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CÓD: OP-016JN-23

7908403531820

PM-MG
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Soldado 2ª Classe
EDITAL DRH/CRS Nº 11/2022
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ÍNDICE

Língua Portuguesa E Interpretação De Textos


1. Adequação conceitual. Pertinência, relevância e articulação dos argumentos. Seleção vocabular. Estudo de texto (questões
objetivas sobre textos de conteúdo literário ou informativo ou crônica). Tipologia textual e Gêneros textuais........................ 5
2. Ortografia..................................................................................................................................................................................... 15
3. Acentuação gráfica....................................................................................................................................................................... 15
4. Pontuação.................................................................................................................................................................................... 16
5. Estrutura e formação de palavras................................................................................................................................................ 17
6. Classes de palavras. Emprego de nomes e pronomes. Emprego de tempos e modos verbais. Colocação pronominal.............. 18
7. Frase, oração e período. Termos da oração. Período composto por coordenação e subordinação. Funções sintáticas dos pro-
nomes relativos. Orações reduzidas............................................................................................................................................ 24
8. Regência verbal e nominal........................................................................................................................................................... 26
9. Concordância verbal e nominal................................................................................................................................................... 27
10. Estilística. Figuras de linguagem.................................................................................................................................................. 29
11. Vícios de linguagem e qualidade da boa linguagem.................................................................................................................... 31
12. Fonemas...................................................................................................................................................................................... 32
13. Semântica.................................................................................................................................................................................... 32
14. Emprego da crase........................................................................................................................................................................ 33
15. Sintaxe (regência, concordância e colocação).............................................................................................................................. 33

Literatura
1. Livro “Memórias Póstumas de Brás Cubas” (Autor Machado de Assis)........................................................................................ 37
2. Livro “Triste Fim de Policarpo Quaresma” (Autor Lima Barreto)tor Machado de Assis)............................................................. 38

Noções De Língua Inglesa


1. Compreensão e interpretação de texto escrito em língua inglesa............................................................................................. 39
2. Itens gramaticais relevantes para a compreensão dos conteúdos semânticos................................................................. 39

NOÇÕES DE DIREITO
1. Constituição da República Federativa do Brasil: Título I: Dos Princípios Fundamentais............................................................... 69
2. Título II: Dos Direitos e Garantias Fundamentais: Capítulo I: Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos; Capítulo III: da
Nacionalidade; Capítulo IV: dos Direitos Políticos........................................................................................................................ 70
3. Título III: Da Organização do Estado: Capítulo VII: Da Administração Pública: Seção I: Disposições Gerais; Seção III: Dos Mili-
tares dos Estados, Do Distrito Federal e dos Territórios............................................................................................................... 81
4. Título IV: Da Organização dos Poderes: Capítulo III: Do Poder Judiciário: Seção VII: Dos Tribunais e Juízes Militares; Seção VIII:
Dos Tribunais e Juízes dos Estados................................................................................................................................................ 91
5. Título V: Da Defesa do Estado e Das Instituições Democráticas: Capítulo II: Das Forças Armadas; Capítulo III: Da Segurança
Pública.......................................................................................................................................................................................... 98
6. Lei n. 4657, de 04 de setembro de 1942 – Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro.................................................... 99
7. Declaração Universal dos Direitos Humanos – adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de
1948.............................................................................................................................................................................................. 101
8. Convenção Americana sobre Direitos Humanos – assinada na Conferência Especializada Interamericana sobre Direitos Hu-
manos (San Jose da Costa Rica), em 22 de novembro de 1969.................................................................................................... 103
ÍNDICE

Raciocínio Lógico-Matemático
1. Análise e interpretação de representações de figuras planas: desenhos, mapas, gráficos, tabelas, séries estatísticas, séries
temporais e plantas; utilização de escalas .............................................................................................................................. 119
2. Conceitos e aplicações básicas de estatística: população, universo, amostra, amostragem e variáveis; medidas de
tendência central e medidas de dispersão ............................................................................................................................ 133
3. Porcentagem.......................................................................................................................................................................... 139
4. Estruturas e diagramas lógicos; lógica de primeira ordem; lógica de argumentação: analogias, inferências, deduções
e conclusões; lógica sentencial (ou proposicional): tautologias, contradições e contingências; proposições simples e
compostas; tabelas-verdade; equivalências e implicações lógicas; leis de Morgan; silogismos ............................................. 140
5. Métrica: áreas e volumes; estimativas; aplicações ................................................................................................................. 161
6. Modelagem de situações-problema por meio de equações do 1º e 2º graus ........................................................................ 165
7. Sistemas lineares .................................................................................................................................................................... 167
8. Noções básicas de contagem, probabilidade e estatística ...................................................................................................... 169
9. Noções de função: análise gráfica; funções afim, quadrática, exponencial e logarítmica; aplicações .................................... 173
10. Operações com conjuntos ...................................................................................................................................................... 184
11. Sequências numéricas, progressão aritmética e progressão geométrica ............................................................................... 195
12. Variação de grandezas: razão e proporção com aplicações .................................................................................................... 199
13. Regra de três simples e composta .......................................................................................................................................... 200
LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Tipos textuais
ADEQUAÇÃO CONCEITUAL. PERTINÊNCIA, A tipologia textual se classifica a partir da estrutura e da finali-
RELEVÂNCIA E ARTICULAÇÃO DOS ARGUMENTOS. dade do texto, ou seja, está relacionada ao modo como o texto se
SELEÇÃO VOCABULAR. ESTUDO DE TEXTO (QUESTÕES apresenta. A partir de sua função, é possível estabelecer um padrão
OBJETIVAS SOBRE TEXTOS DE CONTEÚDO LITERÁRIO
específico para se fazer a enunciação.
OU INFORMATIVO OU CRÔNICA). TIPOLOGIA TEXTUAL
Veja, no quadro abaixo, os principais tipos e suas característi-
E GÊNEROS TEXTUAIS
cas:

Compreender e interpretar textos é essencial para que o obje- Apresenta um enredo, com ações e
tivo de comunicação seja alcançado satisfatoriamente. Com isso, é relações entre personagens, que ocorre
importante saber diferenciar os dois conceitos. Vale lembrar que o em determinados espaço e tempo. É
texto pode ser verbal ou não-verbal, desde que tenha um sentido TEXTO NARRATIVO
contado por um narrador, e se estrutura
completo. da seguinte maneira: apresentação >
A compreensão se relaciona ao entendimento de um texto e desenvolvimento > clímax > desfecho
de sua proposta comunicativa, decodificando a mensagem explíci-
Tem o objetivo de defender determinado
ta. Só depois de compreender o texto que é possível fazer a sua
TEXTO ponto de vista, persuadindo o leitor a
interpretação.
DISSERTATIVO partir do uso de argumentos sólidos.
A interpretação são as conclusões que chegamos a partir do ARGUMENTATIVO Sua estrutura comum é: introdução >
conteúdo do texto, isto é, ela se encontra para além daquilo que desenvolvimento > conclusão.
está escrito ou mostrado. Assim, podemos dizer que a interpreta-
ção é subjetiva, contando com o conhecimento prévio e do reper- Procura expor ideias, sem a necessidade
tório do leitor. de defender algum ponto de vista. Para
Dessa maneira, para compreender e interpretar bem um texto, isso, usa-se comparações, informações,
TEXTO EXPOSITIVO
é necessário fazer a decodificação de códigos linguísticos e/ou vi- definições, conceitualizações etc. A
estrutura segue a do texto dissertativo-
suais, isto é, identificar figuras de linguagem, reconhecer o sentido
argumentativo.
de conjunções e preposições, por exemplo, bem como identificar
expressões, gestos e cores quando se trata de imagens. Expõe acontecimentos, lugares, pessoas,
de modo que sua finalidade é descrever,
Dicas práticas TEXTO DESCRITIVO ou seja, caracterizar algo ou alguém.
1. Faça um resumo (pode ser uma palavra, uma frase, um con- Com isso, é um texto rico em adjetivos e
ceito) sobre o assunto e os argumentos apresentados em cada pa- em verbos de ligação.
rágrafo, tentando traçar a linha de raciocínio do texto. Se possível, Oferece instruções, com o objetivo de
adicione também pensamentos e inferências próprias às anotações. TEXTO INJUNTIVO orientar o leitor. Sua maior característica
2. Tenha sempre um dicionário ou uma ferramenta de busca são os verbos no modo imperativo.
por perto, para poder procurar o significado de palavras desconhe-
cidas.
3. Fique atento aos detalhes oferecidos pelo texto: dados, fon- Gêneros textuais
te de referências e datas. A classificação dos gêneros textuais se dá a partir do reconhe-
4. Sublinhe as informações importantes, separando fatos de cimento de certos padrões estruturais que se constituem a partir
opiniões. da função social do texto. No entanto, sua estrutura e seu estilo
5. Perceba o enunciado das questões. De um modo geral, ques- não são tão limitados e definidos como ocorre na tipologia textual,
tões que esperam compreensão do texto aparecem com as seguin- podendo se apresentar com uma grande diversidade. Além disso, o
tes expressões: o autor afirma/sugere que...; segundo o texto...; de padrão também pode sofrer modificações ao longo do tempo, as-
acordo com o autor... Já as questões que esperam interpretação do sim como a própria língua e a comunicação, no geral.
texto aparecem com as seguintes expressões: conclui-se do texto
que...; o texto permite deduzir que...; qual é a intenção do autor Alguns exemplos de gêneros textuais:
quando afirma que... • Artigo
• Bilhete
Tipologia Textual • Bula
A partir da estrutura linguística, da função social e da finali- • Carta
dade de um texto, é possível identificar a qual tipo e gênero ele • Conto
pertence. Antes, é preciso entender a diferença entre essas duas • Crônica
classificações. • E-mail

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LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
• Lista Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte encadeamento:
• Manual A é igual a B.
• Notícia A é igual a C.
• Poema Então: C é igual a B.
• Propaganda
• Receita culinária Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigatoriamente,
• Resenha que C é igual a A.
• Seminário Outro exemplo:
Todo ruminante é um mamífero.
Vale lembrar que é comum enquadrar os gêneros textuais em A vaca é um ruminante.
determinados tipos textuais. No entanto, nada impede que um tex- Logo, a vaca é um mamífero.
to literário seja feito com a estruturação de uma receita culinária,
por exemplo. Então, fique atento quanto às características, à finali- Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a conclusão
dade e à função social de cada texto analisado. também será verdadeira.
No domínio da argumentação, as coisas são diferentes. Nele,
ARGUMENTAÇÃO a conclusão não é necessária, não é obrigatória. Por isso, deve-
O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma se mostrar que ela é a mais desejável, a mais provável, a mais
informação a alguém. Quem comunica pretende criar uma imagem plausível. Se o Banco do Brasil fizer uma propaganda dizendo-
positiva de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito educado, se mais confiável do que os concorrentes porque existe desde a
ou inteligente, ou culto), quer ser aceito, deseja que o que diz chegada da família real portuguesa ao Brasil, ele estará dizendo-
seja admitido como verdadeiro. Em síntese, tem a intenção de nos que um banco com quase dois séculos de existência é sólido
convencer, ou seja, tem o desejo de que o ouvinte creia no que o e, por isso, confiável. Embora não haja relação necessária entre
texto diz e faça o que ele propõe. a solidez de uma instituição bancária e sua antiguidade, esta tem
Se essa é a finalidade última de todo ato de comunicação, todo peso argumentativo na afirmação da confiabilidade de um banco.
texto contém um componente argumentativo. A argumentação é o Portanto é provável que se creia que um banco mais antigo seja
conjunto de recursos de natureza linguística destinados a persuadir mais confiável do que outro fundado há dois ou três anos.
a pessoa a quem a comunicação se destina. Está presente em todo Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa quase
tipo de texto e visa a promover adesão às teses e aos pontos de impossível, tantas são as formas de que nos valemos para fazer
vista defendidos. as pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, é importante
As pessoas costumam pensar que o argumento seja apenas entender bem como eles funcionam.
uma prova de verdade ou uma razão indiscutível para comprovar a Já vimos diversas características dos argumentos. É preciso
veracidade de um fato. O argumento é mais que isso: como se disse acrescentar mais uma: o convencimento do interlocutor, o
acima, é um recurso de linguagem utilizado para levar o interlocutor auditório, que pode ser individual ou coletivo, será tanto mais
a crer naquilo que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro o que fácil quanto mais os argumentos estiverem de acordo com suas
está sendo transmitido. A argumentação pertence ao domínio da crenças, suas expectativas, seus valores. Não se pode convencer
retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o uso de recursos um auditório pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas
de linguagem. que ele abomina. Será mais fácil convencê-lo valorizando coisas
Para compreender claramente o que é um argumento, é bom que ele considera positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja vem
voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do século IV a.C., numa com frequência associada ao futebol, ao gol, à paixão nacional. Nos
obra intitulada “Tópicos: os argumentos são úteis quando se tem de Estados Unidos, essa associação certamente não surtiria efeito,
escolher entre duas ou mais coisas”. porque lá o futebol não é valorizado da mesma forma que no Brasil.
Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e O poder persuasivo de um argumento está vinculado ao que é
uma desvantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos valorizado ou desvalorizado numa dada cultura.
argumentar. Suponhamos, no entanto, que tenhamos de escolher
entre duas coisas igualmente vantajosas, a riqueza e a saúde. Nesse Tipos de Argumento
caso, precisamos argumentar sobre qual das duas é mais desejável. Já verificamos que qualquer recurso linguístico destinado
O argumento pode então ser definido como qualquer recurso que a fazer o interlocutor dar preferência à tese do enunciador é um
torna uma coisa mais desejável que outra. Isso significa que ele atua argumento. Exemplo:
no domínio do preferível. Ele é utilizado para fazer o interlocutor
crer que, entre duas teses, uma é mais provável que a outra, mais Argumento de Autoridade
possível que a outra, mais desejável que a outra, é preferível à outra. É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reconhecidas
O objetivo da argumentação não é demonstrar a verdade de pelo auditório como autoridades em certo domínio do saber,
um fato, mas levar o ouvinte a admitir como verdadeiro o que o para servir de apoio àquilo que o enunciador está propondo. Esse
enunciador está propondo. recurso produz dois efeitos distintos: revela o conhecimento do
Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumentação. produtor do texto a respeito do assunto de que está tratando; dá ao
O primeiro opera no domínio do necessário, ou seja, pretende texto a garantia do autor citado. É preciso, no entanto, não fazer do
demonstrar que uma conclusão deriva necessariamente das texto um amontoado de citações. A citação precisa ser pertinente e
premissas propostas, que se deduz obrigatoriamente dos verdadeira. Exemplo:
postulados admitidos. No raciocínio lógico, as conclusões não “A imaginação é mais importante do que o conhecimento.”
dependem de crenças, de uma maneira de ver o mundo, mas
apenas do encadeamento de premissas e conclusões.

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LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein. Para Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais facilmente
ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação, não há aceito do que um texto incoerente. Vários são os defeitos que
conhecimento. Nunca o inverso. concorrem para desqualificar o texto do ponto de vista lógico: fugir
do tema proposto, cair em contradição, tirar conclusões que não se
Alex José Periscinoto. fundamentam nos dados apresentados, ilustrar afirmações gerais
In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2 com fatos inadequados, narrar um fato e dele extrair generalizações
indevidas.
A tese defendida nesse texto é que a imaginação é mais
importante do que o conhecimento. Para levar o auditório a aderir Argumento do Atributo
a ela, o enunciador cita um dos mais célebres cientistas do mundo. É aquele que considera melhor o que tem propriedades típicas
Se um físico de renome mundial disse isso, então as pessoas devem daquilo que é mais valorizado socialmente, por exemplo, o mais
acreditar que é verdade. raro é melhor que o comum, o que é mais refinado é melhor que o
que é mais grosseiro, etc.
Argumento de Quantidade Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequência,
É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior celebridades recomendando prédios residenciais, produtos de
número de pessoas, o que existe em maior número, o que tem maior beleza, alimentos estéticos, etc., com base no fato de que o
duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O fundamento consumidor tende a associar o produto anunciado com atributos
desse tipo de argumento é que mais = melhor. A publicidade faz da celebridade.
largo uso do argumento de quantidade. Uma variante do argumento de atributo é o argumento da
competência linguística. A utilização da variante culta e formal
Argumento do Consenso da língua que o produtor do texto conhece a norma linguística
É uma variante do argumento de quantidade. Fundamenta-se socialmente mais valorizada e, por conseguinte, deve produzir um
em afirmações que, numa determinada época, são aceitas como texto em que se pode confiar. Nesse sentido é que se diz que o
verdadeiras e, portanto, dispensam comprovações, a menos que modo de dizer dá confiabilidade ao que se diz.
o objetivo do texto seja comprovar alguma delas. Parte da ideia Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado de
de que o consenso, mesmo que equivocado, corresponde ao saúde de uma personalidade pública. Ele poderia fazê-lo das duas
indiscutível, ao verdadeiro e, portanto, é melhor do que aquilo que maneiras indicadas abaixo, mas a primeira seria infinitamente mais
não desfruta dele. Em nossa época, são consensuais, por exemplo, adequada para a persuasão do que a segunda, pois esta produziria
as afirmações de que o meio ambiente precisa ser protegido e de certa estranheza e não criaria uma imagem de competência do
que as condições de vida são piores nos países subdesenvolvidos. médico:
Ao confiar no consenso, porém, corre-se o risco de passar dos - Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e levando em
argumentos válidos para os lugares comuns, os preconceitos e as conta o caráter invasivo de alguns exames, a equipe médica houve
frases carentes de qualquer base científica. por bem determinar o internamento do governador pelo período
de três dias, a partir de hoje, 4 de fevereiro de 2001.
Argumento de Existência - Para conseguir fazer exames com mais cuidado e porque
É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil aceitar alguns deles são barrapesada, a gente botou o governador no
aquilo que comprovadamente existe do que aquilo que é apenas hospital por três dias.
provável, que é apenas possível. A sabedoria popular enuncia o
argumento de existência no provérbio “Mais vale um pássaro na Como dissemos antes, todo texto tem uma função
mão do que dois voando”. argumentativa, porque ninguém fala para não ser levado a sério,
Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas documentais para ser ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de
(fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.) ou provas comunicação deseja-se influenciar alguém. Por mais neutro que
concretas, que tornam mais aceitável uma afirmação genérica. pretenda ser, um texto tem sempre uma orientação argumentativa.
Durante a invasão do Iraque, por exemplo, os jornais diziam que o A orientação argumentativa é uma certa direção que o falante
exército americano era muito mais poderoso do que o iraquiano. traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, ao falar de um
Essa afirmação, sem ser acompanhada de provas concretas, poderia homem público, pode ter a intenção de criticá-lo, de ridicularizá-lo
ser vista como propagandística. No entanto, quando documentada ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza.
pela comparação do número de canhões, de carros de combate, de O enunciador cria a orientação argumentativa de seu texto
navios, etc., ganhava credibilidade. dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo certos
episódios e revelando outros, escolhendo determinadas palavras e
Argumento quase lógico não outras, etc. Veja:
É aquele que opera com base nas relações lógicas, como causa “O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras
e efeito, analogia, implicação, identidade, etc. Esses raciocínios trocavam abraços afetuosos.”
são chamados quase lógicos porque, diversamente dos raciocínios
lógicos, eles não pretendem estabelecer relações necessárias O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que noras
entre os elementos, mas sim instituir relações prováveis, possíveis, e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria escolhido esse
plausíveis. Por exemplo, quando se diz “A é igual a B”, “B é igual a fato para ilustrar o clima da festa nem teria utilizado o termo até,
C”, “então A é igual a C”, estabelece-se uma relação de identidade que serve para incluir no argumento alguma coisa inesperada.
lógica. Entretanto, quando se afirma “Amigo de amigo meu é meu Além dos defeitos de argumentação mencionados quando
amigo” não se institui uma identidade lógica, mas uma identidade tratamos de alguns tipos de argumentação, vamos citar outros:
provável.

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LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
- Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido tão um texto dissertativo. É necessária também a exposição dos
amplo, que serve de argumento para um ponto de vista e seu fundamentos, os motivos, os porquês da defesa de um ponto de
contrário. São noções confusas, como paz, que, paradoxalmente, vista.
pode ser usada pelo agressor e pelo agredido. Essas palavras Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitude
podem ter valor positivo (paz, justiça, honestidade, democracia) argumentativa. A argumentação está presente em qualquer tipo de
ou vir carregadas de valor negativo (autoritarismo, degradação do discurso, porém, é no texto dissertativo que ela melhor se evidencia.
meio ambiente, injustiça, corrupção). Para discutir um tema, para confrontar argumentos e posições,
- Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derrubadas por é necessária a capacidade de conhecer outros pontos de vista e
um único contra exemplo. Quando se diz “Todos os políticos são seus respectivos argumentos. Uma discussão impõe, muitas vezes,
ladrões”, basta um único exemplo de político honesto para destruir a análise de argumentos opostos, antagônicos. Como sempre,
o argumento. essa capacidade aprende-se com a prática. Um bom exercício
- Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, fora do para aprender a argumentar e contra-argumentar consiste em
contexto adequado, sem o significado apropriado, vulgarizando-as e desenvolver as seguintes habilidades:
atribuindo-lhes uma significação subjetiva e grosseira. É o caso, por - argumentação: anotar todos os argumentos a favor de
exemplo, da frase “O imperialismo de certas indústrias não permite uma ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a posição
que outras crescam”, em que o termo imperialismo é descabido, totalmente contrária;
uma vez que, a rigor, significa “ação de um Estado visando a reduzir - contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate e quais os
outros à sua dependência política e econômica”. argumentos que essa pessoa imaginária possivelmente apresentaria
contra a argumentação proposta;
A boa argumentação é aquela que está de acordo com a situação - refutação: argumentos e razões contra a argumentação
concreta do texto, que leva em conta os componentes envolvidos oposta.
na discussão (o tipo de pessoa a quem se dirige a comunicação, o
assunto, etc). A argumentação tem a finalidade de persuadir, portanto,
Convém ainda alertar que não se convence ninguém com argumentar consiste em estabelecer relações para tirar conclusões
manifestações de sinceridade do autor (como eu, que não costumo válidas, como se procede no método dialético. O método dialético
mentir...) ou com declarações de certeza expressas em fórmulas não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de polêmicas.
feitas (como estou certo, creio firmemente, é claro, é óbvio, é Trata-se de um método de investigação da realidade pelo estudo
evidente, afirmo com toda a certeza, etc). Em vez de prometer, de sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno
em seu texto, sinceridade e certeza, autenticidade e verdade, o em questão e da mudança dialética que ocorre na natureza e na
enunciador deve construir um texto que revele isso. Em outros sociedade.
termos, essas qualidades não se prometem, manifestam-se na ação. Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês, criou
A argumentação é a exploração de recursos para fazer parecer o método de raciocínio silogístico, baseado na dedução, que
verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso, levar a pessoa a parte do simples para o complexo. Para ele, verdade e evidência
que texto é endereçado a crer naquilo que ele diz. são a mesma coisa, e pelo raciocínio torna-se possível chegar a
Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e expressa um conclusões verdadeiras, desde que o assunto seja pesquisado em
ponto de vista, acompanhado de certa fundamentação, que inclui partes, começando-se pelas proposições mais simples até alcançar,
a argumentação, questionamento, com o objetivo de persuadir. por meio de deduções, a conclusão final. Para a linha de raciocínio
Argumentar é o processo pelo qual se estabelecem relações cartesiana, é fundamental determinar o problema, dividi-lo em
para chegar à conclusão, com base em premissas. Persuadir é partes, ordenar os conceitos, simplificando-os, enumerar todos os
um processo de convencimento, por meio da argumentação, no seus elementos e determinar o lugar de cada um no conjunto da
qual procura-se convencer os outros, de modo a influenciar seu dedução.
pensamento e seu comportamento. A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental para a
A persuasão pode ser válida e não válida. Na persuasão argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes propôs quatro
válida, expõem-se com clareza os fundamentos de uma ideia regras básicas que constituem um conjunto de reflexos vitais, uma
ou proposição, e o interlocutor pode questionar cada passo série de movimentos sucessivos e contínuos do espírito em busca
do raciocínio empregado na argumentação. A persuasão não da verdade:
válida apoia-se em argumentos subjetivos, apelos subliminares, - evidência;
chantagens sentimentais, com o emprego de “apelações”, como a - divisão ou análise;
inflexão de voz, a mímica e até o choro. - ordem ou dedução;
Alguns autores classificam a dissertação em duas modalidades, - enumeração.
expositiva e argumentativa. Esta, exige argumentação, razões a favor
e contra uma ideia, ao passo que a outra é informativa, apresenta A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a omissão
dados sem a intenção de convencer. Na verdade, a escolha dos e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração pode quebrar o
dados levantados, a maneira de expô-los no texto já revelam uma encadeamento das ideias, indispensável para o processo dedutivo.
“tomada de posição”, a adoção de um ponto de vista na dissertação, A forma de argumentação mais empregada na redação
ainda que sem a apresentação explícita de argumentos. Desse acadêmica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras cartesianas,
ponto de vista, a dissertação pode ser definida como discussão, que contém três proposições: duas premissas, maior e menor,
debate, questionamento, o que implica a liberdade de pensamento, e a conclusão. As três proposições são encadeadas de tal forma,
a possibilidade de discordar ou concordar parcialmente. A liberdade que a conclusão é deduzida da maior por intermédio da menor. A
de questionar é fundamental, mas não é suficiente para organizar premissa maior deve ser universal, emprega todo, nenhum, pois
alguns não caracteriza a universalidade.

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LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedução “simples inspeção” é a ausência de análise ou análise superficial
(silogística), que parte do geral para o particular, e a indução, que vai dos fatos, que leva a pronunciamentos subjetivos, baseados nos
do particular para o geral. A expressão formal do método dedutivo sentimentos não ditados pela razão.
é o silogismo. A dedução é o caminho das consequências, baseia-se Tem-se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não
em uma conexão descendente (do geral para o particular) que leva fundamentais, que contribuem para a descoberta ou comprovação
à conclusão. Segundo esse método, partindo-se de teorias gerais, da verdade: análise, síntese, classificação e definição. Além desses,
de verdades universais, pode-se chegar à previsão ou determinação existem outros métodos particulares de algumas ciências, que
de fenômenos particulares. O percurso do raciocínio vai da causa adaptam os processos de dedução e indução à natureza de uma
para o efeito. Exemplo: realidade particular. Pode-se afirmar que cada ciência tem seu
Todo homem é mortal (premissa maior = geral, universal) método próprio demonstrativo, comparativo, histórico etc. A
Fulano é homem (premissa menor = particular) análise, a síntese, a classificação a definição são chamadas métodos
Logo, Fulano é mortal (conclusão) sistemáticos, porque pela organização e ordenação das ideias visam
sistematizar a pesquisa.
A indução percorre o caminho inverso ao da dedução, baseiase Análise e síntese são dois processos opostos, mas interligados;
em uma conexão ascendente, do particular para o geral. Nesse caso, a análise parte do todo para as partes, a síntese, das partes para
as constatações particulares levam às leis gerais, ou seja, parte de o todo. A análise precede a síntese, porém, de certo modo, uma
fatos particulares conhecidos para os fatos gerais, desconhecidos. O depende da outra. A análise decompõe o todo em partes, enquanto
percurso do raciocínio se faz do efeito para a causa. Exemplo: a síntese recompõe o todo pela reunião das partes. Sabe-se, porém,
O calor dilata o ferro (particular) que o todo não é uma simples justaposição das partes. Se alguém
O calor dilata o bronze (particular) reunisse todas as peças de um relógio, não significa que reconstruiu
O calor dilata o cobre (particular) o relógio, pois fez apenas um amontoado de partes. Só reconstruiria
O ferro, o bronze, o cobre são metais todo se as partes estivessem organizadas, devidamente combinadas,
Logo, o calor dilata metais (geral, universal) seguida uma ordem de relações necessárias, funcionais, então, o
relógio estaria reconstruído.
Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser válido Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do todo
e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as duas premissas por meio da integração das partes, reunidas e relacionadas num
também o forem. Se há erro ou equívoco na apreciação dos conjunto. Toda síntese, por ser uma reconstrução, pressupõe a
fatos, pode-se partir de premissas verdadeiras para chegar a uma análise, que é a decomposição. A análise, no entanto, exige uma
conclusão falsa. Tem-se, desse modo, o sofisma. Uma definição decomposição organizada, é preciso saber como dividir o todo em
inexata, uma divisão incompleta, a ignorância da causa, a falsa partes. As operações que se realizam na análise e na síntese podem
analogia são algumas causas do sofisma. O sofisma pressupõe ser assim relacionadas:
má fé, intenção deliberada de enganar ou levar ao erro; quando o Análise: penetrar, decompor, separar, dividir.
sofisma não tem essas intenções propositais, costuma-se chamar Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir.
esse processo de argumentação de paralogismo. Encontra-se um
exemplo simples de sofisma no seguinte diálogo: A análise tem importância vital no processo de coleta de ideias
- Você concorda que possui uma coisa que não perdeu? a respeito do tema proposto, de seu desdobramento e da criação de
- Lógico, concordo. abordagens possíveis. A síntese também é importante na escolha
- Você perdeu um brilhante de 40 quilates? dos elementos que farão parte do texto.
- Claro que não! Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser formal ou
- Então você possui um brilhante de 40 quilates... informal. A análise formal pode ser científica ou experimental;
é característica das ciências matemáticas, físico-naturais e
Exemplos de sofismas: experimentais. A análise informal é racional ou total, consiste
em “discernir” por vários atos distintos da atenção os elementos
Dedução constitutivos de um todo, os diferentes caracteres de um objeto ou
Todo professor tem um diploma (geral, universal) fenômeno.
Fulano tem um diploma (particular) A análise decompõe o todo em partes, a classificação estabelece
Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa) as necessárias relações de dependência e hierarquia entre as
partes. Análise e classificação ligam-se intimamente, a ponto de se
Indução confundir uma com a outra, contudo são procedimentos diversos:
O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor. análise é decomposição e classificação é hierarquisação.
(particular) Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos e fenômenos
Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor. (particular) por suas diferenças e semelhanças; fora das ciências naturais, a
Rio de Janeiro e Taubaté são cidades. classificação pode-se efetuar por meio de um processo mais ou
Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Redentor. (geral menos arbitrário, em que os caracteres comuns e diferenciadores
– conclusão falsa) são empregados de modo mais ou menos convencional. A
classificação, no reino animal, em ramos, classes, ordens, subordens,
Nota-se que as premissas são verdadeiras, mas a conclusão pode gêneros e espécies, é um exemplo de classificação natural, pelas
ser falsa. Nem todas as pessoas que têm diploma são professores; características comuns e diferenciadoras. A classificação dos
nem todas as cidades têm uma estátua do Cristo Redentor. Comete- variados itens integrantes de uma lista mais ou menos caótica é
se erro quando se faz generalizações apressadas ou infundadas. A artificial.

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LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata, caminhão, - o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir todos os
canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassilgo, queijo, relógio, exemplos específicos da coisa definida, e suficientemente restrito
sabiá, torradeira. para que a diferença possa ser percebida sem dificuldade;
Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá. - deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em verdade,
Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo. definição, quando se diz que o “triângulo não é um prisma”;
Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torradeira. - deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não constitui
Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus. definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo é um homem”
não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem);
Os elementos desta lista foram classificados por ordem - deve ser breve (contida num só período). Quando a definição,
alfabética e pelas afinidades comuns entre eles. Estabelecer ou o que se pretenda como tal, é muito longa (séries de períodos
critérios de classificação das ideias e argumentos, pela ordem ou de parágrafos), chama-se explicação, e também definição
de importância, é uma habilidade indispensável para elaborar expandida;d
o desenvolvimento de uma redação. Tanto faz que a ordem seja - deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o termo) +
crescente, do fato mais importante para o menos importante, ou cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero) + adjuntos (as
decrescente, primeiro o menos importante e, no final, o impacto diferenças).
do mais importante; é indispensável que haja uma lógica na
classificação. A elaboração do plano compreende a classificação As definições dos dicionários de língua são feitas por meio
das partes e subdivisões, ou seja, os elementos do plano devem de paráfrases definitórias, ou seja, uma operação metalinguística
obedecer a uma hierarquização. (Garcia, 1973, p. 302304.) que consiste em estabelecer uma relação de equivalência entre a
Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo na palavra e seus significados.
introdução, os termos e conceitos sejam definidos, pois, para A força do texto dissertativo está em sua fundamentação.
expressar um questionamento, deve-se, de antemão, expor clara Sempre é fundamental procurar um porquê, uma razão verdadeira
e racionalmente as posições assumidas e os argumentos que as e necessária. A verdade de um ponto de vista deve ser demonstrada
justificam. É muito importante deixar claro o campo da discussão e com argumentos válidos. O ponto de vista mais lógico e racional
a posição adotada, isto é, esclarecer não só o assunto, mas também do mundo não tem valor, se não estiver acompanhado de uma
os pontos de vista sobre ele. fundamentação coerente e adequada.
A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a lógica
linguagem e consiste na enumeração das qualidades próprias clássica, que foram abordados anteriormente, auxiliam o
de uma ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o elemento julgamento da validade dos fatos. Às vezes, a argumentação é
conforme a espécie a que pertence, demonstra: a característica que clara e pode reconhecer-se facilmente seus elementos e suas
o diferencia dos outros elementos dessa mesma espécie. relações; outras vezes, as premissas e as conclusões organizam-se
Entre os vários processos de exposição de ideias, a definição de modo livre, misturando-se na estrutura do argumento. Por isso,
é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito das ciências. é preciso aprender a reconhecer os elementos que constituem um
A definição científica ou didática é denotativa, ou seja, atribui às argumento: premissas/conclusões. Depois de reconhecer, verificar
palavras seu sentido usual ou consensual, enquanto a conotativa ou se tais elementos são verdadeiros ou falsos; em seguida, avaliar
metafórica emprega palavras de sentido figurado. Segundo a lógica se o argumento está expresso corretamente; se há coerência e
tradicional aristotélica, a definição consta de três elementos: adequação entre seus elementos, ou se há contradição. Para isso
- o termo a ser definido; é que se aprende os processos de raciocínio por dedução e por
- o gênero ou espécie; indução. Admitindo-se que raciocinar é relacionar, conclui-se que
- a diferença específica. o argumento é um tipo específico de relação entre as premissas e
a conclusão.
O que distingue o termo definido de outros elementos da Procedimentos Argumentativos: Constituem os procedimentos
mesma espécie. Exemplo: argumentativos mais empregados para comprovar uma afirmação:
Na frase: O homem é um animal racional classifica-se: exemplificação, explicitação, enumeração, comparação.
Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista por meio
de exemplos, hierarquizar afirmações. São expressões comuns
nesse tipo de procedimento: mais importante que, superior a, de
Elemento especiediferença maior relevância que. Empregam-se também dados estatísticos,
a ser definidoespecífica acompanhados de expressões: considerando os dados; conforme
os dados apresentados. Faz-se a exemplificação, ainda, pela
É muito comum formular definições de maneira defeituosa, apresentação de causas e consequências, usando-se comumente as
por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o todo em expressões: porque, porquanto, pois que, uma vez que, visto que,
partes. Esse tipo de definição é gramaticalmente incorreto; quando por causa de, em virtude de, em vista de, por motivo de.
é advérbio de tempo, não representa o gênero, a espécie, a gente é Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo é explicar
forma coloquial não adequada à redação acadêmica. Tão importante ou esclarecer os pontos de vista apresentados. Pode-se alcançar
é saber formular uma definição, que se recorre a Garcia (1973, esse objetivo pela definição, pelo testemunho e pela interpretação.
p.306), para determinar os “requisitos da definição denotativa”. Na explicitação por definição, empregamse expressões como: quer
Para ser exata, a definição deve apresentar os seguintes requisitos: dizer, denomina-se, chama-se, na verdade, isto é, haja vista, ou
- o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe em melhor; nos testemunhos são comuns as expressões: conforme,
que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que ‘mesa’ está segundo, na opinião de, no parecer de, consoante as ideias de, no
realmente incluída) e não “mesa é um instrumento ou ferramenta
ou instalação”;

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LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
entender de, no pensamento de. A explicitação se faz também pela Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação
interpretação, em que são comuns as seguintes expressões: parece, demonstrando o absurdo da consequência. Exemplo clássico é a
assim, desse ponto de vista. contraargumentação do cordeiro, na conhecida fábula “O lobo e o
Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma sequência de cordeiro”;
elementos que comprovam uma opinião, tais como a enumeração Refutação por exclusão: consiste em propor várias hipóteses
de pormenores, de fatos, em uma sequência de tempo, em que são para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela que se julga
frequentes as expressões: primeiro, segundo, por último, antes, verdadeira;
depois, ainda, em seguida, então, presentemente, antigamente, Desqualificação do argumento: atribui-se o argumento
depois de, antes de, atualmente, hoje, no passado, sucessivamente, à opinião pessoal subjetiva do enunciador, restringindo-se a
respectivamente. Na enumeração de fatos em uma sequência de universalidade da afirmação;
espaço, empregam-se as seguintes expressões: cá, lá, acolá, ali, aí, Ataque ao argumento pelo testemunho de autoridade:
além, adiante, perto de, ao redor de, no Estado tal, na capital, no consiste em refutar um argumento empregando os testemunhos de
interior, nas grandes cidades, no sul, no leste... autoridade que contrariam a afirmação apresentada;
Comparação: Analogia e contraste são as duas maneiras Desqualificar dados concretos apresentados: consiste em
de se estabelecer a comparação, com a finalidade de comprovar desautorizar dados reais, demonstrando que o enunciador
uma ideia ou opinião. Na analogia, são comuns as expressões: da baseou-se em dados corretos, mas tirou conclusões falsas ou
mesma forma, tal como, tanto quanto, assim como, igualmente. inconsequentes. Por exemplo, se na argumentação afirmou-se, por
Para estabelecer contraste, empregam-se as expressões: mais que, meio de dados estatísticos, que “o controle demográfico produz o
menos que, melhor que, pior que. desenvolvimento”, afirma-se que a conclusão é inconsequente, pois
Entre outros tipos de argumentos empregados para aumentar baseia-se em uma relação de causa-feito difícil de ser comprovada.
o poder de persuasão de um texto dissertativo encontram-se: Para contraargumentar, propõese uma relação inversa: “o
Argumento de autoridade: O saber notório de uma autoridade desenvolvimento é que gera o controle demográfico”.
reconhecida em certa área do conhecimento dá apoio a uma Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros possíveis para
afirmação. Dessa maneira, procura-se trazer para o enunciado a desenvolver um tema, que podem ser analisadas e adaptadas
credibilidade da autoridade citada. Lembre-se que as citações literais ao desenvolvimento de outros temas. Elege-se um tema, e, em
no corpo de um texto constituem argumentos de autoridade. Ao seguida, sugerem-se os procedimentos que devem ser adotados
fazer uma citação, o enunciador situa os enunciados nela contidos para a elaboração de um Plano de Redação.
na linha de raciocínio que ele considera mais adequada para
explicar ou justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de argumento Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da evolução
tem mais caráter confirmatório que comprobatório. tecnológica
Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispensam - Questionar o tema, transformá-lo em interrogação, responder
explicação ou comprovação, pois seu conteúdo é aceito como válido a interrogação (assumir um ponto de vista); dar o porquê da
por consenso, pelo menos em determinado espaço sociocultural. resposta, justificar, criando um argumento básico;
Nesse caso, incluem-se - Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento básico e
- A declaração que expressa uma verdade universal (o homem, construir uma contra-argumentação; pensar a forma de refutação
mortal, aspira à imortalidade); que poderia ser feita ao argumento básico e tentar desqualificá-la
- A declaração que é evidente por si mesma (caso dos (rever tipos de argumentação);
postulados e axiomas); - Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de ideias
- Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de que estejam direta ou indiretamente ligadas ao tema (as ideias
natureza subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que a própria podem ser listadas livremente ou organizadas como causa e
razão desconhece); implica apreciação de ordem estética (gosto consequência);
não se discute); diz respeito a fé religiosa, aos dogmas (creio, ainda - Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema e com o
que parece absurdo). argumento básico;
- Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhendo as que
Comprovação pela experiência ou observação: A verdade de poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias transformam-se
um fato ou afirmação pode ser comprovada por meio de dados em argumentos auxiliares, que explicam e corroboram a ideia do
concretos, estatísticos ou documentais. argumento básico;
Comprovação pela fundamentação lógica: A comprovação - Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando uma
se realiza por meio de argumentos racionais, baseados na lógica: sequência na apresentação das ideias selecionadas, obedecendo
causa/efeito; consequência/causa; condição/ocorrência. às partes principais da estrutura do texto, que poderia ser mais ou
Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As declarações, menos a seguinte:
julgamento, pronunciamentos, apreciações que expressam opiniões
pessoais (não subjetivas) devem ter sua validade comprovada, Introdução
e só os fatos provam. Em resumo toda afirmação ou juízo que - função social da ciência e da tecnologia;
expresse uma opinião pessoal só terá validade se fundamentada na - definições de ciência e tecnologia;
evidência dos fatos, ou seja, se acompanhada de provas, validade - indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico.
dos argumentos, porém, pode ser contestada por meio da contra-
argumentação ou refutação. São vários os processos de contra- Desenvolvimento
argumentação: - apresentação de aspectos positivos e negativos do
desenvolvimento tecnológico;
- como o desenvolvimento científico-tecnológico modificou as
condições de vida no mundo atual;

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LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
- a tecnocracia: oposição entre uma sociedade Tipos de Intertextualidade
tecnologicamente desenvolvida e a dependência tecnológica dos A intertextualidade acontece quando há uma referência
países subdesenvolvidos; explícita ou implícita de um texto em outro. Também pode
- enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento social; ocorrer com outras formas além do texto, música, pintura, filme,
- comparar a vida de hoje com os diversos tipos de vida do novela etc. Toda vez que uma obra fizer alusão à outra ocorre a
passado; apontar semelhanças e diferenças; intertextualidade.
- analisar as condições atuais de vida nos grandes centros Por isso é importante para o leitor o conhecimento de mundo,
urbanos; um saber prévio, para reconhecer e identificar quando há um
- como se poderia usar a ciência e a tecnologia para humanizar diálogo entre os textos. A intertextualidade pode ocorrer afirmando
mais a sociedade. as mesmas ideias da obra citada ou contestando-as.
Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia do
Conclusão texto é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre para atualizar,
- a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/ reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer
consequências maléficas; com outras palavras o que já foi dito.
- síntese interpretativa dos argumentos e contra-argumentos A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros
apresentados. textos, há uma ruptura com as ideologias impostas e por isso
é objeto de interesse para os estudiosos da língua e das artes.
Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano de Ocorre, aqui, um choque de interpretação, a voz do texto original
redação: é um dos possíveis. é retomada para transformar seu sentido, leva o leitor a uma
Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece reflexão crítica de suas verdades incontestadas anteriormente, com
entre dois textos, quando um texto já criado exerce influência na esse processo há uma indagação sobre os dogmas estabelecidos
criação de um novo texto. Pode-se definir, então, a intertextualidade e uma busca pela verdade real, concebida através do raciocínio e
como sendo a criação de um texto a partir de outro texto já da crítica. Os programas humorísticos fazem uso contínuo dessa
existente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem arte, frequentemente os discursos de políticos são abordados
funções diferentes que dependem muito dos textos/contextos em de maneira cômica e contestadora, provocando risos e também
que ela é inserida. reflexão a respeito da demagogia praticada pela classe dominante.
O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento, A Epígrafe é um recurso bastante utilizado em obras, textos
não se restringindo única e exclusivamente a textos literários. científicos, desde artigos, resenhas, monografias, uma vez que
Em alguns casos pode-se dizer que a intertextualidade assume consiste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha alguma
a função de não só persuadir o leitor como também de difundir a relação com o que será discutido no texto. Do grego, o termo
cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura, “epígrafhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior) e
escultura, literatura etc). Intertextualidade é a relação entre dois “graphé” (escrita). Como exemplo podemos citar um artigo sobre
textos caracterizada por um citar o outro. Patrimônio Cultural e a epígrafe do filósofo Aristóteles (384 a.C.-322
A intertextualidade é o diálogo entre textos. Ocorre quando a.C.): “A cultura é o melhor conforto para a velhice”.
um texto (oral, escrito, verbal ou não verbal), de alguma maneira, A Citação é o Acréscimo de partes de outras obras numa
se utiliza de outro na elaboração de sua mensagem. Os dois textos produção textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem
– a fonte e o que dialoga com ela – podem ser do mesmo gênero expressa entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro
ou de gêneros distintos, terem a mesma finalidade ou propósitos autor. Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação
diferentes. Assim, como você constatou, uma história em sem relacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o
quadrinhos pode utilizar algo de um texto científico, assim como termo “citação” (citare) significa convocar.
um poema pode valer-se de uma letra de música ou um artigo de A Alusão faz referência aos elementos presentes em outros
opinião pode mencionar um provérbio conhecido. textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por dois
Há várias maneiras de um texto manter intertextualidade com termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar).
outro, entre elas, ao citá-lo, ao resumi-lo, ao reproduzi-lo com Pastiche é uma recorrência a um gênero.
outras palavras, ao traduzi-lo para outro idioma, ao ampliá-lo, ao A Tradução está no campo da intertextualidade porque implica
tomá-lo como ponto de partida, ao defendê-lo, ao criticá-lo, ao a recriação de um texto.
ironizá-lo ou ao compará-lo com outros.
Os estudiosos afirmam que em todos os textos ocorre algum Evidentemente, a intertextualidade está ligada ao
grau de intertextualidade, pois quando falamos, escrevemos, “conhecimento de mundo”, que deve ser compartilhado, ou seja,
desenhamos, pintamos, moldamos, ou seja, sempre que nos comum ao produtor e ao receptor de textos.
expressamos, estamos nos valendo de ideias e conceitos que A intertextualidade pressupõe um universo cultural muito
já foram formulados por outros para reafirmá-los, ampliá-los amplo e complexo, pois implica a identificação / o reconhecimento de
ou mesmo contradizê-los. Em outras palavras, não há textos remissões a obras ou a textos / trechos mais, ou menos conhecidos,
absolutamente originais, pois eles sempre – de maneira explícita ou além de exigir do interlocutor a capacidade de interpretar a função
implícita – mantêm alguma relação com algo que foi visto, ouvido daquela citação ou alusão em questão.
ou lido.
Intertextualidade explícita e intertextualidade implícita
A intertextualidade pode ser caracterizada como explícita ou
implícita, de acordo com a relação estabelecida com o texto fonte,
ou seja, se mais direta ou se mais subentendida.

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LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
A intertextualidade explícita: Desenvolvimento
– é facilmente identificada pelos leitores; Quando tratamos de estrutura, é a maior parte do texto. O
– estabelece uma relação direta com o texto fonte; desenvolvimento estabelece uma conexão entre a introdução e a
– apresenta elementos que identificam o texto fonte; conclusão, pois é nesta parte que as ideias, argumentos e posicio-
– não exige que haja dedução por parte do leitor; namento do autor vão sendo formados e desenvolvidos com a fina-
– apenas apela à compreensão do conteúdos. lidade de dirigir a atenção do leitor para a conclusão.
Em um bom desenvolvimento as ideias devem ser claras e ap-
A intertextualidade implícita: tas a fazer com que o leitor anteceda qual será a conclusão.
– não é facilmente identificada pelos leitores;
– não estabelece uma relação direta com o texto fonte; São três principais erros que podem ser cometidos na elabora-
– não apresenta elementos que identificam o texto fonte; ção do desenvolvimento:
– exige que haja dedução, inferência, atenção e análise por - Distanciar-se do texto em relação ao tema inicial.
parte dos leitores; - Focar em apenas um tópico do tema e esquecer dos outros.
– exige que os leitores recorram a conhecimentos prévios para - Falar sobre muitas informações e não conseguir organizá-las,
a compreensão do conteúdo. dificultando a linha de compreensão do leitor.

PONTO DE VISTA Conclusão


O modo como o autor narra suas histórias provoca diferentes Ponto final de todas as argumentações discorridas no desen-
sentidos ao leitor em relação à uma obra. Existem três pontos volvimento, ou seja, o encerramento do texto e dos questionamen-
de vista diferentes. É considerado o elemento da narração que tos levantados pelo autor.
compreende a perspectiva através da qual se conta a história. Ao fazermos a conclusão devemos evitar expressões como:
Trata-se da posição da qual o narrador articula a narrativa. Apesar “Concluindo...”, “Em conclusão, ...”, “Como já dissemos antes...”.
de existir diferentes possibilidades de Ponto de Vista em uma
narrativa, considera-se dois pontos de vista como fundamentais: O Parágrafo
narrador-observador e o narrador-personagem. Se caracteriza como um pequeno recuo em relação à margem
esquerda da folha. Conceitualmente, o parágrafo completo deve
Primeira pessoa conter introdução, desenvolvimento e conclusão.
Um personagem narra a história a partir de seu próprio ponto - Introdução – apresentação da ideia principal, feita de maneira
de vista, ou seja, o escritor usa a primeira pessoa. Nesse caso, lemos sintética de acordo com os objetivos do autor.
o livro com a sensação de termos a visão do personagem podendo - Desenvolvimento – ampliação do tópico frasal (introdução),
também saber quais são seus pensamentos, o que causa uma atribuído pelas ideias secundárias, a fim de reforçar e dar credibili-
leitura mais íntima. Da mesma maneira que acontece nas nossas dade na discussão.
vidas, existem algumas coisas das quais não temos conhecimento e - Conclusão – retomada da ideia central ligada aos pressupos-
só descobrimos ao decorrer da história. tos citados no desenvolvimento, procurando arrematá-los.

Segunda pessoa Exemplo de um parágrafo bem estruturado (com introdução,


O autor costuma falar diretamente com o leitor, como um desenvolvimento e conclusão):
diálogo. Trata-se de um caso mais raro e faz com que o leitor se “Nesse contexto, é um grave erro a liberação da maconha.
sinta quase como outro personagem que participa da história. Provocará de imediato violenta elevação do consumo. O Estado
perderá o precário controle que ainda exerce sobre as drogas psico-
Terceira pessoa trópicas e nossas instituições de recuperação de viciados não terão
Coloca o leitor numa posição externa, como se apenas estrutura suficiente para atender à demanda. Enfim, viveremos o
observasse a ação acontecer. Os diálogos não são como na narrativa caos. ”
em primeira pessoa, já que nesse caso o autor relata as frases como (Alberto Corazza, Isto É, com adaptações)
alguém que estivesse apenas contando o que cada personagem
disse. Elemento relacionador: Nesse contexto.
Sendo assim, o autor deve definir se sua narrativa será Tópico frasal: é um grave erro a liberação da maconha.
transmitida ao leitor por um ou vários personagens. Se a história Desenvolvimento: Provocará de imediato violenta elevação do
é contada por mais de um ser fictício, a transição do ponto de consumo. O Estado perderá o precário controle que ainda exerce
vista de um para outro deve ser bem clara, para que quem estiver sobre as drogas psicotrópicas e nossas instituições de recuperação
acompanhando a leitura não fique confuso. de viciados não terão estrutura suficiente para atender à demanda.
Conclusão: Enfim, viveremos o caos.
ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO TEXTO E DOS
PARÁGRAFOS Coerência e a coesão
São três os elementos essenciais para a composição de um tex- A coerência e a coesão são essenciais na escrita e na interpre-
to: a introdução, o desenvolvimento e a conclusão. Vamos estudar tação de textos. Ambos se referem à relação adequada entre os
cada uma de forma isolada a seguir: componentes do texto, de modo que são independentes entre si.
Isso quer dizer que um texto pode estar coeso, porém incoerente,
Introdução e vice-versa.
É a apresentação direta e objetiva da ideia central do texto. A Enquanto a coesão tem foco nas questões gramaticais, ou seja,
introdução é caracterizada por ser o parágrafo inicial. ligação entre palavras, frases e parágrafos, a coerência diz respeito
ao conteúdo, isto é, uma sequência lógica entre as ideias.

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LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Coesão
A coesão textual ocorre, normalmente, por meio do uso de conectivos (preposições, conjunções, advérbios). Ela pode ser obtida a
partir da anáfora (retoma um componente) e da catáfora (antecipa um componente).
Confira, então, as principais regras que garantem a coesão textual:

REGRA CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS


Pessoal (uso de pronomes pessoais ou possessivos) – anafórica João e Maria são crianças. Eles são irmãos.
Demonstrativa (uso de pronomes demonstrativos e advérbios) Fiz todas as tarefas, exceto esta: colonização
REFERÊNCIA
– catafórica africana.
Comparativa (uso de comparações por semelhanças) Mais um ano igual aos outros...
Maria está triste. A menina está cansada de
SUBSTITUIÇÃO Substituição de um termo por outro, para evitar repetição
ficar em casa.
No quarto, apenas quatro ou cinco convidados.
ELIPSE Omissão de um termo
(omissão do verbo “haver”)
Eu queria ir ao cinema, mas estamos de
CONJUNÇÃO Conexão entre duas orações, estabelecendo relação entre elas
quarentena.
Utilização de sinônimos, hiperônimos, nomes genéricos ou
A minha casa é clara. Os quartos, a sala e a
COESÃO LEXICAL palavras que possuem sentido aproximado e pertencente a um
cozinha têm janelas grandes.
mesmo grupo lexical.

Coerência
Nesse caso, é importante conferir se a mensagem e a conexão de ideias fazem sentido, e seguem uma linha clara de raciocínio.
Existem alguns conceitos básicos que ajudam a garantir a coerência. Veja quais são os principais princípios para um texto coerente:
• Princípio da não contradição: não deve haver ideias contraditórias em diferentes partes do texto.
• Princípio da não tautologia: a ideia não deve estar redundante, ainda que seja expressa com palavras diferentes.
• Princípio da relevância: as ideias devem se relacionar entre si, não sendo fragmentadas nem sem propósito para a argumentação.
• Princípio da continuidade temática: é preciso que o assunto tenha um seguimento em relação ao assunto tratado.
• Princípio da progressão semântica: inserir informações novas, que sejam ordenadas de maneira adequada em relação à progressão
de ideias.

Para atender a todos os princípios, alguns fatores são recomendáveis para garantir a coerência textual, como amplo conhecimento
de mundo, isto é, a bagagem de informações que adquirimos ao longo da vida; inferências acerca do conhecimento de mundo do leitor;
e informatividade, ou seja, conhecimentos ricos, interessantes e pouco previsíveis.

Adequação vocabular
Adequação vocabular” é adequar as palavras a situação de fala. As gírias, por exemplo, podem ser perfeitamente ajustadas a certos
contextos.
A adequação vocabular trata das corretas situações em que devemos usar as melhores situações vocabulares. Isto é, trata dos mo-
mento em que determinadas linguagens devem ser usada.
É o caso por exemplo de quando estamos diante de uma situação informal, com amigos, e conhecidos, onde podemos usar gírias
além de demais palavras menor formais. Diferente de situações em que estamos diante de momento mais formais, como o trabalho por
exemplo.

O ato de escrever
O que para alguns parece fácil e agradável, para outros representa um sacrifício sem perspectivas favoráveis. Nas práticas escolares,
não se prepara o aluno para ser escritor, mas para escrever satisfatoriamente numa linguagem que revele precisão vocabular e clareza de
ideias.
Um texto correto e preciso resulta de um pensamento organizado, ao qual se somam a capacidade para aproveitar os recursos ex-
pressivos da língua e a interpretação analítica da realidade, em especial na dissertação. Qualquer que seja a modalidade redacional, sua
finalidade é concretizar a comunicação de ideias (conteúdo), valorizadas por uma expressão estética da linguagem (forma). Não basta,
pois, saber o que escrever, mas como escrever.
As dificuldades para redigir podem ter origem na timidez, no receio da iniciativa inovadora, na falta de estímulos, em métodos didáti-
cos desinteressantes ou ainda num conjunto de fatores que bloqueiam a escrita.
Há quem atribua as deficiências da escrita aos meios de comunicação de massa que, saturando nossos sentidos com imagem e som,
pouco exigem de nossa capacidade reflexiva, ocupando um espaço que poderia ser preenchido pela leitura.
Quaisquer que sejam os entraves na escrita, é no aprimoramento da linguagem que temos o instrumento mais eficaz para expressar
o pensa mento. A habilidade com que a usamos permite-nos apreender o mundo e agir sobre ele.
Ao escrevermos, fazemos da linguagem nossa conquista maior, combinando as impressões dos sentidos, a vivência pessoal e o pensa-
mento crítico. Para aperfeiçoar o exercício redacional, devemos aguçar a capacidade de interpretação, o espírito questionador e analítico,
bem como o desprendimento para criar e inovar.
Assim, a redação, como atividade compensadora e satisfatória, é produto de um saber linguístico, da ordenação do pensamento e da
imaginação criadora, num contínuo e diletante processo de aprendizagem.

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LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Da palavra ao texto Uso do “S” ou “Z”
A palavra existe a serviço da comunicação. As circunstâncias Algumas regras do uso do “S” com som de “Z” podem ser ob-
históricas, o mundo concreto e os anseios espirituais, ao longo de seus servadas:
processos de desenvolvimento, foram criando a necessidade de nome- • Depois de ditongos (ex: coisa)
ação dos objetos. Assim, o desejo de comunicar nossas ideias fica me- • Em palavras derivadas cuja palavra primitiva já se usa o “S”
diado por uma unidade menor que se chama signo. O signo é o símbo- (ex: casa > casinha)
lo dos objetos ou ideias que queremos veicular (oral ou textualmente): • Nos sufixos “ês” e “esa”, ao indicarem nacionalidade, título ou
a maneira de articular as palavras e de organizá-las na frase, no texto origem. (ex: portuguesa)
determina nosso discurso, nosso estilo (forma de expressão pessoal). • Nos sufixos formadores de adjetivos “ense”, “oso” e “osa” (ex:
populoso)
A linguagem culta ou padrão
É aquela ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em Uso do “S”, “SS”, “Ç”
• “S” costuma aparecer entre uma vogal e uma consoante (ex:
que se apresenta com terminologia especial. É usada pelas pessoas
diversão)
instruídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se pela obedi-
• “SS” costuma aparecer entre duas vogais (ex: processo)
ência às normas gramaticais. Mais comumente usada na linguagem
• “Ç” costuma aparecer em palavras estrangeiras que passa-
escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais artificial,
ram pelo processo de aportuguesamento (ex: muçarela)
mais estável, menos sujeita a variações. Está presente nas aulas,
conferências, sermões, discursos políticos, comunicações científi- Os diferentes porquês
cas, noticiários de TV, programas culturais etc.

A linguagem popular ou coloquial Usado para fazer perguntas. Pode ser substituído
POR QUE
É aquela usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mos- por “por qual motivo”
tra-se quase sempre rebelde à norma gramatical e é carregada de Usado em respostas e explicações. Pode ser
PORQUE
vícios de linguagem (solecismo – erros de regência e concordância; substituído por “pois”
barbarismo – erros de pronúncia, grafia e flexão; ambiguidade; ca- O “que” é acentuado quando aparece como a
cofonia; pleonasmo), expressões vulgares, gírias e preferência pela POR QUÊ última palavra da frase, antes da pontuação final
coordenação, que ressalta o caráter oral e popular da língua. A lin- (interrogação, exclamação, ponto final)
guagem popular está presente nas mais diversas situações: conver-
É um substantivo, portanto costuma vir
sas familiares ou entre amigos, anedotas, irradiação de esportes,
PORQUÊ acompanhado de um artigo, numeral, adjetivo ou
programas de TV (sobretudo os de auditório), novelas, expressão
pronome
dos estados emocionais etc.
Parônimos e homônimos
ORTOGRAFIA As palavras parônimas são aquelas que possuem grafia e pro-
núncia semelhantes, porém com significados distintos.
Ex: cumprimento (saudação) X comprimento (extensão); tráfe-
A ortografia oficial diz respeito às regras gramaticais referentes go (trânsito) X tráfico (comércio ilegal).
à escrita correta das palavras. Para melhor entendê-las, é preciso Já as palavras homônimas são aquelas que possuem a mesma
analisar caso a caso. Lembre-se de que a melhor maneira de memo- grafia e pronúncia, porém têm significados diferentes. Ex: rio (verbo
rizar a ortografia correta de uma língua é por meio da leitura, que “rir”) X rio (curso d’água); manga (blusa) X manga (fruta).
também faz aumentar o vocabulário do leitor.
Neste capítulo serão abordadas regras para dúvidas frequentes
entre os falantes do português. No entanto, é importante ressaltar ACENTUAÇÃO GRÁFICA
que existem inúmeras exceções para essas regras, portanto, fique
atento! A acentuação é uma das principais questões relacionadas à Or-
tografia Oficial, que merece um capítulo a parte. Os acentos utili-
Alfabeto zados no português são: acento agudo (´); acento grave (`); acento
O primeiro passo para compreender a ortografia oficial é co- circunflexo (^); cedilha (¸) e til (~).
nhecer o alfabeto (os sinais gráficos e seus sons). No português, o Depois da reforma do Acordo Ortográfico, a trema foi excluída,
alfabeto se constitui 26 letras, divididas entre vogais (a, e, i, o, u) e de modo que ela só é utilizada na grafia de nomes e suas derivações
consoantes (restante das letras). (ex: Müller, mülleriano).
Com o Novo Acordo Ortográfico, as consoantes K, W e Y foram Esses são sinais gráficos que servem para modificar o som de
reintroduzidas ao alfabeto oficial da língua portuguesa, de modo alguma letra, sendo importantes para marcar a sonoridade e a in-
que elas são usadas apenas em duas ocorrências: transcrição de tensidade das sílabas, e para diferenciar palavras que possuem a
nomes próprios e abreviaturas e símbolos de uso internacional. escrita semelhante.

Uso do “X” A sílaba mais intensa da palavra é denominada sílaba tônica. A


Algumas dicas são relevantes para saber o momento de usar o palavra pode ser classificada a partir da localização da sílaba tônica,
X no lugar do CH: como mostrado abaixo:
• Depois das sílabas iniciais “me” e “en” (ex: mexerica; enxer- • OXÍTONA: a última sílaba da palavra é a mais intensa. (Ex:
gar) café)
• PAROXÍTONA: a penúltima sílaba da palavra é a mais intensa.
• Depois de ditongos (ex: caixa)
(Ex: automóvel)
• Palavras de origem indígena ou africana (ex: abacaxi; orixá)

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LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
• PROPAROXÍTONA: a antepenúltima sílaba da palavra é a mais intensa. (Ex: lâmpada)
As demais sílabas, pronunciadas de maneira mais sutil, são denominadas sílabas átonas.

Regras fundamentais

CLASSIFICAÇÃO REGRAS EXEMPLOS


• terminadas em A, E, O, EM, seguidas ou não do
cipó(s), pé(s), armazém
OXÍTONAS plural
respeitá-la, compô-lo, comprometê-los
• seguidas de -LO, -LA, -LOS, -LAS
• terminadas em I, IS, US, UM, UNS, L, N, X, PS, Ã,
ÃS, ÃO, ÃOS
táxi, lápis, vírus, fórum, cadáver, tórax, bíceps, ímã,
• ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido
PAROXÍTONAS órfão, órgãos, água, mágoa, pônei, ideia, geleia,
ou não do plural
paranoico, heroico
(OBS: Os ditongos “EI” e “OI” perderam o acento
com o Novo Acordo Ortográfico)
PROPAROXÍTONAS • todas são acentuadas cólica, analítico, jurídico, hipérbole, último, álibi

Regras especiais

REGRA EXEMPLOS
Acentua-se quando “I” e “U” tônicos formarem hiato com a vogal anterior, acompanhados ou não de
saída, faísca, baú, país
“S”, desde que não sejam seguidos por “NH”
feiura, Bocaiuva, Sauipe
OBS: Não serão mais acentuados “I” e “U” tônicos formando hiato quando vierem depois de ditongo
Acentua-se a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos “TER” e “VIR” e seus compostos têm, obtêm, contêm, vêm
Não são acentuados hiatos “OO” e “EE” leem, voo, enjoo
Não são acentuadas palavras homógrafas
pelo, pera, para
OBS: A forma verbal “PÔDE” é uma exceção

PONTUAÇÃO

Os sinais de pontuação são recursos gráficos que se encontram na linguagem escrita, e suas funções são demarcar unidades e sinalizar
limites de estruturas sintáticas. É também usado como um recurso estilístico, contribuindo para a coerência e a coesão dos textos.
São eles: o ponto (.), a vírgula (,), o ponto e vírgula (;), os dois pontos (:), o ponto de exclamação (!), o ponto de interrogação (?), as
reticências (...), as aspas (“”), os parênteses ( ( ) ), o travessão (—), a meia-risca (–), o apóstrofo (‘), o asterisco (*), o hífen (-), o colchetes
([]) e a barra (/).
Confira, no quadro a seguir, os principais sinais de pontuação e suas regras de uso.

SINAL NOME USO EXEMPLOS


Indicar final da frase declarativa Meu nome é Pedro.
. Ponto Separar períodos Fica mais. Ainda está cedo
Abreviar palavras Sra.
A princesa disse:
Iniciar fala de personagem
- Eu consigo sozinha.
Antes de aposto ou orações apositivas, enumerações
Esse é o problema da pandemia: as
: Dois-pontos ou sequência de palavras para resumir / explicar ideias
pessoas não respeitam a quarentena.
apresentadas anteriormente
Como diz o ditado: “olho por olho,
Antes de citação direta
dente por dente”.
Indicar hesitação
Sabe... não está sendo fácil...
... Reticências Interromper uma frase
Quem sabe depois...
Concluir com a intenção de estender a reflexão
Isolar palavras e datas A Semana de Arte Moderna (1922)
() Parênteses Frases intercaladas na função explicativa (podem substituir Eu estava cansada (trabalhar e estudar
vírgula e travessão) é puxado).
Indicar expressão de emoção Que absurdo!
! Ponto de Exclamação Final de frase imperativa Estude para a prova!
Após interjeição Ufa!

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? Ponto de Interrogação Em perguntas diretas Que horas ela volta?


A professora disse:
Iniciar fala do personagem do discurso direto e indicar — Boas férias!
— Travessão mudança de interloculor no diálogo — Obrigado, professora.
Substituir vírgula em expressões ou frases explicativas O corona vírus — Covid-19 — ainda
está sendo estudado.

Vírgula
A vírgula é um sinal de pontuação com muitas funções, usada para marcar uma pausa no enunciado. Veja, a seguir, as principais regras
de uso obrigatório da vírgula.
• Separar termos coordenados: Fui à feira e comprei abacate, mamão, manga, morango e abacaxi.
• Separar aposto (termo explicativo): Belo Horizonte, capital mineira, só tem uma linha de metrô.
• Isolar vocativo: Boa tarde, Maria.
• Isolar expressões que indicam circunstâncias adverbiais (modo, lugar, tempo etc): Todos os moradores, calmamente, deixaram o
prédio.
• Isolar termos explicativos: A educação, a meu ver, é a solução de vários problemas sociais.
• Separar conjunções intercaladas, e antes dos conectivos “mas”, “porém”, “pois”, “contudo”, “logo”: A menina acordou cedo, mas não
conseguiu chegar a tempo na escola. Não explicou, porém, o motivo para a professora.
• Separar o conteúdo pleonástico: A ela, nada mais abala.

No caso da vírgula, é importante saber que, em alguns casos, ela não deve ser usada. Assim, não há vírgula para separar:
• Sujeito de predicado.
• Objeto de verbo.
• Adjunto adnominal de nome.
• Complemento nominal de nome.
• Predicativo do objeto do objeto.
• Oração principal da subordinada substantiva.
• Termos coordenados ligados por “e”, “ou”, “nem”.

ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS

Formação de Palavras
A formação de palavras se dá a partir de processos morfológicos, de modo que as palavras se dividem entre:
• Palavras primitivas: são aquelas que não provêm de outra palavra. Ex: flor; pedra
• Palavras derivadas: são originadas a partir de outras palavras. Ex: floricultura; pedrada
• Palavra simples: são aquelas que possuem apenas um radical (morfema que contém significado básico da palavra). Ex: cabelo; azeite
• Palavra composta: são aquelas que possuem dois ou mais radicais. Ex: guarda-roupa; couve-flor
Entenda como ocorrem os principais processos de formação de palavras:

Derivação
A formação se dá por derivação quando ocorre a partir de uma palavra simples ou de um único radical, juntando-se afixos.
• Derivação prefixal: adiciona-se um afixo anteriormente à palavra ou radical. Ex: antebraço (ante + braço) / infeliz (in + feliz)
• Derivação sufixal: adiciona-se um afixo ao final da palavra ou radical. Ex: friorento (frio + ento) / guloso (gula + oso)
• Derivação parassintética: adiciona-se um afixo antes e outro depois da palavra ou radical. Ex: esfriar (es + frio + ar) / desgovernado
(des + governar + ado)
• Derivação regressiva (formação deverbal): reduz-se a palavra primitiva. Ex: boteco (botequim) / ataque (verbo “atacar”)
• Derivação imprópria (conversão): ocorre mudança na classe gramatical, logo, de sentido, da palavra primitiva. Ex: jantar (verbo para
substantivo) / Oliveira (substantivo comum para substantivo próprio – sobrenomes).

Composição
A formação por composição ocorre quando uma nova palavra se origina da junção de duas ou mais palavras simples ou radicais.
• Aglutinação: fusão de duas ou mais palavras simples, de modo que ocorre supressão de fonemas, de modo que os elementos for-
madores perdem sua identidade ortográfica e fonológica. Ex: aguardente (água + ardente) / planalto (plano + alto)
• Justaposição: fusão de duas ou mais palavras simples, mantendo a ortografia e a acentuação presente nos elementos formadores.
Em sua maioria, aparecem conectadas com hífen. Ex: beija-flor / passatempo.

Abreviação
Quando a palavra é reduzida para apenas uma parte de sua totalidade, passando a existir como uma palavra autônoma. Ex: foto (fo-
tografia) / PUC (Pontifícia Universidade Católica).

Hibridismo
Quando há junção de palavras simples ou radicais advindos de línguas distintas. Ex: sociologia (socio – latim + logia – grego) / binóculo
(bi – grego + oculus – latim).

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LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Combinação
Quando ocorre junção de partes de outras palavras simples ou radicais. Ex: portunhol (português + espanhol) / aborrecente (aborrecer
+ adolescente).

Intensificação
Quando há a criação de uma nova palavra a partir do alargamento do sufixo de uma palavra existente. Normalmente é feita adicionan-
do o sufixo -izar. Ex: inicializar (em vez de iniciar) / protocolizar (em vez de protocolar).

Neologismo
Quando novas palavras surgem devido à necessidade do falante em contextos específicos, podendo ser temporárias ou permanentes.
Existem três tipos principais de neologismos:
• Neologismo semântico: atribui-se novo significado a uma palavra já existente. Ex: amarelar (desistir) / mico (vergonha)
• Neologismo sintático: ocorre a combinação de elementos já existentes no léxico da língua. Ex: dar um bolo (não comparecer ao
compromisso) / dar a volta por cima (superar).
• Neologismo lexical: criação de uma nova palavra, que tem um novo conceito. Ex: deletar (apagar) / escanear (digitalizar)

Onomatopeia
Quando uma palavra é formada a partir da reprodução aproximada do seu som. Ex: atchim; zum-zum; tique-taque.

CLASSES DE PALAVRAS. EMPREGO DE NOMES E PRONOMES. EMPREGO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS.


COLOCAÇÃO PRONOMINAL

Classes de Palavras
Para entender sobre a estrutura das funções sintáticas, é preciso conhecer as classes de palavras, também conhecidas por classes
morfológicas. A gramática tradicional pressupõe 10 classes gramaticais de palavras, sendo elas: adjetivo, advérbio, artigo, conjunção, in-
terjeição, numeral, pronome, preposição, substantivo e verbo.
Veja, a seguir, as características principais de cada uma delas.

CLASSE CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS


Menina inteligente...
Expressar características, qualidades ou estado dos seres Roupa azul-marinho...
ADJETIVO
Sofre variação em número, gênero e grau Brincadeira de criança...
Povo brasileiro...
A ajuda chegou tarde.
Indica circunstância em que ocorre o fato verbal
ADVÉRBIO A mulher trabalha muito.
Não sofre variação
Ele dirigia mal.
Determina os substantivos (de modo definido ou indefinido) A galinha botou um ovo.
ARTIGO
Varia em gênero e número Uma menina deixou a mochila no ônibus.
Liga ideias e sentenças (conhecida também como conectivos) Não gosto de refrigerante nem de pizza.
CONJUNÇÃO
Não sofre variação Eu vou para a praia ou para a cachoeira?
Exprime reações emotivas e sentimentos Ah! Que calor...
INTERJEIÇÃO
Não sofre variação Escapei por pouco, ufa!
Atribui quantidade e indica posição em alguma sequência Gostei muito do primeiro dia de aula.
NUMERAL
Varia em gênero e número Três é a metade de seis.
Posso ajudar, senhora?
Acompanha, substitui ou faz referência ao substantivo Ela me ajudou muito com o meu trabalho.
PRONOME
Varia em gênero e número Esta é a casa onde eu moro.
Que dia é hoje?
Relaciona dois termos de uma mesma oração Espero por você essa noite.
PREPOSIÇÃO
Não sofre variação Lucas gosta de tocar violão.
Nomeia objetos, pessoas, animais, alimentos, lugares etc. A menina jogou sua boneca no rio.
SUBSTANTIVO
Flexionam em gênero, número e grau. A matilha tinha muita coragem.
Indica ação, estado ou fenômenos da natureza Ana se exercita pela manhã.
Sofre variação de acordo com suas flexões de modo, tempo, Todos parecem meio bobos.
VERBO
número, pessoa e voz. Chove muito em Manaus.
Verbos não significativos são chamados verbos de ligação A cidade é muito bonita quando vista do alto.

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LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Substantivo Quando acompanhados de um substantivo que indica grandeza
Tipos de substantivos ou pequenez, é considerado analítico (Ex: menino grande / menino
Os substantivos podem ter diferentes classificações, de acordo pequeno).
com os conceitos apresentados abaixo: Quando acrescentados sufixos indicadores de aumento ou di-
• Comum: usado para nomear seres e objetos generalizados. minuição, é considerado sintético (Ex: meninão / menininho).
Ex: mulher; gato; cidade...
• Próprio: geralmente escrito com letra maiúscula, serve para Novo Acordo Ortográfico
especificar e particularizar. Ex: Maria; Garfield; Belo Horizonte... De acordo com o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portugue-
• Coletivo: é um nome no singular que expressa ideia de plural, sa, as letras maiúsculas devem ser usadas em nomes próprios de
para designar grupos e conjuntos de seres ou objetos de uma mes- pessoas, lugares (cidades, estados, países, rios), animais, acidentes
ma espécie. Ex: matilha; enxame; cardume... geográficos, instituições, entidades, nomes astronômicos, de festas
• Concreto: nomeia algo que existe de modo independente de e festividades, em títulos de periódicos e em siglas, símbolos ou
outro ser (objetos, pessoas, animais, lugares etc.). Ex: menina; ca- abreviaturas.
chorro; praça... Já as letras minúsculas podem ser usadas em dias de semana,
• Abstrato: depende de um ser concreto para existir, designan- meses, estações do ano e em pontos cardeais.
do sentimentos, estados, qualidades, ações etc. Ex: saudade; sede; Existem, ainda, casos em que o uso de maiúscula ou minúscula
imaginação... é facultativo, como em título de livros, nomes de áreas do saber,
• Primitivo: substantivo que dá origem a outras palavras. Ex: disciplinas e matérias, palavras ligadas a alguma religião e em pala-
livro; água; noite... vras de categorização.
• Derivado: formado a partir de outra(s) palavra(s). Ex: pedrei-
ro; livraria; noturno... Adjetivo
• Simples: nomes formados por apenas uma palavra (um radi- Os adjetivos podem ser simples (vermelho) ou compostos (mal-
cal). Ex: casa; pessoa; cheiro... -educado); primitivos (alegre) ou derivados (tristonho). Eles podem
• Composto: nomes formados por mais de uma palavra (mais flexionar entre o feminino (estudiosa) e o masculino (engraçado), e
de um radical). Ex: passatempo; guarda-roupa; girassol... o singular (bonito) e o plural (bonitos).
Há, também, os adjetivos pátrios ou gentílicos, sendo aqueles
Flexão de gênero que indicam o local de origem de uma pessoa, ou seja, sua naciona-
Na língua portuguesa, todo substantivo é flexionado em um lidade (brasileiro; mineiro).
dos dois gêneros possíveis: feminino e masculino. É possível, ainda, que existam locuções adjetivas, isto é, conjun-
O substantivo biforme é aquele que flexiona entre masculino to de duas ou mais palavras usadas para caracterizar o substantivo.
e feminino, mudando a desinência de gênero, isto é, geralmente São formadas, em sua maioria, pela preposição DE + substantivo:
o final da palavra sendo -o ou -a, respectivamente (Ex: menino / • de criança = infantil
menina). Há, ainda, os que se diferenciam por meio da pronúncia / • de mãe = maternal
acentuação (Ex: avô / avó), e aqueles em que há ausência ou pre- • de cabelo = capilar
sença de desinência (Ex: irmão / irmã; cantor / cantora).
O substantivo uniforme é aquele que possui apenas uma for- Variação de grau
ma, independente do gênero, podendo ser diferenciados quanto Os adjetivos podem se encontrar em grau normal (sem ênfa-
ao gênero a partir da flexão de gênero no artigo ou adjetivo que o ses), ou com intensidade, classificando-se entre comparativo e su-
acompanha (Ex: a cadeira / o poste). Pode ser classificado em epi- perlativo.
ceno (refere-se aos animais), sobrecomum (refere-se a pessoas) e • Normal: A Bruna é inteligente.
comum de dois gêneros (identificado por meio do artigo). • Comparativo de superioridade: A Bruna é mais inteligente
É preciso ficar atento à mudança semântica que ocorre com que o Lucas.
alguns substantivos quando usados no masculino ou no feminino, • Comparativo de inferioridade: O Gustavo é menos inteligente
trazendo alguma especificidade em relação a ele. No exemplo o fru- que a Bruna.
to X a fruta temos significados diferentes: o primeiro diz respeito ao • Comparativo de igualdade: A Bruna é tão inteligente quanto
órgão que protege a semente dos alimentos, enquanto o segundo é a Maria.
o termo popular para um tipo específico de fruto. • Superlativo relativo de superioridade: A Bruna é a mais inte-
ligente da turma.
Flexão de número • Superlativo relativo de inferioridade: O Gustavo é o menos
No português, é possível que o substantivo esteja no singu- inteligente da turma.
lar, usado para designar apenas uma única coisa, pessoa, lugar • Superlativo absoluto analítico: A Bruna é muito inteligente.
(Ex: bola; escada; casa) ou no plural, usado para designar maiores • Superlativo absoluto sintético: A Bruna é inteligentíssima.
quantidades (Ex: bolas; escadas; casas) — sendo este último repre-
sentado, geralmente, com o acréscimo da letra S ao final da palavra. Adjetivos de relação
Há, também, casos em que o substantivo não se altera, de São chamados adjetivos de relação aqueles que não podem so-
modo que o plural ou singular devem estar marcados a partir do frer variação de grau, uma vez que possui valor semântico objetivo,
contexto, pelo uso do artigo adequado (Ex: o lápis / os lápis). isto é, não depende de uma impressão pessoal (subjetiva). Além
disso, eles aparecem após o substantivo, sendo formados por sufi-
Variação de grau xação de um substantivo (Ex: vinho do Chile = vinho chileno).
Usada para marcar diferença na grandeza de um determinado
substantivo, a variação de grau pode ser classificada em aumenta-
tivo e diminutivo.

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LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Advérbio
Os advérbios são palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio. Eles se classificam de acordo com a tabela
abaixo:

CLASSIFICAÇÃO ADVÉRBIOS LOCUÇÕES ADVERBIAIS


DE MODO bem; mal; assim; melhor; depressa ao contrário; em detalhes
ontem; sempre; afinal; já; agora; doravante; primei- logo mais; em breve; mais tarde, nunca mais, de
DE TEMPO
ramente noite
DE LUGAR aqui; acima; embaixo; longe; fora; embaixo; ali Ao redor de; em frente a; à esquerda; por perto
DE INTENSIDADE muito; tão; demasiado; imenso; tanto; nada em excesso; de todos; muito menos
DE AFIRMAÇÃO sim, indubitavelmente; certo; decerto; deveras com certeza; de fato; sem dúvidas
DE NEGAÇÃO não; nunca; jamais; tampouco; nem nunca mais; de modo algum; de jeito nenhum
DE DÚVIDA Possivelmente; acaso; será; talvez; quiçá Quem sabe

Advérbios interrogativos
São os advérbios ou locuções adverbiais utilizadas para introduzir perguntas, podendo expressar circunstâncias de:
• Lugar: onde, aonde, de onde
• Tempo: quando
• Modo: como
• Causa: por que, por quê

Grau do advérbio
Os advérbios podem ser comparativos ou superlativos.
• Comparativo de igualdade: tão/tanto + advérbio + quanto
• Comparativo de superioridade: mais + advérbio + (do) que
• Comparativo de inferioridade: menos + advérbio + (do) que
• Superlativo analítico: muito cedo
• Superlativo sintético: cedíssimo

Curiosidades
Na linguagem coloquial, algumas variações do superlativo são aceitas, como o diminutivo (cedinho), o aumentativo (cedão) e o uso
de alguns prefixos (supercedo).
Existem advérbios que exprimem ideia de exclusão (somente; salvo; exclusivamente; apenas), inclusão (também; ainda; mesmo) e
ordem (ultimamente; depois; primeiramente).
Alguns advérbios, além de algumas preposições, aparecem sendo usados como uma palavra denotativa, acrescentando um sentido
próprio ao enunciado, podendo ser elas de inclusão (até, mesmo, inclusive); de exclusão (apenas, senão, salvo); de designação (eis); de
realce (cá, lá, só, é que); de retificação (aliás, ou melhor, isto é) e de situação (afinal, agora, então, e aí).

Pronomes
Os pronomes são palavras que fazem referência aos nomes, isto é, aos substantivos. Assim, dependendo de sua função no enunciado,
ele pode ser classificado da seguinte maneira:
• Pronomes pessoais: indicam as 3 pessoas do discurso, e podem ser retos (eu, tu, ele...) ou oblíquos (mim, me, te, nos, si...).
• Pronomes possessivos: indicam posse (meu, minha, sua, teu, nossos...)
• Pronomes demonstrativos: indicam localização de seres no tempo ou no espaço. (este, isso, essa, aquela, aquilo...)
• Pronomes interrogativos: auxiliam na formação de questionamentos (qual, quem, onde, quando, que, quantas...)
• Pronomes relativos: retomam o substantivo, substituindo-o na oração seguinte (que, quem, onde, cujo, o qual...)
• Pronomes indefinidos: substituem o substantivo de maneira imprecisa (alguma, nenhum, certa, vários, qualquer...)
• Pronomes de tratamento: empregados, geralmente, em situações formais (senhor, Vossa Majestade, Vossa Excelência, você...)

Colocação pronominal
Diz respeito ao conjunto de regras que indicam a posição do pronome oblíquo átono (me, te, se, nos, vos, lhe, lhes, o, a, os, as, lo, la,
no, na...) em relação ao verbo, podendo haver próclise (antes do verbo), ênclise (depois do verbo) ou mesóclise (no meio do verbo).
Veja, então, quais as principais situações para cada um deles:
• Próclise: expressões negativas; conjunções subordinativas; advérbios sem vírgula; pronomes indefinidos, relativos ou demonstrati-
vos; frases exclamativas ou que exprimem desejo; verbos no gerúndio antecedidos por “em”.
Nada me faria mais feliz.

• Ênclise: verbo no imperativo afirmativo; verbo no início da frase (não estando no futuro e nem no pretérito); verbo no gerúndio não
acompanhado por “em”; verbo no infinitivo pessoal.
Inscreveu-se no concurso para tentar realizar um sonho.

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LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
• Mesóclise: verbo no futuro iniciando uma oração.
Orgulhar-me-ei de meus alunos.

DICA: o pronome não deve aparecer no início de frases ou orações, nem após ponto-e-vírgula.

Verbos
Os verbos podem ser flexionados em três tempos: pretérito (passado), presente e futuro, de maneira que o pretérito e o futuro pos-
suem subdivisões.
Eles também se dividem em três flexões de modo: indicativo (certeza sobre o que é passado), subjuntivo (incerteza sobre o que é
passado) e imperativo (expressar ordem, pedido, comando).
• Tempos simples do modo indicativo: presente, pretérito perfeito, pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do pre-
sente, futuro do pretérito.
• Tempos simples do modo subjuntivo: presente, pretérito imperfeito, futuro.

Os tempos verbais compostos são formados por um verbo auxiliar e um verbo principal, de modo que o verbo auxiliar sofre flexão em
tempo e pessoa, e o verbo principal permanece no particípio. Os verbos auxiliares mais utilizados são “ter” e “haver”.
• Tempos compostos do modo indicativo: pretérito perfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente, futuro do pretérito.
• Tempos compostos do modo subjuntivo: pretérito perfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro.
As formas nominais do verbo são o infinitivo (dar, fazerem, aprender), o particípio (dado, feito, aprendido) e o gerúndio (dando, fa-
zendo, aprendendo). Eles podem ter função de verbo ou função de nome, atuando como substantivo (infinitivo), adjetivo (particípio) ou
advérbio (gerúndio).

Tipos de verbos
Os verbos se classificam de acordo com a sua flexão verbal. Desse modo, os verbos se dividem em:
Regulares: possuem regras fixas para a flexão (cantar, amar, vender, abrir...)
• Irregulares: possuem alterações nos radicais e nas terminações quando conjugados (medir, fazer, poder, haver...)
• Anômalos: possuem diferentes radicais quando conjugados (ser, ir...)
• Defectivos: não são conjugados em todas as pessoas verbais (falir, banir, colorir, adequar...)
• Impessoais: não apresentam sujeitos, sendo conjugados sempre na 3ª pessoa do singular (chover, nevar, escurecer, anoitecer...)
• Unipessoais: apesar de apresentarem sujeitos, são sempre conjugados na 3ª pessoa do singular ou do plural (latir, miar, custar,
acontecer...)
• Abundantes: possuem duas formas no particípio, uma regular e outra irregular (aceitar = aceito, aceitado)
• Pronominais: verbos conjugados com pronomes oblíquos átonos, indicando ação reflexiva (suicidar-se, queixar-se, sentar-se, pen-
tear-se...)
• Auxiliares: usados em tempos compostos ou em locuções verbais (ser, estar, ter, haver, ir...)
• Principais: transmitem totalidade da ação verbal por si próprios (comer, dançar, nascer, morrer, sorrir...)
• De ligação: indicam um estado, ligando uma característica ao sujeito (ser, estar, parecer, ficar, continuar...)

Vozes verbais
As vozes verbais indicam se o sujeito pratica ou recebe a ação, podendo ser três tipos diferentes:
• Voz ativa: sujeito é o agente da ação (Vi o pássaro)
• Voz passiva: sujeito sofre a ação (O pássaro foi visto)
• Voz reflexiva: sujeito pratica e sofre a ação (Vi-me no reflexo do lago)

Ao passar um discurso para a voz passiva, é comum utilizar a partícula apassivadora “se”, fazendo com o que o pronome seja equiva-
lente ao verbo “ser”.

Conjugação de verbos
Os tempos verbais são primitivos quando não derivam de outros tempos da língua portuguesa. Já os tempos verbais derivados são
aqueles que se originam a partir de verbos primitivos, de modo que suas conjugações seguem o mesmo padrão do verbo de origem.
• 1ª conjugação: verbos terminados em “-ar” (aproveitar, imaginar, jogar...)
• 2ª conjugação: verbos terminados em “-er” (beber, correr, erguer...)
• 3ª conjugação: verbos terminados em “-ir” (dormir, agir, ouvir...)

Confira os exemplos de conjugação apresentados abaixo:

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LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-lutar

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LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-impor

Preposições
As preposições são palavras invariáveis que servem para ligar dois termos da oração numa relação subordinada, e são divididas entre
essenciais (só funcionam como preposição) e acidentais (palavras de outras classes gramaticais que passam a funcionar como preposição
em determinadas sentenças).
Preposições essenciais: a, ante, após, de, com, em, contra, para, per, perante, por, até, desde, sobre, sobre, trás, sob, sem, entre.
Preposições acidentais: afora, como, conforme, consoante, durante, exceto, mediante, menos, salvo, segundo, visto etc.
Locuções prepositivas: abaixo de, afim de, além de, à custa de, defronte a, a par de, perto de, por causa de, em que pese a etc.

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LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Ao conectar os termos das orações, as preposições estabele-
cem uma relação semântica entre eles, podendo passar ideia de: FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO. TERMOS DA ORAÇÃO.
• Causa: Morreu de câncer. PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO E
SUBORDINAÇÃO. FUNÇÕES SINTÁTICAS DOS
• Distância: Retorno a 3 quilômetros.
PRONOMES RELATIVOS. ORAÇÕES REDUZIDAS
• Finalidade: A filha retornou para o enterro.
• Instrumento: Ele cortou a foto com uma tesoura.
• Modo: Os rebeldes eram colocados em fila. A sintaxe estuda o conjunto das relações que as palavras esta-
• Lugar: O vírus veio de Portugal. belecem entre si. Dessa maneira, é preciso ficar atento aos enuncia-
• Companhia: Ela saiu com a amiga. dos e suas unidades: frase, oração e período.
• Posse: O carro de Maria é novo. Frase é qualquer palavra ou conjunto de palavras ordenadas
• Meio: Viajou de trem. que apresenta sentido completo em um contexto de comunicação
e interação verbal. A frase nominal é aquela que não contém verbo.
Combinações e contrações Já a frase verbal apresenta um ou mais verbos (locução verbal).
Algumas preposições podem aparecer combinadas a outras pa- Oração é um enunciado organizado em torno de um único ver-
lavras de duas maneiras: sem haver perda fonética (combinação) e bo ou locução verbal, de modo que estes passam a ser o núcleo
havendo perda fonética (contração). da oração. Assim, o predicativo é obrigatório, enquanto o sujeito é
• Combinação: ao, aos, aonde opcional.
• Contração: de, dum, desta, neste, nisso Período é uma unidade sintática, de modo que seu enuncia-
do é organizado por uma oração (período simples) ou mais orações
Conjunção (período composto). Eles são iniciados com letras maiúsculas e fina-
As conjunções se subdividem de acordo com a relação estabe- lizados com a pontuação adequada.
lecida entre as ideias e as orações. Por ter esse papel importante
de conexão, é uma classe de palavras que merece destaque, pois Análise sintática
reconhecer o sentido de cada conjunção ajuda na compreensão e A análise sintática serve para estudar a estrutura de um perío-
interpretação de textos, além de ser um grande diferencial no mo- do e de suas orações. Os termos da oração se dividem entre:
mento de redigir um texto. • Essenciais (ou fundamentais): sujeito e predicado
Elas se dividem em duas opções: conjunções coordenativas e • Integrantes: completam o sentido (complementos verbais e
conjunções subordinativas. nominais, agentes da passiva)
• Acessórios: função secundária (adjuntos adnominais e adver-
Conjunções coordenativas biais, apostos)
As orações coordenadas não apresentam dependência sintáti-
ca entre si, servindo também para ligar termos que têm a mesma Termos essenciais da oração
função gramatical. As conjunções coordenativas se subdividem em Os termos essenciais da oração são o sujeito e o predicado.
cinco grupos: O sujeito é aquele sobre quem diz o resto da oração, enquanto o
• Aditivas: e, nem, bem como. predicado é a parte que dá alguma informação sobre o sujeito, logo,
• Adversativas: mas, porém, contudo. onde o verbo está presente.
• Alternativas: ou, ora…ora, quer…quer.
• Conclusivas: logo, portanto, assim. O sujeito é classificado em determinado (facilmente identificá-
• Explicativas: que, porque, porquanto. vel, podendo ser simples, composto ou implícito) e indeterminado,
podendo, ainda, haver a oração sem sujeito (a mensagem se con-
Conjunções subordinativas centra no verbo impessoal):
As orações subordinadas são aquelas em que há uma relação Lúcio dormiu cedo.
de dependência entre a oração principal e a oração subordinada. Aluga-se casa para réveillon.
Desse modo, a conexão entre elas (bem como o efeito de sentido) Choveu bastante em janeiro.
se dá pelo uso da conjunção subordinada adequada.
Elas podem se classificar de dez maneiras diferentes: Quando o sujeito aparece no início da oração, dá-se o nome de
• Integrantes: usadas para introduzir as orações subordinadas sujeito direto. Se aparecer depois do predicado, é o caso de sujeito
substantivas, definidas pelas palavras que e se. inverso. Há, ainda, a possibilidade de o sujeito aparecer no meio
• Causais: porque, que, como. da oração:
• Concessivas: embora, ainda que, se bem que. Lívia se esqueceu da reunião pela manhã.
• Condicionais: e, caso, desde que. Esqueceu-se da reunião pela manhã, Lívia.
• Conformativas: conforme, segundo, consoante. Da reunião pela manhã, Lívia se esqueceu.
• Comparativas: como, tal como, assim como.
• Consecutivas: de forma que, de modo que, de sorte que. Os predicados se classificam em: predicado verbal (núcleo do
• Finais: a fim de que, para que. predicado é um verbo que indica ação, podendo ser transitivo, in-
• Proporcionais: à medida que, ao passo que, à proporção que. transitivo ou de ligação); predicado nominal (núcleo da oração é
• Temporais: quando, enquanto, agora. um nome, isto é, substantivo ou adjetivo); predicado verbo-nomi-
nal (apresenta um predicativo do sujeito, além de uma ação mais
uma qualidade sua)
As crianças brincaram no salão de festas.
Mariana é inteligente.
Os jogadores venceram a partida. Por isso, estavam felizes.

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LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Termos integrantes da oração
Os complementos verbais são classificados em objetos diretos (não preposicionados) e objetos indiretos (preposicionado).
A menina que possui bolsa vermelha me cumprimentou.
O cão precisa de carinho.

Os complementos nominais podem ser substantivos, adjetivos ou advérbios.


A mãe estava orgulhosa de seus filhos.
Carlos tem inveja de Eduardo.
Bárbara caminhou vagarosamente pelo bosque.

Os agentes da passiva são os termos que tem a função de praticar a ação expressa pelo verbo, quando este se encontra na voz passiva.
Costumam estar acompanhados pelas preposições “por” e “de”.
Os filhos foram motivo de orgulho da mãe.
Eduardo foi alvo de inveja de Carlos.
O bosque foi caminhado vagarosamente por Bárbara.

Termos acessórios da oração


Os termos acessórios não são necessários para dar sentido à oração, funcionando como complementação da informação. Desse
modo, eles têm a função de caracterizar o sujeito, de determinar o substantivo ou de exprimir circunstância, podendo ser adjunto adver-
bial (modificam o verbo, adjetivo ou advérbio), adjunto adnominal (especifica o substantivo, com função de adjetivo) e aposto (caracteriza
o sujeito, especificando-o).
Os irmãos brigam muito.
A brilhante aluna apresentou uma bela pesquisa à banca.
Pelé, o rei do futebol, começou sua carreira no Santos.

Tipos de Orações
Levando em consideração o que foi aprendido anteriormente sobre oração, vamos aprender sobre os dois tipos de oração que existem
na língua portuguesa: oração coordenada e oração subordinada.

Orações coordenadas
São aquelas que não dependem sintaticamente uma da outra, ligando-se apenas pelo sentido. Elas aparecem quando há um período
composto, sendo conectadas por meio do uso de conjunções (sindéticas), ou por meio da vírgula (assindéticas).
No caso das orações coordenadas sindéticas, a classificação depende do sentido entre as orações, representado por um grupo de
conjunções adequadas:

CLASSIFICAÇÃO CARACTERÍSTICAS CONJUNÇÕES


ADITIVAS Adição da ideia apresentada na oração anterior e, nem, também, bem como, não só, tanto...
Oposição à ideia apresentada na oração anterior (inicia com
ADVERSATIVAS mas, porém, todavia, entretanto, contudo...
vírgula)
Opção / alternância em relação à ideia apresentada na oração
ALTERNATIVAS ou, já, ora, quer, seja...
anterior
CONCLUSIVAS Conclusão da ideia apresentada na oração anterior logo, pois, portanto, assim, por isso, com isso...
EXPLICATIVAS Explicação da ideia apresentada na oração anterior que, porque, porquanto, pois, ou seja...

Orações subordinadas
São aquelas que dependem sintaticamente em relação à oração principal. Elas aparecem quando o período é composto por duas ou
mais orações.
A classificação das orações subordinadas se dá por meio de sua função: orações subordinadas substantivas, quando fazem o papel
de substantivo da oração; orações subordinadas adjetivas, quando modificam o substantivo, exercendo a função do adjetivo; orações
subordinadas adverbiais, quando modificam o advérbio.
Cada uma dessas sofre uma segunda classificação, como pode ser observado nos quadros abaixo.

SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS FUNÇÃO EXEMPLOS


APOSITIVA aposto Esse era meu receio: que ela não discursasse outra vez.
COMPLETIVA NOMINAL complemento nominal Tenho medo de que ela não discurse novamente.
OBJETIVA DIRETA objeto direto Ele me perguntou se ela discursaria outra vez.
OBJETIVA INDIRETA objeto indireto Necessito de que você discurse de novo.
PREDICATIVA predicativo Meu medo é que ela não discurse novamente.
SUBJETIVA sujeito É possível que ela discurse outra vez.

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LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

SUBORDINADAS
CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS
ADJETIVAS
Esclarece algum detalhe, adicionando uma informação. O candidato, que é do partido socialista, está
EXPLICATIVAS
Aparece sempre separado por vírgulas. sendo atacado.
Restringe e define o sujeito a que se refere.
As pessoas que são racistas precisam rever
RESTRITIVAS Não deve ser retirado sem alterar o sentido.
seus valores.
Não pode ser separado por vírgula.
Introduzidas por conjunções, pronomes e locuções conjuntivas. Ele foi o primeiro presidente que se preocu-
DESENVOLVIDAS
Apresentam verbo nos modos indicativo ou subjuntivo. pou com a fome no país.
Não são introduzidas por pronomes, conjunções sou locuções
Assisti ao documentário denunciando a cor-
REDUZIDAS conjuntivas.
rupção.
Apresentam o verbo nos modos particípio, gerúndio ou infinitivo

SUBORDINADAS ADVERBIAIS FUNÇÃO PRINCIPAIS CONJUNÇÕES


CAUSAIS Ideia de causa, motivo, razão de efeito porque, visto que, já que, como...
COMPARATIVAS Ideia de comparação como, tanto quanto, (mais / menos) que, do que...
CONCESSIVAS Ideia de contradição embora, ainda que, se bem que, mesmo...
CONDICIONAIS Ideia de condição caso, se, desde que, contanto que, a menos que...
CONFORMATIVAS Ideia de conformidade como, conforme, segundo...
CONSECUTIVAS Ideia de consequência De modo que, (tal / tão / tanto) que...
FINAIS Ideia de finalidade que, para que, a fim de que...
quanto mais / menos... mais /menos, à medida que,
PROPORCIONAIS Ideia de proporção
na medida em que, à proporção que...
TEMPORAIS Ideia de momento quando, depois que, logo que, antes que...

REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

A regência estuda as relações de concordâncias entre os termos que completam o sentido tanto dos verbos quanto dos nomes. Dessa
maneira, há uma relação entre o termo regente (principal) e o termo regido (complemento).
A regência está relacionada à transitividade do verbo ou do nome, isto é, sua complementação necessária, de modo que essa relação
é sempre intermediada com o uso adequado de alguma preposição.

Regência nominal
Na regência nominal, o termo regente é o nome, podendo ser um substantivo, um adjetivo ou um advérbio, e o termo regido é o
complemento nominal, que pode ser um substantivo, um pronome ou um numeral.
Vale lembrar que alguns nomes permitem mais de uma preposição. Veja no quadro abaixo as principais preposições e as palavras que
pedem seu complemento:

PREPOSIÇÃO NOMES
acessível; acostumado; adaptado; adequado; agradável; alusão; análogo; anterior; atento; benefício; comum;
A contrário; desfavorável; devoto; equivalente; fiel; grato; horror; idêntico; imune; indiferente; inferior; leal; necessário;
nocivo; obediente; paralelo; posterior; preferência; propenso; próximo; semelhante; sensível; útil; visível...
amante; amigo; capaz; certo; contemporâneo; convicto; cúmplice; descendente; destituído; devoto; diferente; dotado;
DE escasso; fácil; feliz; imbuído; impossível; incapaz; indigno; inimigo; inseparável; isento; junto; longe; medo; natural;
orgulhoso; passível; possível; seguro; suspeito; temeroso...
SOBRE opinião; discurso; discussão; dúvida; insistência; influência; informação; preponderante; proeminência; triunfo...
acostumado; amoroso; analogia; compatível; cuidadoso; descontente; generoso; impaciente; ingrato; intolerante;
COM
mal; misericordioso; ocupado; parecido; relacionado; satisfeito; severo; solícito; triste...
abundante; bacharel; constante; doutor; erudito; firme; hábil; incansável; inconstante; indeciso; morador; negligente;
EM
perito; prático; residente; versado...
atentado; blasfêmia; combate; conspiração; declaração; fúria; impotência; litígio; luta; protesto; reclamação;
CONTRA
representação...
PARA bom; mau; odioso; próprio; útil...

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LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Regência verbal
Na regência verbal, o termo regente é o verbo, e o termo regido poderá ser tanto um objeto direto (não preposicionado) quanto um
objeto indireto (preposicionado), podendo ser caracterizado também por adjuntos adverbiais.
Com isso, temos que os verbos podem se classificar entre transitivos e intransitivos. É importante ressaltar que a transitividade do
verbo vai depender do seu contexto.

Verbos intransitivos: não exigem complemento, de modo que fazem sentido por si só. Em alguns casos, pode estar acompanhado
de um adjunto adverbial (modifica o verbo, indicando tempo, lugar, modo, intensidade etc.), que, por ser um termo acessório, pode ser
retirado da frase sem alterar sua estrutura sintática:
• Viajou para São Paulo. / Choveu forte ontem.

Verbos transitivos diretos: exigem complemento (objeto direto), sem preposição, para que o sentido do verbo esteja completo:
• A aluna entregou o trabalho. / A criança quer bolo.

Verbos transitivos indiretos: exigem complemento (objeto indireto), de modo que uma preposição é necessária para estabelecer o
sentido completo:
• Gostamos da viagem de férias. / O cidadão duvidou da campanha eleitoral.

Verbos transitivos diretos e indiretos: em algumas situações, o verbo precisa ser acompanhado de um objeto direto (sem preposição)
e de um objeto indireto (com preposição):
• Apresentou a dissertação à banca. / O menino ofereceu ajuda à senhora.

CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL

Concordância é o efeito gramatical causado por uma relação harmônica entre dois ou mais termos. Desse modo, ela pode ser verbal
— refere-se ao verbo em relação ao sujeito — ou nominal — refere-se ao substantivo e suas formas relacionadas.
• Concordância em gênero: flexão em masculino e feminino
• Concordância em número: flexão em singular e plural
• Concordância em pessoa: 1ª, 2ª e 3ª pessoa

Concordância nominal
Para que a concordância nominal esteja adequada, adjetivos, artigos, pronomes e numerais devem flexionar em número e gênero,
de acordo com o substantivo. Há algumas regras principais que ajudam na hora de empregar a concordância, mas é preciso estar atento,
também, aos casos específicos.
Quando há dois ou mais adjetivos para apenas um substantivo, o substantivo permanece no singular se houver um artigo entre os
adjetivos. Caso contrário, o substantivo deve estar no plural:
• A comida mexicana e a japonesa. / As comidas mexicana e japonesa.

Quando há dois ou mais substantivos para apenas um adjetivo, a concordância depende da posição de cada um deles. Se o adjetivo
vem antes dos substantivos, o adjetivo deve concordar com o substantivo mais próximo:
• Linda casa e bairro.

Se o adjetivo vem depois dos substantivos, ele pode concordar tanto com o substantivo mais próximo, ou com todos os substantivos
(sendo usado no plural):
• Casa e apartamento arrumado. / Apartamento e casa arrumada.
• Casa e apartamento arrumados. / Apartamento e casa arrumados.

Quando há a modificação de dois ou mais nomes próprios ou de parentesco, os adjetivos devem ser flexionados no plural:
• As talentosas Clarice Lispector e Lygia Fagundes Telles estão entre os melhores escritores brasileiros.

Quando o adjetivo assume função de predicativo de um sujeito ou objeto, ele deve ser flexionado no plural caso o sujeito ou objeto
seja ocupado por dois substantivos ou mais:
• O operário e sua família estavam preocupados com as consequências do acidente.

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LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

CASOS ESPECÍFICOS REGRA EXEMPLO


Deve concordar com o substantivo quando há
É PROIBIDO
presença de um artigo. Se não houver essa É proibida a entrada.
É PERMITIDO
determinação, deve permanecer no singular e no É proibido entrada.
É NECESSÁRIO
masculino.
Mulheres dizem “obrigada” Homens dizem
OBRIGADO / OBRIGADA Deve concordar com a pessoa que fala.
“obrigado”.
Quando tem função de adjetivo para um As bastantes crianças ficaram doentes com a volta
substantivo, concorda em número com o às aulas.
BASTANTE substantivo. Bastante criança ficou doente com a volta às aulas.
Quando tem função de advérbio, permanece O prefeito considerou bastante a respeito da
invariável. suspensão das aulas.
É sempre invariável, ou seja, a palavra “menas” não Havia menos mulheres que homens na fila para a
MENOS
existe na língua portuguesa. festa.

MESMO Devem concordar em gênero e número com a As crianças mesmas limparam a sala depois da aula.
PRÓPRIO pessoa a que fazem referência. Eles próprios sugeriram o tema da formatura.

Quando tem função de numeral adjetivo, deve


concordar com o substantivo. Adicione meia xícara de leite.
MEIO / MEIA
Quando tem função de advérbio, modificando um Manuela é meio artista, além de ser engenheira.
adjetivo, o termo é invariável.
Segue anexo o orçamento.
Devem concordar com o substantivo a que se Seguem anexas as informações adicionais
ANEXO INCLUSO
referem. As professoras estão inclusas na greve.
O material está incluso no valor da mensalidade.

Concordância verbal
Para que a concordância verbal esteja adequada, é preciso haver flexão do verbo em número e pessoa, a depender do sujeito com o
qual ele se relaciona.

Quando o sujeito composto é colocado anterior ao verbo, o verbo ficará no plural:


• A menina e seu irmão viajaram para a praia nas férias escolares.

Mas, se o sujeito composto aparece depois do verbo, o verbo pode tanto ficar no plural quanto concordar com o sujeito mais próximo:
• Discutiram marido e mulher. / Discutiu marido e mulher.

Se o sujeito composto for formado por pessoas gramaticais diferentes, o verbo deve ficar no plural e concordando com a pessoa que
tem prioridade, a nível gramatical — 1ª pessoa (eu, nós) tem prioridade em relação à 2ª (tu, vós); a 2ª tem prioridade em relação à 3ª (ele,
eles):
• Eu e vós vamos à festa.

Quando o sujeito apresenta uma expressão partitiva (sugere “parte de algo”), seguida de substantivo ou pronome no plural, o verbo
pode ficar tanto no singular quanto no plural:
• A maioria dos alunos não se preparou para o simulado. / A maioria dos alunos não se prepararam para o simulado.

Quando o sujeito apresenta uma porcentagem, deve concordar com o valor da expressão. No entanto, quanto seguida de um subs-
tantivo (expressão partitiva), o verbo poderá concordar tanto com o numeral quanto com o substantivo:
• 27% deixaram de ir às urnas ano passado. / 1% dos eleitores votou nulo / 1% dos eleitores votaram nulo.

Quando o sujeito apresenta alguma expressão que indique quantidade aproximada, o verbo concorda com o substantivo que segue
a expressão:
• Cerca de duzentas mil pessoas compareceram à manifestação. / Mais de um aluno ficou abaixo da média na prova.

Quando o sujeito é indeterminado, o verbo deve estar sempre na terceira pessoa do singular:
• Precisa-se de balconistas. / Precisa-se de balconista.

Quando o sujeito é coletivo, o verbo permanece no singular, concordando com o coletivo partitivo:
• A multidão delirou com a entrada triunfal dos artistas. / A matilha cansou depois de tanto puxar o trenó.

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LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Quando não existe sujeito na oração, o verbo fica na terceira Metonímia: consiste em empregar um termo no lugar de ou-
pessoa do singular (impessoal): tro, havendo entre ambos estreita afinidade ou relação de sentido.
• Faz chuva hoje Observe os exemplos abaixo:
-autor ou criador pela obra. Exemplo: Gosto de ler Machado de
Quando o pronome relativo “que” atua como sujeito, o verbo Assis. (Gosto de ler a obra literária de Machado de Assis.)
deverá concordar em número e pessoa com o termo da oração prin-
cipal ao qual o pronome faz referência: -efeito pela causa e vice-versa. Exemplo: Vivo do meu trabalho.
• Foi Maria que arrumou a casa. (o trabalho é causa e está no lugar do efeito ou resultado).

Quando o sujeito da oração é o pronome relativo “quem”, o - continente pelo conteúdo. Exemplo: Ela comeu uma caixa de
verbo pode concordar tanto com o antecedente do pronome quan- bombons. (a palavra caixa, que designa o continente ou aquilo que
to com o próprio nome, na 3ª pessoa do singular: contém, está sendo usada no lugar da palavra bombons).
• Fui eu quem arrumei a casa. / Fui eu quem arrumou a casa.
-abstrato pelo concreto e vice-versa. Exemplos: A gravidez deve
Quando o pronome indefinido ou interrogativo, atuando ser tranquila. (o abstrato gravidez está no lugar do concreto, ou
como sujeito, estiver no singular, o verbo deve ficar na 3ª pessoa seja, mulheres grávidas).
do singular:
• Nenhum de nós merece adoecer. - instrumento pela pessoa que o utiliza. Exemplo: Os microfo-
nes foram atrás dos jogadores. (Os repórteres foram atrás dos jo-
Quando houver um substantivo que apresenta forma plural, gadores.)
porém com sentido singular, o verbo deve permanecer no singular.
Exceto caso o substantivo vier precedido por determinante: - lugar pelo produto. Exemplo: Fumei um saboroso havana.
• Férias é indispensável para qualquer pessoa. / Meus óculos (Fumei um saboroso charuto.).
sumiram.
- símbolo ou sinal pela coisa significada. Exemplo: Não te afas-
tes da cruz. (Não te afastes da religião.).
ESTILÍSTICA. FIGURAS DE LINGUAGEM
- a parte pelo todo. Exemplo: Não há teto para os desabrigados.
As figuras de linguagem são recursos especiais usados por (a parte teto está no lugar do todo, “o lar”).
quem fala ou escreve, para dar à expressão mais força, intensidade
e beleza. - indivíduo pela classe ou espécie. Exemplo: O homem foi à Lua.
São três tipos: (Alguns astronautas foram à Lua.).
Figuras de Palavras (tropos);
Figuras de Construção (de sintaxe); - singular pelo plural. Exemplo: A mulher foi chamada para ir às
Figuras de Pensamento. ruas. (Todas as mulheres foram chamadas, não apenas uma)
Figuras de Palavra
- gênero ou a qualidade pela espécie. Exemplo: Os mortais so-
É a substituição de uma palavra por outra, isto é, no emprego frem nesse mundo. (Os homens sofrem nesse mundo.)
figurado, simbólico, seja por uma relação muito próxima (contigui-
dade), seja por uma associação, uma comparação, uma similarida- - matéria pelo objeto. Exemplo: Ela não tem um níquel. (a ma-
de. São as seguintes as figuras de palavras: téria níquel é usada no lugar da coisa fabricada, que é “moeda”).

Metáfora: consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão Atenção: Os últimos 5 exemplos podem receber também o
em lugar de outra, sem que haja uma relação real, mas em virtude nome de Sinédoque.
da circunstância de que o nosso espírito as associa e depreende
entre elas certas semelhanças. Observe o exemplo: Perífrase: substituição de um nome por uma expressão para
facilitar a identificação. Exemplo: A Cidade Maravilhosa (= Rio de
“Meu pensamento é um rio subterrâneo.” (Fernando Pessoa) Janeiro) continua atraindo visitantes do mundo todo.

Nesse caso, a metáfora é possível na medida em que o poeta Obs.: quando a perífrase indica uma pessoa, recebe o nome de
estabelece relações de semelhança entre um rio subterrâneo e seu antonomásia.
pensamento. Exemplos:
O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida praticando o
Comparação: é a comparação entre dois elementos comuns; bem.
semelhantes. Normalmente se emprega uma conjunção comparati- O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções.
va: como, tal qual, assim como.
Sinestesia: Consiste em mesclar, numa mesma expressão, as
“Sejamos simples e calmos sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido. Exemplo:
Como os regatos e as árvores” No silêncio negro do seu quarto, aguardava os acontecimentos. (si-
Fernando Pessoa lêncio = auditivo; negro = visual)

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LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Catacrese: A catacrese costuma ocorrer quando, por falta de Exemplos: Os sinos faziam blem, blem, blem, blem.
um termo específico para designar um conceito, toma-se outro Miau, miau. (Som emitido pelo gato)
“emprestado”. Passamos a empregar algumas palavras fora de seu Tic-tac, tic-tac fazia o relógio da sala de jantar.
sentido original. Exemplos: “asa da xícara”, “maçã do rosto”, “braço
da cadeira” . As onomatopeias, como no exemplo abaixo, podem resultar da
Aliteração (repetição de fonemas nas palavras de uma frase ou de
Figuras de Construção um verso).
Ocorrem quando desejamos atribuir maior expressividade ao “Vozes veladas, veludosas vozes,
significado. Assim, a lógica da frase é substituída pela maior expres- volúpias dos violões, vozes veladas,
sividade que se dá ao sentido. São as mais importantes figuras de vagam nos velhos vórtices velozes
construção: dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.”

Elipse: consiste na omissão de um termo da frase, o qual, no (Cruz e Sousa)


entanto, pode ser facilmente identificado. Exemplo: No fim da co- Repetição: repetir palavras ou orações para enfatizar a afirma-
memoração, sobre as mesas, copos e garrafas vazias. (Omissão do ção ou sugerir insistência, progressão:
verbo haver: No fim da festa comemoração, sobre as mesas, copos “E o ronco das águas crescia, crescia, vinha pra dentro da ca-
e garrafas vazias). sona.” (Bernardo Élis)
“O mar foi ficando escuro, escuro, até que a última lâmpada se
Pleonasmo: consiste no emprego de palavras redundantes apagou.” (Inácio de Loyola Brandão)
para reforçar uma ideia. Exemplo: Ele vive uma vida feliz. Zeugma: omissão de um ou mais termos anteriormente enun-
Deve-se evitar os pleonasmos viciosos, que não têm valor de ciados. Exemplo: Ele gosta de geografia; eu, de português. (na se-
reforço, sendo antes fruto do desconhecimento do sentido das pa- gunda oração, faltou o verbo “gostar” = Ele gosta de geografia; eu
lavras, como por exemplo, as construções “subir para cima”, “entrar gosto de português.).
para dentro”, etc. Assíndeto: quando certas orações ou palavras, que poderiam
se ligar por um conectivo, vêm apenas justapostas. Exemplo: Vim,
Polissíndeto: repetição enfática do conectivo, geralmente o “e”. vi, venci.
Exemplo: Felizes, eles riam, e cantavam, e pulavam, e dançavam.
Inversão ou Hipérbato: alterar a ordem normal dos termos ou Anáfora: repetição de uma palavra ou de um segmento do
orações com o fim de lhes dar destaque: texto com o objetivo de enfatizar uma ideia. É uma figura de cons-
“Justo ela diz que é, mas eu não acho não.” (Carlos Drummond trução muito usada em poesia. Exemplo: Este amor que tudo nos
de Andrade) toma, este amor que tudo nos dá, este amor que Deus nos inspira,
“Por que brigavam no meu interior esses entes de sonho não e que um dia nos há de salvar
sei.” (Graciliano Ramos)
Observação: o termo deseja realçar é colocado, em geral, no Paranomásia: palavras com sons semelhantes, mas de signi-
início da frase. ficados diferentes, vulgarmente chamada de trocadilho. Exemplo:
Comemos fora todos os dias! A gente até dispensa a despensa.
Anacoluto: quebra da estrutura sintática da oração. O tipo mais
comum é aquele em que um termo parece que vai ser o sujeito da Neologismo: criação de novas palavras. Exemplo: Estou a fim
oração, mas a construção se modifica e ele acaba sem função sintá- do João. (estou interessado). Vou fazer um bico. (trabalho tempo-
tica. Essa figura é usada geralmente para pôr em relevo a ideia que rário).
consideramos mais importante, destacando-a do resto. Exemplo:
O Alexandre, as coisas não lhe estão indo muito bem. Figuras de Pensamento
A velha hipocrisia, recordo-me dela com vergonha. (Camilo Utilizadas para produzir maior expressividade à comunicação,
Castelo Branco) as figuras de pensamento trabalham com a combinação de ideias,
pensamentos.
Silepse: concordância de gênero, número ou pessoa é feita
com ideias ou termos subentendidos na frase e não claramente ex- Antítese: Corresponde à aproximação de palavras contrárias,
pressos. A silepse pode ser: que têm sentidos opostos. Exemplo: O ódio e o amor andam de
- de gênero. Exemplo: Vossa Majestade parece desanimado. (o mãos dadas.
adjetivo desanimado concorda não com o pronome de tratamento
Vossa Majestade, de forma feminina, mas com a pessoa a quem Apóstrofe: interrupção do texto para se chamar a atenção de
esse pronome se refere – pessoa do sexo masculino). alguém ou de coisas personificadas. Sintaticamente, a apóstrofe
- de número. Exemplo: O pessoal ficou apavorado e saíram cor- corresponde ao vocativo. Exemplo: Tende piedade, Senhor, de to-
rendo. (o verbo sair concordou com a ideia de plural que a palavra das as mulheres.
pessoal sugere).
- de pessoa. Exemplo: Os brasileiros amamos futebol. (o sujeito Eufemismo: Atenua o sentido das palavras, suavizando as ex-
os brasileiros levaria o verbo na 3ª pessoa do plural, mas a concor- pressões do discurso Exemplo: Ele foi para o céu. (Neste caso, a ex-
dância foi feita com a 1ª pessoa do plural, indicando que a pessoa pressão “para a céu”, ameniza o discurso real: ele morreu.)
que fala está incluída em os brasileiros).
Gradação: os termos da frase são fruto de hierarquia (ordem
Onomatopeia: Ocorre quando se tentam reproduzir na forma crescente ou decrescente). Exemplo: As pessoas chegaram à festa,
de palavras os sons da realidade. sentaram, comeram e dançaram.

30
LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Hipérbole: baseada no exagero intencional do locutor, isto é, Solecismo
expressa uma ideia de forma exagerada. Erro cometido pelo descumprimento das regras de sintaxe.
Exemplo: Liguei para ele milhões de vezes essa tarde. (Ligou
várias vezes, mas não literalmente 1 milhão de vezes ou mais). - Solecismo de regência
Exemplo: Chegou em casa e decidiu ir na festa com os amigos.
Ironia: é o emprego de palavras que, na frase, têm o sentido (frase incorreta)
oposto ao que querem dizer. É usada geralmente com sentido sar- Correção: Chegou a casa e decidiu ir à festa com os amigos.
cástico. Exemplo: Quem foi o inteligente que usou o computador e
apagou o que estava gravado? - Solecismo de concordância
Exemplo: Duas casa depois da minha existe uma loja de conve-
Paradoxo: Diferente da antítese, que opõem palavras, o pa- niência. (frase incorreta)
radoxo corresponde ao uso de ideias contrárias, aparentemente Correção: Duas casas depois da minha existe uma loja de con-
absurdas. Exemplo: Esse amor me mata e dá vida. (Neste caso, o veniência.
mesmo amor traz alegrias (vida) e tristeza (mata) para a pessoa.)
- Solecismo de colocação
Personificação ou Prosopopéia ou Animismo: atribuição de Exemplo: Havia dito-me que vinha-me ajudar. (frase incorreta)
ações, sentimentos ou qualidades humanas a objetos, seres irracio- Correção: Havia-me dito que me vinha ajudar
nais ou outras coisas inanimadas. Exemplo: O vento suspirou essa
manhã. (Nesta frase sabemos que o vento é algo inanimado que Ambiguidade
não suspira, sendo esta uma “qualidade humana”.) Ocorrência de duplo sentido na frase.

Reticência: suspender o pensamento, deixando-o meio velado. Exemplos:


Exemplo: Eles viram o incêndio do prédio.
“De todas, porém, a que me cativou logo foi uma... uma... não (O prédio está em chamas.)
sei se digo.” (Machado de Assis) (Do prédio, eles assistem ao incêndio.)
Ele não agiu legal. (Legal = termo polissêmico - de várias signi-
Retificação: consiste em retificar uma afirmação anterior. ficações)
Exemplos: O médico, aliás, uma médica muito gentil não sabia qual (Ele não agiu dentro da lei.)
seria o procedimento. (Ele agiu mal.)

Preciosismo ou Arcaísmo
VÍCIOS DE LINGUAGEM E QUALIDADE DA BOA Linguagem extremamente rebuscada, dificultando a clareza e
LINGUAGEM o entendimento.
Exemplo: A eloquente verborragia de teus ditames balouçam
Vícios de Linguagem são os deslizes cometidos em ralação a minha inerme consciência.
norma culta da língua, eles podem estar presentes nos níveis se- (A fácil capacidade de falar e impor suas vontades embaralham
mânticos, morfológicos ou sintáticos. São eles: meu pouco conhecimento)

Barbarismo Redundância ou Pleonasmo Vicioso


São desvios cometidos na grafia, flexão ou pronúncia de uma Toda repetição de uma ideia mediante palavras ou expressões
palavra. diferentes provoca uma redundância ou pleonasmo vicioso. Ex.: su-
- Barbarismo cometido devido à má pronúncia das palavras bir lá em cima, descer lá embaixo, entrar para dentro, sair para fora,
Exemplo: eu robo /róbo/ - ele roba /róba/ Quando deveria ser: novidade inédita, hemorragia de sangue, pomar de frutas, hepatite
eu roubo / ele rouba do fígado, demente mental, e tantas outras expressões presentes
- Barbarismo provocado pela alteração da posição da sílaba tô- diariamente no linguajar.
nica
Exemplos: récorde em vez de recorde Consiste na repetição de palavras ou expressões.
rúbrica em vez de rubrica Exemplo: Eles me fizeram uma surpresa inesperada.
- Barbarismo semântico provocado pelo uso inadequado de Algumas expressões são: Elo de ligação, Acabamento final,
palavras Juntamente com, Girar em torno, Vandalismo criminoso, Conviver
Exemplos: ir de encontro a (chocar-se com) e ir ao encontro de junto, Enfrentar de cara, Amanhecer o dia, Refazer de novo, Com-
(estar a favor de, na direção de). pletamente cheio.
Errado: O filho foi de encontro a sua mãe.
Correto: O filho foi ao encontro de sua mãe. Cacofonia
- Barbarismo flexional (seja em número, grau, gênero ou pes- Som desagradável decorrente de construções mal elaboradas.
soa) - Cacófato: encontro de sílabas de dois ou mais vocábulos, cau-
Exemplos: barzinhos em vez de barezinhos sando um som inconveniente ou pejorativo. Exemplos: fé demais,
o óculos em vez de os óculos havia dado, essa fada, por cada.

- Barbarismo cometido em relação aos erros de ortografia


Exemplos: beringela em vez de berinjela
toxa em vez de tocha

31
LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
- Colisão: sequência de consoantes iguais.
Exemplo: Se se estuda, aprende-se. (Correção: Caso estude, SEMÂNTICA
conseguirá aprender.)
Este é um estudo da semântica, que pretende classificar os
- Eco: terminações de vocábulos repetidas ocasionando a res- sentidos das palavras, as suas relações de sentido entre si. Conheça
sonância de sons. as principais relações e suas características:
Exemplo: A gente sente que a mente está descontente.
Sinonímia e antonímia
- Hiato: sequência de vogais iguais. As palavras sinônimas são aquelas que apresentam significado
Exemplo: Ela vai alugar o apartamento amanhã. (Repetição da semelhante, estabelecendo relação de proximidade. Ex: inteligente
vogal “a”). <—> esperto
Já as palavras antônimas são aquelas que apresentam signifi-
Arcaísmo cados opostos, estabelecendo uma relação de contrariedade. Ex:
Consiste no emprego de palavras ou expressões antigas que já forte <—> fraco
caíram de uso. Exemplo: asinha em vez de depressa, antanho em
Parônimos e homônimos
vez de no passado.
As palavras parônimas são aquelas que possuem grafia e pro-
núncia semelhantes, porém com significados distintos.
Neologismo
Ex: cumprimento (saudação) X comprimento (extensão); tráfe-
Criação de novas palavras ou expressões introduzidas na língua go (trânsito) X tráfico (comércio ilegal).
portuguesa. As palavras homônimas são aquelas que possuem a mesma
Exemplo: Meu irmão está fazendo um bico na empresa. (Fazer grafia e pronúncia, porém têm significados diferentes. Ex: rio (verbo
um bico: trabalho temporário) “rir”) X rio (curso d’água); manga (blusa) X manga (fruta).
As palavras homófonas são aquelas que possuem a mesma
Eco pronúncia, mas com escrita e significado diferentes. Ex: cem (nu-
Ocorre quando há palavras na frase com terminações iguais ou meral) X sem (falta); conserto (arrumar) X concerto (musical).
semelhantes, provocando dissonância. Exemplo: A divulgação da As palavras homógrafas são aquelas que possuem escrita igual,
promoção não causou comoção na população. porém som e significado diferentes. Ex: colher (talher) X colher (ver-
bo); acerto (substantivo) X acerto (verbo).
Hiato
Ocorre quando há uma sequência de vogais, provocando disso- Polissemia e monossemia
nância. Exemplo: Eu a amo; Ou eu ou a outra ganhará o concurso. As palavras polissêmicas são aquelas que podem apresentar
mais de um significado, a depender do contexto em que ocorre a
Colisão frase. Ex: cabeça (parte do corpo humano; líder de um grupo).
Ocorre quando há repetição de consoantes iguais ou seme- Já as palavras monossêmicas são aquelas apresentam apenas
lhantes, provocando dissonância. Exemplo: Sua saia sujou. um significado. Ex: eneágono (polígono de nove ângulos).

Denotação e conotação
FONEMAS Palavras com sentido denotativo são aquelas que apresentam
um sentido objetivo e literal. Ex:Está fazendo frio. / Pé da mulher.
A fonética e a fonologia é parte da gramática descritiva, que Palavras com sentido conotativo são aquelas que apresentam
estuda os aspectos fônicos, físicos e fisiológicos da língua. um sentido simbólico, figurado. Ex: Você me olha com frieza. / Pé
Fonética é o nome dado ao estudo dos aspectos acústicos e da cadeira.
fisiológicos dos sons efetivos. Com isso, busca entender a produção,
Hiperonímia e hiponímia
a articulação e a variedade de sons reais.
Esta classificação diz respeito às relações hierárquicas de signi-
Fonologia é o estudo dos sons de uma língua, denominados fo-
ficado entre as palavras.
nemas. A definição de fonema é: unidade acústica que não é dotada
Desse modo, um hiperônimo é a palavra superior, isto é, que
de significado, e ele é classificado em vogais, semivogais e consoan- tem um sentido mais abrangente. Ex: Fruta é hiperônimo de limão.
tes. Sua representação escrita é feita entre barras (/ /). Já o hipônimo é a palavra que tem o sentido mais restrito, por-
É importante saber diferencias letra e fonema, uma vez que são tanto, inferior, de modo que o hiperônimo engloba o hipônimo. Ex:
distintas realidades linguísticas. A letra é a representação gráfica Limão é hipônimo de fruta.
dos sons de uma língua, enquanto o fonema são os sons que dife-
renciam os vocábulos (fala). Formas variantes
Vale lembrar que nem sempre há correspondência direta e ex- São as palavras que permitem mais de uma grafia correta, sem
clusiva entre a letra e seu fonema, de modo que um símbolo fonéti- que ocorra mudança no significado. Ex: loiro – louro / enfarte – in-
co pode ser repetido em mais de uma letra. farto / gatinhar – engatinhar.

Arcaísmo
São palavras antigas, que perderam o uso frequente ao longo
do tempo, sendo substituídas por outras mais modernas, mas que
ainda podem ser utilizadas. No entanto, ainda podem ser bastante
encontradas em livros antigos, principalmente. Ex: botica <—> far-
mácia / franquia <—> sinceridade.

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LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

EMPREGO DA CRASE QUESTÕES

Crase é o nome dado à contração de duas letras “A” em uma 1. (ENEM - 2012) “Ele era o inimigo do rei”, nas palavras de seu
só: preposição “a” + artigo “a” em palavras femininas. Ela é de- biógrafo, Lira Neto. Ou, ainda, “um romancista que colecionava de-
marcada com o uso do acento grave (à), de modo que crase não safetos, azucrinava D. Pedro II e acabou inventando o Brasil”. Assim
é considerada um acento em si, mas sim o fenômeno dessa fusão. era José de Alencar (1829-1877), o conhecido autor de O guara-
Veja, abaixo, as principais situações em que será correto o em- ni e Iracema, tido como o pai do romance no Brasil.
prego da crase: Além de criar clássicos da literatura brasileira com temas nati-
• Palavras femininas: Peça o material emprestado àquela alu- vistas, indianistas e históricos, ele foi também folhetinista, diretor
na. de jornal, autor de peças de teatro, advogado, deputado federal e
• Indicação de horas, em casos de horas definidas e especifica- até ministro da Justiça. Para ajudar na descoberta das múltiplas fa-
das: Chegaremos em Belo Horizonte às 7 horas. cetas desse personagem do século XIX, parte de seu acervo inédito
• Locuções prepositivas: A aluna foi aprovada à custa de muito será digitalizada.
estresse.
• Locuções conjuntivas: À medida que crescemos vamos dei- História Viva, n.º 99, 2011.
xando de lado a capacidade de imaginar.
• Locuções adverbiais de tempo, modo e lugar: Vire na próxima Com base no texto, que trata do papel do escritor José de Alen-
à esquerda. car e da futura digitalização de sua obra, depreende-se que
(A) a digitalização dos textos é importante para que os leitores
Veja, agora, as principais situações em que não se aplica a cra- possam compreender seus romances.
se: (B) o conhecido autor de O guarani e Iracema foi importante
• Palavras masculinas: Ela prefere passear a pé. porque deixou uma vasta obra literária com temática atempo-
• Palavras repetidas (mesmo quando no feminino): Melhor ter- ral.
mos uma reunião frente a frente. (C) a divulgação das obras de José de Alencar, por meio da digi-
• Antes de verbo: Gostaria de aprender a pintar. talização, demonstra sua importância para a história do Brasil
• Expressões que sugerem distância ou futuro: A médica vai te Imperial.
atender daqui a pouco. (D) a digitalização dos textos de José de Alencar terá importan-
• Dia de semana (a menos que seja um dia definido): De terça te papel na preservação da memória linguística e da identidade
a sexta. / Fecharemos às segundas-feiras. nacional.
• Antes de numeral (exceto horas definidas): A casa da vizinha (E) o grande romancista José de Alencar é importante porque
fica a 50 metros da esquina. se destacou por sua temática indianista.

Há, ainda, situações em que o uso da crase é facultativo 2. (FUVEST - 2013) A essência da teoria democrática é a su-
• Pronomes possessivos femininos: Dei um picolé a minha filha. pressão de qualquer imposição de classe, fundada no postulado ou
/ Dei um picolé à minha filha. na crença de que os conflitos e problemas humanos – econômicos,
• Depois da palavra “até”: Levei minha avó até a feira. / Levei políticos, ou sociais – são solucionáveis pela educação, isto é, pela
minha avó até à feira. cooperação voluntária, mobilizada pela opinião pública esclarecida.
• Nomes próprios femininos (desde que não seja especificado): Está claro que essa opinião pública terá de ser formada à luz dos
Enviei o convite a Ana. / Enviei o convite à Ana. / Enviei o convite à melhores conhecimentos existentes e, assim, a pesquisa científica
Ana da faculdade. nos campos das ciências naturais e das chamadas ciências sociais
deverá se fazer a mais ampla, a mais vigorosa, a mais livre, e a difu-
DICA: Como a crase só ocorre em palavras no feminino, em são desses conhecimentos, a mais completa, a mais imparcial e em
caso de dúvida, basta substituir por uma palavra equivalente no termos que os tornem acessíveis a todos.
masculino. Se aparecer “ao”, deve-se usar a crase: Amanhã iremos
à escola / Amanhã iremos ao colégio. (Anísio Teixeira, Educação é um direito. Adaptado.)

No trecho “chamadas ciências sociais”, o emprego do termo


SINTAXE (REGÊNCIA, CONCORDÂNCIA E COLOCAÇÃO) “chamadas” indica que o autor
(A) vê, nas “ciências sociais”, uma panaceia, não uma análise
Prezado candidato, o tema supracitado foi abordado em tópi- crítica da sociedade.
cos anteriores. (B) considera utópicos os objetivos dessas ciências.
Bons estudos! (C) prefere a denominação “teoria social” à denominação “ci-
ências sociais”.
(D) discorda dos pressupostos teóricos dessas ciências.
(E) utiliza com reserva a denominação “ciências sociais”.

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LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
3. (IBADE – 2020 adaptada) 5. (UNIFOR CE – 2012)
Hamlet observa a Horácio que há mais cousas no céu e na terra
do que sonha a nossa filosofia. Era a mesma explicação que dava a
bela Rita ao moço Camilo, numa sexta-feira de Novembro de 1869,
quando este ria dela, por ter ido na véspera consultar uma carto-
mante; a diferença é que o fazia por outras palavras.
— Ria, ria. Os homens são assim; não acreditam em nada.
Pois saiba que fui, e que ela adivinhou o motivo da consulta, antes
mesmo que eu lhe dissesse o que era. Apenas começou a botar as
cartas, disse-me: “A senhora gosta de uma pessoa…” Confessei que
sim, e então ela continuou a botar as cartas, combinou-as, e no fim
declarou-me que eu tinha medo de que você me esquecesse, mas
que não era verdade…

A Cartomante (Machado de Assis)

https://www.dicio.com.br/partilhar/ acesso em fevereiro de 2020 A intertextualidade é um recurso criativo utilizado na produ-


ção do texto. No conto, Machado de Assis dialoga com o clássico
O texto apresentado é um verbete. Assinale a alternativa que “Hamlet” de Shakespeare com o fito de:
representa sua definição (A) Reafirmar a crença no conhecimento científico para explicar
(A) é um tipo textual dissertativo-argumentativo, com o intuito as situações da vida humana.
de persuadir o leitor. (B) Discutir o conhecimento científico e o conhecimento místi-
(B) é um tipo e gênero textual de caráter descritivo para de- co na sociedade burguesa do século XX. Reconhecer a impor-
talhar em adjetivos e advérbios o que é necessário entender. tância da espiritualidade na formação da sociedade burguesa
(C) é um gênero textual de viés narrativo para contar em crono- do século XIX.
logia obrigatória o enredo por meio de personagens. (C) Revelar a ambiguidade própria da obra machadiana em
(D) é um gênero textual de caráter informativo, que tem por in- Hamlet de William Shakespeare.
tuito explicar um conceito, mais comumente em um dicionário (D) Ironizar o culto ao cientificismo da sociedade burguesa.
ou enciclopédia. (E) Reconhecer a importância da espiritualidade na formação
(E) é um tipo textual expositivo, típico em redações escolares.
da sociedade burguesa do século XIX.
4. (UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ – RJ) Preencha os parênteses
6. (UFPR – 2010) Considere as seguintes sentenças.
com os números correspondentes; em seguida, assinale a alternati-
1 - Ainda que os salários estejam cada vez mais defasados, o
va que indica a correspondência correta.
1. Narrar aumento de preços diminui consideravelmente seu poder de com-
2. Argumentar pras.
3. Expor 2 - O Governo resolveu não se comprometer com nenhuma das
4. Descrever facções formadas no congresso. Desse modo, todos ficarão à vonta-
5. Prescrever de para negociar as possíveis saídas.
3 - Embora o Brasil possua muito solo fértil com vocação para o
( ) Ato próprio de textos em que há a presença de conselhos plantio, isso conseguiu atenuar rapidamente o problema da fome.
e indicações de como realizar ações, com emprego abundante de 4 - Choveu muito no inverno deste ano. Entretanto, novos pro-
verbos no modo imperativo. jetos de irrigação foram necessários.
( ) Ato próprio de textos em que há a apresentação de ideias 5 - As expressões grifadas NÃO estabelecem as relações de sig-
sobre determinado assunto, assim como explicações, avaliações e nificado adequadas, criando problemas de coerência, em:
reflexões. Faz-se uso de linguagem clara, objetiva e impessoal.
( ) Ato próprio de textos em que se conta um fato, fictício ou (A) 2 apenas.
não, acontecido num determinado espaço e tempo, envolvendo (B) 1 e 3 apenas.
personagens e ações. A temporalidade é fator importante nesse (C) 1 e 4 apenas.
tipo de texto. (D) 2, 3 e 4 apenas.
( ) Ato próprio de textos em que retrata, de forma objetiva ou (E) 2 e 4 apenas.
subjetiva, um lugar, uma pessoa, um objeto etc., com abundância
do uso de adjetivos. Não há relação de temporalidade. 7. (INSTITUTO AOCP/2017 – EBSERH) Assinale a alternativa em
( ) Ato próprio de textos em que há posicionamentos e expo- que todas as palavras estão adequadamente grafadas.
sição de ideias, cuja preocupação é a defesa de um ponto de vista. (A) Silhueta, entretenimento, autoestima.
Sua estrutura básica é: apresentação de ideia principal, argumentos (B) Rítimo, silueta, cérebro, entretenimento.
e conclusão. (C) Altoestima, entreterimento, memorização, silhueta.
(D) Célebro, ansiedade, auto-estima, ritmo.
(A) 3, 5, 1, 2, 4 (E) Memorização, anciedade, cérebro, ritmo.
(B) 5, 3, 1, 4, 2
(C) 4, 2, 3, 1, 5
(D) 5, 3, 4, 1, 2
(E) 2, 3, 1, 4, 5

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LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
8. (VUNESP/2017 – TJ-SP) Assinale a alternativa em que todas 11. (UNIFESP - 2015) Leia o seguinte texto:
as palavras estão corretamente grafadas, considerando-se as regras Você conseguiria ficar 99 dias sem o Facebook?
de acentuação da língua padrão. Uma organização não governamental holandesa está propondo
(A) Remígio era homem de carater, o que surpreendeu D. Firmi- um desafio que muitos poderão considerar impossível: ficar 99 dias
na, que aceitou o matrimônio de sua filha. sem dar nem uma “olhadinha” no Facebook. O objetivo é medir o
(B) O consôlo de Fadinha foi ver que Remígio queria desposa-la grau de felicidade dos usuários longe da rede social.
apesar de sua beleza ter ido embora depois da doença. O projeto também é uma resposta aos experimentos psicológi-
(C) Com a saúde de Fadinha comprometida, Remígio não con- cos realizados pelo próprio Facebook. A diferença neste caso é que
seguia se recompôr e viver tranquilo. o teste é completamente voluntário. Ironicamente, para poder par-
(D) Com o triúnfo do bem sobre o mal, Fadinha se recuperou, ticipar, o usuário deve trocar a foto do perfil no Facebook e postar
Remígio resolveu pedí-la em casamento. um contador na rede social.
(E) Fadinha não tinha mágoa por não ser mais tão bela; agora, Os pesquisadores irão avaliar o grau de satisfação e felicidade
interessava-lhe viver no paraíso com Remígio. dos participantes no 33º dia, no 66º e no último dia da abstinência.
Os responsáveis apontam que os usuários do Facebook gastam
9. (BANCO DO BRASIL) Opção que preenche corretamente as em média 17 minutos por dia na rede social. Em 99 dias sem acesso,
lacunas: O gerente dirigiu-se ___ sua sala e pôs-se ___ falar ___ a soma média seria equivalente a mais de 28 horas, 2que poderiam
todas as pessoas convocadas. ser utilizadas em “atividades emocionalmente mais realizadoras”.
(A) à - à – à
(B) a - à – à (http://codigofonte.uol.com.br. Adaptado.)
(C) à - a – a
(D) a - a – à Após ler o texto acima, examine as passagens do primeiro pa-
(E) à - a - à rágrafo: “Uma organização não governamental holandesa está pro-
pondo um desafio” “O objetivo é medir o grau de felicidade dos
10. (IFAL - 2011) usuários longe da rede social.”
A utilização dos artigos destacados justifica-se em razão:
Parágrafo do Editorial “Nossas crianças, hoje”. (A) da retomada de informações que podem ser facilmente de-
preendidas pelo contexto, sendo ambas equivalentes seman-
“Oportunamente serão divulgados os resultados de tão impor- ticamente.
tante encontro, mas enquanto nordestinos e alagoanos sentimos (B) de informações conhecidas, nas duas ocorrências, sendo
na pele e na alma a dor dos mais altos índices de sofrimento da possível a troca dos artigos nos enunciados, pois isso não alte-
infância mais pobre. Nosso Estado e nossa região padece de índices raria o sentido do texto.
vergonhosos no tocante à mortalidade infantil, à educação básica e (C) da generalização, no primeiro caso, com a introdução de
tantos outros indicadores terríveis.” (Gazeta de Alagoas, seção Opi- informação conhecida, e da especificação, no segundo, com
nião, 12.10.2010) informação nova.
(D) da introdução de uma informação nova, no primeiro caso,
O primeiro período desse parágrafo está corretamente pontu- e da retomada de uma informação já conhecida, no segundo.
ado na alternativa: (E) de informações novas, nas duas ocorrências, motivo pelo
(A) “Oportunamente, serão divulgados os resultados de tão qual são introduzidas de forma mais generalizada
importante encontro, mas enquanto nordestinos e alagoanos,
sentimos na pele e na alma a dor dos mais altos índices de so- 12. (UFSC) Aponte a alternativa cujas palavras são respectiva-
frimento da infância mais pobre.” mente formadas por justaposição, aglutinação e parassíntese:
(B) “Oportunamente serão divulgados os resultados de tão (A) varapau - girassol - enfaixar
importante encontro, mas enquanto nordestinos e alagoanos (B) pontapé - anoitecer - ajoelhar
sentimos, na pele e na alma, a dor dos mais altos índices de (C) maldizer - petróleo - embora
sofrimento da infância mais pobre.” (D) vaivém - pontiagudo - enfurece
(C) “Oportunamente, serão divulgados os resultados de tão (E) penugem - plenilúnio - despedaça
importante encontro, mas enquanto nordestinos e alagoanos,
sentimos na pele e na alma, a dor dos mais altos índices de 13. (Mackenzie) Há uma concordância inaceitável de acordo
sofrimento da infância mais pobre.” com a gramática:
(D) “Oportunamente serão divulgados os resultados de tão I - Os brasileiros somos todos eternos sonhadores.
importante encontro, mas, enquanto nordestinos e alagoanos II - Muito obrigadas! – disseram as moças.
sentimos, na pele e na alma a dor dos mais altos índices de III - Sr. Deputado, V. Exa. Está enganada.
sofrimento, da infância mais pobre.” IV - A pobre senhora ficou meio confusa.
(E) “Oportunamente, serão divulgados os resultados de tão V - São muito estudiosos os alunos e as alunas deste curso.
importante encontro, mas, enquanto nordestinos e alagoanos,
sentimos, na pele e na alma, a dor dos mais altos índices de (A) em I e II
sofrimento da infância mais pobre.” (B) apenas em IV
(C) apenas em III
(D) em II, III e IV
(E) apenas em II

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LÍNGUA PORTUGUESA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
14. (CORE-MT – FISCAL - INSTITUTO EXCELÊNCIA - 2019) ______________________________________________________
Assinale a alternativa que contém as figuras de linguagem cor-
respondentes aos períodos a seguir: ______________________________________________________
I- “Está provado, quem ama o feio, bonito lhe parece.”
______________________________________________________
II- “ Era a união do amor e o ódio.”
III- Ele foi discriminado por faltar com a verdade.” ______________________________________________________
IV- Marta quase morreu de tanto rir no circo.
(A) ironia - antítese - eufemismo - hipérbole. ______________________________________________________
(B) eufemismo - ironia - hipérbole - antítese.
(C) hipérbole - eufemismo - antítese - ironia. ______________________________________________________
(D) antítese - hipérbole – ironia – eufemismo.
______________________________________________________
(E) Nenhuma das alternativas.
______________________________________________________
15. (MACK-SP) “Não se fazem motocicletas como antigamen-
te”. O termo destacado funciona como: ______________________________________________________
(A) Objeto indireto
(B) Objeto direto ______________________________________________________
(C) Adjunto adnominal
______________________________________________________
(D) Vocativo
(E) Sujeito ______________________________________________________

GABARITO ______________________________________________________

______________________________________________________
1 D ______________________________________________________
2 E
______________________________________________________
3 D
______________________________________________________
4 B
5 D ______________________________________________________
6 B ______________________________________________________
7 A
______________________________________________________
8 E
9 C ______________________________________________________
10 E ______________________________________________________
11 D
______________________________________________________
12 D
______________________________________________________
13 C
14 A ______________________________________________________
15 E ______________________________________________________

______________________________________________________
ANOTAÇÕES
______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

_____________________________________________________ ______________________________________________________

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36
LITERATURA

catapultado para a vida pública por seu poderoso pai. Em vez disso,
LIVRO “MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS” um homem honrado chamado Lobo Neves toma a mão de Virgília
(AUTOR MACHADO DE ASSIS) e a orientação de seu pai, e é só então que Brás Cubas começa a se
sentir atraído por Virgília. Eles começam um caso e tentam escon-
“Memórias Póstumas de Brás Cubas”, a obra-prima do roman- dê-lo do marido muito confiante de Virgília. Logo todos na socie-
cista brasileiro Machado de Assis, um conto metafísico e metafísico dade carioca parecem saber, com o perigo da descoberta apenas
narrado por um homem vítima de pneumonia, é possivelmente o aproximando os amantes.
romance mais moderno e vanguardista desde 1881. Enquanto isso, Brás Cubas contempla o sentido da vida (do
Se imaginarmos a evolução histórica do romance como a evo- túmulo), auxiliado por seu amigo Quincas Borba, que tenta po-
lução do homem — de primata agachado a homo sapiens ereto pularizar uma filosofia chamada Humanitismo, destinada, escreve
—, o livro de Machado representa o momento em que o roman- Machado, “a arruinar todo o resto”. Em seu núcleo está a crença
ce aprendeu a dançar. O livro inspira-se no gosto onívoro do seu na retidão de qualquer coisa humana. Brás Cubas admite que é pan-
criador: a tragédia grega, Shakespeare e Schopenhauer, fermentado glossiano, mas encontra um certo conforto na noção radical de que
pela tradição picaresca de Cervantes e Laurence Sterne. Sua expe- os humanos devem ter permissão para fazer qualquer coisa que os
rimentação formal e brincadeira são consideradas precursoras dos humanos fazem naturalmente, que tudo o que fazemos, devemos
romances de Nabokov, Calvino e dos pós-modernistas americanos. fazer com especial reverência pela criação de mais humanos. “O
A história segue o nobre irresponsável e preguiçoso Brás Cubas amor, por exemplo”, escreve ele, “é um sacerdócio; reprodução, um
enquanto ele reflete sobre sua vida além-túmulo. Que recorde de ritual. Já que a vida é o maior benefício que o universo pode conce-
fracassos! Ele nunca se casou, nunca teve filhos. Suas ambições der (..) segue-se que a transmissão da vida, longe de ser uma oca-
de carreira foram imprudentes e frustradas. Mesmo suas amantes sião de galanteio, é a hora suprema da missa espiritual. Porquanto,
inspiravam nele apenas uma paixão morna e uma pena vaga. Ele verdadeiramente há só uma desgraça: é não nascer.”
é incessantemente pretensioso, presunçoso — e uma excelente Machado oscila entre a história de amor do livro e seus inter-
companhia. Lemos não pelo enredo, no sentido usual, mas para es- lúdios metafísicos com facilidade, em parte porque, embora o livro
tarmos próximos de Brás Cubas, sua franqueza desarmante e auto seja sobre assuntos sérios — amor, a própria vida, a finalidade da
aversão profundamente merecida, e pelas perguntas que ele susci- morte — ele nunca se leva a sério. No capítulo IV, “A Ideia Fixa”, Ma-
ta: O que é uma vida, se definida fora do incidente e da realização? chado inicia uma grande analogia comparando empreendimentos
O que é um romance? humanos menores àqueles que ecoam através dos tempos. “Para
Machado de Assis nasceu na pobreza em 1839, mestiço neto oferecer uma analogia pobre, é como a ralé, abrigada na sombra
de escravos libertos. Um autodidata feroz, ele começou a publicar do castelo feudal; o castelo caiu e a ralé permaneceu. De fato, eles
poesia na adolescência. Ele começou a escrever críticas teatrais, co- se tornaram grandes por si mesmos, uma verdadeira fortaleza (...)
lunas de jornais, libretos e contos. Quando ele morreu em 1908, não, a analogia não é boa.” Os próprios títulos dos capítulos são
considerado o maior escritor do Brasil, foi lamentado nacionalmen- desarmantes. Um capítulo, apropriadamente chamado de “Triste,
te. mas curto”, é seguido por “Curto, mas alegre”, por exemplo. Há um
Memórias Póstumas de Brás Cubas é uma história de amor — capítulo dedicado às botas, outro às pernas do autor, enquanto ou-
muitas histórias de amor, na verdade — e é uma comédia de classe, tro se chama “Não Levar a Sério”. O capítulo CXXX é intitulado “Para
boas maneiras e ego, e é uma reflexão sobre uma nação e uma épo- ser inserido no capítulo CXXIX” e, ao final dele, o autor pede que o
ca, e um olhar inabalável sobre a mortalidade, e ao mesmo tempo é leitor o insira entre a primeira e a segunda sentenças do capítulo
um íntimo e extático exploração da narrativa em si. É uma obra-pri- anterior. Há também uma longa alucinação envolvendo um hipo-
ma brilhante e uma alegria absoluta de ler. pótamo.
Seu narrador, Brás Cubas, enquanto morto conta a história de De alguma forma, nenhuma das piadas e diversão intertextual
sua vida desde o túmulo e, talvez porque não tenha mais nada a faz nada para diminuir o poder da história. O romance entre Brás
perder, ele conta a história exatamente como deseja, dane-se a con- Cubas e Virgília é convincente e extremamente lírico. O sentimento
venção. O romance se desenrola em capítulos breves e brilhantes, que temos pelo involuntário Lobo Neves é real, e o crime que o
iluminados ainda mais com infinitas autorreferenciais e dúvidas. narrador e Virgília cometem contra ele nunca é punido – na vida
“Estou começando a me arrepender de ter escrito este livro”, es- ou na morte. E isso é fundamental. Este é um livro ateu, onde não
creve Brás Cubas em um capítulo chamado “A falha no livro”. “Não há juiz senão a própria consciência, e onde o ofensor jaz sozinho,
que isso me canse”, continua ele. “Não tenho mais nada para fazer, numa caixa permeada por vermes, contando sua vida e seus fracas-
e despachar alguns poucos capítulos para o outro mundo é invaria- sos sem nenhuma consequência celestial. É engraçado também. É
velmente uma distração da eternidade.” totalmente original e diferente de qualquer coisa além dos muitos
A história, em sua essência, é quase convencional, um triângu- livros que vieram depois dele e parecem ter conscientemente ou
lo amoroso aristocrático do século XIX. Brás Cubas paira à margem não emprestado a partir dele.
das classes abastadas do Rio de Janeiro, mas não tem vontade de
casar-se (obsessão da irmã) nem ambição de subir no governo (de-
sejo do pai). Ele perde a chance de se casar com a bela Virgília e ser

37
LITERATURA
gulamentos. Quando ele traduz um documento oficial para o tupi-
LIVRO “TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA” (AU- -guarani e é inadvertidamente submetido às instâncias superiores,
TOR LIMA BARRETO)TOR MACHADO DE ASSIS) ao invés da versão em português, causa grande constrangimento e
ele é suspenso. É quando Policarpo tem um colapso nervoso.
Em “Triste Fim De Policarpo Quaresma”, o autor, Lima Barreto, Suas próximas aventuras o levarão primeiro para o interior,
lança uma luz melancólica sobre os problemas do país, mesmo que onde compra uma casa e planeja plantar sua própria comida, só
o livro tenha mais de 100 anos. Um dos problemas, pode lhe ocor- comida brasileira, claro. Ele está determinado que o solo brasileiro
rer, é que o Brasil não tem grande reputação literária internacional. é o mais fértil do mundo e não precisa de fertilizantes. Ele também
Este livro explica de alguma forma o porquê. está determinado a crer que o camponês brasileiro é trabalhador e
Triste Fim de Policarpo Quaresma é a obra mais conhecida de está ansioso para cultivar o solo fértil brasileiro. Aprendemos que,
um dos escritores mais respeitados do Brasil; mas, como costuma se ele mesmo não o fizer, nenhuma das proposições é verdadeira.
acontecer com escritores respeitados, ele morreu jovem, de um Ocorrem então as Revoltas Navais Brasileiras acima menciona-
ataque cardíaco causado pelo alcoolismo, depois de ter entrado e das e Floriano Peixoto é ameaçado. Policarpo manda um telegrama
saído de vários asilos para loucos. Sua escrita, porém, era tudo me- e diz para se manter firme, pois ele, Policarpo, está a caminho. Poli-
nos insana: pode-se dizer que foi sua clareza de visão que causou carpo ocupa o posto de major e é convocado para o exército, junto
seus problemas em primeiro lugar. com o general Albernaz e o contra-almirante Bustamante. A tentati-
Policarpo Quaresma é um personagem quieto e convencional, va de três e outros de salvar o Brasil é firmemente ridicularizada por
um escriturário que vive em respeitáveis circunstâncias pequeno- Barreto. Como o título nos diz, não acaba bem.
-burguesas, cujos movimentos são tão regulares que os vizinhos Barreto teve que pagar pela publicação do romance em livro.
podem acertar os relógios por ele. Nosso herói homônimo trabalha Ele não viveu para ver outra edição. De fato, o livro desapareceu por
em um ministério sem nome como funcionário público. Quaresma um tempo, até que foi revivido bem depois da morte do autor. Hoje
era estimado no ministério: a sua idade, a sua erudição, a sua evi- é considerado um clássico brasileiro.
dente modéstia e honestidade granjeavam-lhe o respeito de todos. Muito disso é satírico. Barreto claramente tem uma admira-
Ele nunca se casou e mora com a irmã, Adelaide, que também nun- ção relutante por Policarpo que é essencialmente honesto, talvez
ca foi casada. Ela é dedicada a ele, mas mais de uma vez dirá que honesto demais em um mundo completamente corrupto. No en-
não o entende. Eles vivem em uma área próspera do Rio de Janeiro. tanto, ao mesmo tempo, ele zomba dele por seu patriotismo ex-
(O Rio de Janeiro era a capital do país nessa época e assim perma- cessivamente fervoroso, sua teimosia e sua incapacidade de ver
neceria até a fundação de Brasília em 1960.) como outras pessoas podem reagir ao que ele diz e faz. É esta úl-
Eles moram em um bairro nobre. O general Albernaz era um tima característica que será sua queda em mais de uma ocasião.
vizinho próximo. Este livro é uma sátira, às vezes gentil, às vezes Claro que Policarpo não é a única vítima da sátira de Barreto. De
dura. Não havia nada militar sobre o general. Ele nem parecia ter Ismênia e sua ingenuidade sobre o futuro marido e toda sua visão
um uniforme. Ao longo de toda a sua carreira militar não tinha visto do casamento, ao pai e sua carreira não militar, de Floriano Peixoto
uma única batalha, exercido um comando ou feito qualquer coisa (sua característica predominante era a inércia; por temperamento
relacionada com a sua profissão ou formação de artilharia. Ele é era extremamente preguiçoso. tipo comum, como todos nós expe-
amigo íntimo do contra-almirante Bustamante. Na marinha, chega- rimentamos, era patológico, como se não tivesse sangue nas veias,
ra perigosamente perto de ser tão inativo quanto Albernaz fora no resultando em um entorpecimento dos nervos) ao Dr. Campos, o
exército. Ele nunca havia embarcado em um navio de guerra, exce- político populista, feliz em mudar de lado quando era conveniente,
to durante a Guerra do Paraguai, e mesmo assim por muito pouco mas também completamente corrupto, Barreto zomba da maioria
tempo. Ele havia sido colocado no comando de um encouraçado. de seus personagens de uma forma ou de outra.
Ele saiu para encontrar o navio — e não conseguiu. Não estava onde O livro começa com uma citação de Ernest Renan: O grande
deveria estar nem, de fato, em qualquer outro lugar. Ele havia sido inconveniente da vida real e o que a torna insuportável ao homem
afundado na guerra do Paraguai, mas esse fato parece não ter sido superior é que, se se transferirem para ela os princípios do ideal,
registrado. as qualidades tornam-se defeitos, de modo que, muito frequente-
Enquanto os dois homens desempenham uma espécie de pa- mente, o homem completo tem bem menos sucesso na vida do que
pel militar mais adiante no livro, no início o General Albernaz está aquele que se move pelo egoísmo ou pela rotina vulgar. Esse bem
mais preocupado com suas cinco filhas, especialmente em casá-las. pode ser o lema de Policarpo, ainda que não o perceba. Ele é um
Acompanhamos o destino deles, principalmente da segunda filha, homem bom ou um homem tolo ou, talvez, ambos? O mundo re-
Ismênia, noiva do aspirante a dentista Cavalcânti. almente não tem espaço nem para os bons nem para os tolos, na
Além do trabalho e da irmã, há uma coisa que é primordial para opinião de Barreto.
Policarpo, que é o Brasil. Ele se torna cada vez mais possuído pelo
patriotismo, convencido de que o Brasil pode se tornar o maior país
do mundo. Ele gasta seu dinheiro comprando livros relacionados ao ANOTAÇÕES
Brasil e está sempre lendo nas horas vagas. Recentemente, ele con-
centrou grande parte de suas leituras na população nativa, os úni-
cos verdadeiros brasileiros. Ele está aprendendo tupi-guarani, uma ______________________________________________________
das línguas nativas do país, e acha que deveria ser a língua nacional
do Brasil, em vez do português, uma língua estrangeira. ______________________________________________________
Tupi-Guarani será sua ruína. Ele apresenta uma proposta ao ______________________________________________________
Congresso para que seja declarada a língua nacional. Os congressis-
tas e a imprensa riem dele por isso. No entanto, seu departamento ______________________________________________________
não está achando graça. A inveja mesquinha nos círculos burocrá-
ticos encara com grande hostilidade a inteligência superior que se ______________________________________________________
revela de qualquer outra forma que não seja através da correspon-
dência oficial, caligrafia caprichada e conhecimento das regras e re- ______________________________________________________

38
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA

• Palavras-chave: são fundamentais para a compreensão do


texto, pois se trata de palavras relacionadas à área e ao assunto
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO ESCRITO
EM LÍNGUA INGLESA abordado pelo texto. São de fácil compreensão, pois, geralmente,
aparecem repetidamente no texto e é possível obter sua ideia atra-
vés do contexto.
Reading Comprehension • Grupos nominais: formados por um núcleo (substantivo) e
Interpretar textos pode ser algo trabalhoso, dependendo do um ou mais modificadores (adjetivos ou substantivos). Na língua
assunto, ou da forma como é abordado. Tem as questões sobre o inglesa o modificador aparece antes do núcleo, diferente da língua
texto. Mas, quando o texto é em outra língua? Tudo pode ser mais portuguesa.
assustador. • Afixos: são prefixos e/ou sufixos adicionados a uma raiz, que
Se o leitor manter a calma, e se embasar nas estratégias do modifica o significado da palavra. Assim, conhecendo o significado
Inglês Instrumental e ter certeza que ninguém é cem por cento leigo de cada afixo pode-se compreender mais facilmente uma palavra
em nada, tudo pode ficar mais claro. composta por um prefixo ou sufixo.
Vejamos o que é e quais são suas estratégias de leitura: • Conhecimento prévio: para compreender um texto, o leitor
depende do conhecimento que ele já tem e está armazenado em
Inglês Instrumental sua memória. É a partir desse conhecimento que o leitor terá o
Também conhecido como Inglês para Fins Específicos - ESP, o entendimento do assunto tratado no texto e assimilará novas in-
Inglês Instrumental fundamenta-se no treinamento instrumental formações. Trata-se de um recurso essencial para o leitor formular
dessa língua. Tem como objetivo essencial proporcionar ao aluno, hipóteses e inferências a respeito do significado do texto.
em curto prazo, a capacidade de ler e compreender aquilo que for
de extrema importância e fundamental para que este possa desem- O leitor tem, portanto, um papel ativo no processo de leitura
penhar a atividade de leitura em uma área específica. e compreensão de textos, pois é ele que estabelecerá as relações
entre aquele conteúdo do texto e os conhecimentos de mundo que
Estratégias de leitura ele carrega consigo. Ou mesmo, será ele que poderá agregar mais
• Skimming: trata-se de uma estratégia onde o leitor vai buscar profundidade ao conteúdo do texto a partir de sua capacidade de
a ideia geral do texto através de uma leitura rápida, sem apegar-se buscar mais conhecimentos acerca dos assuntos que o texto traz e
a ideias mínimas ou específicas, para dizer sobre o que o texto trata. sugere.
• Scanning: através do scanning, o leitor busca ideias especí- Não se esqueça que saber interpretar textos em inglês é muito
ficas no texto. Isso ocorre pela leitura do texto à procura de um importante para ter melhor acesso aos conteúdos escritos fora do
detalhe específico. Praticamos o scanning diariamente para encon- país, ou para fazer provas de vestibular ou concursos.
trarmos um número na lista telefônica, selecionar um e-mail para
ler, etc.
• Cognatos: são palavras idênticas ou parecidas entre duas ITENS GRAMATICAIS RELEVANTES PARA A
línguas e que possuem o mesmo significado, como a palavra “ví- COMPREENSÃO DOS CONTEÚDOS SEMÂNTICOS
rus” é escrita igualmente em português e inglês, a única diferença
é que em português a palavra recebe acentuação. Porém, é preciso Regular and irregular plural of nouns: To form the plural of the
atentar para os chamados falsos cognatos, ou seja, palavras que são nouns is very easy, but you must practice and observe some rules.
escritas igual ou parecidas, mas com o significado diferente, como
“evaluation”, que pode ser confundida com “evolução” onde na ver- Regular plural of nouns
dade, significa “avaliação”. • Regra Geral: forma-se o plural dos substantivos geralmente
• Inferência contextual: o leitor lança mão da inferência, ou acrescentando-se “s” ao singular.
seja, ele tenta adivinhar ou sugerir o assunto tratado pelo texto, e Ex.: Motherboard – motherboards
durante a leitura ele pode confirmar ou descartar suas hipóteses. Printer – printers
• Reconhecimento de gêneros textuais: são tipo de textos que Keyboard – keyboards
se caracterizam por organização, estrutura gramatical, vocabulário
específico e contexto social em que ocorrem. Dependendo das mar- • Os substantivos terminados em y precedido de vogal seguem
cas textuais, podemos distinguir uma poesia de uma receita culiná- a regra geral: acrescentam s ao singular.
ria, por exemplo. Ex.: Boy – boys Toy – toys
• Informação não-verbal: é toda informação dada através de Key – keys
figuras, gráficos, tabelas, mapas, etc. A informação não-verbal deve
ser considerada como parte da informação ou ideia que o texto de- • Substantivos terminados em s, x, z, o, ch e sh, acrescenta-se
seja transmitir. es.
Ex.: boss – bosses tax – taxes bush – bushes

39
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
• Substantivos terminados em y, precedidos de consoante, trocam o y pelo i e acrescenta-se es. Consoante + y = ies
Ex.: fly – flies try – tries curry – curries

Irregular plurals of nouns


There are many types of irregular plural, but these are the most common:

• Substantivos terminados em f e trocam o f pelo v e acrescenta-se es.


Ex.: knife – knives
life – lives
wife – wives

• Substantivos terminados em f trocam o f pelo v; então, acrescenta-se es.


Ex.: half – halves wolf – wolves loaf – loaves
• Substantivos terminados em o, acrescenta-se es.
Ex.: potato – potatoes tomato – tomatoes volcano – volcanoes

• Substantivos que mudam a vogal e a palavra.


Ex.: foot – feet child – children person – people tooth – teeth mouse – mice

Countable and Uncountable nouns


• Contáveis são os substantivos que podemos enumerar e contar, ou seja, que podem possuir tanta forma singular quanto plural. Eles
são chamados de countable nouns em inglês.
Por exemplo, podemos contar orange. Podemos dizer one orange, two oranges, three oranges, etc.

• Incontáveis são os substantivos que não possuem forma no plural. Eles são chamados de uncountable nouns, de non-countable
nouns em inglês. Podem ser precedidos por alguma unidade de medida ou quantificador. Em geral, eles indicam substâncias, líquidos, pós,
conceitos, etc., que não podemos dividir em elementos separados. Por exemplo, não podemos contar “water”. Podemos contar “bottles
of water” ou “liters of water”, mas não podemos contar “water” em sua forma líquida.
Alguns exemplos de substantivos incontáveis são: music, art, love, happiness, advice, information, news, furniture, luggage, rice, sugar,
butter, water, milk, coffee, electricity, gas, power, money, etc.
Veja outros de countable e uncountable nouns:

40
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
Definite Article – Antes de nomes de estações do ano.
THE = o, a, os, as Summer is hot, but winter is cold.

• Usos • Casos especiais


– Antes de substantivos tomados em sentido restrito. – Não se usa o artigo THE antes das palavras church, school,
THE coffee produced in Brazil is of very high quality. prison, market, bed, hospital, home, university, college, market,
I hate THE music they’re playing. quando esses elementos forem usados para seu primeiro propósito.
She went to church. (para rezar)
– Antes de nomes de países no plural ou que contenham as She went to THE church. (talvez para falar com alguém)
palavras Kingdom, Republic, Union, Emirates.
THE United States – Sempre se usa o artigo THE antes de office, cathedral, cine-
THE Netherlands ma, movies e theater.
THE United Kingdom Let’s go to THE theater.
THE Dominican Republic They went to THE movies last night.

– Antes de adjetivos ou advérbios no grau superlativo. Indefinite Article


John is THE tallest boy in the family. A / AN = um, uma

– Antes de acidentes geográficos (rios, mares, oceanos, cadeias •A


de montanhas, desertos e ilhas no plural), mesmo que o elemento – Antes de palavras iniciadas por consoantes.
geográfico tenha sido omitido. A boy, A girl, A woman
THE Nile (River)
THE Sahara (Desert) – Antes de palavras iniciadas por vogais, com som consonantal.
A uniform, A university, A European
– Antes de nomes de famílias no plural.
THE Smiths have just moved here. • AN
– Antes de palavras iniciadas por vogais.
– Antes de adjetivos substantivados. AN egg, AN orange, AN umbrella
You should respect THE old.
– Antes de palavras iniciadas por H mudo (não pronunciado).
– Antes de numerais ordinais. AN hour, AN honor, AN heir
He is THE eleventh on the list.
• Usos
– Antes de nomes de hotéis, restaurantes, teatros, cinemas, – Para se dar ideia de representação de um grupo, antes de
museus. substantivos.
THE Hilton (Hotel) A chicken lays eggs. (Todas as galinhas põem ovos.)

– Antes de nacionalidades. – Antes de nomes próprios no singular, significando “um tal de”.
THE Dutch A Mr. Smith phoned yesterday.

– Antes de nomes de instrumentos musicais. – No modelo:


She plays THE piano very well. WHAT + A / AN = adj. + subst.

– Antes de substantivos seguidos de preposição. What A nice woman!


THE Battle of Trafalgar
– Em algumas expressões de medida e frequência.
• Omissões A dozen
– Antes de substantivos tomados em sentido genérico. A hundred
Roses are my favorite flowers.
Twice A year
–Antes de nomes próprios no singular. - Em certas expressões.
She lives in South America. It’s A pity, It’s A shame, It’s AN honor...

–Antes de possessivos. – Antes de profissão ou atividades.


My house is more comfortable than theirs. James is A lawyer.
Her sister is A physician.
– Antes de nomes de idiomas, não seguidos da palavra langua-
ge. • Omissão
She speaks French and English. (Mas: She speaks THE French – Antes de substantivos contáveis no plural.
language.) Lions are wild animals.

41
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
– Antes de substantivos incontáveis. 2. Usamos os sufixos –er ou –est com adjetivos de duas sílabas.
Water is good for our health. Exemplos:
* Em alguns casos, podemos usar SOME antes dos substanti- happier than = mais feliz que
vos. cleverer than = mais esperto que
the happiest = o mais feliz
Em Inglês utilizamos adjetivos para comparar duas coisas ou the cleverest = o mais esperto
mais. Eles podem ser classificados em dois graus: comparativo e
superlativo. 3. Usamos os prefixos more e most com adjetivos de mais de
O grau comparativo é usado para comparar duas coisas. Já o duas sílabas.
superlativo, usamos para dizer que uma coisa se destaca num grupo Exemplos:
de três ou mais. More comfortable than = mais confortável que
More careful than = mais cuidadoso que
The most comfortable = o mais confortável
The most careful = o mais cuidadoso

4. Usamos os prefixos more e most com advérbios de duas sí-


labas.
Exemplos:
More afraid than = mais amedrontado que
More asleep than = mais adormecido que
The most afraid = o mais amedrontado
The most asleep = o mais adormecido

5. Usamos os prefixos more e most com qualquer adjetivo ter-


minado em –ed, –ing, –ful, –re, –ous.
Exemplos:
tired – more tired than – the most tired (cansado)
charming – more charming than – the most charming (char-
moso)
Exemplos: hopeful – more hopeful than – the most hopeful (esperançoso)
As cold as = tão frio quanto sincere – more sincere than – the most sincere (sincero)
Not so (as) cold as = não tão frio quanto famous – more famous than – the most famous (famoso)
Less cold than = menos frio que
The least cold = o menos frio Variações ortográficas
As expensive as = tão caro quanto – Adjetivos monossilábicos terminados em uma só consoante,
Not so (as) expensive as = não tão caro quanto precedida de uma só vogal dobram a consoante final antes de rece-
Less expensive than = menos caro que berem –er ou –est.
Exemplos:
The least expensive = o menos caro
fat – fatter than – the fattest (gordo)
thin – thinner than – the thinnest (magro)

– Adjetivos terminados em Y, precedido de vogal, trocam o Y


por I antes do acréscimo de –er ou –est:
Exemplos:
angry – angrier than – the angriest (zangado)
happy – happier than – the happiest (feliz)
Exceção
shy - shyer than - the shyest (tímido)

– Adjetivos terminados em E recebem apenas –r ou –st.


Exemplos:
nice – nicer than – the nicest (bonito, simpático)
brave – braver than – the bravest (corajoso)

Formas irregulares
Alguns adjetivos e advérbios têm formas irregulares no compa-
rativo e superlativo de superioridade.
Observações:
1. Usamos os sufixos –er ou –est com adjetivos / advérbios de good (bom / boa) better than - the
uma só sílaba. well (bem) best
Exemplos: bad (ruim / mau)
taller than = mais alto que / the tallest = o mais alto - the worst
badly (mal)
bigger than = maior que / the biggest = o maior
little (pouco) less than - the least

42
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
Alguns adjetivos e advérbios têm mais de uma forma no comparativo e superlativo de superioridade.
far (longe)
farther than – the farthest (distância)
further (than) – the furthest (distância / adicional)
old (velho)
older than – the oldest
elder – the eldest (só para elementos da mesma família)
late (tarde)
the latest (o mais recente)
the last (o último da série)

O estudo dos pronomes é algo simples e comum. Em inglês existe apenas uma especificidade, que pode causar um pouco de estra-
nheza, que é o pronome “it”, o qual não utilizamos na língua portuguesa; mas, com a prática, você vai conseguir entender e aprender bem
rápido.

Subject Pronouns

I (eu) I am a singer.
YOU (você, tu, vocês) You are a student.
HE (ele) He is a teacher.
SHE (ela) She is a nurse.
IT (ele, ela) It is a dog/ It is a table.
WE (nós) We are friends.
THEY (eles) They are good dancers.

O pronome pessoal (subject pronoun) é usado apenas no lugar do sujeito (subject), como mostra o exemplo abaixo:
Mary is intelligent = She is intelligent.

Uso do pronome “it”


– To refer an object, thing, animal, natural phenomenon.
Example: The dress is ugly. It is ugly.
The pen is red. It is red.
The dog is strong. It is strong.

– Attention
a) If you talk about a pet use HE or SHE
Dick is the name of my little dog. He’s very intelligent!
b) If you talk about a baby/children that you don’t know if is a girl or a boy.
The baby is in tears. It is in tears. The child is happy. It is happy.

Object Pronous
São usados como objeto da frase. Aparecem sempre depois do verbo.

ME
YOU
HIM
HER
IT
US
YOU
THEM
Exemplos:
They told me the news.
She loves him so much.

43
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
Demonstrative Pronouns
Os pronomes demonstrativos são utilizados para demonstrar alguém ou alguma coisa que está perto ou longe da pessoa que fala ou
de quem se fala, ou seja, indica posição em relação às pessoas do discurso.
Veja quais são em inglês:

SINGULAR PLURAL SINGULAR PLURAL


THIS THESE THAT THOSE
Este/esta/isto Estes/estas Aquele/aquela/aquilo Aqueles/aquelas

Usa-se o demonstrativo THIS/THESE para indicar seres que estão perto de quem fala. Observe o emprego dos pronomes demonstra-
tivos nas frases abaixo:
This method will work.
These methods will work.

O pronome demonstrativo THAT/THOSE é usado para indicar seres que estão distantes da pessoa que fala. Observe:
That computer technology is one of the most fundamental disciplines of engineering.
Those computers technology are the most fundamental disciplines of engineering.

Possessive Adjectives and Possessive Pronouns


Em inglês há, também, dois tipos de pronomes possessivos, os Possessive Adjectives e os Possessive Pronouns.

POSSESSIVE ADJECTIVES POSSESSIVE PRONOUNS


My Mine
Your Yours
His His
Her Hers
Its Its
Our Ours
Your Yours
Their Theirs

• Possessive Adjectives são usados antes de substantivos, precedidos ou não de adjetivos.


Exemplos:
Our house is close.
I want to know your name.

• Possessive Pronouns são usados para substituir a construção possessive adjective + substantivo, evitando assim a repetição.
Exemplo:
My house is yellow and hers is white.
Theirs is the most beautiful car in the town.

Infinitive
A forma infinitiva do inglês é to + verbo

Usos:
- após numerais ordinais
He was the first to answer the prohne.

- com too e enough


This house is too expensive for me to buy.
He had bought food enough to feed a city!

- após o verbo want


I want you to translate the message.

- após os verbos make, let e have (sem to)


This makes me feel happy.
Let me know if you need any information.
- após o verbo help (com ou sem to)
She helped him (to) choose a new car.

44
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
Observações: Para verbos que têm algumas terminações específicas com “o”,
Certos verbos admitem o gerund ou infinitive sem alteração “s”, “ss”, “sh”, “ch” “x” ou “z”, deve-se acrescentar “es” no final:
de sentido. He goes – Ele vai
It started raining. / It started to rain. She does – Ela faz
It watches – Ele/ela assiste
He began to clean the house. / He began cleaning the house.
Quando o verbo termina com consoantes e “y” no final. Por
O verbo STOP admite tanto o gerund quanto o infinitive com exemplo, os verbos study, try e cry e têm consoantes antes do “y”.
alteração de sentido. Nesses casos, você deve tirar o “y” e acrescentar “ies” no lugar. Veja
o exemplo:
He stopped smoking. He studies – Ele estuda
(= Ele parou de fumar.) She tries – Ela tenta
It cries – Ele/ela chora
He stopped to smoke.
(= Ele parou para fumar.) Com verbos que também terminam com “y” e têm uma vogal
antes, permanece a regra geral da maioria dos verbos: acrescentar
Imperative apenas o “s” ao final da palavra.
O imperativo, é usado para dar ordens, instruções, fazer pedi- He enjoys – Ele gosta
dos e até mesmo aconselhar alguém. É uma forma verbal utilizada She stays – Ela fica
diariamente e que muita gente acaba não conhecendo. It plays – Ele/ela brinca

A forma afirmativa sempre inicia com o verbo. Formas afirmativa, negativa e interrogativa
Exemplos:
Eat the salad. – Coma a salada.
Sit down! – Sente-se
Help me! – Me ajude!
Tell me what you want. – Me diga o que você quer.
Be careful! – Tome cuidado!
Turn the TV down. – Desligue a televisão.
Complete all the sentences. – Complete todas as sentenças.
Be quiet, please! – Fique quieto, por favor!

Frases na forma negativa sempre acrescentamos o Don’t antes


do verbo.
Exemplos:
Don’t be late! – Não se atrase!
Don’t yell in the church! – Não grite na igreja!
Don’t be scared. – Não se assuste.
Don’t worry! – Não se preocupe!
Don’t drink and drive. – Não beba e dirija.
Present Continuous
Simple Present - Usamos o Present Continuous para ações ou acontecimentos
O Simple Present é a forma verbal simples do presente. O você ocorrendo no momento da fala com as expressões now, at present,
precisa fazer para usar o Simple Present é saber os verbos na sua at this moment, right now e outras.
forma mais simples. Por exemplo “to go” que significa ir, é usado em Exemplo:
“I go” para dizer eu corro. She is running at the park now.
Exemplos de Simple Present:
I run – Eu corro - Usamos também para ações temporárias.
You run – Você corre/Vocês correm Exemplos:
We run – Nós corremos He is sleeping on a sofá these days because his bed is broken.
They run – Eles correm - Futuro próximo.
Exemplo:
Regras do Simple Present The train leaves at 9 pm.
As únicas alterações que acontecem nos verbos se limitam aos
pronomes he, she e it. De modo geral, quando vamos usar o Simple Observações:
Present para nos referirmos a ele, ela e indefinido, a maioria dos - Alguns verbos não são normalmente usados nos tempos con-
verbos recebe um “s” no final: tínuos. Devemos usá-los, preferencialmente, nas formas simples:
He runs – Ele corre see, hear, smell, notice, realize, want, wish, recognize, refuse, un-
She runs – Ela corre derstand, know, like, love, hate, forget, belong, seem, suppose,
It runs – Ele/ela corre appear, have (= ter, possuir), think (= acreditar).

45
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
- Verbos monossilábicos terminados em uma só consoante, precedida de uma só vogal, dobram a consoante final antes do acréscimo
de –ing.
Exemplos:
Run → running
swim → swimming

- Verbos dissilábicos terminados em uma só consoante, precedida de uma só vogal, dobram a consoante final somente se o acento
tônico incidir na segunda sílaba.
Exemplos:
prefer → preferring
admit → admitting
listen → listening
enter → entering

- Verbos terminados em –e perdem o –e antes do acréscimo de –ing, mas os terminados em –ee apenas acrescentam –ing.
Exemplos:
make → making
dance → dancing
agree → agreeing
flee → fleeing

- Verbos terminados em –y recebem –ing, sem perder o –y.


Exemplos:
study → studying
say → saying

- Verbos terminados em –ie, quando do acréscimo de –ing, perdem o –ie e recebem –ying.
Exemplos:
lie → lying
die → dying
Porém, os terminados em –ye não sofrem alterações.
dye → dyeing

Formas afirmativa, negativa e interrogativa

Immediate Future
O simple future é um das formas usadas para expressar ações futuras. Em geral vem acompanhado de palavras que indicam futuro,
como: tomorrow, next. Geralmente, usamos a palavra “will”. Posteriormente, você verá que também podemos utilizar “be going to” para
formar o futuro e a diferença de utilização entre eles.
Example:
Affirmative: I will study English
Negative: . I won’t study English.
Interrogative: What will you study?

Note: we use the auxiliary verb WILL + verbs in infinitive (without “to” ).

46
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
Forma contraída
I will study - I’ll study
You will travel - You’ll travel
He will / She will eat - He’ll / She’ll eat
It will happen - It’ll happen
We will work - We’ll work
You will dance - You’ll dance
They will do - They’ll do

Simple Past
With most verbs, the simple past is created simply by adding “ED”. That form belongs for all to the people, not varying in the 3rd
person.
Simple past is used to indicate an accomplished action and totally finished in the past, corresponding in Portuguese, the perfect pre-
terite as imperfect preterite.
Ex.: Santos Dumont lived in France. He created the 14 Bis.

Regra geral Acrescenta-se “ed” Play – played


Verbos terminados em “e” Acrescenta-se “d” Like – liked
Verbos terminados em y precedido de consoante Mudam o y para i e acrescentam “ed” Study – studied

Example:
To work
I worked
You worked
He worked
She worked
It worked
We worked
They worked

Simple past – negative and interrogative form


Usos:
– ações definidas no passa do com yesterday, ...ago, last night (week,month etc) e expressõesque indiquem ações completamente
terminadas no passado.

Exemplos:
Peter flew to London last night.
Cabral discovered Brazil in 1500.

– ações habituais no passado com as mesmas expressões e advérbios que indicam ações habituais no presente.
Exemplos:
They visited rarely visited their grandparents.
She often got up at 6.

– após as if e as though (= como se) e após o verbo wish.


Exemplos:
She behaves as if she knew him.
I wish I had more time to study.

47
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
– No caso do verbo BE, todas as pessoas terão a mesma forma Present Perfect
(were). Usos:
Exemplos: – ação indefinida no passado, sem marca de tempo. Isso o dife-
She acts as though she were a queen. rencia do Simple Past.
I wish I were younger. We have finished our homework.
Jane has traveled to London.
– após if only (= se ao menos) They have accepted the job offer.
Exemplos:
If only I knew the truth. – com os advérbios EVER, NEVER, ALREADY, YET, JUST, SO FAR,
If only he understood me. LATELY, RECENTLY e expressões como ONCE, TWICE, MANY TIMES,
FEW TIMES etc.
OBSERVAÇÕES
1. As regras de “dobra” de consoantes existentes para o acrés-
Have you EVER seen a camel?
cimo de -ing aplicam-se quando acrescentarmos -ed.
She has NEVER been to Greece.
stop → stopped
The students have ALREADY written their compositions.
prefer → preferred
The bell hasn’t rung YET.
2. Verbos terminados em -y perdem o -y e recebem o acrés- Our cousins have JUST arrived.
cimo de -ed quando o -y aparecer depois de umaconsoante. Caso We have read five chapters SO FAR.
contrário, o -y permanece. She has traveled a lot LATELY.
rely → relied Have you seen any good films RECENTLY?
play → played I have flown on an airplane MANY TIMES.

– com SINCE (= desde) e FOR (= há, faz)


She has lived in New York SINCE 2013.
She has lived in New York FOR 7 years.

O verbo can geralmente significa poder e/ou conseguir e é usa-


Past Continuous do para indicar várias situações:
Usos: – Possibilidade
– ação que estava ocorrendo no passado quando outra ação – Capacidade/habilidade
passada começou. – Permissão
Exemplos:
– Pedido
They were having a bath when the phone rang.
She was watching TV when Stanley arrived.
Capacidade, habilidade
– ação ou acontecimento que continuou por algum tempo no She can speak five languages. (present)
passado. She could play tennis when she was younger. (past)
Exemplos: She will be able to translate the text. (future)
This time last year I was living in London.
I saw you last night. You were waiting for a bus. Permissão
You can use my car.
She can sit anywhere.

48
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
O verbo can é sempre acompanhado do verbo principal no infinitivo sem o to. Ele pode ser usado para construir frases afirmativas,
negativas e interrogativas.

AFFIRMATIVE NEGATIVE INTERROGATIVE


I can dance I can’t/cannot dance Can I dance?
You can dance You can’t/cannot dance Can you dance?
He/she/it can dance He/she/it can’t/cannot dance Can he/she/it dance?
We can dance We can’t/cannot dance Can we dance?
You can dance You can’t/cannot dance Can you dance?
They can dance They can’t/cannot dance Can they dance?

Advérbios de frequência (OFTEN, GENERALLY, SOMETIMES, NEVER, SELDOM, ALWAYS...) são colocados, de preferência, ANTES do
verbo principal ou APÓS o verbo auxiliar ou o verbo to be.

They USUALLY watch TV in the evenings.


She is ALWAYS late.
These curtains have NEVER been cleaned.

Expressões adverbiais de freqüência são colocadas no final ou no início de uma oração.


They watch TV EVERY EVENING.
ONCE A WEEK they go swimming.

Advérbios de probabilidade (POSSIBLY, PROBABLY, CERTAINLY...) são colocados antes do verbo principal mas após be ou um verbo
auxiliar.
He PROBABLY knows her phone number.
He is CERTAINLY at home now.

PERHAPS e MAYBE aparecem normalmente no começo de uma oração.


PERHAPS I’ll see her later.
MAYBE you’re right.
Advérbios de tempo (TODAY, TOMORROW, NOW, SOON, LATELY...) são colocados no final ou no início de uma oração.
He bought a new camera YESTERDAY.
ON MONDAY I’m going to London.

Advérbios de modo (SLOWLY, QUICKLY, GENTLY, SOFTLY, WELL...) aparecem normalmente no final da oração. Alguns advérbios podem
também aparecer no início de uma oração se quisermos enfatizá-los.
She entered the room SLOWLY.
SLOWLY she entered the room.

Grande parte dos advérbios de modo é formada pelo acréscimo de LY ao adjetivo.

serious – seriousLY
careful – carefulLY
quiet – quietLY
heavy – heaviLY
bad – badLY

Porém, nem todas as palavras terminadas em LY são advérbios.

lonely = solitário (adjetivo)


lovely = encantador (adjetivo)
silly = tolo (adjetivo)
elderly = idoso (adjetivo)

Advérbios de lugar (HERE, THERE, EVERYWHERE...) são usados no início ou no final de orações.
You’ll find what you want HERE.
THERE comes the bus.

49
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
Modo, lugar, tempo
A posição normal dos advérbios em uma oração é:

He did his job CAREFULLY AT HOME YESTERDAY.

MODO LUGAR TEMPO

Lugar, modo, tempo


Com verbos de movimento, a posição normal é:

She traveled TO LONDON BY PLANE LAST WEEK.

LUGAR MODO TEMPO

As preposições são muito utilizadas na estrutura das frases. Em inglês não poderia ser diferente. As preposições expressam lugar ou
posição, direção, tempo, maneira (modo), e agente (ou instrumento).

The keyboard is on the desk - (lugar ou posição).


Raphael ran toward the hotel - (direção).
The plane arrived at eleven o’clock - (tempo).
David travels by train - (maneira ou modo).
The computer was broken by him - (agente).

PREPOSIÇÕES
Horas The airplane will arrive at five o’clock.
Datas We have a big party at Christmas.
Lugares He is at the drugstore.
AT
Cidades pequenas She lives at Barcelos.
Períodos do dia She works at night.(noon, night, midnight, dawn)
Endereços completos Fabrizio lives at 107 Boulevard Street.
Períodos do dia Marcus works in the morning. (exceto noon, night, midnight e dawn)
Meses The case will arrive in March.
IN
Estações do ano It’s very hot in summer.
Anos David graduaded in 2008.
Séculos Manaus was created in 18th century.
Expressões do tempo The computer will be working in few days.
Expressões de lugar (dentro) The memory is in the CPU.
August lives in São Paulo.
Estados, Cidades grandes, Países, Continentes
There are many developed countries in Europe.
“sobre” Our bags are on the reception desk.
Dias da semana He has class on Friday.

Datas He has class on Friday.


ON
Transportes coletivos There are a lot of people on that plane.
Nomes de ruas ou avenidas The CETAM is on Djalma Street.
“floor” Gabriel lives on the 8th floor.

50
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
Prepositions of Place

Vestimentas

T-shirt = camiseta
Sweatshirt = Blusa de moletom
Shirt = camisa
Suit = terno
Pants:calça
Tie = gravata
Wedding dress = vestido de noiva
Jacket = jaqueta
Skirt = saia
Coat = casaco
Shorts = Bermuda
Dress = vestido
Underpants = cueca
Panties = calcinha
Bra = sutiã
Nightgown = camisola
Pajamas = pijama
Robe = roupão
Scarf = cachecol
Uniform = uniforme
Singlet = regata

51
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
Swimming Trunks = sunga Diversão e mídia
Swimsuit = maiô Movies/cinema = cnema
Bikini = biquíni Theater = teatro
Bar/Pub = bar
Cotidiano Restaurant = restaurante
Café = lanchonete
U.S. Money Park = parque
US$ 1 Dollar = 100 cents Concert = show
bills - $1, $5, $10, $20, $50, $100 Play = peça de teatro
Coins – 1c, 5c, 10c, 25c, $1
Penny = 1 cent Tecnologia
Nickel = 5 cents Cellphone/mobile phone = celular
Dime = 10 cents Laptop = notebook
Quarter = 25 cents Personal computer(PC) = Computador
Printer = impressora
Keyboard = teclado
Ways to pay Mouse = mouse
Check = cheque Television = televisão
Cash = em dinheiro
Note/bill = nota Meio ambiente
Coin = moeda Environment = meio ambiente
Credit card = cartão de crédito Ozone layer = camada de ozônio
Water = água
Materials Tree = árvore
Acrylic = acrílico Weather = clima
Cotton = algodão Animals = animais
Denim = brim Air = ar
Fleece/wool = lã Wind = vento
Gold = ouro Rain = chuva
Leather = couro Snow = neve
Linen = linho Fog = neblina
Plastic= plástico Hurricane = furacão
Rubber = borracha Storm = tempestade
Silk = seda Lightning = relâmpago
Silver = prata Thunder = trovão

Educação Comida e bebida


Nursery School = pré-escola Bread — Pão
Elementary school ou Primary School = Ensino fundamental I Butter — Manteiga
Secondary school = Ensino fundamental II Cake — Bolo
High school = Ensino médio Cheese — Queijo
College/University = Faculdade/universidade Chicken — Frango
Chips — Salgadinhos
Subjects Chocolate — Chocolate
Inglês: English Corn flakes — Cereal
Matemática: Mathematics (Math) Egg — Ovo
História: History Fish — Peixe
Geografia: Geography French fries — Batata-frita
Química: Chemistry Ham — Presunto
Física: Physics Ice cream — Sorvete
Ciência: Science Jam — Geleia
Biologia: Biology Jello — Gelatina
Educação Física: Physical Education (P.E.) Margarine — Margarina
Artes: Arts Mashed potatoes — Purê de batatas
Música: Music Meat — Carne
Literatura: Literature Pancacke — Panqueca
Redação: Writing Pasta — Macarrão
Português: Portuguese Peanut — Amendoim
Espanhol: Spanish Peanut butter — pasta de amendoim
Pepper — Pimenta
Pie — Torta
Pizza — Pizza

52
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
Popsicle — Picolé Cucumbers — Pepinos
Potato chips — Batata-frita Eggplant — Berinjela
Rice — Arroz Garlic — Alho
Salt — Sal Ginger — Gengibre
Sandwich — Sanduíche Green onion — Cebolinha verde
Sliced bread — Pão fatiado Heart of Palms — Palmito
Soup — Sopa Leeks — Alho-poró
Sugar — Açúcar Lettuce — Alface
Toast — Torrada Manioc — Mandioca
Water cracker — Bolacha de água e sal Mushroom — Cogumelo
Okra — Quiabo
Meat (carne) Olives — Azeitonas
Bacon — Bacon Onion — Cebola
Barbecue — Churrasco Pepper — Pimenta
Beef — Carne de vaca Pickles — Picles
Beef Jerky — Carne seca Potato — Batata
Blood sausage —Chouriço Pumpkin — Abóbora
Carp — Carpa Radish — Rabanete
Chicken — Frango Rucola — Rúcula
Chicken legs — Pernas de Frango Snow pea — Ervilha
Chicken wings — Asas de Frango Spinach — Espinafre
Cod — Bacalhau Sweet potato — Batata doce
Crab — Caranguejo Tomato — Tomate
Duck — Pato Turnip — Nabo
Fish — Peixe Watercress — Agrião
Grilled fish — Peixe grelhado Yams — Inhame
Ground beef — Carne moída
Hamburger — Hambúrguer Fruits (frutas)
Lobster — Lagosta Apple — Maçã
Meatball — Almôndega Apricots — Damascos
Mortadella — Mortadela Avocado — Abacate
Pork chops — Costeletas de porco Banana — Banana
Pork legs — Pernas de porco Blackberry — Amora
Pork loin — Lombo de porco Blueberry — Mirtilo
Rib cuts — Costela Cashew nut — Castanha de Cajú
Roast chicken — Frango assado Cherry — Cereja
Salami — Salame Coconut — Coco
Salmon — Salmão Figs — Figos
Sausage — Linguiça Grapes — Uvas
Shrimp — Camarão Guava — Goiaba
Sirloin — Lombo Honeydew melon — Melão
Smoked sausage — salsicha defumada Jackfruit — Jaca
Squid — Lula Kiwi — Kiwi
Steak — Bife Lemon — Limão
Stew meat — Guisado de carne Mango — Manga
T-bone steak — Bife t-bone Orange — Laranja
Tenderloin — Filé mignon Papaya — Mamão
Tuna — Atum Passion fruit — Maracujá
Turkey — Peru Peach — Pêssego
Veal — Vitela Pear — Pera
Pineapple — Abacaxi
Vegetables (vegetais) Plum — Ameixa
Anise — Anis Prune — Ameixa-seca
Asparagus — Espargos Start fruit — Carambola
Beans — Feijão Strawberry — Morango
Beet — Beterraba Tamarind — Tamarindo
Broccoli — Brócolis Tangerine — Tangerina
Cabbage — Repolho Watermelon — Melancia
Carrot — Cenoura
Cauliflower — Couve-flor
Celery — Aipo/Salsão
Corn — Milho

53
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
Drinks (bebidas) Saúde e exercícios
Beer — Cerveja
Brandy — Aguardente
Champagne — Champanhe
Chocolate — Chocolate
Cocktail — Coquetel
Coffee — Café
Coffee-and-milk — Café-com-leite
Draft beer — Chope
Gin — Gim
Hot chocolate — Chocolate quente
Juice — Suco
Lime juice — Limonada
Liqueur — Licor
Milk — Leite
Mineral water — Água mineral
Red wine — Vinho tinto
Rum — Rum
Soda — Refrigerante
Sparkling mineral water — Água mineral com gás Health Problems and Diseases (problemas de saúde e doen-
Still mineral water — Água mineral sem gás ças)
Tonic water — Água tônica
Vodka — Vodca Skin occurrences (Ocorrências na pele)
Water — Água Blemish – mancha
Whiskey —Uísque Bruise - contusão
White wine —Vinho branco Dandruff - caspa
Yogurt — Iogurte Freckle – sarda
Itching – coceira
Tempo livre, “hobbies” e lazer Pimple – espinha
Bowling = boliche Rasch – erupção da pele
Camping = acampar Scar - cicatriz
Canoeing = canoagem Spot – sinal, marca
Card games = jogos de baralho Wart – verruga
Chess = xadrez Wound - ferida
Cooking = cozinhar Wrinkle – ruga
Crossword puzzl = palavras cruzadas
Dancing = dançar Aches (Dores)
Drawing = desenhar Backache – dor nas costas
Embroidery = bordado Earache – dor de ouvido
Fishing = pesca Headache – dor de cabeça
Gardening = jardinagem Heartache – dor no peito
Hiking = caminhar stomachache – dor de estômago
Hunting = caçar Toothache – dor de dente
Jogging = corrida
Knitting = tricotar Cold and Flu (Resfriado e Gripe)
Mountaineering = escalar montanhas Cough – tosse
Painting = pintar Fever – febre
Photography = fotografia Running nose – nariz entupido
Playing video games = jogar vídeo games Sneeze – espirro
Reading = leitura Sore throat – garganta inflamada
Riding a bike = andar de bicicleta Tonsilitis – amigdalitis
Sculpting = esculpir
Sewing = costurar Other Diseases (Outras doenças)
Singing = cantar Aneurism - aneurisma
Skating = andar de patins ou skate Appendicitis - apendicite
Skiing = esquiar Asthma – asma
Stamp collecting = colecionar selos Bronchitis – bronquite
Surfing = surfar Cancer – câncer
Working out = malhar Cirrhosis - cirrose
Diabetes – diabetes
Hepatitis – hepatite

54
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
High Blood Pressure – hipertensão (pressão alta)
Pneumonia – pneumonia
Rheumatism – reumatismo
Tuberculosis – tuberculose
Moradia;

Povos e línguas

Sentimentos, opiniões e experiências


Happy = feliz
Afraid = com medo
Sad = triste
Hot = com calor
Amused = divertido
Bored = entediado
Anxious = ansioso
Confident = confiante
Cold = com frio
Suspicious = suspeito
Surprised = surpreso
Loving= amoroso
Curious = curioso
Envious = invejoso
Jealous = ciumento
Miserable = miserável
Confused = confuso
Stupid = burro
Angry = com raiva
Sick = enjoado/doente
Ashamed = envergonhado
Indifferent = indiferente
Determined = determinado
Crazy = louco
Depressed = depressivo

55
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
Frightened = assustado Building – Edifício ou Prédio
Interested = interessado Bus station – Rodoviária
Shy = tímido Bus stop – Ponto de ônibus
Hopeful = esperançoso Butcher shop – Açougue
Regretful = arrependido Cabstand ou Taxi stand – Ponto de taxi
Scared = assustado Capital – Capital
Stubborn = teimoso Cathedral – Catedral
Thirsty = com sede Cemetery – Cemitério
Guilty = culpado Chapel – Capela
Nervous = nervoso Church – Igreja
Embarrassed = envergonhado Circus – Circo
Disgusted = enojado City – Cidade
Proud = orgulhoso Clothing store – Loja de roupas
Lonely = solitário Club – Clube
Frustrated = frustrado Coffee shop – Cafeteria
Hurt= magoado College – Faculdade
Hungry = com fome Computer store – Loja de informática
Tired= cansado Concert hall – Casa de espetáculos ou Sala de concertos
Thoughtful = pensativo Convenience store – Loja de conveniência
Optimistic = otimista Corner – Esquina
Relieved = aliviado Costume store – Loja de Fantasia
Shocked = chocado Court – Quadra de esportes ou pode ser Tribunal ou comumen-
Sleepy = com sono te chamado de Fórum, depende do contexto.
Excited = animado Crosswalk/Pedestrian crossing/Zebra crossing – Faixa de pe-
Bad = mal destres
Worried = preocupado Cul-de-sac ou Dead end street – Beco ou Rua sem saída
City hall – Prefeitura
Identificação pessoal Dental clinic – Clinica dentária ou Consultório Odontológico
First name = Primeiro nome Downtown – Centro da cidade
Middle name = Nome do meio Driving school – Auto escola
Last name = Último nome Drugstore – Farmácia ou Drogaria
Full name = Nome completo Factory – Fábrica
Date of Birth = Data de nascimento Field – Campo
Age = Idade Fire station – Posto ou Quartel de bombeiros
Sex = Sexo Fishmonger’s – Peixaria
Place of Birth = Local de nascimento Flower show – Floricultura
Nationality = Nacionalidade Food Truck – Food Truck ou Caminhão que vende comida
Occupation = Ocupação/profissão Gas station – Posto de gasolina
Address = Endereço Glasses store ou Optical store – Loja de Ótica
City = Cidade Greengrocer – Quitanda
Country = País Grocery store – Mercearia
Zip code/Post code = Código postal (CEP) Gym – Academia de ginástica
Phone number = Número de telefone Hair salon – Cabeleireiro
E-mail address = Endereço de e-mail Hardware store – Loja de ferramentas
Health Clinic/Center – Clinica ou Posto de saúde
Lugares e edificações Hospital – Hospital
Airport – Aeroporto Hotel – Hotel
Amusement park – Parque de diversões House – Casa
Aquarium – Aquário Ice Cream Shop/Parlor – Sorveteria
Art gallery – Galeria de arte Intersection ou Crossroad – Cruzamento
ATM (Automatic Teller Machine) – Caixa eletrônico Jail ou Prison – Cadeia ou Prisão
Auto repair shop ou Garage – Oficina mecânica Jewelry store – Joalheria
Avenue – Avenida Kiosk – Quiosque
Baby store – Loja infantil ou bebê Lake – Lago
Barber shop – Barbearia Laundromat ou Laundry – Lavanderia
Bakery – Padaria Library – Biblioteca
Bank – Banco Lottery retailer ou Lottery kiosk – Casa lotérica
Beach – Praia Mall – Shopping center
Beauty salon/parlor/shop – Salão de beleza Metropolis – metrópole
Block – Quarteirão Monument – Monumento
Bookstore ou Bookshop – Livraria Mosque – Mesquita
Bridge – Ponte Movie theater – Cinema

56
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
Museum – Museu Uncle – tio
Neighborhood – Bairro Aunt – tia
Newsstand – Banca de jornal Cousin – primo e prima
Office – Escritório Nephew – sobrinho
One-way street – Rua de mão única ou sentido único Niece – sobrinha
Outskirts ou Suburb – Periferia ou Subúrbio Grandparents – avós
Park – Parque Grandfather – avô
Parking lot – Estacionamento Grandmother – avó
Penitentiary – Presídio ou Penitenciária Grandson – neto
Perfume shop – Perfumaria Granddaughter – neta
Pet Shop – Pet Shop Great grandfather – bisavô
Pizzeria – Pizzaria Great grandmother – bisavó
Place – Lugar Great grandson – bisneto
Playground – Parque infantil Great granddaughter – bisneta
Police station – Delegacia de polícia Father-in-law – sogro
Port – Porto Mother-in-law – sogra
Post office – Agência de correios Brother-in-law – cunhado
Pub – Bar Sister-in-law – cunhada
Real estate agency – Imobiliária Stepfather – padrasto
Reference point ou Landmark – Ponto de referência Stepmother – madrasta
Restaurant – Restaurante Stepson – enteado
River – Rio Stepdaughter – enteada
Road – Estrada Foster parents – pais adotivos
Rotary ou Roundabout – Rotatória Foster father – pai adotivo
School – Escola Foster mother – mãe adotiva
Shoe store – Sapataria
Sidewalk – Calçada Transporte e serviços
Snack bar – Lanchonete Airliner: Avião comercial (Aviões maiores geralmente chama-
Square – Praça dos de boeing)
Stadium – Estádio Airplane ou apenas plane: Avião
Station – Estação Bike: Bicicleta
Stationery store – Papelaria Boat: Barco ou bote
Steak House – Churrascaria Bus: Ônibus
Store – Loja Canoe: Canoa
Street – Rua Car: Carro
Subway station – Estação de metrô Carriage: Carruagem
Supermarket – Supermercado Cruiser: Cruzeiro
Synagogue – Sinagoga Ferry: Balsa
Temple – Templo Glider: Planador
Town – Cidade pequena ou Município Helicopter ou chopper (informal): Helicóptero
Toy store ou Toy shop – Loja de brinquedos Jet: Jato ou como falamos às vezes, jatinho
Train station – Estação de trem Moped ou scooter: Motocicleta ou mobilete (Patinete também
Travel agency – Agência de viagens pode ser chamado de scooter)
University – Universidade Motorbike: Motocicleta ou simplesmente moto
Zoo – Zoológico Motorboat: Lancha
Ocean liner: Transatlântico
Relacionamento com outras pessoas On foot: A pé
Parents – pais Pickup truck: Caminhonete
Father – pai Raft: Jangada
Mother – mãe Roller skates: Patins
Son – filho Sailboat: Veleiro ou barco à vela
Daughter – filha School bus: Ônibus escolar
Siblings – irmãos Ship: Navio
Brother – irmão Skateboard: Skate
Sister – irmã Streetcar ou trolley: Bonde
Halfbrother – meio-irmão Subway ou metro (inglês americano) ou The underground ou
Halfsister – meia-irmã informalmente the tube (inglês britânico): Metrô
Only child – filho único Taxi ou cab: Táxi
Wife – esposa Train: Trem
Husband – esposo Truck: Caminhão
Fiancé – noivo Van: Furgão ou van
Bride – noiva

57
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
Compras Rhythmic Gymnastics - Ginástica Rítmica
Algumas placas com informações importantes: Rugby - Rúgbi
Out to lunch – Horário de almoço Soccer - Futebol
Buy one get one free – Pague um, leve dois. Outras formas de Synchronized Swimming - Nado Sincronizado
passar essa mesma ideia são: BOGOF (sigla para a mesma expres- Volleyball - Vôlei
são) e two for one (dois por um). Water Polo - Polo Aquático
Clearance sale/Reduced to clear/Closing down sale – Liquida-
ção Mundo natural

Conversando com atendentes Animais em inglês: principais animais domésticos (pets)


Excuse me, I’m looking for… – Licença, eu estou procurando Bird: Pássaro;
por… Bunny: Coelhinho;
I’m just looking/browsing, thanks. – Estou só olhando, obri- Cat: Gato;
gado(a). Dog: Cachorro;
Do you have this in… – Você tem isso em…Complete com o que GuineaPig: Porquinho da Índia;
você precisa que mude na peça: A bigger size (um tamanho maior)? Mouse: Rato/Camundongo;
/ Yellow (amarelo)? / Pink (rosa)? Parrot: Papagaio;
Could I return this? – Eu poderia devolver isso? Rabbit: Coelho;
Could I try this on? – Posso provar? Turtle: Tartaruga.
What are the store’s opening hours? – Qual o horário em que
a loja abre? Animais em inglês: principais nomes de aves
Chicken: Galinha;
Esporte Rooster: Galo;
Individual Sports - Esportes Individuais Pigeon: Pomba;
Athletics - Atletismo Peacock: Pavão;
Automobilism - Automobilismo Hawk: Falcão;
Artistic Gymnastics - Ginástica Artística Swan: Cisne;
Boxing - Boxe Sparrow: Pardal;
Bowling - Boliche Duck: Pato.
Canoeing - Canoagem
Cycling - Ciclismo Animais em inglês: principais animais selvagens
Equestrianism - Hipismo Alligator: Jacaré;
Fencing - Esgrima Bat: Morcego;
Golf - Golfe Bear: Urso;
Jiujitsu - Jiu-Jítsu Crocodile: Crocodilo;
Judo - Judô Deer: Viado;
Karate - Caratê Elephant: Elefante;
Motorcycling - Motociclismo Eagle: Águia;
Mountaineering - Alpinismo Giraffe: Girafa;
Olympic Diving - Salto Ornamental Hippo: Hipopótamo;
Skiing - Esqui Kangaroo: Canguru;
Sumo - Sumô Lion: Leão;
Surfing - Surfe Monkey: Macaco;
Swimming - Natação Owl: curuja;
Table tennis - Tênis de mesa/Pingue-pongue Pig: Porco;
Taekwon-Do - Taekwon-Do Snake: Cobra;
Tennis - Tênis Squirrel: Esquilo;
Triathlon - Triatlo Stag: Cervo;
Weightlifting - Halterofilismo Tiger: Tigre;
Zebra: Zebra;
Team Sports - Esportes Coletivos Wolf: Lobo.
Badminton – Badminton
Baseball - Beisebol Animais em inglês: principais insetos
Basketball - Basquete Ant: Formiga;
Beach Soccer - Futebol de Areia Mite: Ácaro;
Beach Volleyball - Vôlei de Praia Bee: Abelha;
Football – Futebol Americano Beetle: Besouro;
Footvolley - Futevôlei Butterfly: Borboleta;
Futsal - Futsal Caterpillar: Lagarta;
Handball - Handebol Cockroach: Barata;
Hockey - Hóquei Cricket: Grilo;
Polo - Polo Fly: Mosca;

58
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
Flea: Pulga;
bétula birch
Firefly: Vagalume;
Grasshoper: Grilo; canela cinnamon
Ladybug: Joaninha;
Louseorlice: Piolho; carvalho oak
Mosquito: Pernilongo/Mosquito;
horse chestnut
Snail: Caracol; castanheiro
tree
Spider: Aranha;
Tick: Carrapato; caule stem
Termite: Cupim.
cebola onion
Animais em inglês: principais animais marítimos
cebolinha green onion
Crab: Caranguejo;
Dolphin: Golfinho; cedro cedar
Fish: Peixe;
Octopus: Polvo; cerejeira cherry tree
Penguin: Pinguim;
Seal: Foca; coentro cilantro
Shark: Tubarão; colorau red spice mix
Whale: Baleia.
cominho cumin
Animais em inglês: principais tipos de peixes
Carp: Carpa; coqueiro coconut tree
Dogfish: Cação; cravo clove
Dried Salted Cod: Bacalhau;
Flounder: Linguado; erva herb
Hake: Pescada;
Scabbardfish: PeixeEspada; ervas finas fine herbs
Tuna: Atum; figueira fig tree
Tilapia: Tilápia;
Trout: Truta. folha de
bay leaves
louro
Animais brasileiros em inglês
Capivara: Capybara; gengibre ginger
Boto Cor-de-rosa: Pink Dolphin; girassol sunflower
Lobo guará: Maned Wolf;
Mico Leão Dourado: Golden Lion Tamarin; grama grass
Onça Pintada: Jaguar;
Tamanduá Bandira: Giantanteater; lírio lily
Tatu: Armadilo; macieira apple tree
Tucano: Toucan;
Quati: Coati. manjericão basil

Plantas em inglês margarida daisy

melissa melissa
PORTUGUÊS INGLÊS
musgo moss
árvore tree
noz mos-
nutmeg
alecrim rosemary cada

ameixieira plum tree oliveira olive tree

arbusto bush / shrub orquídea orchid

azaleia azalea orégano oregano

azevinho holly papoula poppy

açafrão turmeric pereira pear tree

bordo maple pinheiro pine tree

bromélia bromeliads planta plant

59
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
Went swimming. — Fui ou foi nadar.
páprica paprika
Play beach soccer. — Jogar futebol de areia ou de praia.
rosa rose Played beach soccer. — Jogou futebol de areia.
Make a bonfire. — Fazer uma fogueira.
salgueiro willow Made a bonfire. — Fez uma fogueira
Play the guitar. — Tocar violão.
salsa parsley
Played the guitar. — Tocou violão.
samambaia fern Throw a bonfire party. — Dar uma festa com fogueira.
Threw a bonfire party. — Deu uma festa com fogueira.
tulipa tulip Write messages in the sand. — Escrever mensagens na areia.
Wrote messages in the sand. — Escreveu mensagens na areia.
violeta violet Walk on the boardwalk. — Caminhar no calçadão de madeira.
vitória-régia waterlily Walked on the boardwalk. — Caminhou no calçadão de ma-
deira.
atch free summer concerts. — Assistir shows de verão gratuito.
Viagens e férias
Watched free summer concerts. — Assistiu shows de verão gra-
tuito.
Vocabulário
Have a picnic. — Ter um piquenique.
Time off. — Tempo fora do trabalho.
Had a picnic. — Teve um piquenique.
Day off. — Dia de folga.
Play frisbee. — Jogar frisbee.
Vacation. — Férias.
Played frisbee. — Jogou frisbee.
Go away. — Ir viajar.
Look for seashells. — Procurar por conchas do mar.
Travel. — Viajar.
Looked for seashells. — Procurou por conchas do mar.
Take a trip. — Fazer uma viagem.
Watch the sunset. — Assistir o pôr-do-sol.
Take time off. — Tirar um tempo fora do trabalho.
Watched the sunset. — Assistiu o pôr-do-sol.
Go to the beach. — Ir para a praia.
Search for historic sites. — Procurar por lugares históricos.
Go to the country. — Ir para o interior.
Searched for historic sites. — Procurou por lugares históricos.
Get a tan. — Pegar um bronzeado.
Como foram suas férias
Got a tan. — Pegou um bronzeado.
How was your vacation? — Como foram as suas férias?
Go sunbathing ou go tanning. — Ir tomar banho de sol, se bron-
It was good. — Foram boas.
zear.
It was amazing. — Foram demais.
Went sunbathing. — Foi se bronzear.
It was very relaxing. — Foi muito relaxante.
Get a sunburn. — Pegar uma queimadura do sol.
Got a sunburn. — Pegou uma queimadura do sol.
Para onde você foi
Get sunburn. — Se queimar, ser queimado pelo sol.
Where did you go? — Onde você foi?
Got sunburn. — Se queimou do sol.
We went to the beach. — Nós fomos para a praia.
Wear sunscreen ou wear sunblock. — Usar protetor solar.
I went to the country with my family. — Eu fui para o interior
Wore sunscreen. — Usou protetor solar.
com minha família.
Use tanning lotion. — Usar bronzeador.
We took a trip to Hawaii. — Nós fizemos uma viagem para o
Used tanning lotion. — Usou bronzeador.
Hawaii.
We went to visit our family in France. — Nós fomos visitar a
Tempo
nossa família na França.
As horas em inglês podem vir acompanhadas de algumas ex-
Who did you go with? — Com quem você foi?
pressões de tempo como:
I went with my sister and brother. — Eu fui com a minha irmã
Day: dia
e meu irmão.
Today: hoje
I went with my husband and kids. — Eu fui com meu marido,
Yesterday: ontem
esposo e crianças.
The day before yesterday: anteontem
I went with my wife and kids. — Eu fui com a minha esposa e
Tomorrow: amanhã
crianças.
The day after tomorrow: depois de amanhã
I went with my classmates. — Eu fui com os meus colegas de
Morning: manhã
aula.
Afternoon: tarde
Evening: noite
Como você viajou
Night: noite
How did you go? — Como que você foi?
Tonight: esta noite
We went by plane. — Nós fomos de avião.
Midday: meio-dia
We went by car. — Nós fomos de carro.
At noon: ao meio-dia
Midnight: meia noite
Coisas para fazer nas férias
At midnight: à meia-noite
Read. — Ler.
Read. — Leu. (Só muda a pronúncia)
Go swimming. — Ir nadar ou nadar.

60
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
Barista = barista (quem tira café em casas especializadas)
Bartender = barman
Bellhop, bellboy = mensageiro (em hotel)
Biologist = biólogo
Biomedical scientist = biomédico
Blacksmith = ferreiro
Bricklayer, mason = pedreiro
Broker = corretor (de seguros, de investimentos etc., menos de
imóveis)
Butcher = açougueiro
Butler, major-domo = mordomo
Buyer = comprador
Cabdriver, cab driver, taxi driver, cabby, cabbie = taxista
Cabinet-maker = marceneiro
Carpenter = carpinteiro
Cartoonist = cartunista
Para informar as horas em inglês usa-se o “it is” ou “it’s” e os
Cattle breeder, cattle raiser, cattle farmer, cattle rancher = pe-
números correspondentes (da hora e dos minutos):
cuarista
Exemplo: 4:35 – It is four thirty-five.
Cashier = caixa
Chef = chef
A expressão “o’clock” é utilizada para indicar as horas exatas:
Chemist (bre) = farmacêutico
Exemplo: 3:00 – It is three o’clock.
Chemist (ame) = químico
Civil Servant = servidor público, funcionário público
A expressão “past” é usada para indicar os minutos antes do
Clerk = auxiliar de escritório
30:
Coach = treinador, técnico esportivo
Exemplo: 6:20 – It is six twenty ou It is twenty past six.
Cobbler = sapateiro
Comedian = comediante
A expressão “a quarter” é usada para indicar um quarto de
Commentator = comentarista (rádio e TV)
hora (15 minutos):
Composer = compositor
Exemplo: 3:15 – It is three fifteen ou It is a quarter past three.
Computer programmer = programador
Conference interpreter = intérprete de conferência
A expressão “half past” é usada para indicar meia hora (30 mi-
Contractor = empreiteiro
nutos):
Consultant = consultor
Exemplo: 8:30 – It is eight thirty ou It is half past eight.
Cook = cozinheiro
Dancer = dançarino
Note que depois dos 30 minutos, em vez da expressão “past”,
Dentist = dentista
utilizamos o “to”:
Designer = designer, projetista, desenhista
Exemplo: 8.45 – It is eight forty-five ou It is a quarter to nine.
Diplomat = diplomata
Doctor, medical doctor, physician = médico
Utilizamos as expressões a.m. e p.m. para indicar quando o ho-
Doorman = porteiro
rário em inglês ocorre antes ou depois de meio-dia.
Driver = motorista, piloto de automóvel
a.m. – antes do meio-dia
Economist = economista
p.m. – depois do meio-dia
Editor = editor; revisor
Electrician = eletricista
Trabalho e empregos
Engineer = engenheiro, maquinista
Accountant = contador
Farmer = fazendeiro; produtor rural; agricultor
Actor = ator
Filmmaker = cineasta, produtor de cinema, diretor de cinema
Actress = atriz
Firefighter, fireman = bombeiro
Administrator = administrador
Fisherman = pescador
Agronomist = agrônomo
Flight attendant = comissário de bordo
Anthropologist = antropólogo
Foreman = capataz; encarregado
Archaeologist / archeologist = arqueólogo
Garbageman (ame); dustman (bre) = lixeiro
Architect = arquiteto
Gardener = jardineiro
Astronaut = astronauta
Geographer = geógrafo
Astronomer = astrônomo
Geologist = geólogo Geographer Geógrafo(a)
Athlete = atleta
Glazer = vidraceiro
Babysitter, baby-sitter, sitter, nanny (ame) = babá
Graphic designer = designer gráfico
Baker = padeiro
Gravedigger = coveiro
Bank clerk = bancário
Guide = guia
Banker = banqueiro; bancário
Hairdresser, hairstylist = cabeleireiro
Bank teller = caixa de banco
Headmaster, principal (ame) = diretor (de escola)
Barber = barbeiro
Historian = historiador

61
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
Housewife = dona de casa Scientist = cientista
Illustrator = ilustrador Screenwriter = roteirista
Interior designer = designer de interiores, decorador Sculptor = escultor
Interpreter = intérprete Seamstress = costureira
Jailer = carcereiro Secretary = secretária
Janitor, superintendent, custodian = zelador Shopkeeper (ame), storekeeper (bre), shop owner, merchant =
Journalist = jornalista lojista, comerciante
Jeweller (bre), Jeweler (ame) = joalheiro Singer, vocalist = cantor
Judge = juiz (de direito) Social worker = assistente social
Lawyer = advogado Speech therapist = fonoaudiólogo
Librarian = bibliotecário Statistician = estatístico
Lifeguard = salva-vidas, guarda-vidas Systems analyst = analista de sistemas
Locksmith = serralheiro; chaveiro Tailor = alfaiate
Maid = empregada doméstica Teacher = professor
Male nurse = enfermeiro Operator = operador
Manager = gerente Operator, telephone operator = telefonista
Mathematician = matemático Teller = caixa (geralmente de banco)
Mechanic = mecânico Trader = trader, operador (em bolsa de valores)
Medic = militar do Serviço de Saúde; médico Translator = tradutor
Meteorologist = meteorologista Travel agent = agente de viagens
Midwife = parteira Treasurer = tesoureiro
Miner = mineiro Valet = manobrista
Milkman = leiteiro Vet, veterinarian = veterinário
model = modelo Waiter* = garçom
Musician = músico Waitress* = garçonete
Nanny (ame) = babá Welder = soldador
Nurse = enfermeiro, enfermeira Writer = escritor
Occupational therapist = terapeuta ocupacional Zoologist = zoólogo
Optician, optometrist = oculista
Painter = pintor A Marinha
Paleontologist = paleontólogo Proa = Bow
Paramedic = paramédico Popa = Stern \ astern
Personal TRAINER = personal Bombordo = port
Pharmacist = farmacêutico (ame) Cf. CHEMIST Boreste = starboard
Philosopher = filósofo Convés = deck
Photographer = fotógrafo Linha d aqua = water line
Physicist = físico Castelo de Proa = forecastle
Physiotherapist = fisioterapeuta Boca = beans
Pilot = piloto (menos de automóvel), prático Comprimento (LOA) = length overall
Playwright = dramaturgo Obras Vivas = botton
Plumber = encanador, bombeiro (RJ) Obras Mortas = topsides
Poet = poeta Pontal = depth
Police officer, officer, constable = policial Calado de Vante = Draught forward
Politician = político Tombadilho = Fanny
Porter = porteiro Calado a ré = draught forward
Postman, mailman = carteiro Costado = ribcage
Producer = produtor (em geral artístico) Plano diametral = diametral plane
Professor = professor (universitário) Bochecha = tack
Proofreader = revisor Alheta = wing \ quarter
Psychiatrist = psiquiatra Passadisso = gangway \ bridge
Psychologist = psicólogo Casco = hull
Publisher = editor Borda livre = free board
Real estate agent, realtor = corretor de imóveis Displacement = tonelagem
Receptionist = recepcionista Notice to marine = aviso aos navegantes
Referee = árbitro, juiz (esportes), perito (responsável por análi- List of Lights = lista de faróis
se de artigos científicos) Full Load = plena carga
Reporter = repórter Fuel = combustível
Researcher = pesquisador Cruising speed = velocidade de cruzeiro
Sailor, seaman = marinheiro Draft = projeto
Salesman* = vendedor Length = comprimento
Sales representative, sales rep = vendedor Inland Waters = águas interiores
Saleswoman* = vendedora Bússula = compass

62
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
Ship = navio Oars = remos
Ocean liner = navio transatlântico Buoy = boia
Tug = rebocador Fire Alarm = alarme de incêndio
Gross Tonnage = arqueação bruta Rope Ladder = escada de quebra peito
Tanker Ship = Navio Petroleiro Gangway = passadiço
Plataform Ship = navio plataforma Ports = portos
Vessel = navio embarcação Port Captaincy = capitania dos portos
Broken = quebrado Yacht Harbours = docas de recreio
Rope = cabo Coast Guard = guarda costeira
Boom = pau de carga Watch Tower = posto de vigia
Starboard = boreste Life Boat Station = Estação de Salva Vidas
Port = bombordo
Speed = velocidade Dependências a bordo
Ahead = a frente Galley = cozinha
Crew = tripulação Crew Mess = refeitório da tripulação
Stern = popa Stateroom = cabine de dormir
Fire = fogo
Fireman = bombeiro Amarração de cabos
Hose = mangueira Rope = cabo \ corda
Fire Hose = mangueira de incêndio Dock line = cabo de amarração
Tonnage Length = comprimento tonelagem Warp = lais de guia
Scend = Caturro Reef Knot = nó direito
Heel = adernar (mesmo que banda) Volta do Fiel = clove hitch
Bulkhead = Antepara Fisherman’s Bend = volta do Anete
Flush Deck = convés corrido Kink = coca (nó na mangueira)
Hold = porão Yarn = fibra
Bollard = cabeço no cais Order = ordem
Bitt = cabeço no navio Anchor = ancora

Profissões a bordo no navio Estivagem de carga


Captain of Long Haul = capitão de longo curso Rope Sling = linga de cabo
Auxiliary Health = auxiliar de saúde Bags Balles = bolsas de fardos
Steward = taifeiro Steel plates = chapas de aço
Cook = cozinheiro Homem ao mar = man over board
Pumpman = bombeiro (trabalha com bombas) Merchant Ship = Navio mercante
Nurse = enfermeiro
Officer = oficial Chamadas e comunicações
Skipper = patrão Não especificado = unspecified
Helmsman = timoneiro Explosion = explosão
Bo’sun = mestre ou contra mestre Alagado = flooding
Seaman = homem do mar Collision = colisão
Sailor = marinheiro Grounding = encalhando
Engineer = chefe de máquinas Adernado = listing
Mid Ship = meio navio Capsizing = emborcando
Ship’s Articles = rol de equipagem Sin King = naufragando
Ship’s Log = diário de bordo Disabled = sem governo
Insurance Certificate = certificado de seguro Adrift = a deriva
Customs Clearance = aduaneiro Abandonar o navio = abandoning ship
Charter Party = Fretamento Piracy = pirataria
Bill of Health = certificado de saúde Ataque armado = armed attack
Charts = cartas hidrográficas Grande = big
International Convention for the Safety of Live at Sea = conven-
ção internacional de salvaguarda da vida humana no mar. (Solas) Os Interrogativos (Question Words) são usados para se obter
STCW = Standards of training certification and watchkeeping = informações específicas. As perguntas elaboradas com eles são
convenção internacional sobre normas de formação certificação e chamadas wh-questions, pois todos os interrogativos, com exceção
service de quarto para marinheiro. apenas de how (como), começam com as letras wh.
EPP = personal projective equipament = EPI equipamento de Há perguntas em inglês iniciadas por pronomes interrogativos
proteção individual. para se obter informações do tipo: “quem, o que, como, quando,
Fire Extinguisher = extintor de incêndio onde”.
Rudder = leme
Helm = timão WHAT = (o) que, qual
Bosun’s Locker = paiol do mestre

63
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
Funciona como sujeito ou objeto da oração. WHAT about...? = Que tal, o que você acha de...?
What about having lunch now?
What makes you happy? (sujeito)
WHAT do you call...? = como se chama...? qual é o nome...?
verbo objeto What do you call this device?
principal
- WHAT ... FOR? = por que, para que?
What did you say? (objeto) What are you doing this for?
auxiliar sujeito verbo - HOW
principal HOW FAR = Qual é a distância?
HOW DEEP = Qual é a profundidade?
WHO = quem HOW LONG = Qual é o comprimento? Quanto tempo?
HOW WIDE = Qual é a largura?
Funciona como sujeito ou objeto da oração. HOW TALL = Qual é a altura? (pessoas)
HOW HIGH = Qual é a altura? (coisas)
Who arrived late yesterday? (sujeito) HOW OLD = Qual é a idade?
HOW MUCH = Quanto(a)?
verbo principal HOW MANY = Quantos(as)?
HOW OFTEN = Com que frequência?
Who does she love? (objeto) HOW FAST = A que velocidade?
auxiliar sujeito verbo
A estrutura básica das frases em inglês é semelhante à nossa,
principal no português. Ela segue um esquema que chamamos SVO, ou seja
Sujeito-Verbo-Objeto. O mesmo vale para frases negativas, em que
WHOM = quem simplesmente se adiciona ao verbo auxiliar a forma negativa not a
essa estrutura afirmativa. Do mesmo jeito que, no português, usa-
Funciona só como objeto de oração ou é usado após preposi- mos um advérbio de negação, como “não”.
ções. Formar uma frase interrogativa em inglês também não é com-
plicado, embora os componentes da frase mudem um pouco de
Whom did you talk to yesterday? (objeto) posição em relação ao português. O mesmo vale para frases excla-
verbo sujeito verbo mativas.
Para formar frases afirmativas, o inglês usa o mesmo esquema
auxiliar principal
Sujeito-Verbo-Objeto que usamos no português. Já para frases ne-
gativas devemos apenas adicionar o not a essa estrutura afirmati-
To whom did you talk?
va — exatamente como fazemos em nosso idioma — mas também
inserir um verbo auxiliar em inglês.
WHICH = que, qual, quais - Indica escolha ou opção.
Já para interrogações e exclamações, os componentes das fra-
Which shirt do you prefer: the blue one or the red one?
ses em inglês mudam um pouco, em relação aos do português.
Which of those ladies is your mother?
Tradução literal não tem como funcionar porque cada língua é
parte de uma cultura e as culturas são completamente diferentes.
WHERE = onde
Fica fácil não cometer mais este erro se você lembrar que as
Where are you going tonight?
frases em Inglês sempre precisam ter um sujeito (considerando so-
mente a frase central). As únicas que começam direto do verbo são
WHY = por que
as imperativas como tell me, stand up e ask her.
Why don’t you come to the movies with us?
Entender a estrutura de um idioma é muito mais importante do
que tentar traduzir tudo ao pé-da-letra.
WHEN = quando
“When were you born?” “In 1970.”
Sujeito
O sujeito, que sempre ocupa a primeira posição na frase, con-
HOW = como
trário ao que ocorre na língua portuguesa, nunca é omitido. O su-
“How is his sister?” “Fine.”
jeito pode ser representado por um ou vários substantivos ou por
pronomes pessoais.
WHOSE = de quem
“Whose dictionary is this?” “John’s.”
Verbo
Como se pode observar nos exemplos anteriores, o verbo ou a
Formas compostas de WHAT e HOW
locução verbal (sublinhados) ocupa a segunda posição na estrutura
frasal inglesa.
- WHAT
Na poesia, na música ou no inglês falado coloquial, pode-se en-
WHAT + to be + like? = como é...?
contrar exemplos em que esta regra não é observada.
“What is your boyfriend like?”
Entretanto, em linguagem técnico-científica, como no inglês
“He’s tall and slim.”
computacional, o formato S+V+C é usado rigorosamente.

64
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
Complementos today a world language, then it only behooves them to also recog-
Os complementos são palavras ou frases inteiras que detalham nize that it is not their exclusive property, as painful as this might
ou completam as informações estabelecidas pelo sujeito e o verbo, indeed turn out to be. In other words, it is part of the price they
que são os únicos termos essenciais da oração. have to pay for seeing their language elevated to the status of a
Analisemos estas frases: “A secretária chegou”, “O ônibus saiu”, world language. Now, the key word here is “elevated”. It is precisely
“O avião caiu”. Sintaticamente, já temos os dois elementos indis- in the process of getting elevated to a world status that English or
pensáveis: O sujeito que determina quem está envolvido na exe- what I insist on referring to as the “World English” goes through a
cução de uma determinada ação e o verbo que responde pelo ato process of metamorphosis.”
executado
RAJAGOPALAN, K. The identity of “World English”. New Challenges in
Language and Literature. Belo Horizonte: FALE/UFMG, 2009, p. 99-
QUESTÕES
100.

1. (COLÉGIO PEDRO II - PROFESSOR – INGLÊS - COLÉGIO PEDRO The author’s main purpose in this paragraph is to
II – 2019) (A) talk about the growing role of some countries in the spread
of English in world affairs.
TEXT 6 (B) explain the process of changing which occurs when a lan-
guage becomes international.
“Probably the best-known and most often cited dimension of (C) raise questions about the consequences posed to a langua-
the WE (World Englishes) paradigm is the model of concentric cir- ge when it becomes international.
cles: the ‘norm-providing’ inner circle, where English is spoken as (D) alert to the imminent rise of emergent countries and the
a native language (ENL), the ‘norm-developing’ outer circle, where replacement of English as a world language.
it is a second language (ESL), and the ‘norm-dependent’ expanding
circle, where it is a foreign language (EFL). Although only ‘tentati- 3. (PREFEITURA DE CUIABÁ - MT - PROFESSOR DE ENSINO FUN-
vely labelled’ (Kachru, 1985, p.12) in earlier versions, it has been DAMENTAL - LETRAS/ INGLÊS - SELECON – 2019)
claimed more recently that ‘the circles model is valid in the senses
of earlier historical and political contexts, the dynamic diachronic Texto III
advance of English around the world, and the functions and stan- Warnock (2009) stated that the first reason to teach writing
dards to which its users relate English in its many current global online is that the environment can be purely textual. Students are
incarnations’ (Kachru and Nelson, 1996, p. 78).” in a rich, guided learning environment in which they express them-
selves to a varied audience with their written words. The electronic
PENNYCOOK, A. Global Englishes and Transcultural Flows. New York: communication tools allow students to write to the teacher and to
Routledge, 2007, p. 21. each other in ways that will open up teaching and learning oppor-
tunities for everyone involved. Besides, writing teachers have a
According to the text, it is possible to say that the “circles mo- unique opportunity because writing-centered online courses allow
del” established by Kachru instructors and students to interact in ways beyond content deli-
(A) represents a standardization of the English language. very. They allow students to build a community through electronic
(B) helps to explain the historicity of the English language. means. For students whose options are limited, these electronic
(C) establishes the current standards of the English language. communities can build the social and professional connections that
(D) contributes to the expansion of English as a foreign langua- constitute some of education’s real value (Warnock, 2009).
ge. Moreover, Melor (2007) pointed out that social interaction te-
chnologies have great benefits for lifelong education environments.
2. (COLÉGIO PEDRO II - PROFESSOR – INGLÊS - COLÉGIO PEDRO The social interaction can help enhancing the skills such as the abili-
II – 2019) ty to search, to evaluate, to interact meaningfully with tools, and so
on. Education activities can usually take place in the classroom whi-
TEXT 5 ch teacher and students will face to face, but now, it can be carried
out through the social network technologies including discussion
“In other words, there are those among us who argue that the and assessment. According to Kamarul Kabilan, Norlida Ahmad and
future of English is dependent on the likelihood or otherwise of the Zainol Abidin (2010), using Facebook affects learner motivation and
U.S. continuing to play its hegemonic role in world affairs. Since that strengthens students’ social networking practices. What is more,
possibility seems uncertain to many, especially in view of the mu- according to Munoz and Towner (2009), Facebook also increases
ch-talked-of ascendancy of emergent economies, many are of the the level of web-based interaction among both teacher-student
opinion that English will soon lose much of its current glitter and and student-student. Facebook assists the teachers to connect with
cease to be what it is today, namely a world language. And there are their students outside of the classroom and discuss about the assig-
those amongst us who further speculate that, in fifty or a hundred nments, classroom events and useful links.
years’ time, we will all have acquired fluency in, say, Mandarin, or, Hence, social networking services like Facebook can be chosen
if we haven’t, will be longing to learn it. […] Consider the following as the platform to teach ESL writing. Social networking services can
argument: a language such as English can only be claimed to have contribute to strengthen relationships among teachers as well as
attained an international status to the very extent it has ceased to between teachers and students. Besides, they can be used for tea-
be national, i.e., the exclusive property of this or that nation in par- chers and students to share the ideas, to find the solutions and to
ticular (Widdowson). In other words, the U.K. or the U.S.A. or who- hold an online forum when necessary. Using social networking ser-
soever cannot have it both ways. If they do concede that English is vices have more options than when using communication tools whi-

65
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
ch only have single function, such as instant messaging or e-mail. matically; quality of drinking water has been declining because of
The people can share interests, post, upload variety kinds of media increasing salinity, and bacteriological contamination; the health of
to social networking services so that their friends could find useful the people, animal and plant life have suffered as well.
information (Wikipedia, 2010). In the past few decades, the Aral Sea volume has decreased by
75 percent. This is a drastic change and it is human induced. During
(Adapted from: YUNUS, M. D.; SALEHI, H.; CHENZI, C. English Language natural cycles, changes occur slowly, over hundreds of years.
Teaching; Vol. 5, No. 8; 2012.) The United Nations Environment Program has recently created
the International Fund for Saving the Aral Sea. Even if all steps are
Das opções a seguir, aquela que se configura como o melhor taken, a substantial recovery might be achieved only with 20 years.
título para o Texto III é:
(A) Advantages of Integrating SNSs into ESL Writing Classroom (From: https://www.unenvironment.org/)
(B) Using Communication Tools Which Only Have Single Func-
tion De acordo com o texto: The diversion of the rivers has reduced
(C) Facebook Assists the Teachers to Connect with Their Stu- the volume of the Aral..., assinale a alternativa correta.
dents (A) by 60 percent
(D) Using Social Networking Services to Communicate with Col- (B) by 70 percent
leagues (C) by 75 percent
(D) by 66,100 kilometers
4. (PREFEITURA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO - PE - PROFES-
SOR II – INGLÊS - IBFC – 2019) 6. (PREF. DE TERESINA - PI - PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA
- LÍNGUA INGLESA - NUCEPE – 2019)
Leia a tira em quadrinhos e analise as afirmativas abaixo.
The plural form of brother-in-law, foot and candy is
(A) brothers-in-laws, feet ,candys.
(B) brothers-in-law, feet, candies.
(C) brother-in-laws, feet, candies.
(D) brothers-in-law, foots, candies.
(E) brother-ins-law, foots, candys.

7. (SEDF - PROFESSOR SUBSTITUTO – INGLÊS - QUADRIX – 2018)

I. No primeiro quadrinho Hagar consultou o velho sábio para


saber sobre o segredo da felicidade.
II. No segundo quadrinho as palavras that e me se referem, res-
pectivamente, ao “velho sábio” e a “Hagar”.
III. As palavras do velho sábio no último quadrinho são de que
é melhor dar que receber.

Assinale a alternativa correta.


(A) Apenas as afirmativas I e III estão corretas
(B) Apenas as afirmativas II e III estão corretas
(C) As afirmativas I, II e III estão corretas
(D) Apenas a afirmativa I está correta

5. (PREFEITURA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO - PE - PROFES-


SOR II – INGLÊS - IBFC – 2019)

THE ARAL: A DYING SEA

The Aral Sea was once the fourth biggest landlocked sea in the
world – 66,100 square kilometers of surface. With abundant fishing
resources, the Sea provided a healthy life for thousands of people.
The Aral receives its waters from two rivers – the Amu Dar’ya
and the Syr Dar’ya. In 1918, the Soviet government decided to di-
vert the two rivers and use their water to irrigate cotton planta-
tions. These diversions dramatically reduced the volume of the Aral.
As a result, the concentration of salt has doubled and impor-
tant changes have taken place: fishing industry and other enterpri- Based on the text, judge the following items.
ses have ceased: salt concentration in the soil has reduced the area The final “s” in “ideas” (line 2) and “brains” (line 8) is pronoun-
available for agriculture and pastures; unemployment has risen dra- ced in the same way.
( ) CERTO
( ) ERRADO

66
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
8. I normally have two long ________ a year. Indicate the correct alternative according to the comparative
(A) holiday form.
(B) holidays (A) The items I and II, only.
(C) holidaies (B) The items II and III, only.
(D) holidayes (C) The item III, only.
(D) The items I, II, and III.
9. They have four ________, all girls.
(A) childs 13. (PREFEITURA DE SALVADOR - BA - PROFESSOR LÍNGUA ES-
(B) childes TRANGEIRA – INGLÊS - FGV - 2019)
(C) childen
(D) children TEXT III

10. You must remember to brush your _____ after eating.


(A) tooths
(B) toothes
(C) teeth
(D) teeths

11. (PREFEITURA DE BLUMENAU - SC - PROFESSOR - INGLÊS –


MATUTINO - FURB – 2019)
What is the sequence that presents the correct example asses-
sment items with their grammatical focus listed below?

Grammatical focus:
A superlative
B past simple
C gerunds and infinitives
D relative pronouns
E present simple passive
F second conditional

Example assessment items: (Source: https://pt.wikipedia.org/wiki/Green_Book)


1) Complete the sentences with the correct word(s). I ..........
there for six years before moving to Budapest. Here are six reviews on Green Book:
2) Complete the descriptions with who or which. This is a kind 1. The screenplay essentially turns Shirley into a black man who
of cheese .......... is made from goat’s milk not cow’s milk. thematically shapeshifts into whoever will make the story appealing
3) Rewrite the sentences using the correct form of the verbs in to white audiences - and that’s inexcusable.
brackets. Where (you/fly) if (you/be) a bird? Lawrence Ware New York Times
4) Complete the sentences with the correct form of the verbs 2. Green Book is effective and affecting while being careful to
in brackets. Coffee (grow) in Brazil. It (export) to many countries in avoid overdosing its audience on material that some might deem
the world. too shocking or upsetting.
5) Complete the sentences with ... +ing or to + ... . I decided James Berardinelli ReelViews
(send) a letter to my friend. 3. In a world that seems to get uglier every day, this movie’s
6) Complete the sentences with an appropriate adjective. gentle heart and mere humanity feel like a salve.
Shanghai is the .......... city in the world. Leah Greenblatt Entertainment Weekly
4. A bizarre fish-out-of-water comedy masquerading as a se-
Mark the alternative that presents the correct sequence: rious awards-season contender by pretending to address the deep
(A) B – D – F – E – C – A. wound of racial inequality while demonstrating its profound inabili-
(B) F – E – C – A – D – B. ty, intellectually and dramatically, to do that.
(C) A – C – B – E – D – F. Kevin Maher Times (UK)
(D) A – F – B – D – E. 5. Sometimes life is stranger than art, sometimes art imitates
(E) B – E – D –C – F – A. life, and sometimes life imitates art. If life starts imitating hopeful
art - that’s uplifting. That’s the goal of art, as I see it. “Green Book”
12. (PREFEITURA DE SÃO MIGUEL DO OESTE - SC - PROFESSOR uplifts.
- LÍNGUA INGLESA - AMEOSC – 2019) Mark Jackson Epoch Times
6. There’s not much here you haven’t seen before, and very
Analyze the sentences below: little that can’t be described as crude, obvious and borderline offen-
I. She can read music much more quickly then I can; sive, even as it tries to be uplifting and affirmative.
II. Until 2005, the film had made the most money that any Bri- A.O. Scott New York Times
tish film had ever made;
III. A lot of people behaved badly at the party, but she behaved (Source: https://www.rottentomatoes.com/m/green_book/reviews/)
worst of all.

67
NOÇÕES DE LÍNGUA INGLESA
In the sentence “to get uglier every day” (#3), “uglier” is to
“more beautiful” as
ANOTAÇÕES
(A) faster is to quicker.
(B) lighter is to darker. ______________________________________________________
(C) tougher is to harder.
(D) sadder is to more unhappy. ______________________________________________________
(E) freer is to more independent.
______________________________________________________
14. (PREFEITURA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO - PE - PRO- ______________________________________________________
FESSOR II – INGLÊS - IBFC – 2019)
O tempo verbal utilizado para descrever fatos que aconteceram ______________________________________________________
em tempo não determinado chama-se _____. Assinale a alternativa
que preencha corretamente a lacuna. ______________________________________________________
(A) Past continuous
(B) Past simple ______________________________________________________
(C) Present simple ______________________________________________________
(D) Present perfect
______________________________________________________
15. (PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO CEDRO - SC - PROFESSOR –
INGLÊS - AMEOSC – 2019) ______________________________________________________
Did you _____________ that Pilates was born in prison and ins-
pired by cats? ______________________________________________________

______________________________________________________
Identify the best alternative that completes the context.
(A) Knew. ______________________________________________________
(B) Know.
(C) Told them. ______________________________________________________
(D) Brought.
______________________________________________________

GABARITO ______________________________________________________

______________________________________________________
1 B
______________________________________________________
2 C
3 A ______________________________________________________
4 A ______________________________________________________
5 C
______________________________________________________
6 B
______________________________________________________
7 CERTO
8 B ______________________________________________________
9 D _____________________________________________________
10 C
_____________________________________________________
11 A
12 B ______________________________________________________

13 B ______________________________________________________
14 D
______________________________________________________
15 B
______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

68
NOÇÕES DE DIREITO

TÍTULO I
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
BRASIL: TÍTULO I: DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união
Forma, Sistema e Fundamentos da República indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, consti-
tui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
• Papel dos Princípios e o Neoconstitucionalismo I - a soberania;
Os princípios abandonam sua função meramente subsidiária II - a cidadania
na aplicação do Direito, quando serviam tão somente de meio de III - a dignidade da pessoa humana;
integração da ordem jurídica (na hipótese de eventual lacuna) e ve- IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
tor interpretativo, e passam a ser dotados de elevada e reconhecida V - o pluralismo político.
normatividade. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por
meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta
• Princípio Federativo Constituição.
Significa que a União, os Estados-membros, o Distrito Federal Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos en-
e os Municípios possuem autonomia, caracteriza por um determi- tre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
nado grau de liberdade referente à sua organização, à sua adminis-
tração, à sua normatização e ao seu Governo, porém limitada por Objetivos Fundamentais da República
certos princípios consagrados pela Constituição Federal. Os Objetivos Fundamentais da República estão elencados no
Artigo 3º da CF/88. Vejamos:
• Princípio Republicano Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Fede-
É uma forma de Governo fundada na igualdade formal entre rativa do Brasil:
as pessoas, em que os detentores do poder político exercem o I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
comando do Estado em caráter eletivo, representativo, temporário II - garantir o desenvolvimento nacional;
e com responsabilidade. III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desi-
gualdades sociais e regionais;
• Princípio do Estado Democrático de Direito IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem,
O Estado de Direito é aquele que se submete ao império da lei. raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Por sua vez, o Estado democrático caracteriza-se pelo respeito ao
princípio fundamental da soberania popular, vale dizer, funda-se na Princípios de Direito Constitucional Internacional
noção de Governo do povo, pelo povo e para o povo. Os Princípios de Direito Constitucional Internacional estão
elencados no Artigo 4º da CF/88. Vejamos:
• Princípio da Soberania Popular Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas rela-
O parágrafo único do Artigo 1º da Constituição Federal reve- ções internacionais pelos seguintes princípios:
la a adoção da soberania popular como princípio fundamental ao I - independência nacional;
prever que “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio II - prevalência dos direitos humanos;
de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Cons- III - autodeterminação dos povos;
tituição”. IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
• Princípio da Separação dos Poderes VI - defesa da paz;
A visão moderna da separação dos Poderes não impede que VII - solução pacífica dos conflitos;
cada um deles exerça atipicamente (de forma secundária), além de VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
sua função típica (preponderante), funções atribuídas a outro Po- IX - cooperação entre os povos para o progresso da humani-
der. dade;
Vejamos abaixo, os dispositivos constitucionais corresponden- X - concessão de asilo político.
tes ao tema supracitado: Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a in-
tegração econômica, política, social e cultural dos povos da América
Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana
de nações.

Referências Bibliográficas:
DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Con-
cursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier.

69
NOÇÕES DE DIREITO
O direito de resposta é um meio de defesa assegurado à pes-
TÍTULO II: DOS DIREITOS E GARANTIAS soa física ou jurídica ofendida em sua honra, e reputação, conceito,
FUNDAMENTAIS: CAPÍTULO I: DOS DIREITOS E nome, marca ou imagem, sem prejuízo do direito de indenização
DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS; CAPÍTULO III:
por dano moral ou material.
DA NACIONALIDADE; CAPÍTULO IV: DOS DIREITOS
POLÍTICOS
Liberdade religiosa e de consciência:
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo
— Gerações de Direitos Fundamentais (Teoria de Vasak): assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na for-
Direitos Fundamentais de 1ª Geração: liberdade individual – di- ma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
reitos civis e políticos; VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência
Direitos Fundamentais de 2ª Geração: igualdade – direitos so- religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;
ciais e econômicos; VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença re-
Direitos Fundamentais de 3ª Geração: fraternidade ou solida- ligiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para
riedade – direitos transindividuais, difusos e coletivos. eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir
prestação alternativa, fixada em lei;
— Direitos e deveres individuais e coletivos O Brasil é um Estado laico, que não possui uma religião oficial,
Os direitos e deveres individuais e coletivos são todos aqueles mas que adota a liberdade de crença e de pensamento, assegurada
previstos nos incisos do art. 5º da Constituição Federal, que trazem a variedade de cultos, a proteção dos locais religiosos e a não priva-
alguns dos direitos e garantias fundamentais. ção de direitos em razão da crença pessoal.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qual- A escusa de consciência é o direito que toda pessoa possui de
quer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros re- se recusar a cumprir determinada obrigação ou a praticar determi-
sidentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à nado ato comum, por ser ele contrário às suas crenças religiosas ou
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: à sua convicção filosófica ou política, devendo então cumprir uma
prestação alternativa, fixada em lei.
Princípio da igualdade entre homens e mulheres:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos Liberdade de expressão e proibição de censura:
termos desta Constituição; IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, cientí-
Como o próprio nome diz, o princípio prega a igualdade de di- fica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
reitos e deveres entre homens e mulheres. Aqui, temos uma vez mais consubstanciada a liberdade de ex-
pressão e a vedação da censura.
Princípio da legalidade e liberdade de ação:
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma Proteção à imagem, honra e intimidade da pessoa humana:
coisa senão em virtude de lei; X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a
Como ser livre, todo ser humano só está obrigado a fazer ou imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano
não fazer algo que esteja previsto em lei. material ou moral decorrente de sua violação;
Com intuito da proteção, a Constituição Federal tornou inviolá-
Vedação de práticas de tortura física e moral, tratamento de- vel a imagem, a honra e a intimidade pessoa humana, assegurando
sumano e degradante: o direito à reparação material ou moral em caso de violação.
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desu-
mano ou degradante; Proteção do domicílio do indivíduo:
É vedada a prática de tortura física e moral, e qualquer tipo XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo
de tratamento desumano, degradante ou contrário à dignidade penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagran-
humana, por qualquer autoridade e também entre os próprios te delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia,
cidadãos. A vedação à tortura é uma cláusula pétrea de nossa por determinação judicial; (Vide Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência).
Constituição e ainda crime inafiançável na legislação penal
brasileira. Proteção do sigilo das comunicações:
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações
Liberdade de manifestação do pensamento e vedação do ano- telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no úl-
nimato, visando coibir abusos e não responsabilização pela veicu- timo caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei es-
lação de ideias e práticas prejudiciais: tabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o ano- penal; (Vide Lei nº 9.296, de 1996).
nimato; A Constituição Federal protege o domicílio e o sigilo das co-
A Constituição Federal pôs fim à censura, tornando livre a mani- municações, por isso, a invasão de domicílio e a quebra de sigilo
festação do pensamento. Esta liberdade, entretanto, não é absoluta telefônico só pode se dar por ordem judicial.
não podendo ser abusiva ou prejudicial aos direitos de outrem. Daí,
a vedação do anonimato, de forma a coibir práticas prejudiciais sem Liberdade de profissão:
identificação de autoria, o que não impede, contudo, a apuração de XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profis-
crimes de denúncia anônima. são, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
É livre o exercício de qualquer trabalho ou profissão.
Direito de resposta e indenização: Essa liberdade, entretanto, não é absoluta, pois se limita às
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, qualificações profissionais que a lei estabelece.
além da indenização por dano material, moral ou à imagem;

70
NOÇÕES DE DIREITO
Acesso à informação: Pequena propriedade rural:
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguar- XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, des-
dado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; de que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para
O direito à informação é assegurado constitucionalmente, ga- pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dis-
rantido o sigilo da fonte. pondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;
A pequena propriedade rural é impenhorável e não responde
Liberdade de locomoção, direito de ir e vir: por dívidas decorrentes de sua atividade produtiva.
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz,
podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permane- Direitos autorais:
cer ou dele sair com seus bens; XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização,
Todos são livres para entrar, circular, permanecer ou sair do ter- publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdei-
ritório nacional em tempos de paz. ros pelo tempo que a lei fixar;
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
Direito de reunião:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em lo-
à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades
cais abertos ao público, independentemente de autorização, desde
desportivas;
que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o
mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade com- b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das
petente; obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intér-
Os cidadãos podem se reunir livremente em praças e locais de pretes e às respectivas representações sindicais e associativas;
uso comum do povo, desde que não venham a interferir ou atrapa- XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais pri-
lhar outra reunião designada anteriormente para o mesmo local. vilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às cria-
ções industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas
Liberdade de associação: e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada desenvolvimento tecnológico e econômico do País;
a de caráter paramilitar; Além da Lei de Direitos Autorais, a Constituição prevê uma
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de coope- ampla proteção às obras intelectuais: criação artística, científica,
rativas independem de autorização, sendo vedada a interferência musical, literária etc. O Direito Autoral protege obras literárias (es-
estatal em seu funcionamento; critas ou orais), musicais, artísticas, científicas, obras de escultura,
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvi- pintura e fotografia, bem como o direito das empresas de rádio
das ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo- fusão e cinematográficas. A Constituição Federal protege ainda a
-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; propriedade industrial, esta difere da propriedade intelectual e não
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a perma- é objeto de proteção da Lei de Direitos Autorais, mas sim da Lei
necer associado; da Propriedade Industrial. Enquanto a proteção ao direito autoral
XXI - as entidades associativas, quando expressamente auto- busca reprimir o plágio, a proteção à propriedade industrial busca
rizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou conter a concorrência desleal.
extrajudicialmente;
No Brasil, é plena a liberdade de associação e a criação de as- Direito de herança:
sociações e cooperativas para fins lícitos, não podendo sofrer inter- XXX - é garantido o direito de herança;
venção do Estado. Nossa Segurança Nacional e Defesa Social é atri- XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será
buição exclusiva do Estado, por isso, as associações paramilitares regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos
(milícias, grupos ou associações civis armadas, normalmente com
brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal
fins político-partidários, religiosos ou ideológicos) são vedadas.
do “de cujus”;
O direito de herança ou direito sucessório é ramo específico
Direito de propriedade e sua função social:
do Direito Civil que visa regular as relações jurídicas decorrentes do
XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; falecimento do indivíduo, o de cujus, e a transferência de seus bens
Além da ideia de pertencimento, toda propriedade ainda que e direitos aos seus sucessores.
privada deve atender a interesses coletivos, não sendo nociva ou
causando prejuízo aos demais. Direito do consumidor:
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do con-
Intervenção do Estado na propriedade: sumidor;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação O Direito do Consumidor é o ramo do direito que disciplina
por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, me- as relações entre fornecedores e prestadores de bens e serviços
diante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos e o consumidor final, parte hipossuficiente econômica da relação
previstos nesta Constituição; jurídica. As relações de consumo, além do amparo constitucional,
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade com- encontram proteção no Código de Defesa do Consumidor e na legis-
petente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao pro- lação civil e no Procon, órgão do Ministério Público de cada estado,
prietário indenização ulterior, se houver dano; responsável por coordenar a política dos órgãos e entidades que
atuam na proteção do consumidor.
O direito de propriedade não é absoluto. Dada a supremacia do
interesse público sobre o particular, nas hipóteses legais é permiti-
da a intervenção do Estado na propriedade.

71
NOÇÕES DE DIREITO
Direito de informação, petição e obtenção de certidão junto Princípio da legalidade, da anterioridade e da retroatividade
aos órgãos públicos: da lei penal:
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos infor- XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena
mações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, sem prévia cominação legal;
que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da Para ser crime, tem que estar expressamente previsto na lei pe-
sociedade e do Estado; (Regulamento) (Vide Lei nº 12.527, de 2011). nal. Se a conduta não está prescrita no Código Penal, não é crime e
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do paga- não há pena. Uma nova lei penal não retroage, não se aplica a con-
mento de taxas: dutas praticadas antes de sua entrada em vigor, mas se a lei nova for
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direi- mais benéfica, esta sim poderá ser aplicada para beneficiar o réu.
tos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa Princípio da não discriminação:
de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direi-
Todo cidadão, independentemente de pagamento de taxa, tem tos e liberdades fundamentais;
direito à obtenção de informações, protocolo de petição e obtenção Decorre do princípio da igualdade.
de certidões junto aos órgãos públicos, de acordo com suas necessi-
dades, salvo necessidade de sigilo. Crimes inafiançáveis, imprescritíveis e insuscetíveis de graça
e anistia:
Princípio da proteção judiciária ou da inafastabilidade do con- XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e impres-
trole jurisdicional: critível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de
ou ameaça a direito; graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecen-
Por este princípio o, Poder Judiciário não pode deixar de apre- tes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hedion-
ciar as causas de lesão ou ameaça a direito que chegam até ele. dos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que,
podendo evitá-los, se omitirem; (Regulamento).
Segurança jurídica: XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e
perfeito e a coisa julgada; o Estado Democrático.
Direito adquirido é aquele incorporado ao patrimônio jurídico • Crimes inafiançáveis e imprescritíveis: Racismo e ação de
de seu titular e cujo exercício não pode mais ser retirado ou tolhido. grupos armados contra a ordem constitucional e o Estado Demo-
Ato jurídico perfeito é a situação ou direito consumado e defi- crático;
nitivamente exercido, sem nulidades perante a lei vigente. • Crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça e anistia: Prá-
Coisa julgada é a matéria submetida a julgamento, cuja sen- tica de Tortura, Tráfico de drogas e entorpecentes, terrorismo e cri-
tença transitou em julgado e não cabe mais recurso, não podendo, mes hediondos.
portanto, ser modificada.
Os crimes inafiançáveis são aqueles que não admitem fiança,
Tribunal de exceção: ou seja, que não dão ao acusado o direito de responder seu
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; processo em liberdade até a sentença condenatória, mediante
O juízo ou tribunal de exceção seria aquele criado exclusiva- pagamento de determinada quantia pecuniária ou cumprimento
mente para o julgamento de um fato específico já acontecido, onde de determinadas obrigações;
os julgadores são escolhidos arbitrariamente. A Constituição veda Crimes imprescritíveis são aqueles que não prescrevem e po-
tal prática, pois todos os casos devem se submeter a julgamento dem ser julgados e punidos em qualquer tempo, independente-
dos juízos e tribunais já existentes, conforme suas competências mente da data em que foram cometidos;
pré-fixadas. Crimes insuscetíveis de graça e anistia são aqueles que não per-
mitem a exclusão do crime com a rescisão da condenação e extin-
Tribunal do Júri: ção total da punibilidade (anistia), nem a extinção da punibilidade,
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização ainda que parcial (graça).
que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa; Princípio da intranscendência da pena:
b) o sigilo das votações; XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, poden-
c) a soberania dos veredictos; do a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles
a vida; executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
A aplicação da pena deve ser sempre pessoal e não pode ser
O Tribunal do Júri é o instituto jurisdicional destinado exclusi- cumprida por pessoa diversa da pessoa do condenado.
vamente para o julgamento da prática de crimes dolosos contra a
vida. Individualização da pena:
XLVI – a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre
outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;

72
NOÇÕES DE DIREITO
d) prestação social alternativa; Contraditório e a ampla defesa:
e) suspensão ou interdição de direitos; LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa,
Pela individualização da pena, é garantida a fixação das penas, com os meios e recursos a ela inerentes;
observado o histórico pessoal a atuação individual, de modo que Ninguém poderá ser punido ou condenado sem o devido pro-
cada indivíduo possa receber apenas a punição que lhe é devida. cesso legal, onde deverá ser assegurado, sob pena de nulidade ab-
soluta, o direito de resposta e ampla defesa, com sentença transita-
Proibição de penas: da em julgado (que não cabe mais recurso) prolatada pelo juízo ou
XLVII – não haverá penas: autoridade judiciária competente.
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do
art. 84, XIX; Provas ilícitas:
b) de caráter perpétuo; LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por
c) de trabalhos forçados; meios ilícitos;
d) de banimento; Provas ilícitas são aquelas obtidas por meio ilegal ou fraudulen-
e) cruéis. to, ou que infrinja as normas e princípios básicos de direito, motivo
pelo qual não são aceitas no processo judicial.
Como afirmativa dos direitos humanos e da dignidade da pes-
soa humana, a Constituição Federal de 1988 veda a pena de morte, Presunção de inocência:
pena perpétua, de banimento e de trabalhos forçados e cruéis. LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em jul-
gado de sentença penal condenatória;
Estabelecimentos para cumprimento de pena: Todo cidadão é considerado inocente até que se prove o con-
XLVIII – a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, trário, com o trânsito em julgado da sentença condenatória.
de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
Identificação criminal:
Respeito à Integridade Física e Moral dos Presos: LVIII – o civilmente identificado não será submetido a identifi-
XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade física cação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; (Regulamento).
e moral; A identificação criminal será feita diante de fundada suspeita
da validade e veracidade dos documentos cíveis apresentados ou
Direito de permanência e amamentação dos filhos pela presi- quando já se tem notícias reputadas a pessoa civilmente identifi-
diária mulher: cada sobre uso de diversos nomes e fraude em registros policiais.
L – às presidiárias serão asseguradas condições para que pos-
sam permanecer com seus filhos durante o período de amamenta- Ação Privada Subsidiária da Pública:
ção; LIX – será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se
Também em atenção à dignidade da pessoa humana, a Cons- esta não for intentada no prazo legal;
tituição Federal de 1988 determina que as penas sejam cumpridas A ação penal privada subsidiária da pública é admitida nos ca-
em diferentes tipos de estabelecimento de acordo com a gravidade sos em que a lei não prevê a ação como privada, mas sim como
e natureza do delito, a idade e o sexo do apenado, respeitando-se pública (condicionada ou incondicionada). Entretanto, o Ministério
sua integridade física e moral, garantindo ainda à apenada mulher, Público, titular da ação penal, permanece inerte e não apresenta a
o direito de permanecer com os filhos e ter condições dignas de denúncia no prazo legal, abrindo-se a possibilidade para que o ofen-
amamenta-los. dido, seu representante legal ou seus sucessores ingressem com a
ação penal privada subsidiária da pública.
Extradição:
LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, A publicidade dos atos processuais e o segredo de Justiça:
em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais
comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e dro- quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
gas afins, na forma da lei; Em regra, todos os atos processuais são públicos, salvo o se-
LII – não será concedida extradição de estrangeiro por crime gredo de justiça, que pode ser determinado de ofício pelo juiz da
político ou de opinião; causa, para segurança jurídica das partes, proteção dos interesses
A extradição é um ato oficial de cooperação internacional que de menor, interesse social ou demanda de grande repercussão etc.,
consiste na entrega de uma pessoa – o extraditando, acusado ou ou a requerimento justificado das partes do processo.
condenada pela prática de um ou mais crimes em território estran-
geiro, ao país que o reclama. A Constituição determina que não ha- Legalidade da prisão:
verá extradição de brasileiro nato em nenhuma hipótese, e o natu- LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou por or-
ralizado somente nas exceções previstas. dem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente,
salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente mi-
Direito ao julgamento pela autoridade competente litar, definidos em lei;
LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela au- Salvo flagrante delito, o cidadão só pode ser levado preso por
toridade competente; autoridade policial, mediante ordem judicial escrita e devidamente
fundamentada.
Devido Processo Legal:
LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o
devido processo legal;

73
NOÇÕES DE DIREITO
Comunicabilidade da prisão: LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado
LXII – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre por:
serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família a) partido político com representação no Congresso Nacional;
do preso ou à pessoa por ele indicada; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legal-
mente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em
Informação ao preso: defesa dos interesses de seus membros ou associados;
LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre os quais o
de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da famí- Mandado de Injunção:
lia e de advogado; LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta
de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e
Identificação dos responsáveis pela prisão: liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à naciona-
LXIV – o preso tem direito à identificação dos responsáveis por lidade, à soberania e à cidadania;
sua prisão ou por seu interrogatório policial;
Na ocasião de prisão, são direitos do preso a comunicação de Habeas data:
sua prisão e o local onde se encontra à sua família e ao juízo com- LXXII – conceder-se-á habeas data:
petente, bem como conhecer as autoridades policiais responsáveis a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à
por sua prisão e interrogatório. pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados
de entidades governamentais ou de caráter público;
Relaxamento da prisão ilegal: b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo
LXV – a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autori- por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
dade judiciária;
O relaxamento da prisão consiste em que o acusado seja posto Ação Popular:
em liberdade, pela incidência de alguma ilegalidade no ato de sua LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação
prisão. popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de
entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa,
Garantia da liberdade provisória: ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o
LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus
lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; da sucumbência;
A liberdade provisória é o instituto processual que garante ao A Ação Popular é o instrumento constitucional adequado, por
acusado o direito de aguardar em liberdade o transcorrer do pro- meio do qual qualquer cidadão pode vir a questionar a validade de
cesso criminal até o trânsito em julgado de sua sentença penal con- atos que considera lesivos ao patrimônio público, à moralidade ad-
denatória, mediante o estabelecimento ou não de determinadas ministrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
condições e a colaboração com as investigações.
Assistência Judiciária:
Prisão civil: LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita
LXVII – não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável aos que comprovarem insuficiência de recursos;
pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação Todos aqueles que não podem arcar com as custas judiciárias
alimentícia e a do depositário infiel; sem prejuízo de seu sustento pessoal e de sua família, para se ter o
A Constituição Federal de 1988 extinguiu, em regra, a prisão acesso à justiça, têm direito à assistência judiciária gratuita.
civil por dívidas, salvo a do alimentante inadimplente (pensão ali-
mentícia). E, a Súmula Vinculante 25, STF tornou ilícita a prisão civil Indenização por erro judiciário:
de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito. LXXV – o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, as-
sim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença;
São remédios constitucionais em casos de violação de:
- Liberdade: Habeas Corpus Gratuidade de serviços públicos:
- Direito Líquido e certo: Mandado de Segurança LXXVI – são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na
- Informações: Habeas data forma da lei: (Vide Lei nº 7.844, de 1989)
- Preceito constitucional que necessite de norma regulamenta- a) o registro civil de nascimento;
dora: Mandado de Injunção b) a certidão de óbito;
LXXVII – são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data,
Habeas corpus: e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania
LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer (Regulamento).
ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberda- A Constituição Federal traz como direito fundamental a gratui-
de de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; dade de serviços públicos – registro civil, a obtenção de certidão
de óbito, as ações de Habeas corpus e Habeas data aos economica-
Mandado de Segurança: mente hipossuficientes.
LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger di-
reito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas Princípio da Celeridade Processual:
data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são asse-
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atri- gurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a
buições do Poder Público; celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004).

74
NOÇÕES DE DIREITO
É fundamental a garantia da razoável duração do processo, de Do direito ao trabalho
forma a evitar que direitos se percam no transcorrer processual Os direitos relativos aos trabalhadores podem ser de duas or-
pela demora do Judiciário. dens:
- Direitos individuais, previstos no art. 7º, CF;
Aplicabilidade das normas de direitos e garantias fundamen- - Direitos coletivos dos trabalhadores, previstos nos arts. 9º a
tais: 11, CF.
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias
fundamentais têm aplicação imediata. Os direitos individuais dos trabalhadores são aqueles
Assim, todas as normas relativas aos direitos e garantias funda- destinados a proteger a relação de trabalho contra uma profunda
mentais são autoaplicáveis. desigualdade, de modo a compatibilizar a função laboral com a
dignidade e o bem-estar do trabalhador que é a parte hipossuficiente
Rol é exemplificativo: da relação trabalhista.
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição
outros que visem à melhoria de sua condição social:
não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por
ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República
Proteção contra despedida arbitrária ou sem justa causa:
Federativa do Brasil seja parte.
I – relação de emprego protegida contra despedida arbitrária
O rol dos direitos elencados no art. 5º da CF/88 não é taxativo, ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá
mas sim exemplificativo. Os direitos e garantias ali expressos não indenização compensatória, dentre outros direitos;
excluem outros de caráter constitucional, decorrentes de princípios Os contratos de trabalho são, em regra, por prazo indetermi-
constitucionais, do regime democrático, ou de tratados internacio- nado e a legislação protege a continuidade das relações laborais
nais. Assim, os direitos fundamentais podem ser esparsos, consubs- contra dispensa imotivada.
tanciados em toda legislação nacional, inclusive infraconstitucional.
Seguro-Desemprego:
Tratados e Convenções Internacionais de Direitos Humanos II – seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos O seguro desemprego é o direito de todo trabalhador à assis-
humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso tência financeira temporária, que tenha prestado serviços laborais
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos a empregador e sido dispensado sem justa causa, por mais de seis
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído meses. Nos termos do art. 4º da Lei do seguro desemprego, o be-
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Atos aprovados na nefício será concedido ao trabalhador desempregado, por período
forma deste parágrafo: DLG nº 186, de 2008, DEC 6.949, de 2009, máximo variável de 3 (três) a 5 (cinco) meses, de forma contínua ou
DLG 261, de 2015, DEC 9.522, de 2018). alternada, a cada período aquisitivo, contados da data de dispensa
Com a Emenda Constitucional n° 45 de 2004, as normas de que deu origem à última habilitação, nos seguintes critérios:
tratados internacionais sobre direitos humanos passaram a ser re-
conhecidas como normas de hierarquia constitucional, porém, so- SEGURO DESEMPREGO
mente se aprovadas pelas duas casas do Congresso por 3/5 de seus
membros em dois turnos de votação. 1ª Solicitação:
Parcelas Tempo de trabalho
Submissão à Jurisdição do Tribunal Penal Internacional: 4 (quatro) 12 a 23 meses
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal
Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. (Incluído 5 (cinco) 24 meses ou mais
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004). 2ª Solicitação:
Parcelas Tempo de trabalho
O Brasil se submeteu expressamente à jurisdição do Tribunal
Penal Internacional, também conhecido por Corte ou Tribunal de 3 (três) 9 a 11 meses
Haia, instituído pelo Estatuto de Roma e ratificado em 20 de junho 4 (quatro) 12 a 23 meses
de 2002 pelo Brasil. A Emenda Constitucional n° 45/2004, deu a
esta adesão força constitucional. O objetivo do TPI é identificar e 5 (cinco) 24 meses ou mais
punir autores de crimes contra a humanidade. 3ª Solicitação:
Parcelas Tempo de trabalho
— Direitos sociais
Os chamados Direitos Sociais são aqueles que visam garantir 3 (três) 6 a 11 meses
qualidade de vida, a melhoria de suas condições e o desenvolvi- 4 (quatro) 12 a 23 meses
mento da personalidade. São meios de se atender ao princípio basi-
5 (cinco) 24 meses ou mais
lar da dignidade humana e estão previstos no art. 6º, CF.
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimenta-
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS):
ção, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a
III – fundo de garantia do tempo de serviço;
previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assis-
Pode-se dizer que o FGTS é uma espécie de conta poupança
tência aos desamparados, na forma desta Constituição (Redação
compulsória do trabalhador, gerida pela Caixa Econômica Federal
dada pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015).
e regida pela Lei 8.036/1990. Mensalmente, o os empregador deve
depositar nas contas vinculadas de seus funcionários o valor cor-
respondente a 8% (oito por cento) do salário de cada trabalhador.

75
NOÇÕES DE DIREITO
Salário mínimo: Participação nos lucros:
IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da re-
capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua fa- muneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empre-
mília com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, sa, conforme definido em lei;
higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos A Participação nos Lucros e Resultados da empresa correspon-
que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação de a uma recompensa pelo reconhecimento do bom desempenho
para qualquer fim; e produtividade, pago a todos os funcionários de determinada em-
O salário mínimo é o estabelecido para jornada padrão de 44 ho- presa sobre o lucro excedente de determinado período de suas ati-
ras semanais, podendo ser proporcional, em caso de jornada inferior. vidades.

Piso salarial: Salário-família:


V – piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do XII – salário-família pago em razão do dependente do trabalha-
trabalho; dor de baixa renda nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda
O piso salarial corresponde ao menor salário que determinada Constitucional nº 20, de 1998).
categoria profissional pode receber pela sua jornada de trabalho, O salário-família é um benefício da previdência social corres-
considerando a extensão e complexidade do trabalho desenvolvido pondente ao valor pago ao empregado de baixa renda, que receba
e devendo ser sempre superior ao salário-mínimo nacional. salário no valor de até R$ 1.655,98, inclusive ao doméstico e ao tra-
balhador avulso, e possua filhos menores de 14 anos de idade ou
Irredutibilidadade do salário: portadores de deficiência, sem limite de idade.
VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção
ou acordo coletivo; Jornada de Trabalho:
A irredutibilidade salarial garante que o empregado não venha XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas
a ter o seu salário reduzido arbitrariamente pelo empregador, du- diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de
rante todo o período do contrato de trabalho. É uma garantia à es- horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção
tabilidade econômica do trabalhador. coletiva de trabalho; (Vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943).
A Constituição Federal garante ao trabalhador jornada de tra-
Proteção aos que percebem remuneração variável: balho não superior a oito horas diárias ou quarenta e quatro horas
VII – garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que semanais, facultada a compensação e a redução.
percebem remuneração variável;
Os empregados que recebem salários com valores variáveis, Jornada especial para turnos ininterruptos de revezamento:
como comissões sobre vendas etc, nunca devem receber salário in- XIV – jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos
ferior ao mínimo. Como o salário mínimo mensal estipulado em lei ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;
corresponde a uma jornada laboral mensal de 220 horas, a garantia O trabalho em turno ininterrupto de revezamento é aquele
mínima aqui estipulada terá como parâmetro o salário mínimo-hora. prestado por trabalhadores que se revezam nos postos de traba-
lho nos horários diurno e noturno. É bastante comum em empresas
Décimo Terceiro Salário ou Gratificação Natalina: que funcionam em tempo integral, sem pausas. A jornada do traba-
VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração integral lhador de turnos ininterruptos deve ser de seis horas diárias.
ou no valor da aposentadoria;
O 13º salário é a garantia do recebimento de um salário inte- Repouso (ou descanso) semanal remunerado (DSR):
gral (ou proporcional ao período trabalhado, se for o caso) por oca- XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos do-
sião das comemorações de final de ano a todos os trabalhadores, mingos;
aposentados e pensionistas do INSS. O Descanso ou Repouso Semanal Remunerado corresponde a
um dia de folga semanal remunerado ao trabalhador a ser concedi-
Remuneração superior por trabalho noturno: do preferencialmente aos domingos.
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
Uma vez que a a redução do sono regular pode comprometer Pagamentos de horas extras:
a saúde, o trabalho noturno tem remuneração superior em 20% a XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mí-
mais sobre a hora diurna trabalhada para os trabalhadores urbanos nimo, em cinqüenta por cento à do normal; (Vide Del 5.452, art. 59
e 25%, para os trabalhadores rurais. § 1º).
Considera-se trabalho noturno: O pagamento de horas extras caracteriza-se pela remunera-
– entre às 22h de um dia até às 5h do dia seguinte para traba- ção superior em, no mínimo, 50% das horas trabalhadas, além da
lhadores urbanos; jornada diária, lembrando que a legislação trabalhista permite o
– entre às 21h de um dia e às 5h do dia seguinte, para os traba- excedente em apenas 2 horas extraordinárias diárias, totalizando
lhadores rurais da agricultura; e 10 horas diárias trabalhadas, salvo condições excepcionais. É lici-
– entre às 20h de um dia e às 4h do dia seguinte, para os traba- ta também a compensação de jornada (banco de horas), quando
lhadores rurais pecuária. ao invés de receber o acréscimo salarial que lhe é devido, o tra-
balhador passa a ter direito a usufruir a compensação das horas
Proteção do salário contra retenção dolosa: excedentes em períodos de folga para descanso e lazer, mediante o
X – proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua cumprimento de alguns requisitos legais pela empregadora.
retenção dolosa;
É vedada a retenção salarial dolosa, sendo permitidos apenas
os descontos salariais autorizados em Lei.

76
NOÇÕES DE DIREITO
Férias remuneradas: Adicional por atividades penosas, insalubres ou perigosas:
XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas,
terço a mais do que o salário normal; insalubres ou perigosas, na forma da lei;
Após um ano de trabalho efetivo (período aquisitivo), todo O trabalho penoso é aquele considerado extremamente des-
trabalhador passa a ter direito a um período de até 30 dias para gastante para a pessoa humana, em que o trabalhador depreende
descanso e lazer, com percebimento de salário integral, acrescido um esforço além do normal para o desempenho de suas atividades.
de 1/3 constitucional. As férias são concedidas a critério do empre- Não há regulamentação de um adicional.
gador, que após o término do período aquisitivo, tem até um ano O trabalho insalubre é aquele em que o empregado, no exer-
para concedê-las (período concessivo). cício de suas atividades, expõe-se a qualquer agente físico, químico
ou biológico, nocivo à saúde, e que com o passar do tempo podem
Licença à gestante: ocasionar uma doença ocupacional. O adicional de insalubridade
XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salá- pode variar entre:
rio, com a duração de cento e vinte dias; - 10% (dez por cento) em grau mínimo;
Também chamada de Licença maternidade, corresponde ao - 20% (vinte por cento) em grau médio;
período em que a mulher está prestes a ter um filho, acabou de - 40% (quarenta por cento) em grau máximo de exposição, cal-
ganhar um bebê ou adotou uma criança. Nesses contextos, a mu- culado sob o salário mínimo, nos termos da lei.
lher tem direito a permanecer afastada do seu trabalho e receber o
salário maternidade, benefício previdenciário pago à pessoa nessas São exemplos de atividades insalubres as exercidas por profis-
condições. Em regra, a licença maternidade é de 120 dias, podendo sionais da saúde, radiologistas, mineradores, entre outros.
ser ampliado para 180 dias, nos casos em que a empregadora for E, por fim, o trabalho perigoso é aquele que envolve constante
aderente ao Programa Empresa Cidadã. risco à integridade física do trabalhador. Como exemplos, temos as
atividades profissionais com inflamáveis, explosivos, energia elétri-
Licença-paternidade: ca, segurança pessoal ou patrimonial, com o uso de motocicleta,
XIX – licença-paternidade, nos termos fixados em lei; entre outros. O adicional de periculosidade é correspondente a
A Licença-paternidade é período de 5 dias, que se inicia no 30% (trinta por cento) sobre o salário-base.
primeiro dia útil após o nascimento da criança em que o pai tem A insalubridade é diferente da periculosidade e os adicionais
direito a afastar-se de suas atividades laborais, sem prejuízo de seu não são cumulativos!
salário. Nos casos em que a empresa esteja cadastrada no progra-
ma Empresa Cidadã, o prazo poderá ser estendido por mais 15 dias, Aposentadoria:
totalizando 20 dias. XXIV – aposentadoria;
A aposentadoria é o benefício concedido pela Previdência So-
Proteção da mulher no mercado de trabalho: cial ao trabalhador segurado da previdência que preencher os requi-
XX – proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante sitos legais para sua concessão, consistente na prestação pecuniária
incentivos específicos, nos termos da lei; recebida mensalmente pelo aposentado, calculada conforme suas
A proteção ao trabalho da mulher é questão de ordem pública, contribuições à previdência ao longo de toda a sua vida laboral.
com vias a garantir a isonomia de condições laborais. Assim, são
vedadas diferenciações arbitrárias, salvo quando a natureza da ati- Assistência aos filhos pequenos:
vidade, pública ou notoriamente o exigir. São vedadas as diferen- XXV – assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o
ciações em razão do gênero para fins de remuneração, formação nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas;
profissional e possibilidades de ascensão. A proteção à gravidez, (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006).
proibição de revistas íntimas ou práticas que venham a ferir a digni- A Constituição Federal, com vistas a proteção do trabalho dos
dade feminina são alguns dos exemplos de medidas de proteção do genitores de filhos e dependentes pequenos, garante assistência
mercado de trabalho da mulher. gratuita a seus filhos e dependentes, entretanto, tal dispositivo,
ainda depende de regulamentação para o seu pleno exercício.
Aviso Prévio:
XXI – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no Reconhecimento das convenções e acordos coletivos de tra-
mínimo de trinta dias, nos termos da lei; balho:
Nas relações de emprego, o aviso prévio consiste na comunica- XXVI – reconhecimento das convenções e acordos coletivos de
ção da rescisão do contrato de trabalho por uma das partes, empre- trabalho;
gador ou empregado, que decide extingui-lo, com a antecedência Por este inciso, a Constituição Federal reconheceu as conven-
mínima de 30 dias. O aviso prévio pode ser trabalhado ou indeniza- ções e acordos coletivos como instrumentos com força de lei entre
do, quando concedido por qualquer uma das partes. as partes, desde que conformes com o texto constitucional.

Redução dos riscos do trabalho: Proteção em face da automação:


XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de XXVII – proteção em face da automação, na forma da lei;
normas de saúde, higiene e segurança; A proteção em face da automação consiste em proteger a
É dever da empregadora a redução dos riscos inerentes às classe trabalhadora do desemprego pela automação abusiva, bem
atividades desempenhadas por seus colaboradores, através do como em garantir de forma efetiva a saúde e a segurança no meio
cumprimento de todas as normas regulamentadoras de saúde, ambiente de trabalho automatizado.
higiene e segurança, bem como do fornecimento de equipamentos
de proteção individual e da exigência da execução de todas as
normas da empresa por seus funcionários, sob pena de justa causa.

77
NOÇÕES DE DIREITO
Seguro contra acidentes de trabalho: Empregados domésticos:
XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empre- Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhado-
gador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando res domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X,
incorrer em dolo ou culpa; XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII
O seguro contra acidentes de trabalho é uma garantia ao em- e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a sim-
pregado, às expensas do empregador, que assume os riscos da ativi- plificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e
dade laboral, mediante pagamento de um adicional sobre folha de acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiarida-
salários de seus empregados, com administração atribuída à Previ- des, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como
dência Social. Tal seguro tem função de seguridade por ser destina- a sua integração à previdência social (Redação dada pela Emenda
do a beneficiários atingidos por doença ou acidente, que estejam Constitucional nº 72, de 2013).
associados ao sistema previdenciário. O Seguro contra acidentes de
trabalho está regulamentado pela Lei 8.212/91. Os Direitos Coletivos dos Trabalhadores “são aqueles exerci-
dos pelos trabalhadores, coletivamente ou no interesse de uma co-
Ação trabalhista nos prazos prescricionais: letividade” (LENZA, 2019, p. 2038) e compreendem:
XXIX – ação, quanto aos créditos resultantes das relações
de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os Liberdade de Associação Profissional Sindical: prerrogativa
trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a dos trabalhadores para defesa de seus interesses profissionais e
extinção do contrato de trabalho; (Redação dada pela Emenda econômicos.
Constitucional nº 28, de 2000).
A todo trabalhador é garantido o direito de propor Reclama- Direito de Greve: direito de abstenção coletiva e simultânea
tória (ou Reclamação) Trabalhista, dentro dos prazos processuais do trabalho, de modo organizado para defesa de interesses dos
legais. O prazo prescricional de uma reclamação trabalhista é de 02 trabalhadores. Importante mencionar que serviços considerados
anos, a partir da rescisão do contrato de trabalho! Esse é o prazo essenciais e inadiáveis à sociedade não podem ser paralisados to-
para que o trabalhador possa ingressar com a Ação Trabalhista. O talmente para o exercício do direito de greve. Ademais, o STF (2017)
prazo prescricional de 05 anos, previsto no mesmo inciso da Consti- entende que servidores que atuam diretamente na área de segu-
tuição, refere-se ao período cujos direitos podem ser questionados, rança pública não podem entrar em greve em nenhuma hipótese.
ou seja, o funcionário pode reclamar apenas dos direitos corres-
pondentes aos últimos 05 (cinco) anos trabalhados. Direito de Participação Laboral: assegura a participação dos
trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos
Não discriminação: em que interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de
XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de fun- discussão.
ções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou
estado civil; Direito de Representação na Empresa: Nos termos do art. 11,
XXXI – proibição de qualquer discriminação no tocante a salário CF: nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada
e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de
promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.
Proibição de distinção do trabalho:
XXXII – proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e — Direitos de nacionalidade
intelectual ou entre os profissionais respectivos; A nacionalidade é a condição de sujeito natural do Estado, que
pode participar dos atos pertinentes à nação. A atribuição da nacio-
Trabalho do menor: nalidade se dá por dois critérios:
XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a Jus solis: será brasileiro todo aquele nascido em território na-
menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis cional;
anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; (Re- Jus sanguinis: será brasileiro todo filho de nacional, mesmo
dação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998). nascido no exterior.
- De 14 a 16 anos: Só pode trabalhar na condição de aprendiz. O Brasil adota, em regra, o critério do jus solis, mitigado por cri-
- De 16 a 18 anos: É vedado o exercício de trabalho noturno, térios do jus sanguinis. O art. 12 da Constituição Federal elenca os
perigoso ou insalubre. direitos da nacionalidade, dividindo os brasileiros em dois grandes
- A partir de 18 anos: Trabalho normal. grupos: os brasileiros natos e os naturalizados.

Igualdade ao trabalhador avulso: Art. 12 São brasileiros:


XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo I - natos:
empregatício permanente e o trabalhador avulso. a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de
O trabalhador avulso é aquele que presta serviços a uma pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;
empresa de maneira eventual e que, apesar de não possuir vínculo b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasilei-
empregatício, possui os mesmos direitos que os trabalhadores com ra, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federa-
vínculo e a sua prestação de serviços deve obrigatoriamente ser in- tiva do Brasil;
termediada por um sindicato de sua categoria. c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe bra-
sileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira com-
petente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e

78
NOÇÕES DE DIREITO
optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao
nacionalidade brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucio- brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para
nal nº 54, de 2007). permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis;
II - naturalizados: (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994).
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira,
exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas resi- Extradição, repatriação, deportação e expulsão
dência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; A extradição, repatriação, deportação e expulsão são medidas
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na Re- do Estado soberano para enviar uma pessoa que se encontra refu-
pública Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e giada em seu território a outro Estado estrangeiro.
sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade bra- Segundo o Ministério da Justiça (2021), a extradição é um ato
sileira (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de cooperação internacional que consiste na entrega de uma pes-
de 1994). soa, acusada ou condenada por um ou mais crimes, ao país que
a reclama. Não haverá extradição de brasileiro nato. Também não
Cargos privativos do brasileiro nato: (art. 12, § 3º, CF) será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: opinião.
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; Repatriação é medida administrativa consistente no processo
II - de Presidente da Câmara dos Deputados; de devolução voluntária de uma pessoa ao seu local de origem ou
III - de Presidente do Senado Federal; de cidadania, por estar impedida de permanecer em território bra-
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; sileiro após determinado período.
V - da carreira diplomática; A deportação será aplicada nas hipóteses de entrada ou esta-
VI - de oficial das Forças Armadas. da irregular de estrangeiros no território nacional e a repatriação
VII - de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda ocorre quando o clandestino é impedido de ingressar em território
Constitucional nº 23, de 1999). nacional pela fiscalização fronteiriça e aeroportuária brasileira.
A expulsão consiste em medida administrativa de retirada com-
Naturalização pulsória de migrante ou visitante do território nacional, conjugada
A naturalização é um meio derivado, de aquisição secundária com o impedimento de reingresso por prazo determinado, configu-
da nacionalidade brasileira, permitida ao estrangeiro ou apátrida rado pela prática de crimes em território brasileiro.
que preencher determinados requisitos. O banimento, que é a entrega de um brasileiro para julgamento
Também chamado de heimatlos, o apátrida é aquele que não no exterior, prática comum na época da ditadura militar, é vedado
possui nenhuma nacionalidade, já o polipátrida é aquele que tem pela Constituição.
mais de uma nacionalidade.
A Lei nº 13.445/2017, que institui a Lei de Migração trata de — Direitos políticos
diversas questões acerca da nacionalidade e do processo de natu- Os Direitos Políticos visam assegurar a participação do cidadão
ralização, sendo vedada a diferenciação arbitrária entre brasileiros na vida política e estrutural de seu Estado, garantindo-lhe o acesso
natos e naturalizados. à condução da coisa pública. Abrangem o poder que qualquer ci-
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros dadão tem na condução dos destinos de sua coletividade, de uma
natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição. forma direta ou indireta, ou seja, sendo eleito ou elegendo repre-
sentantes junto aos poderes públicos.
Portugueses: Cidadania e nacionalidade são conceitos distintos, logo nacio-
Aos portugueses com residência permanente no país serão nal é diferente de cidadão. A condição de nacional é um pressupos-
atribuídos os mesmos direitos dos brasileiros, desde que haja re- to para a de cidadão. A cidadania em sentido estrito é o status de
ciprocidade. nacional acrescido dos direitos políticos, isto é, o poder participar
do processo governamental, sobretudo pelo voto.
Art. 12 Nos termos do art. 14 da Constituição Federal a soberania po-
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se pular é exercida pelo sufrágio (voto) universal, direto e secreto, com
houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os valor igual para todos. Ademais, estabelece também os instrumen-
direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Cons- tos de participação semidireta pelo povo.
tituição (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº Plebiscito: manifestação popular do eleitorado que decide
3, de 1994). acerca de uma determinada questão. Assim, em termos práticos, é
feita uma pergunta à qual responde o eleitor. É uma consulta prévia
Perda da Nacionalidade: à elaboração da lei.
§ 4º Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: Referendo: manifestação popular, em que o eleitor aprova ou
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em rejeita uma atitude governamental, normalmente uma lei ou proje-
virtude de atividade nociva ao interesse nacional; to de lei já existente.
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:(Redação Iniciativa Popular: é o direito de uma parcela da população (1%
dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994). do eleitorado) apresentar ao Poder Legislativo um projeto de lei
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei es- que deverá ser examinado e votado. Os eleitores também podem
trangeira; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de usar deste instrumento em nível estadual e municipal.
1994).

79
NOÇÕES DE DIREITO
Alistamento eleitoral (direitos políticos ativos): Por sua vez, o militar é elegível, se cumpridos alguns requisitos:
Consiste na capacidade de votar, participar de plebiscito e re- § 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes con-
ferendo, subscrever projeto de lei de iniciativa popular e de propor dições:
ação popular e se dá através do alistamento eleitoral, obrigatório I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se
para os maiores de dezoito anos e facultativo para os maiores de da atividade;
dezesseis e menores de dezoito, para os analfabetos e para os maio- II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela
res de setenta anos. autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato
São inalistáveis os estrangeiros e os conscritos durante serviço da diplomação, para a inatividade.
militar obrigatório, ou seja, aqueles que se alistaram no exército e
foram convocados a prestar serviço militar. O Mandato Eletivo pode ser impugnado:
§ 10 O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça
Elegibilidade eleitoral (direitos políticos passivos): Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruí-
Os direitos políticos passivos consistem na possibilidade de ser da a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou
votado, ou seja, na elegibilidade que é a capacidade eleitoral passi- fraude;
va consistente na possibilidade de o cidadão pleitear determinados § 11 A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo
mandatos políticos, mediante eleição popular, desde que preenchi- de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de
dos os devidos requisitos. manifesta má-fé.
§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:
I - a nacionalidade brasileira; Suspensão e Perda dos Direitos Políticos
II - o pleno exercício dos direitos políticos; A perda e a suspensão dos direitos políticos podem-se dar,
III - o alistamento eleitoral; respectivamente, de forma definitiva ou temporária. Ocorrerá a
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; perda quando houver cancelamento da naturalização por sentença
V - a filiação partidária; Regulamento. transitada em julgado, no caso de recusa em cumprir obrigação a
VI - a idade mínima de: todos imposta ou prestação alternativa (é o caso do serviço militar
a) 35 anos para Presidente e Vice-Presidente da República e obrigatório). Por sua vez, a suspensão dos direitos políticos se dá
Senador; enquanto persistirem os motivos desta, ou seja, enquanto não re-
b) 30 para Governador e Vice-Governador de Estado e do Dis- toma a capacidade civil, o indivíduo terá seus direitos políticos sus-
trito Federal; pensos; readquirindo-a, alcançará, novamente o status de cidadão.
c) 21 anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distri- Também são passíveis de suspensão os condenados criminalmente
tal, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; (com sentença transitado em julgado). Cumprida a pena, readqui-
d) 18 anos para Vereador. rem os direitos políticos; no caso de improbidade administrativa, a
suspensão será, da mesma forma, temporária.
Inelegibilidades: Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou
A Constituição não menciona exaustivamente todas hipóteses suspensão só se dará nos casos de:
de inelegibilidade, apenas fixa algumas. Em regra: I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em
§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. julgado;
Há também a inelegibilidade derivada do casamento ou do pa- II - incapacidade civil absoluta;
rentesco com o Presidente da República, com os Governadores de III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto du-
Estado e do Distrito Federal e com os Prefeitos, ou com quem os rarem seus efeitos;
haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito. IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação
§7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o alternativa, nos termos do art. 5º, VIII
cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de
Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os — Partidos Políticos
haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se Partidos políticos são associações de pessoas de ideologia e in-
já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. teresses comuns, com a finalidade de exercer o poder a partir da
vontade popular, determinando o governo e a orientação política
Quanto à reeleição e desincompatibilização, a Emenda Consti- nacional. Juridicamente, são verdadeiras instituições, pessoas jurí-
tucional nº 16 trouxe a possibilidade de reeleição para o chefe dos dicas de direito privado, constituídas na forma da lei civil, perante
Poderes Executivos federal, estadual, distrital e municipal. Ao con- o Registro Civil de Pessoas Jurídicas e que gozam de imunidade e
trário do sistema americano de reeleição, que permite apenas a re- autonomia para gerir sua organização interna.
condução por um período somente, no Brasil, após o período de um No Brasil, o pluralismo político é um dos fundamentos da Repú-
mandato, o governante pode voltar a se candidatar para o posto. blica, e diferente de outras nações aqui não foi instituído o dualis-
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do mo. (direita e esquerda ou democratas e republicanos). Os partidos
Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substi- políticos têm liberdade de organização partidária, sendo livres a
tuído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único criação, fusão, incorporação e a sua extinção, observados o caráter
período subsequente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nacional, a proibição de subordinação e recebimento de recursos
nº 16, de 1997). financeiros de entidades ou governo estrangeiros, a vedação da uti-
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da Repú- lização de organização paramilitar, além do dever de prestar contas
blica, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos à Justiça Eleitoral e do funcionamento parlamentar de acordo com
devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do a lei.
pleito.

80
NOÇÕES DE DIREITO
De acordo com a Lei das Eleições, coligações partidárias são Objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil
permitidas. Os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil
Os partidos políticos, uma vez devidamente constituídos e re- não se confundem com os fundamentos e estão previstos no art.
gistrados no TSE, têm direito a recursos do fundo partidário e aces- 3.º da CF/88:
so gratuito ao rádio e à televisão para fins de propaganda eleitoral. - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
- garantir o desenvolvimento nacional;
- erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigual-
TÍTULO III: DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO: CAPÍTULO dades sociais e regionais;
VII: DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: SEÇÃO I: - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça,
DISPOSIÇÕES GERAIS; SEÇÃO III: DOS MILITARES DOS
sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
Princípios que regem a República Federativa do Brasil nas re-
— Estado federal brasileiro, União, Estados, Distrito Federal, lações internacionais
municípios e territórios O art. 4.º, CF/88 dispõe que a República Federativa do Brasil é
regida nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
Estado Federal Brasileiro - independência nacional;
São elementos do Estado a soberania, a finalidade, o povo e o - prevalência dos direitos humanos;
território. Assim, Dalmo de Abreu Dallari (apud Lenza, 2019, p. 719) - autodeterminação dos povos;
define Estado como “a ordem jurídica soberana que tem por fim o - não intervenção;
bem comum de um povo situado em determinado território”. - igualdade entre os Estados;
Soberania é o poder político supremo e independente que o - defesa da paz;
Estado detém consistente na capacidade para editar e reger suas - solução pacífica dos conflitos;
próprias normas e seu ordenamento jurídico. - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
A finalidade consiste no objetivo maior do Estado que é o bem - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
comum, conjunto de condições para o desenvolvimento integral da - concessão de asilo político.
pessoa humana.
Povo é o conjunto de indivíduos, em regra, com um objetivo Competências
comum, ligados a um determinado território pelo vínculo da nacio- Competência é o poder, normalmente legal, de uma autorida-
nalidade. de pública para a prática de atos administrativos e tomada de deci-
Território é o espaço físico dentro do qual o Estado exerce seu sões. As competências dos entes federativos podem ser:
poder e sua soberania. Onde o povo se estabelece e se organiza Materiais ou administrativas, que se dividem em: exclusivas e
com ânimo de permanência. comuns;
A Constituição de 1988 adotou a forma republicana de gover- Legislativas, que compreendem as privativas e as concorrentes,
no, o sistema presidencialista de governo e a forma federativa de complementares e suplementares;
Estado. Note tratar-se de três definições distintas. Exclusiva, que é aquela conferida exclusivamente a um dos en-
tes federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), com
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL: exclusão dos demais.
• Forma de Estado: Federação Privativa, que é aquela enumerada como própria de um ente,
• Forma de Governo: República com possibilidade, entretanto, de delegação para outro.
• Regime de Governo: Democrático Concorrente, que é a competência legislativa conferida em co-
• Sistema de Governo: Presidencialismo mum a mais de um ente federativo.
Na complementar, o ente federativo tem competência naqui-
O federalismo é a forma de Estado marcado essencialmente lo que a norma federal (superior) lhe dê condição de atuar e na
pela união indissolúvel dos entes federativos, ou seja, pela impossi- suplementar, por sua vez, o ente federativo supre a competência
bilidade de secessão, separação. São entes da federação brasileira: federal não exercida, porém, se esta o exercer, o ato aditado com
a União; os Estados-Membros; o Distrito Federal e os Municípios. base na competência suplementar perde a eficácia, naquilo que lhe
Brasília é a capital federal e o Estado brasileiro é considerado lai- for contrário.
co, mantendo uma posição de neutralidade em matéria religiosa, Sempre que falarmos em competência comum ou exclusiva,
admitindo o culto de todas as religiões, sem qualquer intervenção. devemos excluir a ideia de “legislar”. Sempre que falarmos em le-
gislar, estaremos tratando necessariamente de uma competência
Fundamentos da República Federativa do Brasil privativa ou concorrente.
O art. 1.º enumera, como fundamentos da República Federa-
tiva do Brasil: Entes Federativos
- soberania;
- cidadania; União
- dignidade da pessoa humana; A União é o ente federativo com dupla personalidade. Inter-
- valores sociais do trabalho e da livre-iniciativa; namente, é uma pessoa jurídica de direito público interno, com
- pluralismo político. autonomia financeira, administrativa e política e capacidade de au-
to-organização, autogoverno, autolegislação e autoadministração.
Internacionalmente, a União é soberana e representa a República

81
NOÇÕES DE DIREITO
Federativa do Brasil a quem cabe exercer as prerrogativas da so- X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;
berania do Estado brasileiro. Os bens da União são todos aqueles XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão
elencados, no art. 20, CF. ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei,
São bens da União: que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um ór-
I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser gão regulador e outros aspectos institucionais; (Redação dada pela
atribuídos; Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95)
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão
das fortificações e construções militares, das vias federais de comu- ou permissão:
nicação e à preservação ambiental, definidas em lei; a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; (Re-
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de dação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95)
seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveita-
com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele mento energético dos cursos de água, em articulação com os Esta-
provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais; dos onde se situam os potenciais hidroenergéticos;
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeropor-
países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, exclu- tuária;
ídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aque- d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre por-
las áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, tos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limi-
e as referidas no art. 26, II; Redação dada pela Emenda Constitucio- tes de Estado ou Território;
nal nº 46, de 2005). e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e interna-
V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona cional de passageiros;
econômica exclusiva; f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
VI - o mar territorial; XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos; do Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria Pública dos Ter-
VIII - os potenciais de energia hidráulica; ritórios; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 69, de 2012)
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo; (Produção de efeito)
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia penal, a polí-
e pré-históricos; cia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execu-
ção de serviços públicos, por meio de fundo próprio; (Redação dada
Como ente federativo, a União possui competências adminis- pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019)
trativas que lhe são exclusivas (art. 21, CF), competências legisla- XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geo-
tivas privativas (art. 22, CF), competências administrativas comuns grafia, geologia e cartografia de âmbito nacional;
com Estados, Distrito Federal e Municípios (art. 23, CF) e competên- XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões
cias legislativas concorrentes com Estados, Distrito Federal e Muni- públicas e de programas de rádio e televisão;
cípios (art. 24, CF). XVII - conceder anistia;
XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as cala-
Competências midades públicas, especialmente as secas e as inundações;
Comuns e Exclusivas Arts. 21 e 23, CF XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos
Administrativas
hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso; (Re-
Competências Privativas e gulamento)
Arts. 22 e 24, CF
Legislativas Concorrentes
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusi-
ve habitação, saneamento básico e transportes urbanos;
Competência administrativa exclusiva da União: art. 21, CF XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional
Art. 21. Compete à União: de viação;
I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária
organizações internacionais; e de fronteiras; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
II - declarar a guerra e celebrar a paz; de 1998)
III - assegurar a defesa nacional; XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer
IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que for- natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o
ças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele perma- enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comér-
neçam temporariamente; cio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes
V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a interven- princípios e condições:
ção federal; a) toda atividade nuclear em território nacional somente será
VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso
bélico; Nacional;
VII - emitir moeda; b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercializa-
VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as ção e a utilização de radioisótopos para pesquisa e uso agrícolas e
operações de natureza financeira, especialmente as de crédito, industriais; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 118, de
câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência 2022)
privada; c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, a co-
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordena- mercialização e a utilização de radioisótopos para pesquisa e uso mé-
ção do território e de desenvolvimento econômico e social; dicos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 118, de 2022)

82
NOÇÕES DE DIREITO
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima,
existência de culpa; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 49, de aérea e aeroespacial;
2006) XI - trânsito e transporte;
XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho; XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização;
atividade de garimpagem, em forma associativa. XIV - populações indígenas;
XXVI - organizar e fiscalizar a proteção e o tratamento de dados XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de
pessoais, nos termos da lei. estrangeiros;
XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições
Competências administrativas comuns da União, Estados, Dis- para o exercício de profissões;
trito Federal e Municípios: art. 23, CF: XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distri- Federal e dos Territórios e da Defensoria Pública dos Territórios,
to Federal e dos Municípios: bem como organização administrativa destes; (Redação dada pela
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições Emenda Constitucional nº 69, de 2012)
democráticas e conservar o patrimônio público; XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garan- nacionais;
tia das pessoas portadoras de deficiência; (Vide ADPF 672) XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor popular;
histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais XX - sistemas de consórcios e sorteios;
notáveis e os sítios arqueológicos; XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico,
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras garantias, convocação, mobilização, inatividades e pensões das po-
de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural; lícias militares e dos corpos de bombeiros militares; (Redação dada
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação; (Redação dada pela XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e
Emenda Constitucional nº 85, de 2015) ferroviária federais;
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qual- XXIII - seguridade social;
quer de suas formas; XXIV - diretrizes e bases da educação nacional;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; XXV - registros públicos;
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abaste- XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;
cimento alimentar; XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as
IX - promover programas de construção de moradias e a me- modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas
lhoria das condições habitacionais e de saneamento básico; (Vide e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
ADPF 672) obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e
X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginali- sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; (Re-
zação, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos; dação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima,
de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus defesa civil e mobilização nacional;
territórios; XXIX - propaganda comercial.
XII - estabelecer e implantar política de educação para a segu- XXX - proteção e tratamento de dados pessoais. (Incluído pela
rança do trânsito. Emenda Constitucional nº 115, de 2022)
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a coo- Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Esta-
peração entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, dos a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas
tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbi- neste artigo.
to nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) Competência Legislativa concorrente da União, Estados e Dis-
trito Federal: art. 24, CF:
Competências Legislativas privativas da União: art. 22, CF: Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal le-
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: gislar concorrentemente sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e ur-
marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; banístico; (Vide Lei nº 13.874, de 2019)
II - desapropriação; II - orçamento;
III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e III - juntas comerciais;
em tempo de guerra; IV - custas dos serviços forenses;
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifu- V - produção e consumo;
são; VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, de-
V - serviço postal; fesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos controle da poluição;
metais; VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turís-
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de va- tico e paisagístico;
lores; VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consu-
VIII - comércio exterior e interestadual; midor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turís-
IX - diretrizes da política nacional de transportes; tico e paisagístico;

83
NOÇÕES DE DIREITO
IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, Municípios
pesquisa, desenvolvimento e inovação; (Redação dada pela Emen- O Município, que também é um ente federado que possui au-
da Constitucional nº 85, de 2015) tonomia administrativa (autoadministração) e política (auto-organi-
X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas zação, autogoverno e capacidade normativa própria). E, vinculado
causas; ao Estado onde se localiza, depende na sua criação, incorporação,
XI - procedimentos em matéria processual; fusão ou desmembramento, de lei estadual dentro do período de-
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde; (Vide ADPF terminado por lei complementar federal, além da realização de ple-
672) biscito.
XIII - assistência jurídica e Defensoria pública; Sua capacidade de auto-organização consiste na possibilidade
XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de da elaboração da lei orgânica própria. O município possui o Poder
deficiência; Executivo, exercido pelo Prefeito e o Poder Legislativo, exercido
XV - proteção à infância e à juventude; pela Câmara Municipal. Entretanto, não há Poder Judiciário na es-
XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis. fera municipal. É regido por lei orgânica, nos termos do art. 29, CF.
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da A Constituição prevê ainda a composição das Câmaras Municipais
União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. (Vide Lei nº 13.874, e o subsídio dos vereadores, de acordo com a quantidade de habi-
de 2019) tantes do município.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais A competência dos municípios está elencada no art. 30, CF.
não exclui a competência suplementar dos Estados. (Vide Lei nº Art. 30. Compete aos Municípios:
13.874, de 2019) I - legislar sobre assuntos de interesse local;
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem
peculiaridades. (Vide Lei nº 13.874, de 2019) como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de pres-
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais tar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;
suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. (Vide IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação
Lei nº 13.874, de 2019). estadual;
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de conces-
Estados são ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o
O Brasil é composto de estados federados que gozam de uma de transporte coletivo, que tem caráter essencial;
autonomia, consubstanciada na capacidade de auto-organização, VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e
auto legislação, autogoverno e autoadministração. do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamen-
Os Estados podem se formar a partir de incorporação, subdi- tal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
visão ou desmembramento, que por sua vez, pode se dar por ane- VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e
xação ou formação. A incorporação ou fusão é a junção de dois ou do Estado, serviços de atendimento à saúde da população;
mais Estados para formação de um único Estado novo. A cisão ou VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territo-
subdivisão é a separação de um Estado em dois ou mais Estados rial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e
autônomos e independentes. E, o desmembramento consiste na da ocupação do solo urbano;
separação de parte de um Estado para formação de um novo Estado IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local,
(formação) ou anexação a outro Estado já existente. observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.
As competências estaduais estão previstas no art. 25, CF e os
bens dos Estados estão elencados no art. 26, CF: A fiscalização financeira e orçamentária dos Municípios se dá
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constitui- sob duas modalidades: controle externo, exercido pela Câmara Mu-
ções e leis que adotarem, observados os princípios desta Constitui- nicipal e o controle interno, exercido pelo próprio executivo munici-
ção. pal, nos termos do art. 31, CF.
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes
sejam vedadas por esta Constituição. Distrito Federal e Territórios
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante O Distrito Federal é reconhecido como ente integrante da Fe-
concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, deração e goza de autonomia política, embora não se enquadre
vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação. nem como estado-membro ou município. Sua principal função é
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 5, de 1995). servir como sede do Governo Federal e não pode haver divisões em
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir municípios. O Distrito Federal não possui constituição, mas lei orgâ-
regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, nica própria, que define os princípios básicos de sua organização,
constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para suas competências e a organização de seus poderes governamen-
integrar a organização, o planejamento e a execução de funções tais, nos termos do art. 32, CF.
públicas de interesse comum. Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios,
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados: reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício
I - As águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legisla-
e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorren- tiva, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta
tes de obras da União; Constituição.
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no § 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências
seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios legislativas reservadas aos Estados e Municípios.
ou terceiros; § 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União; as regras do art. 77, e dos Deputados Distritais coincidirá com a
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União. dos Governadores e Deputados Estaduais, para mandato de igual
duração.

84
NOÇÕES DE DIREITO
§ 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se • Princípio da Impessoalidade
o disposto no art. 27. Em decorrência deste princípio, a Administração Pública deve
§ 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do servir a todos, sem preferências ou aversões pessoais ou partidá-
Distrito Federal, da polícia civil, da polícia penal, da polícia militar rias, não podendo atuar com vistas a beneficiar ou prejudicar de-
e do corpo de bombeiros militar (Redação dada pela Emenda terminadas pessoas, uma vez que o fundamento para o exercício de
Constitucional nº 104, de 2019). sua função é sempre o interesse público.

Atualmente, não existe no Brasil nenhum Território. Com a • Princípio da Moralidade


CF/88, os territórios de Roraima e Amapá foram transformados em Tal princípio caracteriza-se por exigir do administrador público
Estados e Fernando de Noronha foi incorporado ao Estado de Per- um comportamento ético de conduta, ligando-se aos conceitos de
nambuco. probidade, honestidade, lealdade, decoro e boa-fé.
A moralidade se extrai do senso geral da coletividade represen-
tada e não se confunde com a moralidade íntima do administrador
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (moral comum) e sim com a profissional (ética profissional).
O Artigo 37, § 4º da CF elenca as consequências possíveis, devi-
Disposições gerais e servidores públicos do a atos de improbidade administrativa:
A expressão Administração Pública em sentido objetivo traduz
a ideia de atividade, tarefa, ação ou função de atendimento ao inte-
resse coletivo. Já em sentido subjetivo, indica o universo dos órgãos Sanções ao cometimento de atos de improbidade
administrativa
e pessoas que desempenham função pública.
Conjugando os dois sentidos, pode-se conceituar a Administra- Suspensão dos direitos políticos (responsabilidade política)
ção Pública como sendo o conjunto de pessoas e órgãos que de- Perda da função pública (responsabilidade disciplinar)
sempenham uma função de atendimento ao interesse público, ou
seja, que estão a serviço da coletividade. Indisponibilidade dos bens (responsabilidade patrimonial)
Ressarcimento ao erário (responsabilidade patrimonial)
Princípios da Administração Pública
Nos termos do caput do Artigo 37 da CF, a administração públi- • Princípio da Publicidade
ca direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, O princípio da publicidade determina que a Administração Pú-
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de blica tem a obrigação de dar ampla divulgação dos atos que pratica,
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. salvo a hipótese de sigilo necessário.
As provas de Direito Constitucional exigem com frequência a A publicidade é a condição de eficácia do ato administrativo e
memorização de tais princípios. Assim, para facilitar essa memori- tem por finalidade propiciar seu conhecimento pelo cidadão e pos-
sibilitar o controle por todos os interessados.
zação, já é de praxe valer-se da clássica expressão mnemônica “LIM-
PE”. Observe o quadro abaixo: • Princípio da Eficiência
Segundo o princípio da eficiência, a atividade administrativa
Princípios da Administração Pública deve ser exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional,
evitando atuações amadorísticas.
L Legalidade
Este princípio impõe à Administração Pública o dever de agir
I Impessoalidade com eficiência real e concreta, aplicando, em cada caso concreto, a
medida, dentre as previstas e autorizadas em lei, que mais satisfaça
M Moralidade
o interesse público com o menor ônus possível (dever jurídico de
P Publicidade boa administração).
E Eficiência Em decorrência disso, a administração pública está obrigada a
desenvolver mecanismos capazes de propiciar os melhores resul-
LIMPE tados possíveis para os administrados. Portanto, a Administração
Pública será considerada eficiente sempre que o melhor resultado
Passemos ao conceito de cada um deles: for atingido.

• Princípio da Legalidade
De acordo com este princípio, o administrador não pode agir
ou deixar de agir, senão de acordo com a lei, na forma determinada.
O quadro abaixo demonstra suas divisões.

Princípio da Legalidade
A Administração Pública somente pode
Em relação à
fazer o que a lei permite → Princípio
Administração Pública
da Estrita Legalidade
Em relação ao O Particular pode fazer tudo que a lei
Particular não proíbe

85
NOÇÕES DE DIREITO
Disposições Gerais na Administração Pública X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que
O esquema abaixo sintetiza a definição de Administração Pú- trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por
blica: lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegu-
rada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção
Administração Pública de índices;
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, fun-
Direta Indireta ções e empregos públicos da administração direta, autárquica e
Autarquias (podem ser qualificadas como agências fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos
Federal reguladoras) Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de
Estadual Fundações (autarquias e fundações podem ser mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos,
Distrital qualificadas como agências executivas) pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulati-
Municipal Sociedades de economia mista vamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer
Empresas públicas
outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espé-
Entes Cooperados cie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como
Não integram a Administração Pública, mas prestam serviços de limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Dis-
interesse público. Exemplos: SESI, SENAC, SENAI, ONG’s trito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder
Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito
As disposições gerais sobre a Administração Pública estão elen- do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do Tribunal
cadas nos Artigos 37 e 38 da CF. Vejamos: de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por
cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tri-
CAPÍTULO VII bunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores
Públicos;
SEÇÃO I XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder
DISPOSIÇÕES GERAIS Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Execu-
tivo;
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer es-
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni- pécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do
cípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mo- serviço público;
ralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor públi-
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos co não serão computados nem acumulados para fins de concessão
brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim de acréscimos ulteriores;
como aos estrangeiros, na forma da lei; XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos inci-
aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e sos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153,
títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou em- § 2º, I;
prego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para car- XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos,
go em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois qualquer caso o disposto no inciso XI:
anos, prorrogável uma vez, por igual período; a) a de dois cargos de professor;
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convo- b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
cação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de pro- c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de
vas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursa- saúde, com profissões regulamentadas;
dos para assumir cargo ou emprego, na carreira; XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e fun-
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por ser- ções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, socieda-
vidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a se- des de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas,
rem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e direta ou indiretamente, pelo poder público;
percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atri- XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais te-
buições de direção, chefia e assessoramento; rão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre asso- sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;
ciação sindical; XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de eco-
definidos em lei específica; nomia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste úl-
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos timo caso, definir as áreas de sua atuação;
para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação
sua admissão; de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo de- como a participação de qualquer delas em empresa privada;
terminado para atender a necessidade temporária de excepcional XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras,
interesse público; serviços, compras e alienações serão contratados mediante pro-
cesso de licitação pública que assegure igualdade de condições a
todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações
de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos ter-

86
NOÇÕES DE DIREITO
mos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos
técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e
obrigações. exoneração.
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do § 11. Não serão computadas, para efeito dos limites
Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcio- remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as
namento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específi- parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.
cas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades § 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo,
e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito,
de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio. mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica,
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste
de autoridades ou servidores públicos. parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará Vereadores.
a nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos § 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá
termos da lei. ser readaptado para exercício de cargo cujas atribuições e
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que
administração pública direta e indireta, regulando especialmente: tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, enquanto
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos permanecer nesta condição, desde que possua a habilitação e o
em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento nível de escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida
ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade a remuneração do cargo de origem. (Incluído pela Emenda
dos serviços; Constitucional nº 103, de 2019)
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a infor- § 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo
mações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública,
e XXXIII; inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição.
ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a § 15. É vedada a complementação de aposentadorias de
suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a servidores públicos e de pensões por morte a seus dependentes que
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e não seja decorrente do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que
gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. não seja prevista em lei que extinga regime próprio de previdência
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que § 16. Os órgãos e entidades da administração pública, individual
causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ou conjuntamente, devem realizar avaliação das políticas públicas,
ressarcimento. inclusive com divulgação do objeto a ser avaliado e dos resultados
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito alcançados, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional
privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos nº 109, de 2021)
danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as se-
de dolo ou culpa. guintes disposições:
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital,
ocupante de cargo ou emprego da administração direta e indireta ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;
que possibilite o acesso a informações privilegiadas. II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo,
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remune-
órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ração;
ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibili-
administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação dade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego
de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não
dispor sobre: havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;
I - o prazo de duração do contrato; IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direi- de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos
tos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
III - a remuneração do pessoal.” V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previ-
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às dência social, permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo
sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem de origem. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de
recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos 2019)
Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio
em geral.
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de
aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a
remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os

87
NOÇÕES DE DIREITO
Servidores Públicos Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores
Os servidores públicos são pessoas físicas que prestam serviços titulares de cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário,
à administração pública direta, às autarquias ou fundações públi- mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores
cas, gerando entre as partes um vínculo empregatício ou estatutá- ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que
rio. Esses serviços são prestados à União, aos Estados-membros, ao preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. (Redação dada pela
Distrito Federal ou aos Municípios. Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
As disposições sobre os Servidores Públicos estão elencadas § 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência
dos Artigos 39 a 41 da CF. Vejamos: social será aposentado: (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 103, de 2019)
SEÇÃO II I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em
DOS SERVIDORES PÚBLICOS que estiver investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese
em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios verificação da continuidade das condições que ensejaram a conces-
instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único são da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente federa-
e planos de carreira para os servidores da administração pública tivo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
direta, das autarquias e das fundações públicas. II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta
instituirão conselho de política de administração e remuneração de e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar;
pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Po- III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade,
deres. se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem,
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na
componentes do sistema remuneratório observará: idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Cons-
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos tituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de contribuição e os
cargos componentes de cada carreira; demais requisitos estabelecidos em lei complementar do respectivo
II - os requisitos para a investidura; ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103,
III - as peculiaridades dos cargos. de 2019)
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão § 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores
escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos ao valor mínimo a que se refere o § 2º do art. 201 ou superiores
servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um ao limite máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência
dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, Social, observado o disposto nos §§ 14 a 16. (Redação dada pela
a celebração de convênios ou contratos entre os entes federados. Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o § 3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria
disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, serão disciplinadas em lei do respectivo ente federativo. (Redação
XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
de admissão quando a natureza do cargo o exigir. § 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os para concessão de benefícios em regime próprio de previdência
Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão social, ressalvado o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Redação
remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, § 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar
prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição
obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. diferenciados para aposentadoria de servidores com deficiência,
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por
Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor equipe multiprofissional e interdisciplinar. (Incluído pela Emenda
remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer Constitucional nº 103, de 2019)
caso, o disposto no art. 37, XI. § 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição
anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e diferenciados para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente
empregos públicos. penitenciário, de agente socioeducativo ou de policial dos órgãos
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos de que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput
Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários do art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144. (Incluído pela
provenientes da economia com despesas correntes em cada Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento § 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar
de programas de qualidade e produtividade, treinamento e do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição
desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização diferenciados para aposentadoria de servidores cujas atividades
do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos
produtividade. e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes,
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação.
carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 9º É vedada a incorporação de vantagens de caráter § 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima
temporário ou vinculadas ao exercício de função de confiança ou reduzida em 5 (cinco) anos em relação às idades decorrentes da
de cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo. (Incluído aplicação do disposto no inciso III do § 1º, desde que comprovem
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) tempo de efetivo exercício das funções de magistério na

88
NOÇÕES DE DIREITO
educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei § 17. Todos os valores de remuneração considerados para o
complementar do respectivo ente federativo. (Redação dada pela cálculo do benefício previsto no § 3° serão devidamente atualizados,
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) na forma da lei.
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias
acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que
de mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime
previdência social, aplicando-se outras vedações, regras e condições geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual
para a acumulação de benefícios previdenciários estabelecidas no igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos.
Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda § 19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do
Constitucional nº 103, de 2019) respectivo ente federativo, o servidor titular de cargo efetivo
§ 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando se que tenha completado as exigências para a aposentadoria
tratar da única fonte de renda formal auferida pelo dependente, o voluntária e que opte por permanecer em atividade poderá fazer
benefício de pensão por morte será concedido nos termos de lei do jus a um abono de permanência equivalente, no máximo, ao
respectivo ente federativo, a qual tratará de forma diferenciada a valor da sua contribuição previdenciária, até completar a idade
hipótese de morte dos servidores de que trata o § 4º-B decorrente para aposentadoria compulsória. (Redação dada pela Emenda
de agressão sofrida no exercício ou em razão da função. (Redação Constitucional nº 103, de 2019)
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) § 20. É vedada a existência de mais de um regime próprio de
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para previdência social e de mais de um órgão ou entidade gestora desse
preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme regime em cada ente federativo, abrangidos todos os poderes, ór-
critérios estabelecidos em lei. gãos e entidades autárquicas e fundacionais, que serão responsá-
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou veis pelo seu financiamento, observados os critérios, os parâmetros
municipal será contado para fins de aposentadoria, observado e a natureza jurídica definidos na lei complementar de que trata o
o disposto nos §§ 9º e 9º-A do art. 201, e o tempo de serviço § 22. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
correspondente será contado para fins de disponibilidade. (Redação § 21. (Revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) nº 103, de 2019)
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem § 22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de
de tempo de contribuição fictício. previdência social, lei complementar federal estabelecerá, para os
§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total que já existam, normas gerais de organização, de funcionamento
dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes e de responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre outros
da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de aspectos, sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de
outras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral 2019)
de previdência social, e ao montante resultante da adição de I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o
proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável Regime Geral de Previdência Social; (Incluído pela Emenda Consti-
na forma desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei tucional nº 103, de 2019)
de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos re-
§ 12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em cursos; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
regime próprio de previdência social, no que couber, os requisitos III - fiscalização pela União e controle externo e social; (Incluído
e critérios fixados para o Regime Geral de Previdência Social. pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial; (Incluído pela
§ 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e V - condições para instituição do fundo com finalidade previ-
exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, denciária de que trata o art. 249 e para vinculação a ele dos recur-
ou de emprego público, o Regime Geral de Previdência Social. sos provenientes de contribuições e dos bens, direitos e ativos de
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) qualquer natureza; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de
§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 2019)
instituirão, por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo,
regime de previdência complementar para servidores públicos VI - mecanismos de equacionamento do déficit atuarial; (Incluí-
ocupantes de cargo efetivo, observado o limite máximo dos do pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
benefícios do Regime Geral de Previdência Social para o valor das VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, ob-
aposentadorias e das pensões em regime próprio de previdência servados os princípios relacionados com governança, controle inter-
social, ressalvado o disposto no § 16. (Redação dada pela Emenda no e transparência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103,
Constitucional nº 103, de 2019) de 2019)
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 VIII - condições e hipóteses para responsabilização daqueles
oferecerá plano de benefícios somente na modalidade contribuição que desempenhem atribuições relacionadas, direta ou indiretamen-
definida, observará o disposto no art. 202 e será efetivado por te, com a gestão do regime; (Incluído pela Emenda Constitucional
intermédio de entidade fechada de previdência complementar ou nº 103, de 2019)
de entidade aberta de previdência complementar. (Redação dada IX - condições para adesão a consórcio público; (Incluído pela
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto X - parâmetros para apuração da base de cálculo e definição
nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado de alíquota de contribuições ordinárias e extraordinárias. (Incluído
no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
correspondente regime de previdência complementar.

89
NOÇÕES DE DIREITO
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os ser- Não pode o legislador infraconstitucional cercear direitos ou
vidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de impor deveres que a Constituição Federal não trouxe de forma taxa-
concurso público. tiva, tampouco não se pode inserir deveres dos servidores civis aos
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: militares de forma reflexa.
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; A Emenda Constitucional nº 101/19, promulgada pelo Congres-
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegu- so Nacional, permite acúmulo de cargos públicos nas áreas de saú-
rada ampla defesa; de e educação por militares. Através da referida Emenda, os Milita-
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desem- res poderão exercer funções de professor ou profissional da saúde
penho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. desde que haja compatibilidade de horário. Ou seja, aplicou-se a
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor tais profissionais o disposto no art. 37, inciso XVI, da CF/88.
estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se Desde a promulgação da CF/88, o exercício simultâneo de
estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, cargos era permitido apenas para servidores públicos civis e para
aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com militares das Forças Armadas que atuam na área de saúde. A acu-
remuneração proporcional ao tempo de serviço. mulação passou a ser possível, desde que haja compatibilidade de
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o horários.
servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração Vejamos as disposições do Art. 42 da CF/88:
proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento
em outro cargo. SEÇÃO III
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS
obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão TERRITÓRIOS
instituída para essa finalidade.
Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bom-
• Estabilidade beiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e
A estabilidade é a garantia que o servidor público possui de disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Ter-
permanecer no cargo ou emprego público depois de ter sido apro- ritórios.
vado em estágio probatório. § 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e
De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello, a estabilidade dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições
poder ser definida como a garantia constitucional de permanência do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo
no serviço público, do servidor público civil nomeado, em razão de a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º,
concurso público, para titularizar cargo de provimento efetivo, após inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos
o transcurso de estágio probatório. governadores.
A estabilidade é assegurada ao servidor após três anos de efe- § 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito
tivo exercício, em virtude de nomeação em concurso público. Esse Federal e dos Territórios aplica-se o que for fixado em lei específica
é o estágio probatório citado pela lei. do respectivo ente estatal.
Passada a fase do estágio, sendo o servidor público efetivado, § 3º Aplica-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e
ele perderá o cargo somente nas hipóteses elencadas no Artigo 41, dos Territórios o disposto no art. 37, inciso XVI, com prevalência
§ 1º da CF. da atividade militar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 101,
Haja vista o tema ser muito cobrado nas provas dos mais varia- de 2019)
dos concursos públicos, segue a tabela explicativa:
Das Regiões
De acordo com a CF/88 as políticas da União podem se dar de
Estabilidade do Servidor
forma regionalizada e a disposição legal do Art. 43 visa reduzir as
Requisitos para Cargo de provimento efetivo/ocupado em desigualdades regionais. Este tema será regulado por Lei Comple-
aquisição de razão de concurso público mentar.
Estabilidade 3 anos de efetivo exercício Diz o Art. 43 da CF/88:
Avaliação de desempenho por comissão
instituída para esta finalidade
SEÇÃO IV
Hipóteses em Em virtude de sentença judicial transitada DAS REGIÕES
que o servidor em julgado
estável pode Mediante processo administrativo em que Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular
perder o cargo lhe seja assegurada ampla defesa
sua ação em um mesmo complexo geoeconômico e social, visando a
Mediante procedimento de avaliação
periódica de desempenho, na forma de lei seu desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais.
complementar, assegurada ampla defesa § 1º - Lei complementar disporá sobre:
Em razão de excesso de despesa I - as condições para integração de regiões em desenvolvimen-
to;
Dos Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios II - a composição dos organismos regionais que executarão, na
A CF/88 impôs aos Militares, regime especial e diferenciado do forma da lei, os planos regionais, integrantes dos planos nacionais
servidor civil. Os direitos e deveres dos militares e dos civis não se de desenvolvimento econômico e social, aprovados juntamente com
misturam a não ser por expressa determinação constitucional. estes.
§ 2º - Os incentivos regionais compreenderão, além de outros,
na forma da lei:

90
NOÇÕES DE DIREITO
I - igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de custos e preços de responsabilidade do Poder Público;
II - juros favorecidos para financiamento de atividades prioritárias;
III - isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos federais devidos por pessoas físicas ou jurídicas;
IV - prioridade para o aproveitamento econômico e social dos rios e das massas de água represadas ou represáveis nas regiões de
baixa renda, sujeitas a secas periódicas.
§ 3º - Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União incentivará a recuperação de terras áridas e cooperará com os pequenos e médios
proprietários rurais para o estabelecimento, em suas glebas, de fontes de água e de pequena irrigação.

Referências Bibliográficas:
BORTOLETO, Leandro; e LÉPORE, Paulo. Noções de Direito Constitucional e de Direito Administrativo. Coleção Tribunais e MPU. Salvador: Editora
JusPODIVM.
NADAL, Fábio; e SANTOS, Vauledir Ribeiro. Administrativo – Série Resumo. 3ª edição. São Paulo: Editora Método.

TÍTULO IV: DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES: CAPÍTULO III: DO PODER JUDICIÁRIO: SEÇÃO VII: DOS TRIBUNAIS E
JUÍZES MILITARES; SEÇÃO VIII: DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DOS ESTADOS

O Poder Judiciário é aquele responsável por interpretar e julgar as causas. Seu funcionamento se dá por meio de instâncias1.
A organização do Poder Judiciário está baseada na divisão da competência entre os vários órgãos que o integram nos ramos estadual
e federal.

Justiça Estadual
Cabe a ela, o julgamento das ações não compreendidas na competência da Justiça Federal, comum ou especializada. É, deste modo,
competência residual.

Justiça Federal
É formada pelos tribunais regionais federais e juízes federais. Sua competência é de julgar ações em que a União, as autarquias ou as
empresas públicas federais forem interessadas.
Existe a Justiça federal comum e a especializada, que é composta pelas Justiças do Trabalho, Eleitoral e Militar.
A imagem abaixo ilustra e facilita a compreensão da Organização do Poder Judiciário:

http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/jurisprudenciaGlossarioMirim/anexo/Cartilha_Glossrio_STF16042018_FINAL__ELETRNICO.pdf

1 https://direito.legal/direito-publico/resumo-de-organizacao-do-poder-judiciario/

91
NOÇÕES DE DIREITO
Passemos à análise de cada órgão que a compõe: Conselho Nacional de Justiça
É o órgão que fiscaliza a forma como os tribunais do país são
Superior Tribunal de Justiça administrados e garante que os juízes cumpram com seus deveres.
O STJ é a corte responsável por disciplinar a interpretação da Qualquer pessoa pode informar ao CNJ a respeito de um comporta-
lei federal em todo o Brasil, seguindo os princípios constitucionais. mento antiético ou incorreto praticado por magistrado2.
Portanto, é a última instância da Justiça brasileira para as causas A matéria correspondente a Organização do Poder Judiciário
infraconstitucionais, sendo o órgão de convergência da Justiça co- está disposta na CF, dos Artigos 101 a 126, conforme segue abaixo:
mum.
SEÇÃO II
Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
Os TREs possuem como competência, processar e julgar os ju-
ízes federais da sua área e os membros do Ministério Público da Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Mi-
União. nistros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e me-
nos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e
Tribunais Regionais do Trabalho e Juízes do Trabalho reputação ilibada.
O TST tem como principal função uniformizar a jurisprudência Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal se-
trabalhista no país. Possui o poder de julgar recursos contra deci- rão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a
sões de Tribunais Regionais do Trabalho -TRTs e dissídios coletivos escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.
de categorias organizadas em nível nacional. Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamen-
Os TRTs fazem parte da Justiça do Trabalho no Brasil, em con- te, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
junto com as Varas do Trabalho e com o Tribunal Superior do Traba- I - processar e julgar, originariamente:
lho. Usualmente, correspondem à segunda instância na tramitação, a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normati-
mas detém competências originárias de julgamento. vo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade
de lei ou ato normativo federal;
Tribunais Regionais Eleitorais e Juízes Eleitorais b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o
O Tribunal Superior Eleitoral possui a finalidade de acompa- Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios
nhar a legislação eleitoral juntamente com os Tribunais Regionais Ministros e o Procurador-Geral da República;
Eleitorais. É responsável por expedir instruções para a execução da c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilida-
lei que rege o processo eleitoral. Desse modo, garante a organiza- de, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exér-
ção das eleições e o exercício dos direitos políticos da população. cito e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os mem-
bros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e
Os TREs possuem a responsabilidade pela organização, fiscali- os chefes de missão diplomática de caráter permanente;
zação e execução do processo eleitoral nas áreas sob sua jurisdição. d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas re-
feridas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e o habeas
Justiça Militar data contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câma-
O Superior Tribunal Militar possui funções judiciais e adminis- ra dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da
trativas, mas é especializada em processar e julgar crimes próprios União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tri-
que envolvam militares como da Marinha, Exército e Aeronáutica. bunal Federal;
e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional
Tribunais e Juízes dos Estados e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Território;
Os Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal são f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União
dispostos de acordo com os princípios e normas das constituições e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas
estaduais e da Lei Orgânica do Distrito Federal. entidades da administração indireta;
Julgam, em grau de recurso ou em razão de sua competência g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;
originária, as matérias comuns que não se encaixam na competên- h) (Revogado);
cia das justiças federais ou especializadas. Além disso, em segunda i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou
instância, as matérias da Justiça Estadual Militar. quando o coator ou o paciente for autoridade ou funcionário cujos
atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal
Supremo Tribunal Federal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma
O STF é órgão máximo do Poder Judiciário. Entre suas principais única instância;
atribuições está a de julgar: j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;
→ ações diretas de inconstitucionalidade de lei ou ato norma- l) a reclamação para a preservação de sua competência e ga-
tivo federal ou estadual; rantia da autoridade de suas decisões;
→ ações declaratórias de constitucionalidade de lei ou ato nor- m) a execução de sentença nas causas de sua competência ori-
mativo federal; ginária, facultada a delegação de atribuições para a prática de atos
→ a arguição de descumprimento de preceito fundamental de- processuais;
corrente da própria Constituição e a extradição solicitada por Esta- n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam
do estrangeiro; direta ou indiretamente interessados, e aquela em que mais da
→ infrações penais comuns, o presidente da República e seu metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou
vice, os membros do Congresso Nacional, seus próprios ministros e sejam direta ou indiretamente interessados;
o procurador-geral da República.
2 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/jurisprudenciaGlossarioMirim/anexo/Car-
tilha_Glossrio_STF16042018_FINAL__ELETRNICO.pdf

92
NOÇÕES DE DIREITO
o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de § 3º Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconsti-
Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre tucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará,
estes e qualquer outro tribunal; previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou
p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconsti- texto impugnado.
tucionalidade; § 4º (Revogado)
q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma re- Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou
gulamentadora for atribuição do Presidente da República, do Con- por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus mem-
gresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das bros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, apro-
Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da var súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá
União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tri- efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário
bunal Federal; e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, esta-
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o dual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamen-
Conselho Nacional do Ministério Público; to, na forma estabelecida em lei.
II - julgar, em recurso ordinário: § 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a
a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja controvér-
o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribu- sia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração
nais Superiores, se denegatória a decisão; pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multipli-
b) o crime político; cação de processos sobre questão idêntica.
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas § 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a apro-
em única ou última instância, quando a decisão recorrida: vação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada
a) contrariar dispositivo desta Constituição; por aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionali-
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; dade.
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face § 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a
desta Constituição. súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclama-
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. ção ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anu-
§ 1.º A arguição de descumprimento de preceito fundamental, lará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e
decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribu- determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da
nal Federal, na forma da lei. súmula, conforme o caso.
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supre- Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15
mo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e (quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma)
nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia recondução, sendo:
contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal;
do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas II um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo
esferas federal, estadual e municipal. respectivo tribunal;
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar III um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo
a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, respectivo tribunal;
nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do IV um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Su-
recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois ter- premo Tribunal Federal;
ços de seus membros. V um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal;
Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade VI um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior
e a ação declaratória de constitucionalidade: Tribunal de Justiça;
I - o Presidente da República; VII um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;
II - a Mesa do Senado Federal; VIII um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tri-
III - a Mesa da Câmara dos Deputados; bunal Superior do Trabalho;
IV - a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa IX um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Tra-
do Distrito Federal; balho;
V o Governador de Estado ou do Distrito Federal; X um membro do Ministério Público da União, indicado pelo
VI - o Procurador-Geral da República; Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; XI um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo
VIII - partido político com representação no Congresso Nacio- Procurador-Geral da República dentre os nomes indicados pelo ór-
nal; gão competente de cada instituição estadual;
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito na- XII dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem
cional. dos Advogados do Brasil;
§ 1º O Procurador-Geral da República deverá ser previamente XIII dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação iliba-
ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos os processos da, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado
de competência do Supremo Tribunal Federal. Federal.
§ 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medi- § 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo
da para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Tribunal Federal e, nas suas ausências e impedimentos, pelo Vice-
Poder competente para a adoção das providências necessárias e, -Presidente do Supremo Tribunal Federal.
em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias. § 2º Os demais membros do Conselho serão nomeados pelo
Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria
absoluta do Senado Federal.

93
NOÇÕES DE DIREITO
§ 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas nes- SEÇÃO III
te artigo, caberá a escolha ao Supremo Tribunal Federal. DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrati-
va e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no míni-
funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que mo, trinta e três Ministros.
lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura: Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça
I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimen- serão nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros
to do Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos regulamen- com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de
tares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências; notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a es-
II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou me- colha pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:
diante provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um
por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconsti- terço dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados
tuí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal;
necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da compe- II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros
tência do Tribunal de Contas da União; do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e Terri-
III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou tórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94.
órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro I - processar e julgar, originariamente:
que atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Dis-
prejuízo da competência disciplinar e correicional dos tribunais, po- trito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembarga-
dendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a remo- dores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os
ção ou a disponibilidade e aplicar outras sanções administrativas, membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal,
assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucio- os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleito-
nal nº 103, de 2019) rais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Con-
IV representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a tas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem
administração pública ou de abuso de autoridade; perante tribunais;
V rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disci- b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de
plinares de juízes e membros de tribunais julgados há menos de um Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da
ano; Aeronáutica ou do próprio Tribunal;
VI elaborar semestralmente relatório estatístico sobre proces- c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer
sos e sentenças prolatadas, por unidade da Federação, nos diferen- das pessoas mencionadas na alínea “a”, ou quando o coator for tri-
tes órgãos do Poder Judiciário; bunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante
VII elaborar relatório anual, propondo as providências que jul- da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competên-
gar necessárias, sobre a situação do Poder Judiciário no País e as ati- cia da Justiça Eleitoral;
vidades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do Presidente d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, res-
do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, salvado o disposto no art. 102, I, “o”, bem como entre tribunal e
por ocasião da abertura da sessão legislativa. juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais di-
§ 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a fun- versos;
ção de Ministro-Corregedor e ficará excluído da distribuição de pro- e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados;
cessos no Tribunal, competindo-lhe, além das atribuições que lhe f) a reclamação para a preservação de sua competência e ga-
forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura, as seguintes: rantia da autoridade de suas decisões;
I receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado, g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas
relativas aos magistrados e aos serviços judiciários; e judiciárias da União, ou entre autoridades judiciárias de um Es-
II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de tado e administrativas de outro ou do Distrito Federal, ou entre as
correição geral; deste e da União;
III requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribui- h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma
ções, e requisitar servidores de juízos ou tribunais, inclusive nos regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou autoridade
Estados, Distrito Federal e Territórios. federal, da administração direta ou indireta, excetuados os casos
§ 6º Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da Repú- de competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Jus-
blica e o Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados tiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça
do Brasil. Federal;
§ 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios, cria- i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de
rá ouvidorias de justiça, competentes para receber reclamações e exequatur às cartas rogatórias;
denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do II - julgar, em recurso ordinário:
Poder Judiciário, ou contra seus serviços auxiliares, representando a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pe-
diretamente ao Conselho Nacional de Justiça. los Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do
Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória;
b) os mandados de segurança decididos em única instância pe-
los Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do
Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão;

94
NOÇÕES DE DIREITO
c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou orga- e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados
nismo internacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa ao Tribunal;
residente ou domiciliada no País; II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em úni- federais e pelos juízes estaduais no exercício da competência fede-
ca ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos ral da área de sua jurisdição.
tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
decisão recorrida: I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, as-
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei sistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de
federal; trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacio-
atribuído outro tribunal. nal e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País;
Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de Jus- III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com
tiça: Estado estrangeiro ou organismo internacional;
I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magis- IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em de-
trados, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos trimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entida-
oficiais para o ingresso e promoção na carreira; des autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções
II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na for- e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
ma da lei, a supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Fe- V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional,
deral de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema e quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse
com poderes correicionais, cujas decisões terão caráter vinculante. ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o §
SEÇÃO IV 5º deste artigo;
DOS TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS E DOS JUÍZES FEDE- VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos
RAIS determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econô-
mico-financeira;
Art. 106. São órgãos da Justiça Federal: VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência
I - os Tribunais Regionais Federais; ou quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não
II - os Juízes Federais. estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição;
Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra ato de
mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva re- autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribu-
gião e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros nais federais;
com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo: IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, res-
I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efeti- salvada a competência da Justiça Militar;
va atividade profissional e membros do Ministério Público Federal X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estran-
com mais de dez anos de carreira; geiro, a execução de carta rogatória, após o “exequatur”, e de sen-
II - os demais, mediante promoção de juízes federais com mais tença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à na-
de cinco anos de exercício, por antiguidade e merecimento, alter- cionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;
nadamente. XI - a disputa sobre direitos indígenas.
§ 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos § 1º As causas em que a União for autora serão aforadas na
Tribunais Regionais Federais e determinará sua jurisdição e sede. seção judiciária onde tiver domicílio a outra parte.
§ 2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça itine- § 2º As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas
rante, com a realização de audiências e demais funções da atividade na seção judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde
jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servin- houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde
do-se de equipamentos públicos e comunitários. esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.
§ 3º Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar descen- § 3º Lei poderá autorizar que as causas de competência da Jus-
tralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar tiça Federal em que forem parte instituição de previdência social
o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do pro- e segurado possam ser processadas e julgadas na justiça estadual
cesso. quando a comarca do domicílio do segurado não for sede de vara
Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais: federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de
I - processar e julgar, originariamente: 2019)
§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da sempre para o Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do
Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de juiz de primeiro grau.
responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União,
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; § 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o
b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o
ou dos juízes federais da região; cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais
c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato do de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar,
próprio Tribunal ou de juiz federal; perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inqué-
d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz fe- rito ou processo, incidente de deslocamento de competência para
deral; a Justiça Federal.

95
NOÇÕES DE DIREITO
Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição tra-
uma seção judiciária que terá por sede a respectiva Capital, e varas balhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o;
localizadas segundo o estabelecido em lei. VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, de-
Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atri- correntes da relação de trabalho;
buições cometidas aos juízes federais caberão aos juízes da justiça VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas
local, na forma da lei. aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de tra-
balho;
SEÇÃO V VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no
(REDAÇÃO DADA PELA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 92, DE art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das senten-
2016) ças que proferir;
DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO, DOS TRIBUNAIS IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na
REGIONAIS DO TRABALHO E DOS JUÍZES DO TRABALHO forma da lei.
§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger
Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho: árbitros.
I - o Tribunal Superior do Trabalho; § 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva
II - os Tribunais Regionais do Trabalho; ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar
III - Juizes do Trabalho. dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Tra-
§§ 1º a 3º (Revogados) balho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais
Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anterior-
vinte e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de mente.
trinta e cinco anos e menos de sessenta e cinco anos, de notável § 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilida-
saber jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da de de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho
República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho
sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 92, de 2016) decidir o conflito.
I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de,
atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva
com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros
no art. 94; com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo:
II os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva
oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribu- atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho
nal Superior. com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto
§ 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior do no art. 94;
Trabalho. II os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por an-
§ 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho: tiguidade e merecimento, alternadamente.
I a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Ma- § 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça iti-
gistrados do Trabalho, cabendo-lhe, dentre outras funções, regu- nerante, com a realização de audiências e demais funções de ativi-
lamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira; dade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição,
II o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe servindo-se de equipamentos públicos e comunitários.
exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa, orçamentá- § 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar des-
ria, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e centralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de asse-
segundo graus, como órgão central do sistema, cujas decisões terão gurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases
efeito vinculante. do processo.
§ 3º Compete ao Tribunal Superior do Trabalho processar e jul- Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por
gar, originariamente, a reclamação para a preservação de sua com- um juiz singular.
petência e garantia da autoridade de suas decisões. (Incluído pela Parágrafo único. (Revogado)
Emenda Constitucional nº 92, de 2016) Art. 117. e Parágrafo único. (Revogados)
Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas
comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de SEÇÃO VI
direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Traba- DOS TRIBUNAIS E JUÍZES ELEITORAIS
lho.
Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdi- Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:
ção, competência, garantias e condições de exercício dos órgãos da I - o Tribunal Superior Eleitoral;
Justiça do Trabalho. II - os Tribunais Regionais Eleitorais;
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: III - os Juízes Eleitorais;
I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes IV - as Juntas Eleitorais.
de direito público externo e da administração pública direta e in- Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo,
direta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; de sete membros, escolhidos:
II as ações que envolvam exercício do direito de greve; I - mediante eleição, pelo voto secreto:
III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, en- a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;
tre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Jus-
IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data , tiça;
quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição;

96
NOÇÕES DE DIREITO
II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes den- Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Pre-
tre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, sidente da República dentre brasileiros maiores de trinta e cinco
indicados pelo Supremo Tribunal Federal. anos, sendo:
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presi- I - três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta
dente e o Vice-Presidente dentre os Ministros do Supremo Tribunal ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional;
Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do Superior II - dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e mem-
Tribunal de Justiça. bros do Ministério Público da Justiça Militar.
Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de Art. 124. à Justiça Militar compete processar e julgar os crimes
cada Estado e no Distrito Federal. militares definidos em lei.
§ 1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão: Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o funciona-
I - mediante eleição, pelo voto secreto: mento e a competência da Justiça Militar.
a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de
Justiça; SEÇÃO VIII
b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tri- DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DOS ESTADOS
bunal de Justiça;
II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os
do Estado ou no Distrito Federal, ou, não havendo, de juiz federal, princípios estabelecidos nesta Constituição.
escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respec- § 1º A competência dos tribunais será definida na Constituição
tivo; do Estado, sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tri-
III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes bunal de Justiça.
dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade mo- § 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de incons-
ral, indicados pelo Tribunal de Justiça. titucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais
§ 2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitima-
Vice-Presidente- dentre os desembargadores. ção para agir a um único órgão.
Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e com- § 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal
petência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas eleitorais. de Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau,
§ 1º Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os inte- pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo
grantes das juntas eleitorais, no exercício de suas funções, e no que grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Mi-
lhes for aplicável, gozarão de plenas garantias e serão inamovíveis. litar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil
§ 2º Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, integrantes.
servirão por dois anos, no mínimo, e nunca por mais de dois biênios § 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os
consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião e militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as
pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria. ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a com-
§ 3º São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, petência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal com-
salvo as que contrariarem esta Constituição e as denegatórias de petente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da
habeas corpus ou mandado de segurança. graduação das praças.
§ 4º Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente § 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar
caberá recurso quando: e julgar, singularmente, os crimes militares cometidos contra civis
I - forem proferidas contra disposição expressa desta Constitui- e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao
ção ou de lei; Conselho de Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar e
II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou julgar os demais crimes militares.
mais tribunais eleitorais; § 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizada-
III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas mente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno
nas eleições federais ou estaduais; acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo.
IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos § 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a
eletivos federais ou estaduais; realização de audiências e demais funções da atividade jurisdicio-
V - denegarem habeas corpus, mandado de segurança, habeas nal, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de
data ou mandado de injunção. equipamentos públicos e comunitários.
Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça
SEÇÃO VII proporá a criação de varas especializadas, com competência exclu-
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES MILITARES siva para questões agrárias.
Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente prestação
Art. 122. São órgãos da Justiça Militar: jurisdicional, o juiz far-se-á presente no local do litígio
I - o Superior Tribunal Militar;
II - os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei.
Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze Mi-
nistros vitalícios, nomeados pelo Presidente da República, depois
de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo três dentre ofi-
ciais-generais da Marinha, quatro dentre oficiais-generais do Exérci-
to, três dentre oficiais-generais da Aeronáutica, todos da ativa e do
posto mais elevado da carreira, e cinco dentre civis.

97
NOÇÕES DE DIREITO
Polícia Rodoviária Federal
TÍTULO V: DA DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES § 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organi-
DEMOCRÁTICAS: CAPÍTULO II: DAS FORÇAS zado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se,
ARMADAS; CAPÍTULO III: DA SEGURANÇA PÚBLICA
na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
— Segurança pública Compete à Polícia Rodoviária Federal realizar atividades de
A segurança pública é o poder-dever do Estado na sua auto- natureza policial envolvendo fiscalização, patrulhamento e policia-
defesa e das instituições democráticas que visa garantir a ordem mento ostensivo, atendimento e socorro às vítimas de acidentes ro-
e a proteção de todos os cidadãos, com a prevalência do interesse doviários e demais atribuições relacionadas com a área operacional
público. do Departamento de Polícia Rodoviária Federal.
A segurança pública busca a defesa do Estado e das Instituições
Democráticas para preservar a ordem constitucional em momen- Polícia Ferroviária Federal
tos de crise, internamente, contra lesões ou ameaças de direitos de § 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organi-
seus cidadãos e arbitrariedades do próprio poder público, inclusive, zado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se,
e externamente contra atentados à soberania nacional. na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
— Organização da segurança pública
Nos termos do art. 144, CF a Segurança Pública está organizada Polícias Civis
nos seguintes órgãos: § 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de car-
— Polícia Federal; reira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções
— Polícia Rodoviária Federal; de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as mi-
— Polícia Ferroviária Federal; litares.
— Polícias Civis;
— Polícias militares e corpos de bombeiros militares; Polícias militares e corpos de bombeiros militares
— Polícias penais federal, estaduais e distrital. § 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preser-
vação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além
O rol dos órgãos de Segurança Pública é taxativo e os entes das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades
federativos não podem criar novos órgãos, além dos elencados na de defesa civil.
Constituição. § 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros militares,
Embora não esteja previsto no rol do art. 144, as Guardas Mu- forças auxiliares e reserva do Exército subordinam-se, juntamente
nicipais visam a proteção do patrimônio público e sua criação nos com as polícias civis e as polícias penais estaduais e distrital, aos
municípios está autorizada no § 8º do referido dispositivo. Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios (Re-
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais des- dação dada pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019).
tinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme
dispuser a lei. Polícias penais federal, estaduais e distrital
§ 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador
Polícia Federal do sistema penal da unidade federativa a que pertencem, cabe a se-
A polícia federal faz parte da estrutura básica do Ministério da gurança dos estabelecimentos penais. (Redação dada pela Emenda
Justiça e é órgão permanente, organizado e mantido pela União. Constitucional nº 104, de 2019).
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanen-
te, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, Os serviços relacionados à segurança pública devem ser pres-
destina-se a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de tados com eficiência.
1998) §7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos ór-
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou gãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a
em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas eficiência de suas atividades.
entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras in- § 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos ór-
frações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacio- gãos relacionados neste artigo será fixada na forma do § 4º do art.
nal e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei; 39. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas § 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem
afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazen- pública e da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias
dária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de compe- públicas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014).
tência; I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trân-
III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de sito, além de outras atividades previstas em lei, que assegurem ao
fronteiras; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e (Incluído pela
1998) Emenda Constitucional nº 82, de 2014)
IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos
da União. Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades executivos e seus
agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da lei. (In-
São cargos de Carreira da Polícia Federal o Delegado de Polícia cluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014).
Federal, o Perito Criminal Federal, o Escrivão de Polícia Federal, o
Papiloscopista Policial Federal e o Agente de Polícia Federal.

98
NOÇÕES DE DIREITO
§ 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode,
LEI N. 4657, DE 04 DE SETEMBRO DE 1942 – LEI DE mediante expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no
INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo
a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os
direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro.
DECRETO-LEI Nº 4.657, DE 4 DE SETEMBRO DE 1942. (Redação dada pela Lei nº 6.515, de 1977)
§ 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os
Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro. (Redação cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de
dada pela Lei nº 12.376, de 2010) 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação
confere o artigo 180 da Constituição, decreta: produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas
Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em para a eficácia das sentenças estrangeiras no país. O Superior
todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento interno, poderá
§ 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já proferidas
brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio
oficialmente publicada. (Vide Lei nº 1.991, de 1953) (Vide Lei nº de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos
2.145, de 1953) (Vide Lei nº 2.410, de 1955) (Vide Lei nº 2.770, legais. (Redação dada pela Lei nº 12.036, de 2009).
de 1956) (Vide Lei nº 3.244, de 1957) (Vide Lei nº 4.966, de 1966) § 7o Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família
(Vide Decreto-Lei nº 333, de 1967) (Vide Lei nº 2.807, de 1956) estende-se ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do
(Vide Lei nº 4.820, de 1965) tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda.
§ 2o (Revogado pela Lei nº 12.036, de 2009). § 8o Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á
§ 3o Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação domiciliada no lugar de sua residência ou naquele em que se
de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos encontre.
parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação. Art. 8o Para qualificar os bens e regular as relações a eles
§ 4o As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados.
nova. § 1o Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o
Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor proprietário, quanto aos bens moveis que ele trouxer ou se
até que outra a modifique ou revogue. destinarem a transporte para outros lugares.
§ 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente § 2o O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa,
o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule em cuja posse se encontre a coisa apenhada.
inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. Art. 9o Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do
§ 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a país em que se constituirem.
par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. § 1o Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e
§ 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se dependendo de forma essencial, será esta observada, admitidas as
restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos
Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não do ato.
a conhece. § 2o A obrigação resultante do contrato reputa-se constituida
Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo no lugar em que residir o proponente.
com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei
Art. 5o Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer
ela se dirige e às exigências do bem comum. que seja a natureza e a situação dos bens.
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o § 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será
ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. (Redação regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos
dada pela Lei nº 3.238, de 1957) brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a mais favorável a lei pessoal do de cujus. (Redação dada pela Lei nº
lei vigente ao tempo em que se efetuou. (Incluído pela Lei nº 3.238, 9.047, de 1995)
de 1957) § 2o A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu capacidade para suceder.
titular, ou alguém por êle, possa exercer, como aquêles cujo comêço Art. 11. As organizações destinadas a fins de interesse coletivo,
do exercício tenha têrmo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida como as sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado em
inalterável, a arbítrio de outrem. (Incluído pela Lei nº 3.238, de que se constituirem.
1957) § 1o Não poderão, entretanto ter no Brasil filiais, agências ou
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial estabelecimentos antes de serem os atos constitutivos aprovados
de que já não caiba recurso. (Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957) pelo Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei brasileira.
Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina § 2o Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de
as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a qualquer natureza, que eles tenham constituido, dirijam ou hajam
capacidade e os direitos de família. investido de funções públicas, não poderão adquirir no Brasil bens
§ 1o Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei imóveis ou susceptiveis de desapropriação.
brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades § 3o Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade
da celebração. dos prédios necessários à sede dos representantes diplomáticos ou
§ 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante dos agentes consulares. (Vide Lei nº 4.331, de 1964)
autoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos os Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando
nubentes. (Redação dada pela Lei nº 3.238, de 1957) for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a
§ 3o Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de obrigação.
invalidade do matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal. § 1o Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das
§ 4o O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do ações relativas a imóveis situados no Brasil.
país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a
do primeiro domicílio conjugal.

99
NOÇÕES DE DIREITO
§ 2o A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido Parágrafo único. A motivação demonstrará a necessidade e a
o exequatur e segundo a forma estabelecida pela lei brasileira, as adequação da medida imposta ou da invalidação de ato, contrato,
diligências deprecadas por autoridade estrangeira competente, ajuste, processo ou norma administrativa, inclusive em face das
observando a lei desta, quanto ao objeto das diligências. possíveis alternativas. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora
pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-
se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira ou judicial, decretar a invalidação de ato, contrato, ajuste, processo
desconheça. ou norma administrativa deverá indicar de modo expresso suas
Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir consequências jurídicas e administrativas. (Incluído pela Lei nº
de quem a invoca prova do texto e da vigência. 13.655, de 2018) (Regulamento)
Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste
estrangeiro, que reuna os seguintes requisitos: artigo deverá, quando for o caso, indicar as condições para que
a) haver sido proferida por juiz competente; a regularização ocorra de modo proporcional e equânime e sem
b) terem sido os partes citadas ou haver-se legalmente prejuízo aos interesses gerais, não se podendo impor aos sujeitos
verificado à revelia; atingidos ônus ou perdas que, em função das peculiaridades do
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades
necessárias para a execução no lugar em que foi proferida; caso, sejam anormais ou excessivos. (Incluído pela Lei nº 13.655,
d) estar traduzida por intérprete autorizado; de 2018)
e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal. (Vide Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão pública,
art.105, I, i da Constituição Federal). serão considerados os obstáculos e as dificuldades reais do gestor
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 12.036, de 2009). e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos
Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver direitos dos administrados. (Regulamento)
de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem § 1º Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade
considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei. de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, serão
Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como
consideradas as circunstâncias práticas que houverem imposto,
quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil,
quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons limitado ou condicionado a ação do agente. (Incluído pela Lei nº
costumes. 13.655, de 2018)
Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as § 2º Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza e a
autoridades consulares brasileiras para lhes celebrar o casamento gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para
e os mais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro a administração pública, as circunstâncias agravantes ou atenuantes
de nascimento e de óbito dos filhos de brasileiro ou brasileira e os antecedentes do agente. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
nascido no país da sede do Consulado. (Redação dada pela Lei nº § 3º As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na
3.238, de 1957) dosimetria das demais sanções de mesma natureza e relativas ao
§ 1º As autoridades consulares brasileiras também poderão mesmo fato. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
celebrar a separação consensual e o divórcio consensual de Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial
brasileiros, não havendo filhos menores ou incapazes do casal e que estabelecer interpretação ou orientação nova sobre norma
observados os requisitos legais quanto aos prazos, devendo constar de conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo
da respectiva escritura pública as disposições relativas à descrição condicionamento de direito, deverá prever regime de transição
e à partilha dos bens comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao quando indispensável para que o novo dever ou condicionamento
acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro de direito seja cumprido de modo proporcional, equânime e
ou à manutenção do nome adotado quando se deu o casamento. eficiente e sem prejuízo aos interesses gerais. (Regulamento)
(Incluído pela Lei nº 12.874, de 2013) Vigência Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de
§ 2o É indispensável a assistência de advogado, devidamente 2018)
constituído, que se dará mediante a subscrição de petição, Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora
juntamente com ambas as partes, ou com apenas uma delas, caso a ou judicial, quanto à validade de ato, contrato, ajuste, processo
outra constitua advogado próprio, não se fazendo necessário que a ou norma administrativa cuja produção já se houver completado
assinatura do advogado conste da escritura pública. (Incluído pela levará em conta as orientações gerais da época, sendo vedado que,
Lei nº 12.874, de 2013) Vigência com base em mudança posterior de orientação geral, se declarem
Art. 19. Reputam-se válidos todos os atos indicados no
inválidas situações plenamente constituídas. (Incluído pela Lei nº
artigo anterior e celebrados pelos cônsules brasileiros na vigência
do Decreto-lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942, desde que 13.655, de 2018) (Regulamento)
satisfaçam todos os requisitos legais. (Incluído pela Lei nº 3.238, Parágrafo único. Consideram-se orientações gerais as
de 1957) interpretações e especificações contidas em atos públicos de caráter
Parágrafo único. No caso em que a celebração dêsses atos geral ou em jurisprudência judicial ou administrativa majoritária, e
tiver sido recusada pelas autoridades consulares, com fundamento ainda as adotadas por prática administrativa reiterada e de amplo
no artigo 18 do mesmo Decreto-lei, ao interessado é facultado conhecimento público. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
renovar o pedido dentro em 90 (noventa) dias contados da data da Art. 25. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
publicação desta lei. (Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957) Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou
Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não situação contenciosa na aplicação do direito público, inclusive no
se decidirá com base em valores jurídicos abstratos sem que sejam caso de expedição de licença, a autoridade administrativa poderá,
consideradas as consequências práticas da decisão. (Incluído pela após oitiva do órgão jurídico e, quando for o caso, após realização
Lei nº 13.655, de 2018) (Regulamento) de consulta pública, e presentes razões de relevante interesse geral,
celebrar compromisso com os interessados, observada a legislação
aplicável, o qual só produzirá efeitos a partir de sua publicação
oficial. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) (Regulamento)

100
NOÇÕES DE DIREITO
§ 1º O compromisso referido no caput deste artigo: (Incluído
pela Lei nº 13.655, de 2018)
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS
– ADOTADA PELA ASSEMBLEIA GERAL DAS NAÇÕES
I - buscará solução jurídica proporcional, equânime, eficiente e
UNIDAS EM 10 DE DEZEMBRO DE 1948
compatível com os interesses gerais; (Incluído pela Lei nº 13.655,
de 2018)
II – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) Preâmbulo
III - não poderá conferir desoneração permanente de dever Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a
ou condicionamento de direito reconhecidos por orientação geral; todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e
(Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no
IV - deverá prever com clareza as obrigações das partes, o mundo,
prazo para seu cumprimento e as sanções aplicáveis em caso de Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos hu-
descumprimento. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) manos resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) da humanidade e que o advento de um mundo em que mulheres e
Art. 27. A decisão do processo, nas esferas administrativa, homens gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de
controladora ou judicial, poderá impor compensação por benefícios viverem a salvo do temor e da necessidade foi proclamado como a
indevidos ou prejuízos anormais ou injustos resultantes do processo mais alta aspiração do ser humano comum,
ou da conduta dos envolvidos. (Incluído pela Lei nº 13.655, de Considerando ser essencial que os direitos humanos sejam pro-
2018) (Regulamento) tegidos pelo império da lei, para que o ser humano não seja compe-
§ 1º A decisão sobre a compensação será motivada, ouvidas lido, como último recurso, à rebelião contra a tirania e a opressão,
previamente as partes sobre seu cabimento, sua forma e, se for o Considerando ser essencial promover o desenvolvimento de
caso, seu valor. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) relações amistosas entre as nações,
§ 2º Para prevenir ou regular a compensação, poderá ser Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram,
celebrado compromisso processual entre os envolvidos. (Incluído na Carta, sua fé nos direitos fundamentais do ser humano, na dig-
pela Lei nº 13.655, de 2018) nidade e no valor da pessoa humana e na igualdade de direitos do
Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas homem e da mulher e que decidiram promover o progresso social e
decisões ou opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro. melhores condições de vida em uma liberdade mais ampla,
(Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) (Regulamento) Considerando que os Países-Membros se comprometeram a
§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) promover, em cooperação com as Nações Unidas, o respeito uni-
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) versal aos direitos e liberdades fundamentais do ser humano e a
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) observância desses direitos e liberdades,
Art. 29. Em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos Considerando que uma compreensão comum desses direitos
normativos por autoridade administrativa, salvo os de mera e liberdades é da mais alta importância para o pleno cumprimento
organização interna, poderá ser precedida de consulta pública desse compromisso,
para manifestação de interessados, preferencialmente por meio Agora portanto a Assembleia Geral proclama a presente Decla-
eletrônico, a qual será considerada na decisão. (Incluído pela Lei nº ração Universal dos Direitos Humanos como o ideal comum a ser
13.655, de 2018) (Vigência) (Regulamento) atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de
§ 1º A convocação conterá a minuta do ato normativo e fixará que cada indivíduo e cada órgão da sociedade tendo sempre em
o prazo e demais condições da consulta pública, observadas as mente esta Declaração, esforce-se, por meio do ensino e da educa-
normas legais e regulamentares específicas, se houver. (Incluído
ção, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela
pela Lei nº 13.655, de 2018) (Vigência)
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) (Vigência) adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacio-
Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para aumentar nal, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância uni-
a segurança jurídica na aplicação das normas, inclusive por meio versais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios Países-Mem-
de regulamentos, súmulas administrativas e respostas a consultas. bros quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.
(Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) (Regulamento)
Parágrafo único. Os instrumentos previstos no caput deste Artigo 1
artigo terão caráter vinculante em relação ao órgão ou entidade a Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e
que se destinam, até ulterior revisão. (Incluído pela Lei nº 13.655, direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em rela-
de 2018) ção uns aos outros com espírito de fraternidade.

Rio de Janeiro, 4 de setembro de 1942, 121o da Independência Artigo 2


e 54o da República. 1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as
GETULIO VARGAS liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qual-
Alexandre Marcondes Filho quer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política
Oswaldo Aranha. ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimen-
to, ou qualquer outra condição.
2. Não será também feita nenhuma distinção fundada na con-
dição política, jurídica ou internacional do país ou território a que
pertença uma pessoa, quer se trate de um território independente,
sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limi-
tação de soberania.

101
NOÇÕES DE DIREITO
Artigo 3 Artigo 14
Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança 1. Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito de
pessoal. procurar e de gozar asilo em outros países.
2. Esse direito não pode ser invocado em caso de perseguição
Artigo 4 legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravi- contrários aos objetivos e princípios das Nações Unidas.
dão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas.
Artigo 15
Artigo 5 1. Todo ser humano tem direito a uma nacionalidade.
Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou casti- 2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade,
go cruel, desumano ou degradante. nem do direito de mudar de nacionalidade.

Artigo 6 Artigo 16
Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, 1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restri-
reconhecido como pessoa perante a lei. ção de raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair ma-
trimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em relação
Artigo 7 ao casamento, sua duração e sua dissolução.
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer dis- 2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno con-
tinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção sentimento dos nubentes.
contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e 3. A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e
contra qualquer incitamento a tal discriminação. tem direito à proteção da sociedade e do Estado.

Artigo 8 Artigo 17
Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais nacionais 1. Todo ser humano tem direito à propriedade, só ou em socie-
competentes remédio efetivo para os atos que violem os direitos dade com outros.
fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela 2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.
lei.
Artigo 18
Artigo 9 Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, cons-
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado. ciência e religião; esse direito inclui a liberdade de mudar de reli-
gião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença
Artigo 10 pelo ensino, pela prática, pelo culto em público ou em particular.
Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma justa
e pública audiência por parte de um tribunal independente e im- Artigo 19
parcial, para decidir seus direitos e deveres ou fundamento de qual- Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expres-
quer acusação criminal contra ele. são; esse direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opi-
niões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por
Artigo 11 quaisquer meios e independentemente de fronteiras.
1.Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito Artigo 20
de ser presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido 1. Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião e asso-
provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe te- ciação pacífica.
nham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa. 2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.
2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão
que, no momento, não constituíam delito perante o direito nacional Artigo 21
ou internacional. Também não será imposta pena mais forte de que 1. Todo ser humano tem o direito de tomar parte no governo
aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso. de seu país diretamente ou por intermédio de representantes livre-
mente escolhidos.
Artigo 12 2. Todo ser humano tem igual direito de acesso ao serviço pú-
Ninguém será sujeito à interferência na sua vida privada, na sua blico do seu país.
família, no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataque à sua 3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo;
honra e reputação. Todo ser humano tem direito à proteção da lei essa vontade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por
contra tais interferências ou ataques. sufrágio universal, por voto secreto ou processo equivalente que
assegure a liberdade de voto.
Artigo 13
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e Artigo 22
residência dentro das fronteiras de cada Estado. Todo ser humano, como membro da sociedade, tem direito à
2. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, in- segurança social, à realização pelo esforço nacional, pela coopera-
clusive o próprio e a esse regressar. ção internacional e de acordo com a organização e recursos de cada
Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis
à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade.

102
NOÇÕES DE DIREITO
Artigo 23 2. No exercício de seus direitos e liberdades, todo ser humano
1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de estará sujeito apenas às limitações determinadas pela lei, exclusiva-
emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção mente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito
contra o desemprego. dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer as justas exigên-
2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual cias da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade
remuneração por igual trabalho. democrática.
3. Todo ser humano que trabalha tem direito a uma remune- 3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma,
ração justa e satisfatória que lhe assegure, assim como à sua famí- ser exercidos contrariamente aos objetivos e princípios das Nações
lia, uma existência compatível com a dignidade humana e a que se Unidas.
acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.
4. Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e a neles Artigo 30
ingressar para proteção de seus interesses. Nenhuma disposição da presente Declaração poder ser inter-
pretada como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pes-
Artigo 24 soa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer
Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive a li- ato destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades
mitação razoável das horas de trabalho e a férias remuneradas pe- aqui estabelecidos.
riódicas.

Artigo 25 CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS


1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de HUMANOS – ASSINADA NA CONFERÊNCIA
assegurar a si e à sua família saúde, bem-estar, inclusive alimen-
ESPECIALIZADA INTERAMERICANA SOBRE DIREITOS
HUMANOS (SAN JOSE DA COSTA RICA), EM 22 DE
tação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais
NOVEMBRO DE 1969
indispensáveis e direito à segurança em caso de desemprego, doen-
ça invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de
subsistência em circunstâncias fora de seu controle. DECRETO NO 678, DE 6 DE NOVEMBRO DE 1992
2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistên-
cia especiais. Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matri- Promulga a Convenção Americana sobre Direitos Humanos
mônio, gozarão da mesma proteção social. (Pacto de São José da Costa Rica), de 22 de novembro de 1969.
O VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no exercício do cargo
Artigo 26 de PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso da atribuição que lhe confe-
1. Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será re o art. 84, inciso VIII, da Constituição, e
gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A ins- Considerando que a Convenção Americana sobre Direitos Hu-
trução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional manos (Pacto de São José da Costa Rica), adotada no âmbito da
será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada Organização dos Estados Americanos, em São José da Costa Rica,
no mérito. em 22 de novembro de 1969, entrou em vigor internacional em 18
2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvi- de julho de 1978, na forma do segundo parágrafo de seu art. 74;
mento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito Considerando que o Governo brasileiro depositou a Carta de
pelos direitos do ser humano e pelas liberdades fundamentais. A adesão a essa convenção em 25 de setembro de 1992;
instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre Considerando que a Convenção Americana sobre Direitos Hu-
todas as nações e grupos raciais ou religiosos e coadjuvará as ativi- manos (Pacto de São José da Costa Rica) entrou em vigor, para o
dades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz. Brasil, em 25 de setembro de 1992 , de conformidade com o dispos-
3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de to no segundo parágrafo de seu art. 74;
instrução que será ministrada a seus filhos. DECRETA:
Art. 1° A Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto
Artigo 27 de São José da Costa Rica), celebrada em São José da Costa Rica, em
1. Todo ser humano tem o direito de participar livremente da 22 de novembro de 1969, apensa por cópia ao presente Decreto,
vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar do deverá ser cumprida tão inteiramente como nela se contém.
progresso científico e de seus benefícios. Art. 2° Ao depositar a Carta de Adesão a esse ato internacional,
2. Todo ser humano tem direito à proteção dos interesses mo- em 25 de setembro de 1992, o Governo brasileiro fez a seguinte de-
rais e materiais decorrentes de qualquer produção científica literá- claração interpretativa: “O Governo do Brasil entende que os arts.
ria ou artística da qual seja autor. 43 e 48, alínea “d” , não incluem o direito automático de visitas e
inspeções in loco da Comissão Interamericana de Direitos Huma-
Artigo 28 nos, as quais dependerão da anuência expressa do Estado”.
Todo ser humano tem direito a uma ordem social e interna- Art. 3° O presente decreto entra em vigor na data de sua pu-
cional em que os direitos e liberdades estabelecidos na presente blicação.
Declaração possam ser plenamente realizados. Brasília, 6 de novembro de 1992; 171° da Independência e 104°
da República.
Artigo 29 ITAMAR FRANCO
1. Todo ser humano tem deveres para com a comunidade, na Fernando Henrique Cardoso
qual o livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade é pos-
sível.

103
NOÇÕES DE DIREITO
ANEXO AO DECRETO QUE PROMULGA A CONVENÇÃO AMERI- do com as suas normas constitucionais e com as disposições desta
CANA SOBRE DIREITOS HUMANOS (PACTO DE SÃO JOSE DA COSTA Convenção, as medidas legislativas ou de outra natureza que forem
RICA) - MRE necessárias para tornar efetivos tais direitos e liberdades.

CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS HUMANOS CAPÍTULO II


PREÂMBULO DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS

Os Estados americanos signatários da presente Convenção, ARTIGO 3


Reafirmando seu propósito de consolidar neste Continente, Direito ao Reconhecimento da Personalidade Jurídica
dentro do quadro das instituições democráticas, um regime de li- Toda pessoa tem direito ao reconhecimento de sua personali-
berdade pessoal e de justiça social, fundado no respeito dos direi- dade jurídica.
tos essenciais do homem;
Reconhecendo que os direitos essenciais do homem não de- ARTIGO 4
rivam do fato de ser ele nacional de determinado Estado, mas sim Direito à Vida
do fato de ter como fundamento os atributos da pessoa humana, 1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse
razão por que justificam uma proteção internacional, de natureza direito deve ser protegido pela lei e, em geral, desde o momento
convencional, coadjuvante ou complementar da que oferece o di- da concepção. Ninguém pode ser privado da vida arbitrariamente.
reito interno dos Estados americanos; 2. Nos países que não houverem abolido a pena de morte, esta
Considerando que esses princípios foram consagrados na Carta só poderá ser imposta pelos delitos mais graves, em cumprimento
da Organização dos Estados Americanos, na Declaração Americana de sentença final de tribunal competente e em conformidade com
dos Direitos e Deveres do Homem e na Declaração Universal dos lei que estabeleça tal pena, promulgada antes de haver o delito sido
Direitos do Homem e que foram reafirmados e desenvolvidos em cometido. Tampouco se estenderá sua aplicação a delitos aos quais
outros instrumentos internacionais, tanto de âmbito mundial como não se aplique atualmente.
regional; 3. Não se pode restabelecer a pena de morte nos Estados que
Reiterando que, de acordo com a Declaração Universal dos Di- a hajam abolido.
reitos do Homem, só pode ser realizado o ideal do ser humano livre, 4. Em nenhum caso pode a pena de morte ser aplicada por deli-
isento do temor e da miséria, se forem criadas condições que per- tos políticos, nem por delitos comuns conexos com delitos políticos.
mitam a cada pessoa gozar dos seus direitos econômicos, sociais e 5. Não se deve impor a pena de morte a pessoa que, no mo-
culturais, bem como dos seus direitos civis e políticos; e mento da perpetração do delito, for menor de dezoito anos, ou
Considerando que a Terceira Conferência Interamericana Ex- maior de setenta, nem aplicá-la a mulher em estado de gravidez.
traordinária (Buenos Aires, 1967) aprovou a incorporação à pró- 6. Toda pessoa condenada à morte tem direito a solicitar anis-
pria Carta da Organização de normas mais amplas sobre direitos tia, indulto ou comutação da pena, os quais podem ser concedidos
econômicos, sociais e educacionais e resolveu que uma convenção em todos os casos. Não se pode executar a pena de morte enquan-
interamericana sobre direitos humanos determinasse a estrutura, to o pedido estiver pendente de decisão ante a autoridade compe-
competência e processo dos órgãos encarregados dessa matéria, tente.

Convieram no seguinte: ARTIGO 5


Direito à Integridade Pessoal
PARTE I 1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua integridade
DEVERES DOS ESTADOS E DIREITOS PROTEGIDOS física, psíquica e moral.
2. Ninguém deve ser submetido a torturas, nem a penas ou
CAPÍTULO I tratos cruéis, desumanos ou degradantes. Toda pessoa privada da
ENUMERAÇÃO DE DEVERES liberdade deve ser tratada com o respeito devido à dignidade ine-
rente ao ser humano.
ARTIGO 1 3. A pena não pode passar da pessoa do delinqüente.
Obrigação de Respeitar os Direitos 4. Os processados devem ficar separados dos condenados, sal-
1. Os Estados-Partes nesta Convenção comprometem-se a res- vo em circunstâncias excepcionais, e ser submetidos a tratamento
peitar os direitos e liberdades nela reconhecidos e a garantir seu adequado à sua condição de pessoas não condenadas.
livre e pleno exercício a toda pessoa que esteja sujeita à sua ju- 5. Os menores, quando puderem ser processados, devem ser
risdição, sem discriminação alguma por motivo de raça, cor, sexo, separados dos adultos e conduzidos a tribunal especializado, com a
idioma, religião, opiniões políticas ou de qualquer outra natureza, maior rapidez possível, para seu tratamento.
origem nacional ou social, posição econômica, nascimento ou qual- 6. As penas privativas da liberdade devem ter por finalidade
quer outra condição social. essencial a reforma e a readaptação social dos condenados.
2. Para os efeitos desta Convenção, pessoa é todo ser humano.
ARTIGO 6
ARTIGO 2 Proibição da Escravidão e da Servidão
Dever de Adotar Disposições de Direito Interno 1. Ninguém pode ser submetido a escravidão ou a servidão, e
Se o exercício dos direitos e liberdades mencionados no artigo tanto estas como o tráfico de escravos e o tráfico de mulheres são
1 ainda não estiver garantido por disposições legislativas ou de ou- proibidos em todas as formas.
tra natureza, os Estados-Partes comprometem-se a adotar, de acor- 2. Ninguém deve ser constrangido a executar trabalho forçado
ou obrigatório. Nos países em que se prescreve, para certos delitos,
pena privativa da liberdade acompanhada de trabalhos forçados,

104
NOÇÕES DE DIREITO
esta disposição não pode ser interpretada no sentido de que proíbe 2. Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma
o cumprimento da dita pena, imposta por juiz ou tribunal compe- sua inocência enquanto não se comprove legalmente sua culpa. Du-
tente. O trabalho forçado não deve afetar a dignidade nem a capa- rante o processo, toda pessoa tem direito, em plena igualdade, às
cidade física e intelectual do recluso. seguintes garantias mínimas:
3. Não constituem trabalhos forçados ou obrigatórios para os a) direito do acusado de ser assistido gratuitamente por tra-
efeitos deste artigo: dutor ou intérprete, se não compreender ou não falar o idioma do
a) os trabalhos ou serviços normalmente exigidos de pessoa re- juízo ou tribunal;
clusa em cumprimento de sentença ou resolução formal expedida b) comunicação prévia e pormenorizada ao acusado da acusa-
pela autoridade judiciária competente. Tais trabalhos ou serviços ção formulada;
devem ser executados sob a vigilância e controle das autoridades c) concessão ao acusado do tempo e dos meios adequados
públicas, e os indivíduos que os executarem não devem ser postos para a preparação de sua defesa;
à disposição de particulares, companhias ou pessoas jurídicas de d) direito do acusado de defender-se pessoalmente ou de ser
caráter privado: assistido por um defensor de sua escolha e de comunicar-se, livre-
b) o serviço militar e, nos países onde se admite a isenção por mente e em particular, com seu defensor;
motivos de consciência, o serviço nacional que a lei estabelecer em e) direito irrenunciável de ser assistido por um defensor pro-
lugar daquele; porcionado pelo Estado, remunerado ou não, segundo a legislação
c) o serviço imposto em casos de perigo ou calamidade que interna, se o acusado não se defender ele próprio nem nomear de-
ameace a existência ou o bem-estar da comunidade; e fensor dentro do prazo estabelecido pela lei;
d) o trabalho ou serviço que faça parte das obrigações cívicas f) direito da defesa de inquirir as testemunhas presentes no tri-
normais. bunal e de obter o comparecimento, como testemunhas ou peritos,
de outras pessoas que possam lançar luz sobre os fatos.
ARTIGO 7 g) direito de não ser obrigado a depor contra si mesma, nem a
Direito à Liberdade Pessoal declarar-se culpada; e
1. Toda pessoa tem direito à liberdade e à segurança pessoais. h) direito de recorrer da sentença para juiz ou tribunal superior.
2. Ninguém pode ser privado de sua liberdade física, salvo pe- 3. A confissão do acusado só é válida se feita sem coação de
las causas e nas condições previamente fixadas pelas constituições nenhuma natureza.
políticas dos Estados-Partes ou pelas leis de acordo com elas pro- 4. O acusado absolvido por sentença passada em julgado não
mulgadas. poderá se submetido a novo processo pelos mesmos fatos.
3. Ninguém pode ser submetido a detenção ou encarceramen- 5. O processo penal deve ser público, salvo no que for necessá-
to arbitrários. rio para preservar os interesses da justiça.
4. Toda pessoa detida ou retida deve ser informada das razões
da sua detenção e notificada, sem demora, da acusação ou acusa- ARTIGO 9
ções formuladas contra ela. Princípio da Legalidade e da Retroatividade
5. Toda pessoa detida ou retida deve ser conduzida, sem de- Ninguém pode ser condenado por ações ou omissões que, no
mora, à presença de um juiz ou outra autoridade autorizada pela momento em que forem cometidas, não sejam delituosas, de acor-
lei a exercer funções judiciais e tem direito a ser julgada dentro de do com o direito aplicável. Tampouco se pode impor pena mais gra-
um prazo razoável ou a ser posta em liberdade, sem prejuízo de que ve que a aplicável no momento da perpetração do delito. Se depois
prossiga o processo. Sua liberdade pode ser condicionada a garan- da perpetração do delito a lei dispuser a imposição de pena mais
tias que assegurem o seu comparecimento em juízo. leve, o delinqüente será por isso beneficiado.
6. Toda pessoa privada da liberdade tem direito a recorrer a um
juiz ou tribunal competente, a fim de que este decida, sem demora, ARTIGO 10
sobre a legalidade de sua prisão ou detenção e ordene sua soltura Direito a Indenização
se a prisão ou a detenção forem ilegais. Nos Estados-Partes cujas Toda pessoa tem direito de ser indenizada conforme a lei, no
leis prevêem que toda pessoa que se vir ameaçada de ser privada caso de haver sido condenada em sentença passada em julgado,
de sua liberdade tem direito a recorrer a um juiz ou tribunal compe- por erro judiciário.
tente a fim de que este decida sobre a legalidade de tal ameaça, tal
recurso não pode ser restringido nem abolido. O recurso pode ser ARTIGO 11
interposto pela própria pessoa ou por outra pessoa. Proteção da Honra e da Dignidade
7. Ninguém deve ser detido por dívida. Este princípio não limita 1. Toda pessoa tem direito ao respeito de sua honra e ao reco-
os mandados de autoridade judiciária competente expedidos em nhecimento de sua dignidade.
virtude de inadimplemento de obrigação alimentar. 2. Ninguém pode ser objeto de ingerências arbitrárias ou abu-
sivas em sua vida privada, na de sua família, em seu domicílio ou
ARTIGO 8 em sua correspondência, nem de ofensas ilegais à sua honra ou re-
Garantias Judiciais putação.
1. Toda pessoa tem direito a ser ouvida, com as devidas garan- 3. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais ingerên-
tias e dentro de um prazo razoável, por um juiz ou tribunal compe- cias ou tais ofensas.
tente, independente e imparcial, estabelecido anteriormente por
lei, na apuração de qualquer acusação penal formulada contra ela,
ou para que se determinem seus direitos ou obrigações de natureza
civil, trabalhista, fiscal ou de qualquer outra natureza.

105
NOÇÕES DE DIREITO
ARTIGO 12 ARTIGO 15
Liberdade de Consciência e de Religião Direito de Reunião
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de consciência e de re- É reconhecido o direito de reunião pacífica e sem armas. O
ligião. Esse direito implica a liberdade de conservar sua religião ou exercício de tal direito só pode estar sujeito às restrições previstas
suas crenças, ou de mudar de religião ou de crenças, bem como a pela lei e que sejam necessárias, numa sociedade democrática, no
liberdade de professar e divulgar sua religião ou suas crenças, indi- interesse da segurança nacional, da segurança ou da ordem públi-
vidual ou coletivamente, tanto em público como em privado. cas, ou para proteger a saúde ou a moral públicas ou os direitos e
2. Ninguém pode ser objeto de medidas restritivas que possam liberdades das demais pessoas.
limitar sua liberdade de conservar sua religião ou suas crenças, ou
de mudar de religião ou de crenças. ARTIGO 16
3. A liberdade de manifestar a própria religião e as próprias Liberdade de Associação
crenças está sujeita unicamente às limitações prescritas pela lei e 1. Todas as pessoas têm o direito de associar-se livremente com
fins ideológicos, religiosos, políticos, econômicos, trabalhistas, so-
que sejam necessárias para proteger a segurança, a ordem, a saúde
ciais, culturais, desportivos, ou de qualquer outra natureza.
ou a moral públicas ou os direitos ou liberdades das demais pesso-
2. O exercício de tal direito só pode estar sujeito às restrições
as.
previstas pela lei que sejam necessárias, numa sociedade democrá-
4. Os pais, e quando for o caso os tutores, têm direito a que
tica, no interesse da segurança nacional, da segurança ou da ordem
seus filhos ou pupilos recebam a educação religiosa e moral que públicas, ou para proteger a saúde ou a moral públicas ou os direi-
esteja acorde com suas próprias convicções. tos e liberdades das demais pessoas.
3. O disposto neste artigo não impede a imposição de restri-
ARTIGO 13 ções legais, e mesmo a privação do exercício do direito de associa-
Liberdade de Pensamento e de Expressão ção, aos membros das forças armadas e da polícia.
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento e de ex-
pressão. Esse direito compreende a liberdade de buscar, receber e ARTIGO 17
difundir informações e idéias de toda natureza, sem consideração Proteção da Família
de fronteiras, verbalmente ou por escrito, ou em forma impressa ou 1. A família é o elemento natural e fundamental da sociedade e
artística, ou por qualquer outro processo de sua escolha. deve ser protegida pela sociedade e pelo Estado.
O exercício do direito previsto no inciso precedente não pode 2. É reconhecido o direito do homem e da mulher de contra-
estar sujeito a censura prévia, mas a responsabilidades ulteriores, írem casamento e de fundarem uma família, se tiverem a idade e
que devem ser expressamente fixadas pela lei a ser necessárias as condições para isso exigidas pelas leis internas, na medida em
para assegurar: que não afetem estas o princípio da não discriminação estabelecido
a) o respeito aos direitos ou à reputação das demais pessoas; nesta Convenção.
ou 3. O casamento não pode ser celebrado sem o livre e pleno
b) a proteção da segurança nacional, da ordem pública, ou da consentimento dos contraentes.
saúde ou da moral públicas. 4. Os Estados-Partes devem tomar medidas apropriadas no
3. Não se pode restringir o direito de expressão por vias ou sentido de assegurar a igualdade de direitos e a adequada equiva-
meios indiretos, tais como o abuso de controles oficiais ou parti- lência de responsabilidades dos cônjuges quanto ao casamento, du-
culares de papel de imprensa, de freqüências radioelétricas ou de rante o casamento e em caso de dissolução do mesmo. Em caso de
equipamentos e aparelhos usados na difusão de informação, nem dissolução, serão adotadas disposições que assegurem a proteção
por quaisquer outros meios destinados a obstar a comunicação e a necessária aos filhos, com base unicamente no interesse e conveni-
circulação de idéias e opiniões. ência dos mesmos.
5. A lei deve reconhecer iguais direitos tanto aos filhos nascidos
4. A lei pode submeter os espetáculos públicos a censura pré-
fora do casamento como aos nascidos dentro do casamento.
via, com o objetivo exclusivo de regular o acesso a eles, para prote-
ção moral da infância e da adolescência, sem prejuízo do disposto
ARTIGO 18
no inciso 2.
Direito ao Nome
5. A lei deve proibir toda propaganda a favor da guerra, bem Toda pessoa tem direito a um prenome e aos nomes de seus
como toda apologia ao ódio nacional, racial ou religioso que consti- pais ou ao de um destes. A lei deve regular a forma de assegurar
tua incitação à discriminação, à hostilidade, ao crime ou à violência. a todos esses direito, mediante nomes fictícios, se for necessário.

ARTIGO 14 ARTIGO 19
Direito de Retificação ou Resposta Direitos da Criança
1. Toda pessoa atingida por informações inexatas ou ofensivas Toda criança tem direito às medidas de proteção que a sua con-
emitidas em seu prejuízo por meios de difusão legalmente regula- dição de menor requer por parte da sua família, da sociedade e do
mentados e que se dirijam ao público em geral, tem direito a fazer, Estado.
pelo mesmo órgão de difusão, sua retificação ou resposta, nas con-
dições que estabeleça a lei. ARTIGO 20
2. Em nenhum caso a retificação ou a resposta eximirão das Direito à Nacionalidade
outras responsabilidades legais em que se houver incorrido. 1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade.
3. Para a efetiva proteção da honra e da reputação, toda publi- 2. Toda pessoa tem direito à nacionalidade do Estado em cujo
cação ou empresa jornalística, cinematográfica, de rádio ou televi- território houver nascido, se não tiver direito a outra.
são, deve ter uma pessoa responsável que não seja protegida por 3. A ninguém se deve privar arbitrariamente de sua nacionali-
imunidades nem goze de foro especial. dade nem do direito de mudá-la.

106
NOÇÕES DE DIREITO
ARTIGO 21 ARTIGO 24
Direito à Propriedade Privada Igualdade Perante a Lei
1. Toda pessoa tem direito ao uso e gozo dos seus bens. A lei Todas as pessoas são iguais perante a lei. Por conseguinte, têm
pode subordinar esse uso e gozo ao interesse social. direito, sem discriminação, a igual proteção da lei.
2. Nenhuma pessoa pode ser privada de seus bens, salvo me-
diante o pagamento de indenização justa, por motivo de utilidade ARTIGO 25
pública ou de interesse social e nos casos e na forma estabelecidos Proteção Judicial
pela lei. 1. Toda pessoa tem direito a um recurso simples e rápido ou a
3. Tanto a usura como qualquer outra forma de exploração do qualquer outro recurso efetivo, perante os juízes ou tribunais com-
homem pelo homem devem ser reprimidas pela lei. petentes, que a proteja contra atos que violem seus direitos funda-
mentais reconhecidos pela constituição, pela lei ou pela presente
ARTIGO 22 Convenção, mesmo quando tal violação seja cometida por pessoas
Direito de Circulação e de Residência que estejam atuando no exercício de suas funções oficiais.
1. Toda pessoa que se ache legalmente no território de um Es- 2. Os Estados-Partes comprometem-se:
tado tem direito de circular nele e de nele residir em conformidade a) a assegurar que a autoridade competente prevista pelo sis-
com as disposições legais. tema legal do Estado decida sobre os direitos de toda pessoa que
2. Toda pessoa tem o direito de sair livremente de qualquer interpuser tal recurso;
país, inclusive do próprio. b) a desenvolver as possibilidades de recurso judicial; e
3. O exercício dos direitos acima mencionados não pode ser c) a assegurar o cumprimento, pelas autoridades competentes,
restringido senão em virtude de lei, na medida indispensável, numa de toda decisão em que se tenha considerado procedente o recur-
sociedade democrática, para prevenir infrações penais ou para so.
proteger a segurança nacional, a segurança ou a ordem públicas, a
moral ou a saúde públicas, ou os direitos e liberdades das demais CAPÍTULO III
pessoas. DIREITOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS
4. O exercício dos direitos reconhecidos no inciso 1 pode tam-
bém ser restringido pela lei, em zonas determinadas, por motivo de ARTIGO 26
interesse público. Desenvolvimento Progressivo
5. Ninguém pode ser expulso do território do Estado do qual Os Estados-Partes comprometem-se a adotar providências,
for nacional, nem ser privado do direito de nele entrar. tanto no âmbito interno como mediante cooperação internacional,
6. O estrangeiro que se ache legalmente no território de um especialmente econômica e técnica, a fim de conseguir progressi-
Estado-Parte nesta Convenção só poderá dele ser expulso em cum- vamente a plena efetividade dos direitos que decorrem das normas
primento de decisão adotada de acordo com a lei. econômicas, sociais e sobre educação, ciência e cultura, constantes
7. Toda pessoa tem o direito de buscar e receber asilo em ter- da Carta da Organização dos Estados Americanos, reformada pelo
ritório estrangeiro, em caso de perseguição por delitos políticos ou Protocolo de Buenos Aires, na medida dos recursos disponíveis, por
comuns conexos com delitos políticos e de acordo com a legislação via legislativa ou por outros meios apropriados.
de cada Estado e com os convênios internacionais.
8. Em nenhum caso o estrangeiro pode ser expulso ou entre- CAPÍTULO IV
gue a outro país, seja ou não de origem, onde seu direito à vida ou SUSPENSÃO DE GARANTIAS, INTERPRETAÇÃO E APLICAÇÃO
à liberdade pessoal esteja em risco de violação por causa da sua
raça, nacionalidade, religião, condição social ou de suas opiniões ARTIGO 27
políticas. Suspensão de Garantias
9. É proibida a expulsão coletiva de estrangeiros. 1. Em caso de guerra, de perigo público, ou de outra emer-
gência que ameace a independência ou segurança do Estado-Par-
ARTIGO 23 te, este poderá adotar disposições que, na medida e pelo tempo
Direitos Políticos estritamente limitados às exigências da situação, suspendam as
1. Todos os cidadãos devem gozar dos seguintes direitos e obrigações contraídas em virtude desta Convenção, desde que tais
oportunidades: disposições não sejam incompatíveis com as demais obrigações que
a) de participar da direção dos assuntos públicos, diretamente lhe impõe o Direito Internacional e não encerrem discriminação al-
ou por meio de representantes livremente eleitos; guma fundada em motivos de raça, cor, sexo, idioma, religião ou
b) de votar e ser eleitos em eleições periódicas autênticas, rea- origem social.
lizadas por sufrágio universal e igual e por voto secreto que garanta 2. A disposição precedente não autoriza a suspensão dos di-
a livre expressão da vontade dos eleitores; e reitos determinados nos seguintes artigos: 3 (Direito ao Reconhe-
c) de ter acesso, em condições gerais de igualdade, às funções cimento da Personalidade Jurídica), 4 (Direito à vida), 5 (Direito à
públicas de seu país. Integridade Pessoal), 6 (Proibição da Escravidão e Servidão), 9 (Prin-
2. A lei pode regular o exercício dos direitos e oportunidades e cípio da Legalidade e da Retroatividade), 12 (Liberdade de Consci-
a que se refere o inciso anterior, exclusivamente por motivos de ida- ência e de Religião), 17 (Proteção da Família), 18 (Direito ao Nome),
de, nacionalidade, residência, idioma, instrução, capacidade civil ou 19 (Direitos da Criança), 20 (Direito à Nacionalidade) e 23 (Direitos
mental, ou condenação, por juiz competente, em processo penal. Políticos), nem das garantias indispensáveis para a proteção de tais
direitos.

107
NOÇÕES DE DIREITO
3. Todo Estado-Parte que fizer uso do direito de suspensão de- CAPÍTULO V
verá informar imediatamente os outros Estados-Partes na presente DEVERES DAS PESSOAS
Convenção, por intermédio do Secretário-Geral da Organização dos
Estados Americanos, das disposições cuja aplicação haja suspendi- ARTIGO 32
do, dos motivos determinantes da suspensão e da data em que haja Correlação entre Deveres e Direitos
dado por terminada tal suspensão. 1. Toda pessoa tem deveres para com a família, a comunidade
e a humanidade.
ARTIGO 28 2. Os direitos de cada pessoa são limitados pelos direitos dos
Cláusula Federal demais, pela segurança de todos e pelas justas exigências do bem
1. Quando se tratar de um Estado-Parte constituído como Es- comum, numa sociedade democrática.
tado federal, o governo nacional do aludido Estado-Parte cumprirá
todas as disposições da presente Convenção, relacionadas com as PARTE II
matérias sobre as quais exerce competência legislativa e judicial. MEIOS DA PROTEÇÃO
2. No tocante às disposições relativas às matérias que corres-
pondem à competência das entidades componentes da federação, CAPÍTULO VI
o governo nacional deve tomar imediatamente as medidas perti- ÓRGÃOS COMPETENTES
nentes, em conformidade com sua constituição e suas leis, a fim de
que as autoridades competentes das referidas entidades possam ARTIGO 33
adotar as disposições cabíveis para o cumprimento desta Conven- São competentes para conhecer dos assuntos relacionados
ção. com o cumprimento dos compromissos assumidos pelos Estados-
3. Quando dois ou mais Estados-Partes decidirem constituir -Partes nesta Convenção:
entre eles uma federação ou outro tipo de associação, diligencia- a) a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, doravante
rão no sentido de que o pacto comunitário respectivo contenha as denominada a Comissão; e
disposições necessárias para que continuem sendo efetivas no novo b) a Corte Interamericana de Direitos Humanos, doravante de-
Estado assim organizado as normas da presente Convenção. nominada a Corte.

ARTIGO 29 CAPÍTULO VII


Normas de Interpretação COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS
Nenhuma disposição desta Convenção pode ser interpretada
no sentido de: SEÇÃO 1
a) permitir a qualquer dos Estados-Partes, grupo ou pessoa, su- ORGANIZAÇÃO
primir o gozo e exercício dos direitos e liberdades reconhecidos na
Convenção ou limitá-los em maior medida do que a nela prevista; ARTIGO 34
b) limitar o gozo e exercício de qualquer direito ou liberdade A Comissão Interamericana de Direitos Humanos compor-se-á
que possam ser reconhecidos de acordo com as leis de qualquer de sete membros, que deverão ser pessoas de alta autoridade mo-
dos Estados-Partes ou de acordo com outra convenção em que seja ral e de reconhecido saber em matéria de direitos humanos.
parte um dos referidos Estados;
c) excluir outros direitos e garantias que são inerentes ao ser ARTIGO 35
humano ou que decorrem da forma democrática representativa de A Comissão representa todos os Membros da Organização dos
governo; e Estados Americanos.
d) excluir ou limitar o efeito que possam produzir a Declaração
Americana dos Direitos e Deveres do Homem e outros atos interna- ARTIGO 36
cionais da mesma natureza. 1. Os membros da Comissão serão eleitos a título pessoal, pela
Assembléia-Geral da Organização, de uma lista de candidatos pro-
ARTIGO 30 postos pelos governos dos Estados-Membros.
Alcance das Restrições 2. Cada um dos referidos governos pode propor até três candi-
As restrições permitidas, de acordo com esta Convenção, ao datos, nacionais do Estado que os propuser ou de qualquer outro
gozo e exercício dos direitos e liberdades nela reconhecidos, não Estado-Membro da Organização dos Estados Americanos. Quando
podem ser aplicadas senão de acordo com leis que forem promul- for proposta uma lista de três candidatos, pelo menos um deles de-
gadas por motivo de interesse geral e com o propósito para o qual verá ser nacional de Estado diferente do proponente.
houverem sido estabelecidas.
ARTIGO 37
ARTIGO 31 1. Os membros da Comissão serão eleitos por quatro anos e só
Reconhecimento de Outros Direitos poderão ser reeleitos uma vez, porém o mandato de três dos mem-
Poderão ser incluídos no regime de proteção desta Convenção bros designados na primeira eleição expirará ao cabo de dois anos.
outros direitos e liberdades que forem reconhecidos de acordo com Logo depois da referida eleição, serão determinados por sorteio, na
os processos estabelecidos nos artigos 69 e 70. Assembléia-Geral, os nomes desses três membros.
2. Não pode fazer parte da Comissão mais de um nacional de
um mesmo Estado.

108
NOÇÕES DE DIREITO
ARTIGO 38 SEÇÃO 3
As vagas que ocorrerem na Comissão, que não se devam à ex- COMPETÊNCIA
piração normal do mandado, serão preenchidas pelo Conselho Per-
manente da Organização, de acordo com o que dispuser o Estatuto ARTIGO 44
da Comissão. Qualquer pessoa ou grupo de pessoas, ou entidade não gover-
namental legalmente reconhecida em um ou mais Estados-Mem-
ARTIGO 39 bros da Organização, pode apresentar à Comissão petições que
A Comissão elaborará seu estatuto e submetê-lo-á à aprovação contenham denúncias ou queixas de violação desta Convenção por
da Assembléia-Geral e expedirá seu próprio regulamento. um Estado-Parte.

ARTIGO 40 ARTIGO 45
Os serviços de secretaria da Comissão devem ser desempenha- 1. Todo Estado-Parte pode, no momento do depósito do seu
dos pela unidade funcional especializada que faz parte da Secre- instrumento de ratificação desta Convenção ou de adesão a ela, ou
taria-Geral da Organização e deve dispor dos recursos necessários em qualquer momento posterior, declarar que reconhece a compe-
para cumprir as tarefas que lhe forem confiadas pela Comissão. tência da Comissão para receber e examinar as comunicações em
que um Estado-Parte alegue haver outro Estado-Parte incorrido em
SEÇÃO 2 violações dos direitos humanos estabelecidos nesta Convenção.
FUNÇÕES 2. As comunicações feitas em virtude deste artigo só podem
ser admitidas e examinadas se forem apresentadas por um Estado-
ARTIGO 41 -Parte que haja feito uma declaração pela qual reconheça a referida
A Comissão tem a função principal de promover a observância competência da Comissão. A Comissão não admitirá nenhuma co-
e a defesa dos direitos humanos e, no exercício do seu mandato, municação contra um Estado-Parte que não haja feito tal declara-
tem as seguintes funções e atribuições: ção.
a) estimular a consciência dos direitos humanos nos povos da 3. As declarações sobre reconhecimento de competência po-
América; dem ser feitas para que esta vigore por tempo indefinido, por perí-
b) formular recomendações aos governos dos Estados-Mem- odo determinado ou para casos específicos.
bros, quando o considerar conveniente, no sentido de que adotem 4. As declarações serão depositadas na Secretaria-Geral da Or-
medidas progressivas em prol dos direitos humanos no âmbito de ganização dos Estados Americanos, a qual encaminhará cópia das
suas leis internas e seus preceitos constitucionais, bem como dis- mesmas aos Estados-Membros da referida Organização.
posições apropriadas para promover o devido respeito a esses di-
reitos; ARTIGO 46
c) preparar os estudos ou relatórios que considerar convenien- 1. Para que uma petição ou comunicação apresentada de acor-
tes para o desempenho de suas funções; do com os artigos 44 ou 45 seja admitida pela Comissão, será ne-
d) solicitar aos governos dos Estados-Membros que lhe propor- cessário:
cionem informações sobre as medidas que adotarem em matéria a) que hajam sido interpostos e esgotados os recursos da juris-
de direitos humanos; dição interna, de acordo com os princípios de direito internacional
e) atender às consultas que, por meio da Secretaria-Geral da geralmente reconhecidos;
Organização dos Estados Americanos, lhe formularem os Estados- b) que seja apresentada dentro do prazo de seis meses, a partir
-Membros sobre questões relacionadas com os direitos humanos e, da data em que o presumido prejudicado em seus direitos tenha
dentro de suas possibilidades, prestar-lhes o assessoramento que sido notificado da decisão definitiva;
eles lhe solicitarem; c) que a matéria da petição ou comunicação não esteja pen-
f) atuar com respeito às petições e outras comunicações, no dente de outro processo de solução internacional; e
exercício de sua autoridade, de conformidade com o disposto nos d) que, no caso do artigo 44, a petição contenha o nome, a
artigos 44 a 51 desta Convenção; e nacionalidade, a profissão, o domicílio e a assinatura da pessoa ou
g) apresentar um relatório anual à Assembléia-Geral da Organi- pessoas ou do representante legal da entidade que submeter a pe-
zação dos Estados Americanos. tição.
2. As disposições das alíneas a e b do inciso 1 deste artigo não
ARTIGO 42 se aplicarão quando:
Os Estados-Partes devem remeter à Comissão cópia dos rela- a) não existir, na legislação interna do Estado de que se tratar, o
tórios e estudos que, em seus respectivos campos, submetem anu- devido processo legal para a proteção do direito ou direitos que se
almente às Comissões Executivas do Conselho Interamericano Eco- alegue tenham sido violados;
nômico e Social e do Conselho Interamericano de Educação, Ciência b) não se houver permitido ao presumido prejudicado em seus
e Cultura, a fim de que aquela vele por que se promovam os direi- direitos o acesso aos recursos da jurisdição interna, ou houver sido
tos decorrentes das normas econômicas, sociais e sobre educação, ele impedido de esgotá-los; e
ciência e cultura, constantes da Carta da Organização dos Estados c) houver demora injustificada na decisão sobre os menciona-
Americanos, reformada pelo Protocolo de Buenos Aires. dos recursos.

ARTIGO 43 ARTIGO 47
Os Estados-Partes obrigam-se a proporcionar à Comissão as in- A Comissão declarará inadmissível toda petição ou comunica-
formações que esta lhes solicitar sobre a maneira pela qual o seu ção apresentada de acordo com os artigos 44 ou 45 quando:
direito interno assegura a aplicação efetiva de quaisquer disposi- a) não preencher algum dos requisitos estabelecidos no artigo
ções desta Convenção. 46;

109
NOÇÕES DE DIREITO
b) não expuser fatos que caracterizem violação dos direitos ga- qualquer deles poderá agregar ao referido relatório seu voto em se-
rantidos por esta Convenção; parado. Também se agregarão ao relatório as exposições verbais ou
c) pela exposição do próprio peticionário ou do Estado, for ma- escritas que houverem sido feitas pelos interessados em virtudes
nifestamente infundada a petição ou comunicação ou for evidente do inciso 1, e, do artigo 48.
sua total improcedência; ou 2. O relatório será encaminhado aos Estados interessados, aos
d) for substancialmente reprodução de petição ou comunica- quais não será facultado publicá-lo.
ção anterior, já examinada pela Comissão ou por outro organismo 3. Ao encaminhar o relatório, a Comissão pode formular as pro-
internacional. posições e recomendações que julgar adequadas.

SEÇÃO 4 ARTIGO 51
PROCESSO 1. Se no prazo de três meses, a partir da remessa aos Estados
interessados do relatório da Comissão, o assunto não houver sido
ARTIGO 48 solucionado ou submetido à decisão da Corte pela Comissão ou
1. A Comissão, ao receber uma petição ou comunicação na qual pelo Estado interessado, aceitando sua competência, a Comissão
se alegue violação de qualquer dos direitos consagrados nesta Con- poderá emitir, pelo voto da maioria absoluta dos seus membros,
venção, procederá da seguinte maneira: sua opinião e conclusões sobre a questão submetida à sua consi-
a) se reconhecer a admissibilidade da petição ou comunicação, deração.
solicitará informações ao Governo do Estado ao qual pertença a au- 2. A comissão fará as recomendações pertinentes e fixará um
toridade apontada como responsável pela violação alegada e trans- prazo dentro do qual o Estado deve tomar as medidas que lhe com-
creverá as partes pertinentes da petição ou comunicação. As referi- petirem para remediar a situação examinada.
das informações devem ser enviadas dentro de um prazo razoável, 3. Transcorrido o prazo fixado, a Comissão decidirá, pelo voto
fixado pela Comissão ao considerar as circunstâncias de cada caso; da maioria absoluta dos seus membros, se o Estado tomou ou não
b) recebidas às informações, ou transcorrido o prazo fixado medidas adequadas e se publica ou não seu relatório.
sem que sejam elas recebidas, verificará se existem ou subsistem os
motivos da petição ou comunicação. No caso de não existirem ou CAPÍTULO VIII
não subsistirem, mandará arquivar o expediente; CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS
c) poderá também declarar a inadmissibilidade ou a improce-
dência da petição ou comunicação, com base em informação ou SEÇÃO 1
prova superveniente; ORGANIZAÇÃO
d) se o expediente não houver sido arquivado, e com o fim de
comprovar os fatos, a Comissão procederá, com conhecimento das ARTIGO 52
partes, a um exame do assunto exposto na petição ou comunicação. 1. A Corte compor-se-á de sete juízes, nacionais dos Estados-
Se for necessário e conveniente, a Comissão procederá a uma inves- -Membros da Organização, eleitos a título pessoal dentre juristas da
tigação para cuja eficaz realização solicitará, e os Estados interessa- mais alta autoridade moral, de reconhecida competência em maté-
dos lhe proporcionarão, todas as facilidades necessárias; ria de direitos humanos, que reúnam as condições requeridas para
e) poderá pedir aos Estados interessados qualquer informação o exercício das mais elevadas funções judiciais, de acordo com a lei
pertinente e receberá, se isso lhe for solicitado, as exposições ver- do Estado do qual sejam nacionais, ou do Estado que os propuser
bais ou escritas que apresentarem os interessados; e como candidatos.
f) por-se-á à disposição das partes interessadas, a fim de chegar 2. Não deve haver dois juízes da mesma nacionalidade.
a uma solução amistosa do assunto, fundada no respeito aos direi-
tos humanos reconhecidos nesta Convenção. ARTIGO 53
2. Entretanto, em casos graves e urgentes, pode ser realizada 1. Os juízes da Corte serão eleitos, em votação secreta e pelo
uma investigação, mediante prévio consentimento do Estado em voto da maioria absoluta dos Estados-Partes na Convenção, na As-
cujo território de alegue haver sido cometida a violação, tão somen- sembléia-Geral da Organização, de uma lista de candidatos propos-
te com a apresentação de uma petição ou comunicação que reúna tos pelos mesmos Estados.
todos os requisitos formais de admissibilidade. 2. Cada um dos Estados-Partes pode propor até três candida-
tos, nacionais do Estado que os propuser ou de qualquer outro Es-
ARTIGO 49 tado-Membro da Organização dos Estados Americanos. Quando se
Se houver chegado a uma solução amistosa de acordo com as propuser uma lista de três candidatos, pelo menos um deles deverá
disposições do inciso 1, f, do artigo 48, a Comissão redigirá um re- ser nacional de Estado diferente do proponente.
latório que será encaminhado ao peticionário e aos Estados-Partes
nesta Convenção e, posteriormente, transmitido, para sua publica- ARTIGO 54
ção, ao Secretário-Geral da Organização dos Estados Americanos. O 1. Os juízes da Corte serão eleitos por um período de seis anos
referido relatório conterá uma breve exposição dos fatos e da solu- e só poderão ser reeleitos uma vez. O mandato de três dos juízes
ção alcançada. Se qualquer das partes no caso o solicitar, ser-lhe-á designados na primeira eleição expirará ao cabo de três anos. Ime-
proporcionada a mais ampla informação possível. diatamente depois da referida eleição, determinar-se-ão por sor-
teio, na Assembléia-Geral, os nomes desses três juízes.
ARTIGO 50 2. O juiz eleito para substituir outro cujo mandato não haja ex-
1. Se não se chegar a uma solução, e dentro do prazo que for pirado, completará o período deste.
fixado pelo Estatuto da Comissão, esta redigirá um relatório no qual
exporá os fatos e suas conclusões. Se o relatório não representar,
no todo ou em parte, o acordo unânime dos membros da Comissão,

110
NOÇÕES DE DIREITO
3. Os juízes permanecerão em suas funções até o término dos ARTIGO 62
seus mandatos. Entretanto, continuarão funcionando nos casos de 1. Todo Estado-Parte pode, no momento do depósito do seu
que já houverem tomado conhecimento e que se encontrem em instrumento de ratificação desta Convenção ou de adesão a ela,
fase de sentença e, para tais efeitos, não serão substituídos pelos ou em qualquer momento posterior, declarar que reconhece como
novos juízes eleitos. obrigatória, de pleno direito e sem convenção especial, a compe-
tência da Corte em todos os casos relativos à interpretação ou apli-
ARTIGO 55 cação desta Convenção.
1. O juiz que for nacional de algum dos Estados-Partes no caso 2. A declaração pode ser feita incondicionalmente, ou sob con-
submetido à Corte conservará o seu direito de conhecer o mesmo. dição de reciprocidade, por prazo determinado ou para casos espe-
2. Se um dos juízes chamados a conhecer do caso for de na- cíficos. Deverá ser apresentada ao Secretário-Geral da Organização,
cionalidade de um dos Estados-Partes, outro Estado-Parte no caso que encaminhará cópias da mesma aos outros Estados-Membros
poderá designar uma pessoa de sua escolha para integrar a Corte da Organização e ao Secretário da Corte.
na qualidade de juiz ad hoc. 3. A Corte tem competência para conhecer de qualquer caso
3. Se, dentre os juízes chamados a conhecer do caso, nenhum relativo à interpretação e aplicação das disposições desta Conven-
for da nacionalidade dos Estados partes, cada um destes poderá ção que lhe seja submetido, desde que os Estados-Partes no caso
designar um juiz ad hoc. tenham reconhecido ou reconheçam a referida competência, seja
4. O juiz ad hoc deve reunir os requisitos indicados no artigo 52. por declaração especial, como prevêem os incisos anteriores, seja
5. Se vários Estados-Partes na Convenção tiverem o mesmo in- por convenção especial.
teresse no caso, serão considerados como uma só parte, para os
fins das disposições anteriores. Em caso de dúvida, a Corte decidirá. ARTIGO 63
1. Quando decidir que houve violação de um direito ou liber-
ARTIGO 56 dade protegido nesta Convenção, a Corte determinará que se as-
O quorum para as deliberações da Corte é constituído por cinco segure ao prejudicado o gozo do seu direito ou liberdade violados.
juízes. Determinará também, se isso for procedente, que sejam reparadas
as conseqüências da medida ou situação que haja configurado a
ARTIGO 57 violação desses direitos, bem como o pagamento de indenização
A Comissão comparecerá em todos os casos perante a Corte. justa à parte lesada.
2. Em casos de extrema gravidade e urgência, e quando se fizer
ARTIGO 58 necessário evitar danos irreparáveis às pessoas, a Corte, nos assun-
1. A Corte terá sua sede no lugar que for determinado, na As- tos de que estiver conhecendo, poderá tomar as medidas provisó-
sembléia-Geral da Organização, pelos Estados-Partes na Conven- rias que considerar pertinentes. Se se tratar de assuntos que ainda
ção, mas poderá realizar reuniões no território de qualquer Esta- não estiverem submetidos ao seu conhecimento, poderá atuar a
do-Membro da Organização dos Estrados Americanos em que o pedido da Comissão.
considerar conveniente pela maioria dos seus membros e median-
te prévia aquiescência do Estado respectivo. Os Estados-Partes na ARTIGO 64
Convenção podem, na Assembléia-Geral, por dois terços dos seus 1. Os Estados-Membros da Organização poderão consultar
votos, mudar a sede da Corte. a Corte sobre a interpretação desta Convenção ou de outros tra-
2. A Corte designará seu Secretário. tados concernentes à proteção dos direitos humanos nos Estados
3. O Secretário residirá na sede da Corte e deverá assistir às americanos. Também poderão consultá-la, no que lhes compete, os
reuniões que ela realizar fora da mesma. órgãos enumerados no capítulo X da Carta da Organização dos Esta-
dos Americanos, reformada pelo Protocolo de Buenos Aires.
ARTIGO 59 2. A Corte, a pedido de um Estado-Membro da Organização,
A Secretaria da Corte será por esta estabelecida e funcionará poderá emitir pareceres sobre a compatibilidade entre qualquer de
sob a direção do Secretário da Corte, de acordo com as normas ad- suas leis internas e os mencionados instrumentos internacionais.
ministrativas da Secretaria-Geral da Organização em tudo o que não
for incompatível com a independência da Corte. Seus funcionários ARTIGO 65
serão nomeados pelo Secretário-Geral da Organização, em consulta A Corte submeterá à consideração da Assembléia-Geral da Or-
com o Secretário da Corte. ganização, em cada período ordinário de sessões, um relatório so-
bre suas atividades no ano anterior. De maneira especial, e com as
ARTIGO 60 recomendações pertinentes, indicará os casos em que um Estado
A Corte elaborará seu estatuto e submetê-lo-á à aprovação da não tenha dado cumprimento a suas sentenças.
Assembléia-Geral e expedirá seu regimento.
SEÇÃO 3
SEÇÃO 2 PROCESSO
COMPETÊNCIA E FUNÇÕES
ARTIGO 66
ARTIGO 61 1. A sentença da Corte deve ser fundamentada.
1. Somente os Estados-Partes e a Comissão têm direito de sub- 2. Se a sentença não expressar no todo ou em parte a opinião
meter caso à decisão da Corte. unânime dos juízes, qualquer deles terá direito a que se agregue à
2. Para que a Corte possa conhecer de qualquer caso, é neces- sentença o seu voto dissidente ou individual.
sário que sejam esgotados os processos previstos nos artigos 48 a
50.

111
NOÇÕES DE DIREITO
ARTIGO 67 PARTE III
A sentença da Corte será definitiva e inapelável. Em caso de di- DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
vergência sobre o sentido ou alcance da sentença, a Corte interpre-
tá-la-á, a pedido de qualquer das partes, desde que o pedido seja CAPÍTULO X
apresentando dentro de noventa dias a partir da data da notificação ASSINATURA, RATIFICAÇÃO, RESERVA, EMENDA, PROTOCOLO
da sentença. E DENÚNCIA

ARTIGO 68 ARTIGO 74
1. Os Estados-Partes na Convenção comprometem-se a cum- 1. Esta Convenção fica aberta à assinatura e à ratificação ou
prir a decisão da Corte em todo caso em que forem partes. adesão de todos os Estados-Membros da Organização dos Estados
2. A parte da sentença que determinar indenização compensa- Americanos.
tória poderá ser executada no país respectivo pelo processo interno 2. A ratificação desta Convenção ou a adesão a ela efetuar-se-á
vigente para a execução de sentenças contra o Estado. mediante depósito de um instrumento de ratificação ou de adesão
na Secretaria-Geral da Organização dos Estados Americanos. Esta
ARTIGO 69 Convenção entrará em vigor logo que onze Estados houverem de-
A sentença da Corte deve ser notificada às partes no caso e positado os seus respectivos instrumentos de ratificação ou de ade-
transmitida aos Estados-Partes na Convenção. são. Com referência a qualquer outro Estado que a ratificar ou que
a ela aderir ulteriormente, a Convenção entrará em vigor na data do
CAPITULO IX depósito do seu instrumento de ratificação ou de adesão.
DISPOSIÇÕES COMUNS 3. O Secretário-Geral informará todos os Estados Membros da
Organização sobre a entrada em vigor da Convenção.
ARTIGO 70
1. Os juízes da Corte e os membros da Comissão gozam, des- ARTIGO 75
de o momento de sua eleição e enquanto durar o seu mandato, Esta Convenção só pode ser objeto de reservas em conformi-
das imunidades reconhecidas aos agentes diplomáticos pelo Direito dade com as disposições da Convenção de Viena sobre Direito dos
Internacional. Durante o exercício dos seus cargos gozam, além dis- Tratados, assinada em 23 de maio de 1969.
so, dos privilégios diplomáticos necessários para o desempenho de
suas funções. ARTIGO 76
2. Não se poderá exigir responsabilidade em tempo algum dos 1. Qualquer Estado-Parte, diretamente, e a Comissão ou a Cor-
juízes da Corte, nem dos membros da Comissão, por votos e opini- te, por intermédio do Secretário-Geral, podem submeter à Assem-
ões emitidos no exercício de suas funções. bléia-Geral, para o que julgarem conveniente, proposta de emenda
a esta Convenção.
ARTIGO 71 2. As emendas entrarão em vigor para os Estados que ratifi-
Os cargos de juiz da Corte ou de membro da Comissão são carem as mesmas na data em que houver sido depositado o res-
incompatíveis com outras atividades que possam afetar sua inde- pectivo instrumento de ratificação que corresponda ao número de
pendência ou imparcialidade conforme o que for determinado nos dois terços dos Estados-Partes nesta Convenção. Quanto aos outros
respectivos estatutos. Estados-Partes, entrarão em vigor na data em que depositarem eles
os seus respectivos instrumentos de ratificação.
ARTIGO 72
Os juízes da Corte e os membros da Comissão perceberão ho- ARTIGO 77
norários e despesas de viagem na forma e nas condições que deter- 1. De acordo com a faculdade estabelecida no artigo 31, qual-
minarem os seus estatutos, levando em conta a importância e inde- quer Estado-Parte e a Comissão podem submeter à consideração
pendência de suas funções. Tais honorários e despesas de viagem dos Estados-Partes reunidos por ocasião da Assembléia-Geral, pro-
serão fixados no orçamento-programa da Organização dos Estados jetos de protocolos adicionais a esta Convenção, com a finalidade
Americanos, no qual devem ser incluídas, além disso, as despesas de incluir progressivamente no regime de proteção da mesma ou-
da Corte e da sua Secretaria. Para tais efeitos, a Corte elaborará o tros direitos e liberdades.
seu próprio projeto de orçamento e submetê-lo-á à aprovação da 2. Cada protocolo deve estabelecer as modalidades de sua en-
Assembléia-Geral, por intermédio da Secretaria-Geral. Esta última trada em vigor e será aplicado semente entre os Estados-Partes no
não poderá nele introduzir modificações. mesmo.

ARTIGO 73 ARTIGO 78
Somente por solicitação da Comissão ou da Corte, conforme 1. Os Estados-Partes poderão denunciar esta Convenção depois
o caso, cabe á Assembléia-Geral da Organização resolver sobre as de expirado um prazo de cinco anos, a partir da data de entrada em
sanções aplicáveis aos membros da Comissão ou aos juízes da Corte vigor da mesma e mediante aviso prévio de um ano, notificando
que incorrerem nos casos previstos nos respectivos estatutos. Para o Secretário-Geral da Organização, o qual deve informar as outras
expedir uma resolução, será necessária maioria de dois terços dos Partes.
votos dos Estados-Membros da Organização, no caso dos membros 2. Tal denúncia não terá o efeito de desligar o Estado-Parte
da Comissão; e, além disso, de dois terços dos votos dos Estados- interessado das obrigações contidas nesta Convenção, no que diz
-Partes na Convenção, se se tratar dos juízes da Corte. respeito a qualquer ato que, podendo constituir violação dessas
obrigações, houver sido cometido por ele anteriormente à data na
qual a denúncia produzir efeito.

112
NOÇÕES DE DIREITO
CAPÍTULO XI O artigo 80, parágrafo 2, da Constituição da República Oriental
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS do Uruguai, estabelece que se suspende a cidadania “pela condição
de legalmente processado em causa criminal de que possa resultar
SEÇÃO 1 pena de penitenciária”. Essa limitação ao exercício dos direitos re-
COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS conhecidos no artigo 23 da Convenção não está prevista entre as
circunstâncias que a tal respeito prevê o parágrafo 2 do referido
ARTIGO 79 artigo 23, motivo por que a Delegação do Uruguai formula a reserva
Ao entrar em vigor esta Convenção, o Secretário-Geral pedirá pertinente.
por escrito a cada Estado-Membro da Organização que apresente, Em fé do que, os plenipotenciários abaixo-assinados, cujos ple-
dentro de um prazo de noventa dias, seus candidatos a membro da nos poderes foram encontrados em boa e devida forma, assinam
Comissão Interamericana de Direitos Humanos. O Secretário-Geral esta Convenção, que se denominará “Pacto de São José da Costa
preparará uma lista por ordem alfabética dos candidatos apresen- Rica”, na cidade de São Jose, Costa Rica, em vinte e dois de novem-
tados e a encaminhará aos Estados-Membros da Organização pelo bro de mil novecentos e sessenta e nove.
menos trinta dias antes da Assembléia-Geral seguinte. ***

ARTIGO 80 DECLARAÇÃO INTERPRETATIVA DO BRASIL


A eleição dos membros da Comissão far-se-á dentre os candi-
datos que figurem na lista a que se refere o artigo 79, por votação Ao depositar a Carta de Adesão à Convenção Americana so-
secreta da Assembléia-Geral, e serão declarados eleitos os candida- bre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica), em 25 de
tos que obtiverem maior número de votos e a maioria absoluta dos setembro de 1992, o Governo brasileiro fez a seguinte declaração
votos dos representantes dos Estados-Membros. Se, para eleger interpretativa sobre os artigos 43 e 48, alínea “d”:
todos os membros da Comissão, for necessário realizar várias vota- “ O Governo do Brasil entende que os artigos 43 e 48, alínea
ções, serão eliminados sucessivamente, na forma que for determi- “d”, não incluem o direito automático de visitas e inspeções in loco
nada pela Assembléia-Geral, os candidatos que receberem menor da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, as quais depen-
número de votos. derão da anuência expressa do Estado.”

SEÇÃO 2
QUESTÕES
CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS

ARTIGO 81 1. [...] não se pode deduzir que todos os direitos fundamentais


Ao entrar em vigor esta Convenção, o Secretário-Geral solici- possam ser aplicados e protegidos da mesma forma, embora todos
tará por escrito a cada Estado-Parte que apresente, dentro de um eles estejam sob a guarda de um regime jurídico reforçado, conferi-
prazo de noventa dias, seus candidatos a juiz da Corte Interamerica- do pelo legislador constituinte. (HACHEM, Daniel Wunder. Manda-
na de Direitos Humanos. O Secretário-Geral preparará uma lista por do de Injunção e Direitos Fundamentais, 2012.)
ordem alfabética dos candidatos apresentados e a encaminhará aos Sobre o tema, assinale a alternativa correta.
Estados-Partes pelo menos trinta dias antes da Assembléia-Geral (A)É compatível com a posição do autor inferir-se que, não obs-
seguinte. tante o reconhecimento do princípio da aplicabilidade imediata
das normas definidoras de direitos e garantias fundamentais,
ARTIGO 82 há peculiaridades nas consequências jurídicas extraíveis de
A eleição dos juízes da Corte far-se-á dentre os candidatos que cada direito fundamental, haja vista existirem distintos níveis
figurem na lista a que se refere o artigo 81, por votação secreta dos de proteção.
Estados-Partes, na Assembléia-Geral, e serão declarados eleitos os (B)É compatível com a posição do autor a recusa ao reconhe-
candidatos que obtiverem maior número de votos e a maioria abso- cimento do princípio da aplicabilidade imediata das normas
luta dos votos dos representantes dos Estados-Partes. Se, para ele- definidoras de direitos e garantias fundamentais no sistema
ger todos os juízes da Corte, for necessário realizar várias votações, constitucional brasileiro.
serão eliminados sucessivamente, na forma que for determinada (C) O autor se refere particularmente à distinção existente
pelos Estados-Partes, os candidatos que receberem menor número entre direitos fundamentais políticos e direitos fundamentais
de votos. sociais, haja vista a mais ampla proteção constitucional aos pri-
meiros, que não estão limitados ao mínimo existencial.
DECLARAÇÕES E RESERVAS (D) O autor se refere particularmente à distinção entre os di-
reitos fundamentais que consistem em cláusulas pétreas e os
direitos fundamentais que não estão protegidos por essa cláu-
Declaração do Chile
sula, sendo que a maior proteção dada aos primeiros os torna
A Delegação do Chile apõe sua assinatura a esta Convenção,
imunes à incidência da reserva do possível.
sujeita à sua posterior aprovação parlamentar e ratificação, em con-
(E) O autor se refere particularmente à distinção entre os di-
formidade com as normas constitucionais vigentes. reitos fundamentais que estão expressos na Constituição de
Declaração do Equador 1988 e aqueles que estão implícitos, decorrendo dos princípios
A Delegação do Equador tem a honra de assinar a Convenção por ela adotados, haja vista o expresso regime diferenciado de
Americana sobre Direitos Humanos. Não crê necessário especificar proteção estabelecido em nível constitucional para esses dois
reserva alguma, deixando a salvo tão-somente a faculdade geral grupos de direitos.
constante da mesma Convenção, que deixa aos governos a liberda-
de de ratificá-la.
Reserva do Uruguai

113
NOÇÕES DE DIREITO
2. De acordo com a Constituição Federal de 1988, é certo di- III. Embasada em uma concepção jurídica, “Constituição” é
zer que quando a propriedade rural atende, simultaneamente, se- uma norma pura, a despeito de fundamentações oriundas de ou-
gundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos se- tras disciplinas. Através do sentido jurídico-positivo, Hans Kelsen
guintes requisitos: aproveitamento racional e adequado; utilização define a Constituição como norma positiva suprema, dentro de um
adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio sistema escalonado e hierarquizado de normas, em que aquela ser-
ambiente; observância das disposições que regulam as relações de ve de fundamento de validade para todas as demais.
trabalho; e exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários IV. “Constituição-dirigente ou registro” é aquela que traça di-
e dos trabalhadores, está cumprida a: retrizes objetivando nortear a ação estatal, mediante a previsão de
(A) Função econômica. normas programáticas. Marcante em nações socialistas, visa reger o
(B) Reforma agrária. ordenamento jurídico de um Estado durante certo período de tem-
(C) Desapropriação. po nela estabelecido, cujo decurso implicará a elaboração de uma
(D) Função social. nova Constituição ou adaptação de seu texto.
V. A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é
3. Assinale a única alternativa que não contemple um direito classificada, pela doutrina majoritária, como sendo de ordem de-
social previsto na Constituição Federal. mocrática, nominativa, analítica, material e super-rígida.
(A)direito ao lazer
(B) . direito à previdência social Assinale a alternativa correta.
(C) direito à alimentação (A)Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas
(D)direito à ampla defesa (B) . Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas
(E) direito à educação (C)Apenas as afirmativas II, III e V estão corretas
(D) Apenas as afirmativas II e III estão corretas
4. Segundo as disposições do Art. 12 da Constituição Federal, é
privativo de brasileiro nato o cargo de: 7. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República,
(A)Ministro do Supremo Tribunal Federal. auxiliado pelos Ministros de Estado. No que se refere às disposi-
(B)Ministro de Estado da Justiça e da Segurança Pública. ções constitucionais sobre o Poder Executivo, analise as afirmativas
(C) Ministro do Superior Tribunal de Justiça. abaixo:
(D) Deputado Federal. I. O Vice-Presidente da República, além de outras atribuições
(E) Senador da República. que lhe forem conferidas por lei complementar, auxiliará o Presi-
dente, sempre que por ele convocado para missões especiais.
5. Com base nas disposições constitucionais sobre os direitos e II. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presiden-
garantias fundamentais, analise as afirmativas a seguir: te, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente cha-
I. Os cargos de Vice-Presidente da República e Senador são pri- mados ao exercício da Presidência o Presidente do Supremo Tribu-
vativos de brasileiro nato. nal Federal, da Câmara dos Deputados e o do Senado Federal.
II. São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. III. Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período
III. Os partidos políticos não estão subordinados a nenhum tipo presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias
de governo, mas podem receber recursos financeiros de entidades depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.
nacionais ou estrangeiras.
Assinale a alternativa correta.
Assinale (A)As afirmativas I, II e III estão corretas
(A) se somente a afirmativa I estiver correta. (B)Apenas as afirmativas I e II estão corretas
(B) se somente a afirmativa II estiver correta. (C) Apenas as afirmativas II e III estão corretas
(C) se somente a afirmativa III estiver correta (D) Apenas as afirmativas I e III estão corretas
(D) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
(E) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. 8. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabili-
dade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da
6. Doutrinariamente, o conceito e a classificação das constitui- incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes
ções podem variar de acordo com o sentido e o critério adotados órgãos, EXCETO:
para sua definição. A respeito dessa temática, leia as afirmativas (A) Polícia Federal.
abaixo: (B) Polícia Rodoviária Federal.
I. Para o sociólogo Ferdinand Lassalle, “Constituição” seria a (C) Defesa Civil.
somatória dos fatores reais de poder dentro de uma sociedade, en- (D) Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares.
quanto reflexo do embate das forças econômicas, sociais, políticas e
religiosas de um Estado. Nesse sentido, por ser uma norma jurídica, 9. De acordo com as disposições constitucionais acerca da Or-
ainda que não efetiva, uma Constituição legítima é aquela escrita dem Social, assinale a afirmativa incorreta.
em uma “folha de papel”. (A)A pesquisa científica básica e tecnológica receberá trata-
II. O alemão Carl Schmitt define “Constituição” como sendo mento prioritário do Estado, tendo em vista o bem público e o
uma decisão política fundamental, cuja finalidade precípua é orga- progresso da ciência, tecnologia e inovação.
nizar e estruturar os elementos essenciais do Estado. Trata-se do (B)A educação básica pública terá como fonte adicional de fi-
sentido político delineado na teoria decisionista ou voluntarista, em nanciamento a contribuição social do salário-educação, reco-
que a Constituição é um produto da vontade do titular do Poder lhida pelas empresas na forma da lei.
Constituinte.

114
NOÇÕES DE DIREITO
(C) A União, os Estados e o Distrito Federal estão obrigados a III – A norma constitucional com eficácia relativa restringível
vincular parcela de sua receita orçamentária a entidades públi- tem aplicabilidade direta e imediata, podendo, todavia, ter a am-
cas de fomento ao ensino e à pesquisa científica e tecnológica. plitude reduzida em razão de sobrevir texto legislativo ordinário ou
(D) Incumbe ao Poder Público promover a educação ambiental mesmo sentença judicial que encurte o espectro normativo, como
em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a é, por exemplo, o direito individual à inviolabilidade do domicílio,
preservação do meio ambiente. desde que é possível, por determinação judicial, que se lhe promo-
(E) Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensi- va restrição.
no fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou
responsáveis, pela frequência à escola. Assinale a alternativa CORRETA:
(A)Apenas as assertivas I e II estão corretas.
10. A Constituição Brasileira instituiu um modelo de proteção (B)Apenas as assertivas I e III estão corretas.
social aos brasileiros que inclui a assistência social como um direi- (C) Apenas as assertivas II e III estão corretas.
to de seguridade social reclamável juridicamente e traduzível em (D) Todas as assertivas estão corretas.
proteção social não contributiva devida ao cidadão (BRASIL, 2013).
Sobre a assistência social como direito à seguridade social é COR- 13. Sobre o Poder Legislativo da União, assinale a alternativa
RETO afirmar que: INCORRETA.
(A) A confguração da assistência social como política pública (A)A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do
lhe atribui um campo específico de ação, no caso, a proteção povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada estado, em
social não contributiva como direito de cidadania, aos que dela cada território e no Distrito Federal.
necessitar, os pobres. (B) O Senado Federal compõe-se de representantes dos esta-
(B)A política de assistência social, como política de seguridade dos e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majori-
social, é responsável pela provisão de direitos sociais. tário.
(C) Na condição de prática, a política de assistência social pode (C) Cada estado, território e o Distrito Federal elegerão três se-
ter múltiplas expressões, ser realizada em direções e abrangências nadores, com mandato de oito anos.
diferentes, desenvolver experiências, fazer uma ou outra atenção. (D) O número total de deputados, bem como a representação
(D)A atenção prestada não se refere ao escopo de um indivíduo por estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei
ou uma família, mas deve ter presente que sua responsabilida- complementar, proporcionalmente à população, procedendo-
de exige que se organize para que a ela tenham acesso todos -se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para
aqueles que estão na mesma situação. que nenhuma das unidades da Federação tenha menos de oito
(E) Atenções prestadas de modo focalizadas a grupos de pobres ou mais de setenta deputados.
e miseráveis, de forma subalternizadora, constituindo um pro-
cesso de assistencialização das políticas sociais. 14. Referente ao Poder Judiciário, assinale a alternativa correta.
(A)O ato de remoção ou de disponibilidade do magistrado, por
11. Acerca do Controle de Constitucionalidade, marque a op- interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria
do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, as-
ção CORRETA.
segurada ampla defesa.
(A)Os efeitos da decisão que afirma a inconstitucionalidade da
(B)Nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgado-
norma em sede de Ação Direta de Inconstitucionalidade, em
res, poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de
regra, são ex nunc. onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício
(B)O controle de Constitucionalidade de qualquer decreto re- das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da
gulamentar deve ser realizado pela via difusa. competência do tribunal pleno, provendo-se metade das va-
(C) É impossível matéria de fato em sede de Ação Direta de gas por antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribunal
Inconstitucionalidade. pleno.
(D) Após a propositura da Ação Declaratória de Constitucionali- (C) Aos juízes é vedado exercer a advocacia no juízo ou tribunal
dade é admissível a desistência. do qual se afastou, antes de decorridos 02 (dois) anos do afas-
(E) A mutação constitucional tem relação não com o aspecto tamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.
formal do texto constitucional, mas com a interpretação dada (D) As custas e emolumentos serão destinados, preferencial-
à Constituição. mente, ao custeio dos serviços afetos às atividades específicas
da Justiça.
12. Sobre a aplicabilidade das normas constitucionais, examine (E)O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze)
as assertivas seguintes: membros com mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução.
I – Para Hans Kelsen, eficácia é a possibilidade de a norma jurí-
dica, a um só tempo, ser aplicada e não obedecida, obedecida e não 15. O Ministério Público da União compreende:
aplicada. Para se considerar um preceito como eficaz deve existir a (A)o Ministério Público Federal, o Ministério Público do Traba-
possibilidade de uma conduta em desarmonia com a norma. Uma lho e o Ministério Público Militar.
norma que preceituasse um certo evento que de antemão se sabe (B) o Ministério Público Estadual, o Ministério Público do Traba-
que necessariamente se tem de verificar, sempre e em toda parte, lho e o Ministério Público Militar.
por força de uma lei natural, será tão absurda como uma norma que (C) o Ministério Público Federal, o Ministério Público do Traba-
preceituasse um certo fato que de antemão se sabe que de forma lho e o Ministério Público do Distrito Federal.
alguma se poderá verificar, igualmente por força de uma lei natural. (D)o Ministério Público Federal, o Ministério Público do Traba-
II – O fenômeno relativo à desconstitucionalização, ou seja, a lho e o Ministério Público Militar, do Distrito Federal e territó-
retirada de temas do sistema constitucional e a sua inserção em rios.
sede de legislação ordinária, pode ser observado no Brasil. (E) o Ministério Público Federal, o Ministério Público do Traba-
lho e o Ministério Público Militar e territórios.

115
NOÇÕES DE DIREITO
16. Com base nas disposições constitucionais sobre a Advoca- 20. Leia as afirmativas a seguir:
cia Pública e a Defensoria Pública, analise os itens abaixo: I. De acordo com o artigo 20 da Constituição da República Fe-
I. Aos advogados públicos são assegurados a inamovibilidade, derativa do Brasil de 1988, são bens da União as terras devolutas
a independência funcional e a estabilidade após três anos de efeti- dispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções
vo exercício, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos militares, das vias internacionais de comunicação e à degradação
próprios, após relatório circunstanciado das corregedorias. ambiental, definidas em lei.
II. A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral II. A Constituição Federal estabelece, em seu artigo 7º, a idade
da União, de livre nomeação pelo Presidente da República dentre inicial e as condições em que é permitido trabalhar no Brasil. O dis-
cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e positivo constitucional estabelece a proibição de trabalho noturno,
reputação ilibada. perigoso ou insalubre aos menores de dezesseis anos e de qual-
III. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à quer trabalho aos menores de quatorze anos, salvo na condição de
função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, dentre outras atri- aprendiz, a partir de doze anos.
buições, a orientação jurídica aos necessitados.
Marque a alternativa CORRETA:
Assinale: (A) . As duas afirmativas são verdadeiras.
(A)se apenas a afirmativa I estiver correta. (B)A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa.
(B) se apenas a afirmativa II estiver correta. (C) A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa.
(C) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas. (D)As duas afirmativas são falsas.
(D) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
21. De acordo com as disposições constitucionais acerca da Or-
17. A respeito do controle de constitucionalidade preventivo dem Social, assinale a afirmativa incorreta.
no direito brasileiro, é correto afirmar que (A)A pesquisa científica básica e tecnológica receberá trata-
(A)é exercido pelo Legislativo ao sustar os atos normativos do mento prioritário do Estado, tendo em vista o bem público e o
Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos progresso da ciência, tecnologia e inovação.
limites de delegação legislativa. (B) A educação básica pública terá como fonte adicional de fi-
(B)é praticado, por exemplo, quando o Senado suspende a exe- nanciamento a contribuição social do salário-educação, reco-
cução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional lhida pelas empresas na forma da lei.
por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal. (C) A União, os Estados e o Distrito Federal estão obrigados a
(C) não cabe ao Poder Judiciário exercer esse tipo de controle, vincular parcela de sua receita orçamentária a entidades públi-
Poder este que tem competência apenas para exercer o con- cas de fomento ao ensino e à pesquisa científica e tecnológica.
trole repressivo. (D) Incumbe ao Poder Público promover a educação ambiental
(D) as comissões parlamentares têm competência para exer- em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a
cer esse tipo de controle ao examinar os projetos de lei a elas preservação do meio ambiente.
submetidos. (E) Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensi-
(E) o veto presidencial, que é uma forma de controle preven- no fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou
tivo de constitucionalidade, é sujeito à apreciação e anulação responsáveis, pela frequência à escola.
pelo Poder Judiciário.
22. A Constituição Federal de 1988 traz uma nova concepção
18. Acerca do Controle de Constitucionalidade, marque a op- para a Assistência Social brasileira. Incluída no âmbito da Segurida-
ção CORRETA. de Social e regulamentada pela Lei Orgânica da Assistência Social
(A)Os efeitos da decisão que afirma a inconstitucionalidade da (LOAS), como política social pública, a assistência social inicia seu
norma em sede de Ação Direta de Inconstitucionalidade, em trânsito para um campo novo: o campo dos direitos, da universali-
regra, são ex nunc. zação dos acessos e da responsabilidade estatal. Entre as diretrizes
(B)O controle de Constitucionalidade de qualquer decreto re- traçadas para a Assistência Social encontra-se:
gulamentar deve ser realizado pela via difusa. (A) participação da população, por meio de organizações repre-
(C) É impossível matéria de fato em sede de Ação Direta de sentativas, na formulação das políticas e no controle das ações
Inconstitucionalidade. em todos os níveis.
(D)Após a propositura da Ação Declaratória de Constitucionali- (B) centralização político-administrativa, cabendo a coordena-
dade é admissível a desistência. ção e as normas gerais à esfera municipal com a participação
(E) A mutação constitucional tem relação não com o aspecto de outras entidades.
formal do texto constitucional, mas com a interpretação dada (C)primazia da responsabilidade da sociedade civil na condu-
à Constituição. ção da Política de Assistência Social em cada esfera de governo.
(D) centralidade nas pessoas em situação de risco para con-
19. A luz da Constituição Federal de 1988, é CORRETO afirmar cepção e implementação dos benefícios, serviços, programas
que é um princípio da República Federativa do Brasil, em que irá e projetos.
reger-se em suas relações internacionais. (E) gestão dos recursos financeiros pela Câmara Municipal lo-
(A) Soberania. cal, a quem cabe definir as prioridades para a distribuição.
(B)Garantir o desenvolvimento nacional.
(C) A dignidade da pessoa humana.
(D) Auto determinação dos povos.

116
NOÇÕES DE DIREITO
______________________________________________________
GABARITO
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1 A ______________________________________________________
2 D ______________________________________________________
3 D
______________________________________________________
4 A
5 B ______________________________________________________

6 D ______________________________________________________
7 D ______________________________________________________
8 C
______________________________________________________
9 C
10 D ______________________________________________________
11 E ______________________________________________________
12 B
______________________________________________________
13 C
______________________________________________________
14 B
15 D ______________________________________________________
16 D ______________________________________________________
17 D
______________________________________________________
18 E
19 D ______________________________________________________

20 D ______________________________________________________
21 C
______________________________________________________
22 A
______________________________________________________

ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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NOÇÕES DE DIREITO
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118
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE REPRESENTAÇÕES DE FIGURAS PLANAS: DESENHOS, MAPAS, GRÁFICOS, TABELAS,


SÉRIES ESTATÍSTICAS, SÉRIES TEMPORAIS E PLANTAS; UTILIZAÇÃO DE ESCALAS

Geometria plana
Aqui nos deteremos a conceitos mais cobrados como perímetro e área das principais figuras planas. O que caracteriza a geometria
plana é o estudo em duas dimensões.

Perímetro
É a soma dos lados de uma figura plana e pode ser representado por P ou 2p, inclusive existem umas fórmulas de geometria que
aparece p que é o semiperímetro (metade do perímetro). Basta observamos a imagem:

Observe que a planta baixa tem a forma de um retângulo.

Exemplo:
(CPTM - Médico do trabalho – MAKIYAMA) Um terreno retangular de perímetro 200m está à venda em uma imobiliária. Sabe-se que
sua largura tem 28m a menos que o seu comprimento. Se o metro quadrado cobrado nesta região é de R$ 50,00, qual será o valor pago
por este terreno?
(A) R$ 10.000,00.
(B) R$ 100.000,00.
(C) R$ 125.000,00.
(D) R$ 115.200,00.
(E) R$ 100.500,00.

Resolução:
O perímetro do retângulo é dado por = 2(b+h);
Pelo enunciado temos que: sua largura tem 28m a menos que o seu comprimento, logo 2 (x + (x-28)) = 2 (2x -28) = 4x – 56. Como ele
já dá o perímetro que é 200, então
200 = 4x -56  4x = 200+56  4x = 256  x = 64
Comprimento = 64, largura = 64 – 28 = 36
Área do retângulo = b.h = 64.36 = 2304 m2
Logo o valor da área é: 2304.50 = 115200
Resposta: D

• Área
É a medida de uma superfície. Usualmente a unidade básica de área é o m2 (metro quadrado). Que equivale à área de um quadrado
de 1 m de lado.

119
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Quando calculamos que a área de uma determinada figura é, por exemplo, 12 m2; isso quer dizer que na superfície desta figura cabem
12 quadrados iguais ao que está acima.

Planta baixa de uma casa com a área total

Para efetuar o cálculo de áreas é necessário sabermos qual a figura plana e sua respectiva fórmula. Vejamos:

(Fonte: https://static.todamateria.com.br/upload/57/97/5797a651dfb37-areas-de-figuras-planas.jpg)

SÉRIES ESTATÍSTICAS
A Estatística tem objetivo sintetizar os valores que uma ou mais variáveis possam assumir, para que tenhamos uma visão global da
variação dessa ou dessas variáveis. Esses valores irão fornecer informações rápidas e seguras.

120
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Tabela: é um quadro que resume um conjunto de observações. Uma tabela compõe-se de:

1) Corpo – conjunto de linhas e colunas que contém informações sobre a variável em estudo;

2) Cabeçalho – parte superior da tabela que especifica o conteúdo das colunas;

3) Coluna indicadora – parte da tabela que especifica o conteúdo das linhas;

4) Linhas – retas imaginárias que facilitam a leitura, no sentido horizontal;

5) Casa ou célula – espaço destinado a um só número;

6) Título – Conjunto de informações, as mais completas possíveis, que satisfazem as seguintes perguntas: O quê? Quando? Onde?
localizando-se no topo da tabela.

Elementos complementares: de preferência colocados no rodapé.


- Fonte;
- Notas;
- Chamadas.

Séries Estatísticas: toda tabela que apresenta a distribuição de um conjunto de dados estatísticos em função da época, do local ou da
espécie.

Observamos três elementos:


- tempo;
- espaço;
- espécie.

Conforme varie um dos elementos da série, podemos classifica-la em:


- Histórica;
- Geográfica;
- Específica.

- Séries históricas, cronológicas, temporais ou marchas: Os valores da variável são descritos em, determinado local, em intervalos de
tempo.

121
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Fonte: IBGE

- Séries geográficas, espaciais, territoriais ou de localização: valores da variável, em determinado instante, discriminados segundo
regiões.

- Séries específicas ou categóricas: aquelas que descrevem valores da variável, em determinado tempo e local, segundo especificações
ou categorias.

122
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

- Séries conjugadas – Tabela de dupla entrada: utilizamos quando temos a necessidade de apresentar, em uma única tabela, variações
de mais de uma variável. Com isso conjugamos duas séries em uma única tabela, obtendo uma tabela de dupla entrada, na qual ficam
criadas duas ordens de classificação: uma horizontal e uma vertical.

Dados absolutos e dados relativos


Aos dados resultantes da coleta direta da fonte, sem manuseio senão contagem ou medida, são chamados dados absolutos. Não é
dado muito importância a estes dados, utilizando-se de os dados relativos.
Dados relativos são o resultado de comparações por quociente (razões) que estabelecem entre dados absolutos e têm por finalidade
facilitar as comparações entre quantidades. Os mesmos podem ser traduzidos por meio de percentagens, índices, coeficientes e taxas.

- Percentagens:
Considerando a série:
MATRÍCULAS NAS ESCOLAS DA CIDADE B -
2016
NÚMERO DE ALU-
CATEGORIAS
NOS
1º grau 19.286

123
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

2º grau 1.681 Exemplos:

3º grau 234
Total 21.201
Dados fictícios.

Calculando os percentagens dos alunos de cada grau:


Educacionais:

- Taxas: coeficientes multiplicados por um potência de 10


(10,100, 1000, ...) para tornar o resultado mais inteligível.

Exemplos:
Taxa de mortalidade = coeficiente de mortalidade x 1000.
Taxa de natalidade = coeficiente de natalidade x 1000.

1) Em cada 200 celulares vendidos, 4 apresentam defeito.


Formamos com os dados uma nova coluna na série em estudo: Coeficiente de defeitos: 4/200 = 0,02
Taxa de defeitos = 2% (0,02 x 100)

MATRÍCULAS NAS ESCOLAS DA CIDADE B - 2016 Referências


CATEGORIAS NÚMERO DE ALUNOS % CRESPO, Antônio Arnot – Estatística fácil – 18ª edição – São Pau-
lo - Editora Saraiva: 2002
1º grau 19.286 91,0
2º grau 1.681 7,9 Séries Temporais
3º grau 234 1,1 “Série Temporal é um conjunto de observações sobre uma va-
riável, ordenado no tempo”, e registrado em períodos regulares.
Total 21.201 100,0 Podemos enumerar os seguintes exemplos de séries temporais:
temperaturas máximas e mínimas diárias em uma cidade, vendas
Dados fictícios. mensais de uma empresa, valores mensais do IPC-A, valores de fe-
chamento diários do IBOVESPA, resultado de um eletroencefalogra-
Esses novos valores nos dizem que, de cada 100 alunos da cida- ma, gráfico de controle de um processo produtivo.
de B, 91 estão matriculados no 1º grau, 8 (aproximadamente) no 2º A suposição básica que norteia a análise de séries temporais é
grau e 1 no 3º grau. que há um sistema causal mais ou menos constante, relacionado
com o tempo, que exerceu influência sobre os dados no passado
- Índices: razões entre duas grandezas tais que uma não inclui e pode continuar a fazê-lo no futuro. Este sistema causal costuma
a outra. atuar criando padrões não aleatórios que podem ser detectados em
um gráfico da série temporal, ou mediante algum outro processo
Exemplos: estatístico.
O objetivo da análise de séries temporais é identificar padrões
não aleatórios na série temporal de uma variável de interesse, e a
observação deste comportamento passado pode permitir fazer pre-
visões sobre o futuro, orientando a tomada de decisões.
Vamos ver o gráfico (passageiros transportados) de uma série
temporal.

Econômicos:

- Coeficientes: razões entre o número de ocorrências e o núme-


ro total (ocorrências e não ocorrências).

124
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
G r á fic o 1 – C a p . 1 1

Modelo aditivo: um modelo aditivo se no decorrer do tempo,


a Variação Cíclica não se altera em torno da tendência, ou seja per-
manece constante, tal qual a figura ilustrativa.

Que padrões não aleatórios podemos identificar na figura 1?


- observe que há uma tendência crescente no número de pas-
sageiros transportados (ou pelo menos havia antes de 11 de setem-
bro de 2001...).
- há uma sucessão regular de “picos e vales” no número de
passageiros transportados, isso deve ser causado pelas oscilações
devido a feriados, períodos de férias escolares, etc., que estão ge-
ralmente relacionados às estações do ano, e que se repetem todo
ano (com maior ou menor intensidade).
Se traçasse as retas pelos valores máximos e pelos valores mí-
Em outras palavras, identificamos dois padrões que podem nimos estas seriam paralelas entre sí e com a reta de tendência.
tornar a ocorrer no futuro: crescimento no número de passageiros O Seu modelo Matemático é: Y = T + S + C + I.
transportados, flutuações sazonais. Tais padrões poderiam ser in-
corporados a um modelo estatístico, possibilitando fazer previsões Modelo Multiplicativo: diz se ter um modelo multiplicativo se
que auxiliarão na tomada de decisões. no decorrer do tempo, a Variação Cíclica se altera em torno da ten-
dência, tal qual a figura:
— Modelo de séries temporais
Segundo o modelo clássico todas as séries temporais são com-
postas de quatro padrões:
– tendência (T), que é o comportamento de longo prazo da sé-
rie, que pode ser causada pelo crescimento demográfico, ou mu-
dança gradual de hábitos de consumo, ou qualquer outro aspecto
que afete a variável de interesse no longo prazo;
– variações cíclicas ou ciclos (C), flutuações nos valores da va-
riável com duração superior a um ano, e que se repetem com certa
periodicidade2, que podem ser resultado de variações da economia
como períodos de crescimento ou recessão, ou fenômenos climá-
ticos como o El Niño (que se repete com periodicidade superior a No caso Multiplicativo, as retas pelos valores máximos e pelos
um ano); valores mínimos são inclinadas com relação à reta de tendência.
– variações sazonais ou sazonalidade (S), flutuações nos va- Seu Modelo Matemático é: Y = T x S x C x I.
lores da variável com duração inferior a um ano, e que se repetem
todos os anos, geralmente em função das estações do ano (ou em — Obtenção da Tendência
função de feriados ou festas populares, ou por exigências legais, A tendência descreve o comportamento da variável retratada
como o período para entrega da declaração de Imposto de Renda); na série temporal no longo prazo. Há três objetivos básicos na sua
se os dados forem registrados anualmente NÃO haverá influência identificação: avaliar o seu comportamento para utilizá-lo em pre-
da sazonalidade na série3; visões, removê-la da série para facilitar a visualização das outras
– variações irregulares (I), que são as flutuações inexplicáveis, componentes, ou ainda identificar o nível da série (o valor ou faixa
resultado de fatos fortuitos e inesperados como catástrofes naturais, típica de valores que a variável pode assumir, se não for observado
atentados terroristas como o de 11 de setembro de 2001, decisões comportamento crescente ou decrescente no longo prazo). A ob-
intempestivas de governos, etc. tenção da tendência pode ser feita de três formas: através de um
modelo de regressão (como o modelo linear - reta), através de mé-
Exemplo: dias móveis, ou através de ajuste exponencial (que não deixa de ser
Tendência: É a reta que parte de um valor inicial até o valor uma média móvel).
final.
Variação Cíclica: É a curva que oscila de período a período em Obtenção da tendência linear
torno da tendência. Para encontrar a função que fornece o valor da tendência em
Variação Sazonal: É a oscilação que ocorre em torno da cíclica, cada tempo, usa um dos modelos:
ao qual pode ser ou não de forma periódica. I. Método dos Mínimos Quadrados

125
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
II . Método das médias móveis;

I. Método dos Mínimos Quadrados


Este Método consiste em ajustar uma curva aos dados originais conforme os modelos matemáticos referente a Regressão e Correla-
ção.
O cuidado é o de atribui um valor para indicar o início da contagem do tempo.
As curvas mais usuais são:
01. A Reta;
02. A Logarítmica;
03. A Exponencial.

Para o caso linear, a reta de tendência será: T = a + b x t

Onde:
T é o valor da tendência,
t é o valor do tempo,
b é o coeficiente angular da reta (se positivo indica tendência crescente, se negativo a tendência é decrescente) e
a é o coeficiente linear da reta.

As equações dos coeficientes estão expressas a seguir.

Onde
yi é um valor qualquer da variável registrada na série temporal,
ti é o período associado a yi, e n é o número de períodos da série.

Para encontrar os coeficientes basta calcular os somatórios (tal como em análise de regressão linear simples).

Exemplo:
Os dados a seguir apresentam o patrimônio líquido (em milhões de reais) de um banco de 1985 a 1995. Supondo que o modelo linear
seja apropriado para descrever a tendência da série, encontre os coeficientes da reta de mínimos quadrados. Faça a previsão de tendência
para os anos de 1996 e 1997.
Ano Patrimônio (R$ 1.000.000)
1985 30
1986 32
1987 32
1988 35
1989 37
1990 38
1991 42
1992 41
1993 44
1994 46
1995 47

A variável dependente é o saldo de vendas: será o Y. Há 11 períodos: n = 11. O próximo passo é encontrar os somatórios necessários
para obter os coeficientes. Mas ao invés de usarmos os anos, o que poderia complicar nossos cálculos, vamos trabalhar com períodos,
sendo 1985 o período 1, 1986 o 2 e assim por diante. A tabela ficaria então (já incluindo as colunas t x y e t2):

126
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Substituindo os valores nas equações:

Então a equação de tendência é: T = 27,96 + 1,76 x t

O ano de 1996 corresponderá ao período 12, e 1997 ao período 13 da série temporal. Substituindo estes valores na equação acima:

T1996 = 27,96 + (1,76 x 12) = 49,08


T1997 = 27,96 + (1,76 x 13) = 50,84

Podemos então apresentar um gráfico (feito no Microsoft Excel) da série original, a reta de tendência e a projeção para os anos de
1996 e 1997.

II. Método das médias móveis.


Este método consiste em:
01. Definir o número de agrupamentos, digamos k, de valores sequenciais que comporão cada média;
02. Calcular médias dos k valores a partir do: 10 valor; depois a partir do 2o, do 3o, etc.

127
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Atribuição: Existem 2 situações possíveis sobre o valor de k, PAR ou IMPAR, com isto considera a primeira média móvel acordo com a
posição:
Posição do Elemento Que Será Atribuído à 1a Média
Valor de K Par Impar
k k +1
Posição 2 2

Exemplo:
Encontre as médias móveis dos dados da Tabela 1, tomando k = 7.
Considere as Variáveis:
x: “Época, tendo dia 30 de junho como origem”
y: “Número de Unidades Ocupadas”

Dados originais são:


Dia da Semana
Período
Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Dom.
03 a 09* 46 48 53 55 41 26 20
10 a 16* 38 51 49 40 34 29 18
17 a 23* 39 51 51 48 33 23 19
24 a 30* 38 49 48 40 34 28 16
31 a 06** 36 42 26 45 41 22 20
07 a 13** 42 45 45 51 33 19 19
14 a 20** 35 50 47 59 47 21 21
21 a 27** 37 44 46 44 26 18 16

Médias Móveis com 7 períodos sequenciais:

Dados originais são:


Dia da Semana
Período
Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Dom.
03 a 09* 46 48 53 55 41 26 20
10 a 16* 38 51 49 40 34 29 18
17 a 23* 39 51 51 48 33 23 19
24 a 30* 38 49 48 40 34 28 16
31 a 06** 36 42 26 45 41 22 20
07 a 13** 42 45 45 51 33 19 19
14 a 20** 35 50 47 59 47 21 21
21 a 27** 37 44 46 44 26 18 16

Médias Móveis:

Primeira Média
Móvel 46 + 48 + 53 + 55 + 41 + 26 + 20
y1 = = 41,29
7

Segunda Média
Móvel 48 + 53 + 55 + 41 + 26 + 20 + 38
y2 = = 40,14
7

Terceira Média
Móvel 53 + 55 + 41 + 26 + 20 + 38 + 51
y3 = = 40,57
7
Etc. • • •

128
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
E o quadro completo de médias móveis é:

Dia 3 4 5 6 7 8 9
Ocupação 46 48 53 55 41 26 20
Média Móvel - - - 41,29 40,14 40,57 40,00

Dia • • • 54 55 56 57 58
Ocupação • • • 46 44 26 18 16
Média Móvel • • • 33,71 33,00 - - -

Por este exemplo percebe-se que:


a) A primeira média móvel refere-se ao dia 6 de julho (x = 6)
b) A segunda média móvel refere-se ao dia 7 de julho (x = 7)
c) A última média móvel refere-se ao dia 24 de agosto (x = 55)
Ajuste Exponencial
O ajuste exponencial é uma outra forma de obter a tendência de uma série temporal.
Apresenta algumas vantagens em relação às médias móveis:
– permite realizar previsões de curto prazo (para o período seguinte da série), o que não é possível por médias móveis.
– leva em conta todos os valores previamente observados ao período sob análise, e não somente os “mais próximos” dele, como
ocorre nas médias móveis.
Na realidade o ajuste exponencial fornece uma média móvel exponencialmente ponderada ao longo da série temporal: ou seja, cada
previsão ou valor ajustado depende de todos os valores prévios. Os pesos designados para os valores observados decrescem ao longo do
tempo, ou seja, o valor observado mais recentemente recebe o maior peso, o valor anterior o segundo maior e o valor observado inicial-
mente recebe o menor peso: isso é bom senso, imagina-se que os dados mais recentes devam ter mais influência nas previsões do que os
mais antigos. O ajuste exponencial é uma das ferramentas disponíveis no suplemento Análise de Dados do Microsoft Excel.
Para realizar o ajuste exponencial basta aplicar a seguinte fórmula para um período de tempo i qualquer:

Onde:
i - um período de tempo qualquer;
Yi - valor da série original no período i;
Ei - valor da série exponencialmente ajustada no período i;
Ei-1 - valor da série exponencialmente ajustada no período i - 1 (período anterior);
W - constante de regularização ou coeficiente de ajuste (0 < W < 1);
Considera-se que o primeiro valor da série original será igual ao primeiro valor ajustado, isto significa que o ajuste realmente começa
a partir do segundo período da série. Como cada valor ajustado leva em conta o valor ajustado imediatamente anterior (multiplicado pela
constante de regularização) teoricamente todos os valores prévios da série contribuem para o valor ajustado.
A escolha da constante de regularização W é crucial para o ajuste exponencial, mas é um processo subjetivo. Não obstante, é possível
estabelecer uma regra de escolha:
- se o interesse é simplesmente obter a tendência, eliminando o efeito das outras componentes, o valor de W deverá ser próximo de
zero;
- se houver interesse, porém, em realizar previsão com a série é recomendável que o valor de W seja mais próximo de 1, de maneira
a refletir melhor o comportamento da série no curto prazo.
Exemplo:
Faça o ajuste exponencial da série de vendas do Exemplo 4.2 (usando W = 0,25; W = 0,5; W = 0,75 e W = 0,10). Construa um gráfico
conjunto da série original com os quatro ajustes.

129
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Vamos demonstrar os cálculos para W = 0,25.
Vamos considerar que o primeiro valor da série, Y1970, será igual ao primeiro valor ajustado, E1970.
Podemos então realizar o ajuste para o ano de 1971:

Para o ano de 1972:

O processo segue até o final da série. De maneira análoga podemos obter o ajuste para W = 0,5 e
W = 0,75.

O gráfico é mostrado abaixo:

Quanto menor o valor de W mais “alisada” é a série, com as variações de curto prazo sendo amortizadas, possibilitando visualizar
o comportamento de longo prazo da série, seja ele crescente/decrescente ou estacionário: para W = 0,1 é fácil perceber uma tendência
crescente nas vendas, mas que parece estar se estabilizando. À medida que o valor de W aproxima-se de 1 o ajuste exponencial torna-se
mais próximo da série original, o que pode ser útil na previsão para o ano de 1993.

Escalas
É um número que mostra a relação entre as medidas do desenho e as medidas reais, ou seja, é a razão de semelhança entre a planta
e o terreno.

A escala é utilizada em mapas, projetos arquitetônicos, elétricos, plantas baixas, etc... em tudo aquilo que precisamos representar
uma área muito grande, fazendo com que ela caiba em um papel. Exemplos:

130
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Mapa do Brasil escalado 1:25000000, destacando o do Rio de Janeiro escalado 1:400000

Planta Baixa de uma Casa

Escala Gráfica
É a representação gráfica de várias distâncias do terreno sobre uma linha reta graduada. Constituída de um segmento à direita da
referência zero, conhecida como escala primária, e também de um segmento à esquerda da origem denominada de Talão ou escala de
fracionamento, que é dividido em submúltiplos da unidade escolhida graduadas da direita para a esquerda.
A Escala Gráfica nos permite realizar as transformações de dimensões gráficas em dimensões reais sem efetuarmos cálculos. Para sua
construção, entretanto, torna-se necessário o emprego da escala numérica.
O seu emprego consiste nas seguintes operações:
– Tomamos na carta a distância que pretendemos medir (pode-se usar um compasso).
– Transportamos essa distância para a Escala Gráfica.
– Lemos o resultado obtido.

131
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

(Fonte: IBGE)

Calculando as distâncias
Exemplo: A distância medida no mapa entre Viseu e Beja é de 5cm. Sabendo-se que a escala do mapa é de 1/7 000 000, qual a dis-
tância real?

Exemplo:
(IBGE – AGENTE DE PESQUISA E MAPEAMENTOS – CESGRANRIO) Num cartograma de escala 1:200.000, a distância medida em linha
reta entre duas cidades é de 4 cm. A distância real entre essas cidades, medida em quilômetros e em linha reta, é
(A) 10
(B) 2
(C) 8
(D) 4
(E) 6

Resolução:

Mapa (cm) real(cm)


1 200 000
4 x

132
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
x = 200 000 . 4 Estimação
x = 800 000, como a questão pede a resposta em km, vamos A técnica de estimação consiste em utilizar um conjunto de da-
converter de cm para km. dos incompletos, ao qual iremos chamar de amostra, e nele calcular
Sabemos que 1 km = 100 000 cm estimativas de quantidades de interesse. Estas estimativas podem
ser pontuais (representadas por um único valor) ou intervalares.
Km cm
Teste de Hipóteses
1 100 000 O fundamento do teste estatístico de hipóteses é levantar su-
x 800 000 posições acerca de uma quantidade não conhecida e utilizar, tam-
bém, dados incompletos para criar uma regra de escolha.
100 000.x = 800 000
x = 800 000/ 100 000 População e amostra
x = 8 km
Resposta: C

CONCEITOS E APLICAÇÕES BÁSICAS DE ESTATÍSTICA:


POPULAÇÃO, UNIVERSO, AMOSTRA, AMOSTRAGEM
E VARIÁVEIS; MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL E
MEDIDAS DE DISPERSÃO

Estatística descritiva
O objetivo da Estatística Descritiva é resumir as principais ca-
racterísticas de um conjunto de dados por meio de tabelas, gráficos É o conjunto de todas as unidades sobre as quais há o interesse
e resumos numéricos. de investigar uma ou mais características.

Noções de estatística Variáveis e suas classificações


A estatística torna-se a cada dia uma importante ferramenta de Qualitativas – quando seus valores são expressos por atribu-
apoio à decisão. Resumindo: é um conjunto de métodos e técnicas tos: sexo (masculino ou feminino), cor da pele, entre outros. Dize-
que auxiliam a tomada de decisão sob a presença de incerteza. mos que estamos qualificando.
Quantitativas – quando seus valores são expressos em núme-
Estatística descritiva (Dedutiva) ros (salários dos operários, idade dos alunos, etc). Uma variável
O objetivo da Estatística Descritiva é resumir as principais ca- quantitativa que pode assumir qualquer valor entre dois limites
racterísticas de um conjunto de dados por meio de tabelas, gráficos recebe o nome de variável contínua; e uma variável que só pode
e resumos numéricos. Fazemos uso de: assumir valores pertencentes a um conjunto enumerável recebe o
nome de variável discreta.
Tabelas de frequência
Ao dispor de uma lista volumosa de dados, as tabelas de frequ- Fases do método estatístico
ência servem para agrupar informações de modo que estas possam — Coleta de dados: após cuidadoso planejamento e a devida
ser analisadas. As tabelas podem ser de frequência simples ou de determinação das características mensuráveis do fenômeno que se
frequência em faixa de valores. quer pesquisar, damos início à coleta de dados numéricos necessá-
rios à sua descrição. A coleta pode ser direta e indireta.
Gráficos — Crítica dos dados: depois de obtidos os dados, os mesmos
O objetivo da representação gráfica é dirigir a atenção do ana- devem ser cuidadosamente criticados, à procura de possível falhas
lista para alguns aspectos de um conjunto de dados. Alguns exem- e imperfeições, a fim de não incorrermos em erros grosseiros ou
plos de gráficos são: diagrama de barras, diagrama em setores, de certo vulto, que possam influir sensivelmente nos resultados. A
histograma, boxplot, ramo-e-folhas, diagrama de dispersão, gráfico crítica pode ser externa e interna.
sequencial. — Apuração dos dados: soma e processamento dos dados ob-
tidos e a disposição mediante critérios de classificação, que pode
Resumos numéricos ser manual, eletromecânica ou eletrônica.
Por meio de medidas ou resumos numéricos podemos levantar — Exposição ou apresentação de dados: os dados devem ser
importantes informações sobre o conjunto de dados tais como: a apresentados sob forma adequada (tabelas ou gráficos), tornando
tendência central, variabilidade, simetria, valores extremos, valores mais fácil o exame daquilo que está sendo objeto de tratamento
discrepantes, etc. estatístico.
— Análise dos resultados: realizadas anteriores (Estatística
Estatística inferencial (Indutiva) Descritiva), fazemos uma análise dos resultados obtidos, através
Utiliza informações incompletas para tomar decisões e tirar dos métodos da Estatística Indutiva ou Inferencial, que tem por
conclusões satisfatórias. O alicerce das técnicas de estatística infe- base a indução ou inferência, e tiramos desses resultados conclu-
rencial está no cálculo de probabilidades. Fazemos uso de: sões e previsões.

Censo
É uma avaliação direta de um parâmetro, utilizando-se todos os
componentes da população.

133
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Principais propriedades: Solução:
- Admite erros processual zero e tem 100% de confiabilidade; Escrevendo os elementos do conjunto em rol, tem-se: (3, 7, 10,
- É caro; 12, 18, 21, 23). A mediana é o termo médio desse rol. Logo: Md=12
- É lento; Resposta: Md=12.
- É quase sempre desatualizado (visto que se realizam em perí-
odos de anos 10 em 10 anos); Exemplo 2:
- Nem sempre é viável. Determinar a mediana do conjunto de dados:
{10, 12, 3, 7, 18, 23, 21, 25}.
Dados brutos: é uma sequência de valores numéricos não or-
ganizados, obtidos diretamente da observação de um fenômeno Solução:
coletivo. Escrevendo-se os elementos do conjunto em rol, tem-se:
(3, 7, 10, 12, 18, 21, 23, 25). A mediana é a média aritmética
Rol: é uma sequência ordenada dos dados brutos. entre os dois termos centrais do rol.

Média aritmética Logo:


Média aritmética de um conjunto de números é o valor que se
obtém dividindo a soma dos elementos pelo número de elementos Resposta: Md=15
do conjunto.
Representemos a média aritmética por . Moda (Mo)
A média pode ser calculada apenas se a variável envolvida na Num conjunto de números: x1 , x2 , x3 , ... xn, chama-se moda
pesquisa for quantitativa. Não faz sentido calcular a média aritméti- aquele valor que ocorre com maior frequência.
ca para variáveis quantitativas.
Na realização de uma mesma pesquisa estatística entre diferen- Observação:
tes grupos, se for possível calcular a média, ficará mais fácil estabe- A moda pode não existir e, se existir, pode não ser única.
lecer uma comparação entre esses grupos e perceber tendências.
Considerando uma equipe de basquete, a soma das alturas dos Exemplo 1:
jogadores é: O conjunto de dados 3, 3, 8, 8, 8, 6, 9, 31 tem moda igual a 8,
isto é, Mo=8.
1,85 + 1,85 + 1,95 + 1,98 + 1,98 + 1,98 + 2,01 + 2,01+2,07+2,07
+2,07+2,07+2,10+2,13+2,18 = 30,0 Exemplo 2:
O conjunto de dados 1, 2, 9, 6, 3, 5 não tem moda.
Se dividirmos esse valor pelo número total de jogadores, obte-
remos a média aritmética das alturas: Medidas de dispersão
Duas distribuições de frequência com medidas de tendência
central semelhantes podem apresentar características diversas.
Necessita-se de outros índices numéricas que informem sobre o
grau de dispersão ou variação dos dados em torno da média ou de
A média aritmética das alturas dos jogadores é 2,02m. qualquer outro valor de concentração. Esses índices são chamados
medidas de dispersão.
Média Ponderada
A média dos elementos do conjunto numérico A relativa à adi- Variância
ção e na qual cada elemento tem um “determinado peso” é chama- Há um índice que mede a “dispersão” dos elementos de um
da média aritmética ponderada. conjunto de números em relação à sua média aritmética, e que é
chamado de variância. Esse índice é assim definido:
Seja o conjunto de números x1 , x2 , x3 , ... xn, tal que é sua
média aritmética. Chama-se variância desse conjunto, e indica-se
por , o número:

Mediana (Md)
Sejam os valores escritos em rol: x1 , x2 , x3 , ... xn

Sendo n ímpar, chama-se mediana o termo xi tal que o núme-


ro de termos da sequência que precedem xi é igual ao número de Isto é:
termos que o sucedem, isto é, xi é termo médio da sequência (xn)
em rol.
Sendo n par, chama-se mediana o valor obtido pela média arit-
mética entre os termos xj e xj +1, tais que o número de termos que
precedem xj é igual ao número de termos que sucedem xj +1, isto é,
a mediana é a média aritmética entre os termos centrais da sequ- E para amostra
ência (xn) em rol.

Exemplo 1:
Determinar a mediana do conjunto de dados:
{12, 3, 7, 10, 21, 18, 23}

134
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Exemplo 1: Exemplo:
Em oito jogos, o jogador A, de bola ao cesto, apresentou o se- As estaturas dos jogadores de uma equipe de basquetebol são:
guinte desempenho, descrito na tabela abaixo: 2,00 m; 1,95 m; 2,10 m; 1,90 m e 2,05 m. Calcular:
a) A estatura média desses jogadores.
JOGO NÚMERO DE PONTOS b) O desvio padrão desse conjunto de estaturas.

1 22 Solução:
2 18
Sendo a estatura média, temos:
3 13
4 24
5 26
6 20
7 19
Sendo o desvio padrão, tem-se:
8 18

a) Qual a média de pontos por jogo?


b) Qual a variância do conjunto de pontos?

Solução:
— Gráficos
a) A média de pontos por jogo é: Os gráficos são representações que facilitam a análise de
dados, os quais costumam ser dispostos em tabelas quando se
realiza pesquisas estatísticas1. Eles trazem muito mais praticidade,
principalmente quando os dados não são discretos, ou seja, quando
são números consideravelmente grandes. Além disso, os gráficos
também apresentam de maneira evidente os dados em seu aspecto
temporal.
b) A variância é:
Elementos do Gráfico
Ao construirmos um gráfico em estatística, devemos levar em
consideração alguns elementos que são essenciais para sua melhor
compreensão. Um gráfico deve ser simples devido à necessidade
de passar uma informação de maneira mais rápida e coesa, ou seja,
em um gráfico estatístico, não deve haver muitas informações,
devemos colocar nele somente o necessário.
Desvio médio As informações em um gráfico devem estar dispostas de
maneira clara e verídica para que os resultados sejam dados de
Definição modo coeso com a finalidade da pesquisa.”
Medida da dispersão dos dados em relação à média de uma se-
quência. Esta medida representa a média das distâncias entre cada Tipos de Gráficos
elemento da amostra e seu valor médio. Em estatística é muito comum a utilização de diagramas para
representar dados, diagramas são gráficos construídos em duas
dimensões, isto é, no plano. Existem vários modos de representá-
los. A seguir, listamos alguns.

Desvio padrão • Gráfico de Pontos


Definição Também conhecido como Dotplot, é utilizado quando
Seja o conjunto de números x1 , x2 , x3 , ... xn, tal que é sua mé- possuímos uma tabela de distribuição de frequência, sendo ela
dia aritmética. Chama-se desvio padrão desse conjunto, e indica-se absoluta ou relativa. O gráfico de pontos tem por objetivo apresentar
por , o número: os dados das tabelas de forma resumida e que possibilite a análise
das distribuições desses dados.

Exemplo: Suponha uma pesquisa, realizada em uma escola de


educação infantil, na qual foram coletadas as idades das crianças.
Nessa coleta foi organizado o seguinte rol:
Isto é:
Rol: {1, 1, 2, 2, 2, 2, 3, 3, 4, 4, 4, 4, 4, 4, 5, 5, 6}

Podemos organizar esses dados utilizando um Dotplot.

1 https://brasilescola.uol.com.br/matematica/graficos.htm

135
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Observe que a quantidade de pontos corresponde à frequência de cada idade e o somatório de todos os pontos fornece-nos a
quantidade total de dados coletados.

• Gráfico de linha
É utilizado em casos que existe a necessidade de analisar dados ao longo do tempo, esse tipo de gráfico é muito presente em análises
financeiras. O eixo das abscissas (eixo x) representa o tempo, que pode ser dado em anos, meses, dias, horas etc., enquanto o eixo das
ordenadas (eixo y) representa o outro dado em questão.
Uma das vantagens desse tipo de gráfico é a possibilidade de realizar a análise de mais de uma tabela, por exemplo.

Exemplo: Uma empresa deseja verificar seu faturamento em determinado ano, os dados foram dispostos em uma tabela.

136
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Veja que nesse tipo de gráfico é possível ter uma melhor noção
a respeito do crescimento ou do decrescimento dos rendimentos
da empresa.

• Gráfico de Barras
Tem como objetivo comparar os dados de determinada
amostra utilizando retângulos de mesma largura e altura. Altura
essa que deve ser proporcional ao dado envolvido, isto é, quanto
maior a frequência do dado, maior deve ser a altura do retângulo.

Exemplo: Imagine que determinada pesquisa tem por objetivo


analisar o percentual de determinada população que acesse ou
tenha: internet, energia elétrica, rede celular, aparelho celular ou
tablet. Os resultados dessa pesquisa podem ser dispostos em um
gráfico como este:

• Gráfico de Setor
É utilizado para representar dados estatísticos com um círculo
dividido em setores, as áreas dos setores são proporcionais às
frequências dos dados, ou seja, quanto maior a frequência, maior a
área do setor circular.

Exemplo: Este exemplo, de forma genérica, está apresentando


diferentes variáveis com frequências diversas para determinada
grandeza, a qual pode ser, por exemplo, a porcentagem de votação
em candidatos em uma eleição.

• Gráfico de Colunas
Seu estilo é semelhante ao do gráfico de barras, sendo utilizado
para a mesma finalidade. O gráfico de colunas então é usado quando
as legendas forem curtas, a fim de não deixar muitos espaços em
branco no gráfico de barra.

Exemplo: Este gráfico está, de forma genérica, quantificando e


comparando determinada grandeza ao longo de alguns anos.

• Histograma
O Histograma é uma ferramenta de análise de dados que
apresenta diversos retângulos justapostos (barras verticais)2.
Por esse motivo, ele se assemelha ao gráfico de colunas,
entretanto, o histograma não apresenta espaço entre as barras.

2 https://www.todamateria.com.br/tipos-de-graficos/

137
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

• Infográficos
Os infográficos representam a união de uma imagem com um texto informativo. As imagens podem conter alguns tipos de gráficos.

— Tabelas
As tabelas são usadas para organizar algumas informações ou dados. Da mesma forma que os gráficos, elas facilitam o entendimento,
por meio de linhas e colunas que separam os dados.

138
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Sendo assim, são usadas para melhor visualização de Exemplo:
informações em diversas áreas do conhecimento. Também são (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO –
muito frequentes em concursos e vestibulares. FCC) O preço de venda de um produto, descontado um imposto de
16% que incide sobre esse mesmo preço, supera o preço de com-
pra em 40%, os quais constituem o lucro líquido do vendedor. Em
PORCENTAGEM quantos por cento, aproximadamente, o preço de venda é superior
ao de compra?
São chamadas de razões centesimais ou taxas percentuais ou (A) 67%.
simplesmente de porcentagem, as razões de denominador 100, ou (B) 61%.
seja, que representam a centésima parte de uma grandeza. Costu- (C) 65%.
mam ser indicadas pelo numerador seguido do símbolo %. (Lê-se: (D) 63%.
“por cento”). (E) 69%.

Resolução:
Preço de venda: V
Preço de compra: C
Exemplo: V – 0,16V = 1,4C
(CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/SP – ANA- 0,84V = 1,4C
LISTA TÉCNICO LEGISLATIVO – DESIGNER GRÁFICO – VUNESP) O
departamento de Contabilidade de uma empresa tem 20 funcio-
nários, sendo que 15% deles são estagiários. O departamento de
Recursos Humanos tem 10 funcionários, sendo 20% estagiários. Em
relação ao total de funcionários desses dois departamentos, a fra- O preço de venda é 67% superior ao preço de compra.
ção de estagiários é igual a Resposta: A
(A) 1/5.
(B) 1/6. Aumento e Desconto em porcentagem
(C) 2/5. – Aumentar um valor V em p%, equivale a multiplicá-lo por
(D) 2/9.
(E) 3/5.

Resolução:
Logo:

- Diminuir um valor V em p%, equivale a multiplicá-lo por

Resposta: B
Logo:
Lucro e Prejuízo em porcentagem
É a diferença entre o preço de venda e o preço de custo. Se
a diferença for POSITIVA, temos o LUCRO (L), caso seja NEGATIVA,
temos PREJUÍZO (P).
Logo: Lucro (L) = Preço de Venda (V) – Preço de Custo (C). Fator de multiplicação

É o valor final de , é o que chama-


mos de fator de multiplicação, muito útil para resolução de cálculos
de porcentagem. O mesmo pode ser um acréscimo ou decréscimo
no valor do produto.

139
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Aumentos e Descontos sucessivos em porcentagem


São valores que aumentam ou diminuem sucessivamente. Para efetuar os respectivos descontos ou aumentos, fazemos uso dos fato-
res de multiplicação. Basta multiplicarmos o Valor pelo fator de multiplicação (acréscimo e/ou decréscimo).
Exemplo: Certo produto industrial que custava R$ 5.000,00 sofreu um acréscimo de 30% e, em seguida, um desconto de 20%. Qual o
preço desse produto após esse acréscimo e desconto?

Resolução:
VA = 5000 .(1,3) = 6500 e
VD = 6500 .(0,80) = 5200, podemos, para agilizar os cálculos, juntar tudo em uma única equação:
5000 . 1,3 . 0,8 = 5200
Logo o preço do produto após o acréscimo e desconto é de R$ 5.200,00

ESTRUTURAS E DIAGRAMAS LÓGICOS; LÓGICA DE PRIMEIRA ORDEM; LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO: ANALOGIAS,


INFERÊNCIAS, DEDUÇÕES E CONCLUSÕES; LÓGICA SENTENCIAL (OU PROPOSICIONAL): TAUTOLOGIAS,
CONTRADIÇÕES E CONTINGÊNCIAS; PROPOSIÇÕES SIMPLES E COMPOSTAS; TABELAS-VERDADE; EQUIVALÊNCIAS E
IMPLICAÇÕES LÓGICAS; LEIS DE MORGAN; SILOGISMOS

RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO


Este tipo de raciocínio testa sua habilidade de resolver problemas matemáticos, e é uma forma de medir seu domínio das diferentes
áreas do estudo da Matemática: Aritmética, Álgebra, leitura de tabelas e gráficos, Probabilidade e Geometria etc. Essa parte consiste nos
seguintes conteúdos:
- Operação com conjuntos.
- Cálculos com porcentagens.
- Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos, geométricos e matriciais.
- Geometria básica.
- Álgebra básica e sistemas lineares.
- Calendários.
- Numeração.
- Razões Especiais.
- Análise Combinatória e Probabilidade.
- Progressões Aritmética e Geométrica.

RACIOCÍNIO LÓGICO DEDUTIVO


Este tipo de raciocínio está relacionado ao conteúdo Lógica de Argumentação.

ORIENTAÇÕES ESPACIAL E TEMPORAL


O raciocínio lógico espacial ou orientação espacial envolvem figuras, dados e palitos. O raciocínio lógico temporal ou orientação tem-
poral envolve datas, calendário, ou seja, envolve o tempo.
O mais importante é praticar o máximo de questões que envolvam os conteúdos:
- Lógica sequencial
- Calendários

RACIOCÍNIO VERBAL
Avalia a capacidade de interpretar informação escrita e tirar conclusões lógicas.
Uma avaliação de raciocínio verbal é um tipo de análise de habilidade ou aptidão, que pode ser aplicada ao se candidatar a uma vaga.
Raciocínio verbal é parte da capacidade cognitiva ou inteligência geral; é a percepção, aquisição, organização e aplicação do conhecimento
por meio da linguagem.
Nos testes de raciocínio verbal, geralmente você recebe um trecho com informações e precisa avaliar um conjunto de afirmações,
selecionando uma das possíveis respostas:
A – Verdadeiro (A afirmação é uma consequência lógica das informações ou opiniões contidas no trecho)
B – Falso (A afirmação é logicamente falsa, consideradas as informações ou opiniões contidas no trecho)
C – Impossível dizer (Impossível determinar se a afirmação é verdadeira ou falsa sem mais informações)

140
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
ESTRUTURAS LÓGICAS
Precisamos antes de tudo compreender o que são proposições. Chama-se proposição toda sentença declarativa à qual podemos atri-
buir um dos valores lógicos: verdadeiro ou falso, nunca ambos. Trata-se, portanto, de uma sentença fechada.

Elas podem ser:


• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógico verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto, não
é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem? – Fez Sol ontem?
- Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a televisão.
- Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, ambíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro do
meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1

• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será considerada
uma frase, proposição ou sentença lógica.

Proposições simples e compostas


• Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.

• Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógicas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
simples. As proposições compostas são designadas pelas letras latinas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.

ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas por duas proposições simples.

Proposições Compostas – Conectivos


As proposições compostas são formadas por proposições simples ligadas por conectivos, aos quais formam um valor lógico, que po-
demos vê na tabela a seguir:

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

Disjunção Inclusiva v p ou q

141
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q

Condicional → Se p então q

Bicondicional ↔ p se e somente se q

Em síntese temos a tabela verdade das proposições que facilitará na resolução de diversas questões

Exemplo:
(MEC – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA OS POSTOS 9,10,11 E 16 – CESPE)

A figura acima apresenta as colunas iniciais de uma tabela-verdade, em que P, Q e R representam proposições lógicas, e V e F corres-
pondem, respectivamente, aos valores lógicos verdadeiro e falso.
Com base nessas informações e utilizando os conectivos lógicos usuais, julgue o item subsecutivo.

142
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
A última coluna da tabela-verdade referente à proposição lógica P v (Q↔R) quando representada na posição horizontal é igual a

( ) Certo
( ) Errado

Resolução:
P v (Q↔R), montando a tabela verdade temos:

R Q P [P v (Q ↔ R) ]
V V V V V V V V
V V F F V V V V
V F V V V F F V
V F F F F F F V
F V V V V V F F
F V F F F V F F
F F V V V F V F
F F F F V F V F

Resposta: Certo

Proposição
Conjunto de palavras ou símbolos que expressam um pensamento ou uma ideia de sentido completo. Elas transmitem pensamentos,
isto é, afirmam fatos ou exprimem juízos que formamos a respeito de determinados conceitos ou entes.

Valores lógicos
São os valores atribuídos as proposições, podendo ser uma verdade, se a proposição é verdadeira (V), e uma falsidade, se a proposi-
ção é falsa (F). Designamos as letras V e F para abreviarmos os valores lógicos verdade e falsidade respectivamente.
Com isso temos alguns aximos da lógica:
– PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO: uma proposição não pode ser verdadeira E falsa ao mesmo tempo.
– PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO: toda proposição OU é verdadeira OU é falsa, verificamos sempre um desses casos, NUNCA
existindo um terceiro caso.

“Toda proposição tem um, e somente um, dos valores, que são: V ou F.”

Classificação de uma proposição


Elas podem ser:
• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógico verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto, não
é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem? – Fez Sol ontem?
- Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a televisão.
- Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, ambíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro do
meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1

• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será considerada
uma frase, proposição ou sentença lógica.

Proposições simples e compostas


• Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.

Exemplos
r: Thiago é careca.
s: Pedro é professor.

143
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
• Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógicas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
simples. As proposições compostas são designadas pelas letras latinas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.

Exemplo
P: Thiago é careca e Pedro é professor.

ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas por duas proposições simples.

Exemplos:
1. (CESPE/UNB) Na lista de frases apresentadas a seguir:
– “A frase dentro destas aspas é uma mentira.”
– A expressão x + y é positiva.
– O valor de √4 + 3 = 7.
– Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira.
– O que é isto?

Há exatamente:
(A) uma proposição;
(B) duas proposições;
(C) três proposições;
(D) quatro proposições;
(E) todas são proposições.

Resolução:
Analisemos cada alternativa:
(A) “A frase dentro destas aspas é uma mentira”, não podemos atribuir valores lógicos a ela, logo não é uma sentença lógica.
(B) A expressão x + y é positiva, não temos como atribuir valores lógicos, logo não é sentença lógica.
(C) O valor de √4 + 3 = 7; é uma sentença lógica pois podemos atribuir valores lógicos, independente do resultado que tenhamos
(D) Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira, também podemos atribuir valores lógicos (não estamos considerando a quantidade
certa de gols, apenas se podemos atribuir um valor de V ou F a sentença).
(E) O que é isto? - como vemos não podemos atribuir valores lógicos por se tratar de uma frase interrogativa.
Resposta: B.

Conectivos (conectores lógicos)


Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos. São eles:

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

Disjunção Inclusiva v p ou q

144
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q

Condicional → Se p então q

Bicondicional ↔ p se e somente se q

Exemplo:
2. (PC/SP - Delegado de Polícia - VUNESP) Os conectivos ou operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbolos (da
linguagem formal) utilizados para conectar proposições de acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa que apre-
senta exemplos de conjunção, negação e implicação, respectivamente.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q
(E) p v q, ¬ q, p v q

Resolução:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre-
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposição simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representada pelo símbolo (→).
Resposta: B.

Tabela Verdade
Quando trabalhamos com as proposições compostas, determinamos o seu valor lógico partindo das proposições simples que a com-
põe. O valor lógico de qualquer proposição composta depende UNICAMENTE dos valores lógicos das proposições simples componentes,
ficando por eles UNIVOCAMENTE determinados.

• Número de linhas de uma Tabela Verdade: depende do número de proposições simples que a integram, sendo dado pelo seguinte
teorema:
“A tabela verdade de uma proposição composta com n* proposições simples componentes contém 2n linhas.”

Exemplo:
3. (CESPE/UNB) Se “A”, “B”, “C” e “D” forem proposições simples e distintas, então o número de linhas da tabela-verdade da propo-
sição (A → B) ↔ (C → D) será igual a:
(A) 2;
(B) 4;
(C) 8;
(D) 16;
(E) 32.

145
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Resolução:
Veja que podemos aplicar a mesma linha do raciocínio acima, então teremos:
Número de linhas = 2n = 24 = 16 linhas.
Resposta D.

Conceitos de Tautologia , Contradição e Contigência


• Tautologia: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade (última coluna), V (verdades).
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma tautologia, então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma tautologia, quaisquer que sejam
as proposições P0, Q0, R0, ...

• Contradição: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade (última coluna), F (falsidades). A contradição é a negação da Tauto-
logia e vice versa.
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma contradição, então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma contradição, quaisquer que sejam
as proposições P0, Q0, R0, ...

• Contingência: possui valores lógicos V e F ,da tabela verdade (última coluna). Em outros termos a contingência é uma proposição
composta que não é tautologia e nem contradição.

Exemplos:
4. (DPU – ANALISTA – CESPE) Um estudante de direito, com o objetivo de sistematizar o seu estudo, criou sua própria legenda, na qual
identificava, por letras, algumas afirmações relevantes quanto à disciplina estudada e as vinculava por meio de sentenças (proposições).
No seu vocabulário particular constava, por exemplo:
P: Cometeu o crime A.
Q: Cometeu o crime B.
R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclusão no regime fechado.
S: Poderá optar pelo pagamento de fiança.

Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não recordar qual era o crime B, lembrou que ele era inafiançável.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
A sentença (P→Q)↔((~Q)→(~P)) será sempre verdadeira, independentemente das valorações de P e Q como verdadeiras ou falsas.
( ) Certo
( ) Errado

Resolução:
Considerando P e Q como V.
(V→V) ↔ ((F)→(F))
(V) ↔ (V) = V
Considerando P e Q como F
(F→F) ↔ ((V)→(V))
(V) ↔ (V) = V
Então concluímos que a afirmação é verdadeira.
Resposta: Certo.

Equivalência
Duas ou mais proposições compostas são equivalentes, quando mesmo possuindo estruturas lógicas diferentes, apresentam a mesma
solução em suas respectivas tabelas verdade.
Se as proposições P(p,q,r,...) e Q(p,q,r,...) são ambas TAUTOLOGIAS, ou então, são CONTRADIÇÕES, então são EQUIVALENTES.

146
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Exemplo:
5. (VUNESP/TJSP) Uma negação lógica para a afirmação “João é rico, ou Maria é pobre” é:
(A) Se João é rico, então Maria é pobre.
(B) João não é rico, e Maria não é pobre.
(C) João é rico, e Maria não é pobre.
(D) Se João não é rico, então Maria não é pobre.
(E) João não é rico, ou Maria não é pobre.

Resolução:
Nesta questão, a proposição a ser negada trata-se da disjunção de duas proposições lógicas simples. Para tal, trocamos o conectivo
por “e” e negamos as proposições “João é rico” e “Maria é pobre”. Vejam como fica:

Resposta: B.

Leis de Morgan
Com elas:
– Negamos que duas dadas proposições são ao mesmo tempo verdadeiras equivalendo a afirmar que pelo menos uma é falsa
– Negamos que uma pelo menos de duas proposições é verdadeira equivalendo a afirmar que ambas são falsas.

ATENÇÃO
As Leis de Morgan exprimem que NEGAÇÃO CONJUNÇÃO em DISJUNÇÃO
transforma: DISJUNÇÃO em CONJUNÇÃO

CONECTIVOS
Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos.

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA EXEMPLOS


Negação ~ Não p A cadeira não é azul.
Conjunção ^ peq Fernando é médico e Nicolas é Engenheiro.
Disjunção Inclusiva v p ou q Fernando é médico ou Nicolas é Engenheiro.
Disjunção Exclusiva v Ou p ou q Ou Fernando é médico ou João é Engenheiro.
Condicional → Se p então q Se Fernando é médico então Nicolas é Engenheiro.
Bicondicional ↔ p se e somente se q Fernando é médico se e somente se Nicolas é Engenheiro.

Conectivo “não” (~)


Chamamos de negação de uma proposição representada por “não p” cujo valor lógico é verdade (V) quando p é falsa e falsidade (F)
quando p é verdadeira. Assim “não p” tem valor lógico oposto daquele de p. Pela tabela verdade temos:

Conectivo “e” (˄)


Se p e q são duas proposições, a proposição p ˄ q será chamada de conjunção. Para a conjunção, tem-se a seguinte tabela-verdade:

147
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
No caso da segunda, o “ou” é exclusivo, pois somente uma das
proposições poderá ser verdadeiro

Conectivo “Se... então” (→)


Se p e q são duas proposições, a proposição p→q é chamada
subjunção ou condicional. Considere a seguinte subjunção: “Se fizer
sol, então irei à praia”.
1. Podem ocorrer as situações:
2. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
3. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
ATENÇÃO: Sentenças interligadas pelo conectivo “e” possuirão 4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade)
o valor verdadeiro somente quando todas as sentenças, ou argu- 5. Não fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade, pois eu não dis-
mentos lógicos, tiverem valores verdadeiros. se o que faria se não fizesse sol. Assim, poderia ir ou não ir à praia).
Temos então sua tabela verdade:
Conectivo “ou” (v)
Este inclusivo: Elisabete é bonita ou Elisabete é inteligente.
(Nada impede que Elisabete seja bonita e inteligente).

Observe que uma subjunção p→q somente será falsa quando


a primeira proposição, p, for verdadeira e a segunda, q, for falsa.

Conectivo “ou” (v) Conectivo “Se e somente se” (↔)


Este exclusivo: Elisabete é paulista ou Elisabete é carioca. (Se Se p e q são duas proposições, a proposição p↔q1 é chamada
Elisabete é paulista, não será carioca e vice-versa). bijunção ou bicondicional, que também pode ser lida como: “p é
condição necessária e suficiente para q” ou, ainda, “q é condição
necessária e suficiente para p”.
Considere, agora, a seguinte bijunção: “Irei à praia se e somen-
te se fizer sol”. Podem ocorrer as situações:
1. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
2. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
3. Não fez sol e fui à praia. (Eu menti)
4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade). Sua tabela
verdade:

• Mais sobre o Conectivo “ou”


– “inclusivo”(considera os dois casos)
– “exclusivo”(considera apenas um dos casos)

Exemplos:
R: Paulo é professor ou administrador
S: Maria é jovem ou idosa

No primeiro caso, o “ou” é inclusivo,pois pelo menos uma das Observe que uma bicondicional só é verdadeira quando as pro-
proposições é verdadeira, podendo ser ambas. posições formadoras são ambas falsas ou ambas verdadeiras.
No caso da segunda, o “ou” é exclusivo, pois somente uma das
proposições poderá ser verdadeira ATENÇÃO: O importante sobre os conectivos é ter em mente a
tabela de cada um deles, para que assim você possa resolver qual-
Ele pode ser “inclusivo”(considera os dois casos) ou “exclusi- quer questão referente ao assunto.
vo”(considera apenas um dos casos)
Ordem de precedência dos conectivos:
Exemplo: O critério que especifica a ordem de avaliação dos conectivos
R: Paulo é professor ou administrador ou operadores lógicos de uma expressão qualquer. A lógica mate-
S: Maria é jovem ou idosa mática prioriza as operações de acordo com a ordem listadas:

No primeiro caso, o “ou” é inclusivo,pois pelo menos uma das


proposições é verdadeira, podendo ser ambas.

148
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Em resumo: Como todos os valores são Falsidades (F) logo estamos diante
de uma CONTRADIÇÃO.
Resposta: C

A proposição P(p,q,r,...) implica logicamente a proposição Q(p,-


q,r,...) quando Q é verdadeira todas as vezes que P é verdadeira.
Representamos a implicação com o símbolo “⇒”, simbolicamente
temos:

P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...).
Exemplo:
(PC/SP - DELEGADO DE POLÍCIA - VUNESP) Os conectivos ou ATENÇÃO: Os símbolos “→” e “⇒” são completamente distin-
operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbo- tos. O primeiro (“→”) representa a condicional, que é um conec-
los (da linguagem formal) utilizados para conectar proposições de tivo. O segundo (“⇒”) representa a relação de implicação lógica
acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa que pode ou não existir entre duas proposições.
que apresenta exemplos de conjunção, negação e implicação, res-
pectivamente. Exemplo:
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q
(E) p v q, ¬ q, p v q

Resolução:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o
conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre- Observe:
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposi- - Toda proposição implica uma Tautologia:
ção simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representa-
da pelo símbolo (→).
Resposta: B

CONTRADIÇÕES
São proposições compostas formadas por duas ou mais propo-
sições onde seu valor lógico é sempre FALSO, independentemente
do valor lógico das proposições simples que a compõem. Vejamos: - Somente uma contradição implica uma contradição:
A proposição: p ^ ~p é uma contradição, conforme mostra a sua
tabela-verdade:

Exemplo:
(PEC-FAZ) Conforme a teoria da lógica proposicional, a propo-
sição ~P ∧ P é: Propriedades
(A) uma tautologia. • Reflexiva:
(B) equivalente à proposição ~p ∨ p. – P(p,q,r,...) ⇒ P(p,q,r,...)
(C) uma contradição. – Uma proposição complexa implica ela mesma.
(D) uma contingência.
(E) uma disjunção. • Transitiva:
– Se P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...) e
Resolução: Q(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...), então
Montando a tabela teremos que: P(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...)
– Se P ⇒ Q e Q ⇒ R, então P ⇒ R
P ~p ~p ^p
Regras de Inferência
V F F • Inferência é o ato ou processo de derivar conclusões lógicas
V F F de proposições conhecidas ou decididamente verdadeiras. Em ou-
tras palavras: é a obtenção de novas proposições a partir de propo-
F V F
sições verdadeiras já existentes.
F V F

149
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Regras de Inferência obtidas da implicação lógica Observe que:
→ indica uma operação lógica entre as proposições. Ex.: das
proposições p e q, dá-se a nova proposição p → q.
⇒ indica uma relação. Ex.: estabelece que a condicional P →
Q é tautológica.

Inferências
• Regra do Silogismo Hipotético

• Silogismo Disjuntivo

Princípio da inconsistência
– Como “p ^ ~p → q” é tautológica, subsiste a implicação lógica
p ^ ~p ⇒ q
– Assim, de uma contradição p ^ ~p se deduz qualquer propo-
• Modus Ponens sição q.

A proposição “(p ↔ q) ^ p” implica a proposição “q”, pois a


condicional “(p ↔ q) ^ p → q” é tautológica.

Lógica de primeira ordem


Existem alguns tipos de argumentos que apresentam proposi-
ções com quantificadores. Numa proposição categórica, é impor-
tante que o sujeito se relacionar com o predicado de forma coeren-
te e que a proposição faça sentido, não importando se é verdadeira
ou falsa.
• Modus Tollens
Vejamos algumas formas:
- Todo A é B.
- Nenhum A é B.
- Algum A é B.
- Algum A não é B.

Onde temos que A e B são os termos ou características dessas


proposições categóricas.

• Classificação de uma proposição categórica de acordo com


o tipo e a relação
Elas podem ser classificadas de acordo com dois critérios fun-
damentais: qualidade e extensão ou quantidade.
– Qualidade: O critério de qualidade classifica uma proposição
categórica em afirmativa ou negativa.
– Extensão: O critério de extensão ou quantidade classifica
Tautologias e Implicação Lógica uma proposição categórica em universal ou particular. A classifica-
ção dependerá do quantificador que é utilizado na proposição.
• Teorema
P(p,q,r,..) ⇒ Q(p,q,r,...) se e somente se P(p,q,r,...) → Q(p,q,r,...)

Entre elas existem tipos e relações de acordo com a qualidade


e a extensão, classificam-se em quatro tipos, representados pelas
letras A, E, I e O.

150
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
• Universal afirmativa (Tipo A) – “TODO A é B”
Teremos duas possibilidades.

Tais proposições afirmam que o conjunto “A” está contido no


conjunto “B”, ou seja, que todo e qualquer elemento de “A” é tam-
bém elemento de “B”. Observe que “Toda A é B” é diferente de Proposições nessa forma: Algum A não é B estabelecem que o
“Todo B é A”. conjunto “A” tem pelo menos um elemento que não pertence ao
conjunto “B”. Observe que: Algum A não é B não significa o mesmo
• Universal negativa (Tipo E) – “NENHUM A é B” que Algum B não é A.
Tais proposições afirmam que não há elementos em comum
entre os conjuntos “A” e “B”. Observe que “nenhum A é B” é o mes- • Negação das Proposições Categóricas
mo que dizer “nenhum B é A”. Ao negarmos uma proposição categórica, devemos observar as
Podemos representar esta universal negativa pelo seguinte dia- seguintes convenções de equivalência:
grama (A ∩ B = ø): – Ao negarmos uma proposição categórica universal geramos
uma proposição categórica particular.
– Pela recíproca de uma negação, ao negarmos uma proposição
categórica particular geramos uma proposição categórica universal.
– Negando uma proposição de natureza afirmativa geramos,
sempre, uma proposição de natureza negativa; e, pela recíproca,
negando uma proposição de natureza negativa geramos, sempre,
uma proposição de natureza afirmativa.
Em síntese:
• Particular afirmativa (Tipo I) - “ALGUM A é B”
Podemos ter 4 diferentes situações para representar esta pro-
posição:

Exemplos:
(DESENVOLVE/SP - CONTADOR - VUNESP) Alguns gatos não
são pardos, e aqueles que não são pardos miam alto.
Uma afirmação que corresponde a uma negação lógica da afir-
Essas proposições Algum A é B estabelecem que o conjunto “A” mação anterior é:
tem pelo menos um elemento em comum com o conjunto “B”. Con- (A) Os gatos pardos miam alto ou todos os gatos não são par-
tudo, quando dizemos que Algum A é B, presumimos que nem todo dos.
A é B. Observe “Algum A é B” é o mesmo que “Algum B é A”. (B) Nenhum gato mia alto e todos os gatos são pardos.
(C) Todos os gatos são pardos ou os gatos que não são pardos
• Particular negativa (Tipo O) - “ALGUM A não é B” não miam alto.
Se a proposição Algum A não é B é verdadeira, temos as três (D) Todos os gatos que miam alto são pardos.
representações possíveis: (E) Qualquer animal que mia alto é gato e quase sempre ele é
pardo.

Resolução:
Temos um quantificador particular (alguns) e uma proposição
do tipo conjunção (conectivo “e”). Pede-se a sua negação.
O quantificador existencial “alguns” pode ser negado, seguindo
o esquema, pelos quantificadores universais (todos ou nenhum).

151
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Logo, podemos descartar as alternativas A e E.
A negação de uma conjunção se faz através de uma disjunção,
em que trocaremos o conectivo “e” pelo conectivo “ou”. Descarta-
mos a alternativa B.
Vamos, então, fazer a negação da frase, não esquecendo de
que a relação que existe é: Algum A é B, deve ser trocado por: Todo
A é não B.
Todos os gatos que são pardos ou os gatos (aqueles) que não
são pardos NÃO miam alto.
Resposta: C

(CBM/RJ - CABO TÉCNICO EM ENFERMAGEM - ND) Dizer que a


afirmação “todos os professores é psicólogos” e falsa, do ponto de Portanto, já podemos descartar as alternativas que trazem
vista lógico, equivale a dizer que a seguinte afirmação é verdadeira quantificadores universais (todo e nenhum). Descartamos as alter-
(A) Todos os não psicólogos são professores. nativas A, B e C.
(B) Nenhum professor é psicólogo. Seguindo, devemos negar o termo: “maior do que ou igual a
(C) Nenhum psicólogo é professor. cinco”. Negaremos usando o termo “MENOR do que cinco”.
(D) Pelo menos um psicólogo não é professor. Obs.: maior ou igual a cinco (compreende o 5, 6, 7...) ao ser
(E) Pelo menos um professor não é psicólogo. negado passa a ser menor do que cinco (4, 3, 2,...).
Resposta: D
Resolução:
Se a afirmação é falsa a negação será verdadeira. Logo, a nega- Diagramas lógicos
ção de um quantificador universal categórico afirmativo se faz atra- Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários proble-
vés de um quantificador existencial negativo. Logo teremos: Pelo mas. É uma ferramenta para resolvermos problemas que envolvam
menos um professor não é psicólogo. argumentos dedutivos, as quais as premissas deste argumento po-
Resposta: E dem ser formadas por proposições categóricas.

• Equivalência entre as proposições ATENÇÃO: É bom ter um conhecimento sobre conjuntos para
Basta usar o triângulo a seguir e economizar um bom tempo na conseguir resolver questões que envolvam os diagramas lógicos.
resolução de questões.
Vejamos a tabela abaixo as proposições categóricas:

TIPO PREPOSIÇÃO DIAGRAMAS

TODO
A
AéB

Se um elemento pertence ao conjunto


A, então pertence também a B.

Exemplo:
(PC/PI - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL - UESPI) Qual a negação
lógica da sentença “Todo número natural é maior do que ou igual
a cinco”?
(A) Todo número natural é menor do que cinco. NENHUM
(B) Nenhum número natural é menor do que cinco. E
AéB
(C) Todo número natural é diferente de cinco.
(D) Existe um número natural que é menor do que cinco. Existe pelo menos um elemento que
(E) Existe um número natural que é diferente de cinco. pertence a A, então não pertence a B, e
vice-versa.
Resolução:
Do enunciado temos um quantificador universal (Todo) e pede-
-se a sua negação.
O quantificador universal todos pode ser negado, seguindo o
esquema abaixo, pelo quantificador algum, pelo menos um, existe
ao menos um, etc. Não se nega um quantificador universal com To-
dos e Nenhum, que também são universais.

152
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Resolução:
Vamos chamar de:
Cinema = C
Casa de Cultura = CC
Teatro = T
Analisando as proposições temos:
- Todo cinema é uma casa de cultura
Existe pelo menos um elemento co-
mum aos conjuntos A e B.
Podemos ainda representar das seguin-
tes formas:
ALGUM
I
AéB

- Existem teatros que não são cinemas

- Algum teatro é casa de cultura

ALGUM
O
A NÃO é B

Perceba-se que, nesta sentença, a aten- Visto que na primeira chegamos à conclusão que C = CC
ção está sobre o(s) elemento (s) de A Segundo as afirmativas temos:
que não são B (enquanto que, no “Algum (A) existem cinemas que não são teatros- Observando o último
A é B”, a atenção estava sobre os que diagrama vimos que não é uma verdade, pois temos que existe
eram B, ou seja, na intercessão). pelo menos um dos cinemas é considerado teatro.
Temos também no segundo caso, a
diferença entre conjuntos, que forma o
conjunto A - B

Exemplo:
(GDF–ANALISTA DE ATIVIDADES CULTURAIS ADMINISTRAÇÃO
– IADES) Considere as proposições: “todo cinema é uma casa de
cultura”, “existem teatros que não são cinemas” e “algum teatro é
casa de cultura”. Logo, é correto afirmar que
(A) existem cinemas que não são teatros.
(B) existe teatro que não é casa de cultura.
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro.
(D) existe casa de cultura que não é cinema.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema. (B) existe teatro que não é casa de cultura. – Errado, pelo mes-
mo princípio acima.

153
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro. – Errado, Argumentos Válidos
a primeira proposição já nos afirma o contrário. O diagrama Dizemos que um argumento é válido (ou ainda legítimo ou bem
nos afirma isso construído), quando a sua conclusão é uma consequência obrigató-
ria do seu conjunto de premissas.

Exemplo:
O silogismo...
P1: Todos os homens são pássaros.
P2: Nenhum pássaro é animal.
Q: Portanto, nenhum homem é animal.

... está perfeitamente bem construído, sendo, portanto, um


argumento válido, muito embora a veracidade das premissas e da
(D) existe casa de cultura que não é cinema. – Errado, a justifi- conclusão sejam totalmente questionáveis.
cativa é observada no diagrama da alternativa anterior.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema. – Cor- ATENÇÃO: O que vale é a CONSTRUÇÃO, E NÃO O SEU CON-
reta, que podemos observar no diagrama abaixo, uma vez que TEÚDO! Se a construção está perfeita, então o argumento é válido,
todo cinema é casa de cultura. Se o teatro não é casa de cultura independentemente do conteúdo das premissas ou da conclusão!
também não é cinema.
• Como saber se um determinado argumento é mesmo váli-
do?
Para se comprovar a validade de um argumento é utilizando
diagramas de conjuntos (diagramas de Venn). Trata-se de um mé-
todo muito útil e que será usado com frequência em questões que
pedem a verificação da validade de um argumento. Vejamos como
funciona, usando o exemplo acima. Quando se afirma, na premissa
P1, que “todos os homens são pássaros”, poderemos representar
essa frase da seguinte maneira:

Resposta: E

LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO
Chama-se argumento a afirmação de que um grupo de propo-
sições iniciais redunda em outra proposição final, que será conse-
quência das primeiras. Ou seja, argumento é a relação que associa
um conjunto de proposições P1, P2,... Pn , chamadas premissas do
argumento, a uma proposição Q, chamada de conclusão do argu-
mento.

Observem que todos os elementos do conjunto menor (ho-


mens) estão incluídos, ou seja, pertencem ao conjunto maior (dos
pássaros). E será sempre essa a representação gráfica da frase
“Todo A é B”. Dois círculos, um dentro do outro, estando o círculo
menor a representar o grupo de quem se segue à palavra TODO.
Na frase: “Nenhum pássaro é animal”. Observemos que a pa-
lavra-chave desta sentença é NENHUM. E a ideia que ela exprime é
de uma total dissociação entre os dois conjuntos.
Exemplo:
P1: Todos os cientistas são loucos.
P2: Martiniano é louco.
Q: Martiniano é um cientista.

O exemplo dado pode ser chamado de Silogismo (argumento


formado por duas premissas e a conclusão).
A respeito dos argumentos lógicos, estamos interessados em
verificar se eles são válidos ou inválidos! Então, passemos a enten-
der o que significa um argumento válido e um argumento inválido.

154
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Será sempre assim a representação gráfica de uma sentença “Ne- 1º) Fora do conjunto maior;
nhum A é B”: dois conjuntos separados, sem nenhum ponto em comum. 2º) Dentro do conjunto maior. Vejamos:
Tomemos agora as representações gráficas das duas premissas
vistas acima e as analisemos em conjunto. Teremos:

Comparando a conclusão do nosso argumento, temos: Finalmente, passemos à análise da conclusão: “Patrícia não
NENHUM homem é animal – com o desenho das premissas gosta de chocolate”. Ora, o que nos resta para sabermos se este ar-
será que podemos dizer que esta conclusão é uma consequência gumento é válido ou não, é justamente confirmar se esse resultado
necessária das premissas? Claro que sim! Observemos que o con- (se esta conclusão) é necessariamente verdadeiro!
junto dos homens está totalmente separado (total dissociação!) do - É necessariamente verdadeiro que Patrícia não gosta de cho-
conjunto dos animais. Resultado: este é um argumento válido! colate? Olhando para o desenho acima, respondemos que não!
Pode ser que ela não goste de chocolate (caso esteja fora do círcu-
Argumentos Inválidos lo), mas também pode ser que goste (caso esteja dentro do círculo)!
Dizemos que um argumento é inválido – também denominado Enfim, o argumento é inválido, pois as premissas não garantiram a
ilegítimo, mal construído, falacioso ou sofisma – quando a verdade das veracidade da conclusão!
premissas não é suficiente para garantir a verdade da conclusão.
Métodos para validação de um argumento
Exemplo: Aprenderemos a seguir alguns diferentes métodos que nos
P1: Todas as crianças gostam de chocolate. possibilitarão afirmar se um argumento é válido ou não!
P2: Patrícia não é criança. 1º) Utilizando diagramas de conjuntos: esta forma é indicada
Q: Portanto, Patrícia não gosta de chocolate. quando nas premissas do argumento aparecem as palavras TODO,
ALGUM E NENHUM, ou os seus sinônimos: cada, existe um etc.
Este é um argumento inválido, falacioso, mal construído, pois as 2º) Utilizando tabela-verdade: esta forma é mais indicada
premissas não garantem (não obrigam) a verdade da conclusão. Patrícia quando não for possível resolver pelo primeiro método, o que ocor-
pode gostar de chocolate mesmo que não seja criança, pois a primeira re quando nas premissas não aparecem as palavras todo, algum e
premissa não afirmou que somente as crianças gostam de chocolate. nenhum, mas sim, os conectivos “ou” , “e”, “” e “↔”. Baseia-se
Utilizando os diagramas de conjuntos para provar a validade na construção da tabela-verdade, destacando-se uma coluna para
do argumento anterior, provaremos, utilizando-nos do mesmo arti- cada premissa e outra para a conclusão. Este método tem a des-
fício, que o argumento em análise é inválido. Comecemos pela pri- vantagem de ser mais trabalhoso, principalmente quando envolve
meira premissa: “Todas as crianças gostam de chocolate”. várias proposições simples.
3º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos e consi-
derando as premissas verdadeiras.
Por este método, fácil e rapidamente demonstraremos a vali-
dade de um argumento. Porém, só devemos utilizá-lo na impossibi-
lidade do primeiro método.
Iniciaremos aqui considerando as premissas como verdades.
Daí, por meio das operações lógicas com os conectivos, descobri-
remos o valor lógico da conclusão, que deverá resultar também em
verdade, para que o argumento seja considerado válido.
4º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos, conside-
rando premissas verdadeiras e conclusão falsa.
É indicado este caminho quando notarmos que a aplicação do
terceiro método não possibilitará a descoberta do valor lógico da
conclusão de maneira direta, mas somente por meio de análises
Analisemos agora o que diz a segunda premissa: “Patrícia não é mais complicadas.
criança”. O que temos que fazer aqui é pegar o diagrama acima (da
primeira premissa) e nele indicar onde poderá estar localizada a Pa-
trícia, obedecendo ao que consta nesta segunda premissa. Vemos
facilmente que a Patrícia só não poderá estar dentro do círculo das
crianças. É a única restrição que faz a segunda premissa! Isto posto,
concluímos que Patrícia poderá estar em dois lugares distintos do
diagrama:

155
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Em síntese:

Exemplo:
Diga se o argumento abaixo é válido ou inválido:

(p ∧ q) → r
_____~r_______
~p ∨ ~q

Resolução:
-1ª Pergunta) O argumento apresenta as palavras todo, algum ou nenhum?
A resposta é não! Logo, descartamos o 1º método e passamos à pergunta seguinte.
- 2ª Pergunta) O argumento contém no máximo duas proposições simples?
A resposta também é não! Portanto, descartamos também o 2º método.
- 3ª Pergunta) Há alguma das premissas que seja uma proposição simples ou uma conjunção?
A resposta é sim! A segunda proposição é (~r). Podemos optar então pelo 3º método? Sim, perfeitamente! Mas caso queiramos seguir
adiante com uma próxima pergunta, teríamos:
- 4ª Pergunta) A conclusão tem a forma de uma proposição simples ou de uma disjunção ou de uma condicional? A resposta também
é sim! Nossa conclusão é uma disjunção! Ou seja, caso queiramos, poderemos utilizar, opcionalmente, o 4º método!
Vamos seguir os dois caminhos: resolveremos a questão pelo 3º e pelo 4º métodos.

Resolução pelo 3º Método


Considerando as premissas verdadeiras e testando a conclusão verdadeira. Teremos:
- 2ª Premissa) ~r é verdade. Logo: r é falsa!
- 1ª Premissa) (p ∧ q)r é verdade. Sabendo que r é falsa, concluímos que (p ∧ q) tem que ser também falsa. E quando uma con-
junção (e) é falsa? Quando uma das premissas for falsa ou ambas forem falsas. Logo, não é possível determinamos os valores lógicos de
p e q. Apesar de inicialmente o 3º método se mostrar adequado, por meio do mesmo, não poderemos determinar se o argumento é ou
NÃO VÁLIDO.

156
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Resolução pelo 4º Método 3º - Quando Cláudio fica em casa (V), Maria vai ao cinema (V).
Considerando a conclusão falsa e premissas verdadeiras. Tere- // C → B = V - para que o argumento seja válido temos que Maria
mos: vai ao cinema tem que ser V.
- Conclusão) ~p v ~q é falso. Logo: p é verdadeiro e q é verda- 2º - Quando Cláudio sai de casa(F), não faz frio (F). // ~C → ~D
deiro! = V - para que o argumento seja válido temos que Quando Cláudio
Agora, passamos a testar as premissas, que são consideradas sai de casa tem que ser F.
verdadeiras! Teremos: 5º - Quando Fernando está estudando (V ou F), não chove (V).
- 1ª Premissa) (p∧q)r é verdade. Sabendo que p e q são ver- // E → ~A = V. – neste caso Quando Fernando está estudando pode
dadeiros, então a primeira parte da condicional acima também é ser V ou F.
verdadeira. Daí resta que a segunda parte não pode ser falsa. Logo: 1º- Durante a noite(V), faz frio (V). // F → D = V
r é verdadeiro.
- 2ª Premissa) Sabendo que r é verdadeiro, teremos que ~r é Logo nada podemos afirmar sobre a afirmação: Se Maria foi ao
falso! Opa! A premissa deveria ser verdadeira, e não foi! cinema (V), então Fernando estava estudando (V ou F); pois temos
dois valores lógicos para chegarmos à conclusão (V ou F).
Neste caso, precisaríamos nos lembrar de que o teste, aqui no Resposta: Errado
4º método, é diferente do teste do 3º: não havendo a existência si-
multânea da conclusão falsa e premissas verdadeiras, teremos que (PETROBRAS – TÉCNICO (A) DE EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO
o argumento é válido! Conclusão: o argumento é válido! JÚNIOR – INFORMÁTICA – CESGRANRIO) Se Esmeralda é uma fada,
então Bongrado é um elfo. Se Bongrado é um elfo, então Monarca
Exemplos: é um centauro. Se Monarca é um centauro, então Tristeza é uma
(DPU – AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE) Considere que as bruxa.
seguintes proposições sejam verdadeiras. Ora, sabe-se que Tristeza não é uma bruxa, logo
• Quando chove, Maria não vai ao cinema. (A) Esmeralda é uma fada, e Bongrado não é um elfo.
• Quando Cláudio fica em casa, Maria vai ao cinema. (B) Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.
• Quando Cláudio sai de casa, não faz frio. (C) Bongrado é um elfo, e Monarca é um centauro.
• Quando Fernando está estudando, não chove. (D) Bongrado é um elfo, e Esmeralda é uma fada
• Durante a noite, faz frio. (E) Monarca é um centauro, e Bongrado não é um elfo.

Tendo como referência as proposições apresentadas, julgue o Resolução:


item subsecutivo. Vamos analisar cada frase partindo da afirmativa Trizteza não é
Se Maria foi ao cinema, então Fernando estava estudando. bruxa, considerando ela como (V), precisamos ter como conclusão
( ) Certo o valor lógico (V), então:
( ) Errado (4) Se Esmeralda é uma fada(F), então Bongrado é um elfo (F)
→V
Resolução: (3) Se Bongrado é um elfo (F), então Monarca é um centauro
A questão trata-se de lógica de argumentação, dadas as pre- (F) → V
missas chegamos a uma conclusão. Enumerando as premissas: (2) Se Monarca é um centauro(F), então Tristeza é uma bruxa(F)
A = Chove →V
B = Maria vai ao cinema (1) Tristeza não é uma bruxa (V)
C = Cláudio fica em casa
D = Faz frio Logo:
E = Fernando está estudando Temos que:
F = É noite Esmeralda não é fada(V)
A argumentação parte que a conclusão deve ser (V) Bongrado não é elfo (V)
Lembramos a tabela verdade da condicional: Monarca não é um centauro (V)

Como a conclusão parte da conjunção, o mesmo só será verda-


deiro quando todas as afirmativas forem verdadeiras, logo, a única
que contém esse valor lógico é:
Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.
Resposta: B

LÓGICA MATEMÁTICA QUALITATIVA


Aqui veremos questões que envolvem correlação de elemen-
tos, pessoas e objetos fictícios, através de dados fornecidos. Veja-
A condicional só será F quando a 1ª for verdadeira e a 2ª falsa, mos o passo a passo:
utilizando isso temos:
O que se quer saber é: Se Maria foi ao cinema, então Fernando 01. Três homens, Luís, Carlos e Paulo, são casados com Lúcia,
estava estudando. // B → ~E Patrícia e Maria, mas não sabemos quem ê casado com quem. Eles
Iniciando temos: trabalham com Engenharia, Advocacia e Medicina, mas também
4º - Quando chove (F), Maria não vai ao cinema. (F) // A → ~B não sabemos quem faz o quê. Com base nas dicas abaixo, tente
= V – para que o argumento seja válido temos que Quando chove descobrir o nome de cada marido, a profissão de cada um e o nome
tem que ser F. de suas esposas.
a) O médico é casado com Maria.

157
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
b) Paulo é advogado.
c) Patrícia não é casada com Paulo.
d) Carlos não é médico.

Vamos montar o passo a passo para que você possa compreender como chegar a conclusão da questão.
1º passo – vamos montar uma tabela para facilitar a visualização da resolução, a mesma deve conter as informações prestadas no
enunciado, nas quais podem ser divididas em três grupos: homens, esposas e profissões.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos
Luís
Paulo
Lúcia
Patrícia
Maria
Também criamos abaixo do nome dos homens, o nome das esposas.

2º passo – construir a tabela gabarito.


Essa tabela não servirá apenas como gabarito, mas em alguns casos ela é fundamental para que você enxergue informações que ficam
meio escondidas na tabela principal. Uma tabela complementa a outra, podendo até mesmo que você chegue a conclusões acerca dos
grupos e elementos.

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos
Luís
Paulo

3º passo preenchimento de nossa tabela, com as informações mais óbvias do problema, aquelas que não deixam margem a nenhuma
dúvida. Em nosso exemplo:
- O médico é casado com Maria: marque um “S” na tabela principal na célula comum a “Médico” e “Maria”, e um “N” nas demais
células referentes a esse “S”.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos
Luís
Paulo
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

ATENÇÃO: se o médico é casado com Maria, ele NÃO PODE ser casado com Lúcia e Patrícia, então colocamos “N” no cruzamento
de Medicina e elas. E se Maria é casada com o médico, logo ela NÃO PODE ser casada com o engenheiro e nem com o advogado (logo
colocamos “N” no cruzamento do nome de Maria com essas profissões).
– Paulo é advogado: Vamos preencher as duas tabelas (tabela gabarito e tabela principal) agora.
– Patrícia não é casada com Paulo: Vamos preencher com “N” na tabela principal
– Carlos não é médico: preenchemos com um “N” na tabela principal a célula comum a Carlos e “médico”.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

158
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Notamos aqui que Luís então é o médico, pois foi a célula que ficou em branco. Podemos também completar a tabela gabarito.
Novamente observamos uma célula vazia no cruzamento de Carlos com Engenharia. Marcamos um “S” nesta célula. E preenchemos
sua tabela gabarito.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos Engenheiro
Luís Médico
Paulo Advogado

4º passo – após as anotações feitas na tabela principal e na tabela gabarito, vamos procurar informações que levem a novas conclu-
sões, que serão marcadas nessas tabelas.
Observe que Maria é esposa do médico, que se descobriu ser Luís, fato que poderia ser registrado na tabela-gabarito. Mas não vamos
fazer agora, pois essa conclusão só foi facilmente encontrada porque o problema que está sendo analisado é muito simples. Vamos con-
tinuar o raciocínio e fazer as marcações mais tarde. Além disso, sabemos que Patrícia não é casada com Paulo. Como Paulo é o advogado,
podemos concluir que Patrícia não é casada com o advogado.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N N
Maria S N N

Verificamos, na tabela acima, que Patrícia tem de ser casada com o engenheiro, e Lúcia tem de ser casada com o advogado.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N N S
Patrícia N S N
Maria S N N

Concluímos, então, que Lúcia é casada com o advogado (que é Paulo), Patrícia é casada com o engenheiro (que e Carlos) e Maria é
casada com o médico (que é Luís).
Preenchendo a tabela-gabarito, vemos que o problema está resolvido:

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos Engenheiro Patrícia
Luís Médico Maria
Paulo Advogado Lúcia

159
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Exemplo: Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador
(TRT-9ª REGIÃO/PR – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS-
TRATIVA – FCC) Luiz, Arnaldo, Mariana e Paulo viajaram em janeiro, Luiz N S N N
todos para diferentes cidades, que foram Fortaleza, Goiânia, Curi- Arnaldo S N N N
tiba e Salvador. Com relação às cidades para onde eles viajaram,
Mariana N N S N
sabe-se que:
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador; Paulo N N N S
− Mariana viajou para Curitiba;
− Paulo não viajou para Goiânia; Resposta: B
− Luiz não viajou para Fortaleza.
Quantificador
É correto concluir que, em janeiro, É um termo utilizado para quantificar uma expressão. Os quan-
(A) Paulo viajou para Fortaleza. tificadores são utilizados para transformar uma sentença aberta ou
(B) Luiz viajou para Goiânia. proposição aberta em uma proposição lógica.
(C) Arnaldo viajou para Goiânia.
(D) Mariana viajou para Salvador. QUANTIFICADOR + SENTENÇA ABERTA = SENTENÇA FECHADA
(E) Luiz viajou para Curitiba.
Tipos de quantificadores
Resolução:
Vamos preencher a tabela: • Quantificador universal (∀)
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador; O símbolo ∀ pode ser lido das seguintes formas:

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador


Luiz N
Arnaldo N
Mariana
Exemplo:
Paulo
Todo homem é mortal.
A conclusão dessa afirmação é: se você é homem, então será
− Mariana viajou para Curitiba; mortal.
Na representação do diagrama lógico, seria:
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador
Luiz N N
Arnaldo N N
Mariana N N S N
Paulo N

− Paulo não viajou para Goiânia;


ATENÇÃO: Todo homem é mortal, mas nem todo mortal é ho-
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador mem.
Luiz N N A frase “todo homem é mortal” possui as seguintes conclusões:
1ª) Algum mortal é homem ou algum homem é mortal.
Arnaldo N N 2ª) Se José é homem, então José é mortal.
Mariana N N S N
A forma “Todo A é B” pode ser escrita na forma: Se A então B.
Paulo N N
A forma simbólica da expressão “Todo A é B” é a expressão (∀
(x) (A (x) → B).
− Luiz não viajou para Fortaleza.
Observe que a palavra todo representa uma relação de inclusão
de conjuntos, por isso está associada ao operador da condicional.
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador
Luiz N N N Aplicando temos:
x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Agora, se escrevermos da for-
Arnaldo N N ma ∀ (x) ∈ N / x + 2 = 5 ( lê-se: para todo pertencente a N temos x
Mariana N N S N + 2 = 5), atribuindo qualquer valor a x a sentença será verdadeira?
A resposta é NÃO, pois depois de colocarmos o quantificador,
Paulo N N
a frase passa a possuir sujeito e predicado definidos e podemos jul-
gar, logo, é uma proposição lógica.
Agora, completando o restante:
Paulo viajou para Salvador, pois a nenhum dos três viajou. En-
tão, Arnaldo viajou para Fortaleza e Luiz para Goiânia

160
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
• Quantificador existencial (∃)
O símbolo ∃ pode ser lido das seguintes formas: Resolução:
Lemos: para todo x pertencente ao conjunto dos números reais
(R) existe um y pertencente ao conjunto dos números dos reais (R)
tal que x + y = x.
– 1º passo: observar os quantificadores.
X está relacionado com o quantificador universal, logo, todos
os valores de x devem satisfazer a propriedade.
Y está relacionado com o quantificador existencial, logo, é ne-
Exemplo: cessário pelo menos um valor de x para satisfazer a propriedade.
“Algum matemático é filósofo.” O diagrama lógico dessa frase – 2º passo: observar os conjuntos dos números dos elementos
é: x e y.
O elemento x pertence ao conjunto dos números reais.
O elemento y pertence ao conjunto os números reais.
– 3º passo: resolver a propriedade (x+ y = x).
A pergunta: existe algum valor real para y tal que x + y = x?
Existe sim! y = 0.
X + 0 = X.
Como existe pelo menos um valor para y e qualquer valor de
O quantificador existencial tem a função de elemento comum. x somado a 0 será igual a x, podemos concluir que o item está cor-
A palavra algum, do ponto de vista lógico, representa termos co- reto.
muns, por isso “Algum A é B” possui a seguinte forma simbólica: ( Resposta: CERTO
∃ (x)) (A (x) ∧ B).

Aplicando temos: MÉTRICA: ÁREAS E VOLUMES; ESTIMATIVAS;


x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Escrevendo da forma ( ∃ x) APLICAÇÕES
∈ N / x + 2 = 5 (lê-se: existe pelo menos um x pertencente a N tal
que x + 2 = 5), atribuindo um valor que, colocado no lugar de x, a Geometria espacial
sentença será verdadeira? Aqui trataremos tanto das figuras tridimensionais e dos sóli-
A resposta é SIM, pois depois de colocarmos o quantificador, dos geométricos. O importante é termos em mente todas as figuras
a frase passou a possuir sujeito e predicado definidos e podemos planas, pois a construção espacial se dá através da junção dessas
julgar, logo, é uma proposição lógica. figuras. Vejamos:

ATENÇÃO: Diedros
– A palavra todo não permite inversão dos termos: “Todo A é B” Sendo dois planos secantes (planos que se cruzam) π e π’, o
é diferente de “Todo B é A”. espaço entre eles é chamado de diedro. A medida de um diedro é
– A palavra algum permite a inversão dos termos: “Algum A é feita em graus, dependendo do ângulo formado entre os planos.
B” é a mesma coisa que “Algum B é A”.
Poliedros
Forma simbólica dos quantificadores São sólidos geométricos ou figuras geométricas espaciais for-
Todo A é B = (∀ (x) (A (x) → B). madas por três elementos básicos: faces, arestas e vértices. Cha-
Algum A é B = ( ∃ (x)) (A (x) ∧ B). mamos de poliedro o sólido limitado por quatro ou mais polígonos
Nenhum A é B = (~ ∃ (x)) (A (x) ∧ B). planos, pertencentes a planos diferentes e que têm dois a dois so-
Algum A não é B= ( ∃ (x)) (A (x) ∧ ~ B). mente uma aresta em comum. Veja alguns exemplos:

Exemplos:
Todo cavalo é um animal. Logo,
(A) Toda cabeça de animal é cabeça de cavalo.
(B) Toda cabeça de cavalo é cabeça de animal.
(C) Todo animal é cavalo.
(D) Nenhum animal é cavalo.

Resolução:
A frase “Todo cavalo é um animal” possui as seguintes conclu-
sões:
– Algum animal é cavalo ou Algum cavalo é um animal.
– Se é cavalo, então é um animal.
Nesse caso, nossa resposta é toda cabeça de cavalo é cabeça
de animal, pois mantém a relação de “está contido” (segunda forma Os polígonos são as faces do poliedro; os lados e os vértices dos
de conclusão). polígonos são as arestas e os vértices do poliedro.
Resposta: B Um poliedro é convexo se qualquer reta (não paralela a ne-
nhuma de suas faces) o corta em, no máximo, dois pontos. Ele não
(CESPE) Se R é o conjunto dos números reais, então a propo- possuí “reentrâncias”. E caso contrário é dito não convexo.
sição (∀ x) (x ∈ R) ( ∃ y) (y ∈ R) (x + y = x) é valorada como V.

161
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Relação de Euler Não Poliedros
Em todo poliedro convexo sendo V o número de vértices, A o
número de arestas e F o número de faces, valem as seguintes rela-
ções de Euler:
Poliedro Fechado: V – A + F = 2
Poliedro Aberto: V – A + F = 1

Para calcular o número de arestas de um poliedro temos que


multiplicar o número de faces F pelo número de lados de cada face
n e dividir por dois. Quando temos mais de um tipo de face, basta
somar os resultados.
A = n.F/2

Poliedros de Platão Os sólidos acima são. São considerados não planos pois pos-
Eles satisfazem as seguintes condições: suem suas superfícies curvas.
- todas as faces têm o mesmo número n de arestas; Cilindro: tem duas bases geometricamente iguais definidas por
- todos os ângulos poliédricos têm o mesmo número m de ares- curvas fechadas em superfície lateral curva.
tas; Cone: tem uma só base definida por uma linha curva fechada e
- for válida a relação de Euler (V – A + F = 2). uma superfície lateral curva.
Esfera: é formada por uma única superfície curva.

Planificações de alguns Sólidos Geométricos

Poliedros Regulares
Um poliedro e dito regular quando:
- suas faces são polígonos regulares congruentes;
- seus ângulos poliédricos são congruentes;

Por essas condições e observações podemos afirmar que todos


os poliedros de Platão são ditos Poliedros Regulares.

Exemplo:
(PUC/RS) Um poliedro convexo tem cinco faces triangulares e
três pentagonais. O número de arestas e o número de vértices des-
te poliedro são, respectivamente:
(A) 30 e 40
(B) 30 e 24
(C) 30 e 8
(D) 15 e 25
(E) 15 e 9

Resolução:
O poliedro tem 5 faces triangulares e 3 faces pentagonais, logo,
tem um total de 8 faces (F = 8). Como cada triângulo tem 3 lados e
o pentágono 5 lados. Temos: Fonte: https://1.bp.blogspot.com/-WWDbQ-Gh5zU/Wb7iCjR42BI/AA-
AAAAAAIR0/kfRXIcIYLu4Iqf7ueIYKl39DU-9Zw24lgCLcBGAs/s1600/re-
vis%25C3%25A3o%2Bfiguras%2Bgeom%25C3%25A9tricas-page-001.
jpg

Sólidos geométricos
O cálculo do volume de figuras geométricas, podemos pedir
Resposta: E que visualizem a seguinte figura:

162
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
PIRÂMIDE: é um sólido geométrico que tem uma base e um
vértice superior.

a) A figura representa a planificação de um prisma reto;


b) O volume de um prisma reto é igual ao produto da área da
base pela altura do sólido, isto é:
V = Ab. a
Onde a é igual a h (altura do sólido)

c) O cubo e o paralelepípedo retângulo são prismas;


d) O volume do cilindro também se pode calcular da mesma
forma que o volume de um prisma reto.

Área e Volume dos sólidos geométricos

PRISMA: é um sólido geométrico que possui duas bases iguais


e paralelas.

Exemplo:
Uma pirâmide triangular regular tem aresta da base igual a 8
cm e altura 15 cm. O volume dessa pirâmide, em cm3, é igual a:
(A) 60
(B) 60
(C) 80
(D) 80
(E) 90

Resolução:
Do enunciado a base é um triângulo equilátero. E a fórmula
da área do triângulo equilátero é . A aresta da base é a = 8 cm e h
= 15 cm.
Cálculo da área da base:

Exemplo:
(PREF. JUCÁS/CE – PROFESSOR DE MATEMÁTICA – INSTITUTO
NEO EXITUS) O número de faces de um prisma, em que a base é um
polígono de n lados é:
(A) n + 1.
(B) n + 2.
(C) n.
(D) n – 1. Cálculo do volume:
(E) 2n + 1.

Resolução:
Se a base tem n lados, significa que de cada lado sairá uma face.
Assim, teremos n faces, mais a base inferior, e mais a base su-
perior.
Portanto, n + 2
Resposta: B

Resposta: D

163
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
CILINDRO: é um sólido geométrico que tem duas bases iguais, Resolução:
paralelas e circulares. Em um cone equilátero temos que g = 2r. Do enunciado o raio
é 8 cm, então a geratriz é g = 2.8 = 16 cm.
g2 = h2 + r2
162 = h2 + 82
256 = h2 + 64
256 – 64 = h2
h2 = 192

Resposta: D

ESFERA: superfície curva, possui formato de uma bola.

CONE: é um sólido geométrico que tem uma base circular e


vértice superior.

TRONCOS: são cortes feitos nas superfícies de alguns dos sóli-


dos geométricos. São eles:

Exemplo:
Um cone equilátero tem raio igual a 8 cm. A altura desse cone,
em cm, é:

(A)

(B)

(C)

(D)

(E) 8

164
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Exemplo: 5.5 – 8 = 12 + 5
(ESCOLA DE SARGENTO DAS ARMAS – COMBATENTE/LOGÍSTI- 25 – 8 = 17
CA – TÉCNICA/AVIAÇÃO – EXÉRCITO BRASILEIRO) O volume de um 17 = 17 ( V)
tronco de pirâmide de 4 dm de altura e cujas áreas das bases são
iguais a 36 dm² e 144 dm² vale: Quando se passa de um membro para o outro se usa a ope-
(A) 330 cm³ ração inversa, ou seja, o que está multiplicando passa dividindo e
(B) 720 dm³ o que está dividindo passa multiplicando. O que está adicionando
(C) 330 m³ passa subtraindo e o que está subtraindo passa adicionando.
(D) 360 dm³
(E) 336 dm³ Exemplo:
(PRODAM/AM – AUXILIAR DE MOTORISTA – FUNCAB) Um gru-
Resolução: po formado por 16 motoristas organizou um churrasco para suas
famílias. Na semana do evento, seis deles desistiram de participar.
Para manter o churrasco, cada um dos motoristas restantes pagou
R$ 57,00 a mais.
AB=144 dm² O valor total pago por eles, pelo churrasco, foi:
Ab=36 dm² (A) R$ 570,00
(B) R$ 980,50
(C) R$ 1.350,00
(D) R$ 1.480,00
(E) R$ 1.520,00
Resposta: E
Resolução:
Vamos chamar de ( x ) o valor para cada motorista. Assim:
MODELAGEM DE SITUAÇÕES-PROBLEMA POR MEIO 16 . x = Total
DE EQUAÇÕES DO 1º E 2º GRAUS Total = 10 . (x + 57) (pois 6 desistiram)
Combinando as duas equações, temos:
Equação é toda sentença matemática aberta que exprime uma 16.x = 10.x + 570
relação de igualdade e uma incógnita ou variável (x, y, z,...). 16.x – 10.x = 570
6.x = 570
Equação do 1º grau x = 570 / 6
As equações do primeiro grau são aquelas que podem ser re- x = 95
presentadas sob a forma ax + b = 0, em que a e b são constantes O valor total é: 16 . 95 = R$ 1520,00.
reais, com a diferente de 0, e x é a variável. A resolução desse tipo Resposta: E
de equação é fundamentada nas propriedades da igualdade descri-
tas a seguir. Equação do 2º grau
Adicionando um mesmo número a ambos os membros de uma As equações do segundo grau são aquelas que podem ser re-
equação, ou subtraindo um mesmo número de ambos os membros, presentadas sob a forma ax² + bx +c = 0, em que a, b e c são cons-
a igualdade se mantém. tantes reais, com a diferente de 0, e x é a variável.
Dividindo ou multiplicando ambos os membros de uma equa-
ção por um mesmo número não-nulo, a igualdade se mantém. • Equação completa e incompleta
1) Quando b ≠ 0 e c ≠ 0, a equação do 2º grau se diz completa.
• Membros de uma equação Ex.: x2 - 7x + 11 = 0= 0 é uma equação completa (a = 1, b = – 7,
Numa equação a expressão situada à esquerda da igualdade é c = 11).
chamada de 1º membro da equação, e a expressão situada à direita
da igualdade, de 2º membro da equação. 2) Quando b = 0 ou c = 0 ou b = c = 0, a equação do 2º grau se
diz incompleta.
Exs.:
x² - 81 = 0 é uma equação incompleta (b=0).
x² +6x = 0 é uma equação incompleta (c = 0).
2x² = 0 é uma equação incompleta (b = c = 0).
• Resolução de uma equação
Colocamos no primeiro membro os termos que apresentam • Resolução da equação
variável, e no segundo membro os termos que não apresentam va- 1º) A equação é da forma ax2 + bx = 0 (incompleta)
riável. Os termos que mudam de membro têm os sinais trocados. x2 – 16x = 0 colocamos x em evidência
5x – 8 = 12 + x x . (x – 16) = 0,
5x – x = 12 + 8 x=0
4x = 20 x – 16 = 0
X = 20/4 x = 16
X=5 Logo, S = {0, 16} e os números 0 e 16 são as raízes da equação.

Ao substituirmos o valor encontrado de x na equação obtemos 2º) A equação é da forma ax2 + c = 0 (incompleta)
o seguinte: x2 – 49= 0 Fatoramos o primeiro membro, que é uma diferença
5x – 8 = 12 + x de dois quadrados.

165
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
(x + 7) . (x – 7) = 0,

x+7=0 x–7=0
x=–7 x=7

ou

x2 – 49 = 0
x2 = 49
x2 = 49 Resposta: D
x = 7, (aplicando a segunda propriedade).
Logo, S = {–7, 7}. Inequação do 1º grau
Uma inequação do 1° grau na incógnita x é qualquer expressão
3º) A equação é da forma ax² + bx + c = 0 (completa) do 1° grau que pode ser escrita numa das seguintes formas:
Para resolvê-la usaremos a formula de Bháskara. ax + b > 0
ax + b < 0
ax + b ≥ 0
ax + b ≤ 0
Onde a, b são números reais com a ≠ 0

Conforme o valor do discriminante Δ existem três possibilida- • Resolvendo uma inequação de 1° grau
des quanto á natureza da equação dada. Uma maneira simples de resolver uma equação do 1° grau é
isolarmos a incógnita x em um dos membros da igualdade. O méto-
do é bem parecido com o das equações. Ex.:
Resolva a inequação -2x + 7 > 0.
Solução:
-2x > -7
Multiplicando por (-1)
2x < 7
Quando ocorre a última possibilidade é costume dizer-se que x < 7/2
não existem raízes reais, pois, de fato, elas não são reais já que não Portanto a solução da inequação é x < 7/2.
existe, no conjunto dos números reais, √a quando a < 0.
Atenção:
• Relações entre raízes e coeficientes Toda vez que “x” tiver valor negativo, devemos multiplicar por
(-1), isso faz com que o símbolo da desigualdade tenha o seu sen-
tido invertido.

Pode-se resolver qualquer inequação do 1° grau por meio do


estudo do sinal de uma função do 1° grau, com o seguinte proce-
dimento:
1. Iguala-se a expressão ax + b a zero;
2. Localiza-se a raiz no eixo x;
3. Estuda-se o sinal conforme o caso.

Exemplo: Pegando o exemplo anterior temos:


(CÂMARA DE CANITAR/SP – RECEPCIONISTA – INDEC) Qual a -2x + 7 > 0
equação do 2º grau cujas raízes são 1 e 3/2? -2x + 7 = 0
(A) x²-3x+4=0 x = 7/2
(B) -3x²-5x+1=0
(C) 3x²+5x+2=0
(D) 2x²-5x+3=0

Resolução:
Como as raízes foram dadas, para saber qual a equação:
x² - Sx +P=0, usando o método da soma e produto; S= duas
raízes somadas resultam no valor numérico de b; e P= duas raízes
multiplicadas resultam no valor de c.

Exemplo:
(SEE/AC – PROFESSOR DE CIÊNCIAS DA NATUREZA MATEMÁ-
TICA E SUAS TECNOLOGIAS – FUNCAB) Determine os valores de
que satisfazem a seguinte inequação:

166
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

(D)

(E)
(A) x > 2
(B) x - 5
(C) x > - 5 Resolução:
(D) x < 2 Resolvendo por Bháskara:
(E) x 2

Resolução:

Fazendo o gráfico, a > 0 parábola voltada para cima:

Resposta: B

Inequação do 2º grau
Chamamos de inequação da 2º toda desigualdade pode ser re-
presentada da seguinte forma:
ax2 + bx + c > 0
ax2 + bx + c < 0
ax2 + bx + c ≥ 0
ax2 + bx + c ≤ 0
Onde a, b e c são números reais com a ≠ 0
Resposta: C
Resolução da inequação
Para resolvermos uma inequação do 2o grau, utilizamos o estu-
do do sinal. As inequações são representadas pelas desigualdades: SISTEMAS LINEARES
> , ≥ , < , ≤.
Ex.: x2 -3x + 2 > 0 Sistemas lineares
Entendemos por sistema linear um conjunto de equações li-
Resolução: neares reunidas com o objetivo de se obterem soluções comuns a
x2 -3x + 2 > 0 todas essas equações.
x ‘ =1, x ‘’ = 2
Como desejamos os valores para os quais a função é maior que • Equação linear
zero devemos fazer um esboço do gráfico e ver para quais valores Chamamos de equações lineares as equações do 1º grau que
de x isso ocorre. apresentam a forma:
a1x1 + a2x2 + a3x3+...anxn = b,

onde a1, a2, a3,.., an e b são números reais


x1, x2, x3,.., xn são as incógnitas.
Os números reais a1, a2, a3..., an são chamados de coeficientes e
b é o termo independente.

ATENÇÃO: TODOS os expoentes de todas as variáveis são


Vemos, que as regiões que tornam positivas a função são: x<1 SEMPRE iguais a 1.
e x>2. Resposta: { x|R| x<1 ou x>2}
• Solução de uma equação linear
Exemplo: Dada uma equação linear com n incógnitas:
(VUNESP) O conjunto solução da inequação 9x2 – 6x + 1 ≤ 0, no a1x1 + a2x2 + ... + anxn = b, temos que sua solução é a sequência
universo dos números reais é: de números reais (k1, k2, ..., kn) que, colocados correspondentemen-
(A) ∅ te no lugar de x1, x2, ..., xn, tornam verdadeira a igualdade.
(B) R Quando a equação linear for homogênea, então ela admitirá
pelo menos a solução (0, 0, ..., 0), chamada de solução trivial.
(C)

167
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
• Representação genérica de um sistema linear
Um sistema linear de m equações nas n incógnitas x1, x2, ..., xn
é da forma:

Logo, o sistema linear S é normal.

• Classificação de um sistema linear


Classificar um sistema linear é considerá-lo em relação ao nú-
mero de soluções que ele apresenta. Assim, os sistemas lineares
podem ser:
a) Sistema impossível ou incompatível: quando não admite so-
onde a11, a12 , ..., an e b1, b2 , ..., bn são números reais. lução. O sistema não admite solução quando o det A for nulo, e pelo
menos um dos determinantes relativos às incógnitas for diferente
Se o conjunto de números reais (k1, k2, ..., kn) torna verdadeiras de zero, isto é: det A 1 0 ou det A2 0 ou ... ou det An 0.
todas as equações do sistema, dizemos que esse conjunto é solu- b) Sistema possível ou compatível: quando admite pelo menos
ção do sistema linear. Como as equações lineares são homogêneas uma solução. Este sistema pode ser:
quando b = 0, então, consequentemente, um sistema linear será – Determinado: quando admitir uma única solução. ‘O sistema
homogêneo quando b1 = b2 = ... = bn = 0. Assim, o sistema admitirá é determinado quando det A 0.
a solução trivial, (0, 0, ... 0). Em resumo temos:

Exemplo:
Na equação 4x – y = 2, o par ordenado (3,10) é uma solução,
pois ao substituirmos esses valores na equação obtemos uma igual-
dade.
4. 3 – 10 → 12 – 10 = 2
Já o par (3,0) não é a solução, pois 4.3 – 0 = 2 → 12 ≠ 2

• Representação de um sistema linear por meio de matrizes


Um sistema linear de m equações com n incógnitas pode ser
escrito sob a forma de matrizes, bastando separar seus componen-
tes por matriz.
Sejam:
Amn ⇒ a matriz dos coeficientes das incógnitas;
Xn1 ⇒ a matriz das incógnitas; • Regra de Cramer
Bn1 ⇒ a matriz dos termos independentes. Para a resolução de sistemas normais, utilizaremos a regra de
Cramer.

Consideramos os sistemas .

Suponhamos que a ≠ 0. Observamos que a matriz incompleta


desse sistema é

, cujo determinante é indicado por D = ad – bc.

Portanto, podemos escrever o sistema sob a forma matricial:


Escalonando o sistema, obtemos:

Se substituirmos em M a 2ª coluna (dos coeficientes de y) pela


coluna dos coeficientes independentes, obteremos , cujo de-
terminante é indicado por Dy = af – ce.
Assim, em (*), na 2ª equação, obtemos D. y = Dy. Se D ≠ 0, se-
• Sistema normal gue que
É o sistema em que o número de equações é igual ao número
de incógnitas (m = n) e o determinante da matriz dos coeficientes é
diferente de zero. Substituindo esse valor de y na 1ª equação de (*) e consideran-
do a matriz ,
Exemplo:
Dado o sistema S: , temos cujo determinante é indicado por Dx = ed – bf, obtemos
, D ≠ 0.

168
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Em síntese, temos: (D) O posto da matriz ampliada associada ao sistema é igual a
3.
O sistema (E) Os vetores linha (1, 2, 3/2) e (2, 4, 3) não são colineares.

Resolução:
é possível e determinado quando , e a solu-
ção desse sistema é dada por:

O sistema pode ser SI(sistema impossível) ou SPI(sistema pos-


Esta regra é um importante recurso na resolução de sistemas sível indeterminado)
lineares possíveis e determinados, especialmente quando o escalo- Para ser SI Dx = 0 e SPI Dx ≠ 0
namento se torna trabalhoso (por causa dos coeficientes das equa-
ções) ou quando o sistema é literal.

Exemplo:
Aplicando a Regra

de Cramer para resolver os sistemas


Dx ≠ 0, portanto o sistema tem infinitas soluções.
Resposta: C

(SEDUC/RJ - PROFESSOR – MATEMÁTICA – CEPERJ) Sabendo-


Temos que , dessa forma, SPD. -se que 2a + 3b + 4c = 17 e que 4a + b - 2c = 9, o valor de a + b + c é:
(A) 3.
(B) 4.
(C) 5.
(D) 6.
(E) 7.

Resolução:
(I) 2a + 3b + 4c = 17 x(-2)
(II) 4a + b – 2c = 9
Multiplicamos a primeira equação por – 2 e somamos com a
segunda, cancelando a variável a:
(I) 2a + 3b + 4c = 17
(II) – 5b – 10c = - 25 : (- 5)

Então:
(I) 2a + 3b + 4c = 17
(II) b +2c = 5
Uma alternativa para encontrar o valor de z seria substituir x Um sistema com três variáveis e duas equações é possível e
por -2 e y por 3 em qualquer uma das equações do sistema. indeterminado (tem infinitas soluções), então fazendo a variável c =
Assim, S = {(-2,3-1)}. α (qualquer letra grega).
Substituímos c em (II):
Exemplos: b + 2α = 5
(UNIOESTE – ANALISTA DE INFORMÁTICA – UNIOESTE) Consi- Resposta: D
dere o seguinte sistema de equações lineares
NOÇÕES BÁSICAS DE CONTAGEM, PROBABILIDADE E
ESTATÍSTICA

A Análise Combinatória é a parte da Matemática que desen-


volve meios para trabalharmos com problemas de contagem. Ve-
jamos eles:

Assinale a alternativa correta. Princípio fundamental de contagem (PFC)


(A) O determinante da matriz dos coeficientes do sistema é um É o total de possibilidades de o evento ocorrer.
número estritamente positivo. • Princípio multiplicativo: P1. P2. P3. ... .Pn.(regra do “e”). É
(B) O sistema possui uma única solução (1, 1, -1). um princípio utilizado em sucessão de escolha, como ordem.
(C) O sistema possui infinitas soluções.

169
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
• Princípio aditivo: P1 + P2 + P3 + ... + Pn. (regra do “ou”). É o Arranjo simples
princípio utilizado quando podemos escolher uma coisa ou outra. Arranjo simples de n elementos tomados p a p, onde n>=1 e p
é um número natural, é qualquer ordenação de p elementos dentre
Exemplos: os n elementos, em que cada maneira de tomar os elementos se
(BNB) Apesar de todos os caminhos levarem a Roma, eles pas- diferenciam pela ordem e natureza dos elementos.
sam por diversos lugares antes. Considerando-se que existem três
caminhos a seguir quando se deseja ir da cidade A para a cidade Atenção: Observe que no grupo dos elementos: {1,2,3} um dos
B, e que existem mais cinco opções da cidade B para Roma, qual a arranjos formados, com três elementos, 123 é DIFERENTE de 321, e
quantidade de caminhos que se pode tomar para ir de A até Roma, assim sucessivamente.
passando necessariamente por B?
(A) Oito. • Sem repetição
(B) Dez. A fórmula para cálculo de arranjo simples é dada por:
(C) Quinze.
(D) Dezesseis.
(E) Vinte.

Resolução:
Observe que temos uma sucessão de escolhas:
Primeiro, de A para B e depois de B para Roma. Onde:
1ª possibilidade: 3 (A para B). n = Quantidade total de elementos no conjunto.
Obs.: o número 3 representa a quantidade de escolhas para a P =Quantidade de elementos por arranjo
primeira opção.
Exemplo: Uma escola possui 18 professores. Entre eles, serão
2ª possibilidade: 5 (B para Roma). escolhidos: um diretor, um vice-diretor e um coordenador pedagó-
Temos duas possibilidades: A para B depois B para Roma, logo, gico. Quantas as possibilidades de escolha?
uma sucessão de escolhas. n = 18 (professores)
Resultado: 3 . 5 = 15 possibilidades. p = 3 (cargos de diretor, vice-diretor e coordenador pedagógico)
Resposta: C.

(PREF. CHAPECÓ/SC – ENGENHEIRO DE TRÂNSITO – IOBV) Em


um restaurante os clientes têm a sua disposição, 6 tipos de carnes,
4 tipos de cereais, 4 tipos de sobremesas e 5 tipos de sucos. Se o
cliente quiser pedir 1 tipo carne, 1 tipo de cereal, 1 tipo de sobre- • Com repetição
mesa e 1 tipo de suco, então o número de opções diferentes com Os elementos que compõem o conjunto podem aparecer re-
que ele poderia fazer o seu pedido, é: petidos em um agrupamento, ou seja, ocorre a repetição de um
(A) 19 mesmo elemento em um agrupamento.
(B) 480 A fórmula geral para o arranjo com repetição é representada
(C) 420 por:
(D) 90

Resolução:
A questão trata-se de princípio fundamental da contagem, logo
vamos enumerar todas as possibilidades de fazermos o pedido: Exemplo: Seja P um conjunto com elementos: P = {A,B,C,D},
6 x 4 x 4 x 5 = 480 maneiras. tomando os agrupamentos de dois em dois, considerando o arranjo
Resposta: B. com repetição quantos agrupamentos podemos obter em relação
ao conjunto P.
Fatorial Resolução:
Sendo n um número natural, chama-se de n! (lê-se: n fatorial) P = {A, B, C, D}
a expressão: n=4
n! = n (n - 1) (n - 2) (n - 3). ... .2 . 1, como n ≥ 2. p=2
A(n,p)=np
Exemplos: A(4,2)=42=16
5! = 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 120.
7! = 7 . 6 . 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 5.040. Permutação
É a TROCA DE POSIÇÃO de elementos de uma sequência. Utili-
ATENÇÃO zamos todos os elementos.

0! = 1 • Sem repetição
1! = 1
Tenha cuidado 2! = 2, pois 2 . 1 = 2. E 3!
Não é igual a 3, pois 3 . 2 . 1 = 6.

170
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Atenção: Todas as questões de permutação simples podem ser
resolvidas pelo princípio fundamental de contagem (PFC).

Exemplo:
(PREF. LAGOA DA CONFUSÃO/TO – ORIENTADOR SOCIAL – Exemplo:
IDECAN) Renato é mais velho que Jorge de forma que a razão entre (CESPE) Uma mesa circular tem seus 6 lugares, que serão ocu-
o número de anagramas de seus nomes representa a diferença en- pados pelos 6 participantes de uma reunião. Nessa situação, o nú-
tre suas idades. Se Jorge tem 20 anos, a idade de Renato é mero de formas diferentes para se ocupar esses lugares com os par-
(A) 24. ticipantes da reunião é superior a 102.
(B) 25. ( ) Certo
(C) 26. ( ) Errado
(D) 27.
(E) 28. Resolução:
É um caso clássico de permutação circular.
Resolução: Pc = (6 - 1) ! = 5! = 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 120 possibilidades.
Anagramas de RENATO Resposta: CERTO.
______
6.5.4.3.2.1=720 Combinação
Combinação é uma escolha de um grupo, SEM LEVAR EM CON-
Anagramas de JORGE SIDERAÇÃO a ordem dos elementos envolvidos.
_____
5.4.3.2.1=120 • Sem repetição
Dados n elementos distintos, chama-se de combinação simples
Razão dos anagramas: 720/120=6 desses n elementos, tomados p a p, a qualquer agrupamento de p
Se Jorge tem 20 anos, Renato tem 20+6=26 anos. elementos distintos, escolhidos entre os n elementos dados e que
Resposta: C. diferem entre si pela natureza de seus elementos.

• Com repetição Fórmula:


Na permutação com elementos repetidos ocorrem permuta-
ções que não mudam o elemento, pois existe troca de elementos
iguais. Por isso, o uso da fórmula é fundamental.

Exemplo:
(CRQ 2ª REGIÃO/MG – AUXILIAR ADMINISTRATIVO – FUN-
DEP) Com 12 fiscais, deve-se fazer um grupo de trabalho com 3
Exemplo: deles. Como esse grupo deverá ter um coordenador, que pode ser
(CESPE) Considere que um decorador deva usar 7 faixas colo- qualquer um deles, o número de maneiras distintas possíveis de se
ridas de dimensões iguais, pendurando-as verticalmente na vitri- fazer esse grupo é:
ne de uma loja para produzir diversas formas. Nessa situação, se 3 (A) 4
faixas são verdes e indistinguíveis, 3 faixas são amarelas e indistin- (B) 660
guíveis e 1 faixa é branca, esse decorador conseguirá produzir, no (C) 1 320
máximo, 140 formas diferentes com essas faixas. (D) 3 960
( ) Certo
( ) Errado Resolução:
Como trata-se de Combinação, usamos a fórmula:
Resolução:
Total: 7 faixas, sendo 3 verdes e 3 amarelas.

Onde n = 12 e p = 3

Resposta: Certo.

• Circular
A permutação circular é formada por pessoas em um formato Como cada um deles pode ser o coordenado, e no grupo tem 3
circular. A fórmula é necessária, pois existem algumas permutações pessoas, logo temos 220 x 3 = 660.
realizadas que são iguais. Usamos sempre quando: Resposta: B.
a) Pessoas estão em um formato circular.
b) Pessoas estão sentadas em uma mesa quadrada (retangular) As questões que envolvem combinação estão relacionadas a
de 4 lugares. duas coisas:
– Escolha de um grupo ou comissões.

171
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
– Escolha de grupo de elementos, sem ordem, ou seja, escolha
de grupo de pessoas, coisas, objetos ou frutas.

• Com repetição
É uma escolha de grupos, sem ordem, porém, podemos repetir
elementos na hora de escolher. Onde,
n(E) = número de elementos do evento E.
n(S) = número de elementos do espaço amostral S.

Sendo 0 ≤ P(E) ≤ 1 e S um conjunto equiprovável, ou seja, to-


Exemplo: dos os elementos têm a mesma “chance de acontecer.
Em uma combinação com repetição classe 2 do conjunto {a, b,
c}, quantas combinações obtemos? ATENÇÃO:
Utilizando a fórmula da combinação com repetição, verifica- As probabilidades podem ser escritas na forma decimal ou re-
mos o mesmo resultado sem necessidade de enumerar todas as presentadas em porcentagem.
possibilidades: Assim: 0 ≤ p(E) ≤ 1, onde:
n=3ep=2 p( ∅) = 0 ou p( ∅) = 0%
p(U) = 1 ou p(U) = 100%

Exemplo:
(PREF. NITERÓI – AGENTE FAZENDÁRIO – FGV) O quadro a
seguir mostra a distribuição das idades dos funcionários de certa
PROBABILIDADES repartição pública:
A teoria da probabilidade permite que se calcule a chance de
ocorrência de um número em um experimento aleatório. FAIXA DE IDADES NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS
(ANOS)
Elementos da teoria das probabilidades
• Experimentos aleatórios: fenômenos que apresentam re- 20 ou menos 2
sultados imprevisíveis quando repetidos, mesmo que as condições De 21 a 30 8
sejam semelhantes.
De 31 a 40 12
• Espaço amostral: é o conjunto U, de todos os resultados pos-
síveis de um experimento aleatório. De 41 a 50 14
• Evento: qualquer subconjunto de um espaço amostral, ou Mais de 50 4
seja, qualquer que seja E Ì U, onde E é o evento e U, o espaço amos-
tral. Escolhendo ao acaso um desses funcionários, a probabilidade
de que ele tenha mais de 40 anos é:
(A) 30%;
(B) 35%;
(C) 40%;
(D) 45%;
(E) 55%.

Resolução:
O espaço amostral é a soma de todos os funcionário:
2 + 8 + 12 + 14 + 4 = 40
O número de funcionário que tem mais de 40 anos é: 14 + 4 =
18
Logo a probabilidade é:

Experimento composto
Quando temos dois ou mais experimentos realizados simulta- Resposta: D
neamente, dizemos que o experimento é composto. Nesse caso, o
número de elementos do espaço amostral é dado pelo produto dos Probabilidade da união de eventos
números de elementos dos espaços amostrais de cada experimen- Para obtermos a probabilidade da união de eventos utilizamos
to. a seguinte expressão:
n(U) = n(U1).n(U2)

Probabilidade de um evento
Em um espaço amostral U, equiprobabilístico (com elementos
que têm chances iguais de ocorrer), com n(U) elementos, o evento
E, com n(E) elementos, onde E Ì U, a probabilidade de ocorrer o
evento E, denotado por p(E), é o número real, tal que:

172
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Lei Binomial de probabilidade
A lei binominal das probabilidades é dada pela fórmula:

Sendo:
n: número de tentativas independentes;
Quando os eventos forem mutuamente exclusivos, tendo A ∩ B p: probabilidade de ocorrer o evento em cada experimento (su-
= Ø, utilizamos a seguinte equação: cesso);
q: probabilidade de não ocorrer o evento (fracasso); q = 1 - p
k: número de sucessos.

ATENÇÃO:
A lei binomial deve ser aplicada nas seguintes condições:
– O experimento deve ser repetido nas mesmas condições as
n vezes.
– Em cada experimento devem ocorrer os eventos E e .
– A probabilidade do E deve ser constante em todas as n vezes.
– Cada experimento é independente dos demais.

Probabilidade de um evento complementar Exemplo:


É quando a soma das probabilidades de ocorrer o evento E, e Lançando-se um dado 5 vezes, qual a probabilidade de ocorre-
de não ocorrer o evento E (seu complementar, Ē) é 1. rem três faces 6?

Resolução:
n: número de tentativas ⇒ n = 5
k: número de sucessos ⇒ k = 3
p: probabilidade de ocorrer face 6 ⇒ p = 1/6
Probabilidade condicional q: probabilidade de não ocorrer face 6 ⇒ q = 1- p ⇒ q = 5/6
Quando se impõe uma condição que reduz o espaço amostral,
dizemos que se trata de uma probabilidade condicional.
Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral U, com p(B) ≠ NOÇÕES DE FUNÇÃO: ANÁLISE GRÁFICA; FUNÇÕES
0. Chama-se probabilidade de A condicionada a B a probabilidade AFIM, QUADRÁTICA, EXPONENCIAL E LOGARÍTMICA;
de ocorrência do evento A, sabendo-se que já ocorreu ou que vai APLICAÇÕES
ocorrer o evento B, ou seja:
Funções lineares
Chama-se função do 1º grau ou afim a função f: R  R definida
por y = ax + b, com a e b números reais e a 0. a é o coeficiente an-
gular da reta e determina sua inclinação, b é o coeficiente linear da
reta e determina a intersecção da reta com o eixo y.

Podemos também ler como: a probabilidade de A “dado que”


ou “sabendo que” a probabilidade de B.

– Caso forem dois eventos simultâneos (ou sucessivos): para


se avaliar a probabilidade de ocorrem dois eventos simultâneos (ou
sucessivos), que é P (A ∩ B), é preciso multiplicar a probabilidade
de ocorrer um deles P(B) pela probabilidade de ocorrer o outro,
sabendo que o primeiro já ocorreu P (A | B). Sendo:
Com a ϵ R* e b ϵ R.

Atenção
Usualmente chamamos as funções polinomiais de: 1º grau, 2º
etc, mas o correto seria Função de grau 1,2 etc. Pois o classifica a
função é o seu grau do seu polinômio.
– Se dois eventos forem independentes: dois eventos A e B de
um espaço amostral S são independentes quando P(A|B) = P(A) ou A função do 1º grau pode ser classificada de acordo com seus
P(B|A) = P(B). Sendo os eventos A e B independentes, temos: gráficos. Considere sempre a forma genérica y = ax + b.

P (A ∩ B) = P(A). P(B)

173
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
• Função constante • Função Sobrejetora
Se a = 0, então y = b, b ∈ R. Desta maneira, por exemplo, se y É quando todos os elementos do domínio forem imagens de
= 4 é função constante, pois, para qualquer valor de x, o valor de y PELO MENOS UM elemento do domínio.
ou f(x) será sempre 4.

• Função identidade
Se a = 1 e b = 0, então y = x. Nesta função, x e y têm sempre
os mesmos valores. Graficamente temos: A reta y = x ou f(x) = x é • Função Bijetora
denominada bissetriz dos quadrantes ímpares. É uma função que é ao mesmo tempo injetora e sobrejetora.

Mas, se a = -1 e b = 0, temos então y = -x. A reta determinada


por esta função é a bissetriz dos quadrantes pares, conforme mos- • Função Par
tra o gráfico ao lado. x e y têm valores iguais em módulo, porém Quando para todo elemento x pertencente ao domínio temos
com sinais contrários. f(x)=f(-x), ∀ x ∈ D(f). Ou seja, os valores simétricos devem possuir
a mesma imagem.

• Função linear
É a função do 1º grau quando b = 0, a ≠ 0 e a ≠ 1, a e b ∈ R. • Função ímpar
Quando para todo elemento x pertencente ao domínio, temos
• Função afim f(-x) = -f(x) ∀ x є D(f). Ou seja, os elementos simétricos do domínio
É a função do 1º grau quando a ≠ 0, b ≠ 0, a e b ∈ R. terão imagens simétricas.

• Função Injetora
É a função cujo domínio apresenta elementos distintos e tam-
bém imagens distintas.

174
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Gráfico da função do 1º grau
A representação geométrica da função do 1º grau é uma reta, por-
tanto, para determinar o gráfico, é necessário obter dois pontos. Em
particular, procuraremos os pontos em que a reta corta os eixos x e y.
De modo geral, dada a função f(x) = ax + b, para determinarmos
a intersecção da reta com os eixos, procedemos do seguinte modo:

Exemplos:
(PM/SP – CABO – CETRO) O gráfico abaixo representa o salário bru-
to (S) de um policial militar em função das horas (h) trabalhadas em certa
cidade. Portanto, o valor que este policial receberá por 186 horas é

1º) Igualamos y a zero, então ax + b = 0 ⇒ x = - b/a, no eixo x


encontramos o ponto (-b/a, 0).
2º) Igualamos x a zero, então f(x) = a. 0 + b ⇒ f(x) = b, no eixo y
encontramos o ponto (0, b).
• f(x) é crescente se a é um número positivo (a > 0);
• f(x) é decrescente se a é um número negativo (a < 0).

(A) R$ 3.487,50.
(B) R$ 3.506,25.
(C) R$ 3.534,00.
(D) R$ 3.553,00.

Resolução:

Raiz ou zero da função do 1º grau


A raiz ou zero da função do 1º grau é o valor de x para o qual y =
f(x) = 0. Graficamente, é o ponto em que a reta “corta” o eixo x. Por-
tanto, para determinar a raiz da função, basta a igualarmos a zero:

Resposta: A
Estudo de sinal da função do 1º grau
Estudar o sinal de uma função do 1º grau é determinar os valo- (CBTU/RJ - ASSISTENTE OPERACIONAL - CONDUÇÃO DE VEÍ-
res de x para que y seja positivo, negativo ou zero. CULOS METROFERROVIÁRIOS – CONSULPLAN) Qual dos pares de
1º) Determinamos a raiz da função, igualando-a a zero: (raiz: x =- b/a) pontos a seguir pertencem a uma função do 1º grau decrescente?
2º) Verificamos se a função é crescente (a>0) ou decrescente (a (A) Q(3, 3) e R(5, 5).
< 0); temos duas possibilidades: (B) N(0, –2) e P(2, 0).
(C) S(–1, 1) e T(1, –1).
(D) L(–2, –3) e M(2, 3).

Resolução:
Para pertencer a uma função polinomial do 1º grau decrescen-
te, o primeiro ponto deve estar em uma posição “mais alta” do que
o 2º ponto.
Vamos analisar as alternativas:
( A ) os pontos Q e R estão no 1º quadrante, mas Q está em uma
posição mais baixa que o ponto R, e, assim, a função é crescente.

175
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
( B ) o ponto N está no eixo y abaixo do zero, e o ponto P está no Gráfico da função do 2º grau
eixo x à direita do zero, mas N está em uma posição mais baixa que
o ponto P, e, assim, a função é crescente. • Concavidade da parábola
( D ) o ponto L está no 3º quadrante e o ponto M está no 1º Graficamente, a função do 2º grau, de domínio r, é representa-
quadrante, e L está em uma posição mais baixa do que o ponto M, da por uma curva denominada parábola. Dada a função y = ax2 + bx
sendo, assim, crescente. + c, cujo gráfico é uma parábola, se:
( C ) o ponto S está no 2º quadrante e o ponto T está no 4º qua-
drante, e S está em uma posição mais alta do que o ponto T, sendo,
assim, decrescente.
Resposta: C

Equações lineares
As equações do tipo a1x1 + a2x2 + a3x3 + .....+ anxn = b, são equa-
ções lineares, onde a1, a2, a3, ... são os coeficientes; x1, x2, x3,... as
incógnitas e b o termo independente.
Por exemplo, a equação 4x – 3y + 5z = 31 é uma equação linear.
Os coeficientes são 4, –3 e 5; x, y e z as incógnitas e 31 o termo • O termo independente
independente. Na função y = ax2 + bx + c, se x = 0 temos y = c. Os pontos em
Para x = 2, y = 4 e z = 7, temos 4.2 – 3.4 + 5.7 = 31, concluímos que x = 0 estão no eixo y, isto significa que o ponto (0, c) é onde a
que o terno ordenado (2,4,7) é solução da equação linear parábola “corta” o eixo y.
4x – 3y + 5z = 31.

Funções quadráticas
Chama-se função do 2º grau ou função quadrática, de domínio
R e contradomínio R, a função:

Com a, b e c reais e a ≠ 0. • Raízes da função


Considerando os sinais do discriminante (Δ) e do coeficiente de
Onde: x2, teremos os gráficos que seguem para a função y = ax2 + bx + c.
a é o coeficiente de x2
b é o coeficiente de x
c é o termo independente

Atenção:
Chama-se função completa aquela em que a, b e c não são nu-
los, e função incompleta aquela em que b ou c são nulos.

Raízes da função do 2ºgrau


Analogamente à função do 1º grau, para encontrar as raízes
da função quadrática, devemos igualar f(x) a zero. Teremos então:
ax2 + bx + c = 0

A expressão assim obtida denomina-se equação do 2º grau.


As raízes da equação são determinadas utilizando-se a fórmula de
Bhaskara: Vértice da parábola – Máximos e mínimos da função
Observe os vértices nos gráficos:

Δ (letra grega: delta) é chamado de discriminante da equação.


Observe que o discriminante terá um valor numérico, do qual te-
mos de extrair a raiz quadrada. Neste caso, temos três casos a con-
siderar:
Δ > 0 ⇒ duas raízes reais e distintas;
Δ = 0 ⇒ duas raízes reais e iguais;
Δ < 0 ⇒ não existem raízes reais ( ∄ x ∈ R).
O vértice da parábola será:
• o ponto mínimo se a concavidade estiver voltada para cima
(a > 0);

176
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
• o ponto máximo se a concavidade estiver voltada para baixo
(a < 0).
A reta paralela ao eixo y que passa pelo vértice da parábola é
chamada de eixo de simetria. 100 – t² = 0
– t² = – 100 . (– 1)
Coordenadas do vértice t² = 100
As coordenadas do vértice da parábola são dadas por: t= √100=10km/h
Resposta: A

(IPEM – TÉCNICO EM METROLOGIA E QUALIDADE – VUNESP)


A figura ilustra um arco decorativo de parábola AB sobre a porta da
entrada de um salão:

Estudo do sinal da função do 2º grau


Estudar o sinal da função quadrática é determinar os valores de
x para que y seja: positivo, negativo ou zero. Dada a função f(x) = y
= ax2 + bx + c, para saber os sinais de y, determinamos as raízes (se
existirem) e analisamos o valor do discriminante.

Considere um sistema de coordenadas cartesianas com centro


em O, de modo que o eixo vertical (y) passe pelo ponto mais alto do
arco (V), e o horizontal (x) passe pelos dois pontos de apoio desse
arco sobre a porta (A e B).
Sabendo-se que a função quadrática que descreve esse arco é
f(x) = – x²+ c, e que V = (0; 0,81), pode-se afirmar que a distância ,
em metros, é igual a
(A) 2,1.
(B) 1,8.
(C) 1,6.
(D) 1,9.
(E) 1,4.

Resolução:
C=0,81, pois é exatamente a distância de V
F(x)=-x²+0,81
Exemplos: 0=-x²+0,81
(CBM/MG – OFICIAL BOMBEIRO MILITAR – FUMARC) Duas X²=0,81
cidades A e B estão separadas por uma distância d. Considere um X=±0,9
ciclista que parte da cidade A em direção à cidade B. A distância d, A distância AB é 0,9+0,9=1,8
em quilômetros, que o ciclista ainda precisa percorrer para chegar Resposta: B
ao seu destino em função do tempo t, em horas, é dada pela função
(TRANSPETRO – TÉCNICO DE ADMINISTRAÇÃO E CONTROLE
. JÚNIOR – CESGRANRIO) A raiz da função f(x) = 2x − 8 é também raiz
da função quadrática g(x) = ax²+ bx + c. Se o vértice da parábola, grá-
fico da função g(x), é o ponto V(−1, −25), a soma a + b + c é igual a:
Sendo assim, a velocidade média desenvolvida pelo ciclista em (A) − 25
todo o percurso da cidade A até a cidade B é igual a (B) − 24
(A) 10 Km/h (C) − 23
(B) 20 Km/h (D) − 22
(C) 90 Km/h (E) – 21
(D) 100 Km/h
Resolução:
Resolução: 2x-8=0
Vamos calcular a distância total, fazendo t = 0: 2x=8
X=4

Agora, vamos substituir na função:

177
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Lembrando que para encontrar a equação, temos:


(x - 4)(x + 6) = x² + 6x - 4x - 24 = x² + 2x - 24
a=1 02. Considerando a função, encontre a função: y = (1/3)x
b=2
c=-24
a + b + c = 1 + 2 – 24 = -21
Resposta: E

Função exponencial
Antes seria bom revisarmos algumas noções de potencializa-
ção e radiciação.
Sejam a e b bases reais e diferentes de zero e m e n expoentes
inteiros, temos:

Observando as funções anteriores, podemos concluir que para


y = ax:
• se a > 1, a função exponencial é crescente;
• se 0 < a < 1, a função é decrescente.

Graficamente temos:

Equação exponencial
A equação exponencial caracteriza-se pela presença da incóg-
nita no expoente. Exemplos:

Inequação exponencial
A inequação exponencial caracteriza-se pela presença da incóg-
nita no expoente e de um dos sinais de desigualdade: >, <, ≥ ou ≤.
Analisando seus gráficos, temos:

Para resolver estas equações, além das propriedades de potên-


cias, utilizamos a seguinte propriedade:
Se duas potências são iguais, tendo as bases iguais, então os
expoentes são iguais: am = an ⇔ m = n, sendo a > 0 e a ≠ 1.

Gráficos da função exponencial


A função exponencial f, de domínio R e contradomínio R, é de-
finida por y = ax, onde a > 0 e a ≠1.

Exemplos:
01. Considere a função y = 3x.
Vamos atribuir valores a x, calcular y e a seguir construir o grá-
fico: Observando o gráfico, temos que:
• na função crescente, conservamos o sinal da desigualdade
para comparar os expoentes:

178
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
(E) 10 anos.

Resolução:

• na função decrescente, “invertemos” o sinal da desigualdade


para comparar os expoentes:

Vamos simplificar as bases (5), sobrando somente os expoen-


tes. Assim:
0,1 . t = 2
Desde que as bases sejam iguais. t = 2 / 0,1
t = 20 anos
Exemplos: Resposta: A
(CORPO DE BOMBEIROS MILITAR/MT – OFICIAL BOMBEIRO
MILITAR – COVEST – UNEMAT) As funções exponenciais são muito Função logarítmica
usadas para modelar o crescimento ou o decaimento populacional • Logaritmo
de uma determinada região em um determinado período de tem- O logaritmo de um número b, na base a, onde a e b são positi-
po. A função P(t) = 234(1,023)t modela o comportamento de uma vos e a é diferente de um, é um número x, tal que x é o expoente de
determinada cidade quanto ao seu crescimento populacional em a para se obter b, então:
um determinado período de tempo, em que P é a população em
milhares de habitantes e t é o número de anos desde 1980.
Qual a taxa média de crescimento populacional anual dessa
cidade?
(A) 1,023%
(B) 1,23% Onde:
(C) 2,3% b é chamado de logaritmando
(D) 0,023% a é chamado de base
(E) 0,23% x é o logaritmo

Resolução: OBSERVAÇÕES
– loga a = 1, sendo a > 0 e a ≠ 1
– Nos logaritmos decimais, ou seja, aqueles em que a base é
10, está frequentemente é omitida. Por exemplo: logaritmo de 2 na
Primeiramente, vamos calcular a população inicial, fazendo t base 10; notação: log 2
= 0:
Propriedades decorrentes da definição

Agora, vamos calcular a população após 1 ano, fazendo t = 1: • Domínio (condição de existência)
Segundo a definição, o logaritmando e a base devem ser positi-
vos, e a base deve ser diferente de 1. Portanto, sempre que encon-
tramos incógnitas no logaritmando ou na base devemos garantir a
Por fim, vamos utilizar a Regra de Três Simples: existência do logaritmo.
População----------%
234 --------------- 100 – Propriedades
239,382 ------------ x

234.x = 239,382 . 100


x = 23938,2 / 234
x = 102,3%
102,3% = 100% (população já existente) + 2,3% (crescimento)
Resposta: C

(POLÍCIA CIVIL/SP – DESENHISTA TÉCNICO-PERICIAL – VU- Logaritmo decimal - característica e mantissa


NESP) Uma população P cresce em função do tempo t (em anos), Normalmente eles são calculados fazendo-se o uso da calcula-
segundo a sentença P = 2000.50,1t. Hoje, no instante t = 0, a popu- dora e da tabela de logaritmos. Mas fique tranquilo em sua prova as
lação é de 2 000 indivíduos. A população será de 50 000 indivíduos bancas fornecem os valores dos logaritmos.
daqui a
(A) 20 anos. Exemplo: Determine log 341.
(B) 25 anos.
(C) 50 anos.
(D) 15 anos.

179
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Resolução: B) y = log1/3 x
Sabemos que 341 está entre 100 e 1.000: Vamos tabelar valores convenientes de x, calculando y. Locali-
102 < 341 < 103 zamos os pontos no plano cartesiano, determinando a curva corres-
Como a característica é o expoente de menor potência de 10, pondente à função.
temos que c = 2.
Consultando a tabela para 341, encontramos m = 0,53275.
Logo: log 341 = 2 + 0,53275  log 341 = 2,53275.

Propriedades operatórias dos logaritmos

Observando as funções anteriores, podemos concluir que para


y = logax:
Cologaritmo • se a > 1, a função é crescente;
cologa b = - loga b, sendo b> 0, a > 0 e a ≠ 1 • se 0 < a < 1, a função é decrescente.

Mudança de base Equações logarítmicas


Para resolver questões que envolvam logaritmo com bases di- A equação logarítmica caracteriza-se pela presença do sinal de
ferentes, utilizamos a seguinte expressão: igualdade e da incógnita no logaritmando.
Para resolver uma equação, antes de mais nada devemos es-
tabelecer a condição de existência do logaritmo, determinando os
valores da incógnita para que o logaritmando e a base sejam positi-
vos, e a base diferente de 1.

Inequações logarítmicas
Função logarítmica Identificamos as inequações logarítmicas pela presença da in-
Função logarítmica é a função f, de domínio R*+ e contradomí- cógnita no logaritmando e de um dos sinais de desigualdade: >, <,
nio R, que associa cada número real e positivo x ao logaritmo de x ≥ ou ≤.
na base a, onde a é um número real, positivo e diferente de 1. Assim como nas equações, devemos garantir a existência do
logaritmo impondo as seguintes condições: o logaritmando e a base
devem ser positivos e a base deve ser diferente de 1.
Na resolução de inequações logarítmicas, procuramos obter
logaritmos de bases iguais nos dois membros da inequação, para
poder comparar os logaritmandos. Porém, para que não ocorram
distorções, devemos verificar se as funções envolvidas são crescen-
Gráfico da função logarítmica tes ou decrescentes. A justificativa será feita por meio da análise
Vamos construir o gráfico de duas funções logarítmicas como gráfica de duas funções:
exemplo:

A) y = log3 x
Atribuímos valores convenientes a x, calculamos y, conforme
mostra a tabela. Localizamos os pontos no plano cartesiano obten-
do a curva que representa a função.

180
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Na função crescente, os sinais coincidem na comparação dos logaritmandos e, posteriormente, dos respectivos logaritmos; porém,
o mesmo não ocorre na função decrescente. De modo geral, quando resolvemos uma inequação logarítmica, temos de observar o valor
numérico da base pois, sendo os dois membros da inequação compostos por logaritmos de mesma base, para comparar os respectivos
logaritmandos temos dois casos a considerar:
• se a base é um número maior que 1 (função crescente), utilizamos o mesmo sinal da inequação;
• se a base é um número entre zero e 1 (função decrescente), utilizamos o “sinal inverso” da inequação.

Concluindo, dada a função y = loga x e dois números reais x1 e x2:

Exemplos:
(PETROBRAS-GEOFISICO JUNIOR – CESGRANRIO) Se log x representa o logaritmo na base 10 de x, então o valor de n tal que log n =
3 - log 2 é:
(A) 2000
(B) 1000
(C) 500
(D) 100
(E) 10

Resolução:
log n = 3 - log 2
log n + log 2 = 3 * 1
onde 1 = log 10 então:
log (n * 2) = 3 * log 10
log(n*2) = log 10 ^3
2n = 10^3
2n = 1000
n = 1000 / 2
n = 500
Resposta: C

(MF – ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ESAF) Sabendo-se que log x representa o logaritmo de x na base 10, calcule o valor
da expressão log 20 + log 5.
(A) 5
(B) 4
(C) 1

181
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
(D) 2
(E) 3

Resolução:
E = log20 + log5
E = log(2 x 10) + log5
E = log2 + log10 + log5
E = log10 + log (2 x 5)
E = log10 + log10
E = 2 log10
E=2
Resposta: D

Funções trigonométricas
Podemos generalizar e escrever todos os arcos com essa característica na seguinte forma: π/2 + 2kπ, onde k Є Z. E de uma forma geral
abrangendo todos os arcos com mais de uma volta, x + 2kπ.
Estes arcos são representados no plano cartesiano através de funções circulares como: função seno, função cosseno e função tangente.

• Função Seno
É uma função f : R → R que associa a cada número real x o seu seno, então f(x) = sem x. O sinal da função f(x) = sem x é positivo no 1º
e 2º quadrantes, e é negativo quando x pertence ao 3º e 4º quadrantes.

• Função Cosseno
É uma função f : R → R que associa a cada número real x o seu cosseno, então f(x) = cos x. O sinal da função f(x) = cos x é positivo no
1º e 4º quadrantes, e é negativo quando x pertence ao 2º e 3º quadrantes.

182
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

• Função Tangente
É uma função f : R → R que associa a cada número real x a sua tangente, então f(x) = tg x.
Sinais da função tangente:
- Valores positivos nos quadrantes ímpares.
- Valores negativos nos quadrantes pares.
- Crescente em cada valor.

183
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Igualdade de conjuntos
OPERAÇÕES COM CONJUNTOS Dois conjuntos A e B são IGUAIS, indicamos A = B, quando pos-
suem os mesmos elementos.
Um conjunto é uma coleção de objetos, chamados elementos, Dois conjuntos A e B são DIFERENTES, indicamos por A ≠ B, se
que possuem uma propriedade comum ou que satisfazem determi- pelo menos UM dos elementos de um dos conjuntos NÃO pertence
nada condição. ao outro.

Representação de um conjunto Subconjuntos


Podemos representar um conjunto de várias maneiras. Quando todos os elementos de um conjunto A são também
elementos de um outro conjunto B, dizemos que A é subconjunto
ATENÇÃO: Indicamos os conjuntos utilizando as letras maiúscu- de B. Exemplo: A = {1,3,7} e B = {1,2,3,5,6,7,8}.
las e os elementos destes conjuntos por letras minúsculas.

Vejamos:
1) os elementos do conjunto são colocados entre chaves sepa-
rados por vírgula, ou ponto e vírgula.
A = {a, e, i, o, u}

2) os elementos do conjunto são representados por uma ou


mais propriedades que os caracterize.

Os elementos do conjunto A estão contidos no conjunto B.


3) os elementos do conjunto são representados por meio de
um esquema denominado diagrama de Venn. ATENÇÃO:
1) Todo conjunto A é subconjunto dele próprio;
2) O conjunto vazio, por convenção, é subconjunto de qualquer
conjunto;
3) O conjunto das partes é o conjunto formado por todos os
subconjuntos de A.
4) O número de seu subconjunto é dado por: 2n; onde n é o nú-
mero de elementos desse conjunto.

Operações com Conjuntos


Tomando os conjuntos: A = {0,2,4,6} e B = {0,1,2,3,4}, como
exemplo, vejamos:
Relação de pertinência • União de conjuntos: é o conjunto formado por todos os ele-
Usamos os símbolos ∈ (pertence) e ∉ (não pertence) para mentos que pertencem a A ou a B. Representa-se por A ∪ B. Sim-
relacionar se um elemento faz parte ou não do conjunto. bolicamente: A ∪ B = {x | x ∈ A ou x ∈ B}. Exemplo:

Tipos de Conjuntos
• Conjunto Universo: reunião de todos os conjuntos que esta-
mos trabalhando.
• Conjunto Vazio: é aquele que não possui elementos. Repre-
senta-se por 0/ ou, simplesmente { }.
• Conjunto Unitário: possui apenas um único elemento.
• Conjunto Finito: quando podemos enumerar todos os seus
elementos.
• Conjunto Infinito: contrário do finito.

Relação de inclusão
É usada para estabelecer relação entre conjuntos com conjun-
tos, verificando se um conjunto é subconjunto ou não de outro con-
junto. Usamos os seguintes símbolos de inclusão:

184
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
• Intersecção de conjuntos: é o conjunto formado por todos os Exemplo:
elementos que pertencem, simultaneamente, a A e a B. Represen- (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO –
ta-se por A ∩ B. Simbolicamente: A ∩ B = {x | x ∈ A e x ∈ B} FCC) Dos 43 vereadores de uma cidade, 13 dele não se inscreveram
nas comissões de Educação, Saúde e Saneamento Básico. Sete dos
vereadores se inscreveram nas três comissões citadas. Doze deles
se inscreveram apenas nas comissões de Educação e Saúde e oito
deles se inscreveram apenas nas comissões de Saúde e Saneamen-
to Básico. Nenhum dos vereadores se inscreveu em apenas uma
dessas comissões. O número de vereadores inscritos na comissão
de Saneamento Básico é igual a
(A) 15.
(B) 21.
(C) 18.
(D) 27.
(E) 16.

Resolução:
De acordo com os dados temos:
OBSERVAÇÃO: Se A ∩ B = φ , dizemos que A e B são conjun- 7 vereadores se inscreveram nas 3.
tos disjuntos. APENAS 12 se inscreveram em educação e saúde (o 12 não
deve ser tirado de 7 como costuma fazer nos conjuntos, pois ele já
Propriedades da união e da intersecção de conjuntos desconsidera os que se inscreveram nos três)
APENAS 8 se inscreveram em saúde e saneamento básico.
1ª) Propriedade comutativa São 30 vereadores que se inscreveram nessas 3 comissões, pois
A U B = B U A (comutativa da união) 13 dos 43 não se inscreveram.
A ∩ B = B ∩ A (comutativa da intersecção) Portanto, 30 – 7 – 12 – 8 = 3
Se inscreveram em educação e saneamento 3 vereadores.
2ª) Propriedade associativa
(A U B) U C = A U (B U C) (associativa da união)
(A ∩ B) ∩ C = A ∩ (B ∩ C) (associativa da intersecção)

3ª) Propriedade associativa


A ∩ (B U C) = (A ∩ B) U (A ∩ C) (distributiva da intersecção em
relação à união)
A U (B ∩ C) = (A U B) ∩ (A U C) (distributiva da união em relação
à intersecção)

4ª) Propriedade
Se A ⊂ B, então A U B = B e A ∩ B = A, então A ⊂ B

Número de Elementos da União e da Intersecção de Conjuntos


E dado pela fórmula abaixo: Em saneamento se inscreveram: 3 + 7 + 8 = 18

Resposta: C

• Diferença: é o conjunto formado por todos os elementos que


pertencem a A e não pertencem a B. Representa-se por A – B. Para
determinar a diferença entre conjuntos, basta observamos o que
o conjunto A tem de diferente de B. Tomemos os conjuntos: A =
{1,2,3,4,5} e B = {2,4,6,8}

185
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Note que: A – B ≠ B - A
Exemplo:
(PREF. CAMAÇARI/BA – TÉC. VIGILÂNCIA EM SAÚDE NM – AOCP) Considere dois conjuntos A e B, sabendo que assinale a alternativa
que apresenta o conjunto B.
(A) {1;2;3}
(B) {0;3}
(C) {0;1;2;3;5}
(D) {3;5}
(E) {0;3;5}

Resolução:
A intersecção dos dois conjuntos, mostra que 3 é elemento de B.
A – B são os elementos que tem em A e não em B.
Então de A ∪ B, tiramos que B = {0; 3; 5}.

Resposta: E

• Complementar: chama-se complementar de B (B é subconjunto de A) em relação a A o conjunto A - B, isto é, o conjunto dos elemen-
tos de A que não pertencem a B. Exemplo: A = {0,1,2,3,4} e B = {2,3}

Conjunto dos números inteiros - z


O conjunto dos números inteiros é a reunião do conjunto dos números naturais N = {0, 1, 2, 3, 4,..., n,...},(N C Z); o conjunto dos opos-
tos dos números naturais e o zero. Representamos pela letra Z.

N C Z (N está contido em Z)

Subconjuntos:

SÍMBOLO REPRESENTAÇÃO DESCRIÇÃO


* Z* Conjunto dos números inteiros não nulos
+ Z+ Conjunto dos números inteiros não negativos
*e+ Z*+ Conjunto dos números inteiros positivos
- Z_ Conjunto dos números inteiros não positivos
*e- Z*_ Conjunto dos números inteiros negativos

Observamos nos números inteiros algumas características:


• Módulo: distância ou afastamento desse número até o zero, na reta numérica inteira. Representa-se o módulo por | |. O módulo de
qualquer número inteiro, diferente de zero, é sempre positivo.

186
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
• Números Opostos: dois números são opostos quando sua soma é zero. Isto significa que eles estão a mesma distância da origem
(zero).

Somando-se temos: (+4) + (-4) = (-4) + (+4) = 0

Operações
• Soma ou Adição: Associamos aos números inteiros positivos a ideia de ganhar e aos números inteiros negativos a ideia de perder.

ATENÇÃO: O sinal (+) antes do número positivo pode ser dispensado, mas o sinal (–) antes do número negativo nunca pode ser
dispensado.

• Subtração: empregamos quando precisamos tirar uma quantidade de outra quantidade; temos duas quantidades e queremos saber
quanto uma delas tem a mais que a outra; temos duas quantidades e queremos saber quanto falta a uma delas para atingir a outra. A
subtração é a operação inversa da adição. O sinal sempre será do maior número.
ATENÇÃO: todos parênteses, colchetes, chaves, números, ..., entre outros, precedidos de sinal negativo, tem o seu sinal invertido,
ou seja, é dado o seu oposto.

Exemplo:
(FUNDAÇÃO CASA – AGENTE EDUCACIONAL – VUNESP) Para zelar pelos jovens internados e orientá-los a respeito do uso adequado
dos materiais em geral e dos recursos utilizados em atividades educativas, bem como da preservação predial, realizou-se uma dinâmica
elencando “atitudes positivas” e “atitudes negativas”, no entendimento dos elementos do grupo. Solicitou-se que cada um classificasse
suas atitudes como positiva ou negativa, atribuindo (+4) pontos a cada atitude positiva e (-1) a cada atitude negativa. Se um jovem classi-
ficou como positiva apenas 20 das 50 atitudes anotadas, o total de pontos atribuídos foi
(A) 50.
(B) 45.
(C) 42.
(D) 36.
(E) 32.

Resolução:
50-20=30 atitudes negativas
20.4=80
30.(-1)=-30
80-30=50
Resposta: A

• Multiplicação: é uma adição de números/ fatores repetidos. Na multiplicação o produto dos números a e b, pode ser indicado por
a x b, a . b ou ainda ab sem nenhum sinal entre as letras.

• Divisão: a divisão exata de um número inteiro por outro número inteiro, diferente de zero, dividimos o módulo do dividendo pelo
módulo do divisor.

ATENÇÃO:
1) No conjunto Z, a divisão não é comutativa, não é associativa e não tem a propriedade da existência do elemento neutro.
2) Não existe divisão por zero.
3) Zero dividido por qualquer número inteiro, diferente de zero, é zero, pois o produto de qualquer número inteiro por zero é igual a
zero.

Na multiplicação e divisão de números inteiros é muito importante a REGRA DE SINAIS:

Sinais iguais (+) (+); (-) (-) = resultado sempre positivo.


Sinais diferentes (+) (-); (-) (+) = resultado sempre
negativo.

187
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Exemplo: Subconjuntos:
(PREF.DE NITERÓI) Um estudante empilhou seus livros, obten-
do uma única pilha 52cm de altura. Sabendo que 8 desses livros SÍMBOLO REPRESENTAÇÃO DESCRIÇÃO
possui uma espessura de 2cm, e que os livros restantes possuem
espessura de 3cm, o número de livros na pilha é: Conjunto dos números
* Q*
(A) 10 racionais não nulos
(B) 15 Conjunto dos números
(C) 18 + Q+
racionais não negativos
(D) 20
Conjunto dos números
(E) 22 *e+ Q*+
racionais positivos
Resolução: Conjunto dos números
- Q_
São 8 livros de 2 cm: 8.2 = 16 cm racionais não positivos
Como eu tenho 52 cm ao todo e os demais livros tem 3 cm, Conjunto dos números
temos: *e- Q*_
racionais negativos
52 - 16 = 36 cm de altura de livros de 3 cm
36 : 3 = 12 livros de 3 cm Representação decimal
O total de livros da pilha: 8 + 12 = 20 livros ao todo. Podemos representar um número racional, escrito na forma de
Resposta: D fração, em número decimal. Para isso temos duas maneiras possí-
veis:
• Potenciação: A potência an do número inteiro a, é definida 1º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, um núme-
como um produto de n fatores iguais. O número a é denominado a ro finito de algarismos. Decimais Exatos:
base e o número n é o expoente.an = a x a x a x a x ... x a , a é multi-
plicado por a n vezes. Tenha em mente que:
– Toda potência de base positiva é um número inteiro positivo. 2
= 0,4
– Toda potência de base negativa e expoente par é um número 5
inteiro positivo.
– Toda potência de base negativa e expoente ímpar é um nú- 2º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, infinitos
mero inteiro negativo. algarismos (nem todos nulos), repetindo-se periodicamente Deci-
mais Periódicos ou Dízimas Periódicas:
Propriedades da Potenciação
1) Produtos de Potências com bases iguais: Conserva-se a base
e somam-se os expoentes. (–a)3 . (–a)6 = (–a)3+6 = (–a)9 1
= 0,333...
2) Quocientes de Potências com bases iguais: Conserva-se a 3
base e subtraem-se os expoentes. (-a)8 : (-a)6 = (-a)8 – 6 = (-a)2
3) Potência de Potência: Conserva-se a base e multiplicam-se Representação Fracionária
os expoentes. [(-a)5]2 = (-a)5 . 2 = (-a)10 É a operação inversa da anterior. Aqui temos duas maneiras
4) Potência de expoente 1: É sempre igual à base. (-a)1 = -a e possíveis:
(+a) = +a
1

5) Potência de expoente zero e base diferente de zero: É igual 1) Transformando o número decimal em uma fração numera-
a 1. (+a)0 = 1 e (–b)0 = 1 dor é o número decimal sem a vírgula e o denominador é composto
pelo numeral 1, seguido de tantos zeros quantas forem as casas de-
Conjunto dos números racionais – Q m cimais do número decimal dado.
Um número racional é o que pode ser escrito na forma n , onde Ex.:
m e n são números inteiros, sendo que n deve ser diferente de zero. 0,035 = 35/1000
Frequentemente usamos m/n para significar a divisão de m por n.
2) Através da fração geratriz. Aí temos o caso das dízimas perió-
dicas que podem ser simples ou compostas.
– Simples: o seu período é composto por um mesmo número
ou conjunto de números que se repeti infinitamente.

N C Z C Q (N está contido em Z que está contido em Q)

188
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Exemplos:

Procedimento: para transformarmos uma dízima periódica simples em fração basta utilizarmos o dígito 9 no denominador para cada
quantos dígitos tiver o período da dízima.

– Composta: quando a mesma apresenta um ante período que não se repete.

a)

Procedimento: para cada algarismo do período ainda se coloca um algarismo 9 no denominador. Mas, agora, para cada algarismo do
antiperíodo se coloca um algarismo zero, também no denominador.

b)

Procedimento: é o mesmo aplicado ao item “a”, acrescido na frente da parte inteira (fração mista), ao qual transformamos e obtemos
a fração geratriz.

Exemplo:
(PREF. NITERÓI) Simplificando a expressão abaixo

Obtém-se :

(A) ½
(B) 1
(C) 3/2
(D) 2
(E) 3

189
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Resolução: favorita e os demais têm ciências como favorita. Sendo assim, qual
fração representa os alunos que têm ciências como disciplina favo-
rita?
(A) 1/4
(B) 3/10
(C) 2/9
(D) 4/5
(E) 3/2

Resposta: B Resolução:
Somando português e matemática:
Caraterísticas dos números racionais
O módulo e o número oposto são as mesmas dos números in-
teiros.

Inverso: dado um número racional a/b o inverso desse número


(a/b)–n, é a fração onde o numerador vira denominador e o denomi- O que resta gosta de ciências:
nador numerador (b/a)n.

Resposta: B

• Multiplicação: como todo número racional é uma fração ou


pode ser escrito na forma de uma fração, definimos o produto de
dois números racionais a e c , da mesma forma que o produto de
b d
Representação geométrica frações, através de:

• Divisão: a divisão de dois números racionais p e q é a própria


Observa-se que entre dois inteiros consecutivos existem infini- operação de multiplicação do número p pelo inverso de q, isto é: p
tos números racionais. ÷ q = p × q-1

Operações
• Soma ou adição: como todo número racional é uma fração
ou pode ser escrito na forma de uma fração, definimos a adição
entre os números racionais a e c , da mesma forma que a soma
de frações, através de: b d
Exemplo:
(PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUNCAB) Numa operação
policial de rotina, que abordou 800 pessoas, verificou-se que 3/4
dessas pessoas eram homens e 1/5 deles foram detidos. Já entre as
mulheres abordadas, 1/8 foram detidas.
Qual o total de pessoas detidas nessa operação policial?
• Subtração: a subtração de dois números racionais p e q é a (A) 145
própria operação de adição do número p com o oposto de q, isto é: (B) 185
p – q = p + (–q) (C) 220
(D) 260
(E) 120

ATENÇÃO: Na adição/subtração se o denominador for igual,


conserva-se os denominadores e efetua-se a operação apresen-
tada.

Exemplo:
(PREF. JUNDIAI/SP – AGENTE DE SERVIÇOS OPERACIONAIS
– MAKIYAMA) Na escola onde estudo, ¼ dos alunos tem a língua
portuguesa como disciplina favorita, 9/20 têm a matemática como

190
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Resolução: - Por último as adições e/ou subtrações na ordem que apare-
cem.

2) Símbolos:
- Primeiro, resolvemos os parênteses ( ), até acabarem os cál-
culos dentro dos parênteses,
-Depois os colchetes [ ];
- E por último as chaves { }.

ATENÇÃO:
– Quando o sinal de adição (+) anteceder um parêntese, col-
chetes ou chaves, deveremos eliminar o parêntese, o colchete ou
chaves, na ordem de resolução, reescrevendo os números internos
com os seus sinais originais.
– Quando o sinal de subtração (-) anteceder um parêntese, col-
chetes ou chaves, deveremos eliminar o parêntese, o colchete ou
chaves, na ordem de resolução, reescrevendo os números internos
Resposta: A com os seus sinais invertidos.

• Potenciação: é válido as propriedades aplicadas aos núme- Exemplo:


ros inteiros. Aqui destacaremos apenas as que se aplicam aos nú- (MANAUSPREV – ANALISTA PREVIDENCIÁRIO – ADMINISTRATI-
meros racionais. VA – FCC) Considere as expressões numéricas, abaixo.
A = 1/2 + 1/4+ 1/8 + 1/16 + 1/32 e
A) Toda potência com expoente negativo de um número ra- B = 1/3 + 1/9 + 1/27 + 1/81 + 1/243
cional diferente de zero é igual a outra potência que tem a base
igual ao inverso da base anterior e o expoente igual ao oposto do O valor, aproximado, da soma entre A e B é
expoente anterior. (A) 2
(B) 3
(C) 1
(D) 2,5
(E) 1,5

Resolução:
Vamos resolver cada expressão separadamente:
B) Toda potência com expoente ímpar tem o mesmo sinal da
base.

C) Toda potência com expoente par é um número positivo.

Resposta: E
Expressões numéricas
São todas sentenças matemáticas formadas por números, suas Múltiplos
operações (adições, subtrações, multiplicações, divisões, potencia- Dizemos que um número é múltiplo de outro quando o primei-
ções e radiciações) e também por símbolos chamados de sinais de ro é resultado da multiplicação entre o segundo e algum número
associação, que podem aparecer em uma única expressão. natural e o segundo, nesse caso, é divisor do primeiro. O que sig-
nifica que existem dois números, x e y, tal que x é múltiplo de y se
Procedimentos existir algum número natural n tal que:
1) Operações: x = y·n
- Resolvermos primeiros as potenciações e/ou radiciações na
ordem que aparecem; Se esse número existir, podemos dizer que y é um divisor de x e
- Depois as multiplicações e/ou divisões; podemos escrever: x = n/y

191
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Observações:
1) Todo número natural é múltiplo de si mesmo.
2) Todo número natural é múltiplo de 1.
3) Todo número natural, diferente de zero, tem infinitos múltiplos.
4) O zero é múltiplo de qualquer número natural.
5) Os múltiplos do número 2 são chamados de números pares,
e a fórmula geral desses números é 2k (k ∈ N). Os demais são cha-
mados de números ímpares, e a fórmula geral desses números é 2k
+ 1 (k ∈ N).
6) O mesmo se aplica para os números inteiros, tendo k ∈ Z.

Critérios de divisibilidade Divisores


São regras práticas que nos possibilitam dizer se um número é ou Os divisores de um número n, é o conjunto formado por todos
não divisível por outro, sem que seja necessário efetuarmos a divisão. os números que o dividem exatamente. Tomemos como exemplo o
No quadro abaixo temos um resumo de alguns dos critérios: número 12.

Um método para descobrimos os divisores é através da fato-


ração numérica. O número de divisores naturais é igual ao produto
dos expoentes dos fatores primos acrescidos de 1.
Logo o número de divisores de 12 são:

Para sabermos quais são esses 6 divisores basta pegarmos cada


fator da decomposição e seu respectivo expoente natural que varia
de zero até o expoente com o qual o fator se apresenta na decom-
posição do número natural.
12 = 22 . 31 =
22 = 20,21 e 22 ; 31 = 30 e 31, teremos:
20 . 30=1
20 . 31=3
21 . 30=2
(Fonte: https://www.guiadamatematica.com.br/criterios-de-divisibili- 21 . 31=2.3=6
dade/ - reeditado) 22 . 31=4.3=12
22 . 30=4
Vale ressaltar a divisibilidade por 7: Um número é divisível por
7 quando o último algarismo do número, multiplicado por 2, sub- O conjunto de divisores de 12 são: D (12)={1, 2, 3, 4, 6, 12}
traído do número sem o algarismo, resulta em um número múltiplo A soma dos divisores é dada por: 1 + 2 + 3 + 4 + 6 + 12 = 28
de 7. Neste, o processo será repetido a fim de diminuir a quantida-
de de algarismos a serem analisados quanto à divisibilidade por 7. Máximo divisor comum (MDC)
É o maior número que é divisor comum de todos os números
Outros critérios dados. Para o cálculo do MDC usamos a decomposição em fatores
Divisibilidade por 12: Um número é divisível por 12 quando é primos. Procedemos da seguinte maneira:
divisível por 3 e por 4 ao mesmo tempo. Após decompor em fatores primos, o MDC é o produto dos FA-
Divisibilidade por 15: Um número é divisível por 15 quando é TORES COMUNS obtidos, cada um deles elevado ao seu MENOR
divisível por 3 e por 5 ao mesmo tempo. EXPOENTE.

Fatoração numérica
Trata-se de decompor o número em fatores primos. Para de-
compormos este número natural em fatores primos, dividimos o
mesmo pelo seu menor divisor primo, após pegamos o quociente
e dividimos o pelo seu menor divisor, e assim sucessivamente até
obtermos o quociente 1. O produto de todos os fatores primos re-
presenta o número fatorado. Exemplo:

192
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Exemplo:
MDC (18,24,42) =

Observe que os fatores comuns entre eles são: 2 e 3, então pegamos os de menores expoentes: 2x3 = 6. Logo o Máximo Divisor Co-
mum entre 18,24 e 42 é 6.

Mínimo múltiplo comum (MMC)


É o menor número positivo que é múltiplo comum de todos os números dados. A técnica para acharmos é a mesma do MDC, apenas
com a seguinte ressalva:
O MMC é o produto dos FATORES COMUNS E NÃO-COMUNS, cada um deles elevado ao SEU MAIOR EXPOENTE.
Pegando o exemplo anterior, teríamos:
MMC (18,24,42) =
Fatores comuns e não-comuns= 2,3 e 7
Com maiores expoentes: 2³x3²x7 = 8x9x7 = 504. Logo o Mínimo Múltiplo Comum entre 18,24 e 42 é 504.

Temos ainda que o produto do MDC e MMC é dado por: MDC (A,B). MMC (A,B)= A.B

Os cálculos desse tipo de problemas, envolvem adições e subtrações, posteriormente as multiplicações e divisões. Depois os pro-
blemas são resolvidos com a utilização dos fundamentos algébricos, isto é, criamos equações matemáticas com valores desconhecidos
(letras). Observe algumas situações que podem ser descritas com utilização da álgebra.
É bom ter mente algumas situações que podemos encontrar:

Exemplos:
(PREF. GUARUJÁ/SP – SEDUC – PROFESSOR DE MATEMÁTICA – CAIPIMES) Sobre 4 amigos, sabe-se que Clodoaldo é 5 centímetros
mais alto que Mônica e 10 centímetros mais baixo que Andreia. Sabe-se também que Andreia é 3 centímetros mais alta que Doralice e que
Doralice não é mais baixa que Clodoaldo. Se Doralice tem 1,70 metros, então é verdade que Mônica tem, de altura:
(A) 1,52 metros.
(B) 1,58 metros.
(C) 1,54 metros.
(D) 1,56 metros.

Resolução:
Escrevendo em forma de equações, temos:
C = M + 0,05 ( I )
C = A – 0,10 ( II )
A = D + 0,03 ( III )
D não é mais baixa que C
Se D = 1,70 , então:

193
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
( III ) A = 1,70 + 0,03 = 1,73 Fração é todo número que pode ser escrito da seguinte forma
( II ) C = 1,73 – 0,10 = 1,63 a/b, com b≠0. Sendo a o numerador e b o denominador. Uma fra-
( I ) 1,63 = M + 0,05 ção é uma divisão em partes iguais. Observe a figura:
M = 1,63 – 0,05 = 1,58 m
Resposta: B

(CEFET – AUXILIAR EM ADMINISTRAÇÃO – CESGRANRIO) Em


três meses, Fernando depositou, ao todo, R$ 1.176,00 em sua ca-
derneta de poupança. Se, no segundo mês, ele depositou R$ 126,00
a mais do que no primeiro e, no terceiro mês, R$ 48,00 a menos do
que no segundo, qual foi o valor depositado no segundo mês? O numerador indica quantas partes tomamos do total que foi
(A) R$ 498,00 dividida a unidade.
(B) R$ 450,00 O denominador indica quantas partes iguais foi dividida a
(C) R$ 402,00 unidade.
(D) R$ 334,00 Lê-se: um quarto.
(E) R$ 324,00
Atenção:
Resolução: • Frações com denominadores de 1 a 10: meios, terços, quar-
Primeiro mês = x tos, quintos, sextos, sétimos, oitavos, nonos e décimos.
Segundo mês = x + 126 • Frações com denominadores potências de 10: décimos,
Terceiro mês = x + 126 – 48 = x + 78 centésimos, milésimos, décimos de milésimos, centésimos de
Total = x + x + 126 + x + 78 = 1176 milésimos etc.
3.x = 1176 – 204 • Denominadores diferentes dos citados anteriormente: Enun-
x = 972 / 3 cia-se o numerador e, em seguida, o denominador seguido da pa-
x = R$ 324,00 (1º mês) lavra “avos”.
* No 2º mês: 324 + 126 = R$ 450,00
Resposta: B Tipos de frações
– Frações Próprias: Numerador é menor que o denominador.
(PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PRETO/SP – AGENTE Ex.: 7/15
DE ADMINISTRAÇÃO – VUNESP) Uma loja de materiais elétricos – Frações Impróprias: Numerador é maior ou igual ao denomi-
testou um lote com 360 lâmpadas e constatou que a razão entre o nador. Ex.: 7/6
número de lâmpadas queimadas e o número de lâmpadas boas era – Frações aparentes: Numerador é múltiplo do denominador.
2 / 7. Sabendo-se que, acidentalmente, 10 lâmpadas boas quebra- As mesmas pertencem também ao grupo das frações impróprias.
ram e que lâmpadas queimadas ou quebradas não podem ser ven- Ex.: 6/3
didas, então a razão entre o número de lâmpadas que não podem – Frações mistas: Números compostos de uma parte inteira e
ser vendidas e o número de lâmpadas boas passou a ser de outra fracionária. Podemos transformar uma fração imprópria na
(A) 1 / 4. forma mista e vice e versa. Ex.: 1 1/12 (um inteiro e um doze avos)
(B) 1 / 3. – Frações equivalentes: Duas ou mais frações que apresentam
(C) 2 / 5. a mesma parte da unidade. Ex.: 2/4 = 1/2
(D) 1 / 2. – Frações irredutíveis: Frações onde o numerador e o denomi-
(E) 2 / 3. nador são primos entre si. Ex.: 5/11 ;

Resolução: Operações com frações


Chamemos o número de lâmpadas queimadas de ( Q ) e o nú- • Adição e Subtração
mero de lâmpadas boas de ( B ). Assim: Com mesmo denominador: Conserva-se o denominador e so-
B + Q = 360 , ou seja, B = 360 – Q ( I ) ma-se ou subtrai-se os numeradores.

, ou seja, 7.Q = 2.B ( II )

Substituindo a equação ( I ) na equação ( II ), temos:


7.Q = 2. (360 – Q)
7.Q = 720 – 2.Q Com denominadores diferentes: é necessário reduzir ao mesmo
7.Q + 2.Q = 720 denominador através do MMC entre os denominadores. Usamos
9.Q = 720 tanto na adição quanto na subtração.
Q = 720 / 9
Q = 80 (queimadas)
Como 10 lâmpadas boas quebraram, temos:
Q’ = 80 + 10 = 90 e B’ = 360 – 90 = 270

Resposta: B

194
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
O MMC entre os denominadores (3,2) = 6
SEQUÊNCIAS NUMÉRICAS, PROGRESSÃO ARITMÉTICA
• Multiplicação e Divisão E PROGRESSÃO GEOMÉTRICA
Multiplicação: É produto dos numerados pelos denominadores
dados. Ex.: Progressão aritmética (P.A.)
É toda sequência numérica em que cada um de seus termos,
a partir do segundo, é igual ao anterior somado a uma constante
r, denominada razão da progressão aritmética. Como em qualquer
sequência os termos são chamados de a1, a2, a3, a4,.......,an,....

– Divisão: É igual a primeira fração multiplicada pelo inverso da


segunda fração. Ex.:

• Cálculo da razão
A razão de uma P.A. é dada pela diferença de um termo qual-
quer pelo termo imediatamente anterior a ele.
r = a2 – a1 = a3 – a2 = a4 – a3 = a5 – a4 = .......... = an – an – 1

Exemplos:
Obs.: Sempre que possível podemos simplificar o resultado da - (5, 9, 13, 17, 21, 25,......) é uma P.A. onde a1 = 5 e razão r = 4
fração resultante de forma a torna-la irredutível. - (2, 9, 16, 23, 30,.....) é uma P.A. onde a1 = 2 e razão r = 7
- (23, 21, 19, 17, 15,....) é uma P.A. onde a1 = 23 e razão r = - 2.
Exemplo:
(EBSERH/HUPES – UFBA – TÉCNICO EM INFORMÁTICA – IADES) • Classificação
O suco de três garrafas iguais foi dividido igualmente entre 5 pes- Uma P.A. é classificada de acordo com a razão.
soas. Cada uma recebeu
Se r < 0 ⇒
Se r > 0 ⇒ Se r = 0 ⇒
DECRESCEN-
(A) CRESCENTE. CONSTANTE.
TE.

• Fórmula do Termo Geral


(B)
Em toda P.A., cada termo é o anterior somado com a razão,
então temos:
1° termo: a1
(C)
2° termo: a2 = a1 + r
3° termo: a3 = a2 + r = a1 + r + r = a1 + 2r
4° termo: a4 = a3 + r = a1 + 2r + r = a1 + 3r
(D)
5° termo: a5 = a4 + r = a1 + 3r + r = a1 + 4r
6° termo: a6 = a5 + r = a1 + 4r + r = a1 + 5r
. . . . . .
(E)
. . . . . .
. . . . . .
Resolução:
n° termo é:
Se cada garrafa contém X litros de suco, e eu tenho 3 garrafas,
então o total será de 3X litros de suco. Precisamos dividir essa quan-
tidade de suco (em litros) para 5 pessoas, logo teremos:

Onde x é litros de suco, assim a fração que cada um recebeu de


suco é de 3/5 de suco da garrafa.
Exemplo:
Resposta: B
(PREF. AMPARO/SP – AGENTE ESCOLAR – CONRIO) Descubra o
99º termo da P.A. (45, 48, 51,...)
(A) 339
(B) 337

195
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
(C) 333
(D) 331

Resolução:

Resposta: A

Propriedades
1) Numa P.A. a soma dos termos equidistantes dos extremos é igual à soma dos extremos.
2) Numa P.A. com número ímpar de termos, o termo médio é igual à média aritmética entre os extremos.

Exemplo:

3) A sequência (a, b, c) é P.A. se, e somente se, o termo médio é igual à média aritmética entre a e c, isto é:

Soma dos n primeiros termos

Progressão geométrica (P.G.)


É uma sequência onde cada termo é obtido multiplicando o anterior por uma constante. Essa constante é chamada de razão da P.G.
e simbolizada pela letra q.

196
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
Cálculo da razão
A razão da P.G. é obtida dividindo um termo por seu antecessor. Assim: (a1, a2, a3, ..., an - 1, an, ...) é P.G. ⇔ an = (an - 1) q, n ≥ 2

Exemplos:

Classificação
Uma P.G. é classificada de acordo com o primeiro termo e a razão.

CRESCENTE DECRESCENTE ALTERNANTE CONSTANTE SINGULAR


a1 > 0 e q > 1 a1 > 0 e 0 < q < 1 Cada termo apresenta sinal contrário q = 1. a1 = 0
ou quando ou quando ao do anterior. Isto ocorre quando. (também é chamada de ou
a1 < 0 e 0 < q < 1. a1 < 0 e q > 1. q<0 Estacionária) q = 0.

Fórmula do termo geral


Em toda P.G. cada termo é o anterior multiplicado pela razão, então temos:
1° termo: a1
2° termo: a2 = a1.q
3° termo: a3 = a2.q = a1.q.q = a1q2
4° termo: a4 = a3.q = a1.q2.q = a1.q3
5° termo: a5 = a4.q = a1.q3.q = a1.q4
. . . . .
. . . . .
. . . . .

n° termo é:

Exemplo:
(TRF 3ª – ANALISTA JUDICIÁRIO - INFORMÁTICA – FCC) Um tabuleiro de xadrez possui 64 casas. Se fosse possível colocar 1 grão de
arroz na primeira casa, 4 grãos na segunda, 16 grãos na terceira, 64 grãos na quarta, 256 na quinta, e assim sucessivamente, o total de
grãos de arroz que deveria ser colocado na 64ª casa desse tabuleiro seria igual a
(A) 264.
(B) 2126.
(C) 266.
(D) 2128.
(E) 2256.

Resolução:
Pelos valores apresentados, é uma PG de razão 4
a64 = ?
a1 = 1
q=4
n = 64

197
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

Resposta: B

Propriedades
1) Em qualquer P.G., cada termo, exceto os extremos, é a média geométrica entre o precedente e o consequente.
2) Em toda P.G. finita, o produto dos termos equidistantes dos extremos é igual ao produto dos extremos.

3) Em uma P.G. de número ímpar de termos, o termo médio é a média geométrica entre os extremos.
Em síntese temos:

4) Em uma PG, tomando-se três termos consecutivos, o termo central é a média geométrica dos seus vizinhos.

Soma dos n primeiros termos


A fórmula para calcular a soma de todos os seus termos é dada por:

Produto dos n termos

Temos as seguintes regras para o produto:


1) O produto de n números positivos é sempre positivo.
2) No produto de n números negativos:
a) se n é par: o produto é positivo.
b) se n é ímpar: o produto é negativo.

Soma dos infinitos termos


A soma dos infinitos termos de uma P.G de razão q, com -1 < q < 1, é dada por:

Exemplo:
A soma dos elementos da sequência numérica infinita (3; 0,9; 0,09; 0,009; …) é

198
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
(A) 3,1
(B) 3,9
(C) 3,99
(D) 3, 999
(E) 4
Densidade: é a razão entre a massa de um corpo e o seu volu-
Resolução: me ocupado por esse corpo.
Sejam S as somas dos elementos da sequência e S1 a soma da
PG infinita (0,9; 0,09; 0,009;…) de razão q = 0,09/0,9 = 0,1. Assim:
S = 3 + S1
Como -1 < q < 1 podemos aplicar a fórmula da soma de uma PG
infinita para obter S1:
S1 = 0,9/(1 - 0,1) = 0,9/0,9 = 1 → S = 3 + 1 = 4 Proporção
Resposta: E É uma igualdade entre duas frações ou duas razões.

VARIAÇÃO DE GRANDEZAS: RAZÃO E PROPORÇÃO


COM APLICAÇÕES

Razão Lemos: a esta para b, assim como c está para d.


É uma fração, sendo a e b dois números a sua razão, chama-se Ainda temos:
razão de a para b: a/b ou a:b , assim representados, sendo b ≠ 0.
Temos que:

Exemplo:
(SEPLAN/GO – PERITO CRIMINAL – FUNIVERSA) Em uma ação
policial, foram apreendidos 1 traficante e 150 kg de um produto
parecido com maconha. Na análise laboratorial, o perito constatou
que o produto apreendido não era maconha pura, isto é, era uma • Propriedades da Proporção
mistura da Cannabis sativa com outras ervas. Interrogado, o trafi- – Propriedade Fundamental: o produto dos meios é igual ao
cante revelou que, na produção de 5 kg desse produto, ele usava produto dos extremos:
apenas 2 kg da Cannabis sativa; o restante era composto por várias a.d=b.c
“outras ervas”. Nesse caso, é correto afirmar que, para fabricar todo
o produto apreendido, o traficante usou – A soma/diferença dos dois primeiros termos está para o pri-
(A) 50 kg de Cannabis sativa e 100 kg de outras ervas. meiro (ou para o segundo termo), assim como a soma/diferença
(B) 55 kg de Cannabis sativa e 95 kg de outras ervas. dos dois últimos está para o terceiro (ou para o quarto termo).
(C) 60 kg de Cannabis sativa e 90 kg de outras ervas.
(D) 65 kg de Cannabis sativa e 85 kg de outras ervas.
(E) 70 kg de Cannabis sativa e 80 kg de outras ervas.

Resolução:
O enunciado fornece que a cada 5kg do produto temos que 2kg
da Cannabis sativa e os demais outras ervas. Podemos escrever em
forma de razão , logo :

– A soma/diferença dos antecedentes está para a soma/dife-


rença dos consequentes, assim como cada antecedente está para
o seu consequente.

Resposta: C

Razões Especiais
São aquelas que recebem um nome especial. Vejamos algu-
mas:
Velocidade: é razão entre a distância percorrida e o tempo gas- Exemplo:
to para percorrê-la. (MP/SP – AUXILIAR DE PROMOTORIA I – ADMINISTRATIVO –
VUNESP) A medida do comprimento de um salão retangular está
para a medida de sua largura assim como 4 está para 3. No piso

199
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
desse salão, foram colocados somente ladrilhos quadrados inteiros, De acordo com essas informações, o número de casos regis-
revestindo-o totalmente. Se cada fileira de ladrilhos, no sentido do trados na cidade de Campinas, até 28 de abril de 2014, teve um
comprimento do piso, recebeu 28 ladrilhos, então o número míni- aumento em relação ao número de casos registrados em 2007,
mo de ladrilhos necessários para revestir totalmente esse piso foi aproximadamente, de
igual a (A) 70%.
(A) 588. (B) 65%.
(B) 350. (C) 60%.
(C) 454. (D) 55%.
(D) 476. (E) 50%.
(E) 382.
Resolução:
Resolução: Utilizaremos uma regra de três simples:

ano %
Fazendo C = 28 e substituindo na proporção, temos: 11442 100
17136 x

11442.x = 17136 . 100


4L = 28 . 3 x = 1713600 / 11442 = 149,8% (aproximado)
L = 84 / 4 149,8% – 100% = 49,8%
L = 21 ladrilhos Aproximando o valor, teremos 50%
Assim, o total de ladrilhos foi de 28 . 21 = 588 Resposta: E
Resposta: A
(PRODAM/AM – AUXILIAR DE MOTORISTA – FUNCAB) Numa
transportadora, 15 caminhões de mesma capacidade transportam
REGRA DE TRÊS SIMPLES E COMPOSTA
toda a carga de um galpão em quatro horas. Se três deles quebras-
sem, em quanto tempo os outros caminhões fariam o mesmo tra-
Regra de três simples balho?
Os problemas que envolvem duas grandezas diretamente ou (A) 3 h 12 min
inversamente proporcionais podem ser resolvidos através de um (B) 5 h
processo prático, chamado REGRA DE TRÊS SIMPLES. (C) 5 h 30 min
• Duas grandezas são DIRETAMENTE PROPORCIONAIS quando (D) 6 h
ao aumentarmos/diminuirmos uma a outra também aumenta/di- (E) 6 h 15 min
minui.
• Duas grandezas são INVERSAMENTE PROPORCIONAIS quan- Resolução:
do ao aumentarmos uma a outra diminui e vice-versa. Vamos utilizar uma Regra de Três Simples Inversa, pois, quanto me-
nos caminhões tivermos, mais horas demorará para transportar a carga:
Exemplos:
(PM/SP – OFICIAL ADMINISTRATIVO – VUNESP) Em 3 de maio
caminhões horas
de 2014, o jornal Folha de S. Paulo publicou a seguinte informação
sobre o número de casos de dengue na cidade de Campinas. 15 4
(15 – 3) x

12.x = 4 . 15
x = 60 / 12
x=5h
Resposta: B

Regra de três composta


Chamamos de REGRA DE TRÊS COMPOSTA, problemas que
envolvem mais de duas grandezas, diretamente ou inversamente
proporcionais.

Exemplos:
(CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO
– FCC) O trabalho de varrição de 6.000 m² de calçada é feita em
um dia de trabalho por 18 varredores trabalhando 5 horas por dia.
Mantendo-se as mesmas proporções, 15 varredores varrerão 7.500
m² de calçadas, em um dia, trabalhando por dia, o tempo de
(A) 8 horas e 15 minutos.
(B) 9 horas.
(C) 7 horas e 45 minutos.

200
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
(D) 7 horas e 30 minutos. ______________________________________________________
(E) 5 horas e 30 minutos.
______________________________________________________
Resolução:
Comparando- se cada grandeza com aquela onde está o x. ______________________________________________________

______________________________________________________
M² ↑ varredores ↓ horas ↑
______________________________________________________
6000 18 5
7500 15 x ______________________________________________________

Quanto mais a área, mais horas (diretamente proporcionais) ______________________________________________________

Quanto menos trabalhadores, mais horas (inversamente pro- ______________________________________________________


porcionais) ______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________
Como 0,5 h equivale a 30 minutos, logo o tempo será de 7 ho- ______________________________________________________
ras e 30 minutos.
Resposta: D ______________________________________________________

(PREF. CORBÉLIA/PR – CONTADOR – FAUEL) Uma equipe cons- ______________________________________________________


tituída por 20 operários, trabalhando 8 horas por dia durante 60
dias, realiza o calçamento de uma área igual a 4800 m². Se essa ______________________________________________________
equipe fosse constituída por 15 operários, trabalhando 10 horas
por dia, durante 80 dias, faria o calçamento de uma área igual a: ______________________________________________________
(A) 4500 m² ______________________________________________________
(B) 5000 m²
(C) 5200 m² ______________________________________________________
(D) 6000 m²
(E) 6200 m² ______________________________________________________

Resolução: ______________________________________________________

______________________________________________________
Operários ↑ horas ↑ dias ↑ área ↑
______________________________________________________
20 8 60 4800
15 10 80 x ______________________________________________________

Todas as grandezas são diretamente proporcionais, logo: ______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________
Resposta: D
______________________________________________________
ANOTAÇÕES ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________
______________________________________________________

201
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO
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