF – Súmula 473: “A Administração pode anular seus próprios
Denota-se que embora as Súmulas mencionadas acima afir- atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles
mem que a administração “pode anular seus próprios atos”, ela não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência
na verdade, “deve anular seus atos”, tendo em vista que anular a ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada,
revogação é um poder-dever, e não uma somente uma simples pos- em todos os casos, a apreciação judicial”.
sibilidade. • Para Maria Sylvia Zanella não podem ser revogados os se-
Destaca-se com grande importância, o fato da autotutela, se guintes atos:
diferenciar do controle judicial no sentido de que ela depende de
a) Os atos vinculados;
provocação externa para poder se manifestar, bem como pode ser
b) Os atos que extenuaram seus efeitos;
exercida de ofício, ou, ainda por meio de provocação de terceiros
c) Os atos que estiverem sendo apreciados por autoridade de
estranhos à Administração. Colocando em prática, quando uma
instância superior;
autoridade pública recebe uma comunicação de irregularidade na
Administração Pública, ela obtém a obrigação de dar ciência do d) Os meros atos administrativos como certidões, atestados,
ocorrido ao seu chefe imediato ou, sendo esta competente, poderá votos, dentre outros, porque os efeitos deles advindos são estabe-
a adotar as providências cabíveis para a apuração dos fatos, bem lecidos pela lei;
como dos demais procedimentos necessários para a correção da ili- e) Os atos que integram um procedimento, tendo em vista que
citude ocorrida e, caso seja necessário, punir os culpados, sob pena a cada novo ato praticado ocorre a preclusão quanto ao ato ante-
de ser responsabilizada por omissão. Assim sendo, é plenamente rior;
possível afirmar que a provocação do exercício da autotutela pode f) Os atos geradores de direitos adquiridos, posto que violam a
vir de fora da Administração Pública. Constituição Federal Brasileira de 1.988.
A respeito da revogação de atos da Administração Pública, Ma-
ria Sylvia Zanella Di Pietro, afirma que não podem ser revogados os Princípios da segurança jurídica, da proteção à confiança e da
seguintes atos: boa-fé
a) Os atos vinculados, tendo em vista que não há nestes os De antemão, salienta-se que a segurança jurídica é um dos
aspectos da oportunidade e conveniência de sua prática como um princípios fundamentais do direito e possui como atributos garantir
todo; a estabilidade das relações jurídicas consolidadas, bem como a cer-
b) Os atos que extenuaram seus efeitos. Isso ocorre pelo fato teza das consequências jurídicas dos atos praticados pelos indivídu-
da revogação não retroagir, mas apenas impedir que o ato continue os em suas diversas relações sociais.
a produzir seus efeitos, uma vez que não haveria proveito em revo- Tendo em vista garantir os retro mencionados atributos, em re-
gar um ato que já produziu todos os seus efeitos; lação à estabilidade das relações jurídicas, o ordenamento jurídico
c) Os atos que estiverem sendo apreciados por autoridade de pugna pela exigência do respeito ao direito adquirido e também ao
instância superior. Isso acontece, porque a competência da autori- ato jurídico perfeito e à coisa julgada. Já em relação à certeza das
dade que o praticou para revogá-lo se esgotou; consequências jurídicas dos atos praticados, é possível se prever a
d) Os meros atos administrativos como certidões, atestados, regra geral da irretroatividade da lei acompanhada de sua interpre-
votos, dentre outros, porque os efeitos deles advindos são estabe- tação de modo geral.
lecidos pela lei; No âmbito do Direito Administrativo, são plenamente aplicá-
e) Os atos que integram um procedimento, tendo em vista que
veis todas as regras mencionadas, porém, ganha destaque a impor-
a cada novo ato praticado ocorre a preclusão quanto ao ato ante-
tância da vedação em relação à interpretação retroativa da norma
rior;
jurídica. Ocorre que ao expressar seu entendimento a respeito de
f) Os atos geradores de direitos adquiridos, posto que violam a
determinada matéria, a Administração Pública acaba por subme-
Constituição Federal Brasileira.
Em resumo, temos: ter o administrado à orientação administrativa e passa por boa-fé a
• Consiste na possibilidade de a Administração rever seus pró- guiar o seu comportamento. Entretanto, não pode a Administração,
prios atos. É o poder acompanhado do dever concedido à adminis- sob pena de ferir o princípio da segurança jurídica, prejudicar o par-
tração para zelar pela legalidade, pela conveniência e pela oportu- ticular, aplicando a este, nova interpretação a casos retrógrados já
nidade dos atos que pratica. interpretados em concordância com as concepções anteriormente
• A Administração pode de agir de ofício, deve anular seus atos vigentes. Por esse motivo, em âmbito federal, a Lei 9.784/1999 em
ilegais, e pode, também, revogar os atos que considerar inoportu- seu art. 2.º, parágrafo único, XIII, veda de forma expressa a aplica-
nos ou inconvenientes, independentemente de haver ou não a in- ção retroativa de nova interpretação de matéria administrativa que
tervenção de terceiros. já fora anteriormente avaliada.

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Em suma, como consequências do princípio da segurança jurí- Em síntese:


dica, podemos citar: a vedação da interpretação retroativa da nor-
ma jurídica; a limitação temporal ao exercício da autotutela; o res- Princípio da segurança jurídica
peito ao direito adquirido, à coisa julgada e ao ato jurídico perfeito. • Objetivo: Busca a garantia da estabilidade das relações jurídi-
Em relação ao princípio da proteção à confiança ou proteção cas consolidadas, bem como a certeza das consequências jurídicas
à confiança legítima, denota-se que se trata esse princípio de as- dos atos que são praticados pelos indivíduos em suas distintas re-
pecto subjetivo da segurança jurídica, de forma que é considerado lações sociais;
como um desdobramento deste. • Consequências: Busca vedar a interpretação retroativa da
A ilustre Maria Sylvia Zanella Di Pietro, leciona que o “princípio norma jurídica; a limitação temporal ao exercício da autotutela; o
da proteção à confiança leva em conta a boa-fé do cidadão, que respeito ao direito adquirido, à coisa julgada e ao ato jurídico per-
acredita e espera que os atos praticados pelo Poder Público sejam feito.
lícitos e, nessa qualidade, serão mantidos e respeitados pela pró-
pria Administração e por terceiros”. Princípio da proteção à confiança
Ressalte-se que o princípio da proteção à confiança possui o • Foco: A proteção da confiança dos administrados nos atos da
condão de fundamentar a manutenção de atos ilegais e inconstitu- Administração Pública;
cionais, condições nas quais, o juízo que os pondera tem tido como • Aspecto ou dimensão subjetiva do princípio da segurança ju-
consequência, uma graduação redutiva do alcance do princípio da rídica;
legalidade como um todo. Um exemplo disso é o que ocorre nos ca- • Consequências legais: A manutenção de atos ilegais ou in-
sos em que a Administração, em decorrência de interpretação errô- constitucionais, a manutenção de atos praticados por funcionários
nea da lei, adimple com o pagamento de valores que não são devi- de fato, dentre outros.
dos a servidores que, de boa-fé, entendem ter direito a tais verbas.
Ocorrendo esse tipo de erro, o Judiciário, para proteger a confiança Princípio da boa-fé
que os servidores possuem na Administração, tem se manifestado • Aspecto objetivo: Ter conduta leal e honesta;
de maneira constante pela desnecessidade de reposição ao erário • Aspecto subjetivo: A crença do agente de que está agindo de
público de forma geral. forma correta;
Por fim, vale a pena mencionar outro efeito concreto do prin- • A boa-fé deve ser exigida da Administração e do Administra-
cípio da proteção à confiança, que trata-se da manutenção de atos do;
praticados por funcionário de fato, posto que, de forma teórica, • Consequências: manutenção de atos ilegais ou inconstitucio-
caso o servidor tenha sido investido de forma irregular no cargo, nais, dentre outros.
via de regra, não teria este a competência para praticar atos admi-
nistrativos, uma vez que tais atos seriam considerados nulos. No Princípio da Continuidade dos Serviços Públicos
entanto, os atos praticados, por terem aparência de legalidade e O foco fundamental do Estado é a consecução do bem comum
que vierem a gerar a crença nos destinatários de que realmente são do seu povo como um todo. Pondera-se que para atingir tal objeti-
válidos, deverão ser mantidos. vo, é necessário que a Administração disponibilize para os adminis-
Passemos à análise do princípio da boa-fé, que mesmo se en- trados utilidades específicas, atenda necessidades determinadas, e,
contrando implícito no texto da Carta Magna, depreende-se que ele ainda que possa oferecer comodidades a depender de cada caso
pode ser extraído do princípio da moralidade. Ademais, esse prin- específico. Ressalta-se que estas atividades podem ser encaixadas
cípio se encontra previsto nos artigos 2º, parágrafo único, IV, e 4.º, no sentido amplo do vocábulo da prestação de serviços públicos,
II, da Lei 9.784/1999. tendo em vista que a interrupção da prestação de serviços públicos
Registra-se que a boa-fé está subdividida em dois aspectos, não pode ser vedada.
sendo eles: Sem sombra de dúvidas, a busca do bem comum deverá sem-
1) Aspecto objetivo: Esta relacionado à conduta leal e honesta, pre acontecer de maneira incessante e sem vedação de continui-
considerada de forma objetiva; dade. Desse cenário, podemos extrair o conteúdo do princípio da
2) Aspecto subjetivo: Refere-se à crença do agente de que está continuidade do serviço público, cuja materialização é assegurada
agindo de forma correta. Pois, caso contrário, se o agente tiver ciên- por inúmeros ordenamentos. Como exemplo, podemos citar o di-
cia de que o seu comportamento não se encontra em consonância reito de greve no serviço público de modo geral, que, embora seja
com as normas jurídicas, estará agindo de má-fé. reconhecido, se encontra eivado de sujeições e restrições, tendo
Alguns doutrinadores identificam o princípio da boa-fé como em vista que uma vez que o disposto no art. 37, VII da Constituição
sendo o princípio da proteção à confiança. Entretanto, entende-se Federal que o explicita, prevê a edição de uma lei específica que
que ao passo que a proteção à confiança visa proteger somente a limita os seus termos e limites.
boa-fé dos administrados, é necessário que o princípio da boa-fé Assim sendo, com vistas ao mesmo objetivo e reconhecendo
se encontre presente do lado da Administração Pública em geral e que alguns serviços públicos são delegados a particulares, a Cons-
também do lado dos administrados. tituição Federal no art. 9º, § 1º, ao disciplinar o direito de greve
Por fim, vale a pena registrar que o princípio da boa-fé, seme- assegurado aos trabalhadores em geral, estipula que a lei deverá
lhantemente ao princípio da proteção à confiança, também tem elencar com ênfase os serviços ou atividades essenciais, vindo a dis-
sido invocado como forma de justificativa da manutenção de atos por sobre o atendimento das necessidades da comunidade que são
administrativos sem validade, bem como de atos praticados por consideradas inadiáveis.
funcionário de fato. Outro ponto importante que merece ser explanado é o fato da
existência da inoponibilidade da exceção de contrato não cumpri-
do, exceptio non adimpleti contractus, nos contratos de concessão
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de serviços públicos, fato que nos parâmetros legais, ainda que o 2) A presunção de legalidade: Que se encontra relacionada ao
poder concedente se exima de cumprir as normas contratuais, os direito.
serviços prestados pela concessionária correspondente não pode- Infere-se que em decorrência da presunção de legitimidade ou
rão jamais ser interrompidos, nem tampouco paralisados sem que de veracidade dos atos administrativos, todos os fatos argumenta-
haja decisão judicial transitada em julgado, nos parâmetros do art. dos pela Administração são verdadeiros e os seus atos são prati-
39, parágrafo único da Lei 8.987/1995. cados de acordo com as normas determinadas por lei, até que se
Ressalta-se que relacionado ao princípio da continuidade dos prove o contrário, assegurada a ampla defesa.
serviços públicos, nos ditames do art. 80, II da Lei 8.666/1993, caso Refere-se à presunção relativa ou juris tantum, vindo a acolher
a administração venha a rescindir unilateralmente um contrato ad- a produção de prova em contrário com o fito de afastá-la, sendo
ministrativo, ela passará a obter o direito à ocupação e utilização que o efeito primordial e principal da referida presunção trata-se de
do local, bem como das instalações, dos equipamentos ali utiliza- inverter o ônus da prova. Desta maneira, caso um agente de trânsi-
dos, do material e pessoal empregados na execução do contrato e to aplique uma autuação a um condutor de veículo automotor em
tudo o mais que for necessário à continuidade do serviço público decorrência de avanço de sinal, para que o motorista afaste a multa,
essencial. terá que provar que não cometeu a infração.
Nos parâmetros do art. 36 da Lei 8.897/1995, depreende-se Denota-se que como consequência da presunção de legitimi-
que ao término da concessão, existe previsão de lei para reverter dade, em regra, as decisões administrativas que podem ser feitas de
ao poder público os bens do concessionário necessários à continui- forma imediata, vindo a gerar obrigações para os particulares, fato
dade e atualização dos serviços públicos que haviam sido concedi- que independe de sua concordância. Ademais, em determinadas
dos. É importante registrar também a existência dos institutos da situações, poderá a própria Administração Pública vir a executar as
suplência, da substituição de servidores públicos, bem como da de- suas próprias decisões, utilizando-se de meios diretos bem como
legação, para se possa evitar que diante da ausência de um servidor indiretos de coação que lhes forem disponíveis e permitidos.
público ao trabalho, possa a Administração Pública e aqueles que Em resumo:
dela dependem, vir a sofrer com a paralisação do serviço público • Conteúdo: A presunção de que os atos praticados pela Admi-
prestado. nistração são verdadeiros, bem como são praticados de acordo com
Entretanto, ante o mencionado acima, ressalta-se que nos pa- as normas legais”;
râmetros do art. 6.º, § 3.º, da Lei 8.987/1995, é caracterizada como • Aspectos: A presunção da verdade no que diz respeito à ve-
descontinuidade do serviço público a sua interrupção em situação racidade das alegações da Administração Pública; e a presunção de
de casos excepcionais de emergência, ou, após aviso previamente legalidade;
dado, quando estiver motivada por razões de ordem técnica ou de • Presunção relativa juris tantum: Possuindo o efeito de inver-
segurança das instalações presentes, ou em decorrência de falta de ter o ônus da prova;
adimplemento do usuário, considerando, por conseguinte o inte- • Consequências da presunção de legitimidade: decisões
resse da coletividade de modo geral. administrativas possuem execução imediatas; decisões adminis-
Em suma, temos: trativas podem criar obrigações particulares, ainda que estes não
• Conteúdo: Vedação da interrupção da prestação de serviços concordem; em algumas situações, a própria Administração pode
públicos; executar suas próprias decisões
• Regras para garantir a continuidade do serviço público: restri-
ção ao direito de greve no serviço público; inoponibilidade ou res- Princípio da Especialidade
trição a exceção do contrato não cumprido, exceptio non adimpleti O princípio da especialidade consiste na criação de entidades
contractus; encampação de serviços públicos delegados; da Administração Pública Indireta, fazendo alusão à ideia de des-
Objeto: A busca do bem comum deverá sempre acontecer de centralização administrativa. Pondera-se que tais entidades, ao se-
maneira incessante e sem cessação de continuidade. rem criadas, terão como missão a prestação de serviços públicos,
de forma descentralizada acrescida da especialização da função.
• Inoponibilidade da exceção de contrato não cumprido, ex- Além disso, podemos afirmar com concomitante certeza, que
ceptio non adimpleti contractus: nos contratos de concessão de o princípio da especialidade se encontra diretamente ligado aos
serviços públicos, ainda que o poder concedente se exima de cum- princípios da legalidade e da indisponibilidade do interesse público.
prir as normas contratuais, os serviços prestados pela concessio- Denota-se que esta ligação com a legalidade, decorre do fato
nária correspondente não poderão jamais ser interrompidos, nem da criação de entidades da Administração Indireta da Administra-
tampouco paralisados sem que haja decisão judicial transitada em ção, que só pode ser executada diretamente por lei ou, dependen-
julgado. do do caso, por autorização legal. E, ainda, da indisponibilidade do
• Hipóteses legais de interrupção dos serviços públicos: interesse público, pelo motivo segundo o qual, a lei criadora ou au-
Em situação de emergência e sem aviso prévio; razões de or- torizadora da criação de entidades da Administração Indireta, de-
dem técnica ou de segurança das instalações, após prévio aviso; talha com exatidão as finalidades que deverão ser executadas por
inadimplemento do usuário, após prévio aviso. essas entidades, de forma que não cabe ao administrador da enti-
dade criada, dispor com precisão a respeito dos objetivos definidos
Princípio da Presunção de Legitimidade ou de Veracidade pela legislação equivalente.
Trata-se de um importante princípio que diz respeito a duas Registra-se, por fim, que o princípio da especialidade possui
características dos atos praticados pela Administração Pública, sen- abrangência somente para a criação de entidades da administra-
do elas: ção indireta. Isso significa que sua abrangência não diz respeito, por
1) A presunção de verdade: Que se encontra relacionada aos exemplo, a parcerias feitas pelo poder público com as entidades do
fatos; terceiro setor e suas funções gerenciais como um todo.
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Em breve síntese: Em decorrência da amplitude das competências e das res-


• O princípio da especialidade consiste na criação de entidades ponsabilidades da Administração, jamais seria possível que toda a
da Administração Pública Indireta, fazendo alusão à ideia de des- função administrativa fosse desenvolvida por um único órgão ou
centralização administrativa. agente público. Assim sendo, é preciso que haja uma distribuição
• É composto por meio da criação de entidades da Adminis- dessas competências e atribuições entre os diversos órgãos e agen-
tração Indireta, que se tornarão prestadoras de serviços públicos tes integrantes da Administração Pública.
de forma descentralizada acrescida com especialização de função; Entretanto, para que essa divisão de tarefas aconteça de ma-
• Relaciona-se com princípios da legalidade e da indisponibili- neira harmoniosa, os órgãos e agentes públicos são organizados
dade do interesse público; em graus de hierarquia e poder, de maneira que o agente que se
• O princípio da especialidade não é adaptável às parcerias fir- encontra em plano superior, detenha o poder legal de emitir ordens
madas pelo Poder Público com as organizações do terceiro setor. e fiscalizar a atuação dos seus subordinados. Essa relação de subor-
dinação e hierarquia, por sua vez, causa algumas sequelas, como o
Princípio da Hierarquia dever de obediência dos subordinados, a possibilidade de o imedia-
De antemão, afirma-se que existe em decorrência princípio da to superior avocar atribuições, bem como a atribuição de rever os
hierarquia, uma ligação correlata de coordenação e subordinação atos dos agentes subordinados.
entre os órgãos da Administração Pública. Depreende-se que desta Denota-se, porém, que o dever de obediência do subordinado
ligação advém um rol de funções laborativas para o superior hie- não o obriga a cumprir as ordens manifestamente ilegais, advindas
rárquico. As que mais se destacam, são: fazer a revisão dos atos
de seu superior hierárquico. Ademais, nos ditames do art. 116, XII,
dos subordinados, fazer a delegação de competências e punir os
da Lei 8.112/1990, o subordinado tem a obrigação funcional de re-
agentes subordinados. Em relação ao agente público subordinado à
presentar contra o seu superior caso este venha a agir com ilegali-
relação hierárquica, por sua vez, é imposto o dever de prestar obe-
dade, omissão ou abuso de poder.
diência às ordens imediatamente superiores, ressalvadas aquelas
manifestamente ilegais. Registra-se que a delegação de atribuições é uma das mani-
Ressalta-se que a relação de hierarquia é condizente aos órgãos festações do poder hierárquico que consiste no ato de conferir a
de uma mesma pessoa jurídica. Isso significa dizer que o princípio outro servidor atribuições que de âmbito inicial, faziam parte dos
da hierarquia se encontra diretamente relacionado à ideia de des- atos de competência da autoridade delegante. O ilustre Hely Lopes
concentração administrativa, fato que não diz respeito, por exem- Meirelles aduz que a delegação de atribuições se submete a algu-
plo, ao processo de descentralização administrativa ou de criação mas regras, sendo elas:
de entidades da Administração Pública Indireta como um todo. A) A impossibilidade de delegação de atribuições de um Po-
Em breve síntese: der a outro, exceto quando devidamente autorizado pelo texto da
• É composto por meio de uma relação de coordenação e su- Constituição Federal. Exemplo: autorização por lei delegada, que
bordinação entre os órgãos da Administração Pública de modo am- ocorre quando a Constituição Federal autoriza o Legislativo a dele-
plo e total; gar ao Chefe do Executivo a edição de lei.
• Consequências do princípio da hierarquia: Existe a possibili- B) É impossível a delegação de atos de natureza política. Exem-
dade de o superior fazer revisão junto aos atos dos subordinados; plos: o veto e a sanção de lei;
há a possibilidade de o superior vir a delegar ou a avocar competên- C) As atribuições que a lei fixar como exclusivas de determina-
cias; existe a possibilidade de punir na forma da lei ao subordina- da autoridade, não podem ser delegadas;
do; dever do subordinador de obedecer as ordens do seu superior D) O subordinado não pode recusar a delegação;
imediato, ressalvadas as manifestamente ilegais; o princípio da hie- E) As atribuições não podem ser subdelegadas sem a devida
rarquia se encontra relacionado à ideia de desconcentração admi- autorização do delegante.
nistrativa; o princípio da hierarquia não se encontra relacionado ao Sem prejuízo do entendimento doutrinário a respeito da dele-
processo de descentralização administrativa. gação de competência, a Lei Federal 9.784/1999, que estabelece os
ditames do processo administrativo federal, estabeleceu as seguin-
tes regras relacionadas a esse assunto:
PODERES ADMINISTRATIVOS • A competência não pode ser renunciada, porém, pode ser
delegada se não houver impedimento legal;
• A delegação de competência é sempre exercida de forma par-
cial, tendo em vista que um órgão administrativo ou seu titular não
Poder Hierárquico
detém o poder de delegar todas as suas atribuições;
Trata-se o poder hierárquico, de poder conferido à autoridade
• A título de delegação vertical, depreende-se que esta pode
administrativa para distribuir e dirimir funções em escala de seus
órgãos, vindo a estabelecer uma relação de coordenação e subordi- ser feita para órgãos ou agentes subordinados hierarquicamente, e,
nação entre os servidores que estiverem sob a sua hierarquia. a nível de delegação horizontal, também pode ser feita para órgãos
A estrutura de organização da Administração Pública é baseada e agentes não subordinados à hierarquia.
em dois aspectos fundamentais, sendo eles: a distribuição de com- Não podem ser objeto de delegação:
petências e a hierarquia. • A edição de atos de caráter normativo;
• A decisão de recursos administrativos;
• As matérias de competência exclusiva do órgão ou autorida-
de;

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Ressalta-se com afinco que o ato de delegação e a sua revo- -se obrigado, por ditames da lei a cumprir ordens daquela autorida-
gação deverão ser publicados no meio oficial, nos trâmites da lei. de quando versarem a respeito do horário de funcionamento dos
Ademais, deverá o ato de delegação especificar as matérias e os po- serviços administrativos da sua Vara.
deres transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e Por fim, é de suma importância destacar que a subordinação
os objetivos da delegação e também o recurso devidamente cabível não se confunde com a vinculação administrativa, pois, a subordi-
à matéria que poderá constar a ressalva de exercício da atribuição nação decorre do poder hierárquico e existe apenas no âmbito da
delegada. mesma pessoa jurídica. Já a vinculação, resulta do poder de super-
O ato de delegação poderá ser revogado a qualquer tempo pela visão ou do poder de tutela que a Administração Direta detém so-
autoridade delegante como forma de transferência não definitiva bre as entidades da Administração Indireta.
de atribuições, devendo as decisões adotadas por delegação, men- Esquematizando, temos:
cionar de forma clara esta qualidade, que deverá ser considerada
como editada pelo delegado.
No condizente à avocação, afirma-se que se trata de procedi-
mento contrário ao da delegação de competência, vindo a ocor-
rer quando o superior assume ou passa a desenvolver as funções
que eram de seu subordinado. De acordo com a doutrina, a norma
geral, é a possibilidade de avocação pelo superior hierárquico de
qualquer competência do subordinado, ressaltando-se que nesses
casos, a competência a ser avocada não poderá ser privativa do ór-
gão subordinado.
Dispõe a Lei 9.784/1999 que a avocação das competências do
órgão inferior apenas será permitida em caráter excepcional e tem-
porário com a prerrogativa de que existam motivos relevantes e im-
preterivelmente justificados.
O superior também pode rever os atos dos seus subordinados, Poder conferido à autoridade admi-
como consequência do poder hierárquico com o fito de mantê-los, nistrativa para distribuir e dirimir funções
convalidá-los, ou ainda, desfazê-los, de ofício ou sob provocação do PODER em escala de seus órgãos, que estabelece
interessado. Convalidar significa suprir o vício de um ato adminis- HIERÁRQUICO uma relação de coordenação e subordina-
trativo por intermédio de um segundo ato, tornando válido o ato vi- ção entre os servidores que estiverem sob
ciado. No tocante ao desfazimento do ato administrativo, infere-se a sua hierarquia.
que pode ocorrer de duas formas:
a) Por revogação: no momento em que a manutenção do ato A edição de atos de caráter normativo
válido se tornar inconveniente ou inoportuna; NÃO PODEM SER
b) Por anulação: quando o ato apresentar vícios. A decisão de recursos administrativos
OBJETO
No entanto, a utilização do poder hierárquico nem sempre po- DE DELEGAÇÃO As matérias de competência exclusiva
derá possibilitar a invalidação feita pela autoridade superior dos do órgão ou autoridade
atos praticados por seus subordinados. Nos ditames doutrinários, a Por revogação: quando a manutenção
revisão hierárquica somente é possível enquanto o ato não tiver se do ato válido se tornar inconveniente ou
DESFAZIMENTO
tornado definitivo para a Administração Pública e, ainda, se houver inoportuna
DO ATO
sido criado o direito subjetivo para o particular.
ADMINISTRATIVO Por anulação: quando o ator apresen-
Observação importante: “revisão” do ato administrativo não tar vícios
se confunde com “reconsideração” desse mesmo ato. A revisão de
ato é condizente à avaliação por parte da autoridade superior em Poder Disciplinar
relação à manutenção ou não de ato que foi praticado por seu su- O poder disciplinar confere à Administração Pública o poder de
bordinado, no qual o fundamento é o exercício do poder hierárqui- autorizar e apurar infrações, aplicando as devidas penalidades aos
co. Já na reconsideração, a apreciação relativa à manutenção do servidores público, bem como às demais pessoas sujeitas à discipli-
ato administrativo é realizada pela própria autoridade que confec- na administrativa em decorrência de determinado vínculo específi-
cionou o ato, não existindo, desta forma, manifestação do poder co. Assim, somente está sujeito ao poder disciplinar o agente que
hierárquico. possuir vínculo certo e preciso com a Administração, não importan-
do que esse vínculo seja de natureza funcional ou contratual.
Ressalte-se, também, que a relação de hierarquia é inerente Existindo vínculo funcional, infere-se que o poder disciplinar é
à função administrativa e não há hierarquia entre integrantes do decorrente do poder hierárquico. Em razão da existência de distri-
Poder Legislativo e do Poder Judiciário no desempenho de suas fun- buição de escala dos órgãos e servidores pertencentes a uma mes-
ções típicas constitucionais. No entanto, os membros dos Poderes ma pessoa jurídica, competirá ao superior hierárquico determinar o
Judiciário e Legislativo também estão submetidos à relação de hie- cumprimento de ordens e exigir daquele que lhe for subordinado,
rarquia no que condiz ao exercício de funções atípicas ou adminis- o cumprimento destas. Não atendendo o subordinado às determi-
trativas. Exemplo: um juiz de Primeira Instância, não é legalmente nações do seu superior ou descumprindo o dever funcional, o seu
obrigado a adotar o posicionamento do Presidente do Tribunal no chefe poderá e deverá aplicar as sanções dispostas no estatuto fun-
julgamento de um processo de sua competência, porém, encontra- cional.
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Conforme dito, o poder disciplinar também detém o poder de Poder regulamentar


alcançar particulares que mantenham vínculo contratual com o Po- Com supedâneo no art. 84, IV, da Constituição Federal, consiste
der Público, a exemplo daqueles contratados para prestar serviços o poder regulamentar na competência atribuída aos Chefes do Po-
à Administração Pública. Nesse sentido, como não existe relação de der Executivo para que venham a editar normas gerais e abstratas
hierarquia entre o particular e a Administração, o pressuposto para destinadas a detalhar as leis, possibilitando o seu fiel regulamento
a aplicação de sanções de forma direta não é o poder hierárqui- e eficaz execução.
co, mas sim o princípio da supremacia do interesse público sobre A doutrina não é unânime em relação ao uso da expressão po-
o particular. der regulamentar. Isso acontece, por que há autores que, asseme-
Denota-se que o poder disciplinar é o poder de investigar e lhando-se ao conceito anteriormente proposto, usam esta expres-
punir crimes e contravenções penais não se referem ao mesmo são somente para se referirem à faculdade de editar regulamentos
instituto e não se confundem. Ao passo que o primeiro é aplicado conferida aos Chefes do Executivo. Outros autores, a usam com
somente àqueles que possuem vínculo específico com a Adminis- conceito mais amplo, acoplando também os atos gerais e abstra-
tração de forma funcional ou contratual, o segundo é exercido so- tos que são emitidos por outras autoridades, tais como: resoluções,
mente sobre qualquer indivíduo que viole as leis penais vigentes. portarias, regimentos, deliberações e instruções normativas. Há
Da mesma forma, o exercício do poder de polícia também não ainda uma corrente que entende essas providências gerais e abs-
se confunde com as penalidades decorrentes do poder disciplinar, tratas editadas sob os parâmetros e exigências da lei, com o fulcro
que, embora ambos possuam natureza administrativa, estas deve- de possibilitar-lhe o cumprimento em forma de manifestações do
rão ser aplicadas a qualquer pessoa que esteja causando transtor- poder normativo.
nos ou pondo em risco a coletividade, pois, no poder de polícia, No entanto, em que pese a mencionada controvérsia, prevalece
denota-se que o vínculo entre a Administração Pública e o adminis- como estudo e aplicação geral adotada pela doutrina clássica, que
utiliza a expressão “poder regulamentar” para se referir somente à
trado é de âmbito geral, ao passo que nas penalidades decorrentes
competência exclusiva dos Chefes do Poder Executivo para editar
do poder disciplinar, somente são atingidos os que possuem relação
regulamentos, mantendo, por sua vez, a expressão “poder normati-
funcional ou contratual com a Administração.
vo” para os demais atos normativos emitidos por outras espécies de
Em suma, temos:
autoridades da Administração Direta e Indireta, como por exemplo,
1º - Sanção Disciplinar: Possui natureza administrativa; advém de dirigentes de agências reguladoras e de Ministros.
do poder disciplinar; é aplicável sobre as pessoas que possuem vín- Registra-se que os regulamentos são publicados através de
culo específico com a Administração Pública. decreto, que é a maneira pela qual se revestem os atos editados
2º - Sanção de Polícia: Possui natureza administrativa; advém pelo chefe do Poder Executivo. O conteúdo de um decreto pode ser
do poder de polícia; aplica-se sobre as pessoas que desobedeçam por meio de conteúdo ou de determinado regulamento ou, ainda,
às regulamentações de polícia administrativa. a pela adoção de providências distintas. A título de exemplo desta
3º - Sanção Penal: Possui natureza penal; decorre do poder ge- última situação, pode-se citar um decreto que dá a designação de
ral de persecução penal; aplica-se sobre as pessoas que cometem determinado nome a um prédio público.
crimes ou contravenções penais. Em razão de os regulamentos serem editados sob forma con-
Por fim, registre-se que é comum a doutrina afirmar que o dizente de decreto, é comum serem chamados de decretos regu-
poder disciplinar é exercido de forma discricionária. Tal afirmação lamentares, decretos de execução ou regulamentos de execução.
deve ser analisada com cuidado no que se refere ao seu alcance Podemos classificar os regulamentos em três espécies diferen-
como um todo, pois, se ocorrer de o agente sob disciplina adminis- tes:
trativa cometer infração, a única opção que restará ao gestor será A) Regulamento executivo;
aplicar á situação a penalidade devidamente prevista na lei, pois, a B) Regulamento independente ou autônomo;
aplicação da pena é ato vinculado. Quando existente, a discriciona- c) Regulamento autorizado.
riedade refere-se ao grau da penalidade ou à aplicação correta das Vejamos a composição de cada em deles:
sanções legalmente cabíveis, tendo em vista que no direito adminis-
trativo não é predominável o princípio da pena específica que se re- Regulamento Executivo
fere à necessidade de prévia definição em lei da infração funcional Existem leis que, ao serem editadas, já reúnem as condições
e da exata sanção cabível. suficientes para sua execução, enquanto outras pugnam por um re-
Em resumo, temos: gulamento para serem executadas. Entretanto, em tese, qualquer
lei é passível de ser regulamentada. Diga-se de passagem, até mes-
Poder Disciplinar mo aquelas cuja execução não dependa de regulamento. Para isso,
suficiente é que o Chefe do Poder Executivo entenda conveniente
• Apura infrações e aplica penalidades;
detalhar a sua execução.
• Para que o indivíduo seja submetido ao poder disciplinar, é
O ato de regulamento executivo é norma geral e abstrata. Sen-
preciso que possua vínculo funcional com a administração;
do geral pelo fato de não possuir destinatários determinados ou
• A aplicação de sanção disciplinar deve ser acompanhada de
determináveis, vindo a atingir quaisquer pessoas que estejam nas
processo administrativo no qual sejam assegurados o direito ao situações reguladas; é abstrata pelo fato de dispor sobre hipóteses
contraditório e à ampla defesa, devendo haver motivação para que que, se e no momento em que forem verificadas no mundo con-
seja aplicada a penalidade disciplinar cabível; creto, passarão a gerar as consequências abstratamente previstas.
• Pode ter caráter discricionário em relação à escolha entre Desta forma, podemos afirmar que o regulamento possui conteúdo
sanções legalmente cabíveis e respectiva gradação. material de lei, porém, com ela não se confunde sob o aspecto for-
mal.
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O ato de regulamento executivo é constituído por importantes ministrativa referente ao percentual considerado satisfatório para
funções. São elas: o efeito de promoção dos servidores, critério que inclusive já foi
uniformizado.
1.º) Disciplinar a discricionariedade administrativa Embora exista uma enorme importância em termos de pratici-
Ocorre, tendo em vista a existência de discricionariedade quan- dade, denota-se que os regulamentos de execução gozam de hie-
do a lei confere ao agente público determinada quantidade de li- rarquia infralegal e não detém o poder de inovar na ordem jurídica,
berdade para o exercício da função administrativa. Tal quantidade e criando direitos ou obrigações, nem contrariando, ampliando ou
margem de liberdade termina sendo reduzida quando da editação restringindo as disposições da lei regulamentada. São, em resumo,
de um regulamento executivo que estipula regras de observância atos normativos considerados secundários que são editados pelo
obrigatória, vindo a determinar a maneira como os agentes devem Chefe do Executivo com o fulcro de detalhar a execução dos atos
proceder no fiel cumprimento da lei. normativos primários elaborados pelas leis.
Ou seja, ao disciplinar por intermédio de regulamento o exer- Dando enfoque à subordinação dos regulamentos executivos à
cício da discricionariedade administrativa, o Chefe do Poder Exe- lei, a Constituição Federal prevê a possibilidade de o Congresso Na-
cional sustá-los, caso exorbite do poder regulamentar nos parâme-
cutivo, termina por voluntariamente limitá-la, vindo a estabelecer
tros do art. 49, inc. V da CF/88. É o que a doutrina chama de “veto
autêntica autovinculação, diminuindo, desta forma, o espaço para
legislativo”, dentro de uma analogia com o veto que o Chefe do Exe-
a discussão de casos e fatos sem importância para a administração
cutivo poderá apor aos projetos de lei aprovados pelo Parlamento.
pública.
Pondera-se que a aproximação terminológica possui limitações,
uma vez que o veto propriamente dito do executivo, pode ocorrer
2.º) Uniformizar os critérios de aplicação da lei em função de o Presidente da República entender que o projeto
É interpretada no contexto da primeira, posto que o regula- de lei é incompatível com a Constituição Federal, que configuraria
mento ao disciplinar a forma com que a lei deve ser fielmente cum- o veto jurídico, ou, ainda, contrário ao interesse público, que seria
prida, estipula os critérios a serem adotados nessa atividade, fato o veto político. Por sua vez, o veto legislativo só pode ocorrer por
que impede variações significativas nos casos sujeitos à lei aplicada. exorbitância do poder regulamentar, sendo assim, sempre jurídico.
Exemplo: podemos citar o desenvolvimento dos servidores na car- Melhor dizendo, não há como imaginar que o Parlamento venha a
reira de Policial Rodoviário Federal. sustar um decreto regulamentar por entendê-lo contrário ao inte-
Criadora da carreira de Policial Rodoviário Federal, a Lei resse público, uma vez que tal norma somente deve detalhar como
9.654/1998 estabeleceu suas classes e determinou que a investidu- a lei ao ser elaborada pelo próprio Legislativo, será indubitavelmen-
ra no cargo de Policial Rodoviário Federal teria que se dar no padrão te cumprida. Destarte, se o Parlamento entende que o decreto edi-
único da classe de Agente, na qual o titular deverá permanecer por tado dentro do poder regulamentar é contrário ao interesse públi-
pelo menos três anos ou até obter o direito à promoção à classe co, deverá, por sua vez, revogar a própria lei que lhe dá o sustento.
subsequente, nos termos do art. 3.º, § 2.º. Ademais, lembremos que os regulamentos se submetem ao
A antiguidade e o merecimento são os principais requisitos controle de legalidade, de tal forma que a nulidade decorrente da
para que os servidores públicos sejam promovidos. No entanto, exorbitância do poder regulamentar também está passível de ser
o vocábulo “merecimento” é carregado de subjetivismo, fato que reconhecida pelo Poder Judiciário ou pelo próprio Chefe do Poder
abriria a possibilidade de que os responsáveis pela promoção dos Executivo no exercício da autotutela.
servidores, alegando discricionariedade, viessem a agir com base
em critérios obscuros e casuístas, vindo a promover perseguições e Regulamento independente ou autônomo
privilégios. E é por esse motivo que existe a necessidade de regula- Ressalte-se que esta segunda espécie de regulamento, tam-
mentação dos requisitos de promoção, como demonstra o próprio bém adota a forma de decreto. Diversamente do regulamento exe-
estatuto dos servidores públicos civis federais em seu art. 10, pará- cutivo, esse regulamento não se presta a detalhar uma lei, detendo
grafo único da Lei 8.112/1990. o poder de inovar na ordem jurídica, da mesma maneira que uma
lei. O regulamento autônomo (decreto autônomo) é considerado
Com o fulcro de regulamentar a matéria, foi editado o Decreto
ato normativo primário porque retira sua força exclusivamente e
8.282/2014, que possui como atributo, detalhar os requisitos e es-
diretamente da Constituição.
tabelecer os devidos critérios para promoção dos Policiais Rodoviá-
A Carta Magna de 1988, em sua redação original, deletou a fi-
rios Federais, dentre os quais se encontra a obtenção de “resultado
gura do decreto autônomo no direito brasileiro. No entanto, com
satisfatório na avaliação de desempenho no interstício considerado a Emenda Constitucional 32/2001, a possibilidade foi novamente
para a progressão”, disposta no art. 4.º, II, “b”. Da mesma forma, inserida na alínea a do inciso VI do art. 84 da CFB/88.
a expressão “resultado satisfatório” também é eivada de subjetivi- Mesmo havendo controvérsias, a posição dominante na doutri-
dade, motivo pelo qual o § 3.º do mesmo dispositivo regulamentar na é no sentido de que a única hipótese de regulamento autônomo
designou que para o efeito de promoção, seria considerado satisfa- que o direito brasileiro permite é a contida no mencionado dispo-
tório o alcance de oitenta por cento das metas estipuladas em ato sitivo constitucional, que estabelece a competência do Presidente
do dirigente máximo do órgão. da República para dispor, mediante decreto, sobre organização e
Assim sendo, verificamos que a discricionariedade do dirigente funcionamento da administração federal, isso, quando não implicar
máximo da PRF continua a existir, e o exemplo disso, é o estabe- em aumento de despesa nem mesmo criação ou extinção de órgãos
lecimento das metas. Entretanto, ela foi reduzida no condizente públicos.
à avaliação da suficiência de desempenho dos servidores para o Por oportuno, registarmos que a autorização que está prevista
efeito de promoção. O que nos leva a afirmar ainda que, diante da na alínea b do mesmo dispositivo constitucional, para que o Presi-
regulamentação, erigiu a existência de vinculação da autoridade ad- dente da República, mediante decreto, possa extinguir cargos públi-
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cos vagos, não se trata de caso de regulamento autônomo. Cuida-se Regulamento autorizado ou delegado
de uma xucra hipótese de abandono do princípio do paralelismo Denota-se que além das espécies anteriores de regulamento
das formas. Isso por que em decorrência do princípio da hierarquia apresentadas, a doutrina administrativista e jurista também men-
das normas, se um instituto jurídico for criado por intermédio de ciona a respeito da existência do regulamento autorizado ou dele-
determinada espécie normativa, sua extinção apenas poderá ser gado.
veiculada pelo mesmo tipo de ato, ou, ainda, por um de superior De acordo com a doutrina tradicional, o legislador ordinário
hierarquia. não poderá, fora dos casos previstos na Constituição, delegar de
Nesse sentido, sendo os cargos públicos criados por lei, nos pa- forma integral a função de legislar que é típica do Poder Legislativo,
râmetros do art. 48, inc. X da CFB/88, apenas a lei poderia extingui- aos órgãos administrativos.
-los pelo sistema do paralelismo das formas. Entretanto, deixando Entretanto, em decorrência da complexidade das atividades
de lado essa premissa, o legislador constituinte derivado permitiu técnicas da Administração, contemporaneamente, embora haja
que, estando vago o cargo público, a extinção aconteça por decreto. controvérsias em relação ao aspecto da constitucionalidade, a dou-
Poderíamos até dizer que foi autorizado um decreto autônomo, mas trina maior tem aceitado que as competências para regular deter-
nunca um regulamento autônomo, isso posto pelo fato de tal de- minadas matérias venham a ser transferidas pelo próprio legislador
creto não gozar de generalidade e abstração, não regulamentando para órgãos administrativos técnicos. Cuida-se do fenômeno da
determinada matéria. Cuida-se, nesse sentido, de um ato de efeitos deslegalização, por meio do qual a normatização sai da esfera da lei
concretos, amplamente desprovido de natureza regulamentar. para a esfera do regulamento autorizado.
De forma diversa do decreto regulamentar ou regulamento No entanto, o regulamento autorizado não se encontra limita-
executivo, que é editado para minuciar a fiel execução da lei, desta- do somente a explicar, detalhar ou complementar a lei. Na verdade,
ca-se que o decreto autônomo ou regulamento independente, en- ele busca a inovação do ordenamento jurídico ao criar normas téc-
contra-se sujeito ao controle de constitucionalidade. O que justifica nicas não contidas na lei, ato que realiza em decorrência de expres-
a mencionada diferenciação, é o fato de o conflito entre um decreto sa determinação legal.
regulamentar e a lei que lhe atende de fundamento vir a configurar Depreende-se que o regulamento autorizado não pode ser
ilegalidade, não cabendo o argumento de que o decreto é inconsti- confundido com o regulamento autônomo. Isso ocorre, porque,
tucional porque exorbitou do poder regulamentar. Assim, havendo ao passo que este último retira sua força jurídica da Constituição,
agressão direta à Constituição, a lei, com certeza pode ser conside- aquele é amplamente dependente de expressa autorização contida
rada inconstitucional, mas não o decreto que a regulamenta. Agora, na lei. Além disso, também se diverge do decreto de execução por-
em se tratando do decreto autônomo, infere-se que este é norma que, embora seja um ato normativo secundário que retira sua força
primária, vindo a fundamentar-se no próprio texto constitucional, jurídica da lei, detém o poder de inovar a ordem jurídica, ao contrá-
de forma a ser possível uma agressão direta à Constituição Federal rio do que ocorre com este último no qual sua destinação é apenas
de 1988, legitimando desta maneira, a instauração de processo de a de detalhar a lei para que seja fielmente executada.
controle de constitucionalidade. Assim sendo, podemos citar a lição Nos moldes da jurisprudência, não é admitida a edição de regu-
do Supremo Tribunal Federal: lamento autorizado para matéria reservada à lei, um exemplo disso
Com efeito, o que é necessário demonstrar, é que o decreto do é a criação de tributos ou da criação de tipos penais, tendo em vista
Chefe do Executivo advém de competência direta da Constituição, que afrontaria o princípio da separação dos Poderes, pelo fato de
ou que retire seu fundamento da Carta Magna. Nessa sentido, caso estar o Executivo substituindo a função do Poder Legislativo.
o regulamento não se amolde ao figurino constitucional, caberá, Entretanto, mesmo nos casos de inexistência de expressa de-
por conseguinte, análise de constitucionalidade pelo Supremo tri- terminação constitucional estabelecendo reserva legal, tem sido
bunal Federal. Se assim não for, será apenas vício de inconstitucio- admitida a utilização de regulamentos autorizados, desde que a lei
nalidade reflexa, afastando desta forma, o controle concentrado venha a os autorizar e estabeleça as condições, bem como os limi-
em ADI porque, como adverte Carlos Velloso: “é uma questão de tes da matéria a ser regulamentada. É nesse sentido que eles têm
opção. Hans Kelsen, no debate com Carl Schmitt, em 1929, deixou sido adotados com frequência para a fixação de normas técnicas,
isso claro. E o Supremo Tribunal fez essa opção também no controle como por exemplo, daquelas condições determinadas pelas agên-
difuso, quando estabeleceu que não se conhece de inconstitucio- cias reguladoras.
nalidade indireta. Não há falar-se em inconstitucionalidade indireta
reflexa. É uma opção da Corte para que não se realize o velho adá- Regulamentos jurídicos e regulamentos administrativos
gio: ‘muita jurisdição, resulta em nenhuma jurisdição’” (ADI 2.387- A ilustre Maria Sylvia Zanella Di Pietro, afirma que é possível
0/DF, Rel. Min. Marco Aurélio). fazer a distinção entre os regulamentos jurídicos ou normativos e
Em suma, conforme dito anteriormente, convém relembrar os regulamentos administrativos ou de organização.
que o art. 13, I, da Lei 9.784/1999 proíbe de forma expressa a de- Afirma-se que os regulamentos jurídicos ou normativos, criam
legação de atos de caráter normativo. No entanto, com exceção a regras ou normas para o exterior da Administração Pública, que
essa regra, o decreto autônomo, diversamente do que acontece passam a vincular todos os cidadãos de forma geral, como acontece
com o decreto regulamentar que é indelegável, pode vir a ser ob- com as normas inseridas no poder de polícia. No condizente aos
jeto de delegação aos Ministros de Estado, ao Procurador Geral da regulamentos administrativos ou de organização, denota-se que es-
República e ao Advogado tes estabelecem normas sobre a organização administrativa ou que
Geral da União, conforme previsão contida no parágrafo único se relacionam aos particulares que possuem um vínculo específico
do art. 84 da Constituição Federal. com o Estado, como por exemplo, os concessionários de serviços
públicos ou que possuem um contrato com a Administração.
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De acordo com a ilustre professora, outra nota que merece Denota-se que a mencionada norma prevê, ainda, a possibi-
destaque em relação à distinção entre os mencionados institutos, lidade de prescrição intercorrente, ou seja, aquela que ocorre no
é a de que os regulamentos jurídicos, pelo fato de se referirem à curso do processo, quando o procedimento administrativo vir a fi-
liberdade e aos direitos dos particulares sem uma relação especí- car paralisado por mais de três anos, desde que pendente de des-
fica com a Administração, são, por sua vez, elaborados com menor pacho ou julgamento, tendo em vista que os autos serão arquivados
grau de discricionariedade em relação aos regulamentos adminis- de ofício ou mediante requerimento da parte interessada, sem que
trativos. haja prejuízo da apuração da responsabilidade funcional decorren-
Esquematicamente, temos: te da paralisação, se for o caso, nos parâmetros do art. 1.º, § 1.º.
Vale a pena mencionar com destaque que a prescrição da ação
punitiva, no caso das sanções de polícia, se interrompe no decurso
ESPÉCIES DE Regulamentos jurídicos ou normativos das seguintes hipóteses:
REGULAMENTO A) Notificação ou citação do indiciado ou acusado, inclusive por
QUANTO AOS Regulamentos administrativos ou de
organização meio de edital;
DESTINATÁRIOS B) ocorrer qualquer ato inequívoco que importe apuração do
fato; pela decisão condenatória recorrível;
Poder de Polícia C)Por qualquer ato inequívoco que importe em manifestação
O poder de polícia é a legítima faculdade conferida ao Estado expressa de tentativa de solução conciliatória no âmbito interno da
para estabelecer regras restritivas e condicionadoras do exercício Administração Pública Federal.
de direitos e garantias individuais, tendo sempre em vista o inte- Registramos que a Lei em estudo, prevê a possibilidade de em
resse público. determinadas situações específicas, quando o interessado inter-
romper a prática ou sanar a irregularidade, que haja a suspensão
Limites do prazo prescricional para aplicação das sanções de polícia, nos
No exercício do poder de polícia, os atos praticados, assim parâmetros do art. 3.º.
como todo ato administrativo, mesmo sendo discricionário, está Por fim, denota-se que as determinações contidas na Lei
eivado de limitações legais em relação à competência, à forma, aos 9.873/1999 não se aplicam às infrações de natureza funcional e aos
fins, aos motivos ou ao objeto. processos e procedimentos de natureza tributária, nos termos do
Ressalta-se de antemão com ênfase, que para que o ato de po- art. 5.º.
lícia seja considerado legítimo, deve respeitar uma relação de pro-
porcionalidade existente entre os meios e os fins. Assim sendo, a Atributos
medida de polícia não poderá ir além do necessário com o fito de Segundo a maior parte da doutrina, são atributos do poder de
atingir a finalidade pública a que se destina. Imaginemos por exem- polícia: a discricionariedade, a autoexecutoriedade e a coercibilida-
plo, a hipótese de um estabelecimento comercial que somente pos- de. Entretanto, vale explicitar que nem todas essas características
suía licença do poder público para atuar como revenda de roupas, estão presentes de forma simultânea em todos os atos de polícia.
mas que, além dessa atividade, funcionava como atelier de costura. Vejamos detalhadamente a definição e atribuição de cada atri-
Caso os fiscais competentes, na constatação do fato, viessem a in- buto:
terditar todo o estabelecimento, pondera-se que tal medida seria
desproporcional, tendo em vista que, para por fim à irregularidade, Discricionariedade
seria suficiente somente interditar a parte da revenda de roupas. Consiste na liberdade de escolha da autoridade pública em re-
Acontece que em havendo eventuais atos de polícia que este- lação à conveniência e oportunidade do exercício do poder de polí-
jam eivados de vícios de legalidade ou que se demostrem despro- cia. Entretanto, mesmo que a discricionariedade dos atos de polícia
porcionais devem ser, por conseguinte, anulados pelo Poder Judici- seja a regra, em determinadas situações o exercício do poder de
ário por meio do controle judicial, ou, pela própria administração polícia é vinculado e por isso, não deixa margem para que a autori-
no exercício da autotutela. dade responsável possa executar qualquer tipo de opção.
Como exemplo do mencionado no retro parágrafo, compare-
Prescrição mos os atos de concessão de alvará de licença e de autorização,
Determina a Lei 9.873/1999 que na Administração Pública Fe- respectivamente. Em se tratando do caso do alvará de licença, de-
deral, direta e indireta, são prescritíveis em cinco anos a ação pu- preende-se que o ato é vinculado, significando que a licença não
nitiva para apuração da infração e a aplicação da sanção de polícia, poderá ser negada quando o requerente estiver preenchendo os
desde que contados da data da prática do ato ou, em se tratando de requisitos legais para sua obtenção. Diga-se de passagem, que isso
infração de forma permanente ou continuada, do dia em que tiver ocorre com a licença para dirigir, para construir bem como para
cessado (art. 1.º). Entretanto, se o fato objeto da ação punitiva da exercer certas profissões, como a de enfermagem, por exemplo. Re-
Administração também for considerado crime, a prescrição deverá ferente à hipótese de alvará de autorização, mesmo o requerente
se reger pelo prazo previsto na lei penal em seu art. 1.º, § 2.º. atendendo aos requisitos da lei, a Administração Pública poderá ou
Ademais, a Lei determina que prescreve em cinco anos a ação não conceder a autorização, posto que esse ato é de natureza dis-
de execução da administração pública federal relativa a crédito não cricionária e está sujeito ao juízo de conveniência e oportunidade
tributário advindo da aplicação de multa por infração à legislação da autoridade administrativa. É o que ocorre, por exemplo, coma
em vigor, desde que devidamente contados da constituição defini- autorização para porte de arma, bem como para a produção de ma-
tiva do crédito, nos termos da Lei 9.873/1999, art. 1.º-A, com sua terial bélico.
redação incluída pela Lei 11.941/2009.
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Autoexecutoriedade Assim sendo, a coercibilidade ou imperatividade, definida


Nos sábios dizeres de Hely Lopes Meirelles, o atributo da auto- como a obrigatoriedade do ato para os seus destinatários, acaba se
executoriedade consiste na “faculdade de a Administração decidir confundindo com a definição dada de exigibilidade que resulta do
e executar diretamente sua decisão por seus próprios meios, sem desdobramento do atributo da autoexecutoriedade.
intervenção do Judiciário”. Assim, se um estabelecimento comer-
cial estiver comercializando bebidas deteriorados, o Poder Público Poder de polícia originário e poder de polícia delegado
poderá usar do seu poder para apreendê-los e incinerá-los, sendo Nos parâmetros doutrinários, o poder de polícia originário é
desnecessário haver qualquer ordem judicial. Ocorre, também, que aquele exercido pelos órgãos dos próprios entes federativos, tendo
tal fato não impede ao particular, que se sentir prejudicado pelo como fundamento a própria repartição de competências materiais
excesso ou desvio de poder, de buscar o amparo do Poder Judiciário e legislativas constante na Constituição Federal Brasileira de 1988.
para fazer cessar o ato de polícia abusivo. Referente ao poder de polícia delegado, afirma-se que este faz
Entretanto, denota-se que nem todas as medidas de polícia referência ao poder de polícia atribuído às pessoas de direito pú-
são dotadas de autoexecutoriedade. A doutrina majoritária afirma blico da Administração Indireta, posto que esta delegação deve ser
que a autoexecutoriedade só pode existir em duas situações, sen- feita por intermédio de lei do ente federativo que possua o poder
do elas: quando estiver prevista expressamente em lei; ou mesmo de polícia originário.
não estando prevista expressamente em lei, se houver situação de
Como uma das mais claras manifestações do princípio segun-
urgência que demande a execução direta da medida. O que infere
do o qual o interesse público se sobrepõe ao interesse privado, no
que, não sendo cumprido nenhum desses requisitos, o ato de po-
exercício do poder de polícia, o Estado impõe aos particulares ações
lícia autoexecutado será considerado abusivo. Cite-se como exem-
e omissões independentemente das suas vontades. Tal possibilida-
plo, o de ato de polícia que não contém autoexecutoriedade, como
o caso de uma autuação por desrespeito à normas sanitárias. Nesse de envolve exercício de atividade típica de Estado, com clara ma-
caso específico, se o poder público tiver a pretensão de cobrar o nifestação de potestade (poder de autoridade). Assim, estão pre-
mencionado valor, não poderá fazê-lo de forma direta, sendo ne- sentes características ínsitas ao regime jurídico de direito público,
cessário que promova a execução judicial da dívida. o que tem levado o STF a genericamente negar a possibilidade de
A renomada Professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro, afirma delegação do poder de polícia a pessoas jurídicas de direito privado,
que alguns autores dividem o atributo da autoexecutoriedade em ainda que integrantes da administração indireta (ADI 1717/DF).
dois, sendo eles: a exigibilidade (privilège du préalable) e a execu- Esquematizando, temos:
toriedade (privilège d’action d’office). Nesse diapasão, a exigibili-
dade ensejaria a possibilidade de a Administração tomar decisões ATRIBUTOS DO PODER DE POLÍCIA
executórias, impondo obrigações aos administrados mesmo sem a
DISCRICIONARIEDADE AUTOEXECUTORIEDADE COERCIBILIDADE
concordância destes, e a executoriedade, que consiste na faculdade
de se executar de forma direta todas essas decisões sem que haja a Liberdade de Faculdade de a
necessidade de intervenção do Poder Judiciário, usando-se, quando escolha da autori- Administração deci- Faz com que
for preciso, do emprego direto da força pública. Imaginemos como dade pública em dir e executar dire- o ato seja imposto
exemplo, um depósito antigo de carros que esteja ameaçado de relação à conveni- tamente sua decisão ao particular, con-
desabar. Nessa situação específica, a Administração pode ordenar ência e oportunida- por seus próprios cordando este, ou
que o proprietário promova a sua demolição (exigibilidade). E não de do exercício do meios, sem interven- não.
sendo a ordem cumprida, a própria Administração possui o poder poder de polícia. ção do Judiciário.
de mandar seus servidores demolirem o imóvel (executoriedade).
Ainda, pelos ensinamentos da ilustre professora, ao passo que Uso e abuso de poder
a exigibilidade se encontra relacionada com a aplicação de meios De antemão, depreende-se que o exercício de poder acontece
indiretos de coação, como a aplicação de multa ou a impossibilida- de forma legítima quando desempenhado pelo órgão competente,
de de licenciamento de veículo enquanto não forem pagas as mul- desde que esteja nos limites da lei a ser aplicada, bem como em
tas de trânsito, a executoriedade irá se consubstanciar no uso de atendimento à consecução dos fins públicos.
meios diretos de coação, como por exemplo dissolução de reunião, No entanto, é possível que a autoridade, ao exercer o poder,
da apreensão de mercadorias, da interdição de estabelecimento e venha a ultrapassar os limites de sua competência ou o utilize para
da demolição de prédio. fins diversos do interesse público. Quando isto ocorre, afirma-se
Adverte-se, por fim, que a exigibilidade se encontra presente que houve abuso de poder. Ressalta-se que o abuso de poder ocor-
em todas as medidas de polícia, ao contrário da executoriedade, re tanto por meio de um ato comissivo, quando é feita alguma coisa
que apenas se apresenta nas hipóteses previstas por meio de lei ou que não deveria ser feita, quanto por meio de um ato omissivo, por
em situações de urgência. meio do qual se deixa de fazer algo que deveria ser feito.
Pode o abuso de poder se dividido em duas espécies, são elas:
Coercibilidade
É um atributo do poder de polícia que faz com que o ato seja • Excesso de poder: Ocorre a partir do momento em que a au-
imposto ao particular, concordando este, ou não. Em outras termos,
toridade atua extrapolando os limites da sua competência.
o ato de polícia, como manifestação do ius imperi estatal, não está
• Desvio de poder ou desvio de finalidade: Ocorre quando a
consignado à dependência da concordância do particular para que
autoridade vem a praticar um ato que é de sua competência, po-
tenha validade e seja eficaz. Além disso, a coercibilidade é indisso-
rém, o utiliza para uma finalidade diferente da prevista ou contrária
ciável da autoexecutoridade, e o ato de polícia só poderá ser autoe-
xecutável pelo fato de ser dotado de força coercitiva. ao interesse público como um todo.
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Convém mencionar que o ato praticado com abuso de poder Explicita-se que, mesmo que o ente que se encontre distribuin-
pode ser devidamente invalidado pela própria Administração por do suas atribuições e detenha controle sobre as atividades ou ser-
intermédio da autotutela ou pelo Poder Judiciário, sob controle ju- viços transferidos, não existe relação de hierarquia entre a pessoa
dicial. que transfere e a que acolhe as atribuições.

Criação, extinção e capacidade processual dos órgãos públicos


ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA Os arts. 48, XI e 61, § 1º da CFB/1988 dispõem que a criação
e a extinção de órgãos da administração pública dependem de lei
de iniciativa privativa do chefe do Executivo a quem compete, de
Administração direta e indireta forma privada, e por meio de decreto, dispor sobre a organização
A princípio, infere-se que Administração Direta é correspon- e funcionamento desses órgãos públicos, quando não ensejar au-
dente aos órgãos que compõem a estrutura das pessoas federativas mento de despesas nem criação ou extinção de órgãos públicos
que executam a atividade administrativa de maneira centralizada. O (art. 84, VI, b, CF/1988). Desta forma, para que haja a criação e ex-
vocábulo “Administração Direta” possui sentido abrangente vindo a tinção de órgãos, existe a necessidade de lei, no entanto, para dis-
compreender todos os órgãos e agentes dos entes federados, tanto por sobre a organização e o funcionamento, denota-se que poderá
os que fazem parte do Poder Executivo, do Poder Legislativo ou do ser utilizado ato normativo inferior à lei, que se trata do decreto.
Poder Judiciário, que são os responsáveis por praticar a atividade
Caso o Poder Executivo Federal desejar criar um Ministério a mais,
administrativa de maneira centralizada.
o presidente da República deverá encaminhar projeto de lei ao Con-
Já a Administração Indireta, é equivalente às pessoas jurídicas
gresso Nacional. Porém, caso esse órgão seja criado, sua estrutu-
criadas pelos entes federados, que possuem ligação com as Admi-
ração interna deverá ser feita por decreto. Na realidade, todos os
nistrações Diretas, cujo fulcro é praticar a função administrativa de
maneira descentralizada. regimentos internos dos ministérios são realizados por intermédio
Tendo o Estado a convicção de que atividades podem ser exer- de decreto, pelo fato de tal ato se tratar de organização interna do
cidas de forma mais eficaz por entidade autônoma e com persona- órgão. Vejamos:
lidade jurídica própria, o Estado transfere tais atribuições a particu-
lares e, ainda pode criar outras pessoas jurídicas, de direito público ÓRGÃO — é criado por meio de lei.
ou de direito privado para esta finalidade. Optando pela segunda ORGANIZAÇÃO INTERNA — pode ser feita por DECRETO, des-
opção, as novas entidades passarão a compor a Administração Indi- de que não provoque aumento de despesas, bem como a criação
reta do ente que as criou e, por possuírem como destino a execução ou a extinção de outros órgãos.
especializado de certas atividades, são consideradas como sendo ÓRGÃOS DE CONTROLE — Trata-se dos prepostos a fiscalizar e
manifestação da descentralização por serviço, funcional ou técnica, controlar a atividade de outros órgãos e agentes”. Exemplo: Tribu-
de modo geral. nal de Contas da União.

Desconcentração e Descentralização Pessoas administrativas


Consiste a desconcentração administrativa na distribuição in- Explicita-se que as entidades administrativas são a própria Ad-
terna de competências, na esfera da mesma pessoa jurídica. Assim ministração Indireta, composta de forma taxativa pelas autarquias,
sendo, na desconcentração administrativa, o trabalho é distribuído fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia
entre os órgãos que integram a mesma instituição, fato que ocorre mista.
de forma diferente na descentralização administrativa, que impõe De forma contrária às pessoas políticas, tais entidades, nao são
a distribuição de competência para outra pessoa, física ou jurídica. reguladas pelo Direito Administrativo, não detendo poder político
Ocorre a desconcentração administrativa tanto na administra- e encontram-se vinculadas à entidade política que as criou. Não
ção direta como na administração indireta de todos os entes fede- existe hierarquia entre as entidades da Administração Pública in-
rativos do Estado. Pode-se citar a título de exemplo de desconcen- direta e os entes federativos que as criou. Ocorre, nesse sentido,
tração administrativa no âmbito da Administração Direta da União, uma vinculação administrativa em tais situações, de maneira que os
os vários ministérios e a Casa Civil da Presidência da República; em entes federativos somente conseguem manter-se no controle se as
âmbito estadual, o Ministério Público e as secretarias estaduais,
entidades da Administração Indireta estiverem desempenhando as
dentre outros; no âmbito municipal, as secretarias municipais e
funções para as quais foram criadas de forma correta.
as câmaras municipais; na administração indireta federal, as várias
agências do Banco do Brasil que são sociedade de economia mista,
Pessoas políticas
ou do INSS com localização em todos os Estados da Federação.
Ocorre que a desconcentração enseja a existência de vários As pessoas políticas são os entes federativos previstos na Cons-
órgãos, sejam eles órgãos da Administração Direta ou das pessoas tituição Federal. São eles a União, os Estados, o Distrito Federal e os
jurídicas da Administração Indireta, e devido ao fato desses órgãos Municípios. Denota-se que tais pessoas ou entes, são regidos pelo
estarem dispostos de forma interna, segundo uma relação de su- Direito Constitucional, vindo a deter uma parcela do poder político.
bordinação de hierarquia, entende-se que a desconcentração admi- Por esse motivo, afirma-se que tais entes são autônomos, vindo a
nistrativa está diretamente relacionada ao princípio da hierarquia. se organizar de forma particular para alcançar as finalidades aven-
Registra-se que na descentralização administrativa, ao invés çadas na Constituição Federal.
de executar suas atividades administrativas por si mesmo, o Estado Assim sendo, não se confunde autonomia com soberania, pois,
transfere a execução dessas atividades para particulares e, ainda a ao passo que a autonomia consiste na possibilidade de cada um dos
outras pessoas jurídicas, de direito público ou privado. entes federativos organizar-se de forma interna, elaborando suas
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leis e exercendo as competências que a eles são determinadas pela O que diferencia as empresas estatais exploradoras de ativida-
Constituição Federal, a soberania nada mais é do que uma caracte- de econômica das empresas estatais prestadoras de serviço público
rística que se encontra presente somente no âmbito da República é a atividade que exercem. Assim, sendo ela prestadora de serviço
Federativa do Brasil, que é formada pelos referidos entes federati- público, a atividade desempenhada é regida pelo direito público,
vos. nos ditames do artigo 175 da Constituição Federal que determina
que “incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou
Autarquias sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação,
As autarquias são pessoas jurídicas de direito público interno, a prestação de serviços públicos.” Já se for exploradora de atividade
criadas por lei específica para a execução de atividades especiais e econômica, como maneira de evitar que o princípio da livre con-
típicas da Administração Pública como um todo. Com as autarquias, corrência reste-se prejudicado, as referidas atividades deverão ser
a impressão que se tem, é a de que o Estado veio a descentralizar reguladas pelo direito privado, nos ditames do artigo 173 da Consti-
determinadas atividades para entidades eivadas de maior especia- tuição Federal, que assim determina:
lização. Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a
As autarquias são especializadas em sua área de atuação, dan- exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será per-
do a ideia de que os serviços por elas prestados são feitos de forma mitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional
mais eficaz e venham com isso, a atingir de maneira contundente a ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. § 1º A
sua finalidade, que é o bem comum da coletividade como um todo. lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da socieda-
Por esse motivo, aduz-se que as autarquias são um serviço público de de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade
descentralizado. Assim, devido ao fato de prestarem esse serviço econômica de produção ou comercialização de bens ou de presta-
público especializado, as autarquias acabam por se assemelhar em ção de serviços, dispondo sobre:
tudo o que lhes é possível, ao entidade estatal a que estiverem ser- I – sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela
vindo. Assim sendo, as autarquias se encontram sujeitas ao mesmo sociedade;
regime jurídico que o Estado. Nos dizeres de Hely Lopes Meirelles, II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas priva-
as autarquias são uma “longa manus” do Estado, ou seja, são exe- das, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, tra-
cutoras de ordens determinadas pelo respectivo ente da Federação balhistas e tributários;
a que estão vinculadas. III – licitação e contratação de obras, serviços, compras e alie-
As autarquias são criadas por lei específica, que de forma obri- nações, observados os princípios da Administração Pública;
gacional deverá ser de iniciativa do Chefe do Poder Executivo do IV – a constituição e o funcionamento dos conselhos de Admi-
ente federativo a que estiver vinculada. Explicita-se também que nistração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários;
a função administrativa, mesmo que esteja sendo exercida tipica- V – os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabili-
mente pelo Poder Executivo, pode vir a ser desempenhada, em re- dade dos administradores
gime totalmente atípico pelos demais Poderes da República. Em tais
situações, infere-se que é possível que sejam criadas autarquias no Vejamos em síntese, algumas características em comum das
âmbito do Poder Legislativo e do Poder Judiciário, oportunidade na empresas públicas e das sociedades de economia mista:
qual a iniciativa para a lei destinada à sua criação, deverá, obriga- • Devem realizar concurso público para admissão de seus em-
toriamente, segundo os parâmetros legais, ser feita pelo respectivo pregados;
Poder. • Não estão alcançadas pela exigência de obedecer ao teto
constitucional;
Empresas Públicas • Estão sujeitas ao controle efetuado pelos Tribunais de Contas,
Sociedades de Economia Mista bem como ao controle do Poder Legislativo;
São a parte da Administração Indireta mais voltada para o di- • Não estão sujeitas à falência;
reito privado, sendo também chamadas pela maioria doutrinária de • Devem obedecer às normas de licitação e contrato adminis-
empresas estatais. trativo no que se refere às suas atividades-meio;
Tanto a empresas públicas, quanto as sociedades de economia • Devem obedecer à vedação à acumulação de cargos prevista
mista, no que se refere à sua área de atuação, podem ser divididas constitucionalmente;
entre prestadoras diversas de serviço público e plenamente atuan- • Não podem exigir aprovação prévia, por parte do Poder Legis-
tes na atividade econômica de modo geral. Assim sendo, obtemos lativo, para nomeação ou exoneração de seus diretores.
dois tipos de empresas públicas e dois tipos de sociedades de eco-
nomia mista. Fundações e outras entidades privadas delegatárias
Ressalta-se que ao passo que as empresas estatais explorado- Identifica-se no processo de criação das fundações privadas,
ras de atividade econômica estão sob a égide, no plano constitu- duas características que se encontram presentes de forma contun-
cional, pelo art. 173, sendo que a sua atividade se encontra regida dente, sendo elas a doação patrimonial por parte de um instituidor
pelo direito privado de maneira prioritária, as empresas estatais e a impossibilidade de terem finalidade lucrativa.
prestadoras de serviço público são reguladas, pelo mesmo diploma O Decreto 200/1967 e a Constituição Federal Brasileira de 1988
legal, pelo art. 175, de maneira que sua atividade é regida de forma conceituam Fundação Pública como sendo um ente de direito pre-
exclusiva e prioritária pelo direito público. dominantemente de direito privado, sendo que a Constituição Fe-
deral dá à Fundação o mesmo tratamento oferecido às Sociedades
Observação importante: todas as empresas estatais, sejam de Economia Mista e às Empresas Públicas, que permite autoriza-
prestadoras de serviços públicos ou exploradoras de atividade eco- ção da criação, por lei e não a criação direta por lei, como no caso
nômica, possuem personalidade jurídica de direito privado. das autarquias.
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Entretanto, a doutrina majoritária e o STF aduzem que a Fun- Organizações da sociedade civil de interesse público
dação Pública poderá ser criada de forma direta por meio de lei São conceituadas como pessoas jurídicas de direito privado,
específica, adquirindo, desta forma, personalidade jurídica de direi- sem fins lucrativos, nas quais os objetivos sociais e normas estatu-
to público, vindo a criar uma Autarquia Fundacional ou Fundação tárias devem obedecer aos requisitos determinados pelo art. 3º da
Autárquica. Lei n. 9.790/1999. Denota-se que a qualificação é de competência
do Ministério da Justiça e o seu âmbito de atuação é parecido com
Observação importante: a autarquia é definida como serviço o da OS, entretanto, é mais amplo. Vejamos:
personificado, ao passo que uma autarquia fundacional é conceitu- Art. 3º A qualificação instituída por esta Lei, observado em
ada como sendo um patrimônio de forma personificada destinado qualquer caso, o princípio da universalização dos serviços, no res-
a uma finalidade específica de interesse social. pectivo âmbito de atuação das Organizações, somente será conferi-
da às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos
Vejamos como o Código Civil determina: objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes finalidades:
Art. 41 - São pessoas jurídicas de direito público interno:(...) I – promoção da assistência social;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; II – promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei. histórico e artístico;
No condizente à Constituição, denota-se que esta não faz dis- III – promoção gratuita da educação, observando-se a forma
tinção entre as Fundações de direito público ou de direito privado. complementar de participação das organizações de que trata esta
O termo Fundação Pública é utilizado para diferenciar as fundações Lei;
da iniciativa privada, sem que haja qualquer tipo de ligação com a IV – promoção gratuita da saúde, observando-se a forma com-
Administração Pública. plementar de participação das organizações de que trata esta Lei;
No entanto, determinadas distinções poderão ser feitas, como V – promoção da segurança alimentar e nutricional;
por exemplo, a imunidade tributária recíproca que é destinada so- VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e
mente às entidades de direito público como um todo. Registra-se promoção do desenvolvimento sustentável; VII – promoção do vo-
que o foro de ambas é na Justiça Federal. luntariado;
VIII – promoção do desenvolvimento econômico e social e com-
Delegação Social bate à pobreza;
Organizações sociais IX – experimentação, não lucrativa, de novos modelos sociopro-
As organizações sociais são entidades privadas que recebem dutivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego
o atributo de Organização Social. Várias são as entidades criadas e crédito;
por particulares sob a forma de associação ou fundação que de- X – promoção de direitos estabelecidos, construção de novos
sempenham atividades de interesse público sem fins lucrativos. Ao direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar;
passo que algumas existem e conseguem se manter sem nenhuma XI – promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos hu-
ligação com o Estado, existem outras que buscam se aproximar do manos, da democracia e de outros valores universais;
Estado com o fito de receber verbas públicas ou bens públicos com XII – estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias al-
o objetivo de continuarem a desempenhar sua atividade social. Nos ternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos
parâmetros da Lei 9.637/1998, o Poder Executivo Federal poderá técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas
constituir como Organizações Sociais pessoas jurídicas de direito neste artigo.
privado, que não sejam de fins lucrativos, cujas atividades sejam A lei das Oscips apresenta um rol de entidades que não podem
dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tec- receber a qualificação. Vejamos:
nológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à Art. 2º Não são passíveis de qualificação como Organizações
saúde, atendidos os requisitos da lei. Ressalte-se que as entidades da Sociedade Civil de Interesse Público, ainda que se dediquem de
privadas que vierem a atuar nessas áreas poderão receber a quali- qualquer forma às atividades descritas no art. 3º desta Lei:
ficação de OSs. I – as sociedades comerciais;
Lembremos que a Lei 9.637/1998 teve como fulcro transferir os II – os sindicatos, as associações de classe ou de representação
serviços que não são exclusivos do Estado para o setor privado, por de categoria profissional;
intermédio da absorção de órgãos públicos, vindo a substituí-los III – as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação
por entidades privadas. Tal fenômeno é conhecido como publiciza- de credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais;
ção. Com a publicização, quando um órgão público é extinto, logo, IV – as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas
outra entidade de direito privado o substitui no serviço anterior- fundações;
mente prestado. Denota-se que o vínculo com o poder público para V – as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar
que seja feita a qualificação da entidade como organização social é bens ou serviços a um círculo restrito de associados ou sócios;
estabelecido com a celebração de contrato de gestão. Outrossim, as VI – as entidades e empresas que comercializam planos de saú-
Organizações Sociais podem receber recursos orçamentários, utili- de e assemelhados;
zação de bens públicos e servidores públicos. VII – as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas
mantenedoras;
VIII – as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gra-
tuito e suas mantenedoras;
IX – as Organizações Sociais;
X – as cooperativas;

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Por fim, registre-se que o vínculo de união entre a entidade 4. Muitas possuem algum vínculo com o Poder Público e, por
e o Estado é denominado termo de parceria e que para a qualifi- isso, são obrigadas a prestar contas dos recursos públicos à Admi-
cação de uma entidade como Oscip, é exigido que esta tenha sido nistração
constituída e se encontre em funcionamento regular há, pelo me- 5. Pública e ao Tribunal de Contas;
nos, três anos nos termos do art. 1º, com redação dada pela Lei n. 6. Possuem regime jurídico de direito privado, porém derroga-
13.019/2014. O Tribunal de Contas da União tem entendido que do parcialmente por normas direito público;
o vínculo firmado pelo termo de parceria por órgãos ou entidades Assim, estas entidades integram o Terceiro Setor pelo fato de
da Administração Pública com Organizações da Sociedade Civil de não se enquadrarem inteiramente como entidades privadas e tam-
Interesse Público não é demandante de processo de licitação. De bém porque não integram a Administração Pública Direta ou Indi-
acordo com o que preceitua o art. 23 do Decreto n. 3.100/1999, reta.
deverá haver a realização de concurso de projetos pelo órgão es- Convém mencionar que, como as entidades do Terceiro Setor
tatal interessado em construir parceria com Oscips para que venha são constituídas sob a forma de pessoa jurídica de direito privado,
a obter bens e serviços para a realização de atividades, eventos, seu regime jurídico, normalmente, via regra geral, é de direito pri-
consultorias, cooperação técnica e assessoria. vado. Acontece que pelo fato de estas gozarem normalmente de
algum incentivo do setor público, também podem lhes ser aplicá-
Entidades de utilidade pública veis algumas normas de direito público. Esse é o motivo pelo qual a
O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado trouxe em conceituada professora afirma que o regime jurídico aplicado às en-
seu bojo, dentre várias diretrizes, a publicização dos serviços esta- tidades que integram o Terceiro Setor é de direito privado, podendo
tais não exclusivos, ou seja, a transferência destes serviços para o ser modificado de maneira parcial por normas de direito público.
setor público não estatal, o denominado Terceiro Setor.
Podemos incluir entre as entidades que compõem o Terceiro
Setor, aquelas que são declaradas como sendo de utilidade pública, ATOS ADMINISTRATIVOS
os serviços sociais autônomos, como SESI, SESC, SENAI, por exem-
plo, as organizações sociais (OS) e as organizações da sociedade civil
de interesse público (OSCIP).
Conceito
É importante explicitar que o crescimento do terceiro setor Hely Lopes Meirelles conceitua ato administrativo como sendo
está diretamente ligado à aplicação do princípio da subsidiarieda- “toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública
de na esfera da Administração Pública. Por meio do princípio da que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, res-
subsidiariedade, cabe de forma primária aos indivíduos e às orga- guardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor
nizações civis o atendimento dos interesses individuais e coletivos. obrigações aos administrados ou a si própria”.
Assim sendo, o Estado atua apenas de forma subsidiária nas de- Já Maria Sylvia Zanella Di Pietro explana esse tema, como: “a
mandas que, devido à sua própria natureza e complexidade, não declaração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos
puderam ser atendidas de maneira primária pela sociedade. Dessa jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de
maneira, o limite de ação do Estado se encontraria na autossufici- direito público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário”.
ência da sociedade. O renomado, Celso Antônio Bandeira de Mello, por sua vez,
Em relação ao Terceiro Setor, o Plano Diretor do Aparelho do explica o conceito de ato administrativo de duas formas. São elas:
Estado previa de forma explícita a publicização de serviços públicos A) Primeira: em sentido amplo, na qual há a predominância de
estatais que não são exclusivos. A expressão publicização significa atos gerais e abstratos. Exemplos: os contratos administrativos e os
a transferência, do Estado para o Terceiro Setor, ou seja um setor regulamentos.
público não estatal, da execução de serviços que não são exclusivos No sentido amplo, de acordo com o mencionado autor, o ato
do Estado, vindo a estabelecer um sistema de parceria entre o Es- administrativo pode, ainda, ser considerado como a “declaração do
tado e a sociedade para o seu financiamento e controle, como um Estado (ou de quem lhe faça as vezes – como, por exemplo, um
todo. Tal parceria foi posteriormente modernizada com as leis que concessionário de serviço público), no exercício de prerrogativas
instituíram as organizações sociais e as organizações da sociedade públicas, manifestada mediante providências jurídicas complemen-
civil de interesse público. tares da lei a título de lhe dar cumprimento, e sujeitas a controle de
O termo publicização também é atribuído a um segundo sen- legitimidade por órgão jurisdicional”.
tido adotado por algumas correntes doutrinárias, que corresponde B) Segunda: em sentido estrito, no qual acrescenta à definição
à transformação de entidades públicas em entidades privadas sem anterior, os atributos da unilateralidade e da concreção. Desta for-
fins lucrativos. ma, no entendimento estrito de ato administrativo por ele expos-
ta, ficam excluídos os atos convencionais, como os contratos, por
No que condizente às características das entidades que com-
exemplo, bem como os atos abstratos.
põem o Terceiro Setor, a ilustre Maria Sylvia Zanella Di Pietro enten-
Embora haja ausência de uniformidade doutrinária, a partir da
de que todas elas possuem os mesmos traços, sendo eles:
análise lúcida do tópico anterior, acoplada aos estudos dos concei-
tos retro apresentados, é possível extrair alguns elementos funda-
1. Não são criadas pelo Estado, ainda que algumas delas te- mentais para a definição dos conceitos do ato administrativo.
nham sido autorizadas por lei; De antemão, é importante observar que, embora o exercício
2. Em regra, desempenham atividade privada de interesse pú- da função administrativa consista na atividade típica do Poder Exe-
blico (serviços sociais não exclusivos do Estado); cutivo, os Poderes Legislativo e Judiciário, praticam esta função
3. Recebem algum tipo de incentivo do Poder Público; de forma atípica, vindo a praticar, também, atos administrativos.
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Exemplo: ao realizar concursos públicos, os três Poderes devem no- pessoa, ainda que possua capacidade e excelente rendimento para
mear os aprovados, promovendo licitações e fornecendo benefícios fazer algo, mas não alçada legal para tal, deve ser considerada in-
legais aos servidores, dentre outras atividades. Acontece que em competente em termos jurídicos para executar tal tarefa.
todas essas atividades, a função administrativa estará sendo exerci- Pensamento idêntico é válido para os órgãos e entidades pú-
da que, mesmo sendo função típica, mas, recordemos, não é função blicas, de forma que, por exemplo, a Agência Nacional de Aviação
exclusiva do Poder Executivo. Civil (ANAC) não possui competência para conferir o passaporte e
Denota-se também, que nem todo ato praticado no exercício liberar a entrada de um estrangeiro no Brasil, tendo em vista que o
da função administrativa é ato administrativo, isso por que em inú- controle de imigração brasileiro é atividade exclusiva e privativa da
meras situações, o Poder Público pratica atos de caráter privado, Polícia Federal.
desvestindo-se das prerrogativas que conformam o regime jurídico Nesse sentido, podemos conceituar competência como sendo
de direito público e assemelhando-se aos particulares. Exemplo: a o acoplado de atribuições designadas pelo ordenamento jurídico às
emissão de um cheque pelo Estado, uma vez que a referida provi- pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos, com o fito de facilitar
dência deve ser disciplinada exclusivamente por normas de direito o desempenho de suas atividades.
privado e não público. A competência possui como fundamento do seu instituto a di-
Há de se desvencilhar ainda que o ato administrativo pode ser visão do trabalho com ampla necessidade de distribuição do con-
praticado não apenas pelo Estado, mas também por aquele que junto das tarefas entre os agentes públicos. Desta forma, a distri-
o represente. Exemplo: os órgãos da Administração Direta, bem buição de competências possibilita a organização administrativa
como, os entes da Administração Indireta e particulares, como do Poder Público, definindo quais as tarefas cabíveis a cada pessoa
acontece com as permissionárias e com as concessionárias de ser- política, órgão ou agente.
viços públicos. Relativo à competência com aplicação de multa por infração à
Destaca-se, finalmente, que o ato administrativo por não apre- legislação do imposto de renda, dentre as pessoas políticas, a União
sentar caráter de definitividade, está sujeito a controle por órgão é a competente para instituir, fiscalizar e arrecadar o imposto e tam-
jurisdicional. Em obediência a essas diretrizes, compreendemos bém para estabelecer as respectivas infrações e penalidades. Já em
que ato administrativo é a manifestação unilateral de vontade pro- relação à instituição do tributo e cominação de penalidades, que
veniente de entidade arremetida em prerrogativas estatais ampara- é de competência do legislativo, dentre os Órgãos Constitucionais
das pelos atributos provenientes do regime jurídico de direito públi- da União, o Órgão que possui tal competência, é o Congresso Na-
co, destinadas à produção de efeitos jurídicos e sujeitos a controle cional no que condizente à fiscalização e aplicação das respectivas
judicial específico. penalidades.
Em relação às fontes, temos as competências primária e secun-
Em suma, temos: dária. Vejamos a definição de cada uma delas nos tópicos abaixo:
ATO ADMINISTRATIVO: é a manifestação unilateral de vontade a) Competência primária: quando a competência é estabeleci-
proveniente de entidade arremetida em prerrogativas estatais am- da pela lei ou pela Constituição Federal.
b) Competência Secundária: a competência vem expressa em
paradas pelos atributos provenientes do regime jurídico de direito
normas de organização, editadas pelos órgãos de competência pri-
público, destinadas à produção de efeitos jurídicos e sujeitos a con-
mária, uma vez que é produto de um ato derivado de um órgão ou
trole judicial específico.
agente que possui competência primária.

ATOS ADMINISTRATIVOS EM SENTIDO AMPLO Entretanto, a distribuição de competência não ocorre de forma
Atos de Direito Privado aleatória, de forma que sempre haverá um critério lógico informan-
do a distribuição de competências, como a matéria, o território, a
Atos materiais hierarquia e o tempo. Exemplo disso, concernente ao critério da
Atos de opinião, conhecimento, juízo ou valor matéria, é a criação do Ministério da Saúde.
Atos políticos Em relação ao critério territorial, a criação de Superintendên-
cias Regionais da Polícia Federal e, ainda, pelo critério da hierarquia,
Contratos a criação do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF),
Atos normativos órgão julgador de recursos contra as decisões das Delegacias da Re-
ceita Federal de Julgamento criação da Comissão Nacional da Ver-
Atos normativos em sentido estrito e propriamente ditos
dade que trabalham na investigação de violações graves de Direitos
Humanos nos períodos entre 18.09.1946 e 05.10.1988, que resulta
Requisitos na combinação dos critérios da matéria e do tempo.
A lei da Ação Popular, Lei nº 4.717/1965, aponta a existência A competência possui como características:
de cinco requisitos do ato administrativo. São eles: competência, a) Exercício obrigatório: pelos órgãos e agentes públicos, uma
finalidade, forma, motivo e objeto. É importante esclarecer que a vez que se trata de um poder-dever de ambos.
falta ou o defeito desses elementos pode resultar. b) Irrenunciável ou inderrogável: isso ocorre, seja pela vonta-
De acordo com o a gravidade do caso em consideração, em de da Administração, ou mesmo por acordo com terceiros, uma vez
simples irregularidade com possibilidade de ser sanada, invalidan- que é estabelecida em decorrência do interesse público. Exemplo:
do o ato do ato, ou até mesmo o tornando inexistente. diante de um excessivo aumento da ocorrência de crimes graves e
No condizente à competência, no sentido jurídico, esta palavra da sua diminuição de pessoal, uma delegacia de polícia não poderá
designa a prerrogativa de poder e autorização de alguém que está jamais optar por não mais registrar boletins de ocorrência relativos
legalmente autorizado a fazer algo. Da mesma maneira, qualquer a crimes considerados menos graves.
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c) Intransferível: não pode ser objeto de transação ou acordo Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
com o fulcro de ser repassada a responsabilidade a outra pessoa. I - a edição de atos de caráter normativo;
Frise-se que a delegação de competência não provoca a transfe- II - a decisão de recursos administrativos;
rência de sua titularidade, porém, autoriza o exercício de deter- III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autori-
minadas atribuições não exclusivas da autoridade delegante, que dade.
poderá, conforme critérios próprios e a qualquer tempo, revogar a Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publi-
delegação. cados no meio oficial.
d) Imodificável: não admite ser modificada por ato do agente, § 1º O ato de delegação especificará as matérias e poderes
quando fixada pela lei ou pela Constituição, uma vez que somente transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os ob-
estas normas poderão alterá-la. jetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva
e) Imprescritível: o agente continua competente, mesmo que de exercício da atribuição delegada.
não tenha sido utilizada por muito tempo. § 2º O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela
f) Improrrogável: com exceção de disposição expressa prevista autoridade delegante.
em lei, o agente incompetente não passa a ser competente pelo § 3º As decisões adotadas por delegação devem mencionar
mero fato de ter praticado o ato ou, ainda, de ter sido o primeiro a explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo de-
tomar conhecimento dos fatos que implicariam a motivação de sua legado.
prática. Convém registrar que a delegação é ato discricionário, que
leva em conta para sua prática circunstâncias de índole técnica, so-
Cabem dentro dos critérios de competência a delegação e a cial, econômica, jurídica ou territorial, bem como é ato revogável
avocação, que podem ser definidas da seguinte forma: a qualquer tempo pela autoridade delegante, sendo que o ato de
a) Delegação de competência: trata-se do fenômeno por in- delegação bem como a sua revogação deverão ser expressamente
termédio do qual um órgão administrativo ou um agente público publicados no meio oficial, especificando em seu ato as matérias e
delega a outros órgãos ou agentes públicos a tarefa de executar poderes delegados, os parâmetros de limites da atuação do delega-
parte das funções que lhes foram atribuídas. Em geral, a delegação do, o recurso cabível, a duração e os objetivos da delegação.
é transferida para órgão ou agente de plano hierárquico inferior.
No entanto, a doutrina contemporânea considera, quando justifi- Importante ressaltar:
cadamente necessário, a admissão da delegação fora da linha hie- Súmula 510 do STF: Praticado o ato por autoridade, no exercí-
rárquica. cio de competência delegada, contra ela cabe o mandado de segu-
Considera-se ainda que o ato de delegação não suprime a atri- rança ou a medida judicial.
buição da autoridade delegante, que continua competente para o Com fundamento nessa orientação, o STF decidiu no julgamen-
exercício das funções cumulativamente com a autoridade a que foi to do MS 24.732 MC/DF, que o foro da autoridade delegante não
delegada a função. Entretanto, cada agente público, na prática de poderá ser transmitido de forma alguma à autoridade delegada.
atos com fulcro nos poderes que lhe foram atribuídos, agirá sempre Desta forma, tendo sido o ato praticado pela autoridade delegada,
em nome próprio e, respectivamente irá responder por seus atos. todas e quaisquer medidas judiciais propostas contra este ato deve-
Por todas as decisões que tomar. Do mesmo modo, adotando rão respeitar o respectivo foro da autoridade delegada.
cautelas parecidas, a autoridade delegante da ação também pode-
rá revogar a qualquer tempo a delegação realizada anteriormen- Seguindo temos:
te. Desta maneira, a regra geral é a possibilidade de delegação de
competências, só deixando esta de ser possível se houver quaisquer a) Avocação: trata-se do fenômeno contrário ao da delegação e
impedimentos legais vigentes. se resume na possibilidade de o superior hierárquico trazer para si
de forma temporária o devido exercício de competências legalmen-
É importante conhecer a respeito da delegação de competên- te estabelecidas para órgãos ou agentes hierarquicamente inferio-
cia o disposto na Lei 9.784/1999, Lei do Processo Administrativo res. Diferentemente da delegação, não cabe avocação fora da linha
Federal, que tendo tal norma aplicada somente no âmbito federal, de hierarquia, posto que a utilização do instituto é dependente de
poder de vigilância e controle nas relações hierarquizadas.
incorporou grande parte da orientação doutrinária existente, dis-
Vejamos a diferença entre a avocação com revogação de dele-
pondo em seus arts. 11 a 14:
gação:
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos
• Na avocação, sendo sua providência de forma excepcional e
administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de
temporária, nos termos do art. 15 da Lei 9.787/1999, a competên-
delegação e avocação legalmente admitidos.
cia é de forma originária e advém do órgão ou agente subordinado,
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não
sendo que de forma temporária, passa a ser exercida pelo órgão ou
houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a ou-
autoridade avocante.
tros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquica-
• Já na revogação de delegação, anteriormente, a competên-
mente subordinados, quando for conveniente, em razão de circuns- cia já era de forma original da autoridade ou órgão delegante, que
tâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. achou por conveniência e oportunidade revogar o ato de delega-
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à ção, voltando, por conseguinte a exercer suas atribuições legais por
delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos cunho de mão própria.
presidentes.
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Finalmente, adverte-se que, apesar de ser um dever ser exer- a) Geral ou mediata: consiste na satisfação do interesse públi-
cido com autocontrole, o poder originário de avocar competência co considerado de forma geral.
também se constitui em regra na Administração Pública, uma vez b) Pública específica ou imediata: é o resultado específico pre-
que é inerente à organização hierárquica como um todo. Entretan- visto na lei, que deve ser alcançado com a prática de determinado
to, conforme a doutrina de forma geral, o órgão superior não pode ato.
avocar a competência do órgão subordinado em se tratando de Está relacionada ao atributo da tipicidade, por meio do qual a
competências exclusivas do órgão ou de agentes inferiores atribu- lei dispõe uma finalidade a ser alcançada para cada espécie de ato.
ídas por lei. Exemplo: Secretário de Segurança Pública, mesmo es-
tando alguns degraus hierárquicos acima de todos os Delegados da Destaca-se que o descumprimento de qualquer dessas finali-
Polícia Civil, não poderá jamais avocar para si a competência para dades, seja geral ou específica, resulta no vício denominado desvio
presidir determinado inquérito policial, tendo em vista que esta de poder ou desvio de finalidade. O desvio de poder é vício que não
competência é exclusiva dos titulares desses cargos. pode ser sanado, e por esse motivo, não pode ser convalidado.
Não convém encerrar esse tópico acerca da competência sem A Lei de Ação Popular, Lei 4.717/1965 em seu art. 2º, parágra-
mencionarmos a respeito dos vícios de competência que é concei- fo único, alínea e, estabelece que “o desvio de finalidade se veri-
tuado como o sofrimento de algum defeito em razão de problemas fica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele
com a competência do agente que o pratica que se subdivide em: previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência”.
a) Excesso de poder: acontece quando o agente que pratica o Destaque-se que por via de regra legal atributiva de competência
ato acaba por exceder os limites de sua competência, agindo além estatui de forma explícita ou implicitamente, os fins que devem ser
das providências que poderia adotar no caso concreto, vindo a pra- seguidos e obedecidos pelo agente público. Caso o ato venha a ser
ticar abuso de poder. O vício de excesso de poder nem sempre po- praticado visando a fins diversos, verificar-se-á a presença do vício
derá resultar em anulação do ato administrativo, tendo em vista de finalidade.
que em algumas situações será possível convalidar o ato defeituoso. O desvio de finalidade, segundo grandes doutrinadores, se ve-
b) Usurpação de função: ocorre quando uma pessoa exerce rifica em duas hipóteses. São elas:
atribuições próprias de um agente público, sem que tenha esse a) o ato é formalmente praticado com finalidade diversa da
atributo ou competência. Exemplo: uma pessoa que celebra casa- prevista por lei. Exemplo: remover um funcionário com o objetivo
mentos civis fingindo ser titular do cargo de juiz. de punição.
c) Função de fato: ocorre quando a pessoa que pratica o ato b) ocorre quando o ato, mesmo formalmente editado com a
está irregularmente investida no cargo, emprego ou função pública finalidade legal, possui, na prática, o foco de atender a fim de inte-
ou ainda que, mesmo devidamente investida, existe qualquer tipo resse particular da autoridade. Exemplo: com o objetivo de perse-
de impedimento jurídico para a prática do ato naquele momento. guir inimigo, ocorre a desapropriação de imóvel alegando interesse
Na função de fato, o agente pratica o ato num contexto que tem público.
toda a aparência de legalidade. Por esse motivo, em decorrência da
teoria da aparência, desde que haja boa-fé do administrado, esta Em resumo, temos:
deve ser respeitada, devendo, por conseguinte, ser considerados
válidos os atos, como se fossem praticados pelo funcionário de fato. Específica ou Imediata e
Em suma, temos: FINALIDADE PÚBLICA
Geral ou Mediata
Ato praticado com finalidade
diversa da prevista em Lei.
e
DESVIO DE FINALIDADE
Ato praticado formalmente
OU DESVIO DE PODER
com finalidade prevista em Lei, po-
rém, visando a atender a fins pes-
soais de autoridade.

Concernente à forma, averígua-se na doutrina duas formas dis-


tintas de definição como requisito do ato administrativo. São elas:
A) De caráter mais restrito, demonstrando que a forma é o
modo de exteriorização do ato administrativo.
B) Considera a forma de natureza mais ampla, incluindo no
conceito de forma apenas o modo de exteriorização do ato, bem
Relativo à finalidade, denota-se que a finalidade pública é uma como todas as formalidades que devem ser destacadas e observa-
das características do princípio da impessoalidade. Nesse diapasão, das no seu curso de formação.
a Administração não pode atuar com o objetivo de beneficiar ou Ambas as acepções estão meramente corretas, cuidando-se
prejudicar determinadas pessoas, tendo em vista que seu compor- simplesmente de modos diferentes de examinar a questão, sendo
tamento deverá sempre ser norteado pela busca do interesse públi- que a primeira analisa a forma do ato administrativo sob o aspecto
co. Além disso, existe determinada finalidade típica para cada tipo exterior do ato já formado e a segunda, analisa a dinâmica da for-
de ato administrativo. mação do ato administrativo.
Assim sendo, identifica-se no ato administrativo duas espécies
de finalidade pública. São elas:
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Via de regra, no Direito Privado, o que prevalece é a liberdade • Motivação: é a declinação de forma expressa do motivo, sen-
de forma do ato jurídico, ao passo que no Direito Público, a regra é do a declaração das razões que motivaram à edição do ato. Já a mo-
o formalismo moderado. O ato administrativo não precisa ser reves- tivação declarada e expressa dos motivos dos atos administrativos,
tido de formas rígidas e solenes, mas é imprescindível que ele seja via de regra, nem sempre é exigida. Porém, se for obrigatória pela
escrito. Ainda assim, tal exigência, não é absoluta, tendo em vista lei, sua ausência causará invalidade do ato administrativo por vício
que em alguns casos, via de regra, o agente público tem a possibi- de forma, e não de motivo.
lidade de se manifestar de outra forma, como acontece nas ordens Convém ressaltar que a Lei 9.784/1999, que regulamenta o
verbais transmitidas de forma emergencial aos subordinados, ou, processo administrativo na esfera federal, dispõe no art. 50, o se-
ainda, por exemplo, quando um agente de trânsito transmite orien- guinte:
tações para os condutores de veículos através de silvos e gestos. Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com
Pondera-se ainda, que o ato administrativo é denominado vício indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
de forma quando é enviado ou emitido sem a obediência à forma e I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
sem cumprimento das formalidades previstas em lei. Via de regra, II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
considera-se plenamente possível a convalidação do ato adminis- III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção
trativo que contenha vício de forma. No entanto, tal convalidação pública;
não será possível nos casos em que a lei estabelecer que a forma é IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo lici-
requisito primordial à validade do ato. tatório;
Devemos explanar também que a motivação declarada e escri- V - decidam recursos administrativos;
ta dos motivos que possibilitaram a prática do ato, quando for de VI - decorram de reexame de ofício;
caráter obrigatório, integra a própria forma do ato. Desta maneira, VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão
quando for obrigatória, a ausência de motivação enseja vício de for- ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;
ma, mas não vício de motivo. VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalida-
Porém, de forma diferente, sendo o motivo declinado pela au- ção de ato administrativo.
toridade e comprovadamente ilícito ou falso, o vício consistirá no Prevê a mencionada norma em seu § 1º, que a motivação deve
elemento motivo. ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração
de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, infor-
Motivo mações, decisões ou propostas, que, nesse caso, serão parte inte-
O motivo diz respeito aos pressupostos de fato e de direito que grante do ato. Tal hipótese é denominada pela doutrina de “motiva-
estabelecem ou autorizam a edição do ato administrativo. ção aliunde” que significa motivação “em outro local”, mas que está
Quando a autoridade administrativa não tem margem para de- sendo admitida no direito brasileiro.
cidir a respeito da conveniência e oportunidade para editar o ato
administrativo, diz-se que este é ato vinculado. No condizente ao A motivação dos atos administrativos
ato discricionário, como há espaço de decisão para a autoridade É a teoria dos motivos determinantes. Convém explicitar a res-
administrativa, a presença do motivo simplesmente autoriza a prá- peito da motivação dos atos administrativo e da teoria dos motivos
tica do ato. determinantes que se baseia na ideia de que mesmo a lei não exi-
gindo a motivação, se o ato administrativo for motivado, ele só terá
Nesse diapasão, existem também o motivo de direito que se validade se os motivos declarados forem verdadeiros.
trata da abstrata previsão normativa de uma situação que ao ser
verificada no mundo concreto que autoriza ou determina a prática Exemplo
do ato, ao passo que o motivo de fato é a concretização no mundo A doutrina cita o caso do ato de exoneração ad nutum de ser-
empírico da situação prevista em lei. vidor ocupante de cargo comissionado, uma vez que esse tipo de
Assim sendo, podemos esclarecer que a prática do ato adminis- ato não exige motivação. Entretanto, caso a autoridade competente
trativo depende da presença adjunta dos motivos de fato e de direi- venha a alegar que a exoneração transcorre da falta de pontualida-
to, posto que para isso, são imprescindíveis à existência abstrata de de habitual do comissionado, a validade do ato exoneratório virá
previsão normativa bem como a ocorrência, de fato concreto que a ficar na dependência da existência do motivo declarado. Já se o
se integre à tal previsão. interessado apresentar a folha de ponto comprovando sua pontua-
De acordo com a doutrina, o vício de motivo é passível de ocor- lidade, a exoneração, seja por via administrativa ou judicial, deverá
rer nas seguintes situações: ser anulada.
a) quando o motivo é inexistente. É importante registrar que a teoria dos motivos determinantes
b) quando o motivo é falso. pode ser aplicada tanto aos atos administrativos vinculados quanto
c) quando o motivo é inadequado. aos discricionários, para que o ato tenha sido motivado.
Em suma, temos:
É de suma importância estabelecer a diferença entre motivo e
motivação. Vejamos: • Motivo do ato administrativo
• Motivo: situação que autoriza ou determina a produção do — Definição: pressuposto de fato e direito que fundamenta a
ato administrativo. Sempre deve estar previsto no ato administrati- edição do ato administrativo.
vo, sob pena de nulidade, sendo que sua ausência de motivo legíti- — Motivo de Direito: é a situação prevista na lei, de forma abs-
mo ou ilegítimo é causa de invalidação do ato administrativo. trata que autoriza ou determina a prática do ato administrativo.
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— Motivo de fato: circunstância que se realiza no mundo real • Presunção de legitimidade


que corresponde à descrição contida de forma abstrata na lei, ca- Decorre do próprio princípio da legalidade e milita em favor dos
racterizando o motivo de direito. atos administrativos. É o único atributo presente em todos os atos
administrativos. Pelo fato de a administração poder agir somente
VÍCIOS DE MOTIVO DO ATO ADMINISTRATIVO quando autorizada por lei, presume-se, por conseguinte que se a
administração agiu e executou tal ato, observando os parâmetros
Inexistente legais. Desta forma, em decorrência da presunção de legitimidade,
Falso os atos administrativos presumem-se editados em conformidade
Inadequado com a lei, até que se prove o contrário.
De forma parecida, por efeito dos princípios da moralidade e
• Teoria dos motivos determinantes da legalidade, quando a administração alega algo, presume-se que
— O ato administrativo possui sua validade vinculada aos moti- suas alegações são verdadeiras. É o que a doutrina conceitua como
vos expostos mesmo que não seja exigida a motivação. presunção de veracidade dos atos administrativos que se cuida da
— Só é aplicada apenas se o ato conter motivação. presunção de que o ato administrativo foi editado em conformida-
— STJ: “Não se decreta a invalidade de um ato administrativo de com a lei, gerando a desconfiança de que as alegações produzi-
quando apenas um, entre os diversos motivos determinantes, não das pela administração são verdadeiras.
está adequado à realidade fática”. As presunções de legitimidade e de veracidade são elementos
e qualificadoras presentes em todos os atos administrativos. No
Objeto entanto, ambas serão sempre relativas ou juris tantum, podendo
O objeto do ato administrativo pode ser conceituado como ser afastadas em decorrência da apresentação de prova em sentido
sendo o efeito jurídico imediato produzido pelo ato. Em outras pala- contrário. Assim sendo, se o administrado se sentir prejudicado por
vras, podemos afirmar que o objeto do ato administrativo cuida-se algum ato que refutar ilegal ou fundado em mentiras, poderá sub-
da alteração da situação jurídica que o ato administrativo se propõe metê-lo ao controle pela própria administração pública, bem como
a realizar. Desta forma, no ato impositivo de multa, por exemplo, o pelo Judiciário. Já se o órgão provocado alegar que a prática não
objeto é a punição do transgressor. está em conformidade com a lei ou é fundada em alegações falsas,
Para que o ato administrativo tenha validade, seu objeto deve poderá proclamará a nulidade do ato, desfazendo os seus efeitos.
ser lícito, possível, certo e revestido de moralidade conforme os pa- Denota-se que a principal consequência da presunção de vera-
drões aceitos como éticos e justos. cidade é a inversão do ônus da prova. Nesse sentido, relembremos
Havendo o descumprimento dessas exigências, podem incidir que em regra, segundo os parâmetros jurídicos, o dever de provar
os esporádicos vícios de objeto dos atos administrativos. Nesse sen- é de quem alega o fato a ser provado. Desta maneira, se o particu-
tido, podemos afirmar que serão viciados os atos que possuam os lar “X” alega que o particular “Y” cometeu ato ilícito em prejuízo
seguintes objetos, seguidos com alguns exemplos:
do próprio “X”, incumbe a “X” comprovar o que está alegando, de
maneira que, em nada conseguir provar os fatos, “Y” não poderá
a) Objeto lícito: punição de um servidor público com suspen-
ser punido.
são por prazo superior ao máximo estabelecido por lei específica.
b) Objeto impossível: determinação aos subordinados para
evitar o acontecimento de chuva durante algum evento esportivo. • Imperatividade
c) Objeto incerto: em ato unificado, a suspensão do direito de Em decorrência desse do atributo, os atos administrativos são
dirigir das pessoas que por ventura tenham dirigido alcoolizadas impostos pelo Poder Público a terceiros, independentemente da
nos últimos 12 meses, tanto as que tenham sido abordadas por au- concordância destes. Infere-se que a imperatividade é provenien-
toridade pública ou flagradas no teste do bafômetro. te do poder extroverso do Estado, ou seja, o Poder Público poderá
d) Objeto moral: a autorização concedida a um grupo de pes- editar atos, de modo unilateral e com isso, constituir obrigações
soas específicas para a ocupação noturna de determinado trecho para terceiros. A imperatividade representa um traço diferenciado
de calçada para o exercício da prostituição. Nesse exemplo, o objeto em relação aos atos de direito privado, uma vez que estes somente
é tido como imoral. possuem o condão de obrigar os terceiros que manifestarem sua
expressa concordância.
Atributos do Ato Administrativo Entretanto, nem todo ato administrativo possui imperativida-
Tendo em vista os pormenores do regime jurídico de direito de, característica presente exclusivamente nos atos que impõem
público ou regime jurídico administrativo, os atos administrativos obrigações ou restrições aos administrados. Pelo contrário, se o ato
são dotados de alguns atributos que os se diferenciam dos atos pri- administrativo tiver por objetivo conferir direitos, como por exem-
vados. plo: licença, admissão, autorização ou permissão, ou, ainda, quan-
Acontece que não há unanimidade doutrinária no condizente do possuir conteúdo apenas enunciativo como certidão, atestado
ao rol desses atributos. Entretanto, para efeito de conhecimento, ou parecer, por exemplo, não haverá imperatividade.
bem como a enumeração que tem sido mais cobrada em concursos
públicos, bem como em teses, abordaremos o conceito utilizado • Autoexecutoriedade
pela Professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro. Consiste na possibilidade de os atos administrativos serem exe-
Nos dizeres da mencionada administrativista, os atributos dos cutados diretamente pela Administração Pública, por intermédio de
atos administrativos são: meios coercitivos próprios, sem que seja necessário a intervenção
prévia do Poder Judiciário.
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Esse atributo é decorrente do princípio da supremacia do inte- Classificação dos Atos Administrativos
resse público, típico do regime de direito administrativo, fato que A Doutrina não é uniforme no que condiz à atribuição dada
acaba por possibilitar a atuação do Poder Público no condizente à à diversidade dos critérios adotados com esse objetivo. Por esse
rapidez e eficiência. motivo, sem esgotar o assunto, apresentamos algumas classifica-
No entender de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a autoexecuto- ções mais relevantes, tanto no que se refere a uma maior utilidade
riedade somente é possível quando estiver expressamente previs- prática na análise dos regimes jurídicos, tanto pela concomitante
ta em lei, ou, quando se tratar de medida urgente, que não sendo abordagem nas provas de concursos públicos.
adotada de imediato, ocasionará, por sua vez, prejuízo maior ao
interesse público. a) Em relação aos destinatários: atos gerais e individuais. Os
atos gerais ou normativos, são expedidos sem destinatários deter-
minados ou determináveis e aplicáveis a todas as pessoas que de
EXEMPLOS DE ATOS ADMINISTRATIVOS AUTOEXECUTÓRIOS uma forma ou de outra se coloquem em situações concretas que
Apreensão de mercadorias impróprias para o consumo humano correspondam às situações reguladas pelo ato. Exemplo: o Regula-
Demolição de edifício em situação de risco mento do Imposto de Renda.

Internação de pessoa com doença contagiosa • Atos individuais ou especiais: são dirigidos a destinatários
Dissolução de reunião que ameace a segurança individualizados, podendo ser singulares ou plúrimos. Sendo que
será singular quando alcançar um único sujeito determinado e será
Por fim, ressalta-se que o princípio da inafastabilidade da pres- plúrimo, quando for designado a uma pluralidade de sujeitos deter-
tação jurisdicional possui o condão de garantir ao particular que minados em si.
considere que algum direito seu foi lesionado ou ameaçado, possa
livremente levar a questão ao Poder Judiciário em busca da defesa Exemplo:
O decreto de desapropriação que atinja um único imóvel. Por
dos seus direitos.
outro lado, como hipótese de ato individual plúrimo, cita-se: o ato
de nomeação de servidores em forma de lista. Quanto aos desti-
Tipicidade
natários: ATOS GERAIS, ATOS INDIVIDUAIS, SINGULARES PLÚRIMOS
De antemão, infere-se que a maior parte dos autores não cita
a tipicidade como atributo do ato administrativo. Isso ocorre pelo b) Em relação ao grau de liberdade do agente, os atos podem
fato de tal característica não estabelecer um privilégio da adminis- ser atos vinculados e discricionários.
tração, mas sim uma restrição. Se adotarmos o entendimento de • Os atos vinculados são aqueles nos quais a Administração
que a título de “atributos” devemos estudar as particularidades dos Pública fica sem liberdade de escolha, nos quais, desde que com-
atos administrativos que os divergem dos demais atos jurídicos, de- provados os requisitos legais, a edição do ato se torna obrigatória,
veremos incluir a tipicidade na lista. Entretanto, se entendermos nos parâmetros previstos na lei. Exemplo: licença para a construção
que apenas são considerados atributos as prerrogativas que aca- de imóvel.
bam por verticularizar as relações jurídicas nas quais a administra- • Já os discricionários são aqueles em que a Administração
ção toma parte, a tipicidade não poderia ser considerada. Pública possui um pouco mais de liberdade para, em consonância
Nos termos da primeira corrente, para a Professora Maria Syl- com critérios subjetivos de conveniência e oportunidade, tomar de-
via Zanella Di Pietro, a “tipicidade é o atributo pelo qual o ato admi- cisões quando e como o ato será praticado, com a definição de seu
nistrativo deve corresponder a figuras definidas previamente pela conteúdo, destinatários, a motivação e a forma de sua prática.
lei como aptas a produzir determinados resultados”. Assim sendo,
em consonância com esse atributo, para cada finalidade que a Ad- c) Em relação às prerrogativas da Administração, os atos admi-
ministração Pública pretender alcançar, deverá haver um ato pre- nistrativos podem ser atos de império, de gestão e de expediente.
viamente definido na lei. • Atos de império são atos por meio dos quais a Administra-
Denota-se que a tipicidade é uma consequência do princípio ção Pública pratica no uso das prerrogativas tipicamente estatais
da legalidade. Esse atributo não permite à Administração praticar usando o poder de império para impô-los de modo unilateral e co-
atos em desacordo com os parâmetros legais, motivo pelo qual o ercitivo aos seus administrados. Exemplo: interdição de estabeleci-
atributo da tipicidade é considerado como uma ideia contrária à da mentos comerciais.
autonomia da vontade, por meio da qual o particular tem liberda-
de para praticar atos desprovidos de disciplina legal, inclusive atos d) Em relação aos atos de gestão, são atos por meio dos quais
inominados. a Administração Pública atua sem o uso das prerrogativas prove-
Ainda nos trâmites com o entendimento exposto, ressalta-se nientes do regime jurídico administrativo. Exemplo: atos de admi-
nistração dos bens e serviços públicos e dos atos negociais com os
que a tipicidade só existe nos atos unilaterais, não se encontran-
particulares.
do presente nos contratos. Isso ocorre porque não existe qualquer
Quando praticados de forma regular os atos de gestão, passam
impedimento de ordem jurídica para que a Administração venha a
a ter caráter vinculante e geram direitos subjetivos.
firmar com o particular um contrato inominado desprovido de regu-
lamentação legal, desde que esta seja a melhor maneira de atender Exemplo:
tanto ao interesse público como ao interesse particular. Uma autarquia ao alugar um imóvel a ela pertencente, de for-
ma vinculante entre a administração e o locatário aos termos do
contrato, acaba por gerar direitos e deveres para ambos.
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• Já os atos de expediente são tidos como aqueles que im- da lei, posto que as dispostas e utilizadas por tais atos são gerais,
pulsionam a rotina interna da repartição, sem caráter vinculante e não possuem destinatários específicos e determinados, e abstratas,
sem forma especial, cujo objetivo é dar andamento aos processos e versando sobre hipóteses e nunca sobre casos concretos.
papéis que tramitam internamente nos órgãos públicos.
Em relação à forma jurídica adotada, os atos normativos po-
Exemplo: dem ser:
Um despacho com o teor: “ao setor de contabilidade para as a) Decreto: é ato administrativo de competência privativa dos
devidas análises”. chefes do Poder Executivo utilizados para regulamentar situação
geral ou individual prevista na legislação, englobando também de
e) Quanto à formação, os atos administrativos podem ser atos forma ampla, o decreto legislativo, cuja competência é privativa das
simples, complexos e compostos. Casas Legislativas.
• O ato simples decorre da declaração de vontade de apenas O decreto é de suma importância no direito brasileiro, moti-
um órgão da administração pública, pouco importando se esse ór- vo pelo qual, de acordo com seu conteúdo, os decretos podem ser
gão é unipessoal ou colegiado. Assim sendo, a nomeação de um classificados em decreto geral e individual. Vejamos:
servidor público pelo Prefeito de um Município, será considerada b) Decreto geral: possui caráter normativo veiculando regras
como ato simples singular, ao passo que a decisão de um processo gerais e abstratas, fato que visa facilitar ou detalhar a correta apli-
administrativo por órgão colegiado será apenas ato simples cole- cação da Lei. Exemplo: o decreto que institui o “Regulamento do
giado. Imposto de Renda”.
• O ato complexo é constituído pela manifestação de dois ou c) Decreto individual: seu objetivo é tratar da situação específi-
mais órgãos, por meio dos quais as vontades se unem em todos os ca de pessoas ou grupos determinados, sendo que a sua publicação
sentidos para formar um só ato. Exemplo: um decreto assinado pelo produz de imediato, efeitos concretos.
Presidente da República e referendado pelo Ministro de Estado.
É importante não confundir ato complexo com procedimento Exemplo:
administrativo. Nos dizeres de Hely Lopes Meirelles, “no ato com- Decreto que declara a utilidade pública de determinado bem
plexo integram-se as vontades de vários órgãos para a obtenção de para fim de desapropriação.
um mesmo ato, ao passo que no procedimento administrativo pra- Nesse ponto, passaremos a verificar a respeito do decreto re-
ticam-se diversos atos intermediários e autônomos para a obtenção gulamentar, também designado de decreto de execução. A doutrina
de um ato final e principal”. o conceitua como sendo aquele que introduz um regulamento, não
permitindo que o seu conteúdo e o seu alcance possam ir além da-
f) Em relação ao ato administrativo composto, pondera que queles do que é permitido por Lei.
este também decorre do resultado da manifestação de vontade de Por sua vez, o decreto autônomo é aquele que dispõe sobre
dois ou mais órgãos. O que o diferencia do ato complexo é o fato de matéria não regulada em lei, passando a criar um novo direito. Pon-
que, ao passo que no ato complexo as vontades dos órgãos se unem dera-se que atualmente, as únicas hipóteses de decreto autônomo
para formar um só ato, no ato composto são praticados dois atos, admitidas no direito brasileiro, são as disposta no art. 84, VI, “a”, da
um principal e outro acessório. Constituição Federal, incluída pela Emenda Constitucional 32/2001,
que predispõe a competência privativa do Presidente da República
Ademais, é importante explicar a definição de Hely Lopes Mei- para dispor, mediante decreto, sobre a organização e funcionamen-
relles, para quem o ato administrativo composto “é o que resulta da to da administração federal, quando não incorrer em aumento de
vontade única de um órgão, mas depende da verificação por parte despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos.
de outro, para se tornar exequível”. A mencionada definição, em-
bora seja discutível, vem sendo muito utilizada pelas bancas exa- • Atos ordinatórios
minadoras na elaboração de questões de provas de concurso pú- Os atos administrativos ordinatórios são aqueles que podem
blico. Isso ocorreu na aplicação da prova para Assistente Jurídico ser editados no exercício do poder hierárquico, com o fulcro de dis-
do DF, elaborada pelo CESPE em 2001, que foi considerado correto ciplinar as relações internas da Administração Pública. Detalhare-
o seguinte tópico: “Ao ato administrativo cuja prática dependa de mos aqui os principais atos ordinatórios. São eles: as instruções, as
vontade única de um órgão da administração, mas cuja exequibili- circulares, os avisos, as portarias, as ordens de serviço, os ofícios e
dade dependa da verificação de outro órgão, dá-se o nome de ato os despachos.
administrativo composto”. Instruções: tratam-se de atos administrativos editados pela
autoridade hierarquicamente superior, com o fulcro de ordenar a
Espécies atuação dos agentes que lhes são subordinados. Exemplo: as instru-
O saudoso jurista Hely Lopes Meirelles propõe que os atos ções que ordenam os atos que devem ser usados de forma interna
administrativos sejam divididos em cinco espécies. São elas: atos na análise do pedido de utilização de bem público formalizado uni-
normativos, atos ordinatórios, atos negociais, atos enunciativos e camente por particular.
atos punitivos. Circulares: são consideradas idênticas às instruções, entretan-
to, de modo geral se encontram dotadas de menor abrangência.
• Atos normativos Avisos: tratam-se de atos administrativos que são editados por
Os atos normativos são aqueles cuja finalidade imediata é es- Ministros de Estados com o objetivo de tratarem de assuntos corre-
miuçar os procedimentos e comportamentos para a fiel execução latos aos respectivos Ministérios.
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Portarias: são atos administrativos respectivamente editados d) Admissão: trata-se de ato administrativo vinculado portador
por autoridades administrativas, porém, diferentes das do chefe do do reconhecimento do direito ao recebimento de serviço público
Poder Executivo. Exemplo: determinação por meio de portaria de- específico pelo particular, que deve ser editado na hipótese na qual
terminando a instauração de processo disciplinar específico. o particular preencha devidamente os requisitos legais
Ordens de serviço: tratam-se de atos administrativos ordena-
dores da adoção de conduta específica em circunstâncias especiais. • Atos enunciativos
Exemplo: ordem de serviço determinadora de início de obra públi- São atos administrativos que expressam opiniões ou, ain-
ca. da, que certificam fatos no campo da Administração Pública. A dou-
Ofícios: são especificamente, atos administrativos que se res- trina reconhece como espécies de atos enunciativos: os pareceres,
ponsabilizam pela formalização da comunicação de forma escrita as certidões, os atestados e o apostilamento. Vejamos:
e oficial existente entre os diversos órgãos públicos, bem como de a) Pareceres: são atos administrativos que buscam expressar
entidades administrativas como um todo. Exemplo: requisição de a opinião do agente público a respeito de determinada questão de
informações necessárias para a defesa do Estado em juízo por meio ordem fática, técnica ou jurídica. Exemplo: no curso de processo de
de ofício enviado pela Procuradoria do Estado à Secretaria de Saú-
licenciamento ambiental é apresentado parecer técnico.
de.
De forma geral, a doutrina pondera a existência de três espé-
Despachos: são atos administrativos eivados de poder decisó-
cies de pareceres. São eles:
rio ou apenas de mero expediente praticados em processos admi-
1) Parecer facultativo: esta espécie não é exigida pela legislação
nistrativos. Exemplo: quando da ocorrência de processo disciplinar,
é emitido despacho especifico determinando a oitiva de testemu- para formulação da decisão administrativa. Ao ser elaborado, não
nhas. vincula a autoridade competente;
2) Parecer obrigatório: é o parecer que deve ser necessaria-
• Atos negociais mente elaborado nas hipóteses mencionadas na legislação, mas a
Também chamados de atos receptícios, são atos administrati- opinião nele contida não vincula de forma definitiva a autoridade
vos de caráter administrativo editados a pedido do particular, com responsável pela decisão administrativa, que pode contrariar o pa-
o fulcro de viabilizar o exercício de atividade específica, bem como a recer de forma motivada;
utilização de bens públicos. Nesse ato, a vontade da Administração 3) Parecer vinculante: é o parecer que deve ser elaborado de
Pública é pertinente com a pretensão do particular. Fazem parte forma obrigatória contendo teor que vincule a autoridade adminis-
desta categoria, a licença, a permissão, a autorização e a admissão. trativa com o dever de acatá-lo.
Vejamos:
a) Licença: possui algumas características. São elas: b) Certidões: tratam-se de atos administrativos que possuem
— Ato vinculado: desde que sejam preenchidos os requisitos o condão de declarar a existência ou inexistência de atos ou fatos
legais por parte do particular, o Poder Público deverá editar a li- administrativos. As certidões são atos que retratam a realidade, po-
cença; rém, não são capazes de criar ou extinguir relações jurídicas.
— Ato de consentimento estatal: ato por meio do qual a Admi- *Nota importante: o art. 5, XXXIV, “b”, da Constituição Federal
nistração se torna conivente com o exercício da atividade privada consagra o direito de certidão no âmbito de direitos fundamentais,
como um todo; no qual assegura a todo e qualquer cidadão interessado, indepen-
— Ato declaratório: ato que reconhece o direito subjetivo do dentemente do pagamento de taxas, “a obtenção de certidões em
particular, vindo a autorizar a habilitação do seu exercício. repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de
situações de interesse pessoal”.
b) Permissão: trata-se de ato administrativo discricionário do-
tado da permissão do exercício de atividades específicas realizadas c) Atestados: tratam-se de atos administrativos similares às
pelo particular ou, ainda, o uso privativo de determinado bem pú- certidões, posto que também declaram a existência ou inexistência
blico. Exemplo: a permissão para uso de bem público específico.
de fatos. Entretanto, os atestados não se confundem com as cer-
A permissão é dotada de características essenciais. São elas:
tidões, uma vez que nas certidões, o agente público utiliza-se do
— Ato de consentimento estatal: ato por meio do qual a Ad-
ato de emitir declaração sobre ato ou fato constante dos arquivos
ministração Pública concorda com o exercício da atividade privada,
públicos, ao passo que os atestados se incumbem da tarefa de re-
bem como da utilização de bem público por particulares;
— Ato discricionário: ato por intermédio do qual a autoridade tratar fatos que não constam de forma antecipada dos arquivos da
administrativa é dotada de liberdade de análise referente à conve- Administração Pública.
niência e à oportunidade do ato administrativo;
— Ato constitutivo: ato por meio do qual, o particular possui d) Apostilamento: tratam-se atos administrativos que possuem
somente expectativa de direito antes da edição do ato, e não ape- o objetivo de averbar determinados fatos ou direitos reconhecidos
nas de direito subjetivo ao ato. pela norma jurídica como um todo. Como exemplo, podemos citar
o apostilamento, via de regra, feito no verso da última página dos
c) Autorização: é detentora de características iguais às da per- contratos administrativos, da variação do valor contratual advinda
missão, vindo a constituir ato administrativo discricionário permis- de reajuste previsto no contrato, nos parâmetros do art. 65, § 8.°,
sionário do exercício de atividade específica pelo particular ou, da Lei 8.666/1993, Lei de Licitações.
ainda, o uso particular de bem público. Da mesma forma que a per-
missão, a autorização possui como características: o ato de consen-
timento estatal, o ato discricionário e o ato constitutivo.
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• Atos punitivos vindo a se extinguir naturalmente; desaparecimento do sujeito,


Também chamados de atos sancionatórios, os atos punitivos vindo a causar a extinção subjetiva, ou sendo do objeto, extinção
são aqueles que atuam na restrição de direitos, bem como de in- objetiva; retirada do ato pelo Poder Público e pela renúncia do be-
teresses dos administrados que vierem a atuar em desalento com neficiário.
a ordem jurídica de modo geral. Entretanto, exige-se, de qualquer
forma, o devido respeito à ampla defesa e ao contraditório na edi- Nesse tópico trataremos do condizente a outras situações por
ção de atos punitivos, nos trâmites do art. 5.°, LV, da Constituição meio das quais a extinção do ato administrativo ou de seus efeitos
Federal Brasileira, bem como que as sanções administrativas te- ocorre pelo fato do Poder Público ter emitido novo ato que surtiu
nham previsão legal expressa cumprindo os ditames do princípio efeito extintivo sobre o ato anterior. Isso pode ocorrer nas seguintes
da legalidade. situações:
Podemos dividir as sanções em dois grupos:
1) Sanções de polícia: de modo geral são aplicadas com supe- Cassação
dâneo no poder de polícia, bem como são relacionadas aos particu- É a supressão do ato pelo fato do destinatário ter descumprido
lares em geral. Exemplo: multa de trânsito. condições que deveriam permanecer atendidas com o fito de dar
2) Sanções funcionais ou disciplinares: são aplicadas com em- continuidade à0situação jurídica. Como modalidade de extinção
basamento no poder disciplinar aos servidores públicos e às demais do ato administrativo, a cassação relaciona-se ao ato que, mesmo
pessoas que se encontram especialmente vinculadas à Administra- sendo legítimo na sua origem e formação, tornou-se ilegal na sua
ção Pública. Exemplo: reprimenda imposta à determinada empresa execução. Exemplo: cassação de uma licença para funcionamento
contratada pela Administração. de hotel que passou a funcionar ilegalmente como casa de prosti-
Em relação aos atos punitivos, pode-se citar como exemplos, as tuição.
multas, as interdições de atividades, as apreensões ou destruições
de coisas e as sanções disciplinares. Vejamos resumidamente cada Vale ressaltar que um dos principais requisitos da cassação de
espécie: um ato administrativo é a preeminente necessidade de sua vincu-
Multas: tratam-se de sanções pecuniárias que são impostas lação obrigatória às hipóteses previstas em lei ou norma similar.
aos administrados. Desta forma, a Administração Pública não detém o poder de de-
Interdições de atividades: são atos que proibitivos ou suspen- monstrar ou indicar motivos diferentes dos previstos para justificar
sivos do exercício de atividades diversas. a cassação, estando, desta maneira, limitada ao que houver sido
Apreensão ou destruição de coisas: cuidam-se de sanções fixado nas referidas leis ou normas similares. Esse entendimento,
aplicadas pela Administração relacionadas às coisas que colocam a em geral, evita que os particulares sejam coagidos a conviver com
população em risco. extravagante insegurança jurídica, posto que, a qualquer momento
Ressalta-se que em se tratando de perigo público iminente, a a administração estaria apta a propor a cassação do ato adminis-
autoridade pública deterá o poder de destruir as coisas nocivas à trativo.
coletividade, havendo ou não, processo administrativo prévio, si- Relativo à sua natureza jurídica, sendo a cassação considerada
tuação hipotética na qual a ampla defesa será delongada para mo- como um ato sancionatório, uma vez que a cassação só poderia ser
mento posterior. Entretanto, estando ausente a urgência da medi- proposta contra particulares que tenham sido flagrados pelos agen-
da, denota-se que a sua aplicação dependerá da formalização feita tes de fiscalização em descumprimento às condições de subsistên-
de forma prévia no processo administrativo, situação por intermé- cia do ato, bem como por ato revisional que implicasse auditoria,
dio da qual, a ampla defesa será postergada para momento ulterior. acoplando até mesmo questões relativas à intercepção de bases de
Sanções disciplinares: também chamadas de sanções funcio- dados públicas.
nais, as sanções disciplinares são aplicadas aos servidores públicos Vale ressaltar que a cassação e a anulação possuem efeitos pa-
e aos administrados possuidores de relação jurídica especial com a recidos, porém não são equivalentes, uma vez que a cassação ad-
Administração Pública, desde que tenha sido constatada a violação vém do não cumprimento ou alteração dos requisitos necessários
ao ordenamento jurídico, bem como aos termos do negócio jurídi- para a formação ou manutenção de uma situação jurídica, ao passo
co. Um exemplo disso, é a demissão de servidor público que tenha que a anulação tem parte quando é verificado que o defeito do ato
cometido falta grave. ocorreu na formação do ato.
*Nota importante: Diferentemente das sanções aplicadas aos
particulares, de modo geral, no exercício do poder de polícia, as Anulação
sanções disciplinares são aplicadas no campo das relações de sujei- É a retirada ou supressão do ato administrativo, pelo motivo
ção especial de administrados específicos do poder disciplinar da de ele ter sido produzido com ausência de conformidade com a lei
Administração Pública, como é o caso dos servidores e contratados. e com o ordenamento jurídico. A anulação é resultado do controle
Ao passo que as sanções de polícia são aplicadas para o exterior de legalidade ou legitimidade do ato. O controle de legalidade ou
da Administração - as chamadas sanções externas - as sanções dis- legitimidade não permite que se aprofunde na análise do mérito do
ciplinares são aplicadas no interior da Administração Pública, - as ato, posto que, se a Administração contiver por objetivo retirar o
denominadas sanções internas. ato por razões de conveniência e oportunidade, deverá, por conse-
guinte, revogá-lo, e não o anular.
Extinção do ato administrativo Diferentemente da revogação, que mantém incidência somen-
Diversas são as causas que causam e determinam a extinção te sobre atos discricionários, a anulação pode atingir tanto os atos
dos atos administrativos ou de seus efeitos. No entendimento de discricionários quanto os vinculados. Isso que é explicado pelo fato
Celso Antônio Bandeira de Mello, o ato administrativo eficaz poderá de que ambos deterem a prerrogativa de conter vícios de legalida-
ser extinto pelos seguintes motivos: cumprimento de seus efeitos, de.
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Em relação à competência, a anulação do ato administrativo lhe sendo de forma alguma, facultada a possibilidade de analisar a
viciado pode ser promovida tanto pela Administração como pelo conveniência e nem mesmo a oportunidade de fazê-lo. Desta ma-
Poder Judiciário. neira, não havendo possibilidade de análise de mérito para a edição
Muitas vezes, a Administração anula o seu próprio ato. Quando do ato, essa abertura passará a não existir para que o ato seja des-
isso acontece, dizemos que ela agiu com base no seu poder de au- feito pela revogação.
totutela, devidamente paramentado nas seguintes Súmulas do STF:
Mesmo não se submetendo a qualquer limite de prazo, a prin-
PODER DE AUTOTUTELA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA cípio, a revogação do ato administrativo pode ser realizada a qual-
quer tempo. Nesse sentido, a doutrina infere a existência de certos
A Administração Pública pode declarar limites ao poder de revogar. Nos dizeres de Maria Sylvia Zanella Di
SÚMULA 346
a nulidade dos seus próprios atos. Pietro12, não são revogáveis os seguintes atos:
A Administração pode anular seus pró- a) Os atos vinculados, porque sobre eles não é possível a aná-
prios atos, quando eivados de vícios lise de conveniência e oportunidade;
que os tornam ilegais, porque deles b) Os atos que exauriram seus efeitos, como a revogação não
não se originam direitos; ou revogá- retroage e os atos já produziram todos os efeitos que lhe seriam
SÚMULA 473 -los, por motivo de conveniência ou próprios, não há que falar em revogação; é o que ocorre quando
oportunidade, respeitados os direitos transcorre o prazo de uma licença concedida ao servidor público,
adquiridos, e ressalvada, em todos os após o gozo do direito, não há como revogar o ato;
casos, a apreciação judicial. c) Quando a prática do ato exauriu a competência de quem o
praticou, o que ocorre quando o ato está sob apreciação de autori-
dade superior, hipótese em que a autoridade inferior que o praticou
Assim, percebe-se que o instituto da autotutela pode ser in-
deixou de ser competente para revogá-lo;
vocado para anular o ato administrativo por motivo de ilegalidade,
d) Os meros atos administrativos, como certidões, atestados,
bem como para revogá-lo por razões de conveniência e oportuni-
votos, porque os efeitos deles decorrentes são estabelecidos pela
dade.
lei;
A anulação do ato administrativo pode se dar de ofício ou por
e) Os atos que integram um procedimento, porque a cada
provocação do interessado.
novo ato ocorre a preclusão com relação ao ato anterior;
Tendo em vista o princípio da inércia Poder Judiciário, no exer-
f) Os atos que geram direitos a terceiros, (o chamado direito
cício de função jurisdicional, este apenas poderá anular o ato admi-
nistrativo havendo pedido do interessado. adquirido), conforme estabelecido na Súmula 473 do STF.
Destaque-se que a anulação de ato administrativo pela própria
Administração, somente pode ser realizada dentro do prazo legal- Convalidação
mente estabelecido. À vista da autonomia administrativa atribuída É a providência tomada para purificar o ato viciado, afastando
de forma igual à União, Estados, Distrito Federal e Municípios, cada por sua vez, o vício que o maculava e mantendo seus efeitos, inclu-
uma dessas esferas tem a possibilidade de, observado o princípio sive aqueles que foram gerados antes da providência saneadora.
da razoabilidade e mediante legislação própria, fixar os prazos para Em sentido técnico, a convalidação gera efeitos ex tunc, uma vez
o exercício da autotutela. que retroage à data da edição do ato original, mantendo-lhe todos
os efeitos.
Em decorrência do disposto no art. 54 da Lei 9.784/1999, no Sendo admitida a convalidação, a convalidação perderia sua
âmbito federal, em razão do direito de a Administração anular os razão de ser, equivalendo em tudo a uma anulação, apagando os
atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os efeitos passados, seguida da edição de novo ato que por sua vez,
destinatários de boa-fé, o prazo de anulação decai em cinco anos, passaria a gerar os seus tradicionais efeitos prospectivos.
contados da data em que foram praticados. Infere-se que como tal Por meio da teoria dualista é admitida a existência de vícios
norma não possui caráter nacional, não há impedimentos para a sanáveis e insanáveis, bem como de atos administrativos nulos e
estipulação de prazos diferentes em outras esferas. anuláveis.
Revogação À vista da atual predominância doutrinária, a teoria dualista foi
É a extinção do ato administrativo válido, promovido pela pró- incorporada formalmente à legislação brasileira. Nesse diapasão, o
pria Administração, por motivos de conveniência e oportunidade, art. 55 da Lei 9.784/1999 atribui à Administração pública a possibi-
sendo que o ato é suprimido pelo Poder Público por motivações de lidade de convalidar os atos que apresentarem defeitos sanáveis,
conveniência e oportunidade, sempre relacionadas ao atendimento levando em conta que tal providência não acarrete lesão ao interes-
do interesse público. Assim, se um ato administrativo legal e per- se público nem prejuízo a terceiros. Embora tal regra seja destinada
feito se torna inconveniente ao interesse público, a administração à aplicação no âmbito da União, o mesmo entendimento tem sido
pública poderá suprimi-lo por meio da revogação. aplicado em todas as esferas, tanto em decorrência da existência de
A revogação resulta de um controle de conveniência e oportu- dispositivo similar nas leis locais, quanto mediante analogia com a
nidade do ato administrativo promovido pela própria Administra- esfera federal e também com fundamento na prevalência doutriná-
ção que o editou. ria vigente.
É fundamental compreender que a revogação somente pode Assim, é de suma importância esclarecermos que a jurispru-
atingir os atos administrativos discricionários. Isso ocorre por que dência tem entendido que mesmo o ato nulo pode, em determina-
quando a administração está à frente do motivo que ordena a prá- das lides, deixar de ter sua nulidade proclamada em decorrência do
tica do ato vinculado, ela deve praticá-lo de forma obrigatória, não princípio da segurança jurídica.
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Decadência Administrativa Em resumo, é de grande importância o posicionamento adota-


O instituto da decadência consiste na perda efetiva de um direi- do pela Corte Suprema, levando em conta que ao mesmo só tempo,
to existente, pela falta de seu exercício, no período de tempo deter- propicia maior segurança jurídica e respeita a regra geral de conta-
minado em lei e também pela vontade das próprias partes e, ainda gem do prazo decadencial.
no fim de um direito subjetivo em face da inércia de seu titular, que
não ajuizou uma ação constitutiva no prazo estabelecido pela lei.
Celso Antônio Bandeira de Mello considera esse instituto como
sendo a “perda do próprio direito, em si, por não o utilizar no prazo
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
previsto para o seu exercício, evento, este, que sucede quando a
única forma de expressão do direito coincide conaturalmente com
o direito de ação”. Ou seja, “quando o exercício do direito se con- Evolução histórica
funde com o exercício da ação para manifestá-lo”. De início, adentraremos esse módulo respaldando sobre o con-
Nos trâmites do artigo 54 da Lei 9.784/99, encontramos o dis- ceito de responsabilidade civil do Estado. Consiste esse instituto
posto legal sobre a decadência do direito de a administração pú- na obrigação estatal de indenizar os danos patrimoniais, morais ou
blica anular seus próprios atos, a partir do momento em que esses estéticos que os seus agentes, agindo nessa qualidade, causarem a
vierem a gerar efeitos favoráveis a seus destinatários. Vejamos: terceiros. A responsabilidade civil do Estado pode ser dividida em
Artigo 54. O direito da administração de anular os atos admi- dois grupos: a contratual, que advém da ausência de cumprimento
nistrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários de cláusulas inclusas em contratos administrativos, e a extracontra-
decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, tual ou aquiliana, que alcança as demais situações.
salvo comprovada má-fé. Em relação à evolução histórica, de acordo com o Professor Cel-
§ 1° - No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de so Antônio Bandeira de Mello, a tese da responsabilidade civil do
decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento. Estado sempre foi aceita em forma de princípio amplo. Isso ocorreu
§ 2° - Considera-se exercício do direito de anular qualquer me- mesmo no período em que não existia dispositivo de norma espe-
dida de autoridade administrativa que importe impugnação à vali- cífica. Para o mencionado autor, desde os primórdios, predominou
dade do ato.” no Brasil a tese da responsabilidade do Estado com base na teo-
O mencionado direito de anulação do ato administrativo decai ria da culpa civil. Logo após, houve o avanço para que houvesse a
no prazo de cinco anos, contados da data em que o ato foi prati- admissão da culpa pela ausência de serviço. Por fim, chegou-se à
cado. Isso significa que durante esse decurso, o administrado per- aprovação da responsabilidade objetiva do Estado.
manecerá submetido a revisões ou anulações do ato administrativo Nos tempos imperiais, a Constituição de 1824 vigente à épo-
que o beneficia. ca, previa somente a responsabilidade pessoal do agente público,
Entretanto, após o encerramento do prazo decadencial, o ad- conforme disposto no art. 179, XXIX: “Os empregados públicos são
ministrado poderá ter suas relações com a administração consolida- estritamente responsáveis pelos abusos e omissões praticados no
das contando com a proteção da segurança jurídica. exercício de suas funções e por não fazerem efetivamente respon-
Anote-se que o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do sáveis aos seus subalternos”.
Mandado de Segurança 28.953, adotou o seguinte entendimento Ressalta-se, que nesse período, mesmo não existindo previsão
sobre a matéria na qual o ministro Luiz Fux desta forma esclareceu: constitucional a respeito da responsabilidade do Estado, a doutrina
“No próprio Superior Tribunal de Justiça, onde ocupei durante e a jurisprudência compreendiam que existia solidariedade do Esta-
dez anos a Turma de Direito Público, a minha leitura era exatamente do em alusão aos atos de seus agentes.
essa, igual à da ministra Carmen Lúcia; quer dizer, a administração No art. 82 da Constituição Federal de 1891, no seu art. 82, car-
tem cinco anos para concluir e anular o ato administrativo, e não regou e trouxe em seu bojo, dispositivo semelhante ao da Consti-
para iniciar o procedimento administrativo. Em cinco anos tem que tuição de 1824.
estar anulado o ato administrativo, sob pena de incorrer em deca- Em âmbito civilista, o Código Civil de 1916, em seu art. 15, dis-
dência (grifo aditado). Eu registro também que é da doutrina do pôs: “As pessoas jurídicas de Direito Público são civilmente respon-
Supremo Tribunal Federal o postulado da segurança jurídica e da sáveis por atos de seus representantes que nessa qualidade causem
proteção da confiança, que são expressões do Estado Democrático danos a terceiros, procedendo de modo contrário ao direito ou fal-
de Direito, revelando-se impregnados de elevado conteúdo ético, tando a dever prescrito em lei, salvo o direito regressivo contra os
social e jurídico, projetando sobre as relações jurídicas, inclusive, causadores do dano”. Para a doutrina, o entendimento é de que o
as de Direito Público. De sorte que é absolutamente insustentável referido dispositivo legal consagrava a responsabilidade subjetiva
o fato de que o Poder Público não se submente também a essa do Estado tanto no sentido de culpa civil, quanto por ausência de
consolidação das situações eventualmente antijurídicas pelo de- serviço.
curso do tempo.” Referente à Constituição de 1934, depreende-se que esta man-
Destaca-se que ao afirmar que a Administração Pública dispõe teve a responsabilidade civil subjetiva do Estado, determinando no
de cinco anos para anular o ato administrativo, o ministro Luiz Fux art. 171, o seguinte: “Os funcionários públicos são responsáveis so-
promoveu maior confiabilidade na relação entre o administrado e lidariamente com a Fazenda Nacional, Estadual ou Municipal, por
Administração Pública, suprimindo da administração o poder de quaisquer prejuízos decorrentes de negligência, omissão ou abuso
usar abusivamente sua prerrogativa de anulação do ato adminis- no exercício dos seus cargos”.
trativo, o que proporciona maior equilíbrio entre as partes interes- A Carta Magna de 1937, por sua vez, reiterou no art. 158 o mes-
sadas. mo dispositivo da Constituição de 1934.
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No condizente à Constituição de 1946, aduz-se que esta repre- Finalmente, após inúmeras delongas ao longo da história, che-
sentou uma importante e grande inovação no assunto ao introduzir, ga-se ao Código Civil de 2002 que, em seu art. 43, reitera a mesma
por sua vez, a teoria da responsabilidade objetiva do Estado, con- orientação inserida na Constituição Federal de 1988, suprimindo,
forme ditado no dispositivo a seguir: no entanto, a alusão à responsabilidade das pessoas jurídicas de
direito privado prestadoras de serviço público. Entretanto, ressal-
Art. 194. As pessoas jurídicas de Direito Público Interno são ci- ta-se que a omissão, nesse caso, não impede a responsabilização
vilmente responsáveis pelos danos que os seus funcionários, nessa objetiva dessas pessoas jurídicas, posto que está prevista no texto
qualidade, causem a terceiros. constitucional.
Parágrafo único. Caber-lhes-á ação regressiva contra os funcio- Ante o exposto, aduz-se que as conclusões a respeito da maté-
nários causadores do dano, quando tiver havido culpa destes. ria podem ser resumidas da seguinte maneira:
• A teoria da irresponsabilidade civil do Estado nunca foi aceita
A Constituição de 1967, acoplada à Emenda 1, de 1969, foi no direito brasileiro.
audaz e manteve a responsabilidade objetiva do Estado, fazendo o • A evolução legislativa mostra que o ordenamento jurídico pá-
acréscimo referente de que a ação regressiva contra o funcionário trio previu de início a responsabilidade civil do Estado com base na
ocorreria também nos casos de dolo, e não somente nos casos de culpa civil, vindo a evoluir para a responsabilidade pela ausência de
culpa, como era disposto na Constituição de 1946. trabalho até chegar à responsabilidade objetiva.
Em âmbito contemporâneo, a Constituição Federal de 1988, no • A responsabilidade objetiva do Estado foi inserida no ordena-
art. 37, § 6º, determina: “As pessoas jurídicas de Direito Público e mento jurídico brasileiro a partir da Constituição Federal de 1946.
as de Direito Privado prestadoras de serviços públicos responderão • A Constituição Federal de 1988, veio a ampliar a responsabi-
pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a tercei- lidade objetiva do Estado, vindo a responsabilizar objetivamente as
ros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos ca- pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público.
sos de dolo ou culpa”. • A Constituição Federal de 1988 consagrou a responsabilidade
O referido dispositivo constitucional em alusão, trouxe infor- por danos morais ou extrapatrimoniais.
mação inovadora ao ampliar a responsabilidade civil objetiva do • A responsabilidade objetiva do Estado adotada pela Carta
Estado, que por sua vez, passou também a alcançar as pessoas jurí- Magna de 1988, segue a teoria do risco administrativo, sendo que a
dicas de direito privado prestadoras de serviços públicos, como por teoria do risco integral foi acolhida apenas em situações e hipóteses
exemplo: as fundações governamentais de direito privado, as em- excepcionais.
presas públicas, sociedades de economia mista, e, ainda qualquer • Divergindo da Constituição Federal de 1988, pelo fato de não
pessoa jurídica de direito privado, desde que estejam devidamente haver feito referência à responsabilidade objetiva das pessoas jurí-
paramentadas sob delegação do Poder Público e a qualquer título dicas que prestam serviços ao poder público, o Código Civil de 2002,
para a prestação de serviços públicos. prevê também a responsabilidade objetiva do Estado.
Esclarece-se, nesse sentido, que a regra da responsabilidade
civil objetiva não pode ser aplicada aos atos das empresas públicas Responsabilidade por ato comissivo do Estado
e das sociedades de economia mista exploradoras de atividade eco- De antemão, convém respaldar que responsabilidade civil do
nômica, tendo em vista que o art. 173, § 1º, da CF/1988, determina Estado é passível de advir de atos comissivos ou omissivos pratica-
de forma expressa que elas sejam regidas pelas mesmas normas dos por seus agentes.
aplicáveis às empresas privadas. Por consequência, tais entidades Em consonância com o estudo em questão, aduz-se que atos
estão sujeitas à responsabilidade subjetiva, sendo controladas pe- comissivos são aqueles por meio dos quais o agente público atua de
las normas comuns pertinentes ao Direito Civil. forma positiva causando danos a um terceiro. Exemplo: um condu-
Aduz-se que a aglutinação do art. 37, § 6º, com o art. 5º, X, am- tor de veículo automotor e servidor do Estado, embriagado e sob o
bos da CF/1988, leva à conclusão de que a responsabilização estatal efeito de drogas, dirigindo a serviço, atropela um pedestre.
tem ampla abrangência tanto no condizente ao dano material como Cumpre ressaltar que a teoria adotada em relação à responsa-
o dano moral. Entretanto, a jurisprudência achou por bem ampliar bilidade civil do Estado por prática de conduta omissa, não é a mes-
as espécies de danos indenizáveis, passando a determinar que o ma a ser aplicada à responsabilização por atos comissivos. Infere-se
dano estético se constituiria em uma espécie de dano autônomo que o artigo 37, § 6º da Constituição Federal de 1988 é de aplicação
no qual a indenização poderia ser expressamente cumulada com a restrita em relação aos atos comissivos, sendo, assim, incorreta a
reparação pelos danos materiais e morais. sua invocação nos casos específicos de responsabilidade por omis-
Ressalta-se que a responsabilidade objetiva do Estado deve se- são estatal.
guir a teoria do risco administrativo, conforme previsto na CF/1988
e a teoria do risco integral jamais recebeu acolhimento como nor- Para melhor entendimento do raciocínio, o artigo 37, § 6º, da
ma ou regra em nenhuma das constituições brasileiras. Constituição Federal, em relação à responsabilidade civil do Estado,
No entanto, no ordenamento jurídico brasileiro algumas hipó- dispõe:
teses em que se aplica a teoria do risco integral foram inseridas.
A título de exemplo disso, temos os casos de danos causados por § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito pri-
acidentes nucleares (CF, art. 21, XXIII, “d”, disciplinado pela Lei vado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que
6.453/1977), e, ainda, de danos decorrentes de atentados terroris- seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o
tas ou atos de guerra contra aeronaves de empresas aéreas brasilei- direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
ras (Leis 10.309/2001 e 10.744/2003).
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O mencionado dispositivo, sob plena concordância unânime da Não obstante, afirma-se que é inaplicável o uso do artigo 37,
doutrina e jurisprudência, consagra de forma expressa a responsa- § 6º da Constituição Federal de 1988, bem como da teoria do ris-
bilidade civil objetiva do Estado. No entendimento desse parâmetro co administrativo às lides de responsabilidade civil por omissão do
Constitucional, a vítima se encontra de forma ampla, dispensada do Estado.
ônus da prova da culpa da Administração, tendo a incumbindo-lhe Registre-se ainda, que a responsabilidade civil por omissão
somente comprovar o nexo causal entre o ato desta e o prejuízo estatal é subjetiva. Isso ocorre, também, devido à inaplicabilidade
sofrido. do artigo 37, § 6º da Constituição Federal, que é a instituidora da
Contudo, ressalta-se que o dispositivo se reporta apenas aos responsabilidade objetiva aos casos de omissão estatal, o que ense-
danos causados pelos agentes das pessoas jurídicas de direito pú- ja ao entendimento de que a responsabilização do mesmo apenas
blico ou, ainda, das pessoas jurídicas de direito privado que pres- poderá ser invocada se sua ausência de ação houver sido culposa.
tam serviço público, não tendo qualquer espécie de alcance às si- Em outras palavras, aduz-se que a responsabilidade civil do
tuações nas quais o dano tenha decorrido de ato de terceiro ou de estatal por conduta omissa é subjetiva. Ressalte-se que tal posicio-
fatos advindos de caso fortuito ou força maior. namento já foi referendado por muitos de nossos mais renomados
Assim sendo, afirma-se que o artigo 37, § 6º, Constituição Fe- e importantes administrativistas. Ótimos exemplos disso, são Hely
deral de 1988, não enseja ao alcance das hipóteses de omissão es- Lopes Meirelles e Celso Antônio Bandeira de Mello, sendo desse úl-
tatal, posto que, nestas situações, o dano não decorre, exatamente timo, o esclarecedor ensinamento de que a partir do momento em
da ação de um agente do Estado, mas sim da atitude de um terceiro, que o dano foi constatado em decorrência de uma omissão do Esta-
denotando que a omissão do Estado apenas contribui para o resul- do, sendo pelo serviço que não funcionou, ou, funcionou de forma
tado. ineficientemente ou tardia, aduz-se que caberá a aplicabilidade da
Adverte-se que a conduta omissa do Estado não é o que causa teoria da responsabilidade subjetiva. Entretanto, se o Estado não
diretamente o dano, uma vez que este é proveniente de ato de ter- agiu, não será, por conseguinte, ser ele o autor do dano. E, não sen-
ceiro, razão pela qual pode-se afirmar que o dano à vítima não foi do ele o autor, só será responsabilizado se caso estivesse obrigado
consequência de forma direta da conduta omissa do agente do Es- a impedir o dano.
tado, o que faz inaplicável o artigo 37, § 6º, da CFB/88 às hipóteses Em alusão ao retro ensinamento, afirma-se que a teoria apli-
de omissão do Estado, restando incabível a teoria da responsabili- cada não poderia ser a objetiva, isso porque tal teoria admite a co-
dade objetiva com base no risco administrativo. brança de responsabilização até mesmo quando o dano é advindo
de atuação lícita do Estado.
Responsabilidade por omissão do Estado Nos casos relacionados à omissão estatal, o Estado não é o ver-
Atos omissivos são aqueles por meio dos quais o agente pú- dadeiro autor do dano, uma vez este o advém de atividade de ter-
blico deixa de agir e sua omissão, ainda que não venha a causar ceiro. Assim sendo, sua responsabilidade somente poderá ser invo-
diretamente o dano, possibilita sua ocorrência. cada caso esteja obrigado a agir com o fulcro de impedir que o dano
Quando o Estado é omisso no seu dever de agir de acordo com ocorra, isso, em havendo ilegalidade na sua omissão. Resta registrar
os parâmetros legais, terá o dever de reparar o prejuízo causado. também, inclusive, que a responsabilidade estatal não poderá ser
No entanto, a responsabilidade será aplicada na forma subjetiva, invocada quando existir a impossibilidade real de impedimento do
posto que deverá ser demonstrada a culpa do Estado, ou seja, a dano mediante atuação aplicadora do Estado.
omissão estatal. Por fim, devido ao fato de a responsabilização estatal ocorrer
Prevalece entre os doutrinadores, apesar de não haver pacifi- apenas quando sua omissão for caracterizada por uma atitude ilíci-
cidade doutrinária e nem tampouco nos tribunais, o entendimento ta, a Administração não será responsabilizada se houver utilizado e
de que a redação do art. 37, § 6º, da CFB/88, só consagra a respon- esgotado suas possibilidades e formas de amparo no limite máximo
sabilidade objetiva nos atos comissivos. e, mesmo desta forma, não tiver conseguido impedir o dano, posto
Destaque-se que não é qualquer ato omissivo praticado por que a Administração Pública somente poderá ser responsabilizada
agente público que intitula a responsabilidade civil do Estado. A por danos que estava obrigada a impedir.
responsabilização estatal em função de omissivos, ocorre somente
quando o agente público omisso possui o dever legal de praticar um Requisitos para a demonstração da responsabilidade do es-
determinado ato, e deixa de fazê-lo. Exemplo: em situação hipoté- tado
tica, um agente salva-vidas que ao se deparar diante de situação na Os requisitos que compõem a estrutura e demarcam o perfil da
qual um banhista está se afogando, permanece inerte, permitindo responsabilidade civil objetiva do Poder Público, são: a alteridade
que o banhista venha a falecer sem ser socorrido. Nesta situação, do dano; a causalidade material entre o eventus damni e o com-
o Estado explicitamente será responsabilizado pelo ato de omis- portamento positivo por ação, ou negativo por omissão do agen-
são do agente público, tendo em vista que este tinha o dever legal te público; a oficialidade da atividade causal e lesiva, imputável a
de agir, ao menos tentando salvar a vida do banhista e não o fez. agente público que tenha, nessa condição de servidor, incidido em
Em outro ângulo, aproveitando o mesmo exemplo, se, ao invés do conduta comissiva ou omissiva, isso, independentemente da licitu-
guarda salva-vidas, a mencionada omissão fosse praticada por um de, ou não, do comportamento funcional e a inexistência de causa
Analista Judiciário do Tribunal de Justiça de algum Estado da Fede- excludente da responsabilidade do Estado.
ração, o Estado não poderia ser responsabilizado, tendo em vista
que ao Analista, não era incumbido o dever legal de tentar salvar
o banhista.

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Em suma, os requisitos para a demonstração da responsabi- Vejamos:


lidade do Estado são necessariamente a conduta a ser praticada
pelo agente que poderá ser lícita ou ilícita. Veja-se por exemplo, Culpa ou dolo exclusivo da vítima ou de terceiros
no caso de odontologista que realiza cirurgia pertinente à sua área É excludente da responsabilidade do Estado, uma vez que afas-
de atuação em hospital público e venha a cometer algum erro, ca- ta o nexo causal entre a conduta do agente público e o dano exis-
racterizado como ato ilícito, ou em campanha de aplicação de flúor tente. A esse respeito, é de suma importância ressaltarmos que não
contra cáries, quando a substância vem a causar situação adversa é cabível a invocação de culpa ou de dolo exclusiva da vítima na
irreversível caracterizada como ato lícito, são atos que acabam por hipótese de suicídio de detento. Isso ocorre pelo fato do preso se
gerar danos passíveis de reparação, na forma objetiva. encontrar sob a custódia do Estado que tem o dever de manter-lhe
Para que a responsabilidade objetiva estatal seja configurada, a integridade física e moral, buscando sua total proteção, inclusive
deve haver um dano, tendo em vista que indenizar é “suprimir o do suicídio. Nesse sentido, o STF entende que o suicídio de detento
dano” por meio do adimplemento de uma contraprestação de na- é motivo de omissão ilegítima, que por sua vez, gera responsabili-
tureza pecuniária. Isso pode ser tanto dano de efeito moral como a dade civil objetiva do Estado, que passará a ter o dever de indenizar
violação à dignidade e à honra, por exemplo, quanto dano material por meio de danos morais os familiares do falecido.
que cause prejuízo financeiro a outrem. Em algumas situações ocorrem no mundo dos fatos eventos
Assegura-se ainda, que quando houver mera possibilidade de imprevisíveis, extraordinários e de força irresistível, externos à ad-
dano, esta não será passível de indenização. Exemplo: a constru- ministração pública e que causam danos aos administrados. Tendo
ção de um presídio perto de pré-escola. Isso é fato que pode vir a em vista a inexistência de qualquer nexo de causalidade entre a atu-
causar danos irreparáveis tanto aos alunos, como às suas famílias. ação administrativa e o prejuízo sofrido pelo terceiro, ter-se-á por
Pondera-se também que deve haver o nexo causal, que se trata da excluída a responsabilidade civil do Estado, não lhe sendo imputado
necessária e importante relação de causa e efeito entre a conduta qualquer dever de indenizar.
praticada pelo agente e o dano causado. Não existindo o nexo cau-
sal, ou for disseminado por algum fator, estará afastada a responsa- Caso fortuito e força maior
bilidade do Estado. Boa parte dos doutrinadores denominam consideram esta ex-
No contexto acima, compreende-se que é insuficiente a de- cludente como sendo os eventos naturais, a exemplo das tempes-
monstração somente do dano e da conduta do Estado. É necessário tades, dos furacões, dos raios, dentre outros, vindo a reservar a ex-
e devido também que se prove o nexo causal. pressão “caso fortuito” para os acontecimentos humanos, como os
arrastões, as guerras, as greves, etc., ao passo que outros possuem
Observação importante: O STF tem entendido que, havendo conceitos opostos, designando a “força maior” para os eventos que
fuga de preso na qual o detento se encontre há muito tempo fo- podem ser imputados aos homens e o “caso fortuito” para os even-
ragido e venha a cometer algum crime, com a geração de dano a tos naturais.
particular, não existe a responsabilidade do Estado, pelo fato de não Pondera-se que o Supremo Tribunal Federal e o Superior Tri-
haver mais nexo causal, interrompido pelo prolongado período de bunal de Justiça tem atribuído aos eventos extraordinários, im-
fuga. Entende o STF que o longo período do tempo entre a fuga e previsíveis e de força irresistível, ocorridos de forma externa à
o crime faz com que o nexo causal deixe de existir, não sendo mais administração pública com causídico de danos aos administrados,
possível imputar ao Estado o dano causado. O tempo que o STF en- a especificidade de excludentes do nexo causal ocorridas entre a
tende como longo, pondera-se que não existe uma tabela de prazos atuação administrativa e o evento danoso, de modo a impedir a
que regule tal entendimento. O que a Suprema Corte faz é a análise responsabilização estatal pelos prejuízos causados.
de casos concretos e específicos. Desta maneira, nos julgados de ambos os Tribunais, não exis-
Causas Excludentes e Atenuantes da Responsabilidade do Es- te a preocupação em diferenciar caso fortuito de força maior, mas
tado somente a tentativa de averiguar a presença deles em cada caso
Dentro do instituto da responsabilidade civil do Estado existem específico do objeto de exame.
algumas causas que excluem ou atenuam a sua obrigação de acatar Nesse entendimento, o STJ já validou que “somente se afas-
ou não com tais prerrogativas. Pondera-se que a única circunstân- ta a responsabilidade se o evento danoso resultar de caso fortuito
cia que explicitamente atenua ou diminui a responsabilidade civil ou força maior, ou decorrer de culpa da vítima” (REsp 721.439/RJ),
estatal é a existência de culpa concorrente da vítima, comprovan- enquanto o STF asseverou que “o princípio da responsabilidade ob-
do assim a inexistência de culpa exclusiva do Estado. Desta forma, jetiva não se reveste de caráter absoluto, eis que admite o abran-
na situação hipotética de colisão entre veículo que pertence a ente damento e, até mesmo, a exclusão da própria responsabilidade civil
público e a um particular, na qual tenha ocorrido imprudência de do Estado, nas hipóteses excepcionais configuradoras de situações
ambos os condutores, o Estado não responde pela integralidade do liberatórias – como o caso fortuito e a força maior – ou evidenciado-
dano, o que faz por força de lei, com que os prejuízos deverão ser ras de ocorrência de culpa atribuível à própria vítima” (RE109.615/
rateados na proporção da culpa de cada responsável pelo ato. RJ).
Em relação às circunstâncias excludentes da responsabilidade
do Estado, a doutrina e a jurisprudência consideram as seguintes:
culpa ou dolo exclusivo da vítima ou de terceiros, caso fortuito e
força maior.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO E REDAÇÃO OFICIAL

Esquematizando, temos: Entende-se que o direito de regresso do Estado em face do


agente público nasce com o pagamento da indenização à vítima.
CULPA OU DOLO Assim sendo, não basta o que ocorra o trânsito em julgado da sen-
CASO FORTUITO tença que condena o Estado na ação indenizatória, posto que o in-
EXCLUSIVO DA VÍTIMA
E FORÇA MAIOR teresse jurídico para propor a ação regressiva depende em grande
OU DE TERCEIROS
parte do efetivo desfalque nos cofres públicos. Denota-se que caso
O STF e o STJ tem atribuído ocorra a propositura da ação regressiva antes do pagamento, pode-
aos eventos extraordinários, im- ria denotar e ensejar o enriquecimento sem causa do Estado.
previsíveis e de força irresistível, Pondera-se que em fase inicial, a cobrança regressiva em face
ocorridos de forma externa à ad- do agente público deve ocorrer na esfera administrativa. Em se
É excludente da respon-
ministração pública com causídi-
sabilidade do Estado, uma tratando de caso de acordo administrativo, o agente deverá, nos
co de danos aos administrados,
vez que afastam o nexo cau- trâmites legais, providenciar o ressarcimento aos cofres públicos.
a especificidade de excludentes
sal entre a conduta do agen- Restando ausente o acordo, o Poder Público terá o dever de propor
do nexo causal ocorridas entre a
te público e o dano existente a ação regressiva contra o agente público culpado.
atuação administrativa e o evento
danoso, de modo a impedir a res- Apesar de grande parte da doutrina e jurisprudência compre-
ponsabilização estatal pelos preju- ender que a ação de ressarcimento proposta pelo Poder Público
ízos causados. em face de seus agentes é definitivamente imprescritível, à vista do
disposto na parte final do § 5.° do art. 37 da Constituição Federal,
Infere-se que o Código Civil brasileiro, no parágrafo único do o Supremo Tribunal Federal, em sede de repercussão geral, acabou
art. 393, determina que “O caso fortuito ou de força maior verifica- por decidir que é prescritível nos trâmites do art. 206, § 3.°, V, do
-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impe- Código Civil, no prazo de três anos, a ação de reparação de danos à
dir.” Percebe-se que, à semelhança das decisões do STF e do STJ, a Fazenda Pública advinda de ilícito civil e de origem de acidente de
referência é a “caso fortuito ou de força maior”, com as expressões trânsito, o que não alcança à primeira vista, os ilícitos relacionados
objeto de tanta discussão acadêmica citadas em conjunto, separa- às infrações ao direito público, como por exemplo, os de natureza
das apenas pela partícula “ou”, como que querendo demonstrar penal e os atos de improbidade.
que, se as consequências são semelhantes, estando regidas pelo
mesmo regime jurídico, não há relevância na tentativa de diferen- Direito de regresso
ciação. O parágrafo 6º do art. 37 da Constituição Federal Brasileira pre-
nuncia a responsabilidade civil objetiva das pessoas jurídicas de di-
Reparação do dano reito público e das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras
Em sentido geral, a reparação do dano pode ser viabilizada na de serviços públicos pelos danos que seus agentes, nessa qualida-
esfera administrativa por meio de acordo administrativo, ou na via de, causarem a terceiros. Assegura ainda ao Estado ou a seus pres-
judicial. tadores de serviços públicos, o direito de regresso contra o agente
O agente estatal, na qualidade de agente público, em se tra- responsável, nos casos em que este aja com dolo ou culpa.
tando de caso de dolo ou culpa, pode causar danos ao Estado ou Levando em conta os princípios constitucionais da ampla defe-
a terceiros. sa e do contraditório, o direito de regresso deve ser desempenhado
Na primeira situação, a responsabilidade deverá ser apurada e exercido sob o manuseio de ação própria e regressiva, não admi-
por intermédio de processo administrativo, garantidos a ampla de- tindo ao Estado efetuar de forma direta o desconto nos subsídios do
fesa e o contraditório. Comprovada a responsabilidade subjetiva do
servidor, sem o consentimento deste.
agente, o adimplemento poderá ser feito de forma espontânea ou,
Existe ainda, a possível hipótese de o servidor reconhecer a
caso contrário, por medida judicial.
sua responsabilidade vindo a optar por recolher espontaneamente
No entanto, ressalte-se, que é ilegal usar com imposição o des-
a quantia devida aos cofres públicos e até mesmo autorizar que o
conto em folha de pagamento dos agentes públicos de valores re-
ferentes ao ressarcimento ao erário, exceto se houver autorização valor venha a ser descontado de seus vencimentos, desde que res-
prévia do agente ou procedimento administrativo com a aplicação peitados os percentuais máximos previstos em lei para essa espécie
da ampla defesa e do contraditório. de desconto.
Na segunda situação, o terceiro, como vítima do dano, pode- Sobre o assunto, é importante destacar alguns pontos:
rá ajuizar ação em face do Estado, aplicando a responsabilidade A) A ação de responsabilização do agente público deduz que o
objetiva, ou do próprio agente público, se valendo nesse caso da Poder Público tenha indenizado o particular, tanto em virtude de
responsabilidade subjetiva, exceto nos casos em que houver a ado- acordo com o reconhecimento da responsabilidade civil estatal,
ção da teoria da dupla garantia, por meio da qual, a única medida como em decorrência de condenação em ação ajuizada pelo lesado.
cabível seria o direcionamento da pugnação de reparação em face B) Em ação regressiva, a responsabilidade do agente público é
do Estado. de natureza subjetiva, às expensas da comprovação de que ele agiu
De qualquer maneira, o Estado, ao indenizar a vítima, deterá o com culpa ou dolo. Desta forma, é possível que o Estado venha a
dever de cobrar, de forma regressiva, o valor desembolsado perante indenizar o particular e não reconheça o direito de ser ressarcido
o agente público que causou o dano efetivo e que agiu com dolo ou pelo servidor responsável. Para isso, basta que não seja comprova-
culpa. do dolo ou culpa advinda desse agente público.

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C) A parte final do § 5º do art. 37 da CFB/88, pode levar ao Autores como Hely Lopes Meirelles, acabaram por enfatizar de
entendimento precípuo de que quaisquer e todos as espécies de forma ampla a categoria de agentes políticos, de forma a transpare-
ações de ressarcimento movidas pelo Poder Público são imprescri- cer que os demais agentes que exercem, com alto grau de autono-
tíveis. Entretanto, o STF, no julgamento do RE 669.069/MG, decidiu, mia, categorias da soberania do Estado em decorrência de previsão
com repercussão geral, que “é prescritível a ação de reparação de constitucional, como é o caso dos membros do Ministério Público,
danos à fazenda pública decorrentes de ilícito civil. da Magistratura e dos Tribunais de Contas.
D)É transmitida aos herdeiros a qualquer tempo, a obrigação
de ressarcir o Estado, respeitada, sem dúvidas, a possibilidade de Servidores Públicos Civis
prescrição na hipótese de danos decorrentes de ilícito civil, ten- De forma geral, servidor público são todas as pessoas físicas
do como limite o valor do patrimônio transferido (art. 5º, XLV, da que prestadoras de serviços às entidades federativas ou as pessoas
CF/1988). Entretanto, ocorrendo a prescrição da ação regressiva, jurídicas da Administração Indireta em função da relação de traba-
beneficiará também aos herdeiros, que não poderão mais ser de- lho que ocupam e com remuneração ou subsídio pagos pelos cofres
mandados pelos danos advindos pelo falecido. públicos, vindo a compor o quadro funcional dessas pessoas jurídi-
E) O servidor responde pelos seus atos, inclusive após a extin- cas. Depreende-se que alguns autores dividem os servidores públi-
ção de seu vínculo com a Administração Pública, desde a ação re- cos em civis e militares. Pelo fato de termos adotado a classificação
gressiva não esteja prescrita. Desta forma, o agente que foi exone- aludida por Maria Sylvia Zanella Di Pietro, trataremos os servidores
rado ou demitido, pode, nos trâmites legais, ser obrigado a ressarcir militares como sendo uma categoria à parte, designando-os apenas
os prejuízos causados ao ente público. de militares, e, por conseguinte, usando a expressão servidores pú-
blicos para se referir somente aos servidores públicos civis.
Nota – Sobre Súmulas Vinculantes De acordo com as regras e normas pelas quais são regidos, os
Súmula 187, STF: A responsabilidade contratual do transpor- servidores públicos civis podem ser subdivididos da seguinte ma-
tador, pelo acidente com o passageiro, não é elidida por culpa de neira:
terceiro, contra o qual tem ação regressiva.
Súmula 188, STF: O segurador tem ação regressiva contra o Servidores estatutários: ocupam cargo público e são regidos
causador do dano, pelo que efetivamente pagou, até ao limite pre- pelo regime estatutário.
visto no contrato de seguro. Servidores ou empregados públicos: são os servidores contra-
tados sob o regime da CLT e ocupantes de empregos públicos.
Servidores temporários: são os contratados por determinado
período de tempo com o objetivo de atender à necessidade tempo-
rária de excepcional interesse público. Exercem funções públicas,
AGENTES PÚBLICOS
mas não ocupam cargo ou emprego público. São regidos por regime
jurídico especial e disciplinado em lei de cada unidade federativa.
Conceito Servidores militares: antes do advento da EC 19/1998, os mi-
A Constituição Federal Brasileira de 1988 trouxe em seu bojo, litares eram tratados como “servidores militares”. Militares são
várias regras de organização do Estado brasileiro, dentre elas, as aqueles que prestam serviços às Forças Armadas como a Marinha,
concernentes à Administração Pública e seus agentes como um o Exército e a Aeronáutica, às Polícias Militares ou aos Corpos de
todo. Bombeiros Militares dos Estados, Distrito Federal e dos territórios,
A designação “agente público” tem sentido amplo e serve para que estão sob vínculo jurídico estatutário e são remunerados pe-
conceituar qualquer pessoa física exercente de função pública, de los cofres públicos. Por estarem submetidos a um regime jurídico
forma remunerada ou gratuita, de natureza política ou administra- estatutário disciplinado em lei por lei, os militares estão submeti-
tiva, com investidura definitiva ou transitória. dos à regras jurídicas diferentes das aplicadas aos servidores civis
estatutários, justificando, desta forma, o enquadramento em uma
Espécies (classificação) categoria propícia de agentes públicos.
Maria Sylvia Zanella Di Pietro, entende que quatro são as ca-
tegorias de agentes públicos: agentes políticos, servidores públicos Destaca-se que a Constituição Federal assegurou aos militares
civis, militares e particulares em colaboração com o serviço público. alguns direitos sociais conferidos aos trabalhadores de forma geral,
são eles: o 13º salário; o salário-família, férias anuais remuneradas
Vejamos cada classificação detalhadamente: com acréscimo ao menos um terço da remuneração normal; licença
à gestante com a duração de 120 dias; licença paternidade e assis-
Agentes políticos tência gratuita aos filhos e demais dependentes desde o nascimen-
Exercem atividades típicas de governo e possuem a incumbên- to até cinco anos de idade em creches e pré-escolas.
cia de propor ou decidir as diretrizes políticas dos entes públicos. Ademais, os servidores militares estão submetidos por força da
Nesse patamar estão inclusos os chefes do Poder Executivo federal, Constituição Federal a determinadas regras próprias dos servidores
estadual e municipal e de seus auxiliares diretos, quais sejam, os públicos civis, como por exemplo: teto remuneratório, irredutibili-
Ministros e Secretários de Governo e os membros do Poder Legisla- dade de vencimentos, dentre outras peculiaridades.
tivo como Senadores, Deputados e Vereadores. Embora haja tais assimilações, aos militares são aplicadas algu-
De forma geral, os agentes políticos exercem mandato eletivo, mas vedações que constituem direito dos demais agentes públicos,
com exceção dos Ministros e Secretários que são ocupantes de car- como por exemplo, os casos da sindicalização, bem como da greve
gos comissionados, de livre nomeação e exoneração. e, quando estiverem em serviço ativo, da filiação a partidos políti-
cos.
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Cargo, Emprego e Função Pública dade nomeante. A nomeação para esse tipo de cargo não depende
Para que haja melhor organização na Administração Pública, os de aprovação em concurso público, podendo a exoneração do seu
servidores públicos são amparados e organizados a partir de qua- ocupante pode ser feita a qualquer tempo, a critério da autoridade
dros funcionais. Quadro funcional é o acoplado de cargos, empre- nomeante.
gos e funções públicas de um mesmo ente federado, de uma pessoa
jurídica da Administração Indireta de ou de seus órgãos internos. Emprego
Os empregos públicos são entidades de atribuições com o fito
Cargo de serem ocupadas por servidores regidos sob o regime da CLT, que
O art. 3º do Estatuto dos Servidores Civis da União da Lei também chamados de celetistas ou empregados públicos.
8.112/1990 conceitua cargo público como “o conjunto de atribui- A diferença entre cargo e emprego público consiste no vínculo
ções e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que que liga o servidor ao Estado. Ressalta-se que o vínculo jurídico do
devem ser cometidas a um servidor”. Via de regra, podemos consi- empregado público é de natureza contratual, ao passo que o do ser-
derar o cargo como sendo uma posição na estrutura organizacional vidor titular de cargo público é de natureza estatutária.
da Administração Pública a ser preenchido por um servidor público. No âmbito das pessoas de Direito Público como a União, os
Em geral, os cargos públicos somente podem ser criados, trans- Estados, o Distrito Federal e os Municípios, bem como em suas au-
formados e extinguidos por força de lei. tarquias e fundações públicas de direito público, levando em conta
Ao Poder Legislativo, caberá, mediante sanção do chefe do Po- a restauração da redação originária do caput do art. 39 da CF/1988
der Executivo, dispor sobre a criação, transformação e extinção de (ADIn 2135 MC/DF), afirma-se que o regime a ser adotado é o esta-
cargos, empregos e funções públicas. tutário. Entretanto, é plenamente possível a convivência entre o re-
Em se tratando de cargos do Poder Legislativo, a criação não gime estatutário e o celetista relativo aos entes que, anteriormente
depende de temos exatos de lei, mas, sim de uma norma que mes- à concessão da medida cautelar mencionada, tenham realizado
mo possuindo hierarquia de lei, não depende de sanção ou veto do contratações e admissões no regime de emprego público. No to-
chefe do Executivo. É o que chamamos de Resoluções, que são leis cante às pessoas de Direito Privado da Administração Indireta como
sem sanção. as empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações
públicas de direito privado, infere-se que somente é possível a exis-
A despeito da criação de cargos, vejamos: tência de empregados públicos, nos termos legais.
a) Cargos do Poder Executivo: a iniciativa é privativa do chefe
Função Pública
desse Poder (CF, art. 61, § 1º, II, “a”).
Função pública também é uma espécie de ocupação de agen-
b) Cargos do Poder Judiciário: dos Tribunais de Contas e do
te público. Denota-se que ao lado dos cargos e empregos públicos
Ministério Público a lei em questão, partirá de iniciativa dos respec-
existem determinadas atribuições que também são exercidas por
tivos Tribunais ou Procuradores - Gerais em se tratando da criação
servidores públicos, mas no entanto, essas funções não compõem
de cargos para o Ministério Público.
a lista de atribuições de determinado cargo ou emprego público,
c) Cargos do Legislativo: os cargos serão criados, extintos ou
como por exemplo, das funções exercidas por servidores contrata-
transformados por atos normativos de âmbito interno desse Poder
dos temporariamente, em razão de excepcional interesse público,
(Resoluções), sendo sua iniciativa da respectiva Mesa Diretora. com base no art. 37, IX, da CFB/88.
Embora sejam criados por lei, os cargos ou funções públicas, se Esse tipo de servidor ocupa funções temporárias, desempe-
estiverem vagos, podem ser extintos por intermédio de lei ou por nhando suas funções sem titularizar cargo ou emprego público.
decreto do chefe do Poder Executivo. No entanto, se o cargo estiver Além disso, existem funções de chefia, direção e assessoramento
ocupado, só poderá ser extinto por lei. para as quais o legislador não cria o cargo respectivo, já que serão
exercidas com exclusividade por ocupantes de cargos efetivos, nos
Os cargos podem ser organizados em carreira ou isolados. Ve- termos do art. 37, V, da CFB/88.
jamos:
Cargos organizados em carreira: são cargos cujos ocupantes Observação importante: nos parâmetros do art. 37, V da
podem percorrer várias classes ao longo da sua vida funcional, em CFB/88, da mesma forma que previsto para os cargos em comissão,
razão do regime de progressão do servidor na carreira. as funções de confiança destinam-se apenas às atribuições de dire-
Cargos isolados: não permitem a progressão funcional de seus ção, chefia e assessoramento.
titulares.
Regimente Jurídico
Em relação às garantias e características especiais que lhe são Provimento
conferidas, os cargos podem ser classificados em vitalícios, efetivos; Provimento é a forma de ocupação do cargo público pelo ser-
e comissionados. Vejamos: vidor. Além disso, é um ato administrativo por intermédio do qual
ocorre o preenchimento de cargo, por conseguinte, atribuindo as
Cargos vitalícios e cargos efetivos: oferecem garantia de per- funções a ele específicas e inerentes a uma determinada pessoa.
manência aos seus ocupantes. De forma geral, a nomeação para es- Tanto a doutrina quanto a lei dividem as espécies de provimento de
ses cargos é dependente de prévia aprovação em concurso público. cargos públicos em dois grupos. São eles:
Cargos em comissão ou comissionados: de acordo com o art.
37, V, da CF, os cargos comissionados se destinam apenas às atri- Provimento originário: é ato administrativo que designa um
buições de direção, chefia e assessoramento. São ocupados de ma- cargo a servidor que antes não integrava o quadro de servidores
neira temporária, em função da confiança depositada pela autori- daquele órgão, ou seja, o agente está iniciando a carreira pública.
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O provimento originário é a única forma de nomeação reco- Súmula 43 do STF: É inconstitucional toda modalidade de pro-
nhecida pelo Ordenamento Jurídico Brasileiro, isso, é claro, ressal- vimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação
te-se, dependendo de prévia habilitação em concurso público de em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que
provas ou de provas e títulos, obedecidos, nos termos da lei, a or- não integra a carreira na qual anteriormente investido.
dem de classificação e o prazo de sua validade. Destaque-se que o
momento da nomeação configura discricionariedade do adminis- Assim sendo, analisaremos as espécies de provimento derivado
trador, na qual devem ser respeitados os prazos do concurso públi- permitidas no ordenamento Jurídico Brasileiro e suas característi-
co, nos moldes do art. 9° e seguintes da Lei 8112/90, devendo, por cas específicas. Vejamos:
conseguinte, ainda ser feita uma análise a respeito dos requisitos
para a ocupação do cargo. Provimento derivado vertical: é a promoção na carreira ense-
Entretanto, uma vez realizada a nomeação do candidato, este jando a garantia de o servidor público ocupar cargos mais altos, na
ato não lhe atribui a qualidade de servidor público, mas apenas a carreira de ingresso, de forma alternada por antiguidade e mereci-
garantia de ocupação do referido cargo. Para que se torne servidor mento. Para que isso ocorra, é necessário que ele tenha ingressado,
público, o particular deverá assinar o termo de posse, se submeten- mediante aprovação em concurso público no serviço público, bem
do a todas as normas estatuárias da instituição. como mediante assunção de cargo escalonado em carreira.
O provimento do cargo ocorre com a nomeação, mas a inves- Denota-se que a escolha do servidor a progredir na carreira
tidura no cargo acontece com a posse nos termos do art. 7°da Lei deve ser realiza por critérios de antiguidade e merecimento e de
8.112/90. forma alternada por critérios de antiguidade e merecimento.
De acordo com a Lei Federal, o prazo máximo para a posse é Destaque-se que, intermédio de promoção, não será possível
de 30 (trinta) dias, contados a partir da publicação do ato de pro- assumir um cargo em outra carreira mais elevada. Como por exem-
vimento, nos termos do art. 13, §1°, sendo que, desde haja a devi- plo, ao ser promovido do cargo de técnico do Tribunal para o cargo
da comprovação, a legislação admite que a posse ocorra por meio de analista do mesmo órgão. Isso não é possível, uma vez que tal
de procuração específica, conforme disposto no art. 13, §3° da lei situação significaria a possibilidade de mudança de carreira sem a
8.112/90. realização de concurso público, o que ensejaria a ascensão que foi
abolida pela Constituição Federal de 1988.
Havendo a efetivação da posse dentro do prazo legal, o ser-
vidor público federal terá o prazo máximo de 15 (dias) dias para
Provimento derivado horizontal: trata-se da readaptação dis-
iniciar a exercer as funções do cargo, nos trâmites do art. 15, §1°
posta no art. 24 da Lei 8112/90. É o aproveitamento do servidor
do Estatuto dos Servidores Públicos da União, das Autarquias e das
em um novo cargo, em decorrência de uma limitação sofrida por
Fundações Públicas Federais, Lei 8112/90, sendo que não sendo este na capacidade física ou mental. Em ocorrendo esta hipótese,
respeitado este prazo, o agente poderá ser exonerado. Vejamos: o agente deverá ser readaptado vindo a assumir um novo cargo,
no qual as funções sejam compatíveis com as limitações que sofreu
Art. 15. § 2º - O servidor será exonerado do cargo ou será tor- em sua capacidade laboral, dependendo a verificação desta limita-
nado sem efeito o ato de sua designação para função de confiança, ção mediante a apresentação de laudo laboral expedido por junta
se não entrar em exercício nos prazos previstos neste artigo, ob- médica oficial, que ateste demonstrando detalhadamente a impos-
servado o disposto no art. 18. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de sibilidade de o agente se manter no exercício de suas atividades de
10.12.97). trabalho.
Na fase de readaptação ficará garantida o recebimento de ven-
Ademais, se o candidato for nomeado e não se apresentar para cimentos, não podendo haver alteração do subsídio recebido pelo
posse, no prazo de determinado por lei, não ocorrerá exoneração, servidor em virtude da readaptação.
tendo em vista ainda não havia sido investido na qualidade de ser-
vidor. Assim sendo, o ato de nomeação se torna sem efeito, vindo Observação importante: esta modalidade de provimento deri-
a ficar vago o cargo que havia sido ocupado pelo ato de nomeação. vado independe da existência de cargo vago na carreira, porque ain-
Provimento Derivado: o cargo público deverá ser entregue a da que este não exista, o servidor sempre terá direito de ser readap-
um servidor que já tenha uma relação anterior com a Administra- tado e poderá exercer suas funções no novo cargo como excedente.
ção Pública e que se encontra exercendo funções na carreira em Caso não haja nenhum cargo na carreira, com funções compatíveis,
que pretende assumir o novo cargo. Denota-se que provimento de- o servidor poderá ser aposentado por invalidez. Para que haja rea-
rivado somente será possível de ser concretizado, se o agente pro- daptação, não há necessidade de a limitação ter ocorrido por causa
vier de outros cargos na mesma carreira em que houve provimento do exercício do labor ou da função. A princípio, independentemen-
originário anterior. Não pode haver provimento derivado em outra te de culpa, o servidor tem direito a ser readaptado.
carreira.
Nesses casos, deverá haver a realização de concurso público Provimento derivado por reingresso: ocorre quando o servi-
de provas ou de provas e títulos, para que se faça novo provimento dor de alguma forma, deixou de atuar no labor das funções de cargo
específico e retorna às suas atividades. Esse provimento pode ocor-
originário. A permissão para que o agente ingresse em nova carreira
rer de quatro formas. São elas:
por meio de provimento derivado violaria os princípios da isonomia
e da impessoalidade, mediante os benefícios oferecidos de forma
defesa. Nesse diapasão, vejamos o que estabelece a súmula vincu-
lante nº 43 do Supremo Tribunal Federal

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a solução para o seu concurso!
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a) Reversão: nos termos do art. 25 da Lei 8.112/90, é o retor- Observação importante: o aproveitamento é obrigatório tan-
no do servidor público aposentado ao exercício do cargo público. to para o poder público quanto para o agente. Isso ocorre porque
A reversão pode ocorrer por meio da aposentadoria por invalidez, a Administração Pública não pode deixar de executar o aproveita-
quando cessarem os motivos da invalidez. Neste caso, por meio de mento para nomear novos candidatos, da mesma forma que o ser-
laudo médico oficial, o poder público toma conhecimento de que vidor não poderá optar por ficar em disponibilidade, vindo a recu-
os motivos que ensejaram a aposentadoria do servidor se tornaram sar o aproveitamento.
insubsistentes, do que resulta a obrigatoriedade de retorno do ser-
vidor ao cargo. Vacância
As situações de vacância são as hipóteses de desocupação do
Também pode ocorrer a reversão do servidor aposentado de cargo público. Vacância é o termo utilizado para designar cargo pú-
forma voluntária. Dessa maneira, atendidos os requisitos dispostos blico vago. É um fato administrativo que informa que o cargo públi-
em lei, a legislação ordena que havendo interesse da Administração co não está provido e poderá preenchido por novo agente.
Pública, que o servidor tenha requerido a reversão, que a aposenta- A lei dispõe sete hipóteses de vacância. São elas:
doria tenha sido de forma voluntária, que o agente público já tives-
se, antes, adquirido estabilidade quando no exercício da atividade, a) Aposentadoria: acontece quando mediante ato praticado
que a aposentadoria tenha se dado nos cinco anos anteriores à so- pela Administração Pública, o servidor público passa para a inati-
licitação e também que haja cargo vago, no momento da petição vidade. No Regime Próprio de Previdência do Servidor Público, a
de reversão. aposentadoria pode-se dar voluntariamente, compulsoriamente ou
por invalidez, devendo ser aprovada pelo Tribunal de Contas para
b) Reintegração: trata-se de provimento derivado que requer o que tenha validade. A aposentadoria pode ocorrer pelas seguintes
retorno do servidor público estável ao cargo que ocupava anterior- maneiras:
mente, em decorrência da anulação do ato de demissão.
Ocorre a reintegração quando tornada sem validade a demis- • Falecimento
são do servidor estável por decisão judicial ou administrativa, pon- Quando se tratar de fato administrativo alheio ao interesse do
derando que o reintegrado terá o direito de ser indenizado por tudo
servidor ou da Administração Pública, torna inevitavelmente inviá-
que deixou de ganhar em consequência da demissão ilegal.
vel a ocupação do cargo.
c) Recondução: conforme dispõe o art. 29, da lei 8.112/90, tra-
• Exoneração
ta-se a recondução do retorno do servidor ao cargo anteriormente
Acontece sempre que o desfazimento do vínculo com o poder
ocupado por ele, podendo ocorrer em duas hipóteses:
público ocorre por situação prevista em lei, sem penalidades, dan-
• Inabilitação em estágio probatório relacionado a outro car-
do fim à relação jurídica funcional que havia tido início com a posse.
go: quando o servidor público retorna à carreira anterior na qual
já havia adquirido estabilidade, evitando assim, sua exoneração do
Ressalte-se que a exoneração pode ocorrer a pedido do servi-
serviço público.
• Reintegração do anterior ocupante: cuida-se de situação ex- dor, situação na qual, por vontade do agente público, o vínculo se
posta, na situação prática apresentada anteriormente, através da restará desfeito e o cargo vago.
qual, o servidor público ocupa cargo de outro servidor que é poste-
riormente reintegrado. b) Demissão: será cabível todas as vezes em que o servidor co-
meter infração funcional, prevista em lei e será punível com a perda
Observação importante: A recondução não gera direito à per- do cargo público. A demissão está disposta na lei 8.112/90 em for-
cepção de indenização, em nenhuma das duas hipóteses. Assim, o ma de sanção aplicada ao servidor que cometer.
servidor público retornará ao cargo de origem, percebendo a remu- Quaisquer das infrações dispostas no art. 132 que são configu-
neração deste cargo. radas como condutas consideradas graves. Em determinados casos,
definidos pelo legislador, a demissão proporá de forma automática
d) Aproveitamento: é retorno do servidor público que se en- a indisponibilidade dos bens do servidor até que esse faça os de-
contra em disponibilidade, para assumir cargo com funções com- vidos ressarcimentos ao erário. Em se tratando de situações mais
patíveis com as que anteriormente exercia, antes de ter extinto o extremas, o legislador vedará por completo a o retorno do servidor
cargo que antes ocupava. ao serviço público.
Isso ocorre, por que a Carta Magna prevê que havendo a ex- A penalidade deverá ser por meio de processo administrativo
tinção ou declaração de desnecessidade de determinado cargo pú- disciplinar no qual se observe o direito ao contraditório e a ampla
blico, o servidor público estável ocupante do cargo não deverá ser defesa.
demitido ou exonerado, mas sim ser removido para a disponibilida-
de. Nesses casos, o servidor deixará de exercer as funções de forma c) Readaptação: é a de investidura do servidor em cargo de
temporária, mantendo o vínculo com a administração pública. atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que
Destaque-se que não há prazo para o término da disponibilida- tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, comprovada em
de, porém, por lei, o servidor tem a garantia de que, surgindo novo inspeção minuciosamente realizada por junta médica oficial do ór-
cargo vago compatível com o que ocupava, seu aproveitamento gão competente.
será obrigatório.

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O servidor que for readaptado, assumindo o novo cargo desde Cargos do Poder Executivo: a iniciativa é privativa do chefe
que seja com funções compatíveis com sua nova situação, deverá desse Poder (CF, art. 61, § 1º, II, “a”).
retornar ao cargo anteriormente ocupado. Assim, a readaptação
ensejará o provimento de um cargo e, por conseguinte, a vacância Cargos do Poder Judiciário: dos Tribunais de Contas e do Minis-
de outro, acopladas num só ato. tério Público a lei em questão, partirá de iniciativa dos respectivos
Tribunais ou Procuradores - Gerais em se tratando da criação de
d) Promoção: ocorre no momento em que o servidor público, cargos para o Ministério Público.
por antiguidade e merecimento, alternadamente, passa a assumir
cargo mais elevado na carreira de ingresso. Cargos do Legislativo: os cargos serão criados, extintos ou
transformados por atos normativos de âmbito interno desse Poder
e) Posse em cargo inacumulável: todas as vezes que o servi- (Resoluções), sendo sua iniciativa da respectiva Mesa Diretora.
dor tomar posse em cargo ou emprego público de carreira nova,
mediante aprovação em concurso público de provas ou de provas Embora sejam criados por lei, os cargos ou funções públicas, se
e títulos, de forma que o novo cargo não seja acumulável com o estiverem vagos, podem ser extintos por intermédio de lei ou por
primeiro. decreto do chefe do Poder Executivo. No entanto, se o cargo estiver
Ocorrendo isso, em decorrência da vedação estabelecida pela ocupado, só poderá ser extinto por lei.
Carta Magna de acumulação de cargos e empregos públicos, será Os cargos podem ser organizados em carreira ou isolados. Ve-
necessária a vacância do cargo anteriormente ocupado. Não fazen- jamos:
do o servidor a opção, após a concessão de prazo de dez dias, por
conseguinte, o poder público poderá instaurar, nos termos da lei, Cargos organizados em carreira: são cargos cujos ocupantes
processo administrativo sumário, pugnando na aplicação da penali- podem percorrer várias classes ao longo da sua vida funcional, em
dade de demissão do servidor. razão do regime de progressão do servidor na carreira.

Efetividade Cargos isolados: não permitem a progressão funcional de seus


A efetividade não se confunde com a estabilidade. Ao passo titulares.
que a estabilidade é a garantia constitucional disposta no art.14,
que garante a permanência no serviço público outorgada ao servi- Em relação às garantias e características especiais que lhe são
dor que, no ato de nomeação por concurso público para cargo de conferidas, os cargos podem ser classificados em vitalícios, efetivos;
provimento efetivo, tenha transposto o período de estágio proba- e comissionados. Vejamos:
tório e aprovado numa avaliação específica e especial de desempe-
nho, a efetividade é a situação jurídica daquele servidor que ocupa Cargos vitalícios e cargos efetivos: oferecem garantia de per-
cargo de provimento efetivo. manência aos seus ocupantes. De forma geral, a nomeação para es-
Os cargos de provimento efetivo são aqueles que só podem ser ses cargos é dependente de prévia aprovação em concurso público.
titularizados por servidores estatutários. Sua nomeação depende
explicitamente da aprovação em concurso público. Cargos em comissão ou comissionados: de acordo com o art.
Ao ingressar no serviço público, o servidor ao ocupar cargo de 37, V, da CF, os cargos comissionados se destinam apenas às atri-
provimento efetivo, já é considerado um servidor efetivo. Entretan- buições de direção, chefia e assessoramento. São ocupados de ma-
to, o mencionado servidor efetivo só terá garantida sua permanên- neira temporária, em função da confiança depositada pela autori-
cia no serviço público, a estabilidade, depois de três anos de exercí- dade nomeante. A nomeação para esse tipo de cargo não depende
cio, desde que seja aprovado no estágio probatório. de aprovação em concurso público, podendo a exoneração do seu
ocupante pode ser feita a qualquer tempo, a critério da autoridade
Criação, transformação e extinção de cargos, empregos e fun- nomeante.
ções
Via de regra, os cargos públicos apenas podem ser criados, Ressalte-se que antes da EC 32/2001, os cargos e as funções
transformados ou extintos por determinação de lei. Cabe ao Poder públicas só podiam ser extintos por determinação de lei. Entretan-
Legislativo, com o sancionamento do chefe do Poder Executivo, dis- to, a mencionada emenda constitucional alterou a redação do art.
por sobre a criação, transformação e extinção de cargos, empregos 84, VI, “b”, da CF, passando a legislar admitindo que o Presidente da
e funções públicas. República possa extinguir funções ou cargos públicos por meio de
Em se tratando de cargos do Poder Legislativo, o processo de decreto, quando estes se encontrarem vagos.
criação não depende apenas de lei, mas sim de uma norma que O resultado disso, é que, ao aplicar o princípio da simetria, a
mesmo apesar de possuir a mesma hierarquia de lei, não está na consequência é que os Governadores e Prefeitos, se houver seme-
dependência de deliberação executiva com sanção ou veto do chefe lhante previsão nas respectivas Constituições Estaduais ou Leis Or-
do Executivo. Referidas normas, em geral, são chamadas de Reso- gânicas, também podem extinguir por decreto funções ou cargos
luções. públicos vagos nos Estados, Distrito Federal e Municípios.
Denota-se que é a norma criadora do cargo a responsável pela Assim sendo, em se restando vagos, os cargos ou funções pú-
denominação, as atribuições e a remuneração correspondentes aos blicas, embora sejam criados por lei, poderão ser extintos por lei
cargos públicos, nos termos da lei. ou por decreto do chefe do Poder Executivo. Entretanto, se o cargo
Uma questão de suma relevância, é a iniciativa da lei que cria, estiver ocupado, só poderá ser extinto através de lei, uma vez que
extingue ou transforma cargos. A despeito da criação de cargos, ve- não se admite a edição de decreto com essa finalidade.
jamos:
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Remuneração CARGOS DA CÂMARA a iniciativa é privativa dessa Casa


A Constituição Federal Brasileira aduz no art. 37, inciso X do art. DOS DEPUTADOS (CFB, art. 51, IV);
37, a seguinte redação:
CARGOS DO SENADO a iniciativa é privativa dessa Casa (CF,
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que FEDERAL art. 52, XIII);
trata o § 4.º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados
por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, as- Compete de forma privativa ao Supremo Tribunal Federal, aos
segurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distin- Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder Le-
ção de índices; gislativo a respectiva remuneração dos seus serviços auxiliares e
dos juízos que lhes forem vinculados, e, ainda a fixação do subsídio
Infere-se que a alteração mais importante trazida a esse dispo- de seus membros e dos Juízes, inclusive dos tribunais inferiores,
sitivo por meio da EC 19/1998, foi a exigência de lei específica para onde houver (CF, art. 48, XV, e art. 96, II, ‘b ).
que seja fixada ou que haja alteração na remuneração em sentido Observe-se que a fixação do subsídio dos deputados federais,
amplo de todos os servidores públicos. Isso significa que cada alte- dos senadores, do Presidente e do Vice-Presidente da República e
ração de remuneração de cargo público deverá ser feita através da dos Ministros de Estado é da competência exclusiva do Congresso
edição de lei ordinária específica para tratar desse assunto. Nacional e não se encontra sujeita à sanção ou veto do Presiden-
te da República. Nesse sentido específico, em virtude de previsão
O termo “subsídio”, o qual o texto do inciso X do art. 3 7 men- constitucional, a determinação dos aludidos subsídios não é reali-
ciona, é um tipo de remuneração inserida em nosso ordenamento zada por meio de lei, mas sim por intermédio de Decreto Legislativo
jurídico através da EC 19/1998, que é de medida obrigatória para do Congresso Nacional.
alguns cargos e facultativa para outros. Nesse sentido, em relação entendimento do Supremo Tribu-
Nos parâmetros do § 4.º do art. 39 da Constituição Federal, nal Federal, esse órgão entende que a concessão da revisão geral
o subsídio deverá ser “fixado em parcela única, vedado o acrésci- anual” a que se refere o inciso X do art. 37 da Constituição deve
mo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de ser efetivada por intermédio de lei de iniciativa privativa do Poder
representação ou outra espécie remuneratória”. No estudo desse Executivo de cada Federação.
paramento legal, depreende-se que o subsídio é uma espécie remu- O inciso X do art. 37 da Constituição Federal em sua parte final,
neração em sentido amplo. garante a” revisão geral anual” da remuneração e do subsídio dos
Não obstante, a redação do inciso X do art. 3 7 não tenha usado “servidores públicos” sempre na mesma data e sem distinção de
o termo “vencimento”, convém anotar que este é usado com frequ- índices.
ência para indicar a remuneração dos servidores estatutários que A Constituição da República em seu texto original, usava os ter-
não percebem subsídio. mos “servidor público civil” e “servidor público militar”. No entanto,
Nesse conceito, os “vencimentos”, também são considerados a partir da aprovação da EC 1811998, estas expressões deixaram
um tipo de remuneração em sentido amplo. São compostos pelo de existir e o texto constitucional passou a se referir aos servidores
vencimento normal do cargo com o acréscimo das vantagens pecu- civis, apenas como “servidores públicos” e aos servidores militares,
niárias estabelecidas em lei. apenas como “militares.
Portanto, o disposto no inciso X do art. 37 da CFB/88, ao deter- Também em seu texto original e primitivo, a Constituição Fe-
minar “a remuneração dos servidores públicos e o subsídio”, está, deral de 1988 determinava a obrigatoriedade do uso de índices de
em síntese, acoplando as duas espécies remuneratórias, vencimen- revisão de remuneração idênticos para servidores públicos civis e
tos e subsídios que os servidores públicos estatutários podem re- para servidores públicos militares (expressões usadas antes da EC
ceber. 18/1998). Acontece que no atual inciso X do art. 37, que resultou
Pondera-se que o termo “salário” não é alcançado pelo cita- da EC 1911998, existe referência apenas a “servidores públicos”, o
do dispositivo, posto que este trata-se do nome usado para o pa- que leva a entender que o preceito nele contido não pode ser apli-
gamento ou quitação de serviços profissionais prestados em uma cado aos militares, uma vez que estes não se englobam mais como
relação de emprego quando a mesma é sujeita ao regime traba- espécie do gênero “servidores públicos”.
lhista, que é controlado e direcionado pela Consolidação das Leis A remuneração dos servidores públicos passa anualmente por
do Trabalho. Assim sendo, entende-se que os empregados públicos período revisional. Esse ato também faz parte do contido na EC
recebem salário. 19/1998.
Dependerá do cargo conforme o dispositivo de lei que o rege, O objetivo da revisão geral anual, ao menos, em tese, possui o
para que a iniciativa privativa das leis que fixem ou alterem as re- fulcro de recompor o poder de compra da remuneração do servidor,
munerações e subsídios dos servidores públicos. De acordo com a devido a inflação que normalmente está em alta. Por não se tratar
Constituição, atinente às principais hipóteses de iniciativa de leis de aumento real da remuneração ou do subsídio, mas somente de
que tratem a respeito da remuneração de cargos públicos, pode- um aumento nominal, por esse motivo, é denominado, às vezes, de
mos resumir das seguintes formas: “aumento impróprio”.

Esclarece-se que a revisão geral de remuneração e subsídio que


A iniciativa é privativa do o dispositivo constitucional em exame menciona, não é implantada
CARGO DO PODER
Presidente da República mediante a reestruturação de algumas carreiras, posto que as re-
EXECUTIVO FEDERAL
(CFB, art. 61, § 1.º, II, “a”); estruturações de carreiras não são anuais, nem, tampouco gerais,
pois se limitam a cargos específicos, além de não manterem ligação
com a perda de valor relativo da moeda nacional.
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Já a revisão geral, de forma adversa das reestruturações de car- percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pesso-
reiras, tem o condão de alcançar todos os servidores públicos esta- ais ou de qualquer outra natureza. Referente às parcelas de caráter
tutários de todos os Poderes da Federação em que esteja efetuando indenizatório, estas não serão computadas para efeito de cálculo do
e deve ocorrer a cada ano. teto remuneratório.

Registre-se que a remuneração do servidor público é submeti- Perceba que a regra do teto remuneratório também e plena-
da aos valores mínimo e máximo. mente aplicável às empresas públicas e às sociedades de economia
Em relação ao valor mínimo, a Carta Magna predispõe aos ser- mista, e suas subsidiárias, que percebem recursos da União, dos
vidores públicos a mesma garantia que é dada aos trabalhadores Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de
em geral, qual seja, a de que a remuneração recebida não pode ser despesas de pessoal ou de custeio em geral (art. 37, § 9º, da CF).No
inferior ao salário mínimo. No entanto, tal garantia se refere ao total entanto, se essas entidades não vierem a receber recursos públicos
da remuneração recebida, e não em relação ao vencimento-base. para a quitação de despesas de custeio e de pessoal, seus empre-
Sobre o assunto, o STF deixou regulamentado na Súmula Vinculante gados não estarão submetidos ao teto remuneratório previsto no
16. art. 37, XI, da CF.
Ressalta-se que a garantia da percepção do salário mínimo não Nos trâmites desse dispositivo constitucional, resta-se existen-
foi assegurada pela Constituição Federal aos militares. Para o STF, te um teto geral remuneratório que deve ser aplicado a todos os Po-
deres da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, sendo este,
a obrigação do Estado quanto aos militares está limitada ao forne-
o subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal. Além disso,
cimento das condições materiais para a correta prestação do ser-
referente a esse teto geral, existem tetos específicos aplicáveis aos
viço militar obrigatório nas Forças Armadas. Para tanto, denota-se
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.
que os militares são enquadrados em um sistema que não se con-
Em se tratando da esfera estadual e distrital, denota-se que a
funde com o que se aplica aos servidores civis, uma vez que estes remuneração dos servidores públicos não podem exceder o subsí-
têm direitos, garantias, prerrogativas e impedimentos próprios (RE dio mensal dos Ministros do STF, bem como, ainda, não pode ultra-
570177/MG). passar os limites a seguir:
Consolidando o entendimento, enfatiza-se que a Suprema Cor- Na alçada do Poder Executivo: o subsídio do Governador;
te editou a Súmula Vinculante 6, por meio da qual afirma que “não Na alçada do Poder Legislativo: o subsídio dos Deputados Es-
viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao taduais e Distritais;
salário mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial”. Na alçada do Poder Judiciário: o subsídio dos Desembargado-
res do Tribunal de Justiça, limitado este a 90,25% do subsídio dos
Referente ao limite máximo, foi estabelecido o teto remune- Ministros do STF. Infere-se que esse limite também é nos termos da
ratório pelo art. 37, XI, da CF, com redação dada pela EC 41/2003. Lei, aplicável aos membros do Ministério Público, aos Procuradores
Vejamos: e aos Defensores Públicos, mesmo que estes não integrem o Poder
Judiciário.
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, fun- Em relação aos Estados e ao Distrito Federal, a Carta Magna, no
ções e empregos públicos da administração direta, autárquica e art. 37, § 12 com redação incluída pela EC 47/2005, facultou a cada
fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos um desses entes fixar, em sua alçada, um limite remuneratório local
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de único, sendo ele o subsídio mensal dos Desembargadores do res-
mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pectivo Tribunal de Justiça que é limitado a 90,25% do subsídio dos
pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativa- Ministros do STF. Se os Estados ou Distrito Federal desejarem ado-
mente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer ou- tar o subteto único, deverão realizar tal tarefa por meio de emenda
tra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, às respectivas Constituições estaduais ou, ainda, à Lei Orgânica do
dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como li- Distrito Federal. Entretanto, em consonância com a Constituição Fe-
mite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no deral, o limite local único não deve ser aplicado aos subsídios dos
Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.
Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no Finalizando, em relação à esfera municipal, a remuneração dos
agentes públicos não poder exceder o teto geral e também não
âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do
pode exceder o subsídio do Prefeito que cuida-se do subteto mu-
Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco cen-
nicipal.
tésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do
Registre-se ainda, que a Constituição Federal carrega em seu
Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável
bojo a regra de que “os vencimentos dos cargos do Poder Legislati-
este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e vo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo
aos Defensores Públicos; (Redação dada pela Emenda Constitucio- Poder Executivo” (art. 37, XII, da CF). No entanto, esta norma tem
nal nº 41, 19.12.2003). sido de pouca aplicação, pelo fato de possuir conteúdo genérico, ao
O art. 37, § 11, da CFB/88 também regulamenta o assunto ao contrário da previsão inserida no art. 37, XI, da CFB/88, que explici-
afirmar que estão submetidos ao teto a remuneração e o subsídio tamente estabelece limites precisos para os tetos remuneratórios.
dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da adminis-
tração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer Direitos e deveres
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu- Adentrando ao tópico dos direitos e deveres dos agentes pú-
nicípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes blicos, com o amparo da Lei 8112/90, que dispõe sobre o regime
políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, jurídico único dos servidores públicos civis da União, das autarquias
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e das fundações públicas federais, é importante explanar que além Não terá direito a diárias o servidor que se deslocar dentro da
do vencimento - base, a lei prevê que o servidor federal poderá re- mesma região metropolitana, aglomeração urbana ou microrregião,
ceber vantagens pecuniárias, sendo elas: constituídas por municípios limítrofes e regularmente instituídas,
ou em áreas de controle integrado mantidas com países limítrofes,
Indenizações cuja jurisdição e competência dos órgãos, entidades e servidores
Têm como objetivo ressarcir aos servidores em razão de despe- brasileiros consideram-se estendidas, salvo se houver pernoite fora
sas que tenham tido por motivo do exercício de suas funções. São da sede, hipóteses em que as diárias pagas serão sempre as fixadas
previstos por determinação legal, os seguintes tipos de indeniza- para os afastamentos dentro do território nacional (art. 58, § 3º).
ções a serem pagas ao servidor federal: A diária será concedida por dia de afastamento, sendo devida
a) Ajuda de custo: é destinada a compensar as despesas de pela metade quando o deslocamento não exigir pernoite fora da
instalação do servidor que, a trabalho em prol do interesse do ser- sede, ou quando a União custear, por meio diverso, as despesas
viço público, passar a laborar em nova sede, isso com mudança de extraordinárias cobertas por diárias (art. 58, § 1º).
domicílio em caráter permanente. Além disso, o servidor que receber diárias e porventura, não
A ajuda de custo também será devida àquele agente que, não se afastar da sede, será obrigado a restituí-las em valor integral no
sendo servidor da União, for nomeado para cargo em comissão,
prazo de cinco dias.
com mudança de domicílio. Por outro ângulo, não será concedida
Da mesma forma, retornando o servidor à sede antes do pre-
ajuda de custo ao servidor que em virtude de mandato eletivo se
visto, também ficará obrigado a devolver as diárias percebidas em
afastar do cargo, ou vier a reassumi-lo.
excesso no prazo de cinco dias.
O cálculo pecuniário da ajuda de custo é feito sobre a remune-
ração do servidor, e não pode exceder a importância corresponden-
te a três meses de remuneração. a) Indenização de transporte: é devida ao servidor que no
Referente a cônjuge ou companheiro do servidor beneficiado exercício de serviço de interesse público realizar despesas com a
pela ajuda de custo que também seja servidor e, a qualquer tempo, utilização de meio próprio de locomoção para a execução de servi-
passe a ter exercício na mesma sede do seu cônjuge ou companhei- ços externos, por força das atribuições próprias do cargo (art. 60 da
ro, não é permitido pela legislação que ocorra o pagamento de uma Lei 8.112/90).
segunda ajuda de custo.
Além de receber o valor pago pela ajuda de custo, todas as b) Auxílio - moradia: é o ressarcimento das despesas devida-
despesas de transporte do servidor e de sua família, deverão ser mente comprovadas e realizadas pelo servidor público com aluguel
arcadas pela Administração Pública, compreendendo passagem, de moradia ou, ainda com outro meio de hospedagem devidamen-
bagagem e bens pessoais. te administrado por empresa hoteleira, no decurso do prazo de um
Falecendo o servidor estando lotado na nova sede, sua família, mês após a comprovação da despesa pelo servidor.
por conseguinte, fará jus à ajuda de custo bem como de transporte
para retornar à localidade de origem, no prazo de um ano, contado Para fazer jus ao recebimento do auxílio - moradia, o servidor
do óbito. deverá atender a alguns requisitos cumulativos previstos na lei (art.
Com o fito de evitar enriquecimento sem causa, a lei determina 60-B). Vejamos:
que o servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo quando, Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio - moradia ao servidor se aten-
sem se justificar, não se apresentar na nova sede no prazo de 30 didos os seguintes requisitos: (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006).
dias. I - não exista imóvel funcional disponível para uso pelo servidor;
(Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006).
Observação importante: O STJ entende que a ajuda de custo II - o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe imóvel
somente é devida aos servidores que, no interesse da Administra- funcional; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006).
ção, forem removidos ex officio, com fundamento no art. 36, pará- III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou te-
grafo único, I, da Lei 8.112/1990. No entanto, quando a remoção nha sido proprietário, promitente comprador, cessionário ou promi-
ocorrer em decorrência de interesse particular do servidor, a ajuda
tente cessionário de imóvel no Município aonde for exercer o cargo,
de custo não é devida. Assim, por exemplo, se o servidor público
incluída a hipótese de lote edificado sem averbação de construção,
passar a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em
nos doze meses que antecederem a sua nomeação; (Incluído pela
caráter permanente, por meio de processo seletivo de remoção,
Lei nº 11.355, de 2006).
não terá direito à percepção da verba de ajuda de custo (AgRg no
REsp 1.531.494/SC). IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba
auxílio - moradia; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006).
Diárias V - o servidor tenha se mudado do local de residência para ocu-
São devidas ao servidor que a serviço, se afastar da sede em par cargo em comissão ou função de confiança do Grupo - Direção
caráter eventual ou transitório para outro ponto do território nacio- e Assessoramento Superiores - DAS, níveis 4, 5 e 6, de Natureza Es-
nal ou para o Exterior, que também fará jus a passagens destinadas pecial, de Ministro de Estado ou equivalentes; (Incluído pela Lei nº
a indenizar as despesas extraordinárias com pousada, alimentação 11.355, de 2006).
e locomoção urbana. VI - o Município no qual assuma o cargo em comissão ou função
As diárias são devidas apenas nas hipóteses de deslocamentos de confiança não se enquadre nas hipóteses do art. 58, § 3o, em re-
eventuais ou transitórios. Assim, o servidor não fará jus a diárias se lação ao local de residência ou domicílio do servidor; (Incluído pela
o deslocamento da sede constituir exigência permanente do cargo Lei nº 11.355, de 2006).
(art. 58, § 2º).
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VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha residido férias. No caso de o servidor exercer função de direção, chefia ou
no Município, nos últimos doze meses, aonde for exercer o cargo assessoramento, ou ocupar cargo em comissão, a respectiva vanta-
em comissão ou função de confiança, desconsiderando-se prazo in- gem será considerada no cálculo do adicional de férias.
ferior a sessenta dias dentro desse período; e (Incluído pela Lei nº h) Gratificação por encargo de curso ou concurso: é direito
11.355, de 2006). assegurado ao servidor que, em caráter eventual, se encaixar nas
VIII - o deslocamento não tenha sido por força de alteração hipóteses do art.76-A, tais como: atuar como instrutor em curso
de lotação ou nomeação para cargo efetivo. (Incluído pela Lei nº de formação, de desenvolvimento ou de treinamento regularmente
11.355, de 2006). instituído no âmbito da administração pública federal; participar de
IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de 2006. banca examinadora ou de comissão para exames orais, para análise
(Incluído pela Lei nº 11.490, de 2007). curricular, para correção de provas discursivas, para elaboração de
Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será considerado o questões de provas ou para julgamento de recursos intentados por
prazo no qual o servidor estava ocupando outro cargo em comissão candidatos; participar da logística de preparação e de realização de
relacionado no inciso V. (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006). concurso público envolvendo atividades de planejamento, coorde-
nação, supervisão, incluídas entre as suas atribuições permanentes
Gratificações e participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas de exame ves-
São vantagens pecuniárias que constituem acréscimos de esti- tibular ou de concurso público ou supervisionar essas atividades.
pêndio, que acopladas ao vencimento constituem a remuneração Vale a pena registrar que, em tempos remotos, a lei contem-
do servidor público. plava o pagamento do adicional por tempo de serviço. Entretanto,
Em consonância com o art. 61 da Lei 8.112/1990 depreende-se o dispositivo legal que previa o mencionado adicional foi revogado.
que, além do vencimento e das indenizações, poderão ser deferidas Contemporaneamente, esta vantagem é paga somente aos servido-
aos servidores as seguintes retribuições em forma de gratificações res que à época da revogação restavam munidos de direito adquiri-
do à sua percepção.
e adicionais:
a) Retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e as-
Adicionais
sessoramento: “Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido em
Adicionais são formas de remuneração do risco à vida e à saúde
função de direção, chefia ou assessoramento, cargo de provimento
dos trabalhadores com caráter transitório, enquanto durar a exposi-
em comissão ou de Natureza Especial é devida retribuição pelo seu
ção aos riscos de trabalho do servidor. No serviço público, podemos
exercício” (art. 62). O valor dessa retribuição será fixado por lei es-
resumi-los da seguinte forma:
pecífica.
a) Adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas
b) Gratificação natalina: equivale ao 13º salário do trabalhador
ou penosas: O adicional de insalubridade é devido aos servidores
da iniciativa privada, ou pública sendo calculada à razão de 1/12 da que trabalhem com habitualidade em locais insalubres, que provo-
remuneração a que o servidor fizer jus no mês de dezembro, por cam a deterioração da sua saúde. Em relação ao adicional de pe-
mês de exercício no respectivo ano. Para efeito de pagamento da riculosidade, é devido ao servidor cujas funções que desempenha
gratificação natalina, a fração igual ou superior a 15 dias de exercí- habitualmente colocam em risco a sua vida.
cio será considerada como mês integral. b) Adicional pela prestação de serviço extraordinário: é aquele
c) Adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas exercido além da jornada ordinária de trabalho do servidor.
ou penosas: O adicional de insalubridade é devido aos servidores Nos termos da Lei 8.112/1990, o serviço extraordinário será
que trabalhem com habitualidade em locais insalubres, que provo- remunerado com acréscimo de 50% em relação à hora normal de
cam a deterioração da sua saúde. Em relação ao adicional de pe- trabalho.
riculosidade, é devido ao servidor cujas funções que desempenha No entanto, somente será permitido serviço extraordinário
habitualmente colocam em risco a sua vida. para atender a situações excepcionais e temporárias, respeitado o
d) Adicional pela prestação de serviço extraordinário: é aquele limite máximo de duas horas por jornada, nos ditames do art.74.
exercido além da jornada ordinária de trabalho do servidor. c) Adicional noturno: é prestado no horário compreendido en-
Nos termos da Lei 8.112/1990, o serviço extraordinário será tre 22 horas de um dia e cinco horas do dia seguinte. O servidor que
remunerado com acréscimo de 50% em relação à hora normal de exercer serviço noturno terá direito a perceber o adicional noturno,
trabalho. cujo valor corresponderá ao acréscimo de 25% sobre a hora tra-
(art. 73). No entanto, somente será permitido serviço extraor- balhada no turno diurno. Além disso, será considerado como uma
dinário para atender a situações excepcionais e temporárias, res- hora de serviço noturno o tempo de cinquenta e dois minutos e
peitado o limite máximo de duas horas por jornada (art. 74). trinta segundos (art. 75).
e) Adicional noturno: é prestado no horário compreendido en- d) Adicional de férias: é disposto na Constituição Federal e dis-
tre 22 horas de um dia e cinco horas do dia seguinte. O servidor que ciplinado no art. 76 do estatuto funcional. Independentemente de
exercer serviço noturno terá direito a perceber o adicional noturno, solicitação, será pago ao servidor, por ocasião das suas férias, um
cujo valor corresponderá ao acréscimo de 25% sobre a hora tra- adicional correspondente a 1/3 da remuneração do período das
balhada no turno diurno. Além disso, será considerado como uma férias. No caso de o servidor exercer função de direção, chefia ou
hora de serviço noturno o tempo de cinquenta e dois minutos e assessoramento, ou ocupar cargo em comissão, a respectiva vanta-
trinta segundos (art. 75). gem será considerada no cálculo do adicional de férias.
f) Adicional de férias: é garantido pela Constituição Federal e e) Adicional de atividade penosa: será devido aos servidores
disciplinado no art. 76 do estatuto funcional. Independentemente que estejam em exercício de suas funções em zonas de fronteira ou
de solicitação, será pago ao servidor, por ocasião das suas férias, em localidades cujas condições de vida o justifiquem, nos termos,
um adicional correspondente a 1/3 da remuneração do período das condições e limites fixados em regulamento (art. 71).
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Observação importante: O direito ao adicional de insalubrida- Via de regra, as férias dos servidores públicos devem ser goza-
de ou periculosidade cessa com a eliminação das condições ou dos das sem quaisquer tipos de interrupção. Entretanto, como exceção,
riscos que deram causa a sua concessão (art. 68, § 2º). a lei estabelece dispositivo que determina que as férias somente
O servidor que pelas circunstâncias fizer jus aos adicionais de poderão ser interrompidas nas seguintes hipóteses art. 80 da Lei
insalubridade e de periculosidade deverá optar por um deles, não 8112/90:
podendo perceber ditas vantagens cumulativamente (art. 68, § 1º). a) calamidade pública;
b) comoção interna;
Férias c) convocação para júri, serviço militar ou eleitoral; ou
De modo geral, podemos afirmar que as férias correspondem d) por necessidade do serviço declarada pela autoridade máxi-
ao direito do servidor a um período de descanso anual remunerado, ma do órgão ou entidade.
por meio do qual, para a maioria dos servidores é de trinta dias.
Esse direito do servidor está garantido pela Constituição Federal, Licenças
porém, a disciplina do seu exercício pelos servidores estatutários São períodos por meio dos quais o servidor tem direito de se
federais está inserida nos arts. 77 a 80 da Lei 8.112/1990. afastar das suas atividades, com ou sem remuneração, de acordo
Normalmente, o servidor fará jus a trinta dias de férias a cada com o tipo de licença.
ano, que por sua vez, podem ser acumuladas até o máximo de dois A Lei 8112/90 prevê várias espécies de licenças, são elas:
períodos, em se tratando de caso de necessidade do serviço, com Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença:
exceção das hipóteses em que haja legislação específica (art. 77). I - por motivo de doença em pessoa da família;
Entretanto, o servidor que opera direta em permanência constante II - por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;
com equipamentos de raios X ou substâncias radioativas, terá direi- III - para o serviço militar;
to ao gozo de 20 dias consecutivos de férias semestrais de atividade IV - para atividade política;
profissional, sendo proibida em qualquer hipótese a acumulação V - para capacitação;
desses períodos (art. 79). VI - para tratar de interesses particulares;
VII - para desempenho de mandato classista;
Observação importante: A lei proíbe que seja levada à conta VIII - para tratamento de saúde;
de férias qualquer falta ao serviço (art. 77, § 2º). IX - Licença por acidente em serviço (art. 211);
X - Licença à Gestante (art. 207);
É interessante salientar que no primeiro período aquisitivo de XI - Licença à Adotante (art. 210);
férias serão exigidos 12 meses de exercício (art. 77, § 1º); a partir XII – Licença Paternidade (art. 208).
daí os períodos aquisitivos de férias são contados por exercício. Nos parâmetros do referido Estatuto, temos a seguinte expla-
Infere-se que o gozo do período de férias é decisão exclusiva- nação:
mente discricionária da administração, que só o fará se compreen- Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de
der que o pedido atende ao interesse público. doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padras-
No condizente à remuneração das férias, depreende-se que to ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas expensas
esta será acrescida do adicional que corresponda a 1/3 incidente e conste do seu assentamento funcional, mediante comprovação
sobre a remuneração original. Já o pagamento da remuneração de por perícia médica oficial.
férias, com o acréscimo do adicional, poderá ser efetuado até dois § 1º A licença somente será deferida se a assistência direta do
dias antes do início do respectivo período do gozo (art. 78). servidor for indispensável e não puder ser prestada simultaneamen-
Havendo parcelamento de gozo do período de férias, o servidor te com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário,
receberá o adicional de férias somente após utilizado o primeiro na forma do disposto no inciso II do art. 44.
período (art. 78, § 5º). § 2º A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações,
Caso o servidor seja exonerado do cargo efetivo, ou em comis- poderá ser concedida a cada período de doze meses nas seguintes
são, terá o direito de receber indenização relativa ao período das condições:
férias a que tiver direito, bem como ao incompleto, na exata pro- I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a
porção de um doze avos por mês de efetivo exercício, ou, ainda de remuneração do servidor;
fração superior a quatorze dias (art. 78, § 3º). Ocorrendo isso, a II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem remu-
indenização poderá ser calculada com base na remuneração do mês neração.
em que for publicado o ato exoneratório (art. 78, § 4º). § 3º O início do interstício de 12 (doze) meses será contado a
Observação importante: o STJ vem aplicando de forma pacífica partir da data do deferimento da primeira licença concedida.
§ 4º A soma das licenças remuneradas e das licenças não re-
o entendimento de que, ocorrendo vacância, por posse em outro
muneradas, incluídas as respectivas prorrogações, concedidas em
cargo inacumulável, sem solução de continuidade no tempo de
um mesmo período de 12 (doze) meses, observado o disposto no §
serviço, o direito à fruição das férias não gozadas nem indenizadas
3o, não poderá ultrapassar os limites estabelecidos nos incisos I e
transfere-se para o novo cargo, ainda que este último tenha remu-
II do § 2º.
neração maior (STJ, 5ª Turma, AgRg no Ag 1008567/DF, Rel. Min.
§ 2º A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações,
Napoleão Nunes Maia Filho, j. 18.09.2008, DJe 20.10.2008).
poderá ser concedida a cada período de doze meses nas seguintes
condições:
I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a
remuneração do servidor;
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II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem remu- § 1o Somente poderão ser licenciados os servidores eleitos para
neração. cargos de direção ou de representação nas referidas entidades, des-
§ 3º O início do interstício de 12 (doze) meses será contado a de que cadastradas no órgão competente.
partir da data do deferimento da primeira licença concedida. § 2º. A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser
§ 4º A soma das licenças remuneradas e das licenças não re- renovada, no caso de reeleição.
muneradas, incluídas as respectivas prorrogações, concedidas em Art. 202. Será concedida ao servidor licença para tratamento
um mesmo período de 12 (doze) meses, observado o disposto no § de saúde, a pedido ou de ofício, com base em perícia médica, sem
3o, não poderá ultrapassar os limites estabelecidos nos incisos I e prejuízo da remuneração a que fizer jus.
II do § 2º. Art. 207. Será concedida licença à servidora gestante por 120
§ 2º No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou companheiro (cento e vinte) dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração.
também seja servidor público, civil ou militar, de qualquer dos Po- § 1º . A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês de
deres da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, gestação, salvo antecipação por prescrição médica.
poderá haver exercício provisório em órgão ou entidade da Adminis- § 2º No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a
tração Federal direta, autárquica ou fundacional, desde que para o partir do parto.
exercício de atividade compatível com o seu cargo. § 3º No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do even-
Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço militar será con- to, a servidora será submetida a exame médico, e se julgada apta,
cedida licença, na forma e condições previstas na legislação espe- reassumirá o exercício.
cífica. § 4º No caso de aborto atestado por médico oficial, a servidora
Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor terá até terá direito a 30 (trinta) dias de repouso remunerado.
30 (trinta) dias sem remuneração para reassumir o exercício do car- Art. 208. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá
go. direito à licença-paternidade de 5 (cinco) dias consecutivos.
Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem remuneração, Art. 209. Para amamentar o próprio filho, até a idade de seis
durante o período que mediar entre a sua escolha em convenção meses, a servidora lactante terá direito, durante a jornada de tra-
partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro balho, a uma hora de descanso, que poderá ser parcelada em dois
de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral. períodos de meia hora.
§ 1º O servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde Art. 210. À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de
desempenha suas funções e que exerça cargo de direção, chefia, criança até 1 (um) ano de idade, serão concedidos 90 (noventa) dias
assessoramento, arrecadação ou fiscalização, dele será afastado, a de licença remunerada.
partir do dia imediato ao do registro de sua candidatura perante a Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda judicial de
Justiça Eleitoral, até o décimo dia seguinte ao do pleito. criança com mais de 1 (um) ano de idade, o prazo de que trata este
§ 2º A partir do registro da candidatura e até o décimo dia se- artigo será de 30 (trinta) dias.
guinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença, assegurados os Art. 211. Será licenciado, com remuneração integral, o servidor
acidentado em serviço.
vencimentos do cargo efetivo, somente pelo período de três meses.
Art. 87. Após cada quinquênio de efetivo exercício, o servidor
Observação importante: a licença-prêmio não faz mais parte
poderá, no interesse da Administração, afastar-se do exercício do
do rol dos direitos dos servidores federais e foi suprimida pela Lei
cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até três meses,
9.527/1997. A licença-prêmio permitia que o servidor, encerrado
para participar de curso de capacitação profissional.
cada quinquênio ininterrupto de serviço, pudesse gozar, como prê-
Art. 91. A critério da Administração, poderão ser concedidas ao
mio pela assiduidade de três meses de licença, com a remuneração
servidor ocupante de cargo efetivo, desde que não esteja em está-
do cargo efetivo. A legislação vigente à época facultava ao servidor
gio probatório, licenças para o trato de assuntos particulares pelo
gozar a licença ou contar em dobro o período da licença para efeito
prazo de até três anos consecutivos, sem remuneração.
de aposentadoria (o que atualmente não é mais possível, já que
Parágrafo único. A licença poderá ser interrompida, a qualquer a EC 20/1998 proibiu a contagem de tempo de contribuição fictí-
tempo, a pedido do servidor ou no interesse do serviço. cio para aposentadoria). Entretanto, em análise ao caso específico
Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à licença sem re- daqueles que adquiriram legitimamente o direito antes da supres-
muneração para o desempenho de mandato em confederação, fe- são legal, o STJ entende pacificamente que “o servidor aposentado
deração, associação de classe de âmbito nacional, sindicato repre- tem direito à conversão em pecúnia da licença-prêmio não gozada
sentativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão ou, e contada em dobro, sob pena de enriquecimento sem causa da
ainda, para participar de gerência ou administração em sociedade Administração Pública” (AgRg no AREsp 270.708/RN).
cooperativa constituída por servidores públicos para prestar servi-
ços a seus membros, observado o disposto na alínea c do inciso VIII Concessões
do art. 102 desta Lei, conforme disposto em regulamento e obser- Três são as espécies de concessão:
vados os seguintes limites: a) Primeira espécie de concessão: permite ao servidor se au-
I - para entidades com até 5.000 (cinco mil) associados, 2 (dois) sentar do serviço, sem qualquer prejuízo a sua remuneração, nas
servidores; seguintes condições (art. 97): por um dia, para doação de sangue;
II - para entidades com 5.001 (cinco mil e um) a 30.000 (trinta por dois dias, para se alistar como eleitor; por oito dias consecuti-
mil) associados, 4 (quatro) servidores; vos em razão de: casamento; falecimento do cônjuge, companhei-
III - para entidades com mais de 30.000 (trinta mil) associados, ro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda
8 (oito) servidores. ou tutela e irmãos.
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b) Segunda espécie de concessão: relacionada à concessão de Em relação à prescrição, merece também destaque:
horário especial, nas seguintes situações (art. 98): ao servidor estu- Art. 112: a prescrição é de ordem pública, não podendo ser re-
dante, quando comprovada a incompatibilidade entre o horário es- levada pela administração; o pedido de reconsideração e o recurso,
colar e o da repartição, sendo exigida a compensação de horário; ao quando cabíveis, interrompem a prescrição (art. 111); o prazo de
servidor portador de deficiência, quando comprovada a necessida- prescrição será contado da data da publicação do ato impugnado
de por junta médica oficial, independentemente de compensação ou da data da ciência pelo interessado, quando o ato não for publi-
de horário;ao servidor que tenha cônjuge, filho ou dependente com cado (art. 110, parágrafo único da Lei 8112/90).
deficiência, quando comprovada a necessidade por junta médica
oficial, independentemente da compensação de horário; ao servi-
dor que atue como instrutor em curso instituído no âmbito da ad- ATRIBUTOS DA REDAÇÃO OFICIAL; COMUNICAÇÕES
ministração pública federal ou que participe de banca examinadora OFICIAIS
de concursos, vinculado à compensação de horário a ser efetivada
no prazo de até um ano.
c) Terceira espécie de concessão: cuida dos casos relacionados
à matrícula em instituições de ensino. Por amparo legal, “ao servi- O que é Redação Oficial1
dor estudante que mudar de sede no interesse da administração é Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a maneira
assegurada, na localidade da nova residência ou na mais próxima, pela qual o Poder Público redige atos normativos e comunicações.
matrícula em instituição de ensino congênere, em qualquer época, Interessa-nos tratá-la do ponto de vista do Poder Executivo. A reda-
independentemente de vaga” (art. 99). Denota-se que esse benefí- ção oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do padrão
cio se estende também “ao cônjuge ou companheiro, aos filhos, ou culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade.
enteados do servidor que vivam na sua companhia, bem como aos Fundamentalmente esses atributos decorrem da Constituição, que
menores sob sua guarda, com autorização judicial” (art. 99, pará- dispõe, no artigo 37: “A administração pública direta, indireta ou
grafo único). fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de lega-
Direito de petição lidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...)”.
De acordo com o art. 104 da Lei 8.112/1990, é direito do servi- Sendo a publicidade e a impessoalidade princípios fundamentais de
dor público, requerer junto aos Poderes Públicos, a defesa de direi- toda administração pública, claro está que devem igualmente nor-
to ou interesse legítimo. tear a elaboração dos atos e comunicações oficiais. Não se concebe
O direito de petição pode ser manifestado por intermédio de que um ato normativo de qualquer natureza seja redigido de forma
requerimento, pedido de reconsideração ou de recurso. obscura, que dificulte ou impossibilite sua compreensão. A transpa-
Nos termos da Lei, o requerimento deverá ser dirigido à auto- rência do sentido dos atos normativos, bem como sua inteligibili-
ridade competente para decidi-lo e encaminhado por intermédio dade, são requisitos do próprio Estado de Direito: é inaceitável que
daquela a que estiver imediatamente subordinado o requerente um texto legal não seja entendido pelos cidadãos. A publicidade
(art. 105). implica, pois, necessariamente, clareza e concisão. Além de atender
Além disso, nos trâmites do art. 106, caberá pedido de reconsi- à disposição constitucional, a forma dos atos normativos obedece
deração dirigido à autoridade que houver expedido o ato ou profe- a certa tradição. Há normas para sua elaboração que remontam ao
rido a primeira decisão, não podendo ser renovado. período de nossa história imperial, como, por exemplo, a obrigato-
De acordo com o art. 107 do Estatuto em estudo, caberá re- riedade – estabelecida por decreto imperial de 10 de dezembro de
curso nas seguintes hipóteses: do indeferimento do pedido de re- 1822 – de que se aponha, ao final desses atos, o número de anos
consideração e das decisões sobre os recursos sucessivamente in- transcorridos desde a Independência. Essa prática foi mantida no
terpostos. período republicano. Esses mesmos princípios (impessoalidade, cla-
Nos termos do art. 109, o recurso será dirigido à autoridade reza, uniformidade, concisão e uso de linguagem formal) aplicam-se
imediatamente superior à que tiver expedido o ato ou proferido a às comunicações oficiais: elas devem sempre permitir uma única in-
decisão, e, sucessivamente, em escala ascendente, às demais auto- terpretação e ser estritamente impessoais e uniformes, o que exige
ridades, sendo encaminhado por intermédio da autoridade a que o uso de certo nível de linguagem. Nesse quadro, fica claro também
estiver imediatamente subordinado o requerente. Dando continui- que as comunicações oficiais são necessariamente uniformes, pois
dade, o recurso poderá ser recebido com efeito suspensivo, a juízo há sempre um único comunicador (o Serviço Público) e o receptor
da autoridade competente e em caso de provimento do pedido de dessas comunicações ou é o próprio Serviço Público (no caso de
reconsideração ou do recurso, os efeitos da decisão retroagirão à expedientes dirigidos por um órgão a outro) – ou o conjunto dos
data do ato impugnado, nos parâmetros do art. 109, parágrafo úni- cidadãos ou instituições tratados de forma homogênea (o público).
co da Lei 8112/90. Outros procedimentos rotineiros na redação de comunicações
O prazo para interposição de recurso ou de pedido de recon- oficiais foram incorporados ao longo do tempo, como as formas de
sideração é de 30 dias, a contar da publicação ou da ciência, pelo tratamento e de cortesia, certos clichês de redação, a estrutura dos
interessado, da decisão recorrida (art. 108). expedientes, etc. Mencione-se, por exemplo, a fixação dos fechos
Já o direito de requerer prescreve, nos termos do art. 110, em para comunicações oficiais, regulados pela Portaria no 1 do Ministro
cinco anos, quanto aos atos de demissão e de cassação de aposen- de Estado da Justiça, de 8 de julho de 1937, que, após mais de meio
tadoria ou disponibilidade, ou que afetem interesse patrimonial e século de vigência, foi revogado pelo Decreto que aprovou a primei-
créditos resultantes das relações de trabalho; em 120 dias, nos de- ra edição deste Manual. Acrescente-se, por fim, que a identificação
mais casos, exceto quando outro prazo for fixado em lei. que se buscou fazer das características específicas da forma oficial
1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/manual.htm
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de redigir não deve ensejar o entendimento de que se proponha se dá com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de
a criação – ou se aceite a existência – de uma forma específica de informar com clareza e objetividade. As comunicações que partem
linguagem administrativa, o que coloquialmente e pejorativamente dos órgãos públicos federais devem ser compreendidas por todo e
se chama burocratês. Este é antes uma distorção do que deve ser a qualquer cidadão brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar
redação oficial, e se caracteriza pelo abuso de expressões e clichês o uso de uma linguagem restrita a determinados grupos. Não há
do jargão burocrático e de formas arcaicas de construção de frases. dúvida que um texto marcado por expressões de circulação restrita,
A redação oficial não é, portanto, necessariamente árida e infensa à como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem
evolução da língua. É que sua finalidade básica – comunicar com im- sua compreensão dificultada. Ressalte-se que há necessariamente
pessoalidade e máxima clareza – impõe certos parâmetros ao uso uma distância entre a língua falada e a escrita. Aquela é extrema-
que se faz da língua, de maneira diversa daquele da literatura, do mente dinâmica, reflete de forma imediata qualquer alteração de
texto jornalístico, da correspondência particular, etc. Apresentadas costumes, e pode eventualmente contar com outros elementos que
essas características fundamentais da redação oficial, passemos à auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a entoação, etc. Para
análise pormenorizada de cada uma delas. mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis por essa distân-
cia. Já a língua escrita incorpora mais lentamente as transforma-
A Impessoalidade ções, tem maior vocação para a permanência, e vale-se apenas de
A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela si mesma para comunicar. A língua escrita, como a falada, compre-
escrita. Para que haja comunicação, são necessários: ende diferentes níveis, de acordo com o uso que dela se faça. Por
a) alguém que comunique, exemplo, em uma carta a um amigo, podemos nos valer de deter-
b) algo a ser comunicado, e minado padrão de linguagem que incorpore expressões extrema-
c) alguém que receba essa comunicação. mente pessoais ou coloquiais; em um parecer jurídico, não se há de
estranhar a presença do vocabulário técnico correspondente. Nos
No caso da redação oficial, quem comunica é sempre o Serviço dois casos, há um padrão de linguagem que atende ao uso que se
Público (este ou aquele Ministério, Secretaria, Departamento, Di- faz da língua, a finalidade com que a empregamos. O mesmo ocorre
visão, Serviço, Seção); o que se comunica é sempre algum assunto com os textos oficiais: por seu caráter impessoal, por sua finalidade
relativo às atribuições do órgão que comunica; o destinatário dessa de informar com o máximo de clareza e concisão, eles requerem o
comunicação ou é o público, o conjunto dos cidadãos, ou outro ór- uso do padrão culto da língua. Há consenso de que o padrão cul-
gão público, do Executivo ou dos outros Poderes da União. Perce- to é aquele em que a) se observam as regras da gramática formal,
be-se, assim, que o tratamento impessoal que deve ser dado aos e b) se emprega um vocabulário comum ao conjunto dos usuários
assuntos que constam das comunicações oficiais decorre: do idioma. É importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso do
a) da ausência de impressões individuais de quem comunica: padrão culto na redação oficial decorre do fato de que ele está aci-
embora se trate, por exemplo, de um expediente assinado por Che- ma das diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos
fe de determinada Seção, é sempre em nome do Serviço Público modismos vocabulares, das idiossincrasias linguísticas, permitindo,
que é feita a comunicação. Obtém-se, assim, uma desejável padro- por essa razão, que se atinja a pretendida compreensão por todos
nização, que permite que comunicações elaboradas em diferentes os cidadãos.
setores da Administração guardem entre si certa uniformidade; Lembre-se que o padrão culto nada tem contra a simplicidade
b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, com de expressão, desde que não seja confundida com pobreza de ex-
duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre pressão. De nenhuma forma o uso do padrão culto implica empre-
concebido como público, ou a outro órgão público. Nos dois casos, go de linguagem rebuscada, nem dos contorcionismos sintáticos e
temos um destinatário concebido de forma homogênea e impes- figuras de linguagem próprios da língua literária. Pode-se concluir,
soal; então, que não existe propriamente um “padrão oficial de lingua-
c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o uni- gem”; o que há é o uso do padrão culto nos atos e comunicações
verso temático das comunicações oficiais se restringe a questões oficiais. É claro que haverá preferência pelo uso de determinadas
que dizem respeito ao interesse público, é natural que não cabe expressões, ou será obedecida certa tradição no emprego das for-
qualquer tom particular ou pessoal. Desta forma, não há lugar na mas sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se con-
redação oficial para impressões pessoais, como as que, por exem- sagre a utilização de uma forma de linguagem burocrática. O jargão
plo, constam de uma carta a um amigo, ou de um artigo assinado de burocrático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre
jornal, ou mesmo de um texto literário. A redação oficial deve ser sua compreensão limitada. A linguagem técnica deve ser empre-
isenta da interferência da individualidade que a elabora. A concisão, gada apenas em situações que a exijam, sendo de evitar o seu uso
a clareza, a objetividade e a formalidade de que nos valemos para indiscriminado. Certos rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vo-
elaborar os expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja cabulário próprio a determinada área, são de difícil entendimento
alcançada a necessária impessoalidade. por quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se ter o cuidado,
portanto, de explicitá-los em comunicações encaminhadas a outros
A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais órgãos da administração e em expedientes dirigidos aos cidadãos.
A necessidade de empregar determinado nível de linguagem Outras questões sobre a linguagem, como o emprego de neologis-
nos atos e expedientes oficiais decorre, de um lado, do próprio ca- mo e estrangeirismo, são tratadas em detalhe em 9.3. Semântica.
ráter público desses atos e comunicações; de outro, de sua finalida-
de. Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de caráter normati- Formalidade e Padronização
vo, ou estabelecem regras para a conduta dos cidadãos, ou regulam As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto é,
o funcionamento dos órgãos públicos, o que só é alcançado se em obedecem a certas regras de forma: além das já mencionadas exi-
sua elaboração for empregada a linguagem adequada. O mesmo gências de impessoalidade e uso do padrão culto de linguagem, é
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imperativo, ainda, certa formalidade de tratamento. Não se trata destinatário. O que nos parece óbvio pode ser desconhecido por
somente da eterna dúvida quanto ao correto emprego deste ou da- terceiros. O domínio que adquirimos sobre certos assuntos em de-
quele pronome de tratamento para uma autoridade de certo nível corrência de nossa experiência profissional muitas vezes faz com
(v. a esse respeito 2.1.3. Emprego dos Pronomes de Tratamento); que os tomemos como de conhecimento geral, o que nem sempre
mais do que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à civilidade é verdade. Explicite, desenvolva, esclareça, precise os termos técni-
no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a comunicação. cos, o significado das siglas e abreviações e os conceitos específicos
A formalidade de tratamento vincula-se, também, à necessária que não possam ser dispensados. A revisão atenta exige, necessa-
uniformidade das comunicações. Ora, se a administração federal é riamente, tempo. A pressa com que são elaboradas certas comu-
una, é natural que as comunicações que expede sigam um mesmo nicações quase sempre compromete sua clareza. Não se deve pro-
padrão. O estabelecimento desse padrão, uma das metas deste Ma- ceder à redação de um texto que não seja seguida por sua revisão.
nual, exige que se atente para todas as características da redação “Não há assuntos urgentes, há assuntos atrasados”, diz a máxima.
oficial e que se cuide, ainda, da apresentação dos textos. A clareza Evite-se, pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no redigir.
datilográfica, o uso de papéis uniformes para o texto definitivo e a
correta diagramação do texto são indispensáveis para a padroniza- As comunicações oficiais
ção. Consulte o Capítulo II, As Comunicações Oficiais, a respeito de
A redação das comunicações oficiais deve, antes de tudo, se-
normas específicas para cada tipo de expediente.
guir os preceitos explicitados no Capítulo I, Aspectos Gerais da
Redação Oficial. Além disso, há características específicas de cada
Concisão e Clareza
tipo de expediente, que serão tratadas em detalhe neste capítulo.
A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do
texto oficial. Conciso é o texto que consegue transmitir um máxi- Antes de passarmos à sua análise, vejamos outros aspectos comuns
mo de informações com um mínimo de palavras. Para que se redija a quase todas as modalidades de comunicação oficial: o emprego
com essa qualidade, é fundamental que se tenha, além de conheci- dos pronomes de tratamento, a forma dos fechos e a identificação
mento do assunto sobre o qual se escreve, o necessário tempo para do signatário.
revisar o texto depois de pronto. É nessa releitura que muitas vezes
se percebem eventuais redundâncias ou repetições desnecessárias Pronomes de Tratamento
de ideias. O esforço de sermos concisos atende, basicamente ao
princípio de economia linguística, à mencionada fórmula de empre- Breve História dos Pronomes de Tratamento
gar o mínimo de palavras para informar o máximo. Não se deve de O uso de pronomes e locuções pronominais de tratamento tem
forma alguma entendê-la como economia de pensamento, isto é, larga tradição na língua portuguesa. De acordo com Said Ali, após
não se devem eliminar passagens substanciais do texto no afã de serem incorporados ao português os pronomes latinos tu e vos,
reduzi-lo em tamanho. Trata-se exclusivamente de cortar palavras “como tratamento direto da pessoa ou pessoas a quem se dirigia a
inúteis, redundâncias, passagens que nada acrescentem ao que já palavra”, passou-se a empregar, como expediente linguístico de dis-
foi dito. Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe em tinção e de respeito, a segunda pessoa do plural no tratamento de
todo texto de alguma complexidade: ideias fundamentais e ideias pessoas de hierarquia superior. Prossegue o autor: “Outro modo de
secundárias. Estas últimas podem esclarecer o sentido daquelas de- tratamento indireto consistiu em fingir que se dirigia a palavra a um
talhá-las, exemplificá-las; mas existem também ideias secundárias atributo ou qualidade eminente da pessoa de categoria superior, e
que não acrescentam informação alguma ao texto, nem têm maior não a ela própria. Assim aproximavam-se os vassalos de seu rei com
relação com as fundamentais, podendo, por isso, ser dispensadas. A o tratamento de vossa mercê, vossa senhoria (...); assim usou-se
clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial, conforme o tratamento ducal de vossa excelência e adotou-se na hierarquia
já sublinhado na introdução deste capítulo. Pode-se definir como eclesiástica vossa reverência, vossa paternidade, vossa eminência,
claro aquele texto que possibilita imediata compreensão pelo leitor. vossa santidade. ” A partir do final do século XVI, esse modo de
No entanto a clareza não é algo que se atinja por si só: ela depende tratamento indireto já estava em voga também para os ocupantes
estritamente das demais características da redação oficial. Para ela de certos cargos públicos. Vossa mercê evoluiu para vosmecê, e de-
concorrem:
pois para o coloquial você. E o pronome vós, com o tempo, caiu em
a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretações
desuso. É dessa tradição que provém o atual emprego de pronomes
que poderia decorrer de um tratamento personalista dado ao texto;
de tratamento indireto como forma de dirigirmo-nos às autorida-
b) o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de en-
des civis, militares e eclesiásticas.
tendimento geral e por definição avesso a vocábulos de circulação
restrita, como a gíria e o jargão;
c) a formalidade e a padronização, que possibilitam a impres- Concordância com os Pronomes de Tratamento
cindível uniformidade dos textos; Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta)
d) a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos linguís- apresentam certas peculiaridades quanto à concordância verbal,
ticos que nada lhe acrescentam. nominal e pronominal. Embora se refiram à segunda pessoa gra-
matical (à pessoa com quem se fala, ou a quem se dirige a comuni-
É pela correta observação dessas características que se redige cação), levam a concordância para a terceira pessoa. É que o verbo
com clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável releitura de todo concorda com o substantivo que integra a locução como seu núcleo
texto redigido. A ocorrência, em textos oficiais, de trechos obscuros sintático: “Vossa Senhoria nomeará o substituto”; “Vossa Excelên-
e de erros gramaticais provém principalmente da falta da releitu- cia conhece o assunto”. Da mesma forma, os pronomes possessivos
ra que torna possível sua correção. Na revisão de um expediente, referidos a pronomes de tratamento são sempre os da terceira pes-
deve-se avaliar, ainda, se ele será de fácil compreensão por seu soa: “Vossa Senhoria nomeará seu substituto” (e não “Vossa... vos-
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so...”). Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero A Sua Excelência o Senhor
gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e Senador Fulano de Tal
não com o substantivo que compõe a locução. Assim, se nosso in- Senado Federal
terlocutor for homem, o correto é “Vossa Excelência está atarefa- 70.165-900 – Brasília. DF
do”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeito”; se for mulher, “Vossa
Excelência está atarefada”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeita”. A Sua Excelência o Senhor
Fulano de Tal
Emprego dos Pronomes de Tratamento Juiz de Direito da 10a Vara Cível
Como visto, o emprego dos pronomes de tratamento obedece Rua ABC, no 123
a secular tradição. São de uso consagrado: 01.010-000 – São Paulo. SP
Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:
Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento
a) do Poder Executivo; digníssimo (DD), às autoridades arroladas na lista anterior. A dig-
Presidente da República; nidade é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo público,
Vice-Presidente da República;
sendo desnecessária sua repetida evocação.
Ministros de Estado;
Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e
Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Fe-
para particulares. O vocativo adequado é:
deral;
Senhor Fulano de Tal,
Oficiais-Generais das Forças Armadas;
Embaixadores; (...)
Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de
cargos de natureza especial; No envelope, deve constar do endereçamento:
Secretários de Estado dos Governos Estaduais; Ao Senhor
Prefeitos Municipais. Fulano de Tal
Rua ABC, nº 123
b) do Poder Legislativo: 70.123 – Curitiba. PR
Deputados Federais e Senadores;
Ministro do Tribunal de Contas da União; Como se depreende do exemplo acima fica dispensado o em-
Deputados Estaduais e Distritais; prego do superlativo ilustríssimo para as autoridades que recebem
Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o
Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais. uso do pronome de tratamento Senhor. Acrescente-se que doutor
não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Evite usá-lo
c) do Poder Judiciário: indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o apenas em
Ministros dos Tribunais Superiores; comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau por terem
Membros de Tribunais; concluído curso universitário de doutorado. É costume designar por
Juízes; doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito e em
Auditores da Justiça Militar. Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a dese-
jada formalidade às comunicações. Mencionemos, ainda, a forma
O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Vossa Magnificência, empregada por força da tradição, em comu-
Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respec- nicações dirigidas a reitores de universidade. Corresponde-lhe o
tivo: vocativo:
Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional, Magnífico Reitor,
Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Fede-
(...)
ral.
Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo com a
As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor,
hierarquia eclesiástica, são:
seguido do cargo respectivo:
Senhor Senador,
Senhor Juiz, Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Papa. O voca-
Senhor Ministro, tivo correspondente é:
Senhor Governador, Santíssimo Padre,
(...)
No envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às
autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a seguinte forma: Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima, em co-
municações aos Cardeais. Corresponde-lhe o vocativo:
A Sua Excelência o Senhor Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou
Fulano de Tal Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal,
Ministro de Estado da Justiça (...)
70.064-900 – Brasília. DF
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Vossa Excelência Reverendíssima é usado em comunicações b) local e data em que foi assinado, por extenso, com alinha-
dirigidas a Arcebispos e Bispos; Vossa Reverendíssima ou Vossa Se- mento à direita:
nhoria Reverendíssima para Monsenhores, Cônegos e superiores Exemplo:
religiosos. Vossa Reverência é empregado para sacerdotes, clérigos 13
e demais religiosos. Brasília, 15 de março de 1991.

Fechos para Comunicações c) assunto: resumo do teor do documento


O fecho das comunicações oficiais possui, além da finalidade Exemplos:
óbvia de arrematar o texto, a de saudar o destinatário. Os modelos Assunto: Produtividade do órgão em 2002.
para fecho que vinham sendo utilizados foram regulados pela Por- Assunto: Necessidade de aquisição de novos computadores.
taria nº1 do Ministério da Justiça, de 1937, que estabelecia quinze
padrões. Com o fito de simplificá-los e uniformizá-los, este Manual d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida
estabelece o emprego de somente dois fechos diferentes para to- a comunicação. No caso do ofício deve ser incluído também o en-
das as modalidades de comunicação oficial: dereço.
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da Re-
pública: e) texto: nos casos em que não for de mero encaminhamento
Respeitosamente, de documentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura:
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia in- – Introdução, que se confunde com o parágrafo de abertura,
ferior: na qual é apresentado o assunto que motiva a comunicação. Evite o
Atenciosamente, uso das formas: “Tenho a honra de”, “Tenho o prazer de”, “Cumpre-
-me informar que”, empregue a forma direta;
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a au- – Desenvolvimento, no qual o assunto é detalhado; se o texto
toridades estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios, de- contiver mais de uma ideia sobre o assunto, elas devem ser tratadas
vidamente disciplinados no Manual de Redação do Ministério das em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à exposição;
Relações Exteriores. – Conclusão, em que é reafirmada ou simplesmente reapresen-
tada a posição recomendada sobre o assunto.
Identificação do Signatário
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da Repú-
Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos casos
blica, todas as demais comunicações oficiais devem trazer o nome e
em que estes estejam organizados em itens ou títulos e subtítulos.
o cargo da autoridade que as expede, abaixo do local de sua assina-
tura. A forma da identificação deve ser a seguinte: Já quando se tratar de mero encaminhamento de documentos
a estrutura é a seguinte:
(espaço para assinatura) – Introdução: deve iniciar com referência ao expediente que
NOME solicitou o encaminhamento. Se a remessa do documento não tiver
Chefe da Secretária-geral da Presidência da República sido solicitada, deve iniciar com a informação do motivo da comu-
nicação, que é encaminhar, indicando a seguir os dados completos
(espaço para assinatura) do documento encaminhado (tipo, data, origem ou signatário, e as-
NOME sunto de que trata), e a razão pela qual está sendo encaminhado,
Ministro de Estado da Justiça segundo a seguinte fórmula:
“Em resposta ao Aviso nº 12, de 1º de fevereiro de 1991, enca-
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura minho, anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de 1990, do Depar-
em página isolada do expediente. Transfira para essa página ao me- tamento Geral de Administração, que trata da requisição do servi-
nos a última frase anterior ao fecho. dor Fulano de Tal. ” Ou “Encaminho, para exame e pronunciamento,
a anexa cópia do telegrama no 12, de 1o de fevereiro de 1991, do
O Padrão Ofício Presidente da Confederação Nacional de Agricultura, a respeito de
Há três tipos de expedientes que se diferenciam antes pela fi- projeto de modernização de técnicas agrícolas na região Nordeste. ”
nalidade do que pela forma: o ofício, o aviso e o memorando. Com – Desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer
o fito de uniformizá-los, pode-se adotar uma diagramação única, algum comentário a respeito do documento que encaminha, pode-
que siga o que chamamos de padrão ofício. As peculiaridades de rá acrescentar parágrafos de desenvolvimento; em caso contrário,
cada um serão tratadas adiante; por ora busquemos as suas seme- não há parágrafos de desenvolvimento em aviso ou ofício de mero
lhanças. encaminhamento.
Partes do documento no Padrão Ofício f) fecho (v. 2.2. Fechos para Comunicações);
O aviso, o ofício e o memorando devem conter as seguintes
partes:
g) assinatura do autor da comunicação; e
a) tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que
o expede:
h) identificação do signatário (v. 2.3. Identificação do Signa-
Exemplos:
tário).
Mem. 123/2002-MF Aviso 123/2002-SG Of. 123/2002-MME

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Forma de diagramação Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as seguin-


Os documentos do Padrão Ofício5 devem obedecer à seguinte tes informações do remetente:
forma de apresentação: – Nome do órgão ou setor;
a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo – Endereço postal;
12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé; – telefone E endereço de correio eletrônico.
b) para símbolos não existentes na fonte Times New Roman po-
der-se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings; Memorando
c) é obrigatória constar a partir da segunda página o número
da página; — Definição e Finalidade
d) os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser impres- O memorando é a modalidade de comunicação entre unidades
sos em ambas as faces do papel. Neste caso, as margens esquerda administrativas de um mesmo órgão, que podem estar hierarquica-
e direta terão as distâncias invertidas nas páginas pares (“margem mente em mesmo nível ou em nível diferente. Trata-se, portanto,
espelho”); de uma forma de comunicação eminentemente interna. Pode ter
e) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distân- caráter meramente administrativo, ou ser empregado para a ex-
cia da margem esquerda; posição de projetos, ideias, diretrizes, etc. a serem adotados por
f) o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no míni- determinado setor do serviço público. Sua característica principal é
mo, 3,0 cm de largura; a agilidade. A tramitação do memorando em qualquer órgão deve
g) o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm; 5 O pautar-se pela rapidez e pela simplicidade de procedimentos buro-
constante neste item aplica-se também à exposição de motivos e à cráticos. Para evitar desnecessário aumento do número de comuni-
mensagem (v. 4. Exposição de Motivos e 5. Mensagem). cações, os despachos ao memorando devem ser dados no próprio
h) deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de documento e, no caso de falta de espaço, em folha de continuação.
6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor de texto utilizado não Esse procedimento permite formar uma espécie de processo sim-
comportar tal recurso, de uma linha em branco; plificado, assegurando maior transparência à tomada de decisões,
i) não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado, e permitindo que se historie o andamento da matéria tratada no
letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer memorando.
outra forma de formatação que afete a elegância e a sobriedade do
documento;
— Forma e Estrutura
j) a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel
Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do padrão
branco. A impressão colorida deve ser usada apenas para gráficos
ofício, com a diferença de que o seu destinatário deve ser mencio-
e ilustrações;
nado pelo cargo que ocupa.
l) todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem ser
Exemplos:
impressos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm;
Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração Ao Sr. Subche-
m) deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo
fe para Assuntos Jurídicos
Rich Text nos documentos de texto;
n) dentro do possível, todos os documentos elaborados devem
ter o arquivo de texto preservado para consulta posterior ou apro- Exposição de Motivos
veitamento de trechos para casos análogos;
o) para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem — Definição e Finalidade
ser formados da seguinte maneira: tipo do documento + número do Exposição de motivos é o expediente dirigido ao Presidente da
documento + palavras-chaves do conteúdo Ex.: “Of. 123 - relatório República ou ao Vice-Presidente para:
produtividade ano 2002” a) informá-lo de determinado assunto;
b) propor alguma medida; ou
Aviso e Ofício c) submeter a sua consideração projeto de ato normativo.
— Definição e Finalidade
Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial pratica- Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presidente da
mente idênticas. A única diferença entre eles é que o aviso é expe- República por um Ministro de Estado.
dido exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de um Mi-
mesma hierarquia, ao passo que o ofício é expedido para e pelas nistério, a exposição de motivos deverá ser assinada por todos os
demais autoridades. Ambos têm como finalidade o tratamento de Ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada de intermi-
assuntos oficiais pelos órgãos da Administração Pública entre si e, nisterial.
no caso do ofício, também com particulares.
— Forma e Estrutura
— Forma e Estrutura Formalmente, a exposição de motivos tem a apresentação do
Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo do padrão padrão ofício (v. 3. O Padrão Ofício). O anexo que acompanha a
ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o destinatário (v. 2.1 exposição de motivos que proponha alguma medida ou apresente
Pronomes de Tratamento), seguido de vírgula. projeto de ato normativo, segue o modelo descrito adiante. A ex-
Exemplos: posição de motivos, de acordo com sua finalidade, apresenta duas
Excelentíssimo Senhor Presidente da República formas básicas de estrutura: uma para aquela que tenha caráter
Senhora Ministra exclusivamente informativo e outra para a que proponha alguma
Senhor Chefe de Gabinete medida ou submeta projeto de ato normativo.
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No primeiro caso, o da exposição de motivos que simplesmen- A falta ou insuficiência das informações prestadas pode acar-
te leva algum assunto ao conhecimento do Presidente da República, retar, a critério da Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil,
sua estrutura segue o modelo antes referido para o padrão ofício. a devolução do projeto de ato normativo para que se complete o
Já a exposição de motivos que submeta à consideração do Pre- exame ou se reformule a proposta. O preenchimento obrigatório do
sidente da República a sugestão de alguma medida a ser adotada anexo para as exposições de motivos que proponham a adoção de
ou a que lhe apresente projeto de ato normativo – embora sigam alguma medida ou a edição de ato normativo tem como finalidade:
também a estrutura do padrão ofício –, além de outros comentá- a) permitir a adequada reflexão sobre o problema que se busca
rios julgados pertinentes por seu autor, devem, obrigatoriamente, resolver;
apontar: b) ensejar mais profunda avaliação das diversas causas do pro-
a) na introdução: o problema que está a reclamar a adoção da blema e dos efeitos que pode ter a adoção da medida ou a edição
medida ou do ato normativo proposto; do ato, em consonância com as questões que devem ser analisadas
b) no desenvolvimento: o porquê de ser aquela medida ou na elaboração de proposições normativas no âmbito do Poder Exe-
aquele ato normativo o ideal para se solucionar o problema, e even- cutivo (v. 10.4.3.).
tuais alternativas existentes para equacioná-lo; c) conferir perfeita transparência aos atos propostos.
c) na conclusão, novamente, qual medida deve ser tomada, ou
qual ato normativo deve ser editado para solucionar o problema. Dessa forma, ao atender às questões que devem ser analisadas
na elaboração de atos normativos no âmbito do Poder Executivo,
Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à exposição
o texto da exposição de motivos e seu anexo complementam-se e
de motivos, devidamente preenchido, de acordo com o seguinte
formam um todo coeso: no anexo, encontramos uma avaliação pro-
modelo previsto no Anexo II do Decreto no 4.176, de 28 de março
funda e direta de toda a situação que está a reclamar a adoção de
de 2002.
certa providência ou a edição de um ato normativo; o problema a
Anexo à Exposição de Motivos do (indicar nome do Ministério
ser enfrentado e suas causas; a solução que se propõe, seus efeitos
ou órgão equivalente) nº de 200.
e seus custos; e as alternativas existentes. O texto da exposição de
motivos fica, assim, reservado à demonstração da necessidade da
1. Síntese do problema ou da situação que reclama providên-
providência proposta: por que deve ser adotada e como resolverá
cias
o problema. Nos casos em que o ato proposto for questão de pes-
2. Soluções e providências contidas no ato normativo ou na
medida proposta soal (nomeação, promoção, ascensão, transferência, readaptação,
3. Alternativas existentes às medidas propostas reversão, aproveitamento, reintegração, recondução, remoção,
Mencionar: exoneração, demissão, dispensa, disponibilidade, aposentadoria),
- Se há outro projeto do Executivo sobre a matéria; não é necessário o encaminhamento do formulário de anexo à ex-
- Se há projetos sobre a matéria no Legislativo; posição de motivos.
- Outras possibilidades de resolução do problema. Ressalte-se que:
– A síntese do parecer do órgão de assessoramento jurídico
4. Custos não dispensa o encaminhamento do parecer completo;
Mencionar: – O tamanho dos campos do anexo à exposição de motivos
- Se a despesa decorrente da medida está prevista na lei orça- pode ser alterado de acordo com a maior ou menor extensão dos
mentária anual; se não, quais as alternativas para custeá-la; comentários a serem ali incluídos.
- Se é o caso de solicitar-se abertura de crédito extraordinário,
especial ou suplementar; Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha presente que
- Valor a ser despendido em moeda corrente; a atenção aos requisitos básicos da redação oficial (clareza, conci-
são, impessoalidade, formalidade, padronização e uso do padrão
5. Razões que justificam a urgência (a ser preenchido somente culto de linguagem) deve ser redobrada. A exposição de motivos é
se o ato proposto for medido provisória ou projeto de lei que deva a principal modalidade de comunicação dirigida ao Presidente da
tramitar em regime de urgência) República pelos Ministros. Além disso, pode, em certos casos, ser
Mencionar: encaminhada cópia ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário
- Se o problema configura calamidade pública; ou, ainda, ser publicada no Diário Oficial da União, no todo ou em
- Por que é indispensável a vigência imediata; parte.
- Se se trata de problema cuja causa ou agravamento não te-
nham sido previstos; Mensagem
- Se se trata de desenvolvimento extraordinário de situação já
prevista. — Definição e Finalidade
É o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos
6. Impacto sobre o meio ambiente (sempre que o ato ou medi- Poderes Públicos, notadamente as mensagens enviadas pelo Chefe
da proposta possa vir a tê-lo) do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato
7. Alterações propostas da Administração Pública; expor o plano de governo por ocasião
8. Síntese do parecer do órgão jurídico da abertura de sessão legislativa; submeter ao Congresso Nacional
Com base em avaliação do ato normativo ou da medida pro- matérias que dependem de deliberação de suas Casas; apresentar
posta à luz das questões levantadas no item 10.4.3. veto; enfim, fazer e agradecer comunicações de tudo quanto seja
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO E REDAÇÃO OFICIAL

de interesse dos poderes públicos e da Nação. Minuta de mensa- outorga ou renovação da concessão após deliberação do Congresso
gem pode ser encaminhada pelos Ministérios à Presidência da Re- Nacional (Constituição, art. 223, § 3o). Descabe pedir na mensagem
pública, a cujas assessorias caberá a redação final. As mensagens a urgência prevista no art. 64 da Constituição, porquanto o § 1o do
mais usuais do Poder Executivo ao Congresso Nacional têm as se- art. 223 já define o prazo da tramitação. Além do ato de outorga
guintes finalidades: ou renovação, acompanha a mensagem o correspondente processo
a) encaminhamento de projeto de lei ordinária, complemen- administrativo.
tar ou financeira. Os projetos de lei ordinária ou complementar são f) encaminhamento das contas referentes ao exercício ante-
enviados em regime normal (Constituição, art. 61) ou de urgência rior. O Presidente da República tem o prazo de sessenta dias após a
(Constituição, art. 64, §§ 1o a 4o). Cabe lembrar que o projeto pode abertura da sessão legislativa para enviar ao Congresso Nacional as
ser encaminhado sob o regime normal e mais tarde ser objeto de contas referentes ao exercício anterior (Constituição, art. 84, XXIV),
nova mensagem, com solicitação de urgência. Em ambos os casos, para exame e parecer da Comissão Mista permanente (Constitui-
a mensagem se dirige aos Membros do Congresso Nacional, mas é ção, art. 166, § 1o), sob pena de a Câmara dos Deputados realizar a
encaminhada com aviso do Chefe da Casa Civil da Presidência da tomada de contas (Constituição, art. 51, II), em procedimento disci-
República ao Primeiro Secretário da Câmara dos Deputados, para plinado no art. 215 do seu Regimento Interno.
que tenha início sua tramitação (Constituição, art. 64, caput). Quan- g) mensagem de abertura da sessão legislativa.
to aos projetos de lei financeira (que compreendem plano plurianu- Ela deve conter o plano de governo, exposição sobre a situação
al, diretrizes orçamentárias, orçamentos anuais e créditos adicio- do País e solicitação de providências que julgar necessárias (Cons-
nais), as mensagens de encaminhamento dirigem-se aos Membros tituição, art. 84, XI). O portador da mensagem é o Chefe da Casa
do Congresso Nacional, e os respectivos avisos são endereçados ao Civil da Presidência da República. Esta mensagem difere das demais
Primeiro Secretário do Senado Federal. A razão é que o art. 166 porque vai encadernada e é distribuída a todos os Congressistas em
da Constituição impõe a deliberação congressual sobre as leis fi- forma de livro.
nanceiras em sessão conjunta, mais precisamente, “na forma do h) comunicação de sanção (com restituição de autógrafos).
regimento comum”. E à frente da Mesa do Congresso Nacional está Esta mensagem é dirigida aos Membros do Congresso Nacio-
o Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 57, § 5o), que co- nal, encaminhada por Aviso ao Primeiro Secretário da Casa onde
manda as sessões conjuntas. As mensagens aqui tratadas coroam o se originaram os autógrafos. Nela se informa o número que tomou
processo desenvolvido no âmbito do Poder Executivo, que abrange a lei e se restituem dois exemplares dos três autógrafos recebidos,
minucioso exame técnico, jurídico e econômico-financeiro das ma- nos quais o Presidente da República terá aposto o despacho de san-
térias objeto das proposições por elas encaminhadas. Tais exames ção.
materializam-se em pareceres dos diversos órgãos interessados no i) comunicação de veto.
assunto das proposições, entre eles o da Advocacia-Geral da União. Dirigida ao Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 66,
Mas, na origem das propostas, as análises necessárias constam da § 1o), a mensagem informa sobre a decisão de vetar, se o veto é
exposição de motivos do órgão onde se geraram (v. 3.1. Exposição parcial, quais as disposições vetadas, e as razões do veto. Seu texto
de Motivos) – exposição que acompanhará, por cópia, a mensagem vai publicado na íntegra no Diário Oficial da União (v. 4.2. Forma e
de encaminhamento ao Congresso. Estrutura), ao contrário das demais mensagens, cuja publicação se
b) encaminhamento de medida provisória. restringe à notícia do seu envio ao Poder Legislativo. (v. 19.6.Veto)
Para dar cumprimento ao disposto no art. 62 da Constituição, j) outras mensagens.
o Presidente da República encaminha mensagem ao Congresso, Também são remetidas ao Legislativo com regular frequência
dirigida a seus membros, com aviso para o Primeiro Secretário do mensagens com:
Senado Federal, juntando cópia da medida provisória, autenticada – Encaminhamento de atos internacionais que acarretam en-
pela Coordenação de Documentação da Presidência da República. cargos ou compromissos gravosos (Constituição, art. 49, I);
c) indicação de autoridades. – Pedido de estabelecimento de alíquotas aplicáveis às opera-
As mensagens que submetem ao Senado Federal a indicação ções e prestações interestaduais e de exportação
de pessoas para ocuparem determinados cargos (magistrados dos (Constituição, art. 155, § 2o, IV);
Tribunais Superiores, Ministros do TCU, Presidentes e Diretores do – Proposta de fixação de limites globais para o montante da
Banco Central, Procurador-Geral da República, Chefes de Missão Di- dívida consolidada (Constituição, art. 52, VI);
plomática, etc.) têm em vista que a Constituição, no seu art. 52, inci- – Pedido de autorização para operações financeiras externas
sos III e IV, atribui àquela Casa do Congresso Nacional competência (Constituição, art. 52, V); e outros.
privativa para aprovar a indicação. O curriculum vitae do indicado, Entre as mensagens menos comuns estão as de:
devidamente assinado, acompanha a mensagem. – Convocação extraordinária do Congresso Nacional (Constitui-
d) pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-Presiden- ção, art. 57, § 6o);
te da República se ausentarem do País por mais de 15 dias. Trata- – Pedido de autorização para exonerar o Procurador-Geral da
-se de exigência constitucional (Constituição, art. 49, III, e 83), e a República (art. 52, XI, e 128, § 2o);
autorização é da competência privativa do Congresso Nacional. O – Pedido de autorização para declarar guerra e decretar mobi-
Presidente da República, tradicionalmente, por cortesia, quando a lização nacional (Constituição, art. 84, XIX);
ausência é por prazo inferior a 15 dias, faz uma comunicação a cada – Pedido de autorização ou referendo para celebrar a paz
Casa do Congresso, enviando-lhes mensagens idênticas. (Constituição, art. 84, XX);
e) encaminhamento de atos de concessão e renovação de – Justificativa para decretação do estado de defesa ou de sua
concessão de emissoras de rádio e TV. A obrigação de submeter prorrogação (Constituição, art. 136, § 4o);
tais atos à apreciação do Congresso Nacional consta no inciso XII – Pedido de autorização para decretar o estado de sítio (Cons-
do artigo 49 da Constituição. Somente produzirão efeitos legais a tituição, art. 137);
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO E REDAÇÃO OFICIAL

– Relato das medidas praticadas na vigência do estado de sítio — Forma e Estrutura


ou de defesa (Constituição, art. 141, parágrafo único); Os documentos enviados por fax mantêm a forma e a estrutura
– Proposta de modificação de projetos de leis financeiras que lhes são inerentes. É conveniente o envio, juntamente com o
(Constituição, art. 166, § 5o); documento principal, de folha de rosto, i. é., de pequeno formulário
– Pedido de autorização para utilizar recursos que ficarem sem com os dados de identificação da mensagem a ser enviada, confor-
despesas correspondentes, em decorrência de veto, emenda ou re- me exemplo a seguir:
jeição do projeto de lei orçamentária anual (Constituição, art. 166,
§ 8o); Correio Eletrônico
– Pedido de autorização para alienar ou conceder terras públi-
cas com área superior a 2.500 ha (Constituição, art. 188, § 1o); etc. — Definição e finalidade
Correio eletrônico (“e-mail”), por seu baixo custo e celeridade,
— Forma e Estrutura transformou-se na principal forma de comunicação para transmis-
As mensagens contêm: são de documentos.
a) a indicação do tipo de expediente e de seu número, horizon-
talmente, no início da margem esquerda: — Forma e Estrutura
Mensagem no Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua
b) vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo flexibilidade. Assim, não interessa definir forma rígida para sua es-
do destinatário, horizontalmente, no início da margem esquerda; trutura. Entretanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatí-
Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal, vel com uma comunicação oficial (v. 1.2 A Linguagem dos Atos e
c) o texto, iniciando a 2 cm do vocativo; Comunicações Oficiais). O campo assunto do formulário de correio
d) o local e a data, verticalmente a 2 cm do final do texto, e eletrônico mensagem deve ser preenchido de modo a facilitar a or-
horizontalmente fazendo coincidir seu final com a margem direita. ganização documental tanto do destinatário quanto do remetente.
A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente Para os arquivos anexados à mensagem deve ser utilizado, prefe-
da República, não traz identificação de seu signatário. rencialmente, o formato Rich Text. A mensagem que encaminha al-
gum arquivo deve trazer informações mínimas sobre seu conteúdo.
Telegrama Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de confirmação de
leitura. Caso não seja disponível, deve constar na mensagem o pe-
— Definição e Finalidade dido de confirmação de recebimento.
Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar os proce-
dimentos burocráticos, passa a receber o título de telegrama toda —Valor documental
comunicação oficial expedida por meio de telegrafia, telex, etc. Por Nos termos da legislação em vigor, para que a mensagem de
tratar-se de forma de comunicação dispendiosa aos cofres públicos correio eletrônico tenha valor documental, i. é, para que possa ser
e tecnologicamente superada, deve restringir-se o uso do telegra- aceito como documento original, é necessário existir certificação di-
ma apenas àquelas situações que não seja possível o uso de correio gital que ateste a identidade do remetente, na forma estabelecida
eletrônico ou fax e que a urgência justifique sua utilização e, tam- em lei.
bém em razão de seu custo elevado, esta forma de comunicação
deve pautar-se pela concisão (v. 1.4. Concisão e Clareza).

— Forma e Estrutura QUESTÕES


Não há padrão rígido, devendo-se seguir a forma e a estrutura
dos formulários disponíveis nas agências dos Correios e em seu sítio
na Internet. 1. No Brasil, o Direito Administrativo, como sistema jurídico
de normas e princípios, somente veio a surgir com a instituição do
Fax Estado de Direito no momento em que o Poder criador do direito
passou também a respeitá-lo. Tal fenômeno teve sua origem com os
— Definição e Finalidade movimentos comunistas, cujo início se deu no final do século XVIII.
O fax (forma abreviada já consagrada de fac-símile) é uma for- ( ) Certo
ma de comunicação que está sendo menos usada devido ao desen- ( ) Errado
volvimento da Internet. É utilizado para a transmissão de mensa-
gens urgentes e para o envio antecipado de documentos, de cujo 2. O conceito utilizado pelos autores modernos de Direito Ad-
conhecimento há premência, quando não há condições de envio do ministrativo é único e intransponível, sendo que, alguns consideram
documento por meio eletrônico. Quando necessário o original, ele apenas as atividades administrativas em si mesmas, ao passo que
segue posteriormente pela via e na forma de praxe. Se necessário outros, optam por dar ênfase aos fins desejados pelo Estado.
o arquivamento, deve-se fazê-lo com cópia xerox do fax e não com ( ) Certo
o próprio fax, cujo papel, em certos modelos, se deteriora rapida- ( ) Errado
mente.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO E REDAÇÃO OFICIAL

3. Para Carvalho Filho (2010), “o Direito Administrativo, com a 10. A doutrina não é unânime em relação ao uso da expres-
evolução que o vem impulsionando contemporaneamente, há de são poder regulamentar. Isso acontece, por que há autores que,
focar-se em dois tipos fundamentais de relações jurídicas, sendo, assemelhando-se ao conceito anteriormente proposto, usam esta
uma, de caráter interno, que existe entre as pessoas administrativas expressão somente para se referirem à faculdade de editar regula-
e entre os órgãos que as compõem e, a outra, de caráter externo. mentos conferida aos Chefes do Executivo. Outros autores, a usam
( ) Certo com conceito mais amplo, acoplando também os atos gerais e abs-
( ) Errado tratos que são emitidos por outras autoridades, tais como: resolu-
ções, portarias, regimentos, deliberações e instruções normativas.
4. Constituir um direito novo, espelhar um direito mutável e ser Há ainda uma corrente que entende essas providências gerais e
um direito em formação são as principais características do Direito abstratas editadas sob os parâmetros e exigências da lei, com o ful-
Administrativo, segundo DIEZ. cro de possibilitar-lhe o cumprimento em forma de manifestações
( ) Certo do poder normativo.
( ) Errado ( ) Certo.
( ) Errado.
5. De acordo com os parâmetros da ótica subjetiva, o Direito
Administrativo pode ser conceituado como o acoplado de normas 11. Ocorre o desvio de poder ou desvio de finalidade quando
que regulamentam a atividade da Administração Pública de atendi- a autoridade vem a praticar um ato que é de sua competência, po-
mento ao interesse particular. rém, o utiliza para uma finalidade diferente da prevista ou contrária
( ) Certo ao interesse público como um todo.
( ) Errado ( ) Certo.
( ) Errado.
6. Trata-se o poder hierárquico, de poder conferido à autori-
dade administrativa para distribuir e dirimir funções em escala de 12. Pode-se se afirmar que a supremacia do interesse público
seus órgãos, vindo a estabelecer uma relação de coordenação e su- se encontra eivada de justificativas para a concessão de prerrogati-
bordinação entre os servidores que estiverem sob a sua hierarquia. vas, ao passo que a indisponibilidade de tal interesse, por sua vez,
( ) Certo. passa a impor a estipulação de restrições e sujeições à atuação ad-
( ) Errado. ministrativa, sendo estes os princípios da Administração Pública.
A assertiva se encontra:
7. No tocante ao desfazimento do ato administrativo, infere-se ( ) Certa.
que pode ocorrer de duas formas: por revogação, no momento em ( ) Errada.
que a manutenção do ato válido se tornar conveniente ou inoportu-
na e por anulação, quando o ato não apresentar vícios. 13. Na seara do direito administrativo, a principal determina-
( ) Certo. ção advinda do Princípio da Legalidade é a de que a atividade admi-
( ) Errado. nistrativa seja exercida com observância exata dos parâmetros da
lei, ou seja, a administração somente poderá agir quando estiver
devidamente autorizada por lei, dentro dos limites estabelecidos
8. Poder disciplinar é o poder de investigar e punir crimes e por lei, vindo, por conseguinte, a seguir o procedimento que a lei
contravenções penais não se referem ao mesmo instituto e não se exigir.
confundem. Ao passo que o primeiro é aplicado somente àqueles A assertiva se encontra:
que possuem vínculo específico com a Administração de forma fun- ( ) Certa.
cional ou contratual, o segundo é exercido somente sobre qualquer ( ) Errada.
indivíduo que viole as leis penais vigentes.
( ) Certo. 14. O princípio da moralidade é possuidor de existência autô-
( ) Errado. noma, portanto, não se confunde com o princípio da legalidade,
tendo em vista que a lei pode ser vista como imoral e a seara da
9. A sanção disciplinar possui natureza administrativa; advém moral é mais ampla do que a da lei.
do poder disciplinar e é aplicável sobre as pessoas que possuem A assertiva se encontra:
vínculo específico com a Administração Pública. A sanção de po- ( ) Certa.
lícia possui natureza administrativa; advém do poder de polícia e ( ) Errada.
aplica-se sobre as pessoas que desobedeçam às regulamentações
de polícia administrativa. Já a sanção penal possui natureza penal; 15. Denota-se que a publicidade não existe como um fim em
decorre do poder geral de persecução penal e aplica-se sobre as si mesmo, ou apenas como uma providência de ordem meramen-
pessoas que cometem crimes ou contravenções penais. te formal. O principal foco da publicidade é assegurar transparên-
( ) Certo. cia ou visibilidade da atuação administrativa, vindo a possibilitar o
( ) Errado. exercício do controle da Administração Pública por meio dos admi-
nistrados, bem como dos órgãos determinados por lei que se en-
contram incumbidos de tal objetivo.
A assertiva se encontra:
( ) Certa.
( ) Errada.
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO E REDAÇÃO OFICIAL

16. (IF BAIANO - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO – IF-BA – Assinale a alternativa CORRETA:


2019) (A) As afirmações I, II, III e V estão corretas.
Acerca de seus conhecimentos em redação oficial, é correto (B) As afirmações II, III, IV e V estão corretas.
afirmar que o vocativo adequado a um texto no padrão ofício desti- (C) As afirmações II, III e IV estão corretas.
nado ao presidente do Congresso Nacional é (D) As afirmações I, II e IV estão corretas.
(A) Senhor Presidente. (E) As afirmações III, IV e V estão corretas.
(B) Excelentíssimo Senhor Presidente.
(C) Presidente. 20. ( PC-MG - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL - FUMARC – 2018)
(D) Excelentíssimo Presidente. Na Redação Oficial, exige-se o uso do padrão formal da língua.
(E) Excelentíssimo Senhor. Portanto, são necessários conhecimentos linguísticos que funda-
mentem esses usos.
17. (CÂMARA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO - PE - AUXILIAR Analise o uso da vírgula nas seguintes frases do Texto 3:
ADMINISTRATIVO - INSTITUTO AOCP - 2019 ) 1. Um crime bárbaro mobilizou a Polícia Militar na Região de
Referente à aplicação de elementos de gramática à redação ofi- Venda Nova, em Belo Horizonte, ontem.
cial, os sinais de pontuação estão ligados à estrutura sintática e têm 2. O rapaz, de 22 anos, se apresentou espontaneamente à 9ª
várias finalidades. Assinale a alternativa que apresenta a pontuação Área Integrada de Segurança Pública (Aisp) e deu detalhes do crime.
que pode ser utilizada em lugar da vírgula para dar ênfase ao que 3. Segundo a polícia, o jovem informou que tinha um relaciona-
se quer dizer. mento difícil com a mãe e teria discutido com ela momentos antes
(A) Dois-pontos. de desferir os golpes.
(B) Ponto-e-vírgula.
(C) Ponto-de-interrogação. INDIQUE entre os parênteses a justificativa adequada para uso
(D) Ponto-de-exclamação. da vírgula em cada frase.
( ) Para destacar deslocamento de termos.
18. (UNIR - TÉCNICO DE LABORATÓRIO - ANÁLISES CLÍNICAS- ( ) Para separar adjuntos adverbiais.
AOCP – 2018) ( ) Para indicar um aposto.
Pode-se dizer que redação oficial é a maneira pela qual o Poder
Público redige atos normativos e comunicações. Em relação à reda- A sequência CORRETA, de cima para baixo, é:
ção de documentos oficiais, julgue, como VERDADEIRO ou FALSO, (A) 1 – 2 – 3.
os itens a seguir. (B) 2 – 1 – 3.
(C) 3 – 1 – 2.
A língua tem por objetivo a comunicação. Alguns elementos (D) 3 – 2 – 1.
são necessários para a comunicação: a) emissor, b) receptor, c) con-
teúdo, d) código, e) meio de circulação, f) situação comunicativa.
Com relação à redação oficial, o emissor é o Serviço Público (Minis-
tério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção). O assunto GABARITO
é sempre referente às atribuições do órgão que comunica. O desti-
natário ou receptor dessa comunicação ou é o público, o conjunto
dos cidadãos, ou outro órgão público, do Executivo ou dos outros 1 ERRADO
Poderes da União.
( ) Certo 2 ERRADO
( ) Errado 3 CERTO
4 CERTO
19. (IF-SC - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO- IF-SC - 2019 )
Determinadas palavras são frequentes na redação oficial. Con- 5 ERRADO
forme as regras do Acordo Ortográfico que entrou em vigor em 6 CERTO
2009, assinale a opção CORRETA que contém apenas palavras grafa-
das conforme o Acordo. 7 ERRADO
I. abaixo-assinado, Advocacia-Geral da União, antihigiênico, ca- 8 CERTO
pitão de mar e guerra, capitão-tenente, vice-coordenador. 9 CERTO
II. contra-almirante, co-obrigação, coocupante, decreto-lei, di-
retor-adjunto, diretor-executivo, diretor-geral, sócio-gerente. 10 CERTO
III. diretor-presidente, editor-assistente, editor-chefe, ex-dire- 11 CERTO
tor, general de brigada, general de exército, segundo-secretário.
12 CERTA
IV. matéria-prima, ouvidor-geral, papel-moeda, pós-graduação,
pós-operatório, pré-escolar, pré-natal, pré-vestibular; Secretaria- 13 CERTA
-Geral. 14 CERTA
V. primeira-dama, primeiro-ministro, primeiro-secretário, pró-
-ativo, Procurador-Geral, relator-geral, salário-família, Secretaria- 15 CERTA
-Executiva, tenente-coronel. 16 B

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO E REDAÇÃO OFICIAL

17 B ______________________________________________________

18 A ______________________________________________________
19 E
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20 C
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ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Processador ou CPU (Unidade de Processamento Central)


SOFTWARES É o cérebro de um computador. É a base sobre a qual é cons-
truída a estrutura de um computador. Uma CPU funciona, basica-
mente, como uma calculadora. Os programas enviam cálculos para
o CPU, que tem um sistema próprio de “fila” para fazer os cálculos
Hardware
mais importantes primeiro, e separar também os cálculos entre os
O hardware são as partes físicas de um computador. Isso inclui
núcleos de um computador. O resultado desses cálculos é traduzido
a Unidade Central de Processamento (CPU), unidades de armazena-
em uma ação concreta, como por exemplo, aplicar uma edição em
mento, placas mãe, placas de vídeo, memória, etc.1. Outras partes
uma imagem, escrever um texto e as letras aparecerem no monitor
extras chamados componentes ou dispositivos periféricos incluem
do PC, etc. A velocidade de um processador está relacionada à velo-
o mouse, impressoras, modems, scanners, câmeras, etc.
cidade com que a CPU é capaz de fazer os cálculos.
Para que todos esses componentes sejam usados apropriada-
mente dentro de um computador, é necessário que a funcionalida-
de de cada um dos componentes seja traduzida para algo prático.
Surge então a função do sistema operacional, que faz o intermédio
desses componentes até sua função final, como, por exemplo, pro-
cessar os cálculos na CPU que resultam em uma imagem no moni-
tor, processar os sons de um arquivo MP3 e mandar para a placa de
som do seu computador, etc. Dentro do sistema operacional você
ainda terá os programas, que dão funcionalidades diferentes ao
computador.

Gabinete
O gabinete abriga os componentes internos de um computa- CPU.3
dor, incluindo a placa mãe, processador, fonte, discos de armaze-
namento, leitores de discos, etc. Um gabinete pode ter diversos Coolers
tamanhos e designs. Quando cada parte de um computador realiza uma tarefa, elas
usam eletricidade. Essa eletricidade usada tem como uma consequ-
ência a geração de calor, que deve ser dissipado para que o compu-
tador continue funcionando sem problemas e sem engasgos no de-
sempenho. Os coolers e ventoinhas são responsáveis por promover
uma circulação de ar dentro da case do CPU. Essa circulação de ar
provoca uma troca de temperatura entre o processador e o ar que
ali está passando. Essa troca de temperatura provoca o resfriamen-
to dos componentes do computador, mantendo seu funcionamento
intacto e prolongando a vida útil das peças.

Gabinete.2

1 https://www.palpitedigital.com/principais-componentes-internos-
-pc-perifericos-hardware-software/#:~:text=O%20hardware%20s%- Cooler.4
C3%A3o%20as%20partes,%2C%20scanners%2C%20c%C3%A2meras%-
2C%20etc. 3 https://www.showmetech.com.br/porque-o-processador-e-uma-pe-
2 https://www.chipart.com.br/gabinete/gabinete-gamer-gamemax- ca-importante
-shine-g517-mid-tower-com-1-fan-vidro-temperado-preto/2546 4 https://www.terabyteshop.com.br/produto/10546/cooler-deepcool-
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Placa-mãe Placas de vídeo


Se o CPU é o cérebro de um computador, a placa-mãe é o es- Permitem que os resultados numéricos dos cálculos de um pro-
queleto. A placa mãe é responsável por organizar a distribuição dos cessador sejam traduzidos em imagens e gráficos para aparecer em
cálculos para o CPU, conectando todos os outros componentes ex- um monitor.
ternos e internos ao processador. Ela também é responsável por
enviar os resultados dos cálculos para seus devidos destinos. Uma
placa mãe pode ser on-board, ou seja, com componentes como pla-
cas de som e placas de vídeo fazendo parte da própria placa mãe,
ou off-board, com todos os componentes sendo conectados a ela.

Placa de vídeo 7

Periféricos de entrada, saída e armazenamento


São placas ou aparelhos que recebem ou enviam informações
para o computador. São classificados em:
– Periféricos de entrada: são aqueles que enviam informações
para o computador. Ex.: teclado, mouse, scanner, microfone, etc.

Placa-mãe.5

Fonte
É responsável por fornecer energia às partes que compõe um
computador, de forma eficiente e protegendo as peças de surtos
de energia.

Periféricos de entrada.8

– Periféricos de saída: São aqueles que recebem informações


do computador. Ex.: monitor, impressora, caixas de som.

Fonte 6
-gammaxx-c40-dp-mch4-gmx-c40p-intelam4-ryzen
5 https://www.terabyteshop.com.br/produto/9640/placa-mae-biostar- 7https://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2012/12/conheca-
-b360mhd-pro-ddr4-lga-1151 -melhores-placas-de-video-lancadas-em-2012.html
6 https://www.magazineluiza.com.br/fonte-atx-alimentacao-pc-230w- 8https://mind42.com/public/970058ba-a8f4-451b-b121-3ba-
-01001-xway/p/dh97g572hc/in/ftpc 35c51e1e7
Editora
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176
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Software é um agrupamento de comandos escritos em uma lin-


guagem de programação12. Estes comandos, ou instruções, criam as
ações dentro do programa, e permitem seu funcionamento.
Um software, ou programa, consiste em informações que po-
dem ser lidas pelo computador, assim como seu conteúdo audiovi-
sual, dados e componentes em geral. Para proteger os direitos do
criador do programa, foi criada a licença de uso. Todos estes com-
ponentes do programa fazem parte da licença.
A licença é o que garante o direito autoral do criador ou dis-
tribuidor do programa. A licença é um grupo de regras estipuladas
pelo criador/distribuidor do programa, definindo tudo que é ou não
é permitido no uso do software em questão.
Os softwares podem ser classificados em:
Periféricos de saída.9 – Software de Sistema: o software de sistema é constituído pe-
los sistemas operacionais (S.O). Estes S.O que auxiliam o usuário,
– Periféricos de entrada e saída: são aqueles que enviam e re- para passar os comandos para o computador. Ele interpreta nossas
cebem informações para/do computador. Ex.: monitor touchscre- ações e transforma os dados em códigos binários, que podem ser
en, drive de CD – DVD, HD externo, pen drive, impressora multifun- processados
cional, etc. – Software Aplicativo: este tipo de software é, basicamente,
os programas utilizados para aplicações dentro do S.O., que não es-
tejam ligados com o funcionamento do mesmo. Exemplos: Word,
Excel, Paint, Bloco de notas, Calculadora.
– Software de Programação: são softwares usados para criar
outros programas, a parir de uma linguagem de programação,
como Java, PHP, Pascal, C+, C++, entre outras.
– Software de Tutorial: são programas que auxiliam o usuário
de outro programa, ou ensine a fazer algo sobre determinado as-
sunto.
– Software de Jogos: são softwares usados para o lazer, com
vários tipos de recursos.
– Software Aberto: é qualquer dos softwares acima, que tenha
o código fonte disponível para qualquer pessoa.
Periféricos de entrada e saída.10
Todos estes tipos de software evoluem muito todos os dias.
– Periféricos de armazenamento: são aqueles que armazenam Sempre estão sendo lançados novos sistemas operacionais, novos
informações. Ex.: pen drive, cartão de memória, HD externo, etc. games, e novos aplicativos para facilitar ou entreter a vida das pes-
soas que utilizam o computador.

CONHECIMENTOS BÁSICOS DE SISTEMAS OPERACIONAIS


PARA COMPUTADORES (WINDOWS E LINUX). WINDOWS
EXPLORER

WINDOWS 10

Lançado em 2015, O Windows 10 chega ao mercado com a


proposta ousada, juntar todos os produtos da Microsoft em uma
única plataforma. Além de desktops e notebooks, essa nova versão
equipará smartphones, tablets, sistemas embarcados, o console
Xbox One e produtos exclusivos, como o Surface Hub e os óculos de
realidade aumentada HoloLens13.
Periféricos de armazenamento.11
Software

9 https://aprendafazer.net/o-que-sao-os-perifericos-de-saida-para-
-que-servem-e-que-tipos-existem
10 https://almeida3.webnode.pt/trabalhos-de-tic/dispositivos-de-en- 12 http://www.itvale.com.br
trada-e-saida 13 https://estudioaulas.com.br/img/ArquivosCurso/material-
11 https://www.slideshare.net/contatoharpa/perifricos-4041411 Demo/SlideDemo-4147.pdf
Editora
177
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Versões do Windows 10 Aero Glass (Efeito Vidro)


Recurso que deixa janelas, barras e menus transparentes, pa-
– Windows 10 Home: edição do sistema operacional voltada recendo um vidro.
para os consumidores domésticos que utilizam PCs (desktop e no-
tebook), tablets e os dispositivos “2 em 1”.
– Windows 10 Pro: o Windows 10 Pro também é voltado para
PCs (desktop e notebook), tablets e dispositivos “2 em 1”, mas traz
algumas funcionalidades extras em relação ao Windows 10 Home,
os quais fazem com que essa edição seja ideal para uso em peque-
nas empresas, apresentando recursos para segurança digital, su-
porte remoto, produtividade e uso de sistemas baseados na nuvem.
– Windows 10 Enterprise: construído sobre o Windows 10 Pro,
o Windows 10 Enterprise é voltado para o mercado corporativo.
Os alvos dessa edição são as empresas de médio e grande porte, Efeito Aero Glass.15
e o Sistema apresenta capacidades que focam especialmente em
tecnologias desenvolvidas no campo da segurança digital e produ- Aero Flip (Alt+Tab)
tividade. Permite a alternância das janelas na área de trabalho, organi-
– Windows 10 Education: Construída a partir do Windows 10 zando-as de acordo com a preferência de uso.
Enterprise, essa edição foi desenvolvida para atender as necessida-
des do meio escolar.
– Windows 10 Mobile: o Windows 10 Mobile é voltado para os
dispositivos de tela pequena cujo uso é centrado no touchscreen,
como smartphones e tablets
– Windows 10 Mobile Enterprise: também voltado para smar-
tphones e pequenos tablets, o Windows 10 Mobile Enterprise tem
como objetivo entregar a melhor experiência para os consumidores
que usam esses dispositivos para trabalho.
– Windows 10 IoT: edição para dispositivos como caixas ele-
trônicos, terminais de autoatendimento, máquinas de atendimento
para o varejo e robôs industriais – todas baseadas no Windows 10
Enterprise e Windows 10 Mobile Enterprise.
– Windows 10 S: edição otimizada em termos de segurança e
desempenho, funcionando exclusivamente com aplicações da Loja
Microsoft.
– Windows 10 Pro – Workstation: como o nome sugere, o Win-
dows 10 Pro for Workstations é voltado principalmente para uso
profissional mais avançado em máquinas poderosas com vários Efeito Aero Flip.
processadores e grande quantidade de RAM. Aero Shake (Win+Home)
Ferramenta útil para quem usa o computador com multitare-
Área de Trabalho (pacote aero) fas. Ao trabalhar com várias janelas abertas, basta “sacudir” a jane-
Aero é o nome dado a recursos e efeitos visuais introduzidos no la ativa, clicando na sua barra de título, que todas as outras serão
Windows a partir da versão 7. minimizadas, poupando tempo e trabalho. E, simplesmente, basta
sacudir novamente e todas as janelas serão restauradas.

Área de Trabalho do Windows 10.14

14 https://edu.gcfglobal.org/pt/tudo-sobre-o-windows-10/so- 15 https://www.tecmundo.com.br/windows-10/64159-efeito-
bre-a-area-de-trabalho-do-windows-10/1/ -aero-glass-lancado-mod-windows-10.htm
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Efeito Aero Peek.

Menu Iniciar
Algo que deixou descontente grande parte dos usuários do
Windows 8 foi o sumiço do Menu Iniciar.
Efeito Aero Shake (Win+Home) O novo Windows veio com a missão de retornar com o Menu
Iniciar, o que aconteceu de fato. Ele é dividido em duas partes: na
Aero Snap (Win + Setas de direção do teclado) direita, temos o padrão já visto nos Windows anteriores, como XP,
Recurso que permite melhor gerenciamento e organização das Vista e 7, com a organização em lista dos programas. Já na direita
janelas abertas. temos uma versão compacta da Modern UI, lembrando muito os
Basta arrastar uma janela para o topo da tela e a mesma é ma- azulejos do Windows Phone 8.
ximizada, ou arrastando para uma das laterais a janela é dividida de
modo a ocupar metade do monitor.

Menu Iniciar no Windows 10.16


Nova Central de Ações
Efeito Aero Snap. A Central de Ações é a nova central de notificações do Win-
Aero Peek (Win+Vírgula – Transparência / Win+D – Minimizar dows 10. Ele funciona de forma similar à Central de Ações das ver-
Tudo) sões anteriores e também oferece acesso rápido a recursos como
O Aero Peek (ou “Espiar área de trabalho”) permite que o usuá- modo Tablet, Bloqueio de Rotação, Luz noturna e VPN.
rio possa ver rapidamente o desktop. O recurso pode ser útil quan-
do você precisar ver algo na área de trabalho, mas a tela está cheia
de janelas abertas. Ao usar o Aero Peek, o usuário consegue ver o
que precisa, sem precisar fechar ou minimizar qualquer janela. Re-
curso pode ser acessado por meio do botão Mostrar área de traba-
lho (parte inferior direita do Desktop). Ao posicionar o mouse sobre
o referido botão, as janelas ficam com um aspecto transparente. Ao
clicar sobre ele, as janelas serão minimizadas.

16 https://pplware.sapo.pt/microsoft/windows/windows-
-10-5-dicas-usar-melhor-menu-iniciar
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Cortana no Windows 10.18

Microsot Edge
O novo navegador do Windows 10 veio para substituir o Inter-
Central de ações do Windows 10.17 net Explorer como o browser-padrão do sistema operacional da Mi-
crosoft. O programa tem como características a leveza, a rapidez e
Paint 3D o layout baseado em padrões da web, além da remoção de suporte
O novo App de desenhos tem recursos mais avançados, espe- a tecnologias antigas, como o ActiveX e o Browser Helper Objects.
cialmente para criar objetos em três dimensões. As ferramentas Dos destaques, podemos mencionar a integração com serviços
antigas de formas, linhas e pintura ainda estão lá, mas o design mu- da Microsoft, como a assistente de voz Cortana e o serviço de arma-
dou e há uma seleção extensa de funções que prometem deixar o zenamento na nuvem OneDrive, além do suporte a ferramentas de
programa mais versátil. anotação e modo de leitura.
Para abrir o Paint 3D clique no botão Iniciar ou procure por O Microsoft Edge é o primeiro navegador que permite fazer anota-
Paint 3D na caixa de pesquisa na barra de tarefas. ções, escrever, rabiscar e realçar diretamente em páginas da Web.
Use a lista de leitura para salvar seus artigos favoritos para mais
tarde e lê-los no modo de leitura . Focalize guias abertas para vi-
sualizá-las e leve seus favoritos e sua lista de leitura com você quan-
do usar o Microsoft Edge em outro dispositivo.
O Internet Explorer 11, ainda vem como acessório do Windows
10. Devendo ser descontinuado nas próximas atualizações.
Para abrir o Edge clique no botão Iniciar , Microsoft Edge ou
clique no ícone na barra de tarefas.

Paint 3D.

Cortana
Cortana é um/a assistente virtual inteligente do sistema opera-
cional Windows 10.
Além de estar integrada com o próprio sistema operacional, a
Cortana poderá atuar em alguns aplicativos específicos. Esse é o
caso do Microsoft Edge, o navegador padrão do Windows 10, que Microsoft Edge no Windows 10.
vai trazer a assistente pessoal como uma de suas funcionalidades
nativas. O assistente pessoal inteligente que entende quem você é, Windows Hello
onde você está e o que está fazendo. O Cortana pode ajudar quan- O Windows Hello funciona com uma tecnologia de credencial
do for solicitado, por meio de informações-chave, sugestões e até chamada Microsoft Passport, mais fácil, mais prática e mais segura
mesmo executá-las para você com as devidas permissões. do que usar uma senha, porque ela usa autenticação biométrica. O
Para abrir a Cortana selecionando a opção usuário faz logon usando face, íris, impressão digital, PIN, bluetooth
do celular e senha com imagem.
na Barra de Tarefas. Po-
dendo teclar ou falar o tema que deseja. Para acessar o Windows Hello, clique no botão , selecione Confi-
gurações > Contas > Opções de entrada. Ou procure por Hello
ou Configurações de entrada na barra de pesquisa.

17 Fonte: https://support.microsoft.com/pt-br/help/4026791/ 18 https://www.tecmundo.com.br/cortana/76638-cortana-ga-


windows-how-to-open-action-center nhar-novo-visual-windows-10-rumor.htm
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

OneDivre.20

Manipulação de Arquivos
Windows Hello. É um conjunto de informações nomeadas, armazenadas e orga-
nizadas em uma mídia de armazenamento de dados. O arquivo está
Bibliotecas disponível para um ou mais programas de computador, sendo essa
As Bibliotecas são um recurso do Windows 10 que permite a relação estabelecida pelo tipo de arquivo, identificado pela exten-
exibição consolidada de arquivos relacionados em um só local. Você são recebida no ato de sua criação ou alteração.
pode pesquisar nas Bibliotecas para localizar os arquivos certos ra- Há arquivos de vários tipos, identificáveis por um nome, segui-
pidamente, até mesmo quando esses arquivos estão em pastas, do de um ponto e um sufixo com três (DOC, XLS, PPT) ou quatro
unidades ou em sistemas diferentes (quando as pastas são inde- letras (DOCX, XLSX), denominado extensão. Assim, cada arquivo
xadas nos sistemas remotos ou armazenadas em cache localmente recebe uma denominação do tipo arquivo.extensão. Os tipos mais
com Arquivos Offline). comuns são arquivos de programas (executavel.exe), de texto (tex-
to.docx), de imagens (imagem.bmp, eu.jpg), planilhas eletrônicas
(tabela.xlsx) e apresentações (monografia.pptx).

Pasta
As pastas ou diretórios: não contém informação propriamente
dita e sim arquivos ou mais pastas. A função de uma pasta é organi-
zar tudo o que está dentro das unidades.
O Windows utiliza as pastas do computador para agrupar docu-
mentos, imagens, músicas, aplicações, e todos os demais tipos de
arquivos existentes.
Para visualizar a estrutura de pastas do disco rígido, bem como
os arquivos nela armazenados, utiliza-se o Explorador de Arquivos.

Tela Bibliotecas no Windows 10.19 Manipulação de arquivos e/ou pastas (Recortar/Copiar/Co-


lar)
One Drive Existem diversas maneiras de manipular arquivos e/ou pastas.
O OneDrive é serviço um de armazenamento e compartilha- 1. Através dos botões RECORTAR, COPIAR E COLAR. (Mostrados
mento de arquivos da Microsoft. Com o Microsoft OneDrive você na imagem acima – Explorador de arquivos).
pode acessar seus arquivos em qualquer lugar e em qualquer dis- 2. Botão direito do mouse.
positivo. 3. Selecionando e arrastando com o uso do mouse (Atenção
O OneDrive é um armazenamento on-line gratuito que vem com a letra da unidade e origem e destino).
com a sua conta da Microsoft. É como um disco rígido extra que
está disponível para todos os dispositivos que você usar.

19 https://agorafunciona.wordpress.com/2017/02/12/como- 20 Fonte: https://tecnoblog.net/286284/como-alterar-o-local-


-remover-as-pastas-imagens-da-camera-e-imagens-salvas -da-pasta-do-onedrive-no-windows-10
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181
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Para acessar a Lixeira, clique no ícone correspondente na área


de trabalho do Windows 10.

Outros Acessórios do Windows 10

Existem outros, outros poderão ser lançados e incrementados,


mas os relacionados a seguir são os mais populares:
– Alarmes e relógio.
– Assistência Rápida.
– Bloco de Notas.
– Calculadora.
– Calendário.
– Clima.
– E-mail.
Central de Segurança do Windows Defender – Facilidade de acesso (ferramenta destinada a deficientes fí-
A Central de Segurança do Windows Defender fornece a área sicos).
de proteção contra vírus e ameaças. – Ferramenta de Captura.
Para acessar a Central de Segurança do Windows Defender, clique – Gravador de passos.
no botão , selecione Configurações > Atualização e segu- – Internet Explorer.
rança > Windows Defender. Ou procure por Windows Defender na – Mapas.
barra de pesquisa. – Mapa de Caracteres.
– Paint.
– Windows Explorer.
– WordPad.
– Xbox.

Principais teclas de atalho


CTRL + F4: fechar o documento ativo.
CTRL + R ou F5: atualizar a janela.
CTRL + Y: refazer.
CTRL + ESC: abrir o menu iniciar.
CTRL + SHIFT + ESC: gerenciador de tarefas.
WIN + A: central de ações.
WIN + C: cortana.
WIN + E: explorador de arquivos.
Windows Defender.21 WIN + H: compartilhar.
WIN + I: configurações.
Lixeira WIN + L: bloquear/trocar conta.
A Lixeira armazena temporariamente arquivos e/ou pastas ex- WIN + M: minimizar as janelas.
cluídos das unidades internas do computador (c:\). WIN + R: executar.
Para enviar arquivo para a lixeira: WIN + S: pesquisar.
- Seleciona-lo e pressionar a tecla DEL. WIN + “,”: aero peek.
- Arrasta-lo para a lixeira. WIN + SHIFT + M: restaurar as janelas.
- Botão direito do mouse sobre o arquivo, opção excluir. WIN + TAB: task view (visão de tarefas).
- Seleciona-lo e pressionar CTRL+D. WIN + HOME: aero shake.
ALT + TAB: alternar entre janelas.
Arquivos apagados permanentemente: WIN + X: menu de acesso rápido.
- Arquivos de unidades de rede. F1: ajuda.
- Arquivos de unidades removíveis (pen drive, ssd card...).
- Arquivos maiores do que a lixeira. (Tamanho da lixeira é mos- LINUX
trado em MB (megabytes) e pode variar de acordo com o tamanho
do HD (disco rígido) do computador). O Linux é um sistema operacional livre baseado no antigo UNIX,
- Deletar pressionando a tecla SHIFT. desenvolvido nos anos 60.
- Desabilitar a lixeira (Propriedades). Ele é uma cópia do Unix feito por Linus Torvalds, junto com
um grupo de hackers pela Internet. Seguiu o padrão POSIX (família
de normas definidas para a manutenção de compatibilidade entre
21 Fonte: https://answers.microsoft.com/pt-br/protect/fo- sistemas operacionais), padrão usado pelas estações UNIX e desen-
rum/all/central-de-seguran%C3%A7a-do-windows-defender/9ae- volvido na linguagem de programação, C22.
1b77e-de7c-4ee7-b90f-4bf76ad529b1 22 MELO, F. M. Sistema Operacional Linux. Livro Eletrônico.
Editora
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182
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Linus Torvalds, em 1991, criou um clone do sistema Minix (sis-


tema operacional desenvolvido por Andrew Tannenbaun que era
semelhante ao UNIX) e o chamou de Linux23.
LINUS + UNIX = LINUX.

Composição do Linux
Por ser um Sistema Operacional, o Linux tem a função de ge-
renciar todo o funcionamento de um computador, tanto a parte de
hardware (parte física) como a parte de software (parte Lógica).
O Sistema Operacional Linux é composto pelos seguintes com-
ponentes.
• Kernel (núcleo): é um software responsável por controlar as
interações entre o hardware e outros programas da máquina. O ker-
nel traduz as informações que recebe ao processador e aos demais
elementos eletrônicos do computador. É, portanto, uma série de
arquivos escritos em linguagem C e Assembly, que formam o núcleo Ubuntu com a interface Unity.25
responsável por todas as atividades executadas pelo sistema ope-
racional. No caso do Linux, o código-fonte (receita do programa) é Principais Características do Linux
aberto, disponível para qualquer pessoa ter acesso, assim podendo • Software livre: é considerado livre qualquer programa que
modificá-lo. pode ser copiado, usado, modificado e redistribuído de acordo com
• Shell (concha): o intérprete de comandos é a interface entre as necessidades de cada usuário. Em outras palavras, o software é
o usuário e o sistema operacional. A interface Shell funciona como considerado livre quando atende a esses quatro tipos de liberdades
o intermediário entre o sistema operacional e o usuário graças às definidas pela fundação.
linhas de comando escritas por ele. A sua função é ler a linha de co- • Multiusuário: permite que vários usuários acessem o sistema
mando, interpretar seu significado, executar o comando e devolver ao mesmo tempo. Geralmente o conceito se aplica a uma rede, na
o resultado pelas saídas. qual podemos ter um servidor e várias pessoas acessando simulta-
• Prompt de comando: é a forma mais arcaica de o usuário neamente.
interagir com o Kernel por meio do Shell. • Código aberto (Open Source): qualquer pessoa pode ter
acesso ao código-fonte (receita) do programa.
• Multitarefa: permite que diversos programas rodem ao mes-
mo tempo, ou seja, você pode estar digitando um texto no Libre
Office Writer e ao mesmo tempo trabalhar na planilha de vendas
do Calc, por exemplo. Sem contar os inúmeros serviços disponibi-
lizados pelo Sistema que estão rodando em background (segundo
plano) e você nem percebe.
• Multiplataforma: o Linux roda em diversos tipos de platafor-
mas de computadores, sejam eles x86 (32bits) ou x64 (64bits). As
distribuições mais recentes do Ubuntu estão abolindo as arquitetu-
ras de 32 bits.
Prompt de comando.24 • Multiprocessador: permite o uso de mais de um processador
no mesmo computador.
• Interface gráfica (GUI): conhecida também como gerencia- • Protocolos: pode trabalhar com diversos protocolos de rede
dor de desktop/área de trabalho, é a forma mais recente de o usuá- (TCP/IP).
rio interagir com o sistema operacional. A interação é feita por meio • Case Sensitive: diferenciar letras maiúsculas (caixa alta) de
de janelas, ícones, botões, menus e utilizando o famoso mouse. O letras minúsculas (caixa baixa). Exemplo: ARQUIVO1ºdt é diferente
Linux possui inúmeras interfaces gráficas, sendo as mais usadas: de arquivo1ºdt.
Unity, Gnome, KDE, XFCE, LXDE, Cinnamon, Mate etc. O caractere ponto “.”, antes de um nome, renomeia o arquivo
para arquivo oculto.
O caractere não aceito em nomes de arquivos e diretórios no
Linux é a barra normal “/”.
• Preemptivo: é a capacidade de tirar de execução um proces-
so em detrimento de outro. O Linux interrompe um processo que
está executando para dar prioridade a outro.
• Licença de uso (GPL): GPL (licença pública geral) permite que
os programas sejam distribuídos e reaproveitados, mantendo, po-
rém, os direitos do autor por forma a não permitir que essa informa-
23 https://bit.ly/32DRvTm ção seja usada de uma maneira que limite as liberdades originais.
24 https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noti-
cia/2016/09/como-executar-dois-ou-mais-comandos-do-linux-ao-mes-
mo-tempo.html 25 Fonte: http://ninjadolinux.com.br/interfaces-graficas.
Editora
183
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

A licença não permite, por exemplo, que o código seja apoderado chattr: modifica atributos de arquivos e diretórios.
por outra pessoa, ou que sejam impostas sobre ele restrições que chmod: comando para alterar as permissões de arquivos e di-
impeçam que seja distribuído da mesma maneira que foi adquirido. retórios.
• Memória Virtual (paginada/paginação): a memória virtual é chown: executado pelo root permite alterar o proprietário ou
uma área criada pelo Linux no disco rígido (HD) do computador de grupo do arquivo ou diretório, alterando o dono do arquivo ou grupo.
troca de dados que serve como uma extensão da memória principal # chown usuário arquivo
(RAM). # chown usuário diretório
• Bibliotecas compartilhadas: são arquivos que possuem mó- Para saber quem é o dono e qual o grupo que é o proprietário
dulos que podem ser reutilizáveis por outras aplicações. Em vez de da pasta, basta dar o comando:
o software necessitar de ter um módulo próprio, poderá recorrer a # ls -l /
um já desenvolvido e mantido pelo sistema (arquivo.so). Dessa forma, pode-se ver os proprietários das pastas e dos ar-
• Administrador (Super usuário/Root): é o usuário que tem quivos.
todos os privilégios do sistema. Esse usuário pode alterar tudo que clear: elimina todo o conteúdo visível, deixando a linha de co-
há no sistema, excluir e criar partições na raiz (/) manipular arquivos mando no topo, como se o sistema acabasse de ter sido acessado.
e configurações especiais do sistema, coisa que o usuário comum cp origem destino: copia um arquivo ou diretório para outro
não pode fazer. Representado pelo símbolo: #. local. Por exemplo, para copiar o arquivo concurso.txt com o nome
• Usuário comum (padrão): é o usuário que possui restrições concurso2.txt para /home, basta digitar cp concurso. txt /home/
a qualquer alteração no sistema. Esse usuário não consegue cau- concurso 2.txt.
sar danos ao sistema devido a todas essas restrições. Representado cut: o comando cut é um delimitador de arquivos, o qual pode
pelo símbolo: $.Distribuições do Linux ser utilizado para delimitar um arquivo em colunas, número de ca-
As mais famosas distribuições do Linux são: Red Hat, Ubuntu, racteres ou por posição de campo.
Conectiva, Mandriva, Debian, Slackware, Fedora, Open Suse, Apa- Sintaxe: # cut <opções> <arquivo>
che (WebServer), Fenix, Kurumim, Kali, Kalango, Turbo Linux, Chro- date: mostra a data e a hora atual.
me – OS, BackTrack, Arch Linux e o Android (Linux usados em dispo- df: mostra as partições usadas, espaço livre em disco.
sitivos móveis; Smartphone, Tablets, Relógios, etc.). diff arquivo1 arquivo2: indica as diferenças entre dois arqui-
vos, por exemplo: diff calc.c calc2.c.
Os Comandos Básicos do Linux dir: lista os arquivos e diretórios da pasta atual; comando “ls”
O Linux entra direto no modo gráfico ao ser inicializado, mas é o mais usado e conhecido para Linux. dir é comando típico do
também, é possível inserir comandos no sistema por meio de uma Windows.
aplicação de terminal. Esse recurso é localizável em qualquer dis- du diretório: mostra o tamanho de um diretório.
tribuição. Se o computador não estiver com o modo gráfico ativa- emacs: abre o editor de textos emacs.
do, será possível digitar comandos diretamente, bastando se logar. fg: colocar a tarefa em foreground (primeiro plano).
Quando o comando é inserido, cabe ao interpretador de comandos file arquivo: mostra informações de um arquivo.
executá-lo. O Linux conta com mais de um, sendo os mais conheci- find diretório parâmetro termo: o comando find serve para lo-
dos o bash e o sh. calizar informações. Para isso, deve-se digitar o comando seguido
Para utilizá-los, basta digitá-los e pressionar a tecla Enter do do diretório da pesquisa mais um parâmetro (ver lista abaixo) e o
teclado. É importante frisar que, dependendo de sua distribuição termo da busca. Parâmetros:
Linux, um ou outro comando pode estar indisponível. Além disso, name – busca por nome
alguns comandos só podem ser executados por usuários com privi- type – busca por tipo
légios de administrador. size – busca pelo tamanho do arquivo
O Linux é case sensitive, ou seja, seus comandos têm que ser mtime – busca por data de modificação
digitados em letras minúsculas, salvo algumas letras de comandos Exemplo: find /home name tristania
opcionais, que podem ter tanto em maiúscula como em minúscula, finger usuário: exibe informações sobre o usuário indicado.
mas terá diferença de resposta de uma para a outra. free: mostra a quantidade de memória RAM disponível.
A relação a seguir mostra os comandos seguidos de uma des- grep: procura por um texto dentro de um arquivo.
crição. gzip: compactar um arquivo.
bg: colocar a tarefa em background (segundo plano). Entre os parâmetros disponíveis, tem-se:
cal: exibe um calendário. -c – extrai um arquivo para a saída padrão;
cat arquivo: mostra o conteúdo de um arquivo. Por exemplo, -d – descompacta um arquivo comprimido;
para ver o arquivo concurso. txt, basta digitar cat concurso.txt. É -l – lista o conteúdo de um arquivo compactado;
utilizado também para concatenar arquivos exibindo o resultado na -v – exibe detalhes sobre o procedimento;
tela. Basta digitar: $ cat arquivo1 > arquivo2. -r – compacta pastas;
cd diretório: abre um diretório. Por exemplo, para abrir a pasta -t – testa a integridade de um arquivo compactado.
/mnt, basta digitar cd /mnt. Para ir ao diretório raiz a partir de qual- halt: desliga o computador.
quer outro, digite apenas cd. help: ajuda.
Cd–: volta para o último diretório acessado (funciona como a history: mostra os últimos comandos inseridos.
função “desfazer”). id usuário: mostra qual o número de identificação do usuário
Cd~: funciona como o “home”, ou seja, vai para o diretório do especificado no sistema.
usuário. ifconfig: é utilizado para atribuir um endereço a uma interface
Cd..: “volta uma pasta”. de rede ou configurar parâmetros de interface de rede.
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184
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

-a – aplicado aos comandos para todas as interfaces do sistema. 7: ler/gravar/executar


-ad – aplicado aos comandos para todos “down” as interfaces
do sistema. Comando para alterar uma permissão:
-au – aplicado aos comandos para todos “up” as interfaces do chmod
sistema.
Estrutura de Diretórios e Arquivos
Permissões no Linux O Linux, assim como o Windows, possui seu sistema de geren-
As permissões são usadas para vários fins, mas servem princi- ciamento de arquivos, que pode variar de acordo com a distribui-
palmente para proteger o sistema e os arquivos dos usuários. ção. Os mais conhecidos são: Konqueror, Gnome, Dolphin, Krusa-
Somente o superusuário (root) tem ações irrestritas no siste- der, Pcman, XFE.
ma, justamente por ser o usuário responsável pela configuração,
administração e manutenção do Linux. Cabe a ele, por exemplo,
determinar o que cada usuário pode executar, criar, modificar etc.
A forma usada para determinar o que o usuário pode fazer é a de-
terminação de permissões.
Observe:

Gerenciador de arquivos Dolphin.26

Enquanto no Windows a partição raiz geralmente é “C:\”, os


programas são instalados em “C:\Arquivos de Programas” e os ar-
quivos do sistema em C:\WINDOWS, no GNU/Linux, é basicamente
Observe que a figura acima exibe uma listagem dos arquivos o contrário: o diretório raiz é representado pela barra “/”, que pode
presentes no Linux. No lado esquerdo, são exibidas as permissões ficar armazenado no disco físico ou em uma unidade de rede, e to-
dos arquivos. dos os arquivos e pastas do sistema ficam dentro dele. Vejamos:
/ – diretório raiz, armazena todos os outros.
• Detalhando as Permissões /bin – armazena os executáveis dos comandos básicos do sis-
tema.
Tipos de arquivos (observe a primeira letra à esquerda): /boot – é onde ficam o kernel e os arquivos de boot (inicializa-
“d” Arquivo do tipo diretório (pasta) ção) do sistema.
“-” Arquivo comum (arquivo de texto, planilha, imagens…) /cdrom – o diretório /cdrom não faz parte do padrão FHS, mas
“l” Link (atalho) você pode encontrá-lo no Ubuntu e em outras versões do sistema
operacional. É um local temporário para CD-ROMs inseridos no sis-
Tipos de permissões (o que os usuários poderão fazer com os tema. No entanto, o local padrão para a mídia temporária está den-
arquivos): tro do diretório /media.
r: read (ler) /dev – dispositivos de entrada/saída (disquete, disco rígido,
w: writer (gravar) paca de som etc.). Todos os arquivos contidos nesse diretório (/
x: execute (executar) dev/hda, /dev/dsp, /dev/fd0 etc) são ponteiros para dispositivos de
“-”: não permitido hardware.
/etc – armazena os arquivos de configuração do sistema, como
Tipos de usuários (serão três categorias de usuários): se fossem o arquivo de registro do Windows.
Proprietário (u) /home – aqui ficam as pastas e os arquivos dos usuários. O root
Grupos de usuários (g) tem acesso a todas elas, mas cada usuário só tem acesso às suas
Usuário comum (o) próprias pastas.
/lib – bibliotecas do sistema, como se fosse o diretório Sys-
Tabela de permissões (a tabela é composta de oito combina- tem32 do Windows.
ções): /lib64 – bibliotecas do sistema, arquitetura 64 bits.
0: sem permissão /media – o diretório /media contém subdiretórios em que os
1: executar dispositivos de mídia removível inseridos no computador são mon-
2: gravar tados. Por exemplo, quando você insere um CD, DVD, pen drive
3: gravar/executar em seu sistema Linux, um diretório será criado automaticamente
4: ler dentro do diretório /media. Você pode acessar o conteúdo do CD
5: ler/executar dentro desse diretório.
6: ler/gravar 26 https://linuxdicasesuporte.blogspot.com/2018/02/gerencia-
dor-de-arquivos-dolphin-para.html
Editora
185
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

/mnt – ponto de montagem para dispositivos de hardware que


estão em /dev. O leitor de CD encontrado em /dev/fd0, por exem-
plo, será montado em /mnt/cdrom. Ao contrário do Windows, no MANIPULAÇÃO DE ARQUIVOS E PASTAS. TIPOS DE ARQUI-
qual os discos e partições aparecem como C:, D:, E:, no GNU/Linux, VOS E SUAS EXTENSÕES. APLICATIVOS DIVERSOS
eles aparecem como hda1, hda2, hdb, sdb, CD-ROM etc.
/opt – possui os softwares que não fazem parte da instalação
Pasta
padrão do GNU/Linux.
São estruturas que dividem o disco em várias partes de tama-
/proc – é criado na memória (portanto, não ocupa espaço em
nhos variados as quais podem pode armazenar arquivos e outras
disco) pelo kernel e fornece informações sobre ele e os processos
pastas (subpastas)27.
ativos.
/root – diretório local do superusuário (root).
/run – o diretório /run é relativamente novo e oferece aos
aplicativos um local padrão para armazenar arquivos temporários,
como soquetes e identificações de processos. Esses arquivos não
podem ser armazenados em /tmp, pois os arquivos localizados em
/tmp podem ser apagados.
/sbin – contém arquivos referentes à administração e manu-
tenção de hardware e software.
/snap – arquivos de implantação e um sistema de gerencia-
mento de pacotes que foi projetado e construído pela Canonical
para o sistema operacional Ubuntu phone. Com o suporte a Snap
instalado em sua distribuição, já é possível instalar aplicativos diver- Arquivo
sos para o Linux. É a representação de dados/informações no computador os
/srv – o diretório /srv contém “dados para serviços prestados quais ficam dentro das pastas e possuem uma extensão que identi-
pelo sistema”. Se você usa o servidor Apache em um site, provavel- fica o tipo de dado que ele representa.
mente armazena os arquivos do seu site em um diretório dentro
do /srv. Extensões de arquivos
/sys – a pasta sys tem basicamente a mesma finalidade atribu-
ída ao diretório proc. EXTENSÃO TIPO
/tmp – arquivos temporários.
/usr – é o diretório com o maior número de arquivos, incluindo .jpg, .jpeg, .png, .bpm, .gif, ... Imagem
bibliotecas (/usr/lib) e executáveis (/usr/bin) dos principais progra- .xls, .xlsx, .xlsm, ... Planilha
mas.
.doc, .docx, .docm, ... Texto formatado
/usr/X11 – arquivos do sistema do gerenciador de janelas.
/usr/man – manuais on-line. .txt Texto sem formatação
/var – arquivos variáveis, que mudam com frequência. .mp3, .wma, .aac, .wav, ... Áudio

Teclas de Atalhos .mp4, .avi, rmvb, .mov, ... Vídeo


Ctrl + Q: fechar o aplicativo ativo. .zip, .rar, .7z, ... Compactadores
Ctrl + A: selecionar tudo. .ppt, .pptx, .pptm, ... Apresentação
Ctrl + S: salvar o documento ou alterações feitas.
Ctrl + P: imprimir o documento. .exe Executável
Ctrl + C: copiar o conteúdo selecionado. .msl, ... Instalador
Ctrl + V: colar o conteúdo da área de transferência.
Ctrl + X: cortar o conteúdo selecionado. Existem vários tipos de arquivos como arquivos de textos, ar-
quivos de som, imagem, planilhas, etc. Alguns arquivos são univer-
Atalhos de Teclado com o Gnome sais podendo ser aberto em qualquer sistema. Mas temos outros
Ctrl + Alt + Barra de espaço: reiniciar o Gnome. que dependem de um programa específico como os arquivos do
Alt + F2: abrir a caixa “Executar comando”. Corel Draw que necessita o programa para visualizar. Nós identifi-
Alt + F4: fechar a janela atual. camos um arquivo através de sua extensão. A extensão são aquelas
Alt + Tab: alternar entre janelas. letras que ficam no final do nome do arquivo.
Ctrl + Alt + F1: mudar para o primeiro terminal ou tty1 (sem Exemplos:
modo gráfico). .txt: arquivo de texto sem formatação.
Alt + Print: tirar uma captura de tela da tela ativa. .html: texto da internet.
.rtf: arquivo do WordPad.
Atalhos de Terminal .doc e .docx: arquivo do editor de texto Word com formatação.
Seta para cima ou para baixo: pesquisar entre o histórico de
comandos usados.
Ctrl + C: matar o processo atual ou em execução. 27 https://docente.ifrn.edu.br/elieziosoares/disciplinas/informatica/
Ctrl + U: excluir a linha atual. aula-05-manipulacao-de-arquivos-e-pastas
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186
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

É possível alterar vários tipos de arquivos, como um documen-


to do Word (.docx) para o PDF (.pdf) como para o editor de texto
do LibreOffice (.odt). Mas atenção, tem algumas extensões que não
são possíveis e caso você tente poderá deixar o arquivo inutilizável.

Nomenclatura dos arquivos e pastas


Os arquivos e pastas devem ter um nome o qual é dado no
momento da criação. Os nomes podem conter até 255 caracteres
(letras, números, espaço em branco, símbolos), com exceção de / \
| > < * : “ que são reservados pelo sistema operacional.
Bibliotecas
Criadas para facilitar o gerenciamento de arquivos e pastas, são
um local virtual que agregam conteúdo de múltiplos locais em um
só.
Estão divididas inicialmente em 4 categorias:
– Documentos;
– Imagens;
– Músicas;
– Vídeos. Na parte de cima do Windows Explorer você terá acesso a mui-
tas funções de gerenciamento como criar pastas, excluir, renomear,
excluir históricos, ter acesso ao prompt de comando entre outras
funcionalidades que aparecem sempre que você selecionar algum
arquivo.
A coluna do lado esquerdo te dá acesso direto para tudo que
você quer encontrar no computador. As pastas mais utilizadas são
as de Download, documentos e imagens.
Operações básicas com arquivos do Windows Explorer
• Criar pasta: clicar no local que quer criar a pasta e clicar com
o botão direito do mouse e ir em novo > criar pasta e nomear ela.
Você pode criar uma pasta dentro de outra pasta para organizar
melhor seus arquivos. Caso você queira salvar dentro de uma mes-
ma pasta um arquivo com o mesmo nome, só será possível se tiver
extensão diferente. Ex.: maravilha.png e maravilha.doc
Independente de uma pasta estar vazia ou não, ela permanece-
Windows Explorer rá no sistema mesmo que o computador seja reiniciado
O Windows Explorer é um gerenciador de informações, arqui- • Copiar: selecione o arquivo com o mouse e clique Ctrl + C e vá
vos, pastas e programas do sistema operacional Windows da Mi- para a pasta que quer colar a cópia e clique Ctrl +V. Pode também
crosoft28. clicar com o botão direito do mouse selecionar copiar e ir para o
Todo e qualquer arquivo que esteja gravado no seu computa- local que quer copiar e clicar novamente como o botão direito do
dor e toda pasta que exista nele pode ser vista pelo Windows Ex- mouse e selecionar colar.
plorer. • Excluir: pode selecionar o arquivo e apertar a tecla delete ou
Possui uma interface fácil e intuitiva. clicar no botão direito do mouse e selecionar excluir
Na versão em português ele é chamado de Gerenciador de ar- • Organizar: você pode organizar do jeito que quiser como, por
quivo ou Explorador de arquivos. exemplo, ícones grandes, ícones pequenos, listas, conteúdos, lista
O seu arquivo é chamado de Explorer.exe com detalhes. Estas funções estão na barra de cima em exibir ou na
Normalmente você o encontra na barra de tarefas ou no botão mesma barra do lado direito.
Iniciar > Programas > Acessórios. • Movimentar: você pode movimentar arquivos e pastas cli-
cando Ctrl + X no arquivo ou pasta e ir para onde você quer colar o
arquivo e Clicar Ctrl + V ou clicar com o botão direito do mouse e
selecionar recortar e ir para o local de destino e clicar novamente
no botão direito do mouse e selecionar colar.

Localizando Arquivos e Pastas


No Windows Explorer tem duas:
Tem uma barra de pesquisa acima na qual você digita o arquivo
ou pasta que procura ou na mesma barra tem uma opção de Pes-
quisar. Clicando nesta opção terão mais opções para você refinar a
28 https://centraldefavoritos.com.br/2019/06/05/conceitos-de-organi- sua busca.
zacao-e-de-gerenciamento-de-informacoes-arquivos-pastas-e-progra-
mas/
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Arquivos ocultos
São arquivos que normalmente são relacionados ao sistema. Eles ficam ocultos (invisíveis) por que se o usuário fizer alguma alteração,
poderá danificar o Sistema Operacional.
Apesar de estarem ocultos e não serem exibido pelo Windows Explorer na sua configuração padrão, eles ocupam espaço no disco.

MICROSOFT WORD 2010

O Word faz parte da suíte de aplicativos Office, e é considerado um dos principais produtos da Microsoft sendo a suíte que domina o
mercado de suítes de escritório.
Word é um processador de textos versátil com recursos avançados de editoração eletrônica capaz de criar textos, elementos gráficos,
cartas, relatórios, páginas da Internet e e-mail29.
A versão 2010 trouxe muitos novos recursos úteis para o programa, junto com alterações importantes na interface do usuário que foi
projetada para aprimorar o acesso a toda a ampla variedade de recursos do Word.
A interface do Word 2010 é bem diferente da versão 2003 e bem parecida com o Word 2007. Dentre as vantagens oferecidas pelo
aplicativo, podemos destacar: efeitos de formatação como preenchimentos de gradiente e reflexos, diretamente no texto do documento,
aplicar ao texto e às formas, muitos dos mesmos efeitos que talvez já use para imagens, gráficos e elementos gráficos SmartArt, uso do
Painel de Navegação que facilita a pesquisa e até a reorganização do conteúdo do documento em poucos cliques, além de ferramentas
para trabalhos em rede.

29 Monteiro, E. Microsoft Word 2007.


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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Interface do Word 2010.


Criando documentos no Word
1. Barra de título: exibe o nome de arquivo do documento que O texto padrão criado no Word é chamado de documento,
está sendo editado e o nome do software que você está usando30. quando salvos no computador, este documento recebe o nome de-
Ele também inclui a minimizar padrão, restauração, botões e fechar. finido pelo usuário e a extensão .DOCX (ponto DOCX).
2. Ferramentas de acesso rápido: comandos que costumam Ao salvar um documento do Word, você também poderá criar
ser usados, como Salvar, Desfazer, e Refazer estão localizados aqui. seus próprios modelos no Word. Bastando para isso informar que o
No final da barra de ferramentas de acesso rápido é um menu sus- arquivo será salvo no formato Modelo de documento, na janela do
penso onde você pode adicionar outros comumente usados ou ne- comando Arquivo/Salvar como...
cessários comumente comandos. Neste caso, a extensão adotada pelo arquivo será .DOTX e se-
3. Guia de arquivo: clique neste botão para localizar coman- rão gravados em uma pasta específica, ao invés da extensão para
dos que atuam no documento, em vez do conteúdo do documento, documentos comuns .DOCX. Também é possível usar o comando
como o Novo, Abrir, Salvar como, Imprimir e Fechar. Arquivo/Salvar como para salvar seu documento em diferentes for-
4. A faixa de opções: comandos necessários para o seu tra- matos como .HTM, .PDF, .ODT e .DOC utilizado pelas versões mais
balho estão localizados aqui. A aparência da faixa de opções será antigas do Word.
alterada dependendo do tamanho do seu monitor. O Word irá com-
pactar a faixa de opções alterando a organização dos controles para Editar e formatar texto
acomodar monitores menores. Antes de editar ou formatar texto, primeiro selecione o texto.
5. Janela de editar: mostra o conteúdo do documento que Siga as etapas abaixo para selecionar o texto.
você está editando. 1. Coloque o cursor no início do texto que você gostaria de
6. Barra de rolagem: permite a você alterar a posição de exibi- editar ou formatar e, em seguida, pressione o botão esquerdo do
ção do documento que você está editando. mouse.
7. Barra de status: exibe informações sobre o documento que 2. Ao manter pressionado o botão esquerdo do mouse, movê-
você está editando. -la para a direita (chamada de “arrastar”) para selecionar o texto.
8. Botões de exibição: permite a você alterar o modo de exi- Uma cor de plano de fundo é adicionada no local do texto selecio-
bição do documento que você está editando para atender às suas nado para indicar que o intervalo de seleção.
necessidades. A maioria das ferramentas de formatação de texto são encon-
9. Controle de slide de zoom: permite que você alterar as con- trados clicando na guia página inicial e, em seguida, escolhendo no
figurações de zoom do documento que você está editando. grupo fonte.

Salvar a abrir um documento


No Word, você deve salvar seu documento para que você pode
sair do programa sem perder seu trabalho. Quando você salva o do-
cumento, ele é armazenado como um arquivo em seu computador.
Posteriormente, você pode abrir o arquivo, alterá-lo e imprimi-lo.
Para salvar um documento, faça o seguinte:
1. Clique no botão Salvar na barra de ferramentas de acesso
rápido.
2. Especifique o local onde deseja salvar o documento na cai-
xa Salvar em. Na primeira vez em que você salvar o documento, a
primeira linha de texto no documento é previamente preenchida
como nome do arquivo na caixa nome do arquivo. Para alterar o
nome do arquivo, digite um novo nome de arquivo.
3. Clique em Salvar.
4. O documento é salvo como um arquivo. O nome do arquivo 1. Esta é a guia página inicial.
na barra de título é alterado para refletir o nome de arquivo salvo. 2. Este é o grupo fonte na guia página inicial.
3. Este é o botão negrito. Consulte a tabela abaixo para os no-
É possível abrir um documento do Word para continuar seu tra- mes e funções de todos os botões no grupo fonte.
balho. Para abrir um documento, faça o seguinte: Ícones e teclas de atalho
1. Clique no botão Iniciar e, em seguida, clique em documen-
tos. Novo (Ctrl + O): exibe um novo docu-
2. Navegue até o local onde você armazenou o arquivo e clique mento em branco.
duas vezes no arquivo. Aparece a tela de inicialização do Word e,
em seguida, o documento é exibido. Ctrl + A (Abrir): abre documentos an-
É possível também abrir um documento a partir do Word cli- teriormente salvos.
cando na guia arquivo e, em seguida, clicando em Abrir. Para abrir
um documento que salvo recentemente, clique em recentes.
Ctrl + B (Salvar): grava o arquivo.
30 https://support.microsoft.com/pt-br/office/word-para-novos-usu%C3%A-
1rios-cace0fd8-eed9-4aa2-b3c6-07d39895886c#ID0EAABAAA=Office_2010
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189
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Ctrl + P (Imprimir): imprime o docu- Ctrl+Shift+F (Fonte): apresenta uma


mento. lista de opções para modificar a tipografia
da fonte (letra).
Visualizar a impressão. Ctrl+Shift+P (Tamanho da Fonte):
apresenta uma lista de opções para modi-
ficar o tamanho da fonte.
Verificar Ortografia e Gramática F7
Ctrl+> ou Ctrl+]: aumentar fonte.
Ctrl+U (Substituir): permite substituir
um texto no documento.
Ctrl+< ou Ctrl+[: diminuir fonte.
Ctrl + X (Copiar): copia dados para a
Área de Transferência sem deixar de exibir
a imagem na tela. Limpar Formatação.
Ctrl + C (Copiar): copia dados para a
Área de Transferência sem deixar de exibir Ctrl+N: negrito.
a imagem na tela.
Ctrl + V (Colar): recupera dados envia-
Ctrl+I: itálico.
dos para a Área de Transferência.

Ctrl+Shift+C e Ctrl+Shift+V (Pincel):


Ctrl+S: sublinhado.
copia e cola formatações de texto.

Ctrl + Z (Desfazer): desfazer a última


Tachado.
ação.

Ctrl + R (Refazer): retorno ao estado


Texto Subscrito.
antes de ter acionado o Desfazer.

F4 (Repetir): repete a última ação. Ctrl+Shift++: texto sobrescrito.

Ctrl + K (Inserir Hiperlink): insere links Shift+F3: alternar entre maiúsculas e


de parágrafos, arquivos ou Web. minúsculas.

Desenhar Tabela: permite ao usuário Funciona como uma caneta marca-tex-


inserir uma tabela, desenhando linhas. to.

Colunas: formata o texto em colunas. Cor-da-fonte.

Desenho: exibe ou oculta a Barra de Marcadores: aplica marcadores aos


Ferramentas Desenho. parágrafos selecionados.

Ctrl + *: exibe ou oculta caracteres não Numeração: formata como lista nume-
imprimíveis. rada os parágrafos selecionados.
Efeito de Texto: atribui um efeito visu- Tab (para descer um nível) e Shift+Tab
al (brilho, sombra ou reflexo) ao texto se- (para subir um nível): numeração de Vários
lecionado. Níveis: formata os parágrafos com lista nu-
merada em vários níveis.
Shift + F3 (Maiúsculas e Minúsculas):
alterna a capitalização do texto. Diminuir recuo: avança o texto em di-
reção à margem esquerda.
F1: Ajuda do Word
Aumentar recuo: distancia o texto da
margem esquerda.
Alterar Estilos: exibe o painel de for-
matação de estilo.

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190
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Classificar: coloca em ordem alfabé-


tica parágrafos iniciados por textos ou nú-
meros.
Ctrl+Shift+* (Mostrar Tudo): exibe/
Oculta caracteres não imprimíveis

Ctrl+Q: alinhar à esquerda.

Ctrl+E: centralizar.

Alinhar à Direita.

Ctrl+J: justificar

Ctrl+1 (Espaçamento Simples), Ctrl+2


(Espaçamento Duplo) e Ctrl+5 (1,5 linhas):
espaçamento entrelinhas
Sombreamento: preenche com cor o
plano de fundo.

Bordas: opções de bordas para o texto


selecionado.

MICROSOFT EXCEL 2010

O Microsoft Excel 2010 é um programa de planilha eletrônica de cálculos, em que as informações são digitadas em pequenos quadra-
dos chamadas de células.
É um programa voltado para construção de tabelas simples até as mais complexas. Ao abrir o aplicativo, o que se visualiza é uma folha
composta de colunas e linhas formando células.

Tela inicial do Excel 2010.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Nessa versão temos uma maior quantidade de linhas e colunas, sendo especificamente, 1.048.576 linhas e 16.384 colunas.

As cinco principais funções do Excel são31:


– Planilhas: você pode armazenar manipular, calcular e analisar dados tais como números, textos e fórmulas. Pode acrescentar grá-
fico diretamente em sua planilha, elementos gráficos, tais como retângulos, linhas, caixas de texto e botões. É possível utilizar formatos
pré-definidos em tabelas.
– Bancos de dados: você pode classificar pesquisar e administrar facilmente uma grande quantidade de informações utilizando ope-
rações de bancos de dados padronizadas.
– Gráficos: você pode rapidamente apresentar de forma visual seus dados. Além de escolher tipos pré-definidos de gráficos, você
pode personalizar qualquer gráfico da maneira desejada.
– Apresentações: Você pode usar estilos de células, ferramentas de desenho, galeria de gráficos e formatos de tabela para criar apre-
sentações de alta qualidade.
– Macros: as tarefas que são frequentemente utilizadas podem ser automatizadas pela criação e armazenamento de suas próprias
macros.

Planilha Eletrônica
A Planilha Eletrônica é uma folha de cálculo disposta em forma de tabela, na qual poderão ser efetuados rapidamente vários tipos de
cálculos matemáticos, simples ou complexos.
Além disso, a planilha eletrônica permite criar tabelas que calculam automaticamente os totais de valores numéricos inseridos, impri-
mir tabelas em layouts organizados e criar gráficos simples.

Barra de ferramentas de acesso rápido


Essa barra localizada na parte superior esquerdo, ajudar a deixar mais perto os comandos mais utilizados, sendo que ela pode ser
personalizada. Um bom exemplo é o comando de visualização de impressão que podemos inserir nesta barra de acesso rápido.

Barra de ferramentas de acesso rápido.

31 http://www.prolinfo.com.br
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192
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Barra de Fórmulas
Nesta barra é onde inserimos o conteúdo de uma célula podendo conter fórmulas, cálculos ou textos, mais adiante mostraremos
melhor a sua utilidade.

Barra de Fórmulas.

Guia de Planilhas
Quando abrirmos um arquivo do Excel, na verdade estamos abrindo uma pasta de trabalho onde pode conter planilhas, gráficos, tabe-
las dinâmicas, então essas abas são identificadoras de cada item contido na pasta de trabalho, onde consta o nome de cada um.
Nesta versão quando abrimos uma pasta de trabalho, por padrão encontramos apenas uma planilha.

Guia de Planilhas.

– Coluna: é o espaçamento entre dois traços na vertical.


– Linha: é o espaçamento entre dois traços na horizontal.
– Célula: é o cruzamento de uma linha com uma coluna. Na figura abaixo podemos notar que a célula selecionada possui um endereço
que é o resultado do cruzamento da linha 2 e a coluna B, então a célula será chamada B2, como mostra na caixa de nome logo acima da
planilha.

Células.

Faixa de opções do Excel (Antigo Menu)


A “faixa de opções introduzida pela primeira vez no Excel 2007, foi aprimorada na versão 2010 e possui algumas diferenças que estão
listadas:

A volta do “Arquivo”: o botão “Arquivo”, que ficou amplamente divulgado nas versões anteriores à versão 2007 retorna na versão
2010. Na versão 2007 este botão havia sido substituído pelo “Botão do Office”, mas na versão 2010, ele voltou a ser chamado de “Arquivo”,
que ao receber o clique, ingressará no “modo de exibição do Microsoft Office Backstage”.
A faixa de opções está organizada em guias/grupos e comandos. Nas versões anteriores ao MS Excel 2007 a faixa de opções era co-
nhecida como menu.
1. Guias: existem sete guias na parte superior. Cada uma representa tarefas principais executadas no Excel.
2. Grupos: cada guia tem grupos que mostram itens relacionados reunidos.
3. Comandos: um comando é um botão, uma caixa para inserir informações ou um menu.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Pasta de trabalho
É denominada pasta todo arquivo que for criado no MS Excel. Tudo que for criado será um arquivo com extensão: xls, xlsx, xlsm, xltx
ou xlsb.

Fórmulas
Fórmulas são equações que executam cálculos sobre valores na planilha. Uma fórmula sempre inicia com um sinal de igual (=).
Uma fórmula também pode conter os seguintes itens: funções, referências, operadores e constantes.

– Referências: uma referência identifica uma célula ou um intervalo de células em uma planilha e informa ao Microsoft Excel onde
procurar os valores ou dados a serem usados em uma fórmula.
– Operadores: um sinal ou símbolo que especifica o tipo de cálculo a ser executado dentro de uma expressão. Existem operadores
matemáticos, de comparação, lógicos e de referência.

OPERADOR ARITMÉTICO SIGNIFICADO EXEMPLO


+ (Sinal de Adição) Adição 3+3
- (Sinal de Subtração) Subtração 3-1
* (Sinal de Multiplicação) Multiplicação 3*3
/ (Sinal de Divisão) Divisão 10/2
% (Símbolo de Percentagem) Percentagem 15%
^ (Sinal de Exponenciação) Exponenciação 3^4

OPERADOR DE COMPARAÇÃO SIGNIFICADO EXEMPLO


> (Sinal de Maior que) Maior do que B2 > V2
< (Sinal de Menor que) Menor do que C8 < G7
>= (Sinal de Maior ou igual a) Maior ou igual a B2 >= V2
=< (Sinal de Menor ou igual a) Menor ou igual a C8 =< G7
<> (Sinal de Diferente) Diferente J10 <> W7

OPERADOR DE REFERÊNCIA SIGNIFICADO EXEMPLO


: (Dois pontos) Operador de intervalo sem exceção B5 : J6
; (Ponto e Vírgula) Operador de intervalo intercalado B8; B7 ; G4

– Constantes: é um valor que não é calculado, e que, portanto, não é alterado. Por exemplo: =C3+5.
O número 5 é uma constante. Uma expressão ou um valor resultante de uma expressão não é considerado uma constante.

Níveis de Prioridade de Cálculo


Quando o Excel cria fórmulas múltiplas, ou seja, misturar mais de uma operação matemática diferente dentro de uma mesma fórmula,
ele obedece a níveis de prioridade.
Os Níveis de Prioridade de Cálculo são os seguintes:
Prioridade 1: Exponenciação e Radiciação (vice-versa).
Prioridade 2: Multiplicação e Divisão (vice-versa).
Prioridade 3: Adição e Subtração (vice-versa).
Os cálculos são executados de acordo com a prioridade matemática, conforme esta sequência mostrada, podendo ser utilizados pa-
rênteses “ () ” para definir uma nova prioridade de cálculo.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Criando uma fórmula


Para criar uma fórmula simples como uma soma, tendo como referência os conteúdos que estão em duas células da planilha, digite
o seguinte:

Copiar Fórmula para células adjacentes


Copiar uma fórmula para células vizinhas representa ganho de tempo ao trabalhar com planilhas.
Para isso, podemos usar a alça de preenchimento. Sua manipulação permite copiar rapidamente conteúdo de uma célula para outra,
inclusive fórmulas.

Alça de Preenchimento.

Funções
Funções são fórmulas predefinidas que efetuam cálculos usando valores específicos, denominados argumentos, em uma determinada
ordem ou estrutura. As funções podem ser usadas para executar cálculos simples ou complexos.
Assim como as fórmulas, as funções também possuem uma estrutura (sintaxe), conforme ilustrado abaixo:

Estrutura da função.

NOME DA FUNÇÃO: todas as funções que o Excel permite usar em suas células tem um nome exclusivo.
Para obter uma lista das funções disponíveis, clique em uma célula e pressione SHIFT+F3.
ARGUMENTOS: os argumentos podem ser números, texto, valores lógicos, como VERDADEIRO ou FALSO, matrizes, valores de erro
como #N/D ou referências de célula. O argumento que você atribuir deve produzir um valor válido para esse argumento. Os argumentos
também podem ser constantes, fórmulas ou outras funções.

Função SOMA
Esta função soma todos os números que você especifica como argumentos. Cada argumento pode ser um intervalo, uma referência
de célula, uma matriz, uma constante, uma fórmula ou o resultado de outra função. Por exemplo, SOMA (A1:A5) soma todos os números
contidos nas células de A1 a A5. Outro exemplo: SOMA (A1;A3; A5) soma os números contidos nas células A1, A3 e A5.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Função MÉDIA
Esta função calcula a média aritmética de uma determinada faixa de células contendo números. Para tal, efetua o cálculo somando os
conteúdos dessas células e dividindo pela quantidade de células que foram somadas.

Função MÁXIMO e MÍNIMO


Essas funções dado um intervalo de células retorna o maior e menor número respectivamente.

Função SE
A função SE é uma função do grupo de lógica, onde temos que tomar uma decisão baseada na lógica do problema. A função SE verifica
uma condição que pode ser Verdadeira ou Falsa, diante de um teste lógico.
Sintaxe
SE (teste lógico; valor se verdadeiro; valor se falso)

Exemplo:
Na planilha abaixo, como saber se o número é negativo, temos que verificar se ele é menor que zero.
Na célula A2 digitaremos a seguinte formula:

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Função SOMASE
A função SOMASE é uma junção de duas funções já estudadas
aqui, a função SOMA e SE, onde buscaremos somar valores desde
que atenda a uma condição especificada:
Aproveitando o mesmo exemplo da função anterior, podemos
contar a quantidade de homens e mulheres.
Sintaxe
Na planilha acima, na célula C9 digitaremos a função =CONT.SE
SOMASE (intervalo analisado; critério; intervalo a ser somado)
(B2:B7;”M”) para obter a quantidade de vendedores.
Onde:
Intervalo analisado (obrigatório): intervalo em que a função vai
analisar o critério. NAVEGADORES WEB (INTERNET EXPLORER, FIREFOX E
Critério (obrigatório): Valor ou Texto a ser procurado no inter- CHROME)
valo a ser analisado.
Intervalo a ser somado (opcional): caso o critério seja atendido
é efetuado a soma da referida célula analisada. Não pode conter Navegadores
texto neste intervalo. Um navegador de internet é um programa que mostra informa-
ções da internet na tela do computador do usuário.
Além de também serem conhecidos como browser ou web
browser, eles funcionam em computadores, notebooks, dispositi-
vos móveis, aparelhos portáteis, videogames e televisores conec-
tados à internet.
Um navegador de internet condiciona a estrutura de um site
e exibe qualquer tipo de conteúdo na tela da máquina usada pelo
internauta.
Esse conteúdo pode ser um texto, uma imagem, um vídeo, um
jogo eletrônico, uma animação, um aplicativo ou mesmo servidor.
Ou seja, o navegador é o meio que permite o acesso a qualquer
página ou site na rede.
Exemplo:
Para funcionar, um navegador de internet se comunica com
Vamos calcular a somas das vendas dos vendedores por Gêne-
servidores hospedados na internet usando diversos tipos de pro-
ro. Observando a planilha acima, na célula C9 digitaremos a função
tocolos de rede. Um dos mais conhecidos é o protocolo HTTP, que
=SOMASE (B2:B7;”M”; C2:C7) para obter a soma dos vendedores.
transfere dados binários na comunicação entre a máquina, o nave-
gador e os servidores.
Função CONT.SE
Esta função conta quantas células se atender ao critério solici-
Funcionalidades de um Navegador de Internet
tado. Ela pede apenas dois argumentos, o intervalo a ser analisado
A principal funcionalidade dos navegadores é mostrar para o
e o critério para ser verificado.
usuário uma tela de exibição através de uma janela do navegador.
Ele decodifica informações solicitadas pelo usuário, através de
Sintaxe
códigos-fonte, e as carrega no navegador usado pelo internauta.
CONT.SE (intervalo analisado; critério)
Ou seja, entender a mensagem enviada pelo usuário, solicitada
Onde:
através do endereço eletrônico, e traduzir essa informação na tela
Intervalo analisado (obrigatório): intervalo em que a função vai
do computador. É assim que o usuário consegue acessar qualquer
analisar o critério.
site na internet.
Critério (obrigatório): Valor ou Texto a ser procurado no inter-
O recurso mais comum que o navegador traduz é o HTML, uma
valo a ser analisado.
linguagem de marcação para criar páginas na web e para ser inter-
pretado pelos navegadores.
Eles também podem reconhecer arquivos em formato PDF,
imagens e outros tipos de dados.
Essas ferramentas traduzem esses tipos de solicitações por
meio das URLs, ou seja, os endereços eletrônicos que digitamos na
parte superior dos navegadores para entrarmos numa determinada
página.
Editora
197
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Abaixo estão outros recursos de um navegador de internet: Principais recursos do Internet Explorer:
– Barra de Endereço: é o espaço em branco que fica localiza- – Transformar a página num aplicativo na área de trabalho,
do no topo de qualquer navegador. É ali que o usuário deve digitar permitindo que o usuário defina sites como se fossem aplicativos
a URL (ou domínio ou endereço eletrônico) para acessar qualquer instalados no PC. Através dessa configuração, ao invés de apenas
página na web. manter os sites nos favoritos, eles ficarão acessíveis mais facilmente
– Botões de Início, Voltar e Avançar: botões clicáveis básicos através de ícones.
que levam o usuário, respectivamente, ao começo de abertura do – Gerenciador de downloads integrado.
navegador, à página visitada antes ou à página visitada seguinte. – Mais estabilidade e segurança.
– Favoritos: é a aba que armazena as URLs de preferência do – Suporte aprimorado para HTML5 e CSS3, o que permite uma
usuário. Com um único simples, o usuário pode guardar esses en- navegação plena para que o internauta possa usufruir dos recursos
dereços nesse espaço, sendo que não existe uma quantidade limite implementados nos sites mais modernos.
de links. É muito útil para quando você quer acessar as páginas mais – Com a possibilidade de adicionar complementos, o navega-
recorrentes da sua rotina diária de tarefas. dor já não é apenas um programa para acessar sites. Dessa forma, é
– Atualizar: botão básico que recarrega a página aberta naque- possível instalar pequenos aplicativos que melhoram a navegação e
le momento, atualizando o conteúdo nela mostrado. Serve para oferecem funcionalidades adicionais.
mostrar possíveis edições, correções e até melhorias de estrutura – One Box: recurso já conhecido entre os usuários do Google
no visual de um site. Em alguns casos, é necessário limpar o cache Chrome, agora está na versão mais recente do Internet Explorer.
para mostrar as atualizações. Através dele, é possível realizar buscas apenas informando a pala-
– Histórico: opção que mostra o histórico de navegação do vra-chave digitando-a na barra de endereços.
usuário usando determinado navegador. É muito útil para recupe-
rar links, páginas perdidas ou revisitar domínios antigos. Pode ser Microsoft Edge
apagado, caso o usuário queira. Da Microsoft, o Edge é a evolução natural do antigo Explorer32.
– Gerenciador de Downloads: permite administrar os downlo- O navegador vem integrado com o Windows 10. Ele pode receber
ads em determinado momento. É possível ativar, cancelar e pausar aprimoramentos com novos recursos na própria loja do aplicativo.
por tempo indeterminado. É um maior controle na usabilidade do Além disso, a ferramenta otimiza a experiência do usuário con-
navegador de internet. vertendo sites complexos em páginas mais amigáveis para leitura.
– Extensões: já é padrão dos navegadores de internet terem
um mecanismo próprio de extensões com mais funcionalidades.
Com alguns cliques, é possível instalar temas visuais, plug-ins com
novos recursos (relógio, notícias, galeria de imagens, ícones, entre
outros.
– Central de Ajuda: espaço para verificar a versão instalada do
navegador e artigos (geralmente em inglês, embora também exis-
tam em português) de como realizar tarefas ou ações específicas
no navegador.
Outras características do Edge são:
Firefox, Internet Explorer, Google Chrome, Safari e Opera são – Experiência de navegação com alto desempenho.
alguns dos navegadores mais utilizados atualmente. Também co- – Função HUB permite organizar e gerenciar projetos de qual-
nhecidos como web browsers ou, simplesmente, browsers, os na- quer lugar conectado à internet.
vegadores são uma espécie de ponte entre o usuário e o conteúdo – Funciona com a assistente de navegação Cortana.
virtual da Internet. – Disponível em desktops e mobile com Windows 10.
Internet Explorer – Não é compatível com sistemas operacionais mais antigos.
Lançado em 1995, vem junto com o Windows, está sendo Firefox
substituído pelo Microsoft Edge, mas ainda está disponível como Um dos navegadores de internet mais populares, o Firefox é
segundo navegador, pois ainda existem usuários que necessitam de conhecido por ser flexível e ter um desempenho acima da média.
algumas tecnologias que estão no Internet Explorer e não foram Desenvolvido pela Fundação Mozilla, é distribuído gratuita-
atualizadas no Edge. mente para usuários dos principais sistemas operacionais. Ou seja,
Já foi o mais navegador mais utilizado do mundo, mas hoje per- mesmo que o usuário possua uma versão defasada do sistema ins-
deu a posição para o Google Chrome e o Mozilla Firefox. talado no PC, ele poderá ser instalado.

32 https://bit.ly/2WITu4N
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Algumas características de destaque do Firefox são: (A) Usuário


– Velocidade e desempenho para uma navegação eficiente. (B) Atalho
– Não exige um hardware poderoso para rodar. (C) Papel de parede
– Grande quantidade de extensões para adicionar novos recur- (D) Barra de ferramentas
sos. (E) Pesquisa por arquivos
– Interface simplificada facilita o entendimento do usuário.
– Atualizações frequentes para melhorias de segurança e pri- 2. (PREFEITURA DE CANANÉIA/SP - MÉDICO 20H - VU-
vacidade. NESP/2020) Assinale a alternativa que apresenta apenas extensões
– Disponível em desktop e mobile. de arquivos reconhecidas por padrão, no MS-Windows 7, em sua
configuração padrão, como arquivos de imagens.
Google Chorme (A) bmp e pptx.
É possível instalar o Google Chrome nas principais versões do (B) xlsx e docx.
sistema operacional Windows e também no Linux e Mac. (C) txt e jpg.
O Chrome é o navegador de internet mais usado no mundo. (D) jpg e png.
É, também, um dos que têm melhor suporte a extensões, maior (E) png e doc.
compatibilidade com uma diversidade de dispositivos e é bastante
convidativo à navegação simplificada. 3. (PREFEITURA DE VILA VELHA/ES - PSICÓLOGO - IBADE/2020)
No Windows 7, para verificar o percentual de utilização de um HD,
de forma gráfica, deve-se clicar no ícone do dispositivo com o botão
direito do mouse e selecionar:
(A) Pesquisar.
(B) Compartilhar.
(C) Criar atalho.
(D) Explorar.
(E) Propriedades.

Principais recursos do Google Chrome: 4. (PREFEITURA DE JAHU/SP - MONITOR DE ALUNOS COM NE-
– Desempenho ultra veloz, desde que a máquina tenha recur- CESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS – OBJETIVA/2018) De acor-
sos RAM suficientes. do com o Sistema Operacional Windows 7, assinalar a alternativa
– Gigantesca quantidade de extensões para adicionar novas INCORRETA:
funcionalidades. (A) Os arquivos na área de trabalho podem ser classificados por
– Estável e ocupa o mínimo espaço da tela para mostrar conte- data de modificação.
údos otimizados. (B) Ao clicar com o botão direito do mouse sobre o ícone da
– Segurança avançada com encriptação por Certificado SSL (HT- lixeira na área de trabalho, uma das opções apresentadas será
TPS). “Renomear”.
– Disponível em desktop e mobile. (C) Ao clicar em “Computador”, no Menu Iniciar, é possível con-
sultar unidades de disco e outros itens de hardware conecta-
dos ao computador.
QUESTÕES (D) A opção “Suspender”, no Menu Iniciar, fecha todos os pro-
gramas e faz logoff.

1. (PREFEITURA DE CANANÉIA/SP - ORIENTADOR SOCIAL - VU- 5. (PREFEITURA DE VIDEIRA/SC PSICOPEDAGOGO - SC TREINA-


NESP/2020) Em um computador com Microsoft Windows 7 insta- MENTOS/2018) Que tipos de arquivos podem ser abertos normal-
lado, em sua configuração original, um usuário clicou com o botão mente com o bloco de notas do Windows 7?
invertido do mouse sobre um ponto vazio da Área de Trabalho e 1. Arquivos TXT
obteve o seguinte menu de contexto, exibido parcialmente na ima- 2. Arquivos DOCX
gem a seguir. 3. Arquivos EXE

Assinale a alternativa que indica todos os itens corretos.


(A) É correto apenas o item 1.
(B) São corretos apenas os itens 1 e 2.
(C) São corretos apenas os itens 1 e 3.
(D) São corretos apenas os itens 2 e 3.
(E) São corretos os itens 1, 2 e 3.

A opção Novo permite que se crie um(a) novo(a)


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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

6. (PREFEITURA DE SÃO FRANCISCO/MG - TÉCNICO EM INFOR- digitação do usuário, e envia estas informações ao atacante.
MÁTICA - COTEC/2020) Os softwares antivírus são comumente utili- (D) assegura o acesso futuro do atacante ao computador com-
zados para proteger os sistemas de ameaças e potenciais softwares prometido, permitindo que ele seja acessado remotamente
malintencionados (conhecidos por malwares). Alguns usuários de por meio do protocolo Telnet.
computadores chegam a instalar mais de um antivírus na mesma (E) torna o computador um zumbi, sendo controlado remota-
máquina para sua proteção. Verifique o que pode ocorrer no caso mente e desferindo automaticamente ataques de negação de
da instalação de mais de um antivírus: serviço a redes e servidores determinados pelo atacante.
I - Um antivírus pode identificar o outro antivírus como sendo
uma possível ameaça. 10. (COREN/AC - AGENTE FISCAL - QUADRIX/2019) No que diz
II - Vai ocasionar um uso excessivo de processamento na CPU respeito ao sítio de busca Google, às noções de vírus, worms e pra-
do computador. gas virtuais e aos procedimentos de backup, julgue o item.
III - Apesar de alguns inconvenientes, há um acréscimo do nível Diferentemente dos vírus, os spywares não conseguem captu-
de segurança. rar as teclas do computador quando pressionadas.
IV - Instabilidades e incompatibilidades podem fazer com que ( ) CERTO
vulnerabilidades se apresentem. ( ) ERRADO
Estão CORRETAS as afirmativas:
(A) I, II e IV, apenas. 11. (TJ/DFT - ESTÁGIO - CIEE/2019) O PowerPoint permite, ao
(B) I, III e IV, apenas. preparar uma apresentação, inserir efeitos de transições entre os
(C) II e III, apenas. slides. Analise os passos para adicionar a transição de slides.
(D) II e IV, apenas. ( ) Selecionar Opções de Efeito para escolher a direção e a na-
(E) II, III e IV, apenas. tureza da transição
( ) Selecionar a guia Transições e escolher uma transição; sele-
7. (PREFEITURA DE TOLEDO/PR - ASSISTENTE EM ADMINISTRA- cionar uma transição para ver uma visualização.
ÇÃO - PREFEITURA DE TOLEDO/PR/2020) Programas antivírus tem ( ) Escolher o slide no qual se deseja adicionar uma transição.
uma importância um tanto quanto fundamental para os usuários. ( ) Selecionar a Visualização para ver como a transição é exi-
As principais funções dessa ferramenta são, EXCETO: bida.
(A) Atuar para identificação e eliminação da maior quantidade
de vírus possível. A sequência está correta em
(B) Verificar continuamente os discos rígidos, HDs externos e (A) 3, 2, 1, 4.
mídias removíveis. (B) 1, 2, 3 ,4.
(C) Trabalhar sincronizado com outro antivírus para aumentar (C) 3, 4, 1, 2.
o nível de segurança. (D) 1, 4, 2, 3.
(D) Ao encontrar um problema o software em questão avisa o
usuário. 12. (PREFEITURA DE VILA VELHA/ES - PSICÓLOGO - IBADE/2020)
(E) A utilização de uma versão paga oferece ao usuário mais O programa utilizado para criação/edição e exibição de slides é:
segurança. (A) Excel.
(B) Word.
8. (CÂMARA DE CABIXI/RO - CONTADOR - MS CONCUR- (C) Photoshop.
SOS/2018) Um vírus de computador é um software malicioso que (D) Power Point.
é desenvolvido por programadores geralmente inescrupulosos. Tal (E) Media Player.
como um vírus biológico, o programa infecta o sistema, faz cópias
de si e tenta se espalhar para outros computadores e dispositivos 13. (PREFEITURA DE RIO DAS ANTAS/SC - AUXILIAR EDUCACIO-
de informática. NAL - FEPESE/2018) Sobre o MS PowerPoint para Office 365 em por-
As alternativas a seguir apresentam exemplos de vírus de com- tuguês, considere as seguintes afirmativas.
putador, exceto o que se apresenta na alternativa: 1. Uma apresentação pode conter somente um único slide
(A) Vírus de boot. mestre, que pode ser personalizado de modo individual para cada
(B) Crackers. slide da apresentação.
(C) Cavalo de troia. 2. Para padronizar as fontes e imagens de fundo, por exemplo,
(D) Time Bomb. de modo que os slides da apresentação contenham a mesma for-
matação, pode-se editar o slide mestre da apresentação.
9. (RIOPRETOPREV - ANALISTA PREVIDENCIÁRIO - FCC/2019) O 3. O PowerPoint permite alternar entre slides em formato Pai-
computador de um usuário foi infectado por um ransomware, um sagem e Retrato de forma nativa, em uma mesma apresentação.
tipo de malware que: Basta configurar a página de cada slide individualmente.
(A) torna inacessíveis os dados armazenados no computador,
geralmente usando criptografia, e exige pagamento de resgate Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
(via bitcoins) para restabelecer o acesso ao usuário. (A) É correta apenas a afirmativa 2.
(B) após identificar potenciais computadores alvos, efetua có- (B) São corretas apenas as afirmativas 1 e 2.
pias de si mesmo e tenta enviá-las para estes computadores, (C) São corretas apenas as afirmativas 1 e 3.
por e-mail, chat etc. (D) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3.
(C) monitora e captura informações referentes à navegação ou
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

(E) São corretas as afirmativas 1, 2 e 3.


18. (GHC/RS - CONTADOR -: MS CONCURSOS/2018) O Excel
14. (CIS - AMOSC/SC - AUXILIAR ADMINISTRATIVO - FEPE- possui a utilização de macros. Dentre as alternativas, assinale a que
SE/2018) Alguns projetores são considerados wide-screen, ou for- corretamente explica o que vem a ser “macro”.
mato 16:9. (A) Uma sequência de comandos utilizados em linguagem de
Assinale a alternativa que permite ao usuário alterar o tama- máquina que corrigem as células.
nho do slide para widescreen utilizando o MS PowerPoint para Of- (B) Uma programação cuja função é gerenciar os recursos do
fice 365 em português. sistema Excel, fornecendo uma interface entre o computador
(A) Através da guia Design, selecionar o Tamanho do Slide, e e o usuário.
clicar em Widescreen (16:9). (C) Um programa do Excel que tem por objetivo ajudar o seu
(B) Através da guia Inserir, selecionar a opção Inserir Slide Wi- usuário a desempenhar uma tarefa específica, em geral ligada
descreen (16:9). à editoração dos dados.
(C) Através da guia Transições, selecionar a opção de alterar o (D) Um programa que executa o cruzamento de uma linha com
formato do slide para Widescreen (16:9). uma coluna e nela são inseridas as informações necessárias do
(D) Através da guia Apresentação de Slides, selecionar a opção seu documento.
Apresentar em Formato Widescreen (16:9). (E) Uma sequência de comandos, que podem ser cliques, to-
(E) Através da guia Exibir, selecionar o tamanho do slide e clicar ques no teclado ou até mesmo pequenas linhas de códigos com
em Exibir no formato Widescreen (16:9). funções mais avançadas. Essas sequências são gravadas em um
módulo VBA e são executadas sempre que forem necessárias.
15. (UFPB - ADMINISTRADOR DE EDIFÍCIOS - INSTITUTO
AOCP/2019) No Ambiente Operacional Windows e Microsoft Office, 19. (CÂMARA DE MONTES CLAROS/MG - AGENTE DO LEGISLA-
todo tipo de arquivo tem sua extensão, o que possibilita a diferen- TIVO - COTEC/2020) Dado o recorte de tabela a seguir, as fórmulas
ciação entre os milhões de arquivos existentes em cada máquina. necessárias para se obter a quantidade de alunos aprovados, con-
Relacione as colunas associando cada extensão ao seu respectivo forme exposto na célula B16 e a média de notas da Prova 1, dispos-
aplicativo do Microsoft Office e assinale a alternativa com a sequ- ta na célula B13, estão na alternativa:
ência correta.
1. .xlsx
2. .docx
3. .pptx

( ) Word.
( ) Excel.
( ) Power Point

(A) 1 – 2 – 3.
(B) 3 – 2 – 1.
(C) 2 – 1 – 3.
(D) 3 – 1 – 2.
(E) 1 – 3 – 2.

16. (PREFEITURA DE SÃO JOAQUIM DO/PE - AUDITOR DE CON- (A) B16=CONT.APROVADO (F2:F11) e B13=MÉDIA (B2:B11).
TROLE INTERNO - ADM&TEC/2018) Leia as afirmativas a seguir: (B) B16=SOMA (APROVADO) e B13=MÉDIA (B2:B11).
I. As funções “OU” e “SE”, no Microsoft Excel, são funções ló- (C) B16=CONT.APROVADO (F2:F11) e B13=MED (B13).
gicas. (D) B16=CONT.SE (F2:F11;”APROVADO”) e B13=MÉDIA
II. A dinâmica de transmissão de informação na internet não (B2:B11).
permite que as ações se sucedam concomitantemente. (E) B16=SOMA (F2:F11) –(F4+F5+F6+F7) e B13=MED(B13).
Marque a alternativa CORRETA:
(A) As duas afirmativas são verdadeiras.
(B) A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa.
(C) A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa.
(D) As duas afirmativas são falsas.

17. (TJ/DFT - ESTÁGIO - CIEE/2019) Toda função do Excel deverá


ser iniciada com o seguinte sinal:
(A) Igual.
(B) Soma.
(C) Média.
(D) Menor.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

20. (TJ/RN - TÉCNICO DE SUPORTE SÊNIOR - COMPERVE/2020) (E) 1, 3, 4, 2.


Um técnico de suporte recebeu uma planilha elaborada no Micro-
soft Excel, com os quantitativos de equipamentos em 3 setores di- 23. (PREFEITURA DE BRASÍLIA DE MINAS/MG - ENGENHEIRO
ferentes e o valor unitário em reais de cada equipamento, conforme AMBIENTAL - COTEC/2020) LEIA as afirmações a seguir:
imagem abaixo. I - É registrada a data e a hora de envio da mensagem.
II - As mensagens devem ser lidas periodicamente para não
acumular.
III - Não indicado para assuntos confidenciais.
IV - Utilizada para comunicações internacionais e regionais,
economizando despesas com telefone e evitando problemas com
fuso horário.
V - As mensagens podem ser arquivadas e armazenadas, per-
mitindo-se fazer consultas posteriores.

São vantagens do correio eletrônico aquelas dispostas em ape-


nas:
(A) I, IV e V.
(B) I, III e IV.
Para que uma célula mostre o valor em reais do somatório dos (C) II, III e V.
valores de todos os equipamentos do departamento de informáti- (D) II, IV e V.
ca, seria necessário utilizar a fórmula: (E) III, IV e V.
(A) =SOMA(B3:B8 + C3:C8)
(B) =SOMA(B3:B8 * C3:C8) 24. (FITO - TÉCNICO EM GESTÃO - VUNESP/2020) Um usuário,
(C) =SOMA(B3:B8 * D3:D8) ao preparar um e-mail e não enviá-lo imediatamente, pode, para
(D) =SOMA(B3:B8 + D3:D8) não perder o trabalho feito, salvar o e-mail para envio posterior-
mente.
21. (PREFEITURA DE SÃO CARLOS/SP - MÉDICO - INSTITUTO EX- O recurso que permite salvar um e-mail ainda não enviado é
CELÊNCIA/2018) Tendo por base o programa Microsoft Excel na sua (A) Favorito.
configuração padrão e versão mais recente, responda: Qual opera- (B) Lembrete.
dor aritmético é utilizado quando for preciso inserir uma potencia- (C) Acompanhamento.
ção? (D) Rascunho.
(A) ! (E) Marcas.
(B) $
(C) * 25. (TJ/DFT - ESTÁGIO - CIEE/2018) Podem ser consideradas al-
(D) @ gumas atividades do correio eletrônico:
(E) ^ I - Solicitar informações.
II - Fazer download de arquivos.
22. (PREFEITURA DE SÃO FRANCISCO/MG - ASSISTENTE ADMI- III - Mandar mensagens.
NISTRATIVO - COTEC/2020) Em observação aos conceitos e compo-
nentes de e-mail, faça a relação da denominação de item, presente Estão CORRETOS:
na 1.ª coluna, com a sua definição, na 2.ª coluna. (A) Somente os itens I e II.
Item (B) Somente os itens I e III.
1- Spam (C) Somente os itens II e III.
2- IMAP (D) Todos os itens.
3- Cabeçalho
4- Gmail 26. (PREFEITURA DE SOBRAL/CE - ANALISTA DE INFRAESTRU-
TURA - UECE-CEV/2018) Angélica enviou um e-mail para três cola-
Definição boradoras, Luíza, Rafaela e Tatiana, tendo preenchido os campos do
( ) Protocolo de gerenciamento de correio eletrônico. destinatário da seguinte forma:
( ) Um serviço gratuito de webmail. Para: luiza@email.com.br
( ) Mensagens de e-mail não desejadas e enviadas em massa Cc: rafaela@email.com.br
para múltiplas pessoas. Cco: tatiana@email.com.br
( ) Uma das duas seções principais das mensagens de e-mail. Assunto: reunião importante

A alternativa CORRETA para a correspondência entre colunas é: Todas as três colaboradoras receberam o e-mail de Angélica e
(A) 1, 2, 3, 4. o responderam através do comando “Responder a todos”. Conside-
(B) 3, 1, 2, 4. rando a situação ilustrada, é correto afirmar que:
(C) 2, 1, 4, 3. (A) somente Angélica recebeu todas as respostas.
(D) 2, 4, 1, 3. (B) Tatiana não recebeu nenhuma das respostas.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

(C) somente Luíza e Rafaela receberam todas as respostas.


(D) todas receberam as respostas umas das outras. GABARITO

27. (PREFEITURA DE AREAL - RJ - TÉCNICO EM INFORMÁTICA -


GUALIMP/2020) São características exclusivas da Intranet: 1 B
(A) Acesso restrito e Rede Local (LAN). 2 B
(B) Rede Local (LAN) e Compartilhamento de impressoras.
(C) Comunicação externa e Compartilhamento de Dados. 3 E
(D) Compartilhamento de impressoras e Acesso restrito. 4 D
5 A
28. (PREFEITURA DE SÃO FRANCISCO/MG - ASSISTENTE ADMI-
NISTRATIVO - COTEC/2020) Os termos internet e World Wide Web 6 A
(WWW) são frequentemente usados como sinônimos na linguagem 7 C
corrente, e não são porque
(A) a internet é uma coleção de documentos interligados (pági- 8 B
nas web) e outros recursos, enquanto a WWW é um serviço de 9 A
acesso a um computador.
(B) a internet é um conjunto de serviços que permitem a co- 10 ERRADO
nexão de vários computadores, enquanto WWW é um serviço 11 A
especial de acesso ao Google.
12 D
(C) a internet é uma rede mundial de computadores especial,
enquanto a WWW é apenas um dos muitos serviços que fun- 13 A
cionam dentro da internet. 14 A
(D) a internet possibilita uma comunicação entre vários compu-
tadores, enquanto a WWW, o acesso a um endereço eletrônico. 15 C
(E) a internet é uma coleção de endereços eletrônicos, enquan- 16 B
to a WWW é uma rede mundial de computadores com acesso
17 A
especial ao Google.
18 E
29. (PREFEITURA DE PINTO BANDEIRA/RS - AUXILIAR DE SERVI- 19 D
ÇOS GERAIS - OBJETIVA/2019) Sobre a navegação na internet, ana-
lisar a sentença abaixo: 20 B
Os acessos a sites de pesquisa e de notícias são geralmente re- 21 E
alizados pelo protocolo HTTP, onde as informações trafegam com
o uso de criptografia (1ª parte). O protocolo HTTP não garante que 22 D
os dados não possam ser interceptados (2ª parte). A sentença está: 23 A
(A) Totalmente correta.
24 D
(B) Correta somente em sua 1ª parte.
(C) Correta somente em sua 2ª parte. 25 D
(D) Totalmente incorreta. 26 B

30. (CRN - 3ª REGIÃO (SP E MS) - OPERADOR DE CALL CENTER - 27 B


IADES/2019) A navegação na internet e intranet ocorre de diversas 28 C
formas, e uma delas é por meio de navegadores. Quanto às funções
29 C
dos navegadores, assinale a alternativa correta.
(A) Na internet, a navegação privada ou anônima do navegador 30 A
Firefox se assemelha funcionalmente à do Chrome.
(B) O acesso à internet com a rede off-line é uma das vantagens ANOTAÇÕES
do navegador Firefox.
(C) A função Atualizar recupera as informações perdidas quan-
do uma página é fechada incorretamente. ______________________________________________________
(D) A navegação privada do navegador Chrome só funciona na
intranet. ______________________________________________________
(E) Os cookies, em regra, não são salvos pelos navegadores
______________________________________________________
quando estão em uma rede da internet.
______________________________________________________

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NOÇÕES DE ATENDIMENTO
NO SERVIÇO PÚBLICO

Seja na comunicação oral (fala), na comunicação escrita (tex-


ATENDIMENTO. CONCEITO. A IMPORTÂNCIA DO tos, e-mails, chats) ou em termos de comunicação acessível (comu-
ATENDIMENTO nicação adequada para surdos, mudos, deficientes etc), a efetiva
comunicabilidade de uma mensagem estabelece laços com o públi-
co, o qual se importa com transparência e veracidade das informa-
Quando se trabalha com pessoas, é preciso ter em mente al- ções, bem como a clareza e concisão do que recebe.
guns comportamentos e requisitos importantes não apenas para
comunicar uma mensagem ao seu público, mas também para me- Apresentação
diar, facilitar, agilizar e impactar positivamente a forma como este Antes mesmo de apresentar-se diante do público, o indivíduo
recebe a mensagem através de seu emissor. deve se preparar. Uma presença marcante pode ter impactos ex-
Muitos fatores impactam a vida de pessoas no atendimento ao tremamente positivos na comunicação com possíveis clientes e
ciente, as experiências ruins podem perpetuar a má reputação de colaboradores. A postura física, um corpo ereto, diz muito sobre
uma corporação, mas um bom atendimento atrai e encanta, facili- sua própria autoestima e confiança, o que influencia diretamente
tando relacionamentos e auxiliando todo e qualquer empreendi- na imagem da empresa a qual você representa. Uma boa aparên-
mento. Todo tipo de interação deve ser pensada e devidamente es- cia, um bom vestuário, adequado ao tipo de público e à empresa
tudada, antes mesmo de iniciar um primeiro contato com o público, em que se trabalha, bem como boa higiene pessoal (cuidados com
pois pequenos detalhes fazem a diferença, desde a forma como o cabelos, barba, maquiagem, unhas, hálito etc) são imprescindíveis
colaborador se porta, sua aparência física, sua dicção e comunica- para causar uma boa primeira impressão.
ção não-verbal até a sua atenção e cortesia, a objetividade de sua O nome próprio, as credenciais e demais informações passadas
mensagem e a empatia para com o outro. pelo público são importantes, mas não passam de meras formalida-
des se não acompanhadas de cortesia, empatia e interesse mútuo.
Comunicabilidade Aprender o nome do outro, sorrir, ser simpático e cordial durante
Comunicamos mensagens todos os dias, a todo momento aos uma apresentação entusiasmada é valoroso e pode conquistar o
que estão ao redor. Seja através das expressões faciais, dos gestos, público antes mesmo da mensagem principal ser veiculada, o que
de palavras ou de sons. Estas mensagens podem ser emitidas e diz muito sobre a percepção humana sobre o outro. Tratar as pes-
transmitidas de maneira intencional ou não-intencional, pois é algo soas com respeito é básico, mas pode se fazer necessário adequar
que realizamos naturalmente todos os dias. Pense da seguinte for- à sua linguagem para não confundir ou gerar mal entendidos que
ma: se alguém está de testa franzida e sobrancelhas arqueadas, de possam ser confundidos com ofensas ou depreciações; dependen-
expressão séria e áspera, a mensagem que o indivíduo transmite, do do ambiente, gírias e expressões mais informais não cabem, em
ainda que de forma não verbal, assemelha-se às emoções as quais outros, porém, um linguajar mais informal aproxima o indivíduo de
correlacionamos àquela expressão facial, raiva, tristeza, preocupa- seu público.
ção, entre outras do mesmo gênero. Por outro lado, estamos o tem- De todo modo, apresentar-se tem a ver com mais do que ape-
po todo expressando e comunicando mensagens verbais àqueles nas o “olá” inicial. Vai além do aperto de mão, que deve ser firme e
com quem convivemos de forma natural e cotidiana. confiante. Vai além do sorriso e de uma boa aparência. Diz respeito
A comunicabilidade, porém, diz respeito a uma qualidade co- a importar-se com o outro a ponto de ser sua melhor versão e es-
municável, à facilidade de se expressar e transmitir uma mensagem tar em seu melhor estado. Um outro fator de extrema importância
clara, a fim de que o receptor dela a compreenda. Pode ser entendi- é a pontualidade, ao chegar com antecedência, você se apresenta
do como uma otimização do ato de comunicar em que a mensagem como um indivíduo comprometido e sério que se importa com o
em questão é realizada de maneira eficaz, correta e rápida. tempo disponibilizado pelo outro para ouvi-lo.
A forma como as palavras são dispostas em uma frase, a ento-
nação usada, a dicção, a pronúncia das palavras e até o pouco co- Atenção
nhecimento de um idioma podem prejudicar a formulação de uma Ser atento está ligado a ter olhos para os detalhes e ter ouvidos
mensagem, que dirá a compreensão desta uma vez que é comuni- abertos para o outro. Prestar atenção no que o outro diz, oferecer
cada ao público. Um claro exemplo disto é a comunicação entre um ajuda, observar a forma como o público se comunica ou reage dian-
falante básico ou intermediário de espanhol ou inglês em relação à te do que você propõe é primordial para estabelecer relação e até
um falante nativo; é provável que o primeiro vá encontrar dificulda- relacionamento com ele. Um atendente sempre fica em evidencia e
de de se comunicar com o segundo não apenas por não dominar a os olhos ou ouvidos se voltam para ele quase que completamente
língua, mas por não saber como transmitir a mensagem adequada- durante seu trabalho.
mente. O mesmo acontece com o próprio português quando não
usado de maneira adequada.

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NOÇÕES DE ATENDIMENTO NO SERVIÇO PÚBLICO

Sendo assim, olhar nos olhos e demonstrar interesse no públi- Presteza


co, colocando-se em seu lugar e fazendo com que ele perceba que Ser proativo e prestativo ao realizar um serviço, ainda mais
ele está sendo compreendido, são técnicas que ajudam o próprio quando se trata de seres humanos, é uma qualidade louvável. Tem-
colaborador ou atendente a identificar o que seu público espera, pos de espera muito longos em salas de bate-papo, chats, telefone-
deseja, sente e se ele está ou não aberto ao que se está comuni- mas ou mesmo pessoalmente podem cansar o cliente e passar uma
cando. má impressão de descaso. Servir café, chá, água, indicar e oferecer
Uma boa comunicação é feita quando emissor e receptor da comodidades dos espaços disponíveis, como banheiros, lavadou-
mensagem invertem papéis em diversos momentos, tomando um ros, cantinas, entre outros, podem fazer com que o cliente se sinta à
o lugar do outro diante da prática comunicativa. No entanto, duran- vontade e veja a forma ativa como o atendente se preta à atende-lo.
te o atendimento ao público, é possível que uma parte seja muito
mais ativa que a outra neste processo. É, porém dever do atendente Eficiência
mediar esta situação e tomar posição de falante ativo, quando ne- Trabalhar com eficiência significa ser capaz, competente, pro-
cessário, mas recuando para ser um bom ouvinte das necessidades dutivo e conseguir bons resultados ou rendimentos de acordo com
do cliente, em outros momentos, a fim de ser um bom solucionador o esperado, possivelmente ultrapassando as expectativas. Para ex-
de problemas. Estar atento ao andamento da conversa é de suma ceder no atendimento ao público é necessário ser eficiente, ser prá-
importância. tico na hora de comunicar e transmitir as informações, mas paciente
o suficiente a ponto de deixar o público confortável e tranquilo, sa-
Cortesia bendo que está em boas mãos e pode se expressar honestamente.
A cortesia é um atributo de todo homem ou mulher civiliza- A capacidade de atender e satisfazer muitos clientes é também
do. E quanto ao termo civilizado, este não se propõe aqui como uma qualidade de quem trabalha com eficiência. Realizar uma ta-
um contraponto ao selvagem, pois até mesmo animais selvagens refa com o menor número de recursos possíveis no menor inter-
sabem agir de forma cortês, mas sim à ideia da educação não es- valo de tempo, com o menor índice de investimento ou dinheiro é
colar, ligada aos bons modos e à forma de se portar. A polidez no eficiência ao máximo. Nem sempre é possível ticar todas as caixas
trato, nas palavras e na maneira de pronunciar palavras e opiniões, e ser cem por cento eficiente, isso por causa da inexperiência do
a amabilidade e a compreensão são adjetivos que qualificam um profissional ou porque cada caso é único e complexo e o público
excelente profissional. vai se modificando, entretanto, quando se combina, conhecimento,
Atender o público não é fácil; ouvem-se mil e uma histórias de preparo e experiências as chances de se realizar um atendimento
clientes rudes, grosseiros e hostis que fazem funcionários saírem eficiente e ágil são muito maiores.
chorando diante de tamanha grosseria ou até chorando por conta
Tolerância
da pressão que pode existir neste trabalho. Deve-se, porém, ter em
A capacidade de tolerância de um atendente irá dizer muito a
mente que ainda que o outro lado, o lado do público, não se porte
respeito de sua profissionalidade e sua aptidão em exercer a função
de uma maneira adequada, o colaborador reflete a imagem da em-
a que foi designado. Nem sempre é fácil lidar com outras pessoas,
presa e é responsável por parte de sua credibilidade. Ao ser cortês,
opiniões diferentes, insatisfações, problemas pessoais, tempera-
prestativo, educado e gentil, o indivíduo se coloca em uma posição
mento, entre outros aspectos perfeitamente naturais e humanos
sublime que transpassa confiança capaz de rebater e constranger
do cotidiano podem interferir na forma como as pessoas se comuni-
emissores de grosserias e rudezas. Gentiliza gera gentileza.
cam e expressam suas necessidades. Ter em mente que as diferen-
ças não são impedimentos para realizar uma comunicação efetiva é
Interesse o primeiro passo para se tornar um ser humano e um profissional
Atrelado à atenção, o interesse é expresso durante a comuni- tolerante e respeitoso.
cação com o público. Um dos elementos cruciais a se atentar em Ainda que seja difícil se controlar diante de uma afirmação
questão de interesse são as expressões faciais, elas demonstram equivocada por parte do cliente, deve-se ter em mente que para
nossas emoções internas de modo involuntário e podem denunciar ele esta pode ser a verdade e que não se deve perder a paciên-
uma atitude falsa ou errônea. Enquanto suas palavras dizem “claro, cia, muito menos agir de forma grosseira ao corrigi-lo ou indicar
você está certo, isto é super importante”, uma expressão facial ou outras opções e alternativas, mas aceitar a realidade. Em muitas
postura que claramente indicam descaso e desinteresse podem de- empresas, adota-se o lema “eu entendo” entre os atendentes como
nunciá-lo e colocar em jogo a confiabilidade da empresa, deixando um exercício de empatia no atendimento, pois muitas vezes não é
o cliente inseguro diante de suas necessidades, fazendo inclusive possível compreender muito bem o cliente, mas é possível agir com
com que ele se questione sobre a importância do que fala ou so- tolerância e aceitar o que o outro diz em prol da paz, evitando con-
bre o interesse da empresa diante de seu problema, contestação ou flitos desnecessários onde eles se veem iminentes.
descontentamento.
O interesse demonstrado pelo cliente não deve vir apenas Discrição
quando a empresa ou os colaboradores são cobertos de elogios, Diante das informações trocadas ali entre cliente e atendente,
mas em momentos de críticas também. As críticas e reclamações deve haver respeito. Por vezes, não se deve expor todos os proce-
são importantes para a evolução da empresa como um todo. De- dimentos da empresa ao cliente, pois existem processos que são
monstrar verdadeiro interesse e de fato atentar-se ao público é um sigilosos, restritos aos funcionários e aos colaboradores. Do lado
desafio que vale a pena. Não basta conhecer um produto ou um do público, por sua vez, também existem informações e dados dos
serviço para realizar um bom atendimento, mas demonstrar inte- clientes que devem ser sigilados ou resguardados, estabelecendo
resse no que seu público precisa e deseja. uma relação de confiança entre empresa e cliente, sendo o aten-
dente o mediador desta relação.
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NOÇÕES DE ATENDIMENTO NO SERVIÇO PÚBLICO

Conduta • confiabilidade – cumprimento de prazos e horários estabele-


Conduta se refere ao modo de agir, ao comportamento de um cidos previamente;
indivíduo. A maneira como o ser humano se porta, vive e age no tra- • credibilidade – honestidade no serviço proposto;
balho deve ser adequada às normas, valores e ideias da empresa. • segurança – sigilo das informações pessoais;
Se uma empresa espera que seus funcionários sejam pontuais e o • facilidade de acesso – tanto aos serviços como ao pessoal de
funcionário se atrasa para o trabalho todos os dias, sua conduta não contato;
está adequada ao que a empresa espera dele. • comunicação – clareza nas instruções de utilização dos ser-
A conduta de um colaborador, de um atendente, age como o viços.
espelho da própria empresa, pois ele carrega a imagem física real
de uma marca, um nome ou um serviço, estes não possuem um Fatores críticos de sucesso ao telefone:
rosto, nem emoções, nem comportamentos, mas o funcionário sim • A voz / respiração / ritmo do discurso
e por isso ele representa a instituição em que trabalha. O cliente • A escolha das palavras
pode não fazer distinção entre uma má postura de um único funcio- • A educação
nário e de toda a empresa, o que pode manchar a sua reputação e
fazer com que ela perca clientes diante da sua falta de credibilidade, Ao telefone, a sua voz é você. A pessoa que está do outro lado
tudo isso pois seu colaborador não se portou adequadamente, não da linha não pode ver as suas expressões faciais e gestos, mas você
agiu de maneira correta, com boas intenções, com ética e de forma transmite através da voz o sentimento que está alimentando ao
respeitosa. conversar com ela. As emoções positivas ou negativas, podem ser
reveladas, tais como:
Objetividade • Interesse ou desinteresse,
Para a comunicação entre duas partes ser feita de forma efetiva • Confiança ou desconfiança,
é preciso que ela seja clara e objetiva. Objetividade diz respeito a • Alerta ou cansaço,
comunicar de tal modo que se atinja um alvo, sem rodeios. Esta é • Calma ou agressividade,
uma característica que deve estar presente durante o atendimento • Alegria ou tristeza,
ao cliente pois guia a comunicação em direção a um objetivo. • Descontração ou embaraço,
Pense em um cliente que tem alguma insatisfação em relação • Entusiasmo ou desânimo.
à um produto vendido por uma empresa. Este cliente, ao ligar para
um SAC (serviço de atendimento ao cliente), por exemplo, deseja O ritmo habitual da comunicação oral é de 180 palavras por
expressar a sua insatisfação à empresa não para desabafar seu des- minuto; ao telefone deve-se reduzir para 120 palavras por minuto
contentamento de forma gratuita, mas a fim de a empresa possa aproximadamente, tornando o discurso mais claro.
intervir, compreendendo sua função como solucionadora de pro- A fala muito rápida dificulta a compreensão da mensagem e
blemas, tendo em mente a necessidade de manter laços entre a pode não ser perceptível; a fala muito lenta pode o outro a julgar
empresa e o consumidor em prol de suas vendas, de sua reputação que não existe entusiasmo da sua parte.
e seu sucesso.
Neste exemplo, o atendente, por sua vez, deve ter objetividade O tratamento é a maneira como o funcionário se dirige ao
enquanto comunica ao público as opções existentes e a disposição cliente e interage com ele, orientando-o, conquistando sua simpa-
da empresa a qual representa em solucionar a questão, de modo tia. Está relacionada a:
que não restem dúvidas por parte do cliente, sem deixar nenhuma • Presteza – demonstração do desejo de servir, valorizando
mensagem ambígua, o que pode gerar um grande mal-entendido, prontamente a solicitação do usuário;
prejudicial para todas as partes. Quantas vezes não ouvimos falar • Cortesia – manifestação de respeito ao usuário e de cordia-
de informações erradas ou mal expressadas por parte de atenden- lidade;
tes que prejudicaram empresas inteiras? Este tipo de ocorrência • Flexibilidade – capacidade de lidar com situações não-pre-
não deve acontecer de forma alguma, pois coloca em risco todo um vistas.
grupo de profissionais.
A comunicação entre as pessoas é algo multíplice, haja vista,
que transmitir uma mensagem para outra pessoa e fazê-la com-
preender a essência da mesma é uma tarefa que envolve inúmeras
A IMPORTÂNCIA DO ATENDIMENTO E TRATAMENTO variáveis que transformam a comunicação humana em um desafio
constante para todos nós.
E essa complexidade aumenta quando não há uma comunica-
Atendimento e tratamento ção visual, como na comunicação por telefone, onde a voz é o único
O atendimento está diretamente relacionado aos negócios de instrumento capaz de transmitir a mensagem de um emissor para
uma organização, suas finalidades, produtos e serviços, de acordo um receptor. Sendo assim, inúmeras empresas cometem erros pri-
com suas normas e regras. O atendimento estabelece, dessa forma, mários no atendimento telefônico, por se tratar de algo de difícil
uma relação entre o atendente, a organização e o cliente. consecução.

A qualidade do atendimento, de modo geral, é determinada


por indicadores percebidos pelo próprio usuário relativamente a:
• competência – recursos humanos capacitados e recursos tec-
nológicos adequados;
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ATENDIMENTO NO SERVIÇO PÚBLICO

Abaixo 16 dicas para aprimorar o atendimento telefônico, de 13 – Cumpra seus compromissos: um atendente que não tem
modo a atingirmos a excelência, confira: responsabilidade de cumprir aquilo que foi acordado demonstra
1 - Profissionalismo: utilize-se sempre de uma linguagem for- desleixo e incompetência, comprometendo assim, a imagem da
mal, privilegiando uma comunicação que transmita respeito e se- empresa. Sendo assim, se tiver que dar um recado, ou, retornar
riedade. Evite brincadeiras, gírias, intimidades, etc, pois assim fa- uma ligação lembre-se de sua responsabilidade, evitando esqueci-
zendo, você estará gerando uma imagem positiva de si mesmo por mentos.
conta do profissionalismo demonstrado. 14 – Tenha uma postura afetuosa e prestativa: ao atender o te-
2 - Tenha cuidado com os ruídos: algo que é extremamente lefone, você deve demonstrar para o cliente uma postura de quem
prejudicial ao cliente são as interferências, ou seja, tudo aquilo que realmente busca ajudá-lo, ou seja, que se importa com os proble-
atrapalha a comunicação entre as partes (chieira, sons de aparelhos mas do mesmo. Atitudes negativas como um tom de voz desinteres-
eletrônicos ligados, etc.). Sendo assim, é necessário manter a linha sado, melancólico e enfadado contribuem para a desmotivação do
“limpa” para que a comunicação seja eficiente, evitando desvios. cliente, sendo assim, é necessário demonstrar interesse e iniciativa
3 - Fale no tom certo: deve-se usar um tom de voz que seja para que a outra parte se sinta acolhida.
minimamente compreensível, evitando desconforto para o cliente 15 – Não seja impaciente: busque ouvir o cliente atentamente,
que por várias vezes é obrigado a “implorar” para que o atendente sem interrompê-lo, pois, essa atitude contribui positivamente para
fale mais alto. a identificação dos problemas existentes e consequentemente para
4 - Fale no ritmo certo: não seja ansioso para que você não co- as possíveis soluções que os mesmos exigem.
meta o erro de falar muito rapidamente, ou seja, procure encontrar 16 – Mantenha sua linha desocupada: você já tentou ligar para
o meio termo (nem lento e nem rápido), de forma que o cliente alguma empresa e teve que esperar um longo período de tempo
entenda perfeitamente a mensagem, que deve ser transmitida com para que a linha fosse desocupada? Pois é, é algo extremamente
clareza e objetividade. inconveniente e constrangedor. Por esse motivo, busque não delon-
5 - Tenha boa dicção: use as palavras com coerência e coesão gar as conversas e evite conversas pessoais, objetivando manter, na
para que a mensagem tenha organização, evitando possíveis erros medida do possível, sua linha sempre disponível para que o cliente
de interpretação por parte do cliente. não tenha que esperar muito tempo para ser atendido.
6 - Tenha equilíbrio: se você estiver atendendo um cliente sem
educação, use a inteligência, ou seja, seja paciente, ouça-o aten-
tamente, jamais seja hostil com o mesmo e tente acalmá-lo, pois
assim, você estará mantendo sua imagem intacta, haja vista, que POSTURA DO ATENDENTE
esses “dinossauros” não precisam ser atacados, pois, eles se matam
sozinhos.
7 - Tenha carisma: seja uma pessoa empática e sorridente para POSTURA DE ATENDIMENTO - (Conduta/Bom senso/Cordia-
que o cliente se sinta valorizado pela empresa, gerando um clima lidade)
confortável e harmônico. Para isso, use suas entonações com criati-
vidade, de modo a transmitir emoções inteligentes e contagiantes. A FUGA DOS CLIENTES
8 - Controle o tempo: se precisar de um tempo, peça o cliente As pesquisas revelam que 68% dos clientes das empresas fo-
para aguardar na linha, mas não demore uma eternidade, pois, o gem delas por problemas relacionados à postura de atendimento.
cliente pode se sentir desprestigiado e desligar o telefone. Numa escala decrescente de importância, podemos observar
9 - Atenda o telefone o mais rápido possível: o ideal é atender os seguintes percentuais:
o telefone no máximo até o terceiro toque, pois, é um ato que de- • 68% dos clientes fogem das empresas por problemas de pos-
monstra afabilidade e empenho em tentar entregar para o cliente tura no atendimento;
a máxima eficiência. • 14% fogem por não terem suas reclamações atendidas;
10 - Nunca cometa o erro de dizer “alô”: o ideal é dizer o nome • 9% fogem pelo preço;
da organização, o nome da própria pessoa seguido ainda, das tra- • 9% fogem por competição, mudança de endereço, morte.
dicionais saudações (bom dia, boa tarde, etc.). Além disso, quando
for encerrar a conversa lembre-se de ser amistoso, agradecendo e A origem dos problemas está nos sistemas implantados nas
reafirmando o que foi acordado. organizações, muitas vezes obsoletos. Estes sistemas não definem
11 - Seja pró ativo: se um cliente procurar por alguém que não uma política clara de serviços, não definem o que é o próprio ser-
está presente na sua empresa no momento da ligação, jamais peça viço e qual é o seu produto. Sem isso, existe muita dificuldade em
a ele para ligar mais tarde, pois, essa é uma função do atendente, satisfazer plenamente o cliente.
ou seja, a de retornar a ligação quando essa pessoa estiver de volta Estas empresas que perdem 68% dos seus clientes, não contra-
à organização. tam profissionais com características básicas para atender o públi-
12 - Tenha sempre papel e caneta em mãos: a organização é um co, não treinam estes profissionais na postura adequada, não criam
dos princípios para um bom atendimento telefônico, haja vista, que um padrão de atendimento e este passa a ser realizado de acordo
é necessário anotar o nome da pessoa e os pontos principais que com as características individuais e o bom senso de cada um.
foram abordados. A falta de noção clara da causa primária da perda de clientes
faz com que as empresas demitam os funcionários “porque eles não
sabem nem atender o cliente”. Parece até que o atendimento é a
tarefa mais simples da empresa e que menos merece preocupação.
Ao contrário, é a mais complexa e recheada de nuances que perpas-
sam pela condição individual e por condições sistêmicas.
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NOÇÕES DE ATENDIMENTO NO SERVIÇO PÚBLICO

Estas condições sistêmicas estão relacionadas a: 03. Entender a necessidade de manter um ESTADO DE ESPÍRITO
1. Falta de uma política clara de serviços; POSITIVO, cultivando pensamentos e sentimentos positivos, para
2. Indefinição do conceito de serviços; ter atitudes adequadas no momento do atendimento. Ele sabe que
3. Falta de um perfil adequado para o profissional de atendi- é fundamental separar os problemas particulares do dia a dia do
mento; trabalho e, para isso, cultiva o estado de espírito antes da chegada
4. Falta de um padrão de atendimento; do cliente. O primeiro passo de cada dia, é iniciar o trabalho com a
5. Inexistência do follow up; consciência de que o seu principal papel é o de ajudar os clientes
6. Falta de treinamento e qualificação de pessoal. a solucionarem suas necessidades. A postura é de realizar serviços
para o cliente.
Nas condições individuais, podemos encontrar a contratação
de pessoas com características opostas ao necessário para atender Os requisitos para contratação deste profissional
ao público, como: timidez, avareza, rebeldia... Para trabalhar com atendimento ao público, alguns requisitos
são essenciais ao atendente. São eles:
SERVIÇO E POSTURA DE ATENDIMENTO • Gostar de SERVIR, de fazer o outro feliz.
Observando estas duas condições principais que causam a vin- • Gostar de lidar com gente.
culação ou o afastamento do cliente da empresa, podemos separar • Ser extrovertido.
a estrutura de uma empresa de serviços em dois itens: os serviços e • Ter humildade.
a postura de atendimento. • Cultivar um estado de espírito positivo.
O SERVIÇO assume uma dimensão macro nas organizações e, • Satisfazer as necessidades do cliente.
como tal, está diretamente relacionado ao próprio negócio. • Cuidar da aparência.
Nesta visão mais global, estão incluídas as políticas de servi-
ços, a sua própria definição e filosofia. Aqui, também são tratados Com estes requisitos, o sinal fica verde para o atendimento.
os aspectos gerais da organização que dão peso ao negócio, como: A POSTURA pode ser entendida como a junção de todos os as-
o ambiente físico, as cores (pintura), os jardins. Este item, portan- pectos relacionados com a nossa expressão corporal na sua totali-
to, depende mais diretamente da empresa e está mais relacionado dade e nossa condição emocional.
com as condições sistêmicas. Podemos destacar 03 pontos necessários para falarmos de
POSTURA. São eles:
Já a POSTURA DE ATENDIMENTO, que é o tratamento dispensa- 01. Ter uma POSTURA DE ABERTURA: que se caracteriza por um
do às pessoas, está mais relacionado com o funcionário em si, com posicionamento de humildade, mostrando-se sempre disponível
as suas atitudes e o seu modo de agir com os clientes. Portanto, está para atender e interagir prontamente com o cliente. Esta POSTURA
ligado às condições individuais. DE ABERTURA do atendente suscita alguns sentimentos positivos
É necessário unir estes dois pontos e estabelecer nas políticas nos clientes, como por exemplo:
das empresas, o treinamento, a definição de um padrão de aten- a) postura do atendente de manter os ombros abertos e o peito
dimento e de um perfil básico para o profissional de atendimento, aberto, passa ao cliente um sentimento de receptividade e acolhi-
como forma de avançar no próprio negócio. Dessa maneira, estes mento;
dois itens se tornam complementares e inter-relacionados, com de- b) deixar a cabeça meio curva e o corpo ligeiramente inclinado
pendência recíproca para terem peso. transmite ao cliente a humildade do atendente;
Para conhecermos melhor a postura de atendimento, faz-se c) o olhar nos olhos e o aperto de mão firme traduzem respeito
necessário falar do Verdadeiro profissional do atendimento. e segurança;
d) a fisionomia amistosa, alenta um sentimento de afetividade
Os três passos do verdadeiro profissional de atendimento: e calorosidade.
01. Entender o seu VERDADEIRO PAPEL, que é o de compre-
ender e atender as necessidades dos clientes, fazer com que ele 02. Ter SINTONIA ENTRE FALA E EXPRESSÃO CORPORAL: que se
seja bem recebido, ajudá-lo a se sentir importante e proporcioná-lo caracteriza pela existência de uma unidade entre o que dizemos e o
um ambiente agradável. Este profissional é voltado completamente que expressamos no nosso corpo.
para a interação com o cliente, estando sempre com as suas ante- Quando fazemos isso, nos sentimos mais harmônicos e confor-
nas ligadas neste, para perceber constantemente as suas necessida- táveis. Não precisamos fingir, mentir ou encobrir os nossos senti-
des. Para este profissional, não basta apenas conhecer o produto ou mentos e eles fluem livremente. Dessa forma, nos sentimos mais
serviço, mas o mais importante é demonstrar interesse em relação livres do stress, das doenças, dos medos.
às necessidades dos clientes e atendê-las.
02. Entender o lado HUMANO, conhecendo as necessidades 03. As EXPRESSÕES FACIAIS: das quais podemos extrair dois as-
dos clientes, aguçando a capacidade de perceber o cliente. Para pectos: o expressivo, ligado aos estados emocionais que elas tradu-
entender o lado humano, é necessário que este profissional tenha zem e a identificação destes estados pelas pessoas; e a sua função
uma formação voltada para as pessoas e goste de lidar com gente. social que diz em que condições ocorreu a expressão, seus efeitos
Se espera que ele fique feliz em fazer o outro feliz, pois para este sobre o observador e quem a expressa.
profissional, a felicidade de uma pessoa começa no mesmo instante Podemos concluir, entendendo que, qualquer comportamento
em que ela cessa a busca de sua própria felicidade para buscar a inclui posturas e é sempre fruto da interação complexa entre o or-
felicidade do outro. ganismo e o seu meio ambiente.
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NOÇÕES DE ATENDIMENTO NO SERVIÇO PÚBLICO

O olhar A INVASÃO
Os olhos transmitem o que está na nossa alma. Através do Mas, interagir no RAIO DE AÇÃO não tem nada a ver com INVA-
olhar, podemos passar para as pessoas os nossos sentimentos mais SÃO DE TERRITÓRIO.
profundos, pois ele reflete o nosso estado de espírito. Vamos entender melhor isso.
Ao analisar a expressão do olhar, não vamos nos prender so- Todo ser humano sente necessidade de definir um TERRITÓ-
mente a ele, mas a fisionomia como um todo para entendermos o RIO, que é um certo espaço entre si e os estranhos. Este território
real sentido dos olhos. não se configura apenas em um espaço físico demarcado, mas prin-
Um olhar brilhante transmite ao cliente a sensação de acolhi- cipalmente num espaço pessoal e social, o que podemos traduzir
mento, de interesse no atendimento das suas necessidades, de von- como a necessidade de privacidade, de respeito, de manter uma
tade de ajudar. Ao contrário, um olhar apático, traduz fraqueza e distância ideal entre si e os outros de acordo com cada situação.
desinteresse, dando ao cliente, a impressão de desgosto e dissabor Quando estes territórios são invadidos, ocorrem cortes na
pelo atendimento. privacidade, o que normalmente traz consequências negativas.
Mas, você deve estar se perguntando: O que causa este brilho Podemos exemplificar estas invasões com algumas situações corri-
nos nossos olhos ? A resposta é simples: queiras: uma piada muito picante contada na presença de pessoas
Gostar do que faz, gostar de prestar serviços ao outro, gostar estranhas a um grupo social; ficar muito próximo do outro, quase se
de ajudar o próximo. encostando nele; dar um tapinha nas costas...
Para atender ao público, é preciso que haja interesse e gosto, Nas situações de atendimento, são bastante comuns as inva-
pois só assim conseguimos repassar uma sensação agradável para sões de território pelos atendentes. Estas, na sua maioria, causam
o cliente. Gostar de atender o público significa gostar de atender mal-estar aos clientes, pois são traduzidas por eles como atitudes
as necessidades dos clientes, querer ver o cliente feliz e satisfeito. grosseiras e poucos sensíveis. Alguns são os exemplos destas atitu-
des e situações mais comuns:
Como o olhar revela a atitude da mente, ele pode transmitir: • Insistência para o cliente levar um item ou adquirir um bem;
01. Interesse quando: • Seguir o cliente por toda a loja;
• Brilha; • O motorista de taxi que não pára de falar com o cliente pas-
• Tem atenção; sageiro;
• O garçom que fica de pé ao lado da mesa sugerindo pratos
• Vem acompanhado de aceno de cabeça.
sem ser solicitado;
• O funcionário que cumprimenta o cliente com dois beijinhos
02. Desinteresse quando:
e tapinhas nas costas;
• É apático;
• O funcionário que transfere a ligação ou desliga o telefone
• É imóvel, rígido; sem avisar.
• Não tem expressão. Estas situações não cabem na postura do verdadeiro profissio-
O olhar desbloqueia o atendimento, pois quebra o gelo. O olhar nal do atendimento.
nos olhos dá credibilidade e não há como dissimular com o olhar.
A aproximação - raio de ação. O sorriso
A APROXIMAÇÃO do cliente está relacionada ao conceito de O SORRISO abre portas e é considerado uma linguagem uni-
RAIO DE AÇÃO, que significa interagir com o público, independente versal.
deste ser cliente ou não. Imagine que você tem um exame de saúde muito importante
Esta interação ocorre dentro de um espaço físico de 3 metros para receber e está apreensivo com o resultado. Você chega à clí-
de distância do público e de um tempo imediato, ou seja, pronta- nica e é recebido por uma recepcionista que apresenta um sorriso
mente. caloroso. Com certeza você se sentirá mais seguro e mais confiante,
Além do mais, deve ocorrer independentemente do funcioná- diminuindo um pouco a tensão inicial. Neste caso, o sorriso foi in-
rio estar ou não na sua área de trabalho. Estes requisitos para a terpretado como um ato de apaziguamento.
interação, a tornam mais eficaz. O sorriso tem a capacidade de mudar o estado de espírito das
Esta interação pode se caracterizar por um cumprimento ver- pessoas e as pesquisas revelam que as pessoas sorridentes são ava-
bal, uma saudação, um aceno de cabeça ou apenas por um aceno liadas mais favoravelmente do que as não sorridentes.
de mão. O objetivo com isso, é fazer o cliente sentir-se acolhido e O sorriso é um tipo de linguagem corporal, um tipo de comu-
certo de estar recebendo toda a atenção necessária para satisfazer nicação não-verbal . Como tal, expressa as emoções e geralmente
os seus anseios. informa mais do que a linguagem falada e a escrita. Dessa forma,
podemos passar vários tipos de sentimentos e acarretar as mais di-
Alguns exemplos são: versas emoções no outro.
1. No hotel, a arrumadeira está no corredor com o carrinho de
limpeza e o hóspede sai do seu apartamento. Ela prontamente olha Ir ao encontro do cliente
para ele e diz com um sorriso: “bom dia!”. Ir ao encontro do cliente é um forte sinal de compromisso no
atendimento, por parte do atendente. Este item traduz a importân-
2. O caixa de uma loja que cumprimenta o cliente no momento
cia dada ao cliente no momento de atendimento, na qual o aten-
do pagamento;
dente faz tudo o que é possível para atender as suas necessidades,
3. O frentista do posto de gasolina que se aproxima ao ver o
pois ele compreende que satisfazê-las é fundamental. Indo ao en-
carro entrando no posto e faz uma sudação...
contro do cliente, o atendente demonstra o seu interesse para com
ele.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ATENDIMENTO NO SERVIÇO PÚBLICO

A primeira impressão Quando estes cuidados básicos não são tomados, o cliente se
Você já deve ter ouvido milhares de vezes esta frase: A PRIMEI- questiona : “ puxa, se ele não cuida nem dele, da sua aparência
RA IMPRESSÃO É A QUE FICA. pessoal, como é que vai cuidar de me prestar um bom serviço ? “
Você concorda com ela? A apresentação pessoal, a aparência, é um aspecto importante
No mínimo seremos obrigados a dizer que será difícil a empre- para criar uma relação de proximidade e confiança entre o cliente
sa ter uma segunda chance para tentar mudar a impressão inicial, e o atendente.
se esta foi negativa, pois dificilmente o cliente irá voltar.
É muito mais difícil e também mais caro, trazer de volta o clien- Cumprimento caloroso
te perdido, aquele que foi mal atendido ou que não teve os seus O que você sente quando alguém aperta a sua mão sem fir-
desejos satisfeitos. meza ?
Estes clientes perdem a confiança na empresa e normalmen- Às vezes ouvimos as pessoas comentando que se conhece al-
te os custos para resgatá-la, são altos. Alguns mecanismos que as guém, a sua integridade moral, pela qualidade do seu aperto de
empresas adotam são os contatos via telemarketing, mala-direta, mão.
visitas, mas nem sempre são eficazes. O aperto de mão “ frouxo “ transmite apatia, passividade, baixa
A maioria das empresas não têm noção da quantidade de clien- energia, desinteresse, pouca interação, falta de compromisso com
tes perdidos durante a sua existência, pois elas não adotam meca- o contato.
nismos de identificação de reclamações e/ou insatisfações destes Ao contrário, o cumprimento muito forte, do tipo que machuca
clientes. Assim, elas deixam escapar as armas que teriam para re- a mão, ao invés de trazer uma mensagem positiva, causa um mal
forçar os seus processos internos e o seu sistema de trabalho. estar, traduzindo hiperatividade, agressividade, invasão e desres-
Quando as organizações atentam para essa importância, elas peito. O ideal é ter um cumprimento firme, que prenda toda a mão,
passam a aplicar instrumentos de medição. mas que a deixe livre, sem sufocá-la. Este aperto de mão demons-
Mas, estes coletores de dados nem sempre traduzem a realida- tra interesse pelo outro, firmeza, bom nível de energia, atividade e
de, pois muitas vezes trazem perguntas vagas, subjetivas ou pedem compromisso com o contato.
a opinião aberta sobre o assunto. É importante lembrar que o cumprimento deve estar associado
Dessa forma, fica difícil mensurar e acaba-se por não colher as ao olhar nos olhos, a cabeça erguida, os ombros e o peito abertos,
informações reais. totalizando uma sintonia entre fala e expressão corporal.
A saída seria criar medidores que traduzissem com fatos e da- Não se esqueça: apesar de haver uma forma adequada de cum-
dos, as verdadeiras opiniões do cliente sobre o serviço e o produto primentar, esta jamais deverá ser mecânica e automática.
adquiridos da empresa.
Tom de voz
A voz é carregada de magnetismo e como tal, traz uma onda de
intensa vibração. O tom de voz e a maneira como dizemos as pala-
APRESENTAÇÃO PESSOAL vras, são mais importantes do que as próprias palavras.
Podemos dizer ao cliente: “a sua televisão deveria sair hoje do
conserto, mas por falta de uma peça, ela só estará pronta na próxi-
Apresentação pessoal ma semana “. De acordo com a maneira que dizemos e de acordo
Que imagem você acha que transmitimos ao cliente quando o com o tom de voz que usamos, vamos perceber reações diferentes
atendemos com as unhas sujas, os cabelos despenteados, as roupas do cliente.
mal cuidadas... ? Se dizemos isso com simpatia, naturalmente nos desculpando
O atendente está na linha de frente e é responsável pelo conta- pela falha e assumindo uma postura de humildade, falando com
to, além de representar a empresa neste momento. Para transmitir calma e num tom amistoso e agradável, percebemos que a reação
confiabilidade, segurança, bons serviços e cuidado, se faz necessá- do cliente será de compreensão.
rio, também, ter uma boa apresentação pessoal. Por outro lado, se a mesma frase é dita de forma mecânica,
Alguns cuidados são essenciais para tornar este item mais com- estudada, artificial, ríspida, fria e com arrogância, poderemos ter
pleto. São eles: um cliente reagindo com raiva, procurando o gerente, gritando...
01. Tomar um BANHO antes do trabalho diário: além da função As palavras são símbolos com significados próprios. A forma
higiênica, também é revigorante e espanta a preguiça; como elas são utilizadas também traz o seu significado e com isso,
02. Cuidar sempre da HIGIENE PESSOAL: unhas limpas, cabelos cada palavra tem a sua vibração especial.
cortados e penteados, dentes cuidados, hálito agradável, axilas as-
seadas, barba feita; Saber escutar
03. Roupas limpas e conservadas; Você acha que existe diferença entre OUVIR e ESCUTAR? Se
04. Sapatos limpos; você respondeu que não, você errou.
05. Usar o CRACHÁ DE IDENTIFICAÇÃO, em local visível pelo Escutar é muito mais do que ouvir, pois é captar o verdadeiro
cliente. sentido, compreendendo e interpretando a essência, o conteúdo da
comunicação.
O ato de ESCUTAR está diretamente relacionado com a nossa
capacidade de perceber o outro. E, para percebermos o outro, o
cliente que está diante de nós, precisamos nos despojar das bar-
reiras que atrapalham e empobrecem o processo de comunicação.
São elas:
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NOÇÕES DE ATENDIMENTO NO SERVIÇO PÚBLICO

* os nossos PRECONCEITOS; Atitudes de apatia, frieza, desconsideração e hostilidade, re-


* as DISTRAÇÕES; tratam bem a falta de calor do atendente. Com estas atitudes, o
* os JULGAMENTOS PRÉVIOS; atendente parece estar pedindo ao cliente que este se afaste, vá
* as ANTIPATIAS. embora, desapareça da sua frente, pois ele não é bem vindo. Assim,
o atendente esquece que a sua MISSÃO é SERVIR e fazer o cliente
Para interagirmos e nos comunicarmos a contento, precisamos FELIZ.
compreender o TODO, captando os estímulos que vêm do outro,
fazendo uma leitura completa da situação.
Precisamos querer escutar, assumindo uma postura de recepti-
vidade e simpatia, afinal, nós temos dois ouvidos e uma boca, o que LIMPEZA E ARRUMAÇÃO DO AMBIENTE DE TRABALHO
nos sugere que é preciso escutar mais do que falar.
Quando não sabemos escutar o cliente - interrompendo-o, fa-
lando mais que ele, dividindo a atenção com outras situações - tira- Limpeza
mos dele, a oportunidade de expressar os seus verdadeiros anseios Considera-se limpeza, o ato de remover todo tipo de sujidade,
e necessidades e corremos o risco de aborrecê-lo, pois não iremos visível ou não, de uma superfície, sem alterar as características ori-
conseguir atende-las. ginais do local a ser limpo1. A limpeza pode ser:
A mais poderosa forma de escutar é a empatia ( que vamos
conhecer mais na frente ). Ela nos permite escutar de fato, os sen- Limpeza profunda
timentos por trás do que está sendo dito, mas, para isso, é preciso A limpeza profunda é aquela realizada periodicamente, sema-
que o atendente esteja sintonizado emocionalmente com o cliente. nal, quinzenal ou mensal, na qual todo detalhe deve ser lembrado,
Esta sintonia se dá através do despojamento das barreiras que já removendo-se toda sujidade acumulada. Pode-se citar como exem-
falamos antes. plos, a remoção de cera, a lavagem de piso, etc.
Por ser ampla, sempre que possível, a limpeza profunda deve
Agilidade ser realizada fora do horário de funcionamento do local a ser limpo.
Atender com agilidade significa ter rapidez sem perder a quali-
dade do serviço prestado. Limpeza de conservação ou manutenção
A agilidade no atendimento transmite ao cliente a idéia de res- Em geral, a limpeza de conservação ou manutenção é feita dia-
peito. Sendo ágil, o atendente reconhece a necessidade do cliente riamente, e tem como objetivo a conservação do ambiente. Esta
em relação à utilização adequada do seu tempo. limpeza facilita a próxima limpeza profunda, devido ao menor acú-
Quando há agilidade, podemos destacar: mulo de sujidade no local.
• o atendimento personalizado; Assim como a limpeza profunda, sempre que possível, a limpe-
• a atenção ao assunto; za de conservação ou manutenção deve ser realizada fora do horá-
• o saber escutar o cliente; rio de funcionamento do local a ser limpo.
• cuidar das solicitações e acompanhar o cliente durante todo
o seu percurso na empresa. Limpeza leve
Considera-se como limpeza leve, o trabalho executado durante
O calor no atendimento o período de expediente do local a ser limpo, como forma de man-
O atendimento caloroso evita dissabores e situações constran- ter o ambiente constantemente limpo.
gedoras, além de ser a comunhão de todos os pontos estudados
sobre postura. Planejamento do trabalho de limpeza e conservação
O atendente escolhe a condição de atender o cliente e para Para se executar um bom serviço de limpeza deve-se seguir os
isto, é preciso sempre lembrar que o cliente deseja se sentir impor- seguintes passos: planejar, executar e avaliar.
tante e respeitado. Na situação de atendimento, o cliente busca ser
reconhecido e, transmitindo calorosidade nas atitudes, o atendente Planejar
satisfaz as necessidades do cliente de estima e consideração. Antes de se iniciar qualquer trabalho, deve-se saber com pre-
Ao contrário, o atendimento áspero, transmite ao cliente a cisão qual o tipo de sujidade que deverá ser removida e o processo
sensação de desagrado, descaso e desrespeito, além de retornar ao que deverá ser empregado para a promoção da limpeza. Por exem-
atendente como um bumerangue. plo: observar o local para a escolha do detergente correto para a
O EFEITO BUMERANGUE é bastante comum em situações de remoção da sujidade, conciliado com o emprego de máquinas e
atendimento, pois ele reflete o nível de satisfação, ou não, do clien- equipamentos, assim, se terá como resultado uma limpeza eficaz
te em relação ao atendente. Com este efeito, as atitudes batem e em todos os aspectos.
voltam, ou seja, se você atende bem, o cliente se sente bem e trata
o atendente com respeito. Se este atende mal, o cliente reage de Executar
forma negativa e hostil. O cliente não está na esteira da linha de Deve-se garantir que os materiais, equipamentos e acessórios
produção, merecendo ser tratado com diferenciação e apreço. que serão utilizados na limpeza, estejam no local da execução do
Precisamos ter em atendimento, pessoas descontraídas, que serviço com antecedência. Também é importante se ter certeza que
façam do ato de atender o seu verdadeiro sentido de vida, que é o encarregado e os auxiliares de limpeza terão as condições neces-
SERVIR AO PRÓXIMO. sárias para estarem no local do trabalho no horário programado.
1 https://docplayer.com.br/10904421-Manual-de-limpeza-e-con-
servacao.html
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NOÇÕES DE ATENDIMENTO NO SERVIÇO PÚBLICO

Avaliar Manutenção e Conservação


É fundamental que após a execução do serviço seja feita uma Os benefícios de se promover a manutenção e conservação
análise para que se saiba se o que foi planejado correspondeu ao são:
que era necessário. A constante avaliação fornece informações para • Maior durabilidade do tratamento e brilho constante;
ações futuras, permitindo que se aprimorem assim, os futuros pro- • Menor custo/benefício;
cedimentos de trabalho. • Facilidade na limpeza.

Sujidade A manutenção e conservação pode ser feita através de:


Existem basicamente, três tipos de sujidade: • Remoção das sujidades sólidas, aplicando mop seco constan-
temente;
Sujidade solta ou não impregnada • Remoção das sujidades aderidas, com mop úmido e deter-
São partículas ou detritos nas quais, por um simples proces- gente neutro;
so de varrição ou aplicação de mop (esfregão) seco, são eliminadas • Remoção das sujidades impregnadas, lavando com encera-
com facilidade. deira de baixa rotação, com o disco limpador e detergente que não
agrida o tratamento do piso.
Sujidade solúvel em água
São partículas que, ainda que impregnadas, com a simples apli- Recamadas ou restauração
cação de água, são facilmente retiradas das superfícies através de Mesmo havendo todos os cuidados e adotando-se os proce-
mop úmido. dimentos da manutenção do impermeabilizante, com o passar do
tempo, é inevitável o desgaste da camada superior, que recebe todo
Sujidade impregnada atrito, sendo necessário se efetuar a restauração do impermeabili-
Neste tipo de sujidade, para sua completa remoção, demanda- zante.
-se a utilização de agentes químicos (detergentes), ação mecânica
(máquinas e equipamentos) e tempo para a ação. Os procedimentos a serem adotados são:
• Remoção das sujidades sólidas e soltas do piso com mop seco;
Métodos e equipamentos de limpeza de superfícies • Remoção das sujidades impregnadas, lavando com encera-
deira de baixa rotação, com o disco limpador e detergente que não
Limpeza Manual Úmida agrida o tratamento do piso;
É realizada com a utilização de rodos, ou mops (esfregões), pa- • Uma vez eliminadas todas as sujidades, deve-se enxaguar o
nos ou esponjas umedecidas em solução detergente, com enxágue piso até que ele esteja isento de qualquer tipo de resíduo;
posterior, com pano umedecido em água limpa. Esse procedimento • Secar totalmente o piso e aplicar uma camada do imperme-
é indicado para a limpeza de pisos, paredes, divisórias, mobiliários abilizante sobre ele;
e de equipamentos de grande porte2. • Aguardar o tempo necessário e proceder ao lustro.
É importante ressaltar que a limpeza úmida é considerada a
mais adequada e higiênica, todavia, ela é limitada para a remoção Barreiras de contenção de sujidade
de sujidade muito aderida. Na entrada dos ambientes, recomenda-se a utilização de bar-
reiras de contenção de sujidade, como tapetes ou equipamentos
Limpeza Manual Molhada que gerem cortinas de ar, impedindo a entrada de detritos, dimi-
O procedimento consiste em espalhar uma solução detergente nuindo o atrito dos sapatos sobre o piso, aumentando a durabilida-
no piso e esfregar com escova ou esfregão, empurrar com rodo a de do tratamento.
solução suja para o ralo, enxaguar várias vezes com água limpa em
sucessivas operações de empurrar com o rodo ou mop para o ralo.
TIPOS DE ATENDIMENTO. ATENDIMENTO PRESENCIAL
Limpeza Com Máquina de Lavar Tipo Enceradeira Automática
É utilizada para limpeza de pisos com máquinas, que possuem
tanque para soluções de detergente dosado diretamente para a es- Trata-se do atendimento realizado presencialmente, ou seja,
cova, o que diminui o esforço e risco para o trabalhador. face a face, não havendo uso de eletrônicos ou equipamentos, que
mediei à comunicação entre usuário e servidor.
Limpeza Seca • Seja cordial;
Consiste-se na retirada de sujidade, pó ou poeira, mediante a • Seja proativo;
utilização de vassoura (varreduras seca), e/ou aspirador. A limpeza • Seja paciente, ouça o usuário sem interrupções;
com vassouras é recomendável em áreas descobertas, como esta- • Não atenda ligações enquanto estiver realizando o atendi-
cionamentos, pátios, etc. mento;
Já nas áreas cobertas, se for necessário a limpeza seca, esta • Sorria;
deve ser feita com aspirador. • Trate apenas de assuntos relacionados ao atendimento;
• Mantenha a serenidade, jamais discuta ou perca o equilíbrio;
• Caso o atendimento possa demorar, convide-o a sentar;
• Mantenha um tom de voz adequado (nem alto, nem baixo);
2 https://centrallimp.com.br/materiais/pop-manual-do-servico-de- • Seja simpático, ético, imparcial, competente, justo e profis-
-limpeza-e-conservacao.pdf sional.
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Fonte: CERQUEIRA, J.C. Cartilha para atendimento ao usuá- • assumir a responsabilidade pela resposta: a pessoa que aten-
rio do serviço público. Disponível em: https://www.ufrb.edu.br/ de ao telefone deve considerar o assunto como seu, ou seja, com-
gestaopublica/images/phocadownload/20192_TCCconcluidos/ prometer-se e, assim, garantir ao interlocutor uma resposta rápida.
CERQUEIRA_Cartilha_Atendimento_Usuario_SP.pdf. Acesso em: Por exemplo: não deve dizer “não sei”, mas “vou imediatamente
31.jan.2023. saber” ou “daremos uma resposta logo que seja possível”.Se não
for mesmo possível dar uma resposta ao assunto, o atendente de-
verá apresentar formas alternativas para o fazer, como: fornecer o
ATENDIMENTO TELEFÔNICO número do telefone direto de alguém capaz de resolver o problema
rapidamente, indicar o e-mail ou numero da pessoa responsável
procurado. A pessoa que ligou deve ter a garantia de que alguém
confirmará a recepção do pedido ou chamada;
Na comunicação telefônica, é fundamental que o interlocutor • Não negar informações: nenhuma informação deve ser nega-
se sinta acolhido e respeitado, sobretudo porque se trata da utili- da, mas há que se identificar o interlocutor antes de a fornecer, para
zação de um canal de comunicação a distância. É preciso, portanto, confirmar a seriedade da chamada. Nessa situação, é adequada a
que o processo de comunicação ocorra da melhor maneira possível seguinte frase: vamos anotar esses dados e depois entraremos em
para ambas as partes (emissor e receptor) e que as mensagens se- contato com o senhor
jam sempre acolhidas e contextualizadas, de modo que todos pos- • Não apressar a chamada: é importante dar tempo ao tempo,
sam receber bom atendimento ao telefone. ouvir calmamente o que o cliente/usuário tem a dizer e mostrar
Alguns autores estabelecem as seguintes recomendações para que o diálogo está sendo acompanhado com atenção, dando fee-
o atendimento telefônico: dback, mas não interrompendo o raciocínio do interlocutor;
• não deixar o cliente esperando por um tempo muito longo. • Sorrir: um simples sorriso reflete-se na voz e demonstra que o
É melhor explicar o motivo de não poder atendê-lo e retornar a atendente é uma pessoa amável, solícita e interessada;
ligação em seguida; • Ser sincero: qualquer falta de sinceridade pode ser catastrófi-
• o cliente não deve ser interrompido, e o funcionário tem de ca: as más palavras difundem-se mais rapidamente do que as boas;
se empenhar em explicar corretamente produtos e serviços; • Manter o cliente informado: como, nessa forma de comuni-
• atender às necessidades do cliente; se ele desejar algo que o cação, não se estabele o contato visual, é necessário que o aten-
atendente não possa fornecer, é importante oferecer alternativas; dente, se tiver mesmo que desviar a atenção do telefone durante
• agir com cortesia. Cumprimentar com um “bom-dia” ou “bo- alguns segundos, peça licença para interromper o diálogo e, depois,
a-tarde”, dizer o nome e o nome da empresa ou instituição são ati- peça desculpa pela demora. Essa atitude é importante porque pou-
tudes que tornam a conversa mais pessoal. Perguntar o nome do cos segundos podem parecer uma eternidade para quem está do
cliente e tratá-lo pelo nome transmitem a ideia de que ele é im- outro lado da linha;
portante para a empresa ou instituição. O atendente deve também • Ter as informações à mão: um atendente deve conservar a
esperar que o seu interlocutor desligue o telefone. Isso garante que informação importante perto de si e ter sempre à mão as informa-
ele não interrompa o usuário ou o cliente. Se ele quiser comple- ções mais significativas de seu setor. Isso permite aumentar a rapi-
mentar alguma questão, terá tempo de retomar a conversa. dez de resposta e demonstra o profissionalismo do atendente;
• Estabelecer os encaminhamentos para a pessoa que liga:
No atendimento telefônico, a linguagem é o fator principal quem atende a chamada deve definir quando é que a pessoa deve
para garantir a qualidade da comunicação. Portanto, é preciso que voltar a ligar (dia e hora) ou quando é que a empresa ou instituição
o atendente saiba ouvir o interlocutor e responda a suas demandas vai retornar a chamada.
de maneira cordial, simples, clara e objetiva. O uso correto da língua
portuguesa e a qualidade da dicção também são fatores importan- Todas estas recomendações envolvem as seguintes atitudes no
tes para assegurar uma boa comunicação telefônica. É fundamental atendimento telefônico:
que o atendente transmita a seu interlocutor segurança, compro- • Receptividade - demonstrar paciência e disposição para ser-
misso e credibilidade. vir, como, por exemplo, responder às dúvidas mais comuns dos usu-
ários como se as estivesse respondendo pela primeira vez. Da mes-
Além das recomendações anteriores, são citados, a seguir, pro- ma forma é necessário evitar que interlocutor espere por respostas;
cedimentos para a excelência no atendimento telefônico: • Atenção – ouvir o interlocutor, evitando interrupções, dizer
• Identificar e utilizar o nome do interlocutor: ninguém gosta palavras como “compreendo”, “entendo” e, se necessário, anotar a
de falar com um interlocutor desconhecido, por isso, o atendente mensagem do interlocutor);
da chamada deve identificar-se assim que atender ao telefone. Por • Empatia - para personalizar o atendimento, pode-se pro-
outro lado, deve perguntar com quem está falando e passar a tratar nunciar o nome do usuário algumas vezes, mas, nunca, expressões
o interlocutor pelo nome. Esse toque pessoal faz com que o interlo- como “meu bem”, “meu querido, entre outras);
cutor se sinta importante; • Concentração – sobretudo no que diz o interlocutor (evitar
distrair-se com outras pessoas, colegas ou situações, desviando-se
do tema da conversa, bem como evitar comer ou beber enquanto
se fala);
• Comportamento ético na conversação – o que envolve tam-
bém evitar promessas que não poderão ser cumpridas.

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NOÇÕES DE ATENDIMENTO NO SERVIÇO PÚBLICO

3. Projete o processo de gestão de reclamações e sugestões


GESTÃO DE RECLAMAÇÕES.A BUSCA DA EXCELÊNCIA com clareza
Deve ficar claro quais comentários serão encaminhados a quais
departamentos. Para lidar com a reclamação do cliente de manei-
O que é gestão de reclamações e sugestões? ra eficaz, é necessário canalizar essa informação ao departamento
mais apropriado.
O objetivo da gestão de reclamações e sugestões é fortalecer a Para fazer isso, seus funcionários de apoio devem ter os recur-
fidelidade do cliente, bem como a garantia de qualidade do produto sos corretos à sua disposição, como um software de gestão da expe-
e serviço. riência do cliente. Nesta etapa, o funcionário responde diretamente
As críticas devem ser avaliadas de forma sistemática e ordena- ao cliente e oferece um desconto, uma troca de produtos, um con-
da, e usadas para criar um impacto positivo. Supõe-se também que serto ou alguma outra vantagem.
o problema que causou as críticas do cliente seja resolvido. Ao mesmo tempo, a execução de tarefas internas começa. A
Quase todas as empresas recebem reclamações de clientes, reclamação recebida é analisada e categorizada, fornecendo assim
ninguém é completamente imune a elas. Com o crescimento de informações sobre o que precisa ser mudado na empresa.
uma empresa, o número de reclamações geralmente também cres-
ce. Eventualmente, o número de reclamações é tão elevado e a es- 4. Tome ações diretas
trutura da empresa tão complexa que é necessário introduzir um Algumas ações devem ser iniciadas diretamente após o contato
processo de gestão de reclamações e sugestões. com o cliente. Ainda que a solução não seja imediata, é necessário
Um cliente insatisfeito cuja opinião não é considerada, prova- informar ao cliente as medidas que serão tomadas.
velmente deixará de confiar em sua oferta e também dirá aos outros
o quanto está frustrado e irritado. Lembre-se que, na era da Inter- 5. Analise o feedback
net, as reclamações muitas vezes chegam a lugares inimagináveis. As reclamações dos clientes não seguem nenhum formulário
A gestão de reclamações e sugestões trata de gerenciar meto- padronizado. Portanto, todos os comentários devem ser avaliados
dicamente as críticas dos clientes. Você precisa desenvolver estra- de acordo com seu conteúdo e a intenção do cliente. Isto é para
tégias e determinar onde elas devem ser recebidas, como reagir a ser capaz de reconhecer padrões, estabelecer prioridades e aplicar
elas e para quais departamentos ou indivíduos o feedback deve ser medidas.
encaminhado.
A alocação de responsabilidades faz parte do gerenciamento 6. Auditoria da administração
de reclamações. Somente quando estiver claro quem deve reagir Mesmo a administração de reclamações e sugestões deve ser
em cada caso, uma crítica negativa pode ser transformada em algo auditada periodicamente para que não surjam procedimentos ne-
positivo. gativos. Além disso, as auditorias podem revelar possíveis formas
de otimizar os processos. Dessa forma, a eficácia é avaliada: a satis-
Passo a passo para a gestão de reclamações e sugestões de fação do cliente é adequadamente representada pela reclamação
clientes recebida? Neste contexto, uma solução pode ser encorajar o estí-
1. Simplifique os métodos de coleta de reclamações mulo de reclamações.
Para que os clientes insatisfeitos se dirijam a você primeiro em As informações de auditoria são preparadas e apresentadas
vez de descarregar sua insatisfação nas redes sociais, você deve aos executivos da empresa ou a outros tomadores de decisão. Este
oferecer a oportunidade de fazer comentários e/ou sugestões da ramo da gestão de reclamações também trata da aplicação da lei.
forma mais simples possível, por exemplo, através de uma caixa
de sugestões online no seu website, chat ou endereço de e-mail. 7. Emita relatórios
As empresas devem sempre declarar explicitamente estas opções. Relatórios baseados em auditorias fornecem aos tomadores de
Desta forma, os clientes são encorajados a dar feedback. decisão indicadores importantes. Estes podem formar a base para
iniciar as mudanças.
2. Certifique-se de que o primeiro contato seja positivo
Aqui, a simpatia e a compreensão por parte do funcionário 8. Utilize as informações coletadas
treinado desempenham um papel importante. Certifique-se de que Os dados coletados e preparados devem ser utilizados para
seus clientes também saibam que medidas serão tomadas após melhorar a gestão da qualidade. Muitas vezes é possível conseguir
suas críticas. insights para marketing e outros departamentos a partir dos dados
Na medida do possível, o cliente deve ser capaz de compreen- coletados pelo gerenciamento de reclamações.
der que tipo de consequências sua reclamação terá. Entretanto, às As informações adquiridas frequentemente fornecem referên-
vezes a comunicação contínua sobre um determinado assunto não cias para a garantia de qualidade e podem posteriormente contri-
é economicamente viável. Portanto, os profissionais da empresa buir para melhorar o desempenho da produção e dos serviços.
devem avaliar que tipo de resposta ainda faz sentido no momento e
qual seria uma resposta razoável. O cliente deve sentir que está em 2 dicas para um gerenciamento de reclamações e sugestões
boas mãos quando faz sua reclamação. eficaz
Para conseguir isso, um pessoal especialmente treinado deve A fim de dominar com sucesso as tarefas de gerenciamento de
aceitar críticas e fazer com que o cliente insatisfeito sinta que sua reclamações, certas condições gerais devem ser cumpridas:
opinião é importante.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ATENDIMENTO NO SERVIÇO PÚBLICO

1. é necessária uma estrutura organizacional. A administração


de reclamações e sugestões deve ser um componente fixo dentro QUESTÕES
da empresa e também ser reconhecida como um fator importante
pela administração da empresa.
Então, vale a pena encontrar o pessoal certo e treiná-los de 1. Quadrix - 2022 - CRF-GO - Agente Administrativo- A respeito
acordo. Isto se aplica especialmente ao contato direto com o clien- de atendimento ao público, julgue o item.
te. Os funcionários devem ser capazes de lidar com situações es- O atendimento ao público, seja externo ou interno, é uma ati-
tressantes, pois nem todos os clientes são construtivos em suas vidade de extrema relevância em uma instituição e, com vistas à
críticas. satisfação do cliente, é interessante que a organização permita que
os colaboradores sejam naturais na forma de falar e de atender,
2. uma infra-estrutura funcional é essencial. Isto se refere prin- prescindindo, assim, de regras e de padrões.
cipalmente à implementação de um software de experiência do ( )CERTO
cliente que ajuda a obter feedback e a agir com base em comentá- ( )ERRADO
rios negativos ou positivos de maneira automatizada que simplifica
e potencializa o trabalho da equipe responsável. 2. Quadrix - 2022 - CRF-GO - Agente Administrativo- A respeito
de atendimento ao público, julgue o item.
Fonte: Disponível em: https://www.questionpro.com/blog/pt-br/ Se, durante um atendimento via telefone, o cliente for posto
gestao-de-reclamacoes-e-sugestoes-passo-a-passo/#:~:text=- em espera por um tempo demasiado longo, mas, mesmo assim, ti-
A%20gest%C3%A3o%20de%20reclama%C3%A7%C3%B5es%20 ver seu problema resolvido, pode-se considerar que o atendimento
e,o%20feedback%20deve%20ser%20encaminhado. Acesso em: foi executado com tempestividade e suficiência.
31.jan.2023. ( )CERTO
( )ERRADO
A BUSCA DA EXCELÊNCIA.
3. Quadrix - 2022 - CRF-GO - Agente Administrativo- A respeito
Quando se fala em excelência, normalmente se aborda o de atendimento ao público, julgue o item.
conceito de qualidade, trazendo para esfera pública as mesmas A imagem dos atendentes pode influenciar na opinião do clien-
deduções da gestão privada, atentando-se para a participação do te em relação à instituição tanto de forma negativa quanto de for-
cidadão em meio ao processo de gestão pública e controle social. ma positiva.
Obtém-se uma visão sistêmica privilegiando uma nova forma de ( )CERTO
modernização dos métodos, dos processos no trabalho e também ( )ERRADO
no desenvolvimento das pessoas (MOREIRA, 2016).
A excelência em gestão pública tem a atenção prioritária ao 4. Quadrix - 2022 - CRF-GO - Farmacêutico Consultor- Com rela-
cidadão e à sociedade, na condição de usuários de serviços públi- ção à qualidade no atendimento, julgue o item.
cos e destinatários da ação decorrente do poder de Estado exerci- Para se oferecer um bom atendimento ao público, necessita-se
do pelas organizações públicas. apenas de educação e cortesia.
Segundo Mascarenhas (2010) as organizações públicas, até ( )CERTO
mesmo aquelas que prestam serviços exclusivos de Estado, devem ( )ERRADO
submeter-se à avaliação de seus usuários, tendo o conhecimento
necessário para gerar produtos e serviços de valor para esses ci- 5. Quadrix - 2022 - CRF-GO - Farmacêutico Consultor- Durante
dadãos e com isso proporcionar-lhes maior satisfação. Este funda- um atendimento, é essencial que haja sintonia entre a fala do aten-
mento envolve não apenas o cidadão individualmente, mas todas dente e sua expressão corporal, para que, dessa forma, ele possa
as formas pelas quais se faça representar: empresas, associações, passar sentimentos positivos, como, por exemplo, receptividade,
organizações e representações comunitárias. respeito, segurança e afetividade.
( )CERTO
Fonte: MATTES, L.M.A et al. Excelência em gestão pública: es- ( )ERRADO
tudo aplicado no setor de atendimento da empresa municipal de
desenvolvimento urbano de Porto Velho – emdur– EMDUR Revista 6. Quadrix - 2022 - CRF-GO - Farmacêutico Consultor- Caso al-
ENIAC Pesquisa, Guarulhos (SP),V.6, n.1, jan.- jun. 2017 gum cidadão chegue no horário de término do expediente, o aten-
dente deverá dizer que o horário de atendimento está encerrado e
pedir que ele volte em outro dia.
( )CERTO
( )ERRADO

7. Quadrix - 2022 - CRF-GO - Farmacêutico Consultor- Um dos


pilares mais fortes no atendimento é a calorosidade na tratativa.
Portanto, devem ser utilizados pronomes que gerem intimidade en-
tre o atendente e o cidadão atendido.
( )CERTO
( )ERRADO

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216
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE ATENDIMENTO NO SERVIÇO PÚBLICO

8. Quadrix - 2022 - CRF-GO - Farmacêutico Consultor- O padrão 15. Um dos fatores que determinam a satisfatoriedade de um
aceitável de atendimento telefônico é: identificação do setor/uni- atendimento é a apresentação. É fundamental que o atendente não
dade + saudação + nome do atendente. tenha uma aparência desleixada e passe uma imagem de autocui-
( )CERTO dado.
( )ERRADO ( )CERTO
( )ERRADO
9. Quadrix - 2022 - CREFITO-6ª Região (CE) - Recepcionista- As-
sinale a alternativa que apresenta a principal atribuição do servidor 16. FUNDATEC - 2022 - IPE Saúde - Analista de Gestão em Saúde
público quando do início do atendimento ao público. - Secretariado Executivo- O atendimento telefônico é muito impor-
(A) controlar o tempo de atendimento tante nas organizações. Conforme Neiva e D’Elia (2014), a vantagem
(B) discordar do cidadão atendido competitiva desse atendimento está em resolver as necessidades
(C) saber ouvir de quem procura os serviços. Assinale a alternativa que aponta para
(D) controlar a fila de espera para atendimento um atendimento telefônico adequado.
(E) atentar-se ao que acontece noS arredores (A) No atendimento telefônico, o funcionário público deve ser
simpático e tratar a pessoa pelo primeiro nome, para demons-
10. Quadrix - 2022 - CREFITO-6ª Região (CE) - Recepcionista- A trar intimidade.
respeito das técnicas de atendimento ao público, assinale a alter- (B) O servidor deve ser prático e objetivo em todas as chama-
nativa correta. das telefônicas, recomenda-se atender o telefone com a ex-
(A) O atendimento por telefone, representado pelo telemarke- pressão “Alô”.
ting, pode ser ativo ou passivo. (C) No encerramento de uma ligação telefônica, o funcionário
(B) No atendimento presencial, nunca ocorrerá o atendimento público deve ser cordial na despedida e nunca encerrar a liga-
e o tratamento da demanda de forma simultânea. ção de forma brusca.
(C) O cliente que encaminha uma demanda por e-mail espera (D) Ao receber ligações informais, recomenda-se que o secre-
que a resposta seja encaminhada por contato telefônico. tário seja também informal em sua fala, para demonstrar reci-
(D) O atendimento via chat consiste em um bate-papo infor- procidade ao próximo.
mal. (E) No momento que for questionado sobre alguma informação
(E) O retorno do contato realizado pelo fale conosco deve ser que desconhece, o servidor deve solicitar para que a pessoa
realizado somente por e-mail. aguarde na linha e buscar as respostas.

11. Quadrix - 2022 - CREFITO-6ª Região (CE) - Recepcionista- 17. VUNESP - 2022 - Câmara de Suzano - SP - Telefonista- A
Assinale a alternativa que apresenta uma das principais caracterís- qualidade no atendimento ao público é um dos principais requisitos
ticas que compõem o perfil ideal de um profissional que atua no praticados em todas as áreas das empresas ou instituições. O profis-
atendimento ao público. sional que busca trabalhar com excelência e competência
(A) ser brioso (A) atende a todos com muita alegria, descontração e intimi-
(B) ser corajoso dade.
(C) ser indiscreto (B) apresenta postura adequada tanto no atendimento telefô-
(D) ser irresponsável nico quanto no presencial.
(E) ser bom ouvinte (C) é simpático e trava longas e interessantes conversas com
os visitantes.
12. Quadrix - 2022 - CREFITO-6ª Região (CE) - Recepcionista- (D) age com esperteza, questionando o visitante sobre os as-
Assinale a alternativa que apresenta a característica mais marcante suntos em pauta.
no atendimento ao público. (E) trata a todos com muita educação e exige ser tratado da
(A) morosidade mesma forma.
(B) indisposição
(C) paciência 18. AMAUC - 2022 - Prefeitura de Peritiba - SC - Técnico Ad-
(D) voluntariado ministrativo- As repartições publicas foram criadas para atender o
(E) desatenção interesse comum da população que espera receber um bom trata-
mento durante o uso deste serviço. Analise as sentenças abaixo e
13. Quadrix - 2022 - CRECI - 24ª Região (RO) - Fiscal- A empatia marque a alternativa que apresenta o que é o Tratamento no ser-
é fundamental para que se tenha um atendimento de qualidade. viço público:
É por meio dela que o atendente consegue se colocar no lugar do (A) É um atendimento de qualidade.
cidadão que busca atendimento. (B) Satisfazer as demandas de informação, produtos ou servi-
( )CERTO ços apresentados pelo cidadão.
( )ERRADO (C) É a formam como o usuário e recebido e atendido.
(D) Deve-se ir além entregando muitos mais.
14. Quadrix - 2022 - CRECI - 24ª Região (RO) - Fiscal- A ouvidoria (E) Para ser bom deve ser completo.
tem como objetivo gerar melhorias nos processos e nos produtos
de uma empresa.
( )CERTO
( )ERRADO
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NOÇÕES DE ATENDIMENTO NO SERVIÇO PÚBLICO

19. UNICENTRO - 2022 - Prefeitura de Coronel Vivida - PR - 13 CERTO


Agente Administrativo- O atendimento ao público nas organizações
deve ser efetuado de forma adequada, e quando se trata de ser- 14 ERRADO
viços públicos, este se reveste de bastante responsabilidade, visto 15 CERTO
que são os usuários que mantêm a administração pública através
dos vários tipos de arrecadações. No que se refere à postura do 16 C
profissional responsável pelo atendimento ao público, este deve: 17 B
(A) Exibir semblante fechado ou com excesso de informalidade.
18 C
(B) Utilizar siglas e gírias durante o atendimento.
(C) Apresentar formas adequadas de tratamento (senhor e se- 19 C
nhora) no atendimento. 20 B
(D) Desconhecer as rotinas de atendimento.
(E) Pronunciar respostas incorretas ou inadequadas durante o
atendimento. ANOTAÇÕES
20. Prefeitura de Bauru - SP - 2022 - Prefeitura de Bauru - SP -
Agente de Administração- O bom atendimento ao cidadão tem sido ______________________________________________________
um desafio tanto para ao setor privado quanto público, visto que, a
qualidade do atendimento busca atingir as expectativas das pesso- ______________________________________________________
as (público) que estão sendo atendidas, cada qual com suas “dores”
ou necessidades específicas. ______________________________________________________
A excelência (qualidade) do atendimento no serviço público im-
plica em mudança comportamental do atendente e seu constante ______________________________________________________
aperfeiçoamento enfatizando postura, tipos de comunicação, tipo
______________________________________________________
de públicos, recepção, atendimento presencial e telefônico, uso da
internet, entre outros deveres do servidor público. ______________________________________________________
Das alternativas a seguir assinale a CORRETA, que demonstra
os princípios do bom atendimento ao cidadão no serviço público. ______________________________________________________
(A) Foco no tempo do atendimento; Atendimento aos serviços
oferecidos; Padronização das ações. ______________________________________________________
(B) Foco no cidadão; Atendimento a real necessidade; Manu-
tenção da qualidade dos serviços prestados. ______________________________________________________
(C) Tempo de atendimento; Manutenção da qualidade dos ser-
viços prestados; Padronização das ações. ______________________________________________________
(D) Foco no cidadão; Foco na cordialidade no atendimento; ______________________________________________________
Foco no conforto do cidadão.
______________________________________________________

______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________

______________________________________________________
1 ERRADO
2 ERRADO ______________________________________________________

3 CERTO ______________________________________________________
4 ERRADO
______________________________________________________
5 CERTO
______________________________________________________
6 ERRADO
7 ERRADO ______________________________________________________
8 CERTO ______________________________________________________
9 C
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10 A
11 E ______________________________________________________

12 C ______________________________________________________

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