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PM-MG
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Soldado 2ª Classe

EDITAL DRH/CRS
Nº 11/2022

CÓD: SL-016JN-23
7908433231301
INTRODUÇÃO

Como passar em um concurso público?


Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação. É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como
estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.

Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou esta introdução com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.

Então mãos à obra!


• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho;

• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área;

• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total;

• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo;

• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.

• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame;

• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.

A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.

Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.

A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Vamos juntos!

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ÍNDICE

Língua Portuguesa e Interpretação de Textos


1. Adequação conceitual Pertinência, relevância e articulação dos argumentos. Seleção vocabular. Estudo de texto (questões
objetivas sobre textos de conteúdo literário ou informativo ou crônica).................................................................................... 7
2. Tipologia textual e Gêneros textuais........................................................................................................................................... 23
3. Ortografia..................................................................................................................................................................................... 25
4. Acentuação gráfica....................................................................................................................................................................... 27
5. Pontuação.................................................................................................................................................................................... 28
6. Estrutura e formação de palavras................................................................................................................................................ 29
7. Classes de palavras...................................................................................................................................................................... 31
8. Frase, oração e período. Termos da oração. Período composto por coordenação e subordinação. Orações reduzidas........... 35
9. Funções sintáticas dos pronomes relativos. Emprego de nomes e pronomes............................................................................ 37
10. Emprego de tempos e modos verbais......................................................................................................................................... 37
11. Regência verbal e nominal........................................................................................................................................................... 37
12. Concordância verbal e nominal................................................................................................................................................... 38
13. Colocação pronominal................................................................................................................................................................. 38
14. Estilística: Figuras de linguagem.................................................................................................................................................. 39
15. Vícios de linguagem..................................................................................................................................................................... 41
16. qualidade da boa linguagem........................................................................................................................................................ 42
17. Fonemas...................................................................................................................................................................................... 43
18. Semântica.................................................................................................................................................................................... 44
19. Emprego da crase........................................................................................................................................................................ 44
20. Sintaxe (regência, concordância e colocação).............................................................................................................................. 45

Literatura
1. Livro “Memórias Póstumas de Brás Cubas” (Autor Machado de Assis)....................................................................................... 51
2. Livro “Triste Fim de Policarpo Quaresma” (Autor Lima Barreto)................................................................................................. 52

Noções de Língua Inglesa


1. Compreensão e interpretação de texto escrito em língua inglesa.............................................................................................. 53
2. Itens gramaticais relevantes para a compreensão dos conteúdos semânticos........................................................................... 53

Noções de Direito
1. Constituição da República Federativa do Brasil: Título I: Dos Princípios Fundamentais.............................................................. 81
2. Título II: Dos Direitos e Garantias Fundamentais: Capítulo I: Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos; Capítulo III: da
Nacionalidade; Capítulo IV: dos Direitos Políticos....................................................................................................................... 82
3. Título III: Da Organização do Estado: Capítulo VII: Da Administração Pública: Seção I: Disposições Gerais; Seção III: Dos
Militares dos Estados, Do Distrito Federal e dos Territórios........................................................................................................ 92
4. Título IV: Da Organização dos Poderes: Capítulo III: Do Poder Judiciário: Seção VII: Dos Tribunais e Juízes Militares; Seção VIII:
Dos Tribunais e Juízes dos Estados............................................................................................................................................... 102
5. Título V: Da Defesa do Estado e Das Instituições Democráticas: Capítulo II: Das Forças Armadas; Capítulo III: Da Segurança
Pública......................................................................................................................................................................................... 109
6. Lei n. 4657, de 04 de setembro de 1942 – Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro................................................... 110

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ÍNDICE

7. Declaração Universal dos Direitos Humanos – adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de
1948 112
8. Convenção Americana sobre Direitos Humanos – assinada na Conferência Especializada Interamericana sobre Direitos
Humanos (San Jose da Costa Rica), em 22 de novembro de 1969.............................................................................................. 114

Raciocínio Lógico Matemático


1. Análise e interpretação de representações de figuras planas: desenhos, mapas, gráficos, tabelas, séries estatísticas, séries
temporais e plantas; utilização de escalas................................................................................................................................... 129
2. Conceitos e aplicações básicas de estatística: população, universo, amostra, amostragem e variáveis; medidas de tendência
central e medidas de dispersão................................................................................................................................................... 141
3. porcentagem................................................................................................................................................................................ 146
4. Estruturas e diagramas lógicos; lógica de primeira ordem; lógica de argumentação: analogias, inferências, deduções e
conclusões; lógica sentencial (ou proposicional): tautologias, contradições e contingências; proposições simples e compostas;
tabelas-verdade; equivalências e implicações lógicas; leis de Morgan; silogismos..................................................................... 147
5. Métrica: áreas e volumes; estimativas; aplicações...................................................................................................................... 166
6. Modelagem de situações-problema por meio de equações do 1º e 2º graus............................................................................. 166
7. sistemas lineares.......................................................................................................................................................................... 169
8. Noções básicas de contagem....................................................................................................................................................... 173
9. probabilidade............................................................................................................................................................................... 174
10. estatística..................................................................................................................................................................................... 175
11. Noções de função: análise gráfica; funções afim, quadrática, exponencial e logarítmica; aplicações......................................... 175
12. Operações com conjuntos........................................................................................................................................................... 182
13. Sequências numéricas, progressão aritmética e progressão geométrica.................................................................................... 190
14. Variação de grandezas: razão e proporção com aplicações; regra de três simples e composta.................................................. 192

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LÍNGUA PORTUGUESA E
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

ADEQUAÇÃO CONCEITUAL PERTINÊNCIA, RELEVÂNCIA E


ARTICULAÇÃO DOS ARGUMENTOS. SELEÇÃO VOCABULAR.
ESTUDO DE TEXTO (QUESTÕES OBJETIVAS SOBRE TEXTOS
DE CONTEÚDO LITERÁRIO OU INFORMATIVO OU CRÔNI-
CA)

Compreensão e interpretação de textos


Chegamos, agora, em um ponto muito importante para todo o
seu estudo: a interpretação de textos. Desenvolver essa habilidade
é essencial e pode ser um diferencial para a realização de uma boa
prova de qualquer área do conhecimento.
Mas você sabe a diferença entre compreensão e interpretação?
A compreensão é quando você entende o que o texto diz de • Linguagem Mista (ou híbrida) é aquele que utiliza tanto as pa-
forma explícita, aquilo que está na superfície do texto. lavras quanto as imagens. Ou seja, é a junção da linguagem verbal
Quando Jorge fumava, ele era infeliz. com a não-verbal.
Por meio dessa frase, podemos entender que houve um tempo
que Jorge era infeliz, devido ao cigarro.
A interpretação é quando você entende o que está implícito,
nas entrelinhas, aquilo que está de modo mais profundo no texto
ou que faça com que você realize inferências.
Quando Jorge fumava, ele era infeliz.
Já compreendemos que Jorge era infeliz quando fumava, mas
podemos interpretar que Jorge parou de fumar e que agora é feliz.
Percebeu a diferença?

Tipos de Linguagem
Existem três tipos de linguagem que precisamos saber para que
facilite a interpretação de textos.
• Linguagem Verbal é aquela que utiliza somente palavras. Ela
pode ser escrita ou oral.

Além de saber desses conceitos, é importante sabermos iden-


tificar quando um texto é baseado em outro. O nome que damos a
este processo é intertextualidade.

Interpretação de Texto
Interpretar um texto quer dizer dar sentido, inferir, chegar a
uma conclusão do que se lê. A interpretação é muito ligada ao su-
bentendido. Sendo assim, ela trabalha com o que se pode deduzir
de um texto.
A interpretação implica a mobilização dos conhecimentos pré-
vios que cada pessoa possui antes da leitura de um determinado
texto, pressupõe que a aquisição do novo conteúdo lido estabeleça
uma relação com a informação já possuída, o que leva ao cresci-
• Linguagem não-verbal é aquela que utiliza somente imagens, mento do conhecimento do leitor, e espera que haja uma aprecia-
fotos, gestos... não há presença de nenhuma palavra. ção pessoal e crítica sobre a análise do novo conteúdo lido, afetan-
do de alguma forma o leitor.
Sendo assim, podemos dizer que existem diferentes tipos de
leitura: uma leitura prévia, uma leitura seletiva, uma leitura analíti-
ca e, por fim, uma leitura interpretativa.

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LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
É muito importante que você: tes informações de forma a construir o seu sentido global, ou seja,
- Assista os mais diferenciados jornais sobre a sua cidade, esta- você precisa relacionar as múltiplas partes que compõem um todo
do, país e mundo; significativo, que é o texto.
- Se possível, procure por jornais escritos para saber de notícias Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a ler um
(e também da estrutura das palavras para dar opiniões); texto por sentir-se atraído pela temática resumida no título. Pois o
- Leia livros sobre diversos temas para sugar informações orto- título cumpre uma função importante: antecipar informações sobre
gráficas, gramaticais e interpretativas; o assunto que será tratado no texto.
- Procure estar sempre informado sobre os assuntos mais po- Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura por-
lêmicos; que achou o título pouco atraente ou, ao contrário, sentiu-se atra-
- Procure debater ou conversar com diversas pessoas sobre ído pelo título de um livro ou de um filme, por exemplo. É muito
qualquer tema para presenciar opiniões diversas das suas. comum as pessoas se interessarem por temáticas diferentes, de-
pendendo do sexo, da idade, escolaridade, profissão, preferências
Dicas para interpretar um texto: pessoais e experiência de mundo, entre outros fatores.
– Leia lentamente o texto todo. Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro, se-
No primeiro contato com o texto, o mais importante é tentar xualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas, moda, cuidados com
compreender o sentido global do texto e identificar o seu objetivo. o corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são praticamente in-
finitas e saber reconhecer o tema de um texto é condição essen-
– Releia o texto quantas vezes forem necessárias. cial para se tornar um leitor hábil. Vamos, então, começar nossos
Assim, será mais fácil identificar as ideias principais de cada pa- estudos?
rágrafo e compreender o desenvolvimento do texto. Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício
bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz ao ler um texto:
– Sublinhe as ideias mais importantes. reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir?
Sublinhar apenas quando já se tiver uma boa noção da ideia
principal e das ideias secundárias do texto. CACHORROS
– Separe fatos de opiniões.
O leitor precisa separar o que é um fato (verdadeiro, objetivo Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma
e comprovável) do que é uma opinião (pessoal, tendenciosa e mu- espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos
tável). seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa ami-
– Retorne ao texto sempre que necessário. zade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas
Além disso, é importante entender com cuidado e atenção os precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam que,
enunciados das questões. se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a
comida que sobrava. Já os homens descobriram que os cachorros
– Reescreva o conteúdo lido. podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da
Para uma melhor compreensão, podem ser feitos resumos, tó- casa, além de serem ótimos companheiros. Um colaborava com o
picos ou esquemas. outro e a parceria deu certo.

Além dessas dicas importantes, você também pode grifar pa- Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o pos-
lavras novas, e procurar seu significado para aumentar seu vocabu- sível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o tex-
lário, fazer atividades como caça-palavras, ou cruzadinhas são uma to vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele
distração, mas também um aprendizado. falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo
Não se esqueça, além da prática da leitura aprimorar a compre- do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a asso-
ensão do texto e ajudar a aprovação, ela também estimula nossa ciação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo
imaginação, distrai, relaxa, informa, educa, atualiza, melhora nos- mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens.
so foco, cria perspectivas, nos torna reflexivos, pensantes, além de As informações que se relacionam com o tema chamamos de
melhorar nossa habilidade de fala, de escrita e de memória. subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram,
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias se- ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma unida-
letas e organizadas, através dos parágrafos que é composto pela de de sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse texto
ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você chegou à
do texto. conclusão de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães.
O primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a iden- Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa que você foi
tificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias capaz de identificar o tema do texto!
secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou explica-
ções, que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-i-
prova. deias-secundarias/
Compreendido tudo isso, interpretar significa extrair um signi-
ficado. Ou seja, a ideia está lá, às vezes escondida, e por isso o can- Identificação de efeitos de ironia ou humor em textos varia-
didato só precisa entendê-la – e não a complementar com algum dos
valor individual. Portanto, apegue-se tão somente ao texto, e nunca
extrapole a visão dele. Ironia
Ironia é o recurso pelo qual o emissor diz o contrário do que
IDENTIFICANDO O TEMA DE UM TEXTO está pensando ou sentindo (ou por pudor em relação a si próprio ou
O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem).
principal que o texto será desenvolvido. Para que você consiga
identificar o tema de um texto, é necessário relacionar as diferen-
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LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
A ironia consiste na utilização de determinada palavra ou ex- Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo o
pressão que, em um outro contexto diferente do usual, ganha um que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil apa-
novo sentido, gerando um efeito de humor. recer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exem-
Exemplo: plo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história
irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens agem ao
longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a
plateia já sabe que eles não serão bem-sucedidos.

Humor
Nesse caso, é muito comum a utilização de situações que pare-
çam cômicas ou surpreendentes para provocar o efeito de humor.
Situações cômicas ou potencialmente humorísticas comparti-
lham da característica do efeito surpresa. O humor reside em ocor-
rer algo fora do esperado numa situação.
Há diversas situações em que o humor pode aparecer. Há as ti-
rinhas e charges, que aliam texto e imagem para criar efeito cômico;
há anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, frequentemente
acessadas como forma de gerar o riso.
Os textos com finalidade humorística podem ser divididos em
quatro categorias: anedotas, cartuns, tiras e charges.

Exemplo:

Na construção de um texto, ela pode aparecer em três mo-


dos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou satírica).

Ironia verbal
Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig-
nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a
ANÁLISE E A INTERPRETAÇÃO DO TEXTO SEGUNDO O GÊ-
intenção são diferentes.
NERO EM QUE SE INSCREVE
Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível!
Compreender um texto trata da análise e decodificação do que
de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes. Inter-
Ironia de situação
pretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao
A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o
conectar as ideias do texto com a realidade. Interpretação trabalha
resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja.
com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto.
Exemplo: Quando num texto literário uma personagem planeja
Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual-
uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. No li-
quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia
vro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a
principal. Compreender relações semânticas é uma competência
personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da
imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.
vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem suces-
Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode-
so. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia é que
-se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro-
planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou famoso após a
fissional, mas também o desenvolvimento pessoal.
morte.
Busca de sentidos
Ironia dramática (ou satírica) Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo
A ironia dramática é um efeito de sentido que ocorre nos textos os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na
literários quando o leitor, a audiência, tem mais informações do que apreensão do conteúdo exposto.
tem um personagem sobre os eventos da narrativa e sobre inten- Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma
ções de outros personagens. É um recurso usado para aprofundar relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já
os significados ocultos em diálogos e ações e que, quando captado citadas ou apresentando novos conceitos.
pelo leitor, gera um clima de suspense, tragédia ou mesmo comé- Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici-
dia, visto que um personagem é posto em situações que geram con- tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder
flitos e mal-entendidos porque ele mesmo não tem ciência do todo espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas
da narrativa.
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LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da lin-
que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun- guagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento,
damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas. a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de
imagens.
Importância da interpretação Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a
A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assunto
informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a inter- que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é con-
pretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos vencer o leitor a concordar com ele.
específicos, aprimora a escrita. Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um
Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros fa- entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informações.
tores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes pre- Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas
sentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz sufi- de destaque sobre algum assunto de interesse.
ciente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre releia o texto,
pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materiali-
que não foram observados previamente. Para auxiliar na busca de za em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite as
sentidos do texto, pode-se também retirar dele os tópicos frasais crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando
presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apre- os professores a identificar o nível de alfabetização delas.
ensão do conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não
estão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira alea- Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo
tória, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários, de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa li-
estabelecendo uma relação hierárquica do pensamento defendido, berdade para quem recebe a informação.
retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos. Distinção de fato e opinião sobre esse fato
Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo au-
tor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço para Fato
divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas. O fato é algo que aconteceu ou está acontecendo. A existência
Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você do fato pode ser constatada de modo indiscutível. O fato pode é
precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que uma coisa que aconteceu e pode ser comprovado de alguma manei-
não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas. ra, através de algum documento, números, vídeo ou registro.
Ler com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão, Exemplo de fato:
assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes. A mãe foi viajar.

Diferença entre compreensão e interpretação Interpretação


A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do É o ato de dar sentido ao fato, de entendê-lo. Interpretamos
texto e verificar o que realmente está escrito nele. Já a interpreta- quando relacionamos fatos, os comparamos, buscamos suas cau-
ção imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. O sas, previmos suas consequências.
leitor tira conclusões subjetivas do texto. Entre o fato e sua interpretação há uma relação lógica: se apon-
tamos uma causa ou consequência, é necessário que seja plausível.
Gêneros Discursivos Se comparamos fatos, é preciso que suas semelhanças ou diferen-
Romance: descrição longa de ações e sentimentos de perso- ças sejam detectáveis.
nagens fictícios, podendo ser de comparação com a realidade ou
totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma Exemplos de interpretação:
novela é a extensão do texto, ou seja, o romance é mais longo. No A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
romance nós temos uma história central e várias histórias secun- tro país.
dárias. A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmente do que com a filha.
imaginário. Com linguagem linear e curta, envolve poucas perso-
nagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única Opinião
ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações A opinião é a avaliação que se faz de um fato considerando um
encaminham-se diretamente para um desfecho. juízo de valor. É um julgamento que tem como base a interpretação
que fazemos do fato.
Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferencia- Nossas opiniões costumam ser avaliadas pelo grau de coerên-
do por sua extensão. Ela fica entre o conto e o romance, e tem a cia que mantêm com a interpretação do fato. É uma interpretação
história principal, mas também tem várias histórias secundárias. O do fato, ou seja, um modo particular de olhar o fato. Esta opinião
tempo na novela é baseada no calendário. O tempo e local são de- pode alterar de pessoa para pessoa devido a fatores socioculturais.
finidos pelas histórias dos personagens. A história (enredo) tem um
ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto mais Exemplos de opiniões que podem decorrer das interpretações
curto. anteriores:
Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
nós mesmos já vivemos e normalmente é utilizado a ironia para tro país. Ela tomou uma decisão acertada.
mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica o tempo não A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
é relevante e quando é citado, geralmente são pequenos intervalos do que com a filha. Ela foi egoísta.
como horas ou mesmo minutos. Muitas vezes, a interpretação já traz implícita uma opinião.

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LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Por exemplo, quando se mencionam com ênfase consequên- Esta estrutura é uma das mais utilizadas em textos argumenta-
cias negativas que podem advir de um fato, se enaltecem previsões tivos, e por conta disso é mais fácil para os leitores.
positivas ou se faz um comentário irônico na interpretação, já esta- Existem diversas formas de se estruturar cada etapa dessa es-
mos expressando nosso julgamento. trutura de texto, entretanto, apenas segui-la já leva ao pensamento
É muito importante saber a diferença entre o fato e opinião, mais direto.
principalmente quando debatemos um tema polêmico ou quando
analisamos um texto dissertativo. Níveis de Linguagem

Exemplo: Definição de linguagem


A mãe viajou e deixou a filha só. Nem deve estar se importando Linguagem é qualquer meio sistemático de comunicar ideias
com o sofrimento da filha. ou sentimentos através de signos convencionais, sonoros, gráficos,
gestuais etc. A linguagem é individual e flexível e varia dependendo
ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO E DOS PARÁGRAFOS da idade, cultura, posição social, profissão etc. A maneira de arti-
Uma boa redação é dividida em ideias relacionadas entre si cular as palavras, organizá-las na frase, no texto, determina nossa
ajustadas a uma ideia central que norteia todo o pensamento do linguagem, nosso estilo (forma de expressão pessoal).
texto. Um dos maiores problemas nas redações é estruturar as As inovações linguísticas, criadas pelo falante, provocam, com
ideias para fazer com que o leitor entenda o que foi dito no texto. o decorrer do tempo, mudanças na estrutura da língua, que só as
Fazer uma estrutura no texto para poder guiar o seu pensamento incorpora muito lentamente, depois de aceitas por todo o grupo
e o do leitor. social. Muitas novidades criadas na linguagem não vingam na língua
e caem em desuso.
Parágrafo
O parágrafo organizado em torno de uma ideia-núcleo, que é Língua escrita e língua falada
desenvolvida por ideias secundárias. O parágrafo pode ser forma- A língua escrita não é a simples reprodução gráfica da língua
do por uma ou mais frases, sendo seu tamanho variável. No texto falada, por que os sinais gráficos não conseguem registrar grande
dissertativo-argumentativo, os parágrafos devem estar todos rela- parte dos elementos da fala, como o timbre da voz, a entonação, e
cionados com a tese ou ideia principal do texto, geralmente apre- ainda os gestos e a expressão facial. Na realidade a língua falada é
sentada na introdução. mais descontraída, espontânea e informal, porque se manifesta na
conversação diária, na sensibilidade e na liberdade de expressão
Embora existam diferentes formas de organização de parágra- do falante. Nessas situações informais, muitas regras determinadas
fos, os textos dissertativo-argumentativos e alguns gêneros jornalís- pela língua padrão são quebradas em nome da naturalidade, da li-
ticos apresentam uma estrutura-padrão. Essa estrutura consiste em berdade de expressão e da sensibilidade estilística do falante.
três partes: a ideia-núcleo, as ideias secundárias (que desenvolvem
a ideia-núcleo) e a conclusão (que reafirma a ideia-básica). Em pa- Linguagem popular e linguagem culta
rágrafos curtos, é raro haver conclusão. Podem valer-se tanto da linguagem popular quanto da lingua-
gem culta. Obviamente a linguagem popular é mais usada na fala,
Introdução: faz uma rápida apresentação do assunto e já traz nas expressões orais cotidianas. Porém, nada impede que ela esteja
uma ideia da sua posição no texto, é normalmente aqui que você presente em poesias (o Movimento Modernista Brasileiro procurou
irá identificar qual o problema do texto, o porque ele está sendo valorizar a linguagem popular), contos, crônicas e romances em que
escrito. Normalmente o tema e o problema são dados pela própria o diálogo é usado para representar a língua falada.
prova.
Linguagem Popular ou Coloquial
Desenvolvimento: elabora melhor o tema com argumentos e Usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se quase
ideias que apoiem o seu posicionamento sobre o assunto. É possí- sempre rebelde à norma gramatical e é carregada de vícios de lin-
vel usar argumentos de várias formas, desde dados estatísticos até guagem (solecismo – erros de regência e concordância; barbarismo
citações de pessoas que tenham autoridade no assunto. – erros de pronúncia, grafia e flexão; ambiguidade; cacofonia; pleo-
nasmo), expressões vulgares, gírias e preferência pela coordenação,
Conclusão: faz uma retomada breve de tudo que foi abordado que ressalta o caráter oral e popular da língua. A linguagem popular
e conclui o texto. Esta última parte pode ser feita de várias maneiras está presente nas conversas familiares ou entre amigos, anedotas,
diferentes, é possível deixar o assunto ainda aberto criando uma irradiação de esportes, programas de TV e auditório, novelas, na
pergunta reflexiva, ou concluir o assunto com as suas próprias con- expressão dos esta dos emocionais etc.
clusões a partir das ideias e argumentos do desenvolvimento.
A Linguagem Culta ou Padrão
Outro aspecto que merece especial atenção são os conecto- É a ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em que
res. São responsáveis pela coesão do texto e tornam a leitura mais se apresenta com terminologia especial. É usada pelas pessoas ins-
fluente, visando estabelecer um encadeamento lógico entre as truídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se pela obediên-
ideias e servem de ligação entre o parágrafo, ou no interior do perí- cia às normas gramaticais. Mais comumente usada na linguagem
odo, e o tópico que o antecede. escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais artificial,
Saber usá-los com precisão, tanto no interior da frase, quanto mais estável, menos sujeita a variações. Está presente nas aulas,
ao passar de um enunciado para outro, é uma exigência também conferências, sermões, discursos políticos, comunicações científi-
para a clareza do texto. cas, noticiários de TV, programas culturais etc.
Sem os conectores (pronomes relativos, conjunções, advér-
bios, preposições, palavras denotativas) as ideias não fluem, muitas
vezes o pensamento não se completa, e o texto torna-se obscuro,
sem coerência.
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LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Gíria O objetivo da argumentação não é demonstrar a verdade de
A gíria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais como um fato, mas levar o ouvinte a admitir como verdadeiro o que o
arma de defesa contra as classes dominantes. Esses grupos utilizam enunciador está propondo.
a gíria como meio de expressão do cotidiano, para que as mensa- Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumentação.
gens sejam decodificadas apenas por eles mesmos. O primeiro opera no domínio do necessário, ou seja, pretende
Assim a gíria é criada por determinados grupos que divulgam demonstrar que uma conclusão deriva necessariamente das pre-
o palavreado para outros grupos até chegar à mídia. Os meios de missas propostas, que se deduz obrigatoriamente dos postulados
comunicação de massa, como a televisão e o rádio, propagam os admitidos. No raciocínio lógico, as conclusões não dependem de
novos vocábulos, às vezes, também inventam alguns. A gíria pode crenças, de uma maneira de ver o mundo, mas apenas do encadea-
acabar incorporada pela língua oficial, permanecer no vocabulário mento de premissas e conclusões.
de pequenos grupos ou cair em desuso. Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte encadeamento:
Ex.: “chutar o pau da barraca”, “viajar na maionese”, “galera”, A é igual a B.
“mina”, “tipo assim”. A é igual a C.
Então: C é igual a B.
Linguagem vulgar
Existe uma linguagem vulgar relacionada aos que têm pouco Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigatoriamente,
ou nenhum contato com centros civilizados. Na linguagem vulgar que C é igual a A.
há estruturas com “nóis vai, lá”, “eu di um beijo”, “Ponhei sal na Outro exemplo:
comida”. Todo ruminante é um mamífero.
A vaca é um ruminante.
Linguagem regional Logo, a vaca é um mamífero.
Regionalismos são variações geográficas do uso da língua pa-
drão, quanto às construções gramaticais e empregos de certas pala- Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a conclusão
vras e expressões. Há, no Brasil, por exemplo, os falares amazônico, também será verdadeira.
nordestino, baiano, fluminense, mineiro, sulino. No domínio da argumentação, as coisas são diferentes. Nele,
a conclusão não é necessária, não é obrigatória. Por isso, deve-se
ARGUMENTAÇÃO mostrar que ela é a mais desejável, a mais provável, a mais plau-
O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma informa- sível. Se o Banco do Brasil fizer uma propaganda dizendo-se mais
ção a alguém. Quem comunica pretende criar uma imagem positiva confiável do que os concorrentes porque existe desde a chegada
de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito educado, ou inteligente, da família real portuguesa ao Brasil, ele estará dizendo-nos que um
ou culto), quer ser aceito, deseja que o que diz seja admitido como banco com quase dois séculos de existência é sólido e, por isso, con-
verdadeiro. Em síntese, tem a intenção de convencer, ou seja, tem fiável. Embora não haja relação necessária entre a solidez de uma
o desejo de que o ouvinte creia no que o texto diz e faça o que ele instituição bancária e sua antiguidade, esta tem peso argumentati-
propõe. vo na afirmação da confiabilidade de um banco. Portanto é provável
Se essa é a finalidade última de todo ato de comunicação, todo que se creia que um banco mais antigo seja mais confiável do que
texto contém um componente argumentativo. A argumentação é o outro fundado há dois ou três anos.
conjunto de recursos de natureza linguística destinados a persuadir Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa quase
a pessoa a quem a comunicação se destina. Está presente em todo impossível, tantas são as formas de que nos valemos para fazer as
tipo de texto e visa a promover adesão às teses e aos pontos de pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, é importante enten-
vista defendidos. der bem como eles funcionam.

As pessoas costumam pensar que o argumento seja apenas Já vimos diversas características dos argumentos. É preciso
uma prova de verdade ou uma razão indiscutível para comprovar a acrescentar mais uma: o convencimento do interlocutor, o auditó-
veracidade de um fato. O argumento é mais que isso: como se disse rio, que pode ser individual ou coletivo, será tanto mais fácil quanto
acima, é um recurso de linguagem utilizado para levar o interlocu- mais os argumentos estiverem de acordo com suas crenças, suas
tor a crer naquilo que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro o expectativas, seus valores. Não se pode convencer um auditório
que está sendo transmitido. A argumentação pertence ao domínio pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas que ele abomi-
da retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o uso de recur- na. Será mais fácil convencê-lo valorizando coisas que ele considera
sos de linguagem. positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja vem com frequência
Para compreender claramente o que é um argumento, é bom associada ao futebol, ao gol, à paixão nacional. Nos Estados Unidos,
voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do século IV a.C., numa essa associação certamente não surtiria efeito, porque lá o futebol
obra intitulada “Tópicos: os argumentos são úteis quando se tem de não é valorizado da mesma forma que no Brasil. O poder persuasivo
escolher entre duas ou mais coisas”. de um argumento está vinculado ao que é valorizado ou desvalori-
zado numa dada cultura.
Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e uma des-
vantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos argumentar. Tipos de Argumento
Suponhamos, no entanto, que tenhamos de escolher entre duas Já verificamos que qualquer recurso linguístico destinado a fa-
coisas igualmente vantajosas, a riqueza e a saúde. Nesse caso, pre- zer o interlocutor dar preferência à tese do enunciador é um argu-
cisamos argumentar sobre qual das duas é mais desejável. O argu- mento. Exemplo:
mento pode então ser definido como qualquer recurso que torna
uma coisa mais desejável que outra. Isso significa que ele atua no Argumento de Autoridade
domínio do preferível. Ele é utilizado para fazer o interlocutor crer É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reconhecidas
que, entre duas teses, uma é mais provável que a outra, mais pos- pelo auditório como autoridades em certo domínio do saber, para
sível que a outra, mais desejável que a outra, é preferível à outra. servir de apoio àquilo que o enunciador está propondo. Esse recur-
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so produz dois efeitos distintos: revela o conhecimento do produtor tão A é igual a C”, estabelece-se uma relação de identidade lógica.
do texto a respeito do assunto de que está tratando; dá ao texto a Entretanto, quando se afirma “Amigo de amigo meu é meu amigo”
garantia do autor citado. É preciso, no entanto, não fazer do texto não se institui uma identidade lógica, mas uma identidade provável.
um amontoado de citações. A citação precisa ser pertinente e ver- Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais facilmente
dadeira. Exemplo: aceito do que um texto incoerente. Vários são os defeitos que con-
“A imaginação é mais importante do que o conhecimento.” correm para desqualificar o texto do ponto de vista lógico: fugir do
tema proposto, cair em contradição, tirar conclusões que não se
Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein. Para fundamentam nos dados apresentados, ilustrar afirmações gerais
ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação, não há conhe- com fatos inadequados, narrar um fato e dele extrair generalizações
cimento. Nunca o inverso. indevidas.
Alex José Periscinoto.
In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2 Argumento do Atributo
É aquele que considera melhor o que tem propriedades típi-
A tese defendida nesse texto é que a imaginação é mais impor- cas daquilo que é mais valorizado socialmente, por exemplo, o mais
tante do que o conhecimento. Para levar o auditório a aderir a ela, raro é melhor que o comum, o que é mais refinado é melhor que o
o enunciador cita um dos mais célebres cientistas do mundo. Se que é mais grosseiro, etc.
um físico de renome mundial disse isso, então as pessoas devem Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequência, ce-
acreditar que é verdade. lebridades recomendando prédios residenciais, produtos de beleza,
alimentos estéticos, etc., com base no fato de que o consumidor
Argumento de Quantidade tende a associar o produto anunciado com atributos da celebrida-
É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior nú- de.
mero de pessoas, o que existe em maior número, o que tem maior Uma variante do argumento de atributo é o argumento da
duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O fundamento competência linguística. A utilização da variante culta e formal da
desse tipo de argumento é que mais = melhor. A publicidade faz língua que o produtor do texto conhece a norma linguística social-
largo uso do argumento de quantidade. mente mais valorizada e, por conseguinte, deve produzir um texto
em que se pode confiar. Nesse sentido é que se diz que o modo de
Argumento do Consenso dizer dá confiabilidade ao que se diz.
É uma variante do argumento de quantidade. Fundamenta-se Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado de saúde
em afirmações que, numa determinada época, são aceitas como de uma personalidade pública. Ele poderia fazê-lo das duas manei-
verdadeiras e, portanto, dispensam comprovações, a menos que o ras indicadas abaixo, mas a primeira seria infinitamente mais ade-
objetivo do texto seja comprovar alguma delas. Parte da ideia de quada para a persuasão do que a segunda, pois esta produziria certa
que o consenso, mesmo que equivocado, corresponde ao indiscu- estranheza e não criaria uma imagem de competência do médico:
tível, ao verdadeiro e, portanto, é melhor do que aquilo que não - Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e levando em
desfruta dele. Em nossa época, são consensuais, por exemplo, as conta o caráter invasivo de alguns exames, a equipe médica houve
afirmações de que o meio ambiente precisa ser protegido e de que por bem determinar o internamento do governador pelo período
as condições de vida são piores nos países subdesenvolvidos. Ao de três dias, a partir de hoje, 4 de fevereiro de 2001.
confiar no consenso, porém, corre-se o risco de passar dos argu- - Para conseguir fazer exames com mais cuidado e porque al-
mentos válidos para os lugares comuns, os preconceitos e as frases guns deles são barrapesada, a gente botou o governador no hospi-
carentes de qualquer base científica. tal por três dias.

Argumento de Existência Como dissemos antes, todo texto tem uma função argumen-
É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil aceitar tativa, porque ninguém fala para não ser levado a sério, para ser
aquilo que comprovadamente existe do que aquilo que é apenas ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de comunicação
provável, que é apenas possível. A sabedoria popular enuncia o ar- deseja-se influenciar alguém. Por mais neutro que pretenda ser, um
gumento de existência no provérbio “Mais vale um pássaro na mão texto tem sempre uma orientação argumentativa.
do que dois voando”. A orientação argumentativa é uma certa direção que o falante
Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas documentais traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, ao falar de um
(fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.) ou provas concre- homem público, pode ter a intenção de criticá-lo, de ridicularizá-lo
tas, que tornam mais aceitável uma afirmação genérica. Durante ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza.
a invasão do Iraque, por exemplo, os jornais diziam que o exérci- O enunciador cria a orientação argumentativa de seu texto
to americano era muito mais poderoso do que o iraquiano. Essa dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo certos episó-
afirmação, sem ser acompanhada de provas concretas, poderia ser dios e revelando outros, escolhendo determinadas palavras e não
vista como propagandística. No entanto, quando documentada pela outras, etc. Veja:
comparação do número de canhões, de carros de combate, de na- “O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras troca-
vios, etc., ganhava credibilidade. vam abraços afetuosos.”
Argumento quase lógico
É aquele que opera com base nas relações lógicas, como causa O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que noras
e efeito, analogia, implicação, identidade, etc. Esses raciocínios são e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria escolhido esse
chamados quase lógicos porque, diversamente dos raciocínios lógi- fato para ilustrar o clima da festa nem teria utilizado o termo até,
cos, eles não pretendem estabelecer relações necessárias entre os que serve para incluir no argumento alguma coisa inesperada.
elementos, mas sim instituir relações prováveis, possíveis, plausí- Além dos defeitos de argumentação mencionados quando tra-
veis. Por exemplo, quando se diz “A é igual a B”, “B é igual a C”, “en- tamos de alguns tipos de argumentação, vamos citar outros:

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- Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido tão am- Para discutir um tema, para confrontar argumentos e posições,
plo, que serve de argumento para um ponto de vista e seu contrá- é necessária a capacidade de conhecer outros pontos de vista e
rio. São noções confusas, como paz, que, paradoxalmente, pode ser seus respectivos argumentos. Uma discussão impõe, muitas ve-
usada pelo agressor e pelo agredido. Essas palavras podem ter valor zes, a análise de argumentos opostos, antagônicos. Como sempre,
positivo (paz, justiça, honestidade, democracia) ou vir carregadas essa capacidade aprende-se com a prática. Um bom exercício para
de valor negativo (autoritarismo, degradação do meio ambiente, aprender a argumentar e contra-argumentar consiste em desenvol-
injustiça, corrupção). ver as seguintes habilidades:
- Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derrubadas por - argumentação: anotar todos os argumentos a favor de uma
um único contra exemplo. Quando se diz “Todos os políticos são ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a posição total-
ladrões”, basta um único exemplo de político honesto para destruir mente contrária;
o argumento. - contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate e quais os
- Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, fora do con- argumentos que essa pessoa imaginária possivelmente apresenta-
texto adequado, sem o significado apropriado, vulgarizando-as e ria contra a argumentação proposta;
atribuindo-lhes uma significação subjetiva e grosseira. É o caso, por - refutação: argumentos e razões contra a argumentação opos-
exemplo, da frase “O imperialismo de certas indústrias não permite ta.
que outras crescam”, em que o termo imperialismo é descabido,
uma vez que, a rigor, significa “ação de um Estado visando a reduzir A argumentação tem a finalidade de persuadir, portanto, ar-
outros à sua dependência política e econômica”. gumentar consiste em estabelecer relações para tirar conclusões
válidas, como se procede no método dialético. O método dialético
A boa argumentação é aquela que está de acordo com a situa- não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de polêmicas.
ção concreta do texto, que leva em conta os componentes envolvi- Trata-se de um método de investigação da realidade pelo estudo de
dos na discussão (o tipo de pessoa a quem se dirige a comunicação, sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno em ques-
o assunto, etc). tão e da mudança dialética que ocorre na natureza e na sociedade.
Convém ainda alertar que não se convence ninguém com mani- Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês, criou o mé-
festações de sinceridade do autor (como eu, que não costumo men- todo de raciocínio silogístico, baseado na dedução, que parte do
tir...) ou com declarações de certeza expressas em fórmulas feitas simples para o complexo. Para ele, verdade e evidência são a mes-
(como estou certo, creio firmemente, é claro, é óbvio, é evidente, ma coisa, e pelo raciocínio torna-se possível chegar a conclusões
afirmo com toda a certeza, etc). Em vez de prometer, em seu texto, verdadeiras, desde que o assunto seja pesquisado em partes, co-
sinceridade e certeza, autenticidade e verdade, o enunciador deve meçando-se pelas proposições mais simples até alcançar, por meio
construir um texto que revele isso. Em outros termos, essas quali- de deduções, a conclusão final. Para a linha de raciocínio cartesiana,
dades não se prometem, manifestam-se na ação. é fundamental determinar o problema, dividi-lo em partes, ordenar
A argumentação é a exploração de recursos para fazer parecer os conceitos, simplificando-os, enumerar todos os seus elementos
verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso, levar a pessoa a e determinar o lugar de cada um no conjunto da dedução.
que texto é endereçado a crer naquilo que ele diz. A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental para a
Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e expressa um argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes propôs quatro
ponto de vista, acompanhado de certa fundamentação, que inclui a regras básicas que constituem um conjunto de reflexos vitais, uma
argumentação, questionamento, com o objetivo de persuadir. Argu- série de movimentos sucessivos e contínuos do espírito em busca
mentar é o processo pelo qual se estabelecem relações para chegar da verdade:
à conclusão, com base em premissas. - evidência;
Persuadir é um processo de convencimento, por meio da ar- - divisão ou análise;
gumentação, no qual procura-se convencer os outros, de modo a - ordem ou dedução;
influenciar seu pensamento e seu comportamento. - enumeração.
A persuasão pode ser válida e não válida. Na persuasão váli-
da, expõem-se com clareza os fundamentos de uma ideia ou pro- A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a omissão
posição, e o interlocutor pode questionar cada passo do raciocínio e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração pode quebrar o
empregado na argumentação. A persuasão não válida apoia-se em encadeamento das ideias, indispensável para o processo dedutivo.
argumentos subjetivos, apelos subliminares, chantagens sentimen- A forma de argumentação mais empregada na redação acadê-
tais, com o emprego de “apelações”, como a inflexão de voz, a mí- mica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras cartesianas, que
mica e até o choro. contém três proposições: duas premissas, maior e menor, e a con-
Alguns autores classificam a dissertação em duas modalidades, clusão. As três proposições são encadeadas de tal forma, que a con-
expositiva e argumentativa. Esta, exige argumentação, razões a fa- clusão é deduzida da maior por intermédio da menor. A premissa
vor e contra uma ideia, ao passo que a outra é informativa, apresen- maior deve ser universal, emprega todo, nenhum, pois alguns não
ta dados sem a intenção de convencer. Na verdade, a escolha dos caracteriza a universalidade.
dados levantados, a maneira de expô-los no texto já revelam uma Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedução (silo-
“tomada de posição”, a adoção de um ponto de vista na disserta- gística), que parte do geral para o particular, e a indução, que vai do
ção, ainda que sem a apresentação explícita de argumentos. Desse particular para o geral. A expressão formal do método dedutivo é o
ponto de vista, a dissertação pode ser definida como discussão, de- silogismo. A dedução é o caminho das consequências, baseia-se em
bate, questionamento, o que implica a liberdade de pensamento, a uma conexão descendente (do geral para o particular) que leva à
possibilidade de discordar ou concordar parcialmente. A liberdade conclusão. Segundo esse método, partindo-se de teorias gerais, de
de questionar é fundamental, mas não é suficiente para organizar verdades universais, pode-se chegar à previsão ou determinação de
um texto dissertativo. É necessária também a exposição dos fun- fenômenos particulares. O percurso do raciocínio vai da causa para
damentos, os motivos, os porquês da defesa de um ponto de vista. o efeito. Exemplo:
Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitude argu-
mentativa. A argumentação está presente em qualquer tipo de dis-
curso, porém, é no texto dissertativo que ela melhor se evidencia.
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Todo homem é mortal (premissa maior = geral, universal) Análise e síntese são dois processos opostos, mas interligados;
Fulano é homem (premissa menor = particular) a análise parte do todo para as partes, a síntese, das partes para o
Logo, Fulano é mortal (conclusão) todo. A análise precede a síntese, porém, de certo modo, uma de-
pende da outra. A análise decompõe o todo em partes, enquanto a
A indução percorre o caminho inverso ao da dedução, baseia- síntese recompõe o todo pela reunião das partes. Sabe-se, porém,
se em uma conexão ascendente, do particular para o geral. Nesse que o todo não é uma simples justaposição das partes. Se alguém
caso, as constatações particulares levam às leis gerais, ou seja, par- reunisse todas as peças de um relógio, não significa que reconstruiu
te de fatos particulares conhecidos para os fatos gerais, desconheci- o relógio, pois fez apenas um amontoado de partes. Só reconstruiria
dos. O percurso do raciocínio se faz do efeito para a causa. Exemplo: todo se as partes estivessem organizadas, devidamente combina-
O calor dilata o ferro (particular) das, seguida uma ordem de relações necessárias, funcionais, então,
O calor dilata o bronze (particular) o relógio estaria reconstruído.
O calor dilata o cobre (particular) Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do todo por
O ferro, o bronze, o cobre são metais meio da integração das partes, reunidas e relacionadas num con-
Logo, o calor dilata metais (geral, universal) junto. Toda síntese, por ser uma reconstrução, pressupõe a análise,
que é a decomposição. A análise, no entanto, exige uma decompo-
Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser válido sição organizada, é preciso saber como dividir o todo em partes. As
e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as duas premissas operações que se realizam na análise e na síntese podem ser assim
também o forem. Se há erro ou equívoco na apreciação dos fatos, relacionadas:
pode-se partir de premissas verdadeiras para chegar a uma conclu- Análise: penetrar, decompor, separar, dividir.
são falsa. Tem-se, desse modo, o sofisma. Uma definição inexata, Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir.
uma divisão incompleta, a ignorância da causa, a falsa analogia são
algumas causas do sofisma. O sofisma pressupõe má fé, intenção A análise tem importância vital no processo de coleta de ideias
deliberada de enganar ou levar ao erro; quando o sofisma não tem a respeito do tema proposto, de seu desdobramento e da criação
essas intenções propositais, costuma-se chamar esse processo de de abordagens possíveis. A síntese também é importante na esco-
argumentação de paralogismo. Encontra-se um exemplo simples de lha dos elementos que farão parte do texto.
sofisma no seguinte diálogo: Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser formal ou in-
- Você concorda que possui uma coisa que não perdeu? formal. A análise formal pode ser científica ou experimental; é ca-
- Lógico, concordo. racterística das ciências matemáticas, físico-naturais e experimen-
- Você perdeu um brilhante de 40 quilates? tais. A análise informal é racional ou total, consiste em “discernir”
- Claro que não! por vários atos distintos da atenção os elementos constitutivos de
- Então você possui um brilhante de 40 quilates... um todo, os diferentes caracteres de um objeto ou fenômeno.
A análise decompõe o todo em partes, a classificação estabe-
Exemplos de sofismas: lece as necessárias relações de dependência e hierarquia entre as
partes. Análise e classificação ligam-se intimamente, a ponto de se
Dedução confundir uma com a outra, contudo são procedimentos diversos:
Todo professor tem um diploma (geral, universal) análise é decomposição e classificação é hierarquisação.
Fulano tem um diploma (particular)
Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa) Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos e fenôme-
nos por suas diferenças e semelhanças; fora das ciências naturais, a
Indução classificação pode-se efetuar por meio de um processo mais ou me-
O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor. (parti- nos arbitrário, em que os caracteres comuns e diferenciadores são
cular) empregados de modo mais ou menos convencional. A classificação,
Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor. (particular) no reino animal, em ramos, classes, ordens, subordens, gêneros e
Rio de Janeiro e Taubaté são cidades. espécies, é um exemplo de classificação natural, pelas caracterís-
Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Redentor. (geral ticas comuns e diferenciadoras. A classificação dos variados itens
– conclusão falsa) integrantes de uma lista mais ou menos caótica é artificial.

Nota-se que as premissas são verdadeiras, mas a conclusão Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata, caminhão,
pode ser falsa. Nem todas as pessoas que têm diploma são pro- canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassilgo, queijo, relógio,
fessores; nem todas as cidades têm uma estátua do Cristo Reden- sabiá, torradeira.
tor. Comete-se erro quando se faz generalizações apressadas ou Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá.
infundadas. A “simples inspeção” é a ausência de análise ou análise Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo.
superficial dos fatos, que leva a pronunciamentos subjetivos, base- Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torradeira.
ados nos sentimentos não ditados pela razão. Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus.
Tem-se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não fundamen-
tais, que contribuem para a descoberta ou comprovação da verda- Os elementos desta lista foram classificados por ordem alfabé-
de: análise, síntese, classificação e definição. Além desses, existem tica e pelas afinidades comuns entre eles. Estabelecer critérios de
outros métodos particulares de algumas ciências, que adaptam os classificação das ideias e argumentos, pela ordem de importância, é
processos de dedução e indução à natureza de uma realidade par- uma habilidade indispensável para elaborar o desenvolvimento de
ticular. Pode-se afirmar que cada ciência tem seu método próprio uma redação. Tanto faz que a ordem seja crescente, do fato mais
demonstrativo, comparativo, histórico etc. A análise, a síntese, a importante para o menos importante, ou decrescente, primeiro
classificação a definição são chamadas métodos sistemáticos, por- o menos importante e, no final, o impacto do mais importante; é
que pela organização e ordenação das ideias visam sistematizar a indispensável que haja uma lógica na classificação. A elaboração
pesquisa.
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do plano compreende a classificação das partes e subdivisões, ou As definições dos dicionários de língua são feitas por meio de
seja, os elementos do plano devem obedecer a uma hierarquização. paráfrases definitórias, ou seja, uma operação metalinguística que
(Garcia, 1973, p. 302304.) consiste em estabelecer uma relação de equivalência entre a pala-
Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo na in- vra e seus significados.
trodução, os termos e conceitos sejam definidos, pois, para expres- A força do texto dissertativo está em sua fundamentação. Sem-
sar um questionamento, deve-se, de antemão, expor clara e racio- pre é fundamental procurar um porquê, uma razão verdadeira e
nalmente as posições assumidas e os argumentos que as justificam. necessária. A verdade de um ponto de vista deve ser demonstrada
É muito importante deixar claro o campo da discussão e a posição com argumentos válidos. O ponto de vista mais lógico e racional do
adotada, isto é, esclarecer não só o assunto, mas também os pontos mundo não tem valor, se não estiver acompanhado de uma funda-
de vista sobre ele. mentação coerente e adequada.
A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da lingua- Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a lógica clás-
gem e consiste na enumeração das qualidades próprias de uma sica, que foram abordados anteriormente, auxiliam o julgamento
ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o elemento conforme a da validade dos fatos. Às vezes, a argumentação é clara e pode reco-
espécie a que pertence, demonstra: a característica que o diferen- nhecer-se facilmente seus elementos e suas relações; outras vezes,
cia dos outros elementos dessa mesma espécie. as premissas e as conclusões organizam-se de modo livre, mistu-
Entre os vários processos de exposição de ideias, a definição rando-se na estrutura do argumento. Por isso, é preciso aprender a
é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito das ciências. A reconhecer os elementos que constituem um argumento: premis-
definição científica ou didática é denotativa, ou seja, atribui às pa- sas/conclusões. Depois de reconhecer, verificar se tais elementos
lavras seu sentido usual ou consensual, enquanto a conotativa ou são verdadeiros ou falsos; em seguida, avaliar se o argumento está
metafórica emprega palavras de sentido figurado. Segundo a lógica expresso corretamente; se há coerência e adequação entre seus
tradicional aristotélica, a definição consta de três elementos: elementos, ou se há contradição. Para isso é que se aprende os pro-
- o termo a ser definido; cessos de raciocínio por dedução e por indução. Admitindo-se que
- o gênero ou espécie; raciocinar é relacionar, conclui-se que o argumento é um tipo espe-
- a diferença específica. cífico de relação entre as premissas e a conclusão.
Procedimentos Argumentativos: Constituem os procedimentos
O que distingue o termo definido de outros elementos da mes- argumentativos mais empregados para comprovar uma afirmação:
ma espécie. Exemplo: exemplificação, explicitação, enumeração, comparação.
Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista por meio
Na frase: O homem é um animal racional classifica-se: de exemplos, hierarquizar afirmações. São expressões comuns nes-
se tipo de procedimento: mais importante que, superior a, de maior
relevância que. Empregam-se também dados estatísticos, acompa-
nhados de expressões: considerando os dados; conforme os dados
apresentados. Faz-se a exemplificação, ainda, pela apresentação de
Elemento especie diferença causas e consequências, usando-se comumente as expressões: por-
a ser definidoespecífica que, porquanto, pois que, uma vez que, visto que, por causa de, em
virtude de, em vista de, por motivo de.
É muito comum formular definições de maneira defeituosa, Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo é expli-
por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o todo em par- car ou esclarecer os pontos de vista apresentados. Pode-se alcançar
tes. Esse tipo de definição é gramaticalmente incorreto; quando é esse objetivo pela definição, pelo testemunho e pela interpreta-
advérbio de tempo, não representa o gênero, a espécie, a gente é ção. Na explicitação por definição, empregamse expressões como:
forma coloquial não adequada à redação acadêmica. Tão importan- quer dizer, denomina-se, chama-se, na verdade, isto é, haja vista,
te é saber formular uma definição, que se recorre a Garcia (1973, ou melhor; nos testemunhos são comuns as expressões: conforme,
p.306), para determinar os “requisitos da definição denotativa”. segundo, na opinião de, no parecer de, consoante as ideias de, no
Para ser exata, a definição deve apresentar os seguintes requisitos: entender de, no pensamento de. A explicitação se faz também pela
- o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe em interpretação, em que são comuns as seguintes expressões: parece,
que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que ‘mesa’ está assim, desse ponto de vista.
realmente incluída) e não “mesa é um instrumento ou ferramenta Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma sequência de
ou instalação”; elementos que comprovam uma opinião, tais como a enumeração
- o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir todos os de pormenores, de fatos, em uma sequência de tempo, em que são
exemplos específicos da coisa definida, e suficientemente restrito frequentes as expressões: primeiro, segundo, por último, antes, de-
para que a diferença possa ser percebida sem dificuldade; pois, ainda, em seguida, então, presentemente, antigamente, de-
- deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em verdade, pois de, antes de, atualmente, hoje, no passado, sucessivamente,
definição, quando se diz que o “triângulo não é um prisma”; respectivamente. Na enumeração de fatos em uma sequência de
- deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não constitui espaço, empregam-se as seguintes expressões: cá, lá, acolá, ali, aí,
definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo é um homem” além, adiante, perto de, ao redor de, no Estado tal, na capital, no
não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem); interior, nas grandes cidades, no sul, no leste...
- deve ser breve (contida num só período). Quando a definição, Comparação: Analogia e contraste são as duas maneiras de
ou o que se pretenda como tal, é muito longa (séries de períodos se estabelecer a comparação, com a finalidade de comprovar uma
ou de parágrafos), chama-se explicação, e também definição expan- ideia ou opinião. Na analogia, são comuns as expressões: da mesma
dida;d forma, tal como, tanto quanto, assim como, igualmente. Para esta-
- deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o termo) + belecer contraste, empregam-se as expressões: mais que, menos
cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero) + adjuntos (as que, melhor que, pior que.
diferenças). Entre outros tipos de argumentos empregados para aumentar
o poder de persuasão de um texto dissertativo encontram-se:
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Argumento de autoridade: O saber notório de uma autoridade Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da evolução
reconhecida em certa área do conhecimento dá apoio a uma afir- tecnológica
mação. Dessa maneira, procura-se trazer para o enunciado a credi- - Questionar o tema, transformá-lo em interrogação, responder
bilidade da autoridade citada. Lembre-se que as citações literais no a interrogação (assumir um ponto de vista); dar o porquê da respos-
corpo de um texto constituem argumentos de autoridade. Ao fazer ta, justificar, criando um argumento básico;
uma citação, o enunciador situa os enunciados nela contidos na li- - Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento básico e
nha de raciocínio que ele considera mais adequada para explicar ou construir uma contra-argumentação; pensar a forma de refutação
justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de argumento tem mais que poderia ser feita ao argumento básico e tentar desqualificá-la
caráter confirmatório que comprobatório. (rever tipos de argumentação);
Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispensam expli- - Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de ideias
cação ou comprovação, pois seu conteúdo é aceito como válido por que estejam direta ou indiretamente ligadas ao tema (as ideias po-
consenso, pelo menos em determinado espaço sociocultural. Nesse dem ser listadas livremente ou organizadas como causa e consequ-
caso, incluem-se ência);
- A declaração que expressa uma verdade universal (o homem, - Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema e com o
mortal, aspira à imortalidade); argumento básico;
- A declaração que é evidente por si mesma (caso dos postula- - Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhendo as que
dos e axiomas); poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias transformam-se em
- Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de nature- argumentos auxiliares, que explicam e corroboram a ideia do argu-
za subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que a própria razão mento básico;
desconhece); implica apreciação de ordem estética (gosto não se - Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando uma se-
discute); diz respeito a fé religiosa, aos dogmas (creio, ainda que quência na apresentação das ideias selecionadas, obedecendo às
parece absurdo). partes principais da estrutura do texto, que poderia ser mais ou
menos a seguinte:
Comprovação pela experiência ou observação: A verdade de
um fato ou afirmação pode ser comprovada por meio de dados con- Introdução
cretos, estatísticos ou documentais. - função social da ciência e da tecnologia;
Comprovação pela fundamentação lógica: A comprovação se - definições de ciência e tecnologia;
realiza por meio de argumentos racionais, baseados na lógica: cau- - indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico.
sa/efeito; consequência/causa; condição/ocorrência.
Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As declarações, Desenvolvimento
julgamento, pronunciamentos, apreciações que expressam opini- - apresentação de aspectos positivos e negativos do desenvol-
ões pessoais (não subjetivas) devem ter sua validade comprovada, vimento tecnológico;
e só os fatos provam. Em resumo toda afirmação ou juízo que ex- - como o desenvolvimento científico-tecnológico modificou as
presse uma opinião pessoal só terá validade se fundamentada na condições de vida no mundo atual;
evidência dos fatos, ou seja, se acompanhada de provas, validade - a tecnocracia: oposição entre uma sociedade tecnologica-
dos argumentos, porém, pode ser contestada por meio da contra- mente desenvolvida e a dependência tecnológica dos países sub-
-argumentação ou refutação. São vários os processos de contra-ar- desenvolvidos;
gumentação: - enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento social;
Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação demonstran- - comparar a vida de hoje com os diversos tipos de vida do pas-
do o absurdo da consequência. Exemplo clássico é a contraargu- sado; apontar semelhanças e diferenças;
mentação do cordeiro, na conhecida fábula “O lobo e o cordeiro”; - analisar as condições atuais de vida nos grandes centros ur-
Refutação por exclusão: consiste em propor várias hipóteses banos;
para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela que se julga ver- - como se poderia usar a ciência e a tecnologia para humanizar
dadeira; mais a sociedade.
Desqualificação do argumento: atribui-se o argumento à opi-
nião pessoal subjetiva do enunciador, restringindo-se a universali- Conclusão
dade da afirmação; - a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/consequ-
Ataque ao argumento pelo testemunho de autoridade: consis- ências maléficas;
te em refutar um argumento empregando os testemunhos de auto- - síntese interpretativa dos argumentos e contra-argumentos
ridade que contrariam a afirmação apresentada; apresentados.
Desqualificar dados concretos apresentados: consiste em de-
sautorizar dados reais, demonstrando que o enunciador baseou-se Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano de reda-
em dados corretos, mas tirou conclusões falsas ou inconsequentes. ção: é um dos possíveis.
Por exemplo, se na argumentação afirmou-se, por meio de dados Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece
estatísticos, que “o controle demográfico produz o desenvolvimen- entre dois textos, quando um texto já criado exerce influência na
to”, afirma-se que a conclusão é inconsequente, pois baseia-se em criação de um novo texto. Pode-se definir, então, a intertextualida-
uma relação de causa-feito difícil de ser comprovada. Para contra- de como sendo a criação de um texto a partir de outro texto já exis-
argumentar, propõese uma relação inversa: “o desenvolvimento é tente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem funções
que gera o controle demográfico”. diferentes que dependem muito dos textos/contextos em que ela
Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros possíveis para é inserida.
desenvolver um tema, que podem ser analisadas e adaptadas ao O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento,
desenvolvimento de outros temas. Elege-se um tema, e, em segui- não se restringindo única e exclusivamente a textos literários.
da, sugerem-se os procedimentos que devem ser adotados para a
elaboração de um Plano de Redação.
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Em alguns casos pode-se dizer que a intertextualidade assume PONTO DE VISTA
a função de não só persuadir o leitor como também de difundir a O modo como o autor narra suas histórias provoca diferentes
cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura, sentidos ao leitor em relação à uma obra. Existem três pontos de
escultura, literatura etc). Intertextualidade é a relação entre dois vista diferentes. É considerado o elemento da narração que com-
textos caracterizada por um citar o outro. preende a perspectiva através da qual se conta a história. Trata-se
da posição da qual o narrador articula a narrativa. Apesar de existir
Coesão e coerência fazem parte importante da elaboração de diferentes possibilidades de Ponto de Vista em uma narrativa, con-
um texto com clareza. Ela diz respeito à maneira como as ideias são sidera-se dois pontos de vista como fundamentais: O narrador-ob-
organizadas a fim de que o objetivo final seja alcançado: a compre- servador e o narrador-personagem.
ensão textual. Na redação espera-se do autor capacidade de mobili-
zar conhecimentos e opiniões, argumentar de modo coerente, além Primeira pessoa
de expressar-se com clareza, de forma correta e adequada. Um personagem narra a história a partir de seu próprio ponto
de vista, ou seja, o escritor usa a primeira pessoa. Nesse caso, lemos
Coerência o livro com a sensação de termos a visão do personagem poden-
É uma rede de sintonia entre as partes e o todo de um texto. do também saber quais são seus pensamentos, o que causa uma
Conjunto de unidades sistematizadas numa adequada relação se- leitura mais íntima. Da mesma maneira que acontece nas nossas
mântica, que se manifesta na compatibilidade entre as ideias. (Na vidas, existem algumas coisas das quais não temos conhecimento e
linguagem popular: “dizer coisa com coisa” ou “uma coisa bate com só descobrimos ao decorrer da história.
outra”).
Coerência é a unidade de sentido resultante da relação que se Segunda pessoa
estabelece entre as partes do texto. Uma ideia ajuda a compreen- O autor costuma falar diretamente com o leitor, como um diá-
der a outra, produzindo um sentido global, à luz do qual cada uma logo. Trata-se de um caso mais raro e faz com que o leitor se sinta
das partes ganha sentido. Coerência é a ligação em conjunto dos quase como outro personagem que participa da história.
elementos formativos de um texto.
A coerência não é apenas uma marca textual, mas diz respeito Terceira pessoa
aos conceitos e às relações semânticas que permitem a união dos Coloca o leitor numa posição externa, como se apenas obser-
elementos textuais. vasse a ação acontecer. Os diálogos não são como na narrativa em
A coerência de um texto é facilmente deduzida por um falante primeira pessoa, já que nesse caso o autor relata as frases como al-
de uma língua, quando não encontra sentido lógico entre as propo- guém que estivesse apenas contando o que cada personagem disse.
sições de um enunciado oral ou escrito. É a competência linguística,
tomada em sentido lato, que permite a esse falante reconhecer de Sendo assim, o autor deve definir se sua narrativa será transmi-
imediato a coerência de um discurso. tida ao leitor por um ou vários personagens. Se a história é contada
por mais de um ser fictício, a transição do ponto de vista de um para
A coerência: outro deve ser bem clara, para que quem estiver acompanhando a
- assenta-se no plano cognitivo, da inteligibilidade do texto; leitura não fique confuso.
- situa-se na subjacência do texto; estabelece conexão concei-
tual; Na construção de um texto, assim como na fala, usamos meca-
- relaciona-se com a macroestrutura; trabalha com o todo, com nismos para garantir ao interlocutor a compreensão do que é dito,
o aspecto global do texto; ou lido. Esses mecanismos linguísticos que estabelecem a conectivi-
- estabelece relações de conteúdo entre palavras e frases. dade e retomada do que foi escrito ou dito, são os referentes textu-
ais, que buscam garantir a coesão textual para que haja coerência,
Coesão não só entre os elementos que compõem a oração, como também
É um conjunto de elementos posicionados ao longo do texto, entre a sequência de orações dentro do texto.
numa linha de sequência e com os quais se estabelece um vínculo Essa coesão também pode muitas vezes se dar de modo implí-
ou conexão sequencial. Se o vínculo coesivo se faz via gramática, cito, baseado em conhecimentos anteriores que os participantes do
fala-se em coesão gramatical. Se se faz por meio do vocabulário, processo têm com o tema. Por exemplo, o uso de uma determinada
tem-se a coesão lexical. sigla, que para o público a quem se dirige deveria ser de conheci-
A coesão textual é a ligação, a relação, a conexão entre pala- mento geral, evita que se lance mão de repetições inúteis.
vras, expressões ou frases do texto. Ela manifesta-se por elementos Numa linguagem figurada, a coesão é uma linha imaginária -
gramaticais, que servem para estabelecer vínculos entre os compo- composta de termos e expressões - que une os diversos elementos
nentes do texto. do texto e busca estabelecer relações de sentido entre eles. Dessa
Existem, em Língua Portuguesa, dois tipos de coesão: a lexical, forma, com o emprego de diferentes procedimentos, sejam lexicais
que é obtida pelas relações de sinônimos, hiperônimos, nomes ge- (repetição, substituição, associação), sejam gramaticais (emprego
néricos e formas elididas, e a gramatical, que é conseguida a partir de pronomes, conjunções, numerais, elipses), constroem-se frases,
do emprego adequado de artigo, pronome, adjetivo, determinados orações, períodos, que irão apresentar o contexto – decorre daí a
advérbios e expressões adverbiais, conjunções e numerais. coerência textual.
A coesão: Um texto incoerente é o que carece de sentido ou o apresenta
- assenta-se no plano gramatical e no nível frasal; de forma contraditória. Muitas vezes essa incoerência é resultado
- situa-se na superfície do texto, estabele conexão sequencial; do mau uso daqueles elementos de coesão textual. Na organização
- relaciona-se com a microestrutura, trabalha com as partes de períodos e de parágrafos, um erro no emprego dos mecanismos
componentes do texto; gramaticais e lexicais prejudica o entendimento do texto. Constru-
- Estabelece relações entre os vocábulos no interior das frases. ído com os elementos corretos, confere-se a ele uma unidade for-
mal.

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Nas palavras do mestre Evanildo Bechara, “o enunciado não se A seleção vocabular
constrói com um amontoado de palavras e orações. Elas se orga- Na produção de texto, a seleção vocabular também é impor-
nizam segundo princípios gerais de dependência e independência tante elemento de coesão, já que, muitas vezes, substituímos uma
sintática e semântica, recobertos por unidades melódicas e rítmicas palavra que já empregamos por outra que lhe retoma o sentido.
que sedimentam estes princípios”. Observe:
Desta lição, extrai-se que não se deve escrever frases ou textos Os advogados do réu apresentaram um pedido ao juiz, no en-
desconexos – é imprescindível que haja uma unidade, ou seja, que tanto o magistrado não acatou a solicitação dos patronos do acu-
essas frases estejam coesas e coerentes formando o texto. sado.
Além disso, relembre-se de que, por coesão, entende-se liga- Nessa frase, as palavras magistrado, solicitação, patronos e
ção, relação, nexo entre os elementos que compõem a estrutura acusado funcionam como elementos de coesão, pois retomam, res-
textual. pectivamente, os termos juiz, pedido, advogados e réu. Veja que a
seleção vocabular utilizada na frase acima, além de dar coesão ao
Há diversas formas de se garantir a coesão entre os elementos texto, tem função estilística, pois permite que não se repitam as
de uma frase ou de um texto: mesmas palavras.
- Substituição de palavras com o emprego de sinônimos, ou de
palavras ou expressões do mesmo campo associativo. Os mecanismos de combinação e seleção – a coerência e arti-
- Nominalização – emprego alternativo entre um verbo, o subs- culação de sentidos
tantivo ou o adjetivo correspondente (desgastar / desgaste / des-
gastante). Como você já deve ter percebido, escrever não é só colocar as
- Repetição na ligação semântica dos termos, empregada como ideias no papel. Até porque essas ideias não surgem do nada. Elas
recurso estilístico de intenção articulatória, e não uma redundância fazem parte do processo de comunicação de que participamos e de
- resultado da pobreza de vocabulário. Por exemplo, “Grande no todas as informações que nos chegam, através de trocas de experi-
pensamento, grande na ação, grande na glória, grande no infortú- ências com seus interlocutores e muita, muita leitura.
nio, ele morreu desconhecido e só.” (Rocha Lima) Veja a manchete de um jornal de grande circulação nacional
- Uso de hipônimos – relação que se estabelece com base na que publicou o seguinte:
maior especificidade do significado de um deles. Por exemplo, mesa Professoras mandam carta a deputados protestando contra o
(mais específico) e móvel (mais genérico). aumento de seus salários.
- Emprego de hiperônimos - relações de um termo de sentido Repare que, da forma como a manchete foi redigida, o leitor
mais amplo com outros de sentido mais específico. Por exemplo, poderia entendê-la de dois modos diversos: as professoras, cha-
felino está numa relação de hiperonímia com gato. teadas com o aumento insignificante de seus salários, reclamam,
- Substitutos universais, como os verbos vicários (verbos que protestando, através de uma carta, aos senhores deputados; ou as
substituem um outro empregado anteriormente). Ex.: Necessito professoras questionam o aumento de salário que os deputados
viajar, porém só o farei no ano vindouro. tiveram, comparando com o salário delas e escrevem-nos protes-
A coesão apoiada na gramática dá-se no uso de conectivos, tando.
como certos pronomes, certos advérbios e expressões adverbiais, Por que essa dupla interpretação aconteceu e acontece quan-
conjunções, elipses, entre outros. A elipse justifica-se quando, ao do menos esperamos?
remeter a um enunciado anterior, a palavra elidida é facilmente Nesse caso, é o emprego do pronome “seus” o causador desse
identificável (Ex.: O jovem recolheu-se cedo. Sabia que ia necessitar duplo sentido. Podemos dizer que o pronome possessivo destacado
de todas as suas forças. O termo o jovem deixa de ser repetido e, tanto pode se referir aos salários das professoras como dos depu-
assim, estabelece a relação entre as duas orações.). tados.
Sendo o texto uma ‘unidade de sentido’, os elementos que o
Dêiticos são elementos linguísticos que têm a propriedade compõem (palavras, orações, períodos) precisam se relacionar har-
de fazer referência ao contexto situacional ou ao próprio discurso. monicamente.
Exercem, por excelência, essa função de progressão textual, dada A estruturação de uma simples frase pode ser comparada com
sua característica: são elementos que não significam, apenas indi- a articulação de um esqueleto com seus ossos. Do mesmo jeito que
cam, remetem aos componentes da situação comunicativa. uma articulação entre dois ou mais ossos acontece, resultando num
Já os componentes concentram em si a significação. Elisa Gui- movimento, as palavras devem combinar umas com as outras numa
marães ensina-nos a esse respeito: articulação de pensamentos, tornando o texto coeso, com nexo.
“Os pronomes pessoais e as desinências verbais indicam os Não se esqueça de que nexo significa “ligação, vínculo”.
participantes do ato do discurso. Os pronomes demonstrativos, Esse modo de estruturar o texto, a combinação e seleção das
certas locuções prepositivas e adverbiais, bem como os advérbios palavras para evitar a falta de nexo, recebe o nome de mecanismos
de tempo, referenciam o momento da enunciação, podendo indicar de coesão.
simultaneidade, anterioridade ou posterioridade. Assim: este, ago- A coesão decorre das relações de sentido que se operam entre
ra, hoje, neste momento (presente); ultimamente, recentemente, os elementos de um texto. Também resulta da perfeita relação de
ontem, há alguns dias, antes de (pretérito); de agora em diante, no sentido que tem de haver entre as partes de um texto. Assim, o
próximo ano, depois de (futuro).” uso de conectivos é de grande importância para que possa haver
Somente a coesão, contudo, não é suficiente para que haja sen- coesão textual.
tido no texto, esse é o papel da coerência, e coerência relaciona--se
intimamente a contexto. Leia o texto que se segue:
“Além de ter liberdade para receber e transmitir informações
é preciso que todos sejam livres para manifestar opiniões e críti-
cas sobre o comportamento do governo. Não basta, porém, dizer
na Constituição que essas liberdades existem. É preciso que exis-
tam meios concretos ao alcance de todo o povo para a obtenção
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e divulgação de informações, e por esses meios o povo participe Como você pôde notar, a coesão e a coerência textuais são ele-
constantemente do governo, que existe para realizar sua vontade, mentos facilitadores para a compreensão perfeita de um texto.
satisfazer suas necessidades e promover a melhoria de suas condi- Coerência diz respeito a tudo que se harmoniza entre si, que
ções de vida”. tem ligação. O conceito da palavra relaciona-se à presença de co-
DALLARI, Dalmo de Abreu. In: Viver em sociedade. São Paulo: nexão, de nexo entre as ideias. Isso porque buscamos sempre a
Editora Moderna, 1985. p. 41. existência de sentido, quer seja ao refletirmos sobre algo, quer seja
interpretando o que nos rodeia, quer seja ao tentarmos compreen-
Atente para o fato de que as orações que formam esse trecho der o conteúdo daquilo que nos é apresentado em forma de texto
apresentam uma perfeita relação de sentido criada com a ajuda dos escrito. Assim, podemos inferir que o uso de algumas expressões
conectivos. Vamos analisar um a um os períodos encontrados no pode comprometer o entendimento de um texto.
texto transcrito acima para entender esses mecanismos relacionais “Ideias confusas geram redações confusas”. Esta frase leva-
que os conectivos nos dão. -nos a refletir sobre a organização das ideias em um texto. Signi-
“Além de ter liberdade para receber e transmitir informações fica dizer que, antes da redação, naturalmente devemos dominar
é preciso que todos sejam livres para manifestar opiniões e críticas o assunto sobre o qual iremos tratar e, posteriormente, planejar
sobre o comportamento do governo.” o modo como iremos expô-lo, do contrário haverá dificuldade em
No 1º segmento, encontramos a locução conjuntiva “além de” transmitir ideias bem acabadas. Portanto, a leitura, a interpretação
que introduz as orações seguintes, ambas subordinadas adverbiais de textos e a experiência de vida antecedem o ato de escrever.
finais ‘para receber e (para) transmitir’, que por sua vez são coorde- Obtido um razoável conhecimento sobre o que iremos escre-
nadas aditivas entre si, ou seja, têm a mesma função. ver, feito o esquema de exposição da matéria, é necessário saber
Na 2ª oração “Não basta, porém, dizer na Constituição que es- ordenar as ideias em frases bem estruturadas. Logo, não basta co-
sas liberdades existem”, a conjunção destacada indica contradição, nhecer bem um determinado assunto, temos que o transmitir de
oposição ou restrição ao que foi dito na oração anterior. maneira clara aos leitores.
Já, no último segmento do texto encontramos o pronome rela- O estudo da pontuação pode se tornar um valioso aliado para
tivo “que” retomando o substantivo “governo” da oração anterior organizarmos as ideias de maneira clara em frases. Para tanto, é
e que aparece como oração principal de três outras orações subor- necessário ter alguma noção de sintaxe. “Sintaxe”, conforme o di-
dinadas a ela, também com o sentido de finalidade – para realizar cionário Aurélio, é a “parte da gramática que estuda a disposição
sua vontade; (para) satisfazer suas necessidades e (para) promover das palavras na frase e a das frases no discurso, bem como a relação
a melhoria de suas condições de vida. lógica das frases entre si”; ou em outras palavras, sintaxe quer dizer
‘É preciso que existam meios concretos ao alcance de todo o “mistura”, isto é, saber misturar as palavras de maneira a produzi-
povo para a obtenção e divulgação de informações, e por esses rem um sentido evidente para os receptores das nossas mensagens.
meios o povo participe constantemente do governo, que existe para Observe:
realizar sua vontade, satisfazer suas necessidades e promover a me- 1)A desemprego globalização no Brasil e no na está Latina Amé-
lhoria de suas condições de vida”. rica causando.
Repare que trabalhamos com os conectores (outro nome para 2) A globalização está causando desemprego no Brasil e na
os conectivos), visando à perfeita relação de sentido que deve ha- América Latina.
ver entre as partes que compõem um texto.
Sendo os conectivos elementos que relacionam partes de um Ora, no item 1 não temos uma ideia, pois não há uma frase, as
discurso, estabelecendo relações de significado entre essas partes, palavras estão amontoadas sem a realização de “uma sintaxe”, não
possuem valores próprios, uns exprimindo finalidade, outros, opo- há um contexto linguístico nem relação inteligível com a realidade;
sição; outros, escolha e assim por diante. no caso 2, a sintaxe ocorreu de maneira perfeita e o sentido está
A seleção vocabular é também um importante mecanismo co- claro para receptores de língua portuguesa inteirados da situação
esivo e a estamos empregando quando substituímos uma palavra econômica e cultural do mundo atual.
que já foi usada por outra que lhe retoma o sentido. Podemos usar A Ordem dos Termos na Frase
sinônimos, pronomes (retos ou oblíquos), pronomes relativos, etc. Leia novamente a frase contida no item 2. Note que ela é or-
Esse mecanismo seletivo, além de dar coesão ao texto, tem função ganizada de maneira clara para produzir sentido. Todavia, há dife-
estilística, pois permite que as palavras não sejam repetidas. rentes maneiras de se organizar gramaticalmente tal frase, tudo
De maneira geral, podemos dizer que temos um texto coerente depende da necessidade ou da vontade do redator em manter o
e coeso quando este não contém contradições, o vocabulário utili- sentido, ou mantê-lo, porém, acrescentado ênfase a algum dos seus
zado está adequado, as afirmações são relevantes para o desenvol- termos. Significa dizer que, ao escrever, podemos fazer uma série
vimento do tema, os fatos estão corretamente sequenciados, ou de inversões e intercalações em nossas frases, conforme a nossa
seja, o texto deverá estar constituído de relações de sentido entre vontade e estilo. Tudo depende da maneira como queremos trans-
os vocábulos, expressões e frases e do encadeamento linear das mitir uma ideia. Por exemplo, podemos expressar a mensagem da
unidades linguísticas no texto. frase 2 da seguinte maneira:
O inverso é verdadeiro e podemos dizer que não haverá coesão No Brasil e na América Latina, a globalização está causando
quando, por exemplo, empregarmos conjunções e pronomes de desemprego.
modo inadequado, deixarmos palavras ou até frases inteiras desco- Neste caso, a mensagem é praticamente a mesma, apenas mu-
nectadas e quando a escolha vocabular for inadequada, levando à damos a ordem das palavras para dar ênfase a alguns termos (neste
ambiguidade, entre outros problemas. caso: No Brasil e na A. L.). Repare que, para obter a clareza tivemos
Aconselhamos que, para se perceber a falta de coesão no texto que fazer o uso de vírgulas.
produzido por você, o melhor que se tem a fazer é lê-lo atentamen- Entre os sinais de pontuação, a vírgula é o mais usado e o que
te, estabelecer as relações entre as palavras que o compõem, as mais nos auxilia na organização de um período, pois facilita as boas
orações que formam os períodos e, por fim, os períodos que for- “sintaxes”, boas misturas, ou seja, a vírgula ajuda-nos a não “em-
mam o texto. bolar” o sentido quando produzimos frases complexas. Com isto,
“entregamos” frases bem organizadas aos nossos leitores.
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LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
O básico para a organização sintática das frases é a ordem di-
reta dos termos da oração. Os gramáticos estruturam tal ordem da Aqui um aposto à globalização foi intercalado entre o sujeito e
seguinte maneira: o verbo. Outros exemplos:
SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO VERBAL+ CIRCUNSTÂN- A globalização, que é um fenômeno econômico e cultural, está
CIAS causando desemprego no Brasil e na América Latina.

A globalização + está causando+ desemprego + no Brasil nos Neste caso, há uma oração adjetiva intercalada.
dias de hoje. As orações adjetivas explicativas desempenham frequente-
mente um papel semelhante ao do aposto explicativo, por isto são
Nem todas as orações mantêm esta ordem e nem todas con- também isoladas por vírgula.
têm todos estes elementos, portanto cabem algumas observações: A globalização causa, caro leitor, desemprego no Brasil…
- As circunstâncias (de tempo, espaço, modo, etc.) normalmen- Neste outro caso, há um vocativo entre o verbo e o seu com-
te são representadas por adjuntos adverbiais de tempo, lugar, etc. plemento.
Note que, no mais das vezes, quando queremos recordar algo ou A globalização causa desemprego, e isto é lamentável, no Bra-
narrar uma história, existe a tendência a colocar os adjuntos nos sil…
começos das frases: “No Brasil e na América…” “Nos dias de hoje…”
“Nas minhas férias…”, “No Brasil…”. e logo depois os verbos e outros Aqui, há uma oração intercalada (note que ela não pertence
elementos: “Nas minhas férias fui…”; “No Brasil existe…” ao assunto: globalização, da frase principal, tal oração é apenas um
comentário à parte entre o complemento verbal e os adjuntos.
Observações: Obs: a simples negação em uma frase não exige vírgula:
- tais construções não estão erradas, mas rompem com a or- A globalização não causou desemprego no Brasil e na América
dem direta; Latina.
- é preciso notar que em Língua Portuguesa, há muitas frases 3) Quando “quebramos” a ordem direta, invertendo-a, tal que-
que não têm sujeito, somente predicado. Por exemplo: Está choven- bra torna a vírgula necessária. Esta é a regra nº3 da colocação da
do em Porto Alegre. Faz frio em Friburgo. São quatro horas agora; vírgula.
- Outras frases são construídas com verbos intransitivos, que No Brasil e na América Latina, a globalização está causando
não têm complemento: O menino morreu na Alemanha, (sujeito desemprego…
+verbo+ adjunto adverbial), A globalização nasceu no século XX. No fim do século XX, a globalização causou desemprego no Bra-
(idem) sil…
- Há ainda frases nominais que não possuem verbos: Cada ma- Nota-se que a quebra da ordem direta frequentemente se dá
caco no seu galho. Nestes tipos de frase, a ordem direta faz-se natu- com a colocação das circunstâncias antes do sujeito. Trata- -se da
ralmente. Usam-se apenas os termos existentes nelas. ordem inversa. Estas circunstâncias, em gramática, são represen-
tadas pelos adjuntos adverbiais. Muitas vezes, elas são colocadas
Levando em consideração a ordem direta, podemos estabele- em orações chamadas adverbiais que têm uma função semelhante
cer três regras básicas para o uso da vírgula: a dos adjuntos adverbiais, isto é, denotam tempo, lugar, etc. Exem-
plos:
1) Se os termos estão colocados na ordem direta não haverá a
necessidade de vírgulas. A frase (2) é um exemplo disto: Quando o século XX estava terminando, a globalização come-
A globalização está causando desemprego no Brasil e na Amé- çou a causar desemprego.
rica Latina. Enquanto os países portadores de alta tecnologia desenvol-
Todavia, ao repetir qualquer um dos termos da oração por três vem--se, a globalização causa desemprego nos países pobres.
vezes ou mais, então é necessário usar a vírgula, mesmo que es- Durante o século XX, a Globalização causou desemprego no
tejamos usando a ordem direta. Esta é a regra básica nº1 para a Brasil.
colocação da vírgula. Veja: Obs 1: alguns gramáticos, Sacconi, por exemplo, consideram
A globalização, a tecnologia e a “ciranda financeira” causam que as orações subordinadas adverbiais devem ser isoladas pela
desemprego… = (três núcleos do sujeito) vírgula também quando colocadas após as suas orações principais,
A globalização causa desemprego no Brasil, na América Latina mas só quando
e na África. = (três adjuntos adverbiais) a) a oração principal tiver uma extensão grande: por exemplo:
A globalização está causando desemprego, insatisfação e suca- A globalização causa… , enquanto os países…(vide frase acima);
teamento industrial no Brasil e na América Latina. = (três comple- b) Se houver uma outra oração após a principal e antes da
mentos verbais) oração adverbial: A globalização causa desemprego no Brasil e as
2) Em princípio, não devemos, na ordem direta, separar com pessoas aqui estão morrendo de fome , enquanto nos países porta-
vírgula o sujeito e o verbo, nem o verbo e o seu complemento, nem dores de alta tecnologia…
o complemento e as circunstâncias, ou seja, não devemos separar
com vírgula os termos da oração. Veja exemplos de tal incorreção: Obs 2: quando os adjuntos adverbiais são mínimos, isto é, têm
O Brasil, será feliz. A globalização causa, o desemprego. apenas uma ou duas palavras não há necessidade do uso da vírgula:
Ao intercalarmos alguma palavra ou expressão entre os termos Hoje a globalização causa desemprego no Panamá.
da oração, cabe isolar tal termo entre vírgulas, assim o sentido da Ali a globalização também causou…
ideia principal não se perderá. Esta é a regra básica nº2 para a co- A não ser que queiramos dar ênfase: Aqui, a globalização…
locação da vírgula. Dito em outras palavras: quando intercalamos Obs3: na língua escrita, normalmente, ao realizarmos a ordem
expressões e frases entre os termos da oração, devemos isolar os inversa, emprestamos ênfase aos termos que principiam as frases.
mesmos com vírgulas. Vejamos: Veja este exemplo de Rui Barbosa destacado por Garcia:
A globalização, fenômeno econômico deste fim de século XX,
causa desemprego no Brasil.
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“A mim, na minha longa e aturada e continua prática do es- Vejam como o slogan da marca de cosméticos “Nívea” também
crever, me tem sucedido inúmeras vezes, depois de considerar por segue uma estrutura em paralelismo – “BELEZA QUE SE VÊ, BELEZA
muito tempo necessária e insuprível uma locução nova, encontrar QUE SE SENTE”. Notem que a repetição é intencional, mantendo
vertida em expressões antigas mais clara, expressiva e elegante a uma unidade gramatical.
mesma ideia.” O paralelismo é um recurso de coesão textual, ou seja, promo-
ve a conexão das ideias, através de repetições planejadas, trazendo
Estas três regras básicas não solucionam todos os problemas unidade a um texto.
de organização das frases, mas já dão um razoável suporte para que
possamos começar a ordenar a expressão das nossas ideias. Em Vejamos o exemplo a seguir:
suma: o importante é não separar os termos básicos das orações,
mas, se assim o fizermos, seja intercalando ou invertendo elemen- MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO PREVÊ [MUDAR A DATA DO ENEM]
tos, então devemos usar a vírgula. E [MELHORIAS NO SISTEMA.]
Há um desequilíbrio gramatical na frase acima. Para respeitar-
- Quanto à equivalência e transformação de estruturas, outro mos o paralelismo, poderíamos reescrevê-la das seguintes manei-
exemplo muito comum cobrado em provas é o enunciado trazer ras:
uma frase no singular, por exemplo, e pedir que o aluno passe a fra-
se para o plural, mantendo o sentido. Outro exemplo é o enunciado a) MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO PREVÊ [MUDAR A DATA DO
dar a frase em um tempo verbal, e pedir para que a passe para ENEM] E [MELHORAR O SISTEMA.]
outro tempo verbal. Ou
b) MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO PREVÊ [MUDANÇAS NA DATA DO
O termo paralelismo corresponde a uma relação de equivalên- ENEM] E [MELHORIAS NO SISTEMA.]
cia, por semelhança ou contraste, entre dois ou mais elementos. É
um recurso responsável por uma boa progressão textual. Dizemos Vejam que, na primeira reescrita, mantivemos verbos no infi-
que há paralelismo em uma estrutura quando há uma correspon- nitivo iniciando as orações – “mudar” e “melhorar”. Já na segunda,
dência rítmica, sintática/gramatical ou semântica entre as estrutu- mantivemos bases nominais – substantivos – “mudanças” e “me-
ras. lhorias”. Dessa forma, estabelecemos o paralelismo nas frases.
“Mas como achar o tal do paralelismo?”. Uma dica boa é en-
Vejam a tirinha a seguir da famosa personagem Mafalda: contrar os conectivos na frase. Eles são importantes marcadores
textuais para ajudá-los a identificar as estruturas que devem per-
manecer em relação de equivalência. Exemplo:
Queremos amor E ter paz.

O verbo querer possui duas ideias que o complementam:


“amor” E “ter paz”. O conectivo “e” marca o paralelismo. As estru-
turas por ele ligadas estão iguais gramaticalmente? Não. Uma é um
substantivo e a outra uma oração. Para equilibrá-las, podemos re-
escrever, por exemplo, das seguintes formas:
Queremos [amor] e [paz].
Ou
Queremos [ter amor] e [ter paz].
No segundo quadrinho, na fala da mãe da menina, há uma es- Ou
trutura sintaticamente equivalente: Queremos ter [amor] e [paz].

“[PARA TRABALHAR,] [PARA NOS AMAR,] [PARA FAZER DESTE PARALELISMO SINTÁTICO OU GRAMATICAL
MUNDO UM MUNDO MELHOR]”
É aquele em que se nota uma correlação sintática numa estru-
As três orações em destaque obedecem a uma mesma estru- tura frasal a partir de termos ou orações semelhantes morfossinta-
tura sintática: iniciam-se com a preposição “para” e mantêm o ver- ticamente. Veja os exemplos a seguir:
bo no infinitivo. A essa relação de equivalência estrutural, damos o
nome de paralelismo. Exemplo 1:
O condenado não só [roubou], mas também [é sequestrador].
Analisemos o próximo exemplo: Corrigindo, temos:
Ele não só roubou, mas também sequestrou.
Os termos “não só... mas também” estabelecem entre as ora-
ções coordenadas uma relação de equivalência sintática. Dessa
forma, é preciso que as orações apresentem a mesma estrutura
gramatical.

Exemplo 2:
O cidadão precisa [de educação], [respeito] e [solidariedade].
Corrigindo, temos:
O cidadão precisa [de educação], [de respeito] e [de solidarie-
dade]. (os três complementos verbais devem vir preposicionados
- encadeamento de funções sintáticas)
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Exemplo 3: Repare as repetições intencionais, enfáticas, presentes nas
[Gosto] e [compro] livros. construções acima, caracterizando um paralelismo rítmico.
Nesse caso, temos um problema na construção. O verbo “gos-
tar” é transitivo indireto, enquanto o verbo “comprar” é transitivo
direto. A frase mostra-se incompleta sintaticamente, uma vez que TIPOLOGIA TEXTUAL E GÊNEROS TEXTUAIS
só há um complemento verbal (“livros”).
Corrigindo, temos:
Gosto [de livros] e [os] compro. Tipos e genêros textuais
OI OD Os tipos textuais configuram-se como modelos fixos e abran-
gentes que objetivam a distinção e definição da estrutura, bem
Exemplo 4: como aspectos linguísticos de narração, dissertação, descrição e
Quero [sua ajuda] e [que você venha]. explicação. Eles apresentam estrutura definida e tratam da forma
Nesse caso, o paralelismo foi quebrado, uma vez que os com- como um texto se apresenta e se organiza. Existem cinco tipos clás-
plementos do verbo “querer” têm “pesos sintáticos” diferentes: sicos que aparecem em provas: descritivo, injuntivo, expositivo (ou
“sua ajuda” é um objeto direto “simples” e “que você venha” é um dissertativo-expositivo) dissertativo e narrativo. Vejamos alguns
objeto direto oracional. Repare que os objetos estão ligados pelo exemplos e as principais características de cada um deles.
conectivo “e”, devendo, portanto, haver uma equivalência entre
eles. Tipo textual descritivo
Corrigindo, temos: A descrição é uma modalidade de composição textual cujo
Quero [sua ajuda] e [sua vinda]. objetivo é fazer um retrato por escrito (ou não) de um lugar, uma
ou pessoa, um animal, um pensamento, um sentimento, um objeto,
Quero [que você me ajude] e [que você venha]. um movimento etc.
Características principais:
PARALELISMO SEMÂNTICO • Os recursos formais mais encontrados são os de valor adje-
tivo (adjetivo, locução adjetiva e oração adjetiva), por sua função
É aquele em que se observa uma correlação de sentido entre caracterizadora.
as estruturas. Observe: • Há descrição objetiva e subjetiva, normalmente numa enu-
“Trocava [de namorada] como trocava [de blusa]”. meração.
“Marcela amou-me durante [quinze meses] e [onze contos de • A noção temporal é normalmente estática.
réis]” • Normalmente usam-se verbos de ligação para abrir a defini-
(Machado de Assis – Memórias Póstumas de Brás Cubas) ção.
• Normalmente aparece dentro de um texto narrativo.
Notem que, apesar de haver paralelismo gramatical ou sintáti- • Os gêneros descritivos mais comuns são estes: manual, anún-
co nas frases, não há uma correlação semântica. cio, propaganda, relatórios, biografia, tutorial.
No primeiro caso trocar “de namorada” não equivale a trocar
“de blusa”; no segundo, amar “durante quinze meses” (tempo) não Exemplo:
corresponde a amar “durante onze contos de réis”. São relações de Era uma casa muito engraçada
sentido diferentes. Dessa forma, podemos dizer que houve uma Não tinha teto, não tinha nada
“quebra” do paralelismo semântico, pois é feita uma aproximação Ninguém podia entrar nela, não
entre elementos de “carga significativa” diferente. Entretanto, isso Porque na casa não tinha chão
foi intencional e não deve ser visto como uma falha de construção. Ninguém podia dormir na rede
Na maioria das vezes, esse tipo de construção é proposital para Porque na casa não tinha parede
trazer a um trecho determinado efeito de sentido a partir da ironia Ninguém podia fazer pipi
ou do humor, como nos exemplos acima. Porque penico não tinha ali
PARALELISMO RÍTMICO Mas era feita com muito esmero
Na rua dos bobos, número zero
O paralelismo rítmico é um recurso estilístico de grande efeito, (Vinícius de Moraes)
do qual alguns autores se servem com o propósito de dar maior
expressividade ao pensamento. TIPO TEXTUAL INJUNTIVO
Vejam os exemplos a seguir, retirados do livro “Comunicação A injunção indica como realizar uma ação, aconselha, impõe,
em prosa moderna”, de Othon Garcia: instrui o interlocutor. Chamado também de texto instrucional, o
“Se os olhos veem com amor, o corvo é branco; se com ódio, o tipo de texto injuntivo é utilizado para predizer acontecimentos e
cisne é negro; se com amor, o demônio é formoso; se com ódio, o comportamentos, nas leis jurídicas.
anjo é feio; se com amor, o pigmeu é gigante”.
(“Sermão da quinta quarta-feira”, apud M. Gonçalves Viana, Características principais:
Sermões e lugares seletos, p. 214) • Normalmente apresenta frases curtas e objetivas, com ver-
“Nenhum doutor as observou com maior escrúpulo, nem as bos de comando, com tom imperativo; há também o uso do futuro
esquadrinhou com maior estudo, nem as entendeu com maior pro- do presente (10 mandamentos bíblicos e leis diversas).
priedade, nem as proferiu com mais verdade, nem as explicou com • Marcas de interlocução: vocativo, verbos e pronomes de 2ª
maior clareza, nem as recapacitou com mais facilidade, nem as pro- pessoa ou 1ª pessoa do plural, perguntas reflexivas etc.
pugnou com maior valentia, nem as pregou e semeou com maior
abundância”.
(M.Bernardes)

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A maioria dos problemas existentes em um país em desenvol-
Exemplo: vimento, como o nosso, podem ser resolvidos com uma eficiente
Impedidos do Alistamento Eleitoral (art. 5º do Código Eleito- administração política (tese), porque a força governamental certa-
ral) – Não podem alistar-se eleitores: os que não saibam exprimir-se mente se sobrepõe a poderes paralelos, os quais – por negligência
na língua nacional, e os que estejam privados, temporária ou defi- de nossos representantes – vêm aterrorizando as grandes metró-
nitivamente dos direitos políticos. Os militares são alistáveis, desde poles. Isso ficou claro no confronto entre a força militar do RJ e os
que oficiais, aspirantes a oficiais, guardas-marinha, subtenentes ou traficantes, o que comprovou uma verdade simples: se for do desejo
suboficiais, sargentos ou alunos das escolas militares de ensino su- dos políticos uma mudança radical visando o bem-estar da popula-
perior para formação de oficiais. ção, isso é plenamente possível (estratégia argumentativa: fato-
-exemplo). É importante salientar, portanto, que não devemos ficar
Tipo textual expositivo de mãos atadas à espera de uma atitude do governo só quando o
A dissertação é o ato de apresentar ideias, desenvolver racio- caos se estabelece; o povo tem e sempre terá de colaborar com uma
cínio, analisar contextos, dados e fatos, por meio de exposição, cobrança efetiva (conclusão).
discussão, argumentação e defesa do que pensamos. A dissertação
pode ser expositiva ou argumentativa. Tipo textual narrativo
A dissertação-expositiva é caracterizada por esclarecer um as- O texto narrativo é uma modalidade textual em que se conta
sunto de maneira atemporal, com o objetivo de explicá-lo de ma- um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lu-
neira clara, sem intenção de convencer o leitor ou criar debate. gar, envolvendo certos personagens. Toda narração tem um enredo,
personagens, tempo, espaço e narrador (ou foco narrativo).
Características principais:
• Apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão. Características principais:
• O objetivo não é persuadir, mas meramente explicar, infor- • O tempo verbal predominante é o passado.
mar. • Foco narrativo com narrador de 1ª pessoa (participa da his-
• Normalmente a marca da dissertação é o verbo no presente. tória – onipresente) ou de 3ª pessoa (não participa da história –
• Amplia-se a ideia central, mas sem subjetividade ou defesa onisciente).
de ponto de vista.
• Apresenta linguagem clara e imparcial. • Normalmente, nos concursos públicos, o texto aparece em
prosa, não em verso.
Exemplo:
O texto dissertativo consiste na ampliação, na discussão, no Exemplo:
questionamento, na reflexão, na polemização, no debate, na ex- Solidão
pressão de um ponto de vista, na explicação a respeito de um de- João era solteiro, vivia só e era feliz. Na verdade, a solidão era
terminado tema. o que o tornava assim. Conheceu Maria, também solteira, só e fe-
Existem dois tipos de dissertação bem conhecidos: a disserta- liz. Tão iguais, a afinidade logo se transforma em paixão. Casam-se.
ção expositiva (ou informativa) e a argumentativa (ou opinativa). Dura poucas semanas. Não havia mesmo como dar certo: ao se uni-
Portanto, pode-se dissertar simplesmente explicando um as- rem, um tirou do outro a essência da felicidade.
sunto, imparcialmente, ou discutindo-o, parcialmente. Nelson S. Oliveira
Fonte: https://www.recantodasletras.com.br/contossurre-
Tipo textual dissertativo-argumentativo ais/4835684
Este tipo de texto — muito frequente nas provas de concur-
sos — apresenta posicionamentos pessoais e exposição de ideias GÊNEROS TEXTUAIS
apresentadas de forma lógica. Com razoável grau de objetividade, Já os gêneros textuais (ou discursivos) são formas diferentes
clareza, respeito pelo registro formal da língua e coerência, seu in- de expressão comunicativa. As muitas formas de elaboração de um
tuito é a defesa de um ponto de vista que convença o interlocutor texto se tornam gêneros, de acordo com a intenção do seu pro-
(leitor ou ouvinte). dutor. Logo, os gêneros apresentam maior diversidade e exercem
funções sociais específicas, próprias do dia a dia. Ademais, são pas-
Características principais: síveis de modificações ao longo do tempo, mesmo que preservan-
• Presença de estrutura básica (introdução, desenvolvimento do características preponderantes. Vejamos, agora, uma tabela que
e conclusão): ideia principal do texto (tese); argumentos (estraté- apresenta alguns gêneros textuais classificados com os tipos textu-
gias argumentativas: causa-efeito, dados estatísticos, testemunho ais que neles predominam.
de autoridade, citações, confronto, comparação, fato, exemplo,
enumeração...); conclusão (síntese dos pontos principais com su-
Tipo Textual Predominante Gêneros Textuais
gestão/solução).
• Utiliza verbos na 1ª pessoa (normalmente nas argumentações Descritivo Diário
informais) e na 3ª pessoa do presente do indicativo (normalmente Relatos (viagens, históricos,
nas argumentações formais) para imprimir uma atemporalidade e etc.)
um caráter de verdade ao que está sendo dito. Biografia e autobiografia
• Privilegiam-se as estruturas impessoais, com certas modali- Notícia
zações discursivas (indicando noções de possibilidade, certeza ou Currículo
probabilidade) em vez de juízos de valor ou sentimentos exaltados. Lista de compras
• Há um cuidado com a progressão temática, isto é, com o de- Cardápio
senvolvimento coerente da ideia principal, evitando-se rodeios. Anúncios de classificados

Exemplo:
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LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Injuntivo Receita culinária Como era Como fica


Bula de remédio
baiúca baiuca
Manual de instruções
Regulamento bocaiúva bocaiuva
Textos prescritivos
Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em
Expositivo Seminários
posição final (ou seguidos de s), o acento permanece. Exemplos:
Palestras
tuiuiú, tuiuiús, Piauí.
Conferências
Entrevistas
Trabalhos acadêmicos – Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem
Enciclopédia e ôo(s).
Verbetes de dicionários
Dissertativo- Editorial Jornalístico Como era Como fica
argumentativo Carta de opinião abençôo abençoo
Resenha
crêem creem
Artigo
Ensaio
Monografia, dissertação de – Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/
mestrado e tese de doutorado para, péla(s)/ pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera.

Narrativo Romance Atenção:


Novela • Permanece o acento diferencial em pôde/pode.
Crônica • Permanece o acento diferencial em pôr/por.
Contos de Fada • Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural
Fábula dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter,
Lendas reter, conter, convir, intervir, advir etc.).
• É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as
Sintetizando: os tipos textuais são fixos, finitos e tratam da for- palavras forma/fôrma.
ma como o texto se apresenta. Os gêneros textuais são fluidos, infi-
nitos e mudam de acordo com a demanda social. Uso de hífen
Regra básica:
Sempre se usa o hífen diante de h: anti-higiênico, super-ho-
ORTOGRAFIA mem.

Outros casos
ORTOGRAFIA OFICIAL 1. Prefixo terminado em vogal:
• Mudanças no alfabeto: O alfabeto tem 26 letras. Foram rein- – Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo.
troduzidas as letras k, w e y. – Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto,
O alfabeto completo é o seguinte: A B C D E F G H I J K L M N O semicírculo.
PQRSTUVWXYZ – Sem hífen diante de r e s. Dobram-se essas letras: antirracis-
• Trema: Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a mo, antissocial, ultrassom.
letra u para indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos gue, – Com hífen diante de mesma vogal: contra-ataque, micro-on-
gui, que, qui. das.

Regras de acentuação 2. Prefixo terminado em consoante:


– Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das – Com hífen diante de mesma consoante: inter-regional, sub-
palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima -bibliotecário.
sílaba) – Sem hífen diante de consoante diferente: intermunicipal, su-
persônico.
– Sem hífen diante de vogal: interestadual, superinteressante.
Como era Como fica
alcatéia alcateia Observações:
• Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra
apóia apoia iniciada por r: sub-região, sub-raça. Palavras iniciadas por h perdem
apóio apoio essa letra e juntam-se sem hífen: subumano, subumanidade.
• Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de pala-
Atenção: essa regra só vale para as paroxítonas. As oxítonas vra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano.
continuam com acento: Ex.: papéis, herói, heróis, troféu, troféus. • O prefixo co aglutina-se, em geral, com o segundo elemento,
mesmo quando este se inicia por o: coobrigação, coordenar, coope-
– Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no rar, cooperação, cooptar, coocupante.
u tônicos quando vierem depois de um ditongo. • Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-al-
mirante.

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• Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam Não sei se você está tendo boas influências
a noção de composição, como girassol, madressilva, mandachuva,
pontapé, paraquedas, paraquedista. Mal e Bem
• Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, Essas palavras normalmente são usadas como advérbios, ou
usa-se sempre o hífen: ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém-mar, seja, elas caracterizam o processo verbal. São advérbios de modo
recém-casado, pós-graduação, pré-vestibular, pró-europeu. e podem ser sinônimos de “incorretamente/corretamente”, “erra-
damente/certamente” e “negativamente/positivamente”. Mal tam-
Viu? Tudo muito tranquilo. Certeza que você já está dominando bém pode exercer função de conjunção, ligando dois elementos ou
muita coisa. Mas não podemos parar, não é mesmo?!?! Por isso orações com o significado de “assim que”. Outro uso comum para
vamos passar para mais um ponto importante. estas palavras é o de substantivo, podendo significar uma situação
USOS DE “PORQUE”, “POR QUE”, “PORQUÊ”, “POR QUÊ” negativa ou positiva. Veja os exemplos seguidos das funções das
palavras em cada um deles para uma compreensão melhor.
USOS DE “PORQUE”, “POR QUE”, “PORQUÊ”, “POR QUÊ” Maria se comportou mal hoje. – Adverbio
O emprego correto das diferentes formas do “porque” sempre Eles representaram bem a sala. – Adverbio
gera dúvida. Resumidamente, esses são seus usos corretos: Mal começou e já terminou. – Conjunção
Eles são o mal da sociedade. – Substantivo
Perguntas = por que Vocês não sabem o bem que fizeram. – Substantivo.
Respostas = porque
Perguntas no fim das frases = por quê MAIS OU MAS
Substantivo = (o) porquê
Usadas para adição ou adversidade
Vejamos uma explicação melhor de cada um: As palavras mais ou mas têm sons iguais, mas são escritas de
formas diferentes e cada uma faz parte de uma classificação da
Por que? morfologia. Seus significados no contexto também vão mudar de-
Usamos em perguntas. “Por que” separado e sem acento é usa- pendendo da palavra usada.
do no começo das frases interrogativas diretas ou indiretas, e pode No dia a dia, no discurso informal, é comum ouvir as pessoas
ser substituído por: “pela qual” ou suas variações. falando “mais” quando, na verdade, querem se referir à expressão
Trata-se de um advérbio interrogativo formado da união da “mas” para dar sentido de oposição à frase. Por isso, é importante
preposição “por” e o pronome relativo “pelo qual”. falar certo para escrever adequadamente.
Exemplos: Por que está tão quieta? Há formas fáceis e rápidas para entender a diferença de quan-
Não sei por que tamanho mau humor. do usar mais ou mas por meio de substituições de palavras. Elas
serão explicadas ao longo do texto. Continue lendo este artigo para
Porque? nunca mais ter dúvidas sobre o uso destas expressões e ter sucesso
Usamos em respostas. Escrito junto e sem acento, trata-se de na sua prova.
conjunção subordinativa causal ou coordenativa explicativa, e pode
ser substituído por palavras, como “pois”, ou as expressões “para
Quando usar Mais
que” e “uma vez que”.
A palavra “mais” tem sentido de adição, soma, comparação ou
quantidade. É antônima de “menos”. Na dúvida entre mais ou mas,
Por quê?
utilize a opção com “i” quando o interlocutor quiser passar a ideia
Usamos em perguntas no fim das frases. Escreve-se separado e
de numeral.
com acento circunflexo, e é usado no final das interrogativas diretas
ou de forma isolada. Antes de um ponto mantém o sentido interro-
gativo ou exclamativo. Exemplos:
Exemplos: O portão não foi aberto por quê - Mais café, por favor! / + café, por favor!
Não vai comer mais? Por quê? - Seis mais seis é igual a doze. / Seis + seis é igual a doze.
- Quanto mais conhecimento, melhor. / Quanto + conhecimen-
Porquê? to, melhor.
Usamos como substantivo, grafado junto e com acento circun- - Iolanda é a garota mais alta da turma. / Iolanda é a garota +
flexo. Seu significado é “motivo” ou “razão”, e aparece nas senten- alta da turma.
ças precedido de artigo, pronome, adjetivo ou numeral com objeti- - Gostaria de mais frutas no café da manhã. / Gostaria de +
vo de explicar o motivo dentro da frase. frutas no café da manhã.
Exemplo: Não disseram o porquê de tanta tristeza.
A forma mais comum de usar “mais” é como advérbio de in-
Mau e Bom tensidade, mas existem outras opções. Esta palavra pode receber
Os Antônimos em questão são adjetivos, ou seja, eles dão ca- classificações variadas a depender do contexto da oração. E assumir
racterística a um substantivo, locução ou qualquer palavra substan- a forma de um substantivo, pronome indefinido, advérbio de inten-
tivada. Seu significado está ligado à qualidade ou comportamentos, sidade, preposição ou conjunção.
podendo ser tanto sinônimos de “ruim/ótimo” e “maldoso/bondo-
so”. As palavras podem se flexionar por gênero e nûmero, se tor- Como identificar
nando “má/boa”, “maus/bons” e “más/boas”. Veja alguns exemplos Para saber quando deverá ser usado “mais” ao invés de “mas”,
e entenda melhor o seu uso. troque pelo antônimo “menos”.
Ele é um mau aluno Assim:
Anderson é um bom lutador - Mais café, por favor! / Menos café, por favor!
Essa piada foi de mau gosto - Seis mais seis é igual a doze. / Seis menos seis é igual a zero.
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- Quanto mais conhecimento, melhor. / Quanto menos conhe- Tem gente que não sabe amar
cimento, pior. Tem gente enganando a gente
- Iolanda é a garota mais alta da turma. / Iolanda é a garota Veja nossa vida como está
menos alta da turma. Mas eu sei que um dia
- Gostaria de mais frutas no café da manhã. / Gostaria de me- A gente aprende
nos frutas no café da manhã. Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo
Quando usar Mas (...)
A palavra “mas”, por ser uma conjunção adversativa, é usada
para transmitir ideia de oposição ou adversidade. Ela pode ser subs- Compositores: Flavio Venturini / Renato Russo
tituída pelas conjunções porém, todavia, contudo, entretanto, no Na primeira estrofe, observa-se os termos destacados em ne-
entanto e não obstante. grito como exemplos de adversidade ou ressalva e adição respecti-
vamente. Já na segunda, tem-se duas ideias de adversidade.
Como identificar
Para saber quando deve-se usar “mas”, pode-se substituir a pa- Agora, tem-se o exemplo de como Marisa Monte usou “mais
lavra por outra conjunção. ou mas” na canção “Mais uma vez”, interpretada por ela.
Exemplos: Mais uma vez eu vou te deixar
- Sairei mais tarde de casa, mas (porém) não chegarei atrasado Mas eu volto logo pra te ver
no trabalho. Vou com saudades no meu coração
- É uma ótima sugestão, mas (no entanto) precisa passar pela Mando notícias de algum lugar.
gerência. (..)
- Prefiro estudar Português a Matemática, mas (contudo) hoje Compositores: Marisa De Azevedo Monte
tive que estudar Trigonometria.
- Não peguei engarrafamento, mas (entretanto) chegarei atra-
sado na escola. ACENTUAÇÃO GRÁFICA

Dica esperta para identificar o “mas” na oração: como você


pode ver nos exemplos, a palavra “mas” vem sucedendo uma vírgu- Acentuação é o modo de proferir um som ou grupo de sons
la. Esta observação se aplica em muitos casos que geram a dúvida com mais relevo do que outros. Os sinais diacríticos servem para
de quando usar “mais ou mas” no texto. indicar, dentre outros aspectos, a pronúncia correta das palavras.
Vejamos um por um:
Além da dica acima, na hora de identificar o uso de mais ou
mas, atente-se para a possibilidade da palavra “mas” assumir ca- Acento agudo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre
racterística de substantivo, quando trouxer ideia de defeito, e ad- aberto.
vérbio, quando intensificar ou der ênfase à afirmação. Já cursei a Faculdade de História.
Acento circunflexo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre
Exemplos: fechado.
1) Como ideia de defeito: Messias é um bom garoto, mas anda Meu avô e meus três tios ainda são vivos.
com más influências. Acento grave: marca o fenômeno da crase (estudaremos este
A frase expressa defeito porque embora Messias seja um bom caso afundo mais à frente).
garoto, anda com más influências. Sou leal à mulher da minha vida.
2) Como ênfase: Carlos é ingênuo, mas tão ingênuo, que todo
mundo tira vantagem disso. As palavras podem ser:
– Oxítonas: quando a sílaba tônica é a última (ca-fé, ma-ra-cu-
-já, ra-paz, u-ru-bu...)
A frase passa a ter intensidade quando utilizou-se o termo em – Paroxítonas: quando a sílaba tônica é a penúltima (me-sa,
negrito. sa-bo-ne-te, ré-gua...)
– Proparoxítonas: quando a sílaba tônica é a antepenúltima
Observação: a palavra mas não deve ser confundida com más (sá-ba-do, tô-ni-ca, his-tó-ri-co…)
porque esta palavra quando é acentuada passa a ter equivalência
de plural do adjetivo “má”, que é o oposto de “boa”. Exemplo: “As As regras de acentuação das palavras são simples. Vejamos:
más companhias não renderão um futuro promissor”. • São acentuadas todas as palavras proparoxítonas (médico,
íamos, Ângela, sânscrito, fôssemos...)
Mais ou mas em composições • São acentuadas as palavras paroxítonas terminadas em L, N,
A seguir, observa-se como as expressões foram usadas na músi- R, X, I(S), US, UM, UNS, OS, ÃO(S), Ã(S), EI(S) (amável, elétron, éter,
ca “Mais uma vez”, interpretada por Renato Russo. fênix, júri, oásis, ônus, fórum, órfão...)
Mas é claro que o sol • São acentuadas as palavras oxítonas terminadas em A(S),
Vai voltar amanhã E(S), O(S), EM, ENS, ÉU(S), ÉI(S), ÓI(S) (xarás, convéns, robô, Jô, céu,
Mais uma vez, eu sei dói, coronéis...)
(...)
Tem gente que está do mesmo lado que você • São acentuados os hiatos I e U, quando precedidos de vogais
Mas deveria estar do lado de lá (aí, faísca, baú, juízo, Luísa...)
Tem gente que machuca os outros
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Viu que não é nenhum bicho de sete cabeças? Agora é só trei- Travessão ( — )
nar e fixar as regras. Não confundir o travessão com o traço de união ou hífen e com
o traço de divisão empregado na partição de sílabas (ab-so-lu-ta-
-men-te) e de palavras no fim de linha. O travessão pode substituir
PONTUAÇÃO vírgulas, parênteses, colchetes, para assinalar uma expressão inter-
calada e pode indicar a mudança de interlocutor, na transcrição de
um diálogo, com ou sem aspas.
Pontuação Ex: Estamos — eu e meu esposo — repletos de gratidão.
Com Nina Catach, entendemos por pontuação um “sistema
de reforço da escrita, constituído de sinais sintáticos, destinados a Parênteses e colchetes ( ) – [ ]
organizar as relações e a proporção das partes do discurso e das Os parênteses assinalam um isolamento sintático e semântico
pausas orais e escritas. Estes sinais também participam de todas as mais completo dentro do enunciado, além de estabelecer maior in-
funções da sintaxe, gramaticais, entonacionais e semânticas”. (BE- timidade entre o autor e o seu leitor. Em geral, a inserção do parên-
CHARA, 2009, p. 514) tese é assinalada por uma entonação especial. Intimamente ligados
A partir da definição citada por Bechara podemos perceber a aos parênteses pela sua função discursiva, os colchetes são utiliza-
importância dos sinais de pontuação, que é constituída por alguns dos quando já se acham empregados os parênteses, para introduzi-
sinais gráficos assim distribuídos: os separadores (vírgula [ , ], pon- rem uma nova inserção.
to e vírgula [ ; ], ponto final [ . ], ponto de exclamação [ ! ], reti- Ex: Vamos estar presentes na festa (aquela organizada pelo go-
cências [ ... ]), e os de comunicação ou “mensagem” (dois pontos vernador)
[ : ], aspas simples [‘ ’], aspas duplas [ “ ” ], travessão simples [ – ],
travessão duplo [ — ], parênteses [ ( ) ], colchetes ou parênteses Aspas ( “ ” )
retos [ [ ] ], chave aberta [ { ], e chave fechada [ } ]). As aspas são empregadas para dar a certa expressão sentido
particular (na linguagem falada é em geral proferida com entoação
Ponto ( . ) especial) para ressaltar uma expressão dentro do contexto ou para
O ponto simples final, que é dos sinais o que denota maior pau- apontar uma palavra como estrangeirismo ou gíria. É utilizada, ain-
sa, serve para encerrar períodos que terminem por qualquer tipo da, para marcar o discurso direto e a citação breve.
de oração que não seja a interrogativa direta, a exclamativa e as Ex: O “coffe break” da festa estava ótimo.
reticências.
Estaremos presentes na festa. Vírgula
São várias as regras que norteiam o uso das vírgulas. Eviden-
Ponto de interrogação ( ? ) ciaremos, aqui, os principais usos desse sinal de pontuação. Antes
Põe-se no fim da oração enunciada com entonação interrogati- disso, vamos desmistificar três coisas que ouvimos em relação à
va ou de incerteza, real ou fingida, também chamada retórica. vírgula:
Você vai à festa? 1º – A vírgula não é usada por inferência. Ou seja: não “senti-
mos” o momento certo de fazer uso dela.
Ponto de exclamação ( ! ) 2º – A vírgula não é usada quando paramos para respirar. Em
Põe-se no fim da oração enunciada com entonação exclama- alguns contextos, quando, na leitura de um texto, há uma vírgula, o
tiva. leitor pode, sim, fazer uma pausa, mas isso não é uma regra. Afinal,
Ex: Que bela festa! cada um tem seu tempo de respiração, não é mesmo?!?!
3º – A vírgula tem sim grande importância na produção de tex-
Reticências ( ... ) tos escritos. Não caia na conversa de algumas pessoas de que ela é
Denotam interrupção ou incompletude do pensamento (ou menos importante e que pode ser colocada depois.
porque se quer deixar em suspenso, ou porque os fatos se dão com Agora, precisamos saber que a língua portuguesa tem uma or-
breve espaço de tempo intervalar, ou porque o nosso interlocutor dem comum de construção de suas frases, que é Sujeito > Verbo >
nos toma a palavra), ou hesitação em enunciá-lo. Objeto > Adjunto, ou seja, (SVOAdj).
Ex: Essa festa... não sei não, viu. Maria foi à padaria ontem.
Sujeito Verbo Objeto Adjunto
Dois-pontos ( : )
Marcam uma supressão de voz em frase ainda não concluída. Perceba que, na frase acima, não há o uso de vírgula. Isso ocor-
Em termos práticos, este sinal é usado para: Introduzir uma citação re por alguns motivos:
(discurso direto) e introduzir um aposto explicativo, enumerativo, 1) NÃO se separa com vírgula o sujeito de seu predicado.
distributivo ou uma oração subordinada substantiva apositiva. 2) NÃO se separa com vírgula o verbo e seus complementos.
Ex: Uma bela festa: cheia de alegria e comida boa. 3) Não é aconselhável usar vírgula entre o complemento do
verbo e o adjunto.
Ponto e vírgula ( ; )
Representa uma pausa mais forte que a vírgula e menos que o Podemos estabelecer, então, que se a frase estiver na ordem
ponto, e é empregado num trecho longo, onde já existam vírgulas, comum (SVOAdj), não usaremos vírgula. Caso contrário, a vírgula
para enunciar pausa mais forte, separar vários itens de uma enume- é necessária:
ração (frequente em leis), etc. Ontem, Maria foi à padaria.
Ex: Vi na festa os deputados, senadores e governador; vi tam- Maria, ontem, foi à padaria.
bém uma linda decoração e bebidas caras. À padaria, Maria foi ontem.

Além disso, há outros casos em que o uso de vírgulas é neces-


sário:
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• Separa termos de mesma função sintática, numa enumera- Nominais
ção. Indicam flexões de gênero e número nos substantivos.
Simplicidade, clareza, objetividade, concisão são qualidades a Exemplos
serem observadas na redação oficial. pequenO, pequenA, alunO, aluna.
• Separa aposto. pequenoS, pequenaS, alunoS, alunas.
Aristóteles, o grande filósofo, foi o criador da Lógica.
• Separa vocativo. Verbais
Brasileiros, é chegada a hora de votar. Indicam flexões de modo, tempo, pessoa e número nos verbos
• Separa termos repetidos. Exemplos
Aquele aluno era esforçado, esforçado. vendêSSEmos, entregáRAmos. (modo e tempo)
vendesteS, entregásseIS. (pessoa e número)
• Separa certas expressões explicativas, retificativas, exempli-
ficativas, como: isto é, ou seja, ademais, a saber, melhor dizendo, Indica, nos verbos, a conjugação a que pertencem.
ou melhor, quer dizer, por exemplo, além disso, aliás, antes, com Exemplos
efeito, digo. 1ª conjugação: – A – cantAr
O político, a meu ver, deve sempre usar uma linguagem clara, 2ª conjugação: – E – fazEr
ou seja, de fácil compreensão. 3ª conjugação: – I – sumIr

• Marca a elipse de um verbo (às vezes, de seus complemen- Observação


tos). Nos substantivos ocorre vogal temática quando ela não indica
O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os particula- oposição masculino/feminino.
res. (= ... a portaria regulamenta os casos particulares) Exemplos
livrO, dentE, paletó.
• Separa orações coordenadas assindéticas.
Levantava-me de manhã, entrava no chuveiro, organizava as Tema: União do radical e a vogal temática.
ideias na cabeça... Exemplos
• Isola o nome do lugar nas datas. CANTAr, CORREr, CONSUMIr.
Rio de Janeiro, 21 de julho de 2006.
Vogal e consoante de ligação: São os elementos que se
• Isolar conectivos, tais como: portanto, contudo, assim, dessa interpõem aos vocábulos por necessidade de eufonia.
forma, entretanto, entre outras. E para isolar, também, expressões Exemplos
conectivas, como: em primeiro lugar, como supracitado, essas infor- chaLeira, cafeZal.
mações comprovam, etc.
Fica claro, portanto, que ações devem ser tomadas para ame- Afixos
nizar o problema. Os afixos são elementos que se acrescentam antes ou depois do
radical de uma palavra para a formação de outra palavra. Dividem-
se em:
ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS Prefixo: Partícula que se coloca antes do radical.
Exemplos
DISpor, EMpobrecer, DESorganizar.
ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
As palavras são formadas por estruturas menores, com Sufixo
significados próprios. Para isso, há vários processos que contribuem Afixo que se coloca depois do radical.
para a formação das palavras. Exemplos
contentaMENTO, reallDADE, enaltECER.
Estrutura das palavras Processos de formação das palavras
As palavras podem ser subdivididas em estruturas significativas Composição: Formação de uma palavra nova por meio da
menores - os morfemas, também chamados de elementos mórficos: junção de dois ou mais vocábulos primitivos. Temos:
– radical e raiz;
– vogal temática; Justaposição: Formação de palavra composta sem alteração na
– tema; estrutura fonética das primitivas.
– desinências; Exemplos
– afixos; passa + tempo = passatempo
– vogais e consoantes de ligação. gira + sol = girassol
Radical: Elemento que contém a base de significação do
vocábulo. Aglutinação: Formação de palavra composta com alteração da
Exemplos estrutura fonética das primitivas.
VENDer, PARTir, ALUNo, MAR. Exemplos
em + boa + hora = embora
Desinências: Elementos que indicam as flexões dos vocábulos. vossa + merce = você

Dividem-se em: Derivação:


Formação de uma nova palavra a partir de uma primitiva.
Temos:
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inter – no meio de: intervocálico, intercalado.
Prefixação: Formação de palavra derivada com acréscimo de intra – movimento para dentro: intravenoso, intrometer.
um prefixo ao radical da primitiva. justa – perto de: justapor.
Exemplos multi – pluralidade: multiforme.
CONter, INapto, DESleal. ob, o – oposição: obstar, opor, obstáculo.
pene – quase: penúltimo, península.
Sufixação: Formação de palavra nova com acréscimo de um per – movimento através de, acabamento de ação; ideia
sufixo ao radical da primitiva. pejorativa: percorrer.
Exemplos post, pos – posteridade: postergar, pospor.
cafezAL, meninINHa, loucaMENTE. pre – anterioridade: predizer, preclaro.
preter – anterioridade, para além: preterir, preternatural.
Parassíntese: Formação de palavra derivada com acréscimo de pro – movimento para diante, a favor de, em vez de: prosseguir,
um prefixo e um sufixo ao radical da primitiva ao mesmo tempo. procurador, pronome.
Exemplos re – movimento para trás, ação reflexiva, intensidade, repetição:
EMtardECER, DESanimADO, ENgravidAR. regressar, revirar.
retro – movimento para trás: retroceder.
Derivação imprópria: Alteração da função de uma palavra satis – bastante: satisdar.
primitiva. sub, sob, so, sus – inferioridade: subdelegado, sobraçar, sopé.
Exemplo subter – por baixo: subterfúgio.
Todos ficaram encantados com seu andar: verbo usado com super, supra – posição superior, excesso: super-homem,
valor de substantivo. superpovoado.
trans, tras, tra, tres – para além de, excesso: transpor.
Derivação regressiva: Ocorre a alteração da estrutura fonética tris, três, tri – três vezes: trisavô, tresdobro.
de uma palavra primitiva para a formação de uma derivada. Em ultra – para além de, intensidade: ultrapassar, ultrabelo.
geral de um verbo para substantivo ou vice-versa. uni – um: unânime, unicelular.
Exemplos
combater – o combate Grego: Os principais prefixos de origem grega são:
chorar – o choro a, an – privação, negação: ápode, anarquia.
ana – inversão, parecença: anagrama, analogia.
Prefixos anfi – duplicidade, de um e de outro lado: anfíbio, anfiteatro.
Os prefixos existentes em Língua Portuguesa são divididos em: anti – oposição: antipatia, antagonista.
vernáculos, latinos e gregos. apo – afastamento: apólogo, apogeu.
arqui, arque, arce, arc – superioridade: arcebispo, arcanjo.
Vernáculos: Prefixos latinos que sofreram modificações ou caco – mau: cacofonia.
foram aportuguesados: a, além, ante, aquém, bem, des, em, entre, cata – de cima para baixo: cataclismo, catalepsia.
mal, menos, sem, sob, sobre, soto. deca – dez: decâmetro.
Nota-se o emprego desses prefixos em palavras como: dia – através de, divisão: diáfano, diálogo.
abordar, além-mar, bem-aventurado, desleal, engarrafar, maldição, dis – dualidade, mau: dissílabo, dispepsia.
menosprezar, sem-cerimônia, sopé, sobpor, sobre-humano, etc. en – sobre, dentro: encéfalo, energia.
endo – para dentro: endocarpo.
Latinos: Prefixos que conservam até hoje a sua forma latina epi – por cima: epiderme, epígrafe.
original: eu – bom: eufonia, eugênia, eupepsia.
a, ab, abs – afastamento: aversão, abjurar. hecto – cem: hectômetro.
a, ad – aproximação, direção: amontoar. hemi – metade: hemistíquio, hemisfério.
ambi – dualidade: ambidestro. hiper – superioridade: hipertensão, hipérbole.
bis, bin, bi – repetição, dualidade: bisneto, binário. hipo – inferioridade: hipoglosso, hipótese, hipotermia.
centum – cem: centúnviro, centuplicar, centígrado. homo – semelhança, identidade: homônimo.
circum, circun, circu – em volta de: circumpolar, circunstante. meta – união, mudança, além de: metacarpo, metáfase.
cis – aquem de: cisalpino, cisgangético. míria – dez mil: miriâmetro.
com, con, co – companhia, concomitância: combater, mono – um: monóculo, monoculista.
contemporâneo. neo – novo, moderno: neologismo, neolatino.
contra – oposição, posição inferior: contradizer. para – aproximação, oposição: paráfrase, paradoxo.
de – movimento de cima para baixo, origem, afastamento: penta – cinco: pentágono.
decrescer, deportar. peri – em volta de: perímetro.
des – negação, separação, ação contrária: desleal, desviar. poli – muitos: polígono, polimorfo.
dis, di – movimento para diversas partes, ideia contrária: pro – antes de: prótese, prólogo, profeta.
distrair, dimanar. Sufixos
entre – situação intermediaria, reciprocidade: entrelinha, Os sufixos podem ser: nominais, verbais e adverbial.
entrevista.
ex, es, e – movimento de dentro para fora, intensidade, Nominais
privação, situação cessante: exportar, espalmar, ex-professor. Coletivos: -aria, -ada, -edo, -al, -agem, -atro, -alha, -ama.
extra – fora de, além de, intensidade: extravasar, extraordinário. Aumentativos e diminutivos: -ão, -rão, -zão, -arrão, -aço, -astro,
im, in, i – movimento para dentro; ideia contraria: importar, -az.
ingrato. Agentes: -dor, -nte, -ário, -eiro, -ista.
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LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Lugar: -ário, -douro, -eiro, -ório. SUBSTANTIVOS Mistério/
Estado: -eza, -idade, -ice, -ência, -ura, -ado, -ato. ABSTRATOS: nomeiam bondade/
Pátrios: -ense, -ista, -ano, -eiro, -ino, -io, -eno, -enho, -aico. ações, estados, qualidades confiança/
Origem, procedência: -estre, -este, -esco. e sentimentos que não tem lembrança/
existência própria, ou seja, só amor/
Verbais existem em função de um ser. alegria
Comuns: -ar, -er, -ir.
Frequentativos: -açar, -ejar, -escer, -tear, -itar. SUBSTANTIVOS Elenco (de atores)/
Incoativos: -escer, -ejar, -itar. COLETIVOS: referem-se a um acervo (de obras
Diminutivos: -inhar, -itar, -icar, -iscar. conjunto de seres da mesma artísticas)/buquê (de flores)
espécie, mesmo quando
Adverbial = há apenas um empregado no singular e
MENTE: mecanicamente, felizmente etc. constituem um substantivo
comum.
NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS PALAVRAS
CLASSES DE PALAVRAS QUE NÃO ESTÃO AQUI!

Flexão dos Substantivos


CLASSES DE PALAVRAS • Gênero: Os gêneros em português podem ser dois: masculi-
no e feminino. E no caso dos substantivos podem ser biformes ou
Substantivo uniformes
São as palavras que atribuem nomes aos seres reais ou imagi- – Biformes: as palavras tem duas formas, ou seja, apresenta
nários (pessoas, animais, objetos), lugares, qualidades, ações e sen- uma forma para o masculino e uma para o feminino: tigre/tigresa, o
timentos, ou seja, que tem existência concreta ou abstrata. presidente/a presidenta, o maestro/a maestrina
– Uniformes: as palavras tem uma só forma, ou seja, uma única
Classificação dos substantivos forma para o masculino e o feminino. Os uniformes dividem-se em
epicenos, sobrecomuns e comuns de dois gêneros.
a) Epicenos: designam alguns animais e plantas e são invariá-
SUBSTANTIVO SIMPLES: Olhos/água/
veis: onça macho/onça fêmea, pulga macho/pulga fêmea, palmeira
apresentam um só radical em muro/quintal/caderno/
macho/palmeira fêmea.
sua estrutura. macaco/sabão
b) Sobrecomuns: referem-se a seres humanos; é pelo contexto
SUBSTANTIVOS Macacos-prego/ que aparecem que se determina o gênero: a criança (o criança), a
COMPOSTOS: são formados porta-voz/ testemunha (o testemunha), o individuo (a individua).
por mais de um radical em sua pé-de-moleque c) Comuns de dois gêneros: a palavra tem a mesma forma tanto
estrutura. para o masculino quanto para o feminino: o/a turista, o/a agente,
SUBSTANTIVOS Casa/ o/a estudante, o/a colega.
PRIMITIVOS: são os que dão mundo/ • Número: Podem flexionar em singular (1) e plural (mais de 1).
origem a outras palavras, ou população – Singular: anzol, tórax, próton, casa.
seja, ela é a primeira. /formiga – Plural: anzóis, os tórax, prótons, casas.

SUBSTANTIVOS Caseiro/mundano/ • Grau: Podem apresentar-se no grau aumentativo e no grau


DERIVADOS: são formados por populacional/formigueiro diminutivo.
outros radicais da língua. – Grau aumentativo sintético: casarão, bocarra.
SUBSTANTIVOS Rodrigo – Grau aumentativo analítico: casa grande, boca enorme.
PRÓPRIOS: designa /Brasil – Grau diminutivo sintético: casinha, boquinha
determinado ser entre outros /Belo Horizonte/Estátua – Grau diminutivo analítico: casa pequena, boca minúscula.
da mesma espécie. São sempre da Liberdade
iniciados por letra maiúscula. Adjetivo
É a palavra variável que especifica e caracteriza o substantivo:
SUBSTANTIVOS COMUNS: biscoitos/ruídos/estrelas/
imprensa livre, favela ocupada. Locução adjetiva é expressão com-
referem-se qualquer ser de cachorro/prima
posta por substantivo (ou advérbio) ligado a outro substantivo por
uma mesma espécie.
preposição com o mesmo valor e a mesma função que um adjetivo:
SUBSTANTIVOS Leão/corrente golpe de mestre (golpe magistral), jornal da tarde (jornal vesper-
CONCRETOS: nomeiam seres /estrelas/fadas tino).
com existência própria. Esses /lobisomem
seres podem ser animadoso /saci-pererê Flexão do Adjetivos
ou inanimados, reais ou • Gênero:
imaginários. – Uniformes: apresentam uma só para o masculino e o femini-
no: homem feliz, mulher feliz.
– Biformes: apresentam uma forma para o masculino e outra
para o feminino: juiz sábio/ juíza sábia, bairro japonês/ indústria
japonesa, aluno chorão/ aluna chorona.

• Número:
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LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
– Os adjetivos simples seguem as mesmas regras de flexão de número que os substantivos: sábio/ sábios, namorador/ namoradores,
japonês/ japoneses.
– Os adjetivos compostos têm algumas peculiaridades: luvas branco-gelo, garrafas amarelo-claras, cintos da cor de chumbo.

• Grau:
– Grau Comparativo de Superioridade: Meu time é mais vitorioso (do) que o seu.
– Grau Comparativo de Inferioridade: Meu time é menos vitorioso (do) que o seu.
– Grau Comparativo de Igualdade: Meu time é tão vitorioso quanto o seu.
– Grau Superlativo Absoluto Sintético: Meu time é famosíssimo.
– Grau Superlativo Absoluto Analítico: Meu time é muito famoso.
– Grau Superlativo Relativo de Superioridade: Meu time é o mais famoso de todos.
– Grau Superlativo Relativo de Inferioridade; Meu time é menos famoso de todos.

Artigo
É uma palavra variável em gênero e número que antecede o substantivo, determinando de modo particular ou genérico.
• Classificação e Flexão do Artigos
– Artigos Definidos: o, a, os, as.
O menino carregava o brinquedo em suas costas.
As meninas brincavam com as bonecas.
– Artigos Indefinidos: um, uma, uns, umas.
Um menino carregava um brinquedo.
Umas meninas brincavam com umas bonecas.

Numeral
É a palavra que indica uma quantidade definida de pessoas ou coisas, ou o lugar (posição) que elas ocupam numa série.
• Classificação dos Numerais
– Cardinais: indicam número ou quantidade:
Trezentos e vinte moradores.
– Ordinais: indicam ordem ou posição numa sequência:
Quinto ano. Primeiro lugar.
– Multiplicativos: indicam o número de vezes pelo qual uma quantidade é multiplicada:
O quíntuplo do preço.
– Fracionários: indicam a parte de um todo:
Dois terços dos alunos foram embora.

Pronome
É a palavra que substitui os substantivos ou os determinam, indicando a pessoa do discurso.
• Pronomes pessoais vão designar diretamente as pessoas em uma conversa. Eles indicam as três pessoas do discurso.

Pronomes Retos Pronomes Oblíquos


Pessoas do Discurso
Função Subjetiva Função Objetiva
1º pessoa do singular Eu Me, mim, comigo
2º pessoa do singular Tu Te, ti, contigo
3º pessoa do singular Ele, ela, Se, si, consigo, lhe, o, a
1º pessoa do plural Nós Nos, conosco
2º pessoa do plural Vós Vos, convosco
3º pessoa do plural Eles, elas Se, si, consigo, lhes, os, as

• Pronomes de Tratamento são usados no trato com as pessoas, normalmente, em situações formais de comunicação.

Pronomes de Tratamento Emprego


Você Utilizado em situações informais.
Senhor (es) e Senhora (s) Tratamento para pessoas mais velhas.
Vossa Excelência Usados para pessoas com alta autoridade
Vossa Magnificência Usados para os reitores das Universidades.
Empregado nas correspondências e textos escri-
Vossa Senhoria
tos.

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Pronomes de Tratamento Emprego


Vossa Majestade Utilizado para Reis e Rainhas
Vossa Alteza Utilizado para príncipes, princesas, duques.
Vossa Santidade Utilizado para o Papa
Vossa Eminência Usado para Cardeais.
Vossa Reverendíssima Utilizado para sacerdotes e religiosos em geral.

• Pronomes Possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribuindo-lhes a posse de alguma coisa.

Pessoa do Discurso Pronome Possessivo


1º pessoa do singular Meu, minha, meus, minhas
2º pessoa do singular teu, tua, teus, tuas
3º pessoa do singular seu, sua, seus, suas
1º pessoa do plural Nosso, nossa, nossos, nossas
2º pessoa do plural Vosso, vossa, vossos, vossas
3º pessoa do plural Seu, sua, seus, suas

• Pronomes Demonstrativos são utilizados para indicar a posição de algum elemento em relação à pessoa seja no discurso, no tempo
ou no espaço.

Pronomes Demonstrativos Singular Plural


Feminino esta, essa, aquela estas, essas, aquelas
Masculino este, esse, aquele estes, esses, aqueles

• Pronomes Indefinidos referem-se à 3º pessoa do discurso, designando-a de modo vago, impreciso, indeterminado. Os pronomes
indefinidos podem ser variáveis (varia em gênero e número) e invariáveis (não variam em gênero e número).

Classificação Pronomes Indefinidos


algum, alguma, alguns, algumas, nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas, muito, muita, muitos, muitas, pou-
co, pouca, poucos, poucas, todo, toda, todos, todas, outro, outra, outros, outras, certo, certa, certos, certas, vário,
Variáveis
vária, vários, várias, tanto, tanta, tantos, tantas, quanto, quanta, quantos, quantas, qualquer, quaisquer, qual, quais,
um, uma, uns, umas.
Invariáveis quem, alguém, ninguém, tudo, nada, outrem, algo, cada.

• Pronomes Interrogativos são palavras variáveis e invariáveis utilizadas para formular perguntas diretas e indiretas.

Classificação Pronomes Interrogativos


Variáveis qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas.
Invariáveis quem, que.

• Pronomes Relativos referem-se a um termo já dito anteriormente na oração, evitando sua repetição. Eles também podem ser
variáveis e invariáveis.

Classificação Pronomes Relativos


Variáveis o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas.
Invariáveis quem, que, onde.

Verbos
São as palavras que exprimem ação, estado, fenômenos meteorológicos, sempre em relação ao um determinado tempo.

• Flexão verbal
Os verbos podem ser flexionados de algumas formas.

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– Modo: É a maneira, a forma como o verbo se apresenta na – Dúvida: talvez, acaso, possivelmente, eventualmente, por-
frase para indicar uma atitude da pessoa que o usou. O modo é ventura, etc.
dividido em três: indicativo (certeza, fato), subjuntivo (incerteza,
subjetividade) e imperativo (ordem, pedido). Preposição
– Tempo: O tempo indica o momento em que se dá o fato ex- É a palavra que liga dois termos, de modo que o segundo com-
presso pelo verbo. Existem três tempos no modo indicativo: pre- plete o sentido do primeiro. As preposições são as seguintes:
sente, passado (pretérito perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito)
e futuro (do presente e do pretérito). No subjuntivo, são três: pre-
sente, pretérito imperfeito e futuro.
– Número: Este é fácil: singular e plural.
– Pessoa: Fácil também: 1ª pessoa (eu amei, nós amamos); 2º
pessoa (tu amaste, vós amastes); 3ª pessoa (ele amou, eles ama-
ram).

• Formas nominais do verbo


Os verbos têm três formas nominais, ou seja, formas que exer-
cem a função de nomes (normalmente, substantivos). São elas infi-
nitivo (terminado em -R), gerúndio (terminado em –NDO) e particí-
pio (terminado em –DA/DO).

• Voz verbal
É a forma como o verbo se encontra para indicar sua relação Conjunção
com o sujeito. Ela pode ser ativa, passiva ou reflexiva. É palavra que liga dois elementos da mesma natureza ou uma
– Voz ativa: Segundo a gramática tradicional, ocorre voz ativa oração a outra. As conjunções podem ser coordenativas (que ligam
quando o verbo (ou locução verbal) indica uma ação praticada pelo orações sintaticamente independentes) ou subordinativas (que li-
sujeito. Veja: gam orações com uma relação hierárquica, na qual um elemento é
João pulou da cama atrasado determinante e o outro é determinado).
– Voz passiva: O sujeito é paciente e, assim, não pratica, mas
recebe a ação. A voz passiva pode ser analítica ou sintética. A voz • Conjunções Coordenativas
passiva analítica é formada por:
Sujeito paciente + verbo auxiliar (ser, estar, ficar, entre outros)
Tipos Conjunções Coordenativas
+ verbo principal da ação conjugado no particípio + preposição
por/pelo/de + agente da passiva. Aditivas e, mas ainda, mas também, nem...
A casa foi aspirada pelos rapazes contudo, entretanto, mas, não obstante, no
Adversativas
entanto, porém, todavia...
A voz passiva sintética, também chamada de voz passiva prono-
minal (devido ao uso do pronome se) é formada por: já…, já…, ou, ou…, ou…, ora…, ora…, quer…,
Alternativas
Verbo conjugado na 3.ª pessoa (no singular ou no plu- quer…
ral) + pronome apassivador «se» + sujeito paciente. assim, então, logo, pois (depois do verbo),
Aluga-se apartamento. Conclusivas
por conseguinte, por isso, portanto...

Advérbio pois (antes do verbo), porquanto, porque,


Explicativas
É a palavra invariável que modifica o verbo, adjetivo, outro ad- que...
vérbio ou a oração inteira, expressando uma determinada circuns-
tância. As circunstâncias dos advérbios podem ser: • Conjunções Subordinativas
– Tempo: ainda, cedo, hoje, agora, antes, depois, logo, já, ama-
nhã, tarde, sempre, nunca, quando, jamais, ontem, anteontem, Tipos Conjunções Subordinativas
brevemente, atualmente, à noite, no meio da noite, antes do meio-
Causais Porque, pois, porquanto, como, etc.
-dia, à tarde, de manhã, às vezes, de repente, hoje em dia, de vez
em quando, em nenhum momento, etc. Embora, conquanto, ainda que, mesmo
Concessivas
– Lugar: Aí, aqui, acima, abaixo, ali, cá, lá, acolá, além, aquém, que, posto que, etc.
perto, longe, dentro, fora, adiante, defronte, detrás, de cima, em Se, caso, quando, conquanto que, salvo
cima, à direita, à esquerda, de fora, de dentro, por fora, etc. Condicionais
se, sem que, etc.
– Modo: assim, melhor, pior, bem, mal, devagar, depressa, rapi-
damente, lentamente, apressadamente, felizmente, às pressas, às Conforme, como (no sentido de confor-
Conformativas
ocultas, frente a frente, com calma, em silêncio, etc. me), segundo, consoante, etc.
– Afirmação: sim, deveras, decerto, certamente, seguramente, Para que, a fim de que, porque (no senti-
efetivamente, realmente, sem dúvida, com certeza, por certo, etc. Finais
do de que), que, etc.
– Negação: não, absolutamente, tampouco, nem, de modo al-
gum, de jeito nenhum, de forma alguma, etc. À medida que, ao passo que, à proporção
Proporcionais
– Intensidade: muito, pouco, mais, menos, meio, bastante, as- que, etc.
saz, demais, bem, mal, tanto, tão, quase, apenas, quanto, de pouco, Quando, antes que, depois que, até que,
de todo, etc. Temporais
logo que, etc.

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Que, do que (usado depois de mais, me-


Comparativas
nos, maior, menor, melhor, etc.
Que (precedido de tão, tal, tanto), de
Consecutivas
modo que, De maneira que, etc.
Integrantes Que, se.

Interjeição
É a palavra invariável que exprime ações, sensações, emoções, apelos, sentimentos e estados de espírito, traduzindo as reações das
pessoas.
• Principais Interjeições
Oh! Caramba! Viva! Oba! Alô! Psiu! Droga! Tomara! Hum!

Dez classes de palavras foram estudadas agora. O estudo delas é muito importante, pois se você tem bem construído o que é e a fun-
ção de cada classe de palavras, não terá dificuldades para entender o estudo da Sintaxe.

FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO. TERMOS DA ORAÇÃO. PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO. ORA-
ÇÕES REDUZIDAS

Agora chegamos no assunto que causa mais temor em muitos estudantes. Mas eu tenho uma boa notícia para te dar: o estudo da
sintaxe é mais fácil do que parece e você vai ver que sabe muita coisa que nem imagina. Para começar, precisamos de classificar algumas
questões importantes:

• Frase: Enunciado que estabelece uma comunicação de sentido completo.


Os jornais publicaram a notícia.
Silêncio!

• Oração: Enunciado que se forma com um verbo ou com uma locução verbal.
Este filme causou grande impacto entre o público.
A inflação deve continuar sob controle.

• Período Simples: formado por uma única oração.


O clima se alterou muito nos últimos dias.

• Período Composto: formado por mais de uma oração.


O governo prometeu/ que serão criados novos empregos.

Bom, já está a clara a diferença entre frase, oração e período. Vamos, então, classificar os elementos que compõem uma oração:
• Sujeito: Termo da oração do qual se declara alguma coisa.
O problema da violência preocupa os cidadãos.
• Predicado: Tudo que se declara sobre o sujeito.
A tecnologia permitiu o resgate dos operários.
• Objeto Direto: Complemento que se liga ao verbo transitivo direto ou ao verbo transitivo direto e indireto sem o auxílio da prepo-
sição.
A tecnologia tem possibilitado avanços notáveis.
Os pais oferecem ajuda financeira ao filho.
• Objeto Indireto: Complemento que se liga ao verbo transitivo indireto ou ao verbo transitivo direto e indireto por meio de preposi-
ção.
Os Estados Unidos resistem ao grave momento.
João gosta de beterraba.
• Adjunto Adverbial: Termo modificador do verbo que exprime determinada circunstância (tempo, lugar, modo etc.) ou intensifica um
verbo, adjetivo ou advérbio.
O ônibus saiu à noite quase cheio, com destino a Salvador.
Vamos sair do mar.
• Agente da Passiva: Termo da oração que exprime quem pratica a ação verbal quando o verbo está na voz passiva.
Raquel foi pedida em casamento por seu melhor amigo.
• Adjunto Adnominal: Termo da oração que modifica um substantivo, caracterizando-o ou determinando-o sem a intermediação de
um verbo.
Um casal de médicos eram os novos moradores do meu prédio.
• Complemento Nominal: Termo da oração que completa nomes, isto é, substantivos, adjetivos e advérbios, e vem preposicionado.
A realização do torneio teve a aprovação de todos.
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• Predicativo do Sujeito: Termo que atribui característica ao sujeito da oração.
A especulação imobiliária me parece um problema.
• Predicativo do Objeto: Termo que atribui características ao objeto direto ou indireto da oração.
O médico considerou o paciente hipertenso.
• Aposto: Termo da oração que explica, esclarece, resume ou identifica o nome ao qual se refere (substantivo, pronome ou equivalen-
tes). O aposto sempre está entre virgulas ou após dois-pontos.
A praia do Forte, lugar paradisíaco, atrai muitos turistas.
• Vocativo: Termo da oração que se refere a um interlocutor a quem se dirige a palavra.
Senhora, peço aguardar mais um pouco.

Tipos de orações
As partes de uma oração já está fresquinha aí na sua cabeça, não é?!?! Estudar os tipos de orações que existem será moleza, moleza.
Vamos comigo!!!
Temos dois tipos de orações: as coordenadas, cuja as orações de um período são independentes (não dependem uma da outra para
construir sentido completo); e as subordinadas, cuja as orações de um período são dependentes (dependem uma da outra para construir
sentido completo).
As orações coordenadas podem ser sindéticas (conectadas uma a outra por uma conjunção) e assindéticas (que não precisam da
conjunção para estar conectadas. O serviço é feito pela vírgula).

Tipos de orações coordenadas

Orações Coordenadas Sindéticas Orações Coordenadas Assindéticas

Aditivas Fomos para a escola e fizemos Lena estava triste, cansada, decep-
o exame final. cionada.
Adversativas Pedro Henrique estuda
muito, porém não passa no Ao chegar à escola conversamos,
vestibular. estudamos, lanchamos.

Alternativas Manuela ora quer comer ham- Alfredo está chateado, pensando
búrguer, ora quer comer pizza. em se mudar.
Conclusivas Não gostamos do restauran-
te, portanto não iremos mais Precisamos estar com cabelos arru-
lá. mados, unhas feitas.
Explicativas Marina não queria falar, ou João Carlos e Maria estão radiantes,
seja, ela estava de mau humor. alegria que dá inveja.

Tipos de orações subordinadas


As orações subordinadas podem ser substantivas, adjetivas e adverbiais. Cada uma delas tem suas subclassificações, que veremos
agora por meio do quadro seguinte.

Orações Subordinadas
Subjetivas É certo que ele trará os a sobremesa do
Exercem a função de sujeito jantar.
Completivas Nominal Estou convencida de que ele é solteiro.
Exercem a função de complemento
nominal
Predicativas O problema é que ele não entregou a refei-
Orações Subordinadas Substantivas Exercem a função de predicativo ção no lugar.
Apositivas Eu lhe disse apenas isso: que não se aborre-
Exercem a função de aposto cesse com ela.
Objetivas Direta Espero que você seja feliz.
Exercem a função de objeto direto
Objetivas Indireta Lembrou-se da dívida que tem com ele.
Exercem a função de objeto indireto

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Explicativas Os alunos, que foram mal na prova de quin-


Explicam um termo dito anteriormen- ta, terão aula de reforço.
te. SEMPRE serão acompanhadas por
vírgula.
Orações Subordinadas Adjetivas
Restritivas Os alunos que foram mal na prova de quinta
Restringem o sentido de um termo dito terão aula de reforço.
anteriormente. NUNCA serão acompa-
nhadas por vírgula.

Causais Estou vestida assim porque vou sair.


Assumem a função de advérbio de causa
Consecutivas Falou tanto que ficou rouca o resto do dia.
Assumem a função de advérbio de con-
sequência
Comparativas A menina comia como um adulto come.
Assumem a função de advérbio de
comparação
Condicionais Desde que ele participe, poderá entrar na
Assumem a função de advérbio de reunião.
condição
Conformativas O shopping fechou, conforme havíamos
Assumem a função de advérbio de con- previsto.
Orações Subordinadas Adverbiais
formidade
Concessivas Embora eu esteja triste, irei à festa mais
Assumem a função de advérbio de tarde.
concessão
Finais Vamos direcionar os esforços para que
Assumem a função de advérbio de todos tenham acesso aos benefícios.
finalidade
Proporcionais Quanto mais eu dormia, mais sono tinha.
Assumem a função de advérbio de
proporção
Temporais Quando a noite chega, os morcegos saem
Assumem a função de advérbio de de suas casas.
tempo

Olha como esse quadro facilita a vida, não é?! Por meio dele, conseguimos ter uma visão geral das classificações e subclassificações
das orações, o que nos deixa mais tranquilos para estudá-las.

FUNÇÕES SINTÁTICAS DOS PRONOMES RELATIVOS. EMPREGO DE NOMES E PRONOMES

Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado em tópicos anteriores.

EMPREGO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS

Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado em tópicos anteriores.

REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

• Regência Nominal
A regência nominal estuda os casos em que nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) exigem outra palavra para completar-lhes o
sentido. Em geral a relação entre um nome e o seu complemento é estabelecida por uma preposição.
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• Regência Verbal Colocou menos roupas na mala./ Os seguranças continuam
A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre o alerta.
verbo (termo regente) e seu complemento (termo regido).
Isto pertence a todos. • Pseudo e todo são invariáveis quando empregados na forma-
ção de palavras compostas:
Regência de algumas palavras Cuidado com os pseudoamigos./ Ele é o chefe todo-poderoso.

Esta pa- combina com Esta preposi- • Mesmo, próprio, anexo, incluso, quite e obrigado variam de
lavra ção acordo com o substantivo a que se referem:
Elas mesmas cozinhavam./ Guardou as cópias anexas.
Acessível a
Apto a, para • Muito, pouco, bastante, meio, caro e barato variam quando
pronomes indefinidos adjetivos e numerais e são invariáveis quan-
Atencioso com, para com do advérbios:
Coerente com Muitas vezes comemos muito./ Chegou meio atrasada./ Usou
meia dúzia de ovos.
Conforme a, com
Dúvida acerca de, de, em, sobre • Só varia quando adjetivo e não varia quando advérbio:
Empenho de, em, por Os dois andavam sós./ A respostas só eles sabem.
Fácil a, de, para, • É bom, é necessário, é preciso, é proibido variam quando o
Junto a, de substantivo estiver determinado por artigo:
É permitida a coleta de dados./ É permitido coleta de dados.
Pendente de
Preferível a Concordância Verbal
Próximo a, de O verbo concorda com seu sujeito em número e pessoa:
O público aplaudiu o ator de pé./ A sala e quarto eram enor-
Respeito a, com, de, para com, por mes.
Situado a, em, entre
Concordância ideológica ou silepse
Ajudar (a fazer algo) a
• Silepse de gênero trata-se da concordância feita com o gêne-
Aludir (referir-se) a ro gramatical (masculino ou feminino) que está subentendido no
Aspirar (desejar, preten- a contexto.
der) Vossa Excelência parece satisfeito com as pesquisas.
Blumenau estava repleta de turistas.
Assistir (dar assistência) Não usa preposição • Silepse de número trata-se da concordância feita com o nú-
Deparar (encontrar) com mero gramatical (singular ou plural) que está subentendido no con-
texto.
Implicar (consequência) Não usa preposição O elenco voltou ao palco e [os atores] agradeceram os aplau-
Lembrar Não usa preposição sos.
• Silepse de pessoa trata-se da concordância feita com a pes-
Pagar (pagar a alguém) a
soa gramatical que está subentendida no contexto.
Precisar (necessitar) de O povo temos memória curta em relação às promessas dos po-
Proceder (realizar) a líticos.

Responder a
Visar ( ter como objetivo a COLOCAÇÃO PRONOMINAL
pretender)
NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS PALAVRAS
QUE NÃO ESTÃO AQUI! A colocação do pronome átono está relacionada à harmonia da
frase. A tendência do português falado no Brasil é o uso do prono-
me antes do verbo – próclise. No entanto, há casos em que a norma
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL culta prescreve o emprego do pronome no meio – mesóclise – ou
após o verbo – ênclise.
De acordo com a norma culta, no português escrito não se ini-
cia um período com pronome oblíquo átono. Assim, se na lingua-
Concordância Nominal gem falada diz-se “Me encontrei com ele”, já na linguagem escrita,
Os adjetivos, os pronomes adjetivos, os numerais e os artigos formal, usa-se “Encontrei-me’’ com ele.
concordam em gênero e número com os substantivos aos quais se Sendo a próclise a tendência, é aconselhável que se fixem bem
referem. as poucas regras de mesóclise e ênclise. Assim, sempre que estas
Os nossos primeiros contatos começaram de maneira amisto- não forem obrigatórias, deve-se usar a próclise, a menos que preju-
sa. dique a eufonia da frase.
Casos Especiais de Concordância Nominal
• Menos e alerta são invariáveis na função de advérbio:
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Próclise Se houver fator de próclise, o pronome átono ficará antes do
Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo. auxiliar.
Exemplo: Não lhe havia dito a verdade.
Palavra de sentido negativo: Não me falou a verdade.
Advérbios sem pausa em relação ao verbo: Aqui te espero pa- Haver de e ter de + infinitivo: Pronome átono deve ficar depois
cientemente. do infinitivo.
Havendo pausa indicada por vírgula, recomenda-se a ênclise: Exemplos:
Ontem, encontrei-o no ponto do ônibus. Hei de dizer-lhe a verdade.
Pronomes indefinidos: Ninguém o chamou aqui. Tenho de dizer-lhe a verdade.
Pronomes demonstrativos: Aquilo lhe desagrada.
Orações interrogativas: Quem lhe disse tal coisa? Observação
Orações optativas (que exprimem desejo), com sujeito ante- Não se deve omitir o hífen nas seguintes construções:
posto ao verbo: Deus lhe pague, Senhor! Devo-lhe dizer tudo.
Orações exclamativas: Quanta honra nos dá sua visita! Estava-lhe dizendo tudo.
Orações substantivas, adjetivas e adverbiais, desde que não se- Havia-lhe dito tudo.
jam reduzidas: Percebia que o observavam.
Verbo no gerúndio, regido de preposição em: Em se plantando,
tudo dá. ESTILÍSTICA: FIGURAS DE LINGUAGEM
Verbo no infinitivo pessoal precedido de preposição: Seus in-
tentos são para nos prejudicarem.
Figuras de Linguagem
Ênclise As figuras de linguagem ou de estilo são empregadas para
Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo. valorizar o texto, tornando a linguagem mais expressiva. É um re-
curso linguístico para expressar de formas diferentes experiências
Verbo no início da oração, desde que não esteja no futuro do comuns, conferindo originalidade, emotividade ao discurso, ou tor-
indicativo: Trago-te flores. nando-o poético.
Verbo no imperativo afirmativo: Amigos, digam-me a verdade!
Verbo no gerúndio, desde que não esteja precedido pela pre- As figuras de linguagem classificam-se em
posição em: Saí, deixando-a aflita. - figuras de palavra;
Verbo no infinitivo impessoal regido da preposição a. Com - figuras de pensamento;
outras preposições é facultativo o emprego de ênclise ou próclise: - figuras de construção ou sintaxe.
Apressei-me a convidá-los.
Figuras de palavra: emprego de um termo com sentido dife-
Mesóclise rente daquele convencionalmente empregado, a fim de se conse-
Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo. guir um efeito mais expressivo na comunicação.

É obrigatória somente com verbos no futuro do presente ou no Metáfora: comparação abreviada, que dispensa o uso dos co-
futuro do pretérito que iniciam a oração. nectivos comparativos; é uma comparação subjetiva. Normalmente
Dir-lhe-ei toda a verdade. vem com o verbo de ligação claro ou subentendido na frase.
Far-me-ias um favor?
Exemplos
Se o verbo no futuro vier precedido de pronome reto ou de ...a vida é cigana
qualquer outro fator de atração, ocorrerá a próclise. É caravana
Eu lhe direi toda a verdade. É pedra de gelo ao sol.
Tu me farias um favor? (Geraldo Azevedo/ Alceu Valença)

Colocação do pronome átono nas locuções verbais Encarnado e azul são as cores do meu desejo.
Verbo principal no infinitivo ou gerúndio: Se a locução verbal (Carlos Drummond de Andrade)
não vier precedida de um fator de próclise, o pronome átono deve-
rá ficar depois do auxiliar ou depois do verbo principal. Comparação: aproxima dois elementos que se identificam,
Exemplos: ligados por conectivos comparativos explícitos: como, tal qual, tal
Devo-lhe dizer a verdade. como, que, que nem. Também alguns verbos estabelecem a com-
Devo dizer-lhe a verdade. paração: parecer, assemelhar-se e outros.

Havendo fator de próclise, o pronome átono deverá ficar antes Exemplo:


do auxiliar ou depois do principal. Estava mais angustiado que um goleiro na hora do gol, quando
Exemplos: você entrou em mim como um sol no quintal.
Não lhe devo dizer a verdade. (Belchior)
Não devo dizer-lhe a verdade. Catacrese: emprego de um termo em lugar de outro para o
qual não existe uma designação apropriada.
Verbo principal no particípio: Se não houver fator de próclise,
o pronome átono ficará depois do auxiliar. Exemplos
Exemplo: Havia-lhe dito a verdade. – folha de papel
– braço de poltrona
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LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
– céu da boca [você me apanhe
– pé da montanha sou o seu bezerro gritando
[mamãe.
Sinestesia: fusão harmônica de, no mínimo, dois dos cinco sen- (Caetano Veloso)
tidos físicos.
Onomatopeia: imitação aproximada de um ruído ou som pro-
Exemplo: duzido por seres animados e inanimados.
Vem da sala de linotipos a doce (gustativa) música (auditiva)
mecânica. Exemplo:
(Carlos Drummond de Andrade) Vai o ouvido apurado
na trama do rumor suas nervuras
A fusão de sensações físicas e psicológicas também é sineste- inseto múltiplo reunido
sia: “ódio amargo”, “alegria ruidosa”, “paixão luminosa”, “indiferen- para compor o zanzineio surdo
ça gelada”. circular opressivo
zunzin de mil zonzons zoando em meio à pasta de calor
Antonomásia: substitui um nome próprio por uma qualidade, da noite em branco
atributo ou circunstância que individualiza o ser e notabiliza-o. (Carlos Drummond de Andrade)

Exemplos Observação: verbos que exprimem os sons são considerados


O filósofo de Genebra (= Calvino). onomatopaicos, como cacarejar, tiquetaquear, miar etc.
O águia de Haia (= Rui Barbosa).
Figuras de sintaxe ou de construção: dizem respeito a desvios
Metonímia: troca de uma palavra por outra, de tal forma que em relação à concordância entre os termos da oração, sua ordem,
a palavra empregada lembra, sugere e retoma a que foi omitida. possíveis repetições ou omissões.

Exemplos: Podem ser formadas por:


Leio Graciliano Ramos. (livros, obras) omissão: assíndeto, elipse e zeugma;
Comprei um panamá. (chapéu de Panamá) repetição: anáfora, pleonasmo e polissíndeto;
Tomei um Danone. (iogurte) inversão: anástrofe, hipérbato, sínquise e hipálage;
ruptura: anacoluto;
Alguns autores, em vez de metonímia, classificam como siné- concordância ideológica: silepse.
doque quando se têm a parte pelo todo e o singular pelo plural.
Anáfora: repetição da mesma palavra no início de um período,
Exemplo: frase ou verso.
A cidade inteira viu assombrada, de queixo caído, o pistoleiro
sumir de ladrão, fugindo nos cascos de seu cavalo. (singular pelo Exemplo:
plural) Dentro do tempo o universo
(José Cândido de Carvalho) [na imensidão.
Dentro do sol o calor peculiar
Figuras Sonoras [do verão.
Aliteração: repetição do mesmo fonema consonantal, geral- Dentro da vida uma vida me
mente em posição inicial da palavra. [conta uma estória que fala
[de mim.
Exemplo: Dentro de nós os mistérios
Vozes veladas veludosas vozes volúpias dos violões, vozes ve- [do espaço sem fim!
ladas. (Toquinho/Mutinho)
(Cruz e Sousa)
Assíndeto: ocorre quando orações ou palavras que deveriam
Assonância: repetição do mesmo fonema vocal ao longo de um vir ligadas por conjunções coordenativas aparecem separadas por
verso ou poesia. vírgulas.

Exemplo: Exemplo:
Sou Ana, da cama, Não nos movemos, as mãos é
da cana, fulana, bacana que se estenderam pouco a
Sou Ana de Amsterdam. pouco, todas quatro, pegando-se,
(Chico Buarque) apertando-se, fundindo-se.
(Machado de Assis)
Paronomásia: Emprego de vocábulos semelhantes na forma ou Polissíndeto: repetição intencional de uma conjunção coorde-
na prosódia, mas diferentes no sentido. nativa mais vezes do que exige a norma gramatical.

Exemplo: Exemplo:
Berro pelo aterro pelo desterro berro por seu berro pelo seu Há dois dias meu telefone não fala, nem ouve, nem toca, nem
[erro tuge, nem muge.
quero que você ganhe que (Rubem Braga)
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Pleonasmo: repetição de uma ideia já sugerida ou de um ter- Aquela mina de ouro, ela não ia deixar que outras espertas bo-
mo já expresso. tassem as mãos.
(José Lins do Rego)
Pleonasmo literário: recurso estilístico que enriquece a expres-
são, dando ênfase à mensagem. Hipálage: inversão da posição do adjetivo (uma qualidade que
pertence a um objeto é atribuída a outro, na mesma frase).
Exemplos:
Não os venci. Venceram-me Exemplo:
eles a mim. ...em cada olho um grito castanho de ódio.
(Rui Barbosa) (Dalton Trevisan)
...em cada olho castanho um grito de ódio)
Morrerás morte vil na mão de um forte.
(Gonçalves Dias) Silepse:

Pleonasmo vicioso: Frequente na linguagem informal, cotidia- Silepse de gênero: Não há concordância de gênero do adjetivo
na, considerado vício de linguagem. Deve ser evitado. ou pronome com a pessoa a que se refere.

Exemplos: Exemplos:
Ouvir com os ouvidos. Pois aquela criancinha, longe de ser um estranho...
Rolar escadas abaixo. (Rachel de Queiroz)
Colaborar juntos.
Hemorragia de sangue. V. Ex.a parece magoado...
Repetir de novo. (Carlos Drummond de Andrade)

Elipse: Supressão de uma ou mais palavras facilmente suben- Silepse de pessoa: Não há concordância da pessoa verbal com
tendidas na frase. Geralmente essas palavras são pronomes, con- o sujeito da oração.
junções, preposições e verbos.
Exemplos:
Exemplos: Os dois ora estais reunidos...
Compareci ao Congresso. (eu) (Carlos Drummond de Andrade)
Espero venhas logo. (eu, que, tu)
Ele dormiu duas horas. (durante) Na noite do dia seguinte, estávamos reunidos algumas pessoas.
No mar, tanta tormenta e tanto dano. (verbo Haver) (Machado de Assis)
(Camões)
Silepse de número: Não há concordância do número verbal com
Zeugma: Consiste na omissão de palavras já expressas anterior- o sujeito da oração.
mente.
Exemplo:
Exemplos: Corria gente de todos os lados, e gritavam.
Foi saqueada a vila, e assassina dos os partidários dos Filipes. (Mário Barreto)
(Camilo Castelo Branco)

Rubião fez um gesto, Palha outro: mas quão diferentes. VÍCIOS DE LINGUAGEM
(Machado de Assis)

Hipérbato ou inversão: alteração da ordem direta dos elemen- Vícios de Linguagem são os deslizes cometidos em ralação a
tos na frase. norma culta da língua, eles podem estar presentes nos níveis se-
mânticos, morfológicos ou sintáticos. São eles:
Exemplos:
Passeiam, à tarde, as belas na avenida. Barbarismo
(Carlos Drummond de Andrade) São desvios cometidos na grafia, flexão ou pronúncia de uma
palavra.
Paciência tenho eu tido... - Barbarismo cometido devido à má pronúncia das palavras
(Antônio Nobre) Exemplo: eu robo /róbo/ - ele roba /róba/ Quando deveria ser:
eu roubo / ele rouba
Anacoluto: interrupção do plano sintático com que se inicia a - Barbarismo provocado pela alteração da posição da sílaba tô-
frase, alterando a sequência do processo lógico. A construção do nica
período deixa um ou mais termos desprendidos dos demais e sem Exemplos: récorde em vez de recorde
função sintática definida. rúbrica em vez de rubrica
- Barbarismo semântico provocado pelo uso inadequado de
Exemplos: palavras
E o desgraçado, tremiam-lhe as pernas. Exemplos: ir de encontro a (chocar-se com) e ir ao encontro de
(Manuel Bandeira) (estar a favor de, na direção de).
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Errado: O filho foi de encontro a sua mãe. Cacofonia
Correto: O filho foi ao encontro de sua mãe. Som desagradável decorrente de construções mal elaboradas.
- Barbarismo flexional (seja em número, grau, gênero ou pes- - Cacófato: encontro de sílabas de dois ou mais vocábulos, cau-
soa) sando um som inconveniente ou pejorativo. Exemplos: fé demais,
Exemplos: barzinhos em vez de barezinhos havia dado, essa fada, por cada.
o óculos em vez de os óculos
- Colisão: sequência de consoantes iguais.
- Barbarismo cometido em relação aos erros de ortografia Exemplo: Se se estuda, aprende-se. (Correção: Caso estude,
Exemplos: beringela em vez de berinjela conseguirá aprender.)
toxa em vez de tocha
- Eco: terminações de vocábulos repetidas ocasionando a res-
Solecismo sonância de sons.
Erro cometido pelo descumprimento das regras de sintaxe. Exemplo: A gente sente que a mente está descontente.

- Solecismo de regência - Hiato: sequência de vogais iguais.


Exemplo: Chegou em casa e decidiu ir na festa com os amigos. Exemplo: Ela vai alugar o apartamento amanhã. (Repetição da
(frase incorreta) vogal “a”).
Correção: Chegou a casa e decidiu ir à festa com os amigos.
Arcaísmo
- Solecismo de concordância Consiste no emprego de palavras ou expressões antigas que já
Exemplo: Duas casa depois da minha existe uma loja de conve- caíram de uso. Exemplo: asinha em vez de depressa, antanho em
niência. (frase incorreta) vez de no passado.
Correção: Duas casas depois da minha existe uma loja de con-
veniência. Neologismo
Criação de novas palavras ou expressões introduzidas na língua
- Solecismo de colocação portuguesa.
Exemplo: Havia dito-me que vinha-me ajudar. (frase incorreta) Exemplo: Meu irmão está fazendo um bico na empresa. (Fazer
Correção: Havia-me dito que me vinha ajudar um bico: trabalho temporário)

Ambiguidade Eco
Ocorrência de duplo sentido na frase. Ocorre quando há palavras na frase com terminações iguais ou
semelhantes, provocando dissonância. Exemplo: A divulgação da
Exemplos: promoção não causou comoção na população.
Eles viram o incêndio do prédio.
(O prédio está em chamas.) Hiato
(Do prédio, eles assistem ao incêndio.) Ocorre quando há uma sequência de vogais, provocando disso-
Ele não agiu legal. (Legal = termo polissêmico - de várias signi- nância. Exemplo: Eu a amo; Ou eu ou a outra ganhará o concurso.
ficações)
(Ele não agiu dentro da lei.) Colisão
(Ele agiu mal.) Ocorre quando há repetição de consoantes iguais ou seme-
lhantes, provocando dissonância. Exemplo: Sua saia sujou.
Preciosismo ou Arcaísmo
Linguagem extremamente rebuscada, dificultando a clareza e
o entendimento. QUALIDADE DA BOA LINGUAGEM
Exemplo: A eloquente verborragia de teus ditames balouçam
minha inerme consciência.
(A fácil capacidade de falar e impor suas vontades embaralham Para um texto ser considerado bem escrito ele deve possuir al-
meu pouco conhecimento) gumas características.
São qualidades da boa linguagem:
Redundância ou Pleonasmo Vicioso Correção, Originalidade, Clareza, Harmonia, Concisão, Colorido
Toda repetição de uma ideia mediante palavras ou expressões e Elegância, Precisão, Nobreza e Naturalidade.
diferentes provoca uma redundância ou pleonasmo vicioso. Ex.: su- Definições dos Aspectos Que Um Texto Deve Ter.
bir lá em cima, descer lá embaixo, entrar para dentro, sair para fora,
novidade inédita, hemorragia de sangue, pomar de frutas, hepatite Clareza:
do fígado, demente mental, e tantas outras expressões presentes É o que torna o texto de fácil entendimento, refletindo a boa
diariamente no linguajar. organização das idéias na obra escrita. Deve evitar-se a obscuridade
e a ambiguidade.
Consiste na repetição de palavras ou expressões.
Exemplo: Eles me fizeram uma surpresa inesperada. Colorido e Elegância:
Algumas expressões são: Elo de ligação, Acabamento final, São qualidade decorrentes do esmero do estilo, graças ao em-
Juntamente com, Girar em torno, Vandalismo criminoso, Conviver prego criterioso das figuras de linguagem e à imaginação do escri-
junto, Enfrentar de cara, Amanhecer o dia, Refazer de novo, Com- tor.
pletamente cheio.

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Concisão: Sintetizando: a fonologia estuda os sons, preocupando-se com
Consiste em dizer o máximo com o mínimo de palavras. Deve o significado de cada um e não só com sua estrutura física.
evitar-se a redundância e a prolixidade. Bom, agora que sabemos que fonética e fonologia são coisas
diferentes, precisamos de entender o que é fonema e letra.
Correção:
É a utilização das normas cultas e a fidelidade à disciplina gra- Fonema: os fonemas são as menores unidades sonoras da fala.
matical. Deve evitar-se o purismo, a cacogafia, os barbarismos, os Atenção: estamos falando de menores unidades de som, não de sí-
neologismos de mau gosto. labas. Observe a diferença: na palavra pato a primeira sílaba é pa-.
Porém, o primeiro som é pê (P) e o segundo som é a (A).
Harmonia: Letra: as letras são as menores unidades gráfica de uma pa-
É a musicalidade da frase. Seu contrário é a cacofonia, o eco e lavra.
a colisão.
Sintetizando: na palavra pato, pa- é a primeira sílaba; pê é o
Naturalidade: primeiro som; e P é a primeira letra.
É a forma espontânea do autor comunicar-se co seu leitor. Mui- Agora que já sabemos todas essas diferenciações, vamos en-
ta preocupação com estilo ou artificialismo, vão em direção contrá- tender melhor o que é e como se compõe uma sílaba.
ria aos aspectos da naturalidade.
Sílaba: A sílaba é um fonema ou conjunto de fonemas que emi-
Nobreza: tido em um só impulso de voz e que tem como base uma vogal.
É a não utilização de termos impróprios, devendo ser levado A sílabas são classificadas de dois modos:
em conta o decoro da linguagem.
Classificação quanto ao número de sílabas:
Originalidade: As palavras podem ser:
É o dom natural que caracteriza o escritor e torna seu estilo – Monossílabas: as que têm uma só sílaba (pé, pá, mão, boi,
muito pessoal, livre das imitações e coisas comuns, que são aspec- luz, é...)
tos contrários à originalidade. – Dissílabas: as que têm duas sílabas (café, leite, noites, caí,
bota, água...)
Precisão: – Trissílabas: as que têm três sílabas (caneta, cabeça, saúde,
É o emprego do termo adequado para o que se quer dizer. Evi- circuito, boneca...)
ta-se a imprecisão. – Polissílabas: as que têm quatro ou mais sílabas (casamento,
jesuíta, irresponsabilidade, paralelepípedo...)
Fonte: Disponível em: https://www.silabas.com.br/linguagem/
Acesso em: 03.jan.2023. Classificação quanto à tonicidade
As palavras podem ser:
– Oxítonas: quando a sílaba tônica é a última (ca-fé, ma-ra-cu-
FONEMAS -já, ra-paz, u-ru-bu...)
– Paroxítonas: quando a sílaba tônica é a penúltima (me-sa,
sa-bo-ne-te, ré-gua...)
Muitas pessoas acham que fonética e fonologia são sinônimos. – Proparoxítonas: quando a sílaba tônica é a antepenúltima
Mas, embora as duas pertençam a uma mesma área de estudo, elas (sá-ba-do, tô-ni-ca, his-tó-ri-co…)
são diferentes.
Lembre-se que:
Fonética Tônica: a sílaba mais forte da palavra, que tem autonomia fo-
Segundo o dicionário Houaiss, fonética “é o estudo dos sons da nética.
fala de uma língua”. O que isso significa? A fonética é um ramo da Átona: a sílaba mais fraca da palavra, que não tem autonomia
Linguística que se dedica a analisar os sons de modo físico-articula- fonética.
dor. Ou seja, ela se preocupa com o movimento dos lábios, a vibra- Na palavra telefone: te-, le-, ne- são sílabas átonas, pois são
ção das cordas vocais, a articulação e outros movimentos físicos, mais fracas, enquanto que fo- é a sílaba tônica, já que é a pronun-
mas não tem interesse em saber do conteúdo daquilo que é falado. ciada com mais força.
A fonética utiliza o Alfabeto Fonético Internacional para representar
cada som. Agora que já sabemos essas classificações básicas, precisamos
entender melhor como se dá a divisão silábica das palavras.
Sintetizando: a fonética estuda o movimento físico (da boca,
lábios...) que cada som faz, desconsiderando o significado desses Divisão silábica
sons. A divisão silábica é feita pela silabação das palavras, ou seja,
pela pronúncia. Sempre que for escrever, use o hífen para separar
Fonologia uma sílaba da outra. Algumas regras devem ser seguidas neste pro-
A fonologia também é um ramo de estudo da Linguística, mas cesso:
ela se preocupa em analisar a organização e a classificação dos Não se separa:
sons, separando-os em unidades significativas. É responsabilidade • Ditongo: encontro de uma vogal e uma semivogal na mesma
da fonologia, também, cuidar de aspectos relativos à divisão silábi- sílaba (cau-le, gai-o-la, ba-lei-a...)
ca, à acentuação de palavras, à ortografia e à pronúncia. • Tritongo: encontro de uma semivogal, uma vogal e uma semi-
vogal na mesma sílaba (Pa-ra-guai, quais-quer, a-ve-ri-guou...)

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• Dígrafo: quando duas letras emitem um único som na pala- Na primeira frase, pepino está no sentido denotativo, ou seja,
vra. Não separamos os dígrafos ch, lh, nh, gu e qu (fa-cha-da, co- a palavra está sendo usada no sentido próprio, comum, dicionari-
-lhei-ta, fro-nha, pe-guei...) zado.
• Encontros consonantais inseparáveis: re-cla-mar, psi-có-lo- Já na segunda frase, a mesma palavra está no sentindo cono-
-go, pa-trão...) tativo, pois ela está sendo usada no sentido figurado e depende do
contexto para ser entendida.
Deve-se separar: Para facilitar: denotativo começa com D de dicionário e conota-
• Hiatos: vogais que se encontram, mas estão é sílabas vizinhas tivo começa com C de contexto.
(sa-ú-de, Sa-a-ra, ví-a-mos...)
• Os dígrafos rr, ss, sc, e xc (car-ro, pás-sa-ro, pis-ci-na, ex-ce- Por fim, vamos tratar de um recurso muito usado em propa-
-ção...) gandas:
• Encontros consonantais separáveis: in-fec-ção, mag-nó-lia,
rit-mo...) Ambiguidade
Observe a propaganda abaixo:

SEMÂNTICA

Significação de palavras
As palavras podem ter diversos sentidos em uma comunicação.
E isso também é estudado pela Gramática Normativa: quem cuida
dessa parte é a Semântica, que se preocupa, justamente, com os
significados das palavras. Veremos, então, cada um dos conteúdos
que compõem este estudo.

Antônimo e Sinônimo
Começaremos por esses dois, que já são famosos. https://redacaonocafe.wordpress.com/2012/05/22/ambigui-
dade-na-propaganda/
O Antônimo são palavras que têm sentidos opostos a outras.
Por exemplo, felicidade é o antônimo de tristeza, porque o signi- Perceba que há uma duplicidade de sentido nesta construção.
ficado de uma é o oposto da outra. Da mesma forma ocorre com Podemos interpretar que os móveis não durarão no estoque da loja,
homem que é antônimo de mulher. por estarem com preço baixo; ou que por estarem muito barato,
não têm qualidade e, por isso, terão vida útil curta.
Já o sinônimo são palavras que têm sentidos aproximados e Essa duplicidade acontece por causa da ambiguidade, que é
que podem, inclusive, substituir a outra. O uso de sinônimos é mui- justamente a duplicidade de sentidos que podem haver em uma
to importante para produções textuais, porque evita que você fi- palavra, frase ou textos inteiros.
que repetindo a mesma palavra várias vezes. Utilizando os mesmos
exemplos, para ficar claro: felicidade é sinônimo de alegria/conten-
tamento e homem é sinônimo de macho/varão. EMPREGO DA CRASE

Hipônimos e Hiperônimos
Estes conceitos são simples de entender: o hipônimo designa
A crase é a fusão de duas vogais idênticas. A primeira vogal a
uma palavra de sentido mais específico, enquanto que o hiperôni-
é uma preposição, a segunda vogal a é um artigo ou um pronome
mo designa uma palavra de sentido mais genérico. Por exemplo, ca-
demonstrativo.
chorro e gato são hipônimos, pois têm sentido específico. E animais
a (preposição) + a(s) (artigo) = à(s)
domésticos é uma expressão hiperônima, pois indica um sentido
mais genérico de animais. Atenção: não confunda hiperônimo com
• Devemos usar crase:
substantivo coletivo. Hiperônimos estão no ramo dos sentidos das
– Antes palavras femininas:
palavras, beleza?!?!
Iremos à festa amanhã
Mediante à situação.
Outros conceitos que agem diretamente no sentido das pala-
O Governo visa à resolução do problema.
vras são os seguintes:
– Locução prepositiva implícita “à moda de, à maneira de”
Conotação e Denotação
Devido à regra, o acento grave é obrigatoriamente usado nas
Observe as frases:
locuções prepositivas com núcleo feminino iniciadas por a:
Amo pepino na salada.
Os frangos eram feitos à moda da casa imperial.
Tenho um pepino para resolver.
Às vezes, porém, a locução vem implícita antes de substanti-
vos masculinos, o que pode fazer você pensar que não rola a crase.
As duas frases têm uma palavra em comum: pepino. Mas essa
Mas... há crase, sim!
palavra tem o mesmo sentido nos dois enunciados? Isso mesmo,
Depois da indigestão, farei uma poesia à Drummond, vestir-me-
não!
-ei à Versace e entregá-la-ei à tímida aniversariante.

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– Expressões fixas A batida de limão — feita com cachaça, suco de limão galego,
Existem algumas expressões em que sempre haverá o uso de mel de abelha de primeiríssima qualidade e açúcar refinado, segun-
crase: do o escritor Ubaldo Marques Porto Filho — chamava a atenção
à vela, à lenha, à toa, à vista, à la carte, à queima-roupa, à von- dos homens, mas Diolino deu por falta das mulheres da época. É
tade, à venda, à mão armada, à beça, à noite, à tarde, às vezes, às que elas não queriam ser vistas bebendo em público, e então ar-
pressas, à primeira vista, à hora certa, àquela hora, à esquerda, à ranjavam alguém para comprar as batidas e bebiam dentro do au-
direita, à vontade, às avessas, às claras, às escuras, à mão, às escon- tomóvel.
didas, à medida que, à proporção que. Diolino bolou então o sistema de atendimento direto aos veícu-
• NUNCA devemos usar crase: los , em que os garçons iam até os carros que apenas encostavam e
– Antes de substantivos masculinos: saíam em disparada. A novidade alavancou a fama do bar. No auge,
Andou a cavalo pela cidadezinha, mas preferiria ter andado a chegou a produzir 6.000 litros de batida por mês.
pé. SETO, G. Folha de S.Paulo. Caderno “Cotidiano”. 17 maio
2019, p. B2. Adaptado.
– Antes de substantivo (masculino ou feminino, singular ou A palavra saíam contém hiato acentuado.
plural) usado em sentido generalizador: Deve também ser acentuado o hiato de
Depois do trauma, nunca mais foi a festas. (A) juizes
Não foi feita menção a mulher, nem a criança, tampouco a ho- (B) rainha
mem. (C) coroo
(D) veem
– Antes de artigo indefinido “uma” (E) suada
Iremos a uma reunião muito importante no domingo.

– Antes de pronomes 2. CESGRANRIO - AUX SAU (TRANSPETRO)/TRANSPE-


Obs.: A crase antes de pronomes possessivos é facultativa. TRO/2018
Assunto: Acentuação
Fizemos referência a Vossa Excelência, não a ela. O lado sombrio da luz
A quem vocês se reportaram no Plenário? O domínio do fogo, e consequentemente da luminosidade,
Assisto a toda peça de teatro no RJ, afinal, sou um crítico. possibilitou ao ser humano exercer grande controle sobre o meio
em que vivia, proporcionando imensurável vantagem seletiva. A luz
– Antes de verbos no infinitivo também foi fundamental para incontáveis avanços tecnológicos,
A partir de hoje serei um pai melhor, pois voltei a trabalhar. que nos proporcionam mais comodidade e praticidade. Mas, apesar
de ser em muitas culturas símbolo do progresso, pureza e beleza, a
luz também tem seu lado sombrio.
SINTAXE (REGÊNCIA, CONCORDÂNCIA E COLOCAÇÃO) A poluição luminosa — toda luz desnecessária ou excessiva
produzida artificialmente — é a que mais cresce no planeta e, in-
felizmente, os impactos do seu mau uso e os mecanismos com os
quais podemos minimizá-los têm pouquíssimo destaque se compa-
Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado
rados aos de outros tipos de poluição.
em tópicos anteriores.
A revolução industrial alavancou os efeitos da poluição lumino-
sa para níveis altíssimos nos dias de hoje. É possível ver o intenso
brilho noturno dos centros urbanos até em fotos de satélites. Mais
QUESTÕES
de perto, a poluição luminosa pode ser notada quando se observa
uma “aura” de luz no horizonte, olhando na direção de uma grande
cidade. Esse brilho do céu noturno é causado por luzes terrestres
direcionadas ou refletidas para a atmosfera.
1. CESGRANRIO - ASS ADM (UNIRIO)/UNIRIO/2019 A iluminação artificial excessiva, principalmente na área rural,
Assunto: Acentuação foi associada a uma maior probabilidade de epidemias por atrair
Texto II vetores de doenças, como o barbeiro (doença de Chagas), o mos-
Serviu suas famosas bebidas para Vinicius, Carybé e Pelé quito-palha (leishmaniose) e o mosquito-prego (malária).
Os pedaços de coco in natura são colocados no liquidificador e Acredita-se também que a iluminação noturna em centros
triturados. O líquido resultante é coado com uma peneira de palha urbanos influencie fatores psicossociais, sendo mencionada como
e recolocado no aparelho, onde é batido com açúcar e leite conden- uma das causas que contribuem para o aumento da criminalidade e
sado. Ao fim, adiciona-se aguardente. depressão. Quebras no relógio biológico humano são relacionadas
A receita de Diolino Gomes Damasceno, ditada à Folha por seu aos mais diversos problemas de saúde, como distúrbios cardiovas-
filho Otaviano, parece trivial, mas a conhecida batida de coco resul- culares, diabetes e obesidade.
tante não é. Afinal, não é possível que uma bebida qualquer tenha Não só seres humanos, mas insetos e aves sofrem consequên-
encantado um time formado por Jorge Amado (diabético, tomava cias da poluição luminosa. Na natureza intacta, as únicas fontes de
sem açúcar), Pierre Verger, Carybé, Mussum, João Ubaldo Ribeiro, luz durante a noite eram as estrelas e a luz refletida pela Lua.
Angela Rô Rô, Wando, Vinicius de Moraes e Pelé (tomava dentro Os animais, incluindo os humanos, e as plantas evoluíram nos
do carro). regimes de luz natural; portanto, é fácil imaginar que sofram direta
Baiano nascido em 1931 na cidade de Ipecaetá, interior do es- ou indiretamente com as alterações artificiais da luz noturna.
tado, Diolino abriu seu primeiro estabelecimento em 1968, no bair- Vaga-lumes e outros insetos são afetados pela iluminação ar-
ro do Rio Vermelho, reduto boêmio de Salvador. Localizado em uma tificial de formas distintas. Alguns insetos utilizam a posição das
garagem, ganhou o nome de MiniBar. estrelas e o sentido da luz para navegação. Mariposas e besouros
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têm seus ciclos de vida alterados e são atraídos e desorientados 4. CESGRANRIO - ASS ADM (UNIRIO)/UNIRIO/2019
pela luz, tornando-se vítimas fáceis de aves, morcegos e outros pre- Assunto: Uso do Hifen
dadores. Esses insetos desempenham diversas funções nos ecos- Texto III
sistemas, como polinização, alimento para outros animais, controle Beira-mar
de populações de pragas, decomposição de material orgânico e até Quase fim de longa tarde de verão. Beira do mar no Aterro do
dispersão de sementes. Fica claro, portanto, que estamos longe de Flamengo próximo ao Morro da Viúva, frente para o Pão de Açú-
compreender a poluição luminosa, seus efeitos e consequências no car. Com preguiça, o sol começava a esconder-se atrás dos edifícios.
meio ambiente. Parecia resistir ao chamado da noite. Nas pedras do quebra-mar
Como as plantas utilizam a luz solar para realizar fotossíntese caniços de pesca moviam-se devagar, ao lento vai e vem do calmo
e direcionar seu crescimento, mudanças na duração dos dias cau- mar de verão. Cercados por quatro ou cinco pescadores de trajes
sadas por luminárias provocam confusão em relação à estação do simples ou ordinários, e toscas sandálias de dedo.
ano em que se encontram, resultando na produção de flores, frutos Bermuda bege de fino brim, tênis e camisa polo de marcas cé-
ou queda de folhas em épocas inesperadas. Tais alterações podem lebres, Ricardo deixara o carro em estacionamento de restaurante
resultar em graves consequências para outros seres que delas de- nas imediações. Nunca fisgara peixe ali. Olhado com desconfiança.
pendam, como insetos polinizadores. Nos pássaros, a luz vermelha Intruso. Bolsa a tiracolo, balde e vara de dois metros na mão. A boa
interfere na orientação magnética; e, nas mariposas e nos besou- técnica ensina que o caniço deve ter no máximo dois metros e oi-
ros, focos de luz atraem as mais diversas espécies, tornando-as mais tenta
vulneráveis a predadores. centímetros para a chamada pesca de molhes, nome sofisti-
Com o desenvolvimento tecnológico das lâmpadas LED (sigla cado para quebra-mar. Ponta de agulha metálica para transmitir à
em inglês para diodo emissor de luz), a iluminação artificial torna-se mão do pescador maior sensibilidade à fisgada do peixe. É preciso
mais eficiente energeticamente. Mas, em vez de usarmos tal efici- conhecimento de juiz para enganar peixes.
ência para reduzir o consumo de energia, o menor custo energético A uma dezena de metros, olhos curiosos viam o intruso montar
está sendo utilizado para aumentar o fluxo luminoso e, consequen- o caniço. Abriu a bolsa de utensílios.
temente, a poluição luminosa. Entre vários rolos de linha, selecionou os de espessura entre
Medidas simples podem reduzir a emissão de luz e sua influ- quinze e dezoito centésimos de milímetro, ainda fiel à boa técnica.
ência negativa sobre outros seres, inclusive sobre nós. Isso sem — Na nossa profissão vivemos sempre preocupados e tensos.
mencionar a conta de energia. Para combater a poluição lumino- abertura do mercado, sobe e desce das cotações, situação financei-
sa, é necessário (i) repensar o que precisa ser iluminado, usando, ra de cada país mundo afora. Poucas coisas na vida relaxam mais do
por exemplo, holofotes direcionados e que não irradiem luz para que pescaria, cheiro de mar trazido pela brisa, e a paisagem maríti-
a atmosfera; (ii) reduzir o tempo de iluminação com o uso de tem- ma — costuma confessar Ricardo na roda dos colegas da financeira
porizadores e sensores de presença; (iii) avaliar se precisamos de onde trabalha.
luzes tão fortes e brancas para todas as tarefas; (iv) tentar reduzir a LOPES, L. Nós do Brasil. Rio de Janeiro. Ponteio, 2015, p. 101.
exposição à luz artificial forte fora dos horários naturais de luz. Adaptado.
Trocar as lâmpadas brancas por luzes mais amareladas nos lo- Assim como ocorre com a palavra quebra-mar, emprega-se
cais em que elas não são necessárias, assim como trocar o celular obrigatoriamente o hífen, de acordo com o sistema ortográfico vi-
ou o computador por uma boa revista sob luz branda antes de dor- gente, em
mir, podem proporcionar uma noite mais bem dormida. (A) casa-comercial
HAGEN, O.; BARGHINI, A. Revista Ciência Hoje, n. 340. 21 set. (B) linha-de-passe
2016. Disponível em. http.//www.cienciahoje.org.br/ revista/mate- (C) peixe-espada
ria/id/1094/n/o_lado_sombrio_da_luz. Acesso em. 5 dez. 2017. (D) pedra-fundamental
Adaptado. (E) sala-de-jantar
A palavra tecnológicos, recebe acento gráfico, de acordo com
as regras da norma-padrão da língua portuguesa. O grupo em que
todas as palavras devem ser acentuadas pela mesma regra é 5. CESGRANRIO - CONF (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/I/2018
(A) fácil, orgânico, vítimas Assunto: Substantivo
(B) satélites, altíssimos, vítimas As palavras juiz, suor e várzea, ao serem passadas para o plural,
(C) fotossíntese, atraídos, domínio apresentam a seguinte grafia.
(D) saúde, possível, biológicos (A) juízes; suores; várzeas
(E) vulneráveis, luminárias, incontável (B) juizes; suores; varzeas
(C) juízes; suóres; várzeas
(D) juizes; suórs; varzeas
3. CESGRANRIO - ESC BB/BB/AGENTE COMERCIAL/2021 (E) juízeis; suóreis; várzeeis
Assunto: Uso do Hifen
O grupo de palavras que atende às exigências relativas ao em-
prego ou não do hífen, segundo o Vocabulário Ortográfico da Lín- 6. CESGRANRIO - ADM (UNIRIO)/UNIRIO/2019
gua Portuguesa, é Assunto: Adjetivo
(A) extra-escolar / médico-cirurgião Texto I
(B) bem-educado / vagalume Obsolescência programada. inimiga ou parceira do consumi-
(C) portarretratos / dia a dia dor?
(D) arco-íris / contra-regra Obsolescência programada é exercida quando um produto
(E) subutilizar / sub-reitor tem vida útil(A) menor do que a tecnologia permitiria, motivando
a compra de um novo modelo — eletrônicos, eletrodomésticos e
automóveis são exemplos evidentes dessa prática(B). Uma câmera
com uma resolução melhor pode motivar a compra de um novo
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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
celular, ainda que o modelo anterior funcione perfeitamente bem. (A) “um produto tem vida útil”
Essa estratégia da indústria pode ser vista como inimiga do consu- (B) “exemplos evidentes dessa prática.”
midor, uma vez que o incentiva a adquirir mais produtos sem real- (C) “uso de reconhecimento facial”
mente necessitar deles. No entanto, traz benefícios, como o acesso (D) “geração do lixo eletrônico”
às novidades. (E) “moram em países diferentes”
Planejar inovação é extremamente importante para melhoria
e aumento da capacidade técnica de um produto num mercado al-
tamente competitivo. Já imaginou se um carro de hoje fosse igual a 7. CESGRANRIO - OF (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/PRODUÇÃO
um carro dos anos 1970? O desafio é buscar um equilíbrio entre a I/2018
inovação e a durabilidade. Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
Do ponto de vista técnico, quando as empresas planejam um Texto I
produto, já tem equipes trabalhando na sucessão dele, pois se trata Gente Humilde
de uma necessidade de sobrevivência no mercado. Tem certos dias em que eu penso em minha gente
Sintomas de obsolescência são facilmente percebidos quan- E sinto assim todo o meu peito se apertar
do um novo produto oferece características que os anteriores não Porque parece que acontece de repente
tinham, como o uso de reconhecimento facial (C); ou a queda de Feito um desejo de eu viver sem me notar
desempenho do produto com relação ao atual padrão de mercado, Igual a como quando eu passo no subúrbio
como um smartphone que não roda bem os aplicativos atualizados. Eu muito bem, vindo de trem de algum lugar
Outro sinal é detectado quando não é possível repor acessórios, E aí me dá como uma inveja dessa gente
como carregadores compatíveis, ou mesmo novos padrões, como Que vai em frente sem nem ter com quem contar
tipo de bateria, conector de carregamento ou tipos de cartão de um São casas simples com cadeiras na calçada
celular, por exemplo. E na fachada escrito em cima que é um lar
Isso não significa que o consumidor está refém de trocas cons- Pela varanda, flores tristes e baldias
tantes de equipamento. é possível adiar a substituição de um pro- Como a alegria que não tem onde encostar
duto, por meio de upgrades de hardware, como inclusão de mais E aí me dá uma tristeza no meu peito
memória, baterias e acessórios de expansão, pelo menos até o mo- Feito um despeito de eu não ter como lutar
mento em que essa troca não compense financeiramente. Quanto E eu que não creio peço a Deus por minha gente
à legalidade, o que se deve garantir é que os produtos mais mo- É gente humilde, que vontade de chorar.
dernos mantenham a compatibilidade com os anteriores, a fim de SARDINHA, A.A. (Garoto); HOLLANDA, C.B.; MORAES, V. Gente
que o antigo usuário não seja forçado constantemente à compra de humilde. Intérprete. Chico Buarque. In. C.B. Hollanda nº 4. Direção
um produto mais novo se não quiser. É importante diferenciá-la da de produção. Manoel Barebein. Rio de Janeiro. Companhia
obsolescência perceptiva, que ocorre quando atualizações cosméti- Brasileira de Discos, p1970. 1 disco sonoro. Lado 1, faixa 4.
cas, como um novo design, fazem o produto parecer sem condições No Texto I, o trecho “E aí me dá uma tristeza no meu peito/
de uso, quando não está. Feito um despeito de eu não ter como lutar” expressa a
É preciso lembrar também que a obsolescência programada se (A) profunda inveja que o autor tem dos mais pobres.
dá de forma diferente em cada tipo de equipamento. Um controle (B) devastação causada pela limitação material vivenciada pelo
eletrônico de portão tem uma única função e pode ser usado por autor.
anos e anos sem alterações ou troca. Já um celular tem maior taxa (C) melancolia causada pelo sentimento de impotência do au-
de obsolescência e pode ter de ser substituído em um ano ou dois, tor.
dependendo das necessidades do usuário, que pode desejar fotos (D) amargura do autor com a hipocrisia dos homens.
de maior resolução ou tela mais brilhante. (E) indiferença do autor frente à existência dos mais pobres.
Essa estratégia traz desafios, como geração do lixo eletrôni-
co(D). Ao mesmo tempo, a obsolescência deve ser combatida na
restrição que possa causar ao usuário, como, por exemplo, uma 8. CESGRANRIO - OF (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/PRODUÇÃO
empresa não mais disponibilizar determinada função que era dis- I/2018
ponível pelo simples upgrade do sistema operacional, forçando a Assunto: Interpretação de Textos (compreensão)
compra de um aparelho novo. O saldo geral é que as atualizações Texto I
trazidas pela obsolescência programada trazem benefícios à socie- Gente Humilde
dade, como itens de segurança mais eficientes em carros e conec- Tem certos dias em que eu penso em minha gente
tabilidade imediata e de alta qualidade entre pessoas. É por conta E sinto assim todo o meu peito se apertar
disso que membros de uma mesma família que moram em países Porque parece que acontece de repente
diferentes(E) podem conversar diariamente, com um custo relati- Feito um desejo de eu viver sem me notar
vamente baixo, por voz ou vídeo. Além disso, funcionários podem Igual a como quando eu passo no subúrbio
trabalhar remotamente, com mais qualidade de vida, com ajuda de Eu muito bem, vindo de trem de algum lugar
dispositivos móveis. E aí me dá como uma inveja dessa gente
RAMALHO, N. Obsolescência programada. inimiga ou parceira Que vai em frente sem nem ter com quem contar
do consumidor? Disponível em. <https.//www. gazetadopovo.com. São casas simples com cadeiras na calçada
br/opiniao/artigos/obsolescencia-programada- E na fachada escrito em cima que é um lar
-inimiga-ou-parceira-do-consumidor-5z4zm6km1pndkokxsbt- Pela varanda, flores tristes e baldias
4v6o96/>. Como a alegria que não tem onde encostar
Acesso em. 23 jul. 2019. Adaptado. E aí me dá uma tristeza no meu peito
Nos seguintes trechos do Texto I, o adjetivo destacado apresen- Feito um despeito de eu não ter como lutar
ta valor discursivo de avaliação subjetiva, em relação ao substantivo E eu que não creio peço a Deus por minha gente É gente humil-
a que se liga, em. de, que vontade de chorar.
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LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
SARDINHA, A.A. (Garoto); HOLLANDA, C.B.; MORAES, V. Gente nheiro que eu tinha não dava para comprar. com o mesmo dinheiro
humilde. Intérprete. Chico Buarque. In. C.B. Hollanda nº 4. Direção eu lucraria não sei quantas balas. Afinal minha irmã juntou dinhei-
de produção. Manoel Barebein. Rio de Janeiro. Companhia ro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou.
Brasileira de Discos, p1970. 1 disco sonoro. Lado 1, faixa 4. — Tome cuidado para não perder, porque esta bala nunca se
O Texto I como um todo expressa sentimentos de acaba. Dura a vida inteira.
(A) impotência e tristeza — Como não acaba?
(B) insegurança e medo — Parei um instante na rua, perplexa.
(C) indiferença e desprezo — Não acaba nunca, e pronto.
(D) melancolia e luto Eu estava boba. parecia-me ter sido transportada para o reino
(E) conformismo e rancor de histórias de príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de-
-rosa que representava o elixir do longo prazer. Examinei-a, quase
não podia acreditar no milagre. Eu que, como outras crianças, às
9. CESGRANRIO - ASS (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/ADMINISTRA- vezes tirava da boca uma bala ainda inteira, para chupar depois, só
TIVO I/2018 para fazê-la durar mais. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de
Assunto: Interpretação de Textos (compreensão) aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do
Mobilidade e acessibilidade desafiam cidades qual eu já começara a me dar conta. Com delicadeza, terminei afinal
A população do mundo chegou, em 2011, à marca oficial de 7 pondo o chicle na boca.
bilhões de pessoas. Desse total, parte cada vez maior vive nas cida- — E agora que é que eu faço?
des. em 2010, esse contingente superou os 50% dos habitantes do — Perguntei para não errar no ritual que certamente deveria
planeta, e até 2050 prevê-se que mais de dois terços da população haver.
mundial será urbana. — Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só
No Brasil, a população urbana já representa 84,4% do total, de depois que passar o gosto você começa a mastigar. E aí mastiga a
acordo com o Censo 2010. É preciso, então, que questões de mobi- vida inteira. A menos que você perca, eu já perdi vários. Perder a
lidade e acessibilidade urbana passem a ser discutidas. eternidade? Nunca. O adocicado do chicle era bonzinho, não podia
No passado, a noção de mobilidade era estreitamente ligada ao dizer que era ótimo. E, ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a
automóvel. Hoje, como resultado, os moradores de grande maioria escola.
das cidades brasileiras lidam diariamente com congestionamentos — Acabou-se o docinho. E agora?
insuportáveis, que causam enormes perdas. Isso, sem falar no alto — Agora mastigue para sempre.
índice de mortes em vias urbanas do país. Depreendemos daí que Assustei-me, não sabia dizer por quê. Comecei a mastigar e em
a dependência do automóvel como meio de transporte é um fator breve tinha na boca aquele puxa-puxa cinzento de borracha que
que impede a mobilidade urbana. não tinha gosto de nada. Mastigava, mastigava. Mas me sentia con-
É importante investir em infraestrutura pedestre, cicloviária e trafeita. Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem
em sistemas mais eficazes e adequados de ônibus. Ao mesmo tem- de ser bala eterna me enchia de uma espécie de medo, como se
po, podemos desenvolver cidades mais acessíveis, onde a maior tem diante da ideia de eternidade ou de infinito. Eu não quis con-
parte dos serviços esteja próxima às moradias e haja opções de fessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava afli-
transporte não motorizado para nos locomovermos. ção. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar. Até
BROADUS, V. Portal Mobilize Brasil. 16 jul. 2012. Disponível em. que não suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei um
<http.//www.mobilize.org.br/noticias/2419/mobilidade-acessibili- jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia.
dade- e-defi ciencias-fi sicas.html>. Acesso em. 9 jul. 2018. Adap- — Olha só o que me aconteceu!
tado. — Disse eu em fingidos espanto e tristeza.
Glossário. — Agora não posso mastigar mais! A bala acabou!
Mobilidade urbana – É a facilidade de locomoção das entre as — Já lhe disse, repetiu minha irmã, que ele não acaba nunca.
diferentes zonas de uma cidade. Mas a gente às vezes perde. Até de noite a gente pode ir mastigan-
Acessibilidade urbana – É a garantia de condições às pessoas do, mas para não engolir no sono a gente prega o chicle na cama.
portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, Não fique triste, um dia lhe dou outro, e esse você não perderá.
No segundo parágrafo, o texto defende a necessidade de discu- Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã, en-
tir questões relativas à mobilidade urbana. vergonhada da mentira que pregara dizendo que o chicle caíra da
Antes disso, o texto refere-se à boca por acaso. Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre mim.
(A) ampliação da população urbana mundial LISPECTOR, Clarice. Medo da eternidade.
(B) diminuição da distância entre casa e trabalho Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, Caderno B, p.2, 6 jun. 1970.
(C) imobilidade urbana causada pelo automóvel Sim como no trecho “E, ainda perplexa, encaminhávamo-nos
(D) importância do investimento em infraestrutura para a escola.”, a colocação do pronome destacado respeita a nor-
(E) paralisação do trânsito das grandes cidades ma-padrão da língua portuguesa, em.
(A) Pediria-lhes para considerar a possibilidade da eternidade.
(B) A curiosidade não leva-nos a atitudes bobas e desproposi-
10. CESGRANRIO - TEC CIEN (BASA)/BASA/TECNOLOGIA DA tadas.
INFORMAÇÃO/2021 (C) O prazer que experimenta-se com o sabor dos doces é enor-
Assunto: Colocação pronominal me.
Medo da eternidade (D) Poucos se impressionam com a descoberta da possibilidade
Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a da eternidade.
eternidade. Quando eu era muito pequena ainda não tinha prova- (E) Nos perguntamos até quando vamos sonhar com uma vida
do chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia eterna de prazer.
bem de que espécie de bala ou bombom se tratava. Mesmo o di-

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11. (CORE-MT - ASSISTENTE ADMINISTRATIVO - INSTITUTO EX- 15. (VUNESP – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO –
CELÊNCIA - 2019) 2011) Assinale a alternativa em que a concordância verbal está cor-
reta.
Na tirinha abaixo, há dois exemplos de figura de linguagem, (A) Haviam cooperativas de catadores na cidade de São Paulo.
identifique-os e assinale a alternativa CORRETA: (B) O lixo de casas e condomínios vão para aterros.
(C) O tratamento e a destinação corretos do lixo evitaria que
35% deles fosse despejado em aterros.
(D) Fazem dois anos que a prefeitura adia a questão do lixo.
(E) Somos nós quem paga a conta pelo descaso com a coleta
de lixo.

16. (ESAF – CGU – ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – 2012)


Assinale a opção que fornece a correta justificativa para as relações
de concordância no texto abaixo.
O bom desempenho do lado real da economia proporcionou
um período de vigoroso crescimento da arrecadação. A maior lucra-
tividade das empresas foi decisiva para os resultados fiscais favo-
ráveis. Elevaram-se, de forma significativa e em valores reais, de-
flacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), as
receitas do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), a Contribuição
(A) Metáfora e pleonasmo. Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), e a Contribuição para o Finan-
(B) Metáfora e antítese. ciamento da Seguridade Social (Cofins). O crescimento da massa de
(C) Metonímia e hipérbole. salários fez aumentar a arrecadação do Imposto de Renda Pessoa
(D) Metonímia e ironia. Física (IRPF) e a receita de tributação sobre a folha da previdência
(E) Nenhuma das alternativas. social. Não menos relevantes foram os elevados ganhos de capital,
responsáveis pelo aumento da arrecadação do IRPF.
12. (CORE-MT - ASSISTENTE ADMINISTRATIVO - INSTITUTO EX- (A) O uso do plural em “valores” é responsável pela flexão de
CELÊNCIA - 2019) plural em “deflacionados”.
(B) O plural em “resultados” é responsável pela flexão de plural
Em “Tempos Modernos”, fez-se o uso de figuras de linguagem, em “Elevaram-se”.
assinale a alternativa em que os termos destacados têm a classifi- (C) Emprega-se o singular em “proporcionou” para respeitar as
cação corretamente: regras de concordância com “economia”.
”Hoje o tempo voa, amor (D) O singular em “a arrecadação” é responsável pela flexão de
escorre pelas mãos singular em “fez aumentar”.
...Vamos viver tudo que há pra viver . (E) A flexão de plural em “foram” justifica-se pela concordância
..eu vejo um novo começo de era com “relevantes”.
de gente fina, elegante, sincera
com habilidade para dizer mais sim do que não 17. (FGV – SENADO FEDERAL – POLICIAL LEGISLATIVO FEDERAL
(A) Prosopopeia / pleonasmo / gradação / antítese. – 2008) Assinale a alternativa em que se tenha optado corretamen-
(B) Metáfora / pleonasmo / gradação / antítese. te por utilizar ou não o acento grave indicativo de crase.
(C) Metáfora / hipérbole / gradação / antítese. (A) Vou à Brasília dos meus sonhos.
(D) Pleonasmo / metáfora / antítese / gradação. (B) Nosso expediente é de segunda à sexta.
(E) Nenhuma das alternativas. (C) Pretendo viajar a Paraíba.
13. Levando-se em consideração os conceitos de frase, oração (D) Ele gosta de bife à cavalo.
e período, é correto afirmar que o trecho abaixo é considerado um
(a):
“A expectativa é que o México, pressionado pelas mudanças
americanas, entre na fila.”
(A) Frase, uma vez que é composta por orações coordenadas e
subordinadas.
(B) Período, composto por três orações.
(C) Oração, pois possui sentido completo.
(D) Período, pois é composto por frases e orações.

14. (AOCP – PREF. DE CATU/BA – MECÂNICO DE VEÍCULOS –


2007) Leia a seguinte sentença: Joana tomou um sonífero e não dor-
miu. Assinale a alternativa que classifica corretamente a segunda
oração.
(A) Oração coordenada assindética aditiva.
(B) Oração coordenada sindética aditiva.
(C) Oração coordenada sindética adversativa.
(D) Oração coordenada sindética explicativa.
(E) Oração coordenada sindética alternativa.

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GABARITO
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1 A
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2 B
3 E ______________________________________________________

4 C ______________________________________________________
5 A
______________________________________________________
6 B
7 C ______________________________________________________

8 A ______________________________________________________
9 A
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10 D
______________________________________________________
11 c
12 a ______________________________________________________
13 b ______________________________________________________
14 c
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15 e
16 a ______________________________________________________
17 a ______________________________________________________

ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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LITERATURA

casar-se (obsessão da irmã) nem ambição de subir no governo (de-


LIVRO “MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS” (AUTOR sejo do pai). Ele perde a chance de se casar com a bela Virgília e ser
MACHADO DE ASSIS) catapultado para a vida pública por seu poderoso pai. Em vez disso,
um homem honrado chamado Lobo Neves toma a mão de Virgília
e a orientação de seu pai, e é só então que Brás Cubas começa a se
“Memórias Póstumas de Brás Cubas”, a obra-prima do roman- sentir atraído por Virgília. Eles começam um caso e tentam escon-
cista brasileiro Machado de Assis, um conto metafísico e metafísico dê-lo do marido muito confiante de Virgília. Logo todos na socie-
narrado por um homem vítima de pneumonia, é possivelmente o dade carioca parecem saber, com o perigo da descoberta apenas
romance mais moderno e vanguardista desde 1881. aproximando os amantes.
Se imaginarmos a evolução histórica do romance como a evo- Enquanto isso, Brás Cubas contempla o sentido da vida (do
lução do homem — de primata agachado a homo sapiens ereto túmulo), auxiliado por seu amigo Quincas Borba, que tenta po-
—, o livro de Machado representa o momento em que o roman- pularizar uma filosofia chamada Humanitismo, destinada, escreve
ce aprendeu a dançar. O livro inspira-se no gosto onívoro do seu Machado, “a arruinar todo o resto”. Em seu núcleo está a crença
criador: a tragédia grega, Shakespeare e Schopenhauer, fermentado na retidão de qualquer coisa humana. Brás Cubas admite que é pan-
pela tradição picaresca de Cervantes e Laurence Sterne. Sua expe- glossiano, mas encontra um certo conforto na noção radical de que
rimentação formal e brincadeira são consideradas precursoras dos os humanos devem ter permissão para fazer qualquer coisa que os
romances de Nabokov, Calvino e dos pós-modernistas americanos. humanos fazem naturalmente, que tudo o que fazemos, devemos
A história segue o nobre irresponsável e preguiçoso Brás Cubas fazer com especial reverência pela criação de mais humanos. “O
enquanto ele reflete sobre sua vida além-túmulo. Que recorde de amor, por exemplo”, escreve ele, “é um sacerdócio; reprodução, um
fracassos! Ele nunca se casou, nunca teve filhos. Suas ambições ritual. Já que a vida é o maior benefício que o universo pode conce-
de carreira foram imprudentes e frustradas. Mesmo suas amantes der (..) segue-se que a transmissão da vida, longe de ser uma oca-
inspiravam nele apenas uma paixão morna e uma pena vaga. Ele sião de galanteio, é a hora suprema da missa espiritual. Porquanto,
é incessantemente pretensioso, presunçoso — e uma excelente verdadeiramente há só uma desgraça: é não nascer.”
companhia. Lemos não pelo enredo, no sentido usual, mas para es- Machado oscila entre a história de amor do livro e seus inter-
tarmos próximos de Brás Cubas, sua franqueza desarmante e auto lúdios metafísicos com facilidade, em parte porque, embora o livro
aversão profundamente merecida, e pelas perguntas que ele susci- seja sobre assuntos sérios — amor, a própria vida, a finalidade da
ta: O que é uma vida, se definida fora do incidente e da realização? morte — ele nunca se leva a sério. No capítulo IV, “A Ideia Fixa”, Ma-
O que é um romance? chado inicia uma grande analogia comparando empreendimentos
Machado de Assis nasceu na pobreza em 1839, mestiço neto humanos menores àqueles que ecoam através dos tempos. “Para
de escravos libertos. Um autodidata feroz, ele começou a publicar oferecer uma analogia pobre, é como a ralé, abrigada na sombra
poesia na adolescência. Ele começou a escrever críticas teatrais, co- do castelo feudal; o castelo caiu e a ralé permaneceu. De fato, eles
lunas de jornais, libretos e contos. Quando ele morreu em 1908, se tornaram grandes por si mesmos, uma verdadeira fortaleza (...)
considerado o maior escritor do Brasil, foi lamentado nacionalmen- não, a analogia não é boa.” Os próprios títulos dos capítulos são
te. desarmantes. Um capítulo, apropriadamente chamado de “Triste,
Memórias Póstumas de Brás Cubas é uma história de amor — mas curto”, é seguido por “Curto, mas alegre”, por exemplo. Há um
muitas histórias de amor, na verdade — e é uma comédia de classe, capítulo dedicado às botas, outro às pernas do autor, enquanto ou-
boas maneiras e ego, e é uma reflexão sobre uma nação e uma épo- tro se chama “Não Levar a Sério”. O capítulo CXXX é intitulado “Para
ca, e um olhar inabalável sobre a mortalidade, e ao mesmo tempo é ser inserido no capítulo CXXIX” e, ao final dele, o autor pede que o
um íntimo e extático exploração da narrativa em si. É uma obra-pri- leitor o insira entre a primeira e a segunda sentenças do capítulo
ma brilhante e uma alegria absoluta de ler. anterior. Há também uma longa alucinação envolvendo um hipo-
Seu narrador, Brás Cubas, enquanto morto conta a história de pótamo.
sua vida desde o túmulo e, talvez porque não tenha mais nada a De alguma forma, nenhuma das piadas e diversão intertextual
perder, ele conta a história exatamente como deseja, dane-se a con- faz nada para diminuir o poder da história. O romance entre Brás
venção. O romance se desenrola em capítulos breves e brilhantes, Cubas e Virgília é convincente e extremamente lírico. O sentimento
iluminados ainda mais com infinitas autorreferenciais e dúvidas. que temos pelo involuntário Lobo Neves é real, e o crime que o
“Estou começando a me arrepender de ter escrito este livro”, es- narrador e Virgília cometem contra ele nunca é punido – na vida
creve Brás Cubas em um capítulo chamado “A falha no livro”. “Não ou na morte. E isso é fundamental. Este é um livro ateu, onde não
que isso me canse”, continua ele. “Não tenho mais nada para fazer, há juiz senão a própria consciência, e onde o ofensor jaz sozinho,
e despachar alguns poucos capítulos para o outro mundo é invaria- numa caixa permeada por vermes, contando sua vida e seus fracas-
velmente uma distração da eternidade.” sos sem nenhuma consequência celestial. É engraçado também. É
A história, em sua essência, é quase convencional, um triângu- totalmente original e diferente de qualquer coisa além dos muitos
lo amoroso aristocrático do século XIX. Brás Cubas paira à margem livros que vieram depois dele e parecem ter conscientemente ou
das classes abastadas do Rio de Janeiro, mas não tem vontade de não emprestado a partir dele.
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LITERATURA
dência oficial, caligrafia caprichada e conhecimento das regras e re-
LIVRO “TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA” (AUTOR gulamentos. Quando ele traduz um documento oficial para o tupi-
LIMA BARRETO) -guarani e é inadvertidamente submetido às instâncias superiores,
ao invés da versão em português, causa grande constrangimento e
ele é suspenso. É quando Policarpo tem um colapso nervoso.
Em “Triste Fim De Policarpo Quaresma”, o autor, Lima Barreto, Suas próximas aventuras o levarão primeiro para o interior,
lança uma luz melancólica sobre os problemas do país, mesmo que onde compra uma casa e planeja plantar sua própria comida, só
o livro tenha mais de 100 anos. Um dos problemas, pode lhe ocor- comida brasileira, claro. Ele está determinado que o solo brasileiro
rer, é que o Brasil não tem grande reputação literária internacional. é o mais fértil do mundo e não precisa de fertilizantes. Ele também
Este livro explica de alguma forma o porquê. está determinado a crer que o camponês brasileiro é trabalhador e
Triste Fim de Policarpo Quaresma é a obra mais conhecida de está ansioso para cultivar o solo fértil brasileiro. Aprendemos que,
um dos escritores mais respeitados do Brasil; mas, como costuma se ele mesmo não o fizer, nenhuma das proposições é verdadeira.
acontecer com escritores respeitados, ele morreu jovem, de um Ocorrem então as Revoltas Navais Brasileiras acima menciona-
ataque cardíaco causado pelo alcoolismo, depois de ter entrado e das e Floriano Peixoto é ameaçado. Policarpo manda um telegrama
saído de vários asilos para loucos. Sua escrita, porém, era tudo me- e diz para se manter firme, pois ele, Policarpo, está a caminho. Poli-
nos insana: pode-se dizer que foi sua clareza de visão que causou carpo ocupa o posto de major e é convocado para o exército, junto
seus problemas em primeiro lugar. com o general Albernaz e o contra-almirante Bustamante. A tentati-
Policarpo Quaresma é um personagem quieto e convencional, va de três e outros de salvar o Brasil é firmemente ridicularizada por
um escriturário que vive em respeitáveis circunstâncias pequeno- Barreto. Como o título nos diz, não acaba bem.
-burguesas, cujos movimentos são tão regulares que os vizinhos Barreto teve que pagar pela publicação do romance em livro.
podem acertar os relógios por ele. Nosso herói homônimo trabalha Ele não viveu para ver outra edição. De fato, o livro desapareceu por
em um ministério sem nome como funcionário público. Quaresma um tempo, até que foi revivido bem depois da morte do autor. Hoje
era estimado no ministério: a sua idade, a sua erudição, a sua evi- é considerado um clássico brasileiro.
dente modéstia e honestidade granjeavam-lhe o respeito de todos. Muito disso é satírico. Barreto claramente tem uma admira-
Ele nunca se casou e mora com a irmã, Adelaide, que também nun- ção relutante por Policarpo que é essencialmente honesto, talvez
ca foi casada. Ela é dedicada a ele, mas mais de uma vez dirá que honesto demais em um mundo completamente corrupto. No en-
não o entende. Eles vivem em uma área próspera do Rio de Janeiro. tanto, ao mesmo tempo, ele zomba dele por seu patriotismo ex-
(O Rio de Janeiro era a capital do país nessa época e assim perma- cessivamente fervoroso, sua teimosia e sua incapacidade de ver
neceria até a fundação de Brasília em 1960.) como outras pessoas podem reagir ao que ele diz e faz. É esta úl-
Eles moram em um bairro nobre. O general Albernaz era um tima característica que será sua queda em mais de uma ocasião.
vizinho próximo. Este livro é uma sátira, às vezes gentil, às vezes Claro que Policarpo não é a única vítima da sátira de Barreto. De
dura. Não havia nada militar sobre o general. Ele nem parecia ter Ismênia e sua ingenuidade sobre o futuro marido e toda sua visão
um uniforme. Ao longo de toda a sua carreira militar não tinha visto do casamento, ao pai e sua carreira não militar, de Floriano Peixoto
uma única batalha, exercido um comando ou feito qualquer coisa (sua característica predominante era a inércia; por temperamento
relacionada com a sua profissão ou formação de artilharia. Ele é era extremamente preguiçoso. tipo comum, como todos nós expe-
amigo íntimo do contra-almirante Bustamante. Na marinha, chega- rimentamos, era patológico, como se não tivesse sangue nas veias,
ra perigosamente perto de ser tão inativo quanto Albernaz fora no resultando em um entorpecimento dos nervos) ao Dr. Campos, o
exército. Ele nunca havia embarcado em um navio de guerra, exce- político populista, feliz em mudar de lado quando era conveniente,
to durante a Guerra do Paraguai, e mesmo assim por muito pouco mas também completamente corrupto, Barreto zomba da maioria
tempo. Ele havia sido colocado no comando de um encouraçado. de seus personagens de uma forma ou de outra.
Ele saiu para encontrar o navio — e não conseguiu. Não estava onde O livro começa com uma citação de Ernest Renan: O grande
deveria estar nem, de fato, em qualquer outro lugar. Ele havia sido inconveniente da vida real e o que a torna insuportável ao homem
afundado na guerra do Paraguai, mas esse fato parece não ter sido superior é que, se se transferirem para ela os princípios do ideal,
registrado. as qualidades tornam-se defeitos, de modo que, muito frequente-
Enquanto os dois homens desempenham uma espécie de pa- mente, o homem completo tem bem menos sucesso na vida do que
pel militar mais adiante no livro, no início o General Albernaz está aquele que se move pelo egoísmo ou pela rotina vulgar. Esse bem
mais preocupado com suas cinco filhas, especialmente em casá-las. pode ser o lema de Policarpo, ainda que não o perceba. Ele é um
Acompanhamos o destino deles, principalmente da segunda filha, homem bom ou um homem tolo ou, talvez, ambos? O mundo re-
Ismênia, noiva do aspirante a dentista Cavalcânti. almente não tem espaço nem para os bons nem para os tolos, na
Além do trabalho e da irmã, há uma coisa que é primordial para opinião de Barreto.
Policarpo, que é o Brasil. Ele se torna cada vez mais possuído pelo
patriotismo, convencido de que o Brasil pode se tornar o maior país
do mundo. Ele gasta seu dinheiro comprando livros relacionados ao
Brasil e está sempre lendo nas horas vagas. Recentemente, ele con-
centrou grande parte de suas leituras na população nativa, os úni-
cos verdadeiros brasileiros. Ele está aprendendo tupi-guarani, uma
das línguas nativas do país, e acha que deveria ser a língua nacional
do Brasil, em vez do português, uma língua estrangeira.
Tupi-Guarani será sua ruína. Ele apresenta uma proposta ao
Congresso para que seja declarada a língua nacional. Os congressis-
tas e a imprensa riem dele por isso. No entanto, seu departamento
não está achando graça. A inveja mesquinha nos círculos burocrá-
ticos encara com grande hostilidade a inteligência superior que se
revela de qualquer outra forma que não seja através da correspon-
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA

• Palavras-chave: são fundamentais para a compreensão do


COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO ESCRITO EM texto, pois se trata de palavras relacionadas à área e ao assunto
LÍNGUA INGLESA abordado pelo texto. São de fácil compreensão, pois, geralmente,
aparecem repetidamente no texto e é possível obter sua ideia atra-
vés do contexto.
Reading Comprehension • Grupos nominais: formados por um núcleo (substantivo) e
Interpretar textos pode ser algo trabalhoso, dependendo do um ou mais modificadores (adjetivos ou substantivos). Na língua
assunto, ou da forma como é abordado. Tem as questões sobre o inglesa o modificador aparece antes do núcleo, diferente da língua
texto. Mas, quando o texto é em outra língua? Tudo pode ser mais portuguesa.
assustador. • Afixos: são prefixos e/ou sufixos adicionados a uma raiz, que
Se o leitor manter a calma, e se embasar nas estratégias do modifica o significado da palavra. Assim, conhecendo o significado
Inglês Instrumental e ter certeza que ninguém é cem por cento leigo de cada afixo pode-se compreender mais facilmente uma palavra
em nada, tudo pode ficar mais claro. composta por um prefixo ou sufixo.
Vejamos o que é e quais são suas estratégias de leitura: • Conhecimento prévio: para compreender um texto, o leitor
depende do conhecimento que ele já tem e está armazenado em
Inglês Instrumental sua memória. É a partir desse conhecimento que o leitor terá o
Também conhecido como Inglês para Fins Específicos - ESP, o entendimento do assunto tratado no texto e assimilará novas in-
Inglês Instrumental fundamenta-se no treinamento instrumental formações. Trata-se de um recurso essencial para o leitor formular
dessa língua. Tem como objetivo essencial proporcionar ao aluno, hipóteses e inferências a respeito do significado do texto.
em curto prazo, a capacidade de ler e compreender aquilo que for
de extrema importância e fundamental para que este possa desem- O leitor tem, portanto, um papel ativo no processo de leitura
penhar a atividade de leitura em uma área específica. e compreensão de textos, pois é ele que estabelecerá as relações
entre aquele conteúdo do texto e os conhecimentos de mundo que
Estratégias de leitura ele carrega consigo. Ou mesmo, será ele que poderá agregar mais
• Skimming: trata-se de uma estratégia onde o leitor vai buscar profundidade ao conteúdo do texto a partir de sua capacidade de
a ideia geral do texto através de uma leitura rápida, sem apegar-se buscar mais conhecimentos acerca dos assuntos que o texto traz e
a ideias mínimas ou específicas, para dizer sobre o que o texto trata. sugere.
• Scanning: através do scanning, o leitor busca ideias especí- Não se esqueça que saber interpretar textos em inglês é muito
ficas no texto. Isso ocorre pela leitura do texto à procura de um importante para ter melhor acesso aos conteúdos escritos fora do
detalhe específico. Praticamos o scanning diariamente para encon- país, ou para fazer provas de vestibular ou concursos.
trarmos um número na lista telefônica, selecionar um e-mail para
ler, etc.
• Cognatos: são palavras idênticas ou parecidas entre duas ITENS GRAMATICAIS RELEVANTES PARA A COMPREENSÃO
línguas e que possuem o mesmo significado, como a palavra “ví- DOS CONTEÚDOS SEMÂNTICOS
rus” é escrita igualmente em português e inglês, a única diferença
é que em português a palavra recebe acentuação. Porém, é preciso
atentar para os chamados falsos cognatos, ou seja, palavras que são Regular and irregular plural of nouns: To form the plural of the
escritas igual ou parecidas, mas com o significado diferente, como nouns is very easy, but you must practice and observe some rules.
“evaluation”, que pode ser confundida com “evolução” onde na ver-
dade, significa “avaliação”. Regular plural of nouns
• Inferência contextual: o leitor lança mão da inferência, ou • Regra Geral: forma-se o plural dos substantivos geralmente
seja, ele tenta adivinhar ou sugerir o assunto tratado pelo texto, e acrescentando-se “s” ao singular.
durante a leitura ele pode confirmar ou descartar suas hipóteses. Ex.: Motherboard – motherboards
• Reconhecimento de gêneros textuais: são tipo de textos que Printer – printers
se caracterizam por organização, estrutura gramatical, vocabulário Keyboard – keyboards
específico e contexto social em que ocorrem. Dependendo das mar-
cas textuais, podemos distinguir uma poesia de uma receita culiná- • Os substantivos terminados em y precedido de vogal seguem
ria, por exemplo. a regra geral: acrescentam s ao singular.
Ex.: Boy – boys Toy – toys
• Informação não-verbal: é toda informação dada através de Key – keys
figuras, gráficos, tabelas, mapas, etc. A informação não-verbal deve
ser considerada como parte da informação ou ideia que o texto de- • Substantivos terminados em s, x, z, o, ch e sh, acrescenta-se
seja transmitir. es.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
Ex.: boss – bosses tax – taxes bush – bushes

• Substantivos terminados em y, precedidos de consoante, trocam o y pelo i e acrescenta-se es. Consoante + y = ies
Ex.: fly – flies try – tries curry – curries

Irregular plurals of nouns


There are many types of irregular plural, but these are the most common:

• Substantivos terminados em f e trocam o f pelo v e acrescenta-se es.


Ex.: knife – knives
life – lives
wife – wives

• Substantivos terminados em f trocam o f pelo v; então, acrescenta-se es.


Ex.: half – halves wolf – wolves loaf – loaves
• Substantivos terminados em o, acrescenta-se es.
Ex.: potato – potatoes tomato – tomatoes volcano – volcanoes
• Substantivos que mudam a vogal e a palavra.
Ex.: foot – feet child – children person – people tooth – teeth mouse – mice

Countable and Uncountable nouns

• Contáveis são os substantivos que podemos enumerar e contar, ou seja, que podem possuir tanta forma singular quanto plural. Eles
são chamados de countable nouns em inglês.
Por exemplo, podemos contar orange. Podemos dizer one orange, two oranges, three oranges, etc.

• Incontáveis são os substantivos que não possuem forma no plural. Eles são chamados de uncountable nouns, de non-countable
nouns em inglês. Podem ser precedidos por alguma unidade de medida ou quantificador. Em geral, eles indicam substâncias, líquidos, pós,
conceitos, etc., que não podemos dividir em elementos separados. Por exemplo, não podemos contar “water”. Podemos contar “bottles
of water” ou “liters of water”, mas não podemos contar “water” em sua forma líquida.
Alguns exemplos de substantivos incontáveis são: music, art, love, happiness, advice, information, news, furniture, luggage, rice, sugar,
butter, water, milk, coffee, electricity, gas, power, money, etc.
Veja outros de countable e uncountable nouns:

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
Definite Article – Não se usa o artigo THE antes das palavras church, school,
THE = o, a, os, as prison, market, bed, hospital, home, university, college, market,
quando esses elementos forem usados para seu primeiro propósito.
• Usos She went to church. (para rezar)
– Antes de substantivos tomados em sentido restrito. She went to THE church. (talvez para falar com alguém)
THE coffee produced in Brazil is of very high quality.
I hate THE music they’re playing. – Sempre se usa o artigo THE antes de office, cathedral, cine-
ma, movies e theater.
– Antes de nomes de países no plural ou que contenham as Let’s go to THE theater.
palavras Kingdom, Republic, Union, Emirates. They went to THE movies last night.
THE United States
THE Netherlands Indefinite Article
THE United Kingdom A / AN = um, uma
THE Dominican Republic
•A
– Antes de adjetivos ou advérbios no grau superlativo. – Antes de palavras iniciadas por consoantes.
John is THE tallest boy in the family. A boy, A girl, A woman

– Antes de acidentes geográficos (rios, mares, oceanos, cadeias – Antes de palavras iniciadas por vogais, com som consonantal.
de montanhas, desertos e ilhas no plural), mesmo que o elemento A uniform, A university, A European
geográfico tenha sido omitido.
THE Nile (River) • AN
THE Sahara (Desert) – Antes de palavras iniciadas por vogais.
AN egg, AN orange, AN umbrella
– Antes de nomes de famílias no plural.
THE Smiths have just moved here. – Antes de palavras iniciadas por H mudo (não pronunciado).
AN hour, AN honor, AN heir
– Antes de adjetivos substantivados.
You should respect THE old. • Usos
– Para se dar ideia de representação de um grupo, antes de
– Antes de numerais ordinais. substantivos.
He is THE eleventh on the list. A chicken lays eggs. (Todas as galinhas põem ovos.)

– Antes de nomes de hotéis, restaurantes, teatros, cinemas, – Antes de nomes próprios no singular, significando “um tal de”.
museus. A Mr. Smith phoned yesterday.
THE Hilton (Hotel)
– No modelo:
– Antes de nacionalidades. WHAT + A / AN = adj. + subst.
THE Dutch
What A nice woman!
– Antes de nomes de instrumentos musicais.
She plays THE piano very well. – Em algumas expressões de medida e frequência.
A dozen
– Antes de substantivos seguidos de preposição. A hundred
THE Battle of Trafalgar
Twice A year
• Omissões - Em certas expressões.
– Antes de substantivos tomados em sentido genérico. It’s A pity, It’s A shame, It’s AN honor...
Roses are my favorite flowers.
– Antes de profissão ou atividades.
–Antes de nomes próprios no singular. James is A lawyer.
She lives in South America. Her sister is A physician.

–Antes de possessivos. • Omissão


My house is more comfortable than theirs. – Antes de substantivos contáveis no plural.
Lions are wild animals.
– Antes de nomes de idiomas, não seguidos da palavra langua-
ge. – Antes de substantivos incontáveis.
She speaks French and English. (Mas: She speaks THE French Water is good for our health.
language.) * Em alguns casos, podemos usar SOME antes dos substanti-
– Antes de nomes de estações do ano. vos.
Summer is hot, but winter is cold.

• Casos especiais
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
Em Inglês utilizamos adjetivos para comparar duas coisas ou the cleverest = o mais esperto
mais. Eles podem ser classificados em dois graus: comparativo e
superlativo. 3. Usamos os prefixos more e most com adjetivos de mais de
O grau comparativo é usado para comparar duas coisas. Já o duas sílabas.
superlativo, usamos para dizer que uma coisa se destaca num grupo Exemplos:
de três ou mais. More comfortable than = mais confortável que
More careful than = mais cuidadoso que
The most comfortable = o mais confortável
The most careful = o mais cuidadoso

4. Usamos os prefixos more e most com advérbios de duas sí-


labas.
Exemplos:
More afraid than = mais amedrontado que
More asleep than = mais adormecido que
The most afraid = o mais amedrontado
The most asleep = o mais adormecido

5. Usamos os prefixos more e most com qualquer adjetivo ter-


minado em –ed, –ing, –ful, –re, –ous.
Exemplos:
tired – more tired than – the most tired (cansado)
charming – more charming than – the most charming (char-
moso)
Exemplos: hopeful – more hopeful than – the most hopeful (esperançoso)
As cold as = tão frio quanto sincere – more sincere than – the most sincere (sincero)
Not so (as) cold as = não tão frio quanto famous – more famous than – the most famous (famoso)
Less cold than = menos frio que
The least cold = o menos frio Variações ortográficas
As expensive as = tão caro quanto – Adjetivos monossilábicos terminados em uma só consoante,
Not so (as) expensive as = não tão caro quanto precedida de uma só vogal dobram a consoante final antes de rece-
Less expensive than = menos caro que berem –er ou –est.
The least expensive = o menos caro Exemplos:
fat – fatter than – the fattest (gordo)
thin – thinner than – the thinnest (magro)

– Adjetivos terminados em Y, precedido de vogal, trocam o Y


por I antes do acréscimo de –er ou –est:
Exemplos:
angry – angrier than – the angriest (zangado)
happy – happier than – the happiest (feliz)
Exceção
shy - shyer than - the shyest (tímido)

– Adjetivos terminados em E recebem apenas –r ou –st.


Exemplos:
nice – nicer than – the nicest (bonito, simpático)
brave – braver than – the bravest (corajoso)

Formas irregulares
Alguns adjetivos e advérbios têm formas irregulares no compa-
rativo e superlativo de superioridade.
Observações:
1. Usamos os sufixos –er ou –est com adjetivos / advérbios de
uma só sílaba. good (bom / boa) better than - the
Exemplos: well (bem) best
taller than = mais alto que / the tallest = o mais alto bad (ruim / mau)
bigger than = maior que / the biggest = o maior - the worst
badly (mal)
little (pouco) less than - the least
2. Usamos os sufixos –er ou –est com adjetivos de duas sílabas.
Exemplos:
Alguns adjetivos e advérbios têm mais de uma forma no com-
happier than = mais feliz que
parativo e superlativo de superioridade.
cleverer than = mais esperto que
the happiest = o mais feliz

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
far (longe) She loves him so much.
farther than – the farthest (distância)
further (than) – the furthest (distância / adicional) Demonstrative Pronouns
old (velho) Os pronomes demonstrativos são utilizados para demonstrar
older than – the oldest alguém ou alguma coisa que está perto ou longe da pessoa que fala
elder – the eldest (só para elementos da mesma família) ou de quem se fala, ou seja, indica posição em relação às pessoas
late (tarde) do discurso.
the latest (o mais recente) Veja quais são em inglês:
the last (o último da série)
SINGULAR PLURAL SINGULAR PLURAL
O estudo dos pronomes é algo simples e comum. Em inglês
existe apenas uma especificidade, que pode causar um pouco de THIS THESE THAT THOSE
estranheza, que é o pronome “it”, o qual não utilizamos na língua Este/ Estes/ Aquele/aque- Aqueles/
portuguesa; mas, com a prática, você vai conseguir entender e esta/isto estas la/aquilo aquelas
aprender bem rápido.
Usa-se o demonstrativo THIS/THESE para indicar seres que es-
Subject Pronouns tão perto de quem fala. Observe o emprego dos pronomes demons-
trativos nas frases abaixo:
I (eu) I am a singer. This method will work.
These methods will work.
YOU (você, tu, vocês) You are a student.
HE (ele) He is a teacher. O pronome demonstrativo THAT/THOSE é usado para indicar
SHE (ela) She is a nurse. seres que estão distantes da pessoa que fala. Observe:
That computer technology is one of the most fundamental dis-
IT (ele, ela) It is a dog/ It is a table.
ciplines of engineering.
WE (nós) We are friends. Those computers technology are the most fundamental disci-
THEY (eles) They are good dancers. plines of engineering.

O pronome pessoal (subject pronoun) é usado apenas no lugar Possessive Adjectives and Possessive Pronouns
do sujeito (subject), como mostra o exemplo abaixo: Em inglês há, também, dois tipos de pronomes possessivos, os
Mary is intelligent = She is intelligent. Possessive Adjectives e os Possessive Pronouns.

Uso do pronome “it” POSSESSIVE ADJECTIVES POSSESSIVE PRONOUNS


My Mine
– To refer an object, thing, animal, natural phenomenon.
Example: The dress is ugly. It is ugly. Your Yours
The pen is red. It is red. His His
The dog is strong. It is strong.
Her Hers
– Attention Its Its
a) If you talk about a pet use HE or SHE Our Ours
Dick is the name of my little dog. He’s very intelligent!
b) If you talk about a baby/children that you don’t know if is a Your Yours
girl or a boy. Their Theirs
The baby is in tears. It is in tears. The child is happy. It is happy.
• Possessive Adjectives são usados antes de substantivos, pre-
Object Pronous cedidos ou não de adjetivos.
São usados como objeto da frase. Aparecem sempre depois do Exemplos:
verbo. Our house is close.
I want to know your name.
ME
• Possessive Pronouns são usados para substituir a construção
YOU possessive adjective + substantivo, evitando assim a repetição.
HIM Exemplo:
HER My house is yellow and hers is white.
Theirs is the most beautiful car in the town.
IT
US Infinitive
YOU A forma infinitiva do inglês é to + verbo

THEM Usos:
Exemplos: - após numerais ordinais
They told me the news. He was the first to answer the prohne.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
- com too e enough We run – Nós corremos
This house is too expensive for me to buy. They run – Eles correm
He had bought food enough to feed a city!
Regras do Simple Present
- após o verbo want As únicas alterações que acontecem nos verbos se limitam aos
I want you to translate the message. pronomes he, she e it. De modo geral, quando vamos usar o Simple
Present para nos referirmos a ele, ela e indefinido, a maioria dos
- após os verbos make, let e have (sem to) verbos recebe um “s” no final:
This makes me feel happy. He runs – Ele corre
Let me know if you need any information. She runs – Ela corre
It runs – Ele/ela corre
- após o verbo help (com ou sem to)
She helped him (to) choose a new car. Para verbos que têm algumas terminações específicas com “o”,
“s”, “ss”, “sh”, “ch” “x” ou “z”, deve-se acrescentar “es” no final:
Observações: He goes – Ele vai
Certos verbos admitem o gerund ou infinitive sem alteração She does – Ela faz
de sentido. It watches – Ele/ela assiste
It started raining. / It started to rain.
Quando o verbo termina com consoantes e “y” no final. Por
He began to clean the house. / He began cleaning the house. exemplo, os verbos study, try e cry e têm consoantes antes do “y”.
Nesses casos, você deve tirar o “y” e acrescentar “ies” no lugar. Veja
O verbo STOP admite tanto o gerund quanto o infinitive com o exemplo:
alteração de sentido. He studies – Ele estuda
She tries – Ela tenta
He stopped smoking. It cries – Ele/ela chora
(= Ele parou de fumar.)
Com verbos que também terminam com “y” e têm uma vogal
He stopped to smoke. antes, permanece a regra geral da maioria dos verbos: acrescentar
(= Ele parou para fumar.) apenas o “s” ao final da palavra.
He enjoys – Ele gosta
Imperative She stays – Ela fica
It plays – Ele/ela brinca
O imperativo, é usado para dar ordens, instruções, fazer pedi-
dos e até mesmo aconselhar alguém. É uma forma verbal utilizada Formas afirmativa, negativa e interrogativa
diariamente e que muita gente acaba não conhecendo.

A forma afirmativa sempre inicia com o verbo.


Exemplos:
Eat the salad. – Coma a salada.
Sit down! – Sente-se
Help me! – Me ajude!
Tell me what you want. – Me diga o que você quer.
Be careful! – Tome cuidado!
Turn the TV down. – Desligue a televisão.
Complete all the sentences. – Complete todas as sentenças.
Be quiet, please! – Fique quieto, por favor!

Frases na forma negativa sempre acrescentamos o Don’t antes


do verbo.
Exemplos:
Don’t be late! – Não se atrase! Present Continuous
Don’t yell in the church! – Não grite na igreja!
Don’t be scared. – Não se assuste. - Usamos o Present Continuous para ações ou acontecimentos
Don’t worry! – Não se preocupe! ocorrendo no momento da fala com as expressões now, at present,
Don’t drink and drive. – Não beba e dirija. at this moment, right now e outras.
Exemplo:
Simple Present She is running at the park now.
O Simple Present é a forma verbal simples do presente. O você
precisa fazer para usar o Simple Present é saber os verbos na sua - Usamos também para ações temporárias.
forma mais simples. Por exemplo “to go” que significa ir, é usado em Exemplos:
“I go” para dizer eu corro. He is sleeping on a sofá these days because his bed is broken.
Exemplos de Simple Present: - Futuro próximo.
I run – Eu corro Exemplo:
You run – Você corre/Vocês correm The train leaves at 9 pm.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
Observações:
- Alguns verbos não são normalmente usados nos tempos contínuos. Devemos usá-los, preferencialmente, nas formas simples: see,
hear, smell, notice, realize, want, wish, recognize, refuse, understand, know, like, love, hate, forget, belong, seem, suppose, appear,
have (= ter, possuir), think (= acreditar).

- Verbos monossilábicos terminados em uma só consoante, precedida de uma só vogal, dobram a consoante final antes do acréscimo
de –ing.
Exemplos:
Run → running
swim → swimming

- Verbos dissilábicos terminados em uma só consoante, precedida de uma só vogal, dobram a consoante final somente se o acento
tônico incidir na segunda sílaba.
Exemplos:
prefer → preferring
admit → admitting
listen → listening
enter → entering

- Verbos terminados em –e perdem o –e antes do acréscimo de –ing, mas os terminados em –ee apenas acrescentam –ing.
Exemplos:
make → making
dance → dancing
agree → agreeing
flee → fleeing

- Verbos terminados em –y recebem –ing, sem perder o –y.


Exemplos:
study → studying
say → saying

- Verbos terminados em –ie, quando do acréscimo de –ing, perdem o –ie e recebem –ying.
Exemplos:
lie → lying
die → dying
Porém, os terminados em –ye não sofrem alterações.
dye → dyeing

Formas afirmativa, negativa e interrogativa

Immediate Future
O simple future é um das formas usadas para expressar ações futuras. Em geral vem acompanhado de palavras que indicam futuro,
como: tomorrow, next. Geralmente, usamos a palavra “will”. Posteriormente, você verá que também podemos utilizar “be going to” para
formar o futuro e a diferença de utilização entre eles.
Example:

Affirmative: I will study English

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
Negative: . I won’t study English. Exemplos:
Interrogative: What will you study? Peter flew to London last night.
Cabral discovered Brazil in 1500.
Note: we use the auxiliary verb WILL + verbs in infinitive (wi-
thout “to” ). – ações habituais no passado com as mesmas expressões e ad-
vérbios que indicam ações habituais no presente.
Forma contraída Exemplos:
I will study - I’ll study They visited rarely visited their grandparents.
You will travel - You’ll travel She often got up at 6.
He will / She will eat - He’ll / She’ll eat
It will happen - It’ll happen – após as if e as though (= como se) e após o verbo wish.
We will work - We’ll work Exemplos:
You will dance - You’ll dance She behaves as if she knew him.
They will do - They’ll do I wish I had more time to study.
– No caso do verbo BE, todas as pessoas terão a mesma forma
(were).
Exemplos:
She acts as though she were a queen.
I wish I were younger.

– após if only (= se ao menos)


Exemplos:
If only I knew the truth.
If only he understood me.
OBSERVAÇÕES
1. As regras de “dobra” de consoantes existentes para o acrés-
cimo de -ing aplicam-se quando acrescentarmos -ed.
stop → stopped
prefer → preferred
Simple Past
With most verbs, the simple past is created simply by adding 2. Verbos terminados em -y perdem o -y e recebem o acrés-
“ED”. That form belongs for all to the people, not varying in the 3rd cimo de -ed quando o -y aparecer depois de umaconsoante. Caso
person. contrário, o -y permanece.
Simple past is used to indicate an accomplished action and to- rely → relied
tally finished in the past, corresponding in Portuguese, the perfect play → played
preterite as imperfect preterite.
Ex.: Santos Dumont lived in France. He created the 14 Bis.

Regra geral Acrescenta-se Play – played


“ed”
Verbos termi- Acrescenta-se Like – liked
nados em “e” “d”
Verbos termi- Mudam o y
nados em y prece- para i e acrescen- Study – studied
dido de consoante tam “ed”

Example:
To work
I worked
You worked
He worked Past Continuous
She worked
It worked Usos:
We worked – ação que estava ocorrendo no passado quando outra ação
They worked passada começou.
Exemplos:
Simple past – negative and interrogative form They were having a bath when the phone rang.
She was watching TV when Stanley arrived.
Usos:
– ações definidas no passa do com yesterday, ...ago, last night – ação ou acontecimento que continuou por algum tempo no
(week,month etc) e expressõesque indiquem ações completamente passado.
terminadas no passado. Exemplos:
This time last year I was living in London.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
I saw you last night. You were waiting for a bus.
Permissão
You can use my car.
She can sit anywhere.

O verbo can é sempre acompanhado do verbo principal no in-


finitivo sem o to. Ele pode ser usado para construir frases afirmati-
vas, negativas e interrogativas.

AFFIRMATIVE NEGATIVE INTERROGATIVE


I can dance I can’t/cannot Can I dance?
dance
You can dance You can’t/can- Can you dance?
not dance

Present Perfect He/she/it can He/she/it Can he/she/it


dance can’t/cannot dance dance?
Usos: We can dance We can’t/can- Can we dance?
– ação indefinida no passado, sem marca de tempo. Isso o dife- not dance
rencia do Simple Past. You can dance You can’t/can- Can you dance?
We have finished our homework. not dance
Jane has traveled to London.
They have accepted the job offer. They can dance They can’t/can- Can they dan-
not dance ce?
– com os advérbios EVER, NEVER, ALREADY, YET, JUST, SO FAR,
LATELY, RECENTLY e expressões como ONCE, TWICE, MANY TIMES, Advérbios de frequência (OFTEN, GENERALLY, SOMETIMES, NE-
FEW TIMES etc. VER, SELDOM, ALWAYS...) são colocados, de preferência, ANTES do
verbo principal ou APÓS o verbo auxiliar ou o verbo to be.
Have you EVER seen a camel?
She has NEVER been to Greece. They USUALLY watch TV in the evenings.
The students have ALREADY written their compositions. She is ALWAYS late.
The bell hasn’t rung YET. These curtains have NEVER been cleaned.
Our cousins have JUST arrived. Expressões adverbiais de freqüência são colocadas no final ou
We have read five chapters SO FAR. no início de uma oração.
She has traveled a lot LATELY. They watch TV EVERY EVENING.
Have you seen any good films RECENTLY? ONCE A WEEK they go swimming.
I have flown on an airplane MANY TIMES.
Advérbios de probabilidade (POSSIBLY, PROBABLY, CERTAIN-
– com SINCE (= desde) e FOR (= há, faz) LY...) são colocados antes do verbo principal mas após be ou um
She has lived in New York SINCE 2013. verbo auxiliar.
She has lived in New York FOR 7 years. He PROBABLY knows her phone number.
He is CERTAINLY at home now.
PERHAPS e MAYBE aparecem normalmente no começo de
uma oração.
PERHAPS I’ll see her later.
MAYBE you’re right.
Advérbios de tempo (TODAY, TOMORROW, NOW, SOON, LATE-
LY...) são colocados no final ou no início de uma oração.
He bought a new camera YESTERDAY.
ON MONDAY I’m going to London.

Advérbios de modo (SLOWLY, QUICKLY, GENTLY, SOFTLY,


WELL...) aparecem normalmente no final da oração. Alguns advér-
O verbo can geralmente significa poder e/ou conseguir e é usa- bios podem também aparecer no início de uma oração se quiser-
do para indicar várias situações: mos enfatizá-los.
– Possibilidade She entered the room SLOWLY.
– Capacidade/habilidade SLOWLY she entered the room.
– Permissão
– Pedido Grande parte dos advérbios de modo é formada pelo acrésci-
mo de LY ao adjetivo.
Capacidade, habilidade
She can speak five languages. (present)
She could play tennis when she was younger. (past)
She will be able to translate the text. (future)
Editora
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
serious – seriousLY
careful – carefulLY
quiet – quietLY
heavy – heaviLY
bad – badLY

Porém, nem todas as palavras terminadas em LY são advérbios.

lonely = solitário (adjetivo)


lovely = encantador (adjetivo)
silly = tolo (adjetivo)
elderly = idoso (adjetivo)

Advérbios de lugar (HERE, THERE, EVERYWHERE...) são usados no início ou no final de orações.
You’ll find what you want HERE.
THERE comes the bus.

Modo, lugar, tempo


A posição normal dos advérbios em uma oração é:

He did his job CAREFULLY AT HOME YESTERDAY.

MODO LUGAR TEMPO

Lugar, modo, tempo


Com verbos de movimento, a posição normal é:

She traveled TO LONDON BY PLANE LAST WEEK.

LUGAR MODO TEMPO


As preposições são muito utilizadas na estrutura das frases. Em inglês não poderia ser diferente. As preposições expressam lugar ou
posição, direção, tempo, maneira (modo), e agente (ou instrumento).

The keyboard is on the desk - (lugar ou posição).


Raphael ran toward the hotel - (direção).
The plane arrived at eleven o’clock - (tempo).
David travels by train - (maneira ou modo).
The computer was broken by him - (agente).

PREPOSIÇÕES
Horas The airplane will arrive at five o’clock.
Datas We have a big party at Christmas.
Lugares He is at the drugstore.
AT
Cidades pequenas She lives at Barcelos.
Períodos do dia She works at night.(noon, night, midnight, dawn)
Endereços completos Fabrizio lives at 107 Boulevard Street.
Períodos do dia Marcus works in the morning. (exceto noon, night, midnight e dawn)
Meses The case will arrive in March.
IN
Estações do ano It’s very hot in summer.
Anos David graduaded in 2008.

Editora
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA

Séculos Manaus was created in 18th century.


Expressões do tempo The computer will be working in few days.
Expressões de lugar (dentro) The memory is in the CPU.
August lives in São Paulo.
Estados, Cidades grandes, Países, Continentes
There are many developed countries in Europe.
“sobre” Our bags are on the reception desk.
Dias da semana He has class on Friday.

Datas He has class on Friday.


ON
Transportes coletivos There are a lot of people on that plane.
Nomes de ruas ou avenidas The CETAM is on Djalma Street.
“floor” Gabriel lives on the 8th floor.

Prepositions of Place

Vestimentas

Editora
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
Check = cheque
Cash = em dinheiro
Note/bill = nota
Coin = moeda
Credit card = cartão de crédito

Materials
Acrylic = acrílico
Cotton = algodão
Denim = brim
Fleece/wool = lã
Gold = ouro
Leather = couro
Linen = linho
Plastic= plástico
Rubber = borracha
Silk = seda
Silver = prata

Educação
Nursery School = pré-escola
Elementary school ou Primary School = Ensino fundamental I
Secondary school = Ensino fundamental II
High school = Ensino médio
College/University = Faculdade/universidade

Subjects
T-shirt = camiseta Inglês: English
Sweatshirt = Blusa de moletom Matemática: Mathematics (Math)
Shirt = camisa História: History
Suit = terno Geografia: Geography
Pants:calça Química: Chemistry
Tie = gravata Física: Physics
Wedding dress = vestido de noiva Ciência: Science
Jacket = jaqueta Biologia: Biology
Skirt = saia Educação Física: Physical Education (P.E.)
Coat = casaco Artes: Arts
Shorts = Bermuda Música: Music
Dress = vestido Literatura: Literature
Underpants = cueca Redação: Writing
Panties = calcinha Português: Portuguese
Bra = sutiã Espanhol: Spanish
Nightgown = camisola
Pajamas = pijama Diversão e mídia
Robe = roupão Movies/cinema = cnema
Scarf = cachecol Theater = teatro
Uniform = uniforme Bar/Pub = bar
Singlet = regata Restaurant = restaurante
Swimming Trunks = sunga Café = lanchonete
Swimsuit = maiô Park = parque
Bikini = biquíni Concert = show
Play = peça de teatro
Cotidiano
Tecnologia
U.S. Money Cellphone/mobile phone = celular
US$ 1 Dollar = 100 cents Laptop = notebook
bills - $1, $5, $10, $20, $50, $100 Personal computer(PC) = Computador
Coins – 1c, 5c, 10c, 25c, $1 Printer = impressora
Penny = 1 cent Keyboard = teclado
Nickel = 5 cents Mouse = mouse
Dime = 10 cents Television = televisão
Quarter = 25 cents
Meio ambiente
Ways to pay Environment = meio ambiente
Editora
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
Ozone layer = camada de ozônio Duck — Pato
Water = água Fish — Peixe
Tree = árvore Grilled fish — Peixe grelhado
Weather = clima Ground beef — Carne moída
Animals = animais Hamburger — Hambúrguer
Air = ar Lobster — Lagosta
Wind = vento Meatball — Almôndega
Rain = chuva Mortadella — Mortadela
Snow = neve Pork chops — Costeletas de porco
Fog = neblina Pork legs — Pernas de porco
Hurricane = furacão Pork loin — Lombo de porco
Storm = tempestade Rib cuts — Costela
Lightning = relâmpago Roast chicken — Frango assado
Thunder = trovão Salami — Salame
Salmon — Salmão
Comida e bebida Sausage — Linguiça
Bread — Pão Shrimp — Camarão
Butter — Manteiga Sirloin — Lombo
Cake — Bolo Smoked sausage — salsicha defumada
Cheese — Queijo Squid — Lula
Chicken — Frango Steak — Bife
Chips — Salgadinhos Stew meat — Guisado de carne
Chocolate — Chocolate T-bone steak — Bife t-bone
Corn flakes — Cereal Tenderloin — Filé mignon
Egg — Ovo Tuna — Atum
Fish — Peixe Turkey — Peru
French fries — Batata-frita Veal — Vitela
Ham — Presunto
Ice cream — Sorvete Vegetables (vegetais)
Jam — Geleia Anise — Anis
Jello — Gelatina Asparagus — Espargos
Margarine — Margarina Beans — Feijão
Mashed potatoes — Purê de batatas Beet — Beterraba
Meat — Carne Broccoli — Brócolis
Pancacke — Panqueca Cabbage — Repolho
Pasta — Macarrão Carrot — Cenoura
Peanut — Amendoim Cauliflower — Couve-flor
Peanut butter — pasta de amendoim Celery — Aipo/Salsão
Pepper — Pimenta Corn — Milho
Pie — Torta Cucumbers — Pepinos
Pizza — Pizza Eggplant — Berinjela
Popsicle — Picolé Garlic — Alho
Potato chips — Batata-frita Ginger — Gengibre
Rice — Arroz Green onion — Cebolinha verde
Salt — Sal Heart of Palms — Palmito
Sandwich — Sanduíche Leeks — Alho-poró
Sliced bread — Pão fatiado Lettuce — Alface
Soup — Sopa Manioc — Mandioca
Sugar — Açúcar Mushroom — Cogumelo
Toast — Torrada Okra — Quiabo
Water cracker — Bolacha de água e sal Olives — Azeitonas
Onion — Cebola
Meat (carne) Pepper — Pimenta
Bacon — Bacon Pickles — Picles
Barbecue — Churrasco Potato — Batata
Beef — Carne de vaca Pumpkin — Abóbora
Beef Jerky — Carne seca Radish — Rabanete
Blood sausage —Chouriço Rucola — Rúcula
Carp — Carpa Snow pea — Ervilha
Chicken — Frango
Chicken legs — Pernas de Frango Spinach — Espinafre
Chicken wings — Asas de Frango Sweet potato — Batata doce
Cod — Bacalhau Tomato — Tomate
Crab — Caranguejo Turnip — Nabo
Editora
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
Watercress — Agrião Tempo livre, “hobbies” e lazer
Yams — Inhame Bowling = boliche
Camping = acampar
Fruits (frutas) Canoeing = canoagem
Apple — Maçã Card games = jogos de baralho
Apricots — Damascos Chess = xadrez
Avocado — Abacate Cooking = cozinhar
Banana — Banana Crossword puzzl = palavras cruzadas
Blackberry — Amora Dancing = dançar
Blueberry — Mirtilo Drawing = desenhar
Cashew nut — Castanha de Cajú Embroidery = bordado
Cherry — Cereja Fishing = pesca
Coconut — Coco Gardening = jardinagem
Figs — Figos Hiking = caminhar
Grapes — Uvas Hunting = caçar
Guava — Goiaba Jogging = corrida
Honeydew melon — Melão Knitting = tricotar
Jackfruit — Jaca Mountaineering = escalar montanhas
Kiwi — Kiwi Painting = pintar
Lemon — Limão Photography = fotografia
Mango — Manga Playing video games = jogar vídeo games
Orange — Laranja Reading = leitura
Papaya — Mamão Riding a bike = andar de bicicleta
Passion fruit — Maracujá Sculpting = esculpir
Peach — Pêssego Sewing = costurar
Pear — Pera Singing = cantar
Pineapple — Abacaxi Skating = andar de patins ou skate
Plum — Ameixa Skiing = esquiar
Prune — Ameixa-seca Stamp collecting = colecionar selos
Start fruit — Carambola Surfing = surfar
Strawberry — Morango Working out = malhar
Tamarind — Tamarindo
Tangerine — Tangerina Saúde e exercícios
Watermelon — Melancia

Drinks (bebidas)
Beer — Cerveja
Brandy — Aguardente
Champagne — Champanhe
Chocolate — Chocolate
Cocktail — Coquetel
Coffee — Café
Coffee-and-milk — Café-com-leite
Draft beer — Chope
Gin — Gim
Hot chocolate — Chocolate quente
Juice — Suco
Lime juice — Limonada
Liqueur — Licor
Milk — Leite
Mineral water — Água mineral
Red wine — Vinho tinto
Rum — Rum Health Problems and Diseases (problemas de saúde e doen-
Soda — Refrigerante ças)
Sparkling mineral water — Água mineral com gás
Still mineral water — Água mineral sem gás Skin occurrences (Ocorrências na pele)
Tonic water — Água tônica Blemish – mancha
Bruise - contusão
Vodka — Vodca Dandruff - caspa
Water — Água Freckle – sarda
Whiskey —Uísque Itching – coceira
White wine —Vinho branco Pimple – espinha
Yogurt — Iogurte Rasch – erupção da pele
Scar - cicatriz
Editora
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
Spot – sinal, marca
Wart – verruga
Wound - ferida
Wrinkle – ruga

Aches (Dores)
Backache – dor nas costas
Earache – dor de ouvido
Headache – dor de cabeça
Heartache – dor no peito
stomachache – dor de estômago
Toothache – dor de dente

Cold and Flu (Resfriado e Gripe)


Cough – tosse
Fever – febre
Running nose – nariz entupido
Sneeze – espirro
Sore throat – garganta inflamada
Tonsilitis – amigdalitis

Other Diseases (Outras doenças)


Aneurism - aneurisma
Appendicitis - apendicite
Asthma – asma
Bronchitis – bronquite
Cancer – câncer
Cirrhosis - cirrose
Diabetes – diabetes
Hepatitis – hepatite
High Blood Pressure – hipertensão (pressão alta)
Pneumonia – pneumonia
Rheumatism – reumatismo
Tuberculosis – tuberculose
Moradia;

Povos e línguas

Sentimentos, opiniões e experiências


Happy = feliz
Afraid = com medo
Sad = triste
Hot = com calor
Amused = divertido
Bored = entediado
Anxious = ansioso
Confident = confiante
Cold = com frio
Suspicious = suspeito
Surprised = surpreso
Loving= amoroso
Curious = curioso
Envious = invejoso
Jealous = ciumento
Miserable = miserável
Confused = confuso
Stupid = burro
Angry = com raiva
Sick = enjoado/doente
Ashamed = envergonhado
Indifferent = indiferente
Determined = determinado
Crazy = louco
Depressed = depressivo
Editora
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
Frightened = assustado Bus stop – Ponto de ônibus
Interested = interessado Butcher shop – Açougue
Shy = tímido Cabstand ou Taxi stand – Ponto de taxi
Hopeful = esperançoso Capital – Capital
Regretful = arrependido Cathedral – Catedral
Scared = assustado Cemetery – Cemitério
Stubborn = teimoso Chapel – Capela
Thirsty = com sede Church – Igreja
Guilty = culpado Circus – Circo
Nervous = nervoso City – Cidade
Embarrassed = envergonhado Clothing store – Loja de roupas
Disgusted = enojado Club – Clube
Proud = orgulhoso Coffee shop – Cafeteria
Lonely = solitário College – Faculdade
Frustrated = frustrado Computer store – Loja de informática
Hurt= magoado Concert hall – Casa de espetáculos ou Sala de concertos
Hungry = com fome Convenience store – Loja de conveniência
Tired= cansado Corner – Esquina
Thoughtful = pensativo Costume store – Loja de Fantasia
Optimistic = otimista Court – Quadra de esportes ou pode ser Tribunal ou comumen-
Relieved = aliviado te chamado de Fórum, depende do contexto.
Shocked = chocado Crosswalk/Pedestrian crossing/Zebra crossing – Faixa de pe-
Sleepy = com sono destres
Excited = animado Cul-de-sac ou Dead end street – Beco ou Rua sem saída
Bad = mal City hall – Prefeitura
Worried = preocupado Dental clinic – Clinica dentária ou Consultório Odontológico
Downtown – Centro da cidade
Identificação pessoal Driving school – Auto escola
First name = Primeiro nome Drugstore – Farmácia ou Drogaria
Middle name = Nome do meio Factory – Fábrica
Last name = Último nome Field – Campo
Full name = Nome completo Fire station – Posto ou Quartel de bombeiros
Date of Birth = Data de nascimento Fishmonger’s – Peixaria
Age = Idade Flower show – Floricultura
Sex = Sexo Food Truck – Food Truck ou Caminhão que vende comida
Place of Birth = Local de nascimento Gas station – Posto de gasolina
Nationality = Nacionalidade Glasses store ou Optical store – Loja de Ótica
Occupation = Ocupação/profissão Greengrocer – Quitanda
Address = Endereço Grocery store – Mercearia
City = Cidade Gym – Academia de ginástica
Country = País Hair salon – Cabeleireiro
Zip code/Post code = Código postal (CEP) Hardware store – Loja de ferramentas
Phone number = Número de telefone Health Clinic/Center – Clinica ou Posto de saúde
E-mail address = Endereço de e-mail Hospital – Hospital
Hotel – Hotel
Lugares e edificações House – Casa
Airport – Aeroporto Ice Cream Shop/Parlor – Sorveteria
Amusement park – Parque de diversões Intersection ou Crossroad – Cruzamento
Aquarium – Aquário Jail ou Prison – Cadeia ou Prisão
Art gallery – Galeria de arte Jewelry store – Joalheria
ATM (Automatic Teller Machine) – Caixa eletrônico Kiosk – Quiosque
Auto repair shop ou Garage – Oficina mecânica Lake – Lago
Avenue – Avenida Laundromat ou Laundry – Lavanderia
Baby store – Loja infantil ou bebê Library – Biblioteca
Barber shop – Barbearia Lottery retailer ou Lottery kiosk – Casa lotérica
Bakery – Padaria Mall – Shopping center
Bank – Banco Metropolis – metrópole
Beach – Praia Monument – Monumento
Beauty salon/parlor/shop – Salão de beleza Mosque – Mesquita
Block – Quarteirão Movie theater – Cinema
Bookstore ou Bookshop – Livraria Museum – Museu
Bridge – Ponte Neighborhood – Bairro
Building – Edifício ou Prédio Newsstand – Banca de jornal
Bus station – Rodoviária Office – Escritório
Editora
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68
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
One-way street – Rua de mão única ou sentido único Grandfather – avô
Outskirts ou Suburb – Periferia ou Subúrbio Grandmother – avó
Park – Parque Grandson – neto
Parking lot – Estacionamento Granddaughter – neta
Penitentiary – Presídio ou Penitenciária Great grandfather – bisavô
Perfume shop – Perfumaria Great grandmother – bisavó
Pet Shop – Pet Shop Great grandson – bisneto
Pizzeria – Pizzaria Great granddaughter – bisneta
Place – Lugar Father-in-law – sogro
Playground – Parque infantil Mother-in-law – sogra
Police station – Delegacia de polícia Brother-in-law – cunhado
Port – Porto Sister-in-law – cunhada
Post office – Agência de correios Stepfather – padrasto
Pub – Bar Stepmother – madrasta
Real estate agency – Imobiliária Stepson – enteado
Reference point ou Landmark – Ponto de referência Stepdaughter – enteada
Restaurant – Restaurante Foster parents – pais adotivos
River – Rio Foster father – pai adotivo
Road – Estrada Foster mother – mãe adotiva
Rotary ou Roundabout – Rotatória
School – Escola Transporte e serviços
Shoe store – Sapataria Airliner: Avião comercial (Aviões maiores geralmente chama-
Sidewalk – Calçada dos de boeing)
Snack bar – Lanchonete Airplane ou apenas plane: Avião
Square – Praça Bike: Bicicleta
Stadium – Estádio Boat: Barco ou bote
Station – Estação Bus: Ônibus
Stationery store – Papelaria Canoe: Canoa
Steak House – Churrascaria Car: Carro
Store – Loja Carriage: Carruagem
Street – Rua Cruiser: Cruzeiro
Subway station – Estação de metrô Ferry: Balsa
Supermarket – Supermercado Glider: Planador
Synagogue – Sinagoga Helicopter ou chopper (informal): Helicóptero
Temple – Templo Jet: Jato ou como falamos às vezes, jatinho
Town – Cidade pequena ou Município Moped ou scooter: Motocicleta ou mobilete (Patinete também
Toy store ou Toy shop – Loja de brinquedos pode ser chamado de scooter)
Train station – Estação de trem Motorbike: Motocicleta ou simplesmente moto
Travel agency – Agência de viagens Motorboat: Lancha
University – Universidade Ocean liner: Transatlântico
Zoo – Zoológico On foot: A pé
Pickup truck: Caminhonete
Relacionamento com outras pessoas Raft: Jangada
Parents – pais Roller skates: Patins
Father – pai Sailboat: Veleiro ou barco à vela
Mother – mãe School bus: Ônibus escolar
Son – filho Ship: Navio
Daughter – filha Skateboard: Skate
Siblings – irmãos Streetcar ou trolley: Bonde
Brother – irmão Subway ou metro (inglês americano) ou The underground ou
Sister – irmã informalmente the tube (inglês britânico): Metrô
Halfbrother – meio-irmão Taxi ou cab: Táxi
Halfsister – meia-irmã Train: Trem
Only child – filho único Truck: Caminhão
Wife – esposa Van: Furgão ou van
Husband – esposo
Fiancé – noivo Compras
Bride – noiva Algumas placas com informações importantes:
Uncle – tio Out to lunch – Horário de almoço
Aunt – tia Buy one get one free – Pague um, leve dois. Outras formas de
Cousin – primo e prima passar essa mesma ideia são: BOGOF (sigla para a mesma expres-
Nephew – sobrinho são) e two for one (dois por um).
Niece – sobrinha Clearance sale/Reduced to clear/Closing down sale – Liquida-
Grandparents – avós ção
Editora
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
Conversando com atendentes Bunny: Coelhinho;
Excuse me, I’m looking for… – Licença, eu estou procurando Cat: Gato;
por… Dog: Cachorro;
I’m just looking/browsing, thanks. – Estou só olhando, obri- GuineaPig: Porquinho da Índia;
gado(a). Mouse: Rato/Camundongo;
Do you have this in… – Você tem isso em…Complete com o que Parrot: Papagaio;
você precisa que mude na peça: A bigger size (um tamanho maior)? Rabbit: Coelho;
/ Yellow (amarelo)? / Pink (rosa)? Turtle: Tartaruga.
Could I return this? – Eu poderia devolver isso?
Could I try this on? – Posso provar? Animais em inglês: principais nomes de aves
What are the store’s opening hours? – Qual o horário em que Chicken: Galinha;
a loja abre? Rooster: Galo;
Pigeon: Pomba;
Esporte Peacock: Pavão;
Individual Sports - Esportes Individuais Hawk: Falcão;
Athletics - Atletismo Swan: Cisne;
Automobilism - Automobilismo Sparrow: Pardal;
Artistic Gymnastics - Ginástica Artística Duck: Pato.
Boxing - Boxe
Bowling - Boliche Animais em inglês: principais animais selvagens
Canoeing - Canoagem Alligator: Jacaré;
Cycling - Ciclismo Bat: Morcego;
Equestrianism - Hipismo Bear: Urso;
Fencing - Esgrima Crocodile: Crocodilo;
Golf - Golfe Deer: Viado;
Jiujitsu - Jiu-Jítsu Elephant: Elefante;
Judo - Judô Eagle: Águia;
Karate - Caratê Giraffe: Girafa;
Motorcycling - Motociclismo Hippo: Hipopótamo;
Mountaineering - Alpinismo Kangaroo: Canguru;
Olympic Diving - Salto Ornamental Lion: Leão;
Skiing - Esqui Monkey: Macaco;
Sumo - Sumô Owl: curuja;
Surfing - Surfe Pig: Porco;
Swimming - Natação Snake: Cobra;
Table tennis - Tênis de mesa/Pingue-pongue Squirrel: Esquilo;
Taekwon-Do - Taekwon-Do Stag: Cervo;
Tennis - Tênis Tiger: Tigre;
Triathlon - Triatlo Zebra: Zebra;
Weightlifting - Halterofilismo Wolf: Lobo.

Team Sports - Esportes Coletivos Animais em inglês: principais insetos


Badminton – Badminton Ant: Formiga;
Baseball - Beisebol Mite: Ácaro;
Basketball - Basquete Bee: Abelha;
Beach Soccer - Futebol de Areia Beetle: Besouro;
Beach Volleyball - Vôlei de Praia Butterfly: Borboleta;
Football – Futebol Americano Caterpillar: Lagarta;
Footvolley - Futevôlei Cockroach: Barata;
Futsal - Futsal Cricket: Grilo;
Handball - Handebol Fly: Mosca;
Hockey - Hóquei Flea: Pulga;
Polo - Polo Firefly: Vagalume;
Rhythmic Gymnastics - Ginástica Rítmica Grasshoper: Grilo;
Rugby - Rúgbi Ladybug: Joaninha;
Soccer - Futebol Louseorlice: Piolho;
Synchronized Swimming - Nado Sincronizado Mosquito: Pernilongo/Mosquito;
Volleyball - Vôlei Snail: Caracol;
Water Polo - Polo Aquático Spider: Aranha;
Tick: Carrapato;
Mundo natural Termite: Cupim.
Animais em inglês: principais animais marítimos
Animais em inglês: principais animais domésticos (pets) Crab: Caranguejo;
Bird: Pássaro; Dolphin: Golfinho;
Editora
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70
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
Fish: Peixe;
cerejeira cherry tree
Octopus: Polvo;
Penguin: Pinguim; coentro cilantro
Seal: Foca;
Shark: Tubarão; colorau red spice mix
Whale: Baleia.
cominho cumin
Animais em inglês: principais tipos de peixes
coqueiro coconut tree
Carp: Carpa;
Dogfish: Cação; cravo clove
Dried Salted Cod: Bacalhau;
Flounder: Linguado; erva herb
Hake: Pescada;
Scabbardfish: PeixeEspada; ervas finas fine herbs
Tuna: Atum;
figueira fig tree
Tilapia: Tilápia;
Trout: Truta. folha de lou-
bay leaves
ro
Animais brasileiros em inglês
Capivara: Capybara; gengibre ginger
Boto Cor-de-rosa: Pink Dolphin;
Lobo guará: Maned Wolf; girassol sunflower
Mico Leão Dourado: Golden Lion Tamarin;
grama grass
Onça Pintada: Jaguar;
Tamanduá Bandira: Giantanteater; lírio lily
Tatu: Armadilo;
Tucano: Toucan; macieira apple tree
Quati: Coati.
manjericão basil
Plantas em inglês margarida daisy

melissa melissa
PORTUGUÊS INGLÊS
musgo moss
árvore tree
noz mosca-
alecrim rosemary nutmeg
da
ameixieira plum tree
oliveira olive tree
arbusto bush / shrub
orquídea orchid
azaleia azalea
orégano oregano
azevinho holly
papoula poppy
açafrão turmeric
pereira pear tree
bordo maple
pinheiro pine tree
bromélia bromeliads
planta plant
bétula birch
páprica paprika
canela cinnamon
rosa rose
carvalho oak
salgueiro willow
horse chestnut
castanheiro salsa parsley
tree
samambaia fern
caule stem
tulipa tulip
cebola onion
violeta violet
cebolinha green onion
vitória-régia waterlily
cedro cedar

Editora
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
Viagens e férias Look for seashells. — Procurar por conchas do mar.
Looked for seashells. — Procurou por conchas do mar.
Vocabulário Watch the sunset. — Assistir o pôr-do-sol.
Time off. — Tempo fora do trabalho. Watched the sunset. — Assistiu o pôr-do-sol.
Day off. — Dia de folga. Search for historic sites. — Procurar por lugares históricos.
Vacation. — Férias. Searched for historic sites. — Procurou por lugares históricos.
Go away. — Ir viajar. Get a tan. — Pegar um bronzeado.
Travel. — Viajar. Got a tan. — Pegou um bronzeado.
Take a trip. — Fazer uma viagem. Go sunbathing ou go tanning. — Ir tomar banho de sol, se bron-
Take time off. — Tirar um tempo fora do trabalho. zear.
Go to the beach. — Ir para a praia. Went sunbathing. — Foi se bronzear.
Go to the country. — Ir para o interior. Get a sunburn. — Pegar uma queimadura do sol.
Como foram suas férias Got a sunburn. — Pegou uma queimadura do sol.
How was your vacation? — Como foram as suas férias? Get sunburn. — Se queimar, ser queimado pelo sol.
It was good. — Foram boas. Got sunburn. — Se queimou do sol.
It was amazing. — Foram demais. Wear sunscreen ou wear sunblock. — Usar protetor solar.
It was very relaxing. — Foi muito relaxante. Wore sunscreen. — Usou protetor solar.
Para onde você foi Use tanning lotion. — Usar bronzeador.
Where did you go? — Onde você foi? Used tanning lotion. — Usou bronzeador.
We went to the beach. — Nós fomos para a praia. Tempo
I went to the country with my family. — Eu fui para o interior As horas em inglês podem vir acompanhadas de algumas ex-
com minha família. pressões de tempo como:
We took a trip to Hawaii. — Nós fizemos uma viagem para o Day: dia
Hawaii. Today: hoje
We went to visit our family in France. — Nós fomos visitar a Yesterday: ontem
nossa família na França. The day before yesterday: anteontem
Who did you go with? — Com quem você foi? Tomorrow: amanhã
I went with my sister and brother. — Eu fui com a minha irmã The day after tomorrow: depois de amanhã
e meu irmão. Morning: manhã
I went with my husband and kids. — Eu fui com meu marido, Afternoon: tarde
esposo e crianças. Evening: noite
I went with my wife and kids. — Eu fui com a minha esposa e Night: noite
crianças. Tonight: esta noite
I went with my classmates. — Eu fui com os meus colegas de Midday: meio-dia
aula. At noon: ao meio-dia
Como você viajou Midnight: meia noite
How did you go? — Como que você foi? At midnight: à meia-noite
We went by plane. — Nós fomos de avião.
We went by car. — Nós fomos de carro.
Coisas para fazer nas férias
Read. — Ler.
Read. — Leu. (Só muda a pronúncia)
Go swimming. — Ir nadar ou nadar.
Went swimming. — Fui ou foi nadar.
Play beach soccer. — Jogar futebol de areia ou de praia.
Played beach soccer. — Jogou futebol de areia.
Make a bonfire. — Fazer uma fogueira.
Made a bonfire. — Fez uma fogueira
Play the guitar. — Tocar violão.
Played the guitar. — Tocou violão.
Throw a bonfire party. — Dar uma festa com fogueira.
Threw a bonfire party. — Deu uma festa com fogueira.
Write messages in the sand. — Escrever mensagens na areia.
Wrote messages in the sand. — Escreveu mensagens na areia.
Walk on the boardwalk. — Caminhar no calçadão de madeira. Para informar as horas em inglês usa-se o “it is” ou “it’s” e os
Walked on the boardwalk. — Caminhou no calçadão de ma- números correspondentes (da hora e dos minutos):
deira. Exemplo: 4:35 – It is four thirty-five.
atch free summer concerts. — Assistir shows de verão gratuito.
Watched free summer concerts. — Assistiu shows de verão gra- A expressão “o’clock” é utilizada para indicar as horas exatas:
tuito. Exemplo: 3:00 – It is three o’clock.
Have a picnic. — Ter um piquenique.
Had a picnic. — Teve um piquenique. A expressão “past” é usada para indicar os minutos antes do
Play frisbee. — Jogar frisbee. 30:
Played frisbee. — Jogou frisbee. Exemplo: 6:20 – It is six twenty ou It is twenty past six.
Editora
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
A expressão “a quarter” é usada para indicar um quarto de Computer programmer = programador
hora (15 minutos): Conference interpreter = intérprete de conferência
Exemplo: 3:15 – It is three fifteen ou It is a quarter past three. Contractor = empreiteiro
Consultant = consultor
A expressão “half past” é usada para indicar meia hora (30 mi- Cook = cozinheiro
nutos): Dancer = dançarino
Exemplo: 8:30 – It is eight thirty ou It is half past eight. Dentist = dentista
Designer = designer, projetista, desenhista
Note que depois dos 30 minutos, em vez da expressão “past”, Diplomat = diplomata
utilizamos o “to”: Doctor, medical doctor, physician = médico
Exemplo: 8.45 – It is eight forty-five ou It is a quarter to nine. Doorman = porteiro
Driver = motorista, piloto de automóvel
Utilizamos as expressões a.m. e p.m. para indicar quando o ho- Economist = economista
rário em inglês ocorre antes ou depois de meio-dia. Editor = editor; revisor
a.m. – antes do meio-dia Electrician = eletricista
p.m. – depois do meio-dia Engineer = engenheiro, maquinista
Farmer = fazendeiro; produtor rural; agricultor
Trabalho e empregos Filmmaker = cineasta, produtor de cinema, diretor de cinema
Accountant = contador Firefighter, fireman = bombeiro
Actor = ator Fisherman = pescador
Actress = atriz Flight attendant = comissário de bordo
Administrator = administrador Foreman = capataz; encarregado
Agronomist = agrônomo Garbageman (ame); dustman (bre) = lixeiro
Anthropologist = antropólogo Gardener = jardineiro
Archaeologist / archeologist = arqueólogo Geographer = geógrafo
Architect = arquiteto Geologist = geólogo Geographer Geógrafo(a)
Astronaut = astronauta Glazer = vidraceiro
Astronomer = astrônomo Graphic designer = designer gráfico
Athlete = atleta Gravedigger = coveiro
Babysitter, baby-sitter, sitter, nanny (ame) = babá Guide = guia
Baker = padeiro Hairdresser, hairstylist = cabeleireiro
Bank clerk = bancário Headmaster, principal (ame) = diretor (de escola)
Banker = banqueiro; bancário Historian = historiador
Bank teller = caixa de banco Housewife = dona de casa
Barber = barbeiro Illustrator = ilustrador
Barista = barista (quem tira café em casas especializadas) Interior designer = designer de interiores, decorador
Bartender = barman Interpreter = intérprete
Bellhop, bellboy = mensageiro (em hotel) Jailer = carcereiro
Biologist = biólogo Janitor, superintendent, custodian = zelador
Biomedical scientist = biomédico Journalist = jornalista
Blacksmith = ferreiro Jeweller (bre), Jeweler (ame) = joalheiro
Bricklayer, mason = pedreiro Judge = juiz (de direito)
Broker = corretor (de seguros, de investimentos etc., menos de Lawyer = advogado
imóveis) Librarian = bibliotecário
Butcher = açougueiro Lifeguard = salva-vidas, guarda-vidas
Butler, major-domo = mordomo Locksmith = serralheiro; chaveiro
Buyer = comprador Maid = empregada doméstica
Cabdriver, cab driver, taxi driver, cabby, cabbie = taxista Male nurse = enfermeiro
Cabinet-maker = marceneiro Manager = gerente
Carpenter = carpinteiro Mathematician = matemático
Cartoonist = cartunista Mechanic = mecânico
Cattle breeder, cattle raiser, cattle farmer, cattle rancher = pe- Medic = militar do Serviço de Saúde; médico
cuarista Meteorologist = meteorologista
Cashier = caixa Midwife = parteira
Chef = chef Miner = mineiro
Chemist (bre) = farmacêutico Milkman = leiteiro
Chemist (ame) = químico model = modelo
Civil Servant = servidor público, funcionário público Musician = músico
Clerk = auxiliar de escritório Nanny (ame) = babá
Coach = treinador, técnico esportivo Nurse = enfermeiro, enfermeira
Cobbler = sapateiro Occupational therapist = terapeuta ocupacional
Comedian = comediante Optician, optometrist = oculista
Commentator = comentarista (rádio e TV) Painter = pintor
Composer = compositor Paleontologist = paleontólogo
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NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
Paramedic = paramédico Boreste = starboard
Personal TRAINER = personal Convés = deck
Pharmacist = farmacêutico (ame) Cf. CHEMIST Linha d aqua = water line
Philosopher = filósofo Castelo de Proa = forecastle
Photographer = fotógrafo Boca = beans
Physicist = físico Comprimento (LOA) = length overall
Physiotherapist = fisioterapeuta Obras Vivas = botton
Pilot = piloto (menos de automóvel), prático Obras Mortas = topsides
Playwright = dramaturgo Pontal = depth
Plumber = encanador, bombeiro (RJ) Calado de Vante = Draught forward
Poet = poeta Tombadilho = Fanny
Police officer, officer, constable = policial Calado a ré = draught forward
Politician = político Costado = ribcage
Porter = porteiro Plano diametral = diametral plane
Postman, mailman = carteiro Bochecha = tack
Producer = produtor (em geral artístico) Alheta = wing \ quarter
Professor = professor (universitário) Passadisso = gangway \ bridge
Proofreader = revisor Casco = hull
Psychiatrist = psiquiatra Borda livre = free board
Psychologist = psicólogo Displacement = tonelagem
Publisher = editor Notice to marine = aviso aos navegantes
Real estate agent, realtor = corretor de imóveis List of Lights = lista de faróis
Receptionist = recepcionista Full Load = plena carga
Referee = árbitro, juiz (esportes), perito (responsável por análi- Fuel = combustível
se de artigos científicos) Cruising speed = velocidade de cruzeiro
Reporter = repórter Draft = projeto
Researcher = pesquisador Length = comprimento
Sailor, seaman = marinheiro Inland Waters = águas interiores
Salesman* = vendedor Bússula = compass
Sales representative, sales rep = vendedor Ship = navio
Saleswoman* = vendedora Ocean liner = navio transatlântico
Scientist = cientista Tug = rebocador
Screenwriter = roteirista Gross Tonnage = arqueação bruta
Sculptor = escultor Tanker Ship = Navio Petroleiro
Seamstress = costureira Plataform Ship = navio plataforma
Secretary = secretária Vessel = navio embarcação
Shopkeeper (ame), storekeeper (bre), shop owner, merchant = Broken = quebrado
lojista, comerciante Rope = cabo
Singer, vocalist = cantor Boom = pau de carga
Social worker = assistente social Starboard = boreste
Speech therapist = fonoaudiólogo Port = bombordo
Statistician = estatístico Speed = velocidade
Systems analyst = analista de sistemas Ahead = a frente
Tailor = alfaiate Crew = tripulação
Teacher = professor Stern = popa
Operator = operador Fire = fogo
Operator, telephone operator = telefonista Fireman = bombeiro
Teller = caixa (geralmente de banco) Hose = mangueira
Trader = trader, operador (em bolsa de valores) Fire Hose = mangueira de incêndio
Translator = tradutor Tonnage Length = comprimento tonelagem
Travel agent = agente de viagens Scend = Caturro
Treasurer = tesoureiro Heel = adernar (mesmo que banda)
Valet = manobrista Bulkhead = Antepara
Vet, veterinarian = veterinário Flush Deck = convés corrido
Waiter* = garçom Hold = porão
Waitress* = garçonete Bollard = cabeço no cais
Welder = soldador Bitt = cabeço no navio
Writer = escritor
Zoologist = zoólogo Profissões a bordo no navio
Captain of Long Haul = capitão de longo curso
A Marinha Auxiliary Health = auxiliar de saúde
Proa = Bow Steward = taifeiro
Popa = Stern \ astern Cook = cozinheiro
Bombordo = port Pumpman = bombeiro (trabalha com bombas)
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NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
Nurse = enfermeiro Chamadas e comunicações
Officer = oficial Não especificado = unspecified
Skipper = patrão Explosion = explosão
Helmsman = timoneiro Alagado = flooding
Bo’sun = mestre ou contra mestre Collision = colisão
Seaman = homem do mar Grounding = encalhando
Sailor = marinheiro Adernado = listing
Engineer = chefe de máquinas Capsizing = emborcando
Mid Ship = meio navio Sin King = naufragando
Ship’s Articles = rol de equipagem Disabled = sem governo
Ship’s Log = diário de bordo Adrift = a deriva
Insurance Certificate = certificado de seguro Abandonar o navio = abandoning ship
Customs Clearance = aduaneiro Piracy = pirataria
Charter Party = Fretamento Ataque armado = armed attack
Bill of Health = certificado de saúde Grande = big
Charts = cartas hidrográficas
International Convention for the Safety of Live at Sea = conven- Os Interrogativos (Question Words) são usados para se obter
ção internacional de salvaguarda da vida humana no mar. (Solas) informações específicas. As perguntas elaboradas com eles são
STCW = Standards of training certification and watchkeeping = chamadas wh-questions, pois todos os interrogativos, com exceção
convenção internacional sobre normas de formação certificação e apenas de how (como), começam com as letras wh.
service de quarto para marinheiro. Há perguntas em inglês iniciadas por pronomes interrogativos
EPP = personal projective equipament = EPI equipamento de para se obter informações do tipo: “quem, o que, como, quando,
proteção individual. onde”.
Fire Extinguisher = extintor de incêndio
Rudder = leme WHAT = (o) que, qual
Helm = timão
Bosun’s Locker = paiol do mestre Funciona como sujeito ou objeto da oração.
Oars = remos
Buoy = boia
h a - (sujei-
Fire Alarm = alarme de incêndio What makes you
ppy? to)
Rope Ladder = escada de quebra peito
Gangway = passadiço verbo objeto
Ports = portos princi-
Port Captaincy = capitania dos portos pal
Yacht Harbours = docas de recreio
Coast Guard = guarda costeira
Watch Tower = posto de vigia (obje-
What did you say?
Life Boat Station = Estação de Salva Vidas to)
auxi-
sujeito verbo
Dependências a bordo liar
Galley = cozinha princi-
Crew Mess = refeitório da tripulação pal
Stateroom = cabine de dormir
WHO = quem
Amarração de cabos
Rope = cabo \ corda Funciona como sujeito ou objeto da oração.
Dock line = cabo de amarração
Warp = lais de guia
Reef Knot = nó direito arri- yes- (sujei-
Who late
Volta do Fiel = clove hitch ved terday? to)
Fisherman’s Bend = volta do Anete verbo
principal
Kink = coca (nó na mangueira)
Yarn = fibra
Order = ordem (obje-
Who does she love?
Anchor = ancora to)
auxi-
sujeito verbo
Estivagem de carga liar
Rope Sling = linga de cabo princi-
Bags Balles = bolsas de fardos pal
Steel plates = chapas de aço
Homem ao mar = man over board
Merchant Ship = Navio mercante

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NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
WHOM = quem A estrutura básica das frases em inglês é semelhante à nossa,
no português. Ela segue um esquema que chamamos SVO, ou seja
Funciona só como objeto de oração ou é usado após preposi- Sujeito-Verbo-Objeto. O mesmo vale para frases negativas, em que
ções. simplesmente se adiciona ao verbo auxiliar a forma negativa not a
essa estrutura afirmativa. Do mesmo jeito que, no português, usa-
yester- mos um advérbio de negação, como “não”.
Whom did you talk to (objeto) Formar uma frase interrogativa em inglês também não é com-
day?
plicado, embora os componentes da frase mudem um pouco de
verbo sujeito verbo posição em relação ao português. O mesmo vale para frases excla-
princi- mativas.
auxiliar Para formar frases afirmativas, o inglês usa o mesmo esquema
pal
Sujeito-Verbo-Objeto que usamos no português. Já para frases ne-
To whom did you talk? gativas devemos apenas adicionar o not a essa estrutura afirmati-
va — exatamente como fazemos em nosso idioma — mas também
WHICH = que, qual, quais - Indica escolha ou opção. inserir um verbo auxiliar em inglês.
Which shirt do you prefer: the blue one or the red one? Já para interrogações e exclamações, os componentes das fra-
Which of those ladies is your mother? ses em inglês mudam um pouco, em relação aos do português.
Tradução literal não tem como funcionar porque cada língua é
WHERE = onde parte de uma cultura e as culturas são completamente diferentes.
Where are you going tonight? Fica fácil não cometer mais este erro se você lembrar que as
frases em Inglês sempre precisam ter um sujeito (considerando so-
WHY = por que mente a frase central). As únicas que começam direto do verbo são
Why don’t you come to the movies with us? as imperativas como tell me, stand up e ask her.
Entender a estrutura de um idioma é muito mais importante do
WHEN = quando que tentar traduzir tudo ao pé-da-letra.
“When were you born?” “In 1970.”
Sujeito
HOW = como O sujeito, que sempre ocupa a primeira posição na frase, con-
“How is his sister?” “Fine.” trário ao que ocorre na língua portuguesa, nunca é omitido. O su-
jeito pode ser representado por um ou vários substantivos ou por
WHOSE = de quem pronomes pessoais.
“Whose dictionary is this?” “John’s.”
Verbo
Formas compostas de WHAT e HOW Como se pode observar nos exemplos anteriores, o verbo ou a
locução verbal (sublinhados) ocupa a segunda posição na estrutura
- WHAT frasal inglesa.
Na poesia, na música ou no inglês falado coloquial, pode-se en-
WHAT + to be + like? = como é...? contrar exemplos em que esta regra não é observada.
“What is your boyfriend like?” Entretanto, em linguagem técnico-científica, como no inglês
“He’s tall and slim.” computacional, o formato S+V+C é usado rigorosamente.

Complementos
WHAT about...? = Que tal, o que você acha de...?
Os complementos são palavras ou frases inteiras que detalham
What about having lunch now?
ou completam as informações estabelecidas pelo sujeito e o verbo,
que são os únicos termos essenciais da oração.
WHAT do you call...? = como se chama...? qual é o nome...?
Analisemos estas frases: “A secretária chegou”, “O ônibus
What do you call this device?
saiu”, “O avião caiu”. Sintaticamente, já temos os dois elementos
indispensáveis: O sujeito que determina quem está envolvido na
- WHAT ... FOR? = por que, para que?
execução de uma determinada ação e o verbo que responde pelo
What are you doing this for?
ato executado
- HOW
HOW FAR = Qual é a distância?
HOW DEEP = Qual é a profundidade? QUESTÕES
HOW LONG = Qual é o comprimento? Quanto tempo?
HOW WIDE = Qual é a largura?
HOW TALL = Qual é a altura? (pessoas) 1. (COLÉGIO PEDRO II - PROFESSOR – INGLÊS - COLÉGIO PEDRO
HOW HIGH = Qual é a altura? (coisas) II – 2019)
HOW OLD = Qual é a idade?
HOW MUCH = Quanto(a)? TEXT 6
HOW MANY = Quantos(as)?
HOW OFTEN = Com que frequência? “Probably the best-known and most often cited dimension of
HOW FAST = A que velocidade? the WE (World Englishes) paradigm is the model of concentric cir-
cles: the ‘norm-providing’ inner circle, where English is spoken as
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NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
a native language (ENL), the ‘norm-developing’ outer circle, where 3. (PREFEITURA DE CUIABÁ - MT - PROFESSOR DE ENSINO FUN-
it is a second language (ESL), and the ‘norm-dependent’ expanding DAMENTAL - LETRAS/ INGLÊS - SELECON – 2019)
circle, where it is a foreign language (EFL). Although only ‘tentati-
vely labelled’ (Kachru, 1985, p.12) in earlier versions, it has been Texto III
claimed more recently that ‘the circles model is valid in the senses
of earlier historical and political contexts, the dynamic diachronic Warnock (2009) stated that the first reason to teach writing
advance of English around the world, and the functions and stan- online is that the environment can be purely textual. Students are
dards to which its users relate English in its many current global in a rich, guided learning environment in which they express them-
incarnations’ (Kachru and Nelson, 1996, p. 78).” selves to a varied audience with their written words. The electronic
communication tools allow students to write to the teacher and to
PENNYCOOK, A. Global Englishes and Transcultural Flows. New each other in ways that will open up teaching and learning oppor-
York: Routledge, 2007, p. 21. tunities for everyone involved. Besides, writing teachers have a
unique opportunity because writing-centered online courses allow
According to the text, it is possible to say that the “circles mo- instructors and students to interact in ways beyond content deli-
del” established by Kachru very. They allow students to build a community through electronic
(A) represents a standardization of the English language. means. For students whose options are limited, these electronic
(B) helps to explain the historicity of the English language. communities can build the social and professional connections that
(C) establishes the current standards of the English language. constitute some of education’s real value (Warnock, 2009).
(D) contributes to the expansion of English as a foreign langua- Moreover, Melor (2007) pointed out that social interaction te-
ge. chnologies have great benefits for lifelong education environments.
The social interaction can help enhancing the skills such as the abili-
2. (COLÉGIO PEDRO II - PROFESSOR – INGLÊS - COLÉGIO PEDRO ty to search, to evaluate, to interact meaningfully with tools, and so
II – 2019) on. Education activities can usually take place in the classroom whi-
ch teacher and students will face to face, but now, it can be carried
TEXT 5 out through the social network technologies including discussion
and assessment. According to Kamarul Kabilan, Norlida Ahmad and
“In other words, there are those among us who argue that the Zainol Abidin (2010), using Facebook affects learner motivation and
future of English is dependent on the likelihood or otherwise of the strengthens students’ social networking practices. What is more,
U.S. continuing to play its hegemonic role in world affairs. Since that according to Munoz and Towner (2009), Facebook also increases
possibility seems uncertain to many, especially in view of the mu- the level of web-based interaction among both teacher-student
ch-talked-of ascendancy of emergent economies, many are of the and student-student. Facebook assists the teachers to connect with
opinion that English will soon lose much of its current glitter and their students outside of the classroom and discuss about the assig-
cease to be what it is today, namely a world language. And there are nments, classroom events and useful links.
those amongst us who further speculate that, in fifty or a hundred Hence, social networking services like Facebook can be chosen
years’ time, we will all have acquired fluency in, say, Mandarin, or, as the platform to teach ESL writing. Social networking services can
if we haven’t, will be longing to learn it. […] Consider the following contribute to strengthen relationships among teachers as well as
argument: a language such as English can only be claimed to have between teachers and students. Besides, they can be used for tea-
attained an international status to the very extent it has ceased to chers and students to share the ideas, to find the solutions and to
be national, i.e., the exclusive property of this or that nation in par- hold an online forum when necessary. Using social networking ser-
ticular (Widdowson). In other words, the U.K. or the U.S.A. or who- vices have more options than when using communication tools whi-
soever cannot have it both ways. If they do concede that English is ch only have single function, such as instant messaging or e-mail.
today a world language, then it only behooves them to also recog- The people can share interests, post, upload variety kinds of media
nize that it is not their exclusive property, as painful as this might to social networking services so that their friends could find useful
indeed turn out to be. In other words, it is part of the price they information (Wikipedia, 2010).
have to pay for seeing their language elevated to the status of a
world language. Now, the key word here is “elevated”. It is precisely (Adapted from: YUNUS, M. D.; SALEHI, H.; CHENZI, C. English
in the process of getting elevated to a world status that English or Language Teaching; Vol. 5, No. 8; 2012.)
what I insist on referring to as the “World English” goes through a
process of metamorphosis.” Das opções a seguir, aquela que se configura como o melhor
título para o Texto III é:
RAJAGOPALAN, K. The identity of “World English”. New Challen- (A) Advantages of Integrating SNSs into ESL Writing Classroom
ges in Language and Literature. Belo Horizonte: FALE/UFMG, 2009, (B) Using Communication Tools Which Only Have Single Func-
p. 99-100. tion
(C) Facebook Assists the Teachers to Connect with Their Stu-
The author’s main purpose in this paragraph is to dents
(A) talk about the growing role of some countries in the spread (D) Using Social Networking Services to Communicate with
of English in world affairs. Colleagues
(B) explain the process of changing which occurs when a lan-
guage becomes international.
(C) raise questions about the consequences posed to a langua-
ge when it becomes international.
(D) alert to the imminent rise of emergent countries and the
replacement of English as a world language.

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77
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NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
4. (PREFEITURA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO - PE - PROFES- 6. (PREF. DE TERESINA - PI - PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA
SOR II – INGLÊS - IBFC – 2019) - LÍNGUA INGLESA - NUCEPE – 2019)

Leia a tira em quadrinhos e analise as afirmativas abaixo. The plural form of brother-in-law, foot and candy is
(A) brothers-in-laws, feet ,candys.
(B) brothers-in-law, feet, candies.
(C) brother-in-laws, feet, candies.
(D) brothers-in-law, foots, candies.
(E) brother-ins-law, foots, candys.

7. (SEDF - PROFESSOR SUBSTITUTO – INGLÊS - QUADRIX – 2018)

I. No primeiro quadrinho Hagar consultou o velho sábio para


saber sobre o segredo da felicidade.
II. No segundo quadrinho as palavras that e me se referem, res-
pectivamente, ao “velho sábio” e a “Hagar”.
III. As palavras do velho sábio no último quadrinho são de que
é melhor dar que receber.

Assinale a alternativa correta.


(A) Apenas as afirmativas I e III estão corretas
(B) Apenas as afirmativas II e III estão corretas
(C) As afirmativas I, II e III estão corretas
(D) Apenas a afirmativa I está correta

5. (PREFEITURA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO - PE - PROFES-


SOR II – INGLÊS - IBFC – 2019)

THE ARAL: A DYING SEA

The Aral Sea was once the fourth biggest landlocked sea in the
world – 66,100 square kilometers of surface. With abundant fishing
resources, the Sea provided a healthy life for thousands of people.
The Aral receives its waters from two rivers – the Amu Dar’ya
and the Syr Dar’ya. In 1918, the Soviet government decided to di-
vert the two rivers and use their water to irrigate cotton planta-
tions. These diversions dramatically reduced the volume of the Aral.
As a result, the concentration of salt has doubled and impor-
tant changes have taken place: fishing industry and other enterpri-
ses have ceased: salt concentration in the soil has reduced the area Based on the text, judge the following items.
available for agriculture and pastures; unemployment has risen dra- The final “s” in “ideas” (line 2) and “brains” (line 8) is pronoun-
matically; quality of drinking water has been declining because of ced in the same way.
increasing salinity, and bacteriological contamination; the health of ( ) CERTO
the people, animal and plant life have suffered as well. ( ) Errado
In the past few decades, the Aral Sea volume has decreased by
75 percent. This is a drastic change and it is human induced. During 8. I normally have two long ________ a year.
natural cycles, changes occur slowly, over hundreds of years. (A) holiday
The United Nations Environment Program has recently created (B) holidays
the International Fund for Saving the Aral Sea. Even if all steps are (C) holidaies
taken, a substantial recovery might be achieved only with 20 years. (D) holidayes

(From: https://www.unenvironment.org/) 9. They have four ________, all girls.


(A) childs
De acordo com o texto: The diversion of the rivers has reduced (B) childes
the volume of the Aral..., assinale a alternativa correta. (C) childen
(A) by 60 percent (D) children
(B) by 70 percent
(C) by 75 percent 10. You must remember to brush your _____ after eating.
(D) by 66,100 kilometers (A) tooths
(B) toothes
(C) teeth
(D) teeths

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
11. (PREFEITURA DE BLUMENAU - SC - PROFESSOR - INGLÊS – 13. (PREFEITURA DE SALVADOR - BA - PROFESSOR LÍNGUA ES-
MATUTINO - FURB – 2019) TRANGEIRA – INGLÊS - FGV - 2019)

What is the sequence that presents the correct example asses- TEXT III
sment items with their grammatical focus listed below?

Grammatical focus:
A superlative
B past simple
C gerunds and infinitives
D relative pronouns
E present simple passive
F second conditional

Example assessment items:


1) Complete the sentences with the correct word(s). I ..........
there for six years before moving to Budapest.
2) Complete the descriptions with who or which. This is a kind
of cheese .......... is made from goat’s milk not cow’s milk.
3) Rewrite the sentences using the correct form of the verbs in
brackets. Where (you/fly) if (you/be) a bird?
4) Complete the sentences with the correct form of the verbs
in brackets. Coffee (grow) in Brazil. It (export) to many countries in
the world.
5) Complete the sentences with ... +ing or to + ... . I decided
(send) a letter to my friend. (Source: https://pt.wikipedia.org/wiki/Green_Book)
6) Complete the sentences with an appropriate adjective.
Shanghai is the .......... city in the world. Here are six reviews on Green Book:
1. The screenplay essentially turns Shirley into a black man who
Mark the alternative that presents the correct sequence: thematically shapeshifts into whoever will make the story appealing
(A) B – D – F – E – C – A. to white audiences - and that’s inexcusable.
(B) F – E – C – A – D – B. Lawrence Ware New York Times
(C) A – C – B – E – D – F. 2. Green Book is effective and affecting while being careful to
(D) A – F – B – D – E. avoid overdosing its audience on material that some might deem
(E) B – E – D –C – F – A. too shocking or upsetting.
James Berardinelli ReelViews
12. (PREFEITURA DE SÃO MIGUEL DO OESTE - SC - PROFESSOR 3. In a world that seems to get uglier every day, this movie’s
- LÍNGUA INGLESA - AMEOSC – 2019) gentle heart and mere humanity feel like a salve.
Leah Greenblatt Entertainment Weekly
Analyze the sentences below: 4. A bizarre fish-out-of-water comedy masquerading as a se-
I. She can read music much more quickly then I can; rious awards-season contender by pretending to address the deep
II. Until 2005, the film had made the most money that any Bri- wound of racial inequality while demonstrating its profound inabili-
tish film had ever made; ty, intellectually and dramatically, to do that.
III. A lot of people behaved badly at the party, but she behaved Kevin Maher Times (UK)
worst of all. 5. Sometimes life is stranger than art, sometimes art imitates
life, and sometimes life imitates art. If life starts imitating hopeful
Indicate the correct alternative according to the comparative art - that’s uplifting. That’s the goal of art, as I see it. “Green Book”
form. uplifts.
(A) The items I and II, only. Mark Jackson Epoch Times
(B) The items II and III, only. 6. There’s not much here you haven’t seen before, and very
(C) The item III, only. little that can’t be described as crude, obvious and borderline offen-
(D) The items I, II, and III. sive, even as it tries to be uplifting and affirmative.
A.O. Scott New York Times

(Source: https://www.rottentomatoes.com/m/green_book/
reviews/)

In the sentence “to get uglier every day” (#3), “uglier” is to


“more beautiful” as
(A) faster is to quicker.
(B) lighter is to darker.
(C) tougher is to harder.
(D) sadder is to more unhappy.
(E) freer is to more independent.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
14. (PREFEITURA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO - PE - PRO- ______________________________________________________
FESSOR II – INGLÊS - IBFC – 2019)
O tempo verbal utilizado para descrever fatos que aconteceram ______________________________________________________
em tempo não determinado chama-se _____. Assinale a alternativa
que preencha corretamente a lacuna. ______________________________________________________
(A) Past continuous ______________________________________________________
(B) Past simple
(C) Present simple ______________________________________________________
(D) Present perfect
______________________________________________________
15. (PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO CEDRO - SC - PROFESSOR –
INGLÊS - AMEOSC – 2019) ______________________________________________________
Did you _____________ that Pilates was born in prison and ins-
pired by cats? ______________________________________________________

______________________________________________________
Identify the best alternative that completes the context.
(A) Knew. ______________________________________________________
(B) Know.
(C) Told them. ______________________________________________________
(D) Brought.
______________________________________________________

______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________

______________________________________________________
1 B
______________________________________________________
2 C
3 A ______________________________________________________
4 A ______________________________________________________
5 C
______________________________________________________
6 B
______________________________________________________
7 CERTO
8 B ______________________________________________________
9 D ______________________________________________________
10 C
______________________________________________________
11 A
12 B ______________________________________________________
13 B ______________________________________________________
14 D
______________________________________________________
15 B
______________________________________________________

ANOTAÇÕES ______________________________________________________

______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
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NOÇÕES DE DIREITO

I - a soberania;
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL: II - a cidadania
TÍTULO I: DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por
Forma, Sistema e Fundamentos da República meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta
Constituição.
• Papel dos Princípios e o Neoconstitucionalismo Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos en-
Os princípios abandonam sua função meramente subsidiária tre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
na aplicação do Direito, quando serviam tão somente de meio de
integração da ordem jurídica (na hipótese de eventual lacuna) e ve- Objetivos Fundamentais da República
tor interpretativo, e passam a ser dotados de elevada e reconhecida Os Objetivos Fundamentais da República estão elencados no
normatividade. Artigo 3º da CF/88. Vejamos:
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Fede-
• Princípio Federativo rativa do Brasil:
Significa que a União, os Estados-membros, o Distrito Federal I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
e os Municípios possuem autonomia, caracteriza por um determi- II - garantir o desenvolvimento nacional;
nado grau de liberdade referente à sua organização, à sua adminis- III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desi-
tração, à sua normatização e ao seu Governo, porém limitada por gualdades sociais e regionais;
certos princípios consagrados pela Constituição Federal. IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem,
raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
• Princípio Republicano
É uma forma de Governo fundada na igualdade formal entre Princípios de Direito Constitucional Internacional
as pessoas, em que os detentores do poder político exercem o Os Princípios de Direito Constitucional Internacional estão
comando do Estado em caráter eletivo, representativo, temporário elencados no Artigo 4º da CF/88. Vejamos:
e com responsabilidade. Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas rela-
ções internacionais pelos seguintes princípios:
• Princípio do Estado Democrático de Direito I - independência nacional;
O Estado de Direito é aquele que se submete ao império da lei. II - prevalência dos direitos humanos;
Por sua vez, o Estado democrático caracteriza-se pelo respeito ao III - autodeterminação dos povos;
princípio fundamental da soberania popular, vale dizer, funda-se na IV - não-intervenção;
noção de Governo do povo, pelo povo e para o povo. V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
• Princípio da Soberania Popular VII - solução pacífica dos conflitos;
O parágrafo único do Artigo 1º da Constituição Federal revela a VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
adoção da soberania popular como princípio fundamental ao prever IX - cooperação entre os povos para o progresso da humani-
que “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de repre- dade;
sentantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. X - concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a in-
• Princípio da Separação dos Poderes tegração econômica, política, social e cultural dos povos da América
A visão moderna da separação dos Poderes não impede que Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana
cada um deles exerça atipicamente (de forma secundária), além de de nações.
sua função típica (preponderante), funções atribuídas a outro Poder.
Vejamos abaixo, os dispositivos constitucionais corresponden- Referências Bibliográficas:
tes ao tema supracitado: DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Con-
cursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier.
TÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união


indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, consti-
tui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

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NOÇÕES DE DIREITO
O direito de resposta é um meio de defesa assegurado à pes-
TÍTULO II: DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS: soa física ou jurídica ofendida em sua honra, e reputação, conceito,
CAPÍTULO I: DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E CO- nome, marca ou imagem, sem prejuízo do direito de indenização
LETIVOS; CAPÍTULO III: DA NACIONALIDADE; CAPÍTULO IV: por dano moral ou material.
DOS DIREITOS POLÍTICOS
Liberdade religiosa e de consciência:
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo
assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na for-
— Gerações de Direitos Fundamentais (Teoria de Vasak): ma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
Direitos Fundamentais de 1ª Geração: liberdade individual – di- VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência
reitos civis e políticos; religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;
Direitos Fundamentais de 2ª Geração: igualdade – direitos so- VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença re-
ciais e econômicos; ligiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para
Direitos Fundamentais de 3ª Geração: fraternidade ou solida- eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir
riedade – direitos transindividuais, difusos e coletivos. prestação alternativa, fixada em lei;
O Brasil é um Estado laico, que não possui uma religião oficial,
— Direitos e deveres individuais e coletivos mas que adota a liberdade de crença e de pensamento, assegurada
Os direitos e deveres individuais e coletivos são todos aqueles a variedade de cultos, a proteção dos locais religiosos e a não priva-
previstos nos incisos do art. 5º da Constituição Federal, que trazem ção de direitos em razão da crença pessoal.
alguns dos direitos e garantias fundamentais. A escusa de consciência é o direito que toda pessoa possui de
se recusar a cumprir determinada obrigação ou a praticar determi-
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qual- nado ato comum, por ser ele contrário às suas crenças religiosas ou
quer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros re- à sua convicção filosófica ou política, devendo então cumprir uma
sidentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à prestação alternativa, fixada em lei.
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
Liberdade de expressão e proibição de censura:
Princípio da igualdade entre homens e mulheres: IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, cientí-
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos fica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
termos desta Constituição; Aqui, temos uma vez mais consubstanciada a liberdade de ex-
Como o próprio nome diz, o princípio prega a igualdade de di- pressão e a vedação da censura.
reitos e deveres entre homens e mulheres.
Proteção à imagem, honra e intimidade da pessoa humana:
Princípio da legalidade e liberdade de ação: X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano
coisa senão em virtude de lei; material ou moral decorrente de sua violação;
Como ser livre, todo ser humano só está obrigado a fazer ou Com intuito da proteção, a Constituição Federal tornou inviolá-
não fazer algo que esteja previsto em lei. vel a imagem, a honra e a intimidade pessoa humana, assegurando
o direito à reparação material ou moral em caso de violação.
Vedação de práticas de tortura física e moral, tratamento de-
sumano e degradante: Proteção do domicílio do indivíduo:
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desu- XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo
mano ou degradante; penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagran-
É vedada a prática de tortura física e moral, e qualquer tipo te delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia,
de tratamento desumano, degradante ou contrário à dignidade por determinação judicial; (Vide Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência).
humana, por qualquer autoridade e também entre os próprios
cidadãos. A vedação à tortura é uma cláusula pétrea de nossa Proteção do sigilo das comunicações:
Constituição e ainda crime inafiançável na legislação penal XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações
brasileira. telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no úl-
timo caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei es-
Liberdade de manifestação do pensamento e vedação do ano- tabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual
nimato, visando coibir abusos e não responsabilização pela veicu- penal; (Vide Lei nº 9.296, de 1996).
lação de ideias e práticas prejudiciais: A Constituição Federal protege o domicílio e o sigilo das co-
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o ano- municações, por isso, a invasão de domicílio e a quebra de sigilo
nimato; telefônico só pode se dar por ordem judicial.
A Constituição Federal pôs fim à censura, tornando livre a mani-
festação do pensamento. Esta liberdade, entretanto, não é absoluta Liberdade de profissão:
não podendo ser abusiva ou prejudicial aos direitos de outrem. Daí, XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profis-
a vedação do anonimato, de forma a coibir práticas prejudiciais sem são, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
identificação de autoria, o que não impede, contudo, a apuração de É livre o exercício de qualquer trabalho ou profissão.
crimes de denúncia anônima. Essa liberdade, entretanto, não é absoluta, pois se limita às
qualificações profissionais que a lei estabelece.
Direito de resposta e indenização:
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo,
além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
Acesso à informação: Pequena propriedade rural:
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguar- XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, des-
dado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; de que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para
O direito à informação é assegurado constitucionalmente, ga- pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dis-
rantido o sigilo da fonte. pondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;
A pequena propriedade rural é impenhorável e não responde
por dívidas decorrentes de sua atividade produtiva.
Liberdade de locomoção, direito de ir e vir:
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, Direitos autorais:
podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permane- XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização,
cer ou dele sair com seus bens; publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdei-
Todos são livres para entrar, circular, permanecer ou sair do ter- ros pelo tempo que a lei fixar;
ritório nacional em tempos de paz. XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e
Direito de reunião: à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em lo- desportivas;
cais abertos ao público, independentemente de autorização, desde b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das
que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intér-
mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade com- pretes e às respectivas representações sindicais e associativas;
petente; XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais pri-
Os cidadãos podem se reunir livremente em praças e locais de vilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às cria-
uso comum do povo, desde que não venham a interferir ou atrapa- ções industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas
lhar outra reunião designada anteriormente para o mesmo local. e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o
desenvolvimento tecnológico e econômico do País;
Liberdade de associação: Além da Lei de Direitos Autorais, a Constituição prevê uma
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada ampla proteção às obras intelectuais: criação artística, científica,
a de caráter paramilitar; musical, literária etc. O Direito Autoral protege obras literárias (es-
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de coope- critas ou orais), musicais, artísticas, científicas, obras de escultura,
rativas independem de autorização, sendo vedada a interferência pintura e fotografia, bem como o direito das empresas de rádio
estatal em seu funcionamento; fusão e cinematográficas. A Constituição Federal protege ainda a
propriedade industrial, esta difere da propriedade intelectual e não
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvi-
é objeto de proteção da Lei de Direitos Autorais, mas sim da Lei
das ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-
da Propriedade Industrial. Enquanto a proteção ao direito autoral
-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
busca reprimir o plágio, a proteção à propriedade industrial busca
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a perma-
conter a concorrência desleal.
necer associado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente auto-
Direito de herança:
rizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou
XXX - é garantido o direito de herança;
extrajudicialmente; XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regu-
No Brasil, é plena a liberdade de associação e a criação de as- lada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros,
sociações e cooperativas para fins lícitos, não podendo sofrer inter- sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do “de cujus”;
venção do Estado. Nossa Segurança Nacional e Defesa Social é atri- O direito de herança ou direito sucessório é ramo específico
buição exclusiva do Estado, por isso, as associações paramilitares do Direito Civil que visa regular as relações jurídicas decorrentes do
(milícias, grupos ou associações civis armadas, normalmente com falecimento do indivíduo, o de cujus, e a transferência de seus bens
fins político-partidários, religiosos ou ideológicos) são vedadas. e direitos aos seus sucessores.
Direito de propriedade e sua função social: Direito do consumidor:
XXII - é garantido o direito de propriedade; XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do con-
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; sumidor;
Além da ideia de pertencimento, toda propriedade ainda que O Direito do Consumidor é o ramo do direito que disciplina
privada deve atender a interesses coletivos, não sendo nociva ou as relações entre fornecedores e prestadores de bens e serviços
causando prejuízo aos demais. e o consumidor final, parte hipossuficiente econômica da relação
jurídica. As relações de consumo, além do amparo constitucional,
Intervenção do Estado na propriedade: encontram proteção no Código de Defesa do Consumidor e na legis-
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação lação civil e no Procon, órgão do Ministério Público de cada estado,
por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, me- responsável por coordenar a política dos órgãos e entidades que
diante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos atuam na proteção do consumidor.
previstos nesta Constituição;
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade com- Direito de informação, petição e obtenção de certidão junto
petente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao pro- aos órgãos públicos:
prietário indenização ulterior, se houver dano; XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos infor-
mações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral,
O direito de propriedade não é absoluto. Dada a supremacia do que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
interesse público sobre o particular, nas hipóteses legais é permiti- ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
da a intervenção do Estado na propriedade. sociedade e do Estado; (Regulamento) (Vide Lei nº 12.527, de 2011).
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NOÇÕES DE DIREITO
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do paga- Princípio da não discriminação:
mento de taxas: XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direi-
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direi- tos e liberdades fundamentais;
tos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; Decorre do princípio da igualdade.
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa
de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; Crimes inafiançáveis, imprescritíveis e insuscetíveis de graça
Todo cidadão, independentemente de pagamento de taxa, tem e anistia:
direito à obtenção de informações, protocolo de petição e obtenção XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e impres-
de certidões junto aos órgãos públicos, de acordo com suas necessi- critível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
dades, salvo necessidade de sigilo. XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de
graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecen-
Princípio da proteção judiciária ou da inafastabilidade do con- tes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hedion-
trole jurisdicional: dos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que,
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão podendo evitá-los, se omitirem; (Regulamento).
ou ameaça a direito; XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de
Por este princípio o, Poder Judiciário não pode deixar de apre- grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e
ciar as causas de lesão ou ameaça a direito que chegam até ele. o Estado Democrático.
• Crimes inafiançáveis e imprescritíveis: Racismo e ação de
Segurança jurídica: grupos armados contra a ordem constitucional e o Estado Demo-
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico crático;
perfeito e a coisa julgada; • Crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça e anistia: Prá-
Direito adquirido é aquele incorporado ao patrimônio jurídico tica de Tortura, Tráfico de drogas e entorpecentes, terrorismo e cri-
de seu titular e cujo exercício não pode mais ser retirado ou tolhido. mes hediondos.
Ato jurídico perfeito é a situação ou direito consumado e defi-
nitivamente exercido, sem nulidades perante a lei vigente. Os crimes inafiançáveis são aqueles que não admitem fiança,
Coisa julgada é a matéria submetida a julgamento, cuja sen- ou seja, que não dão ao acusado o direito de responder seu
tença transitou em julgado e não cabe mais recurso, não podendo, processo em liberdade até a sentença condenatória, mediante
portanto, ser modificada. pagamento de determinada quantia pecuniária ou cumprimento
de determinadas obrigações;
Tribunal de exceção: Crimes imprescritíveis são aqueles que não prescrevem e po-
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; dem ser julgados e punidos em qualquer tempo, independente-
O juízo ou tribunal de exceção seria aquele criado exclusiva- mente da data em que foram cometidos;
mente para o julgamento de um fato específico já acontecido, onde Crimes insuscetíveis de graça e anistia são aqueles que não per-
os julgadores são escolhidos arbitrariamente. A Constituição veda mitem a exclusão do crime com a rescisão da condenação e extin-
tal prática, pois todos os casos devem se submeter a julgamento ção total da punibilidade (anistia), nem a extinção da punibilidade,
dos juízos e tribunais já existentes, conforme suas competências ainda que parcial (graça).
pré-fixadas.
Princípio da intranscendência da pena:
Tribunal do Júri: XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, poden-
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização do a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de
que lhe der a lei, assegurados: bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles
a) a plenitude de defesa; executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
b) o sigilo das votações; A aplicação da pena deve ser sempre pessoal e não pode ser
c) a soberania dos veredictos; cumprida por pessoa diversa da pessoa do condenado.
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra
a vida; Individualização da pena:
XLVI – a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre
O Tribunal do Júri é o instituto jurisdicional destinado exclusi- outras, as seguintes:
vamente para o julgamento da prática de crimes dolosos contra a a) privação ou restrição da liberdade;
vida. b) perda de bens;
c) multa;
Princípio da legalidade, da anterioridade e da retroatividade d) prestação social alternativa;
da lei penal: e) suspensão ou interdição de direitos;
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena
sem prévia cominação legal; Pela individualização da pena, é garantida a fixação das penas,
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; observado o histórico pessoal a atuação individual, de modo que
Para ser crime, tem que estar expressamente previsto na lei pe- cada indivíduo possa receber apenas a punição que lhe é devida.
nal. Se a conduta não está prescrita no Código Penal, não é crime e
não há pena. Uma nova lei penal não retroage, não se aplica a con- Proibição de penas:
dutas praticadas antes de sua entrada em vigor, mas se a lei nova for XLVII – não haverá penas:
mais benéfica, esta sim poderá ser aplicada para beneficiar o réu. a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do
art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
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NOÇÕES DE DIREITO
d) de banimento; Provas ilícitas são aquelas obtidas por meio ilegal ou fraudulen-
e) cruéis. to, ou que infrinja as normas e princípios básicos de direito, motivo
pelo qual não são aceitas no processo judicial.
Como afirmativa dos direitos humanos e da dignidade da pes-
soa humana, a Constituição Federal de 1988 veda a pena de morte, Presunção de inocência:
pena perpétua, de banimento e de trabalhos forçados e cruéis. LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em jul-
gado de sentença penal condenatória;
Estabelecimentos para cumprimento de pena: Todo cidadão é considerado inocente até que se prove o con-
XLVIII – a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, trário, com o trânsito em julgado da sentença condenatória.
de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
Identificação criminal:
Respeito à Integridade Física e Moral dos Presos: LVIII – o civilmente identificado não será submetido a identifi-
XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade física cação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; (Regulamento).
e moral; A identificação criminal será feita diante de fundada suspeita
da validade e veracidade dos documentos cíveis apresentados ou
Direito de permanência e amamentação dos filhos pela presi- quando já se tem notícias reputadas a pessoa civilmente identifi-
diária mulher: cada sobre uso de diversos nomes e fraude em registros policiais.
L – às presidiárias serão asseguradas condições para que pos-
sam permanecer com seus filhos durante o período de amamenta- Ação Privada Subsidiária da Pública:
ção; LIX – será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se
Também em atenção à dignidade da pessoa humana, a Cons- esta não for intentada no prazo legal;
tituição Federal de 1988 determina que as penas sejam cumpridas
em diferentes tipos de estabelecimento de acordo com a gravidade A ação penal privada subsidiária da pública é admitida nos ca-
e natureza do delito, a idade e o sexo do apenado, respeitando-se sos em que a lei não prevê a ação como privada, mas sim como
sua integridade física e moral, garantindo ainda à apenada mulher, pública (condicionada ou incondicionada). Entretanto, o Ministério
o direito de permanecer com os filhos e ter condições dignas de Público, titular da ação penal, permanece inerte e não apresenta a
amamenta-los. denúncia no prazo legal, abrindo-se a possibilidade para que o ofen-
dido, seu representante legal ou seus sucessores ingressem com a
Extradição: ação penal privada subsidiária da pública.
LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado,
em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de A publicidade dos atos processuais e o segredo de Justiça:
comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e dro- LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais
gas afins, na forma da lei; quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
LII – não será concedida extradição de estrangeiro por crime Em regra, todos os atos processuais são públicos, salvo o se-
político ou de opinião; gredo de justiça, que pode ser determinado de ofício pelo juiz da
A extradição é um ato oficial de cooperação internacional que causa, para segurança jurídica das partes, proteção dos interesses
consiste na entrega de uma pessoa – o extraditando, acusado ou de menor, interesse social ou demanda de grande repercussão etc.,
condenada pela prática de um ou mais crimes em território estran- ou a requerimento justificado das partes do processo.
geiro, ao país que o reclama. A Constituição determina que não ha-
verá extradição de brasileiro nato em nenhuma hipótese, e o natu- Legalidade da prisão:
ralizado somente nas exceções previstas. LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou por or-
dem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente,
Direito ao julgamento pela autoridade competente salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente mi-
LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela au- litar, definidos em lei;
toridade competente; Salvo flagrante delito, o cidadão só pode ser levado preso por
autoridade policial, mediante ordem judicial escrita e devidamente
Devido Processo Legal: fundamentada.
LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o
devido processo legal; Comunicabilidade da prisão:
LXII – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre
Contraditório e a ampla defesa: serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos do preso ou à pessoa por ele indicada;
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa,
com os meios e recursos a ela inerentes; Informação ao preso:
Ninguém poderá ser punido ou condenado sem o devido pro- LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre os quais o
cesso legal, onde deverá ser assegurado, sob pena de nulidade ab- de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da famí-
soluta, o direito de resposta e ampla defesa, com sentença transita- lia e de advogado;
da em julgado (que não cabe mais recurso) prolatada pelo juízo ou
autoridade judiciária competente. Identificação dos responsáveis pela prisão:
LXIV – o preso tem direito à identificação dos responsáveis por
Provas ilícitas: sua prisão ou por seu interrogatório policial;
LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por
meios ilícitos;

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NOÇÕES DE DIREITO
Na ocasião de prisão, são direitos do preso a comunicação de b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo
sua prisão e o local onde se encontra à sua família e ao juízo com- por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
petente, bem como conhecer as autoridades policiais responsáveis
por sua prisão e interrogatório. Ação Popular:
LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação
Relaxamento da prisão ilegal: popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de
LXV – a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autori- entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa,
dade judiciária; ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o
O relaxamento da prisão consiste em que o acusado seja posto autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus
em liberdade, pela incidência de alguma ilegalidade no ato de sua da sucumbência;
prisão. A Ação Popular é o instrumento constitucional adequado, por
meio do qual qualquer cidadão pode vir a questionar a validade de
Garantia da liberdade provisória: atos que considera lesivos ao patrimônio público, à moralidade ad-
LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a ministrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;
A liberdade provisória é o instituto processual que garante ao Assistência Judiciária:
acusado o direito de aguardar em liberdade o transcorrer do pro- LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita
cesso criminal até o trânsito em julgado de sua sentença penal con- aos que comprovarem insuficiência de recursos;
denatória, mediante o estabelecimento ou não de determinadas Todos aqueles que não podem arcar com as custas judiciárias
condições e a colaboração com as investigações. sem prejuízo de seu sustento pessoal e de sua família, para se ter o
acesso à justiça, têm direito à assistência judiciária gratuita.
Prisão civil:
LXVII – não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável Indenização por erro judiciário:
pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação LXXV – o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, as-
alimentícia e a do depositário infiel;
sim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença;
A Constituição Federal de 1988 extinguiu, em regra, a prisão
civil por dívidas, salvo a do alimentante inadimplente (pensão ali-
Gratuidade de serviços públicos:
mentícia). E, a Súmula Vinculante 25, STF tornou ilícita a prisão civil
de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito. LXXVI – são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na
forma da lei: (Vide Lei nº 7.844, de 1989)
São remédios constitucionais em casos de violação de: a) o registro civil de nascimento;
- Liberdade: Habeas Corpus b) a certidão de óbito;
- Direito Líquido e certo: Mandado de Segurança LXXVII – são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data,
- Informações: Habeas data e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania
- Preceito constitucional que necessite de norma regulamenta- (Regulamento).
dora: Mandado de Injunção A Constituição Federal traz como direito fundamental a gratui-
dade de serviços públicos – registro civil, a obtenção de certidão
Habeas corpus: de óbito, as ações de Habeas corpus e Habeas data aos economica-
LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer mente hipossuficientes.
ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberda-
de de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; Princípio da Celeridade Processual:
LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são asse-
Mandado de Segurança: gurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a
LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger di- celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional
reito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas nº 45, de 2004).
data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for É fundamental a garantia da razoável duração do processo, de
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atri- forma a evitar que direitos se percam no transcorrer processual
buições do Poder Público; pela demora do Judiciário.
LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional; Aplicabilidade das normas de direitos e garantias fundamen-
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legal- tais:
mente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em § 1º As normas definidoras dos direitos e garantias
defesa dos interesses de seus membros ou associados;
fundamentais têm aplicação imediata.
Assim, todas as normas relativas aos direitos e garantias funda-
Mandado de Injunção:
mentais são autoaplicáveis.
LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta
de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à naciona- Rol é exemplificativo:
lidade, à soberania e à cidadania; § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição
não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por
Habeas data: ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República
LXXII – conceder-se-á habeas data: Federativa do Brasil seja parte.
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à O rol dos direitos elencados no art. 5º da CF/88 não é taxativo,
pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados mas sim exemplificativo. Os direitos e garantias ali expressos não
de entidades governamentais ou de caráter público; excluem outros de caráter constitucional, decorrentes de princípios
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
constitucionais, do regime democrático, ou de tratados internacio- Seguro-Desemprego:
nais. Assim, os direitos fundamentais podem ser esparsos, consubs- II – seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
tanciados em toda legislação nacional, inclusive infraconstitucional. O seguro desemprego é o direito de todo trabalhador à assis-
tência financeira temporária, que tenha prestado serviços laborais
Tratados e Convenções Internacionais de Direitos Humanos a empregador e sido dispensado sem justa causa, por mais de seis
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos meses. Nos termos do art. 4º da Lei do seguro desemprego, o be-
humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso nefício será concedido ao trabalhador desempregado, por período
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos máximo variável de 3 (três) a 5 (cinco) meses, de forma contínua ou
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído alternada, a cada período aquisitivo, contados da data de dispensa
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Atos aprovados na que deu origem à última habilitação, nos seguintes critérios:
forma deste parágrafo: DLG nº 186, de 2008, DEC 6.949, de 2009,
DLG 261, de 2015, DEC 9.522, de 2018). SEGURO DESEMPREGO
Com a Emenda Constitucional n° 45 de 2004, as normas de
tratados internacionais sobre direitos humanos passaram a ser re- 1ª Solicitação:
conhecidas como normas de hierarquia constitucional, porém, so- Parcelas Tempo de trabalho
mente se aprovadas pelas duas casas do Congresso por 3/5 de seus
membros em dois turnos de votação. 4 (quatro) 12 a 23 meses
5 (cinco) 24 meses ou mais
Submissão à Jurisdição do Tribunal Penal Internacional:
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal 2ª Solicitação:
Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. (Incluído Parcelas Tempo de trabalho
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004).
3 (três) 9 a 11 meses
O Brasil se submeteu expressamente à jurisdição do Tribunal 4 (quatro) 12 a 23 meses
Penal Internacional, também conhecido por Corte ou Tribunal de 5 (cinco) 24 meses ou mais
Haia, instituído pelo Estatuto de Roma e ratificado em 20 de junho
de 2002 pelo Brasil. A Emenda Constitucional n° 45/2004, deu a 3ª Solicitação:
esta adesão força constitucional. O objetivo do TPI é identificar e Parcelas Tempo de trabalho
punir autores de crimes contra a humanidade.
3 (três) 6 a 11 meses
— Direitos sociais 4 (quatro) 12 a 23 meses
Os chamados Direitos Sociais são aqueles que visam garantir
qualidade de vida, a melhoria de suas condições e o desenvolvi- 5 (cinco) 24 meses ou mais
mento da personalidade. São meios de se atender ao princípio basi-
lar da dignidade humana e estão previstos no art. 6º, CF. Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS):
III – fundo de garantia do tempo de serviço;
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimenta- Pode-se dizer que o FGTS é uma espécie de conta poupança
ção, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a compulsória do trabalhador, gerida pela Caixa Econômica Federal
previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assis- e regida pela Lei 8.036/1990. Mensalmente, o os empregador deve
tência aos desamparados, na forma desta Constituição (Redação depositar nas contas vinculadas de seus funcionários o valor cor-
dada pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015). respondente a 8% (oito por cento) do salário de cada trabalhador.

Do direito ao trabalho Salário mínimo:


Os direitos relativos aos trabalhadores podem ser de duas or- IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado,
dens: capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua fa-
- Direitos individuais, previstos no art. 7º, CF; mília com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário,
- Direitos coletivos dos trabalhadores, previstos nos arts. 9º a higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos
11, CF. que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação
para qualquer fim;
Os direitos individuais dos trabalhadores são aqueles O salário mínimo é o estabelecido para jornada padrão de 44
destinados a proteger a relação de trabalho contra uma profunda horas semanais, podendo ser proporcional, em caso de jornada in-
desigualdade, de modo a compatibilizar a função laboral com a ferior.
dignidade e o bem-estar do trabalhador que é a parte hipossuficiente
da relação trabalhista. Piso salarial:
V – piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de trabalho;
outros que visem à melhoria de sua condição social: O piso salarial corresponde ao menor salário que determinada
categoria profissional pode receber pela sua jornada de trabalho,
Proteção contra despedida arbitrária ou sem justa causa: considerando a extensão e complexidade do trabalho desenvolvido
I – relação de emprego protegida contra despedida arbitrária e devendo ser sempre superior ao salário-mínimo nacional.
ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá
indenização compensatória, dentre outros direitos; Irredutibilidadade do salário:
Os contratos de trabalho são, em regra, por prazo indetermi- VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção
nado e a legislação protege a continuidade das relações laborais ou acordo coletivo;
contra dispensa imotivada.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
A irredutibilidade salarial garante que o empregado não venha Jornada de Trabalho:
a ter o seu salário reduzido arbitrariamente pelo empregador, du- XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas
rante todo o período do contrato de trabalho. É uma garantia à es- diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de
tabilidade econômica do trabalhador. horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção
coletiva de trabalho; (Vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943).
Proteção aos que percebem remuneração variável: A Constituição Federal garante ao trabalhador jornada de tra-
VII – garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que balho não superior a oito horas diárias ou quarenta e quatro horas
percebem remuneração variável; semanais, facultada a compensação e a redução.
Os empregados que recebem salários com valores variáveis,
como comissões sobre vendas etc, nunca devem receber salário in- Jornada especial para turnos ininterruptos de revezamento:
ferior ao mínimo. Como o salário mínimo mensal estipulado em lei XIV – jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos
corresponde a uma jornada laboral mensal de 220 horas, a garantia ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;
mínima aqui estipulada terá como parâmetro o salário mínimo-ho- O trabalho em turno ininterrupto de revezamento é aquele
ra. prestado por trabalhadores que se revezam nos postos de traba-
Décimo Terceiro Salário ou Gratificação Natalina: lho nos horários diurno e noturno. É bastante comum em empresas
VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração integral que funcionam em tempo integral, sem pausas. A jornada do traba-
ou no valor da aposentadoria; lhador de turnos ininterruptos deve ser de seis horas diárias.
O 13º salário é a garantia do recebimento de um salário inte- Repouso (ou descanso) semanal remunerado (DSR):
gral (ou proporcional ao período trabalhado, se for o caso) por oca- XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos do-
sião das comemorações de final de ano a todos os trabalhadores, mingos;
aposentados e pensionistas do INSS. O Descanso ou Repouso Semanal Remunerado corresponde a
um dia de folga semanal remunerado ao trabalhador a ser concedi-
Remuneração superior por trabalho noturno: do preferencialmente aos domingos.
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
Uma vez que a a redução do sono regular pode comprometer Pagamentos de horas extras:
a saúde, o trabalho noturno tem remuneração superior em 20% a XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mí-
mais sobre a hora diurna trabalhada para os trabalhadores urbanos nimo, em cinqüenta por cento à do normal; (Vide Del 5.452, art. 59
e 25%, para os trabalhadores rurais. § 1º).
Considera-se trabalho noturno: O pagamento de horas extras caracteriza-se pela remunera-
ção superior em, no mínimo, 50% das horas trabalhadas, além da
– entre às 22h de um dia até às 5h do dia seguinte para traba-
jornada diária, lembrando que a legislação trabalhista permite o
lhadores urbanos;
excedente em apenas 2 horas extraordinárias diárias, totalizando
– entre às 21h de um dia e às 5h do dia seguinte, para os traba-
10 horas diárias trabalhadas, salvo condições excepcionais. É lici-
lhadores rurais da agricultura; e
ta também a compensação de jornada (banco de horas), quando
– entre às 20h de um dia e às 4h do dia seguinte, para os traba-
ao invés de receber o acréscimo salarial que lhe é devido, o tra-
lhadores rurais pecuária.
balhador passa a ter direito a usufruir a compensação das horas
excedentes em períodos de folga para descanso e lazer, mediante o
Proteção do salário contra retenção dolosa: cumprimento de alguns requisitos legais pela empregadora.
X – proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua
retenção dolosa; Férias remuneradas:
É vedada a retenção salarial dolosa, sendo permitidos apenas XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um
os descontos salariais autorizados em Lei. terço a mais do que o salário normal;
Após um ano de trabalho efetivo (período aquisitivo), todo
Participação nos lucros: trabalhador passa a ter direito a um período de até 30 dias para
XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da re- descanso e lazer, com percebimento de salário integral, acrescido
muneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empre- de 1/3 constitucional. As férias são concedidas a critério do empre-
sa, conforme definido em lei; gador, que após o término do período aquisitivo, tem até um ano
A Participação nos Lucros e Resultados da empresa correspon- para concedê-las (período concessivo).
de a uma recompensa pelo reconhecimento do bom desempenho
e produtividade, pago a todos os funcionários de determinada em- Licença à gestante:
presa sobre o lucro excedente de determinado período de suas ati- XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salá-
vidades. rio, com a duração de cento e vinte dias;
Também chamada de Licença maternidade, corresponde ao
Salário-família: período em que a mulher está prestes a ter um filho, acabou de
XII – salário-família pago em razão do dependente do trabalha- ganhar um bebê ou adotou uma criança. Nesses contextos, a mu-
dor de baixa renda nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda lher tem direito a permanecer afastada do seu trabalho e receber o
Constitucional nº 20, de 1998). salário maternidade, benefício previdenciário pago à pessoa nessas
O salário-família é um benefício da previdência social corres- condições. Em regra, a licença maternidade é de 120 dias, podendo
pondente ao valor pago ao empregado de baixa renda, que receba ser ampliado para 180 dias, nos casos em que a empregadora for
salário no valor de até R$ 1.655,98, inclusive ao doméstico e ao tra- aderente ao Programa Empresa Cidadã.
balhador avulso, e possua filhos menores de 14 anos de idade ou
portadores de deficiência, sem limite de idade. Licença-paternidade:
XIX – licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
A Licença-paternidade é período de 5 dias, que se inicia no
primeiro dia útil após o nascimento da criança em que o pai tem
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
direito a afastar-se de suas atividades laborais, sem prejuízo de seu Aposentadoria:
salário. Nos casos em que a empresa esteja cadastrada no progra- XXIV – aposentadoria;
ma Empresa Cidadã, o prazo poderá ser estendido por mais 15 dias, A aposentadoria é o benefício concedido pela Previdência So-
totalizando 20 dias. cial ao trabalhador segurado da previdência que preencher os requi-
sitos legais para sua concessão, consistente na prestação pecuniária
Proteção da mulher no mercado de trabalho: recebida mensalmente pelo aposentado, calculada conforme suas
XX – proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante contribuições à previdência ao longo de toda a sua vida laboral.
incentivos específicos, nos termos da lei;
A proteção ao trabalho da mulher é questão de ordem pública, Assistência aos filhos pequenos:
com vias a garantir a isonomia de condições laborais. Assim, são XXV – assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o
vedadas diferenciações arbitrárias, salvo quando a natureza da ati- nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas;
vidade, pública ou notoriamente o exigir. São vedadas as diferen- (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006).
ciações em razão do gênero para fins de remuneração, formação A Constituição Federal, com vistas a proteção do trabalho dos
profissional e possibilidades de ascensão. A proteção à gravidez, genitores de filhos e dependentes pequenos, garante assistência
proibição de revistas íntimas ou práticas que venham a ferir a digni- gratuita a seus filhos e dependentes, entretanto, tal dispositivo,
dade feminina são alguns dos exemplos de medidas de proteção do ainda depende de regulamentação para o seu pleno exercício.
mercado de trabalho da mulher.
Aviso Prévio: Reconhecimento das convenções e acordos coletivos de tra-
XXI – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no balho:
mínimo de trinta dias, nos termos da lei; XXVI – reconhecimento das convenções e acordos coletivos de
Nas relações de emprego, o aviso prévio consiste na comunica- trabalho;
ção da rescisão do contrato de trabalho por uma das partes, empre- Por este inciso, a Constituição Federal reconheceu as conven-
gador ou empregado, que decide extingui-lo, com a antecedência ções e acordos coletivos como instrumentos com força de lei entre
mínima de 30 dias. O aviso prévio pode ser trabalhado ou indeniza- as partes, desde que conformes com o texto constitucional.
do, quando concedido por qualquer uma das partes.
Proteção em face da automação:
Redução dos riscos do trabalho: XXVII – proteção em face da automação, na forma da lei;
XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de A proteção em face da automação consiste em proteger a
normas de saúde, higiene e segurança; classe trabalhadora do desemprego pela automação abusiva, bem
É dever da empregadora a redução dos riscos inerentes às como em garantir de forma efetiva a saúde e a segurança no meio
atividades desempenhadas por seus colaboradores, através do ambiente de trabalho automatizado.
cumprimento de todas as normas regulamentadoras de saúde,
higiene e segurança, bem como do fornecimento de equipamentos Seguro contra acidentes de trabalho:
de proteção individual e da exigência da execução de todas as XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empre-
normas da empresa por seus funcionários, sob pena de justa causa. gador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando
incorrer em dolo ou culpa;
Adicional por atividades penosas, insalubres ou perigosas: O seguro contra acidentes de trabalho é uma garantia ao em-
XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, pregado, às expensas do empregador, que assume os riscos da ativi-
insalubres ou perigosas, na forma da lei; dade laboral, mediante pagamento de um adicional sobre folha de
salários de seus empregados, com administração atribuída à Previ-
O trabalho penoso é aquele considerado extremamente des-
dência Social. Tal seguro tem função de seguridade por ser destina-
gastante para a pessoa humana, em que o trabalhador depreende
do a beneficiários atingidos por doença ou acidente, que estejam
um esforço além do normal para o desempenho de suas atividades.
associados ao sistema previdenciário. O Seguro contra acidentes de
Não há regulamentação de um adicional.
trabalho está regulamentado pela Lei 8.212/91.
O trabalho insalubre é aquele em que o empregado, no exer-
cício de suas atividades, expõe-se a qualquer agente físico, químico
Ação trabalhista nos prazos prescricionais:
ou biológico, nocivo à saúde, e que com o passar do tempo podem
XXIX – ação, quanto aos créditos resultantes das relações
ocasionar uma doença ocupacional. O adicional de insalubridade de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os
pode variar entre: trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a
- 10% (dez por cento) em grau mínimo; extinção do contrato de trabalho; (Redação dada pela Emenda
- 20% (vinte por cento) em grau médio; Constitucional nº 28, de 2000).
- 40% (quarenta por cento) em grau máximo de exposição, cal- A todo trabalhador é garantido o direito de propor Reclama-
culado sob o salário mínimo, nos termos da lei. tória (ou Reclamação) Trabalhista, dentro dos prazos processuais
legais. O prazo prescricional de uma reclamação trabalhista é de 02
São exemplos de atividades insalubres as exercidas por profis- anos, a partir da rescisão do contrato de trabalho! Esse é o prazo
sionais da saúde, radiologistas, mineradores, entre outros. para que o trabalhador possa ingressar com a Ação Trabalhista. O
E, por fim, o trabalho perigoso é aquele que envolve constante prazo prescricional de 05 anos, previsto no mesmo inciso da Consti-
risco à integridade física do trabalhador. Como exemplos, temos as tuição, refere-se ao período cujos direitos podem ser questionados,
atividades profissionais com inflamáveis, explosivos, energia elétri- ou seja, o funcionário pode reclamar apenas dos direitos corres-
ca, segurança pessoal ou patrimonial, com o uso de motocicleta, pondentes aos últimos 05 (cinco) anos trabalhados.
entre outros. O adicional de periculosidade é correspondente a
30% (trinta por cento) sobre o salário-base. Não discriminação:
A insalubridade é diferente da periculosidade e os adicionais XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de fun-
não são cumulativos! ções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou
estado civil;
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
XXXI – proibição de qualquer discriminação no tocante a salário — Direitos de nacionalidade
e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; A nacionalidade é a condição de sujeito natural do Estado, que
pode participar dos atos pertinentes à nação. A atribuição da nacio-
Proibição de distinção do trabalho: nalidade se dá por dois critérios:
XXXII – proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e Jus solis: será brasileiro todo aquele nascido em território na-
intelectual ou entre os profissionais respectivos; cional;
Jus sanguinis: será brasileiro todo filho de nacional, mesmo
Trabalho do menor: nascido no exterior.
XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a O Brasil adota, em regra, o critério do jus solis, mitigado por cri-
menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis térios do jus sanguinis. O art. 12 da Constituição Federal elenca os
anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; (Re- direitos da nacionalidade, dividindo os brasileiros em dois grandes
dação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998). grupos: os brasileiros natos e os naturalizados.
- De 14 a 16 anos: Só pode trabalhar na condição de aprendiz.
- De 16 a 18 anos: É vedado o exercício de trabalho noturno, Art. 12 São brasileiros:
perigoso ou insalubre. I - natos:
- A partir de 18 anos: Trabalho normal. a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de
pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;
Igualdade ao trabalhador avulso: b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasilei-
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo ra, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federa-
empregatício permanente e o trabalhador avulso. tiva do Brasil;
O trabalhador avulso é aquele que presta serviços a uma c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe bra-
empresa de maneira eventual e que, apesar de não possuir vínculo sileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira com-
empregatício, possui os mesmos direitos que os trabalhadores com petente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e
vínculo e a sua prestação de serviços deve obrigatoriamente ser in- optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela
termediada por um sindicato de sua categoria. nacionalidade brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucio-
nal nº 54, de 2007).
Empregados domésticos: II - naturalizados:
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhado- a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira,
exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas resi-
res domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X,
dência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na Re-
e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a sim-
pública Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e
plificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e
sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade bra-
acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiarida-
sileira (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3,
des, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como
de 1994).
a sua integração à previdência social (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 72, de 2013). Cargos privativos do brasileiro nato: (art. 12, § 3º, CF)
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
Os Direitos Coletivos dos Trabalhadores “são aqueles exerci- I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
dos pelos trabalhadores, coletivamente ou no interesse de uma co- II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
letividade” (LENZA, 2019, p. 2038) e compreendem: III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
Liberdade de Associação Profissional Sindical: prerrogativa V - da carreira diplomática;
dos trabalhadores para defesa de seus interesses profissionais e VI - de oficial das Forças Armadas.
econômicos. VII - de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 23, de 1999).
Direito de Greve: direito de abstenção coletiva e simultânea
do trabalho, de modo organizado para defesa de interesses dos Naturalização
trabalhadores. Importante mencionar que serviços considerados A naturalização é um meio derivado, de aquisição secundária
essenciais e inadiáveis à sociedade não podem ser paralisados to- da nacionalidade brasileira, permitida ao estrangeiro ou apátrida
talmente para o exercício do direito de greve. Ademais, o STF (2017) que preencher determinados requisitos.
entende que servidores que atuam diretamente na área de segu- Também chamado de heimatlos, o apátrida é aquele que não
rança pública não podem entrar em greve em nenhuma hipótese. possui nenhuma nacionalidade, já o polipátrida é aquele que tem
mais de uma nacionalidade.
Direito de Participação Laboral: assegura a participação dos A Lei nº 13.445/2017, que institui a Lei de Migração trata de
trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos diversas questões acerca da nacionalidade e do processo de natu-
em que interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de ralização, sendo vedada a diferenciação arbitrária entre brasileiros
discussão. natos e naturalizados.
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros
Direito de Representação na Empresa: Nos termos do art. 11, natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.
CF: nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada
a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de Portugueses:
promover-lhes o entendimento direto com os empregadores. Aos portugueses com residência permanente no país serão
atribuídos os mesmos direitos dos brasileiros, desde que haja re-
ciprocidade.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
Art. 12 Plebiscito: manifestação popular do eleitorado que decide
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se acerca de uma determinada questão. Assim, em termos práticos, é
houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os feita uma pergunta à qual responde o eleitor. É uma consulta prévia
direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Cons- à elaboração da lei.
tituição (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº Referendo: manifestação popular, em que o eleitor aprova ou
3, de 1994). rejeita uma atitude governamental, normalmente uma lei ou proje-
to de lei já existente.
Perda da Nacionalidade: Iniciativa Popular: é o direito de uma parcela da população (1%
§ 4º Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: do eleitorado) apresentar ao Poder Legislativo um projeto de lei
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em que deverá ser examinado e votado. Os eleitores também podem
virtude de atividade nociva ao interesse nacional; usar deste instrumento em nível estadual e municipal.
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:(Redação
dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994). Alistamento eleitoral (direitos políticos ativos):
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei es- Consiste na capacidade de votar, participar de plebiscito e re-
trangeira; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de ferendo, subscrever projeto de lei de iniciativa popular e de propor
1994). ação popular e se dá através do alistamento eleitoral, obrigatório
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao para os maiores de dezoito anos e facultativo para os maiores de
brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para dezesseis e menores de dezoito, para os analfabetos e para os maio-
permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis; res de setenta anos.
(Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994). São inalistáveis os estrangeiros e os conscritos durante serviço
militar obrigatório, ou seja, aqueles que se alistaram no exército e
Extradição, repatriação, deportação e expulsão foram convocados a prestar serviço militar.
A extradição, repatriação, deportação e expulsão são medidas
do Estado soberano para enviar uma pessoa que se encontra refu- Elegibilidade eleitoral (direitos políticos passivos):
giada em seu território a outro Estado estrangeiro. Os direitos políticos passivos consistem na possibilidade de ser
Segundo o Ministério da Justiça (2021), a extradição é um ato votado, ou seja, na elegibilidade que é a capacidade eleitoral passi-
de cooperação internacional que consiste na entrega de uma pes- va consistente na possibilidade de o cidadão pleitear determinados
soa, acusada ou condenada por um ou mais crimes, ao país que mandatos políticos, mediante eleição popular, desde que preenchi-
a reclama. Não haverá extradição de brasileiro nato. Também não dos os devidos requisitos.
será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de
opinião. § 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:
Repatriação é medida administrativa consistente no processo I - a nacionalidade brasileira;
de devolução voluntária de uma pessoa ao seu local de origem ou II - o pleno exercício dos direitos políticos;
de cidadania, por estar impedida de permanecer em território bra- III - o alistamento eleitoral;
sileiro após determinado período. IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
A deportação será aplicada nas hipóteses de entrada ou esta- V - a filiação partidária; Regulamento.
da irregular de estrangeiros no território nacional e a repatriação VI - a idade mínima de:
ocorre quando o clandestino é impedido de ingressar em território a) 35 anos para Presidente e Vice-Presidente da República e
nacional pela fiscalização fronteiriça e aeroportuária brasileira. Senador;
A expulsão consiste em medida administrativa de retirada com- b) 30 para Governador e Vice-Governador de Estado e do Dis-
pulsória de migrante ou visitante do território nacional, conjugada trito Federal;
com o impedimento de reingresso por prazo determinado, configu- c) 21 anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distri-
rado pela prática de crimes em território brasileiro. tal, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
O banimento, que é a entrega de um brasileiro para julgamento d) 18 anos para Vereador.
no exterior, prática comum na época da ditadura militar, é vedado
pela Constituição. Inelegibilidades:
A Constituição não menciona exaustivamente todas hipóteses
— Direitos políticos de inelegibilidade, apenas fixa algumas. Em regra:
Os Direitos Políticos visam assegurar a participação do cidadão § 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
na vida política e estrutural de seu Estado, garantindo-lhe o acesso
à condução da coisa pública. Abrangem o poder que qualquer ci- Há também a inelegibilidade derivada do casamento ou do pa-
dadão tem na condução dos destinos de sua coletividade, de uma rentesco com o Presidente da República, com os Governadores de
forma direta ou indireta, ou seja, sendo eleito ou elegendo repre- Estado e do Distrito Federal e com os Prefeitos, ou com quem os
sentantes junto aos poderes públicos. haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito.
Cidadania e nacionalidade são conceitos distintos, logo nacio- §7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o
nal é diferente de cidadão. A condição de nacional é um pressupos- cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau
to para a de cidadão. A cidadania em sentido estrito é o status de ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de
nacional acrescido dos direitos políticos, isto é, o poder participar Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os
do processo governamental, sobretudo pelo voto. haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se
Nos termos do art. 14 da Constituição Federal a soberania po- já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
pular é exercida pelo sufrágio (voto) universal, direto e secreto, com
valor igual para todos. Ademais, estabelece também os instrumen- Quanto à reeleição e desincompatibilização, a Emenda Consti-
tos de participação semidireta pelo povo. tucional nº 16 trouxe a possibilidade de reeleição para o chefe dos
Poderes Executivos federal, estadual, distrital e municipal. Ao con-
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
trário do sistema americano de reeleição, que permite apenas a re- No Brasil, o pluralismo político é um dos fundamentos da Repú-
condução por um período somente, no Brasil, após o período de um blica, e diferente de outras nações aqui não foi instituído o dualis-
mandato, o governante pode voltar a se candidatar para o posto. mo. (direita e esquerda ou democratas e republicanos). Os partidos
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do políticos têm liberdade de organização partidária, sendo livres a
Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substi- criação, fusão, incorporação e a sua extinção, observados o caráter
tuído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único nacional, a proibição de subordinação e recebimento de recursos
período subsequente. (Redação dada pela Emenda Constitucional financeiros de entidades ou governo estrangeiros, a vedação da uti-
nº 16, de 1997). lização de organização paramilitar, além do dever de prestar contas
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da Repú- à Justiça Eleitoral e do funcionamento parlamentar de acordo com
blica, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos a lei.
devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do De acordo com a Lei das Eleições, coligações partidárias são
pleito. permitidas.
Os partidos políticos, uma vez devidamente constituídos e re-
Por sua vez, o militar é elegível, se cumpridos alguns requisitos: gistrados no TSE, têm direito a recursos do fundo partidário e aces-
§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes con- so gratuito ao rádio e à televisão para fins de propaganda eleitoral.
dições:
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se
da atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela TÍTULO III: DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO: CAPÍTULO VII:
autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: SEÇÃO I: DISPOSIÇÕES GE-
da diplomação, para a inatividade. RAIS; SEÇÃO III: DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRI-
TO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
O Mandato Eletivo pode ser impugnado:
§ 10 O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça
Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruí- — Estado federal brasileiro, União, Estados, Distrito Federal,
da a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou municípios e territórios
fraude;
§ 11 A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo Estado Federal Brasileiro
de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de São elementos do Estado a soberania, a finalidade, o povo e o
manifesta má-fé. território. Assim, Dalmo de Abreu Dallari (apud Lenza, 2019, p. 719)
define Estado como “a ordem jurídica soberana que tem por fim o
Suspensão e Perda dos Direitos Políticos bem comum de um povo situado em determinado território”.
A perda e a suspensão dos direitos políticos podem-se dar, Soberania é o poder político supremo e independente que o
respectivamente, de forma definitiva ou temporária. Ocorrerá a Estado detém consistente na capacidade para editar e reger suas
perda quando houver cancelamento da naturalização por sentença próprias normas e seu ordenamento jurídico.
transitada em julgado, no caso de recusa em cumprir obrigação a A finalidade consiste no objetivo maior do Estado que é o bem
todos imposta ou prestação alternativa (é o caso do serviço militar
comum, conjunto de condições para o desenvolvimento integral da
obrigatório). Por sua vez, a suspensão dos direitos políticos se dá
pessoa humana.
enquanto persistirem os motivos desta, ou seja, enquanto não re-
Povo é o conjunto de indivíduos, em regra, com um objetivo
toma a capacidade civil, o indivíduo terá seus direitos políticos sus-
comum, ligados a um determinado território pelo vínculo da nacio-
pensos; readquirindo-a, alcançará, novamente o status de cidadão.
nalidade.
Também são passíveis de suspensão os condenados criminalmente
Território é o espaço físico dentro do qual o Estado exerce seu
(com sentença transitado em julgado). Cumprida a pena, readqui-
poder e sua soberania. Onde o povo se estabelece e se organiza
rem os direitos políticos; no caso de improbidade administrativa, a
suspensão será, da mesma forma, temporária. com ânimo de permanência.
A Constituição de 1988 adotou a forma republicana de gover-
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou no, o sistema presidencialista de governo e a forma federativa de
suspensão só se dará nos casos de: Estado. Note tratar-se de três definições distintas.
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em
julgado; REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL:
II - incapacidade civil absoluta; • Forma de Estado: Federação
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto du- • Forma de Governo: República
rarem seus efeitos; • Regime de Governo: Democrático
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação • Sistema de Governo: Presidencialismo
alternativa, nos termos do art. 5º, VIII
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. O federalismo é a forma de Estado marcado essencialmente
pela união indissolúvel dos entes federativos, ou seja, pela impossi-
— Partidos Políticos bilidade de secessão, separação. São entes da federação brasileira:
Partidos políticos são associações de pessoas de ideologia e in- a União; os Estados-Membros; o Distrito Federal e os Municípios.
teresses comuns, com a finalidade de exercer o poder a partir da Brasília é a capital federal e o Estado brasileiro é considerado lai-
vontade popular, determinando o governo e a orientação política co, mantendo uma posição de neutralidade em matéria religiosa,
nacional. Juridicamente, são verdadeiras instituições, pessoas jurí- admitindo o culto de todas as religiões, sem qualquer intervenção.
dicas de direito privado, constituídas na forma da lei civil, perante
o Registro Civil de Pessoas Jurídicas e que gozam de imunidade e
autonomia para gerir sua organização interna.
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NOÇÕES DE DIREITO
Fundamentos da República Federativa do Brasil Entes Federativos
O art. 1.º enumera, como fundamentos da República Federa-
tiva do Brasil: União
- soberania; A União é o ente federativo com dupla personalidade. Inter-
- cidadania; namente, é uma pessoa jurídica de direito público interno, com
- dignidade da pessoa humana; autonomia financeira, administrativa e política e capacidade de au-
- valores sociais do trabalho e da livre-iniciativa; to-organização, autogoverno, autolegislação e autoadministração.
- pluralismo político. Internacionalmente, a União é soberana e representa a República
Federativa do Brasil a quem cabe exercer as prerrogativas da so-
Objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil berania do Estado brasileiro. Os bens da União são todos aqueles
Os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil elencados, no art. 20, CF.
não se confundem com os fundamentos e estão previstos no art. São bens da União:
3.º da CF/88: I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser
- construir uma sociedade livre, justa e solidária; atribuídos;
- garantir o desenvolvimento nacional; II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras,
- erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigual- das fortificações e construções militares, das vias federais de comu-
dades sociais e regionais; nicação e à preservação ambiental, definidas em lei;
- promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de
sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites
com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele
Princípios que regem a República Federativa do Brasil nas re- provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;
lações internacionais IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros
O art. 4.º, CF/88 dispõe que a República Federativa do Brasil é países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, exclu-
regida nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: ídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aque-
- independência nacional; las áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal,
- prevalência dos direitos humanos; e as referidas no art. 26, II; Redação dada pela Emenda Constitucio-
- autodeterminação dos povos; nal nº 46, de 2005).
- não intervenção; V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona
- igualdade entre os Estados; econômica exclusiva;
- defesa da paz; VI - o mar territorial;
- solução pacífica dos conflitos; VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
- repúdio ao terrorismo e ao racismo; VIII - os potenciais de energia hidráulica;
- cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
- concessão de asilo político. X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos
e pré-históricos;
Competências XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
Competência é o poder, normalmente legal, de uma autorida-
de pública para a prática de atos administrativos e tomada de deci- Como ente federativo, a União possui competências adminis-
sões. As competências dos entes federativos podem ser: trativas que lhe são exclusivas (art. 21, CF), competências legisla-
Materiais ou administrativas, que se dividem em: exclusivas e tivas privativas (art. 22, CF), competências administrativas comuns
comuns; com Estados, Distrito Federal e Municípios (art. 23, CF) e competên-
Legislativas, que compreendem as privativas e as concorrentes, cias legislativas concorrentes com Estados, Distrito Federal e Muni-
complementares e suplementares; cípios (art. 24, CF).
Exclusiva, que é aquela conferida exclusivamente a um dos en-
tes federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), com Competências
exclusão dos demais. Comuns e Exclusivas Arts. 21 e 23, CF
Administrativas
Privativa, que é aquela enumerada como própria de um ente,
com possibilidade, entretanto, de delegação para outro. Competências Privativas e
Arts. 22 e 24, CF
Concorrente, que é a competência legislativa conferida em co- Legislativas Concorrentes
mum a mais de um ente federativo.
Na complementar, o ente federativo tem competência naqui- Competência administrativa exclusiva da União: art. 21, CF
lo que a norma federal (superior) lhe dê condição de atuar e na Art. 21. Compete à União:
suplementar, por sua vez, o ente federativo supre a competência I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de
federal não exercida, porém, se esta o exercer, o ato aditado com organizações internacionais;
base na competência suplementar perde a eficácia, naquilo que lhe II - declarar a guerra e celebrar a paz;
for contrário. III - assegurar a defesa nacional;
Sempre que falarmos em competência comum ou exclusiva, IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que for-
devemos excluir a ideia de “legislar”. Sempre que falarmos em le- ças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele perma-
gislar, estaremos tratando necessariamente de uma competência neçam temporariamente;
privativa ou concorrente. V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a interven-
ção federal;
VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material
bélico;
VII - emitir moeda;
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NOÇÕES DE DIREITO
VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, a co-
operações de natureza financeira, especialmente as de crédito, mercialização e a utilização de radioisótopos para pesquisa e uso
câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência médicos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 118, de
privada; 2022)
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordena- d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da
ção do território e de desenvolvimento econômico e social; existência de culpa; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 49, de
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; 2006)
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;
ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da
que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um ór- atividade de garimpagem, em forma associativa.
gão regulador e outros aspectos institucionais; (Redação dada pela XXVI - organizar e fiscalizar a proteção e o tratamento de dados
Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95) pessoais, nos termos da lei.
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão
ou permissão: Competências administrativas comuns da União, Estados, Dis-
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; (Re- trito Federal e Municípios: art. 23, CF:
dação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95) Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distri-
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveita- to Federal e dos Municípios:
mento energético dos cursos de água, em articulação com os Esta- I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições
dos onde se situam os potenciais hidroenergéticos; democráticas e conservar o patrimônio público;
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeropor- II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garan-
tuária; tia das pessoas portadoras de deficiência; (Vide ADPF 672)
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre por- III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor
tos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limi- histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais
tes de Estado ou Território; notáveis e os sítios arqueológicos;
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e interna- IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de
cional de passageiros; obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cul-
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; tural;
XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à
do Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria Pública dos Ter- ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação; (Redação dada pela
ritórios; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 69, de 2012) Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
(Produção de efeito) VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qual-
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia penal, a polí- quer de suas formas;
cia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execu- VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abaste-
ção de serviços públicos, por meio de fundo próprio; (Redação dada cimento alimentar;
pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019) IX - promover programas de construção de moradias e a me-
XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geo- lhoria das condições habitacionais e de saneamento básico; (Vide
grafia, geologia e cartografia de âmbito nacional; ADPF 672)
XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginali-
públicas e de programas de rádio e televisão; zação, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos;
XVII - conceder anistia; XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos
XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as cala- de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus
midades públicas, especialmente as secas e as inundações; territórios;
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos XII - estabelecer e implantar política de educação para a segu-
hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso; (Re- rança do trânsito.
gulamento) Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusi- cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Muni-
ve habitação, saneamento básico e transportes urbanos; cípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-es-
XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional tar em âmbito nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional
de viação; nº 53, de 2006)
XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária
e de fronteiras; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
Competências Legislativas privativas da União: art. 22, CF:
de 1998)
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário,
natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o
marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;
enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comér-
II - desapropriação;
cio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes
III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e
princípios e condições:
em tempo de guerra;
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será
admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;
Nacional; V - serviço postal;
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercializa- VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos
ção e a utilização de radioisótopos para pesquisa e uso agrícolas e metais;
industriais; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 118, de VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de va-
2022) lores;

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
VIII - comércio exterior e interestadual; IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia,
IX - diretrizes da política nacional de transportes; pesquisa, desenvolvimento e inovação; (Redação dada pela Emen-
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, da Constitucional nº 85, de 2015)
aérea e aeroespacial; X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas
XI - trânsito e transporte; causas;
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia; XI - procedimentos em matéria processual;
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização; XII - previdência social, proteção e defesa da saúde; (Vide ADPF
XIV - populações indígenas; 672)
XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de XIII - assistência jurídica e Defensoria pública;
estrangeiros; XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de
XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições deficiência;
para o exercício de profissões; XV - proteção à infância e à juventude;
XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.
Federal e dos Territórios e da Defensoria Pública dos Territórios, § 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da
bem como organização administrativa destes; (Redação dada pela União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. (Vide Lei nº 13.874,
Emenda Constitucional nº 69, de 2012) de 2019)
XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia § 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais
nacionais; não exclui a competência suplementar dos Estados. (Vide Lei nº
XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança 13.874, de 2019)
popular; § 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados
XX - sistemas de consórcios e sorteios; exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas
XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, peculiaridades. (Vide Lei nº 13.874, de 2019)
garantias, convocação, mobilização, inatividades e pensões das po- § 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais
lícias militares e dos corpos de bombeiros militares; (Redação dada suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. (Vide
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) Lei nº 13.874, de 2019).
XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e Estados
ferroviária federais; O Brasil é composto de estados federados que gozam de uma
XXIII - seguridade social; autonomia, consubstanciada na capacidade de auto-organização,
XXIV - diretrizes e bases da educação nacional; auto legislação, autogoverno e autoadministração.
XXV - registros públicos; Os Estados podem se formar a partir de incorporação, subdi-
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza; visão ou desmembramento, que por sua vez, pode se dar por ane-
XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as xação ou formação. A incorporação ou fusão é a junção de dois ou
modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas mais Estados para formação de um único Estado novo. A cisão ou
e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, subdivisão é a separação de um Estado em dois ou mais Estados
obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e autônomos e independentes. E, o desmembramento consiste na
sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; (Re- separação de parte de um Estado para formação de um novo Estado
dação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (formação) ou anexação a outro Estado já existente.
XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, As competências estaduais estão previstas no art. 25, CF e os
defesa civil e mobilização nacional; bens dos Estados estão elencados no art. 26, CF:
XXIX - propaganda comercial. Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constitui-
XXX - proteção e tratamento de dados pessoais. (Incluído pela ções e leis que adotarem, observados os princípios desta Constitui-
Emenda Constitucional nº 115, de 2022) ção.
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Esta- § 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes
dos a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas sejam vedadas por esta Constituição.
neste artigo. § 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante
concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei,
Competência Legislativa concorrente da União, Estados e Dis- vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.
trito Federal: art. 24, CF: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 5, de 1995).
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal le- § 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir
gislar concorrentemente sobre: regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões,
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e ur- constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para
banístico; (Vide Lei nº 13.874, de 2019) integrar a organização, o planejamento e a execução de funções
II - orçamento; públicas de interesse comum.
III - juntas comerciais; Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:
IV - custas dos serviços forenses; I - As águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes
V - produção e consumo; e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorren-
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, de- tes de obras da União;
fesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no
controle da poluição; seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turís- ou terceiros;
tico e paisagístico; III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consu- IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.
midor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turís-
tico e paisagístico;
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NOÇÕES DE DIREITO
Municípios § 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do
O Município, que também é um ente federado que possui au- Distrito Federal, da polícia civil, da polícia penal, da polícia militar
tonomia administrativa (autoadministração) e política (auto-organi- e do corpo de bombeiros militar (Redação dada pela Emenda
zação, autogoverno e capacidade normativa própria). E, vinculado Constitucional nº 104, de 2019).
ao Estado onde se localiza, depende na sua criação, incorporação,
fusão ou desmembramento, de lei estadual dentro do período de- Atualmente, não existe no Brasil nenhum Território. Com a CF/88,
terminado por lei complementar federal, além da realização de ple- os territórios de Roraima e Amapá foram transformados em Estados e
biscito. Fernando de Noronha foi incorporado ao Estado de Pernambuco.
Sua capacidade de auto-organização consiste na possibilidade
da elaboração da lei orgânica própria. O município possui o Poder ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Executivo, exercido pelo Prefeito e o Poder Legislativo, exercido
pela Câmara Municipal. Entretanto, não há Poder Judiciário na es- Disposições gerais e servidores públicos
fera municipal. É regido por lei orgânica, nos termos do art. 29, CF. A expressão Administração Pública em sentido objetivo traduz
A Constituição prevê ainda a composição das Câmaras Municipais a ideia de atividade, tarefa, ação ou função de atendimento ao inte-
e o subsídio dos vereadores, de acordo com a quantidade de habi- resse coletivo. Já em sentido subjetivo, indica o universo dos órgãos
tantes do município. e pessoas que desempenham função pública.
A competência dos municípios está elencada no art. 30, CF. Conjugando os dois sentidos, pode-se conceituar a Administra-
Art. 30. Compete aos Municípios: ção Pública como sendo o conjunto de pessoas e órgãos que de-
I - legislar sobre assuntos de interesse local; sempenham uma função de atendimento ao interesse público, ou
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; seja, que estão a serviço da coletividade.
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem
como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de pres- Princípios da Administração Pública
tar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei; Nos termos do caput do Artigo 37 da CF, a administração públi-
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação ca direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
estadual; do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de conces- legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
são ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o As provas de Direito Constitucional exigem com frequência a
de transporte coletivo, que tem caráter essencial; memorização de tais princípios. Assim, para facilitar essa memori-
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e zação, já é de praxe valer-se da clássica expressão mnemônica “LIM-
do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamen- PE”. Observe o quadro abaixo:
tal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e
do Estado, serviços de atendimento à saúde da população; Princípios da Administração Pública
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territo- L Legalidade
rial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e
da ocupação do solo urbano; I Impessoalidade
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, M Moralidade
observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.
P Publicidade
A fiscalização financeira e orçamentária dos Municípios se dá E Eficiência
sob duas modalidades: controle externo, exercido pela Câmara Mu-
LIMPE
nicipal e o controle interno, exercido pelo próprio executivo munici-
pal, nos termos do art. 31, CF.
Passemos ao conceito de cada um deles:
Distrito Federal e Territórios
O Distrito Federal é reconhecido como ente integrante da Fe- • Princípio da Legalidade
deração e goza de autonomia política, embora não se enquadre De acordo com este princípio, o administrador não pode agir
nem como estado-membro ou município. Sua principal função é ou deixar de agir, senão de acordo com a lei, na forma determinada.
servir como sede do Governo Federal e não pode haver divisões em O quadro abaixo demonstra suas divisões.
municípios. O Distrito Federal não possui constituição, mas lei orgâ-
nica própria, que define os princípios básicos de sua organização, Princípio da Legalidade
suas competências e a organização de seus poderes governamen-
tais, nos termos do art. 32, CF. A Administração Pública
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, re- Em relação à Administração somente pode fazer o que a
ger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo Pública lei permite → Princípio da
de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a Estrita Legalidade
promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição. O Particular pode fazer tudo
Em relação ao Particular
§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências que a lei não proíbe
legislativas reservadas aos Estados e Municípios.
§ 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas • Princípio da Impessoalidade
as regras do art. 77, e dos Deputados Distritais coincidirá com a dos Em decorrência deste princípio, a Administração Pública deve
Governadores e Deputados Estaduais, para mandato de igual duração. servir a todos, sem preferências ou aversões pessoais ou partidá-
§ 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se rias, não podendo atuar com vistas a beneficiar ou prejudicar de-
o disposto no art. 27. terminadas pessoas, uma vez que o fundamento para o exercício de
sua função é sempre o interesse público.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
• Princípio da Moralidade As disposições gerais sobre a Administração Pública estão elen-
Tal princípio caracteriza-se por exigir do administrador público cadas nos Artigos 37 e 38 da CF. Vejamos:
um comportamento ético de conduta, ligando-se aos conceitos de
probidade, honestidade, lealdade, decoro e boa-fé. CAPÍTULO VII
A moralidade se extrai do senso geral da coletividade represen- DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
tada e não se confunde com a moralidade íntima do administrador
(moral comum) e sim com a profissional (ética profissional). SEÇÃO I
O Artigo 37, § 4º da CF elenca as consequências possíveis, devi- DISPOSIÇÕES GERAIS
do a atos de improbidade administrativa:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer
Sanções ao cometimento de atos de improbidade dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
administrativa cípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mo-
ralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
Suspensão dos direitos políticos (responsabilidade política) I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos
Perda da função pública (responsabilidade disciplinar) brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim
como aos estrangeiros, na forma da lei;
Indisponibilidade dos bens (responsabilidade patrimonial) II - a investidura em cargo ou emprego público depende de
Ressarcimento ao erário (responsabilidade patrimonial) aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e
títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou em-
• Princípio da Publicidade prego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para car-
O princípio da publicidade determina que a Administração Pú- go em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
blica tem a obrigação de dar ampla divulgação dos atos que pratica, III - o prazo de validade do concurso público será de até dois
salvo a hipótese de sigilo necessário. anos, prorrogável uma vez, por igual período;
A publicidade é a condição de eficácia do ato administrativo e IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convo-
tem por finalidade propiciar seu conhecimento pelo cidadão e pos- cação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de pro-
sibilitar o controle por todos os interessados. vas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursa-
dos para assumir cargo ou emprego, na carreira;
• Princípio da Eficiência V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por ser-
Segundo o princípio da eficiência, a atividade administrativa vidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a se-
deve ser exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional, rem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e
evitando atuações amadorísticas. percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atri-
buições de direção, chefia e assessoramento;
Este princípio impõe à Administração Pública o dever de agir
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre asso-
com eficiência real e concreta, aplicando, em cada caso concreto, a
ciação sindical;
medida, dentre as previstas e autorizadas em lei, que mais satisfaça
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites
o interesse público com o menor ônus possível (dever jurídico de
definidos em lei específica;
boa administração).
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos
Em decorrência disso, a administração pública está obrigada a
para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de
desenvolver mecanismos capazes de propiciar os melhores resul- sua admissão;
tados possíveis para os administrados. Portanto, a Administração IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo de-
Pública será considerada eficiente sempre que o melhor resultado terminado para atender a necessidade temporária de excepcional
for atingido. interesse público;
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que
Disposições Gerais na Administração Pública trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por
O esquema abaixo sintetiza a definição de Administração Pú- lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegu-
blica: rada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção
de índices;
Administração Pública XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, fun-
ções e empregos públicos da administração direta, autárquica e
Direta Indireta fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos
Autarquias (podem ser Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de
qualificadas como agências mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos,
reguladoras) pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativa-
Federal
mente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer ou-
Fundações (autarquias tra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie,
Estadual
e fundações podem ser dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como li-
Distrital qualificadas como agências
mite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no
executivas)
Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do
Municipal
Sociedades de economia mista Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no
âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do
Empresas públicas Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco cen-
Entes Cooperados tésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do
Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável
Não integram a Administração Pública, mas prestam serviços de este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e
interesse público. Exemplos: SESI, SENAC, SENAI, ONG’s
aos Defensores Públicos;
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder III - a disciplina da representação contra o exercício negligente
Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Execu- ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública.
tivo; § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer es- suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a
pécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e
serviço público; gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor públi- § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para
co não serão computados nem acumulados para fins de concessão ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que
de acréscimos ulteriores; causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e ressarcimento.
empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos inci- § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito
sos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos
§ 2º, I; danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos
exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em de dolo ou culpa.
qualquer caso o disposto no inciso XI: § 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao
a) a de dois cargos de professor; ocupante de cargo ou emprego da administração direta e indireta
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; que possibilite o acesso a informações privilegiadas.
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos
saúde, com profissões regulamentadas; órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e fun- ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus
ções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, socieda- administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação
des de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei
direta ou indiretamente, pelo poder público; dispor sobre:
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais te- I - o prazo de duração do contrato;
rão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direi-
sobre os demais setores administrativos, na forma da lei; tos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e III - a remuneração do pessoal.”
autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de eco- § 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às
nomia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste úl- sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem
timo caso, definir as áreas de sua atuação; recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio
de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim em geral.
como a participação de qualquer delas em empresa privada; § 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a
serviços, compras e alienações serão contratados mediante pro- remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os
cesso de licitação pública que assegure igualdade de condições a cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos
todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e
de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos ter- exoneração.
mos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação § 11. Não serão computadas, para efeito dos limites
técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as
obrigações. parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do § 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo,
Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcio- fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito,
namento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específi- mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica,
cas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do
e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte
de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio. e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar Vereadores.
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal
§ 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá
de autoridades ou servidores públicos.
ser readaptado para exercício de cargo cujas atribuições e
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará
responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que
a nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos
tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, enquanto
termos da lei.
permanecer nesta condição, desde que possua a habilitação e o
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na
nível de escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida
administração pública direta e indireta, regulando especialmente:
a remuneração do cargo de origem. (Incluído pela Emenda
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos
em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento Constitucional nº 103, de 2019)
ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade § 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo
dos serviços; de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública,
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a infor- inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o
mações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição.
e XXXIII; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

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NOÇÕES DE DIREITO
§ 15. É vedada a complementação de aposentadorias de § 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os
servidores públicos e de pensões por morte a seus dependentes que Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão
não seja decorrente do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única,
não seja prevista em lei que extinga regime próprio de previdência vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono,
social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória,
§ 16. Os órgãos e entidades da administração pública, individual obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
ou conjuntamente, devem realizar avaliação das políticas públicas, § 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
inclusive com divulgação do objeto a ser avaliado e dos resultados Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor
alcançados, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer
nº 109, de 2021) caso, o disposto no art. 37, XI.
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica § 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão
e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as se- anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e
guintes disposições: empregos públicos.
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, § 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
ficará afastado de seu cargo, emprego ou função; Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, provenientes da economia com despesas correntes em cada
emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remune- órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento
ração; de programas de qualidade e produtividade, treinamento e
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibili- desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização
dade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de
ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não produtividade.
havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior; § 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º.
de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos § 9º É vedada a incorporação de vantagens de caráter
os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento; temporário ou vinculadas ao exercício de função de confiança ou
V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previ- de cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo. (Incluído
dência social, permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
de origem. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores
2019) titulares de cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário,
mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores
Servidores Públicos ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que
Os servidores públicos são pessoas físicas que prestam serviços preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. (Redação dada pela
à administração pública direta, às autarquias ou fundações públi- Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
cas, gerando entre as partes um vínculo empregatício ou estatutá- § 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência
rio. Esses serviços são prestados à União, aos Estados-membros, ao social será aposentado: (Redação dada pela Emenda Constitucional
Distrito Federal ou aos Municípios. nº 103, de 2019)
As disposições sobre os Servidores Públicos estão elencadas I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em
dos Artigos 39 a 41 da CF. Vejamos: que estiver investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese
em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para
SEÇÃO II verificação da continuidade das condições que ensejaram a conces-
DOS SERVIDORES PÚBLICOS são da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente federa-
tivo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo
instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta
e planos de carreira para os servidores da administração pública e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar;
direta, das autarquias e das fundações públicas. III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade,
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem,
instituirão conselho de política de administração e remuneração de e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na
pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Po- idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Cons-
deres. tituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de contribuição e os
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais demais requisitos estabelecidos em lei complementar do respectivo
componentes do sistema remuneratório observará: ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103,
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos de 2019)
cargos componentes de cada carreira; § 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores
II - os requisitos para a investidura; ao valor mínimo a que se refere o § 2º do art. 201 ou superiores
III - as peculiaridades dos cargos. ao limite máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão Social, observado o disposto nos §§ 14 a 16. (Redação dada pela
escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um § 3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria
dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, serão disciplinadas em lei do respectivo ente federativo. (Redação
a celebração de convênios ou contratos entre os entes federados. dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o § 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados
disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, para concessão de benefícios em regime próprio de previdência
XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados social, ressalvado o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Redação
de admissão quando a natureza do cargo o exigir. dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

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NOÇÕES DE DIREITO
§ 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar § 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente,
do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
diferenciados para aposentadoria de servidores com deficiência, exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo,
previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por ou de emprego público, o Regime Geral de Previdência Social.
equipe multiprofissional e interdisciplinar. (Incluído pela Emenda (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Constitucional nº 103, de 2019) § 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
§ 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar instituirão, por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo,
do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição regime de previdência complementar para servidores públicos
diferenciados para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente ocupantes de cargo efetivo, observado o limite máximo dos
penitenciário, de agente socioeducativo ou de policial dos órgãos benefícios do Regime Geral de Previdência Social para o valor das
de que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput aposentadorias e das pensões em regime próprio de previdência
do art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144. (Incluído pela social, ressalvado o disposto no § 16. (Redação dada pela Emenda
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) Constitucional nº 103, de 2019)
§ 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar § 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14
do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição oferecerá plano de benefícios somente na modalidade contribuição
diferenciados para aposentadoria de servidores cujas atividades definida, observará o disposto no art. 202 e será efetivado por
sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos intermédio de entidade fechada de previdência complementar ou
e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, de entidade aberta de previdência complementar. (Redação dada
vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação. pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) § 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto
§ 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado
reduzida em 5 (cinco) anos em relação às idades decorrentes da no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do
aplicação do disposto no inciso III do § 1º, desde que comprovem correspondente regime de previdência complementar.
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na § 17. Todos os valores de remuneração considerados para o
educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei cálculo do benefício previsto no § 3° serão devidamente atualizados,
complementar do respectivo ente federativo. (Redação dada pela na forma da lei.
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que
acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime
de mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual
previdência social, aplicando-se outras vedações, regras e condições igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos.
para a acumulação de benefícios previdenciários estabelecidas no § 19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do
Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda respectivo ente federativo, o servidor titular de cargo efetivo
Constitucional nº 103, de 2019) que tenha completado as exigências para a aposentadoria
§ 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando se voluntária e que opte por permanecer em atividade poderá fazer
tratar da única fonte de renda formal auferida pelo dependente, o jus a um abono de permanência equivalente, no máximo, ao
benefício de pensão por morte será concedido nos termos de lei do valor da sua contribuição previdenciária, até completar a idade
respectivo ente federativo, a qual tratará de forma diferenciada a para aposentadoria compulsória. (Redação dada pela Emenda
hipótese de morte dos servidores de que trata o § 4º-B decorrente Constitucional nº 103, de 2019)
de agressão sofrida no exercício ou em razão da função. (Redação § 20. É vedada a existência de mais de um regime próprio de
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) previdência social e de mais de um órgão ou entidade gestora desse
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para regime em cada ente federativo, abrangidos todos os poderes, ór-
preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme gãos e entidades autárquicas e fundacionais, que serão responsá-
critérios estabelecidos em lei. veis pelo seu financiamento, observados os critérios, os parâmetros
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou e a natureza jurídica definidos na lei complementar de que trata o
municipal será contado para fins de aposentadoria, observado § 22. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
o disposto nos §§ 9º e 9º-A do art. 201, e o tempo de serviço § 21. (Revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional
correspondente será contado para fins de disponibilidade. (Redação nº 103, de 2019)
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) § 22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem previdência social, lei complementar federal estabelecerá, para os
de tempo de contribuição fictício. que já existam, normas gerais de organização, de funcionamento
§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total e de responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre outros
dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes aspectos, sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de
da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de 2019)
outras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o
de previdência social, e ao montante resultante da adição de Regime Geral de Previdência Social; (Incluído pela Emenda Consti-
proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável tucional nº 103, de 2019)
na forma desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos re-
de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. cursos; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em III - fiscalização pela União e controle externo e social; (Incluído
regime próprio de previdência social, no que couber, os requisitos pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
e critérios fixados para o Regime Geral de Previdência Social. IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial; (Incluído pela
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

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NOÇÕES DE DIREITO
V - condições para instituição do fundo com finalidade previ- Estabilidade do Servidor
denciária de que trata o art. 249 e para vinculação a ele dos recur-
sos provenientes de contribuições e dos bens, direitos e ativos de Requisitos para aquisição de Cargo de provimento efetivo/
qualquer natureza; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de Estabilidade ocupado em razão de concurso
2019) público
VI - mecanismos de equacionamento do déficit atuarial; (Incluí- 3 anos de efetivo exercício
do pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, ob- Avaliação de desempenho por
servados os princípios relacionados com governança, controle inter- comissão instituída para esta
no e transparência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, finalidade
de 2019) Hipóteses em que o servidor Em virtude de sentença judicial
VIII - condições e hipóteses para responsabilização daqueles estável pode perder o cargo transitada em julgado
que desempenhem atribuições relacionadas, direta ou indiretamen-
te, com a gestão do regime; (Incluído pela Emenda Constitucional Mediante processo
nº 103, de 2019) administrativo em que lhe seja
IX - condições para adesão a consórcio público; (Incluído pela assegurada ampla defesa
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) Mediante procedimento
X - parâmetros para apuração da base de cálculo e definição de avaliação periódica de
de alíquota de contribuições ordinárias e extraordinárias. (Incluído desempenho, na forma de lei
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) complementar, assegurada
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os ser- ampla defesa
vidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de
concurso público. Em razão de excesso de
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: despesa
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegu- Dos Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios
rada ampla defesa; A CF/88 impôs aos Militares, regime especial e diferenciado do
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desem- servidor civil. Os direitos e deveres dos militares e dos civis não se
penho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. misturam a não ser por expressa determinação constitucional.
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor Não pode o legislador infraconstitucional cercear direitos ou
estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se impor deveres que a Constituição Federal não trouxe de forma taxa-
estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, tiva, tampouco não se pode inserir deveres dos servidores civis aos
aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com militares de forma reflexa.
remuneração proporcional ao tempo de serviço. A Emenda Constitucional nº 101/19, promulgada pelo Congres-
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o so Nacional, permite acúmulo de cargos públicos nas áreas de saú-
servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração de e educação por militares. Através da referida Emenda, os Milita-
proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento res poderão exercer funções de professor ou profissional da saúde
em outro cargo. desde que haja compatibilidade de horário. Ou seja, aplicou-se a
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é tais profissionais o disposto no art. 37, inciso XVI, da CF/88.
obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão Desde a promulgação da CF/88, o exercício simultâneo de
instituída para essa finalidade. cargos era permitido apenas para servidores públicos civis e para
militares das Forças Armadas que atuam na área de saúde. A acu-
• Estabilidade mulação passou a ser possível, desde que haja compatibilidade de
A estabilidade é a garantia que o servidor público possui de horários.
permanecer no cargo ou emprego público depois de ter sido apro- Vejamos as disposições do Art. 42 da CF/88:
vado em estágio probatório.
De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello, a estabilidade SEÇÃO III
poder ser definida como a garantia constitucional de permanência DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS
no serviço público, do servidor público civil nomeado, em razão de TERRITÓRIOS
concurso público, para titularizar cargo de provimento efetivo, após
o transcurso de estágio probatório. Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bom-
A estabilidade é assegurada ao servidor após três anos de efe- beiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e
tivo exercício, em virtude de nomeação em concurso público. Esse disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Ter-
é o estágio probatório citado pela lei. ritórios.
Passada a fase do estágio, sendo o servidor público efetivado, § 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e
ele perderá o cargo somente nas hipóteses elencadas no Artigo 41, dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições
§ 1º da CF. do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo
Haja vista o tema ser muito cobrado nas provas dos mais varia- a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º,
dos concursos públicos, segue a tabela explicativa: inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos
governadores.
§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito
Federal e dos Territórios aplica-se o que for fixado em lei específica
do respectivo ente estatal.

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§ 3º Aplica-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios o disposto no art. 37, inciso XVI, com prevalência da
atividade militar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 101, de 2019)

Das Regiões
De acordo com a CF/88 as políticas da União podem se dar de forma regionalizada e a disposição legal do Art. 43 visa reduzir as desi-
gualdades regionais. Este tema será regulado por Lei Complementar.
Diz o Art. 43 da CF/88:

SEÇÃO IV
DAS REGIÕES

Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua ação em um mesmo complexo geoeconômico e social, visando a seu
desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais.
§ 1º - Lei complementar disporá sobre:
I - as condições para integração de regiões em desenvolvimento;
II - a composição dos organismos regionais que executarão, na forma da lei, os planos regionais, integrantes dos planos nacionais de
desenvolvimento econômico e social, aprovados juntamente com estes.
§ 2º - Os incentivos regionais compreenderão, além de outros, na forma da lei:
I - igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de custos e preços de responsabilidade do Poder Público;
II - juros favorecidos para financiamento de atividades prioritárias;
III - isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos federais devidos por pessoas físicas ou jurídicas;
IV - prioridade para o aproveitamento econômico e social dos rios e das massas de água represadas ou represáveis nas regiões de
baixa renda, sujeitas a secas periódicas.
§ 3º - Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União incentivará a recuperação de terras áridas e cooperará com os pequenos e médios
proprietários rurais para o estabelecimento, em suas glebas, de fontes de água e de pequena irrigação.

Referências Bibliográficas:
BORTOLETO, Leandro; e LÉPORE, Paulo. Noções de Direito Constitucional e de Direito Administrativo. Coleção Tribunais e MPU. Salvador: Editora
JusPODIVM.
NADAL, Fábio; e SANTOS, Vauledir Ribeiro. Administrativo – Série Resumo. 3ª edição. São Paulo: Editora Método.

TÍTULO IV: DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES: CAPÍTULO III: DO PODER JUDICIÁRIO: SEÇÃO VII: DOS TRIBUNAIS E JUÍZES
MILITARES; SEÇÃO VIII: DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DOS ESTADOS

O Poder Judiciário é aquele responsável por interpretar e julgar as causas. Seu funcionamento se dá por meio de instâncias1.
A organização do Poder Judiciário está baseada na divisão da competência entre os vários órgãos que o integram nos ramos estadual
e federal.

Justiça Estadual
Cabe a ela, o julgamento das ações não compreendidas na competência da Justiça Federal, comum ou especializada. É, deste modo,
competência residual.

Justiça Federal
É formada pelos tribunais regionais federais e juízes federais. Sua competência é de julgar ações em que a União, as autarquias ou as
empresas públicas federais forem interessadas.
Existe a Justiça federal comum e a especializada, que é composta pelas Justiças do Trabalho, Eleitoral e Militar.

1 https://direito.legal/direito-publico/resumo-de-organizacao-do-poder-judiciario/
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A imagem abaixo ilustra e facilita a compreensão da Organização do Poder Judiciário:

http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/jurisprudenciaGlossarioMirim/anexo/Cartilha_Glossrio_STF16042018_FINAL__ELETRNICO.pdf

Passemos à análise de cada órgão que a compõe:

Superior Tribunal de Justiça


O STJ é a corte responsável por disciplinar a interpretação da lei federal em todo o Brasil, seguindo os princípios constitucionais.
Portanto, é a última instância da Justiça brasileira para as causas infraconstitucionais, sendo o órgão de convergência da Justiça comum.

Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais


Os TREs possuem como competência, processar e julgar os juízes federais da sua área e os membros do Ministério Público da União.

Tribunais Regionais do Trabalho e Juízes do Trabalho


O TST tem como principal função uniformizar a jurisprudência trabalhista no país. Possui o poder de julgar recursos contra decisões de
Tribunais Regionais do Trabalho -TRTs e dissídios coletivos de categorias organizadas em nível nacional.
Os TRTs fazem parte da Justiça do Trabalho no Brasil, em conjunto com as Varas do Trabalho e com o Tribunal Superior do Trabalho.
Usualmente, correspondem à segunda instância na tramitação, mas detém competências originárias de julgamento.

Tribunais Regionais Eleitorais e Juízes Eleitorais


O Tribunal Superior Eleitoral possui a finalidade de acompanhar a legislação eleitoral juntamente com os Tribunais Regionais Eleitorais.
É responsável por expedir instruções para a execução da lei que rege o processo eleitoral. Desse modo, garante a organização das eleições
e o exercício dos direitos políticos da população.

Os TREs possuem a responsabilidade pela organização, fiscalização e execução do processo eleitoral nas áreas sob sua jurisdição.

Justiça Militar
O Superior Tribunal Militar possui funções judiciais e administrativas, mas é especializada em processar e julgar crimes próprios que
envolvam militares como da Marinha, Exército e Aeronáutica.

Tribunais e Juízes dos Estados


Os Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal são dispostos de acordo com os princípios e normas das constituições estadu-
ais e da Lei Orgânica do Distrito Federal.
Julgam, em grau de recurso ou em razão de sua competência originária, as matérias comuns que não se encaixam na competência das
justiças federais ou especializadas. Além disso, em segunda instância, as matérias da Justiça Estadual Militar.

Supremo Tribunal Federal


O STF é órgão máximo do Poder Judiciário. Entre suas principais atribuições está a de julgar:
→ ações diretas de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual;
→ ações declaratórias de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;
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NOÇÕES DE DIREITO
→ a arguição de descumprimento de preceito fundamental de- n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam
corrente da própria Constituição e a extradição solicitada por Esta- direta ou indiretamente interessados, e aquela em que mais da
do estrangeiro; metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou
→ infrações penais comuns, o presidente da República e seu sejam direta ou indiretamente interessados;
vice, os membros do Congresso Nacional, seus próprios ministros e o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de
o procurador-geral da República. Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre
estes e qualquer outro tribunal;
Conselho Nacional de Justiça p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconsti-
É o órgão que fiscaliza a forma como os tribunais do país são tucionalidade;
administrados e garante que os juízes cumpram com seus deveres. q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma re-
Qualquer pessoa pode informar ao CNJ a respeito de um comporta- gulamentadora for atribuição do Presidente da República, do Con-
mento antiético ou incorreto praticado por magistrado2. gresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das
A matéria correspondente a Organização do Poder Judiciário Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da
está disposta na CF, dos Artigos 101 a 126, conforme segue abaixo: União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tri-
bunal Federal;
SEÇÃO II r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL Conselho Nacional do Ministério Público;
II - julgar, em recurso ordinário:
Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Mi- a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e
nistros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e me- o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribu-
nos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e nais Superiores, se denegatória a decisão;
reputação ilibada. b) o crime político;
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal se- III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas
rão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a em única ou última instância, quando a decisão recorrida:
escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. a) contrariar dispositivo desta Constituição;
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamen- b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
te, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face
I - processar e julgar, originariamente: desta Constituição.
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normati- d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.
vo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade § 1.º A arguição de descumprimento de preceito fundamental,
de lei ou ato normativo federal; decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribu-
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o nal Federal, na forma da lei.
Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supre-
Ministros e o Procurador-Geral da República; mo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilida- nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia
de, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exér- contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos
cito e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os mem- do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas
bros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e esferas federal, estadual e municipal.
os chefes de missão diplomática de caráter permanente; § 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar
d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas re- a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso,
feridas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e o habeas nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do
data contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câma- recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois ter-
ra dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da ços de seus membros.
União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tri- Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade
bunal Federal; e a ação declaratória de constitucionalidade:
e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional I - o Presidente da República;
e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Território; II - a Mesa do Senado Federal;
f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas IV - a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa
entidades da administração indireta; do Distrito Federal;
g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;
V o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
h) (Revogado);
VI - o Procurador-Geral da República;
i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
quando o coator ou o paciente for autoridade ou funcionário cujos
VIII - partido político com representação no Congresso Nacio-
atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal
nal;
Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito na-
única instância;
cional.
j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;
l) a reclamação para a preservação de sua competência e ga- § 1º O Procurador-Geral da República deverá ser previamente
rantia da autoridade de suas decisões; ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos os processos
m) a execução de sentença nas causas de sua competência ori- de competência do Supremo Tribunal Federal.
ginária, facultada a delegação de atribuições para a prática de atos § 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medi-
processuais; da para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao
Poder competente para a adoção das providências necessárias e,
2 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/jurisprudenciaGlossarioMirim/anexo/Car- em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.
tilha_Glossrio_STF16042018_FINAL__ELETRNICO.pdf
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§ 3º Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconsti- § 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrati-
tucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, va e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres
previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que
texto impugnado. lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura:
§ 4º (Revogado) I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimen-
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou to do Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos regulamen-
por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus mem- tares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências;
bros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, apro- II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou me-
var súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá diante provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados
efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconsti-
e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, esta- tuí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências
dual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamen- necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da compe-
to, na forma estabelecida em lei. tência do Tribunal de Contas da União;
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou
eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja controvér- órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares,
sia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro
pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multipli- que atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem
cação de processos sobre questão idêntica. prejuízo da competência disciplinar e correicional dos tribunais, po-
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a apro- dendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a remo-
vação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada ção ou a disponibilidade e aplicar outras sanções administrativas,
por aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionali- assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucio-
dade. nal nº 103, de 2019)
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a IV representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a
súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclama- administração pública ou de abuso de autoridade;
ção ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anu- V rever, de ofício ou mediante provocação, os processos dis-
lará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e ciplinares de juízes e membros de tribunais julgados há menos de
determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da um ano;
súmula, conforme o caso. VI elaborar semestralmente relatório estatístico sobre proces-
Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 sos e sentenças prolatadas, por unidade da Federação, nos diferen-
(quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) tes órgãos do Poder Judiciário;
recondução, sendo: VII elaborar relatório anual, propondo as providências que jul-
gar necessárias, sobre a situação do Poder Judiciário no País e as ati-
I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal;
vidades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do Presidente
II um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo
do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional,
respectivo tribunal;
por ocasião da abertura da sessão legislativa.
III um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo
§ 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a fun-
respectivo tribunal;
ção de Ministro-Corregedor e ficará excluído da distribuição de pro-
IV um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Su-
cessos no Tribunal, competindo-lhe, além das atribuições que lhe
premo Tribunal Federal;
forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura, as seguintes:
V um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; I receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado,
VI um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior relativas aos magistrados e aos serviços judiciários;
Tribunal de Justiça; II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de
VII um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; correição geral;
VIII um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tri- III requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribui-
bunal Superior do Trabalho; ções, e requisitar servidores de juízos ou tribunais, inclusive nos
IX um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Tra- Estados, Distrito Federal e Territórios.
balho; § 6º Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da Repú-
X um membro do Ministério Público da União, indicado pelo blica e o Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados
Procurador-Geral da República; do Brasil.
XI um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo § 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios, cria-
Procurador-Geral da República dentre os nomes indicados pelo ór- rá ouvidorias de justiça, competentes para receber reclamações e
gão competente de cada instituição estadual; denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do
XII dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem Poder Judiciário, ou contra seus serviços auxiliares, representando
dos Advogados do Brasil; diretamente ao Conselho Nacional de Justiça.
XIII dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação iliba-
da, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado SEÇÃO III
Federal. DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
§ 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo
Tribunal Federal e, nas suas ausências e impedimentos, pelo Vice- Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no míni-
-Presidente do Supremo Tribunal Federal. mo, trinta e três Ministros.
§ 2º Os demais membros do Conselho serão nomeados pelo Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça
Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria serão nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros
absoluta do Senado Federal. com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de
§ 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas nes- notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a es-
te artigo, caberá a escolha ao Supremo Tribunal Federal. colha pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:
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I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magis-
terço dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados trados, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos
em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal; oficiais para o ingresso e promoção na carreira;
II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na for-
do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e Terri- ma da lei, a supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Fe-
tórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94. deral de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema e
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: com poderes correicionais, cujas decisões terão caráter vinculante.
I - processar e julgar, originariamente:
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Dis- SEÇÃO IV
trito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembarga- DOS TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS E DOS JUÍZES FEDE-
dores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os RAIS
membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal,
os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleito- Art. 106. São órgãos da Justiça Federal:
rais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Con- I - os Tribunais Regionais Federais;
tas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem II - os Juízes Federais.
perante tribunais; Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no
b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva re-
Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da gião e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros
Aeronáutica ou do próprio Tribunal; com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo:
c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efeti-
das pessoas mencionadas na alínea “a”, ou quando o coator for tri- va atividade profissional e membros do Ministério Público Federal
bunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante com mais de dez anos de carreira;
da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competên- II - os demais, mediante promoção de juízes federais com mais
cia da Justiça Eleitoral; de cinco anos de exercício, por antiguidade e merecimento, alter-
d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, res- nadamente.
salvado o disposto no art. 102, I, “o”, bem como entre tribunal e § 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos
juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais di- Tribunais Regionais Federais e determinará sua jurisdição e sede.
versos; § 2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça itine-
e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados; rante, com a realização de audiências e demais funções da atividade
f) a reclamação para a preservação de sua competência e ga- jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servin-
rantia da autoridade de suas decisões; do-se de equipamentos públicos e comunitários.
g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas § 3º Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar descen-
e judiciárias da União, ou entre autoridades judiciárias de um Es- tralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar
tado e administrativas de outro ou do Distrito Federal, ou entre as o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do pro-
deste e da União; cesso.
h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:
regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou autoridade I - processar e julgar, originariamente:
federal, da administração direta ou indireta, excetuados os casos a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da
Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de
de competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Jus-
responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União,
tiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;
Federal;
b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de
ou dos juízes federais da região;
exequatur às cartas rogatórias;
c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato do
II - julgar, em recurso ordinário:
próprio Tribunal ou de juiz federal;
a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pe-
d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz fe-
los Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do deral;
Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória; e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados
b) os mandados de segurança decididos em única instância pe- ao Tribunal;
los Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes
Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão; federais e pelos juízes estaduais no exercício da competência fede-
c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou orga- ral da área de sua jurisdição.
nismo internacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
residente ou domiciliada no País; I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em úni- pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, as-
ca ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos sistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de
tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
decisão recorrida: II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacio-
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; nal e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País;
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com
federal; Estado estrangeiro ou organismo internacional;
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em de-
atribuído outro tribunal. trimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entida-
Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de Jus- des autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções
tiça: e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, saber jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da
quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal,
ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente; sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 92, de 2016)
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva
5º deste artigo; atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto
determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econô- no art. 94;
mico-financeira; II os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho,
VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribu-
ou quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não nal Superior.
estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição; § 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior do
VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Trabalho.
autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribu- § 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho:
nais federais; I a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Ma-
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, res- gistrados do Trabalho, cabendo-lhe, dentre outras funções, regu-
salvada a competência da Justiça Militar; lamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira;
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estran- II o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe
geiro, a execução de carta rogatória, após o “exequatur”, e de sen- exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa, orçamentá-
tença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à na- ria, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e
cionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização; segundo graus, como órgão central do sistema, cujas decisões terão
XI - a disputa sobre direitos indígenas. efeito vinculante.
§ 1º As causas em que a União for autora serão aforadas na § 3º Compete ao Tribunal Superior do Trabalho processar e jul-
seção judiciária onde tiver domicílio a outra parte. gar, originariamente, a reclamação para a preservação de sua com-
§ 2º As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas petência e garantia da autoridade de suas decisões. (Incluído pela
na seção judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde Emenda Constitucional nº 92, de 2016)
houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas
esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal. comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de
§ 3º Lei poderá autorizar que as causas de competência da Jus- direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Traba-
tiça Federal em que forem parte instituição de previdência social lho.
e segurado possam ser processadas e julgadas na justiça estadual Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdi-
quando a comarca do domicílio do segurado não for sede de vara ção, competência, garantias e condições de exercício dos órgãos da
federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de Justiça do Trabalho.
2019) Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes
sempre para o Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do de direito público externo e da administração pública direta e in-
juiz de primeiro grau. direta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o II as ações que envolvam exercício do direito de greve;
Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, en-
cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais tre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores;
de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data ,
perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inqué- quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição;
rito ou processo, incidente de deslocamento de competência para V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição tra-
a Justiça Federal. balhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o;
Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, de-
uma seção judiciária que terá por sede a respectiva Capital, e varas correntes da relação de trabalho;
localizadas segundo o estabelecido em lei. VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas
Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atri- aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de tra-
buições cometidas aos juízes federais caberão aos juízes da justiça balho;
local, na forma da lei. VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no
art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das senten-
SEÇÃO V ças que proferir;
(REDAÇÃO DADA PELA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 92, DE IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na
2016) forma da lei.
DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO, DOS TRIBUNAIS § 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger
REGIONAIS DO TRABALHO E DOS JUÍZES DO TRABALHO árbitros.
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva
Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho: ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar
I - o Tribunal Superior do Trabalho; dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Tra-
II - os Tribunais Regionais do Trabalho; balho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais
III - Juizes do Trabalho. de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anterior-
§§ 1º a 3º (Revogados) mente.
Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de § 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilida-
vinte e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de de de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho
trinta e cinco anos e menos de sessenta e cinco anos, de notável poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho
decidir o conflito.
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NOÇÕES DE DIREITO
Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, § 1º Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os inte-
no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva grantes das juntas eleitorais, no exercício de suas funções, e no que
região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros lhes for aplicável, gozarão de plenas garantias e serão inamovíveis.
com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo: § 2º Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado,
I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva servirão por dois anos, no mínimo, e nunca por mais de dois biênios
atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião e
com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria.
no art. 94; § 3º São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral,
II os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por an- salvo as que contrariarem esta Constituição e as denegatórias de
tiguidade e merecimento, alternadamente. habeas corpus ou mandado de segurança.
§ 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça iti- § 4º Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente
nerante, com a realização de audiências e demais funções de ativi- caberá recurso quando:
dade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, I - forem proferidas contra disposição expressa desta Constitui-
servindo-se de equipamentos públicos e comunitários. ção ou de lei;
§ 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar des- II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou
centralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de asse- mais tribunais eleitorais;
gurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas
do processo. nas eleições federais ou estaduais;
Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos
um juiz singular. eletivos federais ou estaduais;
Parágrafo único. (Revogado) V - denegarem habeas corpus, mandado de segurança, habeas
Art. 117. e Parágrafo único. (Revogados) data ou mandado de injunção.

SEÇÃO VI SEÇÃO VII


DOS TRIBUNAIS E JUÍZES ELEITORAIS DOS TRIBUNAIS E JUÍZES MILITARES

Art. 122. São órgãos da Justiça Militar:


Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:
I - o Superior Tribunal Militar;
I - o Tribunal Superior Eleitoral;
II - os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei.
II - os Tribunais Regionais Eleitorais;
Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze Mi-
III - os Juízes Eleitorais; nistros vitalícios, nomeados pelo Presidente da República, depois
IV - as Juntas Eleitorais. de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo três dentre ofi-
Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, ciais-generais da Marinha, quatro dentre oficiais-generais do Exérci-
de sete membros, escolhidos: to, três dentre oficiais-generais da Aeronáutica, todos da ativa e do
I - mediante eleição, pelo voto secreto: posto mais elevado da carreira, e cinco dentre civis.
a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal; Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Pre-
b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Jus- sidente da República dentre brasileiros maiores de trinta e cinco
tiça; anos, sendo:
II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes den- I - três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta
tre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional;
indicados pelo Supremo Tribunal Federal. II - dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e mem-
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presi- bros do Ministério Público da Justiça Militar.
dente e o Vice-Presidente dentre os Ministros do Supremo Tribunal Art. 124. à Justiça Militar compete processar e julgar os crimes
Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do Superior militares definidos em lei.
Tribunal de Justiça. Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o funciona-
Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de mento e a competência da Justiça Militar.
cada Estado e no Distrito Federal.
§ 1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão: SEÇÃO VIII
I - mediante eleição, pelo voto secreto: DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DOS ESTADOS
a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de
Justiça; Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os
b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tri- princípios estabelecidos nesta Constituição.
bunal de Justiça; § 1º A competência dos tribunais será definida na Constituição
II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado, sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tri-
bunal de Justiça.
do Estado ou no Distrito Federal, ou, não havendo, de juiz federal,
§ 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de incons-
escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respec-
titucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais
tivo;
em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitima-
III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes ção para agir a um único órgão.
dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade mo- § 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal
ral, indicados pelo Tribunal de Justiça. de Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau,
§ 2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo
Vice-Presidente- dentre os desembargadores. grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Mi-
Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e com- litar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil
petência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas eleitorais. integrantes.
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NOÇÕES DE DIREITO
§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os Polícia Federal
militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as A polícia federal faz parte da estrutura básica do Ministério da
ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a com- Justiça e é órgão permanente, organizado e mantido pela União.
petência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal com-
petente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da § 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanen-
graduação das praças. te, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira,
§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar destina-se a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
e julgar, singularmente, os crimes militares cometidos contra civis 1998)
e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou
Conselho de Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar e em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas
julgar os demais crimes militares. entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras in-
§ 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizada- frações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacio-
mente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno nal e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo. II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
§ 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazen-
realização de audiências e demais funções da atividade jurisdicio- dária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de compe-
nal, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de tência;
equipamentos públicos e comunitários. III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de
Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça fronteiras; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
proporá a criação de varas especializadas, com competência exclu- 1998)
siva para questões agrárias. IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária
Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente prestação da União.
jurisdicional, o juiz far-se-á presente no local do litígio
São cargos de Carreira da Polícia Federal o Delegado de Polícia
Federal, o Perito Criminal Federal, o Escrivão de Polícia Federal, o
Papiloscopista Policial Federal e o Agente de Polícia Federal.
TÍTULO V: DA DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DE-
MOCRÁTICAS: CAPÍTULO II: DAS FORÇAS ARMADAS; CAPÍ- Polícia Rodoviária Federal
TULO III: DA SEGURANÇA PÚBLICA § 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organi-
zado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se,
na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais.
— Segurança pública (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
A segurança pública é o poder-dever do Estado na sua auto-
defesa e das instituições democráticas que visa garantir a ordem Compete à Polícia Rodoviária Federal realizar atividades de
e a proteção de todos os cidadãos, com a prevalência do interesse natureza policial envolvendo fiscalização, patrulhamento e policia-
público. mento ostensivo, atendimento e socorro às vítimas de acidentes ro-
A segurança pública busca a defesa do Estado e das Instituições doviários e demais atribuições relacionadas com a área operacional
Democráticas para preservar a ordem constitucional em momen- do Departamento de Polícia Rodoviária Federal.
tos de crise, internamente, contra lesões ou ameaças de direitos de
seus cidadãos e arbitrariedades do próprio poder público, inclusive, Polícia Ferroviária Federal
e externamente contra atentados à soberania nacional. § 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organi-
zado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se,
— Organização da segurança pública na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais.
Nos termos do art. 144, CF a Segurança Pública está organizada (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
nos seguintes órgãos:
— Polícia Federal; Polícias Civis
— Polícia Rodoviária Federal; § 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de car-
— Polícia Ferroviária Federal; reira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções
— Polícias Civis; de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as mi-
— Polícias militares e corpos de bombeiros militares; litares.
— Polícias penais federal, estaduais e distrital.
Polícias militares e corpos de bombeiros militares
O rol dos órgãos de Segurança Pública é taxativo e os entes § 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preser-
federativos não podem criar novos órgãos, além dos elencados na vação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além
Constituição. das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades
Embora não esteja previsto no rol do art. 144, as Guardas Mu- de defesa civil.
nicipais visam a proteção do patrimônio público e sua criação nos § 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros militares,
municípios está autorizada no § 8º do referido dispositivo. forças auxiliares e reserva do Exército subordinam-se, juntamente
com as polícias civis e as polícias penais estaduais e distrital, aos
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais des- Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios (Re-
tinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dação dada pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019).
dispuser a lei.

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NOÇÕES DE DIREITO
Polícias penais federal, estaduais e distrital § 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se
§ 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.
do sistema penal da unidade federativa a que pertencem, cabe a se- Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não
gurança dos estabelecimentos penais. (Redação dada pela Emenda a conhece.
Constitucional nº 104, de 2019). Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo
com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
Os serviços relacionados à segurança pública devem ser pres- Art. 5o Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que
tados com eficiência. ela se dirige e às exigências do bem comum.
§7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos ór- Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o
gãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. (Redação
eficiência de suas atividades. dada pela Lei nº 3.238, de 1957)
§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos ór- § 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a
gãos relacionados neste artigo será fixada na forma do § 4º do art. lei vigente ao tempo em que se efetuou. (Incluído pela Lei nº 3.238,
39. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) de 1957)
§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem § 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu
pública e da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias titular, ou alguém por êle, possa exercer, como aquêles cujo comêço
públicas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014). do exercício tenha têrmo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida
I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trân- inalterável, a arbítrio de outrem. (Incluído pela Lei nº 3.238, de
sito, além de outras atividades previstas em lei, que assegurem ao 1957)
cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e (Incluído pela § 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial
Emenda Constitucional nº 82, de 2014) de que já não caiba recurso. (Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957)
II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina
Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades executivos e seus as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a
agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da lei. (In- capacidade e os direitos de família.
cluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014). § 1o Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei
brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades
da celebração.
§ 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante
autoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos os
LEI N. 4657, DE 04 DE SETEMBRO DE 1942 – LEI DE INTRO-
nubentes. (Redação dada pela Lei nº 3.238, de 1957)
DUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO § 3o Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de
invalidade do matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal.
§ 4o O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do
país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a
DECRETO-LEI Nº 4.657, DE 4 DE SETEMBRO DE 1942
do primeiro domicílio conjugal.
§ 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode,
Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro. (Redação
mediante expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no
dada pela Lei nº 12.376, de 2010)
ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo
a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro.
confere o artigo 180 da Constituição, decreta: (Redação dada pela Lei nº 6.515, de 1977)
§ 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os
Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de
todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida
§ 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação
brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas
oficialmente publicada. (Vide Lei nº 1.991, de 1953) (Vide Lei nº para a eficácia das sentenças estrangeiras no país. O Superior
2.145, de 1953) (Vide Lei nº 2.410, de 1955) (Vide Lei nº 2.770, Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento interno, poderá
de 1956) (Vide Lei nº 3.244, de 1957) (Vide Lei nº 4.966, de 1966) reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já proferidas
(Vide Decreto-Lei nº 333, de 1967) (Vide Lei nº 2.807, de 1956) em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio
(Vide Lei nº 4.820, de 1965) de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos
§ 2o (Revogado pela Lei nº 12.036, de 2009). legais. (Redação dada pela Lei nº 12.036, de 2009).
§ 3o Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação § 7o Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família
de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos estende-se ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do
parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação. tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda.
§ 4o As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei § 8o Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á
nova. domiciliada no lugar de sua residência ou naquele em que se
Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor encontre.
até que outra a modifique ou revogue. Art. 8o Para qualificar os bens e regular as relações a eles
§ 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados.
o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule § 1o Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o
inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. proprietário, quanto aos bens moveis que ele trouxer ou se
§ 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a destinarem a transporte para outros lugares.
par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. § 2o O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa,
em cuja posse se encontre a coisa apenhada.
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NOÇÕES DE DIREITO
Art. 9o Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as
país em que se constituirem. autoridades consulares brasileiras para lhes celebrar o casamento
§ 1o Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e e os mais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro
dependendo de forma essencial, será esta observada, admitidas as de nascimento e de óbito dos filhos de brasileiro ou brasileira
peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos nascido no país da sede do Consulado. (Redação dada pela Lei nº
do ato. 3.238, de 1957)
§ 2o A obrigação resultante do contrato reputa-se constituida § 1º As autoridades consulares brasileiras também poderão
no lugar em que residir o proponente. celebrar a separação consensual e o divórcio consensual de
Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei brasileiros, não havendo filhos menores ou incapazes do casal e
do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer observados os requisitos legais quanto aos prazos, devendo constar
que seja a natureza e a situação dos bens. da respectiva escritura pública as disposições relativas à descrição
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será e à partilha dos bens comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao
regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro
brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja ou à manutenção do nome adotado quando se deu o casamento.
mais favorável a lei pessoal do de cujus. (Redação dada pela Lei nº (Incluído pela Lei nº 12.874, de 2013) Vigência
9.047, de 1995) § 2o É indispensável a assistência de advogado, devidamente
§ 2o A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a constituído, que se dará mediante a subscrição de petição,
capacidade para suceder. juntamente com ambas as partes, ou com apenas uma delas, caso a
Art. 11. As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, outra constitua advogado próprio, não se fazendo necessário que a
como as sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado em assinatura do advogado conste da escritura pública. (Incluído pela
que se constituirem. Lei nº 12.874, de 2013) Vigência
§ 1o Não poderão, entretanto ter no Brasil filiais, agências ou Art. 19. Reputam-se válidos todos os atos indicados no
estabelecimentos antes de serem os atos constitutivos aprovados artigo anterior e celebrados pelos cônsules brasileiros na vigência
pelo Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei brasileira. do Decreto-lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942, desde que
§ 2o Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de satisfaçam todos os requisitos legais. (Incluído pela Lei nº 3.238,
qualquer natureza, que eles tenham constituido, dirijam ou hajam de 1957)
investido de funções públicas, não poderão adquirir no Brasil bens Parágrafo único. No caso em que a celebração dêsses atos
imóveis ou susceptiveis de desapropriação. tiver sido recusada pelas autoridades consulares, com fundamento
§ 3o Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade no artigo 18 do mesmo Decreto-lei, ao interessado é facultado
dos prédios necessários à sede dos representantes diplomáticos ou renovar o pedido dentro em 90 (noventa) dias contados da data da
dos agentes consulares. (Vide Lei nº 4.331, de 1964) publicação desta lei. (Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957)
Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não
for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a se decidirá com base em valores jurídicos abstratos sem que sejam
obrigação. consideradas as consequências práticas da decisão. (Incluído pela
§ 1o Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das Lei nº 13.655, de 2018) (Regulamento)
ações relativas a imóveis situados no Brasil. Parágrafo único. A motivação demonstrará a necessidade e a
§ 2o A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido adequação da medida imposta ou da invalidação de ato, contrato,
o exequatur e segundo a forma estabelecida pela lei brasileira, as ajuste, processo ou norma administrativa, inclusive em face das
diligências deprecadas por autoridade estrangeira competente, possíveis alternativas. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
observando a lei desta, quanto ao objeto das diligências. Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora
Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se ou judicial, decretar a invalidação de ato, contrato, ajuste, processo
pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir- ou norma administrativa deverá indicar de modo expresso suas
se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira consequências jurídicas e administrativas. (Incluído pela Lei nº
desconheça. 13.655, de 2018) (Regulamento)
Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste
de quem a invoca prova do texto e da vigência. artigo deverá, quando for o caso, indicar as condições para que
Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no a regularização ocorra de modo proporcional e equânime e sem
estrangeiro, que reuna os seguintes requisitos: prejuízo aos interesses gerais, não se podendo impor aos sujeitos
a) haver sido proferida por juiz competente; atingidos ônus ou perdas que, em função das peculiaridades do
b) terem sido os partes citadas ou haver-se legalmente caso, sejam anormais ou excessivos. (Incluído pela Lei nº 13.655,
verificado à revelia; de 2018)
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão pública,
necessárias para a execução no lugar em que foi proferida; serão considerados os obstáculos e as dificuldades reais do gestor
d) estar traduzida por intérprete autorizado; e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos
e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal. (Vide direitos dos administrados. (Regulamento)
art.105, I, i da Constituição Federal). § 1º Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 12.036, de 2009). de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, serão
Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver consideradas as circunstâncias práticas que houverem imposto,
de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem limitado ou condicionado a ação do agente. (Incluído pela Lei nº
considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei. 13.655, de 2018)
Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como § 2º Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza e a
quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para
quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons a administração pública, as circunstâncias agravantes ou atenuantes
costumes. e os antecedentes do agente. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
§ 3º As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na Art. 29. Em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos
dosimetria das demais sanções de mesma natureza e relativas ao normativos por autoridade administrativa, salvo os de mera
mesmo fato. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) organização interna, poderá ser precedida de consulta pública
Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial para manifestação de interessados, preferencialmente por meio
que estabelecer interpretação ou orientação nova sobre norma eletrônico, a qual será considerada na decisão. (Incluído pela Lei nº
de conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo 13.655, de 2018) (Vigência) (Regulamento)
condicionamento de direito, deverá prever regime de transição § 1º A convocação conterá a minuta do ato normativo e fixará
quando indispensável para que o novo dever ou condicionamento o prazo e demais condições da consulta pública, observadas as
de direito seja cumprido de modo proporcional, equânime e normas legais e regulamentares específicas, se houver. (Incluído
eficiente e sem prejuízo aos interesses gerais. (Regulamento) pela Lei nº 13.655, de 2018) (Vigência)
Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de § 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) (Vigência)
2018) Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para aumentar
Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora a segurança jurídica na aplicação das normas, inclusive por meio
ou judicial, quanto à validade de ato, contrato, ajuste, processo de regulamentos, súmulas administrativas e respostas a consultas.
ou norma administrativa cuja produção já se houver completado (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) (Regulamento)
levará em conta as orientações gerais da época, sendo vedado que, Parágrafo único. Os instrumentos previstos no caput deste
com base em mudança posterior de orientação geral, se declarem artigo terão caráter vinculante em relação ao órgão ou entidade a
inválidas situações plenamente constituídas. (Incluído pela Lei nº que se destinam, até ulterior revisão. (Incluído pela Lei nº 13.655,
13.655, de 2018) (Regulamento) de 2018)
Parágrafo único. Consideram-se orientações gerais as
interpretações e especificações contidas em atos públicos de caráter Rio de Janeiro, 4 de setembro de 1942, 121o da Independência
geral ou em jurisprudência judicial ou administrativa majoritária, e e 54 da República.
o

ainda as adotadas por prática administrativa reiterada e de amplo


conhecimento público. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) GETULIO VARGAS
Alexandre Marcondes Filho
Art. 25. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
Oswaldo Aranha.
Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou
situação contenciosa na aplicação do direito público, inclusive no
caso de expedição de licença, a autoridade administrativa poderá,
após oitiva do órgão jurídico e, quando for o caso, após realização DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS –
de consulta pública, e presentes razões de relevante interesse geral, ADOTADA PELA ASSEMBLEIA GERAL DAS NAÇÕES UNIDAS
celebrar compromisso com os interessados, observada a legislação EM 10 DE DEZEMBRO DE 1948
aplicável, o qual só produzirá efeitos a partir de sua publicação
oficial. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) (Regulamento)
§ 1º O compromisso referido no caput deste artigo: (Incluído Preâmbulo
pela Lei nº 13.655, de 2018) Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a
I - buscará solução jurídica proporcional, equânime, eficiente e todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e
compatível com os interesses gerais; (Incluído pela Lei nº 13.655, inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no
de 2018) mundo,
II – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos hu-
III - não poderá conferir desoneração permanente de dever manos resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência
ou condicionamento de direito reconhecidos por orientação geral; da humanidade e que o advento de um mundo em que mulheres e
(Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) homens gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de
IV - deverá prever com clareza as obrigações das partes, o viverem a salvo do temor e da necessidade foi proclamado como a
prazo para seu cumprimento e as sanções aplicáveis em caso de mais alta aspiração do ser humano comum,
descumprimento. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) Considerando ser essencial que os direitos humanos sejam pro-
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) tegidos pelo império da lei, para que o ser humano não seja compe-
Art. 27. A decisão do processo, nas esferas administrativa, lido, como último recurso, à rebelião contra a tirania e a opressão,
controladora ou judicial, poderá impor compensação por benefícios Considerando ser essencial promover o desenvolvimento de
indevidos ou prejuízos anormais ou injustos resultantes do processo relações amistosas entre as nações,
ou da conduta dos envolvidos. (Incluído pela Lei nº 13.655, de Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram,
2018) (Regulamento) na Carta, sua fé nos direitos fundamentais do ser humano, na dig-
§ 1º A decisão sobre a compensação será motivada, ouvidas nidade e no valor da pessoa humana e na igualdade de direitos do
previamente as partes sobre seu cabimento, sua forma e, se for o homem e da mulher e que decidiram promover o progresso social e
caso, seu valor. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) melhores condições de vida em uma liberdade mais ampla,
§ 2º Para prevenir ou regular a compensação, poderá ser Considerando que os Países-Membros se comprometeram a
celebrado compromisso processual entre os envolvidos. (Incluído promover, em cooperação com as Nações Unidas, o respeito uni-
pela Lei nº 13.655, de 2018) versal aos direitos e liberdades fundamentais do ser humano e a
Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas observância desses direitos e liberdades,
decisões ou opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro. Considerando que uma compreensão comum desses direitos
(Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) (Regulamento) e liberdades é da mais alta importância para o pleno cumprimento
§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) desse compromisso,
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) Agora portanto a Assembleia Geral proclama a presente Decla-
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) ração Universal dos Direitos Humanos como o ideal comum a ser
atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
que cada indivíduo e cada órgão da sociedade tendo sempre em Artigo 11
mente esta Declaração, esforce-se, por meio do ensino e da educa- 1.Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito
ção, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela de ser presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido
adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacio- provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe te-
nal, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância uni- nham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.
versais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios Países-Mem- 2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão
bros quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição. que, no momento, não constituíam delito perante o direito nacional
ou internacional. Também não será imposta pena mais forte de que
Artigo 1 aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso.
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e
direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em rela- Artigo 12
ção uns aos outros com espírito de fraternidade. Ninguém será sujeito à interferência na sua vida privada, na sua
família, no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataque à sua
Artigo 2 honra e reputação. Todo ser humano tem direito à proteção da lei
1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as contra tais interferências ou ataques.
liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qual-
quer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política Artigo 13
ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimen- 1. Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e
to, ou qualquer outra condição. residência dentro das fronteiras de cada Estado.
2. Não será também feita nenhuma distinção fundada na con- 2. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, in-
dição política, jurídica ou internacional do país ou território a que clusive o próprio e a esse regressar.
pertença uma pessoa, quer se trate de um território independente,
sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limi- Artigo 14
tação de soberania. 1. Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito de
procurar e de gozar asilo em outros países.
Artigo 3 2. Esse direito não pode ser invocado em caso de perseguição
Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos
pessoal. contrários aos objetivos e princípios das Nações Unidas.

Artigo 4 Artigo 15
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravi- 1. Todo ser humano tem direito a uma nacionalidade.
dão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas. 2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade,
nem do direito de mudar de nacionalidade.
Artigo 5
Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou casti- Artigo 16
go cruel, desumano ou degradante. 1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restri-
ção de raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair ma-
trimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em relação
Artigo 6
ao casamento, sua duração e sua dissolução.
Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares,
2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno con-
reconhecido como pessoa perante a lei.
sentimento dos nubentes.
3. A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e
Artigo 7
tem direito à proteção da sociedade e do Estado.
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer dis-
tinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção Artigo 17
contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e 1. Todo ser humano tem direito à propriedade, só ou em socie-
contra qualquer incitamento a tal discriminação. dade com outros.
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.
Artigo 8
Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais nacionais Artigo 18
competentes remédio efetivo para os atos que violem os direitos Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, cons-
fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela ciência e religião; esse direito inclui a liberdade de mudar de reli-
lei. gião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença
pelo ensino, pela prática, pelo culto em público ou em particular.
Artigo 9
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado. Artigo 19
Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expres-
Artigo 10 são; esse direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opi-
Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma justa niões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por
e pública audiência por parte de um tribunal independente e im- quaisquer meios e independentemente de fronteiras.
parcial, para decidir seus direitos e deveres ou fundamento de qual-
quer acusação criminal contra ele. Artigo 20
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião e asso-
ciação pacífica.
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
Artigo 21 Artigo 27
1. Todo ser humano tem o direito de tomar parte no governo 1. Todo ser humano tem o direito de participar livremente da
de seu país diretamente ou por intermédio de representantes livre- vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar do
mente escolhidos. progresso científico e de seus benefícios.
2. Todo ser humano tem igual direito de acesso ao serviço pú- 2. Todo ser humano tem direito à proteção dos interesses mo-
blico do seu país. rais e materiais decorrentes de qualquer produção científica literá-
3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; ria ou artística da qual seja autor.
essa vontade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por
sufrágio universal, por voto secreto ou processo equivalente que Artigo 28
assegure a liberdade de voto. Todo ser humano tem direito a uma ordem social e interna-
cional em que os direitos e liberdades estabelecidos na presente
Artigo 22 Declaração possam ser plenamente realizados.
Todo ser humano, como membro da sociedade, tem direito à
segurança social, à realização pelo esforço nacional, pela coopera- Artigo 29
ção internacional e de acordo com a organização e recursos de cada 1. Todo ser humano tem deveres para com a comunidade, na
Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis qual o livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade é pos-
à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade. sível.
2. No exercício de seus direitos e liberdades, todo ser humano
Artigo 23 estará sujeito apenas às limitações determinadas pela lei, exclusiva-
1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de mente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito
emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer as justas exigên-
contra o desemprego. cias da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade
2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual democrática.
remuneração por igual trabalho. 3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma,
3. Todo ser humano que trabalha tem direito a uma remune- ser exercidos contrariamente aos objetivos e princípios das Nações
ração justa e satisfatória que lhe assegure, assim como à sua famí- Unidas.
lia, uma existência compatível com a dignidade humana e a que se
acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social. Artigo 30
4. Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e a neles Nenhuma disposição da presente Declaração poder ser inter-
ingressar para proteção de seus interesses. pretada como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pes-
soa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer
Artigo 24 ato destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades
Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive a li- aqui estabelecidos.
mitação razoável das horas de trabalho e a férias remuneradas pe-
riódicas.

Artigo 25 CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS HUMANOS –


1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de ASSINADA NA CONFERÊNCIA ESPECIALIZADA INTERAME-
assegurar a si e à sua família saúde, bem-estar, inclusive alimen- RICANA SOBRE DIREITOS HUMANOS (SAN JOSE DA COSTA
tação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais RICA), EM 22 DE NOVEMBRO DE 1969
indispensáveis e direito à segurança em caso de desemprego, doen-
ça invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de
subsistência em circunstâncias fora de seu controle. DECRETO NO 678, DE 6 DE NOVEMBRO DE 1992
2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistên-
cia especiais. Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matri- Promulga a Convenção Americana sobre Direitos Humanos
mônio, gozarão da mesma proteção social. (Pacto de São José da Costa Rica), de 22 de novembro de 1969.

Artigo 26 O VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no exercício do cargo


1. Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será de PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso da atribuição que lhe confe-
gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A ins- re o art. 84, inciso VIII, da Constituição, e
trução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional Considerando que a Convenção Americana sobre Direitos Hu-
será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada manos (Pacto de São José da Costa Rica), adotada no âmbito da
no mérito. Organização dos Estados Americanos, em São José da Costa Rica,
2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvi- em 22 de novembro de 1969, entrou em vigor internacional em 18
mento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito de julho de 1978, na forma do segundo parágrafo de seu art. 74;
pelos direitos do ser humano e pelas liberdades fundamentais. A Considerando que o Governo brasileiro depositou a Carta de
instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre adesão a essa convenção em 25 de setembro de 1992;
todas as nações e grupos raciais ou religiosos e coadjuvará as ativi- Considerando que a Convenção Americana sobre Direitos Hu-
dades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz. manos (Pacto de São José da Costa Rica) entrou em vigor, para o
3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de Brasil, em 25 de setembro de 1992 , de conformidade com o dispos-
instrução que será ministrada a seus filhos. to no segundo parágrafo de seu art. 74;
DECRETA:

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
Art. 1° A Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto PARTE I
de São José da Costa Rica), celebrada em São José da Costa Rica, em DEVERES DOS ESTADOS E DIREITOS PROTEGIDOS
22 de novembro de 1969, apensa por cópia ao presente Decreto,
deverá ser cumprida tão inteiramente como nela se contém. CAPÍTULO I
Art. 2° Ao depositar a Carta de Adesão a esse ato internacional, ENUMERAÇÃO DE DEVERES
em 25 de setembro de 1992, o Governo brasileiro fez a seguinte de-
claração interpretativa: “O Governo do Brasil entende que os arts. ARTIGO 1
43 e 48, alínea “d” , não incluem o direito automático de visitas e Obrigação de Respeitar os Direitos
inspeções in loco da Comissão Interamericana de Direitos Huma- 1. Os Estados-Partes nesta Convenção comprometem-se a res-
nos, as quais dependerão da anuência expressa do Estado”. peitar os direitos e liberdades nela reconhecidos e a garantir seu
Art. 3° O presente decreto entra em vigor na data de sua pu- livre e pleno exercício a toda pessoa que esteja sujeita à sua ju-
blicação. risdição, sem discriminação alguma por motivo de raça, cor, sexo,
Brasília, 6 de novembro de 1992; 171° da Independência e 104° idioma, religião, opiniões políticas ou de qualquer outra natureza,
da República. origem nacional ou social, posição econômica, nascimento ou qual-
ITAMAR FRANCO quer outra condição social.
Fernando Henrique Cardoso 2. Para os efeitos desta Convenção, pessoa é todo ser humano.

ARTIGO 2
ANEXO AO DECRETO QUE PROMULGA A CONVENÇÃO AME- Dever de Adotar Disposições de Direito Interno
RICANA SOBRE DIREITOS HUMANOS (PACTO DE SÃO JOSE DA Se o exercício dos direitos e liberdades mencionados no artigo
COSTA RICA) - MRE 1 ainda não estiver garantido por disposições legislativas ou de ou-
tra natureza, os Estados-Partes comprometem-se a adotar, de acor-
CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS HUMANOS do com as suas normas constitucionais e com as disposições desta
Convenção, as medidas legislativas ou de outra natureza que forem
PREÂMBULO necessárias para tornar efetivos tais direitos e liberdades.

CAPÍTULO II
Os Estados americanos signatários da presente Convenção,
DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS
Reafirmando seu propósito de consolidar neste Continente,
dentro do quadro das instituições democráticas, um regime de li-
ARTIGO 3
berdade pessoal e de justiça social, fundado no respeito dos direi-
Direito ao Reconhecimento da Personalidade Jurídica
tos essenciais do homem;
Toda pessoa tem direito ao reconhecimento de sua personali-
Reconhecendo que os direitos essenciais do homem não de-
dade jurídica.
rivam do fato de ser ele nacional de determinado Estado, mas sim
do fato de ter como fundamento os atributos da pessoa humana, ARTIGO 4
razão por que justificam uma proteção internacional, de natureza Direito à Vida
convencional, coadjuvante ou complementar da que oferece o di- 1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse
reito interno dos Estados americanos; direito deve ser protegido pela lei e, em geral, desde o momento
Considerando que esses princípios foram consagrados na Carta da concepção. Ninguém pode ser privado da vida arbitrariamente.
da Organização dos Estados Americanos, na Declaração Americana 2. Nos países que não houverem abolido a pena de morte, esta
dos Direitos e Deveres do Homem e na Declaração Universal dos só poderá ser imposta pelos delitos mais graves, em cumprimento
Direitos do Homem e que foram reafirmados e desenvolvidos em de sentença final de tribunal competente e em conformidade com
outros instrumentos internacionais, tanto de âmbito mundial como lei que estabeleça tal pena, promulgada antes de haver o delito sido
regional; cometido. Tampouco se estenderá sua aplicação a delitos aos quais
Reiterando que, de acordo com a Declaração Universal dos Di- não se aplique atualmente.
reitos do Homem, só pode ser realizado o ideal do ser humano livre, 3. Não se pode restabelecer a pena de morte nos Estados que
isento do temor e da miséria, se forem criadas condições que per- a hajam abolido.
mitam a cada pessoa gozar dos seus direitos econômicos, sociais e 4. Em nenhum caso pode a pena de morte ser aplicada por deli-
culturais, bem como dos seus direitos civis e políticos; e tos políticos, nem por delitos comuns conexos com delitos políticos.
Considerando que a Terceira Conferência Interamericana Ex- 5. Não se deve impor a pena de morte a pessoa que, no mo-
traordinária (Buenos Aires, 1967) aprovou a incorporação à pró- mento da perpetração do delito, for menor de dezoito anos, ou
pria Carta da Organização de normas mais amplas sobre direitos maior de setenta, nem aplicá-la a mulher em estado de gravidez.
econômicos, sociais e educacionais e resolveu que uma convenção 6. Toda pessoa condenada à morte tem direito a solicitar anistia,
interamericana sobre direitos humanos determinasse a estrutura, indulto ou comutação da pena, os quais podem ser concedidos em to-
competência e processo dos órgãos encarregados dessa matéria, dos os casos. Não se pode executar a pena de morte enquanto o pedi-
do estiver pendente de decisão ante a autoridade competente.
Convieram no seguinte:
ARTIGO 5
Direito à Integridade Pessoal
1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua integridade
física, psíquica e moral.
2. Ninguém deve ser submetido a torturas, nem a penas ou
tratos cruéis, desumanos ou degradantes. Toda pessoa privada da
liberdade deve ser tratada com o respeito devido à dignidade ine-
rente ao ser humano.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
3. A pena não pode passar da pessoa do delinqüente. tente a fim de que este decida sobre a legalidade de tal ameaça, tal
4. Os processados devem ficar separados dos condenados, sal- recurso não pode ser restringido nem abolido. O recurso pode ser
vo em circunstâncias excepcionais, e ser submetidos a tratamento interposto pela própria pessoa ou por outra pessoa.
adequado à sua condição de pessoas não condenadas. 7. Ninguém deve ser detido por dívida. Este princípio não limita
5. Os menores, quando puderem ser processados, devem ser os mandados de autoridade judiciária competente expedidos em
separados dos adultos e conduzidos a tribunal especializado, com a virtude de inadimplemento de obrigação alimentar.
maior rapidez possível, para seu tratamento.
6. As penas privativas da liberdade devem ter por finalidade ARTIGO 8
essencial a reforma e a readaptação social dos condenados. Garantias Judiciais
1. Toda pessoa tem direito a ser ouvida, com as devidas garan-
ARTIGO 6 tias e dentro de um prazo razoável, por um juiz ou tribunal compe-
Proibição da Escravidão e da Servidão tente, independente e imparcial, estabelecido anteriormente por
1. Ninguém pode ser submetido a escravidão ou a servidão, e lei, na apuração de qualquer acusação penal formulada contra ela,
tanto estas como o tráfico de escravos e o tráfico de mulheres são ou para que se determinem seus direitos ou obrigações de natureza
proibidos em todas as formas. civil, trabalhista, fiscal ou de qualquer outra natureza.
2. Ninguém deve ser constrangido a executar trabalho forçado 2. Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma
ou obrigatório. Nos países em que se prescreve, para certos delitos, sua inocência enquanto não se comprove legalmente sua culpa. Du-
pena privativa da liberdade acompanhada de trabalhos forçados, rante o processo, toda pessoa tem direito, em plena igualdade, às
esta disposição não pode ser interpretada no sentido de que proíbe seguintes garantias mínimas:
o cumprimento da dita pena, imposta por juiz ou tribunal compe- a) direito do acusado de ser assistido gratuitamente por tra-
tente. O trabalho forçado não deve afetar a dignidade nem a capa- dutor ou intérprete, se não compreender ou não falar o idioma do
cidade física e intelectual do recluso. juízo ou tribunal;
3. Não constituem trabalhos forçados ou obrigatórios para os b) comunicação prévia e pormenorizada ao acusado da acusa-
efeitos deste artigo: ção formulada;
a) os trabalhos ou serviços normalmente exigidos de pessoa re- c) concessão ao acusado do tempo e dos meios adequados
clusa em cumprimento de sentença ou resolução formal expedida para a preparação de sua defesa;
pela autoridade judiciária competente. Tais trabalhos ou serviços d) direito do acusado de defender-se pessoalmente ou de ser
devem ser executados sob a vigilância e controle das autoridades assistido por um defensor de sua escolha e de comunicar-se, livre-
públicas, e os indivíduos que os executarem não devem ser postos mente e em particular, com seu defensor;
à disposição de particulares, companhias ou pessoas jurídicas de e) direito irrenunciável de ser assistido por um defensor pro-
caráter privado: porcionado pelo Estado, remunerado ou não, segundo a legislação
b) o serviço militar e, nos países onde se admite a isenção por interna, se o acusado não se defender ele próprio nem nomear de-
motivos de consciência, o serviço nacional que a lei estabelecer em fensor dentro do prazo estabelecido pela lei;
lugar daquele; f) direito da defesa de inquirir as testemunhas presentes no tri-
c) o serviço imposto em casos de perigo ou calamidade que bunal e de obter o comparecimento, como testemunhas ou peritos,
ameace a existência ou o bem-estar da comunidade; e de outras pessoas que possam lançar luz sobre os fatos.
d) o trabalho ou serviço que faça parte das obrigações cívicas g) direito de não ser obrigado a depor contra si mesma, nem a
normais. declarar-se culpada; e
h) direito de recorrer da sentença para juiz ou tribunal superior.
ARTIGO 7
Direito à Liberdade Pessoal 3. A confissão do acusado só é válida se feita sem coação de
1. Toda pessoa tem direito à liberdade e à segurança pessoais. nenhuma natureza.
2. Ninguém pode ser privado de sua liberdade física, salvo pe- 4. O acusado absolvido por sentença passada em julgado não
las causas e nas condições previamente fixadas pelas constituições poderá se submetido a novo processo pelos mesmos fatos.
políticas dos Estados-Partes ou pelas leis de acordo com elas pro- 5. O processo penal deve ser público, salvo no que for necessá-
rio para preservar os interesses da justiça.
mulgadas.
3. Ninguém pode ser submetido a detenção ou encarceramen-
ARTIGO 9
to arbitrários.
Princípio da Legalidade e da Retroatividade
4. Toda pessoa detida ou retida deve ser informada das razões
Ninguém pode ser condenado por ações ou omissões que, no
da sua detenção e notificada, sem demora, da acusação ou acusa-
momento em que forem cometidas, não sejam delituosas, de acor-
ções formuladas contra ela.
do com o direito aplicável. Tampouco se pode impor pena mais gra-
5. Toda pessoa detida ou retida deve ser conduzida, sem de-
ve que a aplicável no momento da perpetração do delito. Se depois
mora, à presença de um juiz ou outra autoridade autorizada pela
da perpetração do delito a lei dispuser a imposição de pena mais
lei a exercer funções judiciais e tem direito a ser julgada dentro de leve, o delinqüente será por isso beneficiado.
um prazo razoável ou a ser posta em liberdade, sem prejuízo de que
prossiga o processo. Sua liberdade pode ser condicionada a garan- ARTIGO 10
tias que assegurem o seu comparecimento em juízo. Direito a Indenização
6. Toda pessoa privada da liberdade tem direito a recorrer a um Toda pessoa tem direito de ser indenizada conforme a lei, no
juiz ou tribunal competente, a fim de que este decida, sem demora, caso de haver sido condenada em sentença passada em julgado,
sobre a legalidade de sua prisão ou detenção e ordene sua soltura por erro judiciário.
se a prisão ou a detenção forem ilegais. Nos Estados-Partes cujas
leis prevêem que toda pessoa que se vir ameaçada de ser privada
de sua liberdade tem direito a recorrer a um juiz ou tribunal compe-
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
ARTIGO 11 2. Em nenhum caso a retificação ou a resposta eximirão das
Proteção da Honra e da Dignidade outras responsabilidades legais em que se houver incorrido.
1. Toda pessoa tem direito ao respeito de sua honra e ao reco- 3. Para a efetiva proteção da honra e da reputação, toda publi-
nhecimento de sua dignidade. cação ou empresa jornalística, cinematográfica, de rádio ou televi-
2. Ninguém pode ser objeto de ingerências arbitrárias ou abu- são, deve ter uma pessoa responsável que não seja protegida por
sivas em sua vida privada, na de sua família, em seu domicílio ou imunidades nem goze de foro especial.
em sua correspondência, nem de ofensas ilegais à sua honra ou re-
putação. ARTIGO 15
3. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais ingerên- Direito de Reunião
cias ou tais ofensas. É reconhecido o direito de reunião pacífica e sem armas. O
exercício de tal direito só pode estar sujeito às restrições previstas
ARTIGO 12 pela lei e que sejam necessárias, numa sociedade democrática, no
Liberdade de Consciência e de Religião interesse da segurança nacional, da segurança ou da ordem públi-
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de consciência e de re- cas, ou para proteger a saúde ou a moral públicas ou os direitos e
ligião. Esse direito implica a liberdade de conservar sua religião ou liberdades das demais pessoas.
suas crenças, ou de mudar de religião ou de crenças, bem como a
liberdade de professar e divulgar sua religião ou suas crenças, indi- ARTIGO 16
vidual ou coletivamente, tanto em público como em privado. Liberdade de Associação
2. Ninguém pode ser objeto de medidas restritivas que possam 1. Todas as pessoas têm o direito de associar-se livremente com
limitar sua liberdade de conservar sua religião ou suas crenças, ou fins ideológicos, religiosos, políticos, econômicos, trabalhistas, so-
de mudar de religião ou de crenças. ciais, culturais, desportivos, ou de qualquer outra natureza.
3. A liberdade de manifestar a própria religião e as próprias 2. O exercício de tal direito só pode estar sujeito às restrições
crenças está sujeita unicamente às limitações prescritas pela lei e que previstas pela lei que sejam necessárias, numa sociedade democrá-
sejam necessárias para proteger a segurança, a ordem, a saúde ou a tica, no interesse da segurança nacional, da segurança ou da ordem
moral públicas ou os direitos ou liberdades das demais pessoas. públicas, ou para proteger a saúde ou a moral públicas ou os direi-
4. Os pais, e quando for o caso os tutores, têm direito a que tos e liberdades das demais pessoas.
seus filhos ou pupilos recebam a educação religiosa e moral que 3. O disposto neste artigo não impede a imposição de restri-
esteja acorde com suas próprias convicções. ções legais, e mesmo a privação do exercício do direito de associa-
ção, aos membros das forças armadas e da polícia.
ARTIGO 13
Liberdade de Pensamento e de Expressão ARTIGO 17
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento e de ex- Proteção da Família
pressão. Esse direito compreende a liberdade de buscar, receber e 1. A família é o elemento natural e fundamental da sociedade e
difundir informações e idéias de toda natureza, sem consideração deve ser protegida pela sociedade e pelo Estado.
de fronteiras, verbalmente ou por escrito, ou em forma impressa ou 2. É reconhecido o direito do homem e da mulher de contra-
artística, ou por qualquer outro processo de sua escolha. írem casamento e de fundarem uma família, se tiverem a idade e
O exercício do direito previsto no inciso precedente não pode as condições para isso exigidas pelas leis internas, na medida em
estar sujeito a censura prévia, mas a responsabilidades ulteriores, que não afetem estas o princípio da não discriminação estabelecido
que devem ser expressamente fixadas pela lei a ser necessárias nesta Convenção.
para assegurar: 3. O casamento não pode ser celebrado sem o livre e pleno
a) o respeito aos direitos ou à reputação das demais pessoas; ou consentimento dos contraentes.
b) a proteção da segurança nacional, da ordem pública, ou da 4. Os Estados-Partes devem tomar medidas apropriadas no
saúde ou da moral públicas. sentido de assegurar a igualdade de direitos e a adequada equiva-
lência de responsabilidades dos cônjuges quanto ao casamento, du-
3. Não se pode restringir o direito de expressão por vias ou rante o casamento e em caso de dissolução do mesmo. Em caso de
meios indiretos, tais como o abuso de controles oficiais ou parti- dissolução, serão adotadas disposições que assegurem a proteção
culares de papel de imprensa, de freqüências radioelétricas ou de necessária aos filhos, com base unicamente no interesse e conveni-
equipamentos e aparelhos usados na difusão de informação, nem ência dos mesmos.
por quaisquer outros meios destinados a obstar a comunicação e a 5. A lei deve reconhecer iguais direitos tanto aos filhos nascidos
circulação de idéias e opiniões. fora do casamento como aos nascidos dentro do casamento.
4. A lei pode submeter os espetáculos públicos a censura prévia,
com o objetivo exclusivo de regular o acesso a eles, para proteção mo- ARTIGO 18
ral da infância e da adolescência, sem prejuízo do disposto no inciso 2. Direito ao Nome
5. A lei deve proibir toda propaganda a favor da guerra, bem Toda pessoa tem direito a um prenome e aos nomes de seus
como toda apologia ao ódio nacional, racial ou religioso que consti- pais ou ao de um destes. A lei deve regular a forma de assegurar
tua incitação à discriminação, à hostilidade, ao crime ou à violência. a todos esses direito, mediante nomes fictícios, se for necessário.

ARTIGO 14 ARTIGO 19
Direito de Retificação ou Resposta Direitos da Criança
1. Toda pessoa atingida por informações inexatas ou ofensivas Toda criança tem direito às medidas de proteção que a sua con-
emitidas em seu prejuízo por meios de difusão legalmente regula- dição de menor requer por parte da sua família, da sociedade e do
mentados e que se dirijam ao público em geral, tem direito a fazer, Estado.
pelo mesmo órgão de difusão, sua retificação ou resposta, nas con-
dições que estabeleça a lei.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
ARTIGO 20 2. A lei pode regular o exercício dos direitos e oportunidades e
Direito à Nacionalidade a que se refere o inciso anterior, exclusivamente por motivos de ida-
1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade. de, nacionalidade, residência, idioma, instrução, capacidade civil ou
2. Toda pessoa tem direito à nacionalidade do Estado em cujo mental, ou condenação, por juiz competente, em processo penal.
território houver nascido, se não tiver direito a outra.
3. A ninguém se deve privar arbitrariamente de sua nacionali- ARTIGO 24
dade nem do direito de mudá-la. Igualdade Perante a Lei
Todas as pessoas são iguais perante a lei. Por conseguinte, têm
ARTIGO 21 direito, sem discriminação, a igual proteção da lei.
Direito à Propriedade Privada
1. Toda pessoa tem direito ao uso e gozo dos seus bens. A lei ARTIGO 25
pode subordinar esse uso e gozo ao interesse social. Proteção Judicial
2. Nenhuma pessoa pode ser privada de seus bens, salvo me- 1. Toda pessoa tem direito a um recurso simples e rápido ou a
diante o pagamento de indenização justa, por motivo de utilidade qualquer outro recurso efetivo, perante os juízes ou tribunais com-
pública ou de interesse social e nos casos e na forma estabelecidos petentes, que a proteja contra atos que violem seus direitos funda-
pela lei. mentais reconhecidos pela constituição, pela lei ou pela presente
3. Tanto a usura como qualquer outra forma de exploração do Convenção, mesmo quando tal violação seja cometida por pessoas
homem pelo homem devem ser reprimidas pela lei. que estejam atuando no exercício de suas funções oficiais.
2. Os Estados-Partes comprometem-se:
ARTIGO 22 a) a assegurar que a autoridade competente prevista pelo sis-
Direito de Circulação e de Residência tema legal do Estado decida sobre os direitos de toda pessoa que
1. Toda pessoa que se ache legalmente no território de um Es- interpuser tal recurso;
tado tem direito de circular nele e de nele residir em conformidade b) a desenvolver as possibilidades de recurso judicial; e
com as disposições legais. c) a assegurar o cumprimento, pelas autoridades competentes,
2. Toda pessoa tem o direito de sair livremente de qualquer de toda decisão em que se tenha considerado procedente o recur-
país, inclusive do próprio. so.
3. O exercício dos direitos acima mencionados não pode ser
restringido senão em virtude de lei, na medida indispensável, numa CAPÍTULO III
sociedade democrática, para prevenir infrações penais ou para DIREITOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS
proteger a segurança nacional, a segurança ou a ordem públicas, a
moral ou a saúde públicas, ou os direitos e liberdades das demais ARTIGO 26
pessoas. Desenvolvimento Progressivo
4. O exercício dos direitos reconhecidos no inciso 1 pode tam- Os Estados-Partes comprometem-se a adotar providências,
bém ser restringido pela lei, em zonas determinadas, por motivo de tanto no âmbito interno como mediante cooperação internacional,
interesse público. especialmente econômica e técnica, a fim de conseguir progressi-
5. Ninguém pode ser expulso do território do Estado do qual vamente a plena efetividade dos direitos que decorrem das normas
for nacional, nem ser privado do direito de nele entrar. econômicas, sociais e sobre educação, ciência e cultura, constantes
6. O estrangeiro que se ache legalmente no território de um da Carta da Organização dos Estados Americanos, reformada pelo
Estado-Parte nesta Convenção só poderá dele ser expulso em cum- Protocolo de Buenos Aires, na medida dos recursos disponíveis, por
primento de decisão adotada de acordo com a lei. via legislativa ou por outros meios apropriados.
7. Toda pessoa tem o direito de buscar e receber asilo em ter-
ritório estrangeiro, em caso de perseguição por delitos políticos ou CAPÍTULO IV
comuns conexos com delitos políticos e de acordo com a legislação SUSPENSÃO DE GARANTIAS, INTERPRETAÇÃO E APLICAÇÃO
de cada Estado e com os convênios internacionais.
8. Em nenhum caso o estrangeiro pode ser expulso ou entre- ARTIGO 27
gue a outro país, seja ou não de origem, onde seu direito à vida ou Suspensão de Garantias
à liberdade pessoal esteja em risco de violação por causa da sua 1. Em caso de guerra, de perigo público, ou de outra emer-
raça, nacionalidade, religião, condição social ou de suas opiniões gência que ameace a independência ou segurança do Estado-Par-
políticas. te, este poderá adotar disposições que, na medida e pelo tempo
9. É proibida a expulsão coletiva de estrangeiros. estritamente limitados às exigências da situação, suspendam as
obrigações contraídas em virtude desta Convenção, desde que tais
ARTIGO 23 disposições não sejam incompatíveis com as demais obrigações que
Direitos Políticos lhe impõe o Direito Internacional e não encerrem discriminação al-
1. Todos os cidadãos devem gozar dos seguintes direitos e guma fundada em motivos de raça, cor, sexo, idioma, religião ou
oportunidades: origem social.
a) de participar da direção dos assuntos públicos, diretamente 2. A disposição precedente não autoriza a suspensão dos di-
ou por meio de representantes livremente eleitos; reitos determinados nos seguintes artigos: 3 (Direito ao Reconhe-
b) de votar e ser eleitos em eleições periódicas autênticas, rea- cimento da Personalidade Jurídica), 4 (Direito à vida), 5 (Direito à
lizadas por sufrágio universal e igual e por voto secreto que garanta Integridade Pessoal), 6 (Proibição da Escravidão e Servidão), 9 (Prin-
a livre expressão da vontade dos eleitores; e cípio da Legalidade e da Retroatividade), 12 (Liberdade de Consci-
c) de ter acesso, em condições gerais de igualdade, às funções ência e de Religião), 17 (Proteção da Família), 18 (Direito ao Nome),
públicas de seu país. 19 (Direitos da Criança), 20 (Direito à Nacionalidade) e 23 (Direitos
Políticos), nem das garantias indispensáveis para a proteção de tais
direitos.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
3. Todo Estado-Parte que fizer uso do direito de suspensão de- 2. Os direitos de cada pessoa são limitados pelos direitos dos
verá informar imediatamente os outros Estados-Partes na presente demais, pela segurança de todos e pelas justas exigências do bem
Convenção, por intermédio do Secretário-Geral da Organização dos comum, numa sociedade democrática.
Estados Americanos, das disposições cuja aplicação haja suspendi-
do, dos motivos determinantes da suspensão e da data em que haja PARTE II
dado por terminada tal suspensão. MEIOS DA PROTEÇÃO

ARTIGO 28 CAPÍTULO VI
Cláusula Federal ÓRGÃOS COMPETENTES
1. Quando se tratar de um Estado-Parte constituído como Es-
tado federal, o governo nacional do aludido Estado-Parte cumprirá ARTIGO 33
todas as disposições da presente Convenção, relacionadas com as São competentes para conhecer dos assuntos relacionados
matérias sobre as quais exerce competência legislativa e judicial. com o cumprimento dos compromissos assumidos pelos Estados-
2. No tocante às disposições relativas às matérias que corres- -Partes nesta Convenção:
pondem à competência das entidades componentes da federação, a) a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, doravante
o governo nacional deve tomar imediatamente as medidas perti- denominada a Comissão; e
nentes, em conformidade com sua constituição e suas leis, a fim de b) a Corte Interamericana de Direitos Humanos, doravante de-
que as autoridades competentes das referidas entidades possam nominada a Corte.
adotar as disposições cabíveis para o cumprimento desta Conven-
ção. CAPÍTULO VII
3. Quando dois ou mais Estados-Partes decidirem constituir COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS
entre eles uma federação ou outro tipo de associação, diligencia-
rão no sentido de que o pacto comunitário respectivo contenha as SEÇÃO 1
disposições necessárias para que continuem sendo efetivas no novo ORGANIZAÇÃO
Estado assim organizado as normas da presente Convenção.
ARTIGO 34
ARTIGO 29 A Comissão Interamericana de Direitos Humanos compor-se-á
Normas de Interpretação de sete membros, que deverão ser pessoas de alta autoridade mo-
Nenhuma disposição desta Convenção pode ser interpretada ral e de reconhecido saber em matéria de direitos humanos.
no sentido de:
a) permitir a qualquer dos Estados-Partes, grupo ou pessoa, su- ARTIGO 35
primir o gozo e exercício dos direitos e liberdades reconhecidos na A Comissão representa todos os Membros da Organização dos
Convenção ou limitá-los em maior medida do que a nela prevista; Estados Americanos.
b) limitar o gozo e exercício de qualquer direito ou liberdade
que possam ser reconhecidos de acordo com as leis de qualquer ARTIGO 36
dos Estados-Partes ou de acordo com outra convenção em que seja 1. Os membros da Comissão serão eleitos a título pessoal, pela
parte um dos referidos Estados; Assembléia-Geral da Organização, de uma lista de candidatos pro-
c) excluir outros direitos e garantias que são inerentes ao ser postos pelos governos dos Estados-Membros.
humano ou que decorrem da forma democrática representativa de 2. Cada um dos referidos governos pode propor até três candi-
governo; e datos, nacionais do Estado que os propuser ou de qualquer outro
d) excluir ou limitar o efeito que possam produzir a Declaração Estado-Membro da Organização dos Estados Americanos. Quando
Americana dos Direitos e Deveres do Homem e outros atos interna- for proposta uma lista de três candidatos, pelo menos um deles de-
cionais da mesma natureza. verá ser nacional de Estado diferente do proponente.
ARTIGO 30 ARTIGO 37
Alcance das Restrições 1. Os membros da Comissão serão eleitos por quatro anos e só
As restrições permitidas, de acordo com esta Convenção, ao poderão ser reeleitos uma vez, porém o mandato de três dos mem-
gozo e exercício dos direitos e liberdades nela reconhecidos, não bros designados na primeira eleição expirará ao cabo de dois anos.
podem ser aplicadas senão de acordo com leis que forem promul- Logo depois da referida eleição, serão determinados por sorteio, na
gadas por motivo de interesse geral e com o propósito para o qual Assembléia-Geral, os nomes desses três membros.
houverem sido estabelecidas. 2. Não pode fazer parte da Comissão mais de um nacional de
um mesmo Estado.
ARTIGO 31
Reconhecimento de Outros Direitos
ARTIGO 38
Poderão ser incluídos no regime de proteção desta Convenção
As vagas que ocorrerem na Comissão, que não se devam à ex-
outros direitos e liberdades que forem reconhecidos de acordo com
piração normal do mandado, serão preenchidas pelo Conselho Per-
os processos estabelecidos nos artigos 69 e 70.
manente da Organização, de acordo com o que dispuser o Estatuto
da Comissão.
CAPÍTULO V
DEVERES DAS PESSOAS
ARTIGO 39
ARTIGO 32 A Comissão elaborará seu estatuto e submetê-lo-á à aprovação
Correlação entre Deveres e Direitos da Assembléia-Geral e expedirá seu próprio regulamento.
1. Toda pessoa tem deveres para com a família, a comunidade
e a humanidade.
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NOÇÕES DE DIREITO
ARTIGO 40 ARTIGO 45
Os serviços de secretaria da Comissão devem ser desempenha- 1. Todo Estado-Parte pode, no momento do depósito do seu
dos pela unidade funcional especializada que faz parte da Secre- instrumento de ratificação desta Convenção ou de adesão a ela, ou
taria-Geral da Organização e deve dispor dos recursos necessários em qualquer momento posterior, declarar que reconhece a compe-
para cumprir as tarefas que lhe forem confiadas pela Comissão. tência da Comissão para receber e examinar as comunicações em
que um Estado-Parte alegue haver outro Estado-Parte incorrido em
SEÇÃO 2 violações dos direitos humanos estabelecidos nesta Convenção.
FUNÇÕES 2. As comunicações feitas em virtude deste artigo só podem
ser admitidas e examinadas se forem apresentadas por um Estado-
ARTIGO 41 -Parte que haja feito uma declaração pela qual reconheça a referida
A Comissão tem a função principal de promover a observância competência da Comissão. A Comissão não admitirá nenhuma co-
e a defesa dos direitos humanos e, no exercício do seu mandato, municação contra um Estado-Parte que não haja feito tal declara-
tem as seguintes funções e atribuições: ção.
a) estimular a consciência dos direitos humanos nos povos da 3. As declarações sobre reconhecimento de competência po-
América; dem ser feitas para que esta vigore por tempo indefinido, por perí-
b) formular recomendações aos governos dos Estados-Mem- odo determinado ou para casos específicos.
bros, quando o considerar conveniente, no sentido de que adotem 4. As declarações serão depositadas na Secretaria-Geral da Or-
medidas progressivas em prol dos direitos humanos no âmbito de ganização dos Estados Americanos, a qual encaminhará cópia das
suas leis internas e seus preceitos constitucionais, bem como dis- mesmas aos Estados-Membros da referida Organização.
posições apropriadas para promover o devido respeito a esses di-
reitos; ARTIGO 46
c) preparar os estudos ou relatórios que considerar convenien- 1. Para que uma petição ou comunicação apresentada de acor-
tes para o desempenho de suas funções; do com os artigos 44 ou 45 seja admitida pela Comissão, será ne-
d) solicitar aos governos dos Estados-Membros que lhe propor- cessário:
cionem informações sobre as medidas que adotarem em matéria a) que hajam sido interpostos e esgotados os recursos da juris-
de direitos humanos; dição interna, de acordo com os princípios de direito internacional
e) atender às consultas que, por meio da Secretaria-Geral da geralmente reconhecidos;
Organização dos Estados Americanos, lhe formularem os Estados- b) que seja apresentada dentro do prazo de seis meses, a partir
-Membros sobre questões relacionadas com os direitos humanos e, da data em que o presumido prejudicado em seus direitos tenha
dentro de suas possibilidades, prestar-lhes o assessoramento que sido notificado da decisão definitiva;
eles lhe solicitarem; c) que a matéria da petição ou comunicação não esteja pen-
f) atuar com respeito às petições e outras comunicações, no dente de outro processo de solução internacional; e
exercício de sua autoridade, de conformidade com o disposto nos d) que, no caso do artigo 44, a petição contenha o nome, a
artigos 44 a 51 desta Convenção; e nacionalidade, a profissão, o domicílio e a assinatura da pessoa ou
g) apresentar um relatório anual à Assembléia-Geral da Organi- pessoas ou do representante legal da entidade que submeter a pe-
zação dos Estados Americanos. tição.
2. As disposições das alíneas a e b do inciso 1 deste artigo não
ARTIGO 42 se aplicarão quando:
Os Estados-Partes devem remeter à Comissão cópia dos rela- a) não existir, na legislação interna do Estado de que se tratar, o
tórios e estudos que, em seus respectivos campos, submetem anu- devido processo legal para a proteção do direito ou direitos que se
almente às Comissões Executivas do Conselho Interamericano Eco- alegue tenham sido violados;
nômico e Social e do Conselho Interamericano de Educação, Ciência b) não se houver permitido ao presumido prejudicado em seus
e Cultura, a fim de que aquela vele por que se promovam os direi- direitos o acesso aos recursos da jurisdição interna, ou houver sido
tos decorrentes das normas econômicas, sociais e sobre educação, ele impedido de esgotá-los; e
ciência e cultura, constantes da Carta da Organização dos Estados c) houver demora injustificada na decisão sobre os menciona-
Americanos, reformada pelo Protocolo de Buenos Aires. dos recursos.

ARTIGO 43 ARTIGO 47
Os Estados-Partes obrigam-se a proporcionar à Comissão as in- A Comissão declarará inadmissível toda petição ou comunica-
formações que esta lhes solicitar sobre a maneira pela qual o seu ção apresentada de acordo com os artigos 44 ou 45 quando:
direito interno assegura a aplicação efetiva de quaisquer disposi- a) não preencher algum dos requisitos estabelecidos no artigo
ções desta Convenção. 46;
b) não expuser fatos que caracterizem violação dos direitos ga-
SEÇÃO 3 rantidos por esta Convenção;
COMPETÊNCIA c) pela exposição do próprio peticionário ou do Estado, for ma-
nifestamente infundada a petição ou comunicação ou for evidente
ARTIGO 44 sua total improcedência; ou
Qualquer pessoa ou grupo de pessoas, ou entidade não gover- d) for substancialmente reprodução de petição ou comunica-
namental legalmente reconhecida em um ou mais Estados-Mem- ção anterior, já examinada pela Comissão ou por outro organismo
bros da Organização, pode apresentar à Comissão petições que internacional.
contenham denúncias ou queixas de violação desta Convenção por
um Estado-Parte.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
SEÇÃO 4 ARTIGO 51
PROCESSO 1. Se no prazo de três meses, a partir da remessa aos Estados
interessados do relatório da Comissão, o assunto não houver sido
ARTIGO 48 solucionado ou submetido à decisão da Corte pela Comissão ou
1. A Comissão, ao receber uma petição ou comunicação na qual pelo Estado interessado, aceitando sua competência, a Comissão
se alegue violação de qualquer dos direitos consagrados nesta Con- poderá emitir, pelo voto da maioria absoluta dos seus membros,
venção, procederá da seguinte maneira: sua opinião e conclusões sobre a questão submetida à sua consi-
a) se reconhecer a admissibilidade da petição ou comunicação, deração.
solicitará informações ao Governo do Estado ao qual pertença a au- 2. A comissão fará as recomendações pertinentes e fixará um
toridade apontada como responsável pela violação alegada e trans- prazo dentro do qual o Estado deve tomar as medidas que lhe com-
creverá as partes pertinentes da petição ou comunicação. As referi- petirem para remediar a situação examinada.
das informações devem ser enviadas dentro de um prazo razoável, 3. Transcorrido o prazo fixado, a Comissão decidirá, pelo voto
fixado pela Comissão ao considerar as circunstâncias de cada caso; da maioria absoluta dos seus membros, se o Estado tomou ou não
b) recebidas às informações, ou transcorrido o prazo fixado medidas adequadas e se publica ou não seu relatório.
sem que sejam elas recebidas, verificará se existem ou subsistem os
motivos da petição ou comunicação. No caso de não existirem ou CAPÍTULO VIII
não subsistirem, mandará arquivar o expediente; CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS
c) poderá também declarar a inadmissibilidade ou a improce-
dência da petição ou comunicação, com base em informação ou SEÇÃO 1
prova superveniente; ORGANIZAÇÃO
d) se o expediente não houver sido arquivado, e com o fim de
comprovar os fatos, a Comissão procederá, com conhecimento das ARTIGO 52
partes, a um exame do assunto exposto na petição ou comunicação. 1. A Corte compor-se-á de sete juízes, nacionais dos Estados-
Se for necessário e conveniente, a Comissão procederá a uma inves- -Membros da Organização, eleitos a título pessoal dentre juristas da
tigação para cuja eficaz realização solicitará, e os Estados interessa- mais alta autoridade moral, de reconhecida competência em maté-
dos lhe proporcionarão, todas as facilidades necessárias; ria de direitos humanos, que reúnam as condições requeridas para
e) poderá pedir aos Estados interessados qualquer informação o exercício das mais elevadas funções judiciais, de acordo com a lei
pertinente e receberá, se isso lhe for solicitado, as exposições ver- do Estado do qual sejam nacionais, ou do Estado que os propuser
bais ou escritas que apresentarem os interessados; e como candidatos.
f) por-se-á à disposição das partes interessadas, a fim de chegar 2. Não deve haver dois juízes da mesma nacionalidade.
a uma solução amistosa do assunto, fundada no respeito aos direi-
tos humanos reconhecidos nesta Convenção. ARTIGO 53
2. Entretanto, em casos graves e urgentes, pode ser realizada 1. Os juízes da Corte serão eleitos, em votação secreta e pelo
uma investigação, mediante prévio consentimento do Estado em voto da maioria absoluta dos Estados-Partes na Convenção, na As-
cujo território de alegue haver sido cometida a violação, tão somen- sembléia-Geral da Organização, de uma lista de candidatos propos-
te com a apresentação de uma petição ou comunicação que reúna tos pelos mesmos Estados.
todos os requisitos formais de admissibilidade. 2. Cada um dos Estados-Partes pode propor até três candida-
tos, nacionais do Estado que os propuser ou de qualquer outro Es-
ARTIGO 49 tado-Membro da Organização dos Estados Americanos. Quando se
Se houver chegado a uma solução amistosa de acordo com as propuser uma lista de três candidatos, pelo menos um deles deverá
disposições do inciso 1, f, do artigo 48, a Comissão redigirá um re- ser nacional de Estado diferente do proponente.
latório que será encaminhado ao peticionário e aos Estados-Partes
nesta Convenção e, posteriormente, transmitido, para sua publica- ARTIGO 54
ção, ao Secretário-Geral da Organização dos Estados Americanos. O 1. Os juízes da Corte serão eleitos por um período de seis anos
referido relatório conterá uma breve exposição dos fatos e da solu- e só poderão ser reeleitos uma vez. O mandato de três dos juízes
ção alcançada. Se qualquer das partes no caso o solicitar, ser-lhe-á designados na primeira eleição expirará ao cabo de três anos. Ime-
proporcionada a mais ampla informação possível. diatamente depois da referida eleição, determinar-se-ão por sor-
teio, na Assembléia-Geral, os nomes desses três juízes.
ARTIGO 50 2. O juiz eleito para substituir outro cujo mandato não haja ex-
1. Se não se chegar a uma solução, e dentro do prazo que for pirado, completará o período deste.
fixado pelo Estatuto da Comissão, esta redigirá um relatório no qual 3. Os juízes permanecerão em suas funções até o término dos
exporá os fatos e suas conclusões. Se o relatório não representar, seus mandatos. Entretanto, continuarão funcionando nos casos de
no todo ou em parte, o acordo unânime dos membros da Comissão, que já houverem tomado conhecimento e que se encontrem em
qualquer deles poderá agregar ao referido relatório seu voto em se- fase de sentença e, para tais efeitos, não serão substituídos pelos
parado. Também se agregarão ao relatório as exposições verbais ou novos juízes eleitos.
escritas que houverem sido feitas pelos interessados em virtudes
do inciso 1, e, do artigo 48. ARTIGO 55
2. O relatório será encaminhado aos Estados interessados, aos 1. O juiz que for nacional de algum dos Estados-Partes no caso
quais não será facultado publicá-lo. submetido à Corte conservará o seu direito de conhecer o mesmo.
3. Ao encaminhar o relatório, a Comissão pode formular as pro- 2. Se um dos juízes chamados a conhecer do caso for de na-
posições e recomendações que julgar adequadas. cionalidade de um dos Estados-Partes, outro Estado-Parte no caso
poderá designar uma pessoa de sua escolha para integrar a Corte
na qualidade de juiz ad hoc.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
3. Se, dentre os juízes chamados a conhecer do caso, nenhum tenham reconhecido ou reconheçam a referida competência, seja
for da nacionalidade dos Estados partes, cada um destes poderá por declaração especial, como prevêem os incisos anteriores, seja
designar um juiz ad hoc. por convenção especial.
4. O juiz ad hoc deve reunir os requisitos indicados no artigo 52.
5. Se vários Estados-Partes na Convenção tiverem o mesmo in- ARTIGO 63
teresse no caso, serão considerados como uma só parte, para os 1. Quando decidir que houve violação de um direito ou liber-
fins das disposições anteriores. Em caso de dúvida, a Corte decidirá. dade protegido nesta Convenção, a Corte determinará que se as-
segure ao prejudicado o gozo do seu direito ou liberdade violados.
ARTIGO 56 Determinará também, se isso for procedente, que sejam reparadas
O quorum para as deliberações da Corte é constituído por cinco as conseqüências da medida ou situação que haja configurado a
juízes. violação desses direitos, bem como o pagamento de indenização
justa à parte lesada.
ARTIGO 57 2. Em casos de extrema gravidade e urgência, e quando se fizer
A Comissão comparecerá em todos os casos perante a Corte. necessário evitar danos irreparáveis às pessoas, a Corte, nos assun-
tos de que estiver conhecendo, poderá tomar as medidas provisó-
ARTIGO 58 rias que considerar pertinentes. Se se tratar de assuntos que ainda
1. A Corte terá sua sede no lugar que for determinado, na As- não estiverem submetidos ao seu conhecimento, poderá atuar a
sembléia-Geral da Organização, pelos Estados-Partes na Conven- pedido da Comissão.
ção, mas poderá realizar reuniões no território de qualquer Esta-
do-Membro da Organização dos Estrados Americanos em que o ARTIGO 64
considerar conveniente pela maioria dos seus membros e median- 1. Os Estados-Membros da Organização poderão consultar
te prévia aquiescência do Estado respectivo. Os Estados-Partes na a Corte sobre a interpretação desta Convenção ou de outros tra-
Convenção podem, na Assembléia-Geral, por dois terços dos seus tados concernentes à proteção dos direitos humanos nos Estados
votos, mudar a sede da Corte. americanos. Também poderão consultá-la, no que lhes compete, os
2. A Corte designará seu Secretário. órgãos enumerados no capítulo X da Carta da Organização dos Esta-
3. O Secretário residirá na sede da Corte e deverá assistir às dos Americanos, reformada pelo Protocolo de Buenos Aires.
reuniões que ela realizar fora da mesma. 2. A Corte, a pedido de um Estado-Membro da Organização,
poderá emitir pareceres sobre a compatibilidade entre qualquer de
ARTIGO 59 suas leis internas e os mencionados instrumentos internacionais.
A Secretaria da Corte será por esta estabelecida e funcionará
sob a direção do Secretário da Corte, de acordo com as normas ad- ARTIGO 65
ministrativas da Secretaria-Geral da Organização em tudo o que não A Corte submeterá à consideração da Assembléia-Geral da Or-
for incompatível com a independência da Corte. Seus funcionários ganização, em cada período ordinário de sessões, um relatório so-
serão nomeados pelo Secretário-Geral da Organização, em consulta bre suas atividades no ano anterior. De maneira especial, e com as
com o Secretário da Corte. recomendações pertinentes, indicará os casos em que um Estado
não tenha dado cumprimento a suas sentenças.
ARTIGO 60
A Corte elaborará seu estatuto e submetê-lo-á à aprovação da SEÇÃO 3
Assembléia-Geral e expedirá seu regimento. PROCESSO
SEÇÃO 2 ARTIGO 66
COMPETÊNCIA E FUNÇÕES 1. A sentença da Corte deve ser fundamentada.
2. Se a sentença não expressar no todo ou em parte a opinião
ARTIGO 61 unânime dos juízes, qualquer deles terá direito a que se agregue à
1. Somente os Estados-Partes e a Comissão têm direito de sub- sentença o seu voto dissidente ou individual.
meter caso à decisão da Corte.
2. Para que a Corte possa conhecer de qualquer caso, é neces- ARTIGO 67
sário que sejam esgotados os processos previstos nos artigos 48 a A sentença da Corte será definitiva e inapelável. Em caso de di-
50.
vergência sobre o sentido ou alcance da sentença, a Corte interpre-
tá-la-á, a pedido de qualquer das partes, desde que o pedido seja
ARTIGO 62
apresentando dentro de noventa dias a partir da data da notificação
1. Todo Estado-Parte pode, no momento do depósito do seu
da sentença.
instrumento de ratificação desta Convenção ou de adesão a ela,
ou em qualquer momento posterior, declarar que reconhece como
ARTIGO 68
obrigatória, de pleno direito e sem convenção especial, a compe-
1. Os Estados-Partes na Convenção comprometem-se a cum-
tência da Corte em todos os casos relativos à interpretação ou apli-
cação desta Convenção. prir a decisão da Corte em todo caso em que forem partes.
2. A declaração pode ser feita incondicionalmente, ou sob con- 2. A parte da sentença que determinar indenização compensa-
dição de reciprocidade, por prazo determinado ou para casos espe- tória poderá ser executada no país respectivo pelo processo interno
cíficos. Deverá ser apresentada ao Secretário-Geral da Organização, vigente para a execução de sentenças contra o Estado.
que encaminhará cópias da mesma aos outros Estados-Membros
da Organização e ao Secretário da Corte. ARTIGO 69
3. A Corte tem competência para conhecer de qualquer caso A sentença da Corte deve ser notificada às partes no caso e
relativo à interpretação e aplicação das disposições desta Conven- transmitida aos Estados-Partes na Convenção.
ção que lhe seja submetido, desde que os Estados-Partes no caso
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
CAPITULO IX ARTIGO 75
DISPOSIÇÕES COMUNS Esta Convenção só pode ser objeto de reservas em conformi-
dade com as disposições da Convenção de Viena sobre Direito dos
ARTIGO 70 Tratados, assinada em 23 de maio de 1969.
1. Os juízes da Corte e os membros da Comissão gozam, des-
de o momento de sua eleição e enquanto durar o seu mandato, ARTIGO 76
das imunidades reconhecidas aos agentes diplomáticos pelo Direito 1. Qualquer Estado-Parte, diretamente, e a Comissão ou a Cor-
Internacional. Durante o exercício dos seus cargos gozam, além dis- te, por intermédio do Secretário-Geral, podem submeter à Assem-
so, dos privilégios diplomáticos necessários para o desempenho de bléia-Geral, para o que julgarem conveniente, proposta de emenda
suas funções. a esta Convenção.
2. Não se poderá exigir responsabilidade em tempo algum dos 2. As emendas entrarão em vigor para os Estados que ratifi-
juízes da Corte, nem dos membros da Comissão, por votos e opini- carem as mesmas na data em que houver sido depositado o res-
ões emitidos no exercício de suas funções. pectivo instrumento de ratificação que corresponda ao número de
dois terços dos Estados-Partes nesta Convenção. Quanto aos outros
ARTIGO 71 Estados-Partes, entrarão em vigor na data em que depositarem eles
Os cargos de juiz da Corte ou de membro da Comissão são os seus respectivos instrumentos de ratificação.
incompatíveis com outras atividades que possam afetar sua inde-
pendência ou imparcialidade conforme o que for determinado nos ARTIGO 77
respectivos estatutos. 1. De acordo com a faculdade estabelecida no artigo 31, qual-
quer Estado-Parte e a Comissão podem submeter à consideração
ARTIGO 72 dos Estados-Partes reunidos por ocasião da Assembléia-Geral, pro-
Os juízes da Corte e os membros da Comissão perceberão ho- jetos de protocolos adicionais a esta Convenção, com a finalidade
norários e despesas de viagem na forma e nas condições que deter- de incluir progressivamente no regime de proteção da mesma ou-
minarem os seus estatutos, levando em conta a importância e inde- tros direitos e liberdades.
pendência de suas funções. Tais honorários e despesas de viagem 2. Cada protocolo deve estabelecer as modalidades de sua en-
serão fixados no orçamento-programa da Organização dos Estados trada em vigor e será aplicado semente entre os Estados-Partes no
Americanos, no qual devem ser incluídas, além disso, as despesas mesmo.
da Corte e da sua Secretaria. Para tais efeitos, a Corte elaborará o
seu próprio projeto de orçamento e submetê-lo-á à aprovação da ARTIGO 78
Assembléia-Geral, por intermédio da Secretaria-Geral. Esta última 1. Os Estados-Partes poderão denunciar esta Convenção depois
não poderá nele introduzir modificações. de expirado um prazo de cinco anos, a partir da data de entrada em
vigor da mesma e mediante aviso prévio de um ano, notificando
ARTIGO 73 o Secretário-Geral da Organização, o qual deve informar as outras
Somente por solicitação da Comissão ou da Corte, conforme Partes.
o caso, cabe á Assembléia-Geral da Organização resolver sobre as 2. Tal denúncia não terá o efeito de desligar o Estado-Parte
sanções aplicáveis aos membros da Comissão ou aos juízes da Corte interessado das obrigações contidas nesta Convenção, no que diz
que incorrerem nos casos previstos nos respectivos estatutos. Para respeito a qualquer ato que, podendo constituir violação dessas
expedir uma resolução, será necessária maioria de dois terços dos obrigações, houver sido cometido por ele anteriormente à data na
votos dos Estados-Membros da Organização, no caso dos membros qual a denúncia produzir efeito.
da Comissão; e, além disso, de dois terços dos votos dos Estados-
-Partes na Convenção, se se tratar dos juízes da Corte. CAPÍTULO XI
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
PARTE III
SEÇÃO 1
DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS
CAPÍTULO X
ARTIGO 79
ASSINATURA, RATIFICAÇÃO, RESERVA, EMENDA, PROTOCOLO
Ao entrar em vigor esta Convenção, o Secretário-Geral pedirá
E DENÚNCIA
por escrito a cada Estado-Membro da Organização que apresente,
dentro de um prazo de noventa dias, seus candidatos a membro da
ARTIGO 74 Comissão Interamericana de Direitos Humanos. O Secretário-Geral
1. Esta Convenção fica aberta à assinatura e à ratificação ou preparará uma lista por ordem alfabética dos candidatos apresen-
adesão de todos os Estados-Membros da Organização dos Estados tados e a encaminhará aos Estados-Membros da Organização pelo
Americanos. menos trinta dias antes da Assembléia-Geral seguinte.
2. A ratificação desta Convenção ou a adesão a ela efetuar-se-á
mediante depósito de um instrumento de ratificação ou de adesão ARTIGO 80
na Secretaria-Geral da Organização dos Estados Americanos. Esta A eleição dos membros da Comissão far-se-á dentre os candi-
Convenção entrará em vigor logo que onze Estados houverem de- datos que figurem na lista a que se refere o artigo 79, por votação
positado os seus respectivos instrumentos de ratificação ou de ade- secreta da Assembléia-Geral, e serão declarados eleitos os candida-
são. Com referência a qualquer outro Estado que a ratificar ou que tos que obtiverem maior número de votos e a maioria absoluta dos
a ela aderir ulteriormente, a Convenção entrará em vigor na data do votos dos representantes dos Estados-Membros. Se, para eleger
depósito do seu instrumento de ratificação ou de adesão. todos os membros da Comissão, for necessário realizar várias vota-
3. O Secretário-Geral informará todos os Estados Membros da ções, serão eliminados sucessivamente, na forma que for determi-
Organização sobre a entrada em vigor da Convenção. nada pela Assembléia-Geral, os candidatos que receberem menor
número de votos.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
SEÇÃO 2
CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS QUESTÕES

ARTIGO 81
Ao entrar em vigor esta Convenção, o Secretário-Geral solici-
tará por escrito a cada Estado-Parte que apresente, dentro de um 1. [...] não se pode deduzir que todos os direitos fundamentais
prazo de noventa dias, seus candidatos a juiz da Corte Interamerica- possam ser aplicados e protegidos da mesma forma, embora todos
na de Direitos Humanos. O Secretário-Geral preparará uma lista por eles estejam sob a guarda de um regime jurídico reforçado, conferi-
ordem alfabética dos candidatos apresentados e a encaminhará aos do pelo legislador constituinte.
Estados-Partes pelo menos trinta dias antes da Assembléia-Geral (HACHEM, Daniel Wunder. Mandado de Injunção e Direitos Fundamen-
seguinte. tais, 2012.)

ARTIGO 82 Sobre o tema, assinale a alternativa correta.


A eleição dos juízes da Corte far-se-á dentre os candidatos que (A)É compatível com a posição do autor inferir-se que, não obs-
figurem na lista a que se refere o artigo 81, por votação secreta dos tante o reconhecimento do princípio da aplicabilidade imediata
Estados-Partes, na Assembléia-Geral, e serão declarados eleitos os das normas definidoras de direitos e garantias fundamentais,
candidatos que obtiverem maior número de votos e a maioria abso- há peculiaridades nas consequências jurídicas extraíveis de
luta dos votos dos representantes dos Estados-Partes. Se, para ele- cada direito fundamental, haja vista existirem distintos níveis
ger todos os juízes da Corte, for necessário realizar várias votações, de proteção.
serão eliminados sucessivamente, na forma que for determinada (B)É compatível com a posição do autor a recusa ao reconhe-
pelos Estados-Partes, os candidatos que receberem menor número cimento do princípio da aplicabilidade imediata das normas
de votos. definidoras de direitos e garantias fundamentais no sistema
constitucional brasileiro.
DECLARAÇÕES E RESERVAS (C) O autor se refere particularmente à distinção existente
entre direitos fundamentais políticos e direitos fundamentais
Declaração do Chile sociais, haja vista a mais ampla proteção constitucional aos pri-
A Delegação do Chile apõe sua assinatura a esta Convenção, meiros, que não estão limitados ao mínimo existencial.
sujeita à sua posterior aprovação parlamentar e ratificação, em con- (D) O autor se refere particularmente à distinção entre os di-
formidade com as normas constitucionais vigentes. reitos fundamentais que consistem em cláusulas pétreas e os
direitos fundamentais que não estão protegidos por essa cláu-
Declaração do Equador sula, sendo que a maior proteção dada aos primeiros os torna
A Delegação do Equador tem a honra de assinar a Convenção imunes à incidência da reserva do possível.
Americana sobre Direitos Humanos. Não crê necessário especificar (E) O autor se refere particularmente à distinção entre os di-
reserva alguma, deixando a salvo tão-somente a faculdade geral reitos fundamentais que estão expressos na Constituição de
constante da mesma Convenção, que deixa aos governos a liberda- 1988 e aqueles que estão implícitos, decorrendo dos princípios
de de ratificá-la. por ela adotados, haja vista o expresso regime diferenciado de
proteção estabelecido em nível constitucional para esses dois
Reserva do Uruguai grupos de direitos.
O artigo 80, parágrafo 2, da Constituição da República Oriental
do Uruguai, estabelece que se suspende a cidadania “pela condição 2. De acordo com a Constituição Federal de 1988, é certo di-
de legalmente processado em causa criminal de que possa resultar zer que quando a propriedade rural atende, simultaneamente, se-
pena de penitenciária”. Essa limitação ao exercício dos direitos re- gundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos se-
conhecidos no artigo 23 da Convenção não está prevista entre as guintes requisitos: aproveitamento racional e adequado; utilização
circunstâncias que a tal respeito prevê o parágrafo 2 do referido adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio
artigo 23, motivo por que a Delegação do Uruguai formula a reserva ambiente; observância das disposições que regulam as relações de
pertinente. trabalho; e exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários
Em fé do que, os plenipotenciários abaixo-assinados, cujos ple- e dos trabalhadores, está cumprida a:
nos poderes foram encontrados em boa e devida forma, assinam (A) Função econômica.
esta Convenção, que se denominará “Pacto de São José da Costa (B) Reforma agrária.
Rica”, na cidade de São Jose, Costa Rica, em vinte e dois de novem- (C) Desapropriação.
bro de mil novecentos e sessenta e nove. (D) Função social.
***
3. Assinale a única alternativa que não contemple um direito
DECLARAÇÃO INTERPRETATIVA DO BRASIL social previsto na Constituição Federal.
(A)direito ao lazer
Ao depositar a Carta de Adesão à Convenção Americana so- (B) . direito à previdência social
bre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica), em 25 de (C) direito à alimentação
setembro de 1992, o Governo brasileiro fez a seguinte declaração (D)direito à ampla defesa
interpretativa sobre os artigos 43 e 48, alínea “d”: (E) direito à educação
“ O Governo do Brasil entende que os artigos 43 e 48, alínea
“d”, não incluem o direito automático de visitas e inspeções in loco 4. Segundo as disposições do Art. 12 da Constituição Federal, é
da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, as quais depen- privativo de brasileiro nato o cargo de:
derão da anuência expressa do Estado.” (A)Ministro do Supremo Tribunal Federal.
(B)Ministro de Estado da Justiça e da Segurança Pública.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
(C) Ministro do Superior Tribunal de Justiça. 7. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República,
(D) Deputado Federal. auxiliado pelos Ministros de Estado. No que se refere às disposi-
(E) Senador da República. ções constitucionais sobre o Poder Executivo, analise as afirmativas
abaixo:
5. Com base nas disposições constitucionais sobre os direitos e I. O Vice-Presidente da República, além de outras atribuições
garantias fundamentais, analise as afirmativas a seguir: que lhe forem conferidas por lei complementar, auxiliará o Presi-
I. Os cargos de Vice-Presidente da República e Senador são pri- dente, sempre que por ele convocado para missões especiais.
vativos de brasileiro nato. II. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presiden-
II. São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. te, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente cha-
III. Os partidos políticos não estão subordinados a nenhum tipo mados ao exercício da Presidência o Presidente do Supremo Tribu-
de governo, mas podem receber recursos financeiros de entidades nal Federal, da Câmara dos Deputados e o do Senado Federal.
nacionais ou estrangeiras. III. Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período
presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias
Assinale depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.
(A) se somente a afirmativa I estiver correta.
(B) se somente a afirmativa II estiver correta. Assinale a alternativa correta.
(C) se somente a afirmativa III estiver correta (A)As afirmativas I, II e III estão corretas
(D) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. (B)Apenas as afirmativas I e II estão corretas
(E) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. (C) Apenas as afirmativas II e III estão corretas
(D) Apenas as afirmativas I e III estão corretas
6. Doutrinariamente, o conceito e a classificação das constitui-
ções podem variar de acordo com o sentido e o critério adotados 8. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabili-
para sua definição. A respeito dessa temática, leia as afirmativas dade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da
abaixo: incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes
I. Para o sociólogo Ferdinand Lassalle, “Constituição” seria a órgãos, EXCETO:
somatória dos fatores reais de poder dentro de uma sociedade, en- (A) Polícia Federal.
quanto reflexo do embate das forças econômicas, sociais, políticas e (B) Polícia Rodoviária Federal.
religiosas de um Estado. Nesse sentido, por ser uma norma jurídica, (C) Defesa Civil.
ainda que não efetiva, uma Constituição legítima é aquela escrita (D) Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares.
em uma “folha de papel”.
II. O alemão Carl Schmitt define “Constituição” como sendo 9. De acordo com as disposições constitucionais acerca da Or-
uma decisão política fundamental, cuja finalidade precípua é orga- dem Social, assinale a afirmativa incorreta.
nizar e estruturar os elementos essenciais do Estado. Trata-se do (A)A pesquisa científica básica e tecnológica receberá trata-
sentido político delineado na teoria decisionista ou voluntarista, em mento prioritário do Estado, tendo em vista o bem público e o
que a Constituição é um produto da vontade do titular do Poder progresso da ciência, tecnologia e inovação.
Constituinte. (B)A educação básica pública terá como fonte adicional de fi-
III. Embasada em uma concepção jurídica, “Constituição” é nanciamento a contribuição social do salário-educação, reco-
uma norma pura, a despeito de fundamentações oriundas de ou- lhida pelas empresas na forma da lei.
tras disciplinas. Através do sentido jurídico-positivo, Hans Kelsen (C) A União, os Estados e o Distrito Federal estão obrigados a
define a Constituição como norma positiva suprema, dentro de um vincular parcela de sua receita orçamentária a entidades públi-
sistema escalonado e hierarquizado de normas, em que aquela ser- cas de fomento ao ensino e à pesquisa científica e tecnológica.
ve de fundamento de validade para todas as demais. (D) Incumbe ao Poder Público promover a educação ambiental
IV. “Constituição-dirigente ou registro” é aquela que traça di- em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a
retrizes objetivando nortear a ação estatal, mediante a previsão de preservação do meio ambiente.
normas programáticas. Marcante em nações socialistas, visa reger o (E) Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensi-
ordenamento jurídico de um Estado durante certo período de tem- no fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou
po nela estabelecido, cujo decurso implicará a elaboração de uma responsáveis, pela frequência à escola.
nova Constituição ou adaptação de seu texto.
V. A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é 10. A Constituição Brasileira instituiu um modelo de proteção
classificada, pela doutrina majoritária, como sendo de ordem de- social aos brasileiros que inclui a assistência social como um direi-
mocrática, nominativa, analítica, material e super-rígida. to de seguridade social reclamável juridicamente e traduzível em
proteção social não contributiva devida ao cidadão (BRASIL, 2013).
Assinale a alternativa correta. Sobre a assistência social como direito à seguridade social é COR-
(A)Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas RETO afirmar que:
(B) . Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas (A) A confguração da assistência social como política pública
(C)Apenas as afirmativas II, III e V estão corretas lhe atribui um campo específico de ação, no caso, a proteção
(D) Apenas as afirmativas II e III estão corretas social não contributiva como direito de cidadania, aos que dela
necessitar, os pobres.
(B)A política de assistência social, como política de seguridade
social, é responsável pela provisão de direitos sociais.
(C) Na condição de prática, a política de assistência social pode
ter múltiplas expressões, ser realizada em direções e abrangên-
cias diferentes, desenvolver experiências, fazer uma ou outra
atenção.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
(D)A atenção prestada não se refere ao escopo de um indivíduo 14. Referente ao Poder Judiciário, assinale a alternativa correta.
ou uma família, mas deve ter presente que sua responsabilida- (A)O ato de remoção ou de disponibilidade do magistrado, por
de exige que se organize para que a ela tenham acesso todos interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria
aqueles que estão na mesma situação. do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, as-
(E) Atenções prestadas de modo focalizadas a grupos de pobres segurada ampla defesa.
e miseráveis, de forma subalternizadora, constituindo um pro- (B)Nos tribunais com número superior a vinte e cinco julga-
cesso de assistencialização das políticas sociais. dores, poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de
onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das
11. Acerca do Controle de Constitucionalidade, marque a op- atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da com-
ção CORRETA. petência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por
(A)Os efeitos da decisão que afirma a inconstitucionalidade da antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno.
norma em sede de Ação Direta de Inconstitucionalidade, em (C) Aos juízes é vedado exercer a advocacia no juízo ou tribunal
regra, são ex nunc. do qual se afastou, antes de decorridos 02 (dois) anos do afas-
(B)O controle de Constitucionalidade de qualquer decreto re- tamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.
gulamentar deve ser realizado pela via difusa. (D) As custas e emolumentos serão destinados, preferencial-
(C) É impossível matéria de fato em sede de Ação Direta de mente, ao custeio dos serviços afetos às atividades específicas
Inconstitucionalidade. da Justiça.
(D) Após a propositura da Ação Declaratória de Constitucionali- (E)O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze)
dade é admissível a desistência. membros com mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução.
(E) A mutação constitucional tem relação não com o aspecto
formal do texto constitucional, mas com a interpretação dada 15. O Ministério Público da União compreende:
à Constituição. (A)o Ministério Público Federal, o Ministério Público do Traba-
lho e o Ministério Público Militar.
12. Sobre a aplicabilidade das normas constitucionais, examine (B) o Ministério Público Estadual, o Ministério Público do Traba-
as assertivas seguintes: lho e o Ministério Público Militar.
I – Para Hans Kelsen, eficácia é a possibilidade de a norma jurí- (C) o Ministério Público Federal, o Ministério Público do Traba-
dica, a um só tempo, ser aplicada e não obedecida, obedecida e não lho e o Ministério Público do Distrito Federal.
aplicada. Para se considerar um preceito como eficaz deve existir a (D)o Ministério Público Federal, o Ministério Público do Trabalho
possibilidade de uma conduta em desarmonia com a norma. Uma e o Ministério Público Militar, do Distrito Federal e territórios.
norma que preceituasse um certo evento que de antemão se sabe (E) o Ministério Público Federal, o Ministério Público do Traba-
que necessariamente se tem de verificar, sempre e em toda parte, lho e o Ministério Público Militar e territórios.
por força de uma lei natural, será tão absurda como uma norma que
preceituasse um certo fato que de antemão se sabe que de forma 16. Com base nas disposições constitucionais sobre a Advoca-
alguma se poderá verificar, igualmente por força de uma lei natural.
cia Pública e a Defensoria Pública, analise os itens abaixo:
II – O fenômeno relativo à desconstitucionalização, ou seja, a
I. Aos advogados públicos são assegurados a inamovibilidade,
retirada de temas do sistema constitucional e a sua inserção em
a independência funcional e a estabilidade após três anos de efeti-
sede de legislação ordinária, pode ser observado no Brasil.
vo exercício, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos
III – A norma constitucional com eficácia relativa restringível
próprios, após relatório circunstanciado das corregedorias.
tem aplicabilidade direta e imediata, podendo, todavia, ter a amplitu-
II. A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral
de reduzida em razão de sobrevir texto legislativo ordinário ou mes-
da União, de livre nomeação pelo Presidente da República dentre
mo sentença judicial que encurte o espectro normativo, como é, por
exemplo, o direito individual à inviolabilidade do domicílio, desde que cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e
é possível, por determinação judicial, que se lhe promova restrição. reputação ilibada.
III. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à
Assinale a alternativa CORRETA: função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, dentre outras atri-
(A)Apenas as assertivas I e II estão corretas. buições, a orientação jurídica aos necessitados.
(B)Apenas as assertivas I e III estão corretas.
(C) Apenas as assertivas II e III estão corretas. Assinale:
(D) Todas as assertivas estão corretas. (A)se apenas a afirmativa I estiver correta.
(B) se apenas a afirmativa II estiver correta.
13. Sobre o Poder Legislativo da União, assinale a alternativa (C) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
INCORRETA. (D) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
(A)A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do
povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada estado, em 17. A respeito do controle de constitucionalidade preventivo
cada território e no Distrito Federal. no direito brasileiro, é correto afirmar que
(B) O Senado Federal compõe-se de representantes dos estados (A)é exercido pelo Legislativo ao sustar os atos normativos do
e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário. Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos
(C) Cada estado, território e o Distrito Federal elegerão três se- limites de delegação legislativa.
nadores, com mandato de oito anos. (B)é praticado, por exemplo, quando o Senado suspende a exe-
(D) O número total de deputados, bem como a representação cução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional
por estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal.
complementar, proporcionalmente à população, procedendo- (C) não cabe ao Poder Judiciário exercer esse tipo de controle,
-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para Poder este que tem competência apenas para exercer o con-
que nenhuma das unidades da Federação tenha menos de oito trole repressivo.
ou mais de setenta deputados.
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126
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
(D) as comissões parlamentares têm competência para exer- (E) Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensi-
cer esse tipo de controle ao examinar os projetos de lei a elas no fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou
submetidos. responsáveis, pela frequência à escola.
(E) o veto presidencial, que é uma forma de controle preven-
tivo de constitucionalidade, é sujeito à apreciação e anulação 22. A Constituição Federal de 1988 traz uma nova concepção
pelo Poder Judiciário. para a Assistência Social brasileira. Incluída no âmbito da Segurida-
de Social e regulamentada pela Lei Orgânica da Assistência Social
18. Acerca do Controle de Constitucionalidade, marque a op- (LOAS), como política social pública, a assistência social inicia seu
ção CORRETA. trânsito para um campo novo: o campo dos direitos, da universali-
(A)Os efeitos da decisão que afirma a inconstitucionalidade da zação dos acessos e da responsabilidade estatal. Entre as diretrizes
norma em sede de Ação Direta de Inconstitucionalidade, em traçadas para a Assistência Social encontra-se:
regra, são ex nunc. (A) participação da população, por meio de organizações repre-
(B)O controle de Constitucionalidade de qualquer decreto re- sentativas, na formulação das políticas e no controle das ações
gulamentar deve ser realizado pela via difusa. em todos os níveis.
(C) É impossível matéria de fato em sede de Ação Direta de (B) centralização político-administrativa, cabendo a coordena-
Inconstitucionalidade. ção e as normas gerais à esfera municipal com a participação
(D)Após a propositura da Ação Declaratória de Constitucionali- de outras entidades.
dade é admissível a desistência. (C)primazia da responsabilidade da sociedade civil na condu-
(E) A mutação constitucional tem relação não com o aspecto ção da Política de Assistência Social em cada esfera de governo.
formal do texto constitucional, mas com a interpretação dada (D) centralidade nas pessoas em situação de risco para con-
à Constituição. cepção e implementação dos benefícios, serviços, programas
e projetos.
19. A luz da Constituição Federal de 1988, é CORRETO afirmar (E) gestão dos recursos financeiros pela Câmara Municipal lo-
que é um princípio da República Federativa do Brasil, em que irá cal, a quem cabe definir as prioridades para a distribuição.
reger-se em suas relações internacionais.
(A) Soberania.
(B)Garantir o desenvolvimento nacional.
(C) A dignidade da pessoa humana. GABARITO
(D) Auto determinação dos povos.

20. Leia as afirmativas a seguir: 1 A


I. De acordo com o artigo 20 da Constituição da República Fe-
derativa do Brasil de 1988, são bens da União as terras devolutas 2 D
dispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções 3 D
militares, das vias internacionais de comunicação e à degradação
ambiental, definidas em lei. 4 A
II. A Constituição Federal estabelece, em seu artigo 7º, a idade 5 B
inicial e as condições em que é permitido trabalhar no Brasil. O dis-
6 D
positivo constitucional estabelece a proibição de trabalho noturno,
perigoso ou insalubre aos menores de dezesseis anos e de qual- 7 D
quer trabalho aos menores de quatorze anos, salvo na condição de 8 C
aprendiz, a partir de doze anos.
9 C
Marque a alternativa CORRETA: 10 D
(A) . As duas afirmativas são verdadeiras.
(B)A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa. 11 E
(C) A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa. 12 B
(D)As duas afirmativas são falsas.
13 C
21. De acordo com as disposições constitucionais acerca da Or- 14 B
dem Social, assinale a afirmativa incorreta. 15 D
(A)A pesquisa científica básica e tecnológica receberá trata-
mento prioritário do Estado, tendo em vista o bem público e o 16 D
progresso da ciência, tecnologia e inovação. 17 D
(B) A educação básica pública terá como fonte adicional de fi-
nanciamento a contribuição social do salário-educação, reco- 18 E
lhida pelas empresas na forma da lei. 19 D
(C) A União, os Estados e o Distrito Federal estão obrigados a 20 D
vincular parcela de sua receita orçamentária a entidades públi-
cas de fomento ao ensino e à pesquisa científica e tecnológica. 21 C
(D) Incumbe ao Poder Público promover a educação ambiental 22 A
em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a
preservação do meio ambiente.

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NOÇÕES DE DIREITO

ANOTAÇÕES

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RACIOCÍNIO LÓGICO
MATEMÁTICO

Ângulo Reto:
ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE REPRESENTAÇÕES DE FI- - É o ângulo cuja medida é 90º;
GURAS PLANAS: DESENHOS, MAPAS, GRÁFICOS, TABELAS, - É aquele cujos lados se apoiam em retas perpendiculares.
SÉRIES ESTATÍSTICAS, SÉRIES TEMPORAIS E PLANTAS; UTI-
LIZAÇÃO DE ESCALAS.

Ângulos
Denominamos ângulo a região do plano limitada por duas se-
mirretas de mesma origem. As semirretas recebem o nome de la-
dos do ângulo e a origem delas, de vértice do ângulo.

Triângulo

Elementos

Mediana
Mediana de um triângulo é um segmento de reta que liga um
vértice ao ponto médio do lado oposto.
Na figura, é uma mediana do ABC.
Um triângulo tem três medianas.

Ângulo Agudo: É o ângulo, cuja medida é menor do que 90º.

A bissetriz de um ângulo interno de um triângulo intercepta


o lado oposto

Bissetriz interna de um triângulo é o segmento da bissetriz de


Ângulo Obtuso: É o ângulo cuja medida é maior do que 90º. um ângulo do triângulo que liga um vértice a um ponto do lado
oposto.
Na figura, é uma bissetriz interna do .
Um triângulo tem três bissetrizes internas.

Ângulo Raso:
- É o ângulo cuja medida é 180º;
- É aquele, cujos lados são semi-retas opostas.

Altura de um triângulo é o segmento que liga um vértice a um


ponto da reta suporte do lado oposto e é perpendicular a esse lado.

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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Na figura, é uma altura do .

Um triângulo tem três alturas.

Triângulo equilátero: três lados iguais.

Mediatriz de um segmento de reta é a reta perpendicular a


esse segmento pelo seu ponto médio.

Na figura, a reta m é a mediatriz de .

Quanto aos ângulos

Triângulo acutângulo: tem os três ângulos agudos

Mediatriz de um triângulo é uma reta do plano do triângulo


que é mediatriz de um dos lados desse triângulo.
Na figura, a reta m é a mediatriz do lado do .
Um triângulo tem três mediatrizes.

Triângulo retângulo: tem um ângulo reto

Classificação

Quanto aos lados

Triângulo escaleno: três lados desiguais. Triângulo obtusângulo: tem um ângulo obtuso

Triângulo isósceles: Pelo menos dois lados iguais.

Desigualdade entre Lados e ângulos dos triângulos


Num triângulo o comprimento de qualquer lado é menor que
a soma dos outros dois. Em qualquer triângulo, ao maior ângulo
opõe-se o maior lado, e vice-versa.

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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
QUADRILÁTEROS
Quadrilátero é todo polígono com as seguintes propriedades:
- Tem 4 lados.
- Tem 2 diagonais.
- A soma dos ângulos internos Si = 360º
- A soma dos ângulos externos Se = 360º
Trapézio: É todo quadrilátero tem dois paralelos.

Diagonal de um polígono é um segmento cujas extremidades


são vértices não-consecutivos desse polígono.

- é paralelo a
- Losango: 4 lados congruentes
- Retângulo: 4 ângulos retos (90 graus)
- Quadrado: 4 lados congruentes e 4 ângulos retos.

Número de Diagonais
Observações:
- No retângulo e no quadrado as diagonais são congruentes
(iguais)
- No losango e no quadrado as diagonais são perpendiculares
entre si (formam ângulo de 90°) e são bissetrizes dos ângulos inter-
nos (dividem os ângulos ao meio).

Áreas

1- Trapézio: , onde B é a medida da base maior, b é a me-


dida da base menor e h é medida da altura.

2 - Paralelogramo: A = b.h, onde b é a medida da base e h é a


medida da altura. Ângulos Internos
A soma das medidas dos ângulos internos de um polígono con-
3 - Retângulo: A = b.h vexo de n lados é (n-2).180
Unindo um dos vértices aos outros n-3, convenientemente es-
colhidos, obteremos n-2 triângulos. A soma das medidas dos ângu-
4 - Losango: , onde D é a medida da diagonal maior e d é a
los internos do polígono é igual à soma das medidas dos ângulos
medida da diagonal menor.
internos dos n-2 triângulos.
5 - Quadrado: A = l2, onde l é a medida do lado.

Polígono
Chama-se polígono a união de segmentos que são chamados
lados do polígono, enquanto os pontos são chamados vértices do
polígono.

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Ângulos Externos

2º Caso: LAL(lado-ângulo-lado)
Se dois triângulos têm dois lados correspondentes proporcio-
nais e os ângulos compreendidos entre eles congruentes, então es-
ses dois triângulos são semelhantes.

A soma dos ângulos externos=360°


Teorema de Tales
Se um feixe de retas paralelas tem duas transversais, então a
razão de dois segmentos quaisquer de uma transversal é igual à ra-
zão dos segmentos correspondentes da outra.
Dada a figura anterior, O Teorema de Tales afirma que são váli-
das as seguintes proporções:

3º Caso: LLL (lado - lado - lado)


Se dois triângulos têm os três lado correspondentes proporcio-
nais, então esses dois triângulos são semelhantes.

Exemplo

Razões Trigonométricas no Triângulo Retângulo

Considerando o triângulo retângulo ABC.

Semelhança de Triângulos
Dois triângulos são semelhantes se, e somente se, os seus ân-
gulos internos tiverem, respectivamente, as mesmas medidas, e os
lados correspondentes forem proporcionais.

Casos de Semelhança
1º Caso: AA(ângulo - ângulo)
Se dois triângulos têm dois ângulos congruentes de vértices
correspondentes, então esses triângulos são congruentes.

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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Temos:

a: hipotenusa
b e c: catetos
h: altura relativa à hipotenusa
m e n: projeções ortogonais dos catetos sobre a hipotenusa

Relações Métricas no Triângulo Retângulo


Chamamos relações métricas as relações existentes entre os
diversos segmentos desse triângulo. Assim:

1. O quadrado de um cateto é igual ao produto da hipotenusa


pela projeção desse cateto sobre a hipotenusa.
Fórmulas Trigonométricas

Relação Fundamental
Existe uma outra importante relação entre seno e cosseno de
um ângulo. Considere o triângulo retângulo ABC.
2. O produto dos catetos é igual ao produto da hipotenusa pela
altura relativa à hipotenusa.

3. O quadrado da altura é igual ao produto das projeções dos


catetos sobre a hipotenusa.

4. O quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos


catetos (Teorema de Pitágoras).
Neste triângulo, temos que: c²=a²+b²
Dividindo os membros por c²

Posições Relativas de Duas Retas


Duas retas no espaço podem pertencer a um mesmo plano.
Nesse caso são chamadas retas coplanares. Podem também não
estar no mesmo plano. Nesse caso, são denominadas retas rever-
sas.

Retas Coplanares
Como
a) Concorrentes: r e s têm um único ponto comum

Todo triângulo que tem um ângulo reto é denominado trian-


gulo retângulo.
O triângulo ABC é retângulo em A e seus elementos são:

-Duas retas concorrentes podem ser:

1. Perpendiculares: r e s formam ângulo reto.


2. Oblíquas: r e s não são perpendiculares.

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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

b) Paralelas: r e s não têm ponto comum ou r e s são coinci-


dentes.
Área
Área da base: Sb=πr²

Volume

Cones
Na figura, temos um plano α, um círculo contido em α, um pon-
to V que não pertence ao plano.
A figura geométrica formada pela reunião de todos os segmen-
tos de reta que tem uma extremidade no ponto V e a outra num
ponto do círculo denomina-se cone circular.
Cilindros
Considere dois planos, α e β, paralelos, um círculo de centro O
contido num deles, e uma reta s concorrente com os dois.
Chamamos cilindro o sólido determinado pela reunião de to-
dos os segmentos paralelos a s, com extremidades no círculo e no
outro plano.

Classificação
-Reto: eixo VO perpendicular à base;
Pode ser obtido pela rotação de um triângulo retângulo em tor-
no de um de seus catetos. Por isso o cone reto é também chamado
de cone de revolução.
Quando a geratriz de um cone reto é 2R, esse cone é denomi-
nado cone equilátero.

Classificação
Reto: Um cilindro se diz reto ou de revolução quando as geratri-
zes são perpendiculares às bases.
Quando a altura é igual a 2R(raio da base) o cilindro é equilá-
tero.
Oblíquo: faces laterais oblíquas ao plano da base. g2 = h2 + r2

-Oblíquo: eixo não é perpendicular

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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Chamamos prisma o sólido determinado pela reunião de todos
os segmentos paralelos a r, com extremidades no polígono R e no
plano β.

Área

Volume Assim, um prisma é um poliedro com duas faces congruentes e


paralelas cujas outras faces são paralelogramos obtidos ligando-se
os vértices correspondentes das duas faces paralelas.

Classificação
Pirâmides Reto: Quando as arestas laterais são perpendiculares às bases
As pirâmides são também classificadas quanto ao número de Oblíquo: quando as faces laterais são oblíquas à base.
lados da base.
PRISMA RETO PRISMA OBLÍQUO

Área e Volume
Área lateral: Sl = n. área de um triângulo

Onde n = quantidade de lados Classificação pelo polígono da base

Stotal = Sb + Sl TRIANGULAR QUADRANGULAR

Prismas
Considere dois planos α e β paralelos, um polígono R contido
em α e uma reta r concorrente aos dois.

E assim por diante...

Paralelepípedos
Os prismas cujas bases são paralelogramos denominam-se pa-
ralelepípedos.

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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

PARALELEPÍPEDO RETO PARALELEPÍPEDO OBLÍQUO - A é a abscissa do ponto P


- B é a ordenada do ponto P
- P ϵ 1ºQuad

Cubo é todo paralelepípedo retângulo com seis faces quadra-


das.

Fonte: www.matematicadidatica.com.br

1º Quadrante: x>o e y>o


2º Quadrante: x<0 e y>0
3º Quadrante: x<0 e y<0
4º Quadrante: x>0 e y>0

Para representar o par ordenado P(x,y)


Prisma Regular Vale a pena lembrar que o eixo x é chamado de abscissa e o
Se o prisma for reto e as bases forem polígonos regulares, o eixo y de ordenada.
prisma é dito regular. Exemplo: Um P(3,-1) está em qual quadrante?
As faces laterais são retângulos congruentes e as bases são con- x>0 e y<0 IV quadrante.
gruentes (triângulo equilátero, hexágono regular,...)
Distância entre Dois Pontos
Área Dados os pontos P(xp,yp) e Q(xq,yq), a distância dAB entre eles é
Área cubo: St = 6a2 uma função das coordenadas de P e Q:

Área paralelepípedo: St = 2(ab + ac + bc)

A área de um prisma: St = 2Sb + St

Onde: St = área total


Sb = área da base
Sl = área lateral, soma-se todas as áreas das faces laterais.

Volume
Paralelepípedo: V = a . b . c

Cubo: V = a³

Demais: V = Sb . h

Estudo do Ponto

Podemos localizar um ponto P em um plano α utilizando um


sistema de eixos cartesianos.

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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Ponto Médio Estudo da Reta
Cálculo do coeficiente angular
Consideremos a reta r que passa pelos pontos A(x1,y1) e B(x2,y2),
com x1 ≠ x2, e que forma com o eixo x um ângulo de medida a.

1º caso: 0° < a < 90°

Dados os pontos P(xp,yp) e Q(xq,yp), as coordenadas do ponto


M(xM, yM) médio entre A e B, serão dadas pelas semi-somas das
coordenadas de P e Q.

O ponto M terá as seguintes coordenadas:

Sendo o triângulo ABC retângulo ( é reto), temos:

Três pontos estão alinhados se, e somente se, pertencerem à


mesma reta.

2º caso: 90° < a < 180°

Para verificarmos se os pontos estão alinhados, podemos uti-


lizar a construção gráfica determinando os pontos de acordo com
suas coordenadas posicionais. Outra forma de determinar o alinha-
mento dos pontos é através do cálculo do determinante pela regra
de Sarrus envolvendo a matriz das coordenadas.

Do triângulo retângulo ABC, vem:

Exemplo
Dados os pontos A (2, 5), B (3, 7) e C (5, 11), vamos determinar
se estão alinhados. Portanto, para os dois casos, temos:

Coeficiente angular

Coeficiente angular m de uma reta não - perpendicular ao eixo


é o valor da tangente do ângulo de inclinação dessa reta.
(14 + 25 + 33)–(35 + 22 + 15)
72 – 72 = 0
m = tan a
Os pontos somente estarão alinhados se o determinante da
matriz quadrada calculado pela regra de Sarrus for igual a 0.
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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

O valor do coeficiente angular m varia em função de a.


0 < a < 90° → m > 0
Equação reduzida da reta
Vamos determinar a equação da reta r que passa por Q(0,q) e
tem coeficiente angular m = tan a:

y - q = m(x - 0)
y - q = mx
y = mx + q

a=0→m=0

Toda equação na forma y = mx + q é chamada equação reduzi-


da da reta, em que m é o coeficiente.

Posições relativas de duas retas


Considere duas retas distintas do plano cartesiano:

a = 90° → m

Podemos classificá-las como paralelas ou concorrentes.

Retas paralelas
As retas r e s têm o mesmo coeficiente angular.

ar = as ↔ mr = ms

A equação fundamental de r é dada por:

Equação Geral da Reta


Ax + by + c = 0

Equação Segmentária
Assim, para r // s, temos:

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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Logo,
Retas concorrentes
As retas r e s têm coeficientes angulares diferentes.
ar ≠ as ↔ mr ≠ ms

Assim, para r e s concorrentes, temos: Distância de ponto a reta


Considere uma reta r, de equação ax + by + c = 0, e um ponto
P( x0, y0 ) não pertencente a r. Pode-se demonstrar que a distância
entre P e r( dPr ) é dada por:

Ângulo entre duas retas


Retas perpendiculares Conhecendo os coeficientes angulares mr e ms de duas retas, r e s,
Duas retas, r e s, não - verticais são perpendiculares se, e so- não paralelas aos eixos , podemos determinar o ângulo 0
mente se, os seus coeficientes angulares são tais que agudo formado entre elas:

De fato:

Se uma das retas for vertical, teremos:


Como:

Então:

E, reciprocamente, se

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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Equação Geral
Desenvolvendo a equação reduzida, obtemos a equação geral
da circunferência:

Como exemplo, vamos determinar a equação geral da circunfe-


rência de centro C(2, -3) e raio r = 4.
Circunferência: Equações da circunferência e Equação reduzida
Circunferência é o conjunto de todos os pontos de um plano A equação reduzida da circunferência é:
equidistantes de um ponto fixo, desse mesmo plano, denominado
centro da circunferência: ( x - 2 )2 +( y + 3 )2 = 16

Desenvolvendo os quadrados dos binômios, temos:

Determinação do centro e do raio da circunferência, dada a


equação geral
Dada a equação geral de uma circunferência, utilizamos o pro-
cesso de fatoração de trinômio quadrado perfeito para transformá-
Assim, sendo C(a, b) o centro e P(x, y) um ponto qualquer da -la na equação reduzida e, assim, determinamos o centro e o raio
circunferência, a distância de C a P(dCP) é o raio dessa circunferên- da circunferência.
cia. Então:
Para tanto, a equação geral deve obedecer a duas condições:
- Os coeficientes dos termos x2 e y2 devem ser iguais a 1;
- Não deve existir o termo xy.

Então, vamos determinar o centro e o raio da circunferência


cuja equação geral é x2 + y2 - 6x + 2y - 6 = 0.

Observando a equação, vemos que ela obedece às duas con-


dições.

Assim:

1º passo: agrupamos os termos em x e os termos em y e isola-


mos o termo independente
x2 - 6x + _ + y2 + 2y + _ = 6

2º passo: determinamos os termos que completam os quadra-


dos perfeitos nas variáveis x e y, somando a ambos os membros as
parcelas correspondentes

Portanto, (x - a)2 + (y - b)2 =r2 é a equação reduzida da circunfe-


rência e permite determinar os elementos essenciais para a cons-
trução da circunferência: as coordenadas do centro e o raio. 3º passo: fatoramos os trinômios quadrados perfeitos
Observação: Quando o centro da circunfer6encia estiver na ori- ( x - 3 ) 2 + ( y + 1 ) 2 = 16
gem (C(0,0)), a equação da circunferência será x2 + y2 = r2.
4º passo: obtida a equação reduzida, determinamos o centro
e o raio

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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Estimação

A técnica de estimação consiste em utilizar um conjunto de da-


dos incompletos, ao qual iremos chamar de amostra, e nele calcular
estimativas de quantidades de interesse. Estas estimativas podem
ser pontuais (representadas por um único valor) ou intervalares.

CONCEITOS E APLICAÇÕES BÁSICAS DE ESTATÍSTICA: PO- Teste de Hipóteses


PULAÇÃO, UNIVERSO, AMOSTRA, AMOSTRAGEM E VARI-
ÁVEIS; MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL E MEDIDAS DE O fundamento do teste estatístico de hipóteses é levantar su-
DISPERSÃO posições acerca de uma quantidade não conhecida e utilizar, tam-
bém, dados incompletos para criar uma regra de escolha.
Estatística descritiva
População e amostra
O objetivo da Estatística Descritiva é resumir as principais ca-
racterísticas de um conjunto de dados por meio de tabelas, gráficos
e resumos numéricos.

Noções de estatística

A estatística torna-se a cada dia uma importante ferramenta de


apoio à decisão. Resumindo: é um conjunto de métodos e técnicas
que auxiliam a tomada de decisão sob a presença de incerteza.

É o conjunto de todas as unidades sobre as quais há o interesse


Estatística descritiva (Dedutiva)
de investigar uma ou mais características.
O objetivo da Estatística Descritiva é resumir as principais ca- Variáveis e suas classificações
racterísticas de um conjunto de dados por meio de tabelas, gráficos
Qualitativas – quando seus valores são expressos por atribu-
e resumos numéricos. Fazemos uso de:
tos: sexo (masculino ou feminino), cor da pele, entre outros. Dize-
mos que estamos qualificando.
Tabelas de frequência Quantitativas – quando seus valores são expressos em núme-
ros (salários dos operários, idade dos alunos, etc). Uma variável
Ao dispor de uma lista volumosa de dados, as tabelas de fre- quantitativa que pode assumir qualquer valor entre dois limites
quência servem para agrupar informações de modo que estas pos- recebe o nome de variável contínua; e uma variável que só pode
sam ser analisadas. As tabelas podem ser de frequência simples ou assumir valores pertencentes a um conjunto enumerável recebe o
de frequência em faixa de valores. nome de variável discreta.
Fases do método estatístico
Gráficos
— Coleta de dados: após cuidadoso planejamento e a devida
O objetivo da representação gráfica é dirigir a atenção do ana- determinação das características mensuráveis do fenômeno que se
lista para alguns aspectos de um conjunto de dados. Alguns exem- quer pesquisar, damos início à coleta de dados numéricos necessá-
plos de gráficos são: diagrama de barras, diagrama em setores, rios à sua descrição. A coleta pode ser direta e indireta.
histograma, boxplot, ramo-e-folhas, diagrama de dispersão, gráfico — Crítica dos dados: depois de obtidos os dados, os mesmos
sequencial. devem ser cuidadosamente criticados, à procura de possível falhas
e imperfeições, a fim de não incorrermos em erros grosseiros ou
de certo vulto, que possam influir sensivelmente nos resultados. A
Resumos numéricos
crítica pode ser externa e interna.
Por meio de medidas ou resumos numéricos podemos levantar — Apuração dos dados: soma e processamento dos dados ob-
importantes informações sobre o conjunto de dados tais como: a tidos e a disposição mediante critérios de classificação, que pode
tendência central, variabilidade, simetria, valores extremos, valores ser manual, eletromecânica ou eletrônica.
discrepantes, etc. — Exposição ou apresentação de dados: os dados devem ser
apresentados sob forma adequada (tabelas ou gráficos), tornando
Estatística inferencial (Indutiva) mais fácil o exame daquilo que está sendo objeto de tratamento
estatístico.
Utiliza informações incompletas para tomar decisões e tirar — Análise dos resultados: realizadas anteriores (Estatística
conclusões satisfatórias. O alicerce das técnicas de estatística infe- Descritiva), fazemos uma análise dos resultados obtidos, através
rencial está no cálculo de probabilidades. Fazemos uso de: dos métodos da Estatística Indutiva ou Inferencial, que tem por
base a indução ou inferência, e tiramos desses resultados conclu-
sões e previsões.

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Censo Sendo n par, chama-se mediana o valor obtido pela média arit-
mética entre os termos xj e xj +1, tais que o número de termos que
É uma avaliação direta de um parâmetro, utilizando-se todos os precedem xj é igual ao número de termos que sucedem xj +1, isto é,
componentes da população. a mediana é a média aritmética entre os termos centrais da sequên-
cia (xn) em rol.
Principais propriedades:
Exemplo 1:
- Admite erros processual zero e tem 100% de confiabilidade;
Determinar a mediana do conjunto de dados:
- É caro;
- É lento; {12, 3, 7, 10, 21, 18, 23}
- É quase sempre desatualizado (visto que se realizam em pe-
ríodos de anos 10 em 10 anos);
Solução:
- Nem sempre é viável. Escrevendo os elementos do conjunto em rol, tem-se: (3, 7, 10,
12, 18, 21, 23). A mediana é o termo médio desse rol. Logo: Md=12
Dados brutos: é uma sequência de valores numéricos não or- Resposta: Md=12.
ganizados, obtidos diretamente da observação de um fenômeno
coletivo. Exemplo 2:
Rol: é uma sequência ordenada dos dados brutos. Determinar a mediana do conjunto de dados:
Média aritmética
{10, 12, 3, 7, 18, 23, 21, 25}.
Média aritmética de um conjunto de números é o valor que se
obtém dividindo a soma dos elementos pelo número de elementos
Solução:
do conjunto.
Representemos a média aritmética por . Escrevendo-se os elementos do conjunto em rol, tem-se:
A média pode ser calculada apenas se a variável envolvida na
pesquisa for quantitativa. Não faz sentido calcular a média aritméti- (3, 7, 10, 12, 18, 21, 23, 25). A mediana é a média aritmética
ca para variáveis quantitativas. entre os dois termos centrais do rol.
Na realização de uma mesma pesquisa estatística entre diferen-
tes grupos, se for possível calcular a média, ficará mais fácil estabe- Logo:
lecer uma comparação entre esses grupos e perceber tendências.
Resposta: Md=15
Considerando uma equipe de basquete, a soma das alturas dos Moda (Mo)
jogadores é:
Num conjunto de números: x1 , x2 , x3 , ... xn, chama-se moda
aquele valor que ocorre com maior frequência.
1,85 + 1,85 + 1,95 + 1,98 + 1,98 + 1,98 + 2,01 + 2,01+2,07+2,07
+2,07+2,07+2,10+2,13+2,18 = 30,0
Observação:
Se dividirmos esse valor pelo número total de jogadores, obte-
remos a média aritmética das alturas: A moda pode não existir e, se existir, pode não ser única.

Exemplo 1:

A média aritmética das alturas dos jogadores é 2,02m. O conjunto de dados 3, 3, 8, 8, 8, 6, 9, 31 tem moda igual a 8,
isto é, Mo=8.
Média Ponderada
Exemplo 2:
A média dos elementos do conjunto numérico A relativa à adi-
O conjunto de dados 1, 2, 9, 6, 3, 5 não tem moda.
ção e na qual cada elemento tem um “determinado peso” é chama-
da média aritmética ponderada. Medidas de dispersão
Duas distribuições de frequência com medidas de tendência
central semelhantes podem apresentar características diversas.
Necessita-se de outros índices numéricas que informem sobre o
grau de dispersão ou variação dos dados em torno da média ou de
Mediana (Md) qualquer outro valor de concentração. Esses índices são chamados
medidas de dispersão.
Sejam os valores escritos em rol: x1 , x2 , x3 , ... xn Variância
Há um índice que mede a “dispersão” dos elementos de um
Sendo n ímpar, chama-se mediana o termo xi tal que o núme- conjunto de números em relação à sua média aritmética, e que é
ro de termos da sequência que precedem xi é igual ao número de chamado de variância. Esse índice é assim definido:
termos que o sucedem, isto é, xi é termo médio da sequência (xn)
em rol. Seja o conjunto de números x1 , x2 , x3 , ... xn, tal que é sua média
aritmética. Chama-se variância desse conjunto, e indica-se por
, o número:
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Desvio padrão
Definição
Seja o conjunto de números x1 , x2 , x3 , ... xn, tal que é sua média
Isto é: aritmética. Chama-se desvio padrão desse conjunto, e indica-se por
, o número:

E para amostra
Isto é:

Exemplo 1:

Em oito jogos, o jogador A, de bola ao cesto, apresentou o se-


guinte desempenho, descrito na tabela abaixo: Exemplo:
As estaturas dos jogadores de uma equipe de basquetebol são:
Jogo Número de pontos 2,00 m; 1,95 m; 2,10 m; 1,90 m e 2,05 m. Calcular:
a) A estatura média desses jogadores.
1 22
2 18 b) O desvio padrão desse conjunto de estaturas.

3 13
Solução:
4 24
Sendo a estatura média, temos:
5 26
6 20
7 19
Sendo o desvio padrão, tem-se:
8 18
a) Qual a média de pontos por jogo?

b) Qual a variância do conjunto de pontos?


— Gráficos
Solução:
Os gráficos são representações que facilitam a análise de
dados, os quais costumam ser dispostos em tabelas quando se
a) A média de pontos por jogo é:
realiza pesquisas estatísticas1. Eles trazem muito mais praticidade,
principalmente quando os dados não são discretos, ou seja, quando
são números consideravelmente grandes. Além disso, os gráficos
também apresentam de maneira evidente os dados em seu aspecto
temporal.
Elementos do Gráfico
b) A variância é:
Ao construirmos um gráfico em estatística, devemos levar em
consideração alguns elementos que são essenciais para sua melhor
compreensão. Um gráfico deve ser simples devido à necessidade
de passar uma informação de maneira mais rápida e coesa, ou seja,
em um gráfico estatístico, não deve haver muitas informações,
devemos colocar nele somente o necessário.
Desvio médio As informações em um gráfico devem estar dispostas de
maneira clara e verídica para que os resultados sejam dados de
Definição
modo coeso com a finalidade da pesquisa.”
Tipos de Gráficos
Medida da dispersão dos dados em relação à média de uma se-
quência. Esta medida representa a média das distâncias entre cada Em estatística é muito comum a utilização de diagramas para
elemento da amostra e seu valor médio. representar dados, diagramas são gráficos construídos em duas
dimensões, isto é, no plano. Existem vários modos de representá-
los. A seguir, listamos alguns.

1 https://brasilescola.uol.com.br/matematica/graficos.htm
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• Gráfico de Pontos Veja que nesse tipo de gráfico é possível ter uma melhor noção
a respeito do crescimento ou do decrescimento dos rendimentos
Também conhecido como Dotplot, é utilizado quando da empresa.
possuímos uma tabela de distribuição de frequência, sendo ela
absoluta ou relativa. O gráfico de pontos tem por objetivo apresentar • Gráfico de Barras
os dados das tabelas de forma resumida e que possibilite a análise
das distribuições desses dados. Tem como objetivo comparar os dados de determinada
Exemplo: Suponha uma pesquisa, realizada em uma escola de amostra utilizando retângulos de mesma largura e altura. Altura
educação infantil, na qual foram coletadas as idades das crianças. essa que deve ser proporcional ao dado envolvido, isto é, quanto
Nessa coleta foi organizado o seguinte rol: maior a frequência do dado, maior deve ser a altura do retângulo.
Rol: {1, 1, 2, 2, 2, 2, 3, 3, 4, 4, 4, 4, 4, 4, 5, 5, 6} Exemplo: Imagine que determinada pesquisa tem por objetivo
Podemos organizar esses dados utilizando um Dotplot. analisar o percentual de determinada população que acesse ou
tenha: internet, energia elétrica, rede celular, aparelho celular ou
tablet. Os resultados dessa pesquisa podem ser dispostos em um
gráfico como este:

Observe que a quantidade de pontos corresponde à frequência


de cada idade e o somatório de todos os pontos fornece-nos a
quantidade total de dados coletados.

• Gráfico de linha
É utilizado em casos que existe a necessidade de analisar dados
ao longo do tempo, esse tipo de gráfico é muito presente em análises
financeiras. O eixo das abscissas (eixo x) representa o tempo, que
pode ser dado em anos, meses, dias, horas etc., enquanto o eixo
das ordenadas (eixo y) representa o outro dado em questão.
Uma das vantagens desse tipo de gráfico é a possibilidade de
realizar a análise de mais de uma tabela, por exemplo. • Gráfico de Colunas
Exemplo: Uma empresa deseja verificar seu faturamento em
determinado ano, os dados foram dispostos em uma tabela. Seu estilo é semelhante ao do gráfico de barras, sendo utilizado
para a mesma finalidade. O gráfico de colunas então é usado quando
as legendas forem curtas, a fim de não deixar muitos espaços em
branco no gráfico de barra.
Exemplo: Este gráfico está, de forma genérica, quantificando e
comparando determinada grandeza ao longo de alguns anos.

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• Gráfico de Setor

É utilizado para representar dados estatísticos com um círculo dividido em setores, as áreas dos setores são proporcionais às
frequências dos dados, ou seja, quanto maior a frequência, maior a área do setor circular.
Exemplo: Este exemplo, de forma genérica, está apresentando diferentes variáveis com frequências diversas para determinada
grandeza, a qual pode ser, por exemplo, a porcentagem de votação em candidatos em uma eleição.

• Histograma
O Histograma é uma ferramenta de análise de dados que apresenta diversos retângulos justapostos (barras verticais)2.
Por esse motivo, ele se assemelha ao gráfico de colunas, entretanto, o histograma não apresenta espaço entre as barras.

• Infográficos

Os infográficos representam a união de uma imagem com um texto informativo. As imagens podem conter alguns tipos de gráficos.

2 https://www.todamateria.com.br/tipos-de-graficos/
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— Tabelas Alguns cálculos podem levar muito tempo na hora de fazer uma
As tabelas são usadas para organizar algumas informações prova. Pensando nisso, trouxemos dois métodos que te ajudarão a
ou dados. Da mesma forma que os gráficos, elas facilitam o fazer porcentagem de maneira mais rápida.
entendimento, por meio de linhas e colunas que separam os dados. Método 1: Calcular porcentagem utilizando o 1%
Você também tem como calcular porcentagem rapidamente
utilizando o correspondente a 1% do valor.
Vamos continuar usando o exemplo do 20% de 200 para
aprender essa técnica.
1º passo: dividir o valor por 100 e encontrar o resultado que
representa 1%.

2º passo: multiplicar o valor que representa 1% pela


porcentagem que se quer descobrir.
2 x 20 = 40
Chegamos mais uma vez à conclusão que 20% de 200 é 40.
Método 2: Calcular porcentagem utilizando frações
Sendo assim, são usadas para melhor visualização de equivalentes
informações em diversas áreas do conhecimento. Também são
As frações equivalentes representam a mesma porção do todo
muito frequentes em concursos e vestibulares.
e podem ser encontradas dividindo o numerador e o denominador
da fração pelo mesmo número natural.
PORCENTAGEM
Veja como encontrar a fração equivalente de .
A porcentagem representa uma razão cujo denominador é 100, ou
seja, .

O termo por cento é abreviado usando o símbolo %, que


significa dividir por 100 e, por isso, essa razão também é chamada
de razão centesimal ou percentual3.
Saber calcular porcentagem é importante para resolver Se a fração equivalente de é , então para calcular 20% de
problemas matemáticos, principalmente na matemática financeira um valor basta dividi-lo por 5. Veja como fazer:
para calcular descontos, juros, lucro, e assim por diante.
— Calculando Porcentagem de um Valor
Para saber o percentual de um valor basta multiplicar a razão
centesimal correspondente à porcentagem pela quantidade total.
Exemplo: para descobrir quanto é 20% de 200, realizamos a
seguinte operação:
— Calcular porcentagem de aumentos e descontos
Aumentos e descontos percentuais podem ser calculados
utilizando o fator de multiplicação ou fator multiplicativo.
Fator espaço de espaço multiplicação espaço igual a espaço
1 espaço mais ou menos espaço ⅈ, onde i corresponde à taxa de
variação.
Essa fórmula é diferente para acréscimo e decréscimo no preço
de um produto, ou seja, o resultado será fatores diferentes.
Generalizando, podemos criar uma fórmula para conta de
Fator multiplicativo para aumento em um valor
porcentagem:
Quando um produto recebe um aumento, o fator de
multiplicação é dado por uma soma.
Fator de multiplicação = 1 + i.
Exemplo: Foi feito um aumento de 25% em uma mercadoria
Se preferir, você pode fazer o cálculo de porcentagem da que custava R$ 100. O valor final da mercadoria pode ser calculado
seguinte forma: da seguinte forma:
1º passo: multiplicar o percentual pelo valor. 1º passo: encontrar a taxa de variação.
20 x 200 = 4.000
2º passo: dividir o resultado anterior por 100.

2º passo: aplicar a taxa na fórmula do fator multiplicativo.


Fator de multiplicação = 1 + 0,25.
Calculando Porcentagem de Forma Rápida Fator de multiplicação = 1,25.
3º passo: multiplicar o valor inicial pelo fator multiplicativo.
3 https://www.todamateria.com.br/calcular-porcentagem/
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100 x 1,25 = 125 reais.
Um acréscimo de 25% fará com que o valor final da mercadoria seja R$ 125.
Fator multiplicativo para desconto em um valor
Para calcular um desconto de um produto, a fórmula do fator multiplicativo envolve uma subtração.
Fator de multiplicação = 1 - 0,25.
Exemplo: Ao aplicar um desconto de 25% em uma mercadoria que custa R$ 100, qual o valor final da mercadoria?
1º passo: encontrar a taxa de variação.

2º passo: aplicar a taxa na fórmula do fator multiplicativo.


Fator de multiplicação = 1 - 0,25.
Fator de multiplicação = 0,75.
3º passo: multiplicar o valor inicial pelo fator multiplicativo.
100 x 0,75 = 75 reais.

ESTRUTURAS E DIAGRAMAS LÓGICOS; LÓGICA DE PRIMEIRA ORDEM; LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO: ANALOGIAS, INFERÊN-
CIAS, DEDUÇÕES E CONCLUSÕES; LÓGICA SENTENCIAL (OU PROPOSICIONAL): TAUTOLOGIAS, CONTRADIÇÕES E CONTIN-
GÊNCIAS; PROPOSIÇÕES SIMPLES E COMPOSTAS; TABELAS-VERDADE; EQUIVALÊNCIAS E IMPLICAÇÕES LÓGICAS; LEIS DE
MORGAN; SILOGISMOS

ESTRUTURAS LÓGICAS

Precisamos antes de tudo compreender o que são proposições. Chama-se proposição toda sentença declarativa à qual podemos atri-
buir um dos valores lógicos: verdadeiro ou falso, nunca ambos. Trata-se, portanto, de uma sentença fechada.
Elas podem ser:
• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógico verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto, não
é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem? – Fez Sol ontem?
- Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a televisão.
- Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, ambíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro do
meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1
• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será considerada
uma frase, proposição ou sentença lógica.
Proposições simples e compostas
• Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.
• Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógicas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
simples. As proposições compostas são designadas pelas letras latinas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.
ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas por duas proposições simples.

Proposições Compostas – Conectivos


As proposições compostas são formadas por proposições simples ligadas por conectivos, aos quais formam um valor lógico, que po-
demos vê na tabela a seguir:

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OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

Disjunção Inclusiva v p ou q

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q

Condicional → Se p então q

Bicondicional ↔ p se e somente se q

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Em síntese temos a tabela verdade das proposições que facili- Proposição
tará na resolução de diversas questões Conjunto de palavras ou símbolos que expressam um pensa-
mento ou uma ideia de sentido completo. Elas transmitem pensa-
mentos, isto é, afirmam fatos ou exprimem juízos que formamos a
respeito de determinados conceitos ou entes.
Valores lógicos
São os valores atribuídos as proposições, podendo ser uma
verdade, se a proposição é verdadeira (V), e uma falsidade, se a
proposição é falsa (F). Designamos as letras V e F para abreviarmos
Exemplo: os valores lógicos verdade e falsidade respectivamente.
(MEC – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA OS POSTOS 9,10,11 Com isso temos alguns aximos da lógica:
E 16 – CESPE) – PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO: uma proposição não
pode ser verdadeira E falsa ao mesmo tempo.
– PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO: toda proposição OU é
verdadeira OU é falsa, verificamos sempre um desses casos, NUNCA
existindo um terceiro caso.
“Toda proposição tem um, e somente um, dos valores, que
são: V ou F.”
Classificação de uma proposição
Elas podem ser:
• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógi-
co verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto,
não é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem?
– Fez Sol ontem?
A figura acima apresenta as colunas iniciais de uma tabela-ver- - Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
dade, em que P, Q e R representam proposições lógicas, e V e F - Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a
correspondem, respectivamente, aos valores lógicos verdadeiro e televisão.
falso. - Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, am-
Com base nessas informações e utilizando os conectivos lógi- bíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro
cos usuais, julgue o item subsecutivo. do meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1
A última coluna da tabela-verdade referente à proposição lógi- • Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO
ca P v (Q↔R) quando representada na posição horizontal é igual a valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será conside-
rada uma frase, proposição ou sentença lógica.
Proposições simples e compostas
• Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém
( ) Certo nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
( ) Errado proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas
p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.
Resolução: Exemplos
r: Thiago é careca.
P v (Q↔R), montando a tabela verdade temos: s: Pedro é professor.
[ (Q • Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógi-
R Q P v R) ] cas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
P
simples. As proposições compostas são designadas pelas letras lati-
V V V V V V V V nas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.
V V F F V V V V Exemplo
V F V V V F F V P: Thiago é careca e Pedro é professor.
ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas
V F F F F F F V
por duas proposições simples.
F V V V V V F F Exemplos:
F V F F F V F F 1. (CESPE/UNB) Na lista de frases apresentadas a seguir:
F F V V V F V F – “A frase dentro destas aspas é uma mentira.”
– A expressão x + y é positiva.
F F F F V F V F – O valor de √4 + 3 = 7.
Resposta: Certo – Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira.
– O que é isto?
Há exatamente:
(A) uma proposição;
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(B) duas proposições;
(C) três proposições;
(D) quatro proposições;
(E) todas são proposições.
Resolução:
Analisemos cada alternativa:
(A) “A frase dentro destas aspas é uma mentira”, não podemos atribuir valores lógicos a ela, logo não é uma sentença lógica.
(B) A expressão x + y é positiva, não temos como atribuir valores lógicos, logo não é sentença lógica.
(C) O valor de √4 + 3 = 7; é uma sentença lógica pois podemos atribuir valores lógicos, independente do resultado que tenhamos
(D) Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira, também podemos atribuir valores lógicos (não estamos considerando a quantidade
certa de gols, apenas se podemos atribuir um valor de V ou F a sentença).
(E) O que é isto? - como vemos não podemos atribuir valores lógicos por se tratar de uma frase interrogativa.
Resposta: B.
Conectivos (conectores lógicos)
Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos. São eles:

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

Disjunção Inclu-
v p ou q
siva

Disjunção Exclu-
v Ou p ou q
siva

Condicional → Se p então q

Bicondicional ↔ p se e somente se q

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Exemplo: Exemplos:
2. (PC/SP - Delegado de Polícia - VUNESP) Os conectivos ou 4. (DPU – ANALISTA – CESPE) Um estudante de direito, com o
operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbo- objetivo de sistematizar o seu estudo, criou sua própria legenda, na
los (da linguagem formal) utilizados para conectar proposições de qual identificava, por letras, algumas afirmações relevantes quanto
acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa à disciplina estudada e as vinculava por meio de sentenças (proposi-
que apresenta exemplos de conjunção, negação e implicação, res- ções). No seu vocabulário particular constava, por exemplo:
pectivamente. P: Cometeu o crime A.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q Q: Cometeu o crime B.
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclusão no
(C) p -> q, p v q, ¬ p regime fechado.
(D) p v p, p -> q, ¬ q S: Poderá optar pelo pagamento de fiança.
(E) p v q, ¬ q, p v q Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não recordar
Resolução: qual era o crime B, lembrou que ele era inafiançável.
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item
conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre- que se segue.
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposi- A sentença (P→Q)↔((~Q)→(~P)) será sempre verdadeira, in-
ção simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma dependentemente das valorações de P e Q como verdadeiras ou
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representa- falsas.
da pelo símbolo (→). ( ) Certo
Resposta: B. ( ) Errado
Resolução:
Tabela Verdade
Considerando P e Q como V.
Quando trabalhamos com as proposições compostas, determi-
(V→V) ↔ ((F)→(F))
namos o seu valor lógico partindo das proposições simples que a
(V) ↔ (V) = V
compõe. O valor lógico de qualquer proposição composta depen-
Considerando P e Q como F
de UNICAMENTE dos valores lógicos das proposições simples com-
(F→F) ↔ ((V)→(V))
ponentes, ficando por eles UNIVOCAMENTE determinados.
(V) ↔ (V) = V
• Número de linhas de uma Tabela Verdade: depende do nú-
Então concluímos que a afirmação é verdadeira.
mero de proposições simples que a integram, sendo dado pelo se-
Resposta: Certo.
guinte teorema:
Equivalência
“A tabela verdade de uma proposição composta com n* pro-
posições simples componentes contém 2n linhas.” Duas ou mais proposições compostas são equivalentes, quan-
do mesmo possuindo estruturas lógicas diferentes, apresentam a
Exemplo:
mesma solução em suas respectivas tabelas verdade.
3. (CESPE/UNB) Se “A”, “B”, “C” e “D” forem proposições sim- Se as proposições P(p,q,r,...) e Q(p,q,r,...) são ambas TAUTOLO-
ples e distintas, então o número de linhas da tabela-verdade da pro- GIAS, ou então, são CONTRADIÇÕES, então são EQUIVALENTES.
posição (A → B) ↔ (C → D) será igual a:
(A) 2;
(B) 4;
(C) 8;
(D) 16;
(E) 32.
Resolução:
Veja que podemos aplicar a mesma linha do raciocínio acima,
então teremos:
Número de linhas = 2n = 24 = 16 linhas.
Resposta D.
Conceitos de Tautologia , Contradição e Contigência Exemplo:
• Tautologia: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade 5. (VUNESP/TJSP) Uma negação lógica para a afirmação “João é
(última coluna), V (verdades). rico, ou Maria é pobre” é:
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma tautologia, (A) Se João é rico, então Maria é pobre.
então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma tautologia, quaisquer que (B) João não é rico, e Maria não é pobre.
sejam as proposições P0, Q0, R0, ... (C) João é rico, e Maria não é pobre.
• Contradição: possui todos os valores lógicos, da tabela ver- (D) Se João não é rico, então Maria não é pobre.
dade (última coluna), F (falsidades). A contradição é a negação da (E) João não é rico, ou Maria não é pobre.
Tautologia e vice versa. Resolução:
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma contradição, Nesta questão, a proposição a ser negada trata-se da disjunção
então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma contradição, quaisquer que de duas proposições lógicas simples. Para tal, trocamos o conectivo
sejam as proposições P0, Q0, R0, ... por “e” e negamos as proposições “João é rico” e “Maria é pobre”.
Vejam como fica:
• Contingência: possui valores lógicos V e F ,da tabela verdade
(última coluna). Em outros termos a contingência é uma proposição
composta que não é tautologia e nem contradição.
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Resposta: B.
Leis de Morgan
Com elas:
– Negamos que duas dadas proposições são ao mesmo tempo verdadeiras equivalendo a afirmar que pelo menos uma é falsa
– Negamos que uma pelo menos de duas proposições é verdadeira equivalendo a afirmar que ambas são falsas.
ATENÇÃO
As Leis de Morgan exprimem que NEGAÇÃO CONJUNÇÃO em DISJUNÇÃO
transforma: DISJUNÇÃO em CONJUNÇÃO
CONECTIVOS

Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos.
OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA EXEMPLOS
Negação ~ Não p A cadeira não é azul.
Conjunção ^ peq Fernando é médico e Nicolas é Engenheiro.
Disjunção Inclusi-
v p ou q Fernando é médico ou Nicolas é Engenheiro.
va
Disjunção Exclu-
v Ou p ou q Ou Fernando é médico ou João é Engenheiro.
siva
Condicional → Se p então q Se Fernando é médico então Nicolas é Engenheiro.
Bicondicional ↔ p se e somente se q Fernando é médico se e somente se Nicolas é Engenheiro.
Conectivo “não” (~)
Chamamos de negação de uma proposição representada por “não p” cujo valor lógico é verdade (V) quando p é falsa e falsidade (F)
quando p é verdadeira. Assim “não p” tem valor lógico oposto daquele de p. Pela tabela verdade temos:

Conectivo “e” (˄)


Se p e q são duas proposições, a proposição p ˄ q será chamada de conjunção. Para a conjunção, tem-se a seguinte tabela-verdade:

ATENÇÃO: Sentenças interligadas pelo conectivo “e” possuirão o valor verdadeiro somente quando todas as sentenças, ou argumen-
tos lógicos, tiverem valores verdadeiros.
Conectivo “ou” (v)
Este inclusivo: Elisabete é bonita ou Elisabete é inteligente. (Nada impede que Elisabete seja bonita e inteligente).

Editora
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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Observe que uma subjunção p→q somente será falsa quando
a primeira proposição, p, for verdadeira e a segunda, q, for falsa.
Conectivo “Se e somente se” (↔)
Se p e q são duas proposições, a proposição p↔q1 é chamada
bijunção ou bicondicional, que também pode ser lida como: “p é
condição necessária e suficiente para q” ou, ainda, “q é condição
necessária e suficiente para p”.
Considere, agora, a seguinte bijunção: “Irei à praia se e somen-
te se fizer sol”. Podem ocorrer as situações:
Conectivo “ou” (v) 1. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
2. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
Este exclusivo: Elisabete é paulista ou Elisabete é carioca. (Se
3. Não fez sol e fui à praia. (Eu menti)
Elisabete é paulista, não será carioca e vice-versa).
4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade). Sua tabela
verdade:

• Mais sobre o Conectivo “ou”


– “inclusivo”(considera os dois casos) Observe que uma bicondicional só é verdadeira quando as pro-
– “exclusivo”(considera apenas um dos casos) posições formadoras são ambas falsas ou ambas verdadeiras.
Exemplos: ATENÇÃO: O importante sobre os conectivos é ter em mente a
tabela de cada um deles, para que assim você possa resolver qual-
R: Paulo é professor ou administrador
quer questão referente ao assunto.
S: Maria é jovem ou idosa
No primeiro caso, o “ou” é inclusivo,pois pelo menos uma das Ordem de precedência dos conectivos:
proposições é verdadeira, podendo ser ambas. O critério que especifica a ordem de avaliação dos conectivos
No caso da segunda, o “ou” é exclusivo, pois somente uma das ou operadores lógicos de uma expressão qualquer. A lógica mate-
proposições poderá ser verdadeira mática prioriza as operações de acordo com a ordem listadas:
Ele pode ser “inclusivo”(considera os dois casos) ou “exclusi-
vo”(considera apenas um dos casos)
Exemplo: Em resumo:
R: Paulo é professor ou administrador
S: Maria é jovem ou idosa
No primeiro caso, o “ou” é inclusivo,pois pelo menos uma das
proposições é verdadeira, podendo ser ambas.
No caso da segunda, o “ou” é exclusivo, pois somente uma das
proposições poderá ser verdadeiro
Conectivo “Se... então” (→)
Se p e q são duas proposições, a proposição p→q é chamada
subjunção ou condicional. Considere a seguinte subjunção: “Se fizer
sol, então irei à praia”. Exemplo:
1. Podem ocorrer as situações:
2. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade) (PC/SP - DELEGADO DE POLÍCIA - VUNESP) Os conectivos ou
3. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti) operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbo-
4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade) los (da linguagem formal) utilizados para conectar proposições de
5. Não fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade, pois eu não dis- acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa
se o que faria se não fizesse sol. Assim, poderia ir ou não ir à praia). que apresenta exemplos de conjunção, negação e implicação, res-
Temos então sua tabela verdade: pectivamente.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q
(E) p v q, ¬ q, p v q

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Resolução: - Toda proposição implica uma Tautologia:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o
conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre-
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposi-
ção simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representa-
da pelo símbolo (→).
Resposta: B
- Somente uma contradição implica uma contradição:
CONTRADIÇÕES

São proposições compostas formadas por duas ou mais propo-


sições onde seu valor lógico é sempre FALSO, independentemente
do valor lógico das proposições simples que a compõem. Vejamos:
A proposição: p ^ ~p é uma contradição, conforme mostra a sua
tabela-verdade:

Propriedades
• Reflexiva:
– P(p,q,r,...) ⇒ P(p,q,r,...)
Exemplo: – Uma proposição complexa implica ela mesma.
(PEC-FAZ) Conforme a teoria da lógica proposicional, a propo- • Transitiva:
sição ~P ∧ P é: – Se P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...) e
(A) uma tautologia. Q(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...), então
(B) equivalente à proposição ~p ∨ p. P(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...)
(C) uma contradição.
(D) uma contingência. – Se P ⇒ Q e Q ⇒ R, então P ⇒ R
(E) uma disjunção. Regras de Inferência
• Inferência é o ato ou processo de derivar conclusões lógicas
Resolução: de proposições conhecidas ou decididamente verdadeiras. Em ou-
tras palavras: é a obtenção de novas proposições a partir de propo-
Montando a tabela teremos que: sições verdadeiras já existentes.
Regras de Inferência obtidas da implicação lógica
P ~p ~p ^p
V F F
V F F
F V F
F V F
Como todos os valores são Falsidades (F) logo estamos diante • Silogismo Disjuntivo
de uma CONTRADIÇÃO.
Resposta: C
A proposição P(p,q,r,...) implica logicamente a proposição Q(p,-
q,r,...) quando Q é verdadeira todas as vezes que P é verdadeira.
Representamos a implicação com o símbolo “⇒”, simbolicamente
temos:
P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...).
ATENÇÃO: Os símbolos “→” e “⇒” são completamente distin- • Modus Ponens
tos. O primeiro (“→”) representa a condicional, que é um conec-
tivo. O segundo (“⇒”) representa a relação de implicação lógica
que pode ou não existir entre duas proposições.

Exemplo:

Observe:

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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
• Modus Tollens - Algum A não é B.
Onde temos que A e B são os termos ou características dessas
proposições categóricas.

• Classificação de uma proposição categórica de acordo com


o tipo e a relação

Elas podem ser classificadas de acordo com dois critérios fun-


damentais: qualidade e extensão ou quantidade.
– Qualidade: O critério de qualidade classifica uma proposição
categórica em afirmativa ou negativa.
– Extensão: O critério de extensão ou quantidade classifica
uma proposição categórica em universal ou particular. A classifica-
ção dependerá do quantificador que é utilizado na proposição.

Tautologias e Implicação Lógica

• Teorema

P(p,q,r,..) ⇒ Q(p,q,r,...) se e somente se P(p,q,r,...) → Q(p,q,r,...)

Entre elas existem tipos e relações de acordo com a qualidade


e a extensão, classificam-se em quatro tipos, representados pelas
letras A, E, I e O.

• Universal afirmativa (Tipo A) – “TODO A é B”

Teremos duas possibilidades.

Observe que:
→ indica uma operação lógica entre as proposições. Ex.: das
proposições p e q, dá-se a nova proposição p → q.
⇒ indica uma relação. Ex.: estabelece que a condicional P →
Q é tautológica. Tais proposições afirmam que o conjunto “A” está contido no
conjunto “B”, ou seja, que todo e qualquer elemento de “A” é tam-
Inferências bém elemento de “B”. Observe que “Toda A é B” é diferente de
“Todo B é A”.
• Regra do Silogismo Hipotético
• Universal negativa (Tipo E) – “NENHUM A é B”
Tais proposições afirmam que não há elementos em comum
entre os conjuntos “A” e “B”. Observe que “nenhum A é B” é o mes-
mo que dizer “nenhum B é A”.
Podemos representar esta universal negativa pelo seguinte dia-
Princípio da inconsistência
grama (A ∩ B = ø):
– Como “p ^ ~p → q” é tautológica, subsiste a implicação lógica
p ^ ~p ⇒ q
– Assim, de uma contradição p ^ ~p se deduz qualquer propo-
sição q.
A proposição “(p ↔ q) ^ p” implica a proposição “q”, pois a
condicional “(p ↔ q) ^ p → q” é tautológica.
Lógica de primeira ordem
Existem alguns tipos de argumentos que apresentam proposi-
• Particular afirmativa (Tipo I) - “ALGUM A é B”
ções com quantificadores. Numa proposição categórica, é impor-
tante que o sujeito se relacionar com o predicado de forma coeren-
Podemos ter 4 diferentes situações para representar esta pro-
te e que a proposição faça sentido, não importando se é verdadeira
posição:
ou falsa.
Vejamos algumas formas:
- Todo A é B.
- Nenhum A é B.
- Algum A é B.
Editora
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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Exemplos:
Essas proposições Algum A é B estabelecem que o conjunto “A”
tem pelo menos um elemento em comum com o conjunto “B”. Con- (DESENVOLVE/SP - CONTADOR - VUNESP) Alguns gatos não
tudo, quando dizemos que Algum A é B, presumimos que nem todo são pardos, e aqueles que não são pardos miam alto.
A é B. Observe “Algum A é B” é o mesmo que “Algum B é A”. Uma afirmação que corresponde a uma negação lógica da afir-
mação anterior é:
• Particular negativa (Tipo O) - “ALGUM A não é B” (A) Os gatos pardos miam alto ou todos os gatos não são par-
dos.
Se a proposição Algum A não é B é verdadeira, temos as três (B) Nenhum gato mia alto e todos os gatos são pardos.
representações possíveis: (C) Todos os gatos são pardos ou os gatos que não são pardos
não miam alto.
(D) Todos os gatos que miam alto são pardos.
(E) Qualquer animal que mia alto é gato e quase sempre ele é
pardo.

Resolução:

Temos um quantificador particular (alguns) e uma proposição


do tipo conjunção (conectivo “e”). Pede-se a sua negação.
O quantificador existencial “alguns” pode ser negado, seguindo
o esquema, pelos quantificadores universais (todos ou nenhum).
Logo, podemos descartar as alternativas A e E.
A negação de uma conjunção se faz através de uma disjunção,
Proposições nessa forma: Algum A não é B estabelecem que o
em que trocaremos o conectivo “e” pelo conectivo “ou”. Descarta-
conjunto “A” tem pelo menos um elemento que não pertence ao
mos a alternativa B.
conjunto “B”. Observe que: Algum A não é B não significa o mesmo
Vamos, então, fazer a negação da frase, não esquecendo de
que Algum B não é A.
que a relação que existe é: Algum A é B, deve ser trocado por: Todo
A é não B.
• Negação das Proposições Categóricas Todos os gatos que são pardos ou os gatos (aqueles) que não
Ao negarmos uma proposição categórica, devemos observar as são pardos NÃO miam alto.
seguintes convenções de equivalência:
Resposta: C
– Ao negarmos uma proposição categórica universal geramos
uma proposição categórica particular. (CBM/RJ - CABO TÉCNICO EM ENFERMAGEM - ND) Dizer que a
– Pela recíproca de uma negação, ao negarmos uma proposição afirmação “todos os professores é psicólogos” e falsa, do ponto de
categórica particular geramos uma proposição categórica universal. vista lógico, equivale a dizer que a seguinte afirmação é verdadeira
– Negando uma proposição de natureza afirmativa geramos,
(A) Todos os não psicólogos são professores.
sempre, uma proposição de natureza negativa; e, pela recíproca,
(B) Nenhum professor é psicólogo.
negando uma proposição de natureza negativa geramos, sempre,
(C) Nenhum psicólogo é professor.
uma proposição de natureza afirmativa.
(D) Pelo menos um psicólogo não é professor.
Em síntese:
(E) Pelo menos um professor não é psicólogo.

Resolução:
Se a afirmação é falsa a negação será verdadeira. Logo, a nega-
ção de um quantificador universal categórico afirmativo se faz atra-
vés de um quantificador existencial negativo. Logo teremos: Pelo
menos um professor não é psicólogo.
Resposta: E

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
• Equivalência entre as proposições Vejamos a tabela abaixo as proposições categóricas:
Preposi-
Basta usar o triângulo a seguir e economizar um bom tempo na Tipo Diagramas
ção
resolução de questões.

TODO
A
AéB
Se um elemento pertence ao
conjunto A, então pertence tam-
bém a B.

Exemplo:

(PC/PI - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL - UESPI) Qual a negação N E -


lógica da sentença “Todo número natural é maior do que ou igual E NHUM
a cinco”? AéB
(A) Todo número natural é menor do que cinco.
(B) Nenhum número natural é menor do que cinco. Existe pelo menos um elemento
(C) Todo número natural é diferente de cinco. que pertence a A, então não pertence
(D) Existe um número natural que é menor do que cinco. a B, e vice-versa.
(E) Existe um número natural que é diferente de cinco.

Resolução:
Do enunciado temos um quantificador universal (Todo) e pede-
-se a sua negação.
O quantificador universal todos pode ser negado, seguindo o
esquema abaixo, pelo quantificador algum, pelo menos um, existe
ao menos um, etc. Não se nega um quantificador universal com To-
dos e Nenhum, que também são universais. Existe pelo menos um elemen-
to comum aos conjuntos A e B.
Podemos ainda representar
das seguintes formas:
ALGUM
I
AéB

Portanto, já podemos descartar as alternativas que trazem


quantificadores universais (todo e nenhum). Descartamos as alter-
nativas A, B e C.
Seguindo, devemos negar o termo: “maior do que ou igual a
cinco”. Negaremos usando o termo “MENOR do que cinco”.
Obs.: maior ou igual a cinco (compreende o 5, 6, 7...) ao ser
negado passa a ser menor do que cinco (4, 3, 2,...).
Resposta: D

Diagramas lógicos
Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários proble-
mas. É uma ferramenta para resolvermos problemas que envolvam
argumentos dedutivos, as quais as premissas deste argumento po-
dem ser formadas por proposições categóricas.

ATENÇÃO: É bom ter um conhecimento sobre conjuntos para


conseguir resolver questões que envolvam os diagramas lógicos.
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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

- Algum teatro é casa de cultura


ALGUM
O A NÃO
éB

Perceba-se que, nesta sentença,


a atenção está sobre o(s) elemento (s)
de A que não são B (enquanto que, no
“Algum A é B”, a atenção estava sobre
os que eram B, ou seja, na interces-
são).
Temos também no segundo caso,
a diferença entre conjuntos, que for- Visto que na primeira chegamos à conclusão que C = CC
ma o conjunto A - B Segundo as afirmativas temos:
(A) existem cinemas que não são teatros- Observando o último
Exemplo:
diagrama vimos que não é uma verdade, pois temos que existe pelo
(GDF–ANALISTA DE ATIVIDADES CULTURAIS ADMINISTRAÇÃO menos um dos cinemas é considerado teatro.
– IADES) Considere as proposições: “todo cinema é uma casa de
cultura”, “existem teatros que não são cinemas” e “algum teatro é
casa de cultura”. Logo, é correto afirmar que
(A) existem cinemas que não são teatros.
(B) existe teatro que não é casa de cultura.
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro.
(D) existe casa de cultura que não é cinema.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema.

Resolução:
Vamos chamar de: (B) existe teatro que não é casa de cultura. – Errado, pelo mes-
Cinema = C mo princípio acima.
Casa de Cultura = CC (C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro. – Errado,
Teatro = T a primeira proposição já nos afirma o contrário. O diagrama nos
Analisando as proposições temos: afirma isso
- Todo cinema é uma casa de cultura

(D) existe casa de cultura que não é cinema. – Errado, a justifi-


- Existem teatros que não são cinemas cativa é observada no diagrama da alternativa anterior.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema. – Cor-
reta, que podemos observar no diagrama abaixo, uma vez que todo
cinema é casa de cultura. Se o teatro não é casa de cultura também
não é cinema.

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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Para se comprovar a validade de um argumento é utilizando
diagramas de conjuntos (diagramas de Venn). Trata-se de um mé-
todo muito útil e que será usado com frequência em questões que
pedem a verificação da validade de um argumento. Vejamos como
funciona, usando o exemplo acima. Quando se afirma, na premissa
P1, que “todos os homens são pássaros”, poderemos representar
essa frase da seguinte maneira:

Resposta: E

LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO

Chama-se argumento a afirmação de que um grupo de propo-


sições iniciais redunda em outra proposição final, que será conse-
quência das primeiras. Ou seja, argumento é a relação que associa
um conjunto de proposições P1, P2,... Pn , chamadas premissas do
argumento, a uma proposição Q, chamada de conclusão do argu-
mento.

Observem que todos os elementos do conjunto menor (ho-


mens) estão incluídos, ou seja, pertencem ao conjunto maior (dos
pássaros). E será sempre essa a representação gráfica da frase
“Todo A é B”. Dois círculos, um dentro do outro, estando o círculo
menor a representar o grupo de quem se segue à palavra TODO.
Na frase: “Nenhum pássaro é animal”. Observemos que a pa-
lavra-chave desta sentença é NENHUM. E a ideia que ela exprime é
de uma total dissociação entre os dois conjuntos.

Exemplo:
P1: Todos os cientistas são loucos.
P2: Martiniano é louco.
Q: Martiniano é um cientista.
O exemplo dado pode ser chamado de Silogismo (argumento
formado por duas premissas e a conclusão).
A respeito dos argumentos lógicos, estamos interessados em
verificar se eles são válidos ou inválidos! Então, passemos a enten-
der o que significa um argumento válido e um argumento inválido. Será sempre assim a representação gráfica de uma sentença
Argumentos Válidos “Nenhum A é B”: dois conjuntos separados, sem nenhum ponto em
comum.
Dizemos que um argumento é válido (ou ainda legítimo ou bem
Tomemos agora as representações gráficas das duas premissas
construído), quando a sua conclusão é uma consequência obrigató-
vistas acima e as analisemos em conjunto. Teremos:
ria do seu conjunto de premissas.

Exemplo:
O silogismo...
P1: Todos os homens são pássaros.
P2: Nenhum pássaro é animal.
Q: Portanto, nenhum homem é animal.
... está perfeitamente bem construído, sendo, portanto, um
argumento válido, muito embora a veracidade das premissas e da
conclusão sejam totalmente questionáveis.

ATENÇÃO: O que vale é a CONSTRUÇÃO, E NÃO O SEU CON- Comparando a conclusão do nosso argumento, temos:
TEÚDO! Se a construção está perfeita, então o argumento é válido, NENHUM homem é animal – com o desenho das premissas
independentemente do conteúdo das premissas ou da conclusão! será que podemos dizer que esta conclusão é uma consequência
• Como saber se um determinado argumento é mesmo váli- necessária das premissas? Claro que sim! Observemos que o con-
do? junto dos homens está totalmente separado (total dissociação!) do
conjunto dos animais. Resultado: este é um argumento válido!
Argumentos Inválidos

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Dizemos que um argumento é inválido – também denominado ilegítimo, mal construído, falacioso ou sofisma – quando a verdade das
premissas não é suficiente para garantir a verdade da conclusão.

Exemplo:
P1: Todas as crianças gostam de chocolate.
P2: Patrícia não é criança.
Q: Portanto, Patrícia não gosta de chocolate.
Este é um argumento inválido, falacioso, mal construído, pois as premissas não garantem (não obrigam) a verdade da conclusão.
Patrícia pode gostar de chocolate mesmo que não seja criança, pois a primeira premissa não afirmou que somente as crianças gostam de
chocolate.
Utilizando os diagramas de conjuntos para provar a validade do argumento anterior, provaremos, utilizando-nos do mesmo artifício,
que o argumento em análise é inválido. Comecemos pela primeira premissa: “Todas as crianças gostam de chocolate”.

Analisemos agora o que diz a segunda premissa: “Patrícia não é criança”. O que temos que fazer aqui é pegar o diagrama acima (da
primeira premissa) e nele indicar onde poderá estar localizada a Patrícia, obedecendo ao que consta nesta segunda premissa. Vemos
facilmente que a Patrícia só não poderá estar dentro do círculo das crianças. É a única restrição que faz a segunda premissa! Isto posto,
concluímos que Patrícia poderá estar em dois lugares distintos do diagrama:
1º) Fora do conjunto maior;
2º) Dentro do conjunto maior. Vejamos:

Finalmente, passemos à análise da conclusão: “Patrícia não gosta de chocolate”. Ora, o que nos resta para sabermos se este argumen-
to é válido ou não, é justamente confirmar se esse resultado (se esta conclusão) é necessariamente verdadeiro!
- É necessariamente verdadeiro que Patrícia não gosta de chocolate? Olhando para o desenho acima, respondemos que não! Pode
ser que ela não goste de chocolate (caso esteja fora do círculo), mas também pode ser que goste (caso esteja dentro do círculo)! Enfim, o
argumento é inválido, pois as premissas não garantiram a veracidade da conclusão!
Métodos para validação de um argumento
Aprenderemos a seguir alguns diferentes métodos que nos possibilitarão afirmar se um argumento é válido ou não!
1º) Utilizando diagramas de conjuntos: esta forma é indicada quando nas premissas do argumento aparecem as palavras TODO, AL-
GUM E NENHUM, ou os seus sinônimos: cada, existe um etc.
2º) Utilizando tabela-verdade: esta forma é mais indicada quando não for possível resolver pelo primeiro método, o que ocorre quan-
do nas premissas não aparecem as palavras todo, algum e nenhum, mas sim, os conectivos “ou” , “e”, “” e “↔”. Baseia-se na construção
da tabela-verdade, destacando-se uma coluna para cada premissa e outra para a conclusão. Este método tem a desvantagem de ser mais
trabalhoso, principalmente quando envolve várias proposições simples.
3º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos e considerando as premissas verdadeiras.
Por este método, fácil e rapidamente demonstraremos a validade de um argumento. Porém, só devemos utilizá-lo na impossibilidade
do primeiro método.

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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Iniciaremos aqui considerando as premissas como verdades. Daí, por meio das operações lógicas com os conectivos, descobriremos o
valor lógico da conclusão, que deverá resultar também em verdade, para que o argumento seja considerado válido.
4º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos, considerando premissas verdadeiras e conclusão falsa.
É indicado este caminho quando notarmos que a aplicação do terceiro método não possibilitará a descoberta do valor lógico da con-
clusão de maneira direta, mas somente por meio de análises mais complicadas.

Em síntese:

Exemplo:

Diga se o argumento abaixo é válido ou inválido:


(p ∧ q) → r
_____~r_______
~p ∨ ~q
Resolução:
-1ª Pergunta) O argumento apresenta as palavras todo, algum ou nenhum?
A resposta é não! Logo, descartamos o 1º método e passamos à pergunta seguinte.
- 2ª Pergunta) O argumento contém no máximo duas proposições simples?
A resposta também é não! Portanto, descartamos também o 2º método.
- 3ª Pergunta) Há alguma das premissas que seja uma proposição simples ou uma conjunção?
A resposta é sim! A segunda proposição é (~r). Podemos optar então pelo 3º método? Sim, perfeitamente! Mas caso queiramos seguir
adiante com uma próxima pergunta, teríamos:
- 4ª Pergunta) A conclusão tem a forma de uma proposição simples ou de uma disjunção ou de uma condicional? A resposta também
é sim! Nossa conclusão é uma disjunção! Ou seja, caso queiramos, poderemos utilizar, opcionalmente, o 4º método!
Vamos seguir os dois caminhos: resolveremos a questão pelo 3º e pelo 4º métodos.
Resolução pelo 3º Método
Considerando as premissas verdadeiras e testando a conclusão verdadeira. Teremos:
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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
- 2ª Premissa) ~r é verdade. Logo: r é falsa! A condicional só será F quando a 1ª for verdadeira e a 2ª falsa, utili-
- 1ª Premissa) (p ∧ q)r é verdade. Sabendo que r é falsa, zando isso temos:
concluímos que (p ∧ q) tem que ser também falsa. E quando uma O que se quer saber é: Se Maria foi ao cinema, então Fernando
conjunção (e) é falsa? Quando uma das premissas for falsa ou am- estava estudando. // B → ~E
bas forem falsas. Logo, não é possível determinamos os valores Iniciando temos:
lógicos de p e q. Apesar de inicialmente o 3º método se mostrar 4º - Quando chove (F), Maria não vai ao cinema. (F) // A → ~B = V
adequado, por meio do mesmo, não poderemos determinar se o – para que o argumento seja válido temos que Quando chove tem que
argumento é ou NÃO VÁLIDO. ser F.
Resolução pelo 4º Método 3º - Quando Cláudio fica em casa (V), Maria vai ao cinema (V). //
Considerando a conclusão falsa e premissas verdadeiras. Tere- C → B = V - para que o argumento seja válido temos que Maria vai ao
mos: cinema tem que ser V.
- Conclusão) ~p v ~q é falso. Logo: p é verdadeiro e q é verda- 2º - Quando Cláudio sai de casa(F), não faz frio (F). // ~C → ~D =
deiro! V - para que o argumento seja válido temos que Quando Cláudio sai de
Agora, passamos a testar as premissas, que são consideradas casa tem que ser F.
verdadeiras! Teremos: 5º - Quando Fernando está estudando (V ou F), não chove (V). // E
- 1ª Premissa) (p∧q)r é verdade. Sabendo que p e q são ver- → ~A = V. – neste caso Quando Fernando está estudando pode ser V ou F.
dadeiros, então a primeira parte da condicional acima também é 1º- Durante a noite(V), faz frio (V). // F → D = V
verdadeira. Daí resta que a segunda parte não pode ser falsa. Logo: Logo nada podemos afirmar sobre a afirmação: Se Maria foi ao ci-
r é verdadeiro. nema (V), então Fernando estava estudando (V ou F); pois temos dois
- 2ª Premissa) Sabendo que r é verdadeiro, teremos que ~r é valores lógicos para chegarmos à conclusão (V ou F).
falso! Opa! A premissa deveria ser verdadeira, e não foi!
Resposta: Errado
Neste caso, precisaríamos nos lembrar de que o teste, aqui no
4º método, é diferente do teste do 3º: não havendo a existência si- (PETROBRAS – TÉCNICO (A) DE EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO JÚ-
multânea da conclusão falsa e premissas verdadeiras, teremos que NIOR – INFORMÁTICA – CESGRANRIO) Se Esmeralda é uma fada, então
o argumento é válido! Conclusão: o argumento é válido! Bongrado é um elfo. Se Bongrado é um elfo, então Monarca é um cen-
tauro. Se Monarca é um centauro, então Tristeza é uma bruxa.
Exemplos: Ora, sabe-se que Tristeza não é uma bruxa, logo
(A) Esmeralda é uma fada, e Bongrado não é um elfo.
(DPU – AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE) Considere que as (B) Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.
seguintes proposições sejam verdadeiras. (C) Bongrado é um elfo, e Monarca é um centauro.
• Quando chove, Maria não vai ao cinema. (D) Bongrado é um elfo, e Esmeralda é uma fada
• Quando Cláudio fica em casa, Maria vai ao cinema. (E) Monarca é um centauro, e Bongrado não é um elfo.
• Quando Cláudio sai de casa, não faz frio. Resolução:
• Quando Fernando está estudando, não chove. Vamos analisar cada frase partindo da afirmativa Trizteza não é bru-
• Durante a noite, faz frio. xa, considerando ela como (V), precisamos ter como conclusão o valor
Tendo como referência as proposições apresentadas, julgue o lógico (V), então:
item subsecutivo. (4) Se Esmeralda é uma fada(F), então Bongrado é um elfo (F) → V
Se Maria foi ao cinema, então Fernando estava estudando. (3) Se Bongrado é um elfo (F), então Monarca é um centauro (F) → V
( ) Certo (2) Se Monarca é um centauro(F), então Tristeza é uma bruxa(F) → V
( ) Errado (1) Tristeza não é uma bruxa (V)
Logo:
Resolução: Temos que:
Esmeralda não é fada(V)
A questão trata-se de lógica de argumentação, dadas as pre- Bongrado não é elfo (V)
missas chegamos a uma conclusão. Enumerando as premissas: Monarca não é um centauro (V)
A = Chove Como a conclusão parte da conjunção, o mesmo só será verdadeiro
B = Maria vai ao cinema quando todas as afirmativas forem verdadeiras, logo, a única que con-
C = Cláudio fica em casa tém esse valor lógico é:
D = Faz frio Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.
E = Fernando está estudando Resposta: B
F = É noite
A argumentação parte que a conclusão deve ser (V) LÓGICA MATEMÁTICA QUALITATIVA
Lembramos a tabela verdade da condicional:
Aqui veremos questões que envolvem correlação de elementos,
pessoas e objetos fictícios, através de dados fornecidos. Vejamos o passo
a passo:
01. Três homens, Luís, Carlos e Paulo, são casados com Lúcia,
Patrícia e Maria, mas não sabemos quem ê casado com quem. Eles
trabalham com Engenharia, Advocacia e Medicina, mas também
não sabemos quem faz o quê. Com base nas dicas abaixo, tente
descobrir o nome de cada marido, a profissão de cada um e o nome
de suas esposas.
a) O médico é casado com Maria.

Editora
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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
b) Paulo é advogado.
c) Patrícia não é casada com Paulo.
d) Carlos não é médico.
Vamos montar o passo a passo para que você possa compreender como chegar a conclusão da questão.
1º passo – vamos montar uma tabela para facilitar a visualização da resolução, a mesma deve conter as informações prestadas no
enunciado, nas quais podem ser divididas em três grupos: homens, esposas e profissões.
Medicina Engenha- Advoca- Lúcia Patrícia Maria
ria cia
Carlos
Luís
Paulo
Lúcia
Patrícia
Maria

Também criamos abaixo do nome dos homens, o nome das esposas.


2º passo – construir a tabela gabarito.
Essa tabela não servirá apenas como gabarito, mas em alguns casos ela é fundamental para que você enxergue informações que ficam
meio escondidas na tabela principal. Uma tabela complementa a outra, podendo até mesmo que você chegue a conclusões acerca dos
grupos e elementos.
HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS
Carlos
Luís
Paulo
3º passo preenchimento de nossa tabela, com as informações mais óbvias do problema, aquelas que não deixam margem a nenhuma
dúvida. Em nosso exemplo:
- O médico é casado com Maria: marque um “S” na tabela principal na célula comum a “Médico” e “Maria”, e um “N” nas demais
células referentes a esse “S”.
Medicina Engenha- Advoca- Lúcia Patrícia Maria
ria cia
Carlos
Luís
Paulo
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N
ATENÇÃO: se o médico é casado com Maria, ele NÃO PODE ser casado com Lúcia e Patrícia, então colocamos “N” no cruzamento
de Medicina e elas. E se Maria é casada com o médico, logo ela NÃO PODE ser casada com o engenheiro e nem com o advogado (logo
colocamos “N” no cruzamento do nome de Maria com essas profissões).

– Paulo é advogado: Vamos preencher as duas tabelas (tabela gabarito e tabela principal) agora.
– Patrícia não é casada com Paulo: Vamos preencher com “N” na tabela principal
– Carlos não é médico: preenchemos com um “N” na tabela principal a célula comum a Carlos e “médico”.
Medicina Engenha- Advoca- Lúcia Patrícia Maria
ria cia
Carlos N N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Notamos aqui que Luís então é o médico, pois foi a célula que ficou em branco. Podemos também completar a tabela gabarito.
Novamente observamos uma célula vazia no cruzamento de Carlos com Engenharia. Marcamos um “S” nesta célula. E preenchemos
sua tabela gabarito.

Medicina Engenha- Advoca- Lúcia Patrícia Maria


ria cia
Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos Engenheiro
Luís Médico
Paulo Advogado
4º passo – após as anotações feitas na tabela principal e na tabela gabarito, vamos procurar informações que levem a novas conclu-
sões, que serão marcadas nessas tabelas.
Observe que Maria é esposa do médico, que se descobriu ser Luís, fato que poderia ser registrado na tabela-gabarito. Mas não vamos
fazer agora, pois essa conclusão só foi facilmente encontrada porque o problema que está sendo analisado é muito simples. Vamos con-
tinuar o raciocínio e fazer as marcações mais tarde. Além disso, sabemos que Patrícia não é casada com Paulo. Como Paulo é o advogado,
podemos concluir que Patrícia não é casada com o advogado.

Medicina Engenha- Advoca- Lúcia Patrícia Maria


ria cia
Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N N
Maria S N N

Verificamos, na tabela acima, que Patrícia tem de ser casada com o engenheiro, e Lúcia tem de ser casada com o advogado.

Medicina Engenha- Advoca- Lúcia Patrícia Maria


ria cia
Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N N S
Patrícia N S N
Maria S N N
Concluímos, então, que Lúcia é casada com o advogado (que é Paulo), Patrícia é casada com o engenheiro (que e Carlos) e Maria é
casada com o médico (que é Luís).

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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Preenchendo a tabela-gabarito, vemos que o problema está re- − Luiz não viajou para Fortaleza.
solvido:
Forta- Goiâ- Curi- Salva-
HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS leza nia tiba dor
Carlos Engenheiro Patrícia Luiz N N N
Luís Médico Maria A r -
N N
Paulo Advogado Lúcia naldo
M a -
Exemplo: N N S N
riana
(TRT-9ª REGIÃO/PR – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRA-
Paulo N N
TIVA – FCC) Luiz, Arnaldo, Mariana e Paulo viajaram em janeiro, todos
para diferentes cidades, que foram Fortaleza, Goiânia, Curitiba e Sal- Agora, completando o restante:
vador. Com relação às cidades para onde eles viajaram, sabe-se que: Paulo viajou para Salvador, pois a nenhum dos três viajou. En-
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador; tão, Arnaldo viajou para Fortaleza e Luiz para Goiânia
− Mariana viajou para Curitiba;
− Paulo não viajou para Goiânia; Forta- Goiâ- Curi- Salva-
− Luiz não viajou para Fortaleza. leza nia tiba dor
É correto concluir que, em janeiro, Luiz N S N N
(A) Paulo viajou para Fortaleza.
A r -
(B) Luiz viajou para Goiânia. S N N N
naldo
(C) Arnaldo viajou para Goiânia.
(D) Mariana viajou para Salvador. M a -
N N S N
(E) Luiz viajou para Curitiba. riana
Paulo N N N S
Resolução: Resposta: B
Vamos preencher a tabela:
Quantificador
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador;
É um termo utilizado para quantificar uma expressão. Os quan-
tificadores são utilizados para transformar uma sentença aberta ou
Forta- Goiâ- Curi- Salva- proposição aberta em uma proposição lógica.
leza nia tiba dor
QUANTIFICADOR + SENTENÇA ABERTA = SENTENÇA FECHADA
Luiz N
A r - Tipos de quantificadores
N
naldo
M a - • Quantificador universal (∀)
riana O símbolo ∀ pode ser lido das seguintes formas:
Paulo

− Mariana viajou para Curitiba;

Forta- Curi- Salva-


Goiânia Exemplo:
leza tiba dor
Luiz N N Todo homem é mortal.
A conclusão dessa afirmação é: se você é homem, então será
A r - mortal.
N N
naldo Na representação do diagrama lógico, seria:
M a -
N N S N
riana
Paulo N

− Paulo não viajou para Goiânia;

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador


Luiz N N ATENÇÃO: Todo homem é mortal, mas nem todo mortal é ho-
Arnaldo N N mem.
Mariana N N S N A frase “todo homem é mortal” possui as seguintes conclusões:
1ª) Algum mortal é homem ou algum homem é mortal.
Paulo N N 2ª) Se José é homem, então José é mortal.
A forma “Todo A é B” pode ser escrita na forma: Se A então B.

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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
A forma simbólica da expressão “Todo A é B” é a expressão (∀
(x) (A (x) → B). Resolução:
Observe que a palavra todo representa uma relação de inclusão
A frase “Todo cavalo é um animal” possui as seguintes conclu-
de conjuntos, por isso está associada ao operador da condicional.
sões:
Aplicando temos: – Algum animal é cavalo ou Algum cavalo é um animal.
x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Agora, se escrevermos da for- – Se é cavalo, então é um animal.
ma ∀ (x) ∈ N / x + 2 = 5 ( lê-se: para todo pertencente a N temos x Nesse caso, nossa resposta é toda cabeça de cavalo é cabeça
+ 2 = 5), atribuindo qualquer valor a x a sentença será verdadeira? de animal, pois mantém a relação de “está contido” (segunda forma
A resposta é NÃO, pois depois de colocarmos o quantificador, de conclusão).
a frase passa a possuir sujeito e predicado definidos e podemos jul- Resposta: B
gar, logo, é uma proposição lógica.
(CESPE) Se R é o conjunto dos números reais, então a proposi-
• Quantificador existencial (∃) ção (∀ x) (x ∈ R) (∃ y) (y ∈ R) (x + y = x) é valorada como V.

Resolução:
O símbolo ∃ pode ser lido das seguintes formas:
Lemos: para todo x pertencente ao conjunto dos números reais
(R) existe um y pertencente ao conjunto dos números dos reais (R)
tal que x + y = x.
– 1º passo: observar os quantificadores.
X está relacionado com o quantificador universal, logo, todos
os valores de x devem satisfazer a propriedade.
Y está relacionado com o quantificador existencial, logo, é ne-
Exemplo: cessário pelo menos um valor de x para satisfazer a propriedade.
– 2º passo: observar os conjuntos dos números dos elementos
“Algum matemático é filósofo.” O diagrama lógico dessa frase x e y.
é: O elemento x pertence ao conjunto dos números reais.
O elemento y pertence ao conjunto os números reais.
– 3º passo: resolver a propriedade (x+ y = x).
A pergunta: existe algum valor real para y tal que x + y = x?
Existe sim! y = 0.
X + 0 = X.
Como existe pelo menos um valor para y e qualquer valor de
x somado a 0 será igual a x, podemos concluir que o item está cor-
O quantificador existencial tem a função de elemento comum. reto.
A palavra algum, do ponto de vista lógico, representa termos co- Resposta: CERTO
muns, por isso “Algum A é B” possui a seguinte forma simbólica: (∃
(x)) (A (x) ∧ B).
Aplicando temos: MÉTRICA: ÁREAS E VOLUMES; ESTIMATIVAS; APLICAÇÕES
x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Escrevendo da forma (∃ x) ∈
N / x + 2 = 5 (lê-se: existe pelo menos um x pertencente a N tal que x
+ 2 = 5), atribuindo um valor que, colocado no lugar de x, a sentença
Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado
será verdadeira?
em tópicos anteriores.
A resposta é SIM, pois depois de colocarmos o quantificador,
a frase passou a possuir sujeito e predicado definidos e podemos
julgar, logo, é uma proposição lógica. MODELAGEM DE SITUAÇÕES-PROBLEMA POR MEIO DE
ATENÇÃO: EQUAÇÕES DO 1º E 2º GRAUS
– A palavra todo não permite inversão dos termos: “Todo A é B”
é diferente de “Todo B é A”.
– A palavra algum permite a inversão dos termos: “Algum A é Equação 1º grau
B” é a mesma coisa que “Algum B é A”. Equação é toda sentença matemática aberta representada por
Forma simbólica dos quantificadores uma igualdade, em que exista uma ou mais letras que representam
Todo A é B = (∀ (x) (A (x) → B). números desconhecidos.
Algum A é B = (∃ (x)) (A (x) ∧ B). Equação do 1º grau, na incógnita x, é toda equação redutível
Nenhum A é B = (~ ∃ (x)) (A (x) ∧ B). à forma ax+b=0, em que a e b são números reais, chamados coefi-
Algum A não é B= (∃ (x)) (A (x) ∧ ~ B). cientes, com a≠0.

Exemplos: Uma raiz da equação ax+b =0(a≠0) é um valor numérico de x


que, substituindo no 1º membro da equação, torna-se igual ao 2º
Todo cavalo é um animal. Logo, membro.
(A) Toda cabeça de animal é cabeça de cavalo.
(B) Toda cabeça de cavalo é cabeça de animal. Nada mais é que pensarmos em uma balança.
(C) Todo animal é cavalo.
(D) Nenhum animal é cavalo.
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166
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Pa=10
Pi=Pa+3
Pi=10+3=13
Pe=40+6=46
Soma das idades: 10+13+46=69
Resposta: B.

A balança deixa os dois lados iguais para equilibrar, a equação Equação 2º grau
também. A equação do segundo grau é representada pela fórmula geral:
No exemplo temos:
3x+300 ax2+bx+c=0
Outro lado: x+1000+500
E o equilíbrio? Onde a, b e c são números reais, a≠0.
3x+300=x+1500
Discussão das Raízes
Quando passamos de um lado para o outro invertemos o sinal
3x-x=1500-300
2x=1200
X=600

Exemplo
(PREF. DE NITERÓI/RJ – Fiscal de Posturas – FGV/2015) A idade
de Pedro hoje, em anos, é igual ao dobro da soma das idades de
seus dois filhos, Paulo e Pierre. Pierre é três anos mais velho do que Se for negativo, não há solução no conjunto dos números reais.
Paulo. Daqui a dez anos, a idade de Pierre será a metade da idade
que Pedro tem hoje. Se for positivo, a equação tem duas soluções:
A soma das idades que Pedro, Paulo e Pierre têm hoje é:
(A) 72;
(B) 69;
(C) 66;
(D) 63; Exemplo
(E) 60.

Resolução
A ideia de resolver as equações é literalmente colocar na lin-
guagem matemática o que está no texto.
“Pierre é três anos mais velho do que Paulo”
Pi=Pa+3

“Daqui a dez anos, a idade de Pierre será a metade da idade , portanto não há solução real.
que Pedro tem hoje.”

A idade de Pedro hoje, em anos, é igual ao dobro da soma das


idades de seus dois filhos,
Pe=2(Pi+Pa)
Pe=2Pi+2Pa

Lembrando que:
Pi=Pa+3

Substituindo em Pe
Pe=2(Pa+3)+2Pa
Pe=2Pa+6+2Pa
Pe=4Pa+6

Pa+3+10=2Pa+3

Editora
167
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Se ∆ < 0 não há solução, pois não existe raiz quadrada real de
um número negativo.

Se ∆ = 0, há duas soluções iguais:

Se ∆ > 0, há soluções reais diferentes:


Substituindo em A
A=44-26=18
Ou A=44-18=26
Relações entre Coeficientes e Raízes Resposta: B.
Dada as duas raízes:
Inequação
Uma inequação é uma sentença matemática expressa por uma
ou mais incógnitas, que ao contrário da equação que utiliza um sinal
de igualdade, apresenta sinais de desigualdade. Veja os sinais de
desigualdade:
Soma das Raízes >: maior
<: menor
≥: maior ou igual
≤: menor ou igual

Produto das Raízes O princípio resolutivo de uma inequação é o mesmo da equa-


ção, onde temos que organizar os termos semelhantes em cada
membro, realizando as operações indicadas. No caso das inequa-
ções, ao realizarmos uma multiplicação de seus elementos por
–1com o intuito de deixar a parte da incógnita positiva, invertemos
Composição de uma equação do 2ºgrau, conhecidas as raízes o sinal representativo da desigualdade.
Podemos escrever a equação da seguinte maneira:
Exemplo 1
x²-Sx+P=0 4x + 12 > 2x – 2
4x – 2x > – 2 – 12
Exemplo 2x > – 14
Dada as raízes -2 e 7. Componha a equação do 2º grau. x > –14/2
x>–7
Solução
S=x1+x2=-2+7=5 Inequação - Produto
P=x1.x2=-2.7=-14 Quando se trata de inequações - produto, teremos uma desi-
Então a equação é: x²-5x-14=0 gualdade que envolve o produto de duas ou mais funções. Portanto,
surge a necessidade de realizar o estudo da desigualdade em cada
Exemplo função e obter a resposta final realizando a intersecção do conjunto
(IMA – Analista Administrativo Jr – SHDIAS/2015) A soma das resposta das funções.
idades de Ana e Júlia é igual a 44 anos, e, quando somamos os qua-
drados dessas idades, obtemos 1000. A mais velha das duas tem: Exemplo
(A) 24 anos a)(-x+2)(2x-3)<0
(B) 26 anos
(C) 31 anos
(D) 33 anos

Resolução
A+J=44
A²+J²=1000
A=44-J
(44-J)²+J²=1000
1936-88J+J²+J²=1000
2J²-88J+936=0

Dividindo por2:
J²-44J+468=0 Inequação -Quociente
∆=(-44)²-4.1.468
∆=1936-1872=64
Editora
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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Na inequação- quociente, tem-se uma desigualdade de funções
fracionárias, ou ainda, de duas funções na qual uma está dividindo
a outra. Diante disso, deveremos nos atentar ao domínio da função
que se encontra no denominador, pois não existe divisão por zero.
Com isso, a função que estiver no denominador da inequação deve-
rá ser diferente de zero.
O método de resolução se assemelha muito à resolução de Portanto:
uma inequação - produto, de modo que devemos analisar o sinal S = { x ϵ R | x ≤ - 1} ou S = ] - ∞ ; -1]
das funções e realizar a intersecção do sinal dessas funções.
Inequação 2º grau
Exemplo Chama-se inequação do 2º grau, toda inequação que pode ser
Resolva a inequação a seguir: escrita numa das seguintes formas:
ax²+bx+c>0
ax²+bx+c≥0
ax²+bx+c<0
x-2≠0 ax²+bx+c<0
x≠2 ax²+bx+c≤0
ax²+bx+c≠0

Exemplo
Vamos resolver a inequação3x² + 10x + 7 < 0.

Resolvendo Inequações
Resolver uma inequação significa determinar os valores reais
de x que satisfazem a inequação dada.
Assim, no exemplo, devemos obter os valores reais de x que
tornem a expressão 3x² + 10x +7negativa.

Sistema de Inequação do 1º Grau


Um sistema de inequação do 1º grau é formado por duas ou
mais inequações, cada uma delas tem apenas uma variável sendo
que essa deve ser a mesma em todas as outras inequações envol-
vidas.
Veja alguns exemplos de sistema de inequação do 1º grau:

Vamos achar a solução de cada inequação.


4x + 4 ≤ 0
4x ≤ - 4
x≤-4:4
x≤-1

S1 = {x ϵ R | x ≤ - 1} S = {x ϵ R / –7/3 < x < –1}

Fazendo o cálculo da segunda inequação temos:


x+1≤0 SISTEMAS LINEARES
x≤-1

Sistemas Lineares são conjuntos de equações associadas entre


A “bolinha” é fechada, pois o sinal da inequação é igual. elas que apresentam a forma a seguir4:

S2 = { x ϵ R | x ≤ - 1}

Calculando agora o CONJUNTO SOLUÇÃO da inequação


Temos:
S = S1 ∩ S2
4 https://www.todamateria.com.br/sistemas-lineares/
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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

A chave do lado esquerdo é o símbolo usado para sinalizar que


as equações fazem parte de um sistema. O resultado do sistema é
dado pelo resultado de cada equação.
Os coeficientes am, am2, am3, ... , an3, an2, an1 das incógnitas x1, xm2,
xm3, ... , xn3, xn2, xn1 são números reais. Como , então o sistema é impossível.
Ao mesmo tempo, b também é um número real que é chamado
de termo independente. — Como Resolver um Sistema de Equações do 1º Grau?
Sistemas lineares homogêneos são aqueles cujo termo Podemos resolver um sistema de equações do 1º grau, com
independente é igual a 0 (zero): a1x1 + a2x2 = 0. duas incógnitas, usando o método da substituição ou o da soma.5
Portanto, aqueles que apresentam termo independente
diferente de 0 (zero) indica que o sistema não é homogêneo: a1x1 Método da Substituição
+ a2x2 = 3. Esse método consiste em escolher uma das equações e
As matrizes associadas a um sistema linear podem ser completas isolarmos uma das incógnitas, para determinar o seu valor em
ou incompletas. São completas as matrizes que consideram os relação a outra incógnita. Depois, substituímos esse valor na outra
termos independentes das equações. equação.
Os sistemas lineares são classificados como normais quando o Desta forma, a segunda equação ficará com uma única
número de equações é o mesmo que o número de incógnitas. Além incógnita e, assim, poderemos encontrar o seu valor final. Para
disso, quando o determinante da matriz incompleta desse sistema finalizar, substituímos na primeira equação o valor encontrado e,
não é igual a zero. assim, encontramos também o valor da outra incógnita.

— Classificação Exemplo: Resolva o seguinte sistema de equações:


Os sistemas lineares podem ser classificados conforme o
número de soluções possíveis. Lembrando que a solução das
equações é encontrada pela substituição das variáveis por valores.
Sistema Possível e Determinado (SPD): há apenas uma solução
possível, o que acontece quando o determinante é diferente de
zero (D ≠ 0). Isso acontecerá quando: Solução: Vamos começar escolhendo a primeira equação do
sistema, que é a equação mais simples, para isolar o x. Assim temos:

Sistema Possível e Indeterminado (SPI): as soluções possíveis


são infinitas. A condição para que um sistema seja desse tipo é:

Sistema Impossível (SI): não é possível apresentar qualquer


tipo de solução. Nesse tipo de sistema temos:
Após substituir o valor de x, na segunda equação, podemos
resolvê-la, da seguinte maneira:

Exemplo: Classificando o sistema abaixo:

Para identificar o tipo de sistema, vamos calcular a razão entre


os coeficientes das equações:
5 https://www.todamateria.com.br/sistemas-de-equacoes/
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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Agora que encontramos o valor do y, podemos substituir esse Podemos, por exemplo, multiplicar a primeira equação por - 2.
valor da primeira equação, para encontrar o valor do x: Contudo, devemos ter o cuidado de multiplicarmos todos os termos
por - 2, para não modificarmos a igualdade.
Assim, o sistema equivalente ao que queremos calcular é:

Assim, a solução para o sistema dado é o par ordenado (8, 4).


Repare que esse resultado torna ambas as equações verdadeiras, Agora, é possível resolver o sistema por adição, conforme
pois 8 + 4 = 12 e 3.8 - 4 = 20. apresentado abaixo:

Método da Adição
No método da adição buscamos juntar as duas equações em
uma única equação, eliminando uma das incógnitas.
Para isso, é necessário que os coeficientes de uma das
incógnitas sejam opostos, isto é, devem ter o mesmo valor e sinais
contrários.
Exemplo: Para exemplificar o método da adição, vamos resolver
o mesmo sistema anterior:

Logo, x = - 12, não podemos esquecer de substituir esse valor


em uma das equações para encontrar o valor do y. Substituindo na
primeira equação, temos:

Note que nesse sistema a incógnita y possui coeficientes


opostos, ou seja, 1 e - 1. Então, iremos começar a calcular somando
as duas equações, conforme indicamos abaixo:

Assim, a solução para o sistema é o par ordenado (- 12, 60)


Ao anular o y, a equação ficou apenas com o x, portanto agora,
podemos resolver a equação: — Escalonamento de Sistemas Lineares
Escalonamento é um método para resolver sistemas de
equações lineares, quando existe solução6. Também é usado para
classificar estes sistemas que podem possuir quaisquer ordens.

Para encontrar o valor do y, basta substituir esse valor em uma Escalonar um sistema linear é modificar suas equações e
das duas equações. Vamos substituir na mais simples: termos de modo a obter um novo sistema, escalonado, em que
ambos são equivalentes, pois possuem as mesmas soluções.

Forma Escalonada de Sistemas


Note que o resultado é o mesmo que já havíamos encontrado, Um sistema linear de equações está na forma escalonada
usando o método da substituição. quando:
Quando as equações de um sistema não apresentam incógnitas - As incógnitas das equações são escritas na mesma ordem;
com coeficientes opostos, podemos multiplicar todos os termos por - O 1.º elemento diferente de zero de uma equação, está à
um determinado valor, a fim de tornar possível utilizar esse método. esquerda do 1.º elemento diferente de zero da linha seguinte;
Por exemplo, no sistema abaixo, os coeficientes de x e de y não - Uma linha com todos os elementos nulos, deve estar abaixo
são opostos: de todas as outras.

Exemplo 1: Um sistema 2x2 escalonado, com duas equações e


duas incógnitas, x e y. Na segunda equação o 1.º termo é nulo (x =
0).

Portanto, não podemos, inicialmente, anular nenhuma das


incógnitas. Neste caso, devemos multiplicar por algum número que
transforme o coeficiente em um número oposto do coeficiente da
outra equação.
6 https://www.todamateria.com.br/escalonamento-de-sistemas-lineares/
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171
a solução para o seu concurso!
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Exemplo 2: Um sistema 3x3 escalonado, com três equações e Obtemos o sistema escalonado.
três incógnitas: x, y e z. A primeira equação possui todos os termos
não-nulos (diferentes de zero). A segunda equação tem o 1.º termo
nulo (x=0) e, a terceira equação possui x e y iguais a zero.

Devemos realizar tantas transformações quanto forem


necessárias, até obtermos um sistema na forma escalonada,
equivalente ao primeiro.

Repare que os sistemas escalonados estão na forma de escada, Resolução de Sistemas Lineares Escalonados
diminuindo a quantidade de termos a cada linha. Resolver um sistema de equações é determinar seu conjunto
solução, os valores numéricos que ao substituí-los pelas incógnitas,
Como Escalonar um Sistema Linear tornam verdadeiras as igualdades.
Para escalonar um sistema linear podemos utilizar as seguintes Para resolver sistemas lineares escalonados consideramos dois
operações: casos e realizamos as seguintes estratégias:
- Troca da ordem das equações.
- Número de equações igual o número de incógnitas.

Podemos passar a equação da linha 2 para a linha 1.

Começamos a resolução a partir da última equação, de baixo


para cima.
Substituindo z na segunda equação:

- Multiplicação (ou divisão) de todos os termos de uma equação


por um mesmo número real diferente de zero.
Podemos multiplicar todos os termos de uma equação qualquer
do sistema.

Multiplicando todos os termos por 3: O procedimento continua até a primeira equação, determinando
todas as incógnitas.
Substituindo y e z na primeira equação:

- Multiplicação dos termos de uma equação por um número real


e, soma (ou subtração) do resultado aos termos correspondentes de
outra equação do sistema.

- Número de equações menor que o número de incógnitas.


Podemos multiplicar todos os elementos da equação da Exemplo: 2 equações e 3 incógnitas.
primeira linha por 2:

Somamos a equação obtida termo a termo com a equação da 1. Identificamos a variável livre
segunda linha e substituímos na segunda linha o resultado. Variável livre é aquela que não inicia equações, no exemplo, é
a variável z.
2. Transpomos a variável livre para o outro lado da igualdade,
no segundo membro da equação.

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

3. Atribuímos para z um valor numérico real k parêntese


esquerdo k pertence reto números reais parêntese direito, z=k.

4. Substituímos y na primeira equação pelo segundo membro Acompanhando o diagrama, podemos diretamente contar
da segunda equação e resolvemos para x. quantos tipos diferentes de lanches podemos escolher. Assim,
identificamos que existem 24 combinações possíveis.
Podemos ainda resolver o problema usando o princípio
multiplicativo. Para saber quais as diferentes possibilidades de
lanches, basta multiplicar o número de opções de sanduíches,
bebidas e sobremesa.
Total de possibilidades: 3.2.4 = 24.
5. O conjunto solução é: . Portanto, temos 24 tipos diferentes de lanches para escolher
Como k pode assumir qualquer valor real, o sistema é possível na promoção.
e indeterminado. — Tipos de Combinatória
O princípio fundamental da contagem pode ser usado
em grande parte dos problemas relacionados com contagem.
Entretanto, em algumas situações seu uso torna a resolução muito
NOÇÕES BÁSICAS DE CONTAGEM trabalhosa.
Desta maneira, usamos algumas técnicas para resolver
problemas com determinadas características. Basicamente há três
A análise combinatória ou combinatória é a parte da tipos de agrupamentos: arranjos, combinações e permutações.
Matemática que estuda métodos e técnicas que permitem resolver Antes de conhecermos melhor esses procedimentos de cálculo,
problemas relacionados com contagem7. precisamos definir uma ferramenta muito utilizada em problemas
Muito utilizada nos estudos sobre probabilidade, ela faz análise de contagem, que é o fatorial.
das possibilidades e das combinações possíveis entre um conjunto O fatorial de um número natural é definido como o produto
de elementos. deste número por todos os seus antecessores. Utilizamos o símbolo
— Princípio Fundamental da Contagem ! para indicar o fatorial de um número.
Define-se ainda que o fatorial de zero é igual a 1.
O princípio fundamental da contagem, também chamado de Exemplo:
princípio multiplicativo, postula que: 0! = 1.
“quando um evento é composto por n etapas sucessivas e 1! = 1.
independentes, de tal modo que as possibilidades da primeira etapa 3! = 3.2.1 = 6.
é x e as possibilidades da segunda etapa é y, resulta no número total 7! = 7.6.5.4.3.2.1 = 5.040.
de possibilidades de o evento ocorrer, dado pelo produto (x) . (y)”. 10! = 10.9.8.7.6.5.4.3.2.1 = 3.628.800.
Em resumo, no princípio fundamental da contagem, multiplica- Note que o valor do fatorial cresce rapidamente, conforme
se o número de opções entre as escolhas que lhe são apresentadas. cresce o número. Então, frequentemente usamos simplificações
Exemplo: Uma lanchonete vende uma promoção de lanche para efetuar os cálculos de análise combinatória.
a um preço único. No lanche, estão incluídos um sanduíche, uma — Arranjos
bebida e uma sobremesa. São oferecidas três opções de sanduíches:
hambúrguer especial, sanduíche vegetariano e cachorro-quente Nos arranjos, os agrupamentos dos elementos dependem da
completo. Como opção de bebida pode-se escolher 2 tipos: suco ordem e da natureza dos mesmos.
de maçã ou guaraná. Para a sobremesa, existem quatro opções: Para obter o arranjo simples de n elementos tomados, p a p (p
cupcake de cereja, cupcake de chocolate, cupcake de morango e ≤ n), utiliza-se a seguinte expressão:
cupcake de baunilha. Considerando todas as opções oferecidas, de
quantas maneiras um cliente pode escolher o seu lanche?
Solução: Podemos começar a resolução do problema Exemplo: Como exemplo de arranjo, podemos pensar na
apresentado, construindo uma árvore de possibilidades, conforme votação para escolher um representante e um vice-representante
ilustrado abaixo: de uma turma, com 20 alunos. Sendo que o mais votado será o
representante e o segundo mais votado o vice-representante.
Dessa forma, de quantas maneiras distintas a escolha poderá
ser feita? Observe que nesse caso, a ordem é importante, visto que
altera o resultado.

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Logo, o arranjo pode ser feito de 380 maneiras diferentes. Desta forma, o cálculo da probabilidade associa a ocorrência de
— Permutações um resultado a um valor que varia de 0 a 1 e, quanto mais próximo
As permutações são agrupamentos ordenados, onde o número de 1 estiver o resultado, maior é a certeza da sua ocorrência.
de elementos (n) do agrupamento é igual ao número de elementos Por exemplo, podemos calcular a probabilidade de uma pessoa
disponíveis. comprar um bilhete da loteria premiado ou conhecer as chances de
Note que a permutação é um caso especial de arranjo, quando um casal ter 5 filhos, todos meninos.
o número de elementos é igual ao número de agrupamentos. — Experimento Aleatório
Desta maneira, o denominador na fórmula do arranjo é igual a 1 Um experimento aleatório é aquele que não é possível
na permutação. conhecer qual resultado será encontrado antes de realizá-lo.
Assim a permutação é expressa pela fórmula: Os acontecimentos deste tipo quando repetidos nas mesmas
condições, podem dar resultados diferentes e essa inconstância é
atribuída ao acaso.
Exemplo: Para exemplificar, vamos pensar de quantas maneiras Um exemplo de experimento aleatório é jogar um dado não
diferentes 6 pessoas podem se sentar em um banco com 6 lugares. viciado (dado que apresenta uma distribuição homogênea de
Como a ordem em que irão se sentar é importante e o número massa) para o alto. Ao cair, não é possível prever com total certeza
de lugares é igual ao número de pessoas, iremos usar a permutação: qual das 6 faces estará voltada para cima.
— Fórmula da Probabilidade
Em um fenômeno aleatório, as possibilidades de ocorrência de
Logo, existem 720 maneiras diferentes para as 6 pessoas se um evento são igualmente prováveis.
sentarem neste banco. Sendo assim, podemos encontrar a probabilidade de ocorrer
— Combinações um determinado resultado através da divisão entre o número de
eventos favoráveis e o número total de resultados possíveis:
As combinações são subconjuntos em que a ordem dos
elementos não é importante, entretanto, são caracterizadas pela
natureza dos mesmos.
Assim, para calcular uma combinação simples de n elementos
tomados p a p (p ≤ n), utiliza-se a seguinte expressão: Sendo:
P(A): probabilidade da ocorrência de um evento A.
n(A): número de casos favoráveis ou, que nos interessam
(evento A).
Exemplo: A fim de exemplificar, podemos pensar na escolha de n(Ω): número total de casos possíveis.
3 membros para formar uma comissão organizadora de um evento, O resultado calculado também é conhecido como probabilidade
dentre as 10 pessoas que se candidataram. teórica.
De quantas maneiras distintas essa comissão poderá ser Para expressar a probabilidade na forma de porcentagem,
formada? basta multiplicar o resultado por 100.
Note que, ao contrário dos arranjos, nas combinações a ordem Exemplo: Se lançarmos um dado perfeito, qual a probabilidade
dos elementos não é relevante. Isso quer dizer que escolher Maria, de sair um número menor que 3?
João e José é equivalente a escolher João, José e Maria. Solução: Sendo o dado perfeito, todas as 6 faces têm a mesma
chance de caírem voltadas para cima. Vamos então, aplicar a
fórmula da probabilidade.
Para isso, devemos considerar que temos 6 casos possíveis (1,
2, 3, 4, 5, 6) e que o evento “sair um número menor que 3” tem 2
Observe que para simplificar os cálculos, transformamos possibilidades, ou seja, sair o número 1 ou 2. Assim, temos:
o fatorial de 10 em produto, mas conservamos o fatorial de 7,
pois, desta forma, foi possível simplificar com o fatorial de 7 do
denominador.
Assim, existem 120 maneiras distintas formar a comissão.

PROBABILIDADE

Para responder na forma de uma porcentagem, basta


— Probabilidade multiplicar por 100.
A teoria da probabilidade é o campo da Matemática que estuda
experimentos ou fenômenos aleatórios e através dela é possível
analisar as chances de um determinado evento ocorrer8. Portanto, a probabilidade de sair um número menor que 3 é
Quando calculamos a probabilidade, estamos associando de 33%.
um grau de confiança na ocorrência dos resultados possíveis de — Ponto Amostral
experimentos, cujos resultados não podem ser determinados
antecipadamente. Probabilidade é a medida da chance de algo Ponto amostral é cada resultado possível gerado por um
acontecer. experimento aleatório.

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Exemplo: Seja o experimento aleatório lançar uma moeda e A probabilidade do evento A dado o evento B é definida por:
verificar a face voltada para cima, temos os pontos amostrais cara e
coroa. Cada resultado é um ponto amostral.
— Espaço Amostral
Representado pela letra Ω(ômega), o espaço amostral
Onde o evento B não pode ser vazio.
corresponde ao conjunto de todos os pontos amostrais, ou,
Exemplo de caso de probabilidade condicional: Em um encontro
resultados possíveis obtidos a partir de um experimento aleatório.
de colaboradores de uma empresa que atua na França e no Brasil,
Por exemplo, ao retirar ao acaso uma carta de um baralho,
um sorteio será realizado e um dos colaboradores receberá um
o espaço amostral corresponde às 52 cartas que compõem este
prêmio. Há apenas colaboradores franceses e brasileiros, homens
baralho.
e mulheres.
Da mesma forma, o espaço amostral ao lançar uma vez um
Como evento de probabilidade condicional, podemos associar
dado, são as seis faces que o compõem:
a probabilidade de sortear uma mulher (evento A) dado que seja
Ω = {1, 2, 3, 4, 5, 6}.
francesa (evento B).
A quantidade de elementos em um conjunto chama-se
Neste caso, queremos saber a probabilidade de ocorrer A (ser
cardinalidade, expressa pela letra n seguida do símbolo do conjunto
mulher), apenas se for francesa (evento B).
entre parênteses.
Assim, a cardinalidade do espaço amostral do experimento
lançar um dado é n(Ω) = 6.
— Espaço Amostral Equiprovável ESTATÍSTICA
Equiprovável significa mesma probabilidade. Em um espaço
amostral equiprovável, cada ponto amostral possui a mesma
probabilidade de ocorrência. Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado
Exemplo: Em uma urna com 4 esferas de cores: amarela, azul, em tópicos anteriores.
preta e branca, ao sortear uma ao acaso, quais as probabilidades de
ocorrência de cada uma ser sorteada?
Sendo experimento honesto, todas as cores possuem a mesma NOÇÕES DE FUNÇÃO: ANÁLISE GRÁFICA; FUNÇÕES AFIM,
chance de serem sorteadas. QUADRÁTICA, EXPONENCIAL E LOGARÍTMICA; APLICA-
— Tipos de Eventos ÇÕES
Evento é qualquer subconjunto do espaço amostral de um
experimento aleatório.
Evento certo Na Matemática, função corresponde a uma associação dos
O conjunto do evento é igual ao espaço amostral. elementos de dois conjuntos, ou seja, a função indica como os
Exemplo: Em uma delegação feminina de atletas, uma ser elementos estão relacionados9.
sorteada ao acaso e ser mulher. Por exemplo, uma função de A em B significa associar cada
Evento Impossível elemento pertencente ao conjunto A a um único elemento que
compõe o conjunto B, sendo assim, um valor de A não pode estar
O conjunto do evento é vazio. ligado a dois valores de B.
Exemplo: Imagine que temos uma caixa com bolas numeradas
de 1 a 20 e que todas as bolas são vermelhas.
O evento “tirar uma bola vermelha” é um evento certo, pois
todas as bolas da caixa são desta cor. Já o evento “tirar um número
maior que 30”, é impossível, visto que o maior número na caixa é
20.
Evento Complementar
Os conjuntos de dois eventos formam todo o espaço amostral,
sendo um evento complementar ao outro.
Exemplo: No experimento lançar uma moeda, o espaço
amostral é Ω = {cara, coroa}.
Seja o evento A sair cara, A = {cara}, o evento B sair coroa é
Notação para função: f: A → B (lê-se: f de A em B).
complementar ao evento A, pois, B={coroa}. Juntos formam o
próprio espaço amostral.
— Representação das Funções
Evento Mutuamente Exclusivo
Em uma função f: A → B o conjunto A é chamado de domínio
Os conjuntos dos eventos não possuem elementos em comum. (D) e o conjunto B recebe o nome de contradomínio (CD).
A intersecção entre os dois conjuntos é vazia. Um elemento de B relacionado a um elemento de A recebe
Exemplo: Seja o experimento lançar um dado, os seguintes o nome de imagem pela função. Agrupando todas as imagens
eventos são mutuamente exclusivos de B temos um conjunto imagem, que é um subconjunto do
A: ocorrer um número menor que 5, A = {1, 2, 3, 4}. contradomínio.
B: ocorrer um número maior que 5, A = {6}.
— Probabilidade Condicional Exemplo: observe os conjuntos A = {1, 2, 3, 4} e B = {1, 2, 3, 4, 5,
A probabilidade condicional relaciona as probabilidades entre 6, 7, 8}, com a função que determina a relação entre os elementos
eventos de um espaço amostral equiprovável. Nestas circunstâncias, f: A → B é x → 2x. Sendo assim, f(x) = 2x e cada x do conjunto A é
a ocorrência do evento A, depende ou, está condicionada a transformado em 2x no conjunto B.
ocorrência do evento B.
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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Exemplo:

Note que o conjunto de A {1, 2, 3, 4} são as entradas, “multiplicar


por 2” é a função e os valores de B {2, 4, 6, 8}, que se ligam aos
elementos de A, são os valores de saída. Para a função acima:
Portanto, para essa função: - O domínio é {0, 3, 5};
- O domínio é {1, 2, 3, 4}; - O contradomínio é {1, 2, 5, 8};
- O contradomínio é {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8}; - O conjunto imagem é {1, 5, 8}.
- O conjunto imagem é {2, 4, 6, 8}.
Função Bijetora
Tipos de Funções Na função bijetora os conjuntos apresentam o mesmo número
As funções recebem classificações de acordo com suas de elementos relacionados. Essa função recebe esse nome por ser
propriedades. Confira a seguir os principais tipos. ao mesmo tempo injetora e sobrejetora.

Função Sobrejetora Exemplo:


Na função sobrejetora o contradomínio é igual ao conjunto
imagem. Portanto, todo elemento de B é imagem de pelo menos
um elemento de A.

Notação: f: A → B, ocorre a Im(f) = B

Exemplo:

Para a função acima:


- O domínio é {-1, 1, 2, 4};
- O contradomínio é {2, 3, 5, 7};
- O conjunto imagem é {2, 3, 5, 7}.

Função Afim
A função afim, também chamada de função do 1º grau, é uma
função f: ℝ→ℝ, definida como f(x) = ax + b, sendo a e b números
Para a função acima: reais10. As funções f(x) = x + 5, g(x) = 3√3x - 8 e h(x) = 1/2 x são
- O domínio é {-4, -2, 2, 3}; exemplos de funções afim.
- O contradomínio é {12, 4, 6}; Neste tipo de função, o número a é chamado de coeficiente de
- O conjunto imagem é {12, 4, 6}. x e representa a taxa de crescimento ou taxa de variação da função.
Já o número b é chamado de termo constante.
Função Injetora
Na função injetora todos os elementos de A possuem Gráfico de uma Função do 1º grau
correspondentes distintos em B e nenhum dos elementos de A O gráfico de uma função polinomial do 1º grau é uma reta
compartilham de uma mesma imagem em B. Entretanto, podem oblíqua aos eixos Ox e Oy. Desta forma, para construirmos seu
existir elementos em B que não estejam relacionados a nenhum gráfico basta encontrarmos pontos que satisfaçam a função.
elemento de A.
Exemplo: Construa o gráfico da função f (x) = 2x + 3.
Para construir o gráfico desta função, vamos atribuir valores
arbitrários para x, substituir na equação e calcular o valor
correspondente para a f (x).
Sendo assim, iremos calcular a função para os valores de
x iguais a: - 2, - 1, 0, 1 e 2. Substituindo esses valores na função,
temos:
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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
f (- 2) = 2. (- 2) + 3 = - 4 + 3 = - 1 f(x) = (0,1)x
f (- 1) = 2 . (- 1) + 3 = - 2 + 3 = 1
f (0) = 2 . 0 + 3 = 3 f(x) = (⅔)x
f (1) = 2 . 1 + 3 = 5
Nos exemplos acima 4, 0,1 e ⅔ são as bases, enquanto x é o
f (2) = 2 . 2 + 3 = 7 expoente.

Os pontos escolhidos e o gráfico da f (x) são apresentados na — Gráfico da Função Exponencial


imagem abaixo: O gráfico desta função passa pelo ponto (0,1), pois todo
número elevado a zero é igual a 1. Além disso, a curva exponencial
não toca no eixo x.
Na função exponencial a base é sempre maior que zero,
portanto, a função terá sempre imagem positiva. Assim sendo, não
apresenta pontos nos quadrantes III e IV (imagem negativa).
Abaixo representamos o gráfico da função exponencial.

No exemplo, utilizamos vários pontos para construir o gráfico,


entretanto, para definir uma reta bastam dois pontos.
Para facilitar os cálculos podemos, por exemplo, escolher os
pontos (0,y) e (x,0). Nestes pontos, a reta da função corta o eixo Ox
e Oy respectivamente.

Coeficiente Linear e Angular


Como o gráfico de uma função afim é uma reta, o coeficiente
a de x é também chamado de coeficiente angular. Esse valor — Função Crescente ou Decrescente
representa a inclinação da reta em relação ao eixo Ox. A função exponencial pode ser crescente ou decrescente.
O termo constante b é chamado de coeficiente linear e Será crescente quando a base for maior que 1. Por exemplo, a
representa o ponto onde a reta corta o eixo Oy. Pois sendo x = 0, função y = 2x é uma função crescente.
temos:
Para constatar que essa função é crescente, atribuímos valores
y = a.0 + b ⇒ y = b para x no expoente da função e encontramos a sua imagem. Os
valores encontrados estão na tabela abaixo.
Quando uma função afim apresentar o coeficiente angular
igual a zero (a = 0) a função será chamada de constante. Neste caso,
o seu gráfico será uma reta paralela ao eixo Ox.
Abaixo representamos o gráfico da função constante f (x) = 4:

FUNÇÃO EXPONENCIAL

Função Exponencial é aquela que a variável está no expoente e


cuja base é sempre maior que zero e diferente de um11.
Essas restrições são necessárias, pois 1 elevado a qualquer
número resulta em 1. Assim, em vez de exponencial, estaríamos
diante de uma função constante.
Além disso, a base não pode ser negativa, nem igual a zero, pois
para alguns expoentes a função não estaria definida.
Por exemplo, a base igual a - 3 e o expoente igual a 1/2. Como
no conjunto dos números reais não existe raiz quadrada de número
negativo, não existiria imagem da função para esse valor.

Exemplos:
f(x) = 4x
11 https://www.todamateria.com.br/funcao-exponencial/
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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Observando a tabela, notamos que quando aumentamos o
valor de x, a sua imagem também aumenta. Abaixo, representamos
o gráfico desta função.

— Função Logarítmica
A função logarítmica de base a é definida como f (x) = loga x,
Por sua vez, as funções cujas bases são valores maiores que com a real, positivo e a ≠ 112. A função inversa da função logarítmica
zero e menores que 1, são decrescentes. Por exemplo, f(x) = (1/2)x é é a função exponencial.
uma função decrescente. O logaritmo de um número é definido como o expoente ao qual
Calculamos a imagem de alguns valores de x e o resultado se deve elevar a base a para obter o número x, ou seja:
encontra-se na tabela abaixo.

Exemplos:

f (x) = log3 x

g (x) =

h (x) = log10 x = log x


Notamos que para esta função, enquanto os valores de x
— Gráfico da Função Logarítmica
aumentam, os valores das respectivas imagens diminuem. Desta
De uma forma geral, o gráfico da função y = loga x está localizado
forma, constatamos que a função f(x) = (1/2)x é uma função
no I e IV quadrantes, pois a função só é definida para x > 0.
decrescente.
Além disso, a curva da função logarítmica não toca o eixo y e
Com os valores encontrados na tabela, traçamos o gráfico
corta o eixo x no ponto de abscissa igual a 1, pois y = loga 1 = 0, para
dessa função. Note que quanto maior o x, mais perto do zero a
qualquer valor de a.
curva exponencial fica.
Abaixo, apresentamos o esboço do gráfico da função
logarítmica.

12 https://www.todamateria.com.br/funcao-logaritmica/
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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Calculamos a imagem de alguns valores de x desta função e o
resultado encontra-se na tabela abaixo:

— Função Crescente e Decrescente


Uma função logarítmica será crescente quando a base a for
maior que 1, ou seja, x1 < x2 ⇔ loga x1 < loga x2. Por exemplo, a
função f (x) = log2 x é uma função crescente, pois a base é igual a 2.
Notamos que, enquanto os valores de x aumentam, os valores das
Para verificar que essa função é crescente, atribuímos valores
respectivas imagens diminuem. Desta forma, constatamos que a
para x na função e calculamos a sua imagem. Os valores encontrados
função é uma função decrescente.
estão na tabela abaixo.
Com os valores encontrados na tabela, traçamos o gráfico
dessa função. Note que quanto menor o valor de x, mais perto do
zero a curva logarítmica fica, sem, contudo, cortar o eixo y.

Observando a tabela, notamos que quando o valor de x


aumenta, a sua imagem também aumenta. Abaixo, representamos
o gráfico desta função.

Por sua vez, as funções cujas bases são valores maiores que zero
e menores que 1 são decrescentes, ou seja, x1 < x2 ⇔ loga x1 > loga
x2. Por exemplo, é uma função decrescente, pois a
base é igual a .

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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Ao passo que, quando b = 0 e a = 1 a função é chamada de
função identidade. O gráfico da função f (x) = x (função identidade)
é uma reta que passa pela origem (0,0).
Além disso, essa reta é bissetriz do 1º e 3º quadrantes, ou seja,
divide os quadrantes em dois ângulos iguais, conforme indicado na
imagem abaixo:

FUNÇÃO QUADRÁTICA

A função quadrática, também chamada de função polinomial


de 2º grau, é uma função representada pela seguinte expressão13:

f(x) = ax² + bx + c

Onde a, b e c são números reais e a ≠ 0.

Exemplo:
Temos ainda que, quando o coeficiente linear é igual a zero
f(x) = 2x² + 3x + 5,
(b = 0), a função afim é chamada de função linear. Por exemplo as
funções f (x) = 2x e g (x) = - 3x são funções lineares.
sendo,
O gráfico das funções lineares são retas inclinadas que passam
a=2
pela origem (0,0).
b=3
Representamos abaixo o gráfico da função linear f (x) = - 3x:
c=5

Nesse caso, o polinômio da função quadrática é de grau 2, pois


é o maior expoente da variável.

— Como resolver uma função quadrática


Confira abaixo o passo-a-passo por meio um exemplo de
resolução da função quadrática:

Exemplo: Determine a, b e c na função quadrática dada por: f(x)


= ax² + bx + c, sendo:
f (-1) = 8
f (0) = 4

f (2) = 2

Função Crescente e Decrescente Primeiramente, vamos substituir o x pelos valores de cada


Uma função é crescente quando ao atribuirmos valores cada função e assim teremos:
vez maiores para x, o resultado da f (x) será também cada vez maior. f (-1) = 8
Já a função decrescente é aquela que ao atribuirmos valores a (-1)² + b (–1) + c = 8
cada vez maiores para x, o resultado da f (x) será cada vez menor. a - b + c = 8 (equação I)
Para identificar se uma função afim é crescente ou decrescente,
basta verificar o valor do seu coeficiente angular. f (0) = 4
Se o coeficiente angular for positivo, ou seja, a é maior que a . 0² + b . 0 + c = 4
zero, a função será crescente. Ao contrário, se a for negativo, a c = 4 (equação II)
função será decrescente.
Por exemplo, a função 2x - 4 é crescente, pois a = 2 (valor f (2) = 2
positivo). Entretanto, a função - 2x + - 4 é decrescente visto que a = - a . 2² + b . 2 + c = 2
2 (negativo). Essas funções estão representadas nos gráficos abaixo: 4a + 2b + c = 2 (equação III)

Pela segunda função f (0) = 4, já temos o valor de c = 4.


Assim, vamos substituir o valor obtido para c nas equações I e
III para determinar as outras incógnitas (a e b):

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180
180
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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
(Equação I)
a-b+4=8
a-b=4
a=b+4
Já que temos a equação de a pela Equação I, vamos substituir
na III para determinar o valor de b:

(Equação III)
4a + 2b + 4 = 2
4a + 2b = - 2
4 (b + 4) + 2b = - 2
4b + 16 + 2b = - 2 Portanto, as raízes são 2 e 3.
6b = - 18 Observe que a quantidade de raízes de uma função quadrática
vai depender do valor obtido pela expressão: Δ = b² – 4. ac, o qual é
b=-3 chamado de discriminante.

Por fim, para encontrar o valor de a substituímos os valores de Assim,


b e c que já foram encontrados. Logo: - Se Δ > 0, a função terá duas raízes reais e distintas (x1 ≠ x2);
- Se Δ < 0, a função não terá uma raiz real;
(Equação I) - Se Δ = 0, a função terá duas raízes reais e iguais (x1 = x2).
a-b+c=8
a - (- 3) + 4 = 8 — Gráfico da Função Quadrática
a=-3+4 O gráfico das funções do 2º grau são curvas que recebem
o nome de parábolas. Diferente das funções do 1º grau, onde
a=1 conhecendo dois pontos é possível traçar o gráfico, nas funções
quadráticas são necessários conhecer vários pontos.
Sendo assim, os coeficientes da função quadrática dada são: A curva de uma função quadrática corta o eixo x nas raízes ou
a=1 zeros da função, em no máximo dois pontos dependendo do valor
b=-3 do discriminante (Δ). Assim, temos:
- Se Δ > 0, o gráfico cortará o eixo x em dois pontos;
c=4 - Se Δ < 0, o gráfico não cortará o eixo x;
- Se Δ = 0, a parábola tocará o eixo x em apenas um ponto.
— Raízes da Função
As raízes ou zeros da função do segundo grau representam aos Existe ainda um outro ponto, chamado de vértice da parábola,
valores de x tais que f(x) = 0. As raízes da função são determinadas que é o valor máximo ou mínimo da função. Este ponto é encontrado
pela resolução da equação de segundo grau: usando-se a seguinte fórmula:

f(x) = ax² +bx + c = 0

Para resolver a equação do 2º grau podemos utilizar vários


métodos, sendo um dos mais utilizados é aplicando a Fórmula de
O vértice irá representar o ponto de valor máximo da função
Bhaskara, ou seja:
quando a parábola estiver voltada para baixo e o valor mínimo
quando estiver para cima.
É possível identificar a posição da concavidade da curva
analisando apenas o sinal do coeficiente a. Se o coeficiente for
positivo, a concavidade ficará voltada para cima e se for negativo
ficará para baixo, ou seja:
Exemplo: Encontre os zeros da função f(x) = x2 – 5x + 6.
Sendo:
a=1
b=–5

c=6

Substituindo esses valores na fórmula de Bhaskara, temos:

Editora
181
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Assim, para fazer o esboço do gráfico de uma função do 2º ⊅: não contém
grau, podemos analisar o valor do a, calcular os zeros da função,
seu vértice e o ponto em que a curva corta o eixo y, ou seja, quando /: tal que
x = 0.
A partir dos pares ordenados dados (x, y), podemos construir a ⟹: implica que
parábola num plano cartesiano, por meio da ligação entre os pontos
encontrados. ⇔: se,e somente se

∃: existe

OPERAÇÕES COM CONJUNTOS ∄: não existe

∀: para todo(ou qualquer que seja)


Conjunto está presente em muitos aspectos da vida, sejam eles ∅: conjunto vazio
cotidianos, culturais ou científicos. Por exemplo, formamos conjun-
tos ao organizar a lista de amigos para uma festa agrupar os dias da N: conjunto dos números naturais
semana ou simplesmente fazer grupos.
Os componentes de um conjunto são chamados de elementos. Z: conjunto dos números inteiros
Para enumerar um conjunto usamos geralmente uma letra
maiúscula. Q: conjunto dos números racionais

Representações Q’=I: conjunto dos números irracionais


Pode ser definido por:
-Enumerando todos os elementos do conjunto: S={1, 3, 5, 7, 9} R: conjunto dos números reais
-Simbolicamente: B={x>N|x<8}, enumerando esses elementos
temos: Igualdade
B={0,1,2,3,4,5,6,7} Propriedades básicas da igualdade
Para todos os conjuntos A, B e C,para todos os objetos x ∈ U,
– Diagrama de Venn temos que:

(1) A = A.
(2) Se A = B, então B = A.
(3) Se A = B e B = C, então A = C.
(4) Se A = B e x ∈ A, então x∈ B.

Se A = B e A ∈ C, então B ∈ C.

Dois conjuntos são iguais se, e somente se, possuem exata-


mente os mesmos elementos. Em símbolo:
Para saber se dois conjuntos A e B são iguais, precisamos saber
apenas quais são os elementos.
Não importa ordem:
Há também um conjunto que não contém elemento e é repre- A={1,2,3} e B={2,1,3}
sentado da seguinte forma: S = c ou S = { }.
Quando todos os elementos de um conjunto A pertencem tam- Não importa se há repetição:
bém a outro conjunto B, dizemos que: A={1,2,2,3} e B={1,2,3}
A é subconjunto de B
Ou A é parte de B Classificação
A está contido em B escrevemos: A ⊂ B Definição
Chama-se cardinal de um conjunto, e representa-se por #, ao
Se existir pelo menos um elemento de A que não pertence a número de elementos que ele possui.
B: A ⊄ B
Exemplo
Símbolos Por exemplo, se A ={45,65,85,95} então #A = 4.
∈: pertence Definições
Dois conjuntos dizem-se equipotentes se têm o mesmo cardi-
∉: não pertence nal.
Um conjunto diz-se
⊂: está contido a) infinito quando não é possível enumerar todos os seus ele-
mentos
⊄: não está contido b) finito quando é possível enumerar todos os seus elementos
c) singular quando é formado por um único elemento
⊃: contém d) vazio quando não tem elementos

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182
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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Exemplos Diferença
N é um conjunto infinito (O cardinal do conjunto N (#N) é infi- Uma outra operação entre conjuntos é a diferença, que a cada
nito (∞)); par A, B de conjuntos faz corresponder o conjunto definido por:
A = {½, 1} é um conjunto finito (#A = 2); A – B ou A\B que se diz a diferença entre A e B ou o comple-
B = {Lua} é um conjunto singular (#B = 1) mentar de B em relação a A.
{ } ou ∅ é o conjunto vazio (#∅ = 0) A este conjunto pertencem os elementos de A que não perten-
cem a B.
A\B = {x : x∈A e x∉B}.
Pertinência
O conceito básico da teoria dos conjuntos é a relação de per-
tinência representada pelo símbolo ∈. As letras minúsculas desig-
nam os elementos de um conjunto e as maiúsculas, os conjuntos.
Assim, o conjunto das vogais (V) é:

V={a,e,i,o,u}
A relação de pertinência é expressa por: a∈V

A relação de não-pertinência é expressa por:b∉V, pois o ele-


mento b não pertence ao conjunto V.

Inclusão
A Relação de inclusão possui 3 propriedades:
Propriedade reflexiva: A⊂A, isto é, um conjunto sempre é sub- Exemplo:
conjunto dele mesmo. A = {0, 1, 2, 3, 4, 5} e B = {5, 6, 7}
Então os elementos de A – B serão os elementos do conjunto A
Propriedade antissimétrica: se A⊂B e B⊂A, então A=B
menos os elementos que pertencerem ao conjunto B.
Propriedade transitiva: se A⊂B e B⊂C, então, A⊂C. Portanto A – B = {0, 1, 2, 3, 4}.

Complementar
Operações Sejam A e B dois conjuntos tais que A⊂B. Chama-se comple-
União mentar de A em relação a B, que indicamos por CBA, o conjunto
Dados dois conjuntos A e B, existe sempre um terceiro formado cujos elementos são todos aqueles que pertencem a B e não per-
pelos elementos que pertencem pelo menos um dos conjuntos a tencem a A.
que chamamos conjunto união e representamos por: A∪B.
A⊂B⇔ CBA={x|x∈B e x∉A}=B-A
Formalmente temos: A∪B={x|x ∈ A ou x ∈ B}
Exemplo
Exemplo: A={1,2,3} B={1,2,3,4,5}
A={1,2,3,4} e B={5,6} CBA={4,5}
A∪B={1,2,3,4,5,6}
Representação
-Enumerando todos os elementos do conjunto: S={1, 2, 3, 4, 5}
Interseção -Simbolicamente: B={x∈ N|2<x<8}, enumerando esses ele-
A interseção dos conjuntos A e B é o conjunto formado pelos mentos temos:
elementos que são ao mesmo tempo de A e de B, e é representada
por : A∩B. Simbolicamente: A∩B={x|x∈A e x∈B} B={3,4,5,6,7}

- por meio de diagrama:

Exemplo:
A={a,b,c,d,e} e B={d,e,f,g}
A∩B={d,e} Quando um conjunto não possuir elementos chama-se de con-
junto vazio: S=∅ ou S={ }.

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183
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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Igualdade Interseção
Dois conjuntos são iguais se, e somente se, possuem exata- A interseção dos conjuntos A e B é o conjunto formado pelos
mente os mesmos elementos. Em símbolo: elementos que são ao mesmo tempo de A e de B, e é representada
por : A∩B.
Simbolicamente: A∩B={x|x ∈A e x ∈B}

Para saber se dois conjuntos A e B são iguais, precisamos saber


apenas quais são os elementos.
Não importa ordem:
A={1,2,3} e B={2,1,3}

Não importa se há repetição:


A={1,2,2,3} e B={1,2,3}

Relação de Pertinência Exemplo:


Relacionam um elemento com conjunto. E a indicação que o A={a,b,c,d,e} e B={d,e,f,g}
elemento pertence (∈) ou não pertence (∉) A∩B={d,e}

Exemplo: Dado o conjunto A={-3, 0, 1, 5} Diferença


0∈A Uma outra operação entre conjuntos é a diferença, que a cada
par A, B de conjuntos faz corresponder o conjunto definido por:
2∉A A – B ou A\B que se diz a diferença entre A e B ou o comple-
mentar de B em relação a A.
Relações de Inclusão A este conjunto pertencem os elementos de A que não perten-
Relacionam um conjunto com outro conjunto. cem a B.
Simbologia: ⊂(está contido), ⊄(não está contido), ⊃(contém),
⊅ (não contém) A\B = {x : x ∈A e x∉B}.

A Relação de inclusão possui 3 propriedades:


Exemplo:
{1, 3,5}⊂{0, 1, 2, 3, 4, 5}

{0, 1, 2, 3, 4, 5}⊃{1, 3,5}

Aqui vale a famosa regrinha que o professor ensina, boca aber-


ta para o maior conjunto. B-A = {x : x ∈B e x∉A}.

Subconjunto
O conjunto A é subconjunto de B se todo elemento de A é tam-
bém elemento de B.
Exemplo: {2,4} é subconjunto de {x∈N|x é par}

Operações
União
Dados dois conjuntos A e B, existe sempre um terceiro formado
pelos elementos que pertencem pelo menos um dos conjuntos a Exemplo:
que chamamos conjunto união e representamos por: A∪B. A = {0, 1, 2, 3, 4, 5} e B = {5, 6, 7}
Então os elementos de A – B serão os elementos do conjunto A
Formalmente temos: A∪B={x|x ∈A ou x∈B} menos os elementos que pertencerem ao conjunto B.
Portanto A – B = {0, 1, 2, 3, 4}.
Exemplo:
A={1,2,3,4} e B={5,6} Complementar
A∪B={1,2,3,4,5,6} O complementar do conjunto A( ) é o conjunto formado pelos ele-
mentos do conjunto universo que não pertencem a A.

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Fórmulas da união
n(A ∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)
Sabe-se que existem 5 homens que são barbados e não são
n(A ∪B∪C)=n(A)+n(B)+n(C)+n(A∩B∩C)-n(A∩B)-n(A∩C)-n(B altos nem carecas. Sabe-se que existem 5 homens que são carecas
C) e não são altos e nem barbados

Essas fórmulas muitas vezes nos ajudam, pois ao invés de fazer


todo o diagrama, se colocarmos nessa fórmula, o resultado é mais
rápido, o que na prova de concurso é interessante devido ao tempo.
Mas, faremos exercícios dos dois modos para você entender
melhor e perceber que, dependendo do exercício é melhor fazer de
uma forma ou outra.

Exemplo
(MANAUSPREV – Analista Previdenciário – FCC/2015) Em um
grupo de 32 homens, 18 são altos, 22 são barbados e 16 são care-
cas. Homens altos e barbados que não são carecas são seis. Todos Sabemos que 18 são altos
homens altos que são carecas, são também barbados. Sabe-se que
existem 5 homens que são altos e não são barbados nem carecas.
Sabe-se que existem 5 homens que são barbados e não são altos
nem carecas. Sabe-se que existem 5 homens que são carecas e não
são altos e nem barbados. Dentre todos esses homens, o número
de barbados que não são altos, mas são carecas é igual a
(A) 4.
(B) 7.
(C) 13.
(D) 5.
(E) 8.

Primeiro, quando temos 3 diagramas, sempre começamos


pela interseção dos 3, depois interseção a cada 2 e por fim, cada Quando somarmos 5+x+6=18
um X=18-11=7

Carecas são 16

7+y+5=16
Se todo homem careca é barbado, não teremos apenas ho- Y=16-12
mens carecas e altos. Y=4
Homens altos e barbados são 6
Então o número de barbados que não são altos, mas são care-
cas são 4.

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Nesse exercício ficará difícil se pensarmos na fórmula, ficou d) O antecessor de 10 é 9.
grande devido as explicações, mas se você fizer tudo no mesmo
diagrama, mas seguindo os passos, o resultado sairá fácil. Expressões Numéricas
Nas expressões numéricas aparecem adições, subtrações, mul-
Exemplo tiplicações e divisões. Todas as operações podem acontecer em
(SEGPLAN/GO – Perito Criminal – FUNIVERSA/2015) Suponha uma única expressão. Para resolver as expressões numéricas utili-
que, dos 250 candidatos selecionados ao cargo de perito criminal: zamos alguns procedimentos:

1) 80 sejam formados em Física; Se em uma expressão numérica aparecer as quatro operações,


2) 90 sejam formados em Biologia; devemos resolver a multiplicação ou a divisão primeiramente, na
3) 55 sejam formados em Química; ordem em que elas aparecerem e somente depois a adição e a sub-
4) 32 sejam formados em Biologia e Física; tração, também na ordem em que aparecerem e os parênteses são
5) 23 sejam formados em Química e Física; resolvidos primeiro.
6) 16 sejam formados em Biologia e Química;
7) 8 sejam formados em Física, em Química e em Biologia. Exemplo 1
10 + 12 – 6 + 7
Considerando essa situação, assinale a alternativa correta. 22 – 6 + 7
(A) Mais de 80 dos candidatos selecionados não são físicos 16 + 7
nem biólogos nem químicos. 23
(B) Mais de 40 dos candidatos selecionados são formados
apenas em Física. Exemplo 2
(C) Menos de 20 dos candidatos selecionados são forma- 40 – 9 x 4 + 23
dos apenas em Física e em Biologia. 40 – 36 + 23
(D) Mais de 30 dos candidatos selecionados são formados 4 + 23
apenas em Química. 27
(E) Escolhendo-se ao acaso um dos candidatos seleciona-
dos, a probabilidade de ele ter apenas as duas formações, Físi- Exemplo 3
ca e Química, é inferior a 0,05. 25-(50-30)+4x5
Resolução 25-20+20=25
A nossa primeira conta, deve ser achar o número de candidatos
que não são físicos, biólogos e nem químicos. Números Inteiros
n (F ∪B∪Q)=n(F)+n(B)+n(Q)+n(F∩B∩Q)-n(F∩B)-n(F∩Q)- Podemos dizer que este conjunto é composto pelos números
-n(B∩Q) naturais, o conjunto dos opostos dos números naturais e o zero.
Este conjunto pode ser representado por:
n(F ∪B∪Q)=80+90+55+8-32-23-16=162

Temos um total de 250 candidatos


250-162=88
Resposta: A. Subconjuntos do conjunto :
1)Conjunto dos números inteiros excluindo o zero
Números Naturais
Os números naturais são o modelo matemático necessário {...-2, -1, 1, 2, ...}
para efetuar uma contagem.
Começando por zero e acrescentando sempre uma unidade, 2) Conjuntos dos números inteiros não negativos
obtemos o conjunto infinito dos números naturais
{0, 1, 2, ...}

3) Conjunto dos números inteiros não positivos

- Todo número natural dado tem um sucessor {...-3, -2, -1}


a) O sucessor de 0 é 1.
b) O sucessor de 1000 é 1001. Números Racionais
c) O sucessor de 19 é 20. Chama-se de número racional a todo número que pode ser expres-
so na forma , onde a e b são inteiros quaisquer, com b≠0
Usamos o * para indicar o conjunto sem o zero. São exemplos de números racionais:

{1,2,3,4,5,6... . } -12/51
-3
- Todo número natural dado N, exceto o zero, tem um anteces-
sor (número que vem antes do número dado). -(-3)
Exemplos: Se m é um número natural finito diferente de zero. -2,333...
a) O antecessor do número m é m-1.
b) O antecessor de 2 é 1. As dízimas periódicas podem ser representadas por fração,
c) O antecessor de 56 é 55. portanto são consideradas números racionais.

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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Como representar esses números? E então subtraímos:
10x-x=3,333...-0,333...
Representação Decimal das Frações 9x=3
Temos 2 possíveis casos para transformar frações em decimais X=3/9
X=1/3
1º) Decimais exatos: quando dividirmos a fração, o número de-
cimal terá um número finito de algarismos após a vírgula. Agora, vamos fazer um exemplo com 2 algarismos de período.

Exemplo 2
Seja a dízima 1,1212...
Façamos x = 1,1212...
100x = 112,1212... .

Subtraindo:
100x-x=112,1212...-1,1212...
99x=111
X=111/99
2º) Terá um número infinito de algarismos após a vírgula, mas
lembrando que a dízima deve ser periódica para ser número racio- Números Irracionais
nal Identificação de números irracionais
OBS: período da dízima são os números que se repetem, se – Todas as dízimas periódicas são números racionais.
não repetir não é dízima periódica e assim números irracionais, que – Todos os números inteiros são racionais.
trataremos mais a frente. – Todas as frações ordinárias são números racionais.
– Todas as dízimas não periódicas são números irracionais.
– Todas as raízes inexatas são números irracionais.
– A soma de um número racional com um número irracional é
sempre um número irracional.
– A diferença de dois números irracionais, pode ser um número
racional.
– Os números irracionais não podem ser expressos na forma , com
a e b inteiros e b≠0.

Exemplo: - = 0 e 0 é um número racional.


Representação Fracionária dos Números Decimais
– O quociente de dois números irracionais, pode ser um núme-
1ºcaso) Se for exato, conseguimos sempre transformar com o
ro racional.
denominador seguido de zeros.
O número de zeros depende da casa decimal. Para uma casa,
um zero (10) para duas casas, dois zeros(100) e assim por diante. Exemplo: : = = 2 e 2 é um número racional.

– O produto de dois números irracionais, pode ser um número


racional.

Exemplo: . = = 7 é um número racional.

Exemplo: radicais( a raiz quadrada de um número natural,


se não inteira, é irracional.

Números Reais

2ºcaso) Se dízima periódica é um número racional, então como


podemos transformar em fração?

Exemplo 1
Transforme a dízima 0, 333... .em fração
Sempre que precisar transformar, vamos chamar a dízima dada
de x, ou seja
X=0,333...

Se o período da dízima é de um algarismo, multiplicamos por


10.
10x=3,333...
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187
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Fonte: www.estudokids.com.br Conjunto:{x ϵ R|x<b}

Representação na reta Semirreta direita, fechada de origem a – números reais maiores


ou iguais a A.

Intervalo:[a,+ ∞[
Conjunto:{x ϵ R|x≥a}

Intervalos limitados Semirreta direita, aberta, de origem a – números reais maiores


Intervalo fechado – Números reais maiores do que a ou iguais a que a.
e menores do que b ou iguais a b.

Intervalo:[a,b] Intervalo:]a,+ ∞[
Conjunto: {x ϵ R|a≤x≤b} Conjunto:{x ϵ R|x>a}

Intervalo aberto – números reais maiores que a e menores que Potenciação


b. Multiplicação de fatores iguais

2³=2.2.2=8
Casos
Intervalo:]a,b[ 1) Todo número elevado ao expoente 0 resulta em 1.
Conjunto:{xϵR|a<x<b}

Intervalo fechado à esquerda – números reais maiores que a ou


iguais a A e menores do que B.

2) Todo número elevado ao expoente 1 é o próprio número.

Intervalo:{a,b[
Conjunto {x ϵ R|a≤x<b}

Intervalo fechado à direita – números reais maiores que a e


menores ou iguais a b.
3) Todo número negativo, elevado ao expoente par, resulta em
um número positivo.

Intervalo:]a,b]
Conjunto:{x ϵ R|a<x≤b}

Intervalos Ilimitados
Semirreta esquerda, fechada de origem b- números reais me-
nores ou iguais a b. 4) Todo número negativo, elevado ao expoente ímpar, resulta
em um número negativo.

Intervalo:]-∞,b]
Conjunto:{x ϵ R|x≤b}

Semirreta esquerda, aberta de origem b – números reais me- 5) Se o sinal do expoente for negativo, devemos passar o sinal
nores que b. para positivo e inverter o número que está na base.

Intervalo:]-∞,b[
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a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Técnica de Cálculo
A determinação da raiz quadrada de um número torna-se mais
fácil quando o algarismo se encontra fatorado em números primos.
Veja:
6) Toda vez que a base for igual a zero, não importa o valor do
expoente, o resultado será igual a zero.
64 2
32 2
16 2
8 2
4 2
Propriedades 2 2
1) (am . an = am+n) Em uma multiplicação de potências de mesma
1
base, repete-se a base e soma os expoentes.
64=2.2.2.2.2.2=26
Exemplos:
24 . 23 = 24+3= 27
(2.2.2.2) .( 2.2.2)= 2.2.2. 2.2.2.2= 27 Como é raiz quadrada a cada dois números iguais “tira-se” um
e multiplica.

Observe:
2) (am: an = am-n). Em uma divisão de potência de mesma base.
Conserva-se a base e subtraem os expoentes. 1 1
1

Exemplos: 3.5 = (3.5) = 3 .5 = 3. 5


2 2 2

96 : 92 = 96-2 = 94 De modo geral, se

a ∈ R+ , b ∈ R+ , n ∈ N * ,

3) (am)n Potência de potência. Repete-se a base e multiplica-se Então:


os expoentes.
n
a.b = n a .n b
Exemplos:
(52)3 = 52.3 = 56
O radical de índice inteiro e positivo de um produto indicado é
igual ao produto dos radicais de mesmo índice dos fatores do radi-
cando.

Raiz quadrada de frações ordinárias


4) E uma multiplicação de dois ou mais fatores elevados a um
1
expoente, podemos elevar cada um a esse mesmo expoente. 1
(4.3)²=4².3² 2 2 2 2 2
2
Observe: =  = 1 =
5) Na divisão de dois fatores elevados a um expoente, podemos
3 3 3
32
elevar separados.
a na
* *
De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R , n ∈ N , então: = n
+
b nb
O radical de índice inteiro e positivo de um quociente indicado
é igual ao quociente dos radicais de mesmo índice dos termos do
Radiciação radicando.
Radiciação é a operação inversa a potenciação
Raiz quadrada números decimais

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189
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Operações

SEQUÊNCIAS NUMÉRICAS, PROGRESSÃO ARITMÉTICA E


PROGRESSÃO GEOMÉTRICA
Operações

Multiplica- Sequências
ção Sempre que estabelecemos uma ordem para os elementos de
um conjunto, de tal forma que cada elemento seja associado a uma
Exemplo posição, temos uma sequência.
O primeiro termo da sequência é indicado por a1,o segundo por
a2, e o n-ésimo por an.

Divisão Termo Geral de uma Sequência


Algumas sequências podem ser expressas mediante uma lei de
formação. Isso significa que podemos obter um termo qualquer da
sequência a partir de uma expressão, que relaciona o valor do ter-
mo com sua posição.
Exemplo Para a posição n(n ϵ N*), podemos escrever an=f(n)

Progressão Aritmética
Adição e subtra- Denomina-se progressão aritmética(PA) a sequência em que
ção cada termo, a partir do segundo, é obtido adicionando-se uma cons-
tante r ao termo anterior. Essa constante r chama-se razão da PA.
Para fazer esse cálculo, devemos fatorar o 8 e o 20. an = an-1 + r(n ≥ 2)

8 2 20 2
Exemplo
4 2 10 2 A sequência (2,7,12) é uma PA finita de razão 5:
2 2 5 5 a1 = 2
a2 = 2 + 5 = 7
1 1 a3 = 7 + 5 = 12

Classificação
As progressões aritméticas podem ser classificadas de acordo
Caso tenha: com o valor da razão r.
r < 0, PA decrescente
Não dá para somar, as raízes devem ficar desse modo. r > 0, PA crescente
r = 0, PA constante
Racionalização de Denominadores
Normalmente não se apresentam números irracionais com Propriedades das Progressões Aritméticas
radicais no denominador. Ao processo que leva à eliminação dos -Qualquer termo de uma PA, a partir do segundo, é a média
radicais do denominador chama-se racionalização do denominador. aritmética entre o anterior e o posterior.
1º Caso: Denominador composto por uma só parcela

-A soma de dois termos equidistantes dos extremos é igual à


soma dos extremos.
a1 + an = a2 + an-1 = a3 + an-2

Termo Geral da PA
Podemos escrever os elementos da PA(a1, a2, a3, ..., an,...) da
2º Caso: Denominador composto por duas parcelas. seguinte forma:
a2 = a1 + r
a3 = a2 + r = a1 + 2r
a4 = a3 + r = a1 + 3r

Devemos multiplicar de forma que obtenha uma diferença de Observe que cada termo é obtido adicionando-se ao primeiro
quadrados no denominador: número de razões r igual à posição do termo menos uma unidade.

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190
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
an = a1 + (n - 1)r Progressão Geométrica
Denomina-se progressão geométrica(PG) a sequência em que
Soma dos Termos de uma Progressão Aritmética se obtém cada termo, a partir do segundo, multiplicando o anterior
Considerando a PA finita (6,10, 14, 18, 22, 26, 30, 34). por uma constante q, chamada razão da PG.
6 e 34 são extremos, cuja soma é 40
Exemplo
Dada a sequência: (4, 8, 16)
a1 = 4

a2 = 4 . 2 = 8
Numa PA finita, a soma de dois termos equidistantes dos extre-
mos é igual à soma dos extremos. a3 = 8 . 2 = 16

Soma dos Termos Classificação


Usando essa propriedade, obtemos a fórmula que permite cal- As classificações geométricas são classificadas assim:
cular a soma dos n primeiros termos de uma progressão aritmética. - Crescente: Quando cada termo é maior que o anterior. Isto
ocorre quando a1 > 0 e q > 1 ou quando a1 < 0 e 0 < q < 1.
- Decrescente: Quando cada termo é menor que o anterior. Isto
ocorre quando a1 > 0 e 0 < q < 1 ou quando a1 < 0 e q > 1.
- Alternante: Quando cada termo apresenta sinal contrário ao
Sn - Soma dos primeiros termos do anterior. Isto ocorre quando q < 0.
- Constante: Quando todos os termos são iguais. Isto ocorre
a1 - primeiro termo quando q = 1. Uma PG constante é também uma PA de razão r = 0.
A PG constante é também chamada de PG estacionaria.
an - enésimo termo - Singular: Quando zero é um dos seus termos. Isto ocorre
quando a1 = 0 ou q = 0.
n - número de termos
Termo Geral da PG
Exemplo Pelo exemplo anterior, podemos perceber que cada termo é
Uma progressão aritmética finita possui 39 termos. O último é obtido multiplicando-se o primeiro por uma potência cuja base é
igual a 176 e o central e igual a 81. Qual é o primeiro termo? a razão. Note que o expoente da razão é igual à posição do termo
menos uma unidade.
Solução
Como esta sucessão possui 39 termos, sabemos que o termo a2 = a1 . q2-1
central é o a20, que possui 19 termos à sua esquerda e mais 19 à sua
direita. Então temos os seguintes dados para solucionar a questão: a3 = a1 . q3-1

Portanto, o termo geral é:


an = a1 . qn-1

Soma dos Termos de uma Progressão Geométrica Finita


Seja a PG finita (a1, a1q, a1q2, ...)de razão q e de soma dos ter-
Sabemos também que a soma de dois termos equidistantes mos Sn:
dos extremos de uma P.A. finita é igual à soma dos seus extremos.
Como esta P.A. tem um número ímpar de termos, então o termo 1º Caso: q=1
central tem exatamente o valor de metade da soma dos extremos.
Em notação matemática temos: Sn = n . a1

2º Caso: q≠1

Exemplo
Dada a progressão geométrica (1, 3, 9, 27,..) calcular:
a) A soma dos 6 primeiros termos
b) O valor de n para que a soma dos n primeiros termos seja
29524

Assim sendo: Solução:


O primeiro termo desta sucessão é igual a -14. a1 = 1; q = 3; n = 6

Editora
191
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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Razão

ou A : B, onde b ≠ 0.

Proporção

onde todos os coeficientes são ≠ 0.

Exemplo: Qual a razão entre 40 e 20?

Soma dos Termos de uma Progressão Geométrica Infinita


1º Caso:-1 < q < 1
Lembre-se que numa fração, o numerador é o número acima e
o denominador, o de baixo.

Quando a PG infinita possui soma finita, dizemos que a série é


convergente.

2º Caso: |q| > 1 Se o denominador for igual a 100, temos uma razão do tipo
A PG infinita não possui soma finita, dizemos que a série é porcentagem, também chamada de razão centesimal.
divergente

3º Caso: |q| = 1
Também não possui soma finita, portanto divergente

Produto dos termos de uma PG finita


Além disso, nas razões, o coeficiente que está localizado acima
é chamado de antecedente (A), enquanto o de baixo é chamado de
consequente (B).

VARIAÇÃO DE GRANDEZAS: RAZÃO E PROPORÇÃO COM


APLICAÇÕES; REGRA DE TRÊS SIMPLES E COMPOSTA.

Qual o valor de x na proporção abaixo?


A razão estabelece uma comparação entre duas grandezas,
sendo o coeficiente entre dois números14.
Já a proporção é determinada pela igualdade entre duas razões,
ou ainda, quando duas razões possuem o mesmo resultado.
x = 12 . 3
Note que a razão está relacionada com a operação da divisão.
Vale lembrar que duas grandezas são proporcionais quando formam x = 36
uma proporção.
Ainda que não tenhamos consciência disso, utilizamos Assim, quando temos três valores conhecidos, podemos
cotidianamente os conceitos de razão e proporção. Para preparar descobrir o quarto, também chamado de “quarta proporcional”.
uma receita, por exemplo, utilizamos certas medidas proporcionais Na proporção, os elementos são denominados de termos. A
entre os ingredientes. primeira fração é formada pelos primeiros termos (A/B), enquanto
Para encontrar a razão entre duas grandezas, as unidades de a segunda são os segundos termos (C/D).
medida terão de ser as mesmas. Nos problemas onde a resolução é feita através da regra de três,
A partir das grandezas A e B temos: utilizamos o cálculo da proporção para encontrar o valor procurado.

14 https://www.todamateria.com.br/razao-e-proporcao/
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— Propriedades da Proporção Portanto, serão necessários 14,3 papéis para suprir as
1. O produto dos meios é igual ao produto dos extremos, por demandas da microempresa com 50 funcionários.
exemplo: Por outro lado, as grandezas inversas ocorrem quando o
aumento ou diminuição de uma resultam em grandezas opostas.
Ou seja, se uma é quadruplicada, a outra é reduzida pela metade,
e assim por diante.
Exemplo: Se 7 pedreiros constroem uma casa grande em 80
dias, apenas 5 deles construirão a mesma casa em quanto tempo?
Logo: A · D = B · C.

Essa propriedade é denominada de multiplicação cruzada.

2. É possível trocar os extremos e os meios de lugar, por


exemplo:
Nesta situação, é preciso inverter uma das grandezas, pois
a relação é inversamente proporcional. Isso acontece porque
a diminuição de pedreiros provoca o aumento no tempo de
construção.

é equivalente

5x = 80 . 7
Logo, D. A = C . B. 5x = 560
x = 560/5
— Regra de três simples e composta x = 112
A regra de três é a proporção entre duas ou mais grandezas, que Sendo assim, serão 112 dias para a construção da casa com 5
podem ser velocidades, tempos, áreas, distâncias, cumprimentos, pedreiros.
entre outros15. Regra de Três Simples
É o método para determinar o valor de uma incógnita quando A regra de três simples funciona na relação de apenas
são apresentados duas ou mais razões, sejam elas diretamente ou duas grandezas, que podem ser diretamente ou inversamente
inversamente proporcionais. proporcionais.
As Grandezas Exemplo 1: Para fazer um bolo de limão utiliza-se 250 ml do
Dentro da regra de três simples e composta existem grandezas suco da fruta. Porém, foi feito uma encomenda de 6 bolos. Quantos
diretamente e inversamente proporcionais. limões serão necessários?
Caracteriza-se por grandezas diretas aquelas em que o
acréscimo ou decréscimo de uma equivale ao mesmo processo na
outra. Por exemplo, ao triplicarmos uma razão, a outra também
será triplicada, e assim sucessivamente.
Exemplo: Supondo que cada funcionário de uma microempresa
com 35 integrantes gasta 10 folhas de papel diariamente. Quantas
folhas serão gastas nessa mesma empresa quando o quadro de
colaboradores aumentar para 50? Reparem que as grandezas são diretamente proporcionais, já
que o aumento no pedido de bolos pede uma maior quantidade
de limões. Logo, o valor desconhecido é determinado pela
multiplicação cruzada:
x = 250 . 6
x = 1500 ml de suco
Exemplo 2: Um carro com velocidade de 120 km/h percorre um
trajeto em 2 horas. Se a velocidade for reduzida para 70 km/h, em
Ao analisarmos o caso percebemos que o aumento de quanto tempo o veículo fará o mesmo percurso?
colaboradores provocará também um aumento no gasto de papel.
Logo, essa é uma razão do tipo direta, que deve ser resolvida através
da multiplicação cruzada:
35x = 50 . 10
35x = 500
x = 500/35
x = 14,3

15 https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/matematica/regra-de-
tres-simples-e-composta
Editora
193
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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Observa-se que neste exemplo teremos uma regra de três
simples inversa, uma vez que ao diminuirmos a velocidade do carro, QUESTÕES
o tempo de deslocamento irá aumentar. Então, pela regra, uma das
razões deverá ser invertida e transformada em direta.
1. PREFEITURA DE VICTOR GRAEFF/RS - PROFESSOR - OBJETI-
VA/2021
Sabendo-se que a razão entre a altura de certa árvore e a
projeção de sua sombra é igual a 3/4 e que a sua sombra mede
1,6m, ao todo, qual a altura dessa árvore?
(A) 1m
70x = 120 . 2 (B) 1,1m
70x = 240 (C) 1,2m
x = 240/70 (D) 1,3m
x = 3,4 h
Regra de Três Composta 2. PREFEITURA DE JARDINÓPOLIS/SC - FISCAL DE VIGILÂNCIA
SANITÁRIA - GS ASSESSORIA E CONCURSOS/2021
A regra de três composta é a razão e proporção entre três ou Na construção de um muro 8 pedreiros levaram 12 dias para
mais grandezas diretamente ou inversamente proporcionais, ou conclui-lo. Se a disponibilidade para fazer esse muro fosse de 6
seja, as relações que aparecem em mais de duas colunas. homens em quanto tempo estaria concluído?
Exemplo: Uma loja demora 4 dias para produzir 160 peças (A) 16
de roupas com 8 costureiras. Caso 6 funcionárias estiverem (B) 14
trabalhando, quantos dias levará para a produção de 300 peças? (C) 20
(D) 21
(E) 18

3. PREFEITURA DE PIRACICABA/SP - PROFESSOR - VUNESP/2020


Uma escola tem aulas nos períodos matutino e vespertino.
Nessa escola, estudam 400 alunos, sendo o número de alunos do
período vespertino igual a 2/3 do número de alunos do período
Inicialmente, deve-se analisar cada grandeza em relação ao matutino. A razão entre o número de alunos do período vespertino
valor desconhecido, isto é: e o número total de alunos dessa escola é:
- Relacionando os dias de produção com a quantidade de peças, (A) 1/4
percebe-se que essas grandezas são diretamente proporcionais, (B) 1/3
pois aumentando o número de peças cresce a necessidade de mais (C) 2/5
dias de trabalho. (D) 3/5
- Relacionando a demanda de costureiras com os dias de (E) 2/3
produção, observa-se que aumentando a quantidade de peças
o quadro de funcionárias também deveria aumentar. Ou seja, as 4. UEPA - TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR - FADESP/2020
grandezas são inversamente proporcionais. Doze funcionários de um escritório de contabilidade trabalham
Após análises, organiza-se as informações em novas colunas: 8 horas por dia, durante 25 dias, para atender a um certo número de
clientes. Se dois funcionários adoecem e precisam ser afastados por
tempo indeterminado, o total de dias que os funcionários restantes
levarão para atender ao mesmo número de pessoas, trabalhando 2
horas a mais por dia, no mesmo ritmo de trabalho, será de:
(A) 23 dias.
(B) 24 dias.
(C) 25 dias.
4/x = 160/300 . 6/8 (D) 26 dias.
4/x = 960/2400 5. PREFEITURA DE SÃO ROQUE/SP - INSPETOR DE ALUNOS -
960x = 2400 . 4 VUNESP/2020
960x = 9600 Seu José cria 36 galinhas em seu sítio. Se todas as galinhas
x = 9600/960 botarem 1 ovo por dia, em uma semana, o total de ovos que as
galinhas terão botado é:
x = 10 dias (A) 15 dúzias.
(B) 18 dúzias.
(C) 21 dúzias.
(D) 24 dúzias.
(E) 30 dúzias.

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6. PREFEITURA DE MINISTRO ANDREAZZA/RO - AGENTE ADMI- 10. PREFEITURA DE SÃO ROQUE/SP - INSPETOR DE ALUNOS -
NISTRATIVO - IBADE/2020 VUNESP/2020
Em uma determinada loja de departamentos, o fogão custava Uma faculdade realizará a Semana da Educação. Veja no gráfico
R$ 400,00. Após negociação o vendedor aplicou um desconto de R$ as inscrições que foram realizadas para cada modalidade oferecida
25,00. O valor percentual de desconto foi de: na Semana da Educação.
(A) 5,57%
(B) 8,75%
(C) 12,15%
(D) 6,25%
(E) 6,05%

7. ALEPI - CONSULTOR LEGISLATIVO - COPESE - UFPI/2020


Marina comprou 30% de uma torta de frango e 80% de um bolo
em uma padaria. Após Marina deixar a padaria, Pedro comprou o
que sobrou da torta de frango por 14 reais e o que sobrou do bolo
por 6 reais, o valor que Marina pagou em reais é:
(A) 28 As modalidades que tiveram menos e mais inscrições,
(B) 30 respectivamente, foram
(C) 32 (A) Sarau e Palestra.
(D) 34 (B) Sarau e Apresentações de trabalho.
(E) 36 (C) Oficinas e Palestra.
(D) Oficinas e Minicursos.
8. PREFEITURA DE PIRACICABA/SP - PROFESSOR - VUNESP/2020 (E) Minicursos e Apresentações de trabalho.
Do número total de candidatos inscritos em um processo
seletivo, apenas 30 não compareceram para a realização da prova. 11. PREFEITURA DE SÃO ROQUE/SP - INSPETOR DE ALUNOS -
Se o número de candidatos que fizeram a prova representa 88% VUNESP/2020
do total de inscritos, então o número de candidatos que realizaram No município de Linda Flor há cinco escolas de Ensino
essa prova é Fundamental. Veja na tabela a seguir a quantidade de alunos
(A) 320. matriculados em cada etapa do Ensino Fundamental nessas escolas.
(B) 300.
(C) 250.
(D) 220.
(E) 200.

9. PREFEITURA DE JAGUARIÚNA/SP - DENTISTA - VUNESP/2021


O gráfico representa a distribuição da quantidade de pessoas
que responderam “sim” a quatro perguntas apresentadas em uma
pesquisa.

De acordo com a tabela, a escola de Ensino Fundamental do


município de Linda Flor que possui a maior quantidade de alunos
matriculados é:

(A) Carlos Silva.


(B) Dulce da Costa.
(C) Mário Gomes.
(D) Nilce Modesto.
Sabendo que o ângulo central do setor que representa a (E) Osvaldo Bastos.
pergunta 4 mede 135º, é correto afirmar que o número de pessoas
que respondeu a essa pergunta foi: 12. PREFEITURA DE VENÂNCIO AIRES/RS - PSICOPEDAGOGO -
(A) 70. OBJETIVA/2021
(B) 75. Um posto de combustível está com promoção em prol de uma
(C) 80. entidade. Em dias normais, o litro da gasolina está R$ 4,00, mas,
(D) 85. na promoção, abastecendo o carro e doando o valor de R$ 20,00
(E) 90. para uma entidade beneficente, o litro da gasolina sai por R$ 3,75. A
promoção feita pelo posto pode ser descrita por uma função. Como
é chamada essa função e como podemos escrevê-la?
(A) Função de primeiro grau, f(x) = 4x − 3,75x + 20
(B) Função de segundo grau, f(x) = 4x2 − 3,75x + 20
(C) Função de segundo grau, f(x) = 3,75x2 + 20
Editora
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(D) Função de primeiro grau, f(x) = 3,75x + 20
(E) Função de segundo grau, f(x) = 4x + 3,75 + 20
ANOTAÇÕES
13. CAU/SE - AUXILIAR DE FISCALIZAÇÃO - IADES/2022) ______________________________________________________
Em uma empresa de arquitetura, há 10 arquitetos, entre os
quais 60% são paisagistas. Dois paisagistas serão escolhidos para ______________________________________________________
realizar um projeto urbanístico. Quantas escolhas distintas poderão
ser feitas para selecionar os dois arquitetos? ______________________________________________________
(A) 10
(B) 12 ______________________________________________________
(C) 15
______________________________________________________
(D) 18
(E) 21 ______________________________________________________
14. CÂMARA DE IPIRANGA DO NORTE/MT - ASSISTENTE ______________________________________________________
ADMINISTRATIVO - OBJETIVA/2022
Sabendo-se que uma urna contém 10 bolas coloridas, de modo ______________________________________________________
que 5 são azuis, 3 vermelhas e 2 verdes, qual a probabilidade de,
ao retirar 2 bolas dessa caixa, sem reposição entre as retiradas, elas ______________________________________________________
serem uma vermelha e uma azul?
______________________________________________________
(A) 1/3
(B) 1/4 ______________________________________________________
(C) 1/5
(D) 1/6 ______________________________________________________

15. PREFEITURA DE BAURU/SP - PROFESSOR SUBSTITUTO DE _____________________________________________________


EDUCAÇÃO BÁSICA - PREFEITURA DE BAURU/SP/2021
Na Escola Municipal Cinderela 8 alunos ganharam um prêmio, _____________________________________________________
por participarem de uma gincana. Havia um fotógrafo para registrar
o momento. De quantas maneiras diferentes os 8 alunos podem ______________________________________________________
tirar a foto sentados no banco da praça?
______________________________________________________
(A) 40.320 fotos
(B) 64.000 fotos ______________________________________________________
(C) 30 fotos
(D) 67.349 fotos ______________________________________________________

______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________

______________________________________________________
1 C
______________________________________________________
2 A
______________________________________________________
3 C
4 B ______________________________________________________

5 c ______________________________________________________
6 D ______________________________________________________
7 B
______________________________________________________
8 D
______________________________________________________
9 E
10 D ______________________________________________________

11 B ______________________________________________________
12 D ______________________________________________________
13 C ______________________________________________________
14 A
______________________________________________________
15 A
______________________________________________________
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