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SPTRANS
SÃO PAULO TRANSPORTE S.A.

Analista de Gestão Pleno

EDITAL 001/2023

CÓD: SL-013OT-23
7908433243410
INTRODUÇÃO

Como passar em um concurso público?


Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação. É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como
estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.

Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou esta introdução com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.

Então mãos à obra!


• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho;
• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área;

• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total;

• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo;

• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.

• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame;
• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.

A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.

Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.

A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Vamos juntos!

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ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Leitura e interpretação de diversos tipos de textos (literários e não literários)......................................................................... 7
2. Sinônimos e antônimos. Sentido próprio e figurado das palavras............................................................................................. 9
3. Pontuação................................................................................................................................................................................... 10
4. Classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, artigo, pronome, verbo, advérbio, preposição e conjunção: emprego e
sentido que imprimem às relações que estabelecem. . ............................................................................................................. 12
5. Concordância verbal e nominal. ................................................................................................................................................ 20
6. Regência verbal e nominal......................................................................................................................................................... 21
7. Colocação pronominal............................................................................................................................................................... 24
8. Crase.......................................................................................................................................................................................... 24

Matemática
1. Resolução de situações-problema, envolvendo: adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação ou radiciação com
números racionais, nas suas representações fracionária ou decimal......................................................................................... 37
2. Mínimo múltiplo comum; Máximo divisor comum.................................................................................................................... 38
3. Porcentagem............................................................................................................................................................................... 39
4. Razão e proporção...................................................................................................................................................................... 40
5. Regra de três simples ou composta............................................................................................................................................ 42
6. Equações do 1º ou do 2º graus................................................................................................................................................... 42
7. Sistema de equações do 1º grau;................................................................................................................................................ 46
8. Grandezas e medidas – quantidade, tempo, comprimento, superfície, capacidade e massa ................................................... 47
9. Relação entre grandezas – tabela ou gráfico.............................................................................................................................. 49
10. Tratamento da informação – média aritmética simples............................................................................................................. 54
11. Noções de Geometria – forma, ângulos, área, perímetro, volume, Teoremas de Pitágoras ou de Tales . ................................. 54

Conhecimentos Específicos
Analista de Gestão Pleno
1. Funções Administrativas: planejamento, organização, direção e controle................................................................................. 65
2. Teoria das organizações.............................................................................................................................................................. 71
3. desenho de organizações: tipos e forma de configurações organizacionais............................................................................... 79
4. metodologia para redesenho de processos e organizações....................................................................................................... 84
5. Controladoria: conceitos básicos................................................................................................................................................ 86
6. financeira x controladoria estratégica; . ..................................................................................................................................... 89
7. o papel da controladoria estratégica como suporte à gestão de políticas públicas, com ênfase na eficácia da governança das
organizações do setor público.................................................................................................................................................... 93
8. Noções de Gestão de projetos: definição de prioridades, capacidade de análise, de dados e tomada de decisão com base em
informações, raciocínio lógico, visão sistêmica do processo...................................................................................................... 94
9. Metodologias de Processo e melhorias...................................................................................................................................... 94
10. Noções de Gestão e Fiscalização de contratos............................................................................................................................ 95

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ÍNDICE

11. Conceitos de comunicação empresarial (elaboração de ofícios e respostas de toda natureza para diversos órgãos e públi-
cos).............................................................................................................................................................................................. 104
12. Matemática financeira................................................................................................................................................................ 146
13. Noções de Contabilidade............................................................................................................................................................ 148
14. Plano Diretor da Cidade de São Paulo: Transporte..................................................................................................................... 151
15. Planejamento urbano................................................................................................................................................................. 240
16. Mobilidade Urbana na Cidade de São Paulo............................................................................................................................... 244
17. Visão territorial da cidade: geografia urbana e humana............................................................................................................ 244
18. Metodologias de pesquisa.......................................................................................................................................................... 245
19. Lei Municipal nº 14.094/05: Art. 3º, inc. I (CADIM).................................................................................................................... 245
20. Constituição Federal de 1988, em especial: Art. 22, inc. XXVII; Art. 37, inc. XXI; e Art. 173, § 1º, inc. III................................... 245
21. Decreto Municipal 58.093/2018................................................................................................................................................. 246
22. Word, Excel e PowerPoint avançado........................................................................................................................................... 252
23. Excel avançado com e sem VBA.................................................................................................................................................. 254
24. Noções gerais de Administração de Recursos Humanos Conceitos de Orçamento Empresarial............................................... 256

Legislação
1. Regulamentação do Sistema de Transporte – Lei Municipal 13.241/2001................................................................................. 261
2. Lei das Estatais (Lei Federal nº. 13.303/2016)............................................................................................................................ 266
3. Lei Geral de Proteção de Dados (Lei Federal n° 13.709/2018)................................................................................................... 285
4. Lei de acesso à informação (Lei Federal n° 12.527/2011 e Decreto Municipal n° 53.623/2012)............................................... 297
5. Lei Orgânica do Município de São Paulo: Capítulo do Planejamento......................................................................................... 314

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LÍNGUA PORTUGUESA

A imagem a seguir ilustra uma campanha pela inclusão social.


LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DIVERSOS TIPOS DE TEX-
TOS (LITERÁRIOS E NÃO LITERÁRIOS).

Definição Geral
Embora correlacionados, esses conceitos se distinguem, pois
sempre que compreendemos adequadamente um texto e o objetivo
de sua mensagem, chegamos à interpretação, que nada mais é
do que as conclusões específicas. Exemplificando, sempre que
nos é exigida a compreensão de uma questão em uma avaliação,
a resposta será localizada no próprio no texto, posteriormente,
ocorre a interpretação, que é a leitura e a conclusão fundamentada
em nossos conhecimentos prévios.

Compreensão de Textos
Resumidamente, a compreensão textual consiste na análise do
“A Constituição garante o direito à educação para todos e a
que está explícito no texto, ou seja, na identificação da mensagem.
inclusão surge para garantir esse direito também aos alunos com
É assimilar (uma devida coisa) intelectualmente, fazendo uso
deficiências de toda ordem, permanentes ou temporárias, mais ou
da capacidade de entender, atinar, perceber, compreender.
menos severas.”
Compreender um texto é apreender de forma objetiva a mensagem
transmitida por ele. Portanto, a compreensão textual envolve a
A partir do fragmento acima, assinale a afirmativa incorreta.
decodificação da mensagem que é feita pelo leitor. Por exemplo,
(A) A inclusão social é garantida pela Constituição Federal de
ao ouvirmos uma notícia, automaticamente compreendemos
1988.
a mensagem transmitida por ela, assim como o seu propósito
(B) As leis que garantem direitos podem ser mais ou menos
comunicativo, que é informar o ouvinte sobre um determinado
severas.
evento.
(C) O direito à educação abrange todas as pessoas, deficientes
ou não.
Interpretação de Textos
(D) Os deficientes temporários ou permanentes devem ser
É o entendimento relacionado ao conteúdo, ou melhor, os
incluídos socialmente.
resultados aos quais chegamos por meio da associação das ideias
(E) “Educação para todos” inclui também os deficientes.
e, em razão disso, sobressai ao texto. Resumidamente, interpretar
é decodificar o sentido de um texto por indução.
Comentário da questão:
A interpretação de textos compreende a habilidade de se
Em “A” o texto é sobre direito à educação, incluindo as pessoas
chegar a conclusões específicas após a leitura de algum tipo de
com deficiência, ou seja, inclusão de pessoas na sociedade. =
texto, seja ele escrito, oral ou visual.
afirmativa correta.
Grande parte da bagagem interpretativa do leitor é resultado
Em “B” o complemento “mais ou menos severas” se refere à
da leitura, integrando um conhecimento que foi sendo assimilado
“deficiências de toda ordem”, não às leis. = afirmativa incorreta.
ao longo da vida. Dessa forma, a interpretação de texto é subjetiva,
Em “C” o advérbio “também”, nesse caso, indica a inclusão/
podendo ser diferente entre leitores.
adição das pessoas portadoras de deficiência ao direito à educação,
além das que não apresentam essas condições. = afirmativa correta.
Exemplo de compreensão e interpretação de textos
Em “D” além de mencionar “deficiências de toda ordem”, o
Para compreender melhor a compreensão e interpretação de
texto destaca que podem ser “permanentes ou temporárias”. =
textos, analise a questão abaixo, que aborda os dois conceitos em
afirmativa correta.
um texto misto (verbal e visual):
Em “E” este é o tema do texto, a inclusão dos deficientes. =
afirmativa correta.
FGV > SEDUC/PE > Agente de Apoio ao Desenvolvimento Escolar Espe-
cial > 2015
Resposta: Logo, a Letra B é a resposta Certa para essa questão,
Português > Compreensão e interpretação de textos
visto que é a única que contém uma afirmativa incorreta sobre o
texto.

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Compreender um texto trata da análise e decodificação do que Detecção de características e pormenores que identifiquem o
de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes. Inter- texto dentro de um estilo de época
pretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao
conectar as ideias do texto com a realidade. Interpretação trabalha Principais características do texto literário
com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto. Há diferença do texto literário em relação ao texto referencial,
Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual- sobretudo, por sua carga estética. Esse tipo de texto exerce uma
quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia linguagem ficcional, além de fazer referência à função poética da
principal. Compreender relações semânticas é uma competência linguagem.
imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.
Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode- Uma constante discussão sobre a função e a estrutura do tex-
-se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro- to literário existe, e também sobre a dificuldade de se entenderem
fissional, mas também o desenvolvimento pessoal. os enigmas, as ambiguidades, as metáforas da literatura. São esses
elementos que constituem o atrativo do texto literário: a escrita
Busca de sentidos diferenciada, o trabalho com a palavra, seu aspecto conotativo,
Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo seus enigmas.
os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na
apreensão do conteúdo exposto. A literatura apresenta-se como o instrumento artístico de análi-
Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma se de mundo e de compreensão do homem. Cada época conceituou
relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já a literatura e suas funções de acordo com a realidade, o contexto
citadas ou apresentando novos conceitos. histórico e cultural e, os anseios dos indivíduos daquele momento.
Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici-
tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder Ficcionalidade: os textos baseiam-se no real, transfigurando-o,
espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas recriando-o.
entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer
que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun- Aspecto subjetivo: o texto apresenta o olhar pessoal do artista,
damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas. suas experiências e emoções.

Importância da interpretação Ênfase na função poética da linguagem: o texto literário mani-


A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se pula a palavra, revestindo-a de caráter artístico.
informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a inter-
pretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos Plurissignificação: as palavras, no texto literário, assumem vá-
específicos, aprimora a escrita. rios significados.
Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros fa-
tores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes pre- Principais características do texto não literário
sentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz sufi- Apresenta peculiaridades em relação a linguagem literária, en-
ciente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre releia o texto, tre elas o emprego de uma linguagem convencional e denotativa.
pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes
que não foram observados previamente. Para auxiliar na busca de Ela tem como função informar de maneira clara e sucinta, des-
sentidos do texto, pode-se também retirar dele os tópicos frasais considerando aspectos estilísticos próprios da linguagem literária.
presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apreen-
são do conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não es- Os diversos textos podem ser classificados de acordo com a
tão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira aleató- linguagem utilizada. A linguagem de um texto está condicionada à
ria, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários, sua funcionalidade. Quando pensamos nos diversos tipos e gêneros
estabelecendo uma relação hierárquica do pensamento defendido, textuais, devemos pensar também na linguagem adequada a ser
retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos. adotada em cada um deles. Para isso existem a linguagem literária
Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo au- e a linguagem não literária.
tor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço para
divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas. Diferente do que ocorre com os textos literários, nos quais há
Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você uma preocupação com o objeto linguístico e também com o estilo,
precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que os textos não literários apresentam características bem delimitadas
não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas. para que possam cumprir sua principal missão, que é, na maioria
Ler com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão, das vezes, a de informar. Quando pensamos em informação, alguns
assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes. elementos devem ser elencados, como a objetividade, a transpa-
rência e o compromisso com uma linguagem não literária, afastan-
Diferença entre compreensão e interpretação do assim possíveis equívocos na interpretação de um texto.
A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do
texto e verificar o que realmente está escrito nele. Já a interpreta- Gêneros Discursivos
ção imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. O Romance: descrição longa de ações e sentimentos de perso-
leitor tira conclusões subjetivas do texto. nagens fictícios, podendo ser de comparação com a realidade ou
totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma
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novela é a extensão do texto, ou seja, o romance é mais longo. No Denotação e conotação


romance nós temos uma história central e várias histórias secun- Denotação corresponde ao sentido literal e objetivo das
dárias. palavras, enquanto a conotação diz respeito ao sentido figurado das
palavras. Exemplos:
Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmente “O gato é um animal doméstico.”
imaginário. Com linguagem linear e curta, envolve poucas perso- “Meu vizinho é um gato.”
nagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única
ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações No primeiro exemplo, a palavra gato foi usada no seu verdadeiro
encaminham-se diretamente para um desfecho. sentido, indicando uma espécie real de animal. Na segunda frase, a
palavra gato faz referência ao aspecto físico do vizinho, uma forma
Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferencia- de dizer que ele é tão bonito quanto o bichano.
do por sua extensão. Ela fica entre o conto e o romance, e tem a
história principal, mas também tem várias histórias secundárias. O Hiperonímia e hiponímia
tempo na novela é baseada no calendário. O tempo e local são de- Dizem respeito à hierarquia de significado. Um hiperônimo,
finidos pelas histórias dos personagens. A história (enredo) tem um palavra superior com um sentido mais abrangente, engloba um
ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto mais hipônimo, palavra inferior com sentido mais restrito.
curto. Exemplos:
– Hiperônimo: mamífero: – hipônimos: cavalo, baleia.
Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que – Hiperônimo: jogo – hipônimos: xadrez, baralho.
nós mesmos já vivemos e normalmente é utilizado a ironia para
mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica o tempo não Polissemia e monossemia
é relevante e quando é citado, geralmente são pequenos intervalos A polissemia diz respeito ao potencial de uma palavra
como horas ou mesmo minutos. apresentar uma multiplicidade de significados, de acordo com o
contexto em que ocorre. A monossemia indica que determinadas
Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da lin- palavras apresentam apenas um significado. Exemplos:
guagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento, – “Língua”, é uma palavra polissêmica, pois pode por um idioma
a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de ou um órgão do corpo, dependendo do contexto em que é inserida.
imagens. – A palavra “decalitro” significa medida de dez litros, e não
tem outro significado, por isso é uma palavra monossêmica.
Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a
opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assunto Sinonímia e antonímia
que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é con- A sinonímia diz respeito à capacidade das palavras serem
vencer o leitor a concordar com ele. semelhantes em significado. Já antonímia se refere aos significados
opostos. Desse modo, por meio dessas duas relações, as palavras
Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um expressam proximidade e contrariedade.
entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informações. Exemplos de palavras sinônimas: morrer = falecer; rápido =
Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas veloz.
de destaque sobre algum assunto de interesse. Exemplos de palavras antônimas: morrer x nascer; pontual x
atrasado.
Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materiali-
za em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite as Homonímia e paronímia
crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando A homonímia diz respeito à propriedade das palavras
os professores a identificar o nível de alfabetização delas. apresentarem: semelhanças sonoras e gráficas, mas distinção de
sentido (palavras homônimas), semelhanças homófonas, mas
Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo distinção gráfica e de sentido (palavras homófonas) semelhanças
de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa li- gráficas, mas distinção sonora e de sentido (palavras homógrafas).
berdade para quem recebe a informação. A paronímia se refere a palavras que são escritas e pronunciadas de
forma parecida, mas que apresentam significados diferentes. Veja
os exemplos:
SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS. SENTIDO PRÓPRIO E FIGURA- – Palavras homônimas: caminho (itinerário) e caminho (verbo
DO DAS PALAVRAS. caminhar); morro (monte) e morro (verbo morrer).
– Palavras homófonas: apressar (tornar mais rápido) e apreçar
(definir o preço); arrochar (apertar com força) e arroxar (tornar
Visão Geral: o significado das palavras é objeto de estudo
roxo).
da semântica, a área da gramática que se dedica ao sentido das
– Palavras homógrafas: apoio (suporte) e apoio (verbo apoiar);
palavras e também às relações de sentido estabelecidas entre elas.
boto (golfinho) e boto (verbo botar); choro (pranto) e choro (verbo
chorar) .
– Palavras parônimas: apóstrofe (figura de linguagem) e
apóstrofo (sinal gráfico), comprimento (tamanho) e cumprimento
(saudação).
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6 – Isolar o adjunto adverbial anteposto ou intercalado:


PONTUAÇÃO. “Amanhã pela manhã, faremos o comunicado aos
funcionários do setor.”
“Ele foi visto, muitas vezes, vagando desorientado pelas ruas.”
— Visão Geral
O sistema de pontuação consiste em um grupo de sinais 7 – Separar o complemento pleonástico antecipado:
gráficos que, em um período sintático, têm a função primordial “Estas alegações, não as considero legítimas.”
de indicar um nível maior ou menor de coesão entre estruturas
e, ocasionalmente, manifestar as propriedades da fala (prosódias) 8 – Separar termos coordenados assindéticos (não conectadas
em um discurso redigido. Na escrita, esses sinais substituem os por conjunções)
gestos e as expressões faciais que, na linguagem falada, auxiliam a “Os seres vivos nascem, crescem, reproduzem-se, morrem.”
compreensão da frase.
O emprego da pontuação tem as seguintes finalidades: 9 – Isolar o nome de um local na indicação de datas:
– Garantir a clareza, a coerência e a coesão interna dos diversos “São Paulo, 16 de outubro de 2022”.
tipos textuais;
– Garantir os efeitos de sentido dos enunciados; 10 – Marcar a omissão de um termo:
– Demarcar das unidades de um texto; “Eu faço o recheio, e você, a cobertura.” (omissão do verbo
– Sinalizar os limites das estruturas sintáticas. “fazer”).

— Sinais de pontuação que auxiliam na elaboração de um • Entre as sentenças


enunciado 1 – Para separar as orações subordinadas adjetivas explicativas
“Meu aluno, que mora no exterior, fará aulas remotas.”
Vírgula
De modo geral, sua utilidade é marcar uma pausa do enunciado 2 – Para separar as orações coordenadas sindéticas e
para indicar que os termos por ela isolados, embora compartilhem assindéticas, com exceção das orações iniciadas pela conjunção “e”:
da mesma frase ou período, não compõem unidade sintática. Mas, “Liguei para ela, expliquei o acontecido e pedi para que nos
se, ao contrário, houver relação sintática entre os termos, estes ajudasse.”
não devem ser isolados pela vírgula. Isto quer dizer que, ao mesmo
tempo que existem situações em que a vírgula é obrigatória, em 3 – Para separar as orações substantivas que antecedem a
outras, ela é vetada. Confira os casos em que a vírgula deve ser principal:
empregada: “Quando será publicado, ainda não foi divulgado.”

• No interior da sentença 4 – Para separar orações subordinadas adverbiais desenvolvidas


1 – Para separar elementos de uma enumeração e repetição: ou reduzidas, especialmente as que antecedem a oração principal:

ENUMERAÇÃO Por ser sempre assim, ninguém dá


Reduzida
Adicione leite, farinha, açúcar, ovos, óleo e chocolate. atenção!

Paguei as contas de água, luz, telefone e gás. Porque é sempre assim, já ninguém dá
Desenvolvida
atenção!

REPETIÇÃO 5 – Separar as sentenças intercaladas:


Os arranjos estão lindos, lindos! “Querida, disse o esposo, estarei todos os dias aos pés do seu
leito, até que você se recupere por completo.”
Sua atitude foi, muito, muito, muito indelicada.
• Antes da conjunção “e”
2 – Isolar o vocativo 1 – Emprega-se a vírgula quando a conjunção “e” adquire
“Crianças, venham almoçar!” valores que não expressam adição, como consequência ou
“Quando será a prova, professora?” diversidade, por exemplo.
“Argumentou muito, e não conseguiu convencer-me.”
3 – Separar apostos
“O ladrão, menor de idade, foi apreendido pela polícia.” 2 – Utiliza-se a vírgula em casos de polissíndeto, ou seja, sempre
que a conjunção “e” é reiterada com com a finalidade de destacar
alguma ideia, por exemplo:
4 – Isolar expressões explicativas: “(…) e os desenrolamentos, e os incêndios, e a fome, e a sede;
“As CPIs que terminaram em pizza, ou seja, ninguém foi e dez meses de combates, e cem dias de cancioneiro contínuo; e o
responsabilizado.” esmagamento das ruínas...” (Euclides da Cunha)
5 – Separar conjunções intercaladas
“Não foi explicado, porém, o porquê das falhas no sistema.”
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3 – Emprega-se a vírgula sempre que orações coordenadas 2 – Para indicar hesitação ou dúvida:
apresentam sujeitos distintos, por exemplo: “Então... tenho algumas suspeitas... mas prefiro não revelar
“A mulher ficou irritada, e o marido, constrangido.” ainda.”

O uso da vírgula é vetado nos seguintes casos: separar sujeito 3 – Para concluir uma frase gramaticalmente inacabada com o
e predicado, verbo e objeto, nome de adjunto adnominal, nome objetivo de prolongar o raciocínio:
e complemento nominal, objeto e predicativo do objeto, oração “Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas
substantiva e oração subordinada (desde que a substantivo não seja faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecília - José de Alencar).
apositiva nem se apresente inversamente).
4 – Suprimem palavras em uma transcrição:
Ponto “Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros -
1 – Para indicar final de frase declarativa: Raimundo Fagner).
“O almoço está pronto e será servido.”
Ponto de Interrogação
2 – Abrevia palavras: 1 – Para perguntas diretas:
– “p.” (página) “Quando você pode comparecer?”
– “V. Sra.” (Vossa Senhoria)
– “Dr.” (Doutor) 2 – Algumas vezes, acompanha o ponto de exclamação para
destacar o enunciado:
3 – Para separar períodos: “Não brinca, é sério?!”
“O jogo não acabou. Vamos para os pênaltis.”
Ponto de Exclamação
Ponto e Vírgula 1 – Após interjeição:
1 – Para separar orações coordenadas muito extensas ou “Nossa Que legal!”
orações coordenadas nas quais já se tenha utilizado a vírgula:
“Gosto de assistir a novelas; meu primo, de jogos de RPG; 2 – Após palavras ou sentenças com carga emotiva
nossa amiga, de praticar esportes.” “Infelizmente!”

2 – Para separar os itens de uma sequência de itens: 3 – Após vocativo


“Os planetas que compõem o Sistema Solar são: “Ana, boa tarde!”
Mercúrio;
Vênus; 4 – Para fechar de frases imperativas:
Terra; “Entre já!”
Marte;
Júpiter; Parênteses
Saturno; a) Para isolar datas, palavras, referências em citações, frases
Urano; intercaladas de valor explicativo, podendo substituir o travessão ou
Netuno.” a vírgula:
“Mal me viu, perguntou (sem qualquer discrição, como
Dois Pontos sempre)
1 – Para introduzirem apostos ou orações apositivas, quem seria promovido.”
enumerações ou sequência de palavras que explicam e/ou resumem
ideias anteriores. Travessão
“Anote o endereço: Av. Brasil, 1100.” 1 – Para introduzir a fala de um personagem no discurso direto:
“Não me conformo com uma coisa: você ter perdoado aquela “O rapaz perguntou ao padre:
grande ofensa.” — Amar demais é pecado?”

2 – Para introduzirem citação direta: 2 – Para indicar mudança do interlocutor nos diálogos:
“Desse estudo, Lavoisier extraiu o seu princípio, atualmente “— Vou partir em breve.
muito conhecido: “Nada se cria, nada se perde, tudo se — Vá com Deus!”
transforma’.”
3 – Para iniciar fala de personagens: 3 – Para unir grupos de palavras que indicam itinerários:
“Ele gritava repetidamente: “Esse ônibus tem destino à cidade de São Paulo — SP.”
– Sou inocente!”

Reticências 4 – Para substituir a vírgula em expressões ou frases explicativas:


1 – Para indicar interrupção de uma frase incompleta “Michael Jackson — o retorno rei do pop — era imbatível.”
sintaticamente:
“Quem sabe um dia...”

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Aspas
1 – Para isolar palavras ou expressões que violam norma culta, como termos populares, gírias, neologismos, estrangeirismos,
arcaísmos, palavrões, e neologismos.
“Na juventude, ‘azarava’ todas as meninas bonitas.”
“A reunião será feita ‘online’.”

2 – Para indicar uma citação direta:


“A índole natural da ciência é a longanimidade.” (Machado de Assis)

CLASSES DE PALAVRAS: SUBSTANTIVO, ADJETIVO, NUMERAL, ARTIGO, PRONOME, VERBO, ADVÉRBIO, PREPOSIÇÃO E CON-
JUNÇÃO: EMPREGO E SENTIDO QUE IMPRIMEM ÀS RELAÇÕES QUE ESTABELECEM.

— Definição
Classes gramaticais são grupos de palavras que organizam o estudo da gramática. Isto é, cada palavra existente na língua portuguesa
condiz com uma classe gramatical, na qual ela é inserida em razão de sua função. Confira abaixo as diversas funcionalidades de cada classe
gramatical.

— Artigo
É a classe gramatical que, em geral, precede um substantivo, podendo flexionar em número e em gênero.

A classificação dos artigos


Artigos definidos: servem para especificar um substantivo ou para referirem-se a um ser específico por já ter sido mencionado ou por
ser conhecido mutuamente pelos interlocutores. Eles podem flexionar em número (singular e plural) e gênero (masculino e feminino).
Artigos indefinidos: indicam uma generalização ou a ocorrência inicial do representante de uma dada espécie, cujo conhecimento não
é compartilhado entre os interlocutores, por se tratar da primeira vez em que aparece no discurso. Podem variar em número e gênero.
Observe:

NÚMERO/GÊNERO MASCULINO FEMININO EXEMPLOS


Preciso de um pedreiro.
Singular Um Uma
Vi uma moça em frente à casa.
Localizei uns documentos antigos.
Plural Umas Umas
Joguei fora umas coisas velhas.

Outras funções do artigo


Substantivação: é o nome que se dá ao fenômeno de transformação de adjetivos e verbos em substantivos a partir do emprego do
artigo. Observe:  
– Em “O caminhar dela é muito elegante.”, “caminhar”, que teria valor de verbo, passou a ser o substantivo do enunciado.

Indicação de posse: antes de palavras que atribuem parentesco ou de partes do corpo, o artigo definido pode exprimir relação de
posse. Por exemplo:
“No momento em que ela chegou, o marido já a esperava.”
Na frase, o artigo definido “a” esclarece que se trata do marido do sujeito “ela”, omitindo o pronome possessivo dela.

Expressão de valor aproximado: devido à sua natureza de generalização, o artigo indefinido inserido antes de numeral indica valor
aproximado. Mais presente na linguagem coloquial, esse emprego dos artigos indefinidos representa expressões como “por volta de” e
“aproximadamente. Observe:
“Faz em média uns dez anos que a vi pela última vez.”
“Acrescente aproximadamente umas três ou quatro gotas de baunilha.”

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Contração de artigos com preposições


Os artigos podem fazer junção a algumas preposições, criando uma única palavra contraída. A tabela abaixo ilustra como esse processo
ocorre:

PREPOSIÇÃO
de em a per/por
singular o do no ao pelo
masculino
plural os dos nos aos pelos
ARTIGOS
DEFINIDOS singular a da na à pela
feminino plural as das nas às pelas
singular um dum num
masculino plural uns duns nuns
ARTIGOS
INDEFINIDOS singular uma duma numa
feminino plural umas dumas numas

— Substantivo
Essa classe atribui nome aos seres em geral (pessoas, animais, qualidades, sentimentos, seres mitológicos e espirituais). Os substantivos
se subdividem em:
Próprios ou Comuns: são próprios os substantivos que nomeiam algo específico, como nomes de pessoas (Pedro, Paula) ou lugares
(São Paulo, Brasil). São comuns os que nomeiam algo na sua generalidade (garoto, caneta, cachorro).
Primitivos ou derivados: se não for formado por outra palavra, é substantivo primitivo (carro, planeta); se formado por outra palavra,
é substantivo derivado (carruagem, planetário).
Concretos ou abstratos: os substantivos que nomeiam seres reais ou imaginativos, são concretos (cavalo, unicórnio); os que nomeiam
sentimentos, qualidades, ações ou estados são abstratos.  
Substantivos coletivos: são os que nomeiam os seres pertencentes ao mesmo grupo. Exemplos: manada (rebanho de gado),
constelação (aglomerado de estrelas), matilha (grupo de cães).  

— Adjetivo
É a classe de palavras que se associa ao substantivo para alterar o seu significado, atribuindo-lhe caracterização conforme uma
qualidade, um estado e uma natureza, bem como uma quantidade ou extensão à palavra, locução, oração, pronome, enfim, ao que quer
que seja nomeado.

Os tipos de adjetivos
Simples e composto: com apenas um radical, é adjetivo simples (bonito, grande, esperto, miúdo, regular); apresenta mais de um
radical, é composto (surdo-mudo, afrodescendente, amarelo-limão).  
Primitivo e derivado: o adjetivo que origina outros adjetivos é primitivo (belo, azul, triste, alegre); adjetivos originados de verbo,
substantivo ou outro adjetivo são classificados como derivados (ex.: substantivo morte → adjetivo mortal; adjetivo lamentar → adjetivo
lamentável).
Pátrio ou gentílico: é a palavra que indica a nacionalidade ou origem de uma pessoa (paulista, brasileiro, mineiro, latino).  

O gênero dos adjetivos


Uniformes: possuem forma única para feminino e masculino, isto é, não flexionam seu termo. Exemplo: “Fred é um amigo leal.” /
“Ana é uma amiga leal.”  
Biformes: os adjetivos desse tipo possuem duas formas, que variam conforme o gênero. Exemplo: “Menino travesso.” / “Menina
travessa”.

O número dos adjetivos


Por concordarem com o número do substantivo a que se referem, os adjetivos podem estar no singular ou no plural. Assim, a sua
composição acompanha os substantivos. Exemplos: pessoa instruída → pessoas instruídas; campo formoso → campos formosos.

O grau dos adjetivos


Quanto ao grau, os adjetivos se classificam em comparativo (compara qualidades) e superlativo (intensifica qualidades).

Comparativo de igualdade: “O novo emprego é tão bom quanto o anterior.”  


Comparativo de superioridade: “Maria é mais prestativa do que Luciana.”

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Comparativo de inferioridade: “O gerente está menos atento número e gênero. Os pronomes podem suplantar o substantivo
do que a equipe.”    ou acompanhá-lo; no primeiro caso, são denominados “pronome
Superlativo absoluto: refere-se a apenas um substantivo, substantivo” e, no segundo, “pronome adjetivo”. Classificam-se em:
podendo ser: pessoais, possessivos, demonstrativos, interrogativos, indefinidos e
– Analítico - “A modelo é extremamente bonita.” relativos.
– Sintético - “Pedro é uma pessoa boníssima.”
Pronomes pessoais
Superlativo relativo: refere-se a um grupo, podendo ser de: Os pronomes pessoais apontam as pessoas do discurso
– Superioridade - “Ela é a professora mais querida da escola.” (pessoas gramaticais), e se subdividem em pronomes do caso reto
– Inferioridade - “Ele era o menos disposto do grupo.”   (desempenham a função sintática de sujeito) e pronomes oblíquos
(atuam como complemento), sendo que, para cada caso reto, existe
Pronome adjetivo um correspondente oblíquo.
Recebem esse nome porque, assim como os adjetivos, esses
pronomes alteram os substantivos aos quais se referem. Assim, CASO RETO CASO OBLÍQUO
esse tipo de pronome flexiona em gênero e número para fazer
concordância com os substantivos. Exemplos: “Esta professora é Eu Me, mim, comigo.
a mais querida da escola.” (o pronome adjetivo esta determina o Tu Te, ti, contigo.
substantivo comum professora).
Ele Se, o, a , lhe, si, consigo.
Locução adjetiva Nós Nos, conosco.
Uma locução adjetiva é formada por duas ou mais palavras,
Vós Vos, convosco.
que, associadas, têm o valor de um único adjetivo. Basicamente,
consiste na união preposição + substantivo ou advérbio. Eles Se, os, as, lhes, si, consigo.
Exemplos:
– Criaturas da noite (criaturas noturnas). Observe os exemplos:
– Paixão sem freio (paixão desenfreada). – Na frase “Maria está feliz. Ela vai se casar.”, o pronome cabível
– Associação de comércios (associação comercial). é do caso reto. Quem vai se casar? Maria.  
– Na frase “O forno? Desliguei-o agora há pouco. O pronome
— Verbo “o” completa o sentido do verbo. Fechei o que? O forno.
É a classe de palavras que indica ação, ocorrência, desejo,
fenômeno da natureza e estado. Os verbos se subdividem em: Lembrando que os pronomes oblíquos o, a, os, as, lo, la, los, las,
Verbos regulares: são os verbos que, ao serem conjugados, não no, na nos, e nas desempenham apenas a função de objeto direto.  
têm seu radical modificado e preservam a mesma desinência do
verbo paradigma, isto é, terminado em “-ar” (primeira conjugação), Pronomes possessivos
“-er” (segunda conjugação) ou “-ir” (terceira conjugação).  Observe Esses pronomes indicam a relação de posse entre o objeto e a
o exemplo do verbo “nutrir”: pessoa do discurso.
– Radical: nutr (a parte principal da palavra, onde reside seu
significado). PESSOA DO DISCURSO PRONOME
– Desinência: “-ir”, no caso, pois é a terminação da palavra e,
tratando-se dos verbos, indica pessoa (1a, 2a, 3a), número (singular 1 pessoa – Eu
a
Meu, minha, meus, minhas
ou plural), modo (indicativo, subjuntivo ou imperativo) e tempo 2 pessoa – Tu
a
Teu, tua, teus, tuas
(pretérito, presente ou futuro). Perceba que a conjugação desse
no presente do indicativo: o radical não sofre quaisquer alterações, 3 pessoa–
a
Seu, sua, seus, suas
tampouco a desinência. Portanto, o verbo nutrir é regular: Eu nutro;
tu nutre; ele/ela nutre; nós nutrimos; vós nutris; eles/elas nutrem. Exemplo: “Nossos filhos cresceram.” → o pronome indica que o
– Verbos irregulares: os verbos irregulares, ao contrário dos objeto pertence à 1ª pessoa (nós).
regulares, têm seu radical modificado quando conjugados e /ou
têm desinência diferente da apresentada pelo verbo paradigma. Pronomes de tratamento
Exemplo: analise o verbo dizer conjugado no pretérito perfeito Tratam-se termos solenes que, em geral, são empregados
do indicativo: Eu disse; tu dissestes; ele/ela disse; nós dissemos; em contextos formais — a única exceção é o pronome você. Eles
vós dissestes; eles/elas disseram. Nesse caso, o verbo da segunda têm a função de promover uma referência direta do locutor para
conjugação (-er) tem seu radical, diz, alterado, além de apresentar interlocutor (parceiros de comunicação). São divididos conforme o
duas desinências distintas do verbo paradigma”. Se o verbo dizer nível de formalidade, logo, para cada situação, existe um pronome
fosse regular, sua conjugação no pretérito perfeito do indicativo de tratamento específico. Apesar de expressarem interlocução
seria: dizi, dizeste, dizeu, dizemos, dizestes, dizeram. (diálogo), à qual seria adequado o emprego do pronome na segunda
pessoa do discurso (“tu”), no caso dos pronomes de tratamento, os
— Pronome verbos devem ser usados em 3a pessoa.
O pronome tem a função de indicar a pessoa do discurso (quem
fala, com quem se fala e de quem se fala), a posse de um objeto
e sua posição. Essa classe gramatical é variável, pois flexiona em
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PRONOME USO ABREVIAÇÕES


Você situações informais V./VV
Senhor (es) e
pessoas mais velhas Sr. Sr.a (singular) e Srs. , Sra.s. (plural)
Senhora (s)
Vossa Senhoria em correspondências e outros textos redigidos V. S.a/V.Sas
altas autoridades, como Presidente da República, senadores,
Vossa Excelência V. Ex.a/ V. Ex.as
deputados, embaixadores
Vossa Magnificência reitores das Universidades V. Mag.a/V. Mag.as
Vossa Alteza príncipes, princesas, duques V.A (singular) e V.V.A.A. (plural)
Vossa Reverendíssima sacerdotes e religiosos em geral V. Rev. m.a/V. Rev. m. as
Vossa Eminência cardeais V. Ex.a/V. Em.as
Vossa Santidade Papa V.S.

Pronomes demonstrativos
Sua função é indicar a posição dos seres no que se refere ao tempo ao espaço e à pessoa do discurso – nesse último caso, o pronome
determina a proximidade entre um e outro. Esses pronomes flexionam-se em gênero e número.

PESSOA DO DISCURSO PRONOMES POSIÇÃO


1 pessoa
a
Este, esta, estes, estas, isto. Os seres ou objetos estão próximos da pessoa que fala.
Os seres ou objetos estão próximos da pessoa com quem se
2a pessoa Esse, essa, esses, essas, isso.
fala.
3a pessoa Aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo. Com quem se fala.

Observe os exemplos:
“Esta caneta é sua?”
“Esse restaurante é bom e barato.”

Pronomes Indefinidos
Esses pronomes indicam indeterminação ou imprecisão, assim, estão sempre relacionados à 3ª pessoa do discurso. Os pronomes
indefinidos podem ser variáveis (flexionam conforme gênero e número) ou invariáveis (não flexionam). Analise os exemplos abaixo:
– Em “Alguém precisa limpar essa sujeira.”, o termo “alguém” quer dizer uma pessoa de identidade indefinida ou não especificada).
– Em “Nenhum convidado confirmou presença.”, o termo “nenhum” refere-se ao substantivo “convidado” de modo vago, pois não se
sabe de qual convidado se trata.
– Em “Cada criança vai ganhar um presente especial.”, o termo “cada” refere-se ao substantivo da frase “criança”, sem especificá-lo.
– Em “Outras lojas serão abertas no mesmo local.”, o termo “outras” refere-se ao substantivo “lojas” sem especificar de quais lojas se
trata.
Confira abaixo a tabela com os pronomes indefinidos:

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES INDEFINIDOS


VARIÁVEIS Muito, pouco, algum, nenhum, outro, qualquer, certo, um, tanto, quanto, bastante, vários, quantos, todo.
INVARIÁVEIS Nada, ninguém, cada, algo, alguém, quem, demais, outrem, tudo.

Pronomes relativos
Os pronomes relativos, como sugere o nome, se relacionam ao termo anterior e o substituem, sendo importante, portanto, para
prevenir a repetição indevida das palavras em um texto. Eles podem ser variáveis (o qual, cujo, quanto) ou invariáveis (que, quem, onde).
Observe os exemplos:
– Em “São pessoas cuja história nos emociona.”, o pronome “cuja” se apresenta entre dois substantivos (“pessoas” e “história”) e se
relaciona àquele que foi dito anteriormente (“pessoas”).
– Em “Os problemas sobre os quais conversamos já estão resolvidos.” , o pronome “os quais” retoma o substantivo dito anteriormente
(“problemas”).

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CLASSIFICAÇÃO PRONOMES RELATIVOS


VARIÁVEIS O qual, a qual, os quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas.
INVARIÁVEIS Quem, que, onde.

Pronomes interrogativos
Os pronomes interrogativos são palavras variáveis e invariáveis cuja função é formular perguntas diretas e indiretas. Exemplos:
“Quanto vai custar a passagem?” (oração interrogativa direta)
“Gostaria de saber quanto custará a passagem.” (oração interrogativa indireta)

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES INTERROGATIVOS


VARIÁVEIS Qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas.
INVARIÁVEIS Quem, que.

— Advérbio
É a classe de palavras invariável que atua junto aos verbos, aos adjetivos e mesmo aos advérbios, com o objetivo de modificar ou
intensificar seu sentido, ao adicionar-lhes uma nova circunstância. De modo geral, os advérbios exprimem circunstâncias de tempo, modo,
lugar, qualidade, causa, intensidade, oposição, aprovação, afirmação, negação, dúvida, entre outras noções. Confira na tabela:

CLASSIFICAÇÃO PRINCIPAIS TERMOS EXEMPLOS


Bem, mal, assim, melhor, pior, depressa,
devagar.
“Coloquei-o cuidadosamente no berço.”
ADVÉRBIO DE MODO Grande parte das palavras terminam em
“Andou depressa por causa da chuva”
“-mente”, como cuidadosamente, calmamente,
tristemente.
“O carro está fora.”
ADVERBIO DE LUGAR Perto, longe, dentro, fora, aqui, ali, lá e atrás. “Foi bem no teste?”
“Demorou, mas chegou longe!”
Antes, depois, hoje, ontem, amanhã sempre, “Sempre que precisar de algo, basta chamar-me.”
ADVÉRBIO DE TEMPO
nunca, cedo e tarde. “Cedo ou tarde, far-se-á justiça.”
“Eles formam um casal tão bonito!”
ADVÉRBIO DE INTENSIDADE Muito, pouco, bastante, tão, demais, tanto. “Elas conversam demais”
“Você saiu muito depressa”
Sim e decerto e palavras afirmativas com o
“Decerto passaram por aqui”
sufixo “-mente” (certamente, realmente).
ADVÉRBIO DE AFIRMAÇÃO “Claro que irei!”
Palavras como claro e positivo, podem ser
“Entendi, sim.”
advérbio, dependendo do contexto.
Não e nem. Palavras como negativo, nenhum, “Jamais reatarei meu namoro com ele.”
ADVÉRBIO DE NEGAÇÃO nunca, jamais, entre outras, podem ser “Sequer pensou para falar.”
advérbio de negação, conforme o contexto. “Não pediu ajuda.”
Talvez, quiçá, porventura e palavras que “Quiçá seremos recebidas.”
ADVÉRBIO DE DÚVIDA expressem dúvida acrescidas do sufixo “Provavelmente sairei mais cedo.”
“-mente”, como possivelmente. “Talvez eu saia cedo.”
“Por que vendeu o livro?” (oração interrogativa
Quando, como, onde, aonde, donde, por que. direta, que indica causa)
ADVÉRBIO DE Esse advérbio pode indicar circunstâncias de “Quando posso sair?” (oração interrogativa direta,
INTERROGAÇÃO modo, tempo, lugar e causa. É usado somente que indica tempo)
em frases interrogativas diretas ou indiretas. “Explica como você fez isso.”
(oração interrogativa indireta, que indica modo).

— Conjunção
As conjunções integram a classe de palavras que tem a função de conectar os elementos de um enunciado ou oração e, com isso,
estabelecer uma relação de dependência ou de independência entre os termos ligados. Em função dessa relação entre os termos
conectados, as conjunções podem ser classificadas, respectivamente e de modo geral, como coordenativas ou subordinativas. Em outras

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palavras, as conjunções são um vínculo entre os elementos de uma sentença, atribuindo ao enunciado uma maior mais clareza e precisão
ao enunciado.

Conjunções coordenativas: observe o exemplo:


“Eles ouviram os pedidos de ajuda. Eles chamaram o socorro.” – “Eles ouviram os pedidos de ajuda e chamaram o socorro.”

No exemplo, a conjunção “e” estabelece uma relação de adição ao enunciado, ao conectar duas orações em um mesmo período: além
de terem ouvido os pedidos de ajuda, chamaram o socorro. Perceba que não há relação de dependência entre ambas as sentenças, e que,
para fazerem sentido, elas não têm necessidade uma da outra. Assim, classificam-se como orações coordenadas, e a conjunção que as
relaciona, como coordenativa.

Conjunções subordinativas: analise este segundo caso:


“Não passei na prova, apesar de ter estudado muito.”

Neste caso, temos uma locução conjuntiva (duas palavras desempenham a função de conjunção). Além disso, notamos que o sentido
da segunda sentença é totalmente dependente da informação que é dada na primeira. Assim, a primeira oração recebe o nome de oração
principal, enquanto a segunda, de oração subordinada. Logo, a conjunção que as relaciona é subordinativa.

Classificação das conjunções


Além da classificação que se baseia no grau de dependência entre os termos conectados (coordenação e subordinação), as conjunções
possuem subdivisões.
Conjunções coordenativas: essas conjunções se reclassificam em razão do sentido que possuem cinco subclassificações, em função o
sentido que estabelecem entre os elementos que ligam. São cinco:

CLASSIFICAÇÃO FUNÇÃO EXEMPLOS


Estabelecer relação de adição (positiva
“No safári, vimos girafas, leões e zebras.” /
Conjunções coordenativas ou negativa). As principais conjunções
“Ela ainda não chegou, nem sabemos quando vai
aditivas coordenativas aditivas são “e”, “nem” e
chegar.”
“também”.
Estabelecer relação de oposição. As principais
“Havia flores no jardim, mas estavam murchando.” /
Conjunções coordenativas conjunções coordenativas adversativas
“Era inteligente e bom com palavras, entretanto,
adversativas são “mas”, “porém”, “contudo”, “todavia”,
estava nervoso na prova.”
“entretanto”.
Estabelecer relação de alternância. As principais “Pode ser que o resultado saia amanhã ou depois.” /
Conjunções coordenativas
conjunções coordenativas alternativas são “ou”, “Ora queria viver ali para sempre, ora queria mudar
alternativas
“ou... ou”, “ora... ora”, “talvez... talvez”.. de país.”
Estabelecer relação de conclusão. As principais “Não era bem remunerada, então decidi trocar de
Conjunções coordenativas
conjunções coordenativas conclusivas são emprego.” /
conclusivas
“portanto”, “então”, “assim”, “logo”. “Penso, logo existo.”
Estabelecer relação de explicação. As principais “Quisemos viajar porque não conseguiríamos
Conjunções coordenativas
conjunções coordenativas explicativas são descansar aqui em casa.” /
explicativas
“porque”, “pois”, “porquanto”. “Não trouxe o pedido, pois não havia ouvido.”

Conjunções subordinativas: com base no sentido construído entre as duas orações relacionadas, a conjunção subordinativa pode ser
de dois subtipos:  

1 – Conjunções integrantes: introduzem a oração que cumpre a função de sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo,
complemento nominal ou aposto de outra oração. Essas conjunções são que e se. Exemplos:  
«É obrigatório que o senhor compareça na data agendada.”   
“Gostaria de saber se o resultado sairá ainda hoje.”

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2 – Conjunções adverbiais: introduzem sintagmas adverbiais (orações que indicam uma circunstância adverbial relacionada à oração
principal) e se subdividem conforme a tabela abaixo:

CLASSIFICAÇÃO FUNÇÃO EXEMPLOS


São empregadas para introduzir a oração que Que e se. Analise:
cumpre a função de sujeito, objeto direito, “É obrigatório que o senhor compareça na data
Conjunções Integrantes
objeto indireto, predicativo, complemento agendada.” e
nominal ou aposto de outra oração. “Gostaria de saber se o resultado sairá ainda hoje.”
Conjunções subornativas Introduzem uma oração subordinada que Porque, pois, por isso que, uma vez que, já que, visto
causais denota causa. que, que, porquanto.
Estabelecer relação de alternância. As principais
Conjunções subornativas
conjunções coordenativas alternativas são “ou”, Conforme, segundo, como, consoante.
conformativas
“ou... ou”, “ora... ora”, “talvez... talvez”..
Introduzem uma oração subordinada em que
Conjunções subornativas é indicada uma hipótese ou uma condição Se, caso, salvo se, desde que, contanto que, dado
condicionais necessária para que seja realizada ou não o fato que, a menos que, a não ser que.
principal.
Mais, menos, menor, maior, pior, melhor, seguidas
Conjunções subornativas Introduzem uma oração que expressa uma de que ou do que. Qual depois de tal. Quanto depois
comparativas comparação. de tanto. Como, assim como, como se, bem como,
que nem.
Indicam uma oração em que se admite um Por mais que, por menos que, apesar de que,
Conjunções subornativas
fato contrário à ação principal, mas incapaz de embora, conquanto, mesmo que, ainda que, se bem
concessivas
impedí-la. que.
Introduzem uma oração, cujos acontecimentos
Conjunções subornativas são simultâneos, concomitantes, ou seja, À proporção que, ao passo que, à medida que, à
proporcionais ocorrem no mesmo espaço temporal daqueles proporção que.
contidos na outra oração.
Depois que, até que, desde que, cada vez que, todas
Conjunções subornativas Introduzem uma oração subordinada indicadora
as vezes que, antes que, sempre que, logo que, mal,
temporais de circunstância de tempo.
quando.
Introduzem uma oração na qual é indicada a Tal, tão, tamanho, tanto (em uma oração, seguida
Conjunções subornativas
consequência do que foi declarado na oração pelo que em outra oração). De maneira que, de
consecutivas
anterior. forma que, de sorte que, de modo que.
Conjunções subornativas Introduzem uma oração indicando a finalidade
A fim de que, para que.
finais da oração principal.

— Numeral
É a classe de palavra variável que exprime um número determinado ou a colocação de alguma coisa dentro de uma sequência. Os
numerais podem ser: cardinais (um, dois, três), ordinais (primeiro, segundo, terceiro), fracionários (meio, terço, quarto) e multiplicativos
(dobro, triplo, quádruplo). Antes de nos aprofundarmos em cada caso, vejamos o emprego dos numerais, que tem três principais finalidades:
1 – Indicar leis e decretos: nesses casos, emprega-se o numeral ordinal somente até o número nono; após, devem ser utilizados os
numerais cardinais. Exemplos: Parágrafo 9° (parágrafo nono); Parágrafo 10 (Parágrafo 10).
2 – Indicar os dias do mês: nessas situações, empregam-se os numerais cardinais, sendo que a única exceção é a indicação do primeiro
dia do mês, para a qual deve-se utilizar o numeral ordinal. Exemplos: dezesseis de outubro; primeiro de agosto.
3 – Indicar capítulos, séculos, capítulos, reis e papas: após o substantivo emprega-se o numeral ordinal até o décimo; após o décimo
utiliza-se o numeral cardinal. Exemplos: capítulo X (décimo); século IV (quarto); Henrique VIII (oitavo), Bento XVI (dezesseis).

Os tipos de numerais
Cardinais: são os números em sua forma fundamental e exprimem quantidades.
Exemplos: um dois, dezesseis, trinta, duzentos, mil.  
– Alguns deles flexionam em gênero (um/uma, dois/duas, quinhentos/quinhentas).
– Alguns números cardinais variam em número, como é o caso: milhão/milhões, bilhão/bilhões, trilhão/trilhões, e assim por diante.
– Apalavra ambos(as) é considerada um numeral cardinal, pois significa os dois/as duas. Exemplo: Antônio e Pedro fizeram o teste,
mas os dois/ambos foram reprovados.
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Ordinais: indicam ordem de uma sequência (primeiro, segundo, Exemplo 2 – “Estive com ele até o reboque chegar.” e “Finalizei
décimo, centésimo, milésimo…), isto é, apresentam a ordem de o quadro com textura.” Perceba que nas duas fases, a mesma
sucessão e uma série, seja ela de seres, de coisas ou de objetos. preposição tem significados distintos: na primeira, indica recurso/
– Os numerais ordinais variam em gênero (masculino e instrumento; na segunda, exprime companhia. Por isso, afirma-se
feminino) e número (singular e plural). Exemplos: primeiro/ que a preposição tem valor semântico, mesmo que secundário ao
primeira, primeiros/primeiras, décimo/décimos, décima/décimas, valor estrutural (gramática).
trigésimo/trigésimos, trigésima/trigésimas.  
– Alguns numerais ordinais possuem o valor de adjetivo. Classificação das preposições
Exemplo: A carne de segunda está na promoção.   Preposições acidentais: são aquelas que, originalmente, não
apresentam função de preposição, porém, a depender do contexto,
Fracionários: servem para indicar a proporções numéricas podem assumir essa atribuição.  São elas: afora, como, conforme,
reduzidas, ou seja, para representar uma parte de um todo. durante, exceto, feito, fora, mediante, salvo, segundo, visto, entre
Exemplos: meio ou metade (½), um quarto (um quarto (¼), três outras.
quartos (¾), 1/12 avos.   Exemplo: ”Segundo o delegado, os depoimentos do
– Os números fracionários flexionam-se em gênero (masculino suspeito apresentaram contradições.” A palavra “segundo”, que,
e feminino) e número (singular e plural). Exemplos: meio copo de normalmente seria um numeral (primeiro, segundo, terceiro), ao
leite, meia colher de açúcar; dois quartos do salário-mínimo.    ser inserida nesse contexto, passou a ser uma preposição acidental,
por tem o sentido de “de acordo com”, “em conformidade com”.  
Multiplicativos: esses numerais estabelecem relação entre
um grupo, seja de coisas ou objetos ou coisas, ao atribuir-lhes uma Locuções prepositivas
característica que determina o aumento por meio dos múltiplos. Recebe esse nome o conjunto de palavras com valor e
Exemplos: dobro, triplo, undécuplo, doze vezes, cêntuplo.   emprego de uma preposição. As principais locuções prepositivas
– Em geral, os multiplicativos são invariáveis, exceto quando são constituídas por advérbio ou locução adverbial acrescido da
atuam como adjetivo, pois, nesse caso, passam a flexionar número preposição de, a ou com. Confira algumas das principais locuções
e gênero (masculino e feminino). Exemplos: dose dupla de elogios, prepositivas.
duplos sentidos.
abaixo de de acordo junto a
Coletivos: correspondem aos substantivos que exprimem
quantidades precisas, como dezena (10 unidades) ou dúzia (12 acerca de debaixo de junto de
unidades). acima de de modo a não obstante
– Os numerais coletivos sofrem a flexão de número: unidade/
unidades, dúzia/dúzias, dezena/dezenas, centena/centenas. a fim de dentro de para com
à frente de diante de por debaixo de
— Preposição
antes de embaixo de por cima de
Essa classe de palavras cujo objetivo é marcar as relações
gramaticais que outras classes (substantivos, adjetivos, verbos e a respeito de em cima de por dentro de
advérbios) exercem no discurso. Por apenas marcarem algumas atrás de em frente de por detrás de
relações entre as unidades linguísticas dentro do enunciado,
as preposições não possuem significado próprio se isoladas no através de em razão de quanto a
discurso. Em razão disso, as preposições são consideradas classe com respeito a fora de sem embargo de
gramatical dependente, ou seja, sua função gramatical (organização
e estruturação) é principal, embora o desempenho semântico, que — Interjeição
gera significado e sentido, esteja presente, possui um valor menor. É a palavra invariável ou sintagma que compõem frases que
manifestam por parte do emissor do enunciado uma surpresa, uma
Classificação das preposições hesitação, um susto, uma emoção, um apelo, uma ordem, etc.,
Preposições essenciais: são aquelas que só aparecem na língua por parte do emissor do enunciado. São as chamadas unidades
propriamente como preposições, sem outra função. São elas: a, autônomas, que usufruem de independência em relação aos demais
antes, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, elementos do enunciado. As interjeições podem ser empregadas
por (ou per, em dadas variantes geográficas ou históricas), sem, também para chamar exigir algo ou para chamar a atenção do
sob, sobre, trás. interlocutor e são unidades cuja forma pode sofrer variações como:
Exemplo 1 – ”Luís gosta de viajar.” e “Prefiro doce de coco.” Em – Locuções interjetivas: são formadas por grupos e palavras
ambas as sentenças, a preposição de manteve-se sempre sendo que, associadas, assumem o valor de interjeição. Exemplos: “Ai de
preposição, apesar de ter estabelecido relação entre unidades mim!”, “Minha nossa!” Cruz credo!”.
linguísticas diferentes, garantindo-lhes classificações distintas – Palavras da língua: “Eita!” “Nossa!”
conforme o contexto. – Sons vocálicos: “Hum?!”, “Ué!”, “Ih…!»

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Os tipos de interjeição da segunda oração for igual ao da primeira oração, ou mesmo


De acordo com as reações que expressam, as interjeições em locuções verbais, com verbos preposicionados e com verbos
podem ser de: imperativos.

ADMIRAÇÃO “Ah!”, “Oh!”, “Uau!” Exemplos:


“Os membros conseguiram fazer a solicitação.”
ALÍVIO “Ah!, “Ufa!” “Foram proibidos de realizar o atendimento.”
ANIMAÇÃO “Coragem!”, “Força!”, “Vamos!”
Concordância verbal com verbos impessoais: nesses casos,
APELO “Ei!”, “Oh!”, “Psiu!” verbo ficará sempre em concordância com a 3a pessoa do singular,
APLAUSO “Bravo!”, “Bis!” tendo em vista que não existe um sujeito.
Observe os casos a seguir:
DESPEDIDA/SAUDAÇÃO “Alô!”, “Oi!”, “Salve!”, “Tchau!” – Verbos que indicam fenômenos da natureza, como anoitecer,
nevar, amanhecer.
DESEJO “Tomara!” Exemplo: “Não chove muito nessa região” ou “Já entardeceu.»
DOR “Ai!”, “Ui!”
– O verbo haver com sentido de existir. Exemplo: “Havia duas
DÚVIDA “Hã?!”, “Hein?!”, “Hum?!” professoras vigiando as crianças.”
ESPANTO “Eita!”, “Ué!” – O verbo fazer indicando tempo decorrido. Exemplo: “Faz
duas horas que estamos esperando.”
IMPACIÊNCIA
“Puxa!”
(FRUSTRAÇÃO)
IMPOSIÇÃO “Psiu!”, “Silêncio!” Concordância verbal com o verbo ser: diante dos pronomes
tudo, nada, o, isto, isso e aquilo como sujeito, há concordância
SATISFAÇÃO “Eba!”, “Oba!”
verbal com o predicativo do sujeito, podendo o verbo permanecer
SUSPENSÃO “Alto lá!”, “Basta!”, “Chega!” no singular ou no plural:
– “Tudo que eu desejo é/são férias à beira-mar.”
– “Isto é um exemplo do que o ocorreria.” e “Isto são exemplos
CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL. do que ocorreria.”

Concordância verbal com pronome relativo quem: o verbo,


Visão Geral: sumariamente, as concordâncias verbal e nominal ou faz concordância com o termo precedente ao pronome, ou
estudam a sintonia entre os componentes de uma oração. permanece na 3a pessoa do singular:
– Concordância verbal: refere-se ao verbo relacionado ao – “Fui eu quem solicitou.» e “Fomos nós quem solicitou.»
sujeito, sendo que o primeiro deve, obrigatoriamente, concordar
em número (flexão em singular e plural) e pessoa (flexão em 1a, Concordância verbal com pronome relativo que: o verbo
2a, ou 3a pessoa) com o segundo. Isto é, ocorre quando o verbo é concorda com o termo que antecede o pronome:
flexionado para concordar com o sujeito. – “Foi ele que fez.» e “Fui eu que fiz.»
– Concordância nominal: corresponde à harmonia em gênero – “Foram eles que fizeram.” e “Fomos nós que fizemos.»
(flexão em masculino e feminino) e número entre os vários nomes
da oração, ocorrendo com maior frequência sobre os substantivos Concordância verbal com a partícula de indeterminação do
e o adjetivo. Em outras palavras, refere-se ao substantivo e suas sujeito se: nesse caso, o verbo cria concordância com a 3a pessoa do
formas relacionadas: adjetivo, numeral, pronome, artigo. Tal singular sempre que a oração for constituída por verbos intransitivos
concordância ocorre em gênero e pessoa ou por verbos transitivos indiretos:
– «Precisa-se de cozinheiro.” e «Precisa-se de cozinheiros.”
Casos específicos de concordância verbal
Concordância verbal com o infinitivo pessoal: existem três Concordância com o elemento apassivador se: aqui, verbo
situações em que o verbo no infinitivo é flexionado: concorda com o objeto direto, que desempenha a função de sujeito
I – Quando houver um sujeito definido; paciente, podendo aparecer no singular ou no plural:
II – Sempre que se quiser determinar o sujeito; – Aluga-se galpão.” e “Alugam-se galpões.”
III – Sempre que os sujeitos da primeira e segunda oração
forem distintos. Concordância verbal com as expressões a metade, a maioria,
a maior parte: preferencialmente, o verbo fará concordância com
Observe os exemplos: a 3° pessoa do singular. Porém, a 3a pessoa do plural também pode
“Eu pedir para eles fazerem a solicitação.” ser empregada:
“Isto é para nós solicitarmos.” – “A maioria dos alunos entrou” e “A maioria dos alunos
entraram.”
Concordância verbal com o infinitivo impessoal: não há flexão – “Grande parte das pessoas entendeu.” e “Grande parte das
verbal quando o sujeito não for definido, ou sempre que o sujeito pessoas entenderam.”

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Concordância nominal muitos substantivos: o adjetivo deve concordar em gênero e número com o substantivo mais próximo, mas
também concordar com a forma no masculino plural:
– “Casa e galpão alugado.” e “Galpão e casa alugada.”
– “Casa e galpão alugados.” e “Galpão e casa alugados.”

Concordância nominal com pronomes pessoais: o adjetivo concorda em gênero e número com os pronomes pessoais:
– “Ele é prestativo.” e “Ela é prestativa.”
– “Eles são prestativos.” e “Elas são prestativas.”

Concordância nominal com adjetivos: sempre que existir dois ou mais adjetivos no singular, o substantivo permanece no singular, se
houver um artigo entre os adjetivos. Se o artigo não aparecer, o substantivo deve estar no plural:

– “A blusa estampada e a colorida.” e “O casaco felpudo e o xadrez.”


– “As blusas estampada e colorida.” e “Os casacos felpudo e xadrez.”

Concordância nominal com é proibido e é permitido: nessas expressões, o adjetivo flexiona em gênero e número, sempre que
houver um artigo determinando o substantivo. Caso não exista esse artigo, o adjetivo deve permanecer invariável, no masculino singular:
– “É proibida a circulação de pessoas não identificadas.” e “É proibido circulação de pessoas não identificadas.”
– “É permitida a entrada de crianças.” e “É permitido entrada de crianças acompanhadas.”
Concordância nominal com menos: a palavra menos permanece é invariável independente da sua atuação, seja ela advérbio ou
adjetivo:
– “Menos pessoas / menos pessoas”.
– “Menos problema /menos problemas.”

Concordância nominal com muito, pouco, bastante, longe, barato, meio e caro: esses termos instauram concordância em gênero e
número com o substantivo quando exercem função de adjetivo:
– “Tomei bastante suco.” e “Comprei bastantes frutas.”
– “A jarra estava meia cheia.” e “O sapato está meio gasto”.
– “Fizemos muito barulho.” e “Compramos muitos presentes.”

REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL.

Visão geral: na Gramática, regência é o nome dado à relação de subordinação entre dois termos. Quando, em um enunciado ou
oração, existe influência de um tempo sobre o outro, identificamos o que se denomina termo determinante, essa relação entre esses
termos denominamos regência.

— Regência Nominal
É a relação entre um nome o seu complemento por meio de uma preposição. Esse nome pode ser um substantivo, um adjetivo ou um
advérbio e será o termo determinante.
O complemento preenche o significado do nome, cujo sentido estaria impreciso ou ambíguo se não fosse pelo complemento.
Observe os exemplos:
“A nova entrada é acessível a cadeirantes.”
“Eu tenho o sonho de viajar para o nordeste.”
“Ele é perito em investigações como esta.”

Na primeira frase, adjetivo “acessível” exige a preposição a, do contrário, seu sentido ficaria incompleto. O mesmo ocorre com os
substantivos “sonho“ e “perito”, nas segunda e terceira frases, em que os nomes exigem as preposições de e em para completude de seus
sentidos. Veja nas tabelas abaixo quais são os nomes que regem. Veja nas tabelas abaixo quais são os nomes que regem uma preposição
para que seu sentido seja completo.

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO A


acessível a cego a fiel a nocivo a
agradável a cheiro a grato a oposto a
alheio a comum a horror a perpendicular a

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análogo a contrário a idêntico a posterior a


anterior a desatento a inacessível a prestes a
apto a equivalente a indiferente a surdo a
atento a estranho a inerente a visível a
avesso a favorável a necessário a

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO POR


admiração por devoção por responsável por
ansioso por respeito por

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO DE


sedento
amante de cobiçoso de digno de inimigo de natural de
de
amigo de contemporâneo de dotado de livre de obrigação de seguro de
ávido de desejoso de fácil de longe de orgulhoso de sonho de
capaz de diferente de impossível de louco de passível de
cheio de difícil de incapaz de maior de possível de

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO EM


doutor em hábil em interesse em negligente em primeiro em
exato em incessante em lento em parco em versado em
firme em indeciso em morador em perito em

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO PARA


apto para essencial para mau para
bastante para impróprio para pronto para
bom para inútil para próprio para

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO COM


amoroso com compatível com descontente com intolerante com
aparentado com cruel com furioso com liberal com
caritativo com cuidadoso com impaciente com solícito com

— Regência Verbal
Os verbos são os termos regentes, enquanto os objetos (direto e indireto) e adjuntos adverbiais são os termos regidos. Um verbo
possui a mesma regência do nome do qual deriva.

Observe as duas frases:


I – “Eles irão ao evento.” O verbo ir requer a preposição a (quem vai, vai a algum lugar), e isso o classifica como verbo transitivo direto;
“ao evento” são os termos regidos pelo verbo, isto é, constituem seu complemento.  
II – “Ela mora em região pantanosa.” O verbo morar exige a preposição em (quem mora mora em algum lugar), portanto, é verbo
transitivo indireto.  

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No sentido de / pela REGE


VERBO EXEMPLO
transitividade PREPOSIÇÃO?
ajudar, dar assistência NÃO “Por favor, assista o time.”
Assistir ver SIM “Você assistiu ao jogo?”
pertencer SIM “Assiste aos cidadãos o direito de protestar.”
valor, preço NÃO “Esse imóvel custa caro.”
Custar
desafio, dano, peso moral SIM “Dizer a verdade custou a ela.”
fundamento / verbo
NÃO “Isso não procede.”
Proceder instransitivo
origem SIM “Essa conclusão procede de muito vivência.”
finalidade, objetivo SIM “Visando à garantia dos direitos.”
Visar
avistar, enxergar NÃO “O vigia logo visou o suspeito.”
desejo NÃO “Queremos sair cedo.”
Querer
estima SIM “Quero muito aos meus sogros.”
pretensão SIM “Aspiro a ascensão política.”
Aspirar
absorção ou respiração NÃO “Evite aspirar fumaça.”
consequência / verbo
NÃO “A sua solicitação implicará alteração do meu trajeto.”
Implicar transitivo direto
insistência, birra SIM “Ele implicou com o cachorro.”
convocação NÃO “Chame todos!”
“Chamo a Talita de Tatá.”
Chamar Rege complemento, com “Chamo Talita de Tatá.”
apelido
e sem preposição “Chamo a Talita Tatá.”
“Chamo Talita Tatá.”
o que se paga NÃO “Paguei o aluguel.”
Pagar
a quem se paga SIM “Pague ao credor.”
quem chega, chega a algum
Chegar lugar / verbo transitivo SIM “Quando chegar ao local, espere.”
indireto
quem obedece a algo /
Obedecer SIM “Obedeçam às regras.”
alguém / transitivo indireto
Esquecer verbo transitivo direito NÃO “Esqueci as alianças.”
... exige um
verbo transitivo direito e
Informar complemento sem e “Informe o ocorrido ao gerente.”
indireto, portanto...
outro com preposição
quem vai vai a algum lugar /
Ir SIM “Vamos ao teatro.”
verbo transitivo indireto
Quem mora em algum lugar “Eles moram no interior.”
Morar SIM
(verbo transitivo indireto) (Preposição “em” + artigo “o”).
Namorar verbo transitivio direito NÃO “Júlio quer namorar Maria.”
verbo bi transitivo (direto e
Preferir SIM “Prefira assados a frituras.”
indireto)
quem simpatiza simpatiza
Simpatizar com algo/ alguém/ verbo SIM “Simpatizei-me com todos.”
transitivo indireto

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Se o verbo no futuro vier precedido de pronome reto ou de


COLOCAÇÃO PRONOMINAL. qualquer outro fator de atração, ocorrerá a próclise.
Eu lhe direi toda a verdade.
Tu me farias um favor?
A colocação do pronome átono está relacionada à harmonia da
frase. A tendência do português falado no Brasil é o uso do prono- Colocação do pronome átono nas locuções verbais
me antes do verbo – próclise. No entanto, há casos em que a norma Verbo principal no infinitivo ou gerúndio: Se a locução verbal
culta prescreve o emprego do pronome no meio – mesóclise – ou não vier precedida de um fator de próclise, o pronome átono deve-
após o verbo – ênclise. rá ficar depois do auxiliar ou depois do verbo principal.
De acordo com a norma culta, no português escrito não se ini- Exemplos:
cia um período com pronome oblíquo átono. Assim, se na lingua- Devo-lhe dizer a verdade.
gem falada diz-se “Me encontrei com ele”, já na linguagem escrita, Devo dizer-lhe a verdade.
formal, usa-se “Encontrei-me’’ com ele.
Sendo a próclise a tendência, é aconselhável que se fixem bem Havendo fator de próclise, o pronome átono deverá ficar antes
as poucas regras de mesóclise e ênclise. Assim, sempre que estas do auxiliar ou depois do principal.
não forem obrigatórias, deve-se usar a próclise, a menos que preju- Exemplos:
dique a eufonia da frase. Não lhe devo dizer a verdade.
Não devo dizer-lhe a verdade.
Próclise
Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo. Verbo principal no particípio: Se não houver fator de próclise,
o pronome átono ficará depois do auxiliar.
Palavra de sentido negativo: Não me falou a verdade. Exemplo: Havia-lhe dito a verdade.
Advérbios sem pausa em relação ao verbo: Aqui te espero pa-
cientemente. Se houver fator de próclise, o pronome átono ficará antes do
Havendo pausa indicada por vírgula, recomenda-se a ênclise: auxiliar.
Ontem, encontrei-o no ponto do ônibus. Exemplo: Não lhe havia dito a verdade.
Pronomes indefinidos: Ninguém o chamou aqui.
Pronomes demonstrativos: Aquilo lhe desagrada. Haver de e ter de + infinitivo: Pronome átono deve ficar depois
Orações interrogativas: Quem lhe disse tal coisa? do infinitivo.
Orações optativas (que exprimem desejo), com sujeito ante- Exemplos:
posto ao verbo: Deus lhe pague, Senhor! Hei de dizer-lhe a verdade.
Orações exclamativas: Quanta honra nos dá sua visita! Tenho de dizer-lhe a verdade.
Orações substantivas, adjetivas e adverbiais, desde que não se-
jam reduzidas: Percebia que o observavam. Observação
Verbo no gerúndio, regido de preposição em: Em se plantando, Não se deve omitir o hífen nas seguintes construções:
tudo dá. Devo-lhe dizer tudo.
Verbo no infinitivo pessoal precedido de preposição: Seus in- Estava-lhe dizendo tudo.
tentos são para nos prejudicarem. Havia-lhe dito tudo.

Ênclise
Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo. CRASE

Verbo no início da oração, desde que não esteja no futuro do


indicativo: Trago-te flores. Definição: na gramática grega, o termo quer dizer “mistura “ou
Verbo no imperativo afirmativo: Amigos, digam-me a verdade! “contração”, e ocorre entre duas vogais, uma final e outra inicial,
Verbo no gerúndio, desde que não esteja precedido pela pre- em palavras unidas pelo sentido. Basicamente, desse modo: a
posição em: Saí, deixando-a aflita. (preposição) + a (artigo feminino) = aa à; a (preposição) + aquela
Verbo no infinitivo impessoal regido da preposição a. Com (pronome demonstrativo feminino) = àquela; a (preposição) +
outras preposições é facultativo o emprego de ênclise ou próclise: aquilo (pronome demonstrativo feminino) = àquilo. Por ser a junção
Apressei-me a convidá-los. das vogais, a crase, como regra geral, ocorre diante de palavras
femininas, sendo a única exceção os pronomes demonstrativos
Mesóclise aquilo e aquele, que recebem a crase por terem “a” como sua vogal
Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo. inicial. Crase não é o nome do acento, mas indicação do fenômeno
de união representado pelo acento grave.
É obrigatória somente com verbos no futuro do presente ou no A crase pode ser a contração da preposição a com:
futuro do pretérito que iniciam a oração. – O artigo feminino definido a/as: “Foi à escola, mas não
Dir-lhe-ei toda a verdade. assistiu às aulas.”
Far-me-ias um favor? – O pronome demonstrativo a/as: “Vá à paróquia central.”
– Os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo:
“Retorne àquele mesmo local.”
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– O a dos pronomes relativos a qual e as quais: “São pessoas às


quais devemos o maior respeito e consideração”. QUESTÕES

Perceba que a incidência da crase está sujeita à presença de


duas vogais a (preposição + artigo ou preposição + pronome) na
1.(VUNESP - CF/CM (ESFCEX)/ESFCEX/EVANGÉLICO/2021)
construção sintática.
Texto 1
Raios não caem duas vezes em um mesmo lugar?
Técnicas para o emprego da crase
Veja o que a ciência diz
1 – Troque o termo feminino por um masculino, de classe
Um dos maiores mitos propagados por aí é o de que dois raios
semelhante. Se a combinação ao aparecer, ocorrerá crase diante da
não caem no mesmo lugar. Mas não dê ouvidos a tudo o que lhe di-
palavra feminina.
zem. Em áreas de grande incidência, podem cair não somente dois,
Exemplos:
mas diversos raios. Prova disso é o Cristo Redentor, agraciado por
“Não conseguimos chegar ao hospital / à clínica.”
seis raios por ano, em média, de acordo com o Inpe (Instituto Na-
“Preferiu a fruta ao sorvete / à torta.”
cional de Pesquisas Espaciais). E o Empire State Building, em Nova
“Comprei o carro / a moto.”
York, que recebe 25 descargas, sendo que já aconteceu de o topo
“Irei ao evento / à festa.”
do prédio ser atingido oito vezes em apenas oito minutos.
A chance de uma pessoa ser atingida diretamente por um raio
2 – Troque verbos que expressem a noção de movimento (ir, vir,
é muito baixa, em termos estatísticos: é menor do que um para um
chegar, voltar, etc.) pelo verbo voltar. Se aparecer a preposição da,
milhão. O que não é motivo para baixar a guarda. Em uma área
ocorrerá crase; caso apareça a preposição de, o acento grave não
descampada (como uma praia ou campo de futebol) durante uma
deve ser empregado.
tempestade forte, a probabilidade é bem maior: de um para mil.
Exemplos:
Isso porque o seu corpo acaba se transformando em para-raios nes-
“Vou a São Paulo. / Voltei de São Paulo.”
sas situações.
“Vou à festa dos Silva. / Voltei da Silva.”
(Uol. https://www.uol.com.br, 11.02.2020. Adaptado)
“Voltarei a Roma e à Itália. / Voltarei de Roma e da Itália.”
Texto 2
3 – Troque o termo regente da preposição a por um que
O Raio que caiu duas vezes no mesmo lugar
estabeleça a preposição por, em ou de. Caso essas preposições não
Houve uma vez um Raio que caiu duas vezes no mesmo
se façam contração com o artigo, isto é, não apareçam as formas
lugar; porém achou que na primeira tinha feito estrago sufi-
pela(s), na(s) ou da(s), a crase não ocorrerá.
ciente, que já não era necessário, e ficou muito deprimido.
Exemplos:
(Augusto Monterroso, A ovelha negra e outras fábulas. 2007)
“Começou a estudar (sem crase) – Optou por estudar / Gosta
de estudar / Insiste em estudar.”
No Texto 2, o emprego de letra maiúscula em “Raio” sugere
“Refiro-me à sua filha (com crase) – Apaixonei-me pela sua
(A) a personificação do personagem.
filha / Gosto da sua filha / Votarei na sua filha.”
(B) o respeito em relação ao personagem.
“Refiro-me a você. (sem crase) – Apaixonei-me por você /
(C) a admiração das pessoas pelo personagem.
Gosto de você / Penso em você.”
(D) o desprezo do eu lírico com o personagem.
(E) a situação humilhante vivida pelo personagem.
4 – Tratando-se de locuções, isto é, grupo de palavras que
expressam uma única ideia, a crase somente deve ser empregada
2.(VUNESP - TEC (JAGUARIÚNA)/PREF JAGUARIÚNA/SEGU-
se a locução for iniciada por preposição e essa locução tiver como
RANÇA DO TRABALHO/2021)
núcleo uma palavra feminina, ocorrerá crase.
Leia o texto para responder à questão.
Exemplos:
Gosto de escrever sobre cinema com certa regularidade, em-
“Tudo às avessas.”
bora, às vezes, alguém me reprove por só falar de filmes anti-
“Barcos à deriva.”
gos. Mas nem podia ser diferente: minha únicaida ao cinema nos
últimos dez anos foi para uma sessão especial de “Um Corpo que
5 – Outros casos envolvendo locuções e crase:
Cai” (1958) em versão restaurada. Sessão, aliás, memorável, exceto
Na locução «à moda de”, pode estar implícita a expressão
pelos maxilares triturando pipoca ao meu redor e competindo com
“moda de”, ficando somente o à explícito.
a música do filme.
Exemplos:
(Ruy Castro. O passado logo ali. Folha de S.Paulo, 18.07.2021. Adap-
“Arroz à (moda) grega.”
tado)
“Bife à (moda) parmegiana.”
Com o emprego do adjetivo em destaque na frase – Sessão,
Nas locuções relativas a horários, ocorra crase apenas no caso
aliás, memorável... – o autor do texto qualifica a sessão de cinema
de horas especificadas e definidas: Exemplos:
como algo que
“À uma hora.”
(A) remete a acontecimentos maçantes.
“Às cinco e quinze”.
(B) se revelou abaixo das expectativas.
(C) se tornou bastante constrangedor.

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(D) é muito difícil de ser compreendido. (Fernando Sabino. A mulher do vizinho. Adaptado
(E) merece ser conservado na lembrança.
No primeiro parágrafo, a palavra “senhoria” é empregada pelo
3.(VUNESP - CONT (PREF RP)/PREF RP/2021) narrado
Assinale a alternativa que preenche as lacunas do texto a se- (A) como referência à Ordem religiosa proprietária do imóvel.
guir, de acordo com a norma-padrão de concordância e de coloca- (B) como deferência à autoridade eclesiástica que lhe alugou
ção dos pronomes átonos. o imóvel.
Talvez estrangeiros interessados em investir nos projetos (C) lcomo manifestação de apreço à entidade de caráter reli-
que na empresa. gioso.
as circunstâncias, nunca (D) como tratamento formal para dirigir-se a seu locador.
desprezar recursos e procuramosparceiros o mais (E) em sinal de respeito à hierarquia da Igreja.
confiáveis para trabalhar conosco.
(A) houvessem ... desenvolvia-se ... dado ... poderiam -se ... 5.(VUNESP - ELET (PREF F VASCON)/PREF F VASCONCELOS/
possível PREDIAL/2021)
(B) houvessem ... se desenvolvia ... dado ... se poderiam ...
possíveis O ASSALTO
(C) houvesse ... desenvolviam-se ... dadas ... se poderia ... pos- Carlos Drummond de Andrade
sível A casa luxuosa no Leblon é guardada por um cachorro de feia
(D) houvesse ... se desenvolviam ... dadas ... se poderiam ... catadura, que dorme de olhos abertos, ou talvez nem durma, de tão
possível vigilante. Por isso, a família vive tranquila, e nunca se teve notícia de
(E) houvesse ... se desenvolvia ... dadas ... poderia se ... pos- assalto à residência tão bem protegida.
síveis
Até a semana passada. Na noite de quinta-feira, um homem
4.(VUNESP - AG FISC (RIB PRETO)/PREF RP/2021) conseguiu abrir o pesado portão de ferro e penetrar no jardim. Ia
fazer o mesmo com a porta da casa, quando o cachorro, que mui-
Escritório to de astúcia o deixara chegar até lá, para acender-lhe o clarão de
Aluguei um escritório. Minha senhoria é a Venerável Ordem esperança e depois arrancar-lhe toda ilusão, avançou contra ele,
Terceira de São Francisco da Penitência – o que quer dizer que co- abocanhando-lhe a perna esquerda. O ladrão quis sacar do revól-
meço bem, sob a égide de um santo de minha particular devoção. ver, mas não teve tempo para isto. Caindo ao chão, sob as patas
Espero que ele me assista nesta grave emergência. do inimigo, suplicou-lhe com os olhos que o deixasse viver, e com a
boca prometeu que nunca mais tentaria assaltar aquela casa. Falou
Grave, porque assumi compromisso, com contrato registrado em voz baixa, para não despertar os moradores, temendo que se
e sacramentado, de cumprir fielmente o regulamento do prédio na agravasse a situação.
minha nova condição de inquilino. Não posso, por exemplo, colocar
pregos que danifiquem as paredes. O animal pareceu compreender a súplica do ladrão, e deixou-o
sair em estado deplorável. No jardim ficou um pedaço de calça. No
Mas escritório de quê? Advocacia? A tanto não ousaria, sendo dia seguinte, a empregada não entendeu bem por que uma voz,
certo que minha qualidade de bacharel nunca me animou sequer a pelo telefone, disse que era da Saúde Pública e indagou se o cão
ir buscar o diploma na Faculdade (onde, confio, esteja ainda bem era vacinado. Nesse momento o cão estava junto da doméstica, e
guardado à minha espera, se dele precisar para qualquer eventu- abanou o rabo, afirmativamente.
alidade: a de ser inesperadamente convocado à vida pública, por
exemplo, com uma honrosa nomeação, sacrifício a que seria difícil Assinale a alternativa em que o pronome destacado assume
esquivar-me). Pelo que, não ousariam a esta altura da minha vida, sentido possessivo.
iniciar-me na profissão a que o dito diploma presumivelmente me (A) A casa luxuosa no Leblon é guardada por um molosso de
habilita. Além do mais, eu não poderia mesmo colocar o prego para feia catadura, que dorme de olhos abertos...
dependurá-lo na parede. (B)... e depois arrancar-lhe toda ilusão, avançou contra ele,
abocanhando-lhe a perna esquerda.
Fica sendo então escritório, tão-somente. Nem mesmo de li- (C) lCaindo ao chão, sob as patas do inimigo, suplicou- -lhe com
teratura: apenas um local onde possa acender diariamente o forno os olhos que o deixasse viver...
(no sentido figurado, apresso-me a tranquilizar o condomínio) desta (D)... e com a boca prometeu que nunca mais tentaria assaltar
padaria literária de cujo produto cotidiano, fresco ou requentado, aquela casa.
vou vivendo como São Francisco é servido. Levo para o meu novo (E) Falou em voz baixa, para não despertar os moradores, te-
covil uma mesa, uma cadeira, a máquina de escrever – e me instalo, mendo que se agravasse a situação.
à espera de meus costumeiros clientes.

Estranhos clientes estes, que entram pela janela, pelas pare-


des, pelo teto, trazidos pelas vozes de antigamente, vindos numa
página de jornal, ou num simples ruído familiar: projeção de mim
mesmo, ecos de pensamento, fantasmas que se movem apenas na
lembrança, figuras feitas de ar e imaginação.
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a solução para o seu concurso!
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6.(VUNESP - TEC CPDJ (TJM SP)/TJM SP/DESENVOLVE- (C) Esta se destaca mundialmente; aquele se desenvolve a
DOR/2021) cada dia.
(D) Essa se destaca mundialmente; esse se desenvolve a cada
Leia o texto, para responder a questão. dia.
Diamantes no deserto (E) Esta se destaca mundialmente; este se desenvolve a cada
Vales marcados pela intensa aridez parecem ter se tornado dia.
ambientes ideais para o florescimento de frutos típicos do sécu-
lo XXI: os produtos tecnológicos. O maiorcentro de inovação do 7.(VUNESP - ENG (PREF JUNDIAÍ)/PREF JUNDIAÍ/CIVIL/2022)
planeta se encontra em uma região seca da Califórnia. Todos os Leia fragmento da reportagem.
anos, o Vale do Silício concentra 50 bilhões de dólares de inves- Num mundo ideal, o tamanho e a dieta dos peixes não seriam
timentos de altorisco, usualmente destinados a startups – quase um problema. Mas, num mundo como o nosso,
metade do montante movimentado dentro dos Estados Unidos –, os oceanos se transformaram em depósito do lixoproduzido pelo
além de 15% da produção de patentes desse país. homem, esses são aspectos não podem ser igno-
rados.
A mais de 10 000 quilômetros de distância de lá, no Oriente Assinale a alternativa que apresenta termos que preenchem,
Médio, o Deserto de Nevegue, em Israel, vê crescer, sobre seu correta e respectivamente, as lacunas do texto.
solo abrasador, um complexo industrial que põe o território em (A) que … que
disputa direta com a cidade chinesa de Shenzhen pelo posto de (B) em que … cujos
maior polo de inovação do mundo. No oásis tecnológico prolife- (C) em que … que
ram companhias deponta, que se espalham ainda pela costa litorâ- (D) cujos … de que
nea, nos arredores de Tel-Aviv, fazendo dessa pequeníssima nação, (E) que … de que
com menos de 10% da área do Estado de São Paulo e população
pouco maior que a da cidade do Rio de Janeiro, um sinônimo de 8.(VUNESP - TEC LEG (CMSJC)/CM SJC/2022)
progresso.
Leia o texto, para responder a questão.
Como Israel transformou um deserto árido em centro de Uma geração de extraterrestres
inovação mundial? Responde Ran Natanzon, especialista em Penso que Michel Serres seja a mente filosófica mais aguda
vender tal faceta do país: “Trata-se de uma combinação dos na França de hoje e, como todo bom filósofo, é capaz de dedicar-
seguintes fatores, todos igualmente essenciais: somos uma nação -se também à reflexão sobre a atualidade.Uso despudoradamente
altamente militarizada; mantemos a indústria em ligação com (à exceção de alguns comentários pessoais) um belíssimo artigo de
as pesquisas acadêmicas; o governo atua para fomentar o setor; Serres publicado em março de 2010 que recorda coisas que, para
há operação ativa de fundos de investimentos e multinacionais; e os leitores mais jovens, dizem respeito aos filhos e, para nós, mais
existe uma proliferação de startups”. velhos, aos netos.

Todo israelense, homem ou mulher, é obrigado a servir no Só para começar, estes filhos ou netos nunca viram um porco,
Exército ao completar 18 anos. O que não quer dizer, no entanto, uma vaca, uma galinha. Os novos seres humanos não estão mais ha-
que o contingente completo vá para a linha de frente. Há, por bituados a viver na natureza, e só conhecem as cidades. Trata-se de
exemplo, uma unidade, a 8 200, integrante do Corpo de In- uma das maiores revoluções antropológicas depois do neolítico’ .
teligência das Forças de Defesa, cujos membros se dedicam
a decifrar códigos decomputador. “Essa tropa fornece veteranos Há mais de sessenta anos, os jovens europeus não conhe-
hábeis em trabalhar com segurança de dados digitais e em outras cem guerras, beneficiam-se de uma medicina avançada e não
áreas do mercado da tecnologia”, explicou o engenheiro israelense sofrem como sofreram seus antepassados.Então, que obras lite-
Lavy Shtokhamer, que chefia uma divisão que mescla agentes li- rárias poderão apreciar, visto que não conheceram a vida rústica,
gados ao governo e representantes de empresas parceiras, como as colheitas, os monumentos aos caídos, as bandeiras dilaceradas
a IBM, em ações contraataques de hackers que têm como alvo Is- pelas balas inimigas, a urgência vital de uma moral?
rael ou, como vem sendo mais frequente, sistemas de companhias
privadas. Foram formados por meios de comunicação concebidos por
(Filipe Vilicic. Veja, 12.02.2020. Adaptado) adultos que reduziram a sete segundos o tempo de permanência
de uma imagem e a quinze segundos o tempo de resposta às
Assinale a alternativa com os pronomes demonstrativos que perguntas. São educados pela publicidade que exagera nas abre-
retomam as expressões destacadas, dando sequência à passagem viações e nas palavras estrangeiras e faz com que percam o sen-
– ... o Deserto de Nevegue, em Israel, vê crescer, sobre seu solo so da línguamaterna. A escola não é mais o local da aprendizagem
abrasador, um complexo industrial que põe o território em disputa e, habituados aos computadores, esses jovens vivem boa parte da
direta com a cidade chinesa de Shenzhen pelo posto de maior polo sua vida no virtual. Nós vivíamos num espaço métrico perceptível,
de inovação do mundo. e eles vivem num espaço irreal onde vizinhanças e distâncias não
(A) Essa se destaca mundialmente; este se desenvolve a cada fazem mais a menor diferença.
dia.
(B) Aquela se destaca mundialmente; aquele se desenvolve a
cada dia.

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influente moda intelectual da Europa. Por “racionalismo”, en-


Não vou me deter nas reflexões de Serres acerca das pos- tenda-se: uma crença na razão dos homens como guia único,
sibilidades de administrar as novas exigências da educação. Em supremo, da condutahumana.
todo caso, sua panorâmica nos fala de umperíodo semelhante,
pela subversão total, ao da invenção da escrita e, séculos Para o racionalista, o conhecimento que importa não vem da
depois, da imprensa. Só que estas novas técnicas hodiernas tradição, da experiência, da vida vivida. O conhecimento é sempre
mudam em grandevelocidade. Por que não estávamos preparados um conhecimento técnico, ou de uma técnica, que pode ser resumi-
para esta transformação? do ou aprendido em livros ou doutrinas.

Serres conclui que talvez a culpa seja também dos filósofos, Oakeshott argumentava que o conhecimento humano depen-
que, por profissão, deveriam prever as mudanças dos saberes e das de sempre de um conhecimento técnico e prático, mesmo que os
práticas e não o fizeram de maneira suficiente porque, “empenha- ensinamentos da prática não possam ser apresentados com rigor
dos na política de todo dia, não viram chegar a contemporaneida- cartesiano.
de”. Não sei se Serres tem toda razão, mas alguma ele tem.
‘ Última divisão da Idade da Pedra, caracterizada pelo desen- Clint Eastwood revisita a mesma dicotomia de Oakeshott para
volvimento da agricultura e a domesticação de animais. contar a história de Sullenberger. O avião perde os seus motores na
colisão com aves; o copiloto, sintomaticamente, procura a resposta
(Umberto Eco. Pape Satàn aleppe: crônicas de uma sociedade liquida. no manual de instruções; mas é Sully quem, conhecendo o manual,
2 ed. - Rio de Janeiro: Record, 2017. Excerto adaptado) entende que ele não basta para salvar o dia.

O termo destacado na frase do 1º parágrafo - Uso despu- E, se os computadores dizem que ele está errado, ele sabe que
doradamente (à exceção de alguns comentários pessoais) um não está – uma sabedoria que não se encontra em nenhum livro já
belíssimo artigo de Serres ... - exprimecircunstância de que a experiência humana não é uma equação matemática.
(A) modo, tendo como equivalente o termo “desavergonha-
damente”. As máquinas são ideais para lidar com situações ideais.
(B) dúvida, tendo como equivalente o termo “indiferentemen- Infelizmente, o mundo comum é perpetuamente devassado por
te”. contingências, ambiguidades, angústias, mastambém súbitas ilu-
(C) negação, tendo como equivalente o termo “irresolutamen- minações que só os seres humanos, e não as máquinas, são capazes
te”. de entender.
(D) afirmação, tendo como equivalente o termo “indistinta-
mente”. Quando li Oakeshott, encontrei um filósofo que, contra
(E) intensidade, tendo como equivalente o termo “involunta- toda a arrogância da modernidade, mostrava como a nossa
riamente”. imperfeição pode ser, às vezes, uma forma desalvação. O ensaio
era, paradoxalmente, uma lição de humildade e uma apologia da
9.(VUNESP - ASOC (CODEN)/CODEN/2021) grandeza humana. Eastwood, aos 86 anos, traduziu essas imagens.
Leia o texto para responder a questão.
Lições de vida (João Pereira Coutinho. Folha de S.Paulo, 29.11.2016. Adaptado)
Em 2009, um avião pousou de emergência no rio Hudson. O
piloto era Sully Sullenberger e as 155 pessoas a bordo foram salvas Considere os trechos do texto.
por uma manobra impossível, perigosa, milagrosa. Sully virou herói • Ou o gesto revelou uma imprudência criminosa, sobretu-
e a lenda estava criada. do quando existiam opções mais sensatas? (2º parágrafo)
• ... mesmo que os ensinamentos da prática não possam ser
Em 2016, no filme “Sully, o herói do rio Hudson”, Clint Eas- apresentados com rigor cartesiano. (6º parágrafo)
twood revisitou a lenda para contar o que aconteceu depois do • ... contra toda a arrogância da modernidade, mostrava
milagre: uma séria investigação às competênciasdo capitão Sully como a nossa imperfeição pode ser, às vezes, uma forma de salva-
Sullenberger. Ele salvara 155 pessoas, ninguém contestava. Mas ção. (último parágrafo)
foi mesmo necessário pousar no Hudson? Ou o gesto revelou As expressões destacadas apresentam, correta e respectiva-
uma imprudência criminosa, sobretudo quando existiam opções mente, as circunstâncias adverbiais de
mais sensatas? (A) afirmação; modo; dúvida.
(B) afirmação; finalidade; tempo.
Foram feitas simulações de computador. E a máquina deu o seu (C) afirmação; modo; tempo.
veredicto: era possível ter evitado as águas do rio e pousar em La- (D) intensidade; finalidade; dúvida.
Guardia ou Teterboro. O próprio Sully começou a duvidar das suas (E) intensidade; modo; tempo.
competências. Todos falhamos. Será que ele falhou?

Por causa desse filme, reli um dos ensaios de Michael Oake-


shott, cujo título é “Rationalism in Politics”. Argumenta o autor que,
a partir do Renascimento, o “racionalismo” tornou- -se a mais

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a solução para o seu concurso!
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10.(VUNESP - GCM (OSASCO)/PREF OSASCO/2022) 11.(VUNESP - PROC (PREF JUNDIAÍ)/PREF JUNDIAÍ/2021)


Leia o texto, para responder à questão. Vida média
Continuamos a acreditar que vivemos numa época em que a
China ultrapassa os EUA na produção científica tecnologia dá passos gigantes e diários, a perguntar onde vamos pa-
rar com a globalização, mas refletimos com menos frequência sobre
Pela primeira vez, a China superou os EUA em produção cientí- o fato de que o aumento do tempo médio de vida é o maior avanço
fica. Em 2020, instituições chinesas publicaram 788 mil artigos con- da humanidade – e neste campo a aceleração supera a de qualquer
tra 767 mil das americanas. É possível relativizar esse dado. outra façanha. Na verdade, o troglodita que conseguiu produzir
fogo artificialmente já havia compreendido obscuramente que o
A China tem uma população quatro vezes maior que a ame- homem poderia dominar a natureza. Desde a invenção do vapor
ricana, de modo que a produção per capita dos EUA ainda é ficou claro que conseguiríamos multiplicar a velocidade dos deslo-
superior. A China também não tem ganhadotantos prêmios Nobel camentos, assim como já se podia supor que um dia chegaríamos à
quanto os EUA, o que faz supor que, nas áreas mais relevantes, luz elétrica. Mas durante séculos os homens sonharam em vão com
os americanos liderem. Tudo isso é verdade, mas o fato é que a o elixir da longa vida e com a fonte da juventude eterna. Na Idade
ciência chinesavem evoluindo de forma robusta. Nada indica que Média existiam ótimos moinhos de vento, mas existia também uma
um apagão esteja próximo. igreja que os peregrinos procuravam para obter o milagre de viver
até os 40 anos.
A questão é relevante para os economistas liberais, parti- Fomos à Lua há muitos anos e ainda não conseguimos ir a Mar-
cularmente os da escola institucionalista*. Para eles, o cresci- te, mas na época do desembarque lunar uma pessoa de 70 anos
mento sustentável só é possível quando asinstituições políticas já havia chegado ao fim da vida, enquanto hoje temos esperanças
de um país são inclusivas e seus cidadãos gozam de liberdade para razoáveis de chegar aos 90. Em suma, o grande progresso ocorreu
decidir o que farão de suas vidas e recursos. Isso ocorre porque a no campo da vida, não no campo dos computadores.
prosperidade duradoura depende de um fluxo constante de ino- Muitos dos problemas que devemos enfrentar hoje têm rela-
vações, que resulte em ganhos de produtividade. Ainda segun- ção com o aumento do tempo médio de vida. E não estou falando
do os institucionalistas, regimes autoritários, como ochinês, não apenas das aposentadorias. A imensa migração do Terceiro Mundo
asseguram a liberdade necessária para que ciência e tecnologia se para os países ocidentais nasce certamente da esperança de milha-
desenvolvam. res de pessoas de encontrar comida, trabalho e principalmente de
chegar a um mundo onde se vive mais – ou, seja como for, fugir de
É possível que tais economistas tenham razão e que a China, um outro mundo onde se morre cedo demais. No entanto – em-
por um déficit de liberdade, não consiga manter o ritmo. Já vimos bora não tenha as estatísticas à mão –, creio que a soma que gas-
ditaduras colapsarem porque ficaram para trás na corrida tecnoló- tamos em pesquisas gerontológicas e em medicina preventiva seja
gica. O caso mais notório é o da URSS, que, embora tenha chegado infinitamente menor do que o investimento em tecnologia bélica e
a liderar a ciência espacial, não foi capaz de manter-se competitiva em informática. Sabemos muito bem como destruir uma cidade ou
em outras áreas, com reflexos na economia. como transportar informação a baixo custo, mas ainda não temos
Mas não dá para descartar a hipótese de que os instituciona- ideia de como conciliar bem-estar coletivo, futuro dos jovens, su-
listas estejam errados. Não me parece em princípio impossível para perpopulação mundial e aumento da expectativa de vida.
um regime assegurar as liberdades necessárias para manter a ciên- Um jovem pode pensar que o progresso é aquilo que lhe per-
cia e a economia funcionando sem estendê-las à política. Ditaduras mite enviar recadinhos pelo celular ou voar barato para Nova York,
podem se reinventar. enquanto o fato surpreendente – e o problema não resolvido – é
que, se tudo correr bem, ele só precisará se preparar para ser adul-
* Corrente de pensamento econômico que analisa o papel to aos 40 anos, enquanto seus antepassados tinham de fazê-lo aos
instituições para o comportamento da economia. 16.
Certamente é preciso agradecer a Deus ou à sorte por vivermos
(Hélio Schwartsman. https://www1.folha.uol.com.br/colunas/helios- mais, mas temos de enfrentar esse problema como um dos mais
chwartsman/2021/12/china-ultrapassa-os-eua-na-producao-cientifica. dramáticos de nosso tempo e não como um ponto pacífico.
shtml.
31.12.2021. Adaptado) (Eco, Humberto. Pape Satan Aleppe: crônicas de uma sociedade líqui-
da. Rio de Janeiro: Record, 2017)
A expressão destacada em negrito na passagem do segundo
parágrafo “A China tem uma população quatro vezes maior que a Considere as frases:
americana, de modo que a produção per capita dos EUA ainda é • Na verdade, o troglodita que conseguiu produzir fogo ar-
superior.” estabelece relação com sentido de tificialmente...
(A) consequência. • ... mas ainda não temos ideia de como conciliar bem-
(B) comparação. -estar coletivo...
(C) proporção.
(D) condição. Embora diferentes, os termos destacados nas frases asseme-
(E) oposição. lham-se quanto ao sentido, na medida em que expressam, ambos,
circunstância de
(A) intensidade.
(B) afirmação.
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a solução para o seu concurso!
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(C) dúvida. tária, como alguns estão fazendo,é a pior escolha possível. Como
(D) tempo. os adultos de sua vida lidam com essa pandemia será um exemplo
(E) modo. que marcará profundamente a formação de cada criança, porque
todos os desafios e as escolhas éticas fundamentais de uma vida
12.(VUNESP - ASADM (PREF JUNDIAÍ)/PREF JUNDIAÍ/2022) humana estão colocados nesse acontecimento. Pode faltar criança
Leia o texto para responder à questão. para brincar, mas não pode faltar ética para formar.
O desafio “Faltar” criança para conviver é um dado da realidade em uma
Vou desafiar meus leitores e minhas leitoras. É um convite a pandemia. É duro, mas há que se lidar com ele. Faltar ética ao es-
uma posição mais científica na formulação de opiniões. O pensa- colher como enfrentar a crise pode ser mais complicado e ter efei-
mento científico tenta enfrentar o que for “preconceito”. Dentre tos mais longos. As crianças estão observando o que os pais fazem
muitos sentidos, a palavra indica um conceito surgido antes da ex- com ainda maior atenção porque também elas sentem nos ossos a
periência, algo que está na cabeça sem observação da realidade. emergência. As lições do agora serão para toda a vida.
Como na parábola dos cegos que apalpam um elefante, uns imagi- O que significa cuidar de uma filha ou filho numa pandemia?
nam que a forma do mamiífero seja de uma espada por tocarem no Ou o que significa cuidar da próxima geração numa emergência glo-
marfim, outro afirma ser uma parede por tocar seu abdômen e um bal de saúde pública, já que somos todos pais daquelas e daqueles
terceiro garante que é uma mangueira por ter encostado, exclusi- que assumirão a responsabilidade por esse mundo nas próximas
vamente, na tromba. (...) Tenho encontrado defensores e detrato- décadas? Essa questão vale para todos os adultos em qualquer país
res apaixonados da obra do recifense [Paulo Freire]. Encontro bem do mundo, mas no Brasil ela ganha contornos muito mais dramá-
menos leitores. Lanço o desafio cheio de esperança no centenário ticos.
dele: antes de defender ou atacar Paulo Freire, leia dois livros dele As crianças mais velhas já confrontam o pai ou a mãe ou am-
ao menos. Depois de ler e examinar a obra, (...) emita sua sagra- bos: o que é que você vai fazer? Em caso de alguns ado lescentes,
da opinião, agora com certo embasamento. Educação é algo muito essa pergunta é jogada como desafio e em tom de afronta. Mas,
sério. Paulo Freire encarou o gravíssimo drama do analfabetismo. prestando um pouco mais de atenção, é possível escutar o medo. O
Hoje vivemos outro tipo de drama: pessoas que possuem a capaci- que está nas entrelinhas é: como você vai me cuidar?
dade de ler e se recusam a fazê-lo.
(Eliane Brum O que significa cuidar de um filho numa pandemia? El
(Leandro Karnal. O desafio. Jomal O Estado de São Paulo, set.2021. País: https://brasil.elpais.com. Acesso: 20/08/21. Adaptado)
Adaptado)
Assinale a alternativa em que há palavra ou expressão usada
Assinale a alternativa que apresenta, correta e respectivamen- em sentido figurado, considerando-se o contexto de onde o trecho
te, sinônimos para os termos em destaque no trecho — Tenho foi extraído.
encontrado defensores e detratores. (A) O menino é filho único e tem oito anos.
(A) Favoráveis e adeptos. (B)... colocava um dos bonecos ao lado, com um controle no
(B) Indagadores e críticos. colo...
(C) Escarnecedores e defensores. (C) É duro, mas há que se lidar com ele.
(D) Apoiadores e difamadores. (D) Outra menina pede: “Mãe, me dá uma criança?”
(E) Caluniadores e concordantes. (E) As crianças estão observando o que os pais fazem com ain-
da maior atenção...
13. (VUNESP - AFAR (PREF RP)/PREF RP/2021)
O que significa cuidar de um filho numa pandemia? 14.(VUNESP - AG FISC (RIB PRETO)/PREF RP/2021)
Eliane Brum Escritório
O menino é filho único e tem oito anos. Logo nas primeiras se- Aluguei um escritório. Minha senhoria é a Venerável Ordem
manas da pandemia, ele elegeu dois bichos de pelúcia para serem Terceira de São Francisco da Penitência – o que quer dizer que co-
seus parceiros. Quando jogava vídeo game, colocava um dos bone- meço bem, sob a égide de um santo de minha particular devoção.
cos ao lado, com um controle no colo, como se esti vessem brin- Espero que ele me assista nesta grave emergência.
cando juntos. Os amigos seguiam com ele dividindo as atividades
do dia. O menino fantasiava outros meninos para enfrentar a falta Grave, porque assumi compromisso, com contrato registrado
atroz de outras crianças. Uma mãe me conta, por tela, que seu bebê e sacramentado, de cumprir fielmente o regulamento do prédio na
nasceu na pandemia e logo completará um ano sem nunca ter visto minha nova condição de inquilino. Não posso, por exemplo, colocar
uma outra criança. Já começa a andar e a balbuciar algumas ten- pregos que danifiquem as paredes.
tativas de palavras sem jamais ter encontrado ou tocado em outro
bebê. Que tipo de efeito isso terá sobre a sua vida? E se a pandemia Mas escritório de quê? Advocacia? A tanto não ousaria, sen-
durar mais um ano?, ela pergunta, mas sem a esperança de uma do certo que minha qualidade de bacharel nunca me animou se-
resposta. Outra menina pede: “Mãe, me dá uma criança?”. quer a ir buscar o diploma na Faculdade (onde, confio, esteja ainda
A pandemia forjou uma realidade de crianças sem crianças. bem guardado à minha espera, se dele precisar para qualquer even-
Ainda não conhecemos totalmente os efeitos que essa expe riên- tualidade: a de ser inesperadamente convocado à vida pública, por
cia radical pode ter sobre quem estreia na vida. Também não sabe- exemplo, com uma honrosa nomeação, sacrifício a que seria difícil
mos quando esse cotidiano será superado, já que são muitas as va- esquivar-me). Pelo que, não ousariam a esta altura da minha vida,
riáveis: do tempo para completar a vacinação ao impacto das novas
cepas que já começaram a circular. Negar a emergência sociossani-
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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

iniciar-me na profissão a que o dito diploma presumivelmente me


habilita. Além do mais, eu não poderia mesmo colocar o prego para O Brasil tem uma responsabilidade humanitária especial para
dependurá-lo na parede. com o povo venezuelano sob o jugo da ditadura chavista, alerta o
relatório. A hiperinflação e o recrudescimento das sanções interna-
Fica sendo então escritório, tão-somente. Nem mesmo de cionais, agravadas com as restrições da covid-19, estão deterioran-
literatura: apenas um local onde possa acender diariamente o forno do as condições alimentares do país vizinho a olhos vistos. Já em
(no sentido figurado, apresso-me a tranquilizar o condomínio) desta 2019, a insegurança alimentar atingia 9,3 milhões de venezuelanos.
padaria literária de cujo produto cotidiano, fresco ou requentado, No fim de 2020, a inflação alimentar batia os 1 700%. A degradação
vou vivendo como São Francisco é servido. Levo para o meu novo econômica deve desencadear novas ondas migratórias.
covil uma mesa, uma cadeira, a máquina de escrever – e me instalo,
à espera de meus costumeiros clientes. O Brasil precisa se preparar para apoiar imigrantes e comunida-
des nas áreas de fronteira, incrementando o acesso a suprimentos
Estranhos clientes estes, que entram pela janela, pelas pa- essenciais e às oportunidades de renda.
redes, pelo teto, trazidos pelas vozes de antigamente, vindos numa
página de jornal, ou num simples ruído familiar: projeção de mim O Plano de Resposta Humanitária da ONU pede US$ 226 mi-
mesmo, ecos de pensamento, fantasmas que se movem apenas na lhões para a segurança alimentar, suprimentos e intervenções nu-
lembrança, figuras feitas de ar e imaginação. tricionais na Venezuela. Respostas emergenciais incluem garantir a
alimentação de crianças e robustecer a assistência humanitária às
(Fernando Sabino. A mulher do vizinho. Adaptado) necessidades mais urgentes.

Assinale a alternativa em que a palavra destacada está empre- Não estava em poder da humanidade impedir o surgimento
gada, no contexto, em sentido figurado. de uma peste letal. Mas está em seu poder mitigar as suas reper-
(A)… começo bem, sob a égide de um santo de minha parti- cussões mais catastróficas, como a fome. A resposta à atual crise
cular devoção. alimentar definirá o status moral da atual geração pelo resto da his-
(B)… levo para o meu novo covil uma mesa, uma cadeira, a tória.
máquina de escrever…
(C)… cumprir fielmente o regulamento do prédio na minha (Editorial. https://opiniao.estadao.com.br, 04.04.2021. Adaptado
nova condição de inquilino.
(D)… minha qualidade de bacharel nunca me animou sequer a Considere as passagens do texto:
ir buscar o diploma na Faculdade… • O flagelo da fome (título)
(E)… iniciar-me na profissão a que o dito diploma presumivel- • ... mais de 34 milhões sofrendo insegurança alimentar
mente me habilita. aguda...
• O Brasil tem uma responsabilidade humanitária especial
15.(VUNESP - ASOC (PREF F VASCON)/PREF F VASCONCE- para com o povo venezuelano sob o jugo da ditadura chavista...
LOS/SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL/2021) • Mas está em seu poder mitigar as suas repercussões mais
O flagelo da fome catastróficas, como a fome.
Além de ceifar a vida de quase 2,8 milhões de pessoas, a peste
do coronavírus está agravando a fome no mundo. Já em 2019, 135 Os termos destacados significam, correta e respectivamente:
milhões de pessoas em 55 países padeciam de crise alimentar por (A) angústia; crítica; governo; extirpar.
causa de conflitos, variações climáticas extremas, choques econô- (B) calamidade; grave; sujeição; abrandar.
micos ou uma combinação de tudo isso. Agora, de acordo com a (C) despropósito; vigorosa; opressão; reforçar.
Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (D) padecimento; intensa; autoridade; entender.
(FAO), são 174 milhões em 58 países – mais de 34 milhões sofrendo (E) resiliência; crônica; caridade; aplacar.
insegurança alimentar aguda, ou seja, estão a um passo de morrer
de fome. 16.(VUNESP - ALMO (CODEN)/CODEN/2021)
Leia o texto para responder a questão.
Embora a maior parte dos países afetados esteja na África, a “A maior parte da população mundial vive hoje nas cidades:
fome deve recrudescer na maioria das regiões do mundo. Extremos essas aglomerações de pessoas e concreto em que sobram proble-
climáticos resultantes do fenômeno La Niña devem continuar em mas e falta planejamento. A urbanização desordenada traz inúme-
abril e maio, provocando tanto a falta de chuvas, como no Afeganis- ros desafios e uma certeza: não há solução para a humanidade que
tão, quanto o excesso, como no Sudão. Nos próximos meses, a pro- não passe necessariamente pela transformação das cidades.” É o
dução de grãos e os pastos no oeste da África podem ser dizimados que defende André Trigueiro, jornalista especializado em gestão
por novas nuvens de gafanhotos. ambiental e sustentabilidade.

Em termos econômicos, a América Latina foi a região mais im- Para ele, vivemos um modelo suicida de desenvolvimento e
pactada pela covid e deve ter a retomada mais lenta. Países que já precisamos reinventar o sistema. Ou mudamos ou pereceremos.
lutavam contra a instabilidade política e mazelas socioeconômicas A preocupação ambiental se reflete noconsumo consciente, mas
prolongadas, como o Haiti ou as repúblicas centro-americanas de não no consumismo que degrada a vida porque exaure os estoques
Honduras, El Salvador, Guatemala e Nicarágua, devem sofrer as de- de matéria-prima, que são finitos no planeta.
teriorações econômicas mais agudas.
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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

“Eu procuro economizar água e energia, separo o lixo. Basica- “Eu não tinha noção da proporção que ia tomar. Nas ruas, as
mente, tento praticar no dia-a-dia aquilo que eu entendo como cer- pessoas estão me reconhecendo, pedindo para tirar fotos.”
to. Estou longe da perfeição e não me considero um modelo, mas
descobri a força daquilo que os educadores chamam de pedagogia Tales Gari foi chamado para participar do concurso de mister
do exemplo: ‘não importa o que você fala, importa o que você BH. Ao todo, 30 homens concorrerão ao título.
faz’. É isso que move o mundo.” Ele cita o caso do aposentado
José Alcino Alano, da cidade de Tubarão, que descobriu como Alves já passou por diversas profissões. Ele já serviu à aero-
fabricar coletores solares para esquentar a água dobanho a partir náutica e já foi office boy, cobrador, repositor de supermercado e,
de garrafas PET e caixas de leite Tetrapak. Liberou a patente e por fim, gari. Mas por que não modelo?
permitiu que todas as pessoas ou instituições interessadas re-
plicassem o inventogratuitamente, sem interesse pessoal ou finan- “Muita gente pergunta se eu sou modelo, mas ainda não”, diz
ceiro. “É um caso singular de amor ao próximo,” comenta Trigueiro. o gari. Ele conta que vai tentar ao máximo conciliar as duas coisas,
que lutou muito pelo emprego que tem hoje e, por isso, ainda não
O poder público também deve adotar medidas educativas e pretende deixá-lo. Ele trabalhava em um supermercado, quando
conscientes. Ensinar que jogar lixo na cidade é um serviço caro e viu, na empresa que recolhia lixo no local, uma oportunidade de
custa muito aos cofres públicos. Além disso, tem de difundir um ganharmelhor e insistiu até conseguir uma vaga.
discurso responsável. Não é possível falar em preservação da Ama-
zônia e liberar recursos para a construção de frigoríficos na região “O emprego não me faz sentir vergonha, comecei a gostar
– o que estimulaa criação de gado, responsável por 80% de toda a muito. É o melhor serviço que já tive até hoje”, diz Alves, sobre a
destruição já registrada da floresta, como bem avaliou o ex-minis- profissão de gari.
tro da Fazenda Rubens Ricupero.
Tales Gari tem tentado levar o assédio nas redes e nas
Trigueiro não considera a tecnologia inimiga da luta pela pre- ruas da melhor forma. “Estou tentando absorver isso da
servação do planeta. É o uso que se faz dela que definirá se haverá melhor maneira, mas tem algumas situaçõescomplicadas. Tem
dano ou benefício. Ela é apenas uma ferramenta e não a solução gente que sai fora do padrão, extrapola”, diz ele, referindo- se ao
definitiva para os graves problemas ambientais que enfrentamos e assédio.
que nos ameaçam como espécie.
Alves disse que as pessoas têm carinho por ele e, por isso,
(filantropia.ong/andretrigueiro.com. Adaptado, acesso em não fica com raiva e leva na esportiva cantadas como “Ô, lá em
22.02.2020) casa” e “Vai recolher lixo lá em casa”. Masnão são apenas xavecos
que ele ganha. “Tem gente que passa de carro e me deseja sorte e
O termo destacado no terceiro parágrafo – É um caso singular sucesso no concurso”.
de amor ao próximo – é entendido, no contexto, como um caso
(A) oportuno. O gari ainda não fez nenhum trabalho como modelo e vai con-
(B) sugestivo. correr ao homem mais bonito de Belo Horizonte.
(C) suspeito.
(D) incomum. (Por Mikaela Salachenski, G1 Minas. Belo Horizonte 27/08/2020
(E) proveitoso. 06h00. Atualizado há um ano. Adaptado)

17.(VUNESP - BRA (PREF TAUBATÉ)/PREF TAUBATÉ/2022) (https://www.opovo.com.br/noticias/brasil/2020/08/27/ gari--gato-


Leia o texto para responder à questão. --que-faz-sucesso-nas-redes-sociais-vai-concorrerao- mister-bh.html
Gari ‘gato’ que faz sucesso nas redes sociais vai concorrer ao Acesso em 15.11.2021)
‘mister BH’
O emprego da vírgula está correto na frase da alternativa:
O gari Tales Alves ficou famoso, ganhou as ruas de Belo Hori- (A) O gari Tales Alves, que ficou famoso nas redes sociais, ama
zonte (MG) e as redes sociais depois de publicar um vídeo contan- sua profissão.
do a sua profissão na internet. (B) Tales Gari, vai participar do concurso de Mister BH.
(C) A oportunidade apareceu quando, Tales Gari trabalhava em
“Às vezes, a ficha custa a cair. Para mim tudo é novo”, disse o um supermercado.
gari. (D) Júlia a filha mais velha, ajudou o pai a baixar o aplicativo
de vídeos.
Tales tem 30 anos e duas filhas, uma de 5 anos e outra de 12, a (E) Nas ruas as pessoas, o reconhecem e lhe desejam muito
Júlia, que ajudou o pai a baixar o aplicativo de vídeos e o ensinou a sucesso.
usar as ferramentas disponíveis na rede.
Há menos de cinco meses, ele não tinha perfil em nenhuma
rede social. O motivo de ter se mantido off-line na época é que ele
tinha feito este combinado com quem namorava à época. Mas foi
só criar um perfil e publicar o primeiro vídeo que Alves já ficou fa-
moso.

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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA

18.(VUNESP - BIB (PREF GRU)/PREF GRU/2021) 19.(VUNESP - AG ADM (RIB PRETO)/PREF RP/2021)
Leia o texto, para responder a questão. Leia os versos da música “Asa Branca” para responder à ques-
tão.
A busca por um sentido Quando olhei a terra ardendoTal qual fogueira de São João
“Os dois dias mais importantes da sua vida são aqueles em que Eu perguntei a Deus do céu, uaiPor que tamanha judiação?
você nasceu e aquele em que descobre o porquê.” A máxima atri- Que braseiro, que fornaiaNenhum pé de plantação
buída ao escritor americano Mark Twain (1835- 1910), autor de Por falta d’água, perdi meu gadoMorreu de sede meu alazão
clássicos como As Aventuras de Tom Sawyer (1876), resume Inté mesmo a asa brancaBateu asas do sertão
com precisão o valor de encontrar um propósito para a própria Entonce eu disse, adeus, RosinhaGuarda contigo meu coração
existência.Naturalmente, nunca é demais sublinhar, a busca por um Hoje longe muitas léguasNuma triste solidão
sentido para estar vivo se confunde com o humano – ou, melhor Espero a chuva cair de novo
ainda, com “ser” humano.
Pra mim voltar, ir pro meu sertão
Há cerca de 50 000 anos, quando, segundo achados recen- Quando o verde dos teus olhosSe espalhar na plantação
tes, o Homo Sapiens começou a pintar nas paredes das caver- Eu te asseguro, não chore não, viu Que eu voltarei, viu, meu
nas, desenhávamos figuras místicas, comocaçadores dotados de coração
superpoderes, que pareciam auxiliar os homens daquela época a
situar a si mesmos em meio ao desconhecido. De lá para cá, não (GONZAGA, Luiz; TEIXEIRA, Humberto. Asa Branca. Intérprete: Luiz
existem indíciosde que se possa chegar a uma razão única que justi- Gonzaga. Disponível em<https://www.letras.mus.br/luiz gonza-
fique o viver – porém cada indivíduo pode descobrir a sua. ga/47081/>Acesso em: 20/08/2-21. Adaptado)

Diante da pergunta “por que estamos aqui?”, feita durante Assinale a alternativa que atende à norma-padrão de regência
uma entrevista, o escritor Charles Bukowski (1920- 1994), alemão verbal da língua portuguesa e está em conformidade com as infor-
radicado nos Estados Unidos, destacou: “Para quem acredita em mações do texto
Deus, a maior parte das grandes questões pode estar respondida. (A) A falta de água e a perda do gado implicaram na partida
Mas, para aqueles que não aceitam a fórmula de Deus, as grandes do sertanejo.
respostas não estão cravadas na pedra. Nós nos ajustamos a novas (B) O sertanejo aspira o momento em que a chuva irá cair no-
condições e descobertas”. vamente e o verde se espalhará na plantação.
(C) Rosinha anseia com o momento de rever seu namorado.
No rastro desse debate, outra indagação se impõe: afinal, vale (D) O sertanejo informou Rosinha de sua partida, deixando-
tanto assim o esforço de refletir acerca dos motivos de estar na lhe seu coração.
Terra? Um estudo publicado em dezembro no periódico científi- (E) O sertanejo não suportou assistir o desmatamento do ser-
co Journal of Clinical Psychiatry (EUA) foi pioneiro ao garantir tão.
que, até mesmo do ponto de vista da saúde física e mental,
vale, sim, a pena. Overedito do estudo: aqueles que revelavam ter 20.(VUNESP - ANA CPDJ (TJM SP)/TJM SP/ANALISTA DE RE-
descoberto sentido em sua vida demonstravam também melhores DES/2021)
condições de saúde, tanto psicológica como física. Enquanto isso, Leia o texto, para responder a questão.
ocorreu o contrário com os que declaravam estar no máximo em Será uma boa ideia ter armas que definem seus alvos e
um processo de busca. Esses apresentavam, com maior frequência, disparam os gatilhos automaticamente? Um robô capaz de se-
problemas de saúde. lecionar contratados em uma empresa seriaconfiável? Como ga-
rantir que a tecnologia faça bem ao ser humano? Essas são algumas
(Sabrina Brito, Veja, 15.01.2020. Adaptado) perguntas presentes no debate ético em torno da IA (inteligência
artificial). O crescimento da área é acelerado e muitas vezes incorre
Observando-se o emprego de dois-pontos nas passagens des- em aplicações questionáveis.
tacadas no penúltimo e no último parágrafo, conclui-se, correta-
mente, que Diversos países correm para dominar a tecnologia visando be-
(A) no penúltimo parágrafo eles introduzem uma citação; no nefícios comerciais e militares. Para isso, criam políticas nacionais
último, um esclarecimento acerca de algo mencionado ante- a fim de fomentar a pesquisa e a criaçãode empresas especiali-
riormente. zadas na área. EUA, China e União Europeia são destaques nesse
(B) em ambos os casos eles introduzem ideias novas, indepen- mundo.
dentes de afirmações anteriores.
(C) no penúltimo parágrafo eles introduzem informações aces- O caso chinês é o mais emblemático, com startups sendo in-
sórias, que serão retomadas pela autora. centivadas a desenvolver sistemas sofisticados de reconhecimen-
(D) no último parágrafo eles introduzem observações críticas to facial. O governo usa a tecnologia para rastrear algumas mi-
da autora acerca dos resultados do estudo. norias, como os uigures, população majoritariamente muçulmana.
(E) no penúltimo parágrafo eles introduzem a transcrição de Câmeras nas ruas e aplicativos nos celulares monitoram os passos
um trecho; no último, a citação direta do texto de um estudo. dos cidadãos. A justificativa chinesa é pautada na segurança nacio-
nal: o objetivo é coibir ataques extremistas. O sistema de vigilância
já foi vendido a governos na África, como o do Zimbábue.

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A discussão sobre ética no ocidente tenta impor limites à Ikea, marca de lojas demóveis, só trabalham com fornecedores de
inteligência artificial para tentar impedir que a coisa fuja do madeira certificada. O objetivo é inviabilizar, na cadeia global, os
controle. Outras ferramentas poderosas jáprecisaram do mesmo que não seguirem as regras sustentáveis.
tratamento. A bioética, que ajuda a estabelecer as regras para pes-
quisas em áreas como a genética, é frequentemente citada como Numa nova economia com valores compartilhados, a po-
exemplo a ser seguido. Uma boa forma de lidar com os riscos lítica também vem sendo reinventada. Há um protagonismo
de grandes avanços sem impedir o progresso da ciência é por crescente da sociedade civil transnacional. Ela congrega atores
meio de consensos de especialistas, em congressos. Elespodem de diversos países e atua em rede, valendo-se dos recursos da
suspender alguma atividade no mundo todo por um período tecnologia. Como no discurso de Von der Leyen, as palavras
determinado – uma moratória – para retomar a discussão no “verde” e “digital”caminham juntas.
futuro, com a tecnologia maisavançada.
Para Rodríguez-Garavito, tais redes incorporam não apenas
Essa ideia de pé no freio aparece na inteligência artificial. organizações não governamentais, mas também universidades
Um rascunho de documento da União Europeia obtido pelo e a imprensa independente. Cada uma em seu papel, tendo o
site “Politico”, em janeiro, mostra que o grupoconsidera banir o conhecimento como arma. Há uma nova forma – digital, verde, co-
reconhecimento facial em áreas públicas por um período de três a laborativa e globalizada – de pensar a política e a economia atuais.
cinco anos. Nesse tempo, regras mais robustas devem ser criadas.
Uma pesquisa mostra que 86% dos brasileiros entre 16 e 24
(Raphael Hernandes. Inteligência artificial enfrenta questões éticas anos estão preocupados com as mudanças climáticas, ou seja, a
para ter evolução responsável. Disponível em: https://temas.folha.uol. causa ambiental é a mais forte entre os jovens. Trata-se de uma
com.br. Acesso em: 25.02.2020. Adaptado) notícia ruim para os políticos (à esquerda e à direita) que demo-
nizam a sociedade civil. Enquanto o mundo inteligente avança,
Assinale a alternativa em que o enunciado entre colchetes eles prendemseus países no lodo do atraso – e perdem, no cami-
substitui a construção original, com sentido compatível e de acor- nho, a conexão com os eleitores do futuro.
do com a norma-padrão de regência verbal.
(A) Será boa ideia ter armas …[apropriar-se de armas] (João Gabriel de Lima. O Estado de S. Paulo, 18.09.2021. Adaptado)
(B) impor limites [instituir por limites]
(C) retomar a discussão [resgatar da discussão] Assinale a alternativa em que o sinal indicativo de crase foi
(D) impedir o progresso [obstaculizar ao progresso] empregado corretamente.
(E) monitoram os passos [controlam aos passos] (A) À imprensa independente cabe divulgar os fatos e garantir
à população debates de alto nível.
21.(VUNESP - ENG (PREF TAUBATÉ)/PREF TAUBATÉ/SEGU- (B) A sociedade civil está atenta à projetos de preservação do
RANÇA DO TRABALHO/2022) meio ambiente e à idoneidade das empresas.
Leia o texto para responder à questão. (C) A Europa está se prontificando à ser um exemplo de suces-
Um futuro mais verde e digital so na economia verde, conduzindo a sociedade à uma visão
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em inovadora de progresso.
seu discurso anual ressaltou a ideia que tem vertebrado suas entre- (D) Segundo às diretrizes do “European Green Deal” contra às
vistas: levar a Europa a um futuro cada vez mais “verde” e “digital”. mudanças climáticas, setores de energia não renovável estão
As duas palavras resumem as linhas mestras da política e com os dias contados.
da economia no futuro. Não é possível fugir à revolução digital (E) Integrantes da sociedade civil, à fim de disseminar valores
que, nos últimos 30 anos, transformou o mundo. Já há algum transnacionais, dão preferência às redes virtuais como instru-
tempo a lista das principais empresas do planeta não é encabeçada mento de conscientização.
por companhias petrolíferas ou de varejo. Apple, Google, Microsoft,
Amazon e Facebook revezam-se nos cinco primeiros lugares. Todas 22.(VUNESP - AG (PREF V PAULISTA)/PREF V PAULISTA/TÉC-
americanas – os Estados Unidos lideram a revolução digital. NICO EM GESTÃO/2021)
Segundo a norma-padrão da língua portuguesa, quanto à re-
A Europa, por sua vez, quer ser líder na transição para a gência e ao emprego da crase, assinale a alternativa correta.
economia verde. “Existem alguns valores que se tornaram trans- (A) As pessoas lembram sempre de que devem consultar o
nacionais, e a preservação do planeta é umdeles”, diz Cesar Ro- dentista, mas não ficam a vontade.
dríguez-Garavito, professor da Universidade de Nova York. O com- (B) Todo bebê, à partir de 6 meses, deveria ser levado no den-
bate às mudanças climáticas exige a colaboração entre países. tista para uma avaliação bucal.
Nada mais naturalque uma união de nações dê o pontapé inicial. (C) Graças à Deus, o dentista reviu ao tratamento bucal da-
quele menino.
Lapidado ao longo dos últimos anos, o “European Green (D) Em relação à saúde, convém que cada um cuide de sua
Deal” é ambicioso. Seguidas suas diretrizes, negócios relaciona- própria higiene bucal.
dos com extração de petróleo e fabricação decarros a gasolina (E) Ele obedeceu à seu pai, mas preferia brincar do que tratar
deixarão de existir até meados da próxima década. A ideia é dos dentes.
criar círculos virtuosos. Um exemplo: gigantes como a sueca

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23.(VUNESP - AG FISC (RIB PRETO)/PREF RP/2021) 24.(VUNESP - ESC (TJ SP)/TJ SP/”CAPITAL E INTERIOR”/2021)
Em 16 de setembro de 1620, o Mayflower zarpou da Inglater- A inflação brasileira está fora do jogo. Para começar, a últi-
ra com destino ao Novo Mundo, transportando 102 peregrinos e ma projeção do mercado, de 7,11% em 2021, supera de longe a
inaugurando a colonização do país que viria a ser os Estados Uni- meta (3,75%) e até o limite de tolerância(5,25%) p e l o
dos. Quatrocentos anos depois, no mesmo dia e no mesmo porto Conselho Monetário Nacional. Em segundo lugar, a alta de pre-
britânico de Plymouth, de onde a antiga embarcação se lançou ao ços no mercado para o próximo ano, de 3,93%,
Atlântico, um novo Mayflower, completamente diferente daquele, está bem acimado centro da meta (3,50%). Se as previsões estive-
foi oficialmente batizado. Dessa vez, porém, a missão desbravadora rem , os preços continuarão subindo rapidamente,
é outra: nos próximos dias, a nau inaugurará uma nova era nas na- enquanto o crescimento econômico será igual ou atéinferior a 2%
vegações, sem passageiros nem tripulação, viajando de forma com- – abaixo do medíocre, portanto.
pletamente autônoma.
(https://opiniao.estadao.com.br. Adaptado)
O Mayflower do século XXI é efetivamente guiado pela tecno-
logia, e não por pessoas — mais especificamente por um software Em conformidade com a norma-padrão, as lacunas do texto
que analisa informações vindas de radares, satélites e outros equi- devem ser preenchidas, respectivamente, com:
pamentos que ajustam seu percurso e velocidade, evitando colisão (A) fixada ... estimados ... certo
com outras embarcações. O sistema tem como objetivo principal (B) fixado ... estimadas ... certas
comprovar a viabilidade de navios sem assistência humana. (C) fixados ... estimada ... certas
(D) fixadas ... estimado ... certo
Ao refazer a jornada histórica, o reluzente Mayflower não (E) fixado ... estimados ... certa
só provará sua capacidade de navegação autônoma, como também
coletará informações da vida marinha, monitorando constantemen- 25.(VUNESP - CFO/QC (ESFCEX)/ESFCEX/MAGISTÉRIO DE
te a temperatura e os níveis de sal e oxigênio das águas, além de PORTUGUÊS/2021)
verificar a existência de microplásticos poluentes no mar. Outro dis- Tendo em vista os termos destacados nas passagens – (I) E
positivo especial são os microfones, que captarão sons emitidos por que deve antes ser temido do que amado, porque o amor cobra
baleias encontradas pelo caminho. constantes provas e tem vida curta,enquanto o medo pede pouco
alimento e tem vida longa. (II) Não pode sonhar com um mundo
Apesar de toda a tecnologia e cuidados, o grau de aventura que não existe, nem contar com pessoas que vivem de ilusões. –
do projeto é inequívoco — sujeito, evidentemente, a contratempos, assinalea afirmação correta.
chuvas e trovoadas. Poucos dias depois da primeira partida do por- (A) Em (I), o termo relaciona as ideias da passagem pela noção
to de Plymouth, em 15 de junho, com 10% do percurso já concluído, de tempo posterior; em (II), o termo introduz ideia que nega
um problema no gerador a diesel forçou o retorno da embarcação a anterior.
à Inglaterra para reparo e, até 29 de junho, o barco aguardava sinal (B) Em (I), o termo relaciona as ideias da passagem pela noção
verde para zarpar novamente. de contraste; em (II), o termo introduz ideia que se acrescenta
Embora os percalços existam, a empolgação com o May- à anterior.
flower e com outros barcos do tipo não arrefeceu. Com os últimos (C) Em (I), o termo relaciona as ideias da passagem pela no-
avanços, a tecnologia já tornou semiautônomos alguns processos ção de contraposição; em (II), o termo introduz afirmação que
de carga e descarga nos portos mais avançados. Até agora, depois contradiz a anterior.
de alguns anos de testes, existem dificuldades técnicas e legais a (D) Em (I), o termo relaciona as ideias da passagem pela no-
superar antes de pôr para rodar os aguardados carros autônomos. ção de tempo simultâneo; em (II), o termo introduz ideia que
Imagine o tamanho do problema quando se trata de cargueiros e completa a anterior.
petroleiros de 10000 toneladas. Para chegar lá, as esperanças estão (E) Em (I) e (II), os termos relacionam as respectivas passagens
depositadas no sucesso de embarcações como o moderno May- introduzindo nelas a noção de contradição.
flower. Assim como a sua versão histórica, ele pode ficar marcado
como o navio pioneiro de uma grande mudança.
GABARITO
(Sabrina Brito. Águas remotas. Veja, 07.07.2021. Adaptado)

Assinale a alternativa que substitui o trecho destacado na pas-


sagem – Embora os percalços existam, a empolgação com o May- 1 A
flower e com outros barcos do tipo nãoarrefeceu – preservando o 2 E
sentido e observando a norma-padrão de concordância.
(A) Apesar de haver percalços 3 A
(B) Contanto que hajam percalços 4 B
(C) Apesar de haverem percalços
(D) Mesmo que houvessem percalços 5 C
(E) Mesmo se haja percalços 6 C
7 A

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8 E
9 A ______________________________________________________

10 E ______________________________________________________
11 D ______________________________________________________
12 C
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13 C
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14 B
15 B ______________________________________________________

16 D ______________________________________________________
17 A ______________________________________________________
18 A
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19 D
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20 A
21 A ______________________________________________________

22 D ______________________________________________________
23 A ______________________________________________________
24 C
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25 B
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ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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MATEMÁTICA

02. (IFNMG – Matemática - Gestão de Concursos) Uma linha


RESOLUÇÃO DE SITUAÇÕES-PROBLEMA, ENVOLVENDO: de produção monta um equipamento em oito etapas bem defini-
ADIÇÃO, SUBTRAÇÃO, MULTIPLICAÇÃO, DIVISÃO, POTEN- das, sendo que cada etapa gasta exatamente 5 minutos em sua
CIAÇÃO OU RADICIAÇÃO COM NÚMEROS RACIONAIS, NAS tarefa. O supervisor percebe, cinco horas e trinta e cinco minutos
SUAS REPRESENTAÇÕES FRACIONÁRIA OU DECIMAL depois do início do funcionamento, que a linha parou de funcionar.
Como a linha monta apenas um equipamento em cada processo de
oito etapas, podemos afirmar que o problema foi na etapa:
A resolução de problemas matemáticos envolve a aplicação de (A) 2
uma variedade de recursos matemáticos, sendo que os princípios (B) 3
algébricos se destacam como uma parte fundamental desse proces- (C) 5
so. Esses princípios são classificados de acordo com a complexidade (D) 7
e a abordagem dos conteúdos matemáticos.
A prática constante na resolução de questões desse tipo é o Resolução:
que proporciona o desenvolvimento de habilidades cada vez maio- Um equipamento leva 8.5 = 40 minutos para ser montado.
res para enfrentar problemas dessa natureza. 5h30 = 60.5 + 30 = 330 minutos
Exemplos: 330min : 40min = 8 equipamentos + 20 minutos (resto)
20min : 5min = 4 etapas
01. (Câmara Municipal de São José dos Campos/SP – Analista Como as alternativas não apresentam a etapa 4, provavelmen-
Técnico Legislativo – Designer Gráfico – VUNESP) Em um condomí- te, o problema ocorreu na etapa 3.
nio, a caixa d’água do bloco A contém 10 000 litros a mais de água Resposta: B.
do que a caixa d’água do bloco B. Foram transferidos 2 000 litros de
água da caixa d’água do bloco A para a do bloco B, ficando o bloco 03. (EBSERH/HU-UFGD – Técnico em Informática – AOCP) Joa-
A com o dobro de água armazenada em relação ao bloco B. Após a na pretende dividir um determinado número de bombons entre
transferência, a diferença das reservas de água entre as caixas dos seus 3 filhos. Sabendo que o número de bombons é maior que 24 e
blocos A e B, em litros, vale menor que 29, e que fazendo a divisão cada um dos seus 3 filhos re-
(A) 4 000. ceberá 9 bombons e sobrará 1 na caixa, quantos bombons ao todo
(B) 4 500. Joana possui?
(C) 5 000. (A) 24.
(D) 5 500. (B) 25.
(E) 6 000. (C) 26.
(D) 27.
Resolução: (E) 28
A = B + 10000 ( I )
Transferidos: A – 2000 = 2.B , ou seja, A = 2.B + 2000 ( II ) Resolução:
Substituindo a equação ( II ) na equação ( I ), temos: Sabemos que 9 . 3 = 27 e que, para sobrar 1, devemos fazer 27
2.B + 2000 = B + 10000 + 1 = 28.
2.B – B = 10000 – 2000 Resposta: E.
B = 8000 litros (no início)
Assim, A = 8000 + 10000 = 18000 litros (no início) 04. (Câmara Municipal de São José dos Campos/SP – Analista
Portanto, após a transferência, fica: Técnico Legislativo – Designer Gráfico – VUNESP) Na biblioteca de
A’ = 18000 – 2000 = 16000 litros um instituto de física, para cada 2 livros de matemática, existem 3
B’ = 8000 + 2000 = 10000 litros de física. Se o total de livros dessas duas disciplinas na biblioteca é
Por fim, a diferença é de : 16000 – 10000 = 6000 litros igual a 1 095, o número de livros de física excede o número de livros
Resposta: E. de matemática em
(A) 219.
(B) 405.
(C) 622.
(D) 812.
(E) 1 015.

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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA

Resolução: Observações:
, ou seja, 3.M = 2.F ( I ) – Todo número natural é múltiplo de si mesmo.
– Todo número natural é múltiplo de 1.
M + F = 1095 , ou seja, M = 1095 – F ( II ) – Todo número natural, diferente de zero, tem infinitos múlti-
Vamos substituir a equação ( II ) na equação ( I ): plos.
3 . (1095 – F) = 2.F - O zero é múltiplo de qualquer número natural.
3285 – 3.F = 2.F
5.F = 3285 Máximo Divisor Comum
F = 3285 / 5 O máximo divisor comum de dois ou mais números naturais
F = 657 (física) não-nulos é o maior dos divisores comuns desses números.
Assim: M = 1095 - 657 = 438 (matemática) Para calcular o m.d.c de dois ou mais números, devemos seguir
A diferença é: 657 – 438 = 219 as etapas:
Resposta: A. • Decompor o número em fatores primos
• Tomar o fatores comuns com o menor expoente
05. (CEFET – Auxiliar em Administração – CESGRANRIO) Caio • Multiplicar os fatores entre si.
é 15 cm mais alto do que Pedro. Pedro é 6 cm mais baixo que João.
João é 7 cm mais alto do que Felipe. Qual é, em cm, a diferença Exemplo:
entre as alturas de Caio e de Felipe?
(A) 1 15 3 24 2
(B) 2
(C) 9 5 5 12 2
(D) 14 1 6 2
(E) 16
3 3
Resolução: 1
Caio = Pedro + 15cm
Pedro = João – 6cm 15 = 3.5 24 = 23.3
João = Felipe + 7cm , ou seja: Felipe = João – 7
Caio – Felipe = ? O fator comum é o 3 e o 1 é o menor expoente.
Pedro + 15 – (João – 7) = m.d.c
João – 6 + 15 – João + 7 = 16 (15,24) = 3
Resposta: E.
Mínimo Múltiplo Comum
O mínimo múltiplo comum (m.m.c) de dois ou mais números é
MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM; MÁXIMO DIVISOR COMUM o menor número, diferente de zero.

Múltiplos Para calcular devemos seguir as etapas:


Um número é múltiplo de outro quando ao dividirmos o pri- • Decompor os números em fatores primos
meiro pelo segundo, o resto é zero. • Multiplicar os fatores entre si

Exemplo Exemplo:

15,24 2
15,12 2
15,6 2
15,3 3
O conjunto de múltiplos de um número natural não-nulo é in- 5,1 5
finito e podemos consegui-lo multiplicando-se o número dado por 1
todos os números naturais.
M(3)={0,3,6,9,12,...} Para o mmc, fica mais fácil decompor os dois juntos.
Basta começar sempre pelo menor primo e verificar a divisão
Divisores com algum dos números, não é necessário que os dois sejam divisí-
Os números 12 e 15 são múltiplos de 3, portanto 3 é divisor de veis ao mesmo tempo.
12 e 15. Observe que enquanto o 15 não pode ser dividido, continua
D(12)={1,2,3,4,6,12} aparecendo.
D(15)={1,3,5,15}
Assim, o mmc (15,24) = 23.3.5 = 120
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38
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MATEMÁTICA

Exemplo Então será depois de 11horas que se encontrarão


O piso de uma sala retangular, medindo 3,52 m × 4,16 m, será 7+11=18h
revestido com ladrilhos quadrados, de mesma dimensão, inteiros,
de forma que não fique espaço vazio entre ladrilhos vizinhos. Os
ladrilhos serão escolhidos de modo que tenham a maior dimensão PORCENTAGEM
possível.
Na situação apresentada, o lado do ladrilho deverá medir
Porcentagem é uma fração cujo denominador é 100, seu sím-
(A) mais de 30 cm. bolo é (%). Sua utilização está tão disseminada que a encontramos
(B) menos de 15 cm. nos meios de comunicação, nas estatísticas, em máquinas de cal-
(C) mais de 15 cm e menos de 20 cm. cular, etc.
(D) mais de 20 cm e menos de 25 cm.
(E) mais de 25 cm e menos de 30 cm. Os acréscimos e os descontos é importante saber porque ajuda
Resposta: A. muito na resolução do exercício.

Acréscimo
352 2 416 2 Se, por exemplo, há um acréscimo de 10% a um determina-
176 2 208 2 do valor, podemos calcular o novo valor apenas multiplicando esse
valor por 1,10, que é o fator de multiplicação. Se o acréscimo for
88 2 104 2
de 20%, multiplicamos por 1,20, e assim por diante. Veja a tabela
44 2 52 2 abaixo:
22 2 26 2
11 11 13 13 ACRÉSCIMO OU LUCRO FATOR DE MULTIPLICAÇÃO
1 1 10% 1,10
15% 1,15
Devemos achar o mdc para achar a maior medida possível
E são os fatores que temos iguais:25=32 20% 1,20
47% 1,47
Exemplo
67% 1,67
(MPE/SP – Oficial de Promotora I – VUNESP/2016) No aero-
porto de uma pequena cidade chegam aviões de três companhias
Exemplo: Aumentando 10% no valor de R$10,00 temos:
aéreas. Os aviões da companhia A chegam a cada 20 minutos, da
companhia B a cada 30 minutos e da companhia C a cada 44 mi-
10 x 1,10 = R$ 11,00
nutos. Em um domingo, às 7 horas, chegaram aviões das três com-
panhias ao mesmo tempo, situação que voltará a se repetir, nesse
Desconto
mesmo dia, às:
No caso de haver um decréscimo, o fator de multiplicação será:
(A) 16h 30min.
Fator de Multiplicação =1 - taxa de desconto (na forma decimal)
(B) 17h 30min.
Veja a tabela abaixo:
(C) 18h 30min.
(D) 17 horas.
(E) 18 horas. DESCONTO FATOR DE MULTIPLICAÇÃO
10% 0,90
Resposta: E.
25% 0,75
20,30,44 2 34% 0,66
10,15,22 2 60% 0,40
5,15,11 3 90% 0,10
5,5,11 5
Exemplo: Descontando 10% no valor de R$10,00 temos:
1,1,11 11
1,1,1 10 X 0,90 = R$ 9,00

Mmc(20,30,44)=2².3.5.11=660 Chamamos de lucro em uma transação comercial de compra e


venda a diferença entre o preço de venda e o preço de custo.
1h---60minutos Lucro=preço de venda -preço de custo
x-----660
x=660/60=11

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MATEMÁTICA

Podemos expressar o lucro na forma de porcentagem de duas Propriedade fundamental das proporções
formas: Numa proporção:

Os números A e D são denominados extremos enquanto os nú-


meros B e C são os meios e vale a propriedade: o produto dos meios
é igual ao produto dos extremos, isto é:
Exemplo AxD=BxC
(DPE/RR – Analista de Sistemas – FCC/2015) Em sala de aula
com 25 alunos e 20 alunas, 60% desse total está com gripe. Se x% Exemplo: A fração 3/4 está em proporção com 6/8, pois:
das meninas dessa sala estão com gripe, o menor valor possível
para x é igual a
(A) 8.
(B) 15.
(C) 10.
Exercício: Determinar o valor de X para que a razão X/3 esteja
(D) 6.
em proporção com 4/6.
(E) 12.
Solução: Deve-se montar a proporção da seguinte forma:
Resolução
45------100%
X-------60%
X=27

O menor número de meninas possíveis para ter gripe é se to-


dos os meninos estiverem gripados, assim apenas 2 meninas estão.
Segunda propriedade das proporções
Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença dos dois
primeiros termos está para o primeiro, ou para o segundo termo,
assim como a soma ou a diferença dos dois últimos termos está
para o terceiro, ou para o quarto termo. Então temos:
Resposta: C.

RAZÃO E PROPORÇÃO
Ou
Razão

Chama-se de razão entre dois números racionais a e b, com


b ≠ 0, ao quociente entre eles. Indica-se a razão de a para b por
a/b ou a : b. Ou
Exemplo:
Na sala do 1º ano de um colégio há 20 rapazes e 25 moças.
Encontre a razão entre o número de rapazes e o número de moças.
(lembrando que razão é divisão)
Ou

Proporção
Terceira propriedade das proporções
Proporção é a igualdade entre duas razões. A proporção entre Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença dos ante-
A/B e C/D é a igualdade: cedentes está para a soma ou a diferença dos consequentes, assim
como cada antecedente está para o seu respectivo consequente.

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MATEMÁTICA

Temos então: VELOCIDADE (M/S) TEMPO (S)


5 200
8 125
10 100
Ou 16 62,5
20 50

Quanto MAIOR a velocidade MENOS tempo??


Inversamente proporcional
Ou Se eu dobro a velocidade, eu faço o tempo pela metade.

Diretamente Proporcionais
Para decompor um número M em partes X1, X2, ..., Xn direta-
mente proporcionais a p1, p2, ..., pn, deve-se montar um sistema
com n equações e n incógnitas, sendo as somas X1+X2+...+Xn=M e
Ou
p1+p2+...+pn=P.

Grandezas Diretamente Proporcionais A solução segue das propriedades das proporções:


Duas grandezas variáveis dependentes são diretamente pro-
porcionais quando a razão entre os valores da 1ª grandeza é igual a
razão entre os valores correspondentes da 2ª, ou de uma maneira
mais informal, se eu pergunto:
Quanto mais.....mais.... Exemplo
Carlos e João resolveram realizar um bolão da loteria. Carlos
Exemplo entrou com R$ 10,00 e João com R$ 15,00. Caso ganhem o prêmio
Distância percorrida e combustível gasto de R$ 525.000,00, qual será a parte de cada um, se o combinado
entre os dois foi de dividirem o prêmio de forma diretamente pro-
DISTÂNCIA (KM) COMBUSTÍVEL (LITROS) porcional?

13 1
26 2
39 3
52 4

Quanto MAIS eu ando, MAIS combustível?


Diretamente proporcionais
Se eu dobro a distância, dobra o combustível

Grandezas Inversamente Proporcionais


Carlos ganhará R$210000,00 e Carlos R$315000,00.
Duas grandezas variáveis dependentes são inversamente pro-
porcionais quando a razão entre os valores da 1ª grandeza é igual Inversamente Proporcionais
ao inverso da razão entre os valores correspondentes da 2ª. Para decompor um número M em n partes X1, X2, ..., Xn inver-
Quanto mais....menos... samente proporcionais a p1, p2, ..., pn, basta decompor este número
M em n partes X1, X2, ..., Xn diretamente proporcionais a 1/p1, 1/p2,
Exemplo ..., 1/pn. A montagem do sistema com n equações e n incógnitas,
Velocidade x Tempo a tabela abaixo: assume que X1+X2+...+ Xn=M e além disso

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MATEMÁTICA

cuja solução segue das propriedades das proporções: Exemplos:


1) Em 8 horas, 20 caminhões descarregam 160m³ de areia. Em
5 horas, quantos caminhões serão necessários para descarregar
125m³?

Solução: montando a tabela, colocando em cada coluna as


grandezas de mesma espécie e, em cada linha, as grandezas de es-
REGRA DE TRÊS SIMPLES OU COMPOSTA pécies diferentes que se correspondem:

HORAS CAMINHÕES VOLUME


Regra de três simples
Regra de três simples é um processo prático para resolver pro- 8↑ ----- 20 ↓ ----- 160 ↑
blemas que envolvam quatro valores dos quais conhecemos três 5↑ ----- X↓ ----- 125 ↑
deles. Devemos, portanto, determinar um valor a partir dos três já
conhecidos. A seguir, devemos comparar cada grandeza com aquela onde
está o x.
Passos utilizados numa regra de três simples:
1º) Construir uma tabela, agrupando as grandezas da mesma Observe que:
espécie em colunas e mantendo na mesma linha as grandezas de Aumentando o número de horas de trabalho, podemos dimi-
espécies diferentes em correspondência. nuir o número de caminhões. Portanto a relação é inversamente
2º) Identificar se as grandezas são diretamente ou inversamen- proporcional (seta para cima na 1ª coluna).
te proporcionais. Aumentando o volume de areia, devemos aumentar o número
3º) Montar a proporção e resolver a equação. de caminhões. Portanto a relação é diretamente proporcional (seta
Um trem, deslocando-se a uma velocidade média de 400Km/h, para baixo na 3ª coluna). Devemos igualar a razão que contém o
faz um determinado percurso em 3 horas. Em quanto tempo faria termo x com o produto das outras razões de acordo com o sentido
esse mesmo percurso, se a velocidade utilizada fosse de 480km/h? das setas.
Montando a proporção e resolvendo a equação temos:
Solução: montando a tabela:

1) Velocidade (Km/h) Tempo (h) HORAS CAMINHÕES VOLUME


8↑ ----- 20 ↓ ----- 160 ↓
400 ----- 3 5↑ ----- X↓ ----- 125 ↓
480 ----- X
Obs.: Assim devemos inverter a primeira coluna ficando:
2) Identificação do tipo de relação:
HORAS CAMINHÕES VOLUME
VELOCIDADE Tempo 8 ----- 20 ----- 160
400 ↓ ----- 3↑ 5 ----- X ----- 125
480 ↓ ----- X↑

Obs.: como as setas estão invertidas temos que inverter os nú-


meros mantendo a primeira coluna e invertendo a segunda coluna
ou seja o que está em cima vai para baixo e o que está em baixo na Logo, serão necessários 25 caminhões
segunda coluna vai para cima

VELOCIDADE Tempo EQUAÇÕES DO 1º OU DO 2º GRAUS

400 ↓ ----- 3↓
Equação do 1° Grau
480 ↓ ----- X↓
Na Matemática, a equação é uma igualdade que envolve uma
ou mais incógnitas1. Quem determina o “grau” dessa equação é
480x=1200
o expoente dessa incógnita, ou seja, se o expoente for 1, temos a
X=25
equação do 1º grau. Se o expoente for 2, a equação será do 2º grau;
se o expoente for 3, a equação será de 3º grau. Exemplos:
Regra de três composta
4x + 2 = 16 (equação do 1º grau)
Regra de três composta é utilizada em problemas com mais de
x² + 2x + 4 = 0 (equação do 2º grau)
duas grandezas, direta ou inversamente proporcionais.
x³ + 2x² + 5x – 2 = 0 (equação do 3º grau)

1 https://escolakids.uol.com.br/matematica/equacao-primeiro-grau.
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MATEMÁTICA

A equação do 1º grau é apresentada da seguinte forma: Vamos analisar os números que estão no mesmo lado da
incógnita, o 4 e o 2. O número 2 está somando e vai para o outro
lado da igualdade subtraindo e o número 4, que está multiplicando,
passa para o outro lado dividindo.
É importante dizer que a e b representam qualquer número real
e a é diferente de zero (a 0). A incógnita x pode ser representada por
qualquer letra, contudo, usualmente, utilizamos x ou y como valor
a ser encontrado para o resultado da equação. O primeiro membro
da equação são os números do lado esquerdo da igualdade, e o
segundo membro, o que estão do lado direito da igualdade.

Como resolver uma equação do primeiro grau


Para resolvermos uma equação do primeiro grau, devemos
achar o valor da incógnita (que vamos chamar de x) e, para que isso
seja possível, é só isolar o valor do x na igualdade, ou seja, o x deve
ficar sozinho em um dos membros da equação.
O próximo passo é analisar qual operação está sendo feita no 4° exemplo:
mesmo membro em que se encontra x e “jogar” para o outro lado Esse exemplo envolve números negativos e, antes de passar
da igualdade fazendo a operação oposta e isolando x. o número para o outro lado, devemos sempre deixar o lado da
1° exemplo: incógnita positivo, por isso vamos multiplicar toda a equação por -1.

Nesse caso, o número que aparece do mesmo lado de x é o 4 e


ele está somando. Para isolar a incógnita, ele vai para o outro lado
Passando o número 3, que está multiplicando x, para o outro
da igualdade fazendo a operação inversa (subtração):
lado, teremos:

2° exemplo:

— Propriedade Fundamental das Equações


A propriedade fundamental das equações é também chamada
O número que está do mesmo lado de x é o 12 e ele está de regra da balança. Não é muito utilizada no Brasil, mas tem
subtraindo. Nesse exemplo, ele vai para o outro lado da igualdade a vantagem de ser uma única regra. A ideia é que tudo que for
com a operação inversa, que é a soma: feito no primeiro membro da equação deve também ser feito no
segundo membro com o objetivo de isolar a incógnita para se obter
o resultado. Veja a demonstração nesse exemplo:

3° exemplo:
Começaremos com a eliminação do número 12. Como ele
está somando, vamos subtrair o número 12 nos dois membros da
equação:

Para finalizar, o número 3 que está multiplicando a incógnita


será dividido por 3 nos dois membros da equação:

htm#:~:text=Na%20Matem%C3%A1tica%2C%20a%20equa%C3%A7%-
C3%A3o%20%C3%A9,equa%C3%A7%C3%A3o%20ser%C3%A1%20
de%203%C2%BA%20grau.
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43
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MATEMÁTICA

Equação do 2° Grau Nessa fórmula, a, b e c são os coeficientes da equação do


segundo grau. Na equação: 4x² – 4x – 24 = 0, por exemplo, os
Toda equação que puder ser escrita na forma ax2 + bx + c = 0 coeficientes são: a = 4, b = – 4 e c = – 24. Substituindo esses números
será chamada equação do segundo grau2. O único detalhe é que na fórmula do discriminante, teremos:
a, b e c devem ser números reais, e a não pode ser igual a zero em Δ = b² – 4 · a · c
hipótese alguma. Δ= (– 4)² – 4 · 4 · (– 24)
Uma equação é uma expressão que relaciona números Δ = 16 – 16 · (– 24)
conhecidos (chamados coeficientes) a números desconhecidos Δ = 16 + 384
(chamados incógnitas), por meio de uma igualdade. Resolver uma Δ = 400
equação é usar as propriedades dessa igualdade para descobrir
o valor numérico desses números desconhecidos. Como eles — Quantidade de soluções de uma equação
são representados pela letra x, podemos dizer que resolver uma As equações do segundo grau podem ter até duas soluções
equação é encontrar os valores que x pode assumir, fazendo com reais4. Por meio do discriminante, é possível descobrir quantas
que a igualdade seja verdadeira. soluções a equação terá. Muitas vezes, o exercício solicita isso em
vez de perguntar quais as soluções de uma equação. Então, nesse
— Como resolver equações do 2º grau? caso, não é necessário resolvê-la, mas apenas fazer o seguinte:
Conhecemos como soluções ou raízes da equação ax² + bx + c = Se Δ < 0, a equação não possui soluções reais.
0 os valores de x que fazem com que essa equação seja verdadeira3. Se Δ = 0, a equação possui apenas uma solução real.
Uma equação do 2º grau pode ter no máximo dois números reais Se Δ > 0, a equação possui duas soluções reais.
que sejam raízes dela. Para resolver equações do 2º grau completas,
existem dois métodos mais comuns: Isso acontece porque, na fórmula de Bhaskara, calcularemos a
- Fórmula de Bhaskara; raiz de Δ. Se o discriminante é negativo, é impossível calcular essas
- Soma e produto. raízes.

O primeiro método é bastante mecânico, o que faz com 3) Encontrar as soluções da equação
que muitos o prefiram. Já para utilizar o segundo, é necessário o Para encontrar as soluções de uma equação do segundo
conhecimento de múltiplos e divisores. Além disso, quando as grau usando fórmula de Bhaskara, basta substituir coeficientes e
soluções da equação são números quebrados, soma e produto não discriminante na seguinte expressão:
é uma alternativa boa.

— Fórmula de Bhaskara

1) Determinar os coeficientes da equação


Os coeficientes de uma equação são todos os números que não Observe a presença de um sinal ± na fórmula de Bhaskara.
são a incógnita dessa equação, sejam eles conhecidos ou não. Para Esse sinal indica que deveremos fazer um cálculo para √Δ positivo
isso, é mais fácil comparar a equação dada com a forma geral das e outro para √Δ negativo. Ainda no exemplo 4x2 – 4x – 24 = 0,
equações do segundo grau, que é: ax2 + bx + c = 0. Observe que substituiremos seus coeficientes e seu discriminante na fórmula de
o coeficiente “a” multiplica x2, o coeficiente “b” multiplica x, e o Bhaskara:
coeficiente “c” é constante.
Por exemplo, na seguinte equação:
x² + 3x + 9 = 0

O coeficiente a = 1, o coeficiente b = 3 e o coeficiente c = 9.

Na equação:
– x² + x = 0

O coeficiente a = – 1, o coeficiente b = 1 e o coeficiente c = 0.


2) Encontrar o discriminante
O discriminante de uma equação do segundo grau é
representado pela letra grega Δ e pode ser encontrado pela seguinte
fórmula:
Δ = b² – 4·a·c

2 https://escolakids.uol.com.br/matematica/equacoes-segundo-grau.
htm#:~:text=Toda%20equa%C3%A7%C3%A3o%20que%20puder%20 Então, as soluções dessa equação são 3 e – 2, e seu conjunto de
ser,a%20zero%20em%20hip%C3%B3tese%20alguma. solução é: S = {3, – 2}.
3 https://www.preparaenem.com/matematica/equacao-do-2-grau. 4 https://mundoeducacao.uol.com.br/matematica/discriminante-u-
htm ma-equacao-segundo-grau.htm
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MATEMÁTICA

— Soma e Produto Em cada caso, é possível utilizar métodos diferentes para


Nesse método é importante conhecer os divisores de um encontrar o conjunto de soluções da equação. Por mais que seja
número. Ele se torna interessante quando as raízes da equação são possível resolvê-la utilizando a fórmula de Bhaskara, os métodos
números inteiros, porém, quando são um número decimal, esse específicos de cada equação incompleta acabam sendo menos
método fica bastante complicado. trabalhosos. A diferença entre a equação completa e a equação
A soma e o produto é uma relação entre as raízes x1 e x2 da incompleta é que naquela todos os coeficientes são diferentes de 0,
equação do segundo grau, logo devemos buscar quais são os já nesta pelo menos um dos seus coeficientes é zero.
possíveis valores para as raízes que satisfazem a seguinte relação:
Como Resolver Equações do 2º Grau Incompletas
Para encontrar as soluções de uma equação do 2º grau, é
bastante comum a utilização da fórmula de Bhaskara, porém
existem métodos específicos para cada um dos casos de equações
incompletas, a seguir veremos cada um deles.
Quando c = 0
Quando o c = 0, a equação do 2º grau é incompleta e é uma
Exemplo: Encontre as soluções para a equação x² – 5x + 6 = 0. equação do tipo ax² + bx = 0. Para encontrar seu conjunto de
1º passo: encontrar a, b e c. soluções, colocamos a variável x em evidência, reescrevendo essa
a=1 equação como uma equação produto. Vejamos um exemplo a
b = -5 seguir.
c=6 Exemplo: Encontre as soluções da equação 2x² + 5x = 0.
1º passo: colocar x em evidência.
2º passo: substituir os valores de a, b e c na fórmula. Reescrevendo a equação colocando x em evidência, temos que:
2x² + 5x = 0
x · (2x + 5) = 0

2º passo: separar a equação produto em dois casos.


Para que a multiplicação entre dois números seja igual a zero,
um deles tem que ser igual a zero, no caso, temos que:
x · (2x + 5) = 0
x = 0 ou 2x + 5 = 0

3º passo: encontrar as soluções.


Já encontramos a primeira solução, x = 0, agora falta encontrar
o valor de x que faz com que 2x + 5 seja igual a zero, então, temos
que:
3º passo: encontrar o valor de x1 e x2 analisando a equação. 2x + 5 = 0
Nesse caso, estamos procurando dois números cujo produto 2x = -5
seja igual a 6 e a soma seja igual a 5. x = -5/2
Os números cuja multiplicação é igual a 6 são:
I. 6 x 1 = 6 Então encontramos as duas soluções da equação, x = 0 ou x =
II. 3 x 2 =6 -5/2.
III. (-6) x (-1) = 6
IV. (-3) x (-2) = 6 Quando b = 0
Quando b = 0, encontramos uma equação incompleta do tipo
Dos possíveis resultados, vamos buscar aquele em que a soma ax² + c = 0. Nesse caso, vamos isolar a variável x até encontrar as
seja igual a 5. Note que somente a II possui soma igual a 5, logo as possíveis soluções da equação. Vejamos um exemplo:
raízes da equação são x1 = 3 e x2 = 2. Exemplo: Encontre as soluções da equação 3x² – 12 = 0.
Para encontrar as soluções, vamos isolar a variável.
— Equação do 2º Grau Incompleta 3x² – 12 = 0
Equação do 2º grau é incompleta quando ela possui b e/ou c 3x² = 12
iguais a zero4. Existem três tipos dessas equações, cada um com um x² = 12 : 3
método mais adequado para sua resolução. x² = 4
Uma equação do 2º grau é conhecida como incompleta quando
um dos seus coeficientes, b ou c, é igual a zero. Existem três casos Ao extrair a raiz no segundo membro, é importante lembrar que
possíveis de equações incompletas, que são: existem sempre dois números e que, ao elevarmos ao quadrado,
- Equações que possuem b = 0, ou seja, ax² + c = 0; encontramos como solução o número 4 e, por isso, colocamos o
- Equações que possuem c = 0, ou seja, ax² + bx = 0; símbolo de ±.
- Equações em que b = 0 e c = 0, então a equação será ax² = 0. x = ±√4
x = ±2
Então as soluções possíveis são x = 2 e x = -2.
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MATEMÁTICA

Quando b = 0 e c = 0 Para adicionarmos as duas equações e a soma de uma das in-


Quando tanto o coeficiente b quanto o coeficiente c são iguais cógnitas de zero, teremos que multiplicar a primeira equação por
a zero, a equação será do tipo ax² = 0 e terá sempre como única – 3.
solução x = 0. Vejamos um exemplo a seguir.
Exemplo:
3x² = 0
x² = 0 : 3
x² = 0
x = ±√0
x = ±0 Teremos:
x=0

SISTEMA DE EQUAÇÕES DO 1º GRAU;

Um sistema de equação de 1º grau com duas incógnitas é for- Adicionando as duas equações:
mado por: duas equações de 1º grau com duas incógnitas diferen-
tes em cada equação. Veja um exemplo:

Para descobrirmos o valor de x basta escolher uma das duas


• Resolução de sistemas equações e substituir o valor de y encontrado:
Existem dois métodos de resolução dos sistemas. Vejamos: x + y = 20 → x + 12 = 20 → x = 20 – 12 → x = 8
Portanto, a solução desse sistema é: S = (8, 12).
• Método da substituição
Consiste em escolher uma das duas equações, isolar uma das Exemplos:
incógnitas e substituir na outra equação, veja como: (SABESP – APRENDIZ – FCC) Em uma gincana entre as três equi-
pes de uma escola (amarela, vermelha e branca), foram arrecada-
dos 1 040 quilogramas de alimentos. A equipe amarela arrecadou
Dado o sistema , enumeramos as equações. 50 quilogramas a mais que a equipe vermelha e esta arrecadou 30
quilogramas a menos que a equipe branca. A quantidade de alimen-
tos arrecadada pela equipe vencedora foi, em quilogramas, igual a
(A) 310
(B) 320
(C) 330
Escolhemos a equação 1 (pelo valor da incógnita de x ser 1) e (D) 350
isolamos x. Teremos: x = 20 – y e substituímos na equação 2. (E) 370
3 (20 – y) + 4y = 72, com isso teremos apenas 1 incógnita. Re-
solvendo: Resolução:
60 – 3y + 4y = 72 → -3y + 4y = 72 -60 → y = 12 Amarela: x
Para descobrir o valor de x basta substituir 12 na equação x = Vermelha: y
20 – y. Logo: Branca: z
x = 20 – y → x = 20 – 12 →x = 8 x = y + 50
Portanto, a solução do sistema é S = (8, 12) y = z - 30
z = y + 30
Método da adição
Esse método consiste em adicionar as duas equações de tal
forma que a soma de uma das incógnitas seja zero. Para que isso
aconteça será preciso que multipliquemos algumas vezes as duas
equações ou apenas uma equação por números inteiros para que a
soma de uma das incógnitas seja zero. Substituindo a II e a III equação na I:

Dado o sistema

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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA

Substituindo na equação II
x = 320 + 50 = 370
z=320+30=350
A equipe que mais arrecadou foi a amarela com 370kg

Resposta: E

(SABESP – ANALISTA DE GESTÃO I -CONTABILIDADE – FCC) Em um campeonato de futebol, as equipes recebem, em cada jogo, três
pontos por vitória, um ponto em caso de empate e nenhum ponto se forem derrotadas. Após disputar 30 partidas, uma das equipes desse
campeonato havia perdido apenas dois jogos e acumulado 58 pontos. O número de vitórias que essa equipe conquistou, nessas 30 parti-
das, é igual a
(A) 12
(B) 14
(C) 16
(D) 13
(E) 15

Resolução:
Vitórias: x
Empate: y
Derrotas: 2
Pelo método da adição temos:

Resposta: E

GRANDEZAS E MEDIDAS – QUANTIDADE, TEMPO, COMPRIMENTO, SUPERFÍCIE, CAPACIDADE E MASSA

UNIDADES DE COMPRIMENTO
km hm dam m dm cm mm
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m

Os múltiplos do metro são utilizados para medir grandes distâncias, enquanto os submúltiplos, para pequenas distâncias. Para medi-
das milimétricas, em que se exige precisão, utilizamos:

mícron (µ) = 10-6 m angströn (Å) = 10-10 m

Para distâncias astronômicas utilizamos o Ano-luz (distância percorrida pela luz em um ano):
Ano-luz = 9,5 · 1012 km

Exemplos de Transformação
1m=10dm=100cm=1000mm=0,1dam=0,01hm=0,001km
1km=10hm=100dam=1000m

Ou seja, para transformar as unidades, quando “ andamos” para direita multiplica por 10 e para a esquerda divide por 10.
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MATEMÁTICA

Superfície
A medida de superfície é sua área e a unidade fundamental é o metro quadrado(m²).

Para transformar de uma unidade para outra inferior, devemos observar que cada unidade é cem vezes maior que a unidade imedia-
tamente inferior. Assim, multiplicamos por cem para cada deslocamento de uma unidade até a desejada.

UNIDADES DE ÁREA
km 2
hm 2
dam 2
m2 dm2 cm2 mm2
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado
1000000m2 10000m2 100m2 1m2 0,01m2 0,0001m2 0,000001m2

Exemplos de Transformação
1m²=100dm²=10000cm²=1000000mm²
1km²=100hm²=10000dam²=1000000m²

Ou seja, para transformar as unidades, quando “ andamos” para direita multiplica por 100 e para a esquerda divide por 100.

Volume
Os sólidos geométricos são objetos tridimensionais que ocupam lugar no espaço. Por isso, eles possuem volume. Podemos encontrar
sólidos de inúmeras formas, retangulares, circulares, quadrangulares, entre outras, mas todos irão possuir volume e capacidade.

UNIDADES DE VOLUME
km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico
1000000000m3 1000000m3 1000m3 1m3 0,001m3 0,000001m3 0,000000001m3

Capacidade
Para medirmos a quantidade de leite, sucos, água, óleo, gasolina, álcool entre outros utilizamos o litro e seus múltiplos e submúltiplos,
unidade de medidas de produtos líquidos.
Se um recipiente tem 1L de capacidade, então seu volume interno é de 1dm³

1L=1dm³

UNIDADES DE CAPACIDADE
kl hl dal l dl cl ml
Quilolitro Hectolitro Decalitro Litro Decilitro Centilitro Mililitro
1000l 100l 10l 1l 0,1l 0,01l 0,001l

Massa

Unidades de Massa
kg hg dag g dg cg mg
Quilograma Hectograma Decagrama Grama Decigrama Centigrama Miligrama
1000g 100g 10g 1g 0,1g 0,01g 0,001

Toda vez que andar 1 casa para direita, multiplica por 10 e quando anda para esquerda divide por 10.
E uma outra unidade de massa muito importante é a tonelada
1 tonelada=1000kg

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MATEMÁTICA

Tempo Multiplicação
A unidade fundamental do tempo é o segundo(s). Pedro pensou em estudar durante 2h 40 minutos, mas demo-
É usual a medição do tempo em várias unidades, por exemplo: rou o dobro disso. Quanto tempo durou o estudo?
dias, horas, minutos
2h 40 minutos
Transformação de unidades
Deve-se saber: x2
1 dia=24horas ----------------------------
1hora=60minutos
4h 80 minutos OU
1 minuto=60segundos
1hora=3600s 5h 20 minutos

Adição de tempo Divisão


Exemplo: Estela chegou ao 15h 35minutos. Lá, bateu seu recor- 5h 20 minutos : 2
de de nado livre e fez 1 minuto e 25 segundos. Demorou 30 minutos
para chegar em casa. Que horas ela chegou? 2
5h 20 minutos

15h 35 minutos 1h 20 minutos 2h 40 minutos


1 minutos 25 segundos 80 minutos
30 minutos 0
--------------------------------------------------
1h 20 minutos, transformamos para minutos :60+20=80minu-
15h 66 minutos 25 segundos tos

Não podemos ter 66 minutos, então temos que transferir para


as horas, sempre que passamos de um para o outro tem que ser na RELAÇÃO ENTRE GRANDEZAS – TABELA OU GRÁFICO
mesma unidade, temos que passar 1 hora=60 minutos
Então fica: 16h6 minutos 25segundos
Vamos utilizar o mesmo exemplo para fazer a operação inversa. A relação entre grandezas pode ser mais bem compreendida
por meio do uso de tabelas e gráficos, que são ferramentas essen-
Subtração ciais na representação e análise de dados. Tabelas e gráficos são
Vamos dizer que sabemos que ela chegou em casa as 16h6 mi- amplamente utilizados em diversas áreas, como ciência, economia,
nutos 25 segundos e saiu de casa às 15h 35 minutos. Quanto tempo estatística, educação e muitas outras, para apresentar informações
ficou fora? de forma organizada e visualmente acessível.
As tabelas podem mostrar a relação entre duas ou mais gran-
dezas de forma direta. Por exemplo, em uma tabela de vendas, as
11h 60 minutos colunas podem representar o tempo (mês), a quantidade de pro-
16h 6 minutos 25 segundos dutos vendidos e a receita gerada. Ao analisar a tabela, é possível
identificar como a quantidade de produtos vendidos e a receita
-15h 35 min estão relacionadas ao longo do tempo.
-------------------------------------------------- Os gráficos são especialmente úteis para representar a relação
entre grandezas. Gráficos de dispersão, por exemplo, mostram
Não podemos tirar 6 de 35, então emprestamos, da mesma for- como duas grandezas estão relacionadas, geralmente exibindo
ma que conta de subtração. pontos no plano cartesiano. Gráficos de barras e de linhas podem
1hora=60 minutos mostrar como as grandezas variam em relação a uma terceira
variável, como o tempo.
15h 66 minutos 25 segundos
— Tabelas
15h 35 minutos As tabelas são uma representação não textual de informações,
-------------------------------------------------- onde os dados numéricos ocupam um papel central. Seu propósito
é organizar informações de maneira ordenada, clara e concisa, per-
0h 31 minutos 25 segundos mitindo a fácil interpretação dos dados em um espaço mínimo.

Componentes de uma tabela


Uma tabela estatística consiste em elementos essenciais e
elementos complementares. Os elementos essenciais incluem:

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MATEMÁTICA

Título: uma descrição que precede a tabela, fornecendo informações sobre o que está sendo observado, bem como o local e a data
da pesquisa.
Corpo: a parte principal da tabela, composta por linhas e colunas que contêm os dados.
Cabeçalho: a seção superior da tabela que identifica o conteúdo das colunas.
Coluna indicadora: a parte da tabela que descreve o conteúdo das linhas.

Os elementos complementares podem incluir:

Fonte: a entidade responsável por fornecer os dados ou criar a tabela.


Notas: informações gerais destinadas a esclarecer o conteúdo da tabela.
Chamadas: informações específicas usadas para explicar ou definir dados em uma parte da tabela. As chamadas são numeradas com
algarismos arábicos, posicionados à esquerda nas células e à direita na coluna indicadora. Esses elementos complementares geralmente
são encontrados no rodapé da tabela, na ordem em que foram mencionados

.
Gráficos

Uma maneira alternativa de apresentar informações estatísticas é por meio de gráficos, que são representações visuais. Os gráficos
são altamente eficazes na apresentação de dados, proporcionando uma compreensão mais rápida e facilitada do comportamento dos
fenômenos em estudo.
Um gráfico é, fundamentalmente, uma representação gráfica de dados que é derivada de uma tabela. Embora as tabelas ofereçam
uma representação precisa e permitam uma análise detalhada dos dados, os gráficos são mais adequados para situações em que se
deseja fornecer uma impressão rápida e fácil do fenômeno em questão.
É importante ressaltar que tanto os gráficos quanto as tabelas têm finalidades distintas, e a escolha entre eles depende do objetivo
da apresentação. Frequentemente, a utilização de um não exclui o uso do outro, e ambos podem ser empregados complementarmente.

Ao criar um gráfico, é necessário observar algumas diretrizes gerais:


1) Os gráficos geralmente são criados em um sistema de eixos chamado sistema cartesiano ortogonal. A variável independente é
representada no eixo horizontal (abscissas), enquanto a variável dependente é colocada no eixo vertical (ordenadas). O ponto de partida
no eixo vertical deve ser sempre zero, que é o ponto de encontro dos eixos.

2) Intervalos iguais de medidas devem corresponder a intervalos iguais nas escalas. Por exemplo, se o intervalo de 10-15 kg corres-
ponder a 2 cm na escala, o intervalo de 40-45 kg também deverá corresponder a 2 cm, enquanto o intervalo de 40-50 kg corresponderá
a 4 cm.
3) O gráfico deve conter um título, indicar a fonte dos dados, apresentar notas e legendas. Todas essas informações são essenciais
para que o gráfico seja compreensível por si só, sem depender de um texto explicativo.
4) O formato do gráfico deve ser aproximadamente quadrado, evitando problemas de escala que possam interferir na interpretação
correta dos dados.

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Tipos de Gráficos

Estereogramas: são representações gráficas em que as grandezas são indicadas por meio de volumes. Normalmente, esses gráficos
são elaborados em um sistema de coordenadas bidimensional, embora também possam ser criados em um sistema tridimensional para
destacar a relação entre três variáveis.

Cartogramas: são representações em cartas geográficas (mapas).

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MATEMÁTICA

Pictogramas ou gráficos pictóricos: são representações visuais compostas principalmente por ilustrações, projetadas para serem
visualmente atrativas e direcionadas a um público amplo e diversificado. No entanto, eles não são adequados para situações que
demandam precisão detalhada.

Diagramas

São representações gráficas bidimensionais que são amplamente utilizadas devido à sua simplicidade e facilidade de criação. Eles
podem ser categorizados em vários tipos, incluindo gráficos de colunas, gráficos de barras, gráficos de linhas ou curvas, e gráficos de
setores.

a) Gráfico de colunas: neste tipo de gráfico, as grandezas são comparadas por meio de retângulos de largura igual, dispostos verti-
calmente, com alturas proporcionais às grandezas. A distância entre os retângulos deve ser, no mínimo, igual a 1/2 e, no máximo, 2/3 da
largura da base dos retângulos.

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MATEMÁTICA

b) Gráfico de barras: este tipo de gráfico segue as mesmas orientações do gráfico de colunas, com a única diferença sendo a disposi-
ção horizontal dos retângulos. É preferido quando as etiquetas nos retângulos são mais extensas que suas bases.

c) Gráfico de linhas ou curvas: neste tipo de gráfico, os pontos são posicionados em um plano de acordo com suas coordenadas e,
em seguida, conectados por segmentos de linha ou curvas. É amplamente empregado em séries temporais e séries mistas quando uma
das variáveis em consideração é o tempo, facilitando a análise comparativa.

d) Gráfico em setores: este tipo de gráfico é apropriado para destacar a proporção de cada informação em relação ao todo. O grá-
fico é representado por um círculo em que o total (100%) equivale a 360°, dividido em segmentos proporcionais à representação. Essa
divisão é realizada por meio de regra de três simples. Um transferidor é frequentemente utilizado para marcar os ângulos corresponden-
tes a cada divisão.

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MATEMÁTICA

TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO – MÉDIA ARITMÉTICA NOÇÕES DE GEOMETRIA – FORMA, ÂNGULOS, ÁREA, PERÍ-
SIMPLES METRO, VOLUME, TEOREMAS DE PITÁGORAS OU DE TALES

Média Aritmética simples é a soma de todos os seus elemen- Ângulos


tos, dividida pelo número de elementos n. Denominamos ângulo a região do plano limitada por duas se-
Para o cálculo: mirretas de mesma origem. As semirretas recebem o nome de la-
Se x for a média aritmética dos elementos do conjunto numéri- dos do ângulo e a origem delas, de vértice do ângulo.
co A = {x1; x2; x3; ...; xn}, então, por definição:

Exemplo:
(CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/SP – ANALIS-
TA TÉCNICO LEGISLATIVO – DESIGNER GRÁFICO – VUNESP) Na festa
de seu aniversário em 2014, todos os sete filhos de João estavam
presentes. A idade de João nessa ocasião representava 2 vezes a Ângulo Agudo: É o ângulo, cuja medida é menor do que 90º.
média aritmética da idade de seus filhos, e a razão entre a soma das
idades deles e a idade de João valia
(A) 1,5.
(B) 2,0.
(C) 2,5.
(D) 3,0.
(E) 3,5.

Resolução:
Foi dado que: J = 2.M

(I) Ângulo Obtuso: É o ângulo cuja medida é maior do que 90º.

Foi pedido:

Na equação ( I ), temos que:

Ângulo Raso:
- É o ângulo cuja medida é 180º;
- É aquele, cujos lados são semi-retas opostas.

Resposta: E

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MATEMÁTICA

Ângulo Reto:
- É o ângulo cuja medida é 90º;
- É aquele cujos lados se apoiam em retas perpendiculares.

Diagonal de um polígono é um segmento cujas extremidades


são vértices não-consecutivos desse polígono.
QUADRILÁTEROS
Quadrilátero é todo polígono com as seguintes propriedades:
- Tem 4 lados.
- Tem 2 diagonais.
- A soma dos ângulos internos Si = 360º
- A soma dos ângulos externos Se = 360º

Trapézio: É todo quadrilátero tem dois paralelos.

Número de Diagonais

- é paralelo a
- Losango: 4 lados congruentes
- Retângulo: 4 ângulos retos (90 graus)
- Quadrado: 4 lados congruentes e 4 ângulos retos.

Observações: Ângulos Internos


- No retângulo e no quadrado as diagonais são congruentes A soma das medidas dos ângulos internos de um polígono con-
(iguais) vexo de n lados é (n-2).180
- No losango e no quadrado as diagonais são perpendiculares Unindo um dos vértices aos outros n-3, convenientemente es-
entre si (formam ângulo de 90°) e são bissetrizes dos ângulos inter- colhidos, obteremos n-2 triângulos. A soma das medidas dos ângu-
nos (dividem os ângulos ao meio). los internos do polígono é igual à soma das medidas dos ângulos
internos dos n-2 triângulos.
Polígono
Chama-se polígono a união de segmentos que são chamados
lados do polígono, enquanto os pontos são chamados vértices do
polígono.

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MATEMÁTICA

Ângulos Externos Perímetro = 10 + 10 + 9 + 9 = 38 cm

Perímetros de algumas das figuras planas:

A soma dos ângulos externos=360°

Teorema de Tales
Se um feixe de retas paralelas tem duas transversais, então a
razão de dois segmentos quaisquer de uma transversal é igual à ra- Área: é a medida da superfície de uma figura plana.
zão dos segmentos correspondentes da outra. A unidade básica de área é o m2 (metro quadrado), isto é, uma
Dada a figura anterior, O Teorema de Tales afirma que são váli- superfície correspondente a um quadrado que tem 1 m de lado.
das as seguintes proporções:

Fórmulas de área das principais figuras planas:

Exemplo 1) Retângulo
- sendo b a base e h a altura:

2. Paralelogramo
- sendo b a base e h a altura:

3. Trapézio
Perímetros e áreas das figuras planas - sendo B a base maior, b a base menor e h a altura:

Perímetro: é a soma de todos os lados de uma figura plana.


Exemplo:

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MATEMÁTICA

4. Losango V) circunferência inscrita:


- sendo D a diagonal maior e d a diagonal menor:

5. Quadrado
- sendo l o lado: VI) circunferência circunscrita:

6. Triângulo: essa figura tem 6 fórmulas de área, dependendo


dos dados do problema a ser resolvido.
Área do círculo e suas partes
I) sendo dados a base b e a altura h:
I- Círculo:
Quem primeiro descreveu a área de um círculo foi o matemá-
tico grego Arquimedes (287/212 a.C.), de Siracusa, mais ou menos
por volta do século II antes de Cristo. Ele concluiu que quanto mais
lados tem um polígono regular mais ele se aproxima de uma cir-
cunferência e o apótema (a) deste polígono tende ao raio r. Assim,
como a fórmula da área de um polígono regular é dada por A = p.a
(onde p é semiperímetro e a é o apótema), temos para a área do
II) sendo dados as medidas dos três lados a, b e c:
círculo , então temos:

III) sendo dados as medidas de dois lados e o ângulo formado


entre eles:
II- Coroa circular:
É uma região compreendida entre dois círculos concêntricos
(tem o mesmo centro). A área da coroa circular é igual a diferença
entre as áreas do círculo maior e do círculo menor. A = R2 – r2, como
temos o como fator comum, podemos colocá-lo em evidência, en-
tão temos:

IV) triângulo equilátero (tem os três lados iguais):

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MATEMÁTICA

III- Setor circular: Exemplo:


É uma região compreendida entre dois raios distintos de um (PREF. JUCÁS/CE – PROFESSOR DE MATEMÁTICA – INSTITUTO
círculo. O setor circular tem como elementos principais o raio r, um NEO EXITUS) O número de faces de um prisma, em que a base é um
ângulo central e o comprimento do arco l, então temos duas fór- polígono de n lados é:
mulas: (A) n + 1.
(B) n + 2.
(C) n.
(D) n – 1.
(E) 2n + 1.

Resolução:
Se a base tem n lados, significa que de cada lado sairá uma face.
Assim, teremos n faces, mais a base inferior, e mais a base su-
perior.
Portanto, n + 2
IV- Segmento circular: Resposta: B
É uma região compreendida entre um círculo e uma corda (seg-
mento que une dois pontos de uma circunferência) deste círculo. PIRÂMIDE: é um sólido geométrico que tem uma base e um
Para calcular a área de um segmento circular temos que subtrair vértice superior.
a área de um triângulo da área de um setor circular, então temos:

Área e Volume dos sólidos geométricos

PRISMA: é um sólido geométrico que possui duas bases iguais


e paralelas.

Exemplo:
Uma pirâmide triangular regular tem aresta da base igual a 8
cm e altura 15 cm. O volume dessa pirâmide, em cm3, é igual a:
(A) 60
(B) 60
(C) 80
(D) 80
(E) 90

Resolução:
Do enunciado a base é um triângulo equilátero. E a fórmula
da área do triângulo equilátero é . A aresta da base é a = 8 cm e h
= 15 cm.

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MATEMÁTICA

Cálculo da área da base: CONE: é um sólido geométrico que tem uma base circular e
vértice superior.

Cálculo do volume:

Resposta: D
CILINDRO: é um sólido geométrico que tem duas bases iguais,
paralelas e circulares. Exemplo:
Um cone equilátero tem raio igual a 8 cm. A altura desse cone,
em cm, é:

(A)

(B)

(C)

(D)

(E) 8

Resolução:
Em um cone equilátero temos que g = 2r. Do enunciado o raio
é 8 cm, então a geratriz é g = 2.8 = 16 cm.
g2 = h2 + r2
162 = h2 + 82
256 = h2 + 64
256 – 64 = h2
h2 = 192

Resposta: D

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ESFERA: superfície curva, possui formato de uma bola. AB=144 dm²


Ab=36 dm²

Resposta: E

Teorema de Pitágoras

Em todo triângulo retângulo, o maior lado é chamado de hipo-


tenusa e os outros dois lados são os catetos. Deste triângulo tira-
mos a seguinte relação:

TRONCOS: são cortes feitos nas superfícies de alguns dos sóli-


“Em todo triângulo retângulo o quadrado da hipotenusa é igual
dos geométricos. São eles:
à soma dos quadrados dos catetos”.
a2 = b2 + c2

Exemplo:
Um barco partiu de um ponto A e navegou 10 milhas para o
oeste chegando a um ponto B, depois 5 milhas para o sul chegando
a um ponto C, depois 13 milhas para o leste chagando a um ponto D
e finalmente 9 milhas para o norte chegando a um ponto E. Onde o
barco parou relativamente ao ponto de partida?
(A) 3 milhas a sudoeste.
(B) 3 milhas a sudeste.
(C) 4 milhas ao sul.
(D) 5 milhas ao norte.
(E) 5 milhas a nordeste.

Exemplo: Resolução:
(ESCOLA DE SARGENTO DAS ARMAS – COMBATENTE/LOGÍSTI-
CA – TÉCNICA/AVIAÇÃO – EXÉRCITO BRASILEIRO) O volume de um
tronco de pirâmide de 4 dm de altura e cujas áreas das bases são
iguais a 36 dm² e 144 dm² vale:
(A) 330 cm³
(B) 720 dm³
(C) 330 m³
(D) 360 dm³
(E) 336 dm³

Resolução:
x 2 = 32 + 42
x2 = 9 + 16
x2 = 25
Resposta: E

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(C) 144
QUESTÕES (D) 204

6. (MPE/GO – OFICIAL DE PROMOTORIA – MPEGO /2017)


1. CS-UFG - 2023 Em um determinado zoológico, a girafa deve comer a cada 4 horas,
Em um projeto de urbanização de uma região, pretende-se o leão a cada 5 horas e o macaco a cada 3 horas. Considerando
construir Q+2 prédios novos a cada 2 anos, em que Q é a quanti- que todos foram alimentados às 8 horas da manhã de domingo, é
dade de prédios existentes nos 2 anos anteriores. Cada prédio leva correto afirmar que o funcionário encarregado deverá servir a ali-
exatamente dois anos para ser construído, terá 28 andares e cada mentação a todos concomitantemente às:
andar terá 8 apartamentos. No início do projeto, a região não tinha (A) 8 horas de segunda-feira.
nenhum prédio e, após 2 anos, foram construídos os 2 primeiros (B) 14 horas de segunda-feira.
prédios. Quantos apartamentos essa região terá após os 50 primei- (C) 10 horas de terça-feira.
ros anos de desenvolvimento do projeto? (D) 20 horas de terça-feira.
(A) 18.200 (E) 9 horas de quarta-feira.
(B) 65.100
(C) 98.400 7. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA - MS-
(D) 145.600 CONCURSOS/2017) Um aparelho de televisão que custa R$1600,00
estava sendo vendido, numa liquidação, com um desconto de 40%.
2. UNDATEC - 2023 Marta queria comprar essa televisão, porém não tinha condições de
Sabendo que o dobro de x somado com o quádruplo de y é pagar à vista, e o vendedor propôs que ela desse um cheque para
igual a 5 e que o triplo de x somado ao triplo de y é igual a 3, pode- 15 dias, pagando 10% de juros sobre o valor da venda na liquidação.
-se afirmar que o produto entre x e y é igual a: Ela aceitou e pagou pela televisão o valor de:
(A) 0,75 (A) R$1120,00
(B) 0,50 (B)R$1056,00
(C) – 0,75 (C)R$960,00
(D) – 1 (D) R$864,00
3. VUNESP - 2023 8. (TST – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2017) A equipe de se-
Um cliente contratará três serviços de um mesmo arquiteto, gurança de um Tribunal conseguia resolver mensalmente cerca de
com custo médio de R$ 7.300,00 por serviço. Se o custo do serviço 35% das ocorrências de dano ao patrimônio nas cercanias desse
de maior valor será R$ 4.000,00 acima do custo do serviço de me- prédio, identificando os criminosos e os encaminhando às autori-
nor valor, e o custo do terceiro serviço será R$ 1.700,00 abaixo do dades competentes. Após uma reestruturação dos procedimentos
custo do serviço de maior valor, então o serviço de menor valor terá de segurança, a mesma equipe conseguiu aumentar o percentual
um custo de de resolução mensal de ocorrências desse tipo de crime para cer-
(A) R$ 5.200,00. ca de 63%. De acordo com esses dados, com tal reestruturação, a
(B) R$ 5.300,00. equipe de segurança aumentou sua eficácia no combate ao dano
(C) R$ 5.400,00. ao patrimônio em
(D) R$ 5.500,00. (A) 35%.
(E) R$ 5.600,00. (B) 28%.
(C) 63%.
4. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO -VUNESP/2017) (D) 41%.
No depósito de uma loja de doces, há uma caixa contendo n bom- (E) 80%.
bons. Para serem vendidos, devem ser repartidos em pacotes
iguais, todos com a mesma quantidade de bombons. Com os bom- 9. (TST – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2017) Três irmãos, An-
bons dessa caixa, podem ser feitos pacotes com 5, ou com 6, ou dré, Beatriz e Clarice, receberam de uma tia herança constituída pe-
com 7 unidades cada um, e, nesses casos, não faltará nem sobrará las seguintes joias: um bracelete de ouro, um colar de pérolas e um
nenhum bombom. Nessas condições, o menor valor que pode ser par de brincos de diamante. A tia especificou em testamento que
atribuído a n é as joias não deveriam ser vendidas antes da partilha e que cada um
(A) 280. deveria ficar com uma delas, mas não especificou qual deveria ser
(B) 265. dada a quem. O justo, pensaram os irmãos, seria que cada um re-
(C) 245. cebesse cerca de 33,3% da herança, mas eles achavam que as joias
(D) 230. tinham valores diferentes entre si e, além disso, tinham diferentes
(E) 210. opiniões sobre seus valores. Então, decidiram fazer a partilha do
seguinte modo:
5. (EMBASA – AGENTE ADMINISTRATIVO – IBFC/2017) Con- − Inicialmente, sem que os demais vissem, cada um deveria
siderando A o MDC (maior divisor comum) entre os números 24 e escrever em um papel três porcentagens, indicando sua avaliação
60 e B o MMC (menor múltiplo comum) entre os números 12 e 20, sobre o valor de cada joia com relação ao valor total da herança.
então o valor de 2A + 3B é igual a: − A seguir, todos deveriam mostrar aos demais suas avaliações.
(A) 72
(B) 156
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a solução para o seu concurso!
MATEMÁTICA

− Uma partilha seria considerada boa se cada um deles rece- (A) 8 para 5.
besse uma joia que avaliou como valendo 33,3% da herança toda (B) 5 para 8.
ou mais. (C) 5 para 7.
As avaliações de cada um dos irmãos a respeito das joias foi a (D) 3 para 5.
seguinte: (E) 3 para 8.
ANDRÉ Bracelete: 40% Colar: 50% Brincos: 10%
13. (IPRESB/SP - ANALISTA DE PROCESSOS PREVIDENCIÁ-
BEATRIZ Bracelete: 30% Colar: 50% Brincos: 20% RIOS- VUNESP/2017) Para imprimir 300 apostilas destinadas a um
CLARICE Bracelete: 30% Colar: 20% Brincos: 50% curso, uma máquina de fotocópias precisa trabalhar 5 horas por dia
Assim, uma partilha boa seria se André, Beatriz e Clarice rece- durante 4 dias. Por motivos administrativos, será necessário impri-
bessem, respectivamente, mir 360 apostilas em apenas 3 dias. O número de horas diárias que
(A) o bracelete, os brincos e o colar. essa máquina terá que trabalhar para realizar a tarefa é
(B) os brincos, o colar e o bracelete. (A) 6.
(C) o colar, o bracelete e os brincos. (B) 7.
(D) o bracelete, o colar e os brincos. (C) 8.
(E) o colar, os brincos e o bracelete. (D) 9.
(E) 10.
10. (DESENBAHIA – TÉCNICO ESCRITURÁRIO - INSTITUTO
AOCP/2017) João e Marcos resolveram iniciar uma sociedade para 14. (SEPOG – ANALISTA EM TECNOLOGIA DA INFORMA-
fabricação e venda de cachorro quente. João iniciou com um capital ÇÃO E COMUNICAÇÃO – FGV/2017) Uma máquina copiadora A
de R$ 30,00 e Marcos colaborou com R$ 70,00. No primeiro final de faz 20% mais cópias do que uma outra máquina B, no mesmo tem-
semana de trabalho, a arrecadação foi de R$ 240,00 bruto e ambos po.
reinvestiram R$ 100,00 do bruto na sociedade, restando a eles R$ A máquina B faz 100 cópias em uma hora.
140,00 de lucro. De acordo com o que cada um investiu inicialmen- A máquina A faz 100 cópias em
te, qual é o valor que João e Marcos devem receber desse lucro, (A) 44 minutos.
respectivamente? (B) 46 minutos.
(A) 30 e 110 reais. (C) 48 minutos.
(B) 40 e 100 reais. (D) 50 minutos.
(C)42 e 98 reais. (E) 52 minutos.
(D) 50 e 90 reais.
(E) 70 e 70 reais. 15. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIA
- MSCONCURSOS/2017) Para a construção de uma rodovia, 12
11. (TST – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2017) Em uma em- operários trabalham 8 horas por dia durante 14 dias e completam
presa, trabalham oito funcionários, na mesma função, mas com exatamente a metade da obra. Porém, a rodovia precisa ser termi-
cargas horárias diferentes: um deles trabalha 32 horas semanais, nada daqui a exatamente 8 dias, e então a empresa contrata mais
um trabalha 24 horas semanais, um trabalha 20 horas semanais, 6 operários de mesma capacidade dos primeiros. Juntos, eles de-
três trabalham 16 horas semanais e, por fim, dois deles trabalham verão trabalhar quantas horas por dia para terminar o trabalho no
12 horas semanais. No final do ano, a empresa distribuirá um bônus tempo correto?
total de R$ 74.000,00 entre esses oito funcionários, de forma que a (A) 6h 8 min
parte de cada um seja diretamente proporcional à sua carga horária (B)6h 50min
semanal. Dessa forma, nessa equipe de funcionários, a diferença (C) 9h 20 min
entre o maior e o menor bônus individual será, em R$, de (D) 9h 33min
(A) 10.000,00.
(B) 8.000,00. 16. COMUR DE NOVO HAMBURGO/RS - AGENTE DE
(C) 20.000,00. ATENDIMENTO E VENDAS - FUNDATEC/2021 Qual o resultado da
(D) 12.000,00. equação de primeiro grau 2x - 7 = 28 - 5x?
(E) 6.000,00. (A) 3.
(B) 5.
12. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO – VU- (C) 7.
NESP/2017) Para uma pesquisa, foram realizadas entrevistas nos (D) -4,6.
estados da Região Sudeste do Brasil. A amostra foi composta da (E) Não é possível resolver essa equação.
seguinte maneira:
– 2500 entrevistas realizadas no estado de São Paulo; 17. PREFEITURA DE IRATI/SC - PROFESSOR DE EDUCAÇÃO
– 1500 entrevistas realizadas nos outros três estados da Região FÍSICA - GS ASSESSORIA E CONCURSOS/2021
Sudeste. Analisando a equação do segundo grau x2 − 5x − 6 = 0, podemos
Desse modo, é correto afirmar que a razão entre o número de afirmar que ela possui:
entrevistas realizadas em São Paulo e o número total de entrevistas (A) nenhuma solução.
realizadas nos quatro estados é de (B) um número inteiro como solução.
(C) dois números inteiros como solução.

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MATEMÁTICA

(D) três números inteiros com solução. 22. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO – VU-
(E) nenhuma das respostas anterior. NESP/2017) Renata foi realizar exames médicos em uma clínica. Ela
saiu de sua casa às 14h 45 min e voltou às 17h 15 min. Se ela ficou
18. PREFEITURA DE MARECHAL CÂNDIDO RONDON/PR - durante uma hora e meia na clínica, então o tempo gasto no trânsi-
ARQUITETO - INSTITUTO UNIFIL/2021 to, no trajeto de ida e volta, foi igual a
Considerando a equação do segundo grau {2x2 – 9x + 7 = 0}, (A) 1/2h.
assinale a alternativa que representa o resultado do produto das (B) 3/4h.
raízes desta equação. (C) 1h.
(A) 5,0 (D) 1h 15min.
(B) 4,6 (E) 1 1/2h.
(C) 4,4
(D) 3,5 23. (CÂMARA DE SUMARÉ – ESCRITURÁRIO – VU-
NESP/2017) Uma indústria produz regularmente 4500 litros de
19. Considerando o sistema de equação de 1° grau a seguir, os suco por dia. Sabe-se que a terça parte da produção diária é dis-
valores de x e y são, respectivamente: tribuída em caixinhas P, que recebem 300 mililitros de suco cada
uma. Nessas condições, é correto afirmar que a cada cinco dias a
indústria utiliza uma quantidade de caixinhas P igual a
(A) 25000.
(B) 24500.
(C) 23000.
(D) 22000.
(E) 20500.
Alternativas 24. (CRBIO – AUXILIAR ADMINISTRATIVO – VUNESP/2017)
(A) X = 2 e y = 1 Uma empresa tem 120 funcionários no total: 70 possuem curso
(B) X = 1 e y = -2 superior e 50 não possuem curso superior. Sabe-se que a média
(C) X = -1 e y = 2 salarial de toda a empresa é de R$ 5.000,00, e que a média sala-
(D) X = -1 e y = -2 rial somente dos funcionários que possuem curso superior é de R$
(E) X = -2 e y = -1 6.000,00. Desse modo, é correto afirmar que a média salarial dos
funcionários dessa empresa que não possuem curso superior é de
20. Assinale a alternativa incorreta, acerca de sistemas de (A) R$ 4.000,00.
equação. (B) R$ 3.900,00.
Alternativas (C) R$ 3.800,00.
(A) Um sistema de equações é constituído por um conjunto de (D) R$ 3.700,00.
equações que apresentam mais de uma incógnita. (E) R$ 3.600,00.
(B) Para resolver um sistema de equações do 1º grau, com duas
incógnitas, usando o método da substituição ou o da soma. 25. (TJM-SP - Oficial de Justiça – VUNESP) Um grande terreno
(C) No método da adição consiste em escolher uma das equa- foi dividido em 6 lotes retangulares congruentes, conforme mostra
ções e isolar uma das incógnitas, para determinar o seu valor a figura, cujas dimensões indicadas estão em metros.
em relação a outra incógnita.
(D) Um sistema é chamado do 1º grau, quando o maior expoen-
te das incógnitas, que integram as equações, é igual a 1 e não
existe multiplicação entre essas incógnitas.

21. (IPRESB/SP - ANALISTA DE PROCESSOS PREVIDEN-


CIÁRIOS- VUNESP/2017) Uma gráfica precisa imprimir um lote
de 100000 folhetos e, para isso, utiliza a máquina A, que imprime
5000 folhetos em 40 minutos. Após 3 horas e 20 minutos de fun-
cionamento, a máquina A quebra e o serviço restante passa a ser
feito pela máquina B, que imprime 4500 folhetos em 48 minutos.
O tempo que a máquina B levará para imprimir o restante do lote Sabendo-se que o perímetro do terreno original, delineado em
de folhetos é negrito na figura, mede x + 285, conclui-se que a área total desse
(A) 14 horas e 10 minutos. terreno é, em m2, igual a:
(B) 14 horas e 05 minutos. (A) 2 400.
(C) 13 horas e 45 minutos. (B) 2 600.
(D) 13 horas e 30 minutos. (C) 2 800.
(E) 13 horas e 20 minutos. (D) 3000.
(E) 3 200.

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MATEMÁTICA

______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________

______________________________________________________
1 D
2 C ______________________________________________________
3 A ______________________________________________________
4 E
______________________________________________________
5 E
6 D ______________________________________________________

7 B ______________________________________________________
8 E
______________________________________________________
9 D
______________________________________________________
10 C
11 A ______________________________________________________
12 B ______________________________________________________
13 C
______________________________________________________
14 D
15 C ______________________________________________________

16 B ______________________________________________________
17 C ______________________________________________________
18 D
______________________________________________________
19 D
20 C ______________________________________________________
21 E ______________________________________________________
22 C
______________________________________________________
23 A
______________________________________________________
24 E
25 D ______________________________________________________

ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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CONHECIMENTOS
ESPECÍFICOS
Analista de Gestão Pleno

• Passos do Planejamento
FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS: PLANEJAMENTO, ORGANI- — Definição dos objetivos: O que quer, onde quer chegar.
ZAÇÃO, DIREÇÃO E CONTROLE — Determinar a situação atual: Situar a Organização.
— Desenvolver possibilidades sobre o futuro: Antecipar even-
tos.
Funções de administração — Analisar e escolher entre as alternativas.
— Implementar o plano e avaliar o resultado.
• Planejamento, organização, direção e controle
• Vantagens do Planejamento
• PLANEJAMENTO, ORGANIZAÇÃO, DIREÇÃO E CONTROLE — Dar um “norte” – direcionamento;
— Ajudar a focar esforços;
— Definir parâmetro de controle;
— Ajuda na motivação;
— Auxilia no autoconhecimento da organização.

— Processo de planejamento

• Planejamento estratégico ou institucional


Estratégia é o caminho escolhido para que a organização possa
chegar no destino desejado pela visão estratégica. É o nível mais
amplo de planejamento, focado a longo prazo. É desdobrado no
Planejamento Tático, e o Planejamento Tático é desdobrado no Pla-
— Planejamento nejamento Operacional.
Processo desenvolvido para o alcance de uma situação futura — Global — Objetivos gerais e genéricos — Diretrizes estratégi-
desejada. A organização estabelece num primeiro momento, atra- cas — Longo prazo — Visão forte do ambiente externo.
vés de um processo de definição de situação atual, de oportunida-
des, ameaças, forças e fraquezas, que são os objetos do processo de Fases do Planejamento Estratégico:
planejamento. O planejamento não é uma tarefa isolada, é um pro- — Definição do negócio, missão, visão e valores organizacio-
cesso, uma sequência encadeada de atividades que trará um plano. nais;
• Ele é o passo inicial; — Diagnóstico estratégico (análise interna e externa);
• É uma maneira de ampliar as chances de sucesso; — Formulação da estratégia;
• Reduzir a incerteza, jamais eliminá-la; — Implantação;
• Lida com o futuro: Porém, não se trata de adivinhar o futuro; — Controle.
• Reconhece como o presente pode influenciar o futuro, como
as ações presentes podem desenhar o futuro; • Planejamento tático ou intermediário
• Organização ser PROATIVA e não REATIVA; Complexidade menor que o nível estratégico e maior que o
• Onde a Organização reconhecerá seus limites e suas compe- operacional, de média complexidade e compõe uma abrangência
tências; departamental, focada em médio prazo.
• O processo de Planejamento é muito mais importante do que — Observa as diretrizes do Planejamento Estratégico;
seu produto final (assertiva); — Determina objetivos específicos de cada unidade ou depar-
tamento;
Idalberto Chiavenato diz: “Planejamento é um processo de es- — Médio prazo.
tabelecer objetivos e definir a maneira como alcança-los”.
• Processo: Sequência de etapas que levam a um determinado
fim. O resultado final do processo de planejamento é o PLANO;
• Estabelecer objetivos: Processo de estabelecer um fim;
• Definir a maneira: um meio, maneira de como alcançar.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Planejamento operacional ou chão de fábrica


Baixa complexidade, uma vez que falamos de somente uma única tarefa, focado no curto ou curtíssimo prazo. Planejamento mais
diário, tarefa a tarefa de cada dia para o alcance dos objetivos. Desdobramento minucioso do Planejamento Estratégico.
— Observa o Planejamento Estratégico e Tático;
— Determina ações específicas necessárias para cada atividade ou tarefa importante;
— Seus objetivos são bem detalhados e específicos.

• Negócio, Missão, Visão e Valores


Negócio, Visão, Missão e Valores fazem parte do Referencial estratégico: A definição da identidade a organização.
— Negócio = O que é a organização e qual o seu campo de atuação. Atividade efetiva. Aspecto mais objetivo.
— Missão = Razão de ser da organização. Função maior. A Missão contempla o Negócio, é através do Negócio que a organização alcança a
sua Missão. Aspecto mais subjetivo. Missão é a função do presente.
— Visão = Qual objetivo e a visão de futuro. Define o “grande plano”, onde a organização quer chegar e como se vê no futuro, no
destino desejado. Direção mais geral. Visão é a função do futuro.
— Valores = Crenças, Princípios da organização. Atitudes básicas que sem elas, não há negócio, não há convivência. Tutoriza a escolha
das estratégias da organização.

• Análise SWOT
Strenghs – Weaknesses – Opportunities – Threats.

Ou FFOA
Forças – Fraquezas – Oportunidades – Ameaças.

É a principal ferramenta para perceber qual estratégia a organização deve ter.


É a análise que prescreve um comportamento a partir do cruzamento de 4 variáveis, sendo 2 do ambiente interno e 2 do ambiente
externo. Tem por intenção perceber a posição da organização em relação às suas ameaças e oportunidades, perceber quais são as forças
e as fraquezas organizacionais, para que a partir disso, a organização possa estabelecer posicionamento no mercado, sendo elas: Posição
de Sobrevivência, de Manutenção, de Crescimento ou Desenvolvimento. Em que para cada uma das posições a organização terá uma
estratégia definida.
Ambiente Interno: É tudo o que influencia o negócio da organização e ela tem o poder de controle. Pontos Fortes: Elementos que
influenciam positivamente. Pontos Fracos: Elementos que influenciam negativamente.
Ambiente Externo: É tudo o que influencia o negócio da organização e ela NÃO tem o poder de controle. Oportunidades: Elementos
que influenciam positivamente. Ameaças: Elementos que influenciam negativamente.

• Matriz GUT
A matriz GUT é uma ferramenta de priorização usada na administração para ajudar a tomar decisões sobre quais problemas ou ativi-
dades devem ser resolvidos primeiro. Baseia-se em três fatores: gravidade, urgência e tendência.

Gravidade refere-se ao impacto de um problema ou atividade não ser resolvido ou executado, enquanto urgência é a necessidade de
resolver ou executar um problema ou atividade rapidamente, como uma perda financeira significativa. Tendência é a probabilidade de um
problema agravar ou piorar sem resolvido ou executado, como um problema cada vez mais grave terá uma tendência alta.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Para usar a Matriz GUT, cada fator deve receber uma pontuação de 1 a 5, sendo 1 o impacto ou necessidade mais baixo e 5 o impacto
ou necessidade mais alto. Em seguida, você cria um valor distinto para cada problema ou atividade multiplicando as pontuações de cada
fator. A tarefa ou problema com maior valor deve ser priorizado, ficando em primeiro lugar e assim, sucessivamente.

PROBLEMA GRAVIDADE URGÊNCIA TENDÊNCIA TOTAL


X 5 5 5 125
Y 4 4 4 64

• Ferramenta 5W2H
Ferramenta que ajuda o gestor a construir um Plano de Ação. Facilitando a definição das tarefas e dos responsáveis por cada uma
delas. Funciona para todos os tipos de negócio, visando atingir objetivos e metas.
5W: What? – O que será feito? - Why? Porque será feito? - Where? Onde será feito? - When? Quando será feito? – Who? Quem fará?
2H: How? Como será feito? – How much? Quanto irá custar para fazer?

Não é uma ferramenta para buscar causa de problemas, mas sim elaborar o Plano de Ação.

WHAT WHY WHERE WHEN WHO HOW HOW MUCH


Padronização Otimizar Coordenação Agosto 2021 João Silva Contratação 2.500,00
de Rotinas tempo de Assessoria
externa
Sistema de Impedir Setor Compras 20/08/21 Paulo Compra de 4.000,00
Segurança entrada de Santos equipamentos e
Portaria pessoas não instalação
Central autorizadas

• Análise competitiva e estratégias genéricas


Gestão Estratégica: “É um processo que consiste no conjunto de decisões e ações que visam proporcionar uma adequação competiti-
vamente superior entre a organização e seu ambiente, de forma a permitir que a organização alcance seus objetivos”.
Michael Porter, Economista e professor norte-americano, nascido em 1947, propõe o segundo grande essencial conceito para a com-
preensão da vantagem competitiva, o conceito das “estratégias competitivas genéricas”.
Porter apresenta a estratégia competitiva como sendo sinônimo de decisões, onde devem acontecer ações ofensivas ou defensivas
com finalidade de criar uma posição que possibilite se defender no mercado, para conseguir lidar com as cinco forças competitivas e com
isso conseguir e expandir o retorno sobre o investimento.
Observa ainda, que há distintas maneiras de posicionar-se estrategicamente, diversificando de acordo com o setor de atuação, capa-
cidade e características da Organização. No entanto, Porter desenha que há três grandes pilares estratégicos que atuarão diretamente no
âmbito da criação da vantagem competitiva.
As 3 Estratégias genéricas de Porter são:
1. Estratégia de Diferenciação: Aumentar o valor – valor é a percepção que você tem em relação a determinado produto. Exemplo:
Existem determinadas marcas que se posicionam no mercado com este alto valor agregado.
2. Estratégia de Liderança em custos: Baixar o preço – preço é quanto custo, ser o produto mais barato no mercado. Quanto vai custar
na etiqueta.
3. Estratégia de Foco ou Enfoque: Significa perceber todo o mercado e selecionar uma fatia dele para atuar especificamente.

• As 5 forças Estratégicas
Chamada de as 5 Forças de Porter (Michael Porter) – é uma análise em relação a determinado mercado, levando em consideração 5
elementos, que vão descrever como aquele mercado funciona.
1. Grau de Rivalidade entre os concorrentes: com que intensidade eles competem pelos clientes e consumidores. Essa força tenciona
as demais forças.
2. Ameaça de Produtos substitutos: ameaça de que novas tecnologias venham a substituir o produto ou serviço que o mercado ofe-
rece.
3. Ameaça de novos entrantes: ameaças de que novas organizações, ou pessoas façam aquilo que já está sendo feito.
4. Poder de Barganha dos Fornecedores: Capacidade negocial das empresas que oferecem matéria-prima à organização, poder de
negociar preços e condições.
5. Poder de Barganha dos Clientes: Capacidade negocial dos clientes, poder de negociar preços e condições.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Redes e alianças — Organização


Formações que as demais organizações fazem para que tenham
uma espécie de fortalecimento estratégico em conjunto. A forma- • Estrutura organizacional
ção de redes e alianças estratégicas de modo a poder compartilhar A estrutura organizacional na administração é classificada
recursos e competências, além de reduzir seus custos. como o conjunto de ordenações, ou conjunto de responsabilidades,
Redes possibilitam um fortalecimento estratégico da organi- sejam elas de autoridade, das comunicações e das decisões de uma
zação diante de seus concorrentes, sem aumento significativo de organização ou empresa.
custos. Permite que a organização dê saltos maiores do que seriam É estabelecido através da estrutura organizacional o desenvol-
capazes sozinhas, ou que demorariam mais tempo para alcançar in- vimento das atividades da organização, adaptando toda e qualquer
dividualmente. alteração ou mudança dentro da organização, porém essa estrutura
Tipos: Joint ventures – Contratos de fornecimento de longo pode não ser estabelecida unicamente, deve-se estar pronta para
prazo – Investimentos acionários minoritário – Contratos de forne- qualquer transformação.
cimento de insumos/ serviços – Pesquisas e desenvolvimento em Essa estrutura é dividida em duas formas, estrutura informal
conjunto – Funções e aquisições. e estrutura formal, a estrutura informal é estável e está sujeita a
Vantagens: Ganho na posição de barganha (negociação) com controle, porém a estrutura formal é instável e não está sujeita a
seus fornecedores e Aumento do custo de entrada dos potenciais controle.
concorrentes em um mercado = barreira de entrada.
• Tipos de departamentalização
• Administração por objetivos É uma forma de sistematização da estrutura organizacional,
A Administração por objetivos (APO) foi criada por Peter Duc- visa agrupar atividades que possuem uma mesma linha de ação
ker que se trata do esforço administrativo que vem de baixo para com o objetivo de melhorar a eficiência operacional da empresa.
cima, para fazer com que as organizações possam ser geridas atra- Assim, a organização junta recursos, unidades e pessoas que te-
vés dos objetivos. nham esse ponto em comum.
Trata-se do envolvimento de todos os membros organizacio- Quando tratamos sobre organogramas, entramos em conceitos
nais no processo de definição dos objetivos. Parte da premissa de de divisão do trabalho no sentido vertical, ou seja, ligado aos níveis
que se os colaboradores absorverem a ideia e negociarem os obje- de autoridade e hierarquia existentes. Quando falamos sobre de-
tivos, estarão mais dispostos e comprometidos com o atingimento partamentalização tratamos da especialização horizontal, que tem
dos mesmos. relação com a divisão e variedade de tarefas.
Fases: Especificação dos objetivos – Desenvolvimento de pla-
nos de ação – Monitoramento do processo – Avaliação dos resul- • Departamentalização funcional ou por funções: É a forma
tados. mais utilizada dentre as formas de departamentalização, se tratan-
do do agrupamento feito sob uma lógica de identidade de funções
• Balanced scorecard e semelhança de tarefas, sempre pensando na especialização, agru-
Percepção de Kaplan e Norton de que existem bens que são pando conforme as diferentes funções organizacionais, tais como
intangíveis e que também precisam ser medidos. É necessário apre- financeira, marketing, pessoal, dentre outras.
sentar mais do que dados financeiros, porém, o financeiro ainda faz Vantagens: especialização das pessoas na função, facilitando a
parte do Balanced scorecard. cooperação técnica; economia de escala e produtividade, mais indi-
Ativos tangíveis são importantes, porém ativos intangíveis me- cada para ambientes estáveis.
recem atenção e podem ser ponto de diferenciação de uma organi- Desvantagens: falta de sinergia entre os diferentes departa-
zação para a outra. mentos e uma visão limitada do ambiente organizacional como um
Por fim, é a criação de um modelo que complementa os dados todo, com cada departamento estando focado apenas nos seus pró-
financeiros do passado com indicadores que buscam medir os fato- prios objetivos e problemas.
res que levarão a organização a ter sucesso no futuro.
• Por clientes ou clientela: Este tipo de departamentalização
• Processo decisório ocorre em função dos diferentes tipos de clientes que a organiza-
É o processo de escolha do caminho mais adequado à organiza- ção possui. Justificando-se assim, quando há necessidades hete-
ção em determinada circunstância. rogêneas entre os diversos públicos da organização. Por exemplo
Uma organização precisa estar capacitada a otimizar recursos e (loja de roupas): departamento masculino, departamento feminino,
atividades, assim como criar um modelo competitivo que a possibi- departamento infantil.
lite superar os rivais. Julgando que o mercado é dinâmico e vive em Vantagem: facilitar a flexibilidade no atendimento às deman-
constante mudança, onde as ideias emergem devido às pressões. das específicas de cada nicho de clientes.
Para que um negócio ganhe a vantagem competitiva é neces- Desvantagens: dificuldade de coordenação com os objetivos
sário que ele alcance um desempenho superior. Para tanto, a or- globais da organização e multiplicação de funções semelhantes
ganização deve estabelecer uma estratégia adequada, tomando as nos diferentes departamentos, prejudicando a eficiência, além de
decisões certas. poder gerar uma disputa entre as chefias de cada departamento
diferente, por cada uma querer maiores benefícios ao seu tipo de
cliente.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Por processos: Resume-se em agregar as atividades da orga- • Fraca – aqui, o gerente funcional tem mais autoridade;
nização nos processos mais importantes para a organização. Sendo • Equilibrada ou Balanceada – predomina o equilíbrio entre os
assim, busca ganhar eficiência e agilidade na produção de produ- gerentes de projeto e funcional.
tos/serviços, evitando o desperdício de recursos na produção orga-
nizacional. É muito utilizada em linhas de produção. Porém, não há consenso na literatura se a departamentalização
Vantagem: facilita o emprego de tecnologia, das máquinas e matricial de fato é um critério de departamentalização, ou um tipo
equipamentos, do conhecimento e da mão-de-obra e possibilita um de estrutura organizacional.
melhor arranjo físico e disposição racional dos recursos, aumentan-
do a eficiência e ganhos em produtividade. Desvantagens: filiais, ou projetos, possuírem grande autono-
mia para realizar seu trabalho, dificultando o processo administra-
• Departamentalização por produtos: A organização se estru- tivo geral da empresa. Além disso, a dupla subordinação a que os
tura em torno de seus diferentes tipos de produtos ou serviços. empregados são submetidos pode gerar ambiguidade de decisões
Justificando-se quando a organização possui uma gama muito va- e dificuldade de coordenação.
riada de produtos que utilizem tecnologias bem diversas entre si, • Organização formal e informal
ou mesmo que tenham especificidades na forma de escoamento da Organização formal trata-se de uma organização onde duas ou
produção ou na prestação de cada serviço. mais pessoas se reúnem para atingir um objetivo comum com um
Vantagem: facilitar a coordenação entre os departamentos en- relacionamento legal e oficial. A organização é liderada pela alta ad-
volvidos em um determinado nicho de produto ou serviço, possibi- ministração e tem um conjunto de regras e regulamentos a seguir.
litando maior inovação na produção. O principal objetivo da organização é atingir as metas estabeleci-
Desvantagem: a “pulverização” de especialistas ao longo da or- das. Como resultado, o trabalho é atribuído a cada indivíduo com
ganização, dificultando a coordenação entre eles. base em suas capacidades. Em outras palavras, existe uma cadeia
de comando com uma hierarquia organizacional e as autoridades
• Departamentalização geográfica: Ou departamentalização são delegadas para fazer o trabalho.
territorial, trata-se de critério de departamentalização em que a Além disso, a hierarquia organizacional determina a relação
empresa se estabelece em diferentes pontos do país ou do mun- lógica de autoridade da organização formal e a cadeia de coman-
do, alocando recursos, esforços e produtos conforme a demanda do determina quem segue as ordens. A comunicação entre os dois
da região. membros é apenas por meio de canais planejados.
Aqui, pensando em uma organização Multinacional, pressu-
pondo-se que há uma filial em Israel e outra no Brasil. Obviamen- Tipos de estruturas de organização formal:
te, os interesses, hábitos e costumes de cada povo justificarão que — Organização de Linha
cada filial tenha suas especificidades, exatamente para atender a — Organização de linha e equipe
cada povo. Assim, percebemos que, dentro de cada filial nacional, — Organização funcional
poderão existir subdivisões, para atender às diferentes regiões de — Organização de Gerenciamento de Projetos
cada país, com seus costumes e desejos. Como cada filial estará — Organização Matricial
estabelecida em uma determinada região geográfica e as filiais es-
tarão focadas em atender ao público dessa região. Logo, provavel- Organização informal refere-se a uma estrutura social interliga-
mente haverá dificuldade em conciliar os interesses de cada filial da que rege como as pessoas trabalham juntas na vida real. É pos-
geográfica com os objetivos gerais da empresa. sível formar organizações informais dentro das organizações. Além
disso, esta organização consiste em compreensão mútua, ajuda e
• Departamentalização por projetos: Os departamentos são amizade entre os membros devido ao relacionamento interpessoal
criados e os recursos alocados em cada projeto da organização. que constroem entre si. Normas sociais, conexões e interações go-
Exemplo (construtora): pode dividir sua organização em torno das vernam o relacionamento entre os membros, ao contrário da orga-
construções “A”, “B” e “C”. Aqui, cada projeto tende a ter grande nização formal.
autonomia, o que viabiliza a melhor consecução dos objetivos de Embora os membros de uma organização informal tenham res-
cada projeto. ponsabilidades oficiais, é mais provável que eles se relacionem com
Vantagem: grande flexibilidade, facilita a execução do projeto e seus próprios valores e interesses pessoais sem discriminação.
proporciona melhores resultados. A estrutura de uma organização informal é plana. Além disso,
Desvantagem: as equipes perdem a visão da empresa como as decisões são tomadas por todos os membros de forma coleti-
um todo, focando apenas no seu projeto, duplicação de estruturas va. A unidade é a melhor característica de uma organização infor-
(sugando mais recursos), e insegurança nos empregados sobre sua mal, pois há confiança entre os membros. Além disso, não existem
continuidade ou não na empresa quando o projeto no qual estão regras e regulamentos rígidos dentro das organizações informais;
alocados se findar. regras e regulamentos são responsivos e adaptáveis ​​às mudanças.
• Departamentalização matricial Ambos os conceitos de organização estão inter-relacionados.
Também é chamada de organização em grade, e é uma mistu- Existem muitas organizações informais dentro de organizações for-
ra da departamentalização funcional (mais verticalizada), com uma mais, portanto, eles são mutuamente exclusivos.
outra mais horizontalizada, que geralmente é a por projetos. • Cultura organizacional
Nesse contexto, há sempre autoridade dupla ou dual, por res- A cultura organizacional é responsável por reunir os hábitos,
ponder ao comando da linha funcional e ao gerente da horizontal. comportamentos, crenças, valores éticos e morais e as políticas in-
Assim, há a matricial forte, a fraca e a equilibrada ou balanceada: ternas e externas da organização.
• Forte – aqui, o responsável pelo projeto tem mais autoridade;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

— Direção Não confunda: Chefia (posição formal) – Autoridade (dada por


Direção essencialmente como uma função humana, apêndice algum aspecto) – Liderança – Poder.
de psicologia organizacional. Recrutar e ajustar os esforços para que A influência acontece e gera a liderança, o poder é por onde
os indivíduos consigam alcançar os resultados pretendidos pela or- essa influência acontece. Esse poder pode ser formal ou informal.
ganização. Segundo Max Weber: “Poder é a capacidade de algo ou alguém
Direção = Rota – Intensidade = Grau – Persistência = Capacida- fazer com que um indivíduo ou algo, faça alguma coisa, mesmo que
de de sobrevivência (gatilhos da motivação) este ofereça resistência. ” – Exemplo: votação, alistamento militar
para homens.
• Motivação — Poderes formais são aqueles que estão relacionados ao car-
“Pode ser entendido como o conjunto de razões, causa e mo- go e ficam no cargo independente de quem o ocupe. Já poderes
tivos que são responsáveis pela direção, intensidade e persistência informais são aqueles que ficam com a pessoa, independente do
do comportamento humano em busca de resultados. ” É o que des- cargo que o indivíduo ocupe.
perta no ser a vontade de alcançar os objetivos pretendidos. Algo — Autoridade: Direito formal e legítimo, que algo ou alguém
acontece no indivíduo e ele reage. Estímulos: quanto mais atingível tem, para te dar ordens, alocar recursos, tomar decisões e de con-
parecer o resultado maior a motivação e vice-e-versa. duzir ações.
A (Razão, Causas, Motivos) pode ser: Intrínseca (Interna): do — Dilema chefia e liderança: Chefe é aquele que toma ações
próprio ser ou, Extrínseca (Externa): algo que vem do meio. baseadas em seu cargo, onde sofre a influência dos poderes for-
Porém a motivação é sempre um processo do indivíduo, sem- mais. E o líder é aquele que toma as decisões, recebe e consegue
pre uma resposta interna aos estímulos. liderar os indivíduos, através de seu poder informal, independente
do cargo que ocupe.
Conceito de Poder, segundo o Dilema chefia e liderança é o que
consegue agrupar os dois distintos tipos de poder, os poderes for-
mais e informais.

• Tipos de Liderança:
Transacional: Baseada na troca. Liderança tradicional, incenti-
vos materiais. Funciona bem em ambientes estáveis, pois líderes e
liderados precisam estar “satisfeitos” com o negócio em si.
Transformacional: Baseada na mudança. Liderança atual: Ins-
pira seus subordinados. Quando construída, gera resultados acima
da transacional, já que os subordinados alcançam uma posição de
agentes de mudança e inovação.

• Comunicação
É a ligação entre a liderança e a motivação. Para motivar é ne-
cessário comunicar-se bem. A comunicação é essencial para o todo
dentro da organização. A organização que possui uma boa comuni-
cação, tende a ser valorizada pelos indivíduos, consequentemente
gera melhores resultados.
A comunicação organizacional eficiente é fundamental para o
êxito na organização. Caso a comunicação seja deficiente, acarreta-
rá um grau de incompreensão no ambiente organizacional, dificul-
tando a organização de atingir seus objetivos.
Através da comunicação a organização, bem como sua lideran-
Liderança ça, obtém maior engajamento de seus colaboradores de forma mais
Fenômeno social, depende da relação das pessoas. Aspecto efetiva.
ligado a relação dos indivíduos. Capacidade de exercer liderança A comunicação interna tem como objetivo manter os indiví-
– influência: fazer com que as pessoas façam aquilo que elas não duos informados quanto as diretrizes, filosofia, cultura, valores e
fariam sem a presença do líder. Importante utilização do poder para resultados obtidos pela organização. Agregando valor e tornando a
influenciar o comportamento de outras pessoas, ocorrendo em organização competitiva no mercado.
uma dada situação.
— Liderança precisa de pessoas. • Descentralização e delegação
— Influência: capacidade de fazer com que o indivíduo mude Centralização ocorre quando uma organização decide que a
de comportamento. maioria das decisões deve ser tomadas pelos ocupantes dos car-
— Poder: que não está relacionado ao cargo, pode ser por via gos no topo somente. Descentralização ocorre quando o contrário
informal. acontece, ou seja, quando a autoridade para tomar as decisões está
— Situação: em determinadas situações a liderança pode apa- dispersa pela empresa, na base, através dos diversos setores.
recer. Delegação é o processo usado para transferir autoridade e res-
ponsabilidade para os membros organizacionais em níveis hierár-
quicos inferiores.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

— Controle
Segundo Djalma de Oliveira: TEORIA DAS ORGANIZAÇÕES
“Controle é uma função do processo administrativo que, me-
diante a comparação com padrões previamente estabelecidos, pro-
cura medir e avaliar o desempenho e o resultado das ações, com a ADMINISTRAÇÃO GERAL
finalidade de realimentar os tomadores de decisões, de forma que Dentre tantas definições já apresentadas sobre o conceito de
possam corrigir ou reforçar esse desempenho ou interferir em fun- administração, podemos destacar que:
ções do processo administrativo, para assegurar que os resultados “Administração é um conjunto de atividades dirigidas à utili-
satisfaçam aos desafios e aos objetivos estabelecidos. ” zação eficiente e eficaz dos recursos, no sentido de alcançar um ou
Segundo Robbins e Coulter: mais objetivos ou metas organizacionais.”
“O processo de monitorar as atividades de forma a assegurar
que elas estejam sendo realizadas conforme o planejado e corrigir Ou seja, a Administração vai muito além de apenar “cuidar de
quaisquer desvios significativos. ” uma empresa”, como muitos imaginam, mas compreende a capa-
Segundo Maximiano: cidade de conseguir utilizar os recursos existentes (sejam eles: re-
“Consiste em fazer comparação e tomar a decisão de confirmar cursos humanos, materiais, financeiros,…) para atingir os objetivos
ou modificar os objetivos e os recursos empregados em sua reali- da empresa.
zação. ” O conceito de administração representa uma governabilidade,
gestão de uma empresa ou organização de forma que as ativida-
No processo administrativo o controle aparece como a etapa des sejam administradas com planejamento, organização, direção,
final, porém, o controle acontece durante todas as fases do proces- e controle.
so, é contínua. O ato de administrar é trabalhar com e por intermédio de ou-
tras pessoas na busca de realizar objetivos da organização bem
• Objetivo: como de seus membros.
— Identificar os problemas, falhas, erros e desvios. Montana e Charnov
— Fazer com que os resultados obtidos estejam próximos dos
resultados esperados. Principais abordagens da administração (clássica até contin-
— Fazer com que a organização trabalhe de forma mais ade- gencial)
quada. É importante perceber que ao longo da história a Administra-
— Proporcionar informações gerenciais periódicas. ção teve abordagens e ênfases distintas. Apesar de existir há pouco
— Redefinir e retroalimentar os objetivos (feedback). mais de 100 (cem) anos, como todas as ciências, a Administração
evoluiu seus conceitos com o passar dos anos.
• Características De acordo com o Professor Idalberto Chiavenato (escritor, pro-
- Monitorar e avaliar ações. fessor e consultor administrativo), a Administração possui 7 (sete)
- Verificar desvios (positivos e negativos) abordagens, onde cada uma terá seu aspecto principal e agrupa-
- Promover mudanças (correção e aprimoramento) mento de autores, com seu enfoque específico. Uma abordagem,
poderá conter 2 (duas) ou mais teorias distintas. São elas:
• Tipos, vantagens e desvantagens. 1. Abordagem Clássica: que se desdobra em Administração
— Preventivo (ex-ante): Controle proativo. Objetiva prevenir, científica e Teoria Clássica da Administração.
evitar e identificar possíveis problemas, antes que eles aconteçam. 2. Abordagem Humanística: que se desdobra principalmente
— Simultâneo: Controle reativo. Acontece durante a execução na Teoria das Relações Humanas.
das tarefas. Controle estatístico da produção, verificar as margens 3. Abordagem Neoclássica: que se desdobra na Teoria Neo-
de erro de produção. Avaliação, monitoramento. clássica da Administração, dos conceitos iniciais, processos admi-
— Posterior (ex-post): Controle reativo. Inspeção no final do nistrativos, como os tipos de organização, departamentalização e
processo produtivo se avalia o resultado dado. Acontece após. administração por objetivos (APO).
4. Abordagem Estruturalista: que se desdobra em Teoria Buro-
• Sistema de medição de desempenho organizacional crática e Teoria Estruturalista da Administração.
Faz parte das etapas do Processo de Controle os sistemas de 5. Abordagem Comportamental: que é subdividida na Teoria
medição de desempenho, onde pode-se: Comportamental e Teoria do Desenvolvimento Organizacional (DO).
— Estabelecer padrões: definição de objetivos, metas e desem-
penho esperado. 6. Abordagem Sistêmica: centrada no conceito cibernético
— Monitorar desempenho: acompanhar, coletar informação, para a Administração, Teoria Matemática e a Teria de Sistemas da
andar simultaneamente ao processo. Determinar o que medir, Administração.
como medir e quando medir. 7. Abordagem Contingencial: que se desdobra na Teoria da
— Comparação com o padrão: análise dos resultados reais em Contingência da Administração.
comparação com o objetivo previamente estabelecido.
— Medidas Corretivas: tomar as decisões que levem a orga-
nização a atingir os resultados desejados. Caminhos: Não mudar
nada. Corrigir desempenho. Alterar padrões.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Origem da Abordagem Clássica


1 — O crescimento acelerado e desorganizado das empresas:
• Ciência que substituísse o empirismo;
• Planejamento de produção e redução do improviso.
2 — Necessidade de aumento da eficiência e a competência das organizações:
• Obtendo melhor rendimento em face da concorrência;
• Evitando o desperdício de mão de obra.

Abordagem Científica – ORT (Organização Racional do Trabalho)


• Estudo dos tempos e movimentos;
• Estudo da fadiga humana;
• Divisão do trabalho e especialização;
• Desenho de cargo e tarefas;
• Incentivos salariais e premiação de produção;
• Homo Economicus;
• Condições ambientais de trabalho;
• Padronização;
• Supervisão funcional.

Aspectos da conclusão da Abordagem Científica: A percepção de que os coordenadores, gerentes e dirigentes deveriam se preocupar
com o desenho da divisão das tarefas, e aos operários cabia única e exclusivamente a execução do trabalho, sem questionamentos, apenas
execução da mão de obra.
— Comando e Controle: o gerente pensa e manda e os trabalhadores obedecem de acordo com o plano.
— Uma única maneira correta (the best way).
— Mão de obra e não recursos humanos.
— Segurança, não insegurança. As organizações davam a sensação de estabilidade dominando o mercado.

Teoria Clássica
• Aumento da eficiência melhorando a disposição dos órgãos componentes da empresa (departamentos);
• Ênfase na anatomia (estrutura) e na fisiologia (funcionamento);
• Abordagem do topo para a base (nível estratégico tático);
• Do todo para as partes.

Diferente do processo neoclássico, na Teoria Clássica temos 5 (cinco) funções – POC3:


— Previsão ao invés de planejamento: Visualização do futuro e traçar programa de ação.
— Organização: Constituir a empresa dos recursos materiais e social.
— Comando: Dirigir e orientar pessoas.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

— Coordenação: Ligação, união, harmonizar todos os esforços coletivamente.

Controle: Se certificar de que tudo está ocorrendo de acordo com as regras estabelecidas e as ordens dadas.

• Princípios da Teoria Clássica:


— Dividir o trabalho;
— Autoridade e responsabilidade;
— Disciplina;
— Unidade de comando;
— Unidade de direção;
— Subordinação dos interesses individuais aos gerais;
— Remuneração do pessoal;
— Centralização;
— Cadeia escalar;
— Ordem;
— Equidade;
— Estabilidade do pessoal;
— Iniciativa;
— Espírito de equipe.

A Abordagem Clássica, junto da Burocrática, dentre todas as abordagens, chega a ser uma das mais importantes.

Abordagem Neoclássica
No início de 1950 nasce a Teoria Neoclássica, teoria mais contemporânea, remodelando a Teoria Clássica, colocando novo figurino
dentro das novas concepções trazidas pelas mudanças e pelas teorias anteriores. Funções essencialmente humanas começam a ser inseri-
das, como: Motivação, Liderança e Comunicação. Preocupação com as pessoas passa a fazer parte da Administração.

• Fundamentos da Abordagem Neoclássica


— A Administração é um processo operacional composto por funções, como: planejamento, organização, direção e controle.
— Deverá se apoiar em princípios basilares, já que envolve diversas situações.
— Princípios universais.
— O universo físico e a cultura interferem no meio ambiente e afetam a Administração.
— Visão mais flexível, de ajustamento, de continuidade e interatividade com o meio.
— Ênfase nos princípios e nas práticas gerais da Administração.
— Reafirmando os postulados clássicos.
— Ênfase nos objetivos e resultados.
— Ecletismo (influência de teorias diversas) nos conceitos.

Teoria Burocrática
Tem como pai Max Weber, por esse motivo é muitas vezes chamada de Teoria Weberiana. Para a burocracia a organização alcançaria
a eficiência quando explicasse, em detalhes, como as coisas deveriam ser feitas.
Burocracia não é algo negativo, o excesso de funções sim. A Burocracia é a organização eficiente por excelência. O excesso da Burocra-
cia é que transforma ela em algo negativo, o que chamamos de disfunções.

• Características
— Caráter formal das normas e regulamentos.
— Caráter formal das comunicações.
— Caráter racional e divisão do trabalho.
— Impessoalidade nas relações.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

— Hierarquia de autoridade.
— Rotinas e procedimentos padronizados.
— Competência técnica e meritocracia.
— Especialização da administração.
— Profissionalização dos participantes.
— Completa previsibilidade de comportamento.

• Disfunções
— Internalização das regras e apego aos procedimentos.
— Excesso de formalismo e de papelório.
— Resistência às mudanças.
— Despersonalização do relacionamento.
— Categorização como base do processo decisório.
— “Superconformidade” às rotinas e aos procedimentos.
— Exibição de sinais de autoridade.
— Dificuldade no atendimento.
Abordagem Estruturalista
A partir da década de 40, tínhamos:
• Teoria Clássica: Mecanicismo – Organização.
• Teoria das Relações Humanas: Romantismo Ingênuo – Pessoas.

As duas correntes sofreram críticas que revelaram a falta de uma teoria sólida e abrangente, que servisse de orientação para o admi-
nistrador.
A Abordagem Estruturalista é composta pela Teoria Burocrática e a Teoria Estruturalista. Além da ênfase na estrutura, ela também se
preocupa com pessoas e ambiente, se aproxima muito da Teoria de Relações Humanas.
No início da Teoria Estruturalista, vive-se a mesma gênese da Teoria da Burocracia, esse movimento onde só se encontram críticas da
Teoria das Relações Humanas às outras Teorias e não se tem uma preposição de um novo método.
• Teoria Clássica: Mecanicismo – Organização.
• Teoria das Relações Humanas: Romantismo Ingênuo – Pessoas.
A Teoria Estruturalista é um desdobramento da Burocracia e uma leve aproximação à Teoria das Relações Humanas. Ainda que a Teoria
das Relações Humanas tenha avançado, ela critica as anteriores e não proporciona bases adequadas para uma nova teoria. Já na Teoria
Estruturalista da Organização percebemos que o TODO é maior que a soma das partes. Significa que ao se colocar todos os indivíduos
dentro de um mesmo grupo, essa sinergia e cooperação dos indivíduos gerará um valor a mais que a simples soma das individualidades.
É a ideia de equipe.

• Teoria Estruturalista - Sociedade de Organizações


— Sociedade = Conjunto de Organizações (escola, igreja, empresa, família).
— Organizações = Conjunto de Membros (papéis) – (aluno, professor, diretor, pai).

O mesmo indivíduo faz parte de diferentes organizações e tem diferentes papéis.

• Teoria Estruturalista – O Homem Organizacional:


— Homem social que participa simultaneamente de várias organizações.
— Características: Flexibilidade; Tolerância às frustrações; Capacidade de adiar as recompensas e poder compensar o trabalho, em
detrimento das suas preferências; Permanente desejo de realização.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Teoria Estruturalista – Abordagem múltipla:


— Tanto a organização formal, quanto a informal importam;
— Tanto recompensas salariais e materiais, quanto sociais e simbólicas geram mudanças de comportamento;
— Todos os diferentes níveis hierárquicos são importantes em uma organização;
— Todas as diferentes organizações têm seu papel na sociedade;
— As análises intra organizacional e Inter organizacional são fundamentais.

• Teoria Estruturalista – Conclusão:


— Tentativa de conciliação dos conceitos clássicos e humanísticos;
— Visão crítica ao modelo burocrático;
— Ampliação das abordagens de organização;
— Relações Inter organizacionais;
— Todas as heranças representam um avanço rumo à Abordagem Sistêmica e uma evolução no entendimento para a Teoria da Admi-
nistração.

Abordagem Humanística
É um desdobramento da Teoria das Relações Humanas. A Abordagem Humanística nasce no período de entendimento de que a pro-
dutividade era o elemento principal, e seu modelo era “homem-máquina”, em que o trabalhador era visto basicamente como operador de
máquinas, não havia a percepção com outro elemento que não fosse a produtividade.

• Suas preocupações:
— Nas tarefas (abordagem científica) e nas estruturas (teoria clássica) dão lugar para ênfase nas pessoas;
— Nasce com a Teoria das Relações Humanas (1930) e no desenvolvimento da Psicologia do Trabalho:
* Análise do trabalho e adaptação do trabalhador ao trabalho.
* Adaptação do trabalho ao trabalhador.
— A necessidade de humanizar e democratizar a Administração libertando dos regimes rígidos e mecanicistas;
— Desenvolvimento das ciências humanas, principalmente a psicologia, e sua influência no campo industrial;
— Trazendo ideias de John Dewey e Kurt Lewin para o humanismo na Administração e as conclusões da experiência em si.

• Principais aspectos:
— Psicologia do trabalho, que hoje chamamos de Comportamento Organizacional, demonstrando uma percepção diferenciada do tra-
balhador, com viés de um homem mais social, com mais expectativas e desejos. Percebe-se então que o comportamento e a preocupação
com o ambiente de trabalho do indivíduo tornam-se parte responsável pela produtividade. Agregando a visão antagônica desse homem
econômico, trazendo o conceito de homem social.
— Experiência de Hawthorn desenvolvida por Elton Mayo, na qual a alteração de iluminação traz um resultado importante:

Essa experiência foi realizada no ano de 1927, pelo Conselho Nacional de Pesquisas dos Estados Unidos, em uma fábrica da Western
Eletric Company, situada em Chicago, no bairro de Hawthorn. Lá dois grupos foram selecionados e em um deles foi alterada a iluminação
no local de trabalho, observando assim, uma alteração no desempenho do comportamento e na produtividade do grupo em relação ao
outro. Não necessariamente ligada a alteração de iluminação, mas com a percepção dos indivíduos de estarem sendo vistos, começando
então a melhorarem seus padrões de trabalho. Sendo assim, chegou-se à conclusão de que:
1. A capacidade social do trabalhador determina principalmente a sua capacidade de executar movimentos, ou seja, é ela que de-
termina seu nível de competência. É a capacidade social do trabalhador que determina o seu nível de competência e eficiência e não sua
capacidade de executar movimentos eficientes dentro de um tempo estabelecido.
2. Os trabalhadores não agem ou reagem isoladamente como indivíduos, mas como membros de grupos, equipe de trabalho.
3. As pessoas são motivadas pela necessidade de reconhecimento.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

4. Grupos informais: alicerçada no conceito de homem social, ou seja, o trabalhador é um indivíduo dotado de vontade e desejos
de estruturas sociais mais complexas, e que esse indivíduo reconhece em outros indivíduos elementos afins aos seus e esses elementos
passam a influenciar na produtividade do indivíduo. Os níveis de produtividade são controlados pelas normas informais do grupo e não
pela organização formal.
5. A Organização Informal:
• Relação de coesão e antagonismo. Simpatia e antipatia;
• Status ou posição social;
• Colaboração espontânea;
• Possibilidade de oposição à organização formal;
• Padrões de relações e atitudes;
• Mudanças de níveis e alterações dos grupos informais;
• A organização informal transcende a organização formal;
• Padrões de desempenho nos grupos informais.

Abordagem Comportamental
A partir do ano de 1950 a Abordagem Comportamental (behavorista) marca a influência das ciências do comportamento. Tem como
participantes: Kurt Lewin, Barnard, Homans e o livro de Herbert Simon que podem ser entendidos como desdobramento da Teoria das
Relações Humanas. Seus aspectos são:
— Homem é um animal social, dotado de necessidades;
— Homem pode aprender;
— Homem pode cooperar e/ou competir;
— Homem é dotado de sistema psíquico;

Tendo a Teoria das Relações Humanas uma visão ingênua do indivíduo, em que se pensava que a Organização é que fazia do homem
um indivíduo ruim, na Teoria Comportamental a visão é diferente, pois observa-se que o indivíduo voluntariamente é que escolhe partici-
par ou não das decisões e/ou ações da organização. Aparecendo o processo de empatia e simpatia, em que o indivíduo abre mão, ou não
da participação, podendo ser ou não protagonista.
— Abandono das posições afirmativas e prescritivas (como deve ser) para uma lógica mais explicativa e descritiva;
— Mantem-se a ênfase nas pessoas, mas dentro de uma posição organizacional mais ampla
— Estudo sobre: Estilo de Administração – Processo decisório – Motivação – Liderança – Negociação

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Evolução do entendimento do indivíduo

Teoria Comportamental – Desdobramentos


• É possível a integração das necessidades individuais de auto expressão com os requisitos de uma organização;
• As organizações que apresentam alto grau de integração entre objetivos individuais e organizacionais são mais produtivas;
• Ao invés de reprimir o desenvolvimento e o potencial do indivíduo, as organizações podem contribuir para sua melhor aplicação.
• Comportamento Organizacional
É a área que estuda a previsão, explicação, modificação e entendimento do comportamento humano e os processos mentais dos indi-
víduos em relação ao seu trabalho dentro da organização. Tem grande relação com a Psicologia Organizacional e do trabalho, se tornando
uma fonte importante para a Administração e para a Gestão de Pessoas, pois passa-se a compreender melhor a relação entre o indivíduo,
o trabalho e as entidades organizacionais.
Baseia-se nas relações internas e externas, e que as forças psicológicas que atuam sobre o indivíduo nesse contexto, estão ligadas
também aos grupos e a própria organização.

• Objetos de estudo:
1. Impacto do emprego na vida humana (o quanto que esse elemento interfere na sua satisfação, felicidade, convivência com a famí-
lia);
2. Relação entre as pessoas e grupos dentro de um contexto de trabalho (contexto diferente da vida particular de casa, família, escola);
3. Percepções, crenças e atitudes do indivíduo com relação ao trabalho (como as pessoas enxergam a organização, o seu papel dentro
das relações que ela desenvolve e quanto essas questões se tornam significativas para vida do indivíduo);
4. Desempenho e produtividade (que fatores levam ao maior produtividade e desempenho, como pode-se influenciar nisso);
5. Saúde no trabalho (como as organizações afetam a saúde do indivíduo e como pode-se minimizar o impacto das suas atividades
nessa questão);
6. Ética nas relações de trabalho (o quanto as relações internas, de poder e de subordinação levam em consideração questões morais);
7. Diversidade da força de trabalho (questões de gênero, raça e credo);
8. Ações ou comportamentos do indivíduo dentro desse contexto (aprendizagem, cultura organizacional, poder, grupos e equipes,
liderança, motivação, comprometimento, bem como as causas e consequências dessas ações).

O comportamento organizacional é fundamental para os gestores e para a Gestão de Pessoas, propiciando todo o conjunto de ferra-
mentas para facilitar as decisões relacionadas a Gestão de Pessoas e Administração, bem como a vida diária dos gestores.

Abordagem Sistêmica
A partir do ano de 1950, muitas das teorias começaram a aparecer paralelamente, entre elas nasce a abordagem sistêmica. Ludwig
Von Bertalanffy, biólogo alemão, coordenava um estudo interdisciplinar a fim de transcender problemas existentes em cada ciência e
proporcionar princípios gerais. Princípios esses que darão a visão de uma organização como organismo, ensinando quatro princípios im-
portantes que devem ser pensados dentro das organizações. Nasce a Teoria Geral dos Sistemas
— Visão Totalizante;
— Visão Expansionista;
— Visão Sistêmica;
— Visão Integrada;

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Características da abordagem sistêmica


— Expansionismo: Tem a ideia totalmente contrária ao Reducionismo, significa dizer que o desempenho de um sistema menor, de-
pende de como ele interage com o todo maior que o envolve e do qual faz parte.
— Pensamento Sintético: É o fenômeno visto como parte de um sistema maior e é explicado em termos do papel que desempenha
nesse sistema maior. Juntando as coisas e não as separando. Há uma coordenação com as demais variáveis, em que as trocas das partes
de um todo estão completamente ajustadas. Verificando-se assim, o comportamento de cada parte no todo.
— Teleologia: A lógica sistêmica procura entender a inter-relação entre as diversas variáveis de um campo de forças que atuam entre
si. O todo é diferente de cada uma das suas partes.

Exemplo: o indivíduo é o que é pelo meio onde nasceu, pela educação que recebeu, pela forma de relacionamentos e cultura que
conviveu. Existe grandes diferenças entre os indivíduos devido às influências que sofreram ao longo da vida e é isso que a Teoria Geral de
Sistemas vai procurar explicar, o indivíduo é produto do meio em que vive, não está sozinho e isolado, tudo está fortemente conectado.
• Os sistemas existem dentro de sistemas (uma pequena parte, faz parte de um todo maior);
• Os sistemas são abertos (intercambio com o todo);
• As funções de um sistema dependem de sua estrutura (pessoas, recursos, do meio onde está).

Teoria dos Sistemas

• Sistema Aberto
— Está constantemente e de forma dual (entrega e recebimento) interagindo com o ambiente;
— É capacitado para o crescimento, mudanças, adaptações ao ambiente, podendo também ser autor reprodutor sob certas condições;
— É contingência do sistema aberto competir com outros sistemas.

Abordagem Contingencial
A Abordagem Contingencial traz para nós a ideia de que não se alcança eficácia organizacional seguindo um modelo exclusivo, ou seja,
não há uma fórmula única e exclusiva ou melhor de se alcançar os objetivos organizacionais. Ela abraça todas as Teorias e dá razão para
cada uma delas.

• Características
— Não há regra absoluta;
— Tudo é relativo;
— Tudo dependerá (de Ambiente, Mapeamento ambiental, Seleção ambiental, Percepção ambiental, Consonância e Dissonância,
Desdobramentos do ambiente, Tecnologia);

• Abordagem Contingencial – Conclusão


— A variável tecnologia passa a assumir um importante papel na sociedade e nas organizações;
— O foco em novos modelos organizacionais mais flexíveis, ajustáveis e orgânicos como: estrutura matricial, em redes e equipes;
— O modelo de homem complexo= social + econômico + organizacional.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Teoria Geral da Administração

TEORIAS ÊNFASE ENFOQUES PRINCIPAIS


Administração Científica Nas tarefas Racionalizar o trabalho no nível operacional - ORT
Taylor (1856-1915) - Gantt (1861-1919) Padronização
Gilbreth (1868-1924) - Ford (1863-1947)
Clássica e Neoclássica Na estrutura Organização formal
Fayol (1841-1925) – Mooney (1884-1957) Princípios Gerais da Administração
Urwick (1891-1979) – Gulik (1892-1993) e outros Funções de Administrador
Burocrática e Organização Formal Burocrática
Max Weber (1864-1920) Racionalidade organizacional
Chamada Teoria Weberiana.
Abordagem múltipla:
Estruturalista Organização Formal e Informal
Análise Intra e Inter organizacional
Relações Humanas - Humanística Nas pessoas Organização Informal
Experiência de Hawthorn (1927) Motivação, Liderança, Comunicação e Dinâmica em
Desenvolvida por Elton Mayo grupo
John Dewey e Kurt Lewin
Comportamento Organizacional Estilos de Administração
Abordagem Comportamental Teoria das decisões
Kurt Lewin, Barnard, Homans e Herbert Simon Integração dos objetivos organizacionais e individuais
A partir de 1950
Mudança organizacional planejada
Desenvolvimento Organizacional Abordagem de sistema aberto
Sistêmica No ambiente Análise ambiental
Ludwig Von Bertalanffy, biólogo alemão (1950) Abordagem de sistema
Contingência No ambiente Administração da tecnologia
(tecnologia) (Imperativo tecnológico)

DESENHO DE ORGANIZAÇÕES: TIPOS E FORMA DE CONFIGURAÇÕES ORGANIZACIONAIS

A palavra desenho denota uma forma, um padrão, uma estrutura ou algo parecido e que é utilizado pela empresa para alcançar um
ou mais objetivos.1
O desenho organizacional aborda a configuração da estrutura organizacional da empresa e dos processos utilizados para fazê-la fun-
cionar e alcançar resultados. Envolve a definição da estrutura básica da empresa e como a tarefa empresarial será dividida e atribuída
entre os departamentos, divisões, unidades, equipes e cargos.

Os Requisitos do Desenho Organizacional

O desenho organizacional constitui uma das prioridades da administração, pois define como a organização irá funcionar e como seus
recursos serão distribuídos e aplicados.
O desenho organizacional contribui de quatro maneiras diferentes para a organização, sendo elas:
1. Como estrutura básica: divisão do trabalho organizacional e alocação dos recursos empresariais para que o sistema funcione in-
tegralmente e satisfatoriamente. A estrutura básica refere-se aos aspectos estáticos da organização e corresponde a uma radiografia do
corpo organizacional, no qual estão representados os órgãos e unidades que compõem a organização.
2. Como mecanismo de operação: indica aos participantes da empresa o que devem e o que não devem fazer, por meio das descri-
ções de cargos, procedimentos e rotinas de trabalho, normas e regulamentos internos, padrões de desempenho, sistemas de avaliação de
desempenho etc.
3. Como mecanismos de decisão: estabelece o processo de tomada de decisão para encontrar consonância entre os objetivos globais
da organização e os objetivos específicos de cada um dos órgãos e unidades que a compõem.
4. Como mecanismos de coordenação entre as partes: define como a organização deve harmonizar e integrar suas diferentes partes
em função da divisão do trabalho organizacional.
1 Prof. André Luís Belini. Organização Empresarial: Desenho Organizacional. Anhanguera.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Requisitos Funcionais do Desenho Organizacional

As características principais do desenho organizacional

Na realidade, o desenho organizacional deve reunir e compatibilizar quatro características principais: diferenciação, formalização,
centralização e integração.
Nas empresas, cada uma dessas características varia enormemente e provoca uma imensa heterogeneidade de desenhos organizacio-
nais, razão pela qual não existem duas empresas com desenhos iguais.

Diferenciação
Refere-se à divisão do trabalho organizacional em departamentos ou subsistemas e em camadas de níveis hierárquicos. A diferencia-
ção pode ser feita em dois sentidos:
1. Horizontal: desdobramento em departamentos ou divisões pela departamentalização.
2. Vertical: desdobramento em níveis hierárquicos pela criação de vários escalões de autoridade.

Quanto maior a complexidade das atividades requeridas pelo ambiente externo e quanto maior a diversidade das tarefas executadas
internamente, tanto maior deverá ser a diferenciação dentro da organização.
Veja a seguir o organograma indicando a diferenciação horizontal e vertical

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Formalização
Refere-se à existência de regras e regulamentos para prescrever como, quando e por quem as tarefas serão executadas.
A formalização é o grau em que as regras e os regulamentos são explicitamente definidos para governar o comportamento dos parti-
cipantes da empresa.
A formalização pode ser feita por meio de:
1. Cargo: o cargo é uma formalidade que define as especificações relacionadas com a tarefa a executar.
2. Fluxo de trabalho: por instruções e procedimentos detalhados sobre como executar as tarefas, como o projeto de construção de
um produto.
3. Regras e regulamentos: pela formalização de regras e procedimentos para todas as situações possíveis, especificando quem pode
ou não fazer certas coisas, quando, onde, para quem e com que permissão.

Centralização
Refere-se a localização e distribuição da autoridade para tomar decisões. A centralização implica a concentração das decisões no topo
da organização, isto é, no nível institucional, com pouca ou nenhuma delegação para o nível intermediário.
Na situação de centralização, todas as decisões devem ser levadas a hierarquia acima para a cúpula aprovar ou decidir.
O dirigente deve assumir todas as decisões dentro da organização, mesmo que em seus numerosos detalhes.

Centralização e Descentralização na Organização

Integração
Refere-se aos meios de coordenação e entrosamento entre as unidades da organização para manter convergência de esforços.
A divisão do trabalho conduz à diferenciação.
Quanto maior a diferenciação, mais heterogênea é a estrutura da empresa e tanto maior a necessidade de coordenar as diferentes
partes da organização para obter um funcionamento coeso.
Os esquemas de integração mais utilizados são:

1. Hierarquia administrativa: constitui a solução mais comum para os problemas de integração entre duas ou mais unidades de uma
empresa que devam reportar-se ao mesmo superior ou ter suas atividades integradas para facilitar a comunicação, resolver conflitos, obter
sinergia de esforços, etc.
2. Departamentalização: é um processo de diferenciação organizacional pelo qual a divisão do trabalho se faz no sentido horizontal,
provocando a especialização em departamentos.
3. Assessoria (staff): o problema da sobrecarga da hierarquia pode ser aliviado pelo uso da assessoria, o que pode ser feito por meio
de assistentes do executivo de linha ou de especialistas funcionais.
4. Comissões e forças-tarefas: as comissões e forças-tarefas podem ser utilizadas para facilitar a integração de unidades da empresa.
As reuniões, comissões e forças-tarefa são mecanismos integrativos que permitem resolver problemas de integração não solucionados por
outros mecanismos.
5. Regras e procedimentos: são um outro mecanismo para livrar a hierarquia da sobrecarga. Quando as situações de decisão são roti-
neiras e envolvem unidades da organização, é possível estabelecer regras e procedimentos sobre a maneira pela qual as decisões deverão
ser tomadas.
6. Objetivos e planos: semelhante as regras e procedimentos, no entanto, com tempo limitado. É o caso das áreas de engenharia
de produtos, produção e marketing de uma empresa que trabalham independentemente em suas atividades específicas, mas devem ser
coordenadas para definir modificações de produtos, de seus programas de produção e nas datas das suas atividades.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

7. Arranjo físico ou arquitetura: é utilizado para facilitar a integração entre unidades ou pessoas, por meio da disposição física (layout)
ou territorial das coisas, equipamentos e pessoas. A arquitetura define o arranjo físico das instalações que permite proximidade física entre
pessoas e equipamentos para tornar a comunicação mais fácil.

As Quatro Características do Desenho Organizacional

BAIXO GRAU ALTO GRAU


Pouca divisão de trabalho Muita divisão do trabalho
Poucos os órgãos e departa- Muitos órgãos e departamen-
mentos Diferenciação tos
Poucos níveis hierárquicos Muitos níveis hierárquicos
Homogeneidade Heterogeneidade
Pouca a burocratização Exagerada burocratização
Poucas regras e regulamentos Excesso de regras e regula-
Formalização
escritos mentos escritos
Liberdade Coações e restrições
Muita delegação de autori- Nenhuma delegação de
dade autoridade
Centralização
Descentralização das decisões Centralização das decisões na
para os níveis inferiores cúpula
Autonomia Dependência
Pouca coordenação entre Muita coordenação entre
Integração
níveis e departamentos níveis e departamentos
Frouxidão Coesão

O Tamanho Organizacional e suas Características

Crescimento: caracterizada por um aumento de tamanho, seja em recursos, seja em cobertura de mercado ou outros.
Desenvolvimento: caracterizada por uma certa melhoria, seja, por exemplo, em recursos, abrangência de mercado, níveis de qualida-
de e produtividade, rentabilidade.
Sobrevivência: caracterizada pela manutenção da situação que a empresa conseguiu alcançar.
Declínio: caracterizada por uma redução de suas atividades, perda de recursos ou diminuição de sua abrangência mercadológica.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Crescimento Empresarial

O crescimento provoca mudanças e alterações tanto no tamanho quanto na forma de organização da empresa.
O crescimento da empresa depende das seguintes condições externas e internas:

a) As condições externas do crescimento empresarial são:


- Demanda pelos produtos ou serviços oferecidos;
- Oportunidades especiais, como monopólios, patentes, concessões governamentais, isenções fiscais, etc.;
- Alto custo de entrada de outras empresas no ramo de atividade, o que pode dificultar ou impedir a concorrência;
- Condições para obter os insumos necessários.

b) As condições internas do crescimento empresarial são:


- Vantagens da produção em escala;
- Plena utilização dos recursos disponíveis quando a empresa reduz totalmente desperdícios ou subutilização de recursos e alcança
elevado grau de eficiência operacional;
- Recursos e competências para criar novos negócios e gerar novas oportunidades.

Amplitude de Controle

A amplitude de controle refere-se ao número de subordinados que cada órgão ou cargo pode assumir para poder supervisioná-los
adequadamente.
Quanto maior a amplitude, maior o número de subordinados e, consequentemente, menor o grau de atenção e controle que o supe-
rior pode atribuir a eles.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A amplitude de controle é influenciada por vários fatores:


1. Tecnologia utilizada;
2. Interdependência dos subordinados;
3. Similaridade de funções supervisionadas;
4. Qualificações dos subordinados;
5. Utilização de assistentes pessoais;
6. Supervisão por outros;
7. Estabilidade do ambiente.

METODOLOGIA PARA REDESENHO DE PROCESSOS E ORGANIZAÇÕES

O downsizing, surgido nos EUA na década de 80, é tido como uma nomenclatura universal para o que se quer chamar de reestrutura-
ção, ou eliminação planejada de postos de trabalho e cargos.
Normalmente associada a crises econômicas, nesta época aconteceram muitos movimentos de fusões, aquisições e incorporações de
empresas em diversos segmentos como as indústrias metalúrgicas, petroquímicas, e telecomunicações, que utilizaram esta ferramenta
para se manter no mercado.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Portanto, segundo Chiavenato2, por volta das décadas de 1980 e 1990 surgiram técnicas de mudança organizacional tendo por base,
dentre outras, o enxugamento (downsizing). Esta palavra vem do inglês down: menor e size: tamanho.
O downsizing se fez por meio da redução de níveis hierárquicos ao essencial, eliminando posições do nível intermediário a fim de
aproximar o nível operacional do nível institucional e simplificar e compactar as organizações. No qual é geralmente acompanhado de
descentralização.
Esta técnica significa a substituição do modelo centralizado pelo modelo descentralizado, fazendo com que os níveis hierárquicos
sejam diminuídos, a quantidade de colaboradores seja reduzida para diminuir as operações e terceirizar para minimizar custos e garantir
maior eficiência nos processos organizacionais.
Logo, o downsizing é uma das técnicas empregadas para tornar a empresa ágil e competitiva, e normalmente é a primeira ferramenta
utilizada para iniciar processos de horizontalização nas empresas e reestruturação dos recursos humanos. Esta técnica se resume no enxu-
gamento organizacional reduzindo suposta burocracia e consequentemente custos administrativos.

Objetivos do Downsizing

- Diminuição de gastos;
- Agilidade nas decisões;
- Comunicação mais eficiente e veloz;
- Acréscimo da produtividade dos líderes;
- Reação mais ágil com relação às mudanças e atitudes do rival;
- Aumento da autoestima na gerência geral;
- Promoção das sinergias dentro da organização;
- Cliente ostentando o topo da estrutura hierárquica, ou seja, sendo o foco da empresa;
- Gerência da direção para a ação, reduzindo revisão e entraves;
- Resposta mais rápida às ações do concorrente.

O downsizing existe para auxiliar as organizações a responderem a variação do ambiente, uma vez que a competitividade entre as
organizações tem aumentado cada vez mais. Sendo assim, o downsizing surge como uma forma de desburocratizar, e é uma técnica que
tem como principal foco a racionalização da organização.

ATENÇÃO!!!
O foco do downsizing é concentrar as atividades da empresa no que ela tem de melhor: na sua competência principal (core busi-
ness).

A partir da abordagem do downsizing, de acordo com Faria3, podemos observar três tipos de estratégias que podem ser desenvolvidas
para sua aplicação:
1) Redução na força de trabalho: foco na redução de pessoal e com período de implantação de curto prazo;
2) Redesenho organizacional: busca uma redução do próprio trabalho, ou seja, uma reorganização das funções, eliminação de níveis
hierárquicos e etc., sendo esta uma estratégia de médio prazo que busca não apenas reduzir pessoal, mas repensar as funções existentes
na empresa;
3) Sistêmica: seu foco é a mudança da cultura, atitudes e valores dentro da empresa, fazendo do downsizing não apenas uma meta,
mas um modo de pensar; esta estratégia requer um período de implementação de longo prazo.

2 CHIAVENATO, Idalberto, Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente da moderna administração das organizações. 7. ed. rev. e atual. RJ. Elsevier, 2003.
3 FARIA, C. Downsizing. http://www.infoescola.com/administracao_/downsizing/, S.D.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Desvantagens do Downsizing: 4 Já o projeto estratégico com base no rightsizing busca colocar


O colaborador se sente desconfortável pelo fato da organização os despedimentos como última alternativa, optando por congela-
reduzir a quantidade de colaboradores, o que por sua vez reduz a mento de contratações, realojamento de cargos, ofertando aposen-
motivação dos colaboradores dentro da organização, sendo assim, tadorias antecipadas, entre outras alternativas que tornam o pro-
é necessário que a organização tenha “cuidado” para que as de- cesso menos “traumático” para os funcionários e executivos
missões não sejam exageradas, causando assim medo, insegurança
e desconforto entre os colaboradores e afetando negativamente o
trabalho em equipe. CONTROLADORIA: CONCEITOS BÁSICOS
É necessário frisar também que existem custos altos com as
rescisões. Portanto a organização deve estar preparada para arcar
com essas despesas e ter cuidado para evitar exageros. Com o aumento da competitividade, a crescente exigência dos
Outro fator a se considerar é a questão da perda de talentos na consumidores, houve uma mudança no paradigma das empresas.
organização, sabemos que um colaborador experiente e competen- É na gestão dessas situações que está a controladoria, cuja missão
te não se forma de uma hora para a outra, sendo assim, é necessá- é otimizar o processo decisório garantindo informações adequadas
rio que haja um critério bem elaborado para que não ocorra perdas aos gestores em busca de uma eficácia gerencial.
de bons profissionais. A Controladoria é um segmento da Contabilidade ou da Admi-
Portanto, lembre-se de que o downsizing reduz custos e au- nistração, podendo ser dividida em Controladoria Administrativa e
menta a flexibilidade da organização e a capacidade de resposta às Controladoria Contábil, mas na prática profissional ambas costu-
constantes mudanças no ambiente. Ao mesmo tempo em que tem mam ficar sob a égide de um único gestor, chamado de controller ou
sido muito utilizada, tem sido criticada em face do grande número controlador. É uma área de staff, ou seja de assessoria e consulto-
de demissões decorrentes do enxugamento. ria, normalmente fora da pirâmide hierárquica da organização.
Diante desse desafio, as organizações devem elaborar um ade-
Rightsizing quado planejamento estratégico que atenda as novas necessida-
des dos stakeholders (clientes, fornecedores, acionistas, bancos e
Rightsizing é uma técnica de estratégia organizacional e ad- órgãos fiscalizadores) podendo trazer contribuições valiosas para
ministrativa que visa a readaptação da empresa às tendências do que as decisões tomadas no presente apoiem as consequências
mercado, fazendo com que possa acompanhar a sua evolução cons- geradas no futuro.
tantemente.
A expressão rightsizing significa literalmente “tamanho certo”, A Importância da Controladoria5
na tradução do inglês para o português, e consiste na ideia de cons- Hoje, a competitividade é muito maior, a tecnologia avança
truir um investimento empresarial que seja totalmente compatível sem parar, e os consumidores estão cada vez mais exigentes. Para
com as necessidades do mercado para o desenvolvimento contínuo se destacar nesta conjuntura, sua empresa é praticamente obri-
da organização. gada a desenvolver um planejamento estratégico que atenda a
O planejamento estratégico feito com base no conceito do estas novas necessidades de stakeholders (clientes, fornecedores,
rightsizing tem como objetivo inicial analisar as necessidades do acionistas, bancos, órgãos fiscalizadores, etc.). Um planejamento
mercado e as tendências, as alternativas de aproximação com ou- sólido, com decisões no presente que deem suporte a boas conse-
tras empresas, as inovações tecnológicas e as novas ideias a serem quências no futuro.
aplicadas no setor da organização. E uma controladoria é indispensável para a gestão disso tudo.
O órgão tem a missão de otimizar a tomada de decisões, aumentar
Downsizing e Rightsizing a transparência e fornecer informações eficazes: tudo para aprimo-
rar a gerência dos seus negócios, tornando-os mais consolidados.
Muitos acreditam que downsizing e rightsizing são sinônimos
ou que representam o mesmo conceito, mas a partir de diferentes A Missão da Controladoria
pontos de vista. Na realidade, ambas são técnicas de reestruturação A Controladoria, atuando como unidade administrativa, tem
administrativa distintas. por missão assegurar a eficácia da empresa e zelar pela sua conti-
O rightsizing age com base no proativismo, ou seja, na preo- nuidade, se posicionando como peça fundamental no processo de
cupação com a reestruturação da empresa de acordo com as pers- gestão empresarial.
pectivas e previsões de evolução do mercado. Por outro lado, o Mosimann e Fisch6 entendem que a missão da Controladoria
downsizing tem o caráter de reação, agindo a partir de determinada consiste em otimizar os resultados econômicos da empresa, para
situação drástica, como uma crise econômica, por exemplo. garantir sua continuidade por meio da integração dos esforços das
O downsizing seria um plano de reestruturação usado quando diversas áreas.
a empresa já se encontra em momentos de crise, enquanto que o Catelli7 afirma que a Controladoria, por ser a única área com
rightsizing visa a prevenção deste cenário, a partir de medidas an- visão ampla e possuidora de instrumentos adequados à otimização
tecipadas baseadas nas análises feitas sobre o futuro do mercado. do todo, tem como missão assegurar a otimização do resultado eco-
Atualmente, o downsizing também é interpretado como uma nômico da organização.
medida negativa, pois tornou-se sinônimo de despedimentos, o 5 https://endeavor.org.br/controladoria/
que provoca muita frustração entre os funcionários. 6 MOSIMANN, Clara Pellegrinello; FISCH, Sílvio. Controladoria: seu papel na
administração de empresas. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 1999.
4 PAULA, P. de. Downsizing e Outsourcing: duas ferramentas que se completam. 7 CATELLI, Armando (coord.). Controladoria: uma abordagem da gestão econô-
2012. mica. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2001.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Para Padoveze8, cabe à Controladoria o processo de assegurar a Funções da Controladoria


eficácia da empresa, mediante o controle das operações e seus re- Ao verificar a literatura sobre as funções da Controladoria é
sultados planejados. Quando do planejamento das atividades em- constatado que ainda não há um consenso sobre as mesmas.
presariais, a empresa espera atingir determinados objetivos eco- Borinelli9 contrapõe a argumentação de alguns autores que de-
nômicos para satisfazer os acionistas do empreendimento, e esses fendem que essas funções são influenciadas pelas características
objetivos são o ponto central de atuação da Controladoria da organização. Afirma que as funções são as atividades típicas da
Controladoria, independentemente se são realizadas na prática.
Operando com a Controladoria Embora haja uma diversidade de conceitos sobre a Controla-
A metodologia da controladoria é baseada no processo de con- doria, é consenso que esse autor traz aspectos fundamentais para
trole. Na prática, ela se desenvolve por meio de padrões de quali- a área, conforme Oliveira; Chaves; Lima10 e Suzart; Marcelino; Ro-
dade que devem ser previamente estabelecidos, sempre a partir cha11.
do planejamento e do orçamento da sua empresa. E todos os co- Já Catelli12 considera que as funções da Controladoria são exe-
laboradores devem estar envolvidos, desde os níveis mais altos até cutadas com o propósito de atingir os objetivos da organização.
os operacionais. Desta forma, a controladoria poderá prestar con-
tribuições importantes ao progresso da sua organização, possibili- Para o autor, pode-se definir que essas funções são:
tando o equilíbrio diante das dificuldades existentes no ambiente - Subsidiar o processo de gestão (adequar os processos à reali-
operacional. dade do ambiente em que a organização está inserida e elaboração,
O processo geralmente tem início pela estruturação de ope- o gerenciamento do orçamento e a obtenção de informações sobre
rações contábeis, financeiras e das áreas de apoio. Na sequência, desempenho e resultados);
cuida-se do custo integrado à contabilidade, da formação de preço - Apoiar a avaliação de desempenho e de resultados, tanto das
de venda e, por fim, de tudo o que contribuir para que você tome diversas áreas como dos gestores;
as decisões mais acertadas: orçamento empresarial, controle matri- - Apoiar a avaliação de resultado econômico e de desempenho
cial de custos e despesas fixas, fluxo de caixa prospectivo, soluções dos serviços, além de incluir o estudo e o estabelecimento de pa-
financeiras e de captação de recursos, análise do desempenho por dronização para os processos;
negócio, etc. - Gerir sistemas de informações, através da organização e pa-
Desta forma, a controladoria poderá definir – sempre com dronização do conjunto de informações e também da construção
a sua participação, claro – os padrões de controle, e projetar os de modelos de decisão;
resultados com enfoque nos seus objetivos. E deve fazer isso de - Atender agentes externos, ou seja, apoiar a alta administra-
modo a eliminar qualquer risco de excesso, desperdício ou rou- ção nas relações com outras organizações, além de analisar impac-
bo. Assim, o Controller vai elaborar uma análise comparativa entre tos de legislação para a entidade.
os resultados e os padrões de controle estabelecidos. Por meio
destes procedimentos, conseguirá observar os desvios - ou seja, a Padoveze13 ressalta a importância do Controller, dirigente da
diferença entre os resultados e os padrões. Após a verificação dos Controladoria, como apoio da alta administração na busca da me-
desvios, elabora-se uma análise da relevância, a fim de apurar se lhor tomada de decisão em questões estratégicas.
estes desvios comprometem os seus objetivos. Horngreen14 considera que as funções exercidas pelo Con-
troller/Controladoria são Planejamento e controle; Elaboração de
Habilidades do Controller relatórios internos e externos (inclusive para o governo); Avaliação
O controller é o profissional que se responsabiliza pela e consultoria; Gestão tributária; Proteção dos ativos e Avaliação
controladoria da operações de uma empresa. Suas atribuições cos- econômica.
tumam ser: Catelli15 e Borinelli16 consideram que a Controladoria é uma
• Monitorar a contabilidade fiscal área do conhecimento que inclui conceitos e teorias relacionadas
• Elaborar orçamentos e previsões de negócios à economia, patrimônio, finanças e operações, além do controle de
• Desenvolver projetos 9 BORINELLI, M. L. Estrutura Conceitual Básica de Controladoria: sistematização
• Gerenciar a tesouraria à luz da teoria e da práxis. 2006. Tese de Doutorado, Faculdade de Economia, Ad-
• Acompanhar o departamento financeiro ministração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, 2006
• Organizar o planejamento tributário 10 OLIVEIRA; N. J, Jr.; CHAVES, O. D. L, Jr.; LIMA, M. S. A controladoria nas
• Participar da Previsão Orçamentária Anual (Budget) organizações públicas municiais: um estudo de caso. Revista Universo Contábil.
• Participar do planejamento estratégico Blumenau, v.5, n.1, p.38 -54, jan-mar 2009.
• Elaborar relatórios para tomada de decisões. 11 SUZART, J. A. S.; MARCELINO, C. V.; ROCHA, J. S. As instituições brasilei-
   ras de controladoria pública – teoria versus prática. Revista Contabilidade, Gestão
Ele atua no “sistema nervoso central” da empresa. Por isso, e Governança. v.14, n.1, p.44-56, jan-abr 2011
é muito importante que o cargo de Controller seja de alguém em 12 CATELLI, A. Controladoria: uma abordagem da gestão econômica – GECON.
quem tenha plena confiança e competência. Também é essencial 2ed. São Paulo: Atlas, 2013
que o profissional conheça bem o ramo de atividade em que traba- 13 PADOVEZE, C. L. Controladoria estratégica e operacional: conceitos, estrutu-
lha, assim como seus objetivos e metas, para que possa contribuir ra, aplicação. São Paulo: Cengage Learning, 2012.507 p.
melhor com a tomada de decisões. 14 HORNGREN, C.T. Introdução à contabilidade gerencial. 5 ed. Rio de Janeiro:
8 PADOVEZE, Clóvis Luís; BENEDICTO, Gideon Carvalho de. Cultura Organi- Prentice Hall, 1985.509p
zacional: análise e impactos dos instrumentos no processo de gestão. Encontro 15 CATELLI, A. Controladoria: uma abordagem da gestão econômica – GECON.
Nacional de PósGraduação e Pesquisa em Administração – ENANPAD. Atibaia, 2ed. São Paulo: Atlas, 2013.570p.
2003. 16 BORINELLI, M. L. Estrutura Conceitual Básica de Controladoria: sistematiza-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

gestão. Ela é também um órgão administrativo, que executa ativida- A controladoria mostra-se importante na esfera pública devi-
des e funções dentro de uma estrutura organizacional. As funções do a uma consciência maior dos cidadãos pelos seus direitos, além
são uma materialização das definições conceituais, pelas práticas de uma exigência por uma administração pública resolutiva, que
dos entes. Podem ser assim definidas, conforme Borinelli17: disponibilize serviços públicos de qualidade, com transparência e
- Função Contábil: preocupa-se em elaborar e monitorar regis- ética nas práticas públicas, afirma Mâcedo; Lavarda21. Esses cida-
tros contábeis, criar e interpretar demonstrativos contábeis, dispo- dãos participam inclusive das questões políticas e direcionam sua
nibilizar informações aos stakeholders, implementar procedimen- atenção para a aplicação dos recursos públicos, a gestão pública e o
tos e políticas de controle abuso de poder, com intuito de reduzir as más atuações, conforme
- Função Gerencial Estratégica: tem como objetivo dotar a alta Oliveira; Catapan; Vicentin22.
administração de informações patrimoniais, financeiras, contábeis,
econômicas e não-financeiras, além de construir sinergia de todas Essa cobrança da população torna como necessários mecanis-
as atividades, de forma a atingir os objetivos organizacionais mos que permitam a integração da estrutura organizacional e in-
- Função Custos: visa lançar, monitorar e avaliar custos; analisar formações gerenciais. Dessa forma, ações mais satisfatórias, com
estrategicamente novas ações, bem como resultados de práticas já adequada aplicação dos recursos públicos, tornam-se mais requi-
executadas sitadas.
- Função Tributária: envolve obrigações legais, fiscais e acessó- Nesse contexto da exigência de otimização dos recursos, ganha
rias, tais como lançamento e controle de impostos, tributos e con- um papel de destaque, a Accountability. Essa prestação de contas
tribuições aos cidadãos torna possível a participação dos mesmos no controle
- Função Proteção e Controle dos Ativos: representa o controle da gestão pública, aponta Blanski; Silva; Oliveira23. O controle da
e gestão dos bens da organização e gestão dos ativos gestão dos organismos públicos é um instrumento de governança e
- Função de Controle Interno: tem como premissa a elaboração de transparência, conforme Albuquerque; Oliveira24.
e o gerenciamento dos sistemas de controle interno (patrimônio e
interesses organizacionais) Os órgãos da Administração Pública, responsáveis por atender
- Função de Controle de Riscos: busca identificar, medir, ava- as necessidades da sociedade por meio dos serviços públicos, de-
liar, gerenciar e divulgar os riscos da organização, bem como seus vem estabelecer ferramentas efetivas. Como uma das respostas à
impactos busca por esse aprimoramento, a Controladoria exerce um papel
- Função da Gestão da Informação: implanta e gerencia siste- relevante. Ela também evoluiu, conforme o passar do tempo. An-
mas de informações estratégicas. Não há preocupação em geren- tes, considerada como uma função mais restrita a verificação de
ciar a tecnologia e sim os dados e as informações. contas e ao processamento de dados contábeis, ela se transformou
em uma função estratégica, em que contribui diretamente na ela-
Controladoria na Administração Pública boração do planejamento estratégico organizacional, bem como
A Controladoria surge nas organizações para atender as novas suas diretrizes. Da Contabilidade dos tempos mais antigos, em que
demandas de aprimoramento de gestão, já na década de 60. a preocupação era controlar os aspectos financeiros e econômicos,
Dificuldades encontradas no setor público devido ao aumento surge a Contabilidade Gerencial com pesquisas e novas ferramentas
da complexidade das instituições e de seus processos tornavam ne- de gestão, aptas a proporcionar menor tempo de resposta às neces-
cessária uma nova área, com atuação diferenciada. A partir dessa sidades de informações. (Melo et al25 e Ribeiro26 et al.
aplicação, a Controladoria começou a ser inserida nas universida-
des em 1970, principalmente através de estudos e pesquisas e após
com a oferta de cursos de graduação e pós-graduação, conforme Controladoria: uma análise do cenário brasileiro. Revista Brasileira de Gestão de
Lunkes; Schnorrenberger; Rosa18 e Durigon; Diehl19. Negócios. v.15, n.47, p.283- 299 ,abr-jun2013
21 MACÊDO, F. F. R. R.; LAVARDA, C. E. F. Características da Produção Cientí-
A consolidação da Controladoria, com a formação de uma fica sobre Orçamento Público, Orçamento Participativo e Controladoria Pública na
identidade própria, ainda está em processo de formulação, tanto primeira década do Século XXI. Revista Administração Pública e Gestão Social.
no âmbito acadêmico como no empírico. No campo teórico há uma v.5, n.1, p. 34-42, jan-mar 2013.
dificuldade em estabelecer alguns conceitos basilares, como por 22 OLIVEIRA, A. G.; CATAPAN, A.; VICENTIN, I. C. A Apatia da Participação
exemplo, quais são as funções dessa disciplina. Para Lunkes, Sch- Política do Povo Brasileiro na Administração e Governança da República: Motivos
norrenberger e Rosa20 isso acontece devido a Controladoria ter sua e Consequências. Revista Globalización, Competitividad y Gobernabilidade. v.9,
origem diretamente na prática das organizações. n.2, p. 108-123, maio-ago 2015.
ção à luz da teoria e da práxis. 2006. Tese de Doutorado, Faculdade de Economia, 23 BLANSKI; M. B. S.; SILVA, C. L.; OLIVEIRA, A. G. Sistemas de custeio na
Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, gestão hospitalar. Curitiba: Ed. UTFPR, 2015
2006 24 ALBUQUERQUE, C. C. B.; OLIVEIRA, A. G. A accountability em pareceres
17 Idem 13. prévios do tribunal de contas do estado do Paraná: possíveis consequências para
18 LUNKES, R. J.; SCHNORRENBERGER, D.; ROSA, F. S. Funções da o desenvolvimento local. Revista Brasileira de Planejamento e Desenvolvimento,
Controladoria: uma análise do cenário brasileiro. Revista Brasileira de Gestão de v.2, n.2, p. 43-57, jul-dez 2013
Negócios. v.15, n.47, p.283- 299 ,abr-jun2013. 25 MELO, D. L. S. et al. Controladoria: um estudo bibliométrico dos artigos
19 DURIGON, A. R.; DIEHL, C. A. Controladoria no setor público: uma análise publicados em periódicos avaliados pela CAPES. In: IX Congresso Nacional de
dos artigos publicados no congresso USP de controladoria e contabilidade – pe- Excelência em Gestão. Anais...CNEG. Rio de Janeiro/RJ, 2013.
ríodo de 2001 a 2011. Revista Contabilidade Vista & Revista. v.24, n.2, p.91-109, 26 RIBEIRO, R. R. M. et al. Contabilidade Gerencial: análise da cientificidade e
abr-jun 2013 da metodologia dos artigos publicados no ENANPAD e ANPCONT. Revista Capital
20 LUNKES, R. J.; SCHNORRENBERGER, D.; ROSA, F. S. Funções da Científico. v.13, n.1, p. 26-40, jan-mar 2015.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Os órgãos públicos brasileiros não apresentam as funções da Controle Interno32


controladoria de forma consolidada, diferentemente da Alemanha É o planejamento organizacional e todos os métodos e proce-
e dos Estados Unidos. dimentos adotados dentro de uma empresa, a fim de salvaguardar
Identifica-se que poucos a reconhecem, como o Ministério seus ativos, verificar a adequação e o suporte dos dados contábeis,
do Trabalho e Emprego, que prevê a função do Controller através promover a eficiência operacional e encorajar a aderência às políti-
da Portaria 397/200227, que fala sobre a Classificação Brasileira de cas definidas pela direção, com o objetivo de evitar fraudes, erros,
Ocupações. (Lunkes; Schnorrenberger; Rosa28. A Controladoria é re- ineficiências e crises nas empresas.
levante para os entes públicos, já que alinha o fluxo de informações
a fim de alcançar os objetivos propostos. Como aspectos importantes temos:
Transparência e Aaccountability, componentes de sustentação - Salvaguardar o ativo – proteger os ativos de eventuais roubos,
da governança, também representam alicerces da Controladoria. perdas, uso indiscriminado ou danos morais (imagem da empresa);
A Federação Internacional de Contadores (IFAC) define que as - Desenvolvimento do negócio – sistema de controle interno
organizações públicas devem exercer controle de acordo com os que permita a administração agir com a maior rapidez e segurança
princípios da boa governança, que incluem atividades de avaliação possível nas tomadas de decisões.
de sistemas gerenciais, além de financeiros, orçamentários e ope- - Resultado das operações – fornecer à administração, em tem-
racionais; gestão de riscos; auditorias internas e externas; controle po hábil, informações que possibilitem o aproveitamento de todas
interno (relatórios de resultados e recursos necessários para tal) e as oportunidades de bons negócios, redução de custo e aumento
a utilização de normas contábeis apropriadas, define Cavalcante; do nível de confiança dos clientes e funcionários da empresa.
Luca29. - Para que a empresa cumpra seus conceitos e finalidades

CGU – Controladoria Geral da União30 Toda e qualquer empresa existe para cumprir com, no mínimo,
O Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União três grandes fins:
(CGU) é o órgão do Governo Federal responsável por realizar ativi- I. Cumprir com seu objetivo social – lucro, bem-estar da comuni-
dades relacionadas à defesa do patrimônio público e ao incremento dade, formação política, etc.
da transparência da gestão, por meio de ações de controle inter- II. Atender às necessidades e expectativas de seus clientes
no, auditoria pública, correição, prevenção e combate à corrupção III. Proporcionar um ambiente rico e saudável para as pessoas que
e ouvidoria. A CGU também deve exercer, como Órgão Central, a ali trabalhem, proporcionando condições para que essas pessoas
supervisão técnica dos órgãos que compõem o Sistema de Controle possam aprimorar continuamente suas habilidades técnico profis-
Interno e o Sistema de Correição e das unidades de ouvidoria do sionais e humanas e recompensando-as pelos seus desempenhos
Poder Executivo Federal, prestando a orientação normativa neces- (seja mediante elogios, prêmios ou promoções). As pessoas devem
sária. saber como são avaliadas e participar desse processo.

IMPORTANTE:31
É importante destacar que a Constituição Federal prevê no FINANCEIRA X CONTROLADORIA ESTRATÉGICA;
artigo 31, 70 e 74 e Lei de Responsabilidade Fiscal em seu artigo
59, sem falar da exigência do Tribunal de Contas do Estado, que
estabelece que a fiscalização dos atos da administração deva ser Com o aumento da competitividade, a crescente exigência dos
exercida com base num sistema de controle interno, concebido a consumidores, houve uma mudança no paradigma das empresas.
partir de uma estrutura organizada e articulada, envolvendo todas É na gestão dessas situações que está a controladoria, cuja missão
as unidades administrativas no desempenho de suas atribuições. é otimizar o processo decisório garantindo informações adequadas
De forma simplificada, podemos dizer que a instauração de aos gestores em busca de uma eficácia gerencial.
um Controle Interno, nada mais é do que o cumprimento de uma Aqui poderíamos dizer que a estratégia implica na capacidade
exigência constitucional, mas de forma ampla pode-se afirmar que de raciocínio lógico, sendo necessária a habilidade de previsão das
este tem um importante papel, pois se trata de um departamento possíveis reações às ações empreendidas.
que articula informações por meio de métodos de monitoramen- Diante do que foi dito pode-se dizer, numa análise inicial que
to e fiscalização com o objetivo de resguardar a entidade pública a controladoria estratégica é uma forma de pensar no futuro, uma
por meio de orientações preventivas nas áreas contábil, financeira, atividade que deve estar integrada no processo decisório das or-
orçamentária e patrimonial, verificando a legalidade, legitimidade, ganizações, envolvendo o profundo conhecimento do negócio e a
economicidade, moralidade e desempenho na administração dos verificação das tendências do ambiente externo às organizações.
recursos e bens públicos.
Introdução
27 http://portalfat.mte.gov.br/programas-e-acoes-2/classificacao-brasileira-de-ocu-
pacoes/legislacao/ Hoje, em meio a um ambiente de mudanças profundas e
33

28 Idem 17. contínuas nota-se um crescente interesse pela controladoria, que


29 CAVALCANTE, M. C. N.; LUCA, M. M. M., de. Controllership as a Governance passou a ser o órgão administrativo responsável pela gestão eco-
Instrument in the Public Sector. Revista de Educação e Pesquisa em Contabilida-
de, v. 7, n.1, p.72-88, jan-mar 2013.
30 http://www.cgu.gov.br/sobre/institucional 32 https://portaldeauditoria.com.br/controle-interno/
31 http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/a-importancia-da-controla- 33 http://www.atena.org.br/revista/ojs-2.2.3-08/index.php/pensarcontabil/article/
doria-interna-municipal/24168/ viewFile/1532/1364
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

nômica da organização, com o objetivo de levá-la a uma maior eficácia, sempre olhando para o seu futuro e o ambiente exterior, uma vez
que, possui-se mercados globalizados, aumento de competição entre as organizações e o decorrente desafio que a estimula a lutar pela
sua permanência no mercado. A competitividade está em foco!
34
A controladoria estratégica reúne informações que circulam interna e externamente na empresa e neste sentido, surge como órgão
administrativo estratégico, ganhando destaque para entender as ações e fatos ocorridos, para planejar alternativas de um futuro mais
próspero para a organização, sendo responsável pelo processo de gestão, competitividade e lucratividade da empresa.

A Controladoria Estratégica35

Considerada como elemento fundamental do processo de gestão, a participação da controladoria no planejamento estratégico das
corporações vem crescendo substancialmente nos últimos anos, na qual é denominada como controladoria estratégica.
A controladoria estratégica possui participação fundamental na estratégia da corporação, subsidiando os gestores nas tomadas de de-
cisões e suprindo o processo estratégico com sistemas de informações. Assim, Perez Jr., Pestana e Franco (1997) entendem que a atuação
da controladoria estratégica influencia o processo decisório da corporação, fornecendo subsídios para as decisões estratégicas a serem
tomadas.
Segundo Mosimann e Fisch (1999), na estratégia, a controladoria, como administradora do sistema de informações econômico-finan-
ceiras da organização, deve interpretar o impacto econômico de possíveis eventos de natureza empresarial. Tais eventos são extraídos de
projeções de cenários nos quais a corporação está inserida, devendo considerar seus pontos fortes e fracos.
Neste sentido, a controladoria estratégica deverá ter a capacidade de captação de informações provenientes do ambiente externo,
nas quais será projetada em paralelo a análise dos pontos fortes e fracos da corporação, resultando em diretrizes estratégicas a serem
traçadas. Assim, a controladoria estratégica pressupõe que o profissional contábil exerça um papel em conjunto com os demais principais
gestores da organização.

Padoveze (2005b) apresenta algumas informações que, segundo sua ótica, devem ser geradas pela controladoria estratégica em uma
corporação que são:
a) Custos e rentabilidade dos produtos dos competidores
b) Informações sobre o processo de gestão de preços dos competidores;
c) Capacidade produtiva dos concorrentes;
d) Satisfação dos clientes em relação à concorrência;
e) Motivos dos negócios perdidos;
f) Grau de satisfação dos empregados;
g) Imagem da empresa perante os recrutados e os funcionários potenciais;
h) Índice de absenteísmo;
i) Indicadores de produtividade X produtividade esperada;
j) Evolução da qualidade dos fornecedores;
k) Capacidade produtiva e saúde financeira dos fornecedores;
l) Grau de relacionamento e satisfação com os fornecedores;
m) Imagem institucional;
n) Impacto na empresa das conjunturas econômica, política e social;
o) Indicadores do mercado externo, importações, câmbio etc.;
p) Satisfação dos acionistas; e
q) Valor da empresa

A estruturação dos sistemas de informações de controladoria estratégica parte da necessidade de adicionar aos sistemas empresariais
atuais, informações de nível estritamente estratégico. Neste sentido, a controladoria estratégica centra-se na visão da organização como
um sistema aberto, pois exerce sua função não somente na identificação dos pontos portes e fracos da organização, mas também na iden-
tificação das ameaças e das oportunidades nas quais está inserida.

A estruturação analisada é composta por quatro subsistemas de informações que, em conjunto com os sistemas ERP, BI e DW, formam
os sistemas de informações de controladoria estratégica. Esses subsistemas são:
a) Cenários empresariais;
b) Sistema de informação de acompanhamento do negócio;
c) Balanced scorecard; e
d) Gestão de riscos

34 https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos14/17120252.pdf
35 http://rbc.cfc.org.br/index.php/rbc/article/view/717/455
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Cenários Empresariais

Na última década, aumentou-se sobremaneira o ritmo acelerado das mudanças políticas, econômicas, sociais e tecnológicas no mun-
do, tendo como consequência, frequentes rupturas de tendências que, segundo Marcial e Grumbach (2005), aumentam a incerteza com
relação ao futuro das organizações, seja qual for a área na qual atuam. Ainda, segundo a autora, o cenário é o conjunto formado pela
descrição coerente de uma situação futura e pelo encaminhamento dos acontecimentos que permitem passar da situação de origem à
situação futura.
Considerada como uma das atividades essenciais de controladoria estratégica, o desenvolvimento e o acompanhamento dos cenários
têm como objetivo verificar a tendência das previsões de organizações especializadas em descrever sucintamente os cenários em que
estão inseridos. A construção de cenários empresariais parte da premissa de que os dados não são reais e, sim, estimados. Assim, torna-se
possível prever cenários identificando possíveis tendências.
Do ponto de vista de Rattner (1979), a construção de cenários visa a um procedimento sistemático para detectar as tendências pro-
váveis da evolução, numa sequência de intervalos temporais e procura identificar o começo da tensão social nos quais as forças sociais
poderiam alterar essas tendências.

Consoante a isto, Marcial e Grumbach (2005) afirmam que existem cenários possíveis, cenários realizáveis e cenários desejáveis,
conforme a figura abaixo:

Sistema de Informação e Acompanhamento de Negócios (SIAN)

O Sistema de Informação de Acompanhamento do Negócio (SIAN) parte da necessidade que as organizações possuem para acompa-
nhar o mercado no qual estão inseridas, assim como a conjuntura econômica no Brasil e no mundo. Esse sistema reúne informações de
extrema relevância para o planejamento estratégico, pois parte da análise externa, identificando as ameaças e as oportunidades em seu
contexto.

Sendo assim, esse sistema de informação trabalha com informações de natureza externa à organização, como dados dos concorren-
tes, e da conjuntura econômica que são considerados como elementos essenciais para essa finalidade. Diante disso, as informações são
inseridas no SIAN, que subsidiará o sistema de informação de apoio à decisão, permitindo uma visão de acompanhamento do negócio e
mercados.

A centralização da coleta e do armazenamento das informações são os objetivos do SIAN, pois essas informações possibilitarão à alta
gestão visualizar a organização em seu ramo de atuação dentro da conjuntura econômica. Segundo Padoveze (2003), o SIAN deve reunir
informações que possibilitem:
a) Acompanhamento periódico do desempenho das vendas, clientes e mercados;
b) Acompanhamento periódico da situação econômica geral do setor de atuação da empresa;
c) Acompanhamento periódico da situação econômica geral do País e do mundo;
d) Acompanhamento dos indicadores de evolução internos versus externos;
e) Acompanhamento periódico do desempenho das empresas concorrentes;
f) Acompanhamento periódico das importações dos produtos concorrentes e substitutos;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

g) Acompanhamento periódico das exportações dos produtos concorrentes e substitutos;


h) Avaliação do tamanho dos mercados em que a empresa atua;
i) Informações para avaliação da participação da empresa no mercado; e
j) Informações sobre produtividade, qualidade, recursos humanos, satisfação dos clientes, etc.

Diante desses objetivos, cabe ao gestor do SIAN definir quais informações devem fazer parte do banco de dados do sistema, assim
como identificar as fontes das informações, bem como os meios e os processos de sua coleta. Cabe também a ele definir os critérios de
ajustes das informações externas que deverão ser incluídos no sistema.
A integração do SIAN com os demais subsistemas empresariais é notoriamente importante. Assim, este sistema de informação pode
ser abastecido pelo sistema de vendas (faturamento), por sua vez associado ao sistema de cadastro de clientes para que se possa realizar
uma análise minuciosa do fatura mento da organização

Balanced Scorecard

O Balanced Scorecard conhecido também como Controle de Metas Estratégicas, parte de uma proposta de unir a visão estratégica da
organização com as fases de execução e controle do processo de gestão empresarial. Seu termo em português significa “cartão de marca-
ção balanceado” e foi desenvolvido pelos norte-americanos Kaplan e Norton.
Kaplan e Norton (1997, p. 2) afirmam que o Balanced Scorecard traduz a missão e a estratégia das empresas num conjunto abrangente
de medidas de desempenho que serve de base para um sistema de medição e de gestão estratégica.
Sob a ótica desses pesquisadores, eles acreditam que as organizações constroem metas estratégicas, mas não desenvolvem um siste-
ma de acompanhamento diário para a organização, assim como os gestores divisionais.
Do ponto de vista de Laudon e Laudon (2004), ambos acreditam que o modelo do BSC suplementa as medidas financeiras tradicionais
com medições que levam em consideração as quatro perspectivas equilibradas.
Segundo os autores, o BSC deve ser utilizado pelos gerentes de modo a verificar até que ponto a empresa está atingindo suas metas
estratégicas.

Segundo Kaplan e Norton (1997), a busca por objetivos de natureza financeira é considerada como ênfase no BSC, pois procura medir
o desempenho organizacional sob quatro perspectivas equilibradas que são:
a) Perspectiva financeira;
b) Perspectiva do cliente;
c) Perspectiva dos processos internos da organização; e
d) Perspectiva do aprendizado e crescimento

Diante disso, o BSC avaliará a estratégia adotada à luz do recente desempenho. Este último processo, Kaplan e Norton denominam-no
de aprendizado estratégico.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Gestão de Riscos
O PAPEL DA CONTROLADORIA ESTRATÉGICA COMO SU-
Segundo a teoria de finanças, o gerenciamento do risco está PORTE À GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS, COM ÊNFASE
intimamente relacionado com o retorno do investimento, podendo NA EFICÁCIA DA GOVERNANÇA DAS ORGANIZAÇÕES DO
ser denominado de risco financeiro. Isto é devido ao fato de que, SETOR PÚBLICO
atualmente, as organizações sujeitam-se a inúmeros tipos de riscos
e que alguns desses riscos não possuem características financeiras,
porém, merecem ser tratados com a mesma relevância. A Controladoria Estratégica, dentro do contexto das organiza-
A gestão de riscos parte do pressuposto de que todos os riscos ções do setor público, desempenha um papel de destaque no su-
que envolvem a organização impactam em seus resultados, já que, porte à gestão de políticas públicas.
para todos os efeitos, a exposição da organização aos riscos é men- Seu foco na eficácia da governança das organizações do setor
surada pela contabilidade, conforme a Demonstração de Resulta- público é um elemento-chave para assegurar a eficiência, a transpa-
dos do Exercício e do Balanço Patrimonial. rência e a responsabilidade na administração dos recursos públicos.
Cocurullo (2002) entende que o risco é a variação potencial nos A governança no setor público abrange o conjunto de proces-
resultados, estando presente em quase todos os empreendimentos sos, estruturas e regulamentos que orientam as ações das entida-
que as organizações realizam. Assim, quando o risco está presente des governamentais. Essa governança é fundamental para a toma-
nos negócios, o resultado desse negócio não pode ser precisamente da de decisões, a prestação de serviços de qualidade e o alcance
previsto. Sendo assim, Barrese e Scordis apud Bertolucci (2005, p. das metas estabelecidas pelas políticas públicas.
8) acreditam que o risco não implica necessariamente algo indese- A Controladoria Estratégica atua como um alicerce da gover-
jável, pois os resultados podem representar tanto positivos quan- nança, promovendo a integridade e a eficiência em todos os aspec-
to negativos. Segundo eles, o resultado depende se está acima ou tos do processo. Alguns dos principais papéis desempenhados pela
abaixo do esperado. Nesta mesma linha de raciocínio, os autores Controladoria Estratégica incluem:
apontam que organizações lidam tanto com riscos puros quanto es- - Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas: A Con-
peculativos; risco puro está associado a perigos que só apresentam troladoria Estratégica é responsável por criar indicadores de de-
consequências negativas, enquanto riscos especulativos podem ter sempenho e acompanhar o progresso das políticas públicas. Isso
consequências positivas ou não. fornece informações valiosas aos tomadores de decisões e permite
Na ótica de Padoveze (2003), o foco da gestão de riscos é man- ajustes com base em dados concretos.
ter um processo sustentado de criação de valor para os acionistas, - Transparência e Prestação de Contas: A Controladoria Es-
já que os empreendimentos estão sempre expostos a um conjunto tratégica trabalha para garantir que informações sobre o uso de
de riscos. Ainda, segundo o autor, os riscos podem ser definidos recursos públicos sejam transparentes e acessíveis ao público, pro-
como eventos futuros incertos que podem influenciar os objetivos movendo a responsabilidade e a confiança nas instituições gover-
estratégicos da organização. Ainda, segundo o autor, para identifi- namentais.
car o perfil de cada risco torna-se necessário reconhecer que seu - Auditoria e Controle Interno: Auditorias internas são condu-
conceito é utilizado em diversas perspectivas, entre as quais desta- zidas para identificar possíveis irregularidades e ineficiências nos
cam-se: risco como oportunidade, risco como perigo ou ameaça e processos e operações do setor público. Isso é fundamental para
risco como incerteza. manter a integridade e a legalidade das operações governamentais.
- Apoio à Tomada de Decisões Estratégicas: A Controladoria
36
É visto uma participação cada vez maior desta área na tomada Estratégica fornece análises e informações estratégicas que auxi-
de decisões. Isso se deve à distância menor entre a completa liam os gestores públicos a tomar decisões baseadas em dados con-
disseminação das informações e os métodos, interpretação cretos, contribuindo para a formulação de políticas mais eficazes.
e avaliação para a efetiva tomada de decisões. O suporte de - Desenvolvimento de Capacidades: A Controladoria Estraté-
softwares e sistemas de informações fazem parte, já a alguns gica também desempenha um papel na capacitação dos servido-
anos, das ferramentas dos profissionais que atuam nesta área. As res públicos, ajudando a desenvolver competências essenciais para
funções complexas podem ser realizadas adequadamente por este uma gestão eficaz.
meio. Enquanto a área operacional está integrada pelo suporte - Gestão de Riscos: A identificação e gestão de riscos são ele-
computacional, sua utilização nas áreas estratégicas tem crescido mentos cruciais para a governança eficaz. A Controladoria Estraté-
substancialmente. gica auxilia na identificação e mitigação de riscos que podem afetar
A crescente necessidade de coordenação em todos os níveis a implementação das políticas públicas.
da administração leva a descentralização. Percebe-se aí uma forte A Controladoria Estratégica promove a colaboração entre os ór-
ligação com a especialização da função. Em grandes organizações, gãos governamentais, estabelecendo canais de comunicação e coo-
este quadro já é bastante presente. peração para garantir a coordenação de esforços na implementação
de políticas públicas complexas que envolvem várias entidades.
A Controladoria Estratégica é um ator-chave na gestão de polí-
ticas públicas, fortalecendo a governança no setor público e garan-
tindo que os recursos sejam utilizados de forma eficiente, transpa-
rente e responsável.
Sua atuação contribui para a melhoria contínua das políticas
públicas e para o alcance dos objetivos estabelecidos em prol do
bem-estar da sociedade.
36 http://www.redalyc.org/html/2352/235217196007/
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Isso ajuda as organizações a permanecerem dentro de seus


NOÇÕES DE GESTÃO DE PROJETOS: DEFINIÇÃO DE PRIORI- orçamentos alocados, ao mesmo tempo em que garante resultados
DADES, CAPACIDADE DE ANÁLISE, DE DADOS E TOMADA de qualidade de todo o pessoal envolvido em cada etapa do
DE DECISÃO COM BASE EM INFORMAÇÕES, RACIOCÍNIO caminho até que a conclusão ocorra com sucesso, sem problemas
LÓGICO, VISÃO SISTÊMICA DO PROCESSO ao longo do caminho para o sucesso.
Além disso, a comunicação eficaz entre os membros da equipe
também desempenha um papel importante quando se trata de
A gestão de projetos é o processo de organizar e coordenar gerenciar projetos de forma eficaz. Por meio de reuniões regulares,
recursos para atingir um objetivo específico. Envolve planejar, plataformas de colaboração online ou outras formas de mídia
controlar, monitorar o progresso e ajustar conforme necessário digital, os membros da equipe podem compartilhar ideias mais
para garantir que o projeto seja concluído no prazo e dentro do rapidamente, o que torna a solução de problemas muito mais fácil.
orçamento.
Os gestores de projeto devem ser capazes de gerenciar várias Com atualizações oportunas de colegas sobre o progresso
tarefas simultaneamente, mantendo-se organizados e focados em feito nas tarefas atribuídas, ajudará a manter todos alinhados com
seus objetivos. Eles também devem ter excelentes habilidades as metas estabelecidas no início, levando ao sucesso final após a
de comunicação para que possam colaborar efetivamente com conclusão da data de vencimento, conforme planejado antes do
membros da equipe de diferentes departamentos ou organizações início.
que nem sempre concordam com as ideias ou abordagens uns dos No geral, o gerenciamento de projetos oferece inúmeras
outros. vantagens para as empresas que buscam maneiras de otimizar as
A primeira etapa de qualquer plano de gestão de projeto bem- operações por meio de melhores processos de planejamento e
sucedido é criar uma estratégia eficaz que descreva o que precisa execução, o que garante que os objetivos sejam atendidos dentro
ser feito para que as metas do projeto possam ser atendidas do cronograma e das restrições orçamentárias estabelecidas pelos
com eficiência, sem ultrapassar o orçamento ou as restrições de tomadores de decisão acima deles, tornando-o elemento crucial
cronograma. necessário ao administrar os negócios, se desejar permanecer
Isso inclui determinar quais tarefas precisam ser concluídas, competitiva contra rivais competindo no mesmo espaço de
atribuir funções e responsabilidades entre os membros da equipe mercado.
(bem como definir prazos), alocar recursos adequadamente (como
tempo/orçamento da equipe) e estabelecer medidas de controle
de qualidade em todos os estágios de desenvolvimento para que METODOLOGIAS DE PROCESSO E MELHORIAS.
quaisquer problemas potenciais sejam detectados logo no início,
antes que se tornem grandes problemas no futuro.
Uma vez que esta base foi estabelecida, torna-se mais fácil para Melhoria de Processos
todos os envolvidos na execução desses planos, pois agora há um Nessa etapa, observa-se os indicadores previamente levanta-
roteiro claro que eles podem seguir em direção ao sucesso! dos, onde se torna possível identificar quais são os principais garga-
Finalmente, depois que tudo foi devidamente planejado, los em todo processo e se os objetivos estão sendo conquistados.
é importante que ocorram check-ins regulares entre as partes As melhorias podem ser concernentes a inclusão ou exclusão
interessadas e as equipes durante a implementação, para que o de atividades, realocação de responsabilidades, documentação,
progresso permaneça consistente e as informações atualizadas novas ferramentas de apoio e sequências diferentes, por exemplo.
sobre mudanças/desafios enfrentados por aqueles que trabalham Melhorar o desempenho para reduzir custos, aumentar a eficiência,
diretamente nos projetos sejam comunicadas rapidamente. aprimorar a qualidade do produto/serviço e melhorar o relaciona-
Essas atualizações devem incluir tanto os sucessos alcançados mento com o cliente, devem ser o objetivo.
quanto as áreas onde ainda podem ocorrer melhorias – permitindo O processo todo em si é cíclico: finalizando essa fase, volta-se
que todos os envolvidos entendam melhor como as coisas estão a analisar a situação no negócio, investigam se os processos estão
em um determinado momento, o que ajuda a garantir que ninguém sinérgicos ao objetivo da empresa, mapeia-se novas situações dian-
seja abandonado quando ajustes precisam ser feitos devido a te das melhorias apontadas, executa-se as mudanças, monitoran-
circunstâncias imprevistas. Ter boas habilidades de gestão de do-as e otimizando-as.
projetos ajudará a garantir uma execução mais suave em todo o
ciclo de vida, levando a resultados mais bem-sucedidos em geral. Técnicas de Mapeamento
O benefício mais importante da gestão de projetos é a Modelo AS-IS
capacidade de economizar tempo e dinheiro, evitando atrasos Levantar e documentar a atual situação dos processos, geral-
ou erros desnecessários durante a conclusão de um projeto. Os mente realizado pelos usuários diretamente envolvidos nos proces-
gestores de projeto usam vários métodos, como agendamento, sos-chaves.
orçamento, alocação de recursos e avaliação de riscos, a fim de O levantamento das principais oportunidades de melhorias é
maximizar a eficiência e minimizar os custos associados ao processo realizado com as equipes através de entrevistas feitas com essas
de desenvolvimento do projeto. pessoas, que relatarão como são realizadas as atividades.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

TO-BE Todavia, o princípio da legalidade deve ser conceituado como


Após, é realizado o mapeamento “To-Be”, que define a meta a o principal conceito para a configuração do regime jurídico-admi-
ser alcançada e as mudanças que será necessário implementar para nistrativo, tendo em vista que segundo ele, a administração pública
isso. Nesse processo é importante documentar pontos de melho- só poderá ser desempenhada de forma eficaz em seus atos execu-
rias e acréscimos esperados quantitativamente, realizar a definição tivos, agindo conforme os parâmetros legais vigentes. De acordo
dos recursos, ferramentas e responsabilidades de cada atividade. com o princípio em análise, todo ato que não possuir base em fun-
damentos legais é ilícito.
Tipos de Mapeamento
• Fluxograma de processos: Desenho simplificado de um pro- Princípio da impessoalidade
cesso usando símbolos padronizados. Forma simples de represen- Consagrado de forma expressa no art. 37 da CRFB/1988, possui
tar visualmente a teia de atividades envolvidas na operação. duas interpretações possíveis:
• Fluxograma horizontal: Visando uma melhor representação a) igualdade (ou isonomia): dispõe que a Administração Públi-
dos processos, o fluxograma horizontal foi criado, possibilitando as- ca deve se abster de tratamento de forma impessoal e isonômico
sim mais alternativas ao gestor. Em uma matriz o fluxo de tarefas é aos particulares, com o fito de atender a finalidade pública, vedadas
detalhado, cujo o eixo horizontal indica quais processos estão em a discriminação odiosa ou desproporcional. Exemplo: art. 37, II, da
andamento e o eixo vertical mostra as etapas de produção ou os CRFB/1988: concurso público. Isso posto, com ressalvas ao trata-
responsáveis por cada processo. Possibilitando assim, uma visão mento que é diferenciado para pessoas que estão se encontram em
mais clara em relação ao fluxograma de processos. posição fática de desigualdade, com o fulcro de efetivar a igualdade
• Mapofluxograma: Principal mapeamento utilizado para li- material. Exemplo: art. 37, VIII, da CRFB e art. 5.0, § 2. °, da Lei
nhas de produção, por exemplo. É a união de um fluxograma den- 8.112/1990: reserva de vagas em cargos e empregos públicos para
tro de um layout industrial. Aqui, o fluxograma é representado portadores de deficiência.
sobre o desenho da planta. Isso facilita a visão e compreensão da b) proibição de promoção pessoal: quem faz as realizações
movimentação de materiais e pessoas. públicas é a própria entidade administrativa e não são tidas como
• BPMN: Tipo de modelagem de processos mais utilizado, feitos pessoais dos seus respectivos agentes, motivos pelos quais
atendendo inclusive às normas especiais. Os símbolos são padro- toda a publicidade dos atos do Poder Público deve possuir caráter
nizados com formas e cores previamente definidas, facilita muito educativo, informativo ou de orientação social, nos termos do art.
mais a compreensão e representação de um processo complexo. 37, § 1. °, da CRFB: “dela não podendo constar nomes, símbolos
Como é de uma “linguagem universal”, se torna também possível ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades
apresentar o fluxo para clientes, possibilita que novos integrantes ou servidores públicos”.
façam alterações agregando valor aos processos.
Princípio da moralidade
Disposto no art. 37 da CRFB/1988, presta-se a exigir que a atua-
NOÇÕES DE GESTÃO E FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS. ção administrativa, respeite a lei, sendo ética, leal e séria. Nesse dia-
pasão, o art. 2. °, parágrafo único, IV, da Lei 9.784/1999 ordena ao
administrador nos processos administrativos, a autêntica “atuação
No desempenho da função administrativa, o Poder Público segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé”. Exemplo:
empraza diversas relações jurídicas com pessoas físicas e jurídicas, a vedação do ato de nepotismo inserido da Súmula Vinculante 13
públicas e privadas. A partir do momento em que tais relações se do STF. Entretanto, o STF tem afastado a aplicação da mencionada
constituem por intermédio da manifestação bilateral da vontade das súmula para os cargos políticos, o que para a doutrina em geral não
partes, afirmamos que foi celebrado um contrato da Administração. parece apropriado, tendo em vista que o princípio da moralidade é
Denota-se que os contratos da Administração podem ser nas um princípio geral e aplicável a toda a Administração Pública, vindo
formas: a alcançar, inclusive, os cargos de natureza política.
– Contratos Administrativos: são aqueles comandados pelas
normas de Direito Público. Princípio da publicidade
– Contratos de Direito Privado firmados pela Administração: Sua função é impor a divulgação e a exteriorização dos atos
são aqueles comandados por normas de Direito Privado. do Poder Público, nos ditames do art. 37 da CRFB/1988 e do art.
2. ° da Lei 9.784/1999). Ressalta-se com grande importância que a
— Princípios transparência dos atos administrativos guarda estreita relação com
o princípio democrático nos termos do art. 1. ° da CRFB/1988), vin-
Princípio da legalidade do a possibilitar o exercício do controle social sobre os atos públicos
Disposto no art. 37 da CRFB/1988, recebe um conceito como praticados pela Administração Pública em geral. Denota-se que a
um produto do Liberalismo, que propagava evidente superioridade atuação administrativa obscura e sigilosa é característica típica dos
do Poder Legislativo por intermédio da qual a legalidade veio a ser Estados autoritários. Como se sabe, no Estado Democrático de Di-
bipartida em importantes desdobramentos: reito, a regra determinada por lei, é a publicidade dos atos estatais,
1) Supremacia da lei: a lei prevalece e tem preferência sobre os com exceção dos casos de sigilo determinados e especificados por
atos da Administração; lei. Exemplo: a publicidade é um requisito essencial para a produ-
2) Reserva de lei: a apreciação de certas matérias deve ser for- ção dos efeitos dos atos administrativos, é uma necessidade de mo-
malizada pela legislação, deletando o uso de outros atos de caráter tivação dos atos administrativos.
normativo.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Princípio da eficiência a) Adequação ou idoneidade: o ato praticado pelo Estado será


Foi inserido no art. 37 da CRFB, por intermédio da EC 19/1998, adequado quando vier a contribuir para a realização do resultado
com o fito de substituir a Administração Pública burocrática pela pretendido.
Administração Pública gerencial. O intuito de eficiência está relacio- b) Necessidade ou exigibilidade: em decorrência da proibição
nado de forma íntima com a necessidade de célere efetivação das do excesso, existindo duas ou mais medidas adequadas para alcan-
finalidades públicas dispostas no ordenamento jurídico. Exemplo: çar os fins perseguidos de interesse público, o Poder Público terá
duração razoável dos processos judicial e administrativo, nos dita- o dever de adotar a medida menos agravante aos direitos funda-
mes do art. 5.0, LXXVIII, da CRFB/1988, inserido pela EC 45/2004), mentais.
bem como o contrato de gestão no interior da Administração (art. c) Proporcionalidade em sentido estrito: coloca fim a uma
37 da CRFB) e com as Organizações Sociais (Lei 9.637/1998). típica consideração, no caso concreto, entre o ônus imposto pela
Em relação à circulação de riquezas, existem dois critérios que atuação do Estado e o benefício que ela produz, motivo pelo qual
garantem sua eficiência: a restrição ao direito fundamental deverá ser plenamente justifica-
a) eficiência de Pareto (“ótimo de Pareto”): a medida se torna da, tendo em vista importância do princípio ou direito fundamental
eficiente se conseguir melhorar a situação de certa pessoa sem pio- que será efetivado.
rar a situação de outrem.
b) eficiência de Kaldor-Hicks: as normas devem ser aplicadas Princípio da supremacia do interesse público sobre o interes-
de forma a produzir o máximo de bem-estar para o maior número se privado (princípio da finalidade pública)
de pessoas, onde os benefícios de “X” superam os prejuízos de “Y”). É considerado um pilar do Direito Administrativo tradicional,
tendo em vista que o interesse público pode ser dividido em duas
Ressalte-se, contudo, em relação aos critérios mencionados categorias:
acima, que a eficiência não pode ser analisada apenas sob o prisma a) interesse público primário: encontra-se relacionado com a
econômico, tendo em vista que a Administração possui a obrigação necessidade de satisfação de necessidades coletivas promovendo
de considerar outros aspectos fundamentais, como a qualidade do justiça, segurança e bem-estar através do desempenho de ativi-
serviço ou do bem, durabilidade, confiabilidade, dentre outros as- dades administrativas que são prestadas à coletividade, como por
pectos. exemplo, os serviços públicos, poder de polícia e o fomento, dentre
outros.
– Princípios da razoabilidade e da proporcionalidade b) interesse público secundário: trata-se do interesse do pró-
Nascido e desenvolvido no sistema da common law da Magna prio Estado, ao estar sujeito a direitos e obrigações, encontra-se
Carta de 1215, o princípio da razoabilidade o princípio surgiu no di- ligando de forma expressa à noção de interesse do erário, imple-
reito norte-americano por intermédio da evolução jurisprudencial mentado através de atividades administrativas instrumentais que
da cláusula do devido processo legal, pelas Emendas 5.’ e 14.’ da são necessárias ao atendimento do interesse público primário.
Constituição dos Estados Unidos, vindo a deixar de lado o seu cará- Exemplos: as atividades relacionadas ao orçamento, aos agentes
ter procedimental (procedural due process of law: direito ao contra- público e ao patrimônio público.
ditório, à ampla defesa, dentre outras garantias processuais) para,
por sua vez, incluir a versão substantiva (substantive due process of Princípio da continuidade
law: proteção das liberdades e dos direitos dos indivíduos contra Encontra-se ligado à prestação de serviços públicos, sendo que
abusos do Estado). tal prestação gera confortos materiais para as pessoas e não pode
Desde seus primórdios, o princípio da razoabilidade vem sendo ser interrompida, levando em conta a necessidade permanente de
aplicado como forma de valoração pelo Judiciário, bem como da satisfação dos direitos fundamentais instituídos pela legislação.
constitucionalidade das leis e dos atos administrativos, demons- Tendo em vista a necessidade de continuidade do serviço pú-
trando ser um dos mais importantes instrumentos de defesa dos blico, é exigido regularidade na sua prestação. Ou seja, prestador
direitos fundamentais dispostos na legislação pátria. do serviço, seja ele o Estado, ou, o delegatório, deverá prestar o
O princípio da proporcionalidade, por sua vez origina-se das te- serviço de forma adequada, em consonância com as normas vigen-
orias jusnaturalistas dos séculos XVII e XVIII, a partir do momento tes e, em se tratando dos concessionários, devendo haver respeito
no qual foi reconhecida a existência de direitos perduráveis ao ho- às condições do contrato de concessão. Em resumo, a continuidade
mem oponíveis ao Estado. Foi aplicado primeiramente no âmbito pressupõe a regularidade, isso por que seria inadequado exigir que
do Direito Administrativo, no “direito de polícia”, vindo a receber, o prestador continuasse a prestar um serviço de forma irregular.
na Alemanha, dignidade constitucional, a partir do momento em Mesmo assim, denota-se que a continuidade acaba por não
que a doutrina e a jurisprudência passaram a afirmar que a propor- impor que todos os serviços públicos sejam prestados diariamente
cionalidade seria um princípio implícito advindo do próprio Estado e em período integral. Na realidade, o serviço público deverá ser
de Direito. prestado sempre na medida em que a necessidade da população
Embora haja polêmica em relação à existência ou não de di- vier a surgir, sendo lícito diferenciar a necessidade absoluta da ne-
ferenças existentes entre os princípios da razoabilidade e da pro- cessidade relativa, onde na primeira, o serviço deverá ser prestado
porcionalidade, de modo geral, tem prevalecido a tese da fungibi- sem qualquer tipo interrupção, tendo em vista que a população ne-
lidade entre os mencionados princípios que se relacionam e forma cessita de forma permanente da disponibilidade do serviço. Exem-
paritária com os ideais igualdade, justiça material e racionalidade, plos: hospitais, distribuição de energia, limpeza urbana, dentre ou-
vindo a consubstanciar importantes instrumentos de contenção dos tros.
excessos cometidos pelo Poder Público.
O princípio da proporcionalidade é subdividido em três
subprincípios:
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Princípio da autotutela Princípios da segurança jurídica, da confiança legítima e da


Aduz que a Administração Pública possui o poder-dever de re- boa-fé
ver os seus próprios atos, seja no sentido de anulá-los por vício de Os princípios da segurança jurídica, da confiança legítima e da
legalidade, ou, ainda, para revogá-los por motivos de conveniência boa-fé possuem importantes aspectos que os assemelham entre si.
e de oportunidade, de acordo com a previsão contida nas Súmulas O princípio da segurança jurídica está dividido em dois senti-
346 e 473 do STF, e, ainda, como no art. 53 da Lei 9.784/1999. dos:
A autotutela designa o poder-dever de corrigir ilegalidades, a) objetivo: estabilização do ordenamento jurídico, levando em
bem como de garantir o interesse público dos atos editados pela conta a necessidade de que sejam respeitados o direito adquirido,
própria Administração, como por exemplo, a anulação de ato ilegal o ato jurídico perfeito e a coisa julgada (art. 5.°, XXXVI, da CRFB);
e revogação de ato inconveniente ou inoportuno. b) subjetivo: infere a proteção da confiança das pessoas rela-
Fazendo referência à autotutela administrativa, infere-se que cionadas às expectativas geradas por promessas e atos estatais.
esta possui limites importantes que, por sua vez, são impostos ante
à necessidade de respeito à segurança jurídica e à boa-fé dos parti- Já o princípio da boa-fé tem sido dividido em duas acepções:
culares de modo geral. a) objetiva: diz respeito à lealdade e à lisura da atuação dos
particulares;
Princípios da consensualidade e da participação b) subjetiva: está ligada a relação com o caráter psicológico
Segundo Moreira Neto, a participação e a consensualidade tor- daquele que atuou em conformidade com o direito. Esta caracteri-
naram-se decisivas para as democracias contemporâneas, pelo fato zação da confiança legítima depende em grande parte da boa-fé do
de contribuem no aprimoramento da governabilidade, vindo a fazer particular, que veio a crer nas expectativas que foram geradas pela
a praticar a eficiência no serviço público, propiciando mais freios atuação do Estado.
contra o abuso, colocando em prática a legalidade, garantindo a
atenção a todos os interesses de forma justa, propiciando decisões Condizente à noção de proteção da confiança legítima, verifi-
mais sábias e prudentes usando da legitimidade, desenvolvendo a ca-se que esta aparece em forma de uma reação frente à utilização
responsabilidade das pessoas por meio do civismo e tornando os abusiva de normas jurídicas e de atos administrativos que termi-
comandos estatais mais aceitáveis e mais fáceis de ser obedecidos. nam por surpreender os seus receptores.
Desta forma, percebe-se que a atividade de consenso entre o Em decorrência de sua amplitude, princípio da segurança jurí-
Poder Público e particulares, ainda que de maneira informal, veio a dica, inclui na sua concepção a confiança legítima e a boa-fé, com
assumir um importante papel no condizente ao processo de iden- supedâneo em fundamento constitucional que se encontra implí-
tificação de interesses públicos e privados que se encontram sob a cito na cláusula do Estado Democrático de Direito no art. 1.° da
tutela da Administração Pública. CRFB/1988, na proteção do direito adquirido, do ato jurídico perfei-
Assim sendo, com a aplicação dos princípios da consensualida- to e da coisa julgada de acordo com o art. 5.0, XXXVI, da CRFB/1988.
de e da participação, a administração termina por voltar-se para a Por fim, registra-se que em âmbito infraconstitucional, o
coletividade, vindo a conhecer melhor os problemas e aspirações princípio da segurança jurídica é mencionado no art. 2. ° da Lei
da sociedade, passando a ter a ter atividades de mediação para 9.784/1999, vindo a ser caracterizado por meio da confiança legíti-
resolver e compor conflitos de interesses entre várias partes ou ma, pressupondo o cumprimento dos seguintes requisitos:
entes, surgindo daí, um novo modo de agir, não mais colocando o
ato como instrumento exclusivo de definição e atendimento do in- a) ato da Administração suficientemente conclusivo para gerar
teresse público, mas sim em forma de atividade aberta para a cola- no administrado (afetado) confiança em um dos seguintes casos:
boração dos indivíduos, passando a ter importância o momento do confiança do afetado de que a Administração atuou corretamente;
consenso e da participação. confiança do afetado de que a sua conduta é lícita na relação jurídi-
De acordo com Vinícius Francisco Toazza, “o consenso na toma- ca que mantém com a Administração; ou confiança do afetado de
da de decisões administrativas está refletido em alguns institutos que as suas expectativas são razoáveis;
jurídicos como o plebiscito, referendo, coleta de informações, con- b) presença de “signos externos”, oriundos da atividade admi-
selhos municipais, ombudsman, debate público, assessoria externa nistrativa, que, independentemente do caráter vinculante, orien-
ou pelo instituto da audiência pública. Salienta-se: a decisão final tam o cidadão a adotar determinada conduta;
é do Poder Público; entretanto, ele deverá orientar sua decisão o c) ato da Administração que reconhece ou constitui uma situa-
mais próximo possível em relação à síntese extraída na audiência do ção jurídica individualizada (ou que seja incorporado ao patrimônio
interesse público. Nota-se que ocorre a ampliação da participação jurídico de indivíduos determinados), cuja durabilidade é confiável;
dos interessados na decisão”, o que poderá gerar tanto uma “atu- d) causa idônea para provocar a confiança do afetado (a con-
ação coadjuvante” como uma “atuação determinante por parte de fiança não pode ser gerada por mera negligência, ignorância ou to-
interessados regularmente habilitados à participação” (MOREIRA lerância da Administração); e
NETO, 2006, p. 337-338). e) cumprimento, pelo interessado, dos seus deveres e obriga-
Desta forma, o princípio constitucional da participação é o pio- ções no caso.
neiro da inclusão dos indivíduos na formação das tutelas jurídico-
-políticas, sendo também uma forma de controle social, devido aos Elementos
seus institutos participativos e consensuais. Aduz-se que sobre esta matéria, a lei nada menciona a respeito,
porém, a doutrina tratou de a conceituar e estabelecer alguns
paradigmas. Refere-se à classificação que a doutrina faz do contrato
administrativo. Desta forma, o contrato administrativo é:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

1) Comutativo: trata-se dos contratos de prestações certas e E) Consensualidade – são o resultado de um acordo de vontades
determinadas. Possui prestação e contraprestação já estabelecidas plenas e livres, e não de ato impositivo;
e equivalentes. Nesta espécie de contrato, as partes, além de F) Formalidade – não basta que haja a vontade das partes para
receberem da outra prestação proporcional à sua, podem apreciar que o contrato administrativo se aperfeiçoe, sendo necessário o
imediatamente, verificando previamente essa equivalência. cumprimento de determinações previstas na Lei 8.666/1993;
Ressalta-se que o contrato comutativo se encontra em discordância H) Onerosidade – o contrato possui valor econômico
do contrato aleatório que é aquele contrato por meio do qual, as convencionado;
partes se arriscam a uma contraprestação que por ora se encontra I) Comutatividade – os contratos exigem equidade das
desconhecida ou desproporcional, dizendo respeito a fatos futuros. prestações do contratante e do contratado, sendo que estas devem
Exemplo: contrato de seguro, posto que uma das partes não ser previamente definidas e conhecidas;
sabe se terá que cumprir alguma obrigação, e se tiver, nem sabe J) Caráter sinalagmático – constituído de obrigações recíprocas
qual poderá ser. tanto para a Administração contratante como para o contratado;
Com referência a esse tipo de contrato, aduz o art. 4 do K) Natureza de contrato de adesão – as cláusulas dos contratos
Decreto-Lei n.7.568/2011: administrativos devem ser fixadas de forma unilateral pela
Art. 4º A celebração de convênio ou contrato de repasse Administração.
com entidades privadas sem fins lucrativos será precedida de Registra-se que deve constar no edital da licitação, a minuta do
chamamento público a ser realizado pelo órgão ou entidade contrato que será celebrado. Desta maneira, os licitantes ao fazerem
concedente, visando à seleção de projetos ou entidades que suas propostas, estão acatando os termos contratuais estabelecidos
tornem mais eficaz o objeto do ajuste. (Redação dada pelo Decreto pela Administração. Ainda que o contrato não esteja precedido
n. 7.568, de 2011) de licitação, a doutrina aduz que é sempre a administração quem
estabelece as cláusulas contratuais, pelo fato de estar vinculada às
2) Oneroso: por ter natureza bilateral, comporta vantagens normas e também ao princípio da indisponibilidade do interesse
para ambos os contraentes, tendo em vista que estes sofrem um público;
sacrifício patrimonial equivalente a um proveito almejado. Existe L) Caráter intuitu personae – por que os contratos
um benefício recebido que corresponde a um sacrifício, por meio administrativos são firmados tomando em conta as características
do qual, as partes gozam de benefícios e deveres. Ocorre de forma pessoais do contratado. Por esta razão, de modo geral, é proibida
contrária do contrato gratuito, como a doação, posto que neste, só a subcontratação total ou parcial do objeto contratado, a
uma das partes possui obrigação, que é entregar o bem, já a outra, associação do contratado com outrem, a cessão ou transferência,
não tem. total ou parcial, bem como a fusão, cisão ou incorporação, cuja
3) Formal: é dotado de condições específicas previstas na desobediência é motivo para rescisão contratual (art. 78, VI, Lei
legislação para que tenha validade. A formalização do contrato 8.666/1993). Entretanto, a regra anterior é amparada pelo art. 72
encontra-se paramentada no art. 60 Lei 8.666/1993. Denota-se, da mesma lei, que determina a possibilidade de subcontratação de
por oportuno, que o contrato administrativo é celebrado pela forma partes de obra, serviço ou fornecimento, até o limite admitido pela
escrita, nos ditames art. 60, parágrafo único. Administração. Aduz-se que a possibilidade de subcontratação é
abominada pela doutrina, tendo em vista vez que permite que uma
Características empresa que não participou por meios legais da licitação de forma
A doutrina não é unânime quanto às características dos indireta, acabe contratando com o Poder Público, o que ofende
contratos administrativos. Ainda assim, de modo geral, podemos o princípio da licitação previsto no art. 37, XXI, da Constituição
aduzir que são as seguintes: Federal.
A) Presença da Administração Pública – nos contratos
administrativos, a Administração Pública atua na relação contratual Formalização
na posição de Poder Público, por esta razão, é dotada de um rol de Em regra, os contratos administrativos são precedidos da
prerrogativas que acabam por a colocar em posição de hierarquia realização de licitação, ressalvado nas hipóteses por meio das quais
diante do particular, sendo que tais prerrogativas se materializam a lei estabelece a dispensa ou inexigibilidade deste procedimento.
nas cláusulas exorbitantes; Além disso, a minuta do futuro contrato a ser firmado pela
B) Finalidade pública – do mesmo modo que nos contratos de Administração com o licitante vencedor, constitui anexo do edital
direito privado, nos contratos administrativos sempre deverá estar de licitação, dele sendo parte integrante (art. 40, § 2º, III).
presente a incessante busca da satisfação do interesse público, sob Os contratos administrativos são em regra, formais e escritos.
pena de incorrer em desvio de poder; Registre-se que que o instrumento de contrato, á ato obrigatório
C) Procedimento legal – são estabelecidos por meio de nas situações de concorrência ou de tomadas tomada de preços,
lei procedimentos de cunho obrigatório para a celebração dos bem como ainda nas situações de dispensa ou inexigibilidade de
contratos administrativos, que contém, dentre outras medidas, licitação, nas quais os valores contratados estejam elencados nos
autorização legislativa, justificativa de preço, motivação, autorização limites daquelas duas modalidades licitatórias.
pela autoridade competente, indicação de recursos orçamentários Aduz-se que nos demais casos, o termo de contrato será
e licitação; facultativo, fato que enseja à Administração adotar o instrumento
D) Bilateralidade – independentemente de serem de direito contratual ou, ainda, vir a optar por substituí-lo por outro
privado ou de direito público, os contratos são formados a partir de instrumento hábil a documentar a avença, conforme quadro a
manifestações bilaterais de vontades da Administração contratante seguir (art. 62, § 2º):
e do particular contratado;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Todo contrato administrativo tem natureza de contrato b) quando necessária a modificação do valor contratual em
de adesão, pois todas as cláusulas contratuais são fixadas pela decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto,
Administração. Contrato de adesão é aquele em que todas as nos limites permitidos por esta Lei;
cláusulas são fixadas por apenas uma das partes, no caso do II - por acordo das partes:
contrato administrativo, a Administração. a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;
b) quando necessária a modificação do regime de execução
Prazo da obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face
Tendo em vista que os contratos administrativos devem ter de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais
prazo determinado, sua vigência deve ficar adjunta à vigência originários;
dos respectivos créditos orçamentários. Assim sendo, em regra, c) quando necessária a modificação da forma de pagamento,
os contratos terão duração de um ano, levando em conta que esse por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor
é o prazo de vigência dos créditos orçamentários que são passados inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com
aos órgãos e às entidades. Nos ditames da Lei 4.320/1964, o crédito relação ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente
orçamentário tem duração de um ano, vindo a coincidir com o ano contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou
civil. serviço;
Entretanto, o art. 57 da Lei 8.666/1993 determina outras d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram
situações que não seguem ao disposto na regra acima. Vejamos: inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição da
– Aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas administração para a justa remuneração da obra, serviço ou
metas estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-
prorrogados se houver interesse da Administração e desde que isso financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos
tenha sido previsto no ato convocatório; imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências incalculáveis,
– À prestação de serviços a serem executados de forma retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em
contínua, que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando
sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços e condições álea econômica extraordinária e extracontratual. (Redação dada
mais vantajosas para a administração, limitada a sessenta meses; pela Lei nº 8.883, de 1994)
(Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998);
– Ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de Desta maneira, percebe-se que o contrato administrativo
informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 permite de forma regulamentada, que haja alteração em suas
(quarenta e oito) meses após o início da vigência do contrato. De cláusulas durante sua execução. Registre-se que contrato não é um
acordo com a Carta Magna, toda programação de longo prazo do documento rígido e inflexível, tendo em vista que o mesmo pode
Governo tem o dever de estar contida do plano plurianual. Desta sofrer alterações para que venha a se adequar às modificações que
maneira, estando o contrato contemplado nessa programação a forem preciso durante a execução contratual. Além disso, a lei fixa
longo prazo – PPA –, sua duração será estendida enquanto existir a percentuais por meio dos quais a Administração pode promover
previsão nessa lei específica. alterações no objeto do contrato, restando o contratado obrigado a
acatar as modificações realizadas, desde que dentro dos percentuais
Em relação aos serviços contínuos na Administração Pública, fixados pela legislação.
denota-se que são aqueles que exigem uma permanência do
serviço. Sendo uma espécie de serviço que é mais coerente manter Revisão
por um período maior ao invés de ficar renovando e trocando todos A princípio, denota-se que as causas que justificam a
os anos. Por isso, em razão da Lei n. 12.349/2010, foi acrescentado inexecução contratual possuem o condão de gerar apenas a
mais um dispositivo que determina que o contrato pode ter duração interrupção momentânea da execução contratual, bem como a
superior a um ano, que é a regra geral. total impossibilidade de sua conclusão com a consequente rescisão.
Em tais situações, pelo ato de as situações não decorrem de
Alteração culpa do contratado, este poderá vir a paralisar a execução de
Em consonância com o art. 65 da Lei 8.666/1993, Lei de forma que não seja considerado descumpridor. Assegurado pela
Licitações, a Administração Pública possui o poder de fazer CFB/1988, em seu art. 37, XXI, o equilíbrio econômico-financeiro
alterações durante a execução de seus contratos de maneira da relação contratual consiste na manutenção das condições
unilateral, independentemente da vontade do ente contratado. de pagamento estabelecidas quando do início do contrato, de
Infere-se aqui, que o contrato administrativo possui o condão forma que a relação se mantenha estável entre as obrigações do
de ser alterado unilateralmente ou por meio de acordo. Além contratado e haja correta e justa retribuição da Administração pelo
disso, ressalte-se que as alterações unilaterais podem ser de ordem fornecimento do bem, execução de obra ou prestação de serviço.
qualitativa ou quantitativa. Vejamos o dispositivo legal acerca do Havendo qualquer razão que cause a alteração do contrato sem
assunto: que o contratado tenha culpa, tal razão terá que ser restabelecida.
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, Registra-se que essa garantia é de cunho constitucional. Nesse
com as devidas justificativas, nos seguintes casos: sentido, caso o contrato seja atingido por acontecimentos
I - unilateralmente pela Administração: posteriores à sua celebração, vindo a onerar o contratado,
a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, o equilíbrio econômico-financeiro inicial deverá, nos termos legais
para melhor adequação técnica aos seus objetivos; que lhe assiste, ser restabelecido por intermédio da recomposição

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

contratual. Desta maneira, a inexecução sem culpa do contratado da terra, aproveitamento sustentável das várzeas, preservação das
virá a acarretar a revisão contratual, caso tenha havido alteração do comunidades tradicionais e seus meios de subsistência ou outras
equilíbrio econômico-financeiro. modalidades de interesse social em áreas urbanas, que poderá ser
firmado por tempo certo ou indeterminado (Decreto-lei 271/1967,
Prorrogação art. 7º, com redação dada pela Lei 11.481/2007).
Via regra geral, os contratos administrativos regidos pela Lei Afirma-se que a princípio, as partes devem se prestar ao fiel
8.666/1993 possuem duração determinada e vinculada à vigência cumprimento dos prazos previstos nos contratos. Entretanto,
dos respectivos créditos orçamentários. No entanto, há exceções a existem situações nas quais não é possível o cumprimento da
essa regra nas seguintes situações: avença no prazo originalmente previsto. Ocorrendo isso, a lei
a) Quando o contrato se referir à execução dos projetos cujos admite a prorrogação dos prazos contratuais, desde que tal fato
produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano seja justificado e autorizado de forma antecedente pela autoridade
Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se houver interesse competente para celebrar o contrato, o que é aceito pela norma
da Administração e desde que isso tenha sido previsto no ato nos casos em que houver (art. 57, § 1º):
convocatório (art. 57, I); A) alteração do projeto ou especificações, pela Administração;
b) Quando o contrato for relativo à prestação de serviços a B) superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho
serem executados de forma contínua, que poderão ter a sua duração à vontade das partes, que altere fundamentalmente as condições
prorrogada por iguais e sucessivos períodos visando à obtenção de de execução do contrato;
preços e condições mais vantajosas para a administração, limitada C) interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo
a 60 meses (art. 57, II); de trabalho por ordem e no interesse da Administração; aumento
c) No caso do aluguel de equipamentos e da utilização de das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites
programas de informática, podendo a duração estender-se pelo permitidos por essa Lei;
prazo de até 48 meses após o início da vigência do contrato (art. D) impedimento de execução do contrato por fato ou ato
57, IV); de terceiro reconhecido pela Administração em documento
d) Nos contratos celebrados com dispensa de licitação pelos contemporâneo à sua ocorrência; omissão ou atraso de providências
seguintes motivos: a cargo da Administração, inclusive quanto aos pagamentos previstos
I) possibilidade de comprometimento da segurança nacional; de que resulte, diretamente, impedimento ou retardamento na
II) para as compras de material de uso das forças armadas, execução do contrato, sem prejuízo das sanções legais aplicáveis
exceto materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver aos responsáveis.
necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de
apoio logístico naval, aéreo e terrestre; Renovação
III) para o fornecimento de bens e serviços, produzidos Cuida-se a renovação do contrato da inovação no todo ou em
ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta parte do ajuste, desse que mantido seu objeto inicial. A finalidade
complexidade tecnológica e defesa nacional; da renovação contratual é a manutenção da continuidade do
IV) para contratação de empresas relacionadas à pesquisa e serviço público, tendo em vista a admissão da recontratação direta
desenvolvimento tecnológico, conforme previsto nos arts. 3º, 4º, 5º do atual contratado, isso, desde que as circunstâncias a justifiquem
e 20 da Lei 10.973/2004. e permitam seu enquadramento numa das hipóteses dispostas
por lei de dispensa ou inexigibilidade de licitação, como acontece
Denota-se que esses contratos terão vigência por até 120 por exemplo, quando o contrato original é extinto, vindo a faltar
meses, por interesse da Administração (art. 57, V, dispositivo ínfima parte da obra, serviço ou fornecimento para concluída, ou
incluído pela Lei 12.349, de 2010). quando durante a execução, surge a necessidade de reparação ou
É importante registrar que em se tratando de casos de contratos ampliação não prevista, mas que pode ser feita pelo pessoal e
celebrados com dispensa de licitação por motivos de emergência equipamentos que já se encontram em atividade.
ou calamidade pública, a duração do contrato deverá se estender Via regra geral, a renovação é realizada por meio de nova
apenas pelo período necessário ao afastamento da urgência, tendo licitação, com a devida observância de todas as formalidades legais.
prazo máximo de 180 dias, contados da ocorrência da emergência Ocorrendo isso, a lei impõe vedações ao estabelecimento no edital
ou calamidade, vedada a sua prorrogação (art. 24, IV). de cláusulas que venham a favorecer o atual contratado em prejuízo
Embora a lei determine a proibição da prorrogação de contrato dos demais concorrentes, com exceção das que prevejam sua
com fundamento na dispensa de licitação por emergência ou indenização por equipamentos ou benfeitorias que serão utilizados
calamidade pública, ressalta-se que o TCU veio a consolidar pelo futuro contratado.
entendimento de que pode haver exceções a essa regra em algumas
hipóteses restritas, advindas de fato superveniente, e também, Reajuste contratual
desde que a duração do contrato se estenda por período de tempo Reajuste contratual é uma das formas de reequilíbrio
razoável e suficiente para enfrentar a situação emergencial (AC- econômico-financeiro dos contratos. É caracterizado por fazer parte
1941-39/07-P). de uma fórmula prevista no contrato que é utilizada para proteger
Em análise ao art. 57, § 3º, da Lei 8.666/1993, percebe-se os contratados dos efeitos inflacionários.
que este proíbe a existência de contrato administrativo com prazo Infere-se que a Lei 8.666/1993, no art. 55, III, prevê o reajus-
de vigência indeterminado. No entanto, tal regra não é aplicada te como cláusula estritamente necessária em todo contrato a que
ao contrato de concessão de direito real de uso de terrenos estabeleça o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-
públicos para finalidades específicas de regularização fundiária de
interesse social, urbanização, industrialização, edificação, cultivo
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

-base e periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de Por fim, ressalte-se que a inexecução total ou parcial do contra-
atualização monetária entre a data do adimplemento das obriga- to enseja à Administração Pública o poder de aplicar as sanções de
ções e a do efetivo pagamento. natureza administrativa dispostas no art. 87:
Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Adminis-
Execução e inexecução tração poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as
Por determinação legal a execução do contrato será acompa- seguintes sanções:
nhada e também fiscalizada por um representante advindo da Ad- I – advertência;
ministração designado, sendo permitida a contratação de terceiros II – multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou
para assisti-lo e subsidiá-lo de informações relativas a essa atribui- no contrato;
ção. III – suspensão temporária de participação em licitação e impe-
Deverá ser anotado em registro próprio todas as ocorrências dimento de contratar com a Administração, por prazo não superior
pertinentes à execução do contrato, determinando o que for pre- a 2 (dois) anos; IV – declaração de inidoneidade para licitar ou con-
ciso à regularização das faltas bem como dos defeitos observados. tratar com a Administração Pública enquanto perdurarem os moti-
Ressalta-se, que tanto as decisões como as providências que ultra- vos determinantes da punição ou até que seja promovida a reabili-
passarem a competência do representante deverão ser requeridas tação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que
a seus superiores em tempo suficiente para a adoção das medidas será concedida sempre que o contratado ressarcir a Administração
que se mostrarem pertinentes. pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção apli-
Em relação ao contratado, deverá manter preposto, admitido cada com base no inciso anterior.
pela Administração, no local da obra ou serviço, para representá-lo
na execução contratual. O contratado possui como obrigação o de- Cláusulas exorbitantes
ver de reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir, às suas De todas as características, essa é a mais importante. As Cláu-
custas, no total ou em parte, o objeto do contrato no qual forem sulas exorbitantes conferem uma série de poderes para a Adminis-
encontrados vícios, defeitos ou incorreções advindas da execução tração em detrimento do contratado. Mesmo que de forma implíci-
ou de materiais empregados. ta, se encontram presentes em todos os contratos administrativos.
Além do exposto a respeito do contratado, este também é São também chamadas de cláusulas leoninas, porque só dão
responsável pelos danos causados diretamente à Administração ou esses poderes para a Administração Pública, consideradas como
a terceiros, advindos de sua culpa ou dolo na execução contratual, exorbitantes porque saem fora dos padrões de normalidade, vindo
não excluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização ou a conferir poderes apenas a uma das partes.
o acompanhamento por meio do órgão interessado. O contratado O contratado não pode se valer das cláusulas exorbitantes ou
também se encontra responsável pelos encargos trabalhistas, leoninas em contrato de direito privado, tendo em vista a ilegalidade
previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do de tal ato, posto que é ilegal nesses tipos de contratos, além disso, as
contrato. partes envolvidas devem ter os mesmos direitos e obrigações. Haven-
Em se tratando da inexecução do contrato, percebe-se que do qualquer tipo de cláusula em contrato privado que atribua direito
a mesma está prevista no art. 77 da Lei de licitações 8.666/93. somente a uma das partes, esta cláusula será ilegal e leonina.
Vejamos: São exemplos de cláusulas exorbitantes: a viabilidade de alte-
Art. 77 - A inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua ração unilateral do contrato por intermédio da Administração, sua
rescisão com as consequências contratuais e as previstas em lei ou rescisão unilateral, a fiscalização do contrato, a possibilidade de
regulamento. aplicação de penalidades por inexecução e a ocupação, na hipótese
de rescisão contratual.
– Observação importante: Cumpre Ressaltar que a Administra- Anulação
ção Pública responde solidariamente com o contratado pelos encar- Apenas a Administração Pública detém o poder de executar a
gos previdenciários resultantes da execução do contrato. anulação unilateral. Isso significa que caso o contratado ou outro
interessado desejem fazer a anulação contratual, terão que recorrer
Pondera-se que a inexecução pode ocorrer de forma parcial ou às esferas judiciais para conseguir a anulação. A anulação do con-
total, posto que ocorrendo a inexecução parcial de uma das partes, trato é advinda de ilegalidade constatada na sua execução ou, ain-
não é observado um prazo disposto em cláusula específica em ha- da, na fase de licitação, posto que os vícios gerados no procedimen-
vendo a inexecução total, se o contratado não veio a executar o ob- to licitatório causam a anulação do contrato.
jeto do contrato. Infere-se que qualquer dessas situações são passí- Nos parâmetros do art. 59 da Lei de Licitações, é demonstrado
veis de propiciar responsabilidade para o inadimplente, resultando que a nulidade não possui o condão de exonerar a Administração
em sanções contratuais e legais proporcionais à falta cometida pela do dever de indenização ao contratado pelo que este houver feito
parte inadimplente, vindo tais sanções a variar desde as multas, a até a data em que ela for declarada e por outros prejuízos causados
revisão ou a rescisão do contrato. comprovados, desde que não lhe seja imputável, vindo a promover
Registre-se que a inexecução do contrato pode ser o resultado a responsabilização de quem deu motivo ao ocorrido. Assim sendo,
de um ato ou omissão da parte contratada, tendo tal parte agido caso ocorra anulação, o contratado deverá auferir ganhos pelo que
com negligência, imprudência e imperícia. Podem também ter já executou, pois, caso contrário, seria considerado enriquecimen-
acontecido causas justificadoras por meio das quais o contratante to ilícito da Administração Pública. Porém, caso seja o contratado
tenha dado causa ao descumprimento das cláusulas contratuais, que tenha dado causa à nulidade, infere-se que este não terá esse
vindo a agir sem culpa, podendo se desvencilhar de qualquer mesmo direito.
responsabilidade assumida, tendo em vista que o comportamento
ocorreu de forma alheia à vontade da parte.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

– Observação importante: A anulação possui efeito ex tunc, 1) assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local
ou seja, retroativo (voltado para o sentido passado), posto que a em que se encontrar, por ato próprio da Administração;
lei dispõe que ela acaba por desconstituir os efeitos produzidos e 2) ocupação e utilização provisória do local, instalações,
impede que se produzam novos efeitos. equipamentos, material e pessoal empregados na execução do
contrato, necessários à sua continuidade, que deverá ser precedida
Revogação de autorização expressa do Ministro de Estado competente, ou
A questão da possibilidade de desfazimento do processo de Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso (art. 80, § 3º);
licitação e do contrato administrativo por meio da própria Adminis- 3) execução da garantia contratual, para ressarcimento da
tração Pública é matéria que não engloba discussões doutrinárias e Administração, e dos valores das multas e indenizações a ela
jurisprudenciais. Inclusive, o controle interno dos atos administra- devidos;
tivos se encontra baseado no princípio da autotutela, que se trata 4) retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite
do poder-dever da Administração Pública de revogar e anular seus dos prejuízos causados à Administração.
próprios atos, desde que haja justificação pertinente, com vistas a
preservar o interesse público, bem como sejam respeitados o devi- Em síntese, temos:
do processo legal e os direitos e interesses legítimos dos destinatá-
rios, conforme determina a Súmula 473 do STF. Vejamos: EXTINÇÃO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO
– Súmula 473 do STF - A administração pode anular seus pró-
prios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque Ordinária Extraordinária
deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de con- I –Pelo cumprimento do I – Pela anulação;
veniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e objeto; II – Pela rescisão.
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. II – Pelo advento do termo
Conforme determinação do art. 49 da Lei Federal 8.666/93, final do contrato.
assim preceitua quanto ao desfazimento dos processos licitatórios:
Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do Equilíbrio Econômico-financeiro
procedimento somente poderá revogar a licitação por razões de Em alusão ao tratamento do equilíbrio econômico-contratual,
interesse público decorrente de fato superveniente devidamente a Constituição Federal de 1.988 em seu art. 37, inciso XXI dispõe o
comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, seguinte:
devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de Art. 37: A administração pública direta e indireta, de qualquer
terceiros, mediante parecer escrito e devidamente fundamentado. dos poderes da União, dos Estados e dos Municípios obedecerá aos
Para efeitos de rescisão unilateral do contrato administrativo, princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
por motivos de interesse público, a discricionariedade administra- eficiência e também, ao seguinte:
tiva exige que a questão do interesse público deve ser justificada XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras,
em fatos de grande relevância, o que torna insuficiente a simples serviços, compras e alienações serão contratados mediante proces-
alegação do interesse público, se restarem ausentes a comprovação so de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos
das lesões advindas da manutenção do contrato e das circunstân- os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pa-
cias extraordinárias, bem como dos danos irreparáveis ou de difícil gamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos
reparação. da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação téc-
nica e econômica, indispensáveis à garantia do cumprimento das
Extinção e Consequências obrigações.
A extinção do contrato administrativo diz respeito ao término Denota-se que os mencionados dispositivos determinam que
da obrigação vinculada existente entre a Administração e o as condições efetivas da proposta devem ser mantidas, não tendo
contratado, podendo ocorrer de duas maneiras, sendo elas: como argumentar de maneira contrária no que diz respeito à le-
A) de maneira ordinária, pelo cumprimento do objeto (ex.: galidade da modificação do valor contratual original, com o obje-
na finalização da construção de instituição pública) ou pelo tivo de equilibrar o que foi devidamente avençado e pactuado no
acontecimento do termo final já previsto no contrato (ex.: a data momento da assinatura, bem como ao que foi disposto a pagar a
final de um contrato de fornecimento de forma contínua); contratante ao contratado.
B) de maneira extraordinária, pela anulação ou pela rescisão Isso não quer dizer que toda alteração deveria ser feita para
contratual. adicionar valor ao contrato original, tendo em vista que também
pode ser para diminuir, isso, desde que se comprove por vias ade-
Em relação à extinção ordinária, denota-se que esta não quadas que o valor do serviço ou produto contratado se encontra
comporta maiores detalhamentos, sendo que as partes, ao cumprir acima do valor proposto inicialmente, ocasionado por deflação ou
suas obrigações, a consequência natural a ocorrer é a extinção do queda de valores nos insumos, produtos ou serviços, ou até mesmo
vínculo obrigacional, sem maiores necessidades de manifestação em decorrência de uma desvalorização cambial. Além disso, o Po-
por via administrativa ou judicial. der Público não tem a obrigação de pagar além do que se propôs,
Já a extinção extraordinária do contrato por meio da anulação, nem valor menor ao acordado inicialmente, devendo sempre haver
considera-se que a lei prevê consequências diferentes para o caso equilíbrio em relação aos pactos contratuais.
de haver ou não haver culpa do contratado no fato que deu causa à
rescisão contratual. Existindo culpa do contratado pela rescisão do
contrato, as consequências são as seguintes (art. 80, I a IV):

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Os artigos 57, 58 3 65 da Lei 8666/93, aliados aos artigos 9 1e Assim, o legislador ao repetir no art. 58 da Lei 8666/93 o direi-
10 da Lei Federal nº 8987/95, conforme descrição, se completam to ao equilíbrio contratual, fica bastante clara a preocupação em
em relação a esse tema e, se referindo ao princípio da legalidade, manter a igualdade entre as partes. Note que o parágrafo 2º prevê
existe a necessidade de se apreciar os contratos sujeitos aos entes respeito ao direito do contratado, uma vez que é admitido que a
públicos. Vejamos: administração, desde que seja motivos de interesse público se ne-
Art. 57: A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará gue a equilibrar um contrato que esteja resultando em prejuízos ao
adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto contratado, desde que o fato do prejuízo se encaixe em uma das
quanto aos relativos: hipóteses dispostas no art. 57, Lei no. 8666/93. Proposta que não
§ 1º. Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e pode ser executada, não é passível de equilíbrio.
de entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do Ante o exposto, acrescenta-se ainda que a Lei 8666/93 destaca
contrato e assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico- o equilíbrio no art. 65, I e II. Vejamos:
-financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes motivos, devida- Art. 65: Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados,
mente autuados em processo: com as devidas justificativas, nos seguintes casos:
I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração; I - unilateralmente pela Administração:
II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho a) quando houver modificação do projeto ou das especifica-
à vontade das partes, que altere fundamentalmente as condições ções, para melhor adequação técnica aos seus objetivos;
de execução do contrato; b) quando necessária a modificação do valor contratual em de-
III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do rit- corrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto,
mo de trabalho por ordem e no interesse da Administração; nos limites permitidos por esta Lei;
IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no contra- II - por acordo das partes:
to, nos limites permitidos por esta Lei; V - impedimento de execução a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;
do contrato por fato ou ato de terceiro reconhecido pela Adminis- b) quando necessária a modificação do regime de execução da
tração em documento contemporâneo à sua ocorrência; VI - omis- obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de
são ou atraso de providências a cargo da Administração, inclusive verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais ori-
quanto aos pagamentos previstos de que resulte, diretamente, im- ginários;
pedimento ou retardamento na execução do contrato, sem prejuízo c) quando necessária a modificação da forma de pagamento,
das sanções legais aplicáveis aos responsáveis. por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor
inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com rela-
Como se observa, existe previsão explicita na Lei no. 8666/93, ção ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente contra-
art. 57, § 1º., I, II, III, IV, V, VI, de que o contrato deve ser equilibrado prestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço;
sempre que houver uma das condições dos incisos I a VI, de forma d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicial-
que o legislador previu quais as hipóteses que se encaixam para o mente entre os encargos do contratado e a retribuição da Adminis-
equilíbrio. Entretanto, não apresenta de forma clara, cabendo ao tração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento,
administrador agir com legalidade e bom senso nos casos concretos objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro ini-
específicos. No entanto, a aludida previsão não se restringe somen- cial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou
te ao art. 57, § 1º, incisos I, II, III, IV, V e VI da Lei no. 8666/93, tendo previsíveis porém de consequências incalculáveis, retardadores ou
previsão ainda no art. 58 do mesmo diploma legal. Vejamos: impeditivos da execução do ajustado, ou ainda, em caso de força
Art. 58: O regime jurídico dos contratos administrativos ins- maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econô-
tituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a mica extraordinária e extracontratual.
prerrogativa de:
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às Verifica-se que o art. 65 determina que, de início, deve haver
finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contra- o restabelecimento do que foi pactuado no contrato avençado,
tado; devendo ser dotados de equilíbrio os encargos, bem como a retri-
II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no in- buição da administração para que haja justa remuneração, sendo
ciso I do art. 79 desta Lei; mantidas as condições originais do termo contratual. Em se tratan-
III – fiscalizar-lhes a execução; do, especificamente da concessão de serviço público, a Lei 8.987/95
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial dispõe no art. 9º a revisão de tarifa como uma forma de equilíbrio
do ajuste; financeiro. Vejamos:
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente Art. 9º: A tarifa do serviço público concedido será fixada pelo
bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do preço da proposta vencedora da licitação e preservada pelas re-
contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração admi- gras de revisão previstas nesta Lei, no edital e no contrato. § 2º.
nistrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipó- Os contratos poderão prever mecanismos de revisão das tarifas, a
tese de rescisão do contrato Administrativo. fim de manter-se o equilíbrio econômico-financeiro. § 3º. Ressal-
§ 1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos con- vados os impostos sobre a renda, a criação, alteração ou extinção
tratos administrativos não poderão ser alteradas sem prévia con- de quaisquer tributos ou encargos legais, após a apresentação da
cordância do contratado. proposta, quando comprovado seu impacto, implicara a revisão da
§ 2º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômi- tarifa, para mais ou para menos, conforme o caso. § 4º. Em haven-
co-financeiras do contrato deverão ser revistas para que se mante- do alteração unilateral do contrato que afete o seu inicial equilíbrio
nha o equilíbrio contratual. econômico-financeiro, o poder concedente deverá restabelecê-lo,
concomitantemente à alteração.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 10º. Sempre que forem atendidas as condições do contra- empresas públicas e das sociedades de economia mista, desde que
to, considera-se mantido seu equilíbrio econômico-financeiro. haja participado da relação processual e constem também do título
executivo judicial.”
Atentos às fundamentações legais, observamos que parte na Com fulcro no Enunciado retro citado, denota-se que
inicial da Constituição Federal, verifica-se que na Administração Pú- incontáveis são as decisões condenatórias à Administração Pública,
blica é possível haver o equilíbrio econômico-financeiro, entretan- em relação ao pagamento de obrigações trabalhistas que cabem de
to, há diversas dúvidas a respeito da utilização do ajuste contratual, forma original à empresa prestadora de serviços, onerando o erário,
principalmente pela ausência de conhecimento da legislação, o que vindo a contrariar o que se espera da Terceirização que é a redução
acaba por causar problemas de ordem econômica, tanto em relação de custos à Administração Pública.
ao contratado quanto ao contratante. Registre-se, por fim, que o
pacto contratual deve ser mantido durante o período completo de
execução, e o equilíbrio financeiro acaba por se tornar a ferramenta CONCEITOS DE COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL (ELABORA-
mais adequada para proporcionar essa condição. ÇÃO DE OFÍCIOS E RESPOSTAS DE TODA NATUREZA PARA
DIVERSOS ÓRGÃOS E PÚBLICOS)
Convênios e terceirização
Os convênios podem ser definidos como os ajustes entre o
Poder Público e entidades públicas ou privadas, nos quais estejam A terceira edição do Manual de Redação da Presidência da Re-
estabelecidos a previsão de colaboração mútua, com o fito de pública foi lançado no final de 2018 e apresenta algumas mudanças
realização de objetivos de interesse comum. quanto ao formato anterior. Para contextualizar, o manual foi criado
Não obstante, o convênio possua em comum com o contrato em 1991 e surgiu de uma necessidade de padronizar os protocolos
o fato de ser um acordo de vontades, com este não se confunde. à moderna administração pública. Assim, ele é referência quando
Denota-se que pelo convênio, os interesses dos signatários são se trata de Redação Oficial em todas as esferas administrativas.
comuns, ao passo que nos contratos, os interesses são opostos e O Decreto de nº 9.758 de 11 de abril de 2019 veio alterar re-
contraditórios. gras importantes, quanto aos substantivos de tratamento. Expres-
Em decorrência de tal diferença de interesses, é que se sões usadas antes (como: Vossa Excelência ou Excelentíssimo, Vossa
alude que nos contratos existem partes e nos convênios existem Senhoria, Vossa Magnificência, doutor, ilustre ou ilustríssimo, digno
partícipes. ou digníssimo e respeitável) foram retiradas e substituídas apenas
De acordo com o art. 116 da Lei 8.666/1993, a celebração por: Senhor (a). Excepciona a nova regra quando o agente público
de convênio, acordo ou ajuste por meio dos órgãos ou entidades entender que não foi atendido pelo decreto e exigir o tratamento
da Administração Pública depende de antecedente aprovação de diferenciado.
competente plano de trabalho a ser proposto pela organização
interessada, que deverá conter as seguintes informações: A redação oficial é
a) identificação do objeto a ser executado; A maneira pela qual o Poder Público redige comunicações ofi-
b) metas a serem atingidas; ciais e atos normativos e deve caracterizar-se pela: clareza e pre-
c) etapas ou fases de execução; cisão, objetividade, concisão, coesão e coerência, impessoalidade,
d) plano de aplicação dos recursos financeiros; formalidade e padronização e uso da norma padrão da língua por-
e) cronograma de desembolso; tuguesa.
f) previsão de início e fim da execução do objeto e, bem assim,
da conclusão das etapas ou fases programadas.
SINAIS E ABREVIATURAS EMPREGADOS
Em relação à terceirização na esfera da Administração Pública, • Indica forma (em geral sintática) inaceitável ou
depreende-se que é exigida do administrador muito cuidado, posto agramatical
que, embora haja contrariamento ao art. 71 da Lei 8.666/93, a § Parágrafo
dívida trabalhista das empresas terceirizadas acabam por recair
sobre o órgão tomador dos serviços, que é o que chamamos adj. adv. Adjunto adverbial
de responsabilidade subsidiária. Assim sendo, o administrador arc. Arcaico
público deverá exigir garantias, bem como passar a acompanhar art.; arts. Artigo; artigos
o cumprimento das obrigações trabalhistas advindos da empresa
prestadora de serviços, com fito especial quando do encerramento cf. Confronte
do contrato. CN Congresso Nacional
Registre-se que a responsabilidade subsidiária pela tomadora
Cp. Compare
dos serviços é o que entende a Justiça do trabalho, com base no
Enunciado nº 331, item IV editado pelo Tribunal Superior do EM Exposição de Motivos
Trabalho – TST, que aduz: f.v. Forma verbal
“O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do
empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos fem. Feminino
serviços, quanto àquelas obrigações, inclusive quanto aos órgãos da ind. Indicativo
administração direta, das autarquias, das fundações públicas, das ICP - Brasil Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira
masc. Masculino
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

obj. dir. Objeto direto CLAREZA PRECISÃO


obj. ind. Objeto indireto Para a obtenção de clareza, sugere-se: O atributo da preci-
p. Página a) utilizar palavras e expressões simples, são complementa a
em seu sentido comum, salvo quando o clareza e caracteriza-
p. us. Pouco usado texto versar sobre assunto técnico, hipó- -se por:
pess. Pessoa tese em que se utilizará nomenclatura a) articulação da
pl. Plural própria da área; linguagem comum ou
b) usar frases curtas, bem estruturadas; técnica para a per-
pref. Prefixo apresentar as orações na ordem direta feita compreensão
pres. Presente e evitar intercalações excessivas. Em da ideia veiculada no
certas ocasiões, para evitar ambiguida- texto;
Res. Resolução do Congresso Nacional
de, sugere-se a adoção da ordem inversa b) manifestação do
RICD Regimento Interno da Câmara dos Deputados da oração; pensamento ou da
RISF Regimento Interno do Senado Federal c) buscar a uniformidade do tempo ideia com as mesmas
verbal em todo o texto; palavras, evitando o
s. Substantivo d) não utilizar regionalismos e neologis- emprego de sinoní-
s.f. Substantivo feminino mos; mia com propósito
s.m. Substantivo masculino e) pontuar adequadamente o texto; meramente estilísti-
f) explicitar o significado da sigla na co; e
SEI! Sistema Eletrônico de Informações primeira referência a ela; e c) escolha de expres-
sing. Singular g) utilizar palavras e expressões em são ou palavra que
outro idioma apenas quando indispensá- não confira duplo
tb. Também
veis, em razão de serem designações ou sentido ao texto.
v. Ver ou verbo expressões de uso já consagrado ou de
v.g. verbi gratia não terem exata tradução. Nesse caso,
grafe-as em itálico.
var. pop. Variante popular
Por sua vez, ser objetivo é ir diretamente ao assunto que se
A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela deseja abordar, sem voltas e sem redundâncias. Para conseguir isso,
escrita. Para que haja comunicação, são necessários: é fundamental que o redator saiba de antemão qual é a ideia prin-
a) alguém que comunique: o serviço público. cipal e quais são as secundárias. A objetividade conduz o leitor ao
b) algo a ser comunicado: assunto relativo às atribuições do contato mais direto com o assunto e com as informações, sem sub-
órgão que comunica. terfúgios, sem excessos de palavras e de ideias. É errado supor que
c) alguém que receba essa comunicação: o público, uma insti- a objetividade suprime a delicadeza de expressão ou torna o texto
tuição privada ou outro órgão ou entidade pública, do Poder Execu- rude e grosseiro.
tivo ou dos outros Poderes.
Conciso é o texto que consegue transmitir o máximo de infor-
Além disso, deve-se considerar a intenção do emissor e a fina- mações com o mínimo de palavras. Não se deve de forma alguma
lidade do documento, para que o texto esteja adequado à situação entendê-la como economia de pensamento, isto é, não se deve
comunicativa. Os atos oficiais (atos de caráter normativo) estabele- eliminar passagens substanciais do texto com o único objetivo de
cem regras para a conduta dos cidadãos, regulam o funcionamento reduzi-lo em tamanho. Trata-se, exclusivamente, de excluir palavras
dos órgãos e entidades públicos. Para alcançar tais objetivos, em inúteis, redundâncias e passagens que nada acrescentem ao que já
sua elaboração, precisa ser empregada a linguagem adequada. O foi dito.
mesmo ocorre com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua É indispensável que o texto tenha coesão e coerência. Tais atri-
é a de informar com clareza e objetividade. butos favorecem a conexão, a ligação, a harmonia entre os elemen-
tos de um texto. Percebe-se que o texto tem coesão e coerência
Atributos da redação oficial: quando se lê um texto e se verifica que as palavras, as frases e os
• clareza e precisão; parágrafos estão entrelaçados, dando continuidade uns aos outros.
• objetividade; Alguns mecanismos que estabelecem a coesão e a coerência de um
• concisão; texto são:
• coesão e coerência; • Referência (termos que se relacionam a outros necessários à
• impessoalidade; sua interpretação);
• formalidade e padronização; e • Substituição (colocação de um item lexical no lugar de outro
• uso da norma padrão da língua portuguesa. ou no lugar de uma oração);
• Elipse (omissão de um termo recuperável pelo contexto);
• Uso de conjunção (estabelecer ligação entre orações, perío-
dos ou parágrafos).

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A redação oficial é elaborada sempre em nome do serviço público e sempre em atendimento ao interesse geral dos cidadãos. Sendo
assim, os assuntos objetos dos expedientes oficiais não devem ser tratados de outra forma que não a estritamente impessoal.
As comunicações administrativas devem ser sempre formais, isto é, obedecer a certas regras de forma. Isso é válido tanto para as
comunicações feitas em meio eletrônico, quanto para os eventuais documentos impressos. Recomendações:
• A língua culta é contra a pobreza de expressão e não contra a sua simplicidade;
• O uso do padrão culto não significa empregar a língua de modo rebuscado ou utilizar figuras de linguagem próprias do estilo literário;
• A consulta ao dicionário e à gramática é imperativa na redação de um bom texto.

O único pronome de tratamento utilizado na comunicação com agentes públicos federais é “senhor”, independentemente do nível
hierárquico, da natureza do cargo ou da função ou da ocasião.

Obs. O pronome de tratamento é flexionado para o feminino e para o plural.

São formas de tratamento vedadas:


I - Vossa Excelência ou Excelentíssimo;
II - Vossa Senhoria;
III - Vossa Magnificência;
IV - doutor;
V - ilustre ou ilustríssimo;
VI - digno ou digníssimo; e
VII - respeitável.

Todavia, o agente público federal que exigir o uso dos pronomes de tratamento, mediante invocação de normas especiais referentes
ao cargo ou carreira, deverá tratar o interlocutor do mesmo modo. Ademais, é vedado negar a realização de ato administrativo ou admoes-
tar o interlocutor nos autos do expediente caso haja erro na forma de tratamento empregada.
O endereçamento das comunicações dirigidas a agentes públicos federais não conterá pronome de tratamento ou o nome do agente
público. Poderão constar o pronome de tratamento e o nome do destinatário nas hipóteses de:
I – A mera indicação do cargo ou da função e do setor da administração ser insuficiente para a identificação do destinatário; ou
II - A correspondência ser dirigida à pessoa de agente público específico.

Até a segunda edição deste Manual, havia três tipos de expedientes que se diferenciavam antes pela finalidade do que pela forma:
o ofício, o aviso e o memorando. Com o objetivo de uniformizá-los, deve-se adotar nomenclatura e diagramação únicas, que sigam o que
chamamos de padrão ofício.

Consistem em partes do documento no padrão ofício:


• Cabeçalho: O cabeçalho é utilizado apenas na primeira página do documento, centralizado na área determinada pela formatação.
No cabeçalho deve constar o Brasão de Armas da República no topo da página; nome do órgão principal; nomes dos órgãos secundários,
quando necessários, da maior para a menor hierarquia; espaçamento entrelinhas simples (1,0). Os dados do órgão, tais como endereço,
telefone, endereço de correspondência eletrônica, sítio eletrônico oficial da instituição, podem ser informados no rodapé do documento,
centralizados.

• Identificação do expediente:
a) nome do documento: tipo de expediente por extenso, com todas as letras maiúsculas;
b) indicação de numeração: abreviatura da palavra “número”, padronizada como Nº;
c) informações do documento: número, ano (com quatro dígitos) e siglas usuais do setor que expede o documento, da menor para a
maior hierarquia, separados por barra (/);
d) alinhamento: à margem esquerda da página.

• Local e data:
a) composição: local e data do documento;
b) informação de local: nome da cidade onde foi expedido o documento, seguido de vírgula. Não se deve utilizar a sigla da unidade da
federação depois do nome da cidade;
c) dia do mês: em numeração ordinal se for o primeiro dia do mês e em numeração cardinal para os demais dias do mês. Não se deve
utilizar zero à esquerda do número que indica o dia do mês;
d) nome do mês: deve ser escrito com inicial minúscula;
e) pontuação: coloca-se ponto-final depois da data;
f) alinhamento: o texto da data deve ser alinhado à margem direita da página.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Endereçamento: O endereçamento é a parte do documento que informa quem receberá o expediente. Nele deverão constar :
a) vocativo;
b) nome: nome do destinatário do expediente;
c) cargo: cargo do destinatário do expediente;
d) endereço: endereço postal de quem receberá o expediente, dividido em duas linhas: primeira linha: informação de localidade/lo-
gradouro do destinatário ou, no caso de ofício ao mesmo órgão, informação do setor; segunda linha: CEP e cidade/unidade da federação,
separados por espaço simples. Na separação entre cidade e unidade da federação pode ser substituída a barra pelo ponto ou pelo traves-
são. No caso de ofício ao mesmo órgão, não é obrigatória a informação do CEP, podendo ficar apenas a informação da cidade/unidade da
federação;
e) alinhamento: à margem esquerda da página.
• Assunto: O assunto deve dar uma ideia geral do que trata o documento, de forma sucinta. Ele deve ser grafado da seguinte maneira:
a) título: a palavra Assunto deve anteceder a frase que define o conteúdo do documento, seguida de dois-pontos;
b) descrição do assunto: a frase que descreve o conteúdo do documento deve ser escrita com inicial maiúscula, não se deve utilizar
verbos e sugere-se utilizar de quatro a cinco palavras;
c) destaque: todo o texto referente ao assunto, inclusive o título, deve ser destacado em negrito;
d) pontuação: coloca-se ponto-final depois do assunto;
e) alinhamento: à margem esquerda da página.

• Texto:

NOS CASOS EM QUE NÃO SEJA USADO PARA QUANDO FOREM USADOS PARA ENCAMINHAMENTO DE
ENCAMINHAMENTO DE DOCUMENTOS, O DOCUMENTOS, A ESTRUTURA É MODIFICADA:
EXPEDIENTE DEVE CONTER A SEGUINTE ESTRUTURA:
a) introdução: em que é apresentado o objetivo da a) introdução: deve iniciar com referência ao expediente que solicitou o
comunicação. Evite o uso das formas: Tenho a honra de, encaminhamento. Se a remessa do documento não tiver sido solicitada,
Tenho o prazer de, Cumpre-me informar que. Prefira deve iniciar com a informação do motivo da comunicação, que é
empregar a forma direta: Informo, Solicito, Comunico; encaminhar, indicando a seguir os dados completos do documento
b) desenvolvimento: em que o assunto é detalhado; encaminhado (tipo, data, origem ou signatário e assunto de que se trata) e
se o texto contiver mais de uma ideia sobre o assunto, a razão pela qual está sendo encaminhado;
elas devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que b) desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer algum
confere maior clareza à exposição; e comentário a respeito do documento que encaminha, poderá acrescentar
c) conclusão: em que é afirmada a posição sobre o parágrafos de desenvolvimento. Caso contrário, não há parágrafos
assunto. de desenvolvimento em expediente usado para encaminhamento de
documentos.

Em qualquer uma das duas estruturas, o texto do documento deve ser formatado da seguinte maneira:
a) alinhamento: justificado;
b) espaçamento entre linhas: simples;
c) parágrafos: espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após cada parágrafo; recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da margem
esquerda; numeração dos parágrafos: apenas quando o documento tiver três ou mais parágrafos, desde o primeiro parágrafo. Não se
numeram o vocativo e o fecho;
d) fonte: Calibri ou Carlito; corpo do texto: tamanho 12 pontos; citações recuadas: tamanho 11 pontos; notas de Rodapé: tamanho
10 pontos.
e) símbolos: para símbolos não existentes nas fontes indicadas, pode-se utilizar as fontes Symbol e Wingdings.

• Fechos para comunicações: O fecho das comunicações oficiais objetiva, além da finalidade óbvia de arrematar o texto, saudar o
destinatário.
a) Para autoridades de hierarquia superior a do remetente, inclusive o Presidente da República: Respeitosamente,
b) Para autoridades de mesma hierarquia, de hierarquia inferior ou demais casos: Atenciosamente,

• Identificação do signatário: Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República, todas as demais comunicações ofi-
ciais devem informar o signatário segundo o padrão:
a) nome: nome da autoridade que as expede, grafado em letras maiúsculas, sem negrito. Não se usa linha acima do nome do signa-
tário;
b) cargo: cargo da autoridade que expede o documento, redigido apenas com as iniciais maiúsculas. As preposições que liguem as
palavras do cargo devem ser grafadas em minúsculas; e
c) alinhamento: a identificação do signatário deve ser centralizada na página. Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assi-
natura em página isolada do expediente. Transfira para essa página ao menos a última frase anterior ao fecho.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Numeração de páginas: A numeração das páginas é obrigatória apenas a partir da segunda página da comunicação. Ela deve ser
centralizada na página e obedecer à seguinte formatação:
a) posição: no rodapé do documento, ou acima da área de 2 cm da margem inferior; e
b) fonte: Calibri ou Carlito.

Quanto a formatação e apresentação, os documentos do padrão ofício devem obedecer à seguinte forma:
a) tamanho do papel: A4 (29,7 cm x 21 cm);
b) margem lateral esquerda: no mínimo, 3 cm de largura;
c) margem lateral direita: 1,5 cm;
d) margens superior e inferior: 2 cm;
e) área de cabeçalho: na primeira página, 5 cm a partir da margem superior do papel;
f) área de rodapé: nos 2 cm da margem inferior do documento;
g) impressão: na correspondência oficial, a impressão pode ocorrer em ambas as faces do papel. Nesse caso, as margens esquerda e
direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares (margem espelho);
h) cores: os textos devem ser impressos na cor preta em papel branco, reservando-se, se necessário, a impressão colorida para gráfi-
cos e ilustrações;
i) destaques: para destaques deve-se utilizar, sem abuso, o negrito. Deve-se evitar destaques com uso de itálico, sublinhado, letras
maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer outra forma de formatação que afete a sobriedade e a padronização do do-
cumento;
j) palavras estrangeiras: palavras estrangeiras devem ser grafadas em itálico;
k) arquivamento: dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o arquivo de texto preservado para consulta pos-
terior ou aproveitamento de trechos para casos análogos. Deve ser utilizado, preferencialmente, formato de arquivo que possa ser lido e
editado pela maioria dos editores de texto utilizados no serviço público, tais como DOCX, ODT ou RTF.
l) nome do arquivo: para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser formados da seguinte maneira: tipo do documento
+ número do documento + ano do documento (com 4 dígitos) + palavras-chaves do conteúdo.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Os documentos oficiais podem ser identificados de acordo com a) Encaminhamento de proposta de emenda constitucional,
algumas possíveis variações: de projeto de lei ordinária, de projeto de lei complementar e os
a) [NOME DO EXPEDIENTE] + CIRCULAR: Quando um órgão en- que compreendem plano plurianual, diretrizes orçamentárias, or-
via o mesmo expediente para mais de um órgão receptor. A sigla na çamentos anuais e créditos adicionais.
epígrafe será apenas do órgão remetente. b) Encaminhamento de medida provisória.
c) Indicação de autoridades.
b) [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO: Quando mais de um d) Pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-Presiden-
órgão envia, conjuntamente, o mesmo expediente para um único ór- te da República se ausentarem do país por mais de 15 dias.
gão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão na epígrafe. e) Encaminhamento de atos de concessão e de renovação de
c) [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO CIRCULAR: Quando concessão de emissoras de rádio e TV.
mais de um órgão envia, conjuntamente, o mesmo expediente para f) Encaminhamento das contas referentes ao exercício anterior.
mais de um órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes cons- g) Mensagem de abertura da sessão legislativa.
tarão na epígrafe. h) Comunicação de sanção (com restituição de autógrafos).
i) Comunicação de veto.
Nos expedientes circulares, por haver mais de um receptor, o j) Outras mensagens remetidas ao Legislativo, ex. Apreciação
órgão remetente poderá inserir no rodapé as siglas ou nomes dos de intervenção federal.
órgãos que receberão o expediente.
As mensagens contêm:
Exposição de motivos (EM) a) brasão: timbre em relevo branco;
É o expediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice- b) identificação do expediente: MENSAGEM Nº, alinhada à
Presidente para: margem esquerda, no início do texto;
a) propor alguma medida; c) vocativo: alinhado à margem esquerda, de acordo com o
b) submeter projeto de ato normativo à sua consideração; ou pronome de tratamento e o cargo do destinatário, com o recuo de
c) informa-lo de determinado assunto. parágrafo dado ao texto;
d) texto: iniciado a 2 cm do vocativo;
A exposição de motivos é dirigida ao Presidente da República e) local e data: posicionados a 2 cm do final do texto, alinha-
por um Ministro de Estado. Nos casos em que o assunto tratado en- dos à margem direita. A mensagem, como os demais atos assinados
volva mais de um ministério, a exposição de motivos será assinada pelo Presidente da República, não traz identificação de seu signa-
por todos os ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada tário.
de interministerial. Independentemente de ser uma EM com ape-
nas um autor ou uma EM interministerial, a sequência numérica A utilização do e-mail para a comunicação tornou-se prática
das exposições de motivos é única. A numeração começa e termina comum, não só em âmbito privado, mas também na administra-
dentro de um mesmo ano civil. ção pública. O termo e-mail pode ser empregado com três sentidos.
A exposição de motivos é a principal modalidade de comunica- Dependendo do contexto, pode significar gênero textual, endere-
ção dirigida ao Presidente da República pelos ministros. Além disso, ço eletrônico ou sistema de transmissão de mensagem eletrônica.
pode, em certos casos, ser encaminhada cópia ao Congresso Nacio- Como gênero textual, o e-mail pode ser considerado um documen-
nal ou ao Poder Judiciário. to oficial, assim como o ofício. Portanto, deve-se evitar o uso de
O Sistema de Geração e Tramitação de Documentos Oficiais linguagem incompatível com uma comunicação oficial. Como en-
(Sidof) é a ferramenta eletrônica utilizada para a elaboração, a re- dereço eletrônico utilizado pelos servidores públicos, o e-mail deve
dação, a alteração, o controle, a tramitação, a administração e a ge- ser oficial, utilizando-se a extensão “.gov.br”, por exemplo. Como
rência das exposições de motivos com as propostas de atos a serem sistema de transmissão de mensagens eletrônicas, por seu baixo
encaminhadas pelos Ministérios à Presidência da República. custo e celeridade, transformou-se na principal forma de envio e
Ao se utilizar o Sidof, a assinatura, o nome e o cargo do signatá- recebimento de documentos na administração pública.
rio são substituídos pela assinatura eletrônica que informa o nome Nos termos da Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto
do ministro que assinou a exposição de motivos e do consultor jurí- de 2001, para que o e-mail tenha valor documental, isto é, para
dico que assinou o parecer jurídico da Pasta. que possa ser aceito como documento original, é necessário existir
A Mensagem é o instrumento de comunicação oficial entre os certificação digital que ateste a identidade do remetente, segundo
Chefes dos Poderes Públicos, notadamente as mensagens enviadas os parâmetros de integridade, autenticidade e validade jurídica da
pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira – ICPBrasil.
sobre fato da administração pública; para expor o plano de gover- O destinatário poderá reconhecer como válido o e-mail sem cer-
no por ocasião da abertura de sessão legislativa; para submeter tificação digital ou com certificação digital fora ICP-Brasil; contudo,
ao Congresso Nacional matérias que dependem de deliberação de caso haja questionamento, será obrigatório a repetição do ato por
suas Casas; para apresentar veto; enfim, fazer comunicações do que meio documento físico assinado ou por meio eletrônico reconhecido
seja de interesse dos Poderes Públicos e da Nação. pela ICP-Brasil. Salvo lei específica, não é dado ao ente público impor
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos ministérios a aceitação de documento eletrônico que não atenda os parâmetros
à Presidência da República, a cujas assessorias caberá a redação fi- da ICP-Brasil.
nal. As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Congresso
Nacional têm as seguintes finalidades:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interessa definir padronização da mensagem comuni-
cada. O assunto deve ser o mais claro e específico possível, relacionado ao conteúdo global da mensagem. Assim, quem irá receber a mensagem
identificará rapidamente do que se trata; quem a envia poderá, posteriormente, localizar a mensagem na caixa do correio eletrônico.
O texto dos correios eletrônicos deve ser iniciado por uma saudação. Quando endereçado para outras instituições, para receptores
desconhecidos ou para particulares, deve-se utilizar o vocativo conforme os demais documentos oficiais, ou seja, “Senhor” ou “Senhora”,
seguido do cargo respectivo, ou “Prezado Senhor”, “Prezada Senhora”.

Atenciosamente é o fecho padrão em comunicações oficiais. Com o uso do e-mail, popularizou-se o uso de abreviações como “Att.”,
e de outros fechos, como “Abraços”, “Saudações”, que, apesar de amplamente usados, não são fechos oficiais e, portanto, não devem ser
utilizados em e-mails profissionais.
Sugere-se que todas as instituições da administração pública adotem um padrão de texto de assinatura. A assinatura do e-mail deve
conter o nome completo, o cargo, a unidade, o órgão e o telefone do remetente.
A possibilidade de anexar documentos, planilhas e imagens de diversos formatos é uma das vantagens do e-mail. A mensagem que
encaminha algum arquivo deve trazer informações mínimas sobre o conteúdo do anexo.
Os arquivos anexados devem estar em formatos usuais e que apresentem poucos riscos de segurança. Quando se tratar de documento
ainda em discussão, os arquivos devem, necessariamente, ser enviados, em formato que possa ser editado.
A correção ortográfica é requisito elementar de qualquer texto, e ainda mais importante quando se trata de textos oficiais. Muitas vezes,
uma simples troca de letras pode alterar não só o sentido da palavra, mas de toda uma frase. O que na correspondência particular seria ape-
nas um lapso na digitação pode ter repercussões indesejáveis quando ocorre no texto de uma comunicação oficial ou de um ato normativo.
Assim, toda revisão que se faça em determinado documento ou expediente deve sempre levar em conta também a correção ortográfica.

HÍFEN ASPAS ITÁLICO NEGRITO E SUBLINHADO


As aspas têm os seguintes Emprega-se itálico em:
O hífen é um sinal usado para:
empregos: a) títulos de publicações (livros,
a) ligar os elementos de palavras
a) antes e depois de uma revistas, jornais, periódicos etc.) ou
compostas: vice-ministro; Usa-se o negrito para
citação textual direta, títulos de congressos, conferências,
b) para unir pronomes átonos a realce de palavras e
quando esta tem até três slogans, lemas sem o uso de aspas
verbos: agradeceu-lhe; e trechos. Deve-se evitar o
linhas, sem utilizar itálico; (com inicial maiúscula em todas as
c) para, no final de uma linha, uso de sublinhado para
b) quando necessário, para palavras, exceto nas de ligação);
indicar a separação das sílabas de realçar palavras e trechos
diferenciar títulos, termos b) palavras e as expressões em latim
uma palavra em duas partes (a em comunicações oficiais.
técnicos, expressões fixas, ou em outras línguas estrangeiras não
chamada translineação): com-/
definições, exemplificações incorporadas ao uso comum na língua
parar, gover-/no.
e assemelhados. portuguesa ou não aportuguesadas.

PARÊNTESES E TRAVESSÃO USO DE SIGLAS E ACRÔNIMOS


Os parênteses são empregados para intercalar, em um Para padronizar o uso de siglas e acrônimos nos atos normativos, serão
texto, explicações, indicações, comentários, observações, adotados os conceitos sugeridos pelo Manual de Elaboração de Textos
como por exemplo, indicar uma data, uma referência da Consultoria Legislativa do Senado Federal (1999), em que:
bibliográfica, uma sigla. a) sigla: constitui-se do resultado das somas das iniciais de um título; e
O travessão, que é representado graficamente por um hífen b) acrônimo: constitui-se do resultado da soma de algumas sílabas ou
prolongado (–), substitui parênteses, vírgulas, dois-pontos. partes dos vocábulos de um título.

Sintaxe é a parte da Gramática que estuda a palavra, não em si, mas em relação às outras, que, com ela, se unem para exprimir o
pensamento. Temos, assim, a seguinte ordem de colocação dos elementos que compõem uma oração:

SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO + ADJUNTO ADVERBIAL

O sujeito é o ser de quem se fala ou que executa a ação enunciada na oração. De acordo com a gramática normativa, o sujeito da
oração não pode ser preposicionado. Ele pode ter complemento, mas não ser complemento.
Embora seja usada como recurso estilístico na literatura, a fragmentação de frases deve ser evitada nos textos oficiais, pois muitas
vezes dificulta a compreensão.
A omissão de certos termos, ao fazermos uma comparação, omissão própria da língua falada, deve ser evitada na língua escrita, pois compro-
mete a clareza do texto: nem sempre é possível identificar, pelo contexto, o termo omitido. A ausência indevida de um termo pode impossibilitar
o entendimento do sentido que se quer dar a uma frase.
Ambígua é a frase ou oração que pode ser tomada em mais de um sentido. Como a clareza é requisito básico de todo texto oficial,
deve-se atentar para as construções que possam gerar equívocos de compreensão. A ambiguidade decorre, em geral, da dificuldade de
identificar-se a que palavra se refere um pronome que possui mais de um antecedente na terceira pessoa.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A concordância é o processo sintático segundo o qual certas pala- A Semântica estuda o sentido das palavras, expressões, frases
vras se acomodam, na sua forma, às palavras de que dependem. Essa e unidades maiores da comunicação verbal, os significados que lhe
acomodação formal se chama flexão e se dá quanto a gênero e número são atribuídos. Ao considerarmos o significado de determinada pa-
(nos adjetivos – nomes ou pronomes), números e pessoa (nos verbos). lavra, levamos em conta sua história, sua estrutura (radical, prefi-
Daí, a divisão: concordância nominal e concordância verbal. xos, sufixos que participam da sua forma) e, por fim, o contexto em
que se apresenta.
CONCORDÂNCIA VERBAL CONCORDÂNCIA NOMINAL Sendo a clareza um dos requisitos fundamentais de todo texto
oficial, deve-se atentar para a tradição no emprego de determina-
O verbo concorda com seu Adjetivos (nomes ou da expressão com determinado sentido. O emprego de expressões
sujeito em pessoa e número. pronomes), artigos e numerais ditas de uso consagrado confere uniformidade e transparência ao
concordam em gênero e sentido do texto. Mas isso não quer dizer que os textos oficiais de-
número com os substantivos vam limitar-se à repetição de chavões e de clichês.
de que dependem. Verifique sempre o contexto em que as palavras estão sendo
utilizadas. Certifique-se de que não há repetições desnecessárias
Regência é, em gramática, sinônimo de dependência, subordi- ou redundâncias. Procure sinônimos ou termos mais precisos para
nação. Assim, a sintaxe de regência trata das relações de depen- as palavras repetidas; mas se sua substituição for comprometer o
dência que as palavras mantêm na frase. Dizemos que um termo sentido do texto, tornando-o ambíguo ou menos claro, não hesite
rege o outro que o complementa. Numa frase, os termos regentes em deixar o texto como está.
ou subordinantes (substantivos, adjetivos, verbos) regem os termos É importante lembrar que o idioma está em constante muta-
regidos ou subordinados (substantivos, adjetivos, preposições) que ção. A própria evolução dos costumes, das ideias, das ciências, da
lhes completam o sentido. política, enfim da vida social em geral, impõe a criação de novas
Os sinais de pontuação, ligados à estrutura sintática, têm as se- palavras e de formas de dizer.
guintes finalidades: A redação oficial não pode alhear-se dessas transformações,
a) assinalar as pausas e as inflexões da voz (a entoação) na lei- nem incorporá-las acriticamente. Quanto às novidades vocabula-
tura; res, por um lado, elas devem sempre ser usadas com critério, evi-
b) separar palavras, expressões e orações que, segundo o au- tando-se aquelas que podem ser substituídas por vocábulos já de
tor, devem merecer destaque; e uso consolidado sem prejuízo do sentido que se lhes quer dar.
c) esclarecer o sentido da frase, eliminando ambiguidades. De outro lado, não se concebe que, em nome de suposto pu-
rismo, a linguagem das comunicações oficiais fique imune às cria-
A vírgula serve para marcar as separações breves de sentido ções vocabulares ou a empréstimos de outras línguas. A rapidez
entre termos vizinhos, as inversões e as intercalações, quer na ora- do desenvolvimento tecnológico, por exemplo, impõe a criação de
ção, quer no período. O ponto e vírgula, em princípio, separa es- inúmeros novos conceitos e termos, ditando de certa forma a ve-
truturas coordenadas já portadoras de vírgulas internas. É também locidade com que a língua deve incorporá-los. O importante é usar
usado em lugar da vírgula para dar ênfase ao que se quer dizer. o estrangeirismo de forma consciente, buscar o equivalente portu-
Emprega-se este sinal de pontuação para introduzir citações, guês quando houver ou conformar a palavra estrangeira ao espírito
marcar enunciados de diálogo e indicar um esclarecimento, um re- da Língua Portuguesa.
sumo ou uma consequência do que se afirmou.
O ponto de interrogação, como se depreende de seu nome, O problema do abuso de estrangeirismos inúteis ou emprega-
é utilizado para marcar o final de uma frase interrogativa direta. dos em contextos em que não cabem, é em geral causado ou pelo
O ponto de exclamação é utilizado para indicar surpresa, espanto, desconhecimento da riqueza vocabular de nossa língua, ou pela in-
admiração, súplica etc. Seu uso na redação oficial fica geralmente corporação acrítica do estrangeirismo.
restrito aos discursos e às peças de retórica. • A homonímia é a designação geral para os casos em que pa-
O uso do pronome demonstrativo obedece às seguintes cir- lavras de sentidos diferentes têm a mesma grafia (os homônimos
cunstâncias: homógrafos) ou a mesma pronúncia (os homônimos homófonos).
a) Emprega-se este(a)/isto quando o termo referente estiver • Os homógrafos podem coincidir ou não na pronúncia, como
próximo ao emissor, ou seja, de quem fala ou redige. nos exemplos: quarto (aposento) e quarto (ordinal), manga (fruta)
b) Emprega-se esse(a)/isso quando o termo referente estiver e manga (de camisa), em que temos pronúncia idêntica; e apelo
próximo ao receptor, ou seja, a quem se fala ou para quem se re- (pedido) e apelo (com e aberto, 1ª pess. Do sing. Do pres. Do ind. Do
dige. verbo apelar), consolo (alívio) e consolo (com o aberto, 1ª pess. Do
c) Emprega-se aquele(a)/aquilo quando o termo referente es- sing. Do pres. Do ind. Do verbo consolar), com pronúncia diferente.
tiver distante tanto do emissor quanto do receptor da mensagem. Os homógrafos de idêntica pronúncia diferenciam-se pelo contexto
d) Emprega-se este(a) para referir-se ao tempo presente; em que são empregados.
e) Emprega-se esse(a) para se referir ao tempo passado; • Já o termo paronímia designa o fenômeno que ocorre com
f) Emprega-se aquele(a)/aquilo em relação a um tempo passa- palavras semelhantes (mas não idênticas) quanto à grafia ou à pro-
do mais longínquo, ou histórico. núncia. É fonte de muitas dúvidas, como entre descrição (ato de
g) Usa-se este(a)/isto para introduzir referência que, no texto, descrever) e discrição (qualidade do que é discreto), retificar (corri-
ainda será mencionado; gir) e ratificar (confirmar).
h) Usa-se este(a)para se referir ao próprio texto;
i) Emprega-se esse(a)/isso quando a informação já foi mencio-
nada no texto.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

No Estado de Direito, as normas jurídicas cumprem a tarefa escopo, fundamentalmente, suprimir a situação questionada sem
de concretizar a Constituição. Elas devem criar os fundamentos de contemplar, de forma detida e racional, as alternativas possíveis ou
justiça e de segurança que assegurem um desenvolvimento social as causas determinantes desse estado de coisas negativo. Outras
harmônico em um contexto de paz e de liberdade. Esses complexos vezes, deixa-se orientar por sentimento inverso, buscando, pura e
objetivos da norma jurídica são expressos nas funções: simplesmente, a preservação do status quo.
I) de integração: a lei cumpre função de integração ao com- Essas duas posições podem levar, nos seus extremos, a uma
pensar as diferenças jurídico-políticas no quadro de formação da imprecisa definição dos objetivos. A definição da decisão legislati-
vontade do Estado (desigualdades sociais, regionais); va deve ser precedida de uma rigorosa avaliação das alternativas
II) de planificação: a lei é o instrumento básico de organização, existentes, seus prós e contras. A existência de diversas alternativas
de definição e de distribuição de competências; para a solução do problema não só amplia a liberdade do legislador,
III) de proteção: a lei cumpre função de proteção contra o arbí- como também permite a melhoria da qualidade da decisão legis-
trio ao vincular os próprios órgãos do Estado; lativa.
IV) de regulação: a lei cumpre função reguladora ao direcionar Antes de decidir sobre a alternativa a ser positivada, devem-
condutas por meio de modelos; -se avaliar e contrapor as alternativas existentes sob dois pontos de
V) de inovação: a lei cumpre função de inovação na ordem ju- vista: a) De uma perspectiva puramente objetiva: verificar se a aná-
rídica e no plano social. lise sobre os dados fáticos e prognósticos se mostra consistente; b)
De uma perspectiva axiológica: aferir, com a utilização de critérios
Requisitos da elaboração normativa: de probabilidade (prognósticos), se os meios a serem empregados
• Clareza e determinação da norma; mostram-se adequados a produzir as consequências desejadas. De-
• Princípio da reserva legal; vem-se contemplar, igualmente, as suas deficiências e os eventuais
• Reserva legal qualificada (algumas providências sejam prece- efeitos colaterais negativos.
didas de específica autorização legislativa, vinculada à determinada O processo de decisão normativa estará incompleto caso se en-
situação ou destinada a atingir determinado objetivo); tenda que a tarefa do legislador se encerre com a edição do ato nor-
• Princípio da legalidade nos âmbitos penal, tributário e admi- mativo. Uma planificação mais rigorosa do processo de elaboração
nistrativo; normativa exige um cuidadoso controle das diversas consequências
• Princípio da proporcionalidade; produzidas pelo novo ato normativo.
• Densidade da norma (a previsão legal contenha uma discipli- É recomendável que o legislador redija as leis dentro de um
na suficientemente concreta); espírito de sistema, tendo em vista não só a coerência e a harmonia
• Respeito ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coi- interna de suas disposições, mas também a sua adequada inserção
sa julgada; no sistema jurídico como um todo. Essa sistematização expressa
• Remissões legislativas (se as remissões forem inevitáveis, uma característica da cientificidade do Direito e corresponde às
sejam elas formuladas de tal modo que permitam ao intérprete exigências mínimas de segurança jurídica, à medida que impedem
apreender o seu sentido sem ter de compulsar o texto referido). uma ruptura arbitrária com a sistemática adotada na aplicação do
Direito. Costuma-se distinguir a sistemática da lei em sistemática
Além do processo legislativo disciplinado na Constituição (pro- interna (compatibilidade teleológica e ausência de contradição ló-
cesso legislativo externo), a doutrina identifica o chamado processo gica) e sistemática externa (estrutura da lei).
legislativo interno, que se refere à forma de fazer adotada para a Regras básicas a serem observadas para a sistematização do
tomada da decisão legislativa. texto do ato normativo, com o objetivo de facilitar sua estruturação:
Antes de decidir sobre as providências a serem tomadas, é es- a) matérias que guardem afinidade objetiva devem ser tratadas
sencial identificar o problema a ser enfrentado. Realizada a iden- em um mesmo contexto ou agrupamento;
tificação do problema em decorrência de impulsos externos (ma- b) os procedimentos devem ser disciplinados segundo a ordem
nifestações de órgãos de opinião pública, críticas de segmentos cronológica, se possível;
especializados) ou graças à atuação dos mecanismos próprios de c) a sistemática da lei deve ser concebida de modo a permitir
controle, o problema deve ser delimitado de forma precisa. que ela forneça resposta à questão jurídica a ser disciplinada; e
A análise da situação questionada deve contemplar as causas d) institutos diversos devem ser tratados separadamente.
ou o complexo de causas que eventualmente determinaram ou
contribuíram para o seu desenvolvimento. Essas causas podem ter • O artigo de alteração da norma deve fazer menção expressa
influências diversas, tais como condutas humanas, desenvolvimen- ao ato normativo que está sendo alterado.
tos sociais ou econômicos, influências da política nacional ou inter- • Na hipótese de alteração parcial de artigo, os dispositivos que
nacional, consequências de novos problemas técnicos, efeitos de não terão o seu texto alterado serão substituídos por linha ponti-
leis antigas, mudanças de concepção etc. lhada, cujo uso é obrigatório para indicar a manutenção e a não
Para verificar a adequação dos meios a serem utilizados, deve- alteração do trecho do artigo.
-se realizar uma análise dos objetivos que se esperam com a apro-
vação da proposta. A ação do legislador, nesse âmbito, não difere, O termo “republicação” é utilizado para designar apenas a hi-
fundamentalmente, da atuação do homem comum, que se caracte- pótese de o texto publicado não corresponder ao original assina-
riza mais por saber exatamente o que não quer, sem precisar o que do pela autoridade. Não se pode cogitar essa hipótese por motivo
efetivamente pretende. de erro já constante do documento subscrito pela autoridade ou,
A avaliação emocional dos problemas, a crítica generalizada muito menos, por motivo de alteração na opinião da autoridade.
e, às vezes, irrefletida sobre o estado de coisas dominante acabam Considerando que os atos normativos somente produzem efeitos
por permitir que predominem as soluções negativistas, que têm por após a publicação no Diário Oficial da União, mesmo no caso de re-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

publicação, não se poderá cogitar a existência de efeitos retroativos • Decretos regulamentares: Os decretos regulamentares são
com a publicação do texto corrigido. Contudo, o texto publicado atos normativos subordinados ou secundários.
sem correspondência com aquele subscrito pela autoridade poderá • Decretos autônomos: Limita-se às hipóteses de organização
ser considerado inválido com efeitos retroativos. e funcionamento da administração pública federal, quando não im-
Já a retificação se refere aos casos em que texto publicado plicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos pú-
corresponde ao texto subscrito pela autoridade, mas que continha blicos, e de extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos.
lapso manifesto. A retificação requer nova assinatura pelas autori-
dades envolvidas e, em muitos casos, é menos conveniente do que Portaria é o instrumento pelo qual Ministros ou outras autori-
a mera alteração da norma. dades expedem instruções sobre a organização e o funcionamento
A correção de erro material que não afete a substância do ato de serviço, sobre questões de pessoal e outros atos de sua compe-
singular de caráter pessoal e as retificações ou alterações da de- tência.
nominação de cargos, funções ou órgãos que tenham tido a deno-
minação modificada em decorrência de lei ou de decreto superve- O processo legislativo abrange não só a elaboração das leis
niente à expedição do ato pessoal a ser apostilado são realizadas propriamente ditas (leis ordinárias, leis complementares, leis de-
por meio de apostila. O apostilamento é de competência do setor legadas), mas também a elaboração das emendas constitucionais,
de recurso humanos do órgão, autarquia ou fundação, e dispensa das medidas provisórias, dos decretos legislativos e das resoluções.
nova assinatura da autoridade que subscreveu o ato originário. A iniciativa é a proposta de edição de direito novo. A iniciati-
Atenção: Deve-se ter especial atenção quando do uso do apos- va comum ou concorrente compete ao Presidente da República, a
tilamento para os atos relativos à vacância ou ao provimento de- qualquer Deputado ou Senador, a qualquer comissão de qualquer
corrente de alteração de estrutura de órgão, autarquia ou funda- das Casas do Congresso, e aos cidadãos – iniciativa popular. A Cons-
ção pública. O apostilamento não se aplica aos casos nos quais a tituição confere a iniciativa da legislação sobre certas matérias,
essência do cargo em comissão ou da função de confiança tenham privativamente, a determinados órgãos, denominada de iniciativa
sido alterados, tais como nos casos de alteração do nível hierárqui- reservada. A Constituição prevê, ainda, sistema de iniciativa vincu-
co, transformação de atribuição de assessoramento em atribuição lada, na qual a apresentação do projeto é obrigatória. Nesse caso, o
de chefia (ou vice-versa) ou transferência de cargo para unidade Chefe do Executivo Federal deve encaminhar ao Congresso Nacio-
com outras competências. Também deve-se alertar para o fato que nal os projetos referentes às leis orçamentárias (plano plurianual,
a praxe atual tem sido exigir que o apostilamento decorrente de lei de diretrizes orçamentárias e o orçamento anual).
alteração em estrutura regimental seja realizado na mesma data da
entrada em vigor de seu decreto. A disciplina sobre a discussão e a instrução do projeto de lei é
A estrutura dos atos normativos é composta por dois elemen- confiada, fundamentalmente, aos Regimentos das Casas Legislati-
tos básicos: a ordem legislativa e a matéria legislada. A ordem legis- vas.
lativa compreende a parte preliminar e o fecho da lei ou do decreto; Emenda é a proposição apresentada como acessória de outra
a matéria legislada diz respeito ao texto ou ao corpo do ato. proposição. Nem todo titular de iniciativa tem poder de emenda.
A lei ordinária é ato normativo primário e contém, em regra, Essa faculdade é reservada aos parlamentares. Se, entretanto, for
normas gerais e abstratas. Embora as leis sejam definidas, normal- de iniciativa do Poder Executivo ou do Poder Judiciário, o seu titular
mente, pela generalidade e pela abstração (lei material), estas con- também pode apresentar modificações, acréscimos, o que fará por
têm, não raramente, normas singulares (lei formal ou ato normati- meio de mensagem aditiva, dirigida ao Presidente da Câmara dos
vo de efeitos concretos). Deputados, que justifique a necessidade do acréscimo. A apresen-
As leis complementares são um tipo de lei que não têm a ri- tação de emendas a qualquer projeto de lei oriundo de iniciativa re-
gidez dos preceitos constitucionais, e tampouco comportam a re- servada é autorizada, desde que não implique aumento de despesa
vogação por força de qualquer lei ordinária superveniente. Com a e que tenha estrita pertinência temática.
instituição de lei complementar, o constituinte buscou resguardar
determinadas matérias contra mudanças céleres ou apressadas, A Constituição não impede a apresentação de emendas ao pro-
sem deixá-las exageradamente rígidas, o que dificultaria sua modifi- jeto de lei orçamentária. Elas devem ser, todavia, compatíveis com
cação. A lei complementar deve ser aprovada pela maioria absoluta o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias e devem
de cada uma das Casas do Congresso Nacional. indicar os recursos necessários, sendo admitidos apenas aqueles
Lei delegada é o ato normativo elaborado e editado pelo Pre- provenientes de anulação de despesa. A Constituição veda a propo-
sidente da República em decorrência de autorização do Poder Le- situra de emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias que
gislativo, expedida por meio de resolução do Congresso Nacional e não guardem compatibilidade com o plano plurianual.
dentro dos limites nela traçados. Medida provisória é ato normativo A votação da matéria legislativa constitui ato coletivo das Casas
com força de lei que pode ser editado pelo Presidente da República do Congresso. Realiza-se, normalmente, após a instrução do proje-
em caso de relevância e urgência. Decretos são atos administrativos to nas comissões e dos debates no plenário. A sanção é o ato pelo
de competência exclusiva do Chefe do Executivo, destinados a pro- qual o Chefe do Executivo manifesta a sua anuência ao projeto de
ver as situações gerais ou individuais, abstratamente previstas, de lei aprovado pelo Poder Legislativo. Verifica-se aqui a fusão da von-
modo expresso ou implícito, na lei. tade do Congresso Nacional com a do Presidente, da qual resulta a
• Decretos singulares ou de efeitos concretos: Os decretos po- formação da lei.
dem conter regras singulares ou concretas (por exemplo, decretos
referentes à questão de pessoal, de abertura de crédito, de desa-
propriação, de cessão de uso de imóvel, de indulto, de perda de
nacionalidade, etc.).
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O veto é o ato pelo qual o Chefe do Poder Executivo nega san- Tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que
ção ao projeto – ou a parte dele –, obstando à sua conversão em lei. o expede
Dois são os fundamentos para a recusa de sanção: Exemplos:
Of. 123/2002-MME
a) inconstitucionalidade; ou Aviso 123/2002-SG
b) contrariedade ao interesse público. Mem. 123/2002-MF
Local e data
O veto deve ser expresso e motivado, e oposto no prazo de 15 Devem vir por extenso com alinhamento à direita.
dias úteis, contado da data do recebimento do projeto, e comunica- Exemplo:
do ao Congresso Nacional nas 48 horas subsequentes à sua oposi- Brasília, 20 de maio de 2011
ção. O veto não impede a conversão do projeto em lei, podendo ser
superado por deliberação do Congresso Nacional. Assunto
A promulgação e a publicação constituem fases essenciais da Resumo do teor do documento. Exemplos:
eficácia da lei. A promulgação das leis compete ao Presidente da Assunto: Produtividade do órgão em 2010.
República. Ela deverá ocorrer dentro do prazo de 48 horas, decor- Assunto: Necessidade de aquisição de novos computadores.
rido da sanção ou da superação do veto. Nesse último caso, se o
Presidente não promulgar a lei, competirá a promulgação ao Pre- Destinatário
sidente do Senado Federal, que disporá, igualmente, de 48 horas O nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida a comunicação.
para fazê-lo; se este não o fizer, deverá fazê-lo o Vice-Presidente do No caso do ofício, deve ser incluído também o endereço.
Senado Federal, em prazo idêntico.
O período entre a publicação da lei e a sua entrada em vigor é Texto
chamado de período de vacância ou vacatio legis. Na falta de dis- Nos casos em que não for de mero encaminhamento de docu-
posição especial, vigora o princípio que reconhece o decurso de um mentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura:
lapso de tempo entre a data da publicação e o termo inicial da obri-
gatoriedade (45 dias). Introdução
Podem-se distinguir seis tipos de procedimento legislativo: Que se confunde com o parágrafo de abertura, na qual é apre-
a) procedimento legislativo normal: Trata da elaboração das sentado o assunto que motiva a comunicação. Evite o uso das for-
leis ordinárias (excluídas as leis financeiras e os códigos) e comple- mas: “Tenho a honra de”, “Tenho o prazer de”, “Cumpreme infor-
mentares. mar que”,empregue a forma direta;
b) procedimento legislativo abreviado: Este procedimento
dispensa a competência do Plenário, ocorrendo, por isso, a deli- Desenvolvimento
beração terminativa sobre o projeto de lei nas próprias Comissões No qual o assunto é detalhado; se o texto contiver mais de uma
Permanentes. ideia sobre o assunto, elas devem ser tratadas em parágrafos distin-
c) procedimento legislativo sumário: Entre as prerrogativas tos, o que confere maior clareza à exposição;
regimentais das Casas do Congresso Nacional existe a de conferir
urgência a certas proposições. Conclusão
d) procedimento legislativo sumaríssimo: Existe nas duas Ca- Em que é reafirmada ou simplesmente reapresentada a posi-
sas do Congresso Nacional mecanismo que assegura deliberação ção recomendada sobre o assunto.
instantânea sobre matérias submetidas à sua apreciação. Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos casos
e) procedimento legislativo concentrado: O procedimento le- em que estes estejam organizados em itens ou títulos e subtítulos.
gislativo concentrado tipifica-se, basicamente, pela apresentação
das matérias em reuniões conjuntas de deputados e senadores. Ex. Quando se tratar de mero encaminhamento de documentos, a
para leis financeiras e delegadas. estrutura deve ser a seguinte:
f) procedimento legislativo especial: Nesse procedimento, Introdução: deve iniciar com referência ao expediente que so-
englobam-se dois ritos distintos com características próprias, um licitou o encaminhamento. Se a remessa do documento não tiver
destinado à elaboração de emendas à Constituição; outro, à de có- sido solicitada, deve iniciar com a informação do motivo da comu-
digos. nicação, que é encaminhar, indicando a seguir os dados completos
do documento encaminhado (tipo, data, origem ou signatário, e as-
O Padrão Ofício sunto de que trata), e a razão pela qual está sendo encaminhado,
segundo a seguinte fórmula:
O Manual de Redação da Presidência da República lista três
tipos de expediente que, embora tenham finalidades diferentes, “Em resposta ao Aviso nº 112, de 10 de fevereiro de 2011, en-
possuem formas semelhantes: Ofício, Aviso e Memorando. A dia- caminho, anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de 2010, do
gramação proposta para esses expedientes é denominada padrão Departamento Geral de Administração, que trata da requisição do
ofício. servidor Fulano de Tal.”
O Ofício, o Aviso e o Memorando devem conter as seguintes ou
partes: “Encaminho, para exame e pronunciamento, a anexa cópia do
telegrama nº 112, de 11 de fevereiro de 2011, do Presidente da Con-
federação Nacional de Agricultura, a respeito de projeto de moder-
nização de técnicas agrícolas na região Nordeste.”
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer al- Finalidade: O ato administrativo só pode ter um fim público,
gum comentário a respeito do documento que encaminha, poderá determinado pela lei, não cabendo ao administrador qualquer di-
acrescentar parágrafos de desenvolvimento; em caso contrário, não reito de escolha. Este fim tem que atender de forma vinculada um
há parágrafos de desenvolvimento em aviso ou ofício de mero en- interesse ou finalidade pública.
caminhamento. Espécie: é a maneira pela qual se exterioriza o ato, ou seja, a
- Fecho. configuração que assume um documento de acordo com a disposição
- Assinatura. e a natureza das informações. Como por exemplo espécies de:
- Identificação do Signatário Deliberação, Resolução, Portaria, Instrução, Informação, Ofício,
Ofício circular e Memorando.
Forma de Diagramação
Os documentos do padrão ofício devem obedecer à seguinte Atestado
forma de apresentação:
- Deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo Atestado administrativo é o ato pelo qual a Administração com-
12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé; prova um fato ou uma situação de que tenha conhecimento por
- Para símbolos não existentes na fonte Times New Roman, po- seus órgãos competentes.
derseão utilizar as fontes symbol e Wíngdings; Estrutura
- É obrigatório constar a partir da segunda página o número da
página; Título: atestado (em maiúsculas e centralizado, sobre o texto).
- Os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser impres- Texto: exposição do fato.
sos em ambas as faces do papel. Neste caso, as margens esquerda Local e data: por extenso.
e direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares (“margem Assinatura: titular da unidade organizacional corresponden-
espelho”); te ao assunto tratado. Dão
- O início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distân- Documento oficial, com base em documento original, objeti-
cia da margem esquerda; vando comprovar a existência de ato ou assentamento de interesse
- O campo destinado à margem lateral esquerda terá, no míni- de alguém.
mo 3,0 cm de largura;
- O campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm; Certidão
- Deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de
6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor de texto utilizado não Documento oficial, com base em documento original, objeti-
comportar tal recurso, de uma linha em branco; vando comprovar a existência de ato ou assentamento de interesse
- Não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado, de alguém. Deve reproduzir fielmente, de inteiro teor ou resumida-
letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer mente, atos ou fatos constantes de processo, livro ou documento
outra forma de formatação que afete a elegância e a sobriedade do que se encontre nas repartições públicas. Sua expedição é no prazo
documento; de 15 dias improrrogável – Lei nº 9.051, de 18/5/95.
- A impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel
branco. A impressão colorida deve ser usada apenas para gráficos Estrutura
e ilustrações; Título: certidão (em maiúscula e centralizado sobre o texto).
- Todos os tipos de documento do padrão ofício devem ser im- Texto: transcrição do que foi requerido e encontrado referente
pressos em papel de tamanho A4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm; ao pedido. Deve ser escrita em linhas corridas, sem emendas ou
- Deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo rasuras. Qualquer engano ou erro poderá ser retificado, empregan-
Rich Text nos documentos de texto; do-se a palavra “digo” ou “em tempo”: na linha........ , onde se
- Dentro do possível, todos os documentos elaborados devem lê........., leia-se................. .
ter o arquivo de texto preservado para consulta posterior ou apro- Local e data: por extenso.
veitamento de trechos para casos análogos; Assinatura: de quem lavrou a certidão e visto do titular da
- Para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser unidade organizacional que a autorizou.
formados da seguinte maneira: tipo do documento + número do
documento + palavraschave do conteúdo. Exemplo: Circular
“Of. 123 relatório produtividade
ano 2010” Correspondência oficial, de caráter interno, enviada, simulta-
neamente, a diversos destinatários, com texto idêntico, transmitin-
Ato Administrativo do informações, instruções, ordens, recomendações ou esclarecen-
do o conteúdo de leis, normas e regulamentos.
Toda manifestação unilateral de vontade da administração pú-
blica que, agindo nesta qualidade, tenha por fim imediato adquirir, Estrutura
resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos ou im- Título: circular, número, ano e sigla da unidade organizacional.
por obrigações aos administradores ou a si própria. (p.17 Bellotto, Local e
2002). Data: por extenso.
Destinatários: nomes dos cargos dos destinatários.
Texto: desenvolvimento do assunto tratado.
Assinatura: Titular da unidade organizacional.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Comunicado Quanto a sua forma, Aviso e Ofício seguem o modelo do padrão


ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o destinatário, segui-
Correspondência oficial utilizada na unidade organizacional ou do de vírgula. Exemplos:
entre unidades organizacionais para transmitir informações, solici-
tar esclarecimentos ou providências de ordem geral. Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
Senhora Ministra,
Estrutura Senhor Chefe de Gabinete,
Título: comunicado (iniciais em maiúsculas e o restante em mi-
núsculas), Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as seguin-
Seguida do número de ordem, ano e da sigla da unidade orga- tes informações do remetente:
nizacional. - nome do órgão ou setor;
Data: 1 cm abaixo do código de identificação com alinhamento - endereço postal;
à direita. - telefone e endereço de correio eletrônico.
Destinatário: ao senhor (cargo que ocupa).
Assunto: resumo do teor da comunicação em negrito. Obs: Modelo no final da matéria.
Texto: desenvolvimento do teor da comunicação. Deve ser ini-
ciado a 1,5 cm Memorando ou Comunicação Interna
Verticais, abaixo do item assunto. Todos os parágrafos devem
ser numerados O Memorando é a modalidade de comunicação entre
Na margem esquerda do corpo do texto, excetuado o fecho. unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem estar
Fecho: atenciosamente ou respeitosamente, conforme o caso. hierarquicamente em mesmo nível ou em nível diferente. Tratase,
Assinatura: Titular e servidor da unidade organizacional. portanto, de uma forma de comunicação eminentemente interna.
Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser empregado
Convite e Convocação para a exposição de projetos, ideias, diretrizes etc. a serem adota-
dos por determinado setor do serviço público.
O convite é o instrumento pelo qual se faz uma solicitação, pe- Sua característica principal é a agilidade. A tramitação do me-
de-se o comparecimento de alguém ou solicita-se sua presença em morando em qualquer órgão deve pautar-se pela rapidez e pela
alguma parte ou em ato. simplicidade de procedimentos burocráticos. Para evitar desneces-
A convocação corresponde ao convite, mas no sentido de inti- sário aumento do número de comunicações, os despachos ao me-
mação. Origina o comparecimento, devendo o não comparecimen- morando devem ser dados no próprio documento e, no caso de fal-
to ser justificado. Já o convite é somente uma solicitação. ta de espaço, em folha de continuação. Esse procedimento permite
Nas relações oficiais ou particulares, há mensagens que não se formar uma espécie de processo simplificado, assegurando maior
alinham puramente entre aquelas formais ou administrativas. São transparência a tomada de decisões, e permitindo que se historie o
as mensagens sociais ou comemorativas: as primeiras, em razão de andamento da matéria tratada no memorando.
acontecimentos de cunho social (instalação, festividades restritas a Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do padrão
área da entidade, etc.), e as segundas, por motivo de datas come- ofício, com a diferença de que seu destinatário deve ser menciona-
morativas (Dia das Mães, da Secretaria, do Professor, Páscoa, Natal, do pelo cargo que ocupa. Exemplos:
etc.). Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração
É preciso ter cuidado com as mensagens sociais, em que se Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos.
combinam técnica redacional, bom tom e arte:
a) Faça um texto que se preste a homem e a mulher, no singular Obs: Modelo no final da matéria.
e no plural;
b) Registre nome e endereço do destinatário corretamente; Exposição De Motivos
c) Procure atualizar ou renovar sempre seu texto;
d) Mantenha conexão (imagem e texto) do trabalho tipográfico É o expediente dirigido ao presidente da República ou ao vice-
ou mecanográfico com a parte e) que será digitada; presidente para:
Os convites de maneira geral são realizados por cartas, en- - informá-lo de determinado assunto;
quanto as convocações ocorrem por meio de edital. - propor alguma medida; ou
- submeter a sua consideração projeto de ato normativo.
Aviso e Ofício (Comunicação Externa)
Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presidente da
São modalidades de comunicação oficial praticamente República por um Ministro de Estado. Nos casos em que o assunto
idênticas. A única diferença entre eles é que o aviso é expedido tratado envolva mais de um Ministério, a exposição de motivos de-
exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de verá ser assinada por todos os Ministros envolvidos, sendo, por essa
mesma hierarquia, ao passo que o ofício é expedido para e pelas razão, chamada de interministerial.
demais autoridades. Ambos têm como finalidade o tratamento de Formalmente a exposição de motivos tem a apresentação do
assuntos oficiais pelos órgãos da Administração Pública entre si e, padrão ofício. De acordo com sua finalidade, apresenta duas formas
no caso do ofício, também com particulares. básicas de estrutura: uma para aquela que tenha caráter exclusiva-
mente informativo e outra para a que proponha alguma medida ou
submeta projeto de ato normativo.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

No primeiro caso, o da exposição de motivos que simplesmen- O preenchimento obrigatório do anexo para as exposições de
te leva algum assunto ao conhecimento do Presidente da República, motivos que proponham a adoção de alguma medida ou a edição
sua estrutura segue o modelo antes referido para o padrão ofício. de ato normativo tem como finalidade:
Já a exposição de motivos que submeta à consideração do Pre- - permitir a adequada reflexão sobre o problema que se busca
sidente da República a sugestão de alguma medida a ser adotada resolver;
ou a que lhe apresente projeto de ato normativo, embora sigam - ensejar mais profunda avaliação das diversas causas do pro-
também a estrutura do padrão ofício, além de outros comentá- blema e dos defeitos que pode ter a adoção da medida ou a edição
rios julgados pertinentes por seu autor, devem, obrigatoriamente, do ato, em consonância com as questões que devem ser analisadas
apontar: na elaboração de proposições normativas no âmbito do Poder Exe-
- na introdução: o problema que está a reclamar a adoção da cutivo (v. 10.4.3.)
medida ou do ato normativo proposto; - conferir perfeita transparência aos atos propostos.
- no desenvolvimento: o porquê de ser aquela medida ou
aquele ato normativo o ideal para se solucionar o problema, e even- Dessa forma, ao atender às questões que devem ser analisadas
tuais alternativas existentes para equacionálo; na elaboração de atos normativos no âmbito do Poder Executivo,
- na conclusão, novamente, qual medida deve ser tomada, ou o texto da exposição de motivos e seu anexo complementam-se e
qual ato normativo deve ser editado para solucionar o problema. formam um todo coeso: no anexo, encontramos uma avaliação pro-
funda e direta de toda a situação que está a reclamar a adoção de
Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à exposição certa providência ou a edição de um ato normativo; o problema a
de motivos, devidamente preenchido, de acordo com o seguinte ser enfrentado e suas causas; a solução que se propõe, seus efeitos
modelo previsto no Anexo II do Decreto nº 4.1760, de 28 de março e seus custos; e as alternativas existentes. O texto da exposição de
de 2010. motivos fica, assim, reservado à demonstração da necessidade da
Anexo à exposição de motivos do (indicar nome do Ministério providência proposta: por que deve ser adotada e como resolverá
ou órgão equivalente) nº ______, de ____ de ______________ de o problema.
201_. Nos casos em que o ato proposto for questão de pessoal (no-
meação, promoção, ascenção, transferência, readaptação, rever-
- Síntese do problema ou da situação que reclama providên- são, aproveitamento, reintegração, recondução, remoção, exone-
cias; ração, demissão, dispensa, disponibilidade, aposentadoria), não é
- Soluções e providências contidas no ato normativo ou na me- necessário o encaminhamento do formulário de anexo à exposição
dida proposta; de motivos. Ressalte-se que:
- Alternativas existentes às medidas propostas. Mencionar: - a síntese do parecer do órgão de assessoramento jurídico não
- se há outro projeto do Executivo sobre a matéria; dispensa o encaminhamento do parecer completo;
- se há projetos sobre a matéria no Legislativo; - o tamanho dos campos do anexo à exposição de motivos
- outras possibilidades de resolução do problema. pode ser alterado de acordo com a maior ou menor extensão dos
- Custos. Mencionar: comentários a serem alí incluídos.
- se a despesa decorrente da medida está prevista na lei orça- Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha presente que a
mentária anual; se não, quais as alternativas para custeála; atenção aos requisitos básicos da Redação Oficial (clareza, conci-
- se a despesa decorrente da medida está prevista na lei orça- são, impessoalidade, formalidade, padronização e uso do padrão
mentária anual; se não, quais as alternativas para custeála; culto de linguagem) deve ser redobrada. A exposição de motivos
- valor a ser despendido em moeda corrente; é a principal modalidade de comunicação dirigida ao Presidente da
- Razões que justificam a urgência (a ser preenchido somente República pelos Ministros. Além disso, pode, em certos casos, ser
se o ato proposto for medida provisória ou projeto de lei que deva encaminhada cópia ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário
tramitar em regime de urgência). Mencionar: ou, ainda, ser publicada no Diário Oficial da União, no todo ou em
- se o problema configura calamidade pública; parte.
- por que é indispensável a vigência imediata;
- se se trata de problema cuja causa ou agravamento não te- Contrato
nham sido previstos;
- se se trata de desenvolvimento extraordinário de situação já Instrumento jurídico em que se firmam direitos e obrigações
prevista. entre duas ou mais pessoas, sobre objeto lícito e possível, com o
- Impacto sobre o meio ambiente (somente que o ato ou medi- fim de adquirir, modificar, extinguir ou resguardar direitos. Contrato
da proposta possa vir a tê-lo) administrativo é todo aquele que a Administração Pública, agindo
- Alterações propostas. Texto atual, Texto proposto; nessa qualidade, firma com particular ou com outra pessoa jurídica
- Síntese do parecer do órgão jurídico. pública, para a realização de serviço, execução de obra ou obtenção
de qualquer prestação de serviço, tendo em vista o interesse públi-
Com base em avaliação do ato normativo ou da medida propo- co, nas condições estabelecidas pela própria Administração.
sa à luz das questões levantadas no ítem 10.4.3. Os contratos administrativos são regidos pela Lei n.º 8.666, de
A falta ou insuficiência das informações prestadas pode acar- 21 de junho de 1993, que contém as orientações completas sobre
retar, a critério da Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, sua elaboração.
a devolução do projeto de ato normativo para que se complete o Minuta de contrato é uma redação inicial e provisória de um
exame ou se reformule a proposta. contrato, onde se expõem todas as negociações das partes contra-
tadas.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Após, confirmadas as negociações ou realizadas alterações em As decisões importantes, do ponto de vista doutrinário, poderão ser
alguns parágrafos, com concordância das partes, será redigido um publicadas no Diário Oficial do Município, na íntegra, a critério do
contrato formal. secretário do órgão colegiado.

Forma e estrutura Registro, controle do documento


2. Título: Termo do contrato. O registro e controle serão de competência da secretaria do
3. EMENTA (caixa alta, por extenso): assunto do contrato, no órgão colegiado.
alto da página.
4. Introdução: data por extenso e local em que é firmado o con- Mensagem
trato, seguindo-se o nome e a qualificação dos contratantes.
5. Cláusulas contratuais, que contém a matéria específica do É o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos
contrato, explanadas em parágrafos e alíneas. Poderes Públicos, notadamente as mensagens enviadas pelo Chefe
6. Termo ou fecho. do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato
7. Local e data da assinatura do contrato, por extenso. da Administração Pública; expor o plano de governo por ocasião
8. Assinatura dos contratantes, contratados e das testemunhas. da abertura de sessão legislativa; submeter ao Congresso Nacional
matérias que dependem de deliberação de suas Casas; apresentar
Validade do documento veto; enfim, fazer e agradecer comunicações de tudo quanto seja
• Permanente. de interesse dos poderes públicos e da Nação.
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos Ministérios
Publicação à Presidência da República, a cujas assessorias caberá a redação fi-
• Obrigatória. nal.
As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Congresso
O Resumo do Termo do Contrato deve ser publicado na im- Nacional têm as seguintes finalidades:
prensa oficial, sendo esta condição indispensável para sua eficácia.
A Lei n.º 8.666, alterada pela Lei n.º 8.883/94 dispõe sobre a pu- - Encaminhamento de projeto de lei ordinária, complementar
blicação dos contratos administrativos. São partes obrigatórias do ou financeira: Os projetos de lei ordinária ou complementar são
Resumo do Termo de Contrato: os signatários, a espécie, o objeto enviados em regime normal (Constituição, art. 61) ou de urgência
do contrato, a dotação orçamentária total, o desembolso mensal, o (Constituição, art. 64, §§ 1º a 4º). Cabe lembrar que o projeto pode
prazo de execução e a data da assinatura do mesmo. ser encaminhado sob o regime normal e mais tarde ser objeto de
nova mensagem, com solicitação de urgência.
Acórdão Em ambos os casos, a mensagem se dirige aos Membros do
Congresso Nacional, mas é encaminhada com aviso do Chefe da
Documento administrativo emanado de órgão colegiado, de Casa Civil da Presidência da República ao Primeiro Secretário da Câ-
natureza deliberativa e informativa, por meio do qual é emitida de- mara dos Deputados, para que tenha início sua tramitação (Consti-
cisão em grau de recurso. tuição, art. 64, caput).
Quanto aos projetos de lei financeira (que compreendem pla-
Competência no plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamentos anuais e crédi-
De competência do respectivo órgão colegiado. tos adicionais), as mensagens de encaminhamento dirigemse aos
membros do Congresso Nacional, e os respectivos avisos são ende-
Forma de elaboração reçados ao Primeiro Secretário do Senado Federal. A razão é que o
Título: posicionado no alto e centro do documento, escrita art. 166 da Constituição impõe a deliberação congressual sobre as
em letras maiúsculas. Consiste no nome ACÓRDÃO, seguido de sua leis financeiras em sessão conjunta, mais precisamente, “na forma
identificação (órgão de origem e numeração do documento); do regimento comum”. E à frente da Mesa do Congresso Nacional
Dados complementares: são os dados informativos do está o Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 57, § 5º),
processo, inseridos logo após a denominação do documento: n.º do que comanda as sessões conjuntas.
recurso e n.º do processo, nome do recorrente e nome do relator; As mensagens aqui tratadas coroam o processo desenvolvido
Assunto: é o resumo do acórdão e deve contemplar seus pontos no âmbito do Poder Executivo, que abrange minucioso exame técni-
principais. Deve ser inserido abaixo dos dados complementares; co, jurídico e econômicofinanceiro das matérias objeto das proposi-
Corpo do texto: conteúdo substantivo da matéria decidida. Fa- ções por elas encaminhadas.
zem parte do acórdão: o relatório, o fundamento e a conclusão; Tais exames materializamse em pareceres dos diversos órgãos
Assinaturas/data: o acórdão deve ser assinado pelo presidente interessados no assunto das proposições, entre eles o da Advocacia
e relator do órgão colegiado que proferiu a decisão. A data da Geral da União. Mas, na origem das propostas, as análises necessá-
decisão deverá constar no documento. rias constam da exposição de motivos do órgão onde se geraram,
exposição que acompanhará, por cópia, a mensagem de encami-
Forma de divulgação nhamento ao Congresso.
As providências de divulgação do acórdão deverão ser tomadas
pela secretaria do órgão colegiado e as conclusões serão publicadas - Encaminhamento de medida provisória: Para dar cumpri-
sob designação numérica e com indicação nominal dos recorrentes. mento ao disposto no art. 62 da Constituição, o Presidente da Repú-
blica encaminha mensagem ao Congresso, dirigida a seus membros,

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

com aviso para o Primeiro Secretário do Senado Federal, juntando razões do veto. Seu texto vai publicado na íntegra no Diário Oficial
cópia da medida provisória, autenticada pela Coordenação de Do- da União, ao contrário das demais mensagens, cuja publicação se
cumentação da Presidência da República. restringe à notícia do seu envio ao Poder Legislativo.

- Indicação de autoridades: As mensagens que submetem ao - Outras mensagens: Também são remetidas ao Legislativo
Senado Federal a indicação de pessoas para ocuparem determi- com regular frequência mensagens com:
nados cargos (magistrados dos Tribunais Superiores, Ministros do - encaminhamento de atos internacionais que acarretam en-
TCU, Presidentes e diretores do Banco Central, ProcuradorGeral da cargos ou compromissos gravosos (Constituição, art. 49, I);
República, Chefes de Missão Diplomática etc.) têm em vista que a - pedido de estabelecimento de alíquolas aplicáveis às opera-
Constituição, no seu art. 52, incisos III e IV, atribui àquela Casa do ções e prestações interestaduais e de exportação (Constituição, art.
Congresso Nacional competência privativa para aprovar a indica- 155, § 2º, IV);
ção. O currículum vitae do indicado, devidamente assinado, acom- - proposta de fixação de limites globais para o montante da dí-
panha a mensagem. vida consolidada (Constituição, art. 52, VI);
- pedido de autorização para operações financeiras externas
- Pedido de autorização para o presidente ou o vicepresidente (Constituição, art. 52, V); e outros.
da República se ausentarem do País por mais de 15 dias: Tratase
de exigência constitucional (Constituição, art. 49, III, e 83), e a auto- Entre as mensagens menos comuns estão as de:
rização é da competência privativa do Congresso Nacional. - convocação extraordinária do Congresso Nacional (Constitui-
O presidente da República, tradicionalmente, por cortesia, ção, art. 57, § 6º);
quando a ausência é por prazo inferior a 15 dias, faz uma comunica- - pedido de autorização para exonerar o ProcuradorGeral da
ção a cada Casa do Congresso, enviandolhes mensagens idênticas. República (art. 52, XI, e 128, § 2º);
- pedido de autorização para declarar guerra e decretar mobili-
- Encaminhamento de atos de concessão e renovação de con- zação nacional (Constituição, art. 84, XIX);
cessão de emissoras de rádio e TV: A obrigação de submeter tais - pedido de autorização ou referendo para celebrara paz (Cons-
atos à apreciagão do Congresso Nacional consta no inciso XII do tituição, art. 84, XX);
artigo 49 da Constituição. Somente produzirão efeitos legais a ou- - justificativa para decretação do estado de defesa ou de sua
torga ou renovação da concessão após deliberação do Congresso prorrogação (Constituição, art. 136, § 4º);
Nacional (Constituição, art. 223, § 3º). Descabe pedir na mensagem - pedido de autorização para decretar o estado de sítio (Cons-
a urgência prevista no art. 64 da Constituição, porquanto o § 1º do tituição, art. 137);
art. 223 já define o prazo da tramitação. - relato das medidas praticadas na vigência do estado de sítio
Além do ato de outorga ou renovação, acompanha a mensa- ou de defesa (Constituição, art. 141, parágrafo único);
gem o correspondente processo administrativo. - proposta de modificação de projetas de leis financeiras (Cons-
tituição, art. 166, § 5º);
- pedido de autorização para utilizar recursos que ficarem sem
- Encaminhamento das contas referentes ao exercício ante- despesas correspondentes, em decorrência de veto, emenda ou re-
rior: O Presidente da República tem o prazo de sessenta dias após a jeição do projeto de lei orçamentária anual (Constituição, art. 166,
abertura da sessão legislativa para enviar ao Congresso Nacional as § 8º);
contas referentes ao exercício anterior (Constituição, art. 84, XXIV), - pedido de autorização para alienar ou conceder terras públi-
para exame e parecer da Comissão Mista permanente (Constitui- cas com área superior a 2.500 ha (Constituição, art. 188, § 1º); etc.
ção, art. 166, § 1º), sob pena de a Câmara dos Deputados realizar a
tomada de contas (Constituição, art. 51, II), em procedimento disci- As mensagens contêm:
plinado no art. 215 do seu Regimento Interno. - a indicação do tipo de expediente e de seu número, horizon-
talmente, no início da margem esquerda:
- Mensagem de abertura da sessão legislativa: Ela deve conter
o plano de governo, exposição sobre a situação do País e solicitação Mensagem nº
de providências que julgar necessárias (Constituição, art. 84, XI).
O portador da mensagem é o Chefe da Casa Civil da Presidência - vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo
da República. Esta mensagem difere das demais porque vai enca- do destinatário, horizontalmente, no início da margem esquerda:
dernada e é distribuída a todos os congressistas em forma de livro.
Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal,
- Comunicação de sanção (com restituição de autógrafos):
Esta mensagem é dirigida aos membros do Congresso Nacional, - o texto, iniciando a 2 cm do vocativo;
encaminhada por Aviso ao Primeiro Secretário da Casa onde se ori- - o local e a data, verticalmente a 2 cm do final do texto, e ho-
ginaram os autógrafos. Nela se informa o número que tomou a lei rizontalmente fazendo coincidir seu final com a margem direita. A
e se restituem dois exemplares dos três autógrafos recebidos, nos mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente da Re-
quais o Presidente da República terá aposto o despacho de sanção. pública, não traz identificação de seu signatário.

- Comunicação de veto: Dirigida ao Presidente do Senado Fe- Obs: Modelo no final da matéria.
deral (Constituição, art. 66, § 1º), a mensagem informa sobre a de-
cisão de vetar, se o veto é parcial, quais as disposições vetadas, e as
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Telegrama Apostila

Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar os proce- É o aditamento que se faz a um documento com o objetivo
dimentos burocráticos, passa a receber o título de telegrama toda de retificação, atualização, esclarecimento ou fixar vantagens,
comunicação oficial expedida por meio de telegrafia, telex etc. Por evitandose assim a expedição de um novo título ou documento.
se tratar de forma de comunicação dispendiosa aos cofres públicos Estrutura:
e tecnologicamente superada, deve restringirse o uso do telegrama - Título: APOSTILA, centralizado.
apenas àquelas situações que não seja possível o uso de correio ele- - Texto: exposição sucinta da retificação, esclarecimento, atua-
trônico ou fax e que a urgência justifique sua utilização e, também lização ou fixação da vantagem, com a menção, se for o caso, onde
em razão de seu custo elevado, esta forma de comunicação deve o documento foi publicado.
pautarse pela concisão. - Local e data.
Não há padrão rígido, devendose seguir a forma e a estrutura - Assinatura: nome e função ou cargo da autoridade que cons-
dos formulários disponíveis nas agências dos Correios e em seu sítio tatou a necessidade de efetuar a apostila.
na Internet.
Não deve receber numeração, sendo que, em caso de docu-
Obs: Modelo no final da matéria. mento arquivado, a apostila deve ser feita abaixo dos textos ou no
verso do documento.
Fax Em caso de publicação do ato administrativo originário, a apos-
tila deve ser publicada com a menção expressa do ato, número, dia,
O fax (forma abreviada já consagrada de facsímile) é uma for- página e no mesmo meio de comunicaçao oficial no qual o ato ad-
ma de comunicação que está sendo menos usada devido ao desen- ministrativo foi originalmente publicado, a fim de que se preserve
volvimento da Internet. É utilizado para a transmissão de mensa- a data de validade.
gens urgentes e para o envio antecipado de documentos, de cujo
conhecimento há premência, quando não há condições de envio do Obs: Modelo no final da matéria.
documento por meio eletrônico. Quando necessário o original, ele
segue posteriormente pela via e na forma de praxe. Recibo
Se necessário o arquivamento, devese fazêlo com cópia xerox
do fax e não com o próprio fax, cujo papel, em certos modelos, se UTILIZAÇÃO: para declarar ter recebido algo ali especificado.
deteriora rapidamente. DETALHES:
Os documentos enviados por fax mantêm a forma e a estrutura • Não existem somente recibos de valores. Outro tipo bastante
que lhes são inerentes. É conveniente o envio, juntamente com o comum é o recibo de recebimento de mercadoria.
documento principal, de folha de rosto, isto é, de pequeno formu- • Caso seja necessária a emissão sistemática de recibos, deve-
lário com os dados de identificação da mensagem a ser enviada. -se criar uma numeração a ser seguida.
• Alguns recibos exigem testemunha(s) como, por exemplo, ju-
Correio Eletrônico diciais ou de valores muito altos.
• A paragrafação pode seguir o estilo americano (sem entradas
O correio eletrônico (“email”), por seu baixo custo e celeridade, de parágrafo), ou estilo tradicional. No caso de estilo americano,
transformouse na principal forma de comunicação para transmis- todo o texto, a data e a assinatura devem ser alinhados à margem
são de documentos. esquerda, com exceção do valor (caso haja), que deve ser sempre
Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua alinhado à direita. No estilo tradicional, devem ser alinhados à di-
flexibilidade. Assim, não interessa definir forma rígida para sua es- reita.
trutura. Entretanto, devese evitar o uso de linguagem incompatível a) TIMBRE: impresso no alto do papel. Em recibos particulares
com uma comunicação oficial. não se usa timbre.
O campo assunto do formulário de correio eletrônico mensa- b) TÍTULO: cerca de 3 linhas do timbre e no centro da folha. Nos
gem deve ser preenchido de modo a facilitar a organização docu- casos de recibo com numeração, pode-se:
mental tanto do destinatário quanto do remetente. • colocar a numeração seguindo o título (recibo nº 79/02), ou a
Para os arquivos anexados à mensagem deve ser utilizado, pre- cerca de 2 linhas do título;
ferencialmente, o formato Rich Text. A mensagem que encaminha • a numeração pode conter a sigla do órgão/departamento e o
algum arquivo deve trazer informações mínimas sobre seu conteú- ano (SECON 79 ou SECON 79/02);
do. • destacar o valor (principalmente quando há desconto de im-
Sempre que disponível, devese utilizar recurso de confirmação postos); a numeração, nesse caso, pode vir na mesma linha, alinha-
de leitura. Caso não seja disponível, deve constar da mensagem pe- do à esquerda, ou na linha acima do valor.
dido de confirmação de recebimento. c) TEXTO: cerca de três linhas do título. Deve conter:
Nos termos da legislação em vigor, para que a mensagem de • o verbo receber no presente do indicativo, na primeira pes-
correio eletrônico tenha valor documental, isto é, para que possa soa do singular ou do plural (recebi de / recebemos de);
ser aceita como documento original, é necessário existir certifica- • nome do pagador (pessoa ou empresa/órgão) com os dados
ção digital que ateste a identidade do remetente, na forma estabe- de identificação que sejam necessários (geralmente basta nome/
lecida em lei. razão social, endereço e CPF ou CNPJ);

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• identificação do recebimento: o valor recebido em algaris- Exemplo: Pauta de reunião


mos, seguido do valor por extenso entre parênteses, ou o que está
sendo recebido; Data - 16/3/99 Horário - 10 horas Local - Secretaria de Estado
• motivo do recebimento: venda de, prestação de serviços, sa- de Administração e Reestruturação Av. Erasmo Braga, 118, 10º an-
lário, gratificação etc. (sempre de forma bastante clara). dar - Plenário do CEE/CEC

Ata Objeto - Revisão do Estatuto dos Funcionários Civis do Poder


Executivo
É o instrumento utilizado para o registro expositivo dos fatos
e deliberações ocorridos em uma reunião, sessão ou assembleia. Participantes - Maria José da Silva representante do Sindicato
A ata deve ser redigida, se possível, no decorrer da reunião. Por dos Funcionários Públicos Civis do Estado; Antônio da Silva, Vice
isso é recomendável que o secretário, que a redige seja uma pessoa Presidente do CRASE; José da Silva, advogado trabalhista; Manoel
não envolvida nas discussões e deliberações a serem tomadas pelos da Silva, Assessor Jurídico da SARE.
participantes. Sendo que, o secretário atua como observador e
narrador fiel dos fatos. A ata é documento de valor jurídico. Assuntos: 1 - Instalação da Comissão de Revisão do Estatuto
Estrutura: dos Funcionários Públicos do Estado do Rio de Janeiro, determinada
- Título ATA. Em se tratando de atas elaboradas sequencial- pela Resolução SARE n.º 001, de 1º de janeiro de 1999.
mente, indicar o respectivo número da reunião ou sessão, em cai- 2 - Estabelecimento de diretrizes para a elaboração de projeto
xaalta, nome da entidade e local da reunião. específico para o desenvolvimento dos trabalhos.
- Texto, incluindo: Preâmbulo registro da situação espacial e 3 - Discussão e elaboração de elenco de parcerias possíveis.
temporal e participantes; Registro dos assuntos abordados e de
suas decisões, com indicação das personalidades envolvidas, se for Rio de Janeiro, 2 de março de 2017
o caso; Fecho termo de encerramento com indicação, se neces-
sário, do redator, do horário de encerramento, de convocação de José da Silva, Assessor Especial.
nova reunião etc.
Escreve-se tudo seguidamente, sem rasuras, emendas ou en- Estatuto
trelinhas, em linguagem simples, clara e concisa. Deve-se evitar as
abreviaturas, e os números são escritos por extenso. Definição
Verificando-se qualquer engano no momento da redação, de- .Regulamento ou conjunto de regras de organização
verá ser imediatamente retificado empregando-se a palavra “digo”. e funcionamento de uma coletividade, instituição, órgão,
Na hipótese de qualquer omissão ou erro depois de lavrada a Ata, estabelecimento, empresa pública ou privada
far-se-á uma ressalva: “em tempo”. “Na linha................., onde se Assim é um conjunto integrado de normas reguladoras de uma
lê..................leia-se....................”. estrutura, que oferece diretrizes de grande amplitude, orientando
A ATA será assinada e/ou rubricada por todos os presentes à e definindo a direção, os principais cargos e respectivas atribuições,
reunião ou apenas pelo presidente e relator, dependendo das exi- assim como os tipos de autoridades, os objetivos, os direitos e
gências regimentais do órgão. obrigações, a forma de organização e administração.

Obs: Modelo no final da matéria. Competência.


Proposto pela Comunidade Universitária (Estatuinte) e
Pauta de Reunião aprovado pelo Conselho Universitário/Coun.

Relação dos assuntos a serem tratados em reunião. Deve ser Estrutura.


dada a público com antecedência, quando se tratar de assuntos de Título: a expressão “ESTATUTO DA FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE
interesse de terceiros, para que esses possam se manifestar. Dela FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL”, digitada em caixa alta,
constarão, também, data, horário e endereço do local em que se centralizada no texto;
realizará a reunião, além do quorum necessário, se for o caso. Texto: poderá desdobrar-se em artigos, seções, capítulos e
Uma pauta que controla e organiza uma reunião deve: títulos, em que se farão constar à denominação, os fins e a sede
– Especificar as formalidades; da UFMS; modo porque se administra representa, ativa, passiva,
– Escolher e conectar-se a pontos de reuniões anteriores para judicial e extrajudicialmente, se são reformáveis e de que modo, no
manter a continuidade; tocante à administração, etc.
– Dar a oportunidade de fazer sugestões aos convocados para A primeira folha deverá ser precedida de índice, visando à
a reunião; identificação imediata de suas partes.
– Ajudar as pessoas a se prepararem;
– Falar sobre assuntos administrativos como quando e onde
será a reunião e uma breve explicação.
A sequência também é importante. A escolha da ordem em
que as coisas serão examinadas pode ser um diferencial. Um de-
terminado assunto pode ser discutido mais cedo, se for necessária
mais atenção dos participantes. Porém, se for de interesse de pou-
cos participantes, o ideal é que ele fique para o final da reunião.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Carta

É a forma de correspondência emitida por particular, ou autoridade com objetivo particular, não se confundindo com o memorando
(correspondência interna) ou o ofício (correspondência externa), nos quais a autoridade que assina expressa uma opinião ou dá uma in-
formação não sua, mas, sim, do órgão pelo qual responde. Em grande parte dos casos da correspondência enviada por deputados, devese
usar a carta, não o memorando ou ofício, por estar o parlamentar emitindo parecer, opinião ou informação de sua responsabilidade, e não
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

especificamente da Câmara dos Deputados. O parlamentar deverá Ordem de Serviço


assinar memorando ou ofício apenas como titular de função oficial
específica (presidente de comissão ou membro da Mesa, por exem- É o instrumento que encerra orientações detalhadas e/ou
plo). Estrutura: pontuais para a execução de serviços por órgãos subordinados da
- Local e data. Administração. Estrutura:
- Endereçamento, com forma de tratamento, destinatário, car- - Título: ORDEM DE SERVIÇO, numeração e data.
go e endereço. - Preâmbulo e fundamentação: denominação da autoridade
- Vocativo. que expede o ato (em maiúsculas) e citação da legislação pertinen-
- Texto. te ou por força das prerrogativas do cargo, seguida da palavra “re-
- Fecho. solve”.
- Assinatura: nome e, quando necessário, função ou cargo. - Texto: desenvolvimento do assunto, que pode ser dividido em
itens, incisos, alíneas etc.
Se o gabinete usar cartas com frequência, poderá numerálas. - Assinatura: nome da autoridade competente e indicação da
Nesse caso, a numeração poderá apoiar-se no padrão básico de dia- função.
gramação. A Ordem de Serviço se assemelha à Portaria, porém possui ca-
O fecho da carta segue, em geral, o padrão da correspondência ráter mais específico e detalhista. Objetiva, essencialmente, a oti-
oficial, mas outros fechos podem ser usados, a exemplo de “Cor- mização e a racionalização de serviços.
dialmente”, quando se deseja indicar relação de proximidade ou
igualdade de posição entre os correspondentes. Obs: Modelo no final da matéria.

Obs: Modelo no final da matéria. Parecer

Declaração É a opinião fundamentada, emitida em nome pessoal ou de


órgão administrativo, sobre tema que lhe haja sido submetido para
É o documento em que se informa, sob responsabilidade, algo análise e competente pronunciamento. Visa fornecer subsídios
sobre pessoa ou acontecimento. Estrutura: para tomada de decisão. Estrutura:
- Título: DECLARAÇÃO, centralizado. - Número de ordem (quando necessário).
- Texto: exposição do fato ou situação declarada, com finalida- - Número do processo de origem.
de, nome do interessado em destaque (em maiúsculas) e sua rela- - Ementa (resumo do assunto).
ção com a Câmara nos casos mais formais. - Texto, compreendendo: Histórico ou relatório (introdução);
- Local e data. Parecer (desenvolvimento com razões e justificativas); Fecho opi-
- Assinatura: nome da pessoa que declara e, no caso de autori- nativo (conclusão).
dade, função ou cargo. - Local e data.
- Assinatura, nome e função ou cargo do parecerista.
A declaração documenta uma informação prestada por autori- Além do Parecer Administrativo, acima conceituado, existe o
dade ou particular. No caso de autoridade, a comprovação do fato Parecer Legislativo, que é uma proposição, e, como tal, definido no
ou o conhecimento da situação declarada deve serem razão do car- art. 126 do Regimento Interno da Câmara dos Deputados.
go que ocupa ou da função que exerce. O desenvolvimento do parecer pode ser dividido em tantos
Declarações que possuam características específicas podem re- itens (e estes intitulados) quantos bastem ao parecerista para o fim
ceber uma qualificação, a exemplo da “declaração funcional”. de melhor organizar o assunto, imprimindolhe clareza e didatismo.

Obs: Modelo no final da matéria. Obs: Modelo no final da matéria.

Despacho Portaria

É o pronunciamento de autoridade administrativa em petição É o ato administrativo pelo qual a autoridade estabelece regras,
que lhe é dirigida, ou ato relativo ao andamento do processo. Pode baixa instruções para aplicação de leis ou trata da organização e do
ter caráter decisório ou apenas de expediente. Estrutura: funcionamento de serviços dentro de sua esfera de competência.
- Nome do órgão principal e secundário. Estrutura:
- Número do processo. - Título: PORTARIA, numeração e data.
- Data. - Ementa: síntese do assunto.
- Texto. - Preâmbulo e fundamentação: denominação da autoridade
- Assinatura e função ou cargo da autoridade. que expede o ato e citação da legislação pertinente, seguida da pa-
O despacho pode constituirse de uma palavra, de uma expres- lavra “resolve”.
são ou de um texto mais longo. - Texto: desenvolvimento do assunto, que pode ser dividido em
artigos, parágrafos, incisos, alíneas e itens.
Obs: Modelo no final da matéria. - Assinatura: nome da autoridade competente e indicação do
cargo.
Certas portarias contêm considerandos, com as razões que jus-
tificam o ato. Neste caso, a palavra “resolve” vem depois deles.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A ementa justificase em portarias de natureza normativa. deve ser colocado o número do registro funcional e a lotação); Ex-
Em portarias de matéria rotineira, como nos casos de nomea- posição do pedido, de preferência indicando os fundamentos legais
ção e exoneração, por exemplo, suprime-se a ementa. do requerimento e os elementos probatórios de natureza fática.
- Fecho: “Nestes termos, Pede deferimento”.
Obs: Modelo no final da matéria. - Local e data.
- Assinatura e, se for o caso de servidor, função ou cargo.
Relatório
Quando mais de uma pessoa fizer uma solicitação, reivindica-
É o relato exposilivo, detalhado ou não, do funcionamento ção ou manifestação, o documento utilizado será um abaixoassina-
de uma instituição, do exercício de atividades ou acerca do do, com estrutura semelhante à do requerimento, devendo haver
desenvolvimento de serviços específicos num determinado identificação das assinaturas.
período. Estrutura: A Constituição Federal assegura a todos, independentemente
- Título RELATÓRIO ou RELATÓRIO DE... do pagamento de taxas, o direito de petição aos Poderes Públicos
- Texto registro em tópicos das principais atividades desenvol- em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder (art.
vidas, podendo ser indicados os resultados parciais e totais, com 51, XXXIV, “a”), sendo que o exercício desse direito se instrumenta-
destaque, se for o caso, para os aspectos positivos e negativos do liza por meio de requerimento. No que concerne especificamente
período abrangido. O cronograma de trabalho a ser desenvolvido, aos servidores públicos, a lei que institui o Regime único estabele-
os quadros, os dados estatísticos e as tabelas poderão ser apresen- ce que o requerimento deve ser dirigido à autoridade competente
tados como anexos. para decidilo e encaminhado por intermédio daquela a que estiver
- Local e data. imediatamente subordinado o requerente (Lei nº 8.112/90, art.
- Assinatura e função ou cargo do(s) funcionário(s) relator(es). 105).
No caso de Relatório de Viagem, aconselhase registrar uma
descrição sucinta da participação do servidor no evento (seminário, Obs: Modelo no final da matéria.
curso, missão oficial e outras), indicando o período e o trecho com-
preendido. Sempre que possível, o Relatório de Viagem deverá ser Resolução
elaborado com vistas ao aproveitamento efetivo das informações
tratadas no evento para os trabalhos legislativos e administrativos Ato administrativo expedido pelas autoridades do executivo
da Casa. (mas não pelo Chefe do Executivo, que só deve expedir Decretos)
Quanto à elaboração de Relatório de Atividades, devese aten- ou pelos presidentes de tribunais, órgãos legislativos e colegiados
tar para os seguintes procedimentos: administrativos, para disciplinar matéria de sua competência espe-
- absterse de transcrever a competência formal das unidades cífica.
administrativas já descritas nas normas internas;
- relatar apenas as principais atividades do órgão; ESTRUTURA
- evitar o detalhamento excessivo das tarefas executadas pelas TÍTULO: RESOLUÇÃO, seguido do número seqüencial e da data,
unidades administrativas que lhe são subordinadas; em maiúsculas.
- priorizar a apresentação de dados agregados, grandes metas EMENTA: O objetivo da decisão.
realizadas e problemas abrangentes que foram solucionados; PREÂMBULO: Citação das considerações legais ou administra-
- destacar propostas que não puderam ser concretizadas, iden- tivas que orientaram ou fundamentaram a tomada de decisão, se-
tificando as causas e indicando as prioridades para os próximos guida da palavra “resolve”.
anos; TEXTO: Poderá conter tantos parágrafos quantos forem neces-
- gerar um relatório final consolidado, limitado, se possível, ao sários. A matéria poderá ser disposta em artigos numerados a partir
máximo de dez páginas para o conjunto da Diretoria, Departamento do primeiro, podendo, ainda, ser subdividida em itens e subitens.
ou unidade equivalente. CLÁUSULA DE REVOGAÇÃO: Somente se admite a cláusula de
revogação específica. Assim, é incorreto o uso de cláusula revogató-
Obs: Modelo no final da matéria. ria do tipo “Revogam-se as disposições em contrário”.
ASSINATURA: Diretor-Presidente.
Requerimento (Petição)
Lei
É o instrumento por meio do qual o interessado requer a uma
autoridade administrativa um direito do qual se julga detentor. CONCEITO - É a ordem ou regra imposta à obediência de todos,
Estrutura: pela autoridade competente.
- Vocativo, cargo ou função (e nome do destinatário), ou seja,
da autoridade competente. OBSERVAÇÃO - O processo de formação da Lei, previsto no
- Texto incluindo: Preâmbulo, contendo nome do requerente art.112 e seguintes da Constituição do Estado do Rio de Janeiro, é
(grafado em letras maiúsculas) e respectiva qualificação: naciona- deflagrado pelo Projeto de Lei.
lidade, estado civil, profissão, documento de identidade, idade (se PARTES COMPONENTES:
maior de 60 anos, para fins de preferência na tramitação do proces- • Título (a palavra LEI), número e data, por extenso, em letras
so, segundo a Lei 10.741/03), e domicílio (caso o requerente seja maiúsculas, em negrito, centralizados;
servidor da Câmara dos Deputados, precedendo à qualificação civil • Ementa da matéria da lei, em letras maiúsculas e justificada
à direita;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Autoria e enunciação da autoridade, em letras maiúsculas, Decretos Autônomos


em negrito e à esquerda, sancionando a lei; Com a Emenda Constitucional no 32, de 11 de setembro de
• Texto constituído de tantos artigos quantos forem necessá- 2001, introduziu-se no ordenamento pátrio ato normativo conheci-
rios, todos numerados. Os artigos podem conter parágrafos, inci- do doutrinariamente como decreto autônomo, decreto que decorre
sos e alíneas. A expressão “Parágrafo Único” deve ser grafada por diretamente da Constituição, possuindo efeitos análogos ao de uma
extenso; lei ordinária.
• Local e data, por extenso, à esquerda; Tal espécie normativa, contudo, limita-se às hipóteses de or-
• Assinatura do Chefe de Governo, centralizada; e ganização e funcionamento da administração federal, quando não
• Na elaboração final do tipo documental, devem ser incluídos implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos
o código de classificação, a classificação de sigilo e a classificação públicos, e de extinção de funções ou cargos públicos, quando vago
de precedência, quando aplicáveis na estrutura do documento, se- (art. 84, VI, da Constituição).
guindo as orientações dispostas na seção 2.5 (VII, VIII e IX) deste
Manual. Forma e Estrutura
Tal como as leis, os decretos compõem-se de dois elementos:
Decreto a ordem legislativa (preâmbulo e fecho) e a matéria legislada (texto
ou corpo da lei).
Decretos são atos administrativos da competência exclusiva do Assinale-se que somente são numerados os decretos que con-
Chefe do Executivo, destinados a prover situações gerais ou individuais, têm regras jurídicas de caráter geral e abstrato.
abstratamente previstas, de modo expresso ou implícito, na lei. Os decretos que contenham regras de caráter singular não são
. Esta é a definição clássica, a qual, no entanto, é inaplicável aos numerados, mas contêm ementa, exceto os relativos a nomeação
decretos autônomos, tratados adiante. ou a designação para cargo público, os quais não serão numerados
nem conterão ementa.
Decretos Singulares Todos os decretos serão referendados pelo Ministro competen-
Os decretos podem conter regras singulares ou concretas (v. g., te.
decretos de nomeação, de aposentadoria, de abertura de crédito, Exemplo de Decreto:
de desapropriação, de cessão de uso de imóvel, de indulto de perda
de nacionalidade, etc.). “DECRETO No 4.298, DE 11 DE JULHO DE 2002.

Decretos Regulamentares Dispõe sobre a atuação dos órgãos e entidades da Administra-


Os decretos regulamentares são atos normativos subordinados ção Pública Federal durante o processo de transição governamen-
ou secundários. tal.
A diferença entre a lei e o regulamento, no Direito brasilei-
ro, não se limita à origem ou à supremacia daquela sobre este. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe
A distinção substancial reside no fato de que a lei inova origina- confere o art. 84, inciso VI, alínea “a”, da Constituição,
riamente o ordenamento jurídico, enquanto o regulamento não
o altera, mas fixa, tão-somente, as “regras orgânicas e proces- D E C R E T A:
suais destinadas a pôr em execução os princípios institucionais
estabelecidos por lei, ou para desenvolver os preceitos constantes Art. 1o Transição governamental é o processo que objetiva pro-
da lei, expressos ou implícitos, dentro da órbita por ela circuns- piciar condições para que o candidato eleito para o cargo de Presi-
crita, isto é, as diretrizes, em pormenor, por ela determinadas”. dente da República possa receber de seu antecessor todos os dados
e informações necessários à implementação do programa do novo
Não se pode negar que, como observa Celso Antônio Bandei- governo, desde a data de sua posse.
ra de Mello, a generalidade e o caráter abstrato da lei permitem Parágrafo único. Caberá ao Chefe da Casa Civil da Presi-
particularizações gradativas quando não têm como fim a especifici- dência da República a coordenação dos trabalhos vinculados à tran-
dade de situações insuscetíveis de redução a um padrão qualquer. sição governamental.
Disso resulta, não raras vezes, margem de discrição administrativa a Art. 2o O processo de transição governamental tem início
ser exercida na aplicação da lei. seis meses antes da data da posse do novo Presidente da República
Não se há de confundir, porém, a discricionariedade adminis- e com ela se encerra.
trativa, atinente ao exercício do poder regulamentar, com delega- Art. 3o O candidato eleito para o cargo de Presidente da
ção disfarçada de poder. Na discricionariedade, a lei estabelece pre- República poderá indicar equipe de transição, a qual terá acesso
viamente o direito ou dever, a obrigação ou a restrição, fixando os às informações relativas às contas públicas, aos programas e aos
requisitos de seu surgimento e os elementos de identificação dos projetos do Governo Federal.
destinatários. Na delegação, ao revés, não se identificam, na norma Parágrafo único. A indicação a que se refere este artigo
regulamentada, o direito, a obrigação ou a limitação. Estes são es- será feita por meio de ofício ao Presidente da República.
tabelecidos apenas no regulamento. Art. 4o Os pedidos de acesso às informações de que trata
o art. 3o, qualquer que seja a sua natureza, deverão ser formulados
por escrito e encaminhados ao Secretário-Executivo da Casa Civil da
Presidência da República, a quem competirá requisitar dos órgãos

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

e entidades da Administração Pública Federal os dados solicitados O certificado de conclusão de curso é emitido também em
pela equipe de transição, observadas as condições estabelecidas no caráter provisório, em casos de conclusão de cursos reconhecidos,
Decreto no 4.199, de 16 de abril de 2002. com diploma ainda a emitir.
Art. 5o Os Secretários-Executivos dos Ministérios deverão
encaminhar ao Secretário-Executivo da Casa Civil da Presidência da Documentos que devem constar dos processos de registro de
República as informações de que trata o art. 4o, as quais serão con- emissão de certificados ou diplomas:
solidadas pela coordenação do processo de transição. - Requerimento do aluno solicitando a expedição do diploma:
Art. 6o Sem prejuízo do disposto nos arts. 1o a 5o, o Secretá- - Cópia da Certidão de Registro Civil ou de Casamento;
rio-Executivo da Casa Civil solicitará aos Secretários-Executivos dos - Cópia do Documento de Identidade, com foto, contendo o nº
Ministérios informações circunstanciadas sobre: do Registro Geral;
I - programas realizados e em execução relativos ao perío- - Cópia do Cadastro de Pessoa Física – CPF;
do do mandato do Presidente da República; - Histórico do curso concluído;
II - assuntos que demandarão ação ou decisão da adminis- - Certificado de Conclusão do Ensino Médio ou equivalente;
tração nos cem primeiros dias do novo governo; Informações que deverão constar no Certificado ou Diploma:
III - projetos que aguardam implementação ou que te- - Nome do estabelecimento;
nham sido interrompidos; e - Nome do curso
IV - glossário de projetos, termos técnicos e siglas utiliza- - Data de colação de grau;
das pela Administração Pública Federal. - Grau conferido;
Art. 7o O Chefe da Casa Civil expedirá normas complemen- - Nome completo do diplomado;
tares para execução do disposto no art. 5o. - Nacionalidade;
Art. 8o As reuniões de servidores com integrantes da equi- - Data e estado de nascimento;
pe de transição devem ser objeto de agendamento e registro sumá- - Número do documento de identidade, órgão e estado emis-
rio em atas que indiquem os participantes, os assuntos tratados, sor;
as informações solicitadas e o cronograma de atendimento das de- - Número de Cadastro de Pessoa Física – CPF
mandas apresentadas. - Data de expedição do diploma;
Art. 9o Este Decreto entra em vigor na data de sua publica- - Assinatura do Reitor (nome, cargo e Portaria) ;
ção. - Assinatura do diplomado.
Brasília, 11 de julho de 2002; 181o da Independência e
114o da República. Protocolo
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Silvano Gianni” O registro de protocolo (ou simplesmente “o protocolo “) é o li-
vro (ou, mais atualmente, o suporte informático) em que são trans-
Diploma e Certificado critos progressivamente os documentos e os atos em entrada e em
saída de um sujeito ou entidade (público ou privado). Este registro,
Os Diplomas e Certificados também são documentos finais na se obedecerem a normas legais, têm fé pública, ou seja, tem valor
vida escolar do aluno, indispensáveis para quem objetiva a continui- probatório em casos de controvérsia jurídica.
dade dos estudos ou necessita apresentá-los no emprego. O termo protocolo tem um significado bastante amplo, identi-
Estes documentos comprovam a terminalidade de um curso. ficando-se diretamente com o próprio procedimento. Por extensão
O diploma é um documento formal emitido por instituições de de sentido, “protocolo” significa também um trâmite a ser seguido
ensino com cursos reconhecidos pelo MEC (Ministério da Educação) para alcançar determinado objetivo (“seguir o protocolo”).
que tornam o titular habilitado ao exercício de uma profissão A gestão do protocolo é normalmente confiada a uma reparti-
e possuem validade nacional. São emitidos para comprovar a ção determinada, que recebe o material documentário do sujeito
conclusão em cursos de graduação; bacharelado, licenciatura e tec- que o produz em saída e em entrada e os anota num registro (atual-
nologia, e de pós-graduação stricto sensu; mestrado e doutorado. mente em programas informáticos), atribuindo-lhes um número e
Para saber se um diploma é reconhecido pelo MEC pesquise a também uma posição de arquivo de acordo com suas característi-
instituição no site do : http://emec.mec.gov.br/. cas.
A principal vantagem do diploma é o direito de ingressar em O registro tem quatro elementos necessários e obrigatórios:
um curso de pós-graduação ou mestrado. - Número progressivo.
Já o certificado é um documento concedido que atesta que - Data de recebimento ou de saída.
seu titular participou de algum evento, como conferência, con- - Remetente ou destinatário.
gresso, simpósio, ciclo de estudos, palestras, entre outros.  O certi- - Regesto, ou seja, breve resumo do conteúdo da correspon-
ficado é registrado na própria instituição que o emitiu, porém não dência.
necessitam de regulamentação em um órgão específico.
Por exemplo, ao concluir um curso de Economia em nível de Curriculum Vitae
pós-graduação, o aluno recebe um certificado de conclusão de cur-
so que será emitido pela própria instituição de ensino ou por uma É o documento informativo de apresentação, elaborado por
outra conveniada. Esse certificado não tem necessidade de ser re- uma pessoa em seu próprio interesse, quando da procura ou solici-
gistrado no MEC. tação de emprego.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Tem como finalidade fornecer dados pessoais e informações TEXTO: Inicia-se com nome e qualificação dos convenentes,
quanto à educação, experiência, interesses especiais, objetivos es- legislação pertinente, podendo ter tantas cláusulas quantas forem
pecíficos e planos de trabalho. necessárias, estabelecendo o objeto do convênio e seus elementos
Utilizado em outras situações como, por exemplo, trabalhos característicos; a obrigação de cada uma das partes; a vigência do
enviados a congressos, simpósios, para apresentação de conferen- convênio; a obrigação do cedente quanto a prorrogação da vigência
cistas, em atividades públicas para comprovar reais qualificações; do convênio, se necessária; a classificação da despesa; a liberação
em obras de caráter técnico-científico ou literário para se poder de recursos e demais compromissos entre o cedente e o convenen-
avaliar o autor. te.
Não há uma ordem rígida a ser observada na elaboração do FECHO: Indicação do foro para dirimir dúvidas.
“Curriculum Vitae”. O objetivo é permitir maior uniformidade na ASSINATURA: Partícipes, duas testemunhas e interveniente, se
apresentação dos dados e facilitar a tarefa dos que devem analisar houver.
os elementos fornecidos.
Um Curriculum bem elaborado, deve conter: Informação
− Objetividade: no máximo duas páginas para que ele não per-
ca sua praticidade. Dispor as informações de forma clara e objetiva. Em linguagem administrativa a informação tem, às vezes, o
− Boa Apresentação: Evite efeitos especiais; o ideal é imprimi-lo sentido de parecer, em que o funcionário escreve acerca de certo
em uma impressora de qualidade e em papel branco. fato ou pedido, prestando os esclarecimentos necessários para que
− Concisão e Clareza: discorra de maneira objetiva sobre os re- a autoridade dê seu despacho ou solução.
sultados que obteve ao longo da carreira, evitando mencionar seus Deve ser concisa e indicar a solução proposta. É ato de servidor
hobbies ou informações de caráter pessoal. subalterno incumbido de estudar qualquer documento para que o
− Padrão Culto de Linguagem: observar a regra da gramática chefe possa deliberar sobre o caso.
formal e empregar um vocabulário comum ao conjunto dos usuá-
rios do idioma. Moção

ESTRUTURA É a proposta referente a uma questão levantada durante uma


1. Dados pessoais: em letra maiúscula nome, local e data de reunião ou em decorrência de algum
nascimento, nacionalidade, filiação, endereço, e-mail, telefone, es- incidente ocorrido nela, que se apresenta em uma assembléia
tado civil, documentos. deliberativa por um dos seus membros. São
2. Objetivo: escreva uma frase, com o verbo no infinitivo, in- moções de ordem: questão prévia, o adiantamento, a invoca-
formando o que você deseja fazer na empresa, a que cargo se can- ção do regimento, a apresentação de propostas
didata. para eliminação, as emendas, as substituições às propostas
3. Posicionamento profissional: Ex.: “secretária executiva bilín- para se passar à ordem do dia.
gue, com 15 anos de experiência”. A moção pode ser de aplauso, simpatia, desagrado, apelo, re-
4. Experiência profissional: o que sabe fazer. púdio.
5. Relação dos três últimos empregos.
6. Formação acadêmica e cursos de extensão: evitar informa- Processo
ções sobre escolas de 1º e 2º graus. (Incluir também conhecimento
de informática). É o desenvolvimento de um expediente que, recebendo
7. Idiomas: descreva também o grau de fluência. informações, pareceres, anexos e despachos, segue os canais
8. Local e data. competentes, ou seja, sua tramitação.
9. Assinatura Procedimentos-padrão de tramitação de processos:
10. No caso de mais de uma página, todas deverão ser nume-
radas. Recepção de documentos:
11. O salário pretendido deve ser resolvido na entrevista. a) receber os documentos originais;
b) colocar a etiqueta na parte inferior direita da 1ª folha do
Convênio processo;
c) carimbar, rubricar e numerar, em ordem crescente e seqüen-
Instrumento qualquer que discipline a transferência de recur- cial, todas as folhas do processo, na parte
sos públicos e tenha como partícipe órgão ou entidade da Adminis- superior direita.
tração Pública Federal direta, autárquica ou fundacional, empresa
pública ou sociedade de economia mista ou, ainda, entidade pri- Tramitação:
vada sem fins lucrativos, que estejam gerindo recursos dos orça- a) tramitar o processo somente acompanhado da Guia de Tra-
mentos da União, visando à execução de programas de trabalho, mitação (GT) preenchida;
projeto/atividade ou evento de interesse recíproco, em regime de b) enviar a Guia de Tramitação imediatamente ao Protocolo-
mútua cooperação. -Geral do órgão (estão dispensadas desse
ESTRUTURA procedimento as unidades que efetuam suas próprias atuali-
EMENTA: Indicação do no sequencial do instrumento, das par- zações);
tes convenentes e do objeto específico, em resumo. c) fazer passar pelo Protocolo-Geral o processo destinado a ou-
tro órgão, que o encaminhará ao ProtocoloGeral
do órgão de destino.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Cópia do processo: Forma e estrutura


a) anexar requerimento próprio ao processo; a) numeração: título e número do auto em letras maiúsculas e
b) encaminhar à Diretoria do órgão para autorização (após au- centralizado acima do texto;
torizado, o Protocolo-Geral fornecerá as b) texto: desenvolvimento do assunto. Constam a data (dia,
cópias no máximo em 72 horas). mês e ano) de lavratura do auto, nome e título do autuado,
motivo da autuação, indicação da penalidade e prazo para
Conteúdo do processo: apresentação de defesa;
a) capa: deverá ter os campos de encaminhamento preenchi- c) local e data (dia, mês e ano) em que se lavrou o auto;
dos durante a tramitação. d) assinatura: nome da autoridade, com indicação de seu cargo
b) documentos anexados na tramitação: ou função.
• informações, pareceres, despachos e conclusão deverão se-
guir a ordem cronológica e seqüencial Procuração
do processo, inclusive com numeração nas folhas;
• deverão conter as seguintes informações: data, emitente, Procuração é o instrumento por meio do qual a pessoa física
destino, motivo do encaminhamento, nº do ou jurídica outorga poderes a outra. A procuração pública é lavrada
documento, nº do protocolado. em cartório; a particular é, geralmente, conservada sem registro.
Estrutura:
Arquivamento: a) Título: Procuração
b) Qualificação: nome, nacionalidade, estado civil, profissão,
a) após o encerramento do processo, este deverá ser arquivado CPF, residência e outros dados do outorgante (constituinte, man-
e a conclusão dele deverá ser informada na dante) e também do outorgado (procurador ou mandatário).
Guia de Tramitação encaminhada ao Protocolo-Geral do órgão c) Finalidade e Poderes: parte em que o outorgante declara a fi-
e em campo próprio de sistema eletrônico. nalidade da procuração, bem como autoriza o outorgado a praticar
atos para os quais é nomeado.
Projeto de Lei d) Data e assinatura do outorgante.
e) Assinatura das testemunhas, se houver. Essas assinaturas
Definição costumam ficar abaixo da assinatura do outorgante, à esquerda.
Instrumento utilizado pelo Governo Estadual para propor à f) As firmas devem ser todas reconhecidas em cartório.
Assembleia Legislativa a criação de lei que expressa a vontade im-
perativa do Estado, bem como outros assuntos de interesse da so- Modelo:
ciedade.
PROCURAÇÃO
Competência
A apresentação de projeto de lei é de iniciativa do(a) Governa- Através deste instrumento particular, eu ................................,
dor do Estado. (nacionalidade, estado civil, profissão, CPF, C.I., residência e domi-
cílio, filiação, etc), nomeio e constituo meu bastante procurador o
Estrutura Senhor.................... (Nacionalidade, estado civil, profissão, CPF, C.I.,
• Título do documento, centralizado, em letras maiúsculas e residência e domicílio, filiação, etc), para o fim específico de (espe-
em negrito, formado pela expressão PROJETO DE LEI ou PROJETO cificar o procedimento), podendo praticar todos os atos necessários
DE LEI COMPLEMENTAR, conforme o caso, seguida de espaços para para o bom e fiel cumprimento do presente mandato. Local e Data.
o número sequencial e para a data correspondente por extenso. Assinatura
• Ementa e a expressão “Faço saber que a ASSEMBLÉIA LEGIS-
LATIVA decreta, e eu sanciono a seguinte Lei Complementar: Testemunhas:
• Texto do projeto de lei, seguido da cláusula de vigência e, se 1. .......................................
for o caso, da cláusula de revogação. 2. .......................................
• Nome do Palácio do governo em letras maiúsculas, seguido
do local e data por extenso, centralizados. Edital
• Nomes para assinaturas, centralizados: “GOVERNADOR(A)
DO ESTADO e SECRETÁRIO(A) DE GOVERNO. O edital é um instrumento de comunicação externa, que atra-
vés de autoridade competente se publica pela imprensa ou se afixa
Auto em locais de acesso dos interessados. Objetiva transmitir assuntos
de interesse público, visando com isso o cumprimento de determi-
Definição e finalidade nações legais. PARTES DE UM EDITAL
Auto é a narração escrita pormenorizada e fundamentada de 1) CABEÇALHO: Designação do órgão/unidade.
um fato, por meio de ato ou diligência, administrativa ou judiciária. 2) TÍTULO: EDITAL XXX/2015
Há vários tipos de autos, de acordo com os fatos ou ocorrências 3) EDITAL (em maiúsculas, seguido do número de ordem, da
que neles se registram: auto de infração ambiental, tributária, de data e, quando for o caso, do número do processo).
trânsito etc. Em alguns órgãos são utilizados formulários próprios.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

4) EMENTA: facultativo, mas oferece a vantagem de propiciar o Deve-se ter o cuidado com a qualidade da formatação do do-
conhecimento prévio e sucinto do que é exposto em seguida. Apa- cumento para evitar desperdício de recursos (impressora, tonner,
rece, principalmente, em editais de concorrência pública e tomada papel, etc.) e torná-lo mais acessível ao usuário. Para mais informa-
de preço. ções, consulte o item 6 deste Manual. A disponibilização eletrônica
5) TEXTO: Deve conter todas as condições exigidas para preen- é um recurso aliado nesse sentido.
chimento das formalidades legais.
6) ASSINATURA: Nome da autoridade competente, indicando- Forma de divulgação
-se cargo e função. A divulgação de um Manual depende do assunto tratado e seu
7) OBSERVAÇÃO: Em virtude das diversas possibilidades de Edi- público-alvo. Alguns manuais são de uso geral para os servidores,
tal, não será apresentado um modelo. Nota: Os editais de licitação cabendo ampla divulgação e publicidade. Outros são restritos a um
deverão seguir a Lei Federal nº 8.666 de 21/06/1993, atualizada processo administrativo. O normatizador responsável deverá provi-
pela Lei Federal nº 8.883 de 08/06/1994. denciar a estratégia de divulgação e circulação deste documento.

Manuais É recomendável, sempre que possível, a disponibilização


eletrônica do Manual, facilitando seu acesso ao público-alvo. No
Manual é um documento elaborado com a finalidade contem- caso de sistemas informatizados, é recomendável que o conteúdo
plar um conjunto sistemático de informações (conceitos, objeti- esteja disposto no menu do próprio sistema.
vos, normas, funções, políticas, diretrizes procedimentos e demais
orientações a respeito de um assunto ou serviço). Registro, controle e temporalidade do documento
O registro e o controle serão de responsabilidade do órgão nor-
Poderão subdividir-se em tantos manuais distintos quantos fo- matizador responsável pela emissão do manual.
rem os agrupamentos significativos que justifiquem a confecção de
um manual específico. A temporalidade do documento (prazo de guarda e destinação)
é definida na Tabela de Temporalidade de Documentos de Arquivo.
Dentre as suas finalidades, podemos destacar:
a) proporcionar métodos que possibilitem a execução uni- Expedientes - São as comunicações oficiais (como ofício,
forme dos serviços; memorando, decreto, etc.).
b) dar conhecimento e possibilitar treinamento dos novos
servidores das unidades envolvidas. Sumário
São exemplos de manuais:
- Manual de Integração ou Manual do Servidor. Sumário se refere a um resumo ou uma sinopse, no qual o su-
- Manual de Organização / Regimento Interno. mário é uma seção que antecipa os artigos que contêm a edição e
- Manual de Procedimentos Administrativos. indica em que página poderá ser encontrada cada um deles, fazen-
- Manual de Redação Oficial. do deste modo muito mais simples a busca dos leitores sobre seus
temas de preferência.
Competência
A elaboração e as alterações de um manual são de competên- Notificação
cia do órgão normatizador do assunto a que o manual diz respeito,
cabendo aprovação do órgão superior conforme o caso. Notificação é uma informação ou comunicação formal. É o do-
cumento que cumpre a tarefa de informar alguém sobre um acon-
Conteúdo tecimento ou decisão importante.
De modo geral, os manuais são compostos fundamentalmente
de: A notificação judicial é uma comunicação oficial feita pela Jus-
tiça. É usada para informar decisões judiciais, como um despacho
a) capa: informações de identificação básica do documento, dado em um processo. A notificação judicial é enviada ao interes-
tais como responsável pela emissão, título e data; sado e também é publicada no Diário Oficial e no Diário Eletrônico
b) folha de rosto: autor, título e informação básica a respeito da da Justiça.
finalidade do documento;
c) sumário; A notificação de autuação de multa de trânsito é a informação
d) introdução: em que se indicarão seus objetivos e área de enviada pelo órgão fiscalizador de trânsito para o motorista que co-
abrangência, instruções para uso; meteu uma infração. Essa notificação informa quais são os prazos
e) conteúdo básico: a matéria abordada, que poderá ser dividi- para recorrer da penalidade e para o pagamento da multa.
da em tantos capítulos ou itens quanto necessário ao detalhamento
do assunto. Caso existam formulários, estes deverão ser padroniza- A notificação compulsória de doenças é uma comunicação
dos pela Secretaria Municipal Adjunta de Modernização; obrigatória feita pelos profissionais de saúde ao Ministério da Saú-
f) anexos, fluxogramas e apêndices, se for o caso. de. A lista das doenças que devem ser notificadas obrigatoriamente
é definida em uma Portaria do Ministério.

O termo notificação pode ser substituído pelos sinônimos: co-


municação, citação, aviso, informação, intimação e participação.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Instrução Normativa

A instrução normativa corresponde a um ato administrativo que tem por finalidade disciplinar ou esclarecer questões já presentes em
outros mandamentos legais.
Elas são atos administrativos que visam disciplinar a execução de determinada atividade a ser desempenhada pelo Poder Público. Têm
por finalidade detalhar com maior precisão o conteúdo de determinada lei presente no ordenamento jurídico pátrio.

Não é função da instrução normativa criar novos direitos ou obrigações, mas tão somente explicar de forma mais clara os direitos e
obrigações que já tenham sido previstos em algum momento pela legislação.
Assim, são alguns objetivos da instrução normativa complementar as leis vigentes, interpretar cláusulas abertas, disciplinar procedi-
mentos administrativos, etc.

A instrução Normativa é expedida pelos superiores dirigentes dos órgãos, seja pelo representante maior do órgão em questão, ou pelo
dirigente delegado para tais atribuições para emitir as Instruções Normativas sobre sua extensão. Desta feita, a Instrução Normativa diz o
que os agentes daquele órgão público devem seguir, executar, fazer ou respeitar, bem como a Instrução Normativa descreve a respeito das
atribuições que devem ser seguidas por aqueles parâmetros específicos naquele ato administrativo.

Cartão de visita

O cartão de visita normalmente é um pequeno cartão de papel contendo os dados de contato de pessoas ou empresas.
As informações inseridas num cartão de visita geralmente são o nome, cargo ou função, endereço, número de telefone e e-mail, mas
nada impede que informações sejam acrescentadas ou omitidas. Os cartões de visita mais recentes também levam endereços de redes
sociais, como Facebook, Twitter e o Instagram.
Pode ser produzido em diversos materiais, ter diversos tipos de acabamentos e possuir diversas dimensões.
O cartão de visita tem como principal função possibilitar o contato entre a empresa e um possível cliente.
Também é possível utilizar o cartão de visita como uma forma de transmitir um sentimento e impactar as pessoas.

Nota Técnica

A Nota Técnica é uma publicação oficial que reúne informações sobre os Documentos Fiscais eletrônicos (DF-e), como, por exemplo,
layout do documento, alterações em regras de validação, mensagens de erro, campos que devem ser preenchidos, definição de novos
protocolos, eliminação ou inclusão de variáveis, informe sobre prazos limite, instruções sobre protocolos, entre outros.
O objetivo dessas publicações é agrupar em um só local todas as alterações realizadas, que vão compor as regras nacionais. Desse
modo, os desenvolvedores podem fazer todos os ajustes necessários no software de uma só vez.
Esses documentos também trazem prazos para que as implementações sejam feitas pelas empresas que operam os softwares de
emissão fiscal.

Editora
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Modelo de Atestado

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Modelo de Certidão

Editora
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Modelo de Circular

Editora
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Modelo de Comunicado

LOGOTIPO DA
INSTITUIÇÃO

Editora
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Modelo de Carta

LOGOTIPO DA INSTITUIÇÃO

1,5 cm

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Modelo de Aviso

Editora
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Modelo de Memorando

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Modelo de Exposição de Motivos de Caráter Informativo

Editora
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Modelo de Telegrama

Modelo de Apostila

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Modelo de ATA

Editora
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Modelo de Declaração

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Modelo de Despacho

Modelo de Ordem de Serviço

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Modelo de Parecer

PARECER JURÍDICO

De: Departamento Jurídico


Para: Gerente Administrativo

Senhor Gerente,

Com relação à questão sobre a estabilidade provisória por gestação, ou não, da empregada Fulana de Tal, passamos a analisar
o assunto.
O artigo 10, letra “b”, do ADCT, assegura estabilidade à empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses
após o parto.
Nesta hipótese, existe responsabilidade objetiva do empregador pela manutenção do emprego, ou seja, basta comprovar a
gravidez no curso do contrato para que haja incidência da regra que assegura a estabilidade provisória no emprego. O funda-
mento jurídico desta estabilidade é a proteção à maternidade e à infância, ou seja, proteger a gestante e o nascituro, assegu-
rando a dignidade da pessoa humana.
A confirmação da gravidez, expressão utilizada na Constituição, refere-se à afirmativa médica do estado gestacional da
empregada e não exige que o empregador tenha ciência prévia da situação da gravidez. Neste sentido tem sido as reiteradas
decisões do C. TST, culminando com a edição da Súmula n. 244, que assim disciplina a questão:
I - O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o direito ao pagamento da indenização decorrente da
estabilidade. (art. 10, II, “b” do ADCT). (ex-OJ nº 88 – DJ 16.04.2004).
II - A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se esta se der durante o período de estabilidade. Do contrá-
rio, a garantia restringe-se aos salários e demais direitos correspondentes ao período de estabilidade. (ex-Súmula nº 244 –
Res 121/2003, DJ 19.11.2003).
III - Não há direito da empregada gestante à estabilidade provisória na hipótese de admissão mediante contrato de experiên-
cia, visto que a extinção da relação de emprego, em face do término do prazo, não constitui dispensa arbitrária ou sem justa
causa. (ex-OJ nº 196 - Inserida em 08.11.2000).
No caso colocado em análise, percebe-se que não havia confirmação da gestação antes da dispensa. Ao contrário, diante da
suspeita de gravidez, a empresa teve o cuidado de pedir a realização de exame laboratorial, o que foi feito, não tendo sido
confirmada a gravidez. A empresa só dispensou a empregada depois que lhe foi apresentado o resultado negativo do teste de
gravidez. A confirmação do estado gestacional só veio após a dispensa.
Assim, para solução da questão, importante indagar se gravidez confirmada no curso aviso prévio indenizado garante ou não
a estabilidade.
O TST tem decidido (Súmula 371), que a projeção do contrato de trabalho para o futuro, pela concessão de aviso prévio inde-
nizado, tem efeitos limitados às vantagens econômicas obtidas no período de pré-aviso. Este entendimento exclui a estabili-
dade provisória da gestante, quando a gravidez ocorre após a rescisão contratual.
A gravidez superveniente à dispensa, durante o aviso prévio indenizado, não assegura a estabilidade. Contudo, na hipótese
dos autos, embora a gravidez tenha sido confirmada no curso do aviso prévio indenizado, certo é que a empregada já estava
grávida antes da dispensa, como atestam os exames trazidos aos autos. A conclusão da ultrossonografia obstétrica afirma que
em 30 de julho de 2009 a idade gestacional ecografica era de pouco mais de 13 semanais, portanto, na data do afastamento a
reclamante já contava com mais de 01 mês de gravidez.
Em face do exposto, considerando os fundamentos jurídicos do instituto da estabilidade da gestante, considerando que a
responsabilidade do empregador pela manutenção do emprego é objetiva e considerando que o desconhecimento do estado
gravídico não impede o reconhecimento da gravidez, conclui-se que:
a) não existe estabilidade quando a gravidez ocorre na vigência do aviso prévio indenizado;
b) fica assegurada a estabilidade quando, embora confirmada no período do aviso prévio indenizado, a gravidez ocorre antes
da dispensa.
De acordo com tais conclusões, entendemos que a empresa deve proceder a reintegração da empregada diante da estabilida-
de provisória decorrente da gestação.
É o parecer.

(localidade), (dia) de (mês) de (ano).

(assinatura)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Modelo de Portaria

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Modelo de Relatório

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Modelo de Requerimento

MATEMÁTICA FINANCEIRA.

As operações financeiras na sua maioria, se apoiam em duas formas de capitalização: a simples e a composta. Muitas decisões tomadas
pelo Banco Central (Bacen), por exemplo, afetam diretamente tais operações.
A taxa básica de juros divulgada a cada reunião do Copom (Conselho de Política Monetária) representa o custo básico do dinheiro na
economia. Quanto mais alta for essa taxa, maior será o custo do dinheiro, tanto para o consumidor quanto para as empresas. A contrapar-
tida está na remuneração das aplicações, que também se eleva e pode desestimular o consumo e os investimentos na produção.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Aplicações no cotidiano - Capitalização: quando o período de capitalização dos juros for


igual a 1, os sistemas de juros simples e compostos apresentarão o
A capitalização simples está mais relacionada às operações com mesmo valor Futuro .
períodos de capitalização inferiores a 1 e a descontos de títulos jun-
to aos agentes financeiros. Por exemplo: a taxa de juros do cheque Diagrama das operações financeiras
especial cobrada dentro de um mês e o desconto de cheques pré-
-datados nos bancos. Para que uma operação financeira exista, é necessário a pre-
O regime de capitalização composta está mais ligado aos casos sença de dois agentes: o tomador e o financiador: O tomador de
em que o período de capitalização é superior a 1. Por exemplo: um um empréstimo geralmente recebe recurso no início do período, ou
empréstimo de CDC (crédito direto ao consumidor) disponibilizado seja, no instante ‘zero’. O financiador concede o empréstimo para
pelos bancos, o financiamento de um móvel ou veículo e a remune- recebe-lo mais tarde, acrescido dos juros.
ração das aplicações capitalizadas mensalmente dentro de um ano. A compreensão de uma situação que envolva valor Presente,
Em ambos os casos mais exemplos poderiam ser adicionados. tempo e taxa de juros pode ser apresentada em forma de diagrama.
Tenha em mente que esses dois regimes de capitalização estão pre- Tal diagrama é chamado de fluxo de caixa e é composto por: linha
sentes em sua vida financeira pessoal. do tempo, valores de entradas e valores de saídas.

Principais variáveis de um problema financeiro Método para a resolução de qualquer problema de matemática
financeira. O bom estudo da matemática financeira pede uma in-
- Terminologia. Consiste na identificação das variáveis comuns terpretação seguida de uma organização de dados dos problemas.
aos problemas propostos que devem ser extraídas no ato de sua Para que isso ocorra, existe um método, aqui proposto.
leitura inicial.
Embora a matemática seja uma disciplina da área das ciências
- Diagrama das operações financeiras. Os dados nomeados de- exatas, em muitas situações ela depende bastante de interpretação
vem ser representados em um diagrama. Sugere-se que todos os do leitor. Quando um problema é apresentado, ele deve ser inter-
problemas sejam diagramados, pois isso facilita a organização do pretado para que seus dados sejam extraídos e trabalhados de for-
raciocínio e a compreensão da situação proposta. ma correta. Portanto, pode-se elaborar um método de resolução de
exercícios que envolve essencialmente quatro etapas:
Terminologia
- Coleta de dados: consiste na separação dos elementos cen-
Qualquer operação financeira deve estar estruturada em fun- trais do problema.
ção do tempo e de uma taxa de juros (remuneração). Os componen- - Terminologia: relaciona os elementos extraídos com as no-
tes de uma operação, seja a juros simples, seja a juros compostos, menclatura específicas da matemática financeira.
têm nome. Veja a seguir. - Diagrama: é o principal ponto a ser montado, pois é um retra-
to de como o problema foi interpretado. Mostra a organização da
P: valor Presente. É o valor inicial de uma operação. Está repre- situação, quais os elementos envolvidos e aonde se quer chegar.
sentado no instante ‘zero’. Também pode ser chamado de valor de - Cálculo: esta é realmente a última etapa, e sua importância é
origem O, valor Principal P ou mesmo de Capital C. complementar. Se o problema estiver devidamente interpretado, o
I: taxa de juros periódica. Vem do inglês interest rate (taxa de ju- resultado encontrado concluirá o processo. O cálculo pode ser feito
ros). Geralmente, está relacionada à sua forma de incidência. Pode pelo menos de três maneiras distintas: por fórmula, pela calculado-
ser diária, semanal, quinzenal, mensal, semestral, anual, entre ou- ra HP 12c ou pelo software Excel – mas como você candidato não
tras. Essa taxa é expressa em forma percentual. Exemplo: 5%. poderá utilizar de recursos tecnológicos/eletrônicos, nós apresen-
i: a letra ‘i’ minúscula indica que a taxa I foi dividida por cem. tamos em todo o conteúdo dessa apostila somente a resolução por
Exemplo: 0,05 meio das fórmulas.
n: número de períodos envolvidos na operação. É o tempo, que
deve estar em acordo com a taxa de juros. Uma grande importância é dada às três primeiras etapas do pro-
: valor Futuro, representado no instante n. É composto de cesso. Não que o cálculo também não seja importante, mas vale
amortização mais juros. Também pode ser chamado de valor de ressaltar que ele, por si só, não representa nada. Um cálculo é fruto
resgate, montante M ou saldo futuro S. de um processo que o exigiu. Os resultados encontrados têm de
ter coerência com as situações propostas. Em síntese, não adianta
O que é comum tanto aos juros simples quanto aos juros com- calcular sem saber o porquê.
postos
Para que o método possa ser melhor entendido vamos aplica-lo
Principais itens: no exemplo a seguir.
- Fórmula: ao se trabalhar com fórmulas, a taxa de juros deve
ser expressa em sua forma centesimal i. Você toma emprestado de um amigo R$ 1.000,00. Você deverá
- Valor dos juros: juro incide sobre o saldo devedor do período devolver daqui a 5 meses. Se o regime de capitalização for de juros
anterior. Uma parcela de juros é obtida pela multiplicação do valor compostos e a taxa combinada, de 10% ao mês, quanto você deverá
Presente P, ou de origem, pela taxa i e pelo tempo n. pagar a seu amigo?
- Valor Futuro : o montante pago/recebido em n períodos é
composto pelo valo Presente P, ou de origem, mais juros.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Internos – São aqueles que estão ligados diretamente com


empresa, que precisam acompanhar o crescimento, rentabilidade,
verificar a criação de projetos. Com os dados os usuários internos
podem saber o melhor momento de expansão da empresa, como
criação de filial; aumentar folha de pagamento; aumenta ou dimi-
nuição dos lucros.
• Sócios e proprietários;
• Acionista;
c. Diagrama • Empregados;
• Administradores.

Externos - Esses usuários costumam analisar qual situação da


empresa no mercado, eles procuram saber quais as condições fi-
nanceiras da empresa, tem capacidade de cumprir com suas obri-
gações para realizar operações de crédito (score), se estão em dia
com suas obrigações tributárias. Resumindo, os usuários externos
precisão saber se empresa está cumprindo com os seus compromis-
sos para que assim possam negociar.
d. Cálculo (método por fórmula)
• Concorrentes;
• Bancos;
NOÇÕES DE CONTABILIDADE. • Fornecedores;
• Governo; e
• Investidores.
Conceito
Funções da Contabilidade
Contabilidade é ciência social que registra fenômenos financei-
As principais funções na contabilidade é:
ros e econômicos que estão atrelados com PATRIMÔNIO (bens, di-
• Registrar os fatos ocorridos identificado na escrituração em
reitos e obrigações) da entidade (pode ser pessoa física ou jurídica;
livros contábeis;
exemplo empresa, organização ou cia). Gerar relatórios com inter-
• Organizar adequar sistema para empresa, exemplo, arquiva-
pretação das mudanças que ocorreram com patrimônio da empresa
mento de documentos físicos ou eletrônicos;
e auxiliando na tomada de decisões pelos usuários.
• Demonstrar, expor por meio de relatórios a situações econô-
mica, com base nos dados adquiridos no registro, exemplo elaborar
Objetivo
balanço das contas contábeis;
Objetivo da Contabilidade é estudar e compreender o patrimô-
• Analisar as demonstrações com finalidade de apuração de
nio, que é formado por:
resultado, exemplo análise do balanço patrimonial;
• BENS – prédios, veículos, máquinas, estoque, etc;
• Acompanhar o planejamento financeiro definidos após aná-
• DIREITOS – contas a receber (exemplo, cliente que efetua o
lise dos resultados. Normalmente fica uma equipe responsável por
pagamento) que pode ser de curto ou longo prazo;
controlar o desempenho dos eventos financeiro, e verificando se os
• OBRIGAÇÕES – contas a pagar (exemplo, boletos de fornece-
planos estabelecidos estão sendo cumpridos e se existe necessida-
dores, empréstimos) que são em curto ou longo prazo;
de de ajustes.
E com identificação das alterações do patrimônio expor os da-
Princípios Contábeis
dos aos usuários ligados a entidade (internos e externos) para de-
A contabilidade é estudo das mudanças econômicas por acom-
senvolver objetivos a organização.
panhar as alterações do mercado é definida como ciência social, e
para manter confiabilidade e segurança sobre estes estudos surgi
Finalidade
os Princípios Fundamentas da Contabilidade. Resumindo, os princí-
Contabilidade tem finalidade de organizar, analisar e mensu-
pios são como “leis” para regulamentar os conhecimentos técnicos
rar a riqueza da empresa. Com coleta e registro das mudanças do
e nenhum órgão (como Banco Central, Receita Federal ou Comitê
patrimônio, é possível visualizar o desenvolvimento da organização
de Pronunciamentos Contábeis) pode ultrapassá-las.
junto ao mercado.
Os princípios contábeis foram elaborados pela Resolução do
Além de acompanhar os resultados, compreendendo os da-
CFC (Conselho Federal de Contabilidade) nº 750, de 29/12/1993
dos financeiro é possível a tomada de decisão pelos usuários da
(posteriormente alterado pela Resolução nº 1282/2010), e nº 774,
entidade. Com atual cenário econômico no mundo, a contabilidade
de 16/12/1994. São eles:
passou a ser importante direcionador de estratégias definindo dire-
— Princípio da Entidade – reconhece que o patrimônio da em-
trizes a serem tomadas pelas empresas.
presa é independente dos patrimônios dos sócios. Objetivo é dife-
renciar as contas da pessoa física, no caso dos proprietários, das
Usuários
contas da pessoa jurídica (entidade).
Com as informações contábeis analisadas e registradas, os da-
dos para criação de medidas ficam adequadas para os usuários in-
ternos e externos. Que são:
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

— Princípio da Continuidade – determina a continuidade das atividades da entidade, considerando as mudanças patrimoniais, classifi-
cando e avaliando de forma quantitativa e qualitativa. Exemplo, é confirmação que a contabilidade vai manter os registros atualizados das
mutações financeiras durante tempo de vida da entidade.
— Princípio da Oportunidade – afirma que os registros financeiros devem ser computados no mesmo tempo que são realizadas.

Exemplo:
Empresa fez compra de matéria prima no dia 25/04/2021 por R$ 50.000,00. Essa movimentação deve ser lançada no livro:
Data: 25/04/2021 D - Estoque
C - Banco 50.000,00

Obs.: D – DÉBITO
C - CRÉDITO

— Princípio do Registro pelo valor Original – considera os registros dos verdadeiros valores dos componentes do patrimônio fiéis as
transações e configuração em moeda nacional.

Usando o exemplo acima, no momento de registrar o valor da compra correto, identificar os descontos, e no caso de moeda estran-
geira, dever realizar a conversão para moeda do país.
— Princípio da atualização monetária - este princípio estabelece que os valores originais do patrimônio devam sempre ser atualizados,
e utilizando indexadores econômicos para ajustar conforme moeda nacional.

— Princípio da Prudência – procurar medidas aceitáveis e que não sofram grandes impactos no patrimônio, seria cautela para que as
ações realizadas não prejudiquem o Patrimônio Líquido da empresa. Exemplo, seria controlar os gastos mensais para que isso não interfira
no lucro no fechamento do balanço.

Todos esses princípios tem intenção de ajudar o contabilista salvar- guarda informações ligados a entidade. Por tanto o contador se-
guindo esses princípios auxilia os gestores e sócios na realização de tomadas de decisão mantendo segurança financeira, realiza atividades
dentro da conduta ética do profissional de contabilidade.

Patrimônio
Patrimônio é conjunto de bens, direitos e obrigações de uma empresa. Bens e direitos são denominados como ATIVO e as obrigações
denominados PASSIVO, junto com passivo inclui o PQTRIMÔNIO LIQUIDO.

▪ Ativos
Onde constitui os direitos e bens da empresa e é identificada no lado esquerdo do Balanço Patrimonial.
Os bens são classificados como Tangíveis (que são materiais), exemplo carro, computador, e bens Intangíveis (não são materiais),
exemplo: no hall, marcas e patentes.
Direitos é tudo que é de direito da empresa, exemplo, é direito da empresa receber seus dividendos, manter conta bancária e que
pode ser mensurado.
No ativo é identificado as seguintes contas:
• Caixa;
• Banco;
• Estoque;
• Duplicatas a receber;
• Imobilizado.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

▪ Passivos
Representado pelas obrigações da empresa, conhecidas como as dívidas, que pode ser boleto, cobranças, empréstimos, folha de pa-
gamento, recolhimento de tributos. O passivo fica no lado direito do Balanço Patrimonial, e com o total somado das obrigações tem que
igualar ao valor do total do ativo. Exemplo:

As contas do passivo são classificadas em Circulante, Exigível a longo prazo e Patrimônio Líquido. No circulante é identificado as obri-
gações de curto prazo (mensais):
• Fornecedores;
• Alugueis a pagar;
• Salários a pagar;
• Impostos a pagar.

As contas do exigível a longo prazo, são os que tem mais de um ano:


• Empréstimos a longo prazo;
• Financiamento.

Patrimônio Liquido
Patrimônio Líquido pode ser identificado como riqueza liquida da empresa, é a dedução entre o ativo e passivo e as contas, são:
• Capital Social;
• Reserva de Capital;
• Lucros Acumulados.

Todas as contas identificadas a cima representa o patrimônio da empresa e agrupadas formam o demonstrativo BALANÇO PATRI-
MONIAL, onde o profissional de contabilidade irá informar a evolução financeira da instituição frequentemente seguindo os princípios
contábeis:
• Princípio da Entidade;
• Princípio da Continuidade;
• Princípio da Oportunidade;
• Princípio do Registro pelo valor Original;
• Princípio da atualização monetária; e
• Princípio da Prudência.

Desta forma a contabilidade como uma ciência constitui de princípios éticos para evitar irregularidades e distorções dos fatos contá-
beis, isso faz com que exista uma padronização na apresentação da movimentação financeira das organizações.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

bano municipal e seus objetivos, diretrizes e prioridades devem ser


PLANO DIRETOR DA CIDADE DE SÃO PAULO: TRANSPORTE respeitados pelos seguintes planos e normas:
I - Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias, Lei Orça-
mentária Anual, o Programa de Metas e o Plano de Ação para im-
LEI Nº 16.050, DE 31 DE JULHO DE 2014 plementação da Agenda Municipal 2030;(Redação dada pela Lei nº
17.975/2023)
Aprova a Política de Desenvolvimento Urbano e o Plano Di- II - Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, Planos Re-
retor Estratégico do Município de São Paulo e revoga a Lei nº gionais das Subprefeituras, Planos de Bairros, planos setoriais de
13.430/2002. políticas urbano-ambientais e demais normas correlatas.
III - Plano Municipal Cidade Inteligente.(Incluído pela Lei nº
FERNANDO HADDAD, Prefeito do Município de São Paulo, no 17.975/2023)
uso das atribuições que lhe são conferidas por lei, faz saber que a Art. 4º Os objetivos previstos neste Plano Diretor devem ser
Câmara Municipal, em sessão de 2 de julho de 2014, decretou e eu alcançados até 2029.
promulgo a seguinte lei: Parágrafo único. O Executivo deverá encaminhar à Câmara Mu-
nicipal proposta de revisão deste Plano Diretor, a ser elaborada de
TÍTULO I forma participativa, em 2021.
DA ABRANGÊNCIA, DOS CONCEITOS, PRINCÍPIOS E OBJETI-
VOS CAPÍTULO II
DOS PRINCÍPIOS, DIRETRIZES E OBJETIVOS
CAPÍTULO I
DA ABRANGÊNCIA E DOS CONCEITOS Art. 5º Os princípios que regem a Política de Desenvolvimento
Urbano e o Plano Diretor Estratégico são:
Art. 1º Esta lei dispõe sobre a Política de Desenvolvimento Ur- I - Função Social da Cidade;
bano, o Sistema de Planejamento Urbano e o Plano Diretor Estra- II - Função Social da Propriedade Urbana;
tégico do Município de São Paulo e aplica-se à totalidade do seu III - Função Social da Propriedade Rural;
território. IV - Equidade e Inclusão Social e Territorial;
§ 1º A Política de Desenvolvimento Urbano é o conjunto de V - Direito à Cidade;
planos e ações que tem como objetivo ordenar o pleno desenvol- VI - Direito ao Meio Ambiente Ecologicamente Equilibrado;
vimento das funções sociais da cidade e o uso socialmente justo VII - Gestão Democrática.
e ecologicamente equilibrado e diversificado de seu território, de § 1º Função Social da Cidade compreende o atendimento das
forma a assegurar o bem-estar e a qualidade de vida de seus habi- necessidades dos cidadãos quanto à qualidade de vida, à justiça so-
tantes. cial, ao acesso universal aos direitos sociais e ao desenvolvimento
§ 2º O Sistema de Planejamento Urbano corresponde ao con- socioeconômico e ambiental, incluindo o direito à terra urbana, à
junto de órgãos, normas, recursos humanos e técnicos que tem moradia digna, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana,
como objetivo coordenar as ações referentes ao desenvolvimento ao transporte, aos serviços públicos, ao trabalho, ao sossego e ao
urbano, de iniciativa dos setores público e privado, integrando-as lazer.
com os diversos programas setoriais, visando à dinamização e à mo- § 2º Função Social da Propriedade Urbana é elemento constitu-
dernização da ação governamental. tivo do direito de propriedade e é atendida quando a propriedade
§ 3º O Plano Diretor Estratégico é o instrumento básico da Polí- cumpre os critérios e graus de exigência de ordenação territorial es-
tica de Desenvolvimento Urbano do Município de São Paulo, deter- tabelecidos pela legislação, em especial atendendo aos coeficientes
minante para todos os agentes públicos e privados que atuam em mínimos de utilização determinados nos Quadros 2 e 2A desta lei.
seu território. § 3º Função Social da Propriedade Rural é elemento constitu-
§ 4º Os conceitos utilizados nesta lei estão definidos no Quadro tivo do direito de propriedade e é atendida quando, simultanea-
1. mente, a propriedade é utilizada de forma racional e adequada,
Art. 2º A presente lei tem como base os fundamentos expres- conservando seus recursos naturais, favorecendo o bem-estar dos
sos na Constituição Federal, no Estatuto da Cidade e na Lei Orgânica proprietários e dos trabalhadores e observando as disposições que
do Município de São Paulo. regulam as relações de trabalho.
§ 1º O Plano Diretor deverá considerar o disposto nos planos § 4º Equidade Social e Territorial compreende a garantia da jus-
e leis nacionais e estaduais relacionadas às políticas de desenvolvi- tiça social a partir da redução das vulnerabilidades urbanas e das
mento urbano, incluindo saneamento básico, habitação, mobilida- desigualdades sociais entre grupos populacionais e entre os distri-
de e ordenamento territorial, e à política de meio ambiente. tos e bairros do Município de São Paulo.
§ 2º O Plano Diretor deve se articular com o planejamento § 5º Direito à Cidade compreende o processo de universali-
metropolitano e com os planos dos demais municípios da Região zação do acesso aos benefícios e às comodidades da vida urbana
Metropolitana. por parte de todos os cidadãos, seja pela oferta e uso dos serviços,
§ 3º A aplicação desta Lei será orientada pelos Objetivos do De- equipamentos e infraestruturas públicas.
senvolvimento Sustentável – ODS da Agenda 2030 para o Desenvol- § 6º Direito ao Meio Ambiente Ecologicamente Equilibrado é o
vimento Sustentável, bem como pelas ações para o enfrentamento direito sobre o patrimônio ambiental, bem de uso comum e essen-
das Mudanças Climáticas, em conformidade com acordos interna- cial à sadia qualidade de vida, constituído por elementos do sistema
cionais.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) ambiental natural e do sistema urbano de forma que estes se orga-
Art. 3º O Plano Diretor Estratégico orienta o planejamento ur- nizem equilibradamente para a melhoria da qualidade ambiental e
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

bem-estar humano. f) a poluição e a degradação ambiental;


§ 7º Gestão Democrática é a garantia da participação de repre- g) a excessiva ou inadequada impermeabilização do solo;
sentantes dos diferentes segmentos da população, diretamente ou h) o uso inadequado dos espaços públicos;
por intermédio de associações representativas, nos processos de XIV - cooperação entre os governos, a iniciativa privada e os
planejamento e gestão da cidade, de realização de investimentos demais setores da sociedade no processo de urbanização, em aten-
públicos e na elaboração, implementação e avaliação de planos, dimento ao interesse social.
programas e projetos de desenvolvimento urbano. Art. 7º A Política de Desenvolvimento Urbano e o Plano Diretor
Art. 6º A Política de Desenvolvimento Urbano e o Plano Diretor Estratégico se orientam pelos seguintes objetivos estratégicos:
Estratégico se orientam pelas seguintes diretrizes: I - conter o processo de expansão horizontal da aglomeração
I - justa distribuição dos benefícios e ônus do processo de ur- urbana, contribuindo para preservar o cinturão verde metropolita-
banização; no;
II - retorno para a coletividade da valorização de imóveis decor- II - acomodar o crescimento urbano nas áreas subutilizadas do-
rente dos investimentos públicos e das alterações da legislação de tadas de infraestrutura e no entorno da rede de transporte coletivo
uso e ocupação do solo; de alta e média capacidade;
III - distribuição de usos e intensidades de ocupação do solo de III - reduzir a necessidade de deslocamento, equilibrando a re-
forma equilibrada, para evitar ociosidade ou sobrecarga em relação lação entre os locais de emprego e de moradia;
à infraestrutura disponível, aos transportes e ao meio ambiente, e IV - expandir as redes de transporte coletivo de alta e média
para melhor alocar os investimentos públicos e privados; capacidade e os modos não motorizados, racionalizando o uso de
IV - compatibilização da intensificação da ocupação do solo automóvel;
com a ampliação da capacidade de infraestrutura para atender às V - implementar uma política fundiária e de uso e ocupação do
demandas atuais e futuras; solo que garanta o acesso à terra para as funções sociais da cidade
V - adequação das condições de uso e ocupação do solo às ca- e proteja o patrimônio ambiental e cultural;
racterísticas do meio físico, para impedir a deterioração e degene- VI - reservar glebas e terrenos, em áreas dotadas de infraestru-
ração de áreas do Município; tura e transportes coletivos, em quantidade suficiente para atender
VI - proteção da paisagem dos bens e áreas de valor histórico, ao déficit acumulado e às necessidades futuras de habitação social;
cultural e religioso, dos recursos naturais e dos mananciais hídricos VII - promover a regularização e a urbanização de assentamen-
superficiais e subterrâneos de abastecimento de água do Municí- tos precários;
pio; VIII - contribuir para a universalização do abastecimento de
VII - utilização racional dos recursos naturais, em especial da água, a coleta e o tratamento ambientalmente adequado dos esgo-
água e do solo, de modo a garantir uma cidade sustentável para as tos e dos resíduos sólidos;
presentes e futuras gerações; IX - ampliar e requalificar os espaços públicos, as áreas verdes
VIII - adoção de padrões de produção e consumo de bens e e permeáveis e a paisagem;
serviços compatíveis com os limites da sustentabilidade ambiental, X - proteger as áreas de preservação permanente, as unidades
social e econômica do Município; de conservação, as áreas de proteção dos mananciais e a biodiver-
IX - planejamento da distribuição espacial da população e das sidade;
atividades econômicas de modo a evitar e corrigir as distorções do XI - contribuir para mitigação de fatores antropogênicos que
crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre o meio ambien- contribuem para a mudança climática, inclusive por meio da redu-
te, a mobilidade e a qualidade de vida urbana e segurança pública ção e remoção de gases de efeito estufa, da utilização de fontes
municipal;(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023) renováveis de energia e da construção sustentável, e para a adapta-
X - incentivo à produção de Habitação de Interesse Social, de ção aos efeitos reais ou esperados das mudanças climáticas;
equipamentos sociais e culturais e à proteção e ampliação de áreas XII - proteger o patrimônio histórico, cultural e religioso e va-
livres e verdes; lorizar a memória, o sentimento de pertencimento à cidade e a di-
XI - prioridade no sistema viário para o transporte coletivo e versidade;
modos não motorizados; XIII - reduzir as desigualdades socioterritoriais para garantir, em
XII - revisão e simplificação da legislação de Parcelamento, Uso todos os distritos da cidade, o acesso a equipamentos sociais, a in-
e Ocupação do Solo e das normas edilícias, com vistas a aproximar a fraestrutura e serviços urbanos;
legislação da realidade urbana, assim como facilitar sua compreen- XIV - fomentar atividades econômicas sustentáveis, fortalecen-
são pela população; do as atividades já estabelecidas e estimulando a inovação, o em-
XIII - ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar: preendedorismo, a economia solidária e a redistribuição das opor-
a) a proximidade ou conflitos entre usos incompatíveis ou in- tunidades de trabalho no território, tanto na zona urbana como na
convenientes; rural;
b) o parcelamento, a edificação ou o uso excessivos ou inade- XV - fortalecer uma gestão urbana integrada, descentralizada
quados do solo em relação à infraestrutura urbana; e participativa;
c) a instalação de empreendimentos ou atividades que possam XVI - recuperar e reabilitar as áreas centrais da cidade;
funcionar como polos geradores de tráfego, sem a previsão da in- XVII - garantir que os planos setoriais previstos neste Plano Di-
fraestrutura correspondente; retor Estratégico sejam articulados de modo transversal e interse-
d) a retenção especulativa de imóvel urbano, que resulta na torial. Parágrafo único. Os objetivos estratégicos se desdobram em
sua subutilização ou não utilização; objetivos por porções homogêneas de território, estabelecidos por
e) a deterioração das áreas urbanizadas e os conflitos entre macroáreas, e nos objetivos estratégicos das políticas urbanas seto-
usos e a função das vias que lhes dão acesso; riais, definidas nesta lei.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

TÍTULO II cas setoriais no território indispensáveis para garantir os direitos


DA ORDENAÇÃO TERRITORIAL de cidadania e reduzir a desigualdade socioterritorial e gerar novas
centralidades em regiões menos estruturadas, além de qualificar as
CAPÍTULO I existentes.
DA ESTRUTURAÇÃO E ORDENAÇÃO TERRITORIAL Parágrafo único. Fica o território do Município de São Paulo
dividido nas seguintes macrozonas, cada uma delas subdividas em
Art. 8º Para garantir um desenvolvimento urbano sustentável e quatro macroáreas, conforme Mapas 1 e 2, anexos:
equilibrado entre as várias visões existentes no Município sobre seu I - Macrozona de Estruturação e Qualificação Urbana;
futuro, o Plano Diretor observa e considera, em sua estratégia de II - Macrozona de Proteção e Recuperação Ambiental.
ordenamento territorial, as seguintes cinco dimensões:
I - a dimensão social, fundamental para garantir os direitos so- SEÇÃO I
ciais para todos os cidadãos, em especial, o direito à moradia, à DA MACROZONA DE ESTRUTURAÇÃO E QUALIFICAÇÃO UR-
mobilidade, à infraestrutura básica e ao acesso aos equipamentos BANA
sociais;
II - a dimensão ambiental, fundamental para garantir o neces- Art. 10. A Macrozona de Estruturação e Qualificação Urbana, si-
sário equilíbrio entre as áreas edificadas e os espaços livres e verdes tuada integralmente na Zona Urbana, apresenta grande diversidade
no interior da área urbanizada e entre esta e as áreas preservadas e de padrões de uso e ocupação do solo, desigualdade socioespacial,
protegidas no conjunto do Município; padrões diferenciados de urbanização e é a área do Município mais
III - a dimensão imobiliária, fundamental para garantir a produ- propícia para abrigar os usos e atividades urbanos.
ção dos edifícios destinados à moradia e ao trabalho; § 1º Para orientar o desenvolvimento urbano e dirigir a aplica-
IV - a dimensão econômica, fundamental para garantir as ativi- ção dos instrumentos urbanísticos e jurídicos para atingir os objeti-
dades produtivas, comerciais e/ou de serviços indispensáveis para vos específicos, a Macrozona de Estruturação e Qualificação Urba-
gerar trabalho e renda; na subdivide-se em 4 (quatro) macroáreas, delimitadas no Mapa 2
V - a dimensão cultural, fundamental para garantir a memória, anexo:
a identidade e os espaços culturais e criativos, essenciais para a vida I - Macroárea de Estruturação Metropolitana;
das cidadãs e dos cidadãos. II - Macroárea de Urbanização Consolidada;
VI - a dimensão climática, fundamental para diminuir a emis- III - Macroárea de Qualificação da Urbanização;
são de gases de efeito estufa e para promover a adaptação aos im- IV - Macroárea de Redução da Vulnerabilidade Urbana.
pactos adversos da mudança do clima e combater o aquecimento § 2º Os objetivos da Macrozona de Estruturação e Qualificação
global, de modo a facultar a manutenção do funcionamento dos Urbana são:
ecossistemas e garantir o conforto ambiental no Município.(Incluí- I - promoção da convivência mais equilibrada entre a urbaniza-
do pela Lei nº 17.975/2023) ção e a conservação ambiental, entre mudanças estruturais prove-
Art. 9º A estratégia territorial do Plano Diretor, na perspectiva nientes de grandes obras públicas e privadas e as condições de vida
de observar de maneira equilibrada as dimensões definidas no arti- dos moradores;
go anterior e, ainda, os princípios, diretrizes e objetivos da Política II - compatibilidade do uso e ocupação do solo com a oferta de
Urbana, estrutura-se a partir dos seguintes elementos: sistemas de transporte coletivo e de infraestrutura para os serviços
I - macrozonas e macroáreas, áreas homogêneas que orientam, públicos;
ao nível do território, os objetivos específicos de desenvolvimento III - orientação dos processos de reestruturação urbana de
urbano e a aplicação dos instrumentos urbanísticos e ambientais; modo a repovoar os espaços com poucos moradores, fortalecer
II - rede de estruturação e transformação urbana, onde se con- as bases da economia local e regional, aproveitar a realização de
centram as transformações estratégicas propostas pelo Plano Dire- investimentos públicos e privados em equipamentos e infraestru-
tor, composta pelos seguintes elementos estruturadores do terri- turas para melhorar as condições dos espaços urbanos e atender
tório: necessidades sociais, respeitando as condicionantes do meio físico
a) Macroárea de Estruturação Metropolitana, que tem um pa- e biótico e as características dos bens e áreas de valor histórico,
pel estratégico na reestruturação urbana no Município por apre- cultural, religioso e ambiental;
sentar grande potencial de transformação urbana, que precisa ser IV - eliminação e redução das situações de vulnerabilidades
planejado e equilibrado; urbanas que expõem diversos grupos sociais, especialmente os de
b) rede estrutural de transporte coletivo, definidora dos eixos baixa renda como pessoas em situação de rua, catadores e traba-
de estruturação da transformação urbana, ao longo da qual se pro- lhadores ambulantes, a situações de riscos, perigos e ameaças;
põe concentrar o processo de adensamento demográfico e urbano V - diminuição das desigualdades na oferta e distribuição dos
e qualificar o espaço público; serviços, equipamentos e infraestruturas urbanas entre os distritos;
c) rede hídrica e ambiental constituída pelo conjunto de cursos VI - desconcentração das oportunidades de trabalho, emprego
d´água, cabeceiras de drenagem, nascentes, olhos d´água, represas e renda, beneficiando os bairros periféricos;
e lagos naturais e artificiais, planícies aluviais e águas subterrâneas VII - manutenção, proteção e requalificação das zonas exclusi-
e pelo conjunto de parques, unidades de conservação, áreas verdes vamente residenciais consideradas as disposições dos arts. 27 e 33
e áreas protegidas, localizados em todo o território do Município, desta lei.
que constituem seu arcabouço ambiental e desempenham funções
estratégicas para garantir o equilíbrio e a sustentabilidade urba-
nos;(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023)
d) rede de estruturação local, que articula as políticas públi-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

SUBSEÇÃO I IV - produção de HIS e HMP;


DA MACROÁREA DE ESTRUTURAÇÃO METROPOLITANA V - incremento e qualificação da oferta de diferentes sistemas
de transporte coletivo, articulando-os aos modos não motorizados
Art. 11. A Macroárea de Estruturação Metropolitana abrange de transporte e promovendo melhorias na qualidade urbana e am-
áreas das planícies fluviais dos rios Tietê, Pinheiros e Tamanduateí, biental do entorno;
com articulação com o Centro e prolongamento junto às avenidas VI - regulação da produção imobiliária para captura, pela muni-
Jacu-Pêssego, Cupecê e Raimundo Pereira de Magalhães e das ro- cipalidade, da valorização imobiliária decorrente de investimentos
dovias Anhanguera e Fernão Dias e caracteriza-se pela existência de públicos, para financiamento de melhorias e benefícios públicos;
vias estruturais, sistema ferroviário e rodovias que articulam dife- VII - redefinição dos parâmetros de uso e ocupação do solo
rentes municípios e polos de empregos da Região Metropolitana de para qualificação dos espaços públicos e da paisagem urbana;
São Paulo, onde se verificam processos de transformação econômi- VIII - minimização dos problemas das áreas com riscos geoló-
ca e de padrões de uso e ocupação do solo, com a necessidade de gico-geotécnicos e de inundações e solos contaminados, acompa-
equilíbrio na relação entre emprego e moradia. nhada da prevenção do surgimento de novas situações de vulne-
Parágrafo único. As porções dos territórios que integram a rabilidade;
Macroárea de Estruturação Metropolitana passam por processos IX - compatibilização de usos e tipologias de parcelamento do
de mudanças nos padrões de uso e ocupação e conversão econô- solo urbano com as condicionantes geológico-geotécnicas e hidro-
mica, com concentração de oportunidades de trabalho e emprego lógicas;
geradas pela existência de legados industriais herdados do passado, X - recuperação, preservação e proteção de imóveis relaciona-
novas atividades produtivas, polos de atividades terciárias, grandes dos ao patrimônio industrial e ferroviário, bem como locais de refe-
vias estruturais e infraestruturas que fazem parte dos sistemas de rência da memória operária, incentivando usos e atividades compa-
transporte coletivo de massa. tíveis com sua preservação;
Art. 12. A Macroárea de Estruturação Metropolitana é compos- XI - manutenção e estímulo ao emprego industrial e atividades
ta por três setores, conforme Mapa 2A, agregados a partir de dez econômicas de abrangência metropolitana.
subsetores distintos: § 2º Os objetivos específicos a serem alcançados no Setor Eixos
I - Setor Orla Ferroviária e Fluvial, formado pelos seguintes sub- de Desenvolvimento da Macroárea de Estruturação Metropolitana
setores: são:
a) Arco Leste; I - promover transformações estruturais orientadas para o
b) Arco Tietê; maior aproveitamento da terra urbana com o objetivo de ampliar
c) Arco Tamanduateí; a geração de empregos e renda e intensificar as atividades econô-
d) Arco Pinheiros; micas;
e) Arco Faria Lima - Águas Espraiadas - Chucri Zaidan; II - recuperação da qualidade dos sistemas ambientais existen-
f) Arco Jurubatuba; tes, especialmente dos rios, córregos e áreas vegetadas, articulan-
II - Setor Eixos de Desenvolvimento, formado pelos seguintes do-os adequadamente com os sistemas urbanos, principalmente de
subsetores: drenagem, saneamento básico e mobilidade;
a) Arco Jacu-Pêssego; III - promoção da urbanização e regularização fundiária de as-
b) Avenida Cupecê; sentamentos precários e irregulares ocupados pela população de
c) Noroeste - Avenida Raimundo Pereira de Magalhães e Rodo- baixa renda com oferta adequada de serviços, equipamentos e in-
via Anhanguera; fraestruturas urbanas;
d) Fernão Dias; IV - incremento e qualificação da oferta de diferentes sistemas
III - Setor Central, organizado a partir do território da Operação de transporte coletivo, articulando-os aos modos não motorizados
Urbana Centro e entorno. de transporte e promovendo melhorias na qualidade urbana e am-
§ 1º Os objetivos específicos a serem alcançados no Setor Orla biental do entorno;
Ferroviária e Fluvial da Macroárea de Estruturação Metropolitana V - implantação de atividades não residenciais capazes de gerar
são: emprego e renda;
I - transformações estruturais orientadas para o maior aprovei- VI - redefinição dos parâmetros de uso e ocupação do solo para
tamento da terra urbana com o aumento nas densidades constru- qualificação dos espaços públicos e da paisagem urbana;
tiva e demográfica e implantação de novas atividades econômicas VII - minimização dos problemas das áreas com riscos geológi-
de abrangência metropolitana, atendendo a critérios de sustentabi- co-geotécnicos e de inundações e solos contaminados, acompanha-
lidade e garantindo a proteção do patrimônio arquitetônico e cultu- da da prevenção do surgimento de novas situações de vulnerabili-
ral, em especial o ferroviário e o industrial; dade, em especial no que se refere à implantação de atividades em
II - recuperação da qualidade dos sistemas ambientais existen- áreas de ocorrência de solos e rochas sujeitos a colapsos estruturais
tes, especialmente dos rios, córregos e áreas vegetadas, articulan- e subsidência, mapeados na Carta Geotécnica do Município de São
do-os adequadamente com os sistemas urbanos, principalmente de Paulo;
drenagem, saneamento básico e mobilidade, com especial atenção VIII - incentivo à atividade econômico-industrial de escala me-
à recuperação das planícies fluviais e mitigação das ilhas de calor; tropolitana.
III - manutenção da população moradora, inclusive através da § 3º Os objetivos específicos da Macroárea de Estruturação
promoção da urbanização e regularização fundiária de assentamen- Metropolitana no Setor Central são:
tos precários e irregulares ocupados pela população de baixa renda I - fortalecimento do caráter de centralidade municipal, aumen-
com oferta adequada de serviços, equipamentos e infraestruturas tando a densidade demográfica e a oferta habitacional, respeitando
urbanas; o patrimônio histórico, cultural e religioso, otimizando a oferta de
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

infraestrutura existente; renovando os padrões de uso e ocupação nos eixos de estruturação da transformação urbana.(Incluído pela
e fortalecendo a base econômica local; Lei nº 17.975/2023)
II - valorização das áreas de patrimônio cultural com a proteção
e recuperação de imóveis e locais de referência da população da SUBSEÇÃO III
cidade, estimulando usos e atividades compatíveis com a preserva- DA MACROÁREA DE QUALIFICAÇÃO DA URBANIZAÇÃO
ção e sua inserção na área central;
III - qualificação da oferta de diferentes sistemas de transporte Art. 14. A Macroárea de Qualificação da Urbanização é caracte-
coletivo, articulando-os aos modos não motorizados de transporte rizada pela existência de usos residenciais e não residenciais insta-
e promovendo melhorias na qualidade urbana e ambiental do en- lados em edificações horizontais e verticais, com um padrão médio
torno; de urbanização e de oferta de serviços e equipamentos.
IV - estímulo à provisão habitacional de interesse social para a Parágrafo único. Os objetivos específicos da Macroárea da
população de baixa e média renda de modo a aproximar a moradia Qualificação da Urbanização são:
do emprego; I - controle dos processos de adensamento construtivo em
V - requalificação e reabilitação das áreas deterioradas e su- níveis intermediários de modo a evitar prejuízos para os bairros e
butilizadas, ocupadas de modo precário pela população de baixa sobrecargas no sistema viário local de áreas localizadas em pontos
renda, como cortiços, porões, quitinetes e moradias similares, em distantes dos sistemas de transporte coletivo de massa;
bairros como Glicério, Cambuci, Liberdade, Pari, Canindé, Brás, en- II - melhoria e complementação do sistema de mobilidade ur-
tre outros; bana, com integração entre os sistemas de transporte coletivo, viá-
VI - redefinição dos parâmetros de uso e ocupação do solo que rio, cicloviário, hidroviário e de circulação de pedestres, dotando-o
promovam mescla e maior proximidade de diferentes tipologias re- de condições adequadas de acessibilidade universal e sinalizações
sidenciais para grupos de baixa, média e alta renda; adequadas;
VII - revisão e atualização da Operação Urbana Centro; III - melhoria das condições urbanísticas dos bairros existentes
VIII - instituição de programas de requalificação urbana e inte- com oferta adequada de serviços, equipamentos e infraestruturas
gração entre os usos residenciais e não residenciais para vários sub- urbanas;
setores da área central, considerando-se os usos não residenciais e IV - incentivo à consolidação das centralidades de bairro exis-
suas especialidades, entre elas, a zona cerealista, a área da Rua 25 tentes, melhorando a oferta de serviços, comércios e equipamen-
de Março, o Mercado Municipal. tos comunitários;
§ 4º Para alcançar os objetivos previstos deverão ser, nos pra- V - ampliação da oferta de oportunidades de trabalho e empre-
zos previstos no art. 76, elaborados projetos de intervenção urbana go nos Eixos de Estruturação da Transformação Urbana e centrali-
nos subsetores da Macroárea de Estruturação Metropolitana que dades existentes, criando polos de atração em localidades interme-
poderão ser viabilizados através dos instrumentos urbanísticos pre- diárias entre centro e periferia;
vistos no Capítulo III do Título II desta lei. VI - promoção da urbanização e regularização fundiária de as-
sentamentos precários e irregulares existentes, ocupados pela po-
SUBSEÇÃO II pulação de baixa renda, com oferta adequada de serviços, equipa-
DA MACROÁREA DE URBANIZAÇÃO CONSOLIDADA mentos e infraestruturas urbanas;
VII - estímulo à provisão habitacional de interesse social para
Art. 13. A Macroárea de Urbanização Consolidada localiza-se a população de baixa renda, incluindo pessoas que ocupam logra-
na região sudoeste do Município, é caracterizada por um padrão douros e praças públicas, de forma a contribuir para a redução do
elevado de urbanização, forte saturação viária, e elevada concen- déficit habitacional existente;
tração de empregos e serviços e é formada pelas zonas exclusiva- VIII - proteção, recuperação e valorização dos bens e áreas de
mente residenciais e por bairros predominantemente residenciais valor histórico, cultural e religioso.
que sofreram um forte processo de transformação, verticalização
e atração de usos não residenciais, sobretudo serviços e comércio. SUBSEÇÃO IV
Parágrafo único. Os objetivos de ordenação do território na DA MACROÁREA DE REDUÇÃO DA VULNERABILIDADE URBA-
Macroárea da Urbanização Consolidada são: NA
I - controle do processo de adensamento construtivo e da sa-
turação viária, por meio da contenção do atual padrão de vertica- Art. 15. A Macroárea de Redução da Vulnerabilidade Urbana lo-
lização, da restrição à instalação de usos geradores de tráfego e do calizada na periferia da área urbanizada do território municipal ca-
desestímulo às atividades não residenciais incompatíveis com o uso racteriza-se pela existência de elevados índices de vulnerabilidade
residencial; social, baixos índices de desenvolvimento humano e é ocupada por
II - manutenção das áreas verdes significativas; população predominantemente de baixa renda em assentamentos
III - estímulo ao adensamento populacional onde este ainda precários e irregulares, que apresentam precariedades territoriais,
for viável, com diversidade social, para aproveitar melhor a infraes- irregularidades fundiárias, riscos geológicos e de inundação e défi-
trutura instalada e equilibrar a relação entre oferta de empregos e cits na oferta de serviços, equipamentos e infraestruturas urbanas.
moradia; § 1º Na Macroárea de Redução da Vulnerabilidade Urbana, em
IV - incentivar a fruição pública e usos mistos no térreo dos decorrência do processo histórico de sua formação, predominam
edifícios, em especial nas centralidades existentes e nos eixos de áreas com baixa qualidade urbana e ambiental.
estruturação da transformação urbana. § 2º Os objetivos específicos da Macroárea de Redução da Vul-
V - incentivar a fruição pública, praças urbanas e usos mistos nerabilidade Urbana são:
no térreo dos edifícios, em especial nas centralidades existentes e I - fortalecer as capacidades de proteção social a partir de me-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

lhorias nas condições de vida, de convivência e de acesso às políti- rural do Município.


cas públicas; Art. 17. Os objetivos específicos da Macrozona de Proteção e
II - incentivar usos não residenciais nos Eixos de Estruturação Recuperação Ambiental são:
da Transformação Urbana e centralidades de bairro, para gerar em- I - conservação e recuperação dos serviços ambientais presta-
pregos e reduzir a distância entre moradia e trabalho; dos pelos sistemas ambientais existentes, em especial aqueles rela-
III - incentivar a consolidação das centralidades de bairro exis- cionados com a produção da água, biodiversidade, proteção do solo
tentes, melhorando a oferta dando prioridade à implantação de e regulação climática;
serviços, comércios e equipamentos comunitários, mediante parti- II - proteção da biodiversidade, dos recursos hídricos e das
cipação da população local nas decisões; áreas geotecnicamente frágeis;
IV - promover a urbanização e regularização fundiária dos as- III - compatibilização de usos e tipologias de parcelamento do
sentamentos urbanos precários, dotando-os de serviços, equipa- solo urbano com as condicionantes de relevo, geológico-geotécni-
mentos e infraestrutura urbana completa e garantindo a segurança cas, com a legislação de proteção e recuperação aos mananciais e
na posse e a recuperação da qualidade urbana e ambiental; com a preservação de bens e áreas de valor histórico, paisagístico,
V - promover a construção de Habitação de Interesse Social; arqueológico, cultural e religioso;
VI - melhorar e completar o sistema de mobilidade urbana, IV - respeito à legislação referente à Mata Atlântica, à proteção
com a integração entre os sistemas de transporte coletivo, ferro- e recuperação dos mananciais e às Unidades de Conservação;
viário, viário, cicloviário e de circulação de pedestres, dotando-o de V - compatibilidade com as diretrizes socioambientais da Re-
condições adequadas de acessibilidade universal e sinalizações ade- serva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo;
quadas, nos termos da legislação vigente; VI - promoção de atividades econômicas compatíveis com o de-
VII - minimizar os problemas existentes nas áreas com riscos senvolvimento sustentável;
geológico-geotécnicos, de inundações e decorrentes de solos con- VII - melhoria das condições urbanas e ambientais nos assenta-
taminados e prevenção do surgimento de novas ocupações e de mentos, promovendo a compatibilização entre a garantia de mora-
situações de vulnerabilidade; dias dignas e sua regularização, preservação da qualidade ambien-
VIII - compatibilizar usos e tipologias de parcelamento do solo tal e dos bens e áreas de valor histórico e cultural;
urbano com as condicionantes geológico-geotécnicas e de relevo; VIII - levantamento cadastral dos assentamentos urbanos con-
IX - proteger, recuperar e valorizar os bens e áreas de valor his- solidados que ainda não integram os cadastros municipais para
tórico, cultural, paisagístico e religioso. efeitos tributários e de controle de uso e ocupação do solo;
IX - eliminação e redução das situações de vulnerabilidade ur-
SEÇÃO II bana que expõem diversos grupos sociais, especialmente os de bai-
DA MACROZONA DE PROTEÇÃO E RECUPERAÇÃO AMBIENTAL xa renda, a situações de riscos, perigos e ameaças;
X - minimização dos problemas existentes nas áreas com riscos
Art. 16. A Macrozona de Proteção e Recuperação Ambiental, geológico-geotécnicos, de inundações e decorrentes de solos con-
conforme Mapa 1 anexo, é um território ambientalmente frágil de- taminados e prevenção do surgimento de novas situações de risco;
vido às suas características geológicas e geotécnicas, à presença de XI - contenção da expansão urbana sobre áreas de interesse
mananciais de abastecimento hídrico e à significativa biodiversida- ambiental e de proteção e recuperação dos mananciais hídricos e
de, demandando cuidados especiais para sua conservação. áreas de produção agrícola sustentável;
§ 1º A Macrozona de Proteção e Recuperação Ambiental tem XII - cumprimento das determinações previstas para as Unida-
função precípua de prestar serviços ambientais essenciais para a des de Conservação de Proteção Integral, inclusive zona de amor-
sustentação da vida urbana das gerações presentes e futuras. tecimento, e de Uso Sustentável existentes e as que vierem a ser
§ 2º A Macrozona de Proteção e Recuperação Ambiental con- criadas, nos termos da legislação federal, estadual e municipal per-
tém remanescentes florestais significativos em diversos estágios tinentes;
sucessionais e áreas de produção agrícola que contribuem para a XIII - gestão integrada das unidades de conservação estaduais e
manutenção da biodiversidade, conservação do solo e manutenção municipais e terras indígenas;
dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos, bem como para a XIV - garantia de proteção das terras indígenas, delimitadas e
produção de alimentos e serviços essenciais à segurança alimentar em processo de homologação, imprescindíveis à preservação dos
e à conservação dos serviços ambientais. recursos ambientais necessários ao bem-estar e à reprodução física
§ 3º As características geológicas e geotécnicas da Macrozona e cultural desses povos, segundo seus usos e costumes, de forma a
de Proteção e Recuperação Ambiental demandam critérios especí- coibir a ocupação dessas áreas;
ficos de ocupação, admitindo diversas tipologias de assentamentos XV - articulação entre órgãos e entidades municipais, estaduais
urbanos e atividades econômicas, inclusive agrícolas e de extração e federais para garantir a conservação, preservação e recuperação
mineral. urbana e ambiental, inclusive a fiscalização integrada do território;
§ 4º A Macrozona de Proteção e Recuperação Ambiental divi- XVI - articulação com municípios vizinhos para a construção de
de-se em 4 (quatro) macroáreas delimitadas no Mapa 1A, anexo: estratégias integradas de conservação e recuperação ambiental;
I - Macroárea de Redução da Vulnerabilidade e Recuperação XVII - proteção das zonas exclusivamente residenciais, observa-
Ambiental; das as disposições dos arts. 27 e 33 desta lei.
II - Macroárea de Controle e Qualificação Urbana e Ambiental;
III - Macroárea de Contenção Urbana e Uso Sustentável;
IV - Macroárea de Preservação de Ecossistemas Naturais.
§ 5º As macroáreas de Contenção Urbana e Uso Sustentável
e de Preservação de Ecossistemas Naturais correspondem à zona
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

SUBSEÇÃO I X – proteção, recuperação e valorização dos bens e áreas de


DA MACROÁREA DE REDUÇÃO DA VULNERABILIDADE E RE- valor histórico, cultural, religioso e ambiental;
CUPERAÇÃO AMBIENTAL XI – incentivar usos não residenciais nos eixos de estruturação
da transformação urbana e nas centralidades de bairro, visando ge-
Art. 18. A Macroárea de Redução da Vulnerabilidade e Recupe- rar empregos e reduzir a distância entre moradia e trabalho.
ração Ambiental localiza-se no extremo da área urbanizada do ter-
ritório municipal, e se caracteriza pela predominância de elevados SUBSEÇÃO II
índices de vulnerabilidade socioambiental, baixos índices de desen- DA MACROÁREA DE CONTROLE E QUALIFICAÇÃO URBANA E
volvimento humano e assentamentos precários e irregulares, como AMBIENTAL
favelas, loteamentos irregulares, conjuntos habitacionais popula-
res, que apresentam diversos tipos de precariedades territoriais e Art. 19. A Macroárea de Controle e Qualificação Urbana e
sanitárias, irregularidades fundiárias e déficits na oferta de serviços, Ambiental é caracterizada pela existência de vazios intraurbanos
equipamentos e infraestruturas urbanas, ocupada predominante- com ou sem cobertura vegetal e áreas urbanizadas com distintos
mente por moradias da população de baixa renda que, em alguns padrões de ocupação, predominantemente horizontais, ocorrendo,
casos, vive em áreas de riscos geológicos e de inundação. ainda, reflorestamento, áreas de exploração mineral, e algumas
§ 1º Na Macroárea de Redução da Vulnerabilidade e Recupe- áreas com concentração de atividades industriais, sendo este um
ração Ambiental a ocupação decorrente da produção pública e pri- território propício para a qualificação urbanística e ambiental e
vada de baixa renda, a falta de investimentos públicos articulados para provisão de habitação, equipamentos e serviços, respeitadas
entre si e a irregularidade da ocupação resultam em várias áreas as condicionantes ambientais.
com baixa qualidade ambiental e comprometimento da prestação Parágrafo único. Os objetivos específicos da Macroárea de Con-
de serviços ambientais. trole e Qualificação Urbana e Ambiental são:
§ 2º Os objetivos específicos da Macroárea de Redução da Vul- I – melhoria das condições urbanísticas e ambientais dos bair-
nerabilidade e Recuperação Ambiental são: ros existentes com oferta adequada de serviços, equipamentos e
I – fortalecimento das capacidades de proteção social a partir infraestruturas;
de melhorias nas condições socioambientais, de convivência e de II – incentivo aos usos não residenciais, inclusive as atividades
acesso às políticas públicas; industriais e de logística, visando à ampliação da oferta de oportu-
II – promoção da urbanização e regularização fundiária dos nidades de trabalho e a redução do deslocamento entre moradia e
assentamentos urbanos precários, dotando-os de serviços, equipa- trabalho;
mentos e infraestrutura urbana completa e garantindo a segurança III – promoção da urbanização e regularização fundiária dos as-
na posse e a recuperação da qualidade urbana e ambiental; sentamentos urbanos precários e irregulares existentes, dotando-
III – construção de Habitação de Interesse Social para reassen- -os de serviços, equipamentos e infraestruturas urbanas, garantido
tamento de populações moradoras de áreas de risco, de áreas de o direito social à moradia adequada;
preservação permanente, quando não houver outra alternativa, IV – contenção da expansão e do adensamento construtivo e
e das que residem em assentamentos precários na Macrozona de demográfico dos assentamentos urbanos precários e irregulares
Proteção Ambiental; existentes;
IV – articulação entre órgãos e entidades municipais e esta- V – construção de habitações de interesse social nos vazios in-
duais para garantir a conservação, preservação e recuperação ur- traurbanos, definidos como ZEIS 4, com provisão de equipamentos
bana e ambiental; e serviços, respeitadas as condicionantes ambientais, para reassen-
V – melhoria e complementação do sistema de mobilidade com tamento de populações moradoras na própria Macrozona de Prote-
a integração entre os sistemas de transporte coletivo, viário, ciclo- ção Ambiental, em especial aquelas provenientes de áreas de risco
viário e de circulação de pedestres, dotando-o de condições ade- e de preservação permanente;
quadas de acessibilidade universal e sinalizações adequadas; VI – melhoria e complementação do sistema de mobilidade
VI – minimização dos problemas existentes nas áreas com ris- com a integração entre os sistemas de transporte coletivo, viário,
cos geológico-geotécnicos, de inundações e decorrentes de solos cicloviário e de circulação de pedestres, dotando-o de condições
contaminados e prevenção do surgimento de novas situações de adequadas de acessibilidade universal e sinalização;
vulnerabilidade; VII – minimização dos riscos geológico-geotécnicos e dos riscos
VII – incentivo à consolidação das centralidades de bairro exis- decorrentes da contaminação do solo e prevenção de novas situa-
tentes, facilitando a implantação de serviços, comércios e equipa- ções de risco;
mentos comunitários; VIII – controle, qualificação e regularização das atividades não
VIII – compatibilização de usos e tipologias para o parcelamento residenciais existentes, inclusive as industriais, em especial na bacia
e uso do solo urbano com as condicionantes geológico-geotécnicas hidrográfica do córrego Aricanduva;
e de relevo, com a legislação estadual de proteção e recuperação IX – recuperação das áreas mineradas e degradadas suscetíveis
aos mananciais e a legislação referente às unidades de conservação a processos erosivos, minimizando a ocorrência de poluição difusa;
existentes, inclusive sua zona de amortecimento; X – universalização do saneamento ambiental, por meio da ex-
IX – universalização do saneamento ambiental, inclusive para pansão da rede de água e esgoto e de outras tecnologias adequadas
os assentamentos isolados, em especial os assinalados nos Mapas a cada caso;
6 e 7 anexos, respeitadas as condicionantes de relevo, geológico- XI – apoio e incentivo à agricultura urbana e periurbana;
-geotécnicas, a legislação estadual de proteção e recuperação aos XII – proteção do patrimônio ambiental, histórico e cultural;
mananciais e a legislação referente às unidades de conservação XIII – manutenção e incentivo das atividades minerárias e usos
existentes, incluindo sua zona de amortecimento; correlatos, assegurando a condição rural dos imóveis.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

SUBSEÇÃO III XIV – cumprimento das determinações previstas para as Unida-


DA MACROÁREA DE CONTENÇÃO URBANA E USO SUSTENTÁ- des de Conservação de Proteção Integral, inclusive zona de amor-
VEL tecimento, e de Uso Sustentável existentes e as que vierem a ser
criadas, nos termos da legislação federal, estadual e municipal per-
Art. 20. A Macroárea de Contenção Urbana e Uso Sustentável, tinente.
conforme Mapa 2 anexo, localizada ao sul do território municipal é § 4º (VETADO)
caracterizada pela existência de fragmentos significativos de vege-
tação nativa, entremeados por atividades agrícolas, sítios e cháca- SUBSEÇÃO IV
ras de recreio que protegem e/ou impactam, em graus distintos, a DA MACROÁREA DE PRESERVAÇÃO DE ECOSSISTEMAS NATU-
qualidade dos recursos hídricos e da biodiversidade, com caracte- RAIS
rísticas geológico-geotécnicas e de relevo que demandam critérios
específicos para ocupação, abrigando também áreas de exploração Art. 21. A Macroárea de Preservação de Ecossistemas Naturais,
mineral, ativas e desativadas. conforme Mapa 2 anexo, é caracterizada pela existência de siste-
§ 1º A Macroárea de Contenção Urbana e Uso Sustentável lo- mas ambientais cujos elementos e processo ainda conservam suas
caliza-se integralmente na Área de Proteção de Mananciais definida características naturais.
na legislação estadual, abrangendo o território das Áreas de Prote- § 1º Na Macroárea de Preservação de Ecossistemas Naturais
ção Ambiental Capivari-Monos e Bororé-Colônia. predominam áreas de remanescentes florestais naturais e ecossiste-
§ 2º A Macroárea de Contenção Urbana e Uso Sustentável in- mas associados com expressiva distribuição espacial e relativo grau
tegra a zona rural, sendo vedado o parcelamento do solo para fins de continuidade e conservação, mantenedoras da biodiversidade e
urbanos. conservação do solo, bem como várzeas preservadas, cabeceiras de
§ 3º Os objetivos específicos da Macroárea de Contenção Urba- drenagem, nascentes e cursos d’água ainda pouco impactados por
na e Uso Sustentável são: atividades antrópicas e áreas com fragilidades geológico-geotécni-
I – contenção da urbanização do território; cas e de relevo suscetíveis a processos erosivos, escorregamentos
II – proteção da paisagem rural considerando seu valor ambien- ou outros movimentos de massa.
tal, histórico e cultural; § 2º A Macroárea de Preservação de Ecossistemas Naturais in-
III – promoção do desenvolvimento da zona rural com susten- tegra a zona rural.
tabilidade ambiental, econômica e social, e estímulo à agricultura § 3º Os objetivos específicos da Macroárea de Preservação de
orgânica; Ecossistemas Naturais são:
IV – conservação e recuperação dos fragmentos florestais, cor- I – manutenção das condições naturais dos elementos e pro-
redores ecológicos e das áreas de preservação permanente; cessos que compõem os sistemas ambientais;
V – manutenção da permeabilidade do solo e controle dos pro- II – preservação dos bens e áreas de interesse histórico e cul-
cessos erosivos; tural;
VI – compatibilização dos usos com as condicionantes geológi- III – proteção das espécies vegetais e animais, especialmente as
co-geotécnicas e de relevo dos terrenos, com a legislação de pro- ameaçadas de extinção;
teção e recuperação aos mananciais e com a legislação referente à IV – respeito às fragilidades geológico-geotécnicas e de relevo
Mata Atlântica; dos seus terrenos;
VII – gestão integrada das unidades de conservação estaduais e V – implementação e gestão das unidades de conservação exis-
municipais e terras indígenas; tentes;
VIII – garantia de proteção às terras indígenas, delimitadas e VI – criação de novas unidades de conservação de proteção in-
em processo de homologação, de forma a coibir a ocupação dessas tegral;
áreas até que sua situação seja definida pelo Ministério da Justiça; VII – promoção de atividades ligadas à pesquisa, ao ecoturismo
IX – garantia de saneamento ambiental com uso de tecnologias e à educação ambiental.
adequadas a cada situação;
X – garantia de trafegabilidade das estradas rurais, conservan- SEÇÃO III
do a permeabilidade do solo e minimizando os impactos sobre os DA REDE DE ESTRUTURAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO URBANA
recursos hídricos e a biodiversidade;
XI – manutenção e recuperação dos serviços ambientais presta- SUBSEÇÃO I
dos pelos sistemas ambientais existentes, em especial aqueles rela- A REDE ESTRUTURAL DE TRANSPORTE COLETIVO
cionados com a produção da água, conservação da biodiversidade,
regulação climática e proteção ao solo; Art. 22. A rede estrutural de transportes coletivos é o sistema
XII – manutenção das áreas de mineração ativa, com controle de infraestrutura que propicia a implantação dos eixos de estrutu-
ambiental, e recuperação ambiental das áreas de mineração parali- ração da transformação urbana.
sadas e desativadas; § 1º As áreas que integram os eixos de estruturação da trans-
XIII – incentivo à criação de Reservas Particulares do Patrimô- formação urbana estão definidas por faixas de influências do sis-
nio Natural (RPPN); tema estrutural de transporte coletivo de média e alta capacidade
que atravessam as macroáreas que integram a zona urbana do Mu-
nicípio, conforme Mapas 3 e 3A anexos, considerando as linhas, ati-
vas ou em planejamento, do trem, metrô, monotrilho, VLT (Veículo
Leve sobre Trilhos), VLP (Veículo Leve sobre Pneus) e corredores
de ônibus municipais e intermunicipais de média capacidade com
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

operação em faixa exclusiva à esquerda do tráfego geral. gem, nascentes, olhos d´água, represas e lagos naturais e artificiais,
§ 2º Os eixos de estruturação da transformação urbana são planícies aluviais e águas subterrâneas, e pelo conjunto de parques,
porções do território onde é necessário um processo de transfor- unidades de conservação, áreas verdes e áreas protegidas, locali-
mação do uso do solo, com o adensamento populacional e constru- zados em todo o território do Município, que constituem seu arca-
tivo articulado a uma qualificação urbanística dos espaços públicos, bouço ambiental e desempenham funções estratégicas para garan-
mudança dos padrões construtivos e ampliação da oferta de servi- tir o equilíbrio e a sustentabilidade urbanos.(Redação dada pela Lei
ços e equipamentos públicos. nº 17.975/2023)
Art. 23. Os objetivos urbanísticos estratégicos a serem cumpri- Art. 25. Os objetivos urbanísticos e ambientais estratégicos re-
dos pelos eixos de estruturação da transformação urbana são os lacionados à recuperação e proteção da rede hídrica ambiental são
seguintes: os seguintes:
I – promover melhor aproveitamento do solo nas proximida- I – ampliar progressivamente as áreas permeáveis ao longo dos
des do sistema estrutural de transporte coletivo com aumento na fundos de vales e cabeceiras de drenagem, as áreas verdes significa-
densidade construtiva, demográfica, habitacional e de atividades tivas e a arborização, especialmente na Macrozona de Estruturação
urbanas; e Qualificação Urbana, para minimização dos processos erosivos,
II – compatibilizar o adensamento com o respeito às caracterís- enchentes e ilhas de calor;
ticas ambientais, geológico-geotécnicas e os bens e áreas de valor II - qualificar e ampliar a rede de parques, considerando popu-
histórico, cultural, paisagístico e religioso; lações com todas as faixas de renda (inferior, intermediária e alta),
III – qualificar as centralidades existentes e estimular a criação para equilibrar a relação entre o ambiente construído, as áreas
de novas centralidades incrementando a oferta de comércios, ser- verdes e os espaços livres, objetivando garantir espaços de lazer,
viços e emprego, em especial na Macroárea de Redução da Vulne- sociabilidade e recreação para a população;(Redação dada pela Lei
rabilidade Urbana e na Macroárea de Redução da Vulnerabilidade e nº 17.975/2023)
Recuperação Ambiental; III – integrar as áreas de vegetação significativa de interesse
IV – ampliar a oferta de habitações de interesse social na proxi- ecológico e paisagístico, protegidas ou não, de modo a garantir e
midade do sistema estrutural de transporte coletivo; fortalecer sua proteção e preservação e criar corredores ecológicos;
V – promover a qualificação urbanística e ambiental, incluindo IV – proteger nascentes, olhos d´água, cabeceiras de drenagem
a ampliação de calçadas, enterramento da fiação e instalação de e planícies aluviais;
galerias para uso compartilhado de serviços públicos; V – recuperar áreas degradadas, qualificando-as para usos ade-
VI – garantir espaço para a ampliação da oferta de serviços e quados;
equipamentos públicos; VI – articular, através de caminhos de pedestres e ciclovias, pre-
VII – desestimular o uso do transporte individual motorizado, ferencialmente nos fundos de vale, as áreas verdes significativas, os
articulando o transporte coletivo com modos não motorizados de espaços livres e os parques urbanos e lineares;
transporte; VII – promover, em articulação com o Governo Estadual, estra-
VIII – orientar a produção imobiliária da iniciativa privada de tégias e mecanismos para disciplinar a drenagem de águas subter-
modo a gerar: râneas.
a) diversificação nas formas de implantação das edificações nos VIII - adotar Soluções baseadas na Natureza nas intervenções,
lotes; especialmente do Sistema de Saneamento Ambiental, com o intui-
b) maior fruição pública nos térreos dos empreendimentos; to de promover melhoria da qualidade urbanística e ambiental das
c) fachadas ativas no térreo dos edifícios; bacias hidrográficas;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
d) ampliação das calçadas, dos espaços livres, praças urbanas, IX - promover, em Articulação com o Governo Estadual, estra-
das áreas verdes e permeáveis nos lotes;(Redação dada pela Lei nº tégias e mecanismos para a implantação do Sistema Hidroviário de
17.975/2023) forma sustentável, especialmente para o Rio Tietê;(Incluído pela Lei
e) convivência entre os espaços públicos e privados e entre nº 17.975/2023)
usos residenciais e não residenciais; X - promover a implantação de sistemas de energias limpas e
f) ampliação da produção de Habitação de Interesse Social e de renováveis e ambientalmente sustentáveis ou sistemas de energias
mercado popular; menos poluentes integrados à rede hídrica ambiental.(Incluído pela
IX – prever a implantação de mercados populares com áreas Lei nº 17.975/2023)
para o comércio ambulante e usos complementares, em especial § 1º Na hipótese de ser necessária remoção de população
em locais com grande circulação de pedestres e nas proximidades moradora em assentamentos informais para a implementação de
de estações de trem e metrô e terminais de ônibus, observando-se quaisquer ações ligadas aos objetivos estabelecidos no “caput” de-
a compatibilidade entre o equipamento, as instalações, o fluxo se- verá ser garantida a construção de habitações de interesse social
guro de pedestres e as normas de acessibilidade. em local próximo na mesma região e, caso não seja possível, pre-
Parágrafo único. Nos eixos de estruturação da transformação ferencialmente na mesma Subprefeitura ou na mesma macroárea.
urbana, poderão ser desenvolvidos Projetos de Intervenção Urbana § 2º Para implementar os objetivos estabelecidos no caput
para promover os objetivos estabelecidos no “caput” desse artigo. deste artigo, deverá ser implementado o Programa de Recuperação
dos Fundos de Vale, detalhado no art. 272, e criados instrumentos
SUBSEÇÃO II para permitir a implantação dos parques propostos relacionados no
DA REDE HÍDRICA AMBIENTAL Quadro 7 desta Lei.(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023)
§ 3º Poderão ser desenvolvidos Projetos de Intervenção Urba-
Art. 24. A rede hídrica ambiental, conforme Mapa 5 anexo, é na para garantir os objetivos estabelecidos no “caput” desse artigo.
constituída pelo conjunto de cursos d´água, cabeceiras de drena- § 4º A Rede Hídrica Ambiental tem como unidade territorial
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

de estudo e planejamento a bacia hidrográfica, respeitadas as uni- na e as diretrizes de desenvolvimento urbano estabelecidas neste
dades político-administrativas do Município e consideradas as dife- PDE;
rentes escalas de planejamento e intervenção. II – simplificar sua redação para facilitar sua compreensão, apli-
cação e fiscalização;
SUBSEÇÃO III III – considerar as condições ambientais, da infraestrutura, cir-
DA REDE DE ESTRUTURAÇÃO LOCAL culação e dos serviços urbanos;
IV – estabelecer parâmetros e mecanismos relacionados à dre-
Art. 26. A Rede de Estruturação Local compreende porções do nagem das águas pluviais, que evitem o sobrecarregamento das re-
território destinadas ao desenvolvimento urbano local, median- des, alagamentos e enchentes;
te integração de políticas e investimentos públicos em habitação, V – criar parâmetros de ocupação do solo relacionados a aspec-
saneamento, drenagem, áreas verdes, mobilidade e equipamentos tos geológicos, geotécnicos e hidrológicos;
urbanos e sociais, especialmente nas áreas de maior vulnerabilida- VI – condicionar a implantação de atividades que demandem
de social e ambiental. a utilização de águas subterrâneas ou interferência com o lençol
§ 1º Esses territórios são caracterizados a partir da articulação freático em terrenos e glebas localizados em área de ocorrência de
dos elementos locais dos seguintes Sistemas Urbanos e Ambientais: maciços de solo e rocha sujeitos a riscos de colapsos estruturais e
I – sistema de áreas protegidas, áreas verdes e espaços livres; subsidência, mapeados na Carta Geotécnica do Município de São
II – sistema de saneamento ambiental; Paulo, à apresentação de estudos geotécnicos e hidrogeológicos
III – sistema de mobilidade; que demonstrem a segurança da implantação;
IV – sistema de equipamentos urbanos e sociais; VII – criar mecanismos para proteção da vegetação arbórea sig-
V – polos e centralidades previstos na política de desenvolvi- nificativa;
mento econômico sustentável. VIII – estimular a requalificação de imóveis protegidos pela le-
§ 2º Os objetivos da Rede de Estruturação Local são: gislação de bens culturais, criando normas que permitam sua ocu-
I – promover a intervenção, mediante projetos urbanísticos pação por usos e atividades adequados às suas características e ao
que integrem as políticas e investimentos públicos, especialmente entorno em todas as zonas de uso;
nas áreas de risco nos territórios de alta vulnerabilidade social e IX – proporcionar a composição de conjuntos urbanos que su-
urbana; perem exclusivamente o lote como unidade de referência de confi-
II – requalificar os sistemas ambientais da cidade, considerando guração urbana, sendo também adotada a quadra como referência
as infraestruturas de saneamento e drenagem, a partir da consti- de composição do sistema edificado;
tuição e articulação de espaços livres que contribua para a amplia- X - promover a articulação entre espaço público e espaço priva-
ção e requalificação dos espaços públicos, da moradia, da rede de do, por meio de estímulos à manutenção de espaços abertos para
equipamentos urbanos e sociais e de parques lineares, existentes fruição pública e praças urbanas no pavimento de acesso às edifica-
ou planejados; ções;(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023)
III – aprimorar e articular o sistema de mobilidade local ao Sis- XI – estimular a implantação de atividades de comércio e servi-
tema de Transporte Coletivo, priorizando os modos de transporte ços nas regiões onde a densidade populacional é elevada e há baixa
não motorizados; oferta de emprego, criando regras para a adequada convivência en-
IV – promover o desenvolvimento econômico local visando ao tre usos residenciais e não residenciais;
incremento de atividades produtivas articuladas às transformações XII – estimular o comércio e os serviços locais, especificamente
do território como mecanismo de inclusão social; os instalados em fachadas ativas, com acesso direto e abertura para
V – garantir, em todos os distritos, no horizonte temporal pre- o logradouro;
visto nesta lei, a implantação da rede básica de equipamentos e XIII – fomentar o uso misto no lote entre usos residenciais e
de serviços públicos de caráter local nas áreas de educação, saúde, não residenciais, especialmente nas áreas bem servidas pelo trans-
cultura, esporte, lazer, segurança, áreas verdes e atendimento ao porte público coletivo de passageiros;
cidadão, dimensionados para atender à totalidade da população XIV – estabelecer limites mínimos e máximos de área construí-
residente. da computável destinada a estacionamento de veículos, condicio-
§ 3º Os objetivos estabelecidos no “caput” desse artigo pode- nando o número máximo à compensação urbanística por sua uti-
rão ser implementados por meio de Projeto de Intervenção Urbana. lização;
XV – evitar conflitos entre os usos impactantes e sua vizinhan-
CAPÍTULO II ça;
DA REGULAÇÃO DO PARCELAMENTO, USO E OCUPAÇÃO DO XVI – criar formas efetivas para prevenir e mitigar os impactos
SOLO E DA PAISAGEM URBANA causados por empreendimentos ou atividades classificados como
polos geradores de tráfego ou geradores de impacto de vizinhança;
SEÇÃO I XVII – promover o adensamento construtivo e populacional e a
DAS DIRETRIZES PARA A REVISÃO DA LPUOS concentração de usos e atividades em áreas com transporte coleti-
vo de média e alta capacidade instalado e planejado;
Art. 27. De acordo com os objetivos e diretrizes expressos neste XVIII – estimular a reabilitação do patrimônio arquitetônico,
PDE para macrozonas, macroáreas e rede de estruturação da trans- especialmente na área central, criando regras e parâmetros que fa-
formação urbana, a legislação de Parcelamento, Uso e Ocupação do cilitem a reciclagem e retrofit das edificações para novos usos;
Solo – LPUOS deve ser revista, simplificada e consolidada segundo XIX – criar normas para a regularização de edificações, de for-
as seguintes diretrizes: ma a garantir estabilidade e segurança, para permitir sua adequada
I – evitar a dissociação entre a disciplina legal, a realidade urba- ocupação pelos usos residenciais e não residenciais;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

XX – criar normas para destinação de área pública quando o para construção de moradias de interesse social, respeitadas as dis-
remembramento de lotes for utilizado para a implantação de em- posições da legislação ambiental;
preendimentos de grande porte; XXXVII – prever, para garantir a fluidez do tráfego nas vias do
XXI – criar, nas áreas rurais, um padrão de uso e ocupação com- sistema viário estrutural, restrições e condicionantes à implantação
patível com as diretrizes de desenvolvimento econômico sustentá- de empreendimentos nos lotes lindeiros a estas vias;
vel previstas, em especial as relacionadas às cadeias produtivas da XXXVIII – rever a classificação de áreas localizadas em ZPI que já
agricultura e do turismo sustentáveis; não têm mais atividades industriais, adequando seu enquadramen-
XXII – criar, nas áreas onde a rede viária ainda é inadequada, to às diretrizes de desenvolvimento estabelecidas para a região e às
principalmente nas macroáreas de redução da vulnerabilidade, características predominantes de ocupação do entorno;
uma relação entre usos permitidos e características da via compatí- XXXIX - rever a classificação de áreas demarcadas como ZE-
veis com o tecido urbano local sem impedir a instalação de ativida- PAM ocupadas com reflorestamento, agricultura, extrativismo, lo-
des geradoras de renda e emprego; teamentos irregulares, assentamentos precários, favelas, que não
XXIII – definir, nas áreas de proteção aos mananciais, disciplina tenham os atributos que justificaram a criação da ZEPAM, adequan-
compatível com a legislação estadual; do seu enquadramento às diretrizes de desenvolvimento estabe-
XXIV – condicionar, na Macrozona de Proteção e Recuperação lecidas para a região e às características de ocupação do entorno,
Ambiental, o parcelamento e a urbanização de glebas com maci- respeitado o disposto no art. 69 desta Lei, sobretudo de áreas que
ços arbóreos significativos à averbação prévia da área verde, que possam ser enquadradas como ZEIS-4;(Redação dada pela Lei nº
passará a integrar o Sistema de Áreas Protegidas, Áreas Verdes e 17.975/2023)
Espaços Livres, podendo ser exigida a criação de RPPN municipal ou XL – retificar a delimitação de ZEPAM que tenha incluídos em
a doação para parque ou área verde pública municipal; seus perímetros loteamentos protocolados ou aprovados anterio-
XXV – promover, nas macroáreas de Contenção Urbana e Uso res a sua criação;
Sustentável e de Preservação de Ecossistemas Naturais, atividades XLI – prever as condições de controle para que as atividades mi-
ligadas à pesquisa, ao ecoturismo e à educação ambiental; neradoras possam continuar produzindo de forma ambientalmente
XXVI – considerar, na disciplina de uso e ocupação do solo, a adequada;
compatibilidade com os planos de manejo das unidades de conser- XLII – garantir a manutenção e ampliação das áreas industriais
vação, inclusive normas relativas às zonas de amortecimento dessas compatíveis com o entorno e prever a criação de novas áreas ade-
unidades; quadas às especificidades do uso industrial, de modo a garantir a
XXVII – evitar disciplinar de forma desigual o uso e a ocupação preservação do nível de emprego industrial na cidade;
do solo de áreas com as mesmas características ao longo de aveni- XLIII – identificar os polos de saúde, educação e pesquisa, de-
das que atravessam os limites de subprefeituras, ou determinam os marcando seus perímetros e áreas de abrangência;
limites entre elas; XLIV – criar condições especiais de uso e ocupação do solo que
XXVIII – definir precisamente os limites dos atuais e futuros cor- permitam aos polos de saúde e educação ocuparem áreas ou qua-
redores de comércio e serviços em ZER, bem como as atividades ne- dras no seu entorno com o objetivo de regularizar, reformar e cons-
les permitidas, adequando-os às diretrizes de equilíbrio entre usos truir unidades complementares às instaladas nesses polos;
residenciais e não residenciais; XLV - nos perímetros das zonas exclusivamente residenciais
XXIX – adotar medidas para redução de velocidade dos veículos ZER-1, ZER-2 e ZER-3 não incidirão índices e parâmetros urbanísti-
automotores, visando garantir a segurança de pedestres e ciclistas, cos menos restritivos do que aqueles atualmente aplicados;(Reda-
tais como “traffic calming”; ção dada pela Lei nº 17.975/2023)
XXX – estudar a possibilidade da instalação e do funcionamen- XLVI – criar condições especiais para a construção de edifícios-
to de instituições de longa permanência para idosos em áreas deli- -garagem em áreas estratégicas como as extremidades dos eixos
mitadas e restritas em ZER, mantidas as características urbanísticas de mobilidade urbana, junto às estações de metrô, monotrilho e
e paisagísticas dessa zona; terminais de integração e de transferência entre modais;
XXXI – criar formas efetivas para preservação e proteção das XLVII – (VETADO)
áreas verdes significativas; XLVIII – nos bairros tombados pela legislação de bens culturais,
XXXII – criar formas de incentivo ao uso de sistemas de coge- serão observadas as restrições das resoluções dos órgãos munici-
ração de energia e equipamentos e instalações que compartilhem pal, estadual e federal de preservação do patrimônio cultural.
energia elétrica, eólica, solar e gás natural, principalmente nos em- XLIX - criar incentivos urbanísticos para edificações que adotem
preendimentos de grande porte; medidas de sustentabilidade, como cogeração de energias renová-
XXXIII - garantir, na aprovação de projetos de parcelamento e veis, pré-tratamento de esgoto, reúso de água, utilização de mate-
edificação, o uso seguro das áreas com potencial de contaminação e riais sustentáveis, entre outros, e melhorias climáticas que contri-
contaminadas, inclusive águas subterrâneas, de acordo com a legis- buam para redução de ilhas de calor e poluição, como arborização
lação pertinente, devendo a remediação ocorrer até a concessão do horizontal e vertical, entre outros.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
Certificado de Conclusão;(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023) § 1º (VETADO)
XXXIV – criar incentivos urbanísticos para os proprietários que § 2º Os Planos de Bairro, quando existentes, deverão ser consi-
doarem ao Município áreas necessárias à ampliação do sistema viá- derados na revisão da legislação de Parcelamento, Uso e Ocupação
rio e do sistema de áreas verdes, proporcionarem usos mistos no do Solo – LPUOS, Lei nº 13.885, de 25 de agosto de 2004.
mesmo lote, produzirem unidades de Habitação de Interesse Social; Art. 28. A legislação de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo
XXXV – (VETADO); – LPUOS, segundo os objetivos e diretrizes estabelecidos nesta lei,
XXXVI – identificar áreas ZEPAG localizadas nas extremidades deverá estabelecer normas relativas a:
periféricas e próximas às áreas urbanas, incorporando-as às ZEIS I – condições físicas, ambientais e paisagísticas para as zonas e
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

zonas especiais e suas relações com os sistemas de infraestrutura, § 2º As categorias de uso não residencial serão classificadas
obedecendo às diretrizes estabelecidas para cada macroárea; segundo níveis de incomodidade e compatibilidade com o uso resi-
II – condições de acesso a serviços, equipamentos e infraestru- dencial, com a vizinhança e adequação ao meio ambiente em:
tura urbana disponíveis e planejados; I – não incômodas, que não causam impacto nocivo ao meio
III – parcelamento, usos e volumetria compatíveis com os ob- ambiente e à vida urbana;
jetivos da política de desenvolvimento urbano estabelecidos nesta II – incômodas compatíveis com o uso residencial;
lei; III – incômodas incompatíveis com o uso residencial;
IV – condições de conforto ambiental; IV – compatíveis com o desenvolvimento sustentável.
V – (VETADO) § 3º Os usos e atividades serão classificados de acordo com os
VI – acessibilidade nas edificações e no espaço público. incisos do § 2º em razão do impacto que causam, especialmente:
Parágrafo único. (VETADO) I – impacto urbanístico em relação à sobrecarga da infraestru-
Art. 29. A legislação de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo tura instalada e planejada para os serviços públicos ou alteração
– LPUOS deverá apresentar estratégia para controle de: negativa da paisagem urbana;
I – parcelamento do solo, englobando dimensões mínimas e II – poluição atmosférica sonora (não particulada), em relação
máximas de lotes e quadras; ao conjunto de fenômenos vibratórios que se propagam num meio
II – remembramento de lotes, englobando dimensões máxi- físico elástico (ar, água ou sólido), gerando impacto sonoro indese-
mas do lote resultante e previsão das condições para destinação de jável pelo uso de máquinas, utensílios ruidosos, aparelhos sonoros
áreas públicas; ou similares, meios de transporte aéreo, hídrico ou terrestre moto-
III – densidades construtivas e demográficas; rizado e concentração de pessoas ou animais em recinto fechado
IV – volumetria da edificação no lote e na quadra; ou ambiente externo, que cause ou possa causar prejuízo à saúde,
V – relação entre espaços públicos e privados; ao bem-estar e/ou às atividades dos seres humanos, da fauna e da
VI – movimento de terra e uso do subsolo sujeito a aprovação flora;
do Plano de Intervenção pelo órgão público competente, quando III – poluição atmosférica particulada relativa ao uso de com-
se tratar de terra contaminada ou com suspeita de contaminação; bustíveis nos processos de produção ou lançamento de material
VII – circulação viária, polos geradores de tráfego e estaciona- particulado inerte e gases contaminantes prejudiciais ao meio am-
mentos; biente e à saúde humana na atmosfera acima do admissível;
VIII – insolação, aeração, permeabilidade do solo e índice míni- IV – poluição hídrica relativa à geração de efluentes líquidos in-
mo de cobertura vegetal; compatíveis ao lançamento na rede hidrográfica ou sistema coletor
IX – usos e atividades; de esgotos ou poluição do lençol freático;
X – funcionamento das atividades incômodas; V – poluição por resíduos sólidos relativa à produção, manipu-
XI – áreas não edificáveis; lação ou estocagem de resíduos sólidos, com riscos potenciais ao
XII – fragilidade ambiental e da aptidão física à urbanização, meio ambiente e à saúde pública;
especialmente as áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos, VI – vibração por meio do uso de máquinas ou equipamentos
inundações ou processos geológicos e hidrológicos correlatos indi- que produzam choque ou vibração sensível além dos limites da pro-
cados no Mapeamento de Áreas de Risco e na Carta Geotécnica do priedade;
Município de São Paulo; VII – periculosidade em relação às atividades que apresentam
XIII – bens e áreas de valor histórico, cultural, paisagístico e re- risco ao meio ambiente e à saúde humana, em função da radiação
ligioso; emitida, da comercialização, uso ou estocagem de materiais perigo-
XIV – áreas de preservação permanente; sos compreendendo explosivos, gás natural e liquefeito de petróleo
XV – espaços para instalação de galerias para uso compartilha- (GLP), combustíveis infláveis e tóxicos, conforme normas que regu-
do de serviços públicos, inclusive centrais de produção de utilidades lem o assunto;
energéticas localizadas; VIII – geração de tráfego pela operação ou atração de veículos
XVI – poluição atmosférica e qualidade do ar; pesados, tais como caminhões, ônibus ou geração de tráfego inten-
XVII – poluição atmosférica sonora; so, em razão do porte do estabelecimento, da concentração de pes-
XVIII – interferências negativas na paisagem urbana. soas e do número de vagas de estacionamento criadas.
§ 4º A LPUOS poderá criar novas subcategorias de uso e re-
SEÇÃO II ver relação entre usos permitidos, zonas de uso e categorias de via,
DA CLASSIFICAÇÃO DOS USOS E ATIVIDADES adequando essa disciplina às diretrizes expressas neste PDE, espe-
cialmente as relacionadas nos incisos do art. 27 desta lei.
Art. 30. A legislação de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo
deverá classificar o uso do solo em: SEÇÃO III
I – residencial, que envolve a moradia de um indivíduo ou gru- DO ZONEAMENTO
po de indivíduos;
II – não residencial, que envolve: Art. 31. A divisão do território municipal em zonas deve obser-
a) atividades comerciais; var os objetivos e as diretrizes definidos nesta lei para as macrozo-
b) de serviços; nas, macroáreas, rede de estruturação da transformação urbana e
c) industriais; e rede hídrica ambiental.
d) institucionais. Art. 32. O zoneamento do Município deverá incluir, dentre ou-
§ 1º As categorias de uso não residencial poderão ser subdivi- tras, as seguintes zonas:
didas em subcategorias com regulação própria. I – Zona Exclusivamente Residencial – ZER;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

II – Zonas Predominantemente Residenciais – ZPR; ou de subcentros regionais ou de bairros, caracterizadas pela coe-
III – Zonas Mistas – ZM; xistência entre os usos não residenciais e a habitação, porém com
IV – Zonas de Centralidades – ZC; predominância de usos não residenciais, podendo ser subdivididas
V – Zona de Desenvolvimento Econômico – ZDE; em zonas de centralidades de baixa, média e alta densidade.
VI – Zona Predominantemente Industrial – ZPI; Art. 37. As Zonas de Desenvolvimento Econômico – ZDE são
VII – Zona de Ocupação Especial – ZOE; porções do território com predominância de uso industrial, des-
VIII – Zona de Preservação e Desenvolvimento Sustentável – tinadas à manutenção, incentivo e modernização desses usos, às
ZPDS; atividades produtivas de alta intensidade em conhecimento e tec-
IX – Zonas Especiais de Interesse Social – ZEIS; nologia e aos centros de pesquisa aplicada e desenvolvimento tec-
X – Zonas Especiais de Preservação Cultural – ZEPEC; nológico, entre outras atividades econômicas onde não deverão ser
XI – Zonas Especiais de Preservação Ambiental – ZEPAM; permitidos os empreendimentos imobiliários para uso residencial.
XII – Zona Especial de Preservação – ZEP; Art. 38. As Zonas Predominantemente Industriais – ZPI são por-
XIII – Zona de Transição – ZT. ções do território destinadas à implantação de usos diversificados
§ 1º As zonas especiais são porções do território com diferen- onde a preferência é dada aos usos industriais incômodos e às ativi-
tes características ou com destinação específica que requerem nor- dades não residenciais incômodas, restringindo empreendimentos
mas próprias de uso e ocupação do solo, podendo estar situadas de uso residencial.
em qualquer macrozona do Município. Parágrafo único. A produção de Habitação de Interesse Social –
§ 2º (VETADO) HIS 1 poderá ser admitida ouvida a CAEHIS.
§ 3º (VETADO) Art. 39. As Zonas de Ocupação Especial – ZOE são porções do
§ 4º (VETADO) território destinadas a abrigar predominantemente atividades que,
Art. 33. As Zonas Exclusivamente Residenciais – ZER são por- por suas características únicas, como aeroportos, centros de con-
ções do território destinadas exclusivamente ao uso residencial de venção, grandes áreas de lazer, recreação e esportes, necessitem
habitações unifamiliares e multifamiliares, tipologias diferenciadas, disciplina especial de uso e ocupação do solo.
níveis de ruído compatíveis com o uso exclusivamente residencial e Art. 40. As Zonas de Transição – ZT são porções do território
com vias de tráfego leve e local, podendo ser classificadas em: que têm como função a transição de densidade e volumetria e uso
I – ZER-1, de baixa densidade construtiva e demográfica; entre zonas com densidades demográficas e construtivas distintas.
II – ZER-2, de média densidade construtiva e demográfica; e Art. 41. As Zonas de Preservação e Desenvolvimento Sustentá-
III – ZER-3, de alta densidade construtiva e demográfica. vel – ZPDS são porções do território destinadas à conservação da
§ 1º Nas ZER-1, o gabarito de altura máximo da edificação é paisagem e à implantação de atividades econômicas compatíveis
igual a 10 (dez) metros e ficam estabelecidos os seguintes coeficien- com a manutenção e recuperação dos serviços ambientais por elas
tes de aproveitamento: prestados, em especial os relacionados às cadeias produtivas da
I – mínimo igual a 0,05 (cinco centésimos); agricultura e do turismo, de densidades demográfica e construtiva
II – básico igual a 1,0 (um); baixas.
III – máximo igual a 1,0 (um). Parágrafo único. A revisão da LPUOS poderá incorporar aos pe-
§ 2º A vegetação das Zonas Exclusivamente Residenciais, quan- rímetros das ZPDS as atuais Zonas de Lazer e Turismo – ZLT e Zonas
do for considerada significativa pelo órgão ambiental, passará a in- Especiais de Produção Agrícola e Extração Mineral – ZEPAG, quando
tegrar o sistema de áreas verdes do Município. as características dessas áreas e as diretrizes para sua ocupação fo-
§ 3º A Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo e os Planos rem correspondentes às das ZPDS.
Regionais regulamentarão as interfaces das Zonas Exclusivamente Art. 42. A tipologia de zonas, descrita nos arts. 32 a 40 desta
Residenciais através de dispositivos que garantam a adequada tran- lei, ressalvada a ZER-1, poderá ser ampliada na revisão da LPUOS
sição de intensidade de usos, volumetrias, gabaritos e outros parâ- com a criação de novos tipos e com a divisão das zonas citadas em
metros com as demais zonas. subtipos considerando características físico-ambientais, densidades
§ 4º Os corredores de comércio e serviços em ZER deverão demográfica e construtiva existentes e planejadas, tipologia de edi-
manter as características paisagísticas da zona. ficações e diversidade de atividades permitidas, segundo os objeti-
§ 5º (VETADO) vos e as diretrizes de desenvolvimento urbano definidos neste PDE.
Art. 34. As Zonas Predominantemente Residenciais – ZPR são Art. 43. A revisão da legislação de Parcelamento, Uso e Ocupa-
porções do território destinadas majoritariamente ao uso residen- ção do Solo poderá prever incentivos urbanísticos para os proprie-
cial de habitações unifamiliares, multifamiliares e aos serviços de tários que doarem ao Município áreas necessárias à ampliação do
moradia, tais como casas de repouso e asilos, bem como atividades sistema viário e do sistema de áreas verdes, proporcionarem usos
não residenciais compatíveis com o uso residencial, com densida- mistos no mesmo lote, produzirem unidades de Habitação de In-
des demográficas e construtivas baixas e médias. teresse Social, destinarem a faixa resultante do recuo frontal para
Art. 35. As Zonas Mistas – ZM são porções do território destina- fruição pública, dentre outras medidas estabelecidas em lei.
das à implantação de usos residenciais e não residenciais, inclusive
no mesmo lote ou edificação, segundo critérios gerais de compati-
bilidade de incomodidade e qualidade ambiental, que têm como
referência o uso residencial podendo ser subdivididas em zonas
mistas de baixa, média e alta densidades.
Parágrafo único. (VETADO)
Art. 36. As Zonas de Centralidades – ZC são porções do territó-
rio destinadas à localização de atividades típicas de áreas centrais
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

SEÇÃO IV e de interesse social.


DA ZONA ESPECIAL DE INTERESSE SOCIAL (ZEIS) § 1º Deverá ser evitada a demarcação de novas ZEIS nas áreas
que apresentem risco à saúde ou à vida, salvo quando saneados, e
SUBSEÇÃO I em terrenos onde as condições físicas e ambientais não recomen-
DOS CONCEITOS E CLASSIFICAÇÃO DA ZEIS dem a construção.
§ 2º Não será admitida a demarcação de ZEIS 2, 3, 4 e 5 em
Art. 44. As Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS), demarca- áreas totalmente ocupadas por vegetação remanescente de Mata
das nos Mapas 4 e 4A, são porções do território destinadas, predo- Atlântica ou inseridas totalmente em Áreas de Preservação Perma-
minantemente, à moradia digna para a população da baixa renda nente (APP).
por intermédio de melhorias urbanísticas, recuperação ambiental Art. 46. Habitação de Interesse Social – HIS e Habitação de Mer-
e regularização fundiária de assentamentos precários e irregulares, cado Popular – HMP são as tipologias habitacionais destinadas ao
bem como à provisão de novas Habitações de Interesse Social – HIS atendimento de famílias de baixa renda, em empreendimentos que
e Habitações de Mercado Popular – HMP a serem dotadas de equi- se utilizem do regime jurídico previsto nesta Lei para esta moda-
pamentos sociais, infraestruturas, áreas verdes e comércios e servi- lidade de provisão habitacional, de promoção pública ou privada.
ços locais, situadas na zona urbana. (Redação dada pela Lei nº 17.975/2023)
§ 1º Para efeito da disciplina de parcelamento, uso e ocupação § 1º São promotores de HIS e HMP aqueles que aderirem ao
do solo, as disposições relativas às ZEIS prevalecem sobre aquelas regramento específico regulado por esta Lei.(Redação dada pela Lei
referentes a qualquer outra zona de uso incidente sobre o lote ou nº 17.975/2023)
gleba. § 2º Para fins de caracterização das tipologias de Habitação de
§ 2º Nas ZEIS, o agente promotor público e privado deve com- Interesse Social – HIS 1, Habitação de Interesse Social – HIS 2 e Ha-
provar o atendimento aos percentuais mínimos de área construída bitação de Mercado Popular – HMP serão observadas as seguintes
por faixas de renda, referente à HIS 1, em ZEIS 1, ZEIS 2, ZEIS 3 e ZEIS faixas:(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023)
4, e de HIS em ZEIS 5 estabelecidos no Quadro 4 da presente lei. I - HIS 1: até 3 (três) salários mínimos de renda familiar mensal
§ 3º Novas ZEIS podem ser demarcadas na revisão da legislação ou até 0,5 (meio) salário mínimo per capita mensal;(Redação dada
de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo. pela Lei nº 17.975/2023)
Art. 45. As ZEIS classificam-se em 5 (cinco) categorias, definidas II - HIS 2: até 6 (seis) salários mínimos de renda familiar mensal
nos seguintes termos: ou até 1 (um) salário mínimo per capita mensal;(Redação dada pela
I – ZEIS 1 são áreas caracterizadas pela presença de favelas, Lei nº 17.975/2023)
loteamentos irregulares e empreendimentos habitacionais de in- III - HMP: até 10 (dez) salários mínimos de renda familiar men-
teresse social, e assentamentos habitacionais populares, habita- sal ou até 1,5 (um e meio) salário mínimo per capita mensal.(Reda-
dos predominantemente por população de baixa renda, onde haja ção dada pela Lei nº 17.975/2023)
interesse público em manter a população moradora e promover a Art. 47. A produção privada de unidades de HIS 1, HIS 2 e HMP
regularização fundiária e urbanística, recuperação ambiental e pro- utilizando os benefícios urbanísticos e fiscais previstos nesta Lei ca-
dução de Habitação de Interesse Social; racterizará adesão a regime jurídico próprio, qualificado, concomi-
II – ZEIS 2 são áreas caracterizadas por glebas ou lotes não tantemente:(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023)
edificados ou subutilizados, adequados à urbanização e onde haja I - pela fruição dos benefícios fiscais e urbanísticos pertinentes
interesse público ou privado em produzir Empreendimentos de Ha- à implantação das tipologias de HIS 1, HIS 2 e HMP;(Incluído pela
bitação de Interesse Social; Lei nº 17.975/2023)
III – ZEIS 3 são áreas com ocorrência de imóveis ociosos, subu- II - pela necessidade de atendimento, de forma permanente,
tilizados, não utilizados, encortiçados ou deteriorados localizados da faixa de renda destinatária das unidades habitacionais produzi-
em regiões dotadas de serviços, equipamentos e infraestruturas das em cada uma das tipologias apontadas no inciso I.(Incluído pela
urbanas, boa oferta de empregos, onde haja interesse público ou Lei nº 17.975/2023)
privado em promover Empreendimentos de Habitação de Interesse § 1º Para fins de proporcionar o atendimento, de forma perma-
Social; nente, da destinação das unidades habitacionais produzidas no re-
IV – ZEIS 4 são áreas caracterizadas por glebas ou lotes não gime jurídico tratado neste artigo, os imóveis produzidos utilizando
edificados e adequados à urbanização e edificação situadas na Área os benefícios trazidos nesta Lei sujeitam-se às seguintes regras:(In-
de Proteção aos Mananciais das bacias hidrográficas dos reservató- cluído pela Lei nº 17.975/2023)
rios de Guarapiranga e Billings, exclusivamente nas Macroáreas de I - deverá ser realizada a averbação, na matrícula de cada uni-
Redução da Vulnerabilidade e Recuperação Ambiental e de Contro- dade habitacional das tipologias de HIS 1, HIS 2 e HMP produzidas
le e Recuperação Urbana e Ambiental, destinadas à promoção de mediante adesão ao regime jurídico exposto neste artigo, de que
Habitação de Interesse Social para o atendimento de famílias resi- tais receberam os benefícios previstos nesta Lei e que deverão ser
dentes em assentamentos localizados na referida Área de Proteção destinadas a famílias com o perfil de renda declarado no licencia-
aos Mananciais, preferencialmente em função de reassentamento mento do empreendimento;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
resultante de plano de urbanização ou da desocupação de áreas de II - a destinação destas unidades dependerá de emissão de
risco e de preservação permanente, com atendimento à legislação certidão atestando o enquadramento das famílias na respectiva fai-
estadual; xa de renda estabelecida no art. 46 desta Lei.(Incluído pela Lei nº
V – ZEIS 5 são lotes ou conjunto de lotes, preferencialmente va- 17.975/2023)
zios ou subutilizados, situados em áreas dotadas de serviços, equi- § 2º A inobservância ao exposto nesta Lei acarretará:(Incluído
pamentos e infraestruturas urbanas, onde haja interesse privado pela Lei nº 17.975/2023)
em produzir empreendimentos habitacionais de mercado popular a) ao promotor do empreendimento, o dever de pagamento
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

integral do potencial construtivo adicional utilizado, impostos, cus- SUBSEÇÃO II


tas e demais encargos referentes à sua implantação, além de multa DAS REGRAS APLICÁVEIS ÀS ZEIS
equivalente ao dobro deste valor financeiro apurado, devidamente
corrigido;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) Art. 48. Nas ZEIS 1 e 3, quando habitadas por população de bai-
b) a terceiros adquirentes, cobrança dos valores indicados no xa renda, deverão ser constituídos Conselhos Gestores compostos
item anterior, calculados de forma proporcional à fração ideal do por representantes dos moradores, do Executivo e da sociedade ci-
imóvel adquirido, estando autorizado o Poder Público a adotar as vil organizada, para participar da formulação e implementação das
medidas processuais análogas às previstas nos incisos I e II do art. intervenções a serem realizadas em suas áreas.
107 desta Lei.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) § 1º Moradores de áreas já ocupadas, poderão solicitar ao Exe-
§ 3º Fica o Poder Público:(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) cutivo a criação de Conselhos Gestores, desde que tenha a anuên-
I - autorizado a celebrar com o Serviço Registrário Imobiliário cia expressa de ao menos 20% (vinte por cento) dos moradores da
acordo para fins de receber notificações sobre a comercialização área da respectiva ZEIS.
de imóveis caracterizados como HIS 1, HIS 2 e HMP produzidos § 2º (VETADO)
mediante adesão ao regime jurídico previsto neste artigo;(Incluído § 3º (VETADO)
pela Lei nº 17.975/2023) § 4º A instalação do Conselho Gestor deverá preceder a elabo-
II - (VETADO)(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) ração do Plano de Ação Integrada, que por ele deverá ser aprovado.
§ 4º O Poder Público editará, em até 30 (trinta) dias da aprova- (Redação dada pela Lei nº 17.975/2023)
ção desta Lei, decreto regulamentando as formas de fiscalização so- § 5º O Executivo deverá regulamentar, por decreto, o funcio-
bre o efetivo atendimento da provisão habitacional para as faixas de namento dos conselhos gestores de ZEIS contendo, no mínimo, as
renda destinatárias das unidades de HIS 1, HIS 2 e HMP produzidas situações em que haverá a obrigatoriedade de instituição do conse-
nos termos deste artigo, bem como sobre o procedimento de apli- lho e as regras e os procedimentos para sua composição e funciona-
cação das sanções nele previstas.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) mento.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
§ 5º A comprovação de atendimento à faixa de renda familiar Art. 49. (VETADO)
que trata o inciso II do caput deste artigo deverá ser atendida no Art. 50. Os Planos de Ação Integrada em ZEIS 1 ou ZEIS 3 ocu-
momento da assinatura do compromisso de compra e venda ou no padas por população de baixa renda deverão ser formulados pre-
contrato de compra e venda.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) ferencialmente pelo Executivo, com a participação direta de seus
§ 6º Os empreendedores que produzirem unidades de HIS 1 respectivos moradores e conselhos gestores.(Redação dada pela Lei
mediante a adesão ao regime jurídico previsto neste artigo deverão nº 17.975/2023)
destiná-las prioritariamente à demanda indicada pelo Poder Públi- § 1º Os moradores, suas entidades representativas e os mem-
co.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) bros do respectivo Conselho Gestor da ZEIS 1 e das ZEIS 3 pode-
§ 7º Para atendimento ao previsto no parágrafo anterior, o Po- rão tomar a iniciativa de elaborar planos de urbanização que serão
der Executivo regulamentará o atendimento previsto no parágrafo, submetidos à Prefeitura para aprovação.(Redação dada pela Lei nº
no prazo de 90 (noventa) dias.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) 17.975/2023)
I - (VETADO)(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) § 2º No caso de iniciativa definida no parágrafo anterior, assim
II - (VETADO)(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) como para a realização de regularização fundiária, a Prefeitura po-
§ 8º A obrigação prevista no inciso II do caput ficará limitada ao derá disponibilizar assistência técnica, jurídica e social à população
prazo de 10 (dez) anos, contados da alienação da unidade para as moradora das ZEIS.
famílias enquadradas nas respectivas faixas de renda.(Incluído pela § 3º Após deliberação do Conselho Gestor da ZEIS e a aprova-
Lei nº 17.975/2023) ção da Comissão de Avaliação de Empreendimentos de Habitação
§ 9º Os benefícios pertinentes ao regime jurídico previsto neste de Interesse Social – CAEHIS, os parâmetros urbanísticos das ZEIS
artigo poderão ser também utilizados por empreendimentos desti- definidos no projeto de urbanização serão formalizados por decre-
nados, total ou parcialmente, para locação das unidades habitacio- to, devendo as normas edilícias para os EZEIS e EHIS destinados ao
nais de HIS 1, HIS 2 e HMP, observadas as seguintes regras:(Incluído reassentamento das famílias de baixa renda e as condições de esta-
pela Lei nº 17.975/2023) bilidade, segurança e salubridade das edificações e equipamentos.
I - as unidades destinadas para esta finalidade deverão indicar (Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
tal condição mediante averbação na matrícula, em adição à aver- § 4º Para atender ao disposto no art. 292 desta Lei, o Plano de
bação prevista no inciso I do § 1º deste artigo;(Incluído pela Lei nº Ação Integrada em ZEIS 1 ou ZEIS 3 poderá abranger zonas distintas
17.975/2023) de ZEIS desde que:(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
II - (VETADO)(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) a) as zonas distintas de ZEIS sejam ocupadas por assenta-
III - a celebração do contrato de locação subordina-se à obten- mentos precários localizados no mesmo contexto urbano das ZEIS
ção da certidão prevista no § 1º, inciso II deste artigo, devendo os objeto do Plano de Ação Integrada, incluindo aspectos físico-am-
locatários oferecer a documentação exigida em decreto para manu- bientais, urbanísticos, fundiários, socioeconômicos e demográficos,
tenção no banco de dados previsto no § 3º, inciso II.(Incluído pela entre outros;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
Lei nº 17.975/2023) b) o Plano de Ação Integrada preveja ação pública para atendi-
§ 10. (VETADO)(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) mento de famílias de baixa renda moradoras destas zonas distintas
§ 11. As previsões contidas no inciso II do caput e no § 6º deste de ZEIS;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
artigo não se aplicam quando as unidades forem comercializadas c) os parâmetros definidos no projeto de urbanização observem
por meio de programas habitacionais desenvolvidos pelo Governo o disposto no art. 60 desta Lei.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
Federal, Estadual ou Municipal.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) § 5º O Plano de Ação Integrada, especialmente quando abran-
ger áreas não demarcadas como ZEIS 1 ou ZEIS 3, deverá considerar
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

o Sistema de Planejamento Urbano, prevendo a participação do ór- nido para o plano de intervenção;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
gão municipal de planejamento urbano e garantindo a integração j) dimensionamento do cronograma físico e financeiro das inter-
das propostas previstas com o planejamento setorial.(Incluído pela venções propostas e sua vinculação ao planejamento orçamentário
Lei nº 17.975/2023) municipal e Programa de Metas;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
Art. 51. Os planos de Ação Integrada em ZEIS 1 ou ZEIS 3 devem k) plano de trabalho técnico social.(Incluído pela Lei nº
ser realizados e aprovados pelo Conselho Gestor das ZEIS em duas 17.975/2023)
etapas, sendo elas:(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023) § 1º Em ZEIS 1 e ZEIS 3, a regularização do parcelamento do
I - Plano Urbanístico ou de Massas, conforme critérios defini- solo, bem como das edificações e usos pré-existentes, deverá ob-
dos pelo órgão municipal de habitação, devendo conter, no míni- servar as diretrizes, índices e parâmetros urbanísticos estabelecidos
mo:(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023) pelo plano de urbanização aprovado pelo respectivo Conselho Ges-
a) análise sobre o contexto da área, incluindo aspectos físico- tor e pela CAEHIS.(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023)
-ambientais, urbanísticos, fundiários, socioeconômicos e demográ- § 2º Os Planos de Ação Integrada em ZEIS 1 ou ZEIS 3 serão
ficos, entre outros;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) realizados considerando as características da intervenção.(Redação
b) plano de trabalho social;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) dada pela Lei nº 17.975/2023)
c) formas de participação dos beneficiários na implementação § 3º Deverá ser elaborado Plano de Reassentamento para as
da intervenção;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) famílias que serão removidas, a ser aprovado pelo Conselho Gestor
d) diretrizes gerais da intervenção;(Incluído pela Lei nº da ZEIS previamente à remoção, ressalvados casos de caráter emer-
17.975/2023) gencial.(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023)
e) diretrizes para a implantação de infraestrutura que for ne- § 4º Nas ZEIS 3, em caso de demolição ou reforma de edificação
cessária e mitigação ou eliminação de áreas de risco quando exis- usada como cortiço ou ocupação irregular, as moradias produzidas
tente;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) no terreno deverão ser destinadas prioritariamente à população
f) dimensionamento preliminar físico e financeiro das interven- moradora no antigo imóvel.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
ções propostas;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) § 5º Nas ZEIS 3, no caso de reforma de edificação existente para
g) soluções para a regularização fundiária da área objeto de in- a produção de EHIS, serão admitidas, a critério da Comissão de Ava-
tervenção, de forma a garantir a segurança de posse dos imóveis liação de Empreendimentos de HIS – CAEHIS, variações de parâme-
para os moradores;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) tros e normas edilícias, sem prejuízo das condições de estabilidade,
h) soluções e instrumentos aplicáveis para viabilizar a regulari- segurança e salubridade das edificações e equipamentos.(Incluído
zação dos usos não residenciais já instalados, em especial aqueles pela Lei nº 17.975/2023)
destinados à geração de emprego e renda e à realização de ativida- § 6º Nas ZEIS 1 situadas em Áreas de Proteção e Recuperação
des religiosas e associativas de caráter social;(Incluído pela Lei nº dos Mananciais, aplicam-se as disposições das leis estaduais espe-
17.975/2023) cíficas.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
II - Projeto Urbanístico, que deverá conter, no mínimo:(Reda- Art. 52. (Revogado pela Lei nº 17.975/2023)
ção dada pela Lei nº 17.975/2023) Art. 53. Nas ZEIS 2 e 4 ficam estabelecidas as seguintes disposi-
a) cadastramento dos moradores da área, a ser realizado pela ções complementares:
Secretaria Municipal de Habitação, consultado o Conselho Gestor I – averbação prévia de área verde, podendo esta ser doada
da respectiva ZEIS;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) para a criação de parque municipal ou praça pública;
b) projeto de urbanismo contendo as soluções urbanas que II – preservação, ou recuperação quando for o caso, das áreas
permitirão a integração da área ao tecido da cidade, além de áreas de preservação permanente;
verdes, equipamentos sociais e usos complementares ao habitacio- III – atendimento integral por rede pública de água e esgotos,
nal;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) bem como coleta, preferencialmente seletiva, regular e transporte
c) projeto de parcelamento das quadras, com parcelamento dos resíduos sólidos;
dos lotes apenas para os lotes criados para a implantação de con- IV – sistema de drenagem e manejo das águas pluviais;
juntos habitacionais;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) V – atendimento às condicionantes dos planos de manejo
d) projetos de engenharia contemplando o atendimento inte- quando se tratar de área inserida em unidade de conservação, in-
gral por rede pública de água e esgotos, bem como coleta, preferen- clusive zona de amortecimento.
cialmente seletiva, regular e transporte dos resíduos sólidos;(Incluí- Art. 54. Nas ZEIS 4, além do disposto no artigo anterior ficam
do pela Lei nº 17.975/2023) estabelecidas as seguintes disposições complementares:
e) projetos de engenharia contemplando pavimentação, siste- I – atendimento às diretrizes e parâmetros da legislação esta-
ma de drenagem e manejo das águas pluviais;(Incluído pela Lei nº dual de proteção aos mananciais;
17.975/2023) II – atendimento por sistema completo de abastecimento de
f) projetos de engenharia contemplando a consolidação geo- água, coleta, tratamento e disposição final ou exportação de esgo-
técnica visando mitigação ou eliminação das áreas de risco;(Incluí- tos e sistema de coleta regular de resíduos sólidos, incluindo pro-
do pela Lei nº 17.975/2023) gramas de redução, reciclagem e reúso desses resíduos, observadas
g) projeto de paisagismo para as vias públicas e áreas ver- as disposições específicas de cada subárea de ocupação dirigida,
des;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) estabelecidas pelas leis estaduais de proteção e recuperação dos
h) projetos habitacionais para o reassentamento das famí- mananciais.
lias;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
i) diretrizes, índices e parâmetros urbanísticos para o parcela-
mento, uso e ocupação do solo dos lotes criados ou utilizados para
o reassentamento das famílias, da integralidade do perímetro defi-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Parágrafo único. As ZEIS 4 inseridas nas APAs Bororé-Colônia lei para HIS 1, HIS 2 e HMP.
e Capivari-Monos serão destinadas exclusivamente ao reassenta- Art. 56. Em ZEIS, até a revisão da Lei nº 13.885, de 25 de agos-
mento das famílias oriundas de ZEIS 1 situadas no interior da APA, to de 2004, nos imóveis que não se enquadram nas exigências de
garantido o acompanhamento do processo pelo respectivo Conse- destinação de área construída para HIS, aplicam-se conjuntamente
lho Gestor. as disposições:
a) do Quadro 2/j anexo à Parte III da Lei nº 13.885, de 2004,
SUBSEÇÃO III quanto às características de aproveitamento, dimensionamento e
DA DISCIPLINA DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO EM ZEIS ocupação dos lotes;
b) do Quadro 2/i anexo à Parte III da Lei nº 13.885, de 2004,
Art. 55. Em ZEIS, o licenciamento de edificação nova ou de re- quanto às condições de instalação dos usos não residenciais nR per-
forma com mudança de uso deverá atender à destinação de percen- mitidos em ZEIS.
tuais mínimos de área construída total para HIS 1 e HIS 2, conforme Parágrafo único. Até a revisão da Lei nº 13.885, de 2004, apli-
Quadro 4, anexo à presente lei. cam-se para as ZEIS 5 os mesmos parâmetros estabelecidos para a
§ 1º As exigências estabelecidas no “caput” aplicam-se aos ZEIS 3 nos quadros referidos no “caput”.
imóveis dotados de área de terreno superior a 1.000m2 (mil metros Art. 57. Consideram-se Empreendimentos em ZEIS – EZEIS
quadrados) situados em ZEIS 1, 2, 4 e 5, bem como àqueles dotados aqueles que atendem à exigência de destinação obrigatória de área
de área de terreno superior a 500m2 (quinhentos metros quadra- construída para HIS 1 e HIS 2, conforme estabelecido no Quadro 4,
dos) quando situados em ZEIS 3, excetuados os imóveis: anexo à presente lei.
I – públicos destinados a equipamentos sociais de educação, § 1º Nos EZEIS serão consideradas não computáveis as áreas
saúde, assistência social, cultura, esportes e lazer, bem como à in- destinadas a usos não residenciais até o limite de 20% (vinte por
fraestrutura urbana; cento) da área computável destinada a usos residenciais classifica-
II – integrantes do Sistema Municipal de Áreas Protegidas, dos como HIS e HMP.
Áreas Verdes e Espaços Livres; § 2º Os usos não residenciais permitidos em EZEIS são aqueles
III – classificados como ZEPEC-BIR, tombados ou que tenham definidos no Quadro 2/i anexo à Parte III da Lei nº 13.885, de 25
processo de tombamento aberto pelo órgão competente de qual- de agosto de 2004, até a sua revisão, aplicando-se para a ZEIS 5 os
quer ente federativo. mesmos parâmetros da ZEIS 3.
IV - destinados a locais de todo culto;(Incluído pela Lei nº § 3º Todas as categorias de uso do solo integrantes de EZEIS,
17.975/2023) inclusive usos não residenciais, deverão obedecer à disciplina espe-
V - Em reformas com ou sem aumento de área e sem mudan- cífica de parcelamento, uso e ocupação do solo para EHIS e EHMP.
ça de uso para imóveis industriais, comerciais e de serviços regu- § 4º Nos EZEIS situados na Área de Proteção e Recuperação
larmente instalados e em funcionamento.(Incluído pela Lei nº dos Mananciais os parâmetros urbanísticos e as características de
17.975/2023) dimensionamento, ocupação e aproveitamento dos lotes deverão
§ 2º Em ZEIS, no caso de imóveis que se enquadram na exigên- obedecer à legislação estadual, no que couber.
cia de destinação de área construída para HIS 1 e HIS 2 de acordo § 5º Para as ZEIS 2, 3 e 5 localizadas em quadras integralmente
com o “caput” e § 1º deste artigo, o licenciamento de planos e pro- contidas nas áreas de influência dos Eixos de Estruturação da Trans-
jetos de parcelamento do solo, em data posterior à aprovação desta formação Urbana existentes ou ativados, fica permitido o acrésci-
lei, submeterá todos os lotes resultantes à exigência de destinação mo de 50% (cinquenta por cento) do coeficiente de aproveitamen-
de área construída para HIS independentemente das dimensões to máximo previsto especificamente para o licenciamento de EZEIS,
dos lotes resultantes. exceto nos casos de sobreposição com áreas de interesse de pre-
§ 3º Em ZEIS, a reforma sem mudança de uso que envolver a servação cultural ou ambiental.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
demolição ou ampliação de 50% (cinquenta por cento) ou mais do § 6º O disposto no § 5º deste artigo não se aplica às ZEIS locali-
total da área edificada no lote será considerada edificação nova zadas na Macrozona de Proteção e Recuperação Ambiental.(Incluí-
para fins de aplicação das exigências estabelecidas no “caput” des- do pela Lei nº 17.975/2023)
te artigo. § 7º Lei específica definirá as quadras passíveis da aplicação das
§ 4º As exigências estabelecidas no “caput” deste artigo pode- disposições do § 5º deste artigo demarcando inclusive as áreas atin-
rão ser atendidas tendo por referência um conjunto de lotes, contí- gidas por Eixos de Estruturação da Transformação Urbana previstos,
guos ou não, desde que: que só poderão ser beneficiadas quando ativados.(Incluído pela Lei
I – os lotes estejam localizados em ZEIS, na mesma Subprefei- nº 17.975/2023)
tura; Art. 58. Nas ZEIS 1, 2, 3, 4 e 5 a concessão do direito de cons-
II – sejam observados no conjunto de lotes, para cálculo do to- truir acima do coeficiente de aproveitamento básico até o limite
tal de área construída destinada para HIS 1 e HIS 2, as exigências do coeficiente de aproveitamento máximo é gratuita para todas as
estabelecidas no Quadro 4 para cada lote, conforme as categorias categorias de uso integrantes das EZEIS.
de ZEIS nas quais os lotes envolvidos estiverem localizados. § 1º As disposições do “caput” aplicam-se também no caso de
§ 5º A emissão do Certificado de Conclusão da totalidade das ZEIS 1, 2, 3, 4 cujos limites estejam compreendidos dentro dos perí-
HIS exigidas nos termos deste artigo constitui condição para a emis- metros de Operações Urbanas e Operações Urbanas Consorciadas,
são do Certificado de Conclusão das edificações correspondentes observado o coeficiente máximo estabelecido na lei específica de
aos demais usos licenciados. cada OUC.
§ 6º Será regulamentada por decreto a forma de comprovação
do atendimento da demanda habitacional, observados os valores
máximos da renda familiar mensal e per capita estabelecidos nesta
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 2º Em todas as demais zonas de uso, inclusive dentro dos § 5º O disposto nas alíneas “c” e “d” deste artigo se aplicam
perímetros de Operações Urbanas e Operações Urbanas Consorcia- a todos os empreendimentos, exceto os EHIS e EHMP, o disposto
das, aplica-se à produção de HIS, nos tipos HIS 1 e HIS 2, o fator de na alínea “e” se aplica a qualquer empreendimento, a serem exe-
interesse social estabelecido no Quadro 5 anexo à presente lei. cutados dentro das macroáreas citadas e poderão ser cumulativos.
(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
SUBSEÇÃO IV
DA DISCIPLINA DOS EMPREENDIMENTOS EHIS E EHMP SEÇÃO V
DA ZONA ESPECIAL DE PRESERVAÇÃO CULTURAL (ZEPEC)
Art. 59. Os Empreendimentos de Habitação de Interesse So-
cial – EHIS e Empreendimentos de Habitação de Mercado Popular Art. 61. As Zonas Especiais de Preservação Cultural (ZEPEC) são
– EHMP são permitidos em todo o território do Município, com ex- porções do território destinadas à preservação, valorização e salva-
ceção das Macroáreas de Preservação dos Ecossistemas Naturais e guarda dos bens de valor histórico, artístico, arquitetônico, arqueo-
de Contenção Urbana e Uso Sustentável e das ZER-1. lógico e paisagístico, doravante definidos como patrimônio cultural,
Art. 60. Nas zonas em que são permitidos empreendimentos podendo se configurar como elementos construídos, edificações e
habitacionais EZEIS, EHIS, EHMP, HIS e HMP deverá ser observado: suas respectivas áreas ou lotes; conjuntos arquitetônicos, sítios ur-
I – o coeficiente de aproveitamento máximo: banos ou rurais; sítios arqueológicos, áreas indígenas, espaços pú-
a) em ZEIS, conforme definido no Quadro 3 anexo à presente blicos; templos religiosos, elementos paisagísticos; conjuntos urba-
lei; nos, espaços e estruturas que dão suporte ao patrimônio imaterial
b) nas demais zonas de uso, conforme os máximos definidos e/ou a usos de valor socialmente atribuído.
nos Quadros 2 e 2A desta lei ou nas leis de operação urbana con- Parágrafo único. Os imóveis ou áreas tombadas ou protegidas
sorciada; por legislação Municipal, Estadual ou Federal enquadram-se como
c) nos lotes localizados nas MEM, MUC e MQU poderão ter ZEPEC.
acréscimo de até 50% (cinquenta por cento) ao C.A. max permitido Art. 62. A ZEPEC tem como objetivos:
conforme Quadros 2 e 2A desde que o acréscimo seja destinado I – promover e incentivar a preservação, conservação, restauro
exclusivamente ao uso HIS;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) e valorização do patrimônio cultural no âmbito do Município;
d) nos lotes localizados nas MEM, MUC e MQU poderão ter II – preservar a identidade dos bairros e das áreas de interesse
acréscimo de até 25% (vinte e cinco por cento) ao C.A. max permi- histórico, paisagístico e cultural, valorizando as características histó-
tido conforme Quadros 2 e 2A desde que o acréscimo seja destina- ricas, sociais e culturais;
do exclusivamente ao uso HMP e mediante pagamento de outorga III – identificar e preservar imóveis e lugares dotados de identi-
onerosa;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) dade cultural, religiosa e de interesse público, cujos usos, apropria-
e) será considerado não computável, até o limite de 50% (cin- ções e/ou características apresentam um valor que lhe são social-
quenta por cento) da área construída computável máxima permiti- mente atribuídos pela população;
da, a área destinada a HIS 1.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) IV – estimular a fruição e o uso público do patrimônio cultural;
II – o gabarito máximo definido nos Quadros 2 e 2A desta lei V – possibilitar o desenvolvimento ordenado e sustentável das
ou das leis de operação urbana consorciada, excetuadas todas as áreas de interesse histórico e cultural, tendo como premissa a pre-
categorias de ZEIS; servação do patrimônio cultural;
III – as demais normas, índices e parâmetros de parcelamento, VI – propiciar a realização de ações articuladas para melhoria
uso e ocupação do solo estabelecidos em decreto específico para de infraestrutura, turismo, da economia criativa e de desenvolvi-
EZEIS, EHIS, EHMP, HIS e HMP. mento sustentável;
§ 1º No caso de demolição ou reforma de edificação existente, VII – integrar as comunidades locais à cultura da preservação e
para a construção de EHIS, EHMP ou EZEIS é permitida a utilização identidade cultural;
da taxa de ocupação e do coeficiente de aproveitamento do edifício VIII – propiciar espaços e catalisar manifestações culturais e
demolido ou reformado, mesmo que maiores do que os referidos artísticas;
no “caput” deste artigo. IX - proteger as áreas indígenas demarcadas pelo Governo Fe-
§ 2º Nas áreas de proteção de mananciais, definidas por lei deral, promovendo o reconhecimento e preservação do modo de
estadual, o licenciamento de EHIS, EHMP, HIS, HMP e EZEIS deve vida dos povos originários, incentivando a conservação e valoriza-
obedecer à legislação estadual aplicável. ção de seu patrimônio cultural, segundo seus usos e costumes;(Re-
§ 3º Em ZEPEC, ZEPAM e unidades de conservação ambiental, o dação dada pela Lei nº 17.975/2023)
licenciamento de EHIS, EHMP, HIS e HMP deve atender parecer dos X – propiciar a preservação e a pesquisa dos sítios arqueoló-
órgãos técnicos competentes, no que se refere às questões ambien- gicos;
tais e culturais. XI – proteger e documentar o patrimônio imaterial, definido
§ 4º Nos EHIS e nos EHMP serão consideradas não computáveis nos termos do registro do patrimônio imaterial.
as áreas destinadas a usos não residenciais abertos ao público ou XII - proteger as áreas quilombolas demarcadas pelo Governo
de uso institucional, quando localizadas no pavimento ao nível do Federal, promovendo o reconhecimento e preservação dos espaços
passeio público, até o limite de 20% (vinte por cento) da área com- e os lugares históricos e culturais da população negra, que resgatem
putável destinada a usos residenciais classificados como HIS e HMP. e valorizem a sua memória e identidade e suas formas de viver e de
se expressar;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
XIII - proteger e valorizar as áreas de entorno de bens culturais
reconhecendo o ambiente e/ou paisagem na qual estão integrados.
(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 63. As ZEPEC classificam-se em 4 (quatro) categorias de § 4º Fica permitida, nas ZEPEC, a instalação das atividades
acordo com as respectivas resoluções de tombamento ou instru- classificadas como nR3, condicionada à deliberação favorável do
mentos de proteção instituídos por órgãos municipais, estaduais e CONPRESP.
federais: Art. 65. Aplicam-se nas ZEPEC os seguintes instrumentos de po-
I – Bens Imóveis Representativos (BIR) – elementos construí- lítica urbana e patrimonial:
dos, edificações e suas respectivas áreas ou lotes, com valor históri- I – transferência do potencial construtivo nas ZEPEC-BIR e ZE-
co, arquitetônico, paisagístico, artístico, arqueológico e/ou cultural, PEC-APC;
inclusive os que tenham valor referencial para a comunidade; II – outorga onerosa do potencial construtivo adicional;
II – Áreas de Urbanização Especial (AUE) – porções do territó- III – incentivos fiscais de IPTU e ISS nas ZEPEC-BIR e ZEPEC-APC,
rio com características singulares do ponto de vista da morfologia regulamentados por lei específica;
urbana, arquitetônica, paisagística, ou do ponto de vista cultural e IV – isenção de taxas municipais para instalação e funciona-
simbólico, ou conjuntos urbanos dotados de identidade e memória, mento de atividades culturais na ZEPEC-APC;
possuidores de características homogêneas quanto ao traçado viá- V – simplificação dos procedimentos para instalação e funcio-
rio, vegetação e índices urbanísticos, que constituem documentos namento e obtenção das autorizações e alvarás necessários na ZE-
representativos do processo de urbanização de determinada época; PEC-APC.
III – Áreas de Proteção Paisagística (APPa) – sítios e logradouros Art. 66. A aplicação dos instrumentos de política urbana nas
com características ambientais, naturais ou antrópicas, tais como ZEPEC-BIR deve seguir as seguintes disposições:
parques, jardins, praças, monumentos, viadutos, pontes, passarelas § 1º A transferência do direito de construir de imóveis clas-
e formações naturais significativas, áreas indígenas, entre outras; sificados como ZEPEC-BIR se dará de acordo com o disposto nos
IV – Área de Proteção Cultural (APC) – imóveis de produção e arts. 124, 125, 128 e 133 desta Lei.(Redação dada pela Lei nº
fruição cultural, destinados à formação, produção e exibição públi- 17.975/2023)
ca de conteúdos culturais e artísticos, como teatros e cinemas de § 2º A concessão de incentivo fiscal de IPTU para imóvel clas-
rua, circos, centros culturais, residências artísticas e assemelhados, sificado como ZEPEC-BIR, regulamentada por lei específica, estará
assim como espaços com significado afetivo, simbólico e religioso condicionada à sua restauração, conservação, manutenção e não
para a comunidade, cuja proteção é necessária à manutenção da descaracterização, tomando por referência os motivos que justifica-
identidade e memória do Município e de seus habitantes, para a ram o seu tombamento, atestado pelo órgão competente.
dinamização da vida cultural, social, urbana, turística e econômica Art. 67. A edificação ou o espaço enquadrados como ZEPEC-
da cidade. -APC e, preferencialmente, localizados em Território de Interesse da
Parágrafo único. Os bens ou áreas que se enquadram como ZE- Cultura e da Paisagem, previsto no art. 314, poderão ser protegidos
PEC poderão ser classificados em mais de uma das categorias defi- pelos instrumentos previstos no art. 313, ficando a descaracteriza-
nidas no presente artigo. ção do seu uso ou atividade, ou a demolição da edificação onde
Art. 64. As ZEPEC deverão ser identificadas e instituídas por está instalado sujeitos à autorização do órgão competente, que de-
meio dos seguintes instrumentos existentes e os a serem criados: verá propor mecanismos ou instrumentos previstos nesta lei para
I – tombamento; garantir sua proteção.
II – inventário do patrimônio cultural; § 1º A demolição ou ampliação do imóvel enquadrado como
III – registro das Áreas de Proteção Cultural e Territórios de In- ZEPEC-APC onde o uso ou a atividade enquadrada estiverem ins-
teresse da Cultura e da Paisagem; talados, poderá ser autorizada caso a nova edificação a ser cons-
IV – registro do patrimônio imaterial; truída no mesmo local destine área equivalente, que mantenha as
V – chancela da paisagem cultural; atividades e valores que geraram seu enquadramento, atestado por
VI – Levantamento e Cadastro Arqueológico do Município – LE- parecer do órgão competente.
CAM. § 2º Na hipótese referida no § 1º, a área ou espaço destinado
§ 1º A identificação de bens, imóveis, espaços ou áreas a se- às atividades que geraram seu enquadramento como ZEPEC-APC,
rem enquadrados na categoria de ZEPEC deve ser feita pelo órgão a quando situado no nível do passeio público, não será computável.
partir de indicações apresentadas pelo próprio órgão competente, § 3º Em caso de interrupção de atividades devido à demolição,
assim como por munícipes ou entidades representativas da socie- reforma ou ampliação de imóvel enquadrado como ZEPEC-APC, o
dade, a qualquer tempo, ou, preferencialmente, nos Planos Regio- responsável pelas obras poderá prover espaço provisório que aten-
nais das Subprefeituras e nos Planos de Bairro. da às necessidades operacionais para a manutenção das atividades
§ 2º Para os casos de enquadramento em ZEPEC-BIR, AUE, enquanto o novo espaço objeto do § 1º não estiver construído e
APPa, as propostas deverão ser analisadas por órgão competente, apto a ser ocupado.
que poderá, caso julgue a proposta pertinente, abrir processo de § 4º Fica autorizada a transferência do potencial construtivo
enquadramento e emitir parecer a ser submetido à aprovação do dos imóveis enquadrados como ZEPEC-APC, nas mesmas condições
CONPRESP. aplicadas à ZEPEC-BIR, condicionada à manutenção dos atributos
§ 3º As propostas de enquadramento em ZEPEC-APC deverão que geraram o seu enquadramento como ZEPEC-APC, atestado por
ser analisadas por comissão integrada por membros de órgão res- parecer do órgão competente.
ponsável pela preservação do patrimônio e de órgão responsável § 5º Os imóveis e atividades enquadrados como ZEPEC-APC se
pelo desenvolvimento urbano, que deverá emitir parecer e encami- beneficiam de isenção fiscal de IPTU e ISS, regulamentada por lei
nhar o processo à deliberação do órgão competente, a ser definido específica, condicionada à manutenção dos atributos que geraram
pelo Executivo. o seu enquadramento, atestado por parecer do órgão competente.
Art. 68. Os proprietários de imóveis classificados como ZEPEC,
que sofreram abandono ou alterações nas características que moti-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

varam a proteção, deverão firmar Termo de Ajustamento de Condu- § 2º A inclusão ou exclusão de áreas na categoria de ZEPAM de-
ta Cultural – TACC visando à recomposição dos danos causados ou verão ser acompanhadas de parecer consubstanciado emitido pelo
outras compensações culturais. órgão ambiental municipal.

SEÇÃO VI SEÇÃO VII


DA ZONA ESPECIAL DE PROTEÇÃO AMBIENTAL (ZEPAM) DA ZONA ESPECIAL DE PRESERVAÇÃO (ZEP)

Art. 69. As Zonas Especiais de Proteção Ambiental (ZEPAM) são Art. 74. As Zonas Especiais de Preservação – ZEP são porções
porções do território do Município destinadas à preservação e pro- do território destinadas a parques estaduais, parques naturais mu-
teção do patrimônio ambiental, que têm como principais atributos nicipais e outras Unidades de Conservação de Proteção Integral
remanescentes de Mata Atlântica e outras formações de vegetação definidas pela legislação, existentes e que vierem a ser criadas no
nativa, arborização de relevância ambiental, vegetação significativa, Município, tendo por objetivo a preservação dos ecossistemas e
alto índice de permeabilidade e existência de nascentes, entre ou- permitindo apenas a pesquisa, o ecoturismo e a educação ambien-
tros que prestam relevantes serviços ambientais, entre os quais a tal.
conservação da biodiversidade, controle de processos erosivos e de Parágrafo único. Independentemente de sua classificação, se-
inundação, produção de água e regulação microclimática. rão admitidos nas áreas de influência dos eixos os terminais rodo-
Parágrafo único. As Zonas Especiais de Proteção Ambiental – viários e hidroviários urbanos e interurbanos.
ZEPAM também poderão ser demarcadas em razão:
I – da ocorrência de formações geomorfológicas de interesse SEÇÃO VIII
ambiental como planícies aluviais, anfiteatros e vales encaixados DOS EIXOS DE ESTRUTURAÇÃO DA TRANSFORMAÇÃO URBA-
associados às cabeceiras de drenagem e outras ocorrências de fra- NA
gilidade geológica e geotécnica assinaladas na Carta Geotécnica do
MSP; Art. 75. Os eixos de estruturação da transformação urbana,
II – do interesse da municipalidade na criação de Áreas Verdes definidos pelos elementos estruturais dos sistemas de transporte
Públicas. coletivo de média e alta capacidade, existentes e planejados, deter-
Art. 70. Ficam mantidos os coeficientes de aproveitamento bá- minam áreas de influência potencialmente aptas ao adensamento
sico e máximo, as taxas de ocupação e permeabilidade e demais construtivo e populacional e ao uso misto entre usos residenciais e
índices e parâmetros relativos às ZEPAM estabelecidos na Lei nº não residenciais.
13.885, de 2004, até a sua revisão. Parágrafo único. As disposições relativas à instalação e ao fun-
Art. 71. Com o objetivo de promover e incentivar a preservação cionamento de usos e atividades, índices e parâmetros de ocupação
das ocorrências ambientais que caracterizam as áreas demarcadas do solo definidas neste PDE para as áreas de influência dos eixos
como ZEPAM, poderão ser aplicados os seguintes instrumentos: prevalecem sobre o estabelecido na LPUOS – Lei nº 13.885, de 2004.
I – transferência do potencial construtivo nas ZEPAM localiza- Art. 76. As áreas de influência dos eixos delimitados nos Mapas
das na Macrozona de Estruturação e Qualificação Urbana, segundo 3 e 3A contêm quadras inteiras e são determinadas segundo as ca-
as condições estabelecidas no art. 122 e seguintes desta lei; pacidades e características dos modais:
II – pagamento por serviços ambientais nas ZEPAM localizadas I – nas linhas de trem, metrô, monotrilho, Veículos Leves sobre
na Macrozona de Proteção e Recuperação Ambiental, segundo as Trilhos (VLT) e Veículos Leves sobre Pneus (VLP) elevadas, contêm:
condições estabelecidas no art. 158 e seguintes desta lei. a) quadras internas às circunferências com raio de 400m (qua-
Art. 72. A transferência de potencial construtivo também pode- trocentos metros) centradas nas estações; e
rá ser utilizada nos casos de doação ou de desapropriação amigável b) quadras alcançadas pelas circunferências citadas na alínea
de áreas demarcadas como ZEPAM, localizadas na Macrozona de anterior e internas às circunferências, centradas nos mesmos pon-
Estruturação e Qualificação Urbana, para a implantação dos par- tos, com raio de 600m (seiscentos metros);
ques delimitados no Quadro 7 anexo, nos termos e condições esta- II – nas linhas de Veículos Leves sobre Pneus (VLP) não elevadas
belecidos nos arts. 126 a 128 desta lei. e nas linhas de corredores de ônibus municipais e intermunicipais
Art. 73. A revisão da Lei nº 13.885, de 25 de agosto de 2004, com operação em faixa exclusiva à esquerda do tráfego geral, con-
não poderá excluir das ZEPAM: têm as quadras internas às linhas paralelas ao eixo das vias distan-
I – áreas remanescentes de Mata Atlântica, em especial as in- ciadas 150m (cento e cinquenta metros) do eixo e as quadras alcan-
cluídas no Plano Municipal da Mata Atlântica; çadas por estas linhas e inteiramente contidas entre linhas paralelas
II – áreas priorizadas no Plano Municipal de Áreas Prestadoras ao eixo das vias distanciadas 300m (trezentos metros) do eixo;
de Serviços Ambientais; III – nas linhas 1 Azul, 3 Vermelha do Metrô e 15 Prata do Mo-
III – áreas onde ocorram deformações geomorfológicas de inte- notrilho, aplicam-se simultaneamente os critérios estabelecidos
resse ambiental como planícies aluviais, anfiteatros e vales encaixa- nos incisos I e II do “caput”.
dos associados às cabeceiras de drenagem e outras ocorrências de § 1º Ficam excluídas das áreas de influência dos eixos:
fragilidade geológica e geotécnica assinaladas na Carta Geotécnica I – as Zonas Exclusivamente Residenciais – ZER;
do Município de São Paulo; II – as Zonas de Ocupação Especial – ZOE;
IV – áreas que contenham alta densidade de nascentes. III – as Zonas Especiais de Preservação Ambiental – ZEPAM;
§ 1º As vedações de que trata este artigo não se aplicam no IV - as Zonas Especiais de Interesse Social – ZEIS, observado
caso de implantação de obras, empreendimentos, infraestrutura o previsto no § 5º do art. 57 desta Lei;(Redação dada pela Lei nº
de utilidade pública devidamente licenciados pelo órgão ambiental 17.975/2023)
competente. V – os perímetros das operações urbanas conforme estabeleci-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

do na legislação em vigor; estas forem o limite das áreas de influência demarcadas;


VI – as Zonas Especiais de Preservação Cultural – ZEPEC; V – a exclusão de quadras cujas características não correspon-
VII – as áreas que integram o Sistema de Áreas Protegidas, dam às diretrizes de transformação urbana expressas nesta lei;
Áreas Verdes e Espaços Livres; VI – a revisão dos perímetros de forma que:
VIII – as áreas contidas na Macroárea de Estruturação Metro- a) nas áreas de influência correspondentes às estações de trem,
politana, nos subsetores: metrô, monotrilho, VLT e VLP elevadas, incluam quadras alcançadas
a) Arco Tietê; em um raio de 700m (setecentos metros) das estações;(Redação
b) Arco Tamanduateí; dada pela Lei nº 17.975/2023)
c) Arco Pinheiros; b) nas áreas de influência correspondentes aos corredores de
d) Arco Jurubatuba. ônibus e VLT em nível, incluam quadras alcançadas na faixa definida
IX - as Zonas Predominantemente Residenciais – ZPR;(Incluído por linhas paralelas a 400m (quatrocentos metros) do eixo das vias.
pela Lei nº 17.975/2023) (Redação dada pela Lei nº 17.975/2023)
X - as Zonas Corredor – ZCOR;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) § 1º A ampliação e a exclusão das áreas de influência dos eixos
XI - as Zonas de Transição – ZT;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) que trata nos incisos de I, II, III, IV, V e VI, e no caput deste artigo so-
XII - vilas, conforme resolução SMUL.ATECC.CTLU / 001 / 2022. mente poderão ser feitas através de revisão e publicação da LPUOS.
(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) (Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
§ 2º As áreas de influência dos eixos, definidas segundo os cri- § 2º Na revisão da LPUOS para a aplicação do caput deverão ser
térios dispostos no “caput” e no § 1º deste artigo, estão delimitadas considerados os seguintes parâmetros, podendo também serem
nos Mapas 3 e 3A anexos a esta lei. subsidiados pelo Poder Executivo:(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
§ 3º Deverão ser encaminhados à Câmara Municipal projetos I - características de uso e ocupação local;(Incluído pela Lei nº
de lei tratando da disciplina especial de uso e ocupação do solo, de- 17.975/2023)
finidos por meio de Planos de Intervenção Urbana, para os seguin- II - áreas de interesse histórico, cultural, ambiental e de paisa-
tes subsetores da Macroárea de Estruturação Metropolitana:(Reda- gem urbana;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
ção dada pela Lei nº 17.975/2023) III - características do sistema viário e relevo.(Incluído pela Lei
I – Arco Tamanduateí, até 2015; nº 17.975/2023)
II - Arco Tietê, até 2024;(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023) Art. 77-A. Com base nos critérios previstos no art. 76 desta Lei,
III – Arco Jurubatuba, até 2017; oportuna revisão da Lei nº 16.402, de 22 de março de 2016 – Lei de
IV – Arco Pinheiros, até 2018. Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo – LPUOS, considerará para
V - Arco Leste, até 2024.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) a delimitação de Zona Eixo de Estruturação da Transformação Urba-
§ 4º Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior poderão ser na Previsto (ZEUP) ou Zona Eixo de Estruturação da Transformação
prorrogados pelo prazo de 6 (seis) meses, desde que devidamente Urbana Previsto Ambiental (ZEUPa), as áreas de influência decor-
justificados pelo Executivo, e, em caso de não cumprimento dos re- rentes dos elementos estruturais do sistema de transporte coletivo
feridos prazos, fica revogada a alínea correspondente ao respectivo de alta e média capacidade indicados no Mapa 9 desta Lei.(Incluído
subsetor no inciso VIII do § 1º. pela Lei nº 17.975/2023)
§ 5º (VETADO) Parágrafo único. A demarcação de novas ZEUP e ZEUPa deverá
§ 6º (VETADO) considerar, para o transporte metroviário, somente os trechos pre-
§ 7º Até a aprovação pela Câmara Municipal do projeto de vistos até 2029 no Mapa 9.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
lei mencionado no inciso II do § 3º deste artigo, incidirão sobre Art. 77-B. Nas hipóteses em que a implantação dos elemen-
as áreas de influência dos Eixos de Estruturação da Transforma- tos de transporte público que definem os Eixos de Estruturação da
ção Urbana existentes e previstos no território do Arco Tietê não Transformação Urbana previstos se der de forma diversa do pro-
abrangido por Operações Urbanas Consorciadas ou por Projetos de posto no Mapa 9, seja pela alteração da localização dos respecti-
Intervenção Urbana em curso os seguintes parâmetros e índices ur- vos corredores, linhas ou estações, modificação do modal previsto
banísticos:(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) ou, ainda, alteração substancial do traçado decorrente de plane-
a) coeficiente de aproveitamento máximo: igual a 4,0 (qua- jamento urbano, os novos limites das áreas de influência geradas
tro);(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) deverão ser revistos no âmbito de alteração da Lei nº 16.402, de
b) gabarito de altura máxima: sem restrição;(Incluído pela Lei 2016 – Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo – LPUOS, com
nº 17.975/2023) base nos critérios previstos no art. 76 desta Lei.(Incluído pela Lei nº
c) fatores de planejamento: 2,0 (dois) para os usos residenciais 17.975/2023)
e não residenciais(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) Art. 78. Nas áreas de influência dos eixos:
Art. 77. As áreas de influência dos eixos poderão ter seus li- I – é admitida a instalação dos usos residenciais R e não resi-
mites revistos pela revisão da legislação de parcelamento de uso e denciais nR, exceto as atividades classificadas como geradoras de
ocupação do solo – LPUOS, com base em parâmetros que conside- impacto ambiental na LPUOS e sua regulamentação, condicionada
rem:(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023) ao atendimento das disposições relativas:
I – a exclusão de quadras ou imóveis considerados de interesse a) à largura mínima da via, de acordo com as disposições dos
de preservação cultural ou ambiental; arts. 178, 179 e 180 da Lei nº 13.885, de 25 de agosto de 2004, até
II – a exclusão de quadras para corrigir perímetros irregulares sua revisão;
que gerem impacto negativo no entorno; b) ao embarque, desembarque, carga e descarga e aos parâme-
III – a inclusão de quadras não demarcadas que fiquem isoladas tros de incomodidade previstos no Quadro 2/c da Lei nº 13.885, de
entre áreas de influência de dois ou mais eixos; 25 de agosto de 2004, até sua revisão;
IV – a inclusão de quadras lindeiras às vias estruturais quando II – é admitida a instalação do uso misto no lote e na edificação,
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

sem a necessidade de previsão de acessos independentes e com- b) as áreas públicas deverão ter sua localização aprovada pela
partimentação das áreas destinadas à carga e descarga, circulação, municipalidade;
manobra e estacionamento de veículos, desde que sejam demar- c) o percentual de área a ser doado poderá ser atendido com a
cadas as vagas correspondentes às unidades residenciais e às áreas doação de 2 (duas) áreas não contíguas, desde que nenhuma delas
não residenciais; tenha área inferior a 5% (cinco por cento) da área total;
III – está dispensado o atendimento às disposições relativas ao II – o órgão responsável pela aprovação do empreendimento
número mínimo de vagas para estacionamento estabelecidas pela poderá exigir que uma parte da área a ser doada se destine a cir-
LPUOS, desde que atendidas às exigências específicas da legislação culação de pedestres entre logradouros, não estando esta parcela
e normas técnicas de acessibilidade, atendimento médico de emer- sujeita ao disposto na alínea “c” deste parágrafo;
gência e segurança contra incêndio; III – observar taxa de permeabilidade de no mínimo 20% (vinte
IV – é vedada, nos espaços destinados a estacionamento, a por cento) da área do lote;
ocupação por vagas: IV – a vedação por muro não poderá exceder 25% (vinte e cinco
a) da área livre entre o alinhamento do lote e o alinhamento por cento) da extensão das faces de quadra ou das testadas dos
da edificação no pavimento ao nível do passeio público, com exce- lotes.
ção das vagas exigidas pela legislação e normas técnicas de acessi- § 4º Nas áreas de influência dos eixos, quando a área do lote for
bilidade, atendimento médico de emergência e segurança contra superior a 5.000m² (cinco mil metros quadrados) e menor ou igual a
incêndio; 40.000m² (quarenta mil metros quadrados), será obrigatório:
b) (Revogado pela Lei nº 17.975/2023) I – destinar para fruição pública área equivalente à no mínimo
V - na instalação dos usos e atividades classificados como polos 20% (vinte por cento) da área do lote, em espaço livre ou edificado,
geradores de tráfego, é vedado o acesso direto de veículos por vias ao nível do passeio público ou no pavimento térreo;
onde estão implantados ou planejados os corredores de ônibus mu- II – observar taxa de permeabilidade de no mínimo 20% (vinte
nicipais e intermunicipais, exceto aquelas que cumpram as exigên- por cento) da área do lote;
cias específicas da legislação de cargas e descarga, normas técnicas III – observar limite de 25% (vinte e cinco por cento) de veda-
de acessibilidade, atendimento médico de emergência e segurança ção da testada do lote com muros.
contra incêndio.(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023) § 5º Aplica-se o benefício previsto no art. 82 desta lei à área
§ 1º Independentemente de sua classificação, são admitidos destinada à fruição pública nos termos do parágrafo anterior.
nas áreas de influência dos eixos os terminais rodoviários urbanos § 6º Nas áreas de influência dos eixos, nas faces de quadra lin-
e interurbanos. deiras às ZER, não se aplicam o inciso VIII do § 1º do art. 158 e o art.
§ 2º O acesso de veículos mencionado no inciso V deste artigo 197 da Lei nº 13.885, de 2004.
poderá ser admitido pela CAIEPS, após análise da CET, desde que § 7º Nas áreas de influência dos eixos, nos lotes com frente
seja prevista pista de acomodação no interior do lote. para os eixos relacionados nos incisos II e III do art. 76, o passeio
Art. 79. Nas áreas de influência dos eixos, a construção e a deverá ter largura mínima de 5m (cinco metros), em contrapartida
ampliação de edificações deverão atender aos parâmetros de ocu- à doação de área para este fim:
pação do solo estabelecidos no Quadro 2 anexo. I – fica dispensado o recuo obrigatório de frente;
§ 1º Nos empreendimentos de uso residencial, o número mí- II – os potenciais construtivos básico e máximo do remanes-
nimo de unidades habitacionais será calculado segundo a seguinte cente do lote serão calculados em função de sua área original e não
equação: será cobrada outorga onerosa do direito de construir relativa ao po-
N = (Cau x At) / (CAmax x Q), onde: tencial construtivo máximo correspondente à área doada.
N – número mínimo de unidades; § 8º Nas áreas de influência dos eixos, exceto nas vias onde
CAu – coeficiente de aproveitamento utilizado no projeto; estão instalados os corredores de ônibus municipais e intermunici-
CAmax – coeficiente de aproveitamento máximo; pais, o passeio deverá ter largura mínima de 3m (três metros), em
At – área do terreno; contrapartida à doação de área para este fim:
Q – quota máxima de terreno por unidade habitacional, confor- I – o recuo de frente será definido a partir do alinhamento ori-
me Quadro 2 anexo a esta lei. ginal do lote;
§ 2º Nas edificações destinadas ao uso misto, a cota máxima II – os potenciais construtivos básico e máximo do remanes-
de terreno por unidade deverá ser aplicada à parcela de terreno cente do lote serão calculados em função de sua área original e não
correspondente ao potencial construtivo utilizado para o uso resi- será cobrada outorga onerosa do direito de construir relativa ao po-
dencial. tencial construtivo máximo correspondente à área doada.
§ 3º Nas áreas de influência dos eixos, quando novos empreen- § 9º Nas áreas de influência dos eixos, a cota máxima de ter-
dimentos forem implantados em gleba ou lote com área superior a reno por unidade habitacional poderá ser superada, até o limite de
40.000m² (quarenta mil metros quadrados), devem ser atendidas 30 m² (trinta metros quadrados) de terreno por unidade, mediante
as seguintes condições: aplicação de Fator Social na seguinte conformidade:(Incluído pela
I – nos casos em que o parcelamento não for exigido pela Lei nº 17.975/2023)
LPUOS, será obrigatória a doação de área correspondente a 20% I - para as unidades de área maior que 70m² (setenta metros
(vinte por cento) da área total da gleba ou lote, sendo no mínimo quadrados), variando de 1 (um) a 2 (dois), na proporção da cota-
15% (quinze por cento) para área verde, podendo o restante ser -parte utilizada entre 20m² (vinte metros quadrados) e 30m² (trin-
destinado para equipamento público, respeitadas as seguintes res- ta metros quadrados) de terreno por unidade;(Incluído pela Lei nº
trições: 17.975/2023)
a) as áreas públicas deverão se localizar junto ao alinhamento II - para as demais unidades, conforme o disposto no Quadro 5
da via e por ela ter acesso em nível; da Lei.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 10. A cota-parte mínima de terreno poderá ser superior a 30 § 6º Aplica-se o disposto no inciso III deste artigo para ZEU,
desde que seja aplicado Fator Social (FS) 3 (três) para qualquer uso. ZEUa, ZEUP, ZEUPa, ZEM e ZEMP.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) Art. 81. Nas áreas de influência dos eixos, quando uma parcela
Art. 80. Nas áreas de influência dos eixos, serão consideradas do imóvel for doada à municipalidade para execução de melhora-
não computáveis: mentos públicos, os potenciais construtivos básico e máximo do re-
I – as áreas que atendam às condições previstas nos incisos I, manescente do lote serão calculados em função de sua área original
III e IV do art. 189 da Lei nº 13.885, de 25 de agosto de 2004, até e não será cobrada outorga onerosa do direito de construir relativa
sua revisão; ao potencial construtivo máximo correspondente à área doada.
II – as áreas assim consideradas na legislação edilícia; § 1º Quando a parcela doada ultrapassar 30% (trinta por cen-
III – as áreas cobertas, em qualquer pavimento, ocupadas por to) da área do lote, o potencial construtivo máximo correspondente
circulação, manobra e estacionamento de veículos, desde que seja à área que ultrapassou esse limite não poderá ser utilizado no re-
observada a cota de garagem máxima fixada no Quadro 2 desta lei, manescente do lote, esse potencial constará de Declaração de Po-
e o número de vagas não ultrapasse: tencial Construtivo Passível de Transferência que será emitida em
a) nos usos R, alternativamente:(Redação dada pela Lei nº nome do proprietário do imóvel.
17.975/2023) § 2º O proprietário do imóvel poderá optar entre o benefício
1. 1 (uma) vaga por unidade habitacional maior ou igual a 30 previsto no “caput” e a transferência total ou parcial do direito de
m² (trinta metros quadrados) de área construída computável;(In- construir correspondente ao potencial construtivo relativo à área
cluído pela Lei nº 17.975/2023) doada, de acordo com as disposições dos arts. 122 e seguintes des-
2. 1 (uma) vaga a cada 60m² (sessenta metros quadrados) de ta lei.
área construída privativa, desprezadas as frações;(Incluído pela Lei Art. 82. Nas áreas de influência dos eixos, quando uma parcela
nº 17.975/2023) do lote for destinada à fruição pública, os potenciais construtivos
b) nos usos nR, 1 (uma) vaga para cada 70m² (setenta metros básico e máximo do remanescente do lote serão calculados em
quadrados) de área construída computável, excluídas as áreas com- função de sua área original, e não será cobrada outorga onerosa
putáveis ocupadas por vagas, desprezadas as frações; correspondente à metade do potencial construtivo máximo relativo
c) nos usos mistos, as alternativas definidas na alínea “a” para à área destinada à fruição pública, desde que atendidas simultanea-
usos residenciais e 1 (uma) vaga a cada 70 m² (setenta metros qua- mente as seguintes condições:
drados) de área construída computável destinada a usos nR, excluí- I – a área destinada à fruição pública tenha no mínimo 250m²
das as áreas computáveis ocupadas por vagas, desprezadas as fra- (duzentos e cinquenta metros quadrados) e esteja localizada junto
ções;(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023) ao alinhamento da via, ao nível do passeio público, sem fechamento
IV – as áreas construídas no nível da rua com acesso direto ao e não ocupada por construções ou estacionamento de veículos;
logradouro, em lotes com testada superior a 20m (vinte metros), II – a área destinada à fruição pública deverá permanecer per-
até o limite de 50% (cinquenta por cento) da área do lote, destina- manentemente aberta;
das a usos classificados nas subcategorias de usos nR1 ou nR2; III – a área destinada à fruição pública seja devidamente aver-
V – a área destinada aos usos não residenciais nR, até o limite bada em Cartório de Registro de Imóveis.
de 20% (vinte por cento) da área construída computável total do Art. 82-A. Nas áreas de influência dos eixos, quando uma par-
empreendimento, nos empreendimentos de uso misto e nos Em- cela do lote for destinada à praça pública, poderá ser acrescido
preendimentos de Habitação de Interesse Social – EHIS. além do C.A. max 50% da área destinada a praça urbana os poten-
§ 1º A parcela de área destinada à circulação, manobra e ao es- ciais construtivos básico e máximo do remanescente do lote serão
tacionamento de veículos que ultrapassar a área resultante da apli- calculados em função de sua área original, e não será cobrada ou-
cação da cota máxima de garagem será considerada computável. torga onerosa correspondente à metade do potencial construtivo
§ 2º Quando o número de vagas de estacionamento ultrapas- máximo relativo à área destinada à fruição pública, desde que aten-
sar os limites fixados no inciso III do “caput”, a área correspondente, didas simultaneamente as seguintes condições:(Incluído pela Lei nº
incluindo as áreas de circulação e manobra dessas vagas, será con- 17.975/2023)
siderada computável. I - a área destinada à praça urbana tenha no mínimo 250m²
§ 3º Nas áreas de influência dos eixos, não se aplicam as dispo- (duzentos e cinquenta metros quadrados) e esteja localizada junto
sições da Lei nº 14.044, de 2 de setembro de 2005. ao alinhamento da via, ao nível do passeio público, sem fechamento
§ 4º Como incentivo aos empreendimentos sem vagas de esta- e não ocupada por construções ou estacionamento de veículos;(In-
cionamento de veículos, excetuadas as vagas necessárias ao aten- cluído pela Lei nº 17.975/2023)
dimento das condições de instalação fixadas na LPUOS, serão con- II - a área destinada à praça urbana deverá permanecer perma-
sideradas não computáveis até o limite de 10% (dez por cento) da nentemente aberta e não poderá ser fechada à circulação de pedes-
área construída computável, as áreas cobertas de uso residencial tres por nenhum objeto de vedação, temporário ou permanente,
ou não residencial, em qualquer pavimento.(Incluído pela Lei nº podendo ter controle de acesso no período noturno;(Incluído pela
17.975/2023) Lei nº 17.975/2023)
§ 5º Para efeito de cálculo do número de vagas de estaciona- III - a área destinada à praça urbana seja devidamente aver-
mento de veículos nos empreendimentos que se utilizarem dos be- bada em Cartório de Registro de Imóveis;(Incluído pela Lei nº
nefícios do art. 60 da Lei nº 16.050, de 2014, a aplicação do bene- 17.975/2023)
fício fica restrito a 50% (cinquenta por cento) do número de vagas IV - a limpeza e conservação será de responsabilidade do pro-
destinadas a estas áreas/unidades beneficiadas.(Incluído pela Lei prietário;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
nº 17.975/2023)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

V - ter testada mínima de 5m (cinco metros) voltada para todos Art. 84. Quando na implantação dos sistemas de transporte co-
os logradouros públicos que fizer divisa com a praça;(Incluído pela letivo que definem os eixos de estruturação da transformação urba-
Lei nº 17.975/2023) na for necessária a remoção de famílias moradoras de baixa renda,
VI - fachada ativa poderá ser voltada a praça urbana comunitá- deverá ser promovido o atendimento da população afetada me-
ria, desde que garantido o acesso direto ao logradouro público;(In- diante construção de HIS localizada preferencialmente no entorno.
cluído pela Lei nº 17.975/2023)
VII - no mínimo, 50% (cinquenta por cento) de sua área ajardi- SEÇÃO IX
nada sobre solo natural, sendo no mínimo 30% (trinta por cento) DAS DIRETRIZES PARA O ORDENAMENTO DA PAISAGEM
da área ajardinada destinada a jardim de chuva e 1 (uma) árvore a
cada 25 m² (vinte e cinco metros quadrados) de área ajardinada;(In- Art. 85. A paisagem da cidade é um bem ambiental e constitui
cluído pela Lei nº 17.975/2023) elemento essencial ao bem-estar e à sensação de conforto indivi-
VIII - nas praças urbanas públicas poderão ser instalados equi- dual e social, fundamental para a qualidade de vida.
pamentos de esporte, lazer, cultura e mobiliário urbano.(Incluído Art. 86. Para garantir as ações públicas e privadas relacionadas
pela Lei nº 17.975/2023) ao ordenamento e proteção da paisagem, a Prefeitura deverá ela-
Art. 83. As condições de instalação de usos e atividades e os borar Plano de Ordenamento e Proteção da Paisagem do território
índices e parâmetros de ocupação estabelecidos nesta Lei para municipal, preferencialmente de forma articulada com os municí-
as áreas de influência dos eixos de estruturação da transforma- pios vizinhos.
ção urbana planejados, delimitados no Mapa 3A anexo, passarão Art. 87. As ações públicas e privadas com interferência na pai-
a vigorar após a emissão da Ordem de Serviços das obras das in- sagem deverão atender ao interesse público, conforme os seguintes
fraestruturas do sistema de transporte que define o eixo, após a objetivos:
emissão pelos órgãos competentes de todas as autorizações e li- I – garantir o direito do cidadão à fruição da paisagem;
cenças, especialmente a licença ambiental, correspondentes à obra II – propiciar a identificação, leitura e apreensão da paisagem e
em questão ou através da revisão da LPUOS.(Redação dada pela Lei de seus elementos constitutivos, públicos e privados, pelo cidadão;
nº 17.975/2023) III – incentivar a preservação da memória e do patrimônio his-
§ 1º A vigência da disciplina de que trata o “caput” será de- tórico, cultural, religioso e ambiental e a valorização do ambiente
clarado por decreto, que indicará qual a área de influência do eixo natural e construído;
ou trecho de eixo, constante do Mapa 3A anexo, correspondente à IV – garantir a segurança, a fluidez e o conforto nos desloca-
obra nos termos do “caput”. mentos de veículos e pedestres, adequando os passeios às necessi-
§ 2º As áreas remanescentes das desapropriações necessárias dades das pessoas com deficiência e mobilidade reduzida;
à implantação de melhoramentos viários, relacionados à implanta- V – proporcionar a preservação e a visualização das caracterís-
ção de sistemas de transporte coletivo deverão, quando a dimensão ticas peculiares dos logradouros e das fachadas dos edifícios;
for suficiente, ser destinadas à produção de Habitação de Interesse VI – contribuir para a preservação e a visualização dos elemen-
Social com equipamentos sociais ou usos não residenciais no pavi- tos naturais tomados em seu conjunto e em suas peculiaridades
mento térreo. ambientais;
§ 3º Até que seja feita a revisão da Lei nº 16.402, de 2016 – Lei VII – facilitar o acesso e utilização das funções e serviços de
de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo – LPUOS, permanecem interesse coletivo nas vias e logradouros e o fácil e rápido acesso
válidas para ativação as quadras das Zonas de Estruturação Urbana aos serviços de emergência, tais como bombeiros, ambulâncias e
Previstos – ZEUP e Zonas de Estruturação Urbana Previstos Ambien- polícia;
tais – ZEUPa inteiramente alcançadas pelas áreas de influência do VIII – condicionar a regulação do uso e ocupação do solo e a
eixo correspondente ao elemento da infraestrutura de transporte implantação de infraestrutura à preservação da paisagem urbana
licenciada, devendo o decreto de ativação demarcar as quadras ati- em seu conjunto e à melhora da qualidade de vida da população;
vadas, com base nos critérios previstos no art. 76 desta Lei.(Incluído IX – condicionar a instalação de galerias compartilhadas para os
pela Lei nº 17.975/2023) serviços públicos, principalmente energia elétrica, gás canalizado,
§ 4º Na hipótese de que trata o § 3º deste artigo, a ativação saneamento e telecomunicações, desde que compatíveis.
apenas poderá ocorrer nos casos em que o traçado efetivamente Art. 88. São diretrizes específicas para o ordenamento e a ges-
implantado para o eixo de transporte esteja compreendido, pelo tão da paisagem:
menos parcialmente, no perímetro delimitado para a respectiva I – elaborar normas de ordenamento territorial relacionadas
ZEUP ou ZEUPa.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) à inserção de elementos na paisagem urbana que considere as di-
§ 5º A revisão da LPUOS deverá determinar parâmetros para ferentes porções da cidade em sua totalidade, a diversidade dos
ativação, através de contrapartida financeira exclusiva para a execu- bairros, os bens culturais e ambientais de interesse de preservação,
ção da infraestrutura de transporte licenciada, na área de influência o sistema edificado e a infraestrutura;
da respectiva ZEUp.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) II – condicionar a implantação dos sistemas de infraestrutura à
§ 6º Poderá ser criada conta segregada no FUNDURB para sua adequada inserção na paisagem, especialmente no que se re-
vincular o investimento do valor de contrapartida arrecadada nos fere à fragilidade ambiental e aos condicionantes geológico-geotéc-
perímetros de influência dos eixos previstos.(Incluído pela Lei nº nicos, à diversidade dos bairros da cidade, à preservação dos bens
17.975/2023) culturais e ambientais de interesse para preservação e ao sistema
edificado existente;
III – identificar elementos significativos e referenciais da paisa-
gem urbana e estabelecer medidas de preservação de eixos visuais
que garantam sua apreensão pelos cidadãos;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

IV – garantir a participação da comunidade nos processos de brio nos ecossistemas naturais levando a um ponto de não retor-
identificação, valorização, preservação e conservação dos territó- no e adotar medidas de não arrependimento, em consonância
rios culturais e elementos significativos da paisagem; com o Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima e o Plano
V – promover o combate à poluição visual, bem como à degra- de Ação Climática do Município de São Paulo.(Incluído pela Lei nº
dação ambiental; 17.975/2023)
VI – proteger, recuperar e valorizar o patrimônio cultural, pai-
sagístico, bem como o meio ambiente natural ou construído da ci- SEÇÃO I
dade; DOS INSTRUMENTOS INDUTORES DA FUNÇÃO SOCIAL DA
VII – estabelecer o regramento das características de aprovei- PROPRIEDADE
tamento, dimensionamento e ocupação de lotes e glebas de forma
compatível aos objetivos e diretrizes desta lei, introduzindo a pai- Art. 90. O Poder Executivo poderá exigir do proprietário do solo
sagem urbana como critério de composição do sistema edificado; urbano não edificado, subutilizado, ou não utilizado, que promova
VIII – promover ações de melhoria da paisagem urbana nos es- seu adequado aproveitamento, sob pena de, nos termos estabele-
paços públicos, em especial o enterramento do cabeamento aéreo, cidos nesta Lei:(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023)
a arborização urbana, o alargamento, qualificação e manutenção de I - Parcelamento, Edificação ou Utilização Compulsórios – PEU-
calçadas, em atendimento às normas de acessibilidade universal, C;(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023)
dentre outras medidas que contribuam para a promoção da cultura II - Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU Progressivo no
da sustentabilidade e garantam o direito à cidade; Tempo;(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023)
IX – ordenar a inserção de anúncios nos espaços públicos, proi- III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida
bindo a publicidade, em atendimento aos objetivos expressos nesta pública;(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023)
lei; IV - desapropriação por hasta pública.(Incluído pela Lei nº
X – incentivar a recuperação da paisagem degradada; 17.975/2023)
XI – assegurar a proteção da paisagem rural; § 1º A aplicação dos instrumentos referidos no caput deste ar-
XII – incentivar ações públicas e privadas de recuperação, res- tigo dependerá da avaliação dos imóveis passíveis de notificação
tauração e manutenção de fachadas e passeios públicos em áreas para PEUC ou daqueles já notificados, objetivando orientar a defini-
degradadas. ção da ferramenta cabível, de acordo com os respectivos casos con-
XIII - promover ações, programas de indução à implantação cretos e com vistas ao atendimento do interesse público.(Redação
de calçadas verdes, infraestruturas verdes, entre outras soluções dada pela Lei nº 17.975/2023)
que auxiliem na efetivação dos objetivos e diretrizes da política § 2º A partir da avaliação dos casos concretos, além dos instru-
ambiental, conforme arts. 194 e 195 desta Lei;(Incluído pela Lei nº mentos citados no caput deste artigo, também poderão ser utiliza-
17.975/2023) dos, com a finalidade de promover o cumprimento da função social
XIV - promover ações e programas de indução à manutenção da propriedade:(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
da vegetação urbana existente bem como seu incremento, soma- I - a promoção de chamamentos públicos para a realização de
do a programas de educação ambiental para a população;(Incluído consórcio imobiliário com a finalidade de implantação de unidades
pela Lei nº 17.975/2023) de habitação de interesse social;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
XV - planejar e implementar ações que minimizem os impactos II - a promoção de desapropriação amigável, inclusive no caso
ambientais;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) em que o valor da dívida relativa ao IPTU supere o valor do imó-
XVI - incentivar o uso de novas tecnologias ambientalmente vel, nos termos do § 5º do art. 99 desta Lei;(Incluído pela Lei nº
corretas na implantação de intervenções ligadas ao sistema de es- 17.975/2023)
coamento e drenagem.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) III - a utilização do procedimento de regularização fundiária
Parágrafo único. Para contribuir na orientação das ações públi- urbana, na forma da normatização aplicável.(Incluído pela Lei nº
cas e privadas relacionadas ao ordenamento da paisagem, a Prefei- 17.975/2023)
tura poderá elaborar Plano de Ordenamento da Paisagem do terri-
tório municipal, considerando, quando for o caso, as determinações SUBSEÇÃO I
previstas nesta lei, de forma articulada com os municípios vizinhos. DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO

CAPÍTULO III Art. 91. Para aplicação dos instrumentos indutores da função
DOS INST RUMENTOS DE POLÍTICA URBANA E DE GESTÃO social da propriedade, são consideradas passíveis de aplicação dos
AMBIENTAL instrumentos indutores do uso social da propriedade os imóveis
não edificados, subutilizados, ou não utilizados localizados nas se-
Art. 89. Os instrumentos de política urbana e gestão ambiental guintes partes do território:
serão utilizados para a efetivação dos princípios e objetivos deste I – Zonas Especiais de Interesse Social 2, 3 e 5;
Plano Diretor Estratégico. II – no perímetro da Operação Urbana Centro;
§ 1º As intervenções no território municipal poderão conjugar III – áreas de influência dos Eixos de Estruturação da Transfor-
a utilização de dois ou mais instrumentos de política urbana e de mação Urbana;
gestão ambiental, com a finalidade de atingir os objetivos do pro- IV – nos perímetros e perímetros expandidos das Operações
cesso de urbanização previsto para o território.(Renumerado pela Urbanas Consorciadas;
Lei nº 17.975/2023) V – nos perímetros das Subprefeituras da Sé e da Mooca;
§ 2º A utilização dos instrumentos de política urbana e gestão VI – nas Macroáreas de Urbanização Consolidada e de Qualifi-
ambiental deverá evitar o uso de soluções que causem desequilí- cação da Urbanização;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

VII – na Macroárea de Redução da Vulnerabilidade Urbana, ex- pram função ambiental relevante;
clusivamente para glebas ou lotes com área superior a 20.000m² III – forem classificados como ZEPEC, tombados, ou que te-
(vinte mil metros quadrados); nham processo de tombamento aberto pelo órgão competente de
VIII – em todas as áreas do perímetro urbano, definidas como qualquer ente federativo, ou ainda cujo potencial construtivo tenha
tal no Mapa 2A, nas quais não incide o IPTU, ressalvadas as áreas sido transferido;
efetivamente utilizadas para a exploração agrícola, pecuária, extra- IV – estejam nestas condições devido a impossibilidades jurí-
tiva vegetal ou agroindustrial e as exceções previstas nos arts. 92 e dicas momentaneamente insanáveis pela simples conduta do pro-
94. prietário, e apenas enquanto estas perdurarem.
IX - nas áreas objetos de Planos de Intervenção Urbana (PIU), Parágrafo único. As exceções previstas no “caput” serão regu-
nas Áreas de Intervenção Urbana (AIU), nas Áreas de Estruturação lamentadas pelo Poder Executivo, considerando os princípios e ob-
Local (AEL) e nas áreas objeto de Concessões Urbanísticas;(Incluído jetivos desta lei.
pela Lei nº 17.975/2023) Art. 95. São considerados imóveis não utilizados aqueles com
X - na Macroárea de Estruturação Metropolitana (MEM).(In- coeficiente de aproveitamento utilizado igual ou superior ao coefi-
cluído pela Lei nº 17.975/2023) ciente de aproveitamento mínimo definido, para a respectiva zona,
§ 1º As áreas passíveis de aplicação dos instrumentos indutores na Lei nº 16.402, de 2016, ou em legislação específica incidente,
da função social da propriedade devem ser priorizadas, em conso- e que tenham, no mínimo, 60% (sessenta por cento) de sua área
nância com a estratégia de ordenação territorial deduzida da apli- construída desocupada por mais de 1 (um) ano ininterrupto.(Reda-
cação dos demais instrumentos de política urbana.(Incluído pela Lei ção dada pela Lei nº 17.975/2023)
nº 17.975/2023) § 1º Quando se tratar de edificação constituída por unidades
§ 2º O Executivo poderá elaborar Plano Estratégico de Gestão autônomas para fins residenciais ou não residenciais, a não utili-
e Destinação dos imóveis descumpridores da função social da pro- zação será aferida pela desocupação de pelo menos 60% (sessenta
priedade, observado o interesse público e as diretrizes desta Lei, por cento) dentre elas, também pelo prazo de 1 (um) ano.
com o objetivo de planejamento da destinação dos imóveis após o § 2º A desocupação dos imóveis poderá ser comprovada, por
5º ano de aplicação do IPTU Progressivo no Tempo e para delinear meio de consulta às concessionárias, pela não utilização ou pela in-
estratégias de ação territorial intersecretarial para orientar e prio- terrupção do fornecimento de serviços essenciais como água, luz
rizar as áreas onde se mostra mais apropriada a aplicação de ações e gás.
voltadas ao combate à ociosidade urbana, em consonância com a § 3º A classificação do imóvel como não utilizado poderá ser
Política de Desenvolvimento Urbano definida por esta Lei.(Incluído suspensa devido a impossibilidades jurídicas momentaneamente
pela Lei nº 17.975/2023) insanáveis pela simples conduta do proprietário, e apenas enquanto
Art. 92. São considerados imóveis não edificados os lotes e estas perdurarem, conforme regulamentação do Poder Executivo.
glebas com área superior a 500m² (quinhentos metros quadrados), § 4º O Executivo deverá notificar todos os imóveis não edifica-
com coeficiente de aproveitamento utilizado igual a 0 (zero). dos, subutilizados e não utilizados na Macroárea de Urbanização
§ 1º As obrigações estabelecidas por esta lei aos proprietários Consolidada e na Macroárea de Estruturação Metropolitana e da
de imóveis caracterizados no “caput” não serão aplicadas enquanto Macroárea de Qualificação da Urbanização no prazo máximo de 4
o terreno não tiver acesso à infraestrutura básica, assim definida (quatro) anos.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
pela legislação federal de parcelamento do solo urbano, ressalva-
dos os casos em que os equipamentos urbanos ali estabelecidos SUBSEÇÃO II
possam ser exigidos no processo de licenciamento. DO PARCELAMENTO, EDIFICAÇÃO E UTILIZAÇÃO COMPULSÓ-
§ 2º A tipificação estabelecida no “caput” se estende aos lotes RIOS
com metragem inferior a 500m² (quinhentos metros quadrados),
quando: Art. 96. Os imóveis não edificados, subutilizados e não utiliza-
a) originários de desmembramentos aprovados após a publica- dos são sujeitos ao parcelamento, edificação e utilização compul-
ção desta lei; ou que, sórios.
b) somados a outros contíguos do mesmo proprietário perfa- § 1º Os proprietários dos imóveis não parcelados, não edifica-
çam área superior a 500m² (quinhentos metros quadrados). dos ou subutilizados deverão ser notificados pela Prefeitura e terão
Art. 93. São considerados imóveis subutilizados os lotes e gle- prazo máximo de 1 (um) ano a partir do recebimento da notificação
bas com área superior a 500m² (quinhentos metros quadrados) que para protocolar, junto ao órgão competente, pedido de aprovação e
apresentem coeficiente de aproveitamento inferior ao mínimo de- execução de projeto de parcelamento ou edificação desses imóveis,
finido, para a respectiva zona de uso, na Lei nº 16.402, de 2016, conforme o caso.
ou em legislação específica incidente.(Redação dada pela Lei nº § 2º Os proprietários dos imóveis notificados nos termos do
17.975/2023) parágrafo anterior deverão iniciar a execução do parcelamento ou
Parágrafo único. Não se aplica nos casos das atividades de sede edificação desses imóveis no prazo máximo de 2 (dois) anos a con-
de representação diplomática, sede de partidos políticos, e templos tar da expedição do alvará de execução do projeto, cabendo aos
de todo culto.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) proprietários a comunicação à administração pública.
Art. 94. Ficam excluídos das categorias de não edificados ou § 3º Os proprietários dos imóveis não utilizados deverão ser
subutilizados os imóveis que: notificados pela Prefeitura e terão prazo máximo de 1 (um) ano, a
I – abriguem atividades que não necessitem de edificação para contar do recebimento da notificação, para ocupá-los, cabendo aos
suas finalidades, com exceção de estacionamentos; proprietários a comunicação à administração pública.
II – integrem o Sistema Municipal de Áreas Protegidas, Áreas § 4º Caso o proprietário alegue como impossibilidade jurídica a
Verdes e Espaços Livres, forem classificados como ZEPAM ou cum- inviabilidade de ocupação do imóvel não utilizado em razão de nor-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

mas edilícias, o Executivo poderá conceder prazo de 1 (um) ano, a do ano em que o valor calculado venha a ultrapassar o limite esta-
partir da notificação, exclusivamente para promover a regularização belecido no “caput” deste artigo.
da edificação se possível, nos termos da legislação vigente, ou a sua § 3º Será mantida a cobrança do Imposto pela alíquota majo-
demolição, fluindo a partir de então prazo igual para apresentação rada até que se cumpra a obrigação de parcelar, edificar, utilizar o
de projeto de nova edificação ou documentação relativa à regulari- imóvel ou que ocorra a sua desapropriação.
zação do imóvel. § 4º É vedada a concessão de isenções, anistias, incentivos ou
§ 5º O proprietário terá o prazo de até 5 (cinco) anos, a partir benefícios fiscais relativos ao IPTU Progressivo de que trata esta lei.
do início das obras previstas no § 2º para comunicar a conclusão do § 5º Serão suspensas quaisquer isenções do IPTU incidentes
parcelamento do solo, ou da edificação do imóvel, ou da primeira em um dado imóvel quando o proprietário for notificado para o
etapa de conclusão de obras no caso de empreendimentos de gran- parcelamento, edificação ou utilização compulsórios.
de porte. § 6º Observadas as alíquotas previstas neste artigo, aplica-se
§ 6º Os prazos previstos neste artigo serão contados em dobro ao IPTU Progressivo a legislação tributária vigente no Município de
quando o proprietário notificado for cooperativa habitacional ou São Paulo.
associação sem fins lucrativos. § 7º Comprovado o cumprimento da obrigação de parcelar,
§ 7º No setor Orla Ferroviária e Fluvial da Macroárea de Estru- edificar ou utilizar o imóvel, ocorrerá o lançamento do IPTU sem
turação Metropolitana, a notificação se dará a partir da aprovação a aplicação das alíquotas previstas nesta lei no exercício seguinte.
da lei específica de reordenamento territorial da região ou do setor
onde esteja inserido o imóvel em questão. SUBSEÇÃO IV
§ 8º Nas glebas ou lotes com área superior a 20.000m² (vin- DA DESAPROPRIAÇÃO MEDIANTE PAGAMENTO EM TÍTULOS
te mil metros quadrados) localizados na Macroárea de Redução da DA DÍVIDA PÚBLICA E DA DESAPROPRIAÇÃO POR HASTA
Vulnerabilidade Urbana, mencionados no inciso VII do art. 91, a PÚBLICA
notificação deverá se referir exclusivamente ao parcelamento com-
pulsório. Art. 99. Decorrido o prazo de 5 (cinco) anos de cobrança do
§ 9º A transmissão do imóvel, por ato “inter vivos” ou “cau- IPTU Progressivo no Tempo sem que os proprietários dos imóveis
sa mortis”, posterior à data da notificação prevista nos §§ 1º e 3º, tenham cumprido a obrigação de parcelar, edificar ou utilizar, con-
transfere as obrigações de parcelamento, edificação ou utilização forme o caso, a Prefeitura poderá proceder à desapropriação des-
sem interrupção de quaisquer prazos. ses imóveis com pagamento em títulos da dívida pública.
Art. 97. A notificação de que trata o artigo anterior far-se-á: § 1º Os títulos da dívida pública terão prévia aprovação do
I – por funcionário do órgão competente do Poder Público Mu- Senado Federal e serão resgatados no prazo de até dez anos, em
nicipal, ao proprietário do imóvel ou, no caso de este ser pessoa prestações anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da
jurídica, a quem tenha poderes de gerência geral ou administração; indenização e os juros legais, nos termos do art. 8º da Lei Federal
II – por carta registrada com aviso de recebimento quando o nº 10.257, de 2001.
proprietário for residente ou tiver sua sede fora do território do § 2º Findo o prazo do artigo anterior, a Prefeitura deverá pu-
Município; blicar o respectivo decreto de desapropriação do imóvel em até 1
III – por edital, quando frustrada, por 3 (três) vezes, a tentativa (um) ano, salvo em caso de ausência de interesse público na aquisi-
de notificação na forma prevista pelos incisos I e II deste artigo. ção, que deverá ser devidamente justificada.
§ 1º A notificação referida no “caput” deste artigo deverá ser § 3º É vedado ao Executivo proceder à desapropriação do imó-
averbada na matrícula do imóvel no Cartório de Registro de Imó- vel que se enquadre na hipótese do “caput” de forma diversa da
veis, pela Prefeitura do Município de São Paulo. prevista neste artigo, contanto que a emissão de títulos da dívida
§ 2º Uma vez promovido, pelo proprietário, o adequado apro- pública tenha sido previamente autorizada pelo Senado Federal.
veitamento do imóvel na conformidade do que dispõe esta lei, ca- § 4º Adjudicada a propriedade do imóvel à Prefeitura, esta de-
berá à Prefeitura do Município de São Paulo efetuar o cancelamen- verá determinar a destinação urbanística do bem, vinculada à im-
to da averbação tratada no parágrafo anterior. plantação de ações estratégicas do Plano Diretor, ou iniciar o proce-
§ 3º O proprietário poderá promover o cancelamento a que dimento para sua alienação ou concessão, nos termos do art. 8º do
se refere o § 2º deste artigo, às suas custas, apresentando a docu- Estatuto da Cidade.
mentação pertinente que comprove o adequado aproveitamento. § 5º Caso o valor da dívida relativa ao IPTU supere o valor do
(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) imóvel, a Prefeitura deverá proceder à desapropriação do imóvel e,
na hipótese de não ter interesse público para utilização em progra-
SUBSEÇÃO III mas do Município, poderá aliená-lo a terceiros.
DO IMPOSTO PREDIAL E TERRITORIAL URBANO (IPTU) PRO- § 6º Ficam mantidas para o adquirente ou concessionário do
GRESSIVO NO TEMPO imóvel as mesmas obrigações de parcelamento, edificação ou utili-
zação previstas nesta lei.
Art. 98. Caso os proprietários dos imóveis mencionados na sub- § 7º Nos casos de alienação do imóvel previstas nos §§ 4º e 5º
seção anterior não cumpram as obrigações nos prazos ali estabe- deste artigo, os recursos auferidos deverão ser destinados ao Fundo
lecidos, a Prefeitura deverá aplicar alíquotas progressivas de IPTU Municipal de Habitação.
majoradas anualmente pelo prazo de 5 (cinco) anos consecutivos Art. 99-A. O Poder Público Municipal, com base no art. 4º e no
até atingir a alíquota máxima de 15% (quinze por cento). art. 5º, alínea “i”, do Decreto-Lei Federal nº 3.365, de 21 de junho
§ 1º A alíquota a ser aplicada a cada ano será igual ao dobro do de 1941, poderá promover a desapropriação por hasta pública de
valor da alíquota do ano anterior. imóveis notificados como descumpridores da função social da pro-
§ 2º Será adotada a alíquota de 15% (quinze por cento) a partir priedade.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 1º A desapropriação por hasta pública somente será possí- caso, ou imissão na posse pelo Poder Público.
vel após a averbação da notificação por descumprimento da função § 3º Na listagem deverão constar, no mínimo, as seguintes in-
social da propriedade no Cartório de Registro de Imóveis.(Incluído formações:
pela Lei nº 17.975/2023) I – número do Setor-Quadra-Lote;
§ 2º O decreto de utilidade pública para a desapropriação por II – endereço do imóvel;
hasta pública fixará as razões da desapropriação e conterá, dentre III – data da notificação prevista no art. 97;
outras disposições fixadas em regulamento:(Incluído pela Lei nº IV – identificação do instrumento para cumprimento da função
17.975/2023) social aplicado no momento;
I - valor da avaliação administrativa do bem;(Incluído pela Lei V – data de início da aplicação do respectivo instrumento;
nº 17.975/2023) VI – data de protocolo, junto ao órgão competente, do pedido
II - vedação de lances de valor inferior ao da avaliação adminis- de aprovação e execução de projeto de parcelamento ou edificação
trativa do bem;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) desses imóveis, se o caso;
III - prazo para aproveitamento do imóvel, nos termos da lei ou VII – data da expedição do alvará de execução do projeto, se
conforme fixado no decreto de utilidade pública;(Incluído pela Lei o caso;
nº 17.975/2023) VIII – data da comunicação da ocupação do imóvel, se o caso;
IV - estipulação de sanções a serem aplicadas pelo descumpri- IX – data da comunicação da conclusão do parcelamento do
mento das obrigações;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) solo, ou da edificação do imóvel ou da primeira etapa de conclusão
V - garantia, por hipoteca do próprio imóvel, em caso de apli- de obras na hipótese de empreendimentos de grande porte, se o
cação de sanção pecuniária, nos termos do inciso IV deste parágra- caso.
fo;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) § 4º Caso o proprietário informe a observância do previsto nos
VI - obrigação do arrematante de efetuar o pagamento à vista, incisos V, VI, VII e VIII do § 4º, a Prefeitura terá o prazo de 2 (dois)
por meio de depósito em conta corrente posta à disposição do ex- meses a partir do recebimento da informação pelo órgão compe-
propriado;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) tente para verificar o efetivo parcelamento, edificação ou utilização
VII - registro da existência e quantificação de débitos do expro- do imóvel e proceder à sua exclusão da listagem.
priado com o Poder Público Municipal ou suas autarquias, que serão § 5º Caso o imóvel se encontre na fase de aplicação de IPTU
abatidos do valor depositado na conta corrente posta à disposição Progressivo no Tempo, a listagem também deverá conter:
do expropriado, realizando-se o pagamento à Administração Muni- I – data da primeira aplicação de alíquota progressiva, com a
cipal das importâncias devidas;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) respectiva alíquota;
VIII - previsão de pagamento imediato, pelo arrematante, de II – valor da alíquota de cada ano subsequente.
débitos do expropriado com o Poder Público Municipal ou suas § 6º Caso o imóvel encontre-se na fase de aplicação de desa-
autarquias, como requisito para expedição da carta de arremata- propriação mediante pagamento da dívida pública, a listagem tam-
ção;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) bém deverá conter:
IX - previsão de instituição de hipoteca sobre o imóvel, em fa- I – data da publicação do respectivo decreto de desapropriação
vor da entidade pública expropriante, como garantia real do cum- do imóvel;
primento das obrigações;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) II – data de propositura de ação de desapropriação;
X - previsão de que a avaliação administrativa do imóvel a que III – data da efetiva imissão na posse;
se refere o inciso I constituirá o valor do imóvel para fins do art. IV – destinação do imóvel;
1.484 da Lei Federal nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 – Código V – justificativa da ausência de interesse na aquisição do imó-
Civil, ainda que o lance vencedor da hasta pública tenha sido supe- vel.
rior.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) § 7º Tão logo decorram os prazos previstos nos arts. 96 e 98
§ 3º A carta de arrematação expedida em favor do arrematan- sem que o proprietário cumpra as obrigações neles estabelecidas,
te pela entidade pública expropriante constituirá título hábil para a Prefeitura deverá atualizar as informações presentes na listagem.
o registro imobiliário da alienação e da hipoteca, na forma do art. Art. 101. Para elaboração da listagem de que trata o art. 100, a
167, inciso I, item 26, da Lei Federal nº 6.015, de 31 de dezembro de Prefeitura poderá:
1973.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) I – realizar levantamento para identificar os imóveis que se ca-
racterizem como não edificados, subutilizados ou não utilizados;
SUBSEÇÃO V II – analisar indicações de imóveis e áreas feitas por pessoas
DA LISTAGEM DOS IMÓVEIS QUE NÃO CUMPREM A FUNÇÃO físicas e jurídicas.
SOCIAL Parágrafo único. (VETADO)

Art. 100. Será disponibilizada ao público para consulta a lista- SUBSEÇÃO VI


gem dos imóveis cujos proprietários foram notificados em virtude DO CONSÓRCIO IMOBILIÁRIO
do descumprimento da função social da propriedade, na Secretaria
Municipal de Desenvolvimento Urbano e nas Subprefeituras, bem Art. 102. O Poder Público poderá facultar a realização de con-
como em portal eletrônico oficial do Executivo. sórcios imobiliários como forma de viabilização financeira do apro-
§ 1º Uma primeira versão da listagem prevista no “caput” deste veitamento do imóvel, tanto no caso de imóveis que estejam sujei-
artigo deverá ser publicada pelo Executivo no prazo de 6 (seis) me- tos ao parcelamento, edificação e utilização compulsória nos termos
ses, contado a partir da promulgação desta lei. desta Lei, independentemente da notificação a seus proprietários,
§ 2º O imóvel permanecerá na listagem até que o proprietário como no caso de áreas que sejam objeto de regularização fundiária
promova seu parcelamento, edificação ou utilização, conforme o urbana.(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 1º A Prefeitura poderá promover o aproveitamento do imó- de preempção e instituirá controles administrativos para possibilitar
vel que receber nos termos deste artigo, diretamente ou por outra a eficácia do instrumento, podendo utilizar, dentre outros meios, o
modalidade admitida em lei. controle por meio de sistemas informatizados, averbação da inci-
§ 2º O proprietário que transferir seu imóvel à Prefeitura para dência do direito de preempção na matrícula dos imóveis atingidos
a realização de consórcio imobiliário receberá, como pagamento, e declaração nos documentos de cobrança do IPTU.
unidades imobiliárias devidamente urbanizadas ou edificadas.(Re- § 1º No caso de existência de terceiros interessados na compra
dação dada pela Lei nº 17.975/2023) do imóvel, o proprietário deverá comunicar sua intenção de alienar
§ 3º O valor das unidades imobiliárias a serem entregues ao onerosamente o imóvel ao órgão competente da Prefeitura em até
proprietário será correspondente ao valor do imóvel antes da exe- 30 (trinta) dias, contados da celebração do contrato preliminar en-
cução das obras.(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023) tre o proprietário e o terceiro interessado.
I – refletir o valor de referência para pagamento de outorga § 2º A declaração de intenção de venda do imóvel deve ser
onerosa, descontado o montante incorporado em função das obras apresentada com os seguintes documentos:
realizadas na área onde se localiza o imóvel transferido para a reali- I – proposta de compra apresentada pelo terceiro interessado
zação do consórcio imobiliário; na aquisição do imóvel, na qual constarão preço, condições de pa-
II – excluir do seu cálculo expectativas de ganhos, lucros ces- gamento e prazo de validade;
santes e juros compensatórios, bem como eventuais custos para a II – endereço do proprietário, para recebimento de notificação
recuperação da área em razão da existência de passivos ambientais. e de outras comunicações;
§ 4º A Prefeitura deverá proceder ao aproveitamento adequa- III – certidão de inteiro teor da matrícula do imóvel, expedida
do das unidades imobiliárias que lhe cabem, resultantes do con- pelo Cartório de Registro de Imóveis da circunscrição imobiliária
sórcio imobiliário, no prazo máximo de 5 (cinco) anos, contados a competente;
partir da sua incorporação ao patrimônio público. IV – declaração assinada pelo proprietário, sob as penas da lei,
§ 5º A proposta de consórcio imobiliário não suspende os de que não incidem quaisquer encargos e ônus sobre o imóvel, in-
prazos estipulados no art. 96, devendo o Poder Executivo expedir clusive os de natureza real, tributária ou pessoal reipersecutória.
regulamento sobre outros procedimentos acerca da aceitação das Art. 106. Recebida a declaração de intenção de venda a que se
propostas e viabilização dos ajustes. refere o § 2º do artigo anterior, a Prefeitura deverá manifestar, por
§ 6º O Poder Executivo poderá adotar programas que objeti- escrito, dentro do prazo de 30 (trinta) dias, o interesse em exercer a
vem a aproximação entre proprietários notificados para o parcela- preferência para aquisição do imóvel.
mento, edificação e utilização compulsórios e agentes econômicos § 1º A manifestação de interesse da Prefeitura na aquisição do
interessados em empreendimentos imobiliários ou da construção imóvel conterá a destinação futura do bem a ser adquirido, vincu-
civil, respeitados os princípios que regem a administração pública. lada ao cumprimento dos objetivos e ações prioritárias deste Plano
Diretor.
SUBSEÇÃO VII § 2º A Prefeitura fará publicar, em órgão oficial e em pelo me-
DO DIREITO DE PREEMPÇÃO nos um jornal local ou regional de grande circulação, edital de aviso
da declaração de intenção de venda recebida e da intenção de aqui-
Art. 103. A Prefeitura poderá exercer o direito de preempção, sição do imóvel nas condições da proposta apresentada.
nos termos da legislação federal, para aquisição de imóvel urbano § 3º Findo o prazo de 30 (trinta) dias para manifestação da
objeto de alienação onerosa entre particulares sempre que neces- Prefeitura, é facultado ao proprietário alienar onerosamente o seu
sitar de áreas para cumprir os objetivos e implantar as ações priori- imóvel ao proponente interessado nas condições da proposta apre-
tárias deste Plano Diretor. sentada sem prejuízo do direito da Prefeitura exercer a preferência
Parágrafo único. O direito de preempção será exercido sempre em face de outras propostas de aquisições onerosas futuras dentro
que o Poder Público necessitar de áreas para: do prazo legal de vigência do direito de preempção.
I – execução de programas e projetos habitacionais de interes- § 4º Concretizada a venda a terceiro, o proprietário fica obriga-
se social; do a entregar ao órgão competente da Prefeitura cópia do instru-
II – regularização fundiária; mento particular ou público de alienação do imóvel dentro do prazo
III – constituição de reserva fundiária; de 30 (trinta) dias após sua assinatura, sob pena de pagamento de
IV – ordenamento e direcionamento da expansão urbana; multa diária em valor equivalente a 0,66% (sessenta e seis centési-
V – implantação de equipamentos urbanos e comunitários; mos por cento) do valor total da alienação.
VI – criação de espaços públicos de lazer ou áreas verdes; Art. 107. Concretizada a venda do imóvel a terceiro com des-
VII – criação de unidades de conservação ou proteção de ou- cumprimento ao direito de preempção, a Prefeitura promoverá as
tras áreas de interesse ambiental; medidas judiciais cabíveis para:
VIII – proteção de áreas de interesse histórico, cultural ou pai- I – anular a comercialização do imóvel efetuada em condições
sagístico. diversas da proposta de compra apresentada pelo terceiro interes-
Art. 104. Serão definidos em lei os imóveis ou áreas que esta- sado;
rão sujeitos à incidência do direito de preempção. II – imitir-se na posse do imóvel sujeito ao direito de preemp-
§ 1º A Prefeitura terá preferência de aquisição dos imóveis su- ção que tenha sido alienado a terceiros apesar da manifestação de
jeitos ao direito de preempção pelo prazo de cinco anos. interesse da Prefeitura em exercer o direito de preferência.
§ 2º Os Planos Regionais das Subprefeituras e leis específicas § 1º Em caso de anulação da venda do imóvel efetuada pelo
também poderão indicar imóveis ou áreas sujeitas ao direito de proprietário, a Prefeitura poderá adquiri-lo pelo valor da base de
preempção. cálculo do Imposto Predial e Territorial Urbano ou pelo valor indica-
Art. 105. A Prefeitura dará publicidade à incidência do direito do na proposta apresentada, se este for inferior àquele.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 2º Outras sanções pelo descumprimento das normas relati- III – confirmar a situação de abandono, com a lavratura do res-
vas ao direito de preempção poderão ser estabelecidas em lei. pectivo Auto de Infração e a instrução de processo administrativo.
§ 2º (VETADO)
SUBSEÇÃO VIII
DA ARRECADAÇÃO DE BENS ABANDONADOS SUBSEÇÃO IX
DA COTA DE SOLIDARIEDADE
Art. 108. O imóvel que o proprietário abandonar, com a in-
tenção de não mais o conservar em seu patrimônio, e que se não Art. 111. Fica estabelecida como exigência para o certificado
encontrar na posse de outrem, poderá ser arrecadado, como bem de conclusão de empreendimentos imobiliários de grande porte
vago, e após três anos ser incorporado à propriedade do Município, ou implantação de planos e projetos urbanísticos a Cota de Soli-
conforme estabelece a legislação federal. dariedade, que consiste na produção de Habitação de Interesse
§ 1º Poderá haver arrecadação pelo Município de imóvel aban- Social pelo próprio promotor, doação de terrenos para produção
donado quando ocorrerem as seguintes circunstâncias: de HIS ou a doação de recursos ao Município para fins de produ-
I – o imóvel encontrar-se vago, sem utilização e sem responsá- ção de Habitação de Interesse Social e equipamentos públicos so-
vel pela sua manutenção, integridade, limpeza e segurança; ciais complementares à moradia.(Regulamentado pelo Decreto nº
II – o proprietário não tiver mais a intenção de conservá-lo em 56.538/2015)
seu patrimônio; Parágrafo único. A doação prevista no “caput” não exime a
III – não estiver na posse de outrem; necessidade de destinação de áreas ao Município nos termos da
IV – cessados os atos de posse, estar o proprietário inadim- legislação de parcelamento do solo.(Regulamentado pelo Decreto
plente com o pagamento dos tributos municipais incidentes sobre nº 56.538/2015)
a propriedade imóvel. Art. 112. Os empreendimentos com área construída computá-
§ 2º A Prefeitura deverá adotar as providências cabíveis à in- vel superior a 20.000m² (vinte mil metros quadrados) ficam obriga-
corporação definitiva do bem abandonado ao patrimônio público, dos a destinar 10% (dez por cento) da área construída computável
nos termos estabelecidos pelo regulamento, cabendo ao Poder Exe- para Habitação de Interesse Social, voltada a atender famílias com
cutivo: renda até 6 (seis) salários mínimos, de acordo com regulamentação
I – tomar as medidas administrativas necessárias para a arreca- definida nesta lei.(Regulamentado pelo Decreto nº 56.538/2015)
dação dos bens abandonados, observando-se desde o início o direi- § 1º A área construída destinada à Habitação de Interesse
to ao contraditório e à ampla defesa; Social no empreendimento referido no “caput” desse artigo será
II – adotar as medidas judiciais cabíveis para regularização do considerada não computável.(Regulamentado pelo Decreto nº
imóvel arrecadado junto ao Serviço Registrário Imobiliário, bem 56.538/2015)
como para sua destinação às finalidades previstas nesta lei. § 2º Alternativamente ao cumprimento da exigência estabele-
Art. 109. O imóvel que passar à propriedade do Município em cida no caput deste artigo, o empreendedor poderá:(Redação dada
razão de abandono poderá ser empregado diretamente pela Admi- pela Lei nº 17.975/2023)
nistração, para programas de habitações de interesse social, de re- I – produzir, isoladamente ou de forma associada, a ser regula-
gularização fundiária, instalação de equipamentos públicos sociais mentada por decreto, Empreendimento de Habitação de Interesse
ou de quaisquer outras finalidades urbanísticas. Social com, no mínimo, a mesma área construída exigida no caput
Parágrafo único. Não sendo possível a destinação indicada no deste artigo em outro terreno, desde que situado na Macrozona de
artigo anterior em razão das características do imóvel ou por in- Estruturação e Qualificação Urbana, excluída a Macroárea de Redu-
viabilidade econômica e financeira, o bem deverá ser alienado e o ção da Vulnerabilidade Urbana e os Subsetores Jacu-Pêssego, Arco
valor arrecadado será destinado ao Fundo Municipal de Habitação Leste, Noroeste e Fernão Dias do Setor Eixos de Desenvolvimento
para a aquisição de terrenos e glebas. da Macroárea de Estruturação Metropolitana;(Redação dada pela
Art. 110. O procedimento para arrecadação terá início de ofício Lei nº 17.975/2023)
ou mediante denúncia, que informará a localização do imóvel em II – doar terreno, isoladamente ou de forma associada, a ser
cujos atos de posse tenham cessado. regulamentada por decreto, de valor equivalente a 20% (vinte por
§ 1º Para dar seguimento ao procedimento de arrecadação, a cento) do valor da área total do terreno do empreendimento, cal-
Prefeitura deverá: culado conforme Cadastro de Valor de Terreno para fins de Outorga
I – abrir processo administrativo que deverá conter os seguin- Onerosa, desde que o terreno doado esteja situado na Macrozona
tes documentos: de Estruturação e Qualificação Urbana, excluída a Macroárea de
a) requerimento ou denúncia que motivou a diligência; Redução da Vulnerabilidade Urbana e os Subsetores Jacu-Pêsse-
b) certidão imobiliária atualizada; go, Arco Leste, Noroeste e Fernão Dias do Setor Eixos de Desen-
c) certidão positiva de existência de ônus fiscais municipais; volvimento da Macroárea de Estruturação Metropolitana;(Redação
d) outras provas do estado de abandono do imóvel, quando dada pela Lei nº 17.975/2023)
houver; III - depositar no Fundo de Desenvolvimento Urbano – FUN-
e) cópias de ao menos 3 (três) notificações encaminhadas ao DURB, em sua conta segregada para Habitação de Interesse Social,
endereço do imóvel ou àquele constante da matrícula ou transcri- 20% (vinte por cento) do valor da área total do terreno, calculado
ção imobiliária; conforme Cadastro de Valor de Terreno para fins de Outorga One-
II – realizar atos de diligência, mediante elaboração de relatório rosa, destinado à aquisição de terreno ou subsídio para produção
circunstanciado contendo a descrição das condições do imóvel; de HIS, preferencialmente em ZEIS 3.(Redação dada pela Lei nº
17.975/2023)
§ 3º Atendida a exigência estabelecida no caput, inclusive pelas
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

alternativas previstas no § 2º, o empreendimento poderá benefi- SUBSEÇÃO II


ciar-se de acréscimo de 20% (vinte por cento) na área computável, DA OUTORGA ONEROSA DO DIREITO DE CONSTRUIR
obtida mediante o pagamento da outorga onerosa.(Redação dada
pela Lei nº 17.975/2023) Art. 115. A Prefeitura poderá outorgar onerosamente o direito
§ 4º O Executivo deverá fiscalizar a destinação das unidades, de construir correspondente ao potencial construtivo adicional me-
garantindo o atendimento da faixa de renda prevista no “caput” diante contrapartida financeira a ser prestada pelos beneficiários,
deste artigo.(Regulamentado pelo Decreto nº 56.538/2015) nos termos dos arts. 28 a 31 e seguintes do Estatuto da Cidade, e
§ 5º A obrigação estabelecida no “caput” se estende aos de acordo com os critérios e procedimentos estabelecidos nesta lei.
empreendimentos com área construída computável inferior a § 1º Os recursos auferidos com as contrapartidas financeiras
20.000m² (vinte mil metros quadrados), quando:(Regulamentado oriundas da outorga onerosa de potencial construtivo adicional se-
pelo Decreto nº 56.538/2015) rão destinados ao Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano –
a) originários de desmembramentos aprovados após a publica- FUNDURB.(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023)
ção desta lei, com área computável equivalente superior a 20.000m² § 2º Fica autorizada a cobrança de outorga onerosa em proje-
(vinte mil metros quadrados), calculada conforme a equação a se- tos de regularização de edificações existentes desde que os proje-
guir:(Regulamentado pelo Decreto nº 56.538/2015) tos atendam integralmente a legislação pertinente vigente.(Incluído
ACce = (ACc x ATo) / ATd, onde: pela Lei nº 17.975/2023)
ACce – área construída computável equivalente; § 3º Ficam excluídos do disposto no parágrafo anterior os lotes
ACc – área construída computável do terreno desmembrado; internos aos perímetros das Operações urbanas.(Incluído pela Lei
ATo – área do terreno original; nº 17.975/2023)
ATd – área do terreno desmembrado; Art. 116. O potencial construtivo adicional é bem jurídico do-
b) (VETADO) minical, de titularidade da Prefeitura, com funções urbanísticas e
§ 6º A doação de área prevista do inciso II do § 2º deste artigo socioambientais.
só será aceita após a análise e aprovação do órgão competente.(Re- § 1º Considera-se potencial construtivo adicional o correspon-
gulamentado pelo Decreto nº 56.538/2015) dente à diferença entre o potencial construtivo utilizado e o poten-
§ 7º Os empreendimentos de uso não residencial localizados cial construtivo básico.
em áreas onde o fator de planejamento para os usos nR é igual a § 2º Para o cálculo do potencial construtivo adicional deverão
zero, de acordo com o Quadro 6 desta lei, ficam dispensados da ser utilizados:
obrigação determinada no “caput”.(Regulamentado pelo Decreto I – o coeficiente de aproveitamento básico 1 (um) estabelecido
nº 56.538/2015) nos Quadros 2 e 2A desta lei;
§ 8º A cota de solidariedade prevista nos Arts. 111 e 112 da Lei II – o coeficiente de aproveitamento máximo 4 (quatro) estabe-
nº 16.050, de 2014, poderá ser adotada, por opção do interessa- lecido no Quadro 2 desta Lei para as áreas de influência dos Eixos
do, nos empreendimentos com área construída computável igual de Estruturação da Transformação Urbana;(Redação dada pela Lei
ou inferior a 20.000 m² (vinte mil metros quadrados), recebendo o nº 17.975/2023)
empreendedor, como contrapartida, os benefícios previstos nos §§ III – o coeficiente de aproveitamento máximo 4 (quatro) esta-
2º e 3º deste artigo.(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023) belecido para as ZEIS 2, ZEIS 3 e ZEIS 5;
IV – o coeficiente de aproveitamento máximo fixado nas leis de
SEÇÃO II operações urbanas em vigor;
DO DIREITO DE CONSTRUIR V – o coeficiente de aproveitamento máximo 2 (dois) para as
áreas não relacionadas nos incisos II e III, estabelecido segundo
SUBSEÇÃO I cada macroárea no Quadro 2A desta lei, exceto nas zonas onde a
DO DIREITO DE SUPERFÍCIE Lei nº 13.885, de 25 de agosto de 2004, fixou índices menores;
VI – o coeficiente de aproveitamento máximo definido pelas
Art. 113. O Município poderá receber em concessão, direta- leis especiais relacionadas no art. 369 desta lei;
mente ou por meio de seus órgãos, empresas ou autarquias, nos VII – o coeficiente de aproveitamento resultante da aplicação
termos da legislação em vigor, o direito de superfície de bens imó- da cota de solidariedade.
veis para viabilizar a implementação de ações e objetivos previstos § 3º Leis específicas que criarem novas Operações Urbanas
nesta lei, inclusive mediante a utilização do espaço aéreo e subter- Consorciadas e Áreas de Intervenção Urbana poderão fixar coefi-
râneo. cientes de aproveitamento máximo distintos dos limites estabeleci-
Art. 114. O Município poderá ceder, mediante contrapartida dos nesta lei mediante Projeto de Intervenção Urbana, mantendo o
de interesse público, o direito de superfície de seus bens imóveis, coeficiente de aproveitamento básico 1 (um).
inclusive o espaço aéreo e subterrâneo, com o objetivo de implan- § 4º O impacto na infraestrutura e no meio ambiente advindo
tar as ações e objetivos previstos nesta lei, incluindo instalação de da utilização do potencial construtivo adicional deverá ser monito-
galerias compartilhadas de serviços públicos e para a produção de rado permanentemente pela Prefeitura, que publicará relatórios
utilidades energéticas. periodicamente.
Art. 117. A contrapartida financeira à outorga onerosa de po-
tencial construtivo adicional será calculada segundo a seguinte
equação:
C = (At / Ac) x V x Fs x Fp, onde:
C – contrapartida financeira relativa a cada m² de potencial
construtivo adicional;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

At – área de terreno em m²; ainda quando ultrapassado o coeficiente correspondente à área


Ac – área construída computável total pretendida no empreen- existente a manter até o coeficiente de aproveitamento máximo.
dimento em m²; (Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
V – valor do m² do terreno constante do Cadastro de Valor de § 7º Em nenhuma hipótese haverá devolução de valores pagos
Terreno para fins de Outorga Onerosa, conforme Quadro 14 anexo; relativos à outorga onerosa, sendo vedada a transferência para ou-
Fs – fator de interesse social, entre 0 (zero) e 1 (um), conforme tro imóvel.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
Quadro 5 anexo; § 8º Para efeito de cálculo da cobrança de outorga onerosa que
Fp – fator de planejamento entre 0 (zero) e 1,3 (um e três déci- trata o § 2º do art. 115 desta Lei, o valor deverá ser calculado con-
mos), conforme Quadro 6 anexo. forme o caput deste artigo e deverá ser acrescido 5% (cinco por
§ 1º A contrapartida financeira total calcula-se pela multipli- cento) ao valor.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
cação da contrapartida financeira relativa a cada m² pelo potencial § 9º Para efeito de cálculo de coeficiente de aproveitamento e
construtivo adicional adquirido. outorga onerosa em reformas, as áreas existentes, a construir ou a
§ 2º Em caso de não cumprimento da destinação que motivou transformar deverão ser consideradas como áreas computáveis ou
a utilização dos fatores Fs e Fp, a Prefeitura procederá à cassação não computáveis desde que não ultrapasse o coeficiente máximo,
da licença ou ao cancelamento da isenção ou redução, bem como mediante o pagamento de outorga onerosa a partir do C.A. básico
a sua cobrança em dobro a título de multa, acrescida de juros e que sejam permitidos pela legislação vigente.(Incluído pela Lei nº
correção monetária. 17.975/2023)
§ 3º Na hipótese de um empreendimento envolver mais de um § 10. No caso de execução de demolição total do imóvel re-
imóvel, deverá prevalecer o maior valor de metro quadrado dos gular, com ou sem mudança de uso, os índices e taxas poderão ser
imóveis envolvidos no projeto. mantidos mesmo que maiores que o permitido pela legislação vi-
§ 4º Ficam mantidos os critérios de cálculo das contrapartidas gente, mediante pagamento de outorga onerosa a partir do C.A.
financeiras estabelecidos nas leis de Operações Urbanas e Opera- básico.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
ções Urbanas Consorciadas em vigor. Art. 118. O Cadastro de Valor de Terreno para fins de Outorga
§ 5º Para empreendimentos residenciais localizados nos Eixos Onerosa deverá ser atualizado anualmente pelo Executivo, ouvido
de Estruturação da Transformação Urbana, onde há incidência da o Conselho Municipal de Valores Imobiliários – CMVI, e deverá ser
cota parte máxima de terreno por unidade, a definição do valor do publicado até o dia 31 de dezembro de cada ano, com validade a
fator Fs a ser aplicado no cálculo da contrapartida financeira deverá partir do dia 1º de janeiro do ano seguinte.(Redação dada pela Lei
ser estabelecido proporcionalmente às unidades do empreendi- nº 17.975/2023)
mento. § 1º A atualização por ato do Executivo de que trata o caput
§ 6º Para a aplicação da contrapartida financeira relativa à ou- ficará limitada à variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo
torga de potencial construtivo adicional serão adotados os seguin- (IPCA) somada à variação positiva real do PIB acumuladas no perío-
tes procedimentos:(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) do.(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023)
I - nos projetos modificativos para o mesmo uso, nos termos da § 2º Quando a atualização dos valores dos terrenos constan-
LPUOS e da legislação edilícia, o valor referente à outorga onerosa, tes do Cadastro de Valor de Terreno para fins de Outorga Onerosa
quando necessária, será calculado sobre a área computável adicio- for superior ao limite definido no parágrafo anterior, o reajuste do
nal proposta, nos termos da legislação vigente;(Incluído pela Lei nº valor do cadastro correspondente à variação excedente deverá ser
17.975/2023) aprovado por lei.
II - no caso de projeto aprovado, cuja edificação não tenha sido § 3º Na hipótese prevista no parágrafo anterior, o Executivo de-
executada, em que tenha havido o pagamento de contrapartida fi- verá enviar projeto de lei ao Legislativo, até 30 de setembro de cada
nanceira relativa à outorga onerosa de potencial construtivo adi- ano, e até a aprovação ou rejeição desse projeto a Sessão Ordinária
cional, o valor comprovadamente pago, sem atualização, será des- da Câmara Municipal não será interrompida.
contado do montante referente à outorga onerosa devida em novo § 4º O Quadro 14 anexo a esta lei contém o Cadastro de Valor
projeto aprovado no mesmo imóvel, observado o seguinte:(Incluído de Terreno para fins de Outorga Onerosa que passará a valer a par-
pela Lei nº 17.975/2023) tir da data de publicação desta lei.
a) a outorga onerosa do novo projeto será calculada nos ter- Art. 119. De acordo com o art. 31 da Lei nº 14.933, de 5 de
mos da legislação vigente;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) junho de 2009, que instituiu a Política de Mudança do Clima no Mu-
b) o novo projeto deverá ser protocolizado no prazo de 5 (cin- nicípio de São Paulo, lei específica deverá estabelecer fator de redu-
co) anos, contados da data da expedição do alvará de aprovação ção da contrapartida financeira à outorga onerosa para empreen-
não executado;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) dimentos que adotem tecnologias e procedimentos construtivos
III - no caso de mudança de uso, categoria de uso ou subcatego- sustentáveis, considerando, entre outros:
ria de uso em edificação em que tenha havido contrapartida finan- I – o uso de energias renováveis, eficiência energética e coge-
ceira relativa à outorga onerosa de potencial construtivo adicional ração de energia;
ou que teve benefícios referentes a leis específicas, será devida ou- II – a utilização de equipamentos, tecnologias ou medidas que
torga onerosa calculada para o novo uso pretendido, nos termos da resultem redução significativa das emissões de gases de efeito es-
legislação vigente, descontando-se os valores efetivamente pagos, tufa ou ampliem a capacidade de sua absorção ou armazenamento;
sem atualização;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) III – o uso racional e o reúso da água;
IV - no caso de reforma com acréscimo de área e demolição IV – a utilização de materiais de construção sustentáveis.
parcial de área construída, caberá pagamento da outorga referen- Art. 120. Os fatores de planejamento poderão ser revistos a
te às novas áreas, quando ultrapassado o coeficiente de aprovei- cada 4 (quatro) anos por meio de lei específica.
tamento básico até o coeficiente de aproveitamento máximo ou Parágrafo único. A revisão da LPUOS poderá estabelecer fato-
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res de planejamento para incentivar tipologias urbanas e ambien- cedido aos imóveis que obtiveram o Termo de Compromisso Am-
tais desejáveis e de acordo com as diretrizes previstas nesta lei. biental (TCA), emitido pelo órgão competente, a atribuição de novo
Art. 121. (VETADO) Potencial Construtivo Transferível (TDC) com montante equivalente
a 70% (setenta por cento) do Potencial Construtivo Transferível ini-
SUBSEÇÃO III cialmente atribuído;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
DA TRANSFERÊNCIA DO DIREITO DE CONSTRUIR b) o proprietário poderá optar, quando completados 15 (quin-
ze) anos, pela atribuição de novo Potencial Construtivo Transferível
Art. 122. A transferência do direito de construir corresponden- (TDC) com montante equivalente a 100% (cem por cento) do Poten-
te ao potencial construtivo passível de ser utilizado em outro local, cial Construtivo Transferível inicialmente atribuído. Os benefícios
prevista nos termos do art. 35 da Lei Federal nº 10.257, de 2001 dispostos nos incisos I e II não são cumulativos;(Incluído pela Lei nº
– Estatuto da Cidade e disciplinada em lei municipal, observará as 17.975/2023)
disposições, condições e parâmetros estabelecidos neste Plano Di- c) A data de referência e a data de emissão da Declaração de
retor Estratégico. Potencial permanecem as mesmas após a concessão do benefí-
Art. 123. Fica autorizada a transferência do potencial constru- cio;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
tivo de imóveis urbanos privados ou públicos, para fins de viabili- d) O benefício disposto nos incisos I e II será adicionado ao
zar:(Regulamentado pelo Decreto nº 58.289/2018) saldo remanescente na Declaração de Potencial, quando houver,
I – a preservação de bem de interesse histórico, paisagísti- deverá seguir o § 3º do art. 124.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
co, ambiental, social ou cultural;(Regulamentado pelo Decreto nº Art. 124. O potencial construtivo passível de transferência,
58.289/2018) nos casos em que não há a doação do imóvel cedente, deverá ob-
II – a execução de melhoramentos viários para a implanta- servar as seguintes disposições:(Regulamentado pelo Decreto nº
ção de corredores de ônibus;(Regulamentado pelo Decreto nº 57.536./2016)
58.289/2018) I – os imóveis enquadrados como ZEPEC-BIR e ZEPEC-APC po-
III - a implantação de parques propostos situados na zona urba- derão transferir o potencial construtivo básico definido em razão
na;(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023) de sua localização;(Regulamentado pelo Decreto nº 57.536./2016)
IV - a preservação de áreas de propriedade particular, de in- II - os imóveis enquadrados como ZEPAM, localizados na zona
teresse ambiental, localizadas em ZEPAM, situadas na zona urba- urbana poderão transferir seu potencial construtivo básico;(Reda-
na, que atendam os parâmetros estabelecidos na LPUOS;(Redação ção dada pela Lei nº 17.975/2023)
dada pela Lei nº 17.975/2023) III - (VETADO)(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
V – programas de regularização fundiária e urbanização de § 1º A transferência de potencial construtivo prevista no inciso
áreas ocupadas por população de baixa renda;(Regulamentado II do “caput”:(Regulamentado pelo Decreto nº 57.536./2016)
pelo Decreto nº 58.289/2018) I – dependerá de autorização do Conselho Gestor do FUNDURB
VI – programas de provisão de Habitação de Interesse Social. e de parecer favorável da Secretaria do Verde e Meio Ambiente –
(Regulamentado pelo Decreto nº 58.289/2018) SVMA;(Regulamentado pelo Decreto nº 57.536./2016)
VII - (VETADO) II – ficará condicionada à celebração de Termo de Compromisso
§ 1º A Prefeitura poderá receber imóveis para o atendimento Ambiental – TCA, que deverá ser averbado na matrícula do imóvel,
às finalidades previstas neste artigo, oferecendo como contrapar- no qual o proprietário do imóvel cedente assume as obrigações de
tida ao proprietário a possibilidade de transferência do potencial preservação das características da área, e são definidas as sanções
construtivo do bem doado, nas condições previstas nesta lei.(Regu- cabíveis previstas pela legislação ambiental no caso de descumpri-
lamentado pelo Decreto nº 58.289/2018) mento das obrigações assumidas.(Regulamentado pelo Decreto nº
§ 2º A transferência prevista no “caput”, nos casos em que não 57.536./2016)
houver doação do imóvel cedente, fica condicionada às disposições § 2º Não poderão ser realizadas transferências de potencial
previstas em lei, em especial ao atendimento às providências relati- construtivo originário de bairros tombados em Área de Urbanização
vas à conservação do imóvel cedente, e caso estas providências não Especial (AUE) e das Áreas de Proteção Paisagística (APPa).(Regula-
forem tomadas, o proprietário do imóvel ficará sujeito às sanções mentado pelo Decreto nº 57.536./2016)
cabíveis.(Regulamentado pelo Decreto nº 58.289/2018) § 3º Quando o potencial construtivo passível de transferência
§ 3º O controle da transferência de potencial construtivo será ultrapassar 50.000m2 (cinquenta mil metros quadrados), a trans-
realizado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, ferência do que exceder este limite se dará de forma gradativa
que expedirá, mediante requerimento, Declaração de Potencial em dez parcelas anuais, incluindo as declarações já emitidas ante-
Construtivo Passível de Transferência e Certidão de Transferên- riormente à publicação desta lei.(Regulamentado pelo Decreto nº
cia de Potencial Construtivo.(Regulamentado pelo Decreto nº 57.536./2016)
58.289/2018) § 4º Fica regulada nos termos da lei específica, a transferência
§ 4º (VETADO)(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) do direito de construir para fins de Regularização Fundiária Urbana
§ 5º A declaração de potencial construtivo emitida antes da vi- – Reurb.(Incluído Lei nº 17.975/2023)
gência da Lei nº 16.050, de 2014, para imóveis enquadrados como § 5º A certidão que trata o § 1º deverá atender integralmente
ZEPAM quando o imóvel cedente apresentar estado de conservação os arts. 124 e 125 desta Lei.(Incluído Lei nº 17.975/2023)
e preservação satisfatórias o interessado poderá solicitar a renova- § 6º O Poder Executivo regulamentará os fatores e o termos
ção da declaração considerando:(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) para a emissão de novas certidões de que trata o § 1º deste artigo.
a) considerado a deterioração, os custos de manutenção e a (Incluído Lei nº 17.975/2023)
permanente conservação do imóvel, quando completados 10 (dez) Art. 125. Nos casos de transferência do direito de construir, nos
anos da emissão da Declaração de Potencial Construtivo, será con- quais não há a doação do imóvel cedente, previstos nos incisos do
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

art. 124 desta lei, o potencial construtivo passível de transferência Art. 127. Nos casos de utilização da transferência do direito de
será calculado segundo a equação a seguir:(Regulamentado pelo construir nas desapropriações amigáveis e doações, previstos no
Decreto nº 57.536./2016) art. 126 desta lei, o potencial construtivo passível de transferência
PCpt = Atc x CAbas x Fi, onde:(Regulamentado pelo Decreto nº será calculado segundo a equação a seguir:(Regulamentado pelo
57.536./2016) Decreto nº 58.289/2018)
PCpt – potencial construtivo passível de transferência;(Regula- PCpt = Atc x CAmax x Fi, onde:(Regulamentado pelo Decreto nº
mentado pelo Decreto nº 57.536./2016) 58.289/2018)
Atc – área do terreno cedente;(Regulamentado pelo Decreto PCpt – potencial construtivo passível de transferência;(Regula-
nº 57.536./2016) mentado pelo Decreto nº 58.289/2018)
CAbas – coeficiente de aproveitamento básico do terreno ce- Atc – área do terreno doado;(Regulamentado pelo Decreto nº
dente, vigente na data de referência;(Regulamentado pelo Decreto 58.289/2018)
nº 57.536./2016) CAmax – coeficiente de aproveitamento máximo do terreno
Fi – Fator de incentivo = 1.(Regulamentado pelo Decreto nº doado, vigente na data de doação;(Regulamentado pelo Decreto nº
57.536./2016) 58.289/2018)
§ 1º Na Declaração de Potencial Construtivo Passível de Trans- Fi – fator de incentivo à doação, vigente na data da doação.
ferência expedida pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento (Regulamentado pelo Decreto nº 58.289/2018)
Urbano, deverá constar no mínimo:(Regulamentado pelo Decreto § 1º Segundo a finalidade de transferência, ficam definidos os
nº 57.536./2016) seguintes fatores de incentivo à doação:(Regulamentado pelo De-
I – o potencial construtivo passível de transferência;(Regula- creto nº 58.289/2018)
mentado pelo Decreto nº 57.536./2016) I – 2,0 (dois) para melhoramentos viários para implanta-
II – a data de referência;(Regulamentado pelo Decreto nº ção de corredores de ônibus;(Regulamentado pelo Decreto nº
57.536./2016) 58.289/2018)
III – valor unitário, valor por 1m2 (um metro quadrado), do ter- II – 1,9 (um e nove décimos) para programas de construção
reno cedente de acordo com o Cadastro de Valor de Terreno para de Habitação de Interesse Social;(Regulamentado pelo Decreto nº
fins de Outorga Onerosa, vigente na data de referência;(Regula- 58.289/2018)
mentado pelo Decreto nº 57.536./2016) III – 0,8 (oito décimos) para programas de regularização fundiá-
IV – informação de que o potencial construtivo passível de ria e urbanização de áreas ocupadas por população de baixa ren-
transferência foi originado sem doação de terreno.(Regulamentado da;(Regulamentado pelo Decreto nº 58.289/2018)
pelo Decreto nº 57.536./2016) IV - 1,4 (um e quatro décimos) para implantação de parque
§ 2º Será considerada como data de referência a data do proto- com valor de terreno no Quadro 14 inferior ou igual a R$2.000/m²,
colo da solicitação da Declaração de Potencial Construtivo Passível observadas as atualizações subsequentes;(Redação dada pela Lei
de Transferência à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urba- nº 17.975/2023)
no.(Regulamentado pelo Decreto nº 57.536./2016) V - 1 (um inteiro) para implantação de parque com valor de
Art. 126. A transferência do potencial construtivo poderá ser terreno no Quadro 14 superior a R$2.000/m², observadas as atuali-
utilizada nos casos de doação de imóveis ou nos casos de desapro- zações subsequentes.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
priação amigável para viabilizar:(Regulamentado pelo Decreto nº § 2º Na Declaração de Potencial Construtivo Passível de Trans-
58.289/2018) ferência expedida pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento
I – melhoramentos viários para implantação de corredores de Urbano, deverá constar no mínimo:(Regulamentado pelo Decreto
ônibus;(Regulamentado pelo Decreto nº 58.289/2018) nº 58.289/2018)
II – programas de provisão de Habitação de Interesse So- I – potencial construtivo passível de transferência;(Regulamen-
cial;(Regulamentado pelo Decreto nº 58.289/2018) tado pelo Decreto nº 58.289/2018)
III – programas de regularização fundiária e urbanização de II – a data da doação;(Regulamentado pelo Decreto nº
áreas ocupadas por população de baixa renda;(Regulamentado 58.289/2018)
pelo Decreto nº 58.289/2018) III – coeficiente de aproveitamento máximo do terreno doa-
IV - implantação de parques propostos, de acordo com o Qua- do, vigente na data de doação;(Regulamentado pelo Decreto nº
dro 7 anexo a esta Lei, situados na zona urbana.(Redação dada pela 58.289/2018)
Lei nº 17.975/2023) IV – valor unitário, valor por 1m² (um metro quadrado), do ter-
§ 1º Nos casos em que a doação for proposta pelo proprietário reno doado de acordo com o Cadastro de Valor de Terreno para fins
para uma das finalidades descritas nos incisos do caput deste arti- de Outorga Onerosa, vigente na data de doação;(Regulamentado
go, deverá ser avaliada a conveniência e o interesse público no re- pelo Decreto nº 58.289/2018)
cebimento da área, mediante análise da vantajosidade da medida, V – Informação de que o potencial construtivo passível de
cotejando-se a economicidade de seu recebimento, o valor do bem transferência foi originado com doação de terreno.(Regulamentado
a ser doado, aferido em avaliação específica, admitida a possibili- pelo Decreto nº 58.289/2018)
dade de previsão de contrapartidas compatíveis com os objetivos § 3º Será considerada como data de doação a data de emissão
da política urbana em desenvolvimento.(Redação dada pela Lei nº da Declaração de Potencial Construtivo Passível de Transferência à
17.975/2023) Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano.(Regulamentado
§ 2º Nos casos de desapropriação amigável, com a concordân- pelo Decreto nº 58.289/2018)
cia do proprietário, os bens poderão ser indenizados exclusivamen- Art. 128. Nos casos de transferência do direito de construir com
te mediante a transferência do potencial construtivo calculado nos ou sem doação, previstos nos arts. 125 e 127 desta lei, o potencial
termos do art. 127.(Regulamentado pelo Decreto nº 58.289/2018) construtivo a ser transferido para o imóvel receptor será calcula-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

do segundo a equação a seguir:(Regulamentado pelo Decreto nº (Regulamentado pelo Decreto nº 58.289/2018)


58.289/2018) Art. 129. A expedição da Certidão de Transferência de Potencial
PCr = (PCpt x VTcd) / (Cr x CAmaxcd), onde:(Regulamentado Construtivo de imóveis enquadrados como ZEPEC-BIR fica condicio-
pelo Decreto nº 58.289/2018) nada à comprovação, pelo proprietário e responsável técnico, do
PCr – potencial construtivo equivalente a ser recebido no imó- bom estado de preservação e conservação do imóvel cedente, defi-
vel receptor;(Regulamentado pelo Decreto nº 58.289/2018) nido a partir de critérios do órgão municipal de patrimônio cultural.
PCpt – potencial construtivo passível de transferência, con- (Redação dada pela Lei nº 17.975/2023)
forme consta da declaração expedida pela Secretaria Municipal § 1º Quando o imóvel cedente apresentar estado de conserva-
de Desenvolvimento Urbano;(Regulamentado pelo Decreto nº ção e preservação inadequado ou insatisfatório, deverá ser exigida
58.289/2018) do proprietário a adoção de medidas de restauro ou de conserva-
VTcd – valor unitário, valor por 1m2 (um metro quadrado), do ção.(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023)
terreno cedente ou doado de acordo com o Cadastro de Valor de § 2º Nos casos enquadrados no disposto no parágrafo anterior,
Terreno para fins de Outorga Onerosa vigente na data de referência a expedição da certidão de transferência de potencial construtivo
ou doação, conforme consta da declaração expedida pela Secreta- fica condicionada à verificação das condições de conservação e pre-
ria Municipal de Desenvolvimento Urbano;(Regulamentado pelo servação do imóvel cedente.
Decreto nº 58.289/2018) I - considerado a deterioração, os custos de manutenção e a
Cr – valor unitário, valor por 1m2 (um metro quadrado), da permanente conservação do imóvel, quando completados 10 (dez)
contrapartida da outorga onerosa no imóvel receptor;(Regulamen- anos da emissão da Declaração de Potencial Construtivo, será con-
tado pelo Decreto nº 58.289/2018) cedido aos imóveis que obtiverem o Atestado de Conservação do
CAmaxcd – coeficiente de aproveitamento máximo do imóvel Imóvel, emitido pelo órgão competente, a atribuição de novo Po-
cedente ou doado, vigente na data de referência ou de doação, tencial Construtivo Transferível (TDC) com montante equivalente a
conforme consta da declaração expedida pela Secretaria Munici- 70% (setenta por cento) do Potencial Construtivo Transferível ini-
pal de Desenvolvimento Urbano.(Regulamentado pelo Decreto nº cialmente atribuído;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
58.289/2018) II - o proprietário poderá optar, quando completados 15 (quin-
§ 1º Nos casos em que o potencial construtivo passível de ze) anos, pela atribuição de novo Potencial Construtivo Transferível
transferência foi originado nas hipóteses dispostas no art. 125, o (TDC) com montante equivalente a 100% (cem por cento) do Poten-
potencial construtivo equivalente a ser recebido no imóvel receptor cial Construtivo Transferível inicialmente atribuído. Os benefícios
(PCr) será calculado adotando-se o coeficiente de aproveitamento dispostos nos incisos I e II não são cumulativos;(Incluído pela Lei nº
máximo do imóvel cedente (CAmaxcd) igual a 4 (quatro).(Regula- 17.975/2023)
mentado pelo Decreto nº 58.289/2018) III - a data de referência e a data de emissão da Declaração
§ 2º Para fins do cálculo disposto no “caput” deste artigo, o de Potencial permanecem as mesmas após a concessão do benefí-
valor do terreno cedente ou doado vigente na data de referência cio;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
ou doação, de acordo com o Cadastro de Valor de Terreno para fins IV – o benefício disposto nos incisos I e II será adicionado ao
de Outorga Onerosa conforme consta da declaração expedida pela saldo remanescente na Declaração de Potencial, quando houver.
Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano será corrigido (Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
pelo IPCA acumulado entre o mês imediatamente posterior ao mês Art. 130. São passíveis de receber o potencial construtivo trans-
de referência ou de doação que consta da Declaração de Potencial ferido, até o limite do potencial construtivo máximo, os imóveis lo-
Construtivo Passível de Transferência e o último mês anterior à data calizados em áreas onde o coeficiente de aproveitamento máximo
de protocolo do pedido de Certidão de Transferência de Potencial for maior que 1,0 (um), desde que não estejam localizados nos pe-
Construtivo para o qual o IPCA estiver disponível.(Regulamentado rímetros de abrangência das operações urbanas consorciadas em
pelo Decreto nº 58.289/2018) vigor.(Regulamentado pelo Decreto nº 58.289/2018)
§ 3º Para cálculo do valor unitário, valor por 1m² (um metro Art. 131. Será possível a expedição de sucessivas Certidões de
quadrado), da contrapartida correspondente à outorga onerosa no Transferência de Potencial Construtivo derivadas de uma mesma
imóvel receptor (Cr), será considerada a equação definida no art. Declaração de Potencial Construtivo Passível de Transferência, fi-
117, adotando-se:(Regulamentado pelo Decreto nº 58.289/2018) cando a expedição das certidões, nos casos previstos no art. 125,
I – a área construída computável total pretendida no terreno condicionadas à comprovação do estado de conservação e preser-
receptor, em m²;(Regulamentado pelo Decreto nº 58.289/2018) vação do imóvel.(Regulamentado pelo Decreto nº 58.289/2018)
II – o fator social no imóvel receptor correspondente ao seu uso Art. 132. Permanecem válidas as Declarações de Potencial
ou atividade, de acordo com o Quadro 5 desta lei;(Regulamentado Construtivo Passível de Transferência e as Certidões de Potencial
pelo Decreto nº 58.289/2018) Construtivo Transferido emitidas até a data de entrada em vigor
III – o fator de planejamento correspondente ao uso e à ma- desta lei.(Regulamentado pelo Decreto nº 55.888/2015)
croárea onde está localizado o imóvel receptor, na data de transfe- Parágrafo único. Decreto do Executivo estabelecerá as regras
rência;(Regulamentado pelo Decreto nº 58.289/2018) para expedição das Certidões de Potencial Construtivo Transferi-
IV – valor unitário, valor por 1m² (um metro quadrado), do ter- do com base nas Declarações de Potencial Construtivo Passível de
reno receptor de acordo com o Cadastro de Valor de Terreno para Transferência expedidas anteriormente à publicação desta lei.
fins de Outorga Onerosa, vigente na data de transferência.(Regula- Art. 133. Lei específica poderá redefinir os fatores de incenti-
mentado pelo Decreto nº 58.289/2018) vo, seus critérios de aplicação, bem como rever os perímetros de
§ 4º Será considerada como data de transferência a data do aplicação do potencial construtivo passível de transferência estabe-
protocolo do pedido de Certidão de Transferência de Potencial lecidos nesta lei.
Construtivo à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 1º Os empreendimentos localizados fora dos EETU poderão tâncias de controle social, como os Conselhos Gestores, previstos
beneficiar-se de acréscimo de 10% (dez por cento) na área compu- para os instrumentos de ordenamento e reestruturação urbana lis-
tável, obtida mediante o pagamento da outorga onerosa, desde que tados no caput, a serem definidos pelo PIU e implementados a par-
obrigatoriamente através de transferência de direito de construir tir de regulação específica.(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023)
de imóvel localizado em ZEPEC-BIR e ZEPEC-APC.(Incluído pela Lei § 3º Os Conselhos Gestores de instrumentos de ordenamento e
nº 17.975/2023) reestruturação urbana serão compostos por representantes do Po-
§ 2º O benefício cedido no § 1º desde artigo não se enquadra der Público e da sociedade civil organizada presente no território,
no limite estabelecido no § 5º do art. 24 da Lei nº 16.402, de 2016. instituídos para gestão e controle social dos objetivos, intervenções
(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) e recursos previstos em suas disposições específicas.(Redação dada
pela Lei nº 17.975/2023)
SEÇÃO III § 4º O PIU deverá contemplar, em seus estudos técnicos, as con-
DOS INSTRUMENTOS DE ORDENAMENTO E REESTRUTURA- dicionantes ambientais e da paisagem de seu território para a for-
ÇÃO URBANA mulação de suas propostas(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023)
§ 5º O instrumento de ordenamento e reestruturação urbana
Art. 134. Com o objetivo de promover o ordenamento e a rees- definido pelo PIU deverá, previamente à sua efetiva implantação,
truturação urbana em áreas subutilizadas e/ou com potencial de ser licenciado por meio de instrumento de gestão ambiental mais
transformação e qualificação, preferencialmente relacionadas com adequado às suas características, conforme a legislação vigente.
a Rede de Estruturação e Transformação Urbana, o Poder Público (Redação dada pela Lei nº 17.975/2023)
Municipal poderá utilizar os seguintes instrumentos de ordenamen- § 6º Nas áreas referidas no caput deste artigo, o Executivo Mu-
to e reestruturação urbana:(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023) nicipal poderá promover, a pedido dos proprietários ou por inicia-
I - Operações Urbanas Consorciadas;(Incluído pela Lei nº tiva própria, o Reordenamento Urbanístico Integrado, que trata do
17.975/2023) processo de reorganização fundiária associado à implantação de
II - Concessão Urbanística;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) plano de reconhecido interesse público, no qual os registros imobi-
III - Áreas de Intervenção Urbana;(Incluído pela Lei nº liários dos terrenos afetados poderão ser objeto de unificação para
17.975/2023) posterior reparcelamento, com a implantação do plano urbanístico
IV - Áreas de Estruturação Local;(Incluído pela Lei nº autorizador da medida, e este instrumento deverá ser regulamen-
17.975/2023) tado por lei específica que deverá conter no mínimo:(Incluído pela
V - Reordenamento Urbanístico Integrado.(Incluído pela Lei nº Lei nº 17.975/2023)
17.975/2023) I - definição de percentual mínimo de adesão ao plano de Reor-
§ 1º Para a implementação dos instrumentos referidos no denamento Urbanístico Integrado referenciado preferencialmente
caput deste artigo, o Poder Público Municipal conduzirá Planos de no número de proprietários e de imóveis contidos no perímetro de
Intervenção Urbana – PIU, consistentes em procedimento com tra- intervenção;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
mitação previamente definida, que objetiva a produção de estudos II - definição do conteúdo mínimo do plano de Reordenamento
técnicos mediante participação social, comportando as seguintes Urbanístico Integrado;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
modalidades:(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023) III - definição dos mecanismos de execução do Plano de Reor-
I - PIU de Ordenamento e Reestruturação Urbana, que, em denamento Urbanístico Integrado, em especial as formas de finan-
atendimento ao previsto no caput deste artigo, busca promover a ciamento;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
definição dos instrumentos de política urbana mais adequados a IV - previsão de contrapartida a ser exigida de forma equitativa
propiciar o ordenamento e a reestruturação urbana em áreas subu- a todos os proprietários dos imóveis contidos no perímetro de in-
tilizadas e/ou com potencial de transformação e qualificação, com tervenção;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
a implementação das intervenções a serem propostas, objetivan- V - previsão de mecanismos de participação, monitoramento e
do:(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) controle envolvendo obrigatoriamente a sociedade, os proprietários
a) maior aproveitamento da terra urbana subutilizada, com afetados e o Executivo Municipal;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
densidades construtivas e demográficas compatíveis com as redes VI - previsão de solução habitacional definitiva dentro do perí-
de infraestrutura e as condições ambientais existentes;(Incluído metro para a população de baixa renda que estiver inserida no perí-
pela Lei nº 17.975/2023) metro do Plano de Reordenamento Urbanístico Integrado.(Incluído
b) incremento de atividades econômicas e empregos e aten- pela Lei nº 17.975/2023)
dimento às necessidades de habitação e de equipamentos sociais Art. 134-A. O Executivo Municipal poderá elaborar ou autori-
para a população;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) zar a elaboração de Planos de Intervenção Urbana – PIU, a pedido
c) integração de políticas e investimentos públicos em habita- dos proprietários, por meio de manifestação de interesse privado –
ção, saneamento, drenagem, áreas verdes, mobilidade e equipa- MIP ou por manifestação de outros entes federativos, assegurada a
mentos urbanos e sociais, entre outras que contribuam para a mini- compatibilidade com a Política Urbana do Município.(Incluído pela
mização das mudanças climáticas;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) Lei nº 17.975/2023)
II - PIU de Zonas de Ocupação Especial (ZOE): com a finalidade Parágrafo único. Os Planos de Intervenção Urbana elaborados
prioritária de promover estudos para a definição de parâmetros es- por entes privados ou outros entes federativos serão coordenados
pecíficos de parcelamento, uso e ocupação do solo adequados às es- pelo Executivo Municipal, que deve avalizar o interesse público da
pecificidades da zona de ocupação especial, considerando as carac- iniciativa, orientar a elaboração dos estudos técnicos, promover a
terísticas de seu contexto urbano.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) devida participação social e consolidar as propostas em regulação
§ 2º A participação social assegurada no âmbito da elaboração específica.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
e tramitação do PIU é independente e não se confunde com as ins-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 135. Para promover os objetivos estabelecidos no art. 134 economia local;(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023)
fica a Prefeitura autorizada a constituir ou delegar instituição de IX - estratégias de financiamento das intervenções previstas na
fundo de investimento imobiliário, instituído nos termos da Lei Fe- modelagem urbanística, com identificação de fontes de recursos
deral nº 8.668, de 25 de junho de 1993, ou legislação que venha a passíveis de serem utilizadas e proposta, se for o caso, de parcerias
sucedê-la, com as seguintes finalidades: com outras esferas do setor público e com o setor privado para a
I – instalar a infraestrutura necessária à implantação dos planos implantação das intervenções previstas;(Redação dada pela Lei nº
urbanísticos e projetos de intervenção urbana; 17.975/2023)
II – viabilizar eventuais desapropriações; X - priorização do atendimento das necessidades sociais, da
III – viabilizar a utilização do Reordenamento Urbanístico Inte- realização das intervenções urbanas e da realização dos investimen-
grado; tos previstos;(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023)
IV – realizar incorporações imobiliárias; XI - etapas e fases de implementação da intervenção urba-
V – implantar projetos de Habitação de Interesse Social e equi- na;(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023)
pamentos sociais. XII - instrumentos para a democratização da gestão da elabo-
ração e implementação dos projetos de intervenção urbana, com
SUBSEÇÃO I mecanismos de participação e controle social;(Redação dada pela
DOS PROJETOS DE INTERVENÇÃO URBANA Lei nº 17.975/2023)
XIII - instrumentos para o monitoramento e avaliação dos impac-
Art. 136. Os Planos de Intervenção Urbana de Ordenamento tos da intervenção urbana.(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023)
e Reestruturação Territorial objetivam apresentar estudos técnicos § 2º O PIU – Ordenamento poderá estabelecer requisitos adi-
para a transformação e qualificação urbanística, econômica e am- cionais para os instrumentos de ordenamento e reestruturação ur-
biental de territórios estratégicos para o desenvolvimento urbano bana, a depender das características e escalas de cada intervenção
do município, de modo a subsidiar a definição dos instrumentos de proposta.(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023)
ordenamento e reestruturação urbana referidos no art. 134 desta § 3º Lei específica poderá autorizar a Prefeitura a estabelecer,
Lei mais adequados à implementação das intervenções propostas. nos perímetros a serem objeto de PIUs de Ordenamento e Rees-
(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023) truturação Urbana, medidas preventivas destinadas a evitar a al-
§ 1º O resultado dos estudos técnicos produzidos por meio do teração das circunstâncias e das condições de fato existentes que
PIU – Ordenamento, assegurada a participação social, deverá indi- possam comprometer ou tornar mais onerosa as intervenções ne-
car os objetivos prioritários da intervenção e as propostas relativas cessárias para o local.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
a aspectos urbanísticos, ambientais, sociais, econômico-financeiros § 4º As medidas preventivas referidas no § 3º serão apenas
e gestão democrática, podendo abordar, de acordo com o caso:(Re- as necessárias para a garantia da integridade dos instrumentos de
dação dada pela Lei nº 17.975/2023) ordenamento e reestruturação urbana, respeitando-se os alvarás
I - estudo do perímetro para a realização do Projeto de Inter- de execução já expedidos pela Municipalidade.(Incluído pela Lei nº
venção Urbana;(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023) 17.975/2023)
II - indicações, por meio de mapas, desenhos ou outras formas § 5º No caso de sobreposição entre perímetros de PIU – Orde-
de representação visual, das intervenções propostas;(Redação dada namento e perímetros de ZEIS 1 e 3, a população moradora dessas
pela Lei nº 17.975/2023) áreas poderá participar do PIU através dos instrumentos de parti-
III - indicações, por meio de quadros, mapas, desenhos ou ou- cipação social definidos em sua elaboração ou através do Conselho
tras formas de representação visual, dos parâmetros de controle do Gestor de ZEIS.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
uso, ocupação e parcelamento do solo propostos, quando aplicável, § 6º No caso de sobreposição entre perímetros de PIU – Orde-
para o perímetro do Projeto de Intervenção Urbana;(Redação dada namento e Planos de Ação Integrada, estes deverão ser elaborados
pela Lei nº 17.975/2023) de forma articulada às disposições do PIU para que as ações previs-
IV - intervenções urbanas para melhorar as condições urbanas, tas componham o programa de intervenções do Plano de Interven-
ambientais, morfológicas, paisagísticas, físicas e funcionais dos es- ção Urbana.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
paços públicos;(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023) § 7º No caso de sobreposição entre perímetros de PIU – Orde-
V - atendimento das necessidades habitacionais e sociais da namento e Planos de Urbanização de ZEIS 1, Projetos de Interven-
população de baixa renda residente na área, afetada ou não pelas ção de ZEIS 3 e Planos de Ação Integrada já executados, as ações
intervenções mencionadas no inciso anterior, com prioridade para previstas nestes planos devem ser absorvidas pelo Plano de Inter-
o atendimento das famílias moradoras de favelas e cortiços que venção Urbana.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
possam ser realocadas;(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023) Art. 136-A. Os estudos técnicos que compõem os PIUs de Zonas
VI - instalação de serviços, equipamentos e infraestruturas ur- de Ocupação Especial (ZOE) - PIU – ZOE - objetivam a fixação de
banas a serem ofertadas a partir das demandas existentes, do incre- parâmetros específicos de parcelamento, uso e ocupação do solo
mento de novas densidades habitacionais e construtivas e da trans- adequados às especificidades da ocupação especial, considerando
formação nos padrões de uso e ocupação do solo;(Redação dada as características de seu contexto urbano, assegurada a participa-
pela Lei nº 17.975/2023) ção social em sua elaboração.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
VII - soluções para as áreas de risco e com solos contamina- § 1º Os PIUs – ZOE serão aprovados por decreto, observados
dos;(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023) os coeficientes de aproveitamento estabelecidos por macroárea
VIII - estudo sobre a viabilidade econômica das intervenções conforme Quadro 2A desta Lei, ou estabelecidos por lei específica.
propostas na modelagem urbanística com estimativas de custo, pre- (Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
visão das dificuldades de execução e avaliação dos impactos posi- § 2º O PIU – ZOE que apresentar um programa de intervenções
tivos e negativos decorrentes das intervenções propostas sobre a urbanísticas com mecanismos de financiamento deve contar com
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

instrumento de ordenamento e reestruturação urbana e seu res- Art. 141. A lei específica que regulamentar cada Operação Ur-
pectivo modelo de gestão democrática para o controle social de sua bana Consorciada deve atender aos objetivos e diretrizes estabele-
implantação.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) cidos nesta lei e conter no mínimo:
§ 3º O PIU – ZOE deve ser elaborado previamente ao desenca- I – delimitação do perímetro de abrangência da Operação Ur-
deamento de procedimentos visando à concessão de uso de equi- bana Consorciada;
pamentos públicos e sociais localizados em Zonas de Ocupação Es- II – delimitação do perímetro expandido no qual serão realiza-
pecial.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) dos investimentos, com recursos da própria Operação Urbana Con-
sorciada, que atendam às necessidades habitacionais da população
SUBSEÇÃO II de baixa renda e melhorem as condições dos sistemas ambientais,
DAS OPERAÇÕES URBANAS CONSORCIADAS de drenagem, de saneamento e de mobilidade, entre outros;
III – finalidade da Operação Urbana Consorciada;
Art. 137. A Prefeitura poderá realizar Operações Urbanas con- IV – plano urbanístico;
sorciadas, de acordo com a Lei Federal nº 10.257, de 2001, com o V – programa básico de intervenções urbanas articulado com
objetivo de promover, em um determinado perímetro, transforma- as finalidades da Operação Urbana Consorciada e com o seu plano
ções urbanísticas estruturais, melhorias sociais e valorização am- urbanístico;
biental, previstas no Projeto de Intervenção Urbanística elaborado VI – estudo prévio de impacto ambiental, de vizinhança, quan-
para a área. do couber, associado aos estudos necessários à área de interven-
Parágrafo único. Novas operações urbanas consorciadas pode- ção;
rão ser criadas, por lei específica, apenas na Macroárea de Estrutu- VII - programa de atendimento econômico, social e habitacio-
ração Metropolitana, com prioridade para a realização de estudos nal para a população diretamente afetada pela Operação Urbana
nos seguintes subsetores: Consorciada, mediante elaboração, pelo órgão competente da po-
I – Arco Tamanduateí; lítica habitacional, de Plano de Reassentamento e aprovação pela
II – Arco Tietê; população a ser removida, nos termos dos arts. 134, 291 e 292 des-
III – Arco Jurubatuba; ta Lei;(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023)
IV – Arco Pinheiros. VIII – previsão de glebas e terrenos para a produção habitacio-
Art. 138. As Operações Urbanas Consorciadas têm por finali- nal de interesse social dentro de seu perímetro de abrangência ou
dade: perímetro expandido;
I – otimizar a ocupação de áreas subutilizadas, por meio de in- IX – a regulamentação das condições específicas de aplicação
tervenções urbanísticas; do parcelamento, edificação e utilização compulsórias para glebas,
II – implantar equipamentos estratégicos para o desenvolvi- lotes e edificações subutilizadas, não utilizadas e não edificadas, de
mento urbano; acordo com o previsto nesta lei;
III – ampliar e melhorar o sistema de transporte coletivo, as X – mecanismos de garantia de preservação dos imóveis e es-
redes de infraestrutura e o sistema viário estrutural; paços urbanos de especial valor histórico, cultural, arquitetônico,
IV – promover a recuperação ambiental de áreas contaminadas paisagístico e ambiental, protegidos por tombamento ou lei;
e áreas passíveis de inundação; XI – instrumentos urbanísticos complementares e de gestão
V – implantar equipamentos públicos sociais, espaços públicos ambiental a serem utilizados na implantação da Operação Urbana
e áreas verdes; Consorciada;
VI – promover Empreendimentos de Habitação de Interesse So- XII – contrapartidas a serem exigidas dos proprietários, usuá-
cial e urbanizar e regularizar assentamentos precários; rios permanentes e investidores privados em função dos benefícios
VII – proteger, recuperar e valorizar o patrimônio ambiental, recebidos;
histórico e cultural; XIII – estoques de potencial construtivo adicional;
VIII – promover o desenvolvimento econômico e a dinamização XIV – forma de controle e gestão da operação urbana consor-
de áreas visando à geração de empregos. ciada, com a previsão de um conselho gestor paritário, formado por
Art. 139. A lei específica que regulamentar cada Operação Ur- representantes do Poder Público e da sociedade civil;
bana Consorciada poderá prever, mediante contrapartida: XV – fundo específico que deverá receber os recursos de con-
I – a modificação de índices e características de parcelamento, trapartidas financeiras e correntes dos benefícios urbanísticos con-
uso e ocupação do solo e subsolo, bem como alterações das normas cedidos;
edilícias; XVI – regras de transição do regime jurídico da operação urba-
II – formas de regularização de edificações executadas em de- na consorciada para o regime jurídico ordinário da Lei de Parcela-
sacordo com a legislação vigente. mento, Uso e Ocupação do Solo, aplicáveis ao final de cada Opera-
§ 1º (VETADO) ção Urbana Consorciada.
§ 2º Os Planos Regionais das subprefeituras deverão observar XVII - para as Operações Urbanas Consorciadas preexistentes
o disposto nas respectivas leis de operações urbanas consorciadas em vigor, as regras de transição aplicáveis para sua finalização deve-
nos perímetros localizados em seu território de abrangência. rão ser definidas por lei específica.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
Art. 140. Nos perímetros de abrangência delimitados pelas leis § 1º O perímetro expandido mencionado no inciso II poderá
específicas de criação das operações urbanas consorciadas, a outor- extrapolar os limites da Macroárea de Estruturação Metropolitana.
ga onerosa do potencial construtivo adicional será regida, exclusiva- (Renumerado pela Lei nº 17.975/2023)
mente, pelas disposições de suas leis específicas. § 2º As áreas e as condições de reassentamento das famílias
removidas nos termos do inciso VII deste artigo serão definidos por
SEHAB, garantidos os parâmetros estabelecidos nesta Lei.(Incluído
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

pela Lei nº 17.975/2023) rações relativas aos Certificados de Potencial Construtivo Adicional
Art. 142. Os recursos obtidos pelo Poder Público na forma do de Construção – CEPAC.
inciso XII do artigo anterior serão aplicados exclusivamente na im- SUBSEÇÃO III
plantação do Programa De Intervenções Urbanas previsto na lei de DA CONCESSÃO URBANÍSTICA
criação da Operação Urbana Consorciada.
§ 1º No mínimo 35% (trinta e cinco por cento) dos recursos ar- Art. 144. Com base em autorização legislativa específica, po-
recadados deverão ser aplicados em Habitação de Interesse Social, derá ser realizada concessão para implantar Projeto de Intervenção
de forma prioritária dentro do programa de intervenções, ao longo Urbana elaborado pelo Poder Público, consideradas as diretrizes do
de toda a vigência da Operação Urbana Consorciada, preferencial- Plano Diretor Estratégico.
mente para a aquisição de glebas e lotes, ações de urbanização e § 1º A implantação poderá ser delegada à empresa estatal mu-
regularização fundiária em assentamentos precários e locação so- nicipal ou, mediante licitação, a empresa ou a conjunto de empre-
cial previstos no programa de intervenções.(Redação dada pela Lei sas em consórcio.
nº 17.975/2023) § 2º O Projeto de Intervenção Urbana a que faz referência o
§ 2º Os recursos a que se refere o § 1º deverão ser em sua ori- “caput” deverá ser elaborado pelo Executivo previamente à solici-
gem depositados em conta específica. tação de autorização à Câmara Municipal.
Art. 143. A lei específica que criar a Operação Urbana Con- § 3º A concessionária poderá obter sua remuneração mediante
sorciada poderá prever a emissão pelo Município de quantidade exploração:
determinada de Certificados de Potencial Adicional de Construção I – dos terrenos;
– CEPAC, que serão alienados em leilão ou utilizados diretamente II – do potencial construtivo a ser utilizado na implantação do
no pagamento das obras, das desapropriações necessárias à im- Projeto de Intervenção Urbana;
plantação do programa de intervenções, bem como oferecidos em III – das edificações destinadas a usos privados que resultarem
garantia para obtenção de financiamentos para a implementação da obra realizada;
da operação. IV – da renda derivada da exploração de espaços públicos;
§ 1º Os Certificados de Potencial Adicional de Construção – CE- V – das receitas acessórias, nos termos que forem fixados no
PAC serão livremente negociados, mas convertidos em direito de respectivo edital de licitação e contrato de concessão urbanística.
construir unicamente na área objeto da Operação Urbana Consor- § 4º A intervenção nos imóveis particulares para a implantação
ciada. do Projeto de Intervenção Urbana, elaborado pelo Executivo de-
§ 2º A vinculação dos Certificados de Potencial Adicional de penderá de prévia negociação com os proprietários dos imóveis di-
Construção – CEPAC poderá ser realizada no ato da aprovação de retamente atingidos que, desde que compatível com a intervenção
projeto de edificação específico para o terreno. planejada, poderão ser convidados a realizar, por conta própria, nos
§ 3º A pedido do interessado os Certificados de Potencial Adi- termos e condições determinadas pela delegação realizada pelo
cional de Construção – CEPAC poderão ser vinculados diretamente Poder Público ou do competente edital de licitação, a intervenção
ao terreno, de modo desvinculado da aprovação da edificação, o proposta.
que deverá ser objeto de certidão. § 5º (VETADO)
§ 4º Apresentado pedido de licença para construir ou para mo- § 6º A concessão urbanística fica sujeita ao regime jurídico fe-
dificação de uso, os Certificados de Potencial Adicional de Constru- deral das concessões comuns e das parcerias público-privadas, com
ção – CEPAC serão utilizados no pagamento da contrapartida cor- as complementações constantes da legislação específica estadual e
respondente aos benefícios urbanísticos concedidos, respeitados municipal.
os limites estabelecidos nas leis de cada Operação Urbana Consor- § 7º Deverá ser constituído Conselho Gestor próprio, paritá-
ciada. rio, com representantes do Poder Público e da sociedade civil para
§ 5º A lei a que se refere o “caput” deverá estabelecer: controle social e acompanhamento contínuo de cada concessão ur-
I – a quantidade de Certificados de Potencial Construtivo Adi- banística.
cional de Construção – CEPAC a ser emitida, obrigatoriamente pro-
porcional ao estoque de potencial construtivo adicional previsto SUBSEÇÃO IV
para a Operação Urbana Consorciada e de acordo com critérios de DAS ÁREAS DE INTERVENÇÃO URBANA (AIU)
flexibilização de parâmetros e regularizações previstas na OUC;
II – o valor mínimo do CEPAC; Art. 145. As áreas de intervenção urbana são porções de terri-
III – as formas de cálculo das contrapartidas; tório definidas em lei destinadas à reestruturação, transformação,
IV – as formas de conversão e equivalência dos CEPAC em me- recuperação e melhoria ambiental de setores urbanos com efeitos
tros quadrados de potencial construtivo adicional e de metros qua- positivos na qualidade de vida, no atendimento às necessidades so-
drados de terreno de alteração de uso; ciais, na efetivação de direitos sociais e na promoção do desenvolvi-
V – o limite mínimo dos recursos destinados para aquisição de mento econômico, previstas no Projeto de Intervenção Urbanística
terrenos para implantação de Empreendimentos de Habitação de elaborado para a área.
Interesse Social. § 1º São territórios passíveis de serem qualificados como áreas
§ 6º A Prefeitura poderá estabelecer mecanismos que estimu- de intervenção urbana os perímetros que se caracterizem como:
lem a implementação do Projeto de Intervenção Urbana da opera- I – áreas urbanizadas que demandem recuperação, reabilitação
ção urbana por meio da vinculação dos CEPACs, podendo prever ou requalificação para aplicação de programas de desenvolvimento
estímulos e desestímulos em função do tempo decorrido entre o econômico;
leilão do CEPAC e a sua vinculação. II – áreas com existência de relevantes concentrações de imó-
§ 7º A Prefeitura editará norma geral regulamentando as ope- veis não utilizados ou subutilizados;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

III – áreas com processos de expansão urbana e de mudanças XI – mecanismos de garantia de preservação dos imóveis e es-
nos padrões de uso e ocupação do solo em larga escala; paços urbanos de especial valor histórico, cultural, arquitetônico,
IV – áreas compatíveis com processos de remodelagem e rees- paisagístico e ambiental, protegidos por tombamento ou lei, quan-
truturação urbana, econômica, social e ambiental; do couber.
V – áreas com relevantes conjuntos arquitetônicos e urbanísti- § 4º Até a aprovação das leis específicas de cada Área de Inter-
cos com valor histórico e cultural; venção Urbana, prevalecem as condições estabelecidas pela legis-
VI – perímetros de ZEIS 3, destinados a requalificação urbana lação de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo.
com prioridade para a implantação de HIS; § 5º As leis específicas que regulamentarão as Áreas de Inter-
VII – qualificação de áreas de acordo com os objetivos da Rede venção Urbana poderão definir:
Hídrica e Ambiental, incluindo os parques propostos e seus entor- I – valor específico para a outorga onerosa do direito de cons-
nos. truir, mediante Fp e Fs próprios;
§ 2º As áreas de intervenção urbana deverão ser propostas II – possibilidade de realização de leilão de outorga onerosa do
pelo Executivo e geridas com a participação dos proprietários, mo- direito de construir;
radores, usuários permanentes e investidores públicos e privados, III – conta segregada no Fundo de Desenvolvimento Urbano
promovendo formas de ocupação mais intensa, qualificada e inclu- – FUNDURB para vincular o investimento do valor arrecadado nos
siva do espaço urbano combinadas com medidas que promovam perímetros de abrangência e expandido;
o desenvolvimento econômico, racionalizem e democratizem a IV – delimitação do perímetro expandido no qual serão reali-
utilização das redes de infraestrutura e a preservação dos sistemas zados investimentos, com recursos da própria AIU, que atendam às
ambientais. necessidades habitacionais da população de baixa renda e melho-
§ 3º As leis específicas que regulamentarão as áreas de inter- rem as condições dos sistemas ambientais, de drenagem, de sanea-
venção urbana conterão, no mínimo: mento e de mobilidade, entre outros.
I – finalidade e delimitação do perímetro de abrangência da Art. 146. No caso de criação de conta segregada, conforme pre-
AIU; visto no inciso III do § 5º do artigo anterior, os recursos serão aplica-
II – Projeto de Intervenção Urbana, com a definição das inter- dos exclusivamente na implantação do Programa De Intervenções
venções propostas que atendam as demandas sociais e equacio- Urbanas previsto na lei de criação da Área de Intervenção Urbana.
nem os problemas urbanísticos existentes ou decorrentes da im- Parágrafo único. No mínimo 35% (trinta e cinco por cento) dos
plantação de novas infraestruturas, respeitando e integrando as recursos arrecadados deverão ser aplicados em Habitação de Inte-
áreas de valor histórico, cultural e ambiental; resse Social, em conta segregada da AIU, para aplicação no períme-
III – parâmetros específicos para o controle do uso e ocupação tro de abrangência ou em seu perímetro expandido, ou no FUN-
do solo no perímetro da área de intervenção urbana; DURB, em sua conta segregada para Habitação de Interesse Social,
IV – mecanismos de recuperação, para a coletividade, de parte preferencialmente para a aquisição de glebas e terras, implantação
da valorização de imóveis urbanos decorrentes dos investimentos de infraestrutura e equipamentos sociais para atender a população
realizados pelo Poder Público e para a promoção da justa distribui- moradora.(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023)
ção dos ônus e benefícios decorrentes do processo de urbanização; Art. 147. Cada Área de Intervenção Urbana poderá prever a
V – instrumentos de controle social para a democratização da quantidade de potencial construtivo adicional utilizável em seu pe-
gestão, com a previsão de um conselho gestor paritário, formado rímetro de intervenção, com base na estrutura, forma, paisagem,
por representantes do Poder Público e da sociedade civil; características e funções urbanas previstas para o local bem como
VI – propostas para ofertar serviços, equipamentos e infraes- nos parâmetros de uso, ocupação, parcelamento e edificação pro-
truturas urbanas articuladas com o incremento de novas densida- postos.
des habitacionais e construtivas e com a transformação nos padrões Art. 148. (Revogado pela Lei nº 17.975/2023)
de uso e ocupação do solo;
VII – mecanismos para integração de políticas setoriais de dife- SUBSEÇÃO V
rentes níveis de governo, em especial relacionada com os elemen- DAS ÁREAS DE ESTRUTURAÇÃO LOCAL (AEL)
tos estruturadores do território;
VIII – mecanismos para a implantação compartilhada das inter- Art. 149. As Áreas de Estruturação Local são porções do terri-
venções propostas e de arrecadação de receitas mediante parcerias tório destinadas à transformação urbana local mediante integração
do Poder Público com o setor privado; de políticas públicas setoriais, associadas à Rede de Estruturação
IX – soluções para a provisão de Habitação de Interesse Social da Transformação Urbana, implantadas por meio de Projetos de
para a população de baixa renda residente dentro das áreas de Intervenção Urbana, destinadas ao desenvolvimento urbano espe-
intervenção urbana ou em sua vizinhança, com prioridade para o cialmente nas áreas de maior vulnerabilidade social e ambiental.
atendimento das necessidades habitacionais das famílias morado- § 1º São objetivos das Áreas de Estruturação Local:
ras de favelas e cortiços, que possam ser realocadas, e das pessoas I – qualificação integrada de desenvolvimento local, associando
que ocupam logradouros e praças públicas; medidas de reestruturação fundiária e promoção de infraestrutura
X – regulamentação das condições específicas de aplicação do e equipamentos urbanos e sociais;
parcelamento, edificação e utilização compulsórias para glebas, lo- II – qualificação da oferta de Habitação de Interesse Social,
tes e edificações subutilizadas, não utilizadas e não edificadas, de promovendo regularização urbanística e fundiária de assentamen-
acordo com o previsto nesta lei; tos precários, considerando a necessidade de reassentamento de
populações que residem em áreas de risco, de forma integrada às
melhorias urbanas e ambientais;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

III – integração do desenvolvimento urbano local com o Sistema § 3º Até a edição de ato normativo que defina os empreen-
de Transporte Coletivo, garantindo a acessibilidade pela previsão de dimentos e atividades sujeitos ao licenciamento ambiental, bem
novas conexões e transposições, considerando modos motorizados como os procedimentos e critérios aplicáveis, deverá ser adotada
e não motorizados, com previsão de transporte vertical mecaniza- a Resolução nº 61 do Conselho Municipal de Meio Ambiente e De-
do, tais como teleféricos, funiculares, elevadores e escadas rolan- senvolvimento Sustentável – CADES, de 5 de outubro de 2001 e Por-
tes, quando couber; taria nº 80, de 2007, da Secretaria Municipal do Verde e do Meio
IV – ampliação da oferta de equipamentos urbanos e sociais, Ambiente, ou outro ato que vier a substituí-la.
articulando-os no território à rede existente; § 4º Para empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambien-
V – qualificação e fortalecimento das centralidades locais por tal situados no interior de unidades de conservação de uso susten-
meio de sua articulação aos equipamentos urbanos e sociais, habi- tável ou na zona de amortecimento de unidades de conservação
tação, áreas verdes, saneamento e mobilidade local; de proteção integral, as medidas mitigadoras e compensatórias de-
VI – adensamento qualificado de porções do território e, ao verão atender ao disposto nos seus planos de manejo, priorizando
mesmo tempo, o aumento de áreas livres e áreas verdes, com per- a viabilização de ações e projetos previstos, e sujeitas à aprovação
curso para pedestres e áreas de lazer; dos respectivos Conselhos Gestores.
VII – mecanismos de gestão e participação articulados aos Con- § 5º Os impactos decorrentes de empreendimentos e ativida-
selhos Gestores de ZEIS e instâncias de representação vinculadas às des sujeitos à avaliação de EIA/RIMA deverão ser objeto de monito-
Subprefeituras. ramento pelo Executivo.
§ 2º Os Projetos de Intervenção Urbana das Áreas de Estrutura-
ção Local devem estar em consonância aos Planos Regionais Estra- SUBSEÇÃO II
tégicos, aos Planos de Bairro e aos planos setoriais das políticas dos DO ESTUDO E RELATÓRIO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA
Sistemas Urbanos e Ambientais.
§ 3º A priorização dos projetos deverá considerar o grau de pre- Art. 151. A construção, ampliação, instalação, modificação e
cariedade urbana e ambiental e de vulnerabilidade social. operação de empreendimentos, atividades e intervenções urbanís-
ticas causadoras de impactos ambientais, culturais, urbanos e so-
SEÇÃO IV cioeconômicos de vizinhança estarão sujeitos à avaliação do Estudo
DOS INSTRUMENTOS DE GESTÃO AMBIENTAL de Impacto de Vizinhança e seu respectivo Relatório de Impacto
de Vizinhança (EIV/RIV) por parte do órgão municipal competente,
SUBSEÇÃO I previamente à emissão das licenças ou alvarás de construção, refor-
DO ESTUDO E RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL ma ou funcionamento.
§ 1º Lei municipal definirá os empreendimentos, atividades
Art. 150. A localização, construção, instalação, ampliação, mo- e intervenções urbanísticas, públicos ou privados, referidos no
dificação e operação de empreendimentos e atividades utilizadoras “caput” deste artigo, que deverão ser objeto de Estudos e Relató-
de recursos ambientais, considerados efetiva ou potencialmente rios de Impacto de Vizinhança durante o seu processo de licencia-
poluidores, bem como os empreendimentos e atividades capazes, mento urbano e ambiental.
sob qualquer forma, de causar significativas transformações urba- § 2º A lei municipal mencionada no parágrafo anterior deverá
nísticas e degradação ambiental, dependerão de prévio licencia- detalhar os objetivos do EIV/RIV e definir os seus parâmetros, pro-
mento do órgão ambiental municipal competente, sem prejuízo de cedimentos, prazos de análise, competência, conteúdos e formas
outras licenças legalmente exigíveis. de gestão democrática a serem adotadas na sua elaboração, análise
§ 1º A Licença Ambiental para empreendimentos ou atividades e avaliação.
descritas no “caput” deste artigo será emitida somente após a ava- § 3º O Estudo e Relatório de Impacto de Vizinhança tem por
liação do prévio Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relató- objetivo, no mínimo:
rio de Impacto sobre o Meio Ambiente (EIA/RIMA). I – definir medidas mitigadoras e compensatórias em relação
§ 2º O estudo a ser apresentado para a solicitação da Licença aos impactos negativos de empreendimentos, atividades e inter-
Ambiental deverá contemplar, entre outros, os seguintes itens: venções urbanísticas;
I – definição das áreas de influência direta e indireta; II – definir medidas intensificadoras em relação aos impactos
II – diagnóstico ambiental da área; positivos de empreendimentos, atividades e intervenções urbanís-
III – descrição da ação proposta e suas alternativas; ticas;
IV – identificação, análise e previsão dos impactos significati- III – democratizar o processo de licenciamento urbano e am-
vos, positivos e negativos; biental;
V – avaliação dos impactos acumulados e sinérgicos pela in- IV – orientar a realização de adaptações aos projetos objeto
tervenção proposta e a saturação dos índices urbanísticos da área; de licenciamento urbano e ambiental, de forma a adequá-los às ca-
VI – proposição das medidas compensatórias dos impactos am- racterísticas urbanísticas, ambientais, culturais e socioeconômicas
bientais negativos, para aprovação da SVMA, respeitado o disposto locais;
na legislação federal e estadual; V – assegurar a utilização adequada e sustentável dos recursos
VII – definição das medidas mitigadoras dos impactos negati- ambientais, culturais, urbanos e humanos;
vos, bem como daquelas intensificadoras dos impactos positivos; VI – subsidiar processos de tomadas de decisão relativos ao li-
VIII – planejamento de espaços para instalação de galerias para cenciamento urbano e ambiental;
uso compartilhado de serviços públicos, inclusive centrais de pro- VII – contribuir para a garantia de boas condições de saúde e
dução de utilidades energéticas localizadas. segurança da população;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

VIII – evitar mudanças irreversíveis e danos graves ao meio am- SUBSEÇÃO III
biente, às atividades culturais e ao espaço urbano. DO ESTUDO DE VIABILIDADE AMBIENTAL
§ 4° O Estudo e Relatório de Impacto de Vizinhança deverão
contemplar os efeitos positivos e negativos do empreendimento, Art. 152. No processo de licenciamento ambiental de empreen-
atividade e intervenção urbanística sobre a qualidade de vida da dimentos e atividades com médio potencial de degradação ambien-
população residente, usuária e circulante na área e em suas proxi- tal, conforme regulamentação, o Executivo poderá exigir previa-
midades incluindo, no mínimo, a análise sobre: mente a elaboração de estudo de viabilidade ambiental.(Redação
I – o adensamento populacional e seus efeitos sobre o espaço dada pela Lei nº 17.975/2023)
urbano e a população moradora e usuária da área; Parágrafo único. O estudo de viabilidade ambiental deverá ana-
II – as demandas por serviços, equipamentos e infraestruturas lisar, no mínimo, os possíveis impactos ambientais dos empreen-
urbanas e comunitárias; dimentos e atividades mencionados no “caput”, considerando sua
III – as alterações no uso e ocupação do solo e seus efeitos na abrangência, características e localizações específicas.
estrutura urbana; Art. 152-A. No processo de licenciamento ambiental de em-
IV – os efeitos da valorização imobiliária no perfil sócioeconô- preendimentos e atividades com baixo potencial de degradação
mico da área e da população moradora e usuária; ambiental, conforme resolução, o Executivo poderá exigir previa-
V – os efeitos na valorização ou desvalorização imobiliária; mente a elaboração de Estudo Ambiental Simplificado – EAS.(Incluí-
VI – a geração de tráfego e de demandas por melhorias e com- do pela Lei nº 17.975/2023)
plementações nos sistemas de transporte coletivo e de circulação Parágrafo único. O Estudo Ambiental Simplificado deverá
não motorizada, em especial de bicicletas e pedestres; analisar, no mínimo, os possíveis impactos ambientais dos em-
VII – os efeitos da volumetria do empreendimento e das in- preendimentos e atividades mencionados no caput, considerando
tervenções urbanísticas propostas sobre a ventilação, iluminação, sua localização e características específicas.(Incluído pela Lei nº
paisagem urbana, recursos naturais e patrimônios culturais do en- 17.975/2023)
torno;
VIII – a geração de poluição ambiental e sonora na área; SUBSEÇÃO IV
IX – as águas superficiais e subterrâneas existentes na área; DA AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA
X – o acúmulo de impactos urbanos, ambientais, socioeconô-
micos e culturais gerados tanto pelos empreendimentos, atividades Art. 153. O Executivo, caso julgue necessário, poderá realizar
e intervenções urbanísticas propostas quanto já existentes. a Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) com o objetivo de auxiliar,
XI - possíveis impactos na segurança pública.(Incluído pela Lei antecipadamente, os tomadores de decisões no processo de identi-
nº 17.975/2023) ficação e avaliação dos impactos e efeitos que a implementação de
§ 5º A elaboração do Estudo e Relatório de Impacto de Vizi- políticas, planos ou programas pode desencadear na sustentabili-
nhança não substitui a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental. dade ambiental, social, econômica e urbana.
§ 6º Fica mantida a exigência de elaboração de EIV/RIV para § 1º A AAE poderá ser realizada de forma participativa e se
empreendimentos, atividades e intervenções urbanísticas, mesmo constitui em processo contínuo, devendo ser realizada previamente
que estejam inseridos em áreas de Operações Urbanas Consorcia- à implementação de políticas, planos e programas.
das e Áreas de Intervenção Urbana que já tenham sido licenciadas § 2º Ato do Executivo regulamentará a abrangência da aplica-
por meio de EIA/RIMA ou outro instrumento de licenciamento am- ção da AAE e os conteúdos, parâmetros, procedimentos e formas
biental. de gestão democrática a serem observados na sua elaboração, aná-
§ 7º A Prefeitura deverá exigir dos responsáveis pela realização lise e avaliação.
dos empreendimentos, instalação de atividades e implantação das
intervenções urbanísticas públicas e privadas, obrigados à apresen- SUBSEÇÃO V
tação do estudo e relatório nos termos do § 1º, a execução das me- DO TERMO DE COMPROMISSO AMBIENTAL
didas mitigadoras, compensatórias e adaptativas definidas no EIV/
RIV. Art. 154. O Termo de Compromisso Ambiental (TCA) é instru-
§ 8º O EIV/RIV deverá ser objeto de audiência pública promovi- mento a ser firmado entre o órgão municipal integrante do SISNA-
da pela Prefeitura, previamente à decisão final sobre o seu licencia- MA e pessoas físicas ou jurídicas, referente a contrapartidas, obri-
mento urbano e ambiental, nos termos do art. 332. gações e compensações nos casos de:
§ 9º (VETADO) I – autorização prévia para supressão de espécies arbóreas;
§ 10. Lei específica deverá detalhar os critérios de avaliação do II – intervenções em área de preservação permanente, com ou
EIV/RIV para o licenciamento de empreendimentos, atividades e sem manejo arbóreo;
intervenções urbanísticas de qualquer porte, quando situadas em III – licenciamento ambiental de empreendimentos com signifi-
imóveis localizados junto às divisas das terras indígenas demarca- cativa emissão de gases de efeito estufa;
das ou em processo de demarcação pelo governo.(Incluído pela Lei IV – transferência do potencial construtivo sem previsão de
nº 17.975/2023) doação de área, aplicada a imóveis grafados como ZEPAM localiza-
dos na Macrozona de Estruturação Urbana.
§ 1º No caso previsto no inciso I, deverão ser estabelecidos cri-
térios específicos para áreas enquadradas como ZEPAM.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 2º No caso previsto no inciso III, a compensação das emissões § 2º As obrigações e condicionantes técnicos decorrentes de
deverá ser condicionada à apresentação de um plano de mitigação empreendimentos situados no interior de unidades de conservação
de emissões, devendo ser estabelecido, por Ato do Executivo, os de uso sustentável ou na zona de amortecimento de unidades de
critérios para esta compensação. conservação de proteção integral, as medidas mitigadoras e repa-
§ 3º As obrigações, contrapartidas e compensações de em- ratórias deverão atender ao disposto nos seus planos de manejo,
preendimentos situados no interior de unidades de conservação de priorizando a viabilização de ações e projetos previstos no mesmo,
uso sustentável ou na zona de amortecimento de unidades de con- sujeitas à aprovação dos respectivos Conselhos Gestores.(Redação
servação de proteção integral, as medidas mitigadoras e compen- dada pela Lei nº 17.975/2023)
satórias deverão atender ao disposto nos seus planos de manejo, § 3º A autoridade ambiental poderá converter a multa simples
priorizando a viabilização de ações e projetos previstos no mesmo, em serviços de preservação, conservação e recuperação da quali-
e sujeitas à aprovação dos respectivos Conselhos Gestores. dade do meio ambiente, nos termos da legislação federal e esta-
Art. 155. Esgotadas as possibilidades de realização da compen- dual pertinentes, preferencialmente para execução de programas e
sação ambiental no local do empreendimento, nos casos previstos projetos ambientais propostos pelo órgão ambiental municipal, em
nos incisos I e II do artigo anterior, esta poderá ser convertida em áreas integrantes do sistema de áreas protegidas, verdes e espaços
recursos financeiros, que deverão ser obrigatoriamente deposita- livres, respeitado o disposto no § 2º deste artigo.
dos no Fundo Especial de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sus-
tentável (FEMA). SUBSEÇÃO VII
Parágrafo único. Nos casos previstos no “caput” deste artigo os DO PAGAMENTO POR PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS AMBIENTAIS
recursos deverão ser prioritariamente aplicados para a viabilização
da implantação de áreas verdes públicas, e para a implantação do Art. 158. A Prefeitura poderá aplicar o pagamento por presta-
instrumento do Pagamento por Serviços Ambientais, em conformi- ção de serviços ambientais para os proprietários ou possuidores de
dade com o art. 158 e os pressupostos do Sistema Municipal de imóvel urbano ou rural, privado ou público, conforme disposto na
Áreas Protegidas, Espaços Livres e Áreas Verdes, definidos nesta lei. legislação federal, estadual e municipal pertinente.
Parágrafo único. O pagamento por serviços ambientais cons-
SUBSEÇÃO VI titui-se em retribuição, monetária ou não, aos proprietários ou
DO TERMO DE COMPROMISSO DE AJUSTAMENTO DE CON- possuidores de áreas com ecossistemas provedores de serviços
DUTA AMBIENTAL ambientais, cujas ações mantêm, restabelecem ou recuperam es-
tes serviços, podendo ser remuneradas, entre outras, as seguintes
Art. 156. Para cumprimento do disposto nesta Lei, o órgão am- ações:
biental municipal poderá celebrar, com força de título executivo I – manutenção, recuperação, recomposição e enriquecimento
extrajudicial, nos termos da legislação municipal, Termo de Ajusta- de remanescentes florestais;
mento de Conduta Ambiental – TAC com pessoas físicas e jurídicas II – recuperação de nascentes, matas ciliares e demais áreas de
responsáveis pela construção, instalação, ampliação e funciona- preservação permanente;
mento de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos III – recuperação, recomposição e enriquecimento de áreas de
ambientais, considerados, efetiva ou potencialmente, poluidores, reserva legal;
ou, ainda, com terceiros interessados na promoção da reparação. IV – conversão da agricultura familiar convencional para agri-
(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023) cultura orgânica;
Parágrafo único. O Termo de Ajustamento de Conduta Ambien- V – cessão de área para soltura de animais silvestres, median-
tal – TAC tem por objetivo precípuo a recuperação do meio ambien- te critérios a serem definidos pelos órgãos municipais responsáveis
te degradado, ou, não sendo possível, a reparação do meio ambien- pela conservação da fauna silvestre e da biodiversidade.
te degradado, mediante a fixação de obrigações e condicionantes Art. 159. Os pagamentos por serviços ambientais deverão ser
técnicos que deverão ser rigorosamente cumpridas pelo infrator implantados através de programas definidos pela SVMA, entre os
em relação à atividade degradadora a que deu causa, de modo a quais, os que contemplem:
cessar, adaptar, recompor, corrigir ou minimizar seus efeitos negati- I – remuneração de atividades humanas de manutenção, resta-
vos sobre o meio ambiente.(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023) belecimento e recuperação dos ecossistemas provedores de servi-
Art. 157. O Termo de Ajustamento de Conduta Ambiental – TAC ços ambientais;
é um instrumento com efeito de título executivo extrajudicial, que II – remuneração dos proprietários ou possuidores, de áreas
tem como objetivo a recuperação do meio ambiente degradado ou com ecossistemas provedores de serviços ambientais, mediante
o condicionamento de situação de risco potencial a integridades prévia valoração destes serviços;
ambientais, por meio da fixação de obrigações e condicionantes III – o disposto no art. 36 da Lei Municipal nº 14.933, de 5 de
técnicos, estabelecidos pelo órgão ambiental municipal.(Redação junho de 2009, ou que vier a lhe suceder;
dada pela Lei nº 17.975/2023) IV – outros programas instituídos pelo Poder Executivo em con-
§ 1º O Termo de Ajustamento de Conduta Ambiental poderá sonância com as disposições desta lei e da legislação estadual ou
ser realizado, nos termos da Lei Federal, com pessoas físicas e ju- federal pertinente.
rídicas responsáveis por ocasionar danos ambientais, que deverão § 1º Os critérios de valoração a que se refere o inciso II des-
cumprir rigorosamente as obrigações e condicionantes referidas no te artigo serão definidos em regramento próprio, a ser editado por
parágrafo anterior de modo a cessar, adaptar, recompor, corrigir ou SVMA.
minimizar os efeitos negativos do dano ambiental ocasionado. § 2º A participação do recebedor das vantagens relativas aos
programas de pagamentos por serviços ambientais será voluntária.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 160. A SVMA fica autorizada, através do Fundo Municipal Art. 163. O monitoramento e fiscalização da aplicação deste
de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – FEMA, sem- instrumento serão exercidos pela SVMA, e os resultados deverão
pre que julgar conveniente e oportuno, a proceder chamada a pro- ser apresentados anualmente ao Conselho Municipal de Meio Am-
prietários ou detentores de posse mansa e pacífica de imóvel inte- biente e Desenvolvimento Sustentável – CADES e ao Conselho do
ressados em participar de programas de pagamentos por serviços Fundo Especial de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
ambientais. – CONFEMA.
§ 1º O percentual de recursos do FEMA a ser destinado a
programas de Pagamento por Serviços Ambientais será definido SEÇÃO V
anualmente pelo Conselho do Fundo Especial de Meio Ambiente DOS INSTRUMENTOS DE REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA
e Desenvolvimento Sustentável – CONFEMA, mediante diretrizes a
serem estabelecidas pelo Conselho de Meio Ambiente e Desenvol- Art. 164. A Prefeitura ou os demais legitimados na forma da
vimento Sustentável – CADES, não podendo ser inferior a 10% (dez lei, com base nas atribuições previstas no inciso VIII do art. 30 da
por cento) dos recursos arrecadados no ano anterior pelo FEMA. Constituição da República, na Lei Federal nº 10.257, de 2001 – Es-
§ 2º Os objetivos, critérios de seleção, duração e demais de- tatuto da Cidade, na Lei Federal nº 11.977, de 7 de julho de 2009 e
talhes e regras serão definidos em edital específico da chamada e alterações posteriores, e na legislação municipal de regularização
obedecerão, em qualquer hipótese, às diretrizes do Plano Munici- de loteamentos, parcelamentos do solo e edificações, consolidados
pal de Conservação e Recuperação das Áreas Prestadoras de Servi- até a data de aprovação desta lei, deverá incorporar os assentamen-
ços Ambientais e demais normas aplicáveis. tos precários, favelas, loteamentos irregulares e cortiços, visando à
§ 3º Os recursos do FEMA poderão ser acrescidos de recursos sua regularização urbanística e fundiária, mediante a utilização de
provenientes de outras fontes tais como demais fundos públicos ou instrumentos urbanísticos próprios:
privados, cooperações, parcerias, doações e repasses. I – Zonas Especiais de Interesse Social;
§ 4º Os proprietários de imóveis que promoverem a criação de II – a concessão do direito real de uso;
Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN ou atribuição de III – a concessão de uso especial para fins de moradia;
caráter de preservação permanente em parte da propriedade, con- IV – a usucapião especial de imóvel urbano, individual ou co-
forme preconizado no art. 36 da Lei nº 14.933, de 5 de junho de letivo;
2009, bem como os proprietários de imóveis situados em ZEPAM na V – a demarcação urbanística;
Macrozona de Proteção e Recuperação Ambiental, em especial na VI – a legitimação de posse;
Área de Proteção e Recuperação aos Mananciais, e aqueles inseri- VII – a assistência técnica, jurídica e social gratuita.
dos nas Áreas de Proteção Ambiental Capivari-Monos e Bororé-Co- § 1º Também são considerados passíveis de regularização
lônia, terão prioridade nos programas de pagamento por serviços fundiária as propriedades agrícolas localizadas na Macroárea de
ambientais, desde que atendam aos requisitos gerais fixados na Contenção Urbana e Uso Sustentável.(Renumerado pela Lei nº
presente lei. 17.975/2023)
Art. 161. São requisitos gerais para a participação de proprie- § 2º Deverá ser observada a legislação municipal específica
tários ou possuidores de áreas prestadoras de serviços ambientais, sobre Regularização Fundiária Urbana – REURB, aplicando-se os
em programas de pagamentos por serviços ambientais: conceitos e diretrizes dela decorrentes, inclusive para orientar a
I – enquadramento e habilitação em programa específico defi- incidência dos instrumentos relacionados no caput deste artigo.(In-
nido por SVMA; cluído pela Lei nº 17.975/2023)
II - adequação do imóvel em relação à legislação ambiental ou, Art. 165. O Executivo deverá outorgar título de concessão de
se for o caso, a assinatura de Termo de Compromisso de Adequa- uso especial para fins de moradia àquele que, até 30 de junho
ção Ambiental – TAA, firmado entre o proprietário ou possuidor de de 2001, residia em imóvel público situado em área urbana com
área prestadora de serviços ambientais e a SVMA, no qual deverão até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados), por 5 (cin-
ser estabelecidos as obrigações e os prazos para o cumprimento co) anos, ininterruptamente e sem oposição, desde que não seja
do que estabelece a legislação ambiental;(Redação dada pela Lei proprietário ou concessionário de outro imóvel urbano ou rural, de
nº 17.975/2023) acordo com art. 1º da Medida Provisória nº 2.220, de 2001.
III – comprovação do uso ou ocupação regular do imóvel a ser § 1º O Executivo deverá assegurar o exercício do direito de
contemplado; concessão de uso especial para fim de moradia, individual ou co-
IV – formalização de instrumento contratual específico entre o letivamente, em local diferente daquele que gerou esse direito,
proprietário ou possuidor de área prestadora de serviços ambien- nas hipóteses de a moradia estar localizada em área de risco cuja
tais e a SVMA. condição não possa ser equacionada e resolvida por obras e outras
Parágrafo único. O descumprimento injustificado de cláusulas intervenções.
previstas no Termo de Compromisso de Adequação Ambiental e no § 2º O Executivo poderá assegurar o exercício do direito de
instrumento contratual específico, referidos nos incisos II e IV, além concessão de uso especial para fins de moradia, individual ou cole-
das penalidades previstas nos respectivos instrumentos, acarretará tivamente, em local diferente daquele que gerou esse direito, nas
a suspensão dos pagamentos e a exclusão do interessado do ca- hipóteses de:
dastro de provedores de serviços ambientais até a comprovação do I – ser área de uso comum do povo com outras destinações
cumprimento das obrigações vencidas. prioritárias de interesse público, definidas no Plano Diretor;
Art. 162. O contrato de pagamento por serviços ambientais II – ser área onde houver necessidade de desadensamento por
será regulamentado por ato do Executivo. motivo de projeto e obra de urbanização;
III – ser área de comprovado interesse da defesa nacional, da
preservação ambiental e da proteção dos ecossistemas naturais;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

IV – ser área reservada à construção de represas e obras con- SEÇÃO VI


gêneres. DOS INSTRUMENTOS DE PROTEÇÃO AO PATRIMÔNIO CULTU-
§ 3º Para atendimento do direito previsto nos parágrafos ante- RAL
riores, a moradia deverá estar localizada próxima ao local que deu
origem ao direito de que trata este artigo, e em casos de impossibi- Art. 172. Os instrumentos de identificação, proteção e valoriza-
lidade, em outro local, desde que haja manifesta concordância do ção do patrimônio cultural paulistano visam à integração de áreas,
beneficiário. imóveis, edificações e lugares de valor cultural e social aos objetivos
§ 4º A concessão de uso especial para fins de moradia poderá e diretrizes do Plano Diretor Estratégico, e correspondem aos se-
ser solicitada de forma individual ou coletiva. guintes instrumentos legais:
§ 5º Buscar-se-á respeitar, quando de interesse da comunida- I – tombamento;
de, as atividades econômicas locais promovidas pelo próprio mora- II – inventário do patrimônio cultural;
dor, vinculadas à moradia, como pequenas atividades comerciais, III – registro das áreas de proteção cultural e Territórios de Inte-
indústria doméstica, artesanato, oficinas de serviços e outros. resse da Cultura e da Paisagem;
§ 6º Extinta a concessão de uso especial para fins de moradia, o IV – registro do patrimônio imaterial;
Poder Público recuperará o domínio pleno do terreno. V – chancela da paisagem cultural;
§ 7º É responsabilidade do Poder Público promover as obras de VI – Levantamento e Cadastro Arqueológico do Município – LE-
urbanização nas áreas onde foi obtido título de concessão de uso CAM.
especial para fins de moradia. § 1º O tombamento obedecerá ao disposto na Lei Municipal nº
§ 8º O atendimento habitacional em programas de apoio habi- 10.032, de 1985, e alterações posteriores, assim como às legislações
tacional, tais como bolsa-aluguel, aluguel social, parceria social, ou estadual e federal que regulam esse instrumento, no que couber.
por intermédio de indenização por benfeitorias, dentre outros, será § 2º O inventário como instrumento de promoção e proteção
realizado por período determinado e vinculado ao atendimento de- do patrimônio cultural obedecerá ao disposto em legislação muni-
finitivo em programa de produção de Habitação de Interesse Social. cipal específica, que se submeterá às disposições constantes no § 1º
Art. 166. A concessão de uso especial para fins de moradia po- do art. 216 da Constituição Federal.
derá ser outorgada mediante requerimento do interessado, dirigido § 3º O registro das áreas de proteção cultural e Territórios de
à Secretaria Municipal de Habitação. Interesse da Cultura e da Paisagem obedecerá ao disposto em legis-
Art. 167. O atendimento habitacional em programas de apoio lação específica, que se submeterá às disposições constantes no §
habitacional, tais como bolsa-aluguel, parceria social, ou por inter- 1º do art. 216 da Constituição Federal.
médio de indenização por benfeitorias, dentre outros, será realiza- § 4º O registro de bens imateriais obedecerá ao disposto na Lei
do por período determinado e vinculado ao atendimento definitivo Municipal nº 14.406, de 2007, e alterações posteriores, assim como
em programa de produção de Habitação de Interesse Social. às legislações estadual e federal que regulam esse instrumento, ba-
Parágrafo único. O aluguel social deverá ser previsto em pro- seado na Constituição Federal, e que consiste em um conjunto de
grama específico, como atendimento definitivo nos termos do Ser- procedimentos técnicos, administrativos e jurídicos realizados pelo
viço de Moradia Social previsto nos arts. 295 e 296 desta lei. Executivo, com vistas ao reconhecimento do patrimônio imaterial,
Art. 168. O Executivo promoverá o plano de urbanização com sua inscrição em Livros de Registro (dos Saberes, Celebrações, For-
a participação dos moradores de áreas usucapidas para a melhoria mas de Expressão, Sítios e Espaços) e definição de políticas públicas
das condições habitacionais e de saneamento ambiental nas áreas de salvaguarda como forma de apoiar sua continuidade.
habitadas por população de baixa renda, usucapidas coletivamente § 5º A Chancela da Paisagem Cultural, instituída pela Portaria
por seus possuidores para fim de moradia, nos termos da Lei Fede- IPHAN 127/2009, tem como objetivo reconhecer uma porção pecu-
ral nº 10.257, de 10 de julho de 2001 – Estatuto da Cidade. liar do território nacional, representativa do processo de interação
Art. 169. A regularização fundiária de interesse social que en- do homem com o meio natural, à qual a vida e a ciência humana
volva apenas a regularização jurídica da situação dominial do imó- imprimiram marcas ou atribuíram valores, e deve obedecer ao dis-
vel poderá, a critério da administração, dispensar a apresentação posto em legislação específica, assim como as legislações estadual
do plano mencionado no art. 47 desta lei, hipótese em que serão e federal que regulam esse instrumento.
exigíveis apenas os documentos necessários à viabilização do regis- § 6º O Levantamento e Cadastro Arqueológico do Município
tro do projeto de regularização. de São Paulo – LECAM-SP é um sistema de informações que deverá
Art. 170. A regularização fundiária em áreas ambientalmente servir como base de planejamento da cidade, visando à preserva-
protegidas deverá observar os dispositivos previstos em legislação ção e à valorização das áreas de interesse arqueológico do Municí-
pertinente. pio, e que obedecerá ao disposto em legislação municipal específi-
Art. 171. Cabe à Prefeitura garantir assistência técnica, jurídica, ca, que se submeterá às disposições constantes no § 1º do art. 216
urbanística e social gratuita à população, indivíduos, entidades, gru- da Constituição Federal.
pos comunitários e movimentos na área de Habitação de Interesse
Social e de Agricultura Familiar, buscando promover a inclusão so- SUBSEÇÃO I
cial, jurídica, ambiental e urbanística da população de baixa renda DO TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA CULTURAL –
à cidade, na garantia da moradia digna e no reconhecimento dos TACC
serviços ambientais e sociais prestados pelos agricultores familia-
res, particularmente nas ações visando à regularização fundiária e Art. 173. Para cumprimento do disposto nesta lei, o Executi-
qualificação dos assentamentos precários existentes e à regulariza- vo poderá celebrar, com força de título executivo extrajudicial, nos
ção fundiária e ambiental dos imóveis rurais. termos da lei federal, Termo de Compromisso de Ajustamento de
Conduta Cultural com pessoas físicas e jurídicas responsáveis pela
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

reparação integral de danos ou descaracterizações causadas a bens, da cidade na perspectiva de reduzir as desigualdades socioterrito-
imóveis, áreas ou espaços protegidos em função de seu valor histó- riais e reduzir a quantidade de viagens e o tempo médio de desloca-
rico e cultural. mento no Município.(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023)
§ 1º O Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta Parágrafo único. Para alcançar o objetivo descrito no “caput”
Cultural tem por objetivo precípuo a recuperação de bens, imóveis, deste artigo, o Município deverá articular-se com os demais municí-
áreas ou espaços protegidos pelo seu valor histórico e cultural que pios da Região Metropolitana de São Paulo e instâncias do governo
tenham sofrido abandono ou intervenções, mediante a fixação de estadual e federal.
obrigações que deverão ser rigorosamente cumpridas pelo infrator, Art. 175-A. A Política de Desenvolvimento Econômico Sustentá-
visando à reparação integral dos danos causados. vel passa a observar o marco legal das startups e do empreendedo-
§ 2º Sem prejuízo da aplicação das penalidades previstas no rismo inovador, instituído pela Lei Complementar nº 182, de 1º de
Decreto nº 54.805/2014, os imóveis enquadrados como ZEPEC pela junho de 2021.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
Lei nº 13.885, de 2004, e que, ao tempo da edição da presente lei Parágrafo único. A LPUOS poderá criar novas subcategorias de
se encontram demolidos, poderão ser objeto de TACC, a ser elabo- uso industrial e rever relação entre usos permitidos e zonas de uso,
rado conjuntamente pelo proprietário do imóvel e pelo Executivo adequando essa disciplina às diretrizes mencionadas no caput des-
Municipal, visando à reparação dos danos causados ao patrimônio te artigo.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
histórico e cultural. Art. 176. São objetivos específicos da Política de Desenvolvi-
mento Econômico Sustentável:
TÍTULO III I – induzir uma distribuição mais equitativa do emprego, des-
DA POLÍTICA E DOS SISTEMAS URBANOS E AMBIENTAIS concentrando as atividades econômicas;
II – investir em infraestrutura para minimizar as deseconomias
Art. 174. As políticas públicas setoriais, em especial as urbanas de aglomeração presentes no Município e criar novas áreas aptas
e ambientais, integram a Política de Desenvolvimento Urbano do para atrair investimentos em atividades econômicas;
Município e definem as ações que devem ser implementadas pelo III – proteger as áreas industriais em funcionamento e estimu-
Executivo para cumprir os objetivos estratégicos deste Plano Dire- lar sua expansão em moldes compatíveis com as novas condições
tor Estratégico. territoriais do Município;
§ 1º As políticas e os sistemas urbanos e ambientais tratados IV – incentivar o comércio e os serviços locais, especialmente
nesta lei são as que se relacionam direta ou indiretamente com os instalados em fachadas ativas, junto às ruas;
questões de ordenamento territorial, a saber:(Renumerado pela Lei V – potencializar a capacidade criativa, o conhecimento cientí-
nº 17.975/2023) fico e tecnológico e a inovação existentes no Município para gerar
I – Política de Desenvolvimento Econômico Sustentável; atividades econômicas de alto valor agregado e ambientalmente
II – Política e Sistema de Mobilidade; sustentáveis;
III – Política e Sistema Ambiental; VI – promover o desenvolvimento sustentável da zona rural
IV – Política e Sistema de Saneamento Ambiental; com o apoio à agricultura familiar, em especial a orgânica, e ao tu-
V – Sistema de Áreas Protegidas, Áreas Verdes e Espaços Livres; rismo sustentável, em especial de base comunitária;
VI – Desenvolvimento Social e Sistema de Equipamentos Urba- VII – promover a infraestrutura necessária ao desenvolvimento
nos e Sociais; sustentável, incluindo obras, empreendimentos e serviços de utili-
VII – Política de Habitação Social; dade pública, na zona urbana e rural;
VIII – Política de Proteção ao Patrimônio Arquitetônico e Ur- VIII – reforçar a posição da cidade como polo de eventos, am-
bano; pliando a infraestrutura e os espaços destinados a exposições e
IX – Sistema de Infraestrutura. congressos;
X - Plano Municipal de Cidade Inteligente.(Incluído pela Lei nº IX – criar as condições para o desenvolvimento do turismo
17.975/2023) apropriado às características do Município, gerando sinergias entre
§ 2º A aplicação das políticas setoriais referidas neste artigo eventos, negócios, cultura, gastronomia, compras e agroecoturismo
deverá considerar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável para aumentar a permanência do visitante no Município;
– ODS da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, bem X – facilitar a instalação de empresas no Município, por meio
como as diretrizes e as ações para o enfrentamento das mudanças de incentivos tributários e urbanísticos, facilitando os procedimen-
climáticas, em conformidade com acordos internacionais e com os tos administrativos, em especial nos setores prioritários definidos
planos municipais decorrentes.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) nesta lei;
XI – valorizar a diversidade territorial, cultural, étnica, religiosa
CAPÍTULO I e de orientação sexual como um direito que potencializa as oportu-
DA POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO SUSTEN- nidades de desenvolvimento econômico do Município.
TÁVEL Parágrafo único. Para alcançar os objetivos de desenvolvimento
econômico sustentável, o Município deve implementar as seguintes
Art. 175. São objetivos da Política de Desenvolvimento Econô- estratégias relacionadas com o ordenamento territorial:
mico Sustentável reforçar o papel do Município como centro indus- I – Polos estratégicos de desenvolvimento econômico;
trial, comercial, de serviços, de conhecimento, de criação e inova- II – Centralidades lineares e polares;
ção, incentivar a economia inclusiva, criativa e compatível com os III – Polos de economia criativa;
recursos naturais, promover atividades econômicas sustentáveis IV – Parques tecnológicos;
nas zonas rural e urbana e estimular atividades econômicas que per- V – Polos de desenvolvimento rural sustentável;
mitam equilibrar a relação emprego/moradia em todas as regiões VI – Zona Predominantemente Industrial – ZPI.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

SEÇÃO I III – isenção ou desconto de Imposto sobre a Transmissão de


POLOS ESTRATÉGICOS DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO Bens Imóveis Inter Vivos – ITBI-IV para aquisição de imóveis para
instalação das empresas na região;
Art. 177. Os polos estratégicos de desenvolvimento econômico IV – isenção ou desconto de ISS da construção civil para cons-
são setores demarcados na Macroárea de Estruturação Metropo- trução ou reforma de imóvel.
litana e situados em regiões de baixo nível de emprego e grande Parágrafo único. Os empreendimentos não residenciais im-
concentração populacional, que apresentam potencial para a im- plantados nos setores previstos nos arts. 362 e 363, delimitados no
plantação de atividades econômicas, requerendo estímulos e ações Mapa 2A, ficam dispensados do pagamento da outorga onerosa.
planejadas do Poder Público. Art. 179-A. As áreas dos Perímetros de Incentivo ao Desenvolvi-
§ 1º Ficam estabelecidos os seguintes polos estratégicos de de- mento Econômico demarcadas no Mapa 11 desta Lei, integrantes da
senvolvimento econômico: Macroárea de Estruturação Metropolitana, ficam absorvidas e disci-
I – Polo Leste, correspondente aos subsetores Arco Leste e Arco plinadas de acordo com os Polos Estratégicos de Desenvolvimento
Jacu-Pêssego; Econômico correspondentes.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
II – Polo Sul, correspondente aos subsetores Cupecê e Arco Ju- Parágrafo único. Será aplicado o coeficiente de aproveitamen-
rubatuba; to previsto para a respectiva zona de uso, mantida a incidência de
III – Polo Noroeste, correspondente ao subsetor Raimundo Pe- fator de planejamento igual a zero para a categoria de uso não re-
reira de Magalhães/Anhanguera; sidencial, nos termos do Quadro 6 desta Lei.(Incluído pela Lei nº
IV – Polo Norte, correspondente ao subsetor Sezefredo Fagun- 17.975/2023)
des até a Marginal Tietê;
V – Polo Fernão Dias, correspondente ao subsetor Fernão Dias. SEÇÃO II
§ 2º Os polos estratégicos de desenvolvimento econômico de- CENTRALIDADES POLARES E LINEARES
verão, sempre que houver interesse dos municípios limítrofes, ser
desenvolvidos de forma articulada regionalmente, especialmente Art. 180. Os polos e eixos de centralidades são porções do ter-
com a Região Metropolitana de São Paulo. ritório do Município que concentram atividades terciárias, em espe-
Art. 178. Para planejar a implantação dos polos de desenvolvi- cial comércio e serviços, que devem ser qualificadas e fortalecidas.
mento econômico e estimular a atração de empresas, o Município Parágrafo único. Os polos e eixos de centralidades são compos-
deve formular planos específicos para cada polo, que devem conter, tos pelas seguintes áreas:
no mínimo: I – centro histórico;
I – a delimitação de cada polo; II – eixos e polos de centralidade do terciário avançado;
II – a vocação econômica do polo, considerando-se sua localiza- III – centros de bairros e polos e eixos de comércio e serviços
ção e características socioeconômicas e de formação da população em áreas consolidadas;
moradora na região; IV – grandes equipamentos urbanos que polarizam atividades
III – as atividades econômicas que devem ser estimuladas; econômicas, como, entre outros, terminais, centros empresariais,
IV – as intervenções necessárias, em especial de logística, mo- aeroportos;
bilidade e infraestrutura, para viabilizar a implantação das ativida- V – áreas integrantes dos eixos de estruturação da transforma-
des econômicas prioritárias; ção urbana ao longo do sistema estrutural do transporte coletivo;
V – as estratégias para financiar as intervenções a serem reali- VI – centralidades a serem consolidadas.
zadas, incluindo parcerias público-privadas possíveis de ser utiliza- Art. 181. O fortalecimento de polos e eixos de centralidades
das para implementar o polo; dar-se-á através das seguintes ações:
VI – prazos de implementação e recursos necessários. I – fortalecimento e reabilitação do centro histórico, incluindo:
§ 1º O plano deverá definir atividades que, preferencialmente, a) fortalecimento e valorização dos polos comerciais especiali-
tenham grande potencial de geração de empregos, de nível compa- zados, como 25 de Março, Santa Ifigênia, Bom Retiro, Gasômetro e
tível com o perfil socioeconômico e com a formação da população Zona Cerealista;
moradora na região.(Renumerado pela Lei nº 17.975/2023) b) consolidação da área como polo criativo, cultural, gastronô-
§ 2º Poderá ser elaborado Plano de Intervenção Urbana de Or- mico, de lazer, divertimento e entretenimento por meio da criação
denamento e Reestruturação Territorial – PIU Articulado ao plano do Polo de Economia Criativa e dos Territórios de Interesse da Cul-
específico de cada Polo Estratégico de Desenvolvimento Econômi- tura e da Paisagem, previstos nos arts. 182 e 314;
co, compreendendo as intervenções urbanísticas necessárias, as es- c) reabilitação dos espaços públicos, garantindo-se a seguran-
tratégias de financiamento das intervenções e eventuais alterações ça, preservação e recuperação urbanística;
específicas de parâmetros de parcelamento, uso e ocupação do d) criação de centros comerciais populares em áreas de gran-
solo no perímetro de cada Polo.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) de circulação, como terminais de transporte coletivo e estações de
Art. 179. Para estimular a implantação de empresas, o plano metrô e trem;
previsto no artigo anterior deve estabelecer as atividades prioritá- e) estímulo ao uso comercial e cultural no nível do passeio pú-
rias que poderão se beneficiar do Programa de Incentivos Fiscais, a blico dos edifícios, em detrimento de sua ocupação por estaciona-
ser instituído por lei específica, incluindo os seguintes benefícios: mentos;
I – isenção ou desconto do Imposto Predial Territorial Urbano f) estímulo ao uso noturno da área;
– IPTU; II – valorização, estímulo e criação de condições especiais de
II – desconto de até 60% do Imposto sobre Serviços de Qual- desenvolvimento econômico para o fortalecimento e a ampliação
quer Natureza – ISS para os setores a serem incentivados; de áreas tradicionais de comércio como o Polo de Comércio e De-
senvolvimento de Moda do Brás, Pari e Canindé;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

III – estímulo à promoção de edifícios de uso misto e à utiliza- Art. 181-E. O Perímetro de Incentivo do Desenvolvimento Eco-
ção do térreo dos edifícios para usos não residenciais, através de nômico da Avenida Raimundo Pereira de Magalhães passa a ser
incentivos de outorga onerosa ou outros benefícios, em especial enquadrado como centralidade linear, devendo ser definidos o
nos eixos de transformação urbana; perímetro e os incentivos fiscais e urbanísticos por lei específica.
IV – estímulo à criação de novas centralidades e a dinamização (Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
das existentes pela implantação contígua de equipamentos públi- Art. 181-F. Ficam criados os polos atrativos esportivos e turísti-
cos como elementos catalisadores do comércio e serviços privados, cos:(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
em especial nas Áreas de Estruturação Local; Estádio do Corinthians – Neoquímica Arena;(Incluído pela Lei
V – qualificação urbanística das ruas comerciais, a ser promo- nº 17.975/2023)
vida preferencialmente em parcerias com a iniciativa privada, in- Estádio do Corinthians – Estádio Alfredo Schürig;(Incluído pela
cluindo: Lei nº 17.975/2023)
a) reforma, adequação e, quando possível, alargamento das Estádio do Morumbi – Estádio Cícero Pompeu de Toledo;(In-
calçadas; cluído pela Lei nº 17.975/2023)
b) acessibilidade; Estádio do Palmeiras – Allianz Parque.(Incluído pela Lei nº
c) enterramento da fiação aérea; 17.975/2023)
d) melhoria da iluminação pública; Parágrafo único. O Poder Executivo poderá promover estudos
e) implantação de mobiliário urbano, em especial, banheiros para identificar as necessidades para o desenvolvimento dos polos
públicos; atrativos esportivos e turísticos, os objetivos de desenvolvimento
f) sinalização visual; dos polos e os incentivos destinados ao atingimento dessas metas.
VI – regulamentação pelo Executivo da utilização dos espaços (Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
públicos pelo comércio ambulante e atividades econômicas com- Art. 181-G. Lei específica poderá estabelecer outros perímetros
plementares, garantindo sua instalação em locais de grande movi- de centralidades polares e lineares, bem como respectivos incenti-
mento de pessoas, desde que não obstrua a circulação de pedestres vos fiscais e urbanísticos.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
e a fruição dos espaços públicos;
VII – de programas habitacionais, de assistência social e de saú- SEÇÃO III
de para a população moradora em áreas de risco, ocupações irregu- DOS POLOS DE ECONOMIA CRIATIVA
lares e situação de rua;
VIII – consolidação, fortalecimento e crescimento dos polos de Art. 182. Os Polos de Economia Criativa – PEC são territórios
saúde, educação e pesquisa, por meio da criação de disciplina es- destinados ao fomento e desenvolvimento de atividades econô-
pecial de uso e ocupação do solo que permita a regularização, a micas que compõem a economia criativa, entendida como o ciclo
reforma e a construção de unidades complementares no entorno de criação, produção e distribuição de bens e serviços tangíveis ou
dos polos existentes, de forma a organizar essas centralidades e sua intangíveis que utilizam a criatividade, a habilidade e o talento de
integração com a cidade; indivíduos ou grupos como insumos primários, sendo composta
IX – inclusão de espaços produtivos destinados aos programas por atividades econômicas baseadas no conhecimento e capazes
de inclusão produtiva em EZEIS e EHIS. de produzir riqueza, gerar emprego e distribuir renda.
Art. 181-A. As áreas do Perímetro de Incentivo ao Desenvolvi- § 1º Fica criado o primeiro Polo de Economia Criativa Distrito
mento Econômico Jacu-Pêssego, demarcadas no Mapa 11 desta Lei, Criativo Sé/República, cujo perímetro está descrito no Quadro 11.
não integrantes da Macroárea de Estruturação Metropolitana, fi- § 2º Os Planos Regionais poderão propor outros Polos de Eco-
cam enquadradas como centralidades polares, aplicando-se o fator nomia Criativa, a serem aprovados por lei.
de planejamento igual a zero (Fp = 0) para a categoria de uso não § 3º A implantação e o funcionamento dos Polos de Economia
residencial.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) Criativa deverão ocorrer, sempre que possível, em consonância com
Art. 181-B. O Perímetro de Incentivo do Desenvolvimento Eco- as ações previstas nos Territórios de Interesse da Cultura e da Pai-
nômico da Avenida Coronel Sezefredo Fagundes passa a ser enqua- sagem.
drado como centralidade linear, devendo ser definidos o perímetro Art. 183. São compatíveis com os Polos de Economia Criativa as
e os incentivos fiscais e urbanísticos por lei específica.(Incluído pela atividades relacionadas às seguintes áreas:
Lei nº 17.975/2023) I – Patrimônio Cultural: atividades que se desenvolvem a partir
Art. 181-C. Ficam criadas as centralidades lineares nos trechos dos elementos da herança cultural, envolvendo as celebrações e os
urbanos das Rodovias Anchieta e Raposo Tavares, devendo ser defi- modos de criar, viver e fazer, tais como o artesanato, a gastronomia,
nidos o perímetro e os incentivos fiscais e urbanísticos por lei espe- o lazer, o entretenimento, o turismo a sítios com valor histórico,
cífica.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) artístico e paisagístico, e a fruição a museus e bibliotecas;
Art. 181-D. As áreas do Perímetro de Incentivo ao Desenvolvi- II – Artes: atividades baseadas nas artes e elementos simbó-
mento Econômico Cupecê, demarcadas no Mapa 11 desta Lei, não licos das culturas, podendo ser tanto visual quanto performático,
integrantes da Macroárea de Estruturação Metropolitana, ficam tais como música, teatro, circo, dança, e artes plásticas, visuais e
enquadradas como centralidades polares, aplicando-se o fator de fotográficas;
planejamento igual a zero (Fp = 0) para a categoria de uso não resi- III – Mídia: atividades que produzem um conteúdo com a fi-
dencial.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) nalidade de se comunicar com grandes públicos, como o mercado
editorial, a publicidade, os meios de comunicação impresso e pro-
duções audiovisuais cinematográficas, televisivas e radiofônicas;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

IV – Criações Funcionais: atividades que possuem uma finali- mento por meio da integração da pesquisa científica e tecnológica,
dade funcional, como a arquitetura, a moda, as animações digitais, negócios/empresas e organizações governamentais em um deter-
jogos e aplicativos eletrônicos e o design de interiores, de objetos, minado território, e do suporte às inter-relações entre estes grupos.
e de eletroeletrônicos. § 1º Os Parques Tecnológicos podem abrigar centros para pes-
Art. 184. Os Polos de Economia Criativa têm como objetivos: quisa científica, desenvolvimento tecnológico, inovação e incuba-
I – valorizar e fomentar a diversidade cultural e suas formas ção, treinamento, prospecção, como também infraestrutura para
de expressão material e imaterial, bem como o potencial criativo e feiras, exposições e desenvolvimento mercadológico.
inovador, as habilidades e talentos individuais e coletivos, o desen- § 2º Ficam estabelecidos os seguintes parques tecnológicos:
volvimento humano, a inclusão social e a sustentabilidade; I – Parque Tecnológico Jaguaré;
II – estimular a formação e o desenvolvimento de outros distri- II – Parque Tecnológico Leste.
tos criativos, articulados entre si fisicamente ou virtualmente; § 3º O Município poderá criar outros parques tecnológicos.
III – estimular o setor empresarial a valorizar seus ativos criati- Art. 187. A implantação de Parques Tecnológicos tem como ob-
vos e inovadores com a finalidade de promover a competitividade jetivos:
de produtos, bens e serviços cujos insumos primários sejam o talen- I – organizar um ambiente corporativo aberto à cooperação
to e a criatividade individual e coletiva; internacional e propícios para a promoção de pesquisa, desenvol-
IV – apoiar os coletivos de arte e pequenos produtores cultu- vimento e inovação realizada por meio de empresas de alta tecno-
rais através da valorização de seus ativos criativos e inovadores, logia;
promovendo o acesso aos seus produtos culturais, à compreensão II – concentrar em áreas estratégicas empresas e instituições
e fruição da paisagem, o uso do espaço público e a circulação de nacionais e internacionais voltadas às atividades de pesquisa, de-
produtos decorrentes da economia criativa; senvolvimento e inovação;
V – simplificar os procedimentos para instalação e funciona- III – criar novas oportunidades de negócios, agregando valor às
mento das atividades econômicas que compõem a economia cria- empresas maduras;
tiva. IV – gerar empregos baseados no conhecimento;
Art. 185. Para estimular as atividades econômicas criativas re- V – fomentar o empreendedorismo e incubar novas empresas
feridas no art. 183, aplicam-se aos estabelecimentos que se implan- inovadoras;
tarem nos Polos de Economia Criativa os seguintes incentivos: VI – aumentar a sinergia entre instituições de ciência e tecno-
I – concessão de benefícios fiscais para estabelecimentos con- logia e empresas;
tribuintes de Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS- VII – construir espaços atraentes para profissionais do conhe-
QN; cimento emergente;
II – isenção de IPTU; VIII – incentivar a implantação de empresas que promovam o
III – isenção de taxas municipais para instalação e funciona- uso de fontes energéticas alternativas e outras práticas ambiental-
mento; mente sustentáveis.
IV – simplificação dos procedimentos para instalação e funcio- Art. 188. Fica criada a Área de Intervenção Urbana – AIU Par-
namento e obtenção das autorizações e alvarás necessários. que Tecnológico Jaguaré, a ser regulamentada por lei específica,
§ 1º A implementação dos incentivos referentes aos incisos I, II, delimitada de acordo com o perímetro descrito no Quadro 13, com
III e IV deverá ser regulamentada por lei específica. o objetivo de criar as condições urbanísticas e de infraestrutura ne-
§ 2º Além dos incentivos previstos neste artigo, aplicam-se aos cessárias à implantação integral.
Polos de Economia Criativa os seguintes instrumentos: § 1º A AIU Parque Tecnológico Jaguaré deverá ser integrada ao
I – assistência técnica para orientação sobre elaboração de pro- plano urbanístico do subsetor Arco Pinheiros da Macroárea de Es-
jetos, propriedade intelectual, acesso a linhas de financiamento, truturação Metropolitana, quando este vier a ser elaborado.
desenvolvimento de produtos, apoio jurídico, acesso a incentivos à § 2º (VETADO)
inovação e à pesquisa científica;
II – disponibilização de plataforma de comunicação digital para SEÇÃO V
integração virtual dos polos de economia criativa; DO POLO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO RURAL SUS-
III – celebração de convênios e instrumentos de cooperação TENTÁVEL
entre os entes federados, autorizando a gestão associada de ser-
viços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encar- Art. 189. O Polo de Desenvolvimento Econômico Rural Susten-
gos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços tável objetiva promover atividades econômicas e gerar empregos
transferidos; na zona rural, conforme Mapa 1A, de modo compatível com a con-
IV – estabelecimento de ruas com funcionamento 24 horas de servação das áreas prestadoras de serviços ambientais na Macroá-
comércio, serviços e empresas para atividades referidas no art. 183, rea de Contenção Urbana e Uso Sustentável.
na forma de lei específica. Parágrafo único. O perímetro da Macroárea de Contenção
Urbana e Uso Sustentável, que integra a zona rural, poderá ser
SEÇÃO IV redefinido na revisão da Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do
DOS PARQUES TECNOLÓGICOS Solo quando forem identificados e devidamente comprovados lo-
teamentos aprovados, assentamentos consolidados e chácaras de
Art. 186. Parques Tecnológicos são oportunidades para o de- recreio implantados anteriormente à aprovação desta lei, respei-
senvolvimento urbano baseado em usos voltados para a produção tada a legislação referente às unidades de conservação municipais
de conhecimento e de complexos de desenvolvimento econômico e estaduais, inclusive as disposições relativas às zona de amorteci-
e tecnológico que visam fomentar economias baseadas no conheci- mento.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 190. Para implementar o Polo de Desenvolvimento Rural Parágrafo único. O Plano Municipal de Desenvolvimento Rural
Sustentável, deverão ser promovidas as seguintes ações: Sustentável deverá ser elaborado de forma participativa no prazo
I – fortalecer a Assistência Técnica e Extensão Rural através das de 1 (um) ano a partir do início da vigência desta lei.
Casas de Agricultura Ecológica, dotando-as de recursos e infraestru- Art. 192. Fica criado o Conselho Municipal de Desenvolvimento
tura suficientes; Rural Solidário e Sustentável, a ser regulamentado.(Regulamentado
II – apoiar a certificação orgânica dos agricultores familiares, pelo Decreto nº 57.058/2016)
em especial a certificação participativa;
III – estabelecer convênio com o Instituto Nacional da Coloniza- CAPÍTULO II
ção e Reforma Agrária para promover o recadastramento e a regu- DA POLÍTICA AMBIENTAL
larização fundiária das propriedades;
IV – firmar convênios com o Governo Federal objetivando im- Art. 193. A Política Ambiental do Município tem caráter trans-
plantar no Município as políticas e programas federais voltados à versal e se articula com as diversas políticas públicas, sistemas e
agricultura familiar e à agroecologia, de acordo com a Política Na- estratégias de desenvolvimento econômico que integram esta lei.
cional de Agricultura Familiar e o Plano Nacional de Agroecologia e Art. 194. São objetivos da Política Ambiental:
Produção Orgânica; I – implementação, no território municipal, das diretrizes con-
V – implantar, em parceria com os governos Estadual e Federal, tidas na Política Nacional de Meio Ambiente, Política Nacional de
uma Escola Técnica de Agroecologia e programas de melhoria das Recursos Hídricos, Política Nacional de Saneamento Básico, Política
estradas vicinais rurais e de saneamento básico; Nacional de Resíduos Sólidos, Política Nacional e Municipal de Mu-
VI – viabilizar a construção de um entreposto de comercializa- danças Climáticas, Lei Federal da Mata Atlântica, Sistema Nacional
ção e distribuição de produtos agropecuários; de Unidades de Conservação e demais normas e regulamentos fe-
VII – garantir a introdução de alimentos orgânicos produzidos derais e estaduais, no que couber;
no Município de São Paulo na alimentação escolar; II – conservação e recuperação do meio ambiente e da paisa-
VIII – implantar o Polo de Turismo de Parelheiros, nos termos gem;
da legislação em vigor; III – proteção dos serviços ambientais prestados pelos ecossis-
IX – fortalecer e ampliar a fiscalização ambiental para proteger temas;
o uso e a paisagem rural, integrando e otimizando as ações dos ór- IV – redução da contaminação ambiental em todas as suas for-
gãos estaduais e municipais competentes; mas;
X – implementar o instrumento por pagamento por serviços V – garantia de proteção dos recursos hídricos e mananciais de
ambientais às propriedades rurais, conforme o art. 158 desta lei, abastecimento;
em especial, nas áreas prestadoras de serviços relacionadas à pro- VI – priorização de medidas de adaptação às mudanças climá-
dução de água; ticas;
XI – criar mecanismos para a proteção e conservação da biodi- VII – incentivo à adoção de hábitos, costumes e práticas que
versidade na zona rural; visem à proteção dos recursos ambientais;
XII – melhorar a oferta de equipamentos e serviços públicos de VIII – produção e divulgação de informações ambientais orga-
educação, saúde, assistência social, lazer, esporte e cultura à popu- nizadas e qualificadas;
lação moradora da região. IX – estímulo às construções sustentáveis.
§ 1º A propriedade que, independentemente de sua localiza- Art. 195. São diretrizes da Política Ambiental:
ção no Município, mantiver atividade agropecuária produtiva, devi- I – conservar a biodiversidade, os remanescentes da flora e da
damente cadastrada no Instituto Nacional de Colonização e Refor- fauna;
ma Agrária – INCRA, não será enquadrada como urbana enquanto II – melhorar a relação de áreas verdes por habitante do Mu-
mantiver a atividade, podendo beneficiar-se das ações previstas nicípio;
nesse artigo. III – conservar e recuperar a qualidade ambiental dos recursos
§ 2º As ações previstas no “caput” desse artigo deverão ser ar- hídricos, inclusive águas subterrâneas, e das bacias hidrográficas,
ticuladas, preferencialmente, com os municípios vizinhos e com o em especial as dos mananciais de abastecimento;
Governo do Estado, no âmbito de uma política regional de desen- IV – aprimorar mecanismos de incentivo à recuperação e pro-
volvimento rural sustentável. teção ambiental;
Art. 191. O Plano Municipal de Desenvolvimento Rural Susten- V – criar mecanismos e estratégias para a proteção da fauna
tável é o instrumento norteador do desenvolvimento econômico da silvestre;
zona rural, contendo, no mínimo: VI – reabilitar as áreas degradadas e reinseri-las na dinâmica
I – diagnóstico socioambiental, econômico e cultural; urbana;
II – caracterização das cadeias produtivas existentes e poten- VII – minimizar os impactos da urbanização sobre as áreas pres-
ciais, identificando os entraves a serem superados para seu desen- tadoras de serviços ambientais;
volvimento; VIII – minimizar os processos de erosão e de escorregamentos
III – diretrizes para orientar as articulações e parcerias com ór- de solo e rocha;
gãos públicos, organizações da sociedade civil e instituições de ensi- IX – contribuir para a redução de enchentes;
no e pesquisa necessárias para o desenvolvimento rural paulistano; X – combater a poluição sonora;
IV – diretrizes para orientar a destinação de recursos voltados a XI – contribuir para a minimização dos efeitos das ilhas de calor
promover o desenvolvimento rural sustentável. e da impermeabilização do solo;
XII – adotar medidas de adaptação às mudanças climáticas;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

XIII – reduzir as emissões de poluentes atmosféricos e gases de § 3º Serão consideradas abrangidas nos documentos mencio-
efeito estufa; nados no § 2º do caput deste artigo as instalações acessórias rela-
XIV – promover programas de eficiência energética, cogeração cionadas às respectivas redes de infraestrutura, indispensáveis ao
de energia e energias renováveis em edificações, iluminação públi- seu funcionamento, tais como subestações, cabines de medição,
ca e transportes; caixas de inspeção, dutos de ventilação, pátios de manobra, dentre
XV – criar, por lei específica, incentivos fiscais e urbanísticos às outras.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
construções sustentáveis, inclusive na reforma de edificações exis- § 4º Aplicam-se às reformas com alteração de área construída
tentes; de edificações, equipamentos ou instalações preexistentes referi-
XVI – adotar procedimentos de aquisição de bens e contratação das no § 2º do caput deste artigo os regramentos previstos na le-
de serviços pelo Poder Público Municipal com base em critérios de gislação urbanística, edilícia ou leis específicas.(Incluído pela Lei nº
sustentabilidade; 17.975/2023)
XVII – estimular a agricultura familiar, urbana e periurbana, in- § 5º Caberá à Câmara Técnica de Legislação Urbanística, com
centivando a agricultura orgânica e a diminuição do uso de agrotó- base nas suas competências atribuídas pelo art. 330 desta Lei, em
xicos; especial, para dirimir dúvidas na aplicação desta Lei e da legislação
XVIII – promover a educação ambiental formal e não formal; de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, promover a compati-
XIX – articular, no âmbito dos Comitês de Bacias Hidrográficas, bilização da autorização legal da instalação de infraestrutura em
ações conjuntas de conservação e recuperação e fiscalização am- qualquer local do Município, com os regramentos previstos na le-
biental entre os municípios da Região Metropolitana e a Secretaria gislação urbanística, edilícia ou em leis específicas.(Incluído pela Lei
Estadual do Meio Ambiente; nº 17.975/2023)
XX – implantar estratégias integradas com outros municípios da § 6º No caso de empreendimentos em zonas especiais de pro-
Região Metropolitana e articuladas com outras esferas de governo teção ou preservação ambiental e em áreas de preservação per-
para redução da poluição e degradação do meio ambiente; manente, o atendimento ao disposto no § 2º do caput deste artigo
XXI – compatibilizar a proteção ambiental com o desenvolvi- estará condicionado à demonstração de inexistência de alternati-
mento econômico sustentável e a qualidade de vida da população. va técnica e/ou locacional à implantação, que deverá ser avaliada
Parágrafo único. Para estimular as construções sustentáveis, lei pelo órgão municipal ambiental competente.(Incluído pela Lei nº
específica poderá criar incentivos fiscais, tais como o IPTU Verde, 17.975/2023)
destinados a apoiar a adoção de técnicas construtivas voltadas à Art. 197. São objetivos da Política e do Sistema de Infraestru-
racionalização do uso de energia e água, gestão sustentável de re- turas:
síduos sólidos, aumento da permeabilidade do solo, entre outras I – racionalizar a ocupação e a utilização da infraestrutura ins-
práticas. talada e por instalar;
II – assegurar a equidade na distribuição territorial dos servi-
CAPÍTULO III ços;
DO SISTEMA DE INFRAESTRUTURA III – coordenar e monitorar a utilização do subsolo pelas con-
cessionárias de serviços públicos;
Art. 196. O Sistema de Infraestrutura é integrado pelo Siste- IV – incentivar a pesquisa e o desenvolvimento de novas tec-
ma de Saneamento Ambiental, definido no Capítulo IV deste Título, nologias, buscando otimizar o uso dos recursos dos sistemas de
pela rede estrutural de transportes coletivos definida na Subseção infraestrutura e dos serviços de utilidade pública, garantindo um
I da Seção III do Título II desta lei, e é também composto pelos ser- ambiente equilibrado e sustentável;
viços, equipamentos, infraestruturas e instalações operacionais e V – promover a gestão integrada da infraestrutura e o uso ra-
processos relativos a: cional do subsolo e do espaço aéreo urbano, garantindo o compar-
I – abastecimento de gás; tilhamento das redes, coordenando ações com concessionários e
II – rede de fornecimento de energia elétrica; prestadores de serviços e assegurando a preservação das condições
III – rede de telecomunicação; ambientais urbanas;
IV – rede de dados e fibra ótica; VI – estabelecer mecanismos de gestão entre Município, Esta-
V – outros serviços de infraestrutura de utilidade pública. do e União para serviços de interesse comum, tais como abaste-
§ 1º As obras, empreendimentos e serviços de infraestrutura cimento de água, tratamento de esgotos, destinação final de lixo,
de utilidade pública são destinados à prestação de serviços de utili- energia e telefonia;
dade pública, nos estritos termos e condições autorizados pelo Po- VII – garantir o investimento em infraestrutura;
der Público, podendo ser instalados em qualquer das macrozonas, VIII – garantir a justa distribuição dos ônus e benefícios decor-
macroáreas e zonas de uso, exceto na Macroárea de Preservação de rentes das obras e serviços de infraestrutura urbana;
Ecossistemas Naturais.(Renumerado pela Lei nº 17.975/2023) IX – coordenar o cadastramento das redes de água, esgoto, te-
§ 2º Aplicam-se às novas edificações, equipamentos ou instala- lefone, energia elétrica, cabos e demais redes que utilizam o subso-
ções acima do nível do solo, ou que tenham permanência humana, lo e o espaço aéreo, mantendo Sistema de Informações Integrado
necessários aos serviços de infraestrutura de utilidade pública de de Infraestrutura Urbana, incluindo base cartográfica georreferen-
que trata o caput deste artigo, os regramentos previstos na legisla- ciada das redes de infraestrutura;
ção urbanística, edilícia ou em leis específicas, podendo ser implan- X – estimular a implantação de sistemas de cogeração de ener-
tados em qualquer local do Município que as admita, desde que sua gia a serem instalados em espaços urbanos definidos nos projetos
localização esteja prevista nesta Lei, no Plano Setorial pertinente, de estruturação urbana, e nos complexos multiusos.
em ajustes deles decorrentes, nos Planos Regionais das Subprefei-
turas ou em leis específicas.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 198. Os programas, ações e investimentos, públicos e pri- XIII - integração de políticas públicas e serviços;(Incluído pela
vados, no Sistema de Infraestrutura devem ser orientados segundo Lei nº 17.975/2023)
as seguintes diretrizes: XIV - integração entre órgãos e entidades;(Incluído pela Lei nº
I – garantia da universalização do acesso à infraestrutura urba- 17.975/2023)
na e aos serviços de utilidade pública por parte da população; XV - compromisso com a melhoria da qualidade da educação e
II – garantia da preservação do solo e do lençol freático, rea- elevação da escolaridade;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
lizando as obras e a manutenção necessárias para o devido isola- XVI - educação e capacitação continuada da sociedade;(Incluí-
mento das redes de serviços de infraestrutura; do pela Lei nº 17.975/2023)
III – implantação por meio de galerias técnicas de equipamen- XVII - incentivo à diversidade de ideias e criatividade;(Incluído
tos de infraestrutura de serviços públicos ou privados nas vias pú- pela Lei nº 17.975/2023)
blicas, incluídos seus subsolo e espaço aéreo, priorizando as vias de XVIII - sustentabilidade ambiental.(Incluído pela Lei nº
maior concentração de redes de infraestrutura; 17.975/2023)
IV – racionalização da ocupação e da utilização da infraestrutu- § 2º O desenvolvimento de iniciativas do Plano Municipal de
ra instalada e por instalar, garantindo o compartilhamento e evitan- Cidade Inteligente deverá observar as seguintes diretrizes:(Incluído
do a duplicação de equipamentos; pela Lei nº 17.975/2023)
V – instalação e manutenção dos equipamentos de infraestru- I - utilização de tecnologia, ciência ou conhecimento científico
tura e dos serviços de utilidade pública, garantindo o menor incô- para integração de políticas públicas e prestação de serviços ao ci-
modo possível aos moradores e usuários do local, bem como exigin- dadão;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
do a reparação das vias, calçadas e logradouros públicos; II - integração de serviços e informações entre órgãos e enti-
VI – o estabelecimento e a obediência às normas de saúde dades locais, com foco na prevenção de eventos críticos e desas-
pública e ambiental, com base no princípio da precaução, exigin- tres;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
do laudos técnicos, quanto aos seus efeitos na saúde humana e no III - integração de bancos de dados do Poder Público median-
meio ambiente, para a implantação e manutenção da infraestrutu- te o uso de padrões de interoperabilidade;(Incluído pela Lei nº
ra dos serviços de telecomunicações emissores de radiação eletro- 17.975/2023)
magnética; IV - incentivo à digitalização de serviços e processos;(Incluído
VII – a proibição da deposição de material radioativo no sub- pela Lei nº 17.975/2023)
solo e a promoção de ações que visem preservar e descontaminar V - compartilhamento de dados e informações entre entes fe-
o subsolo. derativos;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
Art. 198-A. A Prefeitura elaborará o Plano Municipal de Cidade VI - priorização da execução de iniciativas por meio de con-
Inteligente, de acordo com as determinações estabelecidas pela Lei sórcios públicos ou uso de outros instrumentos de colaboração
Geral de Proteção de Dados (LGPD), bem como dos objetivos e dire- entre municípios e outros entes federativos;(Incluído pela Lei nº
trizes deste artigo.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) 17.975/2023)
§ 1º O Plano Municipal de Cidade Inteligente, cuja elaboração VII - comunicação permanente entre órgãos de controle e uni-
é uma ação prioritária desta Lei e deverá ser elaborado de forma dades jurisdicionadas;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
participativa e regido pelos seguintes princípios:(Incluído pela Lei VIII - estímulo à criação do conhecimento, ao desenvolvimento
nº 17.975/2023) tecnológico, empreendedorismo e à inovação;(Incluído pela Lei nº
I - dignidade da pessoa humana;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
17.975/2023) IX - promoção de espaços, inclusive presenciais, para cocriação
II - participação social e exercício da cidadania;(Incluído pela Lei e troca de conhecimento entre o Poder Público e a sociedade;(In-
nº 17.975/2023) cluído pela Lei nº 17.975/2023)
III - cocriação e troca de conhecimento entre o Poder Público e X - utilização de indicadores de desempenho para monitora-
a sociedade;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) mento e avaliação permanente das iniciativas de cidades inteligen-
IV - inclusão socioeconômica;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) tes;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
V - privacidade dos cidadãos e segurança dos dados;(Incluído XI - estímulo ao engajamento do cidadão;(Incluído pela Lei nº
pela Lei nº 17.975/2023) 17.975/2023)
VI - inovação na prestação dos serviços;(Incluído pela Lei nº XII - transparência e publicidade de dados e informações, as-
17.975/2023) segurada em política de dados abertos, sem prejuízo à privacida-
VII - tecnologia como mediadora para o alcance do bem-estar de e à segurança da população e dos dados;(Incluído pela Lei nº
da população e melhoria dos serviços públicos;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
17.975/2023) XIII - planejamento orçamentário e financeiro compatível
VIII - economia e desenvolvimento baseados no conhecimen- com a sustentabilidade dos investimentos;(Incluído pela Lei nº
to;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) 17.975/2023)
IX - transparência na prestação dos serviços;(Incluído pela Lei XIV - implementação de política de inovação e tecnologia na
nº 17.975/2023) educação, para melhoria da gestão e da aprendizagem escola-
X - eficiência, efetividade, eficácia e economicidade na presta- res;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
ção de serviços;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) XV - educação digital da população;(Incluído pela Lei nº
XI - avaliação e aprimoramento permanente de ações de cida- 17.975/2023)
des inteligentes;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
XII - planejamento das iniciativas;(Incluído pela Lei nº
17.975/2023)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

XVI - qualificação da força de trabalho para desenvolvimen- § 1º Os planos dos Sistemas decorrentes da Política de Sanea-
to das habilidades e competências exigidas pela economia digital mento Ambiental deverão ser elaborados ou revisados conforme
e tecnologias da quarta revolução industrial;(Incluído pela Lei nº o caput, observados os princípios de gestão democrática.(Incluído
17.975/2023) pela Lei nº 17.975/2023)
XVII - incentivo à indústria criativa, inclusiva e à economia circu- § 2º As ações prioritárias do Sistema de Drenagem, represen-
lar, em que a produção e o consumo consideram a partilha, a reutili- tadas no Mapa 12 desta Lei, e as decorrentes do plano setorial de-
zação, a reparação e a reciclagem de materiais e produtos, de forma verão priorizar a adoção de Soluções baseadas na Natureza (SbN)
a aumentar o seu ciclo de vida e reduzir o consumo de recursos e Infraestruturas Verdes, especialmente os jardins de chuva, as
naturais;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) biovaletas e as bacias de detenção vegetadas.(Incluído pela Lei nº
XVIII - promoção de espaços públicos para incentivar e propor- 17.975/2023)
cionar o desenvolvimento da criatividade e da inovação;(Incluído § 3º A abordagem do uso de Infraestruturas Verdes e Soluções
pela Lei nº 17.975/2023) baseadas na Natureza colabora com o cumprimento dos Objetivos
XIX - gestão orientada à sustentabilidade ambiental; e(Incluído de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da Organização
pela Lei nº 17.975/2023) das Nações Unidas e nas estratégias de adaptação e mitigação men-
XX - planejamento urbano com foco na eficiência da mobilida- cionadas no Acordo de Paris, e no auxílio do avanço dos resultados
de urbana, no uso diversificado da ocupação do solo e na apropria- de programas de gestão, como o Programa Município Verde Azul do
ção dos espaços pelos cidadãos.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) Estado de São Paulo.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)

CAPÍTULO IV SEÇÃO I
DA POLÍTICA E DO SISTEMA DE SANEAMENTO AMBIENTA L DOS OBJETIVOS E DIRETRIZES DO SISTEMA DE SANEAMENTO
AMBIENTAL
Art. 199. O Sistema de Saneamento Ambiental é integrado pe-
los sistemas de abastecimento de água, de esgotamento sanitário, Art. 200. São objetivos do Sistema de Saneamento Ambiental:
de drenagem e de gestão integrada de resíduos sólidos e composto I – acesso universal ao saneamento básico;
pelos serviços, equipamentos, infraestruturas e instalações opera- II – conservação dos recursos ambientais;
cionais e processos necessários para viabilizar: III – recuperação ambiental de cursos d’água e fundos de vale;
I – o abastecimento público de água potável, desde a captação IV – não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento
até as ligações prediais, com seus respectivos instrumentos de me- dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada
dição, incluindo os sistemas isolados; dos rejeitos.
II – a coleta, afastamento, tratamento e disposição final ade- Art. 201. São diretrizes do Sistema de Saneamento Ambiental:
quados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o lan- I – integrar as políticas, programas, projetos e ações governa-
çamento do efluente final no meio ambiente; mentais relacionadas com o saneamento, saúde, recursos hídricos,
III – o manejo das águas pluviais, compreendendo desde o biodiversidade, desenvolvimento urbano e rural, habitação, uso e
transporte, detenção, retenção, absorção e o escoamento ao pla- ocupação do solo;
nejamento integrado da ocupação dos fundos de vale; II – integrar os sistemas, inclusive os componentes de respon-
IV – a coleta, inclusive a coleta seletiva, o transporte, o trans- sabilidade privada;
bordo, o tratamento e a destinação final dos resíduos domiciliares, III – estabelecer ações preventivas para a gestão dos recursos
da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas, dos estabe- hídricos, realização da drenagem urbana, gestão integrada dos resí-
lecimentos comerciais e prestadores de serviços, dos processos e duos sólidos e líquidos e conservação das áreas de proteção e recu-
instalações industriais, dos serviços públicos de saneamento básico, peração de mananciais e das unidades de conservação;
serviços de saúde e construção civil; IV – melhorar a gestão e reduzir as perdas dos sistemas exis-
V – a hierarquia de não geração, redução, reutilização, recicla- tentes;
gem, o tratamento dos resíduos sólidos e a disposição final ambien- V – definir parâmetros de qualidade de vida da população a
talmente adequada dos rejeitos por meio do manejo diferenciado, partir de indicadores sanitários, epidemiológicos e ambientais que
da recuperação dos resíduos reutilizáveis e recicláveis e da disposi- deverão nortear as ações relativas ao saneamento;
ção final dos rejeitos originários dos domicílios e da varrição e lim- VI – promover atividades de educação ambiental e comunica-
peza de logradouros e vias públicas. ção social, com ênfase em saneamento;
Parágrafo único. Nas Macroáreas de Preservação de Ecossiste- VII – realizar processos participativos efetivos que envolvam
mas Naturais e na de Contenção Urbana e Uso Sustentável, o sanea- representantes dos diversos setores da sociedade civil para apoiar,
mento deve obedecer aos critérios da infraestrutura rural definidos aprimorar e monitorar o Sistema de Saneamento Ambiental;
pelo órgão federal competente e atender à legislação referente às VIII – articular o Plano Municipal de Saneamento Ambiental In-
unidades de conservação, em especial seus planos de manejo. tegrado ao Plano Municipal de Habitação e ao Plano Municipal de
Art. 199-A. A aplicação da Política de Saneamento Ambiental Desenvolvimento Rural Sustentável;
estabelecida por esta Lei passa a ser orientada pelo marco legal do IX – articular as diferentes ações de âmbito metropolitano rela-
saneamento básico, atualizado pela Lei Federal nº 14.026, de 15 de cionadas com o saneamento;
julho de 2020, devendo observância à Política Municipal de Segu- X – obedecer à legislação estadual sobre as áreas de proteção e
rança Hídrica e Gestão das Águas, instituída pela Lei nº 17.104, de recuperação aos mananciais e à legislação referente às unidades de
30 de maio de 2019.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) conservação, inclusive zona de amortecimento;
XI – aderir à política nacional de saneamento.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

SEÇÃO II II – definir e implantar estratégias para o abastecimento de


DO PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO AMBIENTAL INTE- água potável nos assentamentos urbanos isolados, em especial na
GRADO Macroárea de Redução da Vulnerabilidade e Recuperação Ambien-
tal;
Art. 202. O Plano Municipal de Saneamento Ambiental Inte- III – implantar medidas voltadas à redução de perdas e desper-
grado deverá ser revisado pela Prefeitura com base na legislação dícios de água potável;
federal, estadual e municipal vigente. IV – implantar medidas voltadas à manutenção e recuperação
Parágrafo único. O Plano Municipal de Saneamento Ambiental das águas utilizadas para abastecimento humano e atividade agrí-
Integrado, que se aplica à totalidade do território do Município, de- cola na Macroárea de Contenção Urbana e Uso Sustentável, em
verá atender aos objetivos e diretrizes dos arts. 200 e 201, e conter, conformidade com o Plano Municipal de Desenvolvimento Rural
no mínimo: Sustentável;
I – análises sobre a situação atual de todos os componentes V – expandir as redes de abastecimento de água;
do Sistema de Saneamento Ambiental, avaliando seus impactos nas VI – manter e cadastrar as redes existentes.
condições de vida da população e dimensionando as demandas so- Art. 207. As ações prioritárias para a complementação e melho-
ciais a partir de indicadores sanitários, epidemiológicos, ambientais ria do Sistema de Abastecimento de Água são:
e socioeconômicos; I – expandir as redes e sistemas isolados de abastecimento de
II – metas de curto, médio e longo prazo para a universaliza- água potável, conforme Mapa 6 anexo;
ção do acesso aos serviços de saneamento, para a suficiência dos II – ampliar a disponibilidade hídrica por meio do incentivo ao
sistemas de abastecimento de água e de tratamento dos efluentes consumo racional da água, da conservação da capacidade de pro-
de esgotos coletados, para o manejo de águas pluviais e resíduos dução de água das bacias hidrográficas Guarapiranga, Billings e Ca-
sólidos, admitidas soluções graduais e progressivas, observando a pivari-Monos, e da implantação de novas adutoras;
compatibilidade com os demais planos setoriais; III – implantar, em articulação com outras prefeituras e órgãos
III – programas, projetos, ações e investimentos necessários públicos, caso necessário, módulos de tratamento avançado de
para atingir as metas mencionadas no inciso anterior de modo com- água nas Estações de Tratamento de Água – ETAs Taiaçupeba (Sis-
patível com os respectivos planos plurianuais e com planos setoriais tema Alto Tietê), Rio Grande (Sistema Rio Grande) e ABV (Sistema
correlatos, identificando possíveis fontes de financiamento; Guarapiranga);
IV – ações para emergências e contingências relativas a ocor- IV – implantar, em articulação com os órgãos competentes, me-
rências que envolvem os sistemas de saneamento; didas para controle e monitoramento das águas subterrâneas;
V – mecanismos e procedimentos para o monitoramento e ava- V – complementar, ajustar e aperfeiçoar o sistema de abasteci-
liação dos resultados alcançados com a implementação dos proje- mento público de água potável;
tos, ações e investimentos programados; VI – desenvolver programas educativos e de capacitação para
VI – propostas para garantir a sustentabilidade, eficiência e boa o manejo das águas destinadas ao abastecimento humano e à agri-
qualidade urbana e ambiental: cultura na zona rural.
a) no abastecimento de água; Art. 208. O Executivo regulamentará, por decreto, os procedi-
b) no esgotamento sanitário; mentos, valoração e metodologia de cálculo e formas de aplicação
c) na limpeza urbana; dos recursos relativos à obrigação do órgão ou empresa, público ou
d) no manejo de resíduos sólidos; privado, responsável pelo abastecimento de água ou que faça uso
e) no manejo de águas pluviais; de recursos hídricos, quando beneficiário da proteção proporciona-
f) na drenagem urbana; da por unidade de conservação municipal, em contribuir financeira-
g) no controle de vetores. mente para sua proteção ou implementação.

SEÇÃO III SEÇÃO IV


DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Art. 203. O Sistema de Abastecimento de Água é composto pe- Art. 209. O Sistema de Esgotamento Sanitário é composto pe-
las estruturas, equipamentos, serviços e processos necessários ao los sistemas necessários ao afastamento e tratamento dos efluen-
abastecimento de água potável. tes sanitários, incluindo as infraestruturas e instalações de coleta,
Art. 204. São componentes do Sistema de Abastecimento de desde as ligações prediais, afastamento, tratamento e disposição
Água: final de esgotos.
I – a infraestrutura de captação, tratamento, adução, armaze- Art. 210. Os programas, ações e investimentos, públicos e pri-
namento e distribuição de água potável; vados, no Sistema de Esgotamento Sanitário devem ter como ob-
II – os mananciais hídricos. jetivo a universalização do atendimento de esgotamento sanitário.
Art. 205. Os programas, ações e investimentos, públicos e pri- Art. 211. São diretrizes do Sistema de Esgotamento Sanitário:
vados, no Sistema de Abastecimento de Água devem ter como ob- I – articular a expansão das redes de esgotamento sanitário às
jetivo a universalização e segurança no acesso à água potável, em ações de urbanização e regularização fundiária nos assentamentos
qualidade e quantidade. precários;
Art. 206. São diretrizes do Sistema de Abastecimento de Água: II – eliminar os lançamentos de esgotos nos cursos d’água e no
I – articular a expansão das redes de abastecimento com as sistema de drenagem e de coleta de águas pluviais, contribuindo
ações de urbanização e regularização fundiária nos assentamentos para a recuperação de rios, córregos e represas;
precários;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

III – complementar os sistemas existentes, inclusive com a im- VI – adotar critérios urbanísticos e paisagísticos que possibili-
plantação de sistema isolados; tem a integração harmônica das infraestruturas com o meio am-
IV – manter e cadastrar as redes existentes. biente urbano;
Art. 212. São ações prioritárias para a complementação e me- VII – adotar tecnologias avançadas de modelagem hidrológica
lhoria do Sistema de Esgotamento Sanitário: e hidráulica que permitam mapeamento das áreas de risco de inun-
I – expandir as redes de esgotamento sanitário; dação, considerando diferentes alternativas de intervenções;
II – implantar, em articulação com outras prefeituras e órgãos VIII – promover a participação social da população no planeja-
públicos, caso necessário, novos interceptores e coletores-tronco mento, implantação e operação das ações de drenagem e de ma-
para a ampliação do sistema de afastamento, conforme Mapa 7 nejo das águas pluviais, em especial na minoração das inundações
anexo; e alagamentos;
III – implantar novos módulos de tratamento nas Estações de IX – promover junto aos municípios, aos consórcios intermuni-
Tratamento de Esgotos – ETEs; cipais e ao Estado o planejamento e as ações conjuntas necessárias
IV – implantar, em articulação com os órgãos competentes, para o cumprimento dos objetivos definidos para este sistema;
sistemas isolados de esgotamento sanitário na Macroárea de Con- X – promover a participação da iniciativa privada na implemen-
tenção Urbana e Uso Sustentável e nos assentamentos isolados na tação das ações propostas, desde que compatível com o interesse
Macroárea de Redução da Vulnerabilidade Urbana e Recuperação público;
Ambiental, com tecnologias adequadas a cada situação, inclusive XI – promover a articulação com instrumentos de planejamen-
tratamento biológico, em conformidade com a legislação estadual to e gestão urbana e projetos relacionados aos demais serviços de
de proteção e recuperação de mananciais, com o Plano Municipal saneamento.
de Desenvolvimento Rural Sustentável e com os Planos de Manejo Art. 217. As ações prioritárias no Sistema de Drenagem são:
das Unidades de Conservação; I – elaborar o Plano Diretor de Drenagem e Manejo de Águas
V – iniciar, em articulação com outras prefeituras e órgãos pú- Pluviais, consideradas as ações de limpeza urbana previstas no Pla-
blicos, caso necessário, a implantação de módulos de tratamento no de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos;
terciário nas ETEs Barueri, ABC, Parque Novo Mundo, São Miguel II – criar um órgão municipal de planejamento e gestão de dre-
e Suzano. nagem e dos recursos hídricos;
SEÇÃO V III – elaborar mapeamento e cartografia georreferenciados das
DO SISTEMA DE DRENAGEM áreas de risco de inundações e aprimorar os sistemas de alerta e de
emergência;
Art. 213. O Sistema de Drenagem é definido como o conjunto IV – elaborar mapeamento e cartografia georreferenciados dos
formado pelas características geológico-geotécnicas e do relevo e elementos de macrodrenagem, incluindo canais naturais e artifi-
pela infraestrutura de macro e microdrenagem instaladas. ciais, galerias e reservatórios de retenção ou contenção;
Art. 214. São componentes do Sistema de Drenagem: V – implantar sistemas de detenção ou retenção temporária
I – fundos de vale, linhas e canais de drenagem, planícies alu- das águas pluviais que contribuam para melhoria do espaço urba-
viais e talvegues; no, da paisagem e do meio ambiente;
II – os elementos de microdrenagem, como vias, sarjetas, meio- VI – implantar o Programa de Recuperação Ambiental de Fun-
-fio, bocas de lobo, galerias de água pluvial, entre outros; dos de Vale;
III – os elementos de macrodrenagem, como canais naturais e VII – desassorear os cursos d’água, canais, galerias, reservató-
artificiais, galerias e reservatórios de retenção ou contenção; rios e demais elementos do sistema de drenagem;
IV – o sistema de áreas protegidas, áreas verdes e espaços li- VIII – revisar a legislação referente aos sistemas de retenção de
vres, em especial os parques lineares. águas pluviais;
Art. 215. São objetivos do Sistema de Drenagem: IX – implementar medidas de controle dos lançamentos na fon-
I – redução dos riscos de inundação, alagamento e de suas con- te em áreas privadas e públicas;
sequências sociais; X – adotar medidas que minimizem a poluição difusa carreada
II – redução da poluição hídrica e do assoreamento; para os corpos hídricos;
III – recuperação ambiental de cursos d’água e dos fundos de XI – adotar pisos drenantes nas pavimentações de vias locais e
vale. passeios de pedestres.
Art. 216. São diretrizes do Sistema de Drenagem: § 1º O Plano Diretor de Drenagem é o instrumento para a ges-
I – adequar as regras de uso e ocupação do solo ao regime flu- tão sustentável da drenagem, atendendo aos objetivos e diretrizes
vial nas várzeas; dos arts. 215 e 216 desta lei.
II – preservar e recuperar as áreas com interesse para drena- § 2º O Plano Diretor de Drenagem deverá conter, no mínimo:
gem, principalmente várzeas, faixas sanitárias, fundos de vale e ca- I – plano de gestão com ações de desenvolvimento institucio-
beceiras de drenagem; nal, com estruturação de entidade específica para planejamento e
III – respeitar as capacidades hidráulicas dos corpos d´água, im- gestão do Sistema de Drenagem, fortalecimento da relação entre
pedindo vazões excessivas; o Município e os órgãos e entidades dos demais entes federativos,
IV – recuperar espaços para o controle do escoamento de identificação de fontes de financiamento, proposição de estratégias
águas pluviais; para o desenvolvimento tecnológico e para a formação e a capaci-
V – adotar as bacias hidrográficas como unidades territoriais de tação dos quadros técnicos;
análise para diagnóstico, planejamento, monitoramento e elabora-
ção de projetos;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

II – programa de bacias com propostas de ações estruturais e IX – incentivar as atividades de educação ambiental, com ênfa-
não estruturais planejadas com base em estudos multidisciplinares, se em manejo de resíduos sólidos;
cadastros, cartografias, modelagens matemáticas e monitoramento X – realizar processos participativos efetivos que envolvam re-
hidráulico e hidrológico de cada bacia; presentantes dos diversos setores da sociedade civil para apoiar,
III – caracterização e diagnóstico dos sistemas de drenagem, aprimorar e monitorar o Sistema de Gestão Integrada de Resíduos
avaliando seus impactos nas condições de vida da população, a par- Sólidos;
tir de indicadores sanitários, epidemiológicos, ambientais e socioe- XI – articular as diferentes ações de âmbito metropolitano rela-
conômicos; cionadas com a gestão de resíduos sólidos.
IV – metas de curto, médio e longo prazo para melhorar o sis- Art. 222. São componentes do Sistema de Gestão Integrada de
tema de drenagem do Município, observando a compatibilidade Resíduos Sólidos os seguintes serviços, equipamentos, infraestrutu-
com os demais planos setoriais e identificando possíveis fontes de ras, instalações e processos pertencentes à rede de infraestrutura
financiamento. urbana:
Art. 218. As intervenções de macrodrenagem, tais como siste- I – coletas seletivas de resíduos sólidos;
mas de detenção ou retenção temporária das águas pluviais, deve- II – processamento local de resíduos orgânicos;
rão considerar previamente a adoção de medidas não estruturais III – centrais de processamento da coleta seletiva de resíduos
na mesma sub-bacia, como a implantação de parques lineares. secos e orgânicos;
IV – estabelecimentos comerciais e industriais de processa-
SEÇÃO VI mento de resíduos secos e orgânicos;
DA GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS V – áreas de triagem, transbordo e reciclagem de resíduos da
construção civil e resíduos volumosos;
Art. 219. O Sistema de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos é VI – unidades de compostagem e biodigestão anaeróbia “in
definido como o conjunto de serviços, equipamentos, infraestrutu- situ”;
ras e instalações operacionais públicas voltadas ao manejo diferen- VII – estações de transbordo para resíduos domiciliares e da
ciado, recuperação dos resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis e limpeza urbana;
disposição final dos rejeitos originários dos domicílios e da varrição VIII – postos de entrega de resíduos obrigados à logística re-
e limpeza de logradouros e vias públicas, estabelecidos pelo Plano versa;
de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, além das normativas mu- IX – centrais de tratamento de resíduos de serviços da saúde;
nicipais pertinentes. X – centrais de manejo de resíduos industriais;
Parágrafo único. Compõem também o Sistema de Gestão In- XI – aterros de resíduos da construção civil e sanitários;
tegrada de Resíduos Sólidos os serviços, equipamentos, infraestru- XII – ilhas de contêineres;
turas e instalações operacionais privadas destinadas ao manejo de XIII – ecoparques para tratamento mecânico e biológico de re-
resíduos. síduos indiferenciados;
Art. 220. São objetivos do Sistema de Gestão Integrada de Re- XIV – ecopontos para recebimento de resíduos diversos.
síduos Sólidos: Parágrafo único. Caberá à Autoridade Municipal de Limpeza Ur-
I – não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamen- bana – AMLURB, em conformidade com suas atribuições, estabele-
tos dos resíduos sólidos, bem como a disposição final adequada dos cer, por meio de resoluções, as condições de operação e a definição
rejeitos; dos limites de porte dos componentes do sistema de áreas para a
II – estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e gestão integrada de resíduos sólidos descritos neste artigo.
consumo de bens e serviços; Art. 223. São ações prioritárias do Sistema de Gestão Integrada
III – articulação entre as diferentes instituições públicas e des- de Resíduos Sólidos:
tas com o setor empresarial, visando à cooperação técnica e finan- I – implementar o Plano de Gestão Integrada de Resíduos Só-
ceira para a gestão integrada de resíduos sólidos; lidos;
IV – universalização da coleta de resíduos sólidos; II – orientar os Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos e
V – redução do volume de resíduos sólidos destinados à dispo- monitorar a sua implementação;
sição final, principalmente nos aterros. III – universalizar a coleta seletiva de resíduos secos e orgânicos
Art. 221. São diretrizes do Sistema de Gestão Integrada de Re- com atendimento de todo o território de cada distrito da cidade,
síduos Sólidos: precedido de campanhas;
I – seguir as diretrizes e determinações da Política Nacional de IV – implantar os ecoparques, centrais de processamento da
Resíduos Sólidos, instituída pela legislação federal; coleta seletiva de secos, centrais de processamento da coleta sele-
II – promover ações que visem minorar a geração de resíduos; tiva de orgânicos, estações de transbordo e ecopontos, conforme
III – promover a máxima segregação dos resíduos nas fontes Quadro 8 anexo;
geradoras; V – implantar ou requalificar as centrais de processamento da
IV – incentivar a retenção dos resíduos na fonte; coleta seletiva de secos, as centrais de processamento da coleta se-
V – organizar as múltiplas coletas seletivas para os diversos re- letiva de orgânicos e os ecoparques para tratamento dos remanes-
síduos; centes da coleta seletiva, conforme Quadro 8 anexo;
VI – assegurar a destinação adequada dos resíduos sólidos; VI – integrar a gestão de resíduos sólidos, inclusive os compo-
VII – promover a inclusão socioeconômica dos catadores de nentes de responsabilidade privada;
material reciclável;
VIII – buscar a sustentabilidade econômica das ações de gestão
dos resíduos no ambiente urbano;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

VII - introduzir o manejo diferenciado dos resíduos orgânicos, II – metas de curto, médio e longo prazo, para garantir maior
componente principal dos resíduos urbanos, incentivando a im- sustentabilidade na gestão de resíduos sólidos, admitidas soluções
plantação de pátios de compostagem públicos ou privados dentro graduais e progressivas, observando a compatibilidade com os de-
do território das subprefeituras existentes e das que vierem a ser mais planos setoriais e as referências apresentadas no Quadro 8
criadas.(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023) anexo;
VIII – estabelecer novas instalações públicas para a destinação III – programas, projetos, ações e investimentos necessários
final de resíduos sólidos segundo determinações da Política Nacio- para atingir as metas mencionadas no inciso anterior de modo com-
nal de Resíduos Sólidos; patível com os respectivos planos plurianuais e com planos setoriais
IX – expandir as ações de inclusão social, gerar oportunidades correlatos, identificando possíveis fontes de financiamento;
de trabalho e obtenção de rendas, incentivar as cooperativas no IV – ações emergenciais e de contingência relativas às ocor-
campo da economia solidária e apoiar os catadores isolados de ma- rências que envolvem os sistemas de gestão integrada de resíduos
teriais reaproveitáveis e recicláveis; sólidos;
X – definir estratégia para formalização contratual do trabalho V – ações para implantação de uma rede de equipamentos para
das cooperativas e associações de catadores, para sustentação eco- recebimento de resíduos sólidos;
nômica do seu processo de inclusão social e dos custos da logística VI – mecanismos e procedimentos para o monitoramento e
reversa de embalagens; avaliação dos resultados alcançados com a implementação dos pro-
XI – fomentar a implantação de unidades, públicas e privadas, jetos, ações e investimentos programados;
voltadas à valorização de resíduos secos e orgânicos, resíduos da VII – ações que compatibilizem com as políticas relativas aos
construção civil, e outros, conforme a ordem de prioridades defini- sistemas de abastecimento de água, de esgotamento sanitário e de
da na Política Nacional de Resíduos Sólidos; drenagem.
XII – apoiar a formalização de empreendimentos já estabeleci- § 2º O Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos deverá
dos, voltados ao manejo de resíduos sólidos; ser revisto a cada 4 (quatro) anos.
XIII – estabelecer procedimentos de compra pública sustentá-
vel para agregados reciclados e composto orgânico; CAPÍTULO V
XIV – estabelecer parcerias com instituições locais para o de- DA POLÍTICA E DO SISTEMA DE MOBILIDADE
senvolvimento de ações de educação ambiental e comunicação
social voltadas à implementação do Plano de Gestão Integrada de SEÇÃO I
Resíduos Sólidos; DOS OBJETIVOS E DIRETRIZES DO SISTEMA DE MOBILIDADE
XV – assinar termo de compromisso para logística reversa junto
aos fabricantes, importadores, comerciantes e distribuidores dos Art. 225. O Sistema de Mobilidade é definido como o conjunto
materiais previstos na Política Nacional de Resíduos Sólidos; organizado e coordenado dos modos de transporte, serviços, equi-
XVI – incentivar e acompanhar a implementação das ações para pamentos, infraestruturas e instalações operacionais necessários à
o manejo diferenciado dos resíduos sólidos nas Unidades Educacio- ampla mobilidade de pessoas e deslocamento de cargas pelo terri-
nais da Rede Municipal de Ensino de São Paulo, em conformidade tório municipal, visando garantir a qualidade dos serviços, a segu-
com o Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos; rança e a proteção à saúde de todos os usuários, principalmente
XVII – implementar programa que vise à sustentabilidade am- aqueles em condição de vulnerabilidade social, além de contribuir
biental das feiras livres, em conformidade com o Plano de Gestão para a mitigação das mudanças climáticas.
Integrada de Resíduos Sólidos. Art. 226. São componentes do Sistema de Mobilidade:
§ 1º A administração municipal estabelecerá mecanismos para I – sistema viário;
incentivar política de compras públicas sustentáveis que vise à aqui- II – sistema de circulação de pedestres;
sição pública de produtos e suas embalagens fabricados com ma- III – sistema de transporte coletivo público;
teriais que propiciem a reutilização ou a reciclagem e estabelecerá IV – sistema de transporte coletivo privado;
a negociação pelo reconhecimento das responsabilidades pelos V – sistema cicloviário;
custos de coleta, transporte, processamento e disposição final de VI – sistema hidroviário;
rejeitos em aterros sanitários. VII – sistema de logística e transporte de carga;
§ 2º A administração municipal estabelecerá mecanismos para VIII – sistema aeroviário.
diferenciação do tratamento tributário referente às atividades vol- Art. 227. Os objetivos do Sistema de Mobilidade são:
tadas à valorização de resíduos resultantes das coletas seletivas. I – melhoria das condições de mobilidade da população, com
Art. 224. O Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, ela- conforto, segurança e modicidade, incluindo os grupos de mobili-
borado com base na legislação federal, municipal e estadual vigen- dade reduzida;
te, deverá contemplar ações de responsabilidade pública, privada II – homogeneização das condições de macroacessibilidade en-
e compartilhada, relativas aos resíduos gerados no território do tre diferentes regiões do Município;
Município. III – aumento da participação do transporte público coletivo e
§ 1º O Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos deverá não motorizado na divisão modal;
atender aos objetivos e diretrizes dos arts. 220 e 221 desta lei, e IV – redução do tempo de viagem dos munícipes;
conter, no mínimo: V - melhoria das condições de integração entre os diferentes
I – análises sobre a situação atual da gestão de resíduos sólidos modais de transporte, tais como o público coletivo, os de micro-
no Município, avaliando seus impactos nas condições de vida da mobilidade e demais modais não motorizados e o coletivo privado
população e dimensionando as demandas sociais a partir de indica- rotineiro de passageiros;(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023)
dores sanitários, epidemiológicos, ambientais e socioeconômicos;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

VI – promoção do desenvolvimento sustentável com a mitiga- XV – estabelecer instrumentos de controle da oferta de vagas
ção dos custos ambientais e socioeconômicos dos deslocamentos de estacionamento em áreas públicas e privadas, inclusive para
de pessoas e cargas na cidade, incluindo a redução dos acidentes operação da atividade de compartilhamento de vagas;
de trânsito, emissões de poluentes, poluição sonora e deterioração XVI – articular e adequar o mobiliário urbano novo e existente
do patrimônio edificado; à rede de transporte público coletivo;
VII – promover o compartilhamento de automóveis; XVII – aprimorar o sistema de logística e cargas, de modo a au-
VIII – melhoria das condições de circulação das cargas no Muni- mentar a sua eficiência, reduzindo custos e tempos de deslocamen-
cípio com definição de horários e caracterização de veículos e tipos to;
de carga. XVIII – articular as diferentes políticas e ações de mobilidade
IX - promover a criação de infraestrutura para a instalação de urbana, abrangendo os três níveis da federação e seus respectivos
postos de recargas de baterias dos mais variados modelos de veícu- órgãos técnicos;
los elétricos.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) XIX – promover ampla participação de setores da sociedade
Art. 228. Os programas, ações e investimentos, públicos e pri- civil em todas as fases do planejamento e gestão da mobilidade ur-
vados, no Sistema de Mobilidade devem ser orientados segundo as bana;
seguintes diretrizes: XX – incentivar a utilização de veículos automotores movidos à
I – priorizar o transporte público coletivo, os modos não mo- base de energia elétrica ou a hidrogênio, visando reduzir as emis-
torizados e os modos compartilhados, em relação aos meios indivi- sões de gases de efeito estufa e a poluição sonora, e a redução de
duais motorizados; gastos com combustíveis com a utilização de veículos movidos com
II – diminuir o desequilíbrio existente na apropriação do espaço fontes de energias renováveis ou combustíveis menos poluentes;
utilizado para a mobilidade urbana, favorecendo os modos coleti- XXI – promover o transporte de passageiros e cargas por meio
vos que atendam a maioria da população, sobretudo os extratos do sistema hidroviário;
populacionais mais vulneráveis; XXII – criar estacionamentos públicos ou privados nas extremi-
III – promover integração física, operacional e tarifária dos dife- dades dos eixos de mobilidade urbana, em especial junto às esta-
rentes modos de transporte que operam no Município, reforçando ções de metrô, monotrilho e terminais de integração e de transfe-
o caráter de rede única com alcance metropolitano e macrometro- rência entre modais;
politano; XXIII – implantar dispositivos de redução da velocidade e acal-
IV - promover os modos que compõem a micromobilidade e mamento de tráfego nas vias locais, especialmente nas ZER;
demais modais não motorizados como meio de transporte urbano, XXIV – evitar o tráfego de passagem nas vias locais em zonas
em especial o uso de bicicletas, por meio da criação de uma rede exclusivamente residenciais.
estrutural cicloviária;(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023) XXV - utilizar indicadores de acessibilidade e mobilidade urba-
V - promover a integração entre os sistemas de transporte pú- na e determinar as formas de avaliação da efetividade da adoção
blico coletivo, de micromobilidade e demais modais não motoriza- das políticas de transporte e uso do solo ao longo do tempo.(Incluí-
dos, o transporte individual privado e o coletivo privado rotineiro do pela Lei nº 17.975/2023)
de passageiros;(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023) Parágrafo único. A micromobilidade inclui os meios de trans-
VI – promover o compartilhamento de automóveis, inclusive porte autopropelidos, de forma elétrica ou não, criados para per-
por meio da previsão de vagas para viabilização desse modal; correr pequenas distâncias, nos termos da Resolução CONTRAN nº
VII – complementar, ajustar e melhorar o sistema viário em es- 947, de 28 de março de 2022.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
pecial nas áreas de urbanização incompleta, visando sua estrutura-
ção e ligação interbairros; SEÇÃO II
VIII – complementar, ajustar e melhorar o sistema de trans- DO PLANO MUNICIPAL DE MOBILIDADE URBANA
porte público coletivo, aprimorando as condições de circulação dos
veículos; Art. 229. A Prefeitura elaborará o Plano Municipal de Mobilida-
IX – complementar, ajustar e melhorar o sistema cicloviário; de Urbana, de acordo com os prazos e determinações estabelecidas
X – aumentar a confiabilidade, conforto, segurança e qualidade pela legislação federal que institui a Política Nacional de Mobilidade
dos veículos empregados no sistema de transporte coletivo; Urbana, bem como dos objetivos e diretrizes dos arts. 227 e 228
XI – promover o uso mais eficiente dos meios de transporte desta lei.
com o incentivo das tecnologias de menor impacto ambiental; § 1º O Plano Municipal de Mobilidade Urbana, cuja elaboração
XII – elevar o patamar tecnológico e melhorar os desempenhos é uma ação prioritária do Sistema de Mobilidade, deverá ser elabo-
técnicos e operacionais do sistema de transporte público coletivo; rado de forma participativa e conter, no mínimo:
XIII – incentivar a renovação ou adaptação da frota do transpor- I – análise sobre as condições de acessibilidade e mobilidade
te público e privado urbano, visando reduzir as emissões de gases existentes no Município e suas conexões entre bairros e com os mu-
de efeito estufa e da poluição sonora, e a redução de gastos com nicípios da região metropolitana a fim de identificar os diferentes
combustíveis com a utilização de veículos movidos com fontes de tipos de demandas urbanas, sociais, demográficas, econômicas e
energias renováveis ou combustíveis menos poluentes, tais como ambientais que deverão nortear a formulação das propostas;
gás natural veicular, híbridos ou energia elétrica; II – ações para a ampliação e aprimoramento do sistema de
XIV – promover o maior aproveitamento em áreas com boa transporte público coletivo no Município, considerando todos os
oferta de transporte público coletivo por meio da sua articulação seus componentes, como infraestrutura viária, terminais e esta-
com a regulação do uso e ocupação do solo; ções, sistemas de monitoramento remoto, material rodante, entre
outros;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

III – modelo institucional para o planejamento da mobilidade, I – melhoria do acesso e do deslocamento de qualquer pessoa
promovendo maior integração entre as esferas municipal e esta- com autonomia e segurança pelos componentes do Sistema de Cir-
dual, tanto no âmbito da formulação de políticas setoriais, como na culação de Pedestres;
esfera do desenvolvimento técnico dos trabalhos, buscando uma II – integração do sistema de transporte público coletivo com
maior integração metropolitana; as calçadas, faixas de pedestre, transposições e passarelas, visando
IV – programa para o gerenciamento dos estacionamentos ao pleno acesso do pedestre ao transporte público coletivo e aos
no Município com controle de estacionamento nas vias públicas, equipamentos urbanos e sociais;
limitação de estacionamentos nas áreas centrais e implantação de III – ampliação das calçadas, passeios e espaços de convivência;
estacionamentos públicos associados com o sistema de transporte IV – redução de quedas e acidentes relacionados à circulação
público coletivo, o compartilhamento de automóveis, as centralida- de pedestres junto aos componentes do sistema;
des urbanas e as rodovias; V – padronização e readequação dos passeios públicos em ro-
V – estratégias tarifárias para melhorar as condições de mobili- tas com maior trânsito de pedestres;
dade da população, em especial de baixa renda; VI – integração entre o sistema de estacionamento de bicicletas
VI – ações para garantir a acessibilidade universal aos serviços, (paraciclos e bicicletários) e as calçadas, visando ao pleno acesso de
equipamentos e infraestruturas de transporte público coletivo, com ciclistas aos estabelecimentos.
adequações das calçadas, travessias e acessos às edificações; Art. 233. Os programas, ações e investimentos, públicos e pri-
VII – promoção da ligação de regiões da cidade por meio da vados, no Sistema de Circulação de Pedestres devem ser orientados
ampliação de pontes sobre os rios Tietê e Pinheiros; segundo as seguintes diretrizes:
VIII – intervenções para complementação, adequação e melho- I – priorizar as intervenções de mobilidade inclusiva na melho-
ria do sistema viário estrutural necessárias para favorecer a circula- ria de calçadas e calçadões existentes, em especial os situados nas
ção de transportes coletivos e não motorizados e promover ligações rotas estratégicas, definidas na Lei nº 14.675, de 2008, adequando-
mais eficientes entre os bairros e as centralidades; -os para o atendimento da legislação existente;
IX – sistema de monitoramento integrado e remoto dos com- II – implantar travessias em nível em vias que não permitem
ponentes do Sistema de Mobilidade; interrupção de tráfego de veículos motorizados, garantindo a segu-
X – estratégias para a configuração do sistema de circulação de rança e o conforto do pedestre;
carga no Município, abrangendo as esferas de gestão, regulamen- III – integrar sistema de transporte público coletivo com o siste-
tação e infraestrutura e definição do sistema viário de interesse do ma de circulação de pedestres, por meio de conexões entre modais
transporte de carga; de transporte, calçadas, faixas de pedestre, transposições, passare-
XI – estratégias para a configuração do sistema de circulação de las e sinalização específica, visando à plena acessibilidade do pedes-
transporte coletivo privado rotineiro e não rotineiro de passageiros tre ao espaço urbano construído;
no Município, abrangendo as esferas de gestão, regulamentação e IV – adaptar as calçadas e os outros componentes do sistema
infraestrutura e definição do sistema viário de interesse do trans- às necessidades das pessoas com deficiência visual e mobilidade
porte coletivo privado de passageiros; reduzida;
XII – intervenções para a implantação do sistema cicloviário in- V – instituir órgão responsável pela formulação e implementa-
tegrado ao sistema de transporte público coletivo de alta e média ção de programas e ações para o Sistema de Circulação de Pedes-
capacidade; tres;
XIII – ações para implantação de políticas de controle de modos VI – utilizar o modelo de desenho universal para a execução das
poluentes e menos eficientes de transporte. políticas de transporte não motorizado;
§ 2º Para garantir os recursos necessários para investir na im- VII – eliminar barreiras físicas que possam representar riscos à
plantação da rede estrutural de transporte coletivo, prevista neste circulação do usuário, sobretudo de crianças e pessoas com mobili-
Plano Diretor, o Executivo deve realizar estudos visando obter fonte dade reduzida e portadoras de necessidades especiais;
alternativa de receita. VIII – aumentar o tempo semafórico nas travessias em locais de
grande fluxo de pedestres;
SEÇÃO III IX – priorizar a circulação de pedestres sobre os demais modais
DO SISTEMA DE CIRCULAÇÃO DE PEDESTRES de transportes, especialmente em vias não estruturais;
X – garantir a implantação de estruturas de acalmamento de
Art. 230. O Sistema de Circulação de Pedestres é definido como tráfego e redução de velocidade, especialmente em vias não estru-
o conjunto de vias e estruturas físicas destinadas à circulação de turais.
pedestres. XI - promover medidas que permitam a transposição de qua-
Art. 231. São componentes do Sistema de Circulação de Pedes- dras existentes para passagem de pedestres, com definição de pa-
tres: râmetros de tipologia, dimensionamento, condições de obrigato-
I – calçadas; riedade, benefícios construtivos, conversão de espaços e cuidados
II – vias de pedestres (calçadões); com o patrimônio cultural incidente nos imóveis.(Incluído pela Lei
III – faixas de pedestres e lombofaixas; nº 17.975/2023)
IV – transposições e passarelas;
V – sinalização específica.
Art. 232. As ações estratégicas do Sistema de Circulação de Pe-
destres são:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

SEÇÃO IV II – locais, com função predominante de proporcionar o acesso


DA ACESSIBILIDADE UNIVERSAL aos imóveis lindeiros, não classificadas como coletoras ou estrutu-
rais;
Art. 234. A acessibilidade universal é diretriz básica para todas III – ciclovias;
as intervenções relacionadas ao Sistema de Mobilidade. IV – de circulação de pedestres.
Parágrafo único. Por acessibilidade universal ao Sistema de Mo- § 3º As vias abertas ou que foram objeto de alargamento e/
bilidade entende-se a condição para utilização, com segurança e au- ou melhoramentos pelo Poder Público após a vigência da Lei nº
tonomia, total ou assistida, dos sistemas que compõem o Sistema 13.885, de 2004, poderão ser classificadas pela Câmara Técnica de
de Mobilidade por pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida. Legislação Urbanística – CTLU, após análise e parecer da Companhia
Art. 235. A rede semafórica destinada à travessia de pedestres de Engenharia de Tráfego – CET.
deve incorporar gradualmente dispositivos para que a pessoa com § 4º A circulação de ciclistas não deverá sofrer restrição em vir-
deficiência ou mobilidade reduzida possa atravessar pela faixa de tude da classificação do viário.
pedestres, com autonomia e segurança, de acordo com a legislação Art. 239. Os proprietários de imóveis localizados na Macrozona
aplicável. de Estruturação e Qualificação Urbana poderão propor o alarga-
Art. 236. Calçadas, faixas de pedestres, transposições e passa- mento da via, no mínimo ao longo de uma quadra, doando a parce-
relas deverão ser gradualmente adequadas para atender à mobili- la de seus lotes à Municipalidade e arcando com todas as despesas
dade inclusiva, visando a sua autonomia, conforme normas técnicas relativas ao alargamento da via.
regulamentares pertinentes. § 1º A proposta de alargamento deverá ser analisada e aprova-
Parágrafo único. O Executivo deverá elaborar plano de adequa- da pelo órgão técnico responsável, que estabelecerá os parâmetros,
ção, recuperação e manutenção de passeios públicos. as especificações técnicas para sua execução e autorizará o início
Art. 236-A. O Executivo deverá elaborar o Plano Municipal de das obras.
Rotas Acessíveis, de forma participativa e respeitando as normas § 2º Executada a obra de alargamento e verificada e aceita sua
vigentes, de modo a:(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) execução pelo órgão responsável, poderão ser feitas as doações das
I - apontar e priorizar ações e áreas de intervenção em equi- parcelas de cada lote à Municipalidade, o que facultará aos proprie-
pamentos, sistema de transporte público, passeios públicos e a tários os benefícios similares descritos no “caput” do art. 81 desta
demarcação de vagas exclusivas;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) lei.
II - integrar equipamentos públicos e privados de interesse, Art. 240. O Município regulamentará através de instrumentos
bem como centralidades comerciais, culturais, dentre outras, com específicos:
redes de transporte público, bem como com vagas exclusivas;(In- I – a circulação e o estacionamento de veículos privados e de
cluído pela Lei nº 17.975/2023) transporte coletivo privado nas vias;
III - prever, para áreas de interesse cultural, turístico, ou de ou- II – o serviço de táxis;
tra relevância, a implantação de sinalização, planos e mapas acessí- III – os serviços de motofrete e propostas para a circulação se-
veis;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) gura de motocicletas;
VI - priorizar soluções que abranjam o maior público possível, IV – a abertura de rotas de ciclismo, bicicletários e comparti-
considerando todos os tipos de deficiência.(Incluído pela Lei nº lhamento de bicicletas e vagas especiais para compartilhamento de
17.975/2023) automóveis e similares;
Parágrafo único. O Plano Municipal de Rotas Acessíveis deverá V – as diretrizes e regras para o compartilhamento e estaciona-
ser apreciado pelo órgão colegiado municipal de acessibilidade.(In- mento de bicicletas;
cluído pela Lei nº 17.975/2023) VI – a circulação e a presença de resíduos e cargas perigosas;
VII – a utilização e a manutenção dos passeios públicos e das
SEÇÃO V vias de pedestres;(Regulamentado pelo Decreto nº 59.671/2020)
DO SISTEMA VIÁRIO VIII – a instalação de mobiliário urbano nos passeios públicos
e vias de pedestre;(Regulamentado pelo Decreto nº 59.671/2020)
Art. 237. O Sistema Viário é definido como o conjunto de in- IX – a realização de atividades e a implantação e o funciona-
fraestruturas necessárias para a circulação de pessoas e cargas. mento de estabelecimentos geradores de tráfego, por transporte
Art. 238. São componentes do Sistema Viário: coletivo ou individual, de pessoas ou de cargas.
§ 1º As vias estruturais, classificadas em 3 (três) níveis, confor- X - serviço de transporte individual privado de passageiros in-
me Quadro 9 anexo: termediado por plataformas digitais nos termos da Lei nº 12.587,
I – as vias de nível 1 (N1) são aquelas utilizadas como ligação de 2012 (Política Nacional de Mobilidade Urbana), ou a que vier a
entre o Município de São Paulo, os demais municípios do Estado de substituir.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
São Paulo e demais Estados da Federação; § 1º O estacionamento de veículos e a implantação de pontos
II – as vias de nível 2 (N2) são aquelas não incluídas no nível de táxi somente serão permitidos nas vias locais, coletoras e nas
anterior, utilizadas como ligação entre os municípios da Região Me- vias estruturais de Nível 3, desde que:
tropolitana de São Paulo e com as vias de nível 1; I – seja respeitada a prioridade para o transporte público co-
III – as vias de nível 3 (N3) são aquelas não incluídas nos níveis letivo e para a fluidez de tráfego geral registrado no uso das vias
anteriores utilizadas como ligação entre distritos, bairros e centrali- coletoras e estruturais de Nível 3;
dades do Município de São Paulo. II – seja garantida a segurança e o acesso das pessoas aos lotes
§ 2º As vias não estruturais, classificadas como: lindeiros.
I – coletoras, com função de ligação entre as vias locais e as vias
estruturais;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 2º As vias estruturais e não estruturais receberão adaptações, II – estações, pontos de parada e terminais de integração e
quando necessário, para atender à circulação de ciclistas por meio transbordo;
da implantação de infraestrutura cicloviária adequada. III – vias, segregadas ou não;
Art. 241. As ações estratégicas do Sistema Viário são: IV – pátios de manutenção e estacionamento;
I – complementar as vias estruturais do Município; V – instalações e edificações de apoio ao sistema.
II – implantar ajustes pontuais nas vias estruturais do Municí- Art. 245. As ações estratégicas do Sistema de Transporte Públi-
pio; co Coletivo são:
III – abrir novas vias no sistema estrutural permitindo a interli- I – implantar novos corredores, incluindo:
gação entre bairros e a conexão com rodovias, entre elas, a interli- a) viabilização de estrutura viária adequada em eixos de trans-
gação entre o bairro de Perus e a Rodovia dos Bandeirantes; porte ou em vias que concentrem linhas de ônibus;
IV – alargar e melhorar as vias estruturais do Município; b) execução de obras em toda a extensão dos eixos seleciona-
V – modernizar a rede semafórica, priorizando o enterramento dos com vistas à ampliação da capacidade nas intersecções semafo-
das redes aéreas, e aprimorar a sinalização vertical e horizontal em rizadas e das vias com faixas segregadas ou exclusivas;
todo o Sistema Viário; c) elaboração de planos semafóricos e de comunicação com
VI – padronizar, readequar e garantir acessibilidade dos pas- controladores para viabilizar a fluidez no trânsito com priorização
seios públicos em rotas com maior trânsito de pedestres; para o transporte público coletivo;
VII – adequar pontes, viadutos e passarelas para a travessia se- d) elaboração de projeto operacional adequando a oferta dos
gura de pedestres e ciclistas; corredores à demanda social e urbana;
VIII – implantar, nas vias de tráfego local, medidas de engenha- II – implantar terminais, estações de transferência e conexões,
ria de tráfego de forma a disciplinar o uso do espaço entre pedes- preferencialmente, nas localizações que:
tres, bicicletas e veículos; a) apresentarem os maiores volumes de transferência entre li-
IX – adaptar as condições da circulação de transportes moto- nhas nos horários de pico;
rizados a fim de garantir a segurança e incentivar o uso de modais b) tiverem cruzamentos significativos entre corredores de ôni-
não motorizados, especialmente nas vias estruturais N3, inclusive bus existentes ou a implantar;
com medidas de acalmamento de tráfego e redução da velocidade; c) forem mais adequadas para a otimização do desempenho
X – redução do espaço de estacionamentos de automóveis para operacional do corredor;
implantação de estrutura cicloviária e ampliação de calçadas. d) viabilização de infraestrutura viária segregada para circula-
§ 1º O sistema viário estrutural e não estrutural poderá rece- ção segura e adequada de ciclistas;
ber adaptações que promovam o compartilhamento adequado do e) fizerem a conexão do sistema de transporte coletivo hidro-
espaço das vias entre diferentes modos de circulação, motorizados viário com o sistema de infraestrutura para a circulação do trans-
e não motorizados, garantidas as condições de segurança. porte coletivo do Município;
§ 2º Nas vias do sistema viário estrutural, existente ou planeja- III – requalificar corredores, terminais e estações de transferên-
do, dotadas de 3 (três) ou mais faixas de rolamento na mesma pista, cia de ônibus municipais existentes, incluindo:
1 (uma) faixa deverá ser destinada para a circulação exclusiva de a) ações de restauração, operação e melhoria do desempenho
transporte público coletivo. das infraestruturas existentes;
§ 3º As vias do sistema viário estrutural de interesse do trans- b) adequação à demanda por meio de incremento na capaci-
porte coletivo devem ser condicionadas e ordenadas de forma a dade de transporte;
priorizar a circulação de transporte público coletivo por meio de IV – respeitar critérios de sustentabilidade na construção de
reserva de faixas exclusivas no viário. novos terminais e estações e requalificação dos existentes, preven-
§ 4º Os melhoramentos viários referentes ao Apoio Norte e ao do-se:
Apoio Sul à Marginal do Rio Tietê deverão priorizar a instalação de a) instalação de sanitários;
rede de transporte público coletivo de alta ou média capacidade. b) uso racional de água, incluindo captação de água de chuva
§ 5º Não serão permitidas novas ligações do sistema viário do e reúso da água;
Município com o trecho sul e norte do Rodoanel Metropolitano Má- c) uso racional de energia, incluindo eficiência energética;
rio Covas. V – garantir o transporte público coletivo acessível a pessoas
Art. 242. As ações prioritárias do Sistema Viário estão descritas com deficiência e mobilidade reduzida;
nos Mapas 8 e 9. VI – aperfeiçoar a bilhetagem eletrônica existente, mantendo-
-a atualizada em relação às tecnologias disponíveis e implantar o
SEÇÃO VI bilhete mensal;
DO SISTEMA DE TRANSPORTE COLETIVO PÚBLICO E PRIVADO VII – adotar novas formas de operação e estratégias operacio-
nais para o Sistema de Transporte Público Coletivo Municipal;
Art. 243. O Sistema de Transporte Público Coletivo é o conjunto VIII – colaborar com a implantação de novos corredores me-
de modais, infraestruturas e equipamentos que realizam o serviço tropolitanos, conforme o Mapa 10 anexo, além de terminais, es-
de transporte de passageiros, acessível a toda a população, com iti- tacionamentos e estações de transferência de ônibus municipais e
nerários e preços fixados pelo Poder Público. metropolitanos;
Art. 244. São componentes do Sistema de Transporte Público IX – colaborar com a implantação de novas linhas e estações do
Coletivo: Sistema de Transporte Público Coletivo de Alta Capacidade, confor-
I – veículos que realizam o serviço de transporte público cole- me Mapa 10 anexo;
tivo; X – ampliar a frota de veículos de transporte coletivo, utilizando
soluções tecnológicas avançadas e tecnologias sustentáveis;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

XI – implantar o Sistema de Transporte Coletivo Hidroviário. Art. 247. O Sistema de Transporte Coletivo Privado é composto
XII - utilizar indicadores de qualidade do nível de serviço dos pelo conjunto de modos e serviços que realizam o serviço rotineiro
ônibus municipais que podem ser calculados a partir de dados ob- e não rotineiro de transporte de passageiros de modo não aberto
tidos pela bilhetagem eletrônica e pela tecnologia de geoposiciona- ao público, sem fixação de itinerários e com preços não definidos
mento dos ônibus e demais dados de acordo com a LGPD (Lei Geral pelo Poder Público.
de Proteção de dados) considerando: a taxa de ocupação (nível de Parágrafo único. A utilização de equipamentos, infraestruturas
serviço), a garantia de velocidade operacional (prioridade no viário) e instalações operacionais por parte do Sistema Coletivo Privado
e a redução do tempo de viagem dos usuários.(Incluído pela Lei nº será regulamentada por ato do Executivo de modo a integrar esse
17.975/2023) sistema aos modais de transporte público.
§ 1º A construção de estacionamentos públicos e privados de-
verá ocorrer preferencialmente junto a terminais de integração e SEÇÃO VII
estações de transferência. DO SISTEMA CICLOVIÁRIO
§ 2º Os terminais poderão prever áreas de expansão de seus
usos através do aproveitamento de sua área construtiva adicional Art. 248. O Sistema Cicloviário é caracterizado por um sistema
com destinação para equipamentos públicos municipais, usos co- de mobilidade não motorizado e definido como o conjunto de in-
merciais e de serviços, de acordo com sua localização estratégica e fraestruturas necessárias para a circulação segura dos ciclistas e de
seu coeficiente de aproveitamento não utilizado. ações de incentivo ao uso da bicicleta.
§ 3º Os terminais e estações de transferência de ônibus deve- Art. 249. São componentes do Sistema Cicloviário:
rão incluir espaços para serviços públicos e, quando viável, centros I – ciclovias;
comerciais populares. II – ciclofaixas;
§ 4º A implantação de novos corredores, terminais e estações III – ciclorrotas;
de transferência de ônibus, linhas e estações de metrô, trens, mo- IV – bicicletários e demais equipamentos urbanos de suporte;
notrilhos e do transporte hidroviário e a modernização dos já exis- V – sinalização cicloviária;
tentes, deverão apresentar soluções que compatibilizem a sua in- VI – sistema de compartilhamento de bicicletas.
serção ao ambiente urbano, definindo: VII - Sistema de compartilhamento de micromobilidade.(Incluí-
I – soluções ambientalmente e tecnologicamente adequadas do pela Lei nº 17.975/2023)
e gradativas que proporcionem níveis mínimos na emissão de po- Art. 250. Os programas, ações e investimentos, públicos e
luentes e geração de ruídos; privados, no Sistema Cicloviário devem ser orientados segundo o
II – integração física e operacional com o Sistema de Transporte objetivo de estruturar uma rede complementar de transporte, inte-
Público Coletivo existente, incluindo-se o transporte hidroviário; grando os componentes do Sistema Cicloviário e os demais meios
III – integração física e operacional com outros modos de trans- de transporte.
porte, em especial com o sistema cicloviário, por meio de implan- Art. 251. Os programas, ações e investimentos, públicos e pri-
tação de bicicletários, permissão de embarque de bicicletas em vados, no Sistema Cicloviário devem ser orientados segundo diretriz
veículos do sistema, priorização de travessias de pedestres, entre de implantar as redes cicloviárias associadas às redes de transporte
outras medidas; público coletivo motorizado de alta e média capacidade, e garantir
IV – integração com serviços de compartilhamento de automó- o deslocamento seguro e confortável de ciclistas em todas as vias.
veis, possibilitando a realização de viagens articuladas com outros Art. 252. Os programas, ações e investimentos, públicos e pri-
modais; vados, no Sistema Cicloviário deverão estar acompanhados de cam-
V – posicionamento dos pontos de parada e, quando couber, panhas de conscientização e incentivo do uso de transportes não
de estações, terminais, pátios de manutenção e estacionamento e motorizados.
outras instalações de apoio; Art. 253. A ação prioritária será implantar a rede cicloviária in-
VI – melhorias nos passeios e espaços públicos, mobiliário ur- tegrada com o Plano Municipal de Mobilidade Urbana, a partir dos
bano, iluminação pública e paisagem urbana, entre outros elemen- Planos Regionais das Subprefeituras e dos Planos de Bairro.
tos;
VII – instalação de sinalizações que forneçam informações es- SEÇÃO VIII
senciais para o deslocamento do passageiro nos terminais, estações DO COMPARTILHAMENTO DE AUTOMÓVEIS
de transferência e conexões;
VIII – articulação com ofertas de Habitação de Interesse Social; Art. 254. O compartilhamento de automóveis, definido como
IX – melhoria na provisão de serviços, equipamentos e infraes- o serviço de locação de automóveis por curto espaço de tempo,
truturas urbanas, considerando o gradativo enterramento das re- será estimulado como meio de reduzir o número de veículos em
des aéreas; circulação.
X – preservação de patrimônios culturais e ambientais; § 1º O compartilhamento de automóveis deve incluir:
XI – requalificação dos espaços eventualmente utilizados como I – infraestrutura e medidas necessárias para o estacionamento
canteiro de obras e áreas de apoio; dos automóveis compartilhados:
XII – requalificação do espaço viário afetado. a) vagas, exclusivas ou não, em vias ou locais públicos e priva-
Art. 246. As ações prioritárias do Sistema de Transporte Público dos;
Coletivo estão descritas no Mapa 9 desta lei. b) instalações de apoio e sinalizações do sistema;
II – ações de incentivo ao compartilhamento de automóveis.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 2º Os programas, ações e investimentos, públicos e priva- IV – centros de armazenamento, transbordo e distribuição;


dos, para o compartilhamento de automóveis devem ser orienta- V – veículos de transporte de carga;
dos para a estruturação de uma rede complementar de transporte, VI – pátios de manutenção e estacionamento;
associada às redes de transporte público coletivo de alta e média VII – instalações e edificações de apoio ao sistema.
capacidade e às redes cicloviárias. Art. 260. As ações estratégicas do Sistema de Logística e Cargas
são:
§ 3º (VETADO) I – incentivar o melhor uso da infraestrutura logística instalada
SEÇÃO IX no Município, aumentando sua eficiência e reduzindo seu impacto
DO SISTEMA HIDROVIÁRIO ambiental;
II – planejar, implantar e ampliar a cadeia logística de diferentes
Art. 255. O Sistema Hidroviário é o conjunto de componentes modais, incluindo os modais rodoviário, hidroviário e ferroviário;
necessários para realização do serviço de transporte de cargas e III – planejar, implantar e ampliar a infraestrutura logística em
passageiros por vias navegáveis. conjunto com as demais esferas de governo;
Art. 256. São componentes do Sistema Hidroviário: IV – regulamentar e monitorar a circulação de veículos de car-
I – rios e represas; ga, incluindo as cargas perigosas ou superdimensionadas;
II – canais e lagos navegáveis; V – planejar soluções de inserção urbana do sistema de abas-
III – barragens móveis e eclusas; tecimento e logística que minimizem os conflitos de convivência e
IV – portos fluviais e lacustres e terminais de integração e trans- as interferências entre este sistema e os demais fluxos metropoli-
bordo; tanos.
V – orla dos canais;
VI – embarcações; SEÇÃO XI
VII – instalações e edificações de apoio ao sistema. DO SISTEMA DE INFRAESTRUTURA AEROVIÁRIA
VIII - passagens e conexões entre as margens.(Incluído pela Lei
nº 17.975/2023) Art. 261. O Sistema de Infraestrutura Aeroviária é o conjunto
Parágrafo único. (VETADO) de áreas, instalações e equipamentos urbanos necessários para
Art. 257. As ações estratégicas do Sistema Hidroviário são: possibilitar a circulação de aeronaves, como os helipontos, helipor-
I – adequar interferências existentes nos canais, lagos e re- tos, aeródromos e aeroportos.
presas navegáveis para garantir condições de navegabilidade, bem Art. 262. Para planejar e organizar o Sistema de Infraestrutura
como garantir que novas obras não provoquem interferências na Aeroviária, deverá ser elaborado, de forma participativa, o Plano de
navegação fluvial; Transporte e de Infraestrutura Aeroviária.
II – fomentar a expansão da rede hidroviária, especialmente Parágrafo único. O Plano de Infraestrutura Aeroviária deve ser
no setor Orla Ferroviária e Fluvial da Macroárea de Estruturação elaborado no prazo de 1 (um) ano, a partir da vigência desta lei.
Metropolitana, por meio da articulação com os demais modais de Art. 263. O conteúdo do Plano de Infraestrutura Aeroviária será
transporte; definido pelo Executivo.
III – colaborar com o desenvolvimento e a implementação do Art. 264. A instalação, reforma e ampliação de aeródromos e
transporte de cargas e passageiros; heliportos ficará condicionada à apresentação de Estudo e Relatório
IV – implementar o transporte de passageiros, em especial tra- de Impacto Ambiental – EIA/RIMA e Estudo e Relatório de Impacto
vessias lacustres, integrando-o ao sistema de bilhetagem eletrônica; de Vizinhança – EIV/RIV, no âmbito do processo de licenciamento
V – desenvolver os projetos das hidrovias de forma integrada à ambiental até a emissão da competente Licença Prévia – LP.
requalificação da orla dos canais, represas e lagos navegáveis, trans- § 1º (VETADO)
formando-os em espaços de convivência e embarque de passagei- § 2º (VETADO)
ros e/ou portos de carga; § 3º (VETADO)
VI - elaborar, de maneira participativa, o Plano Municipal Hi- § 4º A instalação e operação de helipontos fica condicionada
droviário, que deverá considerar e compatibilizar suas ações com à apresentação do Estudo e Relatório de Impacto de Vizinhança –
os Planos Municipais de Mobilidade Urbana, de Saneamento Am- EIV/RIV.
biental Integrado, de Drenagem e de Gestão Integrada de Resíduos
Sólidos.(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023) CAPÍTULO VI
DO SISTEMA DE ÁREAS PROTEGIDAS, ÁREAS VERDES E ESPA-
SEÇÃO X ÇOS LIVRES
DO SISTEMA DE LOGÍSTICA E CARGAS
Art. 265. O Sistema de Áreas Protegidas, Áreas Verdes e Espa-
Art. 258. O Sistema de Logística e Cargas é o conjunto de siste- ços Livres é constituído pelo conjunto de áreas enquadradas nas
mas, instalações e equipamentos que dão suporte ao transporte, diversas categorias protegidas pela legislação ambiental, de terras
armazenamento e distribuição, associado a iniciativas públicas e indígenas, de áreas prestadoras de serviços ambientais, das di-
privadas de gestão dos fluxos de cargas. versas tipologias de parques de logradouros públicos, de espaços
Art. 259. São componentes do Sistema de Logística e Cargas: vegetados e de espaços não ocupados por edificação coberta, de
I – sistema viário de interesse do transporte de carga; propriedade pública ou particular.
II – vias e sistemas exclusivos de distribuição de cargas, incluin- § 1º A organização das áreas protegidas, espaços livres e áreas
do dutovias e ferrovias segregadas; verdes como Sistema compete ao Executivo, ouvidos os órgãos es-
III – plataformas e terminais logísticos; taduais e federais, e se configura em estratégia de qualificação, de
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

preservação, de conservação, de recuperação e de ampliação das SEÇÃO I


distintas tipologias de áreas e espaços que o compõe, para as quais DOS OBJETIVOS E DIRETRIZES DO SISTEMA DE ÁREAS PROTE-
está prevista nesta lei a aplicação de instrumentos de incentivo. GIDAS, ÁREAS VERDES E ESPAÇOS LIVRES
§ 2º O conjunto de áreas protegidas, espaços livres e áreas ver-
des referidos no “caput” deste artigo é considerado de interesse pú- Art. 267. São objetivos do Sistema de Áreas Protegidas, Áreas
blico para o cumprimento de funcionalidades ecológicas, paisagísti- Verdes e Espaços Livres:
cas, produtivas, urbanísticas, de lazer e de práticas de sociabilidade. I – proteção da biodiversidade;
§ 3º Para a implementação do Sistema Municipal de Áreas II – conservação das áreas prestadoras de serviços ambientais;
Protegidas, Espaços Livres e Áreas Verdes, além de recursos or- III – proteção e recuperação dos remanescentes de Mata Atlân-
çamentários, deverão ser utilizados prioritariamente recursos do tica;
Fundo Especial de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável IV – qualificação das áreas verdes públicas;
– FEMA, em especial os oriundos do Termo de Compromisso Am- V – incentivo à conservação das áreas verdes de propriedade
biental – TCA, aplicado na hipótese de manejo da vegetação, nos particular;
termos definidos nesta lei e pela legislação específica. VI – conservação e recuperação dos corredores ecológicos na
Art. 266. São componentes do Sistema Municipal de Áreas Pro- escala municipal e metropolitana;
tegidas, Áreas Verdes e Espaços Livres: VII – cumprimento das disposições do Sistema Nacional de Uni-
I – áreas públicas: dades de Conservação.
a) Unidades de Conservação de Proteção Integral que com- Art. 268. São diretrizes do Sistema de Áreas Protegidas, Áreas
põem o Sistema Nacional de Unidades de Conservação; Verdes e Espaços Livres:
b) parques urbanos; I – ampliar a oferta de áreas verdes públicas;
c) parques lineares da rede hídrica; II – recuperar os espaços livres e as áreas verdes degradadas,
d) outras categorias de parques a serem definidas pelo Execu- incluindo solos e cobertura vegetal;
tivo; III – recuperar áreas de preservação permanente;
e) espaços livres e áreas verdes de logradouros públicos, in- IV – implantar ações de recuperação ambiental e de amplia-
cluindo praças, vias, vielas, ciclovias, escadarias; ção de áreas permeáveis e vegetadas nas áreas de fundos de vale e
f) espaços livres e áreas verdes de instituições públicas e ser- em cabeceiras de drenagem e planícies aluviais indicadas na Carta
viços públicos de educação, saúde, cultura, lazer, abastecimento, Geotécnica, em consonância com o Programa de Recuperação de
saneamento, transporte, comunicação e segurança; Fundos de Vale;
g) espaços livres e áreas verdes originárias de parcelamento do V – promover interligações entre os espaços livres e áreas ver-
solo; des de importância ambiental regional, integrando-os através de
h) Áreas de Preservação Permanente inseridas em imóveis de caminhos verdes e arborização urbana;
propriedade pública; VI – compatibilizar, nas áreas integrantes do sistema, os usos
i) cemitérios públicos; das áreas verdes com a conservação ambiental;
II – áreas privadas: VII – estimular parcerias entre os setores público e privado para
a) Unidades de Conservação de Uso Sustentável; implantação e manutenção dos espaços livres e áreas verdes;
b) Áreas de Preservação Permanente inseridas em imóveis pri- VIII – implementar instrumentos de incentivo à conservação de
vados; espaços livres e de áreas verdes particulares previstos no Estatuto
c) espaços livres e áreas verdes de instituições e serviços priva- da Cidade e na legislação ambiental;
dos de educação, saúde, cultura, lazer, abastecimento, saneamen- IX – incentivar e apoiar a criação de Reservas Particulares do
to, transporte, comunicação, segurança e cemitérios; Patrimônio Natural – RPPN municipal;
d) espaços livres e áreas verdes com vegetação nativa em es- X – utilizar as áreas remanescentes de desapropriação para am-
tágio avançado em imóveis residenciais e não residenciais isolados; pliação de espaços livres e áreas verdes públicas, quando não for
e) espaços livres e áreas verdes com vegetação nativa em es- viável seu aproveitamento para projetos de interesse social;
tágio avançado em imóveis residenciais e não residenciais em con- XI – estruturar mecanismos de proteção à biodiversidade, em
domínios; consonância aos preceitos da Convenção-Quadro das Nações Uni-
f) clubes de campo; das sobre a Biodiversidade e ao Plano Municipal de Estratégias e
g) clubes esportivos sociais; Ações Locais pela Biodiversidade da Cidade de São Paulo;
h) cemitérios particulares; XII – controlar as espécies vegetais e animais invasoras e a pre-
i) sítios, chácaras e propriedades agrícolas; sença de animais domésticos errantes em benefício da fauna sil-
III – terras indígenas: vestre;
a) terras indígenas homologadas; XIII – adotar mecanismos de compensação ambiental para
b) terras indígenas delimitadas pela FUNAI em análise no Mi- aquisição de imóveis destinados à implantação de áreas verdes pú-
nistério da Justiça. blicas e de ampliação das áreas permeáveis;
XIV – condicionar o parcelamento e utilização de glebas com
maciços arbóreos significativos à averbação prévia da área que os
contém, podendo esta ser doada para a implantação de área verde
pública ou gravada como RPPN, quando seu valor biológico assim
o justificar;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

XV – compensar os proprietários ou detentores de posse justa VI – a indicação das faixas ou áreas em que devem ser resguar-
e de boa fé, de áreas com ecossistemas prestadores de serviços am- dadas as características ou as funções ecossistêmicas típicas da Área
bientais e áreas de soltura de animais silvestres; de Preservação Permanente, com a devida proposta de recupera-
XVI – conservar áreas permeáveis, com vegetação significativa ção de áreas degradadas, e daquelas não passíveis de regularização;
em imóveis urbanos e proteção da paisagem; VII – a avaliação dos riscos socioambientais;
XVII – apoiar e incentivar a agricultura urbana nos espaços li- VIII – a identificação das demandas e expectativas da popula-
vres; ção do entorno com relação às possibilidades de uso e fruição des-
XVIII - priorizar o uso de espécies nativas e úteis à avifauna na sas áreas e a indicação de formas de participação;
arborização urbana, com prioridade de plantio de espécies que IX – a indicação de áreas para a realocação da população afeta-
atraem abelhas;(Redação dada pela Lei nº 17.837/2022) da pelas obras, em especial aquela de baixa renda;
XIX – aprimorar a gestão participativa das Unidades de Conser- X – a demonstração da melhoria das condições de sustentabi-
vação e dos Parques Urbanos e Lineares; lidade urbano-ambiental e de habitabilidade dos moradores a ser
XX – compatibilizar a proteção e recuperação das áreas verdes promovida pela intervenção;
com o desenvolvimento socioambiental e com as atividades econô- XI – a demonstração de garantia de acesso livre e gratuito pela
micas, especialmente as de utilidade pública. população aos corpos d’água, sempre que possível.
§ 2º Os projetos urbanos de que trata o § 1º deverão priorizar
SEÇÃO II a implantação de parques lineares, como intervenção de caráter so-
DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE cioambiental e interesse público, compatível aos regimes de inun-
dação das várzeas.
Art. 269. Área de Preservação Permanente – APP são as por- § 3º A regularização fundiária de assentamentos urbanos so-
ções do território, protegida nos termos da legislação federal es- mente será permitida em estrita obediência aos arts. 64 e 65 da Lei
pecífica, revestida ou não com cobertura vegetal, com a função Federal nº 12.651, de 2012, ou lei que vier a sucedê-la.
ambiental de preservar os recursos hídricos, a permeabilidade do Art. 271. As intervenções em APP, bem como as estratégias
solo, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo para a proteção dessas áreas, devem estar articuladas com os ob-
gênico de fauna e flora, o solo e de assegurar o bem-estar das po- jetivos referentes à Rede Hídrica Ambiental, estabelecidos no art.
pulações humanas. 25 e no Programa de Recuperação de Fundos de Vale, estabelecido
§ 1º A delimitação das Áreas de Preservação Permanente de- no art. 272.
verá obedecer aos limites fixados pela norma federal específica (Lei Parágrafo único. Decreto do Executivo regulamentará a inter-
nº 14.285, de 29 de dezembro de 2021, ou a que vier a substituir), venção e supressão de vegetação em APPs em áreas urbanas conso-
sobretudo em áreas urbanas descaracterizadas.(Redação dada pela lidadas, considerando as funcionalidades ambientais dessas áreas e
Lei nº 17.975/2023) estabelecendo condicionantes para o seu licenciamento e compen-
§ 2º As intervenções em Área de Preservação Permanente ape- sação ambiental.
nas poderão ser admitidas nos casos de interesse social, utilidade
pública ou baixo impacto, de acordo com a norma federal especí- SEÇÃO III
fica. DO PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE FUNDO DE VALES
Art. 270. Os projetos urbanos e planos que envolvam inter-
venções em Áreas de Preservação Permanente, em áreas urbanas Art. 272. O Programa de Recuperação de Fundos de Vale é
consolidadas, deverão apresentar estudo técnico que demonstre a composto por intervenções urbanas nos fundos de vales, articulan-
manutenção e/ou recuperação das funções socioambientais dessas do ações de saneamento, drenagem, implantação de parques linea-
áreas, cuja abrangência deverá ser regulamentada por norma es- res e urbanização de favelas.
pecífica. Parágrafo único. São objetivos do Programa de Recuperação
§ 1º O Executivo deverá regulamentar o escopo mínimo do es- Ambiental de Fundos de Vale:
tudo referido no “caput”, podendo exigir, de acordo com a escala, I – ampliar progressiva e continuamente as áreas verdes per-
dimensão e caráter da intervenção, os seguintes aspectos: meáveis ao longo dos fundos de vales, criando progressivamente
I – a caracterização socioambiental da bacia ou sub-bacia hidro- parques lineares e minimizando os fatores causadores de enchen-
gráfica em que está inserida a APP, incluindo passivos e fragilidades tes e os danos delas decorrentes, aumentando a penetração no
ambientais; solo das águas pluviais e instalando dispositivos para sua retenção,
II – a especificação e a avaliação dos sistemas de infraestrutura quando necessário;
urbana e de saneamento básico implantados, de outros serviços e II – promover ações de saneamento ambiental dos cursos
equipamentos públicos e proposta de implantação e complementa- d’água;
ção desses sistemas; III – mapear e georreferenciar as nascentes;
III – a identificação das unidades de conservação e demais IV – priorizar a construção de Habitações de Interesse Social
áreas protegidas na área de influência direta da ocupação; para reassentamento, na mesma sub-bacia, da população que
IV – o mapeamento do uso do solo na bacia ou sub-bacia em eventualmente for removida;
que está inserida a APP; V – integrar na paisagem as áreas de preservação permanente
V – a identificação das áreas consideradas de risco de inunda- com as demais áreas verdes, públicas e privadas, existentes na ba-
ções e de movimentos de massa, tais como deslizamento, queda e cia hidrográfica;
rolamento de blocos, corrida de lama, e outras definidas como de VI – aprimorar o desenho urbano, ampliando e articulando os
risco geotécnico; espaços de uso público, em especial os arborizados e destinados à
circulação e bem-estar dos pedestres;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

VII – priorizar a utilização de tecnologias socioambientais e pro- SEÇÃO V


cedimentos construtivos sustentáveis na recuperação ambiental de DAS ÁREAS VERDES
fundos de vale;
VIII – melhorar o sistema viário de nível local, dando-lhe maior Art. 274. Os parques urbanos, de conservação, orla e naturais,
continuidade e proporcionando maior fluidez à circulação entre existentes e propostos, as unidades de conservação existentes e
bairros contíguos; propostas e as áreas verdes públicas integram o Sistema Municipal
IX – integrar as unidades de prestação de serviços em geral e de Áreas Protegidas, Áreas Verdes e Espaços Livres.(Redação dada
equipamentos esportivos e sociais aos parques lineares previstos; pela Lei nº 17.975/2023)
X – construir, ao longo dos parques lineares, vias de circulação § 1º Os parques lineares propostos passarão a integrar o sis-
de pedestres e ciclovias; tema, quando forem implantados.(Redação dada pela Lei nº
XI – mobilizar a população do entorno para o planejamento 17.975/2023)
participativo das intervenções na bacia hidrográfica, inclusive nos § 2º Por lei ou por solicitação do proprietário, áreas verdes
projetos de parques lineares; particulares poderão ser incluídas no Sistema de Áreas Protegidas,
XII – desenvolver atividades de educação ambiental e comuni- Áreas Verdes e Espaços Livres.
cação social voltadas ao manejo das águas e dos resíduos sólidos; § 3º O estágio da implementação dos parques e das unidades
XIII – criar condições para que os investidores e proprietários de conservação propostos no Quadro 7 e no Quadro 15 será dispo-
de imóveis beneficiados com o Programa de Recuperação Ambien- nibilizado na plataforma de monitoramento do PDE.(Incluído pela
tal de Fundos de Vale forneçam os recursos necessários à sua im- Lei nº 17.975/2023)
plantação e manutenção, sem ônus para a municipalidade. Art. 275. Nas áreas verdes públicas, existentes e futuras, inte-
grantes do Sistema Municipal de Áreas Protegidas, Áreas Verdes e
SEÇÃO IV Espaços Livres, poderão ser implantadas instalações de lazer e re-
DOS PARQUES LINEARES creação de uso coletivo, obedecendo-se aos parâmetros urbanísti-
cos especificados no quadro abaixo:
Art. 273. Os parques lineares são intervenções urbanísticas
associadas aos cursos d’água, principalmente aqueles inseridos no A (m²)
tecido urbano, tendo como principais objetivos: T.P
I – proteger e recuperar as áreas de preservação permanente e T.O
os ecossistemas ligados aos corpos d’água; C.A
II – proteger, conservar e recuperar corredores ecológicos; A = 1000
III – conectar áreas verdes e espaços públicos; 0,8
IV – controlar enchentes; 0,1
V – evitar a ocupação inadequada dos fundos de vale; 0,1
VI – propiciar áreas verdes destinadas à conservação ambien- 1000 < A = 10.000
tal, lazer, fruição e atividades culturais; 0,8
VII – ampliar a percepção dos cidadãos sobre o meio físico. 0,1
§ 1º Os parques lineares são parte integrante do Programa de 0,2
Recuperação Ambiental de Fundos de Vale e sua plena implantação 10.000 < A = 50.000
pressupõe a articulação de ações de saneamento, drenagem, sis- 0,9
tema de mobilidade, urbanização de interesse social, conservação 0,1
ambiental e paisagismo. 0,3
§ 2º Os parques lineares em planejamento integrantes do 50.000 < A = 200.000
Mapa 5 anexo estão delimitados na escala de planejamento, não se 0,8
constituindo em perímetros definitivos até que sejam elaborados 0,1
os respectivos projetos. 0,1
§ 3º O projeto dos parques lineares deverá ser elaborado de > 200.000
forma participativa, ouvido o Conselho Participativo da Subprefei- 0,8
tura. 0,05
§ 4º A LPUOS ou lei específica, após a definição precisa do perí- 0,05
metro do parque linear, deverá enquadrá-lo como ZEPAM. Onde:
A – Área do Terreno;
T.P – Taxa Mínima de Permeabilidade, calculada sobre a área
livre;
T.O – Taxa Máxima de Ocupação;
C.A – Coeficiente Máximo de Aproveitamento.
§ 1º Para efeito do cálculo da taxa de permeabilidade serão
computadas como ajardinadas e arborizadas todas as áreas com
cobertura vegetal, além de equipamentos de lazer e esportivos com
pisos drenantes, como tanques de areia, campos, quadras de terra
batida e circulação em pedriscos.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 2º No cálculo da taxa de ocupação deverá ser computado § 2º Até o recadastramento referido no § 1º, os clubes espor-
todo tipo de instalação, incluindo edificações, circulações, áreas tivos sociais que ocupam áreas públicas concedidas a particulares,
esportivas e equipamentos de lazer cobertos ou descobertos com que retornem à Municipalidade, serão classificados como Zonas de
pisos impermeáveis. Ocupação Especial – ZOE, com parâmetros e índices de uso e ocu-
§ 3º Para efeito do cálculo do coeficiente de aproveitamento pação do solo a serem definidos pelo Executivo.
deverá ser computado o total da área coberta, fechada ou não. Art. 280. As áreas verdes públicas em terrenos com declivida-
§ 4º Consideram-se espaços de lazer de uso coletivo aqueles de superior a 60% (sessenta por cento) ou sujeitos à erosão serão
destinados às atividades esportivas, culturais, educativas e recreati- destinadas à preservação e ao repovoamento vegetal, com espécies
vas, e suas respectivas instalações de apoio. nativas.
§ 5º No mínimo 60% (sessenta por cento) da área total deverá Art. 281. Nas áreas verdes públicas ou privadas, integrantes do
ser livre e destinada à implantação e preservação de ajardinamento Sistema de Áreas Protegidas, Áreas Verdes e Espaços Livres, que já
e arborização. estejam em desacordo com as condições estabelecidas nesta lei,
Art. 276. Nas áreas verdes públicas, excepcionalmente, a cri- não serão admitidas quaisquer ampliações na ocupação ou apro-
tério do Executivo, poderão ser instalados equipamentos públicos veitamento do solo, admitindo-se apenas reformas essenciais à
sociais desde que atendidos os parâmetros estabelecidos nesta lei segurança e higiene das edificações, instalações e equipamentos
e, como contrapartida, sejam realizadas melhorias e a manutenção existentes, com exceção:
destas áreas.(Regulamentado pelo Decreto nº 58.963/2019) I – da implantação e ampliação de equipamentos públicos so-
Parágrafo único. Em casos excepcionais, de comprovada ne- ciais nos termos do art. 302 desta lei;
cessidade de aumento dos índices estabelecidos no artigo anterior II – de regularização fundiária de assentamentos habitacionais
para implantação de equipamentos sociais dimensionados em con- de interesse social.
formidade com a demanda da região, caberá à Comissão de Análi- SEÇÃO VI
se Integrada de Projetos de Edificações e de Parcelamento do Solo DOS CEMITÉRIOS
– CAIEPS fixar os índices a serem aplicados.(Regulamentado pelo
Decreto nº 58.963/2019) Art. 282. Os cemitérios municipais integram o Sistema de Áreas
Art. 277. Nas áreas verdes privadas classificadas como clu- Protegidas, Áreas Verdes e Espaços Livres.(Regulamentado pelo De-
bes de campo, a taxa de ocupação do solo não poderá exceder a creto nº 58.965/2019)
0,2 (dois décimos) da área total, para edificações cobertas, ou 0,4 Parágrafo único. O Município deve elaborar o Plano Municipal
(quatro décimos) da área total, para qualquer tipo de instalação, de Serviço Funerário, definindo uma estratégia para o setor e as
incluindo edificações, áreas de estacionamento, áreas esportivas ou ações a serem realizadas nos cemitérios municipais.(Regulamenta-
equipamentos de lazer ao ar livre, devendo, no mínimo, 0,6 (seis do pelo Decreto nº 58.965/2019)
décimos) da área total ser livre, permeável e destinada à implanta- Art. 283. O Plano Municipal de Serviço Funerário deve se orien-
ção e preservação de ajardinamento e arborização, e o coeficiente tar pelas seguintes diretrizes:
de aproveitamento não poderá ser superior a 0,4 (quatro décimos). I – requalificar as áreas dos cemitérios na perspectiva de am-
Art. 278. Nas áreas verdes privadas classificadas como clubes pliar as áreas livres e as áreas verdes destinadas ao lazer da popu-
esportivos sociais, a taxa de ocupação do solo não poderá exceder lação;
a 0,3 (três décimos) para instalações cobertas ou a 0,6 (seis déci- II – executar a manutenção e conservação, bem como refor-
mos) para qualquer tipo de instalação, incluindo edificações, áreas mas necessárias, das áreas edificadas e tumulares dos cemitérios
de estacionamento, quadras esportivas e equipamentos de lazer ao e crematórios, objetivando a melhoria da qualidade espacial e da
ar livre, devendo, no mínimo, 0,4 (quatro décimos) da área total ser infraestrutura existente;
livre, permeável e destinada à implantação e preservação de ajardi- III – estimular a pesquisa e o registro das obras e monumentos
namento e arborização. tumulares que apresentem valor histórico, artístico, cultural, arqui-
§ 1º Nas áreas de que trata o “caput” deste artigo, o coeficiente tetônico e científico, com o objetivo de promover a sua conservação
de aproveitamento não poderá ser superior a 0,6 (seis décimos). e restauro;
§ 2º Os clubes esportivos sociais, para preservar a vegetação IV – planejar e executar a implantação de cemitérios verticais e
significativa e atender às necessidades inerentes às suas atividades, crematórios públicos e privados nas diversas regiões do Município,
poderão remembrar lotes contíguos aos do clube, atendidas as exi- visando ampliar a capacidade do atendimento e liberar áreas muni-
gências da legislação de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo. cipais para recreação e lazer;
§ 3º O remembramento previsto no parágrafo anterior, no caso V – planejar e executar a implantação de crematórios públicos
de o clube estar inserido numa Zona Exclusivamente Residencial – para animais domésticos;
ZER, dependerá da anuência expressa de 2/3 dos proprietários das VI – estimular a criação de cemitérios e crematórios privados
quadras imediatamente lindeiras à área objeto do remembramento para animais domésticos.
e da aprovação do Conselho Municipal de Política Urbana – CMPU. Parágrafo único. As diretrizes previstas nos incisos IV, V e VI, a
Art. 279. (VETADO) serem regulamentadas por leis específicas, poderão ser implemen-
§ 1º Deverão ser realizados o recadastramento e a revisão das tadas por meio de parceria com a iniciativa privada.
áreas integrantes do Sistema de Áreas Protegidas, Áreas Verdes e
Espaços Livres, com a finalidade de corrigir a classificação de áreas
já descaracterizadas, cujos atributos ambientais e paisagísticos te-
nham sido alterados e que não justifiquem sua inclusão no Sistema.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

SEÇÃO VII SEÇÃO IX


DO PLANO MUNICIPAL DE ÁREAS PROTEGIDAS E ÁREAS VER- DO PLANO MUNICIPAL DE ARBORIZAÇÃO URBANA
DES E ESPAÇOS LIVRES
Art. 286. O Plano Municipal de Arborização Urbana será o ins-
Art. 284. Além de atender ao disposto nos arts. 267 e 268 desta trumento para definir o planejamento, implantação e manejo da
lei, o Plano Municipal de Áreas Protegidas e Áreas Verdes e Espaços arborização urbana no Município, devendo atender aos objetivos e
Livres deverá conter, no mínimo: diretrizes contidos nos arts. 267 e 268 e conter, no mínimo:
I – a definição de tipologias de áreas verdes e espaços livres; I – inventário qualitativo e quantitativo da arborização urbana;
II – a criação de novas categorias de parques municipais e áreas II – diagnóstico do déficit de vegetação arbórea por distrito e
verdes, públicas e particulares, contemplando, no mínimo: por Subprefeitura e indicação de ordem de prioridades de arbori-
a) Parques Urbanos de Conservação, em áreas dotadas de atri- zação;
butos naturais relevantes, que comportem também estruturas e III – identificação das áreas e logradouros públicos passíveis de
equipamentos voltados ao lazer e à fruição; recepcionar vegetação arbórea, com a avaliação conjunta de fato-
b) Parques de Vizinhança (ou pocketparks), em áreas verdes in- res como:
seridas no tecido urbano, de apropriação coletiva, públicas ou par- a) largura dos passeios e canteiros;
ticulares, planejadas e mantidas em conjunto com a comunidade; b) caracterização das vias;
III – análise e enquadramento dos parques existentes e propos- c) presença de fiação elétrica aérea;
tos, inclusive reenquadramento, quando couber; d) recuo das construções;
IV – a definição da política de provisão de áreas verdes e espa- e) largura da pista;
ços livres públicos; f) características do solo;
V – as prioridades territoriais para a implantação de unidades g) canalização subterrânea;
de conservação, áreas verdes e espaços públicos; h) orientação solar;
VI – as metas de implantação no território do Município; i) atividades predominantes;
VII – o conjunto de indicadores de planejamento e gestão e IV – classificação e indicação das espécies ou conjunto de espé-
seus mecanismos de monitoramento; cies mais adequadas ao plantio, preferencialmente nativas;
VIII – a previsão de recursos financeiros; V – objetivos e metas de curto, médio e longo prazo para pro-
IX – a adequação do tratamento da vegetação enquanto ele- ver a cidade de cobertura arbórea compatível com a melhoria de
mento integrador na composição da paisagem urbana; indicadores ambientais pertinentes;
X – as formas de disponibilização das informações, inclusive VI – implantação de sistema de informações de plantio e ma-
mapas e bancos de dados; nejo da arborização urbana integrado ao Sistema de Informações
XI – as formas de gestão participativa. Ambientais;
VII – programa de educação ambiental à população atendida
SEÇÃO VIII concomitante no tempo e no espaço com o cronograma de plantio.
DO PLANO MUNICIPAL DE CONSERVAÇÃO E RECUPERAÇÃO Parágrafo único. Até a conclusão do plano referido no “caput”,
DE ÁREAS PRESTADORAS DE SERVIÇOS AMBIENTAIS o manejo e a gestão da arborização urbana será realizada segundo
as normas existentes.
Art. 285. O Plano Municipal de Conservação e Recuperação de
Áreas Prestadoras de Serviços Ambientais será o instrumento de SEÇÃO X
planejamento e gestão das áreas prestadoras de serviços ambien- DO PLANO MUNICIPAL DA MATA ATLÂNTICA
tais, abrangendo propriedades públicas e particulares.
§ 1º Além de atender aos objetivos e diretrizes contidos nos Art. 287. O Plano Municipal da Mata Atlântica – PMMA, confor-
arts. 186, 187, 252 e 253 desta lei, o Plano Municipal de Conser- me disposto no art. 38 da Lei Federal nº 11.428, de 2006, deve ser
vação e Recuperação de Áreas Prestadoras de Serviços Ambientais elaborado de forma participativa e visa apontar ações prioritárias e
deverá conter, no mínimo: áreas para a conservação e recuperação da vegetação nativa e da
I – diagnóstico; biodiversidade da Mata Atlântica, com base em um mapeamento
II – avaliação de atividades de pagamento por serviços ambien- dos remanescentes do Município.
tais e similares já realizadas por outras instituições públicas e pri- § 1º O PMMA deverá buscar a compatibilidade com outros ins-
vadas; trumentos de planejamento e gestão do uso e ocupação do solo,
III – objetivos e metas de curto, médio e longo prazo; devendo conter, no mínimo:
IV – programas, projetos e investimentos necessários para al- I – diagnóstico da situação atual;
cançar objetivos e metas; II – diretrizes, ações e projetos;
V – critérios de valoração para aplicação do instrumento Paga- III – interfaces com outros instrumentos de planejamento am-
mento por Serviços Ambientais; biental e urbanístico;
VI – mecanismos e procedimentos para a implantação, o moni- IV – previsão de recursos orçamentários e de outras fontes para
toramento e avaliação dos resultados. implantação das ações prioritárias definidas no plano;
§ 2º O Plano Municipal de Conservação e Recuperação de V – estratégias de monitoramento.
Áreas Prestadoras de Serviços Ambientais deverá ser submetido à
aprovação do Conselho Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvi-
mento Sustentável – CADES.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 2º O PMMA articula-se aos Planos Municipais de Áreas Pro- XV – estruturar e dar publicidade ao cadastro georreferenciado
tegidas, Áreas Verdes e Espaços Livres, Conservação e Recuperação das praças;
de Áreas Prestadoras de Serviços Ambientais e de Arborização Ur- XVI – implantar medidas integradas de fiscalização e controle
bana, e com as diretrizes da Reserva da Biosfera do Cinturão Verde de expansão e adensamento urbano na Macrozona de Proteção e
da Cidade de São Paulo. Recuperação Ambiental, em especial na área de proteção e recu-
§ 3º Os recursos para elaboração do PMMA serão oriundos, peração de mananciais e nas APAs municipais Capivari-Monos e
preferencialmente, do Fundo Especial do Meio Ambiente e Desen- Bororé-Colônia, articulando os órgãos competentes na esfera mu-
volvimento Sustentável – FEMA. nicipal e estadual.
§ 4º O PMMA deverá ser aprovado pelo Conselho Municipal Art. 289. Com o objetivo de garantir e viabilizar a implantação,
de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – CADES, junta- operação e gestão dos parques propostos no Quadro 7 desta Lei,
mente com os conselheiros eleitos dos Conselhos Participativos da de acordo com o inciso I do art. 288, fica criado o Fundo Municipal
Subprefeitura correspondente. de Parques, a ser regulamentado por ato do Executivo, que deverá
SEÇÃO XI atuar de forma complementar e articulada ao Fundo Municipal do
DAS AÇÕES PRIORITÁRIAS NO SISTEMA DE ÁREAS PROTEGI- Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – FEMA.(Redação
DAS, ÁREAS VERDES E ESPAÇOS LIVRES dada pela Lei nº 17.975/2023)
§ 1º Os recursos do Fundo Municipal de Parques serão des-
Art. 288. As ações prioritárias do Sistema Municipal de Áreas tinados à aquisição de áreas, implantação, operação e gestão
Protegidas, Áreas Verdes e Espaços Livres são: dos parques constantes no Quadro 7.(Redação dada pela Lei nº
I – implantar os parques propostos no Quadro 7 desta lei; 17.975/2023)
II - implementar o Plano Municipal de Áreas Protegidas, Áreas § 2º Os recursos do Fundo Municipal de Parques serão deposi-
Verdes e Espaços Livres – PLANPAVEL e estruturar o Sistema de tados em conta especial, mantida em instituição financeira oficial.
Áreas Protegidas e Áreas Verdes e Espaços Livres – SAPAVEL;(Reda- (Redação dada pela Lei nº 17.975/2023)
ção dada pela Lei nº 17.975/2023) § 3º Os recursos para o Fundo Municipal de Parques poderão
III - implementar o Plano Municipal de Conservação e Recupe- ser provenientes de:(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023)
ração de Áreas Prestadoras de Serviços Ambientais – PMSA;(Reda- I - dotações orçamentárias a ele especificadamente destina-
ção dada pela Lei nº 17.975/2023) das;(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023)
IV - implementar o Plano Municipal de Arborização Urbana – II - créditos adicionais suplementares a ele destinados;(Reda-
PMAU;(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023) ção dada pela Lei nº 17.975/2023)
V - implementar o Plano Municipal da Mata Atlântica – III - alienação de áreas públicas municipais;(Redação dada pela
PMMA;(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023) Lei nº 17.975/2023)
VI – implementar o Plano Municipal de Estratégias e Ações Lo- IV - doações de pessoas físicas ou jurídicas;(Redação dada pela
cais pela Biodiversidade da Cidade de São Paulo; Lei nº 17.975/2023)
VII – rever o Zoneamento Geoambiental da APA Municipal do V - doações de entidades internacionais;(Redação dada pela Lei
Capivari-Monos para adequá-lo ao disposto nesta lei; nº 17.975/2023)
VIII – elaborar o Plano de Manejo e o Zoneamento da APA Mu- VI - acordos, contratos, consórcios e convênios;(Redação dada
nicipal Bororé-Colônia; pela Lei nº 17.975/2023)
IX – criar unidade de conservação de uso sustentável, prefe- VII - rendimentos obtidos com a aplicação de seu próprio patri-
rencialmente APA, na porção mais preservada da bacia do Guara- mônio;(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023)
piranga, ressalvada a implantação de obras, empreendimentos e VIII - incentivos fiscais;(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023)
infraestruturas de utilidade pública; IX - outorgas oriundas das concessões de parques munici-
X – implantar os Planos de Manejo e Conselhos Consultivos dos pais;(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023)
Parques Naturais Municipais; X - outras receitas eventuais.(Redação dada pela Lei nº
XI – requalificar os parques e unidades de conservação munici- 17.975/2023)
pal conforme padrões e parâmetros de sustentabilidade ambiental; § 4º Para garantir controle social sobre a destinação de seus
XII – estruturar Cadastro de Áreas Prestadoras de Serviços Am- recursos, fica criado o Conselho Gestor do Fundo Municipal de Par-
bientais, o qual deverá fornecer subsídios ao planejamento e à exe- ques, a ser regulamentado por decreto do Executivo, composto por
cução do Plano; cidadãos de reconhecida credibilidade pública, indicados pelo Pre-
XIII – rever os perímetros dos parques propostos, quando cou- feito, respeitado o critério de paridade entre representantes do Po-
ber, integrando cabeceiras de drenagem e áreas com vegetação der Público e da sociedade.(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023)
significativa, visando à conectividade entre os parques e as demais § 5º Lei específica poderá criar mecanismo de incentivo fiscal
áreas verdes públicas e particulares e o estabelecimento de corre- destinado a estimular a doação de recursos de pessoas físicas e ju-
dores ecológicos; rídicas para o Fundo Municipal de Parques.(Redação dada pela Lei
XIV – compatibilizar, quando houver sobreposição, os períme- nº 17.975/2023)
tros dos parques propostos com outras intervenções públicas ou de Art. 290. A regulamentação do Fundo Especial de Meio Am-
interesse público, em especial regularização fundiária e Habitação biente e Desenvolvimento Sustentável – FEMA deverá ser revista
de Interesse Social, através de projetos integrados das Secretarias para adequá-lo ao disposto nesta lei, em especial:
e demais órgãos públicos, respeitado o disposto na legislação am- I – ao disposto no § 1º do art. 160;
biental e ouvidos os representantes da população usuária do par- II – à transferência de recursos para o Fundo Municipal de Par-
que e moradora da área; ques no caso previsto no § 3º do art. 289.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

III – à previsão de destinação de recursos para a manutenção IX – promover soluções habitacionais adequadas e definitivas
e gestão dos parques existentes e parques propostos no Quadro 7 para a população de baixa renda que forem realocadas dos seus
desta lei, definindo o percentual máximo dos recursos passível de locais de moradia em razão da necessidade de recuperação e pro-
utilização para essa finalidade; teção ambiental, da existência de riscos geológicos e hidrológicos e
IV – à previsão de editais destinados a projetos desenvolvidos da execução de obras públicas, preferencialmente no mesmo distri-
pelo terceiro setor; to ou na mesma Subprefeitura, com a participação das famílias no
V – ao aprimoramento dos mecanismos de transparência e mo- processo de decisão;
nitoramento público do uso dos recursos. X – priorizar a provisão de habitação social em áreas dotadas
Parágrafo único. O CONFEMA e o CADES deverão participar da de infraestrutura e transportes coletivos, evitando sua instalação
elaboração da proposta de revisão da regulamentação prevista no em unidades de conservação, áreas de proteção ambiental, áreas
“caput” desse artigo. de proteção a mananciais e áreas enquadradas como ZEPAM em
função de suas características de cobertura vegetal, recursos hídri-
CAPÍTULO VII cos e fragilidade geotécnica;
DA POLÍTICA DE HABITAÇÃO SOCIAL XI – garantir que as realocações de moradores somente ocor-
ram quando indispensáveis às finalidades públicas motivadoras da
SEÇÃO I medida, sendo realizadas por intermédio de procedimentos públi-
DOS OBJETIVOS E DIRETRIZES PARA A POLÍTICA DE HABITA- cos, isonômicos e democráticos, observando-se os princípios e ob-
ÇÃO SOCIAL jetivos definidos nesta lei;
XII – promover o atendimento habitacional na forma de presta-
Art. 291. Os programas, ações e investimentos, públicos e pri- ção de serviço social e público às famílias em condições de vulnera-
vados, na Habitação devem ser orientados para os seguintes obje- bilidade ou risco social, incluindo as pessoas que ocupam logradou-
tivos: ros e praças públicas;
I – assegurar o direito à moradia digna como direito social; XIII – considerar as condicionantes ambientais nas intervenções
II – reduzir o déficit habitacional; habitacionais, com a articulação entre urbanização e regularização
III – reduzir as moradias inadequadas; fundiária de assentamentos precários em programas de saneamen-
IV – reduzir os impactos de assentamentos precários sobre to ambiental integrado, por meio dos perímetros de ação integrada;
áreas de proteção ambiental. XIV – incentivar a adoção de tecnologias socioambientais, em
Art. 292. Os programas, ações e investimentos, públicos e pri- especial as relacionadas ao uso de energia solar, gás natural e ao
vados, na Habitação devem ser orientados segundo as seguintes manejo da água e dos resíduos sólidos e à agricultura urbana, na
diretrizes: produção de Habitação de Interesse Social e na urbanização de as-
I – priorizar a população de baixa renda; sentamentos precários;
II – priorizar o atendimento à população residente em imóveis XV – apoiar a produção social da moradia por intermédio de fo-
ou áreas insalubres, áreas de risco e áreas de preservação perma- mento às associações, cooperativas e demais entidades que atuam
nente; na produção social da moradia;
III – promover a urbanização de assentamentos precários do XVI – fortalecer e aprimorar os canais de participação já ins-
ponto de vista urbanístico e ambiental, prevendo o atendimento tituídos, como o Conselho Municipal de Habitação, os Conselhos
habitacional, preferencialmente no mesmo local, em caso de ne- Gestores das Zonas Especiais de Interesse Social e as Conferências
cessidade das obras previstas no Plano de Urbanização para ZEIS 1; Municipais de Habitação;
IV – promover a regularização urbanística, jurídica, fundiária e XVII – promover ações de pós-ocupação e acompanhamento
ambiental, entre outras, de assentamentos precários e irregulares, das famílias nos novos assentamentos habitacionais;
como favelas, conjuntos habitacionais públicos irregulares, corti- XVIII – adotar cota de unidades habitacionais destinadas ao
ços e loteamentos irregulares, inclusive com o reconhecimento e atendimento exclusivamente para setores vulneráveis da popula-
regularização das atividades comerciais e de serviço existentes nos ção, idosos e pessoas com deficiência.
locais;
V – diversificar os programas e os agentes promotores da po- SEÇÃO II
lítica de HIS, de acordo com as características diferenciadas da de- DAS AÇÕES PRIORITÁRIAS NA HABITAÇÃO SOCIAL
manda;
VI – promover a produção de novas habitações de interesse Art. 293. As ações prioritárias na Habitação são:
social nas ZEIS 2, 4 e em áreas vazias e subutilizadas com prioridade I – revisar o Plano Municipal de Habitação vigente, com base
para as famílias que integram a faixa 1 (HIS 1), por meio da consti- em processos participativos, no prazo de 12 (doze) meses, contados
tuição de um parque público de habitação, do incentivo à produção do início da vigência desta lei e promover sua revisão, no mínimo, a
privada e da ampliação de convênios e parcerias; cada 4 (quatro) anos;
VII – promover a reabilitação de edifícios vazios ou subutiliza- II – executar o Programa de Urbanização e Regularização de As-
dos em áreas centrais, em centralidades dotadas de infraestrutura e sentamentos Precários;
nas ZEIS 3, destinando-os aos programas de locação social e cessão III – executar o Programa de Recuperação e Preservação de Ma-
de posse; nanciais;
VIII – estimular a produção de habitação do mercado popular, IV – executar o Programa de Provisão Habitacional;
em especial nas ZEIS 5; V – adotar mecanismos de financiamento a longo prazo e inves-
timentos com recursos orçamentários não reembolsáveis, distribuir
subsídios diretos, pessoais, intransferíveis e temporários na aquisi-
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

ção ou locação social de Habitações de Interesse Social e declaração a) propostas para a gestão condominial dos conjuntos habi-
de concessão de uso especial para fins de moradia, visando aos ob- tacionais de interesse social de promoção pública, que poderá ser
jetivos das Zonas Especiais de Interesse Social; realizada através da autogestão e com o acompanhamento do Po-
VI – implementar política de aquisição de terras urbanas ade- der Público Municipal, com avaliações anuais;
quadas e bem localizadas destinadas à provisão de novas Habita- b) propostas para a realização da locação social e de serviço
ções de Interesse Social; de moradia, para o atendimento da população de vulnerabilidade
VII – integrar a política habitacional do Município ao Sistema ou risco social, incluindo pessoas que ocupam logradouros e praças
Nacional de Habitação de Interesse Social – SNHIS; públicas;
VIII – criar sistema de monitoramento e avaliação da política c) propostas para viabilizar a autogestão na produção habita-
pública habitacional; cional de interesse social;
IX – estabelecer critérios e procedimentos para a distribuição d) propostas para a implantação de programa de assistência
das novas Habitações de Interesse Social, considerando as necessi- técnica pública e gratuita para HIS;
dades dos grupos sociais mais vulneráveis; e) realização de parcerias com outros órgãos dos governos Es-
X – apoiar a produção social de moradia por meio de fomento tadual e Federal, bem como com a iniciativa privada e entidades da
às associações, cooperativas e demais entidades; sociedade civil;
XI – produzir unidades habitacionais de interesse social em f) o reassentamento de moradores das áreas degradadas e de
áreas vazias ou subutilizadas e recuperar edifícios vazios ou subuti- risco, preferencialmente no mesmo distrito ou na mesma Subpre-
lizados, para a população de baixa e média renda, nos termos desta feitura, com a participação das famílias no processo de decisão;
lei, nas regiões centrais da cidade e nas centralidades dotadas de IV – definição de mecanismos de gestão democrática e controle
infraestrutura; social na formulação e implementação da política e da produção
XII – revisar e implementar o programa de locação social para habitacional de interesse social do Município;
HIS faixas 1 e 2; V – definição de mecanismos de articulação entre o Plano Mu-
XIII – aplicar os instrumentos previstos para a regularização nicipal de Habitação, planos plurianuais, leis de diretrizes orçamen-
fundiária de interesse social, em especial a demarcação urbanística tárias e leis orçamentárias anuais;
e a legitimação da posse, inclusive em área de preservação ambien- VI – articulação com o Plano Estadual da Habitação, os planos
tal, quando presentes os requisitos legais; e programas habitacionais da Região Metropolitana de São Paulo;
XIV – debater, de modo participativo e integrado com os de- VII – realização de processos participativos que viabilizem o le-
mais entes federativos, mecanismos para prevenir e mediar confli- vantamento de propostas e contribuições da sociedade.
tos fundiários urbanos, buscando soluções negociadas e alternati-
vas de moradia para as famílias despejadas. SEÇÃO IV
DO SERVIÇO DE MORADIA SOCIAL
SEÇÃO III
DO PLANO MUNICIPAL DE HABITAÇÃO Art. 295. Serviço de Moradia Social é a ação de iniciativa públi-
ca realizada com a participação direta dos beneficiários finais e de
Art. 294. A revisão do Plano Municipal de Habitação – PMH, a entidades da sociedade civil, que associa a produção habitacional
ser aprovada por lei, deverá orientar-se pelos objetivos e diretrizes de interesse social, ou as demais formas de intervenção urbanísti-
definidos nos arts. 291 e 292 desta lei. cas, com regras específicas de fornecimento de serviços públicos e
Parágrafo único. A revisão do Plano Municipal de Habitação de- investimentos em políticas sociais, adequando-os às características
verá contemplar: de grupos em situação de vulnerabilidade ou risco social.
I – a atualização dos dados de: §1º Terão prioridade no acesso ao serviço de moradia so-
a) diferentes tipos de necessidades habitacionais atuais e fu- cial:(Renumerado pela Lei nº 17.975/2023)
turas, detalhados por distrito ou por Subprefeituras e por grupos I – a população idosa de baixa renda;
sociais definidos a partir dos seus rendimentos familiares; II – a população em situação de rua ou beneficiária dos progra-
b) definição do montante de recursos financeiros necessário mas de assistência social;
para a produção de novas habitações de interesse social, incluindo III – a população de baixa renda atingida por remoções decor-
custo da terra; rentes de intervenções públicas ou privadas.
c) custos de urbanização e regularização fundiária de assenta- § 2º Nas áreas de intervenções urbanas de interesse público,
mentos precários e informais para dimensionamento do montante em razão de risco geológico, passível de regularização fundiária, de-
de recursos financeiros necessário para a realização desta ação; verá ser garantido o atendimento habitacional, podendo ser inicial-
II – dimensionamento da quantidade de terras urbanas ade- mente provisório, mas necessariamente vinculado a atendimento
quadas e bem localizadas para a produção de novas habitações de definitivo em unidades habitacionais de interesse social.(Incluído
interesse social, necessárias para a eliminação do déficit habitacio- pela Lei nº 17.975/2023)
nal, bem como definição de estratégias para aquisição desses re- Art. 296. O Serviço de Moradia Social deverá observar os princí-
cursos fundiários; pios e diretrizes definidos nesta lei e ainda os seguintes:
III – definição de programas e estratégias adequadas para o I – gestão compartilhada, por meio de parcerias entre o Poder
atendimento das diferentes necessidades habitacionais com suas Público e a sociedade civil;
respectivas metas parciais e totais, que considerará: II – constituição de parque imobiliário público, vinculado a pro-
gramas de locação social e transferência da posse.
III – adoção de medidas para ampliar a oferta de imóveis priva-
dos para o Serviço de Moradia Social;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

IV – acompanhamento socioeducativo, previamente à ocupa- XI – articular as ações de redução de riscos com as demais
ção das unidades e na sua pós ocupação; ações e programas federais, estaduais e municipais, em particular
V – definição, no âmbito do Conselho Municipal de Habitação, habitação, drenagem e defesa civil;
de medidas para o acompanhamento, monitoramento e aperfei- XII – seguir os termos da legislação federal referente à proteção
çoamento dos programas decorrentes. e defesa civil.
§ 1º O Serviço de Moradia Social será prestado com recursos Art. 299. As ações prioritárias para as áreas de risco são:
oriundos do Fundo Municipal de Habitação ou por intermédio de I – elaborar o Plano Municipal de Redução de Riscos, conside-
transferências intergovernamentais, entre outras. rando o Mapa 10 anexo;
§ 2º O Poder Público poderá subvencionar, total ou parcialmen- II – georreferenciar e atualizar periodicamente o levantamento
te, os custos decorrentes de implantação de equipamentos urba- de risco, com a avaliação e classificação das áreas;
nos, tarifas relativas ao consumo individual de serviços públicos, III – manter atualizado o cadastro com intervenções previstas,
bem como aos privados que estejam diretamente vinculados à ma- executadas ou em andamento, remoções realizadas e ocorrências
nutenção de despesas condominiais. registradas com seus respectivos danos;
§ 3º Caberá ao Poder Executivo acompanhar a implementação IV – definir, com base em Carta Geotécnica do Município de
dos projetos realizados na modalidade de Serviço Social de Mora- São Paulo de Aptidão à Urbanização, diretrizes técnicas para novos
dia, providenciando a revisão da legislação, o estabelecimento de parcelamentos do solo e para planos de expansão urbana, de ma-
convênios com órgãos públicos e privados e as demais providências neira a definir padrões de ocupação adequados diante das susceti-
necessárias à sua viabilização. bilidades a perigos e desastres;
§ 4º (VETADO) V – disponibilizar, para consulta do público, e em formato aber-
to, a Carta Geotécnica do Município de São Paulo;
SEÇÃO V VI – realizar serviços de zeladoria e manutenção necessários
AÇÕES PRIORITÁRIAS NAS ÁREAS DE RISCO para a redução de risco nas áreas indicadas no Mapa 10 anexo, in-
cluindo, entre outras ações, o manejo adequado dos diversos tipos
Art. 297. Os programas, ações e investimentos, públicos e pri- de resíduos, desobstrução dos sistemas de drenagem, limpeza e de-
vados, nas áreas de risco devem ser orientados para os seguintes sassoreamento de córrego;
objetivos: VII – organizar equipes aptas para a realização de vistorias pe-
I – redução dos riscos geológicos e hidrológicos; riódicas e sistemáticas nas áreas de risco indicadas no Mapa 10 ane-
II – promoção da segurança e proteção permanente da popu- xo para observação da evolução de situações de perigo e orientação
lação e do patrimônio, frente à ocorrência de diferentes tipos de dos moradores;
desastres; VIII – realizar o monitoramento participativo das áreas sus-
III – minimização de danos decorrentes de eventos geológicos cetíveis a desastres e de riscos envolvendo moradores, lideranças
e hidrológicos adversos. comunitárias, incluindo a estruturação dos Núcleos de Defesa Civil
IV - relocação prioritária da população em áreas de risco e pro- – NUDEC;
teção dos mananciais, através de programas de habitação definitiva IX – promover atividades de capacitação para o manejo ade-
promovidos pelo Poder Público.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) quado dos resíduos sólidos gerados em áreas de desastre;
Art. 298. Os programas, ações e investimentos, públicos e pri- X – articular as Coordenadorias Distritais de Defesa Civil das
vados, nas áreas de risco devem ser orientados segundo as seguin- Subprefeituras;
tes diretrizes: XI – criar canais de comunicação e utilizar eficientemente os já
I – priorizar alternativas mais eficazes e de menor impacto so- existentes;
cioambiental; XII – aperfeiçoar a formação dos servidores públicos municipais
II – priorizar ações de caráter preventivo; por meio de cursos de capacitação para elaboração de diagnósti-
III – prevenir a formação de novas áreas de risco, por meio de co, prevenção e gerenciamento de risco, e possibilitar, ainda, sua
diretrizes de urbanização e edificação compatíveis com as potencia- participação nas atividades de ensino promovidas pelos governos
lidades e restrições do meio físico; Estadual e Federal;
IV – coibir o surgimento de ocupações urbanas nas áreas sus- XIII – monitorar as condições meteorológicas de modo perma-
cetíveis a desastres; nente e emitir notificações sobre os tipos, intensidades e durações
V – adotar instrumentos participativos em todo o ciclo de de- das chuvas a fim de subsidiar os órgãos municipais competentes na
senvolvimento dos programas e ações voltados à redução do risco; deflagração de ações preventivas ou emergenciais;
VI – reduzir os níveis de risco de inundações, erosões e desliza- XIV – integrar as políticas e diretrizes de defesa civil em todas as
mentos, por meio da implantação de intervenções estruturais nas suas fases de atuação, preventiva, de socorro, assistencial e recupe-
áreas de risco existentes; rativa, conforme previsto nas normas pertinentes, inclusive quanto
VII – proteger a população nas áreas de risco, mediante a pre- à operacionalidade dos planos preventivos de defesa civil no âmbi-
paração em caso de ocorrência de desastres; to municipal e de todas as Subprefeituras;
VIII – prestar socorro imediato à população atingida por desas- XV – articular, junto aos municípios da Região Metropolitana
tres; de São Paulo, políticas integradas para a redução e erradicação de
IX – difundir informação sobre áreas de risco e ocorrência de riscos nas áreas próximas ou situadas nos limites intermunicipais;
eventos extremos; XVI – promover intercâmbio das informações municipais, esta-
X – priorizar as áreas de risco na Macroárea de Redução da Vul- duais e federais relativas aos riscos;
nerabilidade Urbana; XVII – implantar sistema de fiscalização de áreas de risco;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

XVIII – implantar protocolos de prevenção e alerta e ações SEÇÃO I


emergenciais em circunstâncias de desastres; DOS OBJETIVOS E DIRETRIZES DO SISTEMA DE EQUIPAMEN-
XIX – realizar parcerias para a coleta e análise de informações TOS URBANOS E SOCIAIS
técnicas e para aplicação de novos métodos e tecnologias que con-
tribuam para melhorias dos sistemas de prevenção e redução de Art. 303. Os objetivos do Sistema de Equipamentos Urbanos e
risco. Sociais são:
I - a proteção integral à família e à pessoa, com prioridade de
SEÇÃO VI atendimento às famílias e grupos sociais mais vulneráveis, em espe-
DO PLANO MUNICIPAL DE REDUÇÃO DE RISCOS cial crianças, jovens, mulheres, idosos, negros, indígenas, pessoas
com deficiência e pessoas em situação de rua;(Redação dada pela
Art. 300. A Prefeitura elaborará o Plano Municipal de Redução Lei nº 17.975/2023)
de Riscos como parte integrante do Sistema Nacional de Proteção II – a redução das desigualdades socioespaciais, suprindo ca-
e Defesa Civil. rências de equipamentos e infraestrutura urbana nos bairros com
Parágrafo único. O plano municipal de redução de riscos deve- maior vulnerabilidade social;
rá atender aos objetivos e diretrizes dos arts. 297 e 298 da Lei nº III – o suprimento de todas as áreas habitacionais com os equi-
16.050, de 2014, e poderá ser elaborado de forma participativa até pamentos necessários à satisfação das necessidades básicas de
31 de dezembro de 2024 e conter no mínimo:(Redação dada pela saúde, educação, lazer, esporte, cultura e assistência social de sua
Lei nº 17.975/2023) população;
I – análise, caracterização e dimensionamento das áreas de ris- IV – a ampliação da acessibilidade à rede de equipamentos e
co de inundação, deslizamento e solapamento, classificadas segun- aos sistemas de mobilidade urbana, incluindo pedestres e ciclovias;
do tipo e graus de risco; V – a garantia da segurança alimentar e do direito social à ali-
II – análise, quantificação e caracterização das famílias mora- mentação.
doras das áreas de risco mencionadas no inciso anterior, segundo Art. 304. Os programas, ações e investimentos, públicos e pri-
perfis demográficos, socioeconômicos e habitacionais, entre outros vados, no Sistema de Equipamentos Urbanos e Sociais devem ser
aspectos; orientados segundo as seguintes diretrizes:
III – estratégias de articulação com a implementação do Plano I – priorizar o uso de terrenos públicos e equipamentos ociosos
Municipal de Habitação, principalmente em relação à regularização ou subutilizados como forma de potencializar o uso do espaço pú-
urbanística, jurídica, fundiária e ambiental de assentamentos pre- blico já constituído;
cários e irregulares; II – otimizar o aproveitamento dos terrenos a serem desapro-
IV – estratégias de articulação com a implementação do Plano priados ao longo de corredores de ônibus, com localização e aces-
de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos; sibilidade privilegiada e em conformidade com o maior potencial
V – definição das ações e intervenções necessárias para a im- construtivo dessas áreas;
plantação de obras estruturais de redução de riscos e adoção de III – otimizar a ocupação dos equipamentos existentes e a inte-
medidas de segurança e proteção, com fixação de prioridades, pra- gração entre equipamentos implantados na mesma quadra;
zos e estimativas de custos e recursos necessários; IV – incluir mais de um equipamento no mesmo terreno, de
VI – definição de estratégias para realização de realocações modo a compatibilizar diferentes demandas por equipamentos no
preventivas de moradores de áreas de risco, quando esta for a al- território, otimizando o uso de terrenos e favorecendo a integração
ternativa única ou mais eficaz para a garantia das condições de se- entre políticas sociais;
gurança dos moradores, de acordo com critérios técnicos objetivos V – integrar territorialmente programas e projetos vinculados
e reconhecidos e procedimentos justos e democráticos. às políticas sociais como forma de potencializar seus efeitos positi-
vos, particularmente no que diz respeito à inclusão social e à dimi-
CAPÍTULO VIII nuição das desigualdades;
DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E DO SISTEMA DE EQUIPA- VI – priorizar as Macroáreas de Redução da Vulnerabilidade
MENTOS URBANOS E SOCIAIS Urbana e a de Redução da Vulnerabilidade Urbana e Recuperação
Ambiental.
Art. 301. O Sistema de Equipamentos Urbanos e Sociais é com-
posto pelas redes de equipamentos urbanos e sociais voltados para SEÇÃO II
a efetivação e universalização de direitos sociais, compreendidos DAS AÇÕES NO SISTEMA DE EQUIPAMENTOS URBANOS E
como direito do cidadão e dever do Estado, com participação da SOCIAIS
sociedade civil nas fases de decisão, execução e fiscalização dos re-
sultados. Art. 305. As ações prioritárias no Sistema de Equipamentos Ur-
Art. 302. São componentes do Sistema de Equipamentos Urba- banos e Sociais são:
nos e Sociais Públicos: I – elaborar plano de gestão das áreas públicas visando efetivar
I – os equipamentos de educação; os princípios e objetivos da presente lei;
II – os equipamentos de saúde; II – elaborar plano de articulação e integração das redes de
III – os equipamentos de esportes; equipamentos urbanos e sociais no território;
IV – os equipamentos de cultura;
V – os equipamentos de assistência social;
VI – os equipamentos de abastecimento e segurança alimentar.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

III - elaborar planos setoriais de educação, educação ambien- XXIII – implantar ações e equipamentos destinados à popula-
tal, saúde, esportes, assistência social e cultura, abrangendo aten- ção idosa;
dimento especializado em saúde e educação indígena nas áreas da XXIV – aprimorar as políticas e a instalação de equipamentos,
cidade com maior concentração dessa população;(Redação dada visando à viabilização das políticas de inclusão e acolhimento das
pela Lei nº 17.975/2023) pessoas com deficiência e mobilidade reduzida;
IV – elaborar plano municipal de segurança alimentar e nutri- XXV – expandir a rede de Centros de Referência em Segurança
cional; Alimentar e Nutricional – CRSANS;
V – implantar novos Centros de Educação Unificada – CEU; XXVI – promover ações de educação voltadas à segurança ali-
VI - ampliar a rede de Centros de Referência da Assistência So- mentar e nutricional por meio de Escolas Estufa em todas as Sub-
cial – CRAS e a rede de Centros de Referência Especializados de As- prefeituras, fortalecendo e integrando as iniciativas de hortas co-
sistência Social – CREAS e promover ações intersecretariais para a munitárias e urbanas;
implementação de projetos e ações conjuntas;(Redação dada pela XXVII – ampliar as feiras orgânicas no território municipal, em
Lei nº 17.975/2023) especial nos parques;
VII – expandir a rede de Centros de Educação Infantil – CEI e a XXVIII – ampliar os espaços para a comercialização de produtos
rede de Escolas Municipais de Educação Infantil – EMEI, inclusive orgânicos nos mercados, sacolões, feiras livres, praças e parques
por meio da rede conveniada e outras modalidades de parcerias; municipais;
VIII – expandir a rede hospitalar e o número de leitos, inclusive XXIX – garantir a priorização de agricultores familiares orgâni-
por meio de adequação de hospitais municipais; cos do Município nas compras institucionais da alimentação escolar
IX – expandir a rede dos demais equipamentos de saúde para e outros programas de compras públicas;
realização de exames, atendimento ambulatorial, de especialida- XXX – criar, nos Planos Regionais Estratégicos e Planos de De-
des, ou de urgência e emergência; senvolvimento de Bairro, mecanismos e formas de proteção de ter-
X – revitalizar os Clubes Desportivos da Comunidade; renos públicos e privados com a finalidade de manter e implantar
XI – promover a integração com clubes esportivos sociais obje- equipamentos urbanos e sociais;
tivando o fomento do esporte; XXXI – criar ou disponibilizar em cada Subprefeitura espaços
XII – expandir a rede de equipamentos culturais; públicos e equipamentos adequados à prática circense;
XIII - expandir a rede de equipamentos e infraestrutura para XXXII – implantar em todos os distritos da cidade postos da
prática esportiva e do esporte inclusivo;(Redação dada pela Lei nº Guarda Civil Metropolitana, principal órgão de execução da política
17.975/2023) municipal de segurança urbana.
XIV – aprimorar as políticas e a instalação de equipamentos, XXXIII - implantar os Núcleos Olímpicos Regionais;(Incluído
visando à viabilização das políticas de acolhimento e proteção às pela Lei nº 17.975/2023)
mulheres vítimas de violência; XXXIV - implantar as Casas de Agricultura Ecológica – CAE;(In-
XV – implantar as áreas de conexão de internet sem fio aberta, cluído pela Lei nº 17.975/2023)
com qualidade e estabilidade de sinal; XXXV - ampliar a oferta de hortas urbanas em áreas públicas de
XVI – viabilizar o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Téc- forma articulada com programas pedagógicos nas unidades escola-
nico e Emprego – PRONATEC, ou programa que venha a sucedê-lo; res, programas de segurança alimentar, de agroecologia e geração
XVII – expandir a rede de Centros Integrados de Educação de de renda;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
Jovens e Adultos – CIEJA, a fim de ampliar o atendimento através XXXVI - implantar as Escolas de Agroecologia com vistas ao for-
do Programa de Educação de Jovens e Adultos – EJA, ou programas talecimento das ações educativas voltadas à segurança alimentar e
que venham a sucedê-los; nutricional;(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
XVIII – implantar as ações e os equipamentos para a inclusão XXXVII - implantar as cadeias produtivas sustentáveis de produ-
social da população em situação de rua, previstos no Plano Munici- ção familiar, voltadas aos princípios ativos e botânicos, à produção
pal da Política da População em Situação de Rua, inclusive Centros da agrofloresta e agroecológica, associadas a Polos Tecnológicos,
de Referência Especializados para a população em situação de rua com capacidade para estimular pesquisas científicas voltadas às
(centros POP), restaurantes comunitários, Serviços de Acolhimento produções sustentáveis.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
Institucional à população em situação de rua, Consultórios na Rua Parágrafo único. Os Equipamentos Urbanos e Sociais estão re-
com tratamentos odontológicos e relacionados ao abuso de álcool lacionados no Quadro 10 anexo a esta lei.
e outras drogas;
XIX – expandir as ações e equipamentos para a mediação e a SUBSEÇÃO I
solução pacífica de conflitos; DO PLANO DE ARTICULAÇÃO E INTEGRAÇÃO DAS REDES DE
XX – expandir as ações e equipamentos para a proteção social EQUIPAMENTOS
às crianças e adolescentes vítimas de violência e para a prevenção à
violência, ao racismo e à exclusão da juventude negra e de periferia; Art. 306. A Prefeitura elaborará o plano de articulação e inte-
XXI – expandir e requalificar equipamentos voltados ao atendi- gração das redes de equipamentos urbanos e sociais, por intermé-
mento de pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, inclusive dio de ação conjunta das secretarias municipais envolvidas e de
à formação de professores e o acompanhamento aos alunos com ampla participação popular.
deficiência e mobilidade reduzida matriculados na Rede Municipal § 1º O plano deverá apresentar critérios para dimensionamen-
de Ensino; to de demandas por equipamentos urbanos e sociais compatibiliza-
XXII – implantar as ações e equipamentos previstos para o com- dos com os critérios de localização e integração com os equipamen-
bate à homofobia e respeito à diversidade sexual; tos existentes.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 2º A distribuição de equipamentos e serviços sociais deve res- § 2º Os planos setoriais deverão basear-se nas diretrizes das
peitar as necessidades regionais e as prioridades definidas a partir suas respectivas políticas e serem debatidos em Conferências Mu-
de estudo de demanda, priorizando as áreas de urbanização precá- nicipais e aprovados nos Conselhos Setoriais.
ria e/ou incompleta. § 3º Os planos setoriais deverão conter, no mínimo, os resul-
§ 3º O plano deverá estabelecer uma estratégia que garanta no tados dos cálculos de demanda por diferentes programas e equi-
horizonte temporal previsto nesta lei a implantação da rede básica pamentos urbanos e sociais segundo os distritos e Subprefeituras,
de equipamentos e de serviços públicos de caráter local, preferen- bem como as propostas de atendimento a tais demandas.
cialmente articulados, em todos os distritos, dimensionados para Art. 309. São ações estratégicas relativas à democratização da
atender à totalidade da população residente. gestão das políticas sociais:
I – fortalecer as instâncias de participação e de controle da so-
SUBSEÇÃO II ciedade civil sobre as políticas desenvolvidas no campo da assis-
DO PLANO DE GESTÃO DAS ÁREAS PÚBLICAS tência social como os Conselhos Municipais Setoriais, Conselhos
Tutelares da Criança e do Adolescente, Grande Conselho Municipal
Art. 307. A Prefeitura elaborará o plano de gestão das áreas do Idoso, Fóruns de Defesa de Direitos e demais organizações rela-
públicas observando os objetivos e diretrizes previstas nos arts. 303 cionadas à luta da melhoria da qualidade de vida;
e 304 desta lei, sem prejuízo das possibilidades de alienação, per- II – implantar gestão transparente e participativa do Fundo Mu-
muta ou alienação de bens imóveis, quando os programas, ações e nicipal de Assistência Social – FMAS, do Fundo Municipal de Defesa
investimentos previstos não vincularem diretamente determinado da Criança e do Adolescente – FUMCAD e do Fundo Municipal do
imóvel. Idoso, criando e aperfeiçoando mecanismos de captação de recur-
Parágrafo único. O plano de gestão das áreas públicas deverá sos públicos ou privados.
conter, no mínimo:
I – elaboração de diagnóstico e situação atual das áreas públi- CAPÍTULO IX
cas do Município; DA POLÍTICA E DO SISTEMA DE PROTEÇÃO AO PATRIMÔNIO
II – definição das estratégias de gestão da informação sobre ARQUITETÔNICO E URBANO
áreas públicas;
III – estratégias e critérios de aproveitamento do patrimônio SEÇÃO I
existente, ponderando as alternativas apontadas no “caput”; DOS OBJETIVOS E DIRETRIZES DO SISTEMA MUNICIPAL DE
IV – critérios para aquisição e destinação de novas áreas, a par- PATRIMÔNIO CULTURAL
tir de informações sobre demandas existentes e projetadas;
V – propostas para o aproveitamento de remanescentes de Art. 310. O Sistema Municipal de Proteção do Patrimônio Cul-
imóveis desapropriados; tural é o conjunto de bens culturais e de instrumentos que objeti-
VI – critérios para alienação de remanescentes de imóveis de- vam a preservação, valorização, integração e articulação dos bens
sapropriados quando estes não forem objeto de interesse público; culturais ao sistema de gestão cultural e ordenação territorial do
VII – condições e os parâmetros para uso das áreas e espaços Município.
públicos por atividades, equipamentos, infraestrutura, mobiliário e Parágrafo único. Para os objetivos desta lei, constituem o con-
outros elementos subordinados à melhoria da qualidade da paisa- junto de bens culturais do Município as áreas, edificações, imóveis,
gem urbana, ao interesse público, às funções sociais da cidade e às lugares, paisagens, sítios arqueológicos, monumentos, bens imate-
diretrizes deste Plano Diretor Estratégico; riais e outros que apresentam valor cultural e social reconhecido
VIII – análise e alinhamento com as legislações pertinentes; por alguns dos instrumentos legais de proteção definidos na Seção
IX – desenvolvimento de instrumentos alternativos à desapro- VI.
priação como forma de aquisição de bens; Art. 311. Compõem o Sistema Municipal de Patrimônio Cultural
X – desenvolvimento de sistema de monitoramento das áreas os seguintes elementos:
públicas contendo dados atualizados sobre sua utilização. I – bens culturais, materiais e imateriais, protegidos por legis-
Subseção III lação específica;
Dos Planos Setoriais de Educação, Saúde, Esportes, Assistência II – áreas ou territórios de preservação cultural;
Social e Cultura III – sítios arqueológicos;
Art. 308. A Prefeitura elaborará ou, se for o caso, revisará os IV – conjunto de edificações históricas e museus pertencentes
planos setoriais de educação, saúde, esportes, assistência social, ao Poder Público;
cultura e segurança alimentar e nutricional, garantido o processo V – acervos de obras de arte, de bens da cultura popular e de
participativo, com representantes da sociedade civil e de outros ór- bens móveis de valor histórico e cultural, pertencentes ao Poder
gãos governamentais. Público;
§ 1º O combate à exclusão e às desigualdades socioterritoriais, VI – acervos de documentos de valor histórico e cultural, per-
o atendimento às necessidades básicas, à fruição de bens e serviços tencentes à Prefeitura;
socioculturais e urbanos, à transversalidade das políticas de gênero VII – acervo de monumentos e obras de arte urbana, localiza-
e raça, e destinadas às crianças e adolescentes, aos jovens, idosos e das em espaços públicos e edificações municipais;
pessoas portadoras de necessidades especiais, devem ser objetivos VIII – conjunto de edificações e espaços públicos municipais de
a serem atingidos pelos planos setoriais de educação, saúde, espor- uso cultural.
tes, assistência social e cultura. Art. 312. Os objetivos do Sistema Municipal de Patrimônio Cul-
tural são:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

I – integrar e articular os bens culturais paulistanos ao sistema SEÇÃO II


de ordenação territorial do Município, incluindo os Planos Regio- DOS TERRITÓRIOS DE INTERESSE DA CULTURA E DA PAISA-
nais de Subprefeituras, Planos de Bairros e outros instrumentos de GEM – TICP
planejamento territorial e social da cidade;
II – fomentar a participação social na identificação, proteção e Art. 314. Fica instituído o Território de Interesse da Cultura e da
valorização do patrimônio e dos Territórios de Interesse da Cultura Paisagem, designação atribuída a áreas que concentram grande nú-
e da Paisagem; mero de espaços, atividades ou instituições culturais, assim como
III – promover a identificação de bens e manifestações cultu- elementos urbanos materiais, imateriais e de paisagem significati-
rais visando seu registro, valorização e possível proteção a partir vos para a memória e a identidade da cidade, formando polos sin-
de inventários do patrimônio cultural ou outros instrumentos per- gulares de atratividade social, cultural e turística de interesse para
tinentes; a cidadania cultural e o desenvolvimento sustentável, cuja longevi-
IV – identificar e preservar os eixos histórico-culturais, que são dade e vitalidade dependem de ações articuladas do Poder Público.
elementos do Território de Interesse da Cultura e da Paisagem e se § 1º Os TICP devem ser constituídos por sua importância para
constituem a partir de corredores e caminhos representativos da a cidade como um território simbólico que abriga áreas ou um con-
identidade e memória cultural, histórica, artística, paisagística, ar- junto de áreas naturais ou culturais protegidas, lugares significa-
queológica e urbanística para a formação da cidade, podendo fazer tivos para a memória da cidade e dos cidadãos e instituições de
parte de territórios e paisagens culturais e de áreas envoltórias de relevância cultural e científica.
bens tombados; § 2º Fica criado o TICP Paulista/Luz, que inclui o centro histórico
V – incentivar a identificação e desenvolvimento de projetos de da cidade e o centro cultural metropolitano, delimitado pelo perí-
valorização de áreas ou territórios representativos da identidade e metro constante do Quadro 12.
memória cultural, histórica e urbanística para a formação da cidade; § 3º Fica o Complexo Eco/Turístico/Ambiental, criado na Lei nº
VI – desenvolver programas e ações de educação patrimonial, 13.549, de 2003, e recepcionado no Plano Regional Estratégico de
a partir dos bens culturais e demais elementos que compõem o Sis- Perus, transformado no Território de Interesse da Cultura e da Pai-
tema; sagem Jaraguá/Perus, cujo perímetro e objetivos específicos deve-
VII – inventariar, cadastrar e proteger áreas e sítios de interesse rão ser revistos no Plano Regional ou em lei específica.
arqueológico; § 4º Outros TICP poderão ser criados, delimitados e modifica-
VIII – inventariar, proteger e incentivar parcerias para manuten- dos através de leis específicas ou dos Planos Regionais, a partir de
ção e valorização do acervo de monumentos e obras de arte urbana processos participativos que considerem os objetivos definidos no
no Município; “caput”.
IX – organizar e fomentar a integração de ações de preserva- § 5º Os perímetros dos TICP, em corredores, polos, esquinas
ção do patrimônio cultural paulistano, articulando as instituições e quarteirões culturais, associados a aspectos históricos, artísticos,
oficiais responsáveis pela proteção desse patrimônio, nos níveis fe- arquitetônicos, paisagísticos, ambientais e comerciais, desde que
deral, estadual e municipal; devidamente justificada, respeitadas as especificidades de cada lo-
X – articular diferentes órgãos da municipalidade para a for- calidade, a ser considerada nos Planos Regionais.
mulação de políticas e programas que viabilizem a preservação dos § 6º Fica criado o TICP Bixiga, que inclui o bairro do Bixiga, cujo
lugares; perímetro e objetivos específicos deverão ser previstos em lei espe-
XI – organizar ações de atendimento e divulgação de informa- cífica.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
ções sobre o patrimônio cultural, junto à população, objetivando § 7º Fica criado o TICP Represas, que inclui as represas Billings e
sua valorização. Guarapiranga, cujo perímetro e objetivos deverão ser previstos em
Art. 313. Os instrumentos de gestão do Sistema Municipal de lei específica.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
Patrimônio Cultural são: § 8º O perímetro do TICP Bixiga, delimitado nos termos da Re-
I – as ZEPEC, em suas distintas categorias; solução 22/2002 do Conselho do Patrimônio Histórico e Cultural e
II – os Territórios de Interesse Cultural e da Paisagem; Ambiental da Cidade de São Paulo, fica excluído da Zona de Estrutu-
III – os Planos Regionais das Subprefeituras; ração Urbana até que seja formulado seu plano específico de reor-
IV – os Planos de Bairros; denamento do território, de acordo com o § 6º deste artigo, que
V – os Projetos de Intervenção Urbana; deverá incluir articulação com políticas habitacionais que garantam
VI – os incentivos fiscais; a manutenção da população residente e do perfil racial deste pe-
VII – a regulamentação das áreas envoltórias de bens protegi- rímetro, usando como parâmetro o perfil racial do último censo.
dos; (Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
VIII – a Agência de Apoio aos proprietários de bens culturais Art. 315. São objetivos do Território de Interesse da Cultura e
preservados; da Paisagem:
IX – o Escritório Técnico de Gestão Compartilhada; I – estimular iniciativas locais no âmbito da cultura, educação
X – a listagem de Bens Culturais em Risco; e meio ambiente, através de processos solidários e colaborativos;
XI – o plano de ação e salvaguarda do bem protegido; II – ampliar a abrangência do princípio do direito à cidade, ga-
XII – o plano integrado para a área envoltória de bens prote- rantindo a cidadania cultural, a tolerância e o respeito à diversidade
gidos; cultural, social, étnica e sexual por meio do acesso à cultura, à edu-
XIII – o plano de valorização do acervo de obras de arte urbanas cação e à arte;
e monumentos da cidade. III – valorizar a memória e a identidade da cidade, nos âmbitos
local e regional;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

IV – promover o entendimento dos processos urbanos e am- § 1º O Conselho Gestor, previsto no inciso II deste artigo, pode-
bientais de transformação e conservação das paisagens e a fruição rá ser constituído a partir de fóruns públicos que reúnam os agentes
de seu patrimônio material e imaterial; sociais atuantes no âmbito do TICP e ter dentre suas atribuições, as
V – proporcionar, em especial nos TICP localizados em regiões seguintes:
de maior vulnerabilidade social, o desenvolvimento de coletivos I – propor ações integradas dos setores público, privado e não
culturais autônomos, estimulando sua articulação com instituições governamental para recuperar, proteger, fomentar e induzir ativida-
de ensino, pesquisa, cultura e outras, que permitam a compreensão des, espaços e negócios culturais;
dos processos históricos, ambientais e culturais locais e regionais; II – fiscalizar o cumprimento de contrapartidas relacionadas
VI – definir instrumentos de incentivos e apoio às atividades li- à concessão de incentivos vinculados aos TICP e recomendar pe-
gadas à cultura, educação, arte e meio ambiente, visando a geração nalidades aos órgãos competentes, caso haja descumprimento de
de renda e o desenvolvimento local e regional sustentável; condicionantes;
VII – criar meios de articulação entre os diferentes TICP, visan- III – apresentar aos órgãos da administração pública municipal
do proporcionar o intercâmbio de saberes e experiências entre seus parcerias com organizações públicas, privadas e não governamen-
agentes culturais e estimular programas educativos e criativos que tais e instituições de fomento;
favoreçam a compreensão mútua da estruturação e história urbana IV – estimular o intercâmbio com outros TICP e polos criativos;
de cada Território e de seus valores simbólicos e afetivos. V – elaborar, de forma participativa, um plano de gestão, in-
Art. 316. As ações prioritárias para alcançar os objetivos pre- tegrando políticas, programas e ações relativos aos objetivos dos
vistos para o Território de Interesse da Cultura e da Paisagem são: TICP;
I – incentivar e fomentar espaços e atividades relevantes locali- VI – assegurar que todas as suas pautas, decisões e projetos
zados nos TICP, inclusive economia criativa, negócios sustentáveis e sejam de irrestrito acesso público, com todas as suas reuniões pre-
iniciativas econômicas de caráter solidário e cooperativo, envolven- viamente divulgadas no Território e abertas ao acompanhamento
do as áreas de cultura, educação, meio ambiente, turismo, desen- de todos os interessados.
volvimento e inclusão social; § 2º No que se refere ao inciso III do “caput”, o Poder Público
II – criar e sinalizar rotas, polos e circuitos culturais, identifican- poderá estabelecer incentivos, formas de apoio e alocar recursos
do os bens, imóveis e paisagens significativas e áreas protegidas; financeiros, materiais e humanos para apoiar as ações previstas nos
III – promover o intercâmbio de informações e formação de Territórios de Interesse da Cultura e da Paisagem, entre as quais:
agentes locais, com vistas à obtenção de linhas de crédito, inser- I – concessão de benefícios fiscais;
ção nos mecanismos de incentivo e desenvolvimento de projetos II – isenção de taxas municipais para instalação e funcionamen-
culturais; to de atividades culturais;
IV – recuperar bens e áreas de valor histórico, cultural ou pai- III – simplificação dos procedimentos para instalação e funcio-
sagístico; namento e obtenção das autorizações e alvarás necessários;
V – fortalecer programas de formação de agentes comunitários IV – orientação técnica e jurídica para elaboração de projetos
locais, educadores e agentes da saúde, preferencialmente integra- para acesso a linhas de financiamento, patrocínio, incentivos à ino-
dos com instituições de ensino público superior; vação, à pesquisa e qualificação artística e técnica;
VI – desenvolver atividades escolares relacionadas com o estu- V – enquadramento, a critério do Ministério da Cultura, no con-
do do meio em âmbito local, incluindo leituras do espaço urbano, ceito de Território Certificado, entendido como perímetro prioritá-
do ambiente, da cultura e das artes; rio para investimentos com recursos federais de incentivo à cultura;
VII – estimular grupos culturais independentes, coletivos, coo- VI – disponibilização de plataforma de comunicação digital para
perativas e pequenos produtores culturais, visando à geração de integração virtual entre os TICP;
renda local e regional e o dinamismo econômico com sustentabili- VII – convênios e instrumentos de cooperação entre os entes
dade socioambiental; federados, bem como de apoio técnico, material e humano para
VIII – qualificar os espaços públicos e revitalizar as áreas aban- desenvolvimento das atividades.
donadas, garantindo o uso integrado dos equipamentos culturais e
sociais. TÍTULO IV
Art. 317. O Território de Interesse da Cultura e da Paisagem DA GESTÃO DEMOCRÁTICA E DO SISTEMA MUNICIPAL DE
deverá ser regulamentado por lei específica, que deverá prever: PLANEJAMENTO URBANO
I – a garantia de uma gestão democrática e participativa dos
TICP, com controle social, livre acesso à informação e transparência CAPÍTULO I
na tomada de decisões; DOS COMPONENTES DO SISTEMA MUNICIPAL DE PLANEJA-
II – a criação de um Conselho Gestor paritário, com represen- MENTO URBANO
tantes do Poder Público e da sociedade civil, para acompanhar, ava-
liar, recomendar e aprovar políticas, planos e ações relativas aos Art. 318. A gestão democrática da cidade, direito da sociedade
objetivos do TICP; e essencial para a concretização de suas funções sociais, será reali-
III – os incentivos de natureza fiscal e urbanísticos para possibi- zada mediante processo permanente, descentralizado e participati-
litar os objetivos previstos para os TICP; vo de planejamento, controle e avaliação, e será o fundamento para
IV – a delimitação de novos TICP, ressalvados os criados por a elaboração, revisão, aperfeiçoamento, implementação e acompa-
esta lei e pelos Planos Regionais; nhamento do Plano Diretor Estratégico e de planos, programas e
V – o detalhamento das ações estratégicas previstas, a serem projetos setoriais, regionais, locais e específicos.
elaboradas por meio de processos participativos.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 319. O Sistema Municipal de Planejamento Urbano será § 1º O Executivo deverá criar núcleos regionais de planejamen-
implementado pelos órgãos da Prefeitura, assegurando a partici- to, como instâncias vinculadas a cada Subprefeitura, atuando como
pação direta da população em todas as fases de planejamento e um colegiado intersetorial e interdisciplinar, responsáveis pela inte-
gestão democrática da cidade e garantindo as instâncias e instru- gração e articulação das políticas setoriais bem como pelo acompa-
mentos necessários para efetivação da participação da sociedade nhamento das ações voltadas à concretização dos princípios, dire-
na tomada de decisões, controle e avaliação da política, sendo com- trizes e ações do Plano Diretor, dos Planos Regionais e dos Planos de
posto por: Desenvolvimento de Bairro.
I – órgãos públicos; § 2º As Subprefeituras, em conjunto com o Conselho Partici-
II – sistema municipal de informação; pativo Municipal ou o Conselho de Representantes das Subprefei-
III – instâncias e instrumentos de participação social. turas, quando este vier a substituí-lo, realizarão ao menos uma vez
Art. 320. Além do Plano Diretor Estratégico, fazem parte do Sis- ao ano reunião de avaliação e acompanhamento da implantação
tema Municipal de Planejamento: do Plano Diretor, do respectivo Plano Regional e dos demais instru-
I – o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a Lei mentos urbanísticos.
Orçamentária Anual; § 3º O relatório de avaliação anual que subsidiará a análise dos
II – o Programa de Metas, constante na Lei Orgânica do Muni- Conselhos deverá ser elaborado pela Subprefeitura com apoio da
cípio; Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, e será disponi-
III – a Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo; bilizado com no mínimo 10 (dez) dias de antecedência da reunião
IV – os Planos Regionais das Subprefeituras; prevista no parágrafo anterior.
V – os Planos de Bairro; § 4º O resultado da reunião deverá ser publicado no Diário Ofi-
VI – os planos setoriais de políticas urbano-ambientais; cial da Cidade e no portal eletrônico da Prefeitura em até 15 (quin-
VII – o Código de Obras e Edificações e demais normas comple- ze) dias úteis, e subsidiará as deliberações do Conselho Municipal
mentares previstas nesta lei. de Política Urbana acerca das ações prioritárias para implantação
VIII - Plano Municipal de Cidades inteligentes.(Incluído pela Lei do Plano Diretor.
nº 17.975/2023) Art. 325. Os Conselhos Participativos Municipais ou os Conse-
Parágrafo único. As leis e planos citados no “caput” deverão lhos de Representantes das Subprefeituras, quando estes vierem a
observar as diretrizes e prioridades estabelecidas nesta lei. ser constituídos, têm como atribuições, dentre outras:
Art. 321. O Executivo promoverá a adequação da sua estrutura I – acompanhar, no âmbito do território da Subprefeitura, a
administrativa, quando necessário, para a incorporação dos objeti- aplicação do respectivo Plano Regional e dos Planos de Bairro e da
vos, diretrizes e ações previstos nesta lei, mediante a reformulação ordenação e disciplina do parcelamento e do uso e ocupação do
das competências de seus órgãos da administração direta. solo, participando ativamente de todo o processo de elaboração
Parágrafo único. Cabe ao Executivo garantir os recursos e pro- dos mesmos;
cedimentos necessários para a formação e manutenção dos qua- II – manifestar-se sobre os Planos de Bairro que venham a ser
dros necessários no funcionalismo público para a implementação apresentados no âmbito do território da Subprefeitura;
desta lei. III – opinar sobre planos e projetos específicos integrantes do
Art. 322. A participação dos munícipes em todo processo de Plano Regional;
planejamento e gestão da cidade será baseada na plena informa- IV – indicar ao Conselho Municipal de Política Urbana ações
ção, disponibilizada pelo Executivo com a devida antecedência e de prioritárias consideradas mais relevantes, até maio de cada ano;
pleno acesso público, garantindo a transparência, acesso à informa- V – indicar membros para compor o Conselho Municipal de Po-
ção, a participação e os preceitos da gestão democrática. lítica Urbana, respeitada a proporção macrorregional;
Art. 323. O Executivo promoverá a cooperação com municípios VI – encaminhar propostas de revisão do Plano Regional;
vizinhos e com órgãos estaduais, visando formular políticas, dire- VII – opinar sobre Projetos de Intervenção Urbana no âmbito
trizes, planos, projetos e ações conjugadas destinadas à superação do território da Subprefeitura.
de problemas setoriais ou regionais comuns, bem como firmar con-
vênios ou estabelecer consórcios para articulação com o Governo CAPÍTULO II
do Estado de São Paulo e o Governo Federal, no gerenciamento e DAS INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR
implementação de projetos urbanísticos, na aplicação conjunta de
recursos e na regularização e administração das áreas remanescen- SEÇÃO I
tes. DA CONFERÊNCIA MUNICIPAL DA CIDADE DE SÃO PAULO
Parágrafo único. As leis orçamentárias e o Programa de Metas
deverão considerar o disposto nos planos intermunicipais e metro- Art. 326. A Conferência Municipal da Cidade de São Paulo, con-
politanos de cuja elaboração o Executivo tenha participado, com a vocada pelo Executivo, observará o calendário nacional e será ar-
finalidade de veicular suas disposições. ticulada com o Sistema de Participação do Ministério das Cidades,
Art. 324. As Subprefeituras participarão ativamente do proces- representando etapa preparatória para as conferências estadual e
so permanente de planejamento, supervisionando a execução das nacional, ou no mínimo a cada 3 (três) anos.
disposições do Plano Diretor Estratégico e de seu respectivo Plano § 1º A composição e as atribuições da Comissão Preparatória
Regional, no tocante aos seus princípios e objetivos, bem como no Municipal deverão respeitar, quando houver, as resoluções do Con-
que se refere à execução e fiscalização do planejamento urbanístico selho das Cidades, do Ministério das Cidades.
veiculado pelas leis orçamentárias e pelo Programa de Metas. § 2º Caberá à Conferência Municipal:
I – avaliar e propor diretrizes para a Política de Desenvolvimen-
to Urbano do Município;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

II – sugerir propostas de alteração da Lei do Plano Diretor Estra- n) 1 (um) membro eleito entre os representantes do Conse-
tégico e da legislação urbanística complementar a serem considera- lho Municipal da Pessoa com Deficiência;(Redação dada pela Lei nº
das no momento de sua modificação ou revisão; 17.975/2023)
III – discutir as pautas nacionais, estaduais, metropolitanas e o) 1 (um) membro eleito entre os representantes do Conselho
municipais propostas para a Política de Desenvolvimento Urbano; Municipal de Trânsito e Transporte – CMTT;
IV – (Revogado pela Lei nº 17.975/2023) p) 1 (um) membro eleito entre os representantes do Conselho
§ 3º O Prefeito poderá convocar extraordinariamente a Confe- Municipal de Habitação – CMH.
rência Municipal da Cidade, determinando sua competência. § 2º Terão assento com direito a voz no Conselho 4 (quatro)
representantes de órgãos estaduais com atuação metropolitana,
SEÇÃO II além de 1 (um) representante de cada consórcio de municípios in-
DO CONSELHO MUNICIPAL DE POLÍTICA URBANA tegrantes da região metropolitana.
§ 3º O Prefeito indicará a Presidência do Conselho Municipal
SUBSEÇÃO I de Política Urbana.
DA COMPOSIÇÃO DO CONSELHO MUNICIPAL DE POLÍTICA § 4º No caso de empate nas deliberações, caberá ao Presidente
URBANA o voto de qualidade.
§ 5º O Executivo regulamentará por decreto o processo elei-
Art. 327. O Conselho Municipal de Política Urbana – CMPU, ór- toral para a eleição dos representantes da sociedade civil.(Regula-
gão colegiado integrante da estrutura da Secretaria Municipal de mentado pelo Decreto nº 55.750/2014)
Desenvolvimento Urbano, tem por finalidade estudar e propor di- § 6º Os representantes da sociedade civil serão eleitos pelos
retrizes para a formulação e implementação da Política Municipal seus pares mediante processo coordenado por comissão eleitoral
de Desenvolvimento Urbano, bem como acompanhar e avaliar sua paritária do CMPU.
execução, conforme dispõe a Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho § 7º Para eleição dos representantes relacionados nas alíneas
de 2001. “b” a “l” do inciso II deste artigo, será garantido direito a voto a
§ 1º O CMPU será composto por 60 (sessenta) membros titu- todo e qualquer cidadão com título eleitoral, sem necessidade de
lares e respectivos suplentes, representantes do Poder Público e pré-cadastramento.
da sociedade civil, organizados por segmentos, com direito a voz e § 8º Os demais representantes da sociedade civil serão escolhi-
voto, a saber: dos no âmbito dos órgãos dos quais sejam integrantes.
I – 26 (vinte e seis) membros representantes de órgãos do Po- § 9º O mandato será de dois anos, sendo permitida apenas
der Público indicados pelo Prefeito, sendo no mínimo: uma recondução sucessiva.
a) 2 (dois) membros da Secretaria Municipal de Desenvolvi- Art. 328. O Conselho Municipal de Política Urbana reunir-se-á
mento Urbano; ordinariamente a cada dois meses e extraordinariamente de acordo
b) 8 (oito) membros das Subprefeituras, um por macrorregião, com a necessidade, sendo suas regras de funcionamento estabele-
de acordo com a divisão utilizada pelo Executivo; cidas em Regimento Interno.
II – 34 (trinta e quatro) membros da sociedade civil, distribuí- § 1º As reuniões do Conselho Municipal de Política Urbana po-
dos da seguinte forma: derão ser acompanhadas por qualquer munícipe e a documentação
a) 8 (oito) membros oriundos do Conselho Participativo Muni- decorrente das reuniões deverá ser publicada no portal eletrônico
cipal ou do Conselho de Representantes, um de cada macrorregião, da Prefeitura no prazo de 15 (quinze) dias após a sua realização.
de acordo com a divisão utilizada pelo Executivo; § 2º As datas, horários e pautas das reuniões serão disponibili-
b) 4 (quatro) membros representantes dos movimentos de mo- zadas no portal eletrônico da Prefeitura para pleno acesso público
radia; com, no mínimo, 7 (sete) dias de antecedência de sua realização.
c) 4 (quatro) membros representantes de associações de bair-
ros; SUBSEÇÃO II
d) 4 (quatro) membros representantes do setor empresarial, DAS ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO MUNICIPAL DE POLÍTICA
sendo no mínimo 1 (um) da indústria, 1 (um) do comércio e 1 (um) URBANA
de serviços;
e) 1 (um) membro representante dos trabalhadores, por suas Art. 329. Competem ao Conselho Municipal de Política Urbana,
entidades sindicais; dentre outras, as seguintes atribuições:
f) 1 (um) membro de ONGs; I – acompanhar a execução da Política de Desenvolvimento
g) 1 (um) membro de entidades profissionais; Urbano do Município veiculada por intermédio do Plano Diretor
h) 2 (dois) membros de entidades acadêmicas e de pesquisa; Estratégico;
i) 2 (dois) membros representantes de movimentos ambienta- II – debater e apresentar sugestões à proposta de alteração do
listas; Plano Diretor Estratégico;
j) 1 (um) membro representante de movimentos de mobilidade III – debater e elaborar propostas de projetos de lei de interes-
urbana; se urbanístico e regulamentações decorrentes desta lei;
k) 1 (um) membro representante de movimentos culturais; IV – apreciar relatório emitido pelo Executivo com a indicação
l) 1 (um) membro representante de entidades religiosas; das ações prioritárias previstas no PDE e especialmente indicadas
m) 1 (um) membro escolhido dentre os representantes do Con- para execução no exercício do ano seguinte, identificando os pro-
selho Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável gramas passíveis de serem financiados pelo FUNDURB e indicando
– CADES; a necessidade de fontes complementares;

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

V – encaminhar ao Executivo ao final de cada gestão, para sub- VI – apoiar tecnicamente o CMPU, no que se refere às questões
sidiar a elaboração do Programa de Metas do próximo Governo, urbanísticas e ambientais;
memorial sugerindo prioridades no tocante à implantação do Plano VII – encaminhar suas propostas para manifestação do CMPU;
Diretor Estratégico; VIII – elaborar proposta de seu regimento interno.
VI – debater as diretrizes para áreas públicas municipais; § 1º Dos membros que compõem a Câmara Técnica de Legisla-
VII – acompanhar a aplicação dos recursos arrecadados pelo ção Urbanística – CTLU, 50% (cinquenta por cento) são representan-
FUNDURB; tes do Executivo e 50% (cinquenta por cento) são representantes da
VIII – acompanhar a prestação de contas do FUNDURB; sociedade civil, indicados no Conselho Municipal de Política Urbana
IX – promover a articulação entre os conselhos setoriais, em es- – CMPU.
pecial dos Conselhos de Habitação (CMH), Saneamento Ambiental e § 2º Os membros da CTLU deverão ter experiência compatível
Infraestrutura (FMSAI), Meio Ambiente e Desenvolvimento Susten- com o planejamento e a gestão urbana, notadamente nos campos
tável (CADES), Trânsito e Transportes (CMTT), Patrimônio Histórico, do urbanismo, paisagismo e meio ambiente.
Cultural e Ambiental (CONPRESP), Planejamento e Orçamentos Par-
ticipativos (CPOP), além dos Conselhos Participativos Municipais; SEÇÃO IV
X – encaminhar propostas e ações voltadas para o desenvolvi- DA COMISSÃO DE PROTEÇÃO À PAISAGEM URBANA
mento urbano;
XI – encaminhar propostas aos Órgãos Municipais e Conselhos Art. 331. Cabem à Comissão de Proteção à Paisagem Urbana
Gestores dos Fundos Públicos Municipais com o objetivo de esti- – CPPU, órgão colegiado do Sistema de Planejamento e Gestão De-
mular a implementação das ações prioritárias contidas nesta lei por mocrática do Município, as seguintes competências:
meio da integração territorial dos investimentos setoriais; I – apreciar, emitir parecer e deliberar sobre casos de aplicação
XII – debater e apresentar sugestões às propostas de Área de da legislação específica sobre anúncios, mobiliário urbano, infraes-
Intervenção Urbana e Operação Urbana; trutura, inserção e remoção de elementos na paisagem urbana;
XIII – debater e apresentar sugestões às Parcerias Público-Pri- II – dirimir dúvidas na interpretação da legislação específica ou
vadas quando diretamente relacionadas com os instrumentos refe- em face de casos omissos;
rentes à implementação do Plano Diretor Estratégico; III – elaborar e apreciar projetos de normas modificativas ou
XIV – aprovar relatório anual e debater plano de trabalho para inovadoras da legislação vigente, referentes a anúncios, mobiliário
o ano subsequente de implementação dos instrumentos indutores urbano e outros elementos que constituem a paisagem urbana;
da função social da propriedade, elaborado pelo Executivo; IV – propor ao Conselho Municipal de Política Urbana diretrizes
XV – apreciar, para envio ao Executivo, os Planos de Bairro, des- relativas à proteção e promoção da qualidade da paisagem urbana;
de que tenham sido aprovados no respectivo Conselho Participativo V – propor e expedir atos normativos administrativos sobre a
Municipal; ordenação dos anúncios, de mobiliário urbano e de infraestrutura e
XVI – elaborar e aprovar regimento interno. demais elementos da paisagem;
§ 1º Para cumprir suas atribuições, o CMPU receberá relatórios VI – propor normas e regramentos relativos às novas tecnolo-
anuais de monitoramento da implementação do Plano Diretor Es- gias e meios de veiculação de anúncios, bem como projetos diferen-
tratégico, produzidos pelo Executivo ou elaborados sob sua coorde- ciados que tenham interferência na paisagem urbana;
nação, com detalhamento dos recursos e das respectivas aplicações VII – expedir atos normativos para fiel execução desta lei e de
realizadas no período. seu regulamento, apreciando e decidindo a matéria pertinente;
§ 2º O CMPU tem prazo de 2 (duas) reuniões para apreciar e VIII – deliberar sobre o Plano Municipal de Ordenamento da
deliberar sobre os itens previstos neste artigo e, caso o prazo decor- Paisagem Urbana e fiscalizar sua implementação.
ra sem que haja uma decisão, caberá ao Presidente dar os encami-
nhamentos necessários. CAPÍTULO III
DOS INSTRUMENTOS DE PARTICIPAÇÃO SOCIAL
SEÇÃO III
DA CÂMARA TÉCNICA DE LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA SEÇÃO I
DAS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS
Art. 330. Cabem à Câmara Técnica de Legislação Urbanística –
CTLU as seguintes atribuições: Art. 332. A Prefeitura realizará audiências públicas por ocasião
I – analisar casos não previstos e dirimir dúvidas na aplicação do processo de licenciamento de empreendimentos e atividades
desta lei e da legislação de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo; públicas e privadas de impacto urbanístico ou ambiental, para os
II – debater e apresentar sugestões às propostas de alteração quais sejam exigidos estudos e relatórios de impacto ambiental ou
do Plano Diretor e da legislação de Parcelamento, Uso e Ocupação de vizinhança.
do Solo, quando solicitado pelo Presidente; § 1º Todos os documentos relativos ao tema da audiência pú-
III – debater e apresentar sugestões aos projetos de lei de inte- blica, tais como estudos, plantas, planilhas e projetos, serão colo-
resse urbanístico e ambiental; cados à disposição de qualquer interessado para exame e extração
IV – aprovar as propostas de participação dos interessados nas de cópias, inclusive por meio eletrônico e em formato aberto, com
Operações Urbanas Consorciadas, quando assim dispuser a lei es- antecedência mínima de 10 (dez) dias da realização da respectiva
pecífica; audiência pública.
V – responder consultas e deliberar nas hipóteses previstas na
legislação municipal;

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 2º As intervenções realizadas em audiência pública deverão I – dotações orçamentárias e créditos adicionais suplementares
ser registradas para acesso e divulgação públicos em até 20 (vinte) a ele destinados;(Regulamentado pelo Decreto nº 57.547./2016)
dias da sua realização e deverão constar no respectivo processo ad- II – repasses ou dotações de origem orçamentária da União ou
ministrativo. do Estado de São Paulo a ele destinados;(Regulamentado pelo De-
§ 3º O Executivo dará ampla publicidade aos resultados advin- creto nº 57.547./2016)
dos das audiências públicas que promoverá, especialmente indican- III – empréstimos de operações de financiamento internos ou
do as medidas adotadas em função das opiniões e manifestações externos;(Regulamentado pelo Decreto nº 57.547./2016)
colhidas junto à população. IV – contribuições ou doações de pessoas físicas ou jurídi-
§ 4º O Executivo poderá complementar as audiências públicas cas;(Regulamentado pelo Decreto nº 57.547./2016)
com atividades participativas que ampliem a participação dos muní- V – contribuições ou doações de entidades internacionais;(Re-
cipes, tais como oficinas, seminários e atividades formativas. gulamentado pelo Decreto nº 57.547./2016)
VI – acordos, contratos, consórcios e convênios;(Regulamenta-
SEÇÃO II do pelo Decreto nº 57.547./2016)
DA INICIATIVA POPULAR DE PLANOS, PROGRAMAS E PROJE- VII – rendimentos obtidos com a aplicação do seu próprio patri-
TOS DE DESENVOLVIMENTO URBANO mônio;(Regulamentado pelo Decreto nº 57.547./2016)
VIII – outorga onerosa e transferência de potencial construti-
Art. 333. A iniciativa popular de planos, programas e projetos vo;(Regulamentado pelo Decreto nº 57.547./2016)
de desenvolvimento urbano poderá ser tomada por, no mínimo, 2% IX – contribuição de melhoria decorrente de obras públicas
(dois por cento) dos eleitores do Município em caso de planos, pro- realizadas com base na Lei do Plano Diretor Estratégico, excetuada
gramas e projetos de impacto estrutural sobre a cidade, e 2% (dois aquela proveniente do asfaltamento de vias públicas;(Regulamen-
por cento) dos eleitores de cada Subprefeitura em caso de seu im- tado pelo Decreto nº 57.547./2016)
pacto restringir-se ao território da respectiva Subprefeitura. X – receitas provenientes de concessão urbanística;(Regula-
Art. 334. Qualquer proposta de iniciativa popular de planos, mentado pelo Decreto nº 57.547./2016)
programas e projetos de desenvolvimento urbano e ambiental de- XI – retornos e resultados de suas aplicações;(Regulamentado
verá ser apreciada pelo Executivo em parecer técnico circunstancia- pelo Decreto nº 57.547./2016)
do sobre o seu conteúdo e alcance, a ser disponibilizado no portal XII – multas, correção monetária e juros recebidos em de-
eletrônico da Prefeitura no prazo de 120 (cento e vinte) dias a partir corrência de suas aplicações;(Regulamentado pelo Decreto nº
de sua apresentação, podendo este prazo ser prorrogado por moti- 57.547./2016)
vo fundamentado. XIII – outras receitas eventuais.(Regulamentado pelo Decreto
nº 57.547./2016)
SEÇÃO III Art. 338. Os recursos do Fundo de Desenvolvimento Urbano –
DA INICIATIVA POPULAR DE PROJETOS DE LEI, DO PLEBISCITO FUNDURB serão depositados em conta corrente especial mantida
E REFERENDO em instituição financeira, especialmente aberta para esta finalida-
de.
Art. 335. A iniciativa popular de projetos de lei, o plebiscito e o
referendo ocorrerão nos termos da legislação federal pertinente, da SEÇÃO II
Lei Orgânica do Município e da legislação municipal complementar. DAS DESTINAÇÕES DE RECURSOS

SEÇÃO IV Art. 339. Os recursos do Fundo de Desenvolvimento Urbano


DOS INSTRUMENTOS DE PROMOÇÃO DA CIDADANIA – FUNDURB serão aplicados com base nos objetivos, diretrizes, pla-
nos, programas e projetos urbanísticos e ambientais integrantes ou
Art. 336. O Executivo promoverá atividades de formação para decorrentes da Lei do Plano Diretor Estratégico e tendo como refe-
os munícipes, como cursos, seminários e oficinas, com o objetivo de rência o previsto no Programa de Metas do Município, conforme as
ampliar a troca de informação sobre as políticas de desenvolvimen- seguintes prioridades:
to urbano, favorecendo seu contínuo aperfeiçoamento. I – execução de programas e projetos habitacionais de interes-
Parágrafo único. Tais atividades serão planejadas em conjunto se social, incluindo a regularização fundiária e a aquisição de imó-
com os representantes dos conselhos setoriais e deverão ser orga- veis para constituição de reserva fundiária e de parque habitacional
nizadas, ordinariamente, no mínimo uma vez por ano, antecedendo público de locação social;
a discussão do orçamento municipal. II – sistema de transporte coletivo público, sistema cicloviário e
sistema de circulação de pedestres;
CAPÍTULO IV III - ordenamento e direcionamento da estruturação urbana,
DO FUNDO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO URBANO incluindo infraestrutura, drenagem, saneamento, investimentos
destinados à implantação de parques lineares, à realização de me-
SEÇÃO I lhorias em vias estruturais ou de transporte público coletivo de pas-
DAS FONTES DE RECURSOS sageiros, que engloba pavimentação e recapeamento, e à requalifi-
cação de eixos ou polos de centralidade;(Redação dada pela Lei nº
Art. 337. O Fundo de Desenvolvimento Urbano – FUNDURB 17.975/2023)
será constituído de recursos provenientes de:(Regulamentado pelo IV – implantação de equipamentos urbanos e comunitários, es-
Decreto nº 57.547./2016) paços públicos de lazer e áreas verdes;

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

V – proteção, recuperação e valorização de bens e de áreas de b) 1 (um) representante do Conselho Municipal de Habitação
valor histórico, cultural ou paisagístico, incluindo o financiamento – CMH;
de obras em imóveis públicos classificados como ZEPEC; c) 1 (um) representante do Conselho Municipal de Trânsito e
VI – criação de unidades de conservação ou proteção de outras Transporte – CMTT;
áreas de interesse ambiental. d) 1 (um) representante do Conselho Municipal de Meio Am-
§ 1º É vedada a aplicação dos recursos financeiros do FUNDURB biente e Desenvolvimento Sustentável – CADES.
em despesas de custeio e projetos, ressalvadas aquelas relaciona- § 1º O Prefeito indicará a Presidência do Conselho Gestor do
das com a elaboração de projetos destinados à execução das obras FUNDURB.
e intervenções de que trata o “caput” e para a elaboração de Planos § 2º No caso de empate nas deliberações, caberá ao Presidente
de Bairro e Planos Regionais de Subprefeituras. do Conselho Gestor do FUNDURB o voto de qualidade.
§ 2º Despesas com gerenciamento de obras ou projetos ficam § 3º O mandato dos conselheiros eleitos será de 2 (dois) anos,
limitadas no máximo ao valor de 10% (dez por cento) do destinado sendo permitida apenas uma recondução.
pelo FUNDURB para cada obra ou projeto. Art. 342. O plano de aplicação de recursos financeiros do FUN-
Art. 340. Os recursos arrecadados pelo FUNDURB deverão res- DURB deverá ser aprovado pelo Conselho Gestor do Fundo e enca-
peitar anualmente o limite de: minhado, anualmente, anexo à lei orçamentária, para aprovação da
I - ao menos 40% (quarenta por cento) destinados preferencial- Câmara Municipal.
mente a projetos e produção de Habitação de Interesse Social – HIS § 1º Além do plano anual de aplicação de recursos aprovado,
1, inclusive a aquisição de terrenos para este fim, preferencialmen- a Secretaria Executiva do FUNDURB deverá encaminhar ao CMPU,
te na Macroárea de Estruturação Metropolitana, na Macroárea de semestralmente, relatório detalhado dos recursos e das respectivas
Urbanização Consolidada e na Macroárea de Qualificação da Ur- aplicações realizadas no período.
banização e Macroárea de Redução da Vulnerabilidade Urbana e § 2º O Conselho Gestor do Fundo deverá analisar, anualmente,
Recuperação Ambiental e na Macroárea de Controle e Qualificação a prestação de contas do exercício anterior e aprová-la, se a consi-
Urbana e Ambiental, preferencialmente classificados como ZEIS 1, derar adequada e correta, garantindo sua publicação no sítio eletrô-
ZEIS 3, ZEIS 4, conforme mapa 4A anexo, sendo 10% destinados a nico da Prefeitura.
regularização fundiária e reurbanização de favelas com prioridade
para áreas de risco R3 e R4 e áreas de mananciais;(Redação dada CAPÍTULO V
pela Lei nº 17.975/2023) DO SISTEMA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E DO SISTEMA
II - ao menos 30% (trinta por cento) destinados à implantação e DE INFORMAÇÕES, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO PDE
realização de melhorias nas vias estruturais e nos sistemas de trans-
porte público coletivo, cicloviário e de circulação de pedestres.(Re- SEÇÃO I
dação dada pela Lei nº 17.975/2023) DA ARTICULAÇÃO DO PLANO DIRETOR COM O PROGRAMA
§ 1º Os recursos especificados no inciso I, que não sejam exe- DE METAS, PLANO PLURIANUAL E ORÇAMENTO PROGRAMA
cutados no montante mínimo estabelecido, deverão permanecer
reservados por um período de um ano, após este prazo, o Conselho Art. 343. A legislação orçamentária e o Programa de Metas ob-
Gestor poderá destinar este recurso para subsídio em programas servarão o planejamento urbanístico estatuído neste Plano Diretor
estaduais e federais de provisão de Habitação de Interesse Social. Estratégico, nos termos expostos nesta lei.
§ 2º Os recursos especificados nos incisos I e II do “caput”, que § 1º As leis do Plano Plurianual, das Diretrizes Orçamentárias,
não sejam executados no montante mínimo estabelecido, deverão do Orçamento Anual e do Programa de Metas, incorporarão as
permanecer reservados por um período de 2 (dois) anos, após este ações prioritárias do Plano Diretor Estratégico aos seus termos, res-
prazo, o Conselho Gestor poderá dar destinação diversa conforme peitadas as restrições legais, técnicas e orçamentário-financeiras.
previsto no art. 339. § 2º O Conselho Municipal de Política Urbana poderá sugerir
§ 3º No exercício seguinte ao ano de promulgação desta lei, ao Executivo a complementação ou suplementação de dotações or-
aplicam-se os limites estabelecidos no “caput” ao saldo do FUN- çamentárias para a execução de ações ou programas constantes na
DURB. relação de ações prioritárias, bem como solicitar esclarecimentos
§ 4º No mínimo 50% do recurso utilizado para pavimentação e acerca da execução orçamentária referente à implementação de
recapeamento, que trata no inciso III do art. 339 desta Lei, deverá ser tais ações e programas.
destinado a bairros periféricos.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023) § 3º Ao final do exercício fiscal, o Executivo encaminhará ao
Conselho Municipal de Política Urbana o relatório de execução or-
SEÇÃO III çamentária das ações e programas previstos no Plano Diretor Es-
DA GESTÃO E CONTROLE SOCIAL tratégico.

Art. 341. O Fundo de Desenvolvimento Urbano – FUNDURB SEÇÃO II


será administrado por um Conselho Gestor paritário, composto por DOS PLANOS REGIONAIS DAS SUBPREFEITURAS NO SISTEMA
10 (dez) membros titulares e respectivos suplentes, assim defini- DE PLANEJAMENTO
dos:
I – 5 (cinco) representantes de órgãos do Poder Público; Art. 344. Os Planos Regionais das Subprefeituras integram o
II – 5 (cinco) representantes da sociedade civil, oriundos dos Sistema Municipal de Planejamento Urbano, detalham as diretrizes
seguintes Conselhos Municipais: deste Plano Diretor Estratégico no âmbito territorial de cada Sub-
a) 2 (dois) representantes do Conselho Municipal de Política prefeitura, articulam as políticas setoriais e complementam as pro-
Urbana – CMPU; posições relacionadas às questões urbanístico-ambientais em seus
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

aspectos físicos e territoriais e demarcam os instrumentos urbanís- a) indicação de bens, imóveis e espaços dotados de especial
ticos e ambientais previstos nesta lei.(Regulamentado pelo Decreto interesse afetivo, simbólico e religioso para a coletividade a serem
nº 57.537./2016) incluídas como Zonas Especiais de Preservação Cultural – ZEPE-
Art. 345. Os Planos Regionais das Subprefeituras instituídos C;(Regulamentado pelo Decreto nº 57.537./2016)
pela Lei nº 13.885, de 2004, serão revistos de forma articulada à Lei b) indicação de áreas para proteção ambiental em função de
de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo no prazo de até 360 (tre- exigência de manejo sustentável dos recursos hídricos e outros re-
zentos e sessenta) dias a partir da vigência desta lei.(Regulamenta- cursos naturais, para assegurar o bem-estar da população do Muni-
do pelo Decreto nº 57.537./2016) cípio, de suas características de cobertura vegetal, recursos hídricos
§ 1º A revisão dos Planos Regionais das Subprefeituras será e fragilidade geotécnica, a serem incluídas como Zonas Especiais de
elaborada pelas Subprefeituras com a participação do Núcleo Re- Proteção Ambiental – ZEPAM, observado o disposto no art. 69;(Re-
gional de Planejamento, que deverá ter composição intersetorial e gulamentado pelo Decreto nº 57.537./2016)
interdisciplinar, sob a supervisão da Secretaria Municipal de Coor- c) indicação de novos parques urbanos, lineares e de praças
denação das Subprefeituras e da Secretaria Municipal de Desenvol- públicas;(Regulamentado pelo Decreto nº 57.537./2016)
vimento Urbano.(Regulamentado pelo Decreto nº 57.537./2016) V – indicar áreas para demarcação de Territórios de Interesse
§ 2º A revisão dos Planos Regionais das Subprefeituras deverá da Cultura e da Paisagem e de Polos de Economia Criativa – Distritos
ser elaborada com a participação dos munícipes em todas as suas Criativos;(Regulamentado pelo Decreto nº 57.537./2016)
etapas, com base em informações disponibilizadas pela Prefeitura, VI – reservar glebas e terrenos para o atendimento ao déficit
e acompanhada pelos Conselhos de Representantes das Subprefei- acumulado e às necessidades futuras de habitação social com a in-
turas, previstos nos arts. 54 e 55 da Lei Orgânica do Município, ou, dicação de novas Zonas Especiais de Interesse Social – ZEIS;(Regula-
até a instituição destes, pelos Conselhos Participativos Municipais. mentado pelo Decreto nº 57.537./2016)
(Regulamentado pelo Decreto nº 57.537./2016) VII – propor mecanismos de ampliação, regulação e ordena-
§ 3º A revisão dos Planos Regionais das Subprefeituras locali- mento dos espaços livres públicos;(Regulamentado pelo Decreto nº
zadas nos limites do Município deverá estar articulada, sempre que 57.537./2016)
possível, aos planos diretores dos municípios vizinhos e poderá bus- VIII – propor medidas e estratégias para melhorar a conectivi-
car a participação dos Consórcios Intermunicipais da Região Metro- dade entre os parques e áreas verdes públicas e particulares, pre-
politana de São Paulo na região em que a Subprefeitura se insere, vendo caminhos verdes e áreas prioritárias para arborização urba-
na perspectiva de articular políticas setoriais e serviços de interesse na;(Regulamentado pelo Decreto nº 57.537./2016)
comum.(Regulamentado pelo Decreto nº 57.537./2016) IX – propor ações para a redução da necessidade de desloca-
Art. 346. Em consonância com as diretrizes expressas nesta lei, mento e a melhoria do sistema viário e de transporte coletivo, por
os Planos Regionais das Subprefeituras têm como objetivos:(Regu- meio da definição de especificidades do subsistema viário coletor e
lamentado pelo Decreto nº 57.537./2016) local, incluindo rede cicloviária e de circulação de pedestres, acessi-
I – indicar as transformações sociais, econômicas, territoriais e bilidade universal nos espaços públicos, com base no Plano Munici-
ambientais no horizonte temporal do Plano Diretor e as propostas pal de Mobilidade;(Regulamentado pelo Decreto nº 57.537./2016)
de estratégias, ações e metas que comporão o Programa de Ação da X – dar diretrizes e demarcar perímetros para projetos das
Subprefeitura, definido para o período de 4 (quatro) anos, conside- Áreas de Estruturação Local, buscando contemplar os interesses
rando as demandas da região e sua articulação com o Programa de e as necessidades locais, prever a utilização racional dos recursos
Metas.(Regulamentado pelo Decreto nº 57.537./2016) naturais e articular as prioridades locais com ações institucionais,
II – buscar a redução das desigualdades socioterritoriais de educativas e com equipamentos sociais em sua área de influência,
cada Subprefeitura, visando responder às necessidades e opções observando-se as estratégias de ordenamento territorial presentes
da população que ali mora e trabalha por meio de:(Regulamentado nesta lei;(Regulamentado pelo Decreto nº 57.537./2016)
pelo Decreto nº 57.537./2016) XI – indicar locais para instalação de galerias para uso compar-
a) garantia do equilíbrio entre a mescla de usos residenciais e tilhado de serviços públicos, de centrais de produção de utilidades
não residenciais;(Regulamentado pelo Decreto nº 57.537./2016) energéticas localizadas e de cogeração de energia;(Regulamentado
b) definição de ações indutoras do desenvolvimento local, a pelo Decreto nº 57.537./2016)
partir das vocações regionais;(Regulamentado pelo Decreto nº XII – indicar áreas para localização de equipamentos neces-
57.537./2016) sários à gestão de resíduos sólidos, inclusive para cooperativas de
c) indicação de novas áreas públicas para a implantação de catadores de materiais recicláveis;(Regulamentado pelo Decreto nº
equipamentos sociais e áreas verdes, observados os planos seto- 57.537./2016)
riais;(Regulamentado pelo Decreto nº 57.537./2016) XIII – propor composição, com Subprefeituras vizinhas, de ins-
III – garantir a função social da propriedade e a aplicação dos tâncias intermediárias de planejamento e gestão, sempre que o
instrumentos do Estatuto da Cidade por meio de:(Regulamentado tema ou serviço exija tratamento além dos limites territoriais da
pelo Decreto nº 57.537./2016) Subprefeitura.(Regulamentado pelo Decreto nº 57.537./2016)
a) indicação de imóveis não edificados, subutilizados ou não § 1º Os Planos Regionais das Subprefeituras deverão incorporar
utilizados;(Regulamentado pelo Decreto nº 57.537./2016) e compatibilizar as demandas e proposições surgidas nos Planos de
b) indicação de novas áreas em que se aplicam os instrumentos Bairro.(Regulamentado pelo Decreto nº 57.537./2016)
de que tratam a Seção I, do Capítulo III, do Título II desta lei;(Regu- § 2º Os Planos Regionais das Subprefeituras devem observar os
lamentado pelo Decreto nº 57.537./2016) planos setoriais, em especial o Plano de Gestão Integrada de Resí-
IV – proteger o patrimônio ambiental e cultural por meio duos Sólidos, o Plano Municipal de Habitação, o Plano Municipal de
de:(Regulamentado pelo Decreto nº 57.537./2016) Mobilidade e o Plano Municipal de Saneamento.(Regulamentado
pelo Decreto nº 57.537./2016)
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 3º Os Planos Regionais das Subprefeituras deverão consi- Art. 349. Os conteúdos do Plano de Bairro deverão ser elabora-
derar estudos e diagnósticos macrorregionais de desenvolvimen- dos a partir das seguintes diretrizes:
to urbano-ambiental comuns.(Regulamentado pelo Decreto nº I – identificação de diferentes demandas urbanas, sociais e am-
57.537./2016) bientais a partir de:
§ 4º O Plano de Ação da Subprefeitura será atualizado quadrie- a) pesquisas de campo realizadas junto aos moradores dos
nalmente, ouvido o Conselho de Representantes, em até 180 (cento bairros;
e oitenta) dias após a publicação do Programa de Metas, visando b) análises de dados secundários produzidos por diferentes ór-
garantir a compatibilidade entre a territorialização das ações seto- gãos de pesquisa;
riais previstas e as diretrizes estabelecidas nesta lei e nos Planos c) análises de estudos existentes;
Regionais.(Regulamentado pelo Decreto nº 57.537./2016) II – utilização de metodologias participativas nas diferentes eta-
pas de elaboração;
SEÇÃO III III – utilização de abordagens interdisciplinares.
DO PLANO DE BAIRRO NO SISTEMA DE PLANEJAMENTO Art. 350. Os Planos de Bairro têm como objetivos:
I – articular as questões locais com as questões estruturais da
Art. 347. Os Planos de Bairro integram o Sistema de Planeja- cidade;
mento do Município, subordinando-se às diretrizes definidas nesta II – fortalecer a economia local e estimular as oportunidades
lei, na Lei de Uso e Ocupação do Solo e nos Planos Regionais das de trabalho;
Subprefeituras. III – estabelecer diretrizes para a implantação de mobiliário ur-
§ 1º Os Planos de Bairro poderão ser elaborados pelas asso- bano, padrões de piso e de equipamentos de infraestrutura, garan-
ciações de representantes de moradores ou pelas Subprefeituras, tindo acessibilidade e mobilidade dos pedestres, sobretudo aqueles
com a participação dos Conselhos Participativos Municipais e acom- portadores de necessidades especiais;
panhamento do Legislativo e do Núcleo de Planejamento de cada IV – levantar as necessidades locais por equipamentos públi-
Subprefeitura. cos, sociais e de lazer;
§ 2º Os Planos de Bairro deverão ser considerados na revisão V – relacionar as unidades de paisagem em que se ambientam,
dos Planos Regionais das Subprefeituras e, após regular aprovação, os equipamentos, políticas e projetos nos setores urbanos em que
assegurada a participação social, internalizados no Sistema de Pla- se inserem, considerando os planos setoriais no que se refere às
nejamento por meio dos respectivos Planos de Ação das Subprefei- questões físico-territoriais;
turas.(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023) VI – identificar as manifestações artísticas e culturais, a fim de
§ 3º Em face do previsto no caput e no § 2º deste artigo quanto fomentar a preservação da memória dos bairros, as identidades cul-
à integração dos Planos de Bairros no Sistema de Planejamento do turais e geográficas, bem como apoiar a preservação do patrimônio
Município, deverá ser previsto procedimento para a elaboração dos imaterial;
Planos Bairros, com a definição de etapas que permitam a análise VII – identificar o patrimônio ambiental local, propondo estra-
de sua admissibilidade em face da compatibilidade com a normati- tégias para sua conservação.
zação vigente, bem como assegurem a participação social, observa- Art. 351. O Plano de Bairro poderá conter, entre outras, propos-
do o previsto no art. 348 desta Lei quanto à aprovação final pelos tas para melhorar:
Conselhos de Representantes ou Conselho Participativo, se o caso, I – a infraestrutura de microdrenagem e de iluminação pública;
e debate com o Conselho Municipal de Política Urbana.(Incluído II – a oferta e o funcionamento de equipamentos urbanos e
pela Lei nº 17.975/2023) sociais de saúde, educação, cultura, esporte, lazer e assistência so-
Art. 348. A Prefeitura deverá fomentar a elaboração de Planos cial, entre outros, adequados às necessidades dos moradores de
de Bairro na cidade, a fim de fortalecer o planejamento e controle cada bairro;
social local e promover melhorias urbanísticas, ambientais, paisa- III – a acessibilidade aos equipamentos urbanos e sociais pú-
gísticas e habitacionais na escala local por meio de ações, investi- blicos;
mentos e intervenções previamente programadas. IV – os passeios públicos, o mobiliário urbano e as condições
§ 1º Os Planos de Bairro deverão ser elaborados a partir de de circulação de pedestres, ciclistas e de pessoas com deficiência
subdivisões compatíveis com os setores censitários e, quando agre- ou mobilidade reduzida;
gados, com as áreas dos distritos municipais instituídos pela Lei nº V – a qualidade ambiental das áreas residenciais e comerciais;
11.220, de 1992. VI – o sistema viário local e o controle de tráfego;
§ 2º As áreas de abrangência dos Planos de Bairro deverão ser VII – os espaços de uso público e as áreas verdes, de lazer e de
definidas a partir de identidades comuns em relação a aspectos so- convivência social;
cioeconômicos, culturais e religiosos reconhecidas por seus mora- VIII – a conectividade entre os parques, praças e áreas verdes
dores e usuários. particulares;
§ 3º Os Planos de Bairro serão aprovados pelos Conselhos de IX – as condições do comércio de rua;
Representantes das Subprefeituras ou, até a instituição destes, pe- X – a limpeza, arborização e jardinagem de passeios, espaços e
los Conselhos Participativos Municipais e debatidos pelo CMPU. praças públicas;
§ 4º Após a aprovação do Plano de Bairro, as matérias que XI – o manejo de resíduos sólidos, principalmente no tocante à
dependam de aprovação legislativa nele contidas, tais como uso coleta seletiva e compostagem local de resíduos orgânicos;
e ocupação do solo, alinhamento viário, criação de ZEIS, ZEPEC e XII – as condições de segurança pública, em especial no entor-
ZEPAM, dentre outras, deverão ser objeto de lei específica, poden- no dos equipamentos educacionais;
do as demais propostas serem implementadas pelo Poder Público, XIII – a proteção, recuperação e valorização do patrimônio his-
com o acompanhamento do respectivo Conselho Participativo. tórico, cultural, religioso e ambiental;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

XIV – as condições para o desenvolvimento de atividades eco- § 3º O Sistema Municipal de Informações adotará a divisão ad-
nômicas; ministrativa do Município em distritos como unidade territorial bá-
XV – os espaços públicos adequados a encontros e à convivên- sica para a organização de todos os dados, indicadores e cadastros
cia social; relativos ao território municipal, devendo, quando possível, dispor
XVI – a sinalização para veículos e pedestres e adequação e de informações desagregadas por setor censitário para subsidiar os
proteção de pedestres nas principais esquinas e travessias; Planos de Bairro.(Regulamentado pelo Decreto nº 57.770/2017)
XVII – a segurança na circulação de pedestres; § 4º O Sistema Municipal de Informações buscará a compatibi-
XVIII – a implantação de hortas urbanas; lização topológica entre lotes, quadras, setores censitários e áreas
XIX – medidas para tornar o sistema viário o mais propício e de ponderação do IBGE e demais divisões territoriais dos órgãos
seguro possível para a circulação de bicicletas, além de prever um públicos das três esferas de governo.(Regulamentado pelo Decreto
sistema cicloviário local, articulado com o sistema de transporte co- nº 57.770/2017)
letivo, áreas verdes e principais equipamentos urbanos e sociais. § 5º O Município promoverá entendimento para que o Estado,
Parágrafo único. O Plano de Bairro poderá indicar áreas ne- a União e outras instituições públicas, como Cartórios Eleitorais,
cessárias para a implantação de equipamentos urbanos e sociais, Correios e Poder Judiciário, adotem o distrito como unidade básica
espaços públicos, áreas verdes, vias locais novas e de gestão de resí- do território municipal para fins de organização de dados, indicado-
duos sólidos, inclusive para cooperativas de catadores de materiais res e cadastros, assim como para a gestão dos serviços.(Regulamen-
recicláveis. tado pelo Decreto nº 57.770/2017)
§ 6º O Sistema Municipal de Informações promoverá a integra-
SEÇÃO IV ção de cadastros públicos, em ambiente corporativo e com a utiliza-
DO SISTEMA GERAL DE INFORMAÇÕES ção de recursos tecnológicos adequados, articulando o acesso às in-
formações de natureza imobiliária, tributária, judicial, patrimonial,
Art. 352. A Prefeitura manterá atualizado, permanentemente, ambiental e outras de interesse para a gestão municipal, inclusive
o sistema municipal de informações sociais, culturais, econômicas, aquelas sobre planos, programas e projetos.(Regulamentado pelo
financeiras, patrimoniais, administrativas, físico-territoriais, geo- Decreto nº 57.770/2017)
lógicas, ambientais, imobiliárias, segurança e qualidade de vida e § 7º O Sistema Municipal de Informações deverá oferecer, por
outras de relevante interesse para o Município, progressivamente distritos, indicadores dos serviços públicos, da infraestrutura insta-
georreferenciadas em meio digital.(Regulamentado pelo Decreto nº lada e dos demais temas pertinentes a serem anualmente aferidos,
57.770/2017) publicados no Diário Oficial do Município e divulgados por outros
§ 1º O sistema a que se refere este artigo deve atender aos meios a toda a população, em especial aos Conselhos Participati-
princípios da simplificação, economicidade, eficácia, clareza, preci- vos, aos Conselhos Setoriais e às entidades representativas da so-
são e segurança, evitando-se a duplicação de meios e instrumentos ciedade civil.(Regulamentado pelo Decreto nº 57.770/2017)
para fins idênticos.(Regulamentado pelo Decreto nº 57.770/2017) § 8º Os indicadores de monitoramento de que trata o parágrafo
§ 2º O Sistema Municipal de Informações buscará, progressi- anterior deverão ser definidos de forma participativa.(Regulamen-
vamente, permitir:(Regulamentado pelo Decreto nº 57.770/2017) tado pelo Decreto nº 57.770/2017)
I – mapeamento de investimentos, projetos e programas públi- Art. 353. Os agentes públicos e privados, em especial os con-
cos das diversas secretarias, órgãos descentralizados e concessioná- cessionários de serviços públicos que desenvolvem atividades no
rias previstos nos respectivos orçamentos, bem como de seu efetivo Município, deverão fornecer ao Executivo, no prazo que este fixar,
dispêndio por etapas de realização;(Regulamentado pelo Decreto todos os dados e informações que forem considerados necessários
nº 57.770/2017) ao Sistema Municipal de Informações.
II – cadastro e mapeamento de licenciamentos de projetos, Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se também às
programas e empreendimentos públicos e privados com sua loca- pessoas jurídicas ou autorizadas de serviços públicos federais ou es-
lização geográfica e em seus estágios de aprovação, execução e sua taduais, mesmo quando submetidas ao regime de direito privado.
conclusão;(Regulamentado pelo Decreto nº 57.770/2017)
III – mapeamento e caracterização de remoções e fluxo de SEÇÃO V
moradores removidos previstos, em curso e sua evolução tempo- DA COMUNICAÇÃO ENTRE EXECUTIVO E SOCIEDADE
ral;(Regulamentado pelo Decreto nº 57.770/2017)
IV – mapeamento do uso e ocupação da terra, de seus usos Art. 354. Deve ser assegurada ampla divulgação dos dados do
predominantes, e da distribuição espacial dos parâmetros urbanís- Sistema Municipal de Informações, por intermédio do sítio eletrô-
ticos como coeficientes de aproveitamento aprovados;(Regulamen- nico da Prefeitura Municipal de São Paulo, bem como por outros
tado pelo Decreto nº 57.770/2017) meios úteis a tal finalidade, em linguagem acessível à população.
V – séries históricas de dados socioeconômicos que subsidiem Parágrafo único. As informações referentes às escalas regionais
a elaboração de Planos Regionais e de Desenvolvimento de Bair- e locais devem estar facilmente acessíveis nos sítios eletrônicos das
ro;(Regulamentado pelo Decreto nº 57.770/2017) Subprefeituras.
VI – os Termos de Compromisso Ambiental, Termos de Ajusta- Art. 355. Deve ser assegurada ampla divulgação de dados bru-
mento de Conduta e dos processos de licenciamento e fiscalização tos e das bases cartográficas do Sistema Municipal de Informações
ambiental;(Regulamentado pelo Decreto nº 57.770/2017) em formatos abertos.
VII – quantidades de áreas gravadas em cada tipo de ZEIS e dos
empreendimentos executados e em processo de licenciamento.
(Regulamentado pelo Decreto nº 57.770/2017)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

SEÇÃO VI Art. 367. Lei específica poderá ser elaborada definindo normas
DO MONITORAMENTO E DA AVALIAÇÃO DA IMPLEMENTA- e procedimentos especiais para regularização de edificações, con-
ÇÃO DO PLANO DIRETOR dicionada, quando necessário, à realização de obras para garantir
estabilidade física, salubridade e segurança de uso.
Art. 356. A Prefeitura dará ampla publicidade a todos os do- § 1º Poderão ser regularizados, nos termos estabelecidos pela
cumentos e informações produzidos no processo de elaboração, lei específica:
revisão, aperfeiçoamento e implementação do Plano Diretor Estra- I – empreendimentos habitacionais promovidos pela adminis-
tégico, de planos, programas e projetos setoriais, regionais, locais e tração pública direta e indireta;
específicos, bem como no controle e fiscalização de sua implemen- II – edificações destinadas aos usos R e nR executadas e utiliza-
tação, a fim de assegurar o conhecimento dos respectivos conteú- das em desacordo com a legislação vigente e concluídas até a data
dos à população, devendo ainda disponibilizá-los a qualquer muní- de publicação desta lei;
cipe que os requisitar, nos termos exigidos na legislação municipal. III – edificações destinadas aos usos institucionais e religiosos
(Regulamentado pelo Decreto nº 57.490/2016) em vias com largura maior ou igual a 8 (oito) metros, dispensada a
Art. 357. É assegurado a qualquer interessado, nos termos da exigência de vagas de estacionamento e área de carga e descarga,
lei, o direito à ampla informação sobre os conteúdos de documen- sem prejuízo do atendimento às normas técnicas e à legislação per-
tos, informações, estudos, planos, programas, projetos, processos tinente às condições de acessibilidade.
e atos administrativos e contratos.(Regulamentado pelo Decreto nº § 2º A lei específica deverá prever as condições para utilização
57.490/2016) da outorga onerosa do direto de construir vinculada à regularização
Art. 358. Para possibilitar o acompanhamento da implantação de edificações.
do Plano Diretor Estratégico, a Prefeitura deverá definir e publicar § 3º No prazo de vigência deste Plano Diretor Estratégico não
regularmente indicadores de monitoramento e avaliação.(Regula- deverá ser editada mais de uma lei que trate da regularização de
mentado pelo Decreto nº 57.490/2016) edificações nas situações previstas nos incisos II e III do § 1º deste
§ 1º Os indicadores de monitoramento e avaliação deverão artigo.
contemplar as diferentes dimensões da avaliação de desempenho Art. 368. Projeto de lei de revisão da Lei nº 13.885, de 25 de
das políticas públicas apontadas neste Plano Diretor Estratégico, agosto de 2004 – LPUOS deverá ser encaminhado à Câmara Mu-
abordando sua eficiência, eficácia e efetividade.(Regulamentado nicipal no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contados a partir da
pelo Decreto nº 57.490/2016) entrada em vigor desta lei.
§ 2º Os indicadores de monitoramento e avaliação deverão § 1º Até que seja feita a revisão da LPUOS prevista no “caput”,
registrar e analisar, no mínimo:(Regulamentado pelo Decreto nº aplicam-se as seguintes disposições:
57.490/2016) I – as áreas demarcadas como ZEIS no Mapa 4 dos Planos Re-
I – os resultados alcançados em relação aos objetivos do Plano gionais Estratégicos, anexo à Parte II da lei citada no “caput”, que
Diretor Estratégico, das Macroáreas e das Zonas Especiais;(Regula- não consta dos Mapas 4 e 4A desta lei, serão integradas à zona pre-
mentado pelo Decreto nº 57.490/2016) dominante do entorno;
II – os avanços em relação à realização das ações prioritárias II – os recuos laterais e de fundo definidos no art. 186 e Qua-
nos sistemas urbanos e ambientais previstas neste Plano Diretor Es- dro 4 dos PREs que integram a lei citada, serão obrigatórios apenas
tratégico;(Regulamentado pelo Decreto nº 57.490/2016) quando as edificações, instalações ou equipamentos ultrapassarem
III – os desempenhos de todos os instrumentos de política ur- a altura de 9 (nove) metros em relação ao perfil natural do terreno,
bana e de gestão ambiental previstos neste Plano Diretor Estratégi- mantida a exigência de recuo a partir do ponto que o subsolo aflo-
co.(Regulamentado pelo Decreto nº 57.490/2016) rar 6 (seis) metros acima do perfil natural do terreno;
§ 3º As fontes de informações deverão ser públicas e publica- III – o enquadramento de empreendimento como polo gerador
das regularmente.(Regulamentado pelo Decreto nº 57.490/2016) de tráfego não implicará na classificação do uso ou atividade na ca-
Art. 359. O Executivo deverá apresentar a relação de indica- tegoria de uso nR3;
dores de monitoramento e avaliação do Plano Diretor Estratégico, IV – fica atribuída à Comissão de Análise Integrada de Edifica-
bem como publicar anualmente os relatórios atualizando os indica- ções e Parcelamento do Solo – CAIEPS a emissão do parecer relativo
dores de monitoramento e avaliação desta lei.(Regulamentado pelo aos casos de empreendimentos classificados como polos geradores
Decreto nº 57.490/2016) de tráfego, mantida a competência da Comissão Técnica de Legisla-
ção Urbanística – CTLU para os casos de usos ou atividades classifi-
TÍTULO V cados como nR3;
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS V – a classificação de usos e atividades na categoria de uso nR4
dependerá da atividade principal, sendo permitidos atividades e
Art. 360. Em até 240 (duzentos e quarenta) dias deverá ser rea- usos complementares ao principal, independentemente do even-
lizado processo de renovação de toda a composição do Conselho tual enquadramento do empreendimento como polo gerador de
Municipal de Política Urbana, atendendo às disposições estatuídas tráfego;
nesta lei. VI – os usos Central de Correio e Correio de Centro Regional
Art. 361. (VETADO) serão classificados como nR2;
Art. 362. (Revogado pela Lei nº 17.975/2023) VII – no perímetro de incentivo ao desenvolvimento econômico
Art. 363. (Revogado pela Lei nº 17.975/2023) previsto para a Avenida Raimundo Pereira de Magalhães, fica es-
Art. 364. (Revogado pela Lei nº 17.975/2023) tabelecido o gabarito máximo de 28m (vinte e oito metros) para
Art. 365. (Revogado pela Lei nº 17.975/2023) edificações destinadas a usos não residenciais;
Art. 366. (Revogado pela Lei nº 17.975/2023)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

VIII – fora das áreas de influência dos eixos, serão consideradas § 1º Simultaneamente à revisão da LPUOS:
não computáveis: I – deverá ser revista a lei mencionada no inciso I do “caput”;
a) a área correspondente à circulação nos edifícios residenciais, II – deverá ser elaborada lei específica que trate dos parâme-
limitada a 20% (vinte por cento) da área do pavimento; tros de ocupação e condições especiais de instalação para locais de
b) a área ocupada por usos nR no pavimento ao nível da rua, culto.
nos edifícios residenciais, limitada a 20% (vinte por cento) da área § 2º (VETADO)
do terreno. Art. 370. Lei específica definirá os critérios de sustentabilida-
§ 2º Até que seja feita a revisão da LPUOS prevista no “caput”, de para os empreendimentos e edificações, inclusive EZEIS, EHIS e
não se aplicam: EHMP, considerando:
I – os estoques de potencial construtivo estabelecidos no art. I – qualidade urbana;
200 e Quadro nº 8 da Parte III da lei citada, exclusivamente: II – qualidade de projeto;
a) nas áreas de influência dos eixos de estruturação da trans- III – gestão da água;
formação urbana, de acordo com os Mapas 3 e 3A desta lei; IV – eficiência energética;
b) nas áreas delimitadas pelos perímetros de incentivo ao de- V – conservação de recursos materiais.
senvolvimento, de acordo com o Mapa 11 desta lei; Parágrafo único. A lei específica poderá associar benefícios ur-
c) nas Zonas Especiais de Interesse Social – ZEIS, de acordo com banísticos gradativos relacionados aos níveis de sustentabilidade
os Mapas 4 e 4A anexos; alcançados pelos empreendimentos e edificações, considerando
d) nos Empreendimentos de Habitação de Interesse Social inclusive o disposto no art. 119.
– EHIS e Empreendimentos de Habitação de Mercado Popular – Art. 371. Ficam definidas condições especiais de uso e ocupa-
EHMP; ção do solo aos complexos de saúde, educação e pesquisa existen-
e) aos empreendimentos residenciais quando estes não ultra- tes até 31 de julho de 2014 e às suas áreas envoltórias com o obje-
passarem o potencial construtivo correspondente ao coeficiente de tivo de regularizar, reformar ou construir novas edificações com a
aproveitamento igual a 2 (dois); finalidade de suprir e complementar as necessidades de expansão
II – a limitação de área construída computável máxima e área dos complexos de saúde, educação e pesquisa em saúde existen-
construída total máxima previstas nos Quadros 2/d e 4, anexos à Lei tes, reconhecidos pela municipalidade.(Redação dada pela Lei nº
n° 13.885, de 2004; 17.975/2023)
III – a proibição de instalação dos usos não residenciais da sub- § 1º Para a aplicação do disposto no “caput”, o entorno imedia-
categoria nR2 e dos grupos de atividades previstos no Quadro 2/e, to deverá ser definido tendo como limite uma faixa envoltória de
anexo à Lei n° 13.885, de 2004, nos imóveis com frente para vias 150m (cento e cinquenta metros) às divisas do lote onde se locali-
locais nas zonas mistas; zam as unidades de saúde, educação e pesquisa existentes.(Renu-
IV – a proibição de instalação de atividades do grupo Serviços merado pela Lei nº 17.975/2023)
de Administração Pública nas Zonas de Centralidade Polar – ZCP e § 2º (VETADO)(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
Zonas de Centralidade Linear – ZCL; § 3º A SMUL/DEUSO poderá indicar perímetros de complexos
V – a proibição da instalação dos usos não residenciais nR3 nas de saúde, educação e pesquisa que atendam às disposições deste
Zonas Especiais de Preservação Cultural – ZEPEC; artigo em consonância com as condições territoriais e urbanas.(In-
VI – o gabarito de 9m (nove metros) em ZEIS 4, previsto no cluído pela Lei nº 17.975/2023)
Quadro 2/j anexo à Parte III da Lei nº 13.885, de 25 de agosto de § 4º Os complexos de saúde, educação e pesquisa reconheci-
2004, observados os gabaritos previstos nas leis estaduais de pro- dos pela Prefeitura, bem como suas áreas envoltórias, serão divul-
teção dos mananciais; gados no site da SMUL na internet, descrevendo a relação de contri-
VII – o gabarito de 15m (quinze metros) em ZPIs localizadas nas buintes integrantes passiveis da aplicação das condições especiais
áreas de influência dos eixos de estruturação da transformação ur- de uso e ocupação do solo e incentivos conforme § 1º deste artigo.
bana previstos para 2016; (Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
VIII – as disposições relativas ao número mínimo de vagas para § 5º Os complexos de saúde, educação e pesquisa reconheci-
estacionamento estabelecidas pela Lei nº 13.885, de 25 de agosto dos anteriormente à publicação desta Lei pela Prefeitura Municipal
de 2004, desde que atendidas as exigências específicas da legisla- de São Paulo, e as respectivas áreas envoltórias, permanecerão vi-
ção e normas técnicas de acessibilidade, atendimento médico de gentes e sujeitos à lei vigente ao tempo do respectivo reconheci-
emergência e segurança contra incêndio; mento.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
IX – a restrição ao acesso de pedestres prevista no inciso II do Art. 372. Os coeficientes de aproveitamento básico estabele-
art. 148 da Lei n° 13.885, de 25 de agosto de 2004. cidos nos Quadros 2 e 2A desta lei não poderão ser alterados pela
§ 3º (VETADO) LPUOS ou por lei específica, sendo matéria exclusiva do Plano Dire-
Art. 369. Até que seja revista a Lei nº 13.885, de 25 de agosto tor Estratégico.
de 2004, aplicam-se inclusive nas áreas de influência dos eixos de Art. 373. Os coeficientes de aproveitamento máximo poderão
estruturação da transformação urbana as disposições relativas a ser redefinidos na revisão da Lei nº 13.885, de 2004, não podendo
coeficientes, vagas para estacionamento e demais parâmetros es- ultrapassar os limites estabelecidos nos Quadros 2 e 2A, ressalva-
tabelecidos nas leis: das as situações previstas neste PDE.
I – 8.006, de 8 de janeiro de 1974, Lei de Hotéis; Art. 374. O gabarito de altura da edificação e o número máxi-
II – 13.703, de 30 de dezembro de 2003, Lei de Teatros; mo de pavimentos poderão ultrapassar os limites estabelecidos no
III – 14.242, de 28 de novembro de 2006, Lei de Hospitais; Quadro 2A até os limites definidos na Lei nº 13.855, de 25 de agosto
IV – 15.526, de 12 de janeiro de 2012, Lei de Escolas e Hospi- de 2004, nos seguintes casos:
tais. I – nas situações previstas neste PDE;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

II – nas quadras onde, em mais de 50% (cinquenta por cento) Parágrafo único. Os expedientes referentes às leis mencionadas
da área dos lotes, as edificações existentes já tenham ultrapassado no “caput” deste artigo serão analisados e decididos de acordo com
estes limites, consideradas as áreas dos lotes com edificações exis- os procedimentos constantes das legislações mencionadas.
tentes com gabarito maior que o disposto nesta lei. Art. 380. Os processos de licenciamento de obras, edificações
§ 1º Para efeito do cálculo disposto no inciso II do “caput”, se- e atividades e os projetos de parcelamento do solo, protocolados
rão considerados os lotes na data de publicação desta lei, vedada a até a data de publicação desta Lei e sem despacho decisório serão
consideração de lotes remembrados após essa data. apreciados integralmente de acordo com a legislação em vigor à
§ 2º A revisão da LPUOS poderá definir limites de gabarito, de época do protocolo, exceto nos casos de manifestação formal do in-
número de pavimentos diferentes ao estabelecido nesta lei. teressado a qualquer tempo, optando pela análise integral de acor-
Art. 375. Ficam desde já enquadradas como ZEPAM: do com suas disposições.(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023)
I - os parques municipais existentes e os que vierem a ser cria- § 1º Os processos de licenciamento de obras e edificações
dos;(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023) referidos no caput serão indeferidos:(Redação dada pela Lei nº
II - os parques urbanos propostos integrantes do Quadro 7 e 17.975/2023)
Mapa 5 desta Lei;(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023) I - nos casos previstos no Código de Obras e Edificações (COE) e
III - os parques naturais propostos e as demais Unidades de alterações posteriores;(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023)
Conservação de Proteção Integral propostas;(Redação dada pela II - se for requerida a modificação da versão do projeto cons-
Lei nº 17.975/2023) tante do processo em análise na data de promulgação desta Lei, nos
IV - os parques lineares existentes.(Incluído pela Lei nº seguintes termos:(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023)
17.975/2023) a) alteração de uso, categoria de uso;(Redação dada pela Lei nº
§ 1º Lei específica deverá ser elaborada determinando a gra- 17.975/2023)
dual restrição ao transporte individual motorizado no Elevado Costa b) acréscimo superior a mais de 5% (cinco por cento) nas
e Silva, definindo prazos até sua completa desativação como via de áreas computáveis ou não computáveis;(Redação dada pela Lei nº
tráfego, sua demolição ou transformação, parcial ou integral, em 17.975/2023)
parque.(Renumerado pela Lei nº 17.975/2023) c) acréscimo superior a 5% (cinco por cento) na taxa de ocupa-
§ 2º O previsto no caput deste artigo aplica-se aos parques de ção;(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023)
conservação e aos parques orla existentes e propostos.(Incluído d) o acréscimo de uso é permitido.(Incluído pela Lei nº
pela Lei nº 17.975/2023) 17.975/2023)
Art. 376. Ficam desde já enquadrados como ZEP os parques § 2º Serão apreciados nos termos do caput os projetos de par-
naturais existentes e demais unidades de conservação de proteção celamento do solo cuja Certidão de Diretrizes já tiver sido emitida
integral existentes e as que vierem a ser criadas.(Redação dada pela pelo órgão municipal competente.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
Lei nº 17.975/2023) § 3º Os projetos de parcelamento do solo previstos no pará-
Art. 377. Até que seja revista a Lei nº 13.885, de 2004, fica clas- grafo anterior serão indeferidos quando for requerida alteração em
sificada como Zona de Ocupação Especial – ZOE a área descrita no mais de 5% (cinco por cento) do projeto após a vigência desta Lei.
inciso I do art. 1º da Lei Estadual nº 14.944, de 9 de janeiro de 2013, (Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
Centro de Exposições Imigrantes. Art. 381. Os projetos modificativos de projetos de edificação
Art. 378. A expedição do alvará de execução de empreendi- com licenças expedidas nos termos da legislação vigente anterior-
mento habitacional EZEIS na ZEIS 4, identificada no Mapa 4A anexo mente à data de publicação desta Lei e protocolados após a data de
a esta lei, contígua ao Parque Embu-Mirim fase 1 – PQMB 02, identi- sua publicação serão analisados de acordo com as disposições do
ficado no Quadro 7 e Mapa 5 desta lei, ficará condicionada à doação art. 380 desta Lei.(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023)
à Prefeitura de 700.000m² (setecentos mil metros quadrados) para § 1º Quando as modificações de projeto forem decorrentes de
a implantação desse parque assim como à adoção de medidas efe- resoluções dos conselhos de proteção ao patrimônio histórico, ar-
tivas para implantá-lo. tístico, cultural e arquitetônico, nos níveis municipal, estadual ou fe-
Art. 379. Ficam assegurados os direitos de alvarás de aprovação deral, o projeto modificativo será analisado com base na legislação
e de execução já concedidos, bem como os direitos de construção que serviu de base à expedição do alvará original, caso o proprietá-
constantes de certidões expedidas antes da vigência desta lei de rio não opte pela análise nos termos desta lei.
acordo com as Leis nº 9.725, de 2 de julho de 1984, nº 10.209, de § 2º A incorporação de novos lotes poderá ser admitida des-
9 de dezembro de 1986, e dos Termos de Compromisso assinados de que para a área correspondente ao acréscimo sejam aplicadas
conforme disposições das Leis nº 11.773, de 18 de maio de 1995 todas as disposições, índices e parâmetros estabelecidos nesta lei.
(Operações Interligadas), nº 11.774, de 18 de maio de 1995 (Ope- § 3º Estão excetuados da aplicação das disposições deste artigo
ração Urbana Água Branca), nº 11.732, de 14 de março de 1995 os projetos modificativos que passaram por transação judicial ou
(Operação Urbana Faria Lima), nº 13.769, de 26 de janeiro de 2004, paralisação por força de decisão judicial, devendo ser integralmen-
e nº 13.781, de 8 de julho de 2004 (Operação Urbana Consorciada te analisados com base na legislação da época do seu protocolo do
Faria Lima), nº 12.349, de 6 de junho de 1997 (Operação Urbana projeto e que serviu de base à expedição do alvará original, salvo
Centro) e nº 13.260, de 28 de dezembro de 2001 (Operação Urbana por opção do interessado pela análise integralmente nos termos
Água Espraiada) e, ainda, os direitos de construção constantes de desta Lei.(Incluído pela Lei nº 17.975/2023)
escritura pública referentes aos imóveis objeto de Planos de Reur- § 4º Aplicam-se também as disposições do § 3º desde artigo
banização estabelecidos pela Lei nº 8.079, de 28 de junho de 1974, aos projetos modificativos localizados dentro dos perímetros das
Lei nº 8.328, de 2 de dezembro de 1975, e Lei nº 8.633, de 26 de Operações Urbanas e Operações Urbanas Consorciadas.(Incluído
outubro de 1977. pela Lei nº 17.975/2023)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 382. Ficam recepcionadas as leis relativas a operações ur- e) Quadro 4. Percentual de área construída total por usos resi-
banas e operações urbanas consorciadas em curso na data da pro- denciais e não residenciais em ZEIS;
mulgação desta lei e mantidas as disposições das leis específicas f) Quadro 5. Fator de interesse social (Fs);
que as instituíram. g) Quadro 6. Fator de planejamento (Fp);
§ 1º (Revogado pela Lei nº 16.402/2016) h) Quadro 7. Parques Municipais Existentes e Propostos;
§ 2º A Lei nº 12.349, de 1997, relativa à Operação Urbana Cen- i) Quadro 8. Ações Prioritárias do Sistema de Gestão Integrada
tro, será revisada para adaptação do seu conteúdo às disposições de Resíduos Sólidos;
deste Plano Diretor Estratégico. j) Quadro 9. Classificação das vias da Rede Viária Estrutural;
§ 3º Até a realização da revisão prevista no “caput” deste ar- k) Quadro 10. Ações Prioritárias do Sistema de Equipamentos
tigo, o art. 16 da Lei nº 12.349, de 1997, passa a vigorar com o se- Urbanos e Sociais;
guinte texto: l) Quadro 11. Polo de Economia Criativa – Distrito Criativo Sé/
“Art. 16. Fica garantido ao proprietário de edificação regular- República;
mente existente e contida na área da Operação Urbana Centro que m) Quadro 12. Território de Interesse da Cultura e da Paisagem
venha a ser demolida para a implantação de uma nova construção, Paulista Luz;
de uso residencial com o pavimento térreo destinado a usos não re- n) Quadro 13. Perímetro do Parque Tecnológico Jaguaré;
sidenciais, o direito de utilização dos parâmetros de uso e ocupação o) Quadro 14. Cadastro de Valor de Terreno para fins de Outor-
do solo do edifício demolido, inclusive recuos e alinhamento, caso ga Onerosa.
discrepantes dos fixados na legislação de uso e ocupação do solo Art. 384. Os mapas anexos à presente lei correspondem aos
vigente e na presente lei.” arquivos digitais da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urba-
§ 4º Para as Operações Urbanas Consorciadas preexistentes em no, assinados eletronicamente, os quais serão disponibilizados pelo
vigor, as regras de finalização deverão ser definidas por lei especí- Executivo no Portal da Prefeitura do Município de São Paulo na In-
fica e as regras de transição para finalização deverão ser iniciadas ternet, incluindo as respectivas descrições perimétricas dos Mapas
apenas para lotes que não se enquadrem no tamanho mínimo esta- 1, 1A, 2, 2A, 3, 3A, 4 e 4A.
belecido pela OUC, quando a Operação Urbana Consorciada atingir Parágrafo único. (VETADO)
o limite de estoque de Área Adicional disponível de 5% do total pre- Art. 385. Os projetos urbanísticos elaborados previamente à
visto em sua lei específica.(Redação dada pela Lei nº 17.975/2023) aprovação desta lei e baseados em diretrizes fixadas por lei especí-
Art. 383. Integram esta lei: fica, não precisarão de nova aprovação legislativa.
I – os seguintes mapas: Art. 386. (VETADO)
a) Mapa 1. Macrozoneamento; Art. 387. (VETADO)
b) Mapa 1A. Zona Urbana e Zona Rural; Art. 388. Ficam mantidas as disposições da Lei nº 14.223, de 26
c) Mapa 2. Macroáreas; de setembro de 2006, que dispõe sobre a ordenação dos elementos
d) Mapa 2A. Setores da Macroárea de Estruturação Metropo- que compõem a paisagem urbana do Município de São Paulo.
litana; Art. 389. Os arts. 2º, 7º e 11 da Lei nº 15.234, de 1º de julho de
e) Mapa 3. Eixos de Estruturação da Transformação Urbana; 2010, passam a vigorar com a seguinte redação:
f) Mapa 3A. Eixos De Estruturação da Transformação Urbana “Art. 2º Os proprietários dos imóveis tratados nesta lei serão
previstos; notificados pela Prefeitura do Município de São Paulo para promo-
g) Mapa 4. Zona Especial de Interesse Social 1; ver o adequado aproveitamento dos imóveis.
h) Mapa 4A. Zonas Especiais de Interesse Social 2, 3, 4 e 5; § 1º A notificação far-se-á:
i) Mapa 5. Rede Hídrica Ambiental e Sistema de Áreas Protegi- I – por funcionário do órgão competente, ao proprietário do
das, Áreas Verdes e Espaços Livres; imóvel ou, no caso de este ser pessoa jurídica, a quem tenha pode-
j) Mapa 6. Ações Prioritárias no Sistema de Abastecimento de res de gerência geral ou administração e será realizada:
Água; a) pessoalmente para os proprietários que residam no Municí-
k) Mapa 7. Ações Prioritárias no Sistema de Esgotamento Sa- pio de São Paulo;
nitário; b) por carta registrada com aviso de recebimento quando o
l) Mapa 8. Ações Prioritárias no Sistema Viário Estrutural; proprietário for residente ou tiver sua sede fora do território do
m) Mapa 9. Ações Prioritárias no Sistema Viário Estrutural e de Município de São Paulo;
Transporte Público Coletivo; II – por edital, quando frustrada, por 3 (três) vezes, a tentativa
n) Mapa 10. Ações Prioritárias em Área de Risco; de notificação na forma prevista pelo inciso I deste artigo.
o) Mapa 11. Perímetros de Incentivo ao Desenvolvimento Eco- § 2º A notificação referida no “caput” deste artigo deverá ser
nômico; averbada na matrícula do imóvel no Cartório de Registro de Imó-
II – os seguintes quadros: veis, pela Prefeitura do Município de São Paulo.
a) Quadro 1. Definições; § 3º Uma vez promovido, pelo proprietário, o adequado apro-
b) Quadro 2. Características de aproveitamento construtivo das veitamento do imóvel na conformidade do que dispõe esta lei, ca-
áreas de influência dos Eixos de Estruturação da Transformação Ur- berá à Prefeitura do Município de São Paulo efetuar o cancelamen-
bana; to da averbação tratada no § 2º deste artigo.
c) Quadro 2A. Características de aproveitamento construtivo ………………………………………………………………………………………
por Macroárea (aplicáveis fora das áreas de influência dos Eixos de Art. 7º Em caso de descumprimento das condições e dos prazos
Estruturação da Transformação Urbana); estabelecidos para parcelamento, edificação ou utilização compul-
d) Quadro 3. Coeficientes de aproveitamento em ZEIS; sórios, será aplicado sobre os imóveis notificados o Imposto sobre
a Propriedade Predial e Territorial Urbana Progressivo no Tempo
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

– IPTU Progressivo, mediante a majoração anual e consecutiva da


alíquota pelo prazo de 5 (cinco) anos, até o limite máximo de 15% PLANEJAMENTO URBANO
(quinze por cento).
§ 1º O valor da alíquota a ser aplicado a cada ano será igual ao
dobro do valor da alíquota do ano anterior. Não obstante a ocorrência de planos urbanos pontuais e cons-
§ 2º Será adotado o valor da alíquota de 15% (quinze por cen- truções de bairros e cidades planejados, antes da década de 1930
to) a partir do ano em que o valor calculado venha a ultrapassar o a urbanização brasileira e, consequentemente, o planejamento ur-
limite estabelecido no “caput” deste artigo. bano enquanto atividade técnico-política era muito incipiente no
§ 3º Será mantida a cobrança do imposto pela alíquota majo- Brasil.
rada até que se cumpra a obrigação de parcelar, edificar, utilizar o É a partir dessa década que a ideia de plano diretor como
imóvel ou que ocorra a sua desapropriação. instrumento norteador do desenvolvimento urbano começa a se
§ 4º É vedada a concessão de isenções, anistias, incentivos ou difundir pelo país.
benefícios fiscais relativos ao IPTU Progressivo de que trata esta lei. A urbanização do Brasil acelerou-se nos anos 1950 e atingiu seu
§ 5º Os instrumentos de promoção do adequado aproveita- auge nas décadas de 1960-70, sob o Regime Militar, quando as cida-
mento de imóveis, nos termos desta lei, aplicam-se, inclusive, àque- des brasileiras experimentaram enorme crescimento populacional
les que possuem isenção ou sobre os quais não incide o IPTU. e viram alastrarem problemas infraestruturais e socioambientais.
§ 6º Observadas as alíquotas previstas neste artigo, aplica-se Nessa época — durante o Regime Militar — ocorreu no País
ao IPTU Progressivo a legislação tributária vigente no Município de a institucionalização do planejamento urbano, e muitos foram os
São Paulo. planos diretores elaborados por órgãos governamentais, principal-
§ 7º Comprovado o cumprimento da obrigação de parcelar, mente das cidades de maior porte. Esses planos tinham um caráter
edificar ou utilizar o imóvel, ocorrerá o lançamento do IPTU sem essencialmente tecnocrático, de matriz modernista/funcionalista, e
a aplicação das alíquotas previstas nesta lei no exercício seguinte. prescindiam de participação popular para sua elaboração.
§ 8º Serão suspensas quaisquer isenções do IPTU incidentes A Constituição de 1988 manteve a aposta do planejamento ur-
em um dado imóvel quando o proprietário for notificado para o bano via planos diretores, tornando sua elaboração obrigatória para
parcelamento, edificação ou utilização compulsórios. cidades com mais de vinte mil habitantes. Porém, fez despontar um
……………………………………………………………………………………… novo padrão de se pensar a questão urbana no Brasil, incluindo as
Art. 11. Ficam estabelecidos inicialmente, para aplicação das ideias de função social da cidade e da propriedade.
regras estabelecidas por esta lei, os seguintes perímetros: Também instituiu o direito à participação direta da população
I – das Zonas Especiais de Interesse Social 2, 3 e 5; nas decisões e transferiu a responsabilidade da política de desen-
II – da Operação Urbana Centro; volvimento urbano à esfera municipal. A municipalização da política
III – áreas de influência dos Eixos de Estruturação da Transfor- urbana foi, inclusive, resultado da luta por uma maior participação
mação Urbana; da sociedade civil, visto que o município é a instância administra-
IV – das Operações Urbanas Consorciadas; tiva de maior proximidade com as necessidades e interesses dos
V – das Subprefeituras da Sé e da Mooca; cidadãos.
VI – das Macroáreas de Urbanização Consolidada e de Qualifi- Entretanto, a Constituição deixou lacunas e dúvidas quanto às
cação da Urbanização; competências relacionadas ao planejamento dos territórios muni-
VII – da Macroárea de Redução da Vulnerabilidade Urbana, ex- cipais na sua totalidade, ou seja, abarcando suas áreas urbanas e
clusivamente para glebas ou lotes com mais de 20.000m².” rurais.
Art. 390. Até a revisão de Lei de Parcelamento, Uso e Ocupa- Foi definido como competência dos municípios o planejamento
ção do Solo, disposto na Lei nº 13.885, de 25 de agosto de 2004, e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano,
ficam convalidados os efeitos legais da Resolução SEMPLA/CTLU nº enquanto as políticas voltadas ao meio ambiente e ao desenvol-
43/06, de 10 de junho de 2006. vimento das áreas rurais foram atribuídas como responsabilidades
Art. 391. Ficam revogados os arts. 4º, 5º, 6º, 9º e 10 da Lei nº comuns das três esferas administrativas (municipal, estadual, fede-
15.234, de 1º de julho de 2010. ral).
Art. 392. Ficam revogados: O desenvolvimento e planejamento das áreas rurais são trata-
I – os arts. 136 a 144 da Lei nº 13.885, de 2004; dos especificamente no Estatuto da Terra (Lei Federal n° 4.504), que
II – os arts. 240 e 241 da Lei nº 13.885, de 2004; declara em seu Artigo 6°: “[…] a União, os Estados, o Distrito Fede-
III – os arts. 129 a 135 da Lei nº 13.885, de 2004; ral e os Municípios poderão unir seus esforços e recursos, mediante
IV – o parágrafo único do art. 56 do Anexo X, Livro X, Plano acordos, convênios ou contratos, para a solução de problemas de
Regional Estratégico da Subprefeitura Butantã, da Lei nº 13.885, de interesse rural”.
25 de agosto de 2004; Dessa forma, no âmbito da administração municipal, permane-
V – o art. 42 do Anexo II, do Livro II, Plano Regional Estratégico ceu a ênfase no planejamento voltado às áreas urbanas, ignorando-
da Subprefeitura de Pirituba, da Lei nº 13.885, de 25 de agosto de -se, na maior parte das vezes, a inter-relação urbano-rural existente
2004; nos municípios. Entretanto, a partir de 2001, com a aprovação do
VI – os incisos IV e V do art. 7º da Lei nº 12.349, de 1997; Estatuto da Cidade [Lei Federal n° 10.257], verifica-se um esforço
VII – a Lei nº 15.525, de 2012; para a passagem de uma abordagem essencialmente urbana do
VIII – a Lei nº 13.430, de 2002. planejamento para uma abordagem territorial, uma vez que essa
Art. 393. Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação. Lei ampliou a área de abrangência dos planos diretores: estes pas-

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, aos 31


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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

saram a ter de englobar toda a unidade territorial dos municípios, Assim, estende-se por todo o território a infraestrutura neces-
ou seja, não apenas as áreas contidas nos perímetros urbanos e de sária de produção — rodovias, hidrelétricas, rede de comunicações
expansão urbana, mas também as áreas rurais. etc. — e reprodução coletiva da força de trabalho — serviços de
Além disso, o Estatuto da Cidade tornou obrigatória a participa- saúde, educação, habitação etc. —, condições estas antes restritas
ção da população nos processos de elaboração e implementação às cidades. Junto ao espraiamento das condições físicas e materiais
dos planos diretores, por meio de debates, audiências públicas e próprias dos espaços urbano-industriais, tem-se também o espraia-
publicidade dos documentos e informações produzidos. mento de questões sociopolíticas e culturais, de modo que movi-
Também estendeu a obrigatoriedade de sua elaboração para mentos sociais passam a abranger populações rurais e tradicionais,
uma gama maior de municípios, como os integrantes de regiões como índios, seringueiros, trabalhadores sem-terra, entre outras,
metropolitanas, integrantes de áreas de especial interesse turístico reforçando preocupações com a qualidade do ambiente e da vida
e aqueles inseridos em área de influência de empreendimentos ou quotidiana nas áreas rurais.
atividades com significativo impacto ambiental, independentemen- Dessa forma, não há mais diferenças marcantes nos hábitos,
te do seu porte populacional. comportamentos e demandas sociais entre as áreas urbanas e ru-
A abordagem territorial dos planos diretores e sua elaboração rais. Também em relação às atividades econômicas, os campos não
de forma participativa vislumbra a necessidade de uma visão mais podem ser identificados apenas com a agricultura e a pecuária, e
abrangente e integrada da questão urbana. Pode-se dizer que está nem as cidades apenas com a atividade industrial, uma vez que nos
relacionada às novas dinâmicas sócio espaciais identificadas em últimos anos observa-se nelas o crescimento do setor terciário em
todo mundo a partir do final do século XX e também à discussão detrimento do setor secundário, bem como o surgimento de ativi-
ambiental disseminada a partir da década de 1970. Porém, as novas dades relacionadas ao setor primário, como a agricultura urbana,
demandas põem à prova a adequação dos instrumentos de política por exemplo. Do ponto de vista socioespacial, rural e urbano/cam-
urbana instituídos na legislação brasileira, bem como nossa organi- po e cidade podem ser entendidos como um continuum, tornando-
zação institucional-administrativa para um planejamento de âmbito -se cada vez mais difusas e de difícil identificação as fronteiras entre
territorial. esses espaços.
No Brasil, verifica-se que a inter-relação urbano-rural é bastante
Novas dinâmicas sócio espaciais e o planejamento territorial complexa. Segundo o “Censo Demográfico de 2010”, realizado pelo
IBGE, 45% dos municípios não ultrapassam dez mil habitantes, e
Nos últimos anos observa-se nas áreas rurais, tanto no Brasil suas sedes municipais, apesar de ostentarem a categoria de cidade
como em outros países, a diversificação de atividades e o surgimen- pela legislação vigente, configuram pequenas aglomerações que, a
to de novos usos do solo, bem como novos hábitos e relações so- depender da ocupação da mão de obra, das tipologias de ocupação
ciais próprios das áreas urbanas. Tal fenômeno é chamado de “Novo e dos graus de conexão com redes e atividades urbanas, podem ser
rural brasileiro”, ou seja, o espaço oficialmente denominado como consideradas rurais. Em contrapartida, em determinadas regiões
rural que, não obstante, tem apresentado, além das atividades mais urbanizadas ocorre o inverso, com áreas rurais mais vinculadas
agropecuárias e agroindustriais, múltiplas outras atividades, agríco- a atividades complementares aos centros urbanos.
las e não agrícolas, antigas e recentes na história agrária brasileira. Além disso, nas grandes cidades perduram as ocupações clan-
Entre as ‘novas’ atividades agrícolas tem-se a piscicultura, hor- destinas/irregulares, carentes de infraestrutura e situadas em áreas
ticultura, floricultura, fruticultura de mesa, criação de animais exó- impróprias à urbanização e/ou de importância ambiental (como
ticos etc. mananciais, encostas íngremes e fundos de vales). São áreas ocu-
Entre as atividades não agrícolas observa-se o crescimento do padas por mão de obra oriunda da produção agrária ou excluída
lazer, turismo, conservação da natureza, moradia e prestação de do sistema capitalista, muitas vezes proveniente de regiões rurais
serviços pessoais. Desse novo rural surgem novos atores sociais: isoladas.
famílias pluriativas, que combinam atividades agrícolas e não-agrí- Assim, tendo em vista as novas dinâmicas sócio espaciais e as
colas na ocupação de seus membros, dentro e fora de seus estabe- relações de interdependência territorial instaladas, a abrangência
lecimentos, tanto nos ramos tradicionais urbano-industriais, como territorial (áreas urbanas e rurais) dos planos diretores pode ser
nas novas atividades que vêm-se desenvolvendo no meio rural. considerada um avanço na busca pelo planejamento integrado do
As áreas rurais contemporâneas, especialmente aquelas de re- espaço social contemporâneo. Trata-se aqui do conceito de espaço
giões desenvolvidas, apresentam todas as tecnologias provenientes social, que considera, de forma dialética, tanto o ambiente construí-
das cidades, bem como a infraestrutura antes restrita aos aglome- do quanto as práticas sócios espaciais.
rados urbanos. Pode-se dizer que a generalização do meio técnico- Porém, as políticas brasileiras relacionadas ao planejamento
-científico e sua racionalidade, aliada à difusão dos meios de comu- e gestão do território ainda se encontram estruturadas com base
nicação e à universalização do consumo, invadiram o campo com o nas delimitações administrativas oficiais (áreas/zonas urbanas e
modo de ser proveniente do meio urbano. áreas/zonas rurais), e por vezes desconsideram as novas relações
Denomina-se de ‘urbanização extensiva’ o fenômeno de es- e práticas sociais. Presas aos velhos padrões, as políticas voltadas
praiamento da lógica urbano-industrial do capitalismo. É essa às áreas rurais não têm levado em conta suas novas necessidades,
espacialidade social resultante do encontro explosivo da indústria como, por exemplo, a de estabelecer um disciplinamento do uso
com a cidade — o urbano — que se estende, com as relações de e ocupação do solo visando atender às demandas de habitação e
produção (e sua reprodução), por todo o espaço onde as condições saneamento, à regulação das atividades de turismo e lazer e à pre-
gerais de produção (e consumo) determinadas pelo capitalismo servação de recursos naturais.
industrial de Estado impõem-se à sociedade burocrática de consumo
dirigido, carregando, no seu bojo, a reação e a organização políticas
próprias da cidade.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

No outro sentido, as análises e práticas de planejamento foca- tes dos investimentos urbanos; ajusta-se a cidades onde o poder
das nas áreas urbanas não conseguem contemplar as demandas público tem recursos financeiros e humanos para aquisição de imó-
materiais e sociais das populações municipais, acarretando fluxos veis urbanos e parcerias público-privadas.
migratórios que podem repercutir em mais demandas materiais e
sociais nas áreas urbanas. A discussão ambiental e a interlocução urbano-ambiental no
Perduram dúvidas em relação às competências das diferentes planejamento territorial
instâncias e instituições envolvidas no planejamento territorial,
bem como à capacidade de diálogo e interlocução que deveria exis- A discussão ambiental, disseminada pelo mundo a partir da dé-
tir entre elas. Mesmo com a obrigatoriedade dos planos diretores cada de 1970, abarca muitos e diferentes pontos de vista. Ao lon-
de englobarem todo o território dos municípios, uma parte signifi- go dos anos, nota-se uma mudança de enfoque sobre a questão: a
cativa dos programas de políticas públicas praticadas no território passagem de debates considerados preservacionistas e conserva-
rural e das disposições de gestão ambiental têm sido de responsabi- cionistas que marcaram os anos 1960 e 1970, resistentes ao modo
lidade, quase que exclusiva, da esfera estadual ou federal. de produção e consumo capitalistas, para a tentativa de associação
Predomina a interferência das administrações municipais sobre entre desenvolvimento econômico (capitalista) e preservação/con-
os aspectos de uso e ocupação do solo das áreas urbanas — defi- servação ambiental.
nido pela Constituição de 1988, como competência exclusiva dos Nesse enfoque, despontam os conceitos de desenvolvimento
municípios — e os planos diretores (ou as partes efetivas deles) aca- sustentável e sustentabilidade ambiental, que procuram conciliar
bam se limitando a tais questões. os interesses econômicos, ecológicos e sociais.
Inclusive, aponta-se a abrangência alargada dos planos direto- Nesse viés, as cidades, antes excluídas da discussão ambiental
res como um dos fatores que contribuem para sua inoperância, ao (o espaço para a proteção ambiental não era o urbano), tornam-se
abarcarem propostas das alçadas dos governos estaduais e munici- pauta importante, e o estudo da urbanização e sua relação com o
pais. Porém, visto que a legislação brasileira não apresenta clareza meio ambiente é inserido no debate sobre sustentabilidade. Assim,
sobre a questão, faz-se importante a revisão das competências de “[…] ao mesmo tempo que verificamos uma ‘ambientalização’ do
cada instância de poder e de suas instituições no processo de pla- debate sobre políticas urbanas, observamos, também, um movi-
nejamento e gestão do território — especialmente no que se refere mento em sentido oposto, com a entrada crescente do discurso
às áreas rurais e à inter-relação urbano-rural, bem como a questões ambiental no tratamento das questões urbanas”.
transversais ao uso e ocupação do solo, como o saneamento am- Não obstante as diferentes abordagens teóricas e político-ideo-
biental, por exemplo: lógicas sobre o tema, verifica-se que a discussão ambiental tem
Um dos motivos da pouca participação das administrações mu- trazido contribuições à discussão urbanística na medida em que
nicipais nas políticas voltadas às áreas rurais e ao meio ambiente é amplia o leque de questões — físico-materiais e socioeconômicas
que a maior parte dos municípios brasileiros possui limitadas con- — e a abrangência de áreas a serem consideradas. Nesse sentido,
dições administrativas e financeiras. Mesmo em se tratando apenas tem contribuído para a dissolução de fronteiras rígidas entre algu-
do planejamento e gestão das áreas urbanas, notam-se muitas difi- mas categorias analíticas dicotômicas, como urbano e rural, campo
culdades dos governos locais. e cidade, ambiente construído e natural, elementos naturais e ar-
Sobre a questão, a avaliação dos planos diretores pós-Estatuto tificiais.
da Cidade aponta que “a maioria [dos municípios] não apresenta O conceito de meio ambiente, utilizado de modo compreensivo,
uma estrutura administrativa adequada para o exercício do plane- considerando não apenas os espaços físicos, mas também socioe-
jamento urbano, no que se refere aos recursos técnicos, humanos, conômicos, pode ser comparado ao conceito lefebvriano de espaço
tecnológicos e materiais”. social.
Assim, embora a abordagem territorial do plano diretor seja Entretanto, a interlocução entre as agendas urbana e ambien-
condizente com a nova realidade socioespacial do País, a abrangên- tal no planejamento territorial é dificultada na medida em que es-
cia alargada do instrumento dificulta ainda mais a gestão municipal tas derivam de racionalidades distintas: a primeira — denominada
deficiente. ‘agenda marrom’ — tem como matriz a lógica funcionalista de or-
Além disso, a abordagem territorial do plano diretor põe à pro- denamento do território, incorporando, pela matriz da reforma ur-
va a adequação dos instrumentos de política urbana e territorial bana, questões de cunho social; a segunda — denominada ‘agenda
instituídos na legislação brasileira. Especialmente no que se refere verde’ — orienta-se principalmente pelo binômio preservação/con-
ao Estatuto da Cidade, pesquisa realizada em 2007 pelo Ministé- servação dos recursos naturais e, mais recentemente, pela lógica da
rio das Cidades para aferir a utilização dos instrumentos elencados valorização econômica da natureza.
nessa Lei nos planos diretores municipais revelou que, não obstante Não obstante, verifica-se nos atuais instrumentos de planeja-
muitos desses instrumentos estarem presentes nos planos, havia a mento urbano no Brasil uma tentativa de articulação das agendas
necessidade de se avançar no apoio à implementação dos mesmos. urbana e ambiental. O Estatuto da Cidade pode ser considerado um
É de se supor que a não implementação dos instrumentos importante avanço nesse sentido. Na Lei a integração, pelo menos
não está relacionada somente à capacidade de gestão das conceitualmente, das preocupações de caráter urbanístico e am-
administrações locais (conforme aponta o documento citado), mas biental pode ser observada principalmente nas diretrizes gerais da
também à pertinência dos mesmos à realidade de grande parte dos política urbana (Artigo 2°) e no rol de instrumentos da política ur-
municípios brasileiros. bana (Artigo 4°).
Nota-se que boa parte dos instrumentos regulamentados pelo Entre as diretrizes gerais aparecem os conceitos ‘cidades sus-
Estatuto da Cidade amolda-se principalmente a cidades grandes, tentáveis’ e ‘sustentabilidade ambiental’, além de preocupações
cujos valores imobiliários são altos, bem como as rendas provenien- relacionadas a efeitos negativos sobre o meio ambiente (natural e
construído). Entre os instrumentos da política urbana foram adota-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

dos alguns concebidos na esfera da gestão ambiental ou inspirados nharam objetividade. A Lei elencou diversos mecanismos e instru-
nestes, como o zoneamento ambiental e o estudo de impacto de mentos de participação, os quais devem ser detalhados e comple-
vizinhança. mentados pelos planos diretores, principalmente.
A obrigatoriedade da abrangência territorial dos planos direto- O item “O Sistema de gestão e participação democrática nos
res (áreas urbanas e rurais) reforça a necessidade de articulação das planos diretores brasileiros” no relatório de avaliação dos planos
agendas urbana e ambiental, pois propõe uma visão mais integrada diretores pós-Estatuto da Cidade revela que a maioria dos planos
dos processos socioespaciais. instituiu conselhos de política urbana ou similares, além de outros
Ao discorrer sobre as dimensões do desenvolvimento susten- mecanismos de participação, como as audiências públicas obriga-
tável, aponta-se, entre questões sociais, econômicas, ecológicas tórias, as conferências e os mecanismos de democratização do or-
e culturais, as questões espaciais. Em relação a estas, vislumbra a çamento. Porém, “[…] poucos foram os planos que estabeleceram
sustentabilidade a partir de uma configuração rural-urbana mais definições precisas quanto à forma de funcionamento dos meca-
equilibrada e uma melhor distribuição territorial de assentamentos nismos de participação e previram a articulação entre os mesmos”.
urbanos e atividades econômicas. No que se refere às atribuições dos conselhos instituídos, se-
Estes conceitos e ideias têm orientado o discurso ambiental gundo o documento, estes têm como foco principalmente as ques-
vigente e a regulação ambiental, com desdobramentos nos instru- tões relativas ao uso e ocupação do solo urbano, não envolvendo,
mentos de planejamento urbano. O item sobre a dimensão ambien- portanto, os problemas das áreas rurais e políticas inter-relaciona-
tal no relatório de avaliação dos planos diretores pós-Estatuto da Ci- das com a questão territorial, como as de habitação, transporte pú-
dade relata que muitos planos fazem alusão aos conceitos ‘cidades blico e meio ambiente, por exemplo. Conselhos setoriais, como os
sustentáveis’ e ‘sustentabilidade ambiental’. Porém, o documento de educação, assistência social, saúde e meio ambiente continuam
também aponta que a convergência/articulação entre as demandas atuando nos municípios de forma fragmentada, sem mecanismos
de desenvolvimento econômico, melhoria das condições de vida e efetivos de articulação e compatibilização das políticas.
preservação/conservação ambiental — princípio sobre o qual se as- Assim como as políticas setoriais, a participação popular tam-
sentam tais conceitos — não foi alcançada nos planos analisados. bém se encontra fragmentada. A fragmentação da participação
O documento revela que a questão ambiental ainda está estri- compromete a percepção dos processos sócio espaciais de forma
tamente relacionada à preservação dos recursos naturais e aparece integrada e pode acarretar decisões conflitantes e incompatíveis.
desvinculada da política de ordenamento territorial e das questões Uma vez que os planos diretores devem abarcar todo o território
de infraestrutura urbana, principais focos dos planos diretores: dos municípios e suas questões sócio espaciais, seria importante
A análise da abordagem ambiental explicitada nos planos dire- que conseguissem integrar as políticas públicas e seus mecanismos
tores dos municípios que compõem a amostragem desta pesquisa de participação.
revela uma visão do meio ambiente como algo predominantemen-
te ligado à preservação de áreas verdes, desvinculado das demais Constata-se assim que a partir da aprovação do Estatuto da Ci-
questões de desenvolvimento municipal e, acima de tudo, despro- dade, percebe-se, pelo menos no âmbito teórico-conceitual, a bus-
vido do reconhecimento da existência de conflitos socioambientais ca por um planejamento urbano mais abrangente e integrado, para
que caracterizam essa temática, bem como de mecanismos para além da oposição urbano-rural. Porém, no âmbito operacional, ain-
enfrentamento de tais conflitos. da permanece a compartimentação das políticas públicas e a au-
Assim, não foram vislumbradas propostas efetivas de consoli- sência de propostas efetivas de consolidação de sistemas e práticas
dação de sistemas integrados de planejamento, visando à interlo- integrados de planejamento territorial.
cução urbano-ambiental. As questões urbana e ambiental seguem Como limitação ao desenvolvimento do planejamento territo-
compartimentadas em políticas setoriais, predominando nas políti- rial integrado, pode-se citar a prevalência do viés urbano nos planos
cas ambientais o foco na preservação dos recursos naturais. diretores, que muitas vezes negligenciam as áreas rurais e a inter-
-relação existente entre essas e as áreas urbanas.
Mecanismos de participação popular Despontam-se dois motivos explicativos dessa situação: (1) per-
duram dúvidas em relação às competências das diferentes instân-
Ao longo da década de 1990, os sistemas de participação da cias e instituições envolvidas no planejamento territorial, visto que
sociedade civil nas políticas públicas foram institucionalizados no a legislação brasileira deixa incertezas e lacunas sobre a questão;
Brasil, com a criação de conselhos setoriais e a realização de confe- (2) os municípios apresentam limitadas condições administrativas e
rências temáticas. financeiras, muitas vezes não condizentes com as responsabilidades
No caso da política ambiental, o sistema se encontra consolida- a eles atribuídas.
do, apesar de haver muitas críticas a respeito. Estudiosos sobre a Por sua vez, o Estatuto da Cidade, que tem papel norteador dos
questão têm apontado a oligarquização e tecnicização dos órgãos planos diretores, também apresenta uma gênese urbana (como o
colegiados, a insuficiente participação das populações atingidas pe- próprio nome da Lei revela) e não aponta alternativas claras para
los impactos ambientais e a concentração de atribuições e poder um planejamento territorial de caráter abrangente, que integre as
por parte do executivo como desafios limitantes a uma efetiva par- questões urbanas, rurais, ambientais e sociais. O fato de muitos mu-
ticipação popular. Para os estudiosos, a pretensa participação esta- nicípios não estarem implementando os instrumentos elencados no
ria servindo principalmente para legitimar o discurso dominante. Estatuto da Cidade (apesar de instituídos em seus planos diretores),
Outras políticas, entretanto, como é o caso da política urbana e parece demonstrar que esses instrumentos não são adequados à
das políticas de habitação, saneamento e transporte e mobilidade, realidade de grande parte dos municípios brasileiros.
não angariaram forças suficientes para a consolidação de sistemas Essa deficiência da política urbana brasileira torna-se ainda
participativos. Porém, com a aprovação do Estatuto da Cidade, as mais problemática nos casos dos municípios de pequeno porte po-
diretrizes de participação quanto ao planejamento territorial ga- pulacional, que geralmente têm aglomerações urbanas diminutas
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

e pobres mergulhadas em um universo rural. Por essa razão, são - Tecnologia e Informação em Tempo Real: Aplicativos de
despendidos poucos esforços intelectuais e materiais para o plane- transporte, informações em tempo real sobre horários de transpor-
jamento e gestão das suas áreas urbanas e para as questões refe- te público e estacionamento estão sendo utilizados para melhorar
rentes à inter-relação urbano-rural, desprezando-se as relações de a eficiência das viagens.
interdependência no âmbito territorial, fator essencial ao desenvol- - Educação e Segurança no Trânsito: Campanhas de conscienti-
vimento sustentável. zação e fiscalização mais rigorosa estão em andamento para melho-
Portanto, para a consolidação no Brasil de sistemas e práticas rar a segurança no trânsito e reduzir o número de acidentes.
integrados de planejamento e gestão territorial, conclui-se serem
necessários novos instrumentos de planejamento e política urbana, A mobilidade urbana em São Paulo é um desafio complexo,
assim como se mostram essenciais o esclarecimento e definição de mas a cidade está implementando diversas estratégias para melho-
competências, bem como formas de envolvimento das diferentes rar a situação. É importante que essas soluções continuem a ser
instâncias e setores afetos ao planejamento e gestão dos territórios. desenvolvidas e adaptadas às necessidades em constante evolução
Assim, é preciso rever a legislação urbana, rural e ambiental, de uma metrópole tão vasta.
considerando a diversidade de arranjos sócio espaciais encontrados Com o foco na melhoria da mobilidade, São Paulo tem o poten-
no país. Sobretudo, é preciso romper com polaridades como urba- cial de se tornar uma cidade mais acessível, sustentável e amigável
no-rural, cidade-campo, ambiente construído-ambiente natural no para seus cidadãos e visitantes.
desenvolvimento das políticas públicas.

VISÃO TERRITORIAL DA CIDADE: GEOGRAFIA URBANA E


MOBILIDADE URBANA NA CIDADE DE SÃO PAULO. HUMANA

A mobilidade urbana é uma questão crítica em muitas cidades A cidade de São Paulo, uma das maiores metrópoles do mundo,
ao redor do mundo, e a cidade de São Paulo não é exceção. A cres- é um campo de estudo rico e complexo para a Geografia Urbana e
cente urbanização e o aumento do número de veículos nas ruas da Humana.
metrópole tornaram o deslocamento pela cidade um desafio diário Com milhões de habitantes e uma vasta extensão territorial,
para seus residentes. São Paulo representa um microcosmo das dinâmicas urbanas e dos
Este artigo explora os desafios enfrentados na mobilidade ur- desafios sociais que enfrentam as cidades contemporâneas.
bana de São Paulo e as soluções em andamento para melhorar o - Crescimento e Transformação Urbana: São Paulo é um exem-
cenário. plo marcante de crescimento urbano e transformação ao longo do
DESAFIOS DE MOBILIDADE URBANA EM SÃO PAULO: tempo. O estudo da geografia urbana da cidade abrange desde a
- Congestionamento de Tráfego: São Paulo é conhecida por expansão inicial até o desenvolvimento de bairros residenciais, cen-
seus congestionamentos frequentes, que afetam a produtividade tros financeiros e áreas industriais.
e a qualidade de vida dos cidadãos. Os longos tempos de desloca- - População e Diversidade: A população diversificada de São
mento resultam em estresse e perda de tempo. Paulo reflete as migrações internas e internacionais que moldaram
- Falta de Infraestrutura para Transporte Público: Embora a a cidade. Essa diversidade é um campo fértil para a pesquisa em
cidade possua uma rede extensa de transporte público, a falta de geografia humana, examinando a distribuição de diferentes grupos
investimento em infraestrutura e a qualidade dos serviços limitam étnicos e culturais na cidade.
sua eficácia. Muitos habitantes preferem o uso de veículos parti- - Desigualdade Socioespacial: São Paulo também enfrenta
culares devido à falta de conforto e confiabilidade do transporte desafios significativos em termos de desigualdade socioespacial. A
público. geografia urbana e humana explora como a distribuição desigual
- Segurança no Trânsito: O alto número de acidentes de trân- de recursos e serviços afeta os moradores de diferentes áreas da
sito é uma preocupação significativa. A falta de segurança nas ruas cidade.
contribui para um ambiente perigoso para pedestres e ciclistas. - Mobilidade Urbana: O trânsito caótico e os desafios de
SOLUÇÕES EM ANDAMENTO: mobilidade são áreas de interesse na geografia urbana. Como
- Expansão da Rede de Metrô e BRT: A cidade está investindo as pessoas se deslocam em uma cidade de tamanha extensão e
na expansão da rede de metrô e no sistema de ônibus de trânsito densidade populacional? Quais são as implicações para a qualidade
rápido (BRT) para melhorar o transporte público. Isso visa fornecer de vida?
alternativas viáveis aos veículos particulares. - Uso da Terra e Planejamento Urbano: A análise do uso
- Promoção de Meios de Transporte Sustentáveis: Incentivos da terra é fundamental. São Paulo é uma cidade em constante
ao uso de bicicletas, compartilhamento de bicicletas e caminhadas evolução, com áreas residenciais, comerciais, industriais e de lazer
estão sendo promovidos. Ciclovias estão sendo construídas, e ruas interagindo em seu espaço geográfico. O planejamento urbano e a
estão sendo adaptadas para acomodar ciclistas e pedestres. gestão do crescimento são áreas de foco da geografia urbana.
- Zoneamento Inteligente: A cidade está implementando zo- - Impactos Ambientais: São Paulo enfrenta desafios
nas de tráfego restrito e pedágios urbanos para reduzir o tráfego ambientais, incluindo problemas de poluição do ar, enchentes e
no centro da cidade. Isso está direcionado a reduzir o congestiona- gestão de resíduos. A geografia urbana explora como as decisões
mento. de desenvolvimento impactam o meio ambiente e como soluções
sustentáveis podem ser implementadas.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Desenvolvimento Econômico: São Paulo é um centro econô- - Análise de Política: A análise de política envolve a avaliação
mico vital para o Brasil e a América Latina. O estudo da geografia detalhada das políticas existentes, seus objetivos, custos, benefícios
urbana considera como o desenvolvimento econômico se relaciona e impacto.
com a distribuição de empresas e oportunidades de emprego na Ela pode incluir a revisão de documentos de políticas, revisão
cidade. da literatura e análise de documentos governamentais. A análise de
- Cultura Urbana: A rica cena cultural de São Paulo é um com- política ajuda a informar e moldar o desenvolvimento de políticas
ponente importante da geografia humana. A cidade abriga uma am- futuras.
pla gama de eventos culturais e instituições, e a geografia humana - Pesquisa de Avaliação: A pesquisa de avaliação é usada para
explora como a cultura se manifesta e se difunde na cidade. medir o desempenho de políticas públicas. Isso inclui avaliações
A visão territorial da cidade de São Paulo, sob o escopo da Geo- de impacto, que buscam determinar os efeitos de uma política, e
grafia Urbana e Humana, oferece uma compreensão profunda das avaliações de processo, que examinam como as políticas são im-
complexas dinâmicas urbanas e dos desafios sociais enfrentados plementadas.
em uma das maiores cidades do mundo. A pesquisa de avaliação é essencial para medir o sucesso das
O estudo dessas questões é fundamental para o planejamento políticas e fazer ajustes quando necessário.
urbano sustentável, a promoção da equidade e o bem-estar dos ha- - Modelagem e Simulação: A modelagem e simulação envol-
bitantes da metrópole. vem a criação de modelos matemáticos ou computacionais para
prever o impacto de diferentes cenários políticos.
Isso é particularmente útil para prever os resultados de políti-
METODOLOGIAS DE PESQUISA cas antes de sua implementação e para realizar análises de custo-
-eficácia.
As metodologias de pesquisa desempenham um papel funda-
A pesquisa na área de gestão de políticas públicas desempenha mental na gestão de políticas públicas, fornecendo dados e evidên-
um papel crucial na análise, desenvolvimento e aprimoramento das cias que sustentam a tomada de decisões informadas.
políticas que afetam a sociedade. A escolha da metodologia depende dos objetivos da pesquisa,
A escolha das metodologias de pesquisa apropriadas desempe- da natureza do problema e dos recursos disponíveis.
nha um papel essencial na obtenção de resultados confiáveis e na A combinação de várias abordagens pode ser vantajosa para
formulação de políticas bem fundamentadas. obter uma compreensão abrangente e holística das políticas públi-
Neste contexto, várias abordagens metodológicas são aplica- cas e de seu impacto na sociedade.
das, cada uma com suas vantagens e aplicações específicas:
- Pesquisa Quantitativa: A pesquisa quantitativa é frequente-
mente empregada na gestão de políticas públicas para coletar e LEI MUNICIPAL Nº 14.094/05: ART. 3º, INC. I (CADIM).
analisar dados numéricos. Essa metodologia envolve a aplicação
de técnicas estatísticas para avaliar tendências, correlações e medir
impactos. LEI Nº 14.094, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2005
Por exemplo, pesquisas de opinião, análise estatística de dados
demográficos e análise de custo-benefício são comuns na pesquisa Cria o Cadastro Informativo Municipal - CADIN MUNICIPAL.
de políticas públicas.
- Pesquisa Qualitativa: A pesquisa qualitativa se concentra na Art. 3º A existência de registro no CADIN MUNICIPAL impede
compreensão profunda dos fenômenos sociais e políticos. Utiliza os órgãos e entidades da Administração Municipal de realizarem os
técnicas como entrevistas, grupos focais e análise de conteúdo para seguintes atos, com relação às pessoas físicas e jurídicas a que se
explorar perspectivas, experiências e narrativas. refere:
Na gestão de políticas públicas, a pesquisa qualitativa pode for- I - celebração de convênios, acordos, ajustes ou contratos que
necer informações sobre o impacto das políticas nas comunidades, envolvam o desembolso, a qualquer título, de recursos financeiros;
identificar barreiras à implementação e avaliar a eficácia das inter-
venções.
- Estudos de Caso: Os estudos de caso são uma metodologia CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988, EM ESPECIAL: ART. 22,
valiosa para a gestão de políticas públicas, pois permitem uma aná- INC. XXVII; ART. 37, INC. XXI; E ART. 173, § 1º, INC. III
lise aprofundada de situações específicas. Isso é particularmente
útil para entender como as políticas são implementadas em contex-
tos reais e quais os resultados que produzem. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE
Os estudos de caso podem ser qualitativos, quantitativos ou 1988
uma combinação de ambos, dependendo dos objetivos da pesqui-
sa. PREÂMBULO
- Pesquisa Experimental: A pesquisa experimental envolve a
aplicação de métodos controlados para testar o impacto de políti- Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assem-
cas específicas. bléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático,
Embora menos comum na gestão de políticas públicas devido destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais,
a limitações éticas e práticas, os experimentos aleatórios contro- a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igual-
lados (EACs) podem fornecer evidências rigorosas sobre a eficácia dade e a justiça como valores supremos de uma sociedade frater-
das políticas. na, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução


pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, DECRETO MUNICIPAL 58.093/2018.
a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

TÍTULO III DECRETO Nº 58.093, DE 20 DE FEVEREIRO DE 2018


DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
Dispõe sobre princípios, normas de governança e de gestão a
CAPÍTULO II serem observados pelas empresas públicas, sociedades de econo-
DA UNIÃO mia mista, e respectivas subsidiárias das quais o Município de São
Paulo detenha o controle, aplicando-se no que couber às autar-
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: quias, fundações públicas e serviços sociais autônomos, bem como
XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as revoga o Decreto nº 57.566, de 27 de dezembro de 2016e os artigos
modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas 1º ao 11 do Decreto nº 53.916, de 16 de maio de 2013, e introduz
e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, alterações no Decreto 53.687, de 2 de janeiro de 2013.
obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas
e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; JOÃO DORIA, Prefeito do Município de São Paulo, no uso das
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) atribuições que lhe são conferidas por lei,
CAPÍTULO VII CONSIDERANDO o disposto na Lei Federal nº 13.303, de 30 de
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA junho de 2016, que disciplina o estatuto jurídico da empresa pú-
blica, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, no
SEÇÃO I âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
DISPOSIÇÕES GERAIS
CONSIDERANDO a necessidade de padronização e institucio-
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer nalização dos atos e práticas da Administração Indireta e serviços
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu- sociais autônomos,
nicípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalida-
de, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: D E C R E T A:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, CAPÍTULO I
serviços, compras e alienações serão contratados mediante pro- DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
cesso de licitação pública que assegure igualdade de condições a
todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações SEÇÃO I
de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos ter- CAMPO DE APLICAÇÃO
mos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação
técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das Art. 1º As disposições deste decreto aplicam-se às empresas
obrigações. (Regulamento) públicas, sociedades de economia mista e suas respectivas subsidiá-
rias, das quais o Município de São Paulo seja acionista controlador,
TÍTULO VII independentemente da natureza da atividade, do porte e do setor
DA ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA de atuação.
Parágrafo único. Aplicam-se, no que couber, às seguintes enti-
CAPÍTULO I dades:
DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA I - aos serviços sociais autônomos que tenham sido criados por
lei e tenham a sua diretoria indicada e nomeada pelo Prefeito;
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a II - às autarquias municipais; e
exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será per- III - às fundações públicas municipais.
mitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional
ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. SEÇÃO II
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, PRINCÍPIOS
da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explo-
rem atividade econômica de produção ou comercialização de bens Art. 2º As entidades mencionadas no artigo 1º deste decreto
ou de prestação de serviços, dispondo sobre: (Redação dada deverão observar os seguintes princípios e diretrizes:
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)] I - respeito ao interesse público e à finalidade das entidades,
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e aliena- proibida a sua utilização para fins privados, partidários e/ou elei-
ções, observados os princípios da administração pública; (Incluí- torais;
do pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) II - articulação permanente com as políticas definidas pela Se-
cretaria à que estejam vinculadas;
III - nomeação de conselheiros, diretores, administradores e
empregados com comprovada capacidade técnica e reputação ili-
bada para exercício da função;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

IV - fundamentação técnica dos atos e decisões; § 2º Os acionistas, administradores, funcionários e consultores


V - observância à sustentabilidade financeira na concessão de ficam obrigados a comunicar os atos e fatos relevantes ao diretor
benefícios aos seus empregados, proibido o privilégio ou favoreci- responsável pela sua divulgação.
mento; Art. 5° As entidades mencionadas no “caput” do artigo 1º deste
VI - proibição de atuação em casos de conflitos de interesse, decreto deverão ainda:
diretos ou indiretos; I - elaborar e divulgar documento contendo a política de transa-
VII - transparência de todos os atos e decisões, nos termos da ções com partes relacionadas, de acordo com os requisitos de com-
Lei Federal nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, e da legislação petitividade, conformidade, transparência, equidade e comutativi-
municipal aplicável; dade, a ser aprovado pelo Conselho de Administração e revisado
VIII - fortalecimento dos órgãos de administração, incluindo os anualmente;
Conselhos de Administração, Deliberativo e Fiscal, bem como os co- II - elaborar e divulgar a sua política de destinação de resultados
mitês de assessoramento desses órgãos, estatutários ou não. após prévia aprovação pela Junta Orçamentário-Financeira – JOF.
Art. 6° A divulgação das informações de transparência exigidas
CAPÍTULO II pela Lei Federal nº 13.303, de 2016, e por este decreto serão efe-
GOVERNANÇA CORPORATIVA tuadas em páginas de sítios eletrônicos pertencentes às entidades
e observando o cumprimento das demais normas de transparência
SEÇÃO I insertas em atos normativos da Comissão de Valores Mobiliários –
TRANSPARÊNCIA CVM e na Lei Federal nº 12.527, de 2011.

Art. 3º As entidades de que trata este decreto deverão observar SEÇÃO II


os requisitos de transparência previstos nas Leis Federais nº 12.527, CÓDIGO DE CONDUTA E INTEGRIDADE
de 18 de novembro de 2011, e nº 13.303, de 30 de junho de 2016,
quando aplicável.(Redação dada pelo Decreto nº 58.449/2018) Art. 7° Os conselheiros, diretores, administradores e funcioná-
§ 1º Os requisitos de transparência previstos nos incisos I, VIII e rios das entidades de que trata este decreto deverão observar o Có-
IX do artigo 8º da Lei Federal nº 13.303, de 2016, poderão ser incluí- digo de Conduta Funcional dos Agentes Públicos e da Alta Adminis-
dos na elaboração e divulgação do Compromisso de Desempenho tração Municipal, instituído pelo Decreto nº 56.130, de 26 de maio
Institucional – CDI e de seus relatórios de acompanhamento, nos de 2015, sem prejuízo da elaboração de Código de Conduta próprio,
termos dos artigos 22 e 25 deste decreto. observadas as diretrizes gerais traçadas pelo referido decreto.
§ 2º Caso as entidades tenham sido dispensadas da celebração Parágrafo único. Os servidores públicos, bem como os conse-
do Compromisso de Desempenho Institucional – CDI, nos termos lheiros, diretores, administradores e funcionários dessas entidades,
do artigo 25 deste decreto, os requisitos de transparência a que se sob pena de violação à ética pública, deverão:
refere o caput deste artigo poderão ser comprovados por outros I - guardar sigilo das informações a que tenham acesso privi-
documentos propostos por elas, desde que autorizados pela Junta legiado em razão do cargo ou posição que ocupem até sua efetiva
Orçamentário-Financeira – JOF, instituída pelo Decreto nº 53.687, divulgação para o mercado; e
de 2 de janeiro de 2013. II - comunicar qualquer ato ou fato relevante de que tenham
§ 3º As entidades deverão publicar, no mínimo, os seguintes conhecimento ao responsável pela transparência ou relação com
documentos dos seus órgãos colegiados: o mercado, o qual promoverá sua divulgação aos órgãos compe-
I - Regimento Interno; tentes.
II - composição do órgão;
III - calendário de reuniões; SEÇÃO III
IV - pautas; CONTROLE INTERNO
V - registro de presenças; e
VI - sumário das atas. Art. 8º Deverão criar unidade de auditoria interna, conforme
Art. 4° As entidades registradas como companhias abertas de- disposto na Lei Federal nº 13.303, de 2016, as empresas públicas
verão elaborar e divulgar documento contendo suas políticas de e sociedades de economia mista que, em conjunto com suas even-
divulgação de informações relevantes, em conformidade com a Ins- tuais subsidiárias, tiverem, no exercício social anterior, receita ope-
trução da Comissão de Valores Mobiliários - CVM nº 358, de 3 de racional bruta igual ou superior a R$ 90.000.000,00 (noventa mi-
janeiro de 2002, e demais normas aplicáveis, observados os seguin- lhões de reais).(Redação dada pelo Decreto nº 58.449/2018)
tes requisitos mínimos: Parágrafo único. Fica facultado às entidades previstas no pa-
I - fixação de critérios para classificação das pessoas sujeitas à rágrafo único do artigo 1º deste decreto e às demais que não se
política de divulgação de informações relevantes; enquadrem nas regras do “caput” deste artigo, a criação de contro-
II - definição da diretoria responsável pela divulgação de infor- le interno ou a celebração de convênio com a Controladoria Geral
mações relativas a atos e fatos relevantes. do Município, para, dentre outras atividades que enquadrem na
§ 1º O diretor responsável pela divulgação dos atos e fatos competência do referido órgão, a realização de auditoria interna,
relevantes deve zelar para que sejam divulgados de forma ampla, definição de plano de trabalho, acompanhamento e avaliação dos
imediata, clara e precisa, e que a divulgação ocorra em todos os resultados da unidade de auditoria interna criada, bem como a efe-
meios previstos na política de divulgação de informações relevantes tividade dos controles internos, nos termos do art.10 do presente
publicada pela entidade. decreto.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 9º Os responsáveis pela área de auditoria interna deverão III - para membros do Conselho Fiscal de quaisquer das entida-
possuir formação e experiência profissionais compatíveis com as des previstas no artigo 1º deste decreto: observância aos requisitos
suas atribuições e serão investidos em mandatos com duração de 2 estabelecidos no §1º do artigo 26 da Lei Federal n° 13.303, de 2016.
(dois) anos, permitida uma única recondução, e somente perderão § 3º Para todas as nomeações de membros dos Conselhos Fis-
o mandato nas hipóteses previstas nos incisos I, II ou III do § 2º cal e de Administração, assim como da Diretoria das empresas pú-
deste artigo. blicas e sociedades de economia mista que, em conjunto com suas
§ 1º A nomeação dos integrantes das unidades de auditoria in- eventuais subsidiárias, tiverem, no exercício social anterior, receita
terna deverá, necessariamente, passar pela aprovação do Conselho operacional bruta igual ou superior a R$ 90.000.000,00 (noventa
Municipal de Administração Pública – COMAP, criado pelo Decreto milhões de reais), deverão ser observadas as vedações contidas no
nº 50.514, de 20 de março de 2009. §2º do artigo 17 da Lei Federal nº 13.303, de 2016.(Redação dada
§ 2º Não poderão compor a unidade de auditoria interna os pelo Decreto nº 58.449/2018)
agentes: § 4º O exame do cumprimento dos requisitos de capacidade
I - julgados responsáveis por atos ou contas irregulares por de- técnica dar-se-á por declaração do indicado e apresentação formal
cisão definitiva do Tribunal de Contas do Município de São Paulo ou dos requisitos e documentos comprobatórios, com posterior ave-
de quaisquer outros entes federados, exceto nos casos de aprova- riguação, por parte do comitê de elegibilidade da entidade, ou, na
ção de contas com ressalvas; sua ausência, do Conselho Municipal de Administração Pública –
II - punidos em processo administrativo disciplinar, em qual- COMAP, instituído pelo Decreto nº 50.514, de 20 de março de 2009.
quer esfera de governo; § 5º Caberá ao comitê de elegibilidade ou ao Conselho Muni-
III - responsáveis pela prática de ato tipificado como causa de cipal de Administração Pública - COMAP, após sua deliberação, o
inelegibilidade, nos termos da Lei Federal Complementar n° 64, de envio de toda documentação à Secretaria do Governo Municipal.
18 de maio de 1990; § 6º Todos os membros dos Conselhos de Administração e Fis-
IV - que tenham sido responsáveis por atos que serão audita- cal, assim como da Diretoria Executiva das empresas públicas, socie-
dos pela unidade. dades de economia mista e suas respectivas subsidiárias, deverão
Art. 10. A Controladoria Geral do Município deverá acompa- demonstrar, até 30 de junho de 2018, o cumprimento dos requisitos
nhar a atuação das unidades de auditoria interna e avaliar a efetivi- de capacidade técnica e elegibilidade, assim como da inexistência
dade do controle interno criado nos termos deste decreto. de vedações, nos termos deste artigo, ao Comitê de Governança
Parágrafo único. Sem prejuízo do disposto no “caput” deste das Entidades da Administração Indireta - COGEAI, podendo o pro-
artigo, a Junta Orçamentária e Financeira-JOF poderá instituir um cesso ser enviado, ainda, à Secretaria do Governo Municipal - SGM,
comitê de auditoria, temporário ou permanente, para verificar as para análise e providências cabíveis, se for o caso.(Redação dada
entidades mencionadas no artigo 1º deste decreto. pelo Decreto nº 58.449/2018)
§ 7º Os administradores eleitos devem participar, na posse e
CAPÍTULO III anualmente, de treinamentos específicos sobre legislação societá-
DO EXERCÍCIO DE FUNÇÃO EM ÓRGÃOS ESTATUTÁRIOS ria e de mercado de capitais, divulgação de informações, contro-
le interno, código de conduta, a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de
SEÇÃO I 2013 (Lei Anticorrupção), e demais temas relacionados às ativida-
REQUISITOS DE NOMEAÇÃO des da empresa pública ou da sociedade de economia mista.(Reda-
ção dada pelo Decreto nº 58.779/2019)
Art. 11. Para que possam exercer suas funções nos mais eleva- § 8º Além da capacidade técnica, deverão ser observados cri-
dos padrões técnicos, morais e éticos, os membros da Diretoria e térios de diversidade e complementariedade de experiências como
dos Conselhos de Administração, Fiscal e Deliberativo das entida- requisitos para a composição global dos órgãos de administração
des abrangidas por este decreto deverão demonstrar, no momento das entidades.
de sua nomeação, capacidade técnica para integrarem tais órgãos Art. 12. Todas as nomeações de conselheiros, administradores,
colegiados. diretores ou empregados devem ser precedidas de declaração de
§ 1º A capacidade técnica é composta de dois aspectos que inexistência das vedações previstas neste decreto e na Lei Federal
deverão ser complementarmente demonstrados: nº 13.303, de 2016, quando aplicável, sob pena de responsabilida-
I - experiência profissional; de civil, administrativa e criminal.
II - formação acadêmica compatível com o cargo para o qual § 1º Todas as contratações ou nomeações para cargos de livre
foi indicado. provimento ou em comissão deverão, necessariamente, passar pela
§ 2º Para fins de comprovação da experiência profissional, será prévia aprovação do Conselho Municipal de Administração Pública
necessário demonstrar: – COMAP, com cópia do currículo profissional que demonstre perti-
I - para membros do Conselho de Administração e da Diretoria nência técnica para desempenho da função.
de empresas e subsidiárias com receita operacional bruta igual ou § 2º Caberá ao acionista controlador da entidade adotar as
superior a R$ 90.000.000 (noventa milhões de reais): observância medidas necessárias para revogação do ato de nomeação dos con-
aos requisitos do inciso I do “caput” do artigo 17 da Lei Federal n° selheiros, administradores e do diretor presidente da entidade
13.303, de 2016; quando forem constatadas irregularidades definidas pela legislação
II - para membros do Conselho de Administração, Conselho De- específica.
liberativo e da Diretoria das entidades não enquadradas no inciso Art. 13. Os empregados eleitos para representarem seus pa-
I deste parágrafo: observância à metade dos prazos estabelecidos res nos Conselhos de Administração, nos Conselhos Fiscais ou na
como requisitos do inciso I do “caput” do artigo 17 da Lei Federal n° Diretoria das entidades abrangidas por este decreto, não poderão
13.303, de 2016; participar das discussões e deliberações sobre assuntos relativos à
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

gestão de pessoas, em especial os que envolvam relações sindicais, Art. 16. A remuneração, incluindo os benefícios, dos admi-
remuneração, benefícios e vantagens, inclusive matérias de previ- nistradores e dos diretores deverá seguir orientação específica da
dência complementar e assistenciais, hipóteses em que fica confi- Junta Orçamentária Financeira – JOF, devendo ser ratificada pelas
gurado o conflito de interesse, conforme disposto no § 1° do artigo Assembleias Gerais das respectivas entidades.
19 da Lei Federal nº 13.303, de 2016.
CAPÍTULO IV
SEÇÃO II DOS EMPREGADOS
DA RESPONSABILIZAÇÃO DOS ADMINISTRADORES
SEÇÃO I
Art. 14. Os membros dos órgãos estatutários das entidades DOS BENEFÍCIOS
mencionadas neste decreto responderão pessoalmente por deci-
sões ou opiniões técnicas em caso de dolo ou culpa grave. Art. 17. As entidades referidas no “caput” e no inciso I do pará-
§ 1º Não se considera culpa grave a decisão baseada em ju- grafo único do artigo 1° deste decreto poderão conceder aos seus
risprudência, doutrina ou orientação geral da Procuradoria-Geral empregados, além dos benefícios legais, o plano de saúde ou reem-
do Município ou do acionista controlador, desde que o ato esteja bolso, vedada a concessão de benefícios diferenciados ou não pre-
devidamente motivado. vistos em lei.(Redação dada pelo Decreto nº 58.449/2018)
§ 2º No que se refere às empresas públicas, sociedades de eco- § 1º A concessão de qualquer outro benefício deverá ser apro-
nomia mista e suas respectivas subsidiárias, o agente público terá vada pela Junta Orçamentária Financeira – JOF, sob pena de confi-
direito a assessoria jurídica contratada pela entidade para se defen- gurar privilégio ou benefício indevido.
der, em qualquer esfera, por ato ou conduta por ele praticado no § 2º As entidades que tiverem acordos coletivos ficam obriga-
exercício regular de suas competências e em observância ao inte- das a submeter os atuais benefícios à análise da Junta Orçamentá-
resse geral.(Redação dada pelo Decreto nº 58.449/2018) rio-Financeira – JOF e dos seus órgãos colegiados em até 60 (ses-
§ 3º Para os fins do § 2º deste artigo, as entidades poderão senta) dias a contar da publicação deste decreto.
contratar seguro de responsabilidade civil em favor de seus admi- § 3º As regras do “caput” deste artigo deverão ser adequadas
nistradores, desde que nos parâmetros de custos estabelecidos pre- por prazo máximo de 2 (dois) anos, a contar da publicação deste
viamente pela Junta Orçamentário-Financeira – JOF. decreto.
§ 4º Transitada em julgado decisão que reconheça a ocorrência Art.18. As entidades mencionadas no “caput” do artigo 1º des-
de dolo ou culpa grave, o agente público ressarcirá à entidade as te decreto poderão instituir programas de participação nos lucros
despesas por ela assumidas nos termos do § 2º deste artigo.(Reda- e resultados ou quaisquer outros programas de mesma natureza
ção dada pelo Decreto nº 58.449/2018) entre seus funcionários, após prévia análise da Junta Orçamentá-
ria Financeira – JOF e deliberação da Assembleia Geral, observada
SEÇÃO III a existência de recursos e supridas as necessidades de capital da
DA AVALIAÇÃO E DA REMUNERAÇÃO DOS ADMINISTRADO- entidade.
RES § 1º As entidades mencionadas no “caput” do artigo 1º deste
decreto que já possuírem quaisquer dos programas mencionados
Art. 15. Os membros dos Conselhos de Administração e Fiscal, no “caput” deste artigo, ficam obrigadas a submetê-los à análise
assim como da Diretoria Executiva das empresas públicas, socieda- da Junta Orçamentária Financeira – JOF e deliberação da Assem-
des de economia mista e suas respectivas subsidiárias serão avalia- bleia Geral em até 60 ( sessenta) dias a contar da publicação deste
dos por seu desempenho, em avaliação individual e coletiva, com decreto.
a periodicidade mínima anual, observados os seguintes requisitos § 2º A autorização da Junta Orçamentária Financeira – JOF para
mínimos:(Redação dada pelo Decreto nº 58.449/2018) o pagamento de participação nos lucros e resultados terá como re-
I - exposição dos atos de gestão praticados, quanto à licitude e ferência o atingimento de metas estipuladas no Compromisso de
à eficácia da ação administrativa; Desempenho Institucional – CDI, não podendo ultrapassar 10% (dez
II - contribuição para o resultado do exercício e para a sustenta- por cento) do lucro ou do dividendo declarado no exercício.
bilidade financeira da empresa ou da entidade;
III - consecução dos objetivos estabelecidos no plano de negó- SEÇÃO II
cios e no planejamento estratégico; DA EXTINÇÃO DOS VÍNCULOS TRABALHISTAS
IV - contribuição para a diversidade de experiências, forma-
ções acadêmicas e qualidade das discussões e deliberações do Art. 19. As entidades mencionadas neste decreto deverão rea-
órgão colegiado do qual participa.(Redação dada pelo Decreto nº lizar adequações em seus quadros de pessoal, promovendo a extin-
58.449/2018) ção dos contratos de trabalho, sempre que se verificar excesso de
§ 1° O cumprimento dos requisitos estabelecidos nos incisos I a pessoal e/ou a despesa com pessoal ultrapassar 60% (sessenta por
III do “caput” deste artigo poderão ser substituídos, por deliberação cento) do orçamento, ou verificada a sua insustentabilidade finan-
da Junta Orçamentário-Financeira – JOF, na observação do cumpri- ceira pela fonte pagadora, bem como nos casos de insuficiência de
mento das metas estabelecidas no Compromisso de Desempenho desempenho individual.
Institucional – CDI. § 1º As entidades terão o prazo de 24 (vinte e quatro) meses
§ 2º Para cumprimento do disposto no inciso IV do “caput” des- para as adequações mencionadas no “caput” deste artigo.
te artigo, deverão ser observados os requisitos mínimos estabeleci- § 2º Para a realização de demissão do quadro de pessoal con-
dos pela Junta Orçamentário-Financeira - JOF.(Redação dada pelo cursado, em regime celetista, as entidades deverão observar:
Decreto nº 58.449/2018)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

I - a motivação da necessidade de rescisão sem justa causa de CAPÍTULO V


contratos de trabalho para readequação de quadro de pessoal; DA GOVERNANÇA REALIZADA PELA ADMINISTRAÇÃO DIRETA
II - estudos técnicos sobre a redução de quadro por unidade MUNICIPAL
administrativa e carreira; e
III - indicação do procedimento e escolha dos contratos de tra- SEÇÃO I
balho a serem rescindidos com critérios objetivos e isonômicos, DO COMPROMISSO DE DESEMPENHO INSTITUCIONAL (CDI)
baseados, inclusive, em critérios de produtividade do empregado.
§ 3º Poderá ser elaborado plano de readequação do quadro Art. 22. As entidades mencionadas no artigo 1º deste decreto
de pessoal com uniformização dos procedimentos por proposta do estão obrigadas a celebrar Compromisso de Desempenho Institu-
Comitê de Governança das Entidades da Administração Indireta – cional - CDI com o Município de São Paulo, com o objetivo de racio-
COGEAI, o qual deverá vincular as ações dos administradores da nalizar e otimizar a utilização dos recursos públicos.
empresa indicados pelo Município de São Paulo, após a aprovação Parágrafo único. Nos Compromissos de Desempenho Institu-
da Junta Orçamentário-Financeira-JOF. cional - CDI, o Município de São Paulo será representado pelos inte-
§ 4º Para as rescisões de contrato de trabalho com justa causa grantes da Junta Orçamentário-Financeira – JOF, com a participação
deverá ser aberto procedimento administrativo simplificado espe- do titular da Pasta a qual a entidade estiver vinculada, e uma das
cífico, conforme normas internas das entidades mencionadas neste entidades mencionadas no artigo 1° deste decreto, de acordo com
decreto, observados os princípios do contraditório e da ampla de- o previsto nos respectivos instrumentos de constituição e regência.
fesa. Art. 23. Os Compromissos de Desempenho Institucional – CDI
§ 5º A insuficiência de desempenho individual, verificada por devem assegurar a preservação do patrimônio e do interesse pú-
meio de Avaliação de Desempenho Individual institucionalizada blico, a economicidade e a qualidade dos resultados das atividades
pela entidade, na qual sejam avaliados critérios objetivos e previa- das entidades abrangidas por este decreto.
mente estipulados, poderá ser motivadora de rescisão de contrato Art. 24. A apresentação, a negociação e a aprovação da pro-
de trabalho sem justa causa, independentemente da existência de posta de Compromisso de Desempenho Institucional - CDI seguirão
plano de readequação de quadro de pessoal.(Redação dada pelo procedimento a ser fixado pelo Comitê de Governança das Entida-
Decreto nº 58.449/2018) des da Administração Indireta – COGEAI, devendo contemplar, no
Art. 20. As entidades referidas no “caput” e no inciso I do pa- mínimo, os seguintes assuntos:
rágrafo único do artigo 1° deste decreto deverão requerer a apo- I - planejamento estratégico;
sentadoria por idade de seus funcionários, desde que o segurado II - planejamento tático, contendo:
tenha cumprido o período de carência e completado 70 (setenta) a) resultado econômico;
anos de idade, nos termos do disposto no artigo 51 da Lei Federal b) resultado financeiro;
nº 8.213, de 24 de julho de 1991.(Redação dada pelo Decreto nº c) despesa de pessoal;
58.449/2018) d) plano de investimentos;
§ 1º Será garantida ao empregado público a indenização pre- e) indicadores de qualidade na prestação de atividades de in-
vista na legislação trabalhista, considerada como data de rescisão teresse público;
do contrato de trabalho a imediatamente anterior à do início da f) ações voltadas ao aumento da produtividade;
aposentadoria. g) metas de desempenho para os 2 (dois) primeiros anos, po-
§ 2º A disposição prevista no “caput” deste artigo não se aplica dendo ser prorrogáveis; e
aos administradores, diretores e membros dos Conselhos Delibera- h) adoção de instrumentos de governança corporativa e desen-
tivos, de Administração e Fiscais. volvimento sustentável.
§ 3º A partir da publicação deste decreto, todos os contratos Art. 25. Fica a Junta Orçamentário-Financeira – JOF autorizada
firmados deverão ser adequados com a inclusão de cláusula pre- a, justificadamente, dispensar entidade mencionada no artigo 1°
vendo as obrigações estabelecidas neste Capítulo. deste decreto da celebração de Compromisso de Desempenho Ins-
Art. 21. Poderá ser realizado Programa de Demissão Voluntária titucional – CDI, em virtude de controle finalístico já exercido pela
– PDV, mediante a comprovação do interesse público e a aprovação Secretaria Municipal à qual a entidade se encontra vinculada.
prévia da proposta pela Junta Orçamentário-Financeira – JOF, nos § 1º A dispensa prevista no “caput” deste artigo não impede
termos a alínea “h” do inciso X do art. 1º do Decreto Municipal nº a requisição de quaisquer informações que a Junta Orçamentá-
53.687, de 2013. rio-Financeira – JOF ou o Comitê de Governança das Entidades da
Parágrafo único. Os funcionários que tiverem seu contrato de Administração Indireta – COGEAI entendam necessárias, devendo
trabalho rescindido por adesão ao Programa de Demissão Volun- ser atendida pelas entidades de que trata este decreto na forma e
tária – PDV não poderão ser contratados como comissionados por prazo fixados pelos referidos colegiados no exercício de suas com-
qualquer entidade da Administração Direta ou Indireta do Muni- petências.
cípio de São Paulo, incluindo serviços sociais autônomos, por um § 2º A Junta Orçamentário-Financeira – JOF e o Comitê de Go-
período de 5 (cinco) anos. vernança das Entidades da Administração Indireta – COGEAI irão
definir as informações e indicadores de desempenho que deverão
ser divulgados, trimestralmente, em seus respectivos sítios na inter-
net, pelas entidades mencionadas no artigo 1° deste decreto.
Art. 26. O Compromisso de Desempenho Institucional – CDI
será celebrado com prazo de validade de 5 (cinco) anos.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 1º O planejamento estratégico, de que trata o artigo 24, inci- § 1º Poderão ser criados Núcleos Técnicos de Acompanhamen-
so I deste decreto, terá vigência coincidente ao prazo de validade do to da Administração Indireta nas Secretarias com representação no
Compromisso de Desempenho Institucional – CDI. Comitê de Governança das Entidades da Administração Indireta –
§ 2º O planejamento tático, de que trata o artigo 24, inciso II, COGEAI.
deste decreto, terá validade de 02 (dois) anos. § 2º A participação como membro do comitê não será remu-
§ 3º Com antecedência de 90 (noventa) dias corridos do encer- nerada e será considerada como trabalho de relevante interesse
ramento do ano civil, a entidade encaminhará ao Comitê de Gover- público.
nança das Entidades da Administração Indireta – COGEAI proposta Art. 30. Ao Comitê de Governança das Entidades da Adminis-
de renovação do planejamento tático. tração Indireta – COGEAI competirá, dentre outras atribuições:
§ 4º Aprovadas pelo Comitê de Governança das Entidades da I - realizar análises e estudos sobre as entidades mencionadas
Administração Indireta – COGEAI as propostas de que tratam o § 3º no artigo 1º deste decreto;
deste artigo, considerar-se-á aditado o Compromisso de Desempe- II - requisitar informações e estudos às entidades abrangidas
nho Institucional – CDI com as novas metas e projeções. por este decreto;
§ 5º O aditamento deverá ser realizado até o fim do exercício III - elaborar relatórios mensais contendo todos os assuntos
corrente, sendo considerado rescindido o Compromisso que não que foram objeto de análise no âmbito do Comitê e decidir, de acor-
atender aos prazos estipulados neste decreto. do com o grau de relevância orçamentária, econômica e financeira,
Art. 27. Após a celebração do Compromisso de Desempenho quais serão submetidos à Junta Orçamentário-Financeira – JOF;
Institucional – CDI, as entidades deverão encaminhar, anualmente, IV - manifestar-se sobre as propostas de Compromisso de De-
relatório ao Comitê de Governança das Entidades da Administração sempenho Institucional - CDI a serem submetidas à deliberação da
Indireta – COGEAI, que avaliará as informações fornecidas e emitirá Junta Orçamentário-Financeira – JOF;
seu parecer acerca do cumprimento ou não das metas pactuadas, V - propor à Junta Orçamentário-Financeira – JOF diretrizes e
encaminhando-o à Junta Orçamentário-Financeira – JOF. estratégias de atuação para as entidades abrangidas por este de-
§ 1º Anualmente, as entidades que tiverem firmardo o Com- creto;
promisso de Desempenho Institucional - CDI farão prestação de VI - sugerir reunião extraordinária da Junta Orçamentário-Fi-
contas em audiência pública. nanceira – JOF para tratar de assuntos urgentes ou excepcionais;
§ 2º A Junta Orçamentário-Financeira – JOF, nas hipóteses de VII - orientar as entidades na adoção dos mais elevados padrões
não cumprimento do Compromisso de Desempenho Institucional – de profissionalismo e governança, observadas, quando couber, as
CDI, fará as recomendações para que a entidade cumpra as metas disposições da Lei Federal nº 13.303, de 2016, e demais legislações
estabelecidas no prazo máximo de 60 (sessenta) dias. aplicáveis;(Redação dada pelo Decreto nº 58.449/2018)
Art. 28. Caso a entidade não atenda às recomendações da VIII - acompanhar e analisar a condução do processo de indi-
Junta Orçamentário-Financeira – JOF, considerar-se-á rescindido o cação dos membros dos Conselhos de Administração, Fiscal e Deli-
Compromisso de Desempenho Institucional – CDI. berativo, bem como da Diretoria Executiva das entidades;(Redação
§ 1º A ocorrência da rescisão de que trata o “caput” deste ar- dada pelo Decreto nº 58.449/2018)
tigo acarretará a suspensão de integralizações de capital social ou IX - incentivar a contínua capacitação de todos os membros dos
o congelamento de repasses pelo Município, bem como a convoca- órgãos estatutários das referidas entidades;
ção do órgão deliberativo da entidade para decisão acerca da per- X - apoiar essas entidades no processo de avaliação de todos os
manência de sua Diretoria. membros dos Conselhos de Administração, Fiscal e Deliberativo, as-
§ 2º A Junta Orçamentário-Financeira – JOF poderá, excepcio- sim como da Diretoria Executiva, conforme diretrizes estabelecidas
nalmente, autorizar a integralização de capital social ou a realização pela Junta Orçamentário-Financeira – JOF; e
de repasses pelo Município na hipótese de rescisão do Compromis- XI - acompanhar as metas fixadas pela Administração Direta e
so de Desempenho Institucional – CDI. indicadores de eficiência para avaliar o desempenho e o cumpri-
mento do Compromisso de Desempenho Institucional - CDI.
SEÇÃO II § 1º As entidades abrangidas por este decreto deverão respon-
DO COMITÊ DE GOVERNANÇA DAS ENTIDADES DA ADMINIS- der e cumprir as notificações e requerimentos do Comitê de Gover-
TRAÇÃO INDIRETA (COGEAI) nança das Entidades da Administração Indireta – COGEAI no prazo
fixado pelo colegiado.
Art. 29. O Comitê de Governança das Entidades da Administra- § 2º O regimento interno do Comitê de Governança das Enti-
ção Indireta – COGEAI será composto por um representante e su- dades da Administração Indireta – COGEAI e suas alterações poste-
plente independentes, com mandato de 2 (dois) anos, indicado pela riores serão aprovadas pela totalidade dos membros do respectivo
Administração Direta e por um representante e respectivo suplente Comitê e, posteriormente, submetidas à Junta Orçamentário-Finan-
de cada um dos seguintes órgãos: ceira – JOF para deliberação.
I - Secretaria Municipal da Fazenda, a quem competirá a presi- § 3º Para o adequado cumprimento de suas atribuições, o Co-
dência do Comitê; mitê de Governança das Entidades da Administração Indireta – CO-
II - Secretaria do Governo Municipal; GEAI estabelecerá, nos limites da legislação vigente e desde que
III - Secretaria Municipal de Gestão; não haja configuração de situação de conflito de interesses, cons-
IV - Secretaria Municipal de Justiça; e tante diálogo entre os conselheiros fiscais das entidades abrangidas
V - Controladoria Geral do Município. por este decreto, conselheiros independentes e órgãos de controle
externo.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Art. 31. A celebração do Compromisso de Desempenho Insti- VIII - estabelecer diretrizes, a serem observadas pelo Comitê
tucional – CDI e o fornecimento de informações ao Comitê de Go- de Governança das Entidades da Administração Indireta – COGEAI,
vernança das Entidades da Administração Indireta – COGEAI não para o processo de indicação dos membros dos Conselhos de Admi-
implica a transferência dos deveres de gestão das entidades men- nistração, Fiscal e Deliberativo, assim como da Diretoria Executiva
cionadas no artigo 1° deste decreto, os quais competem unicamen- das entidades da Administração Indireta e Serviços Sociais Autôno-
te a seus administradores. mos criados por lei, quando essa indicação couber ao Município de
São Paulo na condição de acionista controlador dessas entidades;
CAPÍTULO VI IX - estabelecer diretrizes para a avaliação de desempenho dos
DISPOSIÇÕES GERAIS membros dos Conselhos de Administração, Fiscal e Deliberativo, as-
sim como da Diretoria Executiva das entidades da Administração
Art. 32. As entidades mencionadas nos artigos 1° deste decreto Indireta e Serviços Sociais Autônomos criados por lei;
não poderão cobrar nenhuma despesa da Administração Direta que ...................................................................
não esteja lastreada em previsão contratual, devidamente empe- Parágrafo único. Caso haja descumprimento das diretrizes de
nhada, sob pena de rescisão do Compromisso de Desempenho Ins- competência da Junta Orçamentário-Financeira – JOF por parte da
titucional – CDI pela Junta Orçamentário-Financeira – JOF. Administração Indireta ou dos Serviços Sociais Autônomos criados
§ 1º Os contratos de gestão, compromissos de desempenho por lei, a Junta poderá convocar os administradores para prestar
institucional e outros instrumentos firmados entre a Administração justificativas das decisões tomadas.”
Direta e as entidades mencionadas nos artigos 1° deste decreto de- Art. 36. Este decreto entrará em vigor na data de sua publica-
verão incluir as disposições nele previstas. ção, revogado o Decreto nº 57.566, de 27 de dezembro de 2016,
§ 2º A Junta Orçamentário-Financeira – JOF deverá, no prazo de bem como os artigos 1º, 2º, 3º, 4º, 5º, 6º, 7º, 8º, 9º, 10 e 11 do
24 (vinte e quatro) meses da publicação deste decreto, equacionar Decreto n° 53.916, de 16 de março de 2013.
as despesas de exercícios anteriores a 2017, para reconhecer a des-
pesa ou glosá-la definitivamente. PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, aos 20 de fevereiro
§ 3º A Administração Direta não poderá fazer nenhum aporte de 2018, 465º da fundação de São Paulo.
de capital nas entidades da administração indireta que possuírem
Despesas de Exercícios Anteriores – DEAs, sem antes equacionar
essas despesas. WORD, EXCEL E POWERPOINT AVANÇADO.
Art. 33. Todo cidadão poderá requisitar, formalmente, informa-
ções a respeito do cumprimento das normas contidas neste decreto
e poderá, a qualquer tempo, solicitar a impugnação da nomeação O Microsoft Word, Excel e PowerPoint são três aplicativos po-
de conselheiro, administrador ou diretor que não detenha as con- pulares da suíte Microsoft Office, amplamente utilizados para tare-
dições ora previstas, devendo comprovar documentalmente a vera- fas de processamento de texto, análise de dados e criação de apre-
cidade dos fatos. sentações.
Parágrafo único. (Revogado pelo Decreto nº 58.449, de 20 de Quando se trata de versões avançadas dessas ferramentas, os
fevereiro de 2018) usuários podem aproveitar recursos mais complexos e aprofunda-
I - genéricos; dos para atender a uma variedade de necessidades. Aqui está uma
II - desproporcionais ou desarrazoados; ou visão geral do Word, Excel e PowerPoint avançados:
III - que exijam trabalhos adicionais de análise, interpretação MICROSOFT WORD AVANÇADO:
ou consolidação de dados e informações, ou serviço de produção - Controle de Estilos e Formatação Avançada: No Word avan-
ou tratamento de dados que não seja de competência do órgão ou çado, você pode trabalhar com estilos personalizados e aplicar
entidade. formatação avançada para criar documentos com aparência profis-
sional. Isso inclui a formatação de parágrafos, espaçamento entre
CAPÍTULO VII linhas, estilos de página, entre outros.
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS - Mesclagem de Correspondências: O recurso de mala direta
permite mesclar documentos com dados de fontes externas, crian-
Art. 34. As entidades mencionadas neste decreto terão até 30 do documentos personalizados para um grande número de desti-
de junho de 2018, para adaptar seus normativos internos com vis- natários.
tas à inclusão em seus estatutos sociais, contratos sociais ou instru- - Automatização com Macros: Você pode criar macros VBA
mentos congêneres as obrigações previstas neste decreto, devendo para automatizar tarefas repetitivas, criando scripts personalizados
respeitar todas as regras contidas na Lei Federal nº 6.404, de 15 de para executar ações específicas no Word.
dezembro de 1976. - Revisão e Colaboração Avançada: O Word avançado oferece
Art. 35. O artigo 1° do Decreto 53.687, de 2 de janeiro de 2013, recursos aprimorados de revisão, controle de alterações, comentá-
passa a vigorar com as seguintes alterações: rios e colaboração em tempo real com colegas.
“Art. 1º ................................................ - Documentos Longos e Índices Complexos: Para documentos
................................................................... longos, como relatórios extensos ou teses, você pode criar índices
VII - examinar as questões de natureza econômico-financeira complexos, numeração de páginas avançada e gerenciar cabeçalhos
com a finalidade de subsidiar a Secretaria do Governo Municipal e rodapés personalizados.
quando da orientação de voto do representante do Município nas Exemplo:
assembleias gerais; Criando um relatório de vendas com estilos personalizados,
índices e proteção de documento no Microsoft WORD.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Etapa 1: Estilos Personalizados do o recurso “Obter Dados” e a consulta de dados no Excel. Neste
1. Criar um Novo Documento: Abra o Microsoft Word e crie um exemplo, vamos integrar dados de uma planilha do Excel e de um
novo documento em branco. arquivo CSV externo.
2. Definir Estilos de Título e Subtítulo: Crie estilos de título e Etapa 1: Prepare seus Dados
subtítulo personalizados para a capa e seções do relatório. Para fa- - Planilha do Excel: Crie ou abra uma planilha do Excel que con-
zer isso, vá para a guia “Página Inicial” > “Estilos” e clique em “Criar tém dados que você deseja integrar. Esta será sua fonte de dados
um Estilo”. Defina a formatação desejada para os títulos e subtítu- principal.
los. - Arquivo CSV: Tenha um arquivo CSV (Comma-Separated
Values) pronto. Este será seu segundo conjunto de dados, vindo de
3. Aplicar Estilos: Aplique os estilos de título e subtítulo às se- uma fonte externa.
ções do seu relatório, como a capa, introdução, conclusão e assim Etapa 2: Importe Dados da Planilha do Excel
por diante. 3. Abra o Excel: Inicie o Microsoft Excel e abra uma nova pla-
- Etapa 2: Índices Complexos nilha em branco.
4. Inserir Índices: Vá até o local onde deseja inserir o índice - Selecione a Célula de Destino: Selecione a célula na qual você
(por exemplo, após a capa) e vá para a guia “Referências”. Clique deseja que os dados da planilha do Excel sejam integrados.
em “Índice” e selecione “Índice”. Personalize as opções, como quais - Vá para a Guia “Dados”: Na faixa de opções do Excel, vá para
estilos de parágrafo devem ser incluídos no índice. a guia “Dados”.
5. Atualizar o Índice: O Word criará o índice automaticamente - Selecione “Obter Dados”: No grupo “Obter Dados e Transfor-
com base no seu documento. Se você fizer alterações no texto, vá mar Dados”, clique em “Obter Dados” e escolha “De Tabela”.
até o índice e clique com o botão direito para atualizá-lo. - Selecione a Planilha de Origem: Na janela que se abre, es-
- Etapa 3: Proteção de Documento colha a planilha de origem na sua pasta de trabalho e confirme a
6. Proteger com Senha: Vá para a guia «Arquivo», clique seleção.
em «Informações» e selecione «Proteger Documento». Escolha - Configure a Importação de Dados: Na próxima etapa, você
«Criptografar com Senha» e insira uma senha para proteger o pode definir se deseja importar toda a tabela, tabelas específicas,
documento contra acesso não autorizado. ou pode aplicar transformações e filtros aos dados antes de impor-
7. Definir Restrições de Edição: Você também pode definir res- tá-los. Configure as opções de acordo com suas necessidades.
trições de edição, como impedir a edição de partes específicas do - Conclua a Importação: Clique em “Carregar” para importar
documento. Para fazer isso, vá para “Proteger Documento” e esco- os dados da planilha do Excel para a célula de destino em sua nova
lha “Restrições de Edição”. Defina as opções de acordo com suas planilha.
necessidades. Etapa 3: Importe Dados do Arquivo CSV Externo
- Etapa 4: Revisão e Comentários - Vá para a Guia “Dados”: Na guia “Dados”, clique em “Obter
8. Controlar Alterações: Use o recurso “Controlar Alterações” Dados” novamente e escolha “De Arquivo”.
na guia “Revisão” para monitorar as edições feitas no documento. - Selecione “De Texto/CSV”: Selecione a opção “De Texto/CSV”
Todas as alterações serão destacadas e identificadas pelo autor. e escolha o arquivo CSV externo que você deseja importar.
9. Adicionar Comentários: Adicione comentários a partes es- - Configure a Importação de Dados: Siga as etapas do assisten-
pecíficas do texto para colaborar com outras pessoas no documen- te de importação para configurar as opções de importação para o
to. Clique com o botão direito na parte do texto e selecione “Novo arquivo CSV, como delimitadores e tipos de dados.
Comentário” na guia “Revisão”. - Conclua a Importação: Clique em “Carregar” para importar os
MICROSOFT EXCEL AVANÇADO: dados do arquivo CSV para a célula de destino em sua nova planilha.
- Análise de Dados Complexa: No Excel avançado, você pode Etapa 4: Unifique e Manipule Dados, se Necessário
realizar análises de dados mais complexas, como análise de regres- - Use Consultas de Dados: Se você precisa combinar, transfor-
são, análise de cenários, análise de tendências e cálculos avançados mar ou manipular dados de diferentes fontes, use as “Consultas de
usando funções e ferramentas personalizadas. Dados” na guia “Dados” para realizar essas operações.
- Tabelas Dinâmicas e Gráficos Dinâmicos Avançados: Você Etapa 5: Atualize Dados
pode criar tabelas dinâmicas altamente complexas e gráficos dinâ- - Mantenha os Dados Atualizados: Se os dados em suas fontes
micos para resumir e visualizar grandes volumes de dados de ma- originais mudarem, você pode atualizar os dados em sua planilha
neira personalizada. integrada indo para a guia “Dados” e clicando em “Atualizar Tudo”
- Integração de Dados: O Excel avançado permite a integração para sincronizar as informações.
de dados de várias fontes, incluindo bancos de dados externos e MICROSOFT POWERPOINT AVANÇADO:
fontes da web, e a criação de conexões de dados. - Design de Apresentações Complexas: No PowerPoint avan-
- Programação VBA: Com VBA, você pode criar macros perso- çado, você pode criar apresentações altamente estilizadas com
nalizadas para automatizar tarefas, desenvolver aplicações perso- transições avançadas, animações personalizadas e layouts de slides
nalizadas e interagir com outras aplicações da Microsoft. complexos.
- Modelagem e Simulação: O Excel avançado suporta mode- - Incorporação de Mídia e Interatividade: Você pode incorpo-
lagem e simulação de cenários complexos para prever resultados rar vídeos, áudios e outros elementos de mídia em suas apresen-
futuros e realizar análises de risco. tações. Além disso, é possível criar apresentações interativas com
Exemplo de integração de dados com o EXCEL. hiperlinks e elementos de navegação.
A integração de dados no Excel envolve a combinação de dados - Colaboração e Revisão em Tempo Real: O PowerPoint avan-
de diferentes fontes em uma única planilha ou pasta de trabalho. çado permite colaborar com outras pessoas em tempo real, revisar
Vou fornecer um exemplo passo a passo de como fazer isso usan- e comentar apresentações e controlar alterações.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Exportação e Distribuição Avançada: Você pode exportar 13. Pratique e Apresente: Pratique a apresentação para garan-
apresentações em formatos avançados, como PDF interativos, ví- tir que todas as animações e interatividade funcionem conforme o
deos e apresentações online. planejado. Use o modo de apresentação para exibir a apresentação
- Apresentações Automatizadas: Usando macros e scripts VBA, ao público.
você pode automatizar apresentações e criar aplicativos interativos
com funcionalidades personalizadas.
O Word, Excel e PowerPoint avançados oferecem uma ampla EXCEL AVANÇADO COM E SEM VBA.
gama de recursos e funcionalidades para atender a necessidades
complexas de produção de documentos, análise de dados e criação
de apresentações profissionais. Aprofundar o conhecimento dessas O Excel avançado pode ser dividido em duas categorias princi-
ferramentas é valioso para profissionais que desejam maximizar sua pais: com e sem VBA (Visual Basic for Applications), que é a lingua-
produtividade e criatividade. gem de programação incorporada no Excel.
Exemplo: Ambas as abordagens oferecem maneiras avançadas de utilizar
Criando uma apresentação no Microsoft PowerPoint o Excel, mas diferem na complexidade e nas habilidades necessá-
- Etapa 1: Crie uma Apresentação rias. Vamos explorar ambas as opções:
1. Inicie o PowerPoint: Abra o Microsoft PowerPoint e crie uma EXCEL AVANÇADO SEM VBA
nova apresentação em branco. Funções Avançadas:
2. Escolha um Layout de Slide: Na guia “Página Inicial”, sele- Uma parte fundamental do Excel avançado sem VBA envolve
cione um layout de slide que atenda às suas necessidades, como o domínio de funções avançadas, como ÍNDICE, CORRESP, PROCV,
“Título e Conteúdo” ou “Somente Título”. SOMASE, entre outras.
3. Adicione Slides: Crie slides para a sua apresentação, adicio- Essas funções permitem realizar cálculos complexos, análises
nando texto, imagens e gráficos conforme necessário. Você pode de dados condicionais e procuras sofisticadas em grandes conjun-
fazer isso na guia “Inserir” > “Slide” ou usando atalhos de teclado tos de dados. Abaixo listamos as principais funções:
como `Ctrl+M`. - Índice e Corresp
Exemplo: Suponha que você tenha uma planilha de vendas
- Etapa 2: Animações Personalizadas com nomes de produtos na coluna A e os preços correspondentes
4. Adicione Elementos Gráficos: Em um slide, adicione elemen- na coluna B. Você pode usar as funções ÍNDICE e CORRESP para pro-
tos gráficos, como caixas de texto, formas ou imagens que você de- curar o preço de um produto específico.
seja animar. Por exemplo:
5. Aplique Animações: Selecione o elemento gráfico e vá para =ÍNDICE(B2:B10, CORRESP(“ProdutoX”, A2:A10, 0))
a guia “Animações”. Escolha uma animação na galeria de anima- Nesse caso, a fórmula encontra o preço do “ProdutoX” na colu-
ções, como “Aparecer” ou “Girar”. na A e retorna o valor correspondente da coluna B.
6. Personalize a Animação: Clique no botão “Personalizar Ani- - Somase e Somases
mação” para acessar as opções avançadas de animação. Aqui, você Exemplo: Suponha que você deseja somar as vendas de produ-
pode definir o atraso, a duração, a ordem e outros efeitos da ani- tos em uma determinada categoria. Você pode usar a função SO-
mação. MASE para isso. Por exemplo:
7. Defina a Sequência de Animações: Use o painel “Seleção” =SOMASE(B2:B10, “Eletrônicos”, A2:A10)
para definir a ordem de animação de vários elementos no mesmo Essa fórmula soma os valores da coluna B onde os produtos na
slide. Arraste os elementos na lista para alterar a ordem. coluna A são “Eletrônicos”.
- Etapa 3: Crie Interatividade - Procv e Proch
8. Adicione Hiperlinks: Para criar interatividade, adicione hi- Exemplo: Suponha que você tenha uma tabela de preços com
perlinks em textos, botões ou objetos. Selecione o elemento ao produtos na coluna A e preços na coluna B. Você pode usar o PROCV
qual deseja adicionar um hiperlink e vá para a guia “Inserir”. Clique para procurar o preço de um produto específico em outra tabela.
em “Hiperlink” e escolha o destino do hiperlink, que pode ser um Por exemplo:
slide específico, um arquivo, um site, etc. PROCV(“ProdutoX”, TabelaDePreços, 2, FALSO)
9. Crie Botões de Navegação: Desenhe botões de navegação, Nesse caso, o PROCV procura “ProdutoX” na primeira coluna da
como setas ou botões “Voltar” e “Próximo”, para ajudar o público a TabelaDePreços e retorna o valor da segunda coluna.
navegar pela apresentação. Aplique ações de hiperlink a esses bo- - Cont.Se e Cont.Ses
tões para que eles levem a slides específicos. Exemplo: Se você deseja contar quantas vezes um determinado
- Etapa 4: Colabore e Compartilhe valor aparece em um intervalo, você pode usar a função CONT.SE.
10. Colabore em Tempo Real: Use a função de colaboração em Por exemplo:
tempo real para trabalhar na apresentação com outras pessoas. =CONT.SE(A2:A10, “ProdutoY”)
Isso pode ser feito com a opção “Compartilhar” na parte superior Isso contará quantas vezes “ProdutoY” aparece na coluna A.
da tela. - Concatenar
11. Revisão e Comentários: Deixe comentários em slides ou Exemplo: Você pode usar a função CONCATENAR para combi-
objetos, faça revisões, aceite ou rejeite alterações, se necessário. nar texto de várias células em uma única célula. Por exemplo:
Etapa 5: Exporte e Apresente =CONCATENAR(“Nome: “, A2, “, Idade: “, B2)
12. Exporte em Formatos Avançados: Exporte a apresentação Essa fórmula cria uma frase combinando o nome da célula A2
em formatos avançados, como PDF interativos, vídeos ou apresen- e a idade da célula B2.
tações online. - SomarProduto
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Exemplo: Suponha que você tenha duas colunas com valores e Agora você tem uma tabela dinâmica que mostra as vendas to-
deseje calcular a soma dos produtos desses valores. Por exemplo: tais para cada categoria de produtos e para cada vendedor. Você
=SOMARPRODUTO(A2:A5, B2:B5) pode expandir, recolher, filtrar e classificar os dados para obter insi-
Essa fórmula calcula o produto dos valores nas colunas A e B e, ghts adicionais. A tabela dinâmica se ajustará automaticamente se
em seguida, soma esses produtos. você atualizar ou adicionar dados ao conjunto original.
Esses são apenas alguns exemplos das funções avançadas do Gráficos Avançados:
Excel. Lembre-se de que a sintaxe exata pode variar de acordo com É possível criar gráficos de dispersão, gráficos de bolhas,
a sua versão do Excel e a organização dos seus dados, mas essas fór- gráficos de Gantt e outros tipos de gráficos que vão além dos
mulas servem como guia para realizar cálculos e análises avançadas gráficos padrão do Excel.
em suas planilhas. Análise De Dados:
Tabelas Dinâmicas: A análise de dados avançada é uma parte crítica do Excel avan-
As tabelas dinâmicas são uma ferramenta poderosa para resu- çado sem VBA. Isso envolve a utilização de técnicas estatísticas mais
mir e analisar grandes volumes de dados. avançadas, análise de regressão, análise de hipóteses, análise de
No Excel avançado, você aprenderá a criar tabelas dinâmicas cenários e a aplicação de ferramentas de análise de dados incor-
mais complexas, aplicar filtros, criar gráficos dinâmicos e automa- poradas.
tizar atualizações. Integração Com Outras Ferramentas:
Exemplo de criação de uma tabela dinâmica Você aprenderá a integrar o Excel com outras ferramentas,
- Etapa 1: Preparação dos dados como o Microsoft Access, Power BI e linguagens de programação
Suponhamos que você tenha os seguintes dados em sua plani- como Python, para expandir ainda mais a funcionalidade do Excel.
lha do Excel: Proteção E Segurança:
No Excel avançado sem VBA, você compreenderá como prote-
ger suas planilhas com senhas, configurar permissões de edição e
aplicar práticas recomendadas de segurança de dados.
EXCEL AVANÇADO COM VBA
Funções Do VBA:
- Desenvolvimento de Macros: A parte mais distintiva do Excel
avançado com VBA é o desenvolvimento de macros. Isso envolve a
criação de programas personalizados usando a linguagem de pro-
gramação VBA para automatizar tarefas, personalizar funcionalida-
des e executar ações complexas no Excel.
- Automação de Processos: Com VBA, você pode automatizar
tarefas repetitivas, como relatórios periódicos, manipulação de da-
- Etapa 2: Criar a Tabela Dinâmica
dos em larga escala e criação de aplicativos personalizados.
Agora, vamos criar uma tabela dinâmica para resumir as ven-
Isso pode economizar uma quantidade significativa de tempo e
das por categoria e vendedor.
melhorar a eficiência.
1. Selecione qualquer célula dentro do seu conjunto de dados.
- Personalização de Funcionalidades: O Excel com VBA permite
2. Vá para a guia «Inserir» na faixa de opções do Excel.
personalizar as funcionalidades da ferramenta para atender às ne-
3. Clique em “Tabela Dinâmica” no grupo “Tabelas”.
cessidades específicas da sua organização.
Uma janela de criação de tabela dinâmica será exibida.
Isso inclui a criação de formulários personalizados, adição de
4. Certifique-se de que a tabela de origem esteja corretamente
botões e caixas de diálogo, e a incorporação de novas funções.
selecionada. Deve ser a referência ao seu conjunto de dados. Por
- Integração com Outras Aplicações: VBA também permite in-
exemplo, se seus dados estão na célula A1 até D6, a referência será
tegrar o Excel com outras aplicações da Microsoft e até mesmo com
“A1:D6”.
aplicativos de terceiros.
5. Em seguida, escolha onde deseja que a tabela dinâmica seja
Isso possibilita a transferência de dados e a automação de pro-
inserida. Pode ser em uma nova planilha ou em uma célula exis-
cessos em todo o ambiente de trabalho.
tente.
- Soluções Específicas do Setor: O Excel com VBA é frequente-
6. Clique em “OK”.
mente usado para desenvolver soluções específicas do setor, como
- Etapa 3: Configurar a Tabela Dinâmica
modelos financeiros complexos, sistemas de gerenciamento de es-
Após criar a tabela dinâmica, você verá uma área de campos de
toque e ferramentas de análise de dados avançados.
tabela dinâmica à direita. Agora, vamos configurá-la:
A escolha entre o Excel avançado com ou sem VBA dependerá
1. Arraste “Categoria” para a área de “Rótulos de Linha” (ou
das suas necessidades e objetivos. Para muitos profissionais, uma
“Linhas” em algumas versões).
combinação de ambas as abordagens é a mais eficaz.
2. Arraste “Vendedor” para a área de “Rótulos de Coluna” (ou
A habilidade de utilizar funções avançadas, tabelas dinâmicas
“Colunas” em algumas versões).
e gráficos é valiosa, e a capacidade de criar macros personalizadas
3. Arraste “Valor de Venda” para a área de “Valores” (ou “Valo-
com VBA pode ampliar significativamente a eficiência no uso do Ex-
res” ou “Soma de Valores” em algumas versões).
cel.
Sua tabela dinâmica agora deve exibir um resumo das vendas
A escolha dependerá de suas metas e da complexidade das ta-
por categoria e vendedor.
refas que você enfrenta.
- Etapa 4: Analisar os Dados
Exemplo de VBA:
- Etapa 1: Abrir o Editor VBA
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

1. Abra o Excel e a planilha na qual você deseja trabalhar. A importância do RH estratégico na empresa
2. Pressione `Alt` + `F11` para abrir o Editor VBA. O devido conhecimento das demandas e rotina de RH, sabendo
- Etapa 2: Escrever o Código VBA organizá-las e escolhendo as ferramentas ideais para o auxílio
Dentro do Editor VBA, você verá o Projeto VBA na janela à es- nesses processos, são os fatores imprescindíveis para se ter um RH
querda. Expanda o projeto e clique com o botão direito do mouse mais estratégico, o que o faz essencial para o mundo corporativo.
na pasta “VBAProject (Nome da Sua Pasta de Trabalho)”. Selecione Quais são as atividades do setor de RH: O RH é responsável
“Inserir” > “Módulo” para criar um novo módulo. por procedimentos que vão, desde a admissão ao desligamento
Agora, escreva o código VBA a seguir no módulo: de um colaborador. Sendo assim, se torna responsável por toda a
Sub SomarValores() jornada do profissional dentro da empresa. Geralmente, é dividido
Dim Soma As Double nos seguintes setores:
Dim Celula As Range – Departamento pessoal: acompanha questões burocráticas e
‘ Inicializa a variável Soma o cumprimento da legislação trabalhista;
Soma = 0 – Recrutamento e seleção: iniciando pela atração e seleção
‘ Define o intervalo de células a serem somadas (por exemplo, de talentos e dos melhores profissionais para compor o quadro de
A2 a A10) colaboradores da organização;
Set Celula = Range(“A2:A10”) – Cargos e remuneração: define os cargos e os salários mais
‘ Loop pelas células e soma seus valores adequados para cada função da organização;
For Each Celula In Celula – Segurança do trabalho: focado em garantir que a organização
Soma = Soma + Celula.Value proporcione condições seguras de trabalho, para evitar acidentes e
Next Celula possíveis riscos de doenças laborais;
‘ Exibe o resultado em uma mensagem de diálogo – Benefícios Corporativos: lida com todos os benefícios que
MsgBox “A soma dos valores é: “ & Soma a empresa proporcionará aos colaboradores, tais como: vale-
End Sub transporte, vale-alimentação, plano de saúde, entre outros;
- Etapa 3: Executar a Macro – Relações trabalhistas e sindicais: objetiva manter a sinergia
Agora que você escreveu a macro, você pode executá-la. Siga harmônica entre a organização e os colaboradores, evitando
estas etapas: possíveis conflitos e realizando negociações com sindicatos, por
1. Feche o Editor VBA. exemplo;
2. Na planilha do Excel, pressione `Alt` + `F8` para abrir a janela
“Executar Macro”. – Treinamento e desenvolvimento: acompanha o
3. Selecione a macro “SomarValores” e clique em “Executar”. desenvolvimento e a capacitação dos colaboradores, bem como,
A macro VBA será executada e somará os valores no intervalo cultivar melhora nos resultados e melhor retenção de talentos.
de células especificado (A2 a A10, no exemplo) e exibirá o resultado
em uma mensagem de diálogo. Recursos Humanos X Departamento Pessoal
O RH é um setor, dentro da administração geral que possui
algumas subdivisões. Tendo seu foco na gestão de pessoas e na área
NOÇÕES GERAIS DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HU- comportamental. Assim, os profissionais de RH necessitam focar no
MANOS CONCEITOS DE ORÇAMENTO EMPRESARIAL. gerenciamento das relações existentes no ambiente de trabalho e
no alinhamento de toda a equipe junto a cultura da empresa.
O departamento pessoal é uma subárea do setor de RH, por
O Recursos humanos é, dentre todos os setores de uma isso, possui uma função mais específica, como:
empresa, um dos mais relevantes e importantes, pois movimenta – Ser responsável por todas as demandas burocráticas e
diretamente as questões dirigidas aos colaboradores. Tendo ampla trabalhistas que envolvem os colaboradores;
influência nos resultados da organização. Por esse motivo, as – Garantir que sejam cumpridos todos os direitos e deveres.
rotinas de demandas do setor de RH necessitam estar muito bem Os profissionais dessa área, necessitam estar atentos a todas as leis
definidas, organizadas e alinhadas para alcançar os objetivos mais de rotinas trabalhistas e ter pleno conhecimento em administração.
estratégicos.
O RH tem por objetivo oferecer o bem-estar tanto da empresa, — Principais rotinas de RH
quanto dos colaboradores. Ademais, a contribuição para que as 1. Recrutamento e seleção: O processo de recrutamento e
duas partes alcancem os objetivos necessários e se mantenham seleção objetiva escolher os novos colaboradores que farão parte
em uma relação trabalhista saudável, visando sempre a melhora no das equipes da empresa. Para que os gestores construam uma
desempenho de toda a organização. equipe produtiva e eficiente.
Organização das rotinas de RH: As inúmeras rotinas de RH, que Nesta demanda, realiza-se divulgações de vagas, testes,
são de extrema importância em todo seu contexto, deve sempre entrevistas, dinâmicas, análises de currículos, entre outros
vir acompanhada de muita organização, pontualidade, cuidado e procedimentos. Tendo por objetivo atrair os talentos ideais e que
dedicação em cada uma delas, por isso, o trabalho de profissionais também possam se adequar à cultura da empresa, oferecendo
qualificados e apropriados para atuar neste setor é de extrema resultados excelentes de qualidade.
importância, munido sempre de cronogramas, fluxogramas e A seleção dos profissionais tem importante influência nos
calendários para devida pontualidade, para não cometer erros e resultados dos negócios, impactando diretamente nos custos
nem perder datas e prazos importantes. e lucros. Por esse motivo, essa etapa exigirá muita atenção e

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

atuação direta dos profissionais de RH muito bem qualificados, pois 7. Política de benefícios: São pela empresa oferecidos, aos
impacta também no engajamento dos colaboradores e no clima colaboradores, fazendo parte também das rotinas de RH cuidar
organizacional da organização. deste procedimento, aqui existem diferentes tipos de benefícios,
exemplo: Vale-transporte; Vale-alimentação; Plano de saúde; Plano
2. Processos de admissão: Esse processo vem após o processo odontológico; Bolsa de estudos.
de recrutamento e seleção, exigindo certo cuidado e atenção, devido
a existência de muitas questões burocráticas e trabalhistas. Além de 8. Processo de desligamento: É também, uma das demandas
se tornar uma das primeiras impressões que o colaborador tem da mais burocráticas dentro do setor de RH. Pois a organização precisa
empresa, aspecto que contribui para seu engajamento na equipe de forma assertiva, realizar todos os cálculos do tempo em que o
e sua motivação na empresa. Dentro desse processo, é necessário ex-colaborador fez parte da empresa, todos os pagamentos, entre
realizar o registro trabalhista, preenchendo a carteira de trabalho outros fatores de extrema importância para a realização de todo
de acordo com a lei vigente, encaminhando o colaborador para os o processo de forma correta, para assim não sofrer processos
devidos exames admissionais, incluindo-o no relógio de ponto da trabalhistas. Faz parte dessa rotina também, a realização de uma
empresa e entregando seu crachá, ou identificação na organização. entrevista demissional, para a verificação do motivo da saída do ex-
colaborador, o planejamento de melhorias e assim, encaminhar um
3. Integração dos novos colaboradores: Logo após o processo novo processo seletivo.
de admissão, o RH ficará responsável por realizar a integração
desses novos colaboradores. Sendo essa demanda fundamental — Cessão
para acelerar o engajamento dos novos profissionais, podendo Define-se, conceitualmente, a cessão como um ação
refletir em como ele agirá e se desenvolverá na organização, administrativa, permitindo o afastamento temporário de servidor
pois necessitam ser bem orientados, treinados, acompanhados, público, compreendendo este, como o titular de um cargo ou um
conhecer a equipe de trabalho e também toda a empresa. emprego público, e possibilita o exercício de atividades por este
colaborador em órgão ou entidade (incluindo privada) distinta da
4. Desenvolvimento e treinamento: A rotina de treinamentos sua origem.
e desenvolvimento são essenciais para a organização, não só no
período de integração dos novos colaboradores, mas também — Descrição de empregos
no aumento do desempenho e da capacitação de toda a equipe É um documento confeccionado e gerido pelo setor de
treinada. É necessário a avaliação das necessidades da empresa, RH, contendo todas as informações necessárias, detalhadas e
assim como, das dificuldades atuais dos colaboradores e da específicas a respeito dos cargos da organização. Nesse documento,
definição do tipo de teste a ser aplicado, exigindo assim, um bom que serve como referência para os colaboradores, também
planejamento e análise. O treinamento traz a possibilidade de devem ser detalhados os direitos e deveres, para que também o
alinhamento entre os profissionais com as expectativas da empresa, empregador possa utilizá-lo para “cobrar” e, ou “ser cobrado” em
gerando aumento na produtividade. tempo oportuno.
5. Avaliação de desempenho: Auxiliam na identificação e
análise dos fatores em relação ao desempenho dos colaboradores. — Diferença de emprego e função
Elas são de grande relevância dentro das demandas de RH, pois os Emprego é o lugar que é ocupado por um empregado/
gestores de RH, muitas vezes observam um resultado não esperado colaborador, podendo atuar em empresa privada ou pública.
e não sabem por quais motivos ele foi gerado. Assim, essa avaliação Função é o conjunto das atribuições destinadas à esses
também permitirá o devido reconhecimento do desempenho dos colaboradores, abrangendo uma função temporária, ou
colaboradores da empresa levando em conta questões, como: A uma função de confiança.
maneira que a função é realizada; A performance do colaborador;
Cumprimento de metas; As atitudes do mesmo em ambiente de
trabalho; O potencial de desenvolvimento; Os resultados entregues. QUESTÕES

6. Monitoramento de métricas e estratégias: Objetiva


identificar as métricas e os resultados para assim, constituir novas 1. Qual é o papel principal da Controladoria Estratégica em
estratégias. Não é incomum alguns processos que outrora deram organizações do setor público?
certo, não funcionarem mais nos dias atuais, haja vista que a (A) Gerenciar recursos financeiros.
sociedade e o mundo corporativo estão sempre em mudança (B) Fiscalizar a aplicação de recursos públicos.
constante, assim, suas estratégias mais antigas podem acabar (C) Planejar e implementar políticas públicas.
ficando ultrapassadas. Por esse motivo, o RH deverá se manter (D) Desenvolver estratégias de marketing.
atento a todas essas métricas e realizar avaliação constante
dos métodos vigentes, e a real eficiência deles. Para que assim, 2. A Controladoria Estratégica em organizações do setor pú-
suas adaptações possam ser devidamente aplicadas e o setor blico desempenha um papel fundamental na promoção da eficá-
poderá voltar a oferecer os resultados positivos e satisfatórios de cia da governança. Qual é a principal responsabilidade da Contro-
sempre. Um outro ponto importante é manter-se sempre atento ladoria nesse contexto?
às inovações e avanços da tecnologia, pois assim, poderão obter (A) Monitorar o cumprimento das metas de marketing.
estratégias essenciais para o alcance das melhorias necessárias. (B) Fiscalizar a conformidade com a legislação tributária.
(C) Promover a transparência e a prestação de contas.
(D) Gerenciar recursos humanos.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

3. O que é governança em organizações do setor público? (C) Programas de compartilhamento de veículos movidos a ga-
(A) Um órgão governamental responsável por regulamentar se- solina.
tores da economia. (D) Construção de ciclovias e ciclofaixas.
(B) Um conjunto de regras para a tomada de decisões no setor
público. 10. Qual é a importância da expansão do sistema de metrô
(C) Um mecanismo que visa garantir o cumprimento das metas e da criação de corredores exclusivos de ônibus na melhoria da
de vendas. mobilidade urbana?
(D) Um conjunto de práticas e estruturas que orientam a gestão (A) Promovem a superlotação no transporte público.
e a tomada de decisões. (B) Aumentam o congestionamento nas vias públicas.
(C) Melhoram o transporte público e reduzem a dependência
4. A Controladoria Estratégica desempenha um papel impor- de veículos particulares.
tante na gestão de políticas públicas. Qual das seguintes afirma- (D) Não têm impacto na mobilidade urbana.
ções é verdadeira sobre esse papel?
(A) Ela é responsável por aprovar políticas públicas. 11. Como os programas de compartilhamento de bicicletas e
(B) Ela monitora a implementação de políticas públicas e avalia patinetes elétricos contribuem para a mobilidade urbana susten-
seus resultados. tável em São Paulo?
(C) Ela formula políticas públicas e promove sua aprovação no (A) Aumentam o número de veículos particulares nas ruas.
Congresso. (B) Reduzem o uso de transporte público.
(D) Ela se concentra apenas em aspectos financeiros e orça- (C) Promovem modos de transporte mais sustentáveis.
mentários. (D) Não têm impacto na mobilidade urbana.

5. Qual é a importância da transparência e prestação de con- 12. Quais são os benefícios da restrição de circulação de veí-
tas na governança das organizações do setor público? culos em áreas congestionadas durante determinados horários?
(A) Ela não é relevante para a governança. (A) Aumento do congestionamento e tempo de deslocamento.
(B) Ela promove a confidencialidade das operações governa- (B) Redução de acidentes de trânsito.
mentais. (C) Melhoria da qualidade do ar.
(C) Ela ajuda a prevenir fraudes e corrupção, promovendo a (D) Diminuição da poluição sonora.
confiança do público.
(D) Ela dificulta a tomada de decisões eficazes. 13. São Paulo é conhecida por ser a maior cidade do Brasil e
uma das maiores do mundo em termos de população e extensão
6. O que é a “accountability” no contexto da gestão pública? territorial. Qual é a principal característica da sua localização geo-
(A) Um relatório financeiro anual. gráfica?
(B) A prestação de contas e a responsabilidade pela tomada de A) Está situada à beira-mar, facilitando o comércio marítimo.
decisões. B) Está localizada no interior do país, longe das áreas urbanas
(C) A sigla para uma agência governamental. mais densamente povoadas.
(D) Uma auditoria interna. C) É cortada por importantes rios, como o Tietê, que influen-
ciam a geografia urbana.
7. Qual é o principal objetivo da Controladoria Estratégica em D) Possui uma altitude elevada, o que contribui para o clima
organizações do setor público em relação à eficácia da governan- tropical.
ça?
(A) Maximize os lucros. 14. A cidade de São Paulo é caracterizada por uma grande di-
(B) Garanta a conformidade com as regulamentações tributá- versidade étnica e cultural. Qual é o principal motivo para essa
rias. diversidade?
(C) Promova a transparência, responsabilidade e eficiência na A) A cidade foi colonizada exclusivamente por imigrantes eu-
gestão pública. ropeus.
(D) Avalie a satisfação do cliente. B) São Paulo é uma cidade pequena, atraindo imigrantes de to-
das as partes do mundo.
8. Quais são os principais desafios de mobilidade urbana en- C) A cidade recebeu grandes fluxos de imigrantes de diferentes
frentados na cidade de São Paulo? origens no século 20.
(A) Poluição do ar e segurança viária. D) A diversidade étnica não é uma característica significativa
(B) Superlotação nos parques urbanos. da cidade.
(C) Restrições de uso de veículos a gasolina.
(D) Baixa densidade populacional. 15. A expansão urbana em São Paulo levou ao desenvolvi-
mento de bairros periféricos. Quais são alguns dos desafios en-
9. Quais são algumas das soluções adotadas em São Paulo frentados por essas áreas?
para enfrentar os desafios de mobilidade urbana? A) Maior acessibilidade e infraestrutura de qualidade.
(A) Expansão do metrô e aumento do número de carros parti- B) Melhor qualidade de vida e menor densidade populacional.
culares. C) Escassez de serviços públicos e falta de infraestrutura ade-
(B) Restrição total à circulação de bicicletas. quada.
D) Menor diversidade étnica e cultural.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

16. O que é o Plano Diretor Estratégico e qual é o seu papel na 22. Por que a revisão da literatura é importante na pesquisa
geografia urbana de São Paulo? de políticas públicas?
A) É um plano de expansão da cidade para áreas rurais. (A) A revisão da literatura é apenas um procedimento burocrá-
B) É um documento que regula o uso do solo na cidade e dire- tico e não tem relevância.
ciona o crescimento urbano. (B) Ela fornece um contexto teórico e ajuda a identificar la-
C) É um programa de habitação popular em São Paulo. cunas no conhecimento existente.
D) É um órgão que controla o tráfego de veículos na cidade. (C) A revisão da literatura é útil apenas para pesquisas acadê-
micas, não para a gestão de políticas públicas.
17. A cidade de São Paulo é caracterizada por problemas de (D) A revisão da literatura não tem relação com a pesquisa de
congestionamento de tráfego e poluição do ar. Quais são algumas políticas públicas.
das medidas adotadas para enfrentar esses desafios na geografia
urbana? 23. (CESPE / CEBRASPE – ANP)
A) Restrição total à circulação de veículos particulares. Com relação ao uso da ferramenta MS Excel, julgue o item a
B) Expansão de rodovias e viadutos. seguir.
C) Investimento em transporte público de massa e ciclovias. A fórmula =SOMASE(A1:A10;”>10”) representa o uso da função
D) Eliminação de áreas verdes para dar espaço a mais vias ex- SOMASE em uma célula que somou valores maiores que 10 conti-
pressas. dos no intervalo entre as células A1 e A10.
( ) CERTO
18. Qual é a importância da escolha adequada da metodolo- ( ) ERRADO
gia de pesquisa na gestão de políticas públicas? 24. (CESPE / CEBRASPE – TRE-RJ)
(A) A escolha da metodologia não afeta os resultados da pes- Com relação à informática e aos programas computacionais de
quisa. engenharia, julgue os itens a seguir.
(B) A metodologia correta pode garantir que a pesquisa seja Para se exibir uma macro no MS Excel, é necessário clicar na
confiável e eficaz na avaliação de políticas públicas. aba Exibição.
(C) A metodologia é uma questão de preferência pessoal e não ( ) CERTO
afeta a pesquisa. ( ) ERRADO
(D) A metodologia só é relevante para pesquisas acadêmicas,
não para a gestão de políticas públicas. 25. (CESPE / CEBRASPE – ANP)
Com relação ao uso da ferramenta MS Excel, julgue o item a
19. Na gestão de políticas públicas, qual é a diferença entre seguir.
pesquisa qualitativa e pesquisa quantitativa? Ao serem automaticamente vinculadas à nova planilha, as ta-
(A) A pesquisa qualitativa se baseia em números e estatísticas, belas dinâmicas criadas a partir de dados oriundos de fontes exter-
enquanto a pesquisa quantitativa se concentra na análise de nas não precisam ser atualizadas.
documentos. ( ) CERTO
(B) A pesquisa quantitativa envolve a coleta de dados em larga ( ) ERRADO
escala, enquanto a pesquisa qualitativa se concentra na inter-
pretação e na compreensão em profundidade. 26. (CESPE / CEBRASPE – MPU)
(C) Não há diferença significativa entre os dois tipos de pesqui- Acerca de editores de texto e planilhas, julgue os itens a seguir.
sa na gestão de políticas públicas. No Microsoft Word, é possível combinar e automatizar coman-
(D) A pesquisa qualitativa se limita a entrevistas, enquanto a dos por meio do recurso de gravação de macros.
pesquisa quantitativa envolve questionários. ( ) CERTO
( ) ERRADO
20. Qual é o propósito da pesquisa experimental na gestão de
políticas públicas? 27. (CESPE / CEBRASPE – FUB)
(A) Testar hipóteses sem a necessidade de experimentação. Com relação ao Microsoft Office 2007, julgue os itens a seguir.
(B) Avaliar a eficácia de políticas públicas por meio de experi- A execução de macros não é mais disponibilizada no Word e no
mentos controlados. Excel, a partir do Office 2007.
(C) Coletar dados qualitativos sem análise estatística. ( ) CERTO
(D) Determinar a opinião pública sobre políticas públicas. ( ) ERRADO

21. O que é um “grupo de controle” em pesquisa de políticas 28. (CESPE / CEBRASPE – CNJ)
públicas? Acerca do ambiente Microsoft Office 2010, julgue o próximo
(A) Um grupo que toma as decisões de políticas públicas. item.
(B) Um grupo que não é afetado pelas políticas em estudo, usa- No PowerPoint 2010, a ferramenta Pincel de Animação permite
do para comparação. copiar efeitos de animação de um objeto para outro, de forma se-
C) Um grupo que tem controle absoluto sobre os dados da pes- melhante à cópia de formatação de texto realizada com a ferramen-
quisa. ta Pincel de Formatação.
(D) Um grupo que representa a opinião pública. ( ) CERTO
( ) ERRADO

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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GABARITO
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1 B
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2 C
3 D ______________________________________________________
4 B ______________________________________________________
5 C
______________________________________________________
6 B
7 C ______________________________________________________

8 A ______________________________________________________
9 D ______________________________________________________
10 C
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11 C
12 C ______________________________________________________
13 C ______________________________________________________
14 C
______________________________________________________
15 C
______________________________________________________
16 B
17 C ______________________________________________________
18 B ______________________________________________________
19 B
______________________________________________________
20 B
21 B ______________________________________________________
22 B ______________________________________________________
23 CERTO
______________________________________________________
24 CERTO
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25 ERRADO
26 CERTO ______________________________________________________
27 ERRADO ______________________________________________________
28 CERTO
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ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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por operadores ou terceiros, de acordo com as disposições regula-


REGULAMENTAÇÃO DO SISTEMA DE TRANSPORTE – LEI mentares editadas pela Secretaria Municipal de Transportes:
MUNICIPAL 13.241/2001 a) no caso dos serviços complementares serem oferecidos aos
mesmos usuários do Sistema Integrado, esta oferta será limitada
a um percentual definido por decreto editado pelo Poder Público;
LEI Nº 13.241, 12 DE DEZEMBRO DE 2001 b) o prestador de serviço complementar deve aportar ao Poder
Público um valor igual à remuneração fixada para o subsistema local
(Projeto de Lei nº 539/2001, do Executivo) por passageiro transportado.
Parágrafo único - As linhas metroviárias e ferroviárias metropo-
Dispõe sobre a organização dos serviços do Sistema de Trans- litanas são funcionalmente consideradas como parte do Subsistema
porte Coletivo Urbano de Passageiros na Cidade de São Paulo, au- Estrutural.
toriza o Poder Público a delegar a sua execução, e dá outras provi- Art. 3º - Para a consecução das competências previstas no arti-
dências. go 172 da Lei Orgânica do Município, o Poder Público deverá obser-
var as seguintes diretrizes:
MARTA SUPLICY, Prefeita do Município de São Paulo, no uso das I - planejar o funcionamento do Sistema de Transporte Coletivo
atribuições que lhe são conferidas por lei, faz saber que a Câmara Urbano de Passageiros, com a finalidade de evitar a concorrência
Municipal, em sessão de 05 de dezembro de 2001, decretou e eu entre os regimes de prestação do serviço;
promulgo a seguinte lei: II - universalidade de atendimento, respeitados os direitos e
obrigações dos usuários;
CAPÍTULO I III - boa qualidade do serviço, envolvendo rapidez, conforto, re-
DA ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS gularidade, segurança, continuidade, modicidade tarifária, eficiên-
cia, atualidade tecnológica e acessibilidade, particularmente para
Art. 1º - Os serviços do Sistema de Transporte Coletivo Urbano as pessoas com deficiência, idosos e gestantes;
de Passageiros na Cidade de São Paulo serão prestados sob os regi- IV - prioridade do transporte coletivo sobre o individual;
mes público e privado. V - integração com os diferentes meios de transportes, em es-
§1º - O Transporte Coletivo Público de Passageiros é serviço pecial com o metrô e com as ferrovias metropolitanas;
público essencial, cuja organização e prestação competem ao Mu- VI - redução das diversas formas de poluição ambiental, con-
nicípio, conforme disposto no artigo 30, inciso V, da Constituição forme as prescrições das normas técnicas e dos padrões de emissão
Federal e no artigo 172 da Lei Orgânica do Município de São Paulo. de poluentes;
§2º - O Transporte Coletivo Privado, destinado ao atendimento VII - descentralização da gestão dos serviços delegados;
de segmento específico e pré-determinado da população, inclusive VIII - estímulo à participação do usuário na fiscalização da pres-
de escolares e de fretamento, está sujeito à regulamentação e à tação dos serviços delegados;
prévia autorização do Poder Público, conforme disposto no artigo IX - articulação com as políticas de desenvolvimento urbano da
179, inciso II, da Lei Orgânica do Município de São Paulo. Cidade definidas no Plano Diretor, de acordo com o artigo 174 da
Lei Orgânica do Município de São Paulo e, no que couber, quanto
CAPÍTULO II ao Estatuto da Cidade, instituído pela Lei Federal nº 10.257, de 10
DA ORGANIZAÇÃO DO TRANSPORTE COLETIVO PÚBLICO DE de julho de 2001.
PASSAGEIROS Art. 4º - No exercício das competências relativas ao Sistema de
Transporte Coletivo Público de Passageiros, o Poder Público poderá
Art. 2º - O Transporte Coletivo de Passageiros no Município de celebrar convênios, contratos e outros instrumentos legais com en-
São Paulo fica organizado da seguinte forma, respeitados o Plano tes públicos ou privados, visando à cooperação técnica.
Diretor da Cidade e a Lei Orgânica do Município:
I - Sistema Integrado composto por: CAPÍTULO III
a) Subsistema Estrutural: conjunto de linhas de Transporte Co- DO REGIME JURÍDICO DA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO DE TRANS-
letivo Público de Passageiros que atendem a demandas elevadas e PORTE COLETIVO PÚBLICO DE PASSAGEIROS
integram as diversas regiões da cidade;
b) Subsistema Local: conjunto de linhas de Transporte Coletivo Art. 5º - Para os efeitos desta lei, consideram-se:
Público de Passageiros que atendem a demandas internas de uma I - Poder Público: a Prefeitura Municipal de São Paulo, por meio
mesma região e alimentam o Subsistema Estrutural. da Secretaria Municipal de Transportes;
II - Serviços Complementares: serviços de Transporte Público II - objeto da concessão: delegação da prestação e exploração
de caráter especial, com tarifa diferenciada, que serão prestados do Serviço de Transporte Coletivo Público de Passageiros, nos Sub-
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LEGISLAÇÃO

sistemas Local e Estrutural, dentro dos limites do Município, que d) intervir na concessão, nos casos e condições previstos na Lei
será condicionada a investimentos em bens reversíveis; nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995;
III - objeto da permissão: delegação, a título precário, da pres- e) extinguir a concessão, nos casos previstos nesta lei e nos
tação e exploração do Serviço de Transporte Coletivo Público de contratos;
Passageiros, no Subsistema Local, nos limites do Município; f) revogar e extinguir a permissão, nos casos previstos nesta lei
IV - operador do serviço: pessoas físicas ou jurídicas, inclusive e nos contratos;
consórcio de empresas, a quem for delegada a execução do Serviço g) homologar reajustes e proceder à revisão das tarifas, me-
de Transporte Coletivo Público de Passageiros; diante as normas pertinentes e os contratos;
V - poder concedente e permitente: Poder Público; h) zelar pela boa qualidade do serviço, observadas as condições
VI - tarifa: preço público fixado pelo Poder Público, a ser pago de eficiência, regularidade, segurança, rapidez, continuidade, con-
pelo usuário pela utilização do Serviço de Transporte Coletivo Públi- forto, modicidade tarifária, manutenção dos equipamentos, atua-
co de Passageiros; lidade tecnológica e acessibilidade, particularmente para pessoas
VII - remuneração dos operadores: valor a ser pago aos opera- com deficiência, idosos e gestantes;
dores e definido em procedimento licitatório. i) receber, apurar e solucionar denúncias e reclamações dos
Art. 6º - Fica o Poder Público autorizado a delegar a terceiros, usuários, que serão cientificados das providências tomadas;
por meio de concessão ou permissão, a prestação e a exploração do j) estimular o aumento da produtividade dos serviços e da pre-
Serviço de Transporte Coletivo Público de Passageiros, no todo ou servação do meio ambiente;
em parte, conforme disposto nos artigos 128 e 172 da Lei Orgânica l) implantar mecanismos permanentes de informação sobre os
do Município de São Paulo: serviços prestados para facilitar o seu acesso aos usuários.
I - a concessão será outorgada à pessoa jurídica ou consórcio de Parágrafo único - Para o exercício das atribuições dispostas nes-
empresas brasileiras, constituído para o procedimento licitatório; te artigo, o Poder Público poderá contratar serviços especializados
II - a permissão, a título precário, será outorgada a pessoa física de empresas de engenharia e de arquitetura consultivas, mediante
ou jurídica. prévio procedimento licitatório, nos termos do artigo 128 da Lei Or-
§1º - O disposto no “caput” deste artigo, respeitados os contra- gânica do Município de São Paulo, aplicando-se as regras previstas
tos firmados, não impede o Poder Público de utilizar outras formas nesta lei e as demais disposições legais federais e municipais perti-
ou instrumentos jurídicos para transferir a terceiros a operação di- nentes.
reta do Serviço de Transporte Coletivo Público de Passageiros, me- Art. 9° - Constitui obrigação dos operadores prestar o serviço
diante prévio procedimento licitatório, nos termos do §1º do artigo delegado, de forma adequada à plena satisfação dos usuários, con-
128 da Lei Orgânica do Município, aplicando-se as regras previstas forme disposições estabelecidas na Lei Federal nº 8.987, de 13 de
nesta lei e as demais disposições legais federais e municipais perti- fevereiro de 1995, bem como na Lei Federal nº 8.666, de 21 de ju-
nentes. nho de 1993, e alterações subseqüentes, nos regulamentos, editais
§2º - Em caráter emergencial e a título precário, o Poder Pú- e contratos, e em especial:
blico poderá utilizar outros instrumentos jurídicos para transferir a I - prestar todas as informações solicitadas pelo Poder Público;
operação do serviço, objeto do “caput” deste artigo, até que seja II - efetuar e manter atualizada sua escrituração contábil e de
possível o restabelecimento da normalidade de sua execução. qualquer natureza, elaborando demonstrativos mensais, semes-
Art. 7º - Fica o Poder Público autorizado a delegar a terceiros, trais e anuais, de acordo com o plano de contas, modelos e padrões
operadores ou não, individualmente ou em consórcio, sob o regime determinados pelo Poder Público, de modo a possibilitar a fiscali-
de concessão, a exploração dos bens públicos vinculados ao Serviço zação pública;
de Transporte Coletivo Público de Passageiros do Município, me- III - cumprir as normas de operação e arrecadação, inclusive as
diante prévio procedimento licitatório. atinentes à cobrança de tarifa;
Parágrafo único - O disposto no “caput” deste artigo não im- IV - operar somente com pessoal devidamente capacitado e ha-
pede o Poder Executivo de conceder o uso de próprios municipais bilitado, mediante contratações regidas pelo direito privado e legis-
para serem utilizados pelo operador diretamente na exploração do lação trabalhista, assumindo todas as obrigações delas decorrentes,
serviço concedido ou em empreendimentos associados, de acordo não se estabelecendo qualquer relação jurídica entre os terceiros
com as condições que serão definidas no edital e no contrato. contratados pelo operador e o Poder Público;
Art. 8º - Constituem atribuições do Poder Público: V - utilizar somente veículos que preencham os requisitos de
I - planejar os serviços do Sistema de Transporte Coletivo Urba- operação, conforme previsto nas normas regulamentares ou gerais
no de Passageiros; pertinentes;
II - autorizar e regular todas as linhas ou trechos de linha dos VI - promover a atualização e o desenvolvimento tecnológico
Serviços de Transporte Coletivo Urbano, terminais e paradas, que das instalações, equipamentos e sistemas, com vistas a assegurar
estejam em território do Município, independentemente de sua ori- a melhoria da qualidade do serviço e a preservação do meio am-
gem ou do poder delegador, disciplinando a sua inserção no espaço biente;
urbano do Município, especialmente quanto ao Sistema Integrado; VII - executar as obras previstas no edital e no contrato de con-
III - regulamentar o Serviço de Transporte Coletivo Público de cessão, com a prévia autorização e acompanhamento do Poder Exe-
Passageiros, observando-se as seguintes diretrizes: cutivo;
a) cumprir e fazer cumprir as disposições que regem o Serviço, VIII - adequar a frota às necessidades do serviço, obedecidas as
bem como as cláusulas do contrato; normas fixadas pelo Poder Executivo;
b) fiscalizar e controlar permanentemente a prestação do ser- IX - garantir a segurança e a integridade física dos usuários;
viço; X - apresentar periodicamente a comprovação de regularidade
c) aplicar as penalidades legais, regulamentares e contratuais; das obrigações previdenciárias, tributárias e trabalhistas.
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Parágrafo único - Na hipótese de deficiências no Serviço de V - os direitos dos usuários, notadamente aqueles referentes à
Transporte Coletivo Público de Passageiros, decorrentes de caso qualidade do serviço;
fortuito ou força maior, a prestação do serviço será atribuída a ou- VI - os prazos de início de etapas de execução, conforme o caso;
tros operadores, que responderão por sua continuidade, na forma VII - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução,
estabelecida em decreto. quando exigidas;
Art. 10 - As concessões e permissões para a prestação dos ser- VIII - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da
viços serão outorgadas mediante prévia licitação, que obedecerá classificação funcional programática e da categoria econômica;
às normas da legislação municipal e federal sobre licitações e con- IX - as penalidades contratuais e administrativas a que se sujei-
tratos administrativos, bem como à lei federal que dispõe sobre as ta o operador e sua forma de aplicação;
concessões e permissões de serviços públicos, observando-se sem- X - os critérios e as fórmulas de cálculo das amortizações e de-
pre a garantia dos princípios constitucionais da legalidade, da mora- preciações de investimentos que se fizerem necessários;
lidade, da publicidade e da impessoalidade, e os princípios básicos XI - os bens reversíveis;
da seleção da proposta mais vantajosa para o interesse coletivo, da XII - os casos de rescisão;
probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocató- XIII - a legislação aplicável à execução do contrato e especial-
rio e do julgamento objetivo. mente aos casos omissos;
§1º - No procedimento licitatório de que trata o “caput”, o Po- XIV - a obrigação do contratado de manter, durante toda a sua
der Público poderá conjugar uma área local e uma área estrutural execução, em compatibilidade com as obrigações por ele assumi-
para efeitos de outorga da concessão. das, todas as condições de habilitação e qualificação exigidas na
§2º - No julgamento de cada licitação, deverão ser aplicados os licitação.
critérios estabelecidos no artigo 15 da Lei Federal nº 8.987, de 13 de Art. 14 - Incumbe ao operador a execução do serviço delegado,
fevereiro de 1995, e suas alterações. cabendo-lhe responder por todos os prejuízos causados, por dolo
Art. 11 - Decreto elaborado pelo Poder Executivo, com base em ou culpa, devidamente comprovados em processo administrativo,
prévios estudos técnicos e econômicos, determinará em especial: ao Poder Público, aos usuários ou a terceiros, sem que a fiscalização
I - o prazo de concessão e de permissão, bem como sua pos- exercida pelo órgão competente exclua ou atenue essa responsa-
sibilidade de prorrogação, obedecidos os prazos máximos fixados bilidade.
nesta lei; §1º - Sem prejuízo da responsabilidade a que se refere o
II - a região ou área, a modalidade e forma de prestação dos “caput” deste artigo, o operador poderá contratar com terceiros
serviços a que se refere cada contrato de concessão ou de permis- o desenvolvimento de atividades inerentes, acessórias ou comple-
são; mentares ao serviço concedido, bem como a implementação de
III - as características básicas da infra-estrutura, dos equipa- projetos associados.
mentos e dos veículos mais adequados para a execução do objeto §2º - Os contratos celebrados entre o operador e os terceiros a
de cada contrato; que se refere o parágrafo anterior reger-se-ão pelas normas do di-
IV - a possibilidade ou a obrigação de investimentos do opera- reito privado, não se estabelecendo qualquer relação jurídica entre
dor em obras públicas; os terceiros e o Poder Público.
V - o ônus da delegação, quando existente; §3º - A execução das atividades contratadas com terceiros pres-
VI - as formas de remuneração do serviço. supõe o cumprimento das normas estabelecidas em decreto.
Art. 12 - A concessão ou permissão de que trata o artigo 6º Art. 15 - É vedada a subconcessão dos serviços delegados.
desta lei implicará, automaticamente, na vinculação ao serviço dos Art. 16 - A operadora poderá transferir a concessão e o controle
meios materiais e humanos utilizados pelo operador, quaisquer que acionário, bem como realizar fusões, incorporações e cisões, desde
sejam. que com a anuência do Poder Público, sob pena de caducidade da
Art. 13 - Os contratos para a execução dos serviços de que tra- concessão.
ta esta lei, regulam-se pelas cláusulas e pelos preceitos de direito Parágrafo único - Para fins da anuência de que trata o “caput”
público, aplicando-se-lhes, supletivamente, os princípios da Teoria deste artigo, o pretendente deverá:
Geral dos Contratos e as disposições de direito privado. I - atender integralmente às exigências estabelecidas no proce-
Parágrafo único - Os contratos devem estabelecer, com clareza dimento licitatório que precedeu a concessão;
e precisão, as condições para sua execução expressas em cláusulas II - comprometer-se a cumprir todas as cláusulas do contrato
que definam os direitos, obrigações e responsabilidades das partes, em vigor, sub-rogando-se em todos os direitos e obrigações do ce-
em conformidade com os termos da licitação e das propostas a que dente e prestando todas as garantias necessárias.
se vinculam, sendo cláusulas necessárias as previstas no artigo 23 Art. 17 - Extingue-se a concessão nos seguintes casos:
da Lei nº 8.987/95, bem como as a seguir arroladas: I - advento do termo do contrato;
I - o objeto, seus elementos característicos, e prazos da con- II - encampação;
cessão; III - caducidade;
II - o regime de execução ou a forma de fornecimento; IV - rescisão;
III - o valor da remuneração e as condições de pagamento, os V - anulação;
critérios, a data-base e periodicidade do reajustamento de preços, VI - falência ou extinção da empresa concessionária e faleci-
os critérios de atualização monetária entre a data do adimplemento mento ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual.
das obrigações e a do efetivo pagamento; §1º - Extinta a concessão, retornam ao poder concedente todos
IV - os direitos, garantias e obrigações do Poder Público e dos os bens reversíveis, direitos e privilégios transferidos ao concessio-
operadores, em relação a alterações e expansões a serem realiza- nário, conforme previsto no edital e estabelecido no contrato.
das no futuro, para garantir a continuidade da prestação do serviço; §2º - Extinta a concessão, haverá a imediata assunção do ser-
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO

viço pelo poder concedente, procedendo-se levantamentos, avalia- no sentido de retirar de circulação veículo julgado em condições
ções e liquidações necessárias. comprovadamente inadequadas para o serviço;
§3º - Nos casos previstos nos incisos I e II deste artigo, o poder III - o descumprimento, por culpa de empresa contratada, de-
concedente, antecipando-se à extinção da concessão, procederá vidamente comprovada em processo administrativo, da legislação
aos levantamentos e avaliações necessários à determinação dos trabalhista, de modo a comprometer a continuidade dos serviços
montantes da indenização que será devida à concessionária, na for- executados;
ma dos artigos 36 e 37 da Lei nº 8.987/95. IV - a ocorrência de irregularidades dolosas contábeis, fiscais e
§4º - Não são considerados bens reversíveis para efeito desta administrativas, apuradas mediante auditoria, que possam interfe-
lei: rir na consecução dos serviços executados;
I - os veículos e frota de ônibus; V - redução superior a 20% (vinte por cento) dos veículos de
II - a garagem; transporte de passageiros empregados em quaisquer dos serviços,
III - instalações e equipamentos de garagem. por mais de 48 (quarenta e oito) horas.
Art. 18 - A inexecução total ou parcial do contrato de concessão, Art. 24 - Do ato da intervenção deverá constar:
decorrente de dolo ou culpa, comprovados em regular processo ad- I - os motivos da intervenção e sua necessidade;
ministrativo, acarretará, a critério do Poder Público, a aplicação das II - o prazo de intervenção será de, no máximo, 6 (seis) meses,
penalidades contratuais, respeitadas as normas convencionadas podendo ser, excepcionalmente, prorrogado por 60 (sessenta) dias;
entre as partes. III - as instruções e regras que orientarão a intervenção;
§1º - A inexecução dos investimentos em bens reversíveis, nos IV - o nome do interventor que, representando a Municipalida-
devidos prazos contratuais, conforme disposto no inciso I do artigo de, coordenará a intervenção.
21, ensejará, como penalidade, a critério do Poder Público, a redu- Art. 25 - No período de intervenção, a Municipalidade assumi-
ção do período de vigência do contrato para 10 (dez) anos ou de seu rá, total ou parcialmente, o serviço, passando a controlar os meios
valor de remuneração, reconhecidos os investimentos efetivamente materiais e humanos que a operadora utiliza, assim entendidos o
realizados até então. pessoal, os veículos, as garagens, as oficinas, e todos os demais
§2º - Após notificação à empresa operadora, será concedido a meios empregados, necessários à operação.
esta o direito à ampla defesa e ao contraditório. Art. 26 - Cessada a intervenção, se não for extinta a concessão,
Art. 19 - A permissão será revogada: a administração do serviço será devolvida à operadora, precedida
I - pela inexecução total ou parcial do contrato, que pode ense- de prestação de contas pelo interventor, que responderá pelos atos
jar, a critério do Poder Público, a aplicação de sanções contratuais; praticados durante a sua gestão.
II - por razões de interesse público, obedecida a análise de con-
veniência e oportunidade do Poder Público. CAPÍTULO IV
Art. 20 - A permissão será extinta pelo advento do termo final DA TARIFA E DA REMUNERAÇÃO DOS OPERADORES PELA
previsto no contrato. DELEGAÇÃO DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE DO SISTEMA
Art. 21 - Os prazos de duração dos contratos mencionados nes- INTEGRADO
ta lei serão os seguintes:
I – para a concessão: 20 (vinte) anos, contados da data de as- Art. 27 - As tarifas dos serviços de Transporte Coletivo Público
sinatura do contrato, prorrogáveis por até igual período, devida- de Passageiros serão fixadas, e, quando necessário, revisadas e rea-
mente justificado pelo Poder Público;(Redação dada pela Lei nº justadas por ato do Poder Executivo, obedecido o disposto no artigo
16.211/2015) 178 da Lei Orgânica do Município.
II - para a permissão: até 7 (sete) anos, contados da assinatura §1º - Para determinar o valor da tarifa, o Poder Executivo de-
do contrato, com possibilidade de prorrogação por até 3 (três) anos, verá observar a somatória da arrecadação das receitas tarifárias e
devidamente justificada pelo Poder Público. extratarifárias não previstas no edital de licitação e auferidas em
Parágrafo único - Os prazos da concessão poderão ser fixados função da delegação de atividades conexas aos serviços de trans-
em até 25 (vinte e cinco) anos, contados da data da assinatura do porte por terceiros, operadores ou não.
contrato, nos casos de elevados investimentos em bens reversíveis. §2o - O valor fixado para a tarifa deverá suportar os seguintes
Art. 22 - Aos operadores não serão permitidas ameaças de in- custos:
terrupção, nem a solução de continuidade ou a deficiência grave na a) remuneração dos operadores;
prestação do Serviço de Transporte Coletivo Público de Passageiros, b) despesas de comercialização;
que deverá estar permanentemente à disposição do usuário, con- c) gerenciamento das receitas e pagamentos comuns ao Siste-
forme preceitua o artigo 177 da Lei Orgânica do Município. ma Integrado e aos Serviços Complementares;
Parágrafo único - Para assegurar a adequada prestação do ser- d) fiscalização e planejamento operacional.
viço ou para sanar deficiência grave na respectiva prestação, bem §3º - Os valores para custeio das atividades previstas nas alíne-
como o fiel cumprimento das normas contratuais, regulamentares as “c” e “d” do parágrafo 2º deste artigo corresponderão a, no má-
e legais pertinentes, o Poder Público poderá intervir na operação ximo, 3,5% (três e meio por cento) das respectivas receitas totais.
do serviço. §4º - As dispensas ou reduções tarifárias de qualquer natureza,
Art. 23 - Considera-se deficiência grave na prestação do serviço além daquelas já vigentes na data da promulgação desta lei, deve-
para efeito desta lei: rão dispor de fontes específicas de recursos.
I - reiterada inobservância dos dispositivos contidos no Regula- Art. 28 - O operador do Sistema Integrado será remunerado
mento do Serviço, tais como os concernentes ao itinerário ou horá- com base no número de passageiros, atendidos os padrões de qua-
rio determinados, salvo por motivo de força maior; lidade do serviço, definidos pelo Poder Público em decreto, e as
II - não atendimento de intimação expedida pelo Poder Público regras estabelecidas no edital de licitação.
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a solução para o seu concurso!
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§1º - Os valores máximos de remuneração, estabelecidos no Transportes, o Programa de Requalificação Tecnológica de Trânsito
edital de licitação, serão proporcionais ao volume de investimentos e Transportes do Município de São Paulo, com o objetivo de:
em bens reversíveis determinados pelo Poder Público. I - identificar tecnologias aplicáveis e de interesse para o trân-
§2º - A remuneração deverá sofrer reajuste, periodicamente, sito e os transportes do Município, tanto entre aquelas já utilizadas
obedecendo às condições e aos prazos estabelecidos no edital de operacionalmente, como aquelas em desenvolvimento;
licitação e no contrato, com a finalidade de proceder a atualização II - identificar, desenvolver e capacitar parceiros potenciais para
de sua expressão numérica, e ocorrerá nos seguintes termos: os projetos de desenvolvimento tecnológico e de cooperação téc-
a) a periodicidade de realização do reajuste será a menor pre- nica;
vista em lei; III - estabelecer parcerias em projetos de desenvolvimento tec-
b) o critério para a fixação do valor do reajuste levará em conta nológico e de cooperação técnica;
o índice de preço que melhor reflita a variação econômica dos insu- IV - identificar fontes de recursos para financiamento do Pro-
mos próprios do setor. grama ora instituído, além daquelas específicas do próprio Sistema
§3º - O Poder Público poderá prever em favor do operador, no de Transportes;
edital de licitação, a possibilidade de outras fontes provenientes de V - implementar formas de fomento, inclusive mediante licita-
receitas alternativas, complementares ou acessórias, com ou sem ções, para delegação dos serviços de Transporte Coletivo Urbano
exclusividade, com vistas a determinar o valor da remuneração. de Passageiros;
§4º - As fontes de receita previstas no §3º deste artigo serão VI - contribuir para as pesquisas científico-tecnológicas nacio-
obrigatoriamente consideradas para a aferição do inicial equilíbrio nais e para a retomada do desenvolvimento industrial brasileiro.
econômico-financeiro do contrato. Parágrafo único - Na regulamentação do Programa ora instituí-
§5º - Os contratos deverão prever mecanismos de revisão da do, o Poder Executivo deverá, entre outros aspectos:
remuneração, a fim de manter-se o equilíbrio econômico-financei- I - definir os campos a serem objeto de desenvolvimento tec-
ro, na ocorrência das seguintes situações: fatos supervenientes; fa- nológico;
tos conjunturais não previstos na ocasião da realização da licitação II - estabelecer o modelo técnico, comercial e financeiro a ser
e da celebração dos contratos. adotado.
Art. 33 - Fica instituído, no âmbito da Secretaria Municipal de
CAPÍTULO V Transportes, o Programa de Requalificação e Aperfeiçoamento Pro-
DA GESTÃO DESCENTRALIZADA DO SISTEMA DE TRANSPORTE fissional dos Trabalhadores do Sistema de Transporte Coletivo Ur-
COLETIVO URBANO DE PASSAGEIROS bano, com o objetivo de:
I - requalificar trabalhadores para novas funções na prestação
Art. 29 - Sem prejuízo das demais atribuições expressas previs- do serviço de transporte, a partir de alterações da implementação
tas no seu estatuto social, compete à São Paulo Transporte S.A, no do Sistema instituído por esta lei, bem como inovações tecnológi-
tocante ao Sistema de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros: cas;
I - elaborar estudos para a realização do planejamento do Sis- II - requalificar os trabalhadores, buscando o aperfeiçoamento
tema; para a prestação de serviço público de qualidade e a educação de
II - executar a fiscalização da prestação dos serviços; trânsito e transporte;
III - gerenciar o Sistema de acordo com as diretrizes e políticas III - aperfeiçoar, treinar e qualificar os trabalhadores do siste-
estabelecidas pela Prefeitura do Município de São Paulo, por meio ma, abrangendo funções de operação, fiscalização, manutenção e
da Secretaria Municipal de Transportes. administração.
Parágrafo único - Para executar as atribuições dispostas neste
artigo, a São Paulo Transporte S.A. será contratada pelo Poder Pú- CAPÍTULO VI
blico. DAS PENALIDADES
Art. 30 - Para a regulação do Serviço de Transporte Coletivo
Urbano de Passageiros, o Poder Público deverá instituir, mediante Art. 34 - A execução de qualquer tipo de serviço de Transporte
lei específica, órgão regulador vinculado orçamentária e adminis- Coletivo Urbano de Passageiros, sem a correspondente delegação
trativamente à Secretaria Municipal de Transportes. ou autorização do Poder Público, fundada nesta lei e demais nor-
Parágrafo único - Em cada região do Subsistema Local have- mas complementares, será considerada ilegal e caracterizada como
rá representação de usuários, relativa aos serviços do Sistema de clandestina, sujeitando os infratores às seguintes sanções:
Transporte Coletivo Urbano de Passageiros, a ser regulamentada I - imediata apreensão dos veículos;
em decreto. II - multa no valor de R$ 3.400,00 (três mil e quatrocentos re-
Art. 31 - Para a gestão financeira das receitas e despesas do ais);
Serviço de Transporte Coletivo Público de Passageiros, o Poder Exe- III - pagamento dos custos da remoção e de estadia dos veícu-
cutivo deverá, mediante lei específica, criar sociedade de economia los, conforme fixado pelo Poder Público, nos termos da normatiza-
mista com a participação dos concessionários do serviço para: ção pertinente.
I - gerir as receitas e pagamentos comuns ao Sistema Integrado §1º - Em caso de reincidência, a multa prevista no inciso II deste
e aos Serviços Complementares; artigo será devida em dobro.
II - reinvestir eventuais saldos positivos na expansão e melhoria §2º - Fica o Poder Público autorizado a reter o veículo até o
do Sistema; pagamento integral de todas as quantias devidas pelo infrator.
III - captar recursos junto ao sistema financeiro e agências de §3º - O valor da multa, prevista no inciso II deste artigo, será
fomento. atualizado periodicamente, nos termos da legislação municipal per-
Art. 32 - Fica instituído, no âmbito da Secretaria Municipal de tinente.
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LEGISLAÇÃO

§4º - A prestação do serviço de transporte coletivo de outros Art. 44 - Por ocasião da implantação do Sistema Integrado, pre-
municípios ou intermunicipal, nos limites do Município de São Pau- visto nesta lei, serão selecionados, inicialmente, em procedimento
lo e sem a sua devida autorização, estará sujeita às sanções previs- licitatório próprio e específico, 4.984 (quatro mil, novecentas e oi-
tas neste artigo. tenta e quatro) pessoas físicas, operadores individuais, proprietá-
Art. 35 - Pelo não cumprimento das disposições constantes des- rios ou beneficiários únicos de arrendamento mercantil de veículos
ta lei e das demais normas legais aplicáveis, bem como do contrato, de transporte coletivo de passageiros, organizados ou não em co-
observado o disposto na Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, operativas, nas delegações para a Operação no Subsistema Local.
serão aplicadas aos operadores do Sistema, as seguintes sanções: I - Nas delegações, de que trata o “caput” deste artigo, para
I - advertência escrita; operação no Subsistema Local serão selecionados 942 (novecentos
II - multa contratual; e quarenta e dois) operadores individuais para a prestação do servi-
III - apreensão do veículo; ço por meio de ônibus ou microônibus.
IV - afastamento de funcionários; II - Nos termos do “caput” deste artigo, é autorizada a co-pro-
V - intervenção, no caso de concessão; priedade do veículo de transporte coletivo de passageiros.
VI - rescisão do contrato; III - Na hipótese do inciso anterior, é vedado ao co-proprietário
VII - declaração de caducidade da concessão. a co-propriedade de mais de um veículo de transporte coletivo de
Parágrafo único - A aplicação das penalidades previstas neste passageiros, e somente um dos dois proprietários será selecionado
artigo será disciplinada por ato do Executivo e constará do edital de e credenciado para a prestação do serviço.
licitação e do contrato. IV - Ao operador individual selecionado e credenciado é facul-
tada a indicação de um único segundo motorista auxiliar, que não
CAPÍTULO VII poderá ser credenciado para mais de um veículo simultaneamente,
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS para a prestação do serviço.
Parágrafo único - O número das delegações disposto neste arti-
Art. 36 - Compete ao Poder Público editar os instrumentos nor- go estará limitado a 6000 (seis mil).
mativos necessários à regulamentação desta lei. Art. 45 - As despesas decorrentes desta lei correrão por conta
Art. 37 - Com a finalidade de implantar novo modelo de orga- de dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário.
nização do Sistema de Transporte Coletivo Público de Passageiros, Art. 46 - Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação,
fica o Poder Público autorizado a rescindir, total ou parcialmente, revogadas as disposições em contrário, em especial as Leis nºs
o contrato de concessão firmado com a São Paulo Transporte S.A, 11.037, de 25 de julho de 1991; 12.328, de 24 de abril de 1997;
com vigência até 30 de outubro de 2007, para prestar e explorar 12.893, de 28 de outubro de 1999; 10.950, de 24 de janeiro de
com exclusividade o Serviço Público de Transporte Coletivo de Pas- 1991; os incisos III e IV do artigo 2º da Lei n.º 11.851, de 10 de julho
sageiros no Município de São Paulo, revertendo-se os bens vincula- de 1995; 12.621, de 4 de maio de 1998; 13.099, de 08 de dezembro
dos ao serviço. de 2000 e os Decretos nºs 29.945, de 25 de julho de 1991; 33.593,
Art. 38 - Durante a implantação do novo modelo de organiza- de 12 de agosto de 1993; os incisos III e IV do artigo 2º e seu pará-
ção do Serviço de Transporte Coletivo Público de Passageiros, e até grafo único, e artigo 6º, “caput”, e seu parágrafo único, do Decreto
sua conclusão, a São Paulo Transporte S.A. continuará prestando nº 36.885, de 28 de maio de 1997; e os Decretos nºs 37.021, de 26
seus serviços, executando as atribuições estabelecidas no seu es- de agosto de 1997; 38.663 e 38.664, ambos de 11 de novembro de
tatuto social, bem como aquelas que lhe forem fixadas no contra- 1999; 36.150, de 13 de junho de 1996; 36.407, de 18 de setembro
to de prestação de serviço firmado com a Secretaria Municipal de de 1996; 36.650, de 20 de dezembro de 1996; 36.929, de 19 de
Transportes. junho de 1997; 37.555, de 05 de agosto de 1998.
Art. 39 - Ficará a cargo da São Paulo Transporte S.A, com a parti- PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, aos 12 de dezem-
cipação de representantes dos concessionários, a gestão financeira bro de 2001, 448º da fundação de São Paulo.
do Serviço de Transporte Coletivo Público de Passageiros, prevista Publicada na Secretaria do Governo Municipal, em 12 de de-
no artigo 31 desta lei, até a criação da pessoa jurídica mencionada zembro de 2001.
no referido dispositivo.
Parágrafo único - A São Paulo Transporte S.A. manterá contas
bancárias específicas, destinadas exclusivamente à gestão financei- LEI DAS ESTATAIS (LEI FEDERAL Nº. 13.303/2016)
ra do Serviço de Transporte Coletivo Público de Passageiros.
Art. 40 - Até que seja instituído o órgão regulador mencionado
no artigo 30 desta lei, a Secretaria Municipal de Transportes execu- LEI Nº 13.303, DE 30 DE JUNHO DE 2016.
tará as atribuições descritas no mesmo dispositivo.
Art. 41 - As atuais empresas operadoras continuarão executan- Dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública, da socie-
do os serviços contratados, com base nos contratos de prestação dade de economia mista e de suas subsidiárias, no âmbito da União,
de serviços vigentes, até o advento final de seus prazos contratuais. dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Art. 42 - Os novos operadores deverão ter como prioridade na
contratação de sua mão-de-obra os cobradores e motoristas hoje O VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no exercício do cargo de
empregados no Sistema, conforme as condições que serão estabe- PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional
lecidas no instrumento convocatório de cada licitação. decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 43 - A fim de atender os ditames do inciso V do artigo 3º, o
Poder Público incluirá nas delegações previstas no artigo 6º, a frota
pública de troleibus.
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LEGISLAÇÃO

TÍTULO I de alienação de bens móveis e imóveis da sociedade;


DISPOSIÇÕES APLICÁVEIS ÀS EMPRESAS PÚBLICAS E ÀS SO- VI - relatório de risco das contratações para execução de obras,
CIEDADES DE ECONOMIA MISTA fornecimento de bens e prestação de serviços relevantes para os
interesses da investidora;
CAPÍTULO I VII - informe sobre execução de projetos relevantes para os in-
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES teresses da investidora;
VIII - relatório de cumprimento, nos negócios da sociedade,
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa de condicionantes socioambientais estabelecidas pelos órgãos am-
pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, bientais;
abrangendo toda e qualquer empresa pública e sociedade de eco- IX - avaliação das necessidades de novos aportes na socieda-
nomia mista da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni- de e dos possíveis riscos de redução da rentabilidade esperada do
cípios que explore atividade econômica de produção ou comercia- negócio;
lização de bens ou de prestação de serviços, ainda que a atividade X - qualquer outro relatório, documento ou informação produ-
econômica esteja sujeita ao regime de monopólio da União ou seja zido pela sociedade empresarial investida considerado relevante
de prestação de serviços públicos. para o cumprimento do comando constante do caput .
§1º O Título I desta Lei, exceto o disposto nos arts. 2º, 3º, 4º, Art. 2º A exploração de atividade econômica pelo Estado será
5º, 6º, 7º, 8º, 11, 12 e 27, não se aplica à empresa pública e à socie- exercida por meio de empresa pública, de sociedade de economia
dade de economia mista que tiver, em conjunto com suas respec- mista e de suas subsidiárias.
tivas subsidiárias, no exercício social anterior, receita operacional §1º A constituição de empresa pública ou de sociedade de eco-
bruta inferior a R$ 90.000.000,00 (noventa milhões de reais). nomia mista dependerá de prévia autorização legal que indique,
§2º O disposto nos Capítulos I e II do Título II desta Lei apli- de forma clara, relevante interesse coletivo ou imperativo de se-
ca-se inclusive à empresa pública dependente, definida nos termos gurança nacional, nos termos do caput do art. 173 da Constituição
do inciso III do art. 2º da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio Federal .
de 2000 , que explore atividade econômica, ainda que a atividade §2º Depende de autorização legislativa a criação de subsidiá-
econômica esteja sujeita ao regime de monopólio da União ou seja rias de empresa pública e de sociedade de economia mista, assim
de prestação de serviços públicos. como a participação de qualquer delas em empresa privada, cujo
§3º Os Poderes Executivos poderão editar atos que estabele- objeto social deve estar relacionado ao da investidora, nos termos
çam regras de governança destinadas às suas respectivas empresas do inciso XX do art. 37 da Constituição Federal .
públicas e sociedades de economia mista que se enquadrem na hi- §3º A autorização para participação em empresa privada pre-
pótese do §1º, observadas as diretrizes gerais desta Lei. vista no §2º não se aplica a operações de tesouraria, adjudicação de
§4º A não edição dos atos de que trata o §3º no prazo de 180 ações em garantia e participações autorizadas pelo Conselho de Ad-
(cento e oitenta) dias a partir da publicação desta Lei submete as ministração em linha com o plano de negócios da empresa pública,
respectivas empresas públicas e sociedades de economia mista às da sociedade de economia mista e de suas respectivas subsidiárias.
regras de governança previstas no Título I desta Lei. Art. 3º Empresa pública é a entidade dotada de personalida-
§5º Submetem-se ao regime previsto nesta Lei a empresa pú- de jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei e com
blica e a sociedade de economia mista que participem de consórcio, patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela
conforme disposto no art. 279 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios.
de 1976 , na condição de operadora. Parágrafo único. Desde que a maioria do capital votante per-
§6º Submete-se ao regime previsto nesta Lei a sociedade, in- maneça em propriedade da União, do Estado, do Distrito Federal
clusive a de propósito específico, que seja controlada por empresa ou do Município, será admitida, no capital da empresa pública, a
pública ou sociedade de economia mista abrangidas no caput . participação de outras pessoas jurídicas de direito público interno,
§7º Na participação em sociedade empresarial em que a em- bem como de entidades da administração indireta da União, dos
presa pública, a sociedade de economia mista e suas subsidiárias Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
não detenham o controle acionário, essas deverão adotar, no de- Art. 4º Sociedade de economia mista é a entidade dotada de
ver de fiscalizar, práticas de governança e controle proporcionais personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada
à relevância, à materialidade e aos riscos do negócio do qual são por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito
partícipes, considerando, para esse fim: a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito
I - documentos e informações estratégicos do negócio e demais Federal, aos Municípios ou a entidade da administração indireta.
relatórios e informações produzidos por força de acordo de acionis- §1º A pessoa jurídica que controla a sociedade de economia
tas e de Lei considerados essenciais para a defesa de seus interesses mista tem os deveres e as responsabilidades do acionista contro-
na sociedade empresarial investida; lador, estabelecidos na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 ,
II - relatório de execução do orçamento e de realização de in- e deverá exercer o poder de controle no interesse da companhia,
vestimentos programados pela sociedade, inclusive quanto ao ali- respeitado o interesse público que justificou sua criação.
nhamento dos custos orçados e dos realizados com os custos de §2º Além das normas previstas nesta Lei, a sociedade de eco-
mercado; nomia mista com registro na Comissão de Valores Mobiliários sujei-
III - informe sobre execução da política de transações com par- ta-se às disposições da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976 .
tes relacionadas;
IV - análise das condições de alavancagem financeira da socie-
dade;
V - avaliação de inversões financeiras e de processos relevantes
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LEGISLAÇÃO

CAPÍTULO II escrito, em linguagem clara e direta, as informações de que trata


DO REGIME SOCIETÁRIO DA EMPRESA PÚBLICA E DA SOCIE- o inciso III;
DADE DE ECONOMIA MISTA IX - divulgação anual de relatório integrado ou de sustentabi-
lidade.
SEÇÃO I §1º O interesse público da empresa pública e da sociedade de
DAS NORMAS GERAIS economia mista, respeitadas as razões que motivaram a autoriza-
ção legislativa, manifesta-se por meio do alinhamento entre seus
Art. 5º A sociedade de economia mista será constituída sob a objetivos e aqueles de políticas públicas, na forma explicitada na
forma de sociedade anônima e, ressalvado o disposto nesta Lei, es- carta anual a que se refere o inciso I do caput .
tará sujeita ao regime previsto na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro §2º Quaisquer obrigações e responsabilidades que a empresa
de 1976 . pública e a sociedade de economia mista que explorem atividade
Art. 6º O estatuto da empresa pública, da sociedade de eco- econômica assumam em condições distintas às de qualquer outra
nomia mista e de suas subsidiárias deverá observar regras de go- empresa do setor privado em que atuam deverão:
vernança corporativa, de transparência e de estruturas, práticas de I - estar claramente definidas em lei ou regulamento, bem
gestão de riscos e de controle interno, composição da administra- como previstas em contrato, convênio ou ajuste celebrado com o
ção e, havendo acionistas, mecanismos para sua proteção, todos ente público competente para estabelecê-las, observada a ampla
constantes desta Lei. publicidade desses instrumentos;
Art. 7º Aplicam-se a todas as empresas públicas, as sociedades II - ter seu custo e suas receitas discriminados e divulgados de
de economia mista de capital fechado e as suas subsidiárias as dis- forma transparente, inclusive no plano contábil.
posições da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e as normas §3º Além das obrigações contidas neste artigo, as sociedades
da Comissão de Valores Mobiliários sobre escrituração e elaboração de economia mista com registro na Comissão de Valores Mobiliá-
de demonstrações financeiras, inclusive a obrigatoriedade de audi- rios sujeitam-se ao regime informacional estabelecido por essa au-
toria independente por auditor registrado nesse órgão. tarquia e devem divulgar as informações previstas neste artigo na
Art. 8º As empresas públicas e as sociedades de economia mis- forma fixada em suas normas.
ta deverão observar, no mínimo, os seguintes requisitos de trans- §4º Os documentos resultantes do cumprimento dos requisi-
parência: tos de transparência constantes dos incisos I a IX do caput deverão
I - elaboração de carta anual, subscrita pelos membros do Con- ser publicamente divulgados na internet de forma permanente e
selho de Administração, com a explicitação dos compromissos de cumulativa.
consecução de objetivos de políticas públicas pela empresa públi- Art. 9º A empresa pública e a sociedade de economia mista
ca, pela sociedade de economia mista e por suas subsidiárias, em adotarão regras de estruturas e práticas de gestão de riscos e con-
atendimento ao interesse coletivo ou ao imperativo de segurança trole interno que abranjam:
nacional que justificou a autorização para suas respectivas criações, I - ação dos administradores e empregados, por meio da imple-
com definição clara dos recursos a serem empregados para esse mentação cotidiana de práticas de controle interno;
fim, bem como dos impactos econômico-financeiros da consecução II - área responsável pela verificação de cumprimento de obri-
desses objetivos, mensuráveis por meio de indicadores objetivos; gações e de gestão de riscos;
II - adequação de seu estatuto social à autorização legislativa III - auditoria interna e Comitê de Auditoria Estatutário.
de sua criação; §1º Deverá ser elaborado e divulgado Código de Conduta e In-
III - divulgação tempestiva e atualizada de informações relevan- tegridade, que disponha sobre:
tes, em especial as relativas a atividades desenvolvidas, estrutura I - princípios, valores e missão da empresa pública e da socie-
de controle, fatores de risco, dados econômico-financeiros, comen- dade de economia mista, bem como orientações sobre a prevenção
tários dos administradores sobre o desempenho, políticas e práticas de conflito de interesses e vedação de atos de corrupção e fraude;
de governança corporativa e descrição da composição e da remune- II - instâncias internas responsáveis pela atualização e aplicação
ração da administração; do Código de Conduta e Integridade;
IV - elaboração e divulgação de política de divulgação de in- III - canal de denúncias que possibilite o recebimento de de-
formações, em conformidade com a legislação em vigor e com as núncias internas e externas relativas ao descumprimento do Código
melhores práticas; de Conduta e Integridade e das demais normas internas de ética e
V - elaboração de política de distribuição de dividendos, à luz obrigacionais;
do interesse público que justificou a criação da empresa pública ou IV - mecanismos de proteção que impeçam qualquer espécie
da sociedade de economia mista; de retaliação a pessoa que utilize o canal de denúncias;
VI - divulgação, em nota explicativa às demonstrações finan- V - sanções aplicáveis em caso de violação às regras do Código
ceiras, dos dados operacionais e financeiros das atividades relacio- de Conduta e Integridade;
nadas à consecução dos fins de interesse coletivo ou de segurança VI - previsão de treinamento periódico, no mínimo anual, sobre
nacional; Código de Conduta e Integridade, a empregados e administradores,
VII - elaboração e divulgação da política de transações com par- e sobre a política de gestão de riscos, a administradores.
tes relacionadas, em conformidade com os requisitos de competi- §2º A área responsável pela verificação de cumprimento de
tividade, conformidade, transparência, equidade e comutatividade, obrigações e de gestão de riscos deverá ser vinculada ao diretor-
que deverá ser revista, no mínimo, anualmente e aprovada pelo -presidente e liderada por diretor estatutário, devendo o estatuto
Conselho de Administração; social prever as atribuições da área, bem como estabelecer meca-
VIII - ampla divulgação, ao público em geral, de carta anual de nismos que assegurem atuação independente.
governança corporativa, que consolide em um único documento §3º A auditoria interna deverá:
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LEGISLAÇÃO

I - ser vinculada ao Conselho de Administração, diretamente ou ção e dos indicados para o cargo de diretor, que será unificado e
por meio do Comitê de Auditoria Estatutário; não superior a 2 (dois) anos, sendo permitidas, no máximo, 3 (três)
II - ser responsável por aferir a adequação do controle inter- reconduções consecutivas;
no, a efetividade do gerenciamento dos riscos e dos processos de VII – (VETADO);
governança e a confiabilidade do processo de coleta, mensuração, VIII - prazo de gestão dos membros do Conselho Fiscal não su-
classificação, acumulação, registro e divulgação de eventos e tran- perior a 2 (dois) anos, permitidas 2 (duas) reconduções consecuti-
sações, visando ao preparo de demonstrações financeiras. vas.
§4º O estatuto social deverá prever, ainda, a possibilidade de
que a área de compliance se reporte diretamente ao Conselho de SEÇÃO II
Administração em situações em que se suspeite do envolvimento DO ACIONISTA CONTROLADOR
do diretor-presidente em irregularidades ou quando este se furtar
à obrigação de adotar medidas necessárias em relação à situação a Art. 14. O acionista controlador da empresa pública e da socie-
ele relatada. dade de economia mista deverá:
Art. 10. A empresa pública e a sociedade de economia mista I - fazer constar do Código de Conduta e Integridade, aplicável
deverão criar comitê estatutário para verificar a conformidade do à alta administração, a vedação à divulgação, sem autorização do
processo de indicação e de avaliação de membros para o Conselho órgão competente da empresa pública ou da sociedade de econo-
de Administração e para o Conselho Fiscal, com competência para mia mista, de informação que possa causar impacto na cotação dos
auxiliar o acionista controlador na indicação desses membros. títulos da empresa pública ou da sociedade de economia mista e
Parágrafo único. Devem ser divulgadas as atas das reuniões do em suas relações com o mercado ou com consumidores e forne-
comitê estatutário referido no caput realizadas com o fim de verifi- cedores;
car o cumprimento, pelos membros indicados, dos requisitos defi- II - preservar a independência do Conselho de Administração
nidos na política de indicação, devendo ser registradas as eventuais no exercício de suas funções;
manifestações divergentes de conselheiros. III - observar a política de indicação na escolha dos administra-
Art. 11. A empresa pública não poderá: dores e membros do Conselho Fiscal.
I - lançar debêntures ou outros títulos ou valores mobiliários, Art. 15. O acionista controlador da empresa pública e da so-
conversíveis em ações; ciedade de economia mista responderá pelos atos praticados com
II - emitir partes beneficiárias. abuso de poder, nos termos da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de
Art. 12. A empresa pública e a sociedade de economia mista 1976 .
deverão: §1º A ação de reparação poderá ser proposta pela socieda-
I - divulgar toda e qualquer forma de remuneração dos admi- de, nos termos do art. 246 da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de
nistradores; 1976 , pelo terceiro prejudicado ou pelos demais sócios, indepen-
II - adequar constantemente suas práticas ao Código de Con- dentemente de autorização da assembleia-geral de acionistas.
duta e Integridade e a outras regras de boa prática de governança §2º Prescreve em 6 (seis) anos, contados da data da prática do
corporativa, na forma estabelecida na regulamentação desta Lei. ato abusivo, a ação a que se refere o §1º.
Parágrafo único. A sociedade de economia mista poderá solu-
cionar, mediante arbitragem, as divergências entre acionistas e a SEÇÃO III
sociedade, ou entre acionistas controladores e acionistas minoritá- DO ADMINISTRADOR
rios, nos termos previstos em seu estatuto social.
Art. 13. A lei que autorizar a criação da empresa pública e da Art. 16. Sem prejuízo do disposto nesta Lei, o administrador de
sociedade de economia mista deverá dispor sobre as diretrizes e empresa pública e de sociedade de economia mista é submetido
restrições a serem consideradas na elaboração do estatuto da com- às normas previstas na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 .
panhia, em especial sobre: Parágrafo único. Consideram-se administradores da empresa
I - constituição e funcionamento do Conselho de Administra- pública e da sociedade de economia mista os membros do Conse-
ção, observados o número mínimo de 7 (sete) e o número máximo lho de Administração e da diretoria.
de 11 (onze) membros; Art. 17. Os membros do Conselho de Administração e os indi-
II - requisitos específicos para o exercício do cargo de diretor, cados para os cargos de diretor, inclusive presidente, diretor-geral
observado o número mínimo de 3 (três) diretores; e diretor-presidente, serão escolhidos entre cidadãos de reputação
III - avaliação de desempenho, individual e coletiva, de perio- ilibada e de notório conhecimento, devendo ser atendidos, alterna-
dicidade anual, dos administradores e dos membros de comitês, tivamente, um dos requisitos das alíneas “a”, “b” e “c” do inciso I e,
observados os seguintes quesitos mínimos: cumulativamente, os requisitos dos incisos II e III:
a) exposição dos atos de gestão praticados, quanto à licitude e I - ter experiência profissional de, no mínimo:
à eficácia da ação administrativa; a) 10 (dez) anos, no setor público ou privado, na área de atu-
b) contribuição para o resultado do exercício; ação da empresa pública ou da sociedade de economia mista ou
c) consecução dos objetivos estabelecidos no plano de negó- em área conexa àquela para a qual forem indicados em função de
cios e atendimento à estratégia de longo prazo; direção superior; ou
IV - constituição e funcionamento do Conselho Fiscal, que exer- b) 4 (quatro) anos ocupando pelo menos um dos seguintes car-
cerá suas atribuições de modo permanente; gos:
V - constituição e funcionamento do Comitê de Auditoria Es- 1. cargo de direção ou de chefia superior em empresa de porte
tatutário; ou objeto social semelhante ao da empresa pública ou da socieda-
VI - prazo de gestão dos membros do Conselho de Administra- de de economia mista, entendendo-se como cargo de chefia supe-
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a solução para o seu concurso!
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rior aquele situado nos 2 (dois) níveis hierárquicos não estatutários II - o empregado tenha mais de 10 (dez) anos de trabalho efeti-
mais altos da empresa; vo na empresa pública ou na sociedade de economia mista;
2. cargo em comissão ou função de confiança equivalente a III - o empregado tenha ocupado cargo na gestão superior da
DAS-4 ou superior, no setor público; empresa pública ou da sociedade de economia mista, comprovan-
3. cargo de docente ou de pesquisador em áreas de atuação da do sua capacidade para assumir as responsabilidades dos cargos de
empresa pública ou da sociedade de economia mista; que trata o caput .
c) 4 (quatro) anos de experiência como profissional liberal em
atividade direta ou indiretamente vinculada à área de atuação da SEÇÃO IV
empresa pública ou sociedade de economia mista; DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
II - ter formação acadêmica compatível com o cargo para o qual
foi indicado; e Art. 18. Sem prejuízo das competências previstas no art. 142 da
III - não se enquadrar nas hipóteses de inelegibilidade previstas Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 , e das demais atribuições
nas alíneas do inciso I do caput do art. 1º da Lei Complementar nº previstas nesta Lei, compete ao Conselho de Administração:
64, de 18 de maio de 1990 , com as alterações introduzidas pela Lei I - discutir, aprovar e monitorar decisões envolvendo práticas
Complementar nº 135, de 4 de junho de 2010. de governança corporativa, relacionamento com partes interessa-
§1º O estatuto da empresa pública, da sociedade de economia das, política de gestão de pessoas e código de conduta dos agentes;
mista e de suas subsidiárias poderá dispor sobre a contratação de II - implementar e supervisionar os sistemas de gestão de riscos
seguro de responsabilidade civil pelos administradores. e de controle interno estabelecidos para a prevenção e mitigação
§2º É vedada a indicação, para o Conselho de Administração e dos principais riscos a que está exposta a empresa pública ou a so-
para a diretoria: ciedade de economia mista, inclusive os riscos relacionados à inte-
I - de representante do órgão regulador ao qual a empresa pú- gridade das informações contábeis e financeiras e os relacionados à
blica ou a sociedade de economia mista está sujeita, de Ministro ocorrência de corrupção e fraude;
de Estado, de Secretário de Estado, de Secretário Municipal, de III - estabelecer política de porta-vozes visando a eliminar risco
titular de cargo, sem vínculo permanente com o serviço público, de contradição entre informações de diversas áreas e as dos execu-
de natureza especial ou de direção e assessoramento superior na tivos da empresa pública ou da sociedade de economia mista;
administração pública, de dirigente estatutário de partido político IV - avaliar os diretores da empresa pública ou da sociedade de
e de titular de mandato no Poder Legislativo de qualquer ente da economia mista, nos termos do inciso III do art. 13, podendo con-
federação, ainda que licenciados do cargo; tar com apoio metodológico e procedimental do comitê estatutário
II - de pessoa que atuou, nos últimos 36 (trinta e seis) meses, referido no art. 10.
como participante de estrutura decisória de partido político ou em Art. 19. É garantida a participação, no Conselho de Adminis-
trabalho vinculado a organização, estruturação e realização de cam- tração, de representante dos empregados e dos acionistas mino-
panha eleitoral; ritários.
III - de pessoa que exerça cargo em organização sindical; §1º As normas previstas na Lei nº 12.353, de 28 de dezembro
IV - de pessoa que tenha firmado contrato ou parceria, como de 2010 , aplicam-se à participação de empregados no Conselho de
fornecedor ou comprador, demandante ou ofertante, de bens ou Administração da empresa pública, da sociedade de economia mis-
serviços de qualquer natureza, com a pessoa político-administrati- ta e de suas subsidiárias e controladas e das demais empresas em
va controladora da empresa pública ou da sociedade de economia que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital
mista ou com a própria empresa ou sociedade em período inferior social com direito a voto.
a 3 (três) anos antes da data de nomeação; §2º É assegurado aos acionistas minoritários o direito de eleger
V - de pessoa que tenha ou possa ter qualquer forma de con- 1 (um) conselheiro, se maior número não lhes couber pelo processo
flito de interesse com a pessoa político-administrativa controladora de voto múltiplo previsto na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de
da empresa pública ou da sociedade de economia mista ou com a 1976 .
própria empresa ou sociedade. Art. 20. É vedada a participação remunerada de membros da
§3º A vedação prevista no inciso I do §2º estende-se também administração pública, direta ou indireta, em mais de 2 (dois) con-
aos parentes consanguíneos ou afins até o terceiro grau das pesso- selhos, de administração ou fiscal, de empresa pública, de socieda-
as nele mencionadas. de de economia mista ou de suas subsidiárias.
§4º Os administradores eleitos devem participar, na posse e Art. 21. (VETADO).
anualmente, de treinamentos específicos sobre legislação societá- Parágrafo único. (VETADO).
ria e de mercado de capitais, divulgação de informações, controle
interno, código de conduta, a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013 SEÇÃO V
(Lei Anticorrupção), e demais temas relacionados às atividades da DO MEMBRO INDEPENDENTE DO CONSELHO DE ADMINIS-
empresa pública ou da sociedade de economia mista. TRAÇÃO
§5º Os requisitos previstos no inciso I do caput poderão ser dis-
pensados no caso de indicação de empregado da empresa pública Art. 22. O Conselho de Administração deve ser composto, no
ou da sociedade de economia mista para cargo de administrador ou mínimo, por 25% (vinte e cinco por cento) de membros indepen-
como membro de comitê, desde que atendidos os seguintes quesi- dentes ou por pelo menos 1 (um), caso haja decisão pelo exercício
tos mínimos: da faculdade do voto múltiplo pelos acionistas minoritários, nos
I - o empregado tenha ingressado na empresa pública ou na so- termos do art. 141 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 .
ciedade de economia mista por meio de concurso público de provas §1º O conselheiro independente caracteriza-se por:
ou de provas e títulos; I - não ter qualquer vínculo com a empresa pública ou a socie-
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LEGISLAÇÃO

dade de economia mista, exceto participação de capital; Municipais e aos respectivos tribunais de contas, quando houver.
II - não ser cônjuge ou parente consanguíneo ou afim, até o ter- §3º Excluem-se da obrigação de publicação a que se refere o
ceiro grau ou por adoção, de chefe do Poder Executivo, de Ministro §2º as informações de natureza estratégica cuja divulgação possa
de Estado, de Secretário de Estado ou Município ou de administra- ser comprovadamente prejudicial ao interesse da empresa pública
dor da empresa pública ou da sociedade de economia mista; ou da sociedade de economia mista.
III - não ter mantido, nos últimos 3 (três) anos, vínculo de qual-
quer natureza com a empresa pública, a sociedade de economia SEÇÃO VII
mista ou seus controladores, que possa vir a comprometer sua in- DO COMITÊ DE AUDITORIA ESTATUTÁRIO
dependência;
IV - não ser ou não ter sido, nos últimos 3 (três) anos, emprega- Art. 24. A empresa pública e a sociedade de economia mista
do ou diretor da empresa pública, da sociedade de economia mis- deverão possuir em sua estrutura societária Comitê de Auditoria
ta ou de sociedade controlada, coligada ou subsidiária da empresa Estatutário como órgão auxiliar do Conselho de Administração, ao
pública ou da sociedade de economia mista, exceto se o vínculo qual se reportará diretamente.
for exclusivamente com instituições públicas de ensino ou pesquisa; §1º Competirá ao Comitê de Auditoria Estatutário, sem prejuí-
V - não ser fornecedor ou comprador, direto ou indireto, de zo de outras competências previstas no estatuto da empresa públi-
serviços ou produtos da empresa pública ou da sociedade de eco- ca ou da sociedade de economia mista:
nomia mista, de modo a implicar perda de independência; I - opinar sobre a contratação e destituição de auditor inde-
VI - não ser funcionário ou administrador de sociedade ou enti- pendente;
dade que esteja oferecendo ou demandando serviços ou produtos II - supervisionar as atividades dos auditores independentes,
à empresa pública ou à sociedade de economia mista, de modo a avaliando sua independência, a qualidade dos serviços prestados
implicar perda de independência; e a adequação de tais serviços às necessidades da empresa pública
VII - não receber outra remuneração da empresa pública ou ou da sociedade de economia mista;
da sociedade de economia mista além daquela relativa ao cargo de III - supervisionar as atividades desenvolvidas nas áreas de con-
conselheiro, à exceção de proventos em dinheiro oriundos de par- trole interno, de auditoria interna e de elaboração das demonstra-
ticipação no capital. ções financeiras da empresa pública ou da sociedade de economia
§2º Quando, em decorrência da observância do percentual mista;
mencionado no caput , resultar número fracionário de conselhei- IV - monitorar a qualidade e a integridade dos mecanismos de
ros, proceder-se-á ao arredondamento para o número inteiro: controle interno, das demonstrações financeiras e das informações
I - imediatamente superior, quando a fração for igual ou supe- e medições divulgadas pela empresa pública ou pela sociedade de
rior a 0,5 (cinco décimos); economia mista;
II - imediatamente inferior, quando a fração for inferior a 0,5 V - avaliar e monitorar exposições de risco da empresa públi-
(cinco décimos). ca ou da sociedade de economia mista, podendo requerer, entre
§3º Não serão consideradas, para o cômputo das vagas desti- outras, informações detalhadas sobre políticas e procedimentos
nadas a membros independentes, aquelas ocupadas pelos conse- referentes a:
lheiros eleitos por empregados, nos termos do §1º do art. 19. a) remuneração da administração;
§4º Serão consideradas, para o cômputo das vagas destinadas b) utilização de ativos da empresa pública ou da sociedade de
a membros independentes, aquelas ocupadas pelos conselheiros economia mista;
eleitos por acionistas minoritários, nos termos do §2º do art. 19. c) gastos incorridos em nome da empresa pública ou da socie-
§5º (VETADO). dade de economia mista;
VI - avaliar e monitorar, em conjunto com a administração e a
SEÇÃO VI área de auditoria interna, a adequação das transações com partes
DA DIRETORIA relacionadas;
VII - elaborar relatório anual com informações sobre as ativi-
Art. 23. É condição para investidura em cargo de diretoria da dades, os resultados, as conclusões e as recomendações do Comi-
empresa pública e da sociedade de economia mista a assunção de tê de Auditoria Estatutário, registrando, se houver, as divergências
compromisso com metas e resultados específicos a serem alcança- significativas entre administração, auditoria independente e Comitê
dos, que deverá ser aprovado pelo Conselho de Administração, a de Auditoria Estatutário em relação às demonstrações financeiras;
quem incumbe fiscalizar seu cumprimento. VIII - avaliar a razoabilidade dos parâmetros em que se funda-
§1º Sem prejuízo do disposto no caput , a diretoria deverá mentam os cálculos atuariais, bem como o resultado atuarial dos
apresentar, até a última reunião ordinária do Conselho de Adminis- planos de benefícios mantidos pelo fundo de pensão, quando a em-
tração do ano anterior, a quem compete sua aprovação: presa pública ou a sociedade de economia mista for patrocinadora
I - plano de negócios para o exercício anual seguinte; de entidade fechada de previdência complementar.
II - estratégia de longo prazo atualizada com análise de riscos e §2º O Comitê de Auditoria Estatutário deverá possuir meios
oportunidades para, no mínimo, os próximos 5 (cinco) anos. para receber denúncias, inclusive sigilosas, internas e externas à
§2º Compete ao Conselho de Administração, sob pena de seus empresa pública ou à sociedade de economia mista, em matérias
integrantes responderem por omissão, promover anualmente aná- relacionadas ao escopo de suas atividades.
lise de atendimento das metas e resultados na execução do plano §3º O Comitê de Auditoria Estatutário deverá se reunir quando
de negócios e da estratégia de longo prazo, devendo publicar suas necessário, no mínimo bimestralmente, de modo que as informa-
conclusões e informá-las ao Congresso Nacional, às Assembleias ções contábeis sejam sempre apreciadas antes de sua divulgação.
Legislativas, à Câmara Legislativa do Distrito Federal ou às Câmaras §4º A empresa pública e a sociedade de economia mista de-
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LEGISLAÇÃO

verão divulgar as atas das reuniões do Comitê de Auditoria Estatu- neração, além de outras disposições estabelecidas na referida Lei.
tário. §1º Podem ser membros do Conselho Fiscal pessoas naturais,
§5º Caso o Conselho de Administração considere que a divul- residentes no País, com formação acadêmica compatível com o
gação da ata possa pôr em risco interesse legítimo da empresa pú- exercício da função e que tenham exercido, por prazo mínimo de 3
blica ou da sociedade de economia mista, a empresa pública ou a (três) anos, cargo de direção ou assessoramento na administração
sociedade de economia mista divulgará apenas o extrato das atas. pública ou cargo de conselheiro fiscal ou administrador em empre-
§6º A restrição prevista no §5º não será oponível aos órgãos de sa.
controle, que terão total e irrestrito acesso ao conteúdo das atas §2º O Conselho Fiscal contará com pelo menos 1 (um) mem-
do Comitê de Auditoria Estatutário, observada a transferência de bro indicado pelo ente controlador, que deverá ser servidor público
sigilo. com vínculo permanente com a administração pública.
§7º O Comitê de Auditoria Estatutário deverá possuir auto-
nomia operacional e dotação orçamentária, anual ou por projeto, CAPÍTULO III
dentro de limites aprovados pelo Conselho de Administração, para DA FUNÇÃO SOCIAL DA EMPRESA PÚBLICA E DA SOCIEDADE
conduzir ou determinar a realização de consultas, avaliações e in- DE ECONOMIA MISTA
vestigações dentro do escopo de suas atividades, inclusive com a
contratação e utilização de especialistas externos independentes. Art. 27. A empresa pública e a sociedade de economia mista te-
Art. 25. O Comitê de Auditoria Estatutário será integrado por, rão a função social de realização do interesse coletivo ou de atendi-
no mínimo, 3 (três) e, no máximo, 5 (cinco) membros, em sua maio- mento a imperativo da segurança nacional expressa no instrumento
ria independentes. de autorização legal para a sua criação.
§1º São condições mínimas para integrar o Comitê de Auditoria §1º A realização do interesse coletivo de que trata este artigo
Estatutário: deverá ser orientada para o alcance do bem-estar econômico e para
I - não ser ou ter sido, nos 12 (doze) meses anteriores à nome- a alocação socialmente eficiente dos recursos geridos pela empre-
ação para o Comitê: sa pública e pela sociedade de economia mista, bem como para o
a) diretor, empregado ou membro do conselho fiscal da empre- seguinte:
sa pública ou sociedade de economia mista ou de sua controladora, I - ampliação economicamente sustentada do acesso de consu-
controlada, coligada ou sociedade em controle comum, direta ou midores aos produtos e serviços da empresa pública ou da socieda-
indireta; de de economia mista;
b) responsável técnico, diretor, gerente, supervisor ou qual- II - desenvolvimento ou emprego de tecnologia brasileira para
quer outro integrante com função de gerência de equipe envolvi- produção e oferta de produtos e serviços da empresa pública ou da
da nos trabalhos de auditoria na empresa pública ou sociedade de sociedade de economia mista, sempre de maneira economicamen-
economia mista; te justificada.
II - não ser cônjuge ou parente consanguíneo ou afim, até o §2º A empresa pública e a sociedade de economia mista de-
segundo grau ou por adoção, das pessoas referidas no inciso I; verão, nos termos da lei, adotar práticas de sustentabilidade am-
III - não receber qualquer outro tipo de remuneração da em- biental e de responsabilidade social corporativa compatíveis com o
presa pública ou sociedade de economia mista ou de sua controla- mercado em que atuam.
dora, controlada, coligada ou sociedade em controle comum, direta §3º A empresa pública e a sociedade de economia mista po-
ou indireta, que não seja aquela relativa à função de integrante do derão celebrar convênio ou contrato de patrocínio com pessoa fí-
Comitê de Auditoria Estatutário; sica ou com pessoa jurídica para promoção de atividades culturais,
IV - não ser ou ter sido ocupante de cargo público efetivo, ain- sociais, esportivas, educacionais e de inovação tecnológica, desde
da que licenciado, ou de cargo em comissão da pessoa jurídica de que comprovadamente vinculadas ao fortalecimento de sua marca,
direito público que exerça o controle acionário da empresa pública observando-se, no que couber, as normas de licitação e contratos
ou sociedade de economia mista, nos 12 (doze) meses anteriores à desta Lei.
nomeação para o Comitê de Auditoria Estatutário.
§2º Ao menos 1 (um) dos membros do Comitê de Auditoria TÍTULO II
Estatutário deve ter reconhecida experiência em assuntos de con- DISPOSIÇÕES APLICÁVEIS ÀS EMPRESAS PÚBLICAS, ÀS SOCIE-
tabilidade societária. DADES DE ECONOMIA MISTA E ÀS SUAS SUBSIDIÁRIAS QUE
§3º O atendimento às previsões deste artigo deve ser com- EXPLOREM ATIVIDADE ECONÔMICA DE PRODUÇÃO OU CO-
provado por meio de documentação mantida na sede da empresa MERCIALIZAÇÃO DE BENS OU DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS,
pública ou sociedade de economia mista pelo prazo mínimo de 5 AINDA QUE A ATIVIDADE ECONÔMICA ESTEJA SUJEITA AO
(cinco) anos, contado a partir do último dia de mandato do membro REGIME DE MONOPÓLIO DA UNIÃO OU SEJA DE PRESTAÇÃO
do Comitê de Auditoria Estatutário. DE SERVIÇOS PÚBLICOS.

SEÇÃO VIII CAPÍTULO I


DO CONSELHO FISCAL DAS LICITAÇÕES

Art. 26. Além das normas previstas nesta Lei, aplicam-se aos SEÇÃO I
membros do Conselho Fiscal da empresa pública e da sociedade de DA EXIGÊNCIA DE LICITAÇÃO E DOS CASOS DE DISPENSA E DE
economia mista as disposições previstas na Lei nº 6.404, de 15 de INEXIGIBILIDADE
dezembro de 1976 , relativas a seus poderes, deveres e responsa-
bilidades, a requisitos e impedimentos para investidura e a remu- Art. 28. Os contratos com terceiros destinados à prestação de
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serviços às empresas públicas e às sociedades de economia mista, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido;
inclusive de engenharia e de publicidade, à aquisição e à locação VII - na contratação de instituição brasileira incumbida regi-
de bens, à alienação de bens e ativos integrantes do respectivo pa- mental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desen-
trimônio ou à execução de obras a serem integradas a esse patri- volvimento institucional ou de instituição dedicada à recuperação
mônio, bem como à implementação de ônus real sobre tais bens, social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável
serão precedidos de licitação nos termos desta Lei, ressalvadas as reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos;
hipóteses previstas nos arts. 29 e 30. VIII - para a aquisição de componentes ou peças de origem na-
§1º Aplicam-se às licitações das empresas públicas e das socie- cional ou estrangeira necessários à manutenção de equipamentos
dades de economia mista as disposições constantes dos arts. 42 a durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original
49 da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006 . desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for in-
§2º O convênio ou contrato de patrocínio celebrado com pes- dispensável para a vigência da garantia;
soas físicas ou jurídicas de que trata o §3º do art. 27 observará, no IX - na contratação de associação de pessoas com deficiência
que couber, as normas de licitação e contratos desta Lei. física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, para a pres-
§3º São as empresas públicas e as sociedades de economia tação de serviços ou fornecimento de mão de obra, desde que o
mista dispensadas da observância dos dispositivos deste Capítulo preço contratado seja compatível com o praticado no mercado;
nas seguintes situações: X - na contratação de concessionário, permissionário ou auto-
I - comercialização, prestação ou execução, de forma direta, rizado para fornecimento ou suprimento de energia elétrica ou gás
pelas empresas mencionadas no caput , de produtos, serviços ou natural e de outras prestadoras de serviço público, segundo as nor-
obras especificamente relacionados com seus respectivos objetos mas da legislação específica, desde que o objeto do contrato tenha
sociais; pertinência com o serviço público.
II - nos casos em que a escolha do parceiro esteja associada a XI - nas contratações entre empresas públicas ou sociedades de
suas características particulares, vinculada a oportunidades de ne- economia mista e suas respectivas subsidiárias, para aquisição ou
gócio definidas e específicas, justificada a inviabilidade de procedi- alienação de bens e prestação ou obtenção de serviços, desde que
mento competitivo. os preços sejam compatíveis com os praticados no mercado e que
§4º Consideram-se oportunidades de negócio a que se refe- o objeto do contrato tenha relação com a atividade da contratada
re o inciso II do §3º a formação e a extinção de parcerias e outras prevista em seu estatuto social;
formas associativas, societárias ou contratuais, a aquisição e a alie- XII - na contratação de coleta, processamento e comerciali-
nação de participação em sociedades e outras formas associativas, zação de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em
societárias ou contratuais e as operações realizadas no âmbito do áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associa-
mercado de capitais, respeitada a regulação pelo respectivo órgão ções ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas
competente. de baixa renda que tenham como ocupação econômica a coleta de
Art. 29. É dispensável a realização de licitação por empresas materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com
públicas e sociedades de economia mista: as normas técnicas, ambientais e de saúde pública;
I - para obras e serviços de engenharia de valor até R$ XIII - para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou
100.000,00 (cem mil reais), desde que não se refiram a parcelas de prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexi-
uma mesma obra ou serviço ou ainda a obras e serviços de mesma dade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão
natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e especialmente designada pelo dirigente máximo da empresa públi-
concomitantemente; ca ou da sociedade de economia mista;
II - para outros serviços e compras de valor até R$ 50.000,00 XIV - nas contratações visando ao cumprimento do disposto
(cinquenta mil reais) e para alienações, nos casos previstos nesta nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de
Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, 2004 , observados os princípios gerais de contratação dela cons-
compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizado de uma tantes;
só vez; XV - em situações de emergência, quando caracterizada ur-
III - quando não acudirem interessados à licitação anterior e gência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo
essa, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipa-
a empresa pública ou a sociedade de economia mista, bem como mentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os
para suas respectivas subsidiárias, desde que mantidas as condi- bens necessários ao atendimento da situação emergencial e para
ções preestabelecidas; as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo
IV - quando as propostas apresentadas consignarem preços máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos,
manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional ou contado da ocorrência da emergência, vedada a prorrogação dos
incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes; respectivos contratos, observado o disposto no §2º ;
V - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendi- XVI - na transferência de bens a órgãos e entidades da adminis-
mento de suas finalidades precípuas, quando as necessidades de tração pública, inclusive quando efetivada mediante permuta;
instalação e localização condicionarem a escolha do imóvel, desde XVII - na doação de bens móveis para fins e usos de interesse
que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo ava- social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência socio-
liação prévia; econômica relativamente à escolha de outra forma de alienação;
VI - na contratação de remanescente de obra, de serviço ou de XVIII - na compra e venda de ações, de títulos de crédito e
fornecimento, em consequência de rescisão contratual, desde que de dívida e de bens que produzam ou comercializem. (Vide ADIN
atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as 5624) (Vide ADIN 5846) (Vide ADIN 5924) (Vide ADIN 6029)
mesmas condições do contrato encerrado por rescisão ou distrato, §1º Na hipótese de nenhum dos licitantes aceitar a contratação
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LEGISLAÇÃO

nos termos do inciso VI do caput , a empresa pública e a sociedade se caracterize sobrepreço ou superfaturamento, devendo observar
de economia mista poderão convocar os licitantes remanescentes, os princípios da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da
na ordem de classificação, para a celebração do contrato nas condi- publicidade, da eficiência, da probidade administrativa, da econo-
ções ofertadas por estes, desde que o respectivo valor seja igual ou micidade, do desenvolvimento nacional sustentável, da vinculação
inferior ao orçamento estimado para a contratação, inclusive quan- ao instrumento convocatório, da obtenção de competitividade e do
to aos preços atualizados nos termos do instrumento convocatório. julgamento objetivo.
§2º A contratação direta com base no inciso XV do caput não §1º Para os fins do disposto no caput , considera-se que há:
dispensará a responsabilização de quem, por ação ou omissão, te- I - sobrepreço quando os preços orçados para a licitação ou os
nha dado causa ao motivo ali descrito, inclusive no tocante ao dis- preços contratados são expressivamente superiores aos preços re-
posto na Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992 . ferenciais de mercado, podendo referir-se ao valor unitário de um
§3º Os valores estabelecidos nos incisos I e II do caput podem item, se a licitação ou a contratação for por preços unitários de ser-
ser alterados, para refletir a variação de custos, por deliberação viço, ou ao valor global do objeto, se a licitação ou a contratação for
do Conselho de Administração da empresa pública ou sociedade por preço global ou por empreitada;
de economia mista, admitindo-se valores diferenciados para cada II - superfaturamento quando houver dano ao patrimônio da
sociedade. empresa pública ou da sociedade de economia mista caracterizado,
Art. 30. A contratação direta será feita quando houver inviabili- por exemplo:
dade de competição, em especial na hipótese de: a) pela medição de quantidades superiores às efetivamente
I - aquisição de materiais, equipamentos ou gêneros que só executadas ou fornecidas;
possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante co- b) pela deficiência na execução de obras e serviços de enge-
mercial exclusivo; nharia que resulte em diminuição da qualidade, da vida útil ou da
II - contratação dos seguintes serviços técnicos especializados, segurança;
com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a c) por alterações no orçamento de obras e de serviços de enge-
inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação: nharia que causem o desequilíbrio econômico-financeiro do contra-
a) estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou exe- to em favor do contratado;
cutivos; d) por outras alterações de cláusulas financeiras que gerem
b) pareceres, perícias e avaliações em geral; recebimentos contratuais antecipados, distorção do cronograma
c) assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras físico-financeiro, prorrogação injustificada do prazo contratual com
ou tributárias; custos adicionais para a empresa pública ou a sociedade de econo-
d) fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou ser- mia mista ou reajuste irregular de preços.
viços; §2º O orçamento de referência do custo global de obras e servi-
e) patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas; ços de engenharia deverá ser obtido a partir de custos unitários de
f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; insumos ou serviços menores ou iguais à mediana de seus corres-
g) restauração de obras de arte e bens de valor histórico. pondentes no Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da
§1º Considera-se de notória especialização o profissional ou a Construção Civil (Sinapi), no caso de construção civil em geral, ou no
empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente Sistema de Custos Referenciais de Obras (Sicro), no caso de obras
de desempenho anterior, estudos, experiência, publicações, orga- e serviços rodoviários, devendo ser observadas as peculiaridades
nização, aparelhamento, equipe técnica ou outros requisitos rela- geográficas.
cionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é §3º No caso de inviabilidade da definição dos custos consoante
essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação o disposto no §2º, a estimativa de custo global poderá ser apurada
do objeto do contrato. por meio da utilização de dados contidos em tabela de referência
§2º Na hipótese do caput e em qualquer dos casos de dispen- formalmente aprovada por órgãos ou entidades da administração
sa, se comprovado, pelo órgão de controle externo, sobrepreço ou pública federal, em publicações técnicas especializadas, em banco
superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano causado de dados e sistema específico instituído para o setor ou em pesqui-
quem houver decidido pela contratação direta e o fornecedor ou o sa de mercado.
prestador de serviços. §4º A empresa pública e a sociedade de economia mista po-
§3º O processo de contratação direta será instruído, no que derão adotar procedimento de manifestação de interesse privado
couber, com os seguintes elementos: para o recebimento de propostas e projetos de empreendimentos
I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa que com vistas a atender necessidades previamente identificadas, ca-
justifique a dispensa, quando for o caso; bendo a regulamento a definição de suas regras específicas.
II - razão da escolha do fornecedor ou do executante; §5º Na hipótese a que se refere o §4º, o autor ou financiador
III - justificativa do preço. do projeto poderá participar da licitação para a execução do em-
preendimento, podendo ser ressarcido pelos custos aprovados pela
SEÇÃO II empresa pública ou sociedade de economia mista caso não vença
DISPOSIÇÕES DE CARÁTER GERAL SOBRE LICITAÇÕES E CON- o certame, desde que seja promovida a cessão de direitos de que
TRATOS trata o art. 80.
Art. 32. Nas licitações e contratos de que trata esta Lei serão
Art. 31. As licitações realizadas e os contratos celebrados por observadas as seguintes diretrizes:
empresas públicas e sociedades de economia mista destinam-se a I - padronização do objeto da contratação, dos instrumentos
assegurar a seleção da proposta mais vantajosa, inclusive no que convocatórios e das minutas de contratos, de acordo com normas
se refere ao ciclo de vida do objeto, e a evitar operações em que internas específicas;
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LEGISLAÇÃO

II - busca da maior vantagem competitiva para a empresa públi- por maior desconto, a informação de que trata o caput deste artigo
ca ou sociedade de economia mista, considerando custos e benefí- constará do instrumento convocatório.
cios, diretos e indiretos, de natureza econômica, social ou ambien- §2º No caso de julgamento por melhor técnica, o valor do prê-
tal, inclusive os relativos à manutenção, ao desfazimento de bens e mio ou da remuneração será incluído no instrumento convocatório.
resíduos, ao índice de depreciação econômica e a outros fatores de §3º A informação relativa ao valor estimado do objeto da lici-
igual relevância; tação, ainda que tenha caráter sigiloso, será disponibilizada a ór-
III - parcelamento do objeto, visando a ampliar a participação gãos de controle externo e interno, devendo a empresa pública ou
de licitantes, sem perda de economia de escala, e desde que não a sociedade de economia mista registrar em documento formal sua
atinja valores inferiores aos limites estabelecidos no art. 29, incisos disponibilização aos órgãos de controle, sempre que solicitado.
I e II; §4º (VETADO).
IV - adoção preferencial da modalidade de licitação denomina- Art. 35. Observado o disposto no art. 34, o conteúdo da pro-
da pregão, instituída pela Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002 , posta, quando adotado o modo de disputa fechado e até sua aber-
para a aquisição de bens e serviços comuns, assim considerados tura, os atos e os procedimentos praticados em decorrência desta
aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser ob- Lei submetem-se à legislação que regula o acesso dos cidadãos às
jetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usu- informações detidas pela administração pública, particularmente
ais no mercado; aos termos da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 .
V - observação da política de integridade nas transações com Art. 36. A empresa pública e a sociedade de economia mista
partes interessadas. poderão promover a pré-qualificação de seus fornecedores ou pro-
§1º As licitações e os contratos disciplinados por esta Lei de- dutos, nos termos do art. 64.
vem respeitar, especialmente, as normas relativas à: Art. 37. A empresa pública e a sociedade de economia mista
I - disposição final ambientalmente adequada dos resíduos só- deverão informar os dados relativos às sanções por elas aplicadas
lidos gerados pelas obras contratadas; aos contratados, nos termos definidos no art. 83, de forma a man-
II - mitigação dos danos ambientais por meio de medidas con- ter atualizado o cadastro de empresas inidôneas de que trata o art.
dicionantes e de compensação ambiental, que serão definidas no 23 da Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013 .
procedimento de licenciamento ambiental; §1º O fornecedor incluído no cadastro referido no caput não
III - utilização de produtos, equipamentos e serviços que, com- poderá disputar licitação ou participar, direta ou indiretamente, da
provadamente, reduzam o consumo de energia e de recursos na- execução de contrato.
turais; §2º Serão excluídos do cadastro referido no caput , a qualquer
IV - avaliação de impactos de vizinhança, na forma da legislação tempo, fornecedores que demonstrarem a superação dos motivos
urbanística; que deram causa à restrição contra eles promovida.
V - proteção do patrimônio cultural, histórico, arqueológico e Art. 38. Estará impedida de participar de licitações e de ser con-
imaterial, inclusive por meio da avaliação do impacto direto ou indi- tratada pela empresa pública ou sociedade de economia mista a
reto causado por investimentos realizados por empresas públicas e empresa:
sociedades de economia mista; I - cujo administrador ou sócio detentor de mais de 5% (cinco
VI - acessibilidade para pessoas com deficiência ou com mobi- por cento) do capital social seja diretor ou empregado da empresa
lidade reduzida. pública ou sociedade de economia mista contratante;
§2º A contratação a ser celebrada por empresa pública ou so- II - suspensa pela empresa pública ou sociedade de economia
ciedade de economia mista da qual decorra impacto negativo so- mista;
bre bens do patrimônio cultural, histórico, arqueológico e imaterial III - declarada inidônea pela União, por Estado, pelo Distrito Fe-
tombados dependerá de autorização da esfera de governo encar- deral ou pela unidade federativa a que está vinculada a empresa
regada da proteção do respectivo patrimônio, devendo o impacto pública ou sociedade de economia mista, enquanto perdurarem os
ser compensado por meio de medidas determinadas pelo dirigente efeitos da sanção;
máximo da empresa pública ou sociedade de economia mista, na IV - constituída por sócio de empresa que estiver suspensa, im-
forma da legislação aplicável. pedida ou declarada inidônea;
§3º As licitações na modalidade de pregão, na forma eletrôni- V - cujo administrador seja sócio de empresa suspensa, impedi-
ca, deverão ser realizadas exclusivamente em portais de compras da ou declarada inidônea;
de acesso público na internet. VI - constituída por sócio que tenha sido sócio ou administra-
§4º Nas licitações com etapa de lances, a empresa pública ou dor de empresa suspensa, impedida ou declarada inidônea, no pe-
sociedade de economia mista disponibilizará ferramentas eletrôni- ríodo dos fatos que deram ensejo à sanção;
cas para envio de lances pelos licitantes. VII - cujo administrador tenha sido sócio ou administrador de
Art. 33. O objeto da licitação e do contrato dela decorrente será empresa suspensa, impedida ou declarada inidônea, no período
definido de forma sucinta e clara no instrumento convocatório. dos fatos que deram ensejo à sanção;
Art. 34. O valor estimado do contrato a ser celebrado pela em- VIII - que tiver, nos seus quadros de diretoria, pessoa que parti-
presa pública ou pela sociedade de economia mista será sigiloso, cipou, em razão de vínculo de mesma natureza, de empresa decla-
facultando-se à contratante, mediante justificação na fase de pre- rada inidônea.
paração prevista no inciso I do art. 51 desta Lei, conferir publicidade Parágrafo único. Aplica-se a vedação prevista no caput :
ao valor estimado do objeto da licitação, sem prejuízo da divulgação I - à contratação do próprio empregado ou dirigente, como pes-
do detalhamento dos quantitativos e das demais informações ne- soa física, bem como à participação dele em procedimentos licitató-
cessárias para a elaboração das propostas. rios, na condição de licitante;
§1º Na hipótese em que for adotado o critério de julgamento II - a quem tenha relação de parentesco, até o terceiro grau
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civil, com: e total;


a) dirigente de empresa pública ou sociedade de economia III - tarefa: contratação de mão de obra para pequenos traba-
mista; lhos por preço certo, com ou sem fornecimento de material;
b) empregado de empresa pública ou sociedade de economia IV - empreitada integral: contratação de empreendimento em
mista cujas atribuições envolvam a atuação na área responsável sua integralidade, com todas as etapas de obras, serviços e instala-
pela licitação ou contratação; ções necessárias, sob inteira responsabilidade da contratada até a
c) autoridade do ente público a que a empresa pública ou so- sua entrega ao contratante em condições de entrada em operação,
ciedade de economia mista esteja vinculada. atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utilização em con-
III - cujo proprietário, mesmo na condição de sócio, tenha ter- dições de segurança estrutural e operacional e com as característi-
minado seu prazo de gestão ou rompido seu vínculo com a respecti- cas adequadas às finalidades para as quais foi contratada;
va empresa pública ou sociedade de economia mista promotora da V - contratação semi-integrada: contratação que envolve a ela-
licitação ou contratante há menos de 6 (seis) meses. boração e o desenvolvimento do projeto executivo, a execução de
Art. 39. Os procedimentos licitatórios, a pré-qualificação e os obras e serviços de engenharia, a montagem, a realização de tes-
contratos disciplinados por esta Lei serão divulgados em portal es- tes, a pré-operação e as demais operações necessárias e suficientes
pecífico mantido pela empresa pública ou sociedade de economia para a entrega final do objeto, de acordo com o estabelecido nos
mista na internet, devendo ser adotados os seguintes prazos míni- §§1º e 3º deste artigo;
mos para apresentação de propostas ou lances, contados a partir da VI - contratação integrada: contratação que envolve a elabora-
divulgação do instrumento convocatório: ção e o desenvolvimento dos projetos básico e executivo, a execu-
I - para aquisição de bens: ção de obras e serviços de engenharia, a montagem, a realização
a) 5 (cinco) dias úteis, quando adotado como critério de julga- de testes, a pré-operação e as demais operações necessárias e sufi-
mento o menor preço ou o maior desconto; cientes para a entrega final do objeto, de acordo com o estabeleci-
b) 10 (dez) dias úteis, nas demais hipóteses; do nos §§1º, 2º e 3º deste artigo;
II - para contratação de obras e serviços: VII - anteprojeto de engenharia: peça técnica com todos os ele-
a) 15 (quinze) dias úteis, quando adotado como critério de jul- mentos de contornos necessários e fundamentais à elaboração do
gamento o menor preço ou o maior desconto; projeto básico, devendo conter minimamente os seguintes elemen-
b) 30 (trinta) dias úteis, nas demais hipóteses; tos:
III - no mínimo 45 (quarenta e cinco) dias úteis para licitação a) demonstração e justificativa do programa de necessidades,
em que se adote como critério de julgamento a melhor técnica ou a visão global dos investimentos e definições relacionadas ao nível de
melhor combinação de técnica e preço, bem como para licitação em serviço desejado;
que haja contratação semi-integrada ou integrada. b) condições de solidez, segurança e durabilidade e prazo de
Parágrafo único. As modificações promovidas no instrumento entrega;
convocatório serão objeto de divulgação nos mesmos termos e pra- c) estética do projeto arquitetônico;
zos dos atos e procedimentos originais, exceto quando a alteração d) parâmetros de adequação ao interesse público, à economia
não afetar a preparação das propostas. na utilização, à facilidade na execução, aos impactos ambientais e
Art. 40. As empresas públicas e as sociedades de economia à acessibilidade;
mista deverão publicar e manter atualizado regulamento interno de e) concepção da obra ou do serviço de engenharia;
licitações e contratos, compatível com o disposto nesta Lei, espe- f) projetos anteriores ou estudos preliminares que embasaram
cialmente quanto a: a concepção adotada;
I - glossário de expressões técnicas; g) levantamento topográfico e cadastral;
II - cadastro de fornecedores; h) pareceres de sondagem;
III - minutas-padrão de editais e contratos; i) memorial descritivo dos elementos da edificação, dos com-
IV - procedimentos de licitação e contratação direta; ponentes construtivos e dos materiais de construção, de forma a
V - tramitação de recursos; estabelecer padrões mínimos para a contratação;
VI - formalização de contratos; VIII - projeto básico: conjunto de elementos necessários e su-
VII - gestão e fiscalização de contratos; ficientes, com nível de precisão adequado, para, observado o dis-
VIII - aplicação de penalidades; posto no §3º, caracterizar a obra ou o serviço, ou o complexo de
IX - recebimento do objeto do contrato. obras ou de serviços objeto da licitação, elaborado com base nas
Art. 41. Aplicam-se às licitações e contratos regidos por esta indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegure a viabi-
Lei as normas de direito penal contidas nos arts. 89 a 99 da Lei nº lidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do
8.666, de 21 de junho de 1993 . empreendimento e que possibilite a avaliação do custo da obra e a
definição dos métodos e do prazo de execução, devendo conter os
SEÇÃO III seguintes elementos:
DAS NORMAS ESPECÍFICAS PARA OBRAS E SERVIÇOS a) desenvolvimento da solução escolhida, de forma a fornecer
visão global da obra e a identificar todos os seus elementos consti-
Art. 42. Na licitação e na contratação de obras e serviços por tutivos com clareza;
empresas públicas e sociedades de economia mista, serão observa- b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente de-
das as seguintes definições: talhadas, de forma a minimizar a necessidade de reformulação ou
I - empreitada por preço unitário: contratação por preço certo de variantes durante as fases de elaboração do projeto executivo e
de unidades determinadas; de realização das obras e montagem;
II - empreitada por preço global: contratação por preço certo c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais
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e equipamentos a incorporar à obra, bem como suas especifica- ço ou de melhor combinação de técnica e preço, pontuando-se na
ções, de modo a assegurar os melhores resultados para o empre- avaliação técnica as vantagens e os benefícios que eventualmente
endimento, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução; forem oferecidos para cada produto ou solução;
d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de mé- IV - na contratação semi-integrada, o projeto básico poderá
todos construtivos, instalações provisórias e condições organiza- ser alterado, desde que demonstrada a superioridade das inova-
cionais para a obra, sem frustrar o caráter competitivo para a sua ções em termos de redução de custos, de aumento da qualidade,
execução; de redução do prazo de execução e de facilidade de manutenção
e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da ou operação.
obra, compreendendo a sua programação, a estratégia de supri- §2º No caso dos orçamentos das contratações integradas:
mentos, as normas de fiscalização e outros dados necessários em I - sempre que o anteprojeto da licitação, por seus elementos
cada caso; mínimos, assim o permitir, as estimativas de preço devem se basear
f) (VETADO); em orçamento tão detalhado quanto possível, devendo a utilização
IX - projeto executivo: conjunto dos elementos necessários e de estimativas paramétricas e a avaliação aproximada baseada em
suficientes à execução completa da obra, de acordo com as normas outras obras similares ser realizadas somente nas frações do em-
técnicas pertinentes; preendimento não suficientemente detalhadas no anteprojeto da
X - matriz de riscos: cláusula contratual definidora de riscos e licitação, exigindo-se das contratadas, no mínimo, o mesmo nível
responsabilidades entre as partes e caracterizadora do equilíbrio de detalhamento em seus demonstrativos de formação de preços;
econômico-financeiro inicial do contrato, em termos de ônus finan- II - quando utilizada metodologia expedita ou paramétrica para
ceiro decorrente de eventos supervenientes à contratação, conten- abalizar o valor do empreendimento ou de fração dele, considera-
do, no mínimo, as seguintes informações: das as disposições do inciso I, entre 2 (duas) ou mais técnicas esti-
a) listagem de possíveis eventos supervenientes à assinatura mativas possíveis, deve ser utilizada nas estimativas de preço-base
do contrato, impactantes no equilíbrio econômico-financeiro da a que viabilize a maior precisão orçamentária, exigindo-se das lici-
avença, e previsão de eventual necessidade de prolação de termo tantes, no mínimo, o mesmo nível de detalhamento na motivação
aditivo quando de sua ocorrência; dos respectivos preços ofertados.
b) estabelecimento preciso das frações do objeto em que ha- §3º Nas contratações integradas ou semi-integradas, os riscos
verá liberdade das contratadas para inovar em soluções metodoló- decorrentes de fatos supervenientes à contratação associados à
gicas ou tecnológicas, em obrigações de resultado, em termos de escolha da solução de projeto básico pela contratante deverão ser
modificação das soluções previamente delineadas no anteprojeto alocados como de sua responsabilidade na matriz de riscos.
ou no projeto básico da licitação; §4º No caso de licitação de obras e serviços de engenharia, as
c) estabelecimento preciso das frações do objeto em que não empresas públicas e as sociedades de economia mista abrangidas
haverá liberdade das contratadas para inovar em soluções meto- por esta Lei deverão utilizar a contratação semi-integrada, prevista
dológicas ou tecnológicas, em obrigações de meio, devendo haver no inciso V do caput , cabendo a elas a elaboração ou a contrata-
obrigação de identidade entre a execução e a solução pré-definida ção do projeto básico antes da licitação de que trata este parágrafo,
no anteprojeto ou no projeto básico da licitação. podendo ser utilizadas outras modalidades previstas nos incisos do
§1º As contratações semi-integradas e integradas referidas, caput deste artigo, desde que essa opção seja devidamente justifi-
respectivamente, nos incisos V e VI do caput deste artigo restringir- cada.
-se-ão a obras e serviços de engenharia e observarão os seguintes §5º Para fins do previsto na parte final do §4º, não será admi-
requisitos: tida, por parte da empresa pública ou da sociedade de economia
I - o instrumento convocatório deverá conter: mista, como justificativa para a adoção da modalidade de contrata-
a) anteprojeto de engenharia, no caso de contratação integra- ção integrada, a ausência de projeto básico.
da, com elementos técnicos que permitam a caracterização da obra Art. 43. Os contratos destinados à execução de obras e serviços
ou do serviço e a elaboração e comparação, de forma isonômica, de engenharia admitirão os seguintes regimes:
das propostas a serem ofertadas pelos particulares; I - empreitada por preço unitário, nos casos em que os objetos,
b) projeto básico, nos casos de empreitada por preço unitário, por sua natureza, possuam imprecisão inerente de quantitativos
de empreitada por preço global, de empreitada integral e de contra- em seus itens orçamentários;
tação semi-integrada, nos termos definidos neste artigo; II - empreitada por preço global, quando for possível definir
c) documento técnico, com definição precisa das frações do previamente no projeto básico, com boa margem de precisão, as
empreendimento em que haverá liberdade de as contratadas ino- quantidades dos serviços a serem posteriormente executados na
varem em soluções metodológicas ou tecnológicas, seja em termos fase contratual;
de modificação das soluções previamente delineadas no antepro- III - contratação por tarefa, em contratações de profissionais
jeto ou no projeto básico da licitação, seja em termos de detalha- autônomos ou de pequenas empresas para realização de serviços
mento dos sistemas e procedimentos construtivos previstos nessas técnicos comuns e de curta duração;
peças técnicas; IV - empreitada integral, nos casos em que o contratante neces-
d) matriz de riscos; site receber o empreendimento, normalmente de alta complexida-
II - o valor estimado do objeto a ser licitado será calculado com de, em condição de operação imediata;
base em valores de mercado, em valores pagos pela administração V - contratação semi-integrada, quando for possível definir pre-
pública em serviços e obras similares ou em avaliação do custo glo- viamente no projeto básico as quantidades dos serviços a serem
bal da obra, aferido mediante orçamento sintético ou metodologia posteriormente executados na fase contratual, em obra ou serviço
expedita ou paramétrica; de engenharia que possa ser executado com diferentes metodolo-
III - o critério de julgamento a ser adotado será o de menor pre- gias ou tecnologias;
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VI - contratação integrada, quando a obra ou o serviço de en- SEÇÃO IV


genharia for de natureza predominantemente intelectual e de ino- DAS NORMAS ESPECÍFICAS PARA AQUISIÇÃO DE BENS
vação tecnológica do objeto licitado ou puder ser executado com
diferentes metodologias ou tecnologias de domínio restrito no mer- Art. 47. A empresa pública e a sociedade de economia mista, na
cado. licitação para aquisição de bens, poderão:
§1º Serão obrigatoriamente precedidas pela elaboração de I - indicar marca ou modelo, nas seguintes hipóteses:
projeto básico, disponível para exame de qualquer interessado, as a) em decorrência da necessidade de padronização do objeto;
licitações para a contratação de obras e serviços, com exceção da- b) quando determinada marca ou modelo comercializado por
quelas em que for adotado o regime previsto no inciso VI do caput mais de um fornecedor constituir o único capaz de atender o objeto
deste artigo. do contrato;
§2º É vedada a execução, sem projeto executivo, de obras e c) quando for necessária, para compreensão do objeto, a iden-
serviços de engenharia. tificação de determinada marca ou modelo apto a servir como refe-
Art. 44. É vedada a participação direta ou indireta nas licitações rência, situação em que será obrigatório o acréscimo da expressão
para obras e serviços de engenharia de que trata esta Lei: “ou similar ou de melhor qualidade”;
I - de pessoa física ou jurídica que tenha elaborado o antepro- II - exigir amostra do bem no procedimento de pré-qualificação
jeto ou o projeto básico da licitação; e na fase de julgamento das propostas ou de lances, desde que jus-
II - de pessoa jurídica que participar de consórcio responsável tificada a necessidade de sua apresentação;
pela elaboração do anteprojeto ou do projeto básico da licitação; III - solicitar a certificação da qualidade do produto ou do pro-
III - de pessoa jurídica da qual o autor do anteprojeto ou do cesso de fabricação, inclusive sob o aspecto ambiental, por institui-
projeto básico da licitação seja administrador, controlador, geren- ção previamente credenciada.
te, responsável técnico, subcontratado ou sócio, neste último caso Parágrafo único. O edital poderá exigir, como condição de acei-
quando a participação superar 5% (cinco por cento) do capital vo- tabilidade da proposta, a adequação às normas da Associação Bra-
tante. sileira de Normas Técnicas (ABNT) ou a certificação da qualidade
§1º A elaboração do projeto executivo constituirá encargo do do produto por instituição credenciada pelo Sistema Nacional de
contratado, consoante preço previamente fixado pela empresa pú- Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Sinmetro) .
blica ou pela sociedade de economia mista. Art. 48. Será dada publicidade, com periodicidade mínima se-
§2º É permitida a participação das pessoas jurídicas e da pes- mestral, em sítio eletrônico oficial na internet de acesso irrestrito, à
soa física de que tratam os incisos II e III do caput deste artigo em relação das aquisições de bens efetivadas pelas empresas públicas
licitação ou em execução de contrato, como consultor ou técnico, e pelas sociedades de economia mista, compreendidas as seguintes
nas funções de fiscalização, supervisão ou gerenciamento, exclusi- informações:
vamente a serviço da empresa pública e da sociedade de economia I - identificação do bem comprado, de seu preço unitário e da
mista interessadas. quantidade adquirida;
§3º Para fins do disposto no caput , considera-se participação II - nome do fornecedor;
indireta a existência de vínculos de natureza técnica, comercial, III - valor total de cada aquisição.
econômica, financeira ou trabalhista entre o autor do projeto bási-
co, pessoa física ou jurídica, e o licitante ou responsável pelos servi- SEÇÃO V
ços, fornecimentos e obras, incluindo-se os fornecimentos de bens DAS NORMAS ESPECÍFICAS PARA ALIENAÇÃO DE BENS
e serviços a estes necessários.
§4º O disposto no §3º deste artigo aplica-se a empregados in- Art. 49. A alienação de bens por empresas públicas e por socie-
cumbidos de levar a efeito atos e procedimentos realizados pela dades de economia mista será precedida de:
empresa pública e pela sociedade de economia mista no curso da I - avaliação formal do bem contemplado, ressalvadas as hipó-
licitação. teses previstas nos incisos XVI a XVIII do art. 29;
Art. 45. Na contratação de obras e serviços, inclusive de enge- II - licitação, ressalvado o previsto no §3º do art. 28.
nharia, poderá ser estabelecida remuneração variável vinculada ao Art. 50. Estendem-se à atribuição de ônus real a bens integran-
desempenho do contratado, com base em metas, padrões de qua- tes do acervo patrimonial de empresas públicas e de sociedades
lidade, critérios de sustentabilidade ambiental e prazos de entrega de economia mista as normas desta Lei aplicáveis à sua alienação,
definidos no instrumento convocatório e no contrato. inclusive em relação às hipóteses de dispensa e de inexigibilidade
Parágrafo único. A utilização da remuneração variável respeita- de licitação.
rá o limite orçamentário fixado pela empresa pública ou pela socie-
dade de economia mista para a respectiva contratação. SEÇÃO VI
Art. 46. Mediante justificativa expressa e desde que não impli- DO PROCEDIMENTO DE LICITAÇÃO
que perda de economia de escala, poderá ser celebrado mais de
um contrato para executar serviço de mesma natureza quando o Art. 51. As licitações de que trata esta Lei observarão a seguinte
objeto da contratação puder ser executado de forma concorrente e sequência de fases:
simultânea por mais de um contratado. I - preparação;
§1º Na hipótese prevista no caput deste artigo, será mantido II - divulgação;
controle individualizado da execução do objeto contratual relativa- III - apresentação de lances ou propostas, conforme o modo de
mente a cada um dos contratados. disputa adotado;
§2º (VETADO). IV - julgamento;
V - verificação de efetividade dos lances ou propostas;
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VI - negociação; I - terá como referência o preço global fixado no instrumento


VII - habilitação; convocatório, estendendo-se o desconto oferecido nas propostas
VIII - interposição de recursos; ou lances vencedores a eventuais termos aditivos;
IX - adjudicação do objeto; II - no caso de obras e serviços de engenharia, o desconto in-
X - homologação do resultado ou revogação do procedimento. cidirá de forma linear sobre a totalidade dos itens constantes do
§1º A fase de que trata o inciso VII do caput poderá, excepcio- orçamento estimado, que deverá obrigatoriamente integrar o ins-
nalmente, anteceder as referidas nos incisos III a VI do caput , desde trumento convocatório.
que expressamente previsto no instrumento convocatório. §5º Quando for utilizado o critério referido no inciso III do
§2º Os atos e procedimentos decorrentes das fases enumera- caput , a avaliação das propostas técnicas e de preço considerará o
das no caput praticados por empresas públicas, por sociedades de percentual de ponderação mais relevante, limitado a 70% (setenta
economia mista e por licitantes serão efetivados preferencialmente por cento).
por meio eletrônico, nos termos definidos pelo instrumento con- §6º Quando for utilizado o critério referido no inciso VII do
vocatório, devendo os avisos contendo os resumos dos editais das caput , os lances ou propostas terão o objetivo de proporcionar
licitações e contratos abrangidos por esta Lei ser previamente pu- economia à empresa pública ou à sociedade de economia mista,
blicados no Diário Oficial da União, do Estado ou do Município e na por meio da redução de suas despesas correntes, remunerando-se
internet. o licitante vencedor com base em percentual da economia de re-
Art. 52. Poderão ser adotados os modos de disputa aberto ou cursos gerada.
fechado, ou, quando o objeto da licitação puder ser parcelado, a §7º Na implementação do critério previsto no inciso VIII do
combinação de ambos, observado o disposto no inciso III do art. caput deste artigo, será obrigatoriamente considerada, nos termos
32 desta Lei. do respectivo instrumento convocatório, a repercussão, no meio
§1º No modo de disputa aberto, os licitantes apresentarão lan- social, da finalidade para cujo atendimento o bem será utilizado
ces públicos e sucessivos, crescentes ou decrescentes, conforme o pelo adquirente.
critério de julgamento adotado. §8º O descumprimento da finalidade a que se refere o §7º
§2º No modo de disputa fechado, as propostas apresentadas deste artigo resultará na imediata restituição do bem alcançado ao
pelos licitantes serão sigilosas até a data e a hora designadas para acervo patrimonial da empresa pública ou da sociedade de econo-
que sejam divulgadas. mia mista, vedado, nessa hipótese, o pagamento de indenização em
Art. 53. Quando for adotado o modo de disputa aberto, pode- favor do adquirente.
rão ser admitidos: Art. 55. Em caso de empate entre 2 (duas) propostas, serão uti-
I - a apresentação de lances intermediários; lizados, na ordem em que se encontram enumerados, os seguintes
II - o reinício da disputa aberta, após a definição do melhor lan- critérios de desempate:
ce, para definição das demais colocações, quando existir diferença I - disputa final, em que os licitantes empatados poderão apre-
de pelo menos 10% (dez por cento) entre o melhor lance e o sub- sentar nova proposta fechada, em ato contínuo ao encerramento
sequente. da etapa de julgamento;
Parágrafo único. Consideram-se intermediários os lances: II - avaliação do desempenho contratual prévio dos licitantes,
I - iguais ou inferiores ao maior já ofertado, quando adotado o desde que exista sistema objetivo de avaliação instituído;
julgamento pelo critério da maior oferta; III - os critérios estabelecidos no art. 3º da Lei nº 8.248, de 23
II - iguais ou superiores ao menor já ofertado, quando adotados de outubro de 1991 , e no §2º do art. 3º da Lei nº 8.666, de 21 de
os demais critérios de julgamento. junho de 1993 ;
Art. 54. Poderão ser utilizados os seguintes critérios de julga- IV - sorteio.
mento: Art. 56. Efetuado o julgamento dos lances ou propostas, será
I - menor preço; promovida a verificação de sua efetividade, promovendo-se a des-
II - maior desconto; classificação daqueles que:
III - melhor combinação de técnica e preço; I - contenham vícios insanáveis;
IV - melhor técnica; II - descumpram especificações técnicas constantes do instru-
V - melhor conteúdo artístico; mento convocatório;
VI - maior oferta de preço; III - apresentem preços manifestamente inexequíveis;
VII - maior retorno econômico; IV - se encontrem acima do orçamento estimado para a contra-
VIII - melhor destinação de bens alienados. tação de que trata o §1º do art. 57, ressalvada a hipótese prevista
§1º Os critérios de julgamento serão expressamente identifi- no caput do art. 34 desta Lei;
cados no instrumento convocatório e poderão ser combinados na V - não tenham sua exequibilidade demonstrada, quando exi-
hipótese de parcelamento do objeto, observado o disposto no inci- gido pela empresa pública ou pela sociedade de economia mista;
so III do art. 32. VI - apresentem desconformidade com outras exigências do
§2º Na hipótese de adoção dos critérios referidos nos incisos instrumento convocatório, salvo se for possível a acomodação a
III, IV, V e VII do caput deste artigo, o julgamento das propostas será seus termos antes da adjudicação do objeto e sem que se prejudi-
efetivado mediante o emprego de parâmetros específicos, defini- que a atribuição de tratamento isonômico entre os licitantes.
dos no instrumento convocatório, destinados a limitar a subjetivi- §1º A verificação da efetividade dos lances ou propostas pode-
dade do julgamento. rá ser feita exclusivamente em relação aos lances e propostas mais
§3º Para efeito de julgamento, não serão consideradas vanta- bem classificados.
gens não previstas no instrumento convocatório. §2º A empresa pública e a sociedade de economia mista pode-
§4º O critério previsto no inciso II do caput : rão realizar diligências para aferir a exequibilidade das propostas ou
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exigir dos licitantes que ela seja demonstrada, na forma do inciso V Art. 60. A homologação do resultado implica a constituição de
do caput . direito relativo à celebração do contrato em favor do licitante ven-
§3º Nas licitações de obras e serviços de engenharia, conside- cedor.
ram-se inexequíveis as propostas com valores globais inferiores a Art. 61. A empresa pública e a sociedade de economia mista
70% (setenta por cento) do menor dos seguintes valores: não poderão celebrar contrato com preterição da ordem de classifi-
I - média aritmética dos valores das propostas superiores a 50% cação das propostas ou com terceiros estranhos à licitação.
(cinquenta por cento) do valor do orçamento estimado pela empre- Art. 62. Além das hipóteses previstas no §3º do art. 57 desta
sa pública ou sociedade de economia mista; ou Lei e no inciso II do §2º do art. 75 desta Lei, quem dispuser de com-
II - valor do orçamento estimado pela empresa pública ou so- petência para homologação do resultado poderá revogar a licitação
ciedade de economia mista. por razões de interesse público decorrentes de fato superveniente
§4º Para os demais objetos, para efeito de avaliação da exequi- que constitua óbice manifesto e incontornável, ou anulá-la por ile-
bilidade ou de sobrepreço, deverão ser estabelecidos critérios de galidade, de ofício ou por provocação de terceiros, salvo quando for
aceitabilidade de preços que considerem o preço global, os quanti- viável a convalidação do ato ou do procedimento viciado.
tativos e os preços unitários, assim definidos no instrumento con- §1º A anulação da licitação por motivo de ilegalidade não gera
vocatório. obrigação de indenizar, observado o disposto no §2º deste artigo.
Art. 57. Confirmada a efetividade do lance ou proposta que ob- §2º A nulidade da licitação induz à do contrato.
teve a primeira colocação na etapa de julgamento, ou que passe a §3º Depois de iniciada a fase de apresentação de lances ou pro-
ocupar essa posição em decorrência da desclassificação de outra postas, referida no inciso III do caput do art. 51 desta Lei, a revoga-
que tenha obtido colocação superior, a empresa pública e a socie- ção ou a anulação da licitação somente será efetivada depois de se
dade de economia mista deverão negociar condições mais vantajo- conceder aos licitantes que manifestem interesse em contestar o
sas com quem o apresentou. respectivo ato prazo apto a lhes assegurar o exercício do direito ao
§1º A negociação deverá ser feita com os demais licitantes, se- contraditório e à ampla defesa.
gundo a ordem inicialmente estabelecida, quando o preço do pri- §4º O disposto no caput e nos §§1º e 2º deste artigo aplica-se,
meiro colocado, mesmo após a negociação, permanecer acima do no que couber, aos atos por meio dos quais se determine a contra-
orçamento estimado. tação direta.
§2º (VETADO).
§3º Se depois de adotada a providência referida no §1º deste SEÇÃO VII
artigo não for obtido valor igual ou inferior ao orçamento estimado DOS PROCEDIMENTOS AUXILIARES DAS LICITAÇÕES
para a contratação, será revogada a licitação.
Art. 58. A habilitação será apreciada exclusivamente a partir Art. 63. São procedimentos auxiliares das licitações regidas por
dos seguintes parâmetros: esta Lei:
I - exigência da apresentação de documentos aptos a compro- I - pré-qualificação permanente;
var a possibilidade da aquisição de direitos e da contração de obri- II - cadastramento;
gações por parte do licitante; III - sistema de registro de preços;
II - qualificação técnica, restrita a parcelas do objeto técnica ou IV - catálogo eletrônico de padronização.
economicamente relevantes, de acordo com parâmetros estabele- Parágrafo único. Os procedimentos de que trata o caput deste
cidos de forma expressa no instrumento convocatório; artigo obedecerão a critérios claros e objetivos definidos em regu-
III - capacidade econômica e financeira; lamento.
IV - recolhimento de quantia a título de adiantamento, tratan- Art. 64. Considera-se pré-qualificação permanente o procedi-
do-se de licitações em que se utilize como critério de julgamento a mento anterior à licitação destinado a identificar:
maior oferta de preço. I - fornecedores que reúnam condições de habilitação exigidas
§1º Quando o critério de julgamento utilizado for a maior ofer- para o fornecimento de bem ou a execução de serviço ou obra nos
ta de preço, os requisitos de qualificação técnica e de capacidade prazos, locais e condições previamente estabelecidos;
econômica e financeira poderão ser dispensados. II - bens que atendam às exigências técnicas e de qualidade da
§2º Na hipótese do §1º, reverterá a favor da empresa pública administração pública.
ou da sociedade de economia mista o valor de quantia eventual- §1º O procedimento de pré-qualificação será público e perma-
mente exigida no instrumento convocatório a título de adiantamen- nentemente aberto à inscrição de qualquer interessado.
to, caso o licitante não efetue o restante do pagamento devido no §2º A empresa pública e a sociedade de economia mista pode-
prazo para tanto estipulado. rão restringir a participação em suas licitações a fornecedores ou
Art. 59. Salvo no caso de inversão de fases, o procedimento produtos pré-qualificados, nas condições estabelecidas em regula-
licitatório terá fase recursal única. mento.
§1º Os recursos serão apresentados no prazo de 5 (cinco) dias §3º A pré-qualificação poderá ser efetuada nos grupos ou seg-
úteis após a habilitação e contemplarão, além dos atos praticados mentos, segundo as especialidades dos fornecedores.
nessa fase, aqueles praticados em decorrência do disposto nos inci- §4º A pré-qualificação poderá ser parcial ou total, contendo al-
sos IV e V do caput do art. 51 desta Lei. guns ou todos os requisitos de habilitação ou técnicos necessários
§2º Na hipótese de inversão de fases, o prazo referido no §1º à contratação, assegurada, em qualquer hipótese, a igualdade de
será aberto após a habilitação e após o encerramento da fase pre- condições entre os concorrentes.
vista no inciso V do caput do art. 51, abrangendo o segundo prazo §5º A pré-qualificação terá validade de 1 (um) ano, no máximo,
também atos decorrentes da fase referida no inciso IV do caput do podendo ser atualizada a qualquer tempo.
art. 51 desta Lei. §6º Na pré-qualificação aberta de produtos, poderá ser exigida
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a comprovação de qualidade. por esta Lei:


§7º É obrigatória a divulgação dos produtos e dos interessados I - o objeto e seus elementos característicos;
que forem pré-qualificados. II - o regime de execução ou a forma de fornecimento;
Art. 65. Os registros cadastrais poderão ser mantidos para efei- III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, a data-
to de habilitação dos inscritos em procedimentos licitatórios e se- -base e a periodicidade do reajustamento de preços e os critérios
rão válidos por 1 (um) ano, no máximo, podendo ser atualizados a de atualização monetária entre a data do adimplemento das obri-
qualquer tempo. gações e a do efetivo pagamento;
§1º Os registros cadastrais serão amplamente divulgados e fi- IV - os prazos de início de cada etapa de execução, de conclu-
carão permanentemente abertos para a inscrição de interessados. são, de entrega, de observação, quando for o caso, e de recebimen-
§2º Os inscritos serão admitidos segundo requisitos previstos to;
em regulamento. V - as garantias oferecidas para assegurar a plena execução do
§3º A atuação do licitante no cumprimento de obrigações assu- objeto contratual, quando exigidas, observado o disposto no art.
midas será anotada no respectivo registro cadastral. 68;
§4º A qualquer tempo poderá ser alterado, suspenso ou can- VI - os direitos e as responsabilidades das partes, as tipificações
celado o registro do inscrito que deixar de satisfazer as exigências das infrações e as respectivas penalidades e valores das multas;
estabelecidas para habilitação ou para admissão cadastral. VII - os casos de rescisão do contrato e os mecanismos para
Art. 66. O Sistema de Registro de Preços especificamente desti- alteração de seus termos;
nado às licitações de que trata esta Lei reger-se-á pelo disposto em VIII - a vinculação ao instrumento convocatório da respectiva
decreto do Poder Executivo e pelas seguintes disposições: licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, bem como ao
§1º Poderá aderir ao sistema referido no caput qualquer órgão lance ou proposta do licitante vencedor;
ou entidade responsável pela execução das atividades contempla- IX - a obrigação do contratado de manter, durante a execução
das no art. 1º desta Lei. do contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumi-
§2º O registro de preços observará, entre outras, as seguintes das, as condições de habilitação e qualificação exigidas no curso do
condições: procedimento licitatório;
I - efetivação prévia de ampla pesquisa de mercado; X - matriz de riscos.
II - seleção de acordo com os procedimentos previstos em re- §1º (VETADO).
gulamento; §2º Nos contratos decorrentes de licitações de obras ou ser-
III - desenvolvimento obrigatório de rotina de controle e atuali- viços de engenharia em que tenha sido adotado o modo de dispu-
zação periódicos dos preços registrados; ta aberto, o contratado deverá reelaborar e apresentar à empresa
IV - definição da validade do registro; pública ou à sociedade de economia mista e às suas respectivas
V - inclusão, na respectiva ata, do registro dos licitantes que subsidiárias, por meio eletrônico, as planilhas com indicação dos
aceitarem cotar os bens ou serviços com preços iguais ao do licitan- quantitativos e dos custos unitários, bem como do detalhamento
te vencedor na sequência da classificação do certame, assim como das Bonificações e Despesas Indiretas (BDI) e dos Encargos Sociais
dos licitantes que mantiverem suas propostas originais. (ES), com os respectivos valores adequados ao lance vencedor, para
§3º A existência de preços registrados não obriga a administra- fins do disposto no inciso III do caput deste artigo.
ção pública a firmar os contratos que deles poderão advir, sendo Art. 70. Poderá ser exigida prestação de garantia nas contrata-
facultada a realização de licitação específica, assegurada ao licitante ções de obras, serviços e compras.
registrado preferência em igualdade de condições. §1º Caberá ao contratado optar por uma das seguintes moda-
Art. 67. O catálogo eletrônico de padronização de compras, ser- lidades de garantia:
viços e obras consiste em sistema informatizado, de gerenciamento I - caução em dinheiro;
centralizado, destinado a permitir a padronização dos itens a serem II - seguro-garantia;
adquiridos pela empresa pública ou sociedade de economia mista III - fiança bancária.
que estarão disponíveis para a realização de licitação. §2º A garantia a que se refere o caput não excederá a 5% (cin-
Parágrafo único. O catálogo referido no caput poderá ser utili- co por cento) do valor do contrato e terá seu valor atualizado nas
zado em licitações cujo critério de julgamento seja o menor preço mesmas condições nele estabelecidas, ressalvado o previsto no §3º
ou o maior desconto e conterá toda a documentação e todos os deste artigo.
procedimentos da fase interna da licitação, assim como as espe- §3º Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto en-
cificações dos respectivos objetos, conforme disposto em regula- volvendo complexidade técnica e riscos financeiros elevados, o limi-
mento. te de garantia previsto no §2º poderá ser elevado para até 10% (dez
por cento) do valor do contrato.
CAPÍTULO II §4º A garantia prestada pelo contratado será liberada ou resti-
DOS CONTRATOS tuída após a execução do contrato, devendo ser atualizada moneta-
riamente na hipótese do inciso I do §1º deste artigo.
SEÇÃO I Art. 71. A duração dos contratos regidos por esta Lei não exce-
DA FORMALIZAÇÃO DOS CONTRATOS derá a 5 (cinco) anos, contados a partir de sua celebração, exceto:
I - para projetos contemplados no plano de negócios e inves-
Art. 68. Os contratos de que trata esta Lei regulam-se pelas timentos da empresa pública ou da sociedade de economia mista;
suas cláusulas, pelo disposto nesta Lei e pelos preceitos de direito II - nos casos em que a pactuação por prazo superior a 5 (cinco)
privado. anos seja prática rotineira de mercado e a imposição desse prazo
Art. 69. São cláusulas necessárias nos contratos disciplinados inviabilize ou onere excessivamente a realização do negócio.
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Parágrafo único. É vedado o contrato por prazo indeterminado. ou executivo.


Art. 72. Os contratos regidos por esta Lei somente poderão ser §3º As empresas de prestação de serviços técnicos especializa-
alterados por acordo entre as partes, vedando-se ajuste que resulte dos deverão garantir que os integrantes de seu corpo técnico execu-
em violação da obrigação de licitar. tem pessoal e diretamente as obrigações a eles imputadas, quando
Art. 73. A redução a termo do contrato poderá ser dispensada a respectiva relação for apresentada em procedimento licitatório
no caso de pequenas despesas de pronta entrega e pagamento das ou em contratação direta.
quais não resultem obrigações futuras por parte da empresa públi- Art. 79. Na hipótese do §6º do art. 54, quando não for gera-
ca ou da sociedade de economia mista. da a economia prevista no lance ou proposta, a diferença entre a
Parágrafo único. O disposto no caput não prejudicará o registro economia contratada e a efetivamente obtida será descontada da
contábil exaustivo dos valores despendidos e a exigência de recibo remuneração do contratado.
por parte dos respectivos destinatários. Parágrafo único. Se a diferença entre a economia contratada e
Art. 74. É permitido a qualquer interessado o conhecimento a efetivamente obtida for superior à remuneração do contratado,
dos termos do contrato e a obtenção de cópia autenticada de seu será aplicada a sanção prevista no contrato, nos termos do inciso VI
inteiro teor ou de qualquer de suas partes, admitida a exigência de do caput do art. 69 desta Lei.
ressarcimento dos custos, nos termos previstos na Lei nº 12.527, de Art. 80. Os direitos patrimoniais e autorais de projetos ou ser-
18 de novembro de 2011 . viços técnicos especializados desenvolvidos por profissionais au-
Art. 75. A empresa pública e a sociedade de economia mista tônomos ou por empresas contratadas passam a ser propriedade
convocarão o licitante vencedor ou o destinatário de contratação da empresa pública ou sociedade de economia mista que os tenha
com dispensa ou inexigibilidade de licitação para assinar o termo contratado, sem prejuízo da preservação da identificação dos res-
de contrato, observados o prazo e as condições estabelecidos, sob pectivos autores e da responsabilidade técnica a eles atribuída.
pena de decadência do direito à contratação.
§1º O prazo de convocação poderá ser prorrogado 1 (uma) vez, SEÇÃO II
por igual período. DA ALTERAÇÃO DOS CONTRATOS
§2º É facultado à empresa pública ou à sociedade de economia
mista, quando o convocado não assinar o termo de contrato no pra- Art. 81. Os contratos celebrados nos regimes previstos nos inci-
zo e nas condições estabelecidos: sos I a V do art. 43 contarão com cláusula que estabeleça a possibili-
I - convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classifi- dade de alteração, por acordo entre as partes, nos seguintes casos:
cação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propos- I - quando houver modificação do projeto ou das especifica-
tas pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços atualiza- ções, para melhor adequação técnica aos seus objetivos;
dos em conformidade com o instrumento convocatório; II - quando necessária a modificação do valor contratual em
II - revogar a licitação. decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto,
Art. 76. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, nos limites permitidos por esta Lei;
reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o III - quando conveniente a substituição da garantia de execu-
objeto do contrato em que se verificarem vícios, defeitos ou incor- ção;
reções resultantes da execução ou de materiais empregados, e res- IV - quando necessária a modificação do regime de execução
ponderá por danos causados diretamente a terceiros ou à empresa da obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face
pública ou sociedade de economia mista, independentemente da de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais
comprovação de sua culpa ou dolo na execução do contrato. originários;
Art. 77. O contratado é responsável pelos encargos trabalhis- V - quando necessária a modificação da forma de pagamento,
tas, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato. por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor
§1º A inadimplência do contratado quanto aos encargos tra- inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com rela-
balhistas, fiscais e comerciais não transfere à empresa pública ou à ção ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente contra-
sociedade de economia mista a responsabilidade por seu pagamen- prestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço;
to, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a regula- VI - para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicial-
rização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o Registro mente entre os encargos do contratado e a retribuição da adminis-
de Imóveis. tração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento,
§2º (VETADO). objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro ini-
Art. 78. O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo cial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou
das responsabilidades contratuais e legais, poderá subcontratar previsíveis porém de consequências incalculáveis, retardadores ou
partes da obra, serviço ou fornecimento, até o limite admitido, em impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força
cada caso, pela empresa pública ou pela sociedade de economia maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econô-
mista, conforme previsto no edital do certame. mica extraordinária e extracontratual.
§1º A empresa subcontratada deverá atender, em relação ao §1º O contratado poderá aceitar, nas mesmas condições con-
objeto da subcontratação, as exigências de qualificação técnica im- tratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, ser-
postas ao licitante vencedor. viços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial
§2º É vedada a subcontratação de empresa ou consórcio que atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício
tenha participado: ou de equipamento, até o limite de 50% (cinquenta por cento) para
I - do procedimento licitatório do qual se originou a contrata- os seus acréscimos.
ção; §2º Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites
II - direta ou indiretamente, da elaboração de projeto básico estabelecidos no §1º, salvo as supressões resultantes de acordo ce-
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lebrado entre os contratantes. ça, que será descontada dos pagamentos eventualmente devidos
§3º Se no contrato não houverem sido contemplados preços pela empresa pública ou pela sociedade de economia mista ou co-
unitários para obras ou serviços, esses serão fixados mediante acor- brada judicialmente.
do entre as partes, respeitados os limites estabelecidos no §1º. §2º As sanções previstas nos incisos I e III do caput poderão ser
§4º No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o con- aplicadas juntamente com a do inciso II, devendo a defesa prévia
tratado já houver adquirido os materiais e posto no local dos traba- do interessado, no respectivo processo, ser apresentada no prazo
lhos, esses materiais deverão ser pagos pela empresa pública ou so- de 10 (dez) dias úteis.
ciedade de economia mista pelos custos de aquisição regularmente Art. 84. As sanções previstas no inciso III do art. 83 poderão
comprovados e monetariamente corrigidos, podendo caber indeni- também ser aplicadas às empresas ou aos profissionais que, em ra-
zação por outros danos eventualmente decorrentes da supressão, zão dos contratos regidos por esta Lei:
desde que regularmente comprovados. I - tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, por
§5º A criação, a alteração ou a extinção de quaisquer tributos meios dolosos, fraude fiscal no recolhimento de quaisquer tributos;
ou encargos legais, bem como a superveniência de disposições le- II - tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os objetivos
gais, quando ocorridas após a data da apresentação da proposta, da licitação;
com comprovada repercussão nos preços contratados, implicarão a III - demonstrem não possuir idoneidade para contratar com a
revisão destes para mais ou para menos, conforme o caso. empresa pública ou a sociedade de economia mista em virtude de
§6º Em havendo alteração do contrato que aumente os encar- atos ilícitos praticados.
gos do contratado, a empresa pública ou a sociedade de economia
mista deverá restabelecer, por aditamento, o equilíbrio econômico- CAPÍTULO III
-financeiro inicial. DA FISCALIZAÇÃO PELO ESTADO E PELA SOCIEDADE
§7º A variação do valor contratual para fazer face ao reajus-
te de preços previsto no próprio contrato e as atualizações, com- Art. 85. Os órgãos de controle externo e interno das 3 (três) es-
pensações ou penalizações financeiras decorrentes das condições feras de governo fiscalizarão as empresas públicas e as sociedades
de pagamento nele previstas, bem como o empenho de dotações de economia mista a elas relacionadas, inclusive aquelas domicilia-
orçamentárias suplementares até o limite do seu valor corrigido, das no exterior, quanto à legitimidade, à economicidade e à eficácia
não caracterizam alteração do contrato e podem ser registrados por da aplicação de seus recursos, sob o ponto de vista contábil, finan-
simples apostila, dispensada a celebração de aditamento. ceiro, operacional e patrimonial.
§8º É vedada a celebração de aditivos decorrentes de eventos §1º Para a realização da atividade fiscalizatória de que trata o
supervenientes alocados, na matriz de riscos, como de responsabi- caput , os órgãos de controle deverão ter acesso irrestrito aos do-
lidade da contratada. cumentos e às informações necessários à realização dos trabalhos,
inclusive aqueles classificados como sigilosos pela empresa pública
SEÇÃO III ou pela sociedade de economia mista, nos termos da Lei nº 12.527,
de 18 de novembro de 2011 .
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS §2º O grau de confidencialidade será atribuído pelas empresas
Art. 82. Os contratos devem conter cláusulas com sanções ad- públicas e sociedades de economia mista no ato de entrega dos do-
ministrativas a serem aplicadas em decorrência de atraso injustifi- cumentos e informações solicitados, tornando-se o órgão de con-
cado na execução do contrato, sujeitando o contratado a multa de trole com o qual foi compartilhada a informação sigilosa correspon-
mora, na forma prevista no instrumento convocatório ou no con- sável pela manutenção do seu sigilo.
trato. §3º Os atos de fiscalização e controle dispostos neste Capítu-
§1º A multa a que alude este artigo não impede que a empresa lo aplicar-se-ão, também, às empresas públicas e às sociedades de
pública ou a sociedade de economia mista rescinda o contrato e economia mista de caráter e constituição transnacional no que se
aplique as outras sanções previstas nesta Lei. refere aos atos de gestão e aplicação do capital nacional, indepen-
§2º A multa, aplicada após regular processo administrativo, dentemente de estarem incluídos ou não em seus respectivos atos
será descontada da garantia do respectivo contratado. e acordos constitutivos.
§3º Se a multa for de valor superior ao valor da garantia presta- Art. 86. As informações das empresas públicas e das socieda-
da, além da perda desta, responderá o contratado pela sua diferen- des de economia mista relativas a licitações e contratos, inclusive
ça, a qual será descontada dos pagamentos eventualmente devidos aqueles referentes a bases de preços, constarão de bancos de da-
pela empresa pública ou pela sociedade de economia mista ou, ain- dos eletrônicos atualizados e com acesso em tempo real aos órgãos
da, quando for o caso, cobrada judicialmente. de controle competentes.
Art. 83. Pela inexecução total ou parcial do contrato a empresa §1º As demonstrações contábeis auditadas da empresa pública
pública ou a sociedade de economia mista poderá, garantida a pré- e da sociedade de economia mista serão disponibilizadas no sítio
via defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções: eletrônico da empresa ou da sociedade na internet, inclusive em
I - advertência; formato eletrônico editável.
II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou §2º As atas e demais expedientes oriundos de reuniões, ordi-
no contrato; nárias ou extraordinárias, dos conselhos de administração ou fiscal
III - suspensão temporária de participação em licitação e impe- das empresas públicas e das sociedades de economia mista, inclu-
dimento de contratar com a entidade sancionadora, por prazo não sive gravações e filmagens, quando houver, deverão ser disponibili-
superior a 2 (dois) anos. zados para os órgãos de controle sempre que solicitados, no âmbito
§1º Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia presta- dos trabalhos de auditoria.
da, além da perda desta, responderá o contratado pela sua diferen- §3º O acesso dos órgãos de controle às informações referidas
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no caput e no §2º será restrito e individualizado. TÍTULO III


§4º As informações que sejam revestidas de sigilo bancário, DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
estratégico, comercial ou industrial serão assim identificadas, res-
pondendo o servidor administrativa, civil e penalmente pelos danos Art. 91. A empresa pública e a sociedade de economia mista
causados à empresa pública ou à sociedade de economia mista e a constituídas anteriormente à vigência desta Lei deverão, no prazo
seus acionistas em razão de eventual divulgação indevida. de 24 (vinte e quatro) meses, promover as adaptações necessárias
§5º Os critérios para a definição do que deve ser considerado à adequação ao disposto nesta Lei.
sigilo estratégico, comercial ou industrial serão estabelecidos em §1º A sociedade de economia mista que tiver capital fechado
regulamento. na data de entrada em vigor desta Lei poderá, observado o prazo
Art. 87. O controle das despesas decorrentes dos contratos e estabelecido no caput , ser transformada em empresa pública, me-
demais instrumentos regidos por esta Lei será feito pelos órgãos do diante resgate, pela empresa, da totalidade das ações de titularida-
sistema de controle interno e pelo tribunal de contas competente, de de acionistas privados, com base no valor de patrimônio líquido
na forma da legislação pertinente, ficando as empresas públicas e constante do último balanço aprovado pela assembleia-geral.
as sociedades de economia mista responsáveis pela demonstração §2º (VETADO).
da legalidade e da regularidade da despesa e da execução, nos ter- §3º Permanecem regidos pela legislação anterior procedimen-
mos da Constituição. tos licitatórios e contratos iniciados ou celebrados até o final do pra-
§1º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de zo previsto no caput .
licitação por irregularidade na aplicação desta Lei, devendo proto- Art. 92. O Registro Público de Empresas Mercantis e Ativida-
colar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada para a des Afins manterá banco de dados público e gratuito, disponível na
ocorrência do certame, devendo a entidade julgar e responder à internet, contendo a relação de todas as empresas públicas e as
impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade sociedades de economia mista.
prevista no §2º. Parágrafo único. É a União proibida de realizar transferência
§2º Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica voluntária de recursos a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios
poderá representar ao tribunal de contas ou aos órgãos integrantes que não fornecerem ao Registro Público de Empresas Mercantis e
do sistema de controle interno contra irregularidades na aplicação Atividades Afins as informações relativas às empresas públicas e às
desta Lei, para os fins do disposto neste artigo. sociedades de economia mista a eles vinculadas.
§3º Os tribunais de contas e os órgãos integrantes do sistema Art. 93. As despesas com publicidade e patrocínio da empresa
de controle interno poderão solicitar para exame, a qualquer tem- pública e da sociedade de economia mista não ultrapassarão, em
po, documentos de natureza contábil, financeira, orçamentária, pa- cada exercício, o limite de 0,5% (cinco décimos por cento) da receita
trimonial e operacional das empresas públicas, das sociedades de operacional bruta do exercício anterior.
economia mista e de suas subsidiárias no Brasil e no exterior, obri- §1º O limite disposto no caput poderá ser ampliado, até o limi-
gando-se, os jurisdicionados, à adoção das medidas corretivas per- te de 2% (dois por cento) da receita bruta do exercício anterior, por
tinentes que, em função desse exame, lhes forem determinadas. proposta da diretoria da empresa pública ou da sociedade de eco-
Art. 88. As empresas públicas e as sociedades de economia nomia mista justificada com base em parâmetros de mercado do
mista deverão disponibilizar para conhecimento público, por meio setor específico de atuação da empresa ou da sociedade e aprovada
eletrônico, informação completa mensalmente atualizada sobre a pelo respectivo Conselho de Administração.
execução de seus contratos e de seu orçamento, admitindo-se re- §2º É vedado à empresa pública e à sociedade de economia
tardo de até 2 (dois) meses na divulgação das informações. mista realizar, em ano de eleição para cargos do ente federativo a
§1º A disponibilização de informações contratuais referentes a que sejam vinculadas, despesas com publicidade e patrocínio que
operações de perfil estratégico ou que tenham por objeto segredo excedam a média dos gastos nos 3 (três) últimos anos que antece-
industrial receberá proteção mínima necessária para lhes garantir dem o pleito ou no último ano imediatamente anterior à eleição.
confidencialidade. Art. 94. Aplicam-se à empresa pública, à sociedade de eco-
§2º O disposto no §1º não será oponível à fiscalização dos ór- nomia mista e às suas subsidiárias as sanções previstas na Lei nº
gãos de controle interno e do tribunal de contas, sem prejuízo da 12.846, de 1º de agosto de 2013 , salvo as previstas nos incisos II,
responsabilização administrativa, civil e penal do servidor que der III e IV do caput do art. 19 da referida Lei .
causa à eventual divulgação dessas informações. Art. 95. A estratégia de longo prazo prevista no art. 23 deverá
Art. 89. O exercício da supervisão por vinculação da empresa ser aprovada em até 180 (cento e oitenta) dias da data de publica-
pública ou da sociedade de economia mista, pelo órgão a que se ção da presente Lei.
vincula, não pode ensejar a redução ou a supressão da autonomia Art. 96. Revogam-se:
conferida pela lei específica que autorizou a criação da entidade I - o §2º do art. 15 da Lei nº 3.890-A, de 25 de abril de 1961 ,
supervisionada ou da autonomia inerente a sua natureza, nem au- com a redação dada pelo art. 19 da Lei nº 11.943, de 28 de maio
toriza a ingerência do supervisor em sua administração e funciona- de 2009;
mento, devendo a supervisão ser exercida nos limites da legislação II - os arts. 67 e 68 da Lei nº 9.478, de 6 de agosto de 1997 .
aplicável. Art. 97. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 90. As ações e deliberações do órgão ou ente de controle Brasília, 30 de junho de 2016; 195º da Independência e 128º
não podem implicar interferência na gestão das empresas públicas da República.
e das sociedades de economia mista a ele submetidas nem ingerên-
cia no exercício de suas competências ou na definição de políticas
públicas.

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III - realizado para fins exclusivos de:


LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (LEI FEDERAL N° a) segurança pública;
13.709/2018) b) defesa nacional;
c) segurança do Estado; ou
d) atividades de investigação e repressão de infrações penais;
ou
LEI Nº 13.709, DE 14 DE AGOSTO DE 2018 IV - provenientes de fora do território nacional e que não sejam
objeto de comunicação, uso compartilhado de dados com agentes
Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) de tratamento brasileiros ou objeto de transferência internacional
de dados com outro país que não o de proveniência, desde que o
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- país de proveniência proporcione grau de proteção de dados pesso-
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: ais adequado ao previsto nesta Lei.
§1º O tratamento de dados pessoais previsto no inciso III será
CAPÍTULO I regido por legislação específica, que deverá prever medidas pro-
porcionais e estritamente necessárias ao atendimento do interesse
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES público, observados o devido processo legal, os princípios gerais de
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o tratamento de dados pessoais, proteção e os direitos do titular previstos nesta Lei.
inclusive nos meios digitais, por pessoa natural ou por pessoa jurí- §2º É vedado o tratamento dos dados a que se refere o inciso
dica de direito público ou privado, com o objetivo de proteger os III do caput deste artigo por pessoa de direito privado, exceto em
direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desen- procedimentos sob tutela de pessoa jurídica de direito público, que
volvimento da personalidade da pessoa natural. serão objeto de informe específico à autoridade nacional e que de-
Parágrafo único. As normas gerais contidas nesta Lei são de in- verão observar a limitação imposta no §4º deste artigo.
teresse nacional e devem ser observadas pela União, Estados, Dis- §3º A autoridade nacional emitirá opiniões técnicas ou reco-
trito Federal e Municípios. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) mendações referentes às exceções previstas no inciso III do caput
Vigência deste artigo e deverá solicitar aos responsáveis relatórios de impac-
Art. 2º A disciplina da proteção de dados pessoais tem como to à proteção de dados pessoais.
fundamentos: §4º Em nenhum caso a totalidade dos dados pessoais de banco
I - o respeito à privacidade; de dados de que trata o inciso III do caput deste artigo poderá ser
II - a autodeterminação informativa; tratada por pessoa de direito privado, salvo por aquela que pos-
III - a liberdade de expressão, de informação, de comunicação sua capital integralmente constituído pelo poder público. (Redação
e de opinião; dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
IV - a inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem; Art. 5º Para os fins desta Lei, considera-se:
V - o desenvolvimento econômico e tecnológico e a inovação; I - dado pessoal: informação relacionada a pessoa natural iden-
VI - a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consu- tificada ou identificável;
midor; e II - dado pessoal sensível: dado pessoal sobre origem racial ou
VII - os direitos humanos, o livre desenvolvimento da personali- étnica, convicção religiosa, opinião política, filiação a sindicato ou a
dade, a dignidade e o exercício da cidadania pelas pessoas naturais. organização de caráter religioso, filosófico ou político, dado referen-
Art. 3º Esta Lei aplica-se a qualquer operação de tratamento re- te à saúde ou à vida sexual, dado genético ou biométrico, quando
alizada por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito público vinculado a uma pessoa natural;
ou privado, independentemente do meio, do país de sua sede ou do III - dado anonimizado: dado relativo a titular que não possa ser
país onde estejam localizados os dados, desde que: identificado, considerando a utilização de meios técnicos razoáveis
I - a operação de tratamento seja realizada no território nacio- e disponíveis na ocasião de seu tratamento;
nal; IV - banco de dados: conjunto estruturado de dados pessoais,
II - a atividade de tratamento tenha por objetivo a oferta ou estabelecido em um ou em vários locais, em suporte eletrônico ou
o fornecimento de bens ou serviços ou o tratamento de dados de físico;
indivíduos localizados no território nacional; ou(Redação dada pela V - titular: pessoa natural a quem se referem os dados pessoais
Lei nº 13.853, de 2019) Vigência que são objeto de tratamento;
III - os dados pessoais objeto do tratamento tenham sido cole- VI - controlador: pessoa natural ou jurídica, de direito público
tados no território nacional. ou privado, a quem competem as decisões referentes ao tratamen-
§1º Consideram-se coletados no território nacional os dados to de dados pessoais;
pessoais cujo titular nele se encontre no momento da coleta. VII - operador: pessoa natural ou jurídica, de direito público ou
§2º Excetua-se do disposto no inciso I deste artigo o tratamen- privado, que realiza o tratamento de dados pessoais em nome do
to de dados previsto no inciso IV do caput do art. 4º desta Lei. controlador;
Art. 4º Esta Lei não se aplica ao tratamento de dados pessoais: VIII - encarregado: pessoa indicada pelo controlador e opera-
I - realizado por pessoa natural para fins exclusivamente parti- dor para atuar como canal de comunicação entre o controlador, os
culares e não econômicos; titulares dos dados e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados
II - realizado para fins exclusivamente: (ANPD); (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
a) jornalístico e artísticos; ou IX - agentes de tratamento: o controlador e o operador;
b) acadêmicos, aplicando-se a esta hipótese os arts. 7º e 11 X - tratamento: toda operação realizada com dados pessoais,
desta Lei; como as que se referem a coleta, produção, recepção, classificação,
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utilização, acesso, reprodução, transmissão, distribuição, processa- cessidade e para o cumprimento da finalidade de seu tratamento;
mento, arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação ou VI - transparência: garantia, aos titulares, de informações cla-
controle da informação, modificação, comunicação, transferência, ras, precisas e facilmente acessíveis sobre a realização do tratamen-
difusão ou extração; to e os respectivos agentes de tratamento, observados os segredos
XI - anonimização: utilização de meios técnicos razoáveis e dis- comercial e industrial;
poníveis no momento do tratamento, por meio dos quais um dado VII - segurança: utilização de medidas técnicas e administrati-
perde a possibilidade de associação, direta ou indireta, a um indi- vas aptas a proteger os dados pessoais de acessos não autorizados
víduo; e de situações acidentais ou ilícitas de destruição, perda, alteração,
XII - consentimento: manifestação livre, informada e inequívo- comunicação ou difusão;
ca pela qual o titular concorda com o tratamento de seus dados VIII - prevenção: adoção de medidas para prevenir a ocorrência
pessoais para uma finalidade determinada; de danos em virtude do tratamento de dados pessoais;
XIII - bloqueio: suspensão temporária de qualquer operação IX - não discriminação: impossibilidade de realização do trata-
de tratamento, mediante guarda do dado pessoal ou do banco de mento para fins discriminatórios ilícitos ou abusivos;
dados; X - responsabilização e prestação de contas: demonstração,
XIV - eliminação: exclusão de dado ou de conjunto de dados pelo agente, da adoção de medidas eficazes e capazes de compro-
armazenados em banco de dados, independentemente do proce- var a observância e o cumprimento das normas de proteção de da-
dimento empregado; dos pessoais e, inclusive, da eficácia dessas medidas.
XV - transferência internacional de dados: transferência de da-
dos pessoais para país estrangeiro ou organismo internacional do CAPÍTULO II
qual o país seja membro; DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS
XVI - uso compartilhado de dados: comunicação, difusão, trans-
ferência internacional, interconexão de dados pessoais ou trata- SEÇÃO I
mento compartilhado de bancos de dados pessoais por órgãos e DOS REQUISITOS PARA O TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS
entidades públicos no cumprimento de suas competências legais,
ou entre esses e entes privados, reciprocamente, com autorização Art. 7º O tratamento de dados pessoais somente poderá ser
específica, para uma ou mais modalidades de tratamento permiti- realizado nas seguintes hipóteses:
das por esses entes públicos, ou entre entes privados; I - mediante o fornecimento de consentimento pelo titular;
XVII - relatório de impacto à proteção de dados pessoais: docu- II - para o cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo
mentação do controlador que contém a descrição dos processos de controlador;
tratamento de dados pessoais que podem gerar riscos às liberdades III - pela administração pública, para o tratamento e uso com-
civis e aos direitos fundamentais, bem como medidas, salvaguardas partilhado de dados necessários à execução de políticas públicas
e mecanismos de mitigação de risco; previstas em leis e regulamentos ou respaldadas em contratos, con-
XVIII - órgão de pesquisa: órgão ou entidade da administração vênios ou instrumentos congêneres, observadas as disposições do
pública direta ou indireta ou pessoa jurídica de direito privado sem Capítulo IV desta Lei;
fins lucrativos legalmente constituída sob as leis brasileiras, com IV - para a realização de estudos por órgão de pesquisa, garanti-
sede e foro no País, que inclua em sua missão institucional ou em da, sempre que possível, a anonimização dos dados pessoais;
seu objetivo social ou estatutário a pesquisa básica ou aplicada de V - quando necessário para a execução de contrato ou de pro-
caráter histórico, científico, tecnológico ou estatístico; e (Redação cedimentos preliminares relacionados a contrato do qual seja parte
dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência o titular, a pedido do titular dos dados;
XIX - autoridade nacional: órgão da administração pública res- VI - para o exercício regular de direitos em processo judicial,
ponsável por zelar, implementar e fiscalizar o cumprimento desta administrativo ou arbitral, esse último nos termos da Lei nº 9.307,
Lei em todo o território nacional. (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitragem) ;
de 2019) Vigência VII - para a proteção da vida ou da incolumidade física do titular
Art. 6º As atividades de tratamento de dados pessoais deverão ou de terceiro;
observar a boa-fé e os seguintes princípios: VIII - para a tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento
I - finalidade: realização do tratamento para propósitos legí- realizado por profissionais de saúde, serviços de saúde ou autorida-
timos, específicos, explícitos e informados ao titular, sem possibi- de sanitária; (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
lidade de tratamento posterior de forma incompatível com essas IX - quando necessário para atender aos interesses legítimos do
finalidades; controlador ou de terceiro, exceto no caso de prevalecerem direi-
II - adequação: compatibilidade do tratamento com as finalida- tos e liberdades fundamentais do titular que exijam a proteção dos
des informadas ao titular, de acordo com o contexto do tratamento; dados pessoais; ou
III - necessidade: limitação do tratamento ao mínimo neces- X - para a proteção do crédito, inclusive quanto ao disposto na
sário para a realização de suas finalidades, com abrangência dos legislação pertinente.
dados pertinentes, proporcionais e não excessivos em relação às §1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019)
finalidades do tratamento de dados; Vigência
IV - livre acesso: garantia, aos titulares, de consulta facilitada e §2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019)
gratuita sobre a forma e a duração do tratamento, bem como sobre Vigência
a integralidade de seus dados pessoais; §3º O tratamento de dados pessoais cujo acesso é público deve
V - qualidade dos dados: garantia, aos titulares, de exatidão, considerar a finalidade, a boa-fé e o interesse público que justifica-
clareza, relevância e atualização dos dados, de acordo com a ne- ram sua disponibilização.
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§4º É dispensada a exigência do consentimento previsto no será considerado nulo caso as informações fornecidas ao titular te-
caput deste artigo para os dados tornados manifestamente públi- nham conteúdo enganoso ou abusivo ou não tenham sido apresen-
cos pelo titular, resguardados os direitos do titular e os princípios tadas previamente com transparência, de forma clara e inequívoca.
previstos nesta Lei. §2º Na hipótese em que o consentimento é requerido, se hou-
§5º O controlador que obteve o consentimento referido no in- ver mudanças da finalidade para o tratamento de dados pessoais
ciso I do caput deste artigo que necessitar comunicar ou comparti- não compatíveis com o consentimento original, o controlador de-
lhar dados pessoais com outros controladores deverá obter consen- verá informar previamente o titular sobre as mudanças de finalida-
timento específico do titular para esse fim, ressalvadas as hipóteses de, podendo o titular revogar o consentimento, caso discorde das
de dispensa do consentimento previstas nesta Lei. alterações.
§6º A eventual dispensa da exigência do consentimento não §3º Quando o tratamento de dados pessoais for condição para
desobriga os agentes de tratamento das demais obrigações previs- o fornecimento de produto ou de serviço ou para o exercício de di-
tas nesta Lei, especialmente da observância dos princípios gerais e reito, o titular será informado com destaque sobre esse fato e sobre
da garantia dos direitos do titular. os meios pelos quais poderá exercer os direitos do titular elencados
§7º O tratamento posterior dos dados pessoais a que se re- no art. 18 desta Lei.
ferem os §§3º e 4º deste artigo poderá ser realizado para novas Art. 10. O legítimo interesse do controlador somente poderá
finalidades, desde que observados os propósitos legítimos e especí- fundamentar tratamento de dados pessoais para finalidades legí-
ficos para o novo tratamento e a preservação dos direitos do titular, timas, consideradas a partir de situações concretas, que incluem,
assim como os fundamentos e os princípios previstos nesta Lei. (In- mas não se limitam a:
cluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência I - apoio e promoção de atividades do controlador; e
Art. 8º O consentimento previsto no inciso I do art. 7º desta Lei II - proteção, em relação ao titular, do exercício regular de seus
deverá ser fornecido por escrito ou por outro meio que demonstre direitos ou prestação de serviços que o beneficiem, respeitadas as
a manifestação de vontade do titular. legítimas expectativas dele e os direitos e liberdades fundamentais,
§1º Caso o consentimento seja fornecido por escrito, esse de- nos termos desta Lei.
verá constar de cláusula destacada das demais cláusulas contratu- §1º Quando o tratamento for baseado no legítimo interesse do
ais. controlador, somente os dados pessoais estritamente necessários
§2º Cabe ao controlador o ônus da prova de que o consenti- para a finalidade pretendida poderão ser tratados.
mento foi obtido em conformidade com o disposto nesta Lei. §2º O controlador deverá adotar medidas para garantir a trans-
§3º É vedado o tratamento de dados pessoais mediante vício parência do tratamento de dados baseado em seu legítimo inte-
de consentimento. resse.
§4º O consentimento deverá referir-se a finalidades determi- §3º A autoridade nacional poderá solicitar ao controlador re-
nadas, e as autorizações genéricas para o tratamento de dados pes- latório de impacto à proteção de dados pessoais, quando o trata-
soais serão nulas. mento tiver como fundamento seu interesse legítimo, observados
§5º O consentimento pode ser revogado a qualquer momento os segredos comercial e industrial.
mediante manifestação expressa do titular, por procedimento gra-
tuito e facilitado, ratificados os tratamentos realizados sob amparo SEÇÃO II
do consentimento anteriormente manifestado enquanto não hou- DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS SENSÍVEIS
ver requerimento de eliminação, nos termos do inciso VI do caput
do art. 18 desta Lei. Art. 11. O tratamento de dados pessoais sensíveis somente po-
§6º Em caso de alteração de informação referida nos incisos derá ocorrer nas seguintes hipóteses:
I, II, III ou V do art. 9º desta Lei, o controlador deverá informar ao I - quando o titular ou seu responsável legal consentir, de forma
titular, com destaque de forma específica do teor das alterações, específica e destacada, para finalidades específicas;
podendo o titular, nos casos em que o seu consentimento é exigido, II - sem fornecimento de consentimento do titular, nas hipóte-
revogá-lo caso discorde da alteração. ses em que for indispensável para:
Art. 9º O titular tem direito ao acesso facilitado às informações a) cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo contro-
sobre o tratamento de seus dados, que deverão ser disponibiliza- lador;
das de forma clara, adequada e ostensiva acerca de, entre outras b) tratamento compartilhado de dados necessários à execução,
características previstas em regulamentação para o atendimento do pela administração pública, de políticas públicas previstas em leis
princípio do livre acesso: ou regulamentos;
I - finalidade específica do tratamento; c) realização de estudos por órgão de pesquisa, garantida, sem-
II - forma e duração do tratamento, observados os segredos pre que possível, a anonimização dos dados pessoais sensíveis;
comercial e industrial; d) exercício regular de direitos, inclusive em contrato e em pro-
III - identificação do controlador; cesso judicial, administrativo e arbitral, este último nos termos da
IV - informações de contato do controlador; Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitragem) ;
V - informações acerca do uso compartilhado de dados pelo e) proteção da vida ou da incolumidade física do titular ou de
controlador e a finalidade; terceiro;
VI - responsabilidades dos agentes que realizarão o tratamen- f) tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento realizado
to; e por profissionais de saúde, serviços de saúde ou autoridade sanitá-
VII - direitos do titular, com menção explícita aos direitos conti- ria; ou (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019)Vigência
dos no art. 18 desta Lei. g) garantia da prevenção à fraude e à segurança do titular, nos
§1º Na hipótese em que o consentimento é requerido, esse processos de identificação e autenticação de cadastro em sistemas
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eletrônicos, resguardados os direitos mencionados no art. 9º desta tudo ou da pesquisa de que trata o caput deste artigo em nenhuma
Lei e exceto no caso de prevalecerem direitos e liberdades funda- hipótese poderá revelar dados pessoais.
mentais do titular que exijam a proteção dos dados pessoais. §2º O órgão de pesquisa será o responsável pela segurança da
§1º Aplica-se o disposto neste artigo a qualquer tratamento informação prevista no caput deste artigo, não permitida, em cir-
de dados pessoais que revele dados pessoais sensíveis e que possa cunstância alguma, a transferência dos dados a terceiro.
causar dano ao titular, ressalvado o disposto em legislação especí- §3º O acesso aos dados de que trata este artigo será objeto de
fica. regulamentação por parte da autoridade nacional e das autorida-
§2º Nos casos de aplicação do disposto nas alíneas “a” e “b” do des da área de saúde e sanitárias, no âmbito de suas competências.
inciso II do caput deste artigo pelos órgãos e pelas entidades públi- §4º Para os efeitos deste artigo, a pseudonimização é o tra-
cas, será dada publicidade à referida dispensa de consentimento, tamento por meio do qual um dado perde a possibilidade de as-
nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei. sociação, direta ou indireta, a um indivíduo, senão pelo uso de in-
§3º A comunicação ou o uso compartilhado de dados pessoais formação adicional mantida separadamente pelo controlador em
sensíveis entre controladores com objetivo de obter vantagem eco- ambiente controlado e seguro.
nômica poderá ser objeto de vedação ou de regulamentação por
parte da autoridade nacional, ouvidos os órgãos setoriais do Poder SEÇÃO III
Público, no âmbito de suas competências. DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS DE CRIANÇAS E DE
§4º É vedada a comunicação ou o uso compartilhado entre ADOLESCENTES
controladores de dados pessoais sensíveis referentes à saúde com
objetivo de obter vantagem econômica, exceto nas hipóteses rela- Art. 14. O tratamento de dados pessoais de crianças e de ado-
tivas a prestação de serviços de saúde, de assistência farmacêutica lescentes deverá ser realizado em seu melhor interesse, nos termos
e de assistência à saúde, desde que observado o §5º deste artigo, deste artigo e da legislação pertinente.
incluídos os serviços auxiliares de diagnose e terapia, em benefí- §1º O tratamento de dados pessoais de crianças deverá ser re-
cio dos interesses dos titulares de dados, e para permitir: (Redação alizado com o consentimento específico e em destaque dado por
dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência pelo menos um dos pais ou pelo responsável legal.
I - a portabilidade de dados quando solicitada pelo titular; ou §2º No tratamento de dados de que trata o §1º deste artigo, os
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência controladores deverão manter pública a informação sobre os tipos
II - as transações financeiras e administrativas resultantes do de dados coletados, a forma de sua utilização e os procedimentos
uso e da prestação dos serviços de que trata este parágrafo. (Incluí- para o exercício dos direitos a que se refere o art. 18 desta Lei.
do pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência §3º Poderão ser coletados dados pessoais de crianças sem o
§5º É vedado às operadoras de planos privados de assistência à consentimento a que se refere o §1º deste artigo quando a coleta
saúde o tratamento de dados de saúde para a prática de seleção de for necessária para contatar os pais ou o responsável legal, utiliza-
riscos na contratação de qualquer modalidade, assim como na con- dos uma única vez e sem armazenamento, ou para sua proteção, e
tratação e exclusão de beneficiários. (Incluído pela Lei nº 13.853, de em nenhum caso poderão ser repassados a terceiro sem o consen-
2019) Vigência timento de que trata o §1º deste artigo.
Art. 12. Os dados anonimizados não serão considerados dados §4º Os controladores não deverão condicionar a participação
pessoais para os fins desta Lei, salvo quando o processo de anoni- dos titulares de que trata o §1º deste artigo em jogos, aplicações
mização ao qual foram submetidos for revertido, utilizando exclusi- de internet ou outras atividades ao fornecimento de informações
vamente meios próprios, ou quando, com esforços razoáveis, puder pessoais além das estritamente necessárias à atividade.
ser revertido. §5º O controlador deve realizar todos os esforços razoáveis
§1º A determinação do que seja razoável deve levar em con- para verificar que o consentimento a que se refere o §1º deste ar-
sideração fatores objetivos, tais como custo e tempo necessários tigo foi dado pelo responsável pela criança, consideradas as tecno-
para reverter o processo de anonimização, de acordo com as tecno- logias disponíveis.
logias disponíveis, e a utilização exclusiva de meios próprios. §6º As informações sobre o tratamento de dados referidas nes-
§2º Poderão ser igualmente considerados como dados pesso- te artigo deverão ser fornecidas de maneira simples, clara e aces-
ais, para os fins desta Lei, aqueles utilizados para formação do perfil sível, consideradas as características físico-motoras, perceptivas,
comportamental de determinada pessoa natural, se identificada. sensoriais, intelectuais e mentais do usuário, com uso de recursos
§3º A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões e técni- audiovisuais quando adequado, de forma a proporcionar a infor-
cas utilizados em processos de anonimização e realizar verificações mação necessária aos pais ou ao responsável legal e adequada ao
acerca de sua segurança, ouvido o Conselho Nacional de Proteção entendimento da criança.
de Dados Pessoais.
Art. 13. Na realização de estudos em saúde pública, os órgãos SEÇÃO IV
de pesquisa poderão ter acesso a bases de dados pessoais, que se- DO TÉRMINO DO TRATAMENTO DE DADOS
rão tratados exclusivamente dentro do órgão e estritamente para
a finalidade de realização de estudos e pesquisas e mantidos em Art. 15. O término do tratamento de dados pessoais ocorrerá
ambiente controlado e seguro, conforme práticas de segurança pre- nas seguintes hipóteses:
vistas em regulamento específico e que incluam, sempre que pos- I - verificação de que a finalidade foi alcançada ou de que os
sível, a anonimização ou pseudonimização dos dados, bem como dados deixaram de ser necessários ou pertinentes ao alcance da
considerem os devidos padrões éticos relacionados a estudos e finalidade específica almejada;
pesquisas. II - fim do período de tratamento;
§1º A divulgação dos resultados ou de qualquer excerto do es- III - comunicação do titular, inclusive no exercício de seu direito
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de revogação do consentimento conforme disposto no §5º do art. ção imediata da providência.


8º desta Lei, resguardado o interesse público; ou §5º O requerimento referido no §3º deste artigo será atendido
IV - determinação da autoridade nacional, quando houver vio- sem custos para o titular, nos prazos e nos termos previstos em re-
lação ao disposto nesta Lei. gulamento.
Art. 16. Os dados pessoais serão eliminados após o término de §6º O responsável deverá informar, de maneira imediata, aos
seu tratamento, no âmbito e nos limites técnicos das atividades, agentes de tratamento com os quais tenha realizado uso comparti-
autorizada a conservação para as seguintes finalidades: lhado de dados a correção, a eliminação, a anonimização ou o blo-
I - cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo contro- queio dos dados, para que repitam idêntico procedimento, exceto
lador; nos casos em que esta comunicação seja comprovadamente impos-
II - estudo por órgão de pesquisa, garantida, sempre que possí- sível ou implique esforço desproporcional. (Redação dada pela Lei
vel, a anonimização dos dados pessoais; nº 13.853, de 2019) Vigência
III - transferência a terceiro, desde que respeitados os requisi- §7º A portabilidade dos dados pessoais a que se refere o inciso
tos de tratamento de dados dispostos nesta Lei; ou V do caput deste artigo não inclui dados que já tenham sido anoni-
IV - uso exclusivo do controlador, vedado seu acesso por tercei- mizados pelo controlador.
ro, e desde que anonimizados os dados. §8º O direito a que se refere o §1º deste artigo também poderá
ser exercido perante os organismos de defesa do consumidor.
CAPÍTULO III Art. 19. A confirmação de existência ou o acesso a dados pesso-
DOS DIREITOS DO TITULAR ais serão providenciados, mediante requisição do titular:
I - em formato simplificado, imediatamente; ou
Art. 17. Toda pessoa natural tem assegurada a titularidade de II - por meio de declaração clara e completa, que indique a ori-
seus dados pessoais e garantidos os direitos fundamentais de liber- gem dos dados, a inexistência de registro, os critérios utilizados e a
dade, de intimidade e de privacidade, nos termos desta Lei. finalidade do tratamento, observados os segredos comercial e in-
Art. 18. O titular dos dados pessoais tem direito a obter do con- dustrial, fornecida no prazo de até 15 (quinze) dias, contado da data
trolador, em relação aos dados do titular por ele tratados, a qual- do requerimento do titular.
quer momento e mediante requisição: §1º Os dados pessoais serão armazenados em formato que fa-
I - confirmação da existência de tratamento; voreça o exercício do direito de acesso.
II - acesso aos dados; §2º As informações e os dados poderão ser fornecidos, a crité-
III - correção de dados incompletos, inexatos ou desatualiza- rio do titular:
dos; I - por meio eletrônico, seguro e idôneo para esse fim; ou
IV - anonimização, bloqueio ou eliminação de dados desneces- II - sob forma impressa.
sários, excessivos ou tratados em desconformidade com o disposto §3º Quando o tratamento tiver origem no consentimento do
nesta Lei; titular ou em contrato, o titular poderá solicitar cópia eletrônica in-
V - portabilidade dos dados a outro fornecedor de serviço ou tegral de seus dados pessoais, observados os segredos comercial e
produto, mediante requisição expressa, de acordo com a regula- industrial, nos termos de regulamentação da autoridade nacional,
mentação da autoridade nacional, observados os segredos comer- em formato que permita a sua utilização subsequente, inclusive em
cial e industrial; (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigên- outras operações de tratamento.
cia §4º A autoridade nacional poderá dispor de forma diferenciada
VI - eliminação dos dados pessoais tratados com o consenti- acerca dos prazos previstos nos incisos I e II do caput deste artigo
mento do titular, exceto nas hipóteses previstas no art. 16 desta Lei; para os setores específicos.
VII - informação das entidades públicas e privadas com as quais Art. 20. O titular dos dados tem direito a solicitar a revisão de
o controlador realizou uso compartilhado de dados; decisões tomadas unicamente com base em tratamento automa-
VIII - informação sobre a possibilidade de não fornecer consen- tizado de dados pessoais que afetem seus interesses, incluídas as
timento e sobre as consequências da negativa; decisões destinadas a definir o seu perfil pessoal, profissional, de
IX - revogação do consentimento, nos termos do §5º do art. 8º consumo e de crédito ou os aspectos de sua personalidade. (Reda-
desta Lei. ção dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
§1º O titular dos dados pessoais tem o direito de peticionar em §1º O controlador deverá fornecer, sempre que solicitadas, in-
relação aos seus dados contra o controlador perante a autoridade formações claras e adequadas a respeito dos critérios e dos pro-
nacional. cedimentos utilizados para a decisão automatizada, observados os
§2º O titular pode opor-se a tratamento realizado com funda- segredos comercial e industrial.
mento em uma das hipóteses de dispensa de consentimento, em §2º Em caso de não oferecimento de informações de que trata
caso de descumprimento ao disposto nesta Lei. o §1º deste artigo baseado na observância de segredo comercial e
§3º Os direitos previstos neste artigo serão exercidos mediante industrial, a autoridade nacional poderá realizar auditoria para veri-
requerimento expresso do titular ou de representante legalmente ficação de aspectos discriminatórios em tratamento automatizado
constituído, a agente de tratamento. de dados pessoais.
§4º Em caso de impossibilidade de adoção imediata da provi- §3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
dência de que trata o §3º deste artigo, o controlador enviará ao Art. 21. Os dados pessoais referentes ao exercício regular de
titular resposta em que poderá: direitos pelo titular não podem ser utilizados em seu prejuízo.
I - comunicar que não é agente de tratamento dos dados e indi- Art. 22. A defesa dos interesses e dos direitos dos titulares de
car, sempre que possível, o agente; ou dados poderá ser exercida em juízo, individual ou coletivamente, na
II - indicar as razões de fato ou de direito que impedem a ado- forma do disposto na legislação pertinente, acerca dos instrumen-
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tos de tutela individual e coletiva. informações pelo público em geral.


Art. 26. O uso compartilhado de dados pessoais pelo Poder Pú-
CAPÍTULO IV blico deve atender a finalidades específicas de execução de políticas
DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS PELO PODER PÚBLICO públicas e atribuição legal pelos órgãos e pelas entidades públicas,
respeitados os princípios de proteção de dados pessoais elencados
SEÇÃO I no art. 6º desta Lei.
DAS REGRAS §1º É vedado ao Poder Público transferir a entidades privadas
dados pessoais constantes de bases de dados a que tenha acesso,
Art. 23. O tratamento de dados pessoais pelas pessoas jurídicas exceto:
de direito público referidas no parágrafo único do art. 1º da Lei nº I - em casos de execução descentralizada de atividade pública
12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação) , que exija a transferência, exclusivamente para esse fim específico
deverá ser realizado para o atendimento de sua finalidade pública, e determinado, observado o disposto na Lei nº 12.527, de 18 de
na persecução do interesse público, com o objetivo de executar as novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação) ;
competências legais ou cumprir as atribuições legais do serviço pú- II - (VETADO);
blico, desde que: III - nos casos em que os dados forem acessíveis publicamente,
I - sejam informadas as hipóteses em que, no exercício de suas observadas as disposições desta Lei.
competências, realizam o tratamento de dados pessoais, fornecen- IV - quando houver previsão legal ou a transferência for respal-
do informações claras e atualizadas sobre a previsão legal, a fina- dada em contratos, convênios ou instrumentos congêneres; ou(In-
lidade, os procedimentos e as práticas utilizadas para a execução cluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
dessas atividades, em veículos de fácil acesso, preferencialmente V - na hipótese de a transferência dos dados objetivar exclusi-
em seus sítios eletrônicos; vamente a prevenção de fraudes e irregularidades, ou proteger e
II - (VETADO); e resguardar a segurança e a integridade do titular dos dados, desde
III - seja indicado um encarregado quando realizarem opera- que vedado o tratamento para outras finalidades. (Incluído pela Lei
ções de tratamento de dados pessoais, nos termos do art. 39 desta nº 13.853, de 2019) Vigência
Lei; e (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência §2º Os contratos e convênios de que trata o §1º deste artigo
IV - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência deverão ser comunicados à autoridade nacional.
§1º A autoridade nacional poderá dispor sobre as formas de Art. 27. A comunicação ou o uso compartilhado de dados pes-
publicidade das operações de tratamento. soais de pessoa jurídica de direito público a pessoa de direito priva-
§2º O disposto nesta Lei não dispensa as pessoas jurídicas men- do será informado à autoridade nacional e dependerá de consenti-
cionadas no caput deste artigo de instituir as autoridades de que mento do titular, exceto:
trata a Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à I - nas hipóteses de dispensa de consentimento previstas nesta
Informação) . Lei;
§3º Os prazos e procedimentos para exercício dos direitos do II - nos casos de uso compartilhado de dados, em que será dada
titular perante o Poder Público observarão o disposto em legislação publicidade nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei; ou
específica, em especial as disposições constantes da Lei nº 9.507, III - nas exceções constantes do §1º do art. 26 desta Lei.
de 12 de novembro de 1997 (Lei do Habeas Data) , da Lei nº 9.784, Parágrafo único. A informação à autoridade nacional de que
de 29 de janeiro de 1999 (Lei Geral do Processo Administrativo) , trata o caput deste artigo será objeto de regulamentação. (Incluído
e da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência
Informação) . Art. 28. (VETADO).
§4º Os serviços notariais e de registro exercidos em caráter pri- Art. 29. A autoridade nacional poderá solicitar, a qualquer mo-
vado, por delegação do Poder Público, terão o mesmo tratamento mento, aos órgãos e às entidades do poder público a realização de
dispensado às pessoas jurídicas referidas no caput deste artigo, nos operações de tratamento de dados pessoais, informações específi-
termos desta Lei. cas sobre o âmbito e a natureza dos dados e outros detalhes do tra-
§5º Os órgãos notariais e de registro devem fornecer acesso tamento realizado e poderá emitir parecer técnico complementar
aos dados por meio eletrônico para a administração pública, tendo para garantir o cumprimento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº
em vista as finalidades de que trata o caput deste artigo. 13.853, de 2019)Vigência
Art. 24. As empresas públicas e as sociedades de economia Art. 30. A autoridade nacional poderá estabelecer normas
mista que atuam em regime de concorrência, sujeitas ao disposto complementares para as atividades de comunicação e de uso com-
no art. 173 da Constituição Federal , terão o mesmo tratamento partilhado de dados pessoais.
dispensado às pessoas jurídicas de direito privado particulares, nos
termos desta Lei. SEÇÃO II
Parágrafo único. As empresas públicas e as sociedades de eco- DA RESPONSABILIDADE
nomia mista, quando estiverem operacionalizando políticas pú-
blicas e no âmbito da execução delas, terão o mesmo tratamento Art. 31. Quando houver infração a esta Lei em decorrência do
dispensado aos órgãos e às entidades do Poder Público, nos termos tratamento de dados pessoais por órgãos públicos, a autoridade
deste Capítulo. nacional poderá enviar informe com medidas cabíveis para fazer
Art. 25. Os dados deverão ser mantidos em formato interoperá- cessar a violação.
vel e estruturado para o uso compartilhado, com vistas à execução Art. 32. A autoridade nacional poderá solicitar a agentes do Po-
de políticas públicas, à prestação de serviços públicos, à descen- der Público a publicação de relatórios de impacto à proteção de da-
tralização da atividade pública e à disseminação e ao acesso das dos pessoais e sugerir a adoção de padrões e de boas práticas para
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LEGISLAÇÃO

os tratamentos de dados pessoais pelo Poder Público. ou selos, certificados e códigos de conduta, a que se refere o inciso
II do caput do art. 33 desta Lei, será realizada pela autoridade na-
CAPÍTULO V cional.
DA TRANSFERÊNCIA INTERNACIONAL DE DADOS §1º Para a verificação do disposto no caput deste artigo, de-
verão ser considerados os requisitos, as condições e as garantias
Art. 33. A transferência internacional de dados pessoais so- mínimas para a transferência que observem os direitos, as garantias
mente é permitida nos seguintes casos: e os princípios desta Lei.
I - para países ou organismos internacionais que proporcionem §2º Na análise de cláusulas contratuais, de documentos ou de
grau de proteção de dados pessoais adequado ao previsto nesta Lei; normas corporativas globais submetidas à aprovação da autoridade
II - quando o controlador oferecer e comprovar garantias de nacional, poderão ser requeridas informações suplementares ou
cumprimento dos princípios, dos direitos do titular e do regime de realizadas diligências de verificação quanto às operações de trata-
proteção de dados previstos nesta Lei, na forma de: mento, quando necessário.
a) cláusulas contratuais específicas para determinada transfe- §3º A autoridade nacional poderá designar organismos de cer-
rência; tificação para a realização do previsto no caput deste artigo, que
b) cláusulas-padrão contratuais; permanecerão sob sua fiscalização nos termos definidos em regu-
c) normas corporativas globais; lamento.
d) selos, certificados e códigos de conduta regularmente emi- §4º Os atos realizados por organismo de certificação poderão
tidos; ser revistos pela autoridade nacional e, caso em desconformidade
III - quando a transferência for necessária para a cooperação ju- com esta Lei, submetidos a revisão ou anulados.
rídica internacional entre órgãos públicos de inteligência, de inves- §5º As garantias suficientes de observância dos princípios ge-
tigação e de persecução, de acordo com os instrumentos de direito rais de proteção e dos direitos do titular referidas no caput deste
internacional; artigo serão também analisadas de acordo com as medidas técnicas
IV - quando a transferência for necessária para a proteção da e organizacionais adotadas pelo operador, de acordo com o previsto
vida ou da incolumidade física do titular ou de terceiro; nos §§1º e 2º do art. 46 desta Lei.
V - quando a autoridade nacional autorizar a transferência; Art. 36. As alterações nas garantias apresentadas como sufi-
VI - quando a transferência resultar em compromisso assumido cientes de observância dos princípios gerais de proteção e dos di-
em acordo de cooperação internacional; reitos do titular referidas no inciso II do art. 33 desta Lei deverão ser
VII - quando a transferência for necessária para a execução de comunicadas à autoridade nacional.
política pública ou atribuição legal do serviço público, sendo dada
publicidade nos termos do inciso I do caput do art. 23 desta Lei; CAPÍTULO VI
VIII - quando o titular tiver fornecido o seu consentimento es- DOS AGENTES DE TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS
pecífico e em destaque para a transferência, com informação prévia
sobre o caráter internacional da operação, distinguindo claramente SEÇÃO I
esta de outras finalidades; ou DO CONTROLADOR E DO OPERADOR
IX - quando necessário para atender as hipóteses previstas nos
incisos II, V e VI do art. 7º desta Lei. Art. 37. O controlador e o operador devem manter registro das
Parágrafo único. Para os fins do inciso I deste artigo, as pessoas operações de tratamento de dados pessoais que realizarem, espe-
jurídicas de direito público referidas no parágrafo único do art. 1º cialmente quando baseado no legítimo interesse.
da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Infor- Art. 38. A autoridade nacional poderá determinar ao contro-
mação) , no âmbito de suas competências legais, e responsáveis, lador que elabore relatório de impacto à proteção de dados pes-
no âmbito de suas atividades, poderão requerer à autoridade na- soais, inclusive de dados sensíveis, referente a suas operações de
cional a avaliação do nível de proteção a dados pessoais conferido tratamento de dados, nos termos de regulamento, observados os
por país ou organismo internacional. segredos comercial e industrial.
Art. 34. O nível de proteção de dados do país estrangeiro ou do Parágrafo único. Observado o disposto no caput deste artigo, o
organismo internacional mencionado no inciso I do caput do art. relatório deverá conter, no mínimo, a descrição dos tipos de dados
33 desta Lei será avaliado pela autoridade nacional, que levará em coletados, a metodologia utilizada para a coleta e para a garantia
consideração: da segurança das informações e a análise do controlador com re-
I - as normas gerais e setoriais da legislação em vigor no país de lação a medidas, salvaguardas e mecanismos de mitigação de risco
destino ou no organismo internacional; adotados.
II - a natureza dos dados; Art. 39. O operador deverá realizar o tratamento segundo as
III - a observância dos princípios gerais de proteção de dados instruções fornecidas pelo controlador, que verificará a observância
pessoais e direitos dos titulares previstos nesta Lei; das próprias instruções e das normas sobre a matéria.
IV - a adoção de medidas de segurança previstas em regula- Art. 40. A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões de
mento; interoperabilidade para fins de portabilidade, livre acesso aos da-
V - a existência de garantias judiciais e institucionais para o res- dos e segurança, assim como sobre o tempo de guarda dos regis-
peito aos direitos de proteção de dados pessoais; e tros, tendo em vista especialmente a necessidade e a transparência.
VI - outras circunstâncias específicas relativas à transferência.
Art. 35. A definição do conteúdo de cláusulas-padrão contra-
tuais, bem como a verificação de cláusulas contratuais específicas
para uma determinada transferência, normas corporativas globais
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SEÇÃO II soais que lhes é atribuído, não houve violação à legislação de pro-
DO ENCARREGADO PELO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS teção de dados; ou
III - que o dano é decorrente de culpa exclusiva do titular dos
Art. 41. O controlador deverá indicar encarregado pelo trata- dados ou de terceiro.
mento de dados pessoais. Art. 44. O tratamento de dados pessoais será irregular quando
§1º A identidade e as informações de contato do encarrega- deixar de observar a legislação ou quando não fornecer a segurança
do deverão ser divulgadas publicamente, de forma clara e objetiva, que o titular dele pode esperar, consideradas as circunstâncias rele-
preferencialmente no sítio eletrônico do controlador. vantes, entre as quais:
§2º As atividades do encarregado consistem em: I - o modo pelo qual é realizado;
I - aceitar reclamações e comunicações dos titulares, prestar II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
esclarecimentos e adotar providências; III - as técnicas de tratamento de dados pessoais disponíveis à
II - receber comunicações da autoridade nacional e adotar pro- época em que foi realizado.
vidências; Parágrafo único. Responde pelos danos decorrentes da viola-
III - orientar os funcionários e os contratados da entidade a res- ção da segurança dos dados o controlador ou o operador que, ao
peito das práticas a serem tomadas em relação à proteção de dados deixar de adotar as medidas de segurança previstas no art. 46 desta
pessoais; e Lei, der causa ao dano.
IV - executar as demais atribuições determinadas pelo contro- Art. 45. As hipóteses de violação do direito do titular no âmbito
lador ou estabelecidas em normas complementares. das relações de consumo permanecem sujeitas às regras de respon-
§3º A autoridade nacional poderá estabelecer normas comple- sabilidade previstas na legislação pertinente.
mentares sobre a definição e as atribuições do encarregado, inclusi-
ve hipóteses de dispensa da necessidade de sua indicação, confor- CAPÍTULO VII
me a natureza e o porte da entidade ou o volume de operações de DA SEGURANÇA E DAS BOAS PRÁTICAS
tratamento de dados.
§4º (VETADO).(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência SEÇÃO I
DA SEGURANÇA E DO SIGILO DE DADOS
SEÇÃO III
DA RESPONSABILIDADE E DO RESSARCIMENTO DE DANOS Art. 46. Os agentes de tratamento devem adotar medidas de
segurança, técnicas e administrativas aptas a proteger os dados
Art. 42. O controlador ou o operador que, em razão do exercí- pessoais de acessos não autorizados e de situações acidentais ou
cio de atividade de tratamento de dados pessoais, causar a outrem ilícitas de destruição, perda, alteração, comunicação ou qualquer
dano patrimonial, moral, individual ou coletivo, em violação à legis- forma de tratamento inadequado ou ilícito.
lação de proteção de dados pessoais, é obrigado a repará-lo. §1º A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões técni-
§1º A fim de assegurar a efetiva indenização ao titular dos da- cos mínimos para tornar aplicável o disposto no caput deste artigo,
dos: considerados a natureza das informações tratadas, as característi-
I - o operador responde solidariamente pelos danos causados cas específicas do tratamento e o estado atual da tecnologia, es-
pelo tratamento quando descumprir as obrigações da legislação de pecialmente no caso de dados pessoais sensíveis, assim como os
proteção de dados ou quando não tiver seguido as instruções lícitas princípios previstos no caput do art. 6º desta Lei.
do controlador, hipótese em que o operador equipara-se ao con- §2º As medidas de que trata o caput deste artigo deverão ser
trolador, salvo nos casos de exclusão previstos no art. 43 desta Lei; observadas desde a fase de concepção do produto ou do serviço até
II - os controladores que estiverem diretamente envolvidos no a sua execução.
tratamento do qual decorreram danos ao titular dos dados respon- Art. 47. Os agentes de tratamento ou qualquer outra pessoa
dem solidariamente, salvo nos casos de exclusão previstos no art. que intervenha em uma das fases do tratamento obriga-se a ga-
43 desta Lei. rantir a segurança da informação prevista nesta Lei em relação aos
§2º O juiz, no processo civil, poderá inverter o ônus da prova dados pessoais, mesmo após o seu término.
a favor do titular dos dados quando, a seu juízo, for verossímil a Art. 48. O controlador deverá comunicar à autoridade nacional
alegação, houver hipossuficiência para fins de produção de prova e ao titular a ocorrência de incidente de segurança que possa acar-
ou quando a produção de prova pelo titular resultar-lhe excessiva- retar risco ou dano relevante aos titulares.
mente onerosa. §1º A comunicação será feita em prazo razoável, conforme de-
§3º As ações de reparação por danos coletivos que tenham por finido pela autoridade nacional, e deverá mencionar, no mínimo:
objeto a responsabilização nos termos do caput deste artigo podem I - a descrição da natureza dos dados pessoais afetados;
ser exercidas coletivamente em juízo, observado o disposto na le- II - as informações sobre os titulares envolvidos;
gislação pertinente. III - a indicação das medidas técnicas e de segurança utilizadas
§4º Aquele que reparar o dano ao titular tem direito de regres- para a proteção dos dados, observados os segredos comercial e in-
so contra os demais responsáveis, na medida de sua participação dustrial;
no evento danoso. IV - os riscos relacionados ao incidente;
Art. 43. Os agentes de tratamento só não serão responsabiliza- V - os motivos da demora, no caso de a comunicação não ter
dos quando provarem: sido imediata; e
I - que não realizaram o tratamento de dados pessoais que lhes VI - as medidas que foram ou que serão adotadas para reverter
é atribuído; ou mitigar os efeitos do prejuízo.
II - que, embora tenham realizado o tratamento de dados pes- §2º A autoridade nacional verificará a gravidade do incidente
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e poderá, caso necessário para a salvaguarda dos direitos dos ti- obtidas a partir de monitoramento contínuo e avaliações periódi-
tulares, determinar ao controlador a adoção de providências, tais cas;
como: II - demonstrar a efetividade de seu programa de governança
I - ampla divulgação do fato em meios de comunicação; e em privacidade quando apropriado e, em especial, a pedido da au-
II - medidas para reverter ou mitigar os efeitos do incidente. toridade nacional ou de outra entidade responsável por promover o
§3º No juízo de gravidade do incidente, será avaliada eventual cumprimento de boas práticas ou códigos de conduta, os quais, de
comprovação de que foram adotadas medidas técnicas adequadas forma independente, promovam o cumprimento desta Lei.
que tornem os dados pessoais afetados ininteligíveis, no âmbito e §3º As regras de boas práticas e de governança deverão ser pu-
nos limites técnicos de seus serviços, para terceiros não autorizados blicadas e atualizadas periodicamente e poderão ser reconhecidas
a acessá-los. e divulgadas pela autoridade nacional.
Art. 49. Os sistemas utilizados para o tratamento de dados Art. 51. A autoridade nacional estimulará a adoção de padrões
pessoais devem ser estruturados de forma a atender aos requisitos técnicos que facilitem o controle pelos titulares dos seus dados pes-
de segurança, aos padrões de boas práticas e de governança e aos soais.
princípios gerais previstos nesta Lei e às demais normas regulamen-
tares. CAPÍTULO VIII
DA FISCALIZAÇÃO
SEÇÃO II
DAS BOAS PRÁTICAS E DA GOVERNANÇA SEÇÃO I
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
Art. 50. Os controladores e operadores, no âmbito de suas
competências, pelo tratamento de dados pessoais, individualmente Art. 52. Os agentes de tratamento de dados, em razão das in-
ou por meio de associações, poderão formular regras de boas práti- frações cometidas às normas previstas nesta Lei, ficam sujeitos às
cas e de governança que estabeleçam as condições de organização, seguintes sanções administrativas aplicáveis pela autoridade nacio-
o regime de funcionamento, os procedimentos, incluindo reclama- nal: (Vigência)
ções e petições de titulares, as normas de segurança, os padrões I - advertência, com indicação de prazo para adoção de medi-
técnicos, as obrigações específicas para os diversos envolvidos no das corretivas;
tratamento, as ações educativas, os mecanismos internos de super- II - multa simples, de até 2% (dois por cento) do faturamento da
visão e de mitigação de riscos e outros aspectos relacionados ao pessoa jurídica de direito privado, grupo ou conglomerado no Brasil
tratamento de dados pessoais. no seu último exercício, excluídos os tributos, limitada, no total, a
§1º Ao estabelecer regras de boas práticas, o controlador e o R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais) por infração;
operador levarão em consideração, em relação ao tratamento e aos III - multa diária, observado o limite total a que se refere o in-
dados, a natureza, o escopo, a finalidade e a probabilidade e a gra- ciso II;
vidade dos riscos e dos benefícios decorrentes de tratamento de IV - publicização da infração após devidamente apurada e con-
dados do titular. firmada a sua ocorrência;
§2º Na aplicação dos princípios indicados nos incisos VII e VIII V - bloqueio dos dados pessoais a que se refere a infração até
do caput do art. 6º desta Lei, o controlador, observados a estrutura, a sua regularização;
a escala e o volume de suas operações, bem como a sensibilidade VI - eliminação dos dados pessoais a que se refere a infração;
dos dados tratados e a probabilidade e a gravidade dos danos para VII - (VETADO);
os titulares dos dados, poderá: VIII - (VETADO);
I - implementar programa de governança em privacidade que, IX - (VETADO).
no mínimo: X - suspensão parcial do funcionamento do banco de dados a
a) demonstre o comprometimento do controlador em adotar que se refere a infração pelo período máximo de 6 (seis) meses,
processos e políticas internas que assegurem o cumprimento, de prorrogável por igual período, até a regularização da atividade de
forma abrangente, de normas e boas práticas relativas à proteção tratamento pelo controlador; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
de dados pessoais; XI - suspensão do exercício da atividade de tratamento dos da-
b) seja aplicável a todo o conjunto de dados pessoais que este- dos pessoais a que se refere a infração pelo período máximo de
jam sob seu controle, independentemente do modo como se reali- 6 (seis) meses, prorrogável por igual período; (Incluído pela Lei nº
zou sua coleta; 13.853, de 2019)
c) seja adaptado à estrutura, à escala e ao volume de suas ope- XII - proibição parcial ou total do exercício de atividades relacio-
rações, bem como à sensibilidade dos dados tratados; nadas a tratamento de dados. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
d) estabeleça políticas e salvaguardas adequadas com base em §1º As sanções serão aplicadas após procedimento administra-
processo de avaliação sistemática de impactos e riscos à privacida- tivo que possibilite a oportunidade da ampla defesa, de forma gra-
de; dativa, isolada ou cumulativa, de acordo com as peculiaridades do
e) tenha o objetivo de estabelecer relação de confiança com o caso concreto e considerados os seguintes parâmetros e critérios:
titular, por meio de atuação transparente e que assegure mecanis- I - a gravidade e a natureza das infrações e dos direitos pessoais
mos de participação do titular; afetados;
f) esteja integrado a sua estrutura geral de governança e esta- II - a boa-fé do infrator;
beleça e aplique mecanismos de supervisão internos e externos; III - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator;
g) conte com planos de resposta a incidentes e remediação; e IV - a condição econômica do infrator;
h) seja atualizado constantemente com base em informações V - a reincidência;
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VI - o grau do dano; ou prejuízo causado e ser fundamentado pela autoridade nacional.


VII - a cooperação do infrator; (Vigência)
VIII - a adoção reiterada e demonstrada de mecanismos e pro- Parágrafo único. A intimação da sanção de multa diária deverá
cedimentos internos capazes de minimizar o dano, voltados ao conter, no mínimo, a descrição da obrigação imposta, o prazo razo-
tratamento seguro e adequado de dados, em consonância com o ável e estipulado pelo órgão para o seu cumprimento e o valor da
disposto no inciso II do §2º do art. 48 desta Lei; multa diária a ser aplicada pelo seu descumprimento.
IX - a adoção de política de boas práticas e governança;
X - a pronta adoção de medidas corretivas; e CAPÍTULO IX
XI - a proporcionalidade entre a gravidade da falta e a intensi- DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (ANPD)
dade da sanção. E DO CONSELHO NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS PESSO-
§2º O disposto neste artigo não substitui a aplicação de san- AIS E DA PRIVACIDADE
ções administrativas, civis ou penais definidas na Lei nº 8.078, de
11 de setembro de 1990, e em legislação específica. (Redação dada SEÇÃO I
pela Lei nº 13.853, de 2019) DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (ANPD)
§3º O disposto nos incisos I, IV, V, VI, X, XI e XII do caput deste
artigo poderá ser aplicado às entidades e aos órgãos públicos, sem Art. 55. (VETADO).
prejuízo do disposto na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, Art. 55-A. Fica criada a Autoridade Nacional de Proteção de Da-
na Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, e na Lei nº 12.527, de 18 de dos (ANPD), autarquia de natureza especial, dotada de autonomia
novembro de 2011. (Promulgação partes vetadas) técnica e decisória, com patrimônio próprio e com sede e foro no
§4º No cálculo do valor da multa de que trata o inciso II do Distrito Federal. (Redação dada pela Lei nº 14.460, de 2022)
caput deste artigo, a autoridade nacional poderá considerar o fa- §1º (Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022)
turamento total da empresa ou grupo de empresas, quando não §2º(Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022)
dispuser do valor do faturamento no ramo de atividade empresarial §3º (Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022)
em que ocorreu a infração, definido pela autoridade nacional, ou Art. 55-B. (Revogado pela Lei nº 14.460, de 2022)
quando o valor for apresentado de forma incompleta ou não for Art. 55-C. A ANPD é composta de: (Incluído pela Lei nº 13.853,
demonstrado de forma inequívoca e idônea. de 2019)
§5º O produto da arrecadação das multas aplicadas pela ANPD, I - Conselho Diretor, órgão máximo de direção; (Incluído pela
inscritas ou não em dívida ativa, será destinado ao Fundo de Defesa Lei nº 13.853, de 2019)
de Direitos Difusos de que tratam o art. 13 da Lei nº 7.347, de 24 de II - Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Pri-
julho de 1985, e a Lei nº 9.008, de 21 de março de 1995. (Incluído vacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
pela Lei nº 13.853, de 2019) III - Corregedoria; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
§6º As sanções previstas nos incisos X, XI e XII do caput deste IV - Ouvidoria; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
artigo serão aplicadas: (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) V - (revogado);(Redação dada pela Lei nº 14.460, de 2022)
I - somente após já ter sido imposta ao menos 1 (uma) das san- V-A - Procuradoria; e(Incluído pela Lei nº 14.460, de 2022)
ções de que tratam os incisos II, III, IV, V e VI do caput deste arti- VI - unidades administrativas e unidades especializadas neces-
go para o mesmo caso concreto; e (Incluído pela Lei nº 13.853, de sárias à aplicação do disposto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.853,
2019) de 2019)
II - em caso de controladores submetidos a outros órgãos e Art. 55-D. O Conselho Diretor da ANPD será composto de 5
entidades com competências sancionatórias, ouvidos esses órgãos. (cinco) diretores, incluído o Diretor-Presidente. (Incluído pela Lei nº
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) 13.853, de 2019)
§7º Os vazamentos individuais ou os acessos não autorizados §1º Os membros do Conselho Diretor da ANPD serão escolhi-
de que trata o caput do art. 46 desta Lei poderão ser objeto de con- dos pelo Presidente da República e por ele nomeados, após apro-
ciliação direta entre controlador e titular e, caso não haja acordo, o vação pelo Senado Federal, nos termos da alínea ‘f’ do inciso III do
controlador estará sujeito à aplicação das penalidades de que trata art. 52 da Constituição Federal, e ocuparão cargo em comissão do
este artigo. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, no mínimo, de
Art. 53. A autoridade nacional definirá, por meio de regulamen- nível 5. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
to próprio sobre sanções administrativas a infrações a esta Lei, que §2º Os membros do Conselho Diretor serão escolhidos dentre
deverá ser objeto de consulta pública, as metodologias que orienta- brasileiros que tenham reputação ilibada, nível superior de educa-
rão o cálculo do valor-base das sanções de multa. (Vigência) ção e elevado conceito no campo de especialidade dos cargos para
§1º As metodologias a que se refere o caput deste artigo de- os quais serão nomeados. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
vem ser previamente publicadas, para ciência dos agentes de trata- §3º O mandato dos membros do Conselho Diretor será de 4
mento, e devem apresentar objetivamente as formas e dosimetrias (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
para o cálculo do valor-base das sanções de multa, que deverão §4º Os mandatos dos primeiros membros do Conselho Diretor
conter fundamentação detalhada de todos os seus elementos, de- nomeados serão de 2 (dois), de 3 (três), de 4 (quatro), de 5 (cinco)
monstrando a observância dos critérios previstos nesta Lei. e de 6 (seis) anos, conforme estabelecido no ato de nomeação. (In-
§2º O regulamento de sanções e metodologias corresponden- cluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
tes deve estabelecer as circunstâncias e as condições para a adoção §5º Na hipótese de vacância do cargo no curso do mandato de
de multa simples ou diária. membro do Conselho Diretor, o prazo remanescente será completa-
Art. 54. O valor da sanção de multa diária aplicável às infrações do pelo sucessor. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
a esta Lei deve observar a gravidade da falta e a extensão do dano Art. 55-E. Os membros do Conselho Diretor somente perderão
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LEGISLAÇÃO

seus cargos em virtude de renúncia, condenação judicial transitada pessoais, os quais deverão levar em consideração as especificida-
em julgado ou pena de demissão decorrente de processo adminis- des das atividades e o porte dos responsáveis; (Incluído pela Lei nº
trativo disciplinar.(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) 13.853, de 2019)
§1º Nos termos do caput deste artigo, cabe ao Ministro de IX - promover ações de cooperação com autoridades de prote-
Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República instaurar o ção de dados pessoais de outros países, de natureza internacional
processo administrativo disciplinar, que será conduzido por comis- ou transnacional; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
são especial constituída por servidores públicos federais estáveis. X - dispor sobre as formas de publicidade das operações de tra-
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) tamento de dados pessoais, respeitados os segredos comercial e
§2º Compete ao Presidente da República determinar o afasta- industrial; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
mento preventivo, somente quando assim recomendado pela co- XI - solicitar, a qualquer momento, às entidades do poder pú-
missão especial de que trata o §1º deste artigo, e proferir o julga- blico que realizem operações de tratamento de dados pessoais in-
mento. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) forme específico sobre o âmbito, a natureza dos dados e os demais
Art. 55-F. Aplica-se aos membros do Conselho Diretor, após o detalhes do tratamento realizado, com a possibilidade de emitir pa-
exercício do cargo, o disposto no art. 6º da Lei nº 12.813, de 16 de recer técnico complementar para garantir o cumprimento desta Lei;
maio de 2013. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Parágrafo único. A infração ao disposto no caput deste artigo XII - elaborar relatórios de gestão anuais acerca de suas ativida-
caracteriza ato de improbidade administrativa. (Incluído pela Lei nº des; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
13.853, de 2019) XIII - editar regulamentos e procedimentos sobre proteção de
Art. 55-G. Ato do Presidente da República disporá sobre a es- dados pessoais e privacidade, bem como sobre relatórios de impac-
trutura regimental da ANPD. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) to à proteção de dados pessoais para os casos em que o tratamento
§1º Até a data de entrada em vigor de sua estrutura regimen- representar alto risco à garantia dos princípios gerais de proteção
tal, a ANPD receberá o apoio técnico e administrativo da Casa Civil de dados pessoais previstos nesta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853,
da Presidência da República para o exercício de suas atividades. (In- de 2019)
cluído pela Lei nº 13.853, de 2019) XIV - ouvir os agentes de tratamento e a sociedade em matérias
§2º O Conselho Diretor disporá sobre o regimento interno da de interesse relevante e prestar contas sobre suas atividades e pla-
ANPD. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) nejamento; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Art. 55-H. Os cargos em comissão e as funções de confiança da XV - arrecadar e aplicar suas receitas e publicar, no relatório de
ANPD serão remanejados de outros órgãos e entidades do Poder gestão a que se refere o inciso XII do caput deste artigo, o detalha-
Executivo federal. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) mento de suas receitas e despesas; (Incluído pela Lei nº 13.853, de
Art. 55-I. Os ocupantes dos cargos em comissão e das funções 2019)
de confiança da ANPD serão indicados pelo Conselho Diretor e no- XVI - realizar auditorias, ou determinar sua realização, no âm-
meados ou designados pelo Diretor-Presidente. (Incluído pela Lei bito da atividade de fiscalização de que trata o inciso IV e com a
nº 13.853, de 2019) devida observância do disposto no inciso II do caput deste artigo,
Art. 55-J. Compete à ANPD: (Incluído pela Lei nº 13.853, de sobre o tratamento de dados pessoais efetuado pelos agentes de
2019) tratamento, incluído o poder público; (Incluído pela Lei nº 13.853,
I - zelar pela proteção dos dados pessoais, nos termos da legis- de 2019)
lação; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) XVII - celebrar, a qualquer momento, compromisso com agen-
II - zelar pela observância dos segredos comercial e industrial, tes de tratamento para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou
observada a proteção de dados pessoais e do sigilo das informações situação contenciosa no âmbito de processos administrativos, de
quando protegido por lei ou quando a quebra do sigilo violar os fun- acordo com o previsto no Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro
damentos do art. 2º desta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) de 1942; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
III - elaborar diretrizes para a Política Nacional de Proteção de XVIII - editar normas, orientações e procedimentos simplifi-
Dados Pessoais e da Privacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de cados e diferenciados, inclusive quanto aos prazos, para que mi-
2019) croempresas e empresas de pequeno porte, bem como iniciativas
IV - fiscalizar e aplicar sanções em caso de tratamento de dados empresariais de caráter incremental ou disruptivo que se autode-
realizado em descumprimento à legislação, mediante processo ad- clarem startups ou empresas de inovação, possam adequar-se a
ministrativo que assegure o contraditório, a ampla defesa e o direi- esta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
to de recurso; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) XIX - garantir que o tratamento de dados de idosos seja efetu-
V - apreciar petições de titular contra controlador após com- ado de maneira simples, clara, acessível e adequada ao seu enten-
provada pelo titular a apresentação de reclamação ao controlador dimento, nos termos desta Lei e da Lei nº 10.741, de 1º de outubro
não solucionada no prazo estabelecido em regulamentação; (Inclu- de 2003 (Estatuto do Idoso); (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
ído pela Lei nº 13.853, de 2019) XX - deliberar, na esfera administrativa, em caráter terminativo,
VI - promover na população o conhecimento das normas e das sobre a interpretação desta Lei, as suas competências e os casos
políticas públicas sobre proteção de dados pessoais e das medidas omissos; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
de segurança; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) XXI - comunicar às autoridades competentes as infrações pe-
VII - promover e elaborar estudos sobre as práticas nacionais e nais das quais tiver conhecimento; (Incluído pela Lei nº 13.853, de
internacionais de proteção de dados pessoais e privacidade; (Inclu- 2019)
ído pela Lei nº 13.853, de 2019) XXII - comunicar aos órgãos de controle interno o descumpri-
VIII - estimular a adoção de padrões para serviços e produtos mento do disposto nesta Lei por órgãos e entidades da administra-
que facilitem o exercício de controle dos titulares sobre seus dados ção pública federal; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
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LEGISLAÇÃO

XXIII - articular-se com as autoridades reguladoras públicas IV - os valores apurados em aplicações no mercado financeiro
para exercer suas competências em setores específicos de ativida- das receitas previstas neste artigo; (Incluído pela Lei nº 13.853, de
des econômicas e governamentais sujeitas à regulação; e(Incluído 2019)
pela Lei nº 13.853, de 2019) V - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
XXIV - implementar mecanismos simplificados, inclusive por VI - os recursos provenientes de acordos, convênios ou con-
meio eletrônico, para o registro de reclamações sobre o tratamento tratos celebrados com entidades, organismos ou empresas, públi-
de dados pessoais em desconformidade com esta Lei. (Incluído pela cos ou privados, nacionais ou internacionais; (Incluído pela Lei nº
Lei nº 13.853, de 2019) 13.853, de 2019)
§1º Ao impor condicionantes administrativas ao tratamento de VII - o produto da venda de publicações, material técnico, da-
dados pessoais por agente de tratamento privado, sejam eles limi- dos e informações, inclusive para fins de licitação pública. (Incluído
tes, encargos ou sujeições, a ANPD deve observar a exigência de mí- pela Lei nº 13.853, de 2019)
nima intervenção, assegurados os fundamentos, os princípios e os Art. 55-M. Constituem o patrimônio da ANPD os bens e os di-
direitos dos titulares previstos no art. 170 da Constituição Federal e reitos: (Incluído pela Lei nº 14.460, de 2022)
nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) I - que lhe forem transferidos pelos órgãos da Presidência da
§2º Os regulamentos e as normas editados pela ANPD devem República; e (Incluído pela Lei nº 14.460, de 2022)
ser precedidos de consulta e audiência públicas, bem como de aná- II - que venha a adquirir ou a incorporar. (Incluído pela Lei nº
lises de impacto regulatório.(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) 14.460, de 2022)
§3º A ANPD e os órgãos e entidades públicos responsáveis pela Art. 56. (VETADO).
regulação de setores específicos da atividade econômica e gover- Art. 5 7. (VETADO).
namental devem coordenar suas atividades, nas correspondentes
esferas de atuação, com vistas a assegurar o cumprimento de suas SEÇÃO II
atribuições com a maior eficiência e promover o adequado funcio- DO CONSELHO NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS PESSO-
namento dos setores regulados, conforme legislação específica, e o AIS E DA PRIVACIDADE
tratamento de dados pessoais, na forma desta Lei. (Incluído pela Lei
nº 13.853, de 2019) Art. 58. (VETADO).
§4º A ANPD manterá fórum permanente de comunicação, in- Art. 58-A. O Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais
clusive por meio de cooperação técnica, com órgãos e entidades e da Privacidade será composto de 23 (vinte e três) representan-
da administração pública responsáveis pela regulação de setores tes, titulares e suplentes, dos seguintes órgãos:(Incluído pela Lei nº
específicos da atividade econômica e governamental, a fim de faci- 13.853, de 2019)
litar as competências regulatória, fiscalizatória e punitiva da ANPD. I - 5 (cinco) do Poder Executivo federal; (Incluído pela Lei nº
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) 13.853, de 2019)
§5º No exercício das competências de que trata o caput deste II - 1 (um) do Senado Federal;(Incluído pela Lei nº 13.853, de
artigo, a autoridade competente deverá zelar pela preservação do 2019)
segredo empresarial e do sigilo das informações, nos termos da lei. III - 1 (um) da Câmara dos Deputados; (Incluído pela Lei nº
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) 13.853, de 2019)
§6º As reclamações colhidas conforme o disposto no inciso V IV - 1 (um) do Conselho Nacional de Justiça;(Incluído pela Lei
do caput deste artigo poderão ser analisadas de forma agregada, e nº 13.853, de 2019)
as eventuais providências delas decorrentes poderão ser adotadas V - 1 (um) do Conselho Nacional do Ministério Público; (Incluí-
de forma padronizada. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) do pela Lei nº 13.853, de 2019)
Art. 55-K. A aplicação das sanções previstas nesta Lei compe- VI - 1 (um) do Comitê Gestor da Internet no Brasil; (Incluído
te exclusivamente à ANPD, e suas competências prevalecerão, no pela Lei nº 13.853, de 2019)
que se refere à proteção de dados pessoais, sobre as competências VII - 3 (três) de entidades da sociedade civil com atuação rela-
correlatas de outras entidades ou órgãos da administração pública. cionada a proteção de dados pessoais; (Incluído pela Lei nº 13.853,
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) de 2019)
Parágrafo único. A ANPD articulará sua atuação com outros VIII - 3 (três) de instituições científicas, tecnológicas e de inova-
órgãos e entidades com competências sancionatórias e normativas ção; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
afetas ao tema de proteção de dados pessoais e será o órgão cen- IX - 3 (três) de confederações sindicais representativas das
tral de interpretação desta Lei e do estabelecimento de normas e categorias econômicas do setor produtivo; (Incluído pela Lei nº
diretrizes para a sua implementação. (Incluído pela Lei nº 13.853, 13.853, de 2019)
de 2019) X - 2 (dois) de entidades representativas do setor empresarial
Art. 55-L. Constituem receitas da ANPD: (Incluído pela Lei nº relacionado à área de tratamento de dados pessoais; e (Incluído
13.853, de 2019) pela Lei nº 13.853, de 2019)
I - as dotações, consignadas no orçamento geral da União, os XI - 2 (dois) de entidades representativas do setor laboral. (In-
créditos especiais, os créditos adicionais, as transferências e os re- cluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
passes que lhe forem conferidos; (Incluído pela Lei nº 13.853, de §1º Os representantes serão designados por ato do Presidente
2019) da República, permitida a delegação. (Incluído pela Lei nº 13.853,
II - as doações, os legados, as subvenções e outros recursos que de 2019)
lhe forem destinados; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) §2º Os representantes de que tratam os incisos I, II, III, IV, V e
III - os valores apurados na venda ou aluguel de bens móveis e VI do caput deste artigo e seus suplentes serão indicados pelos titu-
imóveis de sua propriedade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) lares dos respectivos órgãos e entidades da administração pública.
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LEGISLAÇÃO

(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) dados tratados pela União para o cumprimento do disposto no §2º
§3º Os representantes de que tratam os incisos VII, VIII, IX, X do art. 9º da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Dire-
e XI do caput deste artigo e seus suplentes: (Incluído pela Lei nº trizes e Bases da Educação Nacional) , e aos referentes ao Sistema
13.853, de 2019) Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), de que trata a
I - serão indicados na forma de regulamento; (Incluído pela Lei Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004 .
nº 13.853, de 2019) Art. 63. A autoridade nacional estabelecerá normas sobre a
II - não poderão ser membros do Comitê Gestor da Internet no adequação progressiva de bancos de dados constituídos até a data
Brasil; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) de entrada em vigor desta Lei, consideradas a complexidade das
III - terão mandato de 2 (dois) anos, permitida 1 (uma) recon- operações de tratamento e a natureza dos dados.
dução. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Art. 64. Os direitos e princípios expressos nesta Lei não excluem
§4º A participação no Conselho Nacional de Proteção de Dados outros previstos no ordenamento jurídico pátrio relacionados à ma-
Pessoais e da Privacidade será considerada prestação de serviço pú- téria ou nos tratados internacionais em que a República Federativa
blico relevante, não remunerada. (Incluído pela Lei nº 13.853, de do Brasil seja parte.
2019) Art. 65. Esta Lei entra em vigor: (Redação dada pela Lei nº
Art. 58-B. Compete ao Conselho Nacional de Proteção de Da- 13.853, de 2019)
dos Pessoais e da Privacidade: (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) I - dia 28 de dezembro de 2018, quanto aos arts. 55-A, 55-B, 55-
I - propor diretrizes estratégicas e fornecer subsídios para a ela- C, 55-D, 55-E, 55-F, 55-G, 55-H, 55-I, 55-J, 55-K, 55-L, 58-A e 58-B; e
boração da Política Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Privacidade e para a atuação da ANPD; (Incluído pela Lei nº 13.853, I-A – dia 1º de agosto de 2021, quanto aos arts. 52, 53 e 54;
de 2019) (Incluído pela Lei nº 14.010, de 2020)
II - elaborar relatórios anuais de avaliação da execução das II - 24 (vinte e quatro) meses após a data de sua publicação,
ações da Política Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Pri- quanto aos demais artigos. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
vacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Brasília , 14 de agosto de 2018; 197º da Independência e 130º
III - sugerir ações a serem realizadas pela ANPD; (Incluído pela da República.
Lei nº 13.853, de 2019)
IV - elaborar estudos e realizar debates e audiências públicas
sobre a proteção de dados pessoais e da privacidade; e (Incluído LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO (LEI FEDERAL N°
pela Lei nº 13.853, de 2019) 12.527/2011 E DECRETO MUNICIPAL N° 53.623/2012)
V - disseminar o conhecimento sobre a proteção de dados pes-
soais e da privacidade à população. (Incluído pela Lei nº 13.853, de
2019) LEI Nº 12.527, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2011.
Art. 59. (VETADO).
Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art.
CAPÍTULO X 5º , no inciso II do §3º do art. 37 e no §2º do art. 216 da Constituição
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS Federal; altera a Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990; revoga a
Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos da Lei nº 8.159,
Art. 60. A Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014 (Marco Civil da de 8 de janeiro de 1991; e dá outras providências.
Internet) , passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 7º .................................................................. A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
....................................................................................... cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
X - exclusão definitiva dos dados pessoais que tiver fornecido a
determinada aplicação de internet, a seu requerimento, ao térmi- CAPÍTULO I
no da relação entre as partes, ressalvadas as hipóteses de guarda DISPOSIÇÕES GERAIS
obrigatória de registros previstas nesta Lei e na que dispõe sobre a
proteção de dados pessoais; Art. 1º Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem obser-
..............................................................................” (NR) vados pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, com o fim
“Art. 16. ................................................................. de garantir o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art.
....................................................................................... 5º , no inciso II do §3º do art. 37 e no §2º do art. 216 da Consti-
II - de dados pessoais que sejam excessivos em relação à finali- tuição Federal.
dade para a qual foi dado consentimento pelo seu titular, exceto nas Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei:
hipóteses previstas na Lei que dispõe sobre a proteção de dados I - os órgãos públicos integrantes da administração direta dos
pessoais.” (NR) Poderes Executivo, Legislativo, incluindo as Cortes de Contas, e Ju-
Art. 61. A empresa estrangeira será notificada e intimada de to- diciário e do Ministério Público;
dos os atos processuais previstos nesta Lei, independentemente de II - as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas,
procuração ou de disposição contratual ou estatutária, na pessoa as sociedades de economia mista e demais entidades controladas
do agente ou representante ou pessoa responsável por sua filial, direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Mu-
agência, sucursal, estabelecimento ou escritório instalado no Brasil. nicípios.
Art. 62. A autoridade nacional e o Instituto Nacional de Estudos Art. 2º Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, às
e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), no âmbito de suas entidades privadas sem fins lucrativos que recebam, para realiza-
competências, editarão regulamentos específicos para o acesso a ção de ações de interesse público, recursos públicos diretamente
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO

do orçamento ou mediante subvenções sociais, contrato de gestão, autenticidade e integridade; e


termo de parceria, convênios, acordo, ajustes ou outros instrumen- III - proteção da informação sigilosa e da informação pessoal,
tos congêneres. observada a sua disponibilidade, autenticidade, integridade e even-
Parágrafo único. A publicidade a que estão submetidas as en- tual restrição de acesso.
tidades citadas no caput refere-se à parcela dos recursos públicos Art. 7º O acesso à informação de que trata esta Lei compreen-
recebidos e à sua destinação, sem prejuízo das prestações de contas de, entre outros, os direitos de obter:
a que estejam legalmente obrigadas. I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de
Art. 3º Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a as- acesso, bem como sobre o local onde poderá ser encontrada ou
segurar o direito fundamental de acesso à informação e devem ser obtida a informação almejada;
executados em conformidade com os princípios básicos da adminis- II - informação contida em registros ou documentos, produ-
tração pública e com as seguintes diretrizes: zidos ou acumulados por seus órgãos ou entidades, recolhidos ou
I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo não a arquivos públicos;
como exceção; III - informação produzida ou custodiada por pessoa física ou
II - divulgação de informações de interesse público, indepen- entidade privada decorrente de qualquer vínculo com seus órgãos
dentemente de solicitações; ou entidades, mesmo que esse vínculo já tenha cessado;
III - utilização de meios de comunicação viabilizados pela tec- IV - informação primária, íntegra, autêntica e atualizada;
nologia da informação; V - informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e enti-
IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência dades, inclusive as relativas à sua política, organização e serviços;
na administração pública; VI - informação pertinente à administração do patrimônio pú-
V - desenvolvimento do controle social da administração pú- blico, utilização de recursos públicos, licitação, contratos adminis-
blica. trativos; e
Art. 4º Para os efeitos desta Lei, considera-se: VII - informação relativa:
I - informação: dados, processados ou não, que podem ser uti- a) à implementação, acompanhamento e resultados dos pro-
lizados para produção e transmissão de conhecimento, contidos em gramas, projetos e ações dos órgãos e entidades públicas, bem
qualquer meio, suporte ou formato; como metas e indicadores propostos;
II - documento: unidade de registro de informações, qualquer b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e tomadas
que seja o suporte ou formato; de contas realizadas pelos órgãos de controle interno e externo, in-
III - informação sigilosa: aquela submetida temporariamente cluindo prestações de contas relativas a exercícios anteriores.
à restrição de acesso público em razão de sua imprescindibilidade VIII – (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.345, de 2022)
para a segurança da sociedade e do Estado; §1º O acesso à informação previsto no caput não compreende
IV - informação pessoal: aquela relacionada à pessoa natural as informações referentes a projetos de pesquisa e desenvolvimen-
identificada ou identificável; to científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segu-
V - tratamento da informação: conjunto de ações referentes à rança da sociedade e do Estado.
produção, recepção, classificação, utilização, acesso, reprodução, §2º Quando não for autorizado acesso integral à informação
transporte, transmissão, distribuição, arquivamento, armazena- por ser ela parcialmente sigilosa, é assegurado o acesso à parte não
mento, eliminação, avaliação, destinação ou controle da informa- sigilosa por meio de certidão, extrato ou cópia com ocultação da
ção; parte sob sigilo.
VI - disponibilidade: qualidade da informação que pode ser co- §3º O direito de acesso aos documentos ou às informações ne-
nhecida e utilizada por indivíduos, equipamentos ou sistemas au- les contidas utilizados como fundamento da tomada de decisão e
torizados; do ato administrativo será assegurado com a edição do ato decisó-
VII - autenticidade: qualidade da informação que tenha sido rio respectivo.
produzida, expedida, recebida ou modificada por determinado in- §4º A negativa de acesso às informações objeto de pedido for-
divíduo, equipamento ou sistema; mulado aos órgãos e entidades referidas no art. 1º , quando não
VIII - integridade: qualidade da informação não modificada, in- fundamentada, sujeitará o responsável a medidas disciplinares, nos
clusive quanto à origem, trânsito e destino; termos do art. 32 desta Lei.
IX - primariedade: qualidade da informação coletada na fonte, §5º Informado do extravio da informação solicitada, poderá o
com o máximo de detalhamento possível, sem modificações. interessado requerer à autoridade competente a imediata abertura
Art. 5º É dever do Estado garantir o direito de acesso à infor- de sindicância para apurar o desaparecimento da respectiva docu-
mação, que será franqueada, mediante procedimentos objetivos e mentação.
ágeis, de forma transparente, clara e em linguagem de fácil com- §6º Verificada a hipótese prevista no §5º deste artigo, o res-
preensão. ponsável pela guarda da informação extraviada deverá, no prazo de
10 (dez) dias, justificar o fato e indicar testemunhas que compro-
CAPÍTULO II vem sua alegação.
DO ACESSO A INFORMAÇÕES E DA SUA DIVULGAÇÃO Art. 8º É dever dos órgãos e entidades públicas promover, in-
dependentemente de requerimentos, a divulgação em local de fácil
Art. 6º Cabe aos órgãos e entidades do poder público, observa- acesso, no âmbito de suas competências, de informações de inte-
das as normas e procedimentos específicos aplicáveis, assegurar a: resse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas.
I - gestão transparente da informação, propiciando amplo aces- §1º Na divulgação das informações a que se refere o caput, de-
so a ela e sua divulgação; verão constar, no mínimo:
II - proteção da informação, garantindo-se sua disponibilidade, I - registro das competências e estrutura organizacional, en-
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LEGISLAÇÃO

dereços e telefones das respectivas unidades e horários de atendi- CAPÍTULO III


mento ao público; DO PROCEDIMENTO DE ACESSO À INFORMAÇÃO
II - registros de quaisquer repasses ou transferências de recur-
sos financeiros; SEÇÃO I
III - registros das despesas; DO PEDIDO DE ACESSO
IV - informações concernentes a procedimentos licitatórios, in-
clusive os respectivos editais e resultados, bem como a todos os Art. 10. Qualquer interessado poderá apresentar pedido de
contratos celebrados; acesso a informações aos órgãos e entidades referidos no art. 1º
V - dados gerais para o acompanhamento de programas, ações, desta Lei, por qualquer meio legítimo, devendo o pedido conter a
projetos e obras de órgãos e entidades; e identificação do requerente e a especificação da informação reque-
VI - respostas a perguntas mais frequentes da sociedade. rida.
§2º Para cumprimento do disposto no caput, os órgãos e enti- §1º Para o acesso a informações de interesse público, a identi-
dades públicas deverão utilizar todos os meios e instrumentos legí- ficação do requerente não pode conter exigências que inviabilizem
timos de que dispuserem, sendo obrigatória a divulgação em sítios a solicitação.
oficiais da rede mundial de computadores (internet). §2º Os órgãos e entidades do poder público devem viabilizar
§3º Os sítios de que trata o §2º deverão, na forma de regula- alternativa de encaminhamento de pedidos de acesso por meio de
mento, atender, entre outros, aos seguintes requisitos: seus sítios oficiais na internet.
I - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita o §3º São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos
acesso à informação de forma objetiva, transparente, clara e em determinantes da solicitação de informações de interesse público.
linguagem de fácil compreensão; Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conce-
II - possibilitar a gravação de relatórios em diversos formatos der o acesso imediato à informação disponível.
eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais como plani- §1º Não sendo possível conceder o acesso imediato, na forma
lhas e texto, de modo a facilitar a análise das informações; disposta no caput, o órgão ou entidade que receber o pedido deve-
III - possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos rá, em prazo não superior a 20 (vinte) dias:
em formatos abertos, estruturados e legíveis por máquina; I - comunicar a data, local e modo para se realizar a consulta,
IV - divulgar em detalhes os formatos utilizados para estrutura- efetuar a reprodução ou obter a certidão;
ção da informação; II - indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total ou
V - garantir a autenticidade e a integridade das informações parcial, do acesso pretendido; ou
disponíveis para acesso; III - comunicar que não possui a informação, indicar, se for do
VI - manter atualizadas as informações disponíveis para acesso; seu conhecimento, o órgão ou a entidade que a detém, ou, ainda,
VII - indicar local e instruções que permitam ao interessado co- remeter o requerimento a esse órgão ou entidade, cientificando o
municar-se, por via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou entida- interessado da remessa de seu pedido de informação.
de detentora do sítio; e §2º O prazo referido no §1º poderá ser prorrogado por mais 10
VIII - adotar as medidas necessárias para garantir a acessibili- (dez) dias, mediante justificativa expressa, da qual será cientificado
dade de conteúdo para pessoas com deficiência, nos termos do art. o requerente.
17 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, e do art. 9º da §3º Sem prejuízo da segurança e da proteção das informações
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada e do cumprimento da legislação aplicável, o órgão ou entidade po-
pelo Decreto Legislativo nº 186, de 9 de julho de 2008. derá oferecer meios para que o próprio requerente possa pesquisar
§4º Os Municípios com população de até 10.000 (dez mil) ha- a informação de que necessitar.
bitantes ficam dispensados da divulgação obrigatória na internet a §4º Quando não for autorizado o acesso por se tratar de infor-
que se refere o §2º , mantida a obrigatoriedade de divulgação, em mação total ou parcialmente sigilosa, o requerente deverá ser infor-
tempo real, de informações relativas à execução orçamentária e fi- mado sobre a possibilidade de recurso, prazos e condições para sua
nanceira, nos critérios e prazos previstos no art. 73-B da Lei Com- interposição, devendo, ainda, ser-lhe indicada a autoridade compe-
plementar nº 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade tente para sua apreciação.
Fiscal). §5º A informação armazenada em formato digital será forneci-
Art. 9º O acesso a informações públicas será assegurado me- da nesse formato, caso haja anuência do requerente.
diante: §6º Caso a informação solicitada esteja disponível ao público
I - criação de serviço de informações ao cidadão, nos órgãos e em formato impresso, eletrônico ou em qualquer outro meio de
entidades do poder público, em local com condições apropriadas acesso universal, serão informados ao requerente, por escrito, o
para: lugar e a forma pela qual se poderá consultar, obter ou reproduzir
a) atender e orientar o público quanto ao acesso a informa- a referida informação, procedimento esse que desonerará o órgão
ções; ou entidade pública da obrigação de seu fornecimento direto, salvo
b) informar sobre a tramitação de documentos nas suas res- se o requerente declarar não dispor de meios para realizar por si
pectivas unidades; mesmo tais procedimentos.
c) protocolizar documentos e requerimentos de acesso a infor- Art. 12. O serviço de busca e fornecimento da informação é
mações; e gratuito, salvo nas hipóteses de reprodução de documentos pelo
II - realização de audiências ou consultas públicas, incentivo à órgão ou entidade pública consultada, situação em que poderá ser
participação popular ou a outras formas de divulgação. cobrado exclusivamente o valor necessário ao ressarcimento do
custo dos serviços e dos materiais utilizados. (Vide Lei nº 14.129,
de 2021) (Vigência)
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Parágrafo único. Estará isento de ressarcir os custos previstos nesta Lei.


no caput todo aquele cuja situação econômica não lhe permita fa- §3º Negado o acesso à informação pela Controladoria-Geral da
zê-lo sem prejuízo do sustento próprio ou da família, declarada nos União, poderá ser interposto recurso à Comissão Mista de Reavalia-
termos da Lei nº 7.115, de 29 de agosto de 1983. ção de Informações, a que se refere o art. 35.
Art. 12. O serviço de busca e de fornecimento de informação Art. 17. No caso de indeferimento de pedido de desclassifica-
é gratuito. (Redação dada pela Lei nº 14.129, de 2021) (Vigência) ção de informação protocolado em órgão da administração públi-
§1º O órgão ou a entidade poderá cobrar exclusivamente o va- ca federal, poderá o requerente recorrer ao Ministro de Estado da
lor necessário ao ressarcimento dos custos dos serviços e dos ma- área, sem prejuízo das competências da Comissão Mista de Reava-
teriais utilizados, quando o serviço de busca e de fornecimento da liação de Informações, previstas no art. 35, e do disposto no art. 16.
informação exigir reprodução de documentos pelo órgão ou pela §1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser diri-
entidade pública consultada. (Incluído pela Lei nº 14.129, de 2021) gido às autoridades mencionadas depois de submetido à aprecia-
(Vigência) ção de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior à
§2º Estará isento de ressarcir os custos previstos no §1º deste autoridade que exarou a decisão impugnada e, no caso das Forças
artigo aquele cuja situação econômica não lhe permita fazê-lo sem Armadas, ao respectivo Comando.
prejuízo do sustento próprio ou da família, declarada nos termos da §2º Indeferido o recurso previsto no caput que tenha como
Lei nº 7.115, de 29 de agosto de 1983. (Incluído pela Lei nº 14.129, objeto a desclassificação de informação secreta ou ultrassecreta,
de 2021) (Vigência) caberá recurso à Comissão Mista de Reavaliação de Informações
Art. 13. Quando se tratar de acesso à informação contida em prevista no art. 35.
documento cuja manipulação possa prejudicar sua integridade, de- Art. 18. Os procedimentos de revisão de decisões denegatórias
verá ser oferecida a consulta de cópia, com certificação de que esta proferidas no recurso previsto no art. 15 e de revisão de classifica-
confere com o original. ção de documentos sigilosos serão objeto de regulamentação pró-
Parágrafo único. Na impossibilidade de obtenção de cópias, o pria dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público, em
interessado poderá solicitar que, a suas expensas e sob supervisão seus respectivos âmbitos, assegurado ao solicitante, em qualquer
de servidor público, a reprodução seja feita por outro meio que não caso, o direito de ser informado sobre o andamento de seu pedido.
ponha em risco a conservação do documento original. Art. 19. (VETADO).
Art. 14. É direito do requerente obter o inteiro teor de decisão §1º (VETADO).
de negativa de acesso, por certidão ou cópia. §2º Os órgãos do Poder Judiciário e do Ministério Público infor-
marão ao Conselho Nacional de Justiça e ao Conselho Nacional do
SEÇÃO II Ministério Público, respectivamente, as decisões que, em grau de
DOS RECURSOS recurso, negarem acesso a informações de interesse público.
Art. 20. Aplica-se subsidiariamente, no que couber, a Lei nº
Art. 15. No caso de indeferimento de acesso a informações ou 9.784, de 29 de janeiro de 1999, ao procedimento de que trata
às razões da negativa do acesso, poderá o interessado interpor re- este Capítulo.
curso contra a decisão no prazo de 10 (dez) dias a contar da sua
ciência. CAPÍTULO IV
Parágrafo único. O recurso será dirigido à autoridade hierarqui- DAS RESTRIÇÕES DE ACESSO À INFORMAÇÃO
camente superior à que exarou a decisão impugnada, que deverá se
manifestar no prazo de 5 (cinco) dias. SEÇÃO I
Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou enti- DISPOSIÇÕES GERAIS
dades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à
Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) Art. 21. Não poderá ser negado acesso à informação necessária
dias se: à tutela judicial ou administrativa de direitos fundamentais.
I - o acesso à informação não classificada como sigilosa for ne- Parágrafo único. As informações ou documentos que versem
gado; sobre condutas que impliquem violação dos direitos humanos prati-
II - a decisão de negativa de acesso à informação total ou par- cada por agentes públicos ou a mando de autoridades públicas não
cialmente classificada como sigilosa não indicar a autoridade classi- poderão ser objeto de restrição de acesso.
ficadora ou a hierarquicamente superior a quem possa ser dirigido Art. 22. O disposto nesta Lei não exclui as demais hipóteses
pedido de acesso ou desclassificação; legais de sigilo e de segredo de justiça nem as hipóteses de segredo
III - os procedimentos de classificação de informação sigilosa industrial decorrentes da exploração direta de atividade econômi-
estabelecidos nesta Lei não tiverem sido observados; e ca pelo Estado ou por pessoa física ou entidade privada que tenha
IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou outros procedi- qualquer vínculo com o poder público.
mentos previstos nesta Lei.
§1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser diri- SEÇÃO II
gido à Controladoria-Geral da União depois de submetido à apre- DA CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO QUANTO AO GRAU E
ciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior PRAZOS DE SIGILO
àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo
de 5 (cinco) dias. Art. 23. São consideradas imprescindíveis à segurança da socie-
§2º Verificada a procedência das razões do recurso, a Contro- dade ou do Estado e, portanto, passíveis de classificação as infor-
ladoria-Geral da União determinará ao órgão ou entidade que ado- mações cuja divulgação ou acesso irrestrito possam:
te as providências necessárias para dar cumprimento ao disposto I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integrida-
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de do território nacional; §3º Regulamento disporá sobre procedimentos e medidas a se-


II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as rem adotados para o tratamento de informação sigilosa, de modo a
relações internacionais do País, ou as que tenham sido fornecidas protegê-la contra perda, alteração indevida, acesso, transmissão e
em caráter sigiloso por outros Estados e organismos internacionais; divulgação não autorizados.
III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população; Art. 26. As autoridades públicas adotarão as providências ne-
IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica cessárias para que o pessoal a elas subordinado hierarquicamente
ou monetária do País; conheça as normas e observe as medidas e procedimentos de segu-
V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégi- rança para tratamento de informações sigilosas.
cos das Forças Armadas; Parágrafo único. A pessoa física ou entidade privada que, em
VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desen- razão de qualquer vínculo com o poder público, executar atividades
volvimento científico ou tecnológico, assim como a sistemas, bens, de tratamento de informações sigilosas adotará as providências ne-
instalações ou áreas de interesse estratégico nacional; cessárias para que seus empregados, prepostos ou representantes
VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas autori- observem as medidas e procedimentos de segurança das informa-
dades nacionais ou estrangeiras e seus familiares; ou ções resultantes da aplicação desta Lei.
VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como de in-
vestigação ou fiscalização em andamento, relacionadas com a pre- SEÇÃO IV
venção ou repressão de infrações. DOS PROCEDIMENTOS DE CLASSIFICAÇÃO, RECLASSIFICAÇÃO
Art. 24. A informação em poder dos órgãos e entidades públi- E DESCLASSIFICAÇÃO
cas, observado o seu teor e em razão de sua imprescindibilidade à
segurança da sociedade ou do Estado, poderá ser classificada como Art. 27. A classificação do sigilo de informações no âmbito da
ultrassecreta, secreta ou reservada. administração pública federal é de competência:(Regulamento)
§1º Os prazos máximos de restrição de acesso à informação, I - no grau de ultrassecreto, das seguintes autoridades:
conforme a classificação prevista no caput, vigoram a partir da data a) Presidente da República;
de sua produção e são os seguintes: b) Vice-Presidente da República;
I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos; c) Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerro-
II - secreta: 15 (quinze) anos; e gativas;
III - reservada: 5 (cinco) anos. d) Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; e
§2º As informações que puderem colocar em risco a segurança e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes
do Presidente e Vice-Presidente da República e respectivos cônju- no exterior;
ges e filhos(as) serão classificadas como reservadas e ficarão sob si- II - no grau de secreto, das autoridades referidas no inciso I, dos
gilo até o término do mandato em exercício ou do último mandato, titulares de autarquias, fundações ou empresas públicas e socieda-
em caso de reeleição. des de economia mista; e
§3º Alternativamente aos prazos previstos no §1º , poderá ser III - no grau de reservado, das autoridades referidas nos incisos
estabelecida como termo final de restrição de acesso a ocorrência I e II e das que exerçam funções de direção, comando ou chefia,
de determinado evento, desde que este ocorra antes do transcurso nível DAS 101.5, ou superior, do Grupo-Direção e Assessoramento
do prazo máximo de classificação. Superiores, ou de hierarquia equivalente, de acordo com regula-
§4º Transcorrido o prazo de classificação ou consumado o mentação específica de cada órgão ou entidade, observado o dis-
evento que defina o seu termo final, a informação tornar-se-á, au- posto nesta Lei.
tomaticamente, de acesso público. §1º A competência prevista nos incisos I e II, no que se refere
§5º Para a classificação da informação em determinado grau à classificação como ultrassecreta e secreta, poderá ser delegada
de sigilo, deverá ser observado o interesse público da informação e pela autoridade responsável a agente público, inclusive em missão
utilizado o critério menos restritivo possível, considerados: no exterior, vedada a subdelegação.
I - a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade e do §2º A classificação de informação no grau de sigilo ultrassecre-
Estado; e to pelas autoridades previstas nas alíneas “d” e “e” do inciso I de-
II - o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento que verá ser ratificada pelos respectivos Ministros de Estado, no prazo
defina seu termo final. previsto em regulamento.
§3º A autoridade ou outro agente público que classificar infor-
SEÇÃO III mação como ultrassecreta deverá encaminhar a decisão de que tra-
DA PROTEÇÃO E DO CONTROLE DE INFORMAÇÕES SIGILOSAS ta o art. 28 à Comissão Mista de Reavaliação de Informações, a que
se refere o art. 35, no prazo previsto em regulamento.
Art. 25. É dever do Estado controlar o acesso e a divulgação Art. 28. A classificação de informação em qualquer grau de si-
de informações sigilosas produzidas por seus órgãos e entidades, gilo deverá ser formalizada em decisão que conterá, no mínimo, os
assegurando a sua proteção.(Regulamento) seguintes elementos:
§1º O acesso, a divulgação e o tratamento de informação clas- I - assunto sobre o qual versa a informação;
sificada como sigilosa ficarão restritos a pessoas que tenham ne- II - fundamento da classificação, observados os critérios esta-
cessidade de conhecê-la e que sejam devidamente credenciadas na belecidos no art. 24;
forma do regulamento, sem prejuízo das atribuições dos agentes III - indicação do prazo de sigilo, contado em anos, meses ou
públicos autorizados por lei. dias, ou do evento que defina o seu termo final, conforme limites
§2º O acesso à informação classificada como sigilosa cria a previstos no art. 24; e
obrigação para aquele que a obteve de resguardar o sigilo. IV - identificação da autoridade que a classificou.
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Parágrafo único. A decisão referida no caput será mantida no IV - à defesa de direitos humanos; ou
mesmo grau de sigilo da informação classificada. V - à proteção do interesse público e geral preponderante.
Art. 29. A classificação das informações será reavaliada pela au- §4º A restrição de acesso à informação relativa à vida privada,
toridade classificadora ou por autoridade hierarquicamente supe- honra e imagem de pessoa não poderá ser invocada com o intuito
rior, mediante provocação ou de ofício, nos termos e prazos previs- de prejudicar processo de apuração de irregularidades em que o
tos em regulamento, com vistas à sua desclassificação ou à redução titular das informações estiver envolvido, bem como em ações vol-
do prazo de sigilo, observado o disposto no art. 24.(Regulamento) tadas para a recuperação de fatos históricos de maior relevância.
§1º O regulamento a que se refere o caput deverá considerar §5º Regulamento disporá sobre os procedimentos para trata-
as peculiaridades das informações produzidas no exterior por auto- mento de informação pessoal.
ridades ou agentes públicos.
§2º Na reavaliação a que se refere o caput, deverão ser exa- CAPÍTULO V
minadas a permanência dos motivos do sigilo e a possibilidade de DAS RESPONSABILIDADES
danos decorrentes do acesso ou da divulgação da informação.
§3º Na hipótese de redução do prazo de sigilo da informação, Art. 32. Constituem condutas ilícitas que ensejam responsabili-
o novo prazo de restrição manterá como termo inicial a data da sua dade do agente público ou militar:
produção. I - recusar-se a fornecer informação requerida nos termos des-
Art. 30. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pu- ta Lei, retardar deliberadamente o seu fornecimento ou fornecê-la
blicará, anualmente, em sítio à disposição na internet e destinado à intencionalmente de forma incorreta, incompleta ou imprecisa;
veiculação de dados e informações administrativas, nos termos de II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, destruir, inutili-
regulamento: zar, desfigurar, alterar ou ocultar, total ou parcialmente, informação
I - rol das informações que tenham sido desclassificadas nos que se encontre sob sua guarda ou a que tenha acesso ou conheci-
últimos 12 (doze) meses; mento em razão do exercício das atribuições de cargo, emprego ou
II - rol de documentos classificados em cada grau de sigilo, com função pública;
identificação para referência futura; III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações de acesso
III - relatório estatístico contendo a quantidade de pedidos de à informação;
informação recebidos, atendidos e indeferidos, bem como informa- IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou permitir
ções genéricas sobre os solicitantes. acesso indevido à informação sigilosa ou informação pessoal;
§1º Os órgãos e entidades deverão manter exemplar da publi- V - impor sigilo à informação para obter proveito pessoal ou de
cação prevista no caput para consulta pública em suas sedes. terceiro, ou para fins de ocultação de ato ilegal cometido por si ou
§2º Os órgãos e entidades manterão extrato com a lista de in- por outrem;
formações classificadas, acompanhadas da data, do grau de sigilo e VI - ocultar da revisão de autoridade superior competente in-
dos fundamentos da classificação. formação sigilosa para beneficiar a si ou a outrem, ou em prejuízo
de terceiros; e
SEÇÃO V VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentos con-
DAS INFORMAÇÕES PESSOAIS cernentes a possíveis violações de direitos humanos por parte de
agentes do Estado.
Art. 31. O tratamento das informações pessoais deve ser feito §1º Atendido o princípio do contraditório, da ampla defesa e
de forma transparente e com respeito à intimidade, vida privada, do devido processo legal, as condutas descritas no caput serão con-
honra e imagem das pessoas, bem como às liberdades e garantias sideradas:
individuais. I - para fins dos regulamentos disciplinares das Forças Armadas,
§1º As informações pessoais, a que se refere este artigo, relati- transgressões militares médias ou graves, segundo os critérios ne-
vas à intimidade, vida privada, honra e imagem: les estabelecidos, desde que não tipificadas em lei como crime ou
I - terão seu acesso restrito, independentemente de classifica- contravenção penal; ou
ção de sigilo e pelo prazo máximo de 100 (cem) anos a contar da II - para fins do disposto na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro
sua data de produção, a agentes públicos legalmente autorizados e de 1990, e suas alterações, infrações administrativas, que deverão
à pessoa a que elas se referirem; e ser apenadas, no mínimo, com suspensão, segundo os critérios nela
II - poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso por tercei- estabelecidos.
ros diante de previsão legal ou consentimento expresso da pessoa §2º Pelas condutas descritas no caput, poderá o militar ou
a que elas se referirem. agente público responder, também, por improbidade adminis-
§2º Aquele que obtiver acesso às informações de que trata este trativa, conforme o disposto nas Leis nºs 1.079, de 10 de abril de
artigo será responsabilizado por seu uso indevido. 1950, e 8.429, de 2 de junho de 1992.
§3º O consentimento referido no inciso II do §1º não será exigi- Art. 33. A pessoa física ou entidade privada que detiver infor-
do quando as informações forem necessárias: mações em virtude de vínculo de qualquer natureza com o poder
I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa estiver público e deixar de observar o disposto nesta Lei estará sujeita às
física ou legalmente incapaz, e para utilização única e exclusivamen- seguintes sanções:
te para o tratamento médico; I - advertência;
II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas de evi- II - multa;
dente interesse público ou geral, previstos em lei, sendo vedada a III - rescisão do vínculo com o poder público;
identificação da pessoa a que as informações se referirem; IV - suspensão temporária de participar em licitação e impe-
III - ao cumprimento de ordem judicial; dimento de contratar com a administração pública por prazo não
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superior a 2 (dois) anos; e mendações constantes desses instrumentos.


V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Art. 37. É instituído, no âmbito do Gabinete de Segurança Insti-
administração pública, até que seja promovida a reabilitação peran- tucional da Presidência da República, o Núcleo de Segurança e Cre-
te a própria autoridade que aplicou a penalidade. denciamento (NSC), que tem por objetivos:(Regulamento)
§1º As sanções previstas nos incisos I, III e IV poderão ser apli- I - promover e propor a regulamentação do credenciamento
cadas juntamente com a do inciso II, assegurado o direito de defesa de segurança de pessoas físicas, empresas, órgãos e entidades para
do interessado, no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias. tratamento de informações sigilosas; e
§2º A reabilitação referida no inciso V será autorizada somente II - garantir a segurança de informações sigilosas, inclusive
quando o interessado efetivar o ressarcimento ao órgão ou enti- aquelas provenientes de países ou organizações internacionais com
dade dos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção os quais a República Federativa do Brasil tenha firmado tratado,
aplicada com base no inciso IV. acordo, contrato ou qualquer outro ato internacional, sem prejuízo
§3º A aplicação da sanção prevista no inciso V é de competên- das atribuições do Ministério das Relações Exteriores e dos demais
cia exclusiva da autoridade máxima do órgão ou entidade pública, órgãos competentes.
facultada a defesa do interessado, no respectivo processo, no prazo Parágrafo único. Regulamento disporá sobre a composição, or-
de 10 (dez) dias da abertura de vista. ganização e funcionamento do NSC.
Art. 34. Os órgãos e entidades públicas respondem diretamen- Art. 38. Aplica-se, no que couber, a Lei nº 9.507, de 12 de no-
te pelos danos causados em decorrência da divulgação não autori- vembro de 1997, em relação à informação de pessoa, física ou jurí-
zada ou utilização indevida de informações sigilosas ou informações dica, constante de registro ou banco de dados de entidades gover-
pessoais, cabendo a apuração de responsabilidade funcional nos namentais ou de caráter público.
casos de dolo ou culpa, assegurado o respectivo direito de regresso. Art. 39. Os órgãos e entidades públicas deverão proceder à rea-
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se à pessoa físi- valiação das informações classificadas como ultrassecretas e secre-
ca ou entidade privada que, em virtude de vínculo de qualquer na- tas no prazo máximo de 2 (dois) anos, contado do termo inicial de
tureza com órgãos ou entidades, tenha acesso a informação sigilosa vigência desta Lei.
ou pessoal e a submeta a tratamento indevido. §1º A restrição de acesso a informações, em razão da reavalia-
ção prevista no caput, deverá observar os prazos e condições pre-
CAPÍTULO VI vistos nesta Lei.
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS §2º No âmbito da administração pública federal, a reavaliação
prevista no caput poderá ser revista, a qualquer tempo, pela Co-
Art. 35. (VETADO). missão Mista de Reavaliação de Informações, observados os termos
§1º É instituída a Comissão Mista de Reavaliação de Informa- desta Lei.
ções, que decidirá, no âmbito da administração pública federal, so- §3º Enquanto não transcorrido o prazo de reavaliação previsto
bre o tratamento e a classificação de informações sigilosas e terá no caput, será mantida a classificação da informação nos termos da
competência para: legislação precedente.
I - requisitar da autoridade que classificar informação como ul- §4º As informações classificadas como secretas e ultrassecretas
trassecreta e secreta esclarecimento ou conteúdo, parcial ou inte- não reavaliadas no prazo previsto no caput serão consideradas, au-
gral da informação; tomaticamente, de acesso público.
II - rever a classificação de informações ultrassecretas ou se- Art. 40. No prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da vigência
cretas, de ofício ou mediante provocação de pessoa interessada, desta Lei, o dirigente máximo de cada órgão ou entidade da admi-
observado o disposto no art. 7º e demais dispositivos desta Lei; e nistração pública federal direta e indireta designará autoridade que
III - prorrogar o prazo de sigilo de informação classificada como lhe seja diretamente subordinada para, no âmbito do respectivo ór-
ultrassecreta, sempre por prazo determinado, enquanto o seu gão ou entidade, exercer as seguintes atribuições:
acesso ou divulgação puder ocasionar ameaça externa à soberania I - assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso a
nacional ou à integridade do território nacional ou grave risco às informação, de forma eficiente e adequada aos objetivos desta Lei;
relações internacionais do País, observado o prazo previsto no §1º II - monitorar a implementação do disposto nesta Lei e apre-
do art. 24. sentar relatórios periódicos sobre o seu cumprimento;
§2º O prazo referido no inciso III é limitado a uma única reno- III - recomendar as medidas indispensáveis à implementação
vação. e ao aperfeiçoamento das normas e procedimentos necessários ao
§3º A revisão de ofício a que se refere o inciso II do §1º deve- correto cumprimento do disposto nesta Lei; e
rá ocorrer, no máximo, a cada 4 (quatro) anos, após a reavaliação IV - orientar as respectivas unidades no que se refere ao cum-
prevista no art. 39, quando se tratar de documentos ultrassecretos primento do disposto nesta Lei e seus regulamentos.
ou secretos. Art. 41. O Poder Executivo Federal designará órgão da adminis-
§4º A não deliberação sobre a revisão pela Comissão Mista de tração pública federal responsável:
Reavaliação de Informações nos prazos previstos no §3º implicará a I - pela promoção de campanha de abrangência nacional de fo-
desclassificação automática das informações. mento à cultura da transparência na administração pública e cons-
§5º Regulamento disporá sobre a composição, organização e cientização do direito fundamental de acesso à informação;
funcionamento da Comissão Mista de Reavaliação de Informações, II - pelo treinamento de agentes públicos no que se refere ao
observado o mandato de 2 (dois) anos para seus integrantes e de- desenvolvimento de práticas relacionadas à transparência na admi-
mais disposições desta Lei.(Regulamento) nistração pública;
Art. 36. O tratamento de informação sigilosa resultante de tra- III - pelo monitoramento da aplicação da lei no âmbito da ad-
tados, acordos ou atos internacionais atenderá às normas e reco- ministração pública federal, concentrando e consolidando a publi-
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cação de informações estatísticas relacionadas no art. 30; 13.135, de 6 de junho de 2001, e nº 13.284, de 9 de janeiro de 2002.
IV - pelo encaminhamento ao Congresso Nacional de relatório Art. 2º. Os órgãos e entidades municipais assegurarão, às pes-
anual com informações atinentes à implementação desta Lei. soas naturais e jurídicas, o direito de acesso à informação, mediante
Art. 42. O Poder Executivo regulamentará o disposto nesta Lei a adoção de procedimentos objetivos e ágeis, de forma transparen-
no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a contar da data de sua pu- te, clara e em linguagem de fácil compreensão, observados os prin-
blicação. cípios que regem a Administração Pública e as diretrizes previstas
Art. 43. O inciso VI do art. 116 da Lei no 8.112, de 11 de dezem- nos artigos 3º e 4º deste decreto.
bro de 1990, passa a vigorar com a seguinte redação: Art. 3º. Os procedimentos previstos neste decreto devem ser
“Art. 116. ................................................................... executados em conformidade com as seguintes diretrizes:
............................................................................................ I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do como exceção;
cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver II - divulgação de informações de interesse público, indepen-
suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autori- dentemente de solicitações;
dade competente para apuração; III - utilização de meios de comunicação viabilizados pela tec-
.................................................................................” (NR) nologia da informação;
Art. 44. O Capítulo IV do Título IV da Lei nº 8.112, de 1990, IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência
passa a vigorar acrescido do seguinte art. 126-A: na Administração Pública;
“Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado ci- V - desenvolvimento do controle social da Administração Pú-
vil, penal ou administrativamente por dar ciência à autoridade su- blica.
perior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra Art. 4º. Cabe aos órgãos e entidades municipais, observadas as
autoridade competente para apuração de informação concernente normas e procedimentos previstos neste decreto, assegurar:
à prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, I - a gestão transparente da informação, propiciando amplo
ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou fun- acesso a ela e sua divulgação;
ção pública.” II - a proteção da informação, garantindo-se sua disponibilida-
Art. 45. Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, de, autenticidade e integridade;
em legislação própria, obedecidas as normas gerais estabelecidas III - a proteção da informação sigilosa e da informação pessoal,
nesta Lei, definir regras específicas, especialmente quanto ao dis- observada a sua disponibilidade, autenticidade, integridade e even-
posto no art. 9º e na Seção II do Capítulo III. tual restrição de acesso.
Art. 46. Revogam-se: Art. 5º. O acesso à informação previsto neste decreto compre-
I - a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005 ; e ende, entre outros, os direitos de obter:
II - os arts. 22 a 24 da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991. I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de
Art. 47. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias após acesso, bem como sobre o local onde poderá ser encontrada ou
a data de sua publicação. obtida a informação almejada;
Brasília, 18 de novembro de 2011; 190º da Independência e II - informação contida em registros ou documentos, produzi-
123º da República. dos ou acumulados pelos órgãos ou entidades municipais, recolhi-
dos ou não a arquivos públicos;
DECRETO Nº 53.623 DE 12 DE DEZEMBRO DE 2012 III - informação produzida ou custodiada por pessoa física ou
entidade privada decorrente de qualquer vínculo com os órgãos ou
Regulamenta a Lei Federal n° 12.527, de 18 de novembro de entidades municipais, mesmo que esse vínculo já tenha cessado;
2011, no âmbito do Poder Executivo, estabelecendo procedimentos IV - informação primária, íntegra, autêntica e atualizada;
e outras providências correlatas para garantir o direito de acesso à V - informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e enti-
informação, conforme especifica. dades municipais, inclusive as relativas à sua política, organização
e serviços;
GILBERTO KASSAB, Prefeito do Município de São Paulo, no uso VI - informação pertinente à administração do patrimônio pú-
das atribuições que lhe são conferidas por lei, blico, utilização de recursos públicos, licitações e a contratos admi-
D E C R E T A: nistrativos;
VII - informação relativa:
CAPÍTULO I a) à implementação, acompanhamento e resultados dos pro-
DISPOSIÇÕES GERAIS gramas, projetos e ações dos órgãos e entidades municipais, bem
como metas e indicadores propostos;
Art. 1º. Este decreto regulamenta a Lei Federal n° 12.527, de 18 b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e tomadas
de novembro de 2011, no âmbito do Poder Executivo, estabelecen- de contas realizadas pelos órgãos de controle interno e externo, in-
do procedimentos e outras providências correlatas a serem obser- cluindo prestações de contas relativas a exercícios anteriores.
vados por seus órgãos e entidades, bem como pelas entidades pri- Art. 6º. Para os efeitos deste decreto, considera-se:
vadas sem fins lucrativos que recebam recursos do Município para I - informação: dados, processados ou não, que podem ser uti-
a realização de atividades de interesse público, visando garantir o lizados para produção e transmissão de conhecimento, contidos em
direito de acesso à informação, conforme especifica. qualquer meio, suporte ou formato;
Parágrafo único. O direito de acesso à informação de que tra- II - dados processados: aqueles submetidos a qualquer opera-
ta este decreto não exclui outras hipóteses de garantia do mesmo ção ou tratamento por meio de processamento eletrônico ou por
direito previstas na legislação municipal, em especial nas Leis nº meio automatizado com o emprego de tecnologia da informação;
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III - documento: unidade de registro de informações, qualquer vulgação possa representar vantagem competitiva a outros agentes
que seja o suporte ou formato; econômicos.(Regulamentado pela Resolução SMT nº 10/2016)
IV - informação sigilosa: informação submetida temporaria- Art. 9º. O acesso à informação disciplinado neste decreto não
mente à restrição de acesso público em razão de sua imprescin- se aplica:
dibilidade para a segurança da sociedade e do Estado, bem assim I - às hipóteses de sigilo previstas na legislação, como fiscal,
aquelas abrangidas pelas demais hipóteses legais de sigilo; bancário, de operações e serviços no mercado de capitais, comer-
V - informação pessoal: informação relacionada à pessoa natu- cial, profissional, industrial e segredo de justiça;(Regulamentado
ral identificada ou identificável, relativa à intimidade, vida privada, pela Resolução SMT nº 10/2016)
honra e imagem; II - às informações referentes a projetos de pesquisa e desen-
VI - tratamento da informação: conjunto de ações referentes volvimento científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindí-
à produção, recepção, classificação, utilização, acesso, reprodução, vel à segurança da sociedade e do Estado.
transporte, transmissão, distribuição, arquivamento, armazena-
mento, eliminação, avaliação, destinação ou controle da informa- CAPÍTULO III
ção; DA TRANSPARÊNCIA ATIVA
VII - disponibilidade: qualidade da informação que pode ser
conhecida e utilizada por indivíduos, equipamentos ou sistemas Art. 10. É dever dos órgãos e entidades da Administração Pú-
autorizados; blica Municipal promover, independentemente de requerimento,
VIII - autenticidade: qualidade da informação que tenha sido a divulgação, na Internet, de informações de interesse coletivo ou
produzida, expedida, recebida ou modificada por determinado in- geral por eles produzidas ou custodiadas.
divíduo, equipamento ou sistema; §1º. Serão divulgadas no Portal da Transparência, na Internet,
IX - integridade: qualidade da informação não modificada, in- sem prejuízo da divulgação em outros sítios dos órgãos e entidades
clusive quanto à origem, trânsito e destino; municipais, as informações sobre:
X - primariedade: qualidade da informação coletada na fonte, I - repasses ou transferências de recursos financeiros;
com o máximo de detalhamento possível, sem modificações; II - execução orçamentária e financeira detalhada;
XI - informação atualizada: informação que reúne os dados III – licitações realizadas e em andamento, com editais, anexos
mais recentes sobre o tema, de acordo com sua natureza, com os e resultados; (Redação dada pelo Decreto nº 54.779/2014)
prazos previstos em normas específicas ou conforme a periodicida- IV – contratos firmados, na íntegra; (Redação dada pelo Decre-
de estabelecida nos sistemas informatizados que a organizam; to nº 54.779/2014)
XII - documento preparatório: documento formal utilizado V – íntegra dos convênios firmados, com os respectivos núme-
como fundamento da tomada de decisão ou de ato administrativo, ros de processo; (Redação dada pelo Decreto nº 54.779/2014)
a exemplo de pareceres e notas técnicas. VI – remuneração e subsídios recebidos por ocupantes de car-
Art. 7º. A busca e o fornecimento da informação são gratuitos, gos, empregos ou funções públicas, incluídos eventuais auxílios,
ressalvada a cobrança do valor referente ao custo dos serviços e dos ajudas de custo, jetons e quaisquer outras vantagens pecuniárias,
materiais utilizados, tais como reprodução de documentos, mídias bem como proventos de aposentadoria e pensões, de forma indivi-
digitais e postagem. dualizada, conforme ato da Secretaria Municipal de Planejamento,
Parágrafo único. Está isento de ressarcir os custos dos servi- Orçamento e Gestão. (Redação dada pelo Decreto nº 54.779/2014)
ços e dos materiais utilizados aquele cuja situação econômica não §2º. A divulgação de informações sobre funcionários, empre-
lhe permita fazê-lo sem prejuízo do sustento próprio ou da família, gados e servidores obedecerá a legislação específica que disciplina
declarada nos termos da Lei Federal nº 7.115, de 29 de agosto de a matéria.
1983. §3º. Em conformidade com o padrão a ser estabelecido pela
Secretaria Executiva de Comunicação, todos os órgãos e entidades
CAPÍTULO II municipais deverão manter, em seus respectivos sítios na Internet,
DA ABRANGÊNCIA seção específica para a divulgação das seguintes informações:
I - estrutura organizacional, competências, legislação aplicável,
Art. 8º. Sujeitam-se ao disposto neste decreto os órgãos da Ad- principais cargos e seus ocupantes, endereço e telefones das unida-
ministração Direta, as autarquias, as fundações públicas, as empre- des, horários de atendimento ao público;
sas públicas, as sociedades de economia mista e as demais entida- II - dados gerais para o acompanhamento de programas, ações,
des controladas direta ou indiretamente pelo Município. projetos e obras de órgãos e entidades;
§1º. A divulgação de informações de empresas públicas, so- III - respostas a perguntas mais frequentes da sociedade;
ciedades de economia mista e demais entidades controladas pelo IV - resultados de inspeções, auditorias, prestações e tomadas
Município que atuem em regime de concorrência, sujeitas ao dis- de contas realizadas pelos órgãos de controle interno, incluindo
posto no artigo 173 da Constituição Federal, submete-se às normas prestações de contas relativas a exercícios anteriores;
pertinentes da Comissão de Valores Mobiliários, a fim de assegurar V - contato da autoridade de monitoramento, prevista no ar-
sua competitividade, governança corporativa e, quando houver, os tigo 75 deste decreto, bem como o telefone e o correio eletrônico
interesses de acionistas minoritários. do Serviço de Informações ao Cidadão - SIC do órgão ou entidade
§2º. Não se sujeitam ao disposto neste decreto as informações municipal.
relativas à atividade empresarial de pessoas físicas ou jurídicas de §4º. As informações poderão ser disponibilizadas por meio de
direito privado, obtidas pela fiscalização tributária ou por outros ferramenta de redirecionamento de página na Internet, quando es-
órgãos ou entidades municipais no exercício de suas atividades tiverem disponíveis em outros sítios governamentais.
regulares de fiscalização, controle, regulação e supervisão, cuja di- Art. 11. Os sítios dos órgãos e entidades municipais na Internet
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deverão atender aos seguintes requisitos, dentre outros: SEÇÃO II


I - conter formulário para pedido de acesso à informação; DO PEDIDO DE ACESSO À INFORMAÇÃO
II - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita
o acesso à informação de forma objetiva, transparente, clara e em Art. 14. Qualquer pessoa, natural ou jurídica, devidamente
linguagem de fácil compreensão; identificada, poderá formular pedido de acesso à informação.
III - possibilitar a gravação de relatórios em diversos formatos §1º Serão admitidos pedidos de acesso à informação por cor-
eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais como plani- respondência física, presencialmente nos SICs ou via sistema ele-
lhas e textos, de modo a facilitar a análise das informações; trônico disponibilizado pelos órgãos ou entidades referidos no
IV - possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos “caput” do artigo 12 deste decreto. (Redação dada pelo Decreto nº
em formatos abertos, estruturados e legíveis por máquina; 54.779/2014)
V - divulgar em detalhes os formatos utilizados para estrutura- §2º Para fins de controle, os pedidos apresentados serão obri-
ção da informação; gatoriamente cadastrados em sistema eletrônico específico, com a
VI - garantir autenticidade e integridade das informações dis- geração de número de protocolo e certificação da data do recebi-
poníveis para acesso; mento, iniciando-se a contagem do prazo de resposta no primeiro
VII - manter atualizadas as informações disponíveis para aces- dia útil subsequente; (Redação dada pelo Decreto nº 54.779/2014)
so; §3º O número de protocolo e o termo inicial do prazo de res-
VIII – disponibilizar instruções sobre a forma de comunicação posta, quando relativos a pedidos apresentados presencialmente
do requerente com o órgão ou entidade; (Redação dada pelo De- pelo requerente nos SICs ou via sistema eletrônico disponibilizado
creto nº 54.779/2014) pela Administração Municipal, deverão ser fornecidos ao requeren-
IX - garantir a acessibilidade de conteúdo para pessoas com de- te no momento da apresentação dessas solicitações. (Redação dada
ficiência. pelo Decreto nº 54.779/2014)
Parágrafo único.(Revogado pelo Decreto nº 54.779/2014) §4º No caso de pedido de acesso à informação enviado por car-
ta, a resposta deverá ser fornecida ao requerente no prazo máximo
CAPÍTULO IV de 20 (vinte) dias, prorrogáveis por mais 10 (dez) a partir do primei-
DA TRANSPARÊNCIA PASSIVA ro dia útil subsequente à data do recebimento da correspondência.
(Redação dada pelo Decreto nº 54.779/2014)
SEÇÃO I Art. 15. O pedido de acesso à informação deverá conter,
DO SERVIÇO DE INFORMAÇÃO AO CIDADÃO sob pena de não conhecimento: (Redação dada pelo Decreto nº
54.779/2014)
Art. 12. Todas as secretarias, subprefeituras, autarquias, funda- I - o nome do requerente;
ções públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista e II - o número de documento de identificação válido;
demais entidades controladas direta ou indiretamente pelo Municí- III - a especificação, de forma clara, objetiva e precisa, da infor-
pio deverão dispor de, no mínimo, uma unidade física para atendi- mação requerida; e
mento ao público, com a finalidade de abrigar seu próprio Serviço IV - o endereço físico ou eletrônico do requerente, para recebi-
de Informações ao Cidadão - SIC, o qual terá por objetivos: mento de comunicações ou da informação requerida.
I - receber e registrar pedidos de acesso à informação; Art. 16. Não serão atendidos pedidos de acesso à informação:
II - atender, informar e orientar o público quanto ao acesso à I -(Revogado pelo Decreto nº 54.779/2014)
informação. II -(Revogado pelo Decreto nº 54.779/2014)
§1º. O SIC será instalado em unidade física identificada, de fácil III - que exijam trabalhos adicionais de análise, interpretação
acesso e aberta ao público. ou consolidação de dados e informações, ou serviço de produção
§2º. Onde não houver possibilidade de instalação da unidade ou tratamento de dados que não seja de competência do órgão ou
física do SIC, deverá ser oferecido à população, no mínimo, o servi- entidade.
ço de recebimento e registro dos pedidos de acesso à informação. §1º A informação será disponibilizada ao requerente da mes-
§3º. Compete ao SIC: ma forma que se encontrar arquivada ou registrada no órgão ou
I - o recebimento do pedido de acesso e, sempre que possível, entidade municipal, não cabendo a estes últimos realizar qualquer
o fornecimento imediato da informação; trabalho de consolidação ou tratamento de dados, tais como a ela-
II - o registro do pedido de acesso em sistema eletrônico espe- boração de planilhas ou banco de dados. (Redação dada pelo De-
cífico e a entrega do número de protocolo, que conterá a data de creto nº 54.779/2014)
apresentação do pedido; §2º Nas hipóteses do inciso III do “caput” e do §1º deste artigo,
III - o encaminhamento do pedido recebido e registrado ao res- o órgão ou entidade municipal deverá, caso tenha conhecimento,
ponsável pelo fornecimento da informação, previsto no artigo 18 indicar o local onde se encontram as informações a partir das quais
deste decreto. o requerente poderá realizar a interpretação, consolidação ou tra-
Art. 13. A realização de audiências ou consultas públicas, o in- tamento de dados. (Redação dada pelo Decreto nº 54.779/2014)
centivo à participação popular e as demais formas de divulgação §3º. Quando não for autorizado acesso integral à informação
das ações do Poder Público obedecerão às normas e procedimentos por ser ela parcialmente sigilosa, é assegurado o acesso à parte não
previstos na legislação municipal aplicável à matéria. sigilosa por meio de certidão, extrato ou cópia com ocultação da
parte sob sigilo.
§4º Informado o extravio da informação solicitada, poderá o re-
querente solicitar à autoridade competente a imediata abertura de
procedimento tendente a apurar o desaparecimento da respectiva
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documentação (Redação dada pelo Decreto nº 54.779/2014) requerente declarar não dispor de meios para consultar, obter ou
§5º.Verificada a hipótese prevista no §4º deste artigo, o res- reproduzir a informação.
ponsável pela guarda da informação extraviada deverá, no prazo de §2º. A informação armazenada em formato digital será forneci-
10 (dez) dias, justificar o fato e indicar testemunhas que compro- da nesse formato, caso haja anuência do requerente.
vem sua alegação. Art. 21. Quando o fornecimento da informação implicar repro-
Art. 17. São vedadas exigências relativas aos motivos do pe- dução de documentos, o órgão ou entidade, observado o prazo de
dido de acesso à informação. (Redação dada pelo Decreto nº resposta ao pedido, disponibilizará ao interessado o Documento de
54.779/2014) Arrecadação do Município de São Paulo - DAMSP, para pagamento
§1º. (Revogado pelo Decreto nº 54.779/2014) do preço público correspondente.
§2º.(Revogado pelo Decreto nº 54.779/2014) Parágrafo único. A reprodução de documentos ocorrerá no pra-
zo de 10 (dez) dias, contado da comprovação do pagamento pelo
SEÇÃO III interessado ou da entrega da declaração prevista no parágrafo úni-
DO PROCEDIMENTO DE ACESSO À INFORMAÇÃO co do artigo 7º deste decreto, ressalvadas hipóteses justificadas em
que, devido ao volume ou ao estado dos documentos, a reprodução
Art. 18. Recebido o pedido e estando a informação disponível, demande prazo superior.
o acesso será imediato. Art. 22. Negado o pedido de acesso à informação, será enviada
§1º. Os Chefes de Gabinete dos órgãos ou entidades munici- ao interessado, no prazo de resposta, comunicação com:
pais mencionados no “caput” do artigo 12 deste decreto serão os I – as razões da negativa ou do não conhecimento e seus funda-
responsáveis pela transmissão das informações aos interessados, mentos legais; (Redação dada pelo Decreto nº 54.779/2014)
incumbindo-lhes também coordenar a equipe do Serviço de Infor- II - a possibilidade e prazo de apresentação do recurso cabível,
mação ao Cidadão - SIC, ouvindo-se a área jurídica sempre que ne- com indicação da autoridade que o apreciará; e
cessário. III - a possibilidade de apresentação de pedido de desclassifica-
§2º. Caso não seja possível o acesso imediato, a autoridade ção da informação, quando for o caso, com indicação da autoridade
mencionada no §1o deverá, no prazo de até 20 (vinte) dias: classificadora que o apreciará.
I - enviar a informação ao endereço físico ou eletrônico infor- Parágrafo único. As razões da negativa de acesso à informação
mado; classificada indicarão o fundamento legal da classificação e a auto-
II - comunicar a data, o local e o modo para a realização da con- ridade que a classificou.
sulta à informação, a reprodução ou a obtenção da certidão relativa Art. 23. O acesso a documento preparatório ou informação
à informação; nele contida, utilizados como fundamento de tomada de decisão
III - comunicar que não possui a informação ou que não tem ou de ato administrativo, será assegurado a partir da edição do ato
conhecimento de sua existência; ou decisão.
IV - indicar, caso tenha conhecimento, o órgão ou entidade res-
ponsável pela informação ou que a detenha; ou SEÇÃO IV
V - indicar as razões de fato ou de direito da negativa, total ou DOS RECURSOS
parcial, do acesso.
§3º. Nas hipóteses em que o pedido de acesso à informação Art. 24. Caberá pedido de revisão, no prazo de 10 (dez) dias,
demandar manuseio de grande volume de documentos ou a movi- contados a partir do primeiro dia útil subsequente à data da ciên-
mentação do documento puder comprometer sua regular tramita- cia da decisão ou do decurso do prazo sem manifestação, à auto-
ção, será adotada a medida prevista no inciso II do §2º deste artigo. ridade máxima do órgão ou entidade municipal que a prolatar ou
§4º. Quando se tratar de acesso à informação contida em do- se omitir, nas seguintes hipóteses: (Redação dada pelo Decreto nº
cumento cuja manipulação possa prejudicar sua integridade, deve- 54.779/2014)
rá ser oferecida a consulta de cópia, com certificação de que esta I – ausência de resposta ao seu pedido dentro do prazo regula-
confere com o original. mentar, incluindo eventual prorrogação; (Redação dada pelo Decre-
§5º. Na impossibilidade de obtenção de cópia de que trata o to nº 54.779/2014)
§4º deste artigo, o interessado poderá solicitar que, às suas expen- II – resposta incompleta, obscura, contraditória ou omissa; (Re-
sas e sob a supervisão de servidor público, a reprodução seja feita dação dada pelo Decreto nº 54.779/2014)
por outro meio que não ponha em risco a integridade do documen- III – não conhecimento ou improcedência do pedido. (Redação
to original. dada pelo Decreto nº 54.779/2014)
§6º O órgão ou entidade municipal poderá oferecer meios para Parágrafo único. Os pedidos de revisão de que trata este artigo
que o próprio requerente possa pesquisar a informação de que ne- serão apreciados no prazo de 5 (cinco) dias, contados a partir do
cessitar (Redação dada pelo Decreto nº 54.779/2014) primeiro dia útil subsequente à sua apresentação. (Redação dada
Art. 19. O prazo para resposta do pedido poderá ser prorrogado pelo Decreto nº 54.779/2014)
por 10 (dez) dias, mediante justificativa encaminhada ao requeren- Art. 25. Negado provimento ou não conhecido o pedido de re-
te antes do término do prazo inicial de 20 (vinte) dias. visão de que trata o artigo 24 deste decreto, poderá o requerente
Art. 20. Caso a informação esteja disponível ao público em for- apresentar recurso à Controladoria Geral do Município, no prazo de
mato impresso, eletrônico ou em outro meio de acesso universal, o 10 (dez) dias, contados a partir do primeiro dia útil subsequente à
órgão ou entidade municipal deverá orientar o interessado quanto ciência da decisão. (Redação dada pelo Decreto nº 54.779/2014)
ao local e modo para consultar, obter ou reproduzir a informação. §1º A Controladoria Geral do Município deverá decidir o recur-
§1º. Na hipótese do “caput” deste artigo, o órgão ou entida- so no prazo de 5 (cinco) dias ou, caso haja a necessidade de com-
de desobriga-se do fornecimento direto da informação, salvo se o plementação de informações, provocar a unidade de origem para
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que preste esclarecimentos em prazo não superior a 5 (cinco) dias. disposto no inciso II do “caput” do artigo 9º deste decreto;
(Redação dada pelo Decreto nº 54.779/2014) VIII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas auto-
§2º Prestados os esclarecimentos referidos no §1º deste artigo, ridades nacionais ou estrangeiras e seus familiares; ou
deverá a Controladoria decidir o recurso no prazo de 3 (três) dias. IX - comprometer atividades de inteligência, de investigação ou
(Redação dada pelo Decreto nº 54.779/2014) de fiscalização em andamento, relacionadas com prevenção ou re-
§3º Provido o recurso, o órgão de origem cumprirá a decisão pressão de infrações.
no prazo máximo de 5 (cinco) dias. (Redação dada pelo Decreto nº Art. 31. A informação em poder dos órgãos e entidades, obser-
54.779/2014) vado o seu teor e em razão de sua imprescindibilidade à segurança
Art. 26. Negado provimento ou não conhecido o recurso pela da sociedade ou do Estado, poderá ser classificada no grau ultrasse-
Controladoria Geral do Município, poderá o requerente apresentar creto, secreto ou reservado.
novo recurso à Comissão Municipal de Acesso à Informação, no Art. 32. Para a classificação da informação em determinado
prazo de 10 (dez) dias, contados da ciência da decisão, observados grau de sigilo, deverá ser observado o interesse público da informa-
os procedimentos previstos no Capítulo VI deste decreto. (Redação ção e utilizado o critério menos restritivo possível, considerando:
dada pelo Decreto nº 54.779/2014) I - a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade e do
Estado; e
SEÇÃO V II - o prazo máximo de classificação em grau de sigilo ou o even-
DOS PRAZOS E DAS INTIMAÇÕES to que defina seu termo final.
Art. 33. Os prazos máximos de restrição de acesso à informa-
Art. 27. Os prazos fixados neste decreto serão contínuos, ex- ção, conforme o grau de classificação, vigoram a partir da data de
cluindo-se, na sua contagem, o dia de início e incluindo-se o do ven- sua produção e são os seguintes:
cimento. I - grau ultrassecreto: 25 (vinte e cinco) anos;
Art. 28. Os prazos só se iniciam ou vencem em dia de expe- II - grau secreto: 15 (quinze) anos;
diente normal na repartição em que tramita o processo ou deva ser III - grau reservado: 5 (cinco) anos.
praticado o ato. §1º. Poderá ser estabelecida como termo final de restrição de
Art. 29. Considera-se intimado o requerente: (Redação dada acesso a ocorrência de determinado evento, desde que este ocorra
pelo Decreto nº 54.779/2014) antes do transcurso do prazo máximo de classificação.
I – quando a informação ou decisão for enviada para o seu en- §2º. Transcorrido o prazo de classificação ou consumado o
dereço eletrônico, na data do envio; (Redação dada pelo Decreto nº evento que define o seu termo final, a informação tornar-se-á, au-
54.779/2014) tomaticamente, de acesso público.
II – quando a informação for enviada para o seu endereço físi- Art. 34. As informações que puderem colocar em risco a segu-
co, na data do recebimento do AR – Aviso de Recebimento; (Reda- rança do Prefeito, Vice-Prefeito, seus cônjuges ou companheiros e
ção dada pelo Decreto nº 54.779/2014) filhos serão classificadas no grau reservado e ficarão sob sigilo até o
III – na hipótese do inciso II do §2º do artigo 18 deste decreto, a término do mandato em exercício ou do último mandato, em caso
partir da data indicada para consulta ou reprodução. (Redação dada de reeleição.
pelo Decreto nº 54.779/2014) Art. 35. A classificação de informação, em qualquer grau de
sigilo, é de competência da Comissão Municipal de Acesso à Infor-
CAPÍTULO V mação, prevista no artigo 52 deste decreto. (Redação dada pelo De-
DAS INFORMAÇÕES CLASSIFICADAS EM GRAU DE SIGILO creto nº 56.519/2015)

SEÇÃO I SEÇÃO II
DA CLASSIFICAÇÃO DE INFORMAÇÕES QUANTO AO GRAU E DOS PROCEDIMENTOS PARA CLASSIFICAÇÃO DE INFORMA-
PRAZOS DE SIGILO ÇÃO

Art. 30. São passíveis de classificação as informações conside- Art. 36. A decisão que classificar a informação em qualquer
radas imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado, cuja grau de sigilo deverá ser formalizada em Termo de Classificação,
divulgação ou acesso irrestrito possam: conforme modelo anexo a este decreto, contendo:
I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integrida- I - o grau de sigilo;
de do território nacional; II - o assunto sobre o qual versa a informação;
II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as III - o tipo de documento;
relações internacionais do País; IV - a data da produção do documento;
III - prejudicar ou pôr em risco informações fornecidas em cará- V - a indicação do(s) dispositivo(s) legal(is) que fundamenta(m)
ter sigiloso por outros Estados e organismos internacionais; a classificação;
IV - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população; VI - o fundamento ou as razões da classificação, observados os
V - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica critérios estabelecidos no artigo 32;
ou monetária do País; VII - a indicação do prazo de sigilo, contado em anos, meses ou
VI - prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégi- dias, ou do evento que defina o seu termo final;
cos das Forças Armadas; VIII - a data da classificação;
VII - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desen- IX - a identificação da autoridade que classificou a informação.
volvimento científico ou tecnológico, assim como a sistemas, bens, §1º. O Termo de Classificação seguirá anexo à informação.
instalações ou áreas de interesse estratégico nacional, observado o §2º. A decisão referida no “caput” deste artigo será mantida no
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mesmo grau de sigilo que a informação classificada. Parágrafo único.(Revogado pelo Decreto nº 56.519/2015)
§3º. A ratificação da classificação de que trata o §3º do artigo Art. 43. A decisão da desclassificação, reclassificação ou redu-
35 deverá ser registrada no Termo de Classificação. ção do prazo de sigilo de informações classificadas deverá constar
Art. 37.(Revogado pelo Decreto nº 56.519/2015) das capas dos processos, se houver, e de campo apropriado no Ter-
Art. 38. Na hipótese de documento que contenha informações mo de Classificação.
classificadas em diferentes graus de sigilo, será atribuído ao docu-
mento tratamento do grau de sigilo mais elevado, ficando assegura- SEÇÃO IV
do o acesso às partes não classificadas por meio de certidão, extra- DAS DISPOSIÇÕES GERAIS DESTE CAPÍTULO
to ou cópia, com ocultação da parte sob sigilo.
Art. 39. Os órgãos e entidades municipais poderão constituir Art. 44. É dever do Município controlar o acesso e a divulgação
comissão de apoio para classificação de documentos, com as se- de informações sigilosas produzidas por seus órgãos e entidades,
guintes atribuições, dentre outras: assegurando a sua proteção contra perda, alteração indevida, aces-
I - opinar sobre a informação produzida no âmbito de sua atua- so, transmissão e divulgação não autorizados.
ção para fins de classificação em qualquer grau de sigilo; Art. 45. As informações classificadas no grau ultrassecreto ou
II - assessorar a autoridade classificadora ou a autoridade hie- secreto, mesmo após eventual desclassificação, serão definitiva-
rarquicamente superior quanto à desclassificação, reclassificação mente preservadas, observados os procedimentos de restrição de
ou reavaliação de informação classificada em qualquer grau de si- acesso enquanto vigorar o prazo da classificação.
gilo; Art. 46. As informações classificadas como reservadas, após o
III - propor o destino final das informações desclassificadas, in- término do prazo de classificação ou em caso de eventual desclas-
dicando os documentos para guarda permanente; sificação, as informações que não forem objeto de classificação, as
IV - subsidiar a elaboração do rol anual de informações desclas- informações pessoais e as informações referidas no artigo 9º deste
sificadas e documentos classificados em cada grau de sigilo, a ser decreto serão preservadas pelo prazo indicado na tabela de tempo-
disponibilizado na Internet. ralidade específica de cada órgão ou entidade municipal.
Parágrafo único. As comissões a que se refere o “caput” deste Art. 47. As informações sobre condutas que impliquem viola-
artigo serão integradas, preferencialmente, por servidores de nível ção dos direitos humanos praticada por agentes públicos ou a man-
superior das áreas jurídica, de administração geral, de contabilida- do de autoridades públicas não poderão ser objeto de classificação
de, de economia, de engenharia, de biblioteconomia, de tecnologia em qualquer grau de sigilo e nem ter seu acesso negado.
da informação e por representantes das áreas específicas da docu- Art. 48. Não poderá ser negado acesso às informações neces-
mentação a ser analisada. sárias à tutela judicial ou administrativa de direitos fundamentais.
Parágrafo único. O requerente deverá apresentar razões que
SEÇÃO III demonstrem a existência de nexo entre as informações requeridas
DA DESCLASSIFICAÇÃO E REAVALIAÇÃO DA INFORMAÇÃO e o direito que se pretende proteger.
CLASSIFICADA EM GRAU DE SIGILO Art. 49. O acesso, a divulgação e o tratamento de informação
classificada em qualquer grau de sigilo ficarão restritos a pessoas
Art. 40. A classificação das informações será reavaliada pela que tenham necessidade de conhecê-la, sem prejuízo das atribui-
autoridade classificadora ou por autoridade hierarquicamente su- ções de agentes públicos autorizados por lei.
perior, mediante provocação ou de ofício, para desclassificação ou Parágrafo único. O acesso à informação classificada como si-
redução do prazo de sigilo. gilosa cria, para aquele que a obteve, a obrigação de resguardar o
Parágrafo único. Para o cumprimento do disposto no “caput” sigilo.
deste artigo, deverá ser observado: Art. 50. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade re-
I - o prazo máximo de restrição de acesso à informação; ferido no “caput” do artigo 12 adotará as providências necessárias
II - o prazo máximo de 4 (quatro) anos para revisão de ofício das para que o pessoal a ela subordinado conheça as normas e observe
informações classificadas no grau ultrassecreto ou secreto; as medidas e procedimentos de segurança para tratamento de in-
III - a permanência das razões da classificação; formações classificadas em qualquer grau de sigilo.
IV - a possibilidade de danos ou riscos decorrentes da divulga- Parágrafo único. A pessoa natural ou jurídica, inclusive aquela
ção ou acesso irrestrito da informação; mencionada no artigo 68 deste decreto, que, em razão de qualquer
V - a peculiaridade das informações produzidas no exterior por vínculo com o Poder Público, executar atividades de tratamento de
autoridades ou agentes públicos. informações classificadas, adotará as providências necessárias para
Parágrafo único. Na hipótese de redução do prazo de sigilo da que seus empregados, prepostos ou representantes observem as
informação, o novo prazo de restrição manterá como termo inicial a medidas e procedimentos de segurança das informações.
data de produção da informação. Art. 51. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade refe-
Art. 41. O pedido de desclassificação ou de reavaliação da clas- rido no “caput” do artigo 12 publicará anualmente, até o dia 1° de
sificação poderá ser apresentado aos órgãos e entidades municipais junho, em sítio na Internet:
independentemente de existir prévio pedido de acesso à informa- I -(Revogado pelo Decreto nº 56.519/2015)
ção. II -(Revogado pelo Decreto nº 56.519/2015)
Parágrafo único. O pedido de que trata o “caput” deste artigo a) a indicação do(s) dispositivo(s) legal(is) que fundamenta(m)
deverá ser endereçado à autoridade classificadora, a qual proferirá a classificação;
sua decisão no prazo de 30 (trinta) dias. (Redação dada pelo Decre- b) a data da produção, a data da classificação e o prazo da clas-
to nº 56.519/2015) sificação;
Art. 42.(Revogado pelo Decreto nº 56.519/2015) III - o relatório estatístico com a quantidade de pedidos de
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acesso à informação recebidos, atendidos e indeferidos; cionais do País, limitado ao máximo de 50 (cinquenta) anos o prazo
IV - as informações genéricas sobre os interessados. total da classificação; (Redação dada pelo Decreto nº 56.519/2015)
§1º. Os órgãos e entidades municipais deverão manter em VI – apresentar relatório anual ao Prefeito sobre o cumprimen-
meio físico as informações previstas no “caput” deste artigo para to da Lei de Acesso à Informação. (Redação dada pelo Decreto nº
consulta pública em suas sedes. 56.519/2015)
§2º. (Revogado pelo Decreto nº 56.519/2015) VII – deliberar sobre qualquer assunto relacionado à aplicação
da Lei Federal nº 13.709, de 14 de agosto de 2018, e do presente
CAPÍTULO VI decreto pelos órgãos do Poder Executivo.(Incluído pelo Decreto nº
DA COMISSÃO MUNICIPAL DE ACESSO À INFORMAÇÃO 59.767/2020)
§1º A não deliberação sobre a revisão de ofício, no prazo pre-
Art. 52. A Comissão Municipal de Acesso à Informação - CMAI visto no inciso III do “caput” deste artigo, implicará a desclassifica-
será integrada pelos seguintes membros:(Redação dada pelo De- ção automática das informações. (Redação dada pelo Decreto nº
creto nº 61.118/2022) 56.519/2015)
I - o Secretário de Governo Municipal;(Redação dada pelo De- §2º O relatório anual a que se refere o inciso VI do “caput” des-
creto nº 61.118/2022) te artigo é considerado informação de interesse coletivo ou geral e
II - o Secretário Municipal de Justiça;(Redação dada pelo Decre- deve ser divulgado no sítio na Internet. (Redação dada pelo Decreto
to nº 61.118/2022) nº 56.519/2015)
III - o Secretário Especial de Comunicação;(Redação dada pelo §3º As questões referentes ao inciso VII do “caput” deste artigo
Decreto nº 61.118/2022) entrarão em pauta a partir de solicitação do Controlador Geral do
IV - o Secretário Municipal da Fazenda;(Redação dada pelo De- Município, que poderá convocar sessão extraordinária para a referi-
creto nº 61.118/2022) da deliberação.(Incluído pelo Decreto nº 59.767/2020)
V - o Secretário Municipal das Subprefeituras;(Redação dada Art. 54. A Comissão Municipal de Acesso à Informação se reuni-
pelo Decreto nº 61.118/2022) rá, ordinariamente, uma vez por mês e, extraordinariamente, sem-
VI - o Secretário Municipal de Direitos Humanos e Cidada- pre que necessário.
nia;(Redação dada pelo Decreto nº 61.118/2022) Parágrafo único. As reuniões serão realizadas com a presença
VII - o Controlador Geral do Município;(Redação dada pelo De- de, no mínimo, 5 (cinco) integrantes.
creto nº 61.118/2022) Art. 55. Os requerimentos de prorrogação do prazo de classi-
VIII - um representante do Gabinete do Prefeito.(Redação dada ficação de informação no grau ultrassecreto, conforme previsto no
pelo Decreto nº 61.118/2022) inciso IV do “caput” do artigo 53, deverão ser encaminhados à Co-
§1º Os Secretários Municipais referidos nos incisos I a VI deste missão Municipal de Acesso à Informação em até 1 (um) ano antes
artigo poderão indicar para representá-los o Secretário Adjunto ou do vencimento do termo final de restrição de acesso.
o Chefe de Gabinete ou, quando não houver Secretário Adjunto, Parágrafo único. O requerimento de prorrogação do prazo de
um servidor ocupante de cargo ou função diverso, a seu critério. sigilo de informação classificada no grau ultrassecreto deverá ser
(Redação dada pelo Decreto nº 61.118/2022) apreciado, impreterivelmente, em até 3 (três) sessões subsequen-
§2º O Controlador Geral do Município poderá indicar para re- tes à data de sua apresentação, ficando sobrestadas, até que se ul-
presentá-lo o Chefe de Gabinete.(Redação dada pelo Decreto nº time a votação, todas as demais deliberações da Comissão.
61.118/2022) Art. 56. A Comissão Municipal de Acesso à Informação deverá
§3º A Secretaria Executiva da Comissão Municipal de Acesso à apreciar os recursos a ela endereçados, impreterivelmente, até a
Informação - CMAI ficará a cargo da Controladoria Geral do Municí- terceira reunião ordinária subsequente à data de sua autuação.
pio.(Incluído pelo Decreto nº 61.118/2022) Art. 57. A revisão de ofício da informação classificada no grau
Art. 53. Compete à Comissão Municipal de Acesso à Informa- ultrassecreto ou secreto será apreciada em até três sessões anterio-
ção: (Redação dada pelo Decreto nº 56.519/2015) res à data de sua desclassificação automática.
I – classificar as informações em qualquer grau de sigilo, por Art. 58. As deliberações da Comissão Municipal de Acesso à In-
meio de Termo de Classificação; (Redação dada pelo Decreto nº formação serão tomadas:
56.519/2015) I – por maioria absoluta, quando envolverem as competências
II – requisitar das autoridades municipais ou das comissões de previstas nos incisos III e V do artigo 53 e no artigo 60; (Redação
apoio de que trata o artigo 39 deste decreto esclarecimento ou con- dada pelo Decreto nº 56.519/2015)
teúdo, parcial ou integral, da informação, cuja classificação esteja II - por maioria simples dos votos, nos demais casos.
sendo avaliada; (Redação dada pelo Decreto nº 56.519/2015) Art. 59. A presidência da Comissão Municipal de Acesso à Infor-
III – rever, de ofício ou mediante provocação, a classificação mação - CMAI será exercida pelo Controlador Geral do Município.
de informação no grau ultrassecreto ou secreto ou sua reavaliação, (Redação dada pelo Decreto nº 61.118/2022)
no máximo a cada 4 (quatro) anos; (Redação dada pelo Decreto nº Parágrafo único. O Presidente da Comissão exercerá, além do
56.519/2015) voto ordinário, também o de qualidade nos casos de empate nas vo-
IV – decidir os recursos a ela endereçados, encerrando a ins- tações do colegiado.(Redação dada pelo Decreto nº 61.118/2022)
tância administrativa; (Redação dada pelo Decreto nº 56.519/2015) Art. 60. A Comissão Municipal de Acesso à Informação - CMAI
V – prorrogar, uma única vez e por período determinado, não aprovará seu regimento interno, que disporá sobre sua organização
superior a 25 (vinte e cinco) anos, o prazo de sigilo de informação e funcionamento.(Redação dada pelo Decreto nº 61.118/2022)
classificada no grau ultrassecreto, enquanto seu acesso ou divul- Parágrafo único. O regimento interno deverá ser publicado no
gação puder ocasionar ameaça externa à soberania nacional, à in- Diário Oficial da Cidade no prazo de até 90 (noventa) dias após a ins-
tegridade do território nacional ou grave risco às relações interna- talação da Comissão ou após qualquer modificação aprovada pelo
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colegiado já instalado.(Redação dada pelo Decreto nº 61.118/2022) crição resumida do assunto, a origem e o período do conjunto de
documentos a serem considerados de acesso irrestrito, com ante-
CAPÍTULO VII cedência de, no mínimo, 60 (sessenta) dias.
DAS INFORMAÇÕES PESSOAIS §3º. No prazo de 30 (trinta) dias, contado da comunicação a
que se refere o inciso I do §2o deste artigo, a pessoa a quem a infor-
Art. 61. O tratamento das informações pessoais deve ser feito mação a ser divulgada se referir ou, em caso de morte, as pessoas
de forma transparente e com respeito à intimidade, vida privada, mencionadas no parágrafo único do artigo 62, poderão apresentar
honra e imagem das pessoas, bem como às liberdades e garantias recurso contra a divulgação à Comissão Municipal de Acesso à In-
individuais. formação.
Art. 62. As informações pessoais relativas à intimidade, vida §4º. Após a decisão do recurso previsto no §3º ou, em não ha-
privada, honra e imagem detidas pelos órgãos e entidades: vendo recurso, após o transcurso do prazo ali fixado, as informações
I - serão de acesso restrito a agentes públicos legalmente auto- serão consideradas de acesso irrestrito ao público.
rizados e à pessoa a que se referirem, independentemente de clas- §5º. Na hipótese de documentos de elevado valor histórico
sificação de sigilo, pelo prazo máximo de 100 (cem) anos, contado destinados à guarda permanente, caberá ao diretor do Arquivo His-
da data de sua produção; tórico de São Paulo, após o recolhimento da informação, a compe-
II - poderão ter sua divulgação ou acesso por terceiros autoriza- tência prevista no “caput” deste artigo.
dos por previsão legal ou consentimento expresso da pessoa a que Art. 66. O pedido de acesso a informações pessoais observará,
se referirem. no que couber, os procedimentos previstos no Capítulo IV, deverá
Parágrafo único. Caso o titular das informações pessoais esteja ser fundamentado e estará condicionado à comprovação da identi-
morto ou ausente, os direitos de que trata este artigo assistem ao dade do requerente.
cônjuge ou companheiro, aos descendentes ou ascendentes, con- Parágrafo único. O pedido de acesso a informações pessoais
forme o disposto no parágrafo único do artigo 20 da Lei Federal nº por terceiros deverá, ainda, estar acompanhado de:
10.406, de 10 de janeiro de 2002, e na Lei Federal nº 9.278, de 10 I - comprovação do consentimento expresso de que trata o inci-
de maio de 1996. so II do “caput” do artigo 62, por meio de procuração;
Art. 63. O consentimento referido no inciso II do “caput” do II - comprovação das hipóteses previstas no artigo 63, confor-
artigo 62 não será exigido quando o acesso à informação pessoal me o caso;
for necessário: III - demonstração do interesse pela recuperação de fatos histó-
I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa estiver ricos de maior relevância, observados os procedimentos previstos
física ou legalmente incapaz, ficando sua utilização restrita exclusi- no artigo 65; ou
vamente ao tratamento médico; IV - demonstração da necessidade do acesso à informação re-
II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas de eviden- querida para a defesa dos direitos humanos ou para a proteção do
te interesse público ou geral, previstos em lei, vedada a identifica- interesse público e geral preponderante.
ção da pessoa a que a informação se referir; Art. 67. O acesso a informações pessoais por terceiros ficará
III - ao cumprimento de decisão judicial; condicionado à assinatura de termo de responsabilidade, que dis-
IV - à defesa de direitos humanos de terceiros; porá sobre a finalidade e a destinação que fundamentaram sua
V - à proteção do interesse público geral e preponderante. autorização, bem como sobre as obrigações a que se submeterá o
Art. 64. A restrição de acesso a informações pessoais de que requerente.
trata o artigo 61 não poderá ser invocada: §1º. A utilização de informação pessoal por terceiros vincula-se
I - com o intuito de prejudicar processo de apuração de irregu- à finalidade e à destinação que fundamentaram a autorização do
laridades conduzido pelo Poder Público, no qual o titular das infor- acesso, vedada sua utilização de maneira diversa.
mações seja parte ou interessado; §2º. Aquele que obtiver acesso a informações pessoais de ter-
II - quando as informações pessoais estiverem contidas em con- ceiros será responsabilizado por seu uso indevido, na forma da lei.
juntos de documentos necessários à recuperação de fatos históri- §3º. Aplica-se, no que couber, a Lei Federal nº 9.507, de 12 de
cos de maior relevância. novembro de 1997, em relação à informação de pessoa, natural ou
Art. 65. Compete à autoridade máxima do órgão ou entidade jurídica, constante de registro ou banco de dados de órgãos ou en-
municipal mencionado no “caput” do artigo 12 deste decreto, de tidades governamentais ou de caráter público.
forma fundamentada e mediante provocação, reconhecer a inci-
dência da hipótese prevista no inciso II do “caput” do artigo 64 so- CAPÍTULO VIII
bre documentos que tenha produzido ou acumulado e que estejam DAS ENTIDADES PRIVADAS SEM FINS LUCRATIVOS
sob sua guarda.
§1º. Para subsidiar a decisão de reconhecimento de que trata Art. 68. As entidades privadas sem fins lucrativos que recebam,
o “caput” deste artigo, poderá ser solicitado a universidades, insti- para a realização de ações de interesse público, recursos públicos
tuições de pesquisa ou outras entidades com notória experiência diretamente do orçamento ou mediante subvenções sociais, con-
em pesquisa historiográfica a emissão de parecer sobre a questão. trato de gestão, termo de parceria, convênios, acordo, ajustes ou
§2º. A decisão de reconhecimento de que trata o “caput” deste outros instrumentos congêneres, deverão dar publicidade às se-
artigo será precedida: guintes informações:
I - de comunicação formal à pessoa a quem a informação a ser I - cópia do estatuto social atualizado da entidade;
divulgada se referir ou, em caso de morte, às pessoas mencionadas II - relação nominal atualizada dos dirigentes da entidade;
no parágrafo único do artigo 62; III - cópia integral dos convênios, contratos, termos de parce-
II - de publicação de extrato da informação, contendo a des- rias, acordos, ajustes ou instrumentos congêneres realizados com
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os órgãos e entidades da Administração Pública Municipal, bem como dos respectivos aditivos.
§1º. As informações de que trata o “caput” deste artigo serão divulgadas em sítio na Internet da entidade privada e em quadro de
avisos de amplo acesso público em sua sede.
§2º. A divulgação em sítio na Internet referida no §1º deste artigo poderá ser dispensada, por decisão do órgão ou entidade pública
municipal responsável pelo repasse dos recursos, mediante requerimento da entidade privada sem fins lucrativos, quando esta última não
dispuser de meios para realizar a divulgação.
§3º. As informações de que trata o “caput” deste artigo deverão ser publicadas a partir da celebração do convênio, contrato, termo de
parceria, acordo, ajuste ou instrumento congênere, serão atualizadas periodicamente e ficarão disponíveis até 180 (cento e oitenta) dias
após a entrega da prestação de contas final.
Art. 69. A publicidade a que estão submetidas as entidades mencionadas no artigo 68 refere-se à parcela dos recursos públicos rece-
bidos e à sua destinação, sem prejuízo das prestações de contas a que estejam legalmente obrigadas.
Parágrafo único. Quaisquer outras informações, além das previstas nos incisos I a III do “caput” do artigo 68, deverão ser apresentadas
diretamente aos órgãos e entidades municipais responsáveis pelo repasse de recursos.

CAPÍTULO IX
DAS RESPONSABILIDADES

Art. 70. Constituem condutas ilícitas que ensejam a responsabilização do agente público:
I - recusar-se, imotivadamente, a fornecer informação requerida nos termos deste decreto, retardar deliberadamente o seu forneci-
mento ou fornecê-la intencionalmente de forma incorreta, incompleta ou imprecisa;
II - utilizar indevidamente, subtrair, destruir, inutilizar, desfigurar, alterar ou ocultar, total ou parcialmente, informação que se encon-
tre sob sua guarda, a que tenha acesso ou sobre a qual tenha conhecimento em razão do exercício das atribuições de cargo, emprego ou
função pública;
III - agir com dolo ou má-fé na análise dos pedidos de acesso à informação;
IV - divulgar, permitir a divulgação, acessar ou permitir acesso indevido a informação classificada em grau de sigilo ou a informação
pessoal;
V - impor sigilo à informação para obter proveito pessoal ou de terceiro ou, ainda, para fins de ocultação de ato ilegal cometido por
si ou por outrem;
VI - ocultar da revisão de autoridade superior competente informação classificada em grau de sigilo para beneficiar a si ou a outrem,
ou em prejuízo de terceiros;
VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentos concernentes a possíveis violações de direitos humanos por parte de agen-
tes do Estado.
§1º Atendidos os princípios do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal, as condutas descritas no “caput” deste
artigo serão apuradas e punidas na forma da legislação em vigor. (Redação dada pelo Decreto nº 54.779/2014)
§2º. Pelas condutas descritas no “caput” deste artigo, poderá o agente público ou o prestador de serviço público responder, também,
por improbidade administrativa, conforme o disposto na Lei Federal nº 8.429, de 2 de junho de 1992.
Art. 71. A pessoa natural ou jurídica, inclusive aquela mencionada no artigo 68, que detiver informações em virtude de vínculo de
qualquer natureza com o Poder Público e praticar conduta prevista no “caput” do artigo 70, estará sujeita às seguintes sanções:
I - advertência;
II - multa;
III - rescisão do vínculo com o Poder Público;
IV - suspensão temporária de participar em licitação e impedimento de contratar com a Administração Pública por prazo não superior
a 2 (dois) anos;
V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública, até que seja promovida a reabilitação perante
a autoridade que aplicou a penalidade.
§1º. A sanção de multa poderá ser aplicada juntamente com as sanções previstas nos incisos I, III e IV do “caput” deste artigo.
§2º. A multa prevista no inciso II do “caput” deste artigo será aplicada sem prejuízo da reparação pelos danos e não poderá:
I - ser inferior a R$ 1.000,00 (mil reais) e nem superior a R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), no caso de pessoa natural;
II - ser inferior a R$ 5.000,00 (cinco mil reais) e nem superior a R$ 600.000,00 (seiscentos mil reais), no caso de pessoa jurídica.
§3º. A reabilitação referida no inciso V do “caput” deste artigo será autorizada somente quando a pessoa natural ou jurídica efetivar
o ressarcimento, ao órgão ou entidade municipal, dos prejuízos resultantes e depois de decorrido o prazo da sanção aplicada com base no
inciso IV do “caput” deste artigo.
§4º. A aplicação da sanção prevista no inciso V do “caput” deste artigo é de competência exclusiva da autoridade máxima do órgão ou
entidade referido no “caput” do artigo 12.
§5º. O prazo para apresentação de defesa nas hipóteses previstas neste artigo é de 10 (dez) dias, contado da ciência do ato.
Art. 72. O agente público que tiver acesso a documentos, dados ou informações sigilosos ou pessoais, nos termos deste decreto, é
responsável pela preservação de seu sigilo, ficando sujeito às sanções administrativas, civis e penais previstas na legislação, em caso de
eventual divulgação não autorizada.
Art. 73. Os agentes responsáveis pela custódia de documentos e informações sigilosos ou pessoais sujeitam-se às normas referentes
ao sigilo profissional, em razão do ofício, e ao seu código de ética específico, sem prejuízo das sanções legais.
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Art. 74. Os órgãos e entidades municipais respondem diretamente pelos danos causados em decorrência da divulgação não autorizada
ou utilização indevida de informações sigilosas ou informações pessoais, cabendo a apuração de responsabilidade funcional nos casos de
dolo ou culpa, assegurado o respectivo direito de regresso.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, à pessoa física ou entidade privada que, em virtude de vínculo de
qualquer natureza com órgãos ou entidades, tenha acesso a informação sigilosa ou pessoal e a submeta a tratamento indevido.

CAPÍTULO X
DO MONITORAMENTO DA APLICAÇÃO DA LEI

Art. 75. A autoridade mencionada no §1º do artigo 18 exercerá, no âmbito do respectivo órgão ou entidade municipal, as seguintes
atribuições: (Redação dada pelo Decreto nº 54.779/2014)
I – assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso à informação, de forma eficiente e adequada aos objetivos da Lei nº
12.527, de 2011; (Redação dada pelo Decreto nº 54.779/2014)
II – avaliar e monitorar a implementação do disposto neste decreto e apresentar, ao dirigente máximo do respectivo órgão ou entidade
municipal, relatório anual sobre o seu cumprimento, encaminhando-o à Controladoria Geral do Município 30 (trinta) dias antes do prazo
para a divulgação da publicação de que trata o artigo 51; (Redação dada pelo Decreto nº 54.779/2014)
III – recomendar medidas para aperfeiçoar as normas e procedimentos necessários à implementação deste decreto; (Redação dada
pelo Decreto nº 54.779/2014)
IV – orientar as unidades no que se refere ao cumprimento deste decreto. (Redação dada pelo Decreto nº 54.779/2014)

CAPÍTULO XI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 76. Compete à Controladoria Geral do Município, observadas as competências dos demais órgãos e entidades municipais e as
previsões específicas deste decreto: (Redação dada pelo Decreto nº 54.779/2014)
I – promover o treinamento dos agentes públicos e, no que couber, a capacitação das entidades privadas sem fins lucrativos, no
que se refere ao desenvolvimento de práticas relacionadas à transparência na Administração Pública; (Redação dada pelo Decreto nº
54.779/2014)
II – monitorar a implementação da Lei nº 12.527, de 2011, concentrando e consolidando a publicação de informações estatísticas
relacionadas no artigo 51; (Redação dada pelo Decreto nº 54.779/2014)
III – preparar relatório anual com informações referentes à implementação da Lei nº 12.527, de 2011, a ser encaminhado à Câmara
Municipal; (Redação dada pelo Decreto nº 54.779/2014)
IV – monitorar a aplicação deste decreto, especialmente o cumprimento dos prazos e procedimentos; (Redação dada pelo Decreto nº
54.779/2014)
V – definir, em conjunto com a Secretaria do Governo Municipal, diretrizes e procedimentos complementares necessários à imple-
mentação da Lei nº 12.527, de 2011. (Redação dada pelo Decreto nº 54.779/2014)
Art. 77. Para garantir a efetividade da proteção das informações consideradas imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Esta-
do, os órgãos e entidades municipais deverão realizar estudos e avaliações sobre a necessidade de classificação das informações por eles
detidas ou armazenadas em ultrassecretas, secretas ou reservadas, o que poderá ser feito inclusive quando da apresentação de pedido de
acesso à informação. (Redação dada pelo Decreto nº 54.779/2014)
Art. 78. A publicação anual de que trata o artigo 51 terá inicio em junho de 2013.
Art. 79. O tratamento de informação classificada resultante de tratados, acordos ou atos internacionais atenderá às normas e reco-
mendações desses instrumentos.
Art. 80. Aplica-se subsidiariamente a Lei nº 14.141, de 27 de março de 2006, com as alterações introduzidas pela Lei nº 14.614, de 7
de dezembro de 2007, aos procedimentos previstos neste decreto.
Art. 81. Compete à Controladoria Geral do Município a capacitação das equipes que comporão o Sistema de Acesso a Informação dos
órgãos e entidades municipais. (Redação dada pelo Decreto nº 54.779/2014)
Art. 82. Os órgãos e as entidades da Administração Pública Municipal, bem como as entidades privadas sem fins lucrativos a que se
refere o artigo 68, deverão se adequar aos termos deste decreto no prazo de 90 (noventa) dias, contado da data de sua publicação.
Art. 83. (Revogado pelo Decreto nº 54.779/2014)
Art. 84. Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação.
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, aos 12 de dezembro de 2012, 459º da fundação de São Paulo.

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ANEXO ÚNICO INTEGRANTE DO DECRETO Nº 53.623, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2012

LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO: CAPÍTULO DO PLANEJAMENTO

LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

PREÂMBULO
Nós, representantes do povo do Município de São Paulo, reunidos em Assembléia Constituinte, respeitando os preceitos da Constitui-
ção da República Federativa do Brasil, promulgamos, sob a proteção de Deus, a presente Lei Orgânica, que constitui a Lei Fundamental do
Município de São Paulo, com o objetivo de organizar o exercício do poder e fortalecer as instituições democráticas e os direitos da pessoa
humana.

( )

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TÍTULO IV SEÇÃO III


DA ORGANIZAÇÃO MUNICIPAL DA PARTICIPAÇÃO NAS ENTIDADES REGIONAIS

CAPÍTULO VII Art. 147 - O Município, a participar das estruturas regionais


DO PLANEJAMENTO MUNICIPAL criadas pelo Estado, nos termos do que dispõem a Constituição da
República e a Estadual, fará valer os princípios e os interesses de
SEÇÃO I seus habitantes.
DO PROCESSO DE PLANEJAMENTO §1º - O Município favorecerá a formação e o funcionamento de
consórcios entre municípios visando ao tratamento e à solução de
Art. 143 - O Município organizará sua administração e exercerá problemas comuns.
suas atividades com base num processo de planejamento, de cará- §2º - O Município compatibilizará, quando de interesse para
ter permanente, descentralizado e participativo, como instrumento a sua população, seus planos e normas de ordenamento do uso e
de democratização da gestão da cidade, de estruturação da ação do ocupação do solo aos planos e normas regionais e as diretrizes es-
Executivo e orientação da ação dos particulares. tabelecidas por compromissos consorciais.
§1º - Considera-se processo de planejamento a definição de
objetivos determinados em função da realidade local e da manifes-
tação da população, a preparação dos meios para atingilos, o con- QUESTÕES
trole de sua aplicação e a avaliação dos resultados obtidos.
§2º - Os planos integrantes do processo de planejamento de-
verão ser compatíveis entre si e seguir as políticas gerais e setoriais 1. VUNESP - 2021 - CODEN - SP - Escriturário
segundo as quais o Município organiza sua ação.
§3º - É assegurada a participação direta dos cidadãos, em to- Nos termos da Lei nº 13.303/16, no que concerne às licitações,
das as fases do planejamento municipal, na forma da lei, através é correto afirmar:
das suas instâncias de representação, entidades e instrumentos de (A) a legislação contempla vedação da contratação direta em
participação popular. qualquer hipótese.
§4º - Lei disciplinará a realização, a discussão, o acompanha- (B) na licitação de obras e serviços por empresas públicas, em-
mento da implantação, a revisão e atualização dos planos integran- preitada por preço unitário, é a contratação por preço certo e
tes do processo de planejamento. total, sendo vedada a possibilidade de utilizar empreitada por
preço global.
SEÇÃO II (C) autoriza-se a contratação direta por empresas públicas e so-
DOS INSTRUMENTOS DO PLANEJAMENTO MUNICIPAL ciedades de economia mista somente para obras e serviços de
engenharia de valor superior a cem mil reais e se houver invia-
Art. 144 - Integram o processo de planejamento os seguintes bilidade de competição e o valor for superior a cem mil reais.
planos: (D) na licitação de obras e serviços por sociedades de economia
I - o Plano Diretor, de elaboração e atualização obrigatórias, nos mista, empreitada por preço global, é a contratação por preço
termos da Constituição da República; certo de unidades determinadas, sendo vedada esta modalida-
II - o plano plurianual; de de contratação à empresas púbicas.
III - os planos setoriais, regionais, locais e específicos. (E) a contratação direta será feita quando houver inviabilida-
Art. 145 - Os planos vinculam os atos de órgãos e entidades da de de competição, entre outras hipóteses, para a aquisição de
administração direta e indireta. materiais que só possam ser fornecidos por representante co-
Parágrafo único - A lei disporá sobre os procedimentos e meios mercial exclusivo.
necessários à vinculação dos atos da administração aos planos inte-
grantes do processo de planejamento. 2. VUNESP - 2021 - CODEN - SP - Advogado
Art. 146 - Compete ao Município implantar e manter atualizado
o sistema municipal de informações sociais, culturais, econômicas, É dispensável a realização de licitação por empresas públicas e
financeiras, patrimoniais, administrativas, físico-territoriais, inclu- sociedades de economia mista
sive cartográficas e geológicas, ambientais e outras de relevante (A) para obras e serviços de engenharia de valor até R$
interesse para o Município, assegurada sua ampla e periódica divul- 110.000,00 (cento e dez mil reais), desde que não se refiram
gação, e garantindo seu acesso aos munícipes. a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda a obras e
§1º - O sistema de informações deve atender aos princípios da serviços de mesma natureza e no mesmo local que possam ser
simplificação, economicidade, precisão e segurança, evitando-se realizadas conjunta e concomitantemente.
duplicações de meios e instrumentos. (B) para serviços e compras de valor até R$ 60.000,00 (sessenta
§2º - Os agentes públicos e privados ficam obrigados a forne- mil reais) e para alienações, desde que não se refiram a parce-
cer ao Município, nos termos da lei, todos os dados e informações las de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto
necessárias ao sistema. que possa ser realizado de uma só vez.
§3º - O sistema de informações estabelecerá indicadores eco- (C) quando não acudirem interessados à licitação anterior, e
nômicos, financeiros, sociais, urbanísticos e ambientais, entre ou- essa, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo
tros, mantendo-os atualizados e divulgando-os periodicamente, para a empresa pública ou a sociedade de economia mista,
de forma a permitir a avaliação, pela população, dos resultados da bem como para suas respectivas subsidiárias, facultando-se a
ação da administração. manutenção das condições preestabelecidas.
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(D) para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendi- (A) nome completo.
mento de suas finalidades precípuas, quando as necessidades (B) convicção religiosa.
de instalação e localização condicionarem a escolha do imóvel, (C) opinião política.
ficando dispensada a avaliação prévia. (D) filiação a organização de caráter filosófico.
(E) na contratação de remanescente de obra, de serviço ou de (E) dado referente à saúde.
fornecimento, em consequência de rescisão contratual, desde
que atendida a ordem de classificação da licitação anterior e 6. VUNESP - 2022 - Prefeitura de Sorocaba - SP - Analista de
aceitas as mesmas condições do contrato encerrado por res- Sistemas I
cisão ou distrato, inclusive quanto ao preço, devidamente cor-
rigido. A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) (Lei n° 13.709, de
14.08.2018), em seu art. 5° , considera que para os fins dessa Lei,
3. VUNESP - 2023 - TCM-SP - Auditor de Controle Externo - Es- (A) Anonimização é a utilização de meios técnicos no momen-
pecialidade: Engenharia Civil to do tratamento, por meio dos quais um dado perde a possi-
bilidade de associação a um indivíduo, por meio de terceiros,
Com base na Lei nº 13.303/2016, assinale a alternativa correta podendo essa associação ser refeita apenas por ordem judicial.
a respeito do regime jurídico das empresas estatais. (B) Autoridade Nacional é o órgão do poder judiciário respon-
(A) As empresas estatais integram a Administração Pública sável por punir o descumprimento dessa Lei em todo o territó-
Indireta e, portanto, poderão gozar de privilégios fiscais não rio nacional.
extensivos às empresas privadas, quando exerçam atividade (C) Consentimento é a manifestação livre, informada e inequí-
econômica sujeita à competição. voca pela qual o titular concorda com o tratamento de seus
(B) As empresas estatais elaborarão anualmente carta, subs- dados pessoais para uma finalidade determinada.
crita pelos membros do Conselho de Administração, com a (D) Dado Pessoal Sensível é a informação relacionada à pessoa
explicitação dos compromissos de consecução de objetivos de natural identificada ou identificável.
políticas públicas pela empresa. (E) Titular é pessoa natural ou jurídica, de direito público ou pri-
(C) As empresas públicas poderão lançar debêntures e outros vado, a quem competem as decisões referentes ao tratamento
títulos ou valores mobiliários, conversíveis em ações. de dados pessoais.
(D) As empresas estatais estão dispensadas de divulgar a forma
de remuneração de seus administradores 7. VUNESP - 2020 - Prefeitura de Ilhabela - SP - Analista - Arqui-
(E) As empresas estatais não poderão solucionar, mediante ar- vologia - Documental
bitragem, as divergências entre acionistas e a sociedade em-
presária, ou entre acionistas controladores e acionistas mino- O capítulo IV da Lei n° 12.527, de 18 de novembro de 2011,
ritários. dispõe sobre as restrições de acesso à informação. Sobre o tema, é
correto afirmar que
4. VUNESP - 2023 - TCM-SP - Auditor de Controle Externo - Es- (A) informações ou documentos que, direta ou indiretamen-
pecialidade: Tecnologia da Informação te, versem sobre violação dos direitos humanos praticada por
agentes públicos ou a mando de autoridades públicas poderão
No contexto da Lei Geral de Proteção de Dados (Lei nº 13.709 ser objeto de restrição de acesso.
de 14 de agosto de 2018), o operador é entendido como (B) o disposto na Lei exclui as hipóteses legais de sigilo e de
(A) pessoa natural a quem se referem os dados pessoais que segredo de justiça, bem como as hipóteses de segredo indus-
são objeto de tratamento. trial decorrentes da exploração direta de atividade econômica
(B) pessoa indicada para atuar como canal de comunicação en- pelo Estado ou por qualquer pessoa física ou jurídica que tenha
tre o controlador, os titulares dos dados e a Autoridade Nacio- vínculo com o poder público.
nal de Proteção de Dados (ANPD). (C) são consideradas imprescindíveis à segurança da sociedade
(C) pessoa natural ou jurídica, de direito público ou privado, a ou do Estado e, portanto, passíveis de classificação, as informa-
quem competem as decisões referentes ao tratamento de da- ções cuja divulgação ou acesso irrestrito possam prejudicar ou
dos pessoais. causar risco a projetos de pesquisa e desenvolvimento científi-
(D) pessoa natural ou jurídica, de direito público ou privado, co ou tecnológico, assim como a sistemas, bens, instalações ou
que realiza o tratamento de dados pessoais em nome do con- áreas de interesse estratégico nacional.
trolador. (D) a informação em poder dos órgãos e entidades públicas,
(E) órgão da administração pública ou pessoa jurídica de direito observado o seu teor e em razão de sua imprescindibilidade à
privado sem fins lucrativos com sede e foro no País, que inclua segurança da sociedade ou do Estado, não poderá ser classifi-
em sua missão ou objetivo social a pesquisa de caráter históri- cada e, portanto, ter acesso restrito.
co, científico, tecnológico ou estatístico. (E) os prazos máximos de restrição de acesso à informação,
conforme a classificação prevista na Lei, são 30 anos para a
5. VUNESP - 2023 - TCM-SP - Auditor de Controle Externo - Es- documentação ultrassecreta; 20 anos para a secreta; e 5 anos
pecialidade: Tecnologia da Informação para a reservada.

Para os fins da Lei Geral de Proteção de Dados (Lei nº 13.709


de 14 de agosto de 2018), supondo o vínculo do dado a uma pessoa
natural, não é considerado dado pessoal sensível:
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8. VUNESP - 2020 - Prefeitura de Ilhabela - SP - Analista - Arqui- (C) em decorrência do formalismo que a Administração está
vologia - Documental sujeita, o órgão público é impedido de viabilizar alternativa de
encaminhamento de pedido de acesso por meio de seus sítios
De acordo com a Lei Federal n° 12.527/2011, conhecida como oficiais na internet.
Lei de Acesso à Informação, os documentos cuja divulgação ponha (D) a Secretaria de Finanças deverá conceder o acesso integral
em risco a segurança da sociedade e do Estado, bem como aqueles à informação requerida em até 180 (cento e oitenta) dias, sob
necessários ao resguardo da inviolabilidade da intimidade, da vida pena de prática de ato de improbidade administrativa.
privada, da honra e da imagem das pessoas são originalmente (E) caso a Secretaria de Finanças indefira o acesso a informa-
(A) ostensivos. ções, Maria poderá interpor recurso contra a decisão no prazo
(B) sigilosos. de 30 (trinta) dias úteis a contar da sua ciência.
(C) históricos.
(D) permanentes.
(E) oficiais. GABARITO

9. VUNESP - 2023 - TCM-SP - Auxiliar Técnico de Controle Exter-


no - Suporte Administrativo
1 E
Com base no Decreto Municipal no 53.623/12, que trata das 2 E
medidas de garantia de acesso à informação no âmbito da Admi- 3 B
nistração do Município de São Paulo, assinale a alternativa correta.
(A) O direito de acesso à informação não impõe ao gestor pú- 4 D
blico o trabalho de consolidação ou tratamento de dados, tais 5 A
como a elaboração de planilhas, cabendo em situações dessa
natureza disponibilizar ao requerente as informações da mes- 6 C
ma forma em que estão arquivadas ou registradas no órgão ou 7 C
entidade.
8 B
(B) O pedido de acesso à informação pode ser realizado por
qualquer pessoa física ou jurídica que, domiciliada no Municí- 9 A
pio de São Paulo, apresente requerimento devidamente funda- 10 A
mentado e que atenda às formalidades exigidas pela legislação.
(C) O dever de transparência ativa impõe aos gestores a obriga-
ção de divulgar as informações econômicas relativas a pessoas
jurídicas privadas que celebrem contratos com a Administra-
ANOTAÇÕES
ção, ainda que sua divulgação possa representar vantagem ______________________________________________________
competitiva para outros concorrentes privados.
(D) Recebido o pedido e estando a informação disponível, o ______________________________________________________
acesso da informação ao requerente será realizado em até 20
(vinte) dias, hipótese em que a autoridade administrativa in- ______________________________________________________
dicará o local e horário em que o acesso poderá ser realizado.
(E) As informações que puderem colocar em risco a segurança ______________________________________________________
do Prefeito, Vice-Prefeito, seus cônjuges ou companheiros e fi- ______________________________________________________
lhos serão classificadas no grau ultrassecreto e ficarão sob sigi-
lo pelo prazo de 25 (vinte e cinco) anos, a contar da publicação ______________________________________________________
do ato que realizar a sua classificação.
______________________________________________________
10. VUNESP - 2019 - Prefeitura da Estância Turística de Guara-
tinguetá - Auxiliar Jurídico ______________________________________________________

Maria, cidadã do Município X, tem 18 (dezoito) anos de idade e ______________________________________________________


deseja apresentar pedido de acesso a informações à Secretaria de
______________________________________________________
Finanças da referida cidade.
De acordo com a Lei nº 12.527/11 (Lei de Acesso à Informação), ______________________________________________________
é correto afirmar que
(A) o pedido de Maria deve conter além de sua identificação, a ______________________________________________________
especificação da informação requerida.
(B) a Secretaria de Finanças pode fazer exigências relativas aos ______________________________________________________
motivos determinantes da solicitação de informações de inte-
resse público. ______________________________________________________

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