Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PM-MG
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE MINAS GERAIS
Soldado 2ª Classe
EDITAL DRH/CRS
Nº 11/2022
CÓD: SL-016JN-23
7908433231301
INTRODUÇÃO
Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou esta introdução com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.
• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área;
• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total;
• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo;
• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.
• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame;
• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.
A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.
Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.
A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Vamos juntos!
Editora
Literatura
1. Livro “Memórias Póstumas de Brás Cubas” (Autor Machado de Assis)....................................................................................... 51
2. Livro “Triste Fim de Policarpo Quaresma” (Autor Lima Barreto)................................................................................................. 52
Noções de Direito
1. Constituição da República Federativa do Brasil: Título I: Dos Princípios Fundamentais.............................................................. 81
2. Título II: Dos Direitos e Garantias Fundamentais: Capítulo I: Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos; Capítulo III: da
Nacionalidade; Capítulo IV: dos Direitos Políticos....................................................................................................................... 82
3. Título III: Da Organização do Estado: Capítulo VII: Da Administração Pública: Seção I: Disposições Gerais; Seção III: Dos
Militares dos Estados, Do Distrito Federal e dos Territórios........................................................................................................ 92
4. Título IV: Da Organização dos Poderes: Capítulo III: Do Poder Judiciário: Seção VII: Dos Tribunais e Juízes Militares; Seção VIII:
Dos Tribunais e Juízes dos Estados............................................................................................................................................... 102
5. Título V: Da Defesa do Estado e Das Instituições Democráticas: Capítulo II: Das Forças Armadas; Capítulo III: Da Segurança
Pública......................................................................................................................................................................................... 109
6. Lei n. 4657, de 04 de setembro de 1942 – Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro................................................... 110
Editora
7. Declaração Universal dos Direitos Humanos – adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de
1948 112
8. Convenção Americana sobre Direitos Humanos – assinada na Conferência Especializada Interamericana sobre Direitos
Humanos (San Jose da Costa Rica), em 22 de novembro de 1969.............................................................................................. 114
Editora
Tipos de Linguagem
Existem três tipos de linguagem que precisamos saber para que
facilite a interpretação de textos.
• Linguagem Verbal é aquela que utiliza somente palavras. Ela
pode ser escrita ou oral.
Interpretação de Texto
Interpretar um texto quer dizer dar sentido, inferir, chegar a
uma conclusão do que se lê. A interpretação é muito ligada ao su-
bentendido. Sendo assim, ela trabalha com o que se pode deduzir
de um texto.
A interpretação implica a mobilização dos conhecimentos pré-
vios que cada pessoa possui antes da leitura de um determinado
texto, pressupõe que a aquisição do novo conteúdo lido estabeleça
uma relação com a informação já possuída, o que leva ao cresci-
• Linguagem não-verbal é aquela que utiliza somente imagens, mento do conhecimento do leitor, e espera que haja uma aprecia-
fotos, gestos... não há presença de nenhuma palavra. ção pessoal e crítica sobre a análise do novo conteúdo lido, afetan-
do de alguma forma o leitor.
Sendo assim, podemos dizer que existem diferentes tipos de
leitura: uma leitura prévia, uma leitura seletiva, uma leitura analíti-
ca e, por fim, uma leitura interpretativa.
Editora
7
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
É muito importante que você: tes informações de forma a construir o seu sentido global, ou seja,
- Assista os mais diferenciados jornais sobre a sua cidade, esta- você precisa relacionar as múltiplas partes que compõem um todo
do, país e mundo; significativo, que é o texto.
- Se possível, procure por jornais escritos para saber de notícias Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a ler um
(e também da estrutura das palavras para dar opiniões); texto por sentir-se atraído pela temática resumida no título. Pois o
- Leia livros sobre diversos temas para sugar informações orto- título cumpre uma função importante: antecipar informações sobre
gráficas, gramaticais e interpretativas; o assunto que será tratado no texto.
- Procure estar sempre informado sobre os assuntos mais po- Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura por-
lêmicos; que achou o título pouco atraente ou, ao contrário, sentiu-se atra-
- Procure debater ou conversar com diversas pessoas sobre ído pelo título de um livro ou de um filme, por exemplo. É muito
qualquer tema para presenciar opiniões diversas das suas. comum as pessoas se interessarem por temáticas diferentes, de-
pendendo do sexo, da idade, escolaridade, profissão, preferências
Dicas para interpretar um texto: pessoais e experiência de mundo, entre outros fatores.
– Leia lentamente o texto todo. Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro, se-
No primeiro contato com o texto, o mais importante é tentar xualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas, moda, cuidados com
compreender o sentido global do texto e identificar o seu objetivo. o corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são praticamente in-
finitas e saber reconhecer o tema de um texto é condição essen-
– Releia o texto quantas vezes forem necessárias. cial para se tornar um leitor hábil. Vamos, então, começar nossos
Assim, será mais fácil identificar as ideias principais de cada pa- estudos?
rágrafo e compreender o desenvolvimento do texto. Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício
bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz ao ler um texto:
– Sublinhe as ideias mais importantes. reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir?
Sublinhar apenas quando já se tiver uma boa noção da ideia
principal e das ideias secundárias do texto. CACHORROS
– Separe fatos de opiniões.
O leitor precisa separar o que é um fato (verdadeiro, objetivo Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma
e comprovável) do que é uma opinião (pessoal, tendenciosa e mu- espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos
tável). seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa ami-
– Retorne ao texto sempre que necessário. zade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas
Além disso, é importante entender com cuidado e atenção os precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam que,
enunciados das questões. se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a
comida que sobrava. Já os homens descobriram que os cachorros
– Reescreva o conteúdo lido. podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da
Para uma melhor compreensão, podem ser feitos resumos, tó- casa, além de serem ótimos companheiros. Um colaborava com o
picos ou esquemas. outro e a parceria deu certo.
Além dessas dicas importantes, você também pode grifar pa- Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o pos-
lavras novas, e procurar seu significado para aumentar seu vocabu- sível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o tex-
lário, fazer atividades como caça-palavras, ou cruzadinhas são uma to vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele
distração, mas também um aprendizado. falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo
Não se esqueça, além da prática da leitura aprimorar a compre- do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a asso-
ensão do texto e ajudar a aprovação, ela também estimula nossa ciação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo
imaginação, distrai, relaxa, informa, educa, atualiza, melhora nos- mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens.
so foco, cria perspectivas, nos torna reflexivos, pensantes, além de As informações que se relacionam com o tema chamamos de
melhorar nossa habilidade de fala, de escrita e de memória. subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram,
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias se- ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma unida-
letas e organizadas, através dos parágrafos que é composto pela de de sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse texto
ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você chegou à
do texto. conclusão de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães.
O primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a iden- Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa que você foi
tificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias capaz de identificar o tema do texto!
secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou explica-
ções, que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-i-
prova. deias-secundarias/
Compreendido tudo isso, interpretar significa extrair um signi-
ficado. Ou seja, a ideia está lá, às vezes escondida, e por isso o can- Identificação de efeitos de ironia ou humor em textos varia-
didato só precisa entendê-la – e não a complementar com algum dos
valor individual. Portanto, apegue-se tão somente ao texto, e nunca
extrapole a visão dele. Ironia
Ironia é o recurso pelo qual o emissor diz o contrário do que
IDENTIFICANDO O TEMA DE UM TEXTO está pensando ou sentindo (ou por pudor em relação a si próprio ou
O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem).
principal que o texto será desenvolvido. Para que você consiga
identificar o tema de um texto, é necessário relacionar as diferen-
Editora
88
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
A ironia consiste na utilização de determinada palavra ou ex- Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo o
pressão que, em um outro contexto diferente do usual, ganha um que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil apa-
novo sentido, gerando um efeito de humor. recer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exem-
Exemplo: plo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história
irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens agem ao
longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a
plateia já sabe que eles não serão bem-sucedidos.
Humor
Nesse caso, é muito comum a utilização de situações que pare-
çam cômicas ou surpreendentes para provocar o efeito de humor.
Situações cômicas ou potencialmente humorísticas comparti-
lham da característica do efeito surpresa. O humor reside em ocor-
rer algo fora do esperado numa situação.
Há diversas situações em que o humor pode aparecer. Há as ti-
rinhas e charges, que aliam texto e imagem para criar efeito cômico;
há anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, frequentemente
acessadas como forma de gerar o riso.
Os textos com finalidade humorística podem ser divididos em
quatro categorias: anedotas, cartuns, tiras e charges.
Exemplo:
Ironia verbal
Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig-
nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a
ANÁLISE E A INTERPRETAÇÃO DO TEXTO SEGUNDO O GÊ-
intenção são diferentes.
NERO EM QUE SE INSCREVE
Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível!
Compreender um texto trata da análise e decodificação do que
de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes. Inter-
Ironia de situação
pretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao
A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o
conectar as ideias do texto com a realidade. Interpretação trabalha
resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja.
com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto.
Exemplo: Quando num texto literário uma personagem planeja
Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual-
uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. No li-
quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia
vro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a
principal. Compreender relações semânticas é uma competência
personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da
imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.
vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem suces-
Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode-
so. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia é que
-se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro-
planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou famoso após a
fissional, mas também o desenvolvimento pessoal.
morte.
Busca de sentidos
Ironia dramática (ou satírica) Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo
A ironia dramática é um efeito de sentido que ocorre nos textos os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na
literários quando o leitor, a audiência, tem mais informações do que apreensão do conteúdo exposto.
tem um personagem sobre os eventos da narrativa e sobre inten- Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma
ções de outros personagens. É um recurso usado para aprofundar relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já
os significados ocultos em diálogos e ações e que, quando captado citadas ou apresentando novos conceitos.
pelo leitor, gera um clima de suspense, tragédia ou mesmo comé- Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici-
dia, visto que um personagem é posto em situações que geram con- tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder
flitos e mal-entendidos porque ele mesmo não tem ciência do todo espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas
da narrativa.
Editora
9
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da lin-
que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun- guagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento,
damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas. a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de
imagens.
Importância da interpretação Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a
A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assunto
informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a inter- que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é con-
pretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos vencer o leitor a concordar com ele.
específicos, aprimora a escrita. Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um
Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros fa- entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informações.
tores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes pre- Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas
sentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz sufi- de destaque sobre algum assunto de interesse.
ciente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre releia o texto,
pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materiali-
que não foram observados previamente. Para auxiliar na busca de za em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite as
sentidos do texto, pode-se também retirar dele os tópicos frasais crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando
presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apre- os professores a identificar o nível de alfabetização delas.
ensão do conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não
estão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira alea- Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo
tória, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários, de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa li-
estabelecendo uma relação hierárquica do pensamento defendido, berdade para quem recebe a informação.
retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos. Distinção de fato e opinião sobre esse fato
Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo au-
tor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço para Fato
divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas. O fato é algo que aconteceu ou está acontecendo. A existência
Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você do fato pode ser constatada de modo indiscutível. O fato pode é
precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que uma coisa que aconteceu e pode ser comprovado de alguma manei-
não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas. ra, através de algum documento, números, vídeo ou registro.
Ler com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão, Exemplo de fato:
assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes. A mãe foi viajar.
Editora
10
10
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Por exemplo, quando se mencionam com ênfase consequên- Esta estrutura é uma das mais utilizadas em textos argumenta-
cias negativas que podem advir de um fato, se enaltecem previsões tivos, e por conta disso é mais fácil para os leitores.
positivas ou se faz um comentário irônico na interpretação, já esta- Existem diversas formas de se estruturar cada etapa dessa es-
mos expressando nosso julgamento. trutura de texto, entretanto, apenas segui-la já leva ao pensamento
É muito importante saber a diferença entre o fato e opinião, mais direto.
principalmente quando debatemos um tema polêmico ou quando
analisamos um texto dissertativo. Níveis de Linguagem
As pessoas costumam pensar que o argumento seja apenas Já vimos diversas características dos argumentos. É preciso
uma prova de verdade ou uma razão indiscutível para comprovar a acrescentar mais uma: o convencimento do interlocutor, o auditó-
veracidade de um fato. O argumento é mais que isso: como se disse rio, que pode ser individual ou coletivo, será tanto mais fácil quanto
acima, é um recurso de linguagem utilizado para levar o interlocu- mais os argumentos estiverem de acordo com suas crenças, suas
tor a crer naquilo que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro o expectativas, seus valores. Não se pode convencer um auditório
que está sendo transmitido. A argumentação pertence ao domínio pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas que ele abomi-
da retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o uso de recur- na. Será mais fácil convencê-lo valorizando coisas que ele considera
sos de linguagem. positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja vem com frequência
Para compreender claramente o que é um argumento, é bom associada ao futebol, ao gol, à paixão nacional. Nos Estados Unidos,
voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do século IV a.C., numa essa associação certamente não surtiria efeito, porque lá o futebol
obra intitulada “Tópicos: os argumentos são úteis quando se tem de não é valorizado da mesma forma que no Brasil. O poder persuasivo
escolher entre duas ou mais coisas”. de um argumento está vinculado ao que é valorizado ou desvalori-
zado numa dada cultura.
Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e uma des-
vantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos argumentar. Tipos de Argumento
Suponhamos, no entanto, que tenhamos de escolher entre duas Já verificamos que qualquer recurso linguístico destinado a fa-
coisas igualmente vantajosas, a riqueza e a saúde. Nesse caso, pre- zer o interlocutor dar preferência à tese do enunciador é um argu-
cisamos argumentar sobre qual das duas é mais desejável. O argu- mento. Exemplo:
mento pode então ser definido como qualquer recurso que torna
uma coisa mais desejável que outra. Isso significa que ele atua no Argumento de Autoridade
domínio do preferível. Ele é utilizado para fazer o interlocutor crer É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reconhecidas
que, entre duas teses, uma é mais provável que a outra, mais pos- pelo auditório como autoridades em certo domínio do saber, para
sível que a outra, mais desejável que a outra, é preferível à outra. servir de apoio àquilo que o enunciador está propondo. Esse recur-
Editora
12
12
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
so produz dois efeitos distintos: revela o conhecimento do produtor tão A é igual a C”, estabelece-se uma relação de identidade lógica.
do texto a respeito do assunto de que está tratando; dá ao texto a Entretanto, quando se afirma “Amigo de amigo meu é meu amigo”
garantia do autor citado. É preciso, no entanto, não fazer do texto não se institui uma identidade lógica, mas uma identidade provável.
um amontoado de citações. A citação precisa ser pertinente e ver- Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais facilmente
dadeira. Exemplo: aceito do que um texto incoerente. Vários são os defeitos que con-
“A imaginação é mais importante do que o conhecimento.” correm para desqualificar o texto do ponto de vista lógico: fugir do
tema proposto, cair em contradição, tirar conclusões que não se
Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein. Para fundamentam nos dados apresentados, ilustrar afirmações gerais
ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação, não há conhe- com fatos inadequados, narrar um fato e dele extrair generalizações
cimento. Nunca o inverso. indevidas.
Alex José Periscinoto.
In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2 Argumento do Atributo
É aquele que considera melhor o que tem propriedades típi-
A tese defendida nesse texto é que a imaginação é mais impor- cas daquilo que é mais valorizado socialmente, por exemplo, o mais
tante do que o conhecimento. Para levar o auditório a aderir a ela, raro é melhor que o comum, o que é mais refinado é melhor que o
o enunciador cita um dos mais célebres cientistas do mundo. Se que é mais grosseiro, etc.
um físico de renome mundial disse isso, então as pessoas devem Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequência, ce-
acreditar que é verdade. lebridades recomendando prédios residenciais, produtos de beleza,
alimentos estéticos, etc., com base no fato de que o consumidor
Argumento de Quantidade tende a associar o produto anunciado com atributos da celebrida-
É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior nú- de.
mero de pessoas, o que existe em maior número, o que tem maior Uma variante do argumento de atributo é o argumento da
duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O fundamento competência linguística. A utilização da variante culta e formal da
desse tipo de argumento é que mais = melhor. A publicidade faz língua que o produtor do texto conhece a norma linguística social-
largo uso do argumento de quantidade. mente mais valorizada e, por conseguinte, deve produzir um texto
em que se pode confiar. Nesse sentido é que se diz que o modo de
Argumento do Consenso dizer dá confiabilidade ao que se diz.
É uma variante do argumento de quantidade. Fundamenta-se Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado de saúde
em afirmações que, numa determinada época, são aceitas como de uma personalidade pública. Ele poderia fazê-lo das duas manei-
verdadeiras e, portanto, dispensam comprovações, a menos que o ras indicadas abaixo, mas a primeira seria infinitamente mais ade-
objetivo do texto seja comprovar alguma delas. Parte da ideia de quada para a persuasão do que a segunda, pois esta produziria certa
que o consenso, mesmo que equivocado, corresponde ao indiscu- estranheza e não criaria uma imagem de competência do médico:
tível, ao verdadeiro e, portanto, é melhor do que aquilo que não - Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e levando em
desfruta dele. Em nossa época, são consensuais, por exemplo, as conta o caráter invasivo de alguns exames, a equipe médica houve
afirmações de que o meio ambiente precisa ser protegido e de que por bem determinar o internamento do governador pelo período
as condições de vida são piores nos países subdesenvolvidos. Ao de três dias, a partir de hoje, 4 de fevereiro de 2001.
confiar no consenso, porém, corre-se o risco de passar dos argu- - Para conseguir fazer exames com mais cuidado e porque al-
mentos válidos para os lugares comuns, os preconceitos e as frases guns deles são barrapesada, a gente botou o governador no hospi-
carentes de qualquer base científica. tal por três dias.
Argumento de Existência Como dissemos antes, todo texto tem uma função argumen-
É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil aceitar tativa, porque ninguém fala para não ser levado a sério, para ser
aquilo que comprovadamente existe do que aquilo que é apenas ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de comunicação
provável, que é apenas possível. A sabedoria popular enuncia o ar- deseja-se influenciar alguém. Por mais neutro que pretenda ser, um
gumento de existência no provérbio “Mais vale um pássaro na mão texto tem sempre uma orientação argumentativa.
do que dois voando”. A orientação argumentativa é uma certa direção que o falante
Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas documentais traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, ao falar de um
(fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.) ou provas concre- homem público, pode ter a intenção de criticá-lo, de ridicularizá-lo
tas, que tornam mais aceitável uma afirmação genérica. Durante ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza.
a invasão do Iraque, por exemplo, os jornais diziam que o exérci- O enunciador cria a orientação argumentativa de seu texto
to americano era muito mais poderoso do que o iraquiano. Essa dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo certos episó-
afirmação, sem ser acompanhada de provas concretas, poderia ser dios e revelando outros, escolhendo determinadas palavras e não
vista como propagandística. No entanto, quando documentada pela outras, etc. Veja:
comparação do número de canhões, de carros de combate, de na- “O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras troca-
vios, etc., ganhava credibilidade. vam abraços afetuosos.”
Argumento quase lógico
É aquele que opera com base nas relações lógicas, como causa O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que noras
e efeito, analogia, implicação, identidade, etc. Esses raciocínios são e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria escolhido esse
chamados quase lógicos porque, diversamente dos raciocínios lógi- fato para ilustrar o clima da festa nem teria utilizado o termo até,
cos, eles não pretendem estabelecer relações necessárias entre os que serve para incluir no argumento alguma coisa inesperada.
elementos, mas sim instituir relações prováveis, possíveis, plausí- Além dos defeitos de argumentação mencionados quando tra-
veis. Por exemplo, quando se diz “A é igual a B”, “B é igual a C”, “en- tamos de alguns tipos de argumentação, vamos citar outros:
Editora
13
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
- Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido tão am- Para discutir um tema, para confrontar argumentos e posições,
plo, que serve de argumento para um ponto de vista e seu contrá- é necessária a capacidade de conhecer outros pontos de vista e
rio. São noções confusas, como paz, que, paradoxalmente, pode ser seus respectivos argumentos. Uma discussão impõe, muitas ve-
usada pelo agressor e pelo agredido. Essas palavras podem ter valor zes, a análise de argumentos opostos, antagônicos. Como sempre,
positivo (paz, justiça, honestidade, democracia) ou vir carregadas essa capacidade aprende-se com a prática. Um bom exercício para
de valor negativo (autoritarismo, degradação do meio ambiente, aprender a argumentar e contra-argumentar consiste em desenvol-
injustiça, corrupção). ver as seguintes habilidades:
- Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derrubadas por - argumentação: anotar todos os argumentos a favor de uma
um único contra exemplo. Quando se diz “Todos os políticos são ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a posição total-
ladrões”, basta um único exemplo de político honesto para destruir mente contrária;
o argumento. - contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate e quais os
- Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, fora do con- argumentos que essa pessoa imaginária possivelmente apresenta-
texto adequado, sem o significado apropriado, vulgarizando-as e ria contra a argumentação proposta;
atribuindo-lhes uma significação subjetiva e grosseira. É o caso, por - refutação: argumentos e razões contra a argumentação opos-
exemplo, da frase “O imperialismo de certas indústrias não permite ta.
que outras crescam”, em que o termo imperialismo é descabido,
uma vez que, a rigor, significa “ação de um Estado visando a reduzir A argumentação tem a finalidade de persuadir, portanto, ar-
outros à sua dependência política e econômica”. gumentar consiste em estabelecer relações para tirar conclusões
válidas, como se procede no método dialético. O método dialético
A boa argumentação é aquela que está de acordo com a situa- não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de polêmicas.
ção concreta do texto, que leva em conta os componentes envolvi- Trata-se de um método de investigação da realidade pelo estudo de
dos na discussão (o tipo de pessoa a quem se dirige a comunicação, sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno em ques-
o assunto, etc). tão e da mudança dialética que ocorre na natureza e na sociedade.
Convém ainda alertar que não se convence ninguém com mani- Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês, criou o mé-
festações de sinceridade do autor (como eu, que não costumo men- todo de raciocínio silogístico, baseado na dedução, que parte do
tir...) ou com declarações de certeza expressas em fórmulas feitas simples para o complexo. Para ele, verdade e evidência são a mes-
(como estou certo, creio firmemente, é claro, é óbvio, é evidente, ma coisa, e pelo raciocínio torna-se possível chegar a conclusões
afirmo com toda a certeza, etc). Em vez de prometer, em seu texto, verdadeiras, desde que o assunto seja pesquisado em partes, co-
sinceridade e certeza, autenticidade e verdade, o enunciador deve meçando-se pelas proposições mais simples até alcançar, por meio
construir um texto que revele isso. Em outros termos, essas quali- de deduções, a conclusão final. Para a linha de raciocínio cartesiana,
dades não se prometem, manifestam-se na ação. é fundamental determinar o problema, dividi-lo em partes, ordenar
A argumentação é a exploração de recursos para fazer parecer os conceitos, simplificando-os, enumerar todos os seus elementos
verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso, levar a pessoa a e determinar o lugar de cada um no conjunto da dedução.
que texto é endereçado a crer naquilo que ele diz. A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental para a
Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e expressa um argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes propôs quatro
ponto de vista, acompanhado de certa fundamentação, que inclui a regras básicas que constituem um conjunto de reflexos vitais, uma
argumentação, questionamento, com o objetivo de persuadir. Argu- série de movimentos sucessivos e contínuos do espírito em busca
mentar é o processo pelo qual se estabelecem relações para chegar da verdade:
à conclusão, com base em premissas. - evidência;
Persuadir é um processo de convencimento, por meio da ar- - divisão ou análise;
gumentação, no qual procura-se convencer os outros, de modo a - ordem ou dedução;
influenciar seu pensamento e seu comportamento. - enumeração.
A persuasão pode ser válida e não válida. Na persuasão váli-
da, expõem-se com clareza os fundamentos de uma ideia ou pro- A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a omissão
posição, e o interlocutor pode questionar cada passo do raciocínio e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração pode quebrar o
empregado na argumentação. A persuasão não válida apoia-se em encadeamento das ideias, indispensável para o processo dedutivo.
argumentos subjetivos, apelos subliminares, chantagens sentimen- A forma de argumentação mais empregada na redação acadê-
tais, com o emprego de “apelações”, como a inflexão de voz, a mí- mica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras cartesianas, que
mica e até o choro. contém três proposições: duas premissas, maior e menor, e a con-
Alguns autores classificam a dissertação em duas modalidades, clusão. As três proposições são encadeadas de tal forma, que a con-
expositiva e argumentativa. Esta, exige argumentação, razões a fa- clusão é deduzida da maior por intermédio da menor. A premissa
vor e contra uma ideia, ao passo que a outra é informativa, apresen- maior deve ser universal, emprega todo, nenhum, pois alguns não
ta dados sem a intenção de convencer. Na verdade, a escolha dos caracteriza a universalidade.
dados levantados, a maneira de expô-los no texto já revelam uma Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedução (silo-
“tomada de posição”, a adoção de um ponto de vista na disserta- gística), que parte do geral para o particular, e a indução, que vai do
ção, ainda que sem a apresentação explícita de argumentos. Desse particular para o geral. A expressão formal do método dedutivo é o
ponto de vista, a dissertação pode ser definida como discussão, de- silogismo. A dedução é o caminho das consequências, baseia-se em
bate, questionamento, o que implica a liberdade de pensamento, a uma conexão descendente (do geral para o particular) que leva à
possibilidade de discordar ou concordar parcialmente. A liberdade conclusão. Segundo esse método, partindo-se de teorias gerais, de
de questionar é fundamental, mas não é suficiente para organizar verdades universais, pode-se chegar à previsão ou determinação de
um texto dissertativo. É necessária também a exposição dos fun- fenômenos particulares. O percurso do raciocínio vai da causa para
damentos, os motivos, os porquês da defesa de um ponto de vista. o efeito. Exemplo:
Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitude argu-
mentativa. A argumentação está presente em qualquer tipo de dis-
curso, porém, é no texto dissertativo que ela melhor se evidencia.
Editora
14
14
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Todo homem é mortal (premissa maior = geral, universal) Análise e síntese são dois processos opostos, mas interligados;
Fulano é homem (premissa menor = particular) a análise parte do todo para as partes, a síntese, das partes para o
Logo, Fulano é mortal (conclusão) todo. A análise precede a síntese, porém, de certo modo, uma de-
pende da outra. A análise decompõe o todo em partes, enquanto a
A indução percorre o caminho inverso ao da dedução, baseia- síntese recompõe o todo pela reunião das partes. Sabe-se, porém,
se em uma conexão ascendente, do particular para o geral. Nesse que o todo não é uma simples justaposição das partes. Se alguém
caso, as constatações particulares levam às leis gerais, ou seja, par- reunisse todas as peças de um relógio, não significa que reconstruiu
te de fatos particulares conhecidos para os fatos gerais, desconheci- o relógio, pois fez apenas um amontoado de partes. Só reconstruiria
dos. O percurso do raciocínio se faz do efeito para a causa. Exemplo: todo se as partes estivessem organizadas, devidamente combina-
O calor dilata o ferro (particular) das, seguida uma ordem de relações necessárias, funcionais, então,
O calor dilata o bronze (particular) o relógio estaria reconstruído.
O calor dilata o cobre (particular) Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do todo por
O ferro, o bronze, o cobre são metais meio da integração das partes, reunidas e relacionadas num con-
Logo, o calor dilata metais (geral, universal) junto. Toda síntese, por ser uma reconstrução, pressupõe a análise,
que é a decomposição. A análise, no entanto, exige uma decompo-
Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser válido sição organizada, é preciso saber como dividir o todo em partes. As
e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as duas premissas operações que se realizam na análise e na síntese podem ser assim
também o forem. Se há erro ou equívoco na apreciação dos fatos, relacionadas:
pode-se partir de premissas verdadeiras para chegar a uma conclu- Análise: penetrar, decompor, separar, dividir.
são falsa. Tem-se, desse modo, o sofisma. Uma definição inexata, Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir.
uma divisão incompleta, a ignorância da causa, a falsa analogia são
algumas causas do sofisma. O sofisma pressupõe má fé, intenção A análise tem importância vital no processo de coleta de ideias
deliberada de enganar ou levar ao erro; quando o sofisma não tem a respeito do tema proposto, de seu desdobramento e da criação
essas intenções propositais, costuma-se chamar esse processo de de abordagens possíveis. A síntese também é importante na esco-
argumentação de paralogismo. Encontra-se um exemplo simples de lha dos elementos que farão parte do texto.
sofisma no seguinte diálogo: Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser formal ou in-
- Você concorda que possui uma coisa que não perdeu? formal. A análise formal pode ser científica ou experimental; é ca-
- Lógico, concordo. racterística das ciências matemáticas, físico-naturais e experimen-
- Você perdeu um brilhante de 40 quilates? tais. A análise informal é racional ou total, consiste em “discernir”
- Claro que não! por vários atos distintos da atenção os elementos constitutivos de
- Então você possui um brilhante de 40 quilates... um todo, os diferentes caracteres de um objeto ou fenômeno.
A análise decompõe o todo em partes, a classificação estabe-
Exemplos de sofismas: lece as necessárias relações de dependência e hierarquia entre as
partes. Análise e classificação ligam-se intimamente, a ponto de se
Dedução confundir uma com a outra, contudo são procedimentos diversos:
Todo professor tem um diploma (geral, universal) análise é decomposição e classificação é hierarquisação.
Fulano tem um diploma (particular)
Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa) Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos e fenôme-
nos por suas diferenças e semelhanças; fora das ciências naturais, a
Indução classificação pode-se efetuar por meio de um processo mais ou me-
O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor. (parti- nos arbitrário, em que os caracteres comuns e diferenciadores são
cular) empregados de modo mais ou menos convencional. A classificação,
Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor. (particular) no reino animal, em ramos, classes, ordens, subordens, gêneros e
Rio de Janeiro e Taubaté são cidades. espécies, é um exemplo de classificação natural, pelas caracterís-
Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Redentor. (geral ticas comuns e diferenciadoras. A classificação dos variados itens
– conclusão falsa) integrantes de uma lista mais ou menos caótica é artificial.
Nota-se que as premissas são verdadeiras, mas a conclusão Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata, caminhão,
pode ser falsa. Nem todas as pessoas que têm diploma são pro- canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassilgo, queijo, relógio,
fessores; nem todas as cidades têm uma estátua do Cristo Reden- sabiá, torradeira.
tor. Comete-se erro quando se faz generalizações apressadas ou Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá.
infundadas. A “simples inspeção” é a ausência de análise ou análise Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo.
superficial dos fatos, que leva a pronunciamentos subjetivos, base- Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torradeira.
ados nos sentimentos não ditados pela razão. Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus.
Tem-se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não fundamen-
tais, que contribuem para a descoberta ou comprovação da verda- Os elementos desta lista foram classificados por ordem alfabé-
de: análise, síntese, classificação e definição. Além desses, existem tica e pelas afinidades comuns entre eles. Estabelecer critérios de
outros métodos particulares de algumas ciências, que adaptam os classificação das ideias e argumentos, pela ordem de importância, é
processos de dedução e indução à natureza de uma realidade par- uma habilidade indispensável para elaborar o desenvolvimento de
ticular. Pode-se afirmar que cada ciência tem seu método próprio uma redação. Tanto faz que a ordem seja crescente, do fato mais
demonstrativo, comparativo, histórico etc. A análise, a síntese, a importante para o menos importante, ou decrescente, primeiro
classificação a definição são chamadas métodos sistemáticos, por- o menos importante e, no final, o impacto do mais importante; é
que pela organização e ordenação das ideias visam sistematizar a indispensável que haja uma lógica na classificação. A elaboração
pesquisa.
Editora
15
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
do plano compreende a classificação das partes e subdivisões, ou As definições dos dicionários de língua são feitas por meio de
seja, os elementos do plano devem obedecer a uma hierarquização. paráfrases definitórias, ou seja, uma operação metalinguística que
(Garcia, 1973, p. 302304.) consiste em estabelecer uma relação de equivalência entre a pala-
Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo na in- vra e seus significados.
trodução, os termos e conceitos sejam definidos, pois, para expres- A força do texto dissertativo está em sua fundamentação. Sem-
sar um questionamento, deve-se, de antemão, expor clara e racio- pre é fundamental procurar um porquê, uma razão verdadeira e
nalmente as posições assumidas e os argumentos que as justificam. necessária. A verdade de um ponto de vista deve ser demonstrada
É muito importante deixar claro o campo da discussão e a posição com argumentos válidos. O ponto de vista mais lógico e racional do
adotada, isto é, esclarecer não só o assunto, mas também os pontos mundo não tem valor, se não estiver acompanhado de uma funda-
de vista sobre ele. mentação coerente e adequada.
A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da lingua- Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a lógica clás-
gem e consiste na enumeração das qualidades próprias de uma sica, que foram abordados anteriormente, auxiliam o julgamento
ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o elemento conforme a da validade dos fatos. Às vezes, a argumentação é clara e pode reco-
espécie a que pertence, demonstra: a característica que o diferen- nhecer-se facilmente seus elementos e suas relações; outras vezes,
cia dos outros elementos dessa mesma espécie. as premissas e as conclusões organizam-se de modo livre, mistu-
Entre os vários processos de exposição de ideias, a definição rando-se na estrutura do argumento. Por isso, é preciso aprender a
é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito das ciências. A reconhecer os elementos que constituem um argumento: premis-
definição científica ou didática é denotativa, ou seja, atribui às pa- sas/conclusões. Depois de reconhecer, verificar se tais elementos
lavras seu sentido usual ou consensual, enquanto a conotativa ou são verdadeiros ou falsos; em seguida, avaliar se o argumento está
metafórica emprega palavras de sentido figurado. Segundo a lógica expresso corretamente; se há coerência e adequação entre seus
tradicional aristotélica, a definição consta de três elementos: elementos, ou se há contradição. Para isso é que se aprende os pro-
- o termo a ser definido; cessos de raciocínio por dedução e por indução. Admitindo-se que
- o gênero ou espécie; raciocinar é relacionar, conclui-se que o argumento é um tipo espe-
- a diferença específica. cífico de relação entre as premissas e a conclusão.
Procedimentos Argumentativos: Constituem os procedimentos
O que distingue o termo definido de outros elementos da mes- argumentativos mais empregados para comprovar uma afirmação:
ma espécie. Exemplo: exemplificação, explicitação, enumeração, comparação.
Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista por meio
Na frase: O homem é um animal racional classifica-se: de exemplos, hierarquizar afirmações. São expressões comuns nes-
se tipo de procedimento: mais importante que, superior a, de maior
relevância que. Empregam-se também dados estatísticos, acompa-
nhados de expressões: considerando os dados; conforme os dados
apresentados. Faz-se a exemplificação, ainda, pela apresentação de
Elemento especie diferença causas e consequências, usando-se comumente as expressões: por-
a ser definidoespecífica que, porquanto, pois que, uma vez que, visto que, por causa de, em
virtude de, em vista de, por motivo de.
É muito comum formular definições de maneira defeituosa, Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo é expli-
por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o todo em par- car ou esclarecer os pontos de vista apresentados. Pode-se alcançar
tes. Esse tipo de definição é gramaticalmente incorreto; quando é esse objetivo pela definição, pelo testemunho e pela interpreta-
advérbio de tempo, não representa o gênero, a espécie, a gente é ção. Na explicitação por definição, empregamse expressões como:
forma coloquial não adequada à redação acadêmica. Tão importan- quer dizer, denomina-se, chama-se, na verdade, isto é, haja vista,
te é saber formular uma definição, que se recorre a Garcia (1973, ou melhor; nos testemunhos são comuns as expressões: conforme,
p.306), para determinar os “requisitos da definição denotativa”. segundo, na opinião de, no parecer de, consoante as ideias de, no
Para ser exata, a definição deve apresentar os seguintes requisitos: entender de, no pensamento de. A explicitação se faz também pela
- o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe em interpretação, em que são comuns as seguintes expressões: parece,
que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que ‘mesa’ está assim, desse ponto de vista.
realmente incluída) e não “mesa é um instrumento ou ferramenta Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma sequência de
ou instalação”; elementos que comprovam uma opinião, tais como a enumeração
- o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir todos os de pormenores, de fatos, em uma sequência de tempo, em que são
exemplos específicos da coisa definida, e suficientemente restrito frequentes as expressões: primeiro, segundo, por último, antes, de-
para que a diferença possa ser percebida sem dificuldade; pois, ainda, em seguida, então, presentemente, antigamente, de-
- deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em verdade, pois de, antes de, atualmente, hoje, no passado, sucessivamente,
definição, quando se diz que o “triângulo não é um prisma”; respectivamente. Na enumeração de fatos em uma sequência de
- deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não constitui espaço, empregam-se as seguintes expressões: cá, lá, acolá, ali, aí,
definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo é um homem” além, adiante, perto de, ao redor de, no Estado tal, na capital, no
não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem); interior, nas grandes cidades, no sul, no leste...
- deve ser breve (contida num só período). Quando a definição, Comparação: Analogia e contraste são as duas maneiras de
ou o que se pretenda como tal, é muito longa (séries de períodos se estabelecer a comparação, com a finalidade de comprovar uma
ou de parágrafos), chama-se explicação, e também definição expan- ideia ou opinião. Na analogia, são comuns as expressões: da mesma
dida;d forma, tal como, tanto quanto, assim como, igualmente. Para esta-
- deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o termo) + belecer contraste, empregam-se as expressões: mais que, menos
cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero) + adjuntos (as que, melhor que, pior que.
diferenças). Entre outros tipos de argumentos empregados para aumentar
o poder de persuasão de um texto dissertativo encontram-se:
Editora
16
16
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Argumento de autoridade: O saber notório de uma autoridade Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da evolução
reconhecida em certa área do conhecimento dá apoio a uma afir- tecnológica
mação. Dessa maneira, procura-se trazer para o enunciado a credi- - Questionar o tema, transformá-lo em interrogação, responder
bilidade da autoridade citada. Lembre-se que as citações literais no a interrogação (assumir um ponto de vista); dar o porquê da respos-
corpo de um texto constituem argumentos de autoridade. Ao fazer ta, justificar, criando um argumento básico;
uma citação, o enunciador situa os enunciados nela contidos na li- - Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento básico e
nha de raciocínio que ele considera mais adequada para explicar ou construir uma contra-argumentação; pensar a forma de refutação
justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de argumento tem mais que poderia ser feita ao argumento básico e tentar desqualificá-la
caráter confirmatório que comprobatório. (rever tipos de argumentação);
Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispensam expli- - Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de ideias
cação ou comprovação, pois seu conteúdo é aceito como válido por que estejam direta ou indiretamente ligadas ao tema (as ideias po-
consenso, pelo menos em determinado espaço sociocultural. Nesse dem ser listadas livremente ou organizadas como causa e consequ-
caso, incluem-se ência);
- A declaração que expressa uma verdade universal (o homem, - Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema e com o
mortal, aspira à imortalidade); argumento básico;
- A declaração que é evidente por si mesma (caso dos postula- - Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhendo as que
dos e axiomas); poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias transformam-se em
- Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de nature- argumentos auxiliares, que explicam e corroboram a ideia do argu-
za subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que a própria razão mento básico;
desconhece); implica apreciação de ordem estética (gosto não se - Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando uma se-
discute); diz respeito a fé religiosa, aos dogmas (creio, ainda que quência na apresentação das ideias selecionadas, obedecendo às
parece absurdo). partes principais da estrutura do texto, que poderia ser mais ou
menos a seguinte:
Comprovação pela experiência ou observação: A verdade de
um fato ou afirmação pode ser comprovada por meio de dados con- Introdução
cretos, estatísticos ou documentais. - função social da ciência e da tecnologia;
Comprovação pela fundamentação lógica: A comprovação se - definições de ciência e tecnologia;
realiza por meio de argumentos racionais, baseados na lógica: cau- - indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico.
sa/efeito; consequência/causa; condição/ocorrência.
Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As declarações, Desenvolvimento
julgamento, pronunciamentos, apreciações que expressam opini- - apresentação de aspectos positivos e negativos do desenvol-
ões pessoais (não subjetivas) devem ter sua validade comprovada, vimento tecnológico;
e só os fatos provam. Em resumo toda afirmação ou juízo que ex- - como o desenvolvimento científico-tecnológico modificou as
presse uma opinião pessoal só terá validade se fundamentada na condições de vida no mundo atual;
evidência dos fatos, ou seja, se acompanhada de provas, validade - a tecnocracia: oposição entre uma sociedade tecnologica-
dos argumentos, porém, pode ser contestada por meio da contra- mente desenvolvida e a dependência tecnológica dos países sub-
-argumentação ou refutação. São vários os processos de contra-ar- desenvolvidos;
gumentação: - enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento social;
Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação demonstran- - comparar a vida de hoje com os diversos tipos de vida do pas-
do o absurdo da consequência. Exemplo clássico é a contraargu- sado; apontar semelhanças e diferenças;
mentação do cordeiro, na conhecida fábula “O lobo e o cordeiro”; - analisar as condições atuais de vida nos grandes centros ur-
Refutação por exclusão: consiste em propor várias hipóteses banos;
para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela que se julga ver- - como se poderia usar a ciência e a tecnologia para humanizar
dadeira; mais a sociedade.
Desqualificação do argumento: atribui-se o argumento à opi-
nião pessoal subjetiva do enunciador, restringindo-se a universali- Conclusão
dade da afirmação; - a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/consequ-
Ataque ao argumento pelo testemunho de autoridade: consis- ências maléficas;
te em refutar um argumento empregando os testemunhos de auto- - síntese interpretativa dos argumentos e contra-argumentos
ridade que contrariam a afirmação apresentada; apresentados.
Desqualificar dados concretos apresentados: consiste em de-
sautorizar dados reais, demonstrando que o enunciador baseou-se Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano de reda-
em dados corretos, mas tirou conclusões falsas ou inconsequentes. ção: é um dos possíveis.
Por exemplo, se na argumentação afirmou-se, por meio de dados Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece
estatísticos, que “o controle demográfico produz o desenvolvimen- entre dois textos, quando um texto já criado exerce influência na
to”, afirma-se que a conclusão é inconsequente, pois baseia-se em criação de um novo texto. Pode-se definir, então, a intertextualida-
uma relação de causa-feito difícil de ser comprovada. Para contra- de como sendo a criação de um texto a partir de outro texto já exis-
argumentar, propõese uma relação inversa: “o desenvolvimento é tente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem funções
que gera o controle demográfico”. diferentes que dependem muito dos textos/contextos em que ela
Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros possíveis para é inserida.
desenvolver um tema, que podem ser analisadas e adaptadas ao O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento,
desenvolvimento de outros temas. Elege-se um tema, e, em segui- não se restringindo única e exclusivamente a textos literários.
da, sugerem-se os procedimentos que devem ser adotados para a
elaboração de um Plano de Redação.
Editora
17
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Em alguns casos pode-se dizer que a intertextualidade assume PONTO DE VISTA
a função de não só persuadir o leitor como também de difundir a O modo como o autor narra suas histórias provoca diferentes
cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura, sentidos ao leitor em relação à uma obra. Existem três pontos de
escultura, literatura etc). Intertextualidade é a relação entre dois vista diferentes. É considerado o elemento da narração que com-
textos caracterizada por um citar o outro. preende a perspectiva através da qual se conta a história. Trata-se
da posição da qual o narrador articula a narrativa. Apesar de existir
Coesão e coerência fazem parte importante da elaboração de diferentes possibilidades de Ponto de Vista em uma narrativa, con-
um texto com clareza. Ela diz respeito à maneira como as ideias são sidera-se dois pontos de vista como fundamentais: O narrador-ob-
organizadas a fim de que o objetivo final seja alcançado: a compre- servador e o narrador-personagem.
ensão textual. Na redação espera-se do autor capacidade de mobili-
zar conhecimentos e opiniões, argumentar de modo coerente, além Primeira pessoa
de expressar-se com clareza, de forma correta e adequada. Um personagem narra a história a partir de seu próprio ponto
de vista, ou seja, o escritor usa a primeira pessoa. Nesse caso, lemos
Coerência o livro com a sensação de termos a visão do personagem poden-
É uma rede de sintonia entre as partes e o todo de um texto. do também saber quais são seus pensamentos, o que causa uma
Conjunto de unidades sistematizadas numa adequada relação se- leitura mais íntima. Da mesma maneira que acontece nas nossas
mântica, que se manifesta na compatibilidade entre as ideias. (Na vidas, existem algumas coisas das quais não temos conhecimento e
linguagem popular: “dizer coisa com coisa” ou “uma coisa bate com só descobrimos ao decorrer da história.
outra”).
Coerência é a unidade de sentido resultante da relação que se Segunda pessoa
estabelece entre as partes do texto. Uma ideia ajuda a compreen- O autor costuma falar diretamente com o leitor, como um diá-
der a outra, produzindo um sentido global, à luz do qual cada uma logo. Trata-se de um caso mais raro e faz com que o leitor se sinta
das partes ganha sentido. Coerência é a ligação em conjunto dos quase como outro personagem que participa da história.
elementos formativos de um texto.
A coerência não é apenas uma marca textual, mas diz respeito Terceira pessoa
aos conceitos e às relações semânticas que permitem a união dos Coloca o leitor numa posição externa, como se apenas obser-
elementos textuais. vasse a ação acontecer. Os diálogos não são como na narrativa em
A coerência de um texto é facilmente deduzida por um falante primeira pessoa, já que nesse caso o autor relata as frases como al-
de uma língua, quando não encontra sentido lógico entre as propo- guém que estivesse apenas contando o que cada personagem disse.
sições de um enunciado oral ou escrito. É a competência linguística,
tomada em sentido lato, que permite a esse falante reconhecer de Sendo assim, o autor deve definir se sua narrativa será transmi-
imediato a coerência de um discurso. tida ao leitor por um ou vários personagens. Se a história é contada
por mais de um ser fictício, a transição do ponto de vista de um para
A coerência: outro deve ser bem clara, para que quem estiver acompanhando a
- assenta-se no plano cognitivo, da inteligibilidade do texto; leitura não fique confuso.
- situa-se na subjacência do texto; estabelece conexão concei-
tual; Na construção de um texto, assim como na fala, usamos meca-
- relaciona-se com a macroestrutura; trabalha com o todo, com nismos para garantir ao interlocutor a compreensão do que é dito,
o aspecto global do texto; ou lido. Esses mecanismos linguísticos que estabelecem a conectivi-
- estabelece relações de conteúdo entre palavras e frases. dade e retomada do que foi escrito ou dito, são os referentes textu-
ais, que buscam garantir a coesão textual para que haja coerência,
Coesão não só entre os elementos que compõem a oração, como também
É um conjunto de elementos posicionados ao longo do texto, entre a sequência de orações dentro do texto.
numa linha de sequência e com os quais se estabelece um vínculo Essa coesão também pode muitas vezes se dar de modo implí-
ou conexão sequencial. Se o vínculo coesivo se faz via gramática, cito, baseado em conhecimentos anteriores que os participantes do
fala-se em coesão gramatical. Se se faz por meio do vocabulário, processo têm com o tema. Por exemplo, o uso de uma determinada
tem-se a coesão lexical. sigla, que para o público a quem se dirige deveria ser de conheci-
A coesão textual é a ligação, a relação, a conexão entre pala- mento geral, evita que se lance mão de repetições inúteis.
vras, expressões ou frases do texto. Ela manifesta-se por elementos Numa linguagem figurada, a coesão é uma linha imaginária -
gramaticais, que servem para estabelecer vínculos entre os compo- composta de termos e expressões - que une os diversos elementos
nentes do texto. do texto e busca estabelecer relações de sentido entre eles. Dessa
Existem, em Língua Portuguesa, dois tipos de coesão: a lexical, forma, com o emprego de diferentes procedimentos, sejam lexicais
que é obtida pelas relações de sinônimos, hiperônimos, nomes ge- (repetição, substituição, associação), sejam gramaticais (emprego
néricos e formas elididas, e a gramatical, que é conseguida a partir de pronomes, conjunções, numerais, elipses), constroem-se frases,
do emprego adequado de artigo, pronome, adjetivo, determinados orações, períodos, que irão apresentar o contexto – decorre daí a
advérbios e expressões adverbiais, conjunções e numerais. coerência textual.
A coesão: Um texto incoerente é o que carece de sentido ou o apresenta
- assenta-se no plano gramatical e no nível frasal; de forma contraditória. Muitas vezes essa incoerência é resultado
- situa-se na superfície do texto, estabele conexão sequencial; do mau uso daqueles elementos de coesão textual. Na organização
- relaciona-se com a microestrutura, trabalha com as partes de períodos e de parágrafos, um erro no emprego dos mecanismos
componentes do texto; gramaticais e lexicais prejudica o entendimento do texto. Constru-
- Estabelece relações entre os vocábulos no interior das frases. ído com os elementos corretos, confere-se a ele uma unidade for-
mal.
Editora
18
18
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Nas palavras do mestre Evanildo Bechara, “o enunciado não se A seleção vocabular
constrói com um amontoado de palavras e orações. Elas se orga- Na produção de texto, a seleção vocabular também é impor-
nizam segundo princípios gerais de dependência e independência tante elemento de coesão, já que, muitas vezes, substituímos uma
sintática e semântica, recobertos por unidades melódicas e rítmicas palavra que já empregamos por outra que lhe retoma o sentido.
que sedimentam estes princípios”. Observe:
Desta lição, extrai-se que não se deve escrever frases ou textos Os advogados do réu apresentaram um pedido ao juiz, no en-
desconexos – é imprescindível que haja uma unidade, ou seja, que tanto o magistrado não acatou a solicitação dos patronos do acu-
essas frases estejam coesas e coerentes formando o texto. sado.
Além disso, relembre-se de que, por coesão, entende-se liga- Nessa frase, as palavras magistrado, solicitação, patronos e
ção, relação, nexo entre os elementos que compõem a estrutura acusado funcionam como elementos de coesão, pois retomam, res-
textual. pectivamente, os termos juiz, pedido, advogados e réu. Veja que a
seleção vocabular utilizada na frase acima, além de dar coesão ao
Há diversas formas de se garantir a coesão entre os elementos texto, tem função estilística, pois permite que não se repitam as
de uma frase ou de um texto: mesmas palavras.
- Substituição de palavras com o emprego de sinônimos, ou de
palavras ou expressões do mesmo campo associativo. Os mecanismos de combinação e seleção – a coerência e arti-
- Nominalização – emprego alternativo entre um verbo, o subs- culação de sentidos
tantivo ou o adjetivo correspondente (desgastar / desgaste / des-
gastante). Como você já deve ter percebido, escrever não é só colocar as
- Repetição na ligação semântica dos termos, empregada como ideias no papel. Até porque essas ideias não surgem do nada. Elas
recurso estilístico de intenção articulatória, e não uma redundância fazem parte do processo de comunicação de que participamos e de
- resultado da pobreza de vocabulário. Por exemplo, “Grande no todas as informações que nos chegam, através de trocas de experi-
pensamento, grande na ação, grande na glória, grande no infortú- ências com seus interlocutores e muita, muita leitura.
nio, ele morreu desconhecido e só.” (Rocha Lima) Veja a manchete de um jornal de grande circulação nacional
- Uso de hipônimos – relação que se estabelece com base na que publicou o seguinte:
maior especificidade do significado de um deles. Por exemplo, mesa Professoras mandam carta a deputados protestando contra o
(mais específico) e móvel (mais genérico). aumento de seus salários.
- Emprego de hiperônimos - relações de um termo de sentido Repare que, da forma como a manchete foi redigida, o leitor
mais amplo com outros de sentido mais específico. Por exemplo, poderia entendê-la de dois modos diversos: as professoras, cha-
felino está numa relação de hiperonímia com gato. teadas com o aumento insignificante de seus salários, reclamam,
- Substitutos universais, como os verbos vicários (verbos que protestando, através de uma carta, aos senhores deputados; ou as
substituem um outro empregado anteriormente). Ex.: Necessito professoras questionam o aumento de salário que os deputados
viajar, porém só o farei no ano vindouro. tiveram, comparando com o salário delas e escrevem-nos protes-
A coesão apoiada na gramática dá-se no uso de conectivos, tando.
como certos pronomes, certos advérbios e expressões adverbiais, Por que essa dupla interpretação aconteceu e acontece quan-
conjunções, elipses, entre outros. A elipse justifica-se quando, ao do menos esperamos?
remeter a um enunciado anterior, a palavra elidida é facilmente Nesse caso, é o emprego do pronome “seus” o causador desse
identificável (Ex.: O jovem recolheu-se cedo. Sabia que ia necessitar duplo sentido. Podemos dizer que o pronome possessivo destacado
de todas as suas forças. O termo o jovem deixa de ser repetido e, tanto pode se referir aos salários das professoras como dos depu-
assim, estabelece a relação entre as duas orações.). tados.
Sendo o texto uma ‘unidade de sentido’, os elementos que o
Dêiticos são elementos linguísticos que têm a propriedade compõem (palavras, orações, períodos) precisam se relacionar har-
de fazer referência ao contexto situacional ou ao próprio discurso. monicamente.
Exercem, por excelência, essa função de progressão textual, dada A estruturação de uma simples frase pode ser comparada com
sua característica: são elementos que não significam, apenas indi- a articulação de um esqueleto com seus ossos. Do mesmo jeito que
cam, remetem aos componentes da situação comunicativa. uma articulação entre dois ou mais ossos acontece, resultando num
Já os componentes concentram em si a significação. Elisa Gui- movimento, as palavras devem combinar umas com as outras numa
marães ensina-nos a esse respeito: articulação de pensamentos, tornando o texto coeso, com nexo.
“Os pronomes pessoais e as desinências verbais indicam os Não se esqueça de que nexo significa “ligação, vínculo”.
participantes do ato do discurso. Os pronomes demonstrativos, Esse modo de estruturar o texto, a combinação e seleção das
certas locuções prepositivas e adverbiais, bem como os advérbios palavras para evitar a falta de nexo, recebe o nome de mecanismos
de tempo, referenciam o momento da enunciação, podendo indicar de coesão.
simultaneidade, anterioridade ou posterioridade. Assim: este, ago- A coesão decorre das relações de sentido que se operam entre
ra, hoje, neste momento (presente); ultimamente, recentemente, os elementos de um texto. Também resulta da perfeita relação de
ontem, há alguns dias, antes de (pretérito); de agora em diante, no sentido que tem de haver entre as partes de um texto. Assim, o
próximo ano, depois de (futuro).” uso de conectivos é de grande importância para que possa haver
Somente a coesão, contudo, não é suficiente para que haja sen- coesão textual.
tido no texto, esse é o papel da coerência, e coerência relaciona--se
intimamente a contexto. Leia o texto que se segue:
“Além de ter liberdade para receber e transmitir informações
é preciso que todos sejam livres para manifestar opiniões e críti-
cas sobre o comportamento do governo. Não basta, porém, dizer
na Constituição que essas liberdades existem. É preciso que exis-
tam meios concretos ao alcance de todo o povo para a obtenção
Editora
19
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
e divulgação de informações, e por esses meios o povo participe Como você pôde notar, a coesão e a coerência textuais são ele-
constantemente do governo, que existe para realizar sua vontade, mentos facilitadores para a compreensão perfeita de um texto.
satisfazer suas necessidades e promover a melhoria de suas condi- Coerência diz respeito a tudo que se harmoniza entre si, que
ções de vida”. tem ligação. O conceito da palavra relaciona-se à presença de co-
DALLARI, Dalmo de Abreu. In: Viver em sociedade. São Paulo: nexão, de nexo entre as ideias. Isso porque buscamos sempre a
Editora Moderna, 1985. p. 41. existência de sentido, quer seja ao refletirmos sobre algo, quer seja
interpretando o que nos rodeia, quer seja ao tentarmos compreen-
Atente para o fato de que as orações que formam esse trecho der o conteúdo daquilo que nos é apresentado em forma de texto
apresentam uma perfeita relação de sentido criada com a ajuda dos escrito. Assim, podemos inferir que o uso de algumas expressões
conectivos. Vamos analisar um a um os períodos encontrados no pode comprometer o entendimento de um texto.
texto transcrito acima para entender esses mecanismos relacionais “Ideias confusas geram redações confusas”. Esta frase leva-
que os conectivos nos dão. -nos a refletir sobre a organização das ideias em um texto. Signi-
“Além de ter liberdade para receber e transmitir informações fica dizer que, antes da redação, naturalmente devemos dominar
é preciso que todos sejam livres para manifestar opiniões e críticas o assunto sobre o qual iremos tratar e, posteriormente, planejar
sobre o comportamento do governo.” o modo como iremos expô-lo, do contrário haverá dificuldade em
No 1º segmento, encontramos a locução conjuntiva “além de” transmitir ideias bem acabadas. Portanto, a leitura, a interpretação
que introduz as orações seguintes, ambas subordinadas adverbiais de textos e a experiência de vida antecedem o ato de escrever.
finais ‘para receber e (para) transmitir’, que por sua vez são coorde- Obtido um razoável conhecimento sobre o que iremos escre-
nadas aditivas entre si, ou seja, têm a mesma função. ver, feito o esquema de exposição da matéria, é necessário saber
Na 2ª oração “Não basta, porém, dizer na Constituição que es- ordenar as ideias em frases bem estruturadas. Logo, não basta co-
sas liberdades existem”, a conjunção destacada indica contradição, nhecer bem um determinado assunto, temos que o transmitir de
oposição ou restrição ao que foi dito na oração anterior. maneira clara aos leitores.
Já, no último segmento do texto encontramos o pronome rela- O estudo da pontuação pode se tornar um valioso aliado para
tivo “que” retomando o substantivo “governo” da oração anterior organizarmos as ideias de maneira clara em frases. Para tanto, é
e que aparece como oração principal de três outras orações subor- necessário ter alguma noção de sintaxe. “Sintaxe”, conforme o di-
dinadas a ela, também com o sentido de finalidade – para realizar cionário Aurélio, é a “parte da gramática que estuda a disposição
sua vontade; (para) satisfazer suas necessidades e (para) promover das palavras na frase e a das frases no discurso, bem como a relação
a melhoria de suas condições de vida. lógica das frases entre si”; ou em outras palavras, sintaxe quer dizer
‘É preciso que existam meios concretos ao alcance de todo o “mistura”, isto é, saber misturar as palavras de maneira a produzi-
povo para a obtenção e divulgação de informações, e por esses rem um sentido evidente para os receptores das nossas mensagens.
meios o povo participe constantemente do governo, que existe para Observe:
realizar sua vontade, satisfazer suas necessidades e promover a me- 1)A desemprego globalização no Brasil e no na está Latina Amé-
lhoria de suas condições de vida”. rica causando.
Repare que trabalhamos com os conectores (outro nome para 2) A globalização está causando desemprego no Brasil e na
os conectivos), visando à perfeita relação de sentido que deve ha- América Latina.
ver entre as partes que compõem um texto.
Sendo os conectivos elementos que relacionam partes de um Ora, no item 1 não temos uma ideia, pois não há uma frase, as
discurso, estabelecendo relações de significado entre essas partes, palavras estão amontoadas sem a realização de “uma sintaxe”, não
possuem valores próprios, uns exprimindo finalidade, outros, opo- há um contexto linguístico nem relação inteligível com a realidade;
sição; outros, escolha e assim por diante. no caso 2, a sintaxe ocorreu de maneira perfeita e o sentido está
A seleção vocabular é também um importante mecanismo co- claro para receptores de língua portuguesa inteirados da situação
esivo e a estamos empregando quando substituímos uma palavra econômica e cultural do mundo atual.
que já foi usada por outra que lhe retoma o sentido. Podemos usar A Ordem dos Termos na Frase
sinônimos, pronomes (retos ou oblíquos), pronomes relativos, etc. Leia novamente a frase contida no item 2. Note que ela é or-
Esse mecanismo seletivo, além de dar coesão ao texto, tem função ganizada de maneira clara para produzir sentido. Todavia, há dife-
estilística, pois permite que as palavras não sejam repetidas. rentes maneiras de se organizar gramaticalmente tal frase, tudo
De maneira geral, podemos dizer que temos um texto coerente depende da necessidade ou da vontade do redator em manter o
e coeso quando este não contém contradições, o vocabulário utili- sentido, ou mantê-lo, porém, acrescentado ênfase a algum dos seus
zado está adequado, as afirmações são relevantes para o desenvol- termos. Significa dizer que, ao escrever, podemos fazer uma série
vimento do tema, os fatos estão corretamente sequenciados, ou de inversões e intercalações em nossas frases, conforme a nossa
seja, o texto deverá estar constituído de relações de sentido entre vontade e estilo. Tudo depende da maneira como queremos trans-
os vocábulos, expressões e frases e do encadeamento linear das mitir uma ideia. Por exemplo, podemos expressar a mensagem da
unidades linguísticas no texto. frase 2 da seguinte maneira:
O inverso é verdadeiro e podemos dizer que não haverá coesão No Brasil e na América Latina, a globalização está causando
quando, por exemplo, empregarmos conjunções e pronomes de desemprego.
modo inadequado, deixarmos palavras ou até frases inteiras desco- Neste caso, a mensagem é praticamente a mesma, apenas mu-
nectadas e quando a escolha vocabular for inadequada, levando à damos a ordem das palavras para dar ênfase a alguns termos (neste
ambiguidade, entre outros problemas. caso: No Brasil e na A. L.). Repare que, para obter a clareza tivemos
Aconselhamos que, para se perceber a falta de coesão no texto que fazer o uso de vírgulas.
produzido por você, o melhor que se tem a fazer é lê-lo atentamen- Entre os sinais de pontuação, a vírgula é o mais usado e o que
te, estabelecer as relações entre as palavras que o compõem, as mais nos auxilia na organização de um período, pois facilita as boas
orações que formam os períodos e, por fim, os períodos que for- “sintaxes”, boas misturas, ou seja, a vírgula ajuda-nos a não “em-
mam o texto. bolar” o sentido quando produzimos frases complexas. Com isto,
“entregamos” frases bem organizadas aos nossos leitores.
Editora
20
20
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
O básico para a organização sintática das frases é a ordem di-
reta dos termos da oração. Os gramáticos estruturam tal ordem da Aqui um aposto à globalização foi intercalado entre o sujeito e
seguinte maneira: o verbo. Outros exemplos:
SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO VERBAL+ CIRCUNSTÂN- A globalização, que é um fenômeno econômico e cultural, está
CIAS causando desemprego no Brasil e na América Latina.
A globalização + está causando+ desemprego + no Brasil nos Neste caso, há uma oração adjetiva intercalada.
dias de hoje. As orações adjetivas explicativas desempenham frequente-
mente um papel semelhante ao do aposto explicativo, por isto são
Nem todas as orações mantêm esta ordem e nem todas con- também isoladas por vírgula.
têm todos estes elementos, portanto cabem algumas observações: A globalização causa, caro leitor, desemprego no Brasil…
- As circunstâncias (de tempo, espaço, modo, etc.) normalmen- Neste outro caso, há um vocativo entre o verbo e o seu com-
te são representadas por adjuntos adverbiais de tempo, lugar, etc. plemento.
Note que, no mais das vezes, quando queremos recordar algo ou A globalização causa desemprego, e isto é lamentável, no Bra-
narrar uma história, existe a tendência a colocar os adjuntos nos sil…
começos das frases: “No Brasil e na América…” “Nos dias de hoje…”
“Nas minhas férias…”, “No Brasil…”. e logo depois os verbos e outros Aqui, há uma oração intercalada (note que ela não pertence
elementos: “Nas minhas férias fui…”; “No Brasil existe…” ao assunto: globalização, da frase principal, tal oração é apenas um
comentário à parte entre o complemento verbal e os adjuntos.
Observações: Obs: a simples negação em uma frase não exige vírgula:
- tais construções não estão erradas, mas rompem com a or- A globalização não causou desemprego no Brasil e na América
dem direta; Latina.
- é preciso notar que em Língua Portuguesa, há muitas frases 3) Quando “quebramos” a ordem direta, invertendo-a, tal que-
que não têm sujeito, somente predicado. Por exemplo: Está choven- bra torna a vírgula necessária. Esta é a regra nº3 da colocação da
do em Porto Alegre. Faz frio em Friburgo. São quatro horas agora; vírgula.
- Outras frases são construídas com verbos intransitivos, que No Brasil e na América Latina, a globalização está causando
não têm complemento: O menino morreu na Alemanha, (sujeito desemprego…
+verbo+ adjunto adverbial), A globalização nasceu no século XX. No fim do século XX, a globalização causou desemprego no Bra-
(idem) sil…
- Há ainda frases nominais que não possuem verbos: Cada ma- Nota-se que a quebra da ordem direta frequentemente se dá
caco no seu galho. Nestes tipos de frase, a ordem direta faz-se natu- com a colocação das circunstâncias antes do sujeito. Trata- -se da
ralmente. Usam-se apenas os termos existentes nelas. ordem inversa. Estas circunstâncias, em gramática, são represen-
tadas pelos adjuntos adverbiais. Muitas vezes, elas são colocadas
Levando em consideração a ordem direta, podemos estabele- em orações chamadas adverbiais que têm uma função semelhante
cer três regras básicas para o uso da vírgula: a dos adjuntos adverbiais, isto é, denotam tempo, lugar, etc. Exem-
plos:
1) Se os termos estão colocados na ordem direta não haverá a
necessidade de vírgulas. A frase (2) é um exemplo disto: Quando o século XX estava terminando, a globalização come-
A globalização está causando desemprego no Brasil e na Amé- çou a causar desemprego.
rica Latina. Enquanto os países portadores de alta tecnologia desenvol-
Todavia, ao repetir qualquer um dos termos da oração por três vem--se, a globalização causa desemprego nos países pobres.
vezes ou mais, então é necessário usar a vírgula, mesmo que es- Durante o século XX, a Globalização causou desemprego no
tejamos usando a ordem direta. Esta é a regra básica nº1 para a Brasil.
colocação da vírgula. Veja: Obs 1: alguns gramáticos, Sacconi, por exemplo, consideram
A globalização, a tecnologia e a “ciranda financeira” causam que as orações subordinadas adverbiais devem ser isoladas pela
desemprego… = (três núcleos do sujeito) vírgula também quando colocadas após as suas orações principais,
A globalização causa desemprego no Brasil, na América Latina mas só quando
e na África. = (três adjuntos adverbiais) a) a oração principal tiver uma extensão grande: por exemplo:
A globalização está causando desemprego, insatisfação e suca- A globalização causa… , enquanto os países…(vide frase acima);
teamento industrial no Brasil e na América Latina. = (três comple- b) Se houver uma outra oração após a principal e antes da
mentos verbais) oração adverbial: A globalização causa desemprego no Brasil e as
2) Em princípio, não devemos, na ordem direta, separar com pessoas aqui estão morrendo de fome , enquanto nos países porta-
vírgula o sujeito e o verbo, nem o verbo e o seu complemento, nem dores de alta tecnologia…
o complemento e as circunstâncias, ou seja, não devemos separar
com vírgula os termos da oração. Veja exemplos de tal incorreção: Obs 2: quando os adjuntos adverbiais são mínimos, isto é, têm
O Brasil, será feliz. A globalização causa, o desemprego. apenas uma ou duas palavras não há necessidade do uso da vírgula:
Ao intercalarmos alguma palavra ou expressão entre os termos Hoje a globalização causa desemprego no Panamá.
da oração, cabe isolar tal termo entre vírgulas, assim o sentido da Ali a globalização também causou…
ideia principal não se perderá. Esta é a regra básica nº2 para a co- A não ser que queiramos dar ênfase: Aqui, a globalização…
locação da vírgula. Dito em outras palavras: quando intercalamos Obs3: na língua escrita, normalmente, ao realizarmos a ordem
expressões e frases entre os termos da oração, devemos isolar os inversa, emprestamos ênfase aos termos que principiam as frases.
mesmos com vírgulas. Vejamos: Veja este exemplo de Rui Barbosa destacado por Garcia:
A globalização, fenômeno econômico deste fim de século XX,
causa desemprego no Brasil.
Editora
21
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
“A mim, na minha longa e aturada e continua prática do es- Vejam como o slogan da marca de cosméticos “Nívea” também
crever, me tem sucedido inúmeras vezes, depois de considerar por segue uma estrutura em paralelismo – “BELEZA QUE SE VÊ, BELEZA
muito tempo necessária e insuprível uma locução nova, encontrar QUE SE SENTE”. Notem que a repetição é intencional, mantendo
vertida em expressões antigas mais clara, expressiva e elegante a uma unidade gramatical.
mesma ideia.” O paralelismo é um recurso de coesão textual, ou seja, promo-
ve a conexão das ideias, através de repetições planejadas, trazendo
Estas três regras básicas não solucionam todos os problemas unidade a um texto.
de organização das frases, mas já dão um razoável suporte para que
possamos começar a ordenar a expressão das nossas ideias. Em Vejamos o exemplo a seguir:
suma: o importante é não separar os termos básicos das orações,
mas, se assim o fizermos, seja intercalando ou invertendo elemen- MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO PREVÊ [MUDAR A DATA DO ENEM]
tos, então devemos usar a vírgula. E [MELHORIAS NO SISTEMA.]
Há um desequilíbrio gramatical na frase acima. Para respeitar-
- Quanto à equivalência e transformação de estruturas, outro mos o paralelismo, poderíamos reescrevê-la das seguintes manei-
exemplo muito comum cobrado em provas é o enunciado trazer ras:
uma frase no singular, por exemplo, e pedir que o aluno passe a fra-
se para o plural, mantendo o sentido. Outro exemplo é o enunciado a) MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO PREVÊ [MUDAR A DATA DO
dar a frase em um tempo verbal, e pedir para que a passe para ENEM] E [MELHORAR O SISTEMA.]
outro tempo verbal. Ou
b) MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO PREVÊ [MUDANÇAS NA DATA DO
O termo paralelismo corresponde a uma relação de equivalên- ENEM] E [MELHORIAS NO SISTEMA.]
cia, por semelhança ou contraste, entre dois ou mais elementos. É
um recurso responsável por uma boa progressão textual. Dizemos Vejam que, na primeira reescrita, mantivemos verbos no infi-
que há paralelismo em uma estrutura quando há uma correspon- nitivo iniciando as orações – “mudar” e “melhorar”. Já na segunda,
dência rítmica, sintática/gramatical ou semântica entre as estrutu- mantivemos bases nominais – substantivos – “mudanças” e “me-
ras. lhorias”. Dessa forma, estabelecemos o paralelismo nas frases.
“Mas como achar o tal do paralelismo?”. Uma dica boa é en-
Vejam a tirinha a seguir da famosa personagem Mafalda: contrar os conectivos na frase. Eles são importantes marcadores
textuais para ajudá-los a identificar as estruturas que devem per-
manecer em relação de equivalência. Exemplo:
Queremos amor E ter paz.
“[PARA TRABALHAR,] [PARA NOS AMAR,] [PARA FAZER DESTE PARALELISMO SINTÁTICO OU GRAMATICAL
MUNDO UM MUNDO MELHOR]”
É aquele em que se nota uma correlação sintática numa estru-
As três orações em destaque obedecem a uma mesma estru- tura frasal a partir de termos ou orações semelhantes morfossinta-
tura sintática: iniciam-se com a preposição “para” e mantêm o ver- ticamente. Veja os exemplos a seguir:
bo no infinitivo. A essa relação de equivalência estrutural, damos o
nome de paralelismo. Exemplo 1:
O condenado não só [roubou], mas também [é sequestrador].
Analisemos o próximo exemplo: Corrigindo, temos:
Ele não só roubou, mas também sequestrou.
Os termos “não só... mas também” estabelecem entre as ora-
ções coordenadas uma relação de equivalência sintática. Dessa
forma, é preciso que as orações apresentem a mesma estrutura
gramatical.
Exemplo 2:
O cidadão precisa [de educação], [respeito] e [solidariedade].
Corrigindo, temos:
O cidadão precisa [de educação], [de respeito] e [de solidarie-
dade]. (os três complementos verbais devem vir preposicionados
- encadeamento de funções sintáticas)
Editora
22
22
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Exemplo 3: Repare as repetições intencionais, enfáticas, presentes nas
[Gosto] e [compro] livros. construções acima, caracterizando um paralelismo rítmico.
Nesse caso, temos um problema na construção. O verbo “gos-
tar” é transitivo indireto, enquanto o verbo “comprar” é transitivo
direto. A frase mostra-se incompleta sintaticamente, uma vez que TIPOLOGIA TEXTUAL E GÊNEROS TEXTUAIS
só há um complemento verbal (“livros”).
Corrigindo, temos:
Gosto [de livros] e [os] compro. Tipos e genêros textuais
OI OD Os tipos textuais configuram-se como modelos fixos e abran-
gentes que objetivam a distinção e definição da estrutura, bem
Exemplo 4: como aspectos linguísticos de narração, dissertação, descrição e
Quero [sua ajuda] e [que você venha]. explicação. Eles apresentam estrutura definida e tratam da forma
Nesse caso, o paralelismo foi quebrado, uma vez que os com- como um texto se apresenta e se organiza. Existem cinco tipos clás-
plementos do verbo “querer” têm “pesos sintáticos” diferentes: sicos que aparecem em provas: descritivo, injuntivo, expositivo (ou
“sua ajuda” é um objeto direto “simples” e “que você venha” é um dissertativo-expositivo) dissertativo e narrativo. Vejamos alguns
objeto direto oracional. Repare que os objetos estão ligados pelo exemplos e as principais características de cada um deles.
conectivo “e”, devendo, portanto, haver uma equivalência entre
eles. Tipo textual descritivo
Corrigindo, temos: A descrição é uma modalidade de composição textual cujo
Quero [sua ajuda] e [sua vinda]. objetivo é fazer um retrato por escrito (ou não) de um lugar, uma
ou pessoa, um animal, um pensamento, um sentimento, um objeto,
Quero [que você me ajude] e [que você venha]. um movimento etc.
Características principais:
PARALELISMO SEMÂNTICO • Os recursos formais mais encontrados são os de valor adje-
tivo (adjetivo, locução adjetiva e oração adjetiva), por sua função
É aquele em que se observa uma correlação de sentido entre caracterizadora.
as estruturas. Observe: • Há descrição objetiva e subjetiva, normalmente numa enu-
“Trocava [de namorada] como trocava [de blusa]”. meração.
“Marcela amou-me durante [quinze meses] e [onze contos de • A noção temporal é normalmente estática.
réis]” • Normalmente usam-se verbos de ligação para abrir a defini-
(Machado de Assis – Memórias Póstumas de Brás Cubas) ção.
• Normalmente aparece dentro de um texto narrativo.
Notem que, apesar de haver paralelismo gramatical ou sintáti- • Os gêneros descritivos mais comuns são estes: manual, anún-
co nas frases, não há uma correlação semântica. cio, propaganda, relatórios, biografia, tutorial.
No primeiro caso trocar “de namorada” não equivale a trocar
“de blusa”; no segundo, amar “durante quinze meses” (tempo) não Exemplo:
corresponde a amar “durante onze contos de réis”. São relações de Era uma casa muito engraçada
sentido diferentes. Dessa forma, podemos dizer que houve uma Não tinha teto, não tinha nada
“quebra” do paralelismo semântico, pois é feita uma aproximação Ninguém podia entrar nela, não
entre elementos de “carga significativa” diferente. Entretanto, isso Porque na casa não tinha chão
foi intencional e não deve ser visto como uma falha de construção. Ninguém podia dormir na rede
Na maioria das vezes, esse tipo de construção é proposital para Porque na casa não tinha parede
trazer a um trecho determinado efeito de sentido a partir da ironia Ninguém podia fazer pipi
ou do humor, como nos exemplos acima. Porque penico não tinha ali
PARALELISMO RÍTMICO Mas era feita com muito esmero
Na rua dos bobos, número zero
O paralelismo rítmico é um recurso estilístico de grande efeito, (Vinícius de Moraes)
do qual alguns autores se servem com o propósito de dar maior
expressividade ao pensamento. TIPO TEXTUAL INJUNTIVO
Vejam os exemplos a seguir, retirados do livro “Comunicação A injunção indica como realizar uma ação, aconselha, impõe,
em prosa moderna”, de Othon Garcia: instrui o interlocutor. Chamado também de texto instrucional, o
“Se os olhos veem com amor, o corvo é branco; se com ódio, o tipo de texto injuntivo é utilizado para predizer acontecimentos e
cisne é negro; se com amor, o demônio é formoso; se com ódio, o comportamentos, nas leis jurídicas.
anjo é feio; se com amor, o pigmeu é gigante”.
(“Sermão da quinta quarta-feira”, apud M. Gonçalves Viana, Características principais:
Sermões e lugares seletos, p. 214) • Normalmente apresenta frases curtas e objetivas, com ver-
“Nenhum doutor as observou com maior escrúpulo, nem as bos de comando, com tom imperativo; há também o uso do futuro
esquadrinhou com maior estudo, nem as entendeu com maior pro- do presente (10 mandamentos bíblicos e leis diversas).
priedade, nem as proferiu com mais verdade, nem as explicou com • Marcas de interlocução: vocativo, verbos e pronomes de 2ª
maior clareza, nem as recapacitou com mais facilidade, nem as pro- pessoa ou 1ª pessoa do plural, perguntas reflexivas etc.
pugnou com maior valentia, nem as pregou e semeou com maior
abundância”.
(M.Bernardes)
Editora
23
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
A maioria dos problemas existentes em um país em desenvol-
Exemplo: vimento, como o nosso, podem ser resolvidos com uma eficiente
Impedidos do Alistamento Eleitoral (art. 5º do Código Eleito- administração política (tese), porque a força governamental certa-
ral) – Não podem alistar-se eleitores: os que não saibam exprimir-se mente se sobrepõe a poderes paralelos, os quais – por negligência
na língua nacional, e os que estejam privados, temporária ou defi- de nossos representantes – vêm aterrorizando as grandes metró-
nitivamente dos direitos políticos. Os militares são alistáveis, desde poles. Isso ficou claro no confronto entre a força militar do RJ e os
que oficiais, aspirantes a oficiais, guardas-marinha, subtenentes ou traficantes, o que comprovou uma verdade simples: se for do desejo
suboficiais, sargentos ou alunos das escolas militares de ensino su- dos políticos uma mudança radical visando o bem-estar da popula-
perior para formação de oficiais. ção, isso é plenamente possível (estratégia argumentativa: fato-
-exemplo). É importante salientar, portanto, que não devemos ficar
Tipo textual expositivo de mãos atadas à espera de uma atitude do governo só quando o
A dissertação é o ato de apresentar ideias, desenvolver racio- caos se estabelece; o povo tem e sempre terá de colaborar com uma
cínio, analisar contextos, dados e fatos, por meio de exposição, cobrança efetiva (conclusão).
discussão, argumentação e defesa do que pensamos. A dissertação
pode ser expositiva ou argumentativa. Tipo textual narrativo
A dissertação-expositiva é caracterizada por esclarecer um as- O texto narrativo é uma modalidade textual em que se conta
sunto de maneira atemporal, com o objetivo de explicá-lo de ma- um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lu-
neira clara, sem intenção de convencer o leitor ou criar debate. gar, envolvendo certos personagens. Toda narração tem um enredo,
personagens, tempo, espaço e narrador (ou foco narrativo).
Características principais:
• Apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão. Características principais:
• O objetivo não é persuadir, mas meramente explicar, infor- • O tempo verbal predominante é o passado.
mar. • Foco narrativo com narrador de 1ª pessoa (participa da his-
• Normalmente a marca da dissertação é o verbo no presente. tória – onipresente) ou de 3ª pessoa (não participa da história –
• Amplia-se a ideia central, mas sem subjetividade ou defesa onisciente).
de ponto de vista.
• Apresenta linguagem clara e imparcial. • Normalmente, nos concursos públicos, o texto aparece em
prosa, não em verso.
Exemplo:
O texto dissertativo consiste na ampliação, na discussão, no Exemplo:
questionamento, na reflexão, na polemização, no debate, na ex- Solidão
pressão de um ponto de vista, na explicação a respeito de um de- João era solteiro, vivia só e era feliz. Na verdade, a solidão era
terminado tema. o que o tornava assim. Conheceu Maria, também solteira, só e fe-
Existem dois tipos de dissertação bem conhecidos: a disserta- liz. Tão iguais, a afinidade logo se transforma em paixão. Casam-se.
ção expositiva (ou informativa) e a argumentativa (ou opinativa). Dura poucas semanas. Não havia mesmo como dar certo: ao se uni-
Portanto, pode-se dissertar simplesmente explicando um as- rem, um tirou do outro a essência da felicidade.
sunto, imparcialmente, ou discutindo-o, parcialmente. Nelson S. Oliveira
Fonte: https://www.recantodasletras.com.br/contossurre-
Tipo textual dissertativo-argumentativo ais/4835684
Este tipo de texto — muito frequente nas provas de concur-
sos — apresenta posicionamentos pessoais e exposição de ideias GÊNEROS TEXTUAIS
apresentadas de forma lógica. Com razoável grau de objetividade, Já os gêneros textuais (ou discursivos) são formas diferentes
clareza, respeito pelo registro formal da língua e coerência, seu in- de expressão comunicativa. As muitas formas de elaboração de um
tuito é a defesa de um ponto de vista que convença o interlocutor texto se tornam gêneros, de acordo com a intenção do seu pro-
(leitor ou ouvinte). dutor. Logo, os gêneros apresentam maior diversidade e exercem
funções sociais específicas, próprias do dia a dia. Ademais, são pas-
Características principais: síveis de modificações ao longo do tempo, mesmo que preservan-
• Presença de estrutura básica (introdução, desenvolvimento do características preponderantes. Vejamos, agora, uma tabela que
e conclusão): ideia principal do texto (tese); argumentos (estraté- apresenta alguns gêneros textuais classificados com os tipos textu-
gias argumentativas: causa-efeito, dados estatísticos, testemunho ais que neles predominam.
de autoridade, citações, confronto, comparação, fato, exemplo,
enumeração...); conclusão (síntese dos pontos principais com su-
Tipo Textual Predominante Gêneros Textuais
gestão/solução).
• Utiliza verbos na 1ª pessoa (normalmente nas argumentações Descritivo Diário
informais) e na 3ª pessoa do presente do indicativo (normalmente Relatos (viagens, históricos,
nas argumentações formais) para imprimir uma atemporalidade e etc.)
um caráter de verdade ao que está sendo dito. Biografia e autobiografia
• Privilegiam-se as estruturas impessoais, com certas modali- Notícia
zações discursivas (indicando noções de possibilidade, certeza ou Currículo
probabilidade) em vez de juízos de valor ou sentimentos exaltados. Lista de compras
• Há um cuidado com a progressão temática, isto é, com o de- Cardápio
senvolvimento coerente da ideia principal, evitando-se rodeios. Anúncios de classificados
Exemplo:
Editora
24
24
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Outros casos
ORTOGRAFIA OFICIAL 1. Prefixo terminado em vogal:
• Mudanças no alfabeto: O alfabeto tem 26 letras. Foram rein- – Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo.
troduzidas as letras k, w e y. – Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto,
O alfabeto completo é o seguinte: A B C D E F G H I J K L M N O semicírculo.
PQRSTUVWXYZ – Sem hífen diante de r e s. Dobram-se essas letras: antirracis-
• Trema: Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a mo, antissocial, ultrassom.
letra u para indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos gue, – Com hífen diante de mesma vogal: contra-ataque, micro-on-
gui, que, qui. das.
Editora
25
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
• Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam Não sei se você está tendo boas influências
a noção de composição, como girassol, madressilva, mandachuva,
pontapé, paraquedas, paraquedista. Mal e Bem
• Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, Essas palavras normalmente são usadas como advérbios, ou
usa-se sempre o hífen: ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém-mar, seja, elas caracterizam o processo verbal. São advérbios de modo
recém-casado, pós-graduação, pré-vestibular, pró-europeu. e podem ser sinônimos de “incorretamente/corretamente”, “erra-
damente/certamente” e “negativamente/positivamente”. Mal tam-
Viu? Tudo muito tranquilo. Certeza que você já está dominando bém pode exercer função de conjunção, ligando dois elementos ou
muita coisa. Mas não podemos parar, não é mesmo?!?! Por isso orações com o significado de “assim que”. Outro uso comum para
vamos passar para mais um ponto importante. estas palavras é o de substantivo, podendo significar uma situação
USOS DE “PORQUE”, “POR QUE”, “PORQUÊ”, “POR QUÊ” negativa ou positiva. Veja os exemplos seguidos das funções das
palavras em cada um deles para uma compreensão melhor.
USOS DE “PORQUE”, “POR QUE”, “PORQUÊ”, “POR QUÊ” Maria se comportou mal hoje. – Adverbio
O emprego correto das diferentes formas do “porque” sempre Eles representaram bem a sala. – Adverbio
gera dúvida. Resumidamente, esses são seus usos corretos: Mal começou e já terminou. – Conjunção
Eles são o mal da sociedade. – Substantivo
Perguntas = por que Vocês não sabem o bem que fizeram. – Substantivo.
Respostas = porque
Perguntas no fim das frases = por quê MAIS OU MAS
Substantivo = (o) porquê
Usadas para adição ou adversidade
Vejamos uma explicação melhor de cada um: As palavras mais ou mas têm sons iguais, mas são escritas de
formas diferentes e cada uma faz parte de uma classificação da
Por que? morfologia. Seus significados no contexto também vão mudar de-
Usamos em perguntas. “Por que” separado e sem acento é usa- pendendo da palavra usada.
do no começo das frases interrogativas diretas ou indiretas, e pode No dia a dia, no discurso informal, é comum ouvir as pessoas
ser substituído por: “pela qual” ou suas variações. falando “mais” quando, na verdade, querem se referir à expressão
Trata-se de um advérbio interrogativo formado da união da “mas” para dar sentido de oposição à frase. Por isso, é importante
preposição “por” e o pronome relativo “pelo qual”. falar certo para escrever adequadamente.
Exemplos: Por que está tão quieta? Há formas fáceis e rápidas para entender a diferença de quan-
Não sei por que tamanho mau humor. do usar mais ou mas por meio de substituições de palavras. Elas
serão explicadas ao longo do texto. Continue lendo este artigo para
Porque? nunca mais ter dúvidas sobre o uso destas expressões e ter sucesso
Usamos em respostas. Escrito junto e sem acento, trata-se de na sua prova.
conjunção subordinativa causal ou coordenativa explicativa, e pode
ser substituído por palavras, como “pois”, ou as expressões “para
Quando usar Mais
que” e “uma vez que”.
A palavra “mais” tem sentido de adição, soma, comparação ou
quantidade. É antônima de “menos”. Na dúvida entre mais ou mas,
Por quê?
utilize a opção com “i” quando o interlocutor quiser passar a ideia
Usamos em perguntas no fim das frases. Escreve-se separado e
de numeral.
com acento circunflexo, e é usado no final das interrogativas diretas
ou de forma isolada. Antes de um ponto mantém o sentido interro-
gativo ou exclamativo. Exemplos:
Exemplos: O portão não foi aberto por quê - Mais café, por favor! / + café, por favor!
Não vai comer mais? Por quê? - Seis mais seis é igual a doze. / Seis + seis é igual a doze.
- Quanto mais conhecimento, melhor. / Quanto + conhecimen-
Porquê? to, melhor.
Usamos como substantivo, grafado junto e com acento circun- - Iolanda é a garota mais alta da turma. / Iolanda é a garota +
flexo. Seu significado é “motivo” ou “razão”, e aparece nas senten- alta da turma.
ças precedido de artigo, pronome, adjetivo ou numeral com objeti- - Gostaria de mais frutas no café da manhã. / Gostaria de +
vo de explicar o motivo dentro da frase. frutas no café da manhã.
Exemplo: Não disseram o porquê de tanta tristeza.
A forma mais comum de usar “mais” é como advérbio de in-
Mau e Bom tensidade, mas existem outras opções. Esta palavra pode receber
Os Antônimos em questão são adjetivos, ou seja, eles dão ca- classificações variadas a depender do contexto da oração. E assumir
racterística a um substantivo, locução ou qualquer palavra substan- a forma de um substantivo, pronome indefinido, advérbio de inten-
tivada. Seu significado está ligado à qualidade ou comportamentos, sidade, preposição ou conjunção.
podendo ser tanto sinônimos de “ruim/ótimo” e “maldoso/bondo-
so”. As palavras podem se flexionar por gênero e nûmero, se tor- Como identificar
nando “má/boa”, “maus/bons” e “más/boas”. Veja alguns exemplos Para saber quando deverá ser usado “mais” ao invés de “mas”,
e entenda melhor o seu uso. troque pelo antônimo “menos”.
Ele é um mau aluno Assim:
Anderson é um bom lutador - Mais café, por favor! / Menos café, por favor!
Essa piada foi de mau gosto - Seis mais seis é igual a doze. / Seis menos seis é igual a zero.
Editora
26
26
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
- Quanto mais conhecimento, melhor. / Quanto menos conhe- Tem gente que não sabe amar
cimento, pior. Tem gente enganando a gente
- Iolanda é a garota mais alta da turma. / Iolanda é a garota Veja nossa vida como está
menos alta da turma. Mas eu sei que um dia
- Gostaria de mais frutas no café da manhã. / Gostaria de me- A gente aprende
nos frutas no café da manhã. Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo
Quando usar Mas (...)
A palavra “mas”, por ser uma conjunção adversativa, é usada
para transmitir ideia de oposição ou adversidade. Ela pode ser subs- Compositores: Flavio Venturini / Renato Russo
tituída pelas conjunções porém, todavia, contudo, entretanto, no Na primeira estrofe, observa-se os termos destacados em ne-
entanto e não obstante. grito como exemplos de adversidade ou ressalva e adição respecti-
vamente. Já na segunda, tem-se duas ideias de adversidade.
Como identificar
Para saber quando deve-se usar “mas”, pode-se substituir a pa- Agora, tem-se o exemplo de como Marisa Monte usou “mais
lavra por outra conjunção. ou mas” na canção “Mais uma vez”, interpretada por ela.
Exemplos: Mais uma vez eu vou te deixar
- Sairei mais tarde de casa, mas (porém) não chegarei atrasado Mas eu volto logo pra te ver
no trabalho. Vou com saudades no meu coração
- É uma ótima sugestão, mas (no entanto) precisa passar pela Mando notícias de algum lugar.
gerência. (..)
- Prefiro estudar Português a Matemática, mas (contudo) hoje Compositores: Marisa De Azevedo Monte
tive que estudar Trigonometria.
- Não peguei engarrafamento, mas (entretanto) chegarei atra-
sado na escola. ACENTUAÇÃO GRÁFICA
• Número:
Editora
31
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
– Os adjetivos simples seguem as mesmas regras de flexão de número que os substantivos: sábio/ sábios, namorador/ namoradores,
japonês/ japoneses.
– Os adjetivos compostos têm algumas peculiaridades: luvas branco-gelo, garrafas amarelo-claras, cintos da cor de chumbo.
• Grau:
– Grau Comparativo de Superioridade: Meu time é mais vitorioso (do) que o seu.
– Grau Comparativo de Inferioridade: Meu time é menos vitorioso (do) que o seu.
– Grau Comparativo de Igualdade: Meu time é tão vitorioso quanto o seu.
– Grau Superlativo Absoluto Sintético: Meu time é famosíssimo.
– Grau Superlativo Absoluto Analítico: Meu time é muito famoso.
– Grau Superlativo Relativo de Superioridade: Meu time é o mais famoso de todos.
– Grau Superlativo Relativo de Inferioridade; Meu time é menos famoso de todos.
Artigo
É uma palavra variável em gênero e número que antecede o substantivo, determinando de modo particular ou genérico.
• Classificação e Flexão do Artigos
– Artigos Definidos: o, a, os, as.
O menino carregava o brinquedo em suas costas.
As meninas brincavam com as bonecas.
– Artigos Indefinidos: um, uma, uns, umas.
Um menino carregava um brinquedo.
Umas meninas brincavam com umas bonecas.
Numeral
É a palavra que indica uma quantidade definida de pessoas ou coisas, ou o lugar (posição) que elas ocupam numa série.
• Classificação dos Numerais
– Cardinais: indicam número ou quantidade:
Trezentos e vinte moradores.
– Ordinais: indicam ordem ou posição numa sequência:
Quinto ano. Primeiro lugar.
– Multiplicativos: indicam o número de vezes pelo qual uma quantidade é multiplicada:
O quíntuplo do preço.
– Fracionários: indicam a parte de um todo:
Dois terços dos alunos foram embora.
Pronome
É a palavra que substitui os substantivos ou os determinam, indicando a pessoa do discurso.
• Pronomes pessoais vão designar diretamente as pessoas em uma conversa. Eles indicam as três pessoas do discurso.
• Pronomes de Tratamento são usados no trato com as pessoas, normalmente, em situações formais de comunicação.
Editora
32
32
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
• Pronomes Demonstrativos são utilizados para indicar a posição de algum elemento em relação à pessoa seja no discurso, no tempo
ou no espaço.
• Pronomes Indefinidos referem-se à 3º pessoa do discurso, designando-a de modo vago, impreciso, indeterminado. Os pronomes
indefinidos podem ser variáveis (varia em gênero e número) e invariáveis (não variam em gênero e número).
• Pronomes Interrogativos são palavras variáveis e invariáveis utilizadas para formular perguntas diretas e indiretas.
• Pronomes Relativos referem-se a um termo já dito anteriormente na oração, evitando sua repetição. Eles também podem ser
variáveis e invariáveis.
Verbos
São as palavras que exprimem ação, estado, fenômenos meteorológicos, sempre em relação ao um determinado tempo.
• Flexão verbal
Os verbos podem ser flexionados de algumas formas.
Editora
33
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
– Modo: É a maneira, a forma como o verbo se apresenta na – Dúvida: talvez, acaso, possivelmente, eventualmente, por-
frase para indicar uma atitude da pessoa que o usou. O modo é ventura, etc.
dividido em três: indicativo (certeza, fato), subjuntivo (incerteza,
subjetividade) e imperativo (ordem, pedido). Preposição
– Tempo: O tempo indica o momento em que se dá o fato ex- É a palavra que liga dois termos, de modo que o segundo com-
presso pelo verbo. Existem três tempos no modo indicativo: pre- plete o sentido do primeiro. As preposições são as seguintes:
sente, passado (pretérito perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito)
e futuro (do presente e do pretérito). No subjuntivo, são três: pre-
sente, pretérito imperfeito e futuro.
– Número: Este é fácil: singular e plural.
– Pessoa: Fácil também: 1ª pessoa (eu amei, nós amamos); 2º
pessoa (tu amaste, vós amastes); 3ª pessoa (ele amou, eles ama-
ram).
• Voz verbal
É a forma como o verbo se encontra para indicar sua relação Conjunção
com o sujeito. Ela pode ser ativa, passiva ou reflexiva. É palavra que liga dois elementos da mesma natureza ou uma
– Voz ativa: Segundo a gramática tradicional, ocorre voz ativa oração a outra. As conjunções podem ser coordenativas (que ligam
quando o verbo (ou locução verbal) indica uma ação praticada pelo orações sintaticamente independentes) ou subordinativas (que li-
sujeito. Veja: gam orações com uma relação hierárquica, na qual um elemento é
João pulou da cama atrasado determinante e o outro é determinado).
– Voz passiva: O sujeito é paciente e, assim, não pratica, mas
recebe a ação. A voz passiva pode ser analítica ou sintética. A voz • Conjunções Coordenativas
passiva analítica é formada por:
Sujeito paciente + verbo auxiliar (ser, estar, ficar, entre outros)
Tipos Conjunções Coordenativas
+ verbo principal da ação conjugado no particípio + preposição
por/pelo/de + agente da passiva. Aditivas e, mas ainda, mas também, nem...
A casa foi aspirada pelos rapazes contudo, entretanto, mas, não obstante, no
Adversativas
entanto, porém, todavia...
A voz passiva sintética, também chamada de voz passiva prono-
minal (devido ao uso do pronome se) é formada por: já…, já…, ou, ou…, ou…, ora…, ora…, quer…,
Alternativas
Verbo conjugado na 3.ª pessoa (no singular ou no plu- quer…
ral) + pronome apassivador «se» + sujeito paciente. assim, então, logo, pois (depois do verbo),
Aluga-se apartamento. Conclusivas
por conseguinte, por isso, portanto...
Editora
34
34
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Interjeição
É a palavra invariável que exprime ações, sensações, emoções, apelos, sentimentos e estados de espírito, traduzindo as reações das
pessoas.
• Principais Interjeições
Oh! Caramba! Viva! Oba! Alô! Psiu! Droga! Tomara! Hum!
Dez classes de palavras foram estudadas agora. O estudo delas é muito importante, pois se você tem bem construído o que é e a fun-
ção de cada classe de palavras, não terá dificuldades para entender o estudo da Sintaxe.
FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO. TERMOS DA ORAÇÃO. PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO. ORA-
ÇÕES REDUZIDAS
Agora chegamos no assunto que causa mais temor em muitos estudantes. Mas eu tenho uma boa notícia para te dar: o estudo da
sintaxe é mais fácil do que parece e você vai ver que sabe muita coisa que nem imagina. Para começar, precisamos de classificar algumas
questões importantes:
• Oração: Enunciado que se forma com um verbo ou com uma locução verbal.
Este filme causou grande impacto entre o público.
A inflação deve continuar sob controle.
Bom, já está a clara a diferença entre frase, oração e período. Vamos, então, classificar os elementos que compõem uma oração:
• Sujeito: Termo da oração do qual se declara alguma coisa.
O problema da violência preocupa os cidadãos.
• Predicado: Tudo que se declara sobre o sujeito.
A tecnologia permitiu o resgate dos operários.
• Objeto Direto: Complemento que se liga ao verbo transitivo direto ou ao verbo transitivo direto e indireto sem o auxílio da prepo-
sição.
A tecnologia tem possibilitado avanços notáveis.
Os pais oferecem ajuda financeira ao filho.
• Objeto Indireto: Complemento que se liga ao verbo transitivo indireto ou ao verbo transitivo direto e indireto por meio de preposi-
ção.
Os Estados Unidos resistem ao grave momento.
João gosta de beterraba.
• Adjunto Adverbial: Termo modificador do verbo que exprime determinada circunstância (tempo, lugar, modo etc.) ou intensifica um
verbo, adjetivo ou advérbio.
O ônibus saiu à noite quase cheio, com destino a Salvador.
Vamos sair do mar.
• Agente da Passiva: Termo da oração que exprime quem pratica a ação verbal quando o verbo está na voz passiva.
Raquel foi pedida em casamento por seu melhor amigo.
• Adjunto Adnominal: Termo da oração que modifica um substantivo, caracterizando-o ou determinando-o sem a intermediação de
um verbo.
Um casal de médicos eram os novos moradores do meu prédio.
• Complemento Nominal: Termo da oração que completa nomes, isto é, substantivos, adjetivos e advérbios, e vem preposicionado.
A realização do torneio teve a aprovação de todos.
Editora
35
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
• Predicativo do Sujeito: Termo que atribui característica ao sujeito da oração.
A especulação imobiliária me parece um problema.
• Predicativo do Objeto: Termo que atribui características ao objeto direto ou indireto da oração.
O médico considerou o paciente hipertenso.
• Aposto: Termo da oração que explica, esclarece, resume ou identifica o nome ao qual se refere (substantivo, pronome ou equivalen-
tes). O aposto sempre está entre virgulas ou após dois-pontos.
A praia do Forte, lugar paradisíaco, atrai muitos turistas.
• Vocativo: Termo da oração que se refere a um interlocutor a quem se dirige a palavra.
Senhora, peço aguardar mais um pouco.
Tipos de orações
As partes de uma oração já está fresquinha aí na sua cabeça, não é?!?! Estudar os tipos de orações que existem será moleza, moleza.
Vamos comigo!!!
Temos dois tipos de orações: as coordenadas, cuja as orações de um período são independentes (não dependem uma da outra para
construir sentido completo); e as subordinadas, cuja as orações de um período são dependentes (dependem uma da outra para construir
sentido completo).
As orações coordenadas podem ser sindéticas (conectadas uma a outra por uma conjunção) e assindéticas (que não precisam da
conjunção para estar conectadas. O serviço é feito pela vírgula).
Aditivas Fomos para a escola e fizemos Lena estava triste, cansada, decep-
o exame final. cionada.
Adversativas Pedro Henrique estuda
muito, porém não passa no Ao chegar à escola conversamos,
vestibular. estudamos, lanchamos.
Alternativas Manuela ora quer comer ham- Alfredo está chateado, pensando
búrguer, ora quer comer pizza. em se mudar.
Conclusivas Não gostamos do restauran-
te, portanto não iremos mais Precisamos estar com cabelos arru-
lá. mados, unhas feitas.
Explicativas Marina não queria falar, ou João Carlos e Maria estão radiantes,
seja, ela estava de mau humor. alegria que dá inveja.
Orações Subordinadas
Subjetivas É certo que ele trará os a sobremesa do
Exercem a função de sujeito jantar.
Completivas Nominal Estou convencida de que ele é solteiro.
Exercem a função de complemento
nominal
Predicativas O problema é que ele não entregou a refei-
Orações Subordinadas Substantivas Exercem a função de predicativo ção no lugar.
Apositivas Eu lhe disse apenas isso: que não se aborre-
Exercem a função de aposto cesse com ela.
Objetivas Direta Espero que você seja feliz.
Exercem a função de objeto direto
Objetivas Indireta Lembrou-se da dívida que tem com ele.
Exercem a função de objeto indireto
Editora
36
36
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Olha como esse quadro facilita a vida, não é?! Por meio dele, conseguimos ter uma visão geral das classificações e subclassificações
das orações, o que nos deixa mais tranquilos para estudá-las.
• Regência Nominal
A regência nominal estuda os casos em que nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) exigem outra palavra para completar-lhes o
sentido. Em geral a relação entre um nome e o seu complemento é estabelecida por uma preposição.
Editora
37
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
• Regência Verbal Colocou menos roupas na mala./ Os seguranças continuam
A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre o alerta.
verbo (termo regente) e seu complemento (termo regido).
Isto pertence a todos. • Pseudo e todo são invariáveis quando empregados na forma-
ção de palavras compostas:
Regência de algumas palavras Cuidado com os pseudoamigos./ Ele é o chefe todo-poderoso.
Esta pa- combina com Esta preposi- • Mesmo, próprio, anexo, incluso, quite e obrigado variam de
lavra ção acordo com o substantivo a que se referem:
Elas mesmas cozinhavam./ Guardou as cópias anexas.
Acessível a
Apto a, para • Muito, pouco, bastante, meio, caro e barato variam quando
pronomes indefinidos adjetivos e numerais e são invariáveis quan-
Atencioso com, para com do advérbios:
Coerente com Muitas vezes comemos muito./ Chegou meio atrasada./ Usou
meia dúzia de ovos.
Conforme a, com
Dúvida acerca de, de, em, sobre • Só varia quando adjetivo e não varia quando advérbio:
Empenho de, em, por Os dois andavam sós./ A respostas só eles sabem.
Fácil a, de, para, • É bom, é necessário, é preciso, é proibido variam quando o
Junto a, de substantivo estiver determinado por artigo:
É permitida a coleta de dados./ É permitido coleta de dados.
Pendente de
Preferível a Concordância Verbal
Próximo a, de O verbo concorda com seu sujeito em número e pessoa:
O público aplaudiu o ator de pé./ A sala e quarto eram enor-
Respeito a, com, de, para com, por mes.
Situado a, em, entre
Concordância ideológica ou silepse
Ajudar (a fazer algo) a
• Silepse de gênero trata-se da concordância feita com o gêne-
Aludir (referir-se) a ro gramatical (masculino ou feminino) que está subentendido no
Aspirar (desejar, preten- a contexto.
der) Vossa Excelência parece satisfeito com as pesquisas.
Blumenau estava repleta de turistas.
Assistir (dar assistência) Não usa preposição • Silepse de número trata-se da concordância feita com o nú-
Deparar (encontrar) com mero gramatical (singular ou plural) que está subentendido no con-
texto.
Implicar (consequência) Não usa preposição O elenco voltou ao palco e [os atores] agradeceram os aplau-
Lembrar Não usa preposição sos.
• Silepse de pessoa trata-se da concordância feita com a pes-
Pagar (pagar a alguém) a
soa gramatical que está subentendida no contexto.
Precisar (necessitar) de O povo temos memória curta em relação às promessas dos po-
Proceder (realizar) a líticos.
Responder a
Visar ( ter como objetivo a COLOCAÇÃO PRONOMINAL
pretender)
NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS PALAVRAS
QUE NÃO ESTÃO AQUI! A colocação do pronome átono está relacionada à harmonia da
frase. A tendência do português falado no Brasil é o uso do prono-
me antes do verbo – próclise. No entanto, há casos em que a norma
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL culta prescreve o emprego do pronome no meio – mesóclise – ou
após o verbo – ênclise.
De acordo com a norma culta, no português escrito não se ini-
cia um período com pronome oblíquo átono. Assim, se na lingua-
Concordância Nominal gem falada diz-se “Me encontrei com ele”, já na linguagem escrita,
Os adjetivos, os pronomes adjetivos, os numerais e os artigos formal, usa-se “Encontrei-me’’ com ele.
concordam em gênero e número com os substantivos aos quais se Sendo a próclise a tendência, é aconselhável que se fixem bem
referem. as poucas regras de mesóclise e ênclise. Assim, sempre que estas
Os nossos primeiros contatos começaram de maneira amisto- não forem obrigatórias, deve-se usar a próclise, a menos que preju-
sa. dique a eufonia da frase.
Casos Especiais de Concordância Nominal
• Menos e alerta são invariáveis na função de advérbio:
Editora
38
38
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Próclise Se houver fator de próclise, o pronome átono ficará antes do
Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo. auxiliar.
Exemplo: Não lhe havia dito a verdade.
Palavra de sentido negativo: Não me falou a verdade.
Advérbios sem pausa em relação ao verbo: Aqui te espero pa- Haver de e ter de + infinitivo: Pronome átono deve ficar depois
cientemente. do infinitivo.
Havendo pausa indicada por vírgula, recomenda-se a ênclise: Exemplos:
Ontem, encontrei-o no ponto do ônibus. Hei de dizer-lhe a verdade.
Pronomes indefinidos: Ninguém o chamou aqui. Tenho de dizer-lhe a verdade.
Pronomes demonstrativos: Aquilo lhe desagrada.
Orações interrogativas: Quem lhe disse tal coisa? Observação
Orações optativas (que exprimem desejo), com sujeito ante- Não se deve omitir o hífen nas seguintes construções:
posto ao verbo: Deus lhe pague, Senhor! Devo-lhe dizer tudo.
Orações exclamativas: Quanta honra nos dá sua visita! Estava-lhe dizendo tudo.
Orações substantivas, adjetivas e adverbiais, desde que não se- Havia-lhe dito tudo.
jam reduzidas: Percebia que o observavam.
Verbo no gerúndio, regido de preposição em: Em se plantando,
tudo dá. ESTILÍSTICA: FIGURAS DE LINGUAGEM
Verbo no infinitivo pessoal precedido de preposição: Seus in-
tentos são para nos prejudicarem.
Figuras de Linguagem
Ênclise As figuras de linguagem ou de estilo são empregadas para
Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo. valorizar o texto, tornando a linguagem mais expressiva. É um re-
curso linguístico para expressar de formas diferentes experiências
Verbo no início da oração, desde que não esteja no futuro do comuns, conferindo originalidade, emotividade ao discurso, ou tor-
indicativo: Trago-te flores. nando-o poético.
Verbo no imperativo afirmativo: Amigos, digam-me a verdade!
Verbo no gerúndio, desde que não esteja precedido pela pre- As figuras de linguagem classificam-se em
posição em: Saí, deixando-a aflita. - figuras de palavra;
Verbo no infinitivo impessoal regido da preposição a. Com - figuras de pensamento;
outras preposições é facultativo o emprego de ênclise ou próclise: - figuras de construção ou sintaxe.
Apressei-me a convidá-los.
Figuras de palavra: emprego de um termo com sentido dife-
Mesóclise rente daquele convencionalmente empregado, a fim de se conse-
Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo. guir um efeito mais expressivo na comunicação.
É obrigatória somente com verbos no futuro do presente ou no Metáfora: comparação abreviada, que dispensa o uso dos co-
futuro do pretérito que iniciam a oração. nectivos comparativos; é uma comparação subjetiva. Normalmente
Dir-lhe-ei toda a verdade. vem com o verbo de ligação claro ou subentendido na frase.
Far-me-ias um favor?
Exemplos
Se o verbo no futuro vier precedido de pronome reto ou de ...a vida é cigana
qualquer outro fator de atração, ocorrerá a próclise. É caravana
Eu lhe direi toda a verdade. É pedra de gelo ao sol.
Tu me farias um favor? (Geraldo Azevedo/ Alceu Valença)
Colocação do pronome átono nas locuções verbais Encarnado e azul são as cores do meu desejo.
Verbo principal no infinitivo ou gerúndio: Se a locução verbal (Carlos Drummond de Andrade)
não vier precedida de um fator de próclise, o pronome átono deve-
rá ficar depois do auxiliar ou depois do verbo principal. Comparação: aproxima dois elementos que se identificam,
Exemplos: ligados por conectivos comparativos explícitos: como, tal qual, tal
Devo-lhe dizer a verdade. como, que, que nem. Também alguns verbos estabelecem a com-
Devo dizer-lhe a verdade. paração: parecer, assemelhar-se e outros.
Exemplo: Exemplo:
Sou Ana, da cama, Não nos movemos, as mãos é
da cana, fulana, bacana que se estenderam pouco a
Sou Ana de Amsterdam. pouco, todas quatro, pegando-se,
(Chico Buarque) apertando-se, fundindo-se.
(Machado de Assis)
Paronomásia: Emprego de vocábulos semelhantes na forma ou Polissíndeto: repetição intencional de uma conjunção coorde-
na prosódia, mas diferentes no sentido. nativa mais vezes do que exige a norma gramatical.
Exemplo: Exemplo:
Berro pelo aterro pelo desterro berro por seu berro pelo seu Há dois dias meu telefone não fala, nem ouve, nem toca, nem
[erro tuge, nem muge.
quero que você ganhe que (Rubem Braga)
Editora
40
40
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Pleonasmo: repetição de uma ideia já sugerida ou de um ter- Aquela mina de ouro, ela não ia deixar que outras espertas bo-
mo já expresso. tassem as mãos.
(José Lins do Rego)
Pleonasmo literário: recurso estilístico que enriquece a expres-
são, dando ênfase à mensagem. Hipálage: inversão da posição do adjetivo (uma qualidade que
pertence a um objeto é atribuída a outro, na mesma frase).
Exemplos:
Não os venci. Venceram-me Exemplo:
eles a mim. ...em cada olho um grito castanho de ódio.
(Rui Barbosa) (Dalton Trevisan)
...em cada olho castanho um grito de ódio)
Morrerás morte vil na mão de um forte.
(Gonçalves Dias) Silepse:
Pleonasmo vicioso: Frequente na linguagem informal, cotidia- Silepse de gênero: Não há concordância de gênero do adjetivo
na, considerado vício de linguagem. Deve ser evitado. ou pronome com a pessoa a que se refere.
Exemplos: Exemplos:
Ouvir com os ouvidos. Pois aquela criancinha, longe de ser um estranho...
Rolar escadas abaixo. (Rachel de Queiroz)
Colaborar juntos.
Hemorragia de sangue. V. Ex.a parece magoado...
Repetir de novo. (Carlos Drummond de Andrade)
Elipse: Supressão de uma ou mais palavras facilmente suben- Silepse de pessoa: Não há concordância da pessoa verbal com
tendidas na frase. Geralmente essas palavras são pronomes, con- o sujeito da oração.
junções, preposições e verbos.
Exemplos:
Exemplos: Os dois ora estais reunidos...
Compareci ao Congresso. (eu) (Carlos Drummond de Andrade)
Espero venhas logo. (eu, que, tu)
Ele dormiu duas horas. (durante) Na noite do dia seguinte, estávamos reunidos algumas pessoas.
No mar, tanta tormenta e tanto dano. (verbo Haver) (Machado de Assis)
(Camões)
Silepse de número: Não há concordância do número verbal com
Zeugma: Consiste na omissão de palavras já expressas anterior- o sujeito da oração.
mente.
Exemplo:
Exemplos: Corria gente de todos os lados, e gritavam.
Foi saqueada a vila, e assassina dos os partidários dos Filipes. (Mário Barreto)
(Camilo Castelo Branco)
Rubião fez um gesto, Palha outro: mas quão diferentes. VÍCIOS DE LINGUAGEM
(Machado de Assis)
Hipérbato ou inversão: alteração da ordem direta dos elemen- Vícios de Linguagem são os deslizes cometidos em ralação a
tos na frase. norma culta da língua, eles podem estar presentes nos níveis se-
mânticos, morfológicos ou sintáticos. São eles:
Exemplos:
Passeiam, à tarde, as belas na avenida. Barbarismo
(Carlos Drummond de Andrade) São desvios cometidos na grafia, flexão ou pronúncia de uma
palavra.
Paciência tenho eu tido... - Barbarismo cometido devido à má pronúncia das palavras
(Antônio Nobre) Exemplo: eu robo /róbo/ - ele roba /róba/ Quando deveria ser:
eu roubo / ele rouba
Anacoluto: interrupção do plano sintático com que se inicia a - Barbarismo provocado pela alteração da posição da sílaba tô-
frase, alterando a sequência do processo lógico. A construção do nica
período deixa um ou mais termos desprendidos dos demais e sem Exemplos: récorde em vez de recorde
função sintática definida. rúbrica em vez de rubrica
- Barbarismo semântico provocado pelo uso inadequado de
Exemplos: palavras
E o desgraçado, tremiam-lhe as pernas. Exemplos: ir de encontro a (chocar-se com) e ir ao encontro de
(Manuel Bandeira) (estar a favor de, na direção de).
Editora
41
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Errado: O filho foi de encontro a sua mãe. Cacofonia
Correto: O filho foi ao encontro de sua mãe. Som desagradável decorrente de construções mal elaboradas.
- Barbarismo flexional (seja em número, grau, gênero ou pes- - Cacófato: encontro de sílabas de dois ou mais vocábulos, cau-
soa) sando um som inconveniente ou pejorativo. Exemplos: fé demais,
Exemplos: barzinhos em vez de barezinhos havia dado, essa fada, por cada.
o óculos em vez de os óculos
- Colisão: sequência de consoantes iguais.
- Barbarismo cometido em relação aos erros de ortografia Exemplo: Se se estuda, aprende-se. (Correção: Caso estude,
Exemplos: beringela em vez de berinjela conseguirá aprender.)
toxa em vez de tocha
- Eco: terminações de vocábulos repetidas ocasionando a res-
Solecismo sonância de sons.
Erro cometido pelo descumprimento das regras de sintaxe. Exemplo: A gente sente que a mente está descontente.
Ambiguidade Eco
Ocorrência de duplo sentido na frase. Ocorre quando há palavras na frase com terminações iguais ou
semelhantes, provocando dissonância. Exemplo: A divulgação da
Exemplos: promoção não causou comoção na população.
Eles viram o incêndio do prédio.
(O prédio está em chamas.) Hiato
(Do prédio, eles assistem ao incêndio.) Ocorre quando há uma sequência de vogais, provocando disso-
Ele não agiu legal. (Legal = termo polissêmico - de várias signi- nância. Exemplo: Eu a amo; Ou eu ou a outra ganhará o concurso.
ficações)
(Ele não agiu dentro da lei.) Colisão
(Ele agiu mal.) Ocorre quando há repetição de consoantes iguais ou seme-
lhantes, provocando dissonância. Exemplo: Sua saia sujou.
Preciosismo ou Arcaísmo
Linguagem extremamente rebuscada, dificultando a clareza e
o entendimento. QUALIDADE DA BOA LINGUAGEM
Exemplo: A eloquente verborragia de teus ditames balouçam
minha inerme consciência.
(A fácil capacidade de falar e impor suas vontades embaralham Para um texto ser considerado bem escrito ele deve possuir al-
meu pouco conhecimento) gumas características.
São qualidades da boa linguagem:
Redundância ou Pleonasmo Vicioso Correção, Originalidade, Clareza, Harmonia, Concisão, Colorido
Toda repetição de uma ideia mediante palavras ou expressões e Elegância, Precisão, Nobreza e Naturalidade.
diferentes provoca uma redundância ou pleonasmo vicioso. Ex.: su- Definições dos Aspectos Que Um Texto Deve Ter.
bir lá em cima, descer lá embaixo, entrar para dentro, sair para fora,
novidade inédita, hemorragia de sangue, pomar de frutas, hepatite Clareza:
do fígado, demente mental, e tantas outras expressões presentes É o que torna o texto de fácil entendimento, refletindo a boa
diariamente no linguajar. organização das idéias na obra escrita. Deve evitar-se a obscuridade
e a ambiguidade.
Consiste na repetição de palavras ou expressões.
Exemplo: Eles me fizeram uma surpresa inesperada. Colorido e Elegância:
Algumas expressões são: Elo de ligação, Acabamento final, São qualidade decorrentes do esmero do estilo, graças ao em-
Juntamente com, Girar em torno, Vandalismo criminoso, Conviver prego criterioso das figuras de linguagem e à imaginação do escri-
junto, Enfrentar de cara, Amanhecer o dia, Refazer de novo, Com- tor.
pletamente cheio.
Editora
42
42
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Concisão: Sintetizando: a fonologia estuda os sons, preocupando-se com
Consiste em dizer o máximo com o mínimo de palavras. Deve o significado de cada um e não só com sua estrutura física.
evitar-se a redundância e a prolixidade. Bom, agora que sabemos que fonética e fonologia são coisas
diferentes, precisamos de entender o que é fonema e letra.
Correção:
É a utilização das normas cultas e a fidelidade à disciplina gra- Fonema: os fonemas são as menores unidades sonoras da fala.
matical. Deve evitar-se o purismo, a cacogafia, os barbarismos, os Atenção: estamos falando de menores unidades de som, não de sí-
neologismos de mau gosto. labas. Observe a diferença: na palavra pato a primeira sílaba é pa-.
Porém, o primeiro som é pê (P) e o segundo som é a (A).
Harmonia: Letra: as letras são as menores unidades gráfica de uma pa-
É a musicalidade da frase. Seu contrário é a cacofonia, o eco e lavra.
a colisão.
Sintetizando: na palavra pato, pa- é a primeira sílaba; pê é o
Naturalidade: primeiro som; e P é a primeira letra.
É a forma espontânea do autor comunicar-se co seu leitor. Mui- Agora que já sabemos todas essas diferenciações, vamos en-
ta preocupação com estilo ou artificialismo, vão em direção contrá- tender melhor o que é e como se compõe uma sílaba.
ria aos aspectos da naturalidade.
Sílaba: A sílaba é um fonema ou conjunto de fonemas que emi-
Nobreza: tido em um só impulso de voz e que tem como base uma vogal.
É a não utilização de termos impróprios, devendo ser levado A sílabas são classificadas de dois modos:
em conta o decoro da linguagem.
Classificação quanto ao número de sílabas:
Originalidade: As palavras podem ser:
É o dom natural que caracteriza o escritor e torna seu estilo – Monossílabas: as que têm uma só sílaba (pé, pá, mão, boi,
muito pessoal, livre das imitações e coisas comuns, que são aspec- luz, é...)
tos contrários à originalidade. – Dissílabas: as que têm duas sílabas (café, leite, noites, caí,
bota, água...)
Precisão: – Trissílabas: as que têm três sílabas (caneta, cabeça, saúde,
É o emprego do termo adequado para o que se quer dizer. Evi- circuito, boneca...)
ta-se a imprecisão. – Polissílabas: as que têm quatro ou mais sílabas (casamento,
jesuíta, irresponsabilidade, paralelepípedo...)
Fonte: Disponível em: https://www.silabas.com.br/linguagem/
Acesso em: 03.jan.2023. Classificação quanto à tonicidade
As palavras podem ser:
– Oxítonas: quando a sílaba tônica é a última (ca-fé, ma-ra-cu-
FONEMAS -já, ra-paz, u-ru-bu...)
– Paroxítonas: quando a sílaba tônica é a penúltima (me-sa,
sa-bo-ne-te, ré-gua...)
Muitas pessoas acham que fonética e fonologia são sinônimos. – Proparoxítonas: quando a sílaba tônica é a antepenúltima
Mas, embora as duas pertençam a uma mesma área de estudo, elas (sá-ba-do, tô-ni-ca, his-tó-ri-co…)
são diferentes.
Lembre-se que:
Fonética Tônica: a sílaba mais forte da palavra, que tem autonomia fo-
Segundo o dicionário Houaiss, fonética “é o estudo dos sons da nética.
fala de uma língua”. O que isso significa? A fonética é um ramo da Átona: a sílaba mais fraca da palavra, que não tem autonomia
Linguística que se dedica a analisar os sons de modo físico-articula- fonética.
dor. Ou seja, ela se preocupa com o movimento dos lábios, a vibra- Na palavra telefone: te-, le-, ne- são sílabas átonas, pois são
ção das cordas vocais, a articulação e outros movimentos físicos, mais fracas, enquanto que fo- é a sílaba tônica, já que é a pronun-
mas não tem interesse em saber do conteúdo daquilo que é falado. ciada com mais força.
A fonética utiliza o Alfabeto Fonético Internacional para representar
cada som. Agora que já sabemos essas classificações básicas, precisamos
entender melhor como se dá a divisão silábica das palavras.
Sintetizando: a fonética estuda o movimento físico (da boca,
lábios...) que cada som faz, desconsiderando o significado desses Divisão silábica
sons. A divisão silábica é feita pela silabação das palavras, ou seja,
pela pronúncia. Sempre que for escrever, use o hífen para separar
Fonologia uma sílaba da outra. Algumas regras devem ser seguidas neste pro-
A fonologia também é um ramo de estudo da Linguística, mas cesso:
ela se preocupa em analisar a organização e a classificação dos Não se separa:
sons, separando-os em unidades significativas. É responsabilidade • Ditongo: encontro de uma vogal e uma semivogal na mesma
da fonologia, também, cuidar de aspectos relativos à divisão silábi- sílaba (cau-le, gai-o-la, ba-lei-a...)
ca, à acentuação de palavras, à ortografia e à pronúncia. • Tritongo: encontro de uma semivogal, uma vogal e uma semi-
vogal na mesma sílaba (Pa-ra-guai, quais-quer, a-ve-ri-guou...)
Editora
43
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
• Dígrafo: quando duas letras emitem um único som na pala- Na primeira frase, pepino está no sentido denotativo, ou seja,
vra. Não separamos os dígrafos ch, lh, nh, gu e qu (fa-cha-da, co- a palavra está sendo usada no sentido próprio, comum, dicionari-
-lhei-ta, fro-nha, pe-guei...) zado.
• Encontros consonantais inseparáveis: re-cla-mar, psi-có-lo- Já na segunda frase, a mesma palavra está no sentindo cono-
-go, pa-trão...) tativo, pois ela está sendo usada no sentido figurado e depende do
contexto para ser entendida.
Deve-se separar: Para facilitar: denotativo começa com D de dicionário e conota-
• Hiatos: vogais que se encontram, mas estão é sílabas vizinhas tivo começa com C de contexto.
(sa-ú-de, Sa-a-ra, ví-a-mos...)
• Os dígrafos rr, ss, sc, e xc (car-ro, pás-sa-ro, pis-ci-na, ex-ce- Por fim, vamos tratar de um recurso muito usado em propa-
-ção...) gandas:
• Encontros consonantais separáveis: in-fec-ção, mag-nó-lia,
rit-mo...) Ambiguidade
Observe a propaganda abaixo:
SEMÂNTICA
Significação de palavras
As palavras podem ter diversos sentidos em uma comunicação.
E isso também é estudado pela Gramática Normativa: quem cuida
dessa parte é a Semântica, que se preocupa, justamente, com os
significados das palavras. Veremos, então, cada um dos conteúdos
que compõem este estudo.
Antônimo e Sinônimo
Começaremos por esses dois, que já são famosos. https://redacaonocafe.wordpress.com/2012/05/22/ambigui-
dade-na-propaganda/
O Antônimo são palavras que têm sentidos opostos a outras.
Por exemplo, felicidade é o antônimo de tristeza, porque o signi- Perceba que há uma duplicidade de sentido nesta construção.
ficado de uma é o oposto da outra. Da mesma forma ocorre com Podemos interpretar que os móveis não durarão no estoque da loja,
homem que é antônimo de mulher. por estarem com preço baixo; ou que por estarem muito barato,
não têm qualidade e, por isso, terão vida útil curta.
Já o sinônimo são palavras que têm sentidos aproximados e Essa duplicidade acontece por causa da ambiguidade, que é
que podem, inclusive, substituir a outra. O uso de sinônimos é mui- justamente a duplicidade de sentidos que podem haver em uma
to importante para produções textuais, porque evita que você fi- palavra, frase ou textos inteiros.
que repetindo a mesma palavra várias vezes. Utilizando os mesmos
exemplos, para ficar claro: felicidade é sinônimo de alegria/conten-
tamento e homem é sinônimo de macho/varão. EMPREGO DA CRASE
Hipônimos e Hiperônimos
Estes conceitos são simples de entender: o hipônimo designa
A crase é a fusão de duas vogais idênticas. A primeira vogal a
uma palavra de sentido mais específico, enquanto que o hiperôni-
é uma preposição, a segunda vogal a é um artigo ou um pronome
mo designa uma palavra de sentido mais genérico. Por exemplo, ca-
demonstrativo.
chorro e gato são hipônimos, pois têm sentido específico. E animais
a (preposição) + a(s) (artigo) = à(s)
domésticos é uma expressão hiperônima, pois indica um sentido
mais genérico de animais. Atenção: não confunda hiperônimo com
• Devemos usar crase:
substantivo coletivo. Hiperônimos estão no ramo dos sentidos das
– Antes palavras femininas:
palavras, beleza?!?!
Iremos à festa amanhã
Mediante à situação.
Outros conceitos que agem diretamente no sentido das pala-
O Governo visa à resolução do problema.
vras são os seguintes:
– Locução prepositiva implícita “à moda de, à maneira de”
Conotação e Denotação
Devido à regra, o acento grave é obrigatoriamente usado nas
Observe as frases:
locuções prepositivas com núcleo feminino iniciadas por a:
Amo pepino na salada.
Os frangos eram feitos à moda da casa imperial.
Tenho um pepino para resolver.
Às vezes, porém, a locução vem implícita antes de substanti-
vos masculinos, o que pode fazer você pensar que não rola a crase.
As duas frases têm uma palavra em comum: pepino. Mas essa
Mas... há crase, sim!
palavra tem o mesmo sentido nos dois enunciados? Isso mesmo,
Depois da indigestão, farei uma poesia à Drummond, vestir-me-
não!
-ei à Versace e entregá-la-ei à tímida aniversariante.
Editora
44
44
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
– Expressões fixas A batida de limão — feita com cachaça, suco de limão galego,
Existem algumas expressões em que sempre haverá o uso de mel de abelha de primeiríssima qualidade e açúcar refinado, segun-
crase: do o escritor Ubaldo Marques Porto Filho — chamava a atenção
à vela, à lenha, à toa, à vista, à la carte, à queima-roupa, à von- dos homens, mas Diolino deu por falta das mulheres da época. É
tade, à venda, à mão armada, à beça, à noite, à tarde, às vezes, às que elas não queriam ser vistas bebendo em público, e então ar-
pressas, à primeira vista, à hora certa, àquela hora, à esquerda, à ranjavam alguém para comprar as batidas e bebiam dentro do au-
direita, à vontade, às avessas, às claras, às escuras, à mão, às escon- tomóvel.
didas, à medida que, à proporção que. Diolino bolou então o sistema de atendimento direto aos veícu-
• NUNCA devemos usar crase: los , em que os garçons iam até os carros que apenas encostavam e
– Antes de substantivos masculinos: saíam em disparada. A novidade alavancou a fama do bar. No auge,
Andou a cavalo pela cidadezinha, mas preferiria ter andado a chegou a produzir 6.000 litros de batida por mês.
pé. SETO, G. Folha de S.Paulo. Caderno “Cotidiano”. 17 maio
2019, p. B2. Adaptado.
– Antes de substantivo (masculino ou feminino, singular ou A palavra saíam contém hiato acentuado.
plural) usado em sentido generalizador: Deve também ser acentuado o hiato de
Depois do trauma, nunca mais foi a festas. (A) juizes
Não foi feita menção a mulher, nem a criança, tampouco a ho- (B) rainha
mem. (C) coroo
(D) veem
– Antes de artigo indefinido “uma” (E) suada
Iremos a uma reunião muito importante no domingo.
Editora
48
48
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
11. (CORE-MT - ASSISTENTE ADMINISTRATIVO - INSTITUTO EX- 15. (VUNESP – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO –
CELÊNCIA - 2019) 2011) Assinale a alternativa em que a concordância verbal está cor-
reta.
Na tirinha abaixo, há dois exemplos de figura de linguagem, (A) Haviam cooperativas de catadores na cidade de São Paulo.
identifique-os e assinale a alternativa CORRETA: (B) O lixo de casas e condomínios vão para aterros.
(C) O tratamento e a destinação corretos do lixo evitaria que
35% deles fosse despejado em aterros.
(D) Fazem dois anos que a prefeitura adia a questão do lixo.
(E) Somos nós quem paga a conta pelo descaso com a coleta
de lixo.
Editora
49
a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________
______________________________________________________
1 A
______________________________________________________
2 B
3 E ______________________________________________________
4 C ______________________________________________________
5 A
______________________________________________________
6 B
7 C ______________________________________________________
8 A ______________________________________________________
9 A
______________________________________________________
10 D
______________________________________________________
11 c
12 a ______________________________________________________
13 b ______________________________________________________
14 c
______________________________________________________
15 e
16 a ______________________________________________________
17 a ______________________________________________________
ANOTAÇÕES ______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
_____________________________________________________
______________________________________________________
_____________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
Editora
50
50
a solução para o seu concurso!
LITERATURA
• Substantivos terminados em y, precedidos de consoante, trocam o y pelo i e acrescenta-se es. Consoante + y = ies
Ex.: fly – flies try – tries curry – curries
• Contáveis são os substantivos que podemos enumerar e contar, ou seja, que podem possuir tanta forma singular quanto plural. Eles
são chamados de countable nouns em inglês.
Por exemplo, podemos contar orange. Podemos dizer one orange, two oranges, three oranges, etc.
• Incontáveis são os substantivos que não possuem forma no plural. Eles são chamados de uncountable nouns, de non-countable
nouns em inglês. Podem ser precedidos por alguma unidade de medida ou quantificador. Em geral, eles indicam substâncias, líquidos, pós,
conceitos, etc., que não podemos dividir em elementos separados. Por exemplo, não podemos contar “water”. Podemos contar “bottles
of water” ou “liters of water”, mas não podemos contar “water” em sua forma líquida.
Alguns exemplos de substantivos incontáveis são: music, art, love, happiness, advice, information, news, furniture, luggage, rice, sugar,
butter, water, milk, coffee, electricity, gas, power, money, etc.
Veja outros de countable e uncountable nouns:
Editora
54
54
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
Definite Article – Não se usa o artigo THE antes das palavras church, school,
THE = o, a, os, as prison, market, bed, hospital, home, university, college, market,
quando esses elementos forem usados para seu primeiro propósito.
• Usos She went to church. (para rezar)
– Antes de substantivos tomados em sentido restrito. She went to THE church. (talvez para falar com alguém)
THE coffee produced in Brazil is of very high quality.
I hate THE music they’re playing. – Sempre se usa o artigo THE antes de office, cathedral, cine-
ma, movies e theater.
– Antes de nomes de países no plural ou que contenham as Let’s go to THE theater.
palavras Kingdom, Republic, Union, Emirates. They went to THE movies last night.
THE United States
THE Netherlands Indefinite Article
THE United Kingdom A / AN = um, uma
THE Dominican Republic
•A
– Antes de adjetivos ou advérbios no grau superlativo. – Antes de palavras iniciadas por consoantes.
John is THE tallest boy in the family. A boy, A girl, A woman
– Antes de acidentes geográficos (rios, mares, oceanos, cadeias – Antes de palavras iniciadas por vogais, com som consonantal.
de montanhas, desertos e ilhas no plural), mesmo que o elemento A uniform, A university, A European
geográfico tenha sido omitido.
THE Nile (River) • AN
THE Sahara (Desert) – Antes de palavras iniciadas por vogais.
AN egg, AN orange, AN umbrella
– Antes de nomes de famílias no plural.
THE Smiths have just moved here. – Antes de palavras iniciadas por H mudo (não pronunciado).
AN hour, AN honor, AN heir
– Antes de adjetivos substantivados.
You should respect THE old. • Usos
– Para se dar ideia de representação de um grupo, antes de
– Antes de numerais ordinais. substantivos.
He is THE eleventh on the list. A chicken lays eggs. (Todas as galinhas põem ovos.)
– Antes de nomes de hotéis, restaurantes, teatros, cinemas, – Antes de nomes próprios no singular, significando “um tal de”.
museus. A Mr. Smith phoned yesterday.
THE Hilton (Hotel)
– No modelo:
– Antes de nacionalidades. WHAT + A / AN = adj. + subst.
THE Dutch
What A nice woman!
– Antes de nomes de instrumentos musicais.
She plays THE piano very well. – Em algumas expressões de medida e frequência.
A dozen
– Antes de substantivos seguidos de preposição. A hundred
THE Battle of Trafalgar
Twice A year
• Omissões - Em certas expressões.
– Antes de substantivos tomados em sentido genérico. It’s A pity, It’s A shame, It’s AN honor...
Roses are my favorite flowers.
– Antes de profissão ou atividades.
–Antes de nomes próprios no singular. James is A lawyer.
She lives in South America. Her sister is A physician.
• Casos especiais
Editora
55
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
Em Inglês utilizamos adjetivos para comparar duas coisas ou the cleverest = o mais esperto
mais. Eles podem ser classificados em dois graus: comparativo e
superlativo. 3. Usamos os prefixos more e most com adjetivos de mais de
O grau comparativo é usado para comparar duas coisas. Já o duas sílabas.
superlativo, usamos para dizer que uma coisa se destaca num grupo Exemplos:
de três ou mais. More comfortable than = mais confortável que
More careful than = mais cuidadoso que
The most comfortable = o mais confortável
The most careful = o mais cuidadoso
Formas irregulares
Alguns adjetivos e advérbios têm formas irregulares no compa-
rativo e superlativo de superioridade.
Observações:
1. Usamos os sufixos –er ou –est com adjetivos / advérbios de
uma só sílaba. good (bom / boa) better than - the
Exemplos: well (bem) best
taller than = mais alto que / the tallest = o mais alto bad (ruim / mau)
bigger than = maior que / the biggest = o maior - the worst
badly (mal)
little (pouco) less than - the least
2. Usamos os sufixos –er ou –est com adjetivos de duas sílabas.
Exemplos:
Alguns adjetivos e advérbios têm mais de uma forma no com-
happier than = mais feliz que
parativo e superlativo de superioridade.
cleverer than = mais esperto que
the happiest = o mais feliz
Editora
56
56
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
far (longe) She loves him so much.
farther than – the farthest (distância)
further (than) – the furthest (distância / adicional) Demonstrative Pronouns
old (velho) Os pronomes demonstrativos são utilizados para demonstrar
older than – the oldest alguém ou alguma coisa que está perto ou longe da pessoa que fala
elder – the eldest (só para elementos da mesma família) ou de quem se fala, ou seja, indica posição em relação às pessoas
late (tarde) do discurso.
the latest (o mais recente) Veja quais são em inglês:
the last (o último da série)
SINGULAR PLURAL SINGULAR PLURAL
O estudo dos pronomes é algo simples e comum. Em inglês
existe apenas uma especificidade, que pode causar um pouco de THIS THESE THAT THOSE
estranheza, que é o pronome “it”, o qual não utilizamos na língua Este/ Estes/ Aquele/aque- Aqueles/
portuguesa; mas, com a prática, você vai conseguir entender e esta/isto estas la/aquilo aquelas
aprender bem rápido.
Usa-se o demonstrativo THIS/THESE para indicar seres que es-
Subject Pronouns tão perto de quem fala. Observe o emprego dos pronomes demons-
trativos nas frases abaixo:
I (eu) I am a singer. This method will work.
These methods will work.
YOU (você, tu, vocês) You are a student.
HE (ele) He is a teacher. O pronome demonstrativo THAT/THOSE é usado para indicar
SHE (ela) She is a nurse. seres que estão distantes da pessoa que fala. Observe:
That computer technology is one of the most fundamental dis-
IT (ele, ela) It is a dog/ It is a table.
ciplines of engineering.
WE (nós) We are friends. Those computers technology are the most fundamental disci-
THEY (eles) They are good dancers. plines of engineering.
O pronome pessoal (subject pronoun) é usado apenas no lugar Possessive Adjectives and Possessive Pronouns
do sujeito (subject), como mostra o exemplo abaixo: Em inglês há, também, dois tipos de pronomes possessivos, os
Mary is intelligent = She is intelligent. Possessive Adjectives e os Possessive Pronouns.
THEM Usos:
Exemplos: - após numerais ordinais
They told me the news. He was the first to answer the prohne.
Editora
57
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
- com too e enough We run – Nós corremos
This house is too expensive for me to buy. They run – Eles correm
He had bought food enough to feed a city!
Regras do Simple Present
- após o verbo want As únicas alterações que acontecem nos verbos se limitam aos
I want you to translate the message. pronomes he, she e it. De modo geral, quando vamos usar o Simple
Present para nos referirmos a ele, ela e indefinido, a maioria dos
- após os verbos make, let e have (sem to) verbos recebe um “s” no final:
This makes me feel happy. He runs – Ele corre
Let me know if you need any information. She runs – Ela corre
It runs – Ele/ela corre
- após o verbo help (com ou sem to)
She helped him (to) choose a new car. Para verbos que têm algumas terminações específicas com “o”,
“s”, “ss”, “sh”, “ch” “x” ou “z”, deve-se acrescentar “es” no final:
Observações: He goes – Ele vai
Certos verbos admitem o gerund ou infinitive sem alteração She does – Ela faz
de sentido. It watches – Ele/ela assiste
It started raining. / It started to rain.
Quando o verbo termina com consoantes e “y” no final. Por
He began to clean the house. / He began cleaning the house. exemplo, os verbos study, try e cry e têm consoantes antes do “y”.
Nesses casos, você deve tirar o “y” e acrescentar “ies” no lugar. Veja
O verbo STOP admite tanto o gerund quanto o infinitive com o exemplo:
alteração de sentido. He studies – Ele estuda
She tries – Ela tenta
He stopped smoking. It cries – Ele/ela chora
(= Ele parou de fumar.)
Com verbos que também terminam com “y” e têm uma vogal
He stopped to smoke. antes, permanece a regra geral da maioria dos verbos: acrescentar
(= Ele parou para fumar.) apenas o “s” ao final da palavra.
He enjoys – Ele gosta
Imperative She stays – Ela fica
It plays – Ele/ela brinca
O imperativo, é usado para dar ordens, instruções, fazer pedi-
dos e até mesmo aconselhar alguém. É uma forma verbal utilizada Formas afirmativa, negativa e interrogativa
diariamente e que muita gente acaba não conhecendo.
- Verbos monossilábicos terminados em uma só consoante, precedida de uma só vogal, dobram a consoante final antes do acréscimo
de –ing.
Exemplos:
Run → running
swim → swimming
- Verbos dissilábicos terminados em uma só consoante, precedida de uma só vogal, dobram a consoante final somente se o acento
tônico incidir na segunda sílaba.
Exemplos:
prefer → preferring
admit → admitting
listen → listening
enter → entering
- Verbos terminados em –e perdem o –e antes do acréscimo de –ing, mas os terminados em –ee apenas acrescentam –ing.
Exemplos:
make → making
dance → dancing
agree → agreeing
flee → fleeing
- Verbos terminados em –ie, quando do acréscimo de –ing, perdem o –ie e recebem –ying.
Exemplos:
lie → lying
die → dying
Porém, os terminados em –ye não sofrem alterações.
dye → dyeing
Immediate Future
O simple future é um das formas usadas para expressar ações futuras. Em geral vem acompanhado de palavras que indicam futuro,
como: tomorrow, next. Geralmente, usamos a palavra “will”. Posteriormente, você verá que também podemos utilizar “be going to” para
formar o futuro e a diferença de utilização entre eles.
Example:
Editora
59
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
Negative: . I won’t study English. Exemplos:
Interrogative: What will you study? Peter flew to London last night.
Cabral discovered Brazil in 1500.
Note: we use the auxiliary verb WILL + verbs in infinitive (wi-
thout “to” ). – ações habituais no passado com as mesmas expressões e ad-
vérbios que indicam ações habituais no presente.
Forma contraída Exemplos:
I will study - I’ll study They visited rarely visited their grandparents.
You will travel - You’ll travel She often got up at 6.
He will / She will eat - He’ll / She’ll eat
It will happen - It’ll happen – após as if e as though (= como se) e após o verbo wish.
We will work - We’ll work Exemplos:
You will dance - You’ll dance She behaves as if she knew him.
They will do - They’ll do I wish I had more time to study.
– No caso do verbo BE, todas as pessoas terão a mesma forma
(were).
Exemplos:
She acts as though she were a queen.
I wish I were younger.
Example:
To work
I worked
You worked
He worked Past Continuous
She worked
It worked Usos:
We worked – ação que estava ocorrendo no passado quando outra ação
They worked passada começou.
Exemplos:
Simple past – negative and interrogative form They were having a bath when the phone rang.
She was watching TV when Stanley arrived.
Usos:
– ações definidas no passa do com yesterday, ...ago, last night – ação ou acontecimento que continuou por algum tempo no
(week,month etc) e expressõesque indiquem ações completamente passado.
terminadas no passado. Exemplos:
This time last year I was living in London.
Editora
60
60
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
I saw you last night. You were waiting for a bus.
Permissão
You can use my car.
She can sit anywhere.
Advérbios de lugar (HERE, THERE, EVERYWHERE...) são usados no início ou no final de orações.
You’ll find what you want HERE.
THERE comes the bus.
PREPOSIÇÕES
Horas The airplane will arrive at five o’clock.
Datas We have a big party at Christmas.
Lugares He is at the drugstore.
AT
Cidades pequenas She lives at Barcelos.
Períodos do dia She works at night.(noon, night, midnight, dawn)
Endereços completos Fabrizio lives at 107 Boulevard Street.
Períodos do dia Marcus works in the morning. (exceto noon, night, midnight e dawn)
Meses The case will arrive in March.
IN
Estações do ano It’s very hot in summer.
Anos David graduaded in 2008.
Editora
62
62
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
Prepositions of Place
Vestimentas
Editora
63
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
Check = cheque
Cash = em dinheiro
Note/bill = nota
Coin = moeda
Credit card = cartão de crédito
Materials
Acrylic = acrílico
Cotton = algodão
Denim = brim
Fleece/wool = lã
Gold = ouro
Leather = couro
Linen = linho
Plastic= plástico
Rubber = borracha
Silk = seda
Silver = prata
Educação
Nursery School = pré-escola
Elementary school ou Primary School = Ensino fundamental I
Secondary school = Ensino fundamental II
High school = Ensino médio
College/University = Faculdade/universidade
Subjects
T-shirt = camiseta Inglês: English
Sweatshirt = Blusa de moletom Matemática: Mathematics (Math)
Shirt = camisa História: History
Suit = terno Geografia: Geography
Pants:calça Química: Chemistry
Tie = gravata Física: Physics
Wedding dress = vestido de noiva Ciência: Science
Jacket = jaqueta Biologia: Biology
Skirt = saia Educação Física: Physical Education (P.E.)
Coat = casaco Artes: Arts
Shorts = Bermuda Música: Music
Dress = vestido Literatura: Literature
Underpants = cueca Redação: Writing
Panties = calcinha Português: Portuguese
Bra = sutiã Espanhol: Spanish
Nightgown = camisola
Pajamas = pijama Diversão e mídia
Robe = roupão Movies/cinema = cnema
Scarf = cachecol Theater = teatro
Uniform = uniforme Bar/Pub = bar
Singlet = regata Restaurant = restaurante
Swimming Trunks = sunga Café = lanchonete
Swimsuit = maiô Park = parque
Bikini = biquíni Concert = show
Play = peça de teatro
Cotidiano
Tecnologia
U.S. Money Cellphone/mobile phone = celular
US$ 1 Dollar = 100 cents Laptop = notebook
bills - $1, $5, $10, $20, $50, $100 Personal computer(PC) = Computador
Coins – 1c, 5c, 10c, 25c, $1 Printer = impressora
Penny = 1 cent Keyboard = teclado
Nickel = 5 cents Mouse = mouse
Dime = 10 cents Television = televisão
Quarter = 25 cents
Meio ambiente
Ways to pay Environment = meio ambiente
Editora
64
64
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
Ozone layer = camada de ozônio Duck — Pato
Water = água Fish — Peixe
Tree = árvore Grilled fish — Peixe grelhado
Weather = clima Ground beef — Carne moída
Animals = animais Hamburger — Hambúrguer
Air = ar Lobster — Lagosta
Wind = vento Meatball — Almôndega
Rain = chuva Mortadella — Mortadela
Snow = neve Pork chops — Costeletas de porco
Fog = neblina Pork legs — Pernas de porco
Hurricane = furacão Pork loin — Lombo de porco
Storm = tempestade Rib cuts — Costela
Lightning = relâmpago Roast chicken — Frango assado
Thunder = trovão Salami — Salame
Salmon — Salmão
Comida e bebida Sausage — Linguiça
Bread — Pão Shrimp — Camarão
Butter — Manteiga Sirloin — Lombo
Cake — Bolo Smoked sausage — salsicha defumada
Cheese — Queijo Squid — Lula
Chicken — Frango Steak — Bife
Chips — Salgadinhos Stew meat — Guisado de carne
Chocolate — Chocolate T-bone steak — Bife t-bone
Corn flakes — Cereal Tenderloin — Filé mignon
Egg — Ovo Tuna — Atum
Fish — Peixe Turkey — Peru
French fries — Batata-frita Veal — Vitela
Ham — Presunto
Ice cream — Sorvete Vegetables (vegetais)
Jam — Geleia Anise — Anis
Jello — Gelatina Asparagus — Espargos
Margarine — Margarina Beans — Feijão
Mashed potatoes — Purê de batatas Beet — Beterraba
Meat — Carne Broccoli — Brócolis
Pancacke — Panqueca Cabbage — Repolho
Pasta — Macarrão Carrot — Cenoura
Peanut — Amendoim Cauliflower — Couve-flor
Peanut butter — pasta de amendoim Celery — Aipo/Salsão
Pepper — Pimenta Corn — Milho
Pie — Torta Cucumbers — Pepinos
Pizza — Pizza Eggplant — Berinjela
Popsicle — Picolé Garlic — Alho
Potato chips — Batata-frita Ginger — Gengibre
Rice — Arroz Green onion — Cebolinha verde
Salt — Sal Heart of Palms — Palmito
Sandwich — Sanduíche Leeks — Alho-poró
Sliced bread — Pão fatiado Lettuce — Alface
Soup — Sopa Manioc — Mandioca
Sugar — Açúcar Mushroom — Cogumelo
Toast — Torrada Okra — Quiabo
Water cracker — Bolacha de água e sal Olives — Azeitonas
Onion — Cebola
Meat (carne) Pepper — Pimenta
Bacon — Bacon Pickles — Picles
Barbecue — Churrasco Potato — Batata
Beef — Carne de vaca Pumpkin — Abóbora
Beef Jerky — Carne seca Radish — Rabanete
Blood sausage —Chouriço Rucola — Rúcula
Carp — Carpa Snow pea — Ervilha
Chicken — Frango
Chicken legs — Pernas de Frango Spinach — Espinafre
Chicken wings — Asas de Frango Sweet potato — Batata doce
Cod — Bacalhau Tomato — Tomate
Crab — Caranguejo Turnip — Nabo
Editora
65
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
Watercress — Agrião Tempo livre, “hobbies” e lazer
Yams — Inhame Bowling = boliche
Camping = acampar
Fruits (frutas) Canoeing = canoagem
Apple — Maçã Card games = jogos de baralho
Apricots — Damascos Chess = xadrez
Avocado — Abacate Cooking = cozinhar
Banana — Banana Crossword puzzl = palavras cruzadas
Blackberry — Amora Dancing = dançar
Blueberry — Mirtilo Drawing = desenhar
Cashew nut — Castanha de Cajú Embroidery = bordado
Cherry — Cereja Fishing = pesca
Coconut — Coco Gardening = jardinagem
Figs — Figos Hiking = caminhar
Grapes — Uvas Hunting = caçar
Guava — Goiaba Jogging = corrida
Honeydew melon — Melão Knitting = tricotar
Jackfruit — Jaca Mountaineering = escalar montanhas
Kiwi — Kiwi Painting = pintar
Lemon — Limão Photography = fotografia
Mango — Manga Playing video games = jogar vídeo games
Orange — Laranja Reading = leitura
Papaya — Mamão Riding a bike = andar de bicicleta
Passion fruit — Maracujá Sculpting = esculpir
Peach — Pêssego Sewing = costurar
Pear — Pera Singing = cantar
Pineapple — Abacaxi Skating = andar de patins ou skate
Plum — Ameixa Skiing = esquiar
Prune — Ameixa-seca Stamp collecting = colecionar selos
Start fruit — Carambola Surfing = surfar
Strawberry — Morango Working out = malhar
Tamarind — Tamarindo
Tangerine — Tangerina Saúde e exercícios
Watermelon — Melancia
Drinks (bebidas)
Beer — Cerveja
Brandy — Aguardente
Champagne — Champanhe
Chocolate — Chocolate
Cocktail — Coquetel
Coffee — Café
Coffee-and-milk — Café-com-leite
Draft beer — Chope
Gin — Gim
Hot chocolate — Chocolate quente
Juice — Suco
Lime juice — Limonada
Liqueur — Licor
Milk — Leite
Mineral water — Água mineral
Red wine — Vinho tinto
Rum — Rum Health Problems and Diseases (problemas de saúde e doen-
Soda — Refrigerante ças)
Sparkling mineral water — Água mineral com gás
Still mineral water — Água mineral sem gás Skin occurrences (Ocorrências na pele)
Tonic water — Água tônica Blemish – mancha
Bruise - contusão
Vodka — Vodca Dandruff - caspa
Water — Água Freckle – sarda
Whiskey —Uísque Itching – coceira
White wine —Vinho branco Pimple – espinha
Yogurt — Iogurte Rasch – erupção da pele
Scar - cicatriz
Editora
66
66
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
Spot – sinal, marca
Wart – verruga
Wound - ferida
Wrinkle – ruga
Aches (Dores)
Backache – dor nas costas
Earache – dor de ouvido
Headache – dor de cabeça
Heartache – dor no peito
stomachache – dor de estômago
Toothache – dor de dente
Povos e línguas
melissa melissa
PORTUGUÊS INGLÊS
musgo moss
árvore tree
noz mosca-
alecrim rosemary nutmeg
da
ameixieira plum tree
oliveira olive tree
arbusto bush / shrub
orquídea orchid
azaleia azalea
orégano oregano
azevinho holly
papoula poppy
açafrão turmeric
pereira pear tree
bordo maple
pinheiro pine tree
bromélia bromeliads
planta plant
bétula birch
páprica paprika
canela cinnamon
rosa rose
carvalho oak
salgueiro willow
horse chestnut
castanheiro salsa parsley
tree
samambaia fern
caule stem
tulipa tulip
cebola onion
violeta violet
cebolinha green onion
vitória-régia waterlily
cedro cedar
Editora
71
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
Viagens e férias Look for seashells. — Procurar por conchas do mar.
Looked for seashells. — Procurou por conchas do mar.
Vocabulário Watch the sunset. — Assistir o pôr-do-sol.
Time off. — Tempo fora do trabalho. Watched the sunset. — Assistiu o pôr-do-sol.
Day off. — Dia de folga. Search for historic sites. — Procurar por lugares históricos.
Vacation. — Férias. Searched for historic sites. — Procurou por lugares históricos.
Go away. — Ir viajar. Get a tan. — Pegar um bronzeado.
Travel. — Viajar. Got a tan. — Pegou um bronzeado.
Take a trip. — Fazer uma viagem. Go sunbathing ou go tanning. — Ir tomar banho de sol, se bron-
Take time off. — Tirar um tempo fora do trabalho. zear.
Go to the beach. — Ir para a praia. Went sunbathing. — Foi se bronzear.
Go to the country. — Ir para o interior. Get a sunburn. — Pegar uma queimadura do sol.
Como foram suas férias Got a sunburn. — Pegou uma queimadura do sol.
How was your vacation? — Como foram as suas férias? Get sunburn. — Se queimar, ser queimado pelo sol.
It was good. — Foram boas. Got sunburn. — Se queimou do sol.
It was amazing. — Foram demais. Wear sunscreen ou wear sunblock. — Usar protetor solar.
It was very relaxing. — Foi muito relaxante. Wore sunscreen. — Usou protetor solar.
Para onde você foi Use tanning lotion. — Usar bronzeador.
Where did you go? — Onde você foi? Used tanning lotion. — Usou bronzeador.
We went to the beach. — Nós fomos para a praia. Tempo
I went to the country with my family. — Eu fui para o interior As horas em inglês podem vir acompanhadas de algumas ex-
com minha família. pressões de tempo como:
We took a trip to Hawaii. — Nós fizemos uma viagem para o Day: dia
Hawaii. Today: hoje
We went to visit our family in France. — Nós fomos visitar a Yesterday: ontem
nossa família na França. The day before yesterday: anteontem
Who did you go with? — Com quem você foi? Tomorrow: amanhã
I went with my sister and brother. — Eu fui com a minha irmã The day after tomorrow: depois de amanhã
e meu irmão. Morning: manhã
I went with my husband and kids. — Eu fui com meu marido, Afternoon: tarde
esposo e crianças. Evening: noite
I went with my wife and kids. — Eu fui com a minha esposa e Night: noite
crianças. Tonight: esta noite
I went with my classmates. — Eu fui com os meus colegas de Midday: meio-dia
aula. At noon: ao meio-dia
Como você viajou Midnight: meia noite
How did you go? — Como que você foi? At midnight: à meia-noite
We went by plane. — Nós fomos de avião.
We went by car. — Nós fomos de carro.
Coisas para fazer nas férias
Read. — Ler.
Read. — Leu. (Só muda a pronúncia)
Go swimming. — Ir nadar ou nadar.
Went swimming. — Fui ou foi nadar.
Play beach soccer. — Jogar futebol de areia ou de praia.
Played beach soccer. — Jogou futebol de areia.
Make a bonfire. — Fazer uma fogueira.
Made a bonfire. — Fez uma fogueira
Play the guitar. — Tocar violão.
Played the guitar. — Tocou violão.
Throw a bonfire party. — Dar uma festa com fogueira.
Threw a bonfire party. — Deu uma festa com fogueira.
Write messages in the sand. — Escrever mensagens na areia.
Wrote messages in the sand. — Escreveu mensagens na areia.
Walk on the boardwalk. — Caminhar no calçadão de madeira. Para informar as horas em inglês usa-se o “it is” ou “it’s” e os
Walked on the boardwalk. — Caminhou no calçadão de ma- números correspondentes (da hora e dos minutos):
deira. Exemplo: 4:35 – It is four thirty-five.
atch free summer concerts. — Assistir shows de verão gratuito.
Watched free summer concerts. — Assistiu shows de verão gra- A expressão “o’clock” é utilizada para indicar as horas exatas:
tuito. Exemplo: 3:00 – It is three o’clock.
Have a picnic. — Ter um piquenique.
Had a picnic. — Teve um piquenique. A expressão “past” é usada para indicar os minutos antes do
Play frisbee. — Jogar frisbee. 30:
Played frisbee. — Jogou frisbee. Exemplo: 6:20 – It is six twenty ou It is twenty past six.
Editora
72
72
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
A expressão “a quarter” é usada para indicar um quarto de Computer programmer = programador
hora (15 minutos): Conference interpreter = intérprete de conferência
Exemplo: 3:15 – It is three fifteen ou It is a quarter past three. Contractor = empreiteiro
Consultant = consultor
A expressão “half past” é usada para indicar meia hora (30 mi- Cook = cozinheiro
nutos): Dancer = dançarino
Exemplo: 8:30 – It is eight thirty ou It is half past eight. Dentist = dentista
Designer = designer, projetista, desenhista
Note que depois dos 30 minutos, em vez da expressão “past”, Diplomat = diplomata
utilizamos o “to”: Doctor, medical doctor, physician = médico
Exemplo: 8.45 – It is eight forty-five ou It is a quarter to nine. Doorman = porteiro
Driver = motorista, piloto de automóvel
Utilizamos as expressões a.m. e p.m. para indicar quando o ho- Economist = economista
rário em inglês ocorre antes ou depois de meio-dia. Editor = editor; revisor
a.m. – antes do meio-dia Electrician = eletricista
p.m. – depois do meio-dia Engineer = engenheiro, maquinista
Farmer = fazendeiro; produtor rural; agricultor
Trabalho e empregos Filmmaker = cineasta, produtor de cinema, diretor de cinema
Accountant = contador Firefighter, fireman = bombeiro
Actor = ator Fisherman = pescador
Actress = atriz Flight attendant = comissário de bordo
Administrator = administrador Foreman = capataz; encarregado
Agronomist = agrônomo Garbageman (ame); dustman (bre) = lixeiro
Anthropologist = antropólogo Gardener = jardineiro
Archaeologist / archeologist = arqueólogo Geographer = geógrafo
Architect = arquiteto Geologist = geólogo Geographer Geógrafo(a)
Astronaut = astronauta Glazer = vidraceiro
Astronomer = astrônomo Graphic designer = designer gráfico
Athlete = atleta Gravedigger = coveiro
Babysitter, baby-sitter, sitter, nanny (ame) = babá Guide = guia
Baker = padeiro Hairdresser, hairstylist = cabeleireiro
Bank clerk = bancário Headmaster, principal (ame) = diretor (de escola)
Banker = banqueiro; bancário Historian = historiador
Bank teller = caixa de banco Housewife = dona de casa
Barber = barbeiro Illustrator = ilustrador
Barista = barista (quem tira café em casas especializadas) Interior designer = designer de interiores, decorador
Bartender = barman Interpreter = intérprete
Bellhop, bellboy = mensageiro (em hotel) Jailer = carcereiro
Biologist = biólogo Janitor, superintendent, custodian = zelador
Biomedical scientist = biomédico Journalist = jornalista
Blacksmith = ferreiro Jeweller (bre), Jeweler (ame) = joalheiro
Bricklayer, mason = pedreiro Judge = juiz (de direito)
Broker = corretor (de seguros, de investimentos etc., menos de Lawyer = advogado
imóveis) Librarian = bibliotecário
Butcher = açougueiro Lifeguard = salva-vidas, guarda-vidas
Butler, major-domo = mordomo Locksmith = serralheiro; chaveiro
Buyer = comprador Maid = empregada doméstica
Cabdriver, cab driver, taxi driver, cabby, cabbie = taxista Male nurse = enfermeiro
Cabinet-maker = marceneiro Manager = gerente
Carpenter = carpinteiro Mathematician = matemático
Cartoonist = cartunista Mechanic = mecânico
Cattle breeder, cattle raiser, cattle farmer, cattle rancher = pe- Medic = militar do Serviço de Saúde; médico
cuarista Meteorologist = meteorologista
Cashier = caixa Midwife = parteira
Chef = chef Miner = mineiro
Chemist (bre) = farmacêutico Milkman = leiteiro
Chemist (ame) = químico model = modelo
Civil Servant = servidor público, funcionário público Musician = músico
Clerk = auxiliar de escritório Nanny (ame) = babá
Coach = treinador, técnico esportivo Nurse = enfermeiro, enfermeira
Cobbler = sapateiro Occupational therapist = terapeuta ocupacional
Comedian = comediante Optician, optometrist = oculista
Commentator = comentarista (rádio e TV) Painter = pintor
Composer = compositor Paleontologist = paleontólogo
Editora
73
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
Paramedic = paramédico Boreste = starboard
Personal TRAINER = personal Convés = deck
Pharmacist = farmacêutico (ame) Cf. CHEMIST Linha d aqua = water line
Philosopher = filósofo Castelo de Proa = forecastle
Photographer = fotógrafo Boca = beans
Physicist = físico Comprimento (LOA) = length overall
Physiotherapist = fisioterapeuta Obras Vivas = botton
Pilot = piloto (menos de automóvel), prático Obras Mortas = topsides
Playwright = dramaturgo Pontal = depth
Plumber = encanador, bombeiro (RJ) Calado de Vante = Draught forward
Poet = poeta Tombadilho = Fanny
Police officer, officer, constable = policial Calado a ré = draught forward
Politician = político Costado = ribcage
Porter = porteiro Plano diametral = diametral plane
Postman, mailman = carteiro Bochecha = tack
Producer = produtor (em geral artístico) Alheta = wing \ quarter
Professor = professor (universitário) Passadisso = gangway \ bridge
Proofreader = revisor Casco = hull
Psychiatrist = psiquiatra Borda livre = free board
Psychologist = psicólogo Displacement = tonelagem
Publisher = editor Notice to marine = aviso aos navegantes
Real estate agent, realtor = corretor de imóveis List of Lights = lista de faróis
Receptionist = recepcionista Full Load = plena carga
Referee = árbitro, juiz (esportes), perito (responsável por análi- Fuel = combustível
se de artigos científicos) Cruising speed = velocidade de cruzeiro
Reporter = repórter Draft = projeto
Researcher = pesquisador Length = comprimento
Sailor, seaman = marinheiro Inland Waters = águas interiores
Salesman* = vendedor Bússula = compass
Sales representative, sales rep = vendedor Ship = navio
Saleswoman* = vendedora Ocean liner = navio transatlântico
Scientist = cientista Tug = rebocador
Screenwriter = roteirista Gross Tonnage = arqueação bruta
Sculptor = escultor Tanker Ship = Navio Petroleiro
Seamstress = costureira Plataform Ship = navio plataforma
Secretary = secretária Vessel = navio embarcação
Shopkeeper (ame), storekeeper (bre), shop owner, merchant = Broken = quebrado
lojista, comerciante Rope = cabo
Singer, vocalist = cantor Boom = pau de carga
Social worker = assistente social Starboard = boreste
Speech therapist = fonoaudiólogo Port = bombordo
Statistician = estatístico Speed = velocidade
Systems analyst = analista de sistemas Ahead = a frente
Tailor = alfaiate Crew = tripulação
Teacher = professor Stern = popa
Operator = operador Fire = fogo
Operator, telephone operator = telefonista Fireman = bombeiro
Teller = caixa (geralmente de banco) Hose = mangueira
Trader = trader, operador (em bolsa de valores) Fire Hose = mangueira de incêndio
Translator = tradutor Tonnage Length = comprimento tonelagem
Travel agent = agente de viagens Scend = Caturro
Treasurer = tesoureiro Heel = adernar (mesmo que banda)
Valet = manobrista Bulkhead = Antepara
Vet, veterinarian = veterinário Flush Deck = convés corrido
Waiter* = garçom Hold = porão
Waitress* = garçonete Bollard = cabeço no cais
Welder = soldador Bitt = cabeço no navio
Writer = escritor
Zoologist = zoólogo Profissões a bordo no navio
Captain of Long Haul = capitão de longo curso
A Marinha Auxiliary Health = auxiliar de saúde
Proa = Bow Steward = taifeiro
Popa = Stern \ astern Cook = cozinheiro
Bombordo = port Pumpman = bombeiro (trabalha com bombas)
Editora
74
74
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
Nurse = enfermeiro Chamadas e comunicações
Officer = oficial Não especificado = unspecified
Skipper = patrão Explosion = explosão
Helmsman = timoneiro Alagado = flooding
Bo’sun = mestre ou contra mestre Collision = colisão
Seaman = homem do mar Grounding = encalhando
Sailor = marinheiro Adernado = listing
Engineer = chefe de máquinas Capsizing = emborcando
Mid Ship = meio navio Sin King = naufragando
Ship’s Articles = rol de equipagem Disabled = sem governo
Ship’s Log = diário de bordo Adrift = a deriva
Insurance Certificate = certificado de seguro Abandonar o navio = abandoning ship
Customs Clearance = aduaneiro Piracy = pirataria
Charter Party = Fretamento Ataque armado = armed attack
Bill of Health = certificado de saúde Grande = big
Charts = cartas hidrográficas
International Convention for the Safety of Live at Sea = conven- Os Interrogativos (Question Words) são usados para se obter
ção internacional de salvaguarda da vida humana no mar. (Solas) informações específicas. As perguntas elaboradas com eles são
STCW = Standards of training certification and watchkeeping = chamadas wh-questions, pois todos os interrogativos, com exceção
convenção internacional sobre normas de formação certificação e apenas de how (como), começam com as letras wh.
service de quarto para marinheiro. Há perguntas em inglês iniciadas por pronomes interrogativos
EPP = personal projective equipament = EPI equipamento de para se obter informações do tipo: “quem, o que, como, quando,
proteção individual. onde”.
Fire Extinguisher = extintor de incêndio
Rudder = leme WHAT = (o) que, qual
Helm = timão
Bosun’s Locker = paiol do mestre Funciona como sujeito ou objeto da oração.
Oars = remos
Buoy = boia
h a - (sujei-
Fire Alarm = alarme de incêndio What makes you
ppy? to)
Rope Ladder = escada de quebra peito
Gangway = passadiço verbo objeto
Ports = portos princi-
Port Captaincy = capitania dos portos pal
Yacht Harbours = docas de recreio
Coast Guard = guarda costeira
Watch Tower = posto de vigia (obje-
What did you say?
Life Boat Station = Estação de Salva Vidas to)
auxi-
sujeito verbo
Dependências a bordo liar
Galley = cozinha princi-
Crew Mess = refeitório da tripulação pal
Stateroom = cabine de dormir
WHO = quem
Amarração de cabos
Rope = cabo \ corda Funciona como sujeito ou objeto da oração.
Dock line = cabo de amarração
Warp = lais de guia
Reef Knot = nó direito arri- yes- (sujei-
Who late
Volta do Fiel = clove hitch ved terday? to)
Fisherman’s Bend = volta do Anete verbo
principal
Kink = coca (nó na mangueira)
Yarn = fibra
Order = ordem (obje-
Who does she love?
Anchor = ancora to)
auxi-
sujeito verbo
Estivagem de carga liar
Rope Sling = linga de cabo princi-
Bags Balles = bolsas de fardos pal
Steel plates = chapas de aço
Homem ao mar = man over board
Merchant Ship = Navio mercante
Editora
75
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
WHOM = quem A estrutura básica das frases em inglês é semelhante à nossa,
no português. Ela segue um esquema que chamamos SVO, ou seja
Funciona só como objeto de oração ou é usado após preposi- Sujeito-Verbo-Objeto. O mesmo vale para frases negativas, em que
ções. simplesmente se adiciona ao verbo auxiliar a forma negativa not a
essa estrutura afirmativa. Do mesmo jeito que, no português, usa-
yester- mos um advérbio de negação, como “não”.
Whom did you talk to (objeto) Formar uma frase interrogativa em inglês também não é com-
day?
plicado, embora os componentes da frase mudem um pouco de
verbo sujeito verbo posição em relação ao português. O mesmo vale para frases excla-
princi- mativas.
auxiliar Para formar frases afirmativas, o inglês usa o mesmo esquema
pal
Sujeito-Verbo-Objeto que usamos no português. Já para frases ne-
To whom did you talk? gativas devemos apenas adicionar o not a essa estrutura afirmati-
va — exatamente como fazemos em nosso idioma — mas também
WHICH = que, qual, quais - Indica escolha ou opção. inserir um verbo auxiliar em inglês.
Which shirt do you prefer: the blue one or the red one? Já para interrogações e exclamações, os componentes das fra-
Which of those ladies is your mother? ses em inglês mudam um pouco, em relação aos do português.
Tradução literal não tem como funcionar porque cada língua é
WHERE = onde parte de uma cultura e as culturas são completamente diferentes.
Where are you going tonight? Fica fácil não cometer mais este erro se você lembrar que as
frases em Inglês sempre precisam ter um sujeito (considerando so-
WHY = por que mente a frase central). As únicas que começam direto do verbo são
Why don’t you come to the movies with us? as imperativas como tell me, stand up e ask her.
Entender a estrutura de um idioma é muito mais importante do
WHEN = quando que tentar traduzir tudo ao pé-da-letra.
“When were you born?” “In 1970.”
Sujeito
HOW = como O sujeito, que sempre ocupa a primeira posição na frase, con-
“How is his sister?” “Fine.” trário ao que ocorre na língua portuguesa, nunca é omitido. O su-
jeito pode ser representado por um ou vários substantivos ou por
WHOSE = de quem pronomes pessoais.
“Whose dictionary is this?” “John’s.”
Verbo
Formas compostas de WHAT e HOW Como se pode observar nos exemplos anteriores, o verbo ou a
locução verbal (sublinhados) ocupa a segunda posição na estrutura
- WHAT frasal inglesa.
Na poesia, na música ou no inglês falado coloquial, pode-se en-
WHAT + to be + like? = como é...? contrar exemplos em que esta regra não é observada.
“What is your boyfriend like?” Entretanto, em linguagem técnico-científica, como no inglês
“He’s tall and slim.” computacional, o formato S+V+C é usado rigorosamente.
Complementos
WHAT about...? = Que tal, o que você acha de...?
Os complementos são palavras ou frases inteiras que detalham
What about having lunch now?
ou completam as informações estabelecidas pelo sujeito e o verbo,
que são os únicos termos essenciais da oração.
WHAT do you call...? = como se chama...? qual é o nome...?
Analisemos estas frases: “A secretária chegou”, “O ônibus
What do you call this device?
saiu”, “O avião caiu”. Sintaticamente, já temos os dois elementos
indispensáveis: O sujeito que determina quem está envolvido na
- WHAT ... FOR? = por que, para que?
execução de uma determinada ação e o verbo que responde pelo
What are you doing this for?
ato executado
- HOW
HOW FAR = Qual é a distância?
HOW DEEP = Qual é a profundidade? QUESTÕES
HOW LONG = Qual é o comprimento? Quanto tempo?
HOW WIDE = Qual é a largura?
HOW TALL = Qual é a altura? (pessoas) 1. (COLÉGIO PEDRO II - PROFESSOR – INGLÊS - COLÉGIO PEDRO
HOW HIGH = Qual é a altura? (coisas) II – 2019)
HOW OLD = Qual é a idade?
HOW MUCH = Quanto(a)? TEXT 6
HOW MANY = Quantos(as)?
HOW OFTEN = Com que frequência? “Probably the best-known and most often cited dimension of
HOW FAST = A que velocidade? the WE (World Englishes) paradigm is the model of concentric cir-
cles: the ‘norm-providing’ inner circle, where English is spoken as
Editora
76
76
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
a native language (ENL), the ‘norm-developing’ outer circle, where 3. (PREFEITURA DE CUIABÁ - MT - PROFESSOR DE ENSINO FUN-
it is a second language (ESL), and the ‘norm-dependent’ expanding DAMENTAL - LETRAS/ INGLÊS - SELECON – 2019)
circle, where it is a foreign language (EFL). Although only ‘tentati-
vely labelled’ (Kachru, 1985, p.12) in earlier versions, it has been Texto III
claimed more recently that ‘the circles model is valid in the senses
of earlier historical and political contexts, the dynamic diachronic Warnock (2009) stated that the first reason to teach writing
advance of English around the world, and the functions and stan- online is that the environment can be purely textual. Students are
dards to which its users relate English in its many current global in a rich, guided learning environment in which they express them-
incarnations’ (Kachru and Nelson, 1996, p. 78).” selves to a varied audience with their written words. The electronic
communication tools allow students to write to the teacher and to
PENNYCOOK, A. Global Englishes and Transcultural Flows. New each other in ways that will open up teaching and learning oppor-
York: Routledge, 2007, p. 21. tunities for everyone involved. Besides, writing teachers have a
unique opportunity because writing-centered online courses allow
According to the text, it is possible to say that the “circles mo- instructors and students to interact in ways beyond content deli-
del” established by Kachru very. They allow students to build a community through electronic
(A) represents a standardization of the English language. means. For students whose options are limited, these electronic
(B) helps to explain the historicity of the English language. communities can build the social and professional connections that
(C) establishes the current standards of the English language. constitute some of education’s real value (Warnock, 2009).
(D) contributes to the expansion of English as a foreign langua- Moreover, Melor (2007) pointed out that social interaction te-
ge. chnologies have great benefits for lifelong education environments.
The social interaction can help enhancing the skills such as the abili-
2. (COLÉGIO PEDRO II - PROFESSOR – INGLÊS - COLÉGIO PEDRO ty to search, to evaluate, to interact meaningfully with tools, and so
II – 2019) on. Education activities can usually take place in the classroom whi-
ch teacher and students will face to face, but now, it can be carried
TEXT 5 out through the social network technologies including discussion
and assessment. According to Kamarul Kabilan, Norlida Ahmad and
“In other words, there are those among us who argue that the Zainol Abidin (2010), using Facebook affects learner motivation and
future of English is dependent on the likelihood or otherwise of the strengthens students’ social networking practices. What is more,
U.S. continuing to play its hegemonic role in world affairs. Since that according to Munoz and Towner (2009), Facebook also increases
possibility seems uncertain to many, especially in view of the mu- the level of web-based interaction among both teacher-student
ch-talked-of ascendancy of emergent economies, many are of the and student-student. Facebook assists the teachers to connect with
opinion that English will soon lose much of its current glitter and their students outside of the classroom and discuss about the assig-
cease to be what it is today, namely a world language. And there are nments, classroom events and useful links.
those amongst us who further speculate that, in fifty or a hundred Hence, social networking services like Facebook can be chosen
years’ time, we will all have acquired fluency in, say, Mandarin, or, as the platform to teach ESL writing. Social networking services can
if we haven’t, will be longing to learn it. […] Consider the following contribute to strengthen relationships among teachers as well as
argument: a language such as English can only be claimed to have between teachers and students. Besides, they can be used for tea-
attained an international status to the very extent it has ceased to chers and students to share the ideas, to find the solutions and to
be national, i.e., the exclusive property of this or that nation in par- hold an online forum when necessary. Using social networking ser-
ticular (Widdowson). In other words, the U.K. or the U.S.A. or who- vices have more options than when using communication tools whi-
soever cannot have it both ways. If they do concede that English is ch only have single function, such as instant messaging or e-mail.
today a world language, then it only behooves them to also recog- The people can share interests, post, upload variety kinds of media
nize that it is not their exclusive property, as painful as this might to social networking services so that their friends could find useful
indeed turn out to be. In other words, it is part of the price they information (Wikipedia, 2010).
have to pay for seeing their language elevated to the status of a
world language. Now, the key word here is “elevated”. It is precisely (Adapted from: YUNUS, M. D.; SALEHI, H.; CHENZI, C. English
in the process of getting elevated to a world status that English or Language Teaching; Vol. 5, No. 8; 2012.)
what I insist on referring to as the “World English” goes through a
process of metamorphosis.” Das opções a seguir, aquela que se configura como o melhor
título para o Texto III é:
RAJAGOPALAN, K. The identity of “World English”. New Challen- (A) Advantages of Integrating SNSs into ESL Writing Classroom
ges in Language and Literature. Belo Horizonte: FALE/UFMG, 2009, (B) Using Communication Tools Which Only Have Single Func-
p. 99-100. tion
(C) Facebook Assists the Teachers to Connect with Their Stu-
The author’s main purpose in this paragraph is to dents
(A) talk about the growing role of some countries in the spread (D) Using Social Networking Services to Communicate with
of English in world affairs. Colleagues
(B) explain the process of changing which occurs when a lan-
guage becomes international.
(C) raise questions about the consequences posed to a langua-
ge when it becomes international.
(D) alert to the imminent rise of emergent countries and the
replacement of English as a world language.
Editora
77
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
4. (PREFEITURA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO - PE - PROFES- 6. (PREF. DE TERESINA - PI - PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA
SOR II – INGLÊS - IBFC – 2019) - LÍNGUA INGLESA - NUCEPE – 2019)
Leia a tira em quadrinhos e analise as afirmativas abaixo. The plural form of brother-in-law, foot and candy is
(A) brothers-in-laws, feet ,candys.
(B) brothers-in-law, feet, candies.
(C) brother-in-laws, feet, candies.
(D) brothers-in-law, foots, candies.
(E) brother-ins-law, foots, candys.
The Aral Sea was once the fourth biggest landlocked sea in the
world – 66,100 square kilometers of surface. With abundant fishing
resources, the Sea provided a healthy life for thousands of people.
The Aral receives its waters from two rivers – the Amu Dar’ya
and the Syr Dar’ya. In 1918, the Soviet government decided to di-
vert the two rivers and use their water to irrigate cotton planta-
tions. These diversions dramatically reduced the volume of the Aral.
As a result, the concentration of salt has doubled and impor-
tant changes have taken place: fishing industry and other enterpri-
ses have ceased: salt concentration in the soil has reduced the area Based on the text, judge the following items.
available for agriculture and pastures; unemployment has risen dra- The final “s” in “ideas” (line 2) and “brains” (line 8) is pronoun-
matically; quality of drinking water has been declining because of ced in the same way.
increasing salinity, and bacteriological contamination; the health of ( ) CERTO
the people, animal and plant life have suffered as well. ( ) Errado
In the past few decades, the Aral Sea volume has decreased by
75 percent. This is a drastic change and it is human induced. During 8. I normally have two long ________ a year.
natural cycles, changes occur slowly, over hundreds of years. (A) holiday
The United Nations Environment Program has recently created (B) holidays
the International Fund for Saving the Aral Sea. Even if all steps are (C) holidaies
taken, a substantial recovery might be achieved only with 20 years. (D) holidayes
Editora
78
78
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
11. (PREFEITURA DE BLUMENAU - SC - PROFESSOR - INGLÊS – 13. (PREFEITURA DE SALVADOR - BA - PROFESSOR LÍNGUA ES-
MATUTINO - FURB – 2019) TRANGEIRA – INGLÊS - FGV - 2019)
What is the sequence that presents the correct example asses- TEXT III
sment items with their grammatical focus listed below?
Grammatical focus:
A superlative
B past simple
C gerunds and infinitives
D relative pronouns
E present simple passive
F second conditional
(Source: https://www.rottentomatoes.com/m/green_book/
reviews/)
______________________________________________________
Identify the best alternative that completes the context.
(A) Knew. ______________________________________________________
(B) Know.
(C) Told them. ______________________________________________________
(D) Brought.
______________________________________________________
______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________
______________________________________________________
1 B
______________________________________________________
2 C
3 A ______________________________________________________
4 A ______________________________________________________
5 C
______________________________________________________
6 B
______________________________________________________
7 CERTO
8 B ______________________________________________________
9 D ______________________________________________________
10 C
______________________________________________________
11 A
12 B ______________________________________________________
13 B ______________________________________________________
14 D
______________________________________________________
15 B
______________________________________________________
ANOTAÇÕES ______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
_____________________________________________________
______________________________________________________
_____________________________________________________
Editora
80
80
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
I - a soberania;
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL: II - a cidadania
TÍTULO I: DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por
Forma, Sistema e Fundamentos da República meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta
Constituição.
• Papel dos Princípios e o Neoconstitucionalismo Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos en-
Os princípios abandonam sua função meramente subsidiária tre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
na aplicação do Direito, quando serviam tão somente de meio de
integração da ordem jurídica (na hipótese de eventual lacuna) e ve- Objetivos Fundamentais da República
tor interpretativo, e passam a ser dotados de elevada e reconhecida Os Objetivos Fundamentais da República estão elencados no
normatividade. Artigo 3º da CF/88. Vejamos:
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Fede-
• Princípio Federativo rativa do Brasil:
Significa que a União, os Estados-membros, o Distrito Federal I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
e os Municípios possuem autonomia, caracteriza por um determi- II - garantir o desenvolvimento nacional;
nado grau de liberdade referente à sua organização, à sua adminis- III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desi-
tração, à sua normatização e ao seu Governo, porém limitada por gualdades sociais e regionais;
certos princípios consagrados pela Constituição Federal. IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem,
raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
• Princípio Republicano
É uma forma de Governo fundada na igualdade formal entre Princípios de Direito Constitucional Internacional
as pessoas, em que os detentores do poder político exercem o Os Princípios de Direito Constitucional Internacional estão
comando do Estado em caráter eletivo, representativo, temporário elencados no Artigo 4º da CF/88. Vejamos:
e com responsabilidade. Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas rela-
ções internacionais pelos seguintes princípios:
• Princípio do Estado Democrático de Direito I - independência nacional;
O Estado de Direito é aquele que se submete ao império da lei. II - prevalência dos direitos humanos;
Por sua vez, o Estado democrático caracteriza-se pelo respeito ao III - autodeterminação dos povos;
princípio fundamental da soberania popular, vale dizer, funda-se na IV - não-intervenção;
noção de Governo do povo, pelo povo e para o povo. V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
• Princípio da Soberania Popular VII - solução pacífica dos conflitos;
O parágrafo único do Artigo 1º da Constituição Federal revela a VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
adoção da soberania popular como princípio fundamental ao prever IX - cooperação entre os povos para o progresso da humani-
que “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de repre- dade;
sentantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. X - concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a in-
• Princípio da Separação dos Poderes tegração econômica, política, social e cultural dos povos da América
A visão moderna da separação dos Poderes não impede que Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana
cada um deles exerça atipicamente (de forma secundária), além de de nações.
sua função típica (preponderante), funções atribuídas a outro Poder.
Vejamos abaixo, os dispositivos constitucionais corresponden- Referências Bibliográficas:
tes ao tema supracitado: DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Con-
cursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier.
TÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Editora
81
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
O direito de resposta é um meio de defesa assegurado à pes-
TÍTULO II: DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS: soa física ou jurídica ofendida em sua honra, e reputação, conceito,
CAPÍTULO I: DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E CO- nome, marca ou imagem, sem prejuízo do direito de indenização
LETIVOS; CAPÍTULO III: DA NACIONALIDADE; CAPÍTULO IV: por dano moral ou material.
DOS DIREITOS POLÍTICOS
Liberdade religiosa e de consciência:
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo
assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na for-
— Gerações de Direitos Fundamentais (Teoria de Vasak): ma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
Direitos Fundamentais de 1ª Geração: liberdade individual – di- VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência
reitos civis e políticos; religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;
Direitos Fundamentais de 2ª Geração: igualdade – direitos so- VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença re-
ciais e econômicos; ligiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para
Direitos Fundamentais de 3ª Geração: fraternidade ou solida- eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir
riedade – direitos transindividuais, difusos e coletivos. prestação alternativa, fixada em lei;
O Brasil é um Estado laico, que não possui uma religião oficial,
— Direitos e deveres individuais e coletivos mas que adota a liberdade de crença e de pensamento, assegurada
Os direitos e deveres individuais e coletivos são todos aqueles a variedade de cultos, a proteção dos locais religiosos e a não priva-
previstos nos incisos do art. 5º da Constituição Federal, que trazem ção de direitos em razão da crença pessoal.
alguns dos direitos e garantias fundamentais. A escusa de consciência é o direito que toda pessoa possui de
se recusar a cumprir determinada obrigação ou a praticar determi-
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qual- nado ato comum, por ser ele contrário às suas crenças religiosas ou
quer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros re- à sua convicção filosófica ou política, devendo então cumprir uma
sidentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à prestação alternativa, fixada em lei.
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
Liberdade de expressão e proibição de censura:
Princípio da igualdade entre homens e mulheres: IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, cientí-
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos fica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
termos desta Constituição; Aqui, temos uma vez mais consubstanciada a liberdade de ex-
Como o próprio nome diz, o princípio prega a igualdade de di- pressão e a vedação da censura.
reitos e deveres entre homens e mulheres.
Proteção à imagem, honra e intimidade da pessoa humana:
Princípio da legalidade e liberdade de ação: X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano
coisa senão em virtude de lei; material ou moral decorrente de sua violação;
Como ser livre, todo ser humano só está obrigado a fazer ou Com intuito da proteção, a Constituição Federal tornou inviolá-
não fazer algo que esteja previsto em lei. vel a imagem, a honra e a intimidade pessoa humana, assegurando
o direito à reparação material ou moral em caso de violação.
Vedação de práticas de tortura física e moral, tratamento de-
sumano e degradante: Proteção do domicílio do indivíduo:
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desu- XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo
mano ou degradante; penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagran-
É vedada a prática de tortura física e moral, e qualquer tipo te delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia,
de tratamento desumano, degradante ou contrário à dignidade por determinação judicial; (Vide Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência).
humana, por qualquer autoridade e também entre os próprios
cidadãos. A vedação à tortura é uma cláusula pétrea de nossa Proteção do sigilo das comunicações:
Constituição e ainda crime inafiançável na legislação penal XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações
brasileira. telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no úl-
timo caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei es-
Liberdade de manifestação do pensamento e vedação do ano- tabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual
nimato, visando coibir abusos e não responsabilização pela veicu- penal; (Vide Lei nº 9.296, de 1996).
lação de ideias e práticas prejudiciais: A Constituição Federal protege o domicílio e o sigilo das co-
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o ano- municações, por isso, a invasão de domicílio e a quebra de sigilo
nimato; telefônico só pode se dar por ordem judicial.
A Constituição Federal pôs fim à censura, tornando livre a mani-
festação do pensamento. Esta liberdade, entretanto, não é absoluta Liberdade de profissão:
não podendo ser abusiva ou prejudicial aos direitos de outrem. Daí, XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profis-
a vedação do anonimato, de forma a coibir práticas prejudiciais sem são, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
identificação de autoria, o que não impede, contudo, a apuração de É livre o exercício de qualquer trabalho ou profissão.
crimes de denúncia anônima. Essa liberdade, entretanto, não é absoluta, pois se limita às
qualificações profissionais que a lei estabelece.
Direito de resposta e indenização:
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo,
além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
Editora
82
82
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
Acesso à informação: Pequena propriedade rural:
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguar- XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, des-
dado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; de que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para
O direito à informação é assegurado constitucionalmente, ga- pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dis-
rantido o sigilo da fonte. pondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;
A pequena propriedade rural é impenhorável e não responde
por dívidas decorrentes de sua atividade produtiva.
Liberdade de locomoção, direito de ir e vir:
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, Direitos autorais:
podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permane- XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização,
cer ou dele sair com seus bens; publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdei-
Todos são livres para entrar, circular, permanecer ou sair do ter- ros pelo tempo que a lei fixar;
ritório nacional em tempos de paz. XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e
Direito de reunião: à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em lo- desportivas;
cais abertos ao público, independentemente de autorização, desde b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das
que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intér-
mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade com- pretes e às respectivas representações sindicais e associativas;
petente; XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais pri-
Os cidadãos podem se reunir livremente em praças e locais de vilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às cria-
uso comum do povo, desde que não venham a interferir ou atrapa- ções industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas
lhar outra reunião designada anteriormente para o mesmo local. e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o
desenvolvimento tecnológico e econômico do País;
Liberdade de associação: Além da Lei de Direitos Autorais, a Constituição prevê uma
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada ampla proteção às obras intelectuais: criação artística, científica,
a de caráter paramilitar; musical, literária etc. O Direito Autoral protege obras literárias (es-
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de coope- critas ou orais), musicais, artísticas, científicas, obras de escultura,
rativas independem de autorização, sendo vedada a interferência pintura e fotografia, bem como o direito das empresas de rádio
estatal em seu funcionamento; fusão e cinematográficas. A Constituição Federal protege ainda a
propriedade industrial, esta difere da propriedade intelectual e não
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvi-
é objeto de proteção da Lei de Direitos Autorais, mas sim da Lei
das ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-
da Propriedade Industrial. Enquanto a proteção ao direito autoral
-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
busca reprimir o plágio, a proteção à propriedade industrial busca
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a perma-
conter a concorrência desleal.
necer associado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente auto-
Direito de herança:
rizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou
XXX - é garantido o direito de herança;
extrajudicialmente; XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regu-
No Brasil, é plena a liberdade de associação e a criação de as- lada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros,
sociações e cooperativas para fins lícitos, não podendo sofrer inter- sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do “de cujus”;
venção do Estado. Nossa Segurança Nacional e Defesa Social é atri- O direito de herança ou direito sucessório é ramo específico
buição exclusiva do Estado, por isso, as associações paramilitares do Direito Civil que visa regular as relações jurídicas decorrentes do
(milícias, grupos ou associações civis armadas, normalmente com falecimento do indivíduo, o de cujus, e a transferência de seus bens
fins político-partidários, religiosos ou ideológicos) são vedadas. e direitos aos seus sucessores.
Direito de propriedade e sua função social: Direito do consumidor:
XXII - é garantido o direito de propriedade; XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do con-
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; sumidor;
Além da ideia de pertencimento, toda propriedade ainda que O Direito do Consumidor é o ramo do direito que disciplina
privada deve atender a interesses coletivos, não sendo nociva ou as relações entre fornecedores e prestadores de bens e serviços
causando prejuízo aos demais. e o consumidor final, parte hipossuficiente econômica da relação
jurídica. As relações de consumo, além do amparo constitucional,
Intervenção do Estado na propriedade: encontram proteção no Código de Defesa do Consumidor e na legis-
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação lação civil e no Procon, órgão do Ministério Público de cada estado,
por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, me- responsável por coordenar a política dos órgãos e entidades que
diante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos atuam na proteção do consumidor.
previstos nesta Constituição;
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade com- Direito de informação, petição e obtenção de certidão junto
petente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao pro- aos órgãos públicos:
prietário indenização ulterior, se houver dano; XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos infor-
mações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral,
O direito de propriedade não é absoluto. Dada a supremacia do que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
interesse público sobre o particular, nas hipóteses legais é permiti- ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
da a intervenção do Estado na propriedade. sociedade e do Estado; (Regulamento) (Vide Lei nº 12.527, de 2011).
Editora
83
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do paga- Princípio da não discriminação:
mento de taxas: XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direi-
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direi- tos e liberdades fundamentais;
tos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; Decorre do princípio da igualdade.
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa
de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; Crimes inafiançáveis, imprescritíveis e insuscetíveis de graça
Todo cidadão, independentemente de pagamento de taxa, tem e anistia:
direito à obtenção de informações, protocolo de petição e obtenção XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e impres-
de certidões junto aos órgãos públicos, de acordo com suas necessi- critível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
dades, salvo necessidade de sigilo. XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de
graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecen-
Princípio da proteção judiciária ou da inafastabilidade do con- tes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hedion-
trole jurisdicional: dos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que,
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão podendo evitá-los, se omitirem; (Regulamento).
ou ameaça a direito; XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de
Por este princípio o, Poder Judiciário não pode deixar de apre- grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e
ciar as causas de lesão ou ameaça a direito que chegam até ele. o Estado Democrático.
• Crimes inafiançáveis e imprescritíveis: Racismo e ação de
Segurança jurídica: grupos armados contra a ordem constitucional e o Estado Demo-
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico crático;
perfeito e a coisa julgada; • Crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça e anistia: Prá-
Direito adquirido é aquele incorporado ao patrimônio jurídico tica de Tortura, Tráfico de drogas e entorpecentes, terrorismo e cri-
de seu titular e cujo exercício não pode mais ser retirado ou tolhido. mes hediondos.
Ato jurídico perfeito é a situação ou direito consumado e defi-
nitivamente exercido, sem nulidades perante a lei vigente. Os crimes inafiançáveis são aqueles que não admitem fiança,
Coisa julgada é a matéria submetida a julgamento, cuja sen- ou seja, que não dão ao acusado o direito de responder seu
tença transitou em julgado e não cabe mais recurso, não podendo, processo em liberdade até a sentença condenatória, mediante
portanto, ser modificada. pagamento de determinada quantia pecuniária ou cumprimento
de determinadas obrigações;
Tribunal de exceção: Crimes imprescritíveis são aqueles que não prescrevem e po-
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; dem ser julgados e punidos em qualquer tempo, independente-
O juízo ou tribunal de exceção seria aquele criado exclusiva- mente da data em que foram cometidos;
mente para o julgamento de um fato específico já acontecido, onde Crimes insuscetíveis de graça e anistia são aqueles que não per-
os julgadores são escolhidos arbitrariamente. A Constituição veda mitem a exclusão do crime com a rescisão da condenação e extin-
tal prática, pois todos os casos devem se submeter a julgamento ção total da punibilidade (anistia), nem a extinção da punibilidade,
dos juízos e tribunais já existentes, conforme suas competências ainda que parcial (graça).
pré-fixadas.
Princípio da intranscendência da pena:
Tribunal do Júri: XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, poden-
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização do a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de
que lhe der a lei, assegurados: bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles
a) a plenitude de defesa; executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
b) o sigilo das votações; A aplicação da pena deve ser sempre pessoal e não pode ser
c) a soberania dos veredictos; cumprida por pessoa diversa da pessoa do condenado.
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra
a vida; Individualização da pena:
XLVI – a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre
O Tribunal do Júri é o instituto jurisdicional destinado exclusi- outras, as seguintes:
vamente para o julgamento da prática de crimes dolosos contra a a) privação ou restrição da liberdade;
vida. b) perda de bens;
c) multa;
Princípio da legalidade, da anterioridade e da retroatividade d) prestação social alternativa;
da lei penal: e) suspensão ou interdição de direitos;
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena
sem prévia cominação legal; Pela individualização da pena, é garantida a fixação das penas,
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; observado o histórico pessoal a atuação individual, de modo que
Para ser crime, tem que estar expressamente previsto na lei pe- cada indivíduo possa receber apenas a punição que lhe é devida.
nal. Se a conduta não está prescrita no Código Penal, não é crime e
não há pena. Uma nova lei penal não retroage, não se aplica a con- Proibição de penas:
dutas praticadas antes de sua entrada em vigor, mas se a lei nova for XLVII – não haverá penas:
mais benéfica, esta sim poderá ser aplicada para beneficiar o réu. a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do
art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
Editora
84
84
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
d) de banimento; Provas ilícitas são aquelas obtidas por meio ilegal ou fraudulen-
e) cruéis. to, ou que infrinja as normas e princípios básicos de direito, motivo
pelo qual não são aceitas no processo judicial.
Como afirmativa dos direitos humanos e da dignidade da pes-
soa humana, a Constituição Federal de 1988 veda a pena de morte, Presunção de inocência:
pena perpétua, de banimento e de trabalhos forçados e cruéis. LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em jul-
gado de sentença penal condenatória;
Estabelecimentos para cumprimento de pena: Todo cidadão é considerado inocente até que se prove o con-
XLVIII – a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, trário, com o trânsito em julgado da sentença condenatória.
de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
Identificação criminal:
Respeito à Integridade Física e Moral dos Presos: LVIII – o civilmente identificado não será submetido a identifi-
XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade física cação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; (Regulamento).
e moral; A identificação criminal será feita diante de fundada suspeita
da validade e veracidade dos documentos cíveis apresentados ou
Direito de permanência e amamentação dos filhos pela presi- quando já se tem notícias reputadas a pessoa civilmente identifi-
diária mulher: cada sobre uso de diversos nomes e fraude em registros policiais.
L – às presidiárias serão asseguradas condições para que pos-
sam permanecer com seus filhos durante o período de amamenta- Ação Privada Subsidiária da Pública:
ção; LIX – será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se
Também em atenção à dignidade da pessoa humana, a Cons- esta não for intentada no prazo legal;
tituição Federal de 1988 determina que as penas sejam cumpridas
em diferentes tipos de estabelecimento de acordo com a gravidade A ação penal privada subsidiária da pública é admitida nos ca-
e natureza do delito, a idade e o sexo do apenado, respeitando-se sos em que a lei não prevê a ação como privada, mas sim como
sua integridade física e moral, garantindo ainda à apenada mulher, pública (condicionada ou incondicionada). Entretanto, o Ministério
o direito de permanecer com os filhos e ter condições dignas de Público, titular da ação penal, permanece inerte e não apresenta a
amamenta-los. denúncia no prazo legal, abrindo-se a possibilidade para que o ofen-
dido, seu representante legal ou seus sucessores ingressem com a
Extradição: ação penal privada subsidiária da pública.
LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado,
em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de A publicidade dos atos processuais e o segredo de Justiça:
comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e dro- LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais
gas afins, na forma da lei; quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
LII – não será concedida extradição de estrangeiro por crime Em regra, todos os atos processuais são públicos, salvo o se-
político ou de opinião; gredo de justiça, que pode ser determinado de ofício pelo juiz da
A extradição é um ato oficial de cooperação internacional que causa, para segurança jurídica das partes, proteção dos interesses
consiste na entrega de uma pessoa – o extraditando, acusado ou de menor, interesse social ou demanda de grande repercussão etc.,
condenada pela prática de um ou mais crimes em território estran- ou a requerimento justificado das partes do processo.
geiro, ao país que o reclama. A Constituição determina que não ha-
verá extradição de brasileiro nato em nenhuma hipótese, e o natu- Legalidade da prisão:
ralizado somente nas exceções previstas. LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou por or-
dem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente,
Direito ao julgamento pela autoridade competente salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente mi-
LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela au- litar, definidos em lei;
toridade competente; Salvo flagrante delito, o cidadão só pode ser levado preso por
autoridade policial, mediante ordem judicial escrita e devidamente
Devido Processo Legal: fundamentada.
LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o
devido processo legal; Comunicabilidade da prisão:
LXII – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre
Contraditório e a ampla defesa: serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos do preso ou à pessoa por ele indicada;
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa,
com os meios e recursos a ela inerentes; Informação ao preso:
Ninguém poderá ser punido ou condenado sem o devido pro- LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre os quais o
cesso legal, onde deverá ser assegurado, sob pena de nulidade ab- de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da famí-
soluta, o direito de resposta e ampla defesa, com sentença transita- lia e de advogado;
da em julgado (que não cabe mais recurso) prolatada pelo juízo ou
autoridade judiciária competente. Identificação dos responsáveis pela prisão:
LXIV – o preso tem direito à identificação dos responsáveis por
Provas ilícitas: sua prisão ou por seu interrogatório policial;
LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por
meios ilícitos;
Editora
85
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
Na ocasião de prisão, são direitos do preso a comunicação de b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo
sua prisão e o local onde se encontra à sua família e ao juízo com- por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
petente, bem como conhecer as autoridades policiais responsáveis
por sua prisão e interrogatório. Ação Popular:
LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação
Relaxamento da prisão ilegal: popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de
LXV – a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autori- entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa,
dade judiciária; ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o
O relaxamento da prisão consiste em que o acusado seja posto autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus
em liberdade, pela incidência de alguma ilegalidade no ato de sua da sucumbência;
prisão. A Ação Popular é o instrumento constitucional adequado, por
meio do qual qualquer cidadão pode vir a questionar a validade de
Garantia da liberdade provisória: atos que considera lesivos ao patrimônio público, à moralidade ad-
LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a ministrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;
A liberdade provisória é o instituto processual que garante ao Assistência Judiciária:
acusado o direito de aguardar em liberdade o transcorrer do pro- LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita
cesso criminal até o trânsito em julgado de sua sentença penal con- aos que comprovarem insuficiência de recursos;
denatória, mediante o estabelecimento ou não de determinadas Todos aqueles que não podem arcar com as custas judiciárias
condições e a colaboração com as investigações. sem prejuízo de seu sustento pessoal e de sua família, para se ter o
acesso à justiça, têm direito à assistência judiciária gratuita.
Prisão civil:
LXVII – não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável Indenização por erro judiciário:
pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação LXXV – o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, as-
alimentícia e a do depositário infiel;
sim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença;
A Constituição Federal de 1988 extinguiu, em regra, a prisão
civil por dívidas, salvo a do alimentante inadimplente (pensão ali-
Gratuidade de serviços públicos:
mentícia). E, a Súmula Vinculante 25, STF tornou ilícita a prisão civil
de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito. LXXVI – são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na
forma da lei: (Vide Lei nº 7.844, de 1989)
São remédios constitucionais em casos de violação de: a) o registro civil de nascimento;
- Liberdade: Habeas Corpus b) a certidão de óbito;
- Direito Líquido e certo: Mandado de Segurança LXXVII – são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data,
- Informações: Habeas data e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania
- Preceito constitucional que necessite de norma regulamenta- (Regulamento).
dora: Mandado de Injunção A Constituição Federal traz como direito fundamental a gratui-
dade de serviços públicos – registro civil, a obtenção de certidão
Habeas corpus: de óbito, as ações de Habeas corpus e Habeas data aos economica-
LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer mente hipossuficientes.
ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberda-
de de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; Princípio da Celeridade Processual:
LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são asse-
Mandado de Segurança: gurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a
LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger di- celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional
reito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas nº 45, de 2004).
data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for É fundamental a garantia da razoável duração do processo, de
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atri- forma a evitar que direitos se percam no transcorrer processual
buições do Poder Público; pela demora do Judiciário.
LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional; Aplicabilidade das normas de direitos e garantias fundamen-
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legal- tais:
mente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em § 1º As normas definidoras dos direitos e garantias
defesa dos interesses de seus membros ou associados;
fundamentais têm aplicação imediata.
Assim, todas as normas relativas aos direitos e garantias funda-
Mandado de Injunção:
mentais são autoaplicáveis.
LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta
de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à naciona- Rol é exemplificativo:
lidade, à soberania e à cidadania; § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição
não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por
Habeas data: ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República
LXXII – conceder-se-á habeas data: Federativa do Brasil seja parte.
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à O rol dos direitos elencados no art. 5º da CF/88 não é taxativo,
pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados mas sim exemplificativo. Os direitos e garantias ali expressos não
de entidades governamentais ou de caráter público; excluem outros de caráter constitucional, decorrentes de princípios
Editora
86
86
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
constitucionais, do regime democrático, ou de tratados internacio- Seguro-Desemprego:
nais. Assim, os direitos fundamentais podem ser esparsos, consubs- II – seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
tanciados em toda legislação nacional, inclusive infraconstitucional. O seguro desemprego é o direito de todo trabalhador à assis-
tência financeira temporária, que tenha prestado serviços laborais
Tratados e Convenções Internacionais de Direitos Humanos a empregador e sido dispensado sem justa causa, por mais de seis
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos meses. Nos termos do art. 4º da Lei do seguro desemprego, o be-
humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso nefício será concedido ao trabalhador desempregado, por período
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos máximo variável de 3 (três) a 5 (cinco) meses, de forma contínua ou
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído alternada, a cada período aquisitivo, contados da data de dispensa
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Atos aprovados na que deu origem à última habilitação, nos seguintes critérios:
forma deste parágrafo: DLG nº 186, de 2008, DEC 6.949, de 2009,
DLG 261, de 2015, DEC 9.522, de 2018). SEGURO DESEMPREGO
Com a Emenda Constitucional n° 45 de 2004, as normas de
tratados internacionais sobre direitos humanos passaram a ser re- 1ª Solicitação:
conhecidas como normas de hierarquia constitucional, porém, so- Parcelas Tempo de trabalho
mente se aprovadas pelas duas casas do Congresso por 3/5 de seus
membros em dois turnos de votação. 4 (quatro) 12 a 23 meses
5 (cinco) 24 meses ou mais
Submissão à Jurisdição do Tribunal Penal Internacional:
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal 2ª Solicitação:
Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. (Incluído Parcelas Tempo de trabalho
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004).
3 (três) 9 a 11 meses
O Brasil se submeteu expressamente à jurisdição do Tribunal 4 (quatro) 12 a 23 meses
Penal Internacional, também conhecido por Corte ou Tribunal de 5 (cinco) 24 meses ou mais
Haia, instituído pelo Estatuto de Roma e ratificado em 20 de junho
de 2002 pelo Brasil. A Emenda Constitucional n° 45/2004, deu a 3ª Solicitação:
esta adesão força constitucional. O objetivo do TPI é identificar e Parcelas Tempo de trabalho
punir autores de crimes contra a humanidade.
3 (três) 6 a 11 meses
— Direitos sociais 4 (quatro) 12 a 23 meses
Os chamados Direitos Sociais são aqueles que visam garantir
qualidade de vida, a melhoria de suas condições e o desenvolvi- 5 (cinco) 24 meses ou mais
mento da personalidade. São meios de se atender ao princípio basi-
lar da dignidade humana e estão previstos no art. 6º, CF. Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS):
III – fundo de garantia do tempo de serviço;
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimenta- Pode-se dizer que o FGTS é uma espécie de conta poupança
ção, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a compulsória do trabalhador, gerida pela Caixa Econômica Federal
previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assis- e regida pela Lei 8.036/1990. Mensalmente, o os empregador deve
tência aos desamparados, na forma desta Constituição (Redação depositar nas contas vinculadas de seus funcionários o valor cor-
dada pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015). respondente a 8% (oito por cento) do salário de cada trabalhador.
Editora
94
94
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
VIII - comércio exterior e interestadual; IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia,
IX - diretrizes da política nacional de transportes; pesquisa, desenvolvimento e inovação; (Redação dada pela Emen-
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, da Constitucional nº 85, de 2015)
aérea e aeroespacial; X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas
XI - trânsito e transporte; causas;
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia; XI - procedimentos em matéria processual;
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização; XII - previdência social, proteção e defesa da saúde; (Vide ADPF
XIV - populações indígenas; 672)
XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de XIII - assistência jurídica e Defensoria pública;
estrangeiros; XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de
XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições deficiência;
para o exercício de profissões; XV - proteção à infância e à juventude;
XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.
Federal e dos Territórios e da Defensoria Pública dos Territórios, § 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da
bem como organização administrativa destes; (Redação dada pela União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. (Vide Lei nº 13.874,
Emenda Constitucional nº 69, de 2012) de 2019)
XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia § 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais
nacionais; não exclui a competência suplementar dos Estados. (Vide Lei nº
XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança 13.874, de 2019)
popular; § 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados
XX - sistemas de consórcios e sorteios; exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas
XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, peculiaridades. (Vide Lei nº 13.874, de 2019)
garantias, convocação, mobilização, inatividades e pensões das po- § 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais
lícias militares e dos corpos de bombeiros militares; (Redação dada suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. (Vide
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) Lei nº 13.874, de 2019).
XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e Estados
ferroviária federais; O Brasil é composto de estados federados que gozam de uma
XXIII - seguridade social; autonomia, consubstanciada na capacidade de auto-organização,
XXIV - diretrizes e bases da educação nacional; auto legislação, autogoverno e autoadministração.
XXV - registros públicos; Os Estados podem se formar a partir de incorporação, subdi-
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza; visão ou desmembramento, que por sua vez, pode se dar por ane-
XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as xação ou formação. A incorporação ou fusão é a junção de dois ou
modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas mais Estados para formação de um único Estado novo. A cisão ou
e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, subdivisão é a separação de um Estado em dois ou mais Estados
obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e autônomos e independentes. E, o desmembramento consiste na
sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; (Re- separação de parte de um Estado para formação de um novo Estado
dação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (formação) ou anexação a outro Estado já existente.
XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, As competências estaduais estão previstas no art. 25, CF e os
defesa civil e mobilização nacional; bens dos Estados estão elencados no art. 26, CF:
XXIX - propaganda comercial. Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constitui-
XXX - proteção e tratamento de dados pessoais. (Incluído pela ções e leis que adotarem, observados os princípios desta Constitui-
Emenda Constitucional nº 115, de 2022) ção.
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Esta- § 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes
dos a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas sejam vedadas por esta Constituição.
neste artigo. § 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante
concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei,
Competência Legislativa concorrente da União, Estados e Dis- vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.
trito Federal: art. 24, CF: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 5, de 1995).
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal le- § 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir
gislar concorrentemente sobre: regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões,
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e ur- constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para
banístico; (Vide Lei nº 13.874, de 2019) integrar a organização, o planejamento e a execução de funções
II - orçamento; públicas de interesse comum.
III - juntas comerciais; Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:
IV - custas dos serviços forenses; I - As águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes
V - produção e consumo; e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorren-
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, de- tes de obras da União;
fesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no
controle da poluição; seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turís- ou terceiros;
tico e paisagístico; III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consu- IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.
midor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turís-
tico e paisagístico;
Editora
95
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
Municípios § 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do
O Município, que também é um ente federado que possui au- Distrito Federal, da polícia civil, da polícia penal, da polícia militar
tonomia administrativa (autoadministração) e política (auto-organi- e do corpo de bombeiros militar (Redação dada pela Emenda
zação, autogoverno e capacidade normativa própria). E, vinculado Constitucional nº 104, de 2019).
ao Estado onde se localiza, depende na sua criação, incorporação,
fusão ou desmembramento, de lei estadual dentro do período de- Atualmente, não existe no Brasil nenhum Território. Com a CF/88,
terminado por lei complementar federal, além da realização de ple- os territórios de Roraima e Amapá foram transformados em Estados e
biscito. Fernando de Noronha foi incorporado ao Estado de Pernambuco.
Sua capacidade de auto-organização consiste na possibilidade
da elaboração da lei orgânica própria. O município possui o Poder ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Executivo, exercido pelo Prefeito e o Poder Legislativo, exercido
pela Câmara Municipal. Entretanto, não há Poder Judiciário na es- Disposições gerais e servidores públicos
fera municipal. É regido por lei orgânica, nos termos do art. 29, CF. A expressão Administração Pública em sentido objetivo traduz
A Constituição prevê ainda a composição das Câmaras Municipais a ideia de atividade, tarefa, ação ou função de atendimento ao inte-
e o subsídio dos vereadores, de acordo com a quantidade de habi- resse coletivo. Já em sentido subjetivo, indica o universo dos órgãos
tantes do município. e pessoas que desempenham função pública.
A competência dos municípios está elencada no art. 30, CF. Conjugando os dois sentidos, pode-se conceituar a Administra-
Art. 30. Compete aos Municípios: ção Pública como sendo o conjunto de pessoas e órgãos que de-
I - legislar sobre assuntos de interesse local; sempenham uma função de atendimento ao interesse público, ou
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; seja, que estão a serviço da coletividade.
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem
como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de pres- Princípios da Administração Pública
tar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei; Nos termos do caput do Artigo 37 da CF, a administração públi-
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação ca direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
estadual; do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de conces- legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
são ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o As provas de Direito Constitucional exigem com frequência a
de transporte coletivo, que tem caráter essencial; memorização de tais princípios. Assim, para facilitar essa memori-
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e zação, já é de praxe valer-se da clássica expressão mnemônica “LIM-
do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamen- PE”. Observe o quadro abaixo:
tal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e
do Estado, serviços de atendimento à saúde da população; Princípios da Administração Pública
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territo- L Legalidade
rial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e
da ocupação do solo urbano; I Impessoalidade
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, M Moralidade
observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.
P Publicidade
A fiscalização financeira e orçamentária dos Municípios se dá E Eficiência
sob duas modalidades: controle externo, exercido pela Câmara Mu-
LIMPE
nicipal e o controle interno, exercido pelo próprio executivo munici-
pal, nos termos do art. 31, CF.
Passemos ao conceito de cada um deles:
Distrito Federal e Territórios
O Distrito Federal é reconhecido como ente integrante da Fe- • Princípio da Legalidade
deração e goza de autonomia política, embora não se enquadre De acordo com este princípio, o administrador não pode agir
nem como estado-membro ou município. Sua principal função é ou deixar de agir, senão de acordo com a lei, na forma determinada.
servir como sede do Governo Federal e não pode haver divisões em O quadro abaixo demonstra suas divisões.
municípios. O Distrito Federal não possui constituição, mas lei orgâ-
nica própria, que define os princípios básicos de sua organização, Princípio da Legalidade
suas competências e a organização de seus poderes governamen-
tais, nos termos do art. 32, CF. A Administração Pública
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, re- Em relação à Administração somente pode fazer o que a
ger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo Pública lei permite → Princípio da
de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a Estrita Legalidade
promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição. O Particular pode fazer tudo
Em relação ao Particular
§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências que a lei não proíbe
legislativas reservadas aos Estados e Municípios.
§ 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas • Princípio da Impessoalidade
as regras do art. 77, e dos Deputados Distritais coincidirá com a dos Em decorrência deste princípio, a Administração Pública deve
Governadores e Deputados Estaduais, para mandato de igual duração. servir a todos, sem preferências ou aversões pessoais ou partidá-
§ 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se rias, não podendo atuar com vistas a beneficiar ou prejudicar de-
o disposto no art. 27. terminadas pessoas, uma vez que o fundamento para o exercício de
sua função é sempre o interesse público.
Editora
96
96
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
• Princípio da Moralidade As disposições gerais sobre a Administração Pública estão elen-
Tal princípio caracteriza-se por exigir do administrador público cadas nos Artigos 37 e 38 da CF. Vejamos:
um comportamento ético de conduta, ligando-se aos conceitos de
probidade, honestidade, lealdade, decoro e boa-fé. CAPÍTULO VII
A moralidade se extrai do senso geral da coletividade represen- DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
tada e não se confunde com a moralidade íntima do administrador
(moral comum) e sim com a profissional (ética profissional). SEÇÃO I
O Artigo 37, § 4º da CF elenca as consequências possíveis, devi- DISPOSIÇÕES GERAIS
do a atos de improbidade administrativa:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer
Sanções ao cometimento de atos de improbidade dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
administrativa cípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mo-
ralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
Suspensão dos direitos políticos (responsabilidade política) I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos
Perda da função pública (responsabilidade disciplinar) brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim
como aos estrangeiros, na forma da lei;
Indisponibilidade dos bens (responsabilidade patrimonial) II - a investidura em cargo ou emprego público depende de
Ressarcimento ao erário (responsabilidade patrimonial) aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e
títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou em-
• Princípio da Publicidade prego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para car-
O princípio da publicidade determina que a Administração Pú- go em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
blica tem a obrigação de dar ampla divulgação dos atos que pratica, III - o prazo de validade do concurso público será de até dois
salvo a hipótese de sigilo necessário. anos, prorrogável uma vez, por igual período;
A publicidade é a condição de eficácia do ato administrativo e IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convo-
tem por finalidade propiciar seu conhecimento pelo cidadão e pos- cação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de pro-
sibilitar o controle por todos os interessados. vas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursa-
dos para assumir cargo ou emprego, na carreira;
• Princípio da Eficiência V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por ser-
Segundo o princípio da eficiência, a atividade administrativa vidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a se-
deve ser exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional, rem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e
evitando atuações amadorísticas. percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atri-
buições de direção, chefia e assessoramento;
Este princípio impõe à Administração Pública o dever de agir
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre asso-
com eficiência real e concreta, aplicando, em cada caso concreto, a
ciação sindical;
medida, dentre as previstas e autorizadas em lei, que mais satisfaça
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites
o interesse público com o menor ônus possível (dever jurídico de
definidos em lei específica;
boa administração).
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos
Em decorrência disso, a administração pública está obrigada a
para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de
desenvolver mecanismos capazes de propiciar os melhores resul- sua admissão;
tados possíveis para os administrados. Portanto, a Administração IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo de-
Pública será considerada eficiente sempre que o melhor resultado terminado para atender a necessidade temporária de excepcional
for atingido. interesse público;
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que
Disposições Gerais na Administração Pública trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por
O esquema abaixo sintetiza a definição de Administração Pú- lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegu-
blica: rada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção
de índices;
Administração Pública XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, fun-
ções e empregos públicos da administração direta, autárquica e
Direta Indireta fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos
Autarquias (podem ser Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de
qualificadas como agências mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos,
reguladoras) pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativa-
Federal
mente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer ou-
Fundações (autarquias tra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie,
Estadual
e fundações podem ser dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como li-
Distrital qualificadas como agências
mite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no
executivas)
Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do
Municipal
Sociedades de economia mista Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no
âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do
Empresas públicas Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco cen-
Entes Cooperados tésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do
Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável
Não integram a Administração Pública, mas prestam serviços de este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e
interesse público. Exemplos: SESI, SENAC, SENAI, ONG’s
aos Defensores Públicos;
Editora
97
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder III - a disciplina da representação contra o exercício negligente
Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Execu- ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública.
tivo; § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer es- suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a
pécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e
serviço público; gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor públi- § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para
co não serão computados nem acumulados para fins de concessão ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que
de acréscimos ulteriores; causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e ressarcimento.
empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos inci- § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito
sos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos
§ 2º, I; danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos
exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em de dolo ou culpa.
qualquer caso o disposto no inciso XI: § 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao
a) a de dois cargos de professor; ocupante de cargo ou emprego da administração direta e indireta
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; que possibilite o acesso a informações privilegiadas.
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos
saúde, com profissões regulamentadas; órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e fun- ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus
ções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, socieda- administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação
des de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei
direta ou indiretamente, pelo poder público; dispor sobre:
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais te- I - o prazo de duração do contrato;
rão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direi-
sobre os demais setores administrativos, na forma da lei; tos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e III - a remuneração do pessoal.”
autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de eco- § 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às
nomia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste úl- sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem
timo caso, definir as áreas de sua atuação; recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio
de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim em geral.
como a participação de qualquer delas em empresa privada; § 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a
serviços, compras e alienações serão contratados mediante pro- remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os
cesso de licitação pública que assegure igualdade de condições a cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos
todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e
de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos ter- exoneração.
mos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação § 11. Não serão computadas, para efeito dos limites
técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as
obrigações. parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do § 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo,
Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcio- fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito,
namento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específi- mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica,
cas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do
e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte
de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio. e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar Vereadores.
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal
§ 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá
de autoridades ou servidores públicos.
ser readaptado para exercício de cargo cujas atribuições e
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará
responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que
a nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos
tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, enquanto
termos da lei.
permanecer nesta condição, desde que possua a habilitação e o
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na
nível de escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida
administração pública direta e indireta, regulando especialmente:
a remuneração do cargo de origem. (Incluído pela Emenda
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos
em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento Constitucional nº 103, de 2019)
ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade § 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo
dos serviços; de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública,
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a infor- inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o
mações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição.
e XXXIII; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Editora
98
98
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
§ 15. É vedada a complementação de aposentadorias de § 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os
servidores públicos e de pensões por morte a seus dependentes que Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão
não seja decorrente do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única,
não seja prevista em lei que extinga regime próprio de previdência vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono,
social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória,
§ 16. Os órgãos e entidades da administração pública, individual obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
ou conjuntamente, devem realizar avaliação das políticas públicas, § 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
inclusive com divulgação do objeto a ser avaliado e dos resultados Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor
alcançados, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer
nº 109, de 2021) caso, o disposto no art. 37, XI.
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica § 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão
e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as se- anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e
guintes disposições: empregos públicos.
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, § 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
ficará afastado de seu cargo, emprego ou função; Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, provenientes da economia com despesas correntes em cada
emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remune- órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento
ração; de programas de qualidade e produtividade, treinamento e
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibili- desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização
dade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de
ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não produtividade.
havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior; § 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º.
de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos § 9º É vedada a incorporação de vantagens de caráter
os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento; temporário ou vinculadas ao exercício de função de confiança ou
V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previ- de cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo. (Incluído
dência social, permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
de origem. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores
2019) titulares de cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário,
mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores
Servidores Públicos ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que
Os servidores públicos são pessoas físicas que prestam serviços preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. (Redação dada pela
à administração pública direta, às autarquias ou fundações públi- Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
cas, gerando entre as partes um vínculo empregatício ou estatutá- § 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência
rio. Esses serviços são prestados à União, aos Estados-membros, ao social será aposentado: (Redação dada pela Emenda Constitucional
Distrito Federal ou aos Municípios. nº 103, de 2019)
As disposições sobre os Servidores Públicos estão elencadas I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em
dos Artigos 39 a 41 da CF. Vejamos: que estiver investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese
em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para
SEÇÃO II verificação da continuidade das condições que ensejaram a conces-
DOS SERVIDORES PÚBLICOS são da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente federa-
tivo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo
instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta
e planos de carreira para os servidores da administração pública e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar;
direta, das autarquias e das fundações públicas. III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade,
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem,
instituirão conselho de política de administração e remuneração de e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na
pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Po- idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Cons-
deres. tituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de contribuição e os
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais demais requisitos estabelecidos em lei complementar do respectivo
componentes do sistema remuneratório observará: ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103,
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos de 2019)
cargos componentes de cada carreira; § 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores
II - os requisitos para a investidura; ao valor mínimo a que se refere o § 2º do art. 201 ou superiores
III - as peculiaridades dos cargos. ao limite máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão Social, observado o disposto nos §§ 14 a 16. (Redação dada pela
escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um § 3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria
dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, serão disciplinadas em lei do respectivo ente federativo. (Redação
a celebração de convênios ou contratos entre os entes federados. dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o § 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados
disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, para concessão de benefícios em regime próprio de previdência
XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados social, ressalvado o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Redação
de admissão quando a natureza do cargo o exigir. dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Editora
99
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
§ 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar § 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente,
do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
diferenciados para aposentadoria de servidores com deficiência, exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo,
previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por ou de emprego público, o Regime Geral de Previdência Social.
equipe multiprofissional e interdisciplinar. (Incluído pela Emenda (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Constitucional nº 103, de 2019) § 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
§ 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar instituirão, por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo,
do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição regime de previdência complementar para servidores públicos
diferenciados para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente ocupantes de cargo efetivo, observado o limite máximo dos
penitenciário, de agente socioeducativo ou de policial dos órgãos benefícios do Regime Geral de Previdência Social para o valor das
de que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput aposentadorias e das pensões em regime próprio de previdência
do art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144. (Incluído pela social, ressalvado o disposto no § 16. (Redação dada pela Emenda
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) Constitucional nº 103, de 2019)
§ 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar § 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14
do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição oferecerá plano de benefícios somente na modalidade contribuição
diferenciados para aposentadoria de servidores cujas atividades definida, observará o disposto no art. 202 e será efetivado por
sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos intermédio de entidade fechada de previdência complementar ou
e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, de entidade aberta de previdência complementar. (Redação dada
vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação. pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) § 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto
§ 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado
reduzida em 5 (cinco) anos em relação às idades decorrentes da no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do
aplicação do disposto no inciso III do § 1º, desde que comprovem correspondente regime de previdência complementar.
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na § 17. Todos os valores de remuneração considerados para o
educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei cálculo do benefício previsto no § 3° serão devidamente atualizados,
complementar do respectivo ente federativo. (Redação dada pela na forma da lei.
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que
acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime
de mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual
previdência social, aplicando-se outras vedações, regras e condições igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos.
para a acumulação de benefícios previdenciários estabelecidas no § 19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do
Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda respectivo ente federativo, o servidor titular de cargo efetivo
Constitucional nº 103, de 2019) que tenha completado as exigências para a aposentadoria
§ 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando se voluntária e que opte por permanecer em atividade poderá fazer
tratar da única fonte de renda formal auferida pelo dependente, o jus a um abono de permanência equivalente, no máximo, ao
benefício de pensão por morte será concedido nos termos de lei do valor da sua contribuição previdenciária, até completar a idade
respectivo ente federativo, a qual tratará de forma diferenciada a para aposentadoria compulsória. (Redação dada pela Emenda
hipótese de morte dos servidores de que trata o § 4º-B decorrente Constitucional nº 103, de 2019)
de agressão sofrida no exercício ou em razão da função. (Redação § 20. É vedada a existência de mais de um regime próprio de
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) previdência social e de mais de um órgão ou entidade gestora desse
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para regime em cada ente federativo, abrangidos todos os poderes, ór-
preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme gãos e entidades autárquicas e fundacionais, que serão responsá-
critérios estabelecidos em lei. veis pelo seu financiamento, observados os critérios, os parâmetros
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou e a natureza jurídica definidos na lei complementar de que trata o
municipal será contado para fins de aposentadoria, observado § 22. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
o disposto nos §§ 9º e 9º-A do art. 201, e o tempo de serviço § 21. (Revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional
correspondente será contado para fins de disponibilidade. (Redação nº 103, de 2019)
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) § 22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem previdência social, lei complementar federal estabelecerá, para os
de tempo de contribuição fictício. que já existam, normas gerais de organização, de funcionamento
§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total e de responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre outros
dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes aspectos, sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de
da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de 2019)
outras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o
de previdência social, e ao montante resultante da adição de Regime Geral de Previdência Social; (Incluído pela Emenda Consti-
proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável tucional nº 103, de 2019)
na forma desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos re-
de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. cursos; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em III - fiscalização pela União e controle externo e social; (Incluído
regime próprio de previdência social, no que couber, os requisitos pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
e critérios fixados para o Regime Geral de Previdência Social. IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial; (Incluído pela
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Editora
100
100
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
V - condições para instituição do fundo com finalidade previ- Estabilidade do Servidor
denciária de que trata o art. 249 e para vinculação a ele dos recur-
sos provenientes de contribuições e dos bens, direitos e ativos de Requisitos para aquisição de Cargo de provimento efetivo/
qualquer natureza; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de Estabilidade ocupado em razão de concurso
2019) público
VI - mecanismos de equacionamento do déficit atuarial; (Incluí- 3 anos de efetivo exercício
do pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, ob- Avaliação de desempenho por
servados os princípios relacionados com governança, controle inter- comissão instituída para esta
no e transparência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, finalidade
de 2019) Hipóteses em que o servidor Em virtude de sentença judicial
VIII - condições e hipóteses para responsabilização daqueles estável pode perder o cargo transitada em julgado
que desempenhem atribuições relacionadas, direta ou indiretamen-
te, com a gestão do regime; (Incluído pela Emenda Constitucional Mediante processo
nº 103, de 2019) administrativo em que lhe seja
IX - condições para adesão a consórcio público; (Incluído pela assegurada ampla defesa
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) Mediante procedimento
X - parâmetros para apuração da base de cálculo e definição de avaliação periódica de
de alíquota de contribuições ordinárias e extraordinárias. (Incluído desempenho, na forma de lei
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) complementar, assegurada
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os ser- ampla defesa
vidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de
concurso público. Em razão de excesso de
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: despesa
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegu- Dos Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios
rada ampla defesa; A CF/88 impôs aos Militares, regime especial e diferenciado do
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desem- servidor civil. Os direitos e deveres dos militares e dos civis não se
penho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. misturam a não ser por expressa determinação constitucional.
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor Não pode o legislador infraconstitucional cercear direitos ou
estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se impor deveres que a Constituição Federal não trouxe de forma taxa-
estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, tiva, tampouco não se pode inserir deveres dos servidores civis aos
aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com militares de forma reflexa.
remuneração proporcional ao tempo de serviço. A Emenda Constitucional nº 101/19, promulgada pelo Congres-
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o so Nacional, permite acúmulo de cargos públicos nas áreas de saú-
servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração de e educação por militares. Através da referida Emenda, os Milita-
proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento res poderão exercer funções de professor ou profissional da saúde
em outro cargo. desde que haja compatibilidade de horário. Ou seja, aplicou-se a
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é tais profissionais o disposto no art. 37, inciso XVI, da CF/88.
obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão Desde a promulgação da CF/88, o exercício simultâneo de
instituída para essa finalidade. cargos era permitido apenas para servidores públicos civis e para
militares das Forças Armadas que atuam na área de saúde. A acu-
• Estabilidade mulação passou a ser possível, desde que haja compatibilidade de
A estabilidade é a garantia que o servidor público possui de horários.
permanecer no cargo ou emprego público depois de ter sido apro- Vejamos as disposições do Art. 42 da CF/88:
vado em estágio probatório.
De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello, a estabilidade SEÇÃO III
poder ser definida como a garantia constitucional de permanência DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS
no serviço público, do servidor público civil nomeado, em razão de TERRITÓRIOS
concurso público, para titularizar cargo de provimento efetivo, após
o transcurso de estágio probatório. Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bom-
A estabilidade é assegurada ao servidor após três anos de efe- beiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e
tivo exercício, em virtude de nomeação em concurso público. Esse disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Ter-
é o estágio probatório citado pela lei. ritórios.
Passada a fase do estágio, sendo o servidor público efetivado, § 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e
ele perderá o cargo somente nas hipóteses elencadas no Artigo 41, dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições
§ 1º da CF. do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo
Haja vista o tema ser muito cobrado nas provas dos mais varia- a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º,
dos concursos públicos, segue a tabela explicativa: inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos
governadores.
§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito
Federal e dos Territórios aplica-se o que for fixado em lei específica
do respectivo ente estatal.
Editora
101
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
§ 3º Aplica-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios o disposto no art. 37, inciso XVI, com prevalência da
atividade militar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 101, de 2019)
Das Regiões
De acordo com a CF/88 as políticas da União podem se dar de forma regionalizada e a disposição legal do Art. 43 visa reduzir as desi-
gualdades regionais. Este tema será regulado por Lei Complementar.
Diz o Art. 43 da CF/88:
SEÇÃO IV
DAS REGIÕES
Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua ação em um mesmo complexo geoeconômico e social, visando a seu
desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais.
§ 1º - Lei complementar disporá sobre:
I - as condições para integração de regiões em desenvolvimento;
II - a composição dos organismos regionais que executarão, na forma da lei, os planos regionais, integrantes dos planos nacionais de
desenvolvimento econômico e social, aprovados juntamente com estes.
§ 2º - Os incentivos regionais compreenderão, além de outros, na forma da lei:
I - igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de custos e preços de responsabilidade do Poder Público;
II - juros favorecidos para financiamento de atividades prioritárias;
III - isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos federais devidos por pessoas físicas ou jurídicas;
IV - prioridade para o aproveitamento econômico e social dos rios e das massas de água represadas ou represáveis nas regiões de
baixa renda, sujeitas a secas periódicas.
§ 3º - Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União incentivará a recuperação de terras áridas e cooperará com os pequenos e médios
proprietários rurais para o estabelecimento, em suas glebas, de fontes de água e de pequena irrigação.
Referências Bibliográficas:
BORTOLETO, Leandro; e LÉPORE, Paulo. Noções de Direito Constitucional e de Direito Administrativo. Coleção Tribunais e MPU. Salvador: Editora
JusPODIVM.
NADAL, Fábio; e SANTOS, Vauledir Ribeiro. Administrativo – Série Resumo. 3ª edição. São Paulo: Editora Método.
TÍTULO IV: DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES: CAPÍTULO III: DO PODER JUDICIÁRIO: SEÇÃO VII: DOS TRIBUNAIS E JUÍZES
MILITARES; SEÇÃO VIII: DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DOS ESTADOS
O Poder Judiciário é aquele responsável por interpretar e julgar as causas. Seu funcionamento se dá por meio de instâncias1.
A organização do Poder Judiciário está baseada na divisão da competência entre os vários órgãos que o integram nos ramos estadual
e federal.
Justiça Estadual
Cabe a ela, o julgamento das ações não compreendidas na competência da Justiça Federal, comum ou especializada. É, deste modo,
competência residual.
Justiça Federal
É formada pelos tribunais regionais federais e juízes federais. Sua competência é de julgar ações em que a União, as autarquias ou as
empresas públicas federais forem interessadas.
Existe a Justiça federal comum e a especializada, que é composta pelas Justiças do Trabalho, Eleitoral e Militar.
1 https://direito.legal/direito-publico/resumo-de-organizacao-do-poder-judiciario/
Editora
102
102
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
A imagem abaixo ilustra e facilita a compreensão da Organização do Poder Judiciário:
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/jurisprudenciaGlossarioMirim/anexo/Cartilha_Glossrio_STF16042018_FINAL__ELETRNICO.pdf
Os TREs possuem a responsabilidade pela organização, fiscalização e execução do processo eleitoral nas áreas sob sua jurisdição.
Justiça Militar
O Superior Tribunal Militar possui funções judiciais e administrativas, mas é especializada em processar e julgar crimes próprios que
envolvam militares como da Marinha, Exército e Aeronáutica.
Editora
109
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
Polícias penais federal, estaduais e distrital § 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se
§ 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.
do sistema penal da unidade federativa a que pertencem, cabe a se- Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não
gurança dos estabelecimentos penais. (Redação dada pela Emenda a conhece.
Constitucional nº 104, de 2019). Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo
com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
Os serviços relacionados à segurança pública devem ser pres- Art. 5o Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que
tados com eficiência. ela se dirige e às exigências do bem comum.
§7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos ór- Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o
gãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. (Redação
eficiência de suas atividades. dada pela Lei nº 3.238, de 1957)
§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos ór- § 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a
gãos relacionados neste artigo será fixada na forma do § 4º do art. lei vigente ao tempo em que se efetuou. (Incluído pela Lei nº 3.238,
39. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) de 1957)
§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem § 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu
pública e da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias titular, ou alguém por êle, possa exercer, como aquêles cujo comêço
públicas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014). do exercício tenha têrmo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida
I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trân- inalterável, a arbítrio de outrem. (Incluído pela Lei nº 3.238, de
sito, além de outras atividades previstas em lei, que assegurem ao 1957)
cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e (Incluído pela § 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial
Emenda Constitucional nº 82, de 2014) de que já não caiba recurso. (Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957)
II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina
Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades executivos e seus as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a
agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da lei. (In- capacidade e os direitos de família.
cluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014). § 1o Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei
brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades
da celebração.
§ 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante
autoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos os
LEI N. 4657, DE 04 DE SETEMBRO DE 1942 – LEI DE INTRO-
nubentes. (Redação dada pela Lei nº 3.238, de 1957)
DUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO § 3o Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de
invalidade do matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal.
§ 4o O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do
país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a
DECRETO-LEI Nº 4.657, DE 4 DE SETEMBRO DE 1942
do primeiro domicílio conjugal.
§ 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode,
Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro. (Redação
mediante expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no
dada pela Lei nº 12.376, de 2010)
ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo
a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro.
confere o artigo 180 da Constituição, decreta: (Redação dada pela Lei nº 6.515, de 1977)
§ 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os
Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de
todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida
§ 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação
brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas
oficialmente publicada. (Vide Lei nº 1.991, de 1953) (Vide Lei nº para a eficácia das sentenças estrangeiras no país. O Superior
2.145, de 1953) (Vide Lei nº 2.410, de 1955) (Vide Lei nº 2.770, Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento interno, poderá
de 1956) (Vide Lei nº 3.244, de 1957) (Vide Lei nº 4.966, de 1966) reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já proferidas
(Vide Decreto-Lei nº 333, de 1967) (Vide Lei nº 2.807, de 1956) em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio
(Vide Lei nº 4.820, de 1965) de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos
§ 2o (Revogado pela Lei nº 12.036, de 2009). legais. (Redação dada pela Lei nº 12.036, de 2009).
§ 3o Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação § 7o Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família
de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos estende-se ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do
parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação. tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda.
§ 4o As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei § 8o Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á
nova. domiciliada no lugar de sua residência ou naquele em que se
Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor encontre.
até que outra a modifique ou revogue. Art. 8o Para qualificar os bens e regular as relações a eles
§ 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados.
o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule § 1o Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o
inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. proprietário, quanto aos bens moveis que ele trouxer ou se
§ 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a destinarem a transporte para outros lugares.
par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. § 2o O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa,
em cuja posse se encontre a coisa apenhada.
Editora
110
110
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
Art. 9o Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as
país em que se constituirem. autoridades consulares brasileiras para lhes celebrar o casamento
§ 1o Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e e os mais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro
dependendo de forma essencial, será esta observada, admitidas as de nascimento e de óbito dos filhos de brasileiro ou brasileira
peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos nascido no país da sede do Consulado. (Redação dada pela Lei nº
do ato. 3.238, de 1957)
§ 2o A obrigação resultante do contrato reputa-se constituida § 1º As autoridades consulares brasileiras também poderão
no lugar em que residir o proponente. celebrar a separação consensual e o divórcio consensual de
Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei brasileiros, não havendo filhos menores ou incapazes do casal e
do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer observados os requisitos legais quanto aos prazos, devendo constar
que seja a natureza e a situação dos bens. da respectiva escritura pública as disposições relativas à descrição
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será e à partilha dos bens comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao
regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro
brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja ou à manutenção do nome adotado quando se deu o casamento.
mais favorável a lei pessoal do de cujus. (Redação dada pela Lei nº (Incluído pela Lei nº 12.874, de 2013) Vigência
9.047, de 1995) § 2o É indispensável a assistência de advogado, devidamente
§ 2o A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a constituído, que se dará mediante a subscrição de petição,
capacidade para suceder. juntamente com ambas as partes, ou com apenas uma delas, caso a
Art. 11. As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, outra constitua advogado próprio, não se fazendo necessário que a
como as sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado em assinatura do advogado conste da escritura pública. (Incluído pela
que se constituirem. Lei nº 12.874, de 2013) Vigência
§ 1o Não poderão, entretanto ter no Brasil filiais, agências ou Art. 19. Reputam-se válidos todos os atos indicados no
estabelecimentos antes de serem os atos constitutivos aprovados artigo anterior e celebrados pelos cônsules brasileiros na vigência
pelo Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei brasileira. do Decreto-lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942, desde que
§ 2o Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de satisfaçam todos os requisitos legais. (Incluído pela Lei nº 3.238,
qualquer natureza, que eles tenham constituido, dirijam ou hajam de 1957)
investido de funções públicas, não poderão adquirir no Brasil bens Parágrafo único. No caso em que a celebração dêsses atos
imóveis ou susceptiveis de desapropriação. tiver sido recusada pelas autoridades consulares, com fundamento
§ 3o Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade no artigo 18 do mesmo Decreto-lei, ao interessado é facultado
dos prédios necessários à sede dos representantes diplomáticos ou renovar o pedido dentro em 90 (noventa) dias contados da data da
dos agentes consulares. (Vide Lei nº 4.331, de 1964) publicação desta lei. (Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957)
Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não
for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a se decidirá com base em valores jurídicos abstratos sem que sejam
obrigação. consideradas as consequências práticas da decisão. (Incluído pela
§ 1o Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das Lei nº 13.655, de 2018) (Regulamento)
ações relativas a imóveis situados no Brasil. Parágrafo único. A motivação demonstrará a necessidade e a
§ 2o A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido adequação da medida imposta ou da invalidação de ato, contrato,
o exequatur e segundo a forma estabelecida pela lei brasileira, as ajuste, processo ou norma administrativa, inclusive em face das
diligências deprecadas por autoridade estrangeira competente, possíveis alternativas. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
observando a lei desta, quanto ao objeto das diligências. Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora
Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se ou judicial, decretar a invalidação de ato, contrato, ajuste, processo
pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir- ou norma administrativa deverá indicar de modo expresso suas
se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira consequências jurídicas e administrativas. (Incluído pela Lei nº
desconheça. 13.655, de 2018) (Regulamento)
Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste
de quem a invoca prova do texto e da vigência. artigo deverá, quando for o caso, indicar as condições para que
Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no a regularização ocorra de modo proporcional e equânime e sem
estrangeiro, que reuna os seguintes requisitos: prejuízo aos interesses gerais, não se podendo impor aos sujeitos
a) haver sido proferida por juiz competente; atingidos ônus ou perdas que, em função das peculiaridades do
b) terem sido os partes citadas ou haver-se legalmente caso, sejam anormais ou excessivos. (Incluído pela Lei nº 13.655,
verificado à revelia; de 2018)
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão pública,
necessárias para a execução no lugar em que foi proferida; serão considerados os obstáculos e as dificuldades reais do gestor
d) estar traduzida por intérprete autorizado; e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos
e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal. (Vide direitos dos administrados. (Regulamento)
art.105, I, i da Constituição Federal). § 1º Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 12.036, de 2009). de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, serão
Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver consideradas as circunstâncias práticas que houverem imposto,
de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem limitado ou condicionado a ação do agente. (Incluído pela Lei nº
considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei. 13.655, de 2018)
Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como § 2º Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza e a
quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para
quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons a administração pública, as circunstâncias agravantes ou atenuantes
costumes. e os antecedentes do agente. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
Editora
111
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
§ 3º As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na Art. 29. Em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos
dosimetria das demais sanções de mesma natureza e relativas ao normativos por autoridade administrativa, salvo os de mera
mesmo fato. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) organização interna, poderá ser precedida de consulta pública
Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial para manifestação de interessados, preferencialmente por meio
que estabelecer interpretação ou orientação nova sobre norma eletrônico, a qual será considerada na decisão. (Incluído pela Lei nº
de conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo 13.655, de 2018) (Vigência) (Regulamento)
condicionamento de direito, deverá prever regime de transição § 1º A convocação conterá a minuta do ato normativo e fixará
quando indispensável para que o novo dever ou condicionamento o prazo e demais condições da consulta pública, observadas as
de direito seja cumprido de modo proporcional, equânime e normas legais e regulamentares específicas, se houver. (Incluído
eficiente e sem prejuízo aos interesses gerais. (Regulamento) pela Lei nº 13.655, de 2018) (Vigência)
Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de § 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) (Vigência)
2018) Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para aumentar
Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora a segurança jurídica na aplicação das normas, inclusive por meio
ou judicial, quanto à validade de ato, contrato, ajuste, processo de regulamentos, súmulas administrativas e respostas a consultas.
ou norma administrativa cuja produção já se houver completado (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) (Regulamento)
levará em conta as orientações gerais da época, sendo vedado que, Parágrafo único. Os instrumentos previstos no caput deste
com base em mudança posterior de orientação geral, se declarem artigo terão caráter vinculante em relação ao órgão ou entidade a
inválidas situações plenamente constituídas. (Incluído pela Lei nº que se destinam, até ulterior revisão. (Incluído pela Lei nº 13.655,
13.655, de 2018) (Regulamento) de 2018)
Parágrafo único. Consideram-se orientações gerais as
interpretações e especificações contidas em atos públicos de caráter Rio de Janeiro, 4 de setembro de 1942, 121o da Independência
geral ou em jurisprudência judicial ou administrativa majoritária, e e 54 da República.
o
Artigo 4 Artigo 15
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravi- 1. Todo ser humano tem direito a uma nacionalidade.
dão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas. 2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade,
nem do direito de mudar de nacionalidade.
Artigo 5
Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou casti- Artigo 16
go cruel, desumano ou degradante. 1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restri-
ção de raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair ma-
trimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em relação
Artigo 6
ao casamento, sua duração e sua dissolução.
Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares,
2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno con-
reconhecido como pessoa perante a lei.
sentimento dos nubentes.
3. A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e
Artigo 7
tem direito à proteção da sociedade e do Estado.
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer dis-
tinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção Artigo 17
contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e 1. Todo ser humano tem direito à propriedade, só ou em socie-
contra qualquer incitamento a tal discriminação. dade com outros.
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.
Artigo 8
Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais nacionais Artigo 18
competentes remédio efetivo para os atos que violem os direitos Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, cons-
fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela ciência e religião; esse direito inclui a liberdade de mudar de reli-
lei. gião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença
pelo ensino, pela prática, pelo culto em público ou em particular.
Artigo 9
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado. Artigo 19
Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expres-
Artigo 10 são; esse direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opi-
Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma justa niões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por
e pública audiência por parte de um tribunal independente e im- quaisquer meios e independentemente de fronteiras.
parcial, para decidir seus direitos e deveres ou fundamento de qual-
quer acusação criminal contra ele. Artigo 20
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião e asso-
ciação pacífica.
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.
Editora
113
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
Artigo 21 Artigo 27
1. Todo ser humano tem o direito de tomar parte no governo 1. Todo ser humano tem o direito de participar livremente da
de seu país diretamente ou por intermédio de representantes livre- vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar do
mente escolhidos. progresso científico e de seus benefícios.
2. Todo ser humano tem igual direito de acesso ao serviço pú- 2. Todo ser humano tem direito à proteção dos interesses mo-
blico do seu país. rais e materiais decorrentes de qualquer produção científica literá-
3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; ria ou artística da qual seja autor.
essa vontade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por
sufrágio universal, por voto secreto ou processo equivalente que Artigo 28
assegure a liberdade de voto. Todo ser humano tem direito a uma ordem social e interna-
cional em que os direitos e liberdades estabelecidos na presente
Artigo 22 Declaração possam ser plenamente realizados.
Todo ser humano, como membro da sociedade, tem direito à
segurança social, à realização pelo esforço nacional, pela coopera- Artigo 29
ção internacional e de acordo com a organização e recursos de cada 1. Todo ser humano tem deveres para com a comunidade, na
Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis qual o livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade é pos-
à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade. sível.
2. No exercício de seus direitos e liberdades, todo ser humano
Artigo 23 estará sujeito apenas às limitações determinadas pela lei, exclusiva-
1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de mente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito
emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer as justas exigên-
contra o desemprego. cias da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade
2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual democrática.
remuneração por igual trabalho. 3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma,
3. Todo ser humano que trabalha tem direito a uma remune- ser exercidos contrariamente aos objetivos e princípios das Nações
ração justa e satisfatória que lhe assegure, assim como à sua famí- Unidas.
lia, uma existência compatível com a dignidade humana e a que se
acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social. Artigo 30
4. Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e a neles Nenhuma disposição da presente Declaração poder ser inter-
ingressar para proteção de seus interesses. pretada como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pes-
soa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer
Artigo 24 ato destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades
Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive a li- aqui estabelecidos.
mitação razoável das horas de trabalho e a férias remuneradas pe-
riódicas.
Editora
114
114
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
Art. 1° A Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto PARTE I
de São José da Costa Rica), celebrada em São José da Costa Rica, em DEVERES DOS ESTADOS E DIREITOS PROTEGIDOS
22 de novembro de 1969, apensa por cópia ao presente Decreto,
deverá ser cumprida tão inteiramente como nela se contém. CAPÍTULO I
Art. 2° Ao depositar a Carta de Adesão a esse ato internacional, ENUMERAÇÃO DE DEVERES
em 25 de setembro de 1992, o Governo brasileiro fez a seguinte de-
claração interpretativa: “O Governo do Brasil entende que os arts. ARTIGO 1
43 e 48, alínea “d” , não incluem o direito automático de visitas e Obrigação de Respeitar os Direitos
inspeções in loco da Comissão Interamericana de Direitos Huma- 1. Os Estados-Partes nesta Convenção comprometem-se a res-
nos, as quais dependerão da anuência expressa do Estado”. peitar os direitos e liberdades nela reconhecidos e a garantir seu
Art. 3° O presente decreto entra em vigor na data de sua pu- livre e pleno exercício a toda pessoa que esteja sujeita à sua ju-
blicação. risdição, sem discriminação alguma por motivo de raça, cor, sexo,
Brasília, 6 de novembro de 1992; 171° da Independência e 104° idioma, religião, opiniões políticas ou de qualquer outra natureza,
da República. origem nacional ou social, posição econômica, nascimento ou qual-
ITAMAR FRANCO quer outra condição social.
Fernando Henrique Cardoso 2. Para os efeitos desta Convenção, pessoa é todo ser humano.
ARTIGO 2
ANEXO AO DECRETO QUE PROMULGA A CONVENÇÃO AME- Dever de Adotar Disposições de Direito Interno
RICANA SOBRE DIREITOS HUMANOS (PACTO DE SÃO JOSE DA Se o exercício dos direitos e liberdades mencionados no artigo
COSTA RICA) - MRE 1 ainda não estiver garantido por disposições legislativas ou de ou-
tra natureza, os Estados-Partes comprometem-se a adotar, de acor-
CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS HUMANOS do com as suas normas constitucionais e com as disposições desta
Convenção, as medidas legislativas ou de outra natureza que forem
PREÂMBULO necessárias para tornar efetivos tais direitos e liberdades.
CAPÍTULO II
Os Estados americanos signatários da presente Convenção,
DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS
Reafirmando seu propósito de consolidar neste Continente,
dentro do quadro das instituições democráticas, um regime de li-
ARTIGO 3
berdade pessoal e de justiça social, fundado no respeito dos direi-
Direito ao Reconhecimento da Personalidade Jurídica
tos essenciais do homem;
Toda pessoa tem direito ao reconhecimento de sua personali-
Reconhecendo que os direitos essenciais do homem não de-
dade jurídica.
rivam do fato de ser ele nacional de determinado Estado, mas sim
do fato de ter como fundamento os atributos da pessoa humana, ARTIGO 4
razão por que justificam uma proteção internacional, de natureza Direito à Vida
convencional, coadjuvante ou complementar da que oferece o di- 1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse
reito interno dos Estados americanos; direito deve ser protegido pela lei e, em geral, desde o momento
Considerando que esses princípios foram consagrados na Carta da concepção. Ninguém pode ser privado da vida arbitrariamente.
da Organização dos Estados Americanos, na Declaração Americana 2. Nos países que não houverem abolido a pena de morte, esta
dos Direitos e Deveres do Homem e na Declaração Universal dos só poderá ser imposta pelos delitos mais graves, em cumprimento
Direitos do Homem e que foram reafirmados e desenvolvidos em de sentença final de tribunal competente e em conformidade com
outros instrumentos internacionais, tanto de âmbito mundial como lei que estabeleça tal pena, promulgada antes de haver o delito sido
regional; cometido. Tampouco se estenderá sua aplicação a delitos aos quais
Reiterando que, de acordo com a Declaração Universal dos Di- não se aplique atualmente.
reitos do Homem, só pode ser realizado o ideal do ser humano livre, 3. Não se pode restabelecer a pena de morte nos Estados que
isento do temor e da miséria, se forem criadas condições que per- a hajam abolido.
mitam a cada pessoa gozar dos seus direitos econômicos, sociais e 4. Em nenhum caso pode a pena de morte ser aplicada por deli-
culturais, bem como dos seus direitos civis e políticos; e tos políticos, nem por delitos comuns conexos com delitos políticos.
Considerando que a Terceira Conferência Interamericana Ex- 5. Não se deve impor a pena de morte a pessoa que, no mo-
traordinária (Buenos Aires, 1967) aprovou a incorporação à pró- mento da perpetração do delito, for menor de dezoito anos, ou
pria Carta da Organização de normas mais amplas sobre direitos maior de setenta, nem aplicá-la a mulher em estado de gravidez.
econômicos, sociais e educacionais e resolveu que uma convenção 6. Toda pessoa condenada à morte tem direito a solicitar anistia,
interamericana sobre direitos humanos determinasse a estrutura, indulto ou comutação da pena, os quais podem ser concedidos em to-
competência e processo dos órgãos encarregados dessa matéria, dos os casos. Não se pode executar a pena de morte enquanto o pedi-
do estiver pendente de decisão ante a autoridade competente.
Convieram no seguinte:
ARTIGO 5
Direito à Integridade Pessoal
1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua integridade
física, psíquica e moral.
2. Ninguém deve ser submetido a torturas, nem a penas ou
tratos cruéis, desumanos ou degradantes. Toda pessoa privada da
liberdade deve ser tratada com o respeito devido à dignidade ine-
rente ao ser humano.
Editora
115
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
3. A pena não pode passar da pessoa do delinqüente. tente a fim de que este decida sobre a legalidade de tal ameaça, tal
4. Os processados devem ficar separados dos condenados, sal- recurso não pode ser restringido nem abolido. O recurso pode ser
vo em circunstâncias excepcionais, e ser submetidos a tratamento interposto pela própria pessoa ou por outra pessoa.
adequado à sua condição de pessoas não condenadas. 7. Ninguém deve ser detido por dívida. Este princípio não limita
5. Os menores, quando puderem ser processados, devem ser os mandados de autoridade judiciária competente expedidos em
separados dos adultos e conduzidos a tribunal especializado, com a virtude de inadimplemento de obrigação alimentar.
maior rapidez possível, para seu tratamento.
6. As penas privativas da liberdade devem ter por finalidade ARTIGO 8
essencial a reforma e a readaptação social dos condenados. Garantias Judiciais
1. Toda pessoa tem direito a ser ouvida, com as devidas garan-
ARTIGO 6 tias e dentro de um prazo razoável, por um juiz ou tribunal compe-
Proibição da Escravidão e da Servidão tente, independente e imparcial, estabelecido anteriormente por
1. Ninguém pode ser submetido a escravidão ou a servidão, e lei, na apuração de qualquer acusação penal formulada contra ela,
tanto estas como o tráfico de escravos e o tráfico de mulheres são ou para que se determinem seus direitos ou obrigações de natureza
proibidos em todas as formas. civil, trabalhista, fiscal ou de qualquer outra natureza.
2. Ninguém deve ser constrangido a executar trabalho forçado 2. Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma
ou obrigatório. Nos países em que se prescreve, para certos delitos, sua inocência enquanto não se comprove legalmente sua culpa. Du-
pena privativa da liberdade acompanhada de trabalhos forçados, rante o processo, toda pessoa tem direito, em plena igualdade, às
esta disposição não pode ser interpretada no sentido de que proíbe seguintes garantias mínimas:
o cumprimento da dita pena, imposta por juiz ou tribunal compe- a) direito do acusado de ser assistido gratuitamente por tra-
tente. O trabalho forçado não deve afetar a dignidade nem a capa- dutor ou intérprete, se não compreender ou não falar o idioma do
cidade física e intelectual do recluso. juízo ou tribunal;
3. Não constituem trabalhos forçados ou obrigatórios para os b) comunicação prévia e pormenorizada ao acusado da acusa-
efeitos deste artigo: ção formulada;
a) os trabalhos ou serviços normalmente exigidos de pessoa re- c) concessão ao acusado do tempo e dos meios adequados
clusa em cumprimento de sentença ou resolução formal expedida para a preparação de sua defesa;
pela autoridade judiciária competente. Tais trabalhos ou serviços d) direito do acusado de defender-se pessoalmente ou de ser
devem ser executados sob a vigilância e controle das autoridades assistido por um defensor de sua escolha e de comunicar-se, livre-
públicas, e os indivíduos que os executarem não devem ser postos mente e em particular, com seu defensor;
à disposição de particulares, companhias ou pessoas jurídicas de e) direito irrenunciável de ser assistido por um defensor pro-
caráter privado: porcionado pelo Estado, remunerado ou não, segundo a legislação
b) o serviço militar e, nos países onde se admite a isenção por interna, se o acusado não se defender ele próprio nem nomear de-
motivos de consciência, o serviço nacional que a lei estabelecer em fensor dentro do prazo estabelecido pela lei;
lugar daquele; f) direito da defesa de inquirir as testemunhas presentes no tri-
c) o serviço imposto em casos de perigo ou calamidade que bunal e de obter o comparecimento, como testemunhas ou peritos,
ameace a existência ou o bem-estar da comunidade; e de outras pessoas que possam lançar luz sobre os fatos.
d) o trabalho ou serviço que faça parte das obrigações cívicas g) direito de não ser obrigado a depor contra si mesma, nem a
normais. declarar-se culpada; e
h) direito de recorrer da sentença para juiz ou tribunal superior.
ARTIGO 7
Direito à Liberdade Pessoal 3. A confissão do acusado só é válida se feita sem coação de
1. Toda pessoa tem direito à liberdade e à segurança pessoais. nenhuma natureza.
2. Ninguém pode ser privado de sua liberdade física, salvo pe- 4. O acusado absolvido por sentença passada em julgado não
las causas e nas condições previamente fixadas pelas constituições poderá se submetido a novo processo pelos mesmos fatos.
políticas dos Estados-Partes ou pelas leis de acordo com elas pro- 5. O processo penal deve ser público, salvo no que for necessá-
rio para preservar os interesses da justiça.
mulgadas.
3. Ninguém pode ser submetido a detenção ou encarceramen-
ARTIGO 9
to arbitrários.
Princípio da Legalidade e da Retroatividade
4. Toda pessoa detida ou retida deve ser informada das razões
Ninguém pode ser condenado por ações ou omissões que, no
da sua detenção e notificada, sem demora, da acusação ou acusa-
momento em que forem cometidas, não sejam delituosas, de acor-
ções formuladas contra ela.
do com o direito aplicável. Tampouco se pode impor pena mais gra-
5. Toda pessoa detida ou retida deve ser conduzida, sem de-
ve que a aplicável no momento da perpetração do delito. Se depois
mora, à presença de um juiz ou outra autoridade autorizada pela
da perpetração do delito a lei dispuser a imposição de pena mais
lei a exercer funções judiciais e tem direito a ser julgada dentro de leve, o delinqüente será por isso beneficiado.
um prazo razoável ou a ser posta em liberdade, sem prejuízo de que
prossiga o processo. Sua liberdade pode ser condicionada a garan- ARTIGO 10
tias que assegurem o seu comparecimento em juízo. Direito a Indenização
6. Toda pessoa privada da liberdade tem direito a recorrer a um Toda pessoa tem direito de ser indenizada conforme a lei, no
juiz ou tribunal competente, a fim de que este decida, sem demora, caso de haver sido condenada em sentença passada em julgado,
sobre a legalidade de sua prisão ou detenção e ordene sua soltura por erro judiciário.
se a prisão ou a detenção forem ilegais. Nos Estados-Partes cujas
leis prevêem que toda pessoa que se vir ameaçada de ser privada
de sua liberdade tem direito a recorrer a um juiz ou tribunal compe-
Editora
116
116
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
ARTIGO 11 2. Em nenhum caso a retificação ou a resposta eximirão das
Proteção da Honra e da Dignidade outras responsabilidades legais em que se houver incorrido.
1. Toda pessoa tem direito ao respeito de sua honra e ao reco- 3. Para a efetiva proteção da honra e da reputação, toda publi-
nhecimento de sua dignidade. cação ou empresa jornalística, cinematográfica, de rádio ou televi-
2. Ninguém pode ser objeto de ingerências arbitrárias ou abu- são, deve ter uma pessoa responsável que não seja protegida por
sivas em sua vida privada, na de sua família, em seu domicílio ou imunidades nem goze de foro especial.
em sua correspondência, nem de ofensas ilegais à sua honra ou re-
putação. ARTIGO 15
3. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais ingerên- Direito de Reunião
cias ou tais ofensas. É reconhecido o direito de reunião pacífica e sem armas. O
exercício de tal direito só pode estar sujeito às restrições previstas
ARTIGO 12 pela lei e que sejam necessárias, numa sociedade democrática, no
Liberdade de Consciência e de Religião interesse da segurança nacional, da segurança ou da ordem públi-
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de consciência e de re- cas, ou para proteger a saúde ou a moral públicas ou os direitos e
ligião. Esse direito implica a liberdade de conservar sua religião ou liberdades das demais pessoas.
suas crenças, ou de mudar de religião ou de crenças, bem como a
liberdade de professar e divulgar sua religião ou suas crenças, indi- ARTIGO 16
vidual ou coletivamente, tanto em público como em privado. Liberdade de Associação
2. Ninguém pode ser objeto de medidas restritivas que possam 1. Todas as pessoas têm o direito de associar-se livremente com
limitar sua liberdade de conservar sua religião ou suas crenças, ou fins ideológicos, religiosos, políticos, econômicos, trabalhistas, so-
de mudar de religião ou de crenças. ciais, culturais, desportivos, ou de qualquer outra natureza.
3. A liberdade de manifestar a própria religião e as próprias 2. O exercício de tal direito só pode estar sujeito às restrições
crenças está sujeita unicamente às limitações prescritas pela lei e que previstas pela lei que sejam necessárias, numa sociedade democrá-
sejam necessárias para proteger a segurança, a ordem, a saúde ou a tica, no interesse da segurança nacional, da segurança ou da ordem
moral públicas ou os direitos ou liberdades das demais pessoas. públicas, ou para proteger a saúde ou a moral públicas ou os direi-
4. Os pais, e quando for o caso os tutores, têm direito a que tos e liberdades das demais pessoas.
seus filhos ou pupilos recebam a educação religiosa e moral que 3. O disposto neste artigo não impede a imposição de restri-
esteja acorde com suas próprias convicções. ções legais, e mesmo a privação do exercício do direito de associa-
ção, aos membros das forças armadas e da polícia.
ARTIGO 13
Liberdade de Pensamento e de Expressão ARTIGO 17
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento e de ex- Proteção da Família
pressão. Esse direito compreende a liberdade de buscar, receber e 1. A família é o elemento natural e fundamental da sociedade e
difundir informações e idéias de toda natureza, sem consideração deve ser protegida pela sociedade e pelo Estado.
de fronteiras, verbalmente ou por escrito, ou em forma impressa ou 2. É reconhecido o direito do homem e da mulher de contra-
artística, ou por qualquer outro processo de sua escolha. írem casamento e de fundarem uma família, se tiverem a idade e
O exercício do direito previsto no inciso precedente não pode as condições para isso exigidas pelas leis internas, na medida em
estar sujeito a censura prévia, mas a responsabilidades ulteriores, que não afetem estas o princípio da não discriminação estabelecido
que devem ser expressamente fixadas pela lei a ser necessárias nesta Convenção.
para assegurar: 3. O casamento não pode ser celebrado sem o livre e pleno
a) o respeito aos direitos ou à reputação das demais pessoas; ou consentimento dos contraentes.
b) a proteção da segurança nacional, da ordem pública, ou da 4. Os Estados-Partes devem tomar medidas apropriadas no
saúde ou da moral públicas. sentido de assegurar a igualdade de direitos e a adequada equiva-
lência de responsabilidades dos cônjuges quanto ao casamento, du-
3. Não se pode restringir o direito de expressão por vias ou rante o casamento e em caso de dissolução do mesmo. Em caso de
meios indiretos, tais como o abuso de controles oficiais ou parti- dissolução, serão adotadas disposições que assegurem a proteção
culares de papel de imprensa, de freqüências radioelétricas ou de necessária aos filhos, com base unicamente no interesse e conveni-
equipamentos e aparelhos usados na difusão de informação, nem ência dos mesmos.
por quaisquer outros meios destinados a obstar a comunicação e a 5. A lei deve reconhecer iguais direitos tanto aos filhos nascidos
circulação de idéias e opiniões. fora do casamento como aos nascidos dentro do casamento.
4. A lei pode submeter os espetáculos públicos a censura prévia,
com o objetivo exclusivo de regular o acesso a eles, para proteção mo- ARTIGO 18
ral da infância e da adolescência, sem prejuízo do disposto no inciso 2. Direito ao Nome
5. A lei deve proibir toda propaganda a favor da guerra, bem Toda pessoa tem direito a um prenome e aos nomes de seus
como toda apologia ao ódio nacional, racial ou religioso que consti- pais ou ao de um destes. A lei deve regular a forma de assegurar
tua incitação à discriminação, à hostilidade, ao crime ou à violência. a todos esses direito, mediante nomes fictícios, se for necessário.
ARTIGO 14 ARTIGO 19
Direito de Retificação ou Resposta Direitos da Criança
1. Toda pessoa atingida por informações inexatas ou ofensivas Toda criança tem direito às medidas de proteção que a sua con-
emitidas em seu prejuízo por meios de difusão legalmente regula- dição de menor requer por parte da sua família, da sociedade e do
mentados e que se dirijam ao público em geral, tem direito a fazer, Estado.
pelo mesmo órgão de difusão, sua retificação ou resposta, nas con-
dições que estabeleça a lei.
Editora
117
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
ARTIGO 20 2. A lei pode regular o exercício dos direitos e oportunidades e
Direito à Nacionalidade a que se refere o inciso anterior, exclusivamente por motivos de ida-
1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade. de, nacionalidade, residência, idioma, instrução, capacidade civil ou
2. Toda pessoa tem direito à nacionalidade do Estado em cujo mental, ou condenação, por juiz competente, em processo penal.
território houver nascido, se não tiver direito a outra.
3. A ninguém se deve privar arbitrariamente de sua nacionali- ARTIGO 24
dade nem do direito de mudá-la. Igualdade Perante a Lei
Todas as pessoas são iguais perante a lei. Por conseguinte, têm
ARTIGO 21 direito, sem discriminação, a igual proteção da lei.
Direito à Propriedade Privada
1. Toda pessoa tem direito ao uso e gozo dos seus bens. A lei ARTIGO 25
pode subordinar esse uso e gozo ao interesse social. Proteção Judicial
2. Nenhuma pessoa pode ser privada de seus bens, salvo me- 1. Toda pessoa tem direito a um recurso simples e rápido ou a
diante o pagamento de indenização justa, por motivo de utilidade qualquer outro recurso efetivo, perante os juízes ou tribunais com-
pública ou de interesse social e nos casos e na forma estabelecidos petentes, que a proteja contra atos que violem seus direitos funda-
pela lei. mentais reconhecidos pela constituição, pela lei ou pela presente
3. Tanto a usura como qualquer outra forma de exploração do Convenção, mesmo quando tal violação seja cometida por pessoas
homem pelo homem devem ser reprimidas pela lei. que estejam atuando no exercício de suas funções oficiais.
2. Os Estados-Partes comprometem-se:
ARTIGO 22 a) a assegurar que a autoridade competente prevista pelo sis-
Direito de Circulação e de Residência tema legal do Estado decida sobre os direitos de toda pessoa que
1. Toda pessoa que se ache legalmente no território de um Es- interpuser tal recurso;
tado tem direito de circular nele e de nele residir em conformidade b) a desenvolver as possibilidades de recurso judicial; e
com as disposições legais. c) a assegurar o cumprimento, pelas autoridades competentes,
2. Toda pessoa tem o direito de sair livremente de qualquer de toda decisão em que se tenha considerado procedente o recur-
país, inclusive do próprio. so.
3. O exercício dos direitos acima mencionados não pode ser
restringido senão em virtude de lei, na medida indispensável, numa CAPÍTULO III
sociedade democrática, para prevenir infrações penais ou para DIREITOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS
proteger a segurança nacional, a segurança ou a ordem públicas, a
moral ou a saúde públicas, ou os direitos e liberdades das demais ARTIGO 26
pessoas. Desenvolvimento Progressivo
4. O exercício dos direitos reconhecidos no inciso 1 pode tam- Os Estados-Partes comprometem-se a adotar providências,
bém ser restringido pela lei, em zonas determinadas, por motivo de tanto no âmbito interno como mediante cooperação internacional,
interesse público. especialmente econômica e técnica, a fim de conseguir progressi-
5. Ninguém pode ser expulso do território do Estado do qual vamente a plena efetividade dos direitos que decorrem das normas
for nacional, nem ser privado do direito de nele entrar. econômicas, sociais e sobre educação, ciência e cultura, constantes
6. O estrangeiro que se ache legalmente no território de um da Carta da Organização dos Estados Americanos, reformada pelo
Estado-Parte nesta Convenção só poderá dele ser expulso em cum- Protocolo de Buenos Aires, na medida dos recursos disponíveis, por
primento de decisão adotada de acordo com a lei. via legislativa ou por outros meios apropriados.
7. Toda pessoa tem o direito de buscar e receber asilo em ter-
ritório estrangeiro, em caso de perseguição por delitos políticos ou CAPÍTULO IV
comuns conexos com delitos políticos e de acordo com a legislação SUSPENSÃO DE GARANTIAS, INTERPRETAÇÃO E APLICAÇÃO
de cada Estado e com os convênios internacionais.
8. Em nenhum caso o estrangeiro pode ser expulso ou entre- ARTIGO 27
gue a outro país, seja ou não de origem, onde seu direito à vida ou Suspensão de Garantias
à liberdade pessoal esteja em risco de violação por causa da sua 1. Em caso de guerra, de perigo público, ou de outra emer-
raça, nacionalidade, religião, condição social ou de suas opiniões gência que ameace a independência ou segurança do Estado-Par-
políticas. te, este poderá adotar disposições que, na medida e pelo tempo
9. É proibida a expulsão coletiva de estrangeiros. estritamente limitados às exigências da situação, suspendam as
obrigações contraídas em virtude desta Convenção, desde que tais
ARTIGO 23 disposições não sejam incompatíveis com as demais obrigações que
Direitos Políticos lhe impõe o Direito Internacional e não encerrem discriminação al-
1. Todos os cidadãos devem gozar dos seguintes direitos e guma fundada em motivos de raça, cor, sexo, idioma, religião ou
oportunidades: origem social.
a) de participar da direção dos assuntos públicos, diretamente 2. A disposição precedente não autoriza a suspensão dos di-
ou por meio de representantes livremente eleitos; reitos determinados nos seguintes artigos: 3 (Direito ao Reconhe-
b) de votar e ser eleitos em eleições periódicas autênticas, rea- cimento da Personalidade Jurídica), 4 (Direito à vida), 5 (Direito à
lizadas por sufrágio universal e igual e por voto secreto que garanta Integridade Pessoal), 6 (Proibição da Escravidão e Servidão), 9 (Prin-
a livre expressão da vontade dos eleitores; e cípio da Legalidade e da Retroatividade), 12 (Liberdade de Consci-
c) de ter acesso, em condições gerais de igualdade, às funções ência e de Religião), 17 (Proteção da Família), 18 (Direito ao Nome),
públicas de seu país. 19 (Direitos da Criança), 20 (Direito à Nacionalidade) e 23 (Direitos
Políticos), nem das garantias indispensáveis para a proteção de tais
direitos.
Editora
118
118
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
3. Todo Estado-Parte que fizer uso do direito de suspensão de- 2. Os direitos de cada pessoa são limitados pelos direitos dos
verá informar imediatamente os outros Estados-Partes na presente demais, pela segurança de todos e pelas justas exigências do bem
Convenção, por intermédio do Secretário-Geral da Organização dos comum, numa sociedade democrática.
Estados Americanos, das disposições cuja aplicação haja suspendi-
do, dos motivos determinantes da suspensão e da data em que haja PARTE II
dado por terminada tal suspensão. MEIOS DA PROTEÇÃO
ARTIGO 28 CAPÍTULO VI
Cláusula Federal ÓRGÃOS COMPETENTES
1. Quando se tratar de um Estado-Parte constituído como Es-
tado federal, o governo nacional do aludido Estado-Parte cumprirá ARTIGO 33
todas as disposições da presente Convenção, relacionadas com as São competentes para conhecer dos assuntos relacionados
matérias sobre as quais exerce competência legislativa e judicial. com o cumprimento dos compromissos assumidos pelos Estados-
2. No tocante às disposições relativas às matérias que corres- -Partes nesta Convenção:
pondem à competência das entidades componentes da federação, a) a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, doravante
o governo nacional deve tomar imediatamente as medidas perti- denominada a Comissão; e
nentes, em conformidade com sua constituição e suas leis, a fim de b) a Corte Interamericana de Direitos Humanos, doravante de-
que as autoridades competentes das referidas entidades possam nominada a Corte.
adotar as disposições cabíveis para o cumprimento desta Conven-
ção. CAPÍTULO VII
3. Quando dois ou mais Estados-Partes decidirem constituir COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS
entre eles uma federação ou outro tipo de associação, diligencia-
rão no sentido de que o pacto comunitário respectivo contenha as SEÇÃO 1
disposições necessárias para que continuem sendo efetivas no novo ORGANIZAÇÃO
Estado assim organizado as normas da presente Convenção.
ARTIGO 34
ARTIGO 29 A Comissão Interamericana de Direitos Humanos compor-se-á
Normas de Interpretação de sete membros, que deverão ser pessoas de alta autoridade mo-
Nenhuma disposição desta Convenção pode ser interpretada ral e de reconhecido saber em matéria de direitos humanos.
no sentido de:
a) permitir a qualquer dos Estados-Partes, grupo ou pessoa, su- ARTIGO 35
primir o gozo e exercício dos direitos e liberdades reconhecidos na A Comissão representa todos os Membros da Organização dos
Convenção ou limitá-los em maior medida do que a nela prevista; Estados Americanos.
b) limitar o gozo e exercício de qualquer direito ou liberdade
que possam ser reconhecidos de acordo com as leis de qualquer ARTIGO 36
dos Estados-Partes ou de acordo com outra convenção em que seja 1. Os membros da Comissão serão eleitos a título pessoal, pela
parte um dos referidos Estados; Assembléia-Geral da Organização, de uma lista de candidatos pro-
c) excluir outros direitos e garantias que são inerentes ao ser postos pelos governos dos Estados-Membros.
humano ou que decorrem da forma democrática representativa de 2. Cada um dos referidos governos pode propor até três candi-
governo; e datos, nacionais do Estado que os propuser ou de qualquer outro
d) excluir ou limitar o efeito que possam produzir a Declaração Estado-Membro da Organização dos Estados Americanos. Quando
Americana dos Direitos e Deveres do Homem e outros atos interna- for proposta uma lista de três candidatos, pelo menos um deles de-
cionais da mesma natureza. verá ser nacional de Estado diferente do proponente.
ARTIGO 30 ARTIGO 37
Alcance das Restrições 1. Os membros da Comissão serão eleitos por quatro anos e só
As restrições permitidas, de acordo com esta Convenção, ao poderão ser reeleitos uma vez, porém o mandato de três dos mem-
gozo e exercício dos direitos e liberdades nela reconhecidos, não bros designados na primeira eleição expirará ao cabo de dois anos.
podem ser aplicadas senão de acordo com leis que forem promul- Logo depois da referida eleição, serão determinados por sorteio, na
gadas por motivo de interesse geral e com o propósito para o qual Assembléia-Geral, os nomes desses três membros.
houverem sido estabelecidas. 2. Não pode fazer parte da Comissão mais de um nacional de
um mesmo Estado.
ARTIGO 31
Reconhecimento de Outros Direitos
ARTIGO 38
Poderão ser incluídos no regime de proteção desta Convenção
As vagas que ocorrerem na Comissão, que não se devam à ex-
outros direitos e liberdades que forem reconhecidos de acordo com
piração normal do mandado, serão preenchidas pelo Conselho Per-
os processos estabelecidos nos artigos 69 e 70.
manente da Organização, de acordo com o que dispuser o Estatuto
da Comissão.
CAPÍTULO V
DEVERES DAS PESSOAS
ARTIGO 39
ARTIGO 32 A Comissão elaborará seu estatuto e submetê-lo-á à aprovação
Correlação entre Deveres e Direitos da Assembléia-Geral e expedirá seu próprio regulamento.
1. Toda pessoa tem deveres para com a família, a comunidade
e a humanidade.
Editora
119
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
ARTIGO 40 ARTIGO 45
Os serviços de secretaria da Comissão devem ser desempenha- 1. Todo Estado-Parte pode, no momento do depósito do seu
dos pela unidade funcional especializada que faz parte da Secre- instrumento de ratificação desta Convenção ou de adesão a ela, ou
taria-Geral da Organização e deve dispor dos recursos necessários em qualquer momento posterior, declarar que reconhece a compe-
para cumprir as tarefas que lhe forem confiadas pela Comissão. tência da Comissão para receber e examinar as comunicações em
que um Estado-Parte alegue haver outro Estado-Parte incorrido em
SEÇÃO 2 violações dos direitos humanos estabelecidos nesta Convenção.
FUNÇÕES 2. As comunicações feitas em virtude deste artigo só podem
ser admitidas e examinadas se forem apresentadas por um Estado-
ARTIGO 41 -Parte que haja feito uma declaração pela qual reconheça a referida
A Comissão tem a função principal de promover a observância competência da Comissão. A Comissão não admitirá nenhuma co-
e a defesa dos direitos humanos e, no exercício do seu mandato, municação contra um Estado-Parte que não haja feito tal declara-
tem as seguintes funções e atribuições: ção.
a) estimular a consciência dos direitos humanos nos povos da 3. As declarações sobre reconhecimento de competência po-
América; dem ser feitas para que esta vigore por tempo indefinido, por perí-
b) formular recomendações aos governos dos Estados-Mem- odo determinado ou para casos específicos.
bros, quando o considerar conveniente, no sentido de que adotem 4. As declarações serão depositadas na Secretaria-Geral da Or-
medidas progressivas em prol dos direitos humanos no âmbito de ganização dos Estados Americanos, a qual encaminhará cópia das
suas leis internas e seus preceitos constitucionais, bem como dis- mesmas aos Estados-Membros da referida Organização.
posições apropriadas para promover o devido respeito a esses di-
reitos; ARTIGO 46
c) preparar os estudos ou relatórios que considerar convenien- 1. Para que uma petição ou comunicação apresentada de acor-
tes para o desempenho de suas funções; do com os artigos 44 ou 45 seja admitida pela Comissão, será ne-
d) solicitar aos governos dos Estados-Membros que lhe propor- cessário:
cionem informações sobre as medidas que adotarem em matéria a) que hajam sido interpostos e esgotados os recursos da juris-
de direitos humanos; dição interna, de acordo com os princípios de direito internacional
e) atender às consultas que, por meio da Secretaria-Geral da geralmente reconhecidos;
Organização dos Estados Americanos, lhe formularem os Estados- b) que seja apresentada dentro do prazo de seis meses, a partir
-Membros sobre questões relacionadas com os direitos humanos e, da data em que o presumido prejudicado em seus direitos tenha
dentro de suas possibilidades, prestar-lhes o assessoramento que sido notificado da decisão definitiva;
eles lhe solicitarem; c) que a matéria da petição ou comunicação não esteja pen-
f) atuar com respeito às petições e outras comunicações, no dente de outro processo de solução internacional; e
exercício de sua autoridade, de conformidade com o disposto nos d) que, no caso do artigo 44, a petição contenha o nome, a
artigos 44 a 51 desta Convenção; e nacionalidade, a profissão, o domicílio e a assinatura da pessoa ou
g) apresentar um relatório anual à Assembléia-Geral da Organi- pessoas ou do representante legal da entidade que submeter a pe-
zação dos Estados Americanos. tição.
2. As disposições das alíneas a e b do inciso 1 deste artigo não
ARTIGO 42 se aplicarão quando:
Os Estados-Partes devem remeter à Comissão cópia dos rela- a) não existir, na legislação interna do Estado de que se tratar, o
tórios e estudos que, em seus respectivos campos, submetem anu- devido processo legal para a proteção do direito ou direitos que se
almente às Comissões Executivas do Conselho Interamericano Eco- alegue tenham sido violados;
nômico e Social e do Conselho Interamericano de Educação, Ciência b) não se houver permitido ao presumido prejudicado em seus
e Cultura, a fim de que aquela vele por que se promovam os direi- direitos o acesso aos recursos da jurisdição interna, ou houver sido
tos decorrentes das normas econômicas, sociais e sobre educação, ele impedido de esgotá-los; e
ciência e cultura, constantes da Carta da Organização dos Estados c) houver demora injustificada na decisão sobre os menciona-
Americanos, reformada pelo Protocolo de Buenos Aires. dos recursos.
ARTIGO 43 ARTIGO 47
Os Estados-Partes obrigam-se a proporcionar à Comissão as in- A Comissão declarará inadmissível toda petição ou comunica-
formações que esta lhes solicitar sobre a maneira pela qual o seu ção apresentada de acordo com os artigos 44 ou 45 quando:
direito interno assegura a aplicação efetiva de quaisquer disposi- a) não preencher algum dos requisitos estabelecidos no artigo
ções desta Convenção. 46;
b) não expuser fatos que caracterizem violação dos direitos ga-
SEÇÃO 3 rantidos por esta Convenção;
COMPETÊNCIA c) pela exposição do próprio peticionário ou do Estado, for ma-
nifestamente infundada a petição ou comunicação ou for evidente
ARTIGO 44 sua total improcedência; ou
Qualquer pessoa ou grupo de pessoas, ou entidade não gover- d) for substancialmente reprodução de petição ou comunica-
namental legalmente reconhecida em um ou mais Estados-Mem- ção anterior, já examinada pela Comissão ou por outro organismo
bros da Organização, pode apresentar à Comissão petições que internacional.
contenham denúncias ou queixas de violação desta Convenção por
um Estado-Parte.
Editora
120
120
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
SEÇÃO 4 ARTIGO 51
PROCESSO 1. Se no prazo de três meses, a partir da remessa aos Estados
interessados do relatório da Comissão, o assunto não houver sido
ARTIGO 48 solucionado ou submetido à decisão da Corte pela Comissão ou
1. A Comissão, ao receber uma petição ou comunicação na qual pelo Estado interessado, aceitando sua competência, a Comissão
se alegue violação de qualquer dos direitos consagrados nesta Con- poderá emitir, pelo voto da maioria absoluta dos seus membros,
venção, procederá da seguinte maneira: sua opinião e conclusões sobre a questão submetida à sua consi-
a) se reconhecer a admissibilidade da petição ou comunicação, deração.
solicitará informações ao Governo do Estado ao qual pertença a au- 2. A comissão fará as recomendações pertinentes e fixará um
toridade apontada como responsável pela violação alegada e trans- prazo dentro do qual o Estado deve tomar as medidas que lhe com-
creverá as partes pertinentes da petição ou comunicação. As referi- petirem para remediar a situação examinada.
das informações devem ser enviadas dentro de um prazo razoável, 3. Transcorrido o prazo fixado, a Comissão decidirá, pelo voto
fixado pela Comissão ao considerar as circunstâncias de cada caso; da maioria absoluta dos seus membros, se o Estado tomou ou não
b) recebidas às informações, ou transcorrido o prazo fixado medidas adequadas e se publica ou não seu relatório.
sem que sejam elas recebidas, verificará se existem ou subsistem os
motivos da petição ou comunicação. No caso de não existirem ou CAPÍTULO VIII
não subsistirem, mandará arquivar o expediente; CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS
c) poderá também declarar a inadmissibilidade ou a improce-
dência da petição ou comunicação, com base em informação ou SEÇÃO 1
prova superveniente; ORGANIZAÇÃO
d) se o expediente não houver sido arquivado, e com o fim de
comprovar os fatos, a Comissão procederá, com conhecimento das ARTIGO 52
partes, a um exame do assunto exposto na petição ou comunicação. 1. A Corte compor-se-á de sete juízes, nacionais dos Estados-
Se for necessário e conveniente, a Comissão procederá a uma inves- -Membros da Organização, eleitos a título pessoal dentre juristas da
tigação para cuja eficaz realização solicitará, e os Estados interessa- mais alta autoridade moral, de reconhecida competência em maté-
dos lhe proporcionarão, todas as facilidades necessárias; ria de direitos humanos, que reúnam as condições requeridas para
e) poderá pedir aos Estados interessados qualquer informação o exercício das mais elevadas funções judiciais, de acordo com a lei
pertinente e receberá, se isso lhe for solicitado, as exposições ver- do Estado do qual sejam nacionais, ou do Estado que os propuser
bais ou escritas que apresentarem os interessados; e como candidatos.
f) por-se-á à disposição das partes interessadas, a fim de chegar 2. Não deve haver dois juízes da mesma nacionalidade.
a uma solução amistosa do assunto, fundada no respeito aos direi-
tos humanos reconhecidos nesta Convenção. ARTIGO 53
2. Entretanto, em casos graves e urgentes, pode ser realizada 1. Os juízes da Corte serão eleitos, em votação secreta e pelo
uma investigação, mediante prévio consentimento do Estado em voto da maioria absoluta dos Estados-Partes na Convenção, na As-
cujo território de alegue haver sido cometida a violação, tão somen- sembléia-Geral da Organização, de uma lista de candidatos propos-
te com a apresentação de uma petição ou comunicação que reúna tos pelos mesmos Estados.
todos os requisitos formais de admissibilidade. 2. Cada um dos Estados-Partes pode propor até três candida-
tos, nacionais do Estado que os propuser ou de qualquer outro Es-
ARTIGO 49 tado-Membro da Organização dos Estados Americanos. Quando se
Se houver chegado a uma solução amistosa de acordo com as propuser uma lista de três candidatos, pelo menos um deles deverá
disposições do inciso 1, f, do artigo 48, a Comissão redigirá um re- ser nacional de Estado diferente do proponente.
latório que será encaminhado ao peticionário e aos Estados-Partes
nesta Convenção e, posteriormente, transmitido, para sua publica- ARTIGO 54
ção, ao Secretário-Geral da Organização dos Estados Americanos. O 1. Os juízes da Corte serão eleitos por um período de seis anos
referido relatório conterá uma breve exposição dos fatos e da solu- e só poderão ser reeleitos uma vez. O mandato de três dos juízes
ção alcançada. Se qualquer das partes no caso o solicitar, ser-lhe-á designados na primeira eleição expirará ao cabo de três anos. Ime-
proporcionada a mais ampla informação possível. diatamente depois da referida eleição, determinar-se-ão por sor-
teio, na Assembléia-Geral, os nomes desses três juízes.
ARTIGO 50 2. O juiz eleito para substituir outro cujo mandato não haja ex-
1. Se não se chegar a uma solução, e dentro do prazo que for pirado, completará o período deste.
fixado pelo Estatuto da Comissão, esta redigirá um relatório no qual 3. Os juízes permanecerão em suas funções até o término dos
exporá os fatos e suas conclusões. Se o relatório não representar, seus mandatos. Entretanto, continuarão funcionando nos casos de
no todo ou em parte, o acordo unânime dos membros da Comissão, que já houverem tomado conhecimento e que se encontrem em
qualquer deles poderá agregar ao referido relatório seu voto em se- fase de sentença e, para tais efeitos, não serão substituídos pelos
parado. Também se agregarão ao relatório as exposições verbais ou novos juízes eleitos.
escritas que houverem sido feitas pelos interessados em virtudes
do inciso 1, e, do artigo 48. ARTIGO 55
2. O relatório será encaminhado aos Estados interessados, aos 1. O juiz que for nacional de algum dos Estados-Partes no caso
quais não será facultado publicá-lo. submetido à Corte conservará o seu direito de conhecer o mesmo.
3. Ao encaminhar o relatório, a Comissão pode formular as pro- 2. Se um dos juízes chamados a conhecer do caso for de na-
posições e recomendações que julgar adequadas. cionalidade de um dos Estados-Partes, outro Estado-Parte no caso
poderá designar uma pessoa de sua escolha para integrar a Corte
na qualidade de juiz ad hoc.
Editora
121
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
3. Se, dentre os juízes chamados a conhecer do caso, nenhum tenham reconhecido ou reconheçam a referida competência, seja
for da nacionalidade dos Estados partes, cada um destes poderá por declaração especial, como prevêem os incisos anteriores, seja
designar um juiz ad hoc. por convenção especial.
4. O juiz ad hoc deve reunir os requisitos indicados no artigo 52.
5. Se vários Estados-Partes na Convenção tiverem o mesmo in- ARTIGO 63
teresse no caso, serão considerados como uma só parte, para os 1. Quando decidir que houve violação de um direito ou liber-
fins das disposições anteriores. Em caso de dúvida, a Corte decidirá. dade protegido nesta Convenção, a Corte determinará que se as-
segure ao prejudicado o gozo do seu direito ou liberdade violados.
ARTIGO 56 Determinará também, se isso for procedente, que sejam reparadas
O quorum para as deliberações da Corte é constituído por cinco as conseqüências da medida ou situação que haja configurado a
juízes. violação desses direitos, bem como o pagamento de indenização
justa à parte lesada.
ARTIGO 57 2. Em casos de extrema gravidade e urgência, e quando se fizer
A Comissão comparecerá em todos os casos perante a Corte. necessário evitar danos irreparáveis às pessoas, a Corte, nos assun-
tos de que estiver conhecendo, poderá tomar as medidas provisó-
ARTIGO 58 rias que considerar pertinentes. Se se tratar de assuntos que ainda
1. A Corte terá sua sede no lugar que for determinado, na As- não estiverem submetidos ao seu conhecimento, poderá atuar a
sembléia-Geral da Organização, pelos Estados-Partes na Conven- pedido da Comissão.
ção, mas poderá realizar reuniões no território de qualquer Esta-
do-Membro da Organização dos Estrados Americanos em que o ARTIGO 64
considerar conveniente pela maioria dos seus membros e median- 1. Os Estados-Membros da Organização poderão consultar
te prévia aquiescência do Estado respectivo. Os Estados-Partes na a Corte sobre a interpretação desta Convenção ou de outros tra-
Convenção podem, na Assembléia-Geral, por dois terços dos seus tados concernentes à proteção dos direitos humanos nos Estados
votos, mudar a sede da Corte. americanos. Também poderão consultá-la, no que lhes compete, os
2. A Corte designará seu Secretário. órgãos enumerados no capítulo X da Carta da Organização dos Esta-
3. O Secretário residirá na sede da Corte e deverá assistir às dos Americanos, reformada pelo Protocolo de Buenos Aires.
reuniões que ela realizar fora da mesma. 2. A Corte, a pedido de um Estado-Membro da Organização,
poderá emitir pareceres sobre a compatibilidade entre qualquer de
ARTIGO 59 suas leis internas e os mencionados instrumentos internacionais.
A Secretaria da Corte será por esta estabelecida e funcionará
sob a direção do Secretário da Corte, de acordo com as normas ad- ARTIGO 65
ministrativas da Secretaria-Geral da Organização em tudo o que não A Corte submeterá à consideração da Assembléia-Geral da Or-
for incompatível com a independência da Corte. Seus funcionários ganização, em cada período ordinário de sessões, um relatório so-
serão nomeados pelo Secretário-Geral da Organização, em consulta bre suas atividades no ano anterior. De maneira especial, e com as
com o Secretário da Corte. recomendações pertinentes, indicará os casos em que um Estado
não tenha dado cumprimento a suas sentenças.
ARTIGO 60
A Corte elaborará seu estatuto e submetê-lo-á à aprovação da SEÇÃO 3
Assembléia-Geral e expedirá seu regimento. PROCESSO
SEÇÃO 2 ARTIGO 66
COMPETÊNCIA E FUNÇÕES 1. A sentença da Corte deve ser fundamentada.
2. Se a sentença não expressar no todo ou em parte a opinião
ARTIGO 61 unânime dos juízes, qualquer deles terá direito a que se agregue à
1. Somente os Estados-Partes e a Comissão têm direito de sub- sentença o seu voto dissidente ou individual.
meter caso à decisão da Corte.
2. Para que a Corte possa conhecer de qualquer caso, é neces- ARTIGO 67
sário que sejam esgotados os processos previstos nos artigos 48 a A sentença da Corte será definitiva e inapelável. Em caso de di-
50.
vergência sobre o sentido ou alcance da sentença, a Corte interpre-
tá-la-á, a pedido de qualquer das partes, desde que o pedido seja
ARTIGO 62
apresentando dentro de noventa dias a partir da data da notificação
1. Todo Estado-Parte pode, no momento do depósito do seu
da sentença.
instrumento de ratificação desta Convenção ou de adesão a ela,
ou em qualquer momento posterior, declarar que reconhece como
ARTIGO 68
obrigatória, de pleno direito e sem convenção especial, a compe-
1. Os Estados-Partes na Convenção comprometem-se a cum-
tência da Corte em todos os casos relativos à interpretação ou apli-
cação desta Convenção. prir a decisão da Corte em todo caso em que forem partes.
2. A declaração pode ser feita incondicionalmente, ou sob con- 2. A parte da sentença que determinar indenização compensa-
dição de reciprocidade, por prazo determinado ou para casos espe- tória poderá ser executada no país respectivo pelo processo interno
cíficos. Deverá ser apresentada ao Secretário-Geral da Organização, vigente para a execução de sentenças contra o Estado.
que encaminhará cópias da mesma aos outros Estados-Membros
da Organização e ao Secretário da Corte. ARTIGO 69
3. A Corte tem competência para conhecer de qualquer caso A sentença da Corte deve ser notificada às partes no caso e
relativo à interpretação e aplicação das disposições desta Conven- transmitida aos Estados-Partes na Convenção.
ção que lhe seja submetido, desde que os Estados-Partes no caso
Editora
122
122
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
CAPITULO IX ARTIGO 75
DISPOSIÇÕES COMUNS Esta Convenção só pode ser objeto de reservas em conformi-
dade com as disposições da Convenção de Viena sobre Direito dos
ARTIGO 70 Tratados, assinada em 23 de maio de 1969.
1. Os juízes da Corte e os membros da Comissão gozam, des-
de o momento de sua eleição e enquanto durar o seu mandato, ARTIGO 76
das imunidades reconhecidas aos agentes diplomáticos pelo Direito 1. Qualquer Estado-Parte, diretamente, e a Comissão ou a Cor-
Internacional. Durante o exercício dos seus cargos gozam, além dis- te, por intermédio do Secretário-Geral, podem submeter à Assem-
so, dos privilégios diplomáticos necessários para o desempenho de bléia-Geral, para o que julgarem conveniente, proposta de emenda
suas funções. a esta Convenção.
2. Não se poderá exigir responsabilidade em tempo algum dos 2. As emendas entrarão em vigor para os Estados que ratifi-
juízes da Corte, nem dos membros da Comissão, por votos e opini- carem as mesmas na data em que houver sido depositado o res-
ões emitidos no exercício de suas funções. pectivo instrumento de ratificação que corresponda ao número de
dois terços dos Estados-Partes nesta Convenção. Quanto aos outros
ARTIGO 71 Estados-Partes, entrarão em vigor na data em que depositarem eles
Os cargos de juiz da Corte ou de membro da Comissão são os seus respectivos instrumentos de ratificação.
incompatíveis com outras atividades que possam afetar sua inde-
pendência ou imparcialidade conforme o que for determinado nos ARTIGO 77
respectivos estatutos. 1. De acordo com a faculdade estabelecida no artigo 31, qual-
quer Estado-Parte e a Comissão podem submeter à consideração
ARTIGO 72 dos Estados-Partes reunidos por ocasião da Assembléia-Geral, pro-
Os juízes da Corte e os membros da Comissão perceberão ho- jetos de protocolos adicionais a esta Convenção, com a finalidade
norários e despesas de viagem na forma e nas condições que deter- de incluir progressivamente no regime de proteção da mesma ou-
minarem os seus estatutos, levando em conta a importância e inde- tros direitos e liberdades.
pendência de suas funções. Tais honorários e despesas de viagem 2. Cada protocolo deve estabelecer as modalidades de sua en-
serão fixados no orçamento-programa da Organização dos Estados trada em vigor e será aplicado semente entre os Estados-Partes no
Americanos, no qual devem ser incluídas, além disso, as despesas mesmo.
da Corte e da sua Secretaria. Para tais efeitos, a Corte elaborará o
seu próprio projeto de orçamento e submetê-lo-á à aprovação da ARTIGO 78
Assembléia-Geral, por intermédio da Secretaria-Geral. Esta última 1. Os Estados-Partes poderão denunciar esta Convenção depois
não poderá nele introduzir modificações. de expirado um prazo de cinco anos, a partir da data de entrada em
vigor da mesma e mediante aviso prévio de um ano, notificando
ARTIGO 73 o Secretário-Geral da Organização, o qual deve informar as outras
Somente por solicitação da Comissão ou da Corte, conforme Partes.
o caso, cabe á Assembléia-Geral da Organização resolver sobre as 2. Tal denúncia não terá o efeito de desligar o Estado-Parte
sanções aplicáveis aos membros da Comissão ou aos juízes da Corte interessado das obrigações contidas nesta Convenção, no que diz
que incorrerem nos casos previstos nos respectivos estatutos. Para respeito a qualquer ato que, podendo constituir violação dessas
expedir uma resolução, será necessária maioria de dois terços dos obrigações, houver sido cometido por ele anteriormente à data na
votos dos Estados-Membros da Organização, no caso dos membros qual a denúncia produzir efeito.
da Comissão; e, além disso, de dois terços dos votos dos Estados-
-Partes na Convenção, se se tratar dos juízes da Corte. CAPÍTULO XI
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
PARTE III
SEÇÃO 1
DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS
CAPÍTULO X
ARTIGO 79
ASSINATURA, RATIFICAÇÃO, RESERVA, EMENDA, PROTOCOLO
Ao entrar em vigor esta Convenção, o Secretário-Geral pedirá
E DENÚNCIA
por escrito a cada Estado-Membro da Organização que apresente,
dentro de um prazo de noventa dias, seus candidatos a membro da
ARTIGO 74 Comissão Interamericana de Direitos Humanos. O Secretário-Geral
1. Esta Convenção fica aberta à assinatura e à ratificação ou preparará uma lista por ordem alfabética dos candidatos apresen-
adesão de todos os Estados-Membros da Organização dos Estados tados e a encaminhará aos Estados-Membros da Organização pelo
Americanos. menos trinta dias antes da Assembléia-Geral seguinte.
2. A ratificação desta Convenção ou a adesão a ela efetuar-se-á
mediante depósito de um instrumento de ratificação ou de adesão ARTIGO 80
na Secretaria-Geral da Organização dos Estados Americanos. Esta A eleição dos membros da Comissão far-se-á dentre os candi-
Convenção entrará em vigor logo que onze Estados houverem de- datos que figurem na lista a que se refere o artigo 79, por votação
positado os seus respectivos instrumentos de ratificação ou de ade- secreta da Assembléia-Geral, e serão declarados eleitos os candida-
são. Com referência a qualquer outro Estado que a ratificar ou que tos que obtiverem maior número de votos e a maioria absoluta dos
a ela aderir ulteriormente, a Convenção entrará em vigor na data do votos dos representantes dos Estados-Membros. Se, para eleger
depósito do seu instrumento de ratificação ou de adesão. todos os membros da Comissão, for necessário realizar várias vota-
3. O Secretário-Geral informará todos os Estados Membros da ções, serão eliminados sucessivamente, na forma que for determi-
Organização sobre a entrada em vigor da Convenção. nada pela Assembléia-Geral, os candidatos que receberem menor
número de votos.
Editora
123
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
SEÇÃO 2
CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS QUESTÕES
ARTIGO 81
Ao entrar em vigor esta Convenção, o Secretário-Geral solici-
tará por escrito a cada Estado-Parte que apresente, dentro de um 1. [...] não se pode deduzir que todos os direitos fundamentais
prazo de noventa dias, seus candidatos a juiz da Corte Interamerica- possam ser aplicados e protegidos da mesma forma, embora todos
na de Direitos Humanos. O Secretário-Geral preparará uma lista por eles estejam sob a guarda de um regime jurídico reforçado, conferi-
ordem alfabética dos candidatos apresentados e a encaminhará aos do pelo legislador constituinte.
Estados-Partes pelo menos trinta dias antes da Assembléia-Geral (HACHEM, Daniel Wunder. Mandado de Injunção e Direitos Fundamen-
seguinte. tais, 2012.)
Editora
127
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE DIREITO
ANOTAÇÕES
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________
Editora
128
128
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO
MATEMÁTICO
Ângulo Reto:
ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE REPRESENTAÇÕES DE FI- - É o ângulo cuja medida é 90º;
GURAS PLANAS: DESENHOS, MAPAS, GRÁFICOS, TABELAS, - É aquele cujos lados se apoiam em retas perpendiculares.
SÉRIES ESTATÍSTICAS, SÉRIES TEMPORAIS E PLANTAS; UTI-
LIZAÇÃO DE ESCALAS.
Ângulos
Denominamos ângulo a região do plano limitada por duas se-
mirretas de mesma origem. As semirretas recebem o nome de la-
dos do ângulo e a origem delas, de vértice do ângulo.
Triângulo
Elementos
Mediana
Mediana de um triângulo é um segmento de reta que liga um
vértice ao ponto médio do lado oposto.
Na figura, é uma mediana do ABC.
Um triângulo tem três medianas.
Ângulo Raso:
- É o ângulo cuja medida é 180º;
- É aquele, cujos lados são semi-retas opostas.
Editora
129
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Classificação
Triângulo escaleno: três lados desiguais. Triângulo obtusângulo: tem um ângulo obtuso
Editora
130
130
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
QUADRILÁTEROS
Quadrilátero é todo polígono com as seguintes propriedades:
- Tem 4 lados.
- Tem 2 diagonais.
- A soma dos ângulos internos Si = 360º
- A soma dos ângulos externos Se = 360º
Trapézio: É todo quadrilátero tem dois paralelos.
- é paralelo a
- Losango: 4 lados congruentes
- Retângulo: 4 ângulos retos (90 graus)
- Quadrado: 4 lados congruentes e 4 ângulos retos.
Número de Diagonais
Observações:
- No retângulo e no quadrado as diagonais são congruentes
(iguais)
- No losango e no quadrado as diagonais são perpendiculares
entre si (formam ângulo de 90°) e são bissetrizes dos ângulos inter-
nos (dividem os ângulos ao meio).
Áreas
Polígono
Chama-se polígono a união de segmentos que são chamados
lados do polígono, enquanto os pontos são chamados vértices do
polígono.
Editora
131
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Ângulos Externos
2º Caso: LAL(lado-ângulo-lado)
Se dois triângulos têm dois lados correspondentes proporcio-
nais e os ângulos compreendidos entre eles congruentes, então es-
ses dois triângulos são semelhantes.
Exemplo
Semelhança de Triângulos
Dois triângulos são semelhantes se, e somente se, os seus ân-
gulos internos tiverem, respectivamente, as mesmas medidas, e os
lados correspondentes forem proporcionais.
Casos de Semelhança
1º Caso: AA(ângulo - ângulo)
Se dois triângulos têm dois ângulos congruentes de vértices
correspondentes, então esses triângulos são congruentes.
Editora
132
132
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Temos:
a: hipotenusa
b e c: catetos
h: altura relativa à hipotenusa
m e n: projeções ortogonais dos catetos sobre a hipotenusa
Relação Fundamental
Existe uma outra importante relação entre seno e cosseno de
um ângulo. Considere o triângulo retângulo ABC.
2. O produto dos catetos é igual ao produto da hipotenusa pela
altura relativa à hipotenusa.
Retas Coplanares
Como
a) Concorrentes: r e s têm um único ponto comum
Editora
133
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Volume
Cones
Na figura, temos um plano α, um círculo contido em α, um pon-
to V que não pertence ao plano.
A figura geométrica formada pela reunião de todos os segmen-
tos de reta que tem uma extremidade no ponto V e a outra num
ponto do círculo denomina-se cone circular.
Cilindros
Considere dois planos, α e β, paralelos, um círculo de centro O
contido num deles, e uma reta s concorrente com os dois.
Chamamos cilindro o sólido determinado pela reunião de to-
dos os segmentos paralelos a s, com extremidades no círculo e no
outro plano.
Classificação
-Reto: eixo VO perpendicular à base;
Pode ser obtido pela rotação de um triângulo retângulo em tor-
no de um de seus catetos. Por isso o cone reto é também chamado
de cone de revolução.
Quando a geratriz de um cone reto é 2R, esse cone é denomi-
nado cone equilátero.
Classificação
Reto: Um cilindro se diz reto ou de revolução quando as geratri-
zes são perpendiculares às bases.
Quando a altura é igual a 2R(raio da base) o cilindro é equilá-
tero.
Oblíquo: faces laterais oblíquas ao plano da base. g2 = h2 + r2
Editora
134
134
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Chamamos prisma o sólido determinado pela reunião de todos
os segmentos paralelos a r, com extremidades no polígono R e no
plano β.
Área
Classificação
Pirâmides Reto: Quando as arestas laterais são perpendiculares às bases
As pirâmides são também classificadas quanto ao número de Oblíquo: quando as faces laterais são oblíquas à base.
lados da base.
PRISMA RETO PRISMA OBLÍQUO
Área e Volume
Área lateral: Sl = n. área de um triângulo
Prismas
Considere dois planos α e β paralelos, um polígono R contido
em α e uma reta r concorrente aos dois.
Paralelepípedos
Os prismas cujas bases são paralelogramos denominam-se pa-
ralelepípedos.
Editora
135
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Fonte: www.matematicadidatica.com.br
Volume
Paralelepípedo: V = a . b . c
Cubo: V = a³
Demais: V = Sb . h
Estudo do Ponto
Editora
136
136
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Ponto Médio Estudo da Reta
Cálculo do coeficiente angular
Consideremos a reta r que passa pelos pontos A(x1,y1) e B(x2,y2),
com x1 ≠ x2, e que forma com o eixo x um ângulo de medida a.
Exemplo
Dados os pontos A (2, 5), B (3, 7) e C (5, 11), vamos determinar
se estão alinhados. Portanto, para os dois casos, temos:
Coeficiente angular
y - q = m(x - 0)
y - q = mx
y = mx + q
a=0→m=0
a = 90° → m
Retas paralelas
As retas r e s têm o mesmo coeficiente angular.
ar = as ↔ mr = ms
Equação Segmentária
Assim, para r // s, temos:
Editora
138
138
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Logo,
Retas concorrentes
As retas r e s têm coeficientes angulares diferentes.
ar ≠ as ↔ mr ≠ ms
De fato:
Então:
E, reciprocamente, se
Editora
139
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Equação Geral
Desenvolvendo a equação reduzida, obtemos a equação geral
da circunferência:
Assim:
Editora
140
140
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Estimação
Noções de estatística
Editora
141
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Censo Sendo n par, chama-se mediana o valor obtido pela média arit-
mética entre os termos xj e xj +1, tais que o número de termos que
É uma avaliação direta de um parâmetro, utilizando-se todos os precedem xj é igual ao número de termos que sucedem xj +1, isto é,
componentes da população. a mediana é a média aritmética entre os termos centrais da sequên-
cia (xn) em rol.
Principais propriedades:
Exemplo 1:
- Admite erros processual zero e tem 100% de confiabilidade;
Determinar a mediana do conjunto de dados:
- É caro;
- É lento; {12, 3, 7, 10, 21, 18, 23}
- É quase sempre desatualizado (visto que se realizam em pe-
ríodos de anos 10 em 10 anos);
Solução:
- Nem sempre é viável. Escrevendo os elementos do conjunto em rol, tem-se: (3, 7, 10,
12, 18, 21, 23). A mediana é o termo médio desse rol. Logo: Md=12
Dados brutos: é uma sequência de valores numéricos não or- Resposta: Md=12.
ganizados, obtidos diretamente da observação de um fenômeno
coletivo. Exemplo 2:
Rol: é uma sequência ordenada dos dados brutos. Determinar a mediana do conjunto de dados:
Média aritmética
{10, 12, 3, 7, 18, 23, 21, 25}.
Média aritmética de um conjunto de números é o valor que se
obtém dividindo a soma dos elementos pelo número de elementos
Solução:
do conjunto.
Representemos a média aritmética por . Escrevendo-se os elementos do conjunto em rol, tem-se:
A média pode ser calculada apenas se a variável envolvida na
pesquisa for quantitativa. Não faz sentido calcular a média aritméti- (3, 7, 10, 12, 18, 21, 23, 25). A mediana é a média aritmética
ca para variáveis quantitativas. entre os dois termos centrais do rol.
Na realização de uma mesma pesquisa estatística entre diferen-
tes grupos, se for possível calcular a média, ficará mais fácil estabe- Logo:
lecer uma comparação entre esses grupos e perceber tendências.
Resposta: Md=15
Considerando uma equipe de basquete, a soma das alturas dos Moda (Mo)
jogadores é:
Num conjunto de números: x1 , x2 , x3 , ... xn, chama-se moda
aquele valor que ocorre com maior frequência.
1,85 + 1,85 + 1,95 + 1,98 + 1,98 + 1,98 + 2,01 + 2,01+2,07+2,07
+2,07+2,07+2,10+2,13+2,18 = 30,0
Observação:
Se dividirmos esse valor pelo número total de jogadores, obte-
remos a média aritmética das alturas: A moda pode não existir e, se existir, pode não ser única.
Exemplo 1:
A média aritmética das alturas dos jogadores é 2,02m. O conjunto de dados 3, 3, 8, 8, 8, 6, 9, 31 tem moda igual a 8,
isto é, Mo=8.
Média Ponderada
Exemplo 2:
A média dos elementos do conjunto numérico A relativa à adi-
O conjunto de dados 1, 2, 9, 6, 3, 5 não tem moda.
ção e na qual cada elemento tem um “determinado peso” é chama-
da média aritmética ponderada. Medidas de dispersão
Duas distribuições de frequência com medidas de tendência
central semelhantes podem apresentar características diversas.
Necessita-se de outros índices numéricas que informem sobre o
grau de dispersão ou variação dos dados em torno da média ou de
Mediana (Md) qualquer outro valor de concentração. Esses índices são chamados
medidas de dispersão.
Sejam os valores escritos em rol: x1 , x2 , x3 , ... xn Variância
Há um índice que mede a “dispersão” dos elementos de um
Sendo n ímpar, chama-se mediana o termo xi tal que o núme- conjunto de números em relação à sua média aritmética, e que é
ro de termos da sequência que precedem xi é igual ao número de chamado de variância. Esse índice é assim definido:
termos que o sucedem, isto é, xi é termo médio da sequência (xn)
em rol. Seja o conjunto de números x1 , x2 , x3 , ... xn, tal que é sua média
aritmética. Chama-se variância desse conjunto, e indica-se por
, o número:
Editora
142
142
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Desvio padrão
Definição
Seja o conjunto de números x1 , x2 , x3 , ... xn, tal que é sua média
Isto é: aritmética. Chama-se desvio padrão desse conjunto, e indica-se por
, o número:
E para amostra
Isto é:
Exemplo 1:
3 13
Solução:
4 24
Sendo a estatura média, temos:
5 26
6 20
7 19
Sendo o desvio padrão, tem-se:
8 18
a) Qual a média de pontos por jogo?
1 https://brasilescola.uol.com.br/matematica/graficos.htm
Editora
143
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
• Gráfico de Pontos Veja que nesse tipo de gráfico é possível ter uma melhor noção
a respeito do crescimento ou do decrescimento dos rendimentos
Também conhecido como Dotplot, é utilizado quando da empresa.
possuímos uma tabela de distribuição de frequência, sendo ela
absoluta ou relativa. O gráfico de pontos tem por objetivo apresentar • Gráfico de Barras
os dados das tabelas de forma resumida e que possibilite a análise
das distribuições desses dados. Tem como objetivo comparar os dados de determinada
Exemplo: Suponha uma pesquisa, realizada em uma escola de amostra utilizando retângulos de mesma largura e altura. Altura
educação infantil, na qual foram coletadas as idades das crianças. essa que deve ser proporcional ao dado envolvido, isto é, quanto
Nessa coleta foi organizado o seguinte rol: maior a frequência do dado, maior deve ser a altura do retângulo.
Rol: {1, 1, 2, 2, 2, 2, 3, 3, 4, 4, 4, 4, 4, 4, 5, 5, 6} Exemplo: Imagine que determinada pesquisa tem por objetivo
Podemos organizar esses dados utilizando um Dotplot. analisar o percentual de determinada população que acesse ou
tenha: internet, energia elétrica, rede celular, aparelho celular ou
tablet. Os resultados dessa pesquisa podem ser dispostos em um
gráfico como este:
• Gráfico de linha
É utilizado em casos que existe a necessidade de analisar dados
ao longo do tempo, esse tipo de gráfico é muito presente em análises
financeiras. O eixo das abscissas (eixo x) representa o tempo, que
pode ser dado em anos, meses, dias, horas etc., enquanto o eixo
das ordenadas (eixo y) representa o outro dado em questão.
Uma das vantagens desse tipo de gráfico é a possibilidade de
realizar a análise de mais de uma tabela, por exemplo. • Gráfico de Colunas
Exemplo: Uma empresa deseja verificar seu faturamento em
determinado ano, os dados foram dispostos em uma tabela. Seu estilo é semelhante ao do gráfico de barras, sendo utilizado
para a mesma finalidade. O gráfico de colunas então é usado quando
as legendas forem curtas, a fim de não deixar muitos espaços em
branco no gráfico de barra.
Exemplo: Este gráfico está, de forma genérica, quantificando e
comparando determinada grandeza ao longo de alguns anos.
Editora
144
144
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
• Gráfico de Setor
É utilizado para representar dados estatísticos com um círculo dividido em setores, as áreas dos setores são proporcionais às
frequências dos dados, ou seja, quanto maior a frequência, maior a área do setor circular.
Exemplo: Este exemplo, de forma genérica, está apresentando diferentes variáveis com frequências diversas para determinada
grandeza, a qual pode ser, por exemplo, a porcentagem de votação em candidatos em uma eleição.
• Histograma
O Histograma é uma ferramenta de análise de dados que apresenta diversos retângulos justapostos (barras verticais)2.
Por esse motivo, ele se assemelha ao gráfico de colunas, entretanto, o histograma não apresenta espaço entre as barras.
• Infográficos
Os infográficos representam a união de uma imagem com um texto informativo. As imagens podem conter alguns tipos de gráficos.
2 https://www.todamateria.com.br/tipos-de-graficos/
Editora
145
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
— Tabelas Alguns cálculos podem levar muito tempo na hora de fazer uma
As tabelas são usadas para organizar algumas informações prova. Pensando nisso, trouxemos dois métodos que te ajudarão a
ou dados. Da mesma forma que os gráficos, elas facilitam o fazer porcentagem de maneira mais rápida.
entendimento, por meio de linhas e colunas que separam os dados. Método 1: Calcular porcentagem utilizando o 1%
Você também tem como calcular porcentagem rapidamente
utilizando o correspondente a 1% do valor.
Vamos continuar usando o exemplo do 20% de 200 para
aprender essa técnica.
1º passo: dividir o valor por 100 e encontrar o resultado que
representa 1%.
ESTRUTURAS E DIAGRAMAS LÓGICOS; LÓGICA DE PRIMEIRA ORDEM; LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO: ANALOGIAS, INFERÊN-
CIAS, DEDUÇÕES E CONCLUSÕES; LÓGICA SENTENCIAL (OU PROPOSICIONAL): TAUTOLOGIAS, CONTRADIÇÕES E CONTIN-
GÊNCIAS; PROPOSIÇÕES SIMPLES E COMPOSTAS; TABELAS-VERDADE; EQUIVALÊNCIAS E IMPLICAÇÕES LÓGICAS; LEIS DE
MORGAN; SILOGISMOS
ESTRUTURAS LÓGICAS
Precisamos antes de tudo compreender o que são proposições. Chama-se proposição toda sentença declarativa à qual podemos atri-
buir um dos valores lógicos: verdadeiro ou falso, nunca ambos. Trata-se, portanto, de uma sentença fechada.
Elas podem ser:
• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógico verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto, não
é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem? – Fez Sol ontem?
- Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a televisão.
- Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, ambíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro do
meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1
• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será considerada
uma frase, proposição ou sentença lógica.
Proposições simples e compostas
• Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.
• Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógicas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
simples. As proposições compostas são designadas pelas letras latinas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.
ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas por duas proposições simples.
Editora
147
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Negação ~ Não p
Conjunção ^ peq
Disjunção Inclusiva v p ou q
Disjunção Exclusiva v Ou p ou q
Condicional → Se p então q
Bicondicional ↔ p se e somente se q
Editora
148
148
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Em síntese temos a tabela verdade das proposições que facili- Proposição
tará na resolução de diversas questões Conjunto de palavras ou símbolos que expressam um pensa-
mento ou uma ideia de sentido completo. Elas transmitem pensa-
mentos, isto é, afirmam fatos ou exprimem juízos que formamos a
respeito de determinados conceitos ou entes.
Valores lógicos
São os valores atribuídos as proposições, podendo ser uma
verdade, se a proposição é verdadeira (V), e uma falsidade, se a
proposição é falsa (F). Designamos as letras V e F para abreviarmos
Exemplo: os valores lógicos verdade e falsidade respectivamente.
(MEC – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA OS POSTOS 9,10,11 Com isso temos alguns aximos da lógica:
E 16 – CESPE) – PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO: uma proposição não
pode ser verdadeira E falsa ao mesmo tempo.
– PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO: toda proposição OU é
verdadeira OU é falsa, verificamos sempre um desses casos, NUNCA
existindo um terceiro caso.
“Toda proposição tem um, e somente um, dos valores, que
são: V ou F.”
Classificação de uma proposição
Elas podem ser:
• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógi-
co verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto,
não é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem?
– Fez Sol ontem?
A figura acima apresenta as colunas iniciais de uma tabela-ver- - Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
dade, em que P, Q e R representam proposições lógicas, e V e F - Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a
correspondem, respectivamente, aos valores lógicos verdadeiro e televisão.
falso. - Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, am-
Com base nessas informações e utilizando os conectivos lógi- bíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro
cos usuais, julgue o item subsecutivo. do meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1
A última coluna da tabela-verdade referente à proposição lógi- • Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO
ca P v (Q↔R) quando representada na posição horizontal é igual a valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será conside-
rada uma frase, proposição ou sentença lógica.
Proposições simples e compostas
• Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém
( ) Certo nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
( ) Errado proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas
p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.
Resolução: Exemplos
r: Thiago é careca.
P v (Q↔R), montando a tabela verdade temos: s: Pedro é professor.
[ (Q • Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógi-
R Q P v R) ] cas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
P
simples. As proposições compostas são designadas pelas letras lati-
V V V V V V V V nas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.
V V F F V V V V Exemplo
V F V V V F F V P: Thiago é careca e Pedro é professor.
ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas
V F F F F F F V
por duas proposições simples.
F V V V V V F F Exemplos:
F V F F F V F F 1. (CESPE/UNB) Na lista de frases apresentadas a seguir:
F F V V V F V F – “A frase dentro destas aspas é uma mentira.”
– A expressão x + y é positiva.
F F F F V F V F – O valor de √4 + 3 = 7.
Resposta: Certo – Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira.
– O que é isto?
Há exatamente:
(A) uma proposição;
Editora
149
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
(B) duas proposições;
(C) três proposições;
(D) quatro proposições;
(E) todas são proposições.
Resolução:
Analisemos cada alternativa:
(A) “A frase dentro destas aspas é uma mentira”, não podemos atribuir valores lógicos a ela, logo não é uma sentença lógica.
(B) A expressão x + y é positiva, não temos como atribuir valores lógicos, logo não é sentença lógica.
(C) O valor de √4 + 3 = 7; é uma sentença lógica pois podemos atribuir valores lógicos, independente do resultado que tenhamos
(D) Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira, também podemos atribuir valores lógicos (não estamos considerando a quantidade
certa de gols, apenas se podemos atribuir um valor de V ou F a sentença).
(E) O que é isto? - como vemos não podemos atribuir valores lógicos por se tratar de uma frase interrogativa.
Resposta: B.
Conectivos (conectores lógicos)
Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos. São eles:
Negação ~ Não p
Conjunção ^ peq
Disjunção Inclu-
v p ou q
siva
Disjunção Exclu-
v Ou p ou q
siva
Condicional → Se p então q
Bicondicional ↔ p se e somente se q
Editora
150
150
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Exemplo: Exemplos:
2. (PC/SP - Delegado de Polícia - VUNESP) Os conectivos ou 4. (DPU – ANALISTA – CESPE) Um estudante de direito, com o
operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbo- objetivo de sistematizar o seu estudo, criou sua própria legenda, na
los (da linguagem formal) utilizados para conectar proposições de qual identificava, por letras, algumas afirmações relevantes quanto
acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa à disciplina estudada e as vinculava por meio de sentenças (proposi-
que apresenta exemplos de conjunção, negação e implicação, res- ções). No seu vocabulário particular constava, por exemplo:
pectivamente. P: Cometeu o crime A.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q Q: Cometeu o crime B.
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclusão no
(C) p -> q, p v q, ¬ p regime fechado.
(D) p v p, p -> q, ¬ q S: Poderá optar pelo pagamento de fiança.
(E) p v q, ¬ q, p v q Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não recordar
Resolução: qual era o crime B, lembrou que ele era inafiançável.
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item
conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre- que se segue.
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposi- A sentença (P→Q)↔((~Q)→(~P)) será sempre verdadeira, in-
ção simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma dependentemente das valorações de P e Q como verdadeiras ou
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representa- falsas.
da pelo símbolo (→). ( ) Certo
Resposta: B. ( ) Errado
Resolução:
Tabela Verdade
Considerando P e Q como V.
Quando trabalhamos com as proposições compostas, determi-
(V→V) ↔ ((F)→(F))
namos o seu valor lógico partindo das proposições simples que a
(V) ↔ (V) = V
compõe. O valor lógico de qualquer proposição composta depen-
Considerando P e Q como F
de UNICAMENTE dos valores lógicos das proposições simples com-
(F→F) ↔ ((V)→(V))
ponentes, ficando por eles UNIVOCAMENTE determinados.
(V) ↔ (V) = V
• Número de linhas de uma Tabela Verdade: depende do nú-
Então concluímos que a afirmação é verdadeira.
mero de proposições simples que a integram, sendo dado pelo se-
Resposta: Certo.
guinte teorema:
Equivalência
“A tabela verdade de uma proposição composta com n* pro-
posições simples componentes contém 2n linhas.” Duas ou mais proposições compostas são equivalentes, quan-
do mesmo possuindo estruturas lógicas diferentes, apresentam a
Exemplo:
mesma solução em suas respectivas tabelas verdade.
3. (CESPE/UNB) Se “A”, “B”, “C” e “D” forem proposições sim- Se as proposições P(p,q,r,...) e Q(p,q,r,...) são ambas TAUTOLO-
ples e distintas, então o número de linhas da tabela-verdade da pro- GIAS, ou então, são CONTRADIÇÕES, então são EQUIVALENTES.
posição (A → B) ↔ (C → D) será igual a:
(A) 2;
(B) 4;
(C) 8;
(D) 16;
(E) 32.
Resolução:
Veja que podemos aplicar a mesma linha do raciocínio acima,
então teremos:
Número de linhas = 2n = 24 = 16 linhas.
Resposta D.
Conceitos de Tautologia , Contradição e Contigência Exemplo:
• Tautologia: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade 5. (VUNESP/TJSP) Uma negação lógica para a afirmação “João é
(última coluna), V (verdades). rico, ou Maria é pobre” é:
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma tautologia, (A) Se João é rico, então Maria é pobre.
então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma tautologia, quaisquer que (B) João não é rico, e Maria não é pobre.
sejam as proposições P0, Q0, R0, ... (C) João é rico, e Maria não é pobre.
• Contradição: possui todos os valores lógicos, da tabela ver- (D) Se João não é rico, então Maria não é pobre.
dade (última coluna), F (falsidades). A contradição é a negação da (E) João não é rico, ou Maria não é pobre.
Tautologia e vice versa. Resolução:
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma contradição, Nesta questão, a proposição a ser negada trata-se da disjunção
então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma contradição, quaisquer que de duas proposições lógicas simples. Para tal, trocamos o conectivo
sejam as proposições P0, Q0, R0, ... por “e” e negamos as proposições “João é rico” e “Maria é pobre”.
Vejam como fica:
• Contingência: possui valores lógicos V e F ,da tabela verdade
(última coluna). Em outros termos a contingência é uma proposição
composta que não é tautologia e nem contradição.
Editora
151
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Resposta: B.
Leis de Morgan
Com elas:
– Negamos que duas dadas proposições são ao mesmo tempo verdadeiras equivalendo a afirmar que pelo menos uma é falsa
– Negamos que uma pelo menos de duas proposições é verdadeira equivalendo a afirmar que ambas são falsas.
ATENÇÃO
As Leis de Morgan exprimem que NEGAÇÃO CONJUNÇÃO em DISJUNÇÃO
transforma: DISJUNÇÃO em CONJUNÇÃO
CONECTIVOS
Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos.
OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA EXEMPLOS
Negação ~ Não p A cadeira não é azul.
Conjunção ^ peq Fernando é médico e Nicolas é Engenheiro.
Disjunção Inclusi-
v p ou q Fernando é médico ou Nicolas é Engenheiro.
va
Disjunção Exclu-
v Ou p ou q Ou Fernando é médico ou João é Engenheiro.
siva
Condicional → Se p então q Se Fernando é médico então Nicolas é Engenheiro.
Bicondicional ↔ p se e somente se q Fernando é médico se e somente se Nicolas é Engenheiro.
Conectivo “não” (~)
Chamamos de negação de uma proposição representada por “não p” cujo valor lógico é verdade (V) quando p é falsa e falsidade (F)
quando p é verdadeira. Assim “não p” tem valor lógico oposto daquele de p. Pela tabela verdade temos:
ATENÇÃO: Sentenças interligadas pelo conectivo “e” possuirão o valor verdadeiro somente quando todas as sentenças, ou argumen-
tos lógicos, tiverem valores verdadeiros.
Conectivo “ou” (v)
Este inclusivo: Elisabete é bonita ou Elisabete é inteligente. (Nada impede que Elisabete seja bonita e inteligente).
Editora
152
152
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Observe que uma subjunção p→q somente será falsa quando
a primeira proposição, p, for verdadeira e a segunda, q, for falsa.
Conectivo “Se e somente se” (↔)
Se p e q são duas proposições, a proposição p↔q1 é chamada
bijunção ou bicondicional, que também pode ser lida como: “p é
condição necessária e suficiente para q” ou, ainda, “q é condição
necessária e suficiente para p”.
Considere, agora, a seguinte bijunção: “Irei à praia se e somen-
te se fizer sol”. Podem ocorrer as situações:
Conectivo “ou” (v) 1. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
2. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
Este exclusivo: Elisabete é paulista ou Elisabete é carioca. (Se
3. Não fez sol e fui à praia. (Eu menti)
Elisabete é paulista, não será carioca e vice-versa).
4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade). Sua tabela
verdade:
Editora
153
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Resolução: - Toda proposição implica uma Tautologia:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o
conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre-
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposi-
ção simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representa-
da pelo símbolo (→).
Resposta: B
- Somente uma contradição implica uma contradição:
CONTRADIÇÕES
Propriedades
• Reflexiva:
– P(p,q,r,...) ⇒ P(p,q,r,...)
Exemplo: – Uma proposição complexa implica ela mesma.
(PEC-FAZ) Conforme a teoria da lógica proposicional, a propo- • Transitiva:
sição ~P ∧ P é: – Se P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...) e
(A) uma tautologia. Q(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...), então
(B) equivalente à proposição ~p ∨ p. P(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...)
(C) uma contradição.
(D) uma contingência. – Se P ⇒ Q e Q ⇒ R, então P ⇒ R
(E) uma disjunção. Regras de Inferência
• Inferência é o ato ou processo de derivar conclusões lógicas
Resolução: de proposições conhecidas ou decididamente verdadeiras. Em ou-
tras palavras: é a obtenção de novas proposições a partir de propo-
Montando a tabela teremos que: sições verdadeiras já existentes.
Regras de Inferência obtidas da implicação lógica
P ~p ~p ^p
V F F
V F F
F V F
F V F
Como todos os valores são Falsidades (F) logo estamos diante • Silogismo Disjuntivo
de uma CONTRADIÇÃO.
Resposta: C
A proposição P(p,q,r,...) implica logicamente a proposição Q(p,-
q,r,...) quando Q é verdadeira todas as vezes que P é verdadeira.
Representamos a implicação com o símbolo “⇒”, simbolicamente
temos:
P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...).
ATENÇÃO: Os símbolos “→” e “⇒” são completamente distin- • Modus Ponens
tos. O primeiro (“→”) representa a condicional, que é um conec-
tivo. O segundo (“⇒”) representa a relação de implicação lógica
que pode ou não existir entre duas proposições.
Exemplo:
Observe:
Editora
154
154
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
• Modus Tollens - Algum A não é B.
Onde temos que A e B são os termos ou características dessas
proposições categóricas.
• Teorema
Observe que:
→ indica uma operação lógica entre as proposições. Ex.: das
proposições p e q, dá-se a nova proposição p → q.
⇒ indica uma relação. Ex.: estabelece que a condicional P →
Q é tautológica. Tais proposições afirmam que o conjunto “A” está contido no
conjunto “B”, ou seja, que todo e qualquer elemento de “A” é tam-
Inferências bém elemento de “B”. Observe que “Toda A é B” é diferente de
“Todo B é A”.
• Regra do Silogismo Hipotético
• Universal negativa (Tipo E) – “NENHUM A é B”
Tais proposições afirmam que não há elementos em comum
entre os conjuntos “A” e “B”. Observe que “nenhum A é B” é o mes-
mo que dizer “nenhum B é A”.
Podemos representar esta universal negativa pelo seguinte dia-
Princípio da inconsistência
grama (A ∩ B = ø):
– Como “p ^ ~p → q” é tautológica, subsiste a implicação lógica
p ^ ~p ⇒ q
– Assim, de uma contradição p ^ ~p se deduz qualquer propo-
sição q.
A proposição “(p ↔ q) ^ p” implica a proposição “q”, pois a
condicional “(p ↔ q) ^ p → q” é tautológica.
Lógica de primeira ordem
Existem alguns tipos de argumentos que apresentam proposi-
• Particular afirmativa (Tipo I) - “ALGUM A é B”
ções com quantificadores. Numa proposição categórica, é impor-
tante que o sujeito se relacionar com o predicado de forma coeren-
Podemos ter 4 diferentes situações para representar esta pro-
te e que a proposição faça sentido, não importando se é verdadeira
posição:
ou falsa.
Vejamos algumas formas:
- Todo A é B.
- Nenhum A é B.
- Algum A é B.
Editora
155
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Exemplos:
Essas proposições Algum A é B estabelecem que o conjunto “A”
tem pelo menos um elemento em comum com o conjunto “B”. Con- (DESENVOLVE/SP - CONTADOR - VUNESP) Alguns gatos não
tudo, quando dizemos que Algum A é B, presumimos que nem todo são pardos, e aqueles que não são pardos miam alto.
A é B. Observe “Algum A é B” é o mesmo que “Algum B é A”. Uma afirmação que corresponde a uma negação lógica da afir-
mação anterior é:
• Particular negativa (Tipo O) - “ALGUM A não é B” (A) Os gatos pardos miam alto ou todos os gatos não são par-
dos.
Se a proposição Algum A não é B é verdadeira, temos as três (B) Nenhum gato mia alto e todos os gatos são pardos.
representações possíveis: (C) Todos os gatos são pardos ou os gatos que não são pardos
não miam alto.
(D) Todos os gatos que miam alto são pardos.
(E) Qualquer animal que mia alto é gato e quase sempre ele é
pardo.
Resolução:
Resolução:
Se a afirmação é falsa a negação será verdadeira. Logo, a nega-
ção de um quantificador universal categórico afirmativo se faz atra-
vés de um quantificador existencial negativo. Logo teremos: Pelo
menos um professor não é psicólogo.
Resposta: E
Editora
156
156
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
• Equivalência entre as proposições Vejamos a tabela abaixo as proposições categóricas:
Preposi-
Basta usar o triângulo a seguir e economizar um bom tempo na Tipo Diagramas
ção
resolução de questões.
TODO
A
AéB
Se um elemento pertence ao
conjunto A, então pertence tam-
bém a B.
Exemplo:
Resolução:
Do enunciado temos um quantificador universal (Todo) e pede-
-se a sua negação.
O quantificador universal todos pode ser negado, seguindo o
esquema abaixo, pelo quantificador algum, pelo menos um, existe
ao menos um, etc. Não se nega um quantificador universal com To-
dos e Nenhum, que também são universais. Existe pelo menos um elemen-
to comum aos conjuntos A e B.
Podemos ainda representar
das seguintes formas:
ALGUM
I
AéB
Diagramas lógicos
Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários proble-
mas. É uma ferramenta para resolvermos problemas que envolvam
argumentos dedutivos, as quais as premissas deste argumento po-
dem ser formadas por proposições categóricas.
Resolução:
Vamos chamar de: (B) existe teatro que não é casa de cultura. – Errado, pelo mes-
Cinema = C mo princípio acima.
Casa de Cultura = CC (C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro. – Errado,
Teatro = T a primeira proposição já nos afirma o contrário. O diagrama nos
Analisando as proposições temos: afirma isso
- Todo cinema é uma casa de cultura
Editora
158
158
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Para se comprovar a validade de um argumento é utilizando
diagramas de conjuntos (diagramas de Venn). Trata-se de um mé-
todo muito útil e que será usado com frequência em questões que
pedem a verificação da validade de um argumento. Vejamos como
funciona, usando o exemplo acima. Quando se afirma, na premissa
P1, que “todos os homens são pássaros”, poderemos representar
essa frase da seguinte maneira:
Resposta: E
LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO
Exemplo:
P1: Todos os cientistas são loucos.
P2: Martiniano é louco.
Q: Martiniano é um cientista.
O exemplo dado pode ser chamado de Silogismo (argumento
formado por duas premissas e a conclusão).
A respeito dos argumentos lógicos, estamos interessados em
verificar se eles são válidos ou inválidos! Então, passemos a enten-
der o que significa um argumento válido e um argumento inválido. Será sempre assim a representação gráfica de uma sentença
Argumentos Válidos “Nenhum A é B”: dois conjuntos separados, sem nenhum ponto em
comum.
Dizemos que um argumento é válido (ou ainda legítimo ou bem
Tomemos agora as representações gráficas das duas premissas
construído), quando a sua conclusão é uma consequência obrigató-
vistas acima e as analisemos em conjunto. Teremos:
ria do seu conjunto de premissas.
Exemplo:
O silogismo...
P1: Todos os homens são pássaros.
P2: Nenhum pássaro é animal.
Q: Portanto, nenhum homem é animal.
... está perfeitamente bem construído, sendo, portanto, um
argumento válido, muito embora a veracidade das premissas e da
conclusão sejam totalmente questionáveis.
ATENÇÃO: O que vale é a CONSTRUÇÃO, E NÃO O SEU CON- Comparando a conclusão do nosso argumento, temos:
TEÚDO! Se a construção está perfeita, então o argumento é válido, NENHUM homem é animal – com o desenho das premissas
independentemente do conteúdo das premissas ou da conclusão! será que podemos dizer que esta conclusão é uma consequência
• Como saber se um determinado argumento é mesmo váli- necessária das premissas? Claro que sim! Observemos que o con-
do? junto dos homens está totalmente separado (total dissociação!) do
conjunto dos animais. Resultado: este é um argumento válido!
Argumentos Inválidos
Editora
159
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Dizemos que um argumento é inválido – também denominado ilegítimo, mal construído, falacioso ou sofisma – quando a verdade das
premissas não é suficiente para garantir a verdade da conclusão.
Exemplo:
P1: Todas as crianças gostam de chocolate.
P2: Patrícia não é criança.
Q: Portanto, Patrícia não gosta de chocolate.
Este é um argumento inválido, falacioso, mal construído, pois as premissas não garantem (não obrigam) a verdade da conclusão.
Patrícia pode gostar de chocolate mesmo que não seja criança, pois a primeira premissa não afirmou que somente as crianças gostam de
chocolate.
Utilizando os diagramas de conjuntos para provar a validade do argumento anterior, provaremos, utilizando-nos do mesmo artifício,
que o argumento em análise é inválido. Comecemos pela primeira premissa: “Todas as crianças gostam de chocolate”.
Analisemos agora o que diz a segunda premissa: “Patrícia não é criança”. O que temos que fazer aqui é pegar o diagrama acima (da
primeira premissa) e nele indicar onde poderá estar localizada a Patrícia, obedecendo ao que consta nesta segunda premissa. Vemos
facilmente que a Patrícia só não poderá estar dentro do círculo das crianças. É a única restrição que faz a segunda premissa! Isto posto,
concluímos que Patrícia poderá estar em dois lugares distintos do diagrama:
1º) Fora do conjunto maior;
2º) Dentro do conjunto maior. Vejamos:
Finalmente, passemos à análise da conclusão: “Patrícia não gosta de chocolate”. Ora, o que nos resta para sabermos se este argumen-
to é válido ou não, é justamente confirmar se esse resultado (se esta conclusão) é necessariamente verdadeiro!
- É necessariamente verdadeiro que Patrícia não gosta de chocolate? Olhando para o desenho acima, respondemos que não! Pode
ser que ela não goste de chocolate (caso esteja fora do círculo), mas também pode ser que goste (caso esteja dentro do círculo)! Enfim, o
argumento é inválido, pois as premissas não garantiram a veracidade da conclusão!
Métodos para validação de um argumento
Aprenderemos a seguir alguns diferentes métodos que nos possibilitarão afirmar se um argumento é válido ou não!
1º) Utilizando diagramas de conjuntos: esta forma é indicada quando nas premissas do argumento aparecem as palavras TODO, AL-
GUM E NENHUM, ou os seus sinônimos: cada, existe um etc.
2º) Utilizando tabela-verdade: esta forma é mais indicada quando não for possível resolver pelo primeiro método, o que ocorre quan-
do nas premissas não aparecem as palavras todo, algum e nenhum, mas sim, os conectivos “ou” , “e”, “” e “↔”. Baseia-se na construção
da tabela-verdade, destacando-se uma coluna para cada premissa e outra para a conclusão. Este método tem a desvantagem de ser mais
trabalhoso, principalmente quando envolve várias proposições simples.
3º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos e considerando as premissas verdadeiras.
Por este método, fácil e rapidamente demonstraremos a validade de um argumento. Porém, só devemos utilizá-lo na impossibilidade
do primeiro método.
Editora
160
160
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Iniciaremos aqui considerando as premissas como verdades. Daí, por meio das operações lógicas com os conectivos, descobriremos o
valor lógico da conclusão, que deverá resultar também em verdade, para que o argumento seja considerado válido.
4º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos, considerando premissas verdadeiras e conclusão falsa.
É indicado este caminho quando notarmos que a aplicação do terceiro método não possibilitará a descoberta do valor lógico da con-
clusão de maneira direta, mas somente por meio de análises mais complicadas.
Em síntese:
Exemplo:
Editora
162
162
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
b) Paulo é advogado.
c) Patrícia não é casada com Paulo.
d) Carlos não é médico.
Vamos montar o passo a passo para que você possa compreender como chegar a conclusão da questão.
1º passo – vamos montar uma tabela para facilitar a visualização da resolução, a mesma deve conter as informações prestadas no
enunciado, nas quais podem ser divididas em três grupos: homens, esposas e profissões.
Medicina Engenha- Advoca- Lúcia Patrícia Maria
ria cia
Carlos
Luís
Paulo
Lúcia
Patrícia
Maria
– Paulo é advogado: Vamos preencher as duas tabelas (tabela gabarito e tabela principal) agora.
– Patrícia não é casada com Paulo: Vamos preencher com “N” na tabela principal
– Carlos não é médico: preenchemos com um “N” na tabela principal a célula comum a Carlos e “médico”.
Medicina Engenha- Advoca- Lúcia Patrícia Maria
ria cia
Carlos N N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N
Editora
163
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Notamos aqui que Luís então é o médico, pois foi a célula que ficou em branco. Podemos também completar a tabela gabarito.
Novamente observamos uma célula vazia no cruzamento de Carlos com Engenharia. Marcamos um “S” nesta célula. E preenchemos
sua tabela gabarito.
Verificamos, na tabela acima, que Patrícia tem de ser casada com o engenheiro, e Lúcia tem de ser casada com o advogado.
Editora
164
164
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Preenchendo a tabela-gabarito, vemos que o problema está re- − Luiz não viajou para Fortaleza.
solvido:
Forta- Goiâ- Curi- Salva-
HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS leza nia tiba dor
Carlos Engenheiro Patrícia Luiz N N N
Luís Médico Maria A r -
N N
Paulo Advogado Lúcia naldo
M a -
Exemplo: N N S N
riana
(TRT-9ª REGIÃO/PR – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRA-
Paulo N N
TIVA – FCC) Luiz, Arnaldo, Mariana e Paulo viajaram em janeiro, todos
para diferentes cidades, que foram Fortaleza, Goiânia, Curitiba e Sal- Agora, completando o restante:
vador. Com relação às cidades para onde eles viajaram, sabe-se que: Paulo viajou para Salvador, pois a nenhum dos três viajou. En-
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador; tão, Arnaldo viajou para Fortaleza e Luiz para Goiânia
− Mariana viajou para Curitiba;
− Paulo não viajou para Goiânia; Forta- Goiâ- Curi- Salva-
− Luiz não viajou para Fortaleza. leza nia tiba dor
É correto concluir que, em janeiro, Luiz N S N N
(A) Paulo viajou para Fortaleza.
A r -
(B) Luiz viajou para Goiânia. S N N N
naldo
(C) Arnaldo viajou para Goiânia.
(D) Mariana viajou para Salvador. M a -
N N S N
(E) Luiz viajou para Curitiba. riana
Paulo N N N S
Resolução: Resposta: B
Vamos preencher a tabela:
Quantificador
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador;
É um termo utilizado para quantificar uma expressão. Os quan-
tificadores são utilizados para transformar uma sentença aberta ou
Forta- Goiâ- Curi- Salva- proposição aberta em uma proposição lógica.
leza nia tiba dor
QUANTIFICADOR + SENTENÇA ABERTA = SENTENÇA FECHADA
Luiz N
A r - Tipos de quantificadores
N
naldo
M a - • Quantificador universal (∀)
riana O símbolo ∀ pode ser lido das seguintes formas:
Paulo
Editora
165
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
A forma simbólica da expressão “Todo A é B” é a expressão (∀
(x) (A (x) → B). Resolução:
Observe que a palavra todo representa uma relação de inclusão
A frase “Todo cavalo é um animal” possui as seguintes conclu-
de conjuntos, por isso está associada ao operador da condicional.
sões:
Aplicando temos: – Algum animal é cavalo ou Algum cavalo é um animal.
x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Agora, se escrevermos da for- – Se é cavalo, então é um animal.
ma ∀ (x) ∈ N / x + 2 = 5 ( lê-se: para todo pertencente a N temos x Nesse caso, nossa resposta é toda cabeça de cavalo é cabeça
+ 2 = 5), atribuindo qualquer valor a x a sentença será verdadeira? de animal, pois mantém a relação de “está contido” (segunda forma
A resposta é NÃO, pois depois de colocarmos o quantificador, de conclusão).
a frase passa a possuir sujeito e predicado definidos e podemos jul- Resposta: B
gar, logo, é uma proposição lógica.
(CESPE) Se R é o conjunto dos números reais, então a proposi-
• Quantificador existencial (∃) ção (∀ x) (x ∈ R) (∃ y) (y ∈ R) (x + y = x) é valorada como V.
Resolução:
O símbolo ∃ pode ser lido das seguintes formas:
Lemos: para todo x pertencente ao conjunto dos números reais
(R) existe um y pertencente ao conjunto dos números dos reais (R)
tal que x + y = x.
– 1º passo: observar os quantificadores.
X está relacionado com o quantificador universal, logo, todos
os valores de x devem satisfazer a propriedade.
Y está relacionado com o quantificador existencial, logo, é ne-
Exemplo: cessário pelo menos um valor de x para satisfazer a propriedade.
– 2º passo: observar os conjuntos dos números dos elementos
“Algum matemático é filósofo.” O diagrama lógico dessa frase x e y.
é: O elemento x pertence ao conjunto dos números reais.
O elemento y pertence ao conjunto os números reais.
– 3º passo: resolver a propriedade (x+ y = x).
A pergunta: existe algum valor real para y tal que x + y = x?
Existe sim! y = 0.
X + 0 = X.
Como existe pelo menos um valor para y e qualquer valor de
x somado a 0 será igual a x, podemos concluir que o item está cor-
O quantificador existencial tem a função de elemento comum. reto.
A palavra algum, do ponto de vista lógico, representa termos co- Resposta: CERTO
muns, por isso “Algum A é B” possui a seguinte forma simbólica: (∃
(x)) (A (x) ∧ B).
Aplicando temos: MÉTRICA: ÁREAS E VOLUMES; ESTIMATIVAS; APLICAÇÕES
x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Escrevendo da forma (∃ x) ∈
N / x + 2 = 5 (lê-se: existe pelo menos um x pertencente a N tal que x
+ 2 = 5), atribuindo um valor que, colocado no lugar de x, a sentença
Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado
será verdadeira?
em tópicos anteriores.
A resposta é SIM, pois depois de colocarmos o quantificador,
a frase passou a possuir sujeito e predicado definidos e podemos
julgar, logo, é uma proposição lógica. MODELAGEM DE SITUAÇÕES-PROBLEMA POR MEIO DE
ATENÇÃO: EQUAÇÕES DO 1º E 2º GRAUS
– A palavra todo não permite inversão dos termos: “Todo A é B”
é diferente de “Todo B é A”.
– A palavra algum permite a inversão dos termos: “Algum A é Equação 1º grau
B” é a mesma coisa que “Algum B é A”. Equação é toda sentença matemática aberta representada por
Forma simbólica dos quantificadores uma igualdade, em que exista uma ou mais letras que representam
Todo A é B = (∀ (x) (A (x) → B). números desconhecidos.
Algum A é B = (∃ (x)) (A (x) ∧ B). Equação do 1º grau, na incógnita x, é toda equação redutível
Nenhum A é B = (~ ∃ (x)) (A (x) ∧ B). à forma ax+b=0, em que a e b são números reais, chamados coefi-
Algum A não é B= (∃ (x)) (A (x) ∧ ~ B). cientes, com a≠0.
A balança deixa os dois lados iguais para equilibrar, a equação Equação 2º grau
também. A equação do segundo grau é representada pela fórmula geral:
No exemplo temos:
3x+300 ax2+bx+c=0
Outro lado: x+1000+500
E o equilíbrio? Onde a, b e c são números reais, a≠0.
3x+300=x+1500
Discussão das Raízes
Quando passamos de um lado para o outro invertemos o sinal
3x-x=1500-300
2x=1200
X=600
Exemplo
(PREF. DE NITERÓI/RJ – Fiscal de Posturas – FGV/2015) A idade
de Pedro hoje, em anos, é igual ao dobro da soma das idades de
seus dois filhos, Paulo e Pierre. Pierre é três anos mais velho do que Se for negativo, não há solução no conjunto dos números reais.
Paulo. Daqui a dez anos, a idade de Pierre será a metade da idade
que Pedro tem hoje. Se for positivo, a equação tem duas soluções:
A soma das idades que Pedro, Paulo e Pierre têm hoje é:
(A) 72;
(B) 69;
(C) 66;
(D) 63; Exemplo
(E) 60.
Resolução
A ideia de resolver as equações é literalmente colocar na lin-
guagem matemática o que está no texto.
“Pierre é três anos mais velho do que Paulo”
Pi=Pa+3
“Daqui a dez anos, a idade de Pierre será a metade da idade , portanto não há solução real.
que Pedro tem hoje.”
Lembrando que:
Pi=Pa+3
Substituindo em Pe
Pe=2(Pa+3)+2Pa
Pe=2Pa+6+2Pa
Pe=4Pa+6
Pa+3+10=2Pa+3
Editora
167
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Se ∆ < 0 não há solução, pois não existe raiz quadrada real de
um número negativo.
Resolução
A+J=44
A²+J²=1000
A=44-J
(44-J)²+J²=1000
1936-88J+J²+J²=1000
2J²-88J+936=0
Dividindo por2:
J²-44J+468=0 Inequação -Quociente
∆=(-44)²-4.1.468
∆=1936-1872=64
Editora
168
168
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Na inequação- quociente, tem-se uma desigualdade de funções
fracionárias, ou ainda, de duas funções na qual uma está dividindo
a outra. Diante disso, deveremos nos atentar ao domínio da função
que se encontra no denominador, pois não existe divisão por zero.
Com isso, a função que estiver no denominador da inequação deve-
rá ser diferente de zero.
O método de resolução se assemelha muito à resolução de Portanto:
uma inequação - produto, de modo que devemos analisar o sinal S = { x ϵ R | x ≤ - 1} ou S = ] - ∞ ; -1]
das funções e realizar a intersecção do sinal dessas funções.
Inequação 2º grau
Exemplo Chama-se inequação do 2º grau, toda inequação que pode ser
Resolva a inequação a seguir: escrita numa das seguintes formas:
ax²+bx+c>0
ax²+bx+c≥0
ax²+bx+c<0
x-2≠0 ax²+bx+c<0
x≠2 ax²+bx+c≤0
ax²+bx+c≠0
Exemplo
Vamos resolver a inequação3x² + 10x + 7 < 0.
Resolvendo Inequações
Resolver uma inequação significa determinar os valores reais
de x que satisfazem a inequação dada.
Assim, no exemplo, devemos obter os valores reais de x que
tornem a expressão 3x² + 10x +7negativa.
S2 = { x ϵ R | x ≤ - 1}
Método da Adição
No método da adição buscamos juntar as duas equações em
uma única equação, eliminando uma das incógnitas.
Para isso, é necessário que os coeficientes de uma das
incógnitas sejam opostos, isto é, devem ter o mesmo valor e sinais
contrários.
Exemplo: Para exemplificar o método da adição, vamos resolver
o mesmo sistema anterior:
Para encontrar o valor do y, basta substituir esse valor em uma Escalonar um sistema linear é modificar suas equações e
das duas equações. Vamos substituir na mais simples: termos de modo a obter um novo sistema, escalonado, em que
ambos são equivalentes, pois possuem as mesmas soluções.
Repare que os sistemas escalonados estão na forma de escada, Resolução de Sistemas Lineares Escalonados
diminuindo a quantidade de termos a cada linha. Resolver um sistema de equações é determinar seu conjunto
solução, os valores numéricos que ao substituí-los pelas incógnitas,
Como Escalonar um Sistema Linear tornam verdadeiras as igualdades.
Para escalonar um sistema linear podemos utilizar as seguintes Para resolver sistemas lineares escalonados consideramos dois
operações: casos e realizamos as seguintes estratégias:
- Troca da ordem das equações.
- Número de equações igual o número de incógnitas.
Multiplicando todos os termos por 3: O procedimento continua até a primeira equação, determinando
todas as incógnitas.
Substituindo y e z na primeira equação:
Somamos a equação obtida termo a termo com a equação da 1. Identificamos a variável livre
segunda linha e substituímos na segunda linha o resultado. Variável livre é aquela que não inicia equações, no exemplo, é
a variável z.
2. Transpomos a variável livre para o outro lado da igualdade,
no segundo membro da equação.
Editora
172
172
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
4. Substituímos y na primeira equação pelo segundo membro Acompanhando o diagrama, podemos diretamente contar
da segunda equação e resolvemos para x. quantos tipos diferentes de lanches podemos escolher. Assim,
identificamos que existem 24 combinações possíveis.
Podemos ainda resolver o problema usando o princípio
multiplicativo. Para saber quais as diferentes possibilidades de
lanches, basta multiplicar o número de opções de sanduíches,
bebidas e sobremesa.
Total de possibilidades: 3.2.4 = 24.
5. O conjunto solução é: . Portanto, temos 24 tipos diferentes de lanches para escolher
Como k pode assumir qualquer valor real, o sistema é possível na promoção.
e indeterminado. — Tipos de Combinatória
O princípio fundamental da contagem pode ser usado
em grande parte dos problemas relacionados com contagem.
Entretanto, em algumas situações seu uso torna a resolução muito
NOÇÕES BÁSICAS DE CONTAGEM trabalhosa.
Desta maneira, usamos algumas técnicas para resolver
problemas com determinadas características. Basicamente há três
A análise combinatória ou combinatória é a parte da tipos de agrupamentos: arranjos, combinações e permutações.
Matemática que estuda métodos e técnicas que permitem resolver Antes de conhecermos melhor esses procedimentos de cálculo,
problemas relacionados com contagem7. precisamos definir uma ferramenta muito utilizada em problemas
Muito utilizada nos estudos sobre probabilidade, ela faz análise de contagem, que é o fatorial.
das possibilidades e das combinações possíveis entre um conjunto O fatorial de um número natural é definido como o produto
de elementos. deste número por todos os seus antecessores. Utilizamos o símbolo
— Princípio Fundamental da Contagem ! para indicar o fatorial de um número.
Define-se ainda que o fatorial de zero é igual a 1.
O princípio fundamental da contagem, também chamado de Exemplo:
princípio multiplicativo, postula que: 0! = 1.
“quando um evento é composto por n etapas sucessivas e 1! = 1.
independentes, de tal modo que as possibilidades da primeira etapa 3! = 3.2.1 = 6.
é x e as possibilidades da segunda etapa é y, resulta no número total 7! = 7.6.5.4.3.2.1 = 5.040.
de possibilidades de o evento ocorrer, dado pelo produto (x) . (y)”. 10! = 10.9.8.7.6.5.4.3.2.1 = 3.628.800.
Em resumo, no princípio fundamental da contagem, multiplica- Note que o valor do fatorial cresce rapidamente, conforme
se o número de opções entre as escolhas que lhe são apresentadas. cresce o número. Então, frequentemente usamos simplificações
Exemplo: Uma lanchonete vende uma promoção de lanche para efetuar os cálculos de análise combinatória.
a um preço único. No lanche, estão incluídos um sanduíche, uma — Arranjos
bebida e uma sobremesa. São oferecidas três opções de sanduíches:
hambúrguer especial, sanduíche vegetariano e cachorro-quente Nos arranjos, os agrupamentos dos elementos dependem da
completo. Como opção de bebida pode-se escolher 2 tipos: suco ordem e da natureza dos mesmos.
de maçã ou guaraná. Para a sobremesa, existem quatro opções: Para obter o arranjo simples de n elementos tomados, p a p (p
cupcake de cereja, cupcake de chocolate, cupcake de morango e ≤ n), utiliza-se a seguinte expressão:
cupcake de baunilha. Considerando todas as opções oferecidas, de
quantas maneiras um cliente pode escolher o seu lanche?
Solução: Podemos começar a resolução do problema Exemplo: Como exemplo de arranjo, podemos pensar na
apresentado, construindo uma árvore de possibilidades, conforme votação para escolher um representante e um vice-representante
ilustrado abaixo: de uma turma, com 20 alunos. Sendo que o mais votado será o
representante e o segundo mais votado o vice-representante.
Dessa forma, de quantas maneiras distintas a escolha poderá
ser feita? Observe que nesse caso, a ordem é importante, visto que
altera o resultado.
7 https://www.todamateria.com.br/analise-combinatoria/
Editora
173
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Logo, o arranjo pode ser feito de 380 maneiras diferentes. Desta forma, o cálculo da probabilidade associa a ocorrência de
— Permutações um resultado a um valor que varia de 0 a 1 e, quanto mais próximo
As permutações são agrupamentos ordenados, onde o número de 1 estiver o resultado, maior é a certeza da sua ocorrência.
de elementos (n) do agrupamento é igual ao número de elementos Por exemplo, podemos calcular a probabilidade de uma pessoa
disponíveis. comprar um bilhete da loteria premiado ou conhecer as chances de
Note que a permutação é um caso especial de arranjo, quando um casal ter 5 filhos, todos meninos.
o número de elementos é igual ao número de agrupamentos. — Experimento Aleatório
Desta maneira, o denominador na fórmula do arranjo é igual a 1 Um experimento aleatório é aquele que não é possível
na permutação. conhecer qual resultado será encontrado antes de realizá-lo.
Assim a permutação é expressa pela fórmula: Os acontecimentos deste tipo quando repetidos nas mesmas
condições, podem dar resultados diferentes e essa inconstância é
atribuída ao acaso.
Exemplo: Para exemplificar, vamos pensar de quantas maneiras Um exemplo de experimento aleatório é jogar um dado não
diferentes 6 pessoas podem se sentar em um banco com 6 lugares. viciado (dado que apresenta uma distribuição homogênea de
Como a ordem em que irão se sentar é importante e o número massa) para o alto. Ao cair, não é possível prever com total certeza
de lugares é igual ao número de pessoas, iremos usar a permutação: qual das 6 faces estará voltada para cima.
— Fórmula da Probabilidade
Em um fenômeno aleatório, as possibilidades de ocorrência de
Logo, existem 720 maneiras diferentes para as 6 pessoas se um evento são igualmente prováveis.
sentarem neste banco. Sendo assim, podemos encontrar a probabilidade de ocorrer
— Combinações um determinado resultado através da divisão entre o número de
eventos favoráveis e o número total de resultados possíveis:
As combinações são subconjuntos em que a ordem dos
elementos não é importante, entretanto, são caracterizadas pela
natureza dos mesmos.
Assim, para calcular uma combinação simples de n elementos
tomados p a p (p ≤ n), utiliza-se a seguinte expressão: Sendo:
P(A): probabilidade da ocorrência de um evento A.
n(A): número de casos favoráveis ou, que nos interessam
(evento A).
Exemplo: A fim de exemplificar, podemos pensar na escolha de n(Ω): número total de casos possíveis.
3 membros para formar uma comissão organizadora de um evento, O resultado calculado também é conhecido como probabilidade
dentre as 10 pessoas que se candidataram. teórica.
De quantas maneiras distintas essa comissão poderá ser Para expressar a probabilidade na forma de porcentagem,
formada? basta multiplicar o resultado por 100.
Note que, ao contrário dos arranjos, nas combinações a ordem Exemplo: Se lançarmos um dado perfeito, qual a probabilidade
dos elementos não é relevante. Isso quer dizer que escolher Maria, de sair um número menor que 3?
João e José é equivalente a escolher João, José e Maria. Solução: Sendo o dado perfeito, todas as 6 faces têm a mesma
chance de caírem voltadas para cima. Vamos então, aplicar a
fórmula da probabilidade.
Para isso, devemos considerar que temos 6 casos possíveis (1,
2, 3, 4, 5, 6) e que o evento “sair um número menor que 3” tem 2
Observe que para simplificar os cálculos, transformamos possibilidades, ou seja, sair o número 1 ou 2. Assim, temos:
o fatorial de 10 em produto, mas conservamos o fatorial de 7,
pois, desta forma, foi possível simplificar com o fatorial de 7 do
denominador.
Assim, existem 120 maneiras distintas formar a comissão.
PROBABILIDADE
8 https://www.todamateria.com.br/probabilidade/
Editora
174
174
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Exemplo: Seja o experimento aleatório lançar uma moeda e A probabilidade do evento A dado o evento B é definida por:
verificar a face voltada para cima, temos os pontos amostrais cara e
coroa. Cada resultado é um ponto amostral.
— Espaço Amostral
Representado pela letra Ω(ômega), o espaço amostral
Onde o evento B não pode ser vazio.
corresponde ao conjunto de todos os pontos amostrais, ou,
Exemplo de caso de probabilidade condicional: Em um encontro
resultados possíveis obtidos a partir de um experimento aleatório.
de colaboradores de uma empresa que atua na França e no Brasil,
Por exemplo, ao retirar ao acaso uma carta de um baralho,
um sorteio será realizado e um dos colaboradores receberá um
o espaço amostral corresponde às 52 cartas que compõem este
prêmio. Há apenas colaboradores franceses e brasileiros, homens
baralho.
e mulheres.
Da mesma forma, o espaço amostral ao lançar uma vez um
Como evento de probabilidade condicional, podemos associar
dado, são as seis faces que o compõem:
a probabilidade de sortear uma mulher (evento A) dado que seja
Ω = {1, 2, 3, 4, 5, 6}.
francesa (evento B).
A quantidade de elementos em um conjunto chama-se
Neste caso, queremos saber a probabilidade de ocorrer A (ser
cardinalidade, expressa pela letra n seguida do símbolo do conjunto
mulher), apenas se for francesa (evento B).
entre parênteses.
Assim, a cardinalidade do espaço amostral do experimento
lançar um dado é n(Ω) = 6.
— Espaço Amostral Equiprovável ESTATÍSTICA
Equiprovável significa mesma probabilidade. Em um espaço
amostral equiprovável, cada ponto amostral possui a mesma
probabilidade de ocorrência. Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado
Exemplo: Em uma urna com 4 esferas de cores: amarela, azul, em tópicos anteriores.
preta e branca, ao sortear uma ao acaso, quais as probabilidades de
ocorrência de cada uma ser sorteada?
Sendo experimento honesto, todas as cores possuem a mesma NOÇÕES DE FUNÇÃO: ANÁLISE GRÁFICA; FUNÇÕES AFIM,
chance de serem sorteadas. QUADRÁTICA, EXPONENCIAL E LOGARÍTMICA; APLICA-
— Tipos de Eventos ÇÕES
Evento é qualquer subconjunto do espaço amostral de um
experimento aleatório.
Evento certo Na Matemática, função corresponde a uma associação dos
O conjunto do evento é igual ao espaço amostral. elementos de dois conjuntos, ou seja, a função indica como os
Exemplo: Em uma delegação feminina de atletas, uma ser elementos estão relacionados9.
sorteada ao acaso e ser mulher. Por exemplo, uma função de A em B significa associar cada
Evento Impossível elemento pertencente ao conjunto A a um único elemento que
compõe o conjunto B, sendo assim, um valor de A não pode estar
O conjunto do evento é vazio. ligado a dois valores de B.
Exemplo: Imagine que temos uma caixa com bolas numeradas
de 1 a 20 e que todas as bolas são vermelhas.
O evento “tirar uma bola vermelha” é um evento certo, pois
todas as bolas da caixa são desta cor. Já o evento “tirar um número
maior que 30”, é impossível, visto que o maior número na caixa é
20.
Evento Complementar
Os conjuntos de dois eventos formam todo o espaço amostral,
sendo um evento complementar ao outro.
Exemplo: No experimento lançar uma moeda, o espaço
amostral é Ω = {cara, coroa}.
Seja o evento A sair cara, A = {cara}, o evento B sair coroa é
Notação para função: f: A → B (lê-se: f de A em B).
complementar ao evento A, pois, B={coroa}. Juntos formam o
próprio espaço amostral.
— Representação das Funções
Evento Mutuamente Exclusivo
Em uma função f: A → B o conjunto A é chamado de domínio
Os conjuntos dos eventos não possuem elementos em comum. (D) e o conjunto B recebe o nome de contradomínio (CD).
A intersecção entre os dois conjuntos é vazia. Um elemento de B relacionado a um elemento de A recebe
Exemplo: Seja o experimento lançar um dado, os seguintes o nome de imagem pela função. Agrupando todas as imagens
eventos são mutuamente exclusivos de B temos um conjunto imagem, que é um subconjunto do
A: ocorrer um número menor que 5, A = {1, 2, 3, 4}. contradomínio.
B: ocorrer um número maior que 5, A = {6}.
— Probabilidade Condicional Exemplo: observe os conjuntos A = {1, 2, 3, 4} e B = {1, 2, 3, 4, 5,
A probabilidade condicional relaciona as probabilidades entre 6, 7, 8}, com a função que determina a relação entre os elementos
eventos de um espaço amostral equiprovável. Nestas circunstâncias, f: A → B é x → 2x. Sendo assim, f(x) = 2x e cada x do conjunto A é
a ocorrência do evento A, depende ou, está condicionada a transformado em 2x no conjunto B.
ocorrência do evento B.
9 https://www.todamateria.com.br/funcao/
Editora
175
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Exemplo:
Exemplo:
Função Afim
A função afim, também chamada de função do 1º grau, é uma
função f: ℝ→ℝ, definida como f(x) = ax + b, sendo a e b números
Para a função acima: reais10. As funções f(x) = x + 5, g(x) = 3√3x - 8 e h(x) = 1/2 x são
- O domínio é {-4, -2, 2, 3}; exemplos de funções afim.
- O contradomínio é {12, 4, 6}; Neste tipo de função, o número a é chamado de coeficiente de
- O conjunto imagem é {12, 4, 6}. x e representa a taxa de crescimento ou taxa de variação da função.
Já o número b é chamado de termo constante.
Função Injetora
Na função injetora todos os elementos de A possuem Gráfico de uma Função do 1º grau
correspondentes distintos em B e nenhum dos elementos de A O gráfico de uma função polinomial do 1º grau é uma reta
compartilham de uma mesma imagem em B. Entretanto, podem oblíqua aos eixos Ox e Oy. Desta forma, para construirmos seu
existir elementos em B que não estejam relacionados a nenhum gráfico basta encontrarmos pontos que satisfaçam a função.
elemento de A.
Exemplo: Construa o gráfico da função f (x) = 2x + 3.
Para construir o gráfico desta função, vamos atribuir valores
arbitrários para x, substituir na equação e calcular o valor
correspondente para a f (x).
Sendo assim, iremos calcular a função para os valores de
x iguais a: - 2, - 1, 0, 1 e 2. Substituindo esses valores na função,
temos:
10 https://www.todamateria.com.br/funcao-afim/
Editora
176
176
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
f (- 2) = 2. (- 2) + 3 = - 4 + 3 = - 1 f(x) = (0,1)x
f (- 1) = 2 . (- 1) + 3 = - 2 + 3 = 1
f (0) = 2 . 0 + 3 = 3 f(x) = (⅔)x
f (1) = 2 . 1 + 3 = 5
Nos exemplos acima 4, 0,1 e ⅔ são as bases, enquanto x é o
f (2) = 2 . 2 + 3 = 7 expoente.
FUNÇÃO EXPONENCIAL
Exemplos:
f(x) = 4x
11 https://www.todamateria.com.br/funcao-exponencial/
Editora
177
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Observando a tabela, notamos que quando aumentamos o
valor de x, a sua imagem também aumenta. Abaixo, representamos
o gráfico desta função.
— Função Logarítmica
A função logarítmica de base a é definida como f (x) = loga x,
Por sua vez, as funções cujas bases são valores maiores que com a real, positivo e a ≠ 112. A função inversa da função logarítmica
zero e menores que 1, são decrescentes. Por exemplo, f(x) = (1/2)x é é a função exponencial.
uma função decrescente. O logaritmo de um número é definido como o expoente ao qual
Calculamos a imagem de alguns valores de x e o resultado se deve elevar a base a para obter o número x, ou seja:
encontra-se na tabela abaixo.
Exemplos:
f (x) = log3 x
g (x) =
12 https://www.todamateria.com.br/funcao-logaritmica/
Editora
178
178
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Calculamos a imagem de alguns valores de x desta função e o
resultado encontra-se na tabela abaixo:
Por sua vez, as funções cujas bases são valores maiores que zero
e menores que 1 são decrescentes, ou seja, x1 < x2 ⇔ loga x1 > loga
x2. Por exemplo, é uma função decrescente, pois a
base é igual a .
Editora
179
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Ao passo que, quando b = 0 e a = 1 a função é chamada de
função identidade. O gráfico da função f (x) = x (função identidade)
é uma reta que passa pela origem (0,0).
Além disso, essa reta é bissetriz do 1º e 3º quadrantes, ou seja,
divide os quadrantes em dois ângulos iguais, conforme indicado na
imagem abaixo:
FUNÇÃO QUADRÁTICA
f(x) = ax² + bx + c
Exemplo:
Temos ainda que, quando o coeficiente linear é igual a zero
f(x) = 2x² + 3x + 5,
(b = 0), a função afim é chamada de função linear. Por exemplo as
funções f (x) = 2x e g (x) = - 3x são funções lineares.
sendo,
O gráfico das funções lineares são retas inclinadas que passam
a=2
pela origem (0,0).
b=3
Representamos abaixo o gráfico da função linear f (x) = - 3x:
c=5
f (2) = 2
13 https://www.todamateria.com.br/funcao-quadratica/
Editora
180
180
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
(Equação I)
a-b+4=8
a-b=4
a=b+4
Já que temos a equação de a pela Equação I, vamos substituir
na III para determinar o valor de b:
(Equação III)
4a + 2b + 4 = 2
4a + 2b = - 2
4 (b + 4) + 2b = - 2
4b + 16 + 2b = - 2 Portanto, as raízes são 2 e 3.
6b = - 18 Observe que a quantidade de raízes de uma função quadrática
vai depender do valor obtido pela expressão: Δ = b² – 4. ac, o qual é
b=-3 chamado de discriminante.
c=6
Editora
181
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Assim, para fazer o esboço do gráfico de uma função do 2º ⊅: não contém
grau, podemos analisar o valor do a, calcular os zeros da função,
seu vértice e o ponto em que a curva corta o eixo y, ou seja, quando /: tal que
x = 0.
A partir dos pares ordenados dados (x, y), podemos construir a ⟹: implica que
parábola num plano cartesiano, por meio da ligação entre os pontos
encontrados. ⇔: se,e somente se
∃: existe
(1) A = A.
(2) Se A = B, então B = A.
(3) Se A = B e B = C, então A = C.
(4) Se A = B e x ∈ A, então x∈ B.
Se A = B e A ∈ C, então B ∈ C.
Editora
182
182
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Exemplos Diferença
N é um conjunto infinito (O cardinal do conjunto N (#N) é infi- Uma outra operação entre conjuntos é a diferença, que a cada
nito (∞)); par A, B de conjuntos faz corresponder o conjunto definido por:
A = {½, 1} é um conjunto finito (#A = 2); A – B ou A\B que se diz a diferença entre A e B ou o comple-
B = {Lua} é um conjunto singular (#B = 1) mentar de B em relação a A.
{ } ou ∅ é o conjunto vazio (#∅ = 0) A este conjunto pertencem os elementos de A que não perten-
cem a B.
A\B = {x : x∈A e x∉B}.
Pertinência
O conceito básico da teoria dos conjuntos é a relação de per-
tinência representada pelo símbolo ∈. As letras minúsculas desig-
nam os elementos de um conjunto e as maiúsculas, os conjuntos.
Assim, o conjunto das vogais (V) é:
V={a,e,i,o,u}
A relação de pertinência é expressa por: a∈V
Inclusão
A Relação de inclusão possui 3 propriedades:
Propriedade reflexiva: A⊂A, isto é, um conjunto sempre é sub- Exemplo:
conjunto dele mesmo. A = {0, 1, 2, 3, 4, 5} e B = {5, 6, 7}
Então os elementos de A – B serão os elementos do conjunto A
Propriedade antissimétrica: se A⊂B e B⊂A, então A=B
menos os elementos que pertencerem ao conjunto B.
Propriedade transitiva: se A⊂B e B⊂C, então, A⊂C. Portanto A – B = {0, 1, 2, 3, 4}.
Complementar
Operações Sejam A e B dois conjuntos tais que A⊂B. Chama-se comple-
União mentar de A em relação a B, que indicamos por CBA, o conjunto
Dados dois conjuntos A e B, existe sempre um terceiro formado cujos elementos são todos aqueles que pertencem a B e não per-
pelos elementos que pertencem pelo menos um dos conjuntos a tencem a A.
que chamamos conjunto união e representamos por: A∪B.
A⊂B⇔ CBA={x|x∈B e x∉A}=B-A
Formalmente temos: A∪B={x|x ∈ A ou x ∈ B}
Exemplo
Exemplo: A={1,2,3} B={1,2,3,4,5}
A={1,2,3,4} e B={5,6} CBA={4,5}
A∪B={1,2,3,4,5,6}
Representação
-Enumerando todos os elementos do conjunto: S={1, 2, 3, 4, 5}
Interseção -Simbolicamente: B={x∈ N|2<x<8}, enumerando esses ele-
A interseção dos conjuntos A e B é o conjunto formado pelos mentos temos:
elementos que são ao mesmo tempo de A e de B, e é representada
por : A∩B. Simbolicamente: A∩B={x|x∈A e x∈B} B={3,4,5,6,7}
Exemplo:
A={a,b,c,d,e} e B={d,e,f,g}
A∩B={d,e} Quando um conjunto não possuir elementos chama-se de con-
junto vazio: S=∅ ou S={ }.
Editora
183
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Igualdade Interseção
Dois conjuntos são iguais se, e somente se, possuem exata- A interseção dos conjuntos A e B é o conjunto formado pelos
mente os mesmos elementos. Em símbolo: elementos que são ao mesmo tempo de A e de B, e é representada
por : A∩B.
Simbolicamente: A∩B={x|x ∈A e x ∈B}
Subconjunto
O conjunto A é subconjunto de B se todo elemento de A é tam-
bém elemento de B.
Exemplo: {2,4} é subconjunto de {x∈N|x é par}
Operações
União
Dados dois conjuntos A e B, existe sempre um terceiro formado
pelos elementos que pertencem pelo menos um dos conjuntos a Exemplo:
que chamamos conjunto união e representamos por: A∪B. A = {0, 1, 2, 3, 4, 5} e B = {5, 6, 7}
Então os elementos de A – B serão os elementos do conjunto A
Formalmente temos: A∪B={x|x ∈A ou x∈B} menos os elementos que pertencerem ao conjunto B.
Portanto A – B = {0, 1, 2, 3, 4}.
Exemplo:
A={1,2,3,4} e B={5,6} Complementar
A∪B={1,2,3,4,5,6} O complementar do conjunto A( ) é o conjunto formado pelos ele-
mentos do conjunto universo que não pertencem a A.
Editora
184
184
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Fórmulas da união
n(A ∪B)=n(A)+n(B)-n(A∩B)
Sabe-se que existem 5 homens que são barbados e não são
n(A ∪B∪C)=n(A)+n(B)+n(C)+n(A∩B∩C)-n(A∩B)-n(A∩C)-n(B altos nem carecas. Sabe-se que existem 5 homens que são carecas
C) e não são altos e nem barbados
Exemplo
(MANAUSPREV – Analista Previdenciário – FCC/2015) Em um
grupo de 32 homens, 18 são altos, 22 são barbados e 16 são care-
cas. Homens altos e barbados que não são carecas são seis. Todos Sabemos que 18 são altos
homens altos que são carecas, são também barbados. Sabe-se que
existem 5 homens que são altos e não são barbados nem carecas.
Sabe-se que existem 5 homens que são barbados e não são altos
nem carecas. Sabe-se que existem 5 homens que são carecas e não
são altos e nem barbados. Dentre todos esses homens, o número
de barbados que não são altos, mas são carecas é igual a
(A) 4.
(B) 7.
(C) 13.
(D) 5.
(E) 8.
Carecas são 16
7+y+5=16
Se todo homem careca é barbado, não teremos apenas ho- Y=16-12
mens carecas e altos. Y=4
Homens altos e barbados são 6
Então o número de barbados que não são altos, mas são care-
cas são 4.
Editora
185
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Nesse exercício ficará difícil se pensarmos na fórmula, ficou d) O antecessor de 10 é 9.
grande devido as explicações, mas se você fizer tudo no mesmo
diagrama, mas seguindo os passos, o resultado sairá fácil. Expressões Numéricas
Nas expressões numéricas aparecem adições, subtrações, mul-
Exemplo tiplicações e divisões. Todas as operações podem acontecer em
(SEGPLAN/GO – Perito Criminal – FUNIVERSA/2015) Suponha uma única expressão. Para resolver as expressões numéricas utili-
que, dos 250 candidatos selecionados ao cargo de perito criminal: zamos alguns procedimentos:
{1,2,3,4,5,6... . } -12/51
-3
- Todo número natural dado N, exceto o zero, tem um anteces-
sor (número que vem antes do número dado). -(-3)
Exemplos: Se m é um número natural finito diferente de zero. -2,333...
a) O antecessor do número m é m-1.
b) O antecessor de 2 é 1. As dízimas periódicas podem ser representadas por fração,
c) O antecessor de 56 é 55. portanto são consideradas números racionais.
Editora
186
186
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Como representar esses números? E então subtraímos:
10x-x=3,333...-0,333...
Representação Decimal das Frações 9x=3
Temos 2 possíveis casos para transformar frações em decimais X=3/9
X=1/3
1º) Decimais exatos: quando dividirmos a fração, o número de-
cimal terá um número finito de algarismos após a vírgula. Agora, vamos fazer um exemplo com 2 algarismos de período.
Exemplo 2
Seja a dízima 1,1212...
Façamos x = 1,1212...
100x = 112,1212... .
Subtraindo:
100x-x=112,1212...-1,1212...
99x=111
X=111/99
2º) Terá um número infinito de algarismos após a vírgula, mas
lembrando que a dízima deve ser periódica para ser número racio- Números Irracionais
nal Identificação de números irracionais
OBS: período da dízima são os números que se repetem, se – Todas as dízimas periódicas são números racionais.
não repetir não é dízima periódica e assim números irracionais, que – Todos os números inteiros são racionais.
trataremos mais a frente. – Todas as frações ordinárias são números racionais.
– Todas as dízimas não periódicas são números irracionais.
– Todas as raízes inexatas são números irracionais.
– A soma de um número racional com um número irracional é
sempre um número irracional.
– A diferença de dois números irracionais, pode ser um número
racional.
– Os números irracionais não podem ser expressos na forma , com
a e b inteiros e b≠0.
Números Reais
Exemplo 1
Transforme a dízima 0, 333... .em fração
Sempre que precisar transformar, vamos chamar a dízima dada
de x, ou seja
X=0,333...
Intervalo:[a,+ ∞[
Conjunto:{x ϵ R|x≥a}
Intervalo:[a,b] Intervalo:]a,+ ∞[
Conjunto: {x ϵ R|a≤x≤b} Conjunto:{x ϵ R|x>a}
2³=2.2.2=8
Casos
Intervalo:]a,b[ 1) Todo número elevado ao expoente 0 resulta em 1.
Conjunto:{xϵR|a<x<b}
Intervalo:{a,b[
Conjunto {x ϵ R|a≤x<b}
Intervalo:]a,b]
Conjunto:{x ϵ R|a<x≤b}
Intervalos Ilimitados
Semirreta esquerda, fechada de origem b- números reais me-
nores ou iguais a b. 4) Todo número negativo, elevado ao expoente ímpar, resulta
em um número negativo.
Intervalo:]-∞,b]
Conjunto:{x ϵ R|x≤b}
Semirreta esquerda, aberta de origem b – números reais me- 5) Se o sinal do expoente for negativo, devemos passar o sinal
nores que b. para positivo e inverter o número que está na base.
Intervalo:]-∞,b[
Editora
188
188
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Técnica de Cálculo
A determinação da raiz quadrada de um número torna-se mais
fácil quando o algarismo se encontra fatorado em números primos.
Veja:
6) Toda vez que a base for igual a zero, não importa o valor do
expoente, o resultado será igual a zero.
64 2
32 2
16 2
8 2
4 2
Propriedades 2 2
1) (am . an = am+n) Em uma multiplicação de potências de mesma
1
base, repete-se a base e soma os expoentes.
64=2.2.2.2.2.2=26
Exemplos:
24 . 23 = 24+3= 27
(2.2.2.2) .( 2.2.2)= 2.2.2. 2.2.2.2= 27 Como é raiz quadrada a cada dois números iguais “tira-se” um
e multiplica.
Observe:
2) (am: an = am-n). Em uma divisão de potência de mesma base.
Conserva-se a base e subtraem os expoentes. 1 1
1
a ∈ R+ , b ∈ R+ , n ∈ N * ,
Editora
189
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Operações
Multiplica- Sequências
ção Sempre que estabelecemos uma ordem para os elementos de
um conjunto, de tal forma que cada elemento seja associado a uma
Exemplo posição, temos uma sequência.
O primeiro termo da sequência é indicado por a1,o segundo por
a2, e o n-ésimo por an.
Progressão Aritmética
Adição e subtra- Denomina-se progressão aritmética(PA) a sequência em que
ção cada termo, a partir do segundo, é obtido adicionando-se uma cons-
tante r ao termo anterior. Essa constante r chama-se razão da PA.
Para fazer esse cálculo, devemos fatorar o 8 e o 20. an = an-1 + r(n ≥ 2)
8 2 20 2
Exemplo
4 2 10 2 A sequência (2,7,12) é uma PA finita de razão 5:
2 2 5 5 a1 = 2
a2 = 2 + 5 = 7
1 1 a3 = 7 + 5 = 12
Classificação
As progressões aritméticas podem ser classificadas de acordo
Caso tenha: com o valor da razão r.
r < 0, PA decrescente
Não dá para somar, as raízes devem ficar desse modo. r > 0, PA crescente
r = 0, PA constante
Racionalização de Denominadores
Normalmente não se apresentam números irracionais com Propriedades das Progressões Aritméticas
radicais no denominador. Ao processo que leva à eliminação dos -Qualquer termo de uma PA, a partir do segundo, é a média
radicais do denominador chama-se racionalização do denominador. aritmética entre o anterior e o posterior.
1º Caso: Denominador composto por uma só parcela
Termo Geral da PA
Podemos escrever os elementos da PA(a1, a2, a3, ..., an,...) da
2º Caso: Denominador composto por duas parcelas. seguinte forma:
a2 = a1 + r
a3 = a2 + r = a1 + 2r
a4 = a3 + r = a1 + 3r
Devemos multiplicar de forma que obtenha uma diferença de Observe que cada termo é obtido adicionando-se ao primeiro
quadrados no denominador: número de razões r igual à posição do termo menos uma unidade.
Editora
190
190
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
an = a1 + (n - 1)r Progressão Geométrica
Denomina-se progressão geométrica(PG) a sequência em que
Soma dos Termos de uma Progressão Aritmética se obtém cada termo, a partir do segundo, multiplicando o anterior
Considerando a PA finita (6,10, 14, 18, 22, 26, 30, 34). por uma constante q, chamada razão da PG.
6 e 34 são extremos, cuja soma é 40
Exemplo
Dada a sequência: (4, 8, 16)
a1 = 4
a2 = 4 . 2 = 8
Numa PA finita, a soma de dois termos equidistantes dos extre-
mos é igual à soma dos extremos. a3 = 8 . 2 = 16
2º Caso: q≠1
Exemplo
Dada a progressão geométrica (1, 3, 9, 27,..) calcular:
a) A soma dos 6 primeiros termos
b) O valor de n para que a soma dos n primeiros termos seja
29524
Editora
191
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Razão
ou A : B, onde b ≠ 0.
Proporção
2º Caso: |q| > 1 Se o denominador for igual a 100, temos uma razão do tipo
A PG infinita não possui soma finita, dizemos que a série é porcentagem, também chamada de razão centesimal.
divergente
3º Caso: |q| = 1
Também não possui soma finita, portanto divergente
14 https://www.todamateria.com.br/razao-e-proporcao/
Editora
192
192
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
— Propriedades da Proporção Portanto, serão necessários 14,3 papéis para suprir as
1. O produto dos meios é igual ao produto dos extremos, por demandas da microempresa com 50 funcionários.
exemplo: Por outro lado, as grandezas inversas ocorrem quando o
aumento ou diminuição de uma resultam em grandezas opostas.
Ou seja, se uma é quadruplicada, a outra é reduzida pela metade,
e assim por diante.
Exemplo: Se 7 pedreiros constroem uma casa grande em 80
dias, apenas 5 deles construirão a mesma casa em quanto tempo?
Logo: A · D = B · C.
é equivalente
5x = 80 . 7
Logo, D. A = C . B. 5x = 560
x = 560/5
— Regra de três simples e composta x = 112
A regra de três é a proporção entre duas ou mais grandezas, que Sendo assim, serão 112 dias para a construção da casa com 5
podem ser velocidades, tempos, áreas, distâncias, cumprimentos, pedreiros.
entre outros15. Regra de Três Simples
É o método para determinar o valor de uma incógnita quando A regra de três simples funciona na relação de apenas
são apresentados duas ou mais razões, sejam elas diretamente ou duas grandezas, que podem ser diretamente ou inversamente
inversamente proporcionais. proporcionais.
As Grandezas Exemplo 1: Para fazer um bolo de limão utiliza-se 250 ml do
Dentro da regra de três simples e composta existem grandezas suco da fruta. Porém, foi feito uma encomenda de 6 bolos. Quantos
diretamente e inversamente proporcionais. limões serão necessários?
Caracteriza-se por grandezas diretas aquelas em que o
acréscimo ou decréscimo de uma equivale ao mesmo processo na
outra. Por exemplo, ao triplicarmos uma razão, a outra também
será triplicada, e assim sucessivamente.
Exemplo: Supondo que cada funcionário de uma microempresa
com 35 integrantes gasta 10 folhas de papel diariamente. Quantas
folhas serão gastas nessa mesma empresa quando o quadro de
colaboradores aumentar para 50? Reparem que as grandezas são diretamente proporcionais, já
que o aumento no pedido de bolos pede uma maior quantidade
de limões. Logo, o valor desconhecido é determinado pela
multiplicação cruzada:
x = 250 . 6
x = 1500 ml de suco
Exemplo 2: Um carro com velocidade de 120 km/h percorre um
trajeto em 2 horas. Se a velocidade for reduzida para 70 km/h, em
Ao analisarmos o caso percebemos que o aumento de quanto tempo o veículo fará o mesmo percurso?
colaboradores provocará também um aumento no gasto de papel.
Logo, essa é uma razão do tipo direta, que deve ser resolvida através
da multiplicação cruzada:
35x = 50 . 10
35x = 500
x = 500/35
x = 14,3
15 https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/matematica/regra-de-
tres-simples-e-composta
Editora
193
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Observa-se que neste exemplo teremos uma regra de três
simples inversa, uma vez que ao diminuirmos a velocidade do carro, QUESTÕES
o tempo de deslocamento irá aumentar. Então, pela regra, uma das
razões deverá ser invertida e transformada em direta.
1. PREFEITURA DE VICTOR GRAEFF/RS - PROFESSOR - OBJETI-
VA/2021
Sabendo-se que a razão entre a altura de certa árvore e a
projeção de sua sombra é igual a 3/4 e que a sua sombra mede
1,6m, ao todo, qual a altura dessa árvore?
(A) 1m
70x = 120 . 2 (B) 1,1m
70x = 240 (C) 1,2m
x = 240/70 (D) 1,3m
x = 3,4 h
Regra de Três Composta 2. PREFEITURA DE JARDINÓPOLIS/SC - FISCAL DE VIGILÂNCIA
SANITÁRIA - GS ASSESSORIA E CONCURSOS/2021
A regra de três composta é a razão e proporção entre três ou Na construção de um muro 8 pedreiros levaram 12 dias para
mais grandezas diretamente ou inversamente proporcionais, ou conclui-lo. Se a disponibilidade para fazer esse muro fosse de 6
seja, as relações que aparecem em mais de duas colunas. homens em quanto tempo estaria concluído?
Exemplo: Uma loja demora 4 dias para produzir 160 peças (A) 16
de roupas com 8 costureiras. Caso 6 funcionárias estiverem (B) 14
trabalhando, quantos dias levará para a produção de 300 peças? (C) 20
(D) 21
(E) 18
Editora
194
194
a solução para o seu concurso!
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
6. PREFEITURA DE MINISTRO ANDREAZZA/RO - AGENTE ADMI- 10. PREFEITURA DE SÃO ROQUE/SP - INSPETOR DE ALUNOS -
NISTRATIVO - IBADE/2020 VUNESP/2020
Em uma determinada loja de departamentos, o fogão custava Uma faculdade realizará a Semana da Educação. Veja no gráfico
R$ 400,00. Após negociação o vendedor aplicou um desconto de R$ as inscrições que foram realizadas para cada modalidade oferecida
25,00. O valor percentual de desconto foi de: na Semana da Educação.
(A) 5,57%
(B) 8,75%
(C) 12,15%
(D) 6,25%
(E) 6,05%
______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________
______________________________________________________
1 C
______________________________________________________
2 A
______________________________________________________
3 C
4 B ______________________________________________________
5 c ______________________________________________________
6 D ______________________________________________________
7 B
______________________________________________________
8 D
______________________________________________________
9 E
10 D ______________________________________________________
11 B ______________________________________________________
12 D ______________________________________________________
13 C ______________________________________________________
14 A
______________________________________________________
15 A
______________________________________________________
Editora
196
196
a solução para o seu concurso!