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a solução para o seu concurso!

SESPA-PA
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE PÚBLICA DO PARÁ

Agente Administrativo

EDITAL Nº 01/SEPLAD-SESPA, DE 6 DE
JULHO DE 2023.

CÓD: SL-092JL-23
0000000
INTRODUÇÃO

Como passar em um concurso público?


Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação. É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como
estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.

Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou esta introdução com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.

Então mãos à obra!


• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho;

• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área;

• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total;

• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo;

• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.

• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame;

• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.

A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.

Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.

A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Vamos juntos!

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ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Compreensão e interpretação de textos.................................................................................................................................... 9
2. Denotação e conotação. Significação das palavras..................................................................................................................... 12

3. Figuras de linguagem.................................................................................................................................................................. 13

4. Coesão e coerência. ................................................................................................................................................................... 15


5. Tipologia textual. ....................................................................................................................................................................... 16
6. Cargo das classes de palavras..................................................................................................................................................... 17
7. Sintaxe da oração e do período. ................................................................................................................................................ 25
8. Pontuação................................................................................................................................................................................... 28
9. Concordância verbal e nominal.................................................................................................................................................. 30
10. Regência verbal e nominal.......................................................................................................................................................... 31
11. Estudo da crase........................................................................................................................................................................... 34
12. Semântica e estilística................................................................................................................................................................. 34

Legislação e Ética no Serviço Público


1. Lei Estadual nº 5.810/1994 e alterações (Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Civis da Administração Direta, das
Autarquias e das Fundações Públicas do Estado do Pará).......................................................................................................... 41
2. Lei Complementar Estadual nº 052, de 30 de janeiro de 2006 e suas alterações...................................................................... 61
3. Lei Federal nº 13.853/2019 (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais)..................................................................................... 61
4. Lei Federal 8.429/1992 e suas alterações................................................................................................................................... 65
5. Decreto Federal nº 11.129/2022................................................................................................................................................ 74
6. Lei Federal nº 12.846/2013 e suas alterações............................................................................................................................ 84
7. Lei Federal nº 7.716, de 05 de janeiro de 1989, e suas alterações............................................................................................. 87
8. Lei Estadual nº 9.341, de 11 de novembro de 2021, e suas alterações. Ética e moral............................................................... 91
9. Ética, princípios, valores e a lei................................................................................................................................................... 97
10. Ética e democracia: exercício da cidadania. Conduta ética......................................................................................................... 98
11. Ética profissional......................................................................................................................................................................... 99
12. Ética e responsabilidade social................................................................................................................................................... 101
13. Ética e função pública................................................................................................................................................................. 104
14. Ética no setor público................................................................................................................................................................. 105

Noções de Informática
1. Conhecimentos básicos de microcomputadores PC – Hardware................................................................................................ 109
2. Noções de Sistemas Operacionais.............................................................................................................................................. 111
3. MS-DOS....................................................................................................................................................................................... 117
4. Noções de sistemas de Windows. . ............................................................................................................................................ 118
5. Noções do processador de texto MS-Word para Windows. Noções da planilha de cálculo MS-Excel....................................... 135
6. Noções básicas de Bancos de dados........................................................................................................................................... 140

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7. Comunicação de dados............................................................................................................................................................... 148


8. Conceitos Gerais de Equipamentos e Operacionalização........................................................................................................... 149
9. Conceitos básicos de Internet..................................................................................................................................................... 151

Legislação
1. Legislação da Saúde: Constituição Federal de 1988 (Título VIII – Capítulo II – Seção II)............................................................. 157
2. Lei Federal nº 8.142/90 e suas alterações.................................................................................................................................. 158

3. Lei Federal nº 8.080/90 e suas alterações.................................................................................................................................. 159

4. Norma Operacional Básica do Sistema Único de Saúde – NOB-SUS/1996................................................................................. 169


5. Norma Operacional da Assistência à Saúde – NOAS – SUS/2001............................................................................................... 183
6. Lei Federal nº 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente) e suas alterações............................................................... 195
7. Lei Federal nº 10.741/2003 (Estatuto da Pessoa Idosa) e suas alterações................................................................................. 232
8. Lei Federal nº 12.764/2012 (Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista) e suas
alterações................................................................................................................................................................................... 243
9. Lei Federal nº 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência) e suas alterações................................................................. 244

Políticas de Saúde Pública


1. Organização dos serviços de saúde no Brasil: Sistema Único de Saúde – Princípios e diretrizes, controle social. Indicadores de
saúde.......................................................................................................................................................................................... 265
2. Sistema de notificação e de vigilância epidemiológica e sanitária............................................................................................. 272
3. Endemias/epidemias: situação atual, medidas de controle e tratamento................................................................................. 274
4. Planejamento e programação local de saúde, distritos sanitários e enfoque estratégico.......................................................... 274
5. Portarias e Leis do SUS................................................................................................................................................................ 292
6. Políticas Públicas de Saúde......................................................................................................................................................... 292
7. Pacto pela Saúde......................................................................................................................................................................... 316

Conhecimentos Específicos
Agente Administrativo
1. Noções de Administração Geral: Planejamento, organização, direção, controle, sistemas e métodos...................................... 341
2. Noções de Administração Financeira: fundamentos e técnicas; orçamento e controle de custos............................................. 347
3. Noções de Administração de Pessoas: treinamento e desenvolvimento................................................................................... 349
4. Avaliação de desempenho.......................................................................................................................................................... 355
5. Noções de Administração de Recursos Materiais: Planejamento e controle de estoques; Planejamento e controle dos bens
patrimoniais................................................................................................................................................................................ 359
6. Administração Pública: Forma de Estado;Poderes do Estado; Sistemas de Governo; Forma de Governo................................. 374
7. Organização da Administração; Administração Direta; Administração Indireta; Entidades Paraestatais; Contrato de Ges-
tão............................................................................................................................................................................................... 375
8. Órgãos Públicos: Conceito; Características; Capacidade Processual; Classificação.................................................................... 383

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ÍNDICE

9. Agentes Públicos: Agentes Políticos; Agentes Administrativos; Agentes Honoríficos; Agentes Delegados; Agentes Credencia-
dos.............................................................................................................................................................................................. 387
10. Princípios Fundamentais da Administração Pública................................................................................................................... 399
11. Servidores Públicos: Disposições Constitucionais Gerais relativas aos Agentes Públicos; Lei nº 5.810, de 24/01/1994.......... 402
12. Atos e Fatos Administrativos: Conceito; Requisitos; Atributos; Classificação; Espécies; Invalidação; Convalidação.................. 402
13. Serviços Públicos: Conceito; Classificação; Requisitos; Concessão;Permissão........................................................................... 407
14. Controle da Administração Pública:. Conceito; Classificação das formas de controle; Controle legislativo; Controle Judiciá-
rio................................................................................................................................................................................................ 412
15. Bens Públicos: Conceito; Classificação; Características; Espécies.............................................................................................. 415
16. Organização e Métodos: . Departamentalização; Estruturas Organizacionais; Análise Administrativa; Processos Empresariais;
Ferramentas de Análise Organizacional; . Layout; QDT.............................................................................................................. 419

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LÍNGUA PORTUGUESA

A imagem a seguir ilustra uma campanha pela inclusão social.


COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS.

Definição Geral
Embora correlacionados, esses conceitos se distinguem, pois
sempre que compreendemos adequadamente um texto e o objetivo
de sua mensagem, chegamos à interpretação, que nada mais é
do que as conclusões específicas. Exemplificando, sempre que
nos é exigida a compreensão de uma questão em uma avaliação,
a resposta será localizada no próprio no texto, posteriormente,
ocorre a interpretação, que é a leitura e a conclusão fundamentada
em nossos conhecimentos prévios.

Compreensão de Textos
Resumidamente, a compreensão textual consiste na análise do
que está explícito no texto, ou seja, na identificação da mensagem. “A Constituição garante o direito à educação para todos e a
É assimilar (uma devida coisa) intelectualmente, fazendo uso inclusão surge para garantir esse direito também aos alunos com
da capacidade de entender, atinar, perceber, compreender. deficiências de toda ordem, permanentes ou temporárias, mais ou
Compreender um texto é apreender de forma objetiva a mensagem menos severas.”
transmitida por ele. Portanto, a compreensão textual envolve a
decodificação da mensagem que é feita pelo leitor. Por exemplo, A partir do fragmento acima, assinale a afirmativa incorreta.
ao ouvirmos uma notícia, automaticamente compreendemos (A) A inclusão social é garantida pela Constituição Federal de
a mensagem transmitida por ela, assim como o seu propósito 1988.
comunicativo, que é informar o ouvinte sobre um determinado (B) As leis que garantem direitos podem ser mais ou menos
evento. severas.
(C) O direito à educação abrange todas as pessoas, deficientes
Interpretação de Textos ou não.
É o entendimento relacionado ao conteúdo, ou melhor, os (D) Os deficientes temporários ou permanentes devem ser
resultados aos quais chegamos por meio da associação das ideias incluídos socialmente.
e, em razão disso, sobressai ao texto. Resumidamente, interpretar (E) “Educação para todos” inclui também os deficientes.
é decodificar o sentido de um texto por indução.
A interpretação de textos compreende a habilidade de se Comentário da questão:
chegar a conclusões específicas após a leitura de algum tipo de Em “A” o texto é sobre direito à educação, incluindo as pessoas
texto, seja ele escrito, oral ou visual. com deficiência, ou seja, inclusão de pessoas na sociedade. =
Grande parte da bagagem interpretativa do leitor é resultado afirmativa correta.
da leitura, integrando um conhecimento que foi sendo assimilado Em “B” o complemento “mais ou menos severas” se refere à
ao longo da vida. Dessa forma, a interpretação de texto é subjetiva, “deficiências de toda ordem”, não às leis. = afirmativa incorreta.
podendo ser diferente entre leitores. Em “C” o advérbio “também”, nesse caso, indica a inclusão/
adição das pessoas portadoras de deficiência ao direito à educação,
Exemplo de compreensão e interpretação de textos além das que não apresentam essas condições. = afirmativa correta.
Para compreender melhor a compreensão e interpretação de Em “D” além de mencionar “deficiências de toda ordem”, o
textos, analise a questão abaixo, que aborda os dois conceitos em texto destaca que podem ser “permanentes ou temporárias”. =
um texto misto (verbal e visual): afirmativa correta.
Em “E” este é o tema do texto, a inclusão dos deficientes. =
FGV > SEDUC/PE > Agente de Apoio ao Desenvolvimento Escolar Espe- afirmativa correta.
cial > 2015 Português > Compreensão e interpretação de textos
Resposta: Logo, a Letra B é a resposta Certa para essa questão,
visto que é a única que contém uma afirmativa incorreta sobre o
texto.

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IDENTIFICANDO O TEMA DE UM TEXTO IDENTIFICAÇÃO DE EFEITOS DE IRONIA OU HUMOR EM


O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia TEXTOS VARIADOS
principal que o texto será desenvolvido. Para que você consiga
identificar o tema de um texto, é necessário relacionar as diferen- Ironia
tes informações de forma a construir o seu sentido global, ou seja, Ironia é o recurso pelo qual o emissor diz o contrário do que
você precisa relacionar as múltiplas partes que compõem um todo está pensando ou sentindo (ou por pudor em relação a si próprio ou
significativo, que é o texto. com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem).
Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a ler um A ironia consiste na utilização de determinada palavra ou ex-
texto por sentir-se atraído pela temática resumida no título. Pois o pressão que, em um outro contexto diferente do usual, ganha um
título cumpre uma função importante: antecipar informações sobre novo sentido, gerando um efeito de humor.
o assunto que será tratado no texto. Exemplo:
Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura por-
que achou o título pouco atraente ou, ao contrário, sentiu-se atraí-
do pelo título de um livro ou de um filme, por exemplo. É muito
comum as pessoas se interessarem por temáticas diferentes, de-
pendendo do sexo, da idade, escolaridade, profissão, preferências
pessoais e experiência de mundo, entre outros fatores.
Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro, se-
xualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas, moda, cuidados com
o corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são praticamente in-
finitas e saber reconhecer o tema de um texto é condição essen-
cial para se tornar um leitor hábil. Vamos, então, começar nossos
estudos?
Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício
bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz ao ler um texto:
reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir?

CACHORROS
Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma
espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos
seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa ami-
zade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas
precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam que,
se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a
comida que sobrava. Já os homens descobriram que os cachorros
podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da
casa, além de serem ótimos companheiros. Um colaborava com o
outro e a parceria deu certo.
Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o pos-
sível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o tex-
to vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele
falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo Na construção de um texto, ela pode aparecer em três mo-
do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a asso- dos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou satírica).
ciação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo
mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens. Ironia verbal
As informações que se relacionam com o tema chamamos de Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig-
subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram, nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a
ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma unida- intenção são diferentes.
de de sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse texto Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível!
fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você chegou à
conclusão de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães. Ironia de situação
Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa que você foi A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o
capaz de identificar o tema do texto! resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja.
Exemplo: Quando num texto literário uma personagem planeja
Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-ideias-se- uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. No li-
cundarias/ vro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a
personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da
vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem suces-

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so. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia é que Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual-
planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou famoso após a quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia
morte. principal. Compreender relações semânticas é uma competência
imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.
Ironia dramática (ou satírica) Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode-
A ironia dramática é um efeito de sentido que ocorre nos textos -se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro-
literários quando o leitor, a audiência, tem mais informações do que fissional, mas também o desenvolvimento pessoal.
tem um personagem sobre os eventos da narrativa e sobre inten-
ções de outros personagens. É um recurso usado para aprofundar Busca de sentidos
os significados ocultos em diálogos e ações e que, quando captado Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo
pelo leitor, gera um clima de suspense, tragédia ou mesmo comé- os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na
dia, visto que um personagem é posto em situações que geram con- apreensão do conteúdo exposto.
flitos e mal-entendidos porque ele mesmo não tem ciência do todo Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma
da narrativa. relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já
Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo o citadas ou apresentando novos conceitos.
que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil apa- Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici-
recer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exem- tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder
plo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas
irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens agem ao entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer
longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun-
plateia já sabe que eles não serão bem-sucedidos. damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas.

Humor Importância da interpretação


Nesse caso, é muito comum a utilização de situações que pare- A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se
çam cômicas ou surpreendentes para provocar o efeito de humor. informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a inter-
Situações cômicas ou potencialmente humorísticas comparti- pretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos
lham da característica do efeito surpresa. O humor reside em ocor- específicos, aprimora a escrita.
rer algo fora do esperado numa situação. Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros fa-
Há diversas situações em que o humor pode aparecer. Há as ti- tores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes pre-
rinhas e charges, que aliam texto e imagem para criar efeito cômico; sentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz sufi-
há anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, frequentemente ciente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre releia o texto,
acessadas como forma de gerar o riso. pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes
Os textos com finalidade humorística podem ser divididos em que não foram observados previamente. Para auxiliar na busca de
quatro categorias: anedotas, cartuns, tiras e charges. sentidos do texto, pode-se também retirar dele os tópicos frasais
presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apreen-
Exemplo: são do conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não es-
tão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira aleató-
ria, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários,
estabelecendo uma relação hierárquica do pensamento defendido,
retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos.
Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo au-
tor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço para
divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas.
Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você
precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que
não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas.
Ler com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão,
assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes.

Diferença entre compreensão e interpretação


A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do
texto e verificar o que realmente está escrito nele. Já a interpreta-
ção imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. O
ANÁLISE E A INTERPRETAÇÃO DO TEXTO SEGUNDO O GÊ- leitor tira conclusões subjetivas do texto.
NERO EM QUE SE INSCREVE
Compreender um texto trata da análise e decodificação do que
de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes. Inter-
pretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao
conectar as ideias do texto com a realidade. Interpretação trabalha
com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto.
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Gêneros Discursivos Exemplo de fato:


Romance: descrição longa de ações e sentimentos de perso- A mãe foi viajar.
nagens fictícios, podendo ser de comparação com a realidade ou
totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma Interpretação
novela é a extensão do texto, ou seja, o romance é mais longo. No É o ato de dar sentido ao fato, de entendê-lo. Interpretamos
romance nós temos uma história central e várias histórias secun- quando relacionamos fatos, os comparamos, buscamos suas cau-
dárias. sas, previmos suas consequências.
Entre o fato e sua interpretação há uma relação lógica: se apon-
Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmente tamos uma causa ou consequência, é necessário que seja plausível.
imaginário. Com linguagem linear e curta, envolve poucas perso- Se comparamos fatos, é preciso que suas semelhanças ou diferen-
nagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única ças sejam detectáveis.
ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações
encaminham-se diretamente para um desfecho. Exemplos de interpretação:
A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferencia- tro país.
do por sua extensão. Ela fica entre o conto e o romance, e tem a A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
história principal, mas também tem várias histórias secundárias. O do que com a filha.
tempo na novela é baseada no calendário. O tempo e local são de-
finidos pelas histórias dos personagens. A história (enredo) tem um Opinião
ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto mais A opinião é a avaliação que se faz de um fato considerando um
curto. juízo de valor. É um julgamento que tem como base a interpretação
que fazemos do fato.
Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que Nossas opiniões costumam ser avaliadas pelo grau de coerên-
nós mesmos já vivemos e normalmente é utilizado a ironia para cia que mantêm com a interpretação do fato. É uma interpretação
mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica o tempo não do fato, ou seja, um modo particular de olhar o fato. Esta opinião
é relevante e quando é citado, geralmente são pequenos intervalos pode alterar de pessoa para pessoa devido a fatores socioculturais.
como horas ou mesmo minutos.
Exemplos de opiniões que podem decorrer das interpretações
Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da lin- anteriores:
guagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento, A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de tro país. Ela tomou uma decisão acertada.
imagens. A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
do que com a filha. Ela foi egoísta.
Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a
opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assunto Muitas vezes, a interpretação já traz implícita uma opinião.
que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é con- Por exemplo, quando se mencionam com ênfase consequên-
vencer o leitor a concordar com ele. cias negativas que podem advir de um fato, se enaltecem previsões
positivas ou se faz um comentário irônico na interpretação, já esta-
Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um mos expressando nosso julgamento.
entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informações. É muito importante saber a diferença entre o fato e opinião,
Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas principalmente quando debatemos um tema polêmico ou quando
de destaque sobre algum assunto de interesse. analisamos um texto dissertativo.

Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materiali- Exemplo:


za em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite as A mãe viajou e deixou a filha só. Nem deve estar se importando
crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando com o sofrimento da filha.
os professores a identificar o nível de alfabetização delas.

Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO. SIGNIFICAÇÃO DAS
de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa li- PALAVRAS.
berdade para quem recebe a informação.

DISTINÇÃO DE FATO E OPINIÃO SOBRE ESSE FATO Visão Geral: o significado das palavras é objeto de estudo
da semântica, a área da gramática que se dedica ao sentido das
Fato palavras e também às relações de sentido estabelecidas entre elas.
O fato é algo que aconteceu ou está acontecendo. A existência
do fato pode ser constatada de modo indiscutível. O fato pode é Denotação e conotação
uma coisa que aconteceu e pode ser comprovado de alguma manei- Denotação corresponde ao sentido literal e objetivo das
ra, através de algum documento, números, vídeo ou registro. palavras, enquanto a conotação diz respeito ao sentido figurado das
palavras. Exemplos:
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“O gato é um animal doméstico.”


“Meu vizinho é um gato.” FIGURAS DE LINGUAGEM.

No primeiro exemplo, a palavra gato foi usada no seu verdadeiro


sentido, indicando uma espécie real de animal. Na segunda frase, a As figuras de linguagem ou de estilo são empregadas para
palavra gato faz referência ao aspecto físico do vizinho, uma forma valorizar o texto, tornando a linguagem mais expressiva. É um re-
de dizer que ele é tão bonito quanto o bichano. curso linguístico para expressar de formas diferentes experiências
comuns, conferindo originalidade, emotividade ao discurso, ou tor-
Hiperonímia e hiponímia nando-o poético.
Dizem respeito à hierarquia de significado. Um hiperônimo,
palavra superior com um sentido mais abrangente, engloba um As figuras de linguagem classificam-se em
hipônimo, palavra inferior com sentido mais restrito. – figuras de palavra;
Exemplos: – figuras de pensamento;
– Hiperônimo: mamífero: – hipônimos: cavalo, baleia. – figuras de construção ou sintaxe.
– Hiperônimo: jogo – hipônimos: xadrez, baralho.
Figuras de palavra
Polissemia e monossemia Emprego de um termo com sentido diferente daquele conven-
A polissemia diz respeito ao potencial de uma palavra cionalmente empregado, a fim de se conseguir um efeito mais ex-
apresentar uma multiplicidade de significados, de acordo com o pressivo na comunicação.
contexto em que ocorre. A monossemia indica que determinadas
palavras apresentam apenas um significado. Exemplos: Metáfora: comparação abreviada, que dispensa o uso dos co-
– “Língua”, é uma palavra polissêmica, pois pode por um idioma nectivos comparativos; é uma comparação subjetiva. Normalmente
ou um órgão do corpo, dependendo do contexto em que é inserida. vem com o verbo de ligação claro ou subentendido na frase.
– A palavra “decalitro” significa medida de dez litros, e não
tem outro significado, por isso é uma palavra monossêmica. Exemplos
...a vida é cigana
Sinonímia e antonímia É caravana
A sinonímia diz respeito à capacidade das palavras serem É pedra de gelo ao sol.
semelhantes em significado. Já antonímia se refere aos significados (Geraldo Azevedo/ Alceu Valença)
opostos. Desse modo, por meio dessas duas relações, as palavras
expressam proximidade e contrariedade. Encarnado e azul são as cores do meu desejo.
Exemplos de palavras sinônimas: morrer = falecer; rápido = (Carlos Drummond de Andrade)
veloz.
Exemplos de palavras antônimas: morrer x nascer; pontual x Comparação: aproxima dois elementos que se identificam,
atrasado. ligados por conectivos comparativos explícitos: como, tal qual, tal
como, que, que nem. Também alguns verbos estabelecem a com-
Homonímia e paronímia paração: parecer, assemelhar-se e outros.
A homonímia diz respeito à propriedade das palavras
apresentarem: semelhanças sonoras e gráficas, mas distinção de Exemplo
sentido (palavras homônimas), semelhanças homófonas, mas Estava mais angustiado que um goleiro na hora do gol, quando
distinção gráfica e de sentido (palavras homófonas) semelhanças você entrou em mim como um sol no quintal.
gráficas, mas distinção sonora e de sentido (palavras homógrafas). (Belchior)
A paronímia se refere a palavras que são escritas e pronunciadas de
forma parecida, mas que apresentam significados diferentes. Veja Catacrese: emprego de um termo em lugar de outro para o
os exemplos: qual não existe uma designação apropriada.
– Palavras homônimas: caminho (itinerário) e caminho (verbo
caminhar); morro (monte) e morro (verbo morrer). Exemplos
– Palavras homófonas: apressar (tornar mais rápido) e apreçar – folha de papel
(definir o preço); arrochar (apertar com força) e arroxar (tornar – braço de poltrona
roxo). – céu da boca
– Palavras homógrafas: apoio (suporte) e apoio (verbo apoiar); – pé da montanha
boto (golfinho) e boto (verbo botar); choro (pranto) e choro (verbo
chorar) . Sinestesia: fusão harmônica de, no mínimo, dois dos cinco sen-
– Palavras parônimas: apóstrofe (figura de linguagem) e tidos físicos.
apóstrofo (sinal gráfico), comprimento (tamanho) e cumprimento
(saudação). Exemplo
Vem da sala de linotipos a doce (gustativa) música (auditiva)
mecânica.
(Carlos Drummond de Andrade)

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A fusão de sensações físicas e psicológicas também é sineste- Exemplo


sia: “ódio amargo”, “alegria ruidosa”, “paixão luminosa”, “indiferen- Vai o ouvido apurado
ça gelada”. na trama do rumor suas nervuras
inseto múltiplo reunido
Antonomásia: substitui um nome próprio por uma qualidade, para compor o zanzineio surdo
atributo ou circunstância que individualiza o ser e notabiliza-o. circular opressivo
zunzin de mil zonzons zoando em meio à pasta de calor
Exemplos da noite em branco
O filósofo de Genebra (= Calvino). (Carlos Drummond de Andrade)
O águia de Haia (= Rui Barbosa).
Observação: verbos que exprimem os sons são considerados
Metonímia: troca de uma palavra por outra, de tal forma que onomatopaicos, como cacarejar, tiquetaquear, miar etc.
a palavra empregada lembra, sugere e retoma a que foi omitida.
Figuras de sintaxe ou de construção
Exemplos Dizem respeito a desvios em relação à concordância entre os
Leio Graciliano Ramos. (livros, obras) termos da oração, sua ordem, possíveis repetições ou omissões.
Comprei um panamá. (chapéu de Panamá)
Tomei um Danone. (iogurte) Podem ser formadas por:
omissão: assíndeto, elipse e zeugma;
Alguns autores, em vez de metonímia, classificam como siné- repetição: anáfora, pleonasmo e polissíndeto;
doque quando se têm a parte pelo todo e o singular pelo plural. inversão: anástrofe, hipérbato, sínquise e hipálage;
ruptura: anacoluto;
Exemplo concordância ideológica: silepse.
A cidade inteira viu assombrada, de queixo caído, o pistoleiro
sumir de ladrão, fugindo nos cascos de seu cavalo. (singular pelo Anáfora: repetição da mesma palavra no início de um período,
plural) frase ou verso.
(José Cândido de Carvalho)
Exemplo
Figuras Sonoras Dentro do tempo o universo
Aliteração: repetição do mesmo fonema consonantal, geral- [na imensidão.
mente em posição inicial da palavra. Dentro do sol o calor peculiar
[do verão.
Exemplo Dentro da vida uma vida me
Vozes veladas veludosas vozes volúpias dos violões, vozes ve- [conta uma estória que fala
ladas. [de mim.
(Cruz e Sousa) Dentro de nós os mistérios
[do espaço sem fim!
Assonância: repetição do mesmo fonema vocal ao longo de um (Toquinho/Mutinho)
verso ou poesia.
Assíndeto: ocorre quando orações ou palavras que deveriam
Exemplo vir ligadas por conjunções coordenativas aparecem separadas por
Sou Ana, da cama, vírgulas.
da cana, fulana, bacana
Sou Ana de Amsterdam. Exemplo
(Chico Buarque) Não nos movemos, as mãos é
que se estenderam pouco a
Paronomásia: Emprego de vocábulos semelhantes na forma ou pouco, todas quatro, pegando-se,
na prosódia, mas diferentes no sentido. apertando-se, fundindo-se.
(Machado de Assis)
Exemplo
Berro pelo aterro pelo desterro berro por seu berro pelo seu Polissíndeto: repetição intencional de uma conjunção coorde-
[erro nativa mais vezes do que exige a norma gramatical.
quero que você ganhe que
[você me apanhe Exemplo
sou o seu bezerro gritando Há dois dias meu telefone não fala, nem ouve, nem toca, nem
[mamãe. tuge, nem muge.
(Caetano Veloso) (Rubem Braga)

Onomatopeia: imitação aproximada de um ruído ou som pro- Pleonasmo: repetição de uma ideia já sugerida ou de um ter-
duzido por seres animados e inanimados. mo já expresso.
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Pleonasmo literário: recurso estilístico que enriquece a expres- Aquela mina de ouro, ela não ia deixar que outras espertas bo-
são, dando ênfase à mensagem. tassem as mãos.
(José Lins do Rego)
Exemplos
Não os venci. Venceram-me Hipálage: inversão da posição do adjetivo (uma qualidade que
eles a mim. pertence a um objeto é atribuída a outro, na mesma frase).
(Rui Barbosa)
Exemplo
Morrerás morte vil na mão de um forte. ...em cada olho um grito castanho de ódio.
(Gonçalves Dias) (Dalton Trevisan)
Pleonasmo vicioso: Frequente na linguagem informal, cotidia- ...em cada olho castanho um grito de ódio)
na, considerado vício de linguagem. Deve ser evitado.
Silepse
Exemplos Silepse de gênero: Não há concordância de gênero do adjetivo
Ouvir com os ouvidos. ou pronome com a pessoa a que se refere.
Rolar escadas abaixo. Exemplos
Colaborar juntos. Pois aquela criancinha, longe de ser um estranho...
Hemorragia de sangue. (Rachel de Queiroz)
Repetir de novo.
V. Ex.a parece magoado...
Elipse: Supressão de uma ou mais palavras facilmente suben- (Carlos Drummond de Andrade)
tendidas na frase. Geralmente essas palavras são pronomes, con-
junções, preposições e verbos. Silepse de pessoa: Não há concordância da pessoa verbal com
o sujeito da oração.
Exemplos
Compareci ao Congresso. (eu) Exemplos
Espero venhas logo. (eu, que, tu) Os dois ora estais reunidos...
Ele dormiu duas horas. (durante) (Carlos Drummond de Andrade)
No mar, tanta tormenta e tanto dano. (verbo Haver)
(Camões) Na noite do dia seguinte, estávamos reunidos algumas pessoas.
(Machado de Assis)
Zeugma: Consiste na omissão de palavras já expressas anterior-
mente. Silepse de número: Não há concordância do número verbal
com o sujeito da oração.
Exemplos
Foi saqueada a vila, e assassina dos os partidários dos Filipes. Exemplo
(Camilo Castelo Branco) Corria gente de todos os lados, e gritavam.
(Mário Barreto)
Rubião fez um gesto, Palha outro: mas quão diferentes.
(Machado de Assis)
COESÃO E COERÊNCIA.
Hipérbato ou inversão: alteração da ordem direta dos elemen-
tos na frase.
— Definições e diferenciação
Coesão e coerência são dois conceitos distintos, tanto que um
Exemplos
texto coeso pode ser incoerente, e vice-versa. O que existe em comum
Passeiam, à tarde, as belas na avenida.
entre os dois é o fato de constituírem mecanismos fundamentais
(Carlos Drummond de Andrade)
para uma produção textual satisfatória. Resumidamente, a coesão
textual se volta para as questões gramaticais, isto é, na articulação
Paciência tenho eu tido...
interna do texto. Já a coerência textual tem seu foco na articulação
(Antônio Nobre)
externa da mensagem.
Anacoluto: interrupção do plano sintático com que se inicia a
— Coesão Textual
frase, alterando a sequência do processo lógico. A construção do
Consiste no efeito da ordenação e do emprego adequado
período deixa um ou mais termos desprendidos dos demais e sem
das palavras que proporcionam a ligação entre frases, períodos e
função sintática definida.
parágrafos de um texto. A coesão auxilia na sua organização e se
realiza por meio de palavras denominadas conectivos.
Exemplos
E o desgraçado, tremiam-lhe as pernas.
(Manuel Bandeira)

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As técnicas de coesão — Coerência Textual


A coesão pode ser obtida por meio de dois mecanismos A Coerência é a relação de sentido entre as ideias de um texto
principais, a anáfora e a catáfora. Por estarem relacionados à que se origina da sua argumentação – consequência decorrente
mensagem expressa no texto, esses recursos classificam-se como dos saberes conhecimentos do emissor da mensagem. Um texto
endofóricas. Enquanto a anáfora retoma um componente, a catáfora redundante e contraditório, ou cujas ideias introduzidas não
o antecipa, contribuindo com a ligação e a harmonia textual. apresentam conclusão, é um texto incoerente. A falta de coerência
prejudica a fluência da leitura e a clareza do discurso. Isso quer dizer
As regras de coesão que a falta de coerência não consiste apenas na ignorância por parte
Para que se garanta a coerência textual, é necessário que as dos interlocutores com relação a um determinado assunto, mas da
regras relacionadas abaixo sejam seguidas. emissão de ideias contrárias e do mal uso dos tempos verbais.
Observe os exemplos:
Referência “A apresentação está finalizada, mas a estou concluindo até
– Pessoal: emprego de pronomes pessoais e possessivos. o momento.” Aqui, temos um processo verbal acabado e um
Exemplo: inacabado.
«Ana e Sara foram promovidas. Elas serão gerentes de
departamento.” Aqui, tem-se uma referência pessoal anafórica “Sou vegana e só como ovos com gema mole.” Os veganos
(retoma termo já mencionado). não consomem produtos de origem animal.

– Comparativa: emprego de comparações com base em Princípios Básicos da Coerência


semelhanças. – Relevância: as ideias têm que estar relacionadas.
Exemplo: – Não Contradição: as ideias não podem se contradizer.
“Mais um dia como os outros…”. Temos uma referência – Não Tautologia: as ideias não podem ser redundantes.
comparativa endofórica.
Fatores de Coerência
– Demonstrativa: emprego de advérbios e pronomes – As inferências: se partimos do pressuposto que os
demonstrativos. interlocutores partilham do mesmo conhecimento, as inferências
Exemplo: podem simplificar as informações.
“Inclua todos os nomes na lista, menos este: Fred da Silva.” Exemplo:
Temos uma referência demonstrativa catafórica. “Sempre que for ligar os equipamentos, não se esqueça de que
voltagem da lavadora é 220w”.
– Substituição: consiste em substituir um elemento, quer seja
nome, verbo ou frase, por outro, para que ele não seja repetido. Aqui, emissor e receptor compartilham do conhecimento de
Analise o exemplo: que existe um local adequado para ligar determinado aparelho.
“Iremos ao banco esta tarde, elas foram pela manhã.”
– O conhecimento de mundo: todos nós temos uma bagagem
Perceba que a diferença entre a referência e a substituição é de saberes adquirida ao longo da vida e que é arquivada na nossa
evidente principalmente no fato de que a substituição adiciona ao memória. Esses conhecimentos podem ser os chamados scripts
texto uma informação nova. No exemplo usado para a referência, o (roteiros, tal como normas de etiqueta), planos (planejar algo
pronome pessoal retoma as pessoas “Ana e Sara”, sem acrescentar com um objetivo, tal como jogar um jogo), esquemas (planos de
quaisquer informações ao texto. funcionamento, como a rotina diária: acordar, tomar café da manhã,
sair para o trabalho/escola), frames (rótulos), etc.
– Elipse: trata-se da omissão de um componente textual – Exemplo:
nominal, verbal ou frasal – por meio da figura denominando eclipse. “Coelhinho e ovos de chocolate! Vai ser um lindo Natal!”
Exemplo:
“Preciso falar com Ana. Você a viu?” Aqui, é o contexto que O conhecimento cultural nos leva a identificar incoerência na
proporciona o entendimento da segunda oração, pois o leitor fica frase, afinal, “coelho” e “ovos de chocolate” são elementos, os
ciente de que o locutor está procurando por Ana. chamados frames, que pertencem à comemoração de Páscoa, e
nada têm a ver com o Natal.
– Conjunção: é o termo que estabelece ligação entre as orações.
Exemplo:
“Embora eu não saiba os detalhes, sei que um acidente
TIPOLOGIA TEXTUAL.
aconteceu.” Conjunção concessiva.

– Coesão lexical: consiste no emprego de palavras que fazem Definição Geral: as tipologia textuais classificam os textos de
parte de um mesmo campo lexical ou que carregam sentido acordo com seus aspectos linguísticos, em termos de estruturação
aproximado. É o caso dos nomes genéricos, sinônimos, hiperônimos, e apresentação. Também podem ser denominados tipos textuais,
entre outros. modo textual ou ainda de organização do discurso, essas
Exemplo: categorizações consistem em formas distintas sob as quais um
“Aquele hospital público vive lotado. A instituição não está texto pode ser apresentado, com fins de responder a diferentes
dando conta da demanda populacional.” propósitos comunicativos.
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Critérios utilizados pela tipologia textual: elementos sintáticos, de restaurante, lista de compras, receita de bolo, etc. Quanto aos
objetivo da comunicação, vocabulário, estrutura, construções tipos, as classificações são fixas, e definem e distinguem o texto
frásicas, linguagem, emprego dos tempos verbais, modo de com base na estrutura e nos aspectos linguísticos. Os tipos textuais
interação com o leitor, conexões lógicas, entre outros.   são: narrativo, descritivo, dissertativo, expositivo e injuntivo.
Resumindo, os gêneros textuais são a parte concreta, enquanto
Objetivos comunicativos: os elementos que compõem um as tipologias integram o campo das formas, da teoria. Acompanhe
texto diversificam-se conforme a finalidade do texto, que pode ser abaixo os principais gêneros textuais inseridos e como eles se
narrar, argumentar, informar, descrever e etc.   inserem em cada tipo textual:
Os tipos de texto: de acordo com as tipologias textuais, um Texto narrativo: esse tipo textual se estrutura em: apresentação,
texto pode ser narrativo, descritivo, dissertativo (argumentativo e desenvolvimento, clímax e desfecho. Esses textos se caracterizam
expositivo) ou explicativo (prescritivo e injuntivo).  pela apresentação das ações de personagens em um tempo e
espaço determinado. Os principais gêneros textuais que pertencem
Tipologia textual x gênero textual: são dois modos de ao tipo textual narrativo são: romances, novelas, contos, crônicas
classificação de um texto que se baseiam em critérios distintos. e fábulas.
Enquanto o gênero textual se dedica aos aspectos formais (modelo Texto descritivo: esse tipo compreende textos que descrevem
de apresentação do texto e função social), as tipologias textuais lugares ou seres ou relatam acontecimentos. Em geral, esse tipo de
têm seu foco na estrutura linguística de um texto, na organização texto contém adjetivos que exprimem as emoções do narrador, e,
do discurso e suas características morfossintáticas.  em termos de gêneros, abrange diários, classificados, cardápios de
restaurantes, folhetos turísticos, relatos de viagens, etc.
— Texto dialogal Texto expositivo: corresponde ao texto cuja função é transmitir
Essa tipologia apresenta um diálogo entre, pelo menos, dois ideias utilizando recursos de definição, comparação, descrição,
locutores. O que difere essa classe da narração é o fato de que, no conceituação e informação. Verbetes de dicionário, enciclopédias,
texto dialogal, o narrador não é obrigatório e, nos casos em que ele jornais, resumos escolares, entre outros, fazem parte dos textos
se apresenta, sua função se limita a introduzir o diálogo; este, por expositivos.
sua vez, se dará na primeira pessoa. Os principais gêneros textuais Texto argumentativo: os textos argumentativos têm o objetivo
que se enquadram nessa tipologia são: peças de teatro, debates, de apresentar um assunto recorrendo a argumentações, isto é,
entrevistas, conversas em aplicativos eletrônicos.   caracteriza-se por defender um ponto de vista. Sua estrutura é
As principais características do texto dialogal: composta por introdução, desenvolvimento e conclusão. Os textos
– Predomínio dos verbos na primeira pessoa do singular; argumentativos compreendem os gêneros textuais manifesto e
– Discurso direto: emprego de verbos elocutivos e dos sinais abaixo-assinado.
dois-pontos, aspas ou travessões para, respectivamente, indicar o Texto injuntivo: esse tipo de texto tem como finalidade de
princípio de uma fala ou para marcá-las; orientar o leitor, ou seja, expor instruções, de forma que o emissor
– Traços na linguagem oral. procure persuadir seu interlocutor. Em razão disso, o emprego de
verbos no modo imperativo é sua característica principal. Pertencem
— Texto explicativo a este tipo os gêneros bula de remédio, receitas culinárias, manuais
A finalidade básica dessa tipologia é instruir o leitor em relação de instruções, entre outros.
a um procedimento específico. Para isso, o texto expõe informações Texto prescritivo: essa tipologia textual tem a função de instruir
que prepara o leitor para agir conforme uma determinada o leitor em relação ao procedimento. Esses textos, de certa forma,
conduta. Essa tipologia se divide dois subtipos: impedem a liberdade de atuação do leitor, pois decretam que ele
– Texto explicativo prescritivo: exige que o leitor se conduza de siga o que diz o texto. Os gêneros que pertencem a esse tipo de
um modo determinado. Ex.: editais de concursos, leis e cláusulas texto são: leis, cláusulas contratuais, edital de concursos públicos.
contratuais. 
– Texto explicativo injuntivo: permite que o leitor proceda com
certa autonomia. Ex.: manuais de instruções, receitas culinárias e
CARGO DAS CLASSES DE PALAVRAS.
bulas. 

Definições e diferenciação: tipos textuais e gêneros textuais — Definição


são dois conceitos distintos, cada qual com sua própria linguagem Classes gramaticais são grupos de palavras que organizam
e estrutura. Os tipos textuais gêneros se classificam em razão o estudo da gramática. Isto é, cada palavra existente na língua
da estrutura linguística, enquanto os gêneros textuais têm sua portuguesa condiz com uma classe gramatical, na qual ela é inserida
classificação baseada na forma de comunicação. Assim, os gêneros em razão de sua função. Confira abaixo as diversas funcionalidades
são variedades existente no interior dos modelos pré-estabelecidos de cada classe gramatical. 
dos tipos textuais. A definição de um gênero textual é feita a partir
dos conteúdos temáticos que apresentam sua estrutura específica. — Artigo 
Logo, para cada tipo de texto, existem gêneros característicos. É a classe gramatical que, em geral, precede um substantivo,
podendo flexionar em número e em gênero. 
Como se classificam os tipos e os gêneros textuais
As classificações conforme o gênero podem sofrer mudanças
e são amplamente flexíveis. Os principais gêneros são: romance,
conto, fábula, lenda, notícia, carta, bula de medicamento, cardápio
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A classificação dos artigos 


Artigos definidos: servem para especificar um substantivo ou para referirem-se a um ser específico por já ter sido mencionado ou por
ser conhecido mutuamente pelos interlocutores. Eles podem flexionar em número (singular e plural) e gênero (masculino e feminino).
Artigos indefinidos: indicam uma generalização ou a ocorrência inicial do representante de uma dada espécie, cujo conhecimento não
é compartilhado entre os interlocutores, por se tratar da primeira vez em que aparece no discurso. Podem variar em número e gênero.
Observe:

NÚMERO/GÊNERO MASCULINO FEMININO EXEMPLOS


Preciso de um pedreiro.
Singular Um Uma
Vi uma moça em frente à casa.
Localizei uns documentos antigos.
Plural Umas Umas
Joguei fora umas coisas velhas.

Outras funções do artigo 


Substantivação: é o nome que se dá ao fenômeno de transformação de adjetivos e verbos em substantivos a partir do emprego do
artigo. Observe:  
– Em “O caminhar dela é muito elegante.”, “caminhar”, que teria valor de verbo, passou a ser o substantivo do enunciado.  

Indicação de posse: antes de palavras que atribuem parentesco ou de partes do corpo, o artigo definido pode exprimir relação de
posse. Por exemplo: 
“No momento em que ela chegou, o marido já a esperava.”
Na frase, o artigo definido “a” esclarece que se trata do marido do sujeito “ela”, omitindo o pronome possessivo dela.

Expressão de valor aproximado: devido à sua natureza de generalização, o artigo indefinido inserido antes de numeral indica valor
aproximado. Mais presente na linguagem coloquial, esse emprego dos artigos indefinidos representa expressões como “por volta de” e
“aproximadamente. Observe: 
“Faz em média uns dez anos que a vi pela última vez.” 
“Acrescente aproximadamente umas três ou quatro gotas de baunilha.” 

Contração de artigos com preposições


Os artigos podem fazer junção a algumas preposições, criando uma única palavra contraída. A tabela abaixo ilustra como esse processo
ocorre:

PREPOSIÇÃO
de em a per/por
singular o do no ao pelo
masculino
plural os dos nos aos pelos
ARTIGOS
DEFINIDOS singular a da na à pela
feminino plural as das nas às pelas
singular um dum num
masculino plural uns duns nuns
ARTIGOS
INDEFINIDOS singular uma duma numa
feminino plural umas dumas numas

— Substantivo
Essa classe atribui nome aos seres em geral (pessoas, animais, qualidades, sentimentos, seres mitológicos e espirituais). Os substantivos
se subdividem em: 
Próprios ou Comuns: são próprios os substantivos que nomeiam algo específico, como nomes de pessoas (Pedro, Paula) ou lugares
(São Paulo, Brasil). São comuns os que nomeiam algo na sua generalidade (garoto, caneta, cachorro). 
Primitivos ou derivados: se não for formado por outra palavra, é substantivo primitivo (carro, planeta); se formado por outra palavra,
é substantivo derivado (carruagem, planetário). 
Concretos ou abstratos: os substantivos que nomeiam seres reais ou imaginativos, são concretos (cavalo, unicórnio); os que nomeiam
sentimentos, qualidades, ações ou estados são abstratos.  

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Substantivos coletivos: são os que nomeiam os seres Pronome adjetivo 


pertencentes ao mesmo grupo. Exemplos: manada (rebanho de Recebem esse nome porque, assim como os adjetivos, esses
gado), constelação (aglomerado de estrelas), matilha (grupo de pronomes alteram os substantivos aos quais se referem. Assim,
cães).   esse tipo de pronome flexiona em gênero e número para fazer
concordância com os substantivos. Exemplos: “Esta professora é
— Adjetivo a mais querida da escola.” (o pronome adjetivo esta determina o
É a classe de palavras que se associa ao substantivo para alterar substantivo comum professora). 
o seu significado, atribuindo-lhe caracterização conforme uma
qualidade, um estado e uma natureza, bem como uma quantidade Locução adjetiva 
ou extensão à palavra, locução, oração, pronome, enfim, ao que Uma locução adjetiva é formada por duas ou mais palavras,
quer que seja nomeado. que, associadas, têm o valor de um único adjetivo. Basicamente,
consiste na união preposição + substantivo ou advérbio.
Os tipos de adjetivos  Exemplos: 
Simples e composto: com apenas um radical, é adjetivo simples – Criaturas da noite (criaturas noturnas). 
(bonito, grande, esperto, miúdo, regular); apresenta mais de um – Paixão sem freio (paixão desenfreada). 
radical, é composto (surdo-mudo, afrodescendente, amarelo- – Associação de comércios (associação comercial). 
limão).  
Primitivo e derivado: o adjetivo que origina outros adjetivos é — Verbo
primitivo (belo, azul, triste, alegre); adjetivos originados de verbo, É a classe de palavras que indica ação, ocorrência, desejo,
substantivo ou outro adjetivo são classificados como derivados (ex.: fenômeno da natureza e estado. Os verbos se subdividem em: 
substantivo morte → adjetivo mortal; adjetivo lamentar → adjetivo Verbos regulares: são os verbos que, ao serem conjugados, não
lamentável).  têm seu radical modificado e preservam a mesma desinência do
Pátrio ou gentílico: é a palavra que indica a nacionalidade ou verbo paradigma, isto é, terminado em “-ar” (primeira conjugação),
origem de uma pessoa (paulista, brasileiro, mineiro, latino).   “-er” (segunda conjugação) ou “-ir” (terceira conjugação).  Observe
o exemplo do verbo “nutrir”:
O gênero dos adjetivos  – Radical: nutr (a parte principal da palavra, onde reside seu
Uniformes: possuem forma única para feminino e masculino, significado).
isto é, não flexionam seu termo. Exemplo: “Fred é um amigo leal.” – Desinência: “-ir”, no caso, pois é a terminação da palavra e,
/ “Ana é uma amiga leal.”   tratando-se dos verbos, indica pessoa (1a, 2a, 3a), número (singular
Biformes: os adjetivos desse tipo possuem duas formas, que ou plural), modo (indicativo, subjuntivo ou imperativo) e tempo
variam conforme o gênero. Exemplo: “Menino travesso.” / “Menina (pretérito, presente ou futuro). Perceba que a conjugação desse
travessa”.  no presente do indicativo: o radical não sofre quaisquer alterações,
tampouco a desinência. Portanto, o verbo nutrir é regular: Eu nutro;
O número dos adjetivos  tu nutre; ele/ela nutre; nós nutrimos; vós nutris; eles/elas nutrem.
Por concordarem com o número do substantivo a que se – Verbos irregulares: os verbos irregulares, ao contrário dos
referem, os adjetivos podem estar no singular ou no plural. Assim, regulares, têm seu radical modificado quando conjugados e /ou
a sua composição acompanha os  substantivos. Exemplos:  pessoa têm desinência diferente da apresentada pelo verbo paradigma.
instruída → pessoas instruídas; campo formoso → campos Exemplo: analise o verbo dizer conjugado no pretérito perfeito
formosos. do indicativo:  Eu disse; tu dissestes; ele/ela disse; nós dissemos;
vós dissestes; eles/elas disseram. Nesse caso, o verbo da segunda
O grau dos adjetivos conjugação (-er) tem seu radical, diz, alterado, além de apresentar
Quanto ao grau, os adjetivos se classificam em comparativo duas desinências distintas do verbo paradigma”.  Se o verbo dizer
(compara qualidades) e superlativo (intensifica qualidades). fosse regular, sua conjugação no pretérito perfeito do indicativo
seria: dizi, dizeste, dizeu, dizemos, dizestes, dizeram. 
Comparativo de igualdade: “O novo emprego é tão bom
quanto o anterior.”   — Pronome 
Comparativo de superioridade: “Maria é mais prestativa do O pronome tem a função de indicar a pessoa do discurso (quem
que Luciana.”  fala, com quem se fala e de quem se fala), a posse de um objeto
Comparativo de inferioridade: “O gerente está menos atento e sua posição. Essa classe gramatical é variável, pois flexiona em
do que a equipe.”    número e gênero. Os pronomes podem suplantar o substantivo
Superlativo  absoluto: refere-se a apenas um substantivo, ou acompanhá-lo; no primeiro caso, são denominados “pronome
podendo ser:  substantivo” e, no segundo, “pronome adjetivo”. Classificam-se em:
– Analítico - “A modelo é extremamente bonita.”  pessoais, possessivos, demonstrativos, interrogativos, indefinidos e
– Sintético - “Pedro é uma pessoa boníssima.”  relativos. 

Superlativo relativo: refere-se a um grupo, podendo ser de: 


– Superioridade - “Ela é a professora mais querida da escola.” 
– Inferioridade - “Ele era o menos disposto do grupo.”  

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Pronomes pessoais 
Os pronomes pessoais apontam as pessoas do discurso (pessoas gramaticais), e se subdividem em pronomes do caso reto
(desempenham a função sintática de sujeito) e pronomes oblíquos (atuam como complemento), sendo que, para cada caso reto, existe
um correspondente oblíquo.

CASO RETO CASO OBLÍQUO


Eu Me, mim, comigo.
Tu Te, ti, contigo.
Ele Se, o, a , lhe, si, consigo.
Nós Nos, conosco.
Vós Vos, convosco.
Eles Se, os, as, lhes, si, consigo.

Observe os exemplos: 
– Na frase “Maria está feliz. Ela vai se casar.”, o pronome cabível é do caso reto. Quem vai se casar? Maria.  
– Na frase “O forno? Desliguei-o agora há pouco. O pronome “o” completa o sentido do verbo. Fechei o que? O forno. 

Lembrando que os pronomes oblíquos o, a, os, as, lo, la, los, las, no, na nos, e nas desempenham apenas a função de objeto direto.  

Pronomes possessivos 
Esses pronomes indicam a relação de posse entre o objeto e a pessoa do discurso.

PESSOA DO DISCURSO PRONOME


1 pessoa – Eu
a
Meu, minha, meus, minhas
2 pessoa – Tu
a
Teu, tua, teus, tuas
3a pessoa– Seu, sua, seus, suas

Exemplo: “Nossos filhos cresceram.” → o pronome indica que o objeto pertence à 1ª pessoa (nós).

Pronomes de tratamento
Tratam-se termos solenes que, em geral, são empregados em contextos formais — a única exceção é o pronome você. Eles têm a
função de promover uma referência direta do locutor para interlocutor (parceiros de comunicação). São divididos conforme o nível de
formalidade, logo, para cada situação, existe um pronome de tratamento específico. Apesar de expressarem interlocução (diálogo), à qual
seria adequado o emprego do pronome na segunda pessoa do discurso (“tu”), no caso dos pronomes de tratamento, os verbos devem ser
usados em 3a pessoa.

PRONOME USO ABREVIAÇÕES


Você situações informais V./VV
Senhor (es) e
pessoas mais velhas Sr. Sr.a (singular) e Srs. , Sra.s. (plural)
Senhora (s)
Vossa Senhoria em correspondências e outros textos redigidos V. S.a/V.Sas
altas autoridades, como Presidente da República, senadores,
Vossa Excelência V. Ex.a/ V. Ex.as
deputados, embaixadores
Vossa Magnificência reitores das Universidades V. Mag.a/V. Mag.as
Vossa Alteza príncipes, princesas, duques V.A (singular) e V.V.A.A. (plural)
Vossa Reverendíssima sacerdotes e religiosos em geral V. Rev. m.a/V. Rev. m. as
Vossa Eminência cardeais V. Ex.a/V. Em.as
Vossa Santidade Papa V.S.

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Pronomes demonstrativos
Sua função é indicar a posição dos seres no que se refere ao tempo ao espaço e à pessoa do discurso – nesse último caso, o pronome
determina a proximidade entre um e outro. Esses pronomes flexionam-se em gênero e número.

PESSOA DO DISCURSO PRONOMES POSIÇÃO


1 pessoa
a
Este, esta, estes, estas, isto. Os seres ou objetos estão próximos da pessoa que fala.
Os seres ou objetos estão próximos da pessoa com quem se
2a pessoa Esse, essa, esses, essas, isso.
fala.
3a pessoa Aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo. Com quem se fala.

Observe os exemplos:
“Esta caneta é sua?”
“Esse restaurante é bom e barato.”

Pronomes Indefinidos
Esses pronomes indicam indeterminação ou imprecisão, assim, estão sempre relacionados à 3ª pessoa do discurso. Os pronomes
indefinidos podem ser variáveis (flexionam conforme gênero e número) ou invariáveis (não flexionam). Analise os exemplos abaixo:
– Em “Alguém precisa limpar essa sujeira.”, o termo “alguém” quer dizer uma pessoa de identidade indefinida ou não especificada).
– Em “Nenhum convidado confirmou presença.”, o termo “nenhum” refere-se ao substantivo “convidado” de modo vago, pois não se
sabe de qual convidado se trata.
– Em “Cada criança vai ganhar um presente especial.”, o termo “cada” refere-se ao substantivo da frase “criança”, sem especificá-lo.
– Em “Outras lojas serão abertas no mesmo local.”, o termo “outras” refere-se ao substantivo “lojas” sem especificar de quais lojas se
trata.
Confira abaixo a tabela com os pronomes indefinidos:

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES INDEFINIDOS


VARIÁVEIS Muito, pouco, algum, nenhum, outro, qualquer, certo, um, tanto, quanto, bastante, vários, quantos, todo.
INVARIÁVEIS Nada, ninguém, cada, algo, alguém, quem, demais, outrem, tudo.
Pronomes relativos
Os pronomes relativos, como sugere o nome, se relacionam ao termo anterior e o substituem, sendo importante, portanto, para
prevenir a repetição indevida das palavras em um texto. Eles podem ser variáveis (o qual, cujo, quanto) ou invariáveis (que, quem, onde).
Observe os exemplos:
– Em “São pessoas cuja história nos emociona.”, o pronome “cuja” se apresenta entre dois substantivos (“pessoas” e “história”) e se
relaciona àquele que foi dito anteriormente (“pessoas”).
– Em “Os problemas sobre os quais conversamos já estão resolvidos.” , o pronome “os quais” retoma o substantivo dito anteriormente
(“problemas”).

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES RELATIVOS


VARIÁVEIS O qual, a qual, os quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas.
INVARIÁVEIS Quem, que, onde.

Pronomes interrogativos 
Os pronomes interrogativos são palavras variáveis e invariáveis cuja função é formular perguntas diretas e indiretas. Exemplos: 
“Quanto vai custar a passagem?” (oração interrogativa direta) 
“Gostaria de saber quanto custará a passagem.” (oração interrogativa indireta)

CLASSIFICAÇÃO PRONOMES INTERROGATIVOS


VARIÁVEIS Qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas.
INVARIÁVEIS Quem, que.

 — Advérbio 
É a classe de palavras invariável que atua junto aos verbos, aos adjetivos e mesmo aos advérbios, com o objetivo de modificar ou
intensificar seu sentido, ao adicionar-lhes uma nova circunstância. De modo geral, os advérbios exprimem circunstâncias de tempo, modo,
lugar, qualidade, causa, intensidade, oposição, aprovação, afirmação, negação, dúvida, entre outras noções. Confira na tabela:
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CLASSIFICAÇÃO PRINCIPAIS TERMOS EXEMPLOS


Bem, mal, assim, melhor, pior, depressa,
devagar.
“Coloquei-o cuidadosamente no berço.”
ADVÉRBIO DE MODO Grande parte das palavras terminam em
“Andou depressa por causa da chuva”
“-mente”, como cuidadosamente, calmamente,
tristemente.
“O carro está fora.”
ADVERBIO DE LUGAR Perto, longe, dentro, fora, aqui, ali, lá e atrás. “Foi bem no teste?”
“Demorou, mas chegou longe!”
Antes, depois, hoje, ontem, amanhã sempre, “Sempre que precisar de algo, basta chamar-me.”
ADVÉRBIO DE TEMPO
nunca, cedo e tarde. “Cedo ou tarde, far-se-á justiça.”
“Eles formam um casal tão bonito!”
ADVÉRBIO DE INTENSIDADE Muito, pouco, bastante, tão, demais, tanto. “Elas conversam demais”
“Você saiu muito depressa”
Sim e decerto e palavras afirmativas com o
“Decerto passaram por aqui”
sufixo “-mente” (certamente, realmente).
ADVÉRBIO DE AFIRMAÇÃO “Claro que irei!”
Palavras como claro e positivo, podem ser
“Entendi, sim.”
advérbio, dependendo do contexto.
Não e nem. Palavras como negativo, nenhum, “Jamais reatarei meu namoro com ele.”
ADVÉRBIO DE NEGAÇÃO nunca, jamais, entre outras, podem ser “Sequer pensou para falar.”
advérbio de negação, conforme o contexto. “Não pediu ajuda.”
Talvez, quiçá, porventura e palavras que “Quiçá seremos recebidas.”
ADVÉRBIO DE DÚVIDA expressem dúvida acrescidas do sufixo “Provavelmente sairei mais cedo.”
“-mente”, como possivelmente. “Talvez eu saia cedo.”
“Por que vendeu o livro?” (oração interrogativa
Quando, como, onde, aonde, donde, por que. direta, que indica causa)
ADVÉRBIO DE Esse advérbio pode indicar circunstâncias de “Quando posso sair?” (oração interrogativa direta,
INTERROGAÇÃO modo, tempo, lugar e causa. É usado somente que indica tempo)
em frases interrogativas diretas ou indiretas. “Explica como você fez isso.”
(oração interrogativa indireta, que indica modo).

— Conjunção
As conjunções integram a classe de palavras que tem a função de conectar os elementos de um enunciado ou oração e, com isso,
estabelecer uma relação de dependência ou de independência entre os termos ligados. Em função dessa relação entre os termos
conectados, as conjunções podem ser classificadas, respectivamente e de modo geral, como coordenativas ou subordinativas. Em outras
palavras, as conjunções são um vínculo entre os elementos de uma sentença, atribuindo ao enunciado uma maior mais clareza e precisão
ao enunciado.

Conjunções coordenativas: observe o exemplo:


“Eles ouviram os pedidos de ajuda. Eles chamaram o socorro.” – “Eles ouviram os pedidos de ajuda e chamaram o socorro.”

No exemplo, a conjunção “e” estabelece uma relação de adição ao enunciado, ao conectar duas orações em um mesmo período: além
de terem ouvido os pedidos de ajuda, chamaram o socorro. Perceba que não há relação de dependência entre ambas as sentenças, e que,
para fazerem sentido, elas não têm necessidade uma da outra. Assim, classificam-se como orações coordenadas, e a conjunção que as
relaciona, como coordenativa.

Conjunções subordinativas: analise este segundo caso:


“Não passei na prova, apesar de ter estudado muito.”

Neste caso, temos uma locução conjuntiva (duas palavras desempenham a função de conjunção). Além disso, notamos que o sentido
da segunda sentença é totalmente dependente da informação que é dada na primeira. Assim, a primeira oração recebe o nome de oração
principal, enquanto a segunda, de oração subordinada. Logo, a conjunção que as relaciona é subordinativa.

Classificação das conjunções


Além da classificação que se baseia no grau de dependência entre os termos conectados (coordenação e subordinação), as conjunções
possuem subdivisões.
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Conjunções coordenativas: essas conjunções se reclassificam em razão do sentido que possuem cinco subclassificações, em função o
sentido que estabelecem entre os elementos que ligam. São cinco:

CLASSIFICAÇÃO FUNÇÃO EXEMPLOS


Estabelecer relação de adição (positiva
“No safári, vimos girafas, leões e zebras.” /
Conjunções coordenativas ou negativa). As principais conjunções
“Ela ainda não chegou, nem sabemos quando vai
aditivas coordenativas aditivas são “e”, “nem” e
chegar.”
“também”.
Estabelecer relação de oposição. As principais
“Havia flores no jardim, mas estavam murchando.” /
Conjunções coordenativas conjunções coordenativas adversativas
“Era inteligente e bom com palavras, entretanto,
adversativas são “mas”, “porém”, “contudo”, “todavia”,
estava nervoso na prova.”
“entretanto”.
Estabelecer relação de alternância. As principais “Pode ser que o resultado saia amanhã ou depois.” /
Conjunções coordenativas
conjunções coordenativas alternativas são “ou”, “Ora queria viver ali para sempre, ora queria mudar
alternativas
“ou... ou”, “ora... ora”, “talvez... talvez”.. de país.”
Estabelecer relação de conclusão. As principais “Não era bem remunerada, então decidi trocar de
Conjunções coordenativas
conjunções coordenativas conclusivas são emprego.” /
conclusivas
“portanto”, “então”, “assim”, “logo”. “Penso, logo existo.”
Estabelecer relação de explicação. As principais “Quisemos viajar porque não conseguiríamos
Conjunções coordenativas
conjunções coordenativas explicativas são descansar aqui em casa.” /
explicativas
“porque”, “pois”, “porquanto”. “Não trouxe o pedido, pois não havia ouvido.”

Conjunções subordinativas: com base no sentido construído entre as duas orações relacionadas, a conjunção subordinativa pode ser
de dois subtipos:  

1 – Conjunções integrantes: introduzem a oração que cumpre a função de sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo,
complemento nominal ou aposto de outra oração. Essas conjunções são que e se. Exemplos:  
«É obrigatório que o senhor compareça na data agendada.”   
“Gostaria de saber se o resultado sairá ainda hoje.” 

2 – Conjunções adverbiais: introduzem sintagmas adverbiais (orações que indicam uma circunstância adverbial relacionada à oração
principal) e se subdividem conforme a tabela abaixo: 

CLASSIFICAÇÃO FUNÇÃO EXEMPLOS


São empregadas para introduzir a oração que Que e se. Analise:
cumpre a função de sujeito, objeto direito, “É obrigatório que o senhor compareça na data
Conjunções Integrantes
objeto indireto, predicativo, complemento agendada.” e
nominal ou aposto de outra oração. “Gostaria de saber se o resultado sairá ainda hoje.”
Conjunções subornativas Introduzem uma oração subordinada que Porque, pois, por isso que, uma vez que, já que, visto
causais denota causa. que, que, porquanto.
Estabelecer relação de alternância. As principais
Conjunções subornativas
conjunções coordenativas alternativas são “ou”, Conforme, segundo, como, consoante.
conformativas
“ou... ou”, “ora... ora”, “talvez... talvez”..
Introduzem uma oração subordinada em que
Conjunções subornativas é indicada uma hipótese ou uma condição Se, caso, salvo se, desde que, contanto que, dado
condicionais necessária para que seja realizada ou não o fato que, a menos que, a não ser que.
principal.
Mais, menos, menor, maior, pior, melhor, seguidas
Conjunções subornativas Introduzem uma oração que expressa uma de que ou do que. Qual depois de tal. Quanto depois
comparativas comparação. de tanto. Como, assim como, como se, bem como,
que nem.
Indicam uma oração em que se admite um Por mais que, por menos que, apesar de que,
Conjunções subornativas
fato contrário à ação principal, mas incapaz de embora, conquanto, mesmo que, ainda que, se bem
concessivas
impedí-la. que.
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Introduzem uma oração, cujos acontecimentos


Conjunções subornativas são simultâneos, concomitantes, ou seja, À proporção que, ao passo que, à medida que, à
proporcionais ocorrem no mesmo espaço temporal daqueles proporção que.
contidos na outra oração.
Depois que, até que, desde que, cada vez que, todas
Conjunções subornativas Introduzem uma oração subordinada indicadora
as vezes que, antes que, sempre que, logo que, mal,
temporais de circunstância de tempo.
quando.
Introduzem uma oração na qual é indicada a Tal, tão, tamanho, tanto (em uma oração, seguida
Conjunções subornativas
consequência do que foi declarado na oração pelo que em outra oração). De maneira que, de
consecutivas
anterior. forma que, de sorte que, de modo que.
Conjunções subornativas Introduzem uma oração indicando a finalidade
A fim de que, para que.
finais da oração principal.

— Numeral
É a classe de palavra variável que exprime um número determinado ou a colocação de alguma coisa dentro de uma sequência. Os
numerais podem ser: cardinais (um, dois, três), ordinais (primeiro, segundo, terceiro), fracionários (meio, terço, quarto) e multiplicativos
(dobro, triplo, quádruplo). Antes de nos aprofundarmos em cada caso, vejamos o emprego dos numerais, que tem três principais finalidades: 
1 – Indicar leis e decretos: nesses casos, emprega-se o numeral ordinal somente até o número nono; após, devem ser utilizados os
numerais cardinais. Exemplos: Parágrafo 9° (parágrafo nono); Parágrafo 10 (Parágrafo 10). 
2 – Indicar os dias do mês: nessas situações, empregam-se os numerais cardinais, sendo que a única exceção é a indicação do primeiro
dia do mês, para a qual deve-se utilizar o numeral ordinal. Exemplos: dezesseis de outubro; primeiro de agosto. 
3 – Indicar capítulos, séculos, capítulos, reis e papas: após o substantivo emprega-se o numeral ordinal até o décimo; após o décimo
utiliza-se o numeral cardinal. Exemplos: capítulo X (décimo); século IV (quarto); Henrique VIII (oitavo), Bento XVI (dezesseis). 

Os tipos de numerais 
Cardinais: são os números em sua forma fundamental e exprimem quantidades.
Exemplos: um dois, dezesseis, trinta, duzentos, mil.  
– Alguns deles flexionam em gênero (um/uma, dois/duas, quinhentos/quinhentas). 
– Alguns números cardinais variam em número, como é o caso: milhão/milhões, bilhão/bilhões, trilhão/trilhões, e assim por diante. 
– Apalavra ambos(as) é considerada um numeral cardinal, pois significa os dois/as duas. Exemplo: Antônio e Pedro fizeram o teste,
mas os dois/ambos foram reprovados. 

Ordinais: indicam ordem de uma sequência (primeiro, segundo, décimo, centésimo, milésimo…), isto é, apresentam a ordem de
sucessão e uma série, seja ela de seres, de coisas ou de objetos. 
– Os numerais ordinais variam em gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural). Exemplos: primeiro/primeira, primeiros/
primeiras, décimo/décimos, décima/décimas, trigésimo/trigésimos, trigésima/trigésimas.  
– Alguns numerais ordinais possuem o valor de adjetivo. Exemplo: A carne de segunda está na promoção.  

Fracionários: servem para indicar a proporções numéricas reduzidas, ou seja, para representar uma parte de um todo. Exemplos:
meio ou metade (½), um quarto (um quarto (¼), três quartos (¾), 1/12 avos.  
– Os números fracionários flexionam-se em gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural). Exemplos: meio copo de leite,
meia colher de açúcar; dois quartos do salário-mínimo.   

Multiplicativos: esses numerais estabelecem relação entre um grupo, seja de coisas ou objetos ou coisas, ao atribuir-lhes uma
característica que determina o aumento por meio dos múltiplos. Exemplos: dobro, triplo, undécuplo, doze vezes, cêntuplo.  
– Em geral, os multiplicativos são invariáveis, exceto quando atuam como adjetivo, pois, nesse caso, passam a flexionar número e
gênero (masculino e feminino). Exemplos: dose dupla de elogios, duplos sentidos. 

Coletivos: correspondem aos substantivos que exprimem quantidades precisas, como dezena (10 unidades) ou dúzia (12 unidades). 
– Os numerais coletivos sofrem a flexão de número: unidade/unidades, dúzia/dúzias, dezena/dezenas, centena/centenas. 

— Preposição
Essa classe de palavras cujo objetivo é marcar as relações gramaticais que outras classes (substantivos, adjetivos, verbos e advérbios)
exercem no discurso.  Por apenas marcarem algumas relações entre as unidades linguísticas dentro do enunciado, as preposições não
possuem significado próprio se isoladas no discurso. Em razão disso, as preposições são consideradas classe gramatical dependente, ou
seja, sua função gramatical (organização e estruturação) é principal, embora o desempenho semântico, que gera significado e sentido,
esteja presente, possui um valor menor.

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Classificação das preposições  elementos do enunciado.  As interjeições podem ser empregadas


Preposições essenciais: são aquelas que só aparecem na língua também para chamar exigir algo ou para chamar a atenção do
propriamente como preposições, sem outra função. São elas: a, interlocutor e são unidades cuja forma pode sofrer variações como: 
antes, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, – Locuções interjetivas: são formadas por grupos e palavras
por (ou per, em dadas variantes geográficas ou históricas), sem, que, associadas, assumem o valor de interjeição. Exemplos: “Ai de
sob, sobre, trás. mim!”, “Minha nossa!” Cruz credo!”. 
Exemplo 1 – ”Luís gosta de viajar.” e “Prefiro doce de coco.” Em – Palavras da língua: “Eita!” “Nossa!” 
ambas as sentenças, a preposição  de  manteve-se sempre sendo – Sons vocálicos: “Hum?!”, “Ué!”, “Ih…!» 
preposição, apesar de ter estabelecido relação entre unidades
linguísticas diferentes, garantindo-lhes classificações distintas Os tipos de interjeição
conforme o contexto.  De acordo com as reações que expressam, as interjeições
podem ser de:
Exemplo 2 – “Estive com ele até o reboque chegar.” e “Finalizei
o quadro com textura.”  Perceba que nas duas fases, a mesma ADMIRAÇÃO “Ah!”, “Oh!”, “Uau!”
preposição tem significados distintos: na primeira, indica recurso/
instrumento; na segunda, exprime companhia. Por isso, afirma-se ALÍVIO “Ah!, “Ufa!”
que a preposição tem valor semântico, mesmo que secundário ao ANIMAÇÃO “Coragem!”, “Força!”, “Vamos!”
valor estrutural (gramática).
APELO “Ei!”, “Oh!”, “Psiu!”
Classificação das preposições  APLAUSO “Bravo!”, “Bis!”
Preposições acidentais: são aquelas que, originalmente, não
apresentam função de preposição, porém, a depender do contexto, DESPEDIDA/SAUDAÇÃO “Alô!”, “Oi!”, “Salve!”, “Tchau!”
podem assumir essa atribuição.  São elas: afora, como, conforme,
durante, exceto, feito, fora, mediante, salvo, segundo, visto, entre DESEJO “Tomara!”
outras. DOR “Ai!”, “Ui!”
Exemplo: ”Segundo  o delegado, os depoimentos do
suspeito apresentaram contradições.”  A palavra “segundo”, que, DÚVIDA “Hã?!”, “Hein?!”, “Hum?!”
normalmente seria um numeral (primeiro, segundo, terceiro), ao ESPANTO “Eita!”, “Ué!”
ser inserida nesse contexto, passou a ser uma preposição acidental,
por tem o sentido de “de acordo com”, “em conformidade com”.   IMPACIÊNCIA
“Puxa!”
(FRUSTRAÇÃO)
Locuções prepositivas  IMPOSIÇÃO “Psiu!”, “Silêncio!”
Recebe esse nome o conjunto de palavras com valor e
SATISFAÇÃO “Eba!”, “Oba!”
emprego de uma preposição. As principais locuções prepositivas
são constituídas por advérbio  ou locução adverbial acrescido da SUSPENSÃO “Alto lá!”, “Basta!”, “Chega!”
preposição de, a ou com. Confira algumas das principais locuções
prepositivas. 
SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO.
abaixo de de acordo junto a
acerca de debaixo de junto de Definição: sintaxe é a área da Gramática que se dedica ao
acima de de modo a não obstante estudo da ordenação das palavras em uma frase, das frases em um
discurso e também da coerência (relação lógica) que estabelecem
a fim de dentro de para com entre si. Sempre que uma frase é construída, é fundamental que
à frente de diante de por debaixo de ela contenha algum sentido para que possa ser compreendida pelo
receptor. Por fazer a mediação da combinação entre palavras e
antes de embaixo de por cima de
orações, a sintaxe é essencial para que essa compreensão se efetive.
a respeito de em cima de por dentro de Para que se possa compreender a análise sintática, é importante
atrás de em frente de por detrás de retomarmos alguns conceitos, como o de frase, oração e período.
Vejamos:
através de em razão de quanto a
com respeito a fora de sem embargo de Frase
Trata-se de um enunciado que carrega um sentido completo
— Interjeição  que possui sentido integral, podendo ser constituída por somente
É a palavra invariável ou sintagma que compõem frases que uma ou várias palavras podendo conter verbo (frase verbal) ou
manifestam por parte do emissor do enunciado uma surpresa, uma não (frase nominal). Uma frase pode exprimir ideias, sentimentos,
hesitação, um susto, uma emoção, um apelo, uma ordem, etc., apelos ou ordens. Exemplos: “Saia!”, “O presidente vai fazer seu
por parte do emissor do enunciado. São as chamadas unidades discurso.”, “Atenção!”, “Que horror!”.
autônomas, que usufruem de independência em relação aos demais

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A ordem das palavras: associada à pontuação apropriada, Termos da oração: é o nome dado às palavras que atribuem
a disposição das palavras na frase também é fundamental para a sentido a uma frase verbal. A reunião desses elementos forma o
compreensão da informação escrita, e deve seguir os padrões da que chamamos de estrutura de um período. Os termos essenciais
Língua Portuguesa. Observe que a frase “A professora já vai falar.” se subdividem em: essenciais, integrantes e acessórios. Acompanhe
Pode ser modificada para, por exemplo, “Já vai falar a professora.” , a seguir as especificidades de cada tipo.
sem que haja prejuízo de sentido. No entanto, a construção “Falar a
já professora vai.” , apesar da combinação das palavras, não poderá 1 – Termos Essenciais (ou fundamentais) da oração
ser compreendida pelo interlocutor. Sujeito e Predicado: enquanto um é o ser sobre quem/o qual
se declara algo, o outro é o que se declara sobre o sujeito e, por
Oração isso, sempre apresenta um verbo ou uma locução verbal, como nos
É uma unidade sintática que se estrutura em redor de um respectivos exemplos a seguir:
verbo ou de uma locução verbal. Uma frase pode ser uma oração, Exemplo: em “Fred fez um lindo discurso.”, o sujeito é “Fred”,
desde que tenha um verbo e um predicado; quanto ao sujeito, nem que “fez um lindo discurso” (é o restante da oração, a declaração
sempre consta em uma oração, assim como o sentido completo. O sobre o sujeito).
importante é que seja compreensível pelo receptor da mensagem. Nem sempre o sujeito está no início da oração (sujeito direto),
Analise, abaixo, uma frase que é oração com uma que não é. podendo apresentar-se também no meio da fase ou mesmo após
1 – Silêncio!”: É uma frase, mas não uma oração, pois não o predicado (sujeito inverso). Veja um exemplo para cada um dos
contém verbo. respectivos casos:
2 – “Eu quero silêncio.”: A presença do verbo classifica a frase “Fred fez um lindo discurso.”
como oração. “Um lindo discurso Fred fez.”
“Fez um lindo discurso, Fred.”
Unidade sintática (ou termo sintático): a sintaxe de uma
oração é formada por cada um dos termos, que, por sua vez, – Sujeito determinado: é aquele identificável facilmente pela
estabelecem relação entre si para dar atribuir sentido à frase. No concordância verbal.
exemplo supracitado, a palavra “quero” deve unir-se às palavras – Sujeito determinado simples: possui apenas um núcleo
“Eu” e “silêncio” para que o receptor compreenda a mensagem. ligado ao verbo. Ex.: “Júlia passou no teste”.
Dessa forma, cada palavra desta oração recebe o nome de termo – Sujeito determinado composto: possui dois ou mais núcleos.
ou unidade sintática, desempenhando, cada qual, uma função Ex.: “Júlia e Felipe passaram no teste.”
sintática diferente.
– Sujeito determinado implícito: não aparece facilmente na
oração, mas a frase é dotada de entendimento. Ex.: “Passamos no
Classificação das orações: as orações podem ser simples ou teste.” Aqui, o termo “nós” não está explícito na oração, mas a
compostas. As orações simples apresentam apenas uma frase; as concordância do verbo o destaca de forma indireta.
compostas apresentam duas ou mais frases na mesma oração. – Sujeito indeterminado: é o que não está visível na oração
Analise os exemplos abaixo e perceba que a oração composta tem e, diferente do caso anterior, não há concordância verbal para
duas frases, e cada uma tem seu próprio sentido. determiná-lo.
– Oração simples: “Eu quero silêncio.”
– Oração composta: “Eu quero silêncio para poder ouvir o Esse sujeito pode aparecer com:
noticiário”. – Verbo na 3a pessoa do plural. Ex.: “Reformaram a casa velha”.
– Verbo na 3a pessoa do singular + pronome “se”: “Contrata-se
Período padeiro.”».
É a construção composta por uma ou mais orações, sempre com – Verbo no infinitivo impessoal: “Vai ser mais fácil se você
sentido completo. Assim como as orações, o período também pode estiver lá.”
ser simples ou composto, que se diferenciam em razão do número
de orações que apresenta: o período simples contém apenas uma – Orações sem sujeito: são compostas somente por predicado,
oração, e o composto mais de uma. Lembrando que a oração é uma e sua mensagem está centralizada no verbo, que é impessoal.
frase que contém um verbo. Assim, para não ter dúvidas quanto à Essas orações podem ter verbos que constituam fenômenos da
classificação, basta contar quantos verbos existentes na frase. natureza, ou os verbos ser, estar, haver e fazer quando indicativos
– Período simples: “Resolvo esse problema até amanhã.” - de fenômeno meteorológico ou tempo. Observe os exemplos:
apresenta apenas um verbo. “Choveu muito ontem”.
– Período composto: Resolvo esse problema até amanhã ou “Era uma hora e quinze”.
ficarei preocupada.” - contém dois verbos.
– Predicados Verbais: resultam da relação entre sujeito e
— Análise Sintática verbo, ou entre verbo e complementos. Os verbos, por sua vez,
É o nome que se dá ao processo que serve para esmiuçar a também recebem sua classificação, conforme abaixo:
estrutura de um período e das orações que compõem um período. – Verbo transitivo: é o verbo que transita, isto é, que vai adiante
para passar a informação adequada. Em outras palavras, é o verbo
que exige complemento para ser entendido. Para produzir essa
compreensão, esse trânsito do verbo, o complemento pode ser

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direto ou indireto. No primeiro caso, a ligação direta entre verbo e – “Eu tenho medo do cachorro.” – Nesse caso, “medo” é um
complemento. Ex.: “Quero comprar roupas.”. No segundo, verbo e substantivo.
complemento são unidos por preposição. Ex.: “Preciso de dinheiro.”
– Verbo intransitivo: não requer complemento, é provido de – Agentes da Passiva: são os termos de uma oração que praticam
sentido completo. São exemplos: morrer, acordar, nascer, nadar, a ação expressa pelo verbo, quando este está na voz passiva. Assim,
cair, mergulhar, correr. estão normalmente acompanhados pelas preposições de e por.
– Verbo de ligação: servem para expressar características de Observe os exemplos do item anterior modificados para a voz
estado ao sujeito, sendo eles: estado permanente (“Pedro é alto.”), passiva:
estado de transição (“Pedro está acamado.”), estado de mutação – “Os resultados foram motivo de satisfação de Maria.”
(“Pedro esteve enfermo.”), estado de continuidade (“Pedro continua – “O cachorro foi alvo do meu medo.”
esbelto.”) e estado aparente (“Pedro parece nervoso.”). – “A viela foi atravessada rapidamente pelo entregador.”
– Predicados nominais: são aqueles que têm um nome
(substantivo ou adjetivo) como cujo núcleo significativo da oração. 3 – Termos acessórios da oração
Ademais, ele se caracteriza pela indicação de estado ou qualidade, Diversamente dos termos essenciais e integrantes, os termos
e é composto por um verbo de ligação mais o predicativo do sujeito. acessórios não são fundamentais o sentido da oração, mas servem
– Predicativo do sujeito: é um termo que atribui características para complementar a informação, exprimindo circunstância,
ao sujeito por meio de um verbo. Exemplo: em “Marta é determinando o substantivo ou caracterizando o sujeito. Confira
inteligente.”, o adjetivo é o predicativo do sujeito “Marta”, ou seja, abaixo quais são eles:
é sua característica de estado ou qualidade. Isso é comprovado pelo – Adjunto adverbial: são os termos que modificam o sentido
“ser” (é), que é o verbo de ligação entre Marta e sua característica do verbo, do adjetivo ou do advérbio. Analise os exemplos:
atual. Esse elemento não precisa ser, obrigatoriamente, um adjetivo, “Dormimos muito.”
mas pode ser uma locução adjetiva, ou mesmo um substantivo ou
palavra substantivada. O termo acessório “muito” classifica o verbo “dormir”.
– Predicado Verbo-Nominal: esse tipo deve apresentar sempre “Ele ficou pouco animado com a notícia.”
um predicativo do sujeito associado a uma ação do sujeito acrescida
de uma qualidade sua. Exemplo: “As meninas saíram mais cedo da O termo acessório “pouco” classifica o adjetivo “animado”
aula. Por isso, estavam contentes. “Maria escreve bastante bem.”
O sujeito “As meninas” possui como predicado o verbo “sair”
e também o adjetivo “contentes”. Logo, “estavam contentes” é o O termo acessório “bastante” modifica o advérbio “bem”.
predicativo do sujeito e o verbo de ligação é “estar”.
Os adjuntos adverbiais podem ser:
2 – Termos integrantes da oração – Advérbios: pouco, bastante, muito, ali, rapidamente longe, etc.
Basicamente, são os termos que completam os verbos de uma – Locuções adverbiais: o tempo todo, às vezes, à beira-mar, etc.
oração, atribuindo sentindo a ela. Eles podem ser complementos – Orações: «Quando a mercadoria chegar, avise.” (advérbio de
verbais, complementos nominais ou mesmo agentes da passiva. tempo).
– Complementos Verbais: como sugere o nome, esses termos
completam o sentido de verbos, e se classificam da seguinte forma: – Adjunto adnominal: é o termo que especifica o substantivo,
– Objeto direto: completa verbos transitivos diretos, não com função de adjetivo. Em razão disso, pode ser representado
exigindo preposição. por adjetivos, locuções adjetivas, artigos, numerais adjetivos ou
– Objeto indireto: complementam verbos transitivos indiretos, pronomes adjetivos. Analise o exemplo:
isto é, aqueles que dependem de preposição para que seu sentido “O jovem apaixonado presenteou um lindo buquê à sua colega
seja compreendido. de escola.”
– Sujeito: “jovem apaixonado”
Quanto ao objeto direto, podemos ter: – Núcleo do predicado verbal: “presenteou”
– Um pronome substantivo: “A equipe que corrigiu as provas.” – Objeto direto do verbo entregar: “um lindo buquê”
– Um pronome oblíquo direto: “Questionei-a sobre o – Objeto indireto: “à amiga de classe” – Adjuntos adnominais:
acontecido.” no sujeito, temos o artigo “o” e “apaixonado”, pois caracterizam
– Um substantivo ou expressão substantivada: “Ele consertou o “jovem”, núcleo do sujeito; o numeral “um” e o adjetivo “lindo”
os aparelhos.» fazem referência a “buquê” (substantivo); o artigo “à” (contração
da preposição + artigo feminino) e a locução “de trabalho” são os
– Complementos Nominais: esses termos completam o sentido adjuntos adnominais de “colega”.
de uma palavra, mas não são verbos; são nomes (substantivos,
adjetivos ou advérbios), sempre seguidos por preposição. Observe – Aposto: é o termo que se relaciona com o sujeito para
os exemplos: caracterizá-lo, contribuindo para a complementação uma
– “Maria estava satisfeita com seus resultados.” – observe que informação já completa. Observe os exemplos:
“satisfeita” é adjetivo, e “com seus resultados” é complemento “Michael Jackson, o rei do pop, faleceu há uma década.”
nominal. “Brasília, capital do Brasil, foi construída na década de 1950.”
– “O entregador atravessou rapidamente pela viela. –
“rapidamente” é advérbio de modo.

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– Vocativo: esse termo não apresenta relação sintática nem – Oração subordinada adverbial comparativa: “Marta sentia
com sujeito nem com predicado, tendo sua função no chamamento como se ainda vivesse no interior.”
ou na interpelação de um ouvinte, e se relaciona com a 2a pessoa – Oração subordinada adverbial conformativa: “Conforme
do discurso. Os vocativos são o receptor da mensagem, ou seja, a combinamos anteriormente, entregarei o produto até amanhã.”
quem ela é dirigida. Podem ser acompanhados de interjeições de – Oração subordinada adverbial proporcional: “Quanto mais
apelo. Observe: me exercito, mais tenho disposição.”
“Ei, moça! Seu documento está pronto!” – Oração subordinada adjetiva explicativa: “Meu filho, que
“Senhor, tenha misericórdia de nós!” passou no concurso, mudou-se para o interior.”
“Vista o casaco, filha!” – Oração subordinada adjetiva restritiva: “A aluna que esteve
enferma conseguiu ser aprovada nas provas.”
— Estudo da relação entre as orações
Os períodos compostos são formados por várias orações.
As orações estabelecem entre si relações de coordenação ou de
PONTUAÇÃO.
subordinação.
– Período composto por coordenação: é formado por
orações independentes. Apesar de estarem unidas por conjunções — Visão Geral
ou vírgulas, as orações coordenadas podem ser entendidas O sistema de pontuação consiste em um grupo de sinais
individualmente porque apresentam sentidos completos. gráficos que, em um período sintático, têm a função primordial
Acompanhe a seguir a classificação das orações coordenadas: de indicar um nível maior ou menor de coesão entre estruturas
– Oração coordenada aditiva: “Assei os salgados e preparei os e, ocasionalmente, manifestar as propriedades da fala (prosódias)
doces.” em um discurso redigido. Na escrita, esses sinais substituem os
– Oração coordenada adversativa: “Assei os salgados, mas não gestos e as expressões faciais que, na linguagem falada, auxiliam a
preparei os doces.” compreensão da frase.
– Oração coordenada alternativa: “Ou asso os salgados ou O emprego da pontuação tem as seguintes finalidades:
preparo os doces.” – Garantir a clareza, a coerência e a coesão interna dos diversos
– Oração coordenada conclusiva: “Marta estudou bastante, tipos textuais;
logo, passou no exame.” – Garantir os efeitos de sentido dos enunciados;
– Oração coordenada explicativa: “Marta passou no exame – Demarcar das unidades de um texto;
porque estudou bastante.” – Sinalizar os limites das estruturas sintáticas.

– Período composto por subordinação: são constituídos por — Sinais de pontuação que auxiliam na elaboração de um
orações dependentes uma da outra. Como as orações subordinadas enunciado
apresentam sentidos incompletos, não podem ser entendidas
de forma separada. As orações subordinadas são divididas em Vírgula
substantivas, adverbiais e adjetivas. Veja os exemplos: De modo geral, sua utilidade é marcar uma pausa do enunciado
– Oração subordinada substantiva subjetiva: “Ficou provado para indicar que os termos por ela isolados, embora compartilhem
que o suspeito era realmente o culpado.” da mesma frase ou período, não compõem unidade sintática. Mas,
– Oração subordinada substantiva objetiva direta: “Eu não se, ao contrário, houver relação sintática entre os termos, estes
queria que isso acontecesse.” não devem ser isolados pela vírgula. Isto quer dizer que, ao mesmo
– Oração subordinada substantiva objetiva indireta: “É tempo que existem situações em que a vírgula é obrigatória, em
obrigatório de que todos os estudantes sejam assíduos.” outras, ela é vetada. Confira os casos em que a vírgula deve ser
– Oração subordinada substantiva completiva nominal: “Tenho empregada:
expectativa de que os planos serão melhores em breve!”
– Oração subordinada substantiva predicativa: “O que importa • No interior da sentença
é que meus pais são saudáveis.” 1 – Para separar elementos de uma enumeração e repetição:

– Oração subordinada substantiva apositiva: “Apenas saiba


ENUMERAÇÃO
disto: que tudo esteja organizado quando eu voltar!”
– Oração subordinada adverbial causal: “Não posso me Adicione leite, farinha, açúcar, ovos, óleo e chocolate.
demorar porque tenho hora marcada na psicóloga.” Paguei as contas de água, luz, telefone e gás.
– Oração subordinada adverbial consecutiva: “Ficamos tão
felizes que pulamos de alegria.”
– Oração subordinada adverbial final: “Eles ficaram vigiando REPETIÇÃO
para que nós chegássemos a casa em segurança.” Os arranjos estão lindos, lindos!
– Oração subordinada adverbial temporal: “Assim que eu
cheguei, eles iniciaram o trabalho.” Sua atitude foi, muito, muito, muito indelicada.
– Oração subordinada adverbial condicional: “Se você vier logo,
espero por você.» 2 – Isolar o vocativo
– Oração subordinada adverbial concessiva: “Ainda que “Crianças, venham almoçar!”
estivesse cansado, concluiu a maratona.” “Quando será a prova, professora?”
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3 – Separar apostos 2 – Utiliza-se a vírgula em casos de polissíndeto, ou seja, sempre


“O ladrão, menor de idade, foi apreendido pela polícia.” que a conjunção “e” é reiterada com com a finalidade de destacar
alguma ideia, por exemplo:
4 – Isolar expressões explicativas: “(…) e os desenrolamentos, e os incêndios, e a fome, e a sede;
“As CPIs que terminaram em pizza, ou seja, ninguém foi e dez meses de combates, e cem dias de cancioneiro contínuo; e o
responsabilizado.” esmagamento das ruínas...” (Euclides da Cunha)

5 – Separar conjunções intercaladas 3 – Emprega-se a vírgula sempre que orações coordenadas


“Não foi explicado, porém, o porquê das falhas no sistema.” apresentam sujeitos distintos, por exemplo:
“A mulher ficou irritada, e o marido, constrangido.”
6 – Isolar o adjunto adverbial anteposto ou intercalado:
“Amanhã pela manhã, faremos o comunicado aos O uso da vírgula é vetado nos seguintes casos: separar sujeito
funcionários do setor.” e predicado, verbo e objeto, nome de adjunto adnominal, nome
“Ele foi visto, muitas vezes, vagando desorientado pelas ruas.” e complemento nominal, objeto e predicativo do objeto, oração
substantiva e oração subordinada (desde que a substantivo não seja
7 – Separar o complemento pleonástico antecipado: apositiva nem se apresente inversamente).
“Estas alegações, não as considero legítimas.”
Ponto
8 – Separar termos coordenados assindéticos (não conectadas 1 – Para indicar final de frase declarativa:
por conjunções) “O almoço está pronto e será servido.”
“Os seres vivos nascem, crescem, reproduzem-se, morrem.”
2 – Abrevia palavras:
9 – Isolar o nome de um local na indicação de datas: – “p.” (página)
“São Paulo, 16 de outubro de 2022”. – “V. Sra.” (Vossa Senhoria)
– “Dr.” (Doutor)
10 – Marcar a omissão de um termo:
“Eu faço o recheio, e você, a cobertura.” (omissão do verbo 3 – Para separar períodos:
“fazer”). “O jogo não acabou. Vamos para os pênaltis.”

• Entre as sentenças Ponto e Vírgula


1 – Para separar as orações subordinadas adjetivas explicativas 1 – Para separar orações coordenadas muito extensas ou
“Meu aluno, que mora no exterior, fará aulas remotas.” orações coordenadas nas quais já se tenha utilizado a vírgula:
“Gosto de assistir a novelas; meu primo, de jogos de RPG;
2 – Para separar as orações coordenadas sindéticas e nossa amiga, de praticar esportes.”
assindéticas, com exceção das orações iniciadas pela conjunção “e”:
“Liguei para ela, expliquei o acontecido e pedi para que nos 2 – Para separar os itens de uma sequência de itens:
ajudasse.” “Os planetas que compõem o Sistema Solar são:
Mercúrio;
3 – Para separar as orações substantivas que antecedem a Vênus;
principal: Terra;
“Quando será publicado, ainda não foi divulgado.” Marte;
Júpiter;
4 – Para separar orações subordinadas adverbiais desenvolvidas Saturno;
ou reduzidas, especialmente as que antecedem a oração principal: Urano;
Netuno.”
Por ser sempre assim, ninguém dá Dois Pontos
Reduzida 1 – Para introduzirem apostos ou orações apositivas,
atenção!
enumerações ou sequência de palavras que explicam e/ou resumem
Porque é sempre assim, já ninguém dá ideias anteriores.
Desenvolvida
atenção! “Anote o endereço: Av. Brasil, 1100.”
“Não me conformo com uma coisa: você ter perdoado aquela
5 – Separar as sentenças intercaladas: grande ofensa.”
“Querida, disse o esposo, estarei todos os dias aos pés do seu
leito, até que você se recupere por completo.” 2 – Para introduzirem citação direta:
“Desse estudo, Lavoisier extraiu o seu princípio, atualmente
• Antes da conjunção “e” muito conhecido: “Nada se cria, nada se perde, tudo se
1 – Emprega-se a vírgula quando a conjunção “e” adquire transforma’.”
valores que não expressam adição, como consequência ou 3 – Para iniciar fala de personagens:
diversidade, por exemplo. “Ele gritava repetidamente:
“Argumentou muito, e não conseguiu convencer-me.” – Sou inocente!”
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Reticências 4 – Para substituir a vírgula em expressões ou frases explicativas:


1 – Para indicar interrupção de uma frase incompleta “Michael Jackson — o retorno rei do pop — era imbatível.”
sintaticamente:
“Quem sabe um dia...” Aspas
1 – Para isolar palavras ou expressões que violam norma culta,
2 – Para indicar hesitação ou dúvida: como termos populares, gírias, neologismos, estrangeirismos,
“Então... tenho algumas suspeitas... mas prefiro não revelar arcaísmos, palavrões, e neologismos.
ainda.” “Na juventude, ‘azarava’ todas as meninas bonitas.”
“A reunião será feita ‘online’.”
3 – Para concluir uma frase gramaticalmente inacabada com o
objetivo de prolongar o raciocínio: 2 – Para indicar uma citação direta:
“Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas “A índole natural da ciência é a longanimidade.” (Machado de
faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecília - José de Alencar). Assis)

4 – Suprimem palavras em uma transcrição:


“Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros -
Raimundo Fagner). CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL.

Ponto de Interrogação Visão Geral: sumariamente, as concordâncias verbal e nominal


1 – Para perguntas diretas: estudam a sintonia entre os componentes de uma oração.
“Quando você pode comparecer?” – Concordância verbal: refere-se ao verbo relacionado ao
sujeito, sendo que o primeiro deve, obrigatoriamente, concordar
2 – Algumas vezes, acompanha o ponto de exclamação para em número (flexão em singular e plural) e pessoa (flexão em 1a,
destacar o enunciado: 2a, ou 3a pessoa) com o segundo. Isto é, ocorre quando o verbo é
“Não brinca, é sério?!” flexionado para concordar com o sujeito.
– Concordância nominal: corresponde à harmonia em gênero
Ponto de Exclamação (flexão em masculino e feminino) e número entre os vários nomes
1 – Após interjeição: da oração, ocorrendo com maior frequência sobre os substantivos
“Nossa Que legal!” e o adjetivo. Em outras palavras, refere-se ao substantivo e suas
formas relacionadas: adjetivo, numeral, pronome, artigo. Tal
2 – Após palavras ou sentenças com carga emotiva concordância ocorre em gênero e pessoa
“Infelizmente!”
Casos específicos de concordância verbal
3 – Após vocativo Concordância verbal com o infinitivo pessoal: existem três
“Ana, boa tarde!” situações em que o verbo no infinitivo é flexionado:
I – Quando houver um sujeito definido;
4 – Para fechar de frases imperativas: II – Sempre que se quiser determinar o sujeito;
“Entre já!” III – Sempre que os sujeitos da primeira e segunda oração
forem distintos.
Parênteses
a) Para isolar datas, palavras, referências em citações, frases Observe os exemplos:
intercaladas de valor explicativo, podendo substituir o travessão ou “Eu pedir para eles fazerem a solicitação.”
a vírgula: “Isto é para nós solicitarmos.”
“Mal me viu, perguntou (sem qualquer discrição, como
sempre) Concordância verbal com o infinitivo impessoal: não há flexão
quem seria promovido.” verbal quando o sujeito não for definido, ou sempre que o sujeito
da segunda oração for igual ao da primeira oração, ou mesmo
Travessão em locuções verbais, com verbos preposicionados e com verbos
1 – Para introduzir a fala de um personagem no discurso direto: imperativos.
“O rapaz perguntou ao padre:
— Amar demais é pecado?” Exemplos:
“Os membros conseguiram fazer a solicitação.”
2 – Para indicar mudança do interlocutor nos diálogos: “Foram proibidos de realizar o atendimento.”
“— Vou partir em breve.
— Vá com Deus!” Concordância verbal com verbos impessoais: nesses casos,
verbo ficará sempre em concordância com a 3a pessoa do singular,
3 – Para unir grupos de palavras que indicam itinerários: tendo em vista que não existe um sujeito.
“Esse ônibus tem destino à cidade de São Paulo — SP.” Observe os casos a seguir:
– Verbos que indicam fenômenos da natureza, como anoitecer,
nevar, amanhecer.
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Exemplo: “Não chove muito nessa região” ou “Já entardeceu.» – “A blusa estampada e a colorida.” e “O casaco felpudo e o
xadrez.”
– O verbo haver com sentido de existir. Exemplo: “Havia duas – “As blusas estampada e colorida.” e “Os casacos felpudo e
professoras vigiando as crianças.” xadrez.”
– O verbo fazer indicando tempo decorrido. Exemplo: “Faz
duas horas que estamos esperando.” Concordância nominal com é proibido e é permitido: nessas
expressões, o adjetivo flexiona em gênero e número, sempre que
Concordância verbal com o verbo ser: diante dos pronomes houver um artigo determinando o substantivo. Caso não exista
tudo, nada, o, isto, isso e aquilo como sujeito, há concordância esse artigo, o adjetivo deve permanecer invariável, no masculino
verbal com o predicativo do sujeito, podendo o verbo permanecer singular:
no singular ou no plural: – “É proibida a circulação de pessoas não identificadas.” e “É
– “Tudo que eu desejo é/são férias à beira-mar.” proibido circulação de pessoas não identificadas.”
– “Isto é um exemplo do que o ocorreria.” e “Isto são exemplos – “É permitida a entrada de crianças.” e “É permitido entrada
do que ocorreria.” de crianças acompanhadas.”
Concordância nominal com menos: a palavra menos
Concordância verbal com pronome relativo quem: o verbo, permanece é invariável independente da sua atuação, seja ela
ou faz concordância com o termo precedente ao pronome, ou advérbio ou adjetivo:
permanece na 3a pessoa do singular: – “Menos pessoas / menos pessoas”.
– “Fui eu quem solicitou.» e “Fomos nós quem solicitou.» – “Menos problema /menos problemas.”

Concordância verbal com pronome relativo que: o verbo Concordância nominal com muito, pouco, bastante, longe,
concorda com o termo que antecede o pronome: barato, meio e caro: esses termos instauram concordância em
– “Foi ele que fez.» e “Fui eu que fiz.» gênero e número com o substantivo quando exercem função de
– “Foram eles que fizeram.” e “Fomos nós que fizemos.» adjetivo:
– “Tomei bastante suco.” e “Comprei bastantes frutas.”
Concordância verbal com a partícula de indeterminação do – “A jarra estava meia cheia.” e “O sapato está meio gasto”.
sujeito se: nesse caso, o verbo cria concordância com a 3a pessoa do – “Fizemos muito barulho.” e “Compramos muitos presentes.”
singular sempre que a oração for constituída por verbos intransitivos
ou por verbos transitivos indiretos:
– «Precisa-se de cozinheiro.” e «Precisa-se de cozinheiros.”
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL.
Concordância com o elemento apassivador se: aqui, verbo
concorda com o objeto direto, que desempenha a função de sujeito Visão geral: na Gramática, regência é o nome dado à relação
paciente, podendo aparecer no singular ou no plural: de subordinação entre dois termos. Quando, em um enunciado ou
– Aluga-se galpão.” e “Alugam-se galpões.” oração, existe influência de um tempo sobre o outro, identificamos
o que se denomina termo determinante, essa relação entre esses
Concordância verbal com as expressões a metade, a maioria, termos denominamos regência.
a maior parte: preferencialmente, o verbo fará concordância com
a 3° pessoa do singular. Porém, a 3a pessoa do plural também pode — Regência Nominal
ser empregada: É a relação entre um nome o seu complemento por meio de
– “A maioria dos alunos entrou” e “A maioria dos alunos uma preposição. Esse nome pode ser um substantivo, um adjetivo
entraram.” ou um advérbio e será o termo determinante.
– “Grande parte das pessoas entendeu.” e “Grande parte das O complemento preenche o significado do nome, cujo sentido
pessoas entenderam.” estaria impreciso ou ambíguo se não fosse pelo complemento.
Observe os exemplos:
Concordância nominal muitos substantivos: o adjetivo deve “A nova entrada é acessível a cadeirantes.” 
concordar em gênero e número com o substantivo mais próximo, “Eu tenho o sonho de viajar para o nordeste.”
mas também concordar com a forma no masculino plural: “Ele é perito em investigações como esta.”
– “Casa e galpão alugado.” e “Galpão e casa alugada.”
– “Casa e galpão alugados.” e “Galpão e casa alugados.” Na primeira frase, adjetivo “acessível” exige a preposição a,
do contrário, seu sentido ficaria incompleto. O mesmo ocorre com
Concordância nominal com pronomes pessoais: o adjetivo os substantivos “sonho“ e “perito”, nas segunda e terceira frases,
concorda em gênero e número com os pronomes pessoais: em que os nomes exigem as preposições de e em para completude
– “Ele é prestativo.” e “Ela é prestativa.” de seus sentidos. Veja nas tabelas abaixo quais são os nomes que
– “Eles são prestativos.” e “Elas são prestativas.” regem. Veja nas tabelas abaixo quais são os nomes que regem uma
preposição para que seu sentido seja completo. 
Concordância nominal com adjetivos: sempre que existir dois
ou mais adjetivos no singular, o substantivo permanece no singular,
se houver um artigo entre os adjetivos. Se o artigo não aparecer, o
substantivo deve estar no plural:
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REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO A


acessível a cego a fiel a nocivo a
agradável a cheiro a grato a oposto a
alheio a comum a horror a perpendicular a
análogo a contrário a idêntico a posterior a
anterior a desatento a inacessível a prestes a
apto a equivalente a indiferente a surdo a
atento a estranho a inerente a visível a
avesso a favorável a necessário a

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO POR


admiração por devoção por responsável por
ansioso por respeito por

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO DE


sedento
amante de cobiçoso de digno de inimigo de natural de
de
amigo de contemporâneo de dotado de livre de obrigação de seguro de
ávido de desejoso de fácil de longe de orgulhoso de sonho de
capaz de diferente de impossível de louco de passível de
cheio de difícil de incapaz de maior de possível de

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO EM


doutor em hábil em interesse em negligente em primeiro em
exato em incessante em lento em parco em versado em
firme em indeciso em morador em perito em

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO PARA


apto para essencial para mau para
bastante para impróprio para pronto para
bom para inútil para próprio para

REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO COM


amoroso com compatível com descontente com intolerante com
aparentado com cruel com furioso com liberal com
caritativo com cuidadoso com impaciente com solícito com

— Regência Verbal 
Os verbos são os termos regentes, enquanto os objetos (direto e indireto) e adjuntos adverbiais são os termos regidos. Um verbo
possui a mesma regência do nome do qual deriva.

Observe as duas frases:


I – “Eles irão ao evento.” O verbo ir requer a preposição a (quem vai, vai a algum lugar), e isso o classifica como verbo transitivo direto;
“ao evento” são os termos regidos pelo verbo, isto é, constituem seu complemento.  
II – “Ela mora em região pantanosa.” O verbo morar exige a preposição em (quem mora mora em algum lugar), portanto, é verbo
transitivo indireto.  

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No sentido de / pela REGE


VERBO EXEMPLO
transitividade PREPOSIÇÃO?
ajudar, dar assistência NÃO “Por favor, assista o time.”
Assistir ver SIM “Você assistiu ao jogo?”
pertencer SIM “Assiste aos cidadãos o direito de protestar.”
valor, preço NÃO “Esse imóvel custa caro.”
Custar
desafio, dano, peso moral SIM “Dizer a verdade custou a ela.”
fundamento / verbo
NÃO “Isso não procede.”
Proceder instransitivo
origem SIM “Essa conclusão procede de muito vivência.”
finalidade, objetivo SIM “Visando à garantia dos direitos.”
Visar
avistar, enxergar NÃO “O vigia logo visou o suspeito.”
desejo NÃO “Queremos sair cedo.”
Querer
estima SIM “Quero muito aos meus sogros.”
pretensão SIM “Aspiro a ascensão política.”
Aspirar
absorção ou respiração NÃO “Evite aspirar fumaça.”
consequência / verbo
NÃO “A sua solicitação implicará alteração do meu trajeto.”
Implicar transitivo direto
insistência, birra SIM “Ele implicou com o cachorro.”
convocação NÃO “Chame todos!”
“Chamo a Talita de Tatá.”
Chamar Rege complemento, com “Chamo Talita de Tatá.”
apelido
e sem preposição “Chamo a Talita Tatá.”
“Chamo Talita Tatá.”
o que se paga NÃO “Paguei o aluguel.”
Pagar
a quem se paga SIM “Pague ao credor.”
quem chega, chega a algum
Chegar lugar / verbo transitivo SIM “Quando chegar ao local, espere.”
indireto
quem obedece a algo /
Obedecer SIM “Obedeçam às regras.”
alguém / transitivo indireto
Esquecer verbo transitivo direito NÃO “Esqueci as alianças.”
... exige um
verbo transitivo direito e
Informar complemento sem e “Informe o ocorrido ao gerente.”
indireto, portanto...
outro com preposição
quem vai vai a algum lugar /
Ir SIM “Vamos ao teatro.”
verbo transitivo indireto
Quem mora em algum lugar “Eles moram no interior.”
Morar SIM
(verbo transitivo indireto) (Preposição “em” + artigo “o”).
Namorar verbo transitivio direito NÃO “Júlio quer namorar Maria.”
verbo bi transitivo (direto e
Preferir SIM “Prefira assados a frituras.”
indireto)
quem simpatiza simpatiza
Simpatizar com algo/ alguém/ verbo SIM “Simpatizei-me com todos.”
transitivo indireto

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4 – Tratando-se de locuções, isto é, grupo de palavras que


expressam uma única ideia, a crase somente deve ser empregada
ESTUDO DA CRASE. se a locução for iniciada por preposição e essa locução tiver como
núcleo uma palavra feminina, ocorrerá crase.
Definição: na gramática grega, o termo quer dizer “mistura “ou Exemplos:
“contração”, e ocorre entre duas vogais, uma final e outra inicial, “Tudo às avessas.”
em palavras unidas pelo sentido. Basicamente, desse modo: a “Barcos à deriva.”
(preposição) + a (artigo feminino) = aa à; a (preposição) + aquela
(pronome demonstrativo feminino) = àquela; a (preposição) + 5 – Outros casos envolvendo locuções e crase:
aquilo (pronome demonstrativo feminino) = àquilo. Por ser a junção Na locução «à moda de”, pode estar implícita a expressão
das vogais, a crase, como regra geral, ocorre diante de palavras “moda de”, ficando somente o à explícito.
femininas, sendo a única exceção os pronomes demonstrativos Exemplos:
aquilo e aquele, que recebem a crase por terem “a” como sua vogal “Arroz à (moda) grega.”
inicial. Crase não é o nome do acento, mas indicação do fenômeno “Bife à (moda) parmegiana.”
de união representado pelo acento grave.
A crase pode ser a contração da preposição a com: Nas locuções relativas a horários, ocorra crase apenas no caso
– O artigo feminino definido a/as: “Foi à escola, mas não de horas especificadas e definidas: Exemplos:
assistiu às aulas.” “À uma hora.”
– O pronome demonstrativo a/as: “Vá à paróquia central.” “Às cinco e quinze”.
– Os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo:
“Retorne àquele mesmo local.”
– O a dos pronomes relativos a qual e as quais: “São pessoas às SEMÂNTICA E ESTILÍSTICA.
quais devemos o maior respeito e consideração”.

Perceba que a incidência da crase está sujeita à presença de


duas vogais a (preposição + artigo ou preposição + pronome) na Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado
construção sintática. em tópicos anteriores.

Técnicas para o emprego da crase


1 – Troque o termo feminino por um masculino, de classe QUESTÕES
semelhante. Se a combinação ao aparecer, ocorrerá crase diante da
palavra feminina.
Exemplos: 1. PREFEITURA DE LUZIÂNIA-GO – PROFESSOR I – AROEIRA –
“Não conseguimos chegar ao hospital / à clínica.” 2021
“Preferiu a fruta ao sorvete / à torta.” Nos enunciados abaixo, pode-se observar a presença de dife-
“Comprei o carro / a moto.” rentes tipologias textuais como base dos gêneros materializados
“Irei ao evento / à festa.” nas sequências enunciativas. Numere os parênteses conforme o
código de cada tipologia.
2 – Troque verbos que expressem a noção de movimento (ir, vir, ( ) 1 - --- Não; é casada. --- Com quem? --- Com um estancieiro
chegar, voltar, etc.) pelo verbo voltar. Se aparecer a preposição da, do Rio grande. --- Chama-se? --- Ele? Fonseca, ela, Maria Cora. --- O
ocorrerá crase; caso apareça a preposição de, o acento grave não marido não veio com ela? --- Está no Rio Grande. (ASSIS, Machado
deve ser empregado.
de Assis.Maria Cora.)
Exemplos:
( ) 2 - Ao acertar os seis números na loteria, Paulo foi para casa,
“Vou a São Paulo. / Voltei de São Paulo.”
entrou calado no quarto e dormiu.
“Vou à festa dos Silva. / Voltei da Silva.”
( ) 3 - Incorpore em sua vida quatro sentimentos positivos: a
“Voltarei a Roma e à Itália. / Voltarei de Roma e da Itália.”
compaixão, a generosidade, a alegria e o otimismo.
3 – Troque o termo regente da preposição a por um que ( ) 4 - No meu ponto de vista, a mulher ideal deve ter como ca-
estabeleça a preposição por, em ou de. Caso essas preposições não racterísticas físicas o cabelo liso, pele macia, olhos claros, nariz fino.
se façam contração com o artigo, isto é, não apareçam as formas Ser amiga, compreensiva e, acima de tudo, ser fiel. (ALVES, André,
pela(s), na(s) ou da(s), a crase não ocorrerá. Escola. Estadual Pereira Barreto. Texto adaptado.)
Exemplos: ( ) 5 - As palavras mal empregadas podem ter efeitos mais
“Começou a estudar (sem crase) – Optou por estudar / Gosta negativos do que os traumas físicos.
de estudar / Insiste em estudar.” ( 1 ) narrativa;
“Refiro-me à sua filha (com crase) – Apaixonei-me pela sua ( 2 ) dialogal;
filha / Gosto da sua filha / Votarei na sua filha.” ( 3 ) argumentativa;
“Refiro-me a você. (sem crase) – Apaixonei-me por você / ( 4 ) injuntiva;
Gosto de você / Penso em você.” ( 5 ) descritiva.

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Está correta a alternativa: 3. INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto a seguir para res-
(A) 1 - 2 - 3 - 4 - 5.  ponder à questão que a ele se refere.
(B) 1 - 3 - 2 - 4 - 5.
(C) 2 - 1 - 4 - 5 - 3.  Texto 01
(D) 4 - 3 - 2 - 5 - 1.

2. FCC - 2022 - TRT - 22ª Região (PI) - Analista Judiciário - Biblio-


teconomia- O rio de minha terra é um deus estranho.
Ele tem braços, dentes, corpo, coração,
muitas vezes homicida,
foi ele quem levou o meu irmão.
É muito calmo o rio de minha terra.
Suas águas são feitas de argila e de mistérios.
Nas solidões das noites enluaradas
a maldição de Crispim desce
sobre as águas encrespadas.
O rio de minha terra é um deus estranho.
Um dia ele deixou o monótono caminhar de corpo mole
para subir as poucas rampas do seu cais.
Foi conhecendo o movimento da cidade,
a pobreza residente nas taperas marginais.
Pois tão irado e tão potente fez-se o rio
que todo um povo se juntou para enfrentá-lo.
Mas ele prosseguiu indiferente,
carregando no seu dorso bois e gente,
até roçados de arroz e de feijão.
Na sua obstinada e galopante caminhada,
destruiu paredes, casas, barricadas,
deixando no percurso mágoa e dor. Disponível em: https://brainly.com.br/tarefa/38102601. Acesso em: 18
Depois subiu os degraus da igreja santa set. 2022.
e postou-se horas sob os pés do Criador. De acordo com o texto, “[...] sair de um acidente em alta velo-
E desceu devagarinho, até deitar-se cidade pelo vidro da frente” indica uma
novamente no seu leito. (A) solução.
Mas toda noite o seu olhar de rio (B) alternativa.
fica boiando sob as luzes da cidade. (C) prevenção.
(D) consequência.
(Adaptado de: MORAES, Herculano. O rio da minha terra. Disponível (E) precaução.
em: https://www.escritas.org)
4. FGV - 2022 - TJ-DFT - Oficial de Justiça Avaliador Federal-
No trecho até roçados de arroz e de feijão, o termo “até” clas- “Quando se julga por indução e sem o necessário conhecimento
sifica-se como dos fatos, às vezes chega-se a ser injusto até mesmo com os malfei-
(A) pronome. tores.” O raciocínio abaixo que deve ser considerado como indutivo
(B) preposição. é:
(C) artigo. (A) Os funcionários públicos folgam amanhã, por isso meu ma-
(D) advérbio. rido ficará em casa;
(E) conjunção. (B) Todos os juízes procuram julgar corretamente, por isso é o
que ele também procura;
(C) Nos dias de semana os mercados abrem, por isso deixarei
para comprar isso amanhã;
(D) No inverno, chove todos os dias, por isso vou comprar um
guarda-chuva;
(E) Ontem nevou bastante, por isso as estradas devem estar
intransitáveis.

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5. FGV - 2022 - TJ-DFT - Analista Judiciário - Segurança da Informação- “Também leio livros, muitos livros: mas com eles aprendo
menos do que com a vida. Apenas um livro me ensinou muito: o dicionário. Oh, o dicionário, adoro-o. Mas também adoro a estrada, um
dicionário muito mais maravilhoso.”
Depreende-se desse pensamento que seu autor:
(A) nada aprende com os livros, com exceção do dicionário;
(B) deve tudo que conhece ao dicionário;
(C) adquire conhecimentos com as viagens que realiza;
(D) conhece o mundo por meio da experiência de vida;
(E)constatou que os dicionários registram o melhor da vida.

6. COTEC - 2022 - Prefeitura de Paracatu - MG - Técnico Higiene Dental - INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 01 a seguir para
responder à questão que a ele se refere.

Texto 01

Disponível em: http://bichinhosdejardim.com/triste-fim-relacoes-afetivas/. Acesso em: 18 set. 2022.

A vírgula, na fala do primeiro quadro, foi usada de acordo com a norma para separar um

(A) vocativo.
(B) aposto explicativo.
(C) expressão adverbial.
(D) oração coordenada.
(E) predicativo.

7. CESPE / CEBRASPE - 2022 - Prefeitura de Maringá - PR - Médico Texto CG1A1


Por muitos séculos, pessoas surdas ao redor do mundo eram consideradas incapazes de aprender simplesmente por possuírem
uma deficiência. No Brasil, infelizmente, isso não era diferente. Essa visão capacitista só começou a mudar a partir do século XVI, com
transformações que ocorreram, num primeiro momento, na Europa, quando educadores, por conta própria, começaram a se preocupar
com esse grupo.
Um dos educadores mais marcantes na luta pela educação dos surdos foi Ernest Huet, ou Eduard Huet, como também era conhe-
cido. Huet, acometido por uma doença, perdeu a audição ainda aos 12 anos; contudo, como era membro de uma família nobre da França,
teve, desde cedo, acesso à melhor educação possível de sua época e, assim, aprendeu a língua de sinais francesa no Instituto Nacional
de Surdos-Mudos de Paris. No Brasil, tomando-se como inspiração a iniciativa de Huet, fundouse, em 26 de setembro de 1856, o Impe-
rial Instituto de SurdosMudos, instituição de caráter privado. No seu percurso, o instituto recebeu diversos nomes, mas a mudança mais
significativa se deu em 1957, quando foi denominado Instituto Nacional de Educação dos Surdos – INES, que está em funcionamento até
hoje! Essa mudança refletia o princípio de modernização da década de 1950, pelo qual se guiava o instituto, com suas discussões sobre
educação de surdos.
Dessa forma, Huet e a língua de sinais francesa tiveram grande influência na língua brasileira de sinais, a Libras, que foi ganhando
espaço aos poucos e logo passou a ser utilizada pelos surdos brasileiros. Contudo, nesse mesmo período, muitos educadores ainda defen-
diam a ideia de que a melhor maneira de ensinar era pelo método oralizado, ou seja, pessoas surdas seriam educadas por meio de línguas
orais. Nesse caso, a comunicação acontecia nas modalidades de escrita, leitura, leitura labial e também oral. No Congresso de Milão, em
11 de setembro de 1880, muitos educadores votaram pela proibição da utilização da língua de sinais por não acreditarem na efetividade
desse método na educação das pessoas surdas.
Essa decisão prejudicou consideravelmente o ensino da Língua Brasileira de Sinais, mas, mesmo diante dessa proibição, a Libras
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continuou sendo utilizada devido à persistência dos surdos. Poste- Está plenamente adequada a pontuação da seguinte frase:
riormente, buscou-se a legitimidade da Língua Brasileira de Sinais, (A) Os filhos do autor diante da lareira, não deixaram de se es-
e os surdos continuaram lutando pelo seu reconhecimento e regu- pantar, com o espetáculo inédito daquelas chamas bruxulean-
lamentação por meio de um projeto de lei escrito em 1993. Porém, tes.
apenas em 2002, foi aprovada a Lei 10.436/2002, que reconhece a (B) Como metáfora, o fogo por conta de seus inúmeros atribu-
Língua Brasileira de Sinais (Libras) como meio legal de comunicação tos, chega mesmo a propiciar expansões, simbólicas e metafó-
e expressão no país. ricas.
(C) Tanto como a do Sol, a luz do fogo, uma vez expandida,
Internet:: <www.ufmg.br>(com adaptações) pode ofuscar os olhos de quem, imprudente, ouse enfrentá-la.
(D) O autor do texto em momentos descritivos, não deixa de
Assinale a opção correta a respeito do emprego das formas ver- insinuar sua atração, pela magia dos poderes e do espetáculo
bais e dos sinais de pontuação no texto CG1A1. do fogo.
(A) A correção gramatical e a coerência do texto seriam preser- (E) Disponíveis metáforas, parecem se desenvolver quando,
vadas, caso a vírgula empregada logo após o vocábulo “mas” por amor ou por ódio extremos somos tomados por paixões
(primeiro período do quarto parágrafo) fosse eliminada. incendiárias.
(B) A forma verbal “tiveram” (primeiro período do terceiro pa-
rágrafo) poderia ser substituída por “obtiveram” sem prejuízo 9. AGIRH - 2022 - Prefeitura de Roseira - SP - Enfermeiro 36
aos sentidos e à correção gramatical do texto. horas - Assinale o item que contém erro de ortografia.
(C) A forma verbal “continuou” (primeiro período do quarto (A) Na cultura japonesa, fica desprestigiado para sempre quem
parágrafo) está flexionada no singular para concordar com o inflinge as regras da lealdade.
artigo definido “a”, mas poderia ser substituída, sem prejuízo (B) Não conseguindo prever o resultado a que chegariam, sen-
à correção gramatical, pela forma verbal “continuaram”, que tiu-se frustrado.
estabeleceria concordância com o termo “Libras”. (C) Desgostos indescritíveis, porventura, seriam rememorados
(D) A forma verbal “acreditarem” (quarto período do terceiro durante a sessão de terapia.
parágrafo) concorda com “educadores” e por isso está flexio- (D) Ao reverso de outros, trazia consigo autoconhecimento e
nada no plural. autoafirmação.
(E) No primeiro período do terceiro parágrafo do texto, é facul-
tativo o emprego da vírgula imediatamente após “Libras”. 10. Unoesc - 2022 - Prefeitura de Maravilha - SC - Agente Admi-
nistrativo - Edital nº 2- Considerando a acentuação tônica, assinale
8. FCC - 2022 - TRT - 14ª Região (RO e AC) - Analista Judiciário - as alternativas abaixo com (V) verdadeiro ou (F) falso.
Área Judiciária- A chama é bela ( ) As palavras “gramática” e “partir” são, respectivamente,
Nos anos 1970 comprei uma casa no campo com uma proparoxítona e oxítona.
bela lareira, e para meus filhos, entre 10 e 12 anos, a experiência do ( ) “Nós” é uma palavra oxítona.
fogo, da brasa que arde, da chama, era um fenômeno absolutamen- ( ) “César” não é proparoxítona, tampouco oxítona.
te novo. E percebi que quando a lareira estava acesa eles deixavam ( ) “Despretensiosamente” é uma palavra proparoxítona.
a televisão de lado. A chama era mais bela e variada do que qual- ( ) “Café” é uma palavra paroxítona.
quer programa, contava histórias infinitas, não seguia esquemas A sequência correta de cima para baixo é:
fixos como um programa televisivo. (A) F, V, V, F, V.
O fogo também se faz metáfora de muitas pulsões, do infla- (B) V, V, F, V, F.
mar-se de ódio ao fogo da paixão amorosa. E o fogo pode ser a luz (C) V, F, V, F, V.
ofuscante que os olhos não podem fixar, como não podem encarar (D) V, V, V, F, F.
o Sol (o calor do fogo remete ao calor do Sol), mas devidamente
amestrado, quando se transforma em luz de vela, permite jogos de 11. CESPE / CEBRASPE - 2022 - TCE-PB - Médico- Texto CB1A1-I
claro-escuro, vigílias noturnas nas quais uma chama solitária nos A história da saúde não é a história da medicina, pois apenas
obriga a imaginar coisas sem nome... de 10% a 20% da saúde são determinados pela medicina, e essa
O fogo nasce da matéria para transformar-se em substância porcentagem era ainda menor nos séculos anteriores. Os outros
cada vez mais leve e aérea, da chama rubra ou azulada da raiz à cha- três determinantes da saúde são o comportamento, o ambiente e a
ma branca do ápice, até desmaiar em fumaça... Nesse sentido, a na- biologia – idade, sexo e genética. As histórias da medicina centradas
tureza do fogo é ascensional, remete a uma transcendência e, con- no atendimento à saúde não permitem uma compreensão global
tudo, talvez porque tenhamos aprendido que ele vive no coração da da melhoria da saúde humana. A história dessa melhoria é uma his-
Terra, é também símbolo de profundidades infernais. É vida, mas é tória de superação. Antes dos primeiros progressos, a saúde huma-
também experiência de seu apagar-se e de sua contínua fragilidade. na estava totalmente estagnada. Da Revolução Neolítica, há 12 mil
anos, até meados do século XVIII, a expectativa de vida dos seres
(Adaptado de: ECO, Umberto. Construir o inimigo. Rio de Janeiro: humanos ocidentais não evoluíra de modo significativo. Estava pa-
Record, 2021, p. 54-55) ralisada na faixa dos 25-30 anos. Foi somente a partir de 1750 que
o equilíbrio histórico se modificou positivamente. Vários elementos
alteraram esse contexto, provocando um aumento praticamente
contínuo da longevidade. Há 200 anos, as suecas detinham o re-

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corde mundial com uma longevidade de 46 anos. Em 2019, eram as surda como uma náusea dentro de mim.
japonesas que ocupavam o primeiro lugar, com uma duração média Já quando escrevo nunca penso que talvez haja um modo
de vida de 88 anos. Mesmo sem alcançar esse recorde, as popula- mais correto, do qual os outros escritores se servem. Não me im-
ções dos países industrializados podem esperar viver atualmente porta nada o modo dos outros escritores. O fato é que só sei escre-
ao menos 80 anos. Desde 1750, cada geração vive um pouco mais ver histórias. Se tento escrever um ensaio de crítica ou um artigo
do que a anterior e prepara a seguinte para viver ainda mais tempo. sob encomenda para um jornal, a coisa sai bem ruim. O que escrevo
nesses casos tenho de ir buscar fora de mim. E sempre tenho a sen-
Jean-David Zeitoun. História da saúde humana: vamos viver cada vez sação de enganar o próximo com palavras tomadas de empréstimo
mais? ou furtadas aqui e ali.
Tradução Patrícia Reuillard. São Paulo: Contexto, 2022, p. 10-11 (com Quando escrevo histórias, sou como alguém que está em seu
adaptações). país, nas ruas que conhece desde a infância, entre as árvores e os
muros que são seus. Este é o meu ofício, e o farei até a morte. Entre
No que se refere a aspectos linguísticos do texto CB1A1-I, jul- os cinco e dez anos ainda tinha dúvidas e às vezes imaginava que
gue o item seguinte. podia pintar, ou conquistar países a cavalo, ou inventar uma nova
A inserção de uma vírgula imediatamente após o termo “au- máquina. Mas a primeira coisa séria que fiz foi escrever um conto,
mento” (nono período) prejudicaria a correção gramatical e o sen- um conto curto, de cinco ou seis páginas: saiu de mim como um mi-
tido original do texto. lagre, numa noite, e quando finalmente fui dormir estava exausta,
( )CERTO atônita, estupefata.
( )ERRADO
(Adaptado de: GINZBURG, Natalia. As pequenas virtudes. Trad. Maurí-
12. FGV - 2022 - SEAD-AP - Cuidador Uma das marcas da textu- cio Santana Dias. São Paulo: Cosac Naify, 2015, p, 72-77, passim)
alidade é a coerência. Entre as frases abaixo, assinale aquela que se
mostra coerente. As normas de concordância verbal encontram-se plenamente
(A) Avise-me se você não receber esta carta. observadas em:
(B) Só uma coisa a vida ensina: a vida nada ensina.
(C) Quantos sofrimentos nos custaram os males que nunca (A) As palavras que a alguém ocorrem deitar no papel acabam
ocorreram. por identificar o estilo mesmo de quem as escreveu.
(D) Todos os casos são únicos e iguais a outros. (B) Gaba-se a autora de que às palavras a que recorre nunca
(E) Como eu disse antes, eu nunca me repito. falta a espontaneidade dos bons escritos.
(C) Faltam às tarefas outras de que poderiam se incumbir a fa-
13. OBJETIVA - 2022 - Prefeitura de Dezesseis de Novembro - cilidade que encontra ela em escrever seus textos.
RS - Controlador Interno- Considerando-se a concordância nominal, (D) Os possíveis entraves para escrever um conto, revela a au-
marcar C para as afirmativas Certas, E para as Erradas e, após, assi- tora, logo se dissipou em sua primeira tentativa.
nalar a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: (E) Não haveria de surgir impulsos mais fortes, para essa escri-
( ) Agora que tudo passou, sinto que tenho menas tristezas na tora, do que os que a levaram a imaginar histórias.
minha vida.
( ) Posso pedir teu bloco e tua caneta emprestada? 15. SELECON - 2019 - Prefeitura de Cuiabá - MT - Técnico em
( ) É proibido a entrada de animais na praia. Nutrição Escolar- Considerando a regência nominal e o emprego do
acento grave, o trecho destacado em “inerentes a esta festa” está
(A) C - E - C. corretamente substituído em:
(B) C - E - E. (A) inerentes à determinado momento
(C) E - E - C. (B) inerentes à regras de convivência
(D) E - C - E. (C) inerentes à regulamentos anteriores
(D) inerentes à evidência de incorreções
14. FCC - 2022 - TRT - 14ª Região (RO e AC) - Analista Judiciário
- Área Judiciária 16. Assinale a frase com desvio de regência verbal.
(A) Informei-lhe o bloqueio do financiamento de pesquisas.
O meu ofício (B) Avisaram-no a liberação de recursos para ciência e tecno-
O meu ofício é escrever, e sei bem disso há muito tempo. logia.
Espero não ser mal-entendida: não sei nada sobre o valor daquilo (C) Os acadêmicos obedecem ao planejamento estratégico.
que posso escrever. Quando me ponho a escrever, sinto-me extra- (D) Todos os homens, por natureza, aspiram ao saber.
ordinariamente à vontade e me movo num elemento que tenho (E) Assistimos ao filme que apresentou a obra daquele grande
a impressão de conhecer extraordinariamente bem: utilizo instru- cientista.
mentos que me são conhecidos e familiares e os sinto bem firmes
em minhas mãos. Se faço qualquer outra coisa, se estudo uma lín-
gua estrangeira, se tento aprender história ou geografia, ou tricotar
uma malha, ou viajar, sofro e me pergunto como é que os outros
conseguem fazer essas coisas. E tenho a impressão de ser cega e
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17. MPE-GO - 2022 - MPE-GO - Oficial de Promotoria - Edital o limiar não provocarão divergência da atenção e serão ignoradas.
nº 007- Sendo (C) para as assertivas corretas e (E) para as erradas, Quando abrimos nossos olhos, ficamos com a impressão de
assinale a alternativa com a sequência certa considerando a obser- termos visão nítida, rica e bem detalhada do mundo que se estende
vância das normas da língua portuguesa: por todo nosso campo visual. A consciência de nossa percepção não
( ) O futebol é um esporte de que o povo gosta. é limitada, mas nossa atenção e nossa memória de curtíssimo prazo
( ) Visitei a cidade onde você nasceu. são. Não somos capazes de memorizar tudo instantaneamente à
( ) É perigoso o local a que você se dirige. nossa volta e nem podemos nos ater a tudo que nos cerca. Nossa in-
( ) Tenho uma coleção de quadros pela qual já me ofereceram trospecção da grandiosidade de nossa experiência visual confronta
milhões. com nossas limitações perceptivas práticas e cria uma vivência rica,
(A) E – E – E – C porém efêmera e sujeita a erros de interpretações. Dimensiona um
(B) C – C – C – E gradiente entre o que é real e o que se presume, algo que favorece
(C) C – E – E – E os acidentes de trânsito.
(D) C – C – C – C Podemos interpretar que o acidente do exemplo do início do
texto se deu porque o motorista convergiu sua atenção às partes
18. FADCT - 2022 - Prefeitura de Ibema - PR - Assistente Admi- centrais da pista, por onde os carros preferencialmente circulam
nistrativo- A frase “ O estudante foi convidado para assistir os deba- sob velocidade mais ou menos previsível. Assim que o último carro
tes políticos.” apresenta, de acordo com a norma padrão da Língua passou, ficou fácil pressupor que o centro da pista permaneceria
portuguesa, um desvio de: vazio por um intervalo de tempo seguro para a travessia. As late-
(A) Concordância nominal. rais da pista, locais em que motocicletas geralmente trafegam, não
(B) Concordância verbal. tiveram a atenção merecida, e a velocidade da moto não estava no
(C) Regência verbal. padrão esperado.
(D) Regência nominal O mundo aqui fora é um caos repleto de acontecimentos, e
nossos cérebros têm que coletar e reter alguns deles para que pos-
19. FUNCERN - 2019 - Prefeitura de Apodi - RN - Professor de samos compreendê-lo e, assim, agirmos em busca da nossa sobre-
Ensino Fundamental I ( 1º ao 5º ano)- vivência. Mas essas informações são salpicadas, incompletas e mu-
táveis. Traçar uma linha que contextualize todos esses dados não é
Os pontos cegos de nosso cérebro e o risco eterno de aciden- simples. Eventualmente, esse jogo mental de ligar pontinhos cria
tes armadilha para nós mesmos, pois por vezes um ponto que deveria
Luciano Melo ser descartado é inserido em uma lógica apenas por ser chamativo.
O motorista aguarda o momento seguro para conduzir seu E outro, ao contrário, deveria ser considerado, mas é menospreza-
carro e atravessar o cruzamento. Olha para os lados que atravessará do, pois à primeira vista não atendeu a um pressuposto.
e, estático, aguarda que outros veículos deixem livre o caminho pela Essas interpretações podem provocar outras tragédias além
via transversal à sua frente. Enquanto espera, olha de um lado a ou- de acidentes de carro.
tro a vigiar a pista quase livre. Finalmente não avista mais nenhum
veículo que poderá atrapalhar seu planejado movimento. É hora de Disponível em:<https://www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 20 abr.
dirigir, mas, no meio da travessia, ele é surpreendido por uma grave 2019. (texto adaptado)
colisão. Uma motocicleta atinge a traseira de seu veículo.
No trecho “[...]poderemos assistir à queda de um deles.”, a
Eu tomo a defesa do motorista: ele não viu a moto se aproxi- ocorrência do acento grave é justificada
mar. Presumo que vários dos leitores já passaram por situação se- (A) pela exigência de artigo do termo regente, que é um ver-
melhante, mas, caso você seja exceção e acredite que enxergaria bo, e pela exigência de preposição do termo regido, que é um
a motocicleta, eu o convido a assistir a um vídeo que existe sobre nome.
isso. O filme prova quão difícil é perceber objetos que de repente (B) pela exigência de preposição do termo regente, que é um
somem ou aparecem em uma cena. nome, e pela exigência de artigo do termo regido, que é um
Nossa condição humana está casada com uma inabilidade de verbo.
perceber certas mudanças. Claro que notamos muitas alterações à (C) pela exigência de artigo do termo regente, que é um nome,
nossa volta, especialmente se olharmos para o ponto alvo da modi- e pela exigência de artigo do termo regido, que é um verbo.
ficação no momento em que ela ocorrerá. Assim, se olharmos fixa- (D) pela exigência de preposição do termo regente, que é um
verbo, e pela exigência de artigo do termo regido, que é um
mente para uma janela cheia de vasos de flores, poderemos assistir
nome.
à queda de um deles. Mas, se desviarmos brevemente nossos olhos
da janela, justamente no momento do tombo, é possível que nem
20. MPE-GO - 2022 - MPE-GO - Oficial de Promotoria - Edital
notemos a falta do enfeite. O fenômeno se chama cegueira para
nº 006
mudança: nossa incapacidade de visualizar variações do ambiente
entre uma olhada e outra.
A importância dos debates
No mundo real, mudanças são geralmente antecedidas por
É promissor que os candidatos ao governo gaúcho venham
uma série de movimentos. Se esses movimentos superam um limiar
dando ênfase nas conversas diretas a projetos de governo de inte-
atrativo, vão capturar nossa atenção que focará na alteração consi-
resse específico dos eleitores
derada dominante. Por sua vez, modificações que não ultrapassam
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a solução para o seu concurso!
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O primeiro confronto direto entre os candidatos Eduardo Leite


(PSDB) e José Ivo Sartori (MDB), que disputam o governo do Estado GABARITO
em segundo turno, reafirmou a importância dessa alternativa de-
mocrática para ajudar os eleitores a fazer suas escolhas. Uma das
vantagens do sistema de votação em dois turnos, instituído pela
Constituição de 1988, é justamente a de propiciar um maior de- 1 C
talhamento dos programas de governo dos dois candidatos mais 2 D
votados na primeira etapa.
Foi justamente o que ocorreu ontem entre os postulantes ao 3 D
Palácio Piratini. Colocados frente a frente nos microfones da Rá- 4 E
dio Gaúcha, ambos tiveram a oportunidade de enfrentar questões
5 D
importantes ligadas ao cotidiano dos eleitores. A viabilidade de as
principais demandas dos gaúchos serem contempladas vai depen- 6 A
der acima de tudo da estratégia de cada um para enfrentar a crise 7 D
das finanças públicas.
Diferentemente do que os eleitores estão habituados a assistir 8 C
no horário eleitoral obrigatório e a acompanhar por postagens dos 9 A
candidatos nas redes sociais, debates se prestam menos para pro- 10 D
paganda pessoal, estratégias de marketing e para a disseminação
de informações inconfiáveis e notícias falsas, neste ano usadas lar- 11 CERTO
gamente em campanhas. Além disso, têm a vantagem de desafiar 12 B
os candidatos com questionamentos de jornalistas e do público. As
13 D
respostas, inclusive, podem ser conferidas por profissionais de im-
prensa, com divulgação posterior, o que facilita o discernimento por 14 B
parte de eleitores sobre o que corresponde ou não à verdade. 15 D
O Rio Grande do Sul enfrenta uma crise fiscal no setor público
que, se não contar com uma perspectiva de solução imediata, pra- 16 B
ticamente vai inviabilizar a implantação de qualquer plano de go- 17 D
verno. Por isso, é promissor que, enquanto em outros Estados pre- 18 C
dominam denúncias e acusações, os candidatos ao governo gaúcho
venham dando ênfase nas conversas diretas a projetos de governo 19 D
de interesse específico dos eleitores. 20 D
Democracia se faz com diálogo e transparência. Sem discus-
sões amplas, perdem os cidadãos, que ficam privados de informa-
ções essenciais para fazer suas escolhas com mais objetividade e
menos passionalismo.

(A IMPORTÂNCIA dos debates. GaúchaZH, 17 de outubro de 2018. Dis-


ponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br. Acesso em: 30 de agosto
de 2022)

No segundo parágrafo do texto, há a frase: “Colocados frente


a frente nos microfones da Rádio Gaúcha, ambos tiveram a oportu-
nidade de enfrentar questões importantes ligadas ao cotidiano dos
eleitores.” Conforme se observa, na expressão em destaque, não há
ocorrência da crase.

Assim, seguindo a regra gramatical acerca da crase, assinale a


alternativa em que há o emprego da crase indevidamente:
(A) cara a cara; às ocultas; à procura.
(B) face a face; às pressas; à deriva.
(C) à frente; à direita; às vezes.
(D) à tarde; à sombra de; a exceção de.

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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO
SERVIÇO PÚBLICO

I - servidor é a pessoa legalmente investida em cargo públi-


LEI ESTADUAL Nº 5.810/1994 E ALTERAÇÕES (REGIME JURÍ- co;
DICO ÚNICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DA ADMI- II - cargo público é o criado por lei, com denominação pró-
NISTRAÇÃO DIRETA, DAS AUTARQUIAS E DAS FUNDAÇÕES pria, quantitativo e vencimento certos, com o conjunto de atribui-
PÚBLICAS DO ESTADO DO PARÁ). ções e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que
devem ser cometidas a um servidor;
III - categoria funcional é o conjunto de cargos da mesma na-
LEI N° 5.810, DE 24 DE JANEIRO DE 1994* (RJU) tureza de trabalho;
IV - grupo ocupacional é o conjunto de categorias funcionais
Dispõe sobre o Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos da mesma natureza, escalonadas segundo a escolaridade, o nível de
Civis da Administração Direta, das Autarquias e das Fundações Pú- complexidade e o grau de responsabilidade;
blicas do Estado do Pará. Parágrafo único. Os cargos públicos serão acessíveis aos brasi-
leiros que preencham os requisitos do art. 17, desta lei.
Art. 3° É vedado cometer ao servidor atribuições e responsa-
*Republicada no DOE Nº 3.103, de 08/02/2008, conforme a bilidades diversas das inerentes ao seu cargo, exceto participação
Lei Complementar Nº 033, de 4/11/97, com as alterações introdu- assentida em órgão colegiado e em comissões legais.
zidas pelas Leis Nº 5.942, de 15/1/96; 5.995, de 2/9/96; 6.161, de Art. 4° Os cargos referentes a profissões regulamentadas serão
25/11/98; e pelas Leis Complementares Nº 044, de 23/1/2003; e providos unicamente por quem satisfizer os requisitos legais res-
051, de 25/1/2006; e pelas Leis Nº 6.891, de 13/7/2006; 7.071, de pectivos.
24-12-2007; e 7.084, de 14-1-2008.
* Incluída as alterações feitas pela Lei nº 7.267, de TÍTULO II
05/05/2009. DO PROVIMENTO, DO EXERCÍCIO, DA CARREIRA E DA
* Incluída as alterações feitas pela Lei nº 7.391, de VACÂNCIA CAPÍTULO I DO PROVIMENTO
07/04/2010.
* Republicada no DOE Nº 31.660, de 06/05/2010, conforme Art. 5° Os cargos públicos serão providos por:
a Lei Complementar Nº 033, de 4/11/97, com as alterações intro- I – nomeação;
duzidas pelas Leis Nº 5.942, de 15/1/96; 5.995, de 2/9/96; 6.161, II – promoção;
de 25/11/98; e pelas Leis Complementares Nº 044, de 23/1/2003; III – reintegração;
e 051, de 25/1/2006; e pelas Leis Nº 6.891, de 13/7/2006; 7.071, IV – transferência;
de 24-12-2007; e 7.084, de 14-1-2008, 7. 267, de 5-6-09 e 7.391, de V – reversão;
7-4-10. VI – aproveitamento; VII – readaptação;
*Alterada pela Lei nº 8.745 de 14 de agosto de 2018, publicada VIII – recondução.
no DOE nº 33.681 de 17 de agosto de 2018.
*Alterada pela Lei nº 8.975, de 13 de janeiro de 2020, publica- CAPÍTULO II
da no DOE nº 34.089, de 14 de janeiro de 2020. DA NOMEAÇÃO SEÇÃO I DAS FORMAS DE NOMEAÇÃO
*Alterada pela Lei nº 9.230, de 24 de março de 2021, publicada
no DOE nº 34.534, de 26 de março de 2021. Art. 6° A nomeação será feita:
I - em caráter efetivo, quando exigida a prévia habilitação
A Assembleia Legislativa do Estado do Pará estatui e eu sancio- em concurso público, para essa forma de provimento;
no a seguinte lei: II - em comissão, para cargo de livre nomeação e exonera-
ção, declarado em lei.
TÍTULO I Parágrafo único. A designação para o exercício de função grati-
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES ficada recairá, exclusivamente, em servidor efetivo.
Art. 7° Compete aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário,
Art. 1° Esta lei institui o Regime Jurídico Único e define os direi- ao Ministério Público e aos Tribunais de Contas na área de sua com-
tos, deveres, garantias e vantagens dos Servidores Públicos Civis do petência, prover, por ato singular, os cargos públicos. Art. 8° O ato
Estado, das Autarquias e das Fundações Públicas. de provimento conterá, necessariamente, as seguintes indicações,
Parágrafo único. As suas disposições aplicam-se aos servidores sob pena de nulidade e responsabilidade de quem der a posse:
dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, do Ministério Públi- I - modalidade de provimento e nome completo do interessa-
co e dos Tribunais de Contas. Art. 2° Para os fins desta lei: do; II - denominação de cargo e forma de nomeação; III - funda-
mento legal.
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SEÇÃO II § 2º Os candidatos com deficiência aprovados e incluídos na


DO CONCURSO lista reservada aos deficientes serão chamados e convocados alter-
nadamente a cada convocação de um dos candidatos chamados da
Art. 9° A investidura em cargo de provimento efetivo depende lista geral até preenchimento do percentual reservado às pessoas
de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e com deficiência no edital do concurso.
títulos, observado o disposto no art. 4°. desta lei. Art. 10. A apro- (Incluído pela Lei nº 7.071, de 2007).
vação em concurso público gera o direito à nomeação, respeitada a § 3º Equipe multiprofissional avaliará a compatibilidade entre
ordem de classificação dos candidatos habilitados. as atribuições do cargo e a deficiência do candidato durante o está-
§ 1° Terá preferência para a ordem de classificação o candidato gio probatório. (Incluído pela Lei nº 7.071, de 2007). Art. 15. A ad-
já pertencente ao serviço público estadual e, persistindo a igual- ministração proporcionará aos portadores de deficiência, condições
dade, aquele que contar com maior tempo de serviço público ao para a participação em concurso de provas ou de provas e títulos.
Estado. Parágrafo único. Às pessoas portadoras de deficiência é assegu-
§ 2° Se ocorrer empate de candidatos não pertencentes ao ser- rado o direito de inscrever-se em concurso público para provimento
viço público do Estado, decidir-se-á em favor do mais idoso. de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de
Art. 11. A instrumentação e execução dos concursos serão cen- que são portadoras, às quais serão reservadas até 20% (vinte por
tralizadas na Secretaria de Estado de Administração, no âmbito do cento), das vagas oferecidas no concurso.
Poder Executivo, e nos órgãos competentes dos Poderes Legislativo
e Judiciário, do Ministério Público, e dos Tribunais de Contas. SEÇÃO III
§ 1° O conteúdo programático, para preenchimento de cargo DA POSSE
técnico de nível superior poderá ser elaborado pelo órgão solicitan-
te do concurso. Art. 16. Posse é o ato de investidura em cargo público ou fun-
§ 2° O concurso público será realizado, preferencialmente, na ção gratificada.
sede do Município, ou na região onde o cargo será provido. Parágrafo único. Não haverá posse nos casos de promoção e
§ 3° Fica assegurada a fiscalização do concurso público, em to- reintegração.
das as suas fases, pelas entidades sindicais representativas de ser- Art. 17. São requisitos cumulativos para a posse em cargo pú-
vidores públicos. blico:
Art. 12. As provas serão avaliadas na escala de zero a dez pon- I - ser brasileiro, nos termos da Constituição;
tos, e aos títulos, quando afins, serão atribuídos, no máximo, cinco II - ter completado 18 (dezoito) anos;
pontos. III - estar em pleno exercício dos direitos políticos;
Parágrafo único. As provas de título, quando constantes do Edi- IV - ser julgado apto em inspeção de saúde realizada em ór-
tal, terão caráter meramente classificatório. gão médico oficial do Estado do Pará; V - possuir a escolaridade
Art. 13. O Edital do concurso disciplinará os requisitos para a exigida para o exercício do cargo;
inscrição, o processo de realização, os critérios de classificação, o VI - não exercer outro cargo ou emprego caracterizante de acu-
número de vagas, os recursos e a homologação. Art. 14. Na reali- mulação proibida
zação dos concursos, serão adotadas as seguintes normas gerais: VI - declarar expressamente o exercício ou não de cargo, em-
I - não se publicará Edital, na vigência do prazo de validade prego ou função pública nos órgãos e entidades da Administração
de concurso anterior, para o mesmo cargo, se ainda houver candi- Pública Estadual, Federal ou Municipal, para fins de verificação do
dato aprovado e não convocado para a investidura, ou enquanto acúmulo de cargos. (Redação dada pela Lei nº 7.071, de 2007).
houver servidor de igual categoria em disponibilidade; VII - a quitação com as obrigações eleitorais e militares;
II - poderão inscrever-se candidatos até 69 anos de idade; VIII - não haver sofrido sanção impeditiva do exercício de car-
III - os concursos terão a validade de 2 (dois) anos, a contar go público.
da publicação da homologação do resultado, no Diário Oficial, pror- Art. 18. A compatibilidade das pessoas portadoras de defici-
rogável expressamente uma única vez por igual período; III - Os ência, de que trata o art. 15, parágrafo único, será declarada por
concursos terão a validade de até dois anos, a contar da publicação junta especial, constituída por médicos especializados na área da
da homologação do resultado, no Diário Oficial, prorrogável expres- deficiência diagnosticada.
samente uma única vez por igual período. (Redação dada pela Lei nº Parágrafo único. Caso o candidato seja considerado inapto para
7.071, de 2007). o exercício do cargo, perde o direito à nomeação. (Incluído pela Lei
IV - comprovação, no ato da inscrição, dos requisitos previs- nº 7.071, de 2007).
tos no Edital. Art. 19. São competentes para dar posse:
IV - Comprovação, no ato da posse, dos requisitos previstos I - No Poder Executivo:
no edital. (Redação dada pela Lei nº 7.071, de 2007). a) o Governador, aos nomeados para cargos de Direção ou
V - participação de um representante do Sindicato dos Tra- Assessoramento que lhe sejam diretamente subordinados;
balhadores ou de Conselho Regional de Classe das categorias afins b) os Secretários de Estado e dirigentes de Autarquias e Fun-
na comissão organizadora do concurso público ou processo seleti- dações, ou a quem seja delegada competência, aos nomeados para
vo. os respectivos órgãos, inclusive, colegiados;
(Incluído pela Lei nº 7.071, de 2007). II - No Poder Legislativo, no Poder Judiciário, no Ministério Pú-
§ 1º Será publicada lista geral de classificação contendo todos blico e nos Tribunais de Contas, conforme dispuser a legislação es-
os candidatos aprovados e, paralela e concomitantemente, lista pecífica de cada Poder ou órgão.
própria para os candidatos que concorreram às vagas reservadas Art. 20. O ato de posse será transcrito em livro especial, assina-
aos deficientes. (Incluído pela Lei nº 7.071, de 2007). do pela autoridade competente e pelo servidor empossado.
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Parágrafo único. Em casos especiais, a critério da autoridade Art. 29. O servidor preso em flagrante, pronunciado por crime
competente, a posse poderá ser tomada por procuração específica. comum, denunciado por crime administrativo, ou condenado por
Art. 21. A autoridade que der posse verificará, sob pena de crime inafiançável, será afastado do exercício do cargo, até senten-
responsabilidade, se foram observados os requisitos legais para a ça final transitada em julgado.
investidura no cargo ou função. § 1°Durante o afastamento, o servidor perceberá dois terços
Art. 22. A posse ocorrerá no prazo de 30 (trinta) dias, contados do vencimento ou remuneração, tendo direito à diferença, se ab-
da publicação do ato de provimento no Diário Oficial do Estado. solvido.
§ 1° O prazo para a posse poderá ser prorrogado por mais § 1º Durante o afastamento, o servidor perceberá dois terços
30(trinta) dias, a requerimento do interessado. da remuneração, excluídas as vantagens devidas em razão do efeti-
§ 1º O prazo para a posse poderá ser prorrogado por mais quin- vo exercício do cargo, tendo direito à diferença, se absolvido.
ze dias, em existindo necessidade comprovada para o preenchi- (Redação dada pela Lei nº 7.071, de 2007).
mento dos requisitos para posse, conforme juízo da Administração. § 2° Em caso de condenação criminal, transitada em julgado,
(Redação dada pela Lei nº 7.071, de 2007). não determinante da demissão, continuará o servidor afastado até
§ 2° O prazo do servidor em férias, licença, ou afastado por o cumprimento total da pena, com direito a um terço do vencimen-
qualquer outro motivo legal, será contado do término do impedi- to ou remuneração.
mento. § 2º Em caso de condenação criminal, transitada em julgado,
§ 3° Se a posse não se concretizar dentro do prazo, o ato de pro- não determinante da demissão, continuará o servidor afastado até
vimento será tornado sem efeito. § 4° No ato da posse, o servidor o cumprimento total da pena, com direito a um terço do venci-
apresentará declaração de bens e valores que constituam seu pa- mento ou remuneração, excluídas as vantagens devidas em razão
trimônio, e declaração quanto ao exercício, ou não, de outro cargo, do efetivo exercício do cargo. (Redação dada pela Lei nº 7.071, de
emprego ou função pública. 2007).
(Regulamentado pelo Decreto nº 2.094, de 2010). Art. 30. Ao servidor da administração direta, das Autarquias
Art. 22-A. Ao interessado é permitida a renúncia da posse, no e das Fundações Públicas ou dos Poderes Legislativo e Judiciário,
prazo legal, sendo-lhe garantida a última colocação dentre os clas- do Ministério Público e dos Tribunais de Contas, diplomado para o
sificados no correspondente concurso público. (Incluído pela Lei nº exercício de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, aplica-
7.071, de 2007). -se o disposto no Título III, Capítulo V, Seção VII, desta lei.
Art. 31. O servidor no exercício de cargo de provimento efetivo,
SEÇÃO IV mediante a sua concordância poderá ser colocado à disposição de
DO EXERCÍCIO qualquer órgão da administração direta ou indireta, da União, do
Estado, do Distrito Federal e dos Municípios, com ou sem ônus para
Art. 23. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições e res- o Estado do Pará, desde que observada a reciprocidade. (Vide De-
ponsabilidade do cargo. creto nº 795, de 2020). (Vide Instruções Normativas nº 02, de 1997
Art. 24. Compete ao titular do órgão para onde for nomeado o e nº 001, de 2003).
servidor, dar-lhe o exercício.
Art. 25. O exercício do cargo terá início dentro do prazo de 30 SEÇÃO V
(trinta) dias, contados: DO ESTÁGIO PROBATÓRIO
Art. 25. O exercício do cargo terá início dentro do prazo de
quinze dias, contados: (Redação dada pela Lei nº 7.071, de 2007). (Regulamentado pelo Decreto nº 1.945, de 2005).
I - da data da posse, no caso de nomeação; Art. 32. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo
II - da data da publicação oficial do ato, nos demais casos. de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por perí-
§ 1°Os prazos poderão ser prorrogados, a requerimento do in- odo de 24 (vinte e quatro) meses, durante o qual a sua aptidão e
teressado, por 30 (trinta) dias. § 1º Os prazos poderão ser prorro- capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo,
gados por mais quinze dias, em existindo necessidade comprovada observados os seguintes fatores: Art. 32. Ao entrar em exercício, o
para o preenchimento dos requisitos para posse, conforme juízo da servidor nomeado para o cargo de provimento efetivo ficará sujeito
Administração. (Redação dada pela Lei nº 7.071, de 2007). a estágio probatório por período de três anos, durante os quais a
§ 2° Será exonerado o servidor empossado que não entrar em sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação para o desem-
exercício nos prazos previstos neste artigo. penho do cargo, observados os seguintes fatores: (Redação dada
Art. 26. O servidor poderá ausentar-se do Estado, para estudo, pela Lei nº 7.071, de 2007). I – assiduidade;
ou missão de qualquer natureza, com ou sem vencimento, median- II – disciplina;
te prévia autorização ou designação do titular do órgão em que ser- III - capacidade de iniciativa;
vir. Art. 27. O servidor autorizado a afastar-se para estudo em área IV – produtividade;
do interesse do serviço público, fora do Estado do Pará, com ônus V – responsabilidade;
para os cofres do Estado, deverá, sequentemente, prestar serviço, § 1° Quatro meses antes do findo período do estágio proba-
por igual período, ao Estado. tório, será submetida à homologação da autoridade competente
Art. 28. O afastamento do servidor para participação em con- a avaliação do desempenho do servidor, realizada de acordo com
gressos e outros eventos culturais, esportivos, técnicos e científicos o que dispuser a lei ou regulamento do sistema de carreira, sem
será estabelecido em regulamento. prejuízo da continuidade de apuração dos fatores enumerados nos
incisos I a V deste artigo.

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§ 2° O servidor não aprovado no estágio probatório será exo- cargo houver sido extinto, a reintegração dar-se-á em cargo equiva-
nerado, observado o devido processo legal. § 3º O disposto no lente, respeitada a habilitação profissional, ou, não sendo possível,
“caput” deste artigo não se aplica aos servidores que já tenham en- ficará o reintegrado em disponibilidade no cargo que exercia.
trado em exercício na data de publicação desta Lei, que se sujeitam Art. 41. O ato de reintegração será expedido no prazo máximo
ao regime anterior. (Incluído pela Lei nº 7.071, de 2007). de 30 (trinta) dias do pedido, reportando-se sempre à decisão ad-
Art. 33. O término do estágio probatório importa no reconhe- ministrativa definitiva ou à sentença judicial, transitada em julgado.
cimento da estabilidade de ofício. Art. 34. O servidor estável apro- Art. 42. O servidor reintegrado será submetido à inspeção de
vado em outro concurso público fica sujeito a estágio probatório no saúde na instituição pública competente e aposentado, quando in-
novo cargo. capaz.
Parágrafo único. Ficará dispensado do estágio probatório o ser- CAPÍTULO V
vidor que tiver exercido o mesmo cargo público em que já tenha DA TRANSFERÊNCIA E DA REMOÇÃO CAPÍTULO V DA
sido avaliado. (Redação dada pela Lei nº 7.071, de 2007). TRANSFERÊNCIA, DA REMOÇÃO E DA REDISTRIBUIÇÃO

CAPÍTULO II (Redação dada pela Lei nº 5.942, de 1996).


I DA PROMOÇÃO Art. 43. Transferência é a movimentação do servidor ocupante
de cargo de provimento efetivo, para outro cargo de igual denomi-
Art. 35. A promoção é a progressão funcional do servidor está- nação e provimento, de outro órgão, mas no mesmo Poder. Art. 44.
vel a uma posição que lhe assegure maior vencimento base, dentro Caberá a transferência:
da mesma categoria funcional, obedecidos os critérios de antigui- I - a pedido do servidor;
dade e merecimento, alternadamente. II - por permuta, a requerimento de ambos os servidores in-
Art. 36. A promoção por antiguidade dar-se-á pela progressão teressados.
à referência imediatamente superior, observado o interstício de 2 Art. 45. A transferência será processada atendendo a conveni-
(dois) anos de efetivo exercício. ência do servidor desde que no órgão pretendido exista cargo vago,
Art. 37. A promoção por merecimento dar-se-á pela progressão de igual denominação.
à referência imediatamente superior, mediante a avaliação do de- Art. 46. O servidor transferido somente poderá renovar o pe-
sempenho a cada interstício de 02 (dois) anos de efetivo exercício. dido, após decorridos 2 (dois) anos de efetivo exercício no cargo.
Parágrafo único. No critério de merecimento será obedecido o Art. 47. Não será concedida a transferência:
que dispuser a lei do sistema de carreira, considerando-se, em es- I - para cargos que tenham candidatos aprovados em concurso,
pecial, na avaliação do desempenho, os cursos de capacitação pro- com prazo de validade não esgotado; II - para órgãos da adminis-
fissional realizados, e assegurada, no processo, a plena participação tração indireta ou fundacional cujo regime jurídico não seja o esta-
das entidades de classe dos servidores. tutário; III - do servidor em estágio probatório.
Art. 38. O servidor que não estiver no exercício do cargo, res- Art. 48. A transferência dos membros da Magistratura, Ministé-
salvadas as hipóteses consideradas como de efetivo exercício, não rio Público, Magistério e da Polícia Civil, será definida no âmbito de
concorrerá à promoção. cada Poder, por regime próprio.
§ 1° Não poderá ser promovido o servidor que se encontre Art. 49. A remoção é a movimentação do servidor ocupante de
cumprindo o estágio probatório. § 2° O servidor, em exercício de cargo de provimento efetivo, para outro cargo de igual denomina-
mandato eletivo, somente terá direito à promoção por antigüidade ção e forma de provimento, no mesmo Poder e no mesmo órgão
na forma da Constituição, obedecidas as exigências legais e regula- em que é lotado.
mentares. Parágrafo único. A remoção, a pedido ou ex-officio, do servidor
Art. 39. No âmbito de cada Poder ou órgão, o setor competen- estável, poderá ser feita: (Incluído pela Lei nº 5.942, de 1996).
te de pessoal processará as promoções que serão efetivadas por I - de uma para outra unidade administrativa da mesma Se-
atos específicos no prazo de 60 (sessenta) dias, contados da data de cretaria, Autarquia, Fundação ou órgão análogo dos Poderes Legis-
abertura da vaga. lativo e Judiciário, do Ministério Público e dos Tribunais de Contas.
Parágrafo único. O critério adotado para promoção deverá (Incluído pela Lei nº 5.942, de 1996).
constar obrigatoriamente do ato que a determinar. II - de um para outro setor, na mesma unidade administrati-
va. (Incluído pela Lei nº 5.942, de 1996).
CAPÍTULO IV Art. 50 - A Remoção, a pedido ou ex-officio, do servidor estável
DA REINTEGRAÇÃO poderá ser feita:
I - de uma para outra unidade administrativa da mesma Se-
Art. 40. Reintegração é o reingresso do servidor na adminis- cretaria, Autarquia, Fundação ou órgão análogo dos Poderes Legis-
tração pública, em decorrência de decisão administrativa definitiva lativo e Judiciário, do Ministério Público e dos Tribunais de Contas.
ou sentença judicial transitada em julgado, com ressarcimento de II - de um para outro setor, na mesma unidade administrati-
prejuízos resultantes do afastamento. va.
§ 1° A reintegração será feita no cargo anteriormente ocupado Art. 50. A redistribuição é o deslocamento do servidor, com o
e, se este houver sido transformado, no cargo resultante. respectivo cargo ou função, para o quadro de outro órgão ou enti-
§ 2° Encontrando-se regularmente provido o cargo, o seu ocu- dade do mesmo Poder, sempre no interesse da Administração.
pante será deslocado para cargo equivalente, ou, se ocupava outro (Redação dada pela Lei nº 5.942, de 1996).
cargo, a este será reconduzido, sem direito à indenização. § 3° Se o § 1° A redistribuição será sempre ex-officio, ouvidos os respec-
tivos órgãos ou entidades interessados na movimentação. (Incluído
pela Lei nº 5.492, de 1996).
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§ 2° A redistribuição dar-se-á exclusivamente para o ajusta- § 3° Ressalvada a incapacidade definitiva para o serviço públi-
mento do quadro de pessoal às necessidades dos serviços, inclusive co, quando será aposentado, é direito do servidor renovar pedido
nos casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ou entida- de readaptação.
de. (Incluído pela Lei nº 5.492, de 1996).
§ 3° Nos casos de extinção de órgão ou entidade, os servidores CAPÍTULO IX
estáveis que não puderam ser redistribuídos, na forma deste artigo, DA RECONDUÇÃO
serão colocados em disponibilidade até seu aproveitamento. (Inclu-
ído pela Lei nº 5.492, de 1996). Art. 57. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo
anteriormente ocupado e decorrerá de: I - inabilitação em estágio
CAPÍTULO VI probatório relativo a outro cargo; II - reintegração do anterior ocu-
DA REVERSÃO pante.
Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de origem, o
Art. 51. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposenta- servidor será aproveitado em outro, observado o que dispõe a pre-
do por invalidez, quando, por junta médica oficial, forem declarados sente lei nos casos de disponibilidade e aproveitamento.
insubsistentes os motivos da aposentadoria.
Art. 51. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposenta- CAPÍTULO X
do: (Redação dada pela Lei nº 8.975, de 2020). DA VACÂNCIA
I - por incapacidade permanente, quando, por junta médica
oficial, foram declarados insubsistentes os motivos da aposentado- Art. 58. A vacância do cargo decorrerá de:
ria; ou (Incluído pela Lei nº 8.975, de 2020). I – exoneração;
II - voluntariamente, a pedido, desde que haja interesse da II – demissão;
Administração devidamente fundamentado e a aposentadoria te- III – promoção;
nha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação. (Incluído pela IV – aposentadoria;
Lei nº 8.975, de 2020). V – readaptação;
§ 1° A reversão, ex-officio ou a pedido, dar-se-á no mesmo car- VI – falecimento;
go ou no cargo resultante de sua transformação. (Incluído pela Lei VII – transferência; VIII – destituição.
nº 8.975, de 2020). Parágrafo único. A vaga ocorrerá na data:
§ 2° A reversão, a pedido, dependerá da existência de cargo I - do falecimento;
vago. (Incluído pela Lei nº 8.975, de 2020). II - da publicação do decreto que exonerar, demitir, promo-
§ 3° Não poderá reverter o aposentado que já tiver alcançado o ver, aposentar, readaptar, transferir, destituir e da posse em outro
limite da idade para aposentadoria compulsória. (Incluído pela Lei cargo inacumulável.
nº 8.975, de 2020). Art. 59. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do ser-
Art. 52. Será tornada sem efeito a reversão ex-officio, e cassada vidor ou de ofício.
a aposentadoria do servidor que não tomar posse e entrar no exer- Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á:
cício do cargo. I - quando não satisfeitas as condições do estágio probató-
rio;
CAPÍTULO VII II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em
DO APROVEITAMENTO exercício no prazo legal.
Art. 60. A exoneração de cargo em comissão dar-se-á: I - a juízo
Art. 53. O aproveitamento é o reingresso, no serviço público, da autoridade competente; II - a pedido do próprio servidor.
do servidor em disponibilidade, em cargo de natureza e padrão de Art. 61. A vacância de função gratificada dar-se-á por dispensa,
vencimento correspondente ao que ocupava. a pedido ou de ofício, ou por destituição.
Art. 54. O aproveitamento será obrigatório quando: Art. 62. Na vacância do cargo de titular de Autarquia ou Funda-
I - restabelecido o cargo de cuja extinção decorreu a disponi- ção Pública, poderá o mesmo ser provido com a nomeação tempo-
bilidade; II - deva ser provido cargo anteriormente declarado des- rária, ressalvado no ato de provimento o disposto no art. 92, XX da
necessário. Constituição do Estado.
Art. 55. Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada
a disponibilidade de servidor que, aproveitado, não tomar posse e TÍTULO III
não entrar em exercício dentro do prazo legal. DOS DIREITOS E VANTAGENS CAPÍTULO I DA DURAÇÃO DO
TRABALHO
CAPÍTULO VIII
DA READAPTAÇÃO Art. 63. A duração da jornada diária de trabalho será de 6(seis)
horas ininterruptas, salvo as jornadas especiais estabelecidas em
Art. 56. Readaptação é a forma de provimento, em cargo mais lei.
compatível, pelo servidor que tenha sofrido limitação, em sua capa- § 1° Nas atividades de atendimento público que exijam jornada
cidade física ou mental, verificada em inspeção médica oficial. § 1° superior, serão adotados turnos de revezamento.
A readaptação ex-officio ou a pedido, será efetivada em cargo vago, § 2° A duração normal da jornada, em caso de comprovada ne-
de atribuições afins, respeitada a habilitação exigida. cessidade, poderá ser antecipada ou prorrogada pela administra-
§ 2° A readaptação não acarretará diminuição ou aumento da ção.
remuneração. Art. 64. A frequência será apurada diariamente:
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I - pelo ponto de entrada e saída; VII - estudo, em área do interesse do serviço público, durante
II - pela forma determinada quanto aos servidores cujas ati- o período da autorização;
vidades sejam permanentemente exercidas externamente, ou que, VIII - processo administrativo, se declarado inocente;
por sua natureza, não possam ser mensuradas por unidade de tem- IX - desempenho de mandato eletivo, exceto para promoção
po. por merecimento;
Art. 65. Na antecipação ou prorrogação da duração da jornada X - participação em congressos ou outros eventos culturais,
de trabalho, será também remunerado o trabalho suplementar, na esportivos, técnicos, científicos ou sindicais, durante o período au-
forma prevista neste Estatuto. torizado.
Art. 66. O servidor ocupante de cargo comissionado, indepen- XI – licença-prêmio;
dentemente de jornada de trabalho, atenderá às convocações de- XII - licença- maternidade com a duração de 120 (cento e vin-
correntes da necessidade do serviço de interesse da Administração. te) dias;
XII - licença maternidade com a duração de cento e oitenta
CAPÍTULO II dias; (Redação dada pela Lei nº 7.627, de 2009).
DA ESTABILIDADE XIII – licença-paternidade;
XIV - licença para tratamento de saúde;
Art. 67. O servidor habilitado em concurso público e empossa- XV - licença por motivo de doença em pessoa da família;
do em cargo de provimento efetivo, adquirirá estabilidade no servi- XVI - faltas abonadas, no máximo de 3 (três) ao mês; XVII -
ço público ao completar 2 (dois) anos de efetivo exercício. doação de sangue, 1 (um) dia; XVIII - desempenho de mandato
Art. 68. O servidor estável só perderá o cargo em virtude de classista.
sentença judicial transitada em julgado, ou de processo administra- § 1° Será contado em dobro o tempo de serviço prestado às
tivo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa. Forças Armadas em operações de guerra.
Art. 69. É vedada a exoneração, a suspensão ou a demissão de § 2° As férias e a licença-prêmio serão contadas em dobro para
servidor sindicalizado, a partir do registro da candidatura a cargo de efeito de aposentadoria a partir da expressa renúncia do servidor.
direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, Art. 73. É vedada a contagem acumulada de tempo de servi-
até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave, ço simultaneamente prestado em mais de um cargo, emprego ou
devidamente apurada em processo administrativo. função.
Parágrafo único. Em regime de acumulação legal, o Estado não
CAPÍTULO III contará o tempo de serviço do outro cargo ou emprego, para o re-
DO TEMPO DE SERVIÇO conhecimento de vantagem pecuniária.

Art. 70. Considera-se como tempo de serviço público o exclu- CAPÍTULO IV


sivamente prestado à União, Estados, Distrito Federal, Municípios, DAS FÉRIAS
Autarquias e Fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público.
§ 1° Constitui tempo de serviço público, para todos os efeitos legais, Art. 74. O servidor, após cada 12 (doze) meses de exercício ad-
salvo para estabilidade, o anteriormente prestado pelo servidor, quire direito a férias anuais, de 30 (trinta) dias consecutivos.
qualquer que tenha sido a forma de admissão ou de pagamento. § 1° É vedado levar, à conta das férias, qualquer falta ao serviço.
§ 2° Para efeito de aposentadoria e disponibilidade é assegu- § 2° As férias somente são interrompidas por motivo de calami-
rada, ainda, a contagem do tempo de contribuição financeira dos dade pública, comoção interna, convocação para júri, serviço militar
sistemas previdenciários, segundo os critérios estabelecidos em lei. ou eleitoral, ou por motivo de superior interesse público; podendo
Art. 71. A apuração do tempo de serviço será feita em dias. ser acumuladas, pelo prazo máximo de dois anos consecutivos.
§ 1° O número de dias será convertido em anos, considerados § 3° O disposto neste artigo se estende aos Secretários de Esta-
sempre como de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias. do. (Incluído pela Lei nº 6.161, de 1998).
§ 2° Para efeito de aposentadoria, feita a conversão, os dias Art. 75. As férias serão de:
restantes, até 182, não serão computados, arredondando-se para I - 30 (trinta) dias consecutivos, anualmente;
um ano quando excederem a esse número. II - 20 (vinte) dias consecutivos, semestralmente, para os
Art. 72. Considera-se como de efetivo exercício, para todos os servidores que operem, direta e permanentemente, com Raios X
fins, o afastamento decorrente de: I – férias; ou substâncias radioativas.
II - casamento, até 8 (oito) dias; Art. 76. Durante as férias, o servidor terá direito a todas as van-
III - falecimento do cônjuge, companheira ou companheiro, tagens do exercício do cargo. § 1° As férias serão remuneradas com
filhos e irmãos, até 8 (oito) dias; III - falecimento do cônjuge, com- um terço a mais do que a remuneração normal, pagas antecipada-
panheira ou companheiro, pai, mãe, filhos e irmãos, até 8 (oito) mente, independente de solicitação.
dias; (Redação dada pela Lei nº 5.995, de 1996). § 2° VETADO
IV - serviços obrigatórios por lei; § 3º O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em comissão,
V - desempenho de cargo ou emprego em órgão da adminis- perceberá indenização relativa ao período das férias a que tiver di-
tração direta ou indireta de Municípios, reito e ao incompleto, na proporção de um doze avos por mês de
Estados, Distrito Federal e União, quando colocado regular- efetivo exercício, ou fração superior a quatorze dias. (Incluído pela
mente à disposição; VI - missão oficial de qualquer natureza, ainda Lei nº 7.391, de 2010).
que sem vencimento, durante o tempo da autorização ou designa- § 4º A indenização será calculada com base na remuneração
ção; do mês em que ocorrer a exoneração. (Incluído pela Lei nº 7.391,
de 2010).
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CAPÍTULO V DAS LICENÇAS SEÇÃO I Art. 84. O atestado e o laudo da junta médica não se referirão
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS ao nome ou natureza da doença, salvo quando se tratar de lesões
produzidas por acidente em serviço e doença profissional.
Art. 77. O servidor terá direito à licença:
I - para tratamento de saúde; SEÇÃO III
II - por motivo de doença em pessoa da família; DA LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA EM PESSOA DA
III – maternidade; FAMÍLIA
IV – paternidade;
V - para o serviço militar e outras obrigações previstas em Art. 85. Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo
lei; de doença do cônjuge, companheiro ou companheira, padrasto ou
VI - para tratar de interesse particular; madrasta; ascendente, descendente, enteado, menor sob guarda,
VII - para atividade política ou classista, na forma da lei; VIII tutela ou adoção, e colateral consanguíneo ou afim até o segundo
- por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro; IX - a grau civil, mediante comprovação médica.
título de prêmio por assiduidade. Parágrafo único. Nas hipóteses de tutela, guarda e adoção, de-
§ 1° As licenças previstas nos incisos I e II dependerão de inspe- verá o servidor instruir o pedido com documento legal comproba-
ção médica, realizada pelo órgão competente. tório de tal condição.
§ 2° Ao servidor ocupante de cargo em comissão não serão Art. 86. A licença para tratamento de saúde em pessoa da fa-
concedidas as licenças previstas nos incisos VI, VII e VIII. mília será concedida:
§ 3° A licença - da mesma espécie - concedida dentro 60 (ses- I - com remuneração integral, no primeiro mês;
senta) dias, do término da anterior, será considerada como prorro- II - com 2/3 (dois terços) da remuneração, quando exceder
gação. de 1 (um) até 6 (seis) meses; III - com 1/3 (um terço) da remunera-
§ 4° Expirada a licença, o servidor assumirá o cargo no primeiro ção quando exceder a 6 (seis) meses até 12 (doze) meses; IV - sem
dia útil subseqüente. § 5° O servidor não poderá permanecer em remuneração, a partir do 12°. (décimo segundo) e até o 24°. (vigé-
licença da mesma espécie por período superior a 24 (vinte e quatro) simo quarto) mês. Parágrafo único. O órgão oficial poderá opinar
meses, salvo os casos previstos nos incisos V, VII e VIII. pela concessão da licença pelo prazo máximo de 30 (trinta) dias,
Art. 78. A licença poderá ser prorrogada de ofício ou mediante renováveis por períodos iguais e sucessivos, até o limite de 2 (dois)
solicitação. anos. Art. 87. Nos mesmos parâmetros do artigo anterior será con-
§ 1° O pedido de prorrogação deverá ser apresentado pelo me- cedida licença para o pai, a mãe, ou responsável legal de excepcio-
nos 8 (oito) dias antes de findo o prazo. nal em tratamento.
§ 2° O disposto neste artigo não se aplica às licenças previstas
no art. 77, incisos III, IV, VI e IX. Art. 79. É vedado o exercício de SEÇÃO IV
atividade remunerada durante o período das licenças previstas nos DAS LICENÇAS MATERNIDADE E PATERNIDADE
incisos I e II do art. 77.
Art. 80.O servidor notificado que se recusar a submeter-se à Art. 88. Será concedida licença à servidora gestante, por 120
inspeção médica, quando julgada necessária, terá sua licença can- (cento e vinte) dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração.
celada automaticamente. Art. 88. Será concedida licença à servidora gestante, por cento
e oitenta dias consecutivos, sem prejuízo de remuneração. (Reda-
SEÇÃO II ção dada pela Lei nº 7.267, de 2009).
DA LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE § 1° A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês de
gestação, salvo antecipação por prescrição médica.
Art. 81. A licença para tratamento de saúde será concedida a § 2° No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a
pedido ou de ofício, com base em inspeção médica, realizada pelo partir do parto.
órgão competente, sem prejuízo da remuneração. § 3° No caso de aborto, atestado por médico oficial, a servidora
Parágrafo único. Sempre que necessário, a inspeção médica terá direito a 30 (trinta) dias de repouso remunerado.
será realizada na residência do servidor ou no estabelecimento hos- § 4º O benefício previsto no caput deste artigo alcançará a ser-
pitalar onde se encontrar internado. vidora que já se encontre no gozo da referida licença. (Incluído pela
Art. 82. A licença superior a 60 (sessenta) dias só poderá ser Lei nº 7.267, de 2009).
concedida mediante inspeção realizada por junta médica oficial. Art. 89. Para amamentar o próprio filho, até a idade de 6 (seis)
§ 1° Em casos excepcionais, a prova da doença poderá ser fei- meses, a servidora lactante terá direito, durante a jornada de traba-
ta por atestado médico particular se, a juízo da administração, for lho, a uma hora de descanso, que poderá ser parcelada em 2 (dois)
inconveniente ou impossível a ida da junta médica à localidade de períodos de meia hora.
residência do servidor. Art. 90. À servidora que adotar ou obtiver a guarda judicial de
§ 2° Nos casos referidos no § anterior, o atestado só produzirá criança até 1 (um) ano de idade, serão concedidos 90 (noventa) dias
efeito depois de homologado pelo serviço médico oficial do Estado. de licença remunerada.
§ 3° Verificando-se, a qualquer tempo, ter ocorrido má-fé na Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda judicial de crian-
expedição do atestado ou do laudo, a administração promoverá a ça com mais de 1 (um) ano de idade, o prazo de que trata este artigo
punição dos responsáveis. será de 30 (trinta) dias.
Art. 83. Findo o prazo da licença, o servidor será submetido Art. 91. Ao servidor será concedida licença-paternidade de 10
à nova inspeção médica, que concluirá pela volta ao serviço, pela (dez) dias consecutivos, mediante a apresentação do registro civil,
prorrogação da licença ou pela aposentadoria. retroagindo esta à data do nascimento.
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SEÇÃO V Lei nº 8.975, de 2020). § 2.º A licença terá duração igual ao man-
DA LICENÇA PARA O SERVIÇO MILITAR E OUTRAS dato, podendo ser prorrogada, no caso de reeleição, por uma única
OBRIGATÓRIAS POR LEI vez. (Redação dada pela Lei nº 8.975, de 2020).
§ 3º. O período de licença de que trata esse artigo será contado
Art. 92. O servidor será licenciado, quando: para todos os feitos legais, exceto para a promoção por merecimen-
a) convocado para o serviço militar na forma e condições es- to. (Redação dada pela Lei nº 8.975, de 2020).
tabelecidas em lei;
b) requisitado pela Justiça Eleitoral; SEÇÃO VIII DA LICENÇA PARA ACOMPANHAR CÔNJUGE
c) sorteado para o trabalho do Júri;
d) em outras hipóteses previstas em legislação federal espe- Art. 96. Ao servidor estável, será concedida licença sem remu-
cífica; neração, quando o cônjuge ou companheiro, servidor civil ou mili-
Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor terá até tar:
30 (trinta) dias, sem remuneração, para reassumir o exercício do I - assumir mandato conquistado em eleição majoritária ou
cargo. proporcional para exercício de cargo em local diverso do da lotação
do acompanhante;
SEÇÃO VI II - for designado para servir fora do Estado ou no exterior.
DA LICENÇA PARA TRATAR DE INTERESSES PARTICULARES Art. 97. A licença será concedida pelo prazo da duração do
mandato, ou nos demais casos por prazo indeterminado.
Art. 93. A critério da administração, poderá ser concedida ao § 1° A licença será instruída com a prova da eleição, posse ou
servidor estável, licença para o trato de assuntos particulares, pelo designação.
prazo de até 2 (dois) anos consecutivos, sem remuneração. § 1° A § 2° Na hipótese do deslocamento de que trata este artigo, o
licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido do servidor poderá ser lotado, provisoriamente, em repartição da Ad-
servidor ou no interesse do serviço. ministração Estadual direta, autárquica ou fundacional, desde que
§ 2° Não se concederá nova licença antes de decorrido 2 (dois) para o exercício de atividade compatível com o seu cargo.
anos do término da anterior.
SEÇÃO IX
SEÇÃO VII DA LICENÇA-PRÊMIO
DA LICENÇA PARA ATIVIDADE POLÍTICA OU CLASSISTA
Art. 98. Após cada triênio ininterrupto de exercício, o servidor
Art. 94. O servidor terá direito à licença para atividade política, fará jus à licença de 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da remunera-
obedecido o disposto na legislação federal específica. ção e outras vantagens.
Parágrafo único. Ao servidor investido em mandato eletivo apli- Art. 99. A licença será:
cam-se as seguintes disposições: I - tratando-se de mandato federal I - a requerimento do servidor:
ou estadual ficará afastado do cargo ou função; a) gozada integralmente, ou em duas parcelas de 30 (trinta)
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo dias;
ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração; b) convertida integralmente em tempo de serviço, contado
III - investido no mandato de Vereador: em dobro;
a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as vanta- c) VETADO
gens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo; II - convertida, obrigatoriamente, em remuneração adicional,
b) não havendo compatibilidade de horários, será afastado na aposentadoria ou falecimento, sempre que a fração de tempo
do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração. for igual ou superior a 1/3 (um terço) do período exigido para o gozo
Art. 95. É assegurado ao servidor o direito à licença para de- da licença-prêmio.
sempenho de mandato em confederação, federação, associação de Parágrafo único. Decorridos 30 (trinta) dias do pedido de licen-
classe de âmbito nacional, sindicato representativo da categoria, ça, não havendo manifestação expressa do Poder Público, é per-
com a remuneração do cargo efetivo. mitido ao servidor iniciar o gozo de sua licença. Art. 100. Para os
Art. 95. É assegurado ao servidor o direito à licença para de- efeitos da assiduidade, não se consideram interrupção do exercício
sempenho de mandato em confederação, federação, sindicato re- os afastamentos enumerados no art. 72.
presentativo da categoria, associação de classe de âmbito local e/ou
nacional, sem prejuízo de remuneração do cargo efetivo. (Redação CAPÍTULO VI
dada pela Lei nº 6.981, de 2006). Art. 95. É assegurado ao servidor DO DIREITO DE PETIÇÃO
o direito à licença para desempenho de mandato em confedera-
ção, federação, sindicato representativo da categoria, associação de Art. 101. É assegurado ao servidor:
classe de âmbito local e/ou nacional, sem prejuízo de remuneração I - o direito de petição em defesa de direitos ou contra ile-
do cargo efetivo. (Redação dada pela Lei nº 8.975, de 2020). § 1º. galidade ou abuso de poder;
Somente poderão ser licenciados os servidores eleitos para cargos II - a obtenção de certidões em defesa de direitos e esclare-
de direção ou representação nas referidas entidades, até o máximo cimento de situações de interesse pessoal.
de quatro por entidade constituída em conformidade com o art. 5º, Art. 102. O direito de peticionar abrange o requerimento, a re-
inciso LXX, alínea “b”, da Constituição Federal. (Redação dada pela consideração e o recurso. Parágrafo único. Em qualquer das hipó-
teses, o prazo para decidir será de 30 (trinta) dias; não havendo a
autoridade competente, prolatado a decisão, considerar-se-á como
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indeferida a petição. Art. 103. O requerimento será dirigido à au- aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem, e aos 25 (vinte e cinco)
toridade competente para decidir sobre ele e encaminhálo à que anos, se mulher, com proventos proporcionais a esse tempo; (Revo-
estiver imediatamente subordinado o requerente. gado pela Lei nº 8.975, de 2020).
Art. 104. Cabe pedido de reconsideração à autoridade que hou- d) aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e aos 60
ver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, não podendo (sessenta), se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de
ser renovado. serviço. (Revogado pela Lei nº 8.975, de 2020).
Art. 105. Caberá recurso: § 1° No caso do exercício de atividades consideradas penosas,
I - do indeferimento do pedido de reconsideração; insalubres ou perigosas, o disposto no inciso III, a e c obedecerá
II - das decisões sobre os recursos sucessivamente interpos- ao que dispuser lei complementar federal. (Revogado pela Lei nº
tos. 8.975, de 2020).
§ 1° O recurso será dirigido à autoridade imediatamente supe- § 2° A aposentadoria em cargos ou empregos temporários ob-
rior à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão, e, sucessiva- servará o disposto na lei federal.
mente, em escala ascendente, às demais autoridades. § 2° O recur- (Revogado pela Lei nº 8.975, de 2020).
so será encaminhado por intermédio da autoridade à que estiver Art. 111. A aposentadoria compulsória será automática e o ser-
imediatamente subordinado o requerente. vidor afastar-se-á do serviço ativo no dia imediato àquele em que
Art. 106. O prazo para interposição de pedido de reconsidera- atingir a idade-limite, e o ato que a declarar terá vigência a partir
ção ou de recurso é de 30 (trinta) dias, a contar da publicação ou da da data em que o servidor tiver completado 70 (setenta) anos de
ciência, pelo interessado, da decisão recorrida. idade. (Revogado pela Lei nº 8.975, de 2020).
Art. 107. O recurso quando tempestivo terá efeito suspensivo e Art. 112. A aposentadoria voluntária ou por invalidez vigorará
interrompe a prescrição. a partir da data da publicação do respectivo ato. (Revogado pela Lei
Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido de reconsi- nº 8.975, de 2020).
deração ou do recurso, os efeitos da decisão retroagirão à data do § 1° A aposentadoria por invalidez será precedida de licença
ato impugnado. para tratamento de saúde, por período não excedente a 24 (vinte e
Art. 108. O direito de requerer prescreve: quatro) meses. (Revogado pela Lei nº 8.975, de 2020).
I - em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de cassa- § 2° Expirado o período de licença e não estando em condições
ção de aposentadoria ou disponibilidade, ou que afetem interesse de reassumir o cargo, ou de ser readaptado, o servidor será aposen-
patrimonial e créditos resultantes das relações funcionais; II - em tado. (Revogado pela Lei nº 8.975, de 2020).
120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo quando outro pra- § 3° O lapso de tempo compreendido entre o término da licen-
zo por fixado em lei. Parágrafo único. O prazo de prescrição será ça para tratamento de saúde e a publicação do ato da aposentado-
contado da data da publicação do ato impugnado ou da data da ria será considerado como de prorrogação da licença. (Revogado
ciência pelo interessado, quando o ato não for publicado. pela Lei nº 8.975, de 2020).
Art. 109. Para o exercício do direito de petição, é assegurada § 4° Nos casos de aposentadoria voluntária ao servidor que a
vista do processo ou documento, na repartição, ao servidor ou a requerer, fica assegurado o direito de não comparecer ao trabalho a
procurador por ele constituído. partir do 91°. (nonagésimo primeiro) dia subseqüente ao do proto-
Parágrafo único. Os prazos contam-se continuamente a partir colo do requerimento da aposentadoria, sem prejuízo da percepção
da publicação ou ciência do ato, excluído o dia do começo e incluin- de sua remuneração, caso não seja antes cientificado do indeferi-
do o do vencimento. mento. (Revogado pela Lei nº 8.975, de 2020).
Art. 113. VETADO
CAPÍTULO VII Art. 114. Será aposentado, com os proventos correspondentes
DA APOSENTADORIA à remuneração do cargo em comissão ou da função gratificada, o
servidor que o tenha exercido por 5 (cinco) anos consecutivos.
(Revogado pela Lei nº 8.975, de 2020). (Revogado pela Lei nº 8.975, de 2020).
Art. 110. O servidor será aposentado: (Revogado pela Lei nº § 1° As vantagens definidas neste artigo são extensivas ao servi-
8.975, de 2020). dor que, à época da aposentadoria, contar ou perfizer 10 (dez) anos
I - por invalidez permanente, com proventos integrais, consecutivos ou não, em cargos de comissão ou função gratificada,
quando decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional, mesmo que, ao aposentar-se, se ache fora do exercício do cargo ou
ou doença grave ou incurável especificada em lei, e proporcionais da função gratificada.
nos demais casos; (Revogado pela Lei nº 8.975, de 2020). (Revogado pela Lei nº 8.975, de 2020).
II - compulsoriamente, aos 70 (setenta) anos de idade, com § 2° Quando mais de um cargo ou função tenha sido exerci-
proventos proporcionais ao tempo de serviço; (Revogado pela Lei do, serão atribuídos os proventos de maior padrão desde que lhe
nº 8.975, de 2020). corresponda o exercício mínimo de 2(dois) anos consecutivos; ou
III – voluntariamente: (Revogado pela Lei nº 8.975, de 2020). padrão imediatamente inferior, se menor o lapso de tempo desses
a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e aos 30 exercícios. (Revogado pela Lei nº 8.975, de 2020).
(trinta), se mulher, com proventos integrais; (Revogado pela Lei nº § 3° A aplicação do disposto neste artigo exclui as vantagens
8.975, de 2020). previstas no artigo anterior, bem como os adicionais pelo exercí-
b) aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções do cio de cargo de direção ou assessoramento, ressalvado o direito de
magistério, se professor, e aos 25 (vinte e cinco) anos, se professora, opção.
com proventos integrais; (Revogado pela Lei nº 8.975, de 2020). c) (Revogado pela Lei nº 8.975, de 2020).

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Art. 115. Os proventos da aposentadoria serão revistos, na § 2° Na exoneração e na demissão, o 13° (décimo terceiro) sa-
mesma proporção e na mesma data, sempre que se modificar a re- lário será pago no mês dessas ocorrências.
muneração dos servidores em atividade, sendo, também, estendi- Art. 124. O servidor perderá:
dos aos inativos quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente I - no caso de ausência e impontualidade:
concedidos aos servidores em atividade, inclusive quando decor- a) o vencimento ou remuneração do dia, quando não com-
rentes da transformação ou reclassificação do cargo ou função em parecer ao serviço;
que se deu a aposentadoria, independente de requerimento. (Re- b) VETADO
vogado pela Lei nº 8.975, de 2020). II - metade da remuneração na hipótese de suspensão disci-
plinar convertida em multa; III - o vencimento, a remuneração, ou
CAPÍTULO VIII DOS DIREITOS E VANTAGENS FINANCEIRAS parte deles, nos demais casos previstos nesta lei.
SEÇÃO I DO VENCIMENTO E DA REMUNERAÇÃO Parágrafo único. As faltas ao serviço, em razão de causa rele-
vante, poderão ser abonadas pelo titular do órgão, quando reque-
Art. 116. O vencimento é a retribuição pecuniária mensal devi- rido abono no dia útil subseqüente, obedecido o disposto no art.
da ao servidor, correspondente ao padrão fixado em lei. 72, inciso XVI.
Parágrafo único. Nenhum servidor receberá, a título de venci- Art. 125. As reposições devidas e as indenizações por prejuízos
mento, importância inferior ao salário mínimo. que o servidor causar, poderão ser descontadas em parcelas men-
Art. 117. A revisão geral dos vencimentos dos servidores civis sais monetariamente corrigidas, não excedentes à décima parte da
será feita, pelo menos, nos meses de abril e outubro, com vigência remuneração ou provento.
a partir desses meses. Parágrafo único. A faculdade de reposição ou indenização par-
Parágrafo único. Abonos e antecipação, à conta da revisão, fi- celadas não se estende ao servidor exonerado, demitido ou licen-
cam condicionados ao limite de despesas, definido na Lei de Dire- ciado sem vencimento.
trizes Orçamentárias. Art. 126. As consignações em folha, para efeito de desconto,
Art. 118. Remuneração é o vencimento acrescido das demais não poderão, em somatória com os decorrentes de disposição em
vantagens de caráter permanente, atribuídas ao servidor pelo exer- lei, exceder a 1\3 (um terço) do vencimento ou da remuneração.
cício do cargo público. Art. 126. As consignações em folha de pagamento, para efeito de
Parágrafo único. As indenizações, auxílios e demais vantagens, desconto, não poderão, as facultativas, exceder a 1/3 (um terço) do
ou gratificações de caráter eventual não integram a remuneração. vencimento ou da remuneração. (Redação dada pela Lei nº 7.084,
Art. 119. Proventos são rendimentos atribuídos ao servidor em de 2008). (Regulamentado pelo Decreto nº 2.071, de 2006).
razão da aposentadoria ou disponibilidade. Parágrafo único. A consignação em folha, servirá, unicamente,
Art. 120. O vencimento, a remuneração e os proventos não se- como garantia de:
rão objeto de arresto, sequestro ou penhora, exceto nos casos de I - débito à Fazenda Pública;
prestação de alimentos resultante de decisão judicial. II - contribuições para as associações ou sindicatos repre-
Art. 121. A remuneração do servidor não excederá, no âmbito sentantes das categorias de servidores públicos estaduais;
do respectivo Poder, os valores percebidos como remuneração, em III - dívidas para cônjuge, ascendente ou descendente, em
espécie, a qualquer título, pelos Deputados Estaduais, Secretários cumprimento de decisão judicial;
de Estado e Desembargadores. IV - contribuições para aquisição de casa própria, negociada
§ 1° Entre o maior e o menor vencimento, a relação de valores através de órgão oficial;
será de um para vinte. V - empréstimos contraídos junto ao órgão previdenciário
§ 2° No Ministério Público, o limite máximo é o valor percebido do Estado do Pará;
como remuneração, em espécie, a qualquer título, pelos Procura- VI - autorização do servidor a favor de terceiros, a critério da
dores de Justiça. administração, com a reposição de custos definida em regulamen-
§ 3° Os acréscimos pecuniários, percebidos pelo servidor pú- to.
blico, não serão computados nem acumulados, para fins de con-
cessão de acréscimos ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico SEÇÃO II
fundamento. DAS VANTAGENS
Art. 122. É assegurada isonomia de vencimentos para cargos
de atribuições iguais ou assemelhados, aos servidores do Poder Art. 127. Além do vencimento, o servidor poderá perceber as
Executivo, ou entre os servidores do Poder Executivo, Legislativo e seguintes vantagens: I – adicionais;
Judiciário, ressalvadas as vantagens de caráter individual e as rela- II – gratificações;
tivas à natureza ou local de trabalho. (Revogado pela Lei nº 7.071, III – diárias;
de 2007). IV - ajuda de custo; V – salário-família;
Parágrafo Único. Os vencimentos dos cargos do Poder Legisla- VI – indenizações;
tivo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos do Poder VII - outras vantagens e concessões previstas em lei.
Executivo. (Revogado pela Lei nº 7.071, de 2007). Parágrafo único. Excetuados os casos expressamente previstos
Art. 123. O 13° (décimo terceiro) salário será pago com base na neste artigo, o servidor não poderá perceber, a qualquer título ou
remuneração ou proventos integrais do mês de dezembro. forma de pagamento, nenhuma outra vantagem financeira.
§ 1° O 13° (décimo terceiro) salário corresponderá a um doze
avos por mês de serviço, e a fração igual ou superior a 15 (quinze)
dias será considerada como mês integral.

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SEÇÃO III IX - pela produtividade;


DOS ADICIONAIS X - pela interiorização;
XI - pelo exercício de atividade na área de educação especial;
Art. 128. Ao servidor serão concedidos adicionais: XII - Pelo exercício da função.
I - pelo exercício do trabalho em condições penosas, insalubres Parágrafo único. Os casos considerados como de efetivo exer-
ou perigosas; II - pelo exercício de cargo em comissão ou função cício pelo art. 72, excetuados os incisos V, IX e XVI não implicam a
gratificada; III - por tempo de serviço. perda das gratificações previstas neste artigo, salvo a do inciso
Art. 129. O adicional pelo exercício de atividades penosas, in- I.
salubres ou perigosas será devido na forma prevista em lei federal. Art. 133. O serviço extraordinário será pago com acréscimo de
(Regulamentado pelo Decreto nº 2.485, de 1994). 50% (cinquenta por cento) em relação à hora normal de trabalho.
Parágrafo único. Os adicionais de insalubridade, periculosida- (Vide Decreto nº 005, de 1995).
de, ou pelo exercício em condições penosas são inacumuláveis e o § 1° Somente será permitido serviço extraordinário para aten-
seu pagamento cessará com a eliminação das causas geradoras, não der a situações excepcionais e temporárias, respeitado o limite má-
se incorporando ao vencimento, sob nenhum fundamento. ximo de 2 (duas) horas por jornada.
Art. 130. Ao servidor será devido o adicional pelo exercício de § 2° Será considerado serviço extraordinário aquele que exce-
cargo em comissão ou função gratificada. (Revogado pela Lei Com- der, por antecipação ou prorrogação, à jornada normal diária de
plementar nº 44, de 2003). trabalho.
§ 1º O adicional corresponderá a 10% (dez por cento) da grati- § 3° A prestação de serviço extraordinário não poderá exceder
ficação pelo exercício do cargo ou função, em cada ano de efetivo ao limite de 60 (sessenta) horas mensais, salvo para os servidores
exercício, até o limite de 100% (cem por cento). (Revogado pela Lei integrantes de categorias funcionais com horário diferenciados em
Complementar nº 44, de 2003). legislação própria.
§ 2° O adicional será automático, a partir da exoneração do car- Art. 134. O serviço noturno, prestado em horário compreendi-
go comissionado ou da dispensa da função gratificada. (Revogado do entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e 5(cinco) horas do dia
pela Lei Complementar nº 44, de 2003). seguinte, terá o valor-hora acrescido de 25% (vinte e cinco por cen-
§ 3° VETADO to) computando-se cada hora como 52 (cinquenta e dois) minutos
§ 4° Não fará jus ao adicional o servidor enquanto no exercício e 30 (trinta segundos). Parágrafo único. Em se tratando de serviço
de cargo em comissão ou função gratificada, salvo direito de opção, extraordinário, o acréscimo de que trata este artigo incidirá sobre a
sendo inacumulável com a vantagem prevista no art. 114. gratificação prevista no artigo anterior.
(Revogado pela Lei Complementar nº 44, de 2003). Art. 135. A gratificação de representação será atribuída aos ser-
Art. 131. O adicional por tempo de serviço será devido por triê- vidores ocupantes de cargos comissionados de Direção e Assesso-
nios de efetivo exercício, até o máximo de 12 (doze). ramento Superior. (Revogado pela Lei nº 8.745, de 2018). Parágrafo
§ 1° Os adicionais serão calculados sobre a remuneração do único. A gratificação de representação incidirá sobre o padrão do
cargo, nas seguintes proporções: I - aos três anos, 5%; cargo, nos seguintes percentuais: (Revogado pela Lei nº 8.745, de
II - aos seis anos, 5% - 10%; 2018).
III - aos nove anos, 5% - 15%; a) GEP-DAS.6 - 100% (cem por cento); (Revogado pela Lei nº
IV - aos doze anos, 5% - 20%; 8.745, de 2018).
V - aos quinze anos, 5% - 25%; b) GEP-DAS.5 - 95% (noventa e cinco por cento); (Revogado
VI - aos dezoito anos, 5% - 30%; pela Lei nº 8.745, de 2018).
VII - aos vinte e um anos, 5% - 35%; c) GEP-DAS.4 - 90% (noventa por cento); (Revogado pela Lei
VIII - aos vinte e quatro anos, 5% - 40%; nº 8.745, de 2018).
IX - aos vinte e sete anos, 5% - 45%; d) GEP-DAS.3 - 85% (oitenta e cinco por cento); (Revogado
X - aos trinta anos, 5% - 50%; XI - aos trinta e três anos, 5% pela Lei nº 8.745, de 2018).
- 55%; XII - após trinta e quatro anos, 5% - 60%. e) GEP-DAS.2 - 80% (oitenta por cento); (Revogado pela Lei
§ 2° O servidor fará jus ao adicional a partir do mês em que nº 8.745, de 2018).
completar o triênio, independente de solicitação. f) GEP-DAS.1 - 80% (oitenta por cento). (Revogado pela Lei
nº 8.745, de 2018).
SEÇÃO IV Art. 136. A gratificação pela participação em órgão colegiado
DAS GRATIFICAÇÕES será fixada através de regulamento. Art. 137. A gratificação por
regime especial de trabalho é a retribuição pecuniária mensal des-
Art. 132. Ao servidor serão concedidas gratificações: tinada aos ocupantes dos cargos que, por sua natureza, exijam a
I - pela prestação de serviço extraordinário; prestação do serviço em tempo integral ou de dedicação exclusiva.
II - a título de representação; § 1° As gratificações devidas aos funcionários convocados para
III - pela participação em órgão colegiado; prestarem serviço em regime de tempo integral ou de dedicação
IV - pela elaboração de trabalho técnico, científico ou de uti- exclusiva obedecerão escala variável, fixada em regulamento, res-
lidade para o serviço público; peitados os seguintes limites percentuais:
V - pelo regime especial de trabalho; a) pelo tempo integral, a gratificação variará entre 20% (vinte
VI - pela participação em comissão, ou grupo especial de tra- por cento) e 70% (setenta por cento) do vencimento atribuído ao
balho; cargo; (Regulamentado pelos Decretos nº 2.538, de 1994, nº 1.048,
VII - pela escolaridade; de
VIII - pela docência, em atividade de treinamento; 1996 e nº 4.000, de 2000)
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b) pela dedicação exclusiva, a gratificação variará entre 50% Art. 144. A gratificação de função será devida por encargo de
(cinquenta por cento) e 100% (cem por cento) do vencimento atri- chefia e outros que a lei determinar.
buído ao cargo.
§ 2° A concessão da gratificação por regime especial de tra- SEÇÃO V
balho, de que trata este artigo, dependerá, em cada caso, de ato DAS DIÁRIAS
expresso das autoridades referidas no art. 19 da presente lei. Art.
138. As gratificações por prestação de serviço extraordinário e por Art. 145. Ao servidor que, em missão oficial ou de estudos,
regime especial de trabalho excluem-se mutuamente. afastar-se temporariamente da sede em que seja lotado, serão con-
§ 1° Ao servidor sujeito ao regime de dedicação exclusiva é ve- cedidas, além do transporte, diárias a título de indenização das des-
dado o exercício de outro cargo ou emprego. pesas de alimentação, hospedagem e locomoção urbana.
§ 2° A gratificação, em regime de tempo integral, não se coadu- § 1° A diária será concedida por dia de afastamento, sendo de-
na com a mesma vantagem percebida em outro cargo, de qualquer vida pela metade, quando o deslocamento não exigir pernoite fora
esfera administrativa, exercido cumulativamente no serviço públi- da sede.
co. § 2° As diárias serão pagas antecipadamente e isentam o ser-
Art. 139. A gratificação pela participação em comissão ou gru- vidor da posterior prestação de contas. Art. 146. No arbitramento
po especial de trabalho e pela elaboração ou execução de trabalho das diárias será considerado o local para o qual foi deslocado o fun-
técnico ou científico, em decorrência de formal designação ou auto- cionário.
rização, será arbitrada previamente, não podendo exceder ao ven- Art. 147. Não caberá a concessão de diárias, quando o desloca-
cimento ou remuneração do servidor. (Vide Lei nº 4.573, de 1995 e mento do servidor constituir exigência permanente do cargo.
Decretos nº 442, de 1995 e nº 390, de 2003). § 1° O percentual da Art. 148. O servidor que não se afastar da sede, por qualquer
gratificação será fixado, considerando-se a duração da atividade e o motivo, fica obrigado a restituir integralmente o valor das diárias
vencimento ou remuneração do servidor, sendo idêntico para todos e custos de transporte recebidos, no prazo de 05 (cinco) dias. Pa-
os membros quando se tratar de comissão ou grupo de trabalho. rágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à sede, no prazo
§ 2° O pagamento da gratificação cessará na data da conclusão menor do que o previsto para o
do trabalho, e esta não será incorporada à remuneração, sob ne- seu afastamento, restituirá as diárias recebidas em excesso, no
nhuma hipótese. prazo previsto no caput deste artigo.
§ 3° Não havendo concluído o trabalho no prazo fixado ou pror- Art. 149. Conceder-se-á indenização de transporte ao servidor
rogado, o servidor fica obrigado a ressarcir mensalmente, no mes- que realizar despesas com a utilização de meio de locomoção, con-
mo percentual recebido, o valor da gratificação de que trata este forme se dispuser em regulamento.
artigo.
§ 4° Esta gratificação não substitui nem impede o reconheci- SEÇÃO VI
mento do direito autoral, quando a atribuição não for inerente ao DAS AJUDAS DE CUSTO
cargo.
Art. 140. A gratificação de escolaridade, calculada sobre o ven- Art. 150. A ajuda de custo será concedida ao servidor que, no
cimento, será devida nas seguintes proporções: I – VETADO interesse do serviço público, passar a ter exercício em nova sede
II – VETADO com mudança de domicílio.
III - na quantia correspondente a 80% (oitenta por cento), ao § 1° A ajuda de custo destina-se a compensar o servidor pelas
titular de cargo para cujo exercício a lei exija habilitação correspon- despesas realizadas com seu transporte e de sua família, compreen-
dente à conclusão do grau universitário. dendo passagem, bagagem e bens pessoais.
Art. 141. A gratificação pela docência, em atividade de treina- § 2° Não será concedida ajuda de custo ao servidor que:
mento, será atribuída ao servidor, no regime hora-aula, desde que a) afastar-se do cargo ou reassumi-lo em virtude do exercício
esta atividade não seja inerente ao exercício do cargo e seja desem- ou término de mandato eletivo;
penhada fora da jornada normal de trabalho. b) for colocado à disposição de outro Poder, ou esfera de Go-
Art. 142. A gratificação de produtividade destina-se a estimu- verno;
lar as atividades dos servidores ocupantes de cargos nas áreas de c) for removido ou transferido, a pedido.
tributação, arrecadação e fiscalização fazendária, extensiva aos ser- § 3° À família do servidor que falecer na nova sede, serão as-
vidores de apoio técnico operacional e administrativo da Secretaria segurados ajuda de custo e transporte para a localidade de origem,
de Estado da Fazenda, observados os critérios, prazos e percentuais dentro do prazo de 1 (um) ano, contado do óbito.
previstos em regulamento. (Regulamentado pelo Decreto nº 2.595, Art. 151. Caberá, também, ajuda de custo ao servidor desig-
de 1994). nado para serviço ou estudo no exterior, a qual será arbitrada pela
Art. 143. A gratificação de interiorização é devida aos servido- autoridade que efetuar a designação.
res que, tendo domicílio na região metropolitana de Belém, sejam Art. 152. A ajuda de custo será calculada sobre a remuneração
lotados, transferidos, ou removidos para outros Municípios, en- do servidor, conforme se dispuser em regulamento, não podendo
quanto perdurar essa lotação ou movimentação. (Vide Lei nº 5.657, exceder à importância correspondente a 3 (três) meses.
de 1991). (Regulamentado pelo Decreto nº 411, de 1995).
Parágrafo único. A gratificação de interiorização será calculada Art. 153. As ajudas de custo serão restituídas, quando:
sobre o valor do vencimento, não podendo exceder-lhe e será pro- I - o servidor não se apresentar na nova sede no prazo de 30
porcional ao grau de dificuldade de acesso ao Município, observa- (trinta) dias; II - o servidor solicitar exoneração; III - a designação
dos os percentuais fixados em regulamento. (Vide Lei nº 5.657, de for tornada sem efeito.
1991).
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SEÇÃO VII b) vale-transporte, nos termos da Legislação Federal;


DO SALÁRIO-FAMÍLIA c) auxílio-natalidade, correspondente a um salário mínimo,
após a apresentação da certidão de nascimento para a inscrição do
Art. 154. O salário-família é devido ao servidor ativo ou inativo, dependente;
por dependente econômico. d) auxílio-doença, correspondente a um mês de remunera-
(Revogado pela Lei Complementar nº 051, de 2006). ção, após cada período consecutivo de 6
§1º Considera-se dependente econômico, para efeito de per- (seis) meses de licença para tratamento de saúde;
cepção de salário-família: (Revogado pela Lei Complementar nº e) custeio do tratamento de saúde, quando laudo de junta
044, de 2003). médica oficial atestar tratar-se de lesão produzida por acidente em
I - o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive os ente- serviço ou doença profissional;
ados a tutelados até 21 (vinte e um) anos de idade ou se estudante, f) quando estudante, e mediante comprovação, regime de
até 24 (vinte e quatro) anos, e, se inválido, de qualquer idade; (Re- compensação para realização de provas e abono de faltas para exa-
vogado pela Lei Complementar nº 044, de 2003). me vestibular;
II - o menor de 21 (vinte e um) anos que, mediante guarda g) transporte ou indenização correspondente, quando licen-
ou adoção, na forma da lei, viver na companhia e a expensas do ciado para tratamento de saúde, estando impossibilitado de loco-
servidor ou inativo; (Revogado pela Lei Complementar nº 044, de mover-se, na forma do regulamento;
2003). h) seguro contra acidente de trabalho, para os que exerçam
III - a mãe e o pai sem economia própria. (Revogado pela Lei atividades com risco de vida. II - Ao cônjuge, companheiro ou de-
Complementar nº 044, de 2003). pendentes:
§ 2° REVOGADO a) custeio das despesas de translado do corpo, quando o ser-
§ 3° REVOGADO vidor, no desempenho de suas atribuições, falecer fora da sede do
Art. 155 Quando o pai e a mãe tiverem a condição de servidor exercício;
público e viverem em comum, o salário-família será concedido a um b) auxílio-funeral, correspondente a 2 (dois) meses de remu-
deles. (Revogado pela Lei Complementar nº 051, de 2006). § 1° Se neração ou provento, aos dependentes ou, na ausência destes, a
não viverem em comum, o salário-família será percebido pelo que quem realizar as despesas do sepultamento;
mantiver os dependentes sob sua guarda, ou a ambos, de acordo b) auxílio-funeral, correspondente ao total das despesas com
com a distribuição dos dependentes. (Revogado pela Lei Comple- o funeral do servidor falecido, limitado ao maior valor dos benefí-
mentar nº 051, de 2006). cios pagos pelo Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada
§ 2° Ao pai e à mãe equiparam-se o padrasto, a madrasta e, na pela Lei nº 8.975, de 2020).
falta destes, o representante legal. c) pensão especial, no valor integral do vencimento ou re-
(Revogado pela Lei Complementar nº 051, de 2006). muneração, quando o servidor falecer em decorrência de acidente
Art. 156. O salário-família é devido, a partir do início do exercí- em serviço ou moléstia profissional;
cio do cargo e comprovação da dependência. d) vantagens pecuniárias que o servidor deixou de perceber
Art. 157. O afastamento do cargo efetivo, sem remuneração, em decorrência de seu falecimento.
não acarreta a suspensão do pagamento do salário-família. § 1° Consideram-se dependentes, para os fins do inciso II,
Art. 158. Será suspenso definitivamente o pagamento do salá- alínea “b”, deste artigo, os beneficiários de que cuida o art. 6º da
rio-família quando: Lei Complementar nº 039, de 2002. (Incluído pela Lei nº 8.975, de
I - cessada a dependência; 2020).
II - verificada a inexatidão dos documentos apresentados; § 2° O pagamento do benefício de que trata a alínea “b” do inci-
III - um dos cônjuges já perceba esse direito. so II deste artigo depende da efetiva comprovação da realização das
Art. 159. O salário-família será pago no valor correspondente a despesas pelo beneficiário. (Incluído pela Lei nº 8.975, de 2020).
10% (dez por cento) do salário mínimo por dependente do servidor. § 3° O benefício de que trata a alínea “b” do inciso II deste arti-
(Revogado pela Lei Complementar nº 044, de 2003). § 1° Sendo go poderá ser pago a terceiro que comprovadamente tenha realiza-
inválido o dependente, o salário-família será pago em dobro. (Revo- do as despesas com o funeral, na ausência de cônjuge, companhei-
gado pela Lei Complementar nº 044, de 2003). ro ou dependentes. (Incluído pela Lei nº 8.975, de 2020).
§ 2° Falecendo o servidor, o salário-família será pago ao côn- § 4° Caso as despesas com o funeral sejam comprovadas por
juge, ou representante legal dos dependentes. (Revogado pela Lei mais de uma pessoa, o benefício de que trata a alínea “b” do inciso
Complementar nº 044, de 2003). II deste artigo poderá ser rateado na proporção dos gastos, median-
§ 3° O salário-família não será objeto de tributo ou desconto te requerimento dos interessados, sempre observado o limite do
de qualquer natureza. (Revogado pela Lei Complementar nº 044, maior valor dos benefícios pagos pelo Regime Geral de Previdência
de 2003). Social. (Incluído pela Lei nº 8.975, de 2020).
§ 5° No caso de impossibilidade do rateio proporcional do be-
CAPÍTULO IX nefício de que trata o parágrafo anterior, em razão de prévio paga-
OUTRAS VANTAGENS E CONCESSÕES mento integral a um primeiro requerente, o requerente remanes-
cente fará jus apenas a eventual saldo do que restar para atingir
Art. 160. Além das demais vantagens previstas nesta lei, será limite dos benefícios pagos pelo Regime Geral de Previdência So-
concedido: cial. (Incluído pela Lei nº 8.975, de 2020).
I - Ao servidor:
a) participação no Programa de Formação do Patrimônio do
Servidor Público;
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§ 6° O benefício de que trata a alínea “b” do inciso II somen- Art. 168. A seguridade social será financiada através das se-
te pode ser pago uma vez, ainda que o servidor falecido estivesse guintes contribuições:
em acumulação regular de cargos na atividade. (Incluído pela Lei nº I - contribuição incidente sobre a folha de vencimento e re-
8.975, de 2020). munerações;
§ 7° O benefício de que trata a alínea “b” do inciso II deste arti- II - dos servidores de qualquer quadro funcional;
go poderá ser pago em razão do falecimento de servidor exclusiva- III - de outras fontes estabelecidas em lei destinadas a garan-
mente comissionado. (Incluído pela Lei nº 8.975, de 2020). § 8° São tir a manutenção ou expansão da seguridade social.
consideradas despesas com funeral, para os fins da alínea “b” do Parágrafo único. As receitas destinadas à seguridade social
inciso II deste artigo: (Incluído pela Lei nº 8.975, de 2020). constarão do orçamento do Estado do Pará.
I - os gastos essenciais para a realização de velório, enterro Art. 169. As metas e prioridades caracterizadoras dos progra-
e cremação; e (Incluído pela Lei nº 8.975, de 2020). mas, projetos e atividades estabelecidas no orçamento, manterão
II - os gastos com traslado do corpo, excluídos o interestadu- absoluta fidelidade à finalidade e ao objetivo do órgão de Previdên-
al e o internacional. (Incluído pela Lei nº 8.975, de 2020). cia e Assistência dos Servidores do Estado do Pará.
Art. 161. Garantido o direito de opção, é vedada a percepção
cumulativa de duas ou mais pensões, ressalvadas a diretriz constitu- CAPÍTULO II
cional da acumulação remunerada de cargos públicos. DA SAÚDE

CAPÍTULO X Art. 170. A assistência à saúde será prestada pelo órgão estadu-
DAS ACUMULAÇÕES REMUNERADAS al competente e, de forma complementar, por instituições públicas
e privadas.
Art. 162. É vedada a acumulação remunerada de cargos pú- Art. 171. Nas situações de urgência e emergência o setor de
blicos, exceto quando houver compatibilidade de horários, nos se- Recursos Humanos comunicará formalmente ao órgão de segurida-
guintes casos: a) a de 2 (dois) cargos de professor; de social, no primeiro dia útil seguinte, o atendimento médico do
b) a de 1 (um) cargo de professor com outro técnico ou cien- servidor ou de seus dependentes.
tífico, de nível médio ou superior; § 1° A assistência à saúde fora do domicílio do servidor depen-
c) a de 2 (dois) cargos privativos de médico. de da manifestação favorável do órgão de seguridade social do Es-
Parágrafo único. A proibição de acumular estende-se a em- tado do Pará.
pregos e funções e abrange autarquias, fundações mantidas pelo § 2° O atendimento de urgência e emergência fora do domicílio
Poder Público, empresas públicas, sociedades de economia mista, do servidor obedecerá ao que dispuser o regulamento.
da União, Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e dos Muni-
cípios, não se aplicando, porém, ao aposentado, quando investido CAPÍTULO III
em cargo comissionado. DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
Art. 163. A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condi-
cionada à comprovação da compatibilidade de horários. Art. 172. Os planos de Previdência Social atenderão, nos ter-
Parágrafo único. O servidor não poderá exercer mais de um car- mos da legislação pertinente: I - à cobertura dos eventos de doen-
go em comissão. ça, invalidez, morte, incluindo os resultantes de acidentes de traba-
Art. 164. A acumulação será havida de boa-fé, até final con- lho, velhice e reclusão;
clusão de processo administrativo. (Revogado pela Lei nº 9.230, de II - à pensão por morte de segurado, homem ou mulher, ao
2021). cônjuge e dependente.
Art. 165. VETADO § 1° A contribuição previdenciária incidirá sobre a remuneração
total do servidor, exceto saláriofamília, com a consequente reper-
TÍTULO IV cussão em benefícios.
DA SEGURIDADE SOCIAL CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES § 2° É assegurado o reajustamento de benefícios para preser-
GERAIS var-lhes, em caráter permanente, o valor real da época da conces-
são.
Art. 166. A seguridade social compreende um conjunto de § 3° O 13° (décimo terceiro) salário dos aposentados e pensio-
ações do Estado destinadas a assegurar os direitos à saúde, à pre- nistas terá por base o valor dos proventos do mês de dezembro de
vidência e à assistência social do servidor e de seus dependentes. cada ano.
Parágrafo único. Na seguridade social prevalecem os seguintes
objetivos: CAPÍTULO IV
I - universalidade da cobertura do atendimento; DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
II - uniformidade dos benefícios;
III - irredutibilidade do valor dos benefícios; Art. 173. A assistência social será prestada ao servidor e de-
IV - caráter democrático da gestão administrativa, com parti- pendentes.
cipação paritária do servidor estável e do aposentado eleitos para o Art. 174. A assistência social tem por objetivo:
colegiado do órgão previdenciário do Estado do Pará. I - proteção ao servidor, sobretudo nos trabalhos penosos,
Art. 167. O Município que não dispuser de sistema previdenci- insalubres e perigosos;
ário próprio poderá aderir, mediante convênio, ao órgão de seguri- II - proteção à família, à maternidade e à infância;
dade do Estado do Pará para garantir aos seus servidores a seguri- III - amparo às crianças, em creche;
dade, na forma da lei. IV - a cultura, o esporte, a recreação e o lazer.
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TÍTULO V DA ASSOCIAÇÃO SINDICAL VII - participar de gerência ou administração de empresa pri-


vada, de sociedade civil, ou exercer o comércio, exceto na qualidade
Art. 175. É garantido ao servidor público civil do Estado do Pará de acionista, cotista ou comanditário;
o direito à livre associação, como também, entre outros, os seguin- VIII - aceitar contratos com a Administração Estadual, quando
tes direitos, dela decorrentes: vedado em lei ou regulamento;
a) de ser representado pelos sindicatos, na forma da legisla- IX - participar da gerência ou administração de associação ou
ção processual civil; sociedade subvencionada pelo
b) de inamovibilidade dos dirigentes dos sindicatos até 1 Estado, exceto entidades comunitárias e associação profissio-
(um) ano após o final do mandato; nal ou sindicato;
c) de descontar em folha, mediante autorização do servidor, X - tratar de interesses particulares ou desempenhar ativi-
sem ônus para a entidade sindical a que for filiado, o valor das men- dade estranha ao cargo, no recinto da repartição;
salidades e contribuições definidas em Assembleia Geral da catego- XI - referir-se, de modo ofensivo, a servidor público e a ato
ria. Art. 176. É assegurada a participação permanente do servidor da Administração;
nos colegiados dos órgãos do Estado do Pará em que seus interes- XII - utilizar-se do anonimato, ou de provas obtidas ilicita-
ses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e de- mente;
liberação. XIII - permutar ou abandonar serviço essencial, sem expressa
autorização;
TÍTULO VI XIV - omitir-se no zelo e conservação dos bens e documentos
DOS DEVERES, DAS PROIBIÇÕES E DAS RESPONSABILIDADES públicos;
XV - desrespeitar ou procrastinar o cumprimento de decisão
CAPÍTULO I judicial;
DOS DEVERES XVI - deixar, sem justa causa, de observar prazos legais admi-
nistrativos ou judiciais;
Art. 177. São deveres do servidor: XVII - praticar ato lesivo ao patrimônio Estadual;
I - assiduidade e pontualidade; XVIII - solicitar, aceitar ou exigir vantagem indevida pela absten-
II – urbanidade; ção ou prática regular de ato de ofício;
III – discrição; XIX - aceitar representação de Estado estrangeiro, sem autori-
IV - obediência às ordens superiores, exceto quando mani- zação legal;
festamente ilegais; XX - exercer atribuições sob as ordens imediatas de parentes
V - exercício pessoal das atribuições; até o segundo grau, salvo em cargo comissionado;
VI - observância aos princípios éticos, morais, às leis e regu- XXI - praticar atos, tipificados em lei como crime, contra a ad-
lamentos; ministração pública;
VII - atualização de seus dados pessoais e de seus dependen- XXII - exercer a advocacia fora das atribuições institucionais, se
tes; ocupante do cargo incompatível; XXIII - retardar, injustificadamen-
VIII - representação contra as ordens manifestamente ilegais e te, a nomeação de classificado em concurso público.
contra irregularidades; IX - atender com presteza: Parágrafo único. Não se compreende na proibição do inciso VIII
a) às requisições para a defesa do Estado; o exercício de cargo ou função na Administração Indireta, quando
b) às informações, documentos e providências solicitadas regularmente colocado à disposição.
por autoridades judiciárias ou administrativas;
c) à expedição de certidões para a defesa de direitos, para a CAPÍTULO III
argüição de ilegalidade ou abuso de autoridade. DAS RESPONSABILIDADES

CAPÍTULO II Art. 179. O servidor responde civil, penal e administrativamen-


DAS PROIBIÇÕES te pelo exercício irregular de suas atribuições.
Art. 180. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou
Art. 178. É vedado ao servidor: comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou
I - acumular inconstitucionalmente cargos ou empregos na a terceiros.
administração pública; § 1° A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário
II - revelar fato de que tem ciência em razão do cargo, e que somente será liquidada na forma prevista no art. 125, na falta de
deve permanecer em sigilo, ou facilitar sua revelação; outros bens que assegurem a execução do débito pela via judicial.
III - pleitear como intermediário ou procurador junto ao ser- § 2° Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor
viço público, exceto quando se tratar de interesse do cônjuge ou perante a Fazenda Pública, em ação regressiva.
dependente; § 3° A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores
IV - deixar de comparecer ao serviço, sem causa justificada, e contra eles será executada, até o limite do valor da herança rece-
por 30 (trinta) dias consecutivos; V - valer-se do exercício do cargo bida.
para auferir proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dig- Art. 181. As sanções civis, penais e administrativas poderão
nidade da função; cumular-se, sendo independentes entre si.
VI - cometer encargo legítimo de servidor público à pessoa Art. 182. A absolvição judicial somente repercute na esfera ad-
estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei; ministrativa, se negar a existência do fato ou afastar do servidor a
autoria.
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CAPÍTULO IV X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio es-


DAS PENALIDADES E SUA APLICAÇÃO tadual; XI – corrupção;
XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públi-
Art. 183. São penas disciplinares: cas;
I – repreensão; XIII - lograr proveito pessoal ou de outrem, valendo-se do car-
II – suspensão; III – demissão: go, em detrimento da dignidade da função pública;
IV - destituição de cargo em comissão ou de função gratificada; XIV - participação em gerência ou administração de empre-
V - cassação de aposentadoria ou de disponibilidade. sa privada, de sociedade civil, ou exercício do comércio, exceto na
Art. 184. Na aplicação das penalidades serão considerados qualidade de acionista, cotista ou comanditário;
cumulativamente: XV - atuação, como procurador ou intermediário, junto a re-
I - os danos decorrentes do fato para o serviço público; partições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenci-
II - a natureza e a gravidade da infração e as circunstâncias ários ou assistenciais a parentes até o segundo grau, e de cônjuge
em que foi praticada; III - a repercussão do fato; ou companheiro;
IV - os antecedentes funcionais. XVI - recebimento de propina, comissão, presente ou vanta-
Art. 185. As penas disciplinares serão aplicadas através de: gem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições;
I - portaria, no caso de repreensão e suspensão; XVII - aceitação de comissão, emprego ou pensão de Estado
II - decreto, no caso de demissão, destituição de cargo em estrangeiro;
comissão ou de função gratificada, cassação de aposentadoria ou XVIII - prática de usura sob qualquer de suas formas;
de disponibilidade. XIX - procedimento desidioso;
Parágrafo único. A portaria ou o decreto indicará a penalidade XX - utilização de pessoal ou recursos materiais de repartição
e o fundamento legal, com a devida inscrição nos assentamentos em serviços ou atividades particulares.
do servidor. § 1° O servidor indiciado em processo administrativo não po-
Art. 186. Na aplicação de penalidade, serão inadmissíveis as derá ser exonerado, salvo se comprovada a sua inocência ao final
provas obtidas por meios ilícitos. Art. 187. Aos acusados e litigan- do processo.
tes, em processo administrativo, são assegurados o contraditório e § 2° O abandono de cargo só se configura pela ausência inten-
a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. cional do servidor ao serviço, por mais de 30 (trinta) dias consecuti-
Parágrafo único. Ao servidor punido com pena disciplinar é as- vos e injustificados. (Revogado pela Lei nº 9.230, de 2021).
segurado o direito de pedir reconsideração e recorrer da decisão. Art. 191. Verificada, em processo disciplinar, a acumulação
Art. 188. A pena de repreensão será aplicada nas infrações de proibida e provada a boa-fé, o servidor optará por um dos cargos.
natureza leve, em caso de falta de cumprimento dos deveres ou das § 1° Provada a má-fé, perderá também o cargo que exercia há
proibições, na forma que dispuser o regulamento. mais tempo e restituirá o que tiver percebido indevidamente.
Art. 189. A pena de suspensão, que não exceder a 90 (noventa) § 2° Na hipótese do parágrafo anterior, sendo um dos cargos,
dias, será aplicada em caso de falta grave, reincidência, ou infração função ou emprego exercido em outro órgão ou entidade, a demis-
ao disposto no art. 178, VII, XI, XII, XIV e XVII. são lhe será comunicada.
§ 1° O servidor, enquanto suspenso, perderá os direitos e van- Art. 191. Verificada, a qualquer tempo, a acumulação ilegal
tagens de natureza pecuniária, exceto o salário-família. de cargos, empregos ou funções públicos, a autoridade a que se
§ 2° Quando licenciado, a penalidade será aplicada após o re- refere o art. 199 desta Lei notificará pessoalmente o servidor, por
torno do servidor ao exercício. § 3° Quando houver conveniência intermédio de sua chefia imediata, para apresentar opção por um
para o serviço, a autoridade que aplicar a pena de suspensão pode- dos cargos, empregos ou funções em acúmulo ilegal, no prazo im-
rá convertê-la em multa, na base de 50% (cinqüenta por cento) por prorrogável de 10 (dez) dias, contados da data do recebimento da
dia de vencimento ou remuneração, permanecendo o servidor em notificação. (Redação dada pela Lei nº 9.230, de 2021).
exercício. Art. 190. A pena de demissão será aplicada nos casos de: § 1° Utilizando-se do direito de opção por um dos cargos, em-
I - crime contra a Administração Pública, nos termos da lei pregos ou funções públicos acumulados indevidamente, a escolha
penal; do servidor deverá ser comprovada, independentemente de nova
II - abandono de cargo; notificação, no prazo subsequente de 15 (quinze) dias, prorrogável
III - faltas ao serviço, sem causa justificada, por 60 (sessenta) por igual período e uma única vez, a critério da Administração Pú-
dias intercaladamente, durante o período de 12 (doze) meses; blica e mediante pedido motivado do interessado.
III - inassiduidade habitual, configurada por faltas ao serviço, (Redação dada pela Lei nº 9.230, de 2021).
sem causa justificada, por 60 (sessenta) dias, intercaladamente, no § 2° Na hipótese de o servidor não comprovar a opção a que se
período de 12 (doze) meses; (Redação dada pela Lei nº 9.230, de referem o caput e o §
2021). 1° deste artigo, deverá a autoridade competente instaurar Pro-
IV - improbidade administrativa; cesso Administrativo
V - incontinência pública e conduta escandalosa, na reparti- Disciplinar Simplificado (PADS), sob o rito sumário, para apura-
ção; ção e regularização da acumulação ilegal. (Redação dada pela Lei nº
VI - insubordinação grave em serviço; 9.230, de 2021).
VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo § 3° O PADS, de rito sumário, desenvolver-se-á nas seguintes
em legítima defesa própria ou de outrem; fases: (Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021).
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;
IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do
cargo;
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I - instauração, com a publicação do ato que constituir a co- § 12. O procedimento sumário ou simplificado deve seguir as
missão processante, composta por 2 (dois) servidores estáveis, o disposições deste artigo, observando-
qual deve indicar a materialidade e autoria da transgressão objeto se, no que couber, as disposições dos Capítulos V a IX do Título
de apuração; (Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021). VI desta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021).
II - instrução sumária, que compreende a juntada de provas Art. 191-A. Na apuração de abandono de cargo ou de inassi-
objetivas da infração, em poder da Administração Pública, indicia- duidade habitual será adotado o procedimento sumário a que se
ção, citação, defesa e relatório conclusivo da comissão processante; referem os §§ 3° a 12 do art. 191 desta Lei, observando-se especial-
e (Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021). mente o seguinte: (Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021). I - a indica-
III - julgamento pela autoridade competente para aplicar a ção da materialidade dar-se-á: (Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021).
pena de demissão. (Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021). a) na hipótese de abandono de cargo, pela juntada de prova
§ 4° A indicação da autoria e da materialidade referidas no in- documental precisa do período de ausência injustificada do servi-
ciso I do § 3o deste artigo dar-se-á, respectivamente, pela identifi- dor ao serviço, quando superior a 30 (trinta) dias consecutivos; e
cação do nome e da matrícula do servidor acusado e pela descrição (Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021).
dos cargos, empregos ou funções públicos em acúmulo ilegal, dos b) no caso de inassiduidade habitual, pela juntada de prova
órgãos ou entidades de vinculação, em quaisquer esferas de Poder documental precisa dos dias de falta ao serviço sem causa justifica-
ou Governo, das datas de ingresso, horários de trabalho e do cor- da, por período igual ou superior a 60 (sessenta) dias intercalados,
respondente regime jurídico em cada vínculo. (Incluído pela Lei nº no prazo de 12 (doze) meses. (Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021).
9.230, de 2021). § 5° A comissão processante lavrará, em até 3 II - após a apresentação de defesa escrita, a comissão pro-
(três) dias contados da publicação do ato que a constituir, termo de cessante elaborará relatório conclusivo quanto à inocência ou res-
indiciação do servidor em situação de acúmulo ilegal, considerando ponsabilidade do servidor indiciado, resumindo as principais peças
as informações exigidas no § 4o deste artigo, após o que deverá dos autos, deliberando sobre a ausência de justificativa para as fal-
promover a citação pessoal do servidor indiciado para, no prazo de tas ao serviço indicadas nas alíneas “a” e “b” do inciso I deste artigo,
5 (cinco) dias, apresentar defesa escrita e os documentos que julgar se ocorreram de modo intencional ou mediante dolo eventual, bem
necessários, assegurada vista dos autos junto à comissão proces- como indicando os dispositivos legais infringidos e a penalidade
sante, na forma dos arts. 219 e 220 desta Lei. (Incluído pela Lei nº proposta; e (Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021).
9.230, de 2021). III - após a elaboração do relatório conclusivo, a comissão
§ 6° Apresentada a defesa escrita, a comissão processante ela- processante encaminhará os autos do PADS à autoridade instaura-
borará relatório conclusivo, no prazo de 5 (cinco) dias, com resumo dora, para providências cabíveis ao julgamento, na forma do inciso
das principais peças dos autos, deliberando sobre a ilicitude da acu- III do § 3° do art. 191 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021).
mulação apurada e concluindo sobre a inocência ou responsabili- Parágrafo único. Na configuração do dolo eventual a que se re-
dade do servidor indiciado, inclusive sua boa ou má-fé, indicando fere o inciso II deste artigo, deve a comissão processante comprovar
os dispositivos legais infringidos e a penalidade proposta. (Incluído que o servidor faltoso, embora sem intenção expressa de abando-
pela Lei nº 9.230, de 2021). nar o cargo, assumiu o risco de produzir esse resultado. (Incluído
§ 7° Elaborado o relatório conclusivo, a comissão processan- pela Lei nº 9.230, de 2021).
te encaminhará os autos do PADS à autoridade instauradora, para Art. 192. A destituição de cargo em comissão ou de função gra-
providências cabíveis ao julgamento, na forma do inciso III do § 3° tificada será aplicada nos casos de infração, sujeita à penalidade de
deste artigo. (Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021). demissão.
§ 8° No prazo de 10 (dez) dias, contado do recebimento dos au- Parágrafo único. Constatada a hipótese de que trata este artigo,
tos do PADS, a autoridade julgadora proferirá sua decisão, aplican- a exoneração efetuada, nos termos do artigo 60, será convertida
do-se, quando for o caso, o disposto no § 3° do art. 223 desta Lei. em destituição de cargo em comissão ou de função gratificada. Art.
(Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021). 193. A demissão ou destituição de cargo em comissão ou de função
§ 9° A opção feita pelo servidor indiciado até o último dia do gratificada, nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do art. 190, implica a
prazo para defesa poderá afastar a máfé na acumulação ilegal, hipó- indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem prejuí-
tese na qual a manifestação será automaticamente convertida em zo da ação penal cabível.
pedido de exoneração do cargo indicado pelo optante, se estadual, Art. 194. A pena de demissão será aplicada com a nota “a bem
ou, de outra forma, observar-se-á o disposto no § 1° deste artigo. do serviço público”, sempre que o ato fundamentar-se no art. 190,
(Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021). incisos I, IV, VII, X e XI.
§ 10. Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé, Parágrafo único. O servidor demitido ou destituído do cargo em
aplicar-se-á ao servidor indiciado a pena de demissão, destituição comissão ou da função gratificada, na hipótese prevista neste arti-
de cargo comissionado ou cassação de aposentadoria ou disponi- go, não poderá retornar ao serviço estadual.
bilidade em relação aos cargos, empregos ou funções públicos em Art. 195. A demissão ou a destituição de cargo em comissão ou
regime de acumulação, hipótese na qual deverão ser comunicados de função gratificada, nas hipóteses do art. 190, incisos XIII e XV,
os órgãos ou entidades de vinculação. (Incluído pela Lei nº 9.230, incompatibiliza o servidor para nova investidura em cargo público
de 2021). estadual, pelo prazo de 5 (cinco) anos.
§ 11. O prazo para conclusão do PADS não excederá 30 (trinta) Art. 196. Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do
dias, contado da data de publicação do ato que constituir a comis- inativo que houver praticado, na atividade, falta punível com a de-
são processante, admitida a prorrogação por até 15 (quinze) dias, missão.
quando as circunstâncias assim o exigirem e mediante decisão fun- § 1° A cassação da aposentadoria ou da disponibilidade será
damentada. (Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021). precedida do competente processo administrativo.

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§ 2° Aplica-se, ainda, a pena de cassação de aposentadoria ou Art. 201-A. Fica instituído o Termo de Ajustamento Disciplinar
de disponibilidade se ficar provado que o inativo: (TAD), no âmbito da
I - aceitou ilegalmente cargo ou função pública; Administração Pública Estadual, como instrumento substituti-
II - aceitou ilegalmente representação, comissão, emprego vo da penalidade de repreensão, nos termos do art. 188 e demais
ou pensão de Estado estrangeiro; disposições da Lei Estadual no 5.810, de 1994. (Incluído pela Lei nº
III - praticou a usura em qualquer de suas formas; 9.230, de 2021).
IV - não assumiu no prazo legal o exercício do cargo em que § 1° No TAD, o servidor interessado assume a responsabilidade
foi aproveitado. pela irregularidade a que deu causa, comprometendo-se a ajustar
Art. 197. As penalidades disciplinares serão aplicadas, observa- sua conduta e a observar os deveres e proibições previstos na legis-
da a vinculação do servidor ao respectivo Poder, órgão ou entidade: lação vigente. (Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021).
I - pela autoridade competente para nomear em qualquer § 2° O TAD poderá ser proposto pelo servidor ou de ofício pela
caso, e privativamente, nos casos de demissão, destituição e cassa- autoridade instauradora da sindicância ou pela comissão proces-
ção de aposentadoria ou disponibilidade; sante de sindicância, desde a fase inicial da sindicância e antes do
II - pelos Secretários de Estado e dirigentes de órgão a estes relatório final da comissão, quando se tratar de infração disciplinar
equiparados, nos casos de suspensão superiores a 30 (trinta) dias; leve. (Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021).
III - pelo chefe da repartição e outras autoridades, na forma § 3° A celebração do TAD dependerá sempre da aceitação for-
dos respectivos regimentos ou regulamentos, nos casos de repre- mal do servidor, implicando sua recusa ou silêncio no prossegui-
ensão ou de suspensão até 30 (trinta) dias. mento da apuração. (Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021).
Art. 198. A ação disciplinar prescreverá: § 4° No caso de propositura do TAD pelo servidor, a decisão
I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com de- quanto à celebração do TAD caberá à autoridade instauradora da
missão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destitui- sindicância. (Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021).
ção; § 5° Em qualquer caso, a homologação do TAD caberá à autori-
II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão; dade instauradora da sindicância, no prazo de 10 (dez) dias, conta-
III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à repreensão. dos do recebimento dos respectivos autos, não constituindo direito
§ 1° O prazo de prescrição começa a correr da data em que o subjetivo do interessado. (Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021).
fato se tornou conhecido. § 6° A homologação do TAD impõe o sobrestamento da sindi-
§ 2° Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às cância e suspende o fluxo da prescrição da ação disciplinar, até seu
infrações disciplinares capituladas também como crime. integral cumprimento. (Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021). § 7°
§ 3° A abertura de sindicância ou a instauração de processo Competirá à unidade de gestão de pessoas do Poder, órgão ou enti-
disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por dade o acompanhamento e a fiscalização do cumprimento das obri-
autoridade competente. gações estabelecidas no TAD. (Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021).
§ 8° A celebração do TAD não constitui direito subjetivo do in-
CAPÍTULO V teressado, somente podendo ocorrer em conformidade com os ter-
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR mos previstos nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021). § 9° A
Secretaria de Estado de Planejamento e Administração poderá edi-
(Regulamentado pela Lei nº 8.972, de 2020). tar atos normativos visando estabelecer procedimentos relativos à
Art. 199. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no celebração do TAD. (Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021).
serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata,
mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, asse- Art. 201-B. O TAD não poderá ser celebrado nas seguintes hipó-
gurada ao acusado ampla defesa. teses: (Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021).
Art. 200. As denúncias sobre irregularidades serão objeto de I - em caso de prejuízo ao Erário ou grave dano ao serviço;
apuração, desde que contenham a identificação e o endereço do (Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021).
denunciante e sejam formuladas por escrito, confirmada a auten- II - indício de crime ou improbidade administrativa; (Incluí-
ticidade. do pela Lei nº 9.230, de 2021). III - existência de outra sindicância
Parágrafo único. Quando o fato narrado não configurar eviden- ou processo administrativo disciplinar em curso para apurar infra-
te infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será arquivada, ção punível com repreensão ou outra penalidade mais grave; (Inclu-
por falta de objeto. ído pela Lei nº 9.230, de 2021).
IV - quando a celebração do TAD importar em solução capaz
Art. 201. Da sindicância poderá resultar: de violar a equidade da disciplina aplicada aos demais agentes pú-
I - arquivamento do processo; blicos, a critério da Administração Pública; e (Incluído pela Lei nº
II - aplicação de penalidade de repreensão ou suspensão de 9.230, de 2021).
até 30 (trinta) dias; III - instauração de processo disciplinar. V - no caso de servidor que esteja em estágio probatório ou
IV - a celebração de Termo de Ajustamento Disciplinar (TAD), que, nos últimos 2 (dois) anos, tenha se utilizado do instrumento
nos casos sujeitos à repreensão. estabelecido neste artigo ou possua registro válido de penalidade
(Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021). disciplinar em seus assentamentos funcionais. (Incluído pela Lei nº
Parágrafo único. O prazo para conclusão da sindicância não ex- 9.230, de 2021).
cederá a 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogado por igual período, Art. 201-C. O TAD deverá conter: (Incluído pela Lei nº 9.230,
a critério da autoridade superior. de 2021).

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I - identificação completa das partes, advogado, se houver, Art. 205. O processo disciplinar será conduzido por comissão
testemunhas, data e respectivas assinaturas; (Incluído pela Lei nº composta de 3 (três) servidores estáveis, designados pela autori-
9.230, de 2021). dade competente, que indicará, dentre eles, o seu presidente. §
II - os fundamentos de fato e de direito para sua celebração; 1° A Comissão terá como secretário, servidor designado pelo seu
(Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021). III - especificação da infração presidente, podendo a indicação recair em um de seus membros.
imputada ao agente público, referindo a capitulação legal; (Incluído § 2° Não poderá participar de comissão de sindicância ou de
pela Lei nº 9.230, de 2021). inquérito, cônjuge, companheiro ou parente do acusado, consan-
IV - a descrição das obrigações assumidas; (Incluído pela Lei güíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau. Art.
nº 9.230, de 2021). 206. A Comissão exercerá suas atividades com independência e im-
V - o prazo e o modo para o cumprimento das obrigações; parcialidade, assegurado o sigilo necessário à elucidação do fato ou
(Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021). exigido pelo interesse da administração.
VI - a forma de fiscalização das obrigações pactuadas; e (In- Parágrafo único - As reuniões e as audiências das comissões
cluído pela Lei nº 9.230, de 2021). terão caráter reservado. Art. 207. O processo disciplinar se desen-
VII - os efeitos, em caso de descumprimento. (Incluído pela volve nas seguintes fases:
Lei nº 9.230, de 2021). I - instauração, com a publicação do ato que constituir a co-
§ 1° O prazo de cumprimento do TAD não excederá 180 (cen- missão; II - inquérito administrativo, que compreende instrução,
to e oitenta) dias, devendo ser fixado de modo compatível com os defesa e relatório; III – julgamento.
compromissos assumidos pelo agente público. (Incluído pela Lei nº Art. 208. O prazo para a conclusão do processo disciplinar não
9.230, de 2021). excederá 60 (sessenta) dias, contados da data de publicação do ato
§ 2° No caso de descumprimento do TAD, cuja comunicação que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por igual pra-
competirá à unidade de gestão de pessoas do Poder, órgão ou en- zo, quando as circunstâncias o exigirem.
tidade, a autoridade competente adotará imediatamente as provi- § 1° Sempre que necessário, a comissão dedicará tempo inte-
dências necessárias à instauração ou continuidade do respectivo gral aos seus trabalhos, ficando seus membros dispensados do pon-
procedimento disciplinar, sem prejuízo da apuração relativa à ino- to, até a entrega do relatório final.
bservância das obrigações descumpridas, voltando a fluir a prescri- § 2° As reuniões da comissão serão registradas em atas que
ção incidente. (Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021). deverão detalhar as deliberações adotadas.
§ 3° Decorrido o prazo previsto no TAD e não ocorrendo qual-
quer comunicação de descumprimento dos seus termos, a unidade CAPÍTULO VIII
de gestão de pessoas do Poder, órgão ou entidade, enquanto res- DO INQUÉRITO
ponsável por sua fiscalização, comunicará o cumprimento ao res-
pectivo titular, para declaração da extinção de punibilidade e arqui- Art. 209. O inquérito administrativo obedecerá ao princípio do
vamento dos autos. (Incluído pela Lei nº 9.230, de 2021). contraditório, assegurada ao acusado ampla defesa, com a utiliza-
Art. 202. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor, ensejar a ção dos meios e recursos admitidos em direito.
imposição de penalidade de suspensão por mais de 30 (trinta) dias, Art. 210. Os autos da sindicância integrarão o processo discipli-
de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou nar, como peça informativa da instrução.
destituição, será obrigatória a instauração de processo disciplinar. Parágrafo único. Na hipótese de o relatório da sindicância con-
cluir que a infração está capitulada como ilícito penal, a autoridade
CAPÍTULO VI competente encaminhará cópia dos autos ao Ministério Público, in-
DO AFASTAMENTO PREVENTIVO dependentemente da imediata instauração do processo disciplinar.
Art. 211. Na fase do inquérito, a comissão promoverá a tomada
Art. 203. Como medida cautelar e a fim de que o servidor não de depoimentos, acareações, investigações e diligências cabíveis,
venha a influir na apuração da irregularidade, a autoridade instau- objetivando a coleta de prova, recorrendo, quando necessário, a
radora do processo disciplinar poderá determinar o seu afastamen- técnicos e peritos, de modo a permitir a completa elucidação dos
to do exercício do cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem fatos.
prejuízo da remuneração. Art. 212. É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o
Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorrogado por processo, pessoalmente ou por intermédio de procurador, arrolar e
igual prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e formular
concluído o processo. quesitos, quando se tratar de prova pericial.
§ 1° O presidente da comissão poderá denegar pedidos con-
CAPÍTULO VII siderados impertinentes, meramente protelatórios, ou de nenhum
DO PROCESSO DISCIPLINAR interesse para o esclarecimento dos fatos.
§ 2° Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a com-
Art. 204. O processo disciplinar é o instrumento destinado a provação do fato independer de conhecimento especial de perito.
apurar responsabilidade de servidor por infração praticada no exer- Art. 213. As testemunhas serão intimadas a depor mediante
cício de suas atribuições, ou que tenha relação com as atribuições mandato expedido pelo presidente da comissão, devendo a segun-
do cargo em que se encontre investido. da via, com o ciente do intimado, ser anexada aos autos.
Parágrafo único. Se a testemunha for servidor público, a expe-
dição do mandato será imediatamente comunicada ao chefe da re-
partição onde serve, com a indicação do dia e hora marcados para
a inquirição.
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Art. 214. O depoimento será prestado oralmente e reduzido a Art. 222. O processo disciplinar, com o relatório da comissão,
termo, não sendo lícito à testemunha trazê-lo por escrito. será remetido à autoridade que determinou a sua instauração, para
§ 1° As testemunhas serão inquiridas separadamente. julgamento.
§ 2° Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se infir-
mem, proceder-se-á à acareação entre os depoentes. CAPÍTULO IX
Art. 215. Concluída a inquirição das testemunhas, a comissão DO JULGAMENTO
promoverá o interrogatório do acusado, observados os procedi-
mentos previstos nos arts. 213 e 214. Art. 223. A autoridade julgadora proferirá a sua decisão, no pra-
§ 1° No caso de mais de um acusado, cada um deles será ouvido zo de 20 (vinte) dias, contados do recebimento do processo.
separadamente, e sempre que divergirem em suas declarações so- § 1° Se a penalidade a ser aplicada exceder à alçada da autori-
bre fatos ou circunstâncias, será promovida a acareação entre eles. dade instauradora do processo, este será encaminhado à autorida-
§ 2° O procurador do acusado poderá assistir ao interrogatório, de competente, que decidirá em igual prazo.
bem como à inquirição das testemunhas, sendo-lhe vedado inter- § 2° Havendo mais de um indiciado e diversidade de sanções,
ferir nas perguntas e respostas, facultando-se-lhe, porém, reinquiri- o julgamento caberá à autoridade competente para a imposição da
-las, por intermédio do presidente da comissão. pena mais grave.
Art. 216. Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do § 3° Se a penalidade prevista for a demissão, cassação de apo-
acusado, a comissão proporá à autoridade competente que ele seja sentadoria ou disponibilidade, ou destituição o julgamento caberá
submetido, a exame por junta médica oficial, da qual participe, pelo às autoridades de que trata o inciso I do art. 197.
menos, um médico psiquiatra. Art. 224. O julgamento acatará o relatório da comissão, salvo
Parágrafo único. O incidente de sanidade mental será processa- quando contrário às provas dos autos. Parágrafo único. Quando o
do em auto apartado e apenso ao processo principal, após a expe- relatório da comissão contrariar as provas dos autos, a autoridade
dição do laudo pericial. julgadora poderá, motivadamente, agravar a penalidade proposta,
Art. 217. Tipificada a infração disciplinar, será formulada a indi- abrandá-la ou isentar o servidor de responsabilidade.
cação do servidor, com a especificação dos fatos a ele imputados e Art. 225. Verificada a existência de vício insanável, a autoridade
das respectivas provas. julgadora declarará a nulidade total ou parcial do processo e orde-
§ 1° O indiciado será citado por mandato expedido pelo presi- nará a constituição de outra comissão, para instauração de novo
dente da comissão para apresentar defesa escrita, no prazo de 10 processo.
(dez) dias, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição. § 1° O julgamento fora do prazo legal não implica nulidade do
§ 2° Havendo 2 (dois) ou mais indiciados, o prazo será comum processo.
e de 20 (vinte) dias. § 2° A autoridade julgadora que der causa à prescrição de que
§ 3° O prazo de defesa poderá ser prorrogado em dobro, para trata o art. 198, § 2°, será responsabilizada na forma da presente lei.
diligências reputadas indispensáveis. § 4° No caso de recusa do in- Art. 226. Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade
diciado em apor o ciente na cópia da citação, o prazo para defesa julgadora determinará o registro do fato nos assentamentos indivi-
contar-se-á da data declarada, em termo próprio, pelo membro da duais do servidor.
comissão que fez a citação, com a assinatura de 2 (duas) testemu- Art. 227. Quando a infração estiver capitulada como crime, o
nhas. processo disciplinar será remetido ao Ministério Público para ins-
Art. 218. O indiciado que mudar de residência fica obrigado a tauração da ação penal, ficando trasladado na repartição.
comunicar à comissão o local onde poderá ser encontrado. Art. 228. Serão assegurados transporte e diárias:
Art. 219. Achando-se o indiciado em local incerto e não sabido, I - ao servidor convocado para prestar depoimento fora da
será citado por Edital, publicado no Diário Oficial do Estado e em sede de sua repartição, na condição de testemunha, denunciado ou
jornal de grande circulação na localidade do último domicílio co- indiciado;
nhecido, para apresentar defesa. II - aos membros da comissão e ao secretário, quando obri-
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o prazo para defesa gados a se deslocarem da sede dos trabalhos para a realização de
será de 15 (quinze) dias, a partir da última publicação do Edital. missão essencial ao esclarecimento dos fatos.
Art. 220. Considerar-se-á revel o indiciado que, regularmente
citado, não apresentar defesa no prazo legal. CAPÍTULO X
§ 1° A revelia será declarada, por termo, nos autos do processo DA REVISÃO DO PROCESSO
e devolverá o prazo para a defesa. § 2° Para defender o indiciado re-
vel, a autoridades instauradora do processo designará um servidor Art. 229. O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer
como defensor dativo, ocupante de cargo de nível igual ou superior tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem fatos novos ou
ao do indiciado. circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a
Art. 221. Apreciada a defesa, a comissão elaborará relatório inadequação da penalidade aplicada.
minucioso, em que resumirá as peças principais dos autos e men- § 1° Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do
cionará as provas nas quais se baseou para formar a sua convicção. servidor, qualquer pessoa da família poderá requerer a revisão do
§ 1° O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência ou à processo.
responsabilidade do servidor. § 2° Reconhecida a responsabilidade § 2° No caso de incapacidade mental do servidor, a revisão será
do servidor, a comissão indicará o dispositivo legal ou regulamentar requerida pelo respectivo curador.
transgredido, bem como as circunstâncias agravantes ou atenuan- Art. 230. No processo revisional, o ônus da prova cabe ao re-
tes. querente.

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Art. 231. A simples alegação de injustiça da penalidade não de provimento dos cargos por eles ocupados, ou que venham a ser
constitui fundamento para a revisão, que requer elementos novos criados, as mesmas obrigações e vantagens atribuídas aos demais
ainda não apreciados no processo originário. servidores considerados estáveis por força do artigo 19 do Ato das
Art. 232. O requerimento de revisão do processo será dirigido Disposições Transitórias da Constituição Federal.
ao Secretário de Estado ou autoridade equivalente que, se autorizar Art. 245. VETADO
a revisão, encaminhará o pedido ao dirigente do órgão ou entidade Parágrafo único. VETADO
onde se originou o processo disciplinar. Art. 246. Aos servidores em atividade na área de educação es-
Parágrafo único. Deferida a petição, a autoridade competente pecial fica atribuída a gratificação de cinqüenta por cento (50%) do
providenciará a constituição de comissão, na forma do art. 205. vencimento.
Art. 233. A revisão correrá em apenso ao processo originário. Art. 247. É assegurada ao servidor a contagem da soma do tem-
Parágrafo único. Na petição inicial, o requerente pedirá dia e po de serviço prestado à União, Estados, Distrito Federal, Territórios
hora para a produção de provas e inquirição das testemunhas que e Municípios, desde que ininterrupta e sucessivamente, para efeito
arrolar. de aferição da estabilidade nas condições previstas no art. 19 do
Art. 234. A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias para a con- Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Fe-
clusão dos trabalhos. deral. Art. 248. VETADO
Art. 235. Aplicam-se aos trabalhos da comissão revisora, no Art. 249. Esta lei entra em vigor na data da sua promulgação.
que couber, as normas e procedimentos próprios da comissão do Art. 250. VETADO
processo disciplinar.
Art. 236. O julgamento caberá à autoridade que aplicou a pe-
nalidade, nos termos do art. 197. Parágrafo único. O prazo para LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL Nº 052, DE 30 DE JANEIRO
julgamento será de 20 (vinte) dias, contados do recebimento do DE 2006 E SUAS ALTERAÇÕES
processo, no curso do qual a autoridade julgadora poderá deter-
minar diligências. Art. 237. Julgada procedente a revisão, será de-
clarada sem efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-se todos Prezado(a),
os direitos do servidor, exceto em relação à destituição, que será A fim de atender na íntegra o conteúdo do edital, este tópico
convertida em exoneração. será disponibilizado na Área do Aluno em nosso site. Essa área é re-
Parágrafo único. Da revisão não poderá resultar agravamento servada para a inclusão de materiais que complementam a apostila,
de penalidade. sejam esses, legislações, documentos oficiais ou textos relaciona-
dos a este material, e que, devido a seu formato ou tamanho, não
TÍTULO VII cabem na estrutura de nossas apostilas.
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Por isso, para atender você da melhor forma, os materiais são
organizados de acordo com o título do tópico a que se referem e po-
Art. 238. O dia 28 de outubro é consagrado ao servidor público dem ser acessados seguindo os passos indicados na página 2 deste
estadual. material, ou por meio de seu login e senha na Área do Aluno.
Art. 239. O tempo de serviço gratuito será contado para todos Visto a importância das leis indicadas, lá você acompanha me-
os fins, quando prestado à autarquia profissional, ou aos que te- lhor quaisquer atualizações que surgirem depois da publicação da
nham exercido gratuitamente mandato de Vereador, sendo vedada apostila.
a contagem quando for simultâneo com o exercício de cargo, em- Se preferir, indicamos também acesso direto ao arquivo pelo link a
prego ou função pública. seguir: file:///C:/Users/Nova%20Concursos/Downloads/Lei%20Com-
Art. 240. É assegurado o direito de greve, na forma da lei com- plementar%20n%C2%BA%20052.2006%20-%20Santa%20Casa.pdf
plementar federal.
Art. 240. É assegurado o direito de greve, na forma de lei espe-
cífica. (Redação dada pela Lei nº 7.071, de 2007). LEI FEDERAL Nº 13.853/2019 (LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE
Art. 241. O servidor de nível superior ou equiparado ao mesmo, DADOS PESSOAIS).
sujeito à fiscalização da autarquia profissional, ou entidade análoga,
suspenso do exercício profissional não poderá desempenhar ativi-
dade que envolva responsabilidade técnico-profissional, enquanto LEI Nº 13.853, DE 8 DE JULHO DE 2019
perdurar a medida disciplinar.
Art. 242. Fica assegurada a participação de 1 (um) represen- Altera a Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018, para dis-
tante dos sindicatos de servidores públicos no Conselho de Política por sobre a proteção de dados pessoais e para criar a Autoridade
de Cargos e Salários do Estado do Pará, na forma do regulamento. Nacional de Proteção de Dados; e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
TÍTULO VIII cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
Art. 1º A ementa da Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018,
Art. 243. VETADO passa a vigorar com a seguinte redação:
Art. 244. Aos servidores da administração direta, autarquias e “Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).”
fundações públicas, contratados por prazo indeterminado, pelo re- Art. 2º A Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018, passa a vigorar
gime da Consolidação das Leis do Trabalho ou como serviços presta- com as seguintes alterações:
dos é assegurado até que seja promovido concurso público para fins
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“Art. 1º ...................................................................................... “Art. 11. ....................................................................................


................... ...................
Parágrafo único. As normas gerais contidas nesta Lei são de in- ....................................................................................................
teresse nacional e devem ser observadas pela União, Estados, Dis- .......................
trito Federal e Municípios.” (NR) II - ...............................................................................................
“Art. 3º ...................................................................................... ..................
................... ....................................................................................................
.................................................................................................... .......................
....................... f) tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento realizado
II - a atividade de tratamento tenha por objetivo a oferta ou por profissionais de saúde, serviços de saúde ou autoridade sani-
o fornecimento de bens ou serviços ou o tratamento de dados de tária; ou
indivíduos localizados no território nacional; ou ....................................................................................................
.................................................................................................... ......................
......................” (NR) § 4º É vedada a comunicação ou o uso compartilhado entre
“Art. 4º ...................................................................................... controladores de dados pessoais sensíveis referentes à saúde com
................ objetivo de obter vantagem econômica, exceto nas hipóteses rela-
.................................................................................................... tivas a prestação de serviços de saúde, de assistência farmacêutica
..................... e de assistência à saúde, desde que observado o § 5º deste artigo,
§ 4º Em nenhum caso a totalidade dos dados pessoais de banco incluídos os serviços auxiliares de diagnose e terapia, em benefício
de dados de que trata o inciso III do caput deste artigo poderá ser dos interesses dos titulares de dados, e para permitir:
tratada por pessoa de direito privado, salvo por aquela que possua I - a portabilidade de dados quando solicitada pelo titular; ou
capital integralmente constituído pelo poder público.” (NR) II - as transações financeiras e administrativas resultantes do
“Art. 5º ...................................................................................... uso e da prestação dos serviços de que trata este parágrafo.
.................. § 5º É vedado às operadoras de planos privados de assistência
.................................................................................................... à saúde o tratamento de dados de saúde para a prática de seleção
...................... de riscos na contratação de qualquer modalidade, assim como na
VIII - encarregado: pessoa indicada pelo controlador e opera- contratação e exclusão de beneficiários.” (NR)
dor para atuar como canal de comunicação entre o controlador, os “Art. 18. ....................................................................................
titulares dos dados e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados ...................
(ANPD); ....................................................................................................
.................................................................................................... ......................
....................... V - portabilidade dos dados a outro fornecedor de serviço ou
XVIII - órgão de pesquisa: órgão ou entidade da administração produto, mediante requisição expressa, de acordo com a regula-
pública direta ou indireta ou pessoa jurídica de direito privado sem mentação da autoridade nacional, observados os segredos comer-
fins lucrativos legalmente constituída sob as leis brasileiras, com cial e industrial;
sede e foro no País, que inclua em sua missão institucional ou em ....................................................................................................
seu objetivo social ou estatutário a pesquisa básica ou aplicada de ......................
caráter histórico, científico, tecnológico ou estatístico; e § 6º O responsável deverá informar, de maneira imediata, aos
XIX - autoridade nacional: órgão da administração pública res- agentes de tratamento com os quais tenha realizado uso comparti-
ponsável por zelar, implementar e fiscalizar o cumprimento desta lhado de dados a correção, a eliminação, a anonimização ou o blo-
Lei em todo o território nacional.” (NR) queio dos dados, para que repitam idêntico procedimento, exceto
“Art. 7º ...................................................................................... nos casos em que esta comunicação seja comprovadamente impos-
.................. sível ou implique esforço desproporcional.
.................................................................................................... ....................................................................................................
....................... ..............” (NR)
VIII - para a tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento “Art. 20. O titular dos dados tem direito a solicitar a revisão de
realizado por profissionais de saúde, serviços de saúde ou autori- decisões tomadas unicamente com base em tratamento automa-
dade sanitária; tizado de dados pessoais que afetem seus interesses, incluídas as
.................................................................................................... decisões destinadas a definir o seu perfil pessoal, profissional, de
....................... consumo e de crédito ou os aspectos de sua personalidade.
§ 1º (Revogado). ....................................................................................................
§ 2º (Revogado). ......................
.................................................................................................... § 3º (VETADO).” (NR)
...................... “Art. 23. ....................................................................................
§ 7º O tratamento posterior dos dados pessoais a que se refe- ..................
rem os §§ 3º e 4º deste artigo poderá ser realizado para novas fina- ....................................................................................................
lidades, desde que observados os propósitos legítimos e específicos .....................
para o novo tratamento e a preservação dos direitos do titular, as- III - seja indicado um encarregado quando realizarem opera-
sim como os fundamentos e os princípios previstos nesta Lei.” (NR) ções de tratamento de dados pessoais, nos termos do art. 39 desta
Lei; e
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IV - (VETADO). II - em caso de controladores submetidos a outros órgãos e


.................................................................................................... entidades com competências sancionatórias, ouvidos esses órgãos.
............” (NR) “Art. 55-B. É assegurada autonomia técnica e decisória à ANPD.”
“Art. 26. .................................................................................... “Art. 55-C. A ANPD é composta de:
................ I - Conselho Diretor, órgão máximo de direção;
§ 1º ........................................................................................... II - Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Pri-
................. vacidade;
.................................................................................................... III - Corregedoria;
..................... IV - Ouvidoria;
IV - quando houver previsão legal ou a transferência for res-
paldada em contratos, convênios ou instrumentos congêneres; ou § 7º Os vazamentos individuais ou os acessos não autorizados
V - na hipótese de a transferência dos dados objetivar exclusi- de que trata o caput do art. 46 desta Lei poderão ser objeto de con-
vamente a prevenção de fraudes e irregularidades, ou proteger e ciliação direta entre controlador e titular e, caso não haja acordo, o
resguardar a segurança e a integridade do titular dos dados, desde controlador estará sujeito à aplicação das penalidades de que trata
que vedado o tratamento para outras finalidades.” (NR) este artigo.” (NR)
“Art. 27. .................................................................................... VI - unidades administrativas e unidades especializadas neces-
................ sárias à aplicação do disposto nesta Lei.”
Parágrafo único. A informação à autoridade nacional de que “Art. 55-D. O Conselho Diretor da ANPD será composto de 5
trata o caput deste artigo será objeto de regulamentação.” (NR) (cinco) diretores, incluído o Diretor-Presidente.
“Art. 29. A autoridade nacional poderá solicitar, a qualquer mo- § 1º Os membros do Conselho Diretor da ANPD serão escolhi-
mento, aos órgãos e às entidades do poder público a realização de dos pelo Presidente da República e por ele nomeados, após apro-
operações de tratamento de dados pessoais, informações específi- vação pelo Senado Federal, nos termos da alínea ‘f’ do inciso III do
cas sobre o âmbito e a natureza dos dados e outros detalhes do tra- art. 52 da Constituição Federal, e ocuparão cargo em comissão do
tamento realizado e poderá emitir parecer técnico complementar Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, no mínimo, de
para garantir o cumprimento desta Lei.” (NR) nível 5.
“Art. 41. .................................................................................... § 2º Os membros do Conselho Diretor serão escolhidos dentre
................ brasileiros que tenham reputação ilibada, nível superior de educa-
.................................................................................................... ção e elevado conceito no campo de especialidade dos cargos para
.................... os quais serão nomeados.
§ 4º (VETADO).” (NR) § 3º O mandato dos membros do Conselho Diretor será de 4
“Art. 52. .................................................................................... (quatro) anos.
................. § 4º Os mandatos dos primeiros membros do Conselho Diretor
X - suspensão parcial do funcionamento do banco de dados a nomeados serão de 2 (dois), de 3 (três), de 4 (quatro), de 5 (cinco) e
que se refere a infração pelo período máximo de 6 (seis) meses, de 6 (seis) anos, conforme estabelecido no ato de nomeação.
prorrogável por igual período, até a regularização da atividade de § 5º Na hipótese de vacância do cargo no curso do mandato de
tratamento pelo controlador; membro do Conselho Diretor, o prazo remanescente será comple-
XI - suspensão do exercício da atividade de tratamento dos da- tado pelo sucessor.”
dos pessoais a que se refere a infração pelo período máximo de 6 “Art. 55-E. Os membros do Conselho Diretor somente perderão
(seis) meses, prorrogável por igual período; seus cargos em virtude de renúncia, condenação judicial transitada
XII - proibição parcial ou total do exercício de atividades relacio- em julgado ou pena de demissão decorrente de processo adminis-
nadas a tratamento de dados. trativo disciplinar.
§ 2º O disposto neste artigo não substitui a aplicação de san- § 1º Nos termos do caput deste artigo, cabe ao Ministro de
ções administrativas, civis ou penais definidas na Lei nº 8.078, de 11 Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República instaurar o
de setembro de 1990, e em legislação específica. processo administrativo disciplinar, que será conduzido por comis-
§ 3º O disposto nos incisos I, IV, V, VI, X, XI e XII do caput deste são especial constituída por servidores públicos federais estáveis.
artigo poderá ser aplicado às entidades e aos órgãos públicos, sem § 2º Compete ao Presidente da República determinar o afas-
prejuízo do disposto na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, tamento preventivo, somente quando assim recomendado pela
na Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, e na Lei nº 12.527, de 18 de comissão especial de que trata o § 1º deste artigo, e proferir o jul-
novembro de 2011. gamento.”
.................................................................................................... “Art. 55-F. Aplica-se aos membros do Conselho Diretor, após o
..................... exercício do cargo, o disposto no art. 6º da Lei nº 12.813, de 16 de
§ 5º O produto da arrecadação das multas aplicadas pela ANPD, maio de 2013.
inscritas ou não em dívida ativa, será destinado ao Fundo de Defesa Parágrafo único. A infração ao disposto no caput deste artigo
de Direitos Difusos de que tratam o art. 13 da Lei nº 7.347, de 24 de caracteriza ato de improbidade administrativa.”
julho de 1985, e a Lei nº 9.008, de 21 de março de 1995. “Art. 55-G. Ato do Presidente da República disporá sobre a es-
§ 6º As sanções previstas nos incisos X, XI e XII do caput deste trutura regimental da ANPD.
artigo serão aplicadas: § 1º Até a data de entrada em vigor de sua estrutura regimen-
I - somente após já ter sido imposta ao menos 1 (uma) das san- tal, a ANPD receberá o apoio técnico e administrativo da Casa Civil
ções de que tratam os incisos II, III, IV, V e VI do caput deste artigo da Presidência da República para o exercício de suas atividades.
para o mesmo caso concreto; e
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§ 2º O Conselho Diretor disporá sobre o regimento interno da XVI - realizar auditorias, ou determinar sua realização, no âm-
ANPD.” bito da atividade de fiscalização de que trata o inciso IV e com a
“Art. 55-H. Os cargos em comissão e as funções de confiança devida observância do disposto no inciso II do caput deste artigo,
da ANPD serão remanejados de outros órgãos e entidades do Poder sobre o tratamento de dados pessoais efetuado pelos agentes de
Executivo federal.” tratamento, incluído o poder público;
“Art. 55-I. Os ocupantes dos cargos em comissão e das funções XVII - celebrar, a qualquer momento, compromisso com agen-
de confiança da ANPD serão indicados pelo Conselho Diretor e no- tes de tratamento para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou
meados ou designados pelo Diretor-Presidente.” situação contenciosa no âmbito de processos administrativos, de
“Art. 55-J. Compete à ANPD: acordo com o previsto no Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro
I - zelar pela proteção dos dados pessoais, nos termos da le- de 1942;
gislação; XVIII - editar normas, orientações e procedimentos simplifica-
II - zelar pela observância dos segredos comercial e industrial, dos e diferenciados, inclusive quanto aos prazos, para que microem-
observada a proteção de dados pessoais e do sigilo das informações presas e empresas de pequeno porte, bem como iniciativas empre-
quando protegido por lei ou quando a quebra do sigilo violar os sariais de caráter incremental ou disruptivo que se autodeclarem
fundamentos do art. 2º desta Lei; startups ou empresas de inovação, possam adequar-se a esta Lei;
III - elaborar diretrizes para a Política Nacional de Proteção de XIX - garantir que o tratamento de dados de idosos seja efetu-
Dados Pessoais e da Privacidade; ado de maneira simples, clara, acessível e adequada ao seu enten-
IV - fiscalizar e aplicar sanções em caso de tratamento de da- dimento, nos termos desta Lei e da Lei nº 10.741, de 1º de outubro
dos realizado em descumprimento à legislação, mediante processo de 2003 (Estatuto do Idoso);
administrativo que assegure o contraditório, a ampla defesa e o di- XX - deliberar, na esfera administrativa, em caráter terminativo,
reito de recurso; sobre a interpretação desta Lei, as suas competências e os casos
V - apreciar petições de titular contra controlador após com- omissos;
provada pelo titular a apresentação de reclamação ao controlador XXI - comunicar às autoridades competentes as infrações pe-
não solucionada no prazo estabelecido em regulamentação; nais das quais tiver conhecimento;
VI - promover na população o conhecimento das normas e das XXII - comunicar aos órgãos de controle interno o descumpri-
políticas públicas sobre proteção de dados pessoais e das medidas mento do disposto nesta Lei por órgãos e entidades da administra-
de segurança; ção pública federal;
VII - promover e elaborar estudos sobre as práticas nacionais e XXIII - articular-se com as autoridades reguladoras públicas
internacionais de proteção de dados pessoais e privacidade; para exercer suas competências em setores específicos de ativida-
VIII - estimular a adoção de padrões para serviços e produtos des econômicas e governamentais sujeitas à regulação; e
que facilitem o exercício de controle dos titulares sobre seus dados XXIV - implementar mecanismos simplificados, inclusive por
pessoais, os quais deverão levar em consideração as especificidades meio eletrônico, para o registro de reclamações sobre o tratamento
das atividades e o porte dos responsáveis; de dados pessoais em desconformidade com esta Lei.
IX - promover ações de cooperação com autoridades de prote- § 1º Ao impor condicionantes administrativas ao tratamento
ção de dados pessoais de outros países, de natureza internacional de dados pessoais por agente de tratamento privado, sejam eles
ou transnacional; limites, encargos ou sujeições, a ANPD deve observar a exigência
X - dispor sobre as formas de publicidade das operações de tra- de mínima intervenção, assegurados os fundamentos, os princípios
tamento de dados pessoais, respeitados os segredos comercial e e os direitos dos titulares previstos no art. 170 da Constituição Fe-
industrial; deral e nesta Lei.
XI - solicitar, a qualquer momento, às entidades do poder pú- § 2º Os regulamentos e as normas editados pela ANPD devem
blico que realizem operações de tratamento de dados pessoais in- ser precedidos de consulta e audiência públicas, bem como de aná-
forme específico sobre o âmbito, a natureza dos dados e os demais lises de impacto regulatório.
detalhes do tratamento realizado, com a possibilidade de emitir pa- § 3º A ANPD e os órgãos e entidades públicos responsáveis pela
recer técnico complementar para garantir o cumprimento desta Lei; regulação de setores específicos da atividade econômica e gover-
XII - elaborar relatórios de gestão anuais acerca de suas ativi- namental devem coordenar suas atividades, nas correspondentes
dades; esferas de atuação, com vistas a assegurar o cumprimento de suas
XIII - editar regulamentos e procedimentos sobre proteção de atribuições com a maior eficiência e promover o adequado funcio-
dados pessoais e privacidade, bem como sobre relatórios de impac- namento dos setores regulados, conforme legislação específica, e o
to à proteção de dados pessoais para os casos em que o tratamento tratamento de dados pessoais, na forma desta Lei.
representar alto risco à garantia dos princípios gerais de proteção § 4º A ANPD manterá fórum permanente de comunicação, in-
de dados pessoais previstos nesta Lei; clusive por meio de cooperação técnica, com órgãos e entidades da
XIV - ouvir os agentes de tratamento e a sociedade em maté- administração pública responsáveis pela regulação de setores espe-
rias de interesse relevante e prestar contas sobre suas atividades e cíficos da atividade econômica e governamental, a fim de facilitar as
planejamento; competências regulatória, fiscalizatória e punitiva da ANPD.
XV - arrecadar e aplicar suas receitas e publicar, no relatório de § 5º No exercício das competências de que trata o caput deste
gestão a que se refere o inciso XII do caput deste artigo, o detalha- artigo, a autoridade competente deverá zelar pela preservação do
mento de suas receitas e despesas; segredo empresarial e do sigilo das informações, nos termos da lei.

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§ 6º As reclamações colhidas conforme o disposto no inciso V § 4º A participação no Conselho Nacional de Proteção de Dados
do caput deste artigo poderão ser analisadas de forma agregada, e Pessoais e da Privacidade será considerada prestação de serviço pú-
as eventuais providências delas decorrentes poderão ser adotadas blico relevante, não remunerada.”
de forma padronizada.” “Art. 58-B. Compete ao Conselho Nacional de Proteção de Da-
“Art. 55-K. A aplicação das sanções previstas nesta Lei compe- dos Pessoais e da Privacidade:
te exclusivamente à ANPD, e suas competências prevalecerão, no I - propor diretrizes estratégicas e fornecer subsídios para a ela-
que se refere à proteção de dados pessoais, sobre as competências boração da Política Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da
correlatas de outras entidades ou órgãos da administração pública. Privacidade e para a atuação da ANPD;
Parágrafo único. A ANPD articulará sua atuação com outros II - elaborar relatórios anuais de avaliação da execução das
órgãos e entidades com competências sancionatórias e normativas ações da Política Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Pri-
afetas ao tema de proteção de dados pessoais e será o órgão central vacidade;
de interpretação desta Lei e do estabelecimento de normas e dire- III - sugerir ações a serem realizadas pela ANPD;
trizes para a sua implementação.” IV - elaborar estudos e realizar debates e audiências públicas
“Art. 55-L. Constituem receitas da ANPD: sobre a proteção de dados pessoais e da privacidade; e
I - as dotações, consignadas no orçamento geral da União, os V - disseminar o conhecimento sobre a proteção de dados pes-
créditos especiais, os créditos adicionais, as transferências e os re- soais e da privacidade à população.”
passes que lhe forem conferidos; “Art. 65. Esta Lei entra em vigor:
II - as doações, os legados, as subvenções e outros recursos que I - dia 28 de dezembro de 2018, quanto aos arts. 55-A, 55-B, 55-
lhe forem destinados; C, 55-D, 55-E, 55-F, 55-G, 55-H, 55-I, 55-J, 55-K, 55-L, 58-A e 58-B; e
III - os valores apurados na venda ou aluguel de bens móveis e II - 24 (vinte e quatro) meses após a data de sua publicação,
imóveis de sua propriedade; quanto aos demais artigos.” (NR)
IV - os valores apurados em aplicações no mercado financeiro Art. 3º Ficam revogados os §§ 1º e 2º do art. 7º da Lei nº 13.709,
das receitas previstas neste artigo; de 14 de agosto de 2018.
V - (VETADO); Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação
VI - os recursos provenientes de acordos, convênios ou contra- Brasília, 8 de julho de 2019; 198o da Independência e 131o da
tos celebrados com entidades, organismos ou empresas, públicos República.
ou privados, nacionais ou internacionais;
VII - o produto da venda de publicações, material técnico, da-
dos e informações, inclusive para fins de licitação pública.”
“Art. 58-A. O Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais LEI FEDERAL 8.429/1992 E SUAS ALTERAÇÕES.
e da Privacidade será composto de 23 (vinte e três) representantes,
titulares e suplentes, dos seguintes órgãos:
I - 5 (cinco) do Poder Executivo federal; LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992
II - 1 (um) do Senado Federal;
III - 1 (um) da Câmara dos Deputados; Dispõe sobre as sanções aplicáveis em virtude da prática
IV - 1 (um) do Conselho Nacional de Justiça; de atos de improbidade administrativa, de que trata o § 4º do art.
V - 1 (um) do Conselho Nacional do Ministério Público; 37 da Constituição Federal; e dá outras providências. (Redação
VI - 1 (um) do Comitê Gestor da Internet no Brasil; dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
VII - 3 (três) de entidades da sociedade civil com atuação rela-
cionada a proteção de dados pessoais; O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Na-
VIII - 3 (três) de instituições científicas, tecnológicas e de ino- cional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
vação;
IX - 3 (três) de confederações sindicais representativas das ca- CAPÍTULO I
tegorias econômicas do setor produtivo; DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
X - 2 (dois) de entidades representativas do setor empresarial
relacionado à área de tratamento de dados pessoais; e Art. 1º O sistema de responsabilização por atos de improbidade
XI - 2 (dois) de entidades representativas do setor laboral. administrativa tutelará a probidade na organização do Estado e no
§ 1º Os representantes serão designados por ato do Presidente exercício de suas funções, como forma de assegurar a integridade
da República, permitida a delegação. do patrimônio público e social, nos termos desta Lei. (Redação
§ 2º Os representantes de que tratam os incisos I, II, III, IV, V e dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
VI do caput deste artigo e seus suplentes serão indicados pelos titu- Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº
lares dos respectivos órgãos e entidades da administração pública. 14.230, de 2021)
§ 3º Os representantes de que tratam os incisos VII, VIII, IX, X e § 1º Consideram-se atos de improbidade administrativa as con-
XI do caput deste artigo e seus suplentes: dutas dolosas tipificadas nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, ressalvados
I - serão indicados na forma de regulamento; tipos previstos em leis especiais. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
II - não poderão ser membros do Comitê Gestor da Internet no 2021)
Brasil; § 2º Considera-se dolo a vontade livre e consciente de alcançar
III - terão mandato de 2 (dois) anos, permitida 1 (uma) recon- o resultado ilícito tipificado nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, não bas-
dução. tando a voluntariedade do agente. (Incluído pela Lei nº 14.230,
de 2021)
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§ 3º O mero exercício da função ou desempenho de compe- Art. 5° (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021)
tências públicas, sem comprovação de ato doloso com fim ilícito, Art. 6° (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021)
afasta a responsabilidade por ato de improbidade administrativa. Art. 7º Se houver indícios de ato de improbidade, a autoridade
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) que conhecer dos fatos representará ao Ministério Público compe-
§ 4º Aplicam-se ao sistema da improbidade disciplinado nesta tente, para as providências necessárias. (Redação dada pela Lei
Lei os princípios constitucionais do direito administrativo sanciona- nº 14.230, de 2021)
dor. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº
§ 5º Os atos de improbidade violam a probidade na organiza- 14.230, de 2021)
ção do Estado e no exercício de suas funções e a integridade do Art. 8º O sucessor ou o herdeiro daquele que causar dano ao
patrimônio público e social dos Poderes Executivo, Legislativo e Ju- erário ou que se enriquecer ilicitamente estão sujeitos apenas à
diciário, bem como da administração direta e indireta, no âmbito da obrigação de repará-lo até o limite do valor da herança ou do patri-
União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. (Inclu- mônio transferido. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
ído pela Lei nº 14.230, de 2021) Art. 8º-A A responsabilidade sucessória de que trata o art. 8º
§ 6º Estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de improbida- desta Lei aplica-se também na hipótese de alteração contratual, de
de praticados contra o patrimônio de entidade privada que receba transformação, de incorporação, de fusão ou de cisão societária.
subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes pú- (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
blicos ou governamentais, previstos no § 5º deste artigo. (Inclu- Parágrafo único. Nas hipóteses de fusão e de incorporação, a
ído pela Lei nº 14.230, de 2021) responsabilidade da sucessora será restrita à obrigação de repara-
§ 7º Independentemente de integrar a administração indireta, ção integral do dano causado, até o limite do patrimônio transferi-
estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de improbidade prati- do, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções previstas nesta Lei
cados contra o patrimônio de entidade privada para cuja criação decorrentes de atos e de fatos ocorridos antes da data da fusão
ou custeio o erário haja concorrido ou concorra no seu patrimônio ou da incorporação, exceto no caso de simulação ou de evidente
ou receita atual, limitado o ressarcimento de prejuízos, nesse caso, intuito de fraude, devidamente comprovados. (Incluído pela Lei
à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. nº 14.230, de 2021)
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) CAPÍTULO II
§ 8º Não configura improbidade a ação ou omissão decorren- DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
te de divergência interpretativa da lei, baseada em jurisprudência,
ainda que não pacificada, mesmo que não venha a ser posterior- SEÇÃO I
mente prevalecente nas decisões dos órgãos de controle ou dos DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE
tribunais do Poder Judiciário. (Incluído pela Lei nº 14.230, de IMPORTAM ENRIQUECIMENTO ILÍCITO
2021) (Vide ADI 7236)
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público Art. 9º Constitui ato de improbidade administrativa importan-
o agente político, o servidor público e todo aquele que exerce, ain- do em enriquecimento ilícito auferir, mediante a prática de ato do-
da que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nome- loso, qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do
ação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investi- exercício de cargo, de mandato, de função, de emprego ou de ati-
dura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades vidade nas entidades referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente:
referidas no art. 1º desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 14.230, (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
de 2021) I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou
Parágrafo único. No que se refere a recursos de origem pública, imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indire-
sujeita-se às sanções previstas nesta Lei o particular, pessoa física ta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de
ou jurídica, que celebra com a administração pública convênio, con- quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido
trato de repasse, contrato de gestão, termo de parceria, termo de ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do
cooperação ou ajuste administrativo equivalente. (Incluído pela agente público;
Lei nº 14.230, de 2021) II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para fa-
Art. 3º As disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber, cilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou
àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por
dolosamente para a prática do ato de improbidade. (Redação preço superior ao valor de mercado;
dada pela Lei nº 14.230, de 2021) III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para fa-
§ 1º Os sócios, os cotistas, os diretores e os colaboradores de cilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o forne-
pessoa jurídica de direito privado não respondem pelo ato de im- cimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de
probidade que venha a ser imputado à pessoa jurídica, salvo se, mercado;
comprovadamente, houver participação e benefícios diretos, caso IV - utilizar, em obra ou serviço particular, qualquer bem móvel,
em que responderão nos limites da sua participação. (Incluído de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades referidas
pela Lei nº 14.230, de 2021) no art. 1º desta Lei, bem como o trabalho de servidores, de empre-
§ 2º As sanções desta Lei não se aplicarão à pessoa jurídica, gados ou de terceiros contratados por essas entidades; (Redação
caso o ato de improbidade administrativa seja também sanciona- dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
do como ato lesivo à administração pública de que trata a Lei nº V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta
12.846, de 1º de agosto de 2013. (Incluído pela Lei nº 14.230, ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar,
de 2021) de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qual-
Art. 4° (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021) quer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
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VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem
ou indireta, para fazer declaração falsa sobre qualquer dado técni- ou serviço por preço superior ao de mercado;
co que envolva obras públicas ou qualquer outro serviço ou sobre VI - realizar operação financeira sem observância das normas
quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercado- legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidô-
rias ou bens fornecidos a qualquer das entidades referidas no art. nea;
1º desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a obser-
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de manda- vância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à es-
to, de cargo, de emprego ou de função pública, e em razão deles, pécie;
bens de qualquer natureza, decorrentes dos atos descritos no caput VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo
deste artigo, cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimô- seletivo para celebração de parcerias com entidades sem fins lucra-
nio ou à renda do agente público, assegurada a demonstração pelo tivos, ou dispensá-los indevidamente, acarretando perda patrimo-
agente da licitude da origem dessa evolução; (Redação dada nial efetiva; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
pela Lei nº 14.230, de 2021) IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autoriza-
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de con- das em lei ou regulamento;
sultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que te- X - agir ilicitamente na arrecadação de tributo ou de renda,
nha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio públi-
omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a co; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
atividade; XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas
IX - perceber vantagem econômica para intermediar a libera- pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irre-
ção ou aplicação de verba pública de qualquer natureza; gular;
X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enri-
ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declara- queça ilicitamente;
ção a que esteja obrigado; XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veí-
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, culos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza,
rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das en- de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencio-
tidades mencionadas no art. 1° desta lei; nadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público,
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores empregados ou terceiros contratados por essas entidades.
integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por
art. 1° desta lei. objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão associa-
da sem observar as formalidades previstas na lei; (Incluído pela
SEÇÃO II Lei nº 11.107, de 2005)
DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE CAUSAM XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem su-
PREJUÍZO AO ERÁRIO ficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as forma-
lidades previstas na lei. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorpo-
lesão ao erário qualquer ação ou omissão dolosa, que enseje, efe- ração, ao patrimônio particular de pessoa física ou jurídica, de bens,
tiva e comprovadamente, perda patrimonial, desvio, apropriação, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades pública a entidades privadas mediante celebração de parcerias, sem
referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente: (Redação dada a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis
pela Lei nº 14.230, de 2021) à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)
I - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a indevida XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica
incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, privada utilize bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos
de bens, de rendas, de verbas ou de valores integrantes do acervo pela administração pública a entidade privada mediante celebração
patrimonial das entidades referidas no art. 1º desta Lei; (Reda- de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regula-
ção dada pela Lei nº 14.230, de 2021) mentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica pri- 2014) (Vigência)
vada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo XVIII - celebrar parcerias da administração pública com entida-
patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a des privadas sem a observância das formalidades legais ou regula-
observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis mentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de
à espécie; 2014) (Vigência)
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente desper- XIX - agir para a configuração de ilícito na celebração, na fisca-
sonalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, ren- lização e na análise das prestações de contas de parcerias firmadas
das, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades pela administração pública com entidades privadas; (Redação
mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
legais e regulamentares aplicáveis à espécie; XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de pública com entidades privadas sem a estrita observância das nor-
bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades referidas mas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação
no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, irregular. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014, com a redação
por preço inferior ao de mercado; dada pela Lei nº 13.204, de 2015)

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XXI - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes
2021) da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com-
XXII - conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tribu- preendido o ajuste mediante designações recíprocas; (Incluído
tário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei pela Lei nº 14.230, de 2021)
Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. (Incluído pela XII - praticar, no âmbito da administração pública e com recur-
Lei nº 14.230, de 2021) sos do erário, ato de publicidade que contrarie o disposto no § 1º
§ 1º Nos casos em que a inobservância de formalidades legais do art. 37 da Constituição Federal, de forma a promover inequívoco
ou regulamentares não implicar perda patrimonial efetiva, não enaltecimento do agente público e personalização de atos, de pro-
ocorrerá imposição de ressarcimento, vedado o enriquecimento gramas, de obras, de serviços ou de campanhas dos órgãos públi-
sem causa das entidades referidas no art. 1º desta Lei. (Incluído cos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
pela Lei nº 14.230, de 2021) § 1º Nos termos da Convenção das Nações Unidas contra a
§ 2º A mera perda patrimonial decorrente da atividade econô- Corrupção, promulgada pelo Decreto nº 5.687, de 31 de janeiro
mica não acarretará improbidade administrativa, salvo se compro- de 2006, somente haverá improbidade administrativa, na aplica-
vado ato doloso praticado com essa finalidade. (Incluído pela Lei ção deste artigo, quando for comprovado na conduta funcional do
nº 14.230, de 2021) agente público o fim de obter proveito ou benefício indevido para si
SEÇÃO II-A ou para outra pessoa ou entidade. (Incluído pela Lei nº 14.230,
(REVOGADO PELA LEI Nº 14.230, DE 2021) de 2021)
§ 2º Aplica-se o disposto no § 1º deste artigo a quaisquer atos
Art. 10-A. (Revogado pela Lei nº 14.230, de 2021) de improbidade administrativa tipificados nesta Lei e em leis espe-
Seção III ciais e a quaisquer outros tipos especiais de improbidade adminis-
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra trativa instituídos por lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
os Princípios da Administração Pública § 3º O enquadramento de conduta funcional na categoria de
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta que trata este artigo pressupõe a demonstração objetiva da prática
contra os princípios da administração pública a ação ou omissão de ilegalidade no exercício da função pública, com a indicação das
dolosa que viole os deveres de honestidade, de imparcialidade e de normas constitucionais, legais ou infralegais violadas. (Incluído
legalidade, caracterizada por uma das seguintes condutas: (Re- pela Lei nº 14.230, de 2021)
dação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) § 4º Os atos de improbidade de que trata este artigo exigem
I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) lesividade relevante ao bem jurídico tutelado para serem passíveis
II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) de sancionamento e independem do reconhecimento da produção
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão de danos ao erário e de enriquecimento ilícito dos agentes públicos.
das atribuições e que deva permanecer em segredo, propiciando (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
beneficiamento por informação privilegiada ou colocando em risco § 5º Não se configurará improbidade a mera nomeação ou indi-
a segurança da sociedade e do Estado; (Redação dada pela Lei cação política por parte dos detentores de mandatos eletivos, sen-
nº 14.230, de 2021) do necessária a aferição de dolo com finalidade ilícita por parte do
IV - negar publicidade aos atos oficiais, exceto em razão de sua agente. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
imprescindibilidade para a segurança da sociedade e do Estado ou
de outras hipóteses instituídas em lei; (Redação dada pela Lei CAPÍTULO III
nº 14.230, de 2021) DAS PENAS
V - frustrar, em ofensa à imparcialidade, o caráter concorrencial
de concurso público, de chamamento ou de procedimento licitató- Art. 12. Independentemente do ressarcimento integral do
rio, com vistas à obtenção de benefício próprio, direto ou indireto, dano patrimonial, se efetivo, e das sanções penais comuns e de
ou de terceiros; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) responsabilidade, civis e administrativas previstas na legislação
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo, específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito
desde que disponha das condições para isso, com vistas a ocultar às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada
irregularidades; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de tercei- (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
ro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou I - na hipótese do art. 9º desta Lei, perda dos bens ou valores
econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço. acrescidos ilicitamente ao patrimônio, perda da função pública, sus-
VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização pensão dos direitos políticos até 14 (catorze) anos, pagamento de
e aprovação de contas de parcerias firmadas pela administração pú- multa civil equivalente ao valor do acréscimo patrimonial e proibi-
blica com entidades privadas. (Vide Medida Provisória nº 2.088- ção de contratar com o poder público ou de receber benefícios ou
35, de 2000) (Redação dada pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vi- incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que
gência) por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário,
IX - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) pelo prazo não superior a 14 (catorze) anos; (Redação dada pela
X - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) Lei nº 14.230, de 2021)
XI - nomear cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, II - na hipótese do art. 10 desta Lei, perda dos bens ou valores
colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autori- acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstân-
dade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido cia, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos até 12
em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de (doze) anos, pagamento de multa civil equivalente ao valor do dano
cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada e proibição de contratar com o poder público ou de receber bene-
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fícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, § 10. Para efeitos de contagem do prazo da sanção de suspen-
ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio ma- são dos direitos políticos, computar-se-á retroativamente o inter-
joritário, pelo prazo não superior a 12 (doze) anos; (Redação valo de tempo entre a decisão colegiada e o trânsito em julgado da
dada pela Lei nº 14.230, de 2021) sentença condenatória. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
III - na hipótese do art. 11 desta Lei, pagamento de multa civil (Vide ADI 7236)
de até 24 (vinte e quatro) vezes o valor da remuneração percebida
pelo agente e proibição de contratar com o poder público ou de CAPÍTULO IV
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou in- DA DECLARAÇÃO DE BENS
diretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual
seja sócio majoritário, pelo prazo não superior a 4 (quatro) anos; Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicio-
(Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) nados à apresentação de declaração de imposto de renda e proven-
IV - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) tos de qualquer natureza, que tenha sido apresentada à Secretaria
Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº Especial da Receita Federal do Brasil, a fim de ser arquivada no ser-
14.230, de 2021) viço de pessoal competente. (Redação dada pela Lei nº 14.230,
§ 1º A sanção de perda da função pública, nas hipóteses dos in- de 2021)
cisos I e II do caput deste artigo, atinge apenas o vínculo de mesma § 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de
qualidade e natureza que o agente público ou político detinha com 2021)
o poder público na época do cometimento da infração, podendo o § 2º A declaração de bens a que se refere o caput deste arti-
magistrado, na hipótese do inciso I do caput deste artigo, e em ca- go será atualizada anualmente e na data em que o agente público
ráter excepcional, estendê-la aos demais vínculos, consideradas as deixar o exercício do mandato, do cargo, do emprego ou da função.
circunstâncias do caso e a gravidade da infração. (Incluído pela (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7236) § 3º Será apenado com a pena de demissão, sem prejuízo de
§ 2º A multa pode ser aumentada até o dobro, se o juiz conside- outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar a
rar que, em virtude da situação econômica do réu, o valor calculado declaração dos bens a que se refere o caput deste artigo dentro do
na forma dos incisos I, II e III do caput deste artigo é ineficaz para prazo determinado ou que prestar declaração falsa. (Redação
reprovação e prevenção do ato de improbidade. (Incluído pela dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Lei nº 14.230, de 2021) § 4º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de
§ 3º Na responsabilização da pessoa jurídica, deverão ser con- 2021)
siderados os efeitos econômicos e sociais das sanções, de modo a CAPÍTULO V
viabilizar a manutenção de suas atividades. (Incluído pela Lei DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E DO PROCESSO
nº 14.230, de 2021) JUDICIAL
§ 4º Em caráter excepcional e por motivos relevantes devida-
mente justificados, a sanção de proibição de contratação com o Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade ad-
poder público pode extrapolar o ente público lesado pelo ato de ministrativa competente para que seja instaurada investigação des-
improbidade, observados os impactos econômicos e sociais das tinada a apurar a prática de ato de improbidade.
sanções, de forma a preservar a função social da pessoa jurídica, § 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e
conforme disposto no § 3º deste artigo. (Incluído pela Lei nº assinada, conterá a qualificação do representante, as informações
14.230, de 2021) sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha
§ 5º No caso de atos de menor ofensa aos bens jurídicos tute- conhecimento.
lados por esta Lei, a sanção limitar-se-á à aplicação de multa, sem § 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em
prejuízo do ressarcimento do dano e da perda dos valores obtidos, despacho fundamentado, se esta não contiver as formalidades es-
quando for o caso, nos termos do caput deste artigo. (Incluído tabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a represen-
pela Lei nº 14.230, de 2021) tação ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei.
§ 6º Se ocorrer lesão ao patrimônio público, a reparação do § 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade
dano a que se refere esta Lei deverá deduzir o ressarcimento ocorri- determinará a imediata apuração dos fatos, observada a legislação
do nas instâncias criminal, civil e administrativa que tiver por objeto que regula o processo administrativo disciplinar aplicável ao agen-
os mesmos fatos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) te. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 7º As sanções aplicadas a pessoas jurídicas com base nesta Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Minis-
Lei e na Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, deverão observar tério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência de
o princípio constitucional do non bis in idem. (Incluído pela Lei procedimento administrativo para apurar a prática de ato de im-
nº 14.230, de 2021) probidade.
§ 8º A sanção de proibição de contratação com o poder público Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho
deverá constar do Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Sus- de Contas poderá, a requerimento, designar representante para
pensas (CEIS) de que trata a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, acompanhar o procedimento administrativo.
observadas as limitações territoriais contidas em decisão judicial, Art. 16. Na ação por improbidade administrativa poderá ser
conforme disposto no § 4º deste artigo. (Incluído pela Lei nº formulado, em caráter antecedente ou incidente, pedido de indis-
14.230, de 2021) ponibilidade de bens dos réus, a fim de garantir a integral recom-
§ 9º As sanções previstas neste artigo somente poderão ser posição do erário ou do acréscimo patrimonial resultante de enri-
executadas após o trânsito em julgado da sentença condenatória. quecimento ilícito. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
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§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de § 12. O juiz, ao apreciar o pedido de indisponibilidade de bens
2021) do réu a que se refere o caput deste artigo, observará os efeitos
§ 1º-A O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere práticos da decisão, vedada a adoção de medida capaz de acarretar
o caput deste artigo poderá ser formulado independentemente da prejuízo à prestação de serviços públicos. (Incluído pela Lei nº
representação de que trata o art. 7º desta Lei. (Incluído pela Lei 14.230, de 2021)
nº 14.230, de 2021) § 13. É vedada a decretação de indisponibilidade da quantia de
§ 2º Quando for o caso, o pedido de indisponibilidade de bens a até 40 (quarenta) salários mínimos depositados em caderneta de
que se refere o caput deste artigo incluirá a investigação, o exame e poupança, em outras aplicações financeiras ou em conta-corrente.
o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras man- (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
tidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados § 14. É vedada a decretação de indisponibilidade do bem de
internacionais. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) família do réu, salvo se comprovado que o imóvel seja fruto de van-
§ 3º O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere o tagem patrimonial indevida, conforme descrito no art. 9º desta Lei.
caput deste artigo apenas será deferido mediante a demonstração (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
no caso concreto de perigo de dano irreparável ou de risco ao re- Art. 17. A ação para a aplicação das sanções de que trata esta
sultado útil do processo, desde que o juiz se convença da probabili- Lei será proposta pelo Ministério Público e seguirá o procedimento
dade da ocorrência dos atos descritos na petição inicial com funda- comum previsto na Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código
mento nos respectivos elementos de instrução, após a oitiva do réu de Processo Civil), salvo o disposto nesta Lei. (Redação dada
em 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7042) (Vide ADI 7043)
§ 4º A indisponibilidade de bens poderá ser decretada sem a § 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de
oitiva prévia do réu, sempre que o contraditório prévio puder com- 2021)
provadamente frustrar a efetividade da medida ou houver outras § 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de
circunstâncias que recomendem a proteção liminar, não podendo a 2021)
urgência ser presumida. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 3º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de
§ 5º Se houver mais de um réu na ação, a somatória dos valores 2021)
declarados indisponíveis não poderá superar o montante indicado § 4º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
na petição inicial como dano ao erário ou como enriquecimento ilí- § 4º-A A ação a que se refere o caput deste artigo deverá ser
cito. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) proposta perante o foro do local onde ocorrer o dano ou da pessoa
§ 6º O valor da indisponibilidade considerará a estimativa de jurídica prejudicada. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
dano indicada na petição inicial, permitida a sua substituição por § 5º A propositura da ação a que se refere o caput deste ar-
caução idônea, por fiança bancária ou por seguro-garantia judicial, tigo prevenirá a competência do juízo para todas as ações poste-
a requerimento do réu, bem como a sua readequação durante a riormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o
instrução do processo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) mesmo objeto. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 7º A indisponibilidade de bens de terceiro dependerá da de- § 6º A petição inicial observará o seguinte: (Redação dada
monstração da sua efetiva concorrência para os atos ilícitos apu- pela Lei nº 14.230, de 2021)
rados ou, quando se tratar de pessoa jurídica, da instauração de I - deverá individualizar a conduta do réu e apontar os elemen-
incidente de desconsideração da personalidade jurídica, a ser pro- tos probatórios mínimos que demonstrem a ocorrência das hipóte-
cessado na forma da lei processual. (Incluído pela Lei nº 14.230, ses dos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei e de sua autoria, salvo impossibili-
de 2021) dade devidamente fundamentada; (Incluído pela Lei nº 14.230,
§ 8º Aplica-se à indisponibilidade de bens regida por esta Lei, de 2021)
no que for cabível, o regime da tutela provisória de urgência da II - será instruída com documentos ou justificação que con-
Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). tenham indícios suficientes da veracidade dos fatos e do dolo
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) imputado ou com razões fundamentadas da impossibilidade de
§ 9º Da decisão que deferir ou indeferir a medida relativa à in- apresentação de qualquer dessas provas, observada a legislação vi-
disponibilidade de bens caberá agravo de instrumento, nos termos gente, inclusive as disposições constantes dos arts. 77 e 80 da Lei nº
da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). (In-
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) cluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 10. A indisponibilidade recairá sobre bens que assegurem § 6º-A O Ministério Público poderá requerer as tutelas provi-
exclusivamente o integral ressarcimento do dano ao erário, sem in- sórias adequadas e necessárias, nos termos dos arts. 294 a 310 da
cidir sobre os valores a serem eventualmente aplicados a título de Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil
multa civil ou sobre acréscimo patrimonial decorrente de atividade (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021), (Vide ADI 7042) (Vide
lícita. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) ADI 7043)
§ 11. A ordem de indisponibilidade de bens deverá priorizar ve- § 6º-B A petição inicial será rejeitada nos casos do art. 330 da
ículos de via terrestre, bens imóveis, bens móveis em geral, semo- Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil),
ventes, navios e aeronaves, ações e quotas de sociedades simples bem como quando não preenchidos os requisitos a que se referem
e empresárias, pedras e metais preciosos e, apenas na inexistência os incisos I e II do § 6º deste artigo, ou ainda quando manifestamen-
desses, o bloqueio de contas bancárias, de forma a garantir a sub- te inexistente o ato de improbidade imputado. (Incluído pela
sistência do acusado e a manutenção da atividade empresária ao Lei nº 14.230, de 2021)
longo do processo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)

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§ 7º Se a petição inicial estiver em devida forma, o juiz mandará § 15. Se a imputação envolver a desconsideração de pessoa ju-
autuá-la e ordenará a citação dos requeridos para que a contestem rídica, serão observadas as regras previstas nos arts. 133, 134, 135,
no prazo comum de 30 (trinta) dias, iniciado o prazo na forma do 136 e 137 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de
art. 231 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Pro- Processo Civil). (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
cesso Civil). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) § 16. A qualquer momento, se o magistrado identificar a exis-
§ 8º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de tência de ilegalidades ou de irregularidades administrativas a se-
2021) rem sanadas sem que estejam presentes todos os requisitos para
§ 9º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de a imposição das sanções aos agentes incluídos no polo passivo da
2021) demanda, poderá, em decisão motivada, converter a ação de im-
§ 9º-A Da decisão que rejeitar questões preliminares suscitadas probidade administrativa em ação civil pública, regulada pela Lei
pelo réu em sua contestação caberá agravo de instrumento. (In- nº 7.347, de 24 de julho de 1985. (Incluído pela Lei nº 14.230,
cluído pela Lei nº 14.230, de 2021) de 2021)
§ 10. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de § 17. Da decisão que converter a ação de improbidade em ação
2021) civil pública caberá agravo de instrumento. (Incluído pela Lei nº
§ 10-A. Havendo a possibilidade de solução consensual, pode- 14.230, de 2021)
rão as partes requerer ao juiz a interrupção do prazo para a contes- § 18. Ao réu será assegurado o direito de ser interrogado sobre
tação, por prazo não superior a 90 (noventa) dias. (Incluído pela os fatos de que trata a ação, e a sua recusa ou o seu silêncio não
Lei nº 13.964, de 2019) implicarão confissão. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 10-B. Oferecida a contestação e, se for o caso, ouvido o autor, § 19. Não se aplicam na ação de improbidade administrativa:
o juiz: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
I - procederá ao julgamento conforme o estado do processo, I - a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor em
observada a eventual inexistência manifesta do ato de improbida- caso de revelia; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
de; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) II - a imposição de ônus da prova ao réu, na forma dos §§ 1º e
II - poderá desmembrar o litisconsórcio, com vistas a otimizar 2º do art. 373 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de
a instrução processual. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Processo Civil); (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 10-C. Após a réplica do Ministério Público, o juiz proferirá III - o ajuizamento de mais de uma ação de improbidade admi-
decisão na qual indicará com precisão a tipificação do ato de im- nistrativa pelo mesmo fato, competindo ao Conselho Nacional do
probidade administrativa imputável ao réu, sendo-lhe vedado mo- Ministério Público dirimir conflitos de atribuições entre membros
dificar o fato principal e a capitulação legal apresentada pelo autor. de Ministérios Públicos distintos; (Incluído pela Lei nº 14.230,
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7042) (Vide ADI de 2021)
7043) IV - o reexame obrigatório da sentença de improcedência ou de
§ 10-D. Para cada ato de improbidade administrativa, deverá extinção sem resolução de mérito. (Incluído pela Lei nº 14.230,
necessariamente ser indicado apenas um tipo dentre aqueles pre- de 2021)
vistos nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, § 20. A assessoria jurídica que emitiu o parecer atestando a
de 2021) legalidade prévia dos atos administrativos praticados pelo adminis-
§ 10-E. Proferida a decisão referida no § 10-C deste artigo, as trador público ficará obrigada a defendê-lo judicialmente, caso este
partes serão intimadas a especificar as provas que pretendem pro- venha a responder ação por improbidade administrativa, até que
duzir. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) a decisão transite em julgado. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
§ 10-F. Será nula a decisão de mérito total ou parcial da ação de 2021) (Vide ADI 7042) (Vide ADI 7043)
improbidade administrativa que: (Incluído pela Lei nº 14.230, § 21. Das decisões interlocutórias caberá agravo de instrumen-
de 2021) to, inclusive da decisão que rejeitar questões preliminares suscita-
I - condenar o requerido por tipo diverso daquele definido na das pelo réu em sua contestação. (Incluído pela Lei nº 14.230,
petição inicial; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) de 2021)
II - condenar o requerido sem a produção das provas por ele Art. 17-A. (VETADO): (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
tempestivamente especificadas. (Incluído pela Lei nº 14.230, I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
de 2021) II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 11. Em qualquer momento do processo, verificada a inexis- III - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
tência do ato de improbidade, o juiz julgará a demanda improce- § 1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
dente. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) § 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 12. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de § 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
2021) § 4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 13. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de § 5º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
2021) Art. 17-B. O Ministério Público poderá, conforme as circuns-
§ 14. Sem prejuízo da citação dos réus, a pessoa jurídica in- tâncias do caso concreto, celebrar acordo de não persecução civil,
teressada será intimada para, caso queira, intervir no processo. desde que dele advenham, ao menos, os seguintes resultados:
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7042) (Vide ADI (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7042) (Vide ADI
7043) 7043)
I - o integral ressarcimento do dano; (Incluído pela Lei nº
14.230, de 2021)

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II - a reversão à pessoa jurídica lesada da vantagem indevida III - considerar os obstáculos e as dificuldades reais do gestor
obtida, ainda que oriunda de agentes privados. (Incluído pela e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos
Lei nº 14.230, de 2021) direitos dos administrados e das circunstâncias práticas que houve-
§ 1º A celebração do acordo a que se refere o caput deste arti- rem imposto, limitado ou condicionado a ação do agente; (Inclu-
go dependerá, cumulativamente: (Incluído pela Lei nº 14.230, ído pela Lei nº 14.230, de 2021)
de 2021) IV - considerar, para a aplicação das sanções, de forma isolada
I - da oitiva do ente federativo lesado, em momento anterior ou ou cumulativa: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
posterior à propositura da ação; (Incluído pela Lei nº 14.230, a) os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade; (In-
de 2021) cluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
II - de aprovação, no prazo de até 60 (sessenta) dias, pelo ór- b) a natureza, a gravidade e o impacto da infração cometida;
gão do Ministério Público competente para apreciar as promoções (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
de arquivamento de inquéritos civis, se anterior ao ajuizamento da c) a extensão do dano causado; (Incluído pela Lei nº 14.230,
ação; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) de 2021)
III - de homologação judicial, independentemente de o acordo d) o proveito patrimonial obtido pelo agente; (Incluído pela
ocorrer antes ou depois do ajuizamento da ação de improbidade Lei nº 14.230, de 2021)
administrativa. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) e) as circunstâncias agravantes ou atenuantes; (Incluído pela
§ 2º Em qualquer caso, a celebração do acordo a que se refere Lei nº 14.230, de 2021)
o caput deste artigo considerará a personalidade do agente, a natu- f) a atuação do agente em minorar os prejuízos e as consequ-
reza, as circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do ato de ências advindas de sua conduta omissiva ou comissiva; (Incluído
improbidade, bem como as vantagens, para o interesse público, da pela Lei nº 14.230, de 2021)
rápida solução do caso. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) g) os antecedentes do agente; (Incluído pela Lei nº 14.230,
§ 3º Para fins de apuração do valor do dano a ser ressarcido, de 2021)
deverá ser realizada a oitiva do Tribunal de Contas competente, que V - considerar na aplicação das sanções a dosimetria das san-
se manifestará, com indicação dos parâmetros utilizados, no prazo ções relativas ao mesmo fato já aplicadas ao agente; (Incluído
de 90 (noventa) dias. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide pela Lei nº 14.230, de 2021)
ADI 7236) VI - considerar, na fixação das penas relativamente ao terceiro,
§ 4º O acordo a que se refere o caput deste artigo poderá ser quando for o caso, a sua atuação específica, não admitida a sua
celebrado no curso da investigação de apuração do ilícito, no curso responsabilização por ações ou omissões para as quais não tiver
da ação de improbidade ou no momento da execução da sentença concorrido ou das quais não tiver obtido vantagens patrimoniais
condenatória. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) indevidas; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 5º As negociações para a celebração do acordo a que se re- VII - indicar, na apuração da ofensa a princípios, critérios objeti-
fere o caput deste artigo ocorrerão entre o Ministério Público, de vos que justifiquem a imposição da sanção. (Incluído pela Lei nº
um lado, e, de outro, o investigado ou demandado e o seu defensor. 14.230, de 2021)
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7042) (Vide ADI § 1º A ilegalidade sem a presença de dolo que a qualifique não
7043) configura ato de improbidade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
§ 6º O acordo a que se refere o caput deste artigo poderá con- 2021)
templar a adoção de mecanismos e procedimentos internos de in- § 2º Na hipótese de litisconsórcio passivo, a condenação ocor-
tegridade, de auditoria e de incentivo à denúncia de irregularidades rerá no limite da participação e dos benefícios diretos, vedada qual-
e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito quer solidariedade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
da pessoa jurídica, se for o caso, bem como de outras medidas em § 3º Não haverá remessa necessária nas sentenças de que trata
favor do interesse público e de boas práticas administrativas. (In- esta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
cluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Art. 17-D. A ação por improbidade administrativa é repressiva,
§ 7º Em caso de descumprimento do acordo a que se refere o de caráter sancionatório, destinada à aplicação de sanções de ca-
caput deste artigo, o investigado ou o demandado ficará impedido ráter pessoal previstas nesta Lei, e não constitui ação civil, vedado
de celebrar novo acordo pelo prazo de 5 (cinco) anos, contado do seu ajuizamento para o controle de legalidade de políticas públicas
conhecimento pelo Ministério Público do efetivo descumprimento. e para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7042) (Vide ADI e de outros interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos.
7043) (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 17-C. A sentença proferida nos processos a que se refere Parágrafo único. Ressalvado o disposto nesta Lei, o controle
esta Lei deverá, além de observar o disposto no art. 489 da Lei nº de legalidade de políticas públicas e a responsabilidade de agentes
13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil): (In- públicos, inclusive políticos, entes públicos e governamentais, por
cluído pela Lei nº 14.230, de 2021) danos ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor
I - indicar de modo preciso os fundamentos que demonstram artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, a qualquer ou-
os elementos a que se referem os arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, que tro interesse difuso ou coletivo, à ordem econômica, à ordem urba-
não podem ser presumidos; (Incluído pela Lei nº 14.230, de nística, à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos
2021) e ao patrimônio público e social submetem-se aos termos da Lei nº
II - considerar as consequências práticas da decisão, sempre 7.347, de 24 de julho de 1985. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
que decidir com base em valores jurídicos abstratos; (Incluído 2021)
pela Lei nº 14.230, de 2021)

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Art. 18. A sentença que julgar procedente a ação fundada nos § 2º O afastamento previsto no § 1º deste artigo será de até
arts. 9º e 10 desta Lei condenará ao ressarcimento dos danos e à 90 (noventa) dias, prorrogáveis uma única vez por igual prazo, me-
perda ou à reversão dos bens e valores ilicitamente adquiridos, con- diante decisão motivada. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
forme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito. Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:
(Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021) I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo
§ 1º Se houver necessidade de liquidação do dano, a pessoa quanto à pena de ressarcimento e às condutas previstas no art. 10
jurídica prejudicada procederá a essa determinação e ao ulterior desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
procedimento para cumprimento da sentença referente ao ressar- II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle
cimento do patrimônio público ou à perda ou à reversão dos bens. interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas.
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) § 1º Os atos do órgão de controle interno ou externo serão con-
§ 2º Caso a pessoa jurídica prejudicada não adote as providên- siderados pelo juiz quando tiverem servido de fundamento para a
cias a que se refere o § 1º deste artigo no prazo de 6 (seis) meses, conduta do agente público. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
contado do trânsito em julgado da sentença de procedência da § 2º As provas produzidas perante os órgãos de controle e as
ação, caberá ao Ministério Público proceder à respectiva liquidação correspondentes decisões deverão ser consideradas na formação
do dano e ao cumprimento da sentença referente ao ressarcimento da convicção do juiz, sem prejuízo da análise acerca do dolo na con-
do patrimônio público ou à perda ou à reversão dos bens, sem pre- duta do agente. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
juízo de eventual responsabilização pela omissão verificada. (In- § 3º As sentenças civis e penais produzirão efeitos em relação à
cluído pela Lei nº 14.230, de 2021) ação de improbidade quando concluírem pela inexistência da con-
§ 3º Para fins de apuração do valor do ressarcimento, deverão duta ou pela negativa da autoria. (Incluído pela Lei nº 14.230,
ser descontados os serviços efetivamente prestados. (Incluído de 2021)
pela Lei nº 14.230, de 2021) § 4º A absolvição criminal em ação que discuta os mesmos fa-
§ 4º O juiz poderá autorizar o parcelamento, em até 48 (qua- tos, confirmada por decisão colegiada, impede o trâmite da ação da
renta e oito) parcelas mensais corrigidas monetariamente, do débi- qual trata esta Lei, havendo comunicação com todos os fundamen-
to resultante de condenação pela prática de improbidade adminis- tos de absolvição previstos no art. 386 do Decreto-Lei nº 3.689, de
trativa se o réu demonstrar incapacidade financeira de saldá-lo de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal). (Incluído pela
imediato. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7236)
Art. 18-A. A requerimento do réu, na fase de cumprimento da § 5º Sanções eventualmente aplicadas em outras esferas deve-
sentença, o juiz unificará eventuais sanções aplicadas com outras rão ser compensadas com as sanções aplicadas nos termos desta
já impostas em outros processos, tendo em vista a eventual con- Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
tinuidade de ilícito ou a prática de diversas ilicitudes, observado o Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta Lei, o Minis-
seguinte: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) tério Público, de ofício, a requerimento de autoridade administrati-
I - no caso de continuidade de ilícito, o juiz promoverá a maior va ou mediante representação formulada de acordo com o disposto
sanção aplicada, aumentada de 1/3 (um terço), ou a soma das pe- no art. 14 desta Lei, poderá instaurar inquérito civil ou procedimen-
nas, o que for mais benéfico ao réu; (Incluído pela Lei nº 14.230, to investigativo assemelhado e requisitar a instauração de inquérito
de 2021) policial. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
II - no caso de prática de novos atos ilícitos pelo mesmo sujeito, Parágrafo único. Na apuração dos ilícitos previstos nesta Lei,
o juiz somará as sanções. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) será garantido ao investigado a oportunidade de manifestação por
Parágrafo único. As sanções de suspensão de direitos políticos escrito e de juntada de documentos que comprovem suas alega-
e de proibição de contratar ou de receber incentivos fiscais ou cre- ções e auxiliem na elucidação dos fatos. (Incluído pela Lei nº
ditícios do poder público observarão o limite máximo de 20 (vinte) 14.230, de 2021)
anos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) CAPÍTULO VII
DA PRESCRIÇÃO
CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES PENAIS Art. 23. A ação para a aplicação das sanções previstas nesta Lei
prescreve em 8 (oito) anos, contados a partir da ocorrência do fato
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbida- ou, no caso de infrações permanentes, do dia em que cessou a per-
de contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor manência. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
da denúncia o sabe inocente. I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Pena: detenção de seis a dez meses e multa. II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está su- III - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
jeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais ou à § 1º A instauração de inquérito civil ou de processo administra-
imagem que houver provocado. tivo para apuração dos ilícitos referidos nesta Lei suspende o curso
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos do prazo prescricional por, no máximo, 180 (cento e oitenta) dias
políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença con- corridos, recomeçando a correr após a sua conclusão ou, caso não
denatória. concluído o processo, esgotado o prazo de suspensão. (Incluído
§ 1º A autoridade judicial competente poderá determinar o pela Lei nº 14.230, de 2021)
afastamento do agente público do exercício do cargo, do emprego § 2º O inquérito civil para apuração do ato de improbidade será
ou da função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida for concluído no prazo de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias corri-
necessária à instrução processual ou para evitar a iminente prática dos, prorrogável uma única vez por igual período, mediante ato fun-
de novos ilícitos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
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damentado submetido à revisão da instância competente do órgão CAPÍTULO VIII


ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica. (Inclu- DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
ído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 3º Encerrado o prazo previsto no § 2º deste artigo, a ação Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
deverá ser proposta no prazo de 30 (trinta) dias, se não for caso de Art. 25. Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de junho de
arquivamento do inquérito civil. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 1957, e 3.502, de 21 de dezembro de 1958 e demais disposições
2021) em contrário.
§ 4º O prazo da prescrição referido no caput deste artigo inter- Rio de Janeiro, 2 de junho de 1992; 171° da Independência e
rompe-se: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 104° da República.
I - pelo ajuizamento da ação de improbidade administrativa;
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
II - pela publicação da sentença condenatória; (Incluído
pela Lei nº 14.230, de 2021) DECRETO FEDERAL Nº 11.129/2022.
III - pela publicação de decisão ou acórdão de Tribunal de Jus-
tiça ou Tribunal Regional Federal que confirma sentença condena-
tória ou que reforma sentença de improcedência; (Incluído pela DECRETO Nº 11.129, DE 11 DE JULHO DE 2022
Lei nº 14.230, de 2021)
IV - pela publicação de decisão ou acórdão do Superior Tribu- Vigência
nal de Justiça que confirma acórdão condenatório ou que reforma Regulamenta a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, que
acórdão de improcedência; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas
V - pela publicação de decisão ou acórdão do Supremo Tribunal jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacio-
Federal que confirma acórdão condenatório ou que reforma acór- nal ou estrangeira.
dão de improcedência. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 5º Interrompida a prescrição, o prazo recomeça a correr do O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe
dia da interrupção, pela metade do prazo previsto no caput deste confere o art. 84, caput, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista
artigo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) o disposto na Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013,
§ 6º A suspensão e a interrupção da prescrição produzem efei-
tos relativamente a todos os que concorreram para a prática do ato DECRETA:
de improbidade. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 7º Nos atos de improbidade conexos que sejam objeto do CAPÍTULO I
mesmo processo, a suspensão e a interrupção relativas a qualquer DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
deles estendem-se aos demais. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
2021) Art. 1º Este Decreto regulamenta a responsabilização objetiva
§ 8º O juiz ou o tribunal, depois de ouvido o Ministério Público, administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra
deverá, de ofício ou a requerimento da parte interessada, reconhe- a administração pública, nacional ou estrangeira, de que trata a Lei
cer a prescrição intercorrente da pretensão sancionadora e decre- nº 12.846, de 1º de agosto de 2013.
tá-la de imediato, caso, entre os marcos interruptivos referidos no § 1º A Lei nº 12.846, de 2013, aplica-se aos atos lesivos prati-
§ 4º, transcorra o prazo previsto no § 5º deste artigo. (Incluído cados:
pela Lei nº 14.230, de 2021) I - por pessoa jurídica brasileira contra administração pública
Art. 23-A. É dever do poder público oferecer contínua capacita- estrangeira, ainda que cometidos no exterior;
ção aos agentes públicos e políticos que atuem com prevenção ou II - no todo ou em parte no território nacional ou que nele pro-
repressão de atos de improbidade administrativa. (Incluído pela duzam ou possam produzir efeitos; ou
Lei nº 14.230, de 2021) III - no exterior, quando praticados contra a administração pú-
Art. 23-B. Nas ações e nos acordos regidos por esta Lei, não blica nacional.
haverá adiantamento de custas, de preparo, de emolumentos, de § 2º São passíveis de responsabilização nos termos do disposto
honorários periciais e de quaisquer outras despesas. (Incluído na Lei nº 12.846, de 2013, as pessoas jurídicas que tenham sede,
pela Lei nº 14.230, de 2021) filial ou representação no território brasileiro, constituídas de fato
§ 1º No caso de procedência da ação, as custas e as demais ou de direito.
despesas processuais serão pagas ao final. (Incluído pela Lei nº Art. 2º A apuração da responsabilidade administrativa de pes-
14.230, de 2021) soa jurídica, decorrente do exercício do poder sancionador da ad-
§ 2º Haverá condenação em honorários sucumbenciais em ministração pública, será efetuada por meio de Processo Adminis-
caso de improcedência da ação de improbidade se comprovada trativo de Responsabilização - PAR ou de acordo de leniência.
má-fé. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 23-C. Atos que ensejem enriquecimento ilícito, perda patri-
monial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação de re-
cursos públicos dos partidos políticos, ou de suas fundações, serão
responsabilizados nos termos da Lei nº 9.096, de 19 de setembro
de 1995. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) (Vide ADI 7236)

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CAPÍTULO II Parágrafo único. A competência de que trata o caput será exer-


DA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA cida de ofício ou mediante provocação e poderá ser delegada, ve-
dada a subdelegação.
SEÇÃO I Art. 5º No ato de instauração do PAR, a autoridade designará
DA INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR comissão, composta por dois ou mais servidores estáveis.
§ 1º Em entidades da administração pública federal cujos qua-
Art. 3º O titular da corregedoria da entidade ou da unidade dros funcionais não sejam formados por servidores estatutários, a
competente, ao tomar ciência da possível ocorrência de ato lesivo à comissão a que se refere o caput será composta por dois ou mais
administração pública federal, em sede de juízo de admissibilidade empregados permanentes, preferencialmente com, no mínimo,
e mediante despacho fundamentado, decidirá: três anos de tempo de serviço na entidade.
I - pela abertura de investigação preliminar; § 2º A comissão a que se refere o caput exercerá suas ativida-
II - pela recomendação de instauração de PAR; ou des com imparcialidade e observará a legislação, os regulamentos e
III - pela recomendação de arquivamento da matéria. as orientações técnicas vigentes.
§ 1º A investigação de que trata o inciso I do caput terá cará- § 3º Será assegurado o sigilo do PAR, sempre que necessário
ter sigiloso e não punitivo e será destinada à apuração de indícios à elucidação do fato ou quando exigido pelo interesse da adminis-
de autoria e materialidade de atos lesivos à administração pública tração pública, garantido à pessoa jurídica processada o direito à
federal. ampla defesa e ao contraditório.
§ 2º A investigação preliminar será conduzida diretamente § 4º O prazo para a conclusão dos trabalhos da comissão de
pela corregedoria da entidade ou unidade competente, na forma PAR não excederá cento e oitenta dias, admitida a prorrogação, me-
estabelecida em regulamento, ou por comissão composta por dois diante solicitação justificada do presidente da comissão à autorida-
ou mais membros, designados entre servidores efetivos ou empre- de instauradora, que decidirá de maneira fundamentada.
gados públicos. Art. 6º Instaurado o PAR, a comissão avaliará os fatos e as cir-
§ 3º Na investigação preliminar, serão praticados os atos ne- cunstâncias conhecidas e indiciará e intimará a pessoa jurídica pro-
cessários à elucidação dos fatos sob apuração, compreendidas to- cessada para, no prazo de trinta dias, apresentar defesa escrita e
das as diligências admitidas em lei, notadamente: especificar eventuais provas que pretenda produzir.
I - proposição à autoridade instauradora da suspensão cautelar § 1º A intimação prevista no caput:
dos efeitos do ato ou do processo objeto da investigação; I - facultará expressamente à pessoa jurídica a possibilidade de
II - solicitação de atuação de especialistas com conhecimentos apresentar informações e provas que subsidiem a análise da comis-
técnicos ou operacionais, de órgãos e entidades públicos ou de ou- são de PAR no que se refere aos elementos que atenuam o valor da
tras organizações, para auxiliar na análise da matéria sob exame; multa, previstos no art. 23; e
III - solicitação de informações bancárias sobre movimentação II - solicitará a apresentação de informações e documentos,
de recursos públicos, ainda que sigilosas, nesta hipótese, em sede nos termos estabelecidos pela Controladoria-Geral da União, que
de compartilhamento do sigilo com órgãos de controle; permitam a análise do programa de integridade da pessoa jurídica.
IV - requisição, por meio da autoridade competente, do com- § 2º O ato de indiciação conterá, no mínimo:
partilhamento de informações tributárias da pessoa jurídica inves- I - a descrição clara e objetiva do ato lesivo imputado à pessoa
tigada, conforme previsto no inciso II do § 1º do art. 198 da Lei nº jurídica, com a descrição das circunstâncias relevantes;
5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional; II - o apontamento das provas que sustentam o entendimento
V - solicitação, ao órgão de representação judicial ou equiva- da comissão pela ocorrência do ato lesivo imputado; e
lente dos órgãos ou das entidades lesadas, das medidas judiciais III - o enquadramento legal do ato lesivo imputado à pessoa
necessárias para a investigação e para o processamento dos atos jurídica processada.
lesivos, inclusive de busca e apreensão, no Brasil ou no exterior; ou § 3º Caso a intimação prevista no caput não tenha êxito, será
VI - solicitação de documentos ou informações a pessoas físicas feita nova intimação por meio de edital publicado na imprensa ofi-
ou jurídicas, de direito público ou privado, nacionais ou estrangei- cial e no sítio eletrônico do órgão ou da entidade pública respon-
ras, ou a organizações públicas internacionais. sável pela condução do PAR, hipótese em que o prazo para apre-
§ 4º O prazo para a conclusão da investigação preliminar não sentação de defesa escrita será contado a partir da última data de
excederá cento e oitenta dias, admitida a prorrogação, mediante publicação do edital.
ato da autoridade a que se refere o caput. § 4º Caso a pessoa jurídica processada não apresente sua de-
§ 5º Ao final da investigação preliminar, serão enviadas à auto- fesa escrita no prazo estabelecido no caput, contra ela correrão os
ridade competente as peças de informação obtidas, acompanhadas demais prazos, independentemente de notificação ou intimação,
de relatório conclusivo acerca da existência de indícios de autoria e podendo intervir em qualquer fase do processo, sem direito à repe-
materialidade de atos lesivos à administração pública federal, para tição de qualquer ato processual já praticado.
decisão sobre a instauração do PAR. Art. 7º As intimações serão feitas por qualquer meio físico ou
Seção II eletrônico que assegure a certeza de ciência da pessoa jurídica pro-
Do Processo Administrativo de Responsabilização cessada.
Art. 4º A competência para a instauração e para o julgamento § 1º Os prazos começam a correr a partir da data da cientifica-
do PAR é da autoridade máxima da entidade em face da qual foi ção oficial, excluindo-se da contagem o dia do começo e incluindo-
praticado o ato lesivo ou, em caso de órgão da administração públi- -se o dia do vencimento, observado o disposto no Capítulo XVI da
ca federal direta, do respectivo Ministro de Estado. Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999.

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§ 2º Na hipótese prevista no § 4º do art. 6º, dispensam-se as Art. 12. Concluído o relatório final, a comissão lavrará ata de
demais intimações processuais, até que a pessoa jurídica interessa- encerramento dos seus trabalhos, que formalizará sua desconsti-
da se manifeste nos autos. tuição, e encaminhará o PAR à autoridade instauradora, que deter-
§ 3º A pessoa jurídica estrangeira poderá ser notificada e in- minará a intimação da pessoa jurídica processada do relatório final
timada de todos os atos processuais, independentemente de pro- para, querendo, manifestar-se no prazo máximo de dez dias.
curação ou de disposição contratual ou estatutária, na pessoa do Parágrafo único. Transcorrido o prazo previsto no caput, a au-
gerente, representante ou administrador de sua filial, agência, su- toridade instauradora determinará à corregedoria da entidade ou à
cursal, estabelecimento ou escritório instalado no Brasil. unidade competente que analise a regularidade e o mérito do PAR.
Art. 8º Recebida a defesa escrita, a comissão avaliará a perti- Art. 13. Após a análise de regularidade e mérito, o PAR será
nência de produzir as provas eventualmente requeridas pela pes- encaminhado à autoridade competente para julgamento, o qual
soa jurídica processada, podendo indeferir de forma motivada os será precedido de manifestação jurídica, elaborada pelo órgão de
pedidos de produção de provas que sejam ilícitas, impertinentes, assistência jurídica competente.
desnecessárias, protelatórias ou intempestivas. Parágrafo único. Na hipótese de decisão contrária ao relatório
§ 1º Caso sejam produzidas provas após a nota de indiciação, da comissão, esta deverá ser fundamentada com base nas provas
a comissão poderá: produzidas no PAR.
I - intimar a pessoa jurídica para se manifestar, no prazo de dez Art. 14. A decisão administrativa proferida pela autoridade jul-
dias, sobre as novas provas juntadas aos autos, caso tais provas não gadora ao final do PAR será publicada no Diário Oficial da União e no
justifiquem a alteração da nota de indiciação; ou sítio eletrônico do órgão ou da entidade pública responsável pelo
II - lavrar nova indiciação ou indiciação complementar, caso as julgamento do PAR.
novas provas juntadas aos autos justifiquem alterações na nota de Art. 15. Da decisão administrativa sancionadora cabe pedido
indiciação inicial, devendo ser observado o disposto no caput do de reconsideração com efeito suspensivo, no prazo de dez dias, con-
art. 6º. tado da data de publicação da decisão.
§ 2º Caso a pessoa jurídica apresente em sua defesa informa- § 1º A pessoa jurídica contra a qual foram impostas sanções no
ções e documentos referentes à existência e ao funcionamento de PAR e que não apresentar pedido de reconsideração deverá cumpri-
programa de integridade, a comissão processante deverá examiná- -las no prazo de trinta dias, contado do fim do prazo para interposi-
-lo segundo os parâmetros indicados no Capítulo V, para a dosime- ção do pedido de reconsideração.
tria das sanções a serem aplicadas. § 2º A autoridade julgadora terá o prazo de trinta dias para
Art. 9º A pessoa jurídica poderá acompanhar o PAR por meio decidir sobre a matéria alegada no pedido de reconsideração e pu-
de seus representantes legais ou procuradores, sendo-lhes assegu- blicar nova decisão.
rado amplo acesso aos autos. § 3º Mantida a decisão administrativa sancionadora, será con-
Parágrafo único. É vedada a retirada de autos físicos da repar- cedido à pessoa jurídica novo prazo de trinta dias para o cumpri-
tição pública, sendo autorizada a obtenção de cópias, preferencial- mento das sanções que lhe foram impostas, contado da data de
mente em meio digital, mediante requerimento. publicação da nova decisão.
Art. 10. A comissão, para o devido e regular exercício de suas Art. 16. Os atos previstos como infrações administrativas à Lei
funções, poderá praticar os atos necessários à elucidação dos fatos nº 14.133, de 1º de abril de 2021, ou a outras normas de licitações
sob apuração, compreendidos todos os meios probatórios admiti- e contratos da administração pública que também sejam tipifica-
dos em lei, inclusive os previstos no § 3º do art. 3º. dos como atos lesivos na Lei nº 12.846, de 2013, serão apurados
Art. 11. Concluídos os trabalhos de apuração e análise, a co- e julgados conjuntamente, nos mesmos autos, aplicando-se o rito
missão elaborará relatório a respeito dos fatos apurados e da even- procedimental previsto neste Capítulo.
tual responsabilidade administrativa da pessoa jurídica, no qual su- § 1º Concluída a apuração de que trata o caput e havendo au-
gerirá, de forma motivada: toridades distintas competentes para o julgamento, o processo será
I - as sanções a serem aplicadas, com a respectiva indicação da encaminhado primeiramente àquela de nível mais elevado, para
dosimetria, ou o arquivamento do processo; que julgue no âmbito de sua competência, tendo precedência o jul-
II - o encaminhamento do relatório final à autoridade compe- gamento pelo Ministro de Estado competente.
tente para instrução de processo administrativo específico para § 2º Para fins do disposto no caput, o chefe da unidade res-
reparação de danos, quando houver indícios de que do ato lesivo ponsável no órgão ou na entidade pela gestão de licitações e con-
tenha resultado dano ao erário; tratos deve comunicar à autoridade a que se refere o caput do art.
III - o encaminhamento do relatório final à Advocacia-Geral da 3º eventuais fatos que configurem atos lesivos previstos no art. 5º
União, para ajuizamento da ação de que trata o art. 19 da Lei nº da Lei nº 12.846, de 2013.
12.846, de 2013, com sugestão, de acordo com o caso concreto, Art. 17. A Controladoria-Geral da União possui, no âmbito do
da aplicação das sanções previstas naquele artigo, como retribuição Poder Executivo federal, competência:
complementar às do PAR ou para a prevenção de novos ilícitos; I - concorrente para instaurar e julgar PAR; e
IV - o encaminhamento do processo ao Ministério Público, nos II - exclusiva para avocar os processos instaurados para exame
termos do disposto no art. 15 da Lei nº 12.846, de 2013; e de sua regularidade ou para lhes corrigir o andamento, inclusive
V - as condições necessárias para a concessão da reabilitação, promovendo a aplicação da penalidade administrativa cabível.
quando cabível. § 1º A Controladoria-Geral da União poderá exercer, a qual-
quer tempo, a competência prevista no caput, se presentes quais-
quer das seguintes circunstâncias:
I - caracterização de omissão da autoridade originariamente
competente;
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II - inexistência de condições objetivas para sua realização no III - estimativa, levando em consideração quaisquer informa-
órgão ou na entidade de origem; ções sobre a sua situação econômica ou o estado de seus negócios,
III - complexidade, repercussão e relevância da matéria; tais como patrimônio, capital social, número de empregados, con-
IV - valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o tratos, entre outras; e
órgão ou com a entidade atingida; ou IV - identificação do montante total de recursos recebidos pela
V - apuração que envolva atos e fatos relacionados com mais de pessoa jurídica sem fins lucrativos no ano anterior ao da instaura-
um órgão ou entidade da administração pública federal. ção do PAR, excluídos os tributos incidentes sobre vendas.
§ 2º Ficam os órgãos e as entidades da administração pública § 2º Os fatores previstos nos art. 22 e art. 23 deste Decreto se-
obrigados a encaminhar à Controladoria-Geral da União todos os rão avaliados em conjunto para os atos lesivos apurados no mesmo
documentos e informações que lhes forem solicitados, incluídos os PAR, devendo-se considerar, para o cálculo da multa, a consolidação
autos originais dos processos que eventualmente estejam em cur- dos faturamentos brutos de todas as pessoas jurídicas pertencentes
so. de fato ou de direito ao mesmo grupo econômico que tenham pra-
Art. 18. Compete à Controladoria-Geral da União instaurar, ticado os ilícitos previstos no art. 5º da Lei nº 12.846, de 2013, ou
apurar e julgar PAR pela prática de atos lesivos a administração pú- concorrido para a sua prática.
blica estrangeira, o qual seguirá, no que couber, o rito procedimen- Art. 21. Caso a pessoa jurídica comprovadamente não tenha
tal previsto neste Capítulo. tido faturamento no último exercício anterior ao da instauração do
Parágrafo único. Os órgãos e as entidades da administração PAR, deve-se considerar como base de cálculo da multa o valor do
pública federal direta e indireta deverão comunicar à Controlado- último faturamento bruto apurado pela pessoa jurídica, excluídos
ria-Geral da União os indícios da ocorrência de atos lesivos a ad- os tributos incidentes sobre vendas, que terá seu valor atualizado
ministração pública estrangeira, identificados no exercício de suas até o último dia do exercício anterior ao da instauração do PAR.
atribuições, juntando à comunicação os documentos já disponíveis Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput, o valor da mul-
e necessários à apuração ou à comprovação dos fatos, sem prejuízo ta será estipulado observando-se o intervalo de R$ 6.000,00 (seis
do envio de documentação complementar, na hipótese de novas mil reais) a R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais) e o limite
provas ou informações relevantes, sob pena de responsabilização.  mínimo da vantagem auferida, quando for possível sua estimação.
Art. 22. O cálculo da multa se inicia com a soma dos valores
CAPÍTULO III correspondentes aos seguintes percentuais da base de cálculo:
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DOS I - até quatro por cento, havendo concurso dos atos lesivos;
ENCAMINHAMENTOS JUDICIAIS II - até três por cento para tolerância ou ciência de pessoas do
corpo diretivo ou gerencial da pessoa jurídica;
SEÇÃO I III - até quatro por cento no caso de interrupção no forneci-
DISPOSIÇÕES GERAIS mento de serviço público, na execução de obra contratada ou na
entrega de bens ou serviços essenciais à prestação de serviços pú-
Art. 19. As pessoas jurídicas estão sujeitas às seguintes san- blicos ou no caso de descumprimento de requisitos regulatórios;
ções administrativas, nos termos do disposto no art. 6º da Lei nº IV - um por cento para a situação econômica do infrator que
12.846, de 2013: apresente índices de solvência geral e de liquidez geral superiores
I - multa; e a um e lucro líquido no último exercício anterior ao da instauração
II - publicação extraordinária da decisão administrativa sancio- do PAR;
nadora. V - três por cento no caso de reincidência, assim definida a
Parágrafo único. Caso os atos lesivos apurados envolvam infra- ocorrência de nova infração, idêntica ou não à anterior, tipificada
ções administrativas à Lei nº 14.133, de 2021, ou a outras normas como ato lesivo pelo art. 5º da Lei nº 12.846, de 2013, em menos
de licitações e contratos da administração pública e tenha ocorrido de cinco anos, contados da publicação do julgamento da infração
a apuração conjunta prevista no art. 16, a pessoa jurídica também anterior; e
estará sujeita a sanções administrativas que tenham como efeito a VI - no caso de contratos, convênios, acordos, ajustes e outros
restrição ao direito de participar em licitações ou de celebrar con- instrumentos congêneres mantidos ou pretendidos com o órgão ou
tratos com a administração pública, a serem aplicadas no PAR. com as entidades lesadas, nos anos da prática do ato lesivo, serão
considerados os seguintes percentuais:
SEÇÃO II a) um por cento, no caso de o somatório dos instrumentos to-
DA MULTA talizar valor superior a R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais);
b) dois por cento, no caso de o somatório dos instrumentos
Art. 20. A multa prevista no inciso I do caput do art. 6º da Lei totalizar valor superior a R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos
nº 12.846, de 2013, terá como base de cálculo o faturamento bruto mil reais);
da pessoa jurídica no último exercício anterior ao da instauração do c) três por cento, no caso de o somatório dos instrumentos to-
PAR, excluídos os tributos. talizar valor superior a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais);
§ 1º Os valores que constituirão a base de cálculo de que trata d) quatro por cento, no caso de o somatório dos instrumentos
o caput poderão ser apurados, entre outras formas, por meio de: totalizar valor superior a R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de
I - compartilhamento de informações tributárias, na forma do reais); ou
disposto no inciso II do § 1º do art. 198 da Lei nº 5.172, de 1966 - e) cinco por cento, no caso de o somatório dos instrumentos
Código Tributário Nacional; totalizar valor superior a R$ 250.000.000,00 (duzentos e cinquenta
II - registros contábeis produzidos ou publicados pela pessoa milhões de reais).
jurídica acusada, no Brasil ou no exterior;
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Parágrafo único. No caso de acordo de leniência, o prazo cons- § 1º O valor da vantagem auferida ou pretendida poderá ser
tante do inciso V do caput será contado a partir da data de celebra- estimado mediante a aplicação, conforme o caso, das seguintes me-
ção até cinco anos após a declaração de seu cumprimento. todologias:
Art. 23. Do resultado da soma dos fatores previstos no art. 22 I - pelo valor total da receita auferida em contrato administrati-
serão subtraídos os valores correspondentes aos seguintes percen- vo e seus aditivos, deduzidos os custos lícitos que a pessoa jurídica
tuais da base de cálculo: comprove serem efetivamente atribuíveis ao objeto contratado, na
I - até meio por cento no caso de não consumação da infração; hipótese de atos lesivos praticados para fins de obtenção e execu-
II - até um por cento no caso de: ção dos respectivos contratos;
a) comprovação da devolução espontânea pela pessoa jurídica II - pelo valor total de despesas ou custos evitados, inclusive
da vantagem auferida e do ressarcimento dos danos resultantes do os de natureza tributária ou regulatória, e que seriam imputáveis à
ato lesivo; ou pessoa jurídica caso não houvesse sido praticado o ato lesivo pela
b) inexistência ou falta de comprovação de vantagem auferida pessoa jurídica infratora; ou
e de danos resultantes do ato lesivo; III - pelo valor do lucro adicional auferido pela pessoa jurídica
III - até um e meio por cento para o grau de colaboração da decorrente de ação ou omissão na prática de ato do Poder Público
pessoa jurídica com a investigação ou a apuração do ato lesivo, in- que não ocorreria sem a prática do ato lesivo pela pessoa jurídica
dependentemente do acordo de leniência; infratora.
IV - até dois por cento no caso de admissão voluntária pela pes- § 2º Os valores correspondentes às vantagens indevidas pro-
soa jurídica da responsabilidade objetiva pelo ato lesivo; e metidas ou pagas a agente público ou a terceiros a ele relacionados
V - até cinco por cento no caso de comprovação de a pessoa não poderão ser deduzidos do cálculo estimativo de que trata o §
jurídica possuir e aplicar um programa de integridade, conforme os 1º.
parâmetros estabelecidos no Capítulo V. Art. 27. Com a assinatura do acordo de leniência, a multa apli-
Parágrafo único. Somente poderão ser atribuídos os percentu- cável será reduzida conforme a fração nele pactuada, observado o
ais máximos, quando observadas as seguintes condições: limite previsto no § 2º do art. 16 da Lei nº 12.846, de 2013.
I - na hipótese prevista na alínea “a” do inciso II do caput, quan- § 1º O valor da multa prevista no caput poderá ser inferior ao
do ocorrer a devolução integral dos valores ali referidos; limite mínimo previsto no art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013.
II - na hipótese prevista no inciso IV do caput, quando a admis- § 2º No caso de a autoridade signatária declarar o descumpri-
são ocorrer antes da instauração do PAR; e mento do acordo de leniência por falta imputável à pessoa jurídica
III - na hipótese prevista no inciso V do caput, quando o plano colaboradora, o valor integral encontrado antes da redução de que
de integridade for anterior à prática do ato lesivo. trata o caput será cobrado na forma do disposto na Seção IV, des-
Art. 24. A existência e quantificação dos fatores previstos nos contando-se as frações da multa eventualmente já pagas.
art. 22 e art. 23 deverá ser apurada no PAR e evidenciada no relató-
rio final da comissão, o qual também conterá a estimativa, sempre SEÇÃO III
que possível, dos valores da vantagem auferida e da pretendida. DA PUBLICAÇÃO EXTRAORDINÁRIA DA DECISÃO
Art. 25. Em qualquer hipótese, o valor final da multa terá como ADMINISTRATIVA SANCIONADORA
limite:
I - mínimo, o maior valor entre o da vantagem auferida, quando Art. 28. A pessoa jurídica sancionada administrativamente pela
for possível sua estimativa, e: prática de atos lesivos contra a administração pública, nos termos
a) um décimo por cento da base de cálculo; ou da Lei nº 12.846, de 2013, publicará a decisão administrativa san-
b) R$ 6.000,00 (seis mil reais), na hipótese prevista no art. 21; e cionadora na forma de extrato de sentença, cumulativamente:
II - máximo, o menor valor entre: I - em meio de comunicação de grande circulação, física ou ele-
a) três vezes o valor da vantagem pretendida ou auferida, o que trônica, na área da prática da infração e de atuação da pessoa jurídi-
for maior entre os dois valores; ca ou, na sua falta, em publicação de circulação nacional;
b) vinte por cento do faturamento bruto do último exercício II - em edital afixado no próprio estabelecimento ou no local
anterior ao da instauração do PAR, excluídos os tributos incidentes de exercício da atividade, em localidade que permita a visibilidade
sobre vendas; ou pelo público, pelo prazo mínimo de trinta dias; e
c) R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais), na hipótese III - em seu sítio eletrônico, pelo prazo mínimo de trinta dias e
prevista no art. 21, desde que não seja possível estimar o valor da em destaque na página principal do referido sítio.
vantagem auferida. Parágrafo único. A publicação a que se refere o caput será feita
§ 1º O limite máximo não será observado, caso o valor resul- a expensas da pessoa jurídica sancionada.
tante do cálculo desse parâmetro seja inferior ao resultado calcula-
do para o limite mínimo. SEÇÃO IV
§ 2º Na ausência de todos os fatores previstos nos art. 22 e art. DA COBRANÇA DA MULTA APLICADA
23 ou quando o resultado das operações de soma e subtração for
igual ou menor que zero, o valor da multa corresponderá ao limite Art. 29. A multa aplicada será integralmente recolhida pela
mínimo estabelecido no caput. pessoa jurídica sancionada no prazo de trinta dias, observado o dis-
Art. 26. O valor da vantagem auferida ou pretendida corres- posto no art. 15.
ponde ao equivalente monetário do produto do ilícito, assim enten- § 1º Feito o recolhimento, a pessoa jurídica sancionada apre-
dido como os ganhos ou os proveitos obtidos ou pretendidos pela sentará ao órgão ou à entidade que aplicou a sanção documento
pessoa jurídica em decorrência direta ou indireta da prática do ato que ateste o pagamento integral do valor da multa imposta.
lesivo.
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§ 2º Decorrido o prazo previsto no caput sem que a multa te- II - a obtenção célere de informações e documentos que com-
nha sido recolhida ou não tendo ocorrido a comprovação de seu pa- provem a infração sob apuração.
gamento integral, o órgão ou a entidade que a aplicou encaminhará Art. 34. Compete à Controladoria-Geral da União celebrar
o débito para inscrição em Dívida Ativa da União ou das autarquias acordos de leniência no âmbito do Poder Executivo federal e nos
e fundações públicas federais. casos de atos lesivos contra a administração pública estrangeira.
§ 3º Caso a entidade que aplicou a multa não possua Dívida Art. 35. Ato conjunto do Ministro de Estado da Controladoria-
Ativa, o valor será cobrado independentemente de prévia inscrição. -Geral da União e do Advogado-Geral da União:
§ 4º A multa aplicada pela Controladoria-Geral da União em I - disciplinará a participação de membros da Advocacia-Geral
acordos de leniência ou nas hipóteses previstas nos art.17 e art. 18 da União nos processos de negociação e de acompanhamento do
será destinada à União e recolhida à conta única do Tesouro Nacio- cumprimento dos acordos de leniência; e
nal. II - disporá sobre a celebração de acordos de leniência pelo Mi-
§ 5º Os acordos de leniência poderão pactuar prazo distinto do nistro de Estado da Controladoria-Geral da União conjuntamente
previsto no caput para recolhimento da multa aplicada ou de qual- com o Advogado-Geral da União.
quer outra obrigação financeira imputada à pessoa jurídica. Parágrafo único. A participação da Advocacia-Geral da União
nos acordos de leniência, consideradas as condições neles estabe-
SEÇÃO V lecidas e observados os termos da Lei Complementar nº 73, de 10
DOS ENCAMINHAMENTOS JUDICIAIS de fevereiro de 1993, e da Lei nº 13.140, de 26 de junho de 2015,
poderá ensejar a resolução consensual das penalidades previstas
Art. 30. As medidas judiciais, no Brasil ou no exterior, como a no art. 19 da Lei nº 12.846, de 2013.
cobrança da multa administrativa aplicada no PAR, a promoção da Art. 36. A Controladoria-Geral da União poderá aceitar delega-
publicação extraordinária, a persecução das sanções previstas no ção para negociar, celebrar e monitorar o cumprimento de acordos
caput do art. 19 da Lei nº 12.846, de 2013 , a reparação integral dos de leniência relativos a atos lesivos contra outros Poderes e entes
danos e prejuízos, além de eventual atuação judicial para a finali- federativos.
dade de instrução ou garantia do processo judicial ou preservação Art. 37. A pessoa jurídica que pretenda celebrar acordo de le-
do acordo de leniência, serão solicitadas ao órgão de representação niência deverá:
judicial ou equivalente dos órgãos ou das entidades lesadas. I - ser a primeira a manifestar interesse em cooperar para a
Art. 31. No âmbito da administração pública federal direta, in- apuração de ato lesivo específico, quando tal circunstância for re-
clusive nas hipóteses de que tratam os art. 17 e art. 18, a atuação levante;
judicial será exercida pela Procuradoria-Geral da União, observadas II - ter cessado completamente seu envolvimento no ato lesivo
as atribuições da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional para ins- a partir da data da propositura do acordo;
crição e cobrança de créditos da União inscritos em Dívida Ativa. III - admitir sua responsabilidade objetiva quanto aos atos le-
Parágrafo único. No âmbito das autarquias e das fundações sivos;
públicas federais, a atuação judicial será exercida pela Procurado- IV - cooperar plena e permanentemente com as investigações e
ria-Geral Federal, inclusive no que se refere à cobrança da multa o processo administrativo e comparecer, sob suas expensas e sem-
administrativa aplicada no PAR, respeitadas as competências da pre que solicitada, aos atos processuais, até o seu encerramento;
Procuradoria-Geral do Banco Central. V - fornecer informações, documentos e elementos que com-
provem o ato ilícito;
CAPÍTULO IV VI - reparar integralmente a parcela incontroversa do dano cau-
DO ACORDO DE LENIÊNCIA sado; e
VII - perder, em favor do ente lesado ou da União, conforme o
Art. 32. O acordo de leniência é ato administrativo negocial caso, os valores correspondentes ao acréscimo patrimonial indevi-
decorrente do exercício do poder sancionador do Estado, que visa do ou ao enriquecimento ilícito direta ou indiretamente obtido da
à responsabilização de pessoas jurídicas pela prática de atos lesivos infração, nos termos e nos montantes definidos na negociação.
contra a administração pública nacional ou estrangeira. § 1º Os requisitos de que tratam os incisos III e IV do caput se-
Parágrafo único. O acordo de leniência buscará, nos termos rão avaliados em face da boa-fé da pessoa jurídica proponente em
da lei: reportar à administração a descrição e a comprovação da integrali-
I - o incremento da capacidade investigativa da administração dade dos atos ilícitos de que tenha ou venha a ter ciência, desde o
pública; momento da propositura do acordo até o seu total cumprimento.
II - a potencialização da capacidade estatal de recuperação de § 2º A parcela incontroversa do dano de que trata o inciso VI
ativos; e do caput corresponde aos valores dos danos admitidos pela pessoa
III - o fomento da cultura de integridade no setor privado. jurídica ou àqueles decorrentes de decisão definitiva no âmbito do
Art. 33. O acordo de leniência será celebrado com as pessoas devido processo administrativo ou judicial.
jurídicas responsáveis pela prática dos atos lesivos previstos na Lei § 3º Nas hipóteses em que de determinado ato ilícito decor-
nº 12.846, de 2013, e dos ilícitos administrativos previstos na Lei nº ra, simultaneamente, dano ao ente lesado e acréscimo patrimonial
14.133, de 2021, e em outras normas de licitações e contratos, com indevido à pessoa jurídica responsável pela prática do ato, e haja
vistas à isenção ou à atenuação das respectivas sanções, desde que identidade entre ambos, os valores a eles correspondentes serão:
colaborem efetivamente com as investigações e o PAR, devendo re- I - computados uma única vez para fins de quantificação do va-
sultar dessa colaboração: lor a ser adimplido a partir do acordo de leniência; e
I - a identificação dos demais envolvidos nos ilícitos, quando II - classificados como ressarcimento de danos para fins contá-
couber; e beis, orçamentários e de sua destinação para o ente lesado.
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Art. 38. A proposta de celebração de acordo de leniência deve- § 2º Na hipótese prevista no caput, a administração pública
rá ser feita de forma escrita, oportunidade em que a pessoa jurídica federal não poderá utilizar os documentos recebidos durante o pro-
proponente declarará expressamente que foi orientada a respeito cesso de negociação de acordo de leniência.
de seus direitos, garantias e deveres legais e de que o não atendi- § 3º O disposto no § 2º não impedirá a apuração dos fatos re-
mento às determinações e às solicitações durante a etapa de nego- lacionados com a proposta de acordo de leniência, quando decorrer
ciação importará a desistência da proposta. de indícios ou provas autônomas que sejam obtidos ou levados ao
§ 1º A proposta deverá ser apresentada pelos representantes conhecimento da autoridade por qualquer outro meio.
da pessoa jurídica, na forma de seu estatuto ou contrato social, ou Art. 44. O acordo de leniência estipulará as condições para as-
por meio de procurador com poderes específicos para tal ato, ob- segurar a efetividade da colaboração e o resultado útil do processo
servado o disposto no art. 26 da Lei nº 12.846, de 2013. e conterá as cláusulas e obrigações que, diante das circunstâncias
§ 2º A proposta poderá ser feita até a conclusão do relatório a do caso concreto, reputem-se necessárias.
ser elaborado no PAR. Art. 45. O acordo de leniência conterá, entre outras disposi-
§ 3º A proposta apresentada receberá tratamento sigiloso e o ções, cláusulas que versem sobre:
acesso ao seu conteúdo será restrito no âmbito da Controladoria- I - o compromisso de cumprimento dos requisitos previstos nos
-Geral da União. incisos II a VII do caput do art. 37;
§ 4º A proponente poderá divulgar ou compartilhar a existên- II - a perda dos benefícios pactuados, em caso de descumpri-
cia da proposta ou de seu conteúdo, desde que haja prévia anuên- mento do acordo;
cia da Controladoria-Geral da União. III - a natureza de título executivo extrajudicial do instrumento
§ 5º A análise da proposta de acordo de leniência será instru- do acordo, nos termos do disposto no inciso II do caput do art. 784
ída em processo administrativo específico, que conterá o registro da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 - Código de Processo Civil;
dos atos praticados na negociação. IV - a adoção, a aplicação ou o aperfeiçoamento de programa
Art. 39. A proposta de celebração de acordo de leniência será de integridade, conforme os parâmetros estabelecidos no Capítulo
submetida à análise de juízo de admissibilidade, para verificação da V, bem como o prazo e as condições de monitoramento;
existência dos elementos mínimos que justifiquem o início da ne- V - o pagamento das multas aplicáveis e da parcela a que se
gociação. refere o inciso VI do caput do art. 37; e
§ 1º Admitida a proposta, será firmado memorando de enten- VI - a possibilidade de utilização da parcela a que se refere o
dimentos com a pessoa jurídica proponente, definindo os parâme- inciso VI do caput do art. 37 para compensação com outros valo-
tros da negociação do acordo de leniência. res porventura apurados em outros processos sancionatórios ou de
§ 2º O memorando de entendimentos poderá ser resilido a prestação de contas, quando relativos aos mesmos fatos que com-
qualquer momento, a pedido da pessoa jurídica proponente ou a põem o escopo do acordo.
critério da administração pública federal. Art. 46. A Controladoria-Geral da União poderá conduzir e jul-
§ 3º A assinatura do memorando de entendimentos: gar os processos administrativos que apurem infrações administra-
I - interrompe a prescrição; e tivas previstas na Lei nº 12.846, de 2013, na Lei nº 14.133, de 2021,
II - suspende a prescrição pelo prazo da negociação, limitado, e em outras normas de licitações e contratos, cujos fatos tenham
em qualquer hipótese, a trezentos e sessenta dias. sido noticiados por meio do acordo de leniência.
Art. 40. A critério da Controladoria-Geral da União, o PAR ins- Art. 47. O percentual de redução do valor da multa aplicável
taurado em face de pessoa jurídica que esteja negociando a cele- de que trata o § 2º do art. 16 da Lei nº 12.846, de 2013, levará em
bração de acordo de leniência poderá ser suspenso. consideração os seguintes critérios:
Parágrafo único. A suspensão ocorrerá sem prejuízo: I - a tempestividade da autodenúncia e o ineditismo dos atos
I - da continuidade de medidas investigativas necessárias para lesivos;
o esclarecimento dos fatos; e II - a efetividade da colaboração da pessoa jurídica; e
II - da adoção de medidas processuais cautelares e assecurató- III - o compromisso de assumir condições relevantes para o
rias indispensáveis para se evitar perecimento de direito ou garantir cumprimento do acordo.
a instrução processual. Parágrafo único. Os critérios previstos no caput serão objeto
Art. 41. A Controladoria-Geral da União poderá avocar os autos de ato normativo a ser editado pelo Ministro de Estado da Contro-
de processos administrativos em curso em outros órgãos ou enti- ladoria-Geral da União.
dades da administração pública federal relacionados com os fatos Art. 48. O acesso aos documentos e às informações comercial-
objeto do acordo em negociação. mente sensíveis da pessoa jurídica será mantido restrito durante a
Art. 42. A negociação a respeito da proposta do acordo de leni- negociação e após a celebração do acordo de leniência.
ência deverá ser concluída no prazo de cento e oitenta dias, conta- § 1º Até a celebração do acordo de leniência, a identidade da
do da data da assinatura do memorando de entendimentos. pessoa jurídica signatária do acordo não será divulgada ao público,
Parágrafo único. O prazo de que trata o caput poderá ser pror- ressalvado o disposto no § 4º do art. 38.
rogado, caso presentes circunstâncias que o exijam. § 2º As informações e os documentos obtidos em decorrência
Art. 43. A desistência da proposta de acordo de leniência ou a da celebração de acordos de leniência poderão ser compartilhados
sua rejeição não importará em reconhecimento da prática do ato com outras autoridades, mediante compromisso de sua não utiliza-
lesivo. ção para sancionar a própria pessoa jurídica em relação aos mes-
§ 1º Não se fará divulgação da desistência ou da rejeição da mos fatos objeto do acordo de leniência, ou com concordância da
proposta do acordo de leniência, ressalvado o disposto no § 4º do própria pessoa jurídica.
art. 38.

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Art. 49. A celebração do acordo de leniência interrompe o pra- II - haverá o vencimento antecipado das parcelas não pagas e
zo prescricional da pretensão punitiva em relação aos atos ilícitos serão executados:
objeto do acordo, nos termos do disposto no § 9º do art. 16 da Lei a) o valor integral da multa, descontando-se as frações eventu-
nº 12.846, de 2013, que permanecerá suspenso até o cumprimento almente já pagas; e
dos compromissos firmados no acordo ou até a sua rescisão, nos b) os valores integrais referentes aos danos, ao enriquecimento
termos do disposto no art. 34 da Lei nº 13.140, de 2015. indevido e a outros valores porventura pactuados no acordo, des-
Art. 50. Com a celebração do acordo de leniência, serão con- contando-se as frações eventualmente já pagas; e
cedidos em favor da pessoa jurídica signatária, nos termos previa- III - serão aplicadas as demais sanções e as consequências pre-
mente firmados no acordo, um ou mais dos seguintes efeitos: vistas nos termos dos acordos de leniência e na legislação aplicável.
I - isenção da publicação extraordinária da decisão administra- Parágrafo único. O descumprimento do acordo de leniência
tiva sancionadora; será registrado pela Controladoria-Geral da União, pelo prazo de
II - isenção da proibição de receber incentivos, subsídios, sub- três anos, no Cadastro Nacional de Empresas Punidas - CNEP.
venções, doações ou empréstimos de órgãos ou entidades públicos Art. 54. Excepcionalmente, as autoridades signatárias poderão
e de instituições financeiras públicas ou controladas pelo Poder Pú- deferir pedido de alteração ou de substituição de obrigações pac-
blico; tuadas no acordo de leniência, desde que presentes os seguintes
III - redução do valor final da multa aplicável, observado o dis- requisitos:
posto no art. 27; ou I - manutenção dos resultados e requisitos originais que funda-
IV - isenção ou atenuação das sanções administrativas previs- mentaram o acordo de leniência, nos termos do disposto no art. 16
tas no art. 156 da Lei nº 14.133, de 2021, ou em outras normas de da Lei nº 12.846, de 2013;
licitações e contratos. II - maior vantagem para a administração, de maneira que se-
§ 1º No acordo de leniência poderá ser pactuada a resolução jam alcançadas melhores consequências para o interesse público
de ações judiciais que tenham por objeto os fatos que componham do que a declaração de descumprimento e a rescisão do acordo;
o escopo do acordo. III - imprevisão da circunstância que dá causa ao pedido de
§ 2º Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às pes- modificação ou à impossibilidade de cumprimento das condições
soas jurídicas que integrarem o mesmo grupo econômico, de fato originalmente pactuadas;
ou de direito, desde que tenham firmado o acordo em conjunto, IV - boa-fé da pessoa jurídica colaboradora em comunicar a
respeitadas as condições nele estabelecidas. impossibilidade do cumprimento de uma obrigação antes do ven-
Art. 51. O monitoramento das obrigações de adoção, imple- cimento do prazo para seu adimplemento; e
mentação e aperfeiçoamento do programa de integridade de que V - higidez das garantias apresentadas no acordo.
trata o inciso IV do caput do art. 45 será realizado, direta ou indire- Parágrafo único. A análise do pedido de que trata o caput con-
tamente, pela Controladoria-Geral da União, podendo ser dispen- siderará o grau de adimplência da pessoa jurídica com as demais
sado, a depender das características do ato lesivo, das medidas de condições pactuadas, inclusive as de adoção ou de aperfeiçoamen-
remediação adotadas pela pessoa jurídica e do interesse público. to do programa de integridade.
§ 1º O monitoramento a que se refere o caput será realizado, Art. 55. Os acordos de leniência celebrados serão publicados
dentre outras formas, pela análise de relatórios, documentos e in- em transparência ativa no sítio eletrônico da Controladoria-Geral da
formações fornecidos pela pessoa jurídica, obtidos de forma inde- União, respeitados os sigilos legais e o interesse das investigações.
pendente ou por meio de reuniões, entrevistas, testes de sistemas
e de conformidade com as políticas e visitas técnicas. CAPÍTULO V
§ 2º As informações relativas às etapas do processo de monito- DO PROGRAMA DE INTEGRIDADE
ramento serão publicadas em transparência ativa no sítio eletrônico
da Controladoria-Geral da União, respeitados os sigilos legais e o Art. 56. Para fins do disposto neste Decreto, programa de in-
interesse das investigações. tegridade consiste, no âmbito de uma pessoa jurídica, no conjunto
Art. 52. Cumprido o acordo de leniência pela pessoa jurídica de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria
colaboradora, a autoridade competente declarará: e incentivo à denúncia de irregularidades e na aplicação efetiva de
I - o cumprimento das obrigações nele constantes; códigos de ética e de conduta, políticas e diretrizes, com objetivo
II - a isenção das sanções previstas no inciso II do caput do art. de:
6º e no inciso IV do caput do art. 19 da Lei nº 12.846, de 2013, bem I - prevenir, detectar e sanar desvios, fraudes, irregularidades e
como das demais sanções aplicáveis ao caso; atos ilícitos praticados contra a administração pública, nacional ou
III - o cumprimento da sanção prevista no inciso I do caput do estrangeira; e
art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013; e II - fomentar e manter uma cultura de integridade no ambiente
IV - o atendimento dos compromissos assumidos de que tra- organizacional.
tam os incisos II a VII do caput do art. 37 deste Decreto. Parágrafo único. O programa de integridade deve ser estrutu-
Art. 53. Declarada a rescisão do acordo de leniência pela au- rado, aplicado e atualizado de acordo com as características e os
toridade competente, decorrente do seu injustificado descumpri- riscos atuais das atividades de cada pessoa jurídica, a qual, por sua
mento: vez, deve garantir o constante aprimoramento e a adaptação do re-
I - a pessoa jurídica perderá os benefícios pactuados e ficará ferido programa, visando garantir sua efetividade.
impedida de celebrar novo acordo pelo prazo de três anos, contado Art. 57. Para fins do disposto no inciso VIII do caput do art. 7º
da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa que da Lei nº 12.846, de 2013, o programa de integridade será avaliado,
julgar rescindido o acordo; quanto a sua existência e aplicação, de acordo com os seguintes
parâmetros:
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I - comprometimento da alta direção da pessoa jurídica, inclu- III - a estrutura de governança corporativa e a complexidade de
ídos os conselhos, evidenciado pelo apoio visível e inequívoco ao unidades internas, tais como departamentos, diretorias ou setores,
programa, bem como pela destinação de recursos adequados; ou da estruturação de grupo econômico;
II - padrões de conduta, código de ética, políticas e procedi- IV - a utilização de agentes intermediários, como consultores
mentos de integridade, aplicáveis a todos os empregados e admi- ou representantes comerciais;
nistradores, independentemente do cargo ou da função exercida; V - o setor do mercado em que atua;
III - padrões de conduta, código de ética e políticas de integri- VI - os países em que atua, direta ou indiretamente;
dade estendidas, quando necessário, a terceiros, tais como fornece- VII - o grau de interação com o setor público e a importância
dores, prestadores de serviço, agentes intermediários e associados; de contratações, investimentos e subsídios públicos, autorizações,
IV - treinamentos e ações de comunicação periódicos sobre o licenças e permissões governamentais em suas operações; e
programa de integridade; VIII - a quantidade e a localização das pessoas jurídicas que in-
V - gestão adequada de riscos, incluindo sua análise e reavalia- tegram o grupo econômico.
ção periódica, para a realização de adaptações necessárias ao pro- § 2º A efetividade do programa de integridade em relação ao
grama de integridade e a alocação eficiente de recursos; ato lesivo objeto de apuração será considerada para fins da avalia-
VI - registros contábeis que reflitam de forma completa e preci- ção de que trata o caput.
sa as transações da pessoa jurídica;
VII - controles internos que assegurem a pronta elaboração e a CAPÍTULO VI
confiabilidade de relatórios e demonstrações financeiras da pessoa DO CADASTRO NACIONAL DE EMPRESAS INIDÔNEAS E
jurídica; SUSPENSAS E DO CADASTRO NACIONAL DE EMPRESAS
VIII - procedimentos específicos para prevenir fraudes e ilícitos PUNIDAS
no âmbito de processos licitatórios, na execução de contratos admi-
nistrativos ou em qualquer interação com o setor público, ainda que Art. 58. O Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspen-
intermediada por terceiros, como pagamento de tributos, sujeição sas - CEIS conterá informações referentes às sanções administrati-
a fiscalizações ou obtenção de autorizações, licenças, permissões e vas impostas a pessoas físicas ou jurídicas que impliquem restrição
certidões; ao direito de participar de licitações ou de celebrar contratos com a
IX - independência, estrutura e autoridade da instância interna administração pública de qualquer esfera federativa, entre as quais:
responsável pela aplicação do programa de integridade e pela fisca- I - suspensão temporária de participação em licitação e impedi-
lização de seu cumprimento; mento de contratar com a administração pública, conforme dispos-
X - canais de denúncia de irregularidades, abertos e amplamen- to no inciso III do caput do art. 87 da Lei nº 8.666, de 21 de junho
te divulgados a funcionários e terceiros, e mecanismos destinados de 1993;
ao tratamento das denúncias e à proteção de denunciantes de bo- II - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a
a-fé; administração pública, conforme disposto no inciso IV do caput do
XI - medidas disciplinares em caso de violação do programa de art. 87 da Lei nº 8.666, de 1993, e no inciso IV do caput do art. 156
integridade; da Lei nº 14.133, de 2021;
XII - procedimentos que assegurem a pronta interrupção de ir- III - impedimento de licitar e contratar com a União, os Estados,
regularidades ou infrações detectadas e a tempestiva remediação o Distrito Federal ou os Municípios, conforme disposto no art. 7º da
dos danos gerados; Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, no art. 47 da Lei nº 12.462,
XIII - diligências apropriadas, baseadas em risco, para: de 4 de agosto de 2011, e no inciso III do caput do art. 156 da Lei nº
a) contratação e, conforme o caso, supervisão de terceiros, tais 14.133, de 2021;
como fornecedores, prestadores de serviço, agentes intermediá- IV - suspensão temporária de participação em licitação e im-
rios, despachantes, consultores, representantes comerciais e asso- pedimento de contratar com a administração pública, conforme
ciados; disposto no inciso IV do caput do art. 33 da Lei nº 12.527, de 18 de
b) contratação e, conforme o caso, supervisão de pessoas ex- novembro de 2011;
postas politicamente, bem como de seus familiares, estreitos cola- V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a
boradores e pessoas jurídicas de que participem; e administração pública, conforme disposto no inciso V do caput do
c) realização e supervisão de patrocínios e doações; art. 33 da Lei nº 12.527, de 2011;
XIV - verificação, durante os processos de fusões, aquisições e VI - declaração de inidoneidade para participar de licitação com
reestruturações societárias, do cometimento de irregularidades ou a administração pública federal, conforme disposto no art. 46 da Lei
ilícitos ou da existência de vulnerabilidades nas pessoas jurídicas nº 8.443, de 16 de julho de 1992;
envolvidas; e VII - proibição de contratar com o Poder Público, conforme dis-
XV - monitoramento contínuo do programa de integridade posto no art. 12 da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992;
visando ao seu aperfeiçoamento na prevenção, na detecção e no VIII - proibição de contratar e participar de licitações com o Po-
combate à ocorrência dos atos lesivos previstos no art. 5º da Lei nº der Público, conforme disposto no art. 10 da Lei nº 9.605, de 12 de
12.846, de 2013. fevereiro de 1998; e
§ 1º Na avaliação dos parâmetros de que trata o caput, serão IX - declaração de inidoneidade, conforme disposto no inciso V
considerados o porte e as especificidades da pessoa jurídica, por do caput do art. 78-A combinado com o art. 78-I da Lei nº 10.233,
meio de aspectos como: de 5 de junho de 2001.
I - a quantidade de funcionários, empregados e colaboradores;
II - o faturamento, levando ainda em consideração o fato de
ser qualificada como microempresa ou empresa de pequeno porte;
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Parágrafo único. Poderão ser registradas no CEIS outras san- CAPÍTULO VII
ções que impliquem restrição ao direito de participar em licitações DISPOSIÇÕES FINAIS
ou de celebrar contratos com a administração pública, ainda que
não sejam de natureza administrativa. Art. 64. As informações referentes ao PAR instaurado no âm-
Art. 59. O CNEP conterá informações referentes: bito dos órgãos e das entidades do Poder Executivo federal serão
I - às sanções impostas com fundamento na Lei nº 12.846, de registradas no sistema de gerenciamento eletrônico de processos
2013; e administrativos sancionadores mantido pela Controladoria-Geral
II - ao descumprimento de acordo de leniência celebrado com da União, conforme ato do Ministro de Estado da Controladoria-
fundamento na Lei nº 12.846, de 2013. -Geral da União.
Parágrafo único. As informações sobre os acordos de leniên- Art. 65. Os órgãos e as entidades da administração pública, no
cia celebrados com fundamento na Lei nº 12.846, de 2013, serão exercício de suas competências regulatórias, disporão sobre os efei-
registradas em relação específica no CNEP, após a celebração do tos da Lei nº 12.846, de 2013, no âmbito das atividades reguladas,
acordo, exceto se sua divulgação causar prejuízos às investigações inclusive no caso de proposta e celebração de acordo de leniência.
ou ao processo administrativo. Art. 66. O processamento do PAR ou a negociação de acordo
Art. 60. Constarão do CEIS e do CNEP, sem prejuízo de outros de leniência não interfere no seguimento regular dos processos ad-
a serem estabelecidos pela Controladoria-Geral da União, dados e ministrativos específicos para apuração da ocorrência de danos e
informações referentes a: prejuízos à administração pública federal resultantes de ato lesivo
I - nome ou razão social da pessoa física ou jurídica sancionada; cometido por pessoa jurídica, com ou sem a participação de agente
II - número de inscrição da pessoa jurídica no Cadastro Nacio- público.
nal da Pessoa Jurídica - CNPJ ou da pessoa física no Cadastro de Art. 67. Compete ao Ministro de Estado da Controladoria-Ge-
Pessoas Físicas - CPF; ral da União editar orientações, normas e procedimentos comple-
III - tipo de sanção; mentares para a execução deste Decreto, notadamente no que diz
IV - fundamentação legal da sanção; respeito a:
V - número do processo no qual foi fundamentada a sanção; I - fixação da metodologia para a apuração do faturamento bru-
VI - data de início de vigência do efeito limitador ou impeditivo to e dos tributos a serem excluídos para fins de cálculo da multa a
da sanção ou data de aplicação da sanção; que se refere o art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013;
VII - data final do efeito limitador ou impeditivo da sanção, II - forma e regras para o cumprimento da publicação extraordi-
quando couber; nária da decisão administrativa sancionadora;
VIII - nome do órgão ou da entidade sancionadora; III - avaliação do programa de integridade, inclusive sobre a for-
IX - valor da multa, quando couber; e ma de avaliação simplificada no caso de microempresas e empresas
X - escopo de abrangência da sanção, quando couber. de pequeno porte; e
Art. 61. Os registros no CEIS e no CNEP deverão ser realizados IV - gestão e registro dos procedimentos e sanções aplicadas
imediatamente após o transcurso do prazo para apresentação do em face de pessoas jurídicas e entes privados.
pedido de reconsideração ou recurso cabível ou da publicação de Art. 68. O Ministério da Justiça e Segurança Pública, a Advoca-
sua decisão final, quando lhe for atribuído efeito suspensivo pela cia-Geral da União e a Controladoria-Geral da União:
autoridade competente. I - estabelecerão canais de comunicação institucional:
Art. 62. A exclusão dos dados e das informações constantes do a) para o encaminhamento de informações referentes à prática
CEIS ou do CNEP se dará: de atos lesivos contra a administração pública nacional ou estran-
I - com o fim do prazo do efeito limitador ou impeditivo da san- geira ou derivadas de acordos de colaboração premiada e acordos
ção ou depois de decorrido o prazo previamente estabelecido no de leniência; e
ato sancionador; ou b) para a cooperação jurídica internacional e recuperação de
II - mediante requerimento da pessoa jurídica interessada, ativos; e
após cumpridos os seguintes requisitos, quando aplicáveis: II - poderão, por meio de acordos de colaboração técnica, ar-
a) publicação da decisão de reabilitação da pessoa jurídica san- ticular medidas para o enfrentamento da corrupção e de delitos
cionada; conexos.
b) cumprimento integral do acordo de leniência; Art. 69. As disposições deste Decreto se aplicam imediatamen-
c) reparação do dano causado; te aos processos em curso, resguardados os atos praticados antes
d) quitação da multa aplicada; e de sua vigência.
e) cumprimento da pena de publicação extraordinária da deci- Art. 70. Fica revogado o Decreto nº 8.420, de 18 de março de
são administrativa sancionadora. 2015.
Art. 63. O fornecimento dos dados e das informações de que Art. 71. Este Decreto entra em vigor em 18 de julho de 2022.
trata este Capítulo pelos órgãos e pelas entidades dos Poderes Exe- Brasília, 11 de julho de 2022; 201º da Independência e 134º da
cutivo, Legislativo e Judiciário de cada uma das esferas de governo República.
será disciplinado pela Controladoria-Geral da União.
Parágrafo único. O registro e a exclusão dos registros no CEIS
e no CNEP são de competência e responsabilidade do órgão ou da
entidade sancionadora.

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CAPÍTULO II
LEI FEDERAL Nº 12.846/2013 E SUAS ALTERAÇÕES. DOS ATOS LESIVOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NACIONAL
OU ESTRANGEIRA
LEI Nº 12.846, DE 1º DE AGOSTO DE 2013. Art. 5º Constituem atos lesivos à administração pública, nacio-
nal ou estrangeira, para os fins desta Lei, todos aqueles praticados
Dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pelas pessoas jurídicas mencionadas no parágrafo único do art. 1º
pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração públi- , que atentem contra o patrimônio público nacional ou estrangeiro,
ca, nacional ou estrangeira, e dá outras providências. contra princípios da administração pública ou contra os compromis-
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- sos internacionais assumidos pelo Brasil, assim definidos:
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: I - prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vanta-
gem indevida a agente público, ou a terceira pessoa a ele relacio-
CAPÍTULO I nada;
DISPOSIÇÕES GERAIS II - comprovadamente, financiar, custear, patrocinar ou de
qualquer modo subvencionar a prática dos atos ilícitos previstos
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva ad- nesta Lei;
ministrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a III - comprovadamente, utilizar-se de interposta pessoa física
administração pública, nacional ou estrangeira. ou jurídica para ocultar ou dissimular seus reais interesses ou a
Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta Lei às sociedades identidade dos beneficiários dos atos praticados;
empresárias e às sociedades simples, personificadas ou não, in- IV - no tocante a licitações e contratos:
dependentemente da forma de organização ou modelo societário a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qual-
adotado, bem como a quaisquer fundações, associações de entida- quer outro expediente, o caráter competitivo de procedimento li-
des ou pessoas, ou sociedades estrangeiras, que tenham sede, filial citatório público;
ou representação no território brasileiro, constituídas de fato ou de b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato
direito, ainda que temporariamente. de procedimento licitatório público;
Art. 2º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetiva- c) afastar ou procurar afastar licitante, por meio de fraude ou
mente, nos âmbitos administrativo e civil, pelos atos lesivos pre- oferecimento de vantagem de qualquer tipo;
vistos nesta Lei praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo d) fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente;
ou não. e) criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa jurídica para
Art. 3º A responsabilização da pessoa jurídica não exclui a res- participar de licitação pública ou celebrar contrato administrativo;
ponsabilidade individual de seus dirigentes ou administradores ou f) obter vantagem ou benefício indevido, de modo fraudulento,
de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe do ato de modificações ou prorrogações de contratos celebrados com a
ilícito. administração pública, sem autorização em lei, no ato convocatório
§ 1º A pessoa jurídica será responsabilizada independentemen- da licitação pública ou nos respectivos instrumentos contratuais; ou
te da responsabilização individual das pessoas naturais referidas no g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro dos
caput . contratos celebrados com a administração pública;
§ 2º Os dirigentes ou administradores somente serão responsa- V - dificultar atividade de investigação ou fiscalização de órgãos,
bilizados por atos ilícitos na medida da sua culpabilidade. entidades ou agentes públicos, ou intervir em sua atuação, inclusive
Art. 4º Subsiste a responsabilidade da pessoa jurídica na hipó- no âmbito das agências reguladoras e dos órgãos de fiscalização do
tese de alteração contratual, transformação, incorporação, fusão ou sistema financeiro nacional.
cisão societária. § 1º Considera-se administração pública estrangeira os órgãos
§ 1º Nas hipóteses de fusão e incorporação, a responsabilidade e entidades estatais ou representações diplomáticas de país estran-
da sucessora será restrita à obrigação de pagamento de multa e re- geiro, de qualquer nível ou esfera de governo, bem como as pessoas
paração integral do dano causado, até o limite do patrimônio trans- jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público
ferido, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções previstas nesta de país estrangeiro.
Lei decorrentes de atos e fatos ocorridos antes da data da fusão ou § 2º Para os efeitos desta Lei, equiparam-se à administração
incorporação, exceto no caso de simulação ou evidente intuito de pública estrangeira as organizações públicas internacionais.
fraude, devidamente comprovados. § 3º Considera-se agente público estrangeiro, para os fins desta
§ 2º As sociedades controladoras, controladas, coligadas ou, no Lei, quem, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, exerça
âmbito do respectivo contrato, as consorciadas serão solidariamen- cargo, emprego ou função pública em órgãos, entidades estatais ou
te responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei, restringin- em representações diplomáticas de país estrangeiro, assim como
do-se tal responsabilidade à obrigação de pagamento de multa e em pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo po-
reparação integral do dano causado. der público de país estrangeiro ou em organizações públicas inter-
nacionais.

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CAPÍTULO III CAPÍTULO IV


DA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DE RESPONSABILIZAÇÃO

Art. 6º Na esfera administrativa, serão aplicadas às pessoas ju- Art. 8º A instauração e o julgamento de processo administrati-
rídicas consideradas responsáveis pelos atos lesivos previstos nesta vo para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica cabem à
Lei as seguintes sanções: autoridade máxima de cada órgão ou entidade dos Poderes Execu-
I - multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte tivo, Legislativo e Judiciário, que agirá de ofício ou mediante provo-
por cento) do faturamento bruto do último exercício anterior ao cação, observados o contraditório e a ampla defesa.
da instauração do processo administrativo, excluídos os tributos, a § 1º A competência para a instauração e o julgamento do pro-
qual nunca será inferior à vantagem auferida, quando for possível cesso administrativo de apuração de responsabilidade da pessoa
sua estimação; e jurídica poderá ser delegada, vedada a subdelegação.
II - publicação extraordinária da decisão condenatória. § 2º No âmbito do Poder Executivo federal, a Controladoria-
§ 1º As sanções serão aplicadas fundamentadamente, isolada -Geral da União - CGU terá competência concorrente para instaurar
ou cumulativamente, de acordo com as peculiaridades do caso con- processos administrativos de responsabilização de pessoas jurídicas
creto e com a gravidade e natureza das infrações. ou para avocar os processos instaurados com fundamento nesta Lei,
§ 2º A aplicação das sanções previstas neste artigo será prece- para exame de sua regularidade ou para corrigir-lhes o andamento.
dida da manifestação jurídica elaborada pela Advocacia Pública ou Art. 9º Competem à Controladoria-Geral da União - CGU a apu-
pelo órgão de assistência jurídica, ou equivalente, do ente público. ração, o processo e o julgamento dos atos ilícitos previstos nesta
§ 3º A aplicação das sanções previstas neste artigo não exclui, Lei, praticados contra a administração pública estrangeira, obser-
em qualquer hipótese, a obrigação da reparação integral do dano vado o disposto no Artigo 4 da Convenção sobre o Combate da
causado. Corrupção de Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações
§ 4º Na hipótese do inciso I do caput , caso não seja possível Comerciais Internacionais, promulgada pelo Decreto nº 3.678, de
utilizar o critério do valor do faturamento bruto da pessoa jurídica, 30 de novembro de 2000.
a multa será de R$ 6.000,00 (seis mil reais) a R$ 60.000.000,00 (ses- Art. 10. O processo administrativo para apuração da responsa-
senta milhões de reais). bilidade de pessoa jurídica será conduzido por comissão designada
§ 5º A publicação extraordinária da decisão condenatória ocor- pela autoridade instauradora e composta por 2 (dois) ou mais ser-
rerá na forma de extrato de sentença, a expensas da pessoa jurídi- vidores estáveis.
ca, em meios de comunicação de grande circulação na área da prá- § 1º O ente público, por meio do seu órgão de representação
tica da infração e de atuação da pessoa jurídica ou, na sua falta, em judicial, ou equivalente, a pedido da comissão a que se refere o
publicação de circulação nacional, bem como por meio de afixação caput , poderá requerer as medidas judiciais necessárias para a in-
de edital, pelo prazo mínimo de 30 (trinta) dias, no próprio esta- vestigação e o processamento das infrações, inclusive de busca e
belecimento ou no local de exercício da atividade, de modo visível apreensão.
ao público, e no sítio eletrônico na rede mundial de computadores. § 2º A comissão poderá, cautelarmente, propor à autoridade
§ 6º (VETADO). instauradora que suspenda os efeitos do ato ou processo objeto da
Art. 7º Serão levados em consideração na aplicação das san- investigação.
ções: § 3º A comissão deverá concluir o processo no prazo de 180
I - a gravidade da infração; (cento e oitenta) dias contados da data da publicação do ato que a
II - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator; instituir e, ao final, apresentar relatórios sobre os fatos apurados e
III - a consumação ou não da infração; eventual responsabilidade da pessoa jurídica, sugerindo de forma
IV - o grau de lesão ou perigo de lesão; motivada as sanções a serem aplicadas.
V - o efeito negativo produzido pela infração; § 4º O prazo previsto no § 3º poderá ser prorrogado, mediante
VI - a situação econômica do infrator; ato fundamentado da autoridade instauradora.
VII - a cooperação da pessoa jurídica para a apuração das in- Art. 11. No processo administrativo para apuração de respon-
frações; sabilidade, será concedido à pessoa jurídica prazo de 30 (trinta) dias
VIII - a existência de mecanismos e procedimentos internos de para defesa, contados a partir da intimação.
integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades e Art. 12. O processo administrativo, com o relatório da comis-
a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito da são, será remetido à autoridade instauradora, na forma do art. 10,
pessoa jurídica; para julgamento.
IX - o valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o Art. 13. A instauração de processo administrativo específico de
órgão ou entidade pública lesados; e reparação integral do dano não prejudica a aplicação imediata das
X - (VETADO). sanções estabelecidas nesta Lei.
Parágrafo único. Os parâmetros de avaliação de mecanismos e Parágrafo único. Concluído o processo e não havendo paga-
procedimentos previstos no inciso VIII do caput serão estabelecidos mento, o crédito apurado será inscrito em dívida ativa da fazenda
em regulamento do Poder Executivo federal. pública.
Art. 14. A personalidade jurídica poderá ser desconsiderada
sempre que utilizada com abuso do direito para facilitar, encobrir
ou dissimular a prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei ou para
provocar confusão patrimonial, sendo estendidos todos os efeitos

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das sanções aplicadas à pessoa jurídica aos seus administradores e Art. 17. A administração pública poderá também celebrar acor-
sócios com poderes de administração, observados o contraditório e do de leniência com a pessoa jurídica responsável pela prática de
a ampla defesa. ilícitos previstos na Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, com vistas
Art. 15. A comissão designada para apuração da responsabili- à isenção ou atenuação das sanções administrativas estabelecidas
dade de pessoa jurídica, após a conclusão do procedimento admi- em seus arts. 86 a 88.
nistrativo, dará conhecimento ao Ministério Público de sua existên-
cia, para apuração de eventuais delitos. CAPÍTULO VI
DA RESPONSABILIZAÇÃO JUDICIAL
CAPÍTULO V
DO ACORDO DE LENIÊNCIA Art. 18. Na esfera administrativa, a responsabilidade da pessoa
jurídica não afasta a possibilidade de sua responsabilização na es-
Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pú- fera judicial.
blica poderá celebrar acordo de leniência com as pessoas jurídicas Art. 19. Em razão da prática de atos previstos no art. 5º desta
responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei que colabo- Lei, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, por meio
rem efetivamente com as investigações e o processo administrativo, das respectivas Advocacias Públicas ou órgãos de representação ju-
sendo que dessa colaboração resulte: dicial, ou equivalentes, e o Ministério Público, poderão ajuizar ação
I - a identificação dos demais envolvidos na infração, quando com vistas à aplicação das seguintes sanções às pessoas jurídicas
couber; e infratoras:
II - a obtenção célere de informações e documentos que com- I - perdimento dos bens, direitos ou valores que representem
provem o ilícito sob apuração. vantagem ou proveito direta ou indiretamente obtidos da infração,
§ 1º O acordo de que trata o caput somente poderá ser celebra- ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé;
do se preenchidos, cumulativamente, os seguintes requisitos: II - suspensão ou interdição parcial de suas atividades;
I - a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu III - dissolução compulsória da pessoa jurídica;
interesse em cooperar para a apuração do ato ilícito; IV - proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, do-
II - a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento ações ou empréstimos de órgãos ou entidades públicas e de insti-
na infração investigada a partir da data de propositura do acordo; tuições financeiras públicas ou controladas pelo poder público, pelo
III - a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coo- prazo mínimo de 1 (um) e máximo de 5 (cinco) anos.
pere plena e permanentemente com as investigações e o processo § 1º A dissolução compulsória da pessoa jurídica será determi-
administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que soli- nada quando comprovado:
citada, a todos os atos processuais, até seu encerramento. I - ter sido a personalidade jurídica utilizada de forma habitual
§2º A celebração do acordo de leniência isentará a pessoa ju- para facilitar ou promover a prática de atos ilícitos; ou
rídica das sanções previstas no inciso II do art. 6º e no inciso IV do II - ter sido constituída para ocultar ou dissimular interesses ilí-
art. 19 e reduzirá em até 2/3 (dois terços) o valor da multa aplicável. citos ou a identidade dos beneficiários dos atos praticados.
§ 3º O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obri- § 2º (VETADO).
gação de reparar integralmente o dano causado. § 3º As sanções poderão ser aplicadas de forma isolada ou
§ 4º O acordo de leniência estipulará as condições necessárias cumulativa.
para assegurar a efetividade da colaboração e o resultado útil do § 4º O Ministério Público ou a Advocacia Pública ou órgão de
processo. representação judicial, ou equivalente, do ente público poderá re-
§ 5º Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às pes- querer a indisponibilidade de bens, direitos ou valores necessários
soas jurídicas que integram o mesmo grupo econômico, de fato e à garantia do pagamento da multa ou da reparação integral do dano
de direito, desde que firmem o acordo em conjunto, respeitadas as causado, conforme previsto no art. 7º , ressalvado o direito do ter-
condições nele estabelecidas. ceiro de boa-fé.
§ 6º A proposta de acordo de leniência somente se tornará pú- Art. 20. Nas ações ajuizadas pelo Ministério Público, poderão
blica após a efetivação do respectivo acordo, salvo no interesse das ser aplicadas as sanções previstas no art. 6º , sem prejuízo daque-
investigações e do processo administrativo. las previstas neste Capítulo, desde que constatada a omissão das
§ 7º Não importará em reconhecimento da prática do ato ilícito autoridades competentes para promover a responsabilização admi-
investigado a proposta de acordo de leniência rejeitada. nistrativa.
§ 8º Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a Art. 21. Nas ações de responsabilização judicial, será adotado o
pessoa jurídica ficará impedida de celebrar novo acordo pelo prazo rito previsto na Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985.
de 3 (três) anos contados do conhecimento pela administração pú- Parágrafo único. A condenação torna certa a obrigação de re-
blica do referido descumprimento. parar, integralmente, o dano causado pelo ilícito, cujo valor será
§ 9º A celebração do acordo de leniência interrompe o prazo apurado em posterior liquidação, se não constar expressamente da
prescricional dos atos ilícitos previstos nesta Lei. sentença.
§ 10. A Controladoria-Geral da União - CGU é o órgão compe-
tente para celebrar os acordos de leniência no âmbito do Poder Exe-
cutivo federal, bem como no caso de atos lesivos praticados contra
a administração pública estrangeira.

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CAPÍTULO VII Art. 28. Esta Lei aplica-se aos atos lesivos praticados por pessoa
DISPOSIÇÕES FINAIS jurídica brasileira contra a administração pública estrangeira, ainda
que cometidos no exterior.
Art. 22. Fica criado no âmbito do Poder Executivo federal o Ca- Art. 29. O disposto nesta Lei não exclui as competências do
dastro Nacional de Empresas Punidas - CNEP, que reunirá e dará Conselho Administrativo de Defesa Econômica, do Ministério da
publicidade às sanções aplicadas pelos órgãos ou entidades dos Justiça e do Ministério da Fazenda para processar e julgar fato que
Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todas as esferas de constitua infração à ordem econômica.
governo com base nesta Lei. Art. 30. A aplicação das sanções previstas nesta Lei não afeta
§ 1º Os órgãos e entidades referidos no caput deverão informar os processos de responsabilização e aplicação de penalidades de-
e manter atualizados, no Cnep, os dados relativos às sanções por correntes de:
eles aplicadas. I - ato de improbidade administrativa nos termos da Lei nº
§ 2º O Cnep conterá, entre outras, as seguintes informações 8.429, de 2 de junho de 1992 ; e
acerca das sanções aplicadas: II - atos ilícitos alcançados pela Lei nº 8.666, de 21 de junho de
I - razão social e número de inscrição da pessoa jurídica ou en- 1993, ou outras normas de licitações e contratos da administração
tidade no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ; pública, inclusive no tocante ao Regime Diferenciado de Contrata-
II - tipo de sanção; e ções Públicas - RDC instituído pela Lei nº 12.462, de 4 de agosto de
III - data de aplicação e data final da vigência do efeito limitador 2011.
ou impeditivo da sanção, quando for o caso. Art. 31. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias após
§ 3º As autoridades competentes, para celebrarem acordos a data de sua publicação.
de leniência previstos nesta Lei, também deverão prestar e manter Brasília, 1º de agosto de 2013; 192º da Independência e 125º
atualizadas no Cnep, após a efetivação do respectivo acordo, as in- da República.
formações acerca do acordo de leniência celebrado, salvo se esse
procedimento vier a causar prejuízo às investigações e ao processo
administrativo. LEI FEDERAL Nº 7.716, DE 05 DE JANEIRO DE 1989, E SUAS
§ 4º Caso a pessoa jurídica não cumpra os termos do acordo ALTERAÇÕES.
de leniência, além das informações previstas no § 3º , deverá ser
incluída no Cnep referência ao respectivo descumprimento.
§ 5º Os registros das sanções e acordos de leniência serão ex- LEI Nº 12.846, DE 1º DE AGOSTO DE 2013.
cluídos depois de decorrido o prazo previamente estabelecido no
ato sancionador ou do cumprimento integral do acordo de leniência Dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de
e da reparação do eventual dano causado, mediante solicitação do pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração públi-
órgão ou entidade sancionadora. ca, nacional ou estrangeira, e dá outras providências.
Art. 23. Os órgãos ou entidades dos Poderes Executivo, Legisla- A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
tivo e Judiciário de todas as esferas de governo deverão informar e cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
manter atualizados, para fins de publicidade, no Cadastro Nacional
de Empresas Inidôneas e Suspensas - CEIS, de caráter público, ins- CAPÍTULO I
tituído no âmbito do Poder Executivo federal, os dados relativos às DISPOSIÇÕES GERAIS
sanções por eles aplicadas, nos termos do disposto nos arts. 87 e 88
da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993. Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva ad-
Art. 24. A multa e o perdimento de bens, direitos ou valores ministrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a
aplicados com fundamento nesta Lei serão destinados preferencial- administração pública, nacional ou estrangeira.
mente aos órgãos ou entidades públicas lesadas. Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta Lei às sociedades
Art. 25. Prescrevem em 5 (cinco) anos as infrações previstas empresárias e às sociedades simples, personificadas ou não, in-
nesta Lei, contados da data da ciência da infração ou, no caso de dependentemente da forma de organização ou modelo societário
infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado. adotado, bem como a quaisquer fundações, associações de entida-
Parágrafo único. Na esfera administrativa ou judicial, a prescri- des ou pessoas, ou sociedades estrangeiras, que tenham sede, filial
ção será interrompida com a instauração de processo que tenha por ou representação no território brasileiro, constituídas de fato ou de
objeto a apuração da infração. direito, ainda que temporariamente.
Art. 26. A pessoa jurídica será representada no processo admi- Art. 2º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetiva-
nistrativo na forma do seu estatuto ou contrato social. mente, nos âmbitos administrativo e civil, pelos atos lesivos pre-
§ 1º As sociedades sem personalidade jurídica serão represen- vistos nesta Lei praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo
tadas pela pessoa a quem couber a administração de seus bens. ou não.
§ 2º A pessoa jurídica estrangeira será representada pelo ge- Art. 3º A responsabilização da pessoa jurídica não exclui a res-
rente, representante ou administrador de sua filial, agência ou su- ponsabilidade individual de seus dirigentes ou administradores ou
cursal aberta ou instalada no Brasil. de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe do ato
Art. 27. A autoridade competente que, tendo conhecimento ilícito.
das infrações previstas nesta Lei, não adotar providências para a § 1º A pessoa jurídica será responsabilizada independentemen-
apuração dos fatos será responsabilizada penal, civil e administrati- te da responsabilização individual das pessoas naturais referidas no
vamente nos termos da legislação específica aplicável. caput .

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§ 2º Os dirigentes ou administradores somente serão responsa- § 1º Considera-se administração pública estrangeira os órgãos
bilizados por atos ilícitos na medida da sua culpabilidade. e entidades estatais ou representações diplomáticas de país estran-
Art. 4º Subsiste a responsabilidade da pessoa jurídica na hipó- geiro, de qualquer nível ou esfera de governo, bem como as pessoas
tese de alteração contratual, transformação, incorporação, fusão ou jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público
cisão societária. de país estrangeiro.
§ 1º Nas hipóteses de fusão e incorporação, a responsabilidade § 2º Para os efeitos desta Lei, equiparam-se à administração
da sucessora será restrita à obrigação de pagamento de multa e re- pública estrangeira as organizações públicas internacionais.
paração integral do dano causado, até o limite do patrimônio trans- § 3º Considera-se agente público estrangeiro, para os fins desta
ferido, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções previstas nesta Lei, quem, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, exerça
Lei decorrentes de atos e fatos ocorridos antes da data da fusão ou cargo, emprego ou função pública em órgãos, entidades estatais ou
incorporação, exceto no caso de simulação ou evidente intuito de em representações diplomáticas de país estrangeiro, assim como
fraude, devidamente comprovados. em pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo po-
§ 2º As sociedades controladoras, controladas, coligadas ou, no der público de país estrangeiro ou em organizações públicas inter-
âmbito do respectivo contrato, as consorciadas serão solidariamen- nacionais.
te responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei, restringin-
do-se tal responsabilidade à obrigação de pagamento de multa e CAPÍTULO III
reparação integral do dano causado. DA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

CAPÍTULO II Art. 6º Na esfera administrativa, serão aplicadas às pessoas ju-


DOS ATOS LESIVOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NACIONAL rídicas consideradas responsáveis pelos atos lesivos previstos nesta
OU ESTRANGEIRA Lei as seguintes sanções:
I - multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte
Art. 5º Constituem atos lesivos à administração pública, nacio- por cento) do faturamento bruto do último exercício anterior ao
nal ou estrangeira, para os fins desta Lei, todos aqueles praticados da instauração do processo administrativo, excluídos os tributos, a
pelas pessoas jurídicas mencionadas no parágrafo único do art. 1º qual nunca será inferior à vantagem auferida, quando for possível
, que atentem contra o patrimônio público nacional ou estrangeiro, sua estimação; e
contra princípios da administração pública ou contra os compromis- II - publicação extraordinária da decisão condenatória.
sos internacionais assumidos pelo Brasil, assim definidos: § 1º As sanções serão aplicadas fundamentadamente, isolada
I - prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vanta- ou cumulativamente, de acordo com as peculiaridades do caso con-
gem indevida a agente público, ou a terceira pessoa a ele relacio- creto e com a gravidade e natureza das infrações.
nada; § 2º A aplicação das sanções previstas neste artigo será prece-
II - comprovadamente, financiar, custear, patrocinar ou de dida da manifestação jurídica elaborada pela Advocacia Pública ou
qualquer modo subvencionar a prática dos atos ilícitos previstos pelo órgão de assistência jurídica, ou equivalente, do ente público.
nesta Lei; § 3º A aplicação das sanções previstas neste artigo não exclui,
III - comprovadamente, utilizar-se de interposta pessoa física em qualquer hipótese, a obrigação da reparação integral do dano
ou jurídica para ocultar ou dissimular seus reais interesses ou a causado.
identidade dos beneficiários dos atos praticados; § 4º Na hipótese do inciso I do caput , caso não seja possível
IV - no tocante a licitações e contratos: utilizar o critério do valor do faturamento bruto da pessoa jurídica,
a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qual- a multa será de R$ 6.000,00 (seis mil reais) a R$ 60.000.000,00 (ses-
quer outro expediente, o caráter competitivo de procedimento li- senta milhões de reais).
citatório público; § 5º A publicação extraordinária da decisão condenatória ocor-
b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato rerá na forma de extrato de sentença, a expensas da pessoa jurídi-
de procedimento licitatório público; ca, em meios de comunicação de grande circulação na área da prá-
c) afastar ou procurar afastar licitante, por meio de fraude ou tica da infração e de atuação da pessoa jurídica ou, na sua falta, em
oferecimento de vantagem de qualquer tipo; publicação de circulação nacional, bem como por meio de afixação
d) fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente; de edital, pelo prazo mínimo de 30 (trinta) dias, no próprio esta-
e) criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa jurídica para belecimento ou no local de exercício da atividade, de modo visível
participar de licitação pública ou celebrar contrato administrativo; ao público, e no sítio eletrônico na rede mundial de computadores.
f) obter vantagem ou benefício indevido, de modo fraudulento, § 6º (VETADO).
de modificações ou prorrogações de contratos celebrados com a Art. 7º Serão levados em consideração na aplicação das san-
administração pública, sem autorização em lei, no ato convocatório ções:
da licitação pública ou nos respectivos instrumentos contratuais; ou I - a gravidade da infração;
g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-financeiro dos II - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator;
contratos celebrados com a administração pública; III - a consumação ou não da infração;
V - dificultar atividade de investigação ou fiscalização de órgãos, IV - o grau de lesão ou perigo de lesão;
entidades ou agentes públicos, ou intervir em sua atuação, inclusive V - o efeito negativo produzido pela infração;
no âmbito das agências reguladoras e dos órgãos de fiscalização do VI - a situação econômica do infrator;
sistema financeiro nacional. VII - a cooperação da pessoa jurídica para a apuração das in-
frações;

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VIII - a existência de mecanismos e procedimentos internos de Art. 13. A instauração de processo administrativo específico de
integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades e reparação integral do dano não prejudica a aplicação imediata das
a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito da sanções estabelecidas nesta Lei.
pessoa jurídica; Parágrafo único. Concluído o processo e não havendo paga-
IX - o valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o mento, o crédito apurado será inscrito em dívida ativa da fazenda
órgão ou entidade pública lesados; e pública.
X - (VETADO). Art. 14. A personalidade jurídica poderá ser desconsiderada
Parágrafo único. Os parâmetros de avaliação de mecanismos e sempre que utilizada com abuso do direito para facilitar, encobrir
procedimentos previstos no inciso VIII do caput serão estabelecidos ou dissimular a prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei ou para
em regulamento do Poder Executivo federal. provocar confusão patrimonial, sendo estendidos todos os efeitos
das sanções aplicadas à pessoa jurídica aos seus administradores e
CAPÍTULO IV sócios com poderes de administração, observados o contraditório e
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DE RESPONSABILIZAÇÃO a ampla defesa.
Art. 15. A comissão designada para apuração da responsabili-
Art. 8º A instauração e o julgamento de processo administrati- dade de pessoa jurídica, após a conclusão do procedimento admi-
vo para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica cabem à nistrativo, dará conhecimento ao Ministério Público de sua existên-
autoridade máxima de cada órgão ou entidade dos Poderes Execu- cia, para apuração de eventuais delitos.
tivo, Legislativo e Judiciário, que agirá de ofício ou mediante provo-
cação, observados o contraditório e a ampla defesa. CAPÍTULO V
§ 1º A competência para a instauração e o julgamento do pro- DO ACORDO DE LENIÊNCIA
cesso administrativo de apuração de responsabilidade da pessoa
jurídica poderá ser delegada, vedada a subdelegação. Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pú-
§ 2º No âmbito do Poder Executivo federal, a Controladoria- blica poderá celebrar acordo de leniência com as pessoas jurídicas
-Geral da União - CGU terá competência concorrente para instaurar responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei que colabo-
processos administrativos de responsabilização de pessoas jurídicas rem efetivamente com as investigações e o processo administrativo,
ou para avocar os processos instaurados com fundamento nesta Lei, sendo que dessa colaboração resulte:
para exame de sua regularidade ou para corrigir-lhes o andamento. I - a identificação dos demais envolvidos na infração, quando
Art. 9º Competem à Controladoria-Geral da União - CGU a apu- couber; e
ração, o processo e o julgamento dos atos ilícitos previstos nesta II - a obtenção célere de informações e documentos que com-
Lei, praticados contra a administração pública estrangeira, obser- provem o ilícito sob apuração.
vado o disposto no Artigo 4 da Convenção sobre o Combate da § 1º O acordo de que trata o caput somente poderá ser celebra-
Corrupção de Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações do se preenchidos, cumulativamente, os seguintes requisitos:
Comerciais Internacionais, promulgada pelo Decreto nº 3.678, de I - a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu
30 de novembro de 2000. interesse em cooperar para a apuração do ato ilícito;
Art. 10. O processo administrativo para apuração da responsa- II - a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento
bilidade de pessoa jurídica será conduzido por comissão designada na infração investigada a partir da data de propositura do acordo;
pela autoridade instauradora e composta por 2 (dois) ou mais ser- III - a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coo-
vidores estáveis. pere plena e permanentemente com as investigações e o processo
§ 1º O ente público, por meio do seu órgão de representação administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que soli-
judicial, ou equivalente, a pedido da comissão a que se refere o citada, a todos os atos processuais, até seu encerramento.
caput , poderá requerer as medidas judiciais necessárias para a in- §2º A celebração do acordo de leniência isentará a pessoa ju-
vestigação e o processamento das infrações, inclusive de busca e rídica das sanções previstas no inciso II do art. 6º e no inciso IV do
apreensão. art. 19 e reduzirá em até 2/3 (dois terços) o valor da multa aplicável.
§ 2º A comissão poderá, cautelarmente, propor à autoridade § 3º O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obri-
instauradora que suspenda os efeitos do ato ou processo objeto da gação de reparar integralmente o dano causado.
investigação. § 4º O acordo de leniência estipulará as condições necessárias
§ 3º A comissão deverá concluir o processo no prazo de 180 para assegurar a efetividade da colaboração e o resultado útil do
(cento e oitenta) dias contados da data da publicação do ato que a processo.
instituir e, ao final, apresentar relatórios sobre os fatos apurados e § 5º Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às pes-
eventual responsabilidade da pessoa jurídica, sugerindo de forma soas jurídicas que integram o mesmo grupo econômico, de fato e
motivada as sanções a serem aplicadas. de direito, desde que firmem o acordo em conjunto, respeitadas as
§ 4º O prazo previsto no § 3º poderá ser prorrogado, mediante condições nele estabelecidas.
ato fundamentado da autoridade instauradora. § 6º A proposta de acordo de leniência somente se tornará pú-
Art. 11. No processo administrativo para apuração de respon- blica após a efetivação do respectivo acordo, salvo no interesse das
sabilidade, será concedido à pessoa jurídica prazo de 30 (trinta) dias investigações e do processo administrativo.
para defesa, contados a partir da intimação. § 7º Não importará em reconhecimento da prática do ato ilícito
Art. 12. O processo administrativo, com o relatório da comis- investigado a proposta de acordo de leniência rejeitada.
são, será remetido à autoridade instauradora, na forma do art. 10,
para julgamento.

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§ 8º Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a Parágrafo único. A condenação torna certa a obrigação de re-
pessoa jurídica ficará impedida de celebrar novo acordo pelo prazo parar, integralmente, o dano causado pelo ilícito, cujo valor será
de 3 (três) anos contados do conhecimento pela administração pú- apurado em posterior liquidação, se não constar expressamente da
blica do referido descumprimento. sentença.
§ 9º A celebração do acordo de leniência interrompe o prazo
prescricional dos atos ilícitos previstos nesta Lei. CAPÍTULO VII
§ 10. A Controladoria-Geral da União - CGU é o órgão compe- DISPOSIÇÕES FINAIS
tente para celebrar os acordos de leniência no âmbito do Poder Exe-
cutivo federal, bem como no caso de atos lesivos praticados contra Art. 22. Fica criado no âmbito do Poder Executivo federal o Ca-
a administração pública estrangeira. dastro Nacional de Empresas Punidas - CNEP, que reunirá e dará
Art. 17. A administração pública poderá também celebrar acor- publicidade às sanções aplicadas pelos órgãos ou entidades dos
do de leniência com a pessoa jurídica responsável pela prática de Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todas as esferas de
ilícitos previstos na Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, com vistas governo com base nesta Lei.
à isenção ou atenuação das sanções administrativas estabelecidas § 1º Os órgãos e entidades referidos no caput deverão informar
em seus arts. 86 a 88. e manter atualizados, no Cnep, os dados relativos às sanções por
eles aplicadas.
CAPÍTULO VI § 2º O Cnep conterá, entre outras, as seguintes informações
DA RESPONSABILIZAÇÃO JUDICIAL acerca das sanções aplicadas:
I - razão social e número de inscrição da pessoa jurídica ou en-
Art. 18. Na esfera administrativa, a responsabilidade da pessoa tidade no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ;
jurídica não afasta a possibilidade de sua responsabilização na es- II - tipo de sanção; e
fera judicial. III - data de aplicação e data final da vigência do efeito limitador
Art. 19. Em razão da prática de atos previstos no art. 5º desta ou impeditivo da sanção, quando for o caso.
Lei, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, por meio § 3º As autoridades competentes, para celebrarem acordos
das respectivas Advocacias Públicas ou órgãos de representação ju- de leniência previstos nesta Lei, também deverão prestar e manter
dicial, ou equivalentes, e o Ministério Público, poderão ajuizar ação atualizadas no Cnep, após a efetivação do respectivo acordo, as in-
com vistas à aplicação das seguintes sanções às pessoas jurídicas formações acerca do acordo de leniência celebrado, salvo se esse
infratoras: procedimento vier a causar prejuízo às investigações e ao processo
I - perdimento dos bens, direitos ou valores que representem administrativo.
vantagem ou proveito direta ou indiretamente obtidos da infração, § 4º Caso a pessoa jurídica não cumpra os termos do acordo
ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé; de leniência, além das informações previstas no § 3º , deverá ser
II - suspensão ou interdição parcial de suas atividades; incluída no Cnep referência ao respectivo descumprimento.
III - dissolução compulsória da pessoa jurídica; § 5º Os registros das sanções e acordos de leniência serão ex-
IV - proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, do- cluídos depois de decorrido o prazo previamente estabelecido no
ações ou empréstimos de órgãos ou entidades públicas e de insti- ato sancionador ou do cumprimento integral do acordo de leniência
tuições financeiras públicas ou controladas pelo poder público, pelo e da reparação do eventual dano causado, mediante solicitação do
prazo mínimo de 1 (um) e máximo de 5 (cinco) anos. órgão ou entidade sancionadora.
§ 1º A dissolução compulsória da pessoa jurídica será determi- Art. 23. Os órgãos ou entidades dos Poderes Executivo, Legisla-
nada quando comprovado: tivo e Judiciário de todas as esferas de governo deverão informar e
I - ter sido a personalidade jurídica utilizada de forma habitual manter atualizados, para fins de publicidade, no Cadastro Nacional
para facilitar ou promover a prática de atos ilícitos; ou de Empresas Inidôneas e Suspensas - CEIS, de caráter público, ins-
II - ter sido constituída para ocultar ou dissimular interesses ilí- tituído no âmbito do Poder Executivo federal, os dados relativos às
citos ou a identidade dos beneficiários dos atos praticados. sanções por eles aplicadas, nos termos do disposto nos arts. 87 e 88
§ 2º (VETADO). da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993.
§ 3º As sanções poderão ser aplicadas de forma isolada ou Art. 24. A multa e o perdimento de bens, direitos ou valores
cumulativa. aplicados com fundamento nesta Lei serão destinados preferencial-
§ 4º O Ministério Público ou a Advocacia Pública ou órgão de mente aos órgãos ou entidades públicas lesadas.
representação judicial, ou equivalente, do ente público poderá re- Art. 25. Prescrevem em 5 (cinco) anos as infrações previstas
querer a indisponibilidade de bens, direitos ou valores necessários nesta Lei, contados da data da ciência da infração ou, no caso de
à garantia do pagamento da multa ou da reparação integral do dano infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado.
causado, conforme previsto no art. 7º , ressalvado o direito do ter- Parágrafo único. Na esfera administrativa ou judicial, a prescri-
ceiro de boa-fé. ção será interrompida com a instauração de processo que tenha por
Art. 20. Nas ações ajuizadas pelo Ministério Público, poderão objeto a apuração da infração.
ser aplicadas as sanções previstas no art. 6º , sem prejuízo daque- Art. 26. A pessoa jurídica será representada no processo admi-
las previstas neste Capítulo, desde que constatada a omissão das nistrativo na forma do seu estatuto ou contrato social.
autoridades competentes para promover a responsabilização admi- § 1º As sociedades sem personalidade jurídica serão represen-
nistrativa. tadas pela pessoa a quem couber a administração de seus bens.
Art. 21. Nas ações de responsabilização judicial, será adotado o § 2º A pessoa jurídica estrangeira será representada pelo ge-
rito previsto na Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985. rente, representante ou administrador de sua filial, agência ou su-
cursal aberta ou instalada no Brasil.
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Art. 27. A autoridade competente que, tendo conhecimento II - desigualdade racial: toda situação injustificada de dife-
das infrações previstas nesta Lei, não adotar providências para a renciação de acesso e fruição de bens, serviçose oportunidades,
apuração dos fatos será responsabilizada penal, civil e administrati- nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendência
vamente nos termos da legislação específica aplicável. ou origem nacional ou étnica;
Art. 28. Esta Lei aplica-se aos atos lesivos praticados por pessoa III - desigualdade de gênero e raça: assimetria existente no
jurídica brasileira contra a administração pública estrangeira, ainda âmbito da sociedade que acentua a distânciasocial entre mulheres
que cometidos no exterior. negras e os demais segmentos sociais;
Art. 29. O disposto nesta Lei não exclui as competências do IV - população negra: o conjunto de pessoas que se autode-
Conselho Administrativo de Defesa Econômica, do Ministério da claram pretas e pardas, conforme o quesitocor ou raça usado pela
Justiça e do Ministério da Fazenda para processar e julgar fato que Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou
constitua infração à ordem econômica. que adotam autodefinição análoga;
Art. 30. A aplicação das sanções previstas nesta Lei não afeta V - políticas públicas: as ações, iniciativas e programas ado-
os processos de responsabilização e aplicação de penalidades de- tados pelo Estado no cumprimento de suasatribuições institucio-
correntes de: nais;
I - ato de improbidade administrativa nos termos da Lei nº VI - ações afirmativas: os programas e medidas especiais
8.429, de 2 de junho de 1992 ; e adotados pelo Estado e pela iniciativa privadapara a correção das
II - atos ilícitos alcançados pela Lei nº 8.666, de 21 de junho de desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportuni-
1993, ou outras normas de licitações e contratos da administração dades.
pública, inclusive no tocante ao Regime Diferenciado de Contrata- Art. 2° É dever do Estado e da sociedade garantir a igualdade de
ções Públicas - RDC instituído pela Lei nº 12.462, de 4 de agosto de oportunidades, reconhecendo a todo cidadão brasileiro, indepen-
2011. dentemente da etnia ou da cor da pele, o direito à participação na
Art. 31. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias após comunidade, especialmente nas atividades políticas, econômicas,
a data de sua publicação. empresariais, educacionais, culturais e esportivas e ambientais de-
Brasília, 1º de agosto de 2013; 192º da Independência e 125º fendendo sua dignidade e seus valores religiosos e culturais.
da República. Art. 3° Além das normas constitucionais relativas aos princípios
fundamentais, aos direitos e garantias fundamentais e aos direitos
sociais, econômicos e culturais, ambientais e políticos, o Estatuto da
LEI ESTADUAL Nº 9.341, DE 11 DE NOVEMBRO DE 2021, E Equidade Racial adota como diretriz político-jurídica a inclusão das
SUAS ALTERAÇÕES. ÉTICA E MORAL vítimas de desigualdade racial, a valorização da igualdade étnica e o
fortalecimento da identidade nacional brasileira.
Art. 4° A participação da população negra, em condição de
LEI Nº 9.341, DE 11 DE NOVEMBRO DE 2021 igualdade de oportunidade, na vida econômica, social, política e
cultural, ambiental do país será promovida, prioritariamente, por
DOE Nº 34764, DE 12/11/2021 meio de:
Institui o Estatuto da Equidade Racial no Estado do I - inclusão nas políticas públicas de desenvolvimento eco-
Pará, adota os preceitos da Lei Federal n° 12.288, de 20 de julho nômico e social;
de 2010, e altera a Lei Estadual n° 6.941, de 17 de janeiro de 2007. II - adoção de medidas, programas e políticas de ação afir-
A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO PARÁ, estatui e eu mativa;
sanciono a seguinte Lei: III - modificação das estruturas institucionais do Estado para
o adequado enfrentamento e a superaçãodas desigualdades decor-
TÍTULO I rentes do preconceito e da discriminação racial;
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES IV - promoção de ajustes normativos para aperfeiçoar o com-
bate à discriminação racial e àsdesigualdades étnicas em todas as
Art. 1° Esta Lei institui o Estatuto da Equidade Racial no Esta- suas manifestações individuais, institucionais e estruturais;
do do Pará, adota os preceitos da Lei Federal n° 12.288, de 20 de V - eliminação dos obstáculos históricos, socioculturais e
julho de 2010, e altera a Lei Estadual n° 6.941, de 17 de janeiro de institucionais que impedem a representação dadiversidade racial
2007, com a finalidade de garantir à população negra a efetivação nas esferas pública e privada;
da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos raciais indivi- VI - estímulo, apoio e fortalecimento de iniciativas oriundas
duais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais da sociedade civil direcionadas à promoçãoda igualdade de oportu-
formas de intolerância étnico-racial. nidades e ao combate às desigualdades raciais, inclusive mediante
Parágrafo único. Para efeito deste Estatuto, considera-se: a implementação de incentivos e critérios de condicionamento e
I - discriminação racial: toda distinção, exclusão, restrição prioridade no acesso aos recursos públicos;
ou preferência baseada em raça, cor,descendência ou origem nacio- VII - implementação de programas de ação afirmativa des-
nal ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhe- tinados ao enfrentamento das desigualdadesraciais no tocante à
cimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos educação, cultura, esporte e lazer, saúde, segurança, trabalho, mo-
humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômi- radia, meios de comunicação de massa, financiamentos públicos,
co, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou acesso à terra, à Justiça, e outros.
privada; Parágrafo único. Os programas de ação afirmativa constituir-se-
-ão em políticas públicas destinadas a

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reparar as distorções e desigualdades sócio-raciais e de gênero Parágrafo único. Os membros das comunidades de remanes-
e demais práticas discriminatórias adotadas, nas esferas pública e centes de quilombos serão beneficiários de incentivos específicos
privada, durante o processo de formação social do Estado do Pará para a garantia do direito à saúde, incluindo melhorias nas condi-
e do País. ções ambientais, no saneamento básico, na segurança alimentar e
Art. 5° Para a consecução dos objetivos desta Lei, poderá ser nutricional e na atenção integral à saúde.
instituído o Sistema Estadual de Promoção da Igualdade Racial
(SEPIR), conforme estabelecido no Título III. CAPÍTULO II
DO DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA, AO ESPORTE E AO
TÍTULO II LAZER
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
SEÇÃO I
CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS
DO DIREITO À SAÚDE
Art. 9° A população negra tem direito a participar de atividades
Art. 6° O direito à saúde da população negra será garantido educacionais, culturais, esportivas e de lazer adequadas a seus inte-
pelo Poder Público mediante políticas e programas universais, so- resses e condições, de modo a contribuir para o patrimônio cultural
ciais e econômicas e específicas destinadas à redução do risco de de sua comunidade, do Estado e da sociedade brasileira.
doenças e de outros agravos. Art. 10. Para o cumprimento do disposto no art. 9°, sem pre-
§ 1° O acesso universal e igualitário ao Sistema Único de Saúde juízo de participação em iniciativas do governo federal, o governo
(SUS) para promoção, proteção e recuperação da saúde da popula- estadual e as prefeituras municipais adotarão as seguintes provi-
ção negra, sem prejuízo das atribuições das entidades públicas fe- dências:
derais, será de responsabilidade dos órgãos e instituições estaduais I - promoção de ações para viabilizar e ampliar o acesso da
e municipais, da administração direta e indireta. população negra ao ensino gratuito e àsatividades esportivas e de
§ 2° O Poder Público garantirá que o segmento da população lazer;
negra vincu lado aos seguros privados de saúde seja tratado sem II - apoio à iniciativa de entidades que mantenham espaço
discriminação. para promoção social e cultural da populaçãonegra;
Art. 7° O conjunto de ações de saúde voltadas à população III - desenvolvimento de campanhas educativas, inclusive
negra constitui a Política Estadual de Saúde Integral da População nas escolas, para que a solidariedade aosmembros da população
Negra, organizada de acordo com as diretrizes abaixo especificadas: negra faça parte da cultura de toda a sociedade;
I - ampliação e fortalecimento da participação de lideranças IV - implementação de políticas públicas para o fortaleci-
dos movimentos sociais em defesa da saúdeda população negra nas mento da juventude negra paraense.
instâncias de participação e controle social do SUS;
II - produção de conhecimento científico e tecnológico em SEÇÃO II
saúde da população negra; DA EDUCAÇÃO
III - desenvolvimento de processos de informação, comuni-
cação e educação para contribuir com aredução das vulnerabilida- Art. 11. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de en-
des da população negra; sino médio, públicos e privados, é obrigatório o estudo da história
IV - fortalecimento do programa voltado para saúde da po- geral da África e da história da população negra no Estado do Pará
pulação negra e quilombolas com ampliação eaprimoramento do e no Brasil, observado o disposto na Lei Federal n° 9.394, de 20 de
atendimento a pacientes com Anemia Falciforme e fortalecimento dezembro de 1996.
do SUS; § 1° Os conteúdos referentes à história da população negra no
V - fortalecimento das ações de saúde mental a população Estado do Pará e no Brasil serão ministrados no âmbito de todo o
negra vítima do racismo e da discriminaçãoracial. currículo escolar, resgatando sua contribuição decisiva para o de-
Art. 8° Constituem objetivos da Política Estadual de Saúde Inte- senvolvimento social, econômico, político e cultural e ambiental do
gral da População Negra: País.
I - a promoção da saúde integral da população negra, prio- § 2° O órgão competente do Poder Executivo fomentará a for-
rizando a redução das desigualdades raciais e o mação inicial e continuada de professores e a elaboração de mate-
combate à discriminação nas instituições e serviços do SUS; rial didático específico para o cumprimento do disposto no caput
II - a melhoria da qualidade dos sistemas de informação do deste artigo.
SUS no que tange à coleta, ao processamentoe à análise dos dados § 3° Nas datas comemorativas de caráter cívico, os órgãos res-
desagregados por cor, etnia e gênero; ponsáveis pela educação incentivarão a participação de intelectuais
III - o fomento à realização de estudos e pesquisas sobre ra- e representantes do movimento negro para debater com os estu-
cismo e saúde da população negra; dantes suas vivências relativas ao tema em comemoração.
IV - a inclusão do conteúdo da saúde da população negra nos Art. 12. Os órgãos estaduais de fomento à pesquisa e à pós-
processos de formação e educaçãopermanente dos trabalhadores -graduação poderão criar incentivos a pesquisas e a programas de
da saúde; estudo voltados para temas referentes às relações étnicas, aos qui-
V - a inclusão da temática saúde da população negra nos lombos e
processos de formação política das liderançasde movimentos so- às questões pertinentes à população negra.
ciais para o exercício da participação e controle social no SUS.

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Parágrafo único. Em cumprimento ao disposto no caput os ór- Art. 20. O Poder Público incentivará a celebração das personali-
gãos estaduais de fomento à pesquisa e à pós-graduação em coope- dades e das datas comemorativas relacionadas à trajetória do sam-
ração ou associação aos congêneres federais poderão participar do ba, samba de cacete, carimbó, marambiré, boi bumbá, siriá, lundu,
desenvolvimento de pesquisas e programas de estudos nacionais. e de outras manifestações culturais de matriz africana, bem como
Art. 13. O Poder Executivo Estadual, por meio dos órgãos com- sua comemoração nas instituições de ensino públicas e privadas.
petentes, incentivará as instituições de ensino superior públicas e Art. 21. O Poder Público garantirá o registro e a proteção da
privadas, sem prejuízo da legislação em vigor a: capoeira, em todas as suas modalidades, como bem de natureza
I - resguardar os princípios da ética em pesquisa e apoiar imaterial e de formação da identidade cultural brasileira, nos ter-
grupos, núcleos e centros de pesquisa, nosdiversos programas de mos do art. 216 da Constituição Federal.
pós-graduação que desenvolvam temáticas de interesse da popula- Parágrafo único. O Poder Público buscará garantir, por meio dos
ção negra; atos normativos necessários, a preservação dos elementos forma-
II - incorporar nas matrizes curriculares dos cursos de for- dores tradicionais da capoeira nas suas relações internacionais.
mação de professores temas que incluamvalores concernentes à
pluralidade racial e cultural da sociedade brasileira; SEÇÃO IV
III - formação continuada para professores que já estejam DO ESPORTE E LAZER
atuando na rede de ensino estadual, a fim deque possam trabalhar
com a Lei Federal n° 10.639/2003; Art. 22. O Poder Público Estadual fomentará o pleno acesso da
IV - desenvolver programas de extensão universitária desti- população negra às práticas desportivas, consolidando o esporte e
nados a aproximar jovens negros detecnologias avançadas, assegu- o lazer como direitos sociais, sem prejuízo das iniciativas do ente
rado o princípio da proporcionalidade de gênero entre os benefici- federal.
ários; § 1° A atividade de capoeirista será reconhecida em todas as
V - estabelecer programas de cooperação técnica, nos esta- modalidades em que a capoeira se manifesta, seja como esporte,
belecimentos de ensino públicos, privados ecomunitários, com as luta, dança ou música, sendo livre o exercício em todo o território
escolas de educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e nacional.
ensino técnico, para a formação docente baseada em princípios de § 2° É facultado o ensino da capoeira nas instituições públicas e
equidade, de tolerância e de respeito às diferenças étnicas. privadas pelos capoeiristas e mestres tradicionais, pública e formal-
Art. 14. O Poder Público estimulará e apoiará ações socioedu- mente reconhecidos.
cacionais realizadas por entidades do movimento negro que desen- Art. 23. O Poder Público Estadual garantirá políticas de ação
volvam atividades voltadas para a inclusão social, mediante coope- afirmativa com bolsas para atletas negros paraolímpicos e bolsa
ração técnica, intercâmbios, convênios e incentivos, entre outros atleta para jovens negros em diversas modalidades.
mecanismos.
Art. 15. O Poder Público adotará programas de ação afirmativa, CAPÍTULO III
reservando em escolas técnicas estaduais e instituições de ensino DO DIREITO À LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA E DE CRENÇA E
superior por ele mantidas no mínimo 40% (quarenta por cento) das AO
vagas a candidatos negros que se submetam a processo seletivo LIVRE EXERCÍCIO DOS CULTOS RELIGIOSOS
pelo critério cor, preta ou parda.
Art. 16. VETADO. Art. 24. É inviolável a liberdade de consciência e de crença,
Parágrafo único. VETADO. sendo assegurado o livre exercício dos cultos de religiões de matriz
Art. 17. O Poder Executivo Estadual, por meio dos seus órgãos africana e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto
competentes, acompanhará e avaliará os programas de que trata e a suas liturgias.
esta Seção. Art. 25. O direito à liberdade de consciência e de crença e ao
livre exercício dos cultos religiosos de matriz africana compreende:
SEÇÃO III I - a prática de cultos, a celebração de reuniões relaciona-
DA CULTURA das à religiosidade e a fundação e manutenção,por iniciativa priva-
da, de lugares reservados para tais fins e a suas liturgias;
Art. 18. Sem prejuízo das atribuições do ente federal, o Poder II - a celebração de festividades e cerimônias de acordo com
Público Estadual garantirá o reconhecimento das sociedades ne- preceitos das respectivas religiões;
gras, clubes e outras formas de manifestação coletiva da popula- III - a fundação e a manutenção, por iniciativa privada, de
ção negra, com trajetória histórica comprovada, como patrimônio instituições beneficentes ligadas às respectivasconvicções religio-
histórico e cultural, nos termos dos arts. 215 e 216 da Constituição sas;
Federal e Constituição do Estado do Pará, arts. 277/ VII -1° e 286 - § IV - a produção, a comercialização, a aquisição e o uso de
1°, -b. artigos e materiais religiosos adequados aoscostumes e às práticas
Art. 19. É assegurado aos remanescentes das comunidades dos fundadas na respectiva religiosidade, ressalvadas as condutas veda-
quilombos o direito à preservação de seus usos, costumes, tradi- das por legislação específica;
ções e manifestos religiosos, sob a proteção do Estado. V - a produção e a divulgação de publicações relacionadas
Parágrafo único. A preservação dos documentos e dos sítios ao exercício e à difusão das religiões de matrizafricana;
detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos, VI - a coleta de contribuições financeiras de pessoas naturais
tombados nos termos do § 5° do art. 216 da Constituição Federal, e jurídicas de natureza privada para amanutenção das atividades
receberá especial atenção do Poder Público Estadual, sem prejuízo religiosas e sociais das respectivas religiões;
das atribuições das instituições federais.
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VII - o acesso aos órgãos e aos meios de comunicação para Art. 33. O Poder Executivo Estadual, em colaboração com o
divulgação das respectivas religiões; ente federal ou por iniciativa própria, elaborará e desenvolverá po-
VIII - a comunicação ao Ministério Público para abertura de líticas públicas especiais voltadas para o desenvolvimento sustentá-
ação penal em face de atitudes e práticas deracismo e intolerância vel dos remanescentes das comunidades dos quilombos, respeitan-
religiosa nos meios de comunicação e em quaisquer outros locais. do as tradições de proteção ambiental das comunidades.
Art. 26. É garantida a assistência religiosa aos praticantes de re- Art. 34. Para fins de política agrícola, os remanescentes das co-
ligiões de matrizes africanas internados em hospitais ou em outras munidades dos quilombos receberão dos órgãos competentes tra-
instituições de internação coletiva, inclusive àqueles submetidos à tamento especial diferenciado, assistência técnica e linhas especiais
pena privativa de liberdade. de financiamento público, destinados à realização de suas ativida-
Art. 27. O Poder Público Estadual adotará as medidas neces- des produtivas e de infraestrutura.
sárias para o combate à intolerância com as religiões de matrizes Art. 35. Os remanescentes das comunidades dos quilombos se
africanas e à discriminação de seus seguidores, especialmente com beneficiarão de todas as iniciativas previstas nesta e em outras leis
o objetivo de: para a promoção da equidade racial.
I - coibir a utilização dos meios de comunicação social para
a difusão de proposições, imagens ouabordagens que exponham SEÇÃO II
pessoa ou grupo ao ódio ou ao desprezo por motivos fundados na DA MORADIA
religiosidade de matrizes africanas;
II - inventariar, restaurar e proteger os documentos, obras Art. 36. O Poder Público Estadual garantirá a implementação
e outros bens de valor artístico e cultural, osmonumentos, manan- de políticas públicas para assegurar o direito à moradia adequada
ciais, flora e sítios arqueológicos vinculados às religiões de matrizes da população negra que vive em favelas, cortiços, áreas urbanas
africanas; subutilizadas, degradadas ou em processo de degradação, a fim de
III - assegurar a participação proporcional de representantes reintegrá-las à dinâmica urbana e promover melhorias no ambiente
das religiões de matrizes africanas, ao ladoda representação das de- e na qualidade de vida, sem prejuízo das atribuições de entes fede-
mais religiões, em comissões, conselhos, órgãos e outras instâncias rais e das políticas que desenvolvam de idêntica finalidade.
de deliberação vinculadas ao Poder Público; Parágrafo único. O direito à moradia adequada, para os efeitos
IV - assegurar que as políticas públicas voltadas para a po- desta Lei, inclui não apenas o provimento habitacional, mas tam-
pulação negra, sejam estendidas aos povos ecomunidades tradicio- bém a garantia da infraestrutura urbana e dos equipamentos comu-
nais de matriz africana (POTMAS), considerando que são territórios nitários associados à função habitacional, bem como a Assistência
de negritude. Técnica e Jurídica para a construção, a reforma ou a regularização
fundiária da habitação em área urbana.
CAPÍTULO IV Art. 37. Os programas, projetos e outras ações no Estado do
DO ACESSO À TERRA E À MORADIA ADEQUADA Pará devem estar articuladas e realizadas no âmbito do Sistema Na-
cional de Habitação de Interesse Social (SNHIS), regulado pela Lei n°
SEÇÃO I 11.124, de 16 de junho de 2005, devendo considerar as peculiarida-
DO ACESSO À TERRA des sociais, econômicas e culturais da população negra.
Parágrafo único. O Estado do Pará e os Municípios estimularão
Art. 28. O Poder Público Estadual elaborará e implementará po- e facilitarão a participação de organizações e movimentos repre-
líticas públicas capazes de promover o acesso da população negra à sentativos da população negra na composição dos conselhos cons-
terra e às atividades produtivas no campo, sem prejuízo das atribui- tituídos para fins de aplicação do Fundo Nacional de Habitação de
ções do ente federal. Interesse Social (FNHIS).
Art. 29. Para incentivar o desenvolvimento das atividades pro- Art. 38. Os agentes financeiros, públicos ou privados, promove-
dutivas da população negra no campo, o rão ações para viabilizar o acesso da população negra aos financia-
Poder Público Estadual promoverá ações para viabilizar e am- mentos habitacionais.
pliar o seu acesso ao financiamento agrícola, sem prejuízo do ente
federal. CAPÍTULO V
Art. 30. Serão assegurados à população negra a Assistência Téc- DO TRABALHO
nica Rural, a simplificação do acesso ao crédito agrícola e o forta-
lecimento da infraestrutura de logística para a comercialização da Art. 39. A implementação de políticas voltadas para a inclusão da
produção, sem prejuízo das responsabilidades e ações dos entes população negra no mercado de trabalho será de responsabilidade
federais. do Poder Público, sem prejuízo das atribuições da União Federal,
Art. 31. O Poder Público Estadual promoverá a educação e a observando-se:
orientação profissional agrícola para os trabalhadores negros e as I - o instituído neste Estatuto;
comunidades negras rurais, sem prejuízo das atribuições do ente II - os compromissos assumidos pelo Brasil ao ratificar a
federal. Convenção Internacional sobre a Eliminação deTodas as Formas de
Art. 32. Aos remanescentes das comunidades dos quilombos Discriminação Racial, de 1965;
que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade de- III - os compromissos assumidos pelo Brasil ao ratificar a
finitiva, devendo o Estado do Pará emitir-lhes os títulos respectivos Convenção n° 111, de 1958, da OrganizaçãoInternacional do Traba-
quando couber ou em acordo com a União Federal e seus órgãos lho (OIT), que trata da discriminação no emprego e na profissão;
fundiários, observado o art. 322 da Constituição Estadual. IV - os demais compromissos formalmente assumidos pelo
Parágrafo único. VETADO. Brasil perante a comunidade internacional.
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Art. 40. O Poder Público Estadual promoverá ações que assegu- go para atores, figurantes e técnicos negros, sendo vedada toda e
rem a igualdade de oportunidades no mercado de trabalho para a qualquer discriminação de natureza política, ideológica, racial ou
população negra, inclusive mediante a implementação de medidas artística.
visando à promoção da igualdade nas contratações do setor públi- Art. 46. Aplica-se à produção de peças publicitárias destinadas
co e de economia mista, além do incentivo de adoção de medidas à veiculação pelas emissoras de televisão e em salas cinematográfi-
similares nas empresas e organizações privadas. cas o disposto no art. 43.
§ 1° A igualdade de oportunidades será lograda mediante a Art. 47. Os órgãos e entidades da administração pública direta,
adoção de políticas e programas de formação profissional, de em- autárquica ou fundacional, as empresas públicas e as sociedades de
prego e de geração de renda voltados para a população negra. economia mista do Estado do Pará, deverão incluir cláusulas de par-
§ 2° As ações visando a promover a igualdade de oportunida- ticipação de artistas negros nos contratos de realização de filmes,
des na esfera da administração pública farse-ão por meio de nor- programas ou quaisquer outras peças de caráter publicitário.
mas estabelecidas ou a serem estabelecidas em legislação específi- § 1° Os órgãos e entidades de que trata este artigo incluirão,
ca e em seus regulamentos. nas especificações para contratação de serviços de consultoria,
§ 3° O Poder Público Estadual estimulará, por meio de incenti- conceituação, produção e realização de filmes, programas ou peças
vos, a adoção de iguais medidas pelo setor privado. publicitárias, a obrigatoriedade da prática de iguais oportunidades
§ 4° As ações de que trata o caput deste artigo assegurarão o de emprego para as pessoas relacionadas com o projeto ou serviço
princípio da paridade de gênero entre os beneficiários. contratado.
§ 5° Será assegurado o acesso ao crédito para a pequena pro- § 2° Entende-se por prática de iguais oportunidades de empre-
dução, nos meios rural e urbano, com ações afirmativas para mu- go o conjunto de medidas sistemáticas executadas com a finalidade
lheres negras. de garantir a diversidade racial, de sexo e de idade na equipe vincu-
§ 6° O Poder Executivo, por meio de seus órgãos competentes, lada ao projeto ou serviço contratado.
promoverá campanhas de sensibilização contra a marginalização da § 3° A autoridade contratante poderá, se considerar necessário
mulher negra no trabalho artístico e cultural, respeitando sua iden- para garantir a prática de iguais oportunidades de emprego, reque-
tidade de gênero. rer auditoria por órgão do Poder Público Estadual.
§ 7° O Poder Público promoverá ações com o objetivo de ele- § 4° A exigência disposta no caput não se aplica às produções
var a escolaridade e a qualificação profissional nos setores da eco- publicitárias quando abordarem especificidades de grupos étnicos
nomia que contem com alto índice de ocupação por trabalhadores determinados.
negros de baixa escolarização. Art. 48. Deverá ser assegurado nos territórios quilombolas o
§ 8° VETADO. acesso às Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC’s), princi-
§ 9° O Poder Público incentivará parcerias com cursos técnicos palmente da informática e da internet no Estado do Pará, propor-
do Sistemas para pessoas negras de baixa renda (até dois salários cionando à população quilombola paraense melhores oportunida-
mínimos) e do mercado informal. des no mercado de trabalho e a apropriação do conhecimento para
§ 10. VETADO. o benefício da comunidade.
§ 11. O Estado, por meio de seus órgãos competentes, deverá
conceder Selo de Equidade Racial, que deverá ser criado por lei es- TÍTULO III
pecífica, para empresas que possuam políticas de ação afirmativa DO SISTEMA ESTADUAL DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE
para pessoas negras nos seus processos de recrutamento e seleção. RACIAL (SIEPIR)
Art. 41. O Poder Executivo Estadual formulará políticas, pro-
gramas e projetos voltados para a inclusão da população negra no CAPÍTULO I
mercado de trabalho e orientará a destinação de recursos para seu DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
financiamento.
Art. 42. As ações de emprego e renda, promovidas por meio de Art. 49. É instituído o Sistema Estadual de Promoção da Igual-
financiamento para constituição e ampliação de pequenas e médias dade Racial (SIEPIR) como forma de organização e de articulação
empresas e de programas de geração de renda, contemplarão o es- voltadas à implementação do conjunto de políticas e serviços des-
tímulo à promoção de empresários negros. tinados a superar as desigualdades étnicas existentes no Estado do
Parágrafo único. O Poder Público estimulará as atividades vol- Pará.
tadas ao turismo com o enfoque na valorização da cultura racial § 1° O Estado do Pará poderá aderir ao Sistema Nacional de
com enfoque nos locais, monumentos e cidades que retratem a cul- Promoção de Igualdade Racial e mediante adesão os Municípios
tura, os usos e os costumes da população negra. poderão participar do Sistema Estadual.
Art. 43. VETADO. § 2° O Poder Público Estadual incentivará a sociedade e a inicia-
tiva privada a participar do SIEPIR.
CAPÍTULO VI
DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO CAPÍTULO II DOS OBJETIVOS

Art. 44. A produção veiculada pelos órgãos de comunicação va- Art. 50. São objetivos do SIEPIR:
lorizará a herança cultural e a participação da população negra na I - promover a igualdade racial e o combate às desigualda-
história do Pará. des sociais resultantes do racismo, inclusivemediante adoção de
Art. 45. Na produção de filmes e programas destinados à vei- ações afirmativas;
culação pelas emissoras de televisão e em salas cinematográficas,
deverá ser adotada a prática de conferir oportunidades de empre-
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II - formular políticas destinadas a combater os fatores de Art. 54. É assegurado às vítimas de discriminação racial o aces-
marginalização e a promover a integraçãosocial da população ne- so aos órgãos de Ouvidoria Permanente, à Defensoria Pública, ao
gra; Ministério Público e ao Poder Judiciário, em todas as suas instân-
III - descentralizar a implementação de ações afirmativas pe- cias, para a garantia do cumprimento de seus direitos.
los governos estaduais, distrital e municipais; Parágrafo único. O Estado assegurará atenção às mulheres
IV - articular planos, ações e mecanismos voltados à promo- negras, respeitando sua identidade de gênero, em situação de vio-
ção da igualdade racial; lência, garantida a assistência física, psíquica, social e jurídica bem
V - garantir a eficácia dos meios e dos instrumentos criados como assegurará que sejam atendidas, de forma especifica, nas
para a implementação das ações afirmativase o cumprimento das demais questões jurídicas, considerando a situação de vulnerabi-
metas a serem estabelecidas. lidade.
Art. 55. O Estado adotará medidas especiais para coibir a vio-
CAPÍTULO III lência policial incidente sobre a população negra, com medidas es-
DA ORGANIZAÇÃO E COMPETÊNCIA pecíficas para combater o extermínio da juventude negra.
Parágrafo único. O Estado implementará ações de ressocializa-
Art. 51. O Poder Executivo, por meio de seus órgãos competentes, ção e proteção da juventude negra em conflito com a lei e exposta
elaborará plano estadual de promoção da igualdade racial a experiências de exclusão social.
contendo as metas, princípios e diretrizes para a implementação Art. 56. O Estado adotará medidas para coibir atos de discrimi-
da Política Estadual de Promoção da Igualdade Racial (PEPIR). nação e preconceito praticados por servidores públicos em detri-
§ 1° A elaboração, implementação, coordenação, avaliação e mento da população negra, observado, no que couber, o disposto
acompanhamento da PEPIR, bem como a organização, articulação na Lei n° 7.716, de 5 de janeiro de 1989.
e coordenação do SIEPIR, serão efetivados pelo órgão responsável Art. 57. Para a apreciação judicial das lesões e das ameaças de
pela política de promoção da igualdade racial em âmbito estadual. lesão aos interesses da população negra decorrentes de situações
§ 2° O Poder Executivo Estadual, por meio de seus órgãos com- de desigualdade racial, recorrer-se-á, entre outros instrumentos, à
petentes, instituirá fórum intergovernamental de promoção da ação civil pública, disciplinada na Lei Federal n° 7.347, de 24 de ju-
igualdade racial, com o objetivo de implementar estratégias que vi- lho de 1985.
sem à incorporação da política nacional de promoção da igualdade Art. 58. Deverá ser assegurado, pelos órgãos competentes do
racial nas ações governamentais de Estados e Municípios. Poder Executivo, nos cursos de capacitação de servidores do Siste-
§ 3° As diretrizes das políticas nacional e regional de promoção ma de Segurança Pública, disciplinas curriculares específicas de en-
da igualdade étnica serão elaboradas por órgão colegiado que asse- frentamento ao racismo e outras práticas discriminatórias, e sobre
gure a participação da sociedade civil. o direito de igualdade racial, previstos no art. 3°, inciso IV da Cons-
Art. 52. Os Poderes Executivos Estadual e Municipal, no âmbito tituição Federal e Decreto n° 65.810, de 8 de dezembro de 1969.
das respectivas esferas de competência, poderão instituir conselhos Parágrafo único. Considera-se cursos de capacitação, todo e
de promoção da equidade racial, de caráter permanente, delibera- qualquer curso realizado de formação ou de qualificação profissio-
tivo e consultivo, compostos por igual número de representantes nal dos servidores que trata o caput deste artigo.
de órgãos e entidades públicas e de organizações da sociedade civil Art. 59. Os relatórios do Conselho Estadual de Segurança Pú-
representativas da população negra. blica sobre violência e homicídios, deverão conter o recorte racial
§ 1° O Poder Executivo Estadual, por meio de seus órgãos com- contra a população negra.
petentes, captará os recursos que lhe foram destinados em decor- Art. 60. Deverá constar em qualquer concurso público, de qual-
rência de programas e atividades previstos na Lei Federal aos Es- quer dos Poderes do Estado do Pará, conteúdos sobre a legislação
tados e Municípios que tenham criado conselhos de promoção da antirracista e de promoção da igualdade racial, em especial o Esta-
equidade étnico-racial. tuto da Igualdade Racial Federal, Lei Federal n° 7.716/89 e Estadual
§ 2° Será assegurado no Conselho de que trata o caput a fun- quando houver.
ção de elaboração, implementação, monitoramento e avaliação de
Programas e ações de equidade raciais na área de educação, saúde, CAPÍTULO V
esportes e lazer sob responsabilidade dos Movimentos Negro do DO FINANCIAMENTO DAS INICIATIVAS DE PROMOÇÃO DA
Pará para garantir a transversalidade com verba assegurada no or- IGUALDADE RACIAL
çamento anual do Estado do Pará.
Art. 61. Na implementação dos programas e das ações constan-
CAPÍTULO IV tes dos Planos Plurianuais e dos Orçamentos Anuais do Estado do
DAS OUVIDORIAS PERMANENTES E DO ACESSO À JUSTIÇA E Pará, deverão ser observadas as políticas de ação afirmativa a que
À SEGURANÇA se refere o inciso VII do art. 4° desta Lei e outras políticas públicas
que tenham como objetivo promover a igualdade de oportunidades
Art. 53. O Poder Público poderá instituir, na forma da lei e e a inclusão social da população negra, especialmente no que tange
no âmbito dos Poderes Legislativo e Executivo, Ouvidorias a:
Permanentes em Defesa da Equidade Racial, para receber e I - promoção da igualdade de oportunidades em educação,
encaminhar denúncias de preconceito e discriminação com emprego, geração de renda, moradia esaneamento básico;
base em cor e acompanhar a implementação de medidas para a II - financiamento de pesquisas, nas áreas de educação, saú-
promoção da igualdade. de e emprego, voltadas para a melhoria daqualidade de vida da po-
pulação negra;

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III - incentivo à criação de programas e veículos de comuni- Art. 66. O parágrafo único do art. 1° da Lei n° 6.941, de 17 de
cação destinados à divulgação de matériasrelacionadas aos interes- janeiro de 2007, passa a viger com a seguinte redação:
ses da população negra; “Art.1° .........................................................................
IV - incentivo à criação e à manutenção de microempresas Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, considera-se popu-
administradas por pessoas autodeclaradasnegras; lação negra o
V - iniciativas que incrementem o acesso e a permanência conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas e pardas, con-
das pessoas negras na educação fundamental,média, técnica e su- forme o quesito cor ou raça usado pela Fundação Instituto Brasilei-
perior; ro de Geografia e Estatística (IBGE), ou que adotam autodefinição
VI - apoio a programas e projetos do Governo Estadual e Mu- análoga e sejam socialmente reconhecidas como tal.”
nicipal e de entidades da sociedade civilvoltados para a promoção Art. 67. Ficam mantidos os efeitos das Leis n°s 6.457, de 30 de
da igualdade de oportunidades para a população negra; abril de 2002, 6.938, de 28 de agosto de 2006, e 6.941, de 17 de
VII - apoio a iniciativas em defesa da cultura, da memória e janeiro de 2007, não havendo oposição à presente Lei.
das tradições africanas e brasileiras. Art. 68. Os direitos e garantias expressos neste Estatuto não ex-
§ 1° O Poder Executivo Estadual deverá adotar medidas que ga- cluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ele adota-
rantam, em cada exercício, a transparência na alocação e na execu- dos, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa
ção dos recursos necessários ao financiamento das ações previstas do Brasil seja parte (Art. 5°, LXXVIII, § 2° da Constituição Federal/88)
neste Estatuto, explicitando, entre outros, a proporção dos recursos (preâmbulo).
orçamentários destinados aos programas de promoção da igualda- Art. 69. VETADO.
de, especialmente nas áreas de educação, saúde, emprego e renda, Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
desenvolvimento agrário, habitação popular, desenvolvimento re-
gional, cultura, esporte e lazer. GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ
§ 2° Durante os 10 (dez) primeiros anos, a contar do exercício SECRETARIA DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILI-
subsequente à publicação deste Estatuto, os órgãos do Poder Exe- DADE
cutivo Estadual que desenvolvem políticas e programas nas áreas PALÁCIO DO GOVERNO, 11 de novembro de 2021
referidas no § 1° deste artigo, discriminarão em seus orçamentos
anuais a participação nos programas de ação afirmativa referidos
no inciso VII do art. 4° desta Lei. ÉTICA, PRINCÍPIOS, VALORES E A LEI
§ 3° O Poder Executivo Estadual poderá adotar as medidas ne-
cessárias para a adequada implementação do disposto neste artigo,
podendo estabelecer patamares de participação crescente dos pro- Princípios, Valores e Virtudes
gramas de ação afirmativa nos orçamentos anuais a que se refere o Princípios são preceitos, leis ou pressupostos considerados
§ 2° deste artigo. universais que definem as regras pela qual uma sociedade civiliza-
§ 4° O Poder Executivo Estadual, por meio de seus órgãos com- da deve se orientar.
petentes, acompanhará e avaliará a programação das ações referi- Em qualquer lugar do mundo, princípios são incontestáveis,
das neste artigo nas propostas orçamentárias do Estado. pois, quando adotados não oferecem resistência alguma. Enten-
Art. 62. Sem prejuízo da destinação de recursos ordinários, po- de-se que a adoção desses princípios está em consonância com o
derão ser consignados nos Orçamentos Fiscal e da Seguridade So- pensamento da sociedade e vale tanto para a elaboração da consti-
cial para financiamento das ações de que trata o art. 55: tuição de um país quanto para acordos políticos entre as nações ou
I - transferências voluntárias da União Federal; estatutos de condomínio.
II - doações voluntárias de particulares; O princípios se aplicam em todas as esferas, pessoa, profissio-
III - doações de empresas privadas e organizações não gover- nal e social, eis alguns exemplos: amor, felicidade, liberdade, paz e
namentais, nacionais ou internacionais; plenitude são exemplos de princípios considerados universais.
IV - doações voluntárias de fundos nacionais ou internacio- Como cidadãos – pessoas e profissionais -, esses princípios fa-
nais; zem parte da nossa existência e durante uma vida estaremos lutan-
V - doações de Estados estrangeiros, por meio de convênios, do para torná-los inabaláveis. Temos direito a todos eles, contudo,
tratados e acordos internacionais; por razões diversas, eles não surgem de graça. A base dos nossos
VI – VETADO. princípios é construída no seio da família e, em muitos casos, eles
se perdem no meio do caminho.
TÍTULO IV De maneira geral, os princípios regem a nossa existência e são
DISPOSIÇÕES FINAIS comuns a todos os povos, culturas, eras e religiões, queiramos ou
não. Quem age diferente ou em desacordo com os princípios uni-
Art. 63. As medidas instituídas nesta Lei não excluem outras em versais acaba sendo punido pela sociedade e sofre todas as conse-
prol da população negra que tenham sido ou venham a ser adota- quências.
das no âmbito da União Federal ou dos Municípios. Valores são normas ou padrões sociais geralmente aceitos ou
Art. 64. O Poder Executivo Estadual criará instrumentos para mantidos por determinado indivíduo, classe ou sociedade, portan-
aferir a eficácia social das medidas previstas nesta Lei e efetuará to, em geral, dependem basicamente da cultura relacionada com o
seu monitoramento constante, com a emissão e a divulgação de ambiente onde estamos inseridos. É comum existir certa confusão
relatórios periódicos, inclusive pela rede mundial de computadores. entre valores e princípios, todavia, os conceitos e as aplicações são
Art. 65. VETADO. diferentes.
Parágrafo único. VETADO.
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Diferente dos princípios, os valores são pessoais, subjetivos e,


acima de tudo, contestáveis. O que vale para você não vale neces- ÉTICA E DEMOCRACIA: EXERCÍCIO DA CIDADANIA. CON-
sariamente para os demais colegas de trabalho. Sua aplicação pode DUTA ÉTICA.
ou não ser ética e depende muito do caráter ou da personalidade
da pessoa que os adota.
Na prática, é muito mais simples ater-se aos valores do que ÉTICA E DEMOCRACIA
aos princípios, pois este último exige muito de nós. Os valores com- O Brasil ainda caminha a passos lentos no que diz respeito à
pletamente equivocados da nossa sociedade – dinheiro, sucesso, ética, principalmente no cenário político que se revela a cada dia,
luxo e riqueza – estão na ordem do dia, infelizmente. Todos os dias porém é inegável o fato de que realmente a moralidade tem avan-
somos convidados a negligenciar os princípios e adotar os valores çado.
ditados pela sociedade. Vários fatores contribuíram para a formação desse quadro caó-
Virtudes, segundo o Aurélio, são disposições constantes do es- tico. Entre eles os principais são os golpes de estados – Golpe de
pírito, as quais, por um esforço da vontade, inclinam à prática do 1930 e Golpe de 1964.
bem. Aristóteles afirmava que há duas espécies de virtudes: a inte- Durante o período em que o país viveu uma ditadura militar e
lectual e a moral. A primeira deve, em grande parte, sua geração e a democracia foi colocada de lado, tivemos a suspensão do ensino
crescimento ao ensino, e por isso requer experiência e tempo; ao de filosofia e, consequentemente, de ética, nas escolas e universi-
passo que a virtude moral é adquirida com o resultado do hábito. dades. Aliados a isso tivemos os direitos políticos do cidadão sus-
Segundo Aristóteles, nenhuma das virtudes morais surge em pensos, a liberdade de expressão caçada e o medo da repressão.
nós por natureza, visto que nada que existe por natureza pode ser Como consequência dessa série de medidas arbitrárias e auto-
alterado pela força do hábito, portanto, virtudes nada mais são do ritárias, nossos valores morais e sociais foram se perdendo, levando
que hábitos profundamente arraigados que se originam do meio a sociedade a uma “apatia” social, mantendo, assim, os valores que
onde somos criados e condicionados através de exemplos e com- o Estado queria impor ao povo.
portamentos semelhantes. Nos dias atuais estamos presenciando uma “nova era” em nos-
Uma pessoa pode ter valores e não ter princípios. Hitler, por so país no que tange à aplicabilidade das leis e da ética no poder:
exemplo, conhecia os princípios, mas preferiu ignorá-los e adotar os crimes de corrupção e de desvio de dinheiro estão sendo mais
valores como a supremacia da raça ariana, a aniquilação da oposi- investigados e a polícia tem trabalhado com mais liberdade de
ção e a dominação pela força. atuação em prol da moralidade e do interesse público, o que tem
No mundo corporativo não é diferente. Embora a convivência levado os agentes públicos a refletir mais sobre seus atos antes de
seja, por vezes, insuportável, deparamo-nos com profissionais que cometê-los.
atropelam os princípios, como se isso fosse algo natural, um meio Essa nova fase se deve principalmente à democracia implanta-
de sobrevivência, e adotam valores que nada tem a ver com duas da como regime político com a Constituição de 1988.
grandes necessidades corporativas: a convivência pacífica e o espí- Etimologicamente, o termo democracia vem do grego de-
rito de equipe. Nesse caso, virtude é uma palavra que não faz parte mokratía, em que demo significa povo e kratía, poder. Logo, a defi-
do seu vocabulário e, apesar da falta de escrúpulo, leva tempo para nição de democracia é “poder do povo”.
destituí-los do poder. A democracia confere ao povo o poder de influenciar na ad-
Valores e virtudes baseados em princípios universais são ine- ministração do Estado. Por meio do voto, o povo é que determina
gociáveis e, assim como a ética e a lealdade, ou você tem, ou não quem vai ocupar os cargos de direção do Estado. Logo, insere-se
tem. Entretanto, conceitos como liberdade, felicidade ou riqueza nesse contexto a responsabilidade tanto do povo, que escolhe seus
não podem ser definidos com exatidão. Cada pessoa tem recorda- dirigentes, quanto dos escolhidos, que deverão prestar contas de
ções, experiências, imagens internas e sentimentos que dão um seus atos no poder.
sentido especial e particular a esses conceitos.
O importante é que você não perca de vista esses conceitos A ética tem papel fundamental em todo esse processo, regula-
e tenha em mente que a sua contribuição, no universo pessoal e mentando e exigindo dos governantes o comportamento adequa-
profissional, depende da aplicação mais próxima possível do senso do à função pública que lhe foi confiada por meio do voto, e confe-
de justiça. E a justiça é uma virtude tão difícil, e tão negligenciada, rindo ao povo as noções e os valores necessários para o exercício
que a própria justiça sente dificuldades em aplicá-la, portanto, lute de seus deveres e cobrança dos seus direitos.
pelos princípios que os valores e as virtudes fluirão naturalmente. E por meio dos valores éticos e morais – determinados pela
sociedade – que podemos perceber se os atos cometidos pelos
ocupantes de cargos públicos estão visando ao bem comum ou ao
interesse público.

EXERCÍCIO DA CIDADANIA
Todo cidadão tem direito a exercer a cidadania, isto é, seus
direitos de cidadão; direitos esses que são garantidos constitucio-
nalmente nos princípios fundamentais.

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Exercer os direitos de cidadão, na verdade, está vinculado a exer- – valorização dos pilares institucionais da empresa, contribuin-
cer também os deveres de cidadão. Por exemplo, uma pessoa que do com a retenção e a atração de novos talentos.
deixa de votar não pode cobrar nada do governante que está no po-
der, afinal ela se omitiu do dever de participar do processo de escolha Vale perceber que são benefícios que se colhem tanto em uma
dessa pessoa, e com essa atitude abriu mão também dos seus direitos. escala individual quanto coletiva, e para o colaborador e a empresa
Direitos e deveres andam juntos no que tange ao exercício da também.
cidadania. Não se pode conceber um direito sem que antes este Pois então, vamos avaliar quais atitudes o nosso manual da éti-
seja precedido de um dever a ser cumprido; é uma via de mão du- ca profissional estão reunidas, logo abaixo, para você se inspirar em
pla, seus direitos aumentam na mesma proporção de seus deveres replicá-las no seu dia a dia?
perante a sociedade.
Constitucionalmente, os direitos garantidos, tanto individuais Quais posturas podem promover a ética profissional?
quanto coletivos, sociais ou políticos, são precedidos de responsa- Quer aumentar o seu autoconhecimento e influenciar as pes-
bilidades que o cidadão deve ter perante a sociedade. Por exemplo, soas a terem mais ética profissional? Essas são as atitudes que mais
a Constituição garante o direito à propriedade privada, mas exige- contribuem com a promoção de um ambiente justo e moral:
-se que o proprietário seja responsável pelos tributos que o exercí-
cio desse direito gera, como o pagamento do IPTU. Honestidade
Exercer a cidadania por consequência é também ser probo, Tenha a sinceridade inserida no seu vocabulário diário. Por
agir com ética assumindo a responsabilidade que advém de seus meio dela, você exprime os seus pensamentos com clareza e impar-
deveres enquanto cidadão inserido no convívio social. cialidade, sem visar o prejuízo aos outros.

Autoconhecimento
Ao assumir um compromisso que você não vai dar conta, você
ÉTICA PROFISSIONAL. não está agindo de maneira ética.
Afinal de contas, sua possível falta de entrega vai se revelar uma
falha grave na relação com quem você assumiu a responsabilidade.
Antes de abordarmos o tema, diretamente, vamos à concepção Portanto, o autoconhecimento é, sim, uma forma de manter a
de ética, cuja palavra tem origem no significado grego de caráter — ética profissional em dia.
éthos, e que significa a propriedade do caráter.
Nesse contexto, a propriedade e o caráter estão associados aos Humildade
padrões convencionais da sociedade, mas também intrínsecos no Arrogância não combina com ética profissional. Por sua vez,
cuidado em não prejudicar o próximo. pessoas humildes agregam mais, no ambiente de trabalho, não de-
Portanto, sua percepção pode variar com a de outra pessoa, bocham dos outros e sabem ouvir e transmitir críticas e sugestões
dentro de determinados valores pessoais, mas a ética tem uma raiz sem ofender os outros.
mais abrangente, que acomoda a todas as visões.
Educação
E a ética profissional? Respeito, acima de tudo. Entenda e compreenda as diferenças
Aplicando a ideia acima ao ambiente corporativo, temos a ética entre as pessoas — e em todos os níveis, dos morais aos pessoais e
profissional como uma pauta de tudo aquilo (pensamentos, com- de acordo com as escolhas de vida de cada um.
portamentos e atitudes) que podem ferir o bom convívio. Isso significa que você também não perde a calma, age com
Acontece que são situações que acabam mais banalizadas do razão antes de se prender a alguma emoção para tomar decisões e
que muita gente imagina. Em busca de alcançar seus objetivos que a sua opinião é bem-vinda e respeitada.
profissionais, por exemplo, as pessoas tendem a flexionar a ética
— sendo que se trata de um conjunto de valores inflexíveis. Entre Privacidade
outros exemplos que podem prejudicar os valores morais e éticos Pessoas bisbilhoteiras, que falam de outras pessoas quando
dentro da empresa. não estão presentes e mexem na propriedade alheia não respeitam
a privacidade.
Quais são as vantagens em estimular a ética profissional? E isso não é nem um pouco ético. Aprenda a respeitar o espaço
Quando o RH da empresa, a gestão e os colaboradores olham do próximo, para evitar conflitos internos que apenas minam a con-
os seus propósitos na mesma direção, a ética profissional agrega fiança, harmonia e produtividade da equipe.
uma série de benefícios na rotina produtiva. Entre os principais,
destacamos os seguintes Responsabilidade
–mais facilidade na construção e manutenção dos relaciona- Falamos disso, em um exemplo anterior: tenha a responsabili-
mentos interpessoais; dade para assumir somente aquilo que você tem a certeza de que
– mais motivação interna para o desenvolvimento — individual vai dar conta.
e coletivo; Não é nem um pouco errado, inclusive, também ter humildade
–aprimoramento da comunicação interna e externa da empre- para compartilhar essa responsabilidade com outras pessoas — se
sa, na qual todos os valores são facilmente expressos, absorvidos e possível. Assim, você também estabelece novos patamares de um
transmitidos; espaço colaborativo e em que todos crescem juntos dentro da em-
– contínuo exercício do autoconhecimento; presa.
– respeito coletivo;
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Reconhecimento 3. Seja confiável


Nada de egoísmo, falsidade e descrença. Quem carrega os va- Cumprir horários, entregar o trabalho no prazo, dar o seu me-
lores de ética profissional no seu dia a dia sabe reconhecer, e enal- lhor ao executar uma tarefa e manter a palavra dada são exemplos
tecer, os méritos dos colegas. Mesmo que isso signifique que o seu de atitudes que mostram aos superiores e aos colegas que podem
trabalho não foi reconhecido de imediato. Afinal de contas, todos confiar em você. Por isso, nunca prometa o que não poderá cumprir.
devem ter a oportunidade de crescimento.
4. Tenha autocrítica
Autocrítica É importante ter a humildade de admitir que não domina de-
Por fim, a ética profissional também estabelece um paralelo in- terminado assunto ou que não reúne as qualificações para certas
teressante com aquilo que tendemos a fazer: culpar os outros pelos tarefas. É melhor informar sobre os seus pontos fracos e pedir para
nossos insucessos. aprender, em vez de inventar competências que ainda não tem e
E isso pode ser uma poderosa arma contra a motivação na em- colocar todo o trabalho em risco.
presa, tendo em vista que a pessoa não fez aquilo que deveria ter
feito desde o princípio: ter autocrítica. 5. Seja honesto
Com ela, você aprende mais sobre os motivos pelos quais um Honestidade e sinceridade são atitudes que ganham a con-
resultado desejado não foi alcançado. E permite que você trabalhe, fiança dos que convivem com você. Nesse caso, não trapaceie, não
cada vez mais, para reforçar esses pontos de melhoria. finja ser o que não é, não tente levar vantagens indevidas e não
manipule pessoas ou situações para se beneficiar, por exemplo. A
Quais atitudes antiéticas devem ser evitadas? desonestidade é o caminho mais curto para arruinar sua reputação.
Por fim, vamos falar de quais atitudes devem ser evitadas, se
você pretende garantir mais ética profissional em suas atitudes. 6. Reconheça o mérito do outro
Perceba que algumas delas já foram destacadas, previamente, Não tente levar créditos por ideias ou projetos que não são de
mas vale reforçá-las para que passem bem longe dos seus hábitos sua autoria. Plagiar trabalhos alheios e tentar levar mérito pelo que
cotidianos. São elas: não fez é um dos comportamentos antiéticos que podem levar ao
– falta de pontualidade; fracasso profissional. Por outro lado, reconhecer e elogiar o traba-
–apresentação inadequada e fora dos valores de sua empresa; lho dos colegas é ser ético e contribui para um ambiente saudável.
– posturas e atitudes de brincadeiras com os colegas de traba-
lho; 7. Seja discreto
–falta de respeito com o próximo; As confidências e assuntos particulares dos colegas não devem
– fofocas — tenham elas um fundo de verdade ou não; ser motivo de fofocas na empresa. Do mesmo modo, evite expor
– mentiras, sejam elas para se preservar ou a outra pessoa, e sua vida e assuntos íntimos no ambiente de trabalho. Saiba separar
também aquelas com a intenção de prejudicar um ou mais colegas; a vida pessoal da profissional. Confidências e conversas particulares
– todo tipo e forma de assédio; só no happy-hour de sexta-feira, depois do horário de trabalho.
–desequilíbrio emocional
– intimidades excessivas e não permitidas pelos outros. 8. Evite reclamações e críticas
Não seja aquela pessoa que só reclama e critica sem nunca ofe-
Tudo isso está intimamente ligado a um conjunto de pensa- recer soluções. Observou falhas em algum processo? Viu situações
mentos, ações e comportamentos que se refletem no profissional que precisam ser aprimoradas? Em vez de só reclamar e criticar co-
de sucesso que você é e pode ser ainda mais! legas e superiores, ofereça sugestões para melhorias. Assim, você
Para obter destaque no trabalho, é preciso ter um comporta- vai se destacar pela colaboração, e não pelas reclamações.
mento que transmita confiança aos líderes da empresa. Dessa ma-
neira, torna-se fundamental agir eticamente, construindo relações 9. Assuma seus erros
de qualidade, inclusive entre os seus colegas. Ninguém é perfeito, então você também está sujeito a falhas. O
Por isso mesmo, separamos 18 dicas valiosas que contribuirão mérito, aqui, está em reconhecer e assumir seus erros, sem fugir de
para o seu bom rendimento na equipe. Confira quais são elas: responsabilidades e nem tentar colocar a culpa no outro. Admitir os
próprios erros é mais um exemplo de ética profissional.
1. Aja com educação e respeito
Isso significa adotar uma atitude amigável, bem-educada e res- 10. Ofereça feedback
peitosa com todos no ambiente de trabalho — desde os servidores Seja na posição de chefia, seja entre colegas, fazer críticas cons-
mais humildes até os ocupantes de cargos de chefia. Não importa trutivas sobre a atuação do outro é uma maneira de aperfeiçoar
a posição hierárquica, todos merecem ser tratados com gentileza e processos e promover uma convivência baseada na confiança. Por
respeito. isso, dê feedbacks de modo educado e discreto. Lembre-se: elogie
em público, mas corrija em particular.
2. Respeite a confidencialidade
Nunca divulgue informações confidenciais sobre a organização. 11. Mantenha a boa comunicação com a equipe
A não ser que você seja o porta-voz autorizado por seus emprega- Em caso de conflitos ou mal-entendidos com algum colega,
dores a divulgar informações, não fale em nome da empresa. fale com ele em particular e esclareça o assunto. Cortar relações ou
Seja discreto e respeite o sigilo profissional. Assuntos que di- deixar de conversar com alguém só servirá para deixar o ambien-
zem respeito ao ambiente corporativo não devem vir a público sem
autorização.
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te tenso e criar polaridade entre colegas. Sendo assim, contribua Como é possível se beneficiar com a ética profissional?
para manter as relações cordiais e a boa comunicação dentro da Todo o ambiente de trabalho pode ser beneficiado quando os
empresa. colaboradores compartilham do comprometimento com as respon-
sabilidades e com os objetivos da empresa. Dessa maneira, cultivar
12. Obedeça os regulamentos bons relacionamentos é vital para a melhoria da sua comunicação
As empresas adotam políticas próprias e estabelecem normas interpessoal, motivando-o a adquirir mais capacitação profissional.
de conduta e de ética profissional que devem ser seguidas por seus Com isso, os líderes da organização devem promover um cenário
colaboradores. Sua obrigação, como funcionário, é obedecer ao re- que permita o desenvolvimento técnico e pessoal de seus funcionários,
gulamento e sempre adotar uma postura adequada aos preceitos oferecendo espaço para exercitar o autoconhecimento e o respeito dian-
morais e éticos no ambiente de trabalho. te da equipe. Naturalmente, os resultados tendem a ser cada vez me-
lhores, já que as relações serão mais valorizadas e positivas para todos.
13. Respeite a hierarquia Ter uma atitude ética no âmbito profissional é contar, inclusive,
Assim como os regulamentos, a hierarquia da empresa deve ser com melhores possibilidades de promoção dentro da empresa. Isso
respeitada. Tentar desqualificar ou “passar por cima” de seu supe- permite o favorecimento de seu engajamento diante do crescimen-
rior para obter vantagens pessoais é um comportamento antiético, to da companhia e da sua carreira.
por exemplo. Atitudes de desrespeito à hierarquia contaminam o Ser reconhecido por um comportamento ético é fundamental
ambiente de trabalho e trazem reflexos negativos para sua carreira. para um bom profissional, e isso é aplicável em qualquer tipo de ati-
vidade. Nesse caso, é importante garantir que o espaço considere
14. Invista em seu desenvolvimento pessoal as características pessoais de cada indivíduo, respeitando as ideias
Investir em si mesmo para crescer pessoal e profissionalmente e opiniões distintas.
e, assim, oferecer o melhor para a empresa também é um compor- É preciso entender como funcionam as regras e normas rela-
tamento ético muito valorizado por empregadores. cionadas ao clima organizacional, pois isso possibilitará desenvolver
Estudar e se qualificar, tanto como ser humano quanto como um trabalho muito mais alinhado, favorecendo a parceria e o res-
profissional, fará a diferença em sua vida pessoal e contará pontos peito mútuo entre toda a equipe.
a seu favor no caso de um eventual corte de pessoal na empresa, No futuro, caso você deseje conquistar um cargo em outra em-
por exemplo. presa, esses detalhes serão valorizados pela equipe de Recursos Hu-
15. Conheça o código de conduta da empresa manos, que transmitirá maior confiança em seu currículo e em suas
Além dos preceitos éticos universais que todos devem seguir, experiências anteriores.
é importante lembrar que o código de conduta de cada instituição Existem diversas vantagens de praticar a ética no ambiente
pode ter variações que os colaboradores precisam conhecer e obe- corporativo, portanto, não hesite em dar o seu melhor e obter des-
decer. Por isso, não deixe de ler o código e colocar em prática as taque diante da companhia. Lembre-se de que um bom compor-
atitudes que a sua empresa recomenda. tamento promove a melhoria de seu desenvolvimento pessoal e
interpessoal.1
16. Tenha comprometimento com a sua carreira
Um bom profissional geralmente apresenta responsabilidade e
comprometimento com tudo o que diz respeito ao seu trabalho. As-
sim, é preciso contar com uma dose extra de engajamento, cumprin- ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL.
do a sua função com empenho e transparência. Isso contribui para a
valorização da carreira e também para atingir destaque profissional.
ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL
17. Prometa apenas o que pode cumprir
Outro ponto fundamental é ser responsivo e prometer apenas Ética2
o que pode cumprir. Com isso, o colaborador deve estar atento aos A palavra Ética (do grego ethos/etheia) pode ser traduzida por
prazos e alinhar o seu trabalho visando sempre o cumprimento das “modo de ser”, ou “caráter”. Os romanos traduziram-na para o latim
metas da empresa. Com o tempo, essa atitude contribuirá para a mos – plural mores – com o significado de “costume”, vocábulo do
melhora da sua credibilidade diante da equipe, demonstrando que qual se origina a palavra Moral.
você é honesto com as suas obrigações. Estes conceitos referem-se a um tipo de comportamento que
não é natural, mas adquirido por hábito.
18. Evite fofoca Assim temos que Ética e Moral referem-se a uma realidade
Por fim, evite sempre fazer ou alimentar fofoca dentro do am- humana, construída histórica e socialmente, fundamentadas nas
biente profissional. Isso também vale para comentários ofensivos relações coletivas dos seres humanos, nas sociedades onde nascem
ou julgamentos direcionados aos seus colegas. Mesmo que pareça e vivem, e definem o melhor modo de viver e conviver.
brincadeira, esse tipo de comportamento pode trazer desenten-
dimentos e problemas, magoando e prejudicando as pessoas que A ética possui caráter crítico e reflexivo e nos leva a uma refle-
convivem diariamente com você. xão crítica sobre a moral.

1 Fonte: www.febracis.com.br/www.blog.unyleya.edu.br
2 COELHO. Daniela. Ética e Responsabilidade Social. INSTITUTO ETHOS
de empresa e Responsabilidade Social. Responsabilidade social para
Micro e pequenas empresas. São Paulo: 2003.
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A ética pode ser definida como um conjunto de modelos mo- Estas empresas têm associado valores éticos à sua marca, para
rais que guiam o comportamento no meio dos negócios e na socie- a obtenção de um diferencial em seus produtos e serviços, afim de
dade, construindo o próprio caráter em prol do bem-estar de todos. alcançar melhores resultados, garantir sua permanência no merca-
Ou como o estudo do comportamento dos indivíduos, julgan- do e atrair/ preservar clientes que também buscam pelos mesmos
do-os adequado ou não, perante a sociedade ou a organização. ideais.
Em razão disso devemos considerar a existência de dois tipos A estratégia da empresa então se traduz em reproduzir ao con-
de ética, ao qual veremos a seguir. sumidor as ações empregadas por seus gestores e profissionais, no
qual é feita por meio de campanhas de marketing, com o intuito de
Ética Empresarial promover a imagem institucional da empresa.
A ética empresarial é fundamentada no relacionamento, entre
funcionários, clientes, fornecedores entre outros, atentando-se aos Lembre-se: A ética empresarial deve que ser entendida como
valores humanísticos de cada um. um valor da organização que assegura sua sobrevivência, sua
Para uma empresa tornar-se ética é preciso ter persuasão so- reputação e, consequentemente, seus bons resultados.
bre seus colaboradores e possuir competências para transformar
suas ações em fatos concretos e objetivos, evitando e diminuindo Ética Social
os obstáculos, dando mais atenção aos valores que defende, não As empresas podem ser entendidas, em um contexto global,
deixando-se influenciar por fatores externos. como unidades fundamentais as necessidades humanas, porém im-
Algumas empresas até possuem um código de ética que deve pactos: ambientais, sociais, diretos e indiretos, tornam-se cada vez
ser seguido rigorosamente pelos funcionários, no qual muitas em- mais, um desafio a ser enfrentado pelas organizações na atualidade.
presas obtêm a confiança e o respeito deles, além de assumir um Até pouco tempo atrás, empresários se preocupavam apenas
compromisso com parceiros e clientes e em muitos casos, em virtu- com assuntos e atividades que lhes traziam lucros ou com o pró-
de do grande comprometimento da equipe, adquirem o tão sonha- prio bem estar da empresa, hoje já se pode observar uma grande
do certificado de reconhecimento. mudança nesse perfil organizacional, em razão destes, estarem as-
Uma empresa com uma política ética, só tem a ganhar, isso sumindo um novo modelo ético com virtudes sérias a respeito das
porque ao agir corretamente e respeitar o próximo, ganham tam- consequências relacionadas as questões ambientais e sociais viven-
bém confiança, credibilidade, clientes, funcionários mais motiva- ciadas pela população e pelo planeta.
dos e envolvidos com os projetos da empresa, e enfim o lucro tão A partir desta realidade não é mais possível se limitar a uma
esperado. visão estreita, quanto aos interesses particulares da empresa, ao
Aplicada pelo gestor, a ética pode ser percebida por meio da ponto que estas se veem obrigadas a desenvolver critérios éticos
abertura para criatividade, delegação de tarefas, fornecimento de específicos fazendo jus à sua realidade, isto é, considerando não
informações necessárias, observação e fornecimento de feedback, somente fatores econômicos, mas também os fatores políticos, as
estabelecimento de canais de comunicação, entre outros. exigências legais e os impactos socioambientais, entre outros as-
A ética se destina em realizar o bem comum, ou seja não preju- pectos associados às suas atividades.
dicar ninguém e não permitir que ninguém o prejudique. Neste sentido várias empresas já estão de adequando a este
Nos negócios, em razão dos vários relacionamentos com for- novo modelo, agregando valores éticos a seus produtos e serviços e
necedores e clientes de diferentes perfis, não há conduta sem que obtendo resultados positivos por meio de marcas mais valorizadas.
alguém saia prejudicado, em razão disso foi adotado um modelo de Pois os consumidores preferem pagar um pouco mais pelo produto
ética baseado na responsabilidade, convicção e virtude. em troca do valor agregado.
Com isso vale ressaltar que a ética sobre uma perceptiva social,
Modelo de Ética também contribui para o desenvolvimento econômico e ao mesmo
Responsabilidade: o indivíduo precisa ter consciência que toda tempo colabora com a preservação ambiental, melhora da qualida-
ação da organização afetará as pessoas com as quais têm contato. de de vida dos colaboradores, familiares da empresa e da comuni-
Convicção: aquisição de valores que limitam a busca dos resul- dade local.
tados planejados e a ambição da empresa. De certa forma a ética, também pode ser entendida como um
Virtude: é a tendência para prática do bem e as pessoas parti- maior compromisso das empresas em proporcionar maior clareza
cipam das decisões da organização. quanto ao gerenciamento dos recursos, processos, produção e re-
síduos.
Lembre-se: que a ética organizacional não se limita a cada um Destacando por fim, que ser uma empresa socialmente ética
desses modelos individualmente, mas sim na sua junção. também significa ser uma empresa que se preocupa com os proble-
mas sociais da população, como por exemplo se preocupar com as
Ética como estratégia de Mercado condições de miséria da sociedade e tomar atitudes para que essas
A globalização e os novos padrões de mercado, tem levado as pessoas retomem seu convívio social com dignidade.
empresas a se auto avaliar constantemente. Com isso várias organi-
zações passarão a adotar valores éticos rigorosos para manter uma Lembre-se: A ética social é praticada pela empresa de forma
boa imagem de mercado, como é o caso da Natura, O Boticário, e interna, recrutando e formando profissionais e executivos que com-
de alguns bancos como Banco Real, Unibanco/Itaú e Bradesco. partilham desta filosofia, privilegiando a diversidade e o pluralismo,
relacionando-se de maneira democrática com os diversos públicos,
adotando o consumo responsável, respeitando as diferenças, culti-
vando a liberdade de expressão e a lisura nas relações comerciais.

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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

Responsabilidade Social nas Empresas3 3. Faça sempre mais pelo meio ambiente - Procurar reduzir as
Várias definições podem ser atribuídas a responsabilidade so- agressões ao meio ambiente e promover a melhoria das condições
cial, no enteando a mais comum é conceituada como o conjunto ambientais. As empresas, de um modo ou de outro, dependem de
das atitudes dos cidadãos e organizações públicas ligadas a ética insumos do meio ambiente para realizar suas atividades, então, mi-
e direcionadas para o desenvolvimento sustentável da sociedade, nimamente devem reduzir o desperdício de tais insumos (energia,
preservando o meio ambiente para futuras gerações e impulsionan- matérias-primas em geral e água).
do a diminuição das desigualdades sociais. 4. Envolver Parceiros e Fornecedores - Estabelecer um diálogo
As empresas sentem o dever de se tornarem responsáveis, uma com seus fornecedores, sendo transparente em suas ações, cum-
vez que questionadas sobre o futuro da sociedade e da economia, prindo os contratos estabelecidos, contribuindo para o seu desen-
percebem os efeitos causados pelas suas atividades e reconhecem volvimento e incentivando os fornecedores para que também assu-
a necessidade de reparar seu comportamento. Com isso se veem a mam compromissos de responsabilidade social. É importante que
frente de um desafio, o de modificar sua identidade para uma que as empresas divulguem seus valores pela cadeia de fornecedores,
agregue responsabilidade social à áreas financeira, logística, comer- empresas parceiros e serviços terceirizados. Pode-se adotar como
cial e operacional. critério de seleção de parceiros a exigência de valores semelhantes.
Dessa forma, uma empresa com responsabilidade social, além 5. Proteger Clientes e Consumidores - É importante promover
de participar de forma mais direta das ações comunitárias nos lo- o uso do produto com segurança e responsabilidade; Oferecer in-
cais onde estão inseridas e reduzirem os danos ambientais resultan- formações específicas, corretas e justas; Proibir o uso de técnicas
tes de suas atividades, tornam-se parceiras e corresponsáveis pelo comerciais antiéticas. Deve-se oferece qualidade não apenas du-
desenvolvimento social. rante o processo de venda, mas em todo a sua rotina de trabalho.
6. Promover sua Comunidade - A relação que uma empresa
Sendo assim Silva, considera que: Responsabilidade social em- tem com sua comunidade de entorno é um dos principais exemplos
presarial é o comprometimento permanente dos empresários de dos seus valores. Respeito aos costumes e à cultura local, contribui-
adotar um comportamento ético e contribuir para o desenvolvi- ção em projetos educacionais, em ONGs ou organizações comuni-
mento econômico, melhorando simultaneamente, a qualidade de tárias, destinação de verbas a instituições socais e a divulgação de
vida de seus empregados e de suas famílias, da comunidade local e princípios que aproximam o empreendimento das pessoas ao redor
da sociedade como um todo. e são algumas das ações que demonstram o valor da comunidade
para a empresa.
Toda empresa responsavelmente social possui deveres mo- 7. Comprometer-se com o Bem Comum - O relacionamento
rais junto à sociedade. Tais deveres podem ser do tipo reparador ético com o poder público, assim como o cumprimento das leis,
ou preventivo. Reparador, quando a empresa recupera o meio am- faz parte da gestão de uma empresa socialmente responsável. Ser
biente após prejudicá-lo com suas atividades e preventivo, quando ético, nesse caso, significa: Cumprir as obrigações de recolhimento
a empresa se esforça para não causar danos à ele. de impostos e tributos; Alinhar os interesses da empresa com os da
sociedade; Comprometer-se formalmente com o combate à corrup-
As Sete Diretrizes da Responsabilidade Social ção; Contribuir para projetos e ações governamentais voltadas para
A responsabilidade social é muito mais do que um conceito, o aperfeiçoamento de políticas públicas na área sócia, etc.
pois deve-se compreender que ela é um valor pessoal e institucio-
nal que se reflete nas atitudes das empresas, dos empresários e de Sendo assim, as ações movidas pela ética são de longo prazo,
todos os seus funcionários. Para muitas empresas exercer responsa- intensamente participativas e transparentes em todos os níveis da
bilidade social é simplesmente fazer doações e desempenhar ações empresa. Tais iniciativas diferem significativamente daquelas que
de filantropia. Tais empresas apenas praticam ações de responsabi- originam decisões oportunistas, que visam exclusivamente enrique-
lidade social e, em muitos anos, de forma esporádica e casual. cer a imagem da empresa, com resultados de lucro a curto prazo e
Neste sentido o Instituto Ethos4, propõem sete diretrizes para a decisões centralizadas.
implantação da Responsabilidade Social nas organizações, vejamos:
1. Adote valores e trabalhe com transparência - O passo inicial O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, ainda
para se tornar uma empresa socialmente responsável é avaliar os afirma que a responsabilidade social empresarial está além do que
seus valores éticos e transmiti-los aos seus públicos através de um a empresa deve fazer por obrigação legal. A relação e os projetos
documento formal. Além disso, a empresa tem que praticar o que com a comunidade ou os benefícios para o público interno são ele-
ela se propõe e agir da forma mais transparente possível. mentos fundamentais e estratégias para a prática da Responsabili-
2. Valorize empregados e colaboradores - É prioritário que, dade Social Empresarial.
minimamente, a empresa cumpra as leis trabalhistas, pois empre-
sas que valorizam seus funcionários valorizam, na verdade, a si Mas não é só isso. Incorporar critérios de Responsabilidade
mesmas. Importante também que a organização encoraje novas Social na gestão estratégica do negócio é traduzir as políticas de in-
ideias (criar um incentivo a isso), além de incorporar a diversidade clusão social e de promoção da qualidade ambiental, entre outras,
como um valor essencial, incentivar e recompensar o desenvolvi- em metas que possam ser computadas na sua avaliação de desem-
mento de talentos e assegurar saúde, bem-estar e segurança aos penho é o grande desafio.
funcionários.
3 HONÓRIO, Camila Cristina S.; FERREIRA, Maristela Perpétu; SANTOS,
Rosecleia Perpétua Gomes dos. Ética e Responsabilidade Social, 2017.
4 MOYA, Ana Lucia de Melo. Indicadores Ethos de Responsabilidade
Social empresarial. São Paulo: Instituto Ethos, 2007.
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É a nova forma de gestão empresarial, onde existe um Os princípios constitucionais devem ser observados para que
compromisso da empresa em relação à sociedade em geral. E, para a função pública se integre de forma indissociável ao direito. Esses
uma empresa ter sucesso, para conquistar e ampliar mercado, para princípios são:
ter competitividade, a prática da responsabilidade social e a presta- – Legalidade – todo ato administrativo deve seguir fielmente os
ção de contas de seu desempenho são indispensáveis. meandros da lei.
A Responsabilidade Social está sendo vista, como um compro-
misso da empresa com relação à sociedade e a humanidade em ge- – Impessoalidade – aqui é aplicado como sinônimo de igualda-
ral, compreendendo que o papel atual das empresas vai muito além de: todos devem ser tratados de forma igualitária e respeitando o
da obtenção de lucro. que a lei prevê.
Sendo assim Responsabilidade Social é entendida como o com- – Moralidade – respeito ao padrão moral para não comprome-
promisso que uma empresa tem com o desenvolvimento, bem-es- ter os bons costumes da sociedade.
tar e melhoramento da qualidade de vida dos empregados, suas – Publicidade – refere-se à transparência de todo ato público,
famílias e comunidade em geral. A base da responsabilidade social salvo os casos previstos em lei.
corporativa está na concepção de que a entidade responde a crité- – Eficiência – ser o mais eficiente possível na utilização dos
rios éticos de comportamento. meios que são postos a sua disposição para a execução do seu tra-
balho.

A GESTÃO PÚBLICA NA BUSCA DE UMA ATIVIDADE ADMINIS-


ÉTICA E FUNÇÃO PÚBLICA. TRATIVA ÉTICA
Com a vigência da Carta Constitucional de 1988, a Administra-
ção Pública em nosso país passou a buscar uma gestão mais eficaz e
Função pública é a competência, atribuição ou encargo para o moralmente comprometida com o bem comum, ou seja, uma ges-
exercício de determinada função. Ressalta-se que essa função não tão ajustada aos princípios constitucionais insculpidos no artigo 37
é livre, devendo, portanto, estar o seu exercício sujeito ao interesse da Carta Magna.
público, da coletividade ou da Administração. Segundo Maria Sylvia Para isso a Administração Pública vem implementando políti-
Z. Di Pietro, função “é o conjunto de atribuições às quais não corres- cas públicas com enfoque em uma gestão mais austera, com revisão
ponde um cargo ou emprego”. de métodos e estruturas burocráticas de governabilidade.
No exercício das mais diversas funções públicas, os servidores, Aliado a isto, temos presenciado uma nova gestão preocupada
além das normatizações vigentes nos órgão e entidades públicas com a preparação dos agentes públicos para uma prestação de ser-
que regulamentam e determinam a forma de agir dos agentes pú- viços eficientes que atendam ao interesse público, o que engloba
blicos, devem respeitar os valores éticos e morais que a sociedade uma postura governamental com tomada de decisões políticas res-
impõe para o convívio em grupo. A não observação desses valores ponsáveis e práticas profissionais responsáveis por parte de todo o
acarreta uma série de erros e problemas no atendimento ao públi- funcionalismo público.
co e aos usuários do serviço, o que contribui de forma significativa Neste sentido, Cristina Seijo Suárez e Noel Añez Tellería, em ar-
para uma imagem negativa do órgão e do serviço. tigo publicado pela URBE, descrevem os princípios da ética pública,
Um dos fundamentos que precisa ser compreendido é o de que que, conforme afirmam, devem ser positivos e capazes de atrair ao
o padrão ético dos servidores públicos no exercício de sua função serviço público, pessoas capazes de desempenhar uma gestão vol-
pública advém de sua natureza, ou seja, do caráter público e de sua tada ao coletivo. São os seguintes os princípios apresentados pelas
relação com o público. autoras:
O servidor deve estar atento a esse padrão não apenas no exer- – Os processos seletivos para o ingresso na função pública de-
cício de suas funções, mas 24 horas por dia durante toda a sua vida. vem estar ancorados no princípio do mérito e da capacidade, e não
O caráter público do seu serviço deve se incorporar à sua vida priva- só o ingresso como carreira no âmbito da função pública;
da, a fim de que os valores morais e a boa-fé, amparados constitu- – A formação continuada que se deve proporcionar aos funcio-
cionalmente como princípios básicos e essenciais a uma vida equili- nários públicos deve ser dirigida, entre outras coisas, para transmi-
brada, se insiram e seja uma constante em seu relacionamento com tir a ideia de que o trabalho a serviço do setor público deve realizar-
os colegas e com os usuários do serviço. -se com perfeição, sobretudo porque se trata de trabalho realizado
O Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Po- em benefícios de “outros”;
der Executivo Federal estabelece no primeiro capítulo valores que – A chamada gestão de pessoal e as relações humanas na Ad-
vão muito além da legalidade. ministração Pública devem estar presididas pelo bom propósito e
II – O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento uma educação esmerada. O clima e o ambiente laboral devem ser
ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o positivos e os funcionários devem se esforçar para viver no cotidia-
legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, no esse espírito de serviço para a coletividade que justifica a própria
o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e existência da Administração Pública;
o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e§ 4°, – A atitude de serviço e interesse visando ao coletivo deve ser
da Constituição Federal. o elemento mais importante da cultura administrativa. A mentali-
Cumprir as leis e ser ético em sua função pública. Se ele cum- dade e o talento se encontram na raiz de todas as considerações
prir a lei e for antiético, será considerada uma conduta ilegal, ou sobre a ética pública e explicam por si mesmos, a importância do
seja, para ser irrepreensível tem que ir além da legalidade. trabalho administrativo;

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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

– Constitui um importante valor deontológico potencializar o Pode-se dizer que a atual Administração Pública está desper-
orgulho são que provoca a identificação do funcionário com os fins tando para essa realidade, uma vez que tem investido fortemente
do organismo público no qual trabalha. Trata-se da lealdade ins- na preparação e aperfeiçoamento de seus agentes públicos para
titucional, a qual constitui um elemento capital e uma obrigação que os mesmos atuem dentro de princípios éticos e condizentes
central para uma gestão pública que aspira à manutenção de com- com o interesse social.
portamentos éticos; Além, dos investimentos em aprimoramento dos agentes pú-
– A formação em ética deve ser um ingrediente imprescindí- blicos, a Administração Pública passou a instituir códigos de ética
vel nos planos de formação dos funcionários públicos. Ademais se para balizar a atuação de seus agentes. Dessa forma, a cobrança de
devem buscar fórmulas educativas que tornem possível que esta um comportamento condizente com a moralidade administrativa é
disciplina se incorpore nos programas docentes prévios ao acesso à mais eficaz e facilitada.
função pública. Embora, deva estar presente na formação contínua Outra forma eficiente de moralizar a atividade administrativa
do funcionário. No ensino da ética pública deve-se ter presente que tem sido a aplicação da Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº
os conhecimentos teóricos de nada servem se não se interiorizam 8.429/92) e da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº
na práxis do servidor público; 101/00) pelo Poder Judiciário, onde o agente público que desvia sua
– O comportamento ético deve levar o funcionário público à atividade dos princípios constitucionais a que está obrigado respon-
busca das fórmulas mais eficientes e econômicas para levar a cabo de pelos seus atos, possibilitando à sociedade resgatar uma gestão
sua tarefa; sem vícios e voltada ao seu objetivo maior que é o interesse social.
– A atuação pública deve estar guiada pelos princípios da igual-
dade e não discriminação. Ademais a atuação de acordo com o in- Assim sendo, pode-se dizer que a atual Administração Pública
teresse público deve ser o “normal” sem que seja moral receber está caminhando no rumo de quebrar velhos paradigmas consubs-
retribuições diferentes da oficial que se recebe no organismo em tanciados em uma burocracia viciosa eivada de corrupção e desvio
que se trabalha; de finalidade. Atualmente se está avançando para uma gestão pú-
– O funcionário deve atuar sempre como servidor público e blica comprometida com a ética e a eficiência.
não deve transmitir informação privilegiada ou confidencial. O fun- Para isso, deve-se levar em conta os ensinamentos de Andrés
cionário como qualquer outro profissional, deve guardar o sigilo de Sanz Mulas que em artigo publicado pela Escuela de Relaciones
ofício; Laborales da Espanha, descreve algumas tarefas importantes que
– O interesse coletivo no Estado social e democrático de Direito devem ser desenvolvidas para se possa atingir ética nas Adminis-
existe para ofertar aos cidadãos um conjunto de condições que tor- trações.
ne possível seu aperfeiçoamento integral e lhes permita um exer- “Para desenhar uma ética das Administrações seria necessário
cício efetivo de todos os seus direitos fundamentais. Para tanto, os realizar as seguintes tarefas, entre outras:
funcionários devem ser conscientes de sua função promocional dos – Definir claramente qual é o fim específico pelo qual se cobra
poderes públicos e atuar em consequência disto. (tradução livre).” a legitimidade social;
– Determinar os meios adequados para alcançar esse fim e
Por outro lado, a nova gestão pública procura colocar à dis- quais valores é preciso incorporar para alcançá-lo;
posição do cidadão instrumentos eficientes para possibilitar uma – Descobrir que hábitos a organização deve adquirir em seu
fiscalização dos serviços prestados e das decisões tomadas pelos conjunto e os membros que a compõem para incorporar esses va-
governantes. As ouvidorias instituídas nos Órgãos da Administração lores e gerar, assim, um caráter que permita tomar decisões acerta-
Pública direta e indireta, bem como junto aos Tribunais de Contas damente em relação à meta eleita;
e os sistemas de transparência pública que visam a prestar infor- – Ter em conta os valores da moral cívica da sociedade em que
mações aos cidadãos sobre a gestão pública são exemplos desses se está imerso;
instrumentos fiscalizatórios. – Conhecer quais são os direitos que a sociedade reconhece às
Tais instrumentos têm possibilitado aos Órgãos Públicos res- pessoas.” (tradução livre).
ponsáveis pela fiscalização e tutela da ética na Administração
apresentar resultados positivos no desempenho de suas funções,
cobrando atitudes coadunadas com a moralidade pública por parte
dos agentes públicos. Ressaltando-se que, no sistema de controle ÉTICA NO SETOR PÚBLICO.
atual, a sociedade tem acesso às informações acerca da má gestão
por parte de alguns agentes públicos ímprobos.
Entretanto, para que o sistema funcione de forma eficaz é ne- Dimensões da qualidade nos deveres dos servidores públicos
cessário despertar no cidadão uma consciência política alavancada Os direitos e deveres dos servidores públicos estão descritos
pelo conhecimento de seus direitos e a busca da ampla democracia. na Lei 8.112, de 11 de dezembro de 1990.
Tal objetivo somente será possível através de uma profunda Entre os deveres (art. 116), há dois que se encaixam no para-
mudança na educação, onde os princípios de democracia e as no- digma do atendimento e do relacionamento que tem como foco
ções de ética e de cidadania sejam despertados desde a infância, principal o usuário.
antes mesmo de o cidadão estar apto a assumir qualquer função São eles:
pública ou atingir a plenitude de seus direitos políticos. - “atender com presteza ao público em geral, prestando as in-
formações requeridas” e
- “tratar com urbanidade as pessoas”.

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Presteza e urbanidade nem sempre são fáceis de avaliar, uma de “Norma Fundamental”, uma norma hipotética com premissas
vez que não têm o mesmo sentido para todas as pessoas, como ideológicas e que deve reger tudo mais o que estiver relacionado
demonstram as situações descritas a seguir. ao comportamento do ser humano em seu meio social, aliás, pode-
• Serviços realizados em dois dias úteis, por exemplo, podem mos invocar a Constituição Federal. Esta ampara os valores morais
não corresponder às reais necessidades dos usuários quanto ao da boa conduta, a boa fé acima de tudo, como princípios básicos
prazo. e essenciais a uma vida equilibrada do cidadão na sociedade, lem-
• Um atendimento cortês não significa oferecer ao usuário brando inclusive o tão citado, pelos gregos antigos, “bem viver”.
aquilo que não se pode cumprir. Para minimizar as diferentes inter- Outro ponto bastante controverso é a questão da impessoali-
pretações para esses procedimentos, uma das opções é a utilização dade. Ao contrário do que muitos pensam, o funcionalismo público
do bom senso: e seus servidores devem primar pela questão da “impessoalidade”,
• Quanto à presteza, o estabelecimento de prazos para a en- deixando claro que o termo é sinônimo de “igualdade”, esta sim é a
trega dos serviços tanto para os usuários internos quanto para os questão chave e que eleva o serviço público a níveis tão ineficazes,
externos pode ajudar a resolver algumas questões. não se preza pela igualdade. No ordenamento jurídico está claro e
• Quanto à urbanidade, é conveniente que a organização inclua expresso, “todos são iguais perante a lei”.
tal valor entre aqueles que devem ser potencializados nos setores E também a ideia de impessoalidade, supõe uma distinção
em que os profissionais que ali atuam ainda não se conscientizaram entre aquilo que é público e aquilo que é privada (no sentido do
sobre a importância desse dever. interesse pessoal), que gera portanto o grande conflito entre os in-
teresses privados acima dos interesses públicos. Podemos verificar
Não é à toa que as organizações estão exigindo habilidades abertamente nos meios de comunicação, seja pelo rádio, televisão,
intelectuais e comportamentais dos seus profissionais, além de jornais e revistas, que este é um dos principais problemas que cer-
apurada determinação estratégica. Entre outros requisitos, essas cam o setor público, afetando assim, a ética que deveria estar aci-
habilidades incluem: ma de seus interesses.
- atualização constante; Não podemos falar de ética, impessoalidade (sinônimo de
- soluções inovadoras em resposta à velocidade das mudanças; igualdade), sem falar de moralidade. Esta também é um dos prin-
- decisões criativas, diferenciadas e rápidas; cipais valores que define a conduta ética, não só dos servidores
- flexibilidade para mudar hábitos de trabalho; públicos, mas de qualquer indivíduo. Invocando novamente o or-
- liderança e aptidão para manter relações pessoais e profis- denamento jurídico podemos identificar que a falta de respeito ao
sionais; padrão moral, implica, portanto, numa violação dos direitos do ci-
- habilidade para lidar com os usuários internos e externos. dadão, comprometendo inclusive, a existência dos valores dos bons
costumes em uma sociedade.
Encerramos esse tópico com o trecho de um texto de Andrés A falta de ética na Administração Publica encontra terreno fér-
Sanz Mulas: til para se reproduzir, pois o comportamento de autoridades pú-
“Para desenhar uma ética das Administrações seria necessário blicas está longe de se basearem em princípios éticos e isto ocorre
realizar as seguintes tarefas, entre outras: devido a falta de preparo dos funcionários, cultura equivocada e
- Definir claramente qual é o fim específico pelo qual se cobra especialmente, por falta de mecanismos de controle e responsabi-
a legitimidade social; lização adequada dos atos antiéticos.
- Determinar os meios adequados para alcançar esse fim e A sociedade por sua vez, tem sua parcela de responsabilidade
quais valores é preciso incorporar para alcançá-lo; nesta situação, pois não se mobilizam para exercer os seus direitos
- Descobrir que hábitos a organização deve adquirir em seu e impedir estes casos vergonhosos de abuso de poder por parte do
conjunto e os membros que a compõem para incorporar esses va- Pode Público.
lores e gerar, assim, um caráter que permita tomar decisões acer- Um dos motivos para esta falta de mobilização social se dá, de-
tadamente em relação à meta eleita; vido á falta de uma cultura cidadã, ou seja, a sociedade não exerce
- Ter em conta os valores da moral cívica da sociedade em que sua cidadania. A cidadania Segundo Milton Santos “é como uma
se está imerso; lei”, isto é, ela existe, mas precisa ser descoberta, aprendida, utili-
- Conhecer quais são os direitos que a sociedade reconhece às zada e reclamada e só evolui através de processos de luta. Essa evo-
pessoas.” lução surge quando o cidadão adquire esse status, ou seja, quando
passa a ter direitos sociais. A luta por esses direitos garante um
Quando falamos sobre ética pública, logo pensamos em cor- padrão de vida mais decente. O Estado, por sua vez, tenta refrear
rupção, extorsão, ineficiência, etc, mas na realidade o que devemos os impulsos sociais e desrespeitar os indivíduos, nessas situações a
ter como ponto de referência em relação ao serviço público, ou na cidadania deve se valer contra ele, e imperar através de cada pessoa.
vida pública em geral, é que seja fixado um padrão a partir do qual Porém Milton Santos questiona se “há cidadão neste país”? Pois para
possamos, em seguida julgar a atuação dos servidores públicos ou ele desde o nascimento as pessoas herdam de seus pais e ao lon-
daqueles que estiverem envolvidos na vida pública, entretanto não go da vida e também da sociedade, conceitos morais que vão sendo
basta que haja padrão, tão somente, é necessário que esse padrão contestados posteriormente com a formação de ideias de cada um,
seja ético, acima de tudo . porém a maioria das pessoas não sabe se são ou não cidadãos.
O fundamento que precisa ser compreendido é que os padrões A educação seria o mais forte instrumento na formação de ci-
éticos dos servidores públicos advêm de sua própria natureza, ou dadão consciente para a construção de um futuro melhor.
seja, de caráter público, e sua relação com o público. A questão
da ética pública está diretamente relacionada aos princípios fun-
damentais, sendo estes comparados ao que chamamos no Direito,
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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

No âmbito Administrativo, funcionários mal capacitados e sem (C)Divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe so-
princípios éticos que convivem todos os dias com mandos e desman- bre a existência do Código de Ética, estimulando o seu integral
dos, atos desonestos, corrupção e falta de ética tendem a assimilar por cumprimento, constitui uma incumbência do servidor público.
este rol “cultural” de aproveitamento em beneficio próprio. (D)A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética
é a de suspensão por até noventa dias, com prejuízo da remu-
neração.
QUESTÕES
4. FUNDATEC - 2022 - IPE Saúde - Analista de Gestão em Saúde
- Jornalismo
1. CESPE / CEBRASPE - 2019 - MPC-PA - Analista Ministerial - O Capítulo III do Código de Ética dos Jornalistas trata da respon-
Controle Externo sabilidade profissional. O jornalista deve “___________ alterações
Acerca do Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Civis nas imagens captadas que deturpem a realidade, sempre informan-
da Administração Direta, das Autarquias e das Fundações Públicas do ___________ o eventual uso de recursos de fotomontagem,
do Estado do Pará, estabelecido pela Lei n.º 5.810/1994, assinale a edição de imagem, reconstituição de áudio ou quaisquer outras
opção correta. ____________”.
(A)Não há limitação etária para a prestação de concurso públi- Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamen-
co, em obediência ao entendimento do STF. te, as lacunas do trecho acima.
(B)Via de regra, a duração da jornada diária de trabalho será (A)rejeitar – aos colegas – criações
de oito horas ininterruptas, salvo as jornadas especiais estabe- (B)fazer – ao público– manipulações
lecidas em lei. (C)aceitar – à empresa – criações
(C)O afastamento decorrente de processo administrativo, no (D)rejeitar – ao público – manipulações
caso de o servidor ter sido declarado inocente, será computado (E)aceitar – aos colegas – divulgações
como efetivo exercício.
(D)Após cada triênio de exercício, o servidor fará jus à licen-
5. FURB - 2023 - Prefeitura de Tijucas - SC - Assistente Social de
ça-prêmio, independentemente de ter havido interrupção no
Saneamento
mesmo período.
Considere as afirmativas relacionadas aos deveres do assisten-
(E)Após a reforma da Lei n.º 5.810/1994, o cônjuge sobreviven-
te social nas Relações com Assistentes Sociais e outros/as Profissio-
te não possui mais direito ao auxílio-funeral.
nais, previstos no Código de Ética do/a Assistente Social:
I.ser solidário/a com outros/as profissionais, sem, todavia, exi-
2. MPE-GO - 2019 - MPE-GO - Auxiliar Administrativo
mir-se de denunciar atos que contrariem os postulados éticos con-
Segundo o disposto na Constituição Federal, na Constituição
tidos neste Código.
Estadual, na Lei Complementar Estadual nº 025/98 e em outras leis,
II.repassar ao seu substituto as informações necessárias à con-
são atribuições dos Promotores de Justiça, exceto:
(A)impetrar mandado de segurança e requerer correição par- tinuidade do trabalho.
cial, inclusive perante o Tribunal de Justiça. III.incentivar, sempre que possível, a prática profissional inter-
(B)oficiar perante a Justiça Eleitoral de primeira instância, com disciplinar.
as atribuições previstas na Lei Orgânica do Ministério Público IV.respeitar as normas e princípios éticos das outras profissões.
da União e outras estabelecidas na legislação eleitoral e par- V.ao realizar crítica pública a colega e outros/as profissionais,
tidária. fazê-lo sempre de maneira objetiva, construtiva e comprovável, as-
(C)oficiar perante a Justiça do Trabalho nas comarcas em que sumindo sua inteira responsabilidade.
houver Varas do Trabalho. É correto o que se afirma em:
(D)solicitar o auxílio de serviços médicos, educacionais e assis- (A)III, apenas.
tenciais públicos ou conveniados. (B)I e V, apenas.
(E)requisitar a cartórios, repartições ou autoridade competen- (C)I, III, IV e V apenas.
te certidões, exames e esclarecimentos necessários ao exercí- (D) II, III, IV, apenas.
cio de suas funções. (E) I, II, III, IV e V.

3. Quadrix - 2022 - CRC-AC - Contador


Acerca da ética no Setor Público, assinale a alternativa correta.
(A)O servidor público pode se valer da função pública para lo-
grar proveito pessoal.
(B)Deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu
alcance ou do seu conhecimento para o atendimento do seu
mister é facultado ao servidor público.

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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

6. FGV - 2022 - Senado Federal - Consultor Legislativo - Comu- 9. CEPUERJ - 2021 - UERJ - Atendimento e Suporte Técnico
nicação e Tecnologia da Informação O principal objetivo das práticas do CobiT (control objectives
A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais – LGPD, em seu Art. for information and related technologies) é contribuir para o suces-
58 A, incluído pela Lei nº 13.853, de 2019, estabelece que o Conse- so da entrega de produtos e serviços de TI a partir da perspectiva
lho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade será das necessidades do negócio, com foco mais acentuado no controle
composto de 23 (vinte e três) representantes, titulares e suplentes. do que na execução. Nesse sentido, em relação ao CobiT, é correto
Nele, depois do Poder Executivo Federal, os órgãos que têm a afirmar que:
maior representatividade numérica são (A)identifica os principais recursos de TI, nos quais deve haver
(A)Senado Federal, Câmara dos Deputados e Conselho Nacio- menos investimento
nal do Ministério Público. (B)define os objetivos de controle que não devem ser conside-
(B)Comitê Gestor da Internet no Brasil, entidades representati- rados para a gestão
vas do setor empresarial relacionado à área de tratamento de (C)desorganiza as atividades de TI em um modelo de processos
dados pessoais e Conselho Nacional de Justiça. genérico
(C)Senado Federal, Comitê Gestor da Internet no Brasil e insti- (D)estabelece relacionamento com os requisitos do negócio
tuições científicas, tecnológicas e de inovação.
(D)Confederações sindicais representativas das categorias eco- 10. CESPE - 2020 - TJ-PA - Analista Judiciário - Análise de Siste-
nômicas do setor produtivo, entidades da sociedade civil com mas (Desenvolvimento)
atuação relacionada a proteção de dados pessoais e institui- No que se refere ao processo para identificação, avaliação e
ções científicas, tecnológicas e de inovação. controle de riscos em uma organização, assinale a opção correta, à
(E)Entidades representativas do setor laboral, entidades da luz da ITIL v3 e do COBIT 5.
sociedade civil com atuação relacionada a proteção de dados (A)No COBIT, há processo específico para identificar, avaliar e
pessoais e Conselho Nacional do Ministério Público. reduzir continuamente os riscos relacionados à TI alinhados
aos direcionamentos da organização. Diferentemente, a ITIL
7. Prefeitura de Rio de Janeiro - RJ Prova: Prefeitura do Rio de não possui um processo específico para o mesmo fim na tran-
Janeiro - RJ - 2019 - Prefeitura de Rio de Janeiro - RJ - Terapeuta sição de serviços.
Ocupacional (B)Na ITIL, há o processo gerenciar riscos no desenho de servi-
A Federação Mundial de Terapeutas Ocupacionais (WFOT) defi- ços, e, no COBIT, há processo de mesmo nome no domínio APO
ne a terapia ocupacional como uma profissão: (alinhar, planejar e organizar).
(A)da área da saúde, envolvida com a promoção da saúde e (C)Na ITIL, especificamente na estratégia, há o processo geren-
bem-estar ciamento da segurança da informação, cujo objetivo é identifi-
(B)da área social, envolvida com a saúde car, avaliar e reduzir continuamente os riscos relacionados à TI.
(C)da saúde, envolvida com a educação No COBIT, não há processo com esse objetivo.
(D)da área social, envolvida com educação e saúde (D)Tanto a ITIL quanto o COBIT possuem processo para geren-
ciar os riscos: no COBIT, chama-se garantir a otimização de ris-
8. Prova: IBFC - 2019 - Prefeitura de Cuiabá - MT - Especialista cos; na ITIL, chama-se gerenciamento de riscos da TI. Ambos
em Desenvolvimento Social - Terapeuta Ocupacional encontram-se na publicação referente à estratégia.
A respeito da legislação norteadora da profissão, a qual nos (E)Não há no COBIT nem na ITIL processo específico que trate
traz a definição do que é o profissional terapeuta ocupacional e de risco; o que há em ambos são processos que gerenciam a
onde este está inserido, assinale a alternativa correta. segurança da informação alinhados aos objetivos da TI.
(A)base de suas ações compreende abordagens e/ou condutas
fundamentadas em critérios avaliativos com eixo referencial
pessoal, familiar, coletivo e social, coordenadas de acordo com GABARITO
o processo terapêutico implementado
(B)este profissional está inserido prioritariamente nas áreas da
Educação e Saúde, atuando na prevenção e tratamento de indi-
1 C
víduos portadores de alterações físicas, sociais e psicomotoras
(C)buscar alterações nas Atividades Básicas de Vida Diária (AB- 2 C
VDs) e Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVDs) é a prin- 3 C
cipal atuação desse profissional, o qual está inserido na Aten-
ção Básica, de média complexidade e na de alta complexidade 4 D
(D)esse profissional deve ser capaz de avaliar o paciente e pro- 5 E
duzir um Projeto Terapêutico Singular (PTS) capaz de favorecer
o desenvolvimento e/ou aprimoramento das capacidades psi- 6 D
co-ocupacionais 7 A
8 A
9 D
10 A

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Processador ou CPU (Unidade de Processamento Central)


CONHECIMENTOS BÁSICOS DE MICROCOMPUTADORES PC É o cérebro de um computador. É a base sobre a qual é cons-
– HARDWARE. truída a estrutura de um computador. Uma CPU funciona, basica-
mente, como uma calculadora. Os programas enviam cálculos para
o CPU, que tem um sistema próprio de “fila” para fazer os cálculos
mais importantes primeiro, e separar também os cálculos entre os
Hardware núcleos de um computador. O resultado desses cálculos é traduzido
O hardware são as partes físicas de um computador. Isso inclui em uma ação concreta, como por exemplo, aplicar uma edição em
a Unidade Central de Processamento (CPU), unidades de armazena- uma imagem, escrever um texto e as letras aparecerem no monitor
mento, placas mãe, placas de vídeo, memória, etc.1. Outras partes do PC, etc. A velocidade de um processador está relacionada à velo-
extras chamados componentes ou dispositivos periféricos incluem cidade com que a CPU é capaz de fazer os cálculos.
o mouse, impressoras, modems, scanners, câmeras, etc.
Para que todos esses componentes sejam usados apropriada-
mente dentro de um computador, é necessário que a funcionalida-
de de cada um dos componentes seja traduzida para algo prático.
Surge então a função do sistema operacional, que faz o intermédio
desses componentes até sua função final, como, por exemplo, pro-
cessar os cálculos na CPU que resultam em uma imagem no moni-
tor, processar os sons de um arquivo MP3 e mandar para a placa de
som do seu computador, etc. Dentro do sistema operacional você
ainda terá os programas, que dão funcionalidades diferentes ao
computador.
CPU.3
Gabinete
O gabinete abriga os componentes internos de um computa- Coolers
dor, incluindo a placa mãe, processador, fonte, discos de armaze- Quando cada parte de um computador realiza uma tarefa, elas
namento, leitores de discos, etc. Um gabinete pode ter diversos usam eletricidade. Essa eletricidade usada tem como uma consequ-
tamanhos e designs. ência a geração de calor, que deve ser dissipado para que o compu-
tador continue funcionando sem problemas e sem engasgos no de-
sempenho. Os coolers e ventoinhas são responsáveis por promover
uma circulação de ar dentro da case do CPU. Essa circulação de ar
provoca uma troca de temperatura entre o processador e o ar que
ali está passando. Essa troca de temperatura provoca o resfriamen-
to dos componentes do computador, mantendo seu funcionamento
intacto e prolongando a vida útil das peças.

Gabinete.2

1 https://www.palpitedigital.com/principais-componentes-inter- Cooler.4
nos-pc-perifericos-hardware-software/#:~:text=O%20hardware%20 -shine-g517-mid-tower-com-1-fan-vidro-temperado-preto/2546
s%C3%A3o%20as%20partes,%2C%20scanners%2C%20c%C3%A2me- 3 https://www.showmetech.com.br/porque-o-processador-e-uma-pe-
ras%2C%20etc. ca-importante
2 https://www.chipart.com.br/gabinete/gabinete-gamer-gamemax- 4 https://www.terabyteshop.com.br/produto/10546/cooler-deepcool-
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Placa-mãe Placas de vídeo


Se o CPU é o cérebro de um computador, a placa-mãe é o es- Permitem que os resultados numéricos dos cálculos de um pro-
queleto. A placa mãe é responsável por organizar a distribuição dos cessador sejam traduzidos em imagens e gráficos para aparecer em
cálculos para o CPU, conectando todos os outros componentes ex- um monitor.
ternos e internos ao processador. Ela também é responsável por
enviar os resultados dos cálculos para seus devidos destinos. Uma
placa mãe pode ser on-board, ou seja, com componentes como pla-
cas de som e placas de vídeo fazendo parte da própria placa mãe,
ou off-board, com todos os componentes sendo conectados a ela.

Placa de vídeo 7

Periféricos de entrada, saída e armazenamento


São placas ou aparelhos que recebem ou enviam informações
para o computador. São classificados em:
– Periféricos de entrada: são aqueles que enviam informações
para o computador. Ex.: teclado, mouse, scanner, microfone, etc.

Placa-mãe.5

Fonte
É responsável por fornecer energia às partes que compõe um
computador, de forma eficiente e protegendo as peças de surtos
de energia.

Periféricos de entrada.8

– Periféricos de saída: São aqueles que recebem informações


do computador. Ex.: monitor, impressora, caixas de som.

Fonte 6 -01001-xway/p/dh97g572hc/in/ftpc
-gammaxx-c40-dp-mch4-gmx-c40p-intelam4-ryzen 7https://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2012/12/conheca-me-
5 https://www.terabyteshop.com.br/produto/9640/placa-mae-biostar- lhores-placas-de-video-lancadas-em-2012.html
-b360mhd-pro-ddr4-lga-1151 8https://mind42.com/public/970058ba-a8f4-451b-b121-3ba-
6 https://www.magazineluiza.com.br/fonte-atx-alimentacao-pc-230w- 35c51e1e7
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Software
Software é um agrupamento de comandos escritos em uma lin-
guagem de programação12. Estes comandos, ou instruções, criam as
ações dentro do programa, e permitem seu funcionamento.
Um software, ou programa, consiste em informações que po-
dem ser lidas pelo computador, assim como seu conteúdo audiovi-
sual, dados e componentes em geral. Para proteger os direitos do
criador do programa, foi criada a licença de uso. Todos estes com-
ponentes do programa fazem parte da licença.
A licença é o que garante o direito autoral do criador ou dis-
tribuidor do programa. A licença é um grupo de regras estipuladas
pelo criador/distribuidor do programa, definindo tudo que é ou não
é permitido no uso do software em questão.
Periféricos de saída.9 Os softwares podem ser classificados em:
– Software de Sistema: o software de sistema é constituído pe-
– Periféricos de entrada e saída: são aqueles que enviam e re- los sistemas operacionais (S.O). Estes S.O que auxiliam o usuário,
cebem informações para/do computador. Ex.: monitor touchscre- para passar os comandos para o computador. Ele interpreta nossas
en, drive de CD – DVD, HD externo, pen drive, impressora multifun- ações e transforma os dados em códigos binários, que podem ser
cional, etc. processados
– Software Aplicativo: este tipo de software é, basicamente,
os programas utilizados para aplicações dentro do S.O., que não es-
tejam ligados com o funcionamento do mesmo. Exemplos: Word,
Excel, Paint, Bloco de notas, Calculadora.
– Software de Programação: são softwares usados para criar
outros programas, a parir de uma linguagem de programação,
como Java, PHP, Pascal, C+, C++, entre outras.
– Software de Tutorial: são programas que auxiliam o usuário
de outro programa, ou ensine a fazer algo sobre determinado as-
sunto.
– Software de Jogos: são softwares usados para o lazer, com
vários tipos de recursos.
– Software Aberto: é qualquer dos softwares acima, que tenha
Periféricos de entrada e saída.10 o código fonte disponível para qualquer pessoa.

– Periféricos de armazenamento: são aqueles que armazenam Todos estes tipos de software evoluem muito todos os dias.
informações. Ex.: pen drive, cartão de memória, HD externo, etc. Sempre estão sendo lançados novos sistemas operacionais, novos
games, e novos aplicativos para facilitar ou entreter a vida das pes-
soas que utilizam o computador.

NOÇÕES DE SISTEMAS OPERACIONAIS.

O Linux é um sistema operacional livre baseado no antigo UNIX,


desenvolvido nos anos 60.
Ele é uma cópia do Unix feito por Linus Torvalds, junto com
um grupo de hackers pela Internet. Seguiu o padrão POSIX (família
de normas definidas para a manutenção de compatibilidade entre
sistemas operacionais), padrão usado pelas estações UNIX e desen-
volvido na linguagem de programação, C13.
Linus Torvalds, em 1991, criou um clone do sistema Minix (sis-
tema operacional desenvolvido por Andrew Tannenbaun que era
Periféricos de armazenamento.11 semelhante ao UNIX) e o chamou de Linux14.
LINUS + UNIX = LINUX.

9 https://aprendafazer.net/o-que-sao-os-perifericos-de-saida-para-
-que-servem-e-que-tipos-existem
10 https://almeida3.webnode.pt/trabalhos-de-tic/dispositivos-de-en- 12 http://www.itvale.com.br
trada-e-saida 13 MELO, F. M. Sistema Operacional Linux. Livro Eletrônico.
11 https://www.slideshare.net/contatoharpa/perifricos-4041411 14 https://bit.ly/32DRvTm
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Composição do Linux
Por ser um Sistema Operacional, o Linux tem a função de gerenciar todo o funcionamento de um computador, tanto a parte de har-
dware (parte física) como a parte de software (parte Lógica).
O Sistema Operacional Linux é composto pelos seguintes componentes.
• Kernel (núcleo): é um software responsável por controlar as interações entre o hardware e outros programas da máquina. O kernel
traduz as informações que recebe ao processador e aos demais elementos eletrônicos do computador. É, portanto, uma série de arquivos
escritos em linguagem C e Assembly, que formam o núcleo responsável por todas as atividades executadas pelo sistema operacional. No
caso do Linux, o código-fonte (receita do programa) é aberto, disponível para qualquer pessoa ter acesso, assim podendo modificá-lo.
• Shell (concha): o intérprete de comandos é a interface entre o usuário e o sistema operacional. A interface Shell funciona como o
intermediário entre o sistema operacional e o usuário graças às linhas de comando escritas por ele. A sua função é ler a linha de comando,
interpretar seu significado, executar o comando e devolver o resultado pelas saídas.
• Prompt de comando: é a forma mais arcaica de o usuário interagir com o Kernel por meio do Shell.

Prompt de comando.15

• Interface gráfica (GUI): conhecida também como gerenciador de desktop/área de trabalho, é a forma mais recente de o usuário
interagir com o sistema operacional. A interação é feita por meio de janelas, ícones, botões, menus e utilizando o famoso mouse. O Linux
possui inúmeras interfaces gráficas, sendo as mais usadas: Unity, Gnome, KDE, XFCE, LXDE, Cinnamon, Mate etc.

Ubuntu com a interface Unity.16


15 https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noticia/2016/09/como-executar-dois-ou-mais-comandos-do-linux-ao-mesmo-tempo.html
16 Fonte: http://ninjadolinux.com.br/interfaces-graficas.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Principais Características do Linux • Usuário comum (padrão): é o usuário que possui restrições
• Software livre: é considerado livre qualquer programa que a qualquer alteração no sistema. Esse usuário não consegue cau-
pode ser copiado, usado, modificado e redistribuído de acordo com sar danos ao sistema devido a todas essas restrições. Representado
as necessidades de cada usuário. Em outras palavras, o software é pelo símbolo: $.
considerado livre quando atende a esses quatro tipos de liberdades
definidas pela fundação. Distribuições do Linux
• Multiusuário: permite que vários usuários acessem o sistema As mais famosas distribuições do Linux são: Red Hat, Ubuntu,
ao mesmo tempo. Geralmente o conceito se aplica a uma rede, na Conectiva, Mandriva, Debian, Slackware, Fedora, Open Suse, Apa-
qual podemos ter um servidor e várias pessoas acessando simulta- che (WebServer), Fenix, Kurumim, Kali, Kalango, Turbo Linux, Chro-
neamente. me – OS, BackTrack, Arch Linux e o Android (Linux usados em dispo-
• Código aberto (Open Source): qualquer pessoa pode ter sitivos móveis; Smartphone, Tablets, Relógios, etc.).
acesso ao código-fonte (receita) do programa.
• Multitarefa: permite que diversos programas rodem ao mes- Os Comandos Básicos do Linux
mo tempo, ou seja, você pode estar digitando um texto no Libre O Linux entra direto no modo gráfico ao ser inicializado, mas
Office Writer e ao mesmo tempo trabalhar na planilha de vendas também, é possível inserir comandos no sistema por meio de uma
do Calc, por exemplo. Sem contar os inúmeros serviços disponibi- aplicação de terminal. Esse recurso é localizável em qualquer dis-
lizados pelo Sistema que estão rodando em background (segundo tribuição. Se o computador não estiver com o modo gráfico ativa-
plano) e você nem percebe. do, será possível digitar comandos diretamente, bastando se logar.
• Multiplataforma: o Linux roda em diversos tipos de platafor- Quando o comando é inserido, cabe ao interpretador de comandos
mas de computadores, sejam eles x86 (32bits) ou x64 (64bits). As executá-lo. O Linux conta com mais de um, sendo os mais conheci-
distribuições mais recentes do Ubuntu estão abolindo as arquitetu- dos o bash e o sh.
ras de 32 bits. Para utilizá-los, basta digitá-los e pressionar a tecla Enter do
• Multiprocessador: permite o uso de mais de um processador teclado. É importante frisar que, dependendo de sua distribuição
no mesmo computador. Linux, um ou outro comando pode estar indisponível. Além disso,
• Protocolos: pode trabalhar com diversos protocolos de rede alguns comandos só podem ser executados por usuários com privi-
(TCP/IP). légios de administrador.
• Case Sensitive: diferenciar letras maiúsculas (caixa alta) de O Linux é case sensitive, ou seja, seus comandos têm que ser
letras minúsculas (caixa baixa). Exemplo: ARQUIVO1ºdt é diferente digitados em letras minúsculas, salvo algumas letras de comandos
de arquivo1ºdt. opcionais, que podem ter tanto em maiúscula como em minúscula,
mas terá diferença de resposta de uma para a outra.
O caractere ponto “.”, antes de um nome, renomeia o arquivo A relação a seguir mostra os comandos seguidos de uma des-
para arquivo oculto. crição.
O caractere não aceito em nomes de arquivos e diretórios no bg: colocar a tarefa em background (segundo plano).
Linux é a barra normal “/”. cal: exibe um calendário.
• Preemptivo: é a capacidade de tirar de execução um proces- cat arquivo: mostra o conteúdo de um arquivo. Por exemplo,
so em detrimento de outro. O Linux interrompe um processo que para ver o arquivo concurso. txt, basta digitar cat concurso.txt. É
está executando para dar prioridade a outro. utilizado também para concatenar arquivos exibindo o resultado na
• Licença de uso (GPL): GPL (licença pública geral) permite que tela. Basta digitar: $ cat arquivo1 > arquivo2.
os programas sejam distribuídos e reaproveitados, mantendo, po- cd diretório: abre um diretório. Por exemplo, para abrir a pasta
rém, os direitos do autor por forma a não permitir que essa informa- /mnt, basta digitar cd /mnt. Para ir ao diretório raiz a partir de qual-
ção seja usada de uma maneira que limite as liberdades originais. quer outro, digite apenas cd.
A licença não permite, por exemplo, que o código seja apoderado Cd–: volta para o último diretório acessado (funciona como a
por outra pessoa, ou que sejam impostas sobre ele restrições que função “desfazer”).
impeçam que seja distribuído da mesma maneira que foi adquirido. Cd~: funciona como o “home”, ou seja, vai para o diretório do
• Memória Virtual (paginada/paginação): a memória virtual é usuário.
uma área criada pelo Linux no disco rígido (HD) do computador de Cd..: “volta uma pasta”.
troca de dados que serve como uma extensão da memória principal chattr: modifica atributos de arquivos e diretórios.
(RAM). chmod: comando para alterar as permissões de arquivos e di-
• Bibliotecas compartilhadas: são arquivos que possuem mó- retórios.
dulos que podem ser reutilizáveis por outras aplicações. Em vez de chown: executado pelo root permite alterar o proprietário ou
o software necessitar de ter um módulo próprio, poderá recorrer a grupo do arquivo ou diretório, alterando o dono do arquivo ou grupo.
um já desenvolvido e mantido pelo sistema (arquivo.so). # chown usuário arquivo
• Administrador (Super usuário/Root): é o usuário que tem # chown usuário diretório
todos os privilégios do sistema. Esse usuário pode alterar tudo que Para saber quem é o dono e qual o grupo que é o proprietário
há no sistema, excluir e criar partições na raiz (/) manipular arquivos da pasta, basta dar o comando:
e configurações especiais do sistema, coisa que o usuário comum # ls -l /
não pode fazer. Representado pelo símbolo: #.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Dessa forma, pode-se ver os proprietários das pastas e dos arquivos.


clear: elimina todo o conteúdo visível, deixando a linha de comando no topo, como se o sistema acabasse de ter sido acessado.
cp origem destino: copia um arquivo ou diretório para outro local. Por exemplo, para copiar o arquivo concurso.txt com o nome con-
curso2.txt para /home, basta digitar cp concurso. txt /home/ concurso 2.txt.
cut: o comando cut é um delimitador de arquivos, o qual pode ser utilizado para delimitar um arquivo em colunas, número de carac-
teres ou por posição de campo.
Sintaxe: # cut <opções> <arquivo>
date: mostra a data e a hora atual.
df: mostra as partições usadas, espaço livre em disco.
diff arquivo1 arquivo2: indica as diferenças entre dois arquivos, por exemplo: diff calc.c calc2.c.
dir: lista os arquivos e diretórios da pasta atual; comando “ls” é o mais usado e conhecido para Linux. dir é comando típico do Win-
dows.
du diretório: mostra o tamanho de um diretório.
emacs: abre o editor de textos emacs.
fg: colocar a tarefa em foreground (primeiro plano).
file arquivo: mostra informações de um arquivo.
find diretório parâmetro termo: o comando find serve para localizar informações. Para isso, deve-se digitar o comando seguido do
diretório da pesquisa mais um parâmetro (ver lista abaixo) e o termo da busca. Parâmetros:
name – busca por nome
type – busca por tipo
size – busca pelo tamanho do arquivo
mtime – busca por data de modificação
Exemplo: find /home name tristania
finger usuário: exibe informações sobre o usuário indicado.
free: mostra a quantidade de memória RAM disponível.
grep: procura por um texto dentro de um arquivo.
gzip: compactar um arquivo.
Entre os parâmetros disponíveis, tem-se:
-c – extrai um arquivo para a saída padrão;
-d – descompacta um arquivo comprimido;
-l – lista o conteúdo de um arquivo compactado;
-v – exibe detalhes sobre o procedimento;
-r – compacta pastas;
-t – testa a integridade de um arquivo compactado.
halt: desliga o computador.
help: ajuda.
history: mostra os últimos comandos inseridos.
id usuário: mostra qual o número de identificação do usuário especificado no sistema.
ifconfig: é utilizado para atribuir um endereço a uma interface de rede ou configurar parâmetros de interface de rede.
-a – aplicado aos comandos para todas as interfaces do sistema.
-ad – aplicado aos comandos para todos “down” as interfaces do sistema.
-au – aplicado aos comandos para todos “up” as interfaces do sistema.

Permissões no Linux
As permissões são usadas para vários fins, mas servem principalmente para proteger o sistema e os arquivos dos usuários.
Somente o superusuário (root) tem ações irrestritas no sistema, justamente por ser o usuário responsável pela configuração, adminis-
tração e manutenção do Linux. Cabe a ele, por exemplo, determinar o que cada usuário pode executar, criar, modificar etc. A forma usada
para determinar o que o usuário pode fazer é a determinação de permissões.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Observe:

Observe que a figura acima exibe uma listagem dos arquivos presentes no Linux. No lado esquerdo, são exibidas as permissões dos
arquivos.

• Detalhando as Permissões

Tipos de arquivos (observe a primeira letra à esquerda):


“d” Arquivo do tipo diretório (pasta)
“-” Arquivo comum (arquivo de texto, planilha, imagens…)
“l” Link (atalho)

Tipos de permissões (o que os usuários poderão fazer com os arquivos):


r: read (ler)
w: writer (gravar)
x: execute (executar)
“-”: não permitido

Tipos de usuários (serão três categorias de usuários):


Proprietário (u)
Grupos de usuários (g)
Usuário comum (o)

Tabela de permissões (a tabela é composta de oito combinações):


0: sem permissão
1: executar
2: gravar
3: gravar/executar
4: ler
5: ler/executar
6: ler/gravar
7: ler/gravar/executar

Comando para alterar uma permissão:


chmod

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Estrutura de Diretórios e Arquivos


O Linux, assim como o Windows, possui seu sistema de gerenciamento de arquivos, que pode variar de acordo com a distribuição. Os
mais conhecidos são: Konqueror, Gnome, Dolphin, Krusader, Pcman, XFE.

Gerenciador de arquivos Dolphin.17

Enquanto no Windows a partição raiz geralmente é “C:\”, os programas são instalados em “C:\Arquivos de Programas” e os arquivos
do sistema em C:\WINDOWS, no GNU/Linux, é basicamente o contrário: o diretório raiz é representado pela barra “/”, que pode ficar ar-
mazenado no disco físico ou em uma unidade de rede, e todos os arquivos e pastas do sistema ficam dentro dele. Vejamos:
/ – diretório raiz, armazena todos os outros.
/bin – armazena os executáveis dos comandos básicos do sistema.
/boot – é onde ficam o kernel e os arquivos de boot (inicialização) do sistema.
/cdrom – o diretório /cdrom não faz parte do padrão FHS, mas você pode encontrá-lo no Ubuntu e em outras versões do sistema
operacional. É um local temporário para CD-ROMs inseridos no sistema. No entanto, o local padrão para a mídia temporária está dentro
do diretório /media.
/dev – dispositivos de entrada/saída (disquete, disco rígido, paca de som etc.). Todos os arquivos contidos nesse diretório (/dev/hda,
/dev/dsp, /dev/fd0 etc) são ponteiros para dispositivos de hardware.
/etc – armazena os arquivos de configuração do sistema, como se fossem o arquivo de registro do Windows.
/home – aqui ficam as pastas e os arquivos dos usuários. O root tem acesso a todas elas, mas cada usuário só tem acesso às suas
próprias pastas.
/lib – bibliotecas do sistema, como se fosse o diretório System32 do Windows.
/lib64 – bibliotecas do sistema, arquitetura 64 bits.
/media – o diretório /media contém subdiretórios em que os dispositivos de mídia removível inseridos no computador são montados.
Por exemplo, quando você insere um CD, DVD, pen drive em seu sistema Linux, um diretório será criado automaticamente dentro do dire-
tório /media. Você pode acessar o conteúdo do CD dentro desse diretório.
/mnt – ponto de montagem para dispositivos de hardware que estão em /dev. O leitor de CD encontrado em /dev/fd0, por exemplo,
será montado em /mnt/cdrom. Ao contrário do Windows, no qual os discos e partições aparecem como C:, D:, E:, no GNU/Linux, eles
aparecem como hda1, hda2, hdb, sdb, CD-ROM etc.
/opt – possui os softwares que não fazem parte da instalação padrão do GNU/Linux.
/proc – é criado na memória (portanto, não ocupa espaço em disco) pelo kernel e fornece informações sobre ele e os processos ativos.
/root – diretório local do superusuário (root).
/run – o diretório /run é relativamente novo e oferece aos aplicativos um local padrão para armazenar arquivos temporários, como
soquetes e identificações de processos. Esses arquivos não podem ser armazenados em /tmp, pois os arquivos localizados em /tmp podem
ser apagados.
/sbin – contém arquivos referentes à administração e manutenção de hardware e software.

17 https://linuxdicasesuporte.blogspot.com/2018/02/gerenciador-de-arquivos-dolphin-para.html
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

/snap – arquivos de implantação e um sistema de gerencia- Comandos principais do MS-DOS


mento de pacotes que foi projetado e construído pela Canonical Os comandos MS-DOS são digitados diretamente em modo
para o sistema operacional Ubuntu phone. Com o suporte a Snap texto, como no exemplo a seguir:
instalado em sua distribuição, já é possível instalar aplicativos diver- No caso, ao entrarmos no MS-DOS nos deparamos com o
sos para o Linux. prompt “ C: > ”, a partir daí o sistema já fica esperando os coman-
/srv – o diretório /srv contém “dados para serviços prestados dos, por exemplo, abaixo temos o comando DIR que mostra uma
pelo sistema”. Se você usa o servidor Apache em um site, provavel- lista de arquivos e diretórios (pastas) disponíveis:
mente armazena os arquivos do seu site em um diretório dentro C: > DIR
do /srv.
/sys – a pasta sys tem basicamente a mesma finalidade atribu- Para sabermos mais detalhes sobre os comandos basta digitar
ída ao diretório proc. “/?” após o comando, por exemplo:
/tmp – arquivos temporários.
C: > DIR/?
/usr – é o diretório com o maior número de arquivos, incluindo
bibliotecas (/usr/lib) e executáveis (/usr/bin) dos principais progra-
A seguir segue uma lista dos principais comandos do MS-DOS
mas.
/usr/X11 – arquivos do sistema do gerenciador de janelas.
/usr/man – manuais on-line. COMANDO FUNÇÃO EXEMPLO
/var – arquivos variáveis, que mudam com frequência. Mostra a data do
DATE sistema e permite al- C: > DATE
Teclas de Atalhos tera-la se necessário
Ctrl + Q: fechar o aplicativo ativo.
Mostra a hora do
Ctrl + A: selecionar tudo.
TIME sistema e permite al- C: >TIME
Ctrl + S: salvar o documento ou alterações feitas.
tera-la se necessário
Ctrl + P: imprimir o documento.
Ctrl + C: copiar o conteúdo selecionado. Mostra a versão do
VER C: > VER
Ctrl + V: colar o conteúdo da área de transferência. MS-DOS instalado
Ctrl + X: cortar o conteúdo selecionado. Mostra uma lista de
DIR C: > DIR
arquivos e pastas
Atalhos de Teclado com o Gnome
CLS Limpa a tela C: > CLS
Ctrl + Alt + Barra de espaço: reiniciar o Gnome.
Alt + F2: abrir a caixa “Executar comando”. Cria um diretório
MD OU MKDIR C: >MD estudo
Alt + F4: fechar a janela atual. (pasta)
Alt + Tab: alternar entre janelas. Muda para o diretó-
Ctrl + Alt + F1: mudar para o primeiro terminal ou tty1 (sem CD OU CHDIR rio (Se desloca para a C: >CD estudo
modo gráfico). pasta especificada)
Alt + Print: tirar uma captura de tela da tela ativa.
Apaga o diretório
RD OU RMDIR C: >RD estudo
Atalhos de Terminal (pasta) especificado
Seta para cima ou para baixo: pesquisar entre o histórico de Exibe os diretórios
comandos usados. TREE mostrando as pastas C: >TREE
Ctrl + C: matar o processo atual ou em execução. e subpastas
Ctrl + U: excluir a linha atual.
Faz uma checagem
CHKDSK C: >CHKDSK
no disco
MS-DOS. Exibe informações da
MEM C: >MEM
memória RAM
REN OU RENA- C >Ren teste1.txt
MS-DOS é um sistema operacional desenvolvido pela Microsoft Renomeia um arquivo
ME teste2.txt
para ser usado na linha de computadores IBM-PC. Este produto foi
o que definiu a diretriz da Microsoft. A partir daí tivemos o lança- Copia um determina- C: >copy teste1.txt
COPY
mento de sucessivos produtos Windows NT, e uma série de versões do arquivo c:\temp
do Windows. Copia um disco intei-
DISKCOPY
Inicialmente os computadores IBM-PC vinham apenas com o ro para outro
MS-DOS e eram necessários vários aplicativos para que a platafor-
Move um arquivo de
ma pudesse ser utilizada pelo usuário. C: >move teste1.txt
MOVE um diretório (pasta)
O usuário por meio de comandos texto consegue trabalhar c:\temp
para outra
com arquivos de uma forma geral., (movendo, copiando, apagando,
desenvolvendo documentos, planilhas, etc.

Editora
117
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Mostra o conteúdo
TYPE C: >TYPE teste1.txt
interno de um disco
Formata o disco espe-
FORMAT C: >Format d:
cificado
Apaga o arquivo
DEL OU DELETE C: >Del teste1.txt
especificado
Apara uma pasta
DELTREE C: >Deltree temp
inteira

NOÇÕES DE SISTEMAS DE WINDOWS.

WINDOWS 7
Windows 7 é um dos sistemas operacionais mais populares desenvolvido pela Microsoft18.
Visualmente o Windows 7 é semelhante ao seu antecessor, o Windows Vista, porém a interface é muito mais rica e intuitiva.
É Sistema Operacional multitarefa e para múltiplos usuários. O novo sistema operacional da Microsoft trouxe, além dos recursos do
Windows 7, muitos recursos que tornam a utilização do computador mais amigável.
Algumas características não mudam, inclusive porque os elementos que constroem a interface são os mesmos.

Edições do Windows 7
– Windows 7 Starter;
– Windows 7 Home Premium;
– Windows 7 Professional;
– Windows 7 Ultimate.

Área de Trabalho

Área de Trabalho do Windows 7.19

A Área de trabalho é composta pela maior parte de sua tela, em que ficam dispostos alguns ícones. Uma das novidades do Windows
7 é a interface mais limpa, com menos ícones e maior ênfase às imagens do plano de fundo da tela. Com isso você desfruta uma área de
trabalho suave. A barra de tarefas que fica na parte inferior também sofreu mudanças significativas.

18 https://estudioaulas.com.br/img/ArquivosCurso/materialDemo/AulaDemo-4147.pdf
19 Fonte: https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noticia/2012/05/como-ocultar-lixeira-da-area-de-trabalho-do-windows.html
Editora
118
118
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Barra de tarefas Botão Iniciar


– Avisar quais são os aplicativos em uso, pois é mostrado um
retângulo pequeno com a descrição do(s) aplicativo(s) que está(ão)
ativo(s) no momento, mesmo que algumas estejam minimizadas ou
ocultas sob outra janela, permitindo assim, alternar entre estas ja-
nelas ou entre programas.

Botão Iniciar22

O botão Iniciar é o principal elemento da Barra de Tarefas. Ele dá


acesso ao Menu Iniciar, de onde se podem acessar outros menus
que, por sua vez, acionam programas do Windows. Ao ser aciona-
do, o botão Iniciar mostra um menu vertical com várias opções.

Alternar entre janelas.20

– A barra de tarefas também possui o menu Iniciar, barra de ini-


cialização rápida e a área de notificação, onde você verá o relógio.
– É organizada, consolidando os botões quando há muitos acu-
mulados, ou seja, são agrupados automaticamente em um único
botão.
– Outra característica muito interessante é a pré-visualização
das janelas ao passar a seta do mouse sobre os botões na barra de
tarefas.
Menu Iniciar.23

Desligando o computador
O novo conjunto de comandos permite Desligar o computador,
Bloquear o computador, Fazer Logoff, Trocar Usuário, Reiniciar, Sus-
pender ou Hibernar.

Pré-visualização de janela.21
Ícones
Representação gráfica de um arquivo, pasta ou programa. Você
pode adicionar ícones na área de trabalho, assim como pode ex-
cluir. Alguns ícones são padrões do Windows: Computador, Painel
de Controle, Rede, Lixeira e a Pasta do usuário.

22 Fonte: https://br.ign.com/tech/47262/news/suporte-oficial-ao-win-
20 Fonte: https://pplware.sapo.pt/tutoriais/windows-7-flip-3d dows-vista-acaba-em-11-de-abril
21 Fonte: https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noti- 23 Fonte: https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/2019/04/
cia/2010/12/como-aumentar-o-tamanho-das-miniaturas-da-taskbar- como-deixar-a-interface-do-windows-10-parecida-com-o-windows-7.
-do-windows-7.html ghtml
Editora
119
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Windows Explorer Aplicativos de Windows 7


No computador, para que tudo fique organizado, existe o Win- O Windows 7 inclui muitos programas e acessórios úteis. São
dows Explorer. Ele é um programa que já vem instalado com o Win- ferramentas para edição de texto, criação de imagens, jogos, ferra-
dows e pode ser aberto através do Botão Iniciar ou do seu ícone na mentas para melhorar o desempenho do computador, calculadora
barra de tarefas. e etc.
Este é um dos principais utilitários encontrados no Windows 7. A pasta Acessórios é acessível dando-se um clique no botão
Permite ao usuário enxergar de forma interessante a divisão organi- Iniciar na Barra de tarefas, escolhendo a opção Todos os Programas
zada do disco (em pastas e arquivos), criar outras pastas, movê-las, e no submenu, que aparece, escolha Acessórios.
copiá-las e até mesmo apagá-las.
Com relação aos arquivos, permite protegê-los, copiá-los e mo- Bloco de Notas
vê-los entre pastas e/ou unidades de disco, inclusive apagá-los e Aplicativo de edição de textos (não oferece nenhum recurso de
também renomeá-los. Em suma, é este o programa que disponi- formatação) usado para criar ou modificar arquivos de texto. Utili-
biliza ao usuário a possibilidade de gerenciar todos os seus dados zado normalmente para editar arquivos que podem ser usados pelo
gravados. sistema da sua máquina.
O Bloco de Notas serve para criar ou editar arquivos de texto
que não exijam formatação e não ultrapassem 64KB. Ele cria arqui-
vos com extensões .INI, .SYS e .BAT, pois abre e salva texto somente
no formato ASCII (somente texto).

24

Uma das novidades do Windows 7 são as Bibliotecas. Por pa-


drão já consta uma na qual você pode armazenar todos os seus Bloco de Notas.
arquivos e documentos pessoais/trabalho, bem como arquivos de
músicas, imagens e vídeos. Também é possível criar outra biblioteca WordPad
para que você organize da forma como desejar. Editor de texto com formatação do Windows. Pode conter ima-
gens, tabelas e outros objetos. A formatação é limitada se compa-
rado com o Word. A extensão padrão gerada pelo WordPad é a RTF.
Por meio do programa WordPad podemos salvar um arquivo com a
extensão DOC entre outras.

Bibliotecas no Windows 7.25

24 Fonte: https://www.softdownload.com.br/adicione-guias-windows-
-explorer-clover-2.html
25 Fonte: https://www.tecmundo.com.br/musica/3612-dicas-do-win- WordPad.26
dows-7-aprenda-a-usar-o-recurso-bibliotecas.htm 26 Fonte: https://www.nextofwindows.com/windows-7-gives-wordpa-
Editora
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Paint
Editor simples de imagens do Windows. A extensão padrão é a BMP. Permite manipular arquivos de imagens com as extensões: JPG
ou JPEG, GIF, TIFF, PNG, ICO entre outras.

Paint.27
• Calculadora
Pode ser exibida de quatro maneiras: padrão, científica, programador e estatística.

d-a-new-life
27 Fonte: https://www.techtudo.com.br/listas/noticia/2017/03/microsoft-paint-todas-versoes-do-famoso-editor-de-fotos-do-windows.html
Editora
121
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Painel de Controle Windows Touch: uma das inovações mais esperadas do novo
O Painel de controle fornece um conjunto de ferramentas ad- OS da Microsoft, a compatibilidade total com a tecnologia do toque
ministrativas com finalidades especiais que podem ser usadas para na tela, o que inclui o acesso a pastas, redimensionamento de jane-
configurar o Windows, aplicativos e ambiente de serviços. O Painel las e a interação com aplicativos.
de Controle inclui itens padrão que podem ser usados para tarefas Windows Defender: livre-se de spywares e outras pragas vir-
comuns (por exemplo, Vídeo, Sistemas, Teclado, Mouse e Adicionar tuais com o Windows Defender do Windows 7, agora mais limpo e
hardware). Os aplicativos e os serviços instalados pelo usuário tam- mais simples de ser configurado e usado.
bém podem inserir ícones no Painel de controle. Windows Firewall: para proteção contra crackers e programas
mal-intencionados, o Firewall do Windows. Agora com configuração
de perfis alternáveis, muito útil para uso da rede em ambientes va-
riados, como shoppings com Wi-Fi pública ou conexões residências.
Flip 3D: Flip 3D é um feature padrão do Windows Vista que
ficou muito funcional também no Windows 7. No Windows 7 ele fi-
cou com realismo para cada janela e melhorou no reconhecimento
de screens atualizadas.

WINDOWS 8

Novidades no Windows 8
Lançado em 2012, o Windows 8 passou por sua transformação
mais radical. Ele trouxe uma interface totalmente nova, projetada
principalmente para uso em telas sensíveis ao toque.

Painel de Controle.28 • Tela Inicial


A tela de início é uma das características mais marcantes do
Novidades do Windows 7 Windows 829. Trata-se de um espaço que reúne em um único lugar
blocos retangulares ou quadrados que dão acesso a aplicativos, à
Ajustar: o recurso Ajustar permite o redimensionamento rápi- lista de contatos, a informações sobre o clima, aos próximos com-
do e simétrico das janelas abertas, basta arrastar a janela para as promissos da agenda, entre outros. Na prática, este é o recurso que
bordas pré-definidas e o sistema a ajustará às grades. substitui o tradicional menu Iniciar do Windows, que por padrão
Aero Peek: exclusivo das versões Home Premium, Professional não está disponível na versão 8. É por este motivo que é possível al-
e Ultimate, o Aero Peek permite que o usuário visualize as janelas ternar entre a tela inicial e a área de trabalho (bastante semelhante
que ficam ocultadas pela janela principal. ao desktop do Windows 7, por sinal) utilizando os botões Windows
Nova Barra de Tarefas: o usuário pode ter uma prévia do que do teclado.
está sendo rodado, apenas passando o mouse sobre o item mini- Obs.: gerou uma certa insatisfação por parte dos usuários que
mizado. sentiram falta do botão Iniciar, na versão. No Windows 8.1 e Win-
Alternância de Tarefas: a barra de alternância de tarefas do dows 10, o botão Iniciar volta.
Windows 7 foi reformulada e agora é interativa. Permite a fixação Se o espaço na tela não for suficiente para exibir todos eles, ela
de ícones em determinado local, a reorganização de ícones para fa- pode ser rolada horizontalmente. A nova interface era inicialmente
cilitar o acesso e também a visualização de miniaturas na própria chamada de Metro, mas a Microsoft abandonou esse nome e, ago-
barra. ra, se refere a ela como Modern (moderna).
Gadgets: diferentemente do Windows Vista, que prendia as
gadgets na barra lateral do sistema. O Windows 7 permite que o
usuário redimensione, arraste e deixe as gadgets onde quiser, não
dependendo de grades determinadas.
Windows Media Center: o novo Windows Media Center tem
compatibilidade com mais formatos de áudio e vídeo, além do su-
porte a TVs on-line de várias qualidades, incluindo HD. Também
conta com um serviço de busca mais dinâmico nas bibliotecas lo-
cais, o TurboScroll.
Windows Backup: além do já conhecido Ponto de Restauração,
o Windows 7 vem também com o Windows Backup, que permite a
restauração de documentos e arquivos pessoais, não somente os
programas e configurações.
Interface Metro do Windows 8.30
29 https://www.infowester.com/
28 Fonte: https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noti- 30 https://www.tecwhite.net/2015/01/tutorial-visualizador-de-fotos-
cia/2016/06/como-mudar-o-idioma-do-windows-7.html -do.html
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122
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

• Tempo de Inicialização claro que esta característica não é uma exigência: o usuário que
Uma das vantagens que mais marcou o Windows 8 foi o tem- preferir poderá utilizar o esquema tradicional de login, onde seu
po de inicialização de apenas 18 segundos, mostrando uma boa di- nome e senha existem só no computador, não havendo integração
ferença se comparado com o Windows 7, que leva 10 segundos a com as nuvens. Também é importante frisar que, quem preferir o
mais para iniciar31. login com Microsoft Account, poderá acessar o computador mesmo
O encerramento também ficou mais rápido, tudo isso por conta quando não houver acesso à internet.
da otimização de recursos do sistema operacional e também do bai-
xo consumo que o Windows 8 utiliza do processador. • Senha com imagem
Outra novidade do Windows 8 em relação à autenticação de
• Os botões de acesso da lateral direita (Charms Bar) usuários é a funcionalidade de senha com imagem. A ideia é sim-
Outra característica marcante do Windows 8 é a barra com bo- ples: em vez de digitar uma combinação de caracteres, o usuário
tões de acesso rápido que a Microsoft chamada de Charms Bar. Eles deve escolher uma imagem – uma foto, por exemplo – e fazer um
ficam ocultos, na verdade, mas é possível visualizá-los facilmente. desenho com três gestos em uma parte dela. A partir daí, toda vez
Se estiver usando um mouse, basta mover o cursor até o canto di- que for necessário realizar login, a imagem em questão será exibida
reito superior ou inferior. Em um tablet ou outro dispositivo com e o usuário terá que repetir o movimento que criou.
tela sensível ao toque, basta mover o dedo à mesma região. Com o É possível utilizar esta opção com mouse, mas ela é particu-
teclado, pressione Windows + C simultaneamente. larmente interessante para login rápido em tablets, por causa da
Em todas as formas, você verá uma barra surgir à direita com ausência de teclado para digitação de senha.
cinco botões:
– Busca: nesta opção, você pode localizar facilmente aplicativos • Windows Store (Loja)
ou arquivos presentes em seu computador, assim como conteúdo Seguindo o exemplo de plataformas como Android e iOS, o
armazenado nas nuvens, como fotos, notícias, etc. Para isso, bas- Windows 8 passou a contar com uma loja oficial de aplicativos. A
ta escolher uma das opções mostradas abaixo do campo de busca maioria dos programas existentes ali são gratuitos, mas o usuário
para filtrar a sua pesquisa; também poderá adquirir softwares pagos também.
– Compartilhar: neste botão, é possível compartilhar informa-
ções em redes sociais, transferir arquivos para outros computado-
res, entre outros;
– Iniciar: outra forma de acessar a tela inicial. Pode parecer
irrelevante se você estiver usando um teclado que tenha botões
Windows, mas em tablets é uma importante forma de acesso;
– Dispositivos: com este botão, você pode configurar ou ter
acesso rápido aos dispositivos conectados, como HDs externos, im-
pressoras e outros;
– Configuração: é por aqui que você pode personalizar o siste-
ma, gerenciar usuários, mudar a sua senha, verificar atualizações,
ajustar conexões Wi-Fi, entrar no Painel de Controle e até mesmo
acessar opções de configuração de outros programas.

É válido destacar que o Windows 8 é compatível com progra-


mas feitos para os Windows XP, Vista e 7 – pelo menos a maioria
deles. Além disso, o usuário não é obrigado a utilizar a loja para ob-
ter softwares, já que o velho esquema de instalar programas distri-
buídos diretamente pelo desenvolvedor ou por sites de download,
por exemplo, continua valendo.

• Notificações
A Microsoft também deu especial atenção às notificações
no Windows 8. E não só notificações do sistema, que avisam, por
exemplo, quando há atualizações disponíveis: também há notifica-
ções de aplicativos, de forma que você possa saber da chegada de
e-mails ou de um compromisso em sua agenda por meio de uma
pequena nota que aparece mesmo quando outro programa estiver
• Login com Microsoft Account ocupando toda a tela.
O Windows 8 é a versão da família Windows que mais se inte-
gra às nuvens, razão pela qual agora o usuário precisa informar sua
Microsoft Account (ou Windows Live ID) para se logar no sistema.
Com isso, a pessoa conseguirá acessar facilmente seus arquivos no
SkyDrive e compartilhar dados com seus contatos, por exemplo. É
31 https://www.professordeodatoneto.com.br/
Editora
123
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

• Gestos e atalhos
Apesar de diferente, o Windows 8 não é um sistema operacional de difícil utilização. Você pode levar algum tempo para se acostumar
a ele, mas muito provavelmente chegará lá. Um jeito de acelerar este processo e ao mesmo tempo aproveitar melhor o sistema é apren-
dendo a utilizar gestos (para telas sensíveis ao toque), movimentos para o mouse ou mesmo atalhos para teclado. Eis alguns:
– Para voltar à janela anterior: leve o cursor do mouse até o canto superior esquerdo (bem no canto mesmo). Uma miniatura da janela
será exibida. Clique nela. No caso de toques, arraste o seu dedo do canto esquerdo superior até o centro da janela;
– Para fechar um aplicativo sem o botão de encerramento: com mouse ou com toque, clique na barra superior do programa e a
arraste até a parte inferior da tela;
– Para desinstalar um aplicativo: na tela inicial, clique com o botão direito do mouse no bloco de um aplicativo. Aparecerão ali várias
opções, sendo uma delas a que permite desinstalar o software. No caso de telas sensíveis ao toque, posicione o dedo bloco e o mova para
cima;
– Para alternar entre as janelas abertas usando teclado: a velha e boa combinação – pressione as teclas Alt e Tab ao mesmo tempo;

– Para ativar a pesquisa automaticamente na tela inicial: se você estiver na tela inicial e quiser iniciar um aplicativo ou abrir um
arquivo, por exemplo, basta simplesmente começar a digitar o seu nome. Ao fazer isso, o sistema operacional automaticamente iniciará a
busca para localizá-lo.

Versões do Windows 8
– Windows RT: versão para dispositivos baseados na arquitetura ARM. Pode ocorrer incompatibilidade com determinados aplicativos
criados para a plataforma x86. Somente será possível encontrar esta versão de maneira pré-instalada em tablets e afins;
– Windows 8: trata-se da versão mais comum, direcionada aos usuários domésticos, a ambientes de escritório e assim por diante.
Pode ser encontrada tanto em 32-bit quanto em 64-bit;
– Windows 8 Pro: é a versão mais completa, consistindo, essencialmente, no Windows 8 acrescido de determinados recursos, es-
pecialmente para o segmento corporativo, como virtualização e gerenciamento de domínios. Também permite a instalação gratuita do
Windows Media Center.

Área de Trabalho
A Microsoft optou por deixar a famosa área de trabalho no novo Windows, possuindo as mesmas funções das versões anteriores, mas
com uma pequena diferença, o botão iniciar não existe mais, pois, como dito anteriormente, foi substituído pela nova interface Metro.

Área de trabalho do Windows 8.32


Para acessar a área de trabalho no Windows 8, basta entrar na tela inicial e procurar pelo ícone correspondente.

Extrair arquivos mais rápidos


O Windows 8 possui uma vantagem significativa na compactação e extração de arquivos, assim como também na transferência de
dados e no tempo para abrir algum software.
Windows Store
Outra novidade do Windows 8, é a nova ferramenta de compras de aplicativos, chamada de Windows Store.

32 https://www.crn.com.au/news/windows-8-show-us-your-real-face-289865
Editora
124
124
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Podemos dizer de que se trata de uma loja virtual criada pela


Microsoft em busca de aproximar o usuário de novas descobertas
de aplicativos criados exclusivamente para o sistema operacional.
A ferramenta pode ser acessada da mesma maneira que as ou-
tras. Ela é encontrada na tela inicial (Interface Metro) e basta dar
apenas um clique para abrir a página com os aplicativos em desta-
ques.

Nuvem e vínculo fácil com as redes sociais


Mais uma novidade, entre diversas outras do novo sistema
operacional da Microsoft, é o armazenamento na nuvem, ou seja,
o Windows 8 também utiliza computação em nuvem para guardar
seus dados, podendo o usuário acessá-los em outros computado-
res.
As integrações sociais também foi outro diferencial. Todas as
redes favoritas podem ser usadas, como Twitter, Facebook, Google WordPad
Plus, entre outras, sem precisar acessá-las, tudo é mostrado na tela É como se fosse um Word reduzido. Pode ser classificado como
inicial, na forma de notificações. um editor de textos, porque possui recursos de formatação.

Tela Sensível – Touch


Por últimos, mas não menos importante, é a tecnologia touch
que o Windows 8 suporta. Essa tecnologia faz com que o usuário
possa usar as ferramentas do sistema operacional apenas com as
mãos, sem o uso de mouse.

Acessórios do Windows
O Windows traz consigo alguns acessórios (pequenos progra-
mas) muito úteis para executar algumas tarefas básicas do dia-a-
-dia, vejamos alguns desses acessórios:

Calculadora
A calculadora do Windows vem em dois formatos distintos (a
Padrão e a Científica). Ela permite colar seus resultados em outros
programas ou copiar no seu visor (display) um número copiado de
outro aplicativo.

Paint
Programa muito utilizado por iniciantes em informática. O
Paint é um pequeno programa criado para desenhar e cria arqui-
vos no formato bitmap que são imagens formadas para pequenos
pontos. Ele não trabalha com imagens vetoriais (desenhos feitos
através de cálculos matemáticos), ele apenas permite a pintura de
pequenos pontos para formar a imagem que se quer. Seus arquivos
normalmente são salvos no formato BMP, mas o programa também
permite salvar os desenhos com os formatos JPG e GIF.

Bloco de Notas
É um pequeno editor de textos que acompanha o Windows
porque permite uma forma bem simples de edição. Os tipos de for-
matação existentes no bloco de notas são: fontes, estilo e tamanho.
É muito utilizado por programadores para criar programas de com-
putador.

Editora
125
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Lixeira Painel de Controle


Lixeira na área de trabalho é um local de armazenamento tem-
porário para arquivos excluídos. Quando você exclui um arquivo ou
pasta em seu computador (HD ou SSD), ele não é excluído imediata-
mente, mas vai para a Lixeira.

Cotas do Usuário
Recurso que foi herdado do Windows Vista é o gerenciamento
de cotas de espaço em disco para usuários, algo muito interessan-
te em um PC usado por várias pessoas. Assim é possível delimitar
quanto do disco rígido pode ser utilizado no máximo por cada um
que utiliza o computador.
Se você possui status de administrador do Windows pode re- É o programa que acompanha o Windows e permite ajustar to-
alizar essa ação de modo rápido e simples seguindo as instruções. das as configurações do sistema operacional, desde ajustar a hora
do computador, até coisas mais técnicas como ajustar o endereço
Restauração do Sistema virtual das interrupções utilizadas pela porta do mouse.
É um recurso do Windows em que o computador literalmente O painel de controle é, na verdade, uma janela que possui vá-
volta para um estado (hora e data) no passado. É útil quando pro- rios ícones, e cada um desses ícones é responsável por um ajuste
gramas que o usuário instalou comprometem o funcionamento do diferente no Windows.
sistema e o usuário deseja que o computador volte para um estado
anterior à instalação do programa. Bitlocker
É um dos recursos Windows, aprimorado nas versões Ultimate
Windows Explorer e Enterprise do Windows 7, 8 e 10.
É o programa que acompanha o Windows e tem por função Este recurso tem como vocação a proteção de seus dados.
gerenciar os objetos gravados nas unidades de disco, ou seja, todo Qualquer arquivo é protegido, salvo em uma unidade criptografada
e qualquer arquivo que esteja gravado em seu computador e toda pelo recurso. A operação se desenvolve automaticamente após a
pasta que exista nele pode ser vista pelo Windows Explorer., ativação.

WINDOWS 10

Lançado em 2015, O Windows 10 chega ao mercado com a


proposta ousada, juntar todos os produtos da Microsoft em uma
única plataforma. Além de desktops e notebooks, essa nova versão
equipará smartphones, tablets, sistemas embarcados, o console
Xbox One e produtos exclusivos, como o Surface Hub e os óculos de
realidade aumentada HoloLens33.

Versões do Windows 10

– Windows 10 Home: edição do sistema operacional voltada


para os consumidores domésticos que utilizam PCs (desktop e no-
tebook), tablets e os dispositivos “2 em 1”.
– Windows 10 Pro: o Windows 10 Pro também é voltado para
PCs (desktop e notebook), tablets e dispositivos “2 em 1”, mas traz
algumas funcionalidades extras em relação ao Windows 10 Home,

33 https://estudioaulas.com.br/img/ArquivosCurso/materialDemo/
SlideDemo-4147.pdf
Editora
126
126
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

os quais fazem com que essa edição seja ideal para uso em peque- Aero Glass (Efeito Vidro)
nas empresas, apresentando recursos para segurança digital, su- Recurso que deixa janelas, barras e menus transparentes, pa-
porte remoto, produtividade e uso de sistemas baseados na nuvem. recendo um vidro.
– Windows 10 Enterprise: construído sobre o Windows 10 Pro,
o Windows 10 Enterprise é voltado para o mercado corporativo.
Os alvos dessa edição são as empresas de médio e grande porte,
e o Sistema apresenta capacidades que focam especialmente em
tecnologias desenvolvidas no campo da segurança digital e produ-
tividade.
– Windows 10 Education: Construída a partir do Windows 10
Enterprise, essa edição foi desenvolvida para atender as necessida-
des do meio escolar.
– Windows 10 Mobile: o Windows 10 Mobile é voltado para os
dispositivos de tela pequena cujo uso é centrado no touchscreen,
como smartphones e tablets
– Windows 10 Mobile Enterprise: também voltado para smar-
tphones e pequenos tablets, o Windows 10 Mobile Enterprise tem
como objetivo entregar a melhor experiência para os consumidores
que usam esses dispositivos para trabalho.
Efeito Aero Glass.35
– Windows 10 IoT: edição para dispositivos como caixas ele-
trônicos, terminais de autoatendimento, máquinas de atendimento
Aero Flip (Alt+Tab)
para o varejo e robôs industriais – todas baseadas no Windows 10
Permite a alternância das janelas na área de trabalho, organi-
Enterprise e Windows 10 Mobile Enterprise.
zando-as de acordo com a preferência de uso.
– Windows 10 S: edição otimizada em termos de segurança e
desempenho, funcionando exclusivamente com aplicações da Loja
Microsoft.
– Windows 10 Pro – Workstation: como o nome sugere, o Win-
dows 10 Pro for Workstations é voltado principalmente para uso
profissional mais avançado em máquinas poderosas com vários
processadores e grande quantidade de RAM.

Área de Trabalho (pacote aero)


Aero é o nome dado a recursos e efeitos visuais introduzidos no
Windows a partir da versão 7.

Efeito Aero Flip.

Aero Shake (Win+Home)


Ferramenta útil para quem usa o computador com multitare-
fas. Ao trabalhar com várias janelas abertas, basta “sacudir” a jane-
la ativa, clicando na sua barra de título, que todas as outras serão
Área de Trabalho do Windows 10.34 minimizadas, poupando tempo e trabalho. E, simplesmente, basta
sacudir novamente e todas as janelas serão restauradas.

34 https://edu.gcfglobal.org/pt/tudo-sobre-o-windows-10/sobre-a-a- 35 https://www.tecmundo.com.br/windows-10/64159-efeito-aero-
rea-de-trabalho-do-windows-10/1/ -glass-lancado-mod-windows-10.htm
Editora
127
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

lho (parte inferior direita do Desktop). Ao posicionar o mouse sobre


o referido botão, as janelas ficam com um aspecto transparente. Ao
clicar sobre ele, as janelas serão minimizadas.

Efeito Aero Shake (Win+Home)

Aero Snap (Win + Setas de direção do teclado)


Efeito Aero Peek.
Recurso que permite melhor gerenciamento e organização das
janelas abertas.
Menu Iniciar
Basta arrastar uma janela para o topo da tela e a mesma é ma-
Algo que deixou descontente grande parte dos usuários do
ximizada, ou arrastando para uma das laterais a janela é dividida de
Windows 8 foi o sumiço do Menu Iniciar.
modo a ocupar metade do monitor.
O novo Windows veio com a missão de retornar com o Menu
Iniciar, o que aconteceu de fato. Ele é dividido em duas partes: na
direita, temos o padrão já visto nos Windows anteriores, como XP,
Vista e 7, com a organização em lista dos programas. Já na direita
temos uma versão compacta da Modern UI, lembrando muito os
azulejos do Windows Phone 8.

Efeito Aero Snap.

Menu Iniciar no Windows 10.36


Aero Peek (Win+Vírgula – Transparência / Win+D – Minimizar Nova Central de Ações
Tudo) A Central de Ações é a nova central de notificações do Win-
O Aero Peek (ou “Espiar área de trabalho”) permite que o usuá- dows 10. Ele funciona de forma similar à Central de Ações das ver-
rio possa ver rapidamente o desktop. O recurso pode ser útil quan- sões anteriores e também oferece acesso rápido a recursos como
do você precisar ver algo na área de trabalho, mas a tela está cheia modo Tablet, Bloqueio de Rotação, Luz noturna e VPN.
de janelas abertas. Ao usar o Aero Peek, o usuário consegue ver o
que precisa, sem precisar fechar ou minimizar qualquer janela. Re-
curso pode ser acessado por meio do botão Mostrar área de traba-
36 https://pplware.sapo.pt/microsoft/windows/windows-10-5-dicas-u-
sar-melhor-menu-iniciar
Editora
128
128
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Central de ações do Windows 10.37

Paint 3D
O novo App de desenhos tem recursos mais avançados, especialmente para criar objetos em três dimensões. As ferramentas antigas
de formas, linhas e pintura ainda estão lá, mas o design mudou e há uma seleção extensa de funções que prometem deixar o programa
mais versátil.
Para abrir o Paint 3D clique no botão Iniciar ou procure por Paint 3D na caixa de pesquisa na barra de tarefas.

Paint 3D.

Cortana
Cortana é um/a assistente virtual inteligente do sistema operacional Windows 10.
Além de estar integrada com o próprio sistema operacional, a Cortana poderá atuar em alguns aplicativos específicos. Esse é o caso
do Microsoft Edge, o navegador padrão do Windows 10, que vai trazer a assistente pessoal como uma de suas funcionalidades nativas. O
assistente pessoal inteligente que entende quem você é, onde você está e o que está fazendo. O Cortana pode ajudar quando for solicita-
do, por meio de informações-chave, sugestões e até mesmo executá-las para você com as devidas permissões.

37 Fonte: https://support.microsoft.com/pt-br/help/4026791/windows-how-to-open-action-center
Editora
129
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Para abrir a Cortana selecionando a opção na Barra de Tarefas. Podendo teclar ou falar o
tema que deseja.

Cortana no Windows 10.38

Microsot Edge
O novo navegador do Windows 10 veio para substituir o Internet Explorer como o browser-padrão do sistema operacional da Mi-
crosoft. O programa tem como características a leveza, a rapidez e o layout baseado em padrões da web, além da remoção de suporte a
tecnologias antigas, como o ActiveX e o Browser Helper Objects.
Dos destaques, podemos mencionar a integração com serviços da Microsoft, como a assistente de voz Cortana e o serviço de armaze-
namento na nuvem OneDrive, além do suporte a ferramentas de anotação e modo de leitura.
O Microsoft Edge é o primeiro navegador que permite fazer anotações, escrever, rabiscar e realçar diretamente em páginas da Web.
Use a lista de leitura para salvar seus artigos favoritos para mais tarde e lê-los no modo de leitura . Focalize guias abertas para visu-
alizá-las e leve seus favoritos e sua lista de leitura com você quando usar o Microsoft Edge em outro dispositivo.
O Internet Explorer 11, ainda vem como acessório do Windows 10. Devendo ser descontinuado nas próximas atualizações.
Para abrir o Edge clique no botão Iniciar , Microsoft Edge ou clique no ícone na barra de tarefas.

Microsoft Edge no Windows 10.

38 https://www.tecmundo.com.br/cortana/76638-cortana-ganhar-novo-visual-windows-10-rumor.htm
Editora
130
130
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Windows Hello
O Windows Hello funciona com uma tecnologia de credencial chamada Microsoft Passport, mais fácil, mais prática e mais segura do
que usar uma senha, porque ela usa autenticação biométrica. O usuário faz logon usando face, íris, impressão digital, PIN, bluetooth do
celular e senha com imagem.
Para acessar o Windows Hello, clique no botão , selecione Configurações > Contas > Opções de entrada. Ou procure por Hello
ou Configurações de entrada na barra de pesquisa.

Windows Hello.

Bibliotecas
As Bibliotecas são um recurso do Windows 10 que permite a exibição consolidada de arquivos relacionados em um só local. Você pode
pesquisar nas Bibliotecas para localizar os arquivos certos rapidamente, até mesmo quando esses arquivos estão em pastas, unidades
ou em sistemas diferentes (quando as pastas são indexadas nos sistemas remotos ou armazenadas em cache localmente com Arquivos
Offline).

Tela Bibliotecas no Windows 10.39


39 https://agorafunciona.wordpress.com/2017/02/12/como-remover-as-pastas-imagens-da-camera-e-imagens-salvas
Editora
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

One Drive
O OneDrive é serviço um de armazenamento e compartilhamento de arquivos da Microsoft. Com o Microsoft OneDrive você pode
acessar seus arquivos em qualquer lugar e em qualquer dispositivo.
O OneDrive é um armazenamento on-line gratuito que vem com a sua conta da Microsoft. É como um disco rígido extra que está
disponível para todos os dispositivos que você usar.

OneDivre.40

Manipulação de Arquivos
É um conjunto de informações nomeadas, armazenadas e organizadas em uma mídia de armazenamento de dados. O arquivo está
disponível para um ou mais programas de computador, sendo essa relação estabelecida pelo tipo de arquivo, identificado pela extensão
recebida no ato de sua criação ou alteração.
Há arquivos de vários tipos, identificáveis por um nome, seguido de um ponto e um sufixo com três (DOC, XLS, PPT) ou quatro letras
(DOCX, XLSX), denominado extensão. Assim, cada arquivo recebe uma denominação do tipo arquivo.extensão. Os tipos mais comuns são
arquivos de programas (executavel.exe), de texto (texto.docx), de imagens (imagem.bmp, eu.jpg), planilhas eletrônicas (tabela.xlsx) e
apresentações (monografia.pptx).

Pasta
As pastas ou diretórios: não contém informação propriamente dita e sim arquivos ou mais pastas. A função de uma pasta é organizar
tudo o que está dentro das unidades.
O Windows utiliza as pastas do computador para agrupar documentos, imagens, músicas, aplicações, e todos os demais tipos de
arquivos existentes.
Para visualizar a estrutura de pastas do disco rígido, bem como os arquivos nela armazenados, utiliza-se o Explorador de Arquivos.

Manipulação de arquivos e/ou pastas (Recortar/Copiar/Colar)


Existem diversas maneiras de manipular arquivos e/ou pastas.
1. Através dos botões RECORTAR, COPIAR E COLAR. (Mostrados na imagem acima – Explorador de arquivos).
2. Botão direito do mouse.
3. Selecionando e arrastando com o uso do mouse (Atenção com a letra da unidade e origem e destino).

40 Fonte: https://tecnoblog.net/286284/como-alterar-o-local-da-pasta-do-onedrive-no-windows-10
Editora
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Central de Segurança do Windows Defender


A Central de Segurança do Windows Defender fornece a área de proteção contra vírus e ameaças.
Para acessar a Central de Segurança do Windows Defender, clique no botão , selecione Configurações > Atualização e seguran-
ça > Windows Defender. Ou procure por Windows Defender na barra de pesquisa.

Windows Defender.41

Lixeira
A Lixeira armazena temporariamente arquivos e/ou pastas excluídos das unidades internas do computador (c:\).
Para enviar arquivo para a lixeira:
- Seleciona-lo e pressionar a tecla DEL.
- Arrasta-lo para a lixeira.
- Botão direito do mouse sobre o arquivo, opção excluir.
- Seleciona-lo e pressionar CTRL+D.

Arquivos apagados permanentemente:


- Arquivos de unidades de rede.
- Arquivos de unidades removíveis (pen drive, ssd card...).
- Arquivos maiores do que a lixeira. (Tamanho da lixeira é mostrado em MB (megabytes) e pode variar de acordo com o tamanho do
HD (disco rígido) do computador).
- Deletar pressionando a tecla SHIFT.
- Desabilitar a lixeira (Propriedades).

Para acessar a Lixeira, clique no ícone correspondente na área de trabalho do Windows 10.

Outros Acessórios do Windows 10

Existem outros, outros poderão ser lançados e incrementados, mas os relacionados a seguir são os mais populares:
– Alarmes e relógio.
– Assistência Rápida.
– Bloco de Notas.
– Calculadora.
– Calendário.
– Clima.
– E-mail.
– Facilidade de acesso (ferramenta destinada a deficientes físicos).
41 Fonte: https://answers.microsoft.com/pt-br/protect/forum/all/central-de-seguran%C3%A7a-do-windows-defender/9ae1b77e-de-
7c-4ee7-b90f-4bf76ad529b1
Editora
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

– Ferramenta de Captura. Integração de aplicativos Android


– Gravador de passos. O Windows 11 finalmente permite que você baixe aplicativos
– Internet Explorer. Android para o seu PC. Os aplicativos Android agora estão dispo-
– Mapas. níveis para Windows 11 por meio da Microsoft Store, por meio da
– Mapa de Caracteres. Amazon Appstore. (Havia algumas maneiras de acessar aplicativos
– Paint. Android no Windows 10, inclusive se você tivesse um telefone Sam-
– Windows Explorer. sung Galaxy, mas isso o tornará nativo.) Isso é algo que os usuários
– WordPad. do Windows esperam há anos e marca outro movimento em dire-
– Xbox. ção à fusão. de dispositivos móveis e laptops.

Principais teclas de atalho Melhor suporte para área de trabalho virtual


CTRL + F4: fechar o documento ativo. Você achará mais fácil criar e alternar entre diferentes áreas de
CTRL + R ou F5: atualizar a janela. trabalho virtuais no Windows 11 do que no Windows 10. O Win-
CTRL + Y: refazer. dows 11 permite configurar áreas de trabalho virtuais de maneira
CTRL + ESC: abrir o menu iniciar. semelhante a um Mac. Ele permite que você alterne entre vários
CTRL + SHIFT + ESC: gerenciador de tarefas. desktops ao mesmo tempo para uso pessoal, profissional, escolar
WIN + A: central de ações. ou para jogos. No Windows 10, esse recurso era mais difícil de con-
WIN + C: cortana. figurar e usar.
WIN + E: explorador de arquivos.
WIN + H: compartilhar. Transição mais fácil do monitor para o laptop
WIN + I: configurações. É mais fácil agrupar diferentes conjuntos de janelas e aplica-
WIN + L: bloquear/trocar conta. tivos e alternar entre uma área de trabalho e um monitor graças
WIN + M: minimizar as janelas. aos Snap Layouts e Snap Groups. O novo sistema operacional inclui
WIN + R: executar. recursos chamados Snap Groups e Snap Layouts - coleções de apli-
WIN + S: pesquisar. cativos que você está usando ao mesmo tempo que ficam na barra
WIN + “,”: aero peek. de tarefas e podem aparecer ou ser minimizados ao mesmo tempo
WIN + SHIFT + M: restaurar as janelas. para facilitar a troca de tarefas. Eles também permitem que você
WIN + TAB: task view (visão de tarefas). conecte e desconecte de um monitor facilmente, sem perder a lo-
WIN + HOME: aero shake. calização das janelas abertas.
ALT + TAB: alternar entre janelas.
WIN + X: menu de acesso rápido. Microsoft Teams adicionado à barra de tarefas
F1: ajuda. O Microsoft Teams está integrado diretamente na Barra de
Tarefas do Windows 11 para facilitar as videochamadas. O Teams
recebeu uma reformulação e agora está integrado diretamente à
Windows 11 barra de tarefas do Windows 11, facilitando o acesso (e um pouco
mais parecido com o FaceTime da Apple). Você pode acessar o Te-
Os sistemas operacionais Windows 11 e Windows 10 compar- ams no Windows, Mac, Android ou iOS.
tilham muitas semelhanças, mas existem algumas grandes diferen-
ças. A versão mais recente oferece uma estética mais parecida com Widgets (bem, mais ou menos)
o Mac e mais recursos de produtividade – além da chance de final- Inicie widgets na barra de tarefas do Windows 11 para ver in-
mente usar aplicativos Android em seu computador com Windows formações rápidas, como clima, notícias e ações. Embora eles já
11. existam há algum tempo (lembra dos gadgets de área de trabalho
Vamos nos aprofundar nas grandes mudanças que a Microsoft no Windows Vista?), incluindo em uma atualização recente do Win-
fez e o que realmente mudou. E certifique-se de verificar nossos dows 10, agora você pode acessar os widgets diretamente da barra
recursos favoritos do Windows 11 e como usá-los, tudo o que que- de tarefas e personalizá-los para ver o que quiser.
ríamos no Windows 11, mas não obtivemos e como definir seu me-
canismo de pesquisa padrão. Quando estiver pronto, mostraremos Tela sensível ao toque aprimorada, suporte para voz e caneta
como baixar o novo sistema operacional. A Microsoft tornou o Windows 11 mais fácil de usar em tablets
do que o Windows 10. Para tablets, a Microsoft buscou melhorar
Windows 10 vs. Windows 11: todas as grandes diferenças no a experiência de toque, com mais espaço entre os ícones na barra
sistema operacional de tarefas e suporte para gestos. O Windows 11 também adiciona
haptics à sua caneta digital, para que você possa ouvir e sentir as
Design e interface vibrações ao usá-la para fazer anotações ou desenhar. Por fim, o
O Windows 11 apresenta um novo design com um menu Iniciar sistema operacional apresenta digitação por voz e comandos em
centralizado e uma barra de tarefas. O Windows 11 traz uma in- todo o sistema.
terface totalmente nova, mais parecida com o Mac, para o sistema
operacional. Possui um design clean com cantos arredondados e
tons pastéis. O icônico menu Iniciar também se move para o centro
da tela junto com a barra de tarefas. Mas você pode movê-los de
volta para a esquerda, onde estão no Windows 10, se preferir.
Editora
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134
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Tecnologia do Xbox para melhorar os jogos


O Windows 11 traz algumas adições de tecnologia do Xbox para
melhorar os jogos. O Windows 11 terá alguns recursos encontrados
nos consoles Xbox, como Auto HDR e DirectStorage, para melhorar
os jogos em seu PC com Windows. Isso marca outro movimento em
direção à integração de PCs e consoles Xbox para a Microsoft.

O Windows 11 vale a atualização para a maioria das pessoas.


Ele vem com uma ampla gama de novos recursos, melhorias de
desempenho e alterações de design. Como o sistema operacional
Windows mais recente, ele também recebe mais atenção do que o
Windows 10.
Também não há muito risco em atualizar para o Windows 11.
Com algum planejamento, você pode facilmente desinstalar o Win-
dows 11 e voltar para o Windows 10. E com a atualização mais re- • Iniciando um novo documento
cente disponível, nunca fez tanto sentido tentar.

NOÇÕES DO PROCESSADOR DE TEXTO MS-WORD PARA


WINDOWS. NOÇÕES DA PLANILHA DE CÁLCULO MS-EXCEL.

Microsoft Office

A partir deste botão retornamos para a área de trabalho do


Word, onde podemos digitar nossos textos e aplicar as formatações
desejadas.

• Alinhamentos
Ao digitar um texto, frequentemente temos que alinhá-lo para
atender às necessidades. Na tabela a seguir, verificamos os alinha-
mentos automáticos disponíveis na plataforma do Word.

GUIA PÁGINA TECLA DE


ALINHAMENTO
INICIAL ATALHO
O Microsoft Office é um conjunto de aplicativos essenciais para Justificar (arruma a direito
uso pessoal e comercial, ele conta com diversas ferramentas, mas e a esquerda de acordo Ctrl + J
em geral são utilizadas e cobradas em provas o Editor de Textos – com a margem
Word, o Editor de Planilhas – Excel, e o Editor de Apresentações –
PowerPoint. A seguir verificamos sua utilização mais comum: Alinhamento à direita Ctrl + G

Word Centralizar o texto Ctrl + E


O Word é um editor de textos amplamente utilizado. Com ele
podemos redigir cartas, comunicações, livros, apostilas, etc. Vamos Alinhamento à esquerda Ctrl + Q
então apresentar suas principais funcionalidades.
• Formatação de letras (Tipos e Tamanho)
• Área de trabalho do Word Presente em Fonte, na área de ferramentas no topo da área de
Nesta área podemos digitar nosso texto e formata-lo de acordo trabalho, é neste menu que podemos formatar os aspectos básicos
com a necessidade. de nosso texto. Bem como: tipo de fonte, tamanho (ou pontuação),
se será maiúscula ou minúscula e outros itens nos recursos auto-
máticos.

Editora
135
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Arquivo Salvar

GUIA PÁGINA INICIAL FUNÇÃO Excel


O Excel é um editor que permite a criação de tabelas para cál-
Tipo de letra culos automáticos, análise de dados, gráficos, totais automáticos,
dentre outras funcionalidades importantes, que fazem parte do dia
Tamanho a dia do uso pessoal e empresarial.
São exemplos de planilhas:
– Planilha de vendas;
Aumenta / diminui tamanho – Planilha de custos.

Desta forma ao inserirmos dados, os valores são calculados au-


Recursos automáticos de caixa-altas
tomaticamente.
e baixas
• Mas como é uma planilha de cálculo?
Limpa a formatação – Quando inseridos em alguma célula da planilha, os dados são
calculados automaticamente mediante a aplicação de fórmulas es-
• Marcadores pecíficas do aplicativo.
Muitas vezes queremos organizar um texto em tópicos da se- – A unidade central do Excel nada mais é que o cruzamento
guinte forma: entre a linha e a coluna. No exemplo coluna A, linha 2 ( A2 )

Podemos então utilizar na página inicial os botões para operar


diferentes tipos de marcadores automáticos:

• Outros Recursos interessantes:


– Podemos também ter o intervalo A1..B3
GUIA ÍCONE FUNÇÃO
- Mudar
Forma
Página - Mudar cor
inicial de Fundo
- Mudar cor
do texto

- Inserir
Tabelas
Inserir
- Inserir
Imagens

Verificação e – Para inserirmos dados, basta posicionarmos o cursor na cé-


Revisão correção ortográ- lula, selecionarmos e digitarmos. Assim se dá a iniciação básica de
fica uma planilha.

Editora
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136
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

• Formatação células

• Fórmulas básicas
ADIÇÃO =SOMA(célulaX;célulaY)
SUBTRAÇÃO =(célulaX-célulaY)
MULTIPLICAÇÃO =(célulaX*célulaY)
DIVISÃO =(célulaX/célulaY)

• Fórmulas de comum interesse

MÉDIA (em um intervalo de


=MEDIA(célula X:célulaY)
células)
MÁXIMA (em um intervalo
=MAX(célula X:célulaY)
de células)
MÍNIMA (em um intervalo
=MIN(célula X:célulaY)
de células)
PowerPoint
O PowerPoint é um editor que permite a criação de apresentações personalizadas para os mais diversos fins. Existem uma série de
recursos avançados para a formatação das apresentações, aqui veremos os princípios para a utilização do aplicativo.
• Área de Trabalho do PowerPoint

Editora
137
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Nesta tela já podemos aproveitar a área interna para escre-


ver conteúdos, redimensionar, mover as áreas delimitadas ou até
mesmo excluí-las. No exemplo a seguir, perceba que já movemos as
caixas, colocando um título na superior e um texto na caixa inferior,
também alinhamos cada caixa para ajustá-las melhor.

Percebemos agora que temos uma apresentação com quatro


slides padronizados, bastando agora editá-lo com os textos que se
fizerem necessários. Além de copiar podemos mover cada slide de
Perceba que a formatação dos textos é padronizada. O mesmo uma posição para outra utilizando o mouse.
tipo de padrão é encontrado para utilizarmos entre o PowerPoint, o As Transições são recursos de apresentação bastante utilizados
Word e o Excel, o que faz deles programas bastante parecidos, no que no PowerPoint. Servem para criar breves animações automáticas
diz respeito à formatação básica de textos. Confira no tópico referente para passagem entre elementos das apresentações.
ao Word, itens de formatação básica de texto como: alinhamentos, ti-
pos e tamanhos de letras, guias de marcadores e recursos gerais.
Especificamente sobre o PowerPoint, um recurso amplamente
utilizado a guia Design. Nela podemos escolher temas que mudam
a aparência básica de nossos slides, melhorando a experiência no
trabalho com o programa.

Tendo passado pelos aspectos básicos da criação de uma apre-


sentação, e tendo a nossa pronta, podemos apresentá-la bastando
clicar no ícone correspondente no canto inferior direito.

Um último recurso para chamarmos atenção é a possibilidade


de acrescentar efeitos sonoros e interativos às apresentações, le-
vando a experiência dos usuários a outro nível.
Com o primeiro slide pronto basta duplicá-lo, obtendo vários
no mesmo formato. Assim liberamos uma série de miniaturas, pe-
las quais podemos navegador, alternando entre áreas de trabalho.
A edição em cada uma delas, é feita da mesma maneira, como já
apresentado anteriormente.
Editora
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138
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Office 2013 • Atualizações no Excel


A grande novidade do Office 2013 foi o recurso para explorar – O Excel do Office 2016 manteve as funcionalidades dos ante-
a navegação sensível ao toque (TouchScreen), que está disponível riores, mas agora com uma maior integração com dispositivos mó-
nas versões 32 e 64. Em equipamentos com telas sensíveis ao toque veis, além de ter aumentado o número de gráficos e melhorado a
(TouchScreen) pode-se explorar este recurso, mas em equipamen- questão do compartilhamento dos arquivos.
tos com telas simples funciona normalmente.
O Office 2013 conta com uma grande integração com a nuvem, • Atualizações no PowerPoint
desta forma documentos, configurações pessoais e aplicativos po- – O PowerPoint 2016 manteve as funcionalidades dos ante-
dem ser gravados no Skydrive, permitindo acesso através de smart- riores, agora com uma maior integração com dispositivos moveis,
fones diversos. além de ter aumentado o número de templates melhorado a ques-
tão do compartilhamento dos arquivos;
• Atualizações no Word – O PowerPoint 2016 também permite a inserção de objetos
– O visual foi totalmente aprimorado para permitir usuários 3D na apresentação.
trabalhar com o toque na tela (TouchScreen);
– As imagens podem ser editadas dentro do documento; Office 2019
– O modo leitura foi aprimorado de modo que textos extensos O OFFICE 2019 manteve a mesma linha da Microsoft, não hou-
agora ficam disponíveis em colunas, em caso de pausa na leitura; ve uma mudança tão significativa. Agora temos mais modelos em
– Pode-se iniciar do mesmo ponto parado anteriormente; 3D, todos os aplicativos estão integrados como dispositivos sensí-
– Podemos visualizar vídeos dentro do documento, bem como veis ao toque, o que permite que se faça destaque em documentos.
editar PDF(s).
• Atualizações no Word
• Atualizações no Excel – Houve o acréscimo de ícones, permitindo assim um melhor
– Além de ter uma navegação simplificada, um novo conjunto desenvolvimento de documentos;
de gráficos e tabelas dinâmicas estão disponíveis, dando ao usuário
melhores formas de apresentar dados.
– Também está totalmente integrado à nuvem Microsoft.

• Atualizações no PowerPoint
– O visual teve melhorias significativas, o PowerPoint do Offi-
ce2013 tem um grande número de templates para uso de criação
de apresentações profissionais;
– O recurso de uso de múltiplos monitores foi aprimorado;
– Um recurso de zoom de slide foi incorporado, permitindo o
destaque de uma determinada área durante a apresentação;
– No modo apresentador é possível visualizar o próximo slide
antecipadamente;
– Estão disponíveis também o recurso de edição colaborativa
de apresentações.

Office 2016
O Office 2016 foi um sistema concebido para trabalhar junta-
mente com o Windows 10. A grande novidade foi o recurso que
permite que várias pessoas trabalhem simultaneamente em um – Outro recurso que foi implementado foi o “Ler em voz alta”.
mesmo projeto. Além disso, tivemos a integração com outras fer- Ao clicar no botão o Word vai ler o texto para você.
ramentas, tais como Skype. O pacote Office 2016 também roda em
smartfones de forma geral.

• Atualizações no Word
– No Word 2016 vários usuários podem trabalhar ao mesmo
tempo, a edição colaborativa já está presente em outros produtos,
mas no Word agora é real, de modo que é possível até acompanhar
quando outro usuário está digitando;
– Integração à nuvem da Microsoft, onde se pode acessar os
documentos em tablets e smartfones;
– É possível interagir diretamente com o Bing (mecanismo de
pesquisa da Microsoft, semelhante ao Google), para utilizar a pes-
quisa inteligente;
– É possível escrever equações como o mouse, caneta de to-
que, ou com o dedo em dispositivos touchscreen, facilitando assim
a digitação de equações.
Editora
139
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

• Atualizações no Excel Office 365


– Foram adicionadas novas fórmulas e gráficos. Tendo como O Office 365 é uma versão que funciona como uma assinatura
destaque o gráfico de mapas que permite criar uma visualização de semelhante ao Netflix e Spotif. Desta forma não se faz necessário
algum mapa que deseja construir. sua instalação, basta ter uma conexão com a internet e utilizar o
Word, Excel e PowerPoint.

Observações importantes:
– Ele é o mais atualizado dos OFFICE(s), portanto todas as me-
lhorias citadas constam nele;
– Sua atualização é frequente, pois a própria Microsoft é res-
ponsável por isso;
– No nosso caso o Word, Excel e PowerPoint estão sempre
atualizados.

NOÇÕES BÁSICAS DE BANCOS DE DADOS.

Dados estruturados, semiestruturados e não estruturados


Existem três formas de classificar os dados de acordo com sua
estrutura42:
– Dados estruturados;
– Dados semiestruturados;
– Dados não estruturados.

• Atualizações no PowerPoint
– Foram adicionadas a ferramenta transformar e a ferramenta
de zoom facilitando assim o desenvolvimento de apresentações;
– Inclusão de imagens 3D na apresentação.

A imagem acima mostra uma diferença visual, sugerindo que


os dados estruturados são organizados em um padrão fixo, enquan-
to os não estruturados são seguem uma estrutura rígida. Os semies-
truturados fica entre os extremos: não são estruturados de forma
rígida, mas também não são totalmente desestruturados.
Vamos ver agora em detalhes cada classificação de dados e de-
pois os compararemos novamente.

Dados estruturados
Dados estruturados são aqueles organizados e representados
com uma estrutura rígida, a qual foi previamente planejada para
armazená-los.
Pense em um formulário de cadastro com os campos: nome,
e-mail, idade e uma pergunta que admite como resposta sim ou
não. O campo nome será um texto, uma sequência de letras com ou
sem a presença de espaços em branco, que terá um limite máximo e
não poderá conter números ou símbolos. O campo e-mail também
terá o padrão textual, mas formado por uma sequência de caracte-
res (e não só letras, pois admitirá números e alguns símbolos) e terá
42 https://universidadedatecnologia.com.br/dados-estruturados-e-
-nao-estruturados/
Editora
140
140
a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

que ter obrigatoriamente um arroba. Idade é um campo que aceita pois aceita diferentes tipos de dados. Em resumo, quase tudo cairá
apenas um número inteiro positivo, enquanto o campo referente em um arquivo, mesmo porque um vídeo tem que gravar em arqui-
a pergunta armazena um valor binário (pense um 1 bit, que pode vo seus dados com um codificador (codec), um áudio também e as-
ser 0 ou 1. Valor 0 para não, 1 para sim). Assim, cada campo possui sim por diante. Pensem, portanto, na estrutura interna do arquivo,
um padrão bem definido, que representa uma estrutura rígida e um se ela existe e é rígida, ou não.
formato previamente projetado para ele. Assim, possivelmente, a maior parte dos arquivos que você
Os dados de um mesmo cadastro estão relacionados (dizem pensar serão não-estruturados. Vamos aos exemplos:
respeito a mesma pessoa). Em outras palavras, os dados estrutura- – Textos diversos (páginas da internet, relatórios, documentos,
dos de um mesmo bloco (registro) possuem uma relação. e-mails, mensagens em aplicativos como WhatsApp, etc.)
Registros ou grupos de dados diferentes (como de pessoas di- – Imagens (fotos, gráficos, ilustrações, desenhos, etc.)
ferentes), possuem diferentes valores, mas utilizam a mesma repre- – Arquivos de áudio (música, streaming, etc.)
sentação estrutural homogênea para armazenar os dados. Ou seja, – Arquivos de vídeo (filmes, seriados, feitos por usuários, etc.)
possuem mesmo atributos (pense como sinônimo de campos no – Redes sociais (Blogs, Facebook, Twitter, Instagram, Linkedin,
exemplo acima) e formatos, mas valores diferentes. etc.)
Agora, veja, banco de dados é um exemplo de dados estrutu-
rados, mas existem outros. O formulário de cadastro, mesmo que Abstração de dados
salvasse os dados em outro recurso fora banco de dados (como em Em virtude do grande número de usuários de BD que não são
um arquivo), também é um exemplo de dados estruturados por treinados em computação, faz-se necessário simplificar sua estru-
conter campos definidos por uma estrutura rígida e previamente tura para melhor interação entre usuários e sistema43. O grande
projetada, se enquadrando na definição. objetivo de um sistema de BD é oferecer uma visão “abstrata” dos
dados aos usuários.
• Exemplos de dados estruturados O conceito de abstração está associado à característica de se
O exemplo mais típico de dados estruturados é um banco de observar somente os aspectos de interesse, sem se preocupar com
dados. Nele, os dados são estruturados conforme a definição de um maiores detalhes envolvidos. No contexto de abstração de dados,
esquema, que define as tabelas com seus respectivos campos (ou um BD pode ser visto sem se considerar a forma como os dados
atributos) e tipos (formato). O esquema pode ser pensado como estão armazenados fisicamente.
uma meta-informação do banco de dados, ou seja, uma descrição A figura abaixo exemplifica os três níveis gerais de abstração de
sobre a organização dos dados que serão armazenados no banco. um banco de dados: Lógico, Físico e Visão.
É exatamente como no exemplo do formulário que, normalmente,
está interligado com um banco de dados.

Dados semiestruturados
Apresentam uma representação heterogênea, ou seja, pos-
suem estrutura, mas ela é flexível. Facilita o controle por ter um
pouco de estrutura, mas também permite uma maior flexibilidade.

Dados não estruturados


Qual é o oposto de uma estrutura rígida e previamente pensa-
da? Uma estrutura flexível e dinâmica ou sem estrutura. Exemplo
mais comum? Um documento ou um arquivo.
Pense em um arquivo feito em um editor de texto. Você pode
adicionar quanto texto quiser, sem se preocupar com campos, res-
trições e limites. O arquivo pode conter também imagens, como
gráficos e fotos, misturado com textos. Imagens, assim como vídeos
ou arquivos de áudio, são também exemplos de dados não estru-
turados.
Assim, é fácil concluir que as redes sociais, as quais possuem Arquitetura de um banco de dados em três níveis.
um enorme volume de dados, como textos, imagens e vídeos cria-
dos diariamente por usuários, representam outro exemplo de da- • Visão: nível de abstração mais alto (considerada a visão do
dos não estruturados. Atualmente, mais de 80% do conteúdo digital grupo de usuários) descreve apenas parte do banco de dados, mui-
gerado no mundo é do tipo não estruturado. tos usuários não precisam de todas as informações sobre o banco
de dados.
• Exemplos de dados não estruturados • Nível Lógico (Visão Conceitual): nível de abstração intermedi-
Normalmente, basta pensar em uma situação de dados que ário, descreve quais dados estão armazenados e que relação existe
não seguem estrutura para termos exemplos de dados não-estrutu- entre eles (descreve o bando de dados inteiro).
rados, mas é preciso tomar um pouco de cuidado com essa análise. • Nível Físico (Visão Interna): nível de abstração mais baixo, vi-
Em computação, todo dado, seja ele um arquivo ou um campo são do responsável pela manutenção e desenvolvimento do SGBD.
rígido, terá que ter algum tipo de estrutura, mesmo que mínima. Neste nível existe a preocupação de como os dados serão armaze-
Um arquivo é um tipo de estrutura mínima, pois é a unidade básica nados.
de armazenamento de um sistema operacional, mas ela é genérica, 43 http://www.nrsystem.com.br/Fund_Banco_Dados.pdf
Editora
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Banco de dados
Analisando como um conceito geral de banco de dados, podemos dizer que uma planilha do Microsoft Excel ou uma lista de contatos
(nome, telefone e e-mail) de uma agenda configuram um banco de dados, ou seja, toda organização e armazenagem de informações sobre
um mesmo assunto ou assuntos relacionados entre si é um banco de dados44.
Um banco de dados é uma coleção de dados relacionados45. Entende-se por dado, toda a informação que pode ser armazenada e que
apresenta algum significado dentro do contexto ao qual ele se aplica. Por exemplo, em um sistema bancário, uma pessoa é identificada
pelo seu CPF (cliente). Em um sistema escolar a pessoa é identificada pelo seu número de matrícula (aluno). Em um sistema médico a
pessoa (paciente) é identificada pelo número do plano de saúde ou cartão SUS.
Um banco de dados informatizado é usualmente mantido e acessado por meio de um software conhecido como Sistema Gerenciador
de Banco de Dados (SGBD), que é muitas vezes o termo banco de dados é usado como sinônimo de SGDB.
Um SGBD é uma coleção de programas que permitem ao usuário definir, construir e manipular Bases de Dados para as mais diversas
finalidades.

Exemplos de SGBDs.

Modelagem de dados
A modelagem de dados é a criação de uma estrutura de dados eletrônica (banco de dados) que representa um conjunto de infor-
mações. Esta estrutura permite ao usuário recuperar dados de forma rápida e eficiente. O objetivo é incluir dados em uma estrutura que
possibilite transformar os dados originais em vários tipos de saídas como formulários, relatórios, etiquetas ou gráficos.
Entretanto, para que possamos implementar, de forma correta, um BD utilizando algum SGBD, temos que passar por uma fase inter-
mediária, chamada modelagem de dados. Observe o exemplo:

CLIENTES
CÓDIGO NOME DATA DE NASCIMENTO
1 Regilan Meira Silva 13/02/1983
2 Aline Araujo Freitas 27/08/1986
3 Joaquim José Pereira da Silva 12/05/1967
4 Maria Aparecida Gomes da Costa 06/01/1995

TELEFONES
CÓDIGO NUMERO TIPO
1 (73)9158-9683 Celular
2 (71)3458-5112 Residencial
3 (73)8874-9681 Celular
4 (77)8841-2563 Celular

A tabela CLIENTES está relacionada com a tabela Telefones. O cliente Regilan Meira Silva possui dois telefones: um celular e um resi-
dencial. A cliente Aline Araujo Freitas possui um telefone celular, Maria Aparecida Gomes da Costa possui um celular e Joaquim José Pe-
reira da Silva não possui telefone. Tal constatação é verificada após comparar a coluna CÓDIGO da tabela CLIENTES com a coluna CÓDIGO
da tabela TELEFONES. A coluna CÓDIGO é utilizada para fazer o relacionamento entre as tabelas.
O modelo de dados mais adotado hoje em dia para representar e armazenar dados em um SGBD é o modelo relacional, onde as es-
truturas têm a forma de tabelas, compostas por linhas e colunas.
44 https://centraldefavoritos.com.br/2017/12/27/banco-de-dados/
45 http://www.regilan.com.br/wp-content/uploads/2013/10/Apostila-Banco-de-Dados.pdf
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

O Modelo Conceitual
Antes da implementação em um SGBD, precisamos de uma descrição formal da estrutura de um banco de dados, de forma indepen-
dente do SGBD. Essa descrição formal é chamada modelo conceitual. Podemos comparar o modelo conceitual com o pseudocódigo/portu-
guês estruturado em algoritmos, na qual construímos os algoritmos independentes de que linguagem de programação iremos desenvolver
nossos programas.
O modelo conceitual é a análise dos elementos e fenômenos relevantes de uma realidade observada ou imaginada e a posterior for-
mação de um modelo abstrato do corpo de conhecimento adquirido: o Modelo Entidade-Relacionamento ou MER46. É frequentemente
documentado de forma visual em um diagrama, quando passa a ser conhecido como Diagrama Entidade-Relacionamento ou DER.

Representação do MER como um Diagrama Entidade-Relacionamento.

Modelo Entidade-Relacionamento (MER)


O MER (Modelo-Entidade-Relacionamento) é um modelo de dados conceitual de alto nível, ou seja, seus conceitos foram projetados
para serem compreensíveis aos usuários, descartando detalhes de como os dados são armazenados. Este modelo foi desenvolvido a fim
de facilitar o projeto de banco de dados permitindo a especificação de um esquema que representa a estrutura lógica global do Banco de
Dados.
Atualmente, o MER é usado principalmente durante o processo de projeto da base de dados.

- Elementos gráficos do MER.

46 https://medium.com/@felipeozalmeida/guia-da-modelagem-de-dados-introdu%C3%A7%C3%A3o-modelo-conceitual-238c1f8be48
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Certos conceitos são utilizados na modelagem conceitual para descrever os papéis de cada componente do domínio analisado. Dentre
eles, podemos citar:
• Instância: denomina uma ocorrência, um registro que existe ou passou a existir de uma entidade;
• Entidade: define qualquer coisa que seja identificável, singular e tenha existência bem delimitada, podendo ser classificada entre
“fraca” e “forte” de acordo com sua cardinalidade e representada por um retângulo no DER;
Entidade pode ser entendida como uma “coisa” ou algo da realidade modelada onde deseja-se manter informações no banco de dados
(BD).
Por exemplo, em um sistema escolar, algumas entidades podem ser os alunos, professores, horário, disciplinas e avaliações. Note que
uma entidade pode representar tanto objetos concretos (alunos), quanto objetos abstratos (horário). A entidade é representada por um
retângulo. Uma entidade se transformará em uma tabela no modelo físico de banco de dados.

DER Alunos x Curso.

A entidade ALUNO representa todos os estudantes sobre as quais se deseja manter informações no BD. Relacionamento é um conjunto
de associações entre entidades. O relacionamento é representado por um LOSANGO e o nome do relacionamento (POSSUI,ESTUDA). Esse
losango é ligado por linhas aos retângulos que representam as entidades participantes do relacionamento.
• Atributo: é usado para referir-se à cada característica possuída pelas instâncias de uma entidade ou de um relacionamento e sua
representação no DER se dá em forma de balões — embora seja desencorajada por poluí-lo facilmente;
• Relacionamento: descreve um evento significativo que ocorre entre instâncias de duas entidades e é representado por um losango,
sendo considerado e representado a partir da modelagem lógica como uma entidade no DER quando tem cardinalidade N:N (surpresa!);
• Cardinalidade: conceito usado para dizer quantas vezes uma instância de uma entidade pode se relacionar com instâncias de outra
entidade, também referenciado como “grau de relacionamento”.
A cardinalidade é um número que expressa o comportamento (número de ocorrências) de determinada entidade associada a uma
ocorrência da entidade em questão através do relacionamento.
Existem dois tipos de cardinalidade: mínima e máxima. A cardinalidade máxima, expressa o número máximo de ocorrências de deter-
minada entidade, associada a uma ocorrência da entidade em questão, através do relacionamento. A cardinalidade mínima, expressa o
número mínimo de ocorrências de determinada entidade associada a uma ocorrência da entidade em questão através do relacionamento.
Observe as cardinalidades mínima e máxima representadas no modelo abaixo:

DER Titular x Dependente: cardinalidade

Para fazermos a leitura do modelo, partimos de determinada entidade e a cardinalidade correspondente a essa entidade é representa-
da no lado oposto. Em nosso exemplo, a cardinalidade (0:N) faz referência a TITULAR, já a cardinalidade (1:1), faz referência a DEPENDENTE.
Isso significa que:
- Uma ocorrência de empregado pode não estar associada a uma ocorrência de dependente ou pode estar associada a várias ocorrên-
cias dele (determinado empregado pode não possuir dependentes ou pode possuir vários);
- Uma ocorrência de dependente está associada a apenas uma ocorrência de empregado (determinado dependente possui apenas um
empregado responsável).
Observação: na prática, para as cardinalidades máximas, costumamos distinguir dois tipos: 1 (um) e N (cardinalidades maiores que 1).
Já para a as cardinalidades mínimas, costumamos distinguir dois tipos: 0 (zero) e 1 (um).
• Condicionalidade: responsável por comunicar se a existência de uma instância de uma entidade está condicionada à existência de
uma instância de outra entidade, não sendo muito representada no DER.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Relacionamentos entre instâncias de entidades


São comumente efetivados com estas 3 cardinalidades:
• “Um” para “Um” (1:1): uma instância de uma entidade pode ou deve se relacionar com uma e apenas uma instância de outra en-
tidade;
• “Um” para “Muitos” (1:N): uma instância de uma entidade pode ou deve se relacionar com uma ou mais instâncias de outra enti-
dade — é com toda certeza a cardinalidade mais encontrada em bancos de dados; e
• “Muitos” para “Muitos” (N:N): uma ou mais instâncias de uma entidade podem ou devem se relacionar com uma ou mais instâncias
de outra entidade — esse tipo de relacionamento transforma-se em uma entidade a partir da modelagem lógica.

O Modelo Relacional
Um Banco de Dados (BD) é uma coleção organizada de dados47. Esses dados são organizados de modo a modelar aspectos do mundo
real, para que seja possível efetuar processamento que gere informações relevantes para os usuários a partir desses dados.
Existem vários modelos de bancos de dados, desenvolvidos ao longo do tempo, e o mais utilizado atualmente é o Modelo Relacional.
No modelo relacional, os dados são organizados em coleções de tabelas bidimensionais. Essas tabelas são também chamadas de
“Relações”.
Desta forma, uma Relação é uma forma de se organizar os dados em linhas e colunas.
O modelo relacional é baseado em lógica e na teoria de conjuntos da matemática.
Como exemplo, podemos querer armazenar dados sobre os clientes de uma loja. Para isso, criamos tabelas para guardar diferentes
conjuntos de dados relacionados a esses clientes, como dados pessoais, dados de compras, crédito e outras. Cada uma dessas tabelas é
uma relação do banco.

Obs.: não confunda o termo Relação com Relacionamento, que também faz parte do modelo relacional, porém são conceitos distintos.

• Composição do Modelo Relacional


O modelo relacional é composto, basicamente, pelos seguintes elementos:
– Coleções de objetos ou relações que armazenam os dados.
– Um conjunto de operadores que agem nas relações, produzindo outras relações.
– Integridade de dados, para precisão e consistência.

• Componentes de um Banco de Dados Relacional


Diversos tipos de objetos fazem parte de um banco de dados relacional. Listamos os mais importantes a seguir:
Tabela: estrutura básica de armazenamento no SGBDR. Armazena todos os dados necessários sobre algo do mundo real, como clien-
tes, pedidos ou produtos, também chamada de Relação. Um banco de dados relacional pode conter uma ou mais Tabelas
Tupla: ou Linha / Registro, representa todos os dados requeridos por uma determinada ocorrência de entidade em particular. Por
exemplo, os dados de um cliente específico. Cada linha em uma tabela deve ser identificada por uma chave primária, de modo a não haver
duplicação de registros.
Coluna ou Campo: unidade que armazena um tipo específico de dado (valor) – ou não armazena nada, com valor nulo. Esta é uma
coluna não-chave, significando que seu valor pode se repetir em outras linhas da tabela.
Relacionamento: associação entre as entidades (tabelas), conectadas por chaves primárias e chaves estrangeiras.
Chave Primária (Primary Key/PK): coluna (atributo) que identifica um registro de forma exclusiva na tabela. Por exemplo, o CPF de um
cliente, contendo um valor que não se repete na relação.
Chave Estrangeira (Foreign Key/FK): coluna que define como as tabelas se relacionam umas com as outras. Uma FK se refere a uma
PK ou a uma chave única em outra tabela (ou na mesma tabela!). Por exemplo, na tabela de pedidos podemos ter uma chave estrangeira
efetuando o relacionamento com a chave primária na tabela de clientes.
Restrições (Constraints): propriedades específicas de determinadas colunas de uma relação, como por exemplo se a coluna pode
aceitar valores nulos ou não.
Outros: índices, Stored Procedures, Triggers, etc.

47 http://www.bosontreinamentos.com.br/bancos-de-dados/o-que-e-um-banco-de-dados-relacional/
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

• Chaves
São regras que definem comportamentos específicos sobre uma tabela48. Estas, são a base para estabelecer relacionamentos. Em uma
base de dados relacional podemos considerar três tipos de chaves: chave primária, chave estrangeira e chave alternativa.
Para explicar os conceitos referente aos tipos de chaves existentes, será utilizado o modelo que segue na figura abaixo.

Tabelas para exemplificar chaves.

• Chave Primária - (Primary Key - PK)


Uma chave primária é uma regra implementada em uma coluna ou em um conjunto de colunas de forma a garantir que os valores
contidos nesta (s) sejam únicos, ou seja, estes valores nunca irão se repetir.

Regra de chave primária.

Na figura anterior a coluna ID_CLIENTE contém a regra de chave primária de forma que estes valores identificaram cada um dos clien-
tes cadastrados. Esta é a única coluna que possui informações que podem distinguir uma linha das demais, pois elas não se repetem. As
colunas NOME, DATA_NASC e SEXO podem possuir informações repetidas de forma que não são bons identificadores. Como foi dito, em
algumas tabelas podemos ter mais de uma coluna recebendo a regra de chave primária.

Regra de chave primária composta.

Na figura acima temos quatro colunas recebendo a regra de chave primária. Cada tabela só pode ter uma regra de chave primária, in-
dependente da quantidade de colunas que a compõem. Então podemos dizer que o cliente que possui o código (id_cliente) número 2, por
exemplo, locou no dia 24 de abril 2015 os DVDs de código número 3 e 4 exatamente as 09:11. Como a regra de chave primária envolve as
quatro colunas podemos garantir que um mesmo cliente nunca conseguirá locar a mesma fita na mesma data e no mesmo horário. De for-
ma que a combinação das quatro colunas nunca se repetirá. Neste caso, uma única coluna não foi o suficiente para identificar a tabela Alu-

48 http://thiagocury.eti.br/disciplinas/banco-de-dados-relacional/conceito-de-chaves-no-banco-de-dados-relacional.php
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

guel, de forma que somente com a composição das quatro colunas


garantimos que não haja dados repetidos. Pelo que foi dito acima,
poderia surgir a pergunta, por que não incluir a coluna VALOR como
parte de regra de chave primária? Isto porque a definição formal da
chave primária exige que haja uma chave mínima. Uma chave é mí-
nima quando as colonas que compõem a chave primária, realmente
são necessárias para garantir a unicidade dos valores contidos nes-
ta. De forma que as colunas ID_CLIENTE, ID_DVD, DATA_ALUGUEL
e HORA_ALUGUEL, formam a estrutura mínima para identificação Regra de chave alternativa.
da tabela aluguel.
Na figura anterior, vemos a tabela CLIENTE. Nela a coluna ID_
• Chave Estrangeira - (Foreign Key - FK) CLIENTE é quem possui a regra de chave primária e somente ela
Uma chave estrangeira é uma regra de pode definir o compor- pode ser referenciada por chaves estrangeiras. A coluna CPF tam-
tamento de uma ou mais colunas, fazendo com que estas referen- bém possui, naturalmente, valores únicos, de forma que para ga-
ciem as informações existentes em uma chave primária. Esta é a rantir esta unicidade implementamos a regra de chave estrangeira,
regra que permite estabelecer relacionamentos em uma base de garantindo assim que nenhum CPF irá se repetir.
dados relacional.
Linguagem de Banco de Dados
Um sistema de banco de dados (BD) deve proporcionar dois
tipos de linguagens: uma específica para as estruturas do BD e outra
para expressar consultas e atualizações nas estruturas. A linguagem
mais utilizada em banco de dados é a SQL (Strutured QueryLangua-
ge)

• Structured Query Language (SQL)


Atualmente, o SQL é o padrão adotado em banco de dados
mundialmente, trata-se de uma linguagem declarativa, através dela
Regra de chave estrangeira. especificamos como o “resultado” será apresentado, mas não defi-
nimos o caminho para chegar até ele.
Na figura acima, na tabela ALUGUEL, vemos a coluna ID_DVD É por meio dela que criamos tabelas, colunas, índices, garanti-
que possui uma regra de chave estrangeira, referenciando os valo- mos e removemos privilégios a usuários e, principalmente, consul-
res de chave primária da tabela DVD. Ou seja, só conseguiremos in- tamos os dados armazenados em tabelas49.
serir algum valor na coluna ID_DVD da tabela ALUGUEL se este valor A linguagem SQL é organizada em subconjuntos, cada um com
já previamente existir na coluna ID_DVD da tabela DVD. Na coluna propósitos bem definidos50:
ID_CLIENTE da tabela ALUGUEL temos outra regra de chave estran-
geira, só que esta está referenciando a chave primária da tabela
CLIENTE. Desta forma, com a implementação da chave estrangeira,
podemos garantir que sempre que houver um aluguel, este será fei-
to obrigatoriamente para um cliente cadastrado e que somente um
DVD cadastrado poderá ser alugado.

• Chave Alternativa (Candidata)


Em tabela de um banco de dados relacional, a obrigação de
diferenciar uma tupla da outra é da regra de chave primária, po-
rem como sempre devemos manter o conceito de chave mínima,
algumas colunas que naturalmente possuem característica de infor-
mação única (CPF, RG, CNH), podem ficar de fora da regra de chave
primária. Para garantir que os valores inseridos nestas colunas se-
rão únicos, podemos implementar a regra de chave alternativa, que
também garante a unicidade das informações na coluna ou colunas
que recebem esta regra.
Subdivisões da linguagem SQL.

– DQL - Linguagem de Consulta de Dados: define o comando


utilizado para que possamos consultar (SELECT) os dados armaze-
nados no banco;

49 https://www.devmedia.com.br/introducao-a-linguagem-sql/40690
50 https://www.devmedia.com.br/guia/guia-completo-de-sql/38314
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

– DML - Linguagem de Manipulação de Dados: define os co- Códigos


mandos utilizados para manipulação de dados no banco (INSERT, Os dados transmitidos pelo computador são codificados de tal
UPDATE e DELETE); forma que ele consiga trabalhar dento do explicado.
– DDL - Linguagem de Definição de Dados: define os comandos Por exemplo, uma imagem pode ser representada da seguinte
utilizados para criação (CREATE) de tabelas, views, índices, atualiza- forma:
ção dessas estruturas (ALTER), assim como a remoção (DROP);
– DCL - Linguagem de Controle de Dados: define os comandos
utilizados para controlar o acesso aos dados do banco, adicionando
(GRANT) e removendo (REVOKE) permissões de acesso;
– DTL - Linguagem de Transação de Dados: define os coman-
dos utilizados para gerenciar as transações executadas no banco de
dados, como iniciar (BEGIN) uma transação, confirmá-la (COMMIT)
ou desfazê-la (ROLLBACK). Desta forma os conceitos de conferência, correção, redundân-
cia, controle de requisição são executados na transmissão dos ar-
quivos em geral (imagens, vídeos, e-mail, etc.).
COMUNICAÇÃO DE DADOS Modos e meios de transmissão
Modos de transmissão: Existem três modos, conforme figura
Uma rede é um ambiente que visa o acesso e o compartilha- abaixo:
mento de recursos aumentando assim a colaboração entre seus
membros. Estes membros colaboram entre si por meio de mensa- • Modo Simplex: Simplex é um modo de comunicação em que
gens de áudio, vídeo e utilização de recursos estabelecendo assim há um transmissor e um receptor da mensagem e esses papéis
uma efetiva comunicação. nunca se invertem no período da comunicação.
• Modo Half-Duplex: é um modo de comunicação em que há
Noções básicas de transmissão de dados um transmissor e um receptor da mensagem e ambos podem en-
Para entendermos os conceitos, abaixo vamos analisar a figura: viar e receber mensagens, mas nunca simultaneamente
• Modo Full-Duplex: é um modo de comunicação em que há
um transmissor e um receptor da mensagem e ambos podem en-
viar e receber mensagens simultaneamente.

Notamos que ao modo Full-Duplex é uma comunicação bidire-


cional, muito usada na sociedade por meio do Smartphones, vídeos
conferências, etc.
Meio de transmissão é a utilização de uma forma de “trans-
porte” da informação, no caso temos os guiados e os não guiados,
conforme abaixo:

MEIO DE TRANSMISSÃO DESCRIÇÃO


São por meios de fios e cabos,
pelos quais os dados são
transmitidos via pulsos elétricos
GUIADOS e entregues ao destino. São
exemplos desta tecnologia cabos
A figura acima representa o modelo “OSI”. Este modelo relata coaxiais, cabos par trançado, fibra
a transmissão de um conteúdo de um ponto A para um ponto B. óptica, etc.
Percebemos que para sair da origem e chegar no destino, um São aqueles que não dependem
pacote (conteúdo) passa por várias camadas que conferem e vali- de Fios ou cabos por exemplo:
dam os dados. NÃO GUIADO
Wi-Fi, bluetooth, satélite,
antenas, tecnologias 3G, 4G, 5G.
Tipos de enlace
De acordo com a figura anterior vemos que existem camadas Camada física
internas ao transmitirmos uma informação. A camada enlace é A camada física na verdade diz respeito aos cabos, fibra óptica,
a responsável pela conferência dos dados e controle do fluxo de roteador, repetidor, modem, conversores, etc. A camada física são
dados. Dentro deste contexto o enlace pode trabalhar de maneira os meios de conexão por onde irão trafegar os dados.
ponto a ponto (computador para computador), ou broadcast (uso
da rede para transmissão simultânea de dados), possibilitando as-
sim o acesso ao meio.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Camada enlace HD Externo


É dividida em duas subcamadas:
• LCC (Logical Link Control): responsável por incluir informa-
ções do quadro que dizem respeito ao protocolo de rede utilizado.
Está mais próxima da camada de rede.
• Controle de Acesso ao meio (MAC): endereça a camada de
enlace de acordo com a tecnologia utilizada, e inclui início e fim do
quadro de acordo com a exigência da tecnologia.

CONCEITOS GERAIS DE EQUIPAMENTOS E OPERACIONA-


LIZAÇÃO

HD (Hard Disk - Disco Rígido)51 Os HDs externos são discos rígidos portáteis com alta capacida-
de de armazenamento, chegando facilmente à casa dos Terabytes.
Eles, normalmente, funcionam a partir de qualquer entrada USB do
computador.
As grandes vantagens destes dispositivos são:
Alta capacidade de armazenamento;
Facilidade de instalação;
Mobilidade, ou seja, pode-se levá-lo para qualquer lugar sem
necessidade de abrir o computador.

SSD52

O HD é o item responsável pelo armazenamento de dados per-


manentes (os dados armazenados no HD não são perdidos quando
o computador é desligado, como é o caso da memória RAM). O HD
é o local onde é instalado e mantido o sistema operacional, todos
os outros programas que são instalados no computador e todos os
arquivos que do usuário.
O armazenamento do HD é contado normalmente em GB
(Gigabytes), porem atualmente já existe discos rígidos com
capacidade de TB (Tera Bytes - 1024 GB). Para se ter acesso aos
dados do HD, é necessário um Sistema operacional.
Atualmente os sistemas operacionais conseguem utilizar o HD
como uma extensão da memória, na chamada Gestão de memória
Virtual. Porém esta função é utilizada somente quando a memória O SSD (solid-state drive) é uma nova tecnologia de armazena-
principal (memória RAM) está sobrecarregada. mento considerada a evolução do disco rígido (HD). Ele não possui
Os HD’s Externos são uma grande evolução. Estes podem ser partes móveis e é construído em torno de um circuito integrado
carregados em mochilas, pastas, no bolso ou mesmo na mão sem semicondutor, o qual é responsável pelo armazenamento, diferen-
problema algum. temente dos sistemas magnéticos (como os HDs).
Os dados do HD são guardados em uma mídia magnética, Mas o que isso representa na prática? Muita evolução em re-
parecida com um DVD. Esta é muito sensível, se receber muitas lação aos discos rígidos. Por exemplo, a eliminação das partes me-
batidas pode se deslocar e o HD perde a utilidade. Nestes casos é cânicas reduz as vibrações e tornam os SSDs completamente silen-
quase impossível recuperar dados do HD. ciosos.
Outra vantagem é o tempo de acesso reduzido à memória flash
Obs: Um GB Equivale a 1024 MB(Mega Bytes), e cada TB presente nos SSDs em relação aos meios magnéticos e ópticos. O
equivale a 1024GB. SSD também é mais resistente que os HDs comuns devido à ausên-
cia de partes mecânicas – um fator muito importante quando se
O número 1024 parece estranho, porém as unidades trata de computadores portáteis.
de armazenamento utilizam códigos binários para gravar as O SSD ainda tem o peso menor em relação aos discos rígidos,
informações (portanto, sempre múltiplo de 2). mesmo os mais portáteis; possui um consumo reduzido de ener-
Geralmente é ligado à placa-mãe por meio de um cabo, que gia; consegue trabalhar em ambientes mais quentes do que os HDs
pode ser padrão IDE, SATA, SATA II ou SATA III.
52 Fonte: https://www.tecmundo.com.br/memoria/202-o-que-e-ssd-.
51 Fonte: http://www.infoescola.com/informatica/disco-rigido/ htm
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

(cerca de 70°C); e, por fim, realiza leituras e gravações de forma O nome do disco refere-se à cor do feixe de luz do leitor ótico
mais rápida, com dispositivos apresentando 250 MB/s na gravação que, na verdade, para o olho humano, apresenta uma cor violeta
e 700 MB/s na leitura. azulada. O “e” da palavra blue (azul) foi retirado do nome por fins
Mas nem tudo são flores para o SSD. Os pequenos velozes jurídicos, já que muitos países não permitem que se registre co-
ainda custam muito caro, com valores muito superiores que o dos mercialmente uma palavra comum. O Blu-Ray foi introduzido no
HDs. A capacidade de armazenamento também é uma desvanta- mercado no ano de 2006.
gem, pois é menor em relação aos discos rígidos. De qualquer for-
ma, eles são vistos como a tecnologia do futuro, pois esses dois Pen Drive
fatores negativos podem ser suprimidos com o tempo.
Obviamente, é apenas uma questão de tempo para que as em-
presas que estão investindo na tecnologia consigam baratear seus
custos e reduzir os preços. Diversas companhias como IBM, Toshiba
e OCZ trabalham para aprimorar a produção dos SSDs, e fica cada
vez mais evidente que os HDs comuns estão com seus dias conta-
dos.

CD, CD-R e CD-RW


O Compact Disc (CD) foi criado no começo da década de 80 e
é hoje um dos meios mais populares de armazenar dados digital-
mente.
É um dispositivo de armazenamento de dados em memória
Sua composição é geralmente formada por quatro camadas:
flash e conecta-se ao computador por uma porta USB. Ele
- Uma camada de policarbonato (espécie de plástico), onde fi-
combina diversas tecnologias antigas com baixo custo, baixo
cam armazenados os dados.
consumo de energia e tamanho reduzido, graças aos avanços nos
- Uma camada refletiva metálica, com a finalidade de refletir
microprocessadores. Funciona, basicamente, como um HD externo
o laser.
e quando conectado ao computador pode ser visualizado como um
- Uma camada de acrílico, para proteger os dados.
drive. O pen drive também é conhecido como thumbdrive (por ter o
- Uma camada superficial, onde são impressos os rótulos.
tamanho aproximado de um dedo polegar - thumb), flashdrive (por
Na camada de gravação existe uma grande espiral que tem um
usar uma memória flash) ou, ainda, disco removível.
relevo de partes planas e partes baixas que representam os bits.
Ele tem a mesma função dos antigos disquetes e dos CDs, ou
Um feixe de laser “lê” o relevo e converte a informação. Temos
seja, armazenar dados para serem transportados, porém, com uma
hoje, no mercado, três tipos principais de CDs:
capacidade maior, chegando a 256 GB.
1. CD Comercial: que já vem gravado com música ou dados.
2. CD-R: que vem vazio e pode ser gravado uma única vez.
Cartão de Memória
3. CD-RW: que pode ter seus dados apagados e regravados.

Atualmente, a capacidade dos CDs é armazenar cerca de 700


MB ou 80 minutos de música.

DVD, DVD-R e DVD-RW


O Digital Vídeo Disc ou Digital Versatille Disc (DVD) é hoje o
formato mais comum para armazenamento de vídeo digital. Foi
inventado no final dos anos 90, mas só se popularizou depois do
ano 2000. Assim como o CD, é composto por quatro camadas, com
a diferença de que o feixe de laser que lê e grava as informações é
menor, possibilitando uma espiral maior no disco, o que proporcio- Assim como o pen drive, o cartão de memória é um tipo de
na maior capacidade de armazenamento. dispositivo de armazenamento de dados com memória flash, muito
Também possui as versões DVD-R e DVD-RW, sendo R de gra- encontrado em máquinas fotográficas digitais e aparelhos celulares
vação única e RW que possibilita a regravação de dados. A capa- smartphones.
cidade dos DVDs é de 120 minutos de vídeo ou 4,7 GB de dados, Nas máquinas digitais registra as imagens capturadas e nos
existindo ainda um tipo de DVD chamado Dual Layer, que contém telefones é utilizado para armazenar vídeos, fotos, ringtones, ende-
duas camadas de gravação, cuja capacidade de armazenamento reços, números de telefone etc.
chega a 8,5 GB. O cartão de memória funciona, basicamente, como o pen dri-
ve, mas, ao contrário dele, nem sempre fica aparente no dispositivo
Blu-Ray e é bem mais compacto.
O Blu-Ray é o sucessor do DVD. Sua capacidade varia entre 25 e Os formatos mais conhecidos são:
50 GB. O de maior capacidade contém duas camadas de gravação. - Memory Stick Duo.
Seu processo de fabricação segue os padrões do CD e DVD co- - SD (Secure Digital Card).
muns, com a diferença de que o feixe de laser usado para leitura é - Mini SD.
ainda menor que o do DVD, o que possibilita armazenagem maior - Micro SD.
de dados no disco.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Unidade de Disquete World Wide Web


As unidades de disquete armazenam informações em discos, A web nasceu em 1991, no laboratório CERN, na Suíça. Seu
também chamados  discos flexíveis  ou  disquetes. Comparado a criador, Tim Berners-Lee, concebeu-a unicamente como uma lin-
CDs e DVDs, os disquetes podem armazenar apenas uma pequena guagem que serviria para interligar computadores do laboratório e
quantidade de dados. Eles também recuperam informações de for- outras instituições de pesquisa, e exibir documentos científicos de
ma mais lenta e são mais vulneráveis a danos. Por esses motivos, forma simples e fácil de acessar.
as unidades de disquete são cada vez menos usadas, embora ainda Hoje é o segmento que mais cresce. A chave do sucesso da
sejam incluídas em alguns computadores. World Wide Web é o hipertexto. Os textos e imagens são interli-
gados por meio de palavras-chave, tornando a navegação simples
e agradável.

Protocolo de comunicação
Transmissão e fundamentalmente por um conjunto de proto-
colos encabeçados pelo TCP/IP. Para que os computadores de uma
rede possam trocar informações entre si é necessário que todos os
computadores adotem as mesmas regras para o envio e o recebi-
mento de informações. Este conjunto de regras é conhecido como
Protocolo de Comunicação. No protocolo de comunicação estão de-
finidas todas as regras necessárias para que o computador de desti-
Disquete. no, “entenda” as informações no formato que foram enviadas pelo
computador de origem.
Por que estes discos são chamados de “disquetes”? Apesar Existem diversos protocolos, atualmente a grande maioria das
de a parte externa ser composta de plástico rígido, isso é apenas redes utiliza o protocolo TCP/IP já que este é utilizado também na
a capa. O interior do disco é feito de um material de vinil fino e Internet.
flexível. O protocolo TCP/IP acabou se tornando um padrão, inclusive
para redes locais, como a maioria das redes corporativas hoje tem
acesso Internet, usar TCP/IP resolve a rede local e também o acesso
CONCEITOS BÁSICOS DE INTERNET. externo.

Internet TCP / IP
A Internet é uma rede mundial de computadores interligados Sigla de Transmission Control Protocol/Internet Protocol (Pro-
através de linhas de telefone, linhas de comunicação privadas, ca- tocolo de Controle de Transmissão/Protocolo Internet).
bos submarinos, canais de satélite, etc53. Ela nasceu em 1969, nos Embora sejam dois protocolos, o TCP e o IP, o TCP/IP aparece
Estados Unidos. Interligava originalmente laboratórios de pesquisa nas literaturas como sendo:
e se chamava ARPAnet (ARPA: Advanced Research Projects Agency). - O protocolo principal da Internet;
Com o passar do tempo, e com o sucesso que a rede foi tendo, o nú- - O protocolo padrão da Internet;
mero de adesões foi crescendo continuamente. Como nesta época, - O protocolo principal da família de protocolos que dá suporte
o computador era extremamente difícil de lidar, somente algumas ao funcionamento da Internet e seus serviços.
instituições possuíam internet.
No entanto, com a elaboração de softwares e interfaces cada Considerando ainda o protocolo TCP/IP, pode-se dizer que:
vez mais fáceis de manipular, as pessoas foram se encorajando a A parte TCP é responsável pelos serviços e a parte IP é respon-
participar da rede. O grande atrativo da internet era a possibilida- sável pelo roteamento (estabelece a rota ou caminho para o trans-
de de se trocar e compartilhar ideias, estudos e informações com porte dos pacotes).
outras pessoas que, muitas vezes nem se conhecia pessoalmente.
Domínio
Conectando-se à Internet Se não fosse o conceito de domínio quando fossemos acessar
Para se conectar à Internet, é necessário que se ligue a uma um determinado endereço na web teríamos que digitar o seu en-
rede que está conectada à Internet. Essa rede é de um provedor de dereço IP. Por exemplo: para acessar o site do Google ao invés de
acesso à internet. Assim, para se conectar você liga o seu computa- você digitar www.google.com você teria que digitar um número IP
dor à rede do provedor de acesso à Internet; isto é feito por meio – 74.125.234.180.
de um conjunto como modem, roteadores e redes de acesso (linha É através do protocolo DNS (Domain Name System), que é pos-
telefônica, cabo, fibra-ótica, wireless, etc.). sível associar um endereço de um site a um número IP na rede.
O formato mais comum de um endereço na Internet é algo como
http://www.empresa.com.br, em que:
www: (World Wide Web): convenção que indica que o ende-
reço pertence à web.
empresa: nome da empresa ou instituição que mantém o ser-
viço.
53 https://cin.ufpe.br/~macm3/Folders/Apostila%20Internet%20-%20 com: indica que é comercial.
Avan%E7ado.pdf br: indica que o endereço é no Brasil.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

URL – Barra de Endereço: é o espaço em branco que fica localiza-


Um URL (de Uniform Resource Locator), em português, Locali- do no topo de qualquer navegador. É ali que o usuário deve digitar
zador-Padrão de Recursos, é o endereço de um recurso (um arqui- a URL (ou domínio ou endereço eletrônico) para acessar qualquer
vo, uma impressora etc.), disponível em uma rede; seja a Internet, página na web.
ou uma rede corporativa, uma intranet. – Botões de Início, Voltar e Avançar: botões clicáveis básicos
Uma URL tem a seguinte estrutura: protocolo://máquina/ca- que levam o usuário, respectivamente, ao começo de abertura do
minho/recurso. navegador, à página visitada antes ou à página visitada seguinte.
– Favoritos: é a aba que armazena as URLs de preferência do
HTTP usuário. Com um único simples, o usuário pode guardar esses en-
É o protocolo responsável pelo tratamento de pedidos e res- dereços nesse espaço, sendo que não existe uma quantidade limite
postas entre clientes e servidor na World Wide Web. Os endereços de links. É muito útil para quando você quer acessar as páginas mais
web sempre iniciam com http:// (http significa Hypertext Transfer recorrentes da sua rotina diária de tarefas.
Protocol, Protocolo de transferência hipertexto). – Atualizar: botão básico que recarrega a página aberta naque-
le momento, atualizando o conteúdo nela mostrado. Serve para
Hipertexto mostrar possíveis edições, correções e até melhorias de estrutura
São textos ou figuras que possuem endereços vinculados a no visual de um site. Em alguns casos, é necessário limpar o cache
eles. Essa é a maneira mais comum de navegar pela web. para mostrar as atualizações.
– Histórico: opção que mostra o histórico de navegação do
Navegadores usuário usando determinado navegador. É muito útil para recupe-
Um navegador de internet é um programa que mostra informa- rar links, páginas perdidas ou revisitar domínios antigos. Pode ser
ções da internet na tela do computador do usuário. apagado, caso o usuário queira.
Além de também serem conhecidos como browser ou web – Gerenciador de Downloads: permite administrar os downlo-
browser, eles funcionam em computadores, notebooks, dispositi- ads em determinado momento. É possível ativar, cancelar e pausar
vos móveis, aparelhos portáteis, videogames e televisores conec- por tempo indeterminado. É um maior controle na usabilidade do
tados à internet. navegador de internet.
Um navegador de internet condiciona a estrutura de um site – Extensões: já é padrão dos navegadores de internet terem
e exibe qualquer tipo de conteúdo na tela da máquina usada pelo um mecanismo próprio de extensões com mais funcionalidades.
internauta. Com alguns cliques, é possível instalar temas visuais, plug-ins com
Esse conteúdo pode ser um texto, uma imagem, um vídeo, um novos recursos (relógio, notícias, galeria de imagens, ícones, entre
jogo eletrônico, uma animação, um aplicativo ou mesmo servidor. outros.
Ou seja, o navegador é o meio que permite o acesso a qualquer – Central de Ajuda: espaço para verificar a versão instalada do
página ou site na rede. navegador e artigos (geralmente em inglês, embora também exis-
Para funcionar, um navegador de internet se comunica com tam em português) de como realizar tarefas ou ações específicas
servidores hospedados na internet usando diversos tipos de pro- no navegador.
tocolos de rede. Um dos mais conhecidos é o protocolo HTTP, que
transfere dados binários na comunicação entre a máquina, o nave- Firefox, Internet Explorer, Google Chrome, Safari e Opera são
gador e os servidores. alguns dos navegadores mais utilizados atualmente. Também co-
nhecidos como web browsers ou, simplesmente, browsers, os na-
Funcionalidades de um Navegador de Internet vegadores são uma espécie de ponte entre o usuário e o conteúdo
A principal funcionalidade dos navegadores é mostrar para o virtual da Internet.
usuário uma tela de exibição através de uma janela do navegador. Internet Explorer
Ele decodifica informações solicitadas pelo usuário, através de Lançado em 1995, vem junto com o Windows, está sendo
códigos-fonte, e as carrega no navegador usado pelo internauta. substituído pelo Microsoft Edge, mas ainda está disponível como
Ou seja, entender a mensagem enviada pelo usuário, solicitada segundo navegador, pois ainda existem usuários que necessitam de
através do endereço eletrônico, e traduzir essa informação na tela algumas tecnologias que estão no Internet Explorer e não foram
do computador. É assim que o usuário consegue acessar qualquer atualizadas no Edge.
site na internet. Já foi o mais navegador mais utilizado do mundo, mas hoje per-
O recurso mais comum que o navegador traduz é o HTML, uma deu a posição para o Google Chrome e o Mozilla Firefox.
linguagem de marcação para criar páginas na web e para ser inter-
pretado pelos navegadores.
Eles também podem reconhecer arquivos em formato PDF,
imagens e outros tipos de dados.
Essas ferramentas traduzem esses tipos de solicitações por
meio das URLs, ou seja, os endereços eletrônicos que digitamos na
parte superior dos navegadores para entrarmos numa determinada
página.
Abaixo estão outros recursos de um navegador de internet:

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Principais recursos do Internet Explorer: Algumas características de destaque do Firefox são:


– Transformar a página num aplicativo na área de trabalho, – Velocidade e desempenho para uma navegação eficiente.
permitindo que o usuário defina sites como se fossem aplicativos – Não exige um hardware poderoso para rodar.
instalados no PC. Através dessa configuração, ao invés de apenas – Grande quantidade de extensões para adicionar novos recur-
manter os sites nos favoritos, eles ficarão acessíveis mais facilmente sos.
através de ícones. – Interface simplificada facilita o entendimento do usuário.
– Gerenciador de downloads integrado. – Atualizações frequentes para melhorias de segurança e pri-
– Mais estabilidade e segurança. vacidade.
– Suporte aprimorado para HTML5 e CSS3, o que permite uma – Disponível em desktop e mobile.
navegação plena para que o internauta possa usufruir dos recursos
implementados nos sites mais modernos. Google Chorme
– Com a possibilidade de adicionar complementos, o navega- É possível instalar o Google Chrome nas principais versões do
dor já não é apenas um programa para acessar sites. Dessa forma, é sistema operacional Windows e também no Linux e Mac.
possível instalar pequenos aplicativos que melhoram a navegação e O Chrome é o navegador de internet mais usado no mundo.
oferecem funcionalidades adicionais. É, também, um dos que têm melhor suporte a extensões, maior
– One Box: recurso já conhecido entre os usuários do Google compatibilidade com uma diversidade de dispositivos e é bastante
Chrome, agora está na versão mais recente do Internet Explorer. convidativo à navegação simplificada.
Através dele, é possível realizar buscas apenas informando a pala-
vra-chave digitando-a na barra de endereços.

Microsoft Edge
Da Microsoft, o Edge é a evolução natural do antigo Explorer54.
O navegador vem integrado com o Windows 10. Ele pode receber
aprimoramentos com novos recursos na própria loja do aplicativo.
Além disso, a ferramenta otimiza a experiência do usuário con-
vertendo sites complexos em páginas mais amigáveis para leitura.
Principais recursos do Google Chrome:
– Desempenho ultra veloz, desde que a máquina tenha recur-
sos RAM suficientes.
– Gigantesca quantidade de extensões para adicionar novas
funcionalidades.
– Estável e ocupa o mínimo espaço da tela para mostrar conte-
údos otimizados.
– Segurança avançada com encriptação por Certificado SSL (HT-
TPS).
Outras características do Edge são: – Disponível em desktop e mobile.
– Experiência de navegação com alto desempenho.
– Função HUB permite organizar e gerenciar projetos de qual- Opera
quer lugar conectado à internet. Um dos primeiros navegadores existentes, o Opera segue evo-
– Funciona com a assistente de navegação Cortana. luindo como um dos melhores navegadores de internet.
– Disponível em desktops e mobile com Windows 10. Ele entrega uma interface limpa, intuitiva e agradável de usar.
– Não é compatível com sistemas operacionais mais antigos. Além disso, a ferramenta também é leve e não prejudica a qualida-
Firefox de da experiência do usuário.
Um dos navegadores de internet mais populares, o Firefox é
conhecido por ser flexível e ter um desempenho acima da média.
Desenvolvido pela Fundação Mozilla, é distribuído gratuita-
mente para usuários dos principais sistemas operacionais. Ou seja,
mesmo que o usuário possua uma versão defasada do sistema ins-
talado no PC, ele poderá ser instalado.

Outros pontos de destaques do Opera são:


– Alto desempenho com baixo consumo de recursos e de ener-
gia.
– Recurso Turbo Opera filtra o tráfego recebido, aumentando a
velocidade de conexões de baixo desempenho.
– Poupa a quantidade de dados usados em conexões móveis
(3G ou 4G).
54 https://bit.ly/2WITu4N
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

– Impede armazenamento de dados sigilosos, sobretudo em jam na sua matriz. Ela cria um canal de comunicação direto entre
páginas bancárias e de vendas on-line. a empresa e os seus funcionários/colaboradores, tendo um ganho
– Quantidade moderada de plug-ins para implementar novas significativo em termos de segurança.
funções, além de um bloqueador de publicidade integrado.
– Disponível em desktop e mobile.
QUESTÕES
Safari
O Safari é o navegador oficial dos dispositivos da Apple. Pela
sua otimização focada nos aparelhos da gigante de tecnologia, ele 1. (FGV-SEDUC -AM) O dispositivo de hardware que tem como
é um dos navegadores de internet mais leves, rápidos, seguros e principal função a digitalização de imagens e textos, convertendo as
confiáveis para usar. versões em papel para o formato digital, é denominado
(A) joystick.
(B) plotter.
(C) scanner.
(D) webcam.
(E) pendrive.

2. (CKM-FUNDAÇÃO LIBERATO SALZANO) João comprou um


novo jogo para seu computador e o instalou sem que ocorressem
erros. No entanto, o jogo executou de forma lenta e apresentou
baixa resolução. Considerando esse contexto, selecione a alterna-
O Safari também se destaca em: tiva que contém a placa de expansão que poderá ser trocada ou
– Sincronização de dados e informações em qualquer disposi- adicionada para resolver o problema constatado por João.
tivo Apple (iOS). (A) Placa de som
– Tem uma tecnologia anti-rastreio capaz de impedir o direcio- (B) Placa de fax modem
namento de anúncios com base no comportamento do usuário. (C) Placa usb
– Modo de navegação privada não guarda os dados das páginas (D) Placa de captura
visitadas, inclusive histórico e preenchimento automático de cam- (E) Placa de vídeo
pos de informação.
– Compatível também com sistemas operacionais que não seja 3. (CKM-FUNDAÇÃO LIBERATO SALZANO) Há vários tipos de pe-
da Apple (Windows e Linux). riféricos utilizados em um computador, como os periféricos de saída
– Disponível em desktops e mobile.
e os de entrada. Dessa forma, assinale a alternativa que apresenta
um exemplo de periférico somente de entrada.
Intranet
(A) Monitor
A intranet é uma rede de computadores privada que assenta
sobre a suíte de protocolos da Internet, porém, de uso exclusivo de (B) Impressora
um determinado local, como, por exemplo, a rede de uma empresa, (C) Caixa de som
que só pode ser acessada pelos seus utilizadores ou colaboradores (D) Headphone
internos55. (E) Mouse
Pelo fato, a sua aplicação a todos os conceitos emprega-se à
intranet, como, por exemplo, o paradigma de cliente-servidor. Para 4. (VUNESP-2019 – SEDUC-SP) Na rede mundial de computado-
tal, a gama de endereços IP reservada para esse tipo de aplicação res, Internet, os serviços de comunicação e informação são disponi-
situa-se entre 192.168.0.0 até 192.168.255.255. bilizados por meio de endereços e links com formatos padronizados
Dentro de uma empresa, todos os departamentos possuem URL (Uniform Resource Locator). Um exemplo de formato de ende-
alguma informação que pode ser trocada com os demais setores, reço válido na Internet é:
podendo cada sessão ter uma forma direta de se comunicar com as (A) http:@site.com.br
demais, o que se assemelha muito com a conexão LAN (Local Area (B) HTML:site.estado.gov
Network), que, porém, não emprega restrições de acesso. (C) html://www.mundo.com
A intranet é um dos principais veículos de comunicação em cor- (D) https://meusite.org.br
porações. Por ela, o fluxo de dados (centralização de documentos, (E) www.#social.*site.com
formulários, notícias da empresa, etc.) é constante, pretendendo
reduzir os custos e ganhar velocidade na divulgação e distribuição 5. (IBASE PREF. DE LINHARES – ES) Quando locamos servido-
de informações. res e armazenamento compartilhados, com software disponível e
Apesar do seu uso interno, acessando aos dados corporativos, localizados em Data-Centers remotos, aos quais não temos acesso
a intranet permite que computadores localizados numa filial, se co- presencial, chamamos esse serviço de:
nectados à internet com uma senha, acessem conteúdos que este- (A) Computação On-Line.
55 https://centraldefavoritos.com.br/2018/01/11/conceitos-basicos- (B) Computação na nuvem.
-ferramentas-aplicativos-e-procedimentos-de-internet-e-intranet-par- (C) Computação em Tempo Real.
te-2/
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

(D) Computação em Block Time. 12. (QUADRIX CRN) Nos sistemas operacionais Windows 7 e
(E) Computação Visual Windows 8, qual, destas funções, a Ferramenta de Captura não exe-
cuta?
6. (CESPE – SEDF) Com relação aos conceitos básicos e modos (A) Capturar qualquer item da área de trabalho.
de utilização de tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimen- (B) Capturar uma imagem a partir de um scanner.
tos associados à Internet, julgue o próximo item. (C) Capturar uma janela inteira
Embora exista uma série de ferramentas disponíveis na Inter- (D) Capturar uma seção retangular da tela.
net para diversas finalidades, ainda não é possível extrair apenas o (E) Capturar um contorno à mão livre feito com o mouse ou
áudio de um vídeo armazenado na Internet, como, por exemplo, no uma caneta eletrônica
Youtube (http://www.youtube.com).
( ) CERTO 13. (IF-PB) Acerca dos sistemas operacionais Windows 7 e 8,
( ) ERRADO assinale a alternativa INCORRETA:
(A) O Windows 8 é o sucessor do 7, e ambos são desenvolvidos
7. (CESP-MEC WEB DESIGNER) Na utilização de um browser, a pela Microsoft.
execução de JavaScripts ou de programas Java hostis pode provocar (B) O Windows 8 apresentou uma grande revolução na interfa-
danos ao computador do usuário. ce do Windows. Nessa versão, o botão “iniciar” não está sem-
pre visível ao usuário.
( ) CERTO
(C) É possível executar aplicativos desenvolvidos para Windows
( ) ERRADO
7 dentro do Windows 8.
(D) O Windows 8 possui um antivírus próprio, denominado
8. (FGV – SEDUC -AM) Um Assistente Técnico recebe um e-mail
Kapersky.
com arquivo anexo em seu computador e o antivírus acusa existên- (E) O Windows 7 possui versões direcionadas para computado-
cia de vírus. res x86 e 64 bits.
Assinale a opção que indica o procedimento de segurança a ser
adotado no exemplo acima. 14. (CESP -UERN) Na suíte Microsoft Office, o aplicativo
(A) Abrir o e-mail para verificar o conteúdo, antes de enviá-lo (A) Excel é destinado à elaboração de tabelas e planilhas eletrô-
ao administrador de rede. nicas para cálculos numéricos, além de servir para a produção
(B) Executar o arquivo anexo, com o objetivo de verificar o tipo de textos organizados por linhas e colunas identificadas por nú-
de vírus. meros e letras.
(C) Apagar o e-mail, sem abri-lo. (B) PowerPoint oferece uma gama de tarefas como elaboração
(D) Armazenar o e-mail na área de backup, para fins de moni- e gerenciamento de bancos de dados em formatos .PPT.
toramento. (C) Word, apesar de ter sido criado para a produção de texto, é
(E) Enviar o e-mail suspeito para a pasta de spam, visando a útil na elaboração de planilhas eletrônicas, com mais recursos
analisá-lo posteriormente. que o Excel.
(D) FrontPage é usado para o envio e recebimento de mensa-
9. (CESPE – PEFOCE) Entre os sistemas operacionais Windows gens de correio eletrônico.
7, Windows Vista e Windows XP, apenas este último não possui ver- (E) Outlook é utilizado, por usuários cadastrados, para o envio
são para processadores de 64 bits. e recebimento de páginas web.
( ) Certo
( ) Errado 15. (CEBRASPE (CESPE) - ANA LEG (ALECE)/ALECE/ADMI-
NISTRAÇÃO/2021)
10. (CPCON – PREF, PORTALEGRE) Existem muitas versões do Para que seja possível rastrear visitas realizadas por um usuário
Microsoft Windows disponíveis para os usuários. No entanto, não é a determinado sítio na Internet ou saber o que o usuário acessou
uma versão oficial do Microsoft Windows no passado, são gravados no disco rígido do computador pequenos
(A) Windows 7 arquivos em formato de texto. Esse tipo de recurso é denominado
(B) Windows 10 (A) spyware.
(C) Windows 8.1 (B) spam.
(D) Windows 9 (C) worm.
(E) Windows Server 2012 (D) botnet.
(E) cookie.
11. (MOURA MELO – CAJAMAR) É uma versão inexistente do
Windows: 16. (PREFEITURA DE PORTO XAVIER/RS - TÉCNICO EM ENFER-
(A) Windows Gold. MAGEM - FUNDATEC/2018) A tecla de atalho Ctrl+A, no sistema
(B) Windows 8. operacional Microsoft Windows 10, possui a função de:
(C) Windows 7. (A) Selecionar tudo.
(D) Windows XP. (B) Imprimir.
(C) Renomear uma pasta.
(D) Finalizar o programa.
(E) Colocar em negrito.
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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

17. (PREFEITURA DE PORTÃO/RS - MÉDICO - OBJETIVA/2019)


11 A
São exemplos de dois softwares e um hardware, respectivamente:
(A) Placa de vídeo, teclado e mouse. 12 B
(B) Microsoft Excel, Mozilla Firefox e CPU. 13 D
(C) Internet Explorer, placa-mãe e gravador de DVD.
14 A
(D) Webcam, editor de imagem e disco rígido.
15 E
18. (GHC-RS - CONTADOR - MS CONCURSOS/2018) Nas alter- 16 A
nativas, encontram-se alguns conceitos básicos de informática, ex-
ceto: 17 B
(A) Hardware são os componentes físicos do computador, ou 18 C
seja, a máquina propriamente dita.
19 A
(B) Software é o conjunto de programas que permite o funcio-
namento e utilização da máquina. 20 B
(C) Entre os principais sistemas operacionais, pode-se destacar
o Windows, Linux e o BrOffice.
(D) O primeiro software necessário para o funcionamento de ANOTAÇÕES
um computador é o Sistema Operacional.
(E) No software livre, existe a liberdade de estudar o funciona-
mento do programa e de adaptá-lo as suas necessidades. ______________________________________________________

______________________________________________________
19. (PREFEITURA DE LINHARES/ES - AGENTE ADMINISTRATI-
VO - IBADE/2020) Dos softwares abaixo, aquele que é um Geren- ______________________________________________________
ciador de Banco de Dados (SGBD) chama-se:
(A) SQL Server. ______________________________________________________
(B) Windows Server.
(C) Solaris. ______________________________________________________
(D) Android.
______________________________________________________
(E) LibreOffice.
______________________________________________________
20. (PREFEITURA DE SUZANO/SP - AGENTE FISCAL DE POSTU-
RA - INSTITUTO CONSULPLAN/2019) “Modelo de Banco de Dados ______________________________________________________
desenvolvido com a função de simplificar os sistemas gerenciadores
de Bancos de Dados, permitindo, dessa forma, modelagem ou pro- ______________________________________________________
jeto dos bancos de dados mais próximos da realidade” Trata-se de:
______________________________________________________
(A) Modelo de Rede.
(B) Modelo Relacional. ______________________________________________________
(C) Modelo Hierárquico.
(D) Modelo Orientado a Objetos. ______________________________________________________

______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________

______________________________________________________
1 C
______________________________________________________
2 E
3 E ______________________________________________________

4 D ______________________________________________________
5 B
______________________________________________________
6 ERRADO
______________________________________________________
7 CERTO
8 C ______________________________________________________
9 CERTO ______________________________________________________
10 D
______________________________________________________
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LEGISLAÇÃO

I - os percentuais de que tratam os incisos II e III do §


LEGISLAÇÃO DA SAÚDE: CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 2º;          (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
(TÍTULO VIII – CAPÍTULO II – SEÇÃO II) II – os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à
saúde destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios,
e dos Estados destinados a seus respectivos Municípios, objetivan-
SEÇÃO II do a progressiva redução das disparidades regionais; (Incluído pela
DA SAÚDE Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das des-
 Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garanti- pesas com saúde nas esferas federal, estadual, distrital e munici-
do mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do pal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitá- IV -  (revogado).    (Redação dada pela Emenda Constitucional
rio às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. nº 86, de 2015)
 Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saú- § 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão
de, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua admitir agentes comunitários de saúde e agentes de combate às
regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser endemias por meio de processo seletivo público, de acordo com a
feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos específi-
física ou jurídica de direito privado. cos para sua atuação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 51,
 Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma de 2006)
rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, § 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial
organizado de acordo com as seguintes diretrizes:      (Vide ADPF profissional nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e a
672) regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e
I - descentralização, com direção única em cada esfera de go- agente de combate às endemias, competindo à União, nos termos
verno; da lei, prestar assistência financeira complementar aos Estados, ao
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades Distrito Federal e aos Municípios, para o cumprimento do referido
preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; piso salarial. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 63, de
III - participação da comunidade. 2010) Regulamento
§ 1º O sistema único de saúde será financiado, nos termos § 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º
do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade social, da do art. 169 da Constituição Federal, o servidor que exerça funções
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de equivalentes às de agente comunitário de saúde ou de agente de
outras fontes. (Parágrafo único renumerado para § 1º pela Emenda combate às endemias poderá perder o cargo em caso de descum-
Constitucional nº 29, de 2000) primento dos requisitos específicos, fixados em lei, para o seu exer-
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios cício. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006)
aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde re- § 7º O vencimento dos agentes comunitários de saúde e dos
cursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados agentes de combate às endemias fica sob responsabilidade da
sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) União, e cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios
I - no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo estabelecer, além de outros consectários e vantagens, incentivos,
exercício financeiro, não podendo ser inferior a 15% (quinze por auxílios, gratificações e indenizações, a fim de valorizar o trabalho
cento);          (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de desses profissionais.       (Incluído pela Emenda Constitucional nº
2015) 120, de 2022)
II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da ar- § 8º Os recursos destinados ao pagamento do vencimento dos
recadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de agentes comunitários de saúde e dos agentes de combate às ende-
que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas mias serão consignados no orçamento geral da União com dotação
as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios; (In- própria e exclusiva.  (Incluído pela Emenda Constitucional nº 120,
cluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) de 2022)
III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da § 9º O vencimento dos agentes comunitários de saúde e dos
arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos agentes de combate às endemias não será inferior a 2 (dois) salários
de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º.(Incluído mínimos, repassados pela União aos Municípios, aos Estados e ao
pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) Distrito Federal.  (Incluído pela Emenda Constitucional nº 120, de
§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada 2022)
cinco anos, estabelecerá:(Incluído pela Emenda Constitucional nº
29, de 2000)     Regulamento

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LEGISLAÇÃO

§ 10. Os agentes comunitários de saúde e os agentes de comba- II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica,
te às endemias terão também, em razão dos riscos inerentes às fun- bem como as de saúde do trabalhador;
ções desempenhadas, aposentadoria especial e, somado aos seus III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
vencimentos, adicional de insalubridade.    (Incluído pela Emenda IV - participar da formulação da política e da execução das
Constitucional nº 120, de 2022) ações de saneamento básico;
§ 11. Os recursos financeiros repassados pela União aos Esta- V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento
dos, ao Distrito Federal e aos Municípios para pagamento do ven- científico e tecnológico e a inovação;           (Redação dada pela
cimento ou de qualquer outra vantagem dos agentes comunitários Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
de saúde e dos agentes de combate às endemias não serão objeto VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle
de inclusão no cálculo para fins do limite de despesa com pesso- de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo
al.      (Incluído pela Emenda Constitucional nº 120, de 2022) humano;
§ 12. Lei federal instituirá pisos salariais profissionais nacionais VII - participar do controle e fiscalização da produção, trans-
para o enfermeiro, o técnico de enfermagem, o auxiliar de enfer- porte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos,
magem e a parteira, a serem observados por pessoas jurídicas de tóxicos e radioativos;
direito público e de direito privado.   (Incluído pela Emenda Consti- VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreen-
tucional nº 124, de 2022) dido o do trabalho.
§ 13. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, até
o final do exercício financeiro em que for publicada a lei de que tra-
ta o § 12 deste artigo, adequarão a remuneração dos cargos ou dos LEI FEDERAL Nº 8.142/90 E SUAS ALTERAÇÕES
respectivos planos de carreiras, quando houver, de modo a atender
aos pisos estabelecidos para cada categoria profissional.    (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 124, de 2022)
Art. 1° O Sistema Único de Saúde (SUS), de que trata a Lei n°
§ 14. Compete à União, nos termos da lei, prestar assistência
8.080, de 19 de setembro de 1990, contará, em cada esfera de go-
financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos Mu-
verno, sem prejuízo das funções do Poder Legislativo, com as se-
nicípios e às entidades filantrópicas, bem como aos prestadores de
guintes instâncias colegiadas:
serviços contratualizados que atendam, no mínimo, 60% (sessen-
I - a Conferência de Saúde; e
ta por cento) de seus pacientes pelo sistema único de saúde, para
II - o Conselho de Saúde.
o cumprimento dos pisos salariais de que trata o § 12 deste arti-
§ 1° A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro anos
go.    (Incluído pela Emenda Constitucional nº 127, de 2022)
com a representação dos vários segmentos sociais, para avaliar a si-
§ 15. Os recursos federais destinados aos pagamentos da assis-
tuação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política
tência financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e
de saúde nos níveis correspondentes, convocada pelo Poder Execu-
aos Municípios e às entidades filantrópicas, bem como aos presta-
tivo ou, extraordinariamente, por esta ou pelo Conselho de Saúde.
dores de serviços contratualizados que atendam, no mínimo, 60%
§ 2° O Conselho de Saúde, em caráter permanente e delibe-
(sessenta por cento) de seus pacientes pelo sistema único de saúde,
rativo, órgão colegiado composto por representantes do governo,
para o cumprimento dos pisos salariais de que trata o § 12 deste
prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários, atua na
artigo serão consignados no orçamento geral da União com dotação
formulação de estratégias e no controle da execução da política de
própria e exclusiva.     (Incluído pela Emenda Constitucional nº 127,
saúde na instância correspondente, inclusive nos aspectos econô-
de 2022)
micos e financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo chefe
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
do poder legalmente constituído em cada esfera do governo.
§ 1º As instituições privadas poderão participar de forma com-
§ 3° O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o
plementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste,
Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems)
mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferên-
terão representação no Conselho Nacional de Saúde.
cia as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.
§ 4° A representação dos usuários nos Conselhos de Saúde e
§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios
Conferências será paritária em relação ao conjunto dos demais seg-
ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.
mentos.
§ 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas
§ 5° As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde terão
ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos
sua organização e normas de funcionamento definidas em regimen-
casos previstos em lei.
to próprio, aprovadas pelo respectivo conselho.
§ 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facili-
Art. 2° Os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) serão
tem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins
alocados como:
de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, proces-
I - despesas de custeio e de capital do Ministério da Saúde, seus
samento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado
órgãos e entidades, da administração direta e indireta;
todo tipo de comercialização.
II - investimentos previstos em lei orçamentária, de iniciativa do
 Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras
Poder Legislativo e aprovados pelo Congresso Nacional;
atribuições, nos termos da lei:
III - investimentos previstos no Plano Qüinqüenal do Ministério
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias
da Saúde;
de interesse para a saúde e participar da produção de medicamen-
IV - cobertura das ações e serviços de saúde a serem imple-
tos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros in-
mentados pelos Municípios, Estados e Distrito Federal.
sumos;

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Parágrafo único. Os recursos referidos no inciso IV deste arti- § 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formula-
go destinar-se-ão a investimentos na rede de serviços, à cobertura ção e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redu-
assistencial ambulatorial e hospitalar e às demais ações de saúde. ção de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento
Art. 3° Os recursos referidos no inciso IV do art. 2° desta lei de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações
serão repassados de forma regular e automática para os Municí- e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.
pios, Estados e Distrito Federal, de acordo com os critérios previstos § 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das
no art. 35 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990. empresas e da sociedade.
§ 1° Enquanto não for regulamentada a aplicação dos critérios Art. 3º A saúde tem como fatores determinantes e condicio-
previstos no art. 35 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, nantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento bási-
será utilizado, para o repasse de recursos, exclusivamente o critério co, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte,
estabelecido no § 1° do mesmo artigo. (Vide Lei nº 8.080, de 1990) o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde
§ 2° Os recursos referidos neste artigo serão destinados, pelo da população expressam a organização social e econômica do País.
menos setenta por cento, aos Municípios, afetando-se o restante Art. 3o  Os níveis de saúde expressam a organização social e
aos Estados. econômica do País, tendo a saúde como determinantes e condicio-
§ 3° Os Municípios poderão estabelecer consórcio para execu- nantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento bá-
ção de ações e serviços de saúde, remanejando, entre si, parcelas sico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade
de recursos previstos no inciso IV do art. 2° desta lei. física, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essen-
Art. 4° Para receberem os recursos, de que trata o art. 3° desta ciais.         (Redação dada pela Lei nº 12.864, de 2013)
lei, os Municípios, os Estados e o Distrito Federal deverão contar Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que,
com: por força do disposto no artigo anterior, se destinam a garantir às
I - Fundo de Saúde; pessoas e à coletividade condições de bem-estar físico, mental e
II - Conselho de Saúde, com composição paritária de acordo social.
com o Decreto n° 99.438, de 7 de agosto de 1990; TÍTULO II
III - plano de saúde; DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
IV - relatórios de gestão que permitam o controle de que trata DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
o § 4° do art. 33 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990;
V - contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orça- Art. 4º O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por
mento; órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da
VI - Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Sa- Administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Po-
lários (PCCS), previsto o prazo de dois anos para sua implantação. der Público, constitui o Sistema Único de Saúde (SUS).
Parágrafo único. O não atendimento pelos Municípios, ou pelos § 1º Estão incluídas no disposto neste artigo as instituições
Estados, ou pelo Distrito Federal, dos requisitos estabelecidos neste públicas federais, estaduais e municipais de controle de qualidade,
artigo, implicará em que os recursos concernentes sejam adminis- pesquisa e produção de insumos, medicamentos, inclusive de san-
trados, respectivamente, pelos Estados ou pela União. gue e hemoderivados, e de equipamentos para saúde.
Art. 5° É o Ministério da Saúde, mediante portaria do Ministro § 2º A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de
de Estado, autorizado a estabelecer condições para aplicação desta Saúde (SUS), em caráter complementar.
lei.
Art. 6° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. CAPÍTULO I
Art. 7° Revogam-se as disposições em contrário. DOS OBJETIVOS E ATRIBUIÇÕES
Brasília, 28 de dezembro de 1990; 169° da Independência e
102° da República. Art. 5º São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS:
I - a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e de-
terminantes da saúde;
LEI FEDERAL Nº 8.080/90 E SUAS ALTERAÇÕES II - a formulação de política de saúde destinada a promover,
nos campos econômico e social, a observância do disposto no § 1º
do art. 2º desta lei;
III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de promo-
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
ção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada
das ações assistenciais e das atividades preventivas.
Art. 1º Esta lei regula, em todo o território nacional, as ações
Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema
e serviços de saúde, executados isolada ou conjuntamente, em ca-
Único de Saúde (SUS):
ráter permanente ou eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de
I - a execução de ações:
direito Público ou privado.
a) de vigilância sanitária;
TÍTULO I
b) de vigilância epidemiológica;
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
c) de saúde do trabalhador; e
d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica;
Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, de-
II - a participação na formulação da política e na execução de
vendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno
ações de saneamento básico;
exercício.
III - a ordenação da formação de recursos humanos na área de
saúde;
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LEGISLAÇÃO

IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar; VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas
V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele compre- no processo de trabalho, tendo na sua elaboração a colaboração
endido o do trabalho; das entidades sindicais; e
VI - a formulação da política de medicamentos, equipamentos, VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao
imunobiológicos e outros insumos de interesse para a saúde e a órgão competente a interdição de máquina, de setor de serviço ou
participação na sua produção; de todo ambiente de trabalho, quando houver exposição a risco
VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e substân- iminente para a vida ou saúde dos trabalhadores.
cias de interesse para a saúde;
VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas CAPÍTULO II
para consumo humano; DOS PRINCÍPIOS E DIRETRIZES
IX - a participação no controle e na fiscalização da produção,
transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoati- Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços pri-
vos, tóxicos e radioativos; vados contratados ou conveniados que integram o Sistema Único
X - o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes pre-
científico e tecnológico; vistas no art. 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos
XI - a formulação e execução da política de sangue e seus de- seguintes princípios:
rivados. I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os
§ 1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações níveis de assistência;
capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir II - integralidade de assistência, entendida como conjunto ar-
nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produ- ticulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos,
ção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis
saúde, abrangendo: de complexidade do sistema;
I - o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamen- III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua
te, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e integridade física e moral;
processos, da produção ao consumo; e IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou pri-
II - o controle da prestação de serviços que se relacionam direta vilégios de qualquer espécie;
ou indiretamente com a saúde. V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde;
§ 2º Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos servi-
ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção ços de saúde e a sua utilização pelo usuário;
de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de
de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática;
adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos. VIII - participação da comunidade;
§ 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei, IX - descentralização político-administrativa, com direção única
um conjunto de atividades que se destina, através das ações de vigi- em cada esfera de governo:
lância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios;
da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabi- b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saú-
litação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos de;
advindos das condições de trabalho, abrangendo: X - integração em nível executivo das ações de saúde, meio am-
I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho biente e saneamento básico;
ou portador de doença profissional e do trabalho; XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, mate-
II - participação, no âmbito de competência do Sistema Único riais e humanos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
de Saúde (SUS), em estudos, pesquisas, avaliação e controle dos Municípios na prestação de serviços de assistência à saúde da po-
riscos e agravos potenciais à saúde existentes no processo de tra- pulação;
balho; XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis
III - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de assistência; e
de Saúde (SUS), da normatização, fiscalização e controle das con- XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar dupli-
dições de produção, extração, armazenamento, transporte, distri- cidade de meios para fins idênticos.
buição e manuseio de substâncias, de produtos, de máquinas e de XIV – organização de atendimento público específico e espe-
equipamentos que apresentam riscos à saúde do trabalhador; cializado para mulheres e vítimas de violência doméstica em geral,
IV - avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde; que garanta, entre outros, atendimento, acompanhamento psicoló-
V - informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindi- gico e cirurgias plásticas reparadoras, em conformidade com a Lei
cal e às empresas sobre os riscos de acidentes de trabalho, doença nº 12.845, de 1º de agosto de 2013.           (Redação dada pela Lei
profissional e do trabalho, bem como os resultados de fiscalizações, nº 13.427, de 2017)
avaliações ambientais e exames de saúde, de admissão, periódicos CAPÍTULO III
e de demissão, respeitados os preceitos da ética profissional; DA ORGANIZAÇÃO, DA DIREÇÃO E DA GESTÃO
VI - participação na normatização, fiscalização e controle dos
serviços de saúde do trabalhador nas instituições e empresas pú- Art. 8º As ações e serviços de saúde, executados pelo Sistema
blicas e privadas; Único de Saúde (SUS), seja diretamente ou mediante participação
complementar da iniciativa privada, serão organizados de forma re-
gionalizada e hierarquizada em níveis de complexidade crescente.
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LEGISLAÇÃO

Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é única, de II - definir diretrizes, de âmbito nacional, regional e intermu-
acordo com o  inciso I do art. 198 da Constituição Federal, sendo nicipal, a respeito da organização das redes de ações e serviços de
exercida em cada esfera de governo pelos seguintes órgãos: saúde, principalmente no tocante à sua governança institucional e
I - no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde; à integração das ações e serviços dos entes federados;        (Incluído
II - no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela respectiva pela Lei nº 12.466, de 2011).
Secretaria de Saúde ou órgão equivalente; e III - fixar diretrizes sobre as regiões de saúde, distrito sanitário,
III - no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secretaria de integração de territórios, referência e contrarreferência e demais
Saúde ou órgão equivalente. aspectos vinculados à integração das ações e serviços de saúde en-
Art. 10. Os municípios poderão constituir consórcios para de- tre os entes federados.         (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
senvolver em conjunto as ações e os serviços de saúde que lhes Art. 14-B.  O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Co-
correspondam. nass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
§ 1º Aplica-se aos consórcios administrativos intermunicipais o (Conasems) são reconhecidos como entidades representativas dos
princípio da direção única, e os respectivos atos constitutivos dispo- entes estaduais e municipais para tratar de matérias referentes à
rão sobre sua observância. saúde e declarados de utilidade pública e de relevante função so-
§ 2º No nível municipal, o Sistema Único de Saúde (SUS), po- cial, na forma do regulamento.        (Incluído pela Lei nº 12.466, de
derá organizar-se em distritos de forma a integrar e articular recur- 2011).
sos, técnicas e práticas voltadas para a cobertura total das ações de § 1o  O Conass e o Conasems receberão recursos do orçamento
saúde. geral da União por meio do Fundo Nacional de Saúde, para auxiliar
Art. 11. (Vetado). no custeio de suas despesas institucionais, podendo ainda celebrar
Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais de âmbito nacio- convênios com a União.           (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
nal, subordinadas ao Conselho Nacional de Saúde, integradas pelos § 2o  Os Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde (Co-
Ministérios e órgãos competentes e por entidades representativas sems) são reconhecidos como entidades que representam os entes
da sociedade civil. municipais, no âmbito estadual, para tratar de matérias referentes
Parágrafo único. As comissões intersetoriais terão a finalidade à saúde, desde que vinculados institucionalmente ao Conasems, na
de articular políticas e programas de interesse para a saúde, cuja forma que dispuserem seus estatutos.          (Incluído pela Lei nº
execução envolva áreas não compreendidas no âmbito do Sistema 12.466, de 2011).
Único de Saúde (SUS).
Art. 13. A articulação das políticas e programas, a cargo das CAPÍTULO IV
comissões intersetoriais, abrangerá, em especial, as seguintes ati- DA COMPETÊNCIA E DAS ATRIBUIÇÕES
vidades:
I - alimentação e nutrição; SEÇÃOI
II - saneamento e meio ambiente; DAS ATRIBUIÇÕES COMUNS
III - vigilância sanitária e farmacoepidemiologia;
IV - recursos humanos; Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
V - ciência e tecnologia; e exercerão, em seu âmbito administrativo, as seguintes atribuições:
VI - saúde do trabalhador. I - definição das instâncias e mecanismos de controle, avaliação
Art. 14. Deverão ser criadas Comissões Permanentes de inte- e de fiscalização das ações e serviços de saúde;
gração entre os serviços de saúde e as instituições de ensino profis- II - administração dos recursos orçamentários e financeiros
sional e superior. destinados, em cada ano, à saúde;
Parágrafo único. Cada uma dessas comissões terá por finali- III - acompanhamento, avaliação e divulgação do nível de saúde
dade propor prioridades, métodos e estratégias para a formação e da população e das condições ambientais;
educação continuada dos recursos humanos do Sistema Único de IV - organização e coordenação do sistema de informação de
Saúde (SUS), na esfera correspondente, assim como em relação à saúde;
pesquisa e à cooperação técnica entre essas instituições. V - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de pa-
Art. 14-A.  As Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite são drões de qualidade e parâmetros de custos que caracterizam a as-
reconhecidas como foros de negociação e pactuação entre gesto- sistência à saúde;
res, quanto aos aspectos operacionais do Sistema Único de Saúde VI - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de pa-
(SUS).         (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011). drões de qualidade para promoção da saúde do trabalhador;
Parágrafo único.  A atuação das Comissões Intergestores Bipar- VII - participação de formulação da política e da execução das
tite e Tripartite terá por objetivo:         (Incluído pela Lei nº 12.466, ações de saneamento básico e colaboração na proteção e recupera-
de 2011). ção do meio ambiente;
I - decidir sobre os aspectos operacionais, financeiros e admi- VIII - elaboração e atualização periódica do plano de saúde;
nistrativos da gestão compartilhada do SUS, em conformidade com IX - participação na formulação e na execução da política de
a definição da política consubstanciada em planos de saúde, apro- formação e desenvolvimento de recursos humanos para a saúde;
vados pelos conselhos de saúde;           (Incluído pela Lei nº 12.466, X - elaboração da proposta orçamentária do Sistema Único de
de 2011). Saúde (SUS), de conformidade com o plano de saúde;
XI - elaboração de normas para regular as atividades de servi-
ços privados de saúde, tendo em vista a sua relevância pública;
XII - realização de operações externas de natureza financeira de
interesse da saúde, autorizadas pelo Senado Federal;
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LEGISLAÇÃO

XIII - para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e XI - identificar os serviços estaduais e municipais de referência
transitórias, decorrentes de situações de perigo iminente, de ca- nacional para o estabelecimento de padrões técnicos de assistência
lamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade com- à saúde;
petente da esfera administrativa correspondente poderá requisitar XII - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substân-
bens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo- cias de interesse para a saúde;
-lhes assegurada justa indenização;       (Vide ADIN 3454) XIII - prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, ao
XIV - implementar o Sistema Nacional de Sangue, Componen- Distrito Federal e aos Municípios para o aperfeiçoamento da sua
tes e Derivados; atuação institucional;
XV - propor a celebração de convênios, acordos e protocolos XIV - elaborar normas para regular as relações entre o Sistema
internacionais relativos à saúde, saneamento e meio ambiente; Único de Saúde (SUS) e os serviços privados contratados de assis-
XVI - elaborar normas técnico-científicas de promoção, prote- tência à saúde;
ção e recuperação da saúde; XV - promover a descentralização para as Unidades Federadas
XVII - promover articulação com os órgãos de fiscalização do e para os Municípios, dos serviços e ações de saúde, respectiva-
exercício profissional e outras entidades representativas da socie- mente, de abrangência estadual e municipal;
dade civil para a definição e controle dos padrões éticos para pes- XVI - normatizar e coordenar nacionalmente o Sistema Nacio-
quisa, ações e serviços de saúde; nal de Sangue, Componentes e Derivados;
XVIII - promover a articulação da política e dos planos de saúde; XVII - acompanhar, controlar e avaliar as ações e os serviços de
XIX - realizar pesquisas e estudos na área de saúde; saúde, respeitadas as competências estaduais e municipais;
XX - definir as instâncias e mecanismos de controle e fiscaliza- XVIII - elaborar o Planejamento Estratégico Nacional no âmbito
ção inerentes ao poder de polícia sanitária; do SUS, em cooperação técnica com os Estados, Municípios e Dis-
XXI - fomentar, coordenar e executar programas e projetos es- trito Federal;
tratégicos e de atendimento emergencial. XIX - estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e coordenar a
avaliação técnica e financeira do SUS em todo o Território Nacional
SEÇÃOII em cooperação técnica com os Estados, Municípios e Distrito Fede-
DA COMPETÊNCIA ral.        (Vide Decreto nº 1.651, de 1995)
Parágrafo único. A União poderá executar ações de vigilância
Art. 16. A direção nacional do Sistema Único da Saúde (SUS) epidemiológica e sanitária em circunstâncias especiais, como na
compete: ocorrência de agravos inusitados à saúde, que possam escapar do
I - formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e nutrição; controle da direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) ou
II - participar na formulação e na implementação das políticas: que representem risco de disseminação nacional.
a) de controle das agressões ao meio ambiente; § 1º   A União poderá executar ações de vigilância epidemio-
b) de saneamento básico; e lógica e sanitária em circunstâncias especiais, como na ocorrência
c) relativas às condições e aos ambientes de trabalho; de agravos inusitados à saúde, que possam escapar do controle da
III - definir e coordenar os sistemas: direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) ou que represen-
a) de redes integradas de assistência de alta complexidade; tem risco de disseminação nacional.      (Renumerado do parágrafo
b) de rede de laboratórios de saúde pública; único pela Lei nº 14.141, de 2021)
c) de vigilância epidemiológica; e § 2º  Em situações epidemiológicas que caracterizem emergên-
d) vigilância sanitária; cia em saúde pública, poderá ser adotado procedimento simplifica-
IV - participar da definição de normas e mecanismos de con- do para a remessa de patrimônio genético ao exterior, na forma do
trole, com órgão afins, de agravo sobre o meio ambiente ou dele regulamento.      (Incluído pela Lei nº 14.141, de 2021)
decorrentes, que tenham repercussão na saúde humana; § 3º  Os benefícios resultantes da exploração econômica de
V - participar da definição de normas, critérios e padrões para produto acabado ou material reprodutivo oriundo de acesso ao pa-
o controle das condições e dos ambientes de trabalho e coordenar trimônio genético de que trata o § 2º deste artigo serão repartidos
a política de saúde do trabalhador; nos termos da Lei nº 13.123, de 20 de maio de 2015.         (Incluído
VI - coordenar e participar na execução das ações de vigilância pela Lei nº 14.141, de 2021)
epidemiológica; Art. 17. À direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS)
VII - estabelecer normas e executar a vigilância sanitária de compete:
portos, aeroportos e fronteiras, podendo a execução ser comple- I - promover a descentralização para os Municípios dos serviços
mentada pelos Estados, Distrito Federal e Municípios; e das ações de saúde;.
VIII - estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o con- II - acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarquizadas do
trole da qualidade sanitária de produtos, substâncias e serviços de Sistema Único de Saúde (SUS);
consumo e uso humano; III - prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e execu-
IX - promover articulação com os órgãos educacionais e de fis- tar supletivamente ações e serviços de saúde;
calização do exercício profissional, bem como com entidades repre- IV - coordenar e, em caráter complementar, executar ações e
sentativas de formação de recursos humanos na área de saúde; serviços:
X - formular, avaliar, elaborar normas e participar na execução a) de vigilância epidemiológica;
da política nacional e produção de insumos e equipamentos para a b) de vigilância sanitária;
saúde, em articulação com os demais órgãos governamentais; c) de alimentação e nutrição; e
d) de saúde do trabalhador;

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V - participar, junto com os órgãos afins, do controle dos agra- CAPÍTULO V


vos do meio ambiente que tenham repercussão na saúde humana; DO SUBSISTEMA DE ATENÇÃO À SAÚDE INDÍGENA
VI - participar da formulação da política e da execução de ações (INCLUÍDO PELA LEI Nº 9.836, DE 1999)
de saneamento básico;
VII - participar das ações de controle e avaliação das condições Art. 19-A. As ações e serviços de saúde voltados para o aten-
e dos ambientes de trabalho; dimento das populações indígenas, em todo o território nacio-
VIII - em caráter suplementar, formular, executar, acompanhar nal, coletiva ou individualmente, obedecerão ao disposto nesta
e avaliar a política de insumos e equipamentos para a saúde; Lei.       (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
IX - identificar estabelecimentos hospitalares de referência e Art. 19-B. É instituído um Subsistema de Atenção à Saúde Indí-
gerir sistemas públicos de alta complexidade, de referência estadu- gena, componente do Sistema Único de Saúde – SUS, criado e defi-
al e regional; nido por esta Lei, e pela Lei no 8.142, de 28 de dezembro de 1990,
X - coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde pública com o qual funcionará em perfeita integração.        (Incluído pela Lei
e hemocentros, e gerir as unidades que permaneçam em sua orga- nº 9.836, de 1999)
nização administrativa; Art. 19-C. Caberá à União, com seus recursos próprios, finan-
XI - estabelecer normas, em caráter suplementar, para o con- ciar o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena.       (Incluído pela
trole e avaliação das ações e serviços de saúde; Lei nº 9.836, de 1999)
XII - formular normas e estabelecer padrões, em caráter suple- Art. 19-D. O SUS promoverá a articulação do Subsistema insti-
mentar, de procedimentos de controle de qualidade para produtos tuído por esta Lei com os órgãos responsáveis pela Política Indígena
e substâncias de consumo humano; do País.       (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
XIII - colaborar com a União na execução da vigilância sanitária Art. 19-E. Os Estados, Municípios, outras instituições governa-
de portos, aeroportos e fronteiras; mentais e não-governamentais poderão atuar complementarmente
XIV - o acompanhamento, a avaliação e divulgação dos indica- no custeio e execução das ações.        (Incluído pela Lei nº 9.836, de
dores de morbidade e mortalidade no âmbito da unidade federada. 1999)
Art. 18. À direção municipal do Sistema de Saúde (SUS) com- § 1º A União instituirá mecanismo de financiamento específi-
pete: co para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, sempre que
I - planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços houver necessidade de atenção secundária e terciária fora dos terri-
de saúde e gerir e executar os serviços públicos de saúde; tórios indígenas.       (Incluído pela Lei nº 14.021, de 2020)
II - participar do planejamento, programação e organização § 2º Em situações emergenciais e de calamidade públi-
da rede regionalizada e hierarquizada do Sistema Único de Saúde ca:        (Incluído pela Lei nº 14.021, de 2020)
(SUS), em articulação com sua direção estadual; I - a União deverá assegurar aporte adicional de recursos não
III - participar da execução, controle e avaliação das ações refe- previstos nos planos de saúde dos Distritos Sanitários Especiais In-
rentes às condições e aos ambientes de trabalho; dígenas (Dseis) ao Subsistema de Atenção à Saúde Indígena;     (In-
IV - executar serviços: cluído pela Lei nº 14.021, de 2020)
a) de vigilância epidemiológica; II - deverá ser garantida a inclusão dos povos indígenas nos pla-
b) vigilância sanitária; nos emergenciais para atendimento dos pacientes graves das Secre-
c) de alimentação e nutrição; tarias Municipais e Estaduais de Saúde, explicitados os fluxos e as
d) de saneamento básico; e referências para o atendimento em tempo oportuno.        (Incluído
e) de saúde do trabalhador; pela Lei nº 14.021, de 2020)
V - dar execução, no âmbito municipal, à política de insumos e Art. 19-F. Dever-se-á obrigatoriamente levar em consideração a
equipamentos para a saúde; realidade local e as especificidades da cultura dos povos indígenas
VI - colaborar na fiscalização das agressões ao meio ambiente e o modelo a ser adotado para a atenção à saúde indígena, que
que tenham repercussão sobre a saúde humana e atuar, junto aos se deve pautar por uma abordagem diferenciada e global, contem-
órgãos municipais, estaduais e federais competentes, para contro- plando os aspectos de assistência à saúde, saneamento básico, nu-
lá-las; trição, habitação, meio ambiente, demarcação de terras, educação
VII - formar consórcios administrativos intermunicipais; sanitária e integração institucional.        (Incluído pela Lei nº 9.836,
VIII - gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros; de 1999)
IX - colaborar com a União e os Estados na execução da vigilân- Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena deve-
cia sanitária de portos, aeroportos e fronteiras; rá ser, como o SUS, descentralizado, hierarquizado e regionaliza-
X - observado o disposto no art. 26 desta Lei, celebrar contra- do.       (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
tos e convênios com entidades prestadoras de serviços privados de § 1o O Subsistema de que trata o caput deste artigo terá como
saúde, bem como controlar e avaliar sua execução; base os Distritos Sanitários Especiais Indígenas.        (Incluído pela
XI - controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços priva- Lei nº 9.836, de 1999)
dos de saúde; § 1º-A. A rede do SUS deverá obrigatoriamente fazer o registro
XII - normatizar complementarmente as ações e serviços públi- e a notificação da declaração de raça ou cor, garantindo a identi-
cos de saúde no seu âmbito de atuação. ficação de todos os indígenas atendidos nos sistemas públicos de
Art. 19. Ao Distrito Federal competem as atribuições reserva- saúde.        (Incluído pela Lei nº 14.021, de 2020)
das aos Estados e aos Municípios. § 1º-B. A União deverá integrar os sistemas de informação da
rede do SUS com os dados do Subsistema de Atenção à Saúde Indí-
gena.       (Incluído pela Lei nº 14.021, de 2020)

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§ 2o O SUS servirá de retaguarda e referência ao Subsistema de CAPÍTULO VIII


Atenção à Saúde Indígena, devendo, para isso, ocorrer adaptações (INCLUÍDO PELA LEI Nº 12.401, DE 2011)
na estrutura e organização do SUS nas regiões onde residem as po- DA ASSISTÊNCIA TERAPÊUTICA E DA INCORPORAÇÃO DE
pulações indígenas, para propiciar essa integração e o atendimento TECNOLOGIA EM SAÚDE” 
necessário em todos os níveis, sem discriminações.        (Incluído
pela Lei nº 9.836, de 1999) Art. 19-M.  A assistência terapêutica integral a que se refere a
§ 3o As populações indígenas devem ter acesso garantido ao alínea d do inciso I do art. 6o consiste em:       (Incluído pela Lei nº
SUS, em âmbito local, regional e de centros especializados, de acor- 12.401, de 2011)
do com suas necessidades, compreendendo a atenção primária, se- I - dispensação de medicamentos e produtos de interesse para
cundária e terciária à saúde.        (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) a saúde, cuja prescrição esteja em conformidade com as diretri-
Art. 19-H. As populações indígenas terão direito a participar zes terapêuticas definidas em protocolo clínico para a doença ou
dos organismos colegiados de formulação, acompanhamento e o agravo à saúde a ser tratado ou, na falta do protocolo, em con-
avaliação das políticas de saúde, tais como o Conselho Nacional de formidade com o disposto no art. 19-P;         (Incluído pela Lei nº
Saúde e os Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde, quando for 12.401, de 2011)
o caso.       (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) II - oferta de procedimentos terapêuticos, em regime domi-
ciliar, ambulatorial e hospitalar, constantes de tabelas elaboradas
CAPÍTULO VI pelo gestor federal do Sistema Único de Saúde - SUS, realizados no
DO SUBSISTEMA DE ATENDIMENTO E INTERNAÇÃO território nacional por serviço próprio, conveniado ou contratado.
DOMICILIAR Art. 19-N.  Para os efeitos do disposto no art. 19-M, são ado-
(INCLUÍDO PELA LEI Nº 10.424, DE 2002) tadas as seguintes definições:       (Incluído pela Lei nº 12.401, de
2011)
Art. 19-I. São estabelecidos, no âmbito do Sistema Único de I - produtos de interesse para a saúde: órteses, próteses, bolsas
Saúde, o atendimento domiciliar e a internação domiciliar.        (In- coletoras e equipamentos médicos;      (Incluído pela Lei nº 12.401,
cluído pela Lei nº 10.424, de 2002) de 2011)
§ 1o  Na modalidade de assistência de atendimento e inter- II - protocolo clínico e diretriz terapêutica: documento que
nação domiciliares incluem-se, principalmente, os procedimentos estabelece critérios para o diagnóstico da doença ou do agravo à
médicos, de enfermagem, fisioterapêuticos, psicológicos e de assis- saúde; o tratamento preconizado, com os medicamentos e demais
tência social, entre outros necessários ao cuidado integral dos pa- produtos apropriados, quando couber; as posologias recomenda-
cientes em seu domicílio.       (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002) das; os mecanismos de controle clínico; e o acompanhamento e
§ 2o O atendimento e a internação domiciliares serão realiza- a verificação dos resultados terapêuticos, a serem seguidos pelos
dos por equipes multidisciplinares que atuarão nos níveis da medi- gestores do SUS.         (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
cina preventiva, terapêutica e reabilitadora.        (Incluído pela Lei Art. 19-O.  Os protocolos clínicos e as diretrizes terapêuticas
nº 10.424, de 2002) deverão estabelecer os medicamentos ou produtos necessários nas
§ 3o O atendimento e a internação domiciliares só poderão ser diferentes fases evolutivas da doença ou do agravo à saúde de que
realizados por indicação médica, com expressa concordância do pa- tratam, bem como aqueles indicados em casos de perda de eficácia
ciente e de sua família.         (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002) e de surgimento de intolerância ou reação adversa relevante, pro-
vocadas pelo medicamento, produto ou procedimento de primeira
CAPÍTULO VII escolha.         (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
DO SUBSISTEMA DE ACOMPANHAMENTO DURANTE O Parágrafo único.  Em qualquer caso, os medicamentos ou pro-
TRABALHO DE PARTO, PARTO E PÓS-PARTO IMEDIATO dutos de que trata o  caput  deste artigo serão aqueles avaliados
(INCLUÍDO PELA LEI Nº 11.108, DE 2005) quanto à sua eficácia, segurança, efetividade e custo-efetividade
para as diferentes fases evolutivas da doença ou do agravo à saúde
Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde - de que trata o protocolo.         (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
SUS, da rede própria ou conveniada, ficam obrigados a permitir a Art. 19-P.  Na falta de protocolo clínico ou de diretriz terapêu-
presença, junto à parturiente, de 1 (um) acompanhante durante tica, a dispensação será realizada:         (Incluído pela Lei nº 12.401,
todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto imedia- de 2011)
to.          (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005) I - com base nas relações de medicamentos instituídas pelo
§ 1o O acompanhante de que trata o caput deste artigo será gestor federal do SUS, observadas as competências estabelecidas
indicado pela parturiente.        (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005) nesta Lei, e a responsabilidade pelo fornecimento será pactuada na
§ 2o As ações destinadas a viabilizar o pleno exercício dos direi- Comissão Intergestores Tripartite;        (Incluído pela Lei nº 12.401,
tos de que trata este artigo constarão do regulamento da lei, a ser de 2011)
elaborado pelo órgão competente do Poder Executivo.       (Incluído II - no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de forma
pela Lei nº 11.108, de 2005) suplementar, com base nas relações de medicamentos instituídas
§ 3o Ficam os hospitais de todo o País obrigados a manter, em pelos gestores estaduais do SUS, e a responsabilidade pelo forneci-
local visível de suas dependências, aviso informando sobre o direito mento será pactuada na Comissão Intergestores Bipartite;        (In-
estabelecido no caput deste artigo.        (Incluído pela Lei nº 12.895, cluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
de 2013)
Art. 19-L. (VETADO)          (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)

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III - no âmbito de cada Município, de forma suplementar, com § 2o  (VETADO).        (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
base nas relações de medicamentos instituídas pelos gestores mu- Art. 19-S.  (VETADO).          (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
nicipais do SUS, e a responsabilidade pelo fornecimento será pac- Art. 19-T.  São vedados, em todas as esferas de gestão do
tuada no Conselho Municipal de Saúde.        (Incluído pela Lei nº SUS:           (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
12.401, de 2011) I - o pagamento, o ressarcimento ou o reembolso de medica-
Art. 19-Q.  A incorporação, a exclusão ou a alteração pelo SUS mento, produto e procedimento clínico ou cirúrgico experimental,
de novos medicamentos, produtos e procedimentos, bem como a ou de uso não autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sani-
constituição ou a alteração de protocolo clínico ou de diretriz tera- tária - ANVISA;         (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
pêutica, são atribuições do Ministério da Saúde, assessorado pela II - a dispensação, o pagamento, o ressarcimento ou o reembol-
Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS.        (In- so de medicamento e produto, nacional ou importado, sem registro
cluído pela Lei nº 12.401, de 2011) na Anvisa.     (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
§ 1o  A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Parágrafo único. Excetuam-se do disposto neste artigo:         (In-
SUS, cuja composição e regimento são definidos em regulamento, cluído pela Lei nº 14.313, de 2022)
contará com a participação de 1 (um) representante indicado pelo I - medicamento e produto em que a indicação de uso seja dis-
Conselho Nacional de Saúde e de 1 (um) representante, especialista tinta daquela aprovada no registro na Anvisa, desde que seu uso
na área, indicado pelo Conselho Federal de Medicina.        (Incluído tenha sido recomendado pela Comissão Nacional de Incorporação
pela Lei nº 12.401, de 2011) de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), demonstradas
§ 2o  O relatório da Comissão Nacional de Incorporação de Tec- as evidências científicas sobre a eficácia, a acurácia, a efetividade e
nologias no SUS levará em consideração, necessariamente:        (In- a segurança, e esteja padronizado em protocolo estabelecido pelo
cluído pela Lei nº 12.401, de 2011) Ministério da Saúde;         (Incluído pela Lei nº 14.313, de 2022)
I - as evidências científicas sobre a eficácia, a acurácia, a efeti- II - medicamento e produto recomendados pela Conitec e ad-
vidade e a segurança do medicamento, produto ou procedimento quiridos por intermédio de organismos multilaterais internacionais,
objeto do processo, acatadas pelo órgão competente para o regis- para uso em programas de saúde pública do Ministério da Saúde e
tro ou a autorização de uso; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) suas entidades vinculadas, nos termos do § 5º do art. 8º da Lei nº
II - a avaliação econômica comparativa dos benefícios e dos 9.782, de 26 de janeiro de 1999.          (Incluído pela Lei nº 14.313,
custos em relação às tecnologias já incorporadas, inclusive no que de 2022)
se refere aos atendimentos domiciliar, ambulatorial ou hospitalar, Art. 19-U.  A responsabilidade financeira pelo fornecimento de
quando cabível.         (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) medicamentos, produtos de interesse para a saúde ou procedimen-
§ 3º As metodologias empregadas na avaliação econômica a tos de que trata este Capítulo será pactuada na Comissão Interges-
que se refere o inciso II do § 2º deste artigo serão dispostas em re- tores Tripartite.          (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
gulamento e amplamente divulgadas, inclusive em relação aos indi-
cadores e parâmetros de custo-efetividade utilizados em combina- TÍTULO III
ção com outros critérios.      (Incluído pela Lei nº 14.313, de 2022) DOS SERVIÇOS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA À SAÙDE
Art. 19-R.  A incorporação, a exclusão e a alteração a que se
refere o art. 19-Q serão efetuadas mediante a instauração de pro- CAPÍTULO I
cesso administrativo, a ser concluído em prazo não superior a 180 DO FUNCIONAMENTO
(cento e oitenta) dias, contado da data em que foi protocolado o
pedido, admitida a sua prorrogação por 90 (noventa) dias corridos, Art. 20. Os serviços privados de assistência à saúde caracteri-
quando as circunstâncias exigirem.         (Incluído pela Lei nº 12.401, zam-se pela atuação, por iniciativa própria, de profissionais liberais,
de 2011) legalmente habilitados, e de pessoas jurídicas de direito privado na
§ 1o  O processo de que trata o caput deste artigo observará, promoção, proteção e recuperação da saúde.
no que couber, o disposto na Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, Art. 21. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
e as seguintes determinações especiais:          (Incluído pela Lei nº Art. 22. Na prestação de serviços privados de assistência à saú-
12.401, de 2011) de, serão observados os princípios éticos e as normas expedidas
I - apresentação pelo interessado dos documentos e, se cabível, pelo órgão de direção do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto às
das amostras de produtos, na forma do regulamento, com informa- condições para seu funcionamento.
ções necessárias para o atendimento do disposto no § 2o do art. Art. 23. É vedada a participação direta ou indireta de empre-
19-Q;  (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) sas ou de capitais estrangeiros na assistência à saúde, salvo através
II - (VETADO);        (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) de doações de organismos internacionais vinculados à Organização
III - realização de consulta pública que inclua a divulgação do das Nações Unidas, de entidades de cooperação técnica e de finan-
parecer emitido pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecno- ciamento e empréstimos.
logias no SUS;        (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) § 1° Em qualquer caso é obrigatória a autorização do órgão de
IV - realização de audiência pública, antes da tomada de deci- direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), submetendo-se
são, se a relevância da matéria justificar o evento.        (Incluído pela a seu controle as atividades que forem desenvolvidas e os instru-
Lei nº 12.401, de 2011) mentos que forem firmados.
V - distribuição aleatória, respeitadas a especialização e a com- § 2° Excetuam-se do disposto neste artigo os serviços de saúde
petência técnica requeridas para a análise da matéria;        (Incluí- mantidos, sem finalidade lucrativa, por empresas, para atendimen-
do pela Lei nº 14.313, de 2022) to de seus empregados e dependentes, sem qualquer ônus para a
VI - publicidade dos atos processuais.        (Incluído pela Lei nº seguridade social.
14.313, de 2022)
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Art. 23.  É permitida a participação direta ou indireta, inclusi- TÍTULO III-A


ve controle, de empresas ou de capital estrangeiro na assistência à (INCLUÍDO PELA LEI Nº 14.510, DE 2022)
saúde nos seguintes casos:        (Redação dada pela Lei nº 13.097, DA TELESSAÚDE 
de 2015)
I - doações de organismos internacionais vinculados à Organi- Art. 26-A. A telessaúde abrange a prestação remota de serviços
zação das Nações Unidas, de entidades de cooperação técnica e de relacionados a todas as profissões da área da saúde regulamenta-
financiamento e empréstimos;        (Incluído pela Lei nº 13.097, de das pelos órgãos competentes do Poder Executivo federal e obe-
2015) decerá aos seguintes princípios:    (Incluído pela Lei nº 14.510, de
II - pessoas jurídicas destinadas a instalar, operacionalizar ou 2022)
explorar:         (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015) I - autonomia do profissional de saúde;     (Incluído pela Lei nº
a) hospital geral, inclusive filantrópico, hospital especializado, 14.510, de 2022)
policlínica, clínica geral e clínica especializada; e        (Incluído pela II - consentimento livre e informado do paciente;
Lei nº 13.097, de 2015) III - direito de recusa ao atendimento na modalidade telessaú-
b) ações e pesquisas de planejamento familiar;        (Incluído de, com a garantia do atendimento presencial sempre que solicita-
pela Lei nº 13.097, de 2015) do;     (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
III - serviços de saúde mantidos, sem finalidade lucrativa, por IV - dignidade e valorização do profissional de saúde;     (Incluí-
empresas, para atendimento de seus empregados e dependentes, do pela Lei nº 14.510, de 2022)
sem qualquer ônus para a seguridade social; e         (Incluído pela Lei V - assistência segura e com qualidade ao paciente;     (Incluído
nº 13.097, de 2015) pela Lei nº 14.510, de 2022)
IV - demais casos previstos em legislação específica.          (In- VI - confidencialidade dos dados;     (Incluído pela Lei nº 14.510,
cluído pela Lei nº 13.097, de 2015) de 2022)
VII - promoção da universalização do acesso dos brasileiros às
CAPÍTULO II ações e aos serviços de saúde;    (Incluído pela Lei nº 14.510, de
DA PARTICIPAÇÃO COMPLEMENTAR 2022)
VIII - estrita observância das atribuições legais de cada profis-
Art. 24. Quando as suas disponibilidades forem insuficientes são;    (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
para garantir a cobertura assistencial à população de uma deter- IX - responsabilidade digital.    (Incluído pela Lei nº 14.510, de
minada área, o Sistema Único de Saúde (SUS) poderá recorrer aos 2022)
serviços ofertados pela iniciativa privada. Art. 26-B. Para fins desta Lei, considera-se telessaúde a moda-
Parágrafo único. A participação complementar dos serviços lidade de prestação de serviços de saúde a distância, por meio da
privados será formalizada mediante contrato ou convênio, observa- utilização das tecnologias da informação e da comunicação, que en-
das, a respeito, as normas de direito público. volve, entre outros, a transmissão segura de dados e informações
Art. 25. Na hipótese do artigo anterior, as entidades filantró- de saúde, por meio de textos, de sons, de imagens ou outras formas
picas e as sem fins lucrativos terão preferência para participar do adequadas.    (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
Sistema Único de Saúde (SUS). Parágrafo único. Os atos do profissional de saúde, quando pra-
Art. 26. Os critérios e valores para a remuneração de serviços ticados na modalidade telessaúde, terão validade em todo o territó-
e os parâmetros de cobertura assistencial serão estabelecidos pela rio nacional.    (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), aprovados no Art. 26-C. Ao profissional de saúde são asseguradas a liberdade
Conselho Nacional de Saúde. e a completa independência de decidir sobre a utilização ou não da
§ 1° Na fixação dos critérios, valores, formas de reajuste e de telessaúde, inclusive com relação à primeira consulta, atendimento
pagamento da remuneração aludida neste artigo, a direção nacio- ou procedimento, e poderá indicar a utilização de atendimento pre-
nal do Sistema Único de Saúde (SUS) deverá fundamentar seu ato sencial ou optar por ele, sempre que entender necessário.    (Inclu-
em demonstrativo econômico-financeiro que garanta a efetiva qua- ído pela Lei nº 14.510, de 2022)
lidade de execução dos serviços contratados. Art. 26-D. Compete aos conselhos federais de fiscalização do
§ 2° Os serviços contratados submeter-se-ão às normas técni- exercício profissional a normatização ética relativa à prestação dos
cas e administrativas e aos princípios e diretrizes do Sistema Único serviços previstos neste Título, aplicando-se os padrões normativos
de Saúde (SUS), mantido o equilíbrio econômico e financeiro do adotados para as modalidades de atendimento presencial, no que
contrato. não colidirem com os preceitos desta Lei.     (Incluído pela Lei nº
§ 3° (Vetado). 14.510, de 2022)
§ 4° Aos proprietários, administradores e dirigentes de entida- Art. 26-E. Na prestação de serviços por telessaúde, serão ob-
des ou serviços contratados é vedado exercer cargo de chefia ou servadas as normas expedidas pelo órgão de direção do Sistema
função de confiança no Sistema Único de Saúde (SUS). Único de Saúde (SUS) quanto às condições para seu funcionamento,
observada a competência dos demais órgãos reguladores.   (Incluí-
do pela Lei nº 14.510, de 2022)
Art. 26-F. O ato normativo que pretenda restringir a prestação
de serviço de telessaúde deverá demonstrar a imprescindibilida-
de da medida para que sejam evitados danos à saúde dos pacien-
tes.    (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
Art. 26-G. A prática da telessaúde deve seguir as seguintes de-
terminações:    (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022)
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO

I - ser realizada por consentimento livre e esclarecido do pa- Art. 32. São considerados de outras fontes os recursos prove-
ciente, ou de seu representante legal, e sob responsabilidade do nientes de:
profissional de saúde;    (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022) I - (Vetado)
II - prestar obediência aos ditames das Leis nºs 12.965, de 23 II - Serviços que possam ser prestados sem prejuízo da assis-
de abril de 2014 (Marco Civil da Internet), 12.842, de 10 de julho de tência à saúde;
2013 (Lei do Ato Médico), 13.709, de 14 de agosto de 2018 (Lei Ge- III - ajuda, contribuições, doações e donativos;
ral de Proteção de Dados), 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Códi- IV - alienações patrimoniais e rendimentos de capital;
go de Defesa do Consumidor) e, nas hipóteses cabíveis, aos ditames V - taxas, multas, emolumentos e preços públicos arrecadados
da  Lei nº 13.787, de 27 de dezembro de 2018  (Lei do Prontuário no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS); e
Eletrônico).    (Incluído pela Lei nº 14.510, de 2022) VI - rendas eventuais, inclusive comerciais e industriais.
Art. 26-H. É dispensada a inscrição secundária ou complemen- § 1° Ao Sistema Único de Saúde (SUS) caberá metade da receita
tar do profissional de saúde que exercer a profissão em outra juris- de que trata o inciso I deste artigo, apurada mensalmente, a qual
dição exclusivamente por meio da modalidade telessaúde.    (Inclu- será destinada à recuperação de viciados.
ído pela Lei nº 14.510, de 2022) § 2° As receitas geradas no âmbito do Sistema Único de Saúde
(SUS) serão creditadas diretamente em contas especiais, movimen-
TÍTULO IV tadas pela sua direção, na esfera de poder onde forem arrecadadas.
DOS RECURSOS HUMANOS § 3º As ações de saneamento que venham a ser executadas
supletivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), serão financia-
Art. 27. A política de recursos humanos na área da saúde será das por recursos tarifários específicos e outros da União, Estados,
formalizada e executada, articuladamente, pelas diferentes esferas Distrito Federal, Municípios e, em particular, do Sistema Financeiro
de governo, em cumprimento dos seguintes objetivos: da Habitação (SFH).
I - organização de um sistema de formação de recursos huma- § 4º (Vetado).
nos em todos os níveis de ensino, inclusive de pós-graduação, além § 5º As atividades de pesquisa e desenvolvimento científico e
da elaboração de programas de permanente aperfeiçoamento de tecnológico em saúde serão co-financiadas pelo Sistema Único de
pessoal; Saúde (SUS), pelas universidades e pelo orçamento fiscal, além de
II - (Vetado) recursos de instituições de fomento e financiamento ou de origem
III - (Vetado) externa e receita própria das instituições executoras.
IV - valorização da dedicação exclusiva aos serviços do Sistema § 6º (Vetado).
Único de Saúde (SUS).
Parágrafo único. Os serviços públicos que integram o Sistema CAPÍTULO II
Único de Saúde (SUS) constituem campo de prática para ensino e DA GESTÃO FINANCEIRA
pesquisa, mediante normas específicas, elaboradas conjuntamente
com o sistema educacional. Art. 33. Os recursos financeiros do Sistema Único de Saúde
Art. 28. Os cargos e funções de chefia, direção e assessora- (SUS) serão depositados em conta especial, em cada esfera de sua
mento, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), só poderão ser atuação, e movimentados sob fiscalização dos respectivos Conse-
exercidas em regime de tempo integral. lhos de Saúde.
§ 1° Os servidores que legalmente acumulam dois cargos ou § 1º Na esfera federal, os recursos financeiros, originários do
empregos poderão exercer suas atividades em mais de um estabe- Orçamento da Seguridade Social, de outros Orçamentos da União,
lecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). além de outras fontes, serão administrados pelo Ministério da Saú-
§ 2° O disposto no parágrafo anterior aplica-se também aos de, através do Fundo Nacional de Saúde.
servidores em regime de tempo integral, com exceção dos ocupan- § 2º (Vetado).
tes de cargos ou função de chefia, direção ou assessoramento. § 3º (Vetado).
Art. 29. (Vetado). § 4º O Ministério da Saúde acompanhará, através de seu siste-
Art. 30. As especializações na forma de treinamento em serviço ma de auditoria, a conformidade à programação aprovada da apli-
sob supervisão serão regulamentadas por Comissão Nacional, insti- cação dos recursos repassados a Estados e Municípios. Constatada
tuída de acordo com o art. 12 desta Lei, garantida a participação das a malversação, desvio ou não aplicação dos recursos, caberá ao Mi-
entidades profissionais correspondentes. nistério da Saúde aplicar as medidas previstas em lei.
Art. 34. As autoridades responsáveis pela distribuição da re-
TÍTULO V ceita efetivamente arrecadada transferirão automaticamente ao
DO FINANCIAMENTO Fundo Nacional de Saúde (FNS), observado o critério do parágrafo
único deste artigo, os recursos financeiros correspondentes às do-
CAPÍTULO I tações consignadas no Orçamento da Seguridade Social, a projetos
DOS RECURSOS e atividades a serem executados no âmbito do Sistema Único de
Saúde (SUS).
Art. 31. O orçamento da seguridade social destinará ao Sistema Parágrafo único. Na distribuição dos recursos financeiros da
Único de Saúde (SUS) de acordo com a receita estimada, os recursos Seguridade Social será observada a mesma proporção da despesa
necessários à realização de suas finalidades, previstos em proposta prevista de cada área, no Orçamento da Seguridade Social.
elaborada pela sua direção nacional, com a participação dos órgãos
da Previdência Social e da Assistência Social, tendo em vista as me-
tas e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO

Art. 35. Para o estabelecimento de valores a serem transferidos § 3º (Vetado).


a Estados, Distrito Federal e Municípios, será utilizada a combina- § 4º (Vetado).
ção dos seguintes critérios, segundo análise técnica de programas § 5º A cessão de uso dos imóveis de propriedade do Inamps
e projetos: para órgãos integrantes do Sistema Único de Saúde (SUS) será feita
I - perfil demográfico da região; de modo a preservá-los como patrimônio da Seguridade Social.
II - perfil epidemiológico da população a ser coberta; § 6º Os imóveis de que trata o parágrafo anterior serão inven-
III - características quantitativas e qualitativas da rede de saúde tariados com todos os seus acessórios, equipamentos e outros bens
na área; móveis e ficarão disponíveis para utilização pelo órgão de direção
IV - desempenho técnico, econômico e financeiro no período municipal do Sistema Único de Saúde - SUS ou, eventualmente,
anterior; pelo estadual, em cuja circunscrição administrativa se encontrem,
V - níveis de participação do setor saúde nos orçamentos esta- mediante simples termo de recebimento.
duais e municipais; § 7º (Vetado).
VI - previsão do plano qüinqüenal de investimentos da rede; § 8º  O acesso aos serviços de informática e bases de dados,
VII - ressarcimento do atendimento a serviços prestados para mantidos pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério do Trabalho
outras esferas de governo. e da Previdência Social, será assegurado às Secretarias Estaduais e
§ 1º Metade dos recursos destinados a Estados e Municípios Municipais de Saúde ou órgãos congêneres, como suporte ao pro-
será distribuída segundo o quociente de sua divisão pelo núme- cesso de gestão, de forma a permitir a gerencia informatizada das
ro de habitantes, independentemente de qualquer procedimen- contas e a disseminação de estatísticas sanitárias e epidemiológicas
to prévio.            (Revogado pela Lei Complementar nº 141, de médico-hospitalares.
2012)        (Vide Lei nº 8.142, de 1990) Art. 40. (Vetado)
§ 2º Nos casos de Estados e Municípios sujeitos a notório pro- Art. 41. As ações desenvolvidas pela Fundação das Pioneiras
cesso de migração, os critérios demográficos mencionados nesta lei Sociais e pelo Instituto Nacional do Câncer, supervisionadas pela
serão ponderados por outros indicadores de crescimento popula- direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), permanecerão
cional, em especial o número de eleitores registrados. como referencial de prestação de serviços, formação de recursos
§ 3º (Vetado). humanos e para transferência de tecnologia.
§ 4º (Vetado). Art. 42. (Vetado).
§ 5º (Vetado). Art. 43. A gratuidade das ações e serviços de saúde fica preser-
§ 6º O disposto no parágrafo anterior não prejudica a atuação vada nos serviços públicos contratados, ressalvando-se as cláusulas
dos órgãos de controle interno e externo e nem a aplicação de pe- dos contratos ou convênios estabelecidos com as entidades priva-
nalidades previstas em lei, em caso de irregularidades verificadas das.
na gestão dos recursos transferidos. Art. 44. (Vetado).
Art. 45. Os serviços de saúde dos hospitais universitários e de
CAPÍTULO III ensino integram-se ao Sistema Único de Saúde (SUS), mediante
DO PLANEJAMENTO E DO ORÇAMENTO convênio, preservada a sua autonomia administrativa, em relação
ao patrimônio, aos recursos humanos e financeiros, ensino, pesqui-
Art. 36. O processo de planejamento e orçamento do Sistema sa e extensão nos limites conferidos pelas instituições a que este-
Único de Saúde (SUS) será ascendente, do nível local até o federal, jam vinculados.
ouvidos seus órgãos deliberativos, compatibilizando-se as necessi- § 1º Os serviços de saúde de sistemas estaduais e municipais
dades da política de saúde com a disponibilidade de recursos em de previdência social deverão integrar-se à direção correspondente
planos de saúde dos Municípios, dos Estados, do Distrito Federal e do Sistema Único de Saúde (SUS), conforme seu âmbito de atuação,
da União. bem como quaisquer outros órgãos e serviços de saúde.
§ 1º Os planos de saúde serão a base das atividades e progra- § 2º Em tempo de paz e havendo interesse recíproco, os servi-
mações de cada nível de direção do Sistema Único de Saúde (SUS), ços de saúde das Forças Armadas poderão integrar-se ao Sistema
e seu financiamento será previsto na respectiva proposta orçamen- Único de Saúde (SUS), conforme se dispuser em convênio que, para
tária. esse fim, for firmado.
§ 2º É vedada a transferência de recursos para o financiamento Art. 46. o Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecerá mecanis-
de ações não previstas nos planos de saúde, exceto em situações mos de incentivos à participação do setor privado no investimento
emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde. em ciência e tecnologia e estimulará a transferência de tecnologia
Art. 37. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as dire- das universidades e institutos de pesquisa aos serviços de saúde
trizes a serem observadas na elaboração dos planos de saúde, em nos Estados, Distrito Federal e Municípios, e às empresas nacionais.
função das características epidemiológicas e da organização dos Art. 47. O Ministério da Saúde, em articulação com os níveis es-
serviços em cada jurisdição administrativa. taduais e municipais do Sistema Único de Saúde (SUS), organizará,
Art. 38. Não será permitida a destinação de subvenções e auxí- no prazo de dois anos, um sistema nacional de informações em saú-
lios a instituições prestadoras de serviços de saúde com finalidade de, integrado em todo o território nacional, abrangendo questões
lucrativa. epidemiológicas e de prestação de serviços.
Art. 48. (Vetado).
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS Art. 49. (Vetado).
Art. 39. (Vetado).
§ 1º (Vetado).
§ 2º (Vetado).
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO

Art. 50. Os convênios entre a União, os Estados e os Municípios, A partir da nova Constituição da República, várias iniciativas
celebrados para implantação dos Sistemas Unificados e Descentrali- institucionais, legais e comunitárias foram criando as condições de
zados de Saúde, ficarão rescindidos à proporção que seu objeto for viabilização plena do direito à saúde. Destacam-se, neste sentido,
sendo absorvido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). no âmbito jurídico institucional, as chamadas Leis Orgânicas da Saú-
Art. 51. (Vetado). de (Nº. 8.080/90 e 8.142/90), o Decreto Nº.99.438/90 e as Normas
Art. 52. Sem prejuízo de outras sanções cabíveis, constitui cri- Operacionais Básicas (NOB), editadas em 1991 e 1993.
me de emprego irregular de verbas ou rendas públicas (Código Pe- Com a Lei Nº 8.080/90, fica regulamentado o Sistema Único de
nal, art. 315) a utilização de recursos financeiros do Sistema Único Saúde - SUS, estabelecido pela Constituição Federal de 1988, que
de Saúde (SUS) em finalidades diversas das previstas nesta lei. agrega todos os serviços estatais − das esferas federal, estadual e
Art. 53. (Vetado). municipal − e os serviços privados (desde que contratados ou con-
Art. 53-A.  Na qualidade de ações e serviços de saúde, as ati- veniados) e que é responsabilizado, ainda que sem exclusividade,
vidades de apoio à assistência à saúde são aquelas desenvolvidas pela concretização dos princípios constitucionais.
pelos laboratórios de genética humana, produção e fornecimento As Normas Operacionais Básicas, por sua vez, a partir da ava-
de medicamentos e produtos para saúde, laboratórios de analises liação do estágio de implantação e desempenho do SUS, se voltam,
clínicas, anatomia patológica e de diagnóstico por imagem e são mais direta e imediatamente, para a definição de estratégias e mo-
livres à participação direta ou indireta de empresas ou de capitais vimentos táticos, que orientam a operacionalidade deste Sistema.
estrangeiros.           (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)
Art. 54. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. 2. FINALIDADE
Art. 55. São revogadas a  Lei nº. 2.312, de 3 de setembro de
1954, a Lei nº. 6.229, de 17 de julho de 1975, e demais disposições A presente Norma Operacional Básica tem por finalidade pri-
em contrário. mordial promover e consolidar o pleno exercício, por parte do po-
Brasília, 19 de setembro de 1990; 169º da Independência e der público municipal e do Distrito Federal, da função de gestor da
102º da República. atenção à saúde dos seus munícipes (Artigo 30, incisos V e VII, e Ar-
tigo 32, Parágrafo 1º, da Constituição Federal), com a conseqüente
redefinição das responsabilidades dos Estados, do Distrito Federal e
NORMA OPERACIONAL BÁSICA DO SISTEMA ÚNICO DE da União, avançando na consolidação dos princípios do SUS.
SAÚDE – NOB-SUS/1996 Esse exercício, viabilizado com a imprescindível cooperação
técnica e financeira dos poderes públicos estadual e federal, com-
preende, portanto, não só a responsabilidade por algum tipo de
PORTARIA Nº 2.203, DE 5 DE NOVEMBRO DE 1996.
prestação de serviços de saúde (Artigo 30, inciso VII), como, da
mesma forma, a responsabilidade pela gestão de um sistema que
O Ministro de Estado da Saúde, no uso de suas atribuições, e
atenda, com integralidade, à demanda das pessoas pela assistência
considerando que está expirado o prazo para apresentação de con-
à saúde e às exigências sanitárias ambientais (Artigo 30, inciso V).
tribuições ao aperfeiçoamento da Norma Operacional Básica – NOB
Busca-se, dessa forma, a plena responsabilidade do poder pú-
1/96 do Sistema Único de Saúde (SUS), o qual foi definido pela Por-
blico municipal. Assim, esse poder se responsabiliza como também
taria nº 1.742, de 30 de agosto de 1996, e prorrogado por recomen-
pode ser responsabilizado, ainda que não isoladamente. Os pode-
dação da Plenária da 10ª Conferência Nacional de Saúde, resolve:
res públicos estadual e federal são sempre co-responsáveis, na res-
Art. 1º Aprovar, nos termos do texto anexo a esta Portaria, a
pectiva competência ou na ausência da função municipal (inciso II
NOB 1/96, a qual redefine o modelo de gestão do Sistema Único de
do Artigo 23, da Constituição Federal). Essa responsabilidade, no
Saúde, constituindo, por conseguinte, instrumento imprescindível à
entanto, não exclui o papel da família, da comunidade e dos pró-
viabilização da atenção integral à saúde da população e ao discipli-
prios indivíduos, na promoção, proteção e recuperação da saúde.
namento das relações entre as três esferas de gestão do Sistema.
Isso implica aperfeiçoar a gestão dos serviços de saúde no país
Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
e a própria organização do Sistema, visto que o município passa a
ADIB D. JATENE
ser, de fato, o responsável imediato pelo atendimento das necessi-
dades e demandas de saúde do seu povo e das exigências de inter-
ANEXO
venções saneadoras em seu território.
1. INTRODUÇÃO
Ao tempo em que aperfeiçoa a gestão do SUS, esta NOB aponta
para uma reordenação do modelo de atenção à saúde, na medida
Os ideais históricos de civilidade, no âmbito da saúde, conso-
em que redefine:
lidados na Constituição de 1988, concretizam-se, na vivência coti-
a) os papéis de cada esfera de governo e, em especial, no to-
diana do povo brasileiro, por intermédio de um crescente entendi-
cante à direção única;
mento e incorporação de seus princípios ideológicos e doutrinários,
b) os instrumentos gerenciais para que municípios e estados
como, também, pelo exercício de seus princípios organizacionais.
superem o papel exclusivo de prestadores de serviços e assumam
Esses ideais foram transformados, na Carta Magna, em direito
seus respectivos papéis de gestores do SUS;
à saúde, o que significa que cada um e todos os brasileiros devem
c) os mecanismos e fluxos de financiamento, reduzindo pro-
construir e usufruir de políticas públicas − econômicas e sociais −
gressiva e continuamente a remuneração por produção de serviços
que reduzam riscos e agravos à saúde. Esse direito significa, igual-
e ampliando as transferências de caráter global, fundo a fundo, com
mente, o acesso universal (para todos) e equânime (com justa igual-
base em programações ascendentes, pactuadas e integradas;
dade) a serviços e ações de promoção, proteção e recuperação da
saúde (atendimento integral).
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LEGISLAÇÃO

d) a prática do acompanhamento, controle e avaliação no SUS, dade para as entidades filantrópicas), têm que estar organizadas
superando os mecanismos tradicionais, centrados no faturamento e coordenadas, de modo que o gestor municipal possa garantir à
de serviços produzidos, e valorizando os resultados advindos de população o acesso aos serviços e a disponibilidade das ações e dos
programações com critérios epidemiológicos e desempenho com meios para o atendimento integral.
qualidade; Isso significa dizer que, independentemente da gerência dos
e) os vínculos dos serviços com os seus usuários, privilegian- estabelecimentos prestadores de serviços ser estatal ou privada, a
do os núcleos familiares e comunitários, criando, assim, condições gestão de todo o sistema municipal é, necessariamente, da compe-
para uma efetiva participação e controle social. tência do poder público e exclusiva desta esfera de governo, respei-
tadas as atribuições do respectivo Conselho e de outras diferentes
3. CAMPOS DA ATENÇÃO À SAÚDE instâncias de poder. Assim, nesta NOB gerência é conceituada como
sendo a administração de uma unidade ou órgão de saúde (ambu-
A atenção à saúde, que encerra todo o conjunto de ações leva- latório, hospital, instituto, fundação etc.), que se caracteriza como
das a efeito pelo SUS, em todos os níveis de governo, para o aten- prestador de serviços ao Sistema. Por sua vez, gestão é a atividade
dimento das demandas pessoais e das exigências ambientais, com- e a responsabilidade de dirigir um sistema de saúde (municipal, es-
preende três grandes campos, a saber: tadual ou nacional), mediante o exercício de funções de coorde-
a) o da assistência, em que as atividades são dirigidas às pesso- nação, articulação, negociação, planejamento, acompanhamento,
as, individual ou coletivamente, e que é prestada no âmbito ambu- controle, avaliação e auditoria. São, portanto, gestores do SUS os
latorial e hospitalar, bem como em outros espaços, especialmente Secretários Municipais e Estaduais de Saúde e o Ministro da Saúde,
no domiciliar; que representam, respectivamente, os governos municipais, esta-
b) o das intervenções ambientais, no seu sentido mais amplo, duais e federal.
incluindo as relações e as condições sanitárias nos ambientes de A criação e o funcionamento desse sistema municipal possibili-
vida e de trabalho, o controle de vetores e hospedeiros e a opera- tam uma grande responsabilização dos municípios, no que se refere
ção de sistemas de saneamento ambiental (mediante o pacto de à saúde de todos os residentes em seu território. No entanto, pos-
interesses, as normalizações, as fiscalizações e outros); e sibilitam, também, um elevado risco de atomização desordenada
c) o das políticas externas ao setor saúde, que interferem nos dessas partes do SUS, permitindo que um sistema municipal se de-
determinantes sociais do processo saúde-doença das coletividades, senvolva em detrimento de outro, ameaçando, até mesmo, a uni-
de que são partes importantes questões relativas às políticas ma- cidade do SUS. Há que se integrar, harmonizar e modernizar, com
croeconômicas, ao emprego, à habitação, à educação, ao lazer e à eqüidade, os sistemas municipais.
disponibilidade e qualidade dos alimentos. A realidade objetiva do poder público, nos municípios brasi-
Convém ressaltar que as ações de política setorial em saúde, leiros, é muito diferenciada, caracterizando diferentes modelos de
bem como as administrativas − planejamento, comando e controle organização, de diversificação de atividades, de disponibilidade de
− são inerentes e integrantes do contexto daquelas envolvidas na recursos e de capacitação gerencial, o que, necessariamente, confi-
assistência e nas intervenções ambientais. Ações de comunicação e gura modelos distintos de gestão.
de educação também compõem, obrigatória e permanentemente, O caráter diferenciado do modelo de gestão é transitório, vez
a atenção à saúde. que todo e qualquer município pode ter uma gestão plenamente
Nos três campos referidos, enquadra-se, então, todo o espectro desenvolvida, levando em conta que o poder constituído, neste ní-
de ações compreendidas nos chamados níveis de atenção à saúde, vel, tem uma capacidade de gestão intrinsecamente igual e os seus
representados pela promoção, pela proteção e pela recuperação, segmentos populacionais dispõem dos mesmos direitos.
nos quais deve ser sempre priorizado o caráter preventivo. A operacionalização das condições de gestão, propostas por
É importante assinalar que existem, da mesma forma, conjun- esta NOB, considera e valoriza os vários estágios já alcançados pe-
tos de ações que configuram campos clássicos de atividades na área los estados e pelos municípios, na construção de uma gestão plena.
da saúde pública, constituídos por uma agregação simultânea de Já a redefinição dos papéis dos gestores estadual e federal,
ações próprias do campo da assistência e de algumas próprias do consoante a finalidade desta Norma Operacional, é, portanto, fun-
campo das intervenções ambientais, de que são partes importantes damental para que possam exercer as suas competências especí-
as atividades de vigilância epidemiológica e de vigilância sanitária. ficas de gestão e prestar a devida cooperação técnica e financeira
aos municípios.
4. SISTEMA DE SAÚDE MUNICIPAL O poder público estadual tem, então, como uma de suas res-
ponsabilidades nucleares, mediar a relação entre os sistemas muni-
A totalidade das ações e de serviços de atenção à saúde, no cipais; o federal de mediar entre os sistemas estaduais. Entretanto,
âmbito do SUS, deve ser desenvolvida em um conjunto de esta- quando ou enquanto um município não assumir a gestão do sis-
belecimentos, organizados em rede regionalizada e hierarquizada, tema municipal, é o Estado que responde, provisoriamente, pela
e disciplinados segundo subsistemas, um para cada município - o gestão de um conjunto de serviços capaz de dar atenção integral
SUS-Municipal - voltado ao atendimento integral de sua própria po- àquela população que necessita de um sistema que lhe é próprio.
pulação e inserido de forma indissociável no SUS, em suas abran- As instâncias básicas para a viabilização desses propósitos inte-
gências estadual e nacional. gradores e harmonizadores são os fóruns de negociação, integrados
Os estabelecimentos desse subsistema municipal, do SUS-Mu- pelos gestores municipal, estadual e federal − a Comissão Interges-
nicipal, não precisam ser, obrigatoriamente, de propriedade da tores Tripartite (CIT) − e pelos gestores estadual e municipal − a Co-
prefeitura, nem precisam ter sede no território do município. Suas missão Intergestores Bipartite (CIB). Por meio dessas instâncias e
ações, desenvolvidas pelas unidades estatais (próprias, estaduais dos Conselhos de Saúde, são viabilizados os princípios de unicidade
ou federais) ou privadas (contratadas ou conveniadas, com priori- e de eqüidade.
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LEGISLAÇÃO

Nas CIB e CIT são apreciadas as composições dos sistemas mu- Em função dessas peculiaridades, o pagamento final a um es-
nicipais de saúde, bem assim pactuadas as programações entre ges- tabelecimento pela prestação de serviços requeridos na localidade
tores e integradas entre as esferas de governo. Da mesma forma, ou encaminhados de outro município é sempre feito pelo poder pú-
são pactuados os tetos financeiros possíveis − dentro das disponibi- blico do município sede do estabelecimento.
lidades orçamentárias conjunturais − oriundos dos recursos das três Os recursos destinados ao pagamento das diversas ações de
esferas de governo, capazes de viabilizar a atenção às necessida- atenção à saúde prestadas entre municípios são alocados, pre-
des assistenciais e às exigências ambientais. O pacto e a integração viamente, pelo gestor que demanda esses serviços, ao município
das programações constituem, fundamentalmente, a conseqüência sede do prestador. Este município incorpora os recursos ao seu
prática da relação entre os gestores do SUS. teto financeiro. A orçamentação é feita com base na programação
A composição dos sistemas municipais e a ratificação dessas pactuada e integrada entre gestores, que, conforme já referido, é
programações, nos Conselhos de Saúde respectivos, permitem a mediada pelo estado e aprovada na CIB regional e estadual e no
construção de redes regionais que, certamente, ampliam o aces- respectivo Conselho de Saúde.
so, com qualidade e menor custo. Essa dinâmica contribui para que Quando um município, que demanda serviços a outro, ampliar
seja evitado um processo acumulativo injusto, por parte de alguns a sua própria capacidade resolutiva, pode requerer, ao gestor es-
municípios (quer por maior disponibilidade tecnológica, quer por tadual, que a parte de recursos alocados no município vizinho seja
mais recursos financeiros ou de informação), com a conseqüente realocada para o seu município.
espoliação crescente de outros. Esses mecanismos conferem um caráter dinâmico e permanen-
As tarefas de harmonização, de integração e de modernização te ao processo de negociação da programação integrada, em parti-
dos sistemas municipais, realizadas com a devida eqüidade (admi- cular quanto à referência intermunicipal.
tido o princípio da discriminação positiva, no sentido da busca da
justiça, quando do exercício do papel redistributivo), competem, 6. PAPEL DO GESTOR ESTADUAL
portanto, por especial, ao poder público estadual. Ao federal, in-
cumbe promovê-las entre as Unidades da Federação. São identificados quatro papéis básicos para o estado, os quais
O desempenho de todos esses papéis é condição para a conso- não são, necessariamente, exclusivos e seqüenciais. A explicitação
lidação da direção única do SUS, em cada esfera de governo, para a a seguir apresentada tem por finalidade permitir o entendimento
efetivação e a permanente revisão do processo de descentralização da função estratégica perseguida para a gestão neste nível de Go-
e para a organização de redes regionais de serviços hierarquizados. verno.
O primeiro desses papéis é exercer a gestão do SUS, no âmbito
5. RELAÇÕES ENTRE OS SISTEMAS MUNICIPAIS estadual.
O segundo papel é promover as condições e incentivar o poder
Os sistemas municipais de saúde apresentam níveis diferentes municipal para que assuma a gestão da atenção a saúde de seus
de complexidade, sendo comum estabelecimentos ou órgãos de munícipes, sempre na perspectiva da atenção integral.
saúde de um município atenderem usuários encaminhados por ou- O terceiro é assumir, em caráter transitório (o que não significa
tro. Em vista disso, quando o serviço requerido para o atendimento caráter complementar ou concorrente), a gestão da atenção à saú-
da população estiver localizado em outro município, as negociações de daquelas populações pertencentes a municípios que ainda não
para tanto devem ser efetivadas exclusivamente entre os gestores tomaram para si esta responsabilidade.
municipais. As necessidades reais não atendidas são sempre a força motriz
Essa relação, mediada pelo estado, tem como instrumento de para exercer esse papel, no entanto, é necessário um esforço do
garantia a programação pactuada e integrada na CIB regional ou gestor estadual para superar tendências históricas de complemen-
estadual e submetida ao Conselho de Saúde correspondente. A tar a responsabilidade do município ou concorrer com esta função,
discussão de eventuais impasses, relativos à sua operacionalização, o que exige o pleno exercício do segundo papel.
deve ser realizada também no âmbito dessa Comissão, cabendo, ao Finalmente, o quarto, o mais importante e permanente papel
gestor estadual, a decisão sobre problemas surgidos na execução do estado é ser o promotor da harmonização, da integração e da
das políticas aprovadas. No caso de recurso, este deve ser apresen- modernização dos sistemas municipais, compondo, assim, o SUSEs-
tado ao Conselho Estadual de Saúde (CES). tadual.
Outro aspecto importante a ser ressaltado é que a gerência O exercício desse papel pelo gestor requer a configuração de
(comando) dos estabelecimentos ou órgãos de saúde de um muni- sistemas de apoio logístico e de atuação estratégica que envolvem
cípio é da pessoa jurídica que opera o serviço, sejam estes estatais responsabilidades nas três esferas de governo e são sumariamente
(federal, estadual ou municipal) ou privados. Assim, a relação desse caracterizados como de:
gerente deve ocorrer somente com o gestor do município onde o a) informação informatizada;
seu estabelecimento está sediado, seja para atender a população b) financiamento;
local, seja para atender a referenciada de outros municípios. c) programação, acompanhamento, controle e avaliação;
O gestor do sistema municipal é responsável pelo controle, pela d) apropriação de custos e avaliação econômica;
avaliação e pela auditoria dos prestadores de serviços de saúde (es- e) desenvolvimento de recursos humanos;
tatais ou privados) situados em seu município. No entanto, quando f) desenvolvimento e apropriação de ciência e tecnologias; e
um gestor municipal julgar necessário uma avaliação específica ou g) comunicação social e educação em saúde.
auditagem de uma entidade que lhe presta serviços, localizada em
outro município, recorre ao gestor estadual.

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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO

O desenvolvimento desses sistemas, no âmbito estadual, de- f) desenvolvimento e apropriação de ciência e tecnologias; e
pende do pleno funcionamento do CES e da CIB, nos quais se via- g) comunicação social e educação em saúde.
bilizam a negociação e o pacto com os diversos atores envolvidos. O desenvolvimento desses sistemas depende, igualmente, da
Depende, igualmente, da ratificação das programações e decisões viabilização de negociações com os diversos atores envolvidos e da
relativas aos tópicos a seguir especificados: ratificação das programações e decisões, o que ocorre mediante o
a) plano estadual de saúde, contendo as estratégias, as prio- pleno funcionamento do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e da
ridades e as respectivas metas de ações e serviços resultantes, so- CIT.
bretudo, da integração das programações dos sistemas municipais; Depende, além disso, do redimensionamento da direção nacio-
b) estruturação e operacionalização do componente estadual nal do Sistema, tanto em termos da estrutura, quanto de agilidade
do Sistema Nacional de Auditoria; e de integração, como no que se refere às estratégias, aos meca-
c) estruturação e operacionalização dos sistemas de processa- nismos e aos instrumentos de articulação com os demais níveis de
mento de dados, de informação epidemiológica, de produção de gestão, destacando-se:
serviços e de insumos críticos; a) a elaboração do Plano Nacional de Saúde, contendo as es-
d) estruturação e operacionalização dos sistemas de vigilância tratégias, as prioridades nacionais e as metas da programação inte-
epidemiológica, de vigilância sanitária e de vigilância alimentar e grada nacional, resultante, sobretudo, das programações estaduais
nutricional; e dos demais órgãos governamentais, que atuam na prestação de
e) estruturação e operacionalização dos sistemas de recursos serviços, no setor saúde;
humanos e de ciência e tecnologia; b) a viabilização de processo permanente de articulação das
f) elaboração do componente estadual de programações de políticas externas ao setor, em especial com os órgãos que detém,
abrangência nacional, relativas a agravos que constituam riscos de no seu conjunto de atribuições, a responsabilidade por ações ati-
disseminação para além do seu limite territorial; nentes aos determinantes sociais do processo saúde-doença das
g) elaboração do componente estadual da rede de laboratórios coletividades;
de saúde pública; c) o aperfeiçoamento das normas consubstanciadas em dife-
h) estruturação e operacionalização do componente estadual rentes instrumentos legais, que regulamentam, atualmente, as
de assistência farmacêutica; transferências automáticas de recursos financeiros, bem como as
i) responsabilidade estadual no tocante à prestação de servi- modalidades de prestação de contas;
ços ambulatoriais e hospitalares de alto custo, ao tratamento fora d) a definição e a explicitação dos fluxos financeiros próprios
do domicílio e à disponibilidade de medicamentos e insumos espe- do SUS, frente aos órgãos governamentais de controle interno e ex-
ciais, sem prejuízo das competências dos sistemas municipais; terno e aos Conselhos de Saúde, com ênfase na diferenciação entre
j) definição e operação das políticas de sangue e hemoderiva- as transferências automáticas a estados e municípios com função
dos; e gestora;
k) manutenção de quadros técnicos permanentes e compatí- e) a criação e a consolidação de critérios e mecanismos de alo-
veis com o exercício do papel de gestor estadual; cação de recursos federais e estaduais para investimento, fundados
l) implementação de mecanismos visando a integração das po- em prioridades definidas pelas programações e pelas estratégias
líticas e das ações de relevância para a saúde da população, de que das políticas de reorientação do Sistema;
são exemplos aquelas relativas a saneamento, recursos hídricos, f) a transformação nos mecanismos de financiamento fede-
habitação e meio ambiente. ral das ações, com o respectivo desenvolvimento de novas formas
de informatização, compatíveis à natureza dos grupos de ações,
7. PAPEL DO GESTOR FEDERAL especialmente as básicas, de serviços complementares e de pro-
cedimentos de alta e média complexidade, estimulando o uso dos
No que respeita ao gestor federal, são identificados quatro pa- mesmos pelos gestores estaduais e municipais;
péis básicos, quais sejam: g) o desenvolvimento de sistemáticas de transferência de re-
a) exercer a gestão do SUS, no âmbito nacional; cursos vinculada ao fornecimento regular, oportuno e suficiente de
b) promover as condições e incentivar o gestor estadual com informações específicas, e que agreguem o conjunto de ações e ser-
vistas ao desenvolvimento dos sistemas municipais, de modo a con- viços de atenção à saúde, relativo a grupos prioritários de eventos
formar o SUS-Estadual; vitais ou nosológicos;
c) fomentar a harmonização, a integração e a modernização h) a adoção, como referência mínima, das tabelas nacionais de
dos sistemas estaduais compondo, assim, o SUS-Nacional; e valores do SUS, bem assim a flexibilização do seu uso diferenciado
d) exercer as funções de normalização e de coordenação no pelos gestores estaduais e municipais, segundo prioridades locais e
que se refere à gestão nacional do SUS. ou regionais;
Da mesma forma que no âmbito estadual, o exercício dos pa- i) o incentivo aos gestores estadual e municipal ao pleno exer-
péis do gestor federal requer a configuração de sistemas de apoio cício das funções de controle, avaliação e auditoria, mediante o de-
logístico e de atuação estratégica, que consolidam os sistemas es- senvolvimento e a implementação de instrumentos operacionais,
taduais e propiciam, ao SUS, maior eficiência com qualidade, quais para o uso das esferas gestoras e para a construção efetiva do Siste-
sejam: ma Nacional de Auditoria;
a) informação informatizada; j) o desenvolvimento de atividades de educação e de comuni-
b) financiamento; cação social;
c) programação, acompanhamento, controle e avaliação;
d) apropriação de custos e avaliação econômica;
e) desenvolvimento de recursos humanos;
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO

k) o incremento da capacidade reguladora da direção nacional As conclusões das negociações pactuadas na CIT e na CIB são
do SUS, em relação aos sistemas complementares de prestação de formalizadas em ato próprio do gestor respectivo. Aquelas referen-
serviços ambulatoriais e hospitalares de alto custo, de tratamento tes a matérias de competência dos Conselhos de Saúde, definidas
fora do domicílio, bem assim de disponibilidade de medicamentos por força da Lei Orgânica, desta NOB ou de resolução específica
e insumos especiais; dos respectivos Conselhos são submetidas previamente a estes
l) a reorientação e a implementação dos sistemas de vigilância para aprovação. As demais resoluções devem ser encaminhadas,
epidemiológica, de vigilância sanitária, de vigilância alimentar e nu- no prazo máximo de 15 dias decorridos de sua publicação, para
tricional, bem como o redimensionamento das atividades relativas conhecimento, avaliação e eventual recurso da parte que se julgar
à saúde do trabalhador e às de execução da vigilância sanitária de prejudicada, inclusive no que se refere à habilitação dos estados e
portos, aeroportos e fronteiras; municípios às condições de gestão desta Norma.
m) a reorientação e a implementação dos diversos sistemas de
informações epidemiológicas, bem assim de produção de serviços 9. BASES PARA UM NOVO MODELO DE ATENÇÃO À SAÚDE
e de insumos críticos;
n) a reorientação e a implementação do sistema de redes de A composição harmônica, integrada e modernizada do SUS
laboratórios de referência para o controle da qualidade, para a vigi- visa, fundamentalmente, atingir a dois propósitos essenciais à con-
lância sanitária e para a vigilância epidemiológica; cretização dos ideais constitucionais e, portanto, do direito à saúde,
o) a reorientação e a implementação da política nacional de que são:
assistência farmacêutica; a) a consolidação de vínculos entre diferentes segmentos so-
p) o apoio e a cooperação a estados e municípios para a imple- ciais e o SUS; e
mentação de ações voltadas ao controle de agravos, que constitu- b) a criação de condições elementares e fundamentais para a
am risco de disseminação nacional; eficiência e a eficácia gerenciais, com qualidade.
q) a promoção da atenção à saúde das populações indígenas, O primeiro propósito é possível porque, com a nova formulação
realizando, para tanto, as articulações necessárias, intra e interse- dos sistemas municipais, tanto os segmentos sociais, minimamente
torial; agregados entre si com sentimento comunitário − os munícipes −,
r) a elaboração de programação nacional, pactuada com os es- quanto a instância de poder político-administrativo, historicamente
tados, relativa à execução de ações específicas voltadas ao controle reconhecida e legitimada − o poder municipal − apropriam-se de
de vetores responsáveis pela transmissão de doenças, que consti- um conjunto de serviços bem definido, capaz de desenvolver uma
tuem risco de disseminação regional ou nacional, e que exijam a programação de atividades publicamente pactuada. Com isso, fica
eventual intervenção do poder federal; bem caracterizado o gestor responsável; as atividades são gerencia-
s) a identificação dos serviços estaduais e municipais de refe- das por pessoas perfeitamente identificáveis; e os resultados mais
rência nacional, com vistas ao estabelecimento dos padrões técni- facilmente usufruídos pela população.
cos da assistência à saúde; O conjunto desses elementos propicia uma nova condição de
t) a estimulação, a indução e a coordenação do desenvolvimen- participação com vínculo, mais criativa e realizadora para as pesso-
to científico e tecnológico no campo da saúde, mediante interlo- as, e que acontece não-somente nas instâncias colegiadas formais
cução crítica das inovações científicas e tecnológicas, por meio da − conferências e conselhos − mas em outros espaços constituídos
articulação intra e intersetorial; por atividades sistemáticas e permanentes, inclusive dentro dos
u) a participação na formulação da política e na execução das próprios serviços de atendimento.
ações de saneamento básico. Cada sistema municipal deve materializar, de forma efetiva, a
vinculação aqui explicitada. Um dos meios, certamente, é a institui-
8. DIREÇÃO E ARTICULAÇÃO ção do cartão SUS-MUNICIPAL, com numeração nacional, de modo
a identificar o cidadão com o seu sistema e agregá-lo ao sistema
A direção do Sistema Único de Saúde (SUS), em cada esfera de nacional. Essa numeração possibilita uma melhor referência inter-
governo, é composta pelo órgão setorial do poder executivo e pelo municipal e garante o atendimento de urgência por qualquer servi-
respectivo Conselho de Saúde, nos termos das Leis Nº 8.080/90 e ço de saúde, estatal ou privado, em todo o País. A regulamentação
Nº 8.142/1990. desse mecanismo de vinculação será objeto de discussão e apro-
O processo de articulação entre os gestores, nos diferentes ní- vação pelas instâncias colegiadas competentes, com conseqüente
veis do Sistema, ocorre, preferencialmente, em dois colegiados de formalização por ato do MS.
negociação: a Comissão Intergestores Tripartite (CIT) e a Comissão O segundo propósito é factível, na medida em que estão perfei-
Intergestores Bipartite (CIB). tamente identificados os elementos críticos essenciais a uma ges-
A CIT é composta, paritariamente, por representação do Minis- tão eficiente e a uma produção eficaz, a saber:
tério da Saúde (MS), do Conselho Nacional de Secretários Estaduais a) a clientela que, direta e imediatamente, usufrui dos serviços;
de Saúde (CONASS) e do Conselho Nacional de Secretários Munici- b) o conjunto organizado dos estabelecimentos produtores
pais de Saúde (CONASEMS). desses serviços; e
A CIB, composta igualmente de forma paritária, é integrada por c) a programação pactuada, com a correspondente orçamen-
representação da Secretaria Estadual de Saúde (SES) e do Conselho tação participativa.
Estadual de Secretários Municipais de Saúde (COSEMS) ou órgão Os elementos, acima apresentados, contribuem para um ge-
equivalente. Um dos representantes dos municípios é o Secretário renciamento que conduz à obtenção de resultados efetivos, a
de Saúde da Capital. A Bipartite pode operar com subcomissões re- despeito da indisponibilidade de estímulos de um mercado consu-
gionais. midor espontâneo. Conta, no entanto, com estímulos agregados,
decorrentes de um processo de gerenciamento participativo e, so-
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO

bretudo, da concreta possibilidade de comparação com realidades Além da ampliação do objeto, da mudança do método e da tec-
muito próximas, representadas pelos resultados obtidos nos siste- nologia predominantes, enfoque central deve ser dado à questão
mas vizinhos. da ética. O modelo vigente – assentado na lógica da clínica – ba-
A ameaça da ocorrência de gastos exagerados, em decorrência seia-se, principalmente, na ética do médico, na qual a pessoa (o seu
de um processo de incorporação tecnológica acrítico e desregulado, objeto) constitui o foco nuclear da atenção.
é um risco que pode ser minimizado pela radicalização na reorgani- O novo modelo de atenção deve perseguir a construção da
zação do SUS: um Sistema regido pelo interesse público e balizado, ética do coletivo que incorpora e transcende a ética do individual.
por um lado, pela exigência da universalização e integralidade com Dessa forma é incentivada a associação dos enfoques clínico e epi-
eqüidade e, por outro, pela própria limitação de recursos, que deve demiológico. Isso exige, seguramente, de um lado, a transformação
ser programaticamente respeitada. na relação entre o usuário e os agentes do sistema de saúde (resta-
Esses dois balizamentos são objeto da programação elaborada belecendo o vínculo entre quem presta o serviço e quem o recebe)
no âmbito municipal, e sujeita à ratificação que, negociada e pactu- e, de outro, a intervenção ambiental, para que sejam modificados
ada nas instâncias estadual e federal, adquire a devida racionalida- fatores determinantes da situação de saúde.
de na alocação de recursos em face às necessidades. Nessa nova relação, a pessoa é estimulada a ser agente da sua
Assim, tendo como referência os propósitos anteriormente ex- própria saúde e da saúde da comunidade que integra. Na interven-
plicitados, a presente Norma Operacional Básica constitui um im- ção ambiental, o SUS assume algumas ações específicas e busca a
portante mecanismo indutor da conformação de um novo modelo articulação necessária com outros setores, visando a criação das
de atenção à saúde, na medida em que disciplina o processo de or- condições indispensáveis à promoção, à proteção e à recuperação
ganização da gestão desta atenção, com ênfase na consolidação da da saúde.
direção única em cada esfera de governo e na construção da rede
regionalizada e hierarquizada de serviços. 10.FINANCIAMENTO DAS AÇÕES E SERVIÇOS DE SAÚDE
Essencialmente, o novo modelo de atenção deve resultar na
ampliação do enfoque do modelo atual, alcançando-se, assim, a 10.1.Responsabilidades
efetiva integralidade das ações. Essa ampliação é representada pela
incorporação, ao modelo clínico dominante (centrado na doença), O financiamento do SUS é de responsabilidade das três esferas
do modelo epidemiológico, o qual requer o estabelecimento de vín- de governo e cada uma deve assegurar o aporte regular de recur-
culos e processos mais abrangentes. sos, ao respectivo fundo de saúde.
O modelo vigente, que concentra sua atenção no caso clí- Conforme determina o Artigo 194 da Constituição Federal, a
nico, na relação individualizada entre o profissional e o paciente, Saúde integra a Seguridade Social, juntamente com a Previdência e
na intervenção terapêutica armada (cirúrgica ou medicamentosa) a Assistência Social. No inciso VI do parágrafo único desse mesmo
específica, deve ser associado, enriquecido, transformado em um Artigo, está determinado que a Seguridade Social será organizada
modelo de atenção centrado na qualidade de vida das pessoas e do pelo poder público, observada a “diversidade da base de financia-
seu meio ambiente, bem como na relação da equipe de saúde com mento”.
a comunidade, especialmente, com os seus núcleos sociais primá- Já o Artigo 195 determina que a Seguridade Social será finan-
rios – as famílias. Essa prática, inclusive, favorece e impulsiona as ciada com recursos provenientes dos orçamentos da União, dos
mudanças globais, intersetoriais. Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e de Contribuições
O enfoque epidemiológico atende ao compromisso da integra- Sociais.
lidade da atenção, ao incorporar, como objeto das ações, a pessoa, 10.2. Fontes
o meio ambiente e os comportamentos interpessoais. Nessa cir-
cunstância, o método para conhecimento da realidade complexa e As principais fontes específicas da Seguridade Social incidem
para a realização da intervenção necessária fundamenta-se mais na sobre a Folha de Salários (Fonte 154), o Faturamento (Fonte 153 -
síntese do que nas análises, agregando, mais do que isolando, dife- COFINS) e o Lucro (Fonte 151 - Lucro Líquido).
rentes fatores e variáveis. Até 1992, todas essas fontes integravam o orçamento do Mi-
Os conhecimentos − resultantes de identificações e compre- nistério da Saúde e ainda havia aporte significativo de fontes fiscais
ensões − que se faziam cada vez mais particularizados e isolados (Fonte 100 - Recursos Ordinários, provenientes principalmente da
(com grande sofisticação e detalhamento analítico) devem possibi- receita de impostos e taxas). A partir de 1993, deixou de ser re-
litar, igualmente, um grande esforço de visibilidade e entendimento passada ao MS a parcela da Contribuição sobre a Folha de Salários
integrador e globalizante, com o aprimoramento dos processos de (Fonte 154, arrecadada pelo Instituto Nacional de Seguridade Social
síntese, sejam lineares, sistêmicos ou dialéticos. - INSS).
Além da ampliação do objeto e da mudança no método, o mo- Atualmente, as fontes que asseguram o maior aporte de recur-
delo adota novas tecnologias, em que os processos de educação sos ao MS são a Contribuição sobre o Faturamento (Fonte 153 -
e de comunicação social constituem parte essencial em qualquer COFINS) e a Contribuição sobre o Lucro Líquido (Fonte 151), sendo
nível ou ação, na medida em que permitem a compreensão globa- que os aportes provenientes de Fontes Fiscais são destinados pra-
lizadora a ser perseguida, e fundamentam a negociação necessária ticamente à cobertura de despesas com Pessoal e Encargos Sociais.
à mudança e à associação de interesses conscientes. É importante, Dentro da previsibilidade de Contribuições Sociais na esfera fe-
nesse âmbito, a valorização da informação informatizada. deral, no âmbito da Seguridade Social, uma fonte específica para
financiamento do SUS -a Contribuição Provisória sobre Movimen-
tações Financeiras - está criada, ainda que em caráter provisório.

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A solução definitiva depende de uma reforma tributária que reveja As obrigações que vierem a ser assumidas pelo Ministério da
esta e todas as demais bases tributárias e financeiras do Governo, Saúde, decorrentes da implantação desta NOB e que gerem aumen-
da Seguridade e, portanto, da Saúde. to de despesa, serão previamente discutidas com o Ministério do
Nas esferas estadual e municipal, além dos recursos oriundos Planejamento e Orçamento e o Ministério da Fazenda.
do respectivo Tesouro, o financiamento do SUS conta com recursos
transferidos pela União aos Estados e pela União e Estados aos Mu- 11. PROGRAMAÇÃO, CONTROLE, AVALIAÇÃO E AUDITORIA
nicípios. Esses recursos devem ser previstos no orçamento e iden-
tificados nos fundos de saúde estadual e municipal como receita 11.1. Programação Pactuada e Integrada - PPI
operacional proveniente da esfera federal e ou estadual e utilizados
na execução de ações previstas nos respectivos planos de saúde e 11.1.1. A PPI envolve as atividades de assistência ambulatorial
na PPI. e hospitalar, de vigilância sanitária e de epidemiologia e controle de
doenças, constituindo um instrumento essencial de reorganização
10.3.Transferências Intergovernamentais e Contrapartidas do modelo de atenção e da gestão do SUS, de alocação dos recur-
sos e de explicitação do pacto estabelecido entre as três esferas
As transferências, regulares ou eventuais, da União para es- de governo. Essa Programação traduz as responsabilidades de cada
tados, municípios e Distrito Federal estão condicionadas à contra- município com a garantia de acesso da população aos serviços de
partida destes níveis de governo, em conformidade com as normas saúde, quer pela oferta existente no próprio município, quer pelo
legais vigentes (Lei de Diretrizes Orçamentárias e outras). encaminhamento a outros municípios, sempre por intermédio de
O reembolso das despesas, realizadas em função de atendi- relações entre gestores municipais, mediadas pelo gestor estadual.
mentos prestados por unidades públicas a beneficiários de planos 11.1.2. O processo de elaboração da Programação Pactuada
privados de saúde, constitui fonte adicional de recursos. Por isso, e entre gestores e Integrada entre esferas de governo deve respei-
consoante à legislação federal específica, estados e municípios de- tar a autonomia de cada gestor: o município elabora sua própria
vem viabilizar estrutura e mecanismos operacionais para a arreca- programação, aprovando-a no CMS; o estado harmoniza e compa-
dação desses recursos e a sua destinação exclusiva aos respectivos tibiliza as programações municipais, incorporando as ações sob sua
fundos de saúde. responsabilidade direta, mediante negociação na CIB, cujo resulta-
Os recursos de investimento são alocados pelo MS, mediante do é deliberado pelo CES.
a apresentação pela SES da programação de prioridades de inves- 11.1.3. A elaboração da PPI deve se dar num processo ascen-
timentos, devidamente negociada na CIB e aprovada pelo CES, até dente, de base municipal, configurando, também, as responsabili-
o valor estabelecido no orçamento do Ministério, e executados de dades do estado na busca crescente da eqüidade, da qualidade da
acordo com a legislação pertinente. atenção e na conformação da rede regionalizada e hierarquizada
de serviços.
10.4.Tetos financeiros dos Recursos Federais 11.1.4. A Programação observa os princípios da integralidade
das ações de saúde e da direção única em cada nível de governo,
Os recursos de custeio da esfera federal, destinados às ações e traduzindo todo o conjunto de atividades relacionadas a uma po-
serviços de saúde, configuram o Teto Financeiro Global (TFG), cujo pulação específica e desenvolvidas num território determinado, in-
valor, para cada estado e cada município, é definido com base na dependente da vinculação institucional do órgão responsável pela
PPI. O teto financeiro do estado contém os tetos de todos os muni- execução destas atividades. Os órgãos federais, estaduais e munici-
cípios, habilitados ou não a qualquer uma das condições de gestão. pais, bem como os prestadores conveniados e contratados têm suas
O Teto Financeiro Global do Estado (TFGE) é constituído, para ações expressas na programação do município em que estão locali-
efeito desta NOB, pela soma dos Tetos Financeiros da Assistência zados, na medida em que estão subordinados ao gestor municipal.
(TFA), da Vigilância Sanitária (TFVS) e da Epidemiologia e Controle 11.1.5. A União define normas, critérios, instrumentos e pra-
de Doenças (TFECD). zos, aprova a programação de ações sob seu controle − inscritas na
O TFGE, definido com base na PPI, é submetido pela SES ao MS, programação pelo estado e seus municípios − incorpora as ações
após negociação na CIB e aprovação pelo CES. O valor final do teto sob sua responsabilidade direta e aloca os recursos disponíveis, se-
e suas revisões são fixados com base nas negociações realizadas no gundo os valores apurados na programação e negociados na CIT,
âmbito da CIT − observadas as reais disponibilidades financeiras do cujo resultado é deliberado pelo CNS.
MS − e formalizado em ato do Ministério. 11.1.6.A elaboração da programação observa critérios e parâ-
O Teto Financeiro Global do Município (TFGM), também defi- metros definidos pelas Comissões Intergestores e aprovados pelos
nido consoante à programação integrada, é submetido pela SMS à respectivos Conselhos. No tocante aos recursos de origem federal,
SES, após aprovação pelo CMS. O valor final desse Teto e suas revi- os critérios, prazos e fluxos de elaboração da programação integra-
sões são fixados com base nas negociações realizadas no âmbito da da e de suas reprogramações periódicas ou extraordinárias são fixa-
CIB − observados os limites do TFGE − e formalizado em ato próprio dos em ato normativo do MS e traduzem as negociações efetuadas
do Secretário Estadual de Saúde.. na CIT e as deliberações do CNS.
Todos os valores referentes a pisos, tetos, frações, índices, bem 11.2. Controle, Avaliação e Auditoria
como suas revisões, são definidos com base na PPI, negociados nas 11.2.1. O cadastro de unidades prestadoras de serviços de saú-
Comissões Intergestores (CIB e CIT), formalizados em atos dos ges- de (UPS), completo e atualizado, é requisito básico para programar
tores estadual e federal e aprovados previamente nos respectivos a contratação de serviços assistenciais e para realizar o controle da
Conselhos (CES e CNS). regularidade dos faturamentos. Compete ao órgão gestor do SUS

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LEGISLAÇÃO

responsável pelo relacionamento com cada UPS, seja própria, con- Consiste na transferência de valores diretamente do Fundo Na-
tratada ou conveniada, a garantia da atualização permanente dos cional de Saúde aos fundos estaduais e municipais, independente
dados cadastrais, no banco de dados nacional. de convênio ou instrumento congênere, segundo as condições de
11.2.2. Os bancos de dados nacionais, cujas normas são defi- gestão estabelecidas nesta NOB. Esses recursos podem correspon-
nidas pelos órgãos do MS, constituem instrumentos essenciais ao der a uma ou mais de uma das situações descritas a seguir.
exercício das funções de controle, avaliação e auditoria. Por conse- 12.1.1. Piso Assistencial Básico (PAB)
guinte, os gestores municipais e estaduais do SUS devem garantir a O PAB consiste em um montante de recursos financeiros desti-
alimentação permanente e regular desses bancos, de acordo com a nado ao custeio de procedimentos e ações de assistência básica, de
relação de dados, informações e cronogramas previamente estabe- responsabilidade tipicamente municipal. Esse Piso é definido pela
lecidos pelo MS e pelo CNS. multiplicação de um valor per capita nacional pela população de
11.2.3. As ações de auditoria analítica e operacional consti- cada município (fornecida pelo IBGE), e transferido regular e auto-
tuem responsabilidades das três esferas gestoras do SUS, o que exi- maticamente ao fundo de saúde ou conta especial dos municípios
ge a estruturação do respectivo órgão de controle, avaliação e audi- e, transitoriamente, ao fundo estadual, conforme condições estipu-
toria,incluindo a definição dos recursos e da metodologia adequada ladas nesta NOB. As transferências do PAB aos estados correspon-
de trabalho. É função desse órgão definir, também, instrumentos dem, exclusivamente, ao valor para cobertura da população resi-
para a realização das atividades, consolidar as informações neces- dente em municípios ainda não habilitados na forma desta Norma
sárias, analisar os resultados obtidos em decorrência de suas ações, Operacional.
propor medidas corretivas e interagir com outras áreas da adminis- O elenco de procedimentos custeados pelo PAB, assim como
tração, visando o pleno exercício, pelo gestor, de suas atribuições, o valor per capita nacional único − base de cálculo deste Piso − são
de acordo com a legislação que regulamenta o Sistema Nacional de propostos pela CIT e votados no CNS. Nessas definições deve ser
Auditoria no âmbito do SUS. observado o perfil de serviços disponíveis na maioria dos municí-
11.2.4. As ações de controle devem priorizar os procedimen- pios, objetivando o progressivo incremento desses serviços, até que
tos técnicos e administrativos prévios à realização de serviços e à a atenção integral à saúde esteja plenamente organizada, em todo
ordenação dos respectivos pagamentos, com ênfase na garantia da o País. O valor per capita nacional único é reajustado com a mesma
autorização de internações e procedimentos ambulatoriais − tendo periodicidade, tendo por base, no mínimo, o incremento médio da
como critério fundamental a necessidade dos usuários − e o rigoro- tabela de procedimentos do Sistema de Informações Ambulatoriais
so monitoramento da regularidade e da fidedignidade dos registros do SUS (SIA/SUS).
de produção e faturamento de serviços. A transferência total do PAB será suspensa no caso da não-ali-
11.2.5. O exercício da função gestora no SUS, em todos os ní- mentação, pela SMS junto à SES, dos bancos de dados de interesse
veis de governo, exige a articulação permanente das ações de pro- nacional, por mais de dois meses consecutivos.
gramação, controle, avaliação e auditoria; a integração operacional 12.1.2. Incentivo aos Programas de Saúde da Família (PSF) e de
das unidades organizacionais, que desempenham estas atividades, Agentes Comunitários de Saúde (PACS)
no âmbito de cada órgão gestor do Sistema; e a apropriação dos Fica estabelecido um acréscimo percentual ao montante do
seus resultados e a identificação de prioridades, no processo de de- PAB, de acordo com os critérios a seguir relacionados, sempre que
cisão política da alocação dos recursos. estiverem atuando integradamente à rede municipal, equipes de
11.2.6. O processo de reorientação do modelo de atenção e saúde da família, agentes comunitários de saúde, ou estratégias si-
de consolidação do SUS requer o aperfeiçoamento e a dissemina- milares de garantia da integralidade da assistência, avaliadas pelo
ção dos instrumentos e técnicas de avaliação de resultados e do órgão do MS (SAS/MS) com base em normas da direção nacional
impacto das ações do Sistema sobre as condições de saúde da po- do SUS.
pulação, priorizando o enfoque epidemiológico e propiciando a per- a) Programa de Saúde da Família (PSF):
manente seleção de prioridade de intervenção e a reprogramação •acréscimo de 3% sobre o valor do PAB para cada 5% da po-
contínua da alocação de recursos. O acompanhamento da execução pulação coberta, até atingir 60% da população total do município;
das ações programadas é feito permanentemente pelos gestores e •acréscimo de 5% para cada 5% da população coberta entre
periodicamente pelos respectivos Conselhos de Saúde, com base 60% e 90% da população total do município; e
em informações sistematizadas, que devem possibilitar a avaliação •acréscimo de 7% para cada 5% da população coberta entre
qualitativa e quantitativa destas ações. A avaliação do cumprimento 90% e 100% da população total do município.
das ações programadas em cada nível de governo deve ser feita em Esses acréscimos têm, como limite, 80% do valor do PAB origi-
Relatório de Gestão Anual, cujo roteiro de elaboração será apresen- nal do município.
tado pelo MS e apreciado pela CIT e pelo CNS. b) Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS):
•acréscimo de 1% sobre o valor do PAB para cada 5% da po-
12.CUSTEIO DA ASSISTÊNCIA HOSPITALAR E AMBULATORIAL pulação coberta até atingir 60% da população total do município;
•acréscimo de 2% para cada 5% da população coberta entre
Os recursos de custeio da esfera federal destinados à assis- 60% e 90% da população total do município; e
tência hospitalar e ambulatorial, conforme mencionado anterior- •acréscimo de 3% para cada 5% da população coberta entre
mente, configuram o TFA, e os seus valores podem ser executados 90% e 100% da população total do município.
segundo duas modalidades: Transferência Regular e Automática Esses acréscimos têm, como limite, 30% do valor do PAB origi-
(Fundo a Fundo) e Remuneração por Serviços Produzidos. nal do município.
12.1. Transferência Regular e Automática Fundo a Fundo c) Os percentuais não são cumulativos quando a população co-
berta pelo PSF e pelo PACS ou por estratégias similares for a mesma.

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Os percentuais acima referidos são revistos quando do incre- Esses valores estão incluídos no TFA do estado e do município
mento do valor per capita nacional único, utilizado para o cálculo e são executados mediante ordenação de pagamento por parte do
do PAB e do elenco de procedimentos relacionados a este Piso. Essa gestor. Para municípios e estados que recebem transferências de
revisão é proposta na CIT e votada no CNS. Por ocasião da incorpo- tetos da assistência (TFAM e TFAE, respectivamente), conforme as
ração desses acréscimos, o teto financeiro da assistência do estado condições de gestão estabelecidas nesta NOB, os valores relativos à
é renegociado na CIT e apreciado pelo CNS. remuneração por serviços produzidos estão incluídos nos tetos da
A ausência de informações que comprovem a produção mensal assistência, definidos na CIB.
das equipes, durante dois meses consecutivos ou quatro alternados A modalidade de pagamento direto, pelo gestor federal, a pres-
em um ano, acarreta a suspensão da transferência deste acréscimo. tadores de serviços ocorre apenas nas situações em que não fazem
12.1.3. Fração Assistencial Especializada (FAE) parte das transferências regulares e automáticas fundo a fundo,
É um montante que corresponde a procedimentos ambulato- conforme itens a seguir especificados.
riais de média complexidade, medicamentos e insumos excepcio- 12.2.1. Remuneração de Internações Hospitalares
nais, órteses e próteses ambulatoriais e Tratamento Fora do Domi- Consiste no pagamento dos valores apurados por intermédio
cílio (TFD), sob gestão do estado. do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), englo-
O órgão competente do MS formaliza, por portaria, esse elenco bando o conjunto de procedimentos realizados em regime de in-
a partir de negociação na CIT e que deve ser objeto da programação ternação, com base na Autorização de Internação Hospitalar (AIH),
integrada quanto a sua oferta global no estado. documento este de autorização e fatura de serviços.
A CIB explicita os quantitativos e respectivos valores desses 12.2.2. Remuneração de Procedimentos Ambulatoriais de Alto
procedimentos, que integram os tetos financeiros da assistência Custo/ Complexidade
dos municípios em gestão plena do sistema de saúde e os que per- Consiste no pagamento dos valores apurados por intermédio
manecem sob gestão estadual. Neste último, o valor programado do SIA/SUS, com base na Autorização de Procedimentos de Alto
da FAE é transferido, regular e automaticamente, do Fundo Nacio- Custo (APAC), documento este que identifica cada paciente e as-
nal ao Fundo Estadual de Saúde, conforme as condições de gestão segura a prévia autorização e o registro adequado dos serviços que
das SES definidas nesta NOB. Não integram o elenco de procedi- lhe foram prestados. Compreende procedimentos ambulatoriais in-
mentos cobertos pela FAE aqueles relativos ao PAB e os definidos tegrantes do SIA/SUS definidos na CIT e formalizados por portaria
como de alto custo/complexidade por portaria do órgão competen- do órgão competente do Ministério (SAS/MS).
te do Ministério (SAS/MS). 12.2.3. Remuneração Transitória por Serviços Produzidos
12.1.4. Teto Financeiro da Assistência do Município (TFAM) O MS é responsável pela remuneração direta, por serviços pro-
É um montante que corresponde ao financiamento do conjunto duzidos, dos procedimentos relacionados ao PAB e à FAE, enquanto
das ações assistenciais assumidas pela SMS. O TFAM é transferido, houver municípios que não estejam na condição de gestão semiple-
regular e automaticamente, do Fundo Nacional ao Fundo Municipal na da NOB 01/93 ou nas condições de gestão municipal definidas
de Saúde, de acordo com as condições de gestão estabelecidas por nesta NOB naqueles estados em condição de gestão convencional.
esta NOB e destina-se ao custeio dos serviços localizados no territó- 12.2.4. Fatores de Incentivo e Índices de Valorização
rio do município (exceção feita àqueles eventualmente excluídos da O Fator de Incentivo ao Desenvolvimento do Ensino e da Pes-
gestão municipal por negociação na CIB). quisa em Saúde (FIDEPS) e o Índice de Valorização Hospitalar de
12.1.5. Teto Financeiro da Assistência do Estado (TFAE) Emergência (IVH-E), bem como outros fatores e ou índices que
É um montante que corresponde ao financiamento do conjun- incidam sobre a remuneração por produção de serviços, eventu-
to das ações assistenciais sob a responsabilidade da SES. O TFAE almente estabelecidos, estão condicionados aos critérios definidos
corresponde ao TFA fixado na CIT e formalizado em portaria do ór- em nível federal e à avaliação da CIB em cada Estado. Esses fatores
gão competente do Ministério (SAS/MS). e índices integram o teto financeiro da assistência do município e
Esses valores são transferidos, regular e automaticamente, do do respectivo estado.
Fundo Nacional ao Fundo Estadual de Saúde, de acordo com as con-
dições de gestão estabelecidas por esta NOB, deduzidos os valores 13. CUSTEIO DAS AÇÕES DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA
comprometidos com as transferências regulares e automáticas ao
conjunto de municípios do estado (PAB e TFAM). Os recursos da esfera federal destinados à vigilância sanitária
12.1.6. Índice de Valorização de Resultados (IVR) configuram o Teto Financeiro da Vigilância Sanitária (TFVS) e os seus
Consiste na atribuição de valores adicionais equivalentes a até valores podem ser executados segundo duas modalidades: Trans-
2% do teto financeiro da assistência do estado, transferidos, regular ferência Regular e Automática Fundo a Fundo e Remuneração de
e automaticamente, do Fundo Nacional ao Fundo Estadual de Saú- Serviços Produzidos.
de, como incentivo à obtenção de resultados de impacto positivo 13.1. Transferência Regular e Automática Fundo a Fundo
sobre as condições de saúde da população, segundo critérios defi- Consiste na transferência de valores diretamente do Fundo Na-
nidos pela CIT e fixados em portaria do órgão competente do Minis- cional de Saúde aos fundos estaduais e municipais, independente
tério (SAS/MS). Os recursos do IVR podem ser transferidos pela SES de convênio ou instrumento congênere, segundo as condições de
às SMS, conforme definição da CIB. gestão estabelecidas nesta NOB. Esses recursos podem correspon-
12.2. Remuneração por Serviços Produzidos der a uma ou mais de uma das situações descritas a seguir.
Consiste no pagamento direto aos prestadores estatais ou pri- 13.1.1. Piso Básico de Vigilância Sanitária (PBVS)
vados contratados e conveniados, contra apresentação de faturas, Consiste em um montante de recursos financeiros destinado ao
referente a serviços realizados conforme programação e mediante custeio de procedimentos e ações básicas da vigilância sanitária, de
prévia autorização do gestor, segundo valores fixados em tabelas responsabilidade tipicamente municipal. Esse Piso é definido pela
editadas pelo órgão competente do Ministério (SAS/MS). multiplicação de um valor per capita nacional pela população de
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cada município (fornecida pelo IBGE), transferido, regular e auto- O valor desse Teto para cada estado é definido em negociação
maticamente, ao fundo de saúde ou conta especial dos municípios na CIT, com base na PPI, a partir das informações fornecidas pelo
e, transitoriamente, dos estados, conforme condições estipuladas Comitê Interinstitucional de Epidemiologia e formalizado em ato
nesta NOB. O PBVS somente será transferido a estados para cober- próprio do órgão específico do MS (FNS/MS).
tura da população residente em municípios ainda não habilitados Esse Comitê, vinculado ao Secretário Estadual de Saúde, arti-
na forma desta Norma Operacional. culando os órgãos de epidemiologia da SES, do MS no estado e de
O elenco de procedimentos custeados pelo PBVS, assim como outras entidades que atuam no campo da epidemiologia e controle
o valor per capita nacional único − base de cálculo deste Piso − , de doenças, é uma instância permanente de estudos, pesquisas,
são definidos em negociação na CIT e formalizados por portaria do análises de informações e de integração de instituições afins.
órgão competente do Ministério (Secretaria de Vigilância Sanitária Os valores do TFECD podem ser executados por ordenação do
- SVS/MS), previamente aprovados no CNS. Nessa definição deve órgão específico do MS, conforme as modalidades apresentadas a
ser observado o perfil de serviços disponíveis na maioria dos muni- seguir.
cípios, objetivando o progressivo incremento das ações básicas de 14.1. Transferência Regular e Automática Fundo a Fundo
vigilância sanitária em todo o País. Esses procedimentos integram Consiste na transferência de valores diretamente do Fundo Na-
o Sistema de Informação de Vigilância Sanitária do SUS (SIVS/SUS). cional de Saúde aos Fundos Estaduais e Municipais, independente-
13.1.2. Índice de Valorização do Impacto em Vigilância Sanitá- mente de convênio ou instrumento congênere, segundo as condi-
ria (IVISA) ções de gestão estabelecidas nesta NOB e na PPI, aprovada na CIT
Consiste na atribuição de valores adicionais equivalentes a até e no CNS.
2% do teto financeiro da vigilância sanitária do estado, a serem 14.2. Remuneração por Serviços Produzidos
transferidos, regular e automaticamente, do Fundo Nacional ao Consiste no pagamento direto às SES e SMS, pelas ações de
Fundo Estadual de Saúde, como incentivo à obtenção de resultados epidemiologia e controle de doenças, conforme tabela de procedi-
de impacto significativo sobre as condições de vida da população, mentos discutida na CIT e aprovada no CNS, editada pelo MS, ob-
segundo critérios definidos na CIT, e fixados em portaria do órgão servadas as condições de gestão estabelecidas nesta NOB, contra
competente do Ministério (SVS/MS), previamente aprovados no apresentação de demonstrativo de atividades realizadas, encami-
CNS. Os recursos do IVISA podem ser transferidos pela SES às SMS, nhado pela SES ou SMS ao MS.
conforme definição da CIB. 14.3. Transferência por Convênio
13.2. Remuneração Transitória por Serviços Produzidos Consiste na transferência de recursos oriundos do órgão espe-
13.2.1. Programa Desconcentrado de Ações de Vigilância Sani- cífico do MS (FNS/MS), por intermédio do Fundo Nacional de Saú-
tária (PDAVS) de, mediante programação e critérios discutidos na CIT e aprovados
Consiste no pagamento direto às SES e SMS, pela prestação de pelo CNS, para:
serviços relacionados às ações de competência exclusiva da SVS/ a) estímulo às atividades de epidemiologia e controle de do-
MS, contra a apresentação de demonstrativo de atividades realiza- enças;
das pela SES ao Ministério. Após negociação e aprovação na CIT e b) custeio de operações especiais em epidemiologia e controle
prévia aprovação no CNS, e observadas as condições estabelecidas de doenças;
nesta NOB, a SVS/MS publica a tabela de procedimentos do PDAVS c) financiamento de projetos de cooperação técnico-científica
e o valor de sua remuneração. na área de epidemiologia e controle de doenças, quando encami-
13.2.2. Ações de Média e Alta Complexidade em Vigilância Sa- nhados pela CIB.
nitária
Consiste no pagamento direto às SES e às SMS, pela execução 15. CONDIÇÕES DE GESTÃO DO MUNICÍPIO
de ações de média e alta complexidade de competência estadual
e municipal contra a apresentação de demonstrativo de atividades As condições de gestão, estabelecidas nesta NOB, explicitam
realizadas ao MS. Essas ações e o valor de sua remuneração são as responsabilidades do gestor municipal, os requisitos relativos às
definidos em negociação na CIT e formalizados em portaria do ór- modalidades de gestão e as prerrogativas que favorecem o seu de-
gão competente do Ministério (SVS/MS), previamente aprovadas sempenho.
no CNS. A habilitação dos municípios às diferentes condições de gestão
significa a declaração dos compromissos assumidos por parte do
14. CUSTEIO DAS AÇÕES DE EPIDEMIOLOGIA E DE CONTROLE gestor perante os outros gestores e perante a população sob sua
DE DOENÇAS responsabilidade.
A partir desta NOB, os municípios podem habilitar-se em duas
Os recursos da esfera federal destinados às ações de epide- condições:
miologia e controle de doenças não contidas no elenco de proce- a) GESTÃO PLENA DA ATENÇÃO BÁSICA; e
dimentos do SIA/SUS e SIH/SUS configuram o Teto Financeiro de b) GESTÃO PLENA DO SISTEMA MUNICIPAL.
Epidemiologia e Controle de Doenças (TFECD). Os municípios que não aderirem ao processo de habilitação
O elenco de procedimentos a serem custeados com o TFECD permanecem, para efeito desta Norma Operacional, na condição de
é definido em negociação na CIT, aprovado pelo CNS e formalizado prestadores de serviços ao Sistema, cabendo ao estado a gestão do
em ato próprio do órgão específico do MS (Fundação Nacional de SUS naquele território municipal, enquanto for mantida a situação
Saúde -FNS/MS). As informações referentes ao desenvolvimento de não-habilitado.
dessas ações integram sistemas próprios de informação definidos 15.1. GESTÃO PLENA DA ATENÇÃO BÁSICA
pelo Ministério da Saúde. 15.1.1. Responsabilidades

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a) Elaboração de programação municipal dos serviços básicos, i) Comprovar a capacidade para o desenvolvimento de ações
inclusive domiciliares e comunitários, e da proposta de referência de vigilância epidemiológica.
ambulatorial especializada e hospitalar para seus munícipes, com j) Comprovar a disponibilidade de estrutura de recursos huma-
incorporação negociada à programação estadual. nos para supervisão e auditoria da rede de unidades, dos profissio-
b) Gerência de unidades ambulatoriais próprias. nais e dos serviços realizados.
c) Gerência de unidades ambulatoriais do estado ou da União, 15.1.3. Prerrogativas
salvo se a CIB ou a CIT definir outra divisão de responsabilidades. a) Transferência, regular e automática, dos recursos correspon-
d) Reorganização das unidades sob gestão pública (estatais, dentes ao Piso da Atenção Básica (PAB).
conveniadas e contratadas), introduzindo a prática do cadastra- b) Transferência, regular e automática, dos recursos correspon-
mento nacional dos usuários do SUS, com vistas à vinculação de dentes ao Piso Básico de Vigilância Sanitária (PBVS).
clientela e à sistematização da oferta dos serviços. c) Transferência, regular e automática, dos recursos correspon-
e) Prestação dos serviços relacionados aos procedimentos co- dentes às ações de epidemiologia e de controle de doenças.
bertos pelo PAB e acompanhamento, no caso de referência interna d) Subordinação, à gestão municipal, de todas as unidades bá-
ou externa ao município, dos demais serviços prestados aos seus sicas de saúde, estatais ou privadas (lucrativas e filantrópicas), esta-
munícipes, conforme a PPI, mediado pela relação gestor-gestor com belecidas no território municipal.
a SES e as demais SMS. 15.2. GESTÃO PLENA DO SISTEMA MUNICIPAL
f) Contratação, controle, auditoria e pagamento aos prestado- 15.2.1. Responsabilidades
res dos serviços contidos no PAB. a) Elaboração de toda a programação municipal, contendo, in-
g) Operação do SIA/SUS quanto a serviços cobertos pelo PAB, clusive, a referência ambulatorial especializada e hospitalar, com
conforme normas do MS, e alimentação, junto à SES, dos bancos de incorporação negociada à programação estadual.
dados de interesse nacional. b) Gerência de unidades próprias, ambulatoriais e hospitalares,
h) Autorização, desde que não haja definição em contrário da inclusive as de referência.
CIB, das internações hospitalares e dos procedimentos ambulato- c) Gerência de unidades ambulatoriais e hospitalares do estado
riais especializados, realizados no município, que continuam sendo e da União, salvo se a CIB ou a CIT definir outra divisão de respon-
pagos por produção de serviços. sabilidades.
i) Manutenção do cadastro atualizado das unidades assisten- d) Reorganização das unidades sob gestão pública (estatais,
ciais sob sua gestão, segundo normas do MS. conveniadas e contratadas), introduzindo a prática do cadastra-
j) Avaliação permanente do impacto das ações do Sistema so- mento nacional dos usuários do SUS, com vistas à vinculação da
bre as condições de saúde dos seus munícipes e sobre o seu meio clientela e sistematização da oferta dos serviços.
ambiente. e) Garantia da prestação de serviços em seu território, inclusive
k) Execução das ações básicas de vigilância sanitária, incluídas os serviços de referência aos não-residentes, no caso de referência
no PBVS. interna ou externa ao município, dos demais serviços prestados aos
l) Execução das ações básicas de epidemiologia, de controle de seus munícipes, conforme a PPI, mediado pela relação gestor-ges-
doenças e de ocorrências mórbidas, decorrentes de causas exter- tor com a SES e as demais SMS.
nas, como acidentes, violências e outras, incluídas no TFECD. f) Normalização e operação de centrais de controle de procedi-
m) Elaboração do relatório anual de gestão e aprovação pelo mentos ambulatoriais e hospitalares relativos à assistência aos seus
CMS. munícipes e à referência intermunicipal.
15.1.2. Requisitos g) Contratação, controle, auditoria e pagamento aos prestado-
a) Comprovar o funcionamento do CMS. res de serviços ambulatoriais e hospitalares, cobertos pelo TFGM.
b) Comprovar a operação do Fundo Municipal de Saúde. h) Administração da oferta de procedimentos ambulatoriais de
c) Apresentar o Plano Municipal de Saúde e comprometer-se alto custo e procedimentos hospitalares de alta complexidade con-
a participar da elaboração e da implementação da PPI do estado, forme a PPI e segundo normas federais e estaduais.
bem assim da alocação de recursos expressa na programação. i) Operação do SIH e do SIA/SUS, conforme normas do MS, e
d) Comprovar capacidade técnica e administrativa e condições alimentação, junto às SES, dos bancos de dados de interesse na-
materiais para o exercício de suas responsabilidades e prerrogativas cional.
quanto à contratação, ao pagamento, ao controle e à auditoria dos j) Manutenção do cadastro atualizado de unidades assistenciais
serviços sob sua gestão. sob sua gestão, segundo normas do MS.
e) Comprovar a dotação orçamentária do ano e o dispêndio k) Avaliação permanente do impacto das ações do Sistema
realizado no ano anterior, correspondente à contrapartida de re- sobre as condições de saúde dos seus munícipes e sobre o meio
cursos financeiros próprios do Tesouro Municipal, de acordo com a ambiente.
legislação em vigor. l) Execução das ações básicas, de média e alta complexidade
f) Formalizar junto ao gestor estadual, com vistas à CIB, após em vigilância sanitária, bem como, opcionalmente, as ações do
aprovação pelo CMS, o pleito de habilitação, atestando o cumpri- PDAVS.
mento dos requisitos relativos à condição de gestão pleiteada. m) Execução de ações de epidemiologia, de controle de do-
g) Dispor de médico formalmente designado como responsável enças e de ocorrências mórbidas, decorrentes de causas externas,
pela autorização prévia, controle e auditoria dos procedimentos e como acidentes, violências e outras incluídas no TFECD.
serviços realizados. 15.2.2. Requisitos
h) Comprovar a capacidade para o desenvolvimento de ações a) Comprovar o funcionamento do CMS.
de vigilância sanitária. b) Comprovar a operação do Fundo Municipal de Saúde.

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c) Participar da elaboração e da implementação da PPI do esta- 16. CONDIÇÕES DE GESTÃO DO ESTADO


do, bem assim da alocação de recursos expressa na programação.
d) Comprovar capacidade técnica e administrativa e condições As condições de gestão, estabelecidas nesta NOB, explicitam
materiais para o exercício de suas responsabilidades e prerrogativas as responsabilidades do gestor estadual, os requisitos relativos às
quanto à contratação, ao pagamento, ao controle e à auditoria dos modalidades de gestão e as prerrogativas que favorecem o seu de-
serviços sob sua gestão, bem como avaliar o impacto das ações do sempenho.
Sistema sobre a saúde dos seus munícipes. A habilitação dos estados às diferentes condições de gestão
e) Comprovar a dotação orçamentária do ano e o dispêndio no significa a declaração dos compromissos assumidos por parte do
ano anterior correspondente à contrapartida de recursos financei- gestor perante os outros gestores e perante a população sob sua
ros próprios do Tesouro Municipal, de acordo com a legislação em responsabilidade.
vigor. A partir desta NOB, os estados poderão habilitar-se em duas
f) Formalizar, junto ao gestor estadual com vistas à CIB, após condições de gestão:
aprovação pelo CMS, o pleito de habilitação, atestando o cumpri- a) GESTÃO AVANÇADA DO SISTEMA ESTADUAL; e
mento dos requisitos específicos relativos à condição de gestão b) GESTÃO PLENA DO SISTEMA ESTADUAL.
pleiteada. Os estados que não aderirem ao processo de habilitação, per-
g) Dispor de médico formalmente designado pelo gestor como manecem na condição de gestão convencional, desempenhando as
responsável pela autorização prévia, controle e auditoria dos proce- funções anteriormente assumidas ao longo do processo de implan-
dimentos e serviços realizados. tação do SUS, não fazendo jus às novas prerrogativas introduzidas
h) Apresentar o Plano Municipal de Saúde, aprovado pelo CMS, por esta NOB, exceto ao PDAVS nos termos definidos pela SVS/MS.
que deve conter as metas estabelecidas, a integração e articula- Essa condição corresponde ao exercício de funções mínimas de ges-
ção do município na rede estadual e respectivas responsabilidades tão do Sistema, que foram progressivamente incorporadas pelas
na programação integrada do estado, incluindo detalhamento da SES, não estando sujeita a procedimento específico de habilitação
programação de ações e serviços que compõem o sistema munici- nesta NOB.
pal, bem como os indicadores mediante dos quais será efetuado o 16.1. Responsabilidades comuns às duas condições de gestão
acompanhamento. estadual
i) Comprovar o funcionamento de serviço estruturado de vigi- a) Elaboração da PPI do estado, contendo a referência inter-
lância sanitária e capacidade para o desenvolvimento de ações de municipal e coordenação da negociação na CIB para alocação dos
vigilância sanitária. recursos, conforme expresso na programação.
j) Comprovar a estruturação de serviços e atividades de vigilân- b) Elaboração e execução do Plano Estadual de Prioridades de
cia epidemiológica e de controle de zoonoses. Investimentos, negociado na CIB e aprovado pelo CES.
k) Apresentar o Relatório de Gestão do ano anterior à solicita- c) Gerência de unidades estatais da hemorrede e de laborató-
ção do pleito, devidamente aprovado pelo CMS. rios de referência para controle de qualidade, para vigilância sanitá-
l) Assegurar a oferta, em seu território, de todo o elenco de ria e para a vigilância epidemiológica.
procedimentos cobertos pelo PAB e, adicionalmente, de serviços de d) Formulação e execução da política de sangue e hemoterapia.
apoio diagnóstico em patologia clínica e radiologia básicas. e) Organização de sistemas de referência, bem como a normali-
m) Comprovar a estruturação do componente municipal do Sis- zação e operação de câmara de compensação de AIH, procedimen-
tema Nacional de Auditoria (SNA). tos especializados e de alto custo e ou alta complexidade.
n) Comprovar a disponibilidade de estrutura de recursos huma- f) Formulação e execução da política estadual de assistência
nos para supervisão e auditoria da rede de unidades, dos profissio- farmacêutica, em articulação com o MS.
nais e dos serviços realizados. g) Normalização complementar de mecanismos e instrumen-
15.2.3. Prerrogativas tos de administração da oferta e controle da prestação de serviços
a) Transferência, regular e automática, dos recursos referentes ambulatoriais, hospitalares, de alto custo, do tratamento fora do
ao Teto Financeiro da Assistência (TFA). domicílio e dos medicamentos e insumos especiais.
b) Normalização complementar relativa ao pagamento de pres- h) Manutenção do cadastro atualizado de unidades assisten-
tadores de serviços assistenciais em seu território, inclusive quanto ciais sob sua gestão, segundo normas do MS.
a alteração de valores de procedimentos, tendo a tabela nacional i) Cooperação técnica e financeira com o conjunto de municí-
como referência mínima, desde que aprovada pelo CMS e pela CIB. pios, objetivando a consolidação do processo de descentralização,
c) Transferência regular e automática fundo a fundo dos recur- a organização da rede regionalizada e hierarquizada de serviços, a
sos correspondentes ao Piso Básico de Vigilância Sanitária (PBVS). realização de ações de epidemiologia, de controle de doenças, de
d) Remuneração por serviços de vigilância sanitária de média vigilância sanitária, bem assim o pleno exercício das funções gesto-
e alta complexidade e, remuneração pela execução do Programa ras de planejamento, controle, avaliação e auditoria.
Desconcentrado de Ações de Vigilância Sanitária (PDAVS), quando j) Implementação de políticas de integração das ações de sane-
assumido pelo município. amento às de saúde.
e) Subordinação, à gestão municipal, do conjunto de todas as k) Coordenação das atividades de vigilância epidemiológica e
unidades ambulatoriais especializadas e hospitalares, estatais ou de controle de doenças e execução complementar conforme pre-
privadas (lucrativas e filantrópicas), estabelecidas no território mu- visto na Lei nº 8.080/90.
nicipal. l) Execução de operações complexas voltadas ao controle de
f) Transferência de recursos referentes às ações de epidemiolo- doenças que possam se beneficiar da economia de escala.
gia e controle de doenças, conforme definição da CIT. m) Coordenação das atividades de vigilância sanitária e execu-
ção complementar conforme previsto na Lei nº 8.080/90.
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n) Execução das ações básicas de vigilância sanitária referente c) Ordenação do pagamento dos demais serviços hospitalares e
aos municípios não habilitados nesta NOB. ambulatoriais, sob gestão estadual;
o) Execução das ações de média e alta complexidade de vigi- d) Operação do SIA/SUS, conforme normas do MS, e alimenta-
lância sanitária, exceto as realizadas pelos municípios habilitados na ção dos bancos de dados de interesse nacional.
condição de gestão plena de sistema municipal. 16.3.2. Requisitos Específicos
p) Execução do PDAVS nos termos definidos pela SVS/MS. a) Apresentar a programação pactuada e integrada ambulato-
q) Apoio logístico e estratégico às atividades à atenção à saúde rial, hospitalar e de alto custo, contendo a referência intermunicipal
das populações indígenas, na conformidade de critérios estabeleci- e os critérios para a sua elaboração.
dos pela CIT. b) Dispor de 60% dos municípios do estado habilitados nas
16.2. Requisitos comuns às duas condições de gestão estadual condições de gestão estabelecidas nesta NOB, independente do
a) Comprovar o funcionamento do CES. seu contingente populacional; ou 40% dos municípios habilitados,
b) Comprovar o funcionamento da CIB. desde que, nestes, residam 60% da população.
c) Comprovar a operação do Fundo Estadual de Saúde. c) Dispor de 30% do valor do TFA comprometido com transfe-
d) Apresentar o Plano Estadual de Saúde, aprovado pelo CES, rências regulares e automáticas aos municípios.
que deve conter: 16.3.3. Prerrogativas
•as metas pactuadas; a) Transferência regular e automática dos recursos correspon-
•a programação integrada das ações ambulatoriais, hospita- dentes à Fração Assistencial Especializada (FAE) e ao Piso Assisten-
lares e de alto custo, de epidemiologia e de controle de doenças cial Básico (PAB) relativos aos municípios nãohabilitados.
– incluindo, entre outras, as atividades de vacinação, de controle b) Transferência regular e automática do Piso Básico de Vigilân-
de vetores e de reservatórios – de saneamento, de pesquisa e de- cia Sanitária (PBVS) referente aos municípios não habilitados nesta
senvolvimento tecnológico, de educação e de comunicação em saú- NOB.
de, bem como as relativas às ocorrências mórbidas decorrentes de c) Transferência regular e automática do Índice de Valorização
causas externas; do Impacto em Vigilância Sanitária (IVISA).
•as estratégias de descentralização das ações de saúde para d) Remuneração por serviços produzidos na área da vigilância
municípios; sanitária.
•as estratégias de reorganização do modelo de atenção; e e) Transferência de recursos referentes às ações de epidemiolo-
•os critérios utilizados e os indicadores por meio dos quais é gia e controle de doenças.
efetuado o acompanhamento das ações. 16.4. GESTÃO PLENA DO SISTEMA ESTADUAL
e) Apresentar relatório de gestão aprovado pelo CES, relativo 16.4.1. Responsabilidades Específicas
ao ano anterior à solicitação do pleito. a) Contratação, controle, auditoria e pagamento aos prestado-
f) Comprovar a transferência da gestão da atenção hospitalar res do conjunto dos serviços sob gestão estadual, conforme defini-
e ambulatorial aos municípios habilitados, conforme a respectiva ção da CIB.
condição de gestão. b) Operação do SIA/SUS e do SIH/SUS, conforme normas do
g) Comprovar a estruturação do componente estadual do SNA. MS, e alimentação dos bancos de dados de interesse nacional.
h) Comprovar capacidade técnica e administrativa e condições 16.4.2. Requisitos Específicos
materiais para o exercício de suas responsabilidades e prerroga- a) Comprovar a implementação da programação integrada das
tivas, quanto a contratação, pagamento, controle e auditoria dos ações ambulatoriais, hospitalares e de alto custo, contendo a refe-
serviços sob sua gestão e quanto à avaliação do impacto das ações rência intermunicipal e os critérios para a sua elaboração.
do Sistema sobre as condições de saúde da população do estado. b) Comprovar a operacionalização de mecanismos de controle
i) Comprovar a dotação orçamentária do ano e o dispêndio no da prestação de serviços ambulatoriais e hospitalares, tais como:
ano anterior, correspondente à contrapartida de recursos financei- centrais de controle de leitos e internações, de procedimentos am-
ros próprios do Tesouro Estadual, de acordo com a legislação em bulatoriais e hospitalares de alto/custo e ou complexidade e de
vigor. marcação de consultas especializadas.
j) Apresentar à CIT a formalização do pleito, devidamente apro- c) Dispor de 80% dos municípios habilitados nas condições de
vado pelo CES e pela CIB, atestando o cumprimento dos requisitos gestão estabelecidas nesta NOB, independente do seu contingente
gerais e específicos relativos à condição de gestão pleiteada. populacional; ou 50% dos municípios, desde que, nestes, residam
k) Comprovar a criação do Comitê Interinstitucional de Epide- 80% da população.
miologia, vinculado ao Secretário Estadual de Saúde. d) Dispor de 50% do valor do TFA do estado comprometido com
l) Comprovar o funcionamento de serviço de vigilância sani- transferências regulares e automáticas aos municípios.
tária no estado, organizado segundo a legislação e capacidade de 16.4.3. Prerrogativas
desenvolvimento de ações de vigilância sanitária. a) Transferência regular e automática dos recursos correspon-
m) Comprovar o funcionamento de serviço de vigilância epide- dentes ao valor do Teto Financeiro da Assistência (TFA), deduzidas
miológica no estado. as transferências fundo a fundo realizadas a municípios habilitados.
16.3. GESTÃO AVANÇADA DO SISTEMA ESTADUAL b) Transferência regular e automática dos recursos correspon-
16.3.1. Responsabilidades Específicas dentes ao Índice de Valorização de Resultados (IVR).
a) Contratação, controle, auditoria e pagamento do conjunto c) Transferência regular e automática do Piso Básico de Vigilân-
dos serviços, sob gestão estadual, contidos na FAE; cia Sanitária (PBVS) referente aos municípios não habilitados nesta
b) Contratação, controle, auditoria e pagamento dos prestado- NOB.
res de serviços incluídos no PAB dos municípios não habilitados; d) Transferência regular e automática do Índice de valorização
do Impacto em Vigilância Sanitária (IVISA).
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181
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LEGISLAÇÃO

e) Remuneração por serviços produzidos na área da vigilância 17.2.3. os estados habilitados atualmente nas condições de
sanitária. gestão parcial e semiplena devem apresentar a comprovação dos
f) Normalização complementar, pactuada na CIB e aprovada requisitos adicionais relativos à nova condição pleiteada na presen-
pelo CES, relativa ao pagamento de prestadores de serviços assis- te NOB.
tenciais sob sua contratação, inclusive alteração de valores de pro- 17.3. A habilitação de municípios à condição de gestão plena
cedimentos, tendo a tabela nacional como referência mínima. da atenção básica é decidida na CIB dos estados habilitados às con-
g) Transferência de recursos referentes às ações de epidemiolo- dições de gestão avançada e plena do sistema estadual, cabendo
gia e de controle de doenças. recurso ao CES. A SES respectiva deve informar ao MS a habilitação
procedida, para fins de formalização por portaria, observando as
17. DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS disponibilidades financeiras para a efetivação das transferências re-
gulares e automáticas pertinentes. No que se refere à gestão plena
17. 1. As responsabilidades que caracterizam cada uma das do sistema municipal, a habilitação dos municípios é decidida na
condições de gestão definidas nesta NOB constituem um elenco CIT, com base em relatório da CIB e formalizada em ato da SAS/
mínimo e não impedem a incorporação de outras pactuadas na CIB MS. No caso dos estados categorizados na condição de gestão con-
e aprovadas pelo CES, em especial aquelas já assumidas em decor- vencional, a habilitação dos municípios a qualquer das condições
rência da NOB-SUS Nº 01/93. de gestão será decidida na CIT, com base no processo de avaliação
17.2. No processo de habilitação às condições de gestão esta- elaborado e encaminhado pela CIB, e formalizada em ato do MS.
belecidas nesta NOB, são considerados os requisitos já cumpridos 17.4. A habilitação de estados a qualquer das condições de ges-
para habilitação nos termos da NOB-SUS Nº 01/93, cabendo ao mu- tão é decidida na CIT e formalizada em ato do MS, cabendo recurso
nicípio ou ao estado pleiteante a comprovação exclusiva do cum- ao CNS.
primento dos requisitos introduzidos ou alterados pela presente 17.5. Os instrumentos para a comprovação do cumprimento
Norma Operacional, observando os seguintes procedimentos: dos requisitos para habilitação ao conjunto das condições de gestão
17.2.1.para que os municípios habilitados atualmente nas con- de estados e municípios, previsto nesta NOB, estão sistematizados
dições de gestão incipiente e parcial possam assumir a condição no ANEXO I.
plena da atenção básica definida nesta NOB, devem apresentar à 17.6. Os municípios e estados habilitados na forma da NOB-SUS
CIB os seguintes documentos, que completam os requisitos para Nº 01/93 permanecem nas respectivas condições de gestão até sua
habilitação: habilitação em uma das condições estabelecidas por esta NOB, ou
17.2.1.1. ofício do gestor municipal pleiteando a alteração na até a data limite a ser fixada pela CIT.
condição de gestão; 17.7. A partir da data da publicação desta NOB, não serão pro-
17.2.1.2. ata do CMS aprovando o pleito de mudança de habi- cedidas novas habilitações ou alterações de condição de gestão na
litação; forma da NOB-SUS Nº 01/93. Ficam excetuados os casos já aprova-
17.2.1.3. ata das três últimas reuniões do CMS; 17.2.1.4. extra- dos nas CIB, que devem ser protocolados na CIT, no prazo máximo
to de movimentação bancária do Fundo Municipal de Saúde relati- de 30 dias.
vo ao trimestre anterior à apresentação do pleito; 17.8. A partir da publicação desta NOB, ficam extintos o Fator
17.2.1.5. comprovação, pelo gestor municipal, de condições de Apoio ao Estado, o Fator de Apoio ao Município e as transferên-
técnicas para processar o SIA/SUS; cias dos saldos de teto financeiro relativos às condições de gestão
17.2.1.6. declaração do gestor municipal comprometendo-se a municipal e estadual parciais, previstos, respectivamente, nos itens
alimentar, junto à SES, o banco de dados nacional do SIA/SUS; 3.1.4; 3.2; 4.1.2 e 4.2.1 da NOBSUS Nº 01/93.
17.2.1.7. proposta aprazada de estruturação do serviço de con- 17.9. A permanência do município na condição de gestão a que
trole e avaliação municipal; for habilitado, na forma desta NOB, está sujeita a processo perma-
17.2.1.8. comprovação da garantia de oferta do conjunto de nente de acompanhamento e avaliação, realizado pela SES e sub-
procedimentos coberto pelo PAB; e metido à apreciação da CIB, tendo por base critérios estabelecidos
17.2.1.9. ata de aprovação do relatório de gestão no CMS; pela CIB e pela CIT, aprovados pelos respectivos Conselhos de Saú-
17.2.2. para que os municípios habilitados atualmente na con- de.
dição de gestão semiplena possam assumir a condição de gestão 17.10. De maneira idêntica, a permanência do estado na condi-
plena do sistema municipal definida nesta NOB, devem comprovar ção de gestão a que for habilitado, na forma desta NOB, está sujeita
à CIB: a processo permanente de acompanhamento e avaliação, realizado
17.2.2.1. a aprovação do relatório de gestão pelo CMS, median- pelo MS e submetido à apreciação da CIT, tendo por base critérios
te apresentação da ata correspondente; estabelecidos por esta Comissão e aprovados pelo CNS.
17.2.2.2. a existência de serviços que executem os procedimen- 17.11. O gestor do município habilitado na condição de Gestão
tos cobertos pelo PAB no seu território, e de serviços de apoio diag- Plena da Atenção Básica que ainda não dispõe de serviços suficien-
nóstico em patologia clínica e radiologia básica simples, oferecidos tes para garantir, à sua população, a totalidade de procedimentos
no próprio município ou contratados de outro gestor municipal; cobertos pelo PAB, pode negociar, diretamente, com outro gestor
17.2.2.3.a estruturação do componente municipal do SNA; e municipal, a compra dos serviços não disponíveis, até que essa ofer-
17.2.2.4.a integração e articulação do município na rede esta- ta seja garantida no próprio município.
dual e respectivas responsabilidades na PPI. Caso o município não 17.12. Para implantação do PAB, ficam as CIB autorizadas a
atenda a esse requisito, pode ser enquadrado na condição de ges- estabelecer fatores diferenciados de ajuste até um valor máximo
tão plena da atenção básica até que disponha de tais condições, fixado pela CIT e formalizado por portaria do Ministério (SAS/MS).
submetendo-se, neste caso, aos mesmos procedimentos referidos Esses fatores são destinados aos municípios habilitados, que apre-
no item 17.2.1; sentam gastos per capita em ações de atenção básica superiores
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LEGISLAÇÃO

ao valor per capita nacional único (base de cálculo do PAB), em de- •SES - Secretaria Estadual de Saúde
corrência de avanços na organização do sistema. O valor adicional •SIA/SUS - Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS
atribuído a cada município é formalizado em ato próprio da SES. •SIH/SUS - Sistema de Informações Hospitalares do SUS
17.13. O valor per capita nacional único, base de cálculo do •SMS - Secretaria Municipal de Saúde
PAB, é aplicado a todos os municípios, habilitados ou não nos ter- •SNA - Sistema Nacional de Auditoria
mos desta NOB. Aos municípios não habilitados, o valor do PAB é •SUS - Sistema Único de Saúde
limitado ao montante do valor per capita nacional multiplicado pela •SVS - Secretaria de Vigilância Sanitária
população e pago por produção de serviço. •TFA - Teto Financeiro da Assistência
17.14. Num primeiro momento, em face da inadequação dos •TFAE - Teto Financeiro da Assistência do Estado
sistemas de informação de abrangência nacional para aferição de •TFAM - Teto Financeiro da Assistência do Município
resultados, o IVR é atribuído aos estados a título de valorização de •TFECD - Teto Financeiro da Epidemiologia e Controle de Do-
desempenho na gestão do Sistema, conforme critérios estabeleci- enças
dos pela CIT e formalizados por portaria do Ministério (SAS/MS). •TFG - Teto Financeiro Global
17.15. O MS continua efetuando pagamento por produção •TFGE - Teto Financeiro Global do Estado
de serviços (relativos aos procedimentos cobertos pelo PAB) dire- •TFGM - Teto Financeiro Global do Município
tamente aos prestadores, somente no caso daqueles municípios •TFVS - Teto Financeiro da Vigilância Sanitária
nãohabilitados na forma desta NOB, situados em estados em gestão
convencional.
17.16. Também em relação aos procedimentos cobertos pela NORMA OPERACIONAL DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE – NOAS
FAE, o MS continua efetuando o pagamento por produção de ser- – SUS/2001
viços diretamente a prestadores, somente no caso daqueles mu-
nicípios habilitados em gestão plena da atenção básica e os não
PORTARIA Nº 95, DE 26 DE JANEIRO DE 2001
habilitados, na forma desta NOB, situados em estados em gestão
convencional.
  O Ministro de Estado da Saúde,  no uso de suas atribuições,
17.17. As regulamentações complementares necessárias à
Considerando os princípios do Sistema Único de Saúde de uni-
operacionalização desta NOB são objeto de discussão e negociação
versalidade do acesso e de integralidade da atenção;
na CIT, observadas as diretrizes estabelecidas pelo CNS, com poste-
Considerando o disposto no Artigo 198 da Constituição Federal
rior formalização, mediante portaria do MS.
de 1998, que estabelece que as ações e serviços públicos de saúde
SIGLAS UTILIZADAS
integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um
•AIH - Autorização de Internação Hospitalar
sistema único;
•CES - Conselho Estadual de Saúde
Considerando a necessidade de dar continuidade ao processo
•CIB - Comissão Intergestores Bipartite
de descentralização e organização  do Sistema Único de Saúde –
•CIT - Comissão Intergestores Tripartite
SUS, fortalecido com a implementação da Norma Operacional Bási-
•CMS - Conselho Municipal de Saúde
ca –SUS 01/96, de 05 de novembro de 1996;
•CNS - Conselho Nacional de Saúde
Considerando que um sistema de saúde equânime, integral,
•COFINS - Contribuição Social para o Financiamento da Segu-
universal, resolutivo e de boa qualidade concebe a atenção básica
ridade Social
como parte imprescindível de um conjunto de ações necessárias
•CONASEMS - Conselho Nacional de Secretários Municipais de
para o atendimento dos problemas de saúde da população, indis-
Saúde
sociável dos demais níveis de complexidade da atenção à saúde e
•CONASS - Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saú-
indutora da reorganização do Sistema, e
de
Considerando as contribuições do Conselho de Secretários Es-
•FAE - Fração Assistencial Especializada
taduais de Saúde – CONASS e  Conselho Nacional de Secretários
•FIDEPS - Fator de Incentivo ao Desenvolvimento do Ensino e
Municipais de Saúde – CONASEMS,  seguidas da  aprovação da Co-
da Pesquisa
missão Intergestores Tripartite–CIT - e  Conselho Nacional de Saúde
•FNS - Fundação Nacional de Saúde
– CNS, em 15 de dezembro de 2000,  resolve:
•INSS - Instituto Nacional de Seguridade Social
Art. 1º Aprovar, na forma do Anexo desta Portaria, a Norma
•IVH-E - Índice de Valorização Hospitalar de Emergência
Operacional da Assistência à Saúde – NOAS-SUS 01/2001 que am-
•IVISA - Índice de Valorização do Impacto em Vigilânica Sani-
plia as responsabilidades dos municípios na Atenção Básica; define
tária
o processo de regionalização da assistência; cria mecanismos para o
•IVR - Índice de Valorização de Resultados
fortalecimento da capacidade de gestão do Sistema Único de Saúde
•MS - Ministério da Saúde
e procede à atualização dos critérios de habilitação de estados e
•NOB - Norma Operacional Básica
municípios.
•PAB - Piso Assistencial Básico.
Art. 2° Ficam mantidas as disposições constantes da Portaria
•PACS - Programa de Agentes Comunitários de Saúde
GM/MS N° 1.882, de 18 de dezembro de 1997, que estabelece o
•PBVS - Piso Básico de Vigilância Sanitária
Piso da Atenção Básica – PAB,  bem como aquelas que fazem parte
•PDAVS - Programa Desconcentrado de Ações de Vigilância Sa-
dos demais atos normativos deste Ministério da Saúde relativos aos
nitária
incentivos às ações de assistência na Atenção Básica.
•PPI - Programação Pactuada e Integrada
Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação,
•PSF - Programa de Saúde da Família
revogando-se as disposições em contrário.
•SAS - Secretaria de Assistência à Saúde
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO

  JOSÉ SERRA um sistema em sua área de abrangência, mas, simultaneamente,


são pólos de atração regional. Da mesma forma, nas áreas contí-
  ANEXO guas às divisas interestaduais, é freqüente que a rede de serviços de
  NORMA OPERACIONAL DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE / SUS saúde deva se organizar com unidades situadas em ambos os lados
  NOAS-SUS 01/2001 da demarcação político-administrativa. Qualquer solução para es-
  ses problemas tem que superar as restrições burocráticas de acesso
INTRODUÇÃO e garantir a universalidade e a integralidade do SUS, envitando a
A implantação das Normas Operacionais Básicas do SUS  - NO- desintegração organizacional e a competição entre órgãos gestores
B-SUS 91, em especial das  NOB-SUS 93 e 96 -, além de promover e a conseqüente atomização do SUS em milhares de sistemas locais
uma integração de ações entre as três esferas de governo, desen- ineficientes, iníquos e não resolutivos.
cadeou um processo de descentralização intenso, transferindo para Assim, para o aprofundamento do processo de descentraliza-
os estados e, principalmente, para os municípios, um conjunto de ção, deve-se ampliar a ênfase na regionalização e no aumento da
responsabilidades e recursos para a operacionalização do Sistema eqüidade, buscando a organização de sistemas de saúde funcionais
Único de Saúde, antes concentradas no nível federal. com todos os níveis de atenção, não necessariamente confinados
A partir da implementação do Piso de Atenção Básica, iniciou- aos territórios municipais e, portanto, sob responsabilidade coor-
-se um importante processo de ampliação do acesso à atenção bá- denadora da SES. Além da lógica político-administrativa de delimi-
sica. A estratégia da Saúde da Família encontra-se em expansão e, tação dos sistemas de saúde, que assegura a indivisibilidade dos
cada vez mais, consolida-se como eixo estruturante para a organi- territórios municipais e estadual no planejamento da rede e a au-
zação da atenção à saúde. tonomia dos entes governamentais na gestão, é fundamental con-
Ao final do ano de  2000, a habilitação nas condições de ges- siderar, para a definição do papel  da SES e de cada SMS no sistema
tão previstas na NOB-SUS 01/96 atingia mais de 99% do total dos funcional, as noções de territorialidade na identificação de priori-
municípios do país. A disseminação desse processo possibilitou o dades de intervenção e de organização de redes de assistência re-
desenvolvimento de experiências municipais exitosas e a formação gionalizadas e resolutivas, além das capacidades técnico-operacio-
de um contingente de profissionais qualificados em diferentes áre- nais necessárias ao exercício das funções de alocação de recursos,
as da gestão do SUS. programação físico-financeira, regulação do acesso, contratação de
No que diz respeito aos estados, houve avanços significativos prestadores de serviço, controle e avaliação.
na organização de redes articuladas e resolutivas de serviços, me- O conjunto de estratégias apresentadas nesta Norma Opera-
diante o desenvolvimento do processo de programação integrada, a cional da Assistência à Saúde articula-se em torno do pressuposto
implantação de centrais de regulação, o fortalecimento do controle de que, no atual momento da implantação do SUS, a ampliação das
e avaliação, a organização de consórcios intermunicipais ou, ainda responsabilidades dos municípios na garantia de acesso aos servi-
de forma mais explícita, por meio da formulação e progressiva im- ços de atenção básica, a  regionalização e a organização funcional
plementação de planos de regionalização promovidos pelas Secre- do sistema são elementos centrais para o avanço do processo.
tarias de Estado da Saúde/SES. Neste sentido, esta NOAS-SUS atualiza a regulamentação da
A experiência acumulada, à medida em que o processo de ges- assistência, considerando os avanços já obtidos e enfocando os de-
tão descentralizada do sistema amadurece,  evidencia um conjun- safios a serem superados no processo permanente de consolidação
to de problemas/obstáculos em relação a aspectos críticos para a e aprimoramento do Sistema Único de Saúde.
consolidação do Sistema Único de Saúde / SUS. Alguns desses já
se manifestavam de forma incipiente quando do processo de dis- CAPÍTULO  I –
cussão da NOB 96, entre dezembro de 1995 e novembro de 1996, REGIONALIZAÇÃO
mas situavam-se em um estágio de baixo consenso e pouca matu-
ridade nos debates entre o Ministério da Saúde – MS , o Conselho 1 - Estabelecer o processo de regionalização como  estratégia
de Secretários Estaduais de Saúde - CONASS e o Conselho Nacional de hierarquização dos serviços de saúde e de busca de maior eqüi-
de Secretários Municipais de Saúde - CONASEMS,  em face da ine- dade.
xistência de  um volume significativo de experiências concretas de 1.1 - O processo de regionalização deverá contemplar uma
gestão e de análises da descentralização, em curso há pouco tempo. lógica de planejamento integrado, compreendendo as noções de
Agregava-se a este cenário a peculiar complexidade da estrutu- territorialidade na identificação de prioridades de intervenção e de
ra político-administrativa estabelecida pela Constituição Federal de conformação de sistemas funcionais de saúde, não necessariamen-
1988, em que os três níveis de governo são autônomos, sem vincu- te restritos à abrangência municipal, mas respeitando seus limites
lação hierárquica. Tal característica do arranjo federativo brasileiro como unidade indivisível, de forma a garantir o acesso dos cidadãos
torna bastante complexo o processo de construção de um sistema a todas as ações e serviços necessários para a resolução de seus
funcional de saúde. Os estados, e mais ainda os municípios, são ex- problemas de saúde, otimizando os recursos disponíveis.
tremamente heterogêneos e será sempre mera casualidade que o I . 1 – DA ELABORAÇÃO DO PLANO DIRETOR DE REGIONALIZA-
espaço territorial-populacional e a área de abrangência político-ad- ÇÃO
ministrativa de um município correspondam a uma rede regionali- 2 - Instituir o Plano Diretor de Regionalização como  instrumen-
zada e resolutiva de serviços com todos os níveis de complexidade, to de ordenamento do processo de regionalização da assistência
ou mesmo que esta se localize dentro de um estado sem exercer em cada estado e no Distrito Federal, baseado nos objetivos de defi-
poder de atração para além de suas fronteiras legais. nição de prioridades de intervenção coerentes com as necessidades
Existem, no Brasil, milhares de municípios pequenos demais de saúde da população e garantia de acesso dos cidadãos a todos
para gerirem, em seu território, um sistema funcional completo, as- os níveis de atenção.
sim como existem dezenas que demandam a existência de mais de
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a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO

2.1 - Cabe às Secretarias de Estado da  Saúde e do Distrito Fe- C - Município-sede do módulo assistencial – município exis-
deral  a elaboração do Plano Diretor de Regionalização, em conso- tente em um módulo assistencial que apresente a capacidade de
nância com o Plano Estadual de Saúde, sua submissão à aprovação ofertar a totalidade dos serviços de que trata o Item 7 - Capítulo I,
da Comissão Intergestores Bipartite - CIB e do Conselho Estadual de correspondente ao primeiro nível de referência intermunicipal, com
Saúde – CES  e o encaminhamento ao Ministério da Saúde. suficiência, para sua população e para a população de outros muni-
3 - No que diz respeito à assistência, o Plano  Diretor de Regio- cípios a ele adscritos.
nalização deverá ser elaborado na perspectiva de garantir: D - Município-pólo – município que, de acordo com a definição
A -  O acesso aos cidadãos, o mais próximo possível de sua resi- da estratégia de regionalização de cada estado, apresente papel de
dência, a um conjunto de ações e serviços  vinculados às seguintes referência para outros municípios, em qualquer nível de atenção.
responsabilidades mínimas: E - Unidade territorial de qualificação na assistência à saúde
- assistência pré-natal, parto e puerpério; – representa a base territorial mínima a ser submetida à aprova-
- acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil; ção do Ministério da Saúde e Comissão Intergestores Tripartite para
- cobertura universal do esquema preconizado pelo Programa qualificação na assistência à saúde, que deve ser a menor base ter-
Nacional de Imunizações, para todas as faixas etárias; ritorial de planejamento regionalizado de cada Unidade da Federa-
- ações de promoção da saúde e prevenção de doenças; ção acima do módulo assistencial, seja uma microrregião de saúde
- tratamento das intercorrências mais comuns na infância; ou uma região de saúde (nas UF em que o modelo de regionalização
- atendimento de afecções agudas de maior incidência; adotado não admitir microrregiões de saúde).
- acompanhamento de pessoas com doenças crônicas de alta 5 - Determinar que o Plano Diretor de Regionalização conte-
prevalência; nha, no que diz respeito à assistência, no mínimo:
- tratamento clínico e cirúrgico de casos de pequenas urgências A - a descrição da organização do território estadual em regi-
ambulatoriais; ões/microrregiões de saúde e módulos assistenciais, com a identi-
- tratamento dos distúrbios mentais e psicossociais mais fre- ficação dos muncípios-sede e municípios-pólo e dos demais muni-
qüentes; cípios abrangidos;
- controle das doenças bucais mais comuns; B -  a identificação das prioridades de intervenção em cada re-
- suprimento / dispensação dos medicamentos da Farmácia gião/microrregião;
Básica. C - o Plano Diretor de Investimentos para atender as priorida-
B – O acesso de todos os cidadãos aos serviços necessários à des identificadas e conformar um sistema resolutivo e funcional de
resolução de seus problemas de saúde, em qualquer nível de aten- atenção à saúde;
ção, diretamente ou mediante o estabelecimento de compromissos D - a inserção e o papel de todos os municípios nas regiões/
entre gestores para o atendimento de referências intermunicipais. microrregiões de saúde, com identificação dos municípios sede, de
4  - Definir os seguintes conceitos-chaves para a organização sua área de abrangência e dos fluxos de referência;
da assistência no âmbito estadual, que deverão ser observados no E - os mecanismos de relacionamento intermunicipal com orga-
Plano Diretor de Regionalização: nização de fluxos de referência e contra referência e implantação de
A – Região de saúde – base territorial de planejamento da estratégias de regulação visando à garantia do acesso da população
atenção à saúde, não necessariamente coincidente com a divisão aos serviços;
administrativa do estado, a ser definida pela Secretaria de Estado F - a proposta de estruturação de redes de referência especiali-
da Saúde, de acordo com as especificidades e estratégias de regio- zada em áreas específicas;
nalização da saúde em cada estado, considerando as características G - a identificação das necessidades e a proposta de fluxo de
demográficas, sócio-econômicas, geográficas, sanitárias, epidemio- referência para outros estados, no caso de serviços não disponíveis
lógicas, oferta de serviços, relações entre municípios, entre outras. no território estadual.
Dependendo do modelo de regionalização adotado, um estado 5.1 – A Secretaria de Assistência à Saúde/SAS publicará, no pra-
pode se dividir em regiões e/ou microrregiões de saúde. Por sua zo de 30 (trinta) dias, a contar da publicação desta Norma, a regu-
vez, a menor base territorial de planejamento regionalizado, seja lamentação específica sobre o Plano Diretor de Regionalização, no
uma região ou uma microrregião de saúde, pode compreender um que diz respeito à organização da assistência.
ou mais módulos assistenciais. I.2 – DA AMPLIAÇÃO DO ACESSO E DA QUALIDADE DA ATEN-
  B - Módulo assistencial – módulo territorial com  resolubili- ÇÃO BÁSICA
dade correspondente ao primeiro nível de referência, definida no 6 - Instituir a Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada –GPABA.
Item 7 - Capítulo I desta Norma, constituído por um ou mais mu- 6.1 - Definir como  áreas de atuação estratégicas mínimas para
nicípios, com área de abrangência mínima a ser estabelecida para habilitação na condição de Gestão Plena da Atenção Básica Am-
cada Unidade da Federação, em regulamentação específica, e com pliada:  o controle da tuberculose, a eliminação da hanseníase, o
as seguintes características: controle da hipertensão arterial, o controle da diabetes mellitus,
- conjunto de municípios, entre os quais há um município-sede, a saúde da criança, a saúde da mulher e a saúde bucal, conforme
habilitado em Gestão Plena do Sistema Municipal/GPSM com capa- detalhamento apresentado  no  ANEXO 1 desta Norma.
cidade de ofertar a totalidade dos serviços de que trata o Item 7 - 6.2 - As ações de que trata o ANEXO 1  desta Norma  devem ser
Capítulo I desta Norma, com suficiência, para sua população e para assumidas por todos os municípios brasileiros, de acordo com o seu
a população de outros municípios a ele adscritos; ou município em perfil epidemiológico, como um componente essencial e mínimo
Gestão Plena do Sistema Municipal, com capacidade de ofertar com para o cumprimento das metas do Pacto da Atenção Básica, insti-
suficiência a totalidade dos serviços de que trata o Item 7  - Capítulo tuído pela Portaria GM/MS nº 3.925, de 13 de novembro de 1998.
I  para sua própria população, quando não necessitar desempenhar
o papel de referência para outros municípios.
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6.3 - O conjunto de procedimentos assistenciais que compõem 9 - O repasse dos recursos de que trata o Subitem  8.1 - Item
as ações de Atenção Básica Ampliada é compreendido por aqueles 8 - Capítulo I desta Norma, para a cobertura da população de uma
atualmente cobertos pelo Piso de Atenção Básica – PAB, acrescidos dada microrregião estará condicionado à aprovação pela CIT da
dos procedimentos relacionados no ANEXO 2 desta Norma. qualificação da referida microrregião na assistência à saúde.
6.4  - Para o financiamento do elenco de procedimentos da 9.1 - Nas Unidades da Federação cujo modelo de regionaliza-
Atenção Básica Ampliada, será instituído o PAB-Ampliado, e seu va- ção não compreenda microrregiões de saúde, a unidade territorial
lor definido, no prazo de 60 (sessenta) dias, em Portaria Conjunta de qualificação na assistência à saúde será a menor base territorial
da Secretaria Executiva/SE e da Secretaria de Políticas de Saúde/ de planejamento regionalizado acima do módulo assistencial, ou
SPS, sendo que os municípios que hoje já recebem o PAB fixo em seja, a região de saúde, desde que essa atenda a todos os critérios
valor superior ao PAB-Ampliado não terão acréscimo no valor per requeridos para o reconhecimento da consistência do Plano Diretor
capita. de Regionalização e às mesmas condições exigidas para a qualifica-
6.5  - Os municípios já habilitados nas condições de gestão da ção das microrregiões descritas nesta Norma  e na regulamentação
NOB 01/96 estarão aptos a receber o PAB-Ampliado, após avaliação complementar.
das Secretarias de Estado da Saúde, aprovação da CIB, e homologa- 9.2 - A Secretaria de Assistência à Saúde é a estrutura do MS
ção da CIT, em relação aos seguintes aspectos: responsável pela análise técnica das propostas de qualificação das
a) Plano Municipal de Saúde vinculado à programação físico- microrregiões na assistência à saúde, a serem submetidas à apro-
-financeira; vação da CIT, de acordo com as regras estabelecidas nesta Norma.
b) alimentação regular dos bancos de dados nacionais do SUS; 9.3 -  O processo de qualificação das microrregiões na assis-
c) desempenho dos indicadores de avaliação da atenção básica tência à saúde será detalhado em regulamentação complementar 
no ano anterior; da Secretaria de Assistência à Saúde, a ser submetida à Comissão
d) estabelecimento do pacto de melhoria dos indicadores de Intergestores Tripartite, no prazo de 30 (trinta)  dias após a publica-
atenção básica no ano subsequente; e ção desta Norma.
e) capacidade de assumir as responsabilidades mínimas defini- 10 - A qualificação de cada microrregião, no âmbito da assistên-
das  no Subitem 6.1 deste Item. cia à saúde, estará condicionada a:
6.6 - A Secretaria de Políticas de Saúde/SPS é a estrutura do Mi- A - apresentação pelo gestor estadual do Plano Diretor de Re-
nistério da Saúde responsável pela regulamentação de critérios, flu- gionalização do estado, aprovado na CIB e CES incluindo o desenho
xos e instrumentos do processo referido no Subitem 6.5, e deverá, de todas as microrregiões;
no prazo de 30 (trinta) dias, apresentá-los à Comissão Intergestores B - apresentação, para cada microrregião a ser qualificada,
Tripartite para deliberação. de: (i) municípios que compõem a microrregião; (ii) definição dos
I. 3 – DA QUALIFICAÇÃO DAS MICRORREGIÕES NA ASSISTÊNCIA módulos assistenciais existentes, com explicitação de sua área de
À SAÚDE abrangência e do município-sede de cada módulo; (iii) vinculação
7 - Definir um conjunto mínimo de procedimentos de média de toda a população de cada município da microrregião a um único
complexidade como primeiro nível de referência intermunicipal, município-sede de módulo assistencial, de forma que cada municí-
com acesso garantido a toda a população no âmbito microrregional, pio integre somente um módulo assistencial e os módulos assisten-
ofertados em um  ou mais módulos assistenciais. ciais existentes cubram toda a população do estado. 
7.1 - Esse conjunto mínimo de serviços de média complexida- C - habilitação do(s) município(s)-sede de módulo assistencial
de compreende as atividades ambulatoriais, de apoio diagnóstico em Gestão Plena do Sistema Municipal e de todos os demais mu-
e terapêutico e de internação hospitalar, detalhadas no ANEXO 3 nicípios da microrregião na condição de Gestão Plena da Atenção
desta Norma. Básica Ampliada.
8 - O financiamento federal do conjunto de serviços de que tra- D - comprovação da Programação Pactuada e Integrada im-
ta o Item 7 - Capítulo I  desta Norma  adotará a seguinte lógica: plantada, sob a coordenação do gestor estadual, com definição de
8.1 - o financiamento das ações ambulatoriais será feito com limites financeiros para todos os municípios do estado, com separa-
base em um valor per capita nacional, a ser definido em portaria ção das parcelas financeiras correspondentes à própria população e
conjunta da Secretaria Executiva/SE e  Secretaria de Assistência à à população referenciada;
Saúde/SAS, a ser submetida à Comissão Intergestores Tripartite, no E - apresentação do Termo de Compromisso para Garantia de
prazo de 60 (sessenta) dias após a publicação desta Norma. Acesso firmado entre cada município-sede e o estado, em relação
8.2  - o financiamento das internações hospitalares será feito ao atendimento da população referenciada por outros municípios
de acordo com o processo de Programação Pactuada e Integrada, a ele adscritos.  
conduzido pelo gestor estadual, respeitado o Teto Financeiro da As- 11- Após a qualificação de uma microrregião, o montante de
sistência/TFA de cada Unidade da Federação. recursos correspondente aos procedimentos listados no ANEXO 3
8.3 - ao longo do processo de qualificação das microrregiões, desta Norma  destinados à cobertura de sua população, e o mon-
o Ministério da Saúde deverá adicionar recursos ao Teto Financeiro tante de recursos referentes à cobertura da população residente
dos Estados para cobrir a diferença entre os gastos atuais com esses nos municípios a ele adscritos, passam a ser transferidos fundo a
procedimentos e o montante correspondente ao per capita nacio- fundo ao município sede de cada módulo assistencial, sendo que
nal multiplicado pela população. a parcela relativa à população residente nos municípios adscritos
8.4 - nas microrregiões não qualificadas, o financiamento dos estará condicionada ao cumprimento de Termo de Compromisso
procedimentos constantes do ANEXO 3 desta Norma  continuará para a Garantia de Acesso, conforme normatizado nos  Itens 30 e
sendo feito de acordo com a lógica de pagamento por produção. 31 – Capítulo II desta Norma.

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11.1 - Caso exista na microrregião qualificada um município ha- 14.3 - A programação de internações hospitalares deve com-
bilitado em Gestão Plena da Atenção Básica que disponha em seu preender: a utilização de critérios objetivos que considerem a esti-
território de laboratório de patologia clínica ou serviço de radiolo- mativa de internações necessárias para a população, a distribuição
gia ou ultra-sonografia gineco-obstétrica, em quantidade suficiente e complexidade dos hospitais, o valor médio das Autorizações de
e com qualidade adequada para o atendimento de sua própria po- Internação Hospitalar/AIH, bem como os fluxos de referência entre
pulação, mas que não tenha o conjunto de serviços requeridos para municípios para internações hospitalares.
ser habilitado em Gestão Plena do Sistema Municipal, esse municí- 14.4 - A alocação de recursos correspondentes às referências
pio poderá celebrar um acordo com o município-sede do módulo intermunicipais, ambulatoriais e hospitalares, decorre do processo
assistencial para, provisoriamente, atender sua própria população de programação integrada entre gestores e do estabelecimento de
no referido serviço. Termo de Compromisso de Garantia de Acesso, tratado no  Item
I. 4 - DA ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE MÉDIA COMPLEXI- 30 – Capítulo II desta Norma  implicando a separação da parcela
DADE   correspondente às referências no limite financeiro do município.
12 - A Atenção de Média Complexidade – MC – compreende 15 - Diferentemente do exigido para a organização das refe-
um conjunto de ações e serviços ambulatoriais e hospitalares que rências intermunicipais no módulo assistencial, abordada na seção
visam atender os principais problemas de saúde da população, cuja I.3 – Capítulo I desta Norma, no caso das demais ações de média
prática clínica demande a disponibilidade de profissionais especiali- complexidade, quando os serviços estiverem dispersos por vários
zados e a utilização de recursos tecnológicos de apoio diagnóstico e municípios, admite-se que um mesmo município encaminhe refe-
terapêutico, que não justifique a sua oferta em todos os municípios rências para mais de um pólo de média complexidade, dependendo
do país. da disponibilidade de oferta, condições de acesso e fluxos estabe-
13 - Excetuando as ações mínimas da média complexidade lecidos na PPI.
de que trata o Item 7 -  Capítulo I desta Norma desta Norma, que 15.1 - O gestor estadual, ao coordenar um processo de plane-
devem ser garantidas no âmbito microrregional, as demais ações jamento global no estado, deve adotar critérios para evitar a super-
assistenciais de média complexidade, tanto ambulatoriais como posição e proliferação indiscriminada e desordenada de serviços,
hospitalares, podem ser garantidas no âmbito microrregional, re- levando sempre em consideração as condições de acessibilidade,
gional ou mesmo estadual, de acordo com o tipo de serviço, a dis- qualidade e racionalidade na organização de serviços.
ponibilidade tecnológica, as características do estado e a definição 15.2  - Deve-se buscar estabelecer as referências para a mé-
no Plano Diretor de Regionalização do estado. dia complexidade em um fluxo contínuo, dos municípios de menor
13.1 - O gestor estadual deve adotar critérios para a organiza- complexidade para os de maior complexidade, computando, no
ção regionalizada das ações de média complexidade que conside- município de referência, as parcelas físicas e financeiras correspon-
rem: necessidade de qualificação e especialização dos profissionais  dentes ao atendimento da população dos municípios de origem,
para o desenvolvimento das ações, correspondência entre a prática conforme acordado no processo de Programação Pactuada e Inte-
clínica e capacidade resolutiva diagnóstica e terapêutica, complexi- grada entre os gestores.
dade e custo dos equipamentos, abrangência recomendável para I. 5- DA POLÍTICA DE ATENÇÃO DE ALTA COMPLEXIDADE/CUSTO
cada tipo de serviço, métodos e técnicas requeridos para a realiza- NO SUS
ção das ações. 16 - A responsabilidade do Ministério da Saúde sobre a polí-
13.2 - A Secretaria de Assistência à Saúde elaborará, em 30 tica de alta complexidade/custo se traduz na definição de normas
(trinta)  dias, instrumentos de subsídio à organização e programa- nacionais, no controle do cadastro nacional de prestadores de ser-
ção da média complexidade, compreendendo grupos de programa- viços, na vistoria de serviços quando lhe couber, de acordo com as
ção e critérios de classificação das ações desse nível de atenção, normas de cadastramento estabelecidas pelo próprio Ministério da
cuja regulamentação específica será submetida à aprovação da CIT. Saúde, na definição de incorporação dos procedimentos a serem
14 - O processo de Programação Pactuada e Integrada/PPI, co- ofertados à população pelo SUS, na definição do elenco de proce-
ordenado pelo gestor estadual, cujas diretrizes são apresentadas dimentos de alta complexidade, no estabelecimento de estratégias
nos Itens 24 a 27 – Capítulo II desta Norma representa o principal que possibilitem o acesso mais equânime diminuindo as diferenças
instrumento para garantia de acesso da população aos serviços de regionais na alocação dos serviços, na definição de mecanismos de
média complexidade não disponíveis em seu município de residên- garantia de acesso para as referências interestaduais, na busca de
cia, devendo orientar a alocação de recursos e definição de limites mecanismos voltados à melhoria da qualidade dos serviços presta-
financeiros para todos os municípios do estado, independente de dos, no financiamento das ações.
sua condição de gestão. 16.1 - A garantia de acesso aos procedimentos de alta comple-
14.1 - A programação das ações ambulatoriais de média com- xidade é de responsabilidade solidária entre o Ministério da Saúde
plexidade deve compreender: identificação das necessidades de e as Secretarias de Estado da Saúde e do Distrito Federal.
saúde de sua população, definição de prioridades, aplicação de pa- 17 - O gestor estadual é responsável pela gestão da política de
râmetros físicos e financeiros definidos pelas Secretarias Estaduais alta complexidade/custo no  âmbito do estado, mantendo  vincula-
de Saúde para os diferentes grupos de ações assistenciais - respei- ção com a política nacional, sendo consideradas intransferíveis as
tados os limites financeiros estaduais - e estabelecimento de fluxos funções de definição de prioridades assistenciais e programação da
de referências entre municípios. alta complexidade, incluindo:
14.2 - A alocação de recursos referentes a cada grupo de pro- A - a definição da alocação de recursos orçamentários do Teto
gramação de ações ambulatoriais de média complexidade para a Financeiro da Assistência/ TFA do estado para cada área de alta
população própria de um dado município terá como limite financei- complexidade;
ro o valor per capita estadual definido para cada grupo, multiplica-
do pela população do município.
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B - a definição de prioridades de investimentos para garantir o A -  parte das ações de alta complexidade será financiada com
acesso da população a serviços de boa qualidade, o que pode, de- recursos do Teto Financeiro da Assistência das unidades da federa-
pendendo das características do estado, requerer desconcentração ção;
ou concentração para  a otimização da oferta de serviços, tendo B -  parte das ações de alta complexidade será financiada com
em vista a melhor utilização dos recursos disponíveis, a garantia de recursos oriundos do Fundo de Ações Estratégicas  e Compensa-
economia de escala e melhor qualidade;    ção – FAEC, ou de outro mecanismo que venha a substituí-lo com a
C - a delimitação da área de abrangência dos serviços de alta mesma finalidade e que será gerenciado pelo Ministério da Saúde,
complexidade; de acordo com a regulamentação específica, a ser estabelecida, no
D - a coordenação do processo de garantia de acesso para a prazo de 60 (sessenta) dias,  em ato conjunto da SE e SAS.
população de referência entre municípios; 21 - O Ministério da Saúde/MS definirá os valores de recursos
E – a definição de limites financeiros  para a alta complexida- destinados ao custeio da assistência de alta complexidade para cada
de, com explicitação da parcela correspondente ao atendimento da estado e estes, de acordo com a PPI e dentro do limite financeiro
população do município onde está localizado o serviço e da parcela estadual, deverão prever a parcela  dos recursos  a serem gastos em
correspondente a referências de outros municípios; cada município para cada área de alta complexidade, destacando
F - a condução dos remanejamentos necessários na progra- a parcela a ser utilizada com a população do próprio município e a
mação da alta complexidade, inclusive com mudanças nos limites parcela a ser gasta com a população de referência.
municipais; 22 - A assistência de alta complexidade  será programada no
G - os processos de vistoria para inclusão de novos serviços no âmbito regional/estadual, e em alguns casos macrorregional, tendo
que lhe couber, em conformidade com as normas de cadastramen- em vista as características especiais desse grupo – alta densidade
to do MS; tecnológica e alto custo, economia de escala, escassez de profissio-
H - a implementação de mecanismos de regulação da assistên- nais especializados e concentração de oferta em poucos municípios.
cia em alta complexidade (centrais de regulação, implementação de 22.1 - A programação deve prever, quando necessário, a refe-
protocolos clínicos, entre outros), podendo delegar aos municípios rência de pacientes para outros estados, assim como reconhecer o
a operação desses mecanismos; fluxo programado de pacientes de outros estados, sendo que esta
I - o controle e a avaliação do sistema, quanto à sua resolubili- programação será consolidada pela SAS/MS.
dade e acessibilidade; 23 - A programação da Atenção de Alta Complexidade deverá
J - a otimização da oferta de serviços, tendo em vista a otimi- ser precedida de estudos da distribuição regional de serviços e da
zação dos recursos disponíveis, a garantia de economia de escala e proposição pela Secretaria de Estado da Saúde/SES de um limite
melhor qualidade. financeiro claro para seu custeio, sendo que Plano Diretor de Regio-
18 - Os municípios que tiverem em seu território serviços de nalização apontará as áreas de abrangência dos municípios-pólo e
alta complexidade/custo, quando habilitados em Gestão Plena do dos serviços de referência na Atenção de Alta Complexidade.
Sistema Municipal, deverão desempenhar as funções referentes à
organização dos serviços de alta complexidade em seu território, CAPÍTULO II –
visando assegurar o comando único sobre os prestadores, desta- FORTALECIMENTO DA CAPACIDADE DE GESTÃO NO SUS
cando-se:
A - a programação das metas físicas e financeiras dos presta- II. 1 -  DO PROCESSO DE PROGRAMAÇÃO DA ASSISTÊNCIA
dores de serviços, garantindo a possibilidade de acesso para a sua 24 - Cabe ao Ministério da Saúde a coordenação do processo
população e para a população referenciada conforme o acordado de programação da assistência à saúde em âmbito nacional.
na PPI e no Termo de Garantia de Acesso assinado com o estado; 24.1 - As unidades da federação deverão encaminhar ao Minis-
B - realização de vistorias no que lhe couber, de acordo com as tério da Saúde uma versão consolidada da Programação Pactuada e
normas do Ministério da Saúde; Integrada/PPI, cujo conteúdo será apresentado em regulamentação
C - condução do processo de contratação; específica.
D - autorização para realização dos procedimentos e a efetiva- 24.2 - As unidades da federação poderão dispor de instrumen-
ção dos pagamentos (créditos bancários); tos próprios de programação adequados às suas especificidades e
E - definição de fluxos e rotinas intramunicipais compatíveis de informações detalhadas acerca da PPI, respeitados os princípios
com as estaduais; gerais e os requisitos da versão consolidada a ser enviada ao Minis-
F - controle, a avaliação e a auditoria de serviços.  tério da Saúde.
18.1 – Nos municípios habilitados em Gestão Plena da Aten- 24.3 -  A Secretaria de Assistência à Saúde, por intermédio do
ção Básica/GPAB ou Gestão Plena da Atenção Básica-Ampliada/ Departamento de Descentralização da Gestão da Assistência, deve-
GPBA que tenham serviços de alta complexidade em seu território, rá apresentar à Comissão Intergestores Tripartite, no prazo de 30
as funções de gestão e relacionamento com os prestadores de alta (trinta) dias, documento de proposição das diretrizes e princípios
complexidade, são de responsabilidade do gestor estadual, poden- orientadores, metodologia e parâmetros referenciais de cobertura
do este delegar tais funções aos gestores municipais. e outros instrumentos específicos de apoio à programação da assis-
19 - Os procedimentos ambulatoriais e hospitalares que com- tência ambulatorial e hospitalar.
põem a atenção de alta complexidade/custo foram definidos por 25 - Cabe à SES a coordenação da programação pactuada e
meio da Portaria SAS nº 96, de 27 de março de 2000, publicada no integrada no âmbito do estado, por meio  do estabelecimento de
Diário Oficial de 01 de junho de 2000. processos e métodos que assegurem:
20 - O financiamento  da alta complexidade se dará de duas A -  que as diretrizes, objetivos e prioridades da política esta-
formas: dual de saúde e os parâmetros de programação, em sintonia com
a Agenda de Compromissos e Metas Nacionais, sejam discutidos
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com os gestores municipais, aprovados pelos Conselhos Estaduais e A - Publicação no Diário Oficial do Estado do limite financeiro
implementados em fóruns regionais e/ou microrregionais de nego- global da assistência por municípios do estado, independente de
ciação entre gestores; sua condição de gestão, composto por uma parcela destinada ao
B -  a alocação de recursos centrada em uma lógica de atendi- atendimento da população do próprio município e uma parcela cor-
mento às reais necessidades da população e jamais orientada pelas respondente às referências intermunicipais;
necessidades dos prestadores de serviços; B - Definição de periodicidade e métodos de revisão dos limi-
C -  a operacionalização do Plano Diretor de Regionalização e tes financeiros municipais aprovados, que pode se dar em função
de estratégias de regulação do sistema, mediante a adequação dos de: incorporação de novos recursos ao limite financeiro estadual,
critérios e instrumentos de pactuação e alocação dos recursos as- mudanças na capacidade instalada de municípios, remanejamento
sistenciais e a adoção de mecanismos que visem regular a oferta e de referências entre municípios; imposição pelo município-pólo de
a demanda de serviços, organizar os fluxos e garantir o acesso às barreiras ao acesso da população encaminhada por outros municí-
referências; pios, que colidam com as referências intermunicipais negociadas,
D -  a explicitação do modelo de gestão com a definição das entre outros motivos.
responsabilidades sobre as diversas unidades assistenciais de forma II. 2 - DAS RESPONSABILIDADES DE CADA NÍVEL DE GOVERNO
coerente com as condições de habilitação e qualificação. NA GARANTIA DE ACESSO DA POPULAÇÃO REFERENCIADA
26 - A Programação Pactuada e Integrada, aprovada pela Co- 28 - O Ministério da Saúde assume, de forma solidária com as
missão Intergestores Bipartite, deverá nortear a alocação de recur- Secretarias de Estado da Saúde e do Distrito Federal, a responsabi-
sos federais da assistência entre municípios pelo gestor estadual, lidade pelo atendimento a pacientes referenciados entre estados.
resultando na definição de limites financeiros claros para todos os 29  - A garantia de acesso da população aos serviços não dispo-
municípios do estado, independente da sua condição de habilita- níveis em seu município de residência é de responsabilidade do ges-
ção. tor estadual, de forma solidária com os municípios de referência,
26.1 - Define-se limite financeiro da assistência por município observados os limites financeiros, devendo o mesmo organizar o
como o limite máximo de recursos federais que poderá ser gasto sistema de referência utilizando mecanismos e instrumentos neces-
com o conjunto de serviços existentes em cada território municipal, sários, compatíveis  com a condição de gestão do município onde os
sendo composto por duas parcelas separadas: recursos destinados serviços estiverem localizados.
ao atendimento da população própria e recursos destinados ao 30 - Nos casos em que os serviços de referência estiverem loca-
atendimento da população referenciada de acordo com as negocia- lizados em municípios habilitados em GPSM, os mesmos devem se
ções expressas na PPI. comprometer com o atendimento da população referenciada subs-
26.2 -  Os limites financeiros da assistência por município de- crevendo com o estado um Termo de Compromisso para Garantia
vem ser definidos globalmente em cada estado a partir da aplicação de Acesso, cuja forma é apresentada no ANEXO 4 desta Norma . 
de critérios e parâmetros de programação ambulatorial e hospita- 30.1 - O Termo de Compromisso de Garantia de Acesso tem
lar, respeitado o limite financeiro estadual, bem como da definição como base o processo de programação e contém as metas físicas
de referências intermunicipais na PPI. Dessa forma, o limite finan- e orçamentárias das ações definidas na PPI a serem ofertadas nos
ceiro por município deve ser gerado pela programação para o aten- municípios pólo, os compromissos assumidos pela SES e SMS, os
dimento da própria população, deduzida da necessidade de enca- mecanismos de garantia de acesso,  processo de acompanhamento
minhamento para outros municípios e acrescida da programação e revisão do Termo e sanções previstas.
para atendimento de referências  recebidas de outros municípios. 30.2 – A padronização dos instrumentos que correspondem
26.3 -  Os municípios habilitados ou que vierem se habilitar na aos anexos integrantes do Termo de Compromisso de Garantia de
condição de Gestão Plena do Sistema Municipal devem receber di- Acesso será disponibilizadas aos gestores pela SAS/SAS, no prazo de
retamente, em seu Fundo Municipal de Saúde, o montante total 30 (trinta) dias, após a publicação desta Norma
de recursos federais correspondente ao limite financeiro programa- 31 - A SES poderá alterar a parcela de recursos correspondente
do para aquele município, compreendendo a parcela destinada ao às referências intermunicipais no limite financeiro do município em
atendimento da população própria e,  condicionada ao cumprimen- GPSM, nas seguintes situações, detalhadas no Termo de Compro-
to do Termo de Compromisso para Garantia de Acesso celebrado misso para Garantia de Acesso:
com o gestor estadual, a parcela destinada ao atendimento da po- A - periodicamente (período não superior a 12 meses), em fun-
pulação referenciada, conforme detalhado no  Item 30 – Capítulo II ção da revisão global da PPI, conduzida pela SES e aprovada pela
e no ANEXO 4 desta Norma. CIB;
26.4 -  Os limites financeiros da assistência por município estão B -  trimestralmente, em decorrência do acompanhamento da
sujeitos a reprogramação em função da revisão periódica da PPI, execução do Termo e do fluxo de atendimento das referências, de
coordenada pelo gestor estadual. Particularmente, a parcela corres- forma a promover os ajustes necessários, a serem informados à CIB
pondente às referências intermunicipais, poderá ser alterada pelo em sua reunião subsequente;
gestor estadual, trimestralmente, em decorrência de ajustes no Ter- C - pontualmente, por meio de alteração direta pela SES (res-
mo de Compromisso e pontualmente, em uma série de situações peitados os prazos de comunicação aos gestores estabelecidos no
específicas, detalhadas nos  Itens 31 e 32 – Capítulo II e  no ANEXO Termo de Compromisso, conforme detalhado no ANEXO 4 desta
4 desta Norma. Norma), a ser informada à CIB em sua reunião subsequente, nos se-
27 - A SES deverá obrigatoriamente encaminhar ao Ministério guintes casos: abertura de novo serviço em município que anterior-
da Saúde, em prazo a ser estabelecido pela SAS/MS, os seguintes mente encaminhava sua população para outro; redirecionamento
produtos do processo de programação da assistência:  do fluxo de referência da população de um município pólo para
outro, solicitado pelo gestor municipal; problemas no atendimento

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da população referenciada ou descumprimento pelo município em 37.4 - Os procedimentos técnico-administrativos prévios à re-
GPSM dos acordos estabelecidos no Termo de Compromisso para alização de serviços e à ordenação dos respectivos pagamentos,
Garantia de Acesso. especialmente a autorização de internações e de procedimentos
32 - Quaisquer alterações nos limites financeiros dos municí- ambulatoriais de alta complexidade e/ou alto custo, devem ser or-
pios em Gestão Plena do Sistema Municipal, decorrentes de ajuste ganizados de forma a facilitar o acesso dos usuários e permitir o
ou revisão da programação e do Termo de Compromisso para Ga- monitoramento adequado da produção e faturamento de serviços.
rantia do Acesso serão comunicadas pelas SES a SAS/MS, para que 37.5 -  Outros mecanismos de controle e avaliação devem ser
esta altere os valores a serem transferidos ao Fundo Municipal de adotados pelo gestor público, como o acompanhamento dos orça-
Saúde correspondente. mentos públicos em saúde, a análise da coerência entre a progra-
33 - Para habilitar-se ou permanecer habilitado na condição mação, a produção e o faturamento apresentados e a implementa-
de GPSM, o município deverá participar do processo de programa- ção de críticas possibilitadas pelos sistemas informatizados quanto
ção e assumir, quando necessário, o atendimento à população de à consistência e confiabilidade das informações disponibilizadas
referência, conforme acordado na PPI e consolidado por meio da pelos prestadores.
assinatura do referido Termo de Compromisso para a Garantia do 38 - A avaliação da qualidade da atenção pelos gestores deve
Acesso. envolver tanto a implementação de indicadores objetivos baseados
II.3 - DO PROCESSO DE CONTROLE, AVALIAÇÃO E REGULAÇÃO em critérios técnicos, como a adoção de instrumentos de avaliação
DA ASSISTÊNCIA da satisfação dos usuários do sistema, que considerem a acessibili-
34 - As funções de controle e avaliação devem ser coerentes dade, a integralidade da atenção, a resolubilidade e qualidade dos
com os processos de planejamento, programação e alocação de re- serviços prestados.
cursos em saúde tendo em vista sua importância para a revisão de 39 - A avaliação dos resultados da atenção e do impacto na saú-
prioridades e diretrizes, contribuindo para o alcance de melhores de deve  envolver o acompanhamento dos resultados alcançados
resultados em termos de impacto na saúde da população. em função dos objetivos, indicadores e metas apontados no plano
35 - O fortalecimento das funções de controle e avaliação dos de saúde, voltados para a melhoria do nível de saúde da população.
gestores do SUS deve se dar principalmente, nas seguintes dimen- 40 - Ao gestor do SUS responsável pelo relacionamento com
sões: cada unidade, conforme sua condição de habilitação e qualificação,
A -  avaliação da organização do sistema e do modelo de gestão; cabe programar e regular a oferta de serviços e seu acesso de acor-
B -  relação com os prestadores de serviços; do com as necessidades identificadas.
C - qualidade da assistência e  satisfação dos usuários; 40.1 – A regulação da assistência deverá ser efetivada por meio
D - resultados e impacto sobre a saúde da população. da implantação de complexos reguladores que congreguem unida-
36 - Todos os níveis de governo devem avaliar o funcionamento des de trabalho responsáveis pela regulação das urgências, consul-
do sistema de saúde, no que diz respeito ao desempenho nos pro- tas, leitos e outros que se fizerem necessários.
cessos de gestão, formas de organização e modelo de atenção, ten- 41 - A regulação da assistência, voltada para a disponibilização
do como eixo orientador a promoção da equidade no acesso e na da alternativa assistencial mais adequada à necessidade do cidadão,
alocação dos recursos, e como instrumento básico para o acompa- de forma equânime, ordenada, oportuna e qualificada, pressupõe:
nhamento e avaliação dos sistemas de saúde o Relatório de Gestão; A - a realização prévia de um processo de avaliação das neces-
37 - O controle e a avaliação dos prestadores de serviços, a sidades de saúde e de planejamento/programação, que considere
ser exercido pelo gestor do SUS responsável de acordo com a con- aspectos epidemiológicos, os recursos assistenciais disponíveis e
dição de habilitação e modelo de gestão adotado, compreende o condições de acesso às unidades de referência;
conhecimento global dos estabelecimentos de saúde localizados B – a definição da estratégia de regionalização que explicite a
em seu território, o cadastramento de serviços, a condução de pro- responsabilização e papel dos vários municípios, bem como a inser-
cessos de compra e contratualização de serviços de acordo com as ção das diversas unidades assistenciais na rede;
necessidades identificadas e regras legais, o acompanhamento do C – a delegação de autoridade sanitária ao médico regulador,
faturamento, quantidade e qualidade dos serviços prestados, entre para que exerça a responsabilidade sobre a regulação da assistên-
outras atribuições. cia, instrumentalizada por protocolos técnico-operacionais;
37.1 -  O cadastro completo e fidedigno de unidades prestado- D – a definição das interfaces da estratégia da regulação da as-
ras de serviços de saúde é um requisito básico para programação sistência com o processo de planejamento, programação e outros
de serviços assistenciais, competindo ao gestor do SUS responsável instrumentos de controle e avaliação.
pelo relacionamento com cada unidade, seja própria, contratada ou II . 4 - DOS HOSPITAIS PÚBLICOS SOB GESTÃO DE OUTRO NÍVEL
conveniada, a garantia da atualização permanente dos dados cadas- DE GOVERNO:
trais e de alimentação dos bancos de dados nacionais do SUS. 42 - Definir que unidades hospitalares públicas sob gerência de
37.2 - O interesse público e a identificação de necessidades um nível de governo e gestão de outro, habilitado em gestão plena
assistenciais devem pautar o processo de compra de serviços na do sistema, preferencialmente deixem de ser remunerados por pro-
rede privada, que deve seguir a legislação, as normas administrati- dução de serviços e passem a receber recursos correspondentes à
vas específicas e os fluxos de aprovação definidos na Comissão In- realização de metas estabelecidas de comum acordo.
tergestores Bipartite, quando a disponibilidade da rede pública for 43 -  Aprovar, na forma do Anexo 5 desta Norma, modelo  con-
insuficiente para o atendimento da população. tendo cláusulas mínimas do Termo de Compromisso a ser firmado
37.3 - Os contratos de prestação de serviços devem represen- entre as partes envolvidas, com o objetivo de regular a contratua-
tar instrumentos efetivos de responsabilização dos prestadores lização dos serviços oferecidos e a forma de pagamento das unida-
com os objetivos, atividades e metas estabelecidas pelos gestores des hospitalares.
de acordo com as necessidades de saúde identificadas.
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44 -  Os recursos financeiros para cobrir o citado Termo de h) Prestação dos serviços relacionados aos procedimentos co-
Compromisso devem ser  subtraídos das parcelas correspondentes bertos pelo PAB ampliado e acompanhamento, no caso de referên-
à população própria e à população referenciada do teto financeiro cia interna ou externa ao município, dos demais serviços prestados
do (município/estado), e repassado diretamente ao ente público aos seus munícipes, conforme a PPI, mediado pela SES;
gerente da unidade, em conta específica para esta finalidade aberta i) Realização do cadastro, contratação, controle, avaliação,
em seu fundo de saúde. auditoria e pagamento aos prestadores dos serviços contidos no
CAPÍTULO III . CRITÉRIOS DE HABILITAÇÃO E  DESABILITAÇÃO PABA, localizados em seu território e vinculados ao SUS;
DE MUNICÍPIOS E ESTADOS j) Operação do SIA/SUS e o SIAB, quando aplicável, conforme
III . 1  - CONDIÇÕES DE HABILITAÇÃO DE MUNICÍPIOS E ESTA- normas do Ministério da Saúde, e alimentação junto à Secretaria
DOS Estadual de Saúde, dos bancos de dados nacionais;
A presente Norma  atualiza as condições de gestão estabele- k) Autorização, desde que não haja definição contrária por par-
cidas na NOB SUS 01/96, explicitando as responsabilidades, os re- te  da CIB, das internações hospitalares e dos procedimentos am-
quisitos relativos às modalidades de gestão e as prerrogativas dos bulatoriais especializados, realizados no município, que continuam
gestores municipais e estaduais. sendo pagos por produção de serviços;
45 - A habilitação dos municípios e estados às diferentes condi- l) Manutenção  do cadastro atualizado das unidades assisten-
ções de gestão significa a declaração dos compromissos assumidos ciais sob sua gestão, segundo normas do MS;
por parte do gestor perante os outros gestores e perante a popula- m) Realização de avaliação permanente do impacto das ações
ção sob sua responsabilidade. do Sistema sobre as condições de saúde dos seus munícipes e sobre
III .1.1 - Do processo de habilitação dos municípios: o seu meio ambiente, incluindo o cumprimento do pacto de indica-
46  - A partir da publicação desta Norma, e considerando o dores da atenção básica;
prazo previsto no seu Item 59 – Capítulo IV, os municípios poderão n) Execução das ações básicas de vigilância sanitária, de acordo
habilitar-se em duas condições: com a legislação em vigor e a normatização da Agência Nacional de
GESTÃO PLENA DA ATENÇÃO BÁSICA AMPLIADA; e Vigilância Sanitária / ANVISA;
GESTÃO PLENA DO SISTEMA MUNICIPAL. o) Execução das ações básicas de epidemiologia, de controle
46.1 - Todos os municípios que vierem a ser habilitados em de doenças e de ocorrências mórbidas, decorrentes de causas ex-
Gestão Plena do Sistema Municipal, de acordo com as normas do ternas, como acidentes, violências e outras, de acordo com norma-
Item 48 – Capítulo II desta Norma,  estarão também habilitados em tização vigente;
Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada. p) Elaboração do relatório anual de gestão e aprovação pelo
46.2 - Cabe à Secretaria Estadual de Saúde a gestão do SUS nos Conselho Municipal de Saúde/CMS.
municípios não habilitados, enquanto for mantida a situação de não Requisitos
habilitação. a) Comprovar o funcionamento do CMS;
47 - Os municípios, para se habilitarem à Gestão Plena da Aten- b) Comprovar a operação do Fundo Municipal de Saúde;
ção Básica Ampliada, deverão assumir as responsabilidades, cum- c) Apresentar o Plano Municipal de Saúde do período em curso,
prir os requisitos e gozar das prerrogativas definidas a seguir: aprovado pelo respectivo Conselho Municipal de Saúde, contendo
 Responsabilidades a programação física e financeira dos recursos assistenciais destina-
a) Elaboração do Plano Municipal de Saúde, a ser submetido à dos ao município;
aprovação do Conselho Municipal de Saúde, que deve contemplar a d) Comprovar a disponibilidade de serviços, com qualidade
Agenda de Compromissos Municipal, harmonizada com as agendas e quantidade suficientes, em seu território, para executar todo o
nacional e estadual, a integração e articulação do município na rede elenco de procedimentos constantes Subitem 6.3 – Item 6 – Capí-
estadual e respectivas responsabilidades na PPI do estado, incluindo tulo I desta Norma;
detalhamento da programação de ações e serviços que compõem o e) Comprovar capacidade técnica e administrativa e condições
sistema municipal, bem como o Quadro de Metas, mediante o qual materiais para o exercício de suas responsabilidades e prerrogativas
será efetuado o acompanhamento dos Relatórios de Gestão; quanto à contratação, ao pagamento, ao controle, avaliação e à au-
b) Gerência de unidades ambulatoriais próprias; ditoria dos serviços sob sua gestão;
c) Gerência de unidades ambulatoriais transferidas pelo estado f) Comprovar, por meio da alimentação do Sistema de Infor-
ou pela União: mações sobre Orçamentos Públicos em Saúde/SIOPS, a dotação
d) Organização da rede de atenção básica, incluída a gestão de orçamentária do ano e o dispêndio realizado no ano anterior, cor-
prestadores privados, caso haja neste nível de atenção; respondente à contrapartida de recursos financeiros próprios do
e) Cumprimento  das responsabilidades definidas no Subitem Tesouro Municipal, de acordo com a Emenda Constitucional 29, de
6.1 – Item 6 – Capítulo I desta Norma ; 14 de setembro de 2000;
f) Disponibilização, em qualidade e quantidade suficiente para g) Dispor de médico(s) formalmente designado(s) pelo gestor
a sua população, de serviços capazes de oferecer atendimento con- como responsável(is) pela autorização prévia (quando for o caso),
forme descrito no Subitem 6.3 – Item 6 – Capítulo I desta Norma; controle, avaliação e auditoria dos procedimentos e serviços rea-
g) Desenvolvimento do cadastramento nacional dos usuários lizados, em número adequado para assumir  essas responsabilida-
do SUS, segundo a estratégia de implantação do Cartão Nacional des;
de Saúde, com vistas à vinculação de clientela e à sistematização da h) Comprovar a capacidade para o desenvolvimento de ações
oferta dos serviços; de vigilância sanitária, conforme normatização da ANVISA;
i) Comprovar a capacidade para o desenvolvimento de ações
de vigilância epidemiológica;

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j) Comprovar a disponibilidade de estrutura de recursos huma- i) Operação do SIH e do SIA/SUS, conforme normas do MS, e
nos para supervisão e auditoria da rede de unidades, dos profissio- alimentação, junto a SES, dos bancos de dados de interesse nacio-
nais e dos serviços realizados; nal e estadual;
k) Submeter-se à avaliação pela SES em relação à capacidade j) Manutenção do cadastro atualizado de unidades assistenciais
de oferecer todo o Elenco de Procedimentos Básicos Ampliado - em seu território, segundo normas do MS;
EPBA e ao estabelecimento do Pacto de AB para o ano 2001 e sub- k) Avaliação permanente do impacto das ações do Sistema
seqüentes; sobre as condições de saúde dos seus munícipes e sobre o meio
l) Formalizar, junto ao gestor estadual, com vistas à CIB, após ambiente;
aprovação pelo CMS, o pleito de habilitação, atestando o cumpri- l) Execução das ações básicas, de média e alta complexidade
mento dos requisitos relativos à condição de gestão pleiteada. em vigilância sanitária, pactuadas na CIB;
Prerrogativas m) Execução de ações de epidemiologia, de controle de do-
a) Transferência regular e automática dos recursos referentes enças e de ocorrências mórbidas, decorrentes de causas externas,
ao Piso de Atenção Básica  Ampliado - PABA, correspondente ao como acidentes, violências e outras pactuadas na CIB.
financiamento do Elenco de Procedimentos Básicos e do incentivo Requisitos
de vigilância sanitária; a) Comprovar o funcionamento do CMS;
b) Gestão municipal de todas as unidades básicas de saúde,  b) Comprovar a operação do Fundo Municipal de Saúde;
públicas ou privadas (lucrativas e filantrópicas), localizadas no ter- c) Apresentar o Plano Municipal de Saúde, aprovado pelo CMS,
ritório municipal; que deve contemplar a Agenda de Compromissos Municipal, har-
c) Transferência regular e automática dos recursos referentes monizada com as agendas nacional e estadual, a integração e ar-
ao PAB variável, desde que qualificado conforme as normas vigen- ticulação do município na rede estadual e respectivas responsabi-
tes. lidades na PPI do estado, incluindo detalhamento da programação
48 - Os municípios, para se habilitarem à Gestão Plena do Sis- de ações e serviços que compõem o sistema municipal, bem como
tema Municipal, deverão assumir as responsabilidades, cumprir os o Quadro de Metas, mediante o qual será efetuado o acompanha-
requisitos e gozar das prerrogativas definidas a seguir: mento dos Relatórios de Gestão;
Responsabilidades d) Demonstrar desempenho satisfatório nos indicadores cons-
a) Elaboração do Plano Municipal de Saúde, a ser submetido à tantes do Pacto da Atenção Básica, de acordo com normatização
aprovação do Conselho Municipal de Saúde, que deve contemplar a da SPS;
Agenda de Compromissos Municipal, harmonizada com as agendas e) Demonstrar desempenho satisfatório na gestão da atenção
nacional e estadual, a integração e articulação do município na rede básica, conforme avaliação descrita no Subitem 6.5 – Item 6 – Capí-
estadual e respectivas responsabilidades na PPI do estado, incluindo tulo I desta Norma;
detalhamento da programação de ações e serviços que compõem o f) Comprovar a oferta com qualidade e em quantidade suficien-
sistema municipal, bem como o Quadro de Metas, mediante o qual te, em seu território, de todo o elenco de procedimentos cober-
será efetuado o acompanhamento dos Relatórios de Gestão; tos pelo PABA e daqueles definidos no Anexo 3 desta Norma, bem
b) Gerência de unidades próprias, ambulatoriais e hospitalares; como de leitos hospitalares para realização, no mínimo, de parto
c) Gerência de unidades assistenciais transferidas pelo estado normal e primeiro atendimento nas clínicas médica e pediátrica;
e pela União; g) Firmar Termo de Compromisso para Garantia de Acesso com
d) Gestão de todo o sistema municipal, incluindo a gestão sobre a Secretaria de Estado da Saúde;
os prestadores de serviços de saúde vinculados ao SUS, indepen- h) Comprovar a estruturação do componente municipal do Sis-
dente da sua natureza jurídica ou nível de complexidade, exercendo tema Nacional de Auditoria/SNA;
o mando único, ressalvado as unidades estatais de hemonúcleos/ i) Participar da elaboração e da implementação da PPI do esta-
hemocentros e os laboratórios de saúde pública, em consonância do, bem assim da alocação de recursos expressa na programação;
com o disposto no  Item 50 – Capítulo III desta Norma; j) Comprovar capacidade técnica e administrativa e condições
e) Desenvolvimento do cadastramento nacional dos usuários materiais para o exercício de suas responsabilidades e prerrogativas
do SUS segundo a estratégia de implantação do  Cartão Nacional quanto ao cadastro, à contratação, ao controle, avaliação, à audito-
de Saúde, com vistas à vinculação da clientela e sistematização da ria e ao pagamento dos serviços sob sua gestão, bem como avaliar
oferta dos serviços; o impacto das ações do Sistema sobre a saúde dos seus munícipes;
f) Garantia do atendimento em seu território para sua popula- k) Comprovar, por meio da alimentação do SIOPS,  a dotação
ção e para a população referenciada por outros municípios, dispo- orçamentária do ano e o dispêndio no ano anterior correspondente
nibilizando serviços necessários, conforme definido na PPI,  e trans- à contrapartida de recursos financeiros próprios do Tesouro Munici-
formado em Termo de Compromisso para a Garantia de Acesso, pal, de acordo com a Emenda Constitucional 29, de  14 de setembro
assim como organização do encaminhamento das referências para de 2000;
garantir o acesso de sua população a serviços não disponíveis em l) Dispor de médico(s) formalmente designado(s) pelo gestor,
seu território; como responsável(is) pela autorização prévia (quando for o caso),
g) Integração dos serviços existentes no município às centrais controle, avaliação e auditoria dos procedimentos e serviços rea-
de regulação ambulatoriais e  hospitalares; lizados, em número adequado para assumir  essas responsabilida-
h) Cadastro, contratação, controle, avaliação, auditoria e pa- des;
gamento aos prestadores de serviços ambulatoriais e hospitalares m) Comprovar o funcionamento de serviço estruturado de vi-
localizados em seu território e vinculados ao SUS; gilância sanitária e capacidade para o desenvolvimento de ações de
vigilância sanitária, de acordo com a legislação em vigor e  a pactu-
ação estabelecida com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária;
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n) Comprovar a estruturação de serviços e atividades de vigi- g) Formulação e execução da política estadual de assistência
lância epidemiológica e de controle de zoonoses, de acordo com a farmacêutica, de acordo com a política nacional;
pactuação estabelecida com a Fundação Nacional de Saúde. h) Normalização complementar de mecanismos e instrumen-
o) Apresentar o Relatório de Gestão do ano anterior à solicita- tos de administração da oferta e controle da prestação de serviços
ção do pleito, devidamente aprovado pelo CMS; ambulatoriais, hospitalares, de alto custo, do tratamento fora do
p) Comprovar a organização do componente municipal do Sis- domicílio e dos medicamentos e insumos especiais;
tema Nacional de Auditoria e de mecanismos de controle e avalia- i)Manutenção do cadastro atualizado de unidades assistenciais
ção; sob sua gestão, segundo normas do MS, e coordenação do cadastro
q) Comprovar disponibilidade orçamentária suficiente e me- estadual de prestadores;
canismos para pagamento de prestadores públicos e privados de j) Cooperação técnica e financeira com o conjunto de municí-
saúde; pios, objetivando a consolidação do processo de descentralização,
r) Formalizar, junto ao gestor estadual com vistas à CIB, após a organização da rede regionalizada e hierarquizada de serviços, a
aprovação pelo CMS, o pleito de habilitação, atestando o cumpri- realização de ações de epidemiologia, de controle de doenças, de
mento dos requisitos específicos relativos à condição de gestão vigilância sanitária, assim  como o pleno exercício das funções ges-
pleiteada. toras de planejamento, controle, avaliação e auditoria;
Prerrogativas k) Estruturação e operação do Componente Estadual do SNA;
a) Transferência, regular e automática, dos recursos referentes l) Implementação de políticas de integração das ações de sane-
ao valor per capita definido para o financiamento dos procedimen- amento às de saúde;
tos constantes do Anexo 3 desta Norma , após qualificação da mi- m) Coordenação das atividades de vigilância epidemiológica e
crorregião na qual está inserido, para sua própria população e, caso de controle de doenças e execução complementar conforme pactu-
seja sede de módulo assistencial, para a sua própria população e ação estabelecida com a Fundação Nacional de Saúde.
população dos municípios abrangidos; n) Execução de operações complexas voltadas ao controle de
b) Receber, diretamente no Fundo Municipal de Saúde, o mon- doenças que possam se beneficiar da economia de escala;
tante total de recursos federais correspondente ao limite financeiro o) Coordenação das atividades de vigilância sanitária e execu-
programado para o município, compreendendo a parcela destinada ção complementar conforme a legislação em vigor e pactuação es-
ao atendimento da população própria e aquela destinada ao aten- tabelecida com a ANVISA;
dimento à população referenciada, de acordo com o Termo de Com- p) Execução das ações básicas de vigilância sanitária referentes
promisso para Garantia de Acesso firmado; aos municípios não habilitados nas condições de gestão estabeleci-
c) Gestão do conjunto das unidades ambulatoriais especializa- das nesta Norma ;
das e hospitalares, estatais ou privadas, estabelecidas no território q) Execução das ações de média e alta complexidade de vigi-
municipal. lância sanitária, exceto as realizadas pelos municípios habilitados na
III.1.2 - Do processo de habilitação dos Estados condição de Gestão Plena de Sistema Municipal;
49 -  A partir da publicação desta Norma, os estados podem r) apoio logístico e estratégico às atividades de atenção à saúde
habilitar-se em duas condições: das populações indígenas, na conformidade de critérios estabeleci-
GESTÃO AVANÇADA DO SISTEMA ESTADUAL dos pela CIT.
GESTÃO PLENA DO SISTEMA ESTADUAL. Requisitos
50  – São atributos comuns as duas condições de gestão esta- a) Apresentar o Plano Estadual de Saúde, aprovado pelo CES,
dual: contendo minimamente:
Responsabilidades - Quadro de Metas, compatível com a Agenda de Compromis-
a) Elaboração do Plano Estadual de Saúde, e do Plano Diretor sos, por meio do qual a execução do Plano será acompanhada anu-
de Regionalização conforme previsto no Item 2 – Capítulo I  desta almente nos relatórios de gestão;
Norma; - programação integrada das ações ambulatoriais, hospitalares
b) Coordenação da PPI do estado, contendo a referência in- e de alto custo, de epidemiologia e de controle de doenças – in-
termunicipal e pactos de negociação na CIB para alocação dos re- cluindo, entre outras, as atividades de vacinação, de controle de
cursos, conforme expresso no item que descreve a PPI, nos termos vetores e de reservatórios – de saneamento, de pesquisa e desen-
desta Norma; volvimento tecnológico, de educação e de comunicação em saúde,
c) Gestão e gerência de unidades estatais de hemonúcleos/he- bem como as relativas às ocorrências mórbidas decorrentes de cau-
mocentros e de laboratórios de referência para controle de qualida- sas externas;
de,  vigilância sanitária e  vigilância epidemiológica; - estratégias de descentralização das ações de saúde para mu-
d) Formulação e execução da política de sangue e hemoterapia, nicípios;
de acordo com a política nacional; -  estratégias de reorganização do modelo de atenção;
e) Coordenação do sistema de referências intermunicipais, - Plano Diretor de Regionalização, explicitando: módulos assis-
organizando o acesso da população, bem como a normalização e tenciais, microrregiões e regiões, com a identificação dos núcleos
operação de câmara de compensação  para internações, procedi- dos módulos assistenciais e dos pólos microrregionais e regionais
mentos especializados e de alto custo e ou alta complexidade, via- de média complexidade; os prazos para qualificação das microrregi-
bilizando com os municípios-pólo os Termos de Compromisso para ões; o plano diretor de investimento para a formação e expansão de
a Garantia de Acesso; módulos assistenciais; proposição de estratégias de monitoramen-
f) Gestão dos sistemas municipais nos municípios não habili- to e garantia de referências intermunicipais e critérios de  revisão
tados; periódica dos tetos financeiros dos municípios;

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b) Apresentar a Programação Pactuação Integrada, baseada no c) Transferência de recursos referentes às ações de epidemiolo-
Plano de Regionalização, conforme definido no Item 5 – Capítulo I  gia e controle de doenças.
e  Seção II.1 Capítulo II desta Norma; 52  - Além dos atributos comuns as duas condições de gestão
c) Alimentar com os dados financeiros do  Estado no Sistema de estadual, ficam estabelecidos os seguintes atributos específicos à
Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde – SIOPS; Gestão Plena do Sistema Estadual:
d) Comprovar o funcionamento da CIB; Responsabilidades
e) Comprovar a operação do Fundo Estadual de Saúde; a) Cadastro, contratação, controle, avaliação e auditoria e pa-
f) Apresentar relatório de gestão aprovado pelo CES, relativo ao gamento aos prestadores do conjunto dos serviços sob gestão es-
ano anterior à solicitação do pleito; tadual;
g) Comprovar a transferência da gestão da atenção hospitalar b) Operação do SIA/SUS e do SIH/SUS, conforme normas do
e ambulatorial aos municípios habilitados, conforme a respectiva MS, e alimentação dos bancos de dados de interesse nacional.
condição de gestão; Requisitos
h) Comprovar a estruturação do componente estadual do SNA; a) Comprovar a implementação da programação integrada das
i) Comprovar capacidade técnica e administrativa e condições ações ambulatoriais, hospitalares e de alto custo, contendo a refe-
materiais para o exercício de suas responsabilidades e prerrogati- rência intermunicipal e os critérios para a sua elaboração;
vas, quanto à contratação, pagamento, controle, avaliação e audi- b) Comprovar a operacionalização de mecanismos e instru-
toria dos serviços sob sua gestão e quanto à avaliação do impacto mentos de regulação dos serviços ambulatoriais e hospitalares;
das ações do Sistema sobre as condições de saúde da população c) Dispor de 80% dos municípios habilitados nas condições de
do estado. gestão estabelecidas nesta Norma, independente do seu contingen-
j) Comprovar, por meio de alimentação do SIOPS, a dotação or- te populacional; ou 50% dos municípios, desde que, nestes, resi-
çamentária do ano e o dispêndio no ano anterior, correspondente à dam 80% da população;
contrapartida de recursos financeiros próprios do Tesouro Estadual, d) Dispor de 50% do valor do Teto Financeiro da Assistência/
de acordo com a Emenda Constitucional  nº 29, de 14 de setembro TFA do estado comprometido com transferências regulares e auto-
de 2000; máticas aos municípios;
k) Comprovar  a Certificação do processo de descentralização e) Comprovar disponibilidade orçamentária e mecanismos de
das ações de epidemiologia e controle de doenças; pagamento aos prestadores públicos e privados, bem como de re-
l) Comprovar o funcionamento de serviço de vigilância sani- passe aos fundos municipais de saúde.
tária no estado, organizado segundo a legislação e capacidade de f) Comprovar descentralização para os municípios habilitados
desenvolvimento de ações de vigilância sanitária; da rede de Unidades Assistenciais Básicas.
m) Apresentar à CIT a formalização do pleito, devidamente Prerrogativas
aprovado pelo CES e pela CIB, atestando o cumprimento dos requi- a) Transferência regular e automática dos recursos correspon-
sitos gerais e específicos relativos à condição de gestão pleiteada. dentes ao valor do TFA, deduzidas as transferências fundo a fundo
51 - Além dos atributos comuns as duas condições de gestão realizadas a municípios habilitados;
estadual, ficam estabelecidos os seguintes atributos específicos à b) Transferência regular e automática referente às ações reali-
Gestão Avançada do Sistema Estadual: zadas na área de Vigilância Sanitária;
Responsabilidades c) Remuneração por serviços produzidos na área da vigilância
a) Contratação, controle, avaliação, auditoria e ordenação do sanitária;
pagamento do conjunto dos serviços sob gestão estadual; d) Normalização complementar, pactuada na CIB e aprovada
b) Contratação, controle, avaliação,  auditoria e pagamento dos pelo CES, relativa ao pagamento de prestadores de serviços assis-
prestadores de serviços incluídos no PAB dos municípios não habi- tenciais sob sua gestão, inclusive alteração de valores de procedi-
litados; mentos, tendo a tabela nacional como referência mínima;
c) Operação do SIA/SUS, conforme normas do MS, e alimenta- e) Transferência de recursos referentes às ações de epidemiolo-
ção dos bancos de dados de interesse nacional. gia e de controle de doenças.
Requisitos III . 2 - DA DESABILITAÇÃO
a) Apresentar a programação pactuada e integrada ambulato- III.2.1  - Da desabilitação dos municípios
rial, hospitalar e de alto custo, contendo a referência intermunicipal 53  - Cabe à Comissão Intergestores Bipartite Estadual a desabi-
e os critérios para sua elaboração; litação dos municípios, que deverá ser homologada pela Comissão
b) Dispor de 60% dos municípios do estado habilitados nas con- Intergestores Tripartite.
dições de gestão estabelecidas nesta Norma, independente do seu III.2.1.1 - Da condição de Gestão Plena da Atenção Básica Am-
contingente populacional; ou 40% dos municípios habilitados, des- pliada
de que, nestes, residam 60% da população; 54 - Os municípios habilitados em gestão plena da atenção bá-
c) Dispor de 30% do valor do limite financeiro programado  sica ampliada serão desabilitados quando:
comprometido com transferências regulares e automáticas aos mu- A -  descumprirem as responsabilidades assumidas na habilita-
nicípios. ção do município;
Prerrogativas B -  apresentarem situação irregular na alimentação dos Bancos
a) Transferência regular e automática dos recursos correspon- de Dados Nacionais por mais de 04 (quatro) meses consecutivos;
dentes ao Piso Assistencial Básico/PAB relativos aos municípios não C -  a cobertura vacinal for menor do que 70% do preconizado
habilitados; pelo PNI para as vacinas: BCG, contra a poliomielite, contra o sa-
b) Transferência de recursos referentes às ações de vigilância rampo e DPT;
sanitária;
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D -  apresentarem produção de serviços insuficiente, segundo 59 - Os municípios terão os seguintes prazos, a partir da publi-
parâmetros definidos pelo MS e aprovados pela CIT,  de alguns pro- cação desta Norma, para se habilitarem de acordo com o estabele-
cedimentos básicos estratégicos; cido pela NOB-SUS 01/96:
E -  não firmarem o Pacto de Indicadores da Atenção Básica; - 30 (trinta) dias após a publicação desta Norma para dar en-
F - apresentarem irregularidades que comprometam a gestão trada no processo de habilitação junto à Comissão Intergestores
municipal, identificadas pelo componente estadual e/ou nacional Bipartite;
do SNA. - 60 (sessenta) dias para homologação da habilitação pela Co-
55 - São motivos de suspensão imediata, pelo Ministério da missão Intergestores Tripartite.
Saúde, dos repasses financeiros transferidos mensalmente, Fundo 60 - Os municípios atualmente habilitados em Gestão Plena
a Fundo, para os municípios: Atenção Básica e os que se habilitarem conforme previsto no Item
A -  Não pagamento aos prestadores de serviços sob sua ges- 59, deste Capítulo, deverão se adequar às condições estabelecidas
tão, públicos ou privados, até 60 (sessenta) dias após a apresenta- para a habilitação em Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada.
ção da fatura pelo prestador; 61 - Os municípios atualmente habilitados em Gestão Plena
B -  Falta de alimentação dos bancos de dados nacionais por 02 do Sistema Municipal e os que se habilitarem conforme previsto
(dois) meses consecutivos ou 03 (três)  meses alternados; no  Item 59, deste Capítulo, deverão se adequar, no prazo de 180
C - Indicação de suspensão por Auditoria realizada pelos com- (cento e oitenta)  dias, às condições estabelecidas para a habilitação
ponentes estadual ou nacional do SNA, respeitado o prazo de defe- em Gestão Plena do Sistema Municipal definidas nesta Norma, sob
sa do município envolvido. pena de desabilitação na modalidade.
III.2.1.2 - Da condição de Gestão Plena do Sistema Municipal: 61.1 – Estes municípios poderão se manter habilitados na Ges-
56  - Os municípios  habilitados na gestão Plena do Sistema tão Plena da Atenção Básica ou Atenção Básica Ampliada, de acordo
Municipal serão desabilitados quando: com a avaliação descrita nos Subitens 6.5 e 6.6 – Item 6 Capítulo I
A -  não cumprirem as responsabilidades definidas para a ges- desta Norma.
tão Plena do Sistema Municipal; ou 62 - Os estados, cujos processos de habilitação já se encontram
B - se enquadrarem na situação de desabilitação prevista no  tramitando no Ministério da Saúde, terão 60 (sessenta) dias a partir
Item 54 - Capítulo III desta Norma; ou da data de publicação desta Norma, para resolver as pendências,
C -  não cumprirem Termo de Compromisso para Garantia do de forma a poder se habilitar de acordo com as regras da NOB-SUS
Acesso. 01/96.
56.1 -  São motivos de suspensão imediata, pelo MS, dos repas- 63 - As responsabilidades, fluxos e prazos para melhor opera-
ses financeiros  a serem transferidos, mensalmente, fundo a fundo, cionalização dos processos de habilitação e desabilitação serão de-
para os municípios: finidas em portaria da SAS/MS, dentro  de 30 (trinta)  dias, a partir
a) Não pagamento dos prestadores de serviços sob sua gestão, da data de publicação desta Norma.
públicos ou privados, em período até 60 (sessenta)  dias após a 64 – Os estados deverão elaborar,  120 (cento e vinte) dias após
apresentação da fatura pelo prestador. a publicação da regulamentação dos planos de regionalização e da
b) Falta de alimentação dos bancos de dados nacionais por 02 PPI prevista nesta Norma os respectivos planos diretores de regio-
(dois) meses consecutivos ou 03 (três)  meses alternados; nalização e PPI.
c) Indicação de suspensão por Auditoria realizada pelos com- 64.1 - Os municípios localizados em estados que não cumpri-
ponentes estadual ou nacional do SNA, respeitado o prazo de defe- rem o prazo de que trata este item poderão, enquanto persistir esta
sa do município envolvido.   situação, habilitar-se de acordo com as regras de habilitação previs-
III .2.2  - Da desabilitação dos estados tas na NOB-SUS 01/96.
57 - Os Estados que não cumprirem as responsabilidades de- 65 – No que concerne à regulamentação da assistência à saúde,
finidas para a forma de gestão à qual encontrarem-se habilitados o disposto nesta NOAS-SUS atualiza as definições constantes da Por-
serão  desabilitados pela CIT. taria GM/MS N° 2.203, de 05 de novembro de 1996, no que couber.
57.1 - São motivos de suspensão imediata pelo MS dos repas-
ses financeiros a serem transferidos, mensalmente, fundo a fundo,
para os estados: LEI FEDERAL Nº 8.069/1990 (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO
a) não pagamento dos prestadores de serviços sob sua gestão, ADOLESCENTE) E SUAS ALTERAÇÕES
públicos ou privados, até 60 (sessenta) dias após a apresentação da
fatura pelo prestador;
TÍTULOI
b) indicação de suspensão por auditoria realizada pelos com-
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
ponentes nacional do SNA, homologada pela CIT, apontando irre-
gularidades graves.  
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao
adolescente.
CAPÍTULO IV -
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre
doze e dezoito anos de idade.
58 -  Os municípios habilitados  segundo a NOB-SUS 01/96 na
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excep-
Gestão Plena da Atenção Básica,  após avaliados conforme o descri-
cionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um
to no Subitem 6.5 – Item 6 – Capítulo I desta Norma, estarão habili-
anos de idade.
tados na Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada.

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Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos § 3 o Os serviços de saúde onde o parto for realizado assegu-
fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da prote- rarão às mulheres e aos seus filhos recém-nascidos alta hospitalar
ção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou responsável e contrarreferência na atenção primária, bem como o
por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de acesso a outros serviços e a grupos de apoio à amamentação. (Re-
lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e dação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
social, em condições de liberdade e de dignidade. § 4 o Incumbe ao poder público proporcionar assistência psi-
Parágrafo único.  Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a cológica à gestante e à mãe, no período pré e pós-natal, inclusive
todas as crianças e adolescentes, sem discriminação de nascimento, como forma de prevenir ou minorar as consequências do estado
situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença, puerperal. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem, § 5  o  A assistência referida no § 4  o  deste artigo deverá ser
condição econômica, ambiente social, região e local de moradia ou prestada também a gestantes e mães que manifestem interesse em
outra condição que diferencie as pessoas, as famílias ou a comuni- entregar seus filhos para adoção, bem como a gestantes e mães que
dade em que vivem. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) se encontrem em situação de privação de liberdade. (Redação dada
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em pela Lei nº 13.257, de 2016)
geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efe- § 6 o A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um) acompa-
tivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à edu- nhante de sua preferência durante o período do pré-natal, do traba-
cação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignida- lho de parto e do pós-parto imediato. (Incluído pela Lei nº 13.257,
de, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. de 2016)
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende: § 7 o A gestante deverá receber orientação sobre aleitamento
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer cir- materno, alimentação complementar saudável e crescimento e de-
cunstâncias; senvolvimento infantil, bem como sobre formas de favorecer a cria-
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de re- ção de vínculos afetivos e de estimular o desenvolvimento integral
levância pública; da criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais § 8 o A gestante tem direito a acompanhamento saudável du-
públicas; rante toda a gestação e a parto natural cuidadoso, estabelecendo-
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas rela- -se a aplicação de cesariana e outras intervenções cirúrgicas por
cionadas com a proteção à infância e à juventude. motivos médicos. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qual- § 9 o A atenção primária à saúde fará a busca ativa da gestante
quer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, que não iniciar ou que abandonar as consultas de pré-natal, bem
crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, como da puérpera que não comparecer às consultas pós-parto. (In-
por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais. cluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins § 10.  Incumbe ao poder público garantir, à gestante e à mulher
sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos com filho na primeira infância que se encontrem sob custódia em
e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e unidade de privação de liberdade, ambiência que atenda às normas
do adolescente como pessoas em desenvolvimento. sanitárias e assistenciais do Sistema Único de Saúde para o acolhi-
mento do filho, em articulação com o sistema de ensino competen-
TÍTULOII te, visando ao desenvolvimento integral da criança. (Incluído pela
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 8º-A.  Fica instituída a Semana Nacional de Prevenção da
CAPÍTULO I Gravidez na Adolescência, a ser realizada anualmente na semana
DO DIREITO À VIDA E À SAÚDE que incluir o dia 1º de fevereiro, com o objetivo de disseminar in-
formações sobre medidas preventivas e educativas que contribuam
Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida para a redução da incidência da gravidez na adolescência. (Incluído
e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que pela Lei nº 13.798, de 2019)
permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, Parágrafo único.   As ações destinadas a efetivar o disposto
em condições dignas de existência. no caput deste artigo ficarão a cargo do poder público, em conjun-
Art. 8 o É assegurado a todas as mulheres o acesso aos progra- to com organizações da sociedade civil, e serão dirigidas priorita-
mas e às políticas de saúde da mulher e de planejamento reprodu- riamente ao público adolescente. (Incluído pela Lei nº 13.798, de
tivo e, às gestantes, nutrição adequada, atenção humanizada à gra- 2019)
videz, ao parto e ao puerpério e atendimento pré-natal, perinatal e Art. 9º O poder público, as instituições e os empregadores pro-
pós-natal integral no âmbito do Sistema Único de Saúde. (Redação piciarão condições adequadas ao aleitamento materno, inclusive
dada pela Lei nº 13.257, de 2016) aos filhos de mães submetidas a medida privativa de liberdade.
§ 1 o O atendimento pré-natal será realizado por profissionais § 1  o  Os profissionais das unidades primárias de saúde de-
da atenção primária. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) senvolverão ações sistemáticas, individuais ou coletivas, visando
§ 2 o Os profissionais de saúde de referência da gestante garan- ao planejamento, à implementação e à avaliação de ações de pro-
tirão sua vinculação, no último trimestre da gestação, ao estabeleci- moção, proteção e apoio ao aleitamento materno e à alimentação
mento em que será realizado o parto, garantido o direito de opção complementar saudável, de forma contínua.  (Incluído pela Lei nº
da mulher. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) 13.257, de 2016)

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§ 2 o Os serviços de unidades de terapia intensiva neonatal de- § 2º A delimitação de doenças a serem rastreadas pelo teste do
verão dispor de banco de leite humano ou unidade de coleta de pezinho, no âmbito do PNTN, será revisada periodicamente, com
leite humano. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) base em evidências científicas, considerados os benefícios do ras-
Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à treamento, do diagnóstico e do tratamento precoce, priorizando as
saúde de gestantes, públicos e particulares, são obrigados a: doenças com maior prevalência no País, com protocolo de trata-
I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de mento aprovado e com tratamento incorporado no Sistema Único
prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos; de Saúde.    (Incluído pela Lei nº 14.154, de 2021)  Vigência
II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua im- § 3º O rol de doenças constante do § 1º deste artigo poderá ser
pressão plantar e digital e da impressão digital da mãe, sem preju- expandido pelo poder público com base nos critérios estabelecidos
ízo de outras formas normatizadas pela autoridade administrativa no § 2º deste artigo.    (Incluído pela Lei nº 14.154, de 2021)  Vi-
competente; gência
III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica § 4º Durante os atendimentos de pré-natal e de puerpério
de anormalidades no metabolismo do recém-nascido, bem como imediato, os profissionais de saúde devem informar a gestante e os
prestar orientação aos pais; acompanhantes sobre a importância do teste do pezinho e sobre as
IV - fornecer declaração de nascimento onde constem neces- eventuais diferenças existentes entre as modalidades oferecidas no
sariamente as intercorrências do parto e do desenvolvimento do Sistema Único de Saúde e na rede privada de saúde.    (Incluído pela
neonato; Lei nº 14.154, de 2021)  Vigência
V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a Art. 11.  É assegurado acesso integral às linhas de cuidado vol-
permanência junto à mãe. tadas à saúde da criança e do adolescente, por intermédio do Siste-
VI - acompanhar a prática do processo de amamentação, pres- ma Único de Saúde, observado o princípio da equidade no acesso
tando orientações quanto à técnica adequada, enquanto a mãe a ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saú-
permanecer na unidade hospitalar, utilizando o corpo técnico já de. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
existente. (Incluído pela Lei nº 13.436, de 2017) (Vigência) § 1 o A criança e o adolescente com deficiência serão atendi-
§ 1º Os testes para o rastreamento de doenças no recém-nas- dos, sem discriminação ou segregação, em suas necessidades gerais
cido serão disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde, no âmbito de saúde e específicas de habilitação e reabilitação. (Redação dada
do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), na forma da pela Lei nº 13.257, de 2016)
regulamentação elaborada pelo Ministério da Saúde, com imple- § 2 o Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente, àque-
mentação de forma escalonada, de acordo com a seguinte ordem les que necessitarem, medicamentos, órteses, próteses e outras
de progressão:   (Incluído pela Lei nº 14.154, de 2021)  Vigência tecnologias assistivas relativas ao tratamento, habilitação ou rea-
I – etapa 1:   (Incluído pela Lei nº 14.154, de 2021)  Vigência bilitação para crianças e adolescentes, de acordo com as linhas de
a) fenilcetonúria e outras hiperfenilalaninemias;     (Incluída cuidado voltadas às suas necessidades específicas. (Redação dada
pela Lei nº 14.154, de 2021)  Vigência pela Lei nº 13.257, de 2016)
b) hipotireoidismo congênito;     (Incluída pela Lei nº 14.154, de § 3 o Os profissionais que atuam no cuidado diário ou frequen-
2021)  Vigência te de crianças na primeira infância receberão formação específica
c) doença falciforme e outras hemoglobinopatias;     (Incluída e permanente para a detecção de sinais de risco para o desenvol-
pela Lei nº 14.154, de 2021)  Vigência vimento psíquico, bem como para o acompanhamento que se fizer
d) fibrose cística;    (Incluída pela Lei nº 14.154, de 2021)  Vi- necessário. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
gência Art. 12.  Os estabelecimentos de atendimento à saúde, inclu-
e) hiperplasia adrenal congênita;    (Incluída pela Lei nº 14.154, sive as unidades neonatais, de terapia intensiva e de cuidados in-
de 2021)  Vigência termediários, deverão proporcionar condições para a permanência
f) deficiência de biotinidase;    (Incluída pela Lei nº 14.154, de em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de
2021)  Vigência internação de criança ou adolescente.  (Redação dada pela Lei nº
g) toxoplasmose congênita;    (Incluída pela Lei nº 14.154, de 13.257, de 2016)
2021)  Vigência Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico,
II – etapa 2:   (Incluído pela Lei nº 14.154, de 2021)  Vigência de tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos contra criança
a) galactosemias;    (Incluída pela Lei nº 14.154, de 2021)  Vi- ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho
gência Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providên-
b) aminoacidopatias;     (Incluída pela Lei nº 14.154, de cias legais. (Redação dada pela Lei nº 13.010, de 2014)
2021)  Vigência § 1 o As gestantes ou mães que manifestem interesse em en-
c) distúrbios do ciclo da ureia;    (Incluída pela Lei nº 14.154, de tregar seus filhos para adoção serão obrigatoriamente encaminha-
2021)  Vigência das, sem constrangimento, à Justiça da Infância e da Juventude. (In-
d) distúrbios da betaoxidação dos ácidos graxos;    (Incluída pela cluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Lei nº 14.154, de 2021)  Vigência § 2 o Os serviços de saúde em suas diferentes portas de entra-
III – etapa 3: doenças lisossômicas;   (Incluído pela Lei nº 14.154, da, os serviços de assistência social em seu componente especia-
de 2021)  Vigência lizado, o Centro de Referência Especializado de Assistência Social
IV – etapa 4: imunodeficiências primárias;   (Incluído pela Lei nº (Creas) e os demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos da
14.154, de 2021)  Vigência Criança e do Adolescente deverão conferir máxima prioridade ao
V – etapa 5: atrofia muscular espinhal.   (Incluído pela Lei nº atendimento das crianças na faixa etária da primeira infância com
14.154, de 2021)  Vigência suspeita ou confirmação de violência de qualquer natureza, formu-

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lando projeto terapêutico singular que inclua intervenção em rede medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de
e, se necessário, acompanhamento domiciliar. (Incluído pela Lei nº cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los. (Incluído pela Lei
13.257, de 2016) nº 13.010, de 2014)
Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de Parágrafo único.  Para os fins desta Lei, considera-se: (Incluído
assistência médica e odontológica para a prevenção das enfermida- pela Lei nº 13.010, de 2014)
des que ordinariamente afetam a população infantil, e campanhas I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva apli-
de educação sanitária para pais, educadores e alunos. cada com o uso da força física sobre a criança ou o adolescente que
§ 1 o É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomen- resulte em: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
dados pelas autoridades sanitárias. (Renumerado do parágrafo úni- a) sofrimento físico; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
co pela Lei nº 13.257, de 2016) b) lesão; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
§ 2 o O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à saúde II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel de
bucal das crianças e das gestantes, de forma transversal, integral e tratamento em relação à criança ou ao adolescente que: (Incluído
intersetorial com as demais linhas de cuidado direcionadas à mu- pela Lei nº 13.010, de 2014)
lher e à criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) a) humilhe; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
§ 3 o A atenção odontológica à criança terá função educativa b) ameace gravemente; ou  (Incluído pela Lei nº 13.010, de
protetiva e será prestada, inicialmente, antes de o bebê nascer, por 2014)
meio de aconselhamento pré-natal, e, posteriormente, no sexto e c) ridicularize. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
no décimo segundo anos de vida, com orientações sobre saúde bu- Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os res-
cal. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) ponsáveis, os agentes públicos executores de medidas socioeduca-
§ 4  o  A criança com necessidade de cuidados odontológicos tivas ou qualquer pessoa encarregada de cuidar de crianças e de
especiais será atendida pelo Sistema Único de Saúde. (Incluído pela adolescentes, tratá-los, educá-los ou protegê-los que utilizarem
Lei nº 13.257, de 2016) castigo físico ou tratamento cruel ou degradante como formas de
§ 5 º É obrigatória a aplicação a todas as crianças, nos seus pri- correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto estarão
meiros dezoito meses de vida, de protocolo ou outro instrumento sujeitos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às seguintes me-
construído com a finalidade de facilitar a detecção, em consulta didas, que serão aplicadas de acordo com a gravidade do caso: (In-
pediátrica de acompanhamento da criança, de risco para o seu de- cluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
senvolvimento psíquico. (Incluído pela Lei nº 13.438, de 2017) (Vi- I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de pro-
gência) teção à família; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
II - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátri-
CAPÍTULO II co; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIGNIDADE III - encaminhamento a cursos ou programas de orientação; (In-
cluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento especiali-
respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de de- zado; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
senvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais V - advertência. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
garantidos na Constituição e nas leis. VI - garantia de tratamento de saúde especializado à víti-
Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspec- ma.      (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022)     Vigência
tos: Parágrafo único.  As medidas previstas neste artigo serão apli-
I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitá- cadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras providências
rios, ressalvadas as restrições legais; legais. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
II - opinião e expressão;
III - crença e culto religioso; CAPÍTULO III
IV - brincar, praticar esportes e divertir-se; DO DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA
V - participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação; SEÇÃO I
VI - participar da vida política, na forma da lei; DISPOSIÇÕES GERAIS
VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.
Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da inte- Art. 19.  É direito da criança e do adolescente ser criado e edu-
gridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abran- cado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família substi-
gendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos tuta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente
valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais. que garanta seu desenvolvimento integral. (Redação dada pela Lei
Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do nº 13.257, de 2016)
adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, § 1 o Toda criança ou adolescente que estiver inserido em pro-
violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor. grama de acolhimento familiar ou institucional terá sua situação re-
Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser educa- avaliada, no máximo, a cada 3 (três) meses, devendo a autoridade
dos e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel judiciária competente, com base em relatório elaborado por equipe
ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação ou interprofissional ou multidisciplinar, decidir de forma fundamenta-
qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família da pela possibilidade de reintegração familiar ou pela colocação em
ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos executores de família substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art.
28 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)

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§ 2 o A permanência da criança e do adolescente em progra- § 7 o Os detentores da guarda possuem o prazo de 15 (quinze)
ma de acolhimento institucional não se prolongará por mais de 18 dias para propor a ação de adoção, contado do dia seguinte à data
(dezoito meses), salvo comprovada necessidade que atenda ao seu do término do estágio de convivência. (Incluído pela Lei nº 13.509,
superior interesse, devidamente fundamentada pela autoridade ju- de 2017)
diciária. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) § 8 o Na hipótese de desistência pelos genitores - manifesta-
§ 3 o A manutenção ou a reintegração de criança ou adolescen- da em audiência ou perante a equipe interprofissional - da entrega
te à sua família terá preferência em relação a qualquer outra pro- da criança após o nascimento, a criança será mantida com os geni-
vidência, caso em que será esta incluída em serviços e programas tores, e será determinado pela Justiça da Infância e da Juventude
de proteção, apoio e promoção, nos termos do § 1 o do art. 23, dos o acompanhamento familiar pelo prazo de 180 (cento e oitenta)
incisos I e IV do caput do art. 101 e dos incisos I a IV do caput do art. dias. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
129 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) § 9 o É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre o nascimen-
§ 4 o Será garantida a convivência da criança e do adolescente to, respeitado o disposto no art. 48 desta Lei. (Incluído pela Lei nº
com a mãe ou o pai privado de liberdade, por meio de visitas perió- 13.509, de 2017)
dicas promovidas pelo responsável ou, nas hipóteses de acolhimen- § 10.  Serão cadastrados para adoção recém-nascidos e crian-
to institucional, pela entidade responsável, independentemente de ças acolhidas não procuradas por suas famílias no prazo de 30 (trin-
autorização judicial. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014) ta) dias, contado a partir do dia do acolhimento. (Incluído pela Lei
§ 5  o  Será garantida a convivência integral da criança com a nº 13.509, de 2017)
mãe adolescente que estiver em acolhimento institucional. (Inclu- Art. 19-B.  A criança e o adolescente em programa de acolhi-
ído pela Lei nº 13.509, de 2017) mento institucional ou familiar poderão participar de programa de
§ 6 o A mãe adolescente será assistida por equipe especializada apadrinhamento. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
multidisciplinar. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) § 1 o O apadrinhamento consiste em estabelecer e proporcio-
Art. 19-A.  A gestante ou mãe que manifeste interesse em en- nar à criança e ao adolescente vínculos externos à instituição para
tregar seu filho para adoção, antes ou logo após o nascimento, será fins de convivência familiar e comunitária e colaboração com o seu
encaminhada à Justiça da Infância e da Juventude. (Incluído pela Lei desenvolvimento nos aspectos social, moral, físico, cognitivo, edu-
nº 13.509, de 2017) cacional e financeiro. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 1 o A gestante ou mãe será ouvida pela equipe interprofissio- § 2º  Podem ser padrinhos ou madrinhas pessoas maiores de
nal da Justiça da Infância e da Juventude, que apresentará relatório 18 (dezoito) anos não inscritas nos cadastros de adoção, desde que
à autoridade judiciária, considerando inclusive os eventuais efeitos cumpram os requisitos exigidos pelo programa de apadrinhamento
do estado gestacional e puerperal. (Incluído pela Lei nº 13.509, de de que fazem parte. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
2017) § 3  o  Pessoas jurídicas podem apadrinhar criança ou adoles-
§ 2 o De posse do relatório, a autoridade judiciária poderá de- cente a fim de colaborar para o seu desenvolvimento. (Incluído pela
terminar o encaminhamento da gestante ou mãe, mediante sua Lei nº 13.509, de 2017)
expressa concordância, à rede pública de saúde e assistência so- § 4  o  O perfil da criança ou do adolescente a ser apadrinha-
cial para atendimento especializado.  (Incluído pela Lei nº 13.509, do será definido no âmbito de cada programa de apadrinhamento,
de 2017) com prioridade para crianças ou adolescentes com remota possibi-
§ 3 o A busca à família extensa, conforme definida nos termos lidade de reinserção familiar ou colocação em família adotiva. (In-
do parágrafo único do art. 25 desta Lei, respeitará o prazo máximo cluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
de 90 (noventa) dias, prorrogável por igual período. (Incluído pela § 5 o Os programas ou serviços de apadrinhamento apoiados
Lei nº 13.509, de 2017) pela Justiça da Infância e da Juventude poderão ser executados por
§ 4 o Na hipótese de não haver a indicação do genitor e de não órgãos públicos ou por organizações da sociedade civil.  (Incluído
existir outro representante da família extensa apto a receber a guar- pela Lei nº 13.509, de 2017)
da, a autoridade judiciária competente deverá decretar a extinção § 6 o Se ocorrer violação das regras de apadrinhamento, os res-
do poder familiar e determinar a colocação da criança sob a guarda ponsáveis pelo programa e pelos serviços de acolhimento deverão
provisória de quem estiver habilitado a adotá-la ou de entidade que imediatamente notificar a autoridade judiciária competente. (Inclu-
desenvolva programa de acolhimento familiar ou institucional. (In- ído pela Lei nº 13.509, de 2017)
cluído pela Lei nº 13.509, de 2017) Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do casamento,
§ 5 o Após o nascimento da criança, a vontade da mãe ou de ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas
ambos os genitores, se houver pai registral ou pai indicado, deve ser quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
manifestada na audiência a que se refere o § 1 o do art. 166 desta Art. 21. O pátrio poder poder familiar será exercido, em igual-
Lei, garantido o sigilo sobre a entrega. (Incluído pela Lei nº 13.509, dade de condições, pelo pai e pela mãe, na forma do que dispuser
de 2017) a legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso
§ 6º  Na hipótese de não comparecerem à audiência nem o ge- de discordância, recorrer à autoridade judiciária competente para a
nitor nem representante da família extensa para confirmar a inten- solução da divergência. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010,
ção de exercer o poder familiar ou a guarda, a autoridade judiciária de 2009) Vigência
suspenderá o poder familiar da mãe, e a criança será colocada sob Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e edu-
a guarda provisória de quem esteja habilitado a adotá-la. (Incluído cação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes,
pela Lei nº 13.509, de 2017) a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais.
Parágrafo único.  A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm direi-
tos iguais e deveres e responsabilidades compartilhados no cuida-
do e na educação da criança, devendo ser resguardado o direito
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de transmissão familiar de suas crenças e culturas, assegurados § 2 o Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será ne-
os direitos da criança estabelecidos nesta Lei. (Incluído pela Lei nº cessário seu consentimento, colhido em audiência. (Redação dada
13.257, de 2016) pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não cons- § 3 o Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de
titui motivo suficiente para a perda ou a suspensão do pátrio po- parentesco e a relação de afinidade ou de afetividade, a fim de evi-
der  poder familiar  .  (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de tar ou minorar as consequências decorrentes da medida. (Incluído
2009) Vigência pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 1 o Não existindo outro motivo que por si só autorize a decre- § 4 o Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tutela
tação da medida, a criança ou o adolescente será mantido em sua ou guarda da mesma família substituta, ressalvada a comprovada
família de origem, a qual deverá obrigatoriamente ser incluída em existência de risco de abuso ou outra situação que justifique plena-
serviços e programas oficiais de proteção, apoio e promoção. (Re- mente a excepcionalidade de solução diversa, procurando-se, em
dação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) qualquer caso, evitar o rompimento definitivo dos vínculos frater-
§ 2º  A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a nais. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
destituição do poder familiar, exceto na hipótese de condenação § 5 o A colocação da criança ou adolescente em família subs-
por crime doloso sujeito à pena de reclusão contra outrem igual- tituta será precedida de sua preparação gradativa e acompanha-
mente titular do mesmo poder familiar ou contra filho, filha ou ou- mento posterior, realizados pela equipe interprofissional a serviço
tro descendente. (Redação dada pela Lei nº 13.715, de 2018) da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com o
Art. 24. A perda e a suspensão do  pátrio poder  poder fami- apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política munici-
liar serão decretadas judicialmente, em procedimento contraditó- pal de garantia do direito à convivência familiar. (Incluído pela Lei nº
rio, nos casos previstos na legislação civil, bem como na hipótese de 12.010, de 2009) Vigência
descumprimento injustificado dos deveres e obrigações a que alude § 6  o  Em se tratando de criança ou adolescente indígena ou
o art. 22.  (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- proveniente de comunidade remanescente de quilombo, é ainda
gência obrigatório: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
SEÇÃO II I - que sejam consideradas e respeitadas sua identidade social e
DA FAMÍLIA NATURAL cultural, os seus costumes e tradições, bem como suas instituições,
desde que não sejam incompatíveis com os direitos fundamentais
Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade formada reconhecidos por esta Lei e pela Constituição Federal; (Incluído pela
pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes. Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único.  Entende-se por família extensa ou ampliada II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente no seio de
aquela que se estende para além da unidade pais e filhos ou da sua comunidade ou junto a membros da mesma etnia;  (Incluído
unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão federal
afetividade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência responsável pela política indigenista, no caso de crianças e adoles-
Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser reco- centes indígenas, e de antropólogos, perante a equipe interprofis-
nhecidos pelos pais, conjunta ou separadamente, no próprio termo sional ou multidisciplinar que irá acompanhar o caso. (Incluído pela
de nascimento, por testamento, mediante escritura ou outro docu- Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
mento público, qualquer que seja a origem da filiação. Art. 29. Não se deferirá colocação em família substituta a pes-
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimen- soa que revele, por qualquer modo, incompatibilidade com a natu-
to do filho ou suceder-lhe ao falecimento, se deixar descendentes. reza da medida ou não ofereça ambiente familiar adequado.
Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito per- Art. 30. A colocação em família substituta não admitirá transfe-
sonalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser exercitado rência da criança ou adolescente a terceiros ou a entidades gover-
contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição, observado namentais ou não-governamentais, sem autorização judicial.
o segredo de Justiça. Art. 31. A colocação em família substituta estrangeira constitui
medida excepcional, somente admissível na modalidade de adoção.
SEÇÃO III Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável prestará
DA FAMÍLIA SUBSTITUTA compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo, median-
te termo nos autos.
SUBSEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS SUBSEÇÃO II
DA GUARDA
Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante
guarda, tutela ou adoção, independentemente da situação jurídica Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência material,
da criança ou adolescente, nos termos desta Lei. moral e educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu de-
§ 1  o  Sempre que possível, a criança ou o adolescente será tentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais. (Vide Lei
previamente ouvido por equipe interprofissional, respeitado seu nº 12.010, de 2009) Vigência
estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as im- § 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo
plicações da medida, e terá sua opinião devidamente considera- ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos procedimentos de tu-
da. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência tela e adoção, exceto no de adoção por estrangeiros.

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§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos de Parágrafo único.  Na apreciação do pedido, serão observados
tutela e adoção, para atender a situações peculiares ou suprir a fal- os requisitos previstos nos arts. 28 e 29 desta Lei, somente sendo
ta eventual dos pais ou responsável, podendo ser deferido o direito deferida a tutela à pessoa indicada na disposição de última vonta-
de representação para a prática de atos determinados. de, se restar comprovado que a medida é vantajosa ao tutelando
§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição de e que não existe outra pessoa em melhores condições de assumi-
dependente, para todos os fins e efeitos de direito, inclusive previ- -la. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
denciários. Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto no art. 24.
§ 4  o  Salvo expressa e fundamentada determinação em con-
trário, da autoridade judiciária competente, ou quando a medida SUBSEÇÃO IV
for aplicada em preparação para adoção, o deferimento da guarda DA ADOÇÃO
de criança ou adolescente a terceiros não impede o exercício do
direito de visitas pelos pais, assim como o dever de prestar alimen- Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-á segun-
tos, que serão objeto de regulamentação específica, a pedido do do o disposto nesta Lei.
interessado ou do Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 12.010, § 1 o A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se
de 2009) Vigência deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de manuten-
Art. 34.  O poder público estimulará, por meio de assistência ção da criança ou adolescente na família natural ou extensa, na
jurídica, incentivos fiscais e subsídios, o acolhimento, sob a forma forma do parágrafo único do art. 25 desta Lei. (Incluído pela Lei nº
de guarda, de criança ou adolescente afastado do convívio fami- 12.010, de 2009) Vigência
liar. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 2 o É vedada a adoção por procuração. (Incluído pela Lei nº
§ 1 o A inclusão da criança ou adolescente em programas de 12.010, de 2009) Vigência
acolhimento familiar terá preferência a seu acolhimento institucio- § 3  o  Em caso de conflito entre direitos e interesses do ado-
nal, observado, em qualquer caso, o caráter temporário e excepcio- tando e de outras pessoas, inclusive seus pais biológicos, devem
nal da medida, nos termos desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, prevalecer os direitos e os interesses do adotando.  (Incluído pela
de 2009) Lei nº 13.509, de 2017)
§ 2 o Na hipótese do § 1 o deste artigo a pessoa ou casal cadas- Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito anos
trado no programa de acolhimento familiar poderá receber a crian- à data do pedido, salvo se já estiver sob a guarda ou tutela dos ado-
ça ou adolescente mediante guarda, observado o disposto nos arts. tantes.
28 a 33 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com
§ 3 o A União apoiará a implementação de serviços de acolhi- os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o
mento em família acolhedora como política pública, os quais de- de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos
verão dispor de equipe que organize o acolhimento temporário de matrimoniais.
crianças e de adolescentes em residências de famílias selecionadas, § 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do outro,
capacitadas e acompanhadas que não estejam no cadastro de ado- mantêm-se os vínculos de filiação entre o adotado e o cônjuge ou
ção. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) concubino do adotante e os respectivos parentes.
§ 4 o Poderão ser utilizados recursos federais, estaduais, distri- § 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus des-
tais e municipais para a manutenção dos serviços de acolhimento cendentes, o adotante, seus ascendentes, descendentes e colate-
em família acolhedora, facultando-se o repasse de recursos para a rais até o 4º grau, observada a ordem de vocação hereditária.
própria família acolhedora. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) Art. 42.  Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, inde-
Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer tempo, me- pendentemente do estado civil. (Redação dada pela Lei nº 12.010,
diante ato judicial fundamentado, ouvido o Ministério Público. de 2009) Vigência
§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do ado-
SUBSEÇÃO III tando.
DA TUTELA § 2 o Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes
sejam casados civilmente ou mantenham união estável, comprova-
Art. 36.  A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a pessoa da a estabilidade da família. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
de até 18 (dezoito) anos incompletos.  (Redação dada pela Lei nº 2009) Vigência
12.010, de 2009) Vigência § 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais
Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a prévia velho do que o adotando.
decretação da perda ou suspensão do pátrio poder poder familiar e § 4 o Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-com-
implica necessariamente o dever de guarda. (Expressão substituída panheiros podem adotar conjuntamente, contanto que acordem
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o estágio de con-
Art. 37.  O tutor nomeado por testamento ou qualquer do- vivência tenha sido iniciado na constância do período de convivên-
cumento autêntico, conforme previsto no parágrafo único do  art. cia e que seja comprovada a existência de vínculos de afinidade e
1.729 da Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil , afetividade com aquele não detentor da guarda, que justifiquem a
deverá, no prazo de 30 (trinta) dias após a abertura da sucessão, in- excepcionalidade da concessão. (Redação dada pela Lei nº 12.010,
gressar com pedido destinado ao controle judicial do ato, observan- de 2009) Vigência
do o procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei. (Redação
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

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§ 5 o Nos casos do § 4 o deste artigo, desde que demonstrado Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial,
efetivo benefício ao adotando, será assegurada a guarda comparti- que será inscrita no registro civil mediante mandado do qual não se
lhada, conforme previsto no art. 1.584 da Lei n o 10.406, de 10 de fornecerá certidão.
janeiro de 2002 - Código Civil . (Redação dada pela Lei nº 12.010, § 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes como pais,
de 2009) Vigência bem como o nome de seus ascendentes.
§ 6 o A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após ine- § 2º O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o regis-
quívoca manifestação de vontade, vier a falecer no curso do pro- tro original do adotado.
cedimento, antes de prolatada a sentença.  (Incluído pela Lei nº § 3 o A pedido do adotante, o novo registro poderá ser lavrado
12.010, de 2009) Vigência no Cartório do Registro Civil do Município de sua residência. (Reda-
Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais vanta- ção dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
gens para o adotando e fundar-se em motivos legítimos. § 4 o Nenhuma observação sobre a origem do ato poderá cons-
Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração e saldar tar nas certidões do registro. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
o seu alcance, não pode o tutor ou o curador adotar o pupilo ou o 2009) Vigência
curatelado. § 5 o A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e,
Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou do a pedido de qualquer deles, poderá determinar a modificação do
representante legal do adotando. prenome. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 1º. O consentimento será dispensado em relação à criança ou § 6 o Caso a modificação de prenome seja requerida pelo ado-
adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou tenham sido desti- tante, é obrigatória a oitiva do adotando, observado o disposto nos
tuídos do pátrio poder poder familiar . (Expressão substituída pela §§ 1 o e 2 o do art. 28 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.010,
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência de 2009) Vigência
§ 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos de idade, § 7 o A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em julga-
será também necessário o seu consentimento. do da sentença constitutiva, exceto na hipótese prevista no § 6 o do
Art. 46.   A adoção será precedida de estágio de convivência art. 42 desta Lei, caso em que terá força retroativa à data do óbi-
com a criança ou adolescente, pelo prazo máximo de 90 (noventa) to. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
dias, observadas a idade da criança ou adolescente e as peculiarida- § 8  o  O processo relativo à adoção assim como outros a ele
des do caso. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) relacionados serão mantidos em arquivo, admitindo-se seu arma-
§ 1 o O estágio de convivência poderá ser dispensado se o ado- zenamento em microfilme ou por outros meios, garantida a sua
tando já estiver sob a tutela ou guarda legal do adotante duran- conservação para consulta a qualquer tempo. (Incluído pela Lei nº
te tempo suficiente para que seja possível avaliar a conveniência 12.010, de 2009) Vigência
da constituição do vínculo.  (Redação dada pela Lei nº 12.010, de § 9º Terão prioridade de tramitação os processos de adoção em
2009) Vigência que o adotando for criança ou adolescente com deficiência ou com
§ 2 o A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a dispen- doença crônica. (Incluído pela Lei nº 12.955, de 2014)
sa da realização do estágio de convivência. (Redação dada pela Lei § 10.  O prazo máximo para conclusão da ação de adoção será
nº 12.010, de 2009) Vigência de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável uma única vez por igual
§ 2 o -A.  O prazo máximo estabelecido no caput deste artigo período, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciá-
pode ser prorrogado por até igual período, mediante decisão fun- ria. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
damentada da autoridade judiciária.  (Incluído pela Lei nº 13.509, Art. 48.  O adotado tem direito de conhecer sua origem bio-
de 2017) lógica, bem como de obter acesso irrestrito ao processo no qual
§ 3 o Em caso de adoção por pessoa ou casal residente ou do- a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, após completar
miciliado fora do País, o estágio de convivência será de, no mínimo, 18 (dezoito) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
30 (trinta) dias e, no máximo, 45 (quarenta e cinco) dias, prorro- gência
gável por até igual período, uma única vez, mediante decisão fun- Parágrafo único.  O acesso ao processo de adoção poderá ser
damentada da autoridade judiciária.  (Redação dada pela Lei nº também deferido ao adotado menor de 18 (dezoito) anos, a seu pe-
13.509, de 2017) dido, assegurada orientação e assistência jurídica e psicológica. (In-
§ 3 o -A.  Ao final do prazo previsto no § 3 o deste artigo, deverá cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ser apresentado laudo fundamentado pela equipe mencionada no Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o  pátrio po-
§ 4 o deste artigo, que recomendará ou não o deferimento da ado- der poder familiar dos pais naturais. (Expressão substituída pela Lei
ção à autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 4 o O estágio de convivência será acompanhado pela equi- Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou
pe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, foro regional, um registro de crianças e adolescentes em condi-
preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela exe- ções de serem adotados e outro de pessoas interessadas na ado-
cução da política de garantia do direito à convivência familiar, que ção. (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
apresentarão relatório minucioso acerca da conveniência do defe- § 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia consulta
rimento da medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência aos órgãos técnicos do juizado, ouvido o Ministério Público.
§ 5 o O estágio de convivência será cumprido no território na- § 2º Não será deferida a inscrição se o interessado não satisfi-
cional, preferencialmente na comarca de residência da criança ou zer os requisitos legais, ou verificada qualquer das hipóteses previs-
adolescente, ou, a critério do juiz, em cidade limítrofe, respeitada, tas no art. 29.
em qualquer hipótese, a competência do juízo da comarca de resi- § 3 o A inscrição de postulantes à adoção será precedida de um
dência da criança. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) período de preparação psicossocial e jurídica, orientado pela equi-
pe técnica da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente
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com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política mu- e afetividade, e não seja constatada a ocorrência de má-fé ou qual-
nicipal de garantia do direito à convivência familiar. (Incluído pela quer das situações previstas nos arts. 237 ou 238 desta Lei. (Incluí-
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 4 o Sempre que possível e recomendável, a preparação re- § 14.  Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o candidato
ferida no § 3 o deste artigo incluirá o contato com crianças e ado- deverá comprovar, no curso do procedimento, que preenche os re-
lescentes em acolhimento familiar ou institucional em condições quisitos necessários à adoção, conforme previsto nesta Lei. (Incluí-
de serem adotados, a ser realizado sob a orientação, supervisão e do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
avaliação da equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude, § 15.  Será assegurada prioridade no cadastro a pessoas inte-
com apoio dos técnicos responsáveis pelo programa de acolhimen- ressadas em adotar criança ou adolescente com deficiência, com
to e pela execução da política municipal de garantia do direito à doença crônica ou com necessidades específicas de saúde, além de
convivência familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência grupo de irmãos. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 5 o Serão criados e implementados cadastros estaduais e na- Art. 51.   Considera-se adoção internacional aquela na qual o
cional de crianças e adolescentes em condições de serem adotados pretendente possui residência habitual em país-parte da Conven-
e de pessoas ou casais habilitados à adoção. (Incluído pela Lei nº ção de Haia, de 29 de maio de 1993, Relativa à Proteção das Crian-
12.010, de 2009) Vigência ças e à Cooperação em Matéria de Adoção Internacional, promulga-
§ 6 o Haverá cadastros distintos para pessoas ou casais residen- da pelo Decreto n o 3.087, de 21 junho de 1999 , e deseja adotar
tes fora do País, que somente serão consultados na inexistência de criança em outro país-parte da Convenção. (Redação dada pela Lei
postulantes nacionais habilitados nos cadastros mencionados no § nº 13.509, de 2017)
5 o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 1  o  A adoção internacional de criança ou adolescente bra-
§ 7 o As autoridades estaduais e federais em matéria de ado- sileiro ou domiciliado no Brasil somente terá lugar quando restar
ção terão acesso integral aos cadastros, incumbindo-lhes a troca de comprovado: (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
informações e a cooperação mútua, para melhoria do sistema. (In- I - que a colocação em família adotiva é a solução adequada ao
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência caso concreto; (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 8  o  A autoridade judiciária providenciará, no prazo de 48 II - que foram esgotadas todas as possibilidades de colocação
(quarenta e oito) horas, a inscrição das crianças e adolescentes em da criança ou adolescente em família adotiva brasileira, com a com-
condições de serem adotados que não tiveram colocação familiar provação, certificada nos autos, da inexistência de adotantes ha-
na comarca de origem, e das pessoas ou casais que tiveram deferida bilitados residentes no Brasil com perfil compatível com a criança
sua habilitação à adoção nos cadastros estadual e nacional referi- ou adolescente, após consulta aos cadastros mencionados nesta
dos no § 5 o deste artigo, sob pena de responsabilidade. (Incluído Lei; (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência III - que, em se tratando de adoção de adolescente, este foi
§ 9 o Compete à Autoridade Central Estadual zelar pela manu- consultado, por meios adequados ao seu estágio de desenvolvi-
tenção e correta alimentação dos cadastros, com posterior comuni- mento, e que se encontra preparado para a medida, mediante pa-
cação à Autoridade Central Federal Brasileira. (Incluído pela Lei nº recer elaborado por equipe interprofissional, observado o disposto
12.010, de 2009) Vigência nos §§ 1 o e 2 o do art. 28 desta Lei. (Incluída pela Lei nº 12.010, de
§ 10.  Consultados os cadastros e verificada a ausência de pre- 2009) Vigência
tendentes habilitados residentes no País com perfil compatível e § 2 o Os brasileiros residentes no exterior terão preferência aos
interesse manifesto pela adoção de criança ou adolescente inscri- estrangeiros, nos casos de adoção internacional de criança ou ado-
to nos cadastros existentes, será realizado o encaminhamento da lescente brasileiro. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
criança ou adolescente à adoção internacional. (Redação dada pela gência
Lei nº 13.509, de 2017) § 3 o A adoção internacional pressupõe a intervenção das Au-
§ 11.  Enquanto não localizada pessoa ou casal interessado em toridades Centrais Estaduais e Federal em matéria de adoção inter-
sua adoção, a criança ou o adolescente, sempre que possível e re- nacional. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
comendável, será colocado sob guarda de família cadastrada em § 4º (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
programa de acolhimento familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de Art. 52.  A adoção internacional observará o procedimento
2009) Vigência previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei, com as seguintes adapta-
§ 12.  A alimentação do cadastro e a convocação criteriosa dos ções: (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
postulantes à adoção serão fiscalizadas pelo Ministério Público. (In- I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em adotar crian-
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência ça ou adolescente brasileiro, deverá formular pedido de habilita-
§ 13.  Somente poderá ser deferida adoção em favor de candi- ção à adoção perante a Autoridade Central em matéria de adoção
dato domiciliado no Brasil não cadastrado previamente nos termos internacional no país de acolhida, assim entendido aquele onde
desta Lei quando: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência está situada sua residência habitual;  (Incluída pela Lei nº 12.010,
I - se tratar de pedido de adoção unilateral; (Incluído pela Lei nº de 2009) Vigência
12.010, de 2009) Vigência II - se a Autoridade Central do país de acolhida considerar que
II - for formulada por parente com o qual a criança ou adoles- os solicitantes estão habilitados e aptos para adotar, emitirá um re-
cente mantenha vínculos de afinidade e afetividade; (Incluído pela latório que contenha informações sobre a identidade, a capacidade
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência jurídica e adequação dos solicitantes para adotar, sua situação pes-
III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda legal soal, familiar e médica, seu meio social, os motivos que os animam
de criança maior de 3 (três) anos ou adolescente, desde que o lapso e sua aptidão para assumir uma adoção internacional;  (Incluída
de tempo de convivência comprove a fixação de laços de afinidade pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

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III - a Autoridade Central do país de acolhida enviará o relatório I - perseguir unicamente fins não lucrativos, nas condições e
à Autoridade Central Estadual, com cópia para a Autoridade Central dentro dos limites fixados pelas autoridades competentes do país
Federal Brasileira; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência onde estiverem sediados, do país de acolhida e pela Autoridade
IV - o relatório será instruído com toda a documentação ne- Central Federal Brasileira; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
cessária, incluindo estudo psicossocial elaborado por equipe inter- gência
profissional habilitada e cópia autenticada da legislação pertinente, II - ser dirigidos e administrados por pessoas qualificadas e de
acompanhada da respectiva prova de vigência; (Incluída pela Lei nº reconhecida idoneidade moral, com comprovada formação ou ex-
12.010, de 2009) Vigência periência para atuar na área de adoção internacional, cadastradas
V - os documentos em língua estrangeira serão devidamente pelo Departamento de Polícia Federal e aprovadas pela Autoridade
autenticados pela autoridade consular, observados os tratados e Central Federal Brasileira, mediante publicação de portaria do órgão
convenções internacionais, e acompanhados da respectiva tradu- federal competente; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ção, por tradutor público juramentado; (Incluída pela Lei nº 12.010, III - estar submetidos à supervisão das autoridades competen-
de 2009) Vigência tes do país onde estiverem sediados e no país de acolhida, inclusive
VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer exigências e so- quanto à sua composição, funcionamento e situação financeira; (In-
licitar complementação sobre o estudo psicossocial do postulante cluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
estrangeiro à adoção, já realizado no país de acolhida; (Incluída pela IV - apresentar à Autoridade Central Federal Brasileira, a cada
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência ano, relatório geral das atividades desenvolvidas, bem como relató-
VII - verificada, após estudo realizado pela Autoridade Central rio de acompanhamento das adoções internacionais efetuadas no
Estadual, a compatibilidade da legislação estrangeira com a nacio- período, cuja cópia será encaminhada ao Departamento de Polícia
nal, além do preenchimento por parte dos postulantes à medida Federal; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
dos requisitos objetivos e subjetivos necessários ao seu deferimen- V - enviar relatório pós-adotivo semestral para a Autoridade
to, tanto à luz do que dispõe esta Lei como da legislação do país de Central Estadual, com cópia para a Autoridade Central Federal Bra-
acolhida, será expedido laudo de habilitação à adoção internacio- sileira, pelo período mínimo de 2 (dois) anos. O envio do relatório
nal, que terá validade por, no máximo, 1 (um) ano; (Incluída pela Lei será mantido até a juntada de cópia autenticada do registro civil,
nº 12.010, de 2009) Vigência estabelecendo a cidadania do país de acolhida para o adotado; (In-
VIII - de posse do laudo de habilitação, o interessado será auto- cluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
rizado a formalizar pedido de adoção perante o Juízo da Infância e VI - tomar as medidas necessárias para garantir que os adotan-
da Juventude do local em que se encontra a criança ou adolescente, tes encaminhem à Autoridade Central Federal Brasileira cópia da
conforme indicação efetuada pela Autoridade Central Estadual. (In- certidão de registro de nascimento estrangeira e do certificado de
cluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência nacionalidade tão logo lhes sejam concedidos. (Incluída pela Lei nº
§ 1 o Se a legislação do país de acolhida assim o autorizar, ad- 12.010, de 2009) Vigência
mite-se que os pedidos de habilitação à adoção internacional sejam § 5 o A não apresentação dos relatórios referidos no § 4 o deste
intermediados por organismos credenciados. (Incluída pela Lei nº artigo pelo organismo credenciado poderá acarretar a suspensão
12.010, de 2009) Vigência de seu credenciamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
§ 2  o  Incumbe à Autoridade Central Federal Brasileira o cre- gência
denciamento de organismos nacionais e estrangeiros encarregados § 6 o O credenciamento de organismo nacional ou estrangeiro
de intermediar pedidos de habilitação à adoção internacional, com encarregado de intermediar pedidos de adoção internacional terá
posterior comunicação às Autoridades Centrais Estaduais e publi- validade de 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
cação nos órgãos oficiais de imprensa e em sítio próprio da inter- gência
net. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 7  o  A renovação do credenciamento poderá ser concedida
§ 3 o Somente será admissível o credenciamento de organis- mediante requerimento protocolado na Autoridade Central Federal
mos que: (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Brasileira nos 60 (sessenta) dias anteriores ao término do respectivo
I - sejam oriundos de países que ratificaram a Convenção de prazo de validade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Haia e estejam devidamente credenciados pela Autoridade Central § 8 o Antes de transitada em julgado a decisão que concedeu
do país onde estiverem sediados e no país de acolhida do adotando a adoção internacional, não será permitida a saída do adotando do
para atuar em adoção internacional no Brasil; (Incluída pela Lei nº território nacional. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
12.010, de 2009) Vigência § 9 o Transitada em julgado a decisão, a autoridade judiciária
II - satisfizerem as condições de integridade moral, competên- determinará a expedição de alvará com autorização de viagem,
cia profissional, experiência e responsabilidade exigidas pelos paí- bem como para obtenção de passaporte, constando, obrigatoria-
ses respectivos e pela Autoridade Central Federal Brasileira; (Incluí- mente, as características da criança ou adolescente adotado, como
da pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência idade, cor, sexo, eventuais sinais ou traços peculiares, assim como
III - forem qualificados por seus padrões éticos e sua formação foto recente e a aposição da impressão digital do seu polegar di-
e experiência para atuar na área de adoção internacional; (Incluída reito, instruindo o documento com cópia autenticada da decisão
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência e certidão de trânsito em julgado. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo ordenamento jurídi- 2009) Vigência
co brasileiro e pelas normas estabelecidas pela Autoridade Central § 10.  A Autoridade Central Federal Brasileira poderá, a qual-
Federal Brasileira. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência quer momento, solicitar informações sobre a situação das crianças
§ 4 o Os organismos credenciados deverão ainda: (Incluído pela e adolescentes adotados (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência gência

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LEGISLAÇÃO

§ 11.  A cobrança de valores por parte dos organismos creden- § 2 o Na hipótese de não reconhecimento da adoção, prevista
ciados, que sejam considerados abusivos pela Autoridade Central no § 1 o deste artigo, o Ministério Público deverá imediatamente re-
Federal Brasileira e que não estejam devidamente comprovados, é querer o que for de direito para resguardar os interesses da criança
causa de seu descredenciamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de ou do adolescente, comunicando-se as providências à Autoridade
2009) Vigência Central Estadual, que fará a comunicação à Autoridade Central Fe-
§ 12.  Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não podem ser re- deral Brasileira e à Autoridade Central do país de origem. (Incluído
presentados por mais de uma entidade credenciada para atuar na pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
cooperação em adoção internacional. (Incluído pela Lei nº 12.010, Art. 52-D.  Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o
de 2009) Vigência país de acolhida e a adoção não tenha sido deferida no país de ori-
§ 13.  A habilitação de postulante estrangeiro ou domiciliado gem porque a sua legislação a delega ao país de acolhida, ou, ainda,
fora do Brasil terá validade máxima de 1 (um) ano, podendo ser na hipótese de, mesmo com decisão, a criança ou o adolescente
renovada. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência ser oriundo de país que não tenha aderido à Convenção referida, o
§ 14.  É vedado o contato direto de representantes de orga- processo de adoção seguirá as regras da adoção nacional. (Incluído
nismos de adoção, nacionais ou estrangeiros, com dirigentes de pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
programas de acolhimento institucional ou familiar, assim como
com crianças e adolescentes em condições de serem adotados, CAPÍTULO IV
sem a devida autorização judicial. (Incluído pela Lei nº 12.010, de DO DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA, AO ESPORTE E AO
2009) Vigência LAZER
§ 15.  A Autoridade Central Federal Brasileira poderá limitar ou
suspender a concessão de novos credenciamentos sempre que jul- Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, vi-
gar necessário, mediante ato administrativo fundamentado. (Inclu- sando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o
ído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-
Art. 52-A.  É vedado, sob pena de responsabilidade e descre- -se-lhes:
denciamento, o repasse de recursos provenientes de organismos I - igualdade de condições para o acesso e permanência na es-
estrangeiros encarregados de intermediar pedidos de adoção inter- cola;
nacional a organismos nacionais ou a pessoas físicas. (Incluído pela II - direito de ser respeitado por seus educadores;
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer
Parágrafo único.  Eventuais repasses somente poderão ser efe- às instâncias escolares superiores;
tuados via Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente e esta- IV - direito de organização e participação em entidades estu-
rão sujeitos às deliberações do respectivo Conselho de Direitos da dantis;
Criança e do Adolescente (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- V - acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua residên-
gência cia, garantindo-se vagas no mesmo estabelecimento a irmãos que
Art. 52-B.  A adoção por brasileiro residente no exterior em país frequentem a mesma etapa ou ciclo de ensino da educação bási-
ratificante da Convenção de Haia, cujo processo de adoção tenha ca. (Redação dada pela Lei nº 13.845, de 2019)
sido processado em conformidade com a legislação vigente no país Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência
de residência e atendido o disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da do processo pedagógico, bem como participar da definição das pro-
referida Convenção, será automaticamente recepcionada com o postas educacionais.
reingresso no Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 53-A.  É dever da instituição de ensino, clubes e agremia-
§ 1 o Caso não tenha sido atendido o disposto na Alínea “c” do ções recreativas e de estabelecimentos congêneres assegurar me-
Artigo 17 da Convenção de Haia, deverá a sentença ser homologada didas de conscientização, prevenção e enfrentamento ao uso ou de-
pelo Superior Tribunal de Justiça. (Incluído pela Lei nº 12.010, de pendência de drogas ilícitas. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
2009) Vigência Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:
§ 2  o  O pretendente brasileiro residente no exterior em país I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os
não ratificante da Convenção de Haia, uma vez reingressado no que a ele não tiveram acesso na idade própria;
Brasil, deverá requerer a homologação da sentença estrangeira II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao
pelo Superior Tribunal de Justiça. (Incluído pela Lei nº 12.010, de ensino médio;
2009) Vigência III - atendimento educacional especializado aos portadores de
Art. 52-C.  Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;
país de acolhida, a decisão da autoridade competente do país de IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero
origem da criança ou do adolescente será conhecida pela Autori- a cinco anos de idade; (Redação dada pela Lei nº 13.306, de 2016)
dade Central Estadual que tiver processado o pedido de habilita- V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da
ção dos pais adotivos, que comunicará o fato à Autoridade Central criação artística, segundo a capacidade de cada um;
Federal e determinará as providências necessárias à expedição do VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições
Certificado de Naturalização Provisório. (Incluído pela Lei nº 12.010, do adolescente trabalhador;
de 2009) Vigência VII - atendimento no ensino fundamental, através de progra-
§ 1  o  A Autoridade Central Estadual, ouvido o Ministério Pú- mas suplementares de material didático-escolar, transporte, ali-
blico, somente deixará de reconhecer os efeitos daquela decisão mentação e assistência à saúde.
se restar demonstrado que a adoção é manifestamente contrária à § 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público
ordem pública ou não atende ao interesse superior da criança ou do subjetivo.
adolescente. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
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§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder pú- IV - realizado em horários e locais que não permitam a freqüên-
blico ou sua oferta irregular importa responsabilidade da autorida- cia à escola.
de competente. Art. 68. O programa social que tenha por base o trabalho edu-
§ 3º Compete ao poder público recensear os educandos no en- cativo, sob responsabilidade de entidade governamental ou não-
sino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou -governamental sem fins lucrativos, deverá assegurar ao adolescen-
responsável, pela freqüência à escola. te que dele participe condições de capacitação para o exercício de
Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular atividade regular remunerada.
seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino. § 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral em
Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino funda- que as exigências pedagógicas relativas ao desenvolvimento pes-
mental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de: soal e social do educando prevalecem sobre o aspecto produtivo.
I - maus-tratos envolvendo seus alunos; § 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho
II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgo- efetuado ou a participação na venda dos produtos de seu trabalho
tados os recursos escolares; não desfigura o caráter educativo.
III - elevados níveis de repetência. Art. 69. O adolescente tem direito à profissionalização e à pro-
Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, experiências e teção no trabalho, observados os seguintes aspectos, entre outros:
novas propostas relativas a calendário, seriação, currículo, metodo- I - respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento;
logia, didática e avaliação, com vistas à inserção de crianças e ado- II - capacitação profissional adequada ao mercado de trabalho.
lescentes excluídos do ensino fundamental obrigatório.
Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os valores cul- TÍTULOIII
turais, artísticos e históricos próprios do contexto social da criança DA PREVENÇÃO
e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade da criação e o
acesso às fontes de cultura. CAPÍTULO I
Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da União, es- DISPOSIÇÕES GERAIS
timularão e facilitarão a destinação de recursos e espaços para pro-
gramações culturais, esportivas e de lazer voltadas para a infância Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou
e a juventude. violação dos direitos da criança e do adolescente.
Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
CAPÍTULO V pios deverão atuar de forma articulada na elaboração de políticas
DO DIREITO À PROFISSIONALIZAÇÃO E À PROTEÇÃO NO públicas e na execução de ações destinadas a coibir o uso de castigo
TRABALHO físico ou de tratamento cruel ou degradante e difundir formas não
violentas de educação de crianças e de adolescentes, tendo como
Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze principais ações: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
anos de idade, salvo na condição de aprendiz.  (Vide Constituição I - a promoção de campanhas educativas permanentes para a
Federal) divulgação do direito da criança e do adolescente de serem educa-
Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada dos e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel
por legislação especial, sem prejuízo do disposto nesta Lei. ou degradante e dos instrumentos de proteção aos direitos huma-
Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação técnico-pro- nos; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
fissional ministrada segundo as diretrizes e bases da legislação de II - a integração com os órgãos do Poder Judiciário, do Minis-
educação em vigor. tério Público e da Defensoria Pública, com o Conselho Tutelar, com
Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá aos seguin- os Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente e com as en-
tes princípios: tidades não governamentais que atuam na promoção, proteção e
I - garantia de acesso e freqüência obrigatória ao ensino regu- defesa dos direitos da criança e do adolescente; (Incluído pela Lei
lar; nº 13.010, de 2014)
II - atividade compatível com o desenvolvimento do adolescen- III - a formação continuada e a capacitação dos profissionais
te; de saúde, educação e assistência social e dos demais agentes que
III - horário especial para o exercício das atividades. atuam na promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do
Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é assegura- adolescente para o desenvolvimento das competências necessárias
da bolsa de aprendizagem. à prevenção, à identificação de evidências, ao diagnóstico e ao en-
Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, são frentamento de todas as formas de violência contra a criança e o
assegurados os direitos trabalhistas e      previdenciários. adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é assegurado IV - o apoio e o incentivo às práticas de resolução pacífica de
trabalho protegido. conflitos que envolvam violência contra a criança e o adolescen-
Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime fa- te; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
miliar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido em entidade V - a inclusão, nas políticas públicas, de ações que visem a ga-
governamental ou não-governamental, é vedado trabalho: rantir os direitos da criança e do adolescente, desde a atenção pré-
I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as -natal, e de atividades junto aos pais e responsáveis com o objetivo
cinco horas do dia seguinte; de promover a informação, a reflexão, o debate e a orientação so-
II - perigoso, insalubre ou penoso; bre alternativas ao uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou
III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu degradante no processo educativo; (Incluído pela Lei nº 13.010, de
desenvolvimento físico, psíquico, moral e social; 2014)
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LEGISLAÇÃO

VI - a promoção de espaços intersetoriais locais para a articula- assistência ou guarda de crianças e adolescentes, punível, na forma
ção de ações e a elaboração de planos de atuação conjunta focados deste Estatuto, o injustificado retardamento ou omissão, culposos
nas famílias em situação de violência, com participação de profis- ou dolosos. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)
sionais de saúde, de assistência social e de educação e de órgãos de Art. 71. A criança e o adolescente têm direito a informação,
promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adoles- cultura, lazer, esportes, diversões, espetáculos e produtos e servi-
cente. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) ços que respeitem sua condição peculiar de pessoa em desenvol-
VII - a promoção de estudos e pesquisas, de estatísticas e de vimento.
outras informações relevantes às consequências e à frequência das Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não excluem da pre-
formas de violência contra a criança e o adolescente para a siste- venção especial outras decorrentes dos princípios por ela adotados.
matização de dados nacionalmente unificados e a avaliação perió- Art. 73. A inobservância das normas de prevenção importará
dica dos resultados das medidas adotadas;      (Incluído pela Lei nº em responsabilidade da pessoa física ou jurídica, nos termos desta
14.344, de 2022)     Vigência Lei.
VIII - o respeito aos valores da dignidade da pessoa humana,
de forma a coibir a violência, o tratamento cruel ou degradante e CAPÍTULO II
as formas violentas de educação, correção ou disciplina;     (Incluído DA PREVENÇÃO ESPECIAL
pela Lei nº 14.344, de 2022)     Vigência
IX - a promoção e a realização de campanhas educativas di- SEÇÃO I
recionadas ao público escolar e à sociedade em geral e a difusão DA INFORMAÇÃO, CULTURA, LAZER, ESPORTES, DIVERSÕES E
desta Lei e dos instrumentos de proteção aos direitos humanos das ESPETÁCULOS
crianças e dos adolescentes, incluídos os canais de denúncia exis-
tentes;     (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022)     Vigência Art. 74. O poder público, através do órgão competente, regula-
X - a celebração de convênios, de protocolos, de ajustes, de rá as diversões e espetáculos públicos, informando sobre a natureza
termos e de outros instrumentos de promoção de parceria entre ór- deles, as faixas etárias a que não se recomendem, locais e horários
gãos governamentais ou entre estes e entidades não governamen- em que sua apresentação se mostre inadequada.
tais, com o objetivo de implementar programas de erradicação da Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e espetáculos
violência, de tratamento cruel ou degradante e de formas violentas públicos deverão afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada
de educação, correção ou disciplina;     (Incluído pela Lei nº 14.344, do local de exibição, informação destacada sobre a natureza do es-
de 2022)     Vigência petáculo e a faixa etária especificada no certificado de classificação.
XI - a capacitação permanente das Polícias Civil e Militar, da Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às diversões
Guarda Municipal, do Corpo de Bombeiros, dos profissionais nas e espetáculos públicos classificados como adequados à sua faixa
escolas, dos Conselhos Tutelares e dos profissionais pertencentes etária.
aos órgãos e às áreas referidos no inciso II deste caput, para que Parágrafo único. As crianças menores de dez anos somente po-
identifiquem situações em que crianças e adolescentes vivenciam derão ingressar e permanecer nos locais de apresentação ou exibi-
violência e agressões no âmbito familiar ou institucional;     (Incluí- ção quando acompanhadas dos pais ou responsável.
do pela Lei nº 14.344, de 2022)     Vigência Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente exibirão,
XII - a promoção de programas educacionais que disseminem no horário recomendado para o público infanto juvenil, programas
valores éticos de irrestrito respeito à dignidade da pessoa humana, com finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas.
bem como de programas de fortalecimento da parentalidade po- Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apresentado ou
sitiva, da educação sem castigos físicos e de ações de prevenção e anunciado sem aviso de sua classificação, antes de sua transmissão,
enfrentamento da violência doméstica e familiar contra a criança e apresentação ou exibição.
o adolescente;     (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022)     Vigência Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e funcionários de
XIII - o destaque, nos currículos escolares de todos os níveis empresas que explorem a venda ou aluguel de fitas de programa-
de ensino, dos conteúdos relativos à prevenção, à identificação e ção em vídeo cuidarão para que não haja venda ou locação em de-
à resposta à violência doméstica e familiar.     (Incluído pela Lei nº sacordo com a classificação atribuída pelo órgão competente.
14.344, de 2022)     Vigência Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo deverão exibir,
Parágrafo único.  As famílias com crianças e adolescentes com no invólucro, informação sobre a natureza da obra e a faixa etária a
deficiência terão prioridade de atendimento nas ações e políticas que se destinam.
públicas de prevenção e proteção. (Incluído pela Lei nº 13.010, de Art. 78. As revistas e publicações contendo material impróprio
2014) ou inadequado a crianças e adolescentes deverão ser comercializa-
Art. 70-B. As entidades, públicas e privadas, que atuem nas áre- das em embalagem lacrada, com a advertência de seu conteúdo.
as da saúde e da educação, além daquelas às quais se refere o art. Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as capas que
71 desta Lei, entre outras, devem contar, em seus quadros, com contenham mensagens pornográficas ou obscenas sejam protegi-
pessoas capacitadas a reconhecer e a comunicar ao Conselho Tute- das com embalagem opaca.
lar suspeitas ou casos de crimes praticados contra a criança e o ado- Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao público infan-
lescente.      (Redação dada pela Lei nº 14.344, de 2022)     Vigência to-juvenil não poderão conter ilustrações, fotografias, legendas,
Parágrafo único.  São igualmente responsáveis pela comunica- crônicas ou anúncios de bebidas alcoólicas, tabaco, armas e muni-
ção de que trata este artigo, as pessoas encarregadas, por razão de ções, e deverão respeitar os valores éticos e sociais da pessoa e da
cargo, função, ofício, ministério, profissão ou ocupação, do cuidado, família.

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Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que explorem PARTE ESPECIAL


comercialmente bilhar, sinuca ou congênere ou por casas de jogos,
assim entendidas as que realizem apostas, ainda que eventualmen- TÍTULOI
te, cuidarão para que não seja permitida a entrada e a permanência DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO
de crianças e adolescentes no local, afixando aviso para orientação
do público. CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
SEÇÃO II
DOS PRODUTOS E SERVIÇOS Art. 86. A política de atendimento dos direitos da criança e do
adolescente far-se-á através de um conjunto articulado de ações
Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adolescente de: governamentais e não-governamentais, da União, dos estados, do
I - armas, munições e explosivos; Distrito Federal e dos municípios.
II - bebidas alcoólicas; Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento:
III - produtos cujos componentes possam causar dependência I - políticas sociais básicas;
física ou psíquica ainda que por utilização indevida; II - serviços, programas, projetos e benefícios de assistência so-
IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que pelo cial de garantia de proteção social e de prevenção e redução de vio-
seu reduzido potencial sejam incapazes de provocar qualquer dano lações de direitos, seus agravamentos ou reincidências;  (Redação
físico em caso de utilização indevida; dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
V - revistas e publicações a que alude o art. 78; III - serviços especiais de prevenção e atendimento médico
VI - bilhetes lotéricos e equivalentes. e psicossocial às vítimas de negligência, maus-tratos, exploração,
Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou adolescente abuso, crueldade e opressão;
em hotel, motel, pensão ou estabelecimento congênere, salvo se IV - serviço de identificação e localização de pais, responsável,
autorizado ou acompanhado pelos pais ou responsável. crianças e adolescentes desaparecidos;
V - proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos
SEÇÃO III da criança e do adolescente.
DA AUTORIZAÇÃO PARA VIAJAR VI - políticas e programas destinados a prevenir ou abreviar o
período de afastamento do convívio familiar e a garantir o efetivo
Art. 83.  Nenhuma criança ou adolescente menor de 16 (dezes- exercício do direito à convivência familiar de crianças e adolescen-
seis) anos poderá viajar para fora da comarca onde reside desacom- tes; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
panhado dos pais ou dos responsáveis sem expressa autorização VII - campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma de
judicial. (Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019) guarda de crianças e adolescentes afastados do convívio familiar e
§ 1º A autorização não será exigida quando: à adoção, especificamente inter-racial, de crianças maiores ou de
a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança ou adolescentes, com necessidades específicas de saúde ou com de-
do adolescente menor de 16 (dezesseis) anos, se na mesma unida- ficiências e de grupos de irmãos.  (Incluído pela Lei nº 12.010, de
de da Federação, ou incluída na mesma região metropolitana; (Re- 2009) Vigência
dação dada pela Lei nº 13.812, de 2019) Parágrafo único. A linha de ação da política de atendimento a
b) a criança ou o adolescente menor de 16 (dezesseis) anos que se refere o inciso IV do caput deste artigo será executada em
estiver acompanhado: (Redação dada pela Lei nº 13.812, de 2019) cooperação com o Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas,
1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, com- criado pela Lei nº 13.812, de 16 de março de 2019, com o Cadastro
provado documentalmente o parentesco; Nacional de Crianças e Adolescentes Desaparecidos, criado pela Lei
2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe nº 12.127, de 17 de dezembro de 2009, e com os demais cadastros,
ou responsável. sejam eles nacionais, estaduais ou municipais.   (Incluído pela Lei nº
§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou res- 14.548, de 2023)
ponsável, conceder autorização válida por dois anos. Art. 88. São diretrizes da política de atendimento:
Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização é I - municipalização do atendimento;
dispensável, se a criança ou adolescente: II - criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos
I - estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável; direitos da criança e do adolescente, órgãos deliberativos e contro-
II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado expressa- ladores das ações em todos os níveis, assegurada a participação po-
mente pelo outro através de documento com firma reconhecida. pular paritária por meio de organizações representativas, segundo
Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma leis federal, estaduais e municipais;
criança ou adolescente nascido em território nacional poderá sair III - criação e manutenção de programas específicos, observada
do País em companhia de estrangeiro residente ou domiciliado no a descentralização político-administrativa;
exterior. IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais
vinculados aos respectivos conselhos dos direitos da criança e do
adolescente;
V - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério
Público, Defensoria, Segurança Pública e Assistência Social, pre-
ferencialmente em um mesmo local, para efeito de agilização do
atendimento inicial a adolescente a quem se atribua autoria de ato
infracional;
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VI - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério o princípio da prioridade absoluta à criança e ao adolescente preco-
Público, Defensoria, Conselho Tutelar e encarregados da execução nizado pelo caput do art. 227 da Constituição Federal e pelo caput
das políticas sociais básicas e de assistência social, para efeito de e parágrafo único do art. 4 o desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010,
agilização do atendimento de crianças e de adolescentes inseridos de 2009) Vigência
em programas de acolhimento familiar ou institucional, com vista § 3º Os programas em execução serão reavaliados pelo Conse-
na sua rápida reintegração à família de origem ou, se tal solução se lho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, no máxi-
mostrar comprovadamente inviável, sua colocação em família subs- mo, a cada 2 (dois) anos, constituindo-se critérios para renovação
tituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28 desta da autorização de funcionamento: (Incluído pela Lei nº 12.010, de
Lei; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 2009) Vigência
VII - mobilização da opinião pública para a indispensável parti- I - o efetivo respeito às regras e princípios desta Lei, bem como
cipação dos diversos segmentos da sociedade. (Incluído pela Lei nº às resoluções relativas à modalidade de atendimento prestado ex-
12.010, de 2009) Vigência pedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente,
VIII - especialização e formação continuada dos profissionais em todos os níveis; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
que trabalham nas diferentes áreas da atenção à primeira infância, II - a qualidade e eficiência do trabalho desenvolvido, atesta-
incluindo os conhecimentos sobre direitos da criança e sobre de- das pelo Conselho Tutelar, pelo Ministério Público e pela Justiça da
senvolvimento infantil; (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) Infância e da Juventude; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
IX - formação profissional com abrangência dos diversos direi- gência
tos da criança e do adolescente que favoreça a intersetorialidade no III - em se tratando de programas de acolhimento institucio-
atendimento da criança e do adolescente e seu desenvolvimento nal ou familiar, serão considerados os índices de sucesso na rein-
integral; (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) tegração familiar ou de adaptação à família substituta, conforme o
X - realização e divulgação de pesquisas sobre desenvolvimento caso. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
infantil e sobre prevenção da violência. (Incluído pela Lei nº 13.257, Art. 91. As entidades não-governamentais somente poderão
de 2016) funcionar depois de registradas no Conselho Municipal dos Direi-
Art. 89. A função de membro do conselho nacional e dos conse- tos da Criança e do Adolescente, o qual comunicará o registro ao
lhos estaduais e municipais dos direitos da criança e do adolescente Conselho Tutelar e à autoridade judiciária da respectiva localidade.
é considerada de interesse público relevante e não será remunera- § 1 o Será negado o registro à entidade que: (Incluído pela Lei
da. nº 12.010, de 2009) Vigência
CAPÍTULO II a) não ofereça instalações físicas em condições adequadas de
DAS ENTIDADES DE ATENDIMENTO habitabilidade, higiene, salubridade e segurança;
b) não apresente plano de trabalho compatível com os princí-
SEÇÃO I pios desta Lei;
DISPOSIÇÕES GERAIS c) esteja irregularmente constituída;
d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas.
Art. 90. As entidades de atendimento são responsáveis pela e) não se adequar ou deixar de cumprir as resoluções e delibe-
manutenção das próprias unidades, assim como pelo planejamento rações relativas à modalidade de atendimento prestado expedidas
e execução de programas de proteção e sócio-educativos destina- pelos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente, em todos
dos a crianças e adolescentes, em regime de: (Vide) os níveis. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
I - orientação e apoio sócio-familiar; § 2 o O registro terá validade máxima de 4 (quatro) anos, ca-
II - apoio sócio-educativo em meio aberto; bendo ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adoles-
III - colocação familiar; cente, periodicamente, reavaliar o cabimento de sua renovação,
IV - acolhimento institucional;  (Redação dada pela Lei nº observado o disposto no § 1  o  deste artigo.  (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência 12.010, de 2009) Vigência
V - prestação de serviços à comunidade; (Redação dada pela Lei Art. 92.  As entidades que desenvolvam programas de acolhi-
nº 12.594, de 2012) (Vide) mento familiar ou institucional deverão adotar os seguintes princí-
VI - liberdade assistida; (Redação dada pela Lei nº 12.594, de pios: (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
2012) (Vide) I - preservação dos vínculos familiares e promoção da reintegra-
VII - semiliberdade; e  (Redação dada pela Lei nº 12.594, de ção familiar; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
2012) (Vide) II - integração em família substituta, quando esgotados os re-
VIII - internação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) cursos de manutenção na família natural ou extensa;  (Redação
§ 1º As entidades governamentais e não governamentais deve- dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
rão proceder à inscrição de seus programas, especificando os regi- III - atendimento personalizado e em pequenos grupos;
mes de atendimento, na forma definida neste artigo, no Conselho IV - desenvolvimento de atividades em regime de co-educação;
Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o qual manterá V - não desmembramento de grupos de irmãos;
registro das inscrições e de suas alterações, do que fará comunica- VI - evitar, sempre que possível, a transferência para outras en-
ção ao Conselho Tutelar e à autoridade judiciária. (Incluído pela Lei tidades de crianças e adolescentes abrigados;
nº 12.010, de 2009) Vigência VII - participação na vida da comunidade local;
§ 2º Os recursos destinados à implementação e manutenção VIII - preparação gradativa para o desligamento;
dos programas relacionados neste artigo serão previstos nas dota- IX - participação de pessoas da comunidade no processo edu-
ções orçamentárias dos órgãos públicos encarregados das áreas de cativo.
Educação, Saúde e Assistência Social, dentre outros, observando-se
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§ 1  o  O dirigente de entidade que desenvolve programa de III - oferecer atendimento personalizado, em pequenas unida-
acolhimento institucional é equiparado ao guardião, para todos os des e grupos reduzidos;
efeitos de direito. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência IV - preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito e
§ 2 o Os dirigentes de entidades que desenvolvem programas dignidade ao adolescente;
de acolhimento familiar ou institucional remeterão à autoridade ju- V - diligenciar no sentido do restabelecimento e da preservação
diciária, no máximo a cada 6 (seis) meses, relatório circunstanciado dos vínculos familiares;
acerca da situação de cada criança ou adolescente acolhido e sua VI - comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, os ca-
família, para fins da reavaliação prevista no § 1 o do art. 19 desta sos em que se mostre inviável ou impossível o reatamento dos vín-
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência culos familiares;
§ 3 o Os entes federados, por intermédio dos Poderes Execu- VII - oferecer instalações físicas em condições adequadas de
tivo e Judiciário, promoverão conjuntamente a permanente qua- habitabilidade, higiene, salubridade e segurança e os objetos ne-
lificação dos profissionais que atuam direta ou indiretamente em cessários à higiene pessoal;
programas de acolhimento institucional e destinados à colocação VIII - oferecer vestuário e alimentação suficientes e adequados
familiar de crianças e adolescentes, incluindo membros do Poder à faixa etária dos adolescentes atendidos;
Judiciário, Ministério Público e Conselho Tutelar. (Incluído pela Lei IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos, odontológicos e
nº 12.010, de 2009) Vigência farmacêuticos;
§ 4 o Salvo determinação em contrário da autoridade judiciá- X - propiciar escolarização e profissionalização;
ria competente, as entidades que desenvolvem programas de aco- XI - propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer;
lhimento familiar ou institucional, se necessário com o auxílio do XII - propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de
Conselho Tutelar e dos órgãos de assistência social, estimularão o acordo com suas crenças;
contato da criança ou adolescente com seus pais e parentes, em XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada caso;
cumprimento ao disposto nos incisos I e VIII do caput deste arti- XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo máxi-
go. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência mo de seis meses, dando ciência dos resultados à autoridade com-
§ 5 o As entidades que desenvolvem programas de acolhimen- petente;
to familiar ou institucional somente poderão receber recursos pú- XV - informar, periodicamente, o adolescente internado sobre
blicos se comprovado o atendimento dos princípios, exigências e fi- sua situação processual;
nalidades desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência XVI - comunicar às autoridades competentes todos os casos de
§ 6 o O descumprimento das disposições desta Lei pelo dirigen- adolescentes portadores de moléstias infecto-contagiosas;
te de entidade que desenvolva programas de acolhimento familiar XVII - fornecer comprovante de depósito dos pertences dos
ou institucional é causa de sua destituição, sem prejuízo da apura- adolescentes;
ção de sua responsabilidade administrativa, civil e criminal. (Incluí- XVIII - manter programas destinados ao apoio e acompanha-
do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência mento de egressos;
§ 7 o Quando se tratar de criança de 0 (zero) a 3 (três) anos em XIX - providenciar os documentos necessários ao exercício da
acolhimento institucional, dar-se-á especial atenção à atuação de cidadania àqueles que não os tiverem;
educadores de referência estáveis e qualitativamente significativos, XX - manter arquivo de anotações onde constem data e cir-
às rotinas específicas e ao atendimento das necessidades básicas, cunstâncias do atendimento, nome do adolescente, seus pais ou
incluindo as de afeto como prioritárias. (Incluído pela Lei nº 13.257, responsável, parentes, endereços, sexo, idade, acompanhamento
de 2016) da sua formação, relação de seus pertences e demais dados que
Art. 93.  As entidades que mantenham programa de acolhi- possibilitem sua identificação e a individualização do atendimento.
mento institucional poderão, em caráter excepcional e de urgência, § 1 o Aplicam-se, no que couber, as obrigações constantes des-
acolher crianças e adolescentes sem prévia determinação da auto- te artigo às entidades que mantêm programas de acolhimento ins-
ridade competente, fazendo comunicação do fato em até 24 (vinte titucional e familiar. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
e quatro) horas ao Juiz da Infância e da Juventude, sob pena de gência
responsabilidade. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- § 2º No cumprimento das obrigações a que alude este artigo as
gência entidades utilizarão preferencialmente os recursos da comunidade.
Parágrafo único.  Recebida a comunicação, a autoridade judi- Art. 94-A.  As entidades, públicas ou privadas, que abriguem ou
ciária, ouvido o Ministério Público e se necessário com o apoio do recepcionem crianças e adolescentes, ainda que em caráter tem-
Conselho Tutelar local, tomará as medidas necessárias para promo- porário, devem ter, em seus quadros, profissionais capacitados a
ver a imediata reintegração familiar da criança ou do adolescente reconhecer e reportar ao Conselho Tutelar suspeitas ou ocorrências
ou, se por qualquer razão não for isso possível ou recomendável, de maus-tratos. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)
para seu encaminhamento a programa de acolhimento familiar, ins-
titucional ou a família substituta, observado o disposto no § 2 o do SEÇÃO II
art. 101 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência DA FISCALIZAÇÃO DAS ENTIDADES
Art. 94. As entidades que desenvolvem programas de interna-
ção têm as seguintes obrigações, entre outras: Art. 95. As entidades governamentais e não-governamentais
I - observar os direitos e garantias de que são titulares os ado- referidas no art. 90 serão fiscalizadas pelo Judiciário, pelo Ministé-
lescentes; rio Público e pelos Conselhos Tutelares.
II - não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto de Art. 96. Os planos de aplicação e as prestações de contas serão
restrição na decisão de internação; apresentados ao estado ou ao município, conforme a origem das
dotações orçamentárias.
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Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de atendimento expressamente ressalvados, é de responsabilidade primária e soli-
que descumprirem obrigação constante do art. 94, sem prejuízo da dária das 3 (três) esferas de governo, sem prejuízo da municipaliza-
responsabilidade civil e criminal de seus dirigentes ou prepostos: ção do atendimento e da possibilidade da execução de programas
I - às entidades governamentais: por entidades não governamentais; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
a) advertência; 2009) Vigência
b) afastamento provisório de seus dirigentes; IV - interesse superior da criança e do adolescente: a inter-
c) afastamento definitivo de seus dirigentes; venção deve atender prioritariamente aos interesses e direitos da
d) fechamento de unidade ou interdição de programa. criança e do adolescente, sem prejuízo da consideração que for
II - às entidades não-governamentais: devida a outros interesses legítimos no âmbito da pluralidade dos
a) advertência; interesses presentes no caso concreto; (Incluído pela Lei nº 12.010,
b) suspensão total ou parcial do repasse de verbas públicas; de 2009) Vigência
c) interdição de unidades ou suspensão de programa; V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção da criança
d) cassação do registro. e do adolescente deve ser efetuada no respeito pela intimidade,
§ 1 o Em caso de reiteradas infrações cometidas por entidades direito à imagem e reserva da sua vida privada; (Incluído pela Lei nº
de atendimento, que coloquem em risco os direitos assegurados 12.010, de 2009) Vigência
nesta Lei, deverá ser o fato comunicado ao Ministério Público ou re- VI - intervenção precoce: a intervenção das autoridades com-
presentado perante autoridade judiciária competente para as pro- petentes deve ser efetuada logo que a situação de perigo seja co-
vidências cabíveis, inclusive suspensão das atividades ou dissolução nhecida; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
da entidade. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida ex-
§ 2 o As pessoas jurídicas de direito público e as organizações clusivamente pelas autoridades e instituições cuja ação seja indis-
não governamentais responderão pelos danos que seus agentes pensável à efetiva promoção dos direitos e à proteção da criança
causarem às crianças e aos adolescentes, caracterizado o descum- e do adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
primento dos princípios norteadores das atividades de proteção es- VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve ser a
pecífica. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência necessária e adequada à situação de perigo em que a criança ou o
adolescente se encontram no momento em que a decisão é toma-
TÍTULOII da; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO IX - responsabilidade parental: a intervenção deve ser efetuada
de modo que os pais assumam os seus deveres para com a criança e
CAPÍTULO I o adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
DISPOSIÇÕES GERAIS X - prevalência da família: na promoção de direitos e na prote-
ção da criança e do adolescente deve ser dada prevalência às me-
Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente didas que os mantenham ou reintegrem na sua família natural ou
são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem extensa ou, se isso não for possível, que promovam a sua integração
ameaçados ou violados: em família adotiva; (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o adolescente,
II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável; respeitado seu estágio de desenvolvimento e capacidade de com-
III - em razão de sua conduta. preensão, seus pais ou responsável devem ser informados dos seus
direitos, dos motivos que determinaram a intervenção e da forma
CAPÍTULO II como esta se processa; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
DAS MEDIDAS ESPECÍFICAS DE PROTEÇÃO gência
XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o adolescen-
Art. 99. As medidas previstas neste CAPÍTULO poderão ser apli- te, em separado ou na companhia dos pais, de responsável ou de
cadas isolada ou cumulativamente, bem como substituídas a qual- pessoa por si indicada, bem como os seus pais ou responsável, têm
quer tempo. direito a ser ouvidos e a participar nos atos e na definição da me-
Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as ne- dida de promoção dos direitos e de proteção, sendo sua opinião
cessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem ao forta- devidamente considerada pela autoridade judiciária competente,
lecimento dos vínculos familiares e comunitários. observado o disposto nos §§ 1 o e 2 o do art. 28 desta Lei. (Incluído
Parágrafo único.  São também princípios que regem a aplicação pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
das medidas: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98,
I - condição da criança e do adolescente como sujeitos de direi- a autoridade competente poderá determinar, dentre outras, as se-
tos: crianças e adolescentes são os titulares dos direitos previstos guintes medidas:
nesta e em outras Leis, bem como na Constituição Federal; (Incluí- I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo
do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência de responsabilidade;
II - proteção integral e prioritária: a interpretação e aplicação II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;
de toda e qualquer norma contida nesta Lei deve ser voltada à pro- III - matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento
teção integral e prioritária dos direitos de que crianças e adolescen- oficial de ensino fundamental;
tes são titulares; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários
III - responsabilidade primária e solidária do poder público: a de proteção, apoio e promoção da família, da criança e do adoles-
plena efetivação dos direitos assegurados a crianças e a adolescen- cente; (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
tes por esta Lei e pela Constituição Federal, salvo nos casos por esta
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LEGISLAÇÃO

V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátri- III - a previsão das atividades a serem desenvolvidas com a
co, em regime hospitalar ou ambulatorial; criança ou com o adolescente acolhido e seus pais ou responsável,
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, com vista na reintegração familiar ou, caso seja esta vedada por
orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos; expressa e fundamentada determinação judicial, as providências a
VII - acolhimento institucional;  (Redação dada pela Lei nº serem tomadas para sua colocação em família substituta, sob direta
12.010, de 2009) Vigência supervisão da autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar; (Redação 2009) Vigência
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 7 o O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá no local
IX - colocação em família substituta.  (Incluído pela Lei nº mais próximo à residência dos pais ou do responsável e, como parte
12.010, de 2009) Vigência do processo de reintegração familiar, sempre que identificada a ne-
§ 1 o O acolhimento institucional e o acolhimento familiar são cessidade, a família de origem será incluída em programas oficiais
medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis como forma de tran- de orientação, de apoio e de promoção social, sendo facilitado e
sição para reintegração familiar ou, não sendo esta possível, para estimulado o contato com a criança ou com o adolescente acolhi-
colocação em família substituta, não implicando privação de liber- do. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
dade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 8 o Verificada a possibilidade de reintegração familiar, o res-
§ 2 o Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais para ponsável pelo programa de acolhimento familiar ou institucional
proteção de vítimas de violência ou abuso sexual e das providên- fará imediata comunicação à autoridade judiciária, que dará vista
cias a que alude o art. 130 desta Lei, o afastamento da criança ou ao Ministério Público, pelo prazo de 5 (cinco) dias, decidindo em
adolescente do convívio familiar é de competência exclusiva da au- igual prazo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
toridade judiciária e importará na deflagração, a pedido do Ministé- § 9 o Em sendo constatada a impossibilidade de reintegração
rio Público ou de quem tenha legítimo interesse, de procedimento da criança ou do adolescente à família de origem, após seu enca-
judicial contencioso, no qual se garanta aos pais ou ao responsável minhamento a programas oficiais ou comunitários de orientação,
legal o exercício do contraditório e da ampla defesa. (Incluído pela apoio e promoção social, será enviado relatório fundamentado ao
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Ministério Público, no qual conste a descrição pormenorizada das
§ 3  o  Crianças e adolescentes somente poderão ser encami- providências tomadas e a expressa recomendação, subscrita pelos
nhados às instituições que executam programas de acolhimento técnicos da entidade ou responsáveis pela execução da política mu-
institucional, governamentais ou não, por meio de uma Guia de nicipal de garantia do direito à convivência familiar, para a destitui-
Acolhimento, expedida pela autoridade judiciária, na qual obriga- ção do poder familiar, ou destituição de tutela ou guarda. (Incluído
toriamente constará, dentre outros: (Incluído pela Lei nº 12.010, de pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
2009) Vigência § 10.  Recebido o relatório, o Ministério Público terá o prazo
I - sua identificação e a qualificação completa de seus pais ou de 15 (quinze) dias para o ingresso com a ação de destituição do
de seu responsável, se conhecidos; (Incluído pela Lei nº 12.010, de poder familiar, salvo se entender necessária a realização de estudos
2009) Vigência complementares ou de outras providências indispensáveis ao ajui-
II - o endereço de residência dos pais ou do responsável, com zamento da demanda. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
pontos de referência; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigên- § 11.  A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou
cia foro regional, um cadastro contendo informações atualizadas so-
III - os nomes de parentes ou de terceiros interessados em tê- bre as crianças e adolescentes em regime de acolhimento familiar
-los sob sua guarda; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência e institucional sob sua responsabilidade, com informações porme-
IV - os motivos da retirada ou da não reintegração ao convívio norizadas sobre a situação jurídica de cada um, bem como as pro-
familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência vidências tomadas para sua reintegração familiar ou colocação em
§ 4 o Imediatamente após o acolhimento da criança ou do ado- família substituta, em qualquer das modalidades previstas no art.
lescente, a entidade responsável pelo programa de acolhimento 28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
institucional ou familiar elaborará um plano individual de atendi- § 12.  Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, o Con-
mento, visando à reintegração familiar, ressalvada a existência de selho Tutelar, o órgão gestor da Assistência Social e os Conselhos
ordem escrita e fundamentada em contrário de autoridade judiciá- Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente e da Assis-
ria competente, caso em que também deverá contemplar sua colo- tência Social, aos quais incumbe deliberar sobre a implementação
cação em família substituta, observadas as regras e princípios desta de políticas públicas que permitam reduzir o número de crianças
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência e adolescentes afastados do convívio familiar e abreviar o período
§ 5 o O plano individual será elaborado sob a responsabilida- de permanência em programa de acolhimento. (Incluído pela Lei nº
de da equipe técnica do respectivo programa de atendimento e le- 12.010, de 2009) Vigência
vará em consideração a opinião da criança ou do adolescente e a Art. 102. As medidas de proteção de que trata este CAPÍTULO
oitiva dos pais ou do responsável. (Incluído pela Lei nº 12.010, de serão acompanhadas da regularização do registro civil. (Vide Lei nº
2009) Vigência 12.010, de 2009) Vigência
§ 6  o  Constarão do plano individual, dentre outros:  (Incluído § 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o assento de
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência nascimento da criança ou adolescente será feito à vista dos elemen-
I - os resultados da avaliação interdisciplinar; (Incluído pela Lei tos disponíveis, mediante requisição da autoridade judiciária.
nº 12.010, de 2009) Vigência § 2º Os registros e certidões necessários à regularização de que
II - os compromissos assumidos pelos pais ou responsável; trata este artigo são isentos de multas, custas e emolumentos, go-
e (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência zando de absoluta prioridade.

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§ 3 o Caso ainda não definida a paternidade, será  deflagrado CAPÍTULO III


procedimento específico destinado à sua averiguação, conforme DAS GARANTIAS PROCESSUAIS
previsto pela Lei n o 8.560, de 29 de dezembro de 1992. (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade
§ 4 o Nas hipóteses previstas no § 3 o deste artigo, é dispen- sem o devido processo legal.
sável o ajuizamento de ação de investigação de paternidade pelo Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as se-
Ministério Público se, após o não comparecimento ou a recusa guintes garantias:
do suposto pai em assumir a paternidade a ele atribuída, a crian- I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracio-
ça for encaminhada para adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de nal, mediante citação ou meio equivalente;
2009) Vigência II - igualdade na relação processual, podendo confrontar-se
§ 5  o  Os registros e certidões necessários à inclusão, a qual- com vítimas e testemunhas e produzir todas as provas necessárias
quer tempo, do nome do pai no assento de nascimento são isentos à sua defesa;
de multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta priorida- III - defesa técnica por advogado;
de. (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de 2016) IV - assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados,
§ 6  o  São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação requeri- na forma da lei;
da do reconhecimento de paternidade no assento de nascimento V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade com-
e a certidão correspondente. (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de petente;
2016) VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável
em qualquer fase do procedimento.
TÍTULOIII
DA PRÁTICA DE ATO INFRACIONAL CAPÍTULO IV
DAS MEDIDAS SÓCIO-EDUCATIVAS
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como
crime ou contravenção penal. Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade
Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas:
anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei. I - advertência;
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada II - obrigação de reparar o dano;
a idade do adolescente à data do fato. III - prestação de serviços à comunidade;
Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança corresponde- IV - liberdade assistida;
rão as medidas previstas no art. 101. V - inserção em regime de semi-liberdade;
VI - internação em estabelecimento educacional;
CAPÍTULO II VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
DOS DIREITOS INDIVIDUAIS § 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua
capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da infra-
Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade ção.
senão em flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e funda- § 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a
mentada da autoridade judiciária competente. prestação de trabalho forçado.
Parágrafo único. O adolescente tem direito à identificação dos § 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência
responsáveis pela sua apreensão, devendo ser informado acerca de mental receberão tratamento individual e especializado, em local
seus direitos. adequado às suas condições.
Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local onde Art. 113. Aplica-se a este CAPÍTULO o disposto nos arts. 99 e
se encontra recolhido serão incontinenti comunicados à autoridade 100.
judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II a VI
ele indicada. do art. 112 pressupõe a existência de provas suficientes da autoria
Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de res- e da materialidade da infração, ressalvada a hipótese de remissão,
ponsabilidade, a possibilidade de liberação imediata. nos termos do art. 127.
Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determina- Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada sempre que
da pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias. houver prova da materialidade e indícios suficientes da autoria.
Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e basear-
-se em indícios suficientes de autoria e materialidade, demonstrada SEÇÃO II
a necessidade imperiosa da medida. DA ADVERTÊNCIA
Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será sub-
metido a identificação compulsória pelos órgãos policiais, de prote- Art. 115. A advertência consistirá em admoestação verbal, que
ção e judiciais, salvo para efeito de confrontação, havendo dúvida será reduzida a termo e assinada.
fundada.

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LEGISLAÇÃO

SEÇÃO III § 2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-se,


DA OBRIGAÇÃO DE REPARAR O DANO no que couber, as disposições relativas à internação.

Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos pa- SEÇÃO VII
trimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o caso, que o DA INTERNAÇÃO
adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou,
por outra forma, compense o prejuízo da vítima. Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade,
Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medida sujeita aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à
poderá ser substituída por outra adequada. condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
§ 1º Será permitida a realização de atividades externas, a cri-
SEÇÃO IV tério da equipe técnica da entidade, salvo expressa determinação
DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE judicial em contrário.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua
Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na re- manutenção ser reavaliada, mediante decisão fundamentada, no
alização de tarefas gratuitas de interesse geral, por período não máximo a cada seis meses.
excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, § 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação
escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em pro- excederá a três anos.
gramas comunitários ou governamentais. § 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o ado-
Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as apti- lescente deverá ser liberado, colocado em regime de semi-liberda-
dões do adolescente, devendo ser cumpridas durante jornada má- de ou de liberdade assistida.
xima de oito horas semanais, aos sábados, domingos e feriados ou § 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade.
em dias úteis, de modo a não prejudicar a freqüência à escola ou à § 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida de
jornada normal de trabalho. autorização judicial, ouvido o Ministério Público.
§ 7 o A determinação judicial mencionada no § 1 o poderá ser
SEÇÃO V revista a qualquer tempo pela autoridade judiciária. (Incluído pela
DA LIBERDADE ASSISTIDA Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quan-
Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se afi- do:
gurar a medida mais adequada para o fim de acompanhar, auxiliar I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça
e orientar o adolescente. ou violência a pessoa;
§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para acompa- II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves;
nhar o caso, a qual poderá ser recomendada por entidade ou pro- III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida
grama de atendimento. anteriormente imposta.
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de § 1 o O prazo de internação na hipótese do inciso III deste arti-
seis meses, podendo a qualquer tempo ser prorrogada, revogada go não poderá ser superior a 3 (três) meses, devendo ser decretada
ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério judicialmente após o devido processo legal. (Redação dada pela Lei
Público e o defensor. nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão da § 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, haven-
autoridade competente, a realização dos seguintes encargos, entre do outra medida adequada.
outros: Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade ex-
I - promover socialmente o adolescente e sua família, forne- clusiva para adolescentes, em local distinto daquele destinado ao
cendo-lhes orientação e inserindo-os, se necessário, em programa abrigo, obedecida rigorosa separação por critérios de idade, com-
oficial ou comunitário de auxílio e assistência social; pleição física e gravidade da infração.
II - supervisionar a freqüência e o aproveitamento escolar do Parágrafo único. Durante o período de internação, inclusive
adolescente, promovendo, inclusive, sua matrícula; provisória, serão obrigatórias atividades pedagógicas.
III - diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade, en-
e de sua inserção no mercado de trabalho; tre outros, os seguintes:
IV - apresentar relatório do caso. I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do Minis-
tério Público;
SEÇÃO VI II - peticionar diretamente a qualquer autoridade;
DO REGIME DE SEMI-LIBERDADE III - avistar-se reservadamente com seu defensor;
IV - ser informado de sua situação processual, sempre que so-
Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser determinado licitada;
desde o início, ou como forma de transição para o meio aberto, pos- V - ser tratado com respeito e dignidade;
sibilitada a realização de atividades externas, independentemente VI - permanecer internado na mesma localidade ou naquela
de autorização judicial. mais próxima ao domicílio de seus pais ou responsável;
§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, de- VII - receber visitas, ao menos, semanalmente;
vendo, sempre que possível, ser utilizados os recursos existentes na VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos;
comunidade. IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio pes-
soal;
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LEGISLAÇÃO

X - habitar alojamento em condições adequadas de higiene e IX - destituição da tutela;


salubridade; X - suspensão ou destituição do  pátrio poder  poder fami-
XI - receber escolarização e profissionalização; liar . (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer: Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas nos incisos
XIII - ter acesso aos meios de comunicação social; IX e X deste artigo, observar-se-á o disposto nos arts. 23 e 24.
XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e des- Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou
de que assim o deseje; abuso sexual impostos pelos pais ou responsável, a autoridade judi-
XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de local ciária poderá determinar, como medida cautelar, o afastamento do
seguro para guardá-los, recebendo comprovante daqueles porven- agressor da moradia comum.
tura depositados em poder da entidade; Parágrafo único.  Da medida cautelar constará, ainda, a fixação
XVI - receber, quando de sua desinternação, os documentos provisória dos alimentos de que necessitem a criança ou o adoles-
pessoais indispensáveis à vida em sociedade. cente dependentes do agressor.  (Incluído pela Lei nº 12.415, de
§ 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade. 2011)
§ 2º A autoridade judiciária poderá suspender temporariamen-
te a visita, inclusive de pais ou responsável, se existirem motivos TÍTULOV
sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interesses do ado- DO CONSELHO TUTELAR
lescente.
Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física e men- CAPÍTULO I
tal dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas adequadas de con- DISPOSIÇÕES GERAIS
tenção e segurança.
Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo,
CAPÍTULO V não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumpri-
DA REMISSÃO mento dos direitos da criança e do adolescente, definidos nesta Lei.
Art. 132. Em cada Município e em cada Região Administrati-
Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para apu- va do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar
ração de ato infracional, o representante do Ministério Público po- como órgão integrante da administração pública local, composto de
derá conceder a remissão, como forma de exclusão do processo, 5 (cinco) membros, escolhidos pela população local para mandato
atendendo às circunstâncias e conseqüências do fato, ao contexto de 4 (quatro) anos, permitida recondução por novos processos de
social, bem como à personalidade do adolescente e sua maior ou escolha. (Redação dada pela Lei nº 13.824, de 2019)
menor participação no ato infracional. Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar,
Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da re- serão exigidos os seguintes requisitos:
missão pela autoridade judiciária importará na suspensão ou extin- I - reconhecida idoneidade moral;
ção do processo. II - idade superior a vinte e um anos;
Art. 127. A remissão não implica necessariamente o reconhe- III - residir no município.
cimento ou comprovação da responsabilidade, nem prevalece para Art. 134.  Lei municipal ou distrital disporá sobre o local, dia e
efeito de antecedentes, podendo incluir eventualmente a aplicação horário de funcionamento do Conselho Tutelar, inclusive quanto à
de qualquer das medidas previstas em lei, exceto a colocação em remuneração dos respectivos membros, aos quais é assegurado o
regime de semi-liberdade e a internação. direito a: (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá ser I - cobertura previdenciária;  (Incluído pela Lei nº 12.696, de
revista judicialmente, a qualquer tempo, mediante pedido expres- 2012)
so do adolescente ou de seu representante legal, ou do Ministério II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3
Público. (um terço) do valor da remuneração mensal; (Incluído pela Lei nº
12.696, de 2012)
TÍTULOIV III - licença-maternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
DAS MEDIDAS PERTINENTES AOS PAIS OU RESPONSÁVEL IV - licença-paternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
V - gratificação natalina. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável: Parágrafo único.  Constará da lei orçamentária municipal e da
I - encaminhamento a serviços e programas oficiais ou comu- do Distrito Federal previsão dos recursos necessários ao funciona-
nitários de proteção, apoio e promoção da família; (Redação dada mento do Conselho Tutelar e à remuneração e formação continu-
dada pela Lei nº 13.257, de 2016) ada dos conselheiros tutelares. (Redação dada pela Lei nº 12.696,
II - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, de 2012)
orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos; Art. 135.  O exercício efetivo da função de conselheiro consti-
III - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico; tuirá serviço público relevante e estabelecerá presunção de idonei-
IV - encaminhamento a cursos ou programas de orientação; dade moral. (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua
freqüência e aproveitamento escolar; CAPÍTULO II
VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a trata- DAS ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO
mento especializado;
VII - advertência; Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:
VIII - perda da guarda;
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I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas XVII - representar ao Ministério Público para requerer a pro-
nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas previstas no art. 101, I a positura de ação cautelar de antecipação de produção de prova
VII; nas causas que envolvam violência contra a criança e o adolescen-
II - atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as te;   (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022)     Vigência
medidas previstas no art. 129, I a VII; XVIII - tomar as providências cabíveis, na esfera de sua compe-
III - promover a execução de suas decisões, podendo para tan- tência, ao receber comunicação da ocorrência de ação ou omissão,
to: praticada em local público ou privado, que constitua violência do-
a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, méstica e familiar contra a criança e o adolescente;     (Incluído pela
serviço social, previdência, trabalho e segurança; Lei nº 14.344, de 2022)     Vigência
b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de des- XIX - receber e encaminhar, quando for o caso, as informações
cumprimento injustificado de suas deliberações. reveladas por noticiantes ou denunciantes relativas à prática de
IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que cons- violência, ao uso de tratamento cruel ou degradante ou de formas
titua infração administrativa ou penal contra os direitos da criança violentas de educação, correção ou disciplina contra a criança e o
ou adolescente; adolescente;     (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022)     Vigência
V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua compe- XX - representar à autoridade judicial ou ao Ministério Público
tência; para requerer a concessão de medidas cautelares direta ou indire-
VI - providenciar a medida estabelecida pela autoridade judi- tamente relacionada à eficácia da proteção de noticiante ou denun-
ciária, dentre as previstas no art. 101, de I a VI, para o adolescente ciante de informações de crimes que envolvam violência doméstica
autor de ato infracional; e familiar contra a criança e o adolescente.     (Incluído pela Lei nº
VII - expedir notificações; 14.344, de 2022)     Vigência
VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança Parágrafo único.  Se, no exercício de suas atribuições, o Conse-
ou adolescente quando necessário; lho Tutelar entender necessário o afastamento do convívio familiar,
IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração da pro- comunicará incontinenti o fato ao Ministério Público, prestando-lhe
posta orçamentária para planos e programas de atendimento dos informações sobre os motivos de tal entendimento e as providên-
direitos da criança e do adolescente; cias tomadas para a orientação, o apoio e a promoção social da fa-
X - representar, em nome da pessoa e da família, contra a viola- mília. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ção dos direitos previstos no art. 220, § 3º, inciso II, da Constituição Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente poderão ser
Federal ; revistas pela autoridade judiciária a pedido de quem tenha legítimo
XI - representar ao Ministério Público para efeito das ações de interesse.
perda ou suspensão do poder familiar, após esgotadas as possibili-
dades de manutenção da criança ou do adolescente junto à família CAPÍTULO III
natural. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência DA COMPETÊNCIA
XII - promover e incentivar, na comunidade e nos grupos profis-
sionais, ações de divulgação e treinamento para o reconhecimento Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de competência
de sintomas de maus-tratos em crianças e adolescentes. (Incluído constante do art. 147.
pela Lei nº 13.046, de 2014)
XIII - adotar, na esfera de sua competência, ações articuladas CAPÍTULO IV
e efetivas direcionadas à identificação da agressão, à agilidade no DA ESCOLHA DOS CONSELHEIROS
atendimento da criança e do adolescente vítima de violência do-
méstica e familiar e à responsabilização do agressor;      (Incluído Art. 139. O processo para a escolha dos membros do Conselho
pela Lei nº 14.344, de 2022)     Vigência Tutelar será estabelecido em lei municipal e realizado sob a respon-
XIV - atender à criança e ao adolescente vítima ou testemu- sabilidade do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Ado-
nha de violência doméstica e familiar, ou submetido a tratamento lescente, e a fiscalização do Ministério Público. (Redação dada pela
cruel ou degradante ou a formas violentas de educação, correção Lei nº 8.242, de 12.10.1991)
ou disciplina, a seus familiares e a testemunhas, de forma a pro- § 1 o O processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar
ver orientação e aconselhamento acerca de seus direitos e dos ocorrerá em data unificada em todo o território nacional a cada 4
encaminhamentos necessários;     (Incluído pela Lei nº 14.344, de (quatro) anos, no primeiro domingo do mês de outubro do ano sub-
2022)     Vigência sequente ao da eleição presidencial.  (Incluído pela Lei nº 12.696,
XV - representar à autoridade judicial ou policial para requerer de 2012)
o afastamento do agressor do lar, do domicílio ou do local de con- § 2 o A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia 10 de
vivência com a vítima nos casos de violência doméstica e familiar janeiro do ano subsequente ao processo de escolha. (Incluído pela
contra a criança e o adolescente;   (Incluído pela Lei nº 14.344, de Lei nº 12.696, de 2012)
2022)     Vigência § 3 o No processo de escolha dos membros do Conselho Tute-
XVI - representar à autoridade judicial para requerer a conces- lar, é vedado ao candidato doar, oferecer, prometer ou entregar ao
são de medida protetiva de urgência à criança ou ao adolescente eleitor bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive
vítima ou testemunha de violência doméstica e familiar, bem como brindes de pequeno valor. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
a revisão daquelas já concedidas;  (Incluído pela Lei nº 14.344, de
2022)     Vigência

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CAPÍTULO V SEÇÃO II
DOS IMPEDIMENTOS DO JUIZ

Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conselho marido Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz da Infân-
e mulher, ascendentes e descendentes, sogro e genro ou nora, ir- cia e da Juventude, ou o juiz que exerce essa função, na forma da lei
mãos, cunhados, durante o cunhadio, tio e sobrinho, padrasto ou de organização judiciária local.
madrasta e enteado. Art. 147. A competência será determinada:
Parágrafo único. Estende-se o impedimento do conselheiro, na I - pelo domicílio dos pais ou responsável;
forma deste artigo, em relação à autoridade judiciária e ao repre- II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à falta
sentante do Ministério Público com atuação na Justiça da Infância dos pais ou responsável.
e da Juventude, em exercício na comarca, foro regional ou distrital. § 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a autorida-
de do lugar da ação ou omissão, observadas as regras de conexão,
TÍTULOVI continência e prevenção.
DO ACESSO À JUSTIÇA § 2º A execução das medidas poderá ser delegada à autoridade
competente da residência dos pais ou responsável, ou do local onde
CAPÍTULO I sediar-se a entidade que abrigar a criança ou adolescente.
DISPOSIÇÕES GERAIS § 3º Em caso de infração cometida através de transmissão si-
multânea de rádio ou televisão, que atinja mais de uma comarca,
Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou adolescente à será competente, para aplicação da penalidade, a autoridade judi-
Defensoria Pública, ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, por ciária do local da sede estadual da emissora ou rede, tendo a sen-
qualquer de seus órgãos. tença eficácia para todas as transmissoras ou retransmissoras do
§ 1º. A assistência judiciária gratuita será prestada aos que dela respectivo estado.
necessitarem, através de defensor público ou advogado nomeado. Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é competente
§ 2º As ações judiciais da competência da Justiça da Infância para:
e da Juventude são isentas de custas e emolumentos, ressalvada a I - conhecer de representações promovidas pelo Ministério
hipótese de litigância de má-fé. Público, para apuração de ato infracional atribuído a adolescente,
Art. 142. Os menores de dezesseis anos serão representados aplicando as medidas cabíveis;
e os maiores de dezesseis e menores de vinte e um anos assistidos II - conceder a remissão, como forma de suspensão ou extinção
por seus pais, tutores ou curadores, na forma da legislação civil ou do processo;
processual. III - conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes;
Parágrafo único. A autoridade judiciária dará curador especial à IV - conhecer de ações civis fundadas em interesses individuais,
criança ou adolescente, sempre que os interesses destes colidirem difusos ou coletivos afetos à criança e ao adolescente, observado o
com os de seus pais ou responsável, ou quando carecer de repre- disposto no art. 209;
sentação ou assistência legal ainda que eventual. V - conhecer de ações decorrentes de irregularidades em enti-
Art. 143. E vedada a divulgação de atos judiciais, policiais e ad- dades de atendimento, aplicando as medidas cabíveis;
ministrativos que digam respeito a crianças e adolescentes a que se VI - aplicar penalidades administrativas nos casos de infrações
atribua autoria de ato infracional. contra norma de proteção à criança ou adolescente;
Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fato não pode- VII - conhecer de casos encaminhados pelo Conselho Tutelar,
rá identificar a criança ou adolescente, vedando-se fotografia, refe- aplicando as medidas cabíveis.
rência a nome, apelido, filiação, parentesco, residência e, inclusive, Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou adolescente
iniciais do nome e sobrenome. (Redação dada pela Lei nº 10.764, nas hipóteses do art. 98, é também competente a Justiça da Infân-
de 12.11.2003) cia e da Juventude para o fim de:
Art. 144. A expedição de cópia ou certidão de atos a que se a) conhecer de pedidos de guarda e tutela;
refere o artigo anterior somente será deferida pela autoridade ju- b) conhecer de ações de destituição do pátrio poder poder fa-
diciária competente, se demonstrado o interesse e justificada a fi- miliar , perda ou modificação da tutela ou guarda; (Expressão subs-
nalidade. tituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
c) suprir a capacidade ou o consentimento para o casamento;
CAPÍTULO II d) conhecer de pedidos baseados em discordância paterna
DA JUSTIÇA DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE ou materna, em relação ao exercício do pátrio poder poder fami-
liar ; (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
SEÇÃO I e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil, quando fal-
DISPOSIÇÕES GERAIS tarem os pais;
f) designar curador especial em casos de apresentação de quei-
Art. 145. Os estados e o Distrito Federal poderão criar varas xa ou representação, ou de outros procedimentos judiciais ou extra-
especializadas e exclusivas da infância e da juventude, cabendo ao judiciais em que haja interesses de criança ou adolescente;
Poder Judiciário estabelecer sua proporcionalidade por número de g) conhecer de ações de alimentos;
habitantes, dotá-las de infra-estrutura e dispor sobre o atendimen- h) determinar o cancelamento, a retificação e o suprimento dos
to, inclusive em plantões. registros de nascimento e óbito.
Art. 149. Compete à autoridade judiciária disciplinar, através de
portaria, ou autorizar, mediante alvará:
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I - a entrada e permanência de criança ou adolescente, desa- § 2º   Os prazos estabelecidos nesta Lei e aplicáveis aos seus
companhado dos pais ou responsável, em: procedimentos são contados em dias corridos, excluído o dia do
a) estádio, ginásio e campo desportivo; começo e incluído o dia do vencimento, vedado o prazo em dobro
b) bailes ou promoções dançantes; para a Fazenda Pública e o Ministério Público. (Incluído pela Lei nº
c) boate ou congêneres; 13.509, de 2017)
d) casa que explore comercialmente diversões eletrônicas; Art. 153. Se a medida judicial a ser adotada não corresponder
e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e televisão. a procedimento previsto nesta ou em outra lei, a autoridade judici-
II - a participação de criança e adolescente em: ária poderá investigar os fatos e ordenar de ofício as providências
a) espetáculos públicos e seus ensaios; necessárias, ouvido o Ministério Público.
b) certames de beleza. Parágrafo único.  O disposto neste artigo não se aplica para o
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, a autoridade judiciá- fim de afastamento da criança ou do adolescente de sua família de
ria levará em conta, dentre outros fatores: origem e em outros procedimentos necessariamente contencio-
a) os princípios desta Lei; sos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
b) as peculiaridades locais; Art. 154. Aplica-se às multas o disposto no art. 214.
c) a existência de instalações adequadas;
d) o tipo de freqüência habitual ao local; SEÇÃO II
e) a adequação do ambiente a eventual participação ou fre- DA PERDA E DA SUSPENSÃO DO PÁTRIO PODER PODER
qüência de crianças e adolescentes; FAMILIAR
f) a natureza do espetáculo. (EXPRESSÃO SUBSTITUÍDA PELA LEI Nº 12.010, DE 2009) 
§ 2º As medidas adotadas na conformidade deste artigo deve- VIGÊNCIA
rão ser fundamentadas, caso a caso, vedadas as determinações de
caráter geral. Art. 155. O procedimento para a perda ou a suspensão do pá-
trio poder poder familiar terá início por provocação do Ministério
SEÇÃO III Público ou de quem tenha legítimo interesse. (Expressão substituí-
DOS SERVIÇOS AUXILIARES da pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 156. A petição inicial indicará:
Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de sua pro- I - a autoridade judiciária a que for dirigida;
posta orçamentária, prever recursos para manutenção de equipe II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência do reque-
interprofissional, destinada a assessorar a Justiça da Infância e da rente e do requerido, dispensada a qualificação em se tratando de
Juventude. pedido formulado por representante do Ministério Público;
Art. 151. Compete à equipe interprofissional dentre outras III - a exposição sumária do fato e o pedido;
atribuições que lhe forem reservadas pela legislação local, fornecer IV - as provas que serão produzidas, oferecendo, desde logo, o
subsídios por escrito, mediante laudos, ou verbalmente, na audiên- rol de testemunhas e documentos.
cia, e bem assim desenvolver trabalhos de aconselhamento, orien- Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judici-
tação, encaminhamento, prevenção e outros, tudo sob a imediata ária, ouvido o Ministério Público, decretar a suspensão do  pátrio
subordinação à autoridade judiciária, assegurada a livre manifesta- poder poder familiar , liminar ou incidentalmente, até o julgamen-
ção do ponto de vista técnico. to definitivo da causa, ficando a criança ou adolescente confiado
Parágrafo único.  Na ausência ou insuficiência de servidores pú- a pessoa idônea, mediante termo de responsabilidade. (Expressão
blicos integrantes do Poder Judiciário responsáveis pela realização substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
dos estudos psicossociais ou de quaisquer outras espécies de ava- § 1 o Recebida a petição inicial, a autoridade judiciária deter-
liações técnicas exigidas por esta Lei ou por determinação judicial, minará, concomitantemente ao despacho de citação e independen-
a autoridade judiciária poderá proceder à nomeação de perito, nos temente de requerimento do interessado, a realização de estudo
termos do art. 156 da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 (Códi- social ou perícia por equipe interprofissional ou multidisciplinar
go de Processo Civil) . (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) para comprovar a presença de uma das causas de suspensão ou
destituição do poder familiar, ressalvado o disposto no § 10 do art.
CAPÍTULO III 101 desta Lei, e observada a Lei    n o 13.431, de 4 de abril de
DOS PROCEDIMENTOS 2017 . (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 2 o Em sendo os pais oriundos de comunidades indígenas, é
SEÇÃO I ainda obrigatória a intervenção, junto à equipe interprofissional ou
DISPOSIÇÕES GERAIS multidisciplinar referida no § 1  o  deste artigo, de representantes
do órgão federal responsável pela política indigenista, observado o
Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei aplicam-se disposto no § 6 o do art. 28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.509,
subsidiariamente as normas gerais previstas na legislação proces- de 2017)
sual pertinente. § 3º A concessão da liminar será, preferencialmente, precedida
§ 1º  É assegurada, sob pena de responsabilidade, prioridade de entrevista da criança ou do adolescente perante equipe multidis-
absoluta na tramitação dos processos e procedimentos previstos ciplinar e de oitiva da outra parte, nos termos da Lei nº 13.431, de 4
nesta Lei, assim como na execução dos atos e diligências judiciais de abril de 2017.     (Incluído pela Lei nº 14.340, de 2022)
a eles referentes. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

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§ 4º Se houver indícios de ato de violação de direitos de criança Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade judiciária dará
ou de adolescente, o juiz comunicará o fato ao Ministério Público e vista dos autos ao Ministério Público, por cinco dias, salvo quando
encaminhará os documentos pertinentes.      (Incluído pela Lei nº este for o requerente, designando, desde logo, audiência de instru-
14.340, de 2022) ção e julgamento.
Art. 158. O requerido será citado para, no prazo de dez dias, § 1º (Revogado) . (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
oferecer resposta escrita, indicando as provas a serem produzidas e § 2 o Na audiência, presentes as partes e o Ministério Público,
oferecendo desde logo o rol de testemunhas e documentos. serão ouvidas as testemunhas, colhendo-se oralmente o parecer
§ 1 o A citação será pessoal, salvo se esgotados todos os meios técnico, salvo quando apresentado por escrito, manifestando-se
para sua realização. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014) sucessivamente o requerente, o requerido e o Ministério Público,
§ 2 o O requerido privado de liberdade deverá ser citado pesso- pelo tempo de 20 (vinte) minutos cada um, prorrogável por mais 10
almente. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014) (dez) minutos. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 3  o  Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver § 3 o A decisão será proferida na audiência, podendo a auto-
procurado o citando em seu domicílio ou residência sem o encon- ridade judiciária, excepcionalmente, designar data para sua leitura
trar, deverá, havendo suspeita de ocultação, informar qualquer pes- no prazo máximo de 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei nº 13.509, de
soa da família ou, em sua falta, qualquer vizinho do dia útil em que 2017)
voltará a fim de efetuar a citação, na hora que designar, nos termos § 4  o  Quando o procedimento de destituição de poder fami-
do art. 252 e seguintes da Lei n o 13.105, de 16 de março de 2015 liar for iniciado pelo Ministério Público, não haverá necessidade de
(Código de Processo Civil) . (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) nomeação de curador especial em favor da criança ou adolescen-
§ 4 o Na hipótese de os genitores encontrarem-se em local in- te. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
certo ou não sabido, serão citados por edital no prazo de 10 (dez) Art. 163.   O prazo máximo para conclusão do procedimento
dias, em publicação única, dispensado o envio de ofícios para a lo- será de 120 (cento e vinte) dias, e caberá ao juiz, no caso de notória
calização. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) inviabilidade de manutenção do poder familiar, dirigir esforços para
Art. 159. Se o requerido não tiver possibilidade de constituir preparar a criança ou o adolescente com vistas à colocação em fa-
advogado, sem prejuízo do próprio sustento e de sua família, po- mília substituta. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
derá requerer, em cartório, que lhe seja nomeado dativo, ao qual Parágrafo único.  A sentença que decretar a perda ou a suspen-
incumbirá a apresentação de resposta, contando-se o prazo a partir são do poder familiar será averbada à margem do registro de nas-
da intimação do despacho de nomeação. cimento da criança ou do adolescente. (Incluído pela Lei nº 12.010,
Parágrafo único.  Na hipótese de requerido privado de liberda- de 2009) Vigência
de, o oficial de justiça deverá perguntar, no momento da citação
pessoal, se deseja que lhe seja nomeado defensor.  (Incluído pela SEÇÃO III
Lei nº 12.962, de 2014) DA DESTITUIÇÃO DA TUTELA
Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciária requisitará
de qualquer repartição ou órgão público a apresentação de docu- Art. 164. Na destituição da tutela, observar-se-á o procedimen-
mento que interesse à causa, de ofício ou a requerimento das par- to para a remoção de tutor previsto na lei processual civil e, no que
tes ou do Ministério Público. couber, o disposto na seção anterior.
Art. 161.  Se não for contestado o pedido e tiver sido concluído
o estudo social ou a perícia realizada por equipe interprofissional SEÇÃO IV
ou multidisciplinar, a autoridade judiciária dará vista dos autos ao DA COLOCAÇÃO EM FAMÍLIA SUBSTITUTA
Ministério Público, por 5 (cinco) dias, salvo quando este for o reque-
rente, e decidirá em igual prazo. (Redação dada pela Lei nº 13.509, Art. 165. São requisitos para a concessão de pedidos de coloca-
de 2017) ção em família substituta:
§ 1º  A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento das I - qualificação completa do requerente e de seu eventual côn-
partes ou do Ministério Público, determinará a oitiva de testemu- juge, ou companheiro, com expressa anuência deste;
nhas que comprovem a presença de uma das causas de suspensão II - indicação de eventual parentesco do requerente e de seu
ou destituição do poder familiar previstas nos arts. 1.637 e 1.638 da cônjuge, ou companheiro, com a criança ou adolescente, especifi-
Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) , ou no art. cando se tem ou não parente vivo;
24 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) III - qualificação completa da criança ou adolescente e de seus
§ 2 o (Revogado) . (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) pais, se conhecidos;
§ 3  o  Se o pedido importar em modificação de guarda, será IV - indicação do cartório onde foi inscrito nascimento, anexan-
obrigatória, desde que possível e razoável, a oitiva da criança ou do, se possível, uma cópia da respectiva certidão;
adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de V - declaração sobre a existência de bens, direitos ou rendi-
compreensão sobre as implicações da medida. (Incluído pela Lei nº mentos relativos à criança ou ao adolescente.
12.010, de 2009) Vigência Parágrafo único. Em se tratando de adoção, observar-se-ão
§ 4º  É obrigatória a oitiva dos pais sempre que eles forem iden- também os requisitos específicos.
tificados e estiverem em local conhecido, ressalvados os casos de Art. 166.  Se os pais forem falecidos, tiverem sido destituídos
não comparecimento perante a Justiça quando devidamente cita- ou suspensos do poder familiar, ou houverem aderido expressa-
dos. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) mente ao pedido de colocação em família substituta, este poderá
§ 5 o Se o pai ou a mãe estiverem privados de liberdade, a auto- ser formulado diretamente em cartório, em petição assinada pelos
ridade judicial requisitará sua apresentação para a oitiva. (Incluído próprios requerentes, dispensada a assistência de advogado.  (Re-
pela Lei nº 12.962, de 2014) dação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
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§ 1 o Na hipótese de concordância dos pais, o juiz: (Redação Parágrafo único.  A colocação de criança ou adolescente sob
dada pela Lei nº 13.509, de 2017) a guarda de pessoa inscrita em programa de acolhimento familiar
I - na presença do Ministério Público, ouvirá as partes, devi- será comunicada pela autoridade judiciária à entidade por este res-
damente assistidas por advogado ou por defensor público, para ponsável no prazo máximo de 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei nº
verificar sua concordância com a adoção, no prazo máximo de 10 12.010, de 2009) Vigência
(dez) dias, contado da data do protocolo da petição ou da entrega
da criança em juízo, tomando por termo as declarações; e (Incluído SEÇÃO V
pela Lei nº 13.509, de 2017) DA APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL ATRIBUÍDO A
II - declarará a extinção do poder familiar. (Incluído pela Lei nº ADOLESCENTE
13.509, de 2017)
§ 2 o O consentimento dos titulares do poder familiar será pre- Art. 171. O adolescente apreendido por força de ordem judicial
cedido de orientações e esclarecimentos prestados pela equipe in- será, desde logo, encaminhado à autoridade judiciária.
terprofissional da Justiça da Infância e da Juventude, em especial, Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato infra-
no caso de adoção, sobre a irrevogabilidade da medida. (Incluído cional será, desde logo, encaminhado à autoridade policial compe-
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência tente.
§ 3 o São garantidos a livre manifestação de vontade dos deten- Parágrafo único. Havendo repartição policial especializada para
tores do poder familiar e o direito ao sigilo das informações. (Reda- atendimento de adolescente e em se tratando de ato infracional
ção dada pela Lei nº 13.509, de 2017) praticado em co-autoria com maior, prevalecerá a atribuição da re-
§ 4 o O consentimento prestado por escrito não terá validade partição especializada, que, após as providências necessárias e con-
se não for ratificado na audiência a que se refere o § 1 o deste arti- forme o caso, encaminhará o adulto à repartição policial própria.
go. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional cometido me-
§ 5 o O consentimento é retratável até a data da realização da diante violência ou grave ameaça a pessoa, a autoridade policial,
audiência especificada no § 1 o deste artigo, e os pais podem exer- sem prejuízo do disposto nos arts. 106, parágrafo único, e 107, de-
cer o arrependimento no prazo de 10 (dez) dias, contado da data de verá:
prolação da sentença de extinção do poder familiar. (Redação dada I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o ado-
pela Lei nº 13.509, de 2017) lescente;
§ 6 o O consentimento somente terá valor se for dado após o II - apreender o produto e os instrumentos da infração;
nascimento da criança. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- III - requisitar os exames ou perícias necessários à comprova-
gência ção da materialidade e autoria da infração.
§ 7 o A família natural e a família substituta receberão a devida Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, a lavratura
orientação por intermédio de equipe técnica interprofissional a ser- do auto poderá ser substituída por boletim de ocorrência circuns-
viço da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com tanciada.
apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o
de garantia do direito à convivência familiar. (Redação dada pela Lei adolescente será prontamente liberado pela autoridade policial,
nº 13.509, de 2017) sob termo de compromisso e responsabilidade de sua apresenta-
Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento ção ao representante do Ministério Público, no mesmo dia ou, sen-
das partes ou do Ministério Público, determinará a realização de do impossível, no primeiro dia útil imediato, exceto quando, pela
estudo social ou, se possível, perícia por equipe interprofissional, gravidade do ato infracional e sua repercussão social, deva o ado-
decidindo sobre a concessão de guarda provisória, bem como, no lescente permanecer sob internação para garantia de sua seguran-
caso de adoção, sobre o estágio de convivência. ça pessoal ou manutenção da ordem pública.
Parágrafo único.  Deferida a concessão da guarda provisória ou Art. 175. Em caso de não liberação, a autoridade policial enca-
do estágio de convivência, a criança ou o adolescente será entregue minhará, desde logo, o adolescente ao representante do Ministério
ao interessado, mediante termo de responsabilidade. (Incluído pela Público, juntamente com cópia do auto de apreensão ou boletim
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência de ocorrência.
Art. 168. Apresentado o relatório social ou o laudo pericial, e § 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a autoridade
ouvida, sempre que possível, a criança ou o adolescente, dar-se-á policial encaminhará o adolescente à entidade de atendimento,
vista dos autos ao Ministério Público, pelo prazo de cinco dias, deci- que fará a apresentação ao representante do Ministério Público no
dindo a autoridade judiciária em igual prazo. prazo de vinte e quatro horas.
Art. 169. Nas hipóteses em que a destituição da tutela, a perda § 2º Nas localidades onde não houver entidade de atendi-
ou a suspensão do pátrio poder poder familiar constituir pressupos- mento, a apresentação far-se-á pela autoridade policial. À falta de
to lógico da medida principal de colocação em família substituta, repartição policial especializada, o adolescente aguardará a apre-
será observado o procedimento contraditório previsto nas Seções II sentação em dependência separada da destinada a maiores, não
e III deste CAPÍTULO. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de podendo, em qualquer hipótese, exceder o prazo referido no pará-
2009) Vigência grafo anterior.
Parágrafo único. A perda ou a modificação da guarda poderá Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a autoridade policial
ser decretada nos mesmos autos do procedimento, observado o encaminhará imediatamente ao representante do Ministério Públi-
disposto no art. 35. co cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência.
Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela, observar-se-á o dis-
posto no art. 32, e, quanto à adoção, o contido no art. 47.

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Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, houver indícios § 2º Se os pais ou responsável não forem localizados, a autori-
de participação de adolescente na prática de ato infracional, a auto- dade judiciária dará curador especial ao adolescente.
ridade policial encaminhará ao representante do Ministério Público § 3º Não sendo localizado o adolescente, a autoridade judici-
relatório das investigações e demais documentos. ária expedirá mandado de busca e apreensão, determinando o so-
Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de ato in- brestamento do feito, até a efetiva apresentação.
fracional não poderá ser conduzido ou transportado em compar- § 4º Estando o adolescente internado, será requisitada a sua
timento fechado de veículo policial, em condições atentatórias à apresentação, sem prejuízo da notificação dos pais ou responsável.
sua dignidade, ou que impliquem risco à sua integridade física ou Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela autoridade
mental, sob pena de responsabilidade. judiciária, não poderá ser cumprida em estabelecimento prisional.
Art. 179. Apresentado o adolescente, o representante do Mi- § 1º Inexistindo na comarca entidade com as características de-
nistério Público, no mesmo dia e à vista do auto de apreensão, bole- finidas no art. 123, o adolescente deverá ser imediatamente trans-
tim de ocorrência ou relatório policial, devidamente autuados pelo ferido para a localidade mais próxima.
cartório judicial e com informação sobre os antecedentes do ado- § 2º Sendo impossível a pronta transferência, o adolescente
lescente, procederá imediata e informalmente à sua oitiva e, em aguardará sua remoção em repartição policial, desde que em seção
sendo possível, de seus pais ou responsável, vítima e testemunhas. isolada dos adultos e com instalações apropriadas, não podendo
Parágrafo único. Em caso de não apresentação, o represen- ultrapassar o prazo máximo de cinco dias, sob pena de responsa-
tante do Ministério Público notificará os pais ou responsável para bilidade.
apresentação do adolescente, podendo requisitar o concurso das Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais ou responsá-
polícias civil e militar. vel, a autoridade judiciária procederá à oitiva dos mesmos, poden-
Art. 180. Adotadas as providências a que alude o artigo ante- do solicitar opinião de profissional qualificado.
rior, o representante do Ministério Público poderá: § 1º Se a autoridade judiciária entender adequada a remissão,
I - promover o arquivamento dos autos; ouvirá o representante do Ministério Público, proferindo decisão.
II - conceder a remissão; § 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de medida de
III - representar à autoridade judiciária para aplicação de medi- internação ou colocação em regime de semi-liberdade, a autorida-
da sócio-educativa. de judiciária, verificando que o adolescente não possui advogado
Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou concedida a constituído, nomeará defensor, designando, desde logo, audiência
remissão pelo representante do Ministério Público, mediante ter- em continuação, podendo determinar a realização de diligências e
mo fundamentado, que conterá o resumo dos fatos, os autos serão estudo do caso.
conclusos à autoridade judiciária para homologação. § 3º O advogado constituído ou o defensor nomeado, no prazo
§ 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a autoridade de três dias contado da audiência de apresentação, oferecerá defe-
judiciária determinará, conforme o caso, o cumprimento da medi- sa prévia e rol de testemunhas.
da. § 4º Na audiência em continuação, ouvidas as testemunhas
§ 2º Discordando, a autoridade judiciária fará remessa dos au- arroladas na representação e na defesa prévia, cumpridas as dili-
tos ao Procurador-Geral de Justiça, mediante despacho fundamen- gências e juntado o relatório da equipe interprofissional, será dada
tado, e este oferecerá representação, designará outro membro do a palavra ao representante do Ministério Público e ao defensor,
Ministério Público para apresentá-la, ou ratificará o arquivamento sucessivamente, pelo tempo de vinte minutos para cada um, pror-
ou a remissão, que só então estará a autoridade judiciária obrigada rogável por mais dez, a critério da autoridade judiciária, que em
a homologar. seguida proferirá decisão.
Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante do Ministério Art. 187. Se o adolescente, devidamente notificado, não com-
Público não promover o arquivamento ou conceder a remissão, ofe- parecer, injustificadamente à audiência de apresentação, a autori-
recerá representação à autoridade judiciária, propondo a instaura- dade judiciária designará nova data, determinando sua condução
ção de procedimento para aplicação da medida sócio-educativa que coercitiva.
se afigurar a mais adequada. Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou suspensão do
§ 1º A representação será oferecida por petição, que conterá o processo, poderá ser aplicada em qualquer fase do procedimento,
breve resumo dos fatos e a classificação do ato infracional e, quan- antes da sentença.
do necessário, o rol de testemunhas, podendo ser deduzida oral- Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará qualquer medida,
mente, em sessão diária instalada pela autoridade judiciária. desde que reconheça na sentença:
§ 2º A representação independe de prova pré-constituída da I - estar provada a inexistência do fato;
autoria e materialidade. II - não haver prova da existência do fato;
Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a conclusão do III - não constituir o fato ato infracional;
procedimento, estando o adolescente internado provisoriamente, IV - não existir prova de ter o adolescente concorrido para o
será de quarenta e cinco dias. ato infracional.
Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade judiciária Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, estando o adoles-
designará audiência de apresentação do adolescente, decidindo, cente internado, será imediatamente colocado em liberdade.
desde logo, sobre a decretação ou manutenção da internação, ob- Art. 190. A intimação da sentença que aplicar medida de inter-
servado o disposto no art. 108 e parágrafo. nação ou regime de semi-liberdade será feita:
§ 1º O adolescente e seus pais ou responsável serão cientifica- I - ao adolescente e ao seu defensor;
dos do teor da representação, e notificados a comparecer à audiên- II - quando não for encontrado o adolescente, a seus pais ou
cia, acompanhados de advogado. responsável, sem prejuízo do defensor.

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§ 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-se-á unica- A ,  241-B ,  241-C e  241-D desta Lei e nos  arts. 154-A ,  217-
mente na pessoa do defensor. A , 218 , 218-A e 218-B do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro
§ 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescente, deverá de 1940 (Código Penal) . (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
este manifestar se deseja ou não recorrer da sentença. Parágrafo único. O agente policial infiltrado que deixar de ob-
servar a estrita finalidade da investigação responderá pelos exces-
SEÇÃO V-A sos praticados. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
(INCLUÍDO PELA LEI Nº 13.441, DE 2017) Art. 190-D. Os órgãos de registro e cadastro público poderão
DA INFILTRAÇÃO DE AGENTES DE POLÍCIA PARA A INVESTI- incluir nos bancos de dados próprios, mediante procedimento si-
GAÇÃO DE CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL DE CRIAN- giloso e requisição da autoridade judicial, as informações necessá-
ÇA E DE ADOLESCENTE” rias à efetividade da identidade fictícia criada. (Incluído pela Lei nº
13.441, de 2017)
Art. 190-A. A infiltração de agentes de polícia na internet com Parágrafo único. O procedimento sigiloso de que trata esta Se-
o fim de investigar os crimes previstos nos arts. 240 , 241 , 241- ção será numerado e tombado em livro específico. (Incluído pela Lei
A ,  241-B ,  241-C e  241-D desta Lei e nos  arts. 154-A ,  217- nº 13.441, de 2017)
A , 218 , 218-A e 218-B do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro Art. 190-E. Concluída a investigação, todos os atos eletrônicos
de 1940 (Código Penal) , obedecerá às seguintes regras: (Incluído praticados durante a operação deverão ser registrados, gravados,
pela Lei nº 13.441, de 2017) armazenados e encaminhados ao juiz e ao Ministério Público, jun-
I – será precedida de autorização judicial devidamente circuns- tamente com relatório circunstanciado. (Incluído pela Lei nº 13.441,
tanciada e fundamentada, que estabelecerá os limites da infiltração de 2017)
para obtenção de prova, ouvido o Ministério Público; (Incluído pela Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados citados
Lei nº 13.441, de 2017) no caput deste artigo serão reunidos em autos apartados e apensa-
II – dar-se-á mediante requerimento do Ministério Público ou dos ao processo criminal juntamente com o inquérito policial, asse-
representação de delegado de polícia e conterá a demonstração de gurando-se a preservação da identidade do agente policial infiltrado
sua necessidade, o alcance das tarefas dos policiais, os nomes ou e a intimidade das crianças e dos adolescentes envolvidos. (Incluído
apelidos das pessoas investigadas e, quando possível, os dados de pela Lei nº 13.441, de 2017)
conexão ou cadastrais que permitam a identificação dessas pesso-
as; (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) SEÇÃO VI
III – não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias, sem pre- DA APURAÇÃO DE IRREGULARIDADES EM ENTIDADE DE
juízo de eventuais renovações, desde que o total não exceda a 720 ATENDIMENTO
(setecentos e vinte) dias e seja demonstrada sua efetiva necessida-
de, a critério da autoridade judicial. (Incluído pela Lei nº 13.441, de Art. 191. O procedimento de apuração de irregularidades em
2017) entidade governamental e não-governamental terá início median-
§ 1 º A autoridade judicial e o Ministério Público poderão requi- te portaria da autoridade judiciária ou representação do Ministério
sitar relatórios parciais da operação de infiltração antes do término Público ou do Conselho Tutelar, onde conste, necessariamente, re-
do prazo de que trata o inciso II do § 1 º deste artigo. (Incluído pela sumo dos fatos.
Lei nº 13.441, de 2017) Parágrafo único. Havendo motivo grave, poderá a autoridade
§ 2 º Para efeitos do disposto no inciso I do § 1 º deste artigo, judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar liminarmente o
consideram-se: (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) afastamento provisório do dirigente da entidade, mediante decisão
I – dados de conexão: informações referentes a hora, data, iní- fundamentada.
cio, término, duração, endereço de Protocolo de Internet (IP) utili- Art. 192. O dirigente da entidade será citado para, no prazo de
zado e terminal de origem da conexão; (Incluído pela Lei nº 13.441, dez dias, oferecer resposta escrita, podendo juntar documentos e
de 2017) indicar as provas a produzir.
II – dados cadastrais: informações referentes a nome e ende- Art. 193. Apresentada ou não a resposta, e sendo necessário, a
reço de assinante ou de usuário registrado ou autenticado para a autoridade judiciária designará audiência de instrução e julgamen-
conexão a quem endereço de IP, identificação de usuário ou código to, intimando as partes.
de acesso tenha sido atribuído no momento da conexão. § 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o Ministério
§ 3  º  A infiltração de agentes de polícia na internet não será Público terão cinco dias para oferecer alegações finais, decidindo a
admitida se a prova puder ser obtida por outros meios.  (Incluído autoridade judiciária em igual prazo.
pela Lei nº 13.441, de 2017) § 2º Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo de
Art. 190-B. As informações da operação de infiltração serão dirigente de entidade governamental, a autoridade judiciária oficia-
encaminhadas diretamente ao juiz responsável pela autorização da rá à autoridade administrativa imediatamente superior ao afastado,
medida, que zelará por seu sigilo. (Incluído pela Lei nº 13.441, de marcando prazo para a substituição.
2017) § 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade judi-
Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o acesso aos ciária poderá fixar prazo para a remoção das irregularidades verifi-
autos será reservado ao juiz, ao Ministério Público e ao delegado cadas. Satisfeitas as exigências, o processo será extinto, sem julga-
de polícia responsável pela operação, com o objetivo de garantir o mento de mérito.
sigilo das investigações. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017) § 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da
Art. 190-C. Não comete crime o policial que oculta a sua entidade ou programa de atendimento.
identidade para, por meio da internet, colher indícios de autoria
e materialidade dos crimes previstos nos  arts. 240 ,  241 ,  241-
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LEGISLAÇÃO

SEÇÃO VII VII - certidão de antecedentes criminais; (Incluído pela Lei nº


DA APURAÇÃO DE INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA ÀS NORMAS 12.010, de 2009) Vigência
DE PROTEÇÃO À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE VIII - certidão negativa de distribuição cível. (Incluído pela Lei
nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 194. O procedimento para imposição de penalidade admi- Art. 197-B.  A autoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta e
nistrativa por infração às normas de proteção à criança e ao ado- oito) horas, dará vista dos autos ao Ministério Público, que no prazo
lescente terá início por representação do Ministério Público, ou do de 5 (cinco) dias poderá: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
Conselho Tutelar, ou auto de infração elaborado por servidor efe- gência
tivo ou voluntário credenciado, e assinado por duas testemunhas, I - apresentar quesitos a serem respondidos pela equipe inter-
se possível. profissional encarregada de elaborar o estudo técnico a que se re-
§ 1º No procedimento iniciado com o auto de infração, pode- fere o art. 197-C desta Lei; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
rão ser usadas fórmulas impressas, especificando-se a natureza e as gência
circunstâncias da infração. II - requerer a designação de audiência para oitiva dos pos-
§ 2º Sempre que possível, à verificação da infração seguir-se-á tulantes em juízo e testemunhas; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
a lavratura do auto, certificando-se, em caso contrário, dos motivos 2009) Vigência
do retardamento. III - requerer a juntada de documentos complementares e a re-
Art. 195. O requerido terá prazo de dez dias para apresentação alização de outras diligências que entender necessárias.  (Incluído
de defesa, contado da data da intimação, que será feita: pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
I - pelo autuante, no próprio auto, quando este for lavrado na Art. 197-C.  Intervirá no feito, obrigatoriamente, equipe inter-
presença do requerido; profissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, que
II - por oficial de justiça ou funcionário legalmente habilitado, deverá elaborar estudo psicossocial, que conterá subsídios que
que entregará cópia do auto ou da representação ao requerido, ou permitam aferir a capacidade e o preparo dos postulantes para o
a seu representante legal, lavrando certidão; exercício de uma paternidade ou maternidade responsável, à luz
III - por via postal, com aviso de recebimento, se não for encon- dos requisitos e princípios desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
trado o requerido ou seu representante legal; 2009) Vigência
IV - por edital, com prazo de trinta dias, se incerto ou não sabi- § 1 o É obrigatória a participação dos postulantes em programa
do o paradeiro do requerido ou de seu representante legal. oferecido pela Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmen-
Art. 196. Não sendo apresentada a defesa no prazo legal, a au- te com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política
toridade judiciária dará vista dos autos do Ministério Público, por municipal de garantia do direito à convivência familiar e dos grupos
cinco dias, decidindo em igual prazo. de apoio à adoção devidamente habilitados perante a Justiça da In-
Art. 197. Apresentada a defesa, a autoridade judiciária proce- fância e da Juventude, que inclua preparação psicológica, orienta-
derá na conformidade do artigo anterior, ou, sendo necessário, de- ção e estímulo à adoção inter-racial, de crianças ou de adolescentes
signará audiência de instrução e julgamento. (Incluído pela Lei nº com deficiência, com doenças crônicas ou com necessidades espe-
12.010, de 2009) Vigência cíficas de saúde, e de grupos de irmãos. (Redação dada pela Lei nº
Parágrafo único. Colhida a prova oral, manifestar-se-ão suces- 13.509, de 2017)
sivamente o Ministério Público e o procurador do requerido, pelo § 2 o Sempre que possível e recomendável, a etapa obrigatória
tempo de vinte minutos para cada um, prorrogável por mais dez, a da preparação referida no § 1 o deste artigo incluirá o contato com
critério da autoridade judiciária, que em seguida proferirá senten- crianças e adolescentes em regime de acolhimento familiar ou ins-
ça. titucional, a ser realizado sob orientação, supervisão e avaliação da
SEÇÃO VIII equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude e dos grupos
(INCLUÍDA PELA LEI Nº 12.010, DE 2009) VIGÊNCIA de apoio à adoção, com apoio dos técnicos responsáveis pelo pro-
DA HABILITAÇÃO DE PRETENDENTES À ADOÇÃO grama de acolhimento familiar e institucional e pela execução da
política municipal de garantia do direito à convivência familiar. (Re-
Art. 197-A.  Os postulantes à adoção, domiciliados no Brasil, dação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
apresentarão petição inicial na qual conste:  (Incluído pela Lei nº § 3 o É recomendável que as crianças e os adolescentes acolhi-
12.010, de 2009) Vigência dos institucionalmente ou por família acolhedora sejam preparados
I - qualificação completa;  (Incluído pela Lei nº 12.010, de por equipe interprofissional antes da inclusão em família adoti-
2009) Vigência va. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
II - dados familiares; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- Art. 197-D.  Certificada nos autos a conclusão da participação
gência no programa referido no art. 197-C desta Lei, a autoridade judiciá-
III - cópias autenticadas de certidão de nascimento ou casa- ria, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, decidirá acerca das dili-
mento, ou declaração relativa ao período de união estável; (Incluído gências requeridas pelo Ministério Público e determinará a juntada
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência do estudo psicossocial, designando, conforme o caso, audiência de
IV - cópias da cédula de identidade e inscrição no Cadastro de instrução e julgamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
Pessoas Físicas; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência gência
V - comprovante de renda e domicílio;  (Incluído pela Lei nº Parágrafo único.  Caso não sejam requeridas diligências, ou
12.010, de 2009) Vigência sendo essas indeferidas, a autoridade judiciária determinará a jun-
VI - atestados de sanidade física e mental (Incluído pela Lei nº tada do estudo psicossocial, abrindo a seguir vista dos autos ao Mi-
12.010, de 2009) Vigência nistério Público, por 5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo. (Inclu-
ído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
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Art. 197-E.  Deferida a habilitação, o postulante será inscrito Art. 199. Contra as decisões proferidas com base no art. 149
nos cadastros referidos no art. 50 desta Lei, sendo a sua convocação caberá recurso de apelação.
para a adoção feita de acordo com ordem cronológica de habilita- Art. 199-A.  A sentença que deferir a adoção produz efeito
ção e conforme a disponibilidade de crianças ou adolescentes ado- desde logo, embora sujeita a apelação, que será recebida exclusiva-
táveis. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência mente no efeito devolutivo, salvo se se tratar de adoção internacio-
§ 1  o  A ordem cronológica das habilitações somente poderá nal ou se houver perigo de dano irreparável ou de difícil reparação
deixar de ser observada pela autoridade judiciária nas hipóteses ao adotando. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
previstas no § 13 do art. 50 desta Lei, quando comprovado ser essa Art. 199-B.  A sentença que destituir ambos ou qualquer dos
a melhor solução no interesse do adotando.  (Incluído pela Lei nº genitores do poder familiar fica sujeita a apelação, que deverá ser
12.010, de 2009) Vigência recebida apenas no efeito devolutivo. (Incluído pela Lei nº 12.010,
§ 2 o A habilitação à adoção deverá ser renovada no mínimo de 2009) Vigência
trienalmente mediante avaliação por equipe interprofissional. (Re- Art. 199-C.  Os recursos nos procedimentos de adoção e de
dação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) destituição de poder familiar, em face da relevância das questões,
§ 3  o  Quando o adotante candidatar-se a uma nova adoção, serão processados com prioridade absoluta, devendo ser imedia-
será dispensável a renovação da habilitação, bastando a avaliação tamente distribuídos, ficando vedado que aguardem, em qualquer
por equipe interprofissional. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) situação, oportuna distribuição, e serão colocados em mesa para
§ 4 o Após 3 (três) recusas injustificadas, pelo habilitado, à ado- julgamento sem revisão e com parecer urgente do Ministério Públi-
ção de crianças ou adolescentes indicados dentro do perfil escolhi- co. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
do, haverá reavaliação da habilitação concedida. (Incluído pela Lei Art. 199-D.  O relator deverá colocar o processo em mesa para
nº 13.509, de 2017) julgamento no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, contado da sua
§ 5 o A desistência do pretendente em relação à guarda para conclusão. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
fins de adoção ou a devolução da criança ou do adolescente depois Parágrafo único.  O Ministério Público será intimado da data do
do trânsito em julgado da sentença de adoção importará na sua julgamento e poderá na sessão, se entender necessário, apresentar
exclusão dos cadastros de adoção e na vedação de renovação da oralmente seu parecer. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
habilitação, salvo decisão judicial fundamentada, sem prejuízo das gência
demais sanções previstas na legislação vigente. (Incluído pela Lei nº Art. 199-E.  O Ministério Público poderá requerer a instauração
13.509, de 2017) de procedimento para apuração de responsabilidades se constatar
Art. 197-F.   O prazo máximo para conclusão da habilitação à o descumprimento das providências e do prazo previstos nos arti-
adoção será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável por igual perí- gos anteriores. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
odo, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária. (In-
cluído pela Lei nº 13.509, de 2017) CAPÍTULO V
DO MINISTÉRIO PÚBLICO
CAPÍTULO IV
DOS RECURSOS Art. 200. As funções do Ministério Público previstas nesta Lei
serão exercidas nos termos da respectiva lei orgânica.
Art. 198.  Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e da Art. 201. Compete ao Ministério Público:
Juventude, inclusive os relativos à execução das medidas socioedu- I - conceder a remissão como forma de exclusão do processo;
cativas, adotar-se-á o sistema recursal da Lei n o 5.869, de 11 de II - promover e acompanhar os procedimentos relativos às in-
janeiro de 1973 (Código de Processo Civil) , com as seguintes adap- frações atribuídas a adolescentes;
tações: (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) III - promover e acompanhar as ações de alimentos e os proce-
I - os recursos serão interpostos independentemente de pre- dimentos de suspensão e destituição do pátrio poder poder fami-
paro; liar , nomeação e remoção de tutores, curadores e guardiães, bem
II - em todos os recursos, salvo nos embargos de declaração, o como oficiar em todos os demais procedimentos da competência
prazo para o Ministério Público e para a defesa será sempre de 10 da Justiça da Infância e da Juventude; (Expressão substituída pela
(dez) dias; (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
III - os recursos terão preferência de julgamento e dispensarão IV - promover, de ofício ou por solicitação dos interessados, a
revisor; especialização e a inscrição de hipoteca legal e a prestação de con-
IV - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência tas dos tutores, curadores e quaisquer administradores de bens de
V - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência crianças e adolescentes nas hipóteses do art. 98;
VI - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência V - promover o inquérito civil e a ação civil pública para a prote-
VII - antes de determinar a remessa dos autos à superior ins- ção dos interesses individuais, difusos ou coletivos relativos à infân-
tância, no caso de apelação, ou do instrumento, no caso de agravo, cia e à adolescência, inclusive os definidos no art. 220, § 3º inciso II,
a autoridade judiciária proferirá despacho fundamentado, manten- da Constituição Federal ;
do ou reformando a decisão, no prazo de cinco dias; VI - instaurar procedimentos administrativos e, para instruí-los:
VIII - mantida a decisão apelada ou agravada, o escrivão reme- a) expedir notificações para colher depoimentos ou esclareci-
terá os autos ou o instrumento à superior instância dentro de vinte mentos e, em caso de não comparecimento injustificado, requisitar
e quatro horas, independentemente de novo pedido do recorrente; condução coercitiva, inclusive pela polícia civil ou militar;
se a reformar, a remessa dos autos dependerá de pedido expresso
da parte interessada ou do Ministério Público, no prazo de cinco
dias, contados da intimação.
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LEGISLAÇÃO

b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de Art. 205. As manifestações processuais do representante do
autoridades municipais, estaduais e federais, da administração di- Ministério Público deverão ser fundamentadas.
reta ou indireta, bem como promover inspeções e diligências inves-
tigatórias; CAPÍTULO VI
c) requisitar informações e documentos a particulares e insti- DO ADVOGADO
tuições privadas;
VII - instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou responsável,
e determinar a instauração de inquérito policial, para apuração de e qualquer pessoa que tenha legítimo interesse na solução da lide
ilícitos ou infrações às normas de proteção à infância e à juventude; poderão intervir nos procedimentos de que trata esta Lei, através
VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais de advogado, o qual será intimado para todos os atos, pessoalmen-
assegurados às crianças e adolescentes, promovendo as medidas te ou por publicação oficial, respeitado o segredo de justiça.
judiciais e extrajudiciais cabíveis; Parágrafo único. Será prestada assistência judiciária integral e
IX - impetrar mandado de segurança, de injunção e habeas gratuita àqueles que dela necessitarem.
corpus, em qualquer juízo, instância ou tribunal, na defesa dos Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a prática de
interesses sociais e individuais indisponíveis afetos à criança e ao ato infracional, ainda que ausente ou foragido, será     processado
adolescente; sem defensor.
X - representar ao juízo visando à aplicação de penalidade por § 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á nomeado
infrações cometidas contra as normas de proteção à infância e à pelo juiz, ressalvado o direito de, a todo tempo, constituir outro de
juventude, sem prejuízo da promoção da responsabilidade civil e sua preferência.
penal do infrator, quando cabível; § 2º A ausência do defensor não determinará o adiamento de
XI - inspecionar as entidades públicas e particulares de aten- nenhum ato do processo, devendo o juiz nomear substituto, ainda
dimento e os programas de que trata esta Lei, adotando de pronto que provisoriamente, ou para o só efeito do ato.
as medidas administrativas ou judiciais necessárias à remoção de § 3º Será dispensada a outorga de mandato, quando se tratar
irregularidades porventura verificadas; de defensor nomeado ou, sido constituído, tiver sido indicado por
XII - requisitar força policial, bem como a colaboração dos ser- ocasião de ato formal com a presença da autoridade judiciária.
viços médicos, hospitalares, educacionais e de assistência social,
públicos ou privados, para o desempenho de suas atribuições. CAPÍTULO VII
XIII - intervir, quando não for parte, nas causas cíveis e criminais DA PROTEÇÃO JUDICIAL DOS INTERESSES INDIVIDUAIS,
decorrentes de violência doméstica e familiar contra a criança e o DIFUSOS E COLETIVOS
adolescente.    (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022)     Vigência
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações cíveis Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de res-
previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipó- ponsabilidade por ofensa aos direitos assegurados à criança e ao
teses, segundo dispuserem a Constituição e esta Lei. adolescente, referentes ao não oferecimento ou oferta irregular:
§ 2º As atribuições constantes deste artigo não excluem outras, I - do ensino obrigatório;
desde que compatíveis com a finalidade do Ministério Público. II - de atendimento educacional especializado aos portadores
§ 3º O representante do Ministério Público, no exercício de de deficiência;
suas funções, terá livre acesso a todo local onde se encontre crian- III – de atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero
ça ou adolescente. a cinco anos de idade; (Redação dada pela Lei nº 13.306, de 2016)
§ 4º O representante do Ministério Público será responsável IV - de ensino noturno regular, adequado às condições do edu-
pelo uso indevido das informações e documentos que requisitar, cando;
nas hipóteses legais de sigilo. V - de programas suplementares de oferta de material didáti-
§ 5º Para o exercício da atribuição de que trata o inciso VIII des- co-escolar, transporte e assistência à saúde do educando do ensino
te artigo, poderá o representante do Ministério Público: fundamental;
a) reduzir a termo as declarações do reclamante, instaurando o VI - de serviço de assistência social visando à proteção à família,
competente procedimento, sob sua presidência; à maternidade, à infância e à adolescência, bem como ao amparo às
b) entender-se diretamente com a pessoa ou autoridade recla- crianças e adolescentes que dele necessitem;
mada, em dia, local e horário previamente notificados ou acertados; VII - de acesso às ações e serviços de saúde;
c) efetuar recomendações visando à melhoria dos serviços pú- VIII - de escolarização e profissionalização dos adolescentes pri-
blicos e de relevância pública afetos à criança e ao adolescente, fi- vados de liberdade.
xando prazo razoável para sua perfeita adequação. IX - de ações, serviços e programas de orientação, apoio e pro-
Art. 202. Nos processos e procedimentos em que não for parte, moção social de famílias e destinados ao pleno exercício do direito
atuará obrigatoriamente o Ministério Público na defesa dos direitos à convivência familiar por crianças e adolescentes. (Incluído pela Lei
e interesses de que cuida esta Lei, hipótese em que terá vista dos nº 12.010, de 2009) Vigência
autos depois das partes, podendo juntar documentos e requerer X - de programas de atendimento para a execução das medidas
diligências, usando os recursos cabíveis. socioeducativas e aplicação de medidas de proteção. (Incluído pela
Art. 203. A intimação do Ministério Público, em qualquer caso, Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
será feita pessoalmente. XI - de políticas e programas integrados de atendimento à
Art. 204. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta a criança e ao adolescente vítima ou testemunha de violência. (Inclu-
nulidade do feito, que será declarada de ofício pelo juiz ou a reque- ído pela Lei nº 13.431, de 2017) (Vigência)
rimento de qualquer interessado.
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§ 1 o As hipóteses previstas neste artigo não excluem da prote- § 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado
ção judicial outros interesses individuais, difusos ou coletivos, pró- da sentença favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que
prios da infância e da adolescência, protegidos pela Constituição se houver configurado o descumprimento.
e pela Lei. (Renumerado do Parágrafo único pela Lei nº 11.259, de Art. 214. Os valores das multas reverterão ao fundo gerido pelo
2005) Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente do respectivo
§ 2 o A investigação do desaparecimento de crianças ou ado- município.
lescentes será realizada imediatamente após notificação aos órgãos § 1º As multas não recolhidas até trinta dias após o trânsito em
competentes, que deverão comunicar o fato aos portos, aeropor- julgado da decisão serão exigidas através de execução promovida
tos, Polícia Rodoviária e companhias de transporte interestaduais e pelo Ministério Público, nos mesmos autos, facultada igual iniciati-
internacionais, fornecendo-lhes todos os dados necessários à iden- va aos demais legitimados.
tificação do desaparecido. (Incluído pela Lei nº 11.259, de 2005) § 2º Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro ficará
§ 3º A notificação a que se refere o § 2º deste artigo será ime- depositado em estabelecimento oficial de crédito, em conta com
diatamente comunicada ao Cadastro Nacional de Pessoas Desapa- correção monetária.
recidas e ao Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Desa- Art. 215. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos,
parecidos, que deverão ser prontamente atualizados a cada nova para evitar dano irreparável à parte.
informação.   (Incluído pela Lei nº 14.548, de 2023) Art. 216. Transitada em julgado a sentença que impuser con-
Art. 209. As ações previstas neste CAPÍTULO serão propostas denação ao poder público, o juiz determinará a remessa de peças à
no foro do local onde ocorreu ou deva ocorrer a ação ou omissão, autoridade competente, para apuração da responsabilidade civil e
cujo juízo terá competência absoluta para processar a causa, ressal- administrativa do agente a que se atribua a ação ou omissão.
vadas a competência da Justiça Federal e a competência originária Art. 217. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da
dos tribunais superiores. sentença condenatória sem que a associação autora lhe promova a
Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em interesses coletivos execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada igual inicia-
ou difusos, consideram-se legitimados concorrentemente: tiva aos demais legitimados.
I - o Ministério Público; Art. 218. O juiz condenará a associação autora a pagar ao réu
II - a União, os estados, os municípios, o Distrito Federal e os os honorários advocatícios arbitrados na conformidade do § 4º do
territórios; art. 20 da Lei n.º 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Proces-
III - as associações legalmente constituídas há pelo menos um so Civil) , quando reconhecer que a pretensão é manifestamente
ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos inte- infundada.
resses e direitos protegidos por esta Lei, dispensada a autorização Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação
da assembléia, se houver prévia autorização estatutária. autora e os diretores responsáveis pela propositura da ação serão
§ 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Ministérios solidariamente condenados ao décuplo das custas, sem prejuízo de
Públicos da União e dos estados na defesa dos interesses e direitos responsabilidade por perdas e danos.
de que cuida esta Lei. Art. 219. Nas ações de que trata este CAPÍTULO, não haverá
§ 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por asso- adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e
ciação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado poderá quaisquer outras despesas.
assumir a titularidade ativa. Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá
Art. 211. Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos provocar a iniciativa do Ministério Público, prestando-lhe informa-
interessados compromisso de ajustamento de sua conduta às exi- ções sobre fatos que constituam objeto de ação civil, e indicando-
gências legais, o qual terá eficácia de título executivo extrajudicial. -lhe os elementos de convicção.
Art. 212. Para defesa dos direitos e interesses protegidos por Art. 221. Se, no exercício de suas funções, os juízos e tribunais
esta Lei, são admissíveis todas as espécies de ações pertinentes. tiverem conhecimento de fatos que possam ensejar a propositura
§ 1º Aplicam-se às ações previstas neste CAPÍTULO as normas de ação civil, remeterão peças ao Ministério Público para as provi-
do Código de Processo Civil. dências cabíveis.
§ 2º Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública ou Art. 222. Para instruir a petição inicial, o interessado poderá re-
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder pú- querer às autoridades competentes as certidões e informações que
blico, que lesem direito líquido e certo previsto nesta Lei, caberá julgar necessárias, que serão fornecidas no prazo de quinze dias.
ação mandamental, que se regerá pelas normas da lei do mandado Art. 223. O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presi-
de segurança. dência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer pessoa, organismo
Art. 213. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obri- público ou particular, certidões, informações, exames ou perícias,
gação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da no prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a dez dias
obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado úteis.
prático equivalente ao do adimplemento. § 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as di-
§ 1º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo ligências, se convencer da inexistência de fundamento para a pro-
justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz positura da ação cível, promoverá o arquivamento dos autos do
conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citando inquérito civil ou das peças informativas, fazendo-o fundamenta-
o réu. damente.
§ 2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na sen- § 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de informação ar-
tença, impor multa diária ao réu, independentemente de pedido quivados serão remetidos, sob pena de se incorrer em falta grave,
do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando no prazo de três dias, ao Conselho Superior do Ministério Público.
prazo razoável para o cumprimento do preceito.
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§ 3º Até que seja homologada ou rejeitada a promoção de ar- Pena - detenção de seis meses a dois anos.
quivamento, em sessão do Conselho Superior do Ministério públi- Parágrafo único. Se o crime é culposo:
co, poderão as associações legitimadas apresentar razões escritas Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
ou documentos, que serão juntados aos autos do inquérito ou ane- Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabe-
xados às peças de informação. lecimento de atenção à saúde de gestante de identificar correta-
§ 4º A promoção de arquivamento será submetida a exame e mente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto, bem como
deliberação do Conselho Superior do Ministério Público, conforme deixar de proceder aos exames referidos no art. 10 desta Lei:
dispuser o seu regimento. Pena - detenção de seis meses a dois anos.
§ 5º Deixando o Conselho Superior de homologar a promoção Parágrafo único. Se o crime é culposo:
de arquivamento, designará, desde logo, outro órgão do Ministério Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
Público para o ajuizamento da ação. Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade,
Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as dis- procedendo à sua apreensão sem estar em flagrante de ato infra-
posições da Lei n.º 7.347, de 24 de julho de 1985 . cional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária com-
petente:
TÍTULOVII Pena - detenção de seis meses a dois anos.
DOS CRIMES E DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à
apreensão sem observância das formalidades legais.
CAPÍTULO I Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apre-
DOS CRIMES ensão de criança ou adolescente de fazer imediata comunicação à
autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à
SEÇÃO I pessoa por ele indicada:
DISPOSIÇÕES GERAIS Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade,
Art. 225. Este CAPÍTULO dispõe sobre crimes praticados contra guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento:
a criança e o adolescente, por ação ou omissão, sem prejuízo do Pena - detenção de seis meses a dois anos.
disposto na legislação penal. Art. 233. (Revogado pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997 :
Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as normas Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de
da Parte Geral do Código Penal e, quanto ao     processo, as perti- ordenar a imediata liberação de criança ou adolescente, tão logo
nentes ao Código de Processo Penal. tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão:
§ 1º Aos crimes cometidos contra a criança e o adolescente, Pena - detenção de seis meses a dois anos.
independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei nº 9.099, Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei
de 26 de setembro de 1995.       (Incluído pela Lei nº 14.344, de em benefício de adolescente privado de liberdade:
2022)     Vigência Pena - detenção de seis meses a dois anos.
§ 2º Nos casos de violência doméstica e familiar contra a crian- Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária,
ça e o adolescente, é vedada a aplicação de penas de cesta básica membro do Conselho Tutelar ou representante do Ministério Públi-
ou de outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de co no exercício de função prevista nesta Lei:
pena que implique o pagamento isolado de multa.      (Incluído pela Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Lei nº 14.344, de 2022)     Vigência Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o
Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública in- tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem judicial, com o fim
condicionada. de colocação em lar substituto:
Art. 227-A  Os efeitos da condenação prevista no  inciso I Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa.
do caput do art. 92 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a
1940 (Código Penal), para os crimes previstos nesta Lei, praticados terceiro, mediante paga ou recompensa:
por servidores públicos com abuso de autoridade, são condiciona- Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.
dos à ocorrência de reincidência.      (Incluído pela Lei nº 13.869. de Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou
2019) efetiva a paga ou recompensa.
Parágrafo único.  A perda do cargo, do mandato ou da função, Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao
nesse caso, independerá da pena aplicada na reincidência.      (In- envio de criança ou adolescente para o exterior com inobservância
cluído pela Lei nº 13.869. de 2019) das formalidades legais ou com o fito de obter lucro:
Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.
SEÇÃO II Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça ou
DOS CRIMES EM ESPÉCIE fraude: (Incluído pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003)
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena corres-
Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de es- pondente à violência.
tabelecimento de atenção à saúde de gestante de manter registro Art. 240.  Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou regis-
das atividades desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art. 10 trar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, en-
desta Lei, bem como de fornecer à parturiente ou a seu responsá- volvendo criança ou adolescente: (Redação dada pela Lei nº 11.829,
vel, por ocasião da alta médica, declaração de nascimento, onde de 2008)
constem as intercorrências do parto e do desenvolvimento do ne- Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Reda-
onato: ção dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
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§ 1 o Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta, II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua,
coage, ou de qualquer modo intermedeia a participação de criança entre suas finalidades institucionais, o recebimento, o processa-
ou adolescente nas cenas referidas no caput deste artigo, ou ainda mento e o encaminhamento de notícia dos crimes referidos neste
quem com esses contracena. (Redação dada pela Lei nº 11.829, de parágrafo; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
2008) III – representante legal e funcionários responsáveis de prove-
§ 2 o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete dor de acesso ou serviço prestado por meio de rede de computado-
o crime: (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) res, até o recebimento do material relativo à notícia feita à autori-
I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de dade policial, ao Ministério Público ou ao Poder Judiciário. (Incluído
exercê-la; (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) pela Lei nº 11.829, de 2008)
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou § 3 o As pessoas referidas no § 2 o deste artigo deverão manter
de hospitalidade; ou (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) sob sigilo o material ilícito referido. (Incluído pela Lei nº 11.829, de
III – prevalecendo-se de relações de parentesco consangüíneo 2008)
ou afim até o terceiro grau, ou por adoção, de tutor, curador, pre- Art. 241-C.  Simular a participação de criança ou adolescente
ceptor, empregador da vítima ou de quem, a qualquer outro título, em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de adultera-
tenha autoridade sobre ela, ou com seu consentimento. (Incluído ção, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer
pela Lei nº 11.829, de 2008) outra forma de representação visual: (Incluído pela Lei nº 11.829,
Art. 241.  Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro de 2008)
registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envol- Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído
vendo criança ou adolescente: (Redação dada pela Lei nº 11.829, pela Lei nº 11.829, de 2008)
de 2008) Parágrafo único.  Incorre nas mesmas penas quem vende, ex-
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Reda- põe à venda, disponibiliza, distribui, publica ou divulga por qual-
ção dada pela Lei nº 11.829, de 2008) quer meio, adquire, possui ou armazena o material produzido na
Art. 241-A.  Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, forma do caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de siste- Art. 241-D.  Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qual-
ma de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro quer meio de comunicação, criança, com o fim de com ela praticar
que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo ato libidinoso: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
criança ou adolescente: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
pela Lei nº 11.829, de 2008) Parágrafo único.  Nas mesmas penas incorre quem:  (Incluído
§ 1  o  Nas mesmas penas incorre quem:  (Incluído pela Lei nº pela Lei nº 11.829, de 2008)
11.829, de 2008) I – facilita ou induz o acesso à criança de material contendo
I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das cena de sexo explícito ou pornográfica com o fim de com ela prati-
fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo; (In- car ato libidinoso; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
cluído pela Lei nº 11.829, de 2008) II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo com o
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de compu- fim de induzir criança a se exibir de forma pornográfica ou sexual-
tadores às fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste mente explícita. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) Art. 241-E.  Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expres-
§ 2 o As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1 o deste são “cena de sexo explícito ou pornográfica” compreende qualquer
artigo são puníveis quando o responsável legal pela prestação do situação que envolva criança ou adolescente em atividades sexuais
serviço, oficialmente notificado, deixa de desabilitar o acesso ao explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de
conteúdo ilícito de que trata o caput deste artigo. (Incluído pela Lei uma criança ou adolescente para fins primordialmente sexuais. (In-
nº 11.829, de 2008) cluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 241-B.  Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entre-
fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de gar, de qualquer forma, a criança ou adolescente arma, munição
sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescen- ou explosivo:
te: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos. (Redação dada pela
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído Lei nº 10.764, de 12.11.2003)
pela Lei nº 11.829, de 2008) Art. 243.  Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda
§ 1 o A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de que gratuitamente, de qualquer forma, a criança ou a adolescente,
pequena quantidade o material a que se refere o caput deste arti- bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros produtos cujos com-
go. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) ponentes possam causar dependência física ou psíquica: (Redação
§ 2 o Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a fi- dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
nalidade de comunicar às autoridades competentes a ocorrência Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato
das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, não constitui crime mais grave. (Redação dada pela Lei nº 13.106,
quando a comunicação for feita por: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2015)
de 2008) Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entre-
I – agente público no exercício de suas funções; (Incluído pela gar, de qualquer forma, a criança ou adolescente fogos de estampi-
Lei nº 11.829, de 2008) do ou de artifício, exceto aqueles que, pelo seu reduzido potencial,
sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de utili-
zação indevida:
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Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa. a suspensão da programação da emissora até por dois dias, bem
Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais defi- como da publicação do periódico até por dois números. (Expressão
nidos no caput do art. 2 o desta Lei, à prostituição ou à exploração declarada inconstitucional pela ADIN 869).
sexual: (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000) Art. 248. (Revogado pela Lei nº 13.431, de 2017) (Vigência)
Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da perda Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres
de bens e valores utilizados na prática criminosa em favor do Fundo inerentes ao  pátrio poder  poder familiar  ou decorrente de tutela
dos Direitos da Criança e do Adolescente da unidade da Federação ou guarda, bem assim determinação da autoridade judiciária ou
(Estado ou Distrito Federal) em que foi cometido o crime, ressalva- Conselho Tutelar:  (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de
do o direito de terceiro de boa-fé. (Redação dada pela Lei nº 13.440, 2009) Vigência
de 2017) Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se
§ 1 o Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ou o dobro em caso de reincidência.
o responsável pelo local em que se verifique a submissão de criança Art. 250.  Hospedar criança ou adolescente desacompanhado
ou adolescente às práticas referidas no caput deste artigo. (Incluído dos pais ou responsável, ou sem autorização escrita desses ou da
pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000) autoridade judiciária, em hotel, pensão, motel ou congênere: (Re-
§ 2 o Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da dação dada pela Lei nº 12.038, de 2009).
licença de localização e de funcionamento do estabelecimento. (In- Pena – multa. (Redação dada pela Lei nº 12.038, de 2009).
cluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000) § 1 º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de multa,
Art. 244-B.  Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 a autoridade judiciária poderá determinar o fechamento do esta-
(dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-o a belecimento por até 15 (quinze) dias. (Incluído pela Lei nº 12.038,
praticá-la: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) de 2009).
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei § 2 º  Se comprovada a reincidência em período inferior a 30
nº 12.015, de 2009) (trinta) dias, o estabelecimento será definitivamente fechado e terá
§ 1 o Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem sua licença cassada. (Incluído pela Lei nº 12.038, de 2009).
pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se de quaisquer meios Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por qualquer
eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da internet. (Incluído pela meio, com inobservância do disposto nos arts. 83, 84 e 85 desta Lei:
Lei nº 12.015, de 2009) Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se
§ 2 o  As penas previstas no  caput  deste artigo são aumenta- o dobro em caso de reincidência.
das de um terço no caso de a infração cometida ou induzida es- Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou espetáculo pú-
tar incluída no rol do art. 1 o da Lei n o 8.072, de 25 de julho de blico de afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada do local
1990 . (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) de exibição, informação destacada sobre a natureza da diversão ou
espetáculo e a faixa etária especificada no certificado de classifica-
CAPÍTULO II ção:
DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se
o dobro em caso de reincidência.
Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por esta- Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer repre-
belecimento de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-es- sentações ou espetáculos, sem indicar os limites de idade a que não
cola ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos de se recomendem:
que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de Pena - multa de três a vinte salários de referência, duplicada
maus-tratos contra criança ou adolescente: em caso de reincidência, aplicável, separadamente, à casa de espe-
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se táculo e aos órgãos de divulgação ou publicidade.
o dobro em caso de reincidência. Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, espetácu-
Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de entidade de lo em horário diverso do autorizado ou sem aviso de sua classifica-
atendimento o exercício dos direitos constantes nos incisos II, III, ção: (Expressão declarada inconstitucional pela ADI 2.404).
VII, VIII e XI do art. 124 desta Lei: Pena - multa de vinte a cem salários de referência; duplicada
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se em caso de reincidência a autoridade judiciária poderá determinar
o dobro em caso de reincidência. a suspensão da programação da emissora por até dois dias.
Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização devi- Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congênere clas-
da, por qualquer meio de comunicação, nome, ato ou documento sificado pelo órgão competente como inadequado às crianças ou
de procedimento policial, administrativo ou judicial relativo a crian- adolescentes admitidos ao espetáculo:
ça ou adolescente a que se atribua ato infracional: Pena - multa de vinte a cem salários de referência; na reinci-
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se dência, a autoridade poderá determinar a suspensão do espetáculo
o dobro em caso de reincidência. ou o fechamento do estabelecimento por até quinze dias.
§ 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou parcialmen- Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente fita de pro-
te, fotografia de criança ou adolescente envolvido em ato infracio- gramação em vídeo, em desacordo com a classificação atribuída
nal, ou qualquer ilustração que lhe diga respeito ou se refira a atos pelo órgão competente:
que lhe sejam atribuídos, de forma a permitir sua identificação, di- Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso de
reta ou indiretamente. reincidência, a autoridade judiciária poderá determinar o fecha-
§ 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou emissora mento do estabelecimento por até quinze dias.
de rádio ou televisão, além da pena prevista neste artigo, a auto- Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 78 e 79 des-
ridade judiciária poderá determinar a apreensão da publicação ou ta Lei:
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Pena - multa de três a vinte salários de referência, duplicando- II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apurado pelas
-se a pena em caso de reincidência, sem prejuízo de apreensão da pessoas físicas na Declaração de Ajuste Anual, observado o disposto
revista ou publicação. no art. 22 da Lei n o 9.532, de 10 de dezembro de 1997 . (Redação
Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento ou o em- dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
presário de observar o que dispõe esta Lei sobre o acesso de criança § 1º - (Revogado pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efei-
ou adolescente aos locais de diversão, ou sobre sua participação no to)
espetáculo: § 1 o -A.  Na definição das prioridades a serem atendidas com
Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso de os recursos captados pelos fundos nacional, estaduais e municipais
reincidência, a autoridade judiciária poderá determinar o fecha- dos direitos da criança e do adolescente, serão consideradas as
mento do estabelecimento por até quinze dias. disposições do Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do
Art. 258-A. Deixar a autoridade competente de providenciar a Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comu-
instalação e operacionalização dos cadastros previstos no art. 50 nitária e as do Plano Nacional pela Primeira Infância. (Redação dada
e no § 11 do art. 101 desta Lei:  (Incluído pela Lei nº 12.010, de dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
2009) Vigência § 2 o Os conselhos nacional, estaduais e municipais dos direi-
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil tos da criança e do adolescente fixarão critérios de utilização, por
reais). (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência meio de planos de aplicação, das dotações subsidiadas e demais
Parágrafo único.  Incorre nas mesmas penas a autoridade que receitas, aplicando necessariamente percentual para incentivo ao
deixa de efetuar o cadastramento de crianças e de adolescentes acolhimento, sob a forma de guarda, de crianças e adolescentes e
em condições de serem adotadas, de pessoas ou casais habilitados para programas de atenção integral à primeira infância em áreas de
à adoção e de crianças e adolescentes em regime de acolhimento maior carência socioeconômica e em situações de calamidade. (Re-
institucional ou familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- dação dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
gência § 3º O Departamento da Receita Federal, do Ministério da Eco-
Art. 258-B.  Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de esta- nomia, Fazenda e Planejamento, regulamentará a comprovação das
belecimento de atenção à saúde de gestante de efetuar imediato doações feitas aos fundos, nos termos deste artigo. (Incluído pela
encaminhamento à autoridade judiciária de caso de que tenha co- Lei nº 8.242, de 12.10.1991)
nhecimento de mãe ou gestante interessada em entregar seu filho § 4º O Ministério Público determinará em cada comarca a for-
para adoção: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência ma de fiscalização da aplicação, pelo Fundo Municipal dos Direitos
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil da Criança e do Adolescente, dos incentivos fiscais referidos neste
reais). (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência artigo. (Incluído pela Lei nº 8.242, de 12.10.1991)
Parágrafo único.  Incorre na mesma pena o funcionário de pro- § 5  o  Observado o disposto no  § 4 o do art. 3 o da Lei
grama oficial ou comunitário destinado à garantia do direito à con- n o 9.249, de 26 de dezembro de 1995 , a dedução de que trata o
vivência familiar que deixa de efetuar a comunicação referida no inciso I do caput : (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência I - será considerada isoladamente, não se submetendo a limite
Art. 258-C.  Descumprir a proibição estabelecida no inciso II do em conjunto com outras deduções do imposto; e (Incluído pela Lei
art. 81: (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015) nº 12.594, de 2012) (Vide)
Pena - multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$ 10.000,00 (dez II - não poderá ser computada como despesa operacional na
mil reais); (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015) apuração do lucro real. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Medida Administrativa - interdição do estabelecimento comer- Art. 260-A.  A partir do exercício de 2010, ano-calendário de
cial até o recolhimento da multa aplicada. (Redação dada pela Lei 2009, a pessoa física poderá optar pela doação de que trata o inciso
nº 13.106, de 2015) II do caput  do art. 260 diretamente em sua Declaração de Ajuste
Anual. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS § 1 o A doação de que trata o caput poderá ser deduzida até os
seguintes percentuais aplicados sobre o imposto apurado na decla-
Art. 259. A União, no prazo de noventa dias contados da publi- ração: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
cação deste Estatuto, elaborará projeto de lei dispondo sobre a cria- I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
ção ou adaptação de seus órgãos às diretrizes da política de atendi- II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
mento fixadas no art. 88 e ao que estabelece o TÍTULOV do Livro II. III - 3% (três por cento) a partir do exercício de 2012. (Incluído
Parágrafo único. Compete aos estados e municípios promove- pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
rem a adaptação de seus órgãos e programas às diretrizes e princí- § 2  o  A dedução de que trata o  caput  :  (Incluído pela Lei nº
pios estabelecidos nesta Lei. 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260.  Os contribuintes poderão efetuar doações aos Fun- I - está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do imposto sobre
dos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, distrital, a renda apurado na declaração de que trata o inciso II do caput do
estaduais ou municipais, devidamente comprovadas, sendo essas art. 260; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
integralmente deduzidas do imposto de renda, obedecidos os se- II - não se aplica à pessoa física que: (Incluído pela Lei nº 12.594,
guintes limites: (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) de 2012) (Vide)
I - 1% (um por cento) do imposto sobre a renda devido apurado a) utilizar o desconto simplificado; (Incluído pela Lei nº 12.594,
pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real; e (Reda- de 2012) (Vide)
ção dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) b) apresentar declaração em formulário; ou (Incluído pela Lei
nº 12.594, de 2012) (Vide)

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c) entregar a declaração fora do prazo;  (Incluído pela Lei nº § 2 o No caso de doação em bens, o comprovante deve conter
12.594, de 2012) (Vide) a identificação dos bens, mediante descrição em campo próprio ou
III - só se aplica às doações em espécie; e (Incluído pela Lei nº em relação anexa ao comprovante, informando também se houve
12.594, de 2012) (Vide) avaliação, o nome, CPF ou CNPJ e endereço dos avaliadores. (Incluí-
IV - não exclui ou reduz outros benefícios ou deduções em vi- do pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
gor. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Art. 260-E.  Na hipótese da doação em bens, o doador deve-
§ 3  o  O pagamento da doação deve ser efetuado até a data rá: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
de vencimento da primeira quota ou quota única do imposto, ob- I - comprovar a propriedade dos bens, mediante documenta-
servadas instruções específicas da Secretaria da Receita Federal do ção hábil; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) II - baixar os bens doados na declaração de bens e direitos,
§ 4  o  O não pagamento da doação no prazo estabelecido no quando se tratar de pessoa física, e na escrituração, no caso de pes-
§ 3 o implica a glosa definitiva desta parcela de dedução, ficando soa jurídica; e (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
a pessoa física obrigada ao recolhimento da diferença de impos- III - considerar como valor dos bens doados: (Incluído pela Lei
to devido apurado na Declaração de Ajuste Anual com os acrésci- nº 12.594, de 2012) (Vide)
mos legais previstos na legislação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de a) para as pessoas físicas, o valor constante da última declara-
2012) (Vide) ção do imposto de renda, desde que não exceda o valor de merca-
§ 5  o  A pessoa física poderá deduzir do imposto apurado na do; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Declaração de Ajuste Anual as doações feitas, no respectivo ano-ca- b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos bens. (Incluído
lendário, aos fundos controlados pelos Conselhos dos Direitos da pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Criança e do Adolescente municipais, distrital, estaduais e nacional Parágrafo único.  O preço obtido em caso de leilão não será
concomitantemente com a opção de que trata o caput , respeitado considerado na determinação do valor dos bens doados, exceto se
o limite previsto no inciso II do art. 260. (Incluído pela Lei nº 12.594, o leilão for determinado por autoridade judiciária. (Incluído pela Lei
de 2012) (Vide) nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-B.  A doação de que trata o inciso I do art. 260 poderá Art. 260-F.  Os documentos a que se referem os arts. 260-D
ser deduzida: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) e 260-E devem ser mantidos pelo contribuinte por um prazo de 5
I - do imposto devido no trimestre, para as pessoas jurídicas (cinco) anos para fins de comprovação da dedução perante a Recei-
que apuram o imposto trimestralmente; e  (Incluído pela Lei nº ta Federal do Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
12.594, de 2012) (Vide) Art. 260-G.  Os órgãos responsáveis pela administração das
II - do imposto devido mensalmente e no ajuste anual, para as contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacio-
pessoas jurídicas que apuram o imposto anualmente. (Incluído pela nal, estaduais, distrital e municipais devem:  (Incluído pela Lei nº
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) 12.594, de 2012) (Vide)
Parágrafo único.  A doação deverá ser efetuada dentro do pe- I - manter conta bancária específica destinada exclusivamen-
ríodo a que se refere a apuração do imposto. (Incluído pela Lei nº te a gerir os recursos do Fundo;  (Incluído pela Lei nº 12.594, de
12.594, de 2012) (Vide) 2012) (Vide)
Art. 260-C.  As doações de que trata o art. 260 desta Lei podem II - manter controle das doações recebidas; e (Incluído pela Lei
ser efetuadas em espécie ou em bens. (Incluído pela Lei nº 12.594, nº 12.594, de 2012) (Vide)
de 2012) (Vide) III - informar anualmente à Secretaria da Receita Federal do
Parágrafo único.  As doações efetuadas em espécie devem ser Brasil as doações recebidas mês a mês, identificando os seguintes
depositadas em conta específica, em instituição financeira pública, dados por doador: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
vinculadas aos respectivos fundos de que trata o art. 260. (Incluído a) nome, CNPJ ou CPF;  (Incluído pela Lei nº 12.594, de
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) 2012) (Vide)
Art. 260-D.  Os órgãos responsáveis pela administração das b) valor doado, especificando se a doação foi em espécie ou em
contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente na- bens. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
cional, estaduais, distrital e municipais devem emitir recibo em fa- Art. 260-H.  Em caso de descumprimento das obrigações pre-
vor do doador, assinado por pessoa competente e pelo presidente vistas no art. 260-G, a Secretaria da Receita Federal do Brasil dará
do Conselho correspondente, especificando:  (Incluído pela Lei nº conhecimento do fato ao Ministério Público.  (Incluído pela Lei nº
12.594, de 2012) (Vide) 12.594, de 2012) (Vide)
I - número de ordem;  (Incluído pela Lei nº 12.594, de Art. 260-I.  Os Conselhos dos Direitos da Criança e do Adoles-
2012) (Vide) cente nacional, estaduais, distrital e municipais divulgarão ampla-
II - nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e ende- mente à comunidade: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
reço do emitente; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) I - o calendário de suas reuniões; (Incluído pela Lei nº 12.594,
III - nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do doa- de 2012) (Vide)
dor; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) II - as ações prioritárias para aplicação das políticas de atendi-
IV - data da doação e valor efetivamente recebido; e (Incluído mento à criança e ao adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) 2012) (Vide)
V - ano-calendário a que se refere a doação. (Incluído pela Lei III - os requisitos para a apresentação de projetos a serem be-
nº 12.594, de 2012) (Vide) neficiados com recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do
§ 1 o O comprovante de que trata o caput deste artigo pode ser Adolescente nacional, estaduais, distrital ou municipais;  (Incluído
emitido anualmente, desde que discrimine os valores doados mês a pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
mês. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
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IV - a relação dos projetos aprovados em cada ano-calendário § 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado
e o valor dos recursos previstos para implementação das ações, por contra pessoa menor de catorze anos.
projeto; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) 4) Art. 213 ..................................................................
V - o total dos recursos recebidos e a respectiva destinação, por Parágrafo único. Se a ofendida é menor de catorze anos:
projeto atendido, inclusive com cadastramento na base de dados Pena - reclusão de quatro a dez anos.
do Sistema de Informações sobre a Infância e a Adolescência; e (In- 5) Art. 214...................................................................
cluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Parágrafo único. Se o ofendido é menor de catorze anos:
VI - a avaliação dos resultados dos projetos beneficiados com Pena - reclusão de três a nove anos.»
recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente na- Art. 264. O art. 102 da  Lei n.º 6.015, de 31 de dezembro de
cional, estaduais, distrital e municipais. (Incluído pela Lei nº 12.594, 1973 , fica acrescido do seguinte item:
de 2012) (Vide) “Art. 102 ....................................................................
Art. 260-J.  O Ministério Público determinará, em cada Comarca, 6º) a perda e a suspensão do pátrio poder. “
a forma de fiscalização da aplicação dos incentivos fiscais referidos Art. 265. A Imprensa Nacional e demais gráficas da União, da
no art. 260 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e
Parágrafo único.  O descumprimento do disposto nos arts. 260- mantidas pelo poder público federal promoverão edição popular
G e 260-I sujeitará os infratores a responder por ação judicial pro- do texto integral deste Estatuto, que será posto à disposição das
posta pelo Ministério Público, que poderá atuar de ofício, a requeri- escolas e das entidades de atendimento e de defesa dos direitos da
mento ou representação de qualquer cidadão. (Incluído pela Lei nº criança e do adolescente.
12.594, de 2012) (Vide) Art. 265-A.  O poder público fará periodicamente ampla divul-
Art. 260-K.  A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência gação dos direitos da criança e do adolescente nos meios de comu-
da República (SDH/PR) encaminhará à Secretaria da Receita Federal nicação social. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
do Brasil, até 31 de outubro de cada ano, arquivo eletrônico con- Parágrafo único.  A divulgação a que se refere o caput será vei-
tendo a relação atualizada dos Fundos dos Direitos da Criança e do culada em linguagem clara, compreensível e adequada a crianças
Adolescente nacional, distrital, estaduais e municipais, com a indi- e adolescentes, especialmente às crianças com idade inferior a 6
cação dos respectivos números de inscrição no CNPJ e das contas (seis) anos. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
bancárias específicas mantidas em instituições financeiras públicas, Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias após sua publi-
destinadas exclusivamente a gerir os recursos dos Fundos. (Incluído cação.
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Parágrafo único. Durante o período de vacância deverão ser
Art. 260-L.  A Secretaria da Receita Federal do Brasil expedirá as promovidas atividades e campanhas de divulgação e esclarecimen-
instruções necessárias à aplicação do disposto nos arts. 260 a 260- tos acerca do disposto nesta Lei.
K. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Art. 267. Revogam-se as Leis n.º 4.513, de 1964 , e 6.697, de
Art. 261. A falta dos conselhos municipais dos direitos da crian- 10 de outubro de 1979 (Código de Menores), e as demais disposi-
ça e do adolescente, os registros, inscrições e alterações a que se ções em contrário.
referem os arts. 90, parágrafo único, e 91 desta Lei serão efetuados Brasília, 13 de julho de 1990; 169º da Independência e 102º da
perante a autoridade judiciária da comarca a que pertencer a enti- República.
dade.
Parágrafo único. A União fica autorizada a repassar aos estados
e municípios, e os estados aos municípios, os recursos referentes
aos programas e atividades previstos nesta Lei, tão logo estejam LEI FEDERAL Nº 10.741/2003 (ESTATUTO DA PESSOA IDO-
criados os conselhos dos direitos da criança e do adolescente nos SA) E SUAS ALTERAÇÕES
seus respectivos níveis.
Art. 262. Enquanto não instalados os Conselhos Tutelares, as
TÍTULO I
atribuições a eles conferidas serão exercidas pela autoridade judi-
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
ciária.
Art. 263. O Decreto-Lei n.º 2.848, de 7 de dezembro de 1940
Art. 1º É instituído o Estatuto da Pessoa Idosa, destinado a re-
(Código Penal), passa a vigorar com as seguintes alterações:
gular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou supe-
1) Art. 121 ............................................................
rior a 60 (sessenta) anos.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de um terço,
Art. 2º A pessoa idosa goza de todos os direitos fundamentais
se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão,
inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de
arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à
que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios,
vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge
todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saú-
para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena
de física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiri-
é aumentada de um terço, se o crime é praticado contra pessoa
tual e social, em condições de liberdade e dignidade.(Redação dada
menor de catorze anos.
pela Lei nº 14.423, de 2022)
2) Art. 129 ...............................................................
Art. 3º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade
§ 7º Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer das
e do poder público assegurar à pessoa idosa, com absoluta priori-
hipóteses do art. 121, § 4º.
dade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à edu-
§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.
3) Art. 136.................................................................

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cação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à Art. 9oÉ obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a prote-
liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comu- ção à vida e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais públi-
nitária.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) cas que permitam um envelhecimento saudável e em condições de
§ 1º A garantia de prioridade compreende:(Redação dada pela dignidade.
Lei nº 13.466, de 2017)
I – atendimento preferencial imediato e individualizado junto CAPÍTULO II
aos órgãos públicos e privados prestadores de serviços à população; DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIGNIDADE
II – preferência na formulação e na execução de políticas so-
ciais públicas específicas; Art. 10. É obrigação do Estado e da sociedade assegurar à pes-
III – destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas re- soa idosa a liberdade, o respeito e a dignidade, como pessoa huma-
lacionadas com a proteção à pessoa idosa;(Redação dada pela Lei na e sujeito de direitos civis, políticos, individuais e sociais, garan-
nº 14.423, de 2022) tidos na Constituição e nas leis.(Redação dada pela Lei nº 14.423,
IV – viabilização de formas alternativas de participação, ocupa- de 2022)
ção e convívio da pessoa idosa com as demais gerações;(Redação § 1oO direito à liberdade compreende, entre outros, os seguin-
dada pela Lei nº 14.423, de 2022) tes aspectos:
V – priorização do atendimento da pessoa idosa por sua pró- I – faculdade de ir, vir e estar nos logradouros públicos e espa-
pria família, em detrimento do atendimento asilar, exceto dos que ços comunitários, ressalvadas as restrições legais;
não a possuam ou careçam de condições de manutenção da própria II – opinião e expressão;
sobrevivência;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) III – crença e culto religioso;
VI – capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas IV – prática de esportes e de diversões;
de geriatria e gerontologia e na prestação de serviços às pessoas V – participação na vida familiar e comunitária;
idosas;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) VI – participação na vida política, na forma da lei;
VII – estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divul- VII – faculdade de buscar refúgio, auxílio e orientação.
gação de informações de caráter educativo sobre os aspectos biop- § 2oO direito ao respeito consiste na inviolabilidade da inte-
sicossociais de envelhecimento; gridade física, psíquica e moral, abrangendo a preservação da ima-
VIII – garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de as- gem, da identidade, da autonomia, de valores, idéias e crenças, dos
sistência social locais. espaços e dos objetos pessoais.
IX – prioridade no recebimento da restituição do Imposto de § 3º É dever de todos zelar pela dignidade da pessoa idosa,
Renda.(Incluído pela Lei nº 11.765, de 2008). colocando-a a salvo de qualquer tratamento desumano, violento,
§ 2º Entre as pessoas idosas, é assegurada prioridade especial aterrorizante, vexatório ou constrangedor.(Redação dada pela Lei
aos maiores de 80 (oitenta) anos, atendendo-se suas necessidades nº 14.423, de 2022)
sempre preferencialmente em relação às demais pessoas idosas.
(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) CAPÍTULO III
Art. 4º Nenhuma pessoa idosa será objeto de qualquer tipo DOS ALIMENTOS
de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão, e
todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido Art. 11. Os alimentos serão prestados à pessoa idosa na forma
na forma da lei.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) da lei civil.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
§ 1º É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos di- Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, podendo a pessoa
reitos da pessoa idosa.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) idosa optar entre os prestadores.(Redação dada pela Lei nº 14.423,
§ 2oAs obrigações previstas nesta Lei não excluem da preven- de 2022)
ção outras decorrentes dos princípios por ela adotados. Art. 13. As transações relativas a alimentos poderão ser cele-
Art. 5oA inobservância das normas de prevenção importará bradas perante o Promotor de Justiça ou Defensor Público, que as
em responsabilidade à pessoa física ou jurídica nos termos da lei. referendará, e passarão a ter efeito de título executivo extrajudicial
Art. 6oTodo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade nos termos da lei processual civil.(Redação dada pela Lei nº 11.737,
competente qualquer forma de violação a esta Lei que tenha teste- de 2008)
munhado ou de que tenha conhecimento. Art. 14. Se a pessoa idosa ou seus familiares não possuírem
Art. 7º Os Conselhos Nacional, Estaduais, do Distrito Federal e condições econômicas de prover o seu sustento, impõe-se ao poder
Municipais da Pessoa Idosa, previstos naLei nº 8.842, de 4 de janei- público esse provimento, no âmbito da assistência social.(Redação
ro de 1994, zelarão pelo cumprimento dos direitos da pessoa idosa, dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
definidos nesta Lei.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
CAPÍTULO IV
TÍTULO II DO DIREITO À SAÚDE
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde da pessoa ido-
CAPÍTULO I sa, por intermédio do Sistema Único de Saúde (SUS), garantindo-lhe
DO DIREITO À VIDA o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo
das ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e re-
Art. 8oO envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua cuperação da saúde, incluindo a atenção especial às doenças que
proteção um direito social, nos termos desta Lei e da legislação vi- afetam preferencialmente as pessoas idosas.(Redação dada pela Lei
gente. nº 14.423, de 2022)
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§ 1º A prevenção e a manutenção da saúde da pessoa idosa Parágrafo único. Não estando a pessoa idosa em condições de
serão efetivadas por meio de:(Redação dada pela Lei nº 14.423, de proceder à opção, esta será feita:(Redação dada pela Lei nº 14.423,
2022) de 2022)
I – cadastramento da população idosa em base territorial; I – pelo curador, quando a pessoa idosa for interditada;(Reda-
II – atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios; ção dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
III – unidades geriátricas de referência, com pessoal especiali- II – pelos familiares, quando a pessoa idosa não tiver curador
zado nas áreas de geriatria e gerontologia social; ou este não puder ser contactado em tempo hábil;(Redação dada
IV – atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a pela Lei nº 14.423, de 2022)
população que dele necessitar e esteja impossibilitada de se loco- III – pelo médico, quando ocorrer iminente risco de vida e não
mover, inclusive para as pessoas idosas abrigadas e acolhidas por houver tempo hábil para consulta a curador ou familiar;
instituições públicas, filantrópicas ou sem fins lucrativos e eventu- IV – pelo próprio médico, quando não houver curador ou fami-
almente conveniadas com o poder público, nos meios urbano e ru- liar conhecido, caso em que deverá comunicar o fato ao Ministério
ral;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) Público.
V – reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para Art. 18. As instituições de saúde devem atender aos critérios
redução das seqüelas decorrentes do agravo da saúde. mínimos para o atendimento às necessidades da pessoa idosa, pro-
§ 2º Incumbe ao poder público fornecer às pessoas idosas, movendo o treinamento e a capacitação dos profissionais, assim
gratuitamente, medicamentos, especialmente os de uso continu- como orientação a cuidadores familiares e grupos de autoajuda.
ado, assim como próteses, órteses e outros recursos relativos ao (Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
tratamento, habilitação ou reabilitação.(Redação dada pela Lei nº Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de violência prati-
14.423, de 2022) cada contra pessoas idosas serão objeto de notificação compulsória
§ 3º É vedada a discriminação da pessoa idosa nos planos de pelos serviços de saúde públicos e privados à autoridade sanitária,
saúde pela cobrança de valores diferenciados em razão da idade. bem como serão obrigatoriamente comunicados por eles a quais-
(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) quer dos seguintes órgãos:(Redação dada pela Lei nº 14.423, de
§ 4º As pessoas idosas com deficiência ou com limitação inca- 2022)
pacitante terão atendimento especializado, nos termos da lei.(Re- I – autoridade policial;
dação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) II – Ministério Público;
§ 5º É vedado exigir o comparecimento da pessoa idosa enfer- III – Conselho Municipal da Pessoa Idosa;(Redação dada pela
ma perante os órgãos públicos, hipótese na qual será admitido o Lei nº 14.423, de 2022)
seguinte procedimento:(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) IV – Conselho Estadual da Pessoa Idosa;(Redação dada pela Lei
I - quando de interesse do poder público, o agente promoverá nº 14.423, de 2022)
o contato necessário com a pessoa idosa em sua residência; ou(Re- V – Conselho Nacional da Pessoa Idosa.(Redação dada pela Lei
dação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) nº 14.423, de 2022)
II - quando de interesse da própria pessoa idosa, esta se fará § 1º Para os efeitos desta Lei, considera-se violência contra a
representar por procurador legalmente constituído.(Redação dada pessoa idosa qualquer ação ou omissão praticada em local público
pela Lei nº 14.423, de 2022) ou privado que lhe cause morte, dano ou sofrimento físico ou psi-
§ 6º É assegurado à pessoa idosa enferma o atendimento do- cológico.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
miciliar pela perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social § 2o Aplica-se, no que couber, à notificação compulsória previs-
(INSS), pelo serviço público de saúde ou pelo serviço privado de ta nocaputdeste artigo, o disposto naLei no 6.259, de 30 de outu-
saúde, contratado ou conveniado, que integre o SUS, para expe- bro de 1975.(Incluído pela Lei nº 12.461, de 2011)
dição do laudo de saúde necessário ao exercício de seus direitos
sociais e de isenção tributária.(Redação dada pela Lei nº 14.423, CAPÍTULO V
de 2022) DA EDUCAÇÃO, CULTURA, ESPORTE E LAZER
§ 7º Em todo atendimento de saúde, os maiores de 80 (oiten-
ta) anos terão preferência especial sobre as demais pessoas idosas, Art. 20. A pessoa idosa tem direito a educação, cultura, espor-
exceto em caso de emergência.(Redação dada pela Lei nº 14.423, te, lazer, diversões, espetáculos, produtos e serviços que respeitem
de 2022) sua peculiar condição de idade.(Redação dada pela Lei nº 14.423,
Art. 16. À pessoa idosa internada ou em observação é assegu- de 2022)
rado o direito a acompanhante, devendo o órgão de saúde propor- Art. 21. O poder público criará oportunidades de acesso da pes-
cionar as condições adequadas para a sua permanência em tem- soa idosa à educação, adequando currículos, metodologias e mate-
po integral, segundo o critério médico.(Redação dada pela Lei nº rial didático aos programas educacionais a ela destinados.(Redação
14.423, de 2022) dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
Parágrafo único. Caberá ao profissional de saúde responsável § 1º Os cursos especiais para pessoas idosas incluirão conteúdo
pelo tratamento conceder autorização para o acompanhamento da relativo às técnicas de comunicação, computação e demais avanços
pessoa idosa ou, no caso de impossibilidade, justificá-la por escrito. tecnológicos, para sua integração à vida moderna.(Redação dada
(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) pela Lei nº 14.423, de 2022)
Art. 17. À pessoa idosa que esteja no domínio de suas facul- § 2º As pessoas idosas participarão das comemorações de cará-
dades mentais é assegurado o direito de optar pelo tratamento de ter cívico ou cultural, para transmissão de conhecimentos e vivên-
saúde que lhe for reputado mais favorável.(Redação dada pela Lei cias às demais gerações, no sentido da preservação da memória e
nº 14.423, de 2022) da identidade culturais.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)

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Art. 22. Nos currículos mínimos dos diversos níveis de ensino timo reajustamento, com base em percentual definido em regula-
formal serão inseridos conteúdos voltados ao processo de envelhe- mento, observados os critérios estabelecidos pelaLei no 8.213, de
cimento, ao respeito e à valorização da pessoa idosa, de forma a 24 de julho de 1991.
eliminar o preconceito e a produzir conhecimentos sobre a matéria. Art. 30.A perda da condição de segurado não será considerada
(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) para a concessão da aposentadoria por idade, desde que a pessoa
Art. 23. A participação das pessoas idosas em atividades cultu- conte com, no mínimo, o tempo de contribuição correspondente
rais e de lazer será proporcionada mediante descontos de pelo me- ao exigido para efeito de carência na data de requerimento do be-
nos 50% (cinquenta por cento) nos ingressos para eventos artísti- nefício.
cos, culturais, esportivos e de lazer, bem como o acesso preferencial Parágrafo único. O cálculo do valor do benefício previsto
aos respectivos locais.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) nocaputobservará o disposto nocapute§ 2o do art. 3o da Lei
Art. 24. Os meios de comunicação manterão espaços ou horá- no 9.876, de 26 de novembro de 1999, ou, não havendo salários-
rios especiais voltados às pessoas idosas, com finalidade informati- -de-contribuição recolhidos a partir da competência de julho de
va, educativa, artística e cultural, e ao público sobre o processo de 1994, o disposto noart. 35 da Lei no 8.213, de 1991.
envelhecimento.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) Art. 31. O pagamento de parcelas relativas a benefícios, efe-
Art. 25. As instituições de educação superior ofertarão às pes- tuado com atraso por responsabilidade da Previdência Social, será
soas idosas, na perspectiva da educação ao longo da vida, cursos e atualizado pelo mesmo índice utilizado para os reajustamentos dos
programas de extensão, presenciais ou a distância, constituídos por benefícios do Regime Geral de Previdência Social, verificado no pe-
atividades formais e não formais. (Redação dada pela lei nº 13.535, ríodo compreendido entre o mês que deveria ter sido pago e o mês
de 2017) do efetivo pagamento.
Parágrafo único. O poder público apoiará a criação de univer- Art. 32. O Dia Mundial do Trabalho, 1ode Maio, é a data-base
sidade aberta para as pessoas idosas e incentivará a publicação de dos aposentados e pensionistas.
livros e periódicos, de conteúdo e padrão editorial adequados à
pessoa idosa, que facilitem a leitura, considerada a natural redução CAPÍTULO VIII
da capacidade visual.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

CAPÍTULO VI Art. 33. A assistência social às pessoas idosas será prestada,


DA PROFISSIONALIZAÇÃO E DO TRABALHO de forma articulada, conforme os princípios e diretrizes previstos
na Lei Orgânica da Assistência Social (Loas), na Política Nacional da
Art. 26. A pessoa idosa tem direito ao exercício de atividade Pessoa Idosa, no SUS e nas demais normas pertinentes(Redação
profissional, respeitadas suas condições físicas, intelectuais e psí- dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
quicas. (Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) Art. 34. Às pessoas idosas, a partir de 65 (sessenta e cinco)
Art. 27. Na admissão da pessoa idosa em qualquer trabalho ou anos, que não possuam meios para prover sua subsistência, nem de
emprego, são vedadas a discriminação e a fixação de limite máximo tê-la provida por sua família, é assegurado o benefício mensal de 1
de idade, inclusive para concursos, ressalvados os casos em que a (um) salário mínimo, nos termos da Loas.(Vide Decreto nº 6.214, de
natureza do cargo o exigir. (Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2007)(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
2022) Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer membro
Parágrafo único. O primeiro critério de desempate em con- da família nos termos docaputnão será computado para os fins do
curso público será a idade, dando-se preferência ao de idade mais cálculo da renda familiarper capitaa que se refere a Loas.
elevada. Art. 35.Todas as entidades de longa permanência, ou casa-lar,
Art. 28.O Poder Público criará e estimulará programas de: são obrigadas a firmar contrato de prestação de serviços com a pes-
I – profissionalização especializada para as pessoas idosas, soa idosa abrigada.
aproveitando seus potenciais e habilidades para atividades regula- § 1º No caso de entidade filantrópica, ou casa-lar, é facultada a
res e remuneradas;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) cobrança de participação da pessoa idosa no custeio da entidade.
II – preparação dos trabalhadores para a aposentadoria, com (Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
antecedência mínima de 1 (um) ano, por meio de estímulo a novos § 2º O Conselho Municipal da Pessoa Idosa ou o Conselho Mu-
projetos sociais, conforme seus interesses, e de esclarecimento so- nicipal da Assistência Social estabelecerá a forma de participação
bre os direitos sociais e de cidadania; prevista no § 1º deste artigo, que não poderá exceder a 70% (se-
III – estímulo às empresas privadas para admissão de pessoas tenta por cento) de qualquer benefício previdenciário ou de assis-
idosas ao trabalho.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) tência social percebido pela pessoa idosa.(Redação dada pela Lei nº
14.423, de 2022)
CAPÍTULO VII § 3oSe a pessoa idosa for incapaz, caberá a seu representante
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL legal firmar o contrato a que se refere ocaputdeste artigo.
Art. 36. O acolhimento de pessoas idosas em situação de risco
Art. 29.Os benefícios de aposentadoria e pensão do Regime social, por adulto ou núcleo familiar, caracteriza a dependência eco-
Geral da Previdência Social observarão, na sua concessão, critérios nômica, para os efeitos legais.(Vigência)(Redação dada pela Lei nº
de cálculo que preservem o valor real dos salários sobre os quais 14.423, de 2022)
incidiram contribuição, nos termos da legislação vigente.
Parágrafo único. Os valores dos benefícios em manutenção se-
rão reajustados na mesma data de reajuste do salário-mínimo,pro
rata, de acordo com suas respectivas datas de início ou do seu úl-
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CAPÍTULO IX I – a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para pes-


DA HABITAÇÃO soas idosas com renda igual ou inferior a 2 (dois) salários míni-
mos;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
Art. 37. A pessoa idosa tem direito a moradia digna, no seio da II – desconto de 50% (cinquenta por cento), no mínimo, no va-
família natural ou substituta, ou desacompanhada de seus familia- lor das passagens, para as pessoas idosas que excederem as vagas
res, quando assim o desejar, ou, ainda, em instituição pública ou gratuitas, com renda igual ou inferior a 2 (dois) salários mínimos.
privada.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) (Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
§ 1oA assistência integral na modalidade de entidade de longa Parágrafo único. Caberá aos órgãos competentes definir os
permanência será prestada quando verificada inexistência de gru- mecanismos e os critérios para o exercício dos direitos previstos
po familiar, casa-lar, abandono ou carência de recursos financeiros nos incisos I e II.
próprios ou da família. Art. 41. É assegurada a reserva para as pessoas idosas, nos
§ 2º Toda instituição dedicada ao atendimento à pessoa idosa termos da lei local, de 5% (cinco por cento) das vagas nos estacio-
fica obrigada a manter identificação externa visível, sob pena de namentos públicos e privados, as quais deverão ser posicionadas
interdição, além de atender toda a legislação pertinente.(Redação de forma a garantir a melhor comodidade à pessoa idosa.(Redação
dada pela Lei nº 14.423, de 2022) dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
§ 3º As instituições que abrigarem pessoas idosas são obriga- Art. 42. São asseguradas a prioridade e a segurança da pessoa
das a manter padrões de habitação compatíveis com as necessida- idosa nos procedimentos de embarque e desembarque nos veícu-
des delas, bem como provê-las com alimentação regular e higiene los do sistema de transporte coletivo.(Redação dada pela Lei nº
indispensáveis às normas sanitárias e com estas condizentes, sob as 14.423, de 2022)
penas da lei.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
Art. 38. Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados TÍTULO III
com recursos públicos, a pessoa idosa goza de prioridade na aqui- DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO
sição de imóvel para moradia própria, observado o seguinte:(Reda-
ção dada pela Lei nº 14.423, de 2022) CAPÍTULO I
I - reserva de pelo menos 3% (três por cento) das unidades ha- DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
bitacionais residenciais para atendimento às pessoas idosas;(Reda-
ção dada pela Lei nº 14.423, de 2022) Art. 43. As medidas de proteção à pessoa idosa são aplicáveis
II – implantação de equipamentos urbanos comunitários vol- sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou
tados à pessoa idosa;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) violados:(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
III – eliminação de barreiras arquitetônicas e urbanísticas, para I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
garantia de acessibilidade à pessoa idosa;(Redação dada pela Lei nº II – por falta, omissão ou abuso da família, curador ou entidade
14.423, de 2022) de atendimento;
IV – critérios de financiamento compatíveis com os rendimen- III – em razão de sua condição pessoal.
tos de aposentadoria e pensão.
Parágrafo único. As unidades residenciais reservadas para aten- CAPÍTULO II
dimento a pessoas idosas devem situar-se, preferencialmente, no DAS MEDIDAS ESPECÍFICAS DE PROTEÇÃO
pavimento térreo.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
Art. 44. As medidas de proteção à pessoa idosa previstas nes-
CAPÍTULO X ta Lei poderão ser aplicadas, isolada ou cumulativamente, e leva-
DO TRANSPORTE rão em conta os fins sociais a que se destinam e o fortalecimento
dos vínculos familiares e comunitários.(Redação dada pela Lei nº
Art. 39.Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica asse- 14.423, de 2022)
gurada a gratuidade dos transportes coletivos públicos urbanos e Art. 45. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 43,
semi-urbanos, exceto nos serviços seletivos e especiais, quando o Ministério Público ou o Poder Judiciário, a requerimento daquele,
prestados paralelamente aos serviços regulares. poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
§ 1º Para ter acesso à gratuidade, basta que a pessoa idosa I – encaminhamento à família ou curador, mediante termo de
apresente qualquer documento pessoal que faça prova de sua ida- responsabilidade;
de.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) II – orientação, apoio e acompanhamento temporários;
§ 2º Nos veículos de transporte coletivo de que trata este arti- III – requisição para tratamento de sua saúde, em regime am-
go, serão reservados 10% (dez por cento) dos assentos para as pes- bulatorial, hospitalar ou domiciliar;
soas idosas, devidamente identificados com a placa de reservado IV – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio,
preferencialmente para pessoas idosas.(Redação dada pela Lei nº orientação e tratamento a usuários dependentes de drogas lícitas
14.423, de 2022) ou ilícitas, à própria pessoa idosa ou à pessoa de sua convivência
§ 3oNo caso das pessoas compreendidas na faixa etária entre que lhe cause perturbação;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de
60 (sessenta) e 65 (sessenta e cinco) anos, ficará a critério da legisla- 2022)
ção local dispor sobre as condições para exercício da gratuidade nos V – abrigo em entidade;
meios de transporte previstos nocaputdeste artigo. V – abrigo em entidade;
Art. 40.No sistema de transporte coletivo interestadual obser- VI – abrigo temporário.
var-se-á, nos termos da legislação específica:(Regulamento)(Vide
Decreto nº 5.934, de 2006)
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TÍTULO IV V – observância dos direitos e garantias das pessoas idosas;(Re-


DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO AO IDOSO dação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
VI – preservação da identidade da pessoa idosa e oferecimen-
CAPÍTULO I to de ambiente de respeito e dignidade.(Redação dada pela Lei nº
DISPOSIÇÕES GERAIS 14.423, de 2022)
Parágrafo único. O dirigente de instituição prestadora de aten-
Art. 46. A política de atendimento à pessoa idosa far-se-á por dimento à pessoa idosa responderá civil e criminalmente pelos atos
meio do conjunto articulado de ações governamentais e não gover- que praticar em detrimento da pessoa idosa, sem prejuízo das san-
namentais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí- ções administrativas.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
pios.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) Art. 50.Constituem obrigações das entidades de atendimento:
Art. 47.São linhas de ação da política de atendimento: I – celebrar contrato escrito de prestação de serviço com a pes-
I – políticas sociais básicas, previstas naLei no 8.842, de 4 de soa idosa, especificando o tipo de atendimento, as obrigações da
janeiro de 1994; entidade e prestações decorrentes do contrato, com os respectivos
II – políticas e programas de assistência social, em caráter su- preços, se for o caso;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
pletivo, para aqueles que necessitarem; II – observar os direitos e as garantias de que são titulares as
III – serviços especiais de prevenção e atendimento às vítimas pessoas idosas;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
de negligência, maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e opres- III – fornecer vestuário adequado, se for pública, e alimentação
são; suficiente;
IV – serviço de identificação e localização de parentes ou res- IV – oferecer instalações físicas em condições adequadas de
ponsáveis por pessoas idosas abandonados em hospitais e institui- habitabilidade;
ções de longa permanência;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de V – oferecer atendimento personalizado;
2022) VI – diligenciar no sentido da preservação dos vínculos fami-
V – proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direi- liares;
tos das pessoas idosas;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) VII – oferecer acomodações apropriadas para recebimento de
VI – mobilização da opinião pública no sentido da participação visitas;
dos diversos segmentos da sociedade no atendimento da pessoa VIII – proporcionar cuidados à saúde, conforme a necessidade
idosa.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) da pessoa idosa;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
IX – promover atividades educacionais, esportivas, culturais e
CAPÍTULO II de lazer;
DAS ENTIDADES DE ATENDIMENTO AO IDOSO X – propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de
acordo com suas crenças;
Art. 48. As entidades de atendimento são responsáveis pela XI – proceder a estudo social e pessoal de cada caso;
manutenção das próprias unidades, observadas as normas de pla- XII – comunicar à autoridade competente de saúde toda ocor-
nejamento e execução emanadas do órgão competente da Política rência de pessoa idosa com doenças infectocontagiosas;(Redação
Nacional da Pessoa Idosa, conforme aLei nº 8.842, de 4 de janeiro dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
de 1994.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) XIII – providenciar ou solicitar que o Ministério Público requi-
Parágrafo único. As entidades governamentais e não governa- site os documentos necessários ao exercício da cidadania àqueles
mentais de assistência à pessoa idosa ficam sujeitas à inscrição de que não os tiverem, na forma da lei;
seus programas perante o órgão competente da Vigilância Sanitária XIV – fornecer comprovante de depósito dos bens móveis que
e o Conselho Municipal da Pessoa Idosa e, em sua falta, perante o receberem das pessoas idosas;(Redação dada pela Lei nº 14.423,
Conselho Estadual ou Nacional da Pessoa Idosa, especificando os de 2022)
regimes de atendimento, observados os seguintes requisitos:(Reda- XV – manter arquivo de anotações no qual constem data e cir-
ção dada pela Lei nº 14.423, de 2022) cunstâncias do atendimento, nome da pessoa idosa, responsável,
I – oferecer instalações físicas em condições adequadas de ha- parentes, endereços, cidade, relação de seus pertences, bem como
bitabilidade, higiene, salubridade e segurança; o valor de contribuições, e suas alterações, se houver, e demais da-
II – apresentar objetivos estatutários e plano de trabalho com- dos que possibilitem sua identificação e a individualização do aten-
patíveis com os princípios desta Lei; dimento;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
III – estar regularmente constituída; XVI – comunicar ao Ministério Público, para as providências
IV – demonstrar a idoneidade de seus dirigentes. cabíveis, a situação de abandono moral ou material por parte dos
Art. 49.As entidades que desenvolvam programas de institu- familiares;
cionalização de longa permanência adotarão os seguintes princí- XVII – manter no quadro de pessoal profissionais com forma-
pios: ção específica.
I – preservação dos vínculos familiares; Art. 51. As instituições filantrópicas ou sem fins lucrativos pres-
II – atendimento personalizado e em pequenos grupos; tadoras de serviço às pessoas idosas terão direito à assistência judi-
III – manutenção da pessoa idosa na mesma instituição, salvo ciária gratuita.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
em caso de força maior;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
IV – participação da pessoa idosa nas atividades comunitárias,
de caráter interno e externo;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de
2022)

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CAPÍTULO III Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00


DA FISCALIZAÇÃO DAS ENTIDADES DE ATENDIMENTO (três mil reais), se o fato não for caracterizado como crime, poden-
do haver a interdição do estabelecimento até que sejam cumpridas
Art. 52. As entidades governamentais e não governamentais de as exigências legais.
atendimento à pessoa idosa serão fiscalizadas pelos Conselhos da Parágrafo único. No caso de interdição do estabelecimento de
Pessoa Idosa, Ministério Público, Vigilância Sanitária e outros pre- longa permanência, as pessoas idosas abrigadas serão transferidas
vistos em lei.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) para outra instituição, a expensas do estabelecimento interditado,
Art. 53.O art. 7odaLei no 8.842, de 1994,passa a vigorar com enquanto durar a interdição.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de
a seguinte redação: 2022)
“Art. 7o Compete aos Conselhos de que trata o art. 6odesta Art. 57. Deixar o profissional de saúde ou o responsável por
Lei a supervisão, o acompanhamento, a fiscalização e a avaliação estabelecimento de saúde ou instituição de longa permanência
da política nacional do idoso, no âmbito das respectivas instâncias de comunicar à autoridade competente os casos de crimes contra
político-administrativas.” (NR) pessoa idosa de que tiver conhecimento:(Redação dada pela Lei nº
Art. 54.Será dada publicidade das prestações de contas dos 14.423, de 2022)
recursos públicos e privados recebidos pelas entidades de atendi- Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00
mento. (três mil reais), aplicada em dobro no caso de reincidência.
Art. 55.As entidades de atendimento que descumprirem as de- Art. 58. Deixar de cumprir as determinações desta Lei sobre a
terminações desta Lei ficarão sujeitas, sem prejuízo da responsabi- prioridade no atendimento à pessoa idosa:(Redação dada pela Lei
lidade civil e criminal de seus dirigentes ou prepostos, às seguintes nº 14.423, de 2022)
penalidades, observado o devido processo legal: Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 1.000,00
I – as entidades governamentais: (mil reais) e multa civil a ser estipulada pelo juiz, conforme o dano
a) advertência; sofrido pela pessoa idosa.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de
b) afastamento provisório de seus dirigentes; 2022)
c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
d) fechamento de unidade ou interdição de programa; CAPÍTULO V
II – as entidades não-governamentais: DA APURAÇÃO ADMINISTRATIVA DE INFRAÇÃO ÀS
a) advertência; NORMAS DE PROTEÇÃO À PESSOA IDOSA
b) multa; (REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 14.423, DE 2022)
c) suspensão parcial ou total do repasse de verbas públicas;
d) interdição de unidade ou suspensão de programa; Art. 59.Os valores monetários expressos no Capítulo IV serão
e) proibição de atendimento a pessoas idosas a bem do interes- atualizados anualmente, na forma da lei.
se público.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) Art. 60. O procedimento para a imposição de penalidade admi-
§ 1º Havendo danos às pessoas idosas abrigadas ou qualquer nistrativa por infração às normas de proteção à pessoa idosa terá
tipo de fraude em relação ao programa, caberá o afastamento pro- início com requisição do Ministério Público ou auto de infração
visório dos dirigentes ou a interdição da unidade e a suspensão do elaborado por servidor efetivo e assinado, se possível, por 2 (duas)
programa.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) testemunhas.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
§ 2oA suspensão parcial ou total do repasse de verbas públicas § 1oNo procedimento iniciado com o auto de infração poderão
ocorrerá quando verificada a má aplicação ou desvio de finalidade ser usadas fórmulas impressas, especificando-se a natureza e as cir-
dos recursos. cunstâncias da infração.
§ 3º Na ocorrência de infração por entidade de atendimento § 2oSempre que possível, à verificação da infração seguir-se-á
que coloque em risco os direitos assegurados nesta Lei, será o fato a lavratura do auto, ou este será lavrado dentro de 24 (vinte e qua-
comunicado ao Ministério Público, para as providências cabíveis, tro) horas, por motivo justificado.
inclusive para promover a suspensão das atividades ou dissolução Art. 61. O autuado terá prazo de 10 (dez) dias para a apresen-
da entidade, com a proibição de atendimento a pessoas idosas a tação da defesa, contado da data da intimação, que será feita:
bem do interesse público, sem prejuízo das providências a serem I – pelo autuante, no instrumento de autuação, quando for
tomadas pela Vigilância Sanitária.(Redação dada pela Lei nº 14.423, lavrado na presença do infrator;
de 2022) II – por via postal, com aviso de recebimento.
§ 4º Na aplicação das penalidades, serão consideradas a na- Art. 62. Havendo risco para a vida ou à saúde da pessoa idosa, a
tureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela pro- autoridade competente aplicará à entidade de atendimento as san-
vierem para a pessoa idosa, as circunstâncias agravantes ou ate- ções regulamentares, sem prejuízo da iniciativa e das providências
nuantes e os antecedentes da entidade.(Redação dada pela Lei nº que vierem a ser adotadas pelo Ministério Público ou pelas demais
14.423, de 2022) instituições legitimadas para a fiscalização.(Redação dada pela Lei
nº 14.423, de 2022)
CAPÍTULO IV Art. 63. Nos casos em que não houver risco para a vida ou a
DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS saúde da pessoa idosa abrigada, a autoridade competente aplicará
à entidade de atendimento as sanções regulamentares, sem preju-
Art. 56.Deixar a entidade de atendimento de cumprir as deter- ízo da iniciativa e das providências que vierem a ser adotadas pelo
minações doart. 50 desta Lei: Ministério Público ou pelas demais instituições legitimadas para a
fiscalização.

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CAPÍTULO VI § 2oA prioridade não cessará com a morte do beneficiado, es-


DA APURAÇÃO JUDICIAL DE IRREGULARIDADES EM tendendo-se em favor do cônjuge supérstite, companheiro ou com-
ENTIDADE DE ATENDIMENTO panheira, com união estável, maior de 60 (sessenta) anos.
§ 3oA prioridade se estende aos processos e procedimentos na
Art. 64.Aplicam-se, subsidiariamente, ao procedimento ad- Administração Pública, empresas prestadoras de serviços públicos e
ministrativo de que trata este Capítulo as disposições dasLeis instituições financeiras, ao atendimento preferencial junto à Defen-
nos 6.437, de 20 de agosto de 1977, e9.784, de 29 de janeiro de soria Publica da União, dos Estados e do Distrito Federal em relação
1999. aos Serviços de Assistência Judiciária.
Art. 65. O procedimento de apuração de irregularidade em § 4º Para o atendimento prioritário, será garantido à pessoa
entidade governamental e não governamental de atendimento à idosa o fácil acesso aos assentos e caixas, identificados com a desti-
pessoa idosa terá início mediante petição fundamentada de pessoa nação a pessoas idosas em local visível e caracteres legíveis.(Reda-
interessada ou iniciativa do Ministério Público.(Redação dada pela ção dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
Lei nº 14.423, de 2022) § 5º Dentre os processos de pessoas idosas, dar-se-á prioridade
Art. 66. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, especial aos das maiores de 80 (oitenta) anos.(Redação dada pela
ouvido o Ministério Público, decretar liminarmente o afastamento Lei nº 14.423, de 2022)
provisório do dirigente da entidade ou outras medidas que julgar
adequadas, para evitar lesão aos direitos da pessoa idosa, mediante CAPÍTULO II
decisão fundamentada.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) DO MINISTÉRIO PÚBLICO
Art. 67.O dirigente da entidade será citado para, no prazo de
10 (dez) dias, oferecer resposta escrita, podendo juntar documen- Art. 72.(VETADO)
tos e indicar as provas a produzir. Art. 73.As funções do Ministério Público, previstas nesta Lei,
Art. 68.Apresentada a defesa, o juiz procederá na conformida- serão exercidas nos termos da respectiva Lei Orgânica.
de do art. 69 ou, se necessário, designará audiência de instrução e Art. 74. Compete ao Ministério Público:
julgamento, deliberando sobre a necessidade de produção de ou- I – instaurar o inquérito civil e a ação civil pública para a prote-
tras provas. ção dos direitos e interesses difusos ou coletivos, individuais indis-
§ 1oSalvo manifestação em audiência, as partes e o Ministério poníveis e individuais homogêneos da pessoa idosa;(Redação dada
Público terão 5 (cinco) dias para oferecer alegações finais, decidin- pela Lei nº 14.423, de 2022)
do a autoridade judiciária em igual prazo. II – promover e acompanhar as ações de alimentos, de inter-
§ 2oEm se tratando de afastamento provisório ou definitivo de dição total ou parcial, de designação de curador especial, em cir-
dirigente de entidade governamental, a autoridade judiciária ofi- cunstâncias que justifiquem a medida e oficiar em todos os feitos
ciará a autoridade administrativa imediatamente superior ao afas- em que se discutam os direitos das pessoas idosas em condições de
tado, fixando-lhe prazo de 24 (vinte e quatro) horas para proceder risco;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
à substituição. III – atuar como substituto processual da pessoa idosa em si-
§ 3oAntes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade judi- tuação de risco, conforme o disposto no art. 43 desta Lei;(Redação
ciária poderá fixar prazo para a remoção das irregularidades verifi- dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
cadas. Satisfeitas as exigências, o processo será extinto, sem julga- IV – promover a revogação de instrumento procuratório da
mento do mérito. pessoa idosa, nas hipóteses previstas no art. 43 desta Lei, quando
§ 4oA multa e a advertência serão impostas ao dirigente da necessário ou o interesse público justificar;(Redação dada pela Lei
entidade ou ao responsável pelo programa de atendimento. nº 14.423, de 2022)
V – instaurar procedimento administrativo e, para instruí-lo:
TÍTULO V a) expedir notificações, colher depoimentos ou esclarecimen-
DO ACESSO À JUSTIÇA tos e, em caso de não comparecimento injustificado da pessoa no-
tificada, requisitar condução coercitiva, inclusive pela Polícia Civil
CAPÍTULO I ou Militar;
DISPOSIÇÕES GERAIS b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de
autoridades municipais, estaduais e federais, da administração di-
Art. 69.Aplica-se, subsidiariamente, às disposições deste Capí- reta e indireta, bem como promover inspeções e diligências inves-
tulo, o procedimento sumário previsto no Código de Processo Civil, tigatórias;
naquilo que não contrarie os prazos previstos nesta Lei. c) requisitar informações e documentos particulares de insti-
Art. 70. O poder público poderá criar varas especializadas e ex- tuições privadas;
clusivas da pessoa idosa.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) VI – instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias
Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos processos e a instauração de inquérito policial, para a apuração de ilícitos ou
e procedimentos e na execução dos atos e diligências judiciais em infrações às normas de proteção à pessoa idosa;(Redação dada pela
que figure como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou Lei nº 14.423, de 2022)
superior a 60 (sessenta) anos, em qualquer instância. VII – zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais
§ 1oO interessado na obtenção da prioridade a que alude este assegurados à pessoa idosa, promovendo as medidas judiciais e
artigo, fazendo prova de sua idade, requererá o benefício à autori- extrajudiciais cabíveis;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
dade judiciária competente para decidir o feito, que determinará
as providências a serem cumpridas, anotando-se essa circunstância
em local visível nos autos do processo.
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VIII – inspecionar as entidades públicas e particulares de aten- I – o Ministério Público;


dimento e os programas de que trata esta Lei, adotando de pronto II – a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
as medidas administrativas ou judiciais necessárias à remoção de III – a Ordem dos Advogados do Brasil;
irregularidades porventura verificadas; IV – as associações legalmente constituídas há pelo menos 1
IX – requisitar força policial, bem como a colaboração dos ser- (um) ano e que incluam entre os fins institucionais a defesa dos
viços de saúde, educacionais e de assistência social, públicos, para interesses e direitos da pessoa idosa, dispensada a autorização da
o desempenho de suas atribuições; assembléia, se houver prévia autorização estatutária.
X – referendar transações envolvendo interesses e direitos § 1oAdmitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Ministérios
das pessoas idosas previstos nesta Lei.(Redação dada pela Lei nº Públicos da União e dos Estados na defesa dos interesses e direitos
14.423, de 2022) de que cuida esta Lei.
§ 1oA legitimação do Ministério Público para as ações cíveis § 2oEm caso de desistência ou abandono da ação por asso-
previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipó- ciação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado deverá
teses, segundo dispuser a lei. assumir a titularidade ativa.
§ 2oAs atribuições constantes deste artigo não excluem outras, Art. 82.Para defesa dos interesses e direitos protegidos por
desde que compatíveis com a finalidade e atribuições do Ministério esta Lei, são admissíveis todas as espécies de ação pertinentes.
Público. Parágrafo único. Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade
§ 3º O representante do Ministério Público, no exercício de pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições de
suas funções, terá livre acesso a toda entidade de atendimento à Poder Público, que lesem direito líquido e certo previsto nesta Lei,
pessoa idosa.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) caberá ação mandamental, que se regerá pelas normas da lei do
Art. 75.Nos processos e procedimentos em que não for parte, mandado de segurança.
atuará obrigatoriamente o Ministério Público na defesa dos direitos Art. 83.Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obri-
e interesses de que cuida esta Lei, hipóteses em que terá vista dos gação de fazer ou não-fazer, o juiz concederá a tutela específica da
autos depois das partes, podendo juntar documentos, requerer di- obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado
ligências e produção de outras provas, usando os recursos cabíveis. prático equivalente ao adimplemento.
Art. 76.A intimação do Ministério Público, em qualquer caso, § 1oSendo relevante o fundamento da demanda e havendo
será feita pessoalmente. justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz
Art. 77. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta a conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, na for-
nulidade do feito, que será declarada de ofício pelo juiz ou a reque- ma doart. 273 do Código de Processo Civil.
rimento de qualquer interessado. § 2oO juiz poderá, na hipótese do § 1oou na sentença, impor
multa diária ao réu, independentemente do pedido do autor, se for
CAPÍTULO III suficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável
DA PROTEÇÃO JUDICIAL DOS INTERESSES DIFUSOS, para o cumprimento do preceito.
COLETIVOS E INDIVIDUAIS INDISPONÍVEIS OU HOMOGÊNEOS § 3oA multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado
da sentença favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que
Art. 78.As manifestações processuais do representante do Mi- se houver configurado.
nistério Público deverão ser fundamentadas. Art. 84. Os valores das multas previstas nesta Lei reverterão ao
Art. 79. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de res- Fundo da Pessoa Idosa, onde houver, ou na falta deste, ao Fundo
ponsabilidade por ofensa aos direitos assegurados à pessoa idosa, Municipal de Assistência Social, ficando vinculados ao atendimento
referentes à omissão ou ao oferecimento insatisfatório de:(Redação à pessoa idosa.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
dada pela Lei nº 14.423, de 2022) Parágrafo único. As multas não recolhidas até 30 (trinta) dias
I – acesso às ações e serviços de saúde; após o trânsito em julgado da decisão serão exigidas por meio de
II – atendimento especializado à pessoa idosa com deficiência execução promovida pelo Ministério Público, nos mesmos autos,
ou com limitação incapacitante;(Redação dada pela Lei nº 14.423, facultada igual iniciativa aos demais legitimados em caso de inércia
de 2022) daquele.
III – atendimento especializado à pessoa idosa com doença in- Art. 85.O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos,
fectocontagiosa;(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) para evitar dano irreparável à parte.
IV – serviço de assistência social visando ao amparo da pessoa Art. 86.Transitada em julgado a sentença que impuser conde-
idosa.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) nação ao Poder Público, o juiz determinará a remessa de peças à
Parágrafo único. As hipóteses previstas neste artigo não ex- autoridade competente, para apuração da responsabilidade civil e
cluem da proteção judicial outros interesses difusos, coletivos, in- administrativa do agente a que se atribua a ação ou omissão.
dividuais indisponíveis ou homogêneos, próprios da pessoa idosa, Art. 87. Decorridos 60 (sessenta) dias do trânsito em julgado
protegidos em lei.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) da sentença condenatória favorável à pessoa idosa sem que o autor
Art. 80. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facul-
foro do domicílio da pessoa idosa, cujo juízo terá competência tada igual iniciativa aos demais legitimados, como assistentes ou
absoluta para processar a causa, ressalvadas as competências da assumindo o polo ativo, em caso de inércia desse órgão.(Redação
Justiça Federal e a competência originária dos Tribunais Superiores. dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) Art. 88. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá adian-
Art. 81. Para as ações cíveis fundadas em interesses difusos, tamento de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer
coletivos, individuais indisponíveis ou homogêneos, consideram-se outras despesas.
legitimados, concorrentemente:
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Parágrafo único. Não se imporá sucumbência ao Ministério Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando
Público. seu acesso a operações bancárias, aos meios de transporte, ao di-
Art. 89.Qualquer pessoa poderá, e o servidor deverá, provocar reito de contratar ou por qualquer outro meio ou instrumento ne-
a iniciativa do Ministério Público, prestando-lhe informações sobre cessário ao exercício da cidadania, por motivo de idade:
os fatos que constituam objeto de ação civil e indicando-lhe os ele- Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
mentos de convicção. § 1oNa mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar, me-
Art. 90. Os agentes públicos em geral, os juízes e tribunais, no nosprezar ou discriminar pessoa idosa, por qualquer motivo.
exercício de suas funções, quando tiverem conhecimento de fatos § 2oA pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a vítima se
que possam configurar crime de ação pública contra a pessoa idosa encontrar sob os cuidados ou responsabilidade do agente.
ou ensejar a propositura de ação para sua defesa, devem encami- § 3º Não constitui crime a negativa de crédito motivada por
nhar as peças pertinentes ao Ministério Público, para as providên- superendividamento da pessoa idosa.(Redação dada pela Lei nº
cias cabíveis.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) 14.423, de 2022)
Art. 91.Para instruir a petição inicial, o interessado poderá re- Art. 97. Deixar de prestar assistência à pessoa idosa, quando
querer às autoridades competentes as certidões e informações que possível fazê-lo sem risco pessoal, em situação de iminente perigo,
julgar necessárias, que serão fornecidas no prazo de 10 (dez) dias. ou recusar, retardar ou dificultar sua assistência à saúde, sem justa
Art. 92.O Ministério Público poderá instaurar sob sua presidên- causa, ou não pedir, nesses casos, o socorro de autoridade públi-
cia, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer pessoa, organismo pú- ca:(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
blico ou particular, certidões, informações, exames ou perícias, no Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a 10 (dez) dias. Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omis-
§ 1oSe o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as di- são resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta
ligências, se convencer da inexistência de fundamento para a pro- a morte.
positura da ação civil ou de peças informativas, determinará o seu Art. 98. Abandonar a pessoa idosa em hospitais, casas de saú-
arquivamento, fazendo-o fundamentadamente. de, entidades de longa permanência, ou congêneres, ou não pro-
§ 2oOs autos do inquérito civil ou as peças de informação ar- ver suas necessidades básicas, quando obrigado por lei ou manda-
quivados serão remetidos, sob pena de se incorrer em falta grave, do:(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
no prazo de 3 (três) dias, ao Conselho Superior do Ministério Públi- Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e multa.
co ou à Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público. Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psí-
§ 3oAté que seja homologado ou rejeitado o arquivamento, quica, da pessoa idosa, submetendo-a a condições desumanas ou
pelo Conselho Superior do Ministério Público ou por Câmara de Co- degradantes ou privando-a de alimentos e cuidados indispensáveis,
ordenação e Revisão do Ministério Público, as associações legitima- quando obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-a a trabalho excessivo ou
das poderão apresentar razões escritas ou documentos, que serão inadequado:(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022)
juntados ou anexados às peças de informação. Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa.
§ 4oDeixando o Conselho Superior ou a Câmara de Coordena- § 1oSe do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
ção e Revisão do Ministério Público de homologar a promoção de Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
arquivamento, será designado outro membro do Ministério Público § 2oSe resulta a morte:
para o ajuizamento da ação. Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
Art. 100.Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses
TÍTULO VI a 1 (um) ano e multa:
DOS CRIMES I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por
motivo de idade;
CAPÍTULO I II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho;
DISPOSIÇÕES GERAIS III – recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar de
prestar assistência à saúde, sem justa causa, a pessoa idosa;
Art. 93.Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as dispo- IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo,
sições daLei no 7.347, de 24 de julho de 1985. a execução de ordem judicial expedida na ação civil a que alude
Art. 94.Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima pri- esta Lei;
vativa de liberdade não ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-se o pro- V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à
cedimento previsto naLei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, e, propositura da ação civil objeto desta Lei, quando requisitados pelo
subsidiariamente, no que couber, as disposições do Código Penal e Ministério Público.
do Código de Processo Penal.(Vide ADIN 3.096-5 - STF) Art. 101. Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo mo-
tivo, a execução de ordem judicial expedida nas ações em que for
CAPÍTULO II parte ou interveniente a pessoa idosa:(Redação dada pela Lei nº
DOS CRIMES EM ESPÉCIE 14.423, de 2022)
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Art. 95.Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão
incondicionada, não se lhes aplicando osarts. 181e182 do Código ou qualquer outro rendimento da pessoa idosa, dando-lhes aplica-
Penal. ção diversa da de sua finalidade:(Redação dada pela Lei nº 14.423,
de 2022)
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa.

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Art. 103. Negar o acolhimento ou a permanência da pessoa § 3oSe a injúria consiste na utilização de elementos referentes
idosa, como abrigada, por recusa desta em outorgar procuração a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou
à entidade de atendimento:(Redação dada pela Lei nº 14.423, de portadora de deficiência:
2022) ............................................................................ (NR)
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. “Art. 141. ............................................................................
Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a ............................................................................
benefícios, proventos ou pensão da pessoa idosa, bem como qual- IV –contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de
quer outro documento com objetivo de assegurar recebimento ou deficiência, exceto no caso de injúria.
ressarcimento de dívida:(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) .............................................................................” (NR)
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa. “Art. 148. ............................................................................
Art. 105. Exibir ou veicular, por qualquer meio de comunicação, ............................................................................
informações ou imagens depreciativas ou injuriosas à pessoa ido- § 1o............................................................................
sa:(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) I –se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge do agente
Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa. ou maior de 60 (sessenta) anos.
Art. 106.Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos ............................................................................” (NR)
a outorgar procuração para fins de administração de bens ou deles “Art. 159............................................................................
dispor livremente: ............................................................................
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. § 1oSe o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se
Art. 107. Coagir, de qualquer modo, a pessoa idosa a doar, o seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta)
contratar, testar ou outorgar procuração:(Redação dada pela Lei nº anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha.
14.423, de 2022) ............................................................................” (NR)
Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. “Art. 183............................................................................
Art. 108.Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem dis- ............................................................................
cernimento de seus atos, sem a devida representação legal: III –se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. superior a 60 (sessenta) anos.” (NR)
“Art. 244.Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do
TÍTULO VII cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos,
não lhes proporcionando os recursos necessários ou faltando ao pa-
Art. 109.Impedir ou embaraçar ato do representante do Minis- gamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou
tério Público ou de qualquer outro agente fiscalizador: majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer descendente ou as-
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. cendente, gravemente enfermo:
Art. 110.O Decreto-Lei no2.848, de 7 de dezembro de 1940, ............................................................................” (NR)
Código Penal, passa a vigorar com as seguintes alterações: Art. 111.OO art. 21 do Decreto-Lei no 3.688, de 3 de outubro
“Art. 61. ............................................................................ de 1941, Lei das Contravenções Penais, passa a vigorar acrescido do
............................................................................ seguinte parágrafo único:
II - ............................................................................ “Art. 21............................................................................
............................................................................ ............................................................................
h)contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mu- Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até a
lher grávida; metade se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos.” (NR)
.............................................................................” (NR) Art. 112.O inciso II do § 4o do art. 1o da Lei no 9.455, de 7
“Art. 121. ............................................................................ de abril de 1997, passa a vigorar com a seguinte redação:
............................................................................ “Art. 1o............................................................................
§ 4oNo homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um ter- ............................................................................
ço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profis- § 4o............................................................................
são, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador
à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos;
para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é ............................................................................” (NR)
aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa Art. 113.Oinciso III do art. 18 da Lei no 6.368, de 21 de outu-
menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. bro de 1976, passa a vigorar com a seguinte redação:
.............................................................................” (NR) “Art. 18............................................................................
“Art. 133. ............................................................................ ............................................................................
............................................................................ III –se qualquer deles decorrer de associação ou visar a meno-
§ 3o............................................................................ res de 21 (vinte e um) anos ou a pessoa com idade igual ou superior
............................................................................ a 60 (sessenta) anos ou a quem tenha, por qualquer causa, diminu-
III –se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos.” (NR) ída ou suprimida a capacidade de discernimento ou de autodeter-
“Art. 140. ............................................................................ minação:
............................................................................ ............................................................................” (NR)
Art. 114.Oart 1º da Lei no 10.048, de 8 de novembro de 2000,
passa a vigorar com a seguinte redação:
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“Art. 1oAs pessoas portadoras de deficiência, os idosos com II - a participação da comunidade na formulação de políticas
idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, as gestantes, as lactan- públicas voltadas para as pessoas com transtorno do espectro au-
tes e as pessoas acompanhadas por crianças de colo terão atendi- tista e o controle social da sua implantação, acompanhamento e
mento prioritário, nos termos desta Lei.” (NR) avaliação;
Art. 115. O Orçamento da Seguridade Social destinará ao Fun- III - a atenção integral às necessidades de saúde da pessoa com
do Nacional de Assistência Social, até que o Fundo Nacional da Pes- transtorno do espectro autista, objetivando o diagnóstico precoce,
soa Idosa seja criado, os recursos necessários, em cada exercício o atendimento multiprofissional e o acesso a medicamentos e nu-
financeiro, para aplicação em programas e ações relativos à pessoa trientes;
idosa.(Redação dada pela Lei nº 14.423, de 2022) IV - (VETADO);
Art. 116.Serão incluídos nos censos demográficos dados relati- V - o estímulo à inserção da pessoa com transtorno do espec-
vos à população idosa do País. tro autista no mercado de trabalho, observadas as peculiaridades
Art. 117.O Poder Executivo encaminhará ao Congresso Nacio- da deficiência e as disposições da Lei nº 8.069, de 13 de julho de
nal projeto de lei revendo os critérios de concessão do Benefício de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente);
Prestação Continuada previsto na Lei Orgânica da Assistência Social, VI - a responsabilidade do poder público quanto à informação
de forma a garantir que o acesso ao direito seja condizente com o pública relativa ao transtorno e suas implicações;
estágio de desenvolvimento sócio-econômico alcançado pelo País. VII - o incentivo à formação e à capacitação de profissionais es-
Art. 118.Esta Lei entra em vigor decorridos 90 (noventa) dias pecializados no atendimento à pessoa com transtorno do espectro
da sua publicação, ressalvado o disposto nocaputdo art. 36, que vi- autista, bem como a pais e responsáveis;
gorará a partir de 1ode janeiro de 2004. VIII - o estímulo à pesquisa científica, com prioridade para es-
Brasília, 1ode outubro de 2003; 182oda Independência e tudos epidemiológicos tendentes a dimensionar a magnitude e as
115oda República. características do problema relativo ao transtorno do espectro au-
tista no País.
Parágrafo único. Para cumprimento das diretrizes de que trata
LEI FEDERAL Nº 12.764/2012 (POLÍTICA NACIONAL DE PRO- este artigo, o poder público poderá firmar contrato de direito públi-
TEÇÃO DOS DIREITOS DA PESSOA COM TRANSTORNO DO co ou convênio com pessoas jurídicas de direito privado.
ESPECTRO AUTISTA) E SUAS ALTERAÇÕES Art. 3º São direitos da pessoa com transtorno do espectro au-
tista:
I - a vida digna, a integridade física e moral, o livre desenvolvi-
Art. 1º Esta Lei institui a Política Nacional de Proteção dos Di-
mento da personalidade, a segurança e o lazer;
reitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista e estabelece
II - a proteção contra qualquer forma de abuso e exploração;
diretrizes para sua consecução.
III - o acesso a ações e serviços de saúde, com vistas à atenção
§ 1º Para os efeitos desta Lei, é considerada pessoa com trans-
integral às suas necessidades de saúde, incluindo:
torno do espectro autista aquela portadora de síndrome clínica ca-
a) o diagnóstico precoce, ainda que não definitivo;
racterizada na forma dos seguintes incisos I ou II:
b) o atendimento multiprofissional;
I - deficiência persistente e clinicamente significativa da comu-
c) a nutrição adequada e a terapia nutricional;
nicação e da interação sociais, manifestada por deficiência marcada
d) os medicamentos;
de comunicação verbal e não verbal usada para interação social;
e) informações que auxiliem no diagnóstico e no tratamento;
ausência de reciprocidade social; falência em desenvolver e manter
IV - o acesso:
relações apropriadas ao seu nível de desenvolvimento;
a) à educação e ao ensino profissionalizante;
II - padrões restritivos e repetitivos de comportamentos, inte-
b) à moradia, inclusive à residência protegida;
resses e atividades, manifestados por comportamentos motores
c) ao mercado de trabalho;
ou verbais estereotipados ou por comportamentos sensoriais inco-
d) à previdência social e à assistência social.
muns; excessiva aderência a rotinas e padrões de comportamento
Parágrafo único. Em casos de comprovada necessidade, a pes-
ritualizados; interesses restritos e fixos.
soa com transtorno do espectro autista incluída nas classes comuns
§ 2º A pessoa com transtorno do espectro autista é considera-
de ensino regular, nos termos do inciso IV do art. 2º , terá direito a
da pessoa com deficiência, para todos os efeitos legais.
acompanhante especializado.
§ 3º Os estabelecimentos públicos e privados referidos na Lei
Art. 3º-A. É criada a Carteira de Identificação da Pessoa com
nº 10.048, de 8 de novembro de 2000, poderão valer-se da fita que-
Transtorno do Espectro Autista (Ciptea), com vistas a garantir aten-
bra-cabeça, símbolo mundial da conscientização do transtorno do
ção integral, pronto atendimento e prioridade no atendimento e no
espectro autista, para identificar a prioridade devida às pessoas
acesso aos serviços públicos e privados, em especial nas áreas de
com transtorno do espectro autista.            (Incluído pela Lei nº
saúde, educação e assistência social.            (Incluído pela Lei nº
13.977, de 2020)
13.977, de 2020)
Art. 2º São diretrizes da Política Nacional de Proteção dos Direi-
§ 1º A Ciptea será expedida pelos órgãos responsáveis pela
tos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista:
execução da Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa
I - a intersetorialidade no desenvolvimento das ações e das
com Transtorno do Espectro Autista dos Estados, do Distrito Federal
políticas e no atendimento à pessoa com transtorno do espectro
e dos Municípios, mediante requerimento, acompanhado de rela-
autista;
tório médico, com indicação do código da Classificação Estatística
Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID),
e deverá conter, no mínimo, as seguintes informações:            (Inclu-
ído pela Lei nº 13.977, de 2020)
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LEGISLAÇÃO

I - nome completo, filiação, local e data de nascimento, número


da carteira de identidade civil, número de inscrição no Cadastro de LEI FEDERAL Nº 13.146/2015 (ESTATUTO DA PESSOA COM
Pessoas Físicas (CPF), tipo sanguíneo, endereço residencial comple- DEFICIÊNCIA) E SUAS ALTERAÇÕES
to e número de telefone do identificado;            (Incluído pela Lei nº
13.977, de 2020)
II - fotografia no formato 3 (três) centímetros (cm) x 4 (quatro) LIVRO I
centímetros (cm) e assinatura ou impressão digital do identifica- PARTE GERAL
do;            (Incluído pela Lei nº 13.977, de 2020)
III - nome completo, documento de identificação, endereço TÍTULO I
residencial, telefone e e-mail do responsável legal ou do cuida- DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
dor;            (Incluído pela Lei nº 13.977, de 2020)
IV - identificação da unidade da Federação e do órgão expedi- CAPÍTULO I
dor e assinatura do dirigente responsável.            (Incluído pela Lei DISPOSIÇÕES GERAIS
nº 13.977, de 2020)
§ 2º Nos casos em que a pessoa com transtorno do espectro Art. 1º É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
autista seja imigrante detentor de visto temporário ou de autori- Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a as-
zação de residência, residente fronteiriço ou solicitante de refúgio, segurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos
deverá ser apresentada a Cédula de Identidade de Estrangeiro (CIE), direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência,
a Carteira de Registro Nacional Migratório (CRNM) ou o Documento visando à sua inclusão social e cidadania.
Provisório de Registro Nacional Migratório (DPRNM), com validade Parágrafo único. Esta Lei tem como base a Convenção sobre os
em todo o território nacional.            (Incluído pela Lei nº 13.977, Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo,
de 2020) ratificados pelo Congresso Nacional por meio do Decreto Legislativo
§ 3º A Ciptea terá validade de 5 (cinco) anos, devendo ser man- nº 186, de 9 de julho de 2008 , em conformidade com o procedi-
tidos atualizados os dados cadastrais do identificado, e deverá ser mento previsto no § 3º do art. 5º da Constituição da República Fe-
revalidada com o mesmo número, de modo a permitir a contagem derativa do Brasil , em vigor para o Brasil, no plano jurídico externo,
das pessoas com transtorno do espectro autista em todo o territó- desde 31 de agosto de 2008, e promulgados pelo Decreto nº 6.949,
rio nacional.    (Incluído pela Lei nº 13.977, de 2020) de 25 de agosto de 2009 , data de início de sua vigência no plano
§ 4º Até que seja implementado o disposto no caput deste ar- interno.
tigo, os órgãos responsáveis pela execução da Política Nacional de Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem
Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autis- impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual
ta deverão trabalhar em conjunto com os respectivos responsáveis ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode
pela emissão de documentos de identificação, para que sejam in- obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade
cluídas as necessárias informações sobre o transtorno do espectro de condições com as demais pessoas.
autista no Registro Geral (RG) ou, se estrangeiro, na Carteira de Re- § 1º A avaliação da deficiência, quando necessária, será biopsi-
gistro Nacional Migratório (CRNM) ou na Cédula de Identidade de cossocial, realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar e
Estrangeiro (CIE), válidos em todo o território nacional.            (In- considerará: (Vigência) (Vide Decreto nº 11.063, de 2022)
cluído pela Lei nº 13.977, de 2020) I - os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo;
Art. 4º A pessoa com transtorno do espectro autista não será II - os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais;
submetida a tratamento desumano ou degradante, não será priva- III - a limitação no desempenho de atividades; e
da de sua liberdade ou do convívio familiar nem sofrerá discrimina- IV - a restrição de participação.
ção por motivo da deficiência. § 2º O Poder Executivo criará instrumentos para avaliação da
Parágrafo único. Nos casos de necessidade de internação médi- deficiência.   (Vide Lei nº 13.846, de 2019) (Vide Lei nº 14.126, de
ca em unidades especializadas, observar-se-á o que dispõe o art. 4º 2021)
da Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001. Art. 3º Para fins de aplicação desta Lei, consideram-se:
Art. 5º A pessoa com transtorno do espectro autista não será I - acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para uti-
impedida de participar de planos privados de assistência à saúde lização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equi-
em razão de sua condição de pessoa com deficiência, conforme dis- pamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comuni-
põe o art. 14 da Lei nº 9.656, de 3 de junho de 1998. cação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros
Art. 6º (VETADO). serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou priva-
Art. 7º O gestor escolar, ou autoridade competente, que re- dos de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa
cusar a matrícula de aluno com transtorno do espectro autista, ou com deficiência ou com mobilidade reduzida;
qualquer outro tipo de deficiência, será punido com multa de 3 II - desenho universal: concepção de produtos, ambientes, pro-
(três) a 20 (vinte) salários-mínimos. gramas e serviços a serem usados por todas as pessoas, sem neces-
§ 1º Em caso de reincidência, apurada por processo administra- sidade de adaptação ou de projeto específico, incluindo os recursos
tivo, assegurado o contraditório e a ampla defesa, haverá a perda de tecnologia assistiva;
do cargo. III - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipa-
§ 2º (VETADO). mentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas
Art. 8º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. e serviços que objetivem promover a funcionalidade, relacionada à
Brasília, 27 de dezembro de 2012; 191º da Independência e
124º da República.
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LEGISLAÇÃO

atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com mobili- X - residências inclusivas: unidades de oferta do Serviço de Aco-
dade reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade lhimento do Sistema Único de Assistência Social (Suas) localizadas
de vida e inclusão social; em áreas residenciais da comunidade, com estruturas adequadas,
IV - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou compor- que possam contar com apoio psicossocial para o atendimento das
tamento que limite ou impeça a participação social da pessoa, bem necessidades da pessoa acolhida, destinadas a jovens e adultos
como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à acessibilida- com deficiência, em situação de dependência, que não dispõem de
de, à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao condições de autossustentabilidade e com vínculos familiares fragi-
acesso à informação, à compreensão, à circulação com segurança, lizados ou rompidos;
entre outros, classificadas em: XI - moradia para a vida independente da pessoa com defici-
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos espaços ência: moradia com estruturas adequadas capazes de proporcionar
públicos e privados abertos ao público ou de uso coletivo; serviços de apoio coletivos e individualizados que respeitem e am-
b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios públicos pliem o grau de autonomia de jovens e adultos com deficiência;
e privados; XII - atendente pessoal: pessoa, membro ou não da família,
c) barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas e meios que, com ou sem remuneração, assiste ou presta cuidados básicos
de transportes; e essenciais à pessoa com deficiência no exercício de suas ativida-
d) barreiras nas comunicações e na informação: qualquer des diárias, excluídas as técnicas ou os procedimentos identificados
entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que dificulte ou com profissões legalmente estabelecidas;
impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens e de XIII - profissional de apoio escolar: pessoa que exerce ativida-
informações por intermédio de sistemas de comunicação e de tec- des de alimentação, higiene e locomoção do estudante com defi-
nologia da informação; ciência e atua em todas as atividades escolares nas quais se fizer
e) barreiras atitudinais: atitudes ou comportamentos que im- necessária, em todos os níveis e modalidades de ensino, em insti-
peçam ou prejudiquem a participação social da pessoa com defici- tuições públicas e privadas, excluídas as técnicas ou os procedimen-
ência em igualdade de condições e oportunidades com as demais tos identificados com profissões legalmente estabelecidas;
pessoas; XIV - acompanhante: aquele que acompanha a pessoa com de-
f) barreiras tecnológicas: as que dificultam ou impedem o aces- ficiência, podendo ou não desempenhar as funções de atendente
so da pessoa com deficiência às tecnologias; pessoal.
V - comunicação: forma de interação dos cidadãos que abran-
ge, entre outras opções, as línguas, inclusive a Língua Brasileira de CAPÍTULO II
Sinais (Libras), a visualização de textos, o Braille, o sistema de sina- DA IGUALDADE E DA NÃO DISCRIMINAÇÃO
lização ou de comunicação tátil, os caracteres ampliados, os dispo-
sitivos multimídia, assim como a linguagem simples, escrita e oral, Art. 4º Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de
os sistemas auditivos e os meios de voz digitalizados e os modos, oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma es-
meios e formatos aumentativos e alternativos de comunicação, in- pécie de discriminação.
cluindo as tecnologias da informação e das comunicações; § 1º Considera-se discriminação em razão da deficiência toda
VI - adaptações razoáveis: adaptações, modificações e ajustes forma de distinção, restrição ou exclusão, por ação ou omissão, que
necessários e adequados que não acarretem ônus desproporcional tenha o propósito ou o efeito de prejudicar, impedir ou anular o
e indevido, quando requeridos em cada caso, a fim de assegurar reconhecimento ou o exercício dos direitos e das liberdades funda-
que a pessoa com deficiência possa gozar ou exercer, em igualdade mentais de pessoa com deficiência, incluindo a recusa de adapta-
de condições e oportunidades com as demais pessoas, todos os di- ções razoáveis e de fornecimento de tecnologias assistivas.
reitos e liberdades fundamentais; § 2º A pessoa com deficiência não está obrigada à fruição de
VII - elemento de urbanização: quaisquer componentes de benefícios decorrentes de ação afirmativa.
obras de urbanização, tais como os referentes a pavimentação, sa- Art. 5º A pessoa com deficiência será protegida de toda forma
neamento, encanamento para esgotos, distribuição de energia elé- de negligência, discriminação, exploração, violência, tortura, cruel-
trica e de gás, iluminação pública, serviços de comunicação, abaste- dade, opressão e tratamento desumano ou degradante.
cimento e distribuição de água, paisagismo e os que materializam Parágrafo único. Para os fins da proteção mencionada
as indicações do planejamento urbanístico; no caput deste artigo, são considerados especialmente vulneráveis
VIII - mobiliário urbano: conjunto de objetos existentes nas vias a criança, o adolescente, a mulher e o idoso, com deficiência.
e nos espaços públicos, superpostos ou adicionados aos elemen- Art. 6º A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pes-
tos de urbanização ou de edificação, de forma que sua modifica- soa, inclusive para:
ção ou seu traslado não provoque alterações substanciais nesses I - casar-se e constituir união estável;
elementos, tais como semáforos, postes de sinalização e similares, II - exercer direitos sexuais e reprodutivos;
terminais e pontos de acesso coletivo às telecomunicações, fontes III - exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de
de água, lixeiras, toldos, marquises, bancos, quiosques e quaisquer ter acesso a informações adequadas sobre reprodução e planeja-
outros de natureza análoga; mento familiar;
IX - pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha, por IV - conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização
qualquer motivo, dificuldade de movimentação, permanente ou compulsória;
temporária, gerando redução efetiva da mobilidade, da flexibilida- V - exercer o direito à família e à convivência familiar e comu-
de, da coordenação motora ou da percepção, incluindo idoso, ges- nitária; e
tante, lactante, pessoa com criança de colo e obeso;

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LEGISLAÇÃO

VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, Parágrafo único. Em situações de risco, emergência ou estado
como adotante ou adotando, em igualdade de oportunidades com de calamidade pública, a pessoa com deficiência será considerada
as demais pessoas. vulnerável, devendo o poder público adotar medidas para sua pro-
Art. 7º É dever de todos comunicar à autoridade competente teção e segurança.
qualquer forma de ameaça ou de violação aos direitos da pessoa Art. 11. A pessoa com deficiência não poderá ser obrigada a
com deficiência. se submeter a intervenção clínica ou cirúrgica, a tratamento ou a
Parágrafo único. Se, no exercício de suas funções, os juízes e os institucionalização forçada.
tribunais tiverem conhecimento de fatos que caracterizem as viola- Parágrafo único. O consentimento da pessoa com deficiência
ções previstas nesta Lei, devem remeter peças ao Ministério Público em situação de curatela poderá ser suprido, na forma da lei.
para as providências cabíveis. Art. 12. O consentimento prévio, livre e esclarecido da pessoa
Art. 8º É dever do Estado, da sociedade e da família assegurar com deficiência é indispensável para a realização de tratamento,
à pessoa com deficiência, com prioridade, a efetivação dos direitos procedimento, hospitalização e pesquisa científica.
referentes à vida, à saúde, à sexualidade, à paternidade e à materni- § 1º Em caso de pessoa com deficiência em situação de cura-
dade, à alimentação, à habitação, à educação, à profissionalização, tela, deve ser assegurada sua participação, no maior grau possível,
ao trabalho, à previdência social, à habilitação e à reabilitação, ao para a obtenção de consentimento.
transporte, à acessibilidade, à cultura, ao desporto, ao turismo, ao § 2º A pesquisa científica envolvendo pessoa com deficiência
lazer, à informação, à comunicação, aos avanços científicos e tecno- em situação de tutela ou de curatela deve ser realizada, em cará-
lógicos, à dignidade, ao respeito, à liberdade, à convivência familiar ter excepcional, apenas quando houver indícios de benefício direto
e comunitária, entre outros decorrentes da Constituição Federal, da para sua saúde ou para a saúde de outras pessoas com deficiência e
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Pro- desde que não haja outra opção de pesquisa de eficácia comparável
tocolo Facultativo e das leis e de outras normas que garantam seu com participantes não tutelados ou curatelados.
bem-estar pessoal, social e econômico. Art. 13. A pessoa com deficiência somente será atendida sem
seu consentimento prévio, livre e esclarecido em casos de risco de
SEÇÃO ÚNICA morte e de emergência em saúde, resguardado seu superior inte-
DO ATENDIMENTO PRIORITÁRIO resse e adotadas as salvaguardas legais cabíveis.

Art. 9º A pessoa com deficiência tem direito a receber atendi- CAPÍTULO II


mento prioritário, sobretudo com a finalidade de: DO DIREITO À HABILITAÇÃO E À REABILITAÇÃO
I - proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
II - atendimento em todas as instituições e serviços de atendi- Art. 14. O processo de habilitação e de reabilitação é um direito
mento ao público; da pessoa com deficiência.
III - disponibilização de recursos, tanto humanos quanto tec- Parágrafo único. O processo de habilitação e de reabilitação
nológicos, que garantam atendimento em igualdade de condições tem por objetivo o desenvolvimento de potencialidades, talentos,
com as demais pessoas; habilidades e aptidões físicas, cognitivas, sensoriais, psicossociais,
IV - disponibilização de pontos de parada, estações e terminais atitudinais, profissionais e artísticas que contribuam para a conquis-
acessíveis de transporte coletivo de passageiros e garantia de segu- ta da autonomia da pessoa com deficiência e de sua participação
rança no embarque e no desembarque; social em igualdade de condições e oportunidades com as demais
V - acesso a informações e disponibilização de recursos de co- pessoas.
municação acessíveis; Art. 15. O processo mencionado no art. 14 desta Lei baseia-se
VI - recebimento de restituição de imposto de renda; em avaliação multidisciplinar das necessidades, habilidades e po-
VII - tramitação processual e procedimentos judiciais e admi- tencialidades de cada pessoa, observadas as seguintes diretrizes:
nistrativos em que for parte ou interessada, em todos os atos e di- I - diagnóstico e intervenção precoces;
ligências. II - adoção de medidas para compensar perda ou limitação fun-
§ 1º Os direitos previstos neste artigo são extensivos ao acom- cional, buscando o desenvolvimento de aptidões;
panhante da pessoa com deficiência ou ao seu atendente pessoal, III - atuação permanente, integrada e articulada de políticas
exceto quanto ao disposto nos incisos VI e VII deste artigo. públicas que possibilitem a plena participação social da pessoa com
§ 2º Nos serviços de emergência públicos e privados, a priori- deficiência;
dade conferida por esta Lei é condicionada aos protocolos de aten- IV - oferta de rede de serviços articulados, com atuação inter-
dimento médico. setorial, nos diferentes níveis de complexidade, para atender às ne-
cessidades específicas da pessoa com deficiência;
TÍTULO II V - prestação de serviços próximo ao domicílio da pessoa com
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS deficiência, inclusive na zona rural, respeitadas a organização das
Redes de Atenção à Saúde (RAS) nos territórios locais e as normas
CAPÍTULO I do Sistema Único de Saúde (SUS).
DO DIREITO À VIDA Art. 16. Nos programas e serviços de habilitação e de reabilita-
ção para a pessoa com deficiência, são garantidos:
Art. 10. Compete ao poder público garantir a dignidade da pes- I - organização, serviços, métodos, técnicas e recursos para
soa com deficiência ao longo de toda a vida. atender às características de cada pessoa com deficiência;
II - acessibilidade em todos os ambientes e serviços;

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LEGISLAÇÃO

III - tecnologia assistiva, tecnologia de reabilitação, materiais e XI - oferta de órteses, próteses, meios auxiliares de locomoção,
equipamentos adequados e apoio técnico profissional, de acordo medicamentos, insumos e fórmulas nutricionais, conforme as nor-
com as especificidades de cada pessoa com deficiência; mas vigentes do Ministério da Saúde.
IV - capacitação continuada de todos os profissionais que parti- § 5º As diretrizes deste artigo aplicam-se também às institui-
cipem dos programas e serviços. ções privadas que participem de forma complementar do SUS ou
Art. 17. Os serviços do SUS e do Suas deverão promover ações que recebam recursos públicos para sua manutenção.
articuladas para garantir à pessoa com deficiência e sua família a Art. 19. Compete ao SUS desenvolver ações destinadas à pre-
aquisição de informações, orientações e formas de acesso às polí- venção de deficiências por causas evitáveis, inclusive por meio de:
ticas públicas disponíveis, com a finalidade de propiciar sua plena I - acompanhamento da gravidez, do parto e do puerpério, com
participação social. garantia de parto humanizado e seguro;
Parágrafo único. Os serviços de que trata o caput deste artigo II - promoção de práticas alimentares adequadas e saudáveis,
podem fornecer informações e orientações nas áreas de saúde, de vigilância alimentar e nutricional, prevenção e cuidado integral
educação, de cultura, de esporte, de lazer, de transporte, de previ- dos agravos relacionados à alimentação e nutrição da mulher e da
dência social, de assistência social, de habitação, de trabalho, de criança;
empreendedorismo, de acesso ao crédito, de promoção, proteção III - aprimoramento e expansão dos programas de imunização
e defesa de direitos e nas demais áreas que possibilitem à pessoa e de triagem neonatal;
com deficiência exercer sua cidadania. IV - identificação e controle da gestante de alto risco.
V - aprimoramento do atendimento neonatal, com a oferta de
CAPÍTULO III ações e serviços de prevenção de danos cerebrais e sequelas neuro-
DO DIREITO À SAÚDE lógicas em recém-nascidos, inclusive por telessaúde.(Incluído pela
Lei nº 14.510, de 2022)
Art. 18. É assegurada atenção integral à saúde da pessoa com Art. 20. As operadoras de planos e seguros privados de saúde
deficiência em todos os níveis de complexidade, por intermédio do são obrigadas a garantir à pessoa com deficiência, no mínimo, todos
SUS, garantido acesso universal e igualitário. os serviços e produtos ofertados aos demais clientes.
§ 1º É assegurada a participação da pessoa com deficiência na Art. 21. Quando esgotados os meios de atenção à saúde da
elaboração das políticas de saúde a ela destinadas. pessoa com deficiência no local de residência, será prestado atendi-
§ 2º É assegurado atendimento segundo normas éticas e téc- mento fora de domicílio, para fins de diagnóstico e de tratamento,
nicas, que regulamentarão a atuação dos profissionais de saúde e garantidos o transporte e a acomodação da pessoa com deficiência
contemplarão aspectos relacionados aos direitos e às especificida- e de seu acompanhante.
des da pessoa com deficiência, incluindo temas como sua dignidade Art. 22. À pessoa com deficiência internada ou em observação
e autonomia. é assegurado o direito a acompanhante ou a atendente pessoal, de-
§ 3º Aos profissionais que prestam assistência à pessoa com vendo o órgão ou a instituição de saúde proporcionar condições
deficiência, especialmente em serviços de habilitação e de reabilita- adequadas para sua permanência em tempo integral.
ção, deve ser garantida capacitação inicial e continuada. § 1º Na impossibilidade de permanência do acompanhante
§ 4º As ações e os serviços de saúde pública destinados à pes- ou do atendente pessoal junto à pessoa com deficiência, cabe ao
soa com deficiência devem assegurar: profissional de saúde responsável pelo tratamento justificá-la por
I - diagnóstico e intervenção precoces, realizados por equipe escrito.
multidisciplinar; § 2º Na ocorrência da impossibilidade prevista no § 1º deste ar-
II - serviços de habilitação e de reabilitação sempre que neces- tigo, o órgão ou a instituição de saúde deve adotar as providências
sários, para qualquer tipo de deficiência, inclusive para a manuten- cabíveis para suprir a ausência do acompanhante ou do atendente
ção da melhor condição de saúde e qualidade de vida; pessoal.
III - atendimento domiciliar multidisciplinar, tratamento ambu- Art. 23. São vedadas todas as formas de discriminação contra a
latorial e internação; pessoa com deficiência, inclusive por meio de cobrança de valores
IV - campanhas de vacinação; diferenciados por planos e seguros privados de saúde, em razão de
V - atendimento psicológico, inclusive para seus familiares e sua condição.
atendentes pessoais; Art. 24. É assegurado à pessoa com deficiência o acesso aos
VI - respeito à especificidade, à identidade de gênero e à orien- serviços de saúde, tanto públicos como privados, e às informações
tação sexual da pessoa com deficiência; prestadas e recebidas, por meio de recursos de tecnologia assistiva
VII - atenção sexual e reprodutiva, incluindo o direito à fertili- e de todas as formas de comunicação previstas no inciso V do art.
zação assistida; 3º desta Lei.
VIII - informação adequada e acessível à pessoa com deficiência Art. 25. Os espaços dos serviços de saúde, tanto públicos quan-
e a seus familiares sobre sua condição de saúde; to privados, devem assegurar o acesso da pessoa com deficiência,
IX - serviços projetados para prevenir a ocorrência e o desen- em conformidade com a legislação em vigor, mediante a remoção
volvimento de deficiências e agravos adicionais; de barreiras, por meio de projetos arquitetônico, de ambientação
X - promoção de estratégias de capacitação permanente das de interior e de comunicação que atendam às especificidades das
equipes que atuam no SUS, em todos os níveis de atenção, no aten- pessoas com deficiência física, sensorial, intelectual e mental.
dimento à pessoa com deficiência, bem como orientação a seus
atendentes pessoais;

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LEGISLAÇÃO

Art. 26. Os casos de suspeita ou de confirmação de violência XI - formação e disponibilização de professores para o atendi-
praticada contra a pessoa com deficiência serão objeto de notifi- mento educacional especializado, de tradutores e intérpretes da
cação compulsória pelos serviços de saúde públicos e privados à Libras, de guias intérpretes e de profissionais de apoio;
autoridade policial e ao Ministério Público, além dos Conselhos dos XII - oferta de ensino da Libras, do Sistema Braille e de uso de
Direitos da Pessoa com Deficiência. recursos de tecnologia assistiva, de forma a ampliar habilidades
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, considera-se violên- funcionais dos estudantes, promovendo sua autonomia e partici-
cia contra a pessoa com deficiência qualquer ação ou omissão, pra- pação;
ticada em local público ou privado, que lhe cause morte ou dano ou XIII - acesso à educação superior e à educação profissional e
sofrimento físico ou psicológico. tecnológica em igualdade de oportunidades e condições com as de-
mais pessoas;
CAPÍTULO IV XIV - inclusão em conteúdos curriculares, em cursos de nível
DO DIREITO À EDUCAÇÃO superior e de educação profissional técnica e tecnológica, de temas
relacionados à pessoa com deficiência nos respectivos campos de
Art. 27. A educação constitui direito da pessoa com deficiên- conhecimento;
cia, assegurados sistema educacional inclusivo em todos os níveis XV - acesso da pessoa com deficiência, em igualdade de con-
e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máxi- dições, a jogos e a atividades recreativas, esportivas e de lazer, no
mo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sistema escolar;
sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, inte- XVI - acessibilidade para todos os estudantes, trabalhadores da
resses e necessidades de aprendizagem. educação e demais integrantes da comunidade escolar às edifica-
Parágrafo único. É dever do Estado, da família, da comunidade ções, aos ambientes e às atividades concernentes a todas as moda-
escolar e da sociedade assegurar educação de qualidade à pessoa lidades, etapas e níveis de ensino;
com deficiência, colocando-a a salvo de toda forma de violência, XVII - oferta de profissionais de apoio escolar;
negligência e discriminação. XVIII - articulação intersetorial na implementação de políticas
Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver, públicas.
implementar, incentivar, acompanhar e avaliar: § 1º Às instituições privadas, de qualquer nível e modalidade
I - sistema educacional inclusivo em todos os níveis e modalida- de ensino, aplica-se obrigatoriamente o disposto nos incisos I, II, III,
des, bem como o aprendizado ao longo de toda a vida; V, VII, VIII, IX, X, XI, XII, XIII, XIV, XV, XVI, XVII e XVIII do caput deste
II - aprimoramento dos sistemas educacionais, visando a ga- artigo, sendo vedada a cobrança de valores adicionais de qualquer
rantir condições de acesso, permanência, participação e aprendiza- natureza em suas mensalidades, anuidades e matrículas no cumpri-
gem, por meio da oferta de serviços e de recursos de acessibilidade mento dessas determinações.
que eliminem as barreiras e promovam a inclusão plena; § 2º Na disponibilização de tradutores e intérpretes da Libras
III - projeto pedagógico que institucionalize o atendimento a que se refere o inciso XI do caput deste artigo, deve-se observar
educacional especializado, assim como os demais serviços e adap- o seguinte:
tações razoáveis, para atender às características dos estudantes I - os tradutores e intérpretes da Libras atuantes na educação
com deficiência e garantir o seu pleno acesso ao currículo em con- básica devem, no mínimo, possuir ensino médio completo e certifi-
dições de igualdade, promovendo a conquista e o exercício de sua cado de proficiência na Libras;    (Vigência)
autonomia; II - os tradutores e intérpretes da Libras, quando direcionados
IV - oferta de educação bilíngue, em Libras como primeira lín- à tarefa de interpretar nas salas de aula dos cursos de graduação e
gua e na modalidade escrita da língua portuguesa como segunda pós-graduação, devem possuir nível superior, com habilitação, prio-
língua, em escolas e classes bilíngues e em escolas inclusivas; ritariamente, em Tradução e Interpretação em Libras.    (Vigência)
V - adoção de medidas individualizadas e coletivas em ambien- Art. 29. (VETADO).
tes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social dos es- Art. 30. Nos processos seletivos para ingresso e permanência
tudantes com deficiência, favorecendo o acesso, a permanência, a nos cursos oferecidos pelas instituições de ensino superior e de
participação e a aprendizagem em instituições de ensino; educação profissional e tecnológica, públicas e privadas, devem ser
VI - pesquisas voltadas para o desenvolvimento de novos méto- adotadas as seguintes medidas:
dos e técnicas pedagógicas, de materiais didáticos, de equipamen- I - atendimento preferencial à pessoa com deficiência nas de-
tos e de recursos de tecnologia assistiva; pendências das Instituições de Ensino Superior (IES) e nos serviços;
VII - planejamento de estudo de caso, de elaboração de plano II - disponibilização de formulário de inscrição de exames com
de atendimento educacional especializado, de organização de re- campos específicos para que o candidato com deficiência informe
cursos e serviços de acessibilidade e de disponibilização e usabilida- os recursos de acessibilidade e de tecnologia assistiva necessários
de pedagógica de recursos de tecnologia assistiva; para sua participação;
VIII - participação dos estudantes com deficiência e de suas fa- III - disponibilização de provas em formatos acessíveis para
mílias nas diversas instâncias de atuação da comunidade escolar; atendimento às necessidades específicas do candidato com defici-
IX - adoção de medidas de apoio que favoreçam o desenvolvi- ência;
mento dos aspectos linguísticos, culturais, vocacionais e profissio- IV - disponibilização de recursos de acessibilidade e de tecnolo-
nais, levando-se em conta o talento, a criatividade, as habilidades e gia assistiva adequados, previamente solicitados e escolhidos pelo
os interesses do estudante com deficiência; candidato com deficiência;
X - adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos programas
de formação inicial e continuada de professores e oferta de forma-
ção continuada para o atendimento educacional especializado;
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V - dilação de tempo, conforme demanda apresentada pelo CAPÍTULO VI


candidato com deficiência, tanto na realização de exame para sele- DO DIREITO AO TRABALHO
ção quanto nas atividades acadêmicas, mediante prévia solicitação
e comprovação da necessidade; SEÇÃO I
VI - adoção de critérios de avaliação das provas escritas, dis- DISPOSIÇÕES GERAIS
cursivas ou de redação que considerem a singularidade linguística
da pessoa com deficiência, no domínio da modalidade escrita da Art. 34. A pessoa com deficiência tem direito ao trabalho de
língua portuguesa; sua livre escolha e aceitação, em ambiente acessível e inclusivo, em
VII - tradução completa do edital e de suas retificações em Li- igualdade de oportunidades com as demais pessoas.
bras. § 1º As pessoas jurídicas de direito público, privado ou de qual-
quer natureza são obrigadas a garantir ambientes de trabalho aces-
CAPÍTULO V síveis e inclusivos.
DO DIREITO À MORADIA § 2º A pessoa com deficiência tem direito, em igualdade de
oportunidades com as demais pessoas, a condições justas e favorá-
Art. 31. A pessoa com deficiência tem direito à moradia digna, veis de trabalho, incluindo igual remuneração por trabalho de igual
no seio da família natural ou substituta, com seu cônjuge ou com- valor.
panheiro ou desacompanhada, ou em moradia para a vida indepen- § 3º É vedada restrição ao trabalho da pessoa com deficiência
dente da pessoa com deficiência, ou, ainda, em residência inclusiva. e qualquer discriminação em razão de sua condição, inclusive nas
§ 1º O poder público adotará programas e ações estratégicas etapas de recrutamento, seleção, contratação, admissão, exames
para apoiar a criação e a manutenção de moradia para a vida inde- admissional e periódico, permanência no emprego, ascensão pro-
pendente da pessoa com deficiência. fissional e reabilitação profissional, bem como exigência de aptidão
§ 2º A proteção integral na modalidade de residência inclusi- plena.
va será prestada no âmbito do Suas à pessoa com deficiência em § 4º A pessoa com deficiência tem direito à participação e ao
situação de dependência que não disponha de condições de autos- acesso a cursos, treinamentos, educação continuada, planos de car-
sustentabilidade, com vínculos familiares fragilizados ou rompidos. reira, promoções, bonificações e incentivos profissionais oferecidos
Art. 32. Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados pelo empregador, em igualdade de oportunidades com os demais
com recursos públicos, a pessoa com deficiência ou o seu responsá- empregados.
vel goza de prioridade na aquisição de imóvel para moradia própria, § 5º É garantida aos trabalhadores com deficiência acessibilida-
observado o seguinte: de em cursos de formação e de capacitação.
I - reserva de, no mínimo, 3% (três por cento) das unidades Art. 35. É finalidade primordial das políticas públicas de traba-
habitacionais para pessoa com deficiência; lho e emprego promover e garantir condições de acesso e de per-
II - (VETADO); manência da pessoa com deficiência no campo de trabalho.
III - em caso de edificação multifamiliar, garantia de acessibili- Parágrafo único. Os programas de estímulo ao empreendedo-
dade nas áreas de uso comum e nas unidades habitacionais no piso rismo e ao trabalho autônomo, incluídos o cooperativismo e o asso-
térreo e de acessibilidade ou de adaptação razoável nos demais pi- ciativismo, devem prever a participação da pessoa com deficiência
sos; e a disponibilização de linhas de crédito, quando necessárias.
IV - disponibilização de equipamentos urbanos comunitários
acessíveis; SEÇÃO II
V - elaboração de especificações técnicas no projeto que per- DA HABILITAÇÃO PROFISSIONAL E REABILITAÇÃO
mitam a instalação de elevadores. PROFISSIONAL
§ 1º O direito à prioridade, previsto no caput deste artigo, será
reconhecido à pessoa com deficiência beneficiária apenas uma vez. Art. 36. O poder público deve implementar serviços e progra-
§ 2º Nos programas habitacionais públicos, os critérios de fi- mas completos de habilitação profissional e de reabilitação profis-
nanciamento devem ser compatíveis com os rendimentos da pes- sional para que a pessoa com deficiência possa ingressar, continuar
soa com deficiência ou de sua família. ou retornar ao campo do trabalho, respeitados sua livre escolha,
§ 3º Caso não haja pessoa com deficiência interessada nas sua vocação e seu interesse.
unidades habitacionais reservadas por força do disposto no inciso I § 1º Equipe multidisciplinar indicará, com base em critérios
do caput deste artigo, as unidades não utilizadas serão disponibili- previstos no § 1º do art. 2º desta Lei, programa de habilitação ou de
zadas às demais pessoas. reabilitação que possibilite à pessoa com deficiência restaurar sua
Art. 33. Ao poder público compete: capacidade e habilidade profissional ou adquirir novas capacidades
I - adotar as providências necessárias para o cumprimento do e habilidades de trabalho.
disposto nos arts. 31 e 32 desta Lei; e § 2º A habilitação profissional corresponde ao processo des-
II - divulgar, para os agentes interessados e beneficiários, a polí- tinado a propiciar à pessoa com deficiência aquisição de conheci-
tica habitacional prevista nas legislações federal, estaduais, distrital mentos, habilidades e aptidões para exercício de profissão ou de
e municipais, com ênfase nos dispositivos sobre acessibilidade. ocupação, permitindo nível suficiente de desenvolvimento profis-
sional para ingresso no campo de trabalho.
§ 3º Os serviços de habilitação profissional, de reabilitação pro-
fissional e de educação profissional devem ser dotados de recursos
necessários para atender a toda pessoa com deficiência, indepen-

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dentemente de sua característica específica, a fim de que ela possa de renda, da acolhida, da habilitação e da reabilitação, do desen-
ser capacitada para trabalho que lhe seja adequado e ter perspecti- volvimento da autonomia e da convivência familiar e comunitária,
vas de obtê-lo, de conservá-lo e de nele progredir. para a promoção do acesso a direitos e da plena participação social.
§ 4º Os serviços de habilitação profissional, de reabilitação pro- § 1º A assistência social à pessoa com deficiência, nos termos
fissional e de educação profissional deverão ser oferecidos em am- do caput deste artigo, deve envolver conjunto articulado de serviços
bientes acessíveis e inclusivos. do âmbito da Proteção Social Básica e da Proteção Social Especial,
§ 5º A habilitação profissional e a reabilitação profissional de- ofertados pelo Suas, para a garantia de seguranças fundamentais
vem ocorrer articuladas com as redes públicas e privadas, espe- no enfrentamento de situações de vulnerabilidade e de risco, por
cialmente de saúde, de ensino e de assistência social, em todos os fragilização de vínculos e ameaça ou violação de direitos.
níveis e modalidades, em entidades de formação profissional ou § 2º Os serviços socioassistenciais destinados à pessoa com
diretamente com o empregador. deficiência em situação de dependência deverão contar com cui-
§ 6º A habilitação profissional pode ocorrer em empresas por dadores sociais para prestar-lhe cuidados básicos e instrumentais.
meio de prévia formalização do contrato de emprego da pessoa Art. 40. É assegurado à pessoa com deficiência que não possua
com deficiência, que será considerada para o cumprimento da re- meios para prover sua subsistência nem de tê-la provida por sua
serva de vagas prevista em lei, desde que por tempo determinado e família o benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos
concomitante com a inclusão profissional na empresa, observado o da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993 .
disposto em regulamento.
§ 7º A habilitação profissional e a reabilitação profissional aten- CAPÍTULO VIII
derão à pessoa com deficiência. DO DIREITO À PREVIDÊNCIA SOCIAL

SEÇÃO III Art. 41. A pessoa com deficiência segurada do Regime Geral de
DA INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO TRABALHO Previdência Social (RGPS) tem direito à aposentadoria nos termos
da Lei Complementar nº 142, de 8 de maio de 2013 .
Art. 37. Constitui modo de inclusão da pessoa com deficiência
no trabalho a colocação competitiva, em igualdade de oportunida- CAPÍTULO IX
des com as demais pessoas, nos termos da legislação trabalhista DO DIREITO À CULTURA, AO ESPORTE, AO TURISMO E AO
e previdenciária, na qual devem ser atendidas as regras de aces- LAZER
sibilidade, o fornecimento de recursos de tecnologia assistiva e a
adaptação razoável no ambiente de trabalho. Art. 42. A pessoa com deficiência tem direito à cultura, ao es-
Parágrafo único. A colocação competitiva da pessoa com defi- porte, ao turismo e ao lazer em igualdade de oportunidades com as
ciência pode ocorrer por meio de trabalho com apoio, observadas demais pessoas, sendo-lhe garantido o acesso:
as seguintes diretrizes: I - a bens culturais em formato acessível;
I - prioridade no atendimento à pessoa com deficiência com II - a programas de televisão, cinema, teatro e outras atividades
maior dificuldade de inserção no campo de trabalho; culturais e desportivas em formato acessível; e
II - provisão de suportes individualizados que atendam a neces- III - a monumentos e locais de importância cultural e a espaços
sidades específicas da pessoa com deficiência, inclusive a disponi- que ofereçam serviços ou eventos culturais e esportivos.
bilização de recursos de tecnologia assistiva, de agente facilitador e § 1º É vedada a recusa de oferta de obra intelectual em for-
de apoio no ambiente de trabalho; mato acessível à pessoa com deficiência, sob qualquer argumento,
III - respeito ao perfil vocacional e ao interesse da pessoa com inclusive sob a alegação de proteção dos direitos de propriedade
deficiência apoiada; intelectual.
IV - oferta de aconselhamento e de apoio aos empregadores, § 2º O poder público deve adotar soluções destinadas à elimi-
com vistas à definição de estratégias de inclusão e de superação de nação, à redução ou à superação de barreiras para a promoção do
barreiras, inclusive atitudinais; acesso a todo patrimônio cultural, observadas as normas de acessi-
V - realização de avaliações periódicas; bilidade, ambientais e de proteção do patrimônio histórico e artís-
VI - articulação intersetorial das políticas públicas; tico nacional.
VII - possibilidade de participação de organizações da socieda- Art. 43. O poder público deve promover a participação da pes-
de civil. soa com deficiência em atividades artísticas, intelectuais, culturais,
Art. 38. A entidade contratada para a realização de processo esportivas e recreativas, com vistas ao seu protagonismo, devendo:
seletivo público ou privado para cargo, função ou emprego está I - incentivar a provisão de instrução, de treinamento e de re-
obrigada à observância do disposto nesta Lei e em outras normas cursos adequados, em igualdade de oportunidades com as demais
de acessibilidade vigentes. pessoas;
II - assegurar acessibilidade nos locais de eventos e nos serviços
CAPÍTULO VII prestados por pessoa ou entidade envolvida na organização das ati-
DO DIREITO À ASSISTÊNCIA SOCIAL vidades de que trata este artigo; e
III - assegurar a participação da pessoa com deficiência em jo-
Art. 39. Os serviços, os programas, os projetos e os benefícios gos e atividades recreativas, esportivas, de lazer, culturais e artísti-
no âmbito da política pública de assistência social à pessoa com de- cas, inclusive no sistema escolar, em igualdade de condições com as
ficiência e sua família têm como objetivo a garantia da segurança demais pessoas.

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Art. 44. Nos teatros, cinemas, auditórios, estádios, ginásios de § 3º Para colocação do símbolo internacional de acesso nos
esporte, locais de espetáculos e de conferências e similares, serão veículos, as empresas de transporte coletivo de passageiros depen-
reservados espaços livres e assentos para a pessoa com deficiência, dem da certificação de acessibilidade emitida pelo gestor público
de acordo com a capacidade de lotação da edificação, observado o responsável pela prestação do serviço.
disposto em regulamento. Art. 47. Em todas as áreas de estacionamento aberto ao pú-
§ 1º Os espaços e assentos a que se refere este artigo devem blico, de uso público ou privado de uso coletivo e em vias públicas,
ser distribuídos pelo recinto em locais diversos, de boa visibilidade, devem ser reservadas vagas próximas aos acessos de circulação de
em todos os setores, próximos aos corredores, devidamente sina- pedestres, devidamente sinalizadas, para veículos que transportem
lizados, evitando-se áreas segregadas de público e obstrução das pessoa com deficiência com comprometimento de mobilidade, des-
saídas, em conformidade com as normas de acessibilidade. de que devidamente identificados.
§ 2º No caso de não haver comprovada procura pelos assen- § 1º As vagas a que se refere o caput deste artigo devem equi-
tos reservados, esses podem, excepcionalmente, ser ocupados por valer a 2% (dois por cento) do total, garantida, no mínimo, 1 (uma)
pessoas sem deficiência ou que não tenham mobilidade reduzida, vaga devidamente sinalizada e com as especificações de desenho
observado o disposto em regulamento. e traçado de acordo com as normas técnicas vigentes de acessibi-
§ 3º Os espaços e assentos a que se refere este artigo devem lidade.
situar-se em locais que garantam a acomodação de, no mínimo, 1 § 2º Os veículos estacionados nas vagas reservadas devem exi-
(um) acompanhante da pessoa com deficiência ou com mobilidade bir, em local de ampla visibilidade, a credencial de beneficiário, a
reduzida, resguardado o direito de se acomodar proximamente a ser confeccionada e fornecida pelos órgãos de trânsito, que discipli-
grupo familiar e comunitário. narão suas características e condições de uso.
§ 4º Nos locais referidos no  caput  deste artigo, deve haver, § 3º A utilização indevida das vagas de que trata este artigo
obrigatoriamente, rotas de fuga e saídas de emergência acessíveis, sujeita os infratores às sanções previstas no inciso XVII do art. 181
conforme padrões das normas de acessibilidade, a fim de permitir a da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito
saída segura da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzi- Brasileiro) .
da, em caso de emergência. § 3º A utilização indevida das vagas de que trata este artigo
§ 5º Todos os espaços das edificações previstas no caput deste sujeita os infratores às sanções previstas no inciso XX do art. 181 da
artigo devem atender às normas de acessibilidade em vigor. Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Bra-
§ 6º As salas de cinema devem oferecer, em todas as sessões, sileiro) .    (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
recursos de acessibilidade para a pessoa com deficiência. (Vigência) § 4º A credencial a que se refere o § 2º deste artigo é vinculada
§ 7º O valor do ingresso da pessoa com deficiência não poderá à pessoa com deficiência que possui comprometimento de mobili-
ser superior ao valor cobrado das demais pessoas. dade e é válida em todo o território nacional.
Art. 45. Os hotéis, pousadas e similares devem ser constru- Art. 48. Os veículos de transporte coletivo terrestre, aquaviário
ídos observando-se os princípios do desenho universal, além de e aéreo, as instalações, as estações, os portos e os terminais em
adotar todos os meios de acessibilidade, conforme legislação em operação no País devem ser acessíveis, de forma a garantir o seu
vigor.  (Vigência)  (Reglamento) uso por todas as pessoas.
§ 1º Os estabelecimentos já existentes deverão disponibilizar, § 1º Os veículos e as estruturas de que trata o caput deste arti-
pelo menos, 10% (dez por cento) de seus dormitórios acessíveis, go devem dispor de sistema de comunicação acessível que disponi-
garantida, no mínimo, 1 (uma) unidade acessível. bilize informações sobre todos os pontos do itinerário.
§ 2º Os dormitórios mencionados no § 1º deste artigo deverão § 2º São asseguradas à pessoa com deficiência prioridade e se-
ser localizados em rotas acessíveis. gurança nos procedimentos de embarque e de desembarque nos
veículos de transporte coletivo, de acordo com as normas técnicas.
CAPÍTULO X § 3º Para colocação do símbolo internacional de acesso nos
DO DIREITO AO TRANSPORTE E À MOBILIDADE veículos, as empresas de transporte coletivo de passageiros depen-
dem da certificação de acessibilidade emitida pelo gestor público
Art. 46. O direito ao transporte e à mobilidade da pessoa com responsável pela prestação do serviço.
deficiência ou com mobilidade reduzida será assegurado em igual- Art. 49. As empresas de transporte de fretamento e de turismo,
dade de oportunidades com as demais pessoas, por meio de iden- na renovação de suas frotas, são obrigadas ao cumprimento do dis-
tificação e de eliminação de todos os obstáculos e barreiras ao seu posto nos arts. 46 e 48 desta Lei.   (Vigência)
acesso. Art. 50. O poder público incentivará a fabricação de veículos
§ 1º Para fins de acessibilidade aos serviços de transporte cole- acessíveis e a sua utilização como táxis e vans , de forma a garantir
tivo terrestre, aquaviário e aéreo, em todas as jurisdições, conside- o seu uso por todas as pessoas.
ram-se como integrantes desses serviços os veículos, os terminais, Art. 51. As frotas de empresas de táxi devem reservar 10%
as estações, os pontos de parada, o sistema viário e a prestação do (dez por cento) de seus veículos acessíveis à pessoa com deficiên-
serviço. cia.   (Vide Decreto nº 9.762, de 2019) (Vigência)
§ 2º São sujeitas ao cumprimento das disposições desta Lei, § 1º É proibida a cobrança diferenciada de tarifas ou de valores
sempre que houver interação com a matéria nela regulada, a ou- adicionais pelo serviço de táxi prestado à pessoa com deficiência.
torga, a concessão, a permissão, a autorização, a renovação ou a § 2º O poder público é autorizado a instituir incentivos fiscais
habilitação de linhas e de serviços de transporte coletivo. com vistas a possibilitar a acessibilidade dos veículos a que se refere
o caput deste artigo.

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Art. 52. As locadoras de veículos são obrigadas a oferecer 1 § 1º As entidades de fiscalização profissional das atividades de
(um) veículo adaptado para uso de pessoa com deficiência, a cada Engenharia, de Arquitetura e correlatas, ao anotarem a responsabi-
conjunto de 20 (vinte) veículos de sua frota.  (Vide Decreto nº 9.762, lidade técnica de projetos, devem exigir a responsabilidade profis-
de 2019) (Vigência) sional declarada de atendimento às regras de acessibilidade previs-
Parágrafo único. O veículo adaptado deverá ter, no mínimo, tas em legislação e em normas técnicas pertinentes.
câmbio automático, direção hidráulica, vidros elétricos e comandos § 2º Para a aprovação, o licenciamento ou a emissão de certi-
manuais de freio e de embreagem. ficado de projeto executivo arquitetônico, urbanístico e de instala-
ções e equipamentos temporários ou permanentes e para o licen-
TÍTULO III ciamento ou a emissão de certificado de conclusão de obra ou de
DA ACESSIBILIDADE serviço, deve ser atestado o atendimento às regras de acessibilida-
de.
CAPÍTULO I § 3º O poder público, após certificar a acessibilidade de edifi-
DISPOSIÇÕES GERAIS cação ou de serviço, determinará a colocação, em espaços ou em
locais de ampla visibilidade, do símbolo internacional de acesso, na
Art. 53. A acessibilidade é direito que garante à pessoa com de- forma prevista em legislação e em normas técnicas correlatas.
ficiência ou com mobilidade reduzida viver de forma independente Art. 57. As edificações públicas e privadas de uso coletivo já
e exercer seus direitos de cidadania e de participação social. existentes devem garantir acessibilidade à pessoa com deficiência
Art. 54. São sujeitas ao cumprimento das disposições desta Lei em todas as suas dependências e serviços, tendo como referência
e de outras normas relativas à acessibilidade, sempre que houver as normas de acessibilidade vigentes.
interação com a matéria nela regulada: Art. 58. O projeto e a construção de edificação de uso privado
I - a aprovação de projeto arquitetônico e urbanístico ou de multifamiliar devem atender aos preceitos de acessibilidade, na for-
comunicação e informação, a fabricação de veículos de transporte ma regulamentar.  (Regulamento)
coletivo, a prestação do respectivo serviço e a execução de qual- § 1º As construtoras e incorporadoras responsáveis pelo proje-
quer tipo de obra, quando tenham destinação pública ou coletiva; to e pela construção das edificações a que se refere o caput deste
II - a outorga ou a renovação de concessão, permissão, autori- artigo devem assegurar percentual mínimo de suas unidades inter-
zação ou habilitação de qualquer natureza; namente acessíveis, na forma regulamentar.
III - a aprovação de financiamento de projeto com utilização § 2º É vedada a cobrança de valores adicionais para a aquisição
de recursos públicos, por meio de renúncia ou de incentivo fiscal, de unidades internamente acessíveis a que se refere o § 1º deste
contrato, convênio ou instrumento congênere; e artigo.
IV - a concessão de aval da União para obtenção de empréstimo Art. 59. Em qualquer intervenção nas vias e nos espaços públi-
e de financiamento internacionais por entes públicos ou privados. cos, o poder público e as empresas concessionárias responsáveis
Art. 55. A concepção e a implantação de projetos que tratem pela execução das obras e dos serviços devem garantir, de forma
do meio físico, de transporte, de informação e comunicação, inclu- segura, a fluidez do trânsito e a livre circulação e acessibilidade das
sive de sistemas e tecnologias da informação e comunicação, e de pessoas, durante e após sua execução.
outros serviços, equipamentos e instalações abertos ao público, de Art. 60. Orientam-se, no que couber, pelas regras de acessibi-
uso público ou privado de uso coletivo, tanto na zona urbana como lidade previstas em legislação e em normas técnicas, observado o
na rural, devem atender aos princípios do desenho universal, tendo disposto na Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000 , nº 10.257,
como referência as normas de acessibilidade. de 10 de julho de 2001 , e nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012 :
§ 1º O desenho universal será sempre tomado como regra de I - os planos diretores municipais, os planos diretores de trans-
caráter geral. porte e trânsito, os planos de mobilidade urbana e os planos de
§ 2º Nas hipóteses em que comprovadamente o desenho uni- preservação de sítios históricos elaborados ou atualizados a partir
versal não possa ser empreendido, deve ser adotada adaptação ra- da publicação desta Lei;
zoável. II - os códigos de obras, os códigos de postura, as leis de uso e
§ 3º Caberá ao poder público promover a inclusão de conteú- ocupação do solo e as leis do sistema viário;
dos temáticos referentes ao desenho universal nas diretrizes curri- III - os estudos prévios de impacto de vizinhança;
culares da educação profissional e tecnológica e do ensino superior IV - as atividades de fiscalização e a imposição de sanções; e
e na formação das carreiras de Estado. V - a legislação referente à prevenção contra incêndio e pânico.
§ 4º Os programas, os projetos e as linhas de pesquisa a serem § 1º A concessão e a renovação de alvará de funcionamento
desenvolvidos com o apoio de organismos públicos de auxílio à pes- para qualquer atividade são condicionadas à observação e à certifi-
quisa e de agências de fomento deverão incluir temas voltados para cação das regras de acessibilidade.
o desenho universal. § 2º A emissão de carta de habite-se ou de habilitação equiva-
§ 5º Desde a etapa de concepção, as políticas públicas deverão lente e sua renovação, quando esta tiver sido emitida anteriormen-
considerar a adoção do desenho universal. te às exigências de acessibilidade, é condicionada à observação e à
Art. 56. A construção, a reforma, a ampliação ou a mudança de certificação das regras de acessibilidade.
uso de edificações abertas ao público, de uso público ou privadas Art. 61. A formulação, a implementação e a manutenção das
de uso coletivo deverão ser executadas de modo a serem acessíveis. ações de acessibilidade atenderão às seguintes premissas básicas:
I - eleição de prioridades, elaboração de cronograma e reserva
de recursos para implementação das ações; e
II - planejamento contínuo e articulado entre os setores envol-
vidos.
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Art. 62. É assegurado à pessoa com deficiência, mediante solici- Art. 69. O poder público deve assegurar a disponibilidade de
tação, o recebimento de contas, boletos, recibos, extratos e cobran- informações corretas e claras sobre os diferentes produtos e servi-
ças de tributos em formato acessível. ços ofertados, por quaisquer meios de comunicação empregados,
inclusive em ambiente virtual, contendo a especificação correta de
CAPÍTULO II quantidade, qualidade, características, composição e preço, bem
DO ACESSO À INFORMAÇÃO E À COMUNICAÇÃO como sobre os eventuais riscos à saúde e à segurança do consu-
midor com deficiência, em caso de sua utilização, aplicando-se, no
Art. 63. É obrigatória a acessibilidade nos sítios da internet que couber, os arts. 30 a 41 da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de
mantidos por empresas com sede ou representação comercial no 1990 .
País ou por órgãos de governo, para uso da pessoa com deficiên- § 1º Os canais de comercialização virtual e os anúncios publi-
cia, garantindo-lhe acesso às informações disponíveis, conforme as citários veiculados na imprensa escrita, na internet, no rádio, na
melhores práticas e diretrizes de acessibilidade adotadas interna- televisão e nos demais veículos de comunicação abertos ou por
cionalmente. assinatura devem disponibilizar, conforme a compatibilidade do
§ 1º Os sítios devem conter símbolo de acessibilidade em des- meio, os recursos de acessibilidade de que trata o art. 67 desta Lei,
taque. a expensas do fornecedor do produto ou do serviço, sem prejuízo
§ 2º Telecentros comunitários que receberem recursos públi- da observância do disposto nos arts. 36 a 38 da Lei nº 8.078, de 11
cos federais para seu custeio ou sua instalação e lan houses devem de setembro de 1990 .
possuir equipamentos e instalações acessíveis. § 2º Os fornecedores devem disponibilizar, mediante solicita-
§ 3º Os telecentros e as  lan houses  de que trata o § 2º des- ção, exemplares de bulas, prospectos, textos ou qualquer outro tipo
te artigo devem garantir, no mínimo, 10% (dez por cento) de seus de material de divulgação em formato acessível.
computadores com recursos de acessibilidade para pessoa com de- Art. 70. As instituições promotoras de congressos, seminários,
ficiência visual, sendo assegurado pelo menos 1 (um) equipamento, oficinas e demais eventos de natureza científico-cultural devem
quando o resultado percentual for inferior a 1 (um). oferecer à pessoa com deficiência, no mínimo, os recursos de tec-
Art. 64. A acessibilidade nos sítios da internet de que trata o nologia assistiva previstos no art. 67 desta Lei.
art. 63 desta Lei deve ser observada para obtenção do financiamen- Art. 71. Os congressos, os seminários, as oficinas e os demais
to de que trata o inciso III do art. 54 desta Lei. eventos de natureza científico-cultural promovidos ou financiados
Art. 65. As empresas prestadoras de serviços de telecomunica- pelo poder público devem garantir as condições de acessibilidade e
ções deverão garantir pleno acesso à pessoa com deficiência, con- os recursos de tecnologia assistiva.
forme regulamentação específica. Art. 72. Os programas, as linhas de pesquisa e os projetos a
Art. 66. Cabe ao poder público incentivar a oferta de apare- serem desenvolvidos com o apoio de agências de financiamento
lhos de telefonia fixa e móvel celular com acessibilidade que, entre e de órgãos e entidades integrantes da administração pública que
outras tecnologias assistivas, possuam possibilidade de indicação e atuem no auxílio à pesquisa devem contemplar temas voltados à
de ampliação sonoras de todas as operações e funções disponíveis. tecnologia assistiva.
Art. 67. Os serviços de radiodifusão de sons e imagens devem Art. 73. Caberá ao poder público, diretamente ou em parceria
permitir o uso dos seguintes recursos, entre outros: com organizações da sociedade civil, promover a capacitação de
I - subtitulação por meio de legenda oculta; tradutores e intérpretes da Libras, de guias intérpretes e de profis-
II - janela com intérprete da Libras; sionais habilitados em Braille, audiodescrição, estenotipia e legen-
III - audiodescrição. dagem.
Art. 68. O poder público deve adotar mecanismos de incentivo
à produção, à edição, à difusão, à distribuição e à comercialização CAPÍTULO III
de livros em formatos acessíveis, inclusive em publicações da admi- DA TECNOLOGIA ASSISTIVA
nistração pública ou financiadas com recursos públicos, com vistas
a garantir à pessoa com deficiência o direito de acesso à leitura, à Art. 74. É garantido à pessoa com deficiência acesso a produ-
informação e à comunicação. tos, recursos, estratégias, práticas, processos, métodos e serviços
§ 1º Nos editais de compras de livros, inclusive para o abas- de tecnologia assistiva que maximizem sua autonomia, mobilidade
tecimento ou a atualização de acervos de bibliotecas em todos os pessoal e qualidade de vida.
níveis e modalidades de educação e de bibliotecas públicas, o po- Art. 75. O poder público desenvolverá plano específico de me-
der público deverá adotar cláusulas de impedimento à participação didas, a ser renovado em cada período de 4 (quatro) anos, com a
de editoras que não ofertem sua produção também em formatos finalidade de:(Regulamento)
acessíveis. I - facilitar o acesso a crédito especializado, inclusive com oferta
§ 2º Consideram-se formatos acessíveis os arquivos digitais de linhas de crédito subsidiadas, específicas para aquisição de tec-
que possam ser reconhecidos e acessados por  softwares  leitores nologia assistiva;
de telas ou outras tecnologias assistivas que vierem a substituí-los, II - agilizar, simplificar e priorizar procedimentos de importação
permitindo leitura com voz sintetizada, ampliação de caracteres, di- de tecnologia assistiva, especialmente as questões atinentes a pro-
ferentes contrastes e impressão em Braille. cedimentos alfandegários e sanitários;
§ 3º O poder público deve estimular e apoiar a adaptação e a III - criar mecanismos de fomento à pesquisa e à produção na-
produção de artigos científicos em formato acessível, inclusive em cional de tecnologia assistiva, inclusive por meio de concessão de
Libras. linhas de crédito subsidiado e de parcerias com institutos de pes-
quisa oficiais;

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IV - eliminar ou reduzir a tributação da cadeia produtiva e de § 2º A acessibilidade e as tecnologias assistiva e social devem
importação de tecnologia assistiva; ser fomentadas mediante a criação de cursos de pós-graduação, a
V - facilitar e agilizar o processo de inclusão de novos recursos formação de recursos humanos e a inclusão do tema nas diretrizes
de tecnologia assistiva no rol de produtos distribuídos no âmbito do de áreas do conhecimento.
SUS e por outros órgãos governamentais. § 3º Deve ser fomentada a capacitação tecnológica de institui-
Parágrafo único. Para fazer cumprir o disposto neste artigo, os ções públicas e privadas para o desenvolvimento de tecnologias as-
procedimentos constantes do plano específico de medidas deverão sistiva e social que sejam voltadas para melhoria da funcionalidade
ser avaliados, pelo menos, a cada 2 (dois) anos. e da participação social da pessoa com deficiência.
§ 4º As medidas previstas neste artigo devem ser reavaliadas
CAPÍTULO IV periodicamente pelo poder público, com vistas ao seu aperfeiçoa-
DO DIREITO À PARTICIPAÇÃO NA VIDA PÚBLICA E POLÍTICA mento.
Art. 78. Devem ser estimulados a pesquisa, o desenvolvimen-
Art. 76. O poder público deve garantir à pessoa com deficiência to, a inovação e a difusão de tecnologias voltadas para ampliar o
todos os direitos políticos e a oportunidade de exercê-los em igual- acesso da pessoa com deficiência às tecnologias da informação e
dade de condições com as demais pessoas. comunicação e às tecnologias sociais.
§ 1º À pessoa com deficiência será assegurado o direito de vo- Parágrafo único. Serão estimulados, em especial:
tar e de ser votada, inclusive por meio das seguintes ações: I - o emprego de tecnologias da informação e comunicação
I - garantia de que os procedimentos, as instalações, os mate- como instrumento de superação de limitações funcionais e de bar-
riais e os equipamentos para votação sejam apropriados, acessíveis reiras à comunicação, à informação, à educação e ao entretenimen-
a todas as pessoas e de fácil compreensão e uso, sendo vedada a to da pessoa com deficiência;
instalação de seções eleitorais exclusivas para a pessoa com defici- II - a adoção de soluções e a difusão de normas que visem a am-
ência; pliar a acessibilidade da pessoa com deficiência à computação e aos
II - incentivo à pessoa com deficiência a candidatar-se e a de- sítios da internet, em especial aos serviços de governo eletrônico.
sempenhar quaisquer funções públicas em todos os níveis de go-
verno, inclusive por meio do uso de novas tecnologias assistivas,
quando apropriado; LIVRO II
III - garantia de que os pronunciamentos oficiais, a propaganda PARTE ESPECIAL
eleitoral obrigatória e os debates transmitidos pelas emissoras de
televisão possuam, pelo menos, os recursos elencados no art. 67 TÍTULO I
desta Lei; DO ACESSO À JUSTIÇA
IV - garantia do livre exercício do direito ao voto e, para tan-
to, sempre que necessário e a seu pedido, permissão para que a CAPÍTULO I
pessoa com deficiência seja auxiliada na votação por pessoa de sua DISPOSIÇÕES GERAIS
escolha.
§ 2º O poder público promoverá a participação da pessoa com Art. 79. O poder público deve assegurar o acesso da pessoa
deficiência, inclusive quando institucionalizada, na condução das com deficiência à justiça, em igualdade de oportunidades com as
questões públicas, sem discriminação e em igualdade de oportuni- demais pessoas, garantindo, sempre que requeridos, adaptações e
dades, observado o seguinte: recursos de tecnologia assistiva.
I - participação em organizações não governamentais relacio- § 1º A fim de garantir a atuação da pessoa com deficiência em
nadas à vida pública e à política do País e em atividades e adminis- todo o processo judicial, o poder público deve capacitar os mem-
tração de partidos políticos; bros e os servidores que atuam no Poder Judiciário, no Ministério
II - formação de organizações para representar a pessoa com Público, na Defensoria Pública, nos órgãos de segurança pública e
deficiência em todos os níveis; no sistema penitenciário quanto aos direitos da pessoa com defici-
III - participação da pessoa com deficiência em organizações ência.
que a representem. § 2º Devem ser assegurados à pessoa com deficiência subme-
tida a medida restritiva de liberdade todos os direitos e garantias a
TÍTULO IV que fazem jus os apenados sem deficiência, garantida a acessibili-
DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA dade.
§ 3º A Defensoria Pública e o Ministério Público tomarão as
Art. 77. O poder público deve fomentar o desenvolvimento medidas necessárias à garantia dos direitos previstos nesta Lei.
científico, a pesquisa e a inovação e a capacitação tecnológicas, vol- Art. 80. Devem ser oferecidos todos os recursos de tecnologia
tados à melhoria da qualidade de vida e ao trabalho da pessoa com assistiva disponíveis para que a pessoa com deficiência tenha garan-
deficiência e sua inclusão social. tido o acesso à justiça, sempre que figure em um dos polos da ação
§ 1º O fomento pelo poder público deve priorizar a geração de ou atue como testemunha, partícipe da lide posta em juízo, advoga-
conhecimentos e técnicas que visem à prevenção e ao tratamento do, defensor público, magistrado ou membro do Ministério Público.
de deficiências e ao desenvolvimento de tecnologias assistiva e so- Parágrafo único. A pessoa com deficiência tem garantido o
cial. acesso ao conteúdo de todos os atos processuais de seu interesse,
inclusive no exercício da advocacia.
Art. 81. Os direitos da pessoa com deficiência serão garantidos
por ocasião da aplicação de sanções penais.
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Art. 82. (VETADO). I - recolhimento ou busca e apreensão dos exemplares do ma-


Art. 83. Os serviços notariais e de registro não podem negar ou terial discriminatório;
criar óbices ou condições diferenciadas à prestação de seus servi- II - interdição das respectivas mensagens ou páginas de infor-
ços em razão de deficiência do solicitante, devendo reconhecer sua mação na internet.
capacidade legal plena, garantida a acessibilidade. § 4º Na hipótese do § 2º deste artigo, constitui efeito da con-
Parágrafo único. O descumprimento do disposto no caput des- denação, após o trânsito em julgado da decisão, a destruição do
te artigo constitui discriminação em razão de deficiência. material apreendido.
Art. 89. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão,
CAPÍTULO II benefícios, remuneração ou qualquer outro rendimento de pessoa
DO RECONHECIMENTO IGUAL PERANTE A LEI com deficiência:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 84. A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se o
exercício de sua capacidade legal em igualdade de condições com crime é cometido:
as demais pessoas. I - por tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testa-
§ 1º Quando necessário, a pessoa com deficiência será subme- menteiro ou depositário judicial; ou
tida à curatela, conforme a lei. II - por aquele que se apropriou em razão de ofício ou de pro-
§ 2º É facultado à pessoa com deficiência a adoção de processo fissão.
de tomada de decisão apoiada. Art. 90. Abandonar pessoa com deficiência em hospitais, casas
§ 3º A definição de curatela de pessoa com deficiência constitui de saúde, entidades de abrigamento ou congêneres:
medida protetiva extraordinária, proporcional às necessidades e às Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa.
circunstâncias de cada caso, e durará o menor tempo possível. Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem não prover as
§ 4º Os curadores são obrigados a prestar, anualmente, contas necessidades básicas de pessoa com deficiência quando obrigado
de sua administração ao juiz, apresentando o balanço do respectivo por lei ou mandado.
ano. Art. 91. Reter ou utilizar cartão magnético, qualquer meio ele-
Art. 85. A curatela afetará tão somente os atos relacionados trônico ou documento de pessoa com deficiência destinados ao re-
aos direitos de natureza patrimonial e negocial. cebimento de benefícios, proventos, pensões ou remuneração ou à
§ 1º A definição da curatela não alcança o direito ao próprio realização de operações financeiras, com o fim de obter vantagem
corpo, à sexualidade, ao matrimônio, à privacidade, à educação, à indevida para si ou para outrem:
saúde, ao trabalho e ao voto. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
§ 2º A curatela constitui medida extraordinária, devendo cons- Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se o
tar da sentença as razões e motivações de sua definição, preserva- crime é cometido por tutor ou curador.
dos os interesses do curatelado.
§ 3º No caso de pessoa em situação de institucionalização, ao TÍTULO III
nomear curador, o juiz deve dar preferência a pessoa que tenha vín- DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
culo de natureza familiar, afetiva ou comunitária com o curatelado.
Art. 86. Para emissão de documentos oficiais, não será exigida Art. 92. É criado o Cadastro Nacional de Inclusão da Pessoa com
a situação de curatela da pessoa com deficiência. Deficiência (Cadastro-Inclusão), registro público eletrônico com a fi-
Art. 87. Em casos de relevância e urgência e a fim de proteger nalidade de coletar, processar, sistematizar e disseminar informa-
os interesses da pessoa com deficiência em situação de curatela, ções georreferenciadas que permitam a identificação e a caracte-
será lícito ao juiz, ouvido o Ministério Público, de oficio ou a reque- rização socioeconômica da pessoa com deficiência, bem como das
rimento do interessado, nomear, desde logo, curador provisório, barreiras que impedem a realização de seus direitos.
o qual estará sujeito, no que couber, às disposições do Código de § 1º O Cadastro-Inclusão será administrado pelo Poder Executi-
Processo Civil . vo federal e constituído por base de dados, instrumentos, procedi-
mentos e sistemas eletrônicos.
TÍTULO II § 2º Os dados constituintes do Cadastro-Inclusão serão obti-
DOS CRIMES E DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS dos pela integração dos sistemas de informação e da base de dados
de todas as políticas públicas relacionadas aos direitos da pessoa
Art. 88. Praticar, induzir ou incitar discriminação de pessoa em com deficiência, bem como por informações coletadas, inclusive
razão de sua deficiência: em censos nacionais e nas demais pesquisas realizadas no País, de
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. acordo com os parâmetros estabelecidos pela Convenção sobre os
§ 1º Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se a vítima encon- Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo.
trar-se sob cuidado e responsabilidade do agente. § 3º Para coleta, transmissão e sistematização de dados, é fa-
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput deste artigo é cultada a celebração de convênios, acordos, termos de parceria ou
cometido por intermédio de meios de comunicação social ou de contratos com instituições públicas e privadas, observados os requi-
publicação de qualquer natureza: sitos e procedimentos previstos em legislação específica.
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. § 4º Para assegurar a confidencialidade, a privacidade e as li-
§ 3º Na hipótese do § 2º deste artigo, o juiz poderá determinar, berdades fundamentais da pessoa com deficiência e os princípios
ouvido o Ministério Público ou a pedido deste, ainda antes do in- éticos que regem a utilização de informações, devem ser observa-
quérito policial, sob pena de desobediência: das as salvaguardas estabelecidas em lei.

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§ 5º Os dados do Cadastro-Inclusão somente poderão ser utili- ...........................................................................................


zados para as seguintes finalidades: § 8º Para o aprendiz com deficiência com 18 (dezoito) anos ou
I - formulação, gestão, monitoramento e avaliação das políticas mais, a validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação
públicas para a pessoa com deficiência e para identificar as barrei- na CTPS e matrícula e frequência em programa de aprendizagem
ras que impedem a realização de seus direitos; desenvolvido sob orientação de entidade qualificada em formação
II - realização de estudos e pesquisas. técnico-profissional metódica.” (NR)
§ 6º As informações a que se refere este artigo devem ser dis- “Art. 433. ..................................................................
seminadas em formatos acessíveis. ...........................................................................................
Art. 93. Na realização de inspeções e de auditorias pelos órgãos I - desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz, salvo
de controle interno e externo, deve ser observado o cumprimen- para o aprendiz com deficiência quando desprovido de recursos de
to da legislação relativa à pessoa com deficiência e das normas de acessibilidade, de tecnologias assistivas e de apoio necessário ao
acessibilidade vigentes. desempenho de suas atividades;
Art. 94. Terá direito a auxílio-inclusão, nos termos da lei, a pes- ..................................................................................” (NR)
soa com deficiência moderada ou grave que: Art. 98. A  Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989 , passa a
I - receba o benefício de prestação continuada previsto no art. vigorar com as seguintes alterações:
20 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993 , e que passe a exer- “Art. 3º As medidas judiciais destinadas à proteção de interes-
cer atividade remunerada que a enquadre como segurado obriga- ses coletivos, difusos, individuais homogêneos e individuais indis-
tório do RGPS; poníveis da pessoa com deficiência poderão ser propostas pelo Mi-
II - tenha recebido, nos últimos 5 (cinco) anos, o benefício de nistério Público, pela Defensoria Pública, pela União, pelos Estados,
prestação continuada previsto no art. 20 da Lei nº 8.742, de 7 de pelos Municípios, pelo Distrito Federal, por associação constituída
dezembro de 1993 , e que exerça atividade remunerada que a en- há mais de 1 (um) ano, nos termos da lei civil, por autarquia, por
quadre como segurado obrigatório do RGPS. empresa pública e por fundação ou sociedade de economia mista
Art. 95. É vedado exigir o comparecimento de pessoa com de- que inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção dos in-
ficiência perante os órgãos públicos quando seu deslocamento, em teresses e a promoção de direitos da pessoa com deficiência.
razão de sua limitação funcional e de condições de acessibilidade, .................................................................................” (NR)
imponha-lhe ônus desproporcional e indevido, hipótese na qual se- “Art. 8º Constitui crime punível com reclusão de 2 (dois) a 5
rão observados os seguintes procedimentos: (cinco) anos e multa:
I - quando for de interesse do poder público, o agente promo- I - recusar, cobrar valores adicionais, suspender, procrastinar,
verá o contato necessário com a pessoa com deficiência em sua re- cancelar ou fazer cessar inscrição de aluno em estabelecimento de
sidência; ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado, em razão de
II - quando for de interesse da pessoa com deficiência, ela apre- sua deficiência;
sentará solicitação de atendimento domiciliar ou fará representar- II - obstar inscrição em concurso público ou acesso de alguém
-se por procurador constituído para essa finalidade. a qualquer cargo ou emprego público, em razão de sua deficiência;
Parágrafo único. É assegurado à pessoa com deficiência aten- III - negar ou obstar emprego, trabalho ou promoção à pessoa
dimento domiciliar pela perícia médica e social do Instituto Nacio- em razão de sua deficiência;
nal do Seguro Social (INSS), pelo serviço público de saúde ou pelo IV - recusar, retardar ou dificultar internação ou deixar de pres-
serviço privado de saúde, contratado ou conveniado, que integre o tar assistência médico-hospitalar e ambulatorial à pessoa com de-
SUS e pelas entidades da rede socioassistencial integrantes do Suas, ficiência;
quando seu deslocamento, em razão de sua limitação funcional e V - deixar de cumprir, retardar ou frustrar execução de ordem
de condições de acessibilidade, imponha-lhe ônus desproporcional judicial expedida na ação civil a que alude esta Lei;
e indevido. VI - recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis
Art. 96. O § 6º -A do art. 135 da Lei nº 4.737, de 15 de julho de à propositura da ação civil pública objeto desta Lei, quando requi-
1965 (Código Eleitoral) , passa a vigorar com a seguinte redação: sitados.
“Art. 135. ................................................................. § 1º Se o crime for praticado contra pessoa com deficiência
........................................................................................ menor de 18 (dezoito) anos, a pena é agravada em 1/3 (um terço).
§ 6º -A. Os Tribunais Regionais Eleitorais deverão, a cada elei- § 2º A pena pela adoção deliberada de critérios subjetivos para
ção, expedir instruções aos Juízes Eleitorais para orientá-los na es- indeferimento de inscrição, de aprovação e de cumprimento de
colha dos locais de votação, de maneira a garantir acessibilidade estágio probatório em concursos públicos não exclui a responsa-
para o eleitor com deficiência ou com mobilidade reduzida, inclusi- bilidade patrimonial pessoal do administrador público pelos danos
ve em seu entorno e nos sistemas de transporte que lhe dão acesso. causados.
....................................................................................” (NR) § 3º Incorre nas mesmas penas quem impede ou dificulta o in-
Art. 97. A  Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada gresso de pessoa com deficiência em planos privados de assistência
pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943 , passa a vigorar à saúde, inclusive com cobrança de valores diferenciados.
com as seguintes alterações: § 4º Se o crime for praticado em atendimento de urgência e
“Art. 428. .................................................................. emergência, a pena é agravada em 1/3 (um terço).” (NR)
........................................................................................... Art. 99. O art. 20 da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990 , pas-
§ 6º Para os fins do contrato de aprendizagem, a comprova- sa a vigorar acrescido do seguinte inciso XVIII:
ção da escolaridade de aprendiz com deficiência deve considerar, “Art. 20. ......................................................................
sobretudo, as habilidades e competências relacionadas com a pro- ..............................................................................................
fissionalização.
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XVIII - quando o trabalhador com deficiência, por prescrição, § 3º Para a reserva de cargos será considerada somente a con-
necessite adquirir órtese ou prótese para promoção de acessibili- tratação direta de pessoa com deficiência, excluído o aprendiz com
dade e de inclusão social. deficiência de que trata a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
..................................................................................” (NR) aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943.
Art. 100. A Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Código § 4º (VETADO).” (NR)
de Defesa do Consumidor) , passa a vigorar com as seguintes al- “Art. 110-A. No ato de requerimento de benefícios operacio-
terações: nalizados pelo INSS, não será exigida apresentação de termo de
“Art. 6º ....................................................................... curatela de titular ou de beneficiário com deficiência, observados
............................................................................................ os procedimentos a serem estabelecidos em regulamento.”
Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III Art. 102. O art. 2º da Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991 ,
do caput deste artigo deve ser acessível à pessoa com deficiência, passa a vigorar acrescido do seguinte § 3º :
observado o disposto em regulamento.” (NR) “Art. 2º .........................................................................
“Art. 43. ...................................................................... .............................................................................................
............................................................................................ § 3º Os incentivos criados por esta Lei somente serão conce-
§ 6º Todas as informações de que trata o  caput  deste artigo didos a projetos culturais que forem disponibilizados, sempre que
devem ser disponibilizadas em formatos acessíveis, inclusive para a tecnicamente possível, também em formato acessível à pessoa com
pessoa com deficiência, mediante solicitação do consumidor.” (NR) deficiência, observado o disposto em regulamento.” (NR)
Art. 101. A Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991 , passa a vigo- Art. 103. O art. 11 da  Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992 ,
rar com as seguintes alterações: passa a vigorar acrescido do seguinte inciso IX:
“Art. 16. ...................................................................... “Art. 11. .....................................................................
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não ............................................................................................
emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilida-
ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou defi- de previstos na legislação.” (NR)
ciência grave; Art. 104. A Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 , passa a vigo-
............................................................................................ rar com as seguintes alterações:
III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de “Art. 3º .....................................................................
21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectu- ..........................................................................................
al ou mental ou deficiência grave; § 2º ...........................................................................
.................................................................................” (NR) ..........................................................................................
“Art. 77. ..................................................................... V - produzidos ou prestados por empresas que comprovem
............................................................................................ cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com
§ 2º .............................................................................. deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam
............................................................................................ às regras de acessibilidade previstas na legislação.
II - para o filho, a pessoa a ele equiparada ou o irmão, de am- ...........................................................................................
bos os sexos, pela emancipação ou ao completar 21 (vinte e um) § 5º Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida mar-
anos de idade, salvo se for inválido ou tiver deficiência intelectual gem de preferência para:
ou mental ou deficiência grave; I - produtos manufaturados e para serviços nacionais que aten-
................................................................................... dam a normas técnicas brasileiras; e
§ 4º (VETADO). II - bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que
...................................................................................” (NR) comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para
“Art. 93. (VETADO): pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e
I - (VETADO); que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação.
II - (VETADO); ...................................................................................” (NR)
III - (VETADO); “Art. 66-A. As empresas enquadradas no inciso V do § 2º e no
IV - (VETADO); inciso II do § 5º do art. 3º desta Lei deverão cumprir, durante todo
V - (VETADO). o período de execução do contrato, a reserva de cargos prevista em
§ 1º A dispensa de pessoa com deficiência ou de beneficiário lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência
reabilitado da Previdência Social ao final de contrato por prazo de- Social, bem como as regras de acessibilidade previstas na legislação.
terminado de mais de 90 (noventa) dias e a dispensa imotivada em Parágrafo único. Cabe à administração fiscalizar o cumprimen-
contrato por prazo indeterminado somente poderão ocorrer após to dos requisitos de acessibilidade nos serviços e nos ambientes de
a contratação de outro trabalhador com deficiência ou beneficiário trabalho.”
reabilitado da Previdência Social. Art. 105. O art. 20 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993 ,
§ 2º Ao Ministério do Trabalho e Emprego incumbe estabelecer passa a vigorar com as seguintes alterações:
a sistemática de fiscalização, bem como gerar dados e estatísticas “Art. 20. ......................................................................
sobre o total de empregados e as vagas preenchidas por pessoas .............................................................................................
com deficiência e por beneficiários reabilitados da Previdência So- § 2º Para efeito de concessão do benefício de prestação conti-
cial, fornecendo-os, quando solicitados, aos sindicatos, às entida- nuada, considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impe-
des representativas dos empregados ou aos cidadãos interessados. dimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou

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sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode § 1º O material didático audiovisual utilizado em aulas teóricas
obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade dos cursos que precedem os exames previstos no art. 147 desta Lei
de condições com as demais pessoas. deve ser acessível, por meio de subtitulação com legenda oculta
............................................................................................ associada à tradução simultânea em Libras.
§ 9º Os rendimentos decorrentes de estágio supervisionado e § 2º É assegurado também ao candidato com deficiência audi-
de aprendizagem não serão computados para os fins de cálculo da tiva requerer, no ato de sua inscrição, os serviços de intérprete da
renda familiar per capita a que se refere o § 3º deste artigo. Libras, para acompanhamento em aulas práticas e teóricas.”
............................................................................................. “Art. 154. (VETADO).”
§ 11. Para concessão do benefício de que trata o caput deste “Art. 181. ...................................................................
artigo, poderão ser utilizados outros elementos probatórios da con- ..........................................................................................
dição de miserabilidade do grupo familiar e da situação de vulnera- XVII - .........................................................................
bilidade, conforme regulamento.” (NR) Infração - grave;
Art. 106. (VETADO). .................................................................................” (NR)
Art. 107. A Lei nº 9.029, de 13 de abril de 1995 , passa a vigorar Art. 110. O inciso VI e o § 1º do art. 56 da Lei nº 9.615, de 24 de
com as seguintes alterações: março de 1998 , passam a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 1º É proibida a adoção de qualquer prática discriminató- “Art. 56. ....................................................................
ria e limitativa para efeito de acesso à relação de trabalho, ou de ...........................................................................................
sua manutenção, por motivo de sexo, origem, raça, cor, estado civil, VI - 2,7% (dois inteiros e sete décimos por cento) da arrecada-
situação familiar, deficiência, reabilitação profissional, idade, entre ção bruta dos concursos de prognósticos e loterias federais e simila-
outros, ressalvadas, nesse caso, as hipóteses de proteção à criança res cuja realização estiver sujeita a autorização federal, deduzindo-
e ao adolescente previstas no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição -se esse valor do montante destinado aos prêmios;
Federal. ” (NR) .............................................................................................
“Art. 3º Sem prejuízo do prescrito no art. 2º desta Lei e nos dis- § 1º Do total de recursos financeiros resultantes do percentual
positivos legais que tipificam os crimes resultantes de preconceito de que trata o inciso VI do caput , 62,96% (sessenta e dois inteiros
de etnia, raça, cor ou deficiência, as infrações ao disposto nesta Lei e noventa e seis centésimos por cento) serão destinados ao Comitê
são passíveis das seguintes cominações: Olímpico Brasileiro (COB) e 37,04% (trinta e sete inteiros e quatro
..................................................................................” (NR) centésimos por cento) ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), de-
“Art. 4º ........................................................................ vendo ser observado, em ambos os casos, o conjunto de normas
I - a reintegração com ressarcimento integral de todo o perío- aplicáveis à celebração de convênios pela União.
do de afastamento, mediante pagamento das remunerações devi- ..................................................................................” (NR)
das, corrigidas monetariamente e acrescidas de juros legais; Art. 111. O art. 1º da  Lei nº 10.048, de 8 de novembro de
....................................................................................” (NR) 2000 , passa a vigorar com a seguinte redação:
Art. 108. O art. 35 da Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995 , “Art. 1º As pessoas com deficiência, os idosos com idade igual
passa a vigorar acrescido do seguinte § 5º : ou superior a 60 (sessenta) anos, as gestantes, as lactantes, as pes-
“Art. 35. ...................................................................... soas com crianças de colo e os obesos terão atendimento prioritá-
............................................................................................. rio, nos termos desta Lei.” (NR)
§ 5º Sem prejuízo do disposto no inciso IX do parágrafo único Art. 112. A Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000 , passa a
do art. 3º da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003 , a pessoa vigorar com as seguintes alterações:
com deficiência, ou o contribuinte que tenha dependente nessa “Art. 2º .......................................................................
condição, tem preferência na restituição referida no inciso III do art. I - acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para
4º e na alínea “c” do inciso II do art. 8º .” (NR) utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários,
Art. 109. A Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e
Trânsito Brasileiro) , passa a vigorar com as seguintes alterações: comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de
“Art. 2º ........................................................... outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou
Parágrafo único. Para os efeitos deste Código, são conside- privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por
radas vias terrestres as praias abertas à circulação pública, as vias pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida;
internas pertencentes aos condomínios constituídos por unidades II - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou compor-
autônomas e as vias e áreas de estacionamento de estabelecimen- tamento que limite ou impeça a participação social da pessoa, bem
tos privados de uso coletivo.” (NR) como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à acessibilida-
“Art. 86-A. As vagas de estacionamento regulamentado de que de, à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao
trata o inciso XVII do art. 181 desta Lei deverão ser sinalizadas com acesso à informação, à compreensão, à circulação com segurança,
as respectivas placas indicativas de destinação e com placas infor- entre outros, classificadas em:
mando os dados sobre a infração por estacionamento indevido.” a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos espaços
“Art. 147-A. Ao candidato com deficiência auditiva é assegura- públicos e privados abertos ao público ou de uso coletivo;
da acessibilidade de comunicação, mediante emprego de tecnolo- b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios públicos
gias assistivas ou de ajudas técnicas em todas as etapas do processo e privados;
de habilitação. c) barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas e meios
de transportes;

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d) barreiras nas comunicações e na informação: qualquer “Art. 9º ........................................................................


entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que dificulte ou Parágrafo único. Os semáforos para pedestres instalados em
impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens e de vias públicas de grande circulação, ou que deem acesso aos servi-
informações por intermédio de sistemas de comunicação e de tec- ços de reabilitação, devem obrigatoriamente estar equipados com
nologia da informação; mecanismo que emita sinal sonoro suave para orientação do pe-
III - pessoa com deficiência: aquela que tem impedimento de destre.” (NR)
longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o “Art. 10-A. A instalação de qualquer mobiliário urbano em
qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua área de circulação comum para pedestre que ofereça risco de aci-
participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condi- dente à pessoa com deficiência deverá ser indicada mediante sina-
ções com as demais pessoas; lização tátil de alerta no piso, de acordo com as normas técnicas
IV - pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha, por pertinentes.”
qualquer motivo, dificuldade de movimentação, permanente ou “Art. 12-A. Os centros comerciais e os estabelecimentos con-
temporária, gerando redução efetiva da mobilidade, da flexibilida- gêneres devem fornecer carros e cadeiras de rodas, motorizados ou
de, da coordenação motora ou da percepção, incluindo idoso, ges- não, para o atendimento da pessoa com deficiência ou com mobi-
tante, lactante, pessoa com criança de colo e obeso; lidade reduzida.”
V - acompanhante: aquele que acompanha a pessoa com de- Art. 113. A Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001 (Estatuto da
ficiência, podendo ou não desempenhar as funções de atendente Cidade) , passa a vigorar com as seguintes alterações:
pessoal; “Art. 3º ......................................................................
VI - elemento de urbanização: quaisquer componentes de ............................................................................................
obras de urbanização, tais como os referentes a pavimentação, sa- III - promover, por iniciativa própria e em conjunto com os Es-
neamento, encanamento para esgotos, distribuição de energia elé- tados, o Distrito Federal e os Municípios, programas de construção
trica e de gás, iluminação pública, serviços de comunicação, abaste- de moradias e melhoria das condições habitacionais, de saneamen-
cimento e distribuição de água, paisagismo e os que materializam to básico, das calçadas, dos passeios públicos, do mobiliário urbano
as indicações do planejamento urbanístico; e dos demais espaços de uso público;
VII - mobiliário urbano: conjunto de objetos existentes nas vias IV - instituir diretrizes para desenvolvimento urbano, inclusi-
e nos espaços públicos, superpostos ou adicionados aos elemen- ve habitação, saneamento básico, transporte e mobilidade urbana,
tos de urbanização ou de edificação, de forma que sua modifica- que incluam regras de acessibilidade aos locais de uso público;
ção ou seu traslado não provoque alterações substanciais nesses .................................................................................” (NR)
elementos, tais como semáforos, postes de sinalização e similares, “Art. 41. ....................................................................
terminais e pontos de acesso coletivo às telecomunicações, fontes ...........................................................................................
de água, lixeiras, toldos, marquises, bancos, quiosques e quaisquer § 3º As cidades de que trata o caput deste artigo devem ela-
outros de natureza análoga; borar plano de rotas acessíveis, compatível com o plano diretor no
VIII - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipa- qual está inserido, que disponha sobre os passeios públicos a serem
mentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas implantados ou reformados pelo poder público, com vistas a ga-
e serviços que objetivem promover a funcionalidade, relacionada à rantir acessibilidade da pessoa com deficiência ou com mobilidade
atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com mobili- reduzida a todas as rotas e vias existentes, inclusive as que concen-
dade reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade trem os focos geradores de maior circulação de pedestres, como
de vida e inclusão social; os órgãos públicos e os locais de prestação de serviços públicos e
IX - comunicação: forma de interação dos cidadãos que abran- privados de saúde, educação, assistência social, esporte, cultura,
ge, entre outras opções, as línguas, inclusive a Língua Brasileira de correios e telégrafos, bancos, entre outros, sempre que possível de
Sinais (Libras), a visualização de textos, o Braille, o sistema de sina- maneira integrada com os sistemas de transporte coletivo de pas-
lização ou de comunicação tátil, os caracteres ampliados, os dispo- sageiros.” (NR)
sitivos multimídia, assim como a linguagem simples, escrita e oral, Art. 114. A  Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código
os sistemas auditivos e os meios de voz digitalizados e os modos, Civil) , passa a vigorar com as seguintes alterações:
meios e formatos aumentativos e alternativos de comunicação, in- “Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmen-
cluindo as tecnologias da informação e das comunicações; te os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos.
X - desenho universal: concepção de produtos, ambientes, pro- I - (Revogado);
gramas e serviços a serem usados por todas as pessoas, sem neces- II - (Revogado);
sidade de adaptação ou de projeto específico, incluindo os recursos III - (Revogado).” (NR)
de tecnologia assistiva.” (NR) “Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à manei-
“Art. 3º O planejamento e a urbanização das vias públicas, dos ra de os exercer:
parques e dos demais espaços de uso público deverão ser conce- .....................................................................................
bidos e executados de forma a torná-los acessíveis para todas as II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
pessoas, inclusive para aquelas com deficiência ou com mobilidade III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não pu-
reduzida. derem exprimir sua vontade;
Parágrafo único. O passeio público, elemento obrigatório de .............................................................................................
urbanização e parte da via pública, normalmente segregado e em Parágrafo único . A capacidade dos indígenas será regulada
nível diferente, destina-se somente à circulação de pedestres e, por legislação especial.” (NR)
quando possível, à implantação de mobiliário urbano e de vegeta- “Art. 228. .....................................................................
ção.” (NR) .............................................................................................
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II - (Revogado); Art. 115. O  Título IV do Livro IV da Parte Especial da Lei nº


III - (Revogado); 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) , passa a vigorar
............................................................................................. com a seguinte redação:
§ 1º ..............................................................................
§ 2º A pessoa com deficiência poderá testemunhar em igual- “TÍTULO IV
dade de condições com as demais pessoas, sendo-lhe assegurados DA TUTELA, DA CURATELA E DA TOMADA DE DECISÃO
todos os recursos de tecnologia assistiva.” (NR) APOIADA”
“Art. 1.518 . Até a celebração do casamento podem os pais ou
tutores revogar a autorização.” (NR) Art. 116. O  Título IV do Livro IV da Parte Especial da Lei nº
“Art. 1.548. ................................................................... 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) , passa a vigorar
I - (Revogado); acrescido do seguinte Capítulo III:
....................................................................................” (NR)
“Art. 1.550. .................................................................. “CAPÍTULO III
............................................................................................. DA TOMADA DE DECISÃO APOIADA
§ 1º ..............................................................................
§ 2º A pessoa com deficiência mental ou intelectual em idade Art. 1.783-A. A tomada de decisão apoiada é o processo pelo
núbia poderá contrair matrimônio, expressando sua vontade direta- qual a pessoa com deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas
mente ou por meio de seu responsável ou curador.” (NR) idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua con-
“Art. 1.557. ................................................................ fiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da
............................................................................................ vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informações necessários
III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico ir- para que possa exercer sua capacidade.
remediável que não caracterize deficiência ou de moléstia grave e § 1º Para formular pedido de tomada de decisão apoiada, a
transmissível, por contágio ou por herança, capaz de pôr em risco a pessoa com deficiência e os apoiadores devem apresentar termo
saúde do outro cônjuge ou de sua descendência; em que constem os limites do apoio a ser oferecido e os compro-
IV - (Revogado).” (NR) missos dos apoiadores, inclusive o prazo de vigência do acordo e
“Art. 1.767. .................................................................. o respeito à vontade, aos direitos e aos interesses da pessoa que
I - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não pu- devem apoiar.
derem exprimir sua vontade; § 2º O pedido de tomada de decisão apoiada será requerido
II - (Revogado); pela pessoa a ser apoiada, com indicação expressa das pessoas ap-
III - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; tas a prestarem o apoio previsto no caput deste artigo.
IV - (Revogado); § 3º Antes de se pronunciar sobre o pedido de tomada de deci-
....................................................................................” (NR) são apoiada, o juiz, assistido por equipe multidisciplinar, após oitiva
“Art. 1.768. O processo que define os termos da curatela deve do Ministério Público, ouvirá pessoalmente o requerente e as pes-
ser promovido: soas que lhe prestarão apoio.
............................................................................................. § 4º A decisão tomada por pessoa apoiada terá validade e efei-
IV - pela própria pessoa.” (NR) tos sobre terceiros, sem restrições, desde que esteja inserida nos
“Art. 1.769 . O Ministério Público somente promoverá o pro- limites do apoio acordado.
cesso que define os termos da curatela: § 5º Terceiro com quem a pessoa apoiada mantenha relação
I - nos casos de deficiência mental ou intelectual; negocial pode solicitar que os apoiadores contra-assinem o contra-
............................................................................................ to ou acordo, especificando, por escrito, sua função em relação ao
III - se, existindo, forem menores ou incapazes as pessoas apoiado.
mencionadas no inciso II.” (NR) § 6º Em caso de negócio jurídico que possa trazer risco ou pre-
“Art. 1.771. Antes de se pronunciar acerca dos termos da cura- juízo relevante, havendo divergência de opiniões entre a pessoa
tela, o juiz, que deverá ser assistido por equipe multidisciplinar, en- apoiada e um dos apoiadores, deverá o juiz, ouvido o Ministério
trevistará pessoalmente o interditando.” (NR) Público, decidir sobre a questão.
“Art. 1.772. O juiz determinará, segundo as potencialidades da § 7º Se o apoiador agir com negligência, exercer pressão in-
pessoa, os limites da curatela, circunscritos às restrições constantes devida ou não adimplir as obrigações assumidas, poderá a pessoa
do art. 1.782, e indicará curador. apoiada ou qualquer pessoa apresentar denúncia ao Ministério Pú-
Parágrafo único. Para a escolha do curador, o juiz levará em blico ou ao juiz.
conta a vontade e as preferências do interditando, a ausência de § 8º Se procedente a denúncia, o juiz destituirá o apoiador e
conflito de interesses e de influência indevida, a proporcionalidade nomeará, ouvida a pessoa apoiada e se for de seu interesse, outra
e a adequação às circunstâncias da pessoa.” (NR) pessoa para prestação de apoio.
“Art. 1.775-A . Na nomeação de curador para a pessoa com § 9º A pessoa apoiada pode, a qualquer tempo, solicitar o tér-
deficiência, o juiz poderá estabelecer curatela compartilhada a mais mino de acordo firmado em processo de tomada de decisão apoia-
de uma pessoa.” da.
“Art. 1.777. As pessoas referidas no inciso I do art. 1.767 rece- § 10. O apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão de sua par-
berão todo o apoio necessário para ter preservado o direito à convi- ticipação do processo de tomada de decisão apoiada, sendo seu
vência familiar e comunitária, sendo evitado o seu recolhimento em desligamento condicionado à manifestação do juiz sobre a matéria.
estabelecimento que os afaste desse convívio.” (NR) § 11. Aplicam-se à tomada de decisão apoiada, no que couber,
as disposições referentes à prestação de contas na curatela.”
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Art. 117. O art. 1º da Lei nº 11.126, de 27 de junho de 2005 , II - os incisos I, II e III do art. 3º da Lei nº 10.406, de 10 de janei-
passa a vigorar com a seguinte redação: ro de 2002 (Código Civil);
“Art. 1º É assegurado à pessoa com deficiência visual acom- III - os incisos II e III do art. 228 da Lei nº 10.406, de 10 de janei-
panhada de cão-guia o direito de ingressar e de permanecer com ro de 2002 (Código Civil);
o animal em todos os meios de transporte e em estabelecimentos IV - o inciso I do art. 1.548 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de
abertos ao público, de uso público e privados de uso coletivo, desde 2002 (Código Civil);
que observadas as condições impostas por esta Lei. V - o inciso IV do art. 1.557 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro
............................................................................................. de 2002 (Código Civil);
§ 2º O disposto no caput deste artigo aplica-se a todas as mo- VI - os incisos II e IV do art. 1.767 da Lei nº 10.406, de 10 de
dalidades e jurisdições do serviço de transporte coletivo de passa- janeiro de 2002 (Código Civil);
geiros, inclusive em esfera internacional com origem no território VII - os arts. 1.776 e 1.780 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro
brasileiro.” (NR) de 2002 (Código Civil).
Art. 118. O inciso IV do art. 46 da Lei nº 11.904, de 14 de janeiro Art. 124. O § 1º do art. 2º desta Lei deverá entrar em vigor em
de 2009 , passa a vigorar acrescido da seguinte alínea “k”: até 2 (dois) anos, contados da entrada em vigor desta Lei.
“Art. 46. ...................................................................... Art. 125. Devem ser observados os prazos a seguir discrimina-
........................................................................................... dos, a partir da entrada em vigor desta Lei, para o cumprimento dos
IV - .............................................................................. seguintes dispositivos:
........................................................................................... I - incisos I e II do § 2º do art. 28 , 48 (quarenta e oito) meses;
k) de acessibilidade a todas as pessoas. II - § 6º do art. 44 , 48 (quarenta e oito) meses;
.................................................................................” (NR) II -  § 6º do art. 44, 60 (sessenta) meses;(Redação dada pela
Art. 119. A  Lei nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012 , passa a Medida Provisória nº 917, de 2019)
vigorar acrescida do seguinte art. 12-B: II - § 6º do art. 44, 60 (sessenta) meses; (Redação dada pela Lei
“Art. 12-B. Na outorga de exploração de serviço de táxi, re- nº 14.009, de 2020)
servar-se-ão 10% (dez por cento) das vagas para condutores com II - § 6º do art. 44, 84 (oitenta e quatro) meses;   (Redação dada
deficiência. pela Medida Provisória nº 1.025, de 2020)
§ 1º Para concorrer às vagas reservadas na forma do caput des- II - § 6º do art. 44, 84 (oitenta e quatro) meses;(Redação dada
te artigo, o condutor com deficiência deverá observar os seguintes pela Lei nº 14.159, de 2021)
requisitos quanto ao veículo utilizado: III - art. 45 , 24 (vinte e quatro) meses;
I - ser de sua propriedade e por ele conduzido; e IV - art. 49 , 48 (quarenta e oito) meses.
II - estar adaptado às suas necessidades, nos termos da legis- Art. 126. Prorroga-se até 31 de dezembro de 2021 a vigência
lação vigente. da Lei nº 8.989, de 24 de fevereiro de 1995 .
§ 2º No caso de não preenchimento das vagas na forma esta- Art. 127. Esta Lei entra em vigor após decorridos 180 (cento e
belecida no caput deste artigo, as remanescentes devem ser dispo- oitenta) dias de sua publicação oficial .
nibilizadas para os demais concorrentes.” Brasília, 6 de julho de 2015; 194º da Independência e 127º da
Art. 120. Cabe aos órgãos competentes, em cada esfera de go- República.
verno, a elaboração de relatórios circunstanciados sobre o cumpri-
mento dos prazos estabelecidos por força das Leis nº 10.048, de 8
de novembro de 2000 , e nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000 , QUESTÕES
bem como o seu encaminhamento ao Ministério Público e aos ór-
gãos de regulação para adoção das providências cabíveis.
1. : VUNESP - 2020 - Prefeitura de Morro Agudo - SP - Dentista
Parágrafo único. Os relatórios a que se refere o caput deste ar-
- Periodontista
tigo deverão ser apresentados no prazo de 1 (um) ano a contar da
entrada em vigor desta Lei. O lema “Saúde é direito de todos e dever do Estado” e que
Art. 121. Os direitos, os prazos e as obrigações previstos nesta transformou o Sistema Único de Saúde brasileiro em um dos maio-
Lei não excluem os já estabelecidos em outras legislações, inclusive res do mundo, foi implantado a partir da constituição de
em pactos, tratados, convenções e declarações internacionais apro- (A) 1934.
vados e promulgados pelo Congresso Nacional, e devem ser apli- (B) 1947.
cados em conformidade com as demais normas internas e acordos (C) 1967.
internacionais vinculantes sobre a matéria. (D) 1988.
Parágrafo único. Prevalecerá a norma mais benéfica à pessoa (E) 1991.
com deficiência.
Art. 122. Regulamento disporá sobre a adequação do disposto 2. VUNESP - 2019 - Prefeitura de Dois Córregos - SP - Médico
nesta Lei ao tratamento diferenciado, simplificado e favorecido a Cardiologista
ser dispensado às microempresas e às empresas de pequeno porte, Em relação aos Conselhos de Saúde, assinale a alternativa que
previsto no § 3º do art. 1º da Lei Complementar nº 123, de 14 de está de acordo com a Lei n° 8.142/90.
dezembro de 2006 . (A) A representação nos Conselhos de Saúde é paritária, e entre
Art. 123. Revogam-se os seguintes dispositivos: (Vigência) seus membros obrigatórios estão: os sindicatos de trabalhado-
I - o inciso II do § 2º do art. 1º da Lei nº 9.008, de 21 de março res, os sindicatos patronais e os usuários, mediados por repre-
de 1995 ; sentante designado da câmara de vereadores do município.
(B) Os Conselhos de Saúde são veículos de fortalecimento do
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controle social no SUS, por meio da participação efetiva da so- forma regionalizada e hierarquizada em níveis de complexida-
ciedade organizada nas políticas públicas e na administração de decrescente.
da saúde. (C) Os Estados deverão executar ações de vigilância epidemio-
(C) O Conselho de Saúde não tem autonomia administrativa e lógica e sanitária em circunstâncias especiais, como na ocor-
subordina-se à Conferência de Saúde, que é a instância cole- rência de agravos inusitados à saúde, que possam escapar do
giada, com poder deliberativo, para referendar suas decisões. controle da direção Municipal do Sistema Único de Saúde (SUS)
(D) Cabe ao Conselho de Saúde atuar na formulação e no con- ou que representem risco de disseminação nacional.
trole da execução da política de saúde, com exceção dos aspec- (D) Os serviços de saúde dos hospitais universitários e de en-
tos econômicos e financeiros. sino se integram ao Sistema Único de Saúde (SUS), mediante
(E) As atribuições do Conselho de Saúde e suas estratégias de convênio, sem preservar a sua autonomia administrativa.
atuação são, por determinação legal, direcionadas exclusiva- (E) É permitida a destinação de subvenções e auxílios a institui-
mente ao setor público. ções prestadoras de serviços de saúde com finalidade lucrativa.

3. VUNESP - 2019 - Prefeitura de Campinas - SP - Psicólogo 6. VUNESP - 2023 - Prefeitura de Palmas - TO - Guarda Metro-
Nos termos do que dispõe a Lei Federal n° 8.142/90, assinale a politano
alternativa correta. Tendo em conta as disposições legais do Estatuto do Idoso, as-
(A) O SUS contará, na esfera federal de governo, com prejuízo sinale a alternativa correta.
das funções do Poder Legislativo, com as instâncias colegiadas (A) É assegurada prioridade especial aos maiores de 80 anos,
da Conferência de Saúde e do Conselho de Saúde. atendendo suas necessidades sempre preferencialmente em
(B) A cobertura das ações e serviços de saúde, a ser implemen- relação às demais pessoas idosas.
tada pelos Municípios, Estados e Distrito Federal, destinará (B) É crime lavrar ata notarial que envolva pessoa idosa, maior
seus recursos, entre outras, à cobertura assistencial ambula- de 80 anos, sem a devida representação.
torial e hospitalar. (C) É crime deixar de cumprir a execução de ordem judicial ex-
(C) As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde terão pedida em ações em que for parte a pessoa idosa.
suas normas e sua organização de funcionamento definidas por (D) É considerada pessoa idosa aquela com idade superior a
Decreto a ser expedido pelo Ministro da Saúde e Previdência 60 anos.
Social.
(D) Os recursos do Fundo Nacional de Saúde serão alocados 7. VUNESP - 2023 - CAMPREV - SP - Assistente Social
como investimentos previstos no Plano Bianual do Ministério Os determinantes biológicos do ciclo natural de vida, expres-
da Saúde. sos em idades cronológicas, são tomados como generalizadores do
(E) Os recursos do Fundo Nacional de Saúde serão destinados modo de envelhecer. Assim é explicado o envelhecimento, indepen-
em 50% (cinquenta por cento) aos Municípios, e o restante di- dentemente das condições de existência em determinado tipo de
vidido entre os Estados e o Distrito Federal. sociedade, do modo como as pessoas idosas vivem e da dialética
da trajetória individual e social. Entretanto, a Lei nº 10.741/2003
4. VUNESP - 2023 - Câmara de Marília - SP - Procurador Jurídico traz implícita a noção de envelhecimento como processo, histórico
Assinale a alternativa que está de acordo com a Lei n° 8.080/90. e social, cujo entendimento envolve aspectos cronológicos, bioló-
(A) Caberá à União e aos Estados, com dotações próprias, fi- gicos, mas também psicológicos e sociais. Considera o envelheci-
nanciar o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena. mento como um direito personalíssimo e define um amplo elenco
(B) No âmbito do Sistema Único de Saúde, é vedada a interna- de direitos fundamentais ao/à idoso/a, inerentes à pessoa humana,
ção domiciliar.
sem prejuízo
(C) À direção municipal do Sistema de Saúde (SUS) compete
(A) de seus interesses pessoais.
gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros.
(B) dos benefícios que dispõem.
(D) A vigilância nutricional e a orientação alimentar são áreas
(C) da sua efetiva contribuição.
que não estão expressamente incluídas no campo de atuação
do Sistema Único de Saúde. (D) da sua proteção integral.
(E) Em situações epidemiológicas que caracterizem emergência (E) de sua experiência estratégica.
em saúde pública, deve ser adotado procedimento padrão para
a remessa de patrimônio genético ao exterior, sob pena de co- 8. VUNESP - 2022 - Prefeitura de Sorocaba - SP - Terapeuta Ocu-
metimento de improbidade administrativa. pacional
De acordo com o Estatuto do Idoso (Lei n⁰ 10.741, de1⁰ de ou-
5. VUNESP - 2021 - Prefeitura de Bertioga - SP - Procurador Mu- tubro de 2003),
nicipal (A) é obrigação do Município garantir à pessoa idosa a prote-
Assinale a alternativa correta, que corresponde ao que está ção à vida e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais
previsto na Lei no 8.080/90. públicas que permitam um envelhecimento saudável e em con-
(A) A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de dições de dignidade.
Saúde (SUS), em caráter complementar. (B) é dever do Estado prevenir a ameaça ou violação aos direi-
(B) As ações e os serviços de saúde, executados pelo Sistema tos do idoso.
Único de Saúde (SUS), seja diretamente ou mediante participa- (C) é obrigação da família assegurar ao idoso a efetivação do
ção complementar da iniciativa privada, serão organizados de direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura,
ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à
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dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. gistro civil competente autorização para tanto.
(D) é dever de todos zelar pela dignidade do idoso, colocando-o (D) eles devem pedir autorização expressa ao juízo competente
a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrori- pelo menos 120 dias antes do casamento.
zante, vexatório ou constrangedor. (E) o casamento apenas poderá ser realizado depois que a mãe
(E) é obrigação da sociedade assegurar à pessoa idosa a liber- e o pai de Alice emitirem autorização expressa, com firma reco-
dade, o respeito e a dignidade, como pessoa humana e sujeito nhecida em cartório.
de direitos civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na
Constituição e nas leis. 12. VUNESP - 2023 - TJ-SP - Escrevente Técnico Judiciário
De acordo com a Lei nº 13.146/15 (Estatuto da Pessoa com De-
9. VUNESP - 2016 - Prefeitura de Alumínio - SP - Procurador ficiência), a colocação competitiva da pessoa com deficiência pode
Jurídico ocorrer por meio de trabalho com apoio, constituindo diretriz dessa
A respeito da Lei Federal n° 12.764/2012, que institui a Política atividade:
Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Es- (A) igualdade no atendimento à pessoa considerada deficiente,
pectro Autista, cabe asseverar que ainda que os graus de deficiência sejam distintos.
(A) a pessoa com transtorno do espectro autista não será sub- (B) provisão de suportes individualizados que atendam a ne-
metida a tratamento desumano ou degradante, não será priva- cessidades específicas da pessoa com deficiência, excetuada a
da de sua liberdade ou do convívio familiar nem sofrerá discri- disponibilização de recursos de tecnologia assistiva.
minação por motivo da deficiência. (C) respeito ao perfil vocacional e ao interesse da pessoa com
(B) à pessoa com transtorno do espectro autista preexistente deficiência.
poderá ser negada a participação em planos privados de assis- (D) necessidade de participação de organizações da sociedade
tência à saúde, garantido, porém, o amplo e irrestrito acesso a civil.
qualquer unidade de saúde da rede pública. (E) realização de avaliação permanente.
(C) o gestor escolar, ou autoridade competente, que recusar
a matrícula de aluno com transtorno do espectro autista, ou 13. VUNESP - 2023 - TJ-SP - Escrevente Técnico Judiciário
qualquer outro tipo de deficiência, será punido com multa de 2 Considere que João é pessoa com deficiência e, acompanhado
(dois) a 20 (vinte) salários-mínimos. por sua irmã, Maria, dirigiu-se ao balcão de uma Vara Cível para
(D) a pessoa com transtorno do espectro autista, incluída nas obter informações sobre processos judiciais de que é parte. Diante
classes comuns de ensino regular, terá direito a acompanhante da situação hipotética e do disposto na Lei nº 13.146/15 (Estatuto
especializado. da Pessoa com Deficiência), é correto afirmar que
(E) para cumprimento das diretrizes da Política Nacional de (A) o Estatuto da Pessoa com Deficiência confere expressamen-
Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro te a João o direito de ser atendido de forma prioritária e fora do
Autista, o poder público poderá firmar convênio com pessoas horário regular de funcionamento da Vara.
jurídicas de direito privado, desde que de caráter associativo. (B) João e Maria deverão ter atendimento prioritário no balcão
e em qualquer serviço de atendimento ao público.
10. VUNESP - 2023 - TJ-SP - Escrevente (C) Maria, apesar de ser acompanhante de João, não terá direi-
De acordo com o Estatuto da Pessoa com Deficiência, garantir to a qualquer tipo de prioridade.
ambientes de trabalho acessíveis e inclusivos é obrigação (D) João deverá ter atendimento prioritário no atendimento no
(A) exclusiva das fundações e pessoas jurídicas de direito pú- balcão, bem como gozará de prioridade na tramitação do pro-
blico. cesso judicial.
(B) exclusiva dos órgãos públicos. (E) João não terá direito a atendimento prioritário, pois a nor-
(C) expressa apenas das pessoas de direito privado. ma não se aplica a atendimentos ao público promovidos pelo
(D) das pessoas jurídicas de direito público, privado ou de qual- Poder Judiciário.
quer natureza.
(E) exclusiva das associações e fundações. 14. VUNESP - 2023 - Prefeitura de São Bernardo do Campo - SP
- Professor I de Educação Básica
11. VUNESP - 2023 - TJ-SP - Escrevente Em uma determinada escola de ensino fundamental, após a re-
Considere que Alice tem 25 anos, é considerada uma pessoa alização de uma avaliação, um adolescente procurou sua professora
com deficiência e há cinco anos namora com Jackson, que não tem para expressar certo descontentamento. Ele não concordou com os
deficiência física, mental, intelectual ou sensorial. Eles desejam se critérios avaliativos utilizados. Indignada, ela encaminhou o aluno
casar em seis meses. Com base na situação hipotética e no disposto para a direção da escola, a fim de que ele fosse advertido, algo que,
no Estatuto da Pessoa com Deficiência, é correto afirmar que de fato, acabou ocorrendo.
(A) Jackson deve solicitar autorização para o casamento ao res- Conforme a Lei Federal n° 8.069/1990, Art. 53, é correto afir-
ponsável legal de Alice, devendo formalizar o pedido com firma mar que
reconhecida em cartório. (A) a escola errou, pois, embora o aluno tenha cometido um
(B) a deficiência não afeta a plena capacidade civil de Alice, in- erro ao questionar a professora, não havia necessidade de apli-
clusive para se casar e exercer seus direitos sexuais e reprodu- car uma advertência.
tivos. (B) o aluno cometeu um erro ao discordar da forma como havia
(C) como Jackson não é uma pessoa com deficiência, apenas sido avaliado, pois ele não tem formação acadêmica que lhe
poderá se casar com Alice depois que obter do cartório de re- permita compreender e julgar critérios de avaliação.
Editora
263
a solução para o seu concurso!
LEGISLAÇÃO

(C) a professora equivocou-se, pois é direito do aluno contestar


os critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escola-
ANOTAÇÕES
res superiores. ______________________________________________________
(D) o aluno enganou-se ao questionar a professora, pois o cor-
reto seria contar para os pais o que havia acontecido e deixar ______________________________________________________
que estes tomassem alguma providência.
(E) a professora agiu corretamente, pois ela tem sua autonomia ______________________________________________________
docente assegurada e é a autoridade competente em sala de
aula para realizar de modo inconteste sua avaliação. ______________________________________________________

______________________________________________________
15. VUNESP - 2022 - Prefeitura de Bebedouro - SP - Oficial de
Escola ______________________________________________________

Dentre os direitos fundamentais elencados nos capítulos I e II ______________________________________________________


da Lei Federal nº 8.069, de 13.07.1990, que dispõe sobre o Estatuto
da Criança e do Adolescente, encontram-se os direitos à ______________________________________________________
(A) profissionalização e à proteção no trabalho e à aposentado-
______________________________________________________
ria por tempo de contribuição.
(B) convivência familiar e comunitária, e o direito à proprieda- ______________________________________________________
de.
(C) educação, à cultura, ao esporte e ao lazer e o direito de voto ______________________________________________________
em eleições.
(D) proteção no trabalho e a adicional de insalubridade e peri- ______________________________________________________
culosidade.
(E) vida e à saúde, e à liberdade, ao respeito e à dignidade. _____________________________________________________

_____________________________________________________

______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________

______________________________________________________

1 D ______________________________________________________
2 B ______________________________________________________
3 B
______________________________________________________
4 C
5 A ______________________________________________________
6 A ______________________________________________________
7 D
______________________________________________________
8 D
9 A ______________________________________________________
10 D ______________________________________________________
11 B
______________________________________________________
12 C
13 D ______________________________________________________
14 C ______________________________________________________
15 E
______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________
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264
a solução para o seu concurso!
POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

Secretaria Municipal de Saúde (SMS)


ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE NO BRASIL: SIS- Planeja, organiza, controla, avalia e executa as ações e serviços
TEMA ÚNICO DE SAÚDE – PRINCÍPIOS E DIRETRIZES, CON- de saúde em articulação com o conselho municipal e a esfera esta-
TROLE SOCIAL. INDICADORES DE SAÚDE dual para aprovar e implantar o plano municipal de saúde.

Conselhos de Saúde
O que é o Sistema Único de Saúde (SUS)? O Conselho de Saúde, no âmbito de atuação (Nacional, Esta-
O Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos maiores e mais com- dual ou Municipal), em caráter permanente e deliberativo, órgão
plexos sistemas de saúde pública do mundo, abrangendo desde o colegiado composto por representantes do governo, prestadores
simples atendimento para avaliação da pressão arterial, por meio de serviço, profissionais de saúde e usuários, atua na formulação
da Atenção Primária, até o transplante de órgãos, garantindo aces- de estratégias e no controle da execução da política de saúde na
so integral, universal e gratuito para toda a população do país. Com instância correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e fi-
a sua criação, o SUS proporcionou o acesso universal ao sistema nanceiros, cujas decisões serão homologadas pelo chefe do poder
público de saúde, sem discriminação. A atenção integral à saúde, e legalmente constituído em cada esfera do governo.
não somente aos cuidados assistenciais, passou a ser um direito de Cabe a cada Conselho de Saúde definir o número de membros,
todos os brasileiros, desde a gestação e por toda a vida, com foco que obedecerá a seguinte composição: 50% de entidades e movi-
na saúde com qualidade de vida, visando a prevenção e a promoção mentos representativos de usuários; 25% de entidades representa-
da saúde. tivas dos trabalhadores da área de saúde e 25% de representação
A gestão das ações e dos serviços de saúde deve ser solidária e de governo e prestadores de serviços privados conveniados, ou
participativa entre os três entes da Federação: a União, os Estados sem fins lucrativos.
e os municípios. A rede que compõe o SUS é ampla e abrange tan-
to ações quanto os serviços de saúde. Engloba a atenção primária, Comissão Intergestores Tripartite (CIT)
média e alta complexidades, os serviços urgência e emergência, a Foro de negociação e pactuação entre gestores federal, esta-
atenção hospitalar, as ações e serviços das vigilâncias epidemioló- dual e municipal, quanto aos aspectos operacionais do SUS
gica, sanitária e ambiental e assistência farmacêutica.
AVANÇO: Conforme a Constituição Federal de 1988 (CF-88), a Comissão Intergestores Bipartite (CIB)
“Saúde é direito de todos e dever do Estado”. No período anterior a Foro de negociação e pactuação entre gestores estadual e mu-
CF-88, o sistema público de saúde prestava assistência apenas aos nicipais, quanto aos aspectos operacionais do SUS
trabalhadores vinculados à Previdência Social, aproximadamente
30 milhões de pessoas com acesso aos serviços hospitalares, caben- Conselho Nacional de Secretário da Saúde (Conass)
do o atendimento aos demais cidadãos às entidades filantrópicas. Entidade representativa dos entes estaduais e do Distrito Fe-
deral na CIT para tratar de matérias referentes à saúde
Estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS)
O Sistema Único de Saúde (SUS) é composto pelo Ministério da Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Co-
Saúde, Estados e Municípios, conforme determina a Constituição nasems)
Federal. Cada ente tem suas co-responsabilidades. Entidade representativa dos entes municipais na CIT para tra-
tar de matérias referentes à saúde
Ministério da Saúde
Gestor nacional do SUS, formula, normatiza, fiscaliza, monitora Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems)
e avalia políticas e ações, em articulação com o Conselho Nacio- São reconhecidos como entidades que representam os entes
nal de Saúde. Atua no âmbito da Comissão Intergestores Tripartite municipais, no âmbito estadual, para tratar de matérias referentes
(CIT) para pactuar o Plano Nacional de Saúde. Integram sua estru- à saúde, desde que vinculados institucionalmente ao Conasems, na
tura: Fiocruz, Funasa, Anvisa, ANS, Hemobrás, Inca, Into e oito hos- forma que dispuserem seus estatutos.
pitais federais.
Responsabilidades dos entes que compõem o SUS
Secretaria Estadual de Saúde (SES)
Participa da formulação das políticas e ações de saúde, pres- União
ta apoio aos municípios em articulação com o conselho estadual e A gestão federal da saúde é realizada por meio do Ministério
participa da Comissão Intergestores Bipartite (CIB) para aprovar e da Saúde. O governo federal é o principal financiador da rede públi-
implementar o plano estadual de saúde. ca de saúde. Historicamente, o Ministério da Saúde aplica metade
de todos os recursos gastos no país em saúde pública em todo o
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a solução para o seu concurso!
POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

Brasil, e estados e municípios, em geral, contribuem com a outra Saúde Previdenciária (CONASP), em 1982 a partir do qual foi imple-
metade dos recursos. O Ministério da Saúde formula políticas na- mentada a política de Ações Integradas de Saúde (AIS), em 1983.
cionais de saúde, mas não realiza as ações. Para a realização dos Essas constituíram uma estratégia de extrema importância para o
projetos, depende de seus parceiros (estados, municípios, ONGs, processo de descentralização da saúde.
fundações, empresas, etc.). Também tem a função de planejar, ela- A 8ª Conferência Nacional da Saúde, realizada em março de
birar normas, avaliar e utilizar instrumentos para o controle do SUS. 1986, considerada um marco histórico, consagra os princípios pre-
conizados pelo Movimento da Reforma Sanitária.
Estados e Distrito Federal Em 1987 é implementado o Sistema Unificado e Descentrali-
Os estados possuem secretarias específicas para a gestão de zado de Saúde (SUDS), como uma consolidação das Ações Integra-
saúde. O gestor estadual deve aplicar recursos próprios, inclusive das de Saúde (AIS), que adota como diretrizes a universalização e
nos municípios, e os repassados pela União. Além de ser um dos a equidade no acesso aos serviços, à integralidade dos cuidados, a
parceiros para a aplicação de políticas nacionais de saúde, o estado regionalização dos serviços de saúde e implementação de distritos
formula suas próprias políticas de saúde. Ele coordena e planeja o sanitários, a descentralização das ações de saúde, o desenvolvi-
SUS em nível estadual, respeitando a normatização federal. Os ges- mento de instituições colegiadas gestoras e o desenvolvimento de
tores estaduais são responsáveis pela organização do atendimento uma política de recursos humanos.
à saúde em seu território. O capítulo dedicado à saúde na nova Constituição Federal, pro-
mulgada em outubro de 1988, retrata o resultado de todo o proces-
Municípios so desenvolvido ao longo dessas duas décadas, criando o Sistema
São responsáveis pela execução das ações e serviços de saúde Único de Saúde (SUS) e determinando que “a saúde é direito de
no âmbito do seu território.O gestor municipal deve aplicar recur- todos e dever do Estado” (art. 196).
sos próprios e os repassados pela União e pelo estado. O município Entre outros, a Constituição prevê o acesso universal e igua-
formula suas próprias políticas de saúde e também é um dos par- litário às ações e serviços de saúde, com regionalização e hierar-
ceiros para a aplicação de políticas nacionais e estaduais de saúde. quização, descentralização com direção única em cada esfera de
Ele coordena e planeja o SUS em nível municipal, respeitando a governo, participação da comunidade e atendimento integral, com
normatização federal. Pode estabelecer parcerias com outros mu- prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos servi-
nicípios para garantir o atendimento pleno de sua população, para ços assistenciais.
procedimentos de complexidade que estejam acima daqueles que A Lei nº 8.080, promulgada em 1990, operacionaliza as disposi-
pode oferecer. ções constitucionais. São atribuições do SUS em seus três níveis de
governo, além de outras, “ordenar a formação de recursos huma-
História do sistema único de saúde (SUS) nos na área de saúde” (CF, art. 200, inciso III).
As duas últimas décadas foram marcadas por intensas transfor-
mações no sistema de saúde brasileiro, intimamente relacionadas Princípios do SUS
com as mudanças ocorridas no âmbito político-institucional. Simul- São conceitos que orientam o SUS, previstos no artigo 198 da
taneamente ao processo de redemocratização iniciado nos anos Constituição Federal de 1988 e no artigo 7º do Capítulo II da Lei n.º
80, o país passou por grave crise na área econômico-financeira. 8.080/1990. Os principais são:
No início da década de 80, procurou-se consolidar o processo Universalidade: significa que o SUS deve atender a todos, sem
de expansão da cobertura assistencial iniciado na segunda metade distinções ou restrições, oferecendo toda a atenção necessária,
dos anos 70, em atendimento às proposições formuladas pela OMS sem qualquer custo;
na Conferência de Alma-Ata (1978), que preconizava “Saúde para Integralidade: o SUS deve oferecer a atenção necessária à
Todos no Ano 2000”, principalmente por meio da Atenção Primária saúde da população, promovendo ações contínuas de prevenção e
à Saúde. tratamento aos indivíduos e às comunidades, em quaisquer níveis
Nessa mesma época, começa o Movimento da Reforma Sa- de complexidade;
nitária Brasileira, constituído inicialmente por uma parcela da in- Equidade: o SUS deve disponibilizar recursos e serviços com
telectualidade universitária e dos profissionais da área da saúde. justiça, de acordo com as necessidades de cada um, canalizando
Posteriormente, incorporaram-se ao movimento outros segmentos maior atenção aos que mais necessitam;
da sociedade, como centrais sindicais, movimentos populares de Participação social: é um direito e um dever da sociedade par-
saúde e alguns parlamentares. ticipar das gestões públicas em geral e da saúde pública em par-
As proposições desse movimento, iniciado em pleno regime ticular; é dever do Poder Público garantir as condições para essa
autoritário da ditadura militar, eram dirigidas basicamente à cons- participação, assegurando a gestão comunitária do SUS; e
trução de uma nova política de saúde efetivamente democráti- Descentralização: é o processo de transferência de responsa-
ca, considerando a descentralização, universalização e unificação bilidades de gestão para os municípios, atendendo às determina-
como elementos essenciais para a reforma do setor. ções constitucionais e legais que embasam o SUS, definidor de atri-
Várias foram às propostas de implantação de uma rede de ser- buições comuns e competências específicas à União, aos estados,
viços voltada para a atenção primária à saúde, com hierarquização, ao Distrito Federal e aos municípios.
descentralização e universalização, iniciando-se já a partir do Pro-
grama de Interiorização das Ações de Saúde e Saneamento (PIASS),
em 1976.
Em 1980, foi criado o Programa Nacional de Serviços Básicos
de Saúde (PREV-SAÚDE) - que, na realidade, nunca saiu do papel -,
logo seguida pelo plano do Conselho Nacional de Administração da
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a solução para o seu concurso!
POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

Principais leis - planejamento, organização, coordenação, controle e avalia-


Constituição Federal de 1988: Estabelece que “a saúde é direi- ção das ações e dos serviços de saúde sob gestão municipal; e
to de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais - participação no processo de integração ao SUS, em âmbito
e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros regional e estadual, para assegurar a seus cidadãos o acesso a ser-
agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e aos serviços viços de maior complexidade, não disponíveis no município.
para sua promoção, proteção e recuperação”. Determina ao Poder
Público sua “regulamentação, fiscalização e controle”, que as ações Responsabilização Microssanitária
e os serviços da saúde “integram uma rede regionalizada e hierar- É determinante que cada serviço de saúde conheça o território
quizada e constituem um sistema único”; define suas diretrizes, sob sua responsabilidade. Para isso, as unidades da rede básica de-
atribuições, fontes de financiamento e, ainda, como deve se dar a vem estabelecer uma relação de compromisso com a população a
participação da iniciativa privada. ela adstrita e cada equipe de referência deve ter sólidos vínculos te-
rapêuticos com os pacientes e seus familiares, proporcionando-lhes
Lei Orgânica da Saúde (LOS), Lei n.º 8.080/1990: Regulamen- abordagem integral e mobilização dos recursos e apoios necessá-
ta, em todo o território nacional, as ações do SUS, estabelece as rios à recuperação de cada pessoa. A alta só deve ocorrer quando
diretrizes para seu gerenciamento e descentralização e detalha as da transferência do paciente a outra equipe (da rede básica ou de
competências de cada esfera governamental. Enfatiza a descentra- outra área especializada) e o tempo de espera para essa transfe-
lização político-administrativa, por meio da municipalização dos rência não pode representar uma interrupção do atendimento: a
serviços e das ações de saúde, com redistribuição de poder, com- equipe de referência deve prosseguir com o projeto terapêutico,
petências e recursos, em direção aos municípios. Determina como interferindo, inclusive, nos critérios de acesso.
competência do SUS a definição de critérios, valores e qualidade
dos serviços. Trata da gestão financeira; define o Plano Municipal Instâncias de Pactuação
de Saúde como base das atividades e da programação de cada nível São espaços intergovernamentais, políticos e técnicos onde
de direção do SUS e garante a gratuidade das ações e dos serviços ocorrem o planejamento, a negociação e a implementação das po-
nos atendimentos públicos e privados contratados e conveniados. líticas de saúde pública. As decisões se dão por consenso (e não
por votação), estimulando o debate e a negociação entre as partes.
Lei n.º 8.142/1990: Dispõe sobre o papel e a participação das
comunidades na gestão do SUS, sobre as transferências de recursos Comissão Intergestores Tripartite (CIT): Atua na direção nacio-
financeiros entre União, estados, Distrito Federal e municípios na nal do SUS, formada por composição paritária de 15 membros, sen-
área da saúde e dá outras providências. do cinco indicados pelo Ministério da Saúde, cinco pelo Conselho
Institui as instâncias colegiadas e os instrumentos de participa- Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass) e cinco pelo
ção social em cada esfera de governo. Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems).
A representação de estados e municípios nessa Comissão é, por-
Responsabilização Sanitária tanto regional: um representante para cada uma das cinco regiões
Desenvolver responsabilização sanitária é estabelecer clara- existentes no País.
mente as atribuições de cada uma das esferas de gestão da saú-
de pública, assim como dos serviços e das equipes que compõem Comissões Intergestores Bipartites (CIB): São constituídas pa-
o SUS, possibilitando melhor planejamento, acompanhamento e ritariamente por representantes do governo estadual, indicados
complementaridade das ações e dos serviços. Os prefeitos, ao as- pelo Secretário de Estado da Saúde, e dos secretários municipais
sumir suas responsabilidades, devem estimular a responsabilização de saúde, indicados pelo órgão de representação do conjunto dos
junto aos gerentes e equipes, no âmbito municipal, e participar do municípios do Estado, em geral denominado Conselho de Secretá-
processo de pactuação, no âmbito regional. rios Municipais de Saúde (Cosems). Os secretários municipais de
Saúde costumam debater entre si os temas estratégicos antes de
Responsabilização Macrossanitária apresentarem suas posições na CIB. Os Cosems são também ins-
O gestor municipal, para assegurar o direito à saúde de seus tâncias de articulação política entre gestores municipais de saúde,
munícipes, deve assumir a responsabilidade pelos resultados, bus- sendo de extrema importância a participação dos gestores locais
cando reduzir os riscos, a mortalidade e as doenças evitáveis, a nesse espaço.
exemplo da mortalidade materna e infantil, da hanseníase e da tu-
berculose. Para isso, tem de se responsabilizar pela oferta de ações Espaços regionais: A implementação de espaços regionais de
e serviços que promovam e protejam a saúde das pessoas, previ- pactuação, envolvendo os gestores municipais e estaduais, é uma
nam as doenças e os agravos e recuperem os doentes. A atenção necessidade para o aperfeiçoamento do SUS. Os espaços regionais
básica à saúde, por reunir esses três componentes, coloca-se como devem-se organizar a partir das necessidades e das afinidades es-
responsabilidade primeira e intransferível a todos os gestores. O pecíficas em saúde existentes nas regiões.
cumprimento dessas responsabilidades exige que assumam as atri-
buições de gestão, incluindo: Descentralização
- execução dos serviços públicos de responsabilidade munici- O princípio de descentralização que norteia o SUS se dá, es-
pal; pecialmente, pela transferência de responsabilidades e recursos
- destinação de recursos do orçamento municipal e utilização para a esfera municipal, estimulando novas competências e capa-
do conjunto de recursos da saúde, com base em prioridades defini- cidades político-institucionais dos gestores locais, além de meios
das no Plano Municipal de Saúde; adequados à gestão de redes assistenciais de caráter regional e ma-
crorregional, permitindo o acesso, a integralidade da atenção e a
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267
a solução para o seu concurso!
POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

racionalização de recursos. Os estados e a União devem contribuir base nacional, que podem ser acessados no site do Datasus. Nesse
para a descentralização do SUS, fornecendo cooperação técnica e processo, a implantação do Cartão Nacional de Saúde tem papel
financeira para o processo de municipalização. central. Cabe aos prefeitos conhecer e monitorar esse conjunto de
informações essenciais à gestão da saúde do seu município.
Regionalização: consensos e estratégias - As ações e os ser-
viços de saúde não podem ser estruturados apenas na escala dos Níveis de atenção à saúde: O SUS ordena o cuidado com a
municípios. Existem no Brasil milhares de pequenas municipalida- saúde em níveis de atenção, que são de básica, média e alta com-
des que não possuem em seus territórios condições de oferecer plexidade. Essa estruturação visa à melhor programação e planeja-
serviços de alta e média complexidade; por outro lado, existem mento das ações e dos serviços do sistema de saúde. Não se deve,
municípios que apresentam serviços de referência, tornando-se porém, desconsiderar algum desses níveis de atenção, porque a
polos regionais que garantem o atendimento da sua população e atenção à saúde deve ser integral.
de municípios vizinhos. Em áreas de divisas interestaduais, são fre- A atenção básica em saúde constitui o primeiro nível de aten-
quentes os intercâmbios de serviços entre cidades próximas, mas ção à saúde adotada pelo SUS. É um conjunto de ações que engloba
de estados diferentes. Por isso mesmo, a construção de consensos promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação. De-
e estratégias regionais é uma solução fundamental, que permitirá senvolve-se por meio de práticas gerenciais e sanitárias, democrá-
ao SUS superar as restrições de acesso, ampliando a capacidade de ticas e participativas, sob a forma de trabalho em equipe, dirigidas
atendimento e o processo de descentralização. a populações de territórios delimitados, pelos quais assumem res-
ponsabilidade.
O Sistema Hierarquizado e Descentralizado: As ações e servi- Utiliza tecnologias de elevada complexidade e baixa densidade,
ços de saúde de menor grau de complexidade são colocadas à dis- objetivando solucionar os problemas de saúde de maior frequência
posição do usuário em unidades de saúde localizadas próximas de e relevância das populações. É o contato preferencial dos usuários
seu domicílio. As ações especializadas ou de maior grau de comple- com o sistema de saúde. Deve considerar o sujeito em sua singu-
xidade são alcançadas por meio de mecanismos de referência, or- laridade, complexidade, inteireza e inserção sociocultural, além de
ganizados pelos gestores nas três esferas de governo. Por exemplo: buscar a promoção de sua saúde, a prevenção e tratamento de do-
O usuário é atendido de forma descentralizada, no âmbito do mu- enças e a redução de danos ou de sofrimentos que possam compro-
nicípio ou bairro em que reside. Na hipótese de precisar ser atendi- meter suas possibilidades de viver de modo saudável.
do com um problema de saúde mais complexo, ele é referenciado, As Unidades Básicas são prioridades porque, quando as Unida-
isto é, encaminhado para o atendimento em uma instância do SUS des Básicas de Saúde funcionam adequadamente, a comunidade
mais elevada, especializada. Quando o problema é mais simples, o consegue resolver com qualidade a maioria dos seus problemas de
cidadão pode ser contrarreferenciado, isto é, conduzido para um saúde. É comum que a primeira preocupação de muitos prefeitos
atendimento em um nível mais primário. se volte para a reforma ou mesmo a construção de hospitais. Para o
SUS, todos os níveis de atenção são igualmente importantes, mas a
Plano de saúde fixa diretriz e metas à saúde municipal prática comprova que a atenção básica deve ser sempre prioritária,
É responsabilidade do gestor municipal desenvolver o proces- porque possibilita melhor organização e funcionamento também
so de planejamento, programação e avaliação da saúde local, de dos serviços de média e alta complexidade.
modo a atender as necessidades da população de seu município Estando bem estruturada, ela reduzirá as filas nos prontos so-
com eficiência e efetividade. O Plano Municipal de Saúde (PMS) corros e hospitais, o consumo abusivo de medicamentos e o uso
deve orientar as ações na área, incluindo o orçamento para a sua indiscriminado de equipamentos de alta tecnologia. Isso porque
execução. Um instrumento fundamental para nortear a elaboração os problemas de saúde mais comuns passam a ser resolvidos nas
do PMS é o Plano Nacional de Saúde. Cabe ao Conselho Municipal Unidades Básicas de Saúde, deixando os ambulatórios de especiali-
de Saúde estabelecer as diretrizes para a formulação do PMS, em dades e hospitais cumprirem seus verdadeiros papéis, o que resul-
função da análise da realidade e dos problemas de saúde locais, ta em maior satisfação dos usuários e utilização mais racional dos
assim como dos recursos disponíveis. No PMS, devem ser descritos recursos existentes.
os principais problemas da saúde pública local, suas causas, con-
sequências e pontos críticos. Além disso, devem ser definidos os Saúde da Família: é a saúde mais perto do cidadão. É parte
objetivos e metas a serem atingidos, as atividades a serem execu- da estratégia de estruturação eleita pelo Ministério da Saúde para
tadas, os cronogramas, as sistemáticas de acompanhamento e de reorganização da atenção básica no País, com recursos financeiros
avaliação dos resultados. específicos para o seu custeio. Cada equipe é composta por um
conjunto de profissionais (médico, enfermeiro, auxiliares de enfer-
Sistemas de informações ajudam a planejar a saúde: O SUS magem e agentes comunitários de saúde, podendo agora contar
opera e/ou disponibiliza um conjunto de sistemas de informações com profissional de saúde bucal) que se responsabiliza pela situa-
estratégicas para que os gestores avaliem e fundamentem o pla- ção de saúde de determinada área, cuja população deve ser de no
nejamento e a tomada de decisões, abrangendo: indicadores de mínimo 2.400 e no máximo 4.500 pessoas. Essa população deve
saúde; informações de assistência à saúde no SUS (internações ser cadastrada e acompanhada, tornando-se responsabilidade das
hospitalares, produção ambulatorial, imunização e atenção básica); equipes atendê-la, entendendo suas necessidades de saúde como
rede assistencial (hospitalar e ambulatorial); morbidade por local resultado também das condições sociais, ambientais e econômicas
de internação e residência dos atendidos pelo SUS; estatísticas em que vive. Os profissionais é que devem ir até suas casas, porque
vitais (mortalidade e nascidos vivos); recursos financeiros, infor- o objetivo principal da Saúde da Família é justamente aproximar as
mações demográficas, epidemiológicas e socioeconômicas. Cami- equipes das comunidades e estabelecer entre elas vínculos sólidos.
nha-se rumo à integração dos diversos sistemas informatizados de
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a solução para o seu concurso!
POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

A saúde municipal precisa ser integral. O município é respon- infantil e materna; execução das ações básicas de vigilância sanitá-
sável pela saúde de sua população integralmente, ou seja, deve ria; gestão e/ou gerência dos sistemas de informação epidemioló-
garantir que ela tenha acessos à atenção básica e aos serviços es- gica, no âmbito municipal; coordenação, execução e divulgação das
pecializados (de média e alta complexidade), mesmo quando locali- atividades de informação, educação e comunicação de abrangência
zados fora de seu território, controlando, racionalizando e avalian- municipal; participação no financiamento das ações de vigilância
do os resultados obtidos. em saúde e capacitação de recursos.
Só assim estará promovendo saúde integral, como determina
a legislação. É preciso que isso fique claro, porque muitas vezes o Desafios públicos, responsabilidades compartilhadas: A legis-
gestor municipal entende que sua responsabilidade acaba na aten- lação brasileira – Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e legislação
ção básica em saúde e que as ações e os serviços de maior comple- sanitária, incluindo as Leis n.º 8.080/1990 e 8.142/1990 – estabe-
xidade são responsabilidade do Estado ou da União – o que não é lece prerrogativas, deveres e obrigações a todos os governantes. A
verdade. Constituição Federal define os gastos mínimos em saúde, por es-
A promoção da saúde é uma estratégia por meio da qual os fera de governo, e a legislação sanitária, os critérios para as trans-
desafios colocados para a saúde e as ações sanitárias são pensa- ferências intergovernamentais e alocação de recursos financeiros.
dos em articulação com as demais políticas e práticas sanitárias e Essa vinculação das receitas objetiva preservar condições mínimas
com as políticas e práticas dos outros setores, ampliando as pos- e necessárias ao cumprimento das responsabilidades sanitárias e
sibilidades de comunicação e intervenção entre os atores sociais garantir transparência na utilização dos recursos disponíveis.
envolvidos (sujeitos, instituições e movimentos sociais). A promo- A responsabilização fiscal e sanitária de cada gestor e servi-
ção da saúde deve considerar as diferenças culturais e regionais, dor público deve ser compartilhada por todos os entes e esferas
entendendo os sujeitos e as comunidades na singularidade de suas governamentais, resguardando suas características, atribuições e
histórias, necessidades, desejos, formas de pertencer e se relacio- competências. O desafio primordial dos governos, sobretudo na
nar com o espaço em que vivem. Significa comprometer-se com os esfera municipal, é avançar na transformação dos preceitos cons-
sujeitos e as coletividades para que possuam, cada vez mais, auto- titucionais e legais que constituem o SUS em serviços e ações que
nomia e capacidade para manejar os limites e riscos impostos pela assegurem o direito à saúde, como uma conquista que se realiza
doença, pela constituição genética e por seu contexto social, polí- cotidianamente em cada estabelecimento, equipe e prática sani-
tico, econômico e cultural. A promoção da saúde coloca, ainda, o tária. É preciso inovar e buscar, coletiva e criativamente, soluções
desafio da intersetorialidade, com a convocação de outros setores novas para os velhos problemas do nosso sistema de saúde. A cons-
sociais e governamentais para que considerem parâmetros sanitá- trução de espaços de gestão que permitam a discussão e a crítica,
rios, ao construir suas políticas públicas específicas, possibilitando em ambiente democrático e plural, é condição essencial para que o
a realização de ações conjuntas. SUS seja, cada vez mais, um projeto que defenda e promova a vida.
Muitos municípios operam suas ações e serviços de saúde em
Vigilância em saúde: expande seus objetivos. Em um país com condições desfavoráveis, dispondo de recursos financeiros e equi-
as dimensões do Brasil, com realidades regionais bastante diver- pes insuficientes para atender às demandas dos usuários, seja em
sificadas, a vigilância em saúde é um grande desafio. Apesar dos volume, seja em complexidade – resultado de uma conjuntura so-
avanços obtidos, como a erradicação da poliomielite, desde 1989, cial de extrema desigualdade. Nessas situações, a gestão pública
e com a interrupção da transmissão de sarampo, desde 2000, con- em saúde deve adotar condução técnica e administrativa compa-
vivemos com doenças transmissíveis que persistem ou apresentam tível com os recursos existentes e criativa em sua utilização. Deve
incremento na incidência, como a AIDS, as hepatites virais, as me- estabelecer critérios para a priorização dos gastos, orientados por
ningites, a malária na região amazônica, a dengue, a tuberculose análises sistemáticas das necessidades em saúde, verificadas junto
e a hanseníase. Observamos, ainda, aumento da mortalidade por à população. É um desafio que exige vontade política, propostas
causas externas, como acidentes de trânsito, conflitos, homicídios inventivas e capacidade de governo.
e suicídios, atingindo, principalmente, jovens e população em idade
produtiva. Nesse contexto, o Ministério da Saúde com o objetivo A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios compar-
de integração, fortalecimento da capacidade de gestão e redução tilham as responsabilidades de promover a articulação e a intera-
da morbimortalidade, bem como dos fatores de risco associados ção dentro do Sistema Único de Saúde – SUS, assegurando o acesso
à saúde, expande o objeto da vigilância em saúde pública, abran- universal e igualitário às ações e serviços de saúde.
gendo as áreas de vigilância das doenças transmissíveis, agravos e O SUS é um sistema de saúde, regionalizado e hierarquizado,
doenças não transmissíveis e seus fatores de riscos; a vigilância am- que integra o conjunto das ações de saúde da União, Estados, Dis-
biental em saúde e a análise de situação de saúde. trito Federal e Municípios, onde cada parte cumpre funções e com-
petências específicas, porém articuladas entre si, o que caracteriza
Competências municipais na vigilância em saúde os níveis de gestão do SUS nas três esferas governamentais.
Compete aos gestores municipais, entre outras atribuições, as Criado pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado
atividades de notificação e busca ativa de doenças compulsórias, pela Lei nº 8.080/90, conhecida como a Lei Orgânica da Saúde, e
surtos e agravos inusitados; investigação de casos notificados em pela Lei nº 8.142/90, que trata da participação da comunidade na
seu território; busca ativa de declaração de óbitos e de nascidos vi- gestão do Sistema e das transferências intergovernamentais de re-
vos; garantia a exames laboratoriais para o diagnóstico de doenças cursos financeiros, o SUS tem normas e regulamentos que discipli-
de notificação compulsória; monitoramento da qualidade da água nam as políticas e ações em cada Subsistema.
para o consumo humano; coordenação e execução das ações de
vacinação de rotina e especiais (campanhas e vacinações de blo-
queio); vigilância epidemiológica; monitoramento da mortalidade
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a solução para o seu concurso!
POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

A Sociedade, nos termos da Legislação, participa do planeja- O art. 6º, estabelece como competência do Sistema a execução
mento e controle da execução das ações e serviços de saúde. Essa de ações e serviços de saúde descritos em seus 11 incisos.
participação se dá por intermédio dos Conselhos de Saúde, presen- O SUS deve atuar em campo demarcado pela lei, em razão do
tes na União, nos Estados e Municípios. disposto no art. 200 da CF e porque o enunciado constitucional de
que saúde é direito de todos e dever do Estado, não tem o condão
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE de abranger as condicionantes econômico-sociais da saúde, tam-
Pela dicção dos arts. 196 e 198 da CF, podemos afirmar que pouco compreender, de forma ampla e irrestrita, todas as possíveis
somente da segunda parte do art. 196 se ocupa o Sistema Único de e imagináveis ações e serviços de saúde, até mesmo porque haverá
Saúde, de forma mais concreta e direta, sob pena de a saúde, como sempre um limite orçamentário e um ilimitado avanço tecnológico
setor, como uma área da Administração Pública, se ver obrigada a a criar necessidades infindáveis e até mesmo questionáveis sob o
cuidar de tudo aquilo que possa ser considerado como fatores que ponto de vista ético, clínico, familiar, terapêutico, psicológico.
condicionam e interferem com a saúde individual e coletiva. Isso Será a lei que deverá impor as proporções, sem, contudo, é
seria um arrematado absurdo e deveríamos ter um super Minis- obvio, cercear o direito à promoção, proteção e recuperação da
tério e super Secretarias da Saúde responsáveis por toda política saúde. E aqui o elemento delimitador da lei deverá ser o da digni-
social e econômica protetivas da saúde. dade humana.
Se a Constituição tratou a saúde sob grande amplitude, isso Lembramos, por oportuno que, o Projeto de Lei Complementar
não significa dizer que tudo o que está ali inserido corresponde a n. 01/2003 -- que se encontra no Congresso Nacional para regu-
área de atuação do Sistema Único de Saúde. lamentar os critérios de rateio de transferências dos recursos da
Repassando, brevemente, aquela seção do capítulo da Seguri- União para Estados e Municípios – busca disciplinar, de forma mais
dade Social, temos que: -- o art. 196, de maneira ampla, cuida do clara e definitiva, o que são ações e serviços de saúde e estabe-
direito à saúde; -- o art. 197 trata da relevância pública das ações lecer o que pode e o que não pode ser financiado com recursos
e serviços de saúde, públicos e privados, conferindo ao Estado o dos fundos de saúde. Esses parâmetros também servirão para cir-
direito e o dever de regulamentar, fiscalizar e controlar o setor (pú- cunscrever o que deve ser colocado à disposição da população, no
blico e privado); -- o art. 198 dispõe sobre as ações e os serviços âmbito do SUS, ainda que o art. 200 da CF e o art. 6º da LOS tenham
públicos de saúde que devem ser garantidos a todos cidadãos para definido o campo de atuação do SUS, fazendo pressupor o que são
a sua promoção, proteção e recuperação, ou seja, dispõe sobre o ações e serviços públicos de saúde, conforme dissemos acima. (O
Sistema Único de Saúde; -- o art. 199, trata da liberdade da inicia- Conselho Nacional de Saúde e o Ministério da Saúde também dis-
tiva privada, suas restrições (não pode explorar o sangue, por ser ciplinaram o que são ações e serviços de saúde em resoluções e
bem fora do comércio; deve submeter-se à lei quanto à remoção de portarias).
órgãos e tecidos e partes do corpo humano; não pode contar com
a participação do capital estrangeiro na saúde privada; não pode O QUE FINANCIAR COM OS RECURSOS DA SAÚDE?
receber auxílios e subvenções, se for entidade de fins econômicos De plano, excetuam-se da área da saúde, para efeito de finan-
etc.) e a possibilidade de o setor participar, complementarmente, ciamento, (ainda que absolutamente relevantes como indicadores
do setor público; -- e o art. 200, das atribuições dos órgãos e enti- epidemiológicos da saúde) as condicionantes econômico-sociais.
dades que compõem o sistema público de saúde. O SUS é mencio- Os órgãos e entidades do SUS devem conhecer e informar à socie-
nado somente nos arts. 198 e 200. dade e ao governo os fatos que interferem na saúde da população
A leitura do art. 198 deve sempre ser feita em consonância com vistas à adoção de políticas públicas, sem, contudo, estarem
com a segunda parte do art. 196 e com o art. 200. O art. 198 estatui obrigados a utilizar recursos do fundo de saúde para intervir nessas
que todas as ações e serviços públicos de saúde constituem um úni- causas.
co sistema. Aqui temos o SUS. E esse sistema tem como atribuição Quem tem o dever de adotar políticas sociais e econômicas
garantir ao cidadão o acesso às ações e serviços públicos de saúde que visem evitar o risco da doença é o Governo como um todo (po-
(segunda parte do art. 196), conforme campo demarcado pelo art. líticas de governo), e não a saúde, como setor (políticas setoriais).
200 e leis específicas. A ela, saúde, compete atuar nos campos demarcados pelos art. 200
O art. 200 define em que campo deve o SUS atuar. As atribui- da CF e art. 6º da Lei n. 8.080/90 e em outras leis específicas.
ções ali relacionadas não são taxativas ou exaustivas. Outras po- Como exemplo, podemos citar os servidores da saúde que de-
derão existir, na forma da lei. E as atribuições ali elencadas depen- vem ser pagos com recursos da saúde, mas o seu inativo, não; não
dem, também, de lei para a sua exequibilidade. porque os inativos devem ser pagos com recursos da Previdência
Em 1990, foi editada a Lei n. 8.080/90 que, em seus arts. 5º e Social. Idem quanto as ações da assistência social, como bolsa-a-
6º, cuidou dos objetivos e das atribuições do SUS, tentando melhor limentação, bolsa-família, vale-gás, renda mínima, fome zero, que
explicitar o art. 200 da CF (ainda que, em alguns casos, tenha repe- devem ser financiadas com recursos da assistência social, setor ao
tido os incisos daquele artigo, tão somente). qual incumbe promover e prover as necessidades das pessoas ca-
São objetivos do SUS: rentes visando diminuir as desigualdades sociais e suprir suas ca-
a) a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e de- rências básicas imediatas. Isso tudo interfere com a saúde, mas não
terminantes da saúde; pode ser administrada nem financiada pelo setor saúde.
b) a formulação de políticas de saúde destinadas a promover, O saneamento básico é outro bom exemplo. A Lei n. 8.080/90,
nos campos econômico e social, a redução de riscos de doenças e em seu art. 6º, II, dispõe que o SUS deve participar na formulação
outros agravos; e da política e na execução de ações de saneamento básico. Por sua
c) execução de ações de promoção, proteção e recuperação vez, o § 3º do art. 32, reza que as ações de saneamento básico que
da saúde, integrando as ações assistenciais com as preventivas, de
modo a garantir às pessoas a assistência integral à sua saúde.
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POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

venham a ser executadas supletivamente pelo SUS serão financia- Estado do Rio de Janeiro, são situações de carência que necessitam
das por recursos tarifários específicos e outros da União, Estados, de apoio do Poder Público, sem sombra de dúvida, mas no âmbito
DF e Municípios e não com os recursos dos fundos de saúde. da assistência socialou de outro setor da Administração Pública e
Nesse ponto gostaríamos de abrir um parêntese para comen- com recursos que não os do fundo de saúde. Não podemos mais
tar o Parecer do Sr. Procurador Geral da República, na ADIn n. confundir assistência social com saúde. A alimentação interessa à
3087-6/600-RJ, aqui mencionado. saúde, mas não está em seu âmbito de atuação.
O Governo do Estado do Rio de Janeiro, pela Lei n. 4.179/03, Tanto isso é fato que a Lei n. 8.080/90, em seu art. 12, estabe-
instituiu o Programa Estadual de Acesso à Alimentação – PEAA, leceu que “serão criadas comissões intersetoriais de âmbito nacio-
determinando que suas atividades correrão à conta do orçamento nal, subordinadas ao Conselho Nacional de Saúde, integradas pelos
do Fundo Estadual da Saúde , vinculado à Secretaria de Estado da Ministérios e órgãos competentes e por entidades representativas
Saúde. O PSDB, entendendo ser a lei inconstitucional por utilizar da sociedade civil”, dispondo seu parágrafo único que “as comis-
recursos da saúde para uma ação que não é de responsabilidade sões intersetoriais terão a finalidade de articular políticas e progra-
da área da saúde, moveu ação direta de inconstitucionalidade, com mas de interesse para a saúde, cuja execução envolva áreas não
pedido de cautelar. compreendidas no âmbito do Sistema Único de Saúde”. Já o seu
O Sr. Procurador da República (Parecer n. 5147/CF), opinou art. 13, destaca, algumas dessas atividades, mencionando em seu
pela improcedência da ação por entender que o acesso à alimenta- inciso I a “alimentação e nutrição”.
ção é indissociável do acesso à saúde, assim como os medicamen- O parâmetro para o financiamento da saúde deve ser as atri-
tos o são e que as pessoas de baixa renda devem ter atendidas a buições que foram dadas ao SUS pela Constituição e por leis espe-
necessidade básica de alimentar-se. cíficas e não a 1º parte do art. 196 da CF, uma vez que os fatores
Infelizmente, mais uma vez confundiu-se “saúde” com “assis- que condicionam a saúde são os mais variados e estão inseridos
tência social”, áreas da Seguridade Social, mas distintas entre si. nas mais diversas áreas da Administração Pública, não podendo ser
A alimentação é um fator que condiciona a saúde tanto quanto o considerados como competência dos órgãos e entidades que com-
saneamento básico, o meio ambiente degradado, a falta de renda põe o Sistema Único de Saúde.
e lazer, a falta de moradia, dentre tantos outros fatores condicio-
nantes e determinantes, tal qual mencionado no art. 3º da Lei n. DA INTEGRALIDADE DA ASSISTÊNCIA
8.080/90. Vencida esta etapa, adentramos em outra, no interior do setor
A Lei n. 8.080/90 ao dispor sobre o campo de atuação do SUS saúde - SUS, que trata da integralidade da assistência à saúde. O
incluiu a vigilância nutricional e a orientação alimentar, atividades art. 198 da CF determina que o Sistema Único de Saúde deve ser or-
complexas que não tem a ver com o fornecimento, puro e simples, ganizado de acordo com três diretrizes, dentre elas, o atendimento
de bolsa-alimentação, vale-alimentação ou qualquer outra forma integral que pressupõe a junção das atividades preventivas, que de-
de garantia de mínimos existenciais e sociais, de atribuição da assis- vem ser priorizadas, com as atividades assistenciais, que também
tência social ou de outras áreas da Administração Pública voltadas não podem ser prejudicadas.
para corrigir as desigualdades sociais. A vigilância nutricional deve A Lei n. 8.080/90, em seu art. 7º (que dispõe sobre os princí-
ser realizada pelo SUS em articulação com outros órgãos e setores pios e diretrizes do SUS), define a integralidade da assistência como
governamentais em razão de sua interface com a saúde. São ativi- “o conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos
dades que interessam a saúde, mas as quais, a saúde como setor, e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em to-
não as executa. Por isso a necessidade das comissões intersetoriais dos os níveis de complexidade do sistema”.
previstas na Lei n. 8.080/90. A integralidade da assistência exige que os serviços de saúde
A própria Lei n. 10.683/2003, que organiza a Presidência da sejam organizados de forma a garantir ao indivíduo e à coletividade
República, estatuiu em seu art. 27, XX ser atribuição do Ministério a proteção, a promoção e a recuperação da saúde, de acordo com
da Saúde: as necessidades de cada um em todos os níveis de complexidade
a) política nacional de saúde; do sistema.
b) coordenação e fiscalização do Sistema Único de Saúde; c) Vê-se, pois, que a assistência integral não se esgota nem se
saúde ambiental e ações de promoção, proteção e recuperação da completa num único nível de complexidade técnica do sistema,
saúde individual e coletiva, inclusive a dos trabalhadores e dos ín- necessitando, em grande parte, da combinação ou conjugação de
dios; serviços diferenciados, que nem sempre estão à disposição do cida-
d) informações em saúde; dão no seu município de origem. Por isso a lei sabiamente definiu
e) insumos críticos para a saúde; a integralidade da assistência como a satisfação de necessidades
f) ação preventiva em geral, vigilância e controle sanitário de individuais e coletivas que devem ser realizadas nos mais diversos
fronteiras e de portos marítimos, fluviais e aéreos; patamares de complexidade dos serviços de saúde, articulados pe-
g) vigilância em saúde, especialmente quanto às drogas, medi- los entes federativos, responsáveis pela saúde da população.
camentos e alimentos; A integralidade da assistência é interdependente; ela não se
h) pesquisa científica e tecnológica na área da saúde. completa nos serviços de saúde de um só ente da federação. Ela
só finaliza, muitas vezes, depois de o cidadão percorrer o caminho
Ao Ministério da Saúde compete a vigilância sobre alimentos traçado pela rede de serviços de saúde, em razão da complexidade
(registro, fiscalização, controle de qualidade) e não a prestação de da assistência
serviços que visem fornecer alimentos às pessoas de baixa renda. E para a delimitação das responsabilidades de cada ente da fe-
O fornecimento de cesta básica, merenda escolar, alimentação deração quanto ao seu comprometimento com a integralidade da
a crianças em idade escolar, idosos, trabalhadores rurais temporá- assistência, foram criados instrumentos de gestão, como o plano de
rios, portadores de moléstias graves, conforme previsto na Lei do saúde e as formas de gestão dos serviços de saúde.
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a solução para o seu concurso!
POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

Desse modo, devemos centrar nossas atenções no plano de


saúde, por ser ele a base de todas as atividades e programações da SISTEMA DE NOTIFICAÇÃO E DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓ-
saúde, em cada nível de governo do Sistema Único de Saúde, o qual GICA E SANITÁRIA
deverá ser elaborado de acordo com diretrizes legais estabelecidas
na Lei n. 8.080/90: epidemiologia e organização de serviços (arts.
7º VII e 37). O plano de saúde deve ser a referência para a demar- O Sistema de Informação de Agravos de Notificação - Sinan é
cação de responsabilidades técnicas, administrativas e jurídicas dos alimentado, principalmente, pela notificação e investigação de ca-
entes políticos. sos de doenças e agravos que constam da lista nacional de doenças
Sem planos de saúde -- elaborados de acordo com as diretri- de notificação compulsória (Portaria de Consolidação nº 4, de 28 de
zes legais, associadas àquelas estabelecidas nas comissões intergo- Setembro de 2017, Anexo), mas é facultado a estados e municípios
vernamentais trilaterais, principalmente no que se refere à divisão incluir outros problemas de saúde importantes em sua região, difi-
de responsabilidades -- o sistema ficará ao sabor de ideologias e lobotríase no município de São Paulo. Sua utilização efetiva permite
decisões unilaterais das autoridades dirigentes da saúde, quando a realização do diagnóstico dinâmico da ocorrência de um evento
a regra que perpassa todo o sistema é a da cooperação e da conju- na população, podendo fornecer subsídios para explicações causais
gação de recursos financeiros, tecnológicos, materiais, humanos da dos agravos de notificação compulsória, além de vir a indicar ris-
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, em redes cos aos quais as pessoas estão sujeitas, contribuindo assim, para
regionalizadas de serviços, nos termos dos incisos IX, b e XI do art. a identificação da realidade epidemiológica de determinada área
7º e art. 8º da Lei n. 8.080/90. geográfica. O seu uso sistemático, de forma descentralizada, con-
Por isso, o plano de saúde deve ser o instrumento de fixação tribui para a democratização da informação, permitindo que todos
de responsabilidades técnicas, administrativas e jurídicas quanto os profissionais de saúde tenham acesso à informação e as tornem
à integralidade da assistência, uma vez que ela não se esgota, na disponíveis para a comunidade. É, portanto, um instrumento rele-
maioria das vezes, na instância de governo-sede do cidadão. Ressal- vante para auxiliar o planejamento da saúde, definir prioridades de
te-se, ainda, que o plano de saúde é a expressão viva dos interesses intervenção, além de permitir que seja avaliado o impacto das in-
da população, uma vez que, elaborado pelos órgãos competentes tervenções.
governamentais, deve ser submetido ao conselho de saúde, repre-
sentante da comunidade no SUS, a quem compete, discutir, apro- A saúde pública é a disciplina que trata da proteção da saúde
var e acompanhar a sua execução, em todos os seus aspectos. a nível populacional. Neste sentido, procura melhorar as condições
Lembramos, ainda, que o planejamento sendo ascendente, de saúde das comunidades através da promoção de estilos de vida
iniciando-se da base local até a federal, reforça o sentido de que saudáveis, das campanhas de sensibilização, da educação e da in-
a integralidade da assistência só se completa com o conjunto arti- vestigação. Para tal, conta com a participação de especialistas em
culado de serviços, de responsabilidade dos diversos entes gover- medicina, biologia, enfermagem, sociologia, estatística, veterinária
namentais. e outras ciências e áreas.
Resumindo, podemos afirmar que, nos termos do art. 198, II, O desenvolvimento da saúde pública depende dos governos,
da CF, c/c os arts. 7º, II e VII, 36 e 37, da Lei n. 8.080/90, a integra- que elaboram diversos programas de saúde para obedecer aos
lidade da assistência não é um direito a ser satisfeito de maneira respectivos objetivos. Das várias funções da saúde pública, desta-
aleatória, conforme exigências individuais do cidadão ou de acordo cam-se a prevenção epidemio-patológica (com vacinações massivas
com a vontade do dirigente da saúde, mas sim o resultado do plano e gratuitas), a proteção sanitária (controlo do meio ambiente e da
de saúde que, por sua vez, deve ser a consequência de um planeja- contaminação), a promoção sanitária (através da educação) e a res-
mento que leve em conta a epidemiologia e a organização de ser- tauração sanitária (para recuperar a saúde).1
viços e conjugue as necessidades da saúde com as disponibilidades Os organismos de saúde pública devem avaliar as necessidades
de recursos, além da necessária observação do que ficou decidido de saúde da população, investigar o surgimento de riscos para a
nas comissões intergovernamentais trilaterais ou bilaterais, que saúde e analisar os determinantes de tais riscos. De acordo com o
não contrariem a lei. que for detectado, devem estabelecer as prioridades e desenvolver
Na realidade, cada ente político deve ser eticamente respon- programas e planos que permitam responder a essas necessidades.
sável pela saúde integral da pessoa que está sob atenção em seus A saúde pública também deve gerir os recursos para assegu-
serviços, cabendo-lhe responder civil, penal e administrativamente rar que os seus serviços cheguem à maior quantidade de pessoas
apenas pela omissão ou má execução dos serviços que estão sob possível. A saúde pública não pode oferecer serviços de vanguarda
seu encargo no seu plano de saúde que, por sua vez, deve guardar para determinadas pessoas e descuidar das condições de saúde das
consonância com os pactos da regionalização, consubstanciados restantes, já que parte de um princípio comunitário e não pessoal.
em instrumentos jurídicos competentes . Ao depender do Estado, a saúde pública não deve fazer quaisquer
Nesse ponto, temos ainda a considerar que, dentre as atribui- descriminações entre os habitantes de uma mesma região.
ções do SUS, uma das mais importantes -- objeto de reclamações
e ações judiciais -- é a assistência terapêutica integral. Por sua in- Vigilância Sanitária
dividualização, imediatismo, apelo emocional e ético, urgência e No Brasil a Vigilância Sanitária2 – “Polícia Sanitária” – inicia suas
emergência, a assistência terapêutica destaca-se dentre todas as ações segundo a Teoria dos Miasmas, posteriormente com novas
demais atividades da saúde como a de maior reivindicação indivi- noções do processo saúde-doença, como a Teoria Unicausal, rela-
dual. Falemos dela no tópico seguinte.
1http://portalsinan.saude.gov.br/
Prezado Candidato, a lei acima supracitada, já foi abordado em 2 SOLHA, Raphaela Karla de Toledo. Vigilância de Saúde Ambiental e Sanitária.
tópicos anteriores (Lei n.° 8.080/90). 1ª Edição. Érica.
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POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

cionada à descoberta da bactéria. Recentemente configuram-se os fiscalização e do monitoramento, aplicando infrações e intimações,
sistemas de Vigilância em Saúde, que incorpora o conceito de defe- interditando estabelecimentos, apreendendo produtos e equipa-
sa da cidadania e do direito do consumidor. mentos, entre outras ações.

A partir da Constituição Federal de 1988, a Vigilância Sanitária Missão - Promover e proteger a saúde da população por meio
passa a ser definida: de ações integradas e articuladas de coordenação, normatização,
“§ 1o do art. 6o da Lei no 8.080/90 como um conjunto de ações capacitação, educação, informação, apoio técnico, fiscalização, su-
capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir pervisão e avaliação em Vigilância Sanitária.
nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produ- Visão - Ser um centro de referência, coordenador da rede esta-
ção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da dual de Vigilância Sanitária, garantindo a inclusão social e a constru-
saúde, abrangendo: ção da cidadania para a proteção da vida.
I – o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamen-
te, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e A Vigilância Sanitária atua:
processos, da produção ao consumo; 1. Nos locais de produção, transporte e comercialização de
II – o controle da prestação de serviços que se relacionam dire- alimentos
ta ou indiretamente com a saúde.” (BRASIL, 1988). Bares, restaurantes, mercados, frutarias, açougues, peixarias,
frigoríficos, indústrias e rotulagem de alimentos, transportadoras,
Essa nova definição torna a Vigilância Sanitária uma prática embaladoras, importadoras, exportadoras e armazenadoras de ali-
com “poder de interferir em toda a reprodução das condições eco- mentos, etc.;
nômico-sociais e de vida, em todos os setores determinantes do
pro- cesso saúde-doença” (EDUARDO, 1988), mas mantém suas 2. Nos locais de produção, distribuição, comercialização de
características mais antigas, relacionadas às atribuições de fiscaliza- medicamentos, produtos de interesse para a saúde
ção, à observação dos fatos, ao licenciamento dos estabelecimen- Farmácias, drogarias, perfumarias, saneantes, produtos de
tos, ao julgamento de irregularidades e à aplicação de penalidades. higiene, produtos hospitalares (indústria, comércio e rotulagem)
As características normativas e educativas demonstram o seu papel importadora, exportadora, distribuidora, transportadora, armaze-
em prol da cidadania e da defesa do consumidor. nadora de medicamentos, cosméticos e saneantes.
Esse novo papel da Vigilância Sanitária advém diretamente do
Código de Defesa do Consumi- dor, que passa a considerar como 3. Nos locais de serviços de saúde
direitos básicos do consumidor a proteção, a saúde e a segurança Hospitais, clínicas médicas e odontológicas, laboratórios, asi-
contra riscos decorrentes do consumo de produtos ou de serviços los, presídios, profissionais de saúde, etc.
perigosos ou nocivos – estabelece uma nova relação entre Estado,
sociedade e vigilância Sanitária. A participação da comunidade na 4. No meio ambiente
gestão do SUS é outro mecanismo importante no controle de quali- Controla a qualidade da água, ar, solo, saneamento básico, ca-
dade dos serviços de saúde, através dos conselhos. lamidades públicas, transporte de produtos perigosos, monitora os
A intervenção do Estado é voltada para o controle das práticas ambientes que causam danos à saúde, entre outros.
de produção por meio de normas e padrões de produção, exercen-
do a fiscalização para o cumprimento das normas e dos padrões 5. Nos ambientes e processos do trabalho/saúde do trabalha-
para evitar o dano e disponibilização do Estado a seu serviço. Essas dor
noções determinam a necessidade de garantir a qualidade do pro- Identificação e intervenção dos locais de trabalho das pessoas
duto ou serviço, com a responsabilidade do produtor/fornece- dor como lojas, fábricas, transportes, escritórios, etc.
para efetuar o controle interno e responder pelo produto final, e a
responsabilidade do Estado para controle desses processos de con- 6. Na pós-comercialização
trole externo. Investiga situações que envolvem reações adversas a medica-
mentos, sangue e produtos para saúde, intoxicação por produtos
A Diretoria de Vigilância Sanitária é o órgão da Secretaria de químicos, etc.
Estado da Saúde que coordena as ações de vigilância sanitária no
Estado. Possui a missão de promover e proteger a saúde da popu- 7. Nos projetos de arquitetura
lação por meio de estratégias e ações de educação e fiscalização. Analisa projetos de construção, reforma, adaptação ou amplia-
Atua em um conjunto de ações para eliminar, diminuir ou prevenir ção no que interfere na saúde das pessoas, em residências, hospi-
riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do tais, clínicas, fábricas, escolas, etc.
meio ambiente da população e circulação de bens e da prestação
de serviços de interesse da saúde. 8. Em locais públicos
Com sua ação comunicativa busca mobilizar e motivar a popu- Shoppings, cinemas, clubes, óticas, postos da gasolina, está-
lação a aderir as práticas sanitárias que estimulam mudanças de dios, piscinas, escolas, cemitérios, salões de beleza, portos, aero-
comportamento, formação da consciência sanitária e a promoção portos, áreas de fronteira, entre outros.
da saúde.
Estabelece os parâmetros necessários à saúde pública, regulan-
do os processos e produtos que interferem na saúde das pessoas
e quando necessário usa o poder de polícia sanitária por meio da

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POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

Prezado(a), Algumas doenças endêmicas podem ser causadas por agentes


etiológicos ou vetores endêmicos, ou seja, espécies que não conse-
A fim de atender na íntegra o conteúdo do edital, este tópico guem sobreviver em outros lugares. A transmissão da malária, por
será disponibilizado na Área do Aluno em nosso site. Essa área é re- exemplo, depende do mosquito prego, que é endêmico da região
servada para a inclusão de materiais que complementam a apostila, norte, por essa ser uma região úmida e quente que favorece a so-
sejam esses, legislações, documentos oficiais ou textos relaciona- brevivência desse vetor.
dos a este material, e que, devido a seu formato ou tamanho, não Assim, a restrição do vetor a uma determinada área geográfica
cabem na estrutura de nossas apostilas. pode ser considerada um dos motivos de essa doença não se espa-
lhar pelo Brasil.
Por isso, para atender você da melhor forma, os materiais são
organizados de acordo com o título do tópico a que se referem e po- Epidemia
dem ser acessados seguindo os passos indicados na página 2 deste É uma doença infecciosa e transmissível que ocorre numa co-
material, ou por meio de seu login e senha na Área do Aluno. munidade ou região e pode se espalhar rapidamente entre as pes-
soas de outras regiões, originando um surto epidêmico. Isso poderá
ocorrer por causa de um grande desequilíbrio (mutação) do agente
ENDEMIAS/EPIDEMIAS: SITUAÇÃO ATUAL, MEDIDAS DE transmissor da doença ou pelo surgimento de um novo agente (des-
CONTROLE E TRATAMENTO conhecido).
A gripe aviária, por exemplo, é uma doença “nova” que se ini-
ciou como surto epidêmico. Assim, a ocorrência de um único caso
Endemia de uma doença transmissível (ex.: poliomielite) ou o primeiro caso
É qualquer doença localizada em um espaço limitado denomi- de uma doença até então desconhecida na área (ex.: gripe do fran-
nado “faixa endêmica”. Significa que endemia é uma doença que go) requerem medidas de avaliação e uma investigação completa,
se manifesta apenas numa determinada região, de causa local, não pois, representam um perigo de originarem uma epidemia.
atingindo nem se espalhando para outras comunidades. Com o tempo e um ambiente estável a ocorrência de doença
Enquanto a epidemia se espalha por outras localidades, a en- passa de epidêmica para endêmica e depois para esporádica.
demia tem duração continua porém, restrito a uma determinada
área. Doenças epidêmicas
No Brasil, existem áreas endêmicas. A título de exemplo, pode A história da humanidade foi marcada por algumas doenças
ser citada a febre amarela comum Amazônia. No período de infes- epidêmicas, como a peste negra, a cólera e a gripe espanhola, que
tação da doença, as pessoas que viajam para tal região precisam ser fizeram inúmeras vítimas.
vacinadas. A dengue é outro exemplo de endemia, pois são regis- Recentemente, a sífilis passou a ser epidemia no Brasil, o que
trados focos da doença em um espaço limitado, ou seja, ela não se está relacionado, entre outros fatores, ao menor uso de preservati-
espalha por toda uma região, ocorre apenas onde há incidência do vos nas relações sexuais, contribuindo para a sua transmissão entre
mosquito transmissor da doença. as pessoas. O sarampo e a poliomielite (paralisia infantil) são do-
enças que estavam controladas no país, mas que hoje constituem
Doenças endêmicas surtos, principalmente pela negligência na vacinação das crianças.
O Brasil já teve e tem várias doenças endêmicas. Por exemplo,
na década de 80, a doença de Chagas era uma importante ende- Principais Endemias e Epidemias
mia rural, mas ao longo dos anos teve a sua incidência melhorada, Endemia é uma doença infecciosa que ocorre em um dado ter-
embora permaneça classificada como uma das graves endemias no ritório, e que permanece provocando novos casos frequentemente.
Brasil. Já epidemia é o grande número de casos de uma doença num curto
Atualmente, a malária e febre amarela são importantes doen- espaço de tempo.
ças endêmicas que preocupam as autoridades e necessitam de cui- Exemplos de endemia no Brasil são as áreas afetadas por fe-
dados especiais. Podem ser citadas a esquistossomose, a leishma- bre amarela na Amazônia e áreas afetadas pela Dengue, como o
niose, a tuberculose, a dengue e algumas verminoses intestinais sul da Bahia e a região sudeste. Estas regiões são denominadas fai-
(como a ancilostomose). A dengue, por exemplo, é uma doença xas endêmicas, pois estas doenças possuem um alto grau de conti-
que encontrou no Brasil boas condições climáticas (clima quente e nuidade, na mesma região. Há outros exemplos de endemias pelo
úmido) e sociais (disponibilidade de criadouros das larvas), se insta- mundo, como a malária e a AIDS em várias regiões da África, e a
lando e se tornando uma doença endêmica. tuberculose em diversas partes do mundo. Quando se viaja para
uma área endêmica, é recomendável prevenir-se, se houver vacinas
Espécies endêmicas ou medicamentos para a doença de tal faixa.
Você pode estar se perguntando se doenças endêmicas estão Caracterizar um agente epidêmico depende de vários fatores,
relacionadas as famosas espécies endêmicas. como a suscetibilidade da população exposta, experiência prévia
As espécies endêmicas são aquelas que ocorrem em apenas com o agente, intensidade do agente, o tempo, o local e o com-
determinadas regiões geográficas. Elas são muito discutidas na área portamento do agente com relação à população. Doenças novas ou
ambiental devido à sua importância para a biodiversidade e a ne- que há muito tempo não apresentem casos, quando aparecem ou
cessidade da sua conservação. De maneira semelhante, as espécies reaparecem já podem ser consideradas surtos epidêmicos, mesmo
endêmicas são aquelas que ocorrem em apenas algumas regiões. sem a contaminação em massa.

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POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

O termo epidemia não se refere apenas a doenças infecto-con- Por fim a AIDS, doença que surgiu nos anos 80, causada pelo
tagiosas, mas a qualquer doença que apresente muitos casos em vírus HIV, Vírus da Imunodeficiência Humana. O contágio se dá pelo
uma população. É denominada epidemia toda doença que afeta contato com líquidos do corpo infectados, como sangue e sêmen.
uma grande quantidade de pessoas dentro de uma população ou Com o sistema imunológico afetado, quaisquer infecções que nor-
região, e se estas proporções tornam-se muito grandes, é caracteri- malmente não apresentam grande ameaça à saúde, tornam-se um
zada uma pandemia. potencial fator mortal. Em alguns países da África a doença já se
De acordo com o evoluir da história da humanidade, várias tornou epidemia, pelos altos índices de prostituição e por mitos po-
epidemias foram registradas. Doenças como a Varíola, a Malária, pulares, como, por exemplo, o de que uma pessoa infectada que
a Tuberculose, o Tifo Epidêmico, a Poliomielite, a Febre Amarela e, mantém relação sexual com outra virgem cura-se da doença. Estes
mais recentemente, a AIDS, assolaram a população mundial em di- fatores contribuem para a transmissão acelerada da doença. Não
ferentes épocas. há cura para a AIDS, no entanto há medicamentos que controlam o
A Varíola, doença causada por vírus que começou a infectar hu- vírus, e a recomendação é sempre a mesma, o uso de preservativos
manos há milhares de anos, causa febre alta, dores no corpo e erup- para evitar o contágio por relação sexual, e o uso de agulhas des-
ções na pele. A transmissão da doença pode ser por contato com a cartáveis, para evitar o contágio por contato com sangue infectado.
pele de alguém infectado, ou pelo ar, em locais fechados. Durante a As doenças epidêmicas muitas vezes são também endêmicas.
descoberta das Américas, por volta de 1500, os conquistadores eu- As atuais condições sanitárias de muitas partes do mundo evitam os
ropeus trouxeram consigo o vírus da Varíola, que assolou boa parte surtos epidêmicos, e a avançada tecnologia permite controlar rápi-
da população Inca e Asteca. O último caso de infecção natural por da e satisfatoriamente quando ocorre algum surto. No entanto, há
Varíola aconteceu em 1977, a doença hoje só existe em laboratório. muitas localidades que ainda sofrem com fatores já erradicados em
A Malária tem registros na humanidade há mais de quatro mil outras partes do mundo. O recomendável sempre é a prevenção.
anos. A doença é transmitida por um mosquito, que se prolifera
em águas paradas, que ao picar a pele do ser humano deposita um
protozoário na corrente sanguínea que se aloja nos glóbulos ver- PLANEJAMENTO E PROGRAMAÇÃO LOCAL DE SAÚDE, DIS-
melhos e os destrói. Alguns dos principais sintomas da malária são: TRITOS SANITÁRIOS E ENFOQUE ESTRATÉGICO
febre, calafrios, sudorese, dores de cabeça e musculares. A Malária
continua representando um sério fator epidêmico, principalmente
na África subsaariana.
A Tuberculose destruiu populações e diversos momentos da Planejamento em Saúde é o processo que consiste em dese-
história da humanidade. A doença é causada por uma bactéria, e é nhar, executar, acompanhar e avaliar um conjunto de propostas de
transmitida pelo ar. A bactéria chega aos pulmões, causando dores ação com vistas à intervenção sobre um determinado recorte de
no peito, fraqueza, emagrecimento e tosse com sangue. Em casos realidade. Trata-se, também, de um instrumento de racionalização
mais graves pode atingir o cérebro, os rins ou a coluna vertebral. das ações no setor de saúde, realizada por atores sociais, orientada
Apesar dos atuais tratamentos modernos, a tuberculose continua por um propósito de manter ou modificar uma determinada situa-
infectando muitas pessoas todo ano, e fatores agravantes, como o ção de saúde. Para Matus (Matus, 1987a), planejamento significa
vírus HIV faz com que portadores do mesmo sejam mais suscetíveis o “cálculo que precede e preside a ação; a mediação entre o co-
a desenvolver a forma grave da tuberculose, e chegar a óbito muitas nhecimento e a ação; é um processo social complexo, produto das
vezes. relações de conflito e articulação entre as diferentes forças sociais
O Tifo Epidêmico atingiu a humanidade durante muitos anos, em uma realidade historicamente dada”.
matando milhares de pessoas. A doença, causada por um micróbio
existente em piolhos, apresenta inicialmente sintomas como dor de A Constituição Brasileira estabelece como norma o caráter uni-
cabeça, falta de apetite, náuseas e febre. Logo pode evoluir e afetar versal e integral das ações de saúde a cargo do Estado, mas isto não
a circulação sanguínea, causando gangrena em algumas partes do evita que no dia a dia escolhas sejam feitas e instrumentos sejam
corpo, pneumonia e insuficiência renal, e a febre alta pode evoluir usados para eleger prioridades e aproximar os serviços das necessi-
para um coma e insuficiência cardíaca. Uma vacina foi desenvol- dades mais importantes das comunidades atendidas.
vida durante a Segunda Guerra Mundial, e o Tifo Epidêmico hoje As diretrizes do modelo de atenção integral à saúde apontam
é bastante controlado, apresentando remotos casos em áreas da alguns tópicos que podem ajudar a organização dos serviços:
América do Sul, África e Ásia.
A Poliomielite atingiu os humanos durante milhares de anos, • definir a demanda social, levando em consideração a mani-
paralisando milhões de crianças. A doença é causada pelo Polio- festação pública de comunidades e seus representantes;
vírus, que ataca o sistema nervoso humano. Os sintomas iniciais • entender as conexões sociais do processo saúde/doença,
são dor de cabeça, dor e rigidez nos membros, vômito e febre. Não compreendendo a dinâmica das relações sociais, por intermédio de
existe cura efetiva para a Poliomielite, mas a vacina, aperfeiçoada indicadores socioeconômicos;
na década de 1950, garantiu o controle e extinção da doença em • utilizar a Epidemiologia para entender a maneira como as
boa parte do mundo. Apenas alguns países subdesenvolvidos ainda relações sociais repercutem no modo de adoecimento das coleti-
apresentam casos da doença. vidades;
A Febre Amarela, doença transmitida por picada de mosquitos, • recorrer às técnicas de Programação e Planejamento para
tem como principais sintomas dores de cabeça, muscular, nas cos- orientar as atividades dos serviços de saúde;
tas, febre e comumente insuficiência hepática, que causa icterícia, • recusar o modelo clínico centrado na atenção individual
o que dá nome à doença. Apesar da vacina e dos programas de pre- como princípio ordenador das ações desses serviços;
venção, a doença ainda assola regiões da América do Sul e da África.
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POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

• detectar problemas e articular soluções a partir de um con- Nessa etapa, torna-se útil incorporar algum conhecimento so-
junto de saberes que convergem para práticas de caráter interdis- bre a situação de saúde de outras localidades e grupos populacio-
ciplinar; nais, bem como referências das instituições responsáveis pelas polí-
• definir o território de intervenção dos serviços em função da ticas e ações (Município, Estado, União, organismos internacionais),
dinâmica das populações e das relações. para organização da base da investigação.
Podemos elencar alguns passos para o planejamento das ações: • Passo 4 – Análise dos determinantes do problema: a árvore
explicativa
• Passo 1 – Definição do território
Aqui destacam-se duas ordens de questões. Por um lado, as
Essa definição implica em definir a área de abrangência dos diferentes formas de representação, valoração e compreensão dos
serviços, o perfil demográfico e socioeconômico da população problemas de saúde, seja pelo olhar dos profissionais ou pela óti-
atendida e o conjunto de equipamentos, profissionais e instalações ca dos diversos grupos sociais envolvidos, incluindo a população; o
existentes. Esse território pode ser considerado como um sistema que apresenta, como um dos principais desafios, a necessidade de
local, onde estão presentes múltiplos fatores que influem no pro- articulação das diferentes racionalidades envolvidas em um proces-
cesso saúde/doença, especialmente em suas conexões sociais, eco- so concreto de planejamento.
nômicas e culturais. O planejamento deve considerar as condições
de acesso aos serviços, o perfil epidemiológico e socioeconômico E leis que caracterizam a realidade sanitária apontam para di-
das populações, os mecanismos de controle comunitário sobre os versas possibilidades de ‘recorte’ desses problemas, em termos de
recursos disponíveis e de definição de prioridades. unidades de análise e intervenção. Cada uma dessas possibilidades
de recorte apresenta distintas implicações operacionais sobre a ca-
Dessa forma, territorializar significa por um lado uma medida pacidade de apreensão e compreensão das necessidades de saúde,
de racionalização político-administrativa, mas por outro lado, asso- bem como de cumprimento dos princípios de equidade e integra-
cia-se à transformação das práticas sanitárias. lidade.
Assim, a árvore de problemas deve ser desenhada de maneira
• Passo 2 – Definição da situação atual da saúde da população clara, sintética e precisa, a partir da identificação das causas do pro-
adscrita blema e da forma como estão relacionadas entre si.

Só é possível planejar tendo conhecimento da população e do A partir da “árvore de problemas” é gerada então a árvore de
contexto em que ela se insere. A epidemiologia é uma ferramenta objetivos, dos quais derivam as ações a serem realizadas nos terri-
bastante utilizada para definir as necessidades de saúde e auxiliar o tórios considerados em uma perspectiva intersetorial. Ou seja, as
planejamento dos serviços. Seu emprego permite a sistematização ações e serviços a serem desenvolvidos não se restringem àqueles
de dados demográficos, de morbidade e mortalidade, permitindo que já são tradicionalmente ofertados pelas unidades de saúde,
análise capaz de alimentar o processo de planejamento e tomada envolvendo um esforço adicional de mobilização e articulação de
de decisões da equipe. outros órgãos governamentais e não governamentais que atuam na
A informação gerada em dados é transformada em indicadores área, inclusive a mobilização e envolvimento dos indivíduos, das fa-
de saúde, geralmente disponibilizados por meio dos Sistemas de mílias e das coletividades que vivem e trabalham neste local.
Informação em Saúde (SIS), que abordaremos na próxima Unidade. • Passo 5 – Levantamento de recursos

• Passo 3 – Identificação dos principais problemas de saúde da O estabelecimento de prioridades se baseia no fato de que o
população que se quer abordar recurso em saúde nunca é suficiente para a realização de todas as
ações necessárias. Basicamente, quando se fala em planejamento
A partir da informação gerada e estudada, é possível identificar para a ação em saúde são definidos os pontos mais importantes e
os principais problemas de saúde desta população, os grupos de estes incluem priorizar tanto ações quanto recursos. É aconselhável
risco, o acesso dos pacientes ao sistema de saúde e a cobertura por lidar com um ou dois problemas de cada vez, evitando-se esforços
programas de saúde, bem como a organização e gerenciamento dos em múltiplos problemas que acabam por pulverizar as ações e pro-
programas da atenção básica. telar resultados. É da sabedoria popular que vem o ditado: “quem
tem uma prioridade (ou objetivo), tem uma; quem tem duas, tem
Sugere-se que se aponte dentro dos problemas a serem en- meia; e quem tem três não tem nenhuma”.
frentados aqueles que possam ser classificados como críticos de
acordo com os critérios de: O conhecimento dos recursos de saúde disponíveis, bem como
de toda a rede de apoio não só da saúde, mas intersetorial, é tão
• frequência do problema; importante quanto o conhecimento dos problemas de saúde.
• morbidade e mortalidade relacionadas ao problema;
• efetividade das intervenções (pouco, moderada, muito); Nessa etapa é importante que as equipes de Saúde da Famí-
• custos da intervenção (alto, moderado, baixo); lia, para exercício da intersetorialidade, considerem como recursos
• intencionalidade em priorizar “grupos” de maior risco: mu- todo o equipamento público possível de acesso pela população da
lheres em idade fértil, crianças, idosos; área de abrangência, não se limitando aos recursos do Setor Saúde.
• impacto econômico: grupos de trabalhadores ou por caracte- Isso implica em parcerias com escolas, igrejas, associações comuni-
rísticas socioeconômicas etc.

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POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

tárias e organizações não governamentais, além de estreita relação do Distrito Federal e da União” (BRASIL, 1990a). Essa lógica de for-
com diferentes Secretarias de Governo, para ampliação da resoluti- mulação ascendente é um dos mecanismos relevantes na observân-
vidade das ações empreendidas. cia do princípio de unicidade do SUS. O seu cumprimento é desafio
importante, tendo em conta as peculiaridades e necessidades pró-
• Passo 6 – Programação das ações prias de cada município, estado e região do País, o que dificulta a
Por fim, é desejável a adequação das ações aos oito elementos adoção de um modelo único aplicável a todas as instâncias
essenciais da programação da atenção básica: Nos parágrafos 1º e 2º do Art. 36, são definidos a aplicabilidade
• educação sobre os principais problemas – controle e preven- dos planos de saúde e o financiamento das ações dele resultantes.
ção; O primeiro parágrafo estabelece que “os planos de saúde serão a
• conhecimento da disponibilidade de alimentos e promoção base das atividades e programações de cada nível de direção do
da nutrição adequada; SUS e seu financiamento será previsto na respectiva proposta or-
• suprimento de água potável e provisão de saneamento bá- çamentária” (BRASIL, 1990a). Já o segundo veta a “transferência de
sico; recursos para o financiamento de ações não previstas nos planos
• saúde materno-infantil, incluindo planejamento familiar; de saúde” (BRASIL, 1990a), salvo em situações emergenciais ou de
• imunização contra as principais doenças infecciosas; calamidade pública de saúde. No Art. 37, a Lei atribui ao Conse-
• prevenção e controle das principais doenças endêmicas e epi- lho Nacional de Saúde a responsabilidade pelo estabelecimento de
dêmicas; diretrizes para a elaboração dos planos de saúde, “em função das
• tratamento apropriado para as doenças e lesões comuns; características epidemiológicas e da organização dos serviços em
• previsão de medicamentos e materiais essenciais. cada jurisdição administrativa” (BRASIL, 1990a).
Já a Lei Nº 8.142/90 (BRASIL, 1990b), no seu Art. 4º, entre os
Os gestores do SUS vêm se empenhando continuamente em requisitos para o recebimento dos recursos provenientes do Fundo
planejar, monitorar e avaliar as ações e serviços de saúde. Tais es- Nacional de Saúde, fixa que os municípios, estados e o Distrito Fe-
forços têm contribuído, certamente, para os importantes avanços deral devem contar com plano de saúde e relatório de gestão “que
registrados pelo SUS nestes 20 anos de sua criação. É importante permitam o controle de que trata o §4º do artigo 33 da Lei Nº 8.080,
reconhecer, contudo, que os desafios atuais e o estágio alcançado de 19 de setembro de 1990” (esse parágrafo refere-se ao acom-
exigem um novo posicionamento do planejamento no âmbito do panhamento, pelo Ministério da Saúde, da aplicação de recursos
SUS, capaz de favorecer a aplicação de toda a sua potencialidade, repassados na conformidade da programação aprovada, a ser reali-
corroborando de forma plena e efetiva para a consolidação deste zado por meio de seu sistema de auditoria).
Sistema. É importante destacar igualmente as Portarias Nº 399, de 22
Nesse sentido, é necessário elaborar instrumentos que contri- de fevereiro de 2006, e de Nº 699, de 30 de março subsequente,
buam para um melhor aproveitamento das oportunidades e para editadas pelo Ministério da Saúde: a primeira “divulga o Pacto pela
a superação de desafios, entre os quais aqueles que possibilitem o Saúde 2006 - Consolidação do SUS e aprova as Diretrizes Operacio-
desenvolvimento de rotinas de monitoramento e avaliação nas três nais do referido pacto” (BRASIL, 2006a) e, a outra, “regulamenta as
esferas de governo. Entre os desafios presentes, cabe destacar a Diretrizes Operacionais dos Pactos pela Vida e de Gestão” (BRASIL,
importância do financiamento pleno do SUS, o que envolve a regu- 2006b). O Pacto pela Saúde envolve três componentes: o Pacto pela
lamentação e o cumprimento da Emenda Constitucional 29, assim Vida, o Pacto em Defesa do SUS e o Pacto de Gestão.
como a manutenção de processo contínuo de planejamento. No Pacto de Gestão, os eixos são a descentralização, a regio-
O Sistema de Planejamento do SUS – PlanejaSUS – busca apro- nalização, o financiamento, a programação pactuada e integrada,
priar-se da experiência acumulada pela área nas três esferas de ges- a regulação, a participação e o controle social, o planejamento, a
tão que, no tocante à direção nacional, tem como exemplo impor- gestão do trabalho e a educação na saúde.
tante a formulação do Plano Nacional de Saúde – PNS 2004- 2007 –, O Sistema de Planejamento do SUS é objeto do item 4 do ane-
cujo processo evidenciou a necessidade de uma ação permanente- xo da Portaria Nº 399/2006, estando nele contidos o seu conceito,
mente articulada, nos moldes de uma atuação sistêmica. princípios e objetivos principais, na conformidade do presente do-
O planejamento – e instrumentos resultantes de seu processo, cumento. Destaque, também, que o Pacto estabelece cinco pontos
como planos e relatórios – é objeto de grande parte do arcabouço prioritários de pactuação para o planejamento, que são:
legal do SUS, quer indicando processos e métodos de formulação, i) a adoção das necessidades de saúde da população como cri-
quer como requisitos para fins de repasse de recursos e de contro- tério para o processo de planejamento no âmbito do SUS;
le e auditoria. Em relação ao planejamento e a instrumentos que ii) a integração dos instrumentos de planejamento, tanto no
lhe dão expressão concreta, destacam-se, inicialmente, as Leis Nº contexto de cada esfera de gestão, quanto do SUS como um todo;
8.080/1990 e Nº 8.142/1990 (Leis Orgânicas da Saúde). A primeira iii) a institucionalização e o fortalecimento do PlanejaSUS, com
– Lei Nº 8.080/90 – atribui à direção nacional do SUS a responsabi- adoção do processo de planejamento, neste incluído o monitora-
lidade de “elaborar o planejamento estratégico nacional no âmbito mento e a avaliação, como instrumento estratégico de gestão do
do SUS em cooperação com os estados, municípios e o Distrito Fe- SUS;
deral” (BRASIL, 1990a). iv) a revisão e a adoção de um elenco de instrumentos de pla-
A referida Lei dedica o seu Capítulo III ao planejamento e orça- nejamento – tais como planos, relatórios e programações – a serem
mento. No primeiro artigo desse Capítulo, é estabelecido o proces- adotados pelas três esferas de gestão, com adequação dos instru-
so de planejamento e orçamento do SUS, que “será ascendente, do mentos legais do SUS no tocante a este processo e instrumentos
nível local até o federal, ouvidos seus órgãos deliberativos, compa- dele resultantes; e
tibilizando-se as necessidades da política de saúde com a disponibi-
lidade de recursos em planos de saúde dos municípios, dos estados,
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a solução para o seu concurso!
POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

v) a cooperação entre as três esferas de gestão para o fortaleci- Planejamento no SUS


mento e a equidade do processo de planejamento no SUS. (BRASIL, No âmbito do Ministério da Saúde, até o final de 2005 – quan-
2006a). do tomou a iniciativa de propor a construção do PlanejaSUS, como
Em relação ao financiamento, introduz e estabelece blocos mencionado na apresentação –, o planejamento pautava as suas
específicos: atenção básica; atenção de média e alta complexida- ações principalmente no atendimento às demandas interna e ex-
de; vigilância em saúde; assistência farmacêutica e gestão do SUS. terna, esta última oriunda da coordenação do correspondente
Configuram-se eixos prioritários para a aplicação de recursos (in- sistema federal, exercida pelo Ministério do Planejamento, Orça-
vestimentos): o estímulo à regionalização e os investimentos para mento e Gestão (MP). Ao MP cabe, assim, conduzir o planejamento
a atenção básica. estratégico do governo federal. As demandas internas referem-se
No contexto da regionalização, define que os principais instru- sobretudo a informações para o atendimento de necessidades téc-
mentos de planejamento para tanto são o PDR (Plano Diretor de nico-políticas.
Regionalização), o PDI (Plano Diretor de Investimento) e a PPI (Pro- O Sistema Federal de Planejamento tem uma agenda estabe-
grama Pactuada e Integrada), a qual “deve estar inserida no pro- lecida, mediante a qual responde também às exigências constitu-
cesso de planejamento e deve considerar as prioridades definidas cionais e legais, entre as quais figuram a elaboração do Plano Plu-
nos planos de saúde em cada esfera de gestão” (BRASIL, 2006a). rianual – a cada quatro anos – e as suas revisões, das propostas
Segundo o Anexo II da Portaria, o planejamento regional expressará anuais de diretrizes orçamentárias e do orçamento, que balizam a
as responsabilidades dos gestores para com a saúde da população aprovação das respectivas leis – LDO e LOA –, do Balanço Geral da
do território e o conjunto de objetivos e ações, cujas prioridades – União e da Mensagem do Executivo ao Legislativo. Além dessas de-
estabelecidas regionalmente – deverão estar refletidas no plano de terminações legais, o Sistema requer também o acompanhamento,
saúde de cada município e do estado. Cria também o Colegiado de o monitoramento, a atualização e a avaliação das ações. Mesmo
Gestão Regional com a função de “instituir um processo dinâmico reconhecendo os avanços na alocação dos recursos públicos – base-
de planejamento regional”. (BRASIL, 2006a). ados em objetivos de médio e longo prazos, com melhor associação
No item 3 do capítulo relativo à responsabilidade sanitária, es- às necessidades de saúde –, é importante considerar que deman-
tão estabelecidos os compromissos de cada esfera no que concerne das contingenciais de curto prazo ainda prejudicam o processo de
ao planejamento e programação. Destacam-se como responsabili- estruturação e consolidação do SUS.
dades comuns aos entes federados: Embora responda às necessidades internas e externas, até en-
i) formular, gerenciar, implementar e avaliar o processo perma- tão o sistema de planejamento no MS não dispunha de medidas
nente de planejamento participativo e integrado, de base local e que viabilizem o aperfeiçoamento do trabalho e que possibilitas-
ascendente, orientado por problemas e necessidades em saúde ..., sem a oportuna e efetiva melhoria da gestão do Sistema, da aten-
construindo nesse processo o plano de saúde e submetendo-o à ção e da vigilância em saúde, inclusive no tocante à reorientação
aprovação do Conselho de Saúde correspondente; das ações. Tratava-se, na realidade, da insuficiência de um processo
ii) formular, no plano de saúde, a política de atenção em saúde, de planejamento do Sistema Único de Saúde, em seu sentido amplo
incluindo ações intersetoriais voltadas para a promoção da saúde; – neste compreendido o monitoramento e a avaliação –, que con-
iii) elaborar relatório de gestão anual, a ser apresentado e sub- tribuísse para a sua consolidação que, conforme assinalado, é uma
metido à aprovação do Conselho de Saúde correspondente. (BRA- competência legal do gestor federal, em cooperação com as demais
SIL, 2006b). instâncias de direção do Sistema.
Cabe destacar também as portarias que norteiam a organiza- O Ministério da Saúde e as Secretarias Estaduais de Saúde re-
ção e a implementação do Sistema de Planejamento do SUS – pac- cebem frequentemente, da parte de gestores e técnicos do SUS,
tuadas na CIT –, a saber: solicitação de orientações e cooperação técnica para a elaboração
•Portaria Nº 3.085, de 1º de dezembro de 2006, que regula- de instrumentos de planejamento, em especial planos de saúde
menta esse Sistema; e relatórios de gestão. Observa-se, por outro lado, que estados e
•Portaria Nº 3.332, do dia 28 subsequente, que aprova orien- municípios têm se esforçado para formulá-los, quer para fins de
tações gerais relativas aos instrumentos do PlanejaSUS e revoga a habilitação em uma condição de gestão – e, após o Pacto pela Saú-
Portaria N.º 548/2001 (”Orientações Federais para a Elaboração e de, para a formalização do Termo de Compromisso de Gestão –,
Aplicação da Agenda de Saúde, do Plano de Saúde, dos Quadros quer para subsidiar auditorias e controles, a cargo das instâncias
de Metas e do Relatório de Gestão como Instrumentos de Gestão incumbidas destas atividades. Como um instrumento essencial de
do SUS”); gestão, cabe ao planejamento contribuir para que o SUS responda,
•Portaria Nº 1.229, de 24 de maio de 2007, que aprova orienta- com qualidade, às demandas e necessidades de saúde, avançando
ções gerais para o fluxo do Relatório Anual de Gestão do SUS. de forma ágil rumo a sua consolidação.
Registrem-se ainda as Portarias: Nº 376, de 16 de fevereiro de O processo ascendente de planejamento definido pela Lei Or-
2007; Nº 1.510, de 25 de junho de 2007; e Nº 1.885, de 9 de setem- gânica da Saúde configura-se relevante desafio para os responsá-
bro de 2008, que institui incentivo financeiro para o PlanejaSUS; veis por sua condução, em especial aqueles das esferas estadual
que desvincula o seu repasse da adesão ao Pacto pela Saúde; e que e nacional, tendo em conta a complexidade do perfil epidemioló-
estabelece o incentivo de 2008, respectivamente. A íntegra dessas gico brasileiro, aliada à quantidade e diversidade dos municípios,
portarias específicas do Sistema de Planejamento do SUS consta do além da grande desigualdade em saúde ainda prevalente, tanto em
item Portarias relativas ao Sistema de Planejamento do SUS, página relação ao acesso, quanto à integralidade e à qualidade da aten-
34. ção prestada. Em relação à gestão, é importante levar em conta o
fato de que cerca de 90% dos municípios têm menos de 50 mil ha-
bitantes e que 48% menos de 10 mil (INSTITUTO BRASILEIRO DE
GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2004). Particularmente no tocante ao
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POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

planejamento, a organização das ações ainda é bastante precária, •coordenar os processos de formulação, monitoramento e ava-
principalmente nos municípios de médio e pequeno portes, o que liação dos instrumentos básicos do PlanejaSUS; e
dificulta o exercício eficiente e efetivo de seu papel fundamental na •prover as demais áreas técnicas de mecanismos - como mé-
conformação do SUS neste nível. todos e processos - para que possam formular, monitorar e avaliar
Cabe ressaltar que, apesar dos esforços empreendidos desde os seus respectivos instrumentos, segundo as suas especificidades
a criação do SUS e os avanços logrados, a área de planejamento do e necessidades.
Sistema ainda carece, nas três esferas de gestão, de recursos hu- Para o alcance do êxito esperado com o PlanejaSUS, estão iden-
manos em quantidade e qualidade. Observa-se que falta, não raro, tificadas algumas condições e medidas importantes. Tais condições
infraestrutura e atualização contínua nas técnicas e métodos do e medidas – ou eixos norteadores – podem gerar duplo benefício.
planejamento em si – sobretudo em se tratando de monitoramento De um lado, dariam celeridade ao atendimento de necessidades
e avaliação, no seu sentido mais amplo –, assim como o domínio ne- importantes da gestão do SUS, de que são exemplos a formulação
cessário das características e peculiaridades que cercam o próprio ou a revisão de planos, programações e relatórios gerenciais. De
SUS e do quadro epidemiológico do território em que atuam. Tais outro, viabilizariam a conformação ágil do PlanejaSUS, tendo em
condições são estratégicas para a coordenação do processo de pla- vista o caráter concreto de algumas medidas indicadas no presente
nejamento e, portanto, para o funcionamento harmônico do Plane- documento.
jaSUS. É oportuno reiterar, nesse particular, os pontos essenciais de Entre as condições necessárias, estão o apoio ao PlanejaSUS,
pactuação para o Sistema de Planejamento do SUS – PlanejaSUS –, sobretudo por parte dos gestores e representantes do controle so-
definidos no Pacto pela Saúde 2006, em especial a institucionaliza- cial, incorporando o planejamento como instrumento estratégico
ção e o fortalecimento deste Sistema, “com adoção do processo de para a gestão do SUS. Esse apoio deverá ser buscado principalmen-
planejamento, neste incluído o monitoramento e a avaliação, como te junto aos Colegiados de Gestão Regionais, às Comissões Inter-
instrumento estratégico de gestão do SUS”. (BRASIL, 2006a). gestores (CIB e CIT), aos Conselhos Nacionais de Secretários Esta-
duais e Municipais de Saúde (Conass e Conasems) e aos Conselhos
Conceito e caracterização de Secretários Municipais de Saúde (Cosems). Trata-se de tarefa a
ser assumida, inicialmente, por todos os profissionais que atuam
Define-se como Sistema de Planejamento do Sistema Único de em planejamento no SUS, para o que deve também ser buscada a
Saúde – PlanejaSUS – a atuação contínua, articulada, integrada e contribuição, por exemplo, de organismos internacionais – como as
solidária das áreas de planejamento das três esferas de gestão do Organizações Pan-Americana e Mundial da Saúde –, de instituições
SUS. Tal forma de atuação deve possibilitar a consolidação da cultu- de ensino, de pesquisa e entidades afins.
ra de planejamento de forma transversal às demais ações desenvol- Outra condição importante é a adesão institucional mediante a
vidas no Sistema Único de Saúde. Nesse sentido, o PlanejaSUS deve observância da regulamentação do PlanejaSUS, expressa nas referi-
ser entendido como estratégia relevante à efetivação do SUS. Para o das Portarias Nº 3.085/2006 e Nº 3.332/2006, e outras decorrentes
seu funcionamento, são claramente definidos os objetivos e as res- de pactuação tripartite, de que são exemplos processos de moni-
ponsabilidades das áreas de planejamento de cada uma das esferas toramento e de avaliação dos instrumentos básicos, consoante às
de gestão, de modo a conferir efetiva direcionalidade ao processo definições contidas nas Leis Orgânicas da Saúde. Constituem igual-
de planejamento que, vale reiterar, compreende o monitoramento mente condições essenciais para a institucionalização do Planeja-
e a avaliação. SUS nas três esferas de gestão: a capacitação de recursos humanos
Na condição de sistema, e consoante à diretriz relativa à dire- para o processo de planejamento do SUS; a geração de informações
ção única do SUS em cada esfera de gestão, o PlanejaSUS não envol- gerenciais para a tomada de decisão; a adequação do arcabouço
ve nenhuma forma de subordinação entre as respectivas áreas de legal relativo ao planejamento; a cooperação técnica e financeira
planejamento. Nesse sentido, a sua organização e operacionaliza- para o planejamento no SUS; e o provimento de estrutura e infra-
ção baseiam-se em processos que permitam o seu funcionamento -estrutura para o desenvolvimento da atividade de planejamento.
harmônico entre todas as esferas do SUS. Para tanto, tais processos
deverão ser objeto de pactos objetivamente definidos, com estri- Objetivo geral
ta observância dos papéis específicos de cada um, assim como das
respectivas peculiaridades, necessidades e realidades sanitárias. O O PlanejaSUS tem por objetivo geral coordenar o processo de
desenvolvimento de papéis específicos visa, principalmente, poten- planejamento no âmbito do SUS, tendo em conta as diversidades
cializar e conferir celeridade e resolubilidade ao PlanejaSUS, tanto existentes nas três esferas de governo, de modo a contribuir – opor-
na sua implantação, quanto no seu funcionamento, monitoramento tuna e efetivamente – para a sua consolidação e, consequentemen-
e avaliação contínuos. te, para a resolubilidade e qualidade da gestão e da atenção à saú-
Como parte integrante do ciclo de gestão, o PlanejaSUS deve de.
estar próximo dos níveis de decisão do SUS, buscando permanen- Objetivos específicos
temente, de forma tripartite, a pactuação de bases funcionais de
planejamento, monitoramento e avaliação do SUS, bem como pro- São objetivos específicos do Sistema de Planejamento do SUS:
movendo a participação social e a integração intra e intersetorial, a) formular propostas e pactuar diretrizes gerais para o proces-
considerando os determinantes e condicionantes de saúde. Essa so de planejamento no âmbito do SUS e seu contínuo aperfeiçoa-
integração deve buscar o envolvimento de todos os profissionais. mento;
Tal entendimento explicita o caráter transversal dessa função e, por b) propor metodologias e modelos de instrumentos básicos
conseguinte, o papel das áreas de planejamento nas três esferas do processo de planejamento, englobando o monitoramento e a
que, em síntese, é de: avaliação, que traduzam as diretrizes do SUS, com capacidade de
adaptação às particularidades de cada esfera administrativa;
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c) apoiar a implementação de instrumentos permanentes de No âmbito federal


planejamento para as três esferas de gestão do SUS, que sirvam de
parâmetro mínimo para o processo de monitoramento, avaliação e a) Coordenação do processo nacional de planejamento do SUS,
regulação do SUS; em cooperação com os estados e municípios;
d) apoiar a implementação de processo permanente e siste- b) organização, implantação e implementação do PlanejaSUS
mático de planejamento nas três esferas de gestão do SUS, neste em âmbito nacional;
compreendido o planejamento propriamente dito, o monitoramen- c) cooperação técnica e financeira na implantação e implemen-
to e a avaliação; tação do Planejasus em cada esfera de governo, bem como para a
e) promover a institucionalização, fortalecendo e reconhecen- formulação, monitoramento e avaliação dos instrumentos básicos
do as áreas de planejamento no âmbito do SUS, nas três esferas de definidos para este Sistema;
governo, como instrumento estratégico de gestão do SUS; d) implementação de rede, no âmbito do planejamento, volta-
f) apoiar e participar da avaliação periódica relativa à situação da à articulação e integração das três esferas de gestão do SUS e à
de saúde da população e ao funcionamento do SUS, provendo os divulgação de informações e experiências de interesse do Planeja-
gestores de informações que permitam o seu aperfeiçoamento e/ SUS, bem como à disseminação do conhecimento técnicocientífico
ou redirecionamento; na área;
g) implementar e difundir uma cultura de planejamento que in- e) promoção da educação permanente em planejamento para
tegre e qualifique as ações do SUS nas três esferas de governo, com os profissionais que atuam em planejamento no SUS;
vistas a subsidiar a tomada de decisão por parte de seus gestores; f) participação no Grupo de Planejamento da Secretaria Técnica
h) promover a educação permanente em planejamento para os da Comissão Intergestores Tripartite (CIT);
profissionais que atuam neste âmbito no SUS; g) formulação e apresentação, para análise e deliberação da
i) promover a eficiência dos processos compartilhados de pla- CIT, de propostas relativas ao funcionamento e aperfeiçoamento do
nejamento e a eficácia dos resultados; PlanejaSUS e dos seus instrumentos básicos;
j) incentivar a participação social como elemento essencial dos h) mobilização e coordenação do grupo de colaboradores,
processos de planejamento; composto por especialistas e profissionais que atuam nas áreas de
k) promover a análise e a formulação de propostas destinadas planejamento do SUS, no processo de planejamento e orçamento
a adequar o arcabouço legal no tocante ao planejamento no SUS; na esfera federal e em instituições de ensino e pesquisa, com vistas
l) implementar uma rede de cooperação entre os três entes fe- a apoiar o MS no cumprimento de suas responsabilidades junto ao
derados, que permita amplo compartilhamento de informações e PlanejaSUS;
experiências; i) apoio aos grupos de trabalho e demais fóruns da CIT em
m)identificar, sistematizar e divulgar informações e resultados questões relativas ao planejamento no âmbito do SUS;
decorrentes das experiências em planejamento, sobretudo no âm- j) organização de sistema informatizado que agregue informa-
bito das três esferas de gestão do SUS, assim como da produção ções gerenciais em saúde de interesse do planejamento, valendo-se
científica; dos sistemas já existentes;
n) fomentar e promover a intersetorialidade no processo de k) implantação, monitoramento e avaliação sistemática do pro-
planejamento do SUS; cesso de planejamento do SUS no âmbito federal e apoio a este
o) promover a integração do ciclo de planejamento e gestão no processo nos estados e municípios;
âmbito do SUS, nas três esferas de governo; l) utilização dos Planos Estaduais e Municipais de Saúde como
p) monitorar, avaliar e manter atualizado o processo de pla- subsídio prioritário na formulação do Plano Nacional de Saúde, ob-
nejamento e as ações implementadas, divulgando os resultados servada a Política Nacional de Saúde;
alcançados, de modo a fortalecer o PlanejaSUS e a contribuir para a m)sensibilização dos gestores para incorporação do planeja-
transparência do processo de gestão do SUS; mento como instrumento estratégico de gestão do SUS;
q) promover a adequação, a integração e a compatibilização n) assessoria aos estados na definição de estratégias voltadas
entre os instrumentos de planejamento do SUS e os de governo; ao fortalecimento e à organização do processo de planejamento es-
r) promover a discussão visando o estabelecimento de política tadual.
de informação em saúde; e
s) promover a discussão e a inclusão do planejamento na pro- No âmbito estadual
posta de planos de carreira, cargo e salários do SUS.
a) Organização e coordenação do PlanejaSUS no âmbito esta-
Responsabilidades dual e apoio a este processo nos municípios;
b) apoio ao MS na implementação e aperfeiçoamento do Pla-
As áreas e profissionais que atuam em planejamento nas três nejaSUS em âmbito nacional;
esferas de gestão do SUS assumirão compromissos e responsabi- c) implementação das diretrizes, metodologias, processos e
lidades voltadas à implantação, implementação, aperfeiçoamento instrumentos pactuados no âmbito do PlanejaSUS;
e consolidação do PlanejaSUS. A seguir, são descritas as responsa- d) assessoria aos municípios na definição de estratégias volta-
bilidades nos âmbitos federal, estadual e municipal, identificadas das ao fortalecimento e organização do processo de planejamento
pelos profissionais participantes das oficinas macrorregionais e dos local e regional;
encontros do Sistema de Planejamento do SUS. e) utilização de Planos Regionais/Municipais de Saúde como
subsídio prioritário na formulação do Plano Estadual de Saúde, ob-
servada a Política de Saúde respectiva;

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f) coordenação do processo de planejamento regional de forma h) promoção de mecanismos de articulação entre as diversas
articulada, integrada e participativa, com a aplicação e adaptação – áreas da SMS e com outros setores do município;
às realidades locais – das metodologias, processos e instrumentos i) estímulo ao estabelecimento de políticas públicas de saúde
pactuados no âmbito do PlanejaSUS; de forma articulada e intersetorial;
g) apoio à organização e funcionamento dos Colegiados de j) implementação do planejamento local com monitoramento
Gestão Regionais; e avaliação das ações propostas, bem como divulgação dos resulta-
h) estímulo à criação e/ou apoio a câmaras específicas e grupos dos alcançados;
de trabalho dos CGR e CIB em questões relativas ao planejamento k) coordenação de ações participativas visando a identificação
no âmbito do SUS; de necessidades da população, tendo em vista a melhoria das ações
i) fortalecimento das áreas de planejamento do estado e apoio e serviços de saúde;
às referidas áreas municipais; l) operacionalização, monitoramento e avaliação dos instru-
j) monitoramento e avaliação das ações de planejamento no mentos de gestão do SUS e retroalimentação de informações ne-
âmbito estadual e apoio aos municípios para o desenvolvimento cessárias às três esferas;
deste processo; m)promoção da estruturação, institucionalização e fortaleci-
k) estímulo ao estabelecimento de políticas públicas de saúde mento do PlanejaSUS no município, com vistas a legitimá-lo como
de forma articulada e intersetorial; instrumento estratégico de gestão do SUS;
l) desenvolvimento da cooperação técnica e financeira aos mu- n) participação no processo de planejamento regional de forma
nicípios no âmbito do PlanejaSUS; articulada, integrada e participativa, com a aplicação e adaptação –
m)promoção e apoio à educação permanente em planejamen- às realidades locais – das metodologias, processos e instrumentos
to para os profissionais que atuam no contexto do planejamento no pactuados no âmbito do PlanejaSUS;
SUS, em parceria com o MS e municípios; o) apoio à organização e funcionamento dos Colegiados de
n) participação na implementação de rede, no âmbito do pla- Gestão Regionais.
nejamento, voltada à articulação e integração das três esferas de
gestão do SUS e à divulgação de informações e experiências de in- PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E NORMATIVO
teresse do PlanejaSUS, bem como à disseminação do conhecimento
técnico-científico na área; A noção de planejamento é aplicada, fundamentalmente, em
o) apresentação, para análise e deliberação da Comissão Inter- diferentes áreas do conhecimento como Administração, Economia
gestores Bipartite – CIB –, de propostas relativas ao funcionamento e Política. Um dos pontos essenciais do planejamento é sua natu-
e aperfeiçoamento do PlanejaSUS no respectivo âmbito; reza estratégica, muito influenciada pelo uso nas ações militares.
p) apoio às câmaras e grupos de trabalho da CIB em questões Na geopolítica, o planejamento estratégico pertence à própria
relativas ao planejamento no âmbito do SUS; natureza da diplomacia e das relações internacionais. No senso co-
q) sensibilização dos gestores para incorporação do planeja- mum, a ideia costuma estar associada a organizar atividades, buscar
mento como instrumento estratégico de gestão do SUS. melhores resultados, reduzir conflitos e incertezas. Neste sentido,
programação guarda semelhança com o planejamento, embora
No âmbito municipal seja uma expressão associada a objetivos delimitados e pontuais.
Planejar ações políticas, definir estratégias econômicas, esquemas
a) Coordenação, execução e avaliação do processo de planeja- regulatórios, modelos de administração de empresas e negócios
mento do SUS no âmbito municipal, consoante aos pactos estabe- em geral fazem parte do cotidiano da ordem política e social. Como
lecidos no âmbito do PlanejaSUS; especialidade em seus diferentes ramos, o tema do planejamento
b) apoio ao estado e ao MS na implementação e aperfeiçoa- é tratado por especialistas renomados em vasta literatura especiali-
mento do PlanejaSUS; zada das disciplinas aqui assinaladas.
c) implementação das diretrizes, metodologias, processos e Pode-se afirmar que planejar é reduzir incertezas. Logo, implica
instrumentos definidos de forma pactuada no âmbito do Planeja- em algum grau de intervenção na economia, associa-se a práticas
SUS; regulatórias, orienta investimentos e está diretamente vinculado à
d) sensibilização dos gestores e gerentes locais para incorpora- alocação eficiente de recursos. No setor saúde, as práticas de pla-
ção do planejamento como instrumento estratégico de gestão do nejamento estão presentes em todo o processo que é conhecido
SUS; como Gestão do SUS.
e) elaboração dos instrumentos básicos de planejamento de Para esses objetivos, tratar-se-á planejamento e programação
forma articulada, integrada e participativa, com a aplicação e adap- como áreas de conhecimento e atividades referidas ao setor saú-
tação – às realidades locais – das metodologias, processos e instru- de, no qual o tema tem ampla utilização e grande diversidade de
mentos pactuados no âmbito do PlanejaSUS; abordagens entre pesquisadores e dirigentes nas áreas pública e
f) participação na implementação de rede, no âmbito do pla- privada. Definir metas, estabelecer objetivos e planejar ou progra-
nejamento, voltada à articulação e integração das três esferas de mar ações representam o dia-a-dia dos gestores do setor público
gestão do SUS e à divulgação de informações e experiências de in- em saúde. As atividades regulatórias, sejam por meio de auditoria
teresse do PlanejaSUS, bem como à disseminação do conhecimento de processos ou de resultados, são afetadas por tais definições de
técnico-científico na área; objetivos e de metas.
g) participação e promoção de capacitação em planejamento, Este capítulo abordará noções estabelecidas entre especialis-
monitoramento e avaliação, na perspectiva da política da educação tas, sem a preocupação de cobrir todo o debate. Mais adiante serão
permanente; referenciados alguns autores e textos que podem ser consultados

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para aprofundamento no tema e para conhecer o modo como são O objetivo era orientar investimentos em programas com me-
operadas no cotidiano do planejamento as diferentes técnicas aqui nores custos para mortes evitadas em um modelo de planejamento
discutidas. de caráter normativo.
Em termos atuais, muito do que se discute sobre planejamen- Esse método foi muito difundido no Brasil e ensinado nas esco-
to e técnicas de programação está associado à noção de contrato. las de saúde, em cursos acadêmicos e em treinamento de gestores.
O estabelecimento de contratos de entes públicos entre si e com A estrutura era em forma de planilha, onde informações de recur-
agentes privados tem se tornado uma realidade cada vez mais for- sos utilizados, custos por absorção e agravos evitados eram cruza-
te no SUS, seguindo uma tendência internacional. Isto tem trazido das com o objetivo de orientar as decisões alocativas ou analisar
para as arenas decisórias os interesses de atores, com ou sem fins o desempenho de sistemas e programas. A dificuldade estava na
lucrativos. obtenção de informações consistentes e, principalmente, em esta-
Buscando desconstruir a ideia usual de contrato de mercado belecer os benefícios esperados.
strictu sensu, tem-se trabalhado esta interação de atores públicos e Embora seja difícil especificar quando e onde o planejamen-
privados, muitas vezes de forma controversa, como um dos aspec- to central tenha começado no setor saúde, certamente o Método
tos da governança. Antes de tratar do planejamento e da programa- CENDES/OPAS representou o modelo institucional e oficial de busca
ção como parte dos diferentes mecanismos de governança presen- de racionalidade burocrática no âmbito de estruturas administrati-
tes na política de saúde será apresentado o modo como se instituiu vas (ministérios, institutos e secretarias de saúde) que operavam de
no setor saúde o tema do planejamento para o desenvolvimento modo predominante por meio de hierarquias, comando e contro-
social. Em seguida, serão discutidos aspectos da programação em le. Ao longo de décadas, estruturas híbridas de cooperação entre
saúde e o modo como essa se consolidou no Brasil. Há uma longa Estado e mercado, que hoje podem ser trabalhadas no âmbito da
história do planejamento em saúde na experiência internacional e, governança, não estiveram presentes na agenda política do sistema
especialmente, na América Latina. Um grande número de autores público de saúde. Uma série de soluções de planejamento em saú-
tratou deste tema orientado à construção de sistemas públicos de de se desenvolveu enquanto o método patrocinado pela Organiza-
saúde e às reformas sanitárias. ção Pan-Americana de Saúde (OPAS) perdia importância. A perda
de relevância pode ser atribuída a um conjunto de fatores, dentre
Assim, foi criada uma sólida tradição em associar o planeja- os quais a dificuldade na obtenção de informações adequadas e o
mento às políticas de saúde. Em diversos casos, a produção dos au- foco na produtividade e eficiência econômica em uma área espe-
tores principais foi aceita e praticada por agências de cooperação cial, como a de saúde, contribuindo para a perda de consenso entre
internacional na América Latina e, em particular, no Brasil. A seguir, os especialistas, dirigentes e lideranças setoriais.
uma resumida apresentação de algumas das principais abordagens Em seu lugar, duas importantes estratégias se disseminaram
sobre o assunto, sem a preocupação de abranger todo o tema. em nosso país no que diz respeito à difusão de ideias de especialis-
tas em planejamento para os dirigentes setoriais. São elas as abor-
Método CENDES/OPAS dagens de planejamento estratégico-situacional e as diferentes prá-
ticas de programação em saúde. Tratar-se-á resumidamente destes
Uma das mais antigas estratégias de planejamento em saúde dois temas antes de entrar no item hoje dominante em termos de
na América Latina foi o desenho do método conhecido como CEN- planejamento e que se refere aos mecanismos de governança e à
DES/ OPAS, que surge em um ambiente favorável à intervenção do entrada em cena da Nova Gerência Pública.
Estado na economia como forma de reduzir ou compensar as crises
econômicas por meio do planejamento e do estabelecimento de Planejamento estratégico
incentivos específicos. Fundamentalmente a partir da década de
1920, a noção do planejamento foi entendida na América Latina O planejamento estratégico é uma concepção geral que implica
como uma ferramenta do Estado para a promoção do desenvolvi- em dar à dimensão política o centro da elaboração de modelos. As
mento social e econômico. Na Comissão Econômica para a América relações entre atores políticos e instituições, tratadas como arenas,
Latina (CEPAL), por exemplo, um setor da Organização das Nações são analisadas e as orientações e estratégias são definidas a partir
Unidas (ONU) criado em 1948, o planejamento econômico é vis- de conjunturas e equilíbrios de poder (MATUS, 1993). Muitos auto-
to como uma atividade governamental orientada a romper com a res e instituições de saúde no Brasil utilizaram, desde a década de
dependência dos países latino-americanos frente às economias de- 1980, modelos diretamente definidos por Carlos Matus e por Mario
senvolvidas e estimular o crescimento econômico. As relações entre Testa ou fizeram adaptações ou desenvolvimentos a partir de suas
o pensamento cepalino, suas conexões com as técnicas de planeja- ideias (TEIXEIRA, 1993; RIVERA; HARTMANN, 2003; PAIM, TEIXEIRA,
mento e a emergência do planejamento estratégico no contexto da 2006). Especificamente com relação às concepções de planejamen-
América Latina foram tratadas por muitos especialistas. Giovanella to situacional, Giovanella (1991) afirma que o planejamento estra-
(1991) apresenta uma análise minuciosa de todo o processo e de tégico situacional é uma evolução do pensamento crítico dos anos
suas lacunas, a qual inclui a descrição da formação e dos conteúdos sessenta em relação ao planejamento econômico.
do método CENDES/OPAS e a emergência do planejamento estraté- O Planejamento Estratégico Situacional (PES) se caracteriza
gico sob a influência de formuladores relevantes para a cultura téc- por tentar conciliar a ação sobre uma realidade complexa, com um
nica da saúde pública no Brasil, como Mario Testa e Carlos Matus. olhar estratégico e situacional, considerando a visão de múltiplos
Como analisado por Giovanella (1991), esse método aplica os atores e a utilização de ferramentas operacionais para o enfrenta-
fundamentos do planejamento da CEPAL no setor saúde para otimi- mento de problemas. Pode ser considerado, conforme assinalado
zar ganhos econômicos e diminuir custos, sendo a escolha de prio- por Giovanella (1991), como uma vertente do planejamento estra-
ridades feita a partir da relação custo/benefício. tégico de saúde, pois o pensamento de Matus, pelo seu frequente
trabalho como assessor da OPAS, tem sofrido adaptações para a
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saúde. O PES se divide em quatro momentos, a saber: Explicativo: A Legislação aplicável ao planejamento no SUS
seleção e análise dos problemas relevantes para os atores chaves e
sobre os quais se deseja atuar. Normativo: construção do plano de O planejamento no SUS é de responsabilidade conjunta das
intervenção, a situação objetivo que se deseja alcançar. Estratégico: três esferas da federação, sendo que a União, os Estados, o Distrito
análise de viabilidade das ações e a construção de sua viabilidade Federal e os Municípios devem desenvolver suas respectivas ativi-
quando consideradas essenciais. Tático-operacional: implementa- dades de maneira funcional para conformar um sistema de Estado
ção do plano. que seja nacionalmente integrado. Assim, as atividades de planeja-
O enfoque estratégico foi adotado, como dito, de modo direto mento desenvolvidas de forma individual, em cada uma das esferas,
ou adaptado para a cultura técnica do setor saúde no Brasil. Uma em seus respectivos territórios, devem levar em conta as atividades
grande variedade de livros, artigos e teses foi produzida, assim das demais esferas, buscando gerar complementaridade e funcio-
como relatórios e consultorias a governos municipais, estaduais e nalidade.
ao Ministério da Saúde, desde o fim da década de 1980 e ao longo Essa articulação de tarefas entre as três esferas da Federação
da implantação do SUS, nos anos 1990. deve ser organizada a partir de uma distribuição de responsabili-
Embora haja uma ênfase em atores políticos, as matrizes fun- dades e atribuições definidas pelas normas e acordos vigentes. O
dadoras e as diversas correntes políticas que animaram o debate Ministério da Saúde, o CONASS e o CONASEMS, em consonância
entre correntes de planejamento situacional e estratégico na Amé- com o Conselho Nacional de Saúde, definem as diretrizes gerais de
rica Latina se fundamentavam na concepção marxista de estruturas elaboração do planejamento para todas as esferas de gestão, esta-
de classes sociais (GIORDANI, 1979). belecem as prioridades e os objetivos nacionais.
A emergência dessa concepção de planejamento converge his- Os Municípios, a partir das necessidades locais, das diretrizes
toricamente com a construção do movimento de reforma da saúde estabelecidas pelos conselhos municipais de saúde, das prioridades
pública nos países latinos e a luta pela redemocratização dos países estaduais e nacionais, elaboram, implementam e avaliam o ciclo do
que estavam sobre regimes ditatoriais. planejamento municipal.
O pensamento marxista era muito presente na construção das A partir das necessidades de saúde no âmbito estadual, das
políticas de saúde e de seus mecanismos estratégicos de desen- diretrizes estabelecidas pelos conselhos estaduais de saúde e ob-
volvimento. Vale assinalar que a importância e relevância destes servadas as prioridades nacionais, os estados, em parceria com os
enfoques do planejamento, que acabam por ampliar a sua base COSEMS, coordenam o ciclo de elaboração, implementação e ava-
cognitiva e que se tornaram influentes nas instituições de saúde na liação do planejamento em seus territórios, buscando articulação
América Latina e Brasil, em particular, ocorrem simultaneamente a de processos e instrumentos. O Distrito Federal, pelas suas pecu-
enfoques bastante distintos já em curso em outros países. Na déca- liaridades, assume as responsabilidades típicas das secretarias de
da de 1980, começa a se desenvolver o modelo da Nova Gerência estado e de município.
Pública, oriundo da cultura técnica britânica que se dissemina pela Na busca da equidade regional, o Estado e os Municípios —
Comunidade Europeia. em conjunto com seus pares nas respectivas regiões de saúde —,
Além disso, com tradições fortemente arraigadas nos Estados definem as prioridades regionais e estabelecem as responsabilida-
Unidos, e de desenvolvimento anterior, os modelos de Teoria dos des sanitárias de cada ente na região. Os planos e metas regionais
Jogos tratam de problemas semelhantes aos dos conflitos de atores resultantes das pactuações intermunicipais constituirão a base para
e instituições do planejamento estratégico, apesar de orientações os planos e metas estaduais, que promoverão a equidade inter-re-
políticas bem diferentes e de modelos de análise fortemente ma- gional (§ 2°, art. 30, LC n° 141, de 2012).
tematizados. Além disso, o planejamento no SUS deve ter como base territo-
Essas orientações chegam com maior força política ao Brasil rial as regiões de saúde, uma vez que essas são os espaços geográfi-
apenas em meados da década de 1990 e por meio de instituições cos fundamentais de garantia da integralidade das ações e serviços
fora do eixo da saúde pública. de saúde para a população no SUS. A Região de Saúde representa
O planejamento estratégico no Brasil foi adotado em sua abor- a unidade de referência para a análise da dinâmica socioeconômica
dagem técnico-política, influenciando o desenho dos distritos sa- e da situação de saúde da população, o dimensionamento da capa-
nitários e a organização dos serviços de saúde. Paim (1993) con- cidade instalada de produção de serviços, o levantamento dos re-
testa a adoção desse planejamento situacional para a organização cursos fiscais, dos profissionais e equipamentos disponíveis e para
dos distritos, devido às limitações do método no que concerne à a projeção de uma imagem-objetivo da rede de atenção à saúde.
compreensão integral da realidade e dos sujeitos. Essa visão mais Assim, o planejamento no SUS se fundamenta em uma dinâmi-
abrangente preconizada por Paim, que considera os elementos da ca federativa em que cada uma das esferas possui suas atribuições
promoção da saúde, da produção social da saúde e da visão de ter- específicas, que articuladas produzem um planejamento orientado
ritório vivo de Milton Santos (1978), ficou hegemônica no que se para impulsionar estratégias de regionalização.
convencionou chamar movimento de Saúde Coletiva. Os princípios gerais para o planejamento no Estado Brasileiro,
As reformas de saúde nos anos 1970 foram influenciadas por com foco no setor saúde, estão dispostos ao longo de um conjunto
uma série de movimentos populares e políticos de redemocratiza- de normas de diversas naturezas, editadas ao longo de quase três
ção na América Latina, o que resultou numa outra forma de enten- décadas9. A legislação a ser observada no campo da saúde é com-
der e construir planejamento em saúde e contribuiu com a constru- posta tanto por normas gerais aplicáveis ao planejamento gover-
ção – na academia –, do campo de Saúde Coletiva no Brasil. namental, quanto pelas normas específicas editadas no âmbito do
Em consonância com a disseminação de abordagens do plane- SUS, conforme pode ser visto nos Quadros.
jamento em saúde a partir de enfoques estratégicos, outra tradição
se formou no setor saúde brasileiro e se relaciona à programação
em saúde, o que passaremos a tratar na seção seguinte.
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POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

Assim, o planejamento no SUS deve observar ambos os conjuntos de normas de forma a articular o planejamento setorial com o ciclo
geral de planejamento governamental da Federação.
As regras gerais de planejamento são orientações que devem ser seguidas por todas as áreas desenvolvedoras de políticas públicas e
estão expressas, em sua maior parte, nos art. 165 a 169 e 195, § 2°, da Constituição de 1988, e na Lei Complementar n° 101, de 2000, além
das normas de Direito Financeiro estabelecidas anteriormente pela Lei n° 4.320, de 1964.
O setor saúde deve se orientar primeiramente por essas regras e, subsidiariamente, pelas disposições constantes das regras setoriais
ou específicas que abrangem um conjunto mais amplo de normas, desde as Leis Orgânicas até as publicações infralegais, como portarias
e resoluções mais recentes, com pode ser visto no Quadro.

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Principais normas e disposições específicas sobre o planejamento governamental no SUS

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Princípios do planejamento governamental no SUS

As diretrizes estabelecidas por esse conjunto de normas podem ser elencadas em sete princípios gerais que orientam os gestores das
três esferas da Federação na organização de suas atividades de planejamento, com destaque para as disposições estabelecidas no Decreto
n° 7.508, de 2011, na LC n° 141, de 2012, e especialmente na Portaria n° 2.135, de 25 de setembro de 2013, que define de forma mais
explícita as diretrizes atuais para o planejamento no SUS. Esses princípios estão apresentados nas seções a seguir.

Princípio 1: o planejamento consiste em uma atividade obrigatória e contínua

O processo de planejamento em saúde é de responsabilidade de cada ente federado, a ser desenvolvido de forma contínua, articulada,
ascendente, integrada e solidária, entre as três esferas de governo, na medida em que visa dar direcionalidade à gestão pública da saúde.
Assim, os entes da Federação devem, obrigatoriamente, realizar atividades de planejamento. A elaboração dos instrumentos de
planejamento estabelecidos pela legislação são obrigações condicionantes, inclusive, para o recebimento das transferências intergover-
namentais.
O planejamento regular permite dotar os gestores de informações que possibilitem uma ação mais efetiva sobre a realidade sanitária
e redirecionar as ações com vistas a melhorar as condições de saúde da população.
Entretanto, para que se consiga construir um planejamento que permita dar suporte ao SUS, a legislação estabelece que cada um dos
entes da Federação desempenhe seu papel específico, gerando complementaridade. Assim, o cumprimento das responsabilidades indivi-
duais em cada esfera da Federação é que irá permitir que as demais também possam realizar a contento suas atividades, o que exige que
o planejamento seja integrado. Essa integração, para ser efetiva, pressupõe que haja articulação funcional.
Assim, por exemplo, a União, a partir de construção tripartite, precisa estabelecer diretrizes, objetivos e metas nacionais e o calen-
dário nacional de elaboração para que os Estados possam definir as estratégias de coordenação do processo de planejamento em seu
território e os Municípios iniciem, com seus pares, suas atividades nas respectivas regiões de saúde.

Princípio 2: o planejamento no SUS deve ser integrado à Seguridade Social e ao planejamento governamental geral

A Constituição Federal de 1988 estabeleceu que as políticas de saúde, previdência e assistência devem estar articuladas no âmbito
da Seguridade Social, criando sincronia entre os programas e ações voltados para a inclusão social. Essa articulação, do ponto de vista
operacional, deve ocorrer nos processos de planejamento e orçamento, sendo necessário que os planos e os orçamentos do SUS este-

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POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

jam integrados com os das áreas de previdência e assistência. O mento de médio prazo, expresso no PPA, possa se traduzir em ação
orçamento da Seguridade Social é o instrumento de planejamento e eficiente e eficaz de curto prazo. Esse conjunto abrange disposições
orçamentação que articula e integra os programas dessas três áreas relativas a possíveis alterações na legislação tributária e na política
de política social e junto com o Orçamento Fiscal compõe o Orça- de pessoal da Administração Pública, a fixação de limites de gastos
mento Geral de cada ente da Federação. para os três poderes, as condições para que o equilíbrio fiscal seja
obtido, o estabelecimento de critérios para limitação de empenho,
Além disso, os instrumentos de planejamento da saúde — o a definição de medidas a serem adotadas em caso de redução dos
Plano de Saúde e suas respectivas Programações Anuais e o Rela- montantes de endividamento, definição das condições e exigências
tório de Gestão — devem orientar, no que se refere à política de específicas para transferências de recursos a entidades públicas e
saúde, a elaboração dos instrumentos de planejamento de governo privadas, entre outras.
— Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Princípio 3: o planejamento deve respeitar os resultados das
Lei Orçamentária Anual (LOA), definidos a partir do art. 165 da CF. pactuações entre os gestores nas comissões intergestores regio-
A Constituição Federal de 1988 define a integração entre as nais, bipartite e tripartite
funções de planejamento estatal e as de orçamentação como sen-
do o fundamento do modelo orçamentário brasileiro, definido pela As instâncias permanentes de negociação e pactuação inter-
necessidade do estabelecimento de uma conexão coerente entre os gestores são os espaços federativos de construção de consenso po-
respectivos instrumentos adotados. lítico e de desenvolvimento de estratégias intergovernamentais que
Do mesmo modo, tal conexão institui uma relação intrínseca possibilitam a ação conjunta e articulada do Ministério da Saúde e
entre os planos de curto e médio prazo e as programações anuais de das secretarias estaduais e municipais de saúde.
gastos governamentais. Dada esta forma de estruturação orçamen- Assim, no processo de planejamento no SUS devem ser con-
tária, o PPA consiste no ponto de partida que define as diretrizes sideradas como essenciais as pactuações realizadas nas comissões
gerais de ação do Estado nas três esferas de governo da Federação. intergestores — CIR, CIB e CIT —, uma vez que esses espaços de go-
De acordo com o texto constitucional, cabe ao PPA a definição vernança têm a competência de discutir e pactuar de forma perma-
das diretrizes, objetivos e metas da Administração Pública relativas nente a política de saúde e sua execução na construção da gestão
às despesas de capital e aos gastos correntes delas derivados, ou compartilhada do SUS.
seja, o PPA sintetiza as estratégias de médio prazo e as operaciona- Portanto, todo o processo de planejamento integrado segue a
liza por meio dos programas que o constituem. lógica federativa clássica em que, apesar de cada uma das esferas
O PPA se estrutura em duas partes fundamentais que são a ter suas responsabilidades específicas, as principais decisões sobre
base estratégica e os programas. A base estratégica consiste no o ciclo de planejamento são tomadas a partir de consensos. Essa
conjunto de análises de cenário e de prospecção estratégica que dinâmica de trabalho coletivo é típica de ambientes federativos e
orientará o planejamento governamental. A base estratégica deve tem como objetivo conferir legitimidade às decisões e estimular o
contemplar a análise da situação econômica e social, as diretrizes, trabalho conjunto entre a União, os Estados e os Municípios.
objetivos e metas estabelecidas pelo chefe do Poder Executivo, a Como resultado, um amplo conjunto de questões relativas ao
previsão dos recursos orçamentários e sua distribuição entre os processo de planejamento no SUS passa por negociações interges-
setores ou entre os programas e diretrizes, objetivos e metas dos tores nos fóruns federativos do SUS.
demais órgãos compatíveis com a orientação estratégica do chefe Assim, as pactuações tripartites abrangem: as diretrizes gerais
do Poder Executivo. para a composição do conjunto de ações e serviços de saúde e de
Os programas consistem na sistematização das ações que se- medicamentos essenciais a serem ofertados no SUS (Renases e Re-
rão implementadas de acordo com as orientações definidas na base name); as etapas e os prazos do processo de planejamento no SUS;
estratégica. as diretrizes nacionais para a organização das regiões de saúde;
O detalhamento anual dos gastos relativos a cada etapa das es- os critérios para o planejamento no SUS nas regiões de saúde; as
tratégias adotadas é realizado pela LOA, cujo conteúdo deve guar- normas de elaboração e fluxos do COAP; as regras de continuidade
dar plena compatibilidade com as diretrizes expressas nos progra- do acesso para o atendimento da integralidade da assistência nas
mas definidos no PPA. Enquanto o PPA compreende o planejamento regiões de saúde; as diretrizes, objetivos, metas e indicadores de
governamental de médio prazo, para quatro anos, a LOA contém o abrangência nacional, buscando orientar e integrar o planejamento
detalhamento anual desse planejamento na forma das ações que da União, dos estados, do Distrito Federal e dos Municípios, entre
deverão ser implementadas e dos recursos orçamentários que esta- outras.
rão disponíveis para o financiamento das políticas. Assim sendo, a No âmbito estadual, as pactuações a serem realizadas nas CIB,
LOA consiste na expressão anual do planejamento governamental, entre os gestores estaduais e municipais, são relativas: às etapas
quando são previstos com maior detalhamento o volume de recur- e aos prazos do planejamento municipal em consonância com os
sos arrecadados e como esses serão alocados ao longo do conjunto planejamentos estadual e nacional; às diretrizes estaduais sobre re-
de programas e projetos que serão executados no exercício fiscal giões de saúde e demais aspectos vinculados à integração das ações
correspondente. e serviços de saúde dos entes federados; à conformação e à ava-
A integração entre o PPA e a LOA é função da LDO, consistin- liação do funcionamento das regiões de saúde em cada estado; à
do no instrumento inovador instituído pela Constituição Federal continuidade do acesso às ações e aos serviços de saúde da rede de
de 1988 em matéria de organização orçamentária. Segundo esta atenção à saúde, mediante referenciamento em regiões de saúde
última, cabe à LDO estabelecer, para cada exercício fiscal, as me- intraestaduais; à metodologia de alocação dos recursos estaduais; e
tas e as prioridades da Administração Pública e os parâmetros de à previsão anual de repasse de recursos aos Municípios (constantes
elaboração da LOA, além de dispor sobre um amplo conjunto de dos planos estaduais de saúde), entre outras.
questões adicionais consideradas essenciais para que o planeja-
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Finalmente, no âmbito das CIR10, as principais pactuações As principais normas relacionadas ao planejamento no SUS res-
abrangem: o rol de ações e serviços e o elenco de medicamentos saltam que a avaliação deve apreciar em que medida as políticas,
que serão ofertados na Região de Saúde (tomando como base a programas, ações e serviços de saúde implementados no período
Renases e a Rename); os critérios de acessibilidade e escala para considerado promoveram a melhoria das condições de saúde da
a conformação dos serviços; as diretrizes regionais sobre a organi- população.
zação das redes de atenção à saúde; a gestão institucional regional
e a integração das ações e serviços dos entes federados na Região Princípio 5: o planejamento deve ser ascendente e integrado
de Saúde11; as responsabilidades individuais e solidárias de cada
ente federativo na Região de Saúde (a serem incluídas no COAP); e O planejamento ascendente e integrado na saúde, além de re-
a elaboração, a pactuação, o monitoramento e a avaliação de todo quisito legal, é um dos mecanismos relevantes para assegurar a uni-
o processo de planejamento regional integrado nas respectivas re- cidade e os princípios constitucionais do SUS. O planejamento ex-
giões de saúde, entre outras. pressa as responsabilidades dos gestores de cada esfera de governo
em relação à saúde da população do território quanto à integração
Princípio 4: o planejamento deve estar articulado constante- da organização sistêmica do SUS.
mente com o monitoramento, a avaliação e a gestão do SUS
Portanto, é essencial que o conjunto de diretrizes, objetivos,
O planejamento não consiste apenas em um simples exercício metas e indicadores estabelecidos em âmbito nacional seja em-
de projeção de metas futuras, mas em uma ação estratégica da pregado pelas três esferas de governo para o desenho de seus ins-
gestão pública que tem por objetivo reorientar os programas e os trumentos de planejamento, o que permitirá tanto criar uma ação
projetos governamentais de forma a ampliar a eficiência, a eficácia sincronizada da administração pública em torno das grandes prio-
e a efetividade da ação das políticas de saúde. Portanto, o planeja- ridades nacionais quanto uniformizar o formato e a linguagem do
mento está intrinsecamente relacionado à gestão do SUS. planejamento em todo o País.
Para que as ações de planejamento possam contribuir para o A integração do planejamento no SUS requer também que as
aperfeiçoamento da gestão do SUS, os entes federados devem com- três esferas da Federação orientem suas atividades de maneira fun-
prometer-se a realizar o monitoramento e a avaliação, visando ana- cional entre si para que haja complementaridade e organicidade,
lisar os resultados alcançados e as estratégias empregadas para tal. evitando a duplicação de ações e projetos em algumas áreas e a
O monitoramento e a avaliação devem ser processos periódi- ausência em outras.
cos, orientados pelas diretrizes, objetivos, metas e indicadores as- Entretanto, o caráter integrado das atividades de planejamen-
sumidos em cada esfera de gestão. to no SUS valoriza a autonomia dos entes federados, uma vez que
No âmbito do planejamento no SUS, o monitoramento e a ava- todo o processo deve ser conduzido de maneira ascendente desde
liação devem ser executados de forma individual e conjunta entre os Municípios até a esfera federal. Assim, os planos municipais de
os entes federados, tendo como referência as respectivas regiões saúde, elaborados a partir das definições estabelecidas nas confe-
de saúde. rências municipais de saúde, são a base para o planejamento das
O monitoramento compreende o acompanhamento regular regiões de saúde, que por sua vez, orientam o planejamento em
das metas e indicadores, que expressam as diretrizes e os objetivos âmbito estadual. Da mesma forma, a esfera federal deve levar em
da política de saúde em um determinado período e o seu coteja- consideração o escopo das atividades planejadas pelas unidades da
mento com o planejado; enquanto a avaliação envolve a apreciação Federação.
dos resultados obtidos, considerando um conjunto amplo de fato- O Decreto n° 7.508, de 2011, introduz duas inovações essen-
res. A escolha desses fatores ou critérios que irão orientar a avalia- ciais para o aperfeiçoamento do planejamento no SUS e estabelece
ção depende do tipo de apreciação que se pretende realizar, uma o planejamento regional em saúde como a base para a definição
vez que toda avaliação consiste na emissão de um juízo de valor das metas e indicadores do planejamento da política de saúde, vi-
sobre as características, a dinâmica e o resultado de programas e sando conferir maior complementaridade entre as ações a serem
políticas. desenvolvidas de forma integrada pelas três esferas de governo.
Os tipos mais comuns e empregados na avaliação são os que Essas inovações consistem em estabelecer o conceito de metas
consideram: os efeitos sobre a saúde da população (avaliação de regionais, que fazem interface com as metas municipais, estaduais
impacto ou de efetividade); a obtenção das prioridades e os objeti- e federais e introduzir a necessidade de formalização dos compro-
vos iniciais estabelecidos (avaliação dos objetivos ou da eficácia); a missos assumidos entre os gestores por meio de um instrumento
racionalidade no uso dos recursos (avaliação da eficiência); as mu- jurídico-executivo, o COAP.
danças ocorridas no contexto econômico, político e social (avalia- Desta forma, a integração do planejamento no SUS se organiza
ção de cenário); as disposições constantes da legislação (avaliação em torno do planejamento realizado nas regiões de saúde, onde
de legalidade ou de conformidade); a qualidade da estratégia de são estabelecidas as metas e as responsabilidades específicas de
implantação das políticas e programas (avaliação da implementa- cada uma das três esferas da Federação para que os resultados se-
ção); a análise e a apreciação de instâncias oficiais (avaliação ofi- jam obtidos. Assim, a integração do planejamento no SUS ocorre
cial ou institucional); o aperfeiçoamento da capacidade de gestão por meio da ação complementar entre o trabalho dos gestores mu-
dos quadros e das unidades da administração pública (avaliação de nicipais, estaduais e federal em cada região de saúde.
aprendizagem), entre outros.
A legislação do SUS busca induzir os gestores das três esferas
a privilegiar as atividades de monitoramento e de avaliação de im-
pacto ou de efetividade, combinando-as com algumas das outras
modalidades de avaliação mencionadas acima.
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Princípio 6: o planejamento deve contribuir para a transparên- dos cidadãos. Em essência, a orientação do planejamento a partir
cia e a visibilidade da gestão da saúde das necessidades de saúde busca ampliar a efetividade das políticas
públicas (OUVERNEY; NORONHA, 2013).
Dentre outras normativas, a LC n° 141, de 2012, dá ênfase à
transparência e à visibilidade da gestão da saúde, demandando que O Planejamento Normativo (DEVER, 1988) “é destinado a pro-
os gestores da saúde deem ampla divulgação, inclusive por meios mover mudanças sociais deliberadas ou pretendidas projetadas
eletrônicos de acesso público, das prestações de contas periódi- para o futuro. Como é possível perceber, nesse nível de planeja-
cas da saúde, para consulta e acesso da sociedade. Nesse sentido, mento será necessário lidar com os distintos interesses de diferen-
sugere que a transparência e a visibilidade sejam asseguradas no tes atores sociais e sua postura em relação ao plano, de oposição,
processo de elaboração e discussão do Plano de Saúde, da Progra- indiferença ou adesão”.
mação Anual de Saúde e do Relatório de Gestão, devendo ser sub- Já o Planejamento Estratégico indica os caminhos a percorrer,
metidos à apreciação do respectivo Conselho de Saúde e realização detalhar as ações (TANCREDI, 1998). O Planejamento Estratégico
de audiências públicas. “refere-se ao desenvolvimento de ações (planos) que permitam or-
Portanto, o planejamento no SUS adquire também um caráter ganizar a execução das estratégias planejadas em outro nível de pla-
de instrumento de ampliação da transparência das ações governa- nejamento. Indica como ´colocar em prática´ as ações previstas. No
mentais, uma vez que a definição detalhada e clara das metas e setor saúde, utiliza-se esse tipo de planejamento na execução dos
das respectivas responsabilidades de cada um dos entes federados programas de assistência à saúde, por exemplo, o programa para
possibilita que a sociedade acompanhe o processo de implantação controle da hipertensão”
e gestão das políticas e programas e discuta seus resultados com
os gestores. Programação em Saúde
A prerrogativa de conhecer os resultados das políticas e de mo-
nitoramento da aplicação dos recursos públicos consiste em direto A noção de Planejamento em Saúde como uma disciplina as-
de cidadania enfatizado pela Lei n° 12.527, de 18 de novembro de sociada à programação é antiga e sua tradição não se superpõe ao
2011, denominada de Lei de Acesso à Informação. Essa Lei dispõe, que foi tratado aqui como um campo de planejamento estratégico e
em seu art. 5°, que “É dever do Estado garantir o direito de acesso situacional, onde a mudança social ocupava o centro das preocupa-
à informação, que será franqueada, mediante procedimentos obje- ções de seus formuladores. Em certos aspectos, a programação em
tivos e ágeis, de forma transparente, clara e em linguagem de fácil saúde, exceto nos anos 1990, quando se associa mais diretamente
compreensão” (BRASIL, 2011b). Como consequência, o planeja- ao que se conheceu como Epidemiologia Social, tratou de objetivos,
mento governamental torna-se um instrumento ainda mais impor- processos e práticas bem distintas.
tante para que os cidadãos possam assegurar seus direitos. Uma referência clássica à programação da ação de serviços de
saúde foi o conhecido Relatório Dawson, de 1920. Este relatório de-
Princípio 7: o planejamento deve partir das necessidades de finiu, para as condições observadas na Grã-Bretanha no início do
saúde da população século passado, a organização espacial e hierárquica de serviços de
saúde a partir de sua unidade mais simples que é o posto de saúde.
O planejamento no SUS parte do reconhecimento das dinâmi- Neste sentido, foi precursor do que se conhece como uma estru-
cas presentes no território que influenciam na saúde, bem como tura de área organizada a partir de um posto ou centro de saúde
das necessidades de saúde da população dos Municípios que e serviços de referência em seu entorno. O modelo preconizou a
compõe a Região de Saúde. A análise e o dimensionamento das combinação entre a medicina preventiva e a curativa, sendo que as
necessidades de saúde devem privilegiar um conceito mais amplo atividades dos serviços de saúde estariam articuladas ao trabalho
de saúde, entendendo essa como uma condição que transcende a comunitário e à atenção médica individualizada.
mera ausência de doença e se caracteriza pela garantia de bem es- Desta forma, um Centro de Saúde deveria agrupar diversos ser-
tar tanto físico e afetivo quanto social e econômico. Assim, a análi- viços médicos, preventivos e curativos, na qualidade de primários
se da situação de saúde envolve primordialmente o conhecimento (tecnologia leve) ou secundários (maior densidade tecnológica) de
adequado e detalhado das condições de vida proporcionadas pelos modo a formarem uma organização. Os serviços primários devem
diversos Municípios em cada região de saúde e das tendências de cuidar da atenção domiciliar e os centros complementares cuidam
curto, médio e longo prazo (CAMPOS, 2013). de determinadas condições clínicas ou epidemiológicas específicas.
São essas necessidades que orientam a construção das diretri- A lógica territorial representou uma importante marca deste mode-
zes, objetivos, metas e indicadores identificados como essenciais lo, que hoje pode ser reconhecida na forma de distritos ou regiões
para a ampliação da qualidade de vida dos cidadãos e para a garan- de saúde.
tia plena de seus direitos de cidadania. A compreensão das realida- A lógica da programação em saúde foi influenciada pelo conhe-
des locais em cada Região de Saúde abrange o levantamento de um cido modelo da história natural da doença, preconizado por Leavell
amplo conjunto de indicadores socioeconômicos, demográficos, e Clark (1965). Neste caso, a atenção primária possui conotação
epidemiológicos, sanitários, de infraestrutura urbana, de educação, preventiva e orientada, na forma de prevenção primária, para ações
culturais, ocupacionais, entre outros. São esses indicadores que de promoção da saúde e de proteção específica. As ferramentas
permitem compreender as necessidades de saúde e que, portan- para a organização dos serviços de saúde em termos de prevenção,
to, deverão ser tomados como ponto de partida para a tomada de tratamento, redução de agravos e reabilitação incluem protocolos
decisões pelos gestores. Assim, a definição de quais serão as inter- na forma de programas de saúde.
venções prioritárias que irão orientar a implementação ou o aper- Os programas de saúde, especialmente na forma de Campa-
feiçoamento do conjunto de ações e serviços de saúde no território nhas, constituíram a principal forma de ação do Ministério da Saúde
deve ser fundamentada em seu impacto na ampliação do bem estar no Brasil nas décadas anteriores à criação do SUS. As campanhas,
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POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

como no caso do combate à tuberculose e à hanseníase, eram orga- Alguns dos métodos mais recentes e aqui também difundidos a
nizadas a partir do Ministério da Saúde e sua estrutura vertical che- partir de experiências europeias convergem para abordagens parti-
gava aos Estados e Municípios, onde a execução se dava de modo cipativas de planejamento e de avaliação de resultados e de proces-
cooperativo com as secretarias de saúde. sos. Uma série de modelos sucedeu as tradições do CENDES/OPAS
Uma importante tradição se desenvolveu a partir da Sociologia e do PES, em tempos distintos. Vários deles foram aqui difundidos
da Saúde (DONNANGELO, 1976) e de seus nexos com a Epidemio- tais como o logframe, desde 1969, o ZOPP8, da década de 1980, e
logia Social (BREILH, 1991) para desenvolver soluções de ensino e uma versão mais flexível conhecida como
de administração de serviços. Dessa forma, promoveu uma mudan- Project Cycle Management – em comum, representam certa
ça na própria concepção de programação em saúde. Embora com evolução para um conjunto diversificado de técnicas denominadas
diferentes orientações e tradições, esta área pode ser incluída no de metodologias rápidas de avaliação (BURSZTYN; RIBEIRO, 2005).
campo da Saúde Coletiva, e se forma com base na crítica ao modelo Embora o Planejamento Estratégico Situacionaltenha sido apli-
biomédico e ao modelo campanhista. cado em outros locais, em linhas gerais, as estratégias do PES são
Uma expressão de tais concepções está muito bem estabele- orientadas para aplicação nos níveis centrais.
cida por Mendes-Gonçalves (1990) na demarcação entre a clínica
médica como base da organização dos serviços de saúde frente ao A Programação local deve ser entendida como um enfoque me-
planejamento orientado pelas ações programáticas. todológico que contém 3 níveis:
Essas ações definem a ideia central de processos de saúde, con- — o nível 1 da determinação dos problemas, dos nós críticos
siderando o contrato social e territorial. As teses centrais da ação dos problemas, da responsabilidade institucional pelo enfrenta-
programática não se resumem à simples padronização de condutas, mento dos mesmos e das operações necessárias (desdobradas em
não geram uma nova burocracia, não visam administrar recursos ações);
escassos para objetivos básicos e não se propõem a resolver, pelas — o nível 2 da determinação da combinação de atividades por
estratégias de planejamento e de programação, todos os problemas nível de complexidade a partir dos grupos populacionais e seus pro-
da atenção à saúde (SCHRAIBER, 1999). blemas de saúde;
Os conflitos latentes entre a lógica da prática médica e a pro- — o nível 3 da programação de atividades por unidade caracte-
gramação preconizada pelo planejamento foram objetos de algu- rística de cada nível de complexidade.
mas escolas em nosso País, por exemplo, em Schraiber (1999).
Consoante a tais enfoques, Nemes (1996) define a ação pro- Estes níveis compõem processos inter-relacionados de um
gramática como uma proposição de organizar o trabalho em saúde mesmo modelo teórico (apresentado), em que se resgata uma de-
fundamentada na integração sanitária e em tecnologias de base finição macro (fiel à definição do primeiro pressuposto), e, em que
epidemiológica. se incorpora, todavia, o requisito da sincronicidade entre programa-
A possibilidade e a necessidade de observar a clínica como ção regional e local.
um espaço de decisão compartilhada, tema recorrente da Filoso-
fia Aplicada à Medicina como na tradição fundada por clássicos A CRÍTICA DA PROGRAMAÇÃO LOCAL TRADICIONAL
como Canguilhem (2009), estimularam especialistas de diferentes
enfoques a pensar práticas de planejamento das ações em saúde A crítica da programação local está dirigida invariavelmente ao
na forma de métodos bem delineados. Assim como a ação progra- método CENDES/OPS (1965), por ser esse método talvez a única
mática se firmou como uma tradição no setor saúde, outros autores expressão acabada de um enfoque normativo da programação no
buscaram caminhos próprios com os mesmos objetivos de articular setor saúde. No entanto, essa crítica deve ser aplicada a todas as
na clínica mecanismos de decisão cooperada com implicações para variantes que compartilham com o Método da visão normativa do
a organização de serviços de saúde. Um destes métodos foi pro- Planejamento, cujas características limitativas são enumeradas a
posto por Campos, G. (2006) com o foco nos indivíduos (usuários, seguir.
profissionais de saúde, dirigentes) e em sua capacidade de atuar 1. O enfoque normativo reduz a programação à dimensão ex-
sobre as organizações. Este método (denominado paidéia) segue di- clusiva de uma técnica de estimativa de recursos e de otimização
versas tradições caracterizadas como de cogestão de organizações econômica. Este privilegiamento do critério de eficiência econômi-
e de projetos, embora com elementos discursivos e práticas bem ca na utilização de recursos escassos (tal como acontece na fun-
próprias e envoltas na noção de gestão compartilhada da clínica e damentação doutrinária do Método), aproxima a metodologia de
da saúde coletiva. programação local do campo dos enfoques programáticos basea-
Métodos participativos de avaliação foram cada vez mais in- dos na mera oferta de recursos, em detrimento das necessidades
tegrados à gestão dos programas e dos serviços de saúde. Diver- de saúde. Essa acepção da programação local implica o predomínio
sos manuais foram produzidos de modo a orientar a montagem de paradigmático do ideal do crescimento e da produtividade sobre a
sistemas de monitoramento e diferentes escolasde planejamento equidade, que se expressa, operacionalmente, na utilização de indi-
cooperativo se formaram na experiência internacional e com reper- cadores de pouca sensibilidade para captar as desigualdades entre
cussõesem experiências aqui no Brasil. As noções de participação grupos sociais. A relação de custo-benefício, que embasa as técni-
na gestão do sistema público no Brasil e a determinação de que cas de programação local de corte tradicional, comporta apenas in-
órgãos colegiados tenham assento na tomada de decisões e no pla- dicadores sobre os custos econômicos e sobre os parâmetros de re-
nejamentono SUS pertence à legislação constitucional e infracons- solutividade tecnológica; no máximo, indicadores epidemiológicos
titucional e a atuação dos conselhos de saúde no planejamento de relacionados com a mortalidade por danos específicos e população
objetivos e procedimentos da política pública tem sido amplamente inespecífica. Por via de consequência, a metodologia de programa-
estudada na literatura setorial (MOREIRA et al., 2009). ção local não tem considerado devidamente as possibilidades redis-
tributivas da regulação sanitária.
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POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

2. A programação local tem sido considerada como um nível programa setorial sobre o conceito amplo de problema abstrai um
de menor agregação da função Planejamento, em que prevalece espaço extenso de imbricações que fazem parte do conceito am-
quase que exclusivamente a factibilidade dos recursos. Colocada pliado de saúde.
em uma situação de posterioridade na seqüência temporal que ca- 7. A abstração do nível político se acompanha de uma com-
racteriza o Planejamento Tradicional (posterioridade que é definida preensão “cientificista” do nível da programação, que se expressa
pela menor agregação e pela localização em um âmbito mais baixo no desconhecimento do papel dos atores sociais na formulação e
da organização institucional), à programação local é atribuída uma implementação de tal nível. Esse desconhecimento leva a uma for-
função predominantemente técnica, à que não cabe se importar mulação rígida e egocêntrica dos programas de atuação, que limita
com a viabilidade política. O político é definido como um dado que a viabilidade. A presunção de que um único ator programa e que
antecede e se superpõe à programação, condicionando seus parâ- esse ator o faz apoiado na objetividade da ciência, o que provo-
metros. Esse reducionismo tecnocrático da programação se pren- ca um alheamento do ator da realidade que programa, tem como
de ao uso rígido do conceito de etapa e de sequência, uso que no resultado uma abordagem do diagnóstico e das outras “fases” da
Planejamento Tradicional equivale a visão de fases que acontecem programação que se destaca pelo monolitismo e a inflexibilidade.
antes e depois, em um espaço temporal absoluto. Esta rigidez normativa é a causa talvez mais importante do fracasso
Do anterior se deduz que a programação, assim como se sepa- dos documentos de programação.
ra do político, também se separa da gerência. Conclusivamente, a 8. A indefinição de uma intencionalidade que tenha como alvo
programação tradicional assume como dados externos ao modelo o sistema de serviços (justificada em grande parte pela falta de co-
programático os dados políticos, institucionais e tecnológicos (no municação entre o político e o técnico, ou pela colocação em sepa-
sentido da armação tecnológica da rede e dos condicionamentos rado de ambos os fatores), ou o emprego exclusivo e implícito de
industriais), ou como referências preexistentes. uma situação-objetivo no espaço das condições de saúde (como no
3. A programação local tradicional, quando tenta-se aproximar Método a prevenção do maior número de mortes ao menor preço),
das necessidades, o faz a partir dos danos de saúde, negligencian- colocam-se como obstáculos à definição e priorização dos proble-
do as condições de vida ou as condições de reprodução social das mas, de maneira que ocorre uma dificuldade prática para reconhe-
mesmas, de forma que reduz as necessidades ao plano setorial ou cer os problemas relativos aos meios fundamentais e, por conse-
das condições de saúde. Essa operação, que invalida a aproximação, guinte, para encaminhar uma mudança dos mesmos que venha a
explica-se pela ausência de um modelo de determinação causal que ensejar melhores condições de saúde, enquanto critério de eficácia.
permita a compreensão da realidade pela mediação de níveis de 9. A excessiva centralização técnica que acompanha as experi-
determinação essencial. A permanência no nível epifenomênico da ências de programação é um sucedâneo das experiências políticas
realidade permite apenas que se percebam fenômenos sanitários, vividas, mas pode ser imputada também, a título parcial, à metodo-
mas não permite conhecer ou explicar. logia ou ao enfoque programático, na medida em que os enfoques
4. A programação local, ao voltar-se sobre recursos abstratos tradicionais de planejamento/programação não incorporam a pro-
(a organização otimizada dos mesmos através da normatização blemática organizacional ou a incorporam na forma reprodutória de
instrumental), promove a descaracterização político-institucional departamentos de planejamento situados no ápice organizacional,
do atendimento. Esta visão histórica dos recursos contribui para ou seja, não se tem dado a necessária prioridade à criação de um
uniformizar a priori as diferentes instâncias institucionais que con- sistema absolutamente descentralizado de programação, que pos-
formam o sistema e dificulta a explicação do seu movimento e a sibilite a participação efetiva da população na geração da informa-
atuação eficaz. ção e da linguagem dos programas.
5. Enquanto técnica de estimativa de recursos, a programação 10. A própria linguagem elaborada no interior dos sistemas de
local tem sido aplicada divorciada da “programação regional” (ou planejamento, consentânea aos critérios de quantidade com que
da programação de rede), isto é, tem assumido preferencialmente trabalha, destaca-se pela ausência de informação qualitativa ou de
como objeto, as unidades locais de saúde, considerando, em se- afirmações de qualidade (que traduzam conceitos sobre o político e
parado, os níveis de complexidade tecnológica que compõem um o social), o que tende a empobrecê-la e a “viesá-la”. À centralização
sistema local ou regional. Esses níveis são assumidos, como já se organizacional corresponde uma concentração do nível informacio-
insinuou, como dados preexistentes, ou não são considerados abso- nal em espaços “ arquetípicos” exclusivamente preenchidos pela
lutamente, o que pode resultar em uma asincronicidade estrutural tecnocracia. A maior qualificação da linguagem e sua simplificação
da rede (dos diversos componentes) e em uma limitação séria da (o que subentende uma tarefa cultural) foram exigências escamote-
eficiência. A falta de integração e a duplicidade é a consequência adas pela técnica programática, na medida em que não havia uma
natural de uma falta de formulação simultânea dos âmbitos de rede compreensão do planejamento enquanto um sistema comunicacio-
e de unidade local. nal (que abre ou fecha espaços de participação e de conhecimento/
6. A sistemática da programação falha ao concentrar-se na aná- ação).
lise e instrumentalização de problemas sanitários exclusivamente
programáveis no âmbito setorial, isto é, em objetos parciais que são Esta listagem de elementos de uma crítica da programação
passíveis de transmutar-se em ações sanitárias. O ponto de partida local, poderia ser ampliada; mas, ela representa, em uma aproxi-
único da programação (ou a abertura programática) está represen- mação a uma síntese, uma lista suficiente das limitações não só da
tado pelos critérios de morbidade, composição populacional (por programação quanto do planejamento normativo como um todo.
sexo e idade) ou pelas ações sanitárias (bastante desagregadas). E que, em nenhuma circunstância, justifica-se a separação entre
Esse ponto de vista esquece que os problemas atravessam os se- planejamento e programação, como em geral se patrocina, e, jus-
tores e que, portanto, o predomínio do conceito operacional de tamente é isso que tem-se procurado questionar aqui. A ideia de
uma sequência temporal rígida, junto com a noção de um nível su-
perior (apanágio da política) que predomina sobre um nível inferior
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POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

(apanágio do técnico), em uma escala hierárquico-organizacional, Decreto 9492 de 5 de setembro de 2018 – Regulamenta a Lei
compõem algumas das “epistemes” mais controvertidas do discur- 13460 de 2017: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
so normativo. 2018/2018/decreto/D9492.htm#:~:text=1%C2%BA%20Este%20
Decreto%20regulamenta%20os,Ouvidoria%20do%20Poder%20
Executivo%20federal
PORTARIAS E LEIS DO SUS
Decreto 10153 de 7 de dezembro de 2019 - Salvaguarda de
proteção à identidade dos denunciantes: http://www.planalto.gov.
Prezado candidato, o edital não especifica quais Portarias e br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/D10153.htm#:~:text=-
Leis exigidas à respeito do SUS, portanto, disponibilizaremos tópi- D10153&text=Disp%C3%B5e%20sobre%20as%20salvaguardas%20
cos relevantes, frequentemente abordados em certames públicos, de,5%20de%20setembro%20de%202018
e pertinentes ao cargo em questão, além das leis já abordadas an-
teriormentes. Portaria 729 de 29 de dezembro de 2020 – Consolida-
ção de normas[Sistema OuvidorSUS – Título III: https://www.
Lei 8142 de 28 de dezembro de 1990 – Participação da comuni- in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-729-de-29-de-dezembro-
dade na gestão do SUS: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/ -de-2020-296886172
l8142.htm
Portaria 581 de 9 de março de 2021 – Orientações às unida-
Portaria 1.820 de 13 de agosto de 2009 – Direitos e deveres des do SisOuv: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-
dos usuários da Saúde: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudele- -581-de-9-de-marco-de-2021-307510563
gis/gm/2009/prt1820_13_08_2009.html
Lei 14129 de 29 de março de 2021 – Regras e instrumentos
Decreto 7508 de 28 de junho de 2011- Regulamenta a Lei Or- para o Governo Digital: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/
gânica do SUS: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011- lei-n-14.129-de-29-de-marco-de-2021-311282132#:~:text=1%-
2014/2011/decreto/d7508.htm C2%BA%20Esta%20Lei%20disp%C3%B5e%20sobre,e%20da%20
participa%C3%A7%C3%A3o%20do%20cidad%C3%A3o.
Portaria 1583 de 19 de julho de 2012 – Execução da LAI no
âmbito do MS e entidades vinculadas: https://bvsms.saude.gov.br/ Decreto 11358 de 1 de janeiro de 2023 - Estrutura Regimental
bvs/saudelegis/gm/2012/prt1583_19_07_2012.html do Ministério da Saúde: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
Ato2023-2026/2023/Decreto/D11358.htm#art4
Decreto 8.936, de 19 de dezembro de 2016 – dispõe sobre a
oferta dos serviços públicos digitais: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2015-2018/2016/decreto/D8936.htm POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE
Decreto 9.094 de 17 de julho de 2017 – institui a Carta de Ser-
viços ao Usuário: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2017/decreto/d9094.htm Evolução Histórica da Saúde Pública e das políticas de saúde
no Brasil
Lei 13.460 de 26 de junho de 2017 – Código de defesa do usu- As políticas públicas de saúde no Brasil têm sofrido modifica-
ário do serviço público: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ ções ao longo dos anos, e tais mudanças historicamente têm sido
ato2015-2018/2017/lei/l13460.htm pelo menos aparentemente para adequarem-se aos contextos polí-
ticos, econômicos e sociais. Somente com a chegada da família real,
Portaria de consolidação 1 de 28 09 2017 – Consolidação de em 1808, é que algumas normas sanitárias foram impostas para
normas, organização e funcionamento do SUS [Diretrizes para os portos, numa tentativa de impedir a entrada de doenças con-
organização e funcionamento dos serviços de ouvidoria do SUS- tagiosas que pudessem colocar em risco a integridade da saúde da
-Art. 113: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/ realeza. Em 1822, com a Independência do Brasil, algumas políticas
prc0001_03_10_2017.html débeis de saúde foram implantadas, tais políticas eram referentes
ao controle dos portos e atribuía às províncias quaisquer decisões
Portaria de consolidação 2 de 28 09 2017 - Consolidação das sobre tais questões.
normas sobre as políticas nacionais de saúde do SUS - Participa- Somente com a Proclamação da República, em 1889, é que as
SUS - ANEXO XXXIV: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/ práticas de saúde em nível nacional tiveram início. Oswaldo Cruz e
gm/2017/MatrizesConsolidacao/Matriz-2-Politicas.html Carlos Chagas que estiveram à frente da Diretoria Geral de Saúde
pública (DGSP), implementaram um modelo sanitarista visando er-
Lei 13.709 de 14 de agosto de 2018 – Lei Geral de Proteção de radicar epidemias urbanas e a criação de um novo Código de Saúde
Dados Pessoais: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015- Pública, tornando-se responsável pelos serviços sanitários e de pro-
2018/2018/lei/L13709compilado.htm filaxia no país, respectivamente.
O Estado brasileiro teve sua primeira intervenção em 1923, com
a Lei Elói Chaves, através da criação das Caixas de Aposentadoria
e Pensão (CAPs), que asseguravam aos trabalhadores e empresas
assistência médica, medicamentos, aposentadorias e pensões. Fo-
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POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

ram substituídas pelos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs) A União passou a normalizar e financiar e os Municípios a exe-
passando a abranger uma quantidade maior de trabalhadores(3). cutar as ações. Criou a Programação Pactuada e Integrada (PPI),
Conforme refere Figueiredo; Tonini (2007), ao extinguir os IAPs, em que tinha como objetivo alocar recursos de assistência à saúde nos
1967, o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) foi implan- estados e municípios, como forma de universalizar o acesso da po-
tado, atendendo, também, trabalhadores rurais por meio do Fundo pulação a todo tipo de assistência nos três níveis de complexidade.
de Assistência ao Trabalhador Rural (FUNRURAL) e trabalhadores Também foi criado o Piso de Atenção Básica (PAB), que alterou o fi-
com carteira assinada através do Instituto Nacional de Assistência nanciamento das ações básicas, tornando necessário uma avaliação
Médica da Previdência Social (INAMPS). Somente no final da déca- da aplicação dos recursos e impactos.
da de 80 deixou de exigir carteira de trabalho para atendimentos A NOAS – SUS 01\2001 transformou o modelo vigente de gestão
em hospitais, tornando a saúde menos excludente e mais universal. em Gestão Plena da Atenção Básica – Ampliada (GPAB-A), amplian-
Na década de 70 surgiu o Movimento da Reforma Sanitária que do o debate sobre a municipalização egionalização e instituindo o
tinha como objetivo conquistar a democracia para mudar o siste- Plano Diretor de Regionalização (PDR), que estabeleceu as diretri-
ma de saúde. O conceito saúde – doença bem como o processo de zes para uma assistência regionalizada, organizada, de forma que o
trabalho e a determinação social da doença foram rediscutidos(4). território estadual foi dividido em regiões e microrregiões de saúde
No final da década de 80 o quadro social e político no país era dife- tendo como base critérios sanitários, epidemiológicos, geográficos,
rente, onde o movimento de redemocratização expandia-se pelos sociais, a oferta de serviços e a acessibilidade que a população tem
estados brasileiros e a oposição ganhava força no Congresso Na- aos mesmos, bem como o diagnóstico dos problemas de saúde
cional. Dentro desse contexto ocorria, em 1986, a VIII Conferência mais frequentes e das prioridades de intervenção. E o Plano Diretor
Nacional de Saúde (CNS) que tinha como presidente Sérgio Arouca de Investimentos (PDI), que define as prioridades e estabelece as
e que, pela primeira vez, foi verdadeiramente popular refletindo o estratégias no que se refere a investimentos dos recursos de modo
momento pelo qual o país passava. O grande marco da VIII Confe- que seja prestada assistência em todos os níveis de complexidade.
rência Nacional de Saúde foi a criação do Sistema Único Descen- Em 2006 com o Pacto pela Saúde, foram extintas essas formas
tralizado de Saúde (SUDS), que posteriormente tornou-se Sistema de habilitação, através da Portaria Nº 399\2006 passando a vigorar
Único de Saúde (SUS) além de ter consolidado as ideias da Reforma o Termo de Compromisso e Gestão (TCG) que contemplava atribui-
Sanitária. ções dos entes federados bem como os indicadores de monitora-
A saúde ganhou espaço a partir de então com a Constituição mento e avaliação dos Pactos. Nas suas três dimensões, Pacto pela
Federal de 1988 (CF\88) que criou o SUS rompendo, dessa forma, Vida, em Defesa do SUS e Gestão do SUS, foram estabelecidas no
com o antigo modelo de saúde que era dominado pelo sistema primeiro seis prioridades representando o compromisso entre os
previdenciário. A saúde passou a ser direito de todos e dever do gestores do SUS em torno de prioridades que apresentem impacto
Estado. Os princípios e diretrizes estabelecidos foram: descentrali- sobre a situação de saúde da população brasileira, que são: Saúde
zação, integralidade, participação da comunidade, regionalização e do Idoso; Controle do câncer de colo do útero e da mama; Redução
hierarquização. da mortalidade infantil e materna; Fortalecimento da capacidade
O SUS foi regulamentado em 1990, com a Lei Orgânica de Saúde de resposta às doenças emergentes e endêmicas, com ênfase na
(LOS), a Lei Nº 8.080 e a Lei Nº 8.142 onde se deu destaque para dengue, hanseníase, tuberculose, malária e influenza; Promoção da
a construção de um modelo de atenção fundamentado na epide- Saúde; Fortalecimento da Atenção Básica.
miologia, controle social, descentralização e regionalização com Em 2008 a Portaria do MS Nº 325\08 criou mais cinco priorida-
base municipal. A primeira LOS regulamenta o SUS em todo o país des no Pacto pela Vida passando a totalizar onze prioridades. As
definindo seus princípios e diretrizes, que contemplam a universa- cinco prioridades estabelecidas foram: Saúde do Trabalhador; Saú-
lidade, a integralidade da assistência, equidade, descentralização e de Mental; Fortalecimento da capacidade de resposta do sistema
a participação da comunidade. Estabelece condições para o nortea- de saúde às pessoas com deficiência; Atenção integral às pessoas
mento do gerenciamento e sobre as condições para a promoção, em situação ou risco de violência; Saúde do Homem. O Pacto em
proteção, recuperação da saúde, organização e funcionamento dos Defesa do SUS expressa os compromissos entre os gestores com a
serviços de saúde. A segunda regulamenta a participação da socie- consolidação do processo da Reforma Sanitária Brasileira e o Pacto
dade na formulação das políticas de saúde, dispõe sobre as transfe- de Gestão do SUS estabelece as responsabilidades dos entes fede-
rências intergovernamentais de recursos através do Fundo Nacional rados para o fortalecimento da gestão em seus eixos de ação.
de Saúde, que faria o repasse de forma regular e automática para Já em 2011 com o Decreto Nº 7.508\2011 o TCG foi substituído
cada esfera. pelo Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde (COAP) tendo
As Normas Operacionais Básicas (NOB’s) foram instituídas para como objetivo a organização e a integração das ações e serviços de
nortear a operacionalização do sistema, sendo a mais importante a saúde, sob responsabilidade dos entes federativos com a finalidade
NOB\SUS 01-96, pois a partir dela o município tornou-se o principal de garantir a integralidade das ações e serviços de saúde a partir da
responsável por atender às necessidades do cidadão com requisitos definição de responsabilidades, indicadores e metas de saúde, de-
de Gestão Plena da Atenção Básica e Gestão Plena do Sistema Mu- sempenho, recursos financeiros. Reconhece a atenção básica como
nicipal, onde o Município passou a ser responsável, dentre outras, porta de entrada do sistema e como eixo principal das Redes de
pela elaboração da programação municipal dos serviços básicos de Atenção a Saúde (RAS) que constitui um conjunto de ações e servi-
saúde bem como pelos serviços de referência ambulatorial especia- ços de saúde articulados em níveis de complexidade crescente com
lizada e hospitalar; executar ações básicas de vigilância sanitária e o intuito de garantir a integralidade tendo como porta de entrada
epidemiológica, de média e alta complexidade; manter os sistemas para tais ações a atenção primária; urgência e emergência; atenção
de cadastros atualizados e avaliar o impacto das ações do sistema psicossocial e serviços especiais de acesso aberto e a partir destes
sobre as condições de saúde da população e do meio ambiente. partem as referências para serviços de atenção ambulatorial e hos-
pitalar especializado.
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POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

Por fim, o SUS representa o maior projeto de inclusão social no Família (EqSF) tiveram crescimento marcante em cidades pequenas
Brasil, proporcionando aos que antes eram excluídos pelo sistema e em regiões mais pobres, expandindo-se com maior força para os
garantia de assistência à saúde. Entretanto a despeito da mesma im- grandes centros nos anos 2000.
ponência do projeto gigantescas dificuldades são encontradas em
sua implementação relacionadas ao financiamento, regulação inci- A introdução dos Pisos de Atenção Básica (PAB) fixo e variável
piente, precárias condições de trabalho falhas na descentralização. na década de 1990, operados por meio de repasse financeiro fundo
Necessitando de um fortalecimento no que se refere à regulação da a fundo, facilitou a implantação da ESF e superou a lógica de finan-
assistência a saúde no país que apesar dos avanços obtidos com a ciamento por convênio e produção (procedimentos), tendo caráter
descentralização explicita problemas como leitos insuficientes para relativamente redistributivo e tipo de repasse mais global por meio
atender a demanda da população que necessita de atendimentos, do PAB Fixo (per capita) e do PAB-Variável (por adesão a componen-
principalmente de média e alta complexidade, que em sua maioria tes da ESF).
estão sob o poder do setor privado complementar e filantrópico Com evolução progressiva ao longo dos anos, em 2017, havia
42.467 EqSF implantadas no Brasil, cobrindo uma população esti-
Políticas de saúde no SUS mada de 131.349.487 pessoas ou 63.73%. Há evidências de impac-
tos da APS no Brasil, com destaque para a mortalidade infantil.A
Política Nacional de Atenção Básica APS no Brasil conta com a particularidade de ter em suas equipes o
Agente Comunitário de Saúde (ACS) como membro de uma equipe
Breve contextualização histórica multiprofissional. Diversos estudos abordam a singularidade do ACS
A Atenção Primária à Saúde (APS) tem sido pensada, interna- na experiência brasileira e a importância do seu trabalho, sobretu-
cionalmente, desde o início do século XX, com destaque para o seu do em áreas mais pobres.
desenho no relatório Dawson de 1922, materializando- -a na figura No Brasil, além de formulações internacionais, também têm
do médico geral, no contexto de uma rede territorial de serviços nu- sido agregados outras perspectivas, conceitos e diretrizes – a APS
cleada a partir dos centros primários, com autoridade sanitária re- é também chamada de Atenção Básica (AB), como significante de
gional. Esta formulação serviu de base para a construção do Serviço resistência à APS seletiva. Neste artigo, tais termos serão utilizados
Nacional de Saúde inglês, importante referência de sistema público como equivalentes. Nas formulações do Pacs e do PSF, tanto a vigi-
e universal de saúde. lância em saúde como as práticas de promoção à saúde (incluindo
A conferência internacional de Alma Ata, no final dos anos a intersetorialidade) e prevenção de doenças tiveram centralidade,
1970, influenciada pelo cenário político econômico dos países e pe- com pouca relevância dada às práticas clínicas, subsumidas por
los custos do setor saúde, incorporou elementos dessas experiên- ações programáticas em saúde com destacada normatividade. Des-
cias, propondo os cuidados primários em saúde como elemento tacam-se no Brasil, também, as noções de acolhimento, vínculo e
central para mudanças no setor saúde e na vida social. adscrição de clientela, territorialização e responsabilidade sanitária,
Uma importante formulação concebeu a APS a partir da ideia trabalho em equipe multiprofissional, as ações individuais e coleti-
de atributos, destacando-se: o primeiro contato, a abordagem inte- vas e a retaguarda do apoio matricial. Salientam-se as característi-
gral, a continuidade e longitudinalidade, a coordenação, a aborda- cas de porta de entrada preferencial da APS, centro de comunicação
gem familiar e comunitária, referindo-se ao grau de busca da APS e base de ordenamento nas Redes de Atenção à Saúde (RAS).
pelas pessoas, ao grau de vinculação e relacionamento entre APS e
pessoas sob seus cuidados, à capacidade resolutiva e ao poder para Edições da PNAB e a revisão atual
coordenar casos e fluxos assistenciais. A primeira edição de uma Política Nacional de Atenção Básica
Diferentes países do mundo têm APS no seu sistema de saúde. (PNAB) oficial data de 2006, com a segunda edição em 2011 e a
O ideário de Alma Ata é frequentemente destacado como marco terceira em 2017. Em 2006, no contexto do Pacto pela Saúde, foi
fundamental para a APS, com traduções e incorporações hetero- publicada a primeira edição da PNAB. Esta ampliou o escopo e a
gêneas nos países, ora como APS seletiva, ora como APS ampliada, concepção da AB ao incorporar os atributos da atenção primária
com forte influência de organismos internacionais. à saúde abrangente, reconheceu a Saúde da Família como modelo
substitutivo e de reorganização da AB. Além disso, revisou as fun-
APS no Brasil ções das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e reconheceu a existên-
As primeiras experiências de APS no Brasil datam da primeira cia de diferentes modalidades segundo o modelo de organização
metade do século XX. Desde 1990, com base na nova ordem social predominante – UBS com ou sem ESF.
definida na Constituição de 1988, que assumiu a saúde como direi- Os anos 2000 estiveram fortemente marcados pela expansão
to de cidadania e criou o Sistema Único de Saúde (SUS), busca-se da ESF nos grandes centros urbanos, pela incorporação e ampliação
implementar os princípios e diretrizes formulados pelo movimento das Equipes de Saúde Bucal (ESB) e pela criação dos Núcleos de
da reforma sanitária. Nesse período, o esforço de construção de um Apoio à Saúde da Família (Nasf). A despeito disso, importantes nós
novo modelo assistencial se materializou, na APS, com a implan- críticos persistiram, tais como a infraestrutura inadequada, o sub-
tação do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (Pacs), do financiamento, o modelo assistencial e a dificuldade de atração de
Programa de Saúde da Família (PSF), em um contexto e conjuntura profissionais médicos.
política e econômica desfavoráveis a políticas universalistas. A par- Em 2011, iniciou-se um movimento de mudança da PNAB, em
tir de 1996, o PSF passou a ser apresentado como estratégia de mu- boa parte baseado no enfrentamento desses nós críticos. De fato,
dança do modelo assistencial, superando o conceito de programa podemos reconhecer na PNAB de 2011, no Requalifica UBS (refor-
vinculado a uma noção de verticalidade e transitoriedade, sendo mas, ampliações, construções e informatização), no Programa de
a Estratégia Saúde da Família (ESF) uma certa fusão do Pacs com Melhoria do Acesso e da Qualidade (PMAQ) e no Programa Mais
o PSF. Inicialmente com caráter seletivo, as Equipes de Saúde da Médicos (PMM) expressões desse esforço. Nesse período também
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POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

foi criado o e-SUS AB, incluindo a oferta de prontuário eletrônico na possibilidade de financiamento federal de outras modalidades
gratuito para os municípios, e foram alteradas normativas visando à de atenção básica. “É contraditório com o próprio texto da nova
sua ampliação e ao aprimoramento. Destaca-se ainda a criação de portaria que afirma a ‘prioridade’ para a Estratégia Saúde da Fa-
diferentes modalidades de equipes (consultórios na rua, ribeirinhas mília. Prioridade significa financiamento diferenciado para garantia
e fluviais, por exemplo). Suportando tais iniciativas, observou-se de equipe em tempo integral na unidade de saúde, o que facilita a
incremento no orçamento federal da AB, notadamente no PAB Va- construção de vínculo entre profissionais e os usuários. Isso é muito
riável e em recursos de investimento. O PMM (no seu componen- importante para médicos/as, enfermeiros/as e dentistas”, avalia.
te provimento), por exemplo, possibilitou maior permanência dos
médicos nas EqSF em áreas de maior vulnerabilização social, bem A pesquisadora apontou as principais fragilidades do novo tex-
como o crescimento da cobertura da ESF, em um processo de dis- to da política, que classificou como “ambíguo”. Entre os problemas
puta com a categoria médica e que provocou debates na sociedade, identificados está a integração do trabalho dos Agentes Comunitá-
para além do SUS e da saúde coletiva. Em 2013, havia 34.724 EqSF rios de Saúde (ACS) com o dos Agentes de Endemias, que não são
implantadas no Brasil, passando a 40.162 EqSF em 2015, com esta obrigatórios nas equipes de Saúde da Família, o que pode levar ao
velocidade de crescimento do número de equipes provavelmente aumento das atribuições dos ACS, sem redução da média de famí-
se devendo ao PMM. Essas iniciativas, no entanto, não foram sufi- lias sob sua responsabilidade; a falta de determinação na portaria
cientes para o enfrentamento do subfinanciamento, da precariza- do número de ACS por equipe – “na crise de financiamento que vi-
ção das relações de trabalho, da formação profissional, da integra- vemos, o mínimo tende a ser o máximo”; a definição de atribuições
ção da AB com os demais componentes das redes de atenção, entre de “regulação” de filas para consultas e exames especializados de
outros, em parte pelo tempo de sua implantação, em parte por seus usuários/as da AB ao Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf); e
limites. ainda a não obrigatoriedade da presença de profissionais de saúde
É sabido que houve aumento da carga de responsabilidade bucal na composição das equipes de Atenção Básica.
dos municípios no financiamento do SUS ao longo dos anos e, no “São necessárias mudanças na atual PNAB para fazer avançar a
caso da AB, a baixa participação do ente estadual. A isso se somam ampliação da cobertura e promover a melhoria da qualidade do cui-
reivindicações dos gestores municipais por mais autonomia, apoio dado. Entretanto, a ‘nova’ PNAB parece ir na direção contrária, pois
financeiro e provimento de médicos, em parte, contempladas, no não amplia a composição das equipes de atenção básica tradicional,
âmbito da AB, com as mudanças na PNAB a partir de 2011. Ainda pois o ACS não é obrigatório nesse formato. No caso das equipes de
assim, há evidências que apontam que a maior parte da responsa- Saúde da Família, também não há avanço, pois a equipe de saúde
bilidade pelo custeio das EqSF tem se concentrado nos municípios. bucal é opcional”, critica Ana Luiza.
Os anos 2014 e 2015, por sua vez, foram marcados pelo início Já a professora Claunara Schilling Mendonça, ex-diretora do
de grave crise política e econômica no País, com impacto sobre o Departamento de Atenção Básica/Ministério da Saúde, acredita
SUS. No plano da AB, destaca-se também a aprovação, em 2014, que a portaria de 2011 prescindia de revisão. “Em 2011, quando
da lei federal com definição de piso salarial e obrigatoriedade de teve a primeira revisão (PT 2488), havia o objetivo de atender às
contratação apenas por vínculos diretos, para os ACS e Agentes representações dos municípios, principalmente do estado de São
de Combate às Endemias (ACE), recaindo mais fortemente sobre Paulo, para que o MS [Ministério da Saúde] financiasse outras mo-
os municípios, em virtude da responsabilidade pela contratação de dalidades, principalmente com outras conformações das especiali-
profissionais. Em 2016, ganha destaque na agenda nacional a revi- dades médicas e suas cargas horárias. Foram criadas mais de sete
são da PNAB, precedida por uma portaria que facultava a presença modalidades de financiamento distintas, sem nenhum efeito. Ou
de ACS nas equipes e incorporação de mais técnicos de enferma- seja, se mudou a proposta inicial da exigência da carga horária inte-
gem, em pouco tempo revogada diante das repercussões políticas. gral dos médicos e não houve crescimento no número de equipes
Houve também mudança nas regras do financiamento federal do nessas diferentes modalidades”, ponderou.
SUS em 2017, encaminhando-se para o fim dos seis blocos de finan- Em entrevista ao OAPS, Claunara explicou que a nova porta-
ciamento do SUS (um deles da AB) e para a adoção de dois grandes ria implicará no enfraquecimento da Estratégia de Saúde da Famí-
blocos, de custeio e investimento. Além disso, foi aprovada a Emen- lia (ESF) como modo de organização da Atenção Primária à Saúde
da Constitucional nº 9520 em 2016, congelando os gastos com saú- (APS) no Brasil. “Ao chegar perto de 40 mil equipes de Saúde da
de e educação por 20 anos, prevendo reajustes apenas com base na Família no país, o momento era de verificar a baixa resolutividade
inflação. Nesse período, o então ministro da saúde adotou o discur- dessas equipes por não fazerem parte da rede de atenção, esta-
so de eficiência econômica, defendeu a criação de planos privados rem isoladas e sem capacidade de integrar o cuidado da APS com o
populares de saúde, bem como a desregulação do setor de saúde restante da rede. Era o momento de avançar nos mecanismos que
suplementar. Em meio a esse cenário e diante de muitos protestos, garantissem a regulação do acesso ao SUS a partir das equipes de
foi pactuada na Comissão Intergestores Tripartite (CIT) do SUS, em ESF. Com a atual proposta, voltamos a não ter um modelo de APS
2017, uma mudança instituindo uma nova PNAB. para o Brasil”, criticou.
Entidades que atuam em defesa da saúde também criticaram
O que muda com a nova PNAB as alterações introduzidas pela reformulação da PNAB. Em nota
Até o processo de reformulação, a Atenção Básica (AB) era conjunta, Cebes, Abrasco e Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio
orientada pela política aprovada pela Portaria nº 2.488, de 21 de Arouca – ENSP/Fiocruz repudiaram o rompimento da centralidade
outubro de 2011, e publicada em 2012, tendo na Saúde da Família da ESF na organização do SUS, com a instituição de financiamento
sua estratégia prioritária para expansão e consolidação da AB. Para específico para outros modelos que não contemplam a composição
Ana Luiza Queiroz Vilasbôas (ISC/UFBA), coordenadora do eixo de de equipes multiprofissionais com a presença de agentes comunitá-
Estudos e Pesquisas em Atenção Primária e Promoção da Saúde do rios de saúde; “a implantação de modo simplificado, ou reducionis-
OAPS, a principal mudança com a nova portaria está justamente
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a solução para o seu concurso!
POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

ta, de uma ‘relação nacional de ações e serviços essenciais e estra- dade da atenção e o pleno desenvolvimento da criança e a redução
tégicos da AB’”; e a ameaça à presença do Agente Comunitário de de vulnerabilidades e riscos. Suas ações se organizam a partir das
Saúde como integrante e profissional da atenção básica. Redes de Atenção à Saúde (RAS), com ênfase para as redes temá-
O Conselho Nacional de Saúde (CNS), a Sociedade Brasileira de ticas, em especial à Rede de Atenção à Saúde Materna e Infantil
Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) e o Cofen – Conselho e tendo a Atenção Básica (AB) como ordenadora e coordenadora
Federal de Enfermagem, além de pesquisadores/as como Ligia Gio- das ações e do cuidado no território, e servirão de fio condutor do
vanella, Luiz Augusto Facchini e José Gomes Temporão também ex- cuidado, transversalizando a Rede de Atenção à Saúde, com ações e
puseram, ao longo do processo de reformulação, os riscos dos no- estratégias voltadas à criança, na busca da integralidade, por meio
vos termos da PNAB. Em entrevista ao OAPS no mês de outubro, a de linhas de cuidado e metodologias de intervenção, o que pode
pesquisadora Rosana Aquino destacou que o modelo da ESF – para se constituir em um grande diferencial a favor da saúde da criança.
ela, “uma das grandes inovações do SUS” – traz melhores indica- A normativa busca integrar diversas ações já existentes para
dores de saúde, quando comparado a outros modelos de Atenção atendimento a essa população. O objetivo é promover o aleitamen-
Básica, e os resultados positivos mostrados por diversas pesquisas to materno e a saúde da criança, a partir da gestação aos nove anos
estão agora sob ameaça de uma redução ainda maior de financia- de vida, com especial atenção à primeira infância (zero a cinco anos)
mento. “Quando o ministro da Saúde diz que ‘é para financiar o e às populações de maior vulnerabilidade, como crianças com defi-
mundo real’, o mundo real dele provavelmente é o mundo da aten- ciência, indígenas, quilombolas, ribeirinhas, e em situação de rua.
ção à saúde de menor qualidade e uma Atenção Primária focalizada
e seletiva, então estamos realmente bastante apreensivos”. Eixos da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da
Já marcado por polêmicas, o cenário foi sacudido ainda pela Criança
ação movida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e acatada Os sete eixos estratégicos da Política são: atenção humanizada
pelo juiz Renato Borelli, da 20ª Vara Federal de Brasília, que estabe- e qualificada à gestação, parto, nascimento e recém-nascido; alei-
lece restrições à atuação de enfermeiros/as, impedindo a realização tamento materno e alimentação complementar saudável; promo-
de consultas e solicitação de exames sem prévia autorização médi- ção e acompanhamento do crescimento e desenvolvimento inte-
ca. Na avaliação do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e do gral; atenção a crianças com agravos prevalentes na infância e com
Ministério da Saúde, a liminar prejudica o trabalho de Atenção Bá- doenças crônicas; atenção à criança em situação de violências, pre-
sica, com impactos diretos no funcionamento das unidades básicas venção de acidentes e promoção da cultura de paz; atenção à saúde
de saúde e na garantia do acesso da população. Por outro lado, o de crianças com deficiência ou em situações específicas e de vulne-
CFM argumenta que a decisão judicial não compromete o funciona- rabilidade; vigilância e prevenção do óbito infantil, fetal e materno.
mento dos programas de saúde pública orientados pela PNAB por A Política considera como criança a pessoa na faixa etária de
não impedir a realização de práticas terapêuticas, procedimentos e zero a nove anos e a primeira infância, de zero a cinco anos. Para
exames, desde que solicitados previamente por médicos/as. atendimento em serviços de pediatria no Sistema Único de Saúde
(SUS), são contempladas crianças e adolescentes menores de 16
A PNAB completa está disponível em: anos, sendo que este limite etário pode ser alterado conforme as
http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/pnab.pdf normas e rotinas do estabelecimento de saúde responsável pelo
atendimento.
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança
A PNAISC está estruturada em princípios, diretrizes e eixos Dos princípios:
estratégicos. Tem como objetivo promover e proteger a saúde da 1) Direito à vida e à saúde – Princípio fundamental garantido
criança e o aleitamento materno, mediante atenção e cuidados in- mediante o acesso universal e igualitário às ações e aos serviços
tegrais e integrados, da gestação aos nove anos de vida, com espe- para a promoção, proteção integral e recuperação da saúde, por
cial atenção à primeira infância e às populações de maior vulnera- meio da efetivação de políticas públicas que permitam o nascimen-
bilidade, visando à redução da morbimortalidade e um ambiente to, crescimento e desenvolvimento sadios e harmoniosos, em con-
facilitador à vida com condições dignas de existência e pleno de- dições dignas de existência, livre de qualquer forma de violência
senvolvimento. (BRASIL, 1988; 1990b).
Os princípios que orientam esta política afirmam a garantia do 2) Prioridade absoluta da criança – Princípio constitucional que
direito à vida e à saúde, o acesso universal de todas as crianças à compreende a primazia da criança de receber proteção e cuidado
saúde, a equidade, a integralidade do cuidado, a humanização da em quaisquer circunstâncias, ter precedência de atendimento nos
atenção e a gestão participativa. Propõe diretrizes norteadoras para serviços de saúde e preferência nas políticas sociais e em toda a
a elaboração de planos e projetos de saúde voltados às crianças, rede de cuidado e de proteção social existente no território, assim
como a gestão interfederativa, a organização de ações e os servi- como a destinação privilegiada de recursos em todas as políticas
ços de saúde ofertados pelos diversos níveis e redes temáticas de públicas (BRASIL, 1988; 1990b).
atenção à saúde; promoção da saúde, qualificação de gestores e 3) Acesso universal à saúde – Direito de toda criança receber
trabalhadores; fomento à autonomia do cuidado e corresponsabili- atenção e cuidado necessários e dever da política de saúde, por
zação de trabalhadores e familiares; intersetorialidade; pesquisa e meio dos equipamentos de saúde, de atender às demandas da
produção de conhecimento e monitoramento e avaliação das ações comunidade, propiciando o acolhimento, a escuta qualificada dos
implementadas. Os sete eixos estratégicos que compõem a políti- problemas e a avaliação com classificação de risco e vulnerabilida-
ca têm a finalidade de orientar gestores e trabalhadores sobre as des sociais, propondo o cuidado singularizado e o encaminhamento
ações e serviços de saúde da criança no território, a partir dos de- responsável, quando necessário, para a rede de atenção (BRASIL,
terminantes sociais e condicionantes para garantir o direito à vida e 2005a).
à saúde, visando à efetivação de medidas que permitam a integrali-
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a solução para o seu concurso!
POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

4) Integralidade do cuidado – Princípio do SUS que trata da Das Diretrizes:


atenção global da criança, contemplando todas as ações de promo- 1) Gestão interfederativa das ações de saúde da criança – Fo-
ção, de prevenção, de tratamento, de reabilitação e de cuidado, de mento à gestão para implementação da Pnaisc, por meio da viabili-
modo a prover resposta satisfatória na produção do cuidado, não zação de parcerias e articulação interfederativa, com instrumentos
se restringindo apenas às demandas apresentadas. Compreende, necessários para fortalecer a convergência dela com os planos de
ainda, a garantia de acesso a todos os níveis de atenção, mediante saúde e os planos intersetoriais e específicos que dizem respeito à
a integração dos serviços, da Rede de Atenção à Saúde, coordenada criança.
pela Atenção Básica, com o acompanhamento de toda a trajetória 2) Organização das ações e dos serviços em Redes de Atenção
da criança em uma rede de cuidados e proteção social, por meio de à Saúde – Fomento e apoio à organização de ações e aos serviços
estratégias como linhas de cuidado e outras, envolvendo a família e da Rede de Atenção à Saúde, com a articulação de profissionais e
as políticas sociais básicas no território (BRASIL, 2005a). serviços de saúde, mediante estratégias como o estabelecimento
5) Equidade em saúde – Igualdade da atenção à saúde, sem de linhas de cuidado, a troca de informações e saberes, a tomada
privilégios ou preconceitos, mediante a definição de prioridades horizontal de decisões, baseada na solidariedade e na colaboração,
de ações e serviços de acordo com as demandas de cada um, com garantindo a continuidade do cuidado com a criança e a completa
maior alocação dos recursos onde e para aqueles com maior neces- resolução dos problemas colocados, de forma a contribuir para a
sidade. Dá-se por meio de mecanismo de indução de políticas ou integralidade da atenção e a proteção da criança.
programas para populações vulneráveis, em condição de iniquida- 3) Promoção da Saúde – Reconhecimento da Promoção da
des em saúde, por meio do diálogo entre governo e sociedade ci- Saúde como conjunto de estratégias e forma de produzir saúde na
vil, envolvendo integrantes dos diversos órgãos e setores da Saúde, busca da equidade, da melhoria da qualidade de vida e saúde, com
pesquisadores e lideranças de movimentos sociais (BRASIL, 2005a; ações intrassetoriais e intersetoriais, voltadas para o desenvolvi-
BRASIL; CONSELHO NACIONAL DOS SECRETÁRIOS MUNICIPAIS DE mento da pessoa humana, do ambiente e hábitos de vida saudáveis
SAÚDE, 2009). e o enfrentamento da morbimortalidade por doenças crônicas não
6) Ambiente facilitador à vida – Princípio que se refere ao es- transmissíveis, envolvendo o trabalho em rede em todos os espaços
tabelecimento e à qualidade do vínculo entre criança e sua mãe/fa- de produção de saberes e práticas do cuidado nas dimensões indivi-
mília/cuidadores e também destes com os profissionais que atuam duais, coletivas e sociais (BRASIL, 2014h).
em diferentes espaços que a criança percorre em seus territórios 4) Fomento à autonomia e corresponsabilidade da família –
vivenciais para a conquista do desenvolvimento integral (PENEL- Fomento à autonomia e corresponsabilidade da família, princípio
LO, 2013). Esse ambiente se constitui a partir da compreensão da constitucional, que deve ser estimulado e apoiado pelo poder pú-
relação entre indivíduo e sociedade, interagindo por um desen- blico, com informações qualificadas sobre os principais problemas
volvimento permeado pelo cuidado essencial, abrangendo toda de saúde e orientações sobre o processo de educação dos filhos,
a comunidade em que vive. Este princípio é a nova mentalidade o estabelecimento de limites educacionais sem violência e os cui-
que aporta, sustenta e dá suporte à ação de todos os implicados na dados com a criança, com especial foco nas etapas iniciais da vida,
Atenção Integral à Saúde da Criança. para a efetivação de seus direitos.
7) Humanização da atenção – Princípio que busca qualificar as
práticas do cuidado, mediante soluções concretas para os proble- 5) Qualificação da força de trabalho – Qualificação da força de
mas reais vividos no processo de produção de saúde, de forma cria- trabalho para a prática de cuidado, da cogestão e da participação
tiva e inclusiva, com acolhimento, gestão participativa e cogestão, nos espaços de controle social, do trabalho em equipe e da arti-
clínica ampliada, valorização do trabalhador, defesa dos direitos dos culação dos diversos saberes e intervenções dos profissionais, efe-
usuários e ambiência, estabelecimento de vínculos solidários entre tivando-se o trabalho solidário e compartilhado para produção de
humanos, valorização dos diferentes sujeitos implicados, desde eta- resposta qualificada às necessidades em saúde da família.
pas iniciais da vida, buscando a corresponsabilidade entre usuários, 6) Planejamento no desenvolvimento de ações – Aperfeiçoa-
trabalhadores e gestores neste processo, a construção de redes de mento das estratégias de planejamento na execução das ações da
cooperação e a participação coletiva, fomentando a transversalida- Pnaisc, a partir das evidências epidemiológicas, definição de indi-
de e a grupalidade, assumindo a relação indissociável entre atenção cadores e metas, com articulação necessária entre as diversas po-
e gestão no cuidado em saúde (BRASIL, 2006a). líticas sociais, iniciativas de setores e da comunidade, de forma a
8) Gestão participativa e controle social – Preceito constitucio- tornar mais efetivas as intervenções no território, que extrapolem
nal e um princípio do SUS, com o papel de fomentar a democracia as questões específicas de saúde.
representativa e criar as condições para o desenvolvimento da cida- 7) Incentivo à pesquisa e à produção de conhecimento – In-
dania ativa. São canais institucionais, de diálogo social, as audiên- centivo à pesquisa e à produção de conhecimento para o desen-
cias públicas, as conferências e os conselhos de saúde em todas as volvimento de conhecimento com apoio à pesquisa, à inovação
esferas de governo que conferem à gestão do SUS realismo, trans- e à tecnologia no campo da Atenção Integral à Saúde da Criança,
parência, comprometimento coletivo e efetividade dos resultados. possibilitando a geração de evidências e instrumentos necessários
No caso da saúde da criança, o Brasil possui um extenso leque de para a implementação da Pnaisc, sempre respeitando a diversida-
entidades da sociedade civil que militam pela causa da infância e do de étnico-cultural, aplicada ao processo de formulação de políticas
aleitamento materno e que podem potencializar a implementação públicas.
deste princípio (BRASIL; CONSELHO NACIONAL DOS SECRETÁRIOS 8) Monitoramento e avaliação – Fortalecimento do monitora-
MUNICIPAIS DE SAÚDE, 2009; MARTINS, 2010). mento e avaliação das ações e das estratégias da Pnaisc, com apri-
moramento permanente dos sistemas de informação e instrumen-
tos de gestão, que garantam a verificação a qualquer tempo, em

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POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

que medida os objetivos estão sendo alcançados, a que custo, quais e protetora dos idosos; cabe ainda às políticas sociais prepararem
os processos ou efeitos (previstos ou não, desejáveis ou não), indi- as populações para os estágios mais tardios da vida, assegurando
cando novos rumos, mais efetividade e satisfação. assistência integral de ordem física, psicológica, cultural, religiosa/
9) Intersetorialidade – Promoção de ações intersetoriais para a espiritual, econômica, de saúde, entre outros aspectos. Ainda como
superação da fragmentação das políticas sociais no território, me- estabelecido, aos idosos deve ser proporcionada a oportunidade de
diante a articulação entre agentes, setores e instituições para am- contribuição para o desenvolvimento dos seus países, bem como a
pliar a interação, favorecendo espaços compartilhados de decisões, participação ativa na formulação e implementação de políticas, in-
que gerem efeitos positivos na produção de saúde e de cidadania. cluindo aquelas a eles direcionadas; os órgãos governamentais, não
governamentais e todos que têm responsabilidades com os idosos
Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa devem dispensar atenção especial aos grupos vulneráveis, particu-
Atualmente o aumento da população idosa constitui tema de larmente aos mais pobres, mulheres e residentes em áreas rurais.
debate entre pesquisadores, gestores sociais e políticos de vários Este Plano de Ação almejou sensibilizar os governos e socie-
países do mundo. Como evidenciado por diversos estudos, a popu- dades para a necessidade de direcionar políticas públicas voltadas
lação brasileira, também, vem envelhecendo de forma rápida. Essa para os idosos, bem como alertar para o desenvolvimento de estu-
mudança na estrutura da população é caracterizada pela transição dos futuros sobre os aspectos do envelhecimento.
demográfica, ou seja, o processo de alteração de uma situação com Em reconhecimento à importância do envelhecimento popu-
altas taxas de fecundidade e mortalidade para outra com baixas lacional no Brasil, em 4 de janeiro de 1994 foi aprovada a Lei Nº
taxas desses indicadores. Outro fator a interferir na estrutura da 8.842/1994, que estabelece a Política Nacional do Idoso, posterior-
população é o migratório, sobretudo com a entrada de estrangei- mente regulamentada pelo Decreto Nº 1.948/96.6 Esta Lei tem por
ros, no final dos séculos XIX e XX, no Brasil. Nesta nova realidade, finalidade assegurar direitos sociais que garantam a promoção da
a redução das taxas de fecundidade e a diminuição da mortalidade autonomia, integração e participação efetiva do idoso na socieda-
geram maior expectativa de vida, e levam a nova configuração da de, de modo a exercer sua cidadania. Como previsto nesta lei, esti-
população no país. Surge, assim, a transição epidemiológica, defi- pula-se o limite de 60 anos e mais, de idade, para uma pessoa ser
nida pelo declínio das doenças infecto-parasitárias e aumento das considerada idosa.
doenças crônicas não-transmissíveis. Como parte de suas estratégias, referida política estabelece,
Neste sentido, os dados demográficos mostram a necessidade entre suas diretrizes, a descentralização de suas ações por intermé-
urgente dos gestores e políticos brasileiros observarem o panorama dio dos órgãos setoriais nos estados e municípios, em parceria com
dessa transição, e, em conjunto com a sociedade, num breve espa- entidades governamentais e não-governamentais.
ço de tempo, discutirem as políticas públicas de atenção ao idoso. A Lei em discussão rege-se por determinados princípios, tais
Urge serem estas implementadas em todas as esferas sociais, por como: assegurar ao idoso todos os direitos de cidadania, sendo a
técnicos e profissionais que atendem essa parcela populacional, família, a sociedade e o Estado os responsáveis em garantir sua par-
particularmente os da área de enfermagem.O processo de enve- ticipação na comunidade, defender sua dignidade, bem-estar e di-
lhecimento populacional tem sido discutido e acompanhado por reito à vida. O processo de envelhecimento diz respeito à sociedade
medidas, destinadas a proteger os idosos, como cidadãos cada vez de forma geral e o idoso não deve sofrer discriminação de nenhuma
mais presentes nas sociedades mundiais. Até a década de 70, do natureza, bem como deve ser o principal agente e o destinatário
século XX, no Brasil, os idosos recebiam, principalmente, atenção das transformações indicadas por essa política. E, por fim, cabe aos
de cunho caritativo de instituições não-governamentais, tais como poderes públicos e à sociedade em geral a aplicação dessa lei, con-
entidades religiosas e filantrópicas. No aspecto legislativo, os idosos siderando as diferenças econômicas, sociais, além das regionais.
foram mencionados em alguns artigos, decretos-leis, leis, portarias, De acordo com o estabelecido, a mencionada lei determinou
entre outras. Sobressaem artigos do Código Civil (1916),4 do Código a articulação e integração de setores ministeriais e uma secretaria
Penal (1940),4 do Código Eleitoral (1965), além da Lei Nº 6.179 de para a elaboração de um Plano de Ação Governamental para a In-
1974,4 que criou a Renda Mensal Vitalícia, e de outros decretos-leis tegração da Política Nacional do Idoso (PNI). Esse Plano de Ação foi
e portarias relacionadas, particularmente, com as questões da apo- composto por nove órgãos: Ministério da Previdência e Assistência
sentadoria. Porém, a primeira Assembleia Mundial sobre o Envelhe- Social; Educação e Desporto; Justiça; Cultura; Trabalho e Emprego;
cimento, da Organização das Nações Unidas (ONU), pode ser citada Saúde; Esporte e Turismo; Planejamento, Orçamento e Gestão e Se-
como o marco mundial que iniciou as discussões direcionadas aos cretaria de Desenvolvimento Urbano.
idosos. Este fórum ocorreu em Viena - Áustria, no período de 26 de Para colocar em prática as ações preconizadas pela PNI, foi ela-
julho a 6 de agosto de 1982, com representação de 124 países de borado o Plano de Ação Conjunta, que trata de ações preventivas,
todo o mundo, incluindo o Brasil. Neste fórum foi estabelecido um curativas e promocionais, com vistas à melhor qualidade de vida
Plano de Ação para o Envelhecimento, posteriormente publicado do idoso.
em Nova Iorque, em 1983. O referido Plano de Ação norteia ações integradas de forma a
O Plano de Ação para o Envelhecimento foi considerado um viabilizar a implementação da PNI. Neste sentido, define ações e
importante documento de estratégias e recomendações prioritá- estratégias para cada órgão setorial, negocia recursos financeiros
rias nos aspectos econômicos, sociais e culturais do processo de entre as três esferas de governo e acompanha, controla e avalia as
envelhecimento de uma população, e deveria ser baseado na De- ações. Para isto, foram traçadas as seguintes diretrizes:
claração Universal dos Direitos Humanos. Estabeleceram-se, então, - Viabilizar formas alternativas de participação, ocupação e con-
alguns princípios para a implementação de políticas para o envelhe- vívio do idoso, proporcionando-lhe integração às demais gerações;
cimento sob responsabilidade de cada país. Destes princípios, des-
tacam-se os seguintes: a estipulação da família, nas suas diversas
formas e estruturas, como a unidade fundamental mantenedora
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POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

- Promover a participação e a integração do idoso, por inter- Com base nestas considerações, o estudo ora elaborado busca
médio de suas organizações representativas na formulação, imple- descrever e avaliar a Política Nacional de Atenção ao Idoso no Brasil
mentação e avaliação das políticas, planos, programas e projetos a e sua relação com a enfermagem. Para isto procedeu-se a uma re-
serem desenvolvidos; visão bibliográfica do tema, o que permitiu sua caracterização sob
- Priorizar o atendimento ao idoso por intermédio de suas pró- a forma de leis, decretos, textos e artigos em periódicos e livros.
prias famílias, em detrimento do atendimento asilar, à exceção dos
idosos que não possuam condições de garantir sua sobrevivência; Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Mulheres
- Descentralizar as ações político-administrativas; A partir das primeiras décadas do século XX, a atenção à saúde
- Capacitar e reciclar os recursos humanos nas áreas de geria- da mulher passou a fazer parte das políticas públicas de saúde no
tria e gerontologia; Brasil. No entanto, nas décadas de 30, 40 e 50 a mulher era vista
- Implementar o sistema de informações com vistas à divulga- basicamente como mãe e “dona de casa”. Na década de 60, diver-
ção da política, dos serviços oferecidos, dos planos e programas em sos países se voltaram para controlar a natalidade e destacou-se a
cada nível de governo; atenção do Estado às mulheres em idade fértil. Assim, os programas
- Estabelecer mecanismos que favoreçam a divulgação de infor- de “controle da natalidade” ganharam destaque no final da década
mações de caráter educativo sobre os aspectos biopsicossociais do de 70, negando atenção às reais necessidades ou preferências das
envelhecimento; mulheres, que ficavam relegadas em segundo plano.
- Priorizar o atendimento ao idoso em órgãos públicos e priva- Ainda na década de 60, o movimento feminista brasileiro des-
dos prestadores de serviço; contente com as diferenças de gênero e com o enfoque reducio-
- Apoiar estudos e pesquisas sobre as questões do envelheci- nista dado à mulher, reivindicou a não-hierarquização das especi-
mento. ficidades de homens e mulheres, propondo igualdade social que
reconhecesse as diferenças, hoje expressa na ideia de “equidade
De acordo com o Plano de Ação, os órgãos setoriais, usando de gênero”. Assim, emergiu um novo conceito de saúde da mulher,
de suas atribuições e baseados na PNI, realizam as ações conforme rompendo com o paradigma vigente centrado na função controlista
as demandas da população de idosos. Na busca da implementação da reprodução, pontuando a saúde sexual e reprodutiva como um
desta política, têm ocorrido vários fóruns, formais e informais, de direito.
discussão a respeito dos direitos dos idosos de forma a efetivá-la e Esse engajamento das mulheres na luta pelos seus direitos e
ampliá-la. por melhores condições de vida impulsionou a adoção das primei-
Como observado, a referida política apresenta ações inovado- ras medidas oficiais do Ministério da Saúde voltadas para a assis-
ras usadas como referência na abordagem do idoso. Entretanto, a tência integral à saúde da mulher. Apesar das limitações impostas
garantia dos direitos sociais para este ator não tem se concretizado pelo governo militar da época, o movimento feminista se reorgani-
efetivamente, pois esta vem sendo implementada no Brasil de for- zou incitando debates que denunciavam a precariedade da saúde
ma lenta e gradativa. Diante desta situação, cabe, pois aos idosos, da mulher brasileira.
às famílias e à sociedade em geral a conscientização e participação Tal precariedade referia-se, principalmente, à redução de ações
política na busca da justiça social para a garantia plena dos direitos que contemplavam à mulher sob um único aspecto, relacionado
teoricamente assegurados. ao seu estado gravídico-puerperal, tendo em vista que apenas em
Inserida neste contexto, a enfermagem tem atuado efetiva- meados da década de 80 é que foram incorporadas ações de caráter
mente para mudar esta realidade, sobretudo no referido à saúde integral à saúde da mulher. Na atualidade, o conceito de saúde da
e educação. Na área da saúde, a enfermagem tem contribuído na mulher é amplo, contemplando os direitos humanos e a cidadania
abordagem do cuidado em aspectos do processo de envelhecimen- como necessidades de atenção.
to (capacidade funcional, independência e autonomia, fragilidade, As mulheres em idade reprodutiva, ou seja, de 10 a 49 anos,
avaliação cognitiva, engajamento social, qualidade de vida, promo- representam 65% da população feminina brasileira. Apesar dessa
ção de saúde, prevenção de doenças, entre outros); e da senilidade predominância ainda são observadas importantes diferenças de gê-
(condições crônicas de saúde, situações de urgências e emergên- nero. As diferenças se traduzem nas discrepâncias salariais entre os
cias, atenção domiciliar, entre outros). sexos, na maior ocupação de cargos de chefias pelo sexo masculino
Também na área da educação, a enfermagem se destaca. Por e na violência contra a mulher, e se refletem, também, nas leis, po-
exemplo, em cumprimento à PNI, tem propiciado relevante contri- líticas e práticas sociais que repercutem desigualdades de classe,
buição sobretudo em pesquisas científicas. Atualmente os cursos idade, dentre outras.
de Graduação em Enfermagem abrangem temas sobre gerontologia Nesse contexto, a necessidade da integralização da atenção é
e geriatria, com a finalidade de capacitar e qualificar enfermeiros percebida, sendo fortalecida com as discussões sobre a “promoção
para atender/cuidar de idosos. Da mesma forma, cursos de Pós- da saúde”, como norte para as práticas, organização e gestão da
-Graduação lato e stricto sensu têm sido direcionados para a área saúde no Brasil. O termo promoção da saúde, definido em 1986,
de conhecimento na atenção ao idoso, bem como na realização de durante a I Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde em
pesquisas científicas cada vez mais ampliadas nos últimos anos. En- Ottawa, no Canadá, estava associado aos elementos da atenção pri-
fim, a enfermagem desempenha papel determinante na execução e mária. A responsabilidade pela saúde era exclusivamente desse se-
cumprimento das leis direcionadas aos idosos, promovendo a inclu- tor e se baseava no modelo biomédico, voltado à atividade curativa,
são social indiscriminada (sexo, cor, raça, religião, classe social) dos de forma individualizada e, portanto, de baixo impacto. Mais tarde,
idosos, respeitando suas capacidades e limitações. Contudo, ainda o termo Promoção da Saúde passou a ser associado à qualidade de
há muito a conquistar nessa área de conhecimento. vida e o sujeito passou a ter autonomia sobre seu estado de saúde.

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POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

Assim, tornou-se urgente a necessidade de elaboração de polí- principalmente, a atenção obstétrica, o planejamento familiar, a
ticas públicas que atendessem a mulher em todos os aspectos e não atenção ao abortamento inseguro e o combate à violência domés-
apenas no aspecto reprodutivo. Com a crescente consolidação das tica e sexual.
ações de promoção da saúde, o cenário mundial vem sendo trans-
formado e uma ênfase é dada à visão integral dos indivíduos. Logo, A promoção da saúde no contexto da saúde da mulher
vislumbrando a influência desse tema nas políticas públicas nacio- O modelo de Promoção da Saúde surgiu na década de 70 no
nais voltadas à saúde da mulher, decidiu-se pela realização deste Canadá, baseando-se em quatro polos: a biologia humana; o siste-
estudo que objetiva analisar, epistemologicamente, os pressupos- ma de organização dos serviços; o ambiente social, psicológico e fí-
tos da promoção da saúde na atual Política Nacional de Atenção sico; e o estilo de vida, que está em amplo processo de construção.
Integral à Saúde da Mulher (PNAISM). A Conferência de Alma-Ata, realizada em 1978, estabeleceu em
Trata-se de uma reflexão baseada nos princípios e diretrizes sua Declaração a atenção à assistência materno-infantil como prio-
da PNAISM, lançada em 2004 e nos pressupostos da promoção da ridade, com inclusão do planejamento familiar, relacionado não só
saúde apresentados nas sete cartas resultantes das conferências a aspectos procriativos, mas abrangendo o conjunto das necessida-
mundiais sobre promoção da saúde (cinco de caráter internacional: des de uma família, tais como: saúde, educação, moradia e lazer. A II
Ottawa, Adelaide, Sundsvall, Jakarta e México e uma de caráter de Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, realizada em
caráter sub-regional: Bogotá). As referidas fontes foram identifi- Adelaide em 1988, teve como tema central políticas públicas vol-
cadas, lidas, fichadas e interpretadas pelas autoras no período de tadas para a saúde. Foram apresentadas quatro áreas prioritárias
maio a julho de 2007, que se utilizaram um raciocínio crítico, ba- para promoção de ações, e o apoio à saúde da mulher foi considera-
seado em suas próprias experiências como profissionais de saúde do como uma destas áreas, com destaque para a valorização da mu-
atuantes na área da saúde da mulher e como mulheres, bem como lher trabalhadora e a igualdade de direitos na divisão do trabalho.
adotando ideias de outros autores. No entanto, somente em 1986 foi estabelecido o conceito de
Promoção da Saúde, durante a Conferência de Ottawa, como sendo
Resgate histórico o processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria
No início do século XX e até meados da década de 70, a mulher da qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no
era assistida de forma restrita, reducionista e fragmentada, com controle desse processo.
ações voltadas ao ciclo gravídico-puerperal. As ações eram verti- A Conferência de Sundsvall (1991) que teve como tema central
calizadas e centralizadoras, o que distanciava as medidas adotadas a criação de Ambientes Saudáveis à Saúde, reconheceu a mulher
das reais necessidades dessa população-alvo. Nesse sentido, o mo- como peça importante para a sua construção ao considerar o cresci-
vimento feminista iniciou uma série de reivindicações com o obje- mento populacional uma ameaça ao desenvolvimento sustentável,
tivo de incorporar às políticas de saúde da mulher outras questões tendo em vista a superpovoação de ambientes insalubres e o au-
como gênero, trabalho, desigualdade, sexualidade, anticoncepção e mento da pobreza, o que incrementou a discussão sobre políticas
prevenção de doenças sexualmente transmissíveis. de saúde da mulher e sobre o planejamento familiar.
Na década de 70, foi então lançado o Programa de Saúde Ma- Com o objetivo de adaptar os princípios, estratégias e compro-
terno-Infantil, no qual o planejamento familiar figurava sob o enfo- missos relacionados ao sucesso da saúde da população à realidade
que da paternidade responsável, objetivando reduzir as elevadas dos países latinos, aconteceu a Declaração de Bogotá (1992). Par-
taxas de morbidade e de mortalidade infantil e materna. Em 1983, tindo dos pressupostos já estabelecidos pelas conferências anterio-
o governo brasileiro lançou o Programa de Assistência Integral res, este evento estabeleceu como compromisso para a promoção
à Saúde da Mulher (PAISM) que adotava, com dificuldade, políti- da saúde, a eliminação dos efeitos diferenciais da iniquidade sobre
cas e medidas para permitir o acesso da população aos meios de a mulher, considerando-a como um elo indispensável na promoção
contracepção e buscava integralizar essa assistência, incorporando da saúde na América Latina.
medidas educativas, preventivas, de promoção, diagnóstico, trata- Nota-se que as políticas de incentivo e apoio à saúde da mulher
mento e recuperação nos âmbitos da ginecologia; pré-natal, parto e representaram temáticas importantes em várias das Conferências
puerpério; climatério; planejamento familiar; doenças sexualmente de Saúde, apesar da valorização da fase reprodutiva observada nas
transmissíveis e câncer de mama e colo de útero. primeiras discussões.
Essa retrospectiva traz à tona o olhar reducionista do conceito
O Movimento da Reforma Sanitária, iniciado na década de 80, in- de saúde baseado no modelo biomédico, como ausência de enfer-
fluenciou a implementação do PAISM que se caracterizou pelas propos- midades, e o conceito de doença como uma fatalidade. Assim, o
tas de descentralização, hierarquização e regionalização dos serviços. advento da Promoção da Saúde propõe o surgimento de um novo
Uma análise das ações de atenção à saúde da mulher realizada paradigma que objetiva romper com a visão fatalista da doença, ar-
de 1998 a 2002 afirmou que apesar do discurso integralizador, ain- raigada culturalmente, e aprofundar o conceito de saúde sob uma
da assim, as políticas públicas voltadas a essa área do cuidado, man- nova ótica.
tiveram a ênfase na resolução de problemas de ordem reprodutiva. Esse novo paradigma rompe a visão curativa e centralizadora
Por outro lado, pôde ser observada a incorporação de um novo do modelo biomédico até então vigente, o que por atuar com en-
tema, a redução da violência sexual, demonstrando a preocupação foque individualista, curativo e baseado na doença é de alto custo
dessas políticas em atender a mulher em seus aspectos mais gerais. e baixo impacto. O novo paradigma proposto baseia-se na promo-
Em 2004, o Ministério da Saúde elaborou o documento da Po- ção da saúde e não na cura de doenças, tem caráter coletivo, de
lítica Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher – Princípios autonomia e corresponsabilidade dos sujeitos, e atua por meio de
e Diretrizes (PNAISM). Este reflete o compromisso com a imple- parcerias com educação, ação social e trabalho.
mentação de ações em saúde da mulher, garantindo seus direitos
e reduzindo agravos por causas preveníveis e evitáveis, enfocando,
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Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher ver- Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem
sus Promoção da Saúde A Política Nacional de Atenção Integral da Saúde do Homem
Tendo em vista a necessidade de mudanças no cenário nacional (PNAISH) tem como diretriz promover ações de saúde que contri-
referente às políticas voltadas à saúde da mulher, que englobe os buam significativamente para a compreensão da realidade singular
pressupostos da promoção da saúde, foi formulada a PNAISM para masculina nos seus diversos contextos socioculturais e político-e-
nortear as ações de atenção à saúde da mulher de 2004 a 2007. conômicos, respeitando os diferentes níveis de desenvolvimento
Os princípios e diretrizes dessa nova proposta foram discuti- e organização dos sistemas locais de saúde e tipos de gestão de
dos em parceria com diversos segmentos da sociedade, em especial Estados e Municípios.
com o movimento de mulheres, o movimento negro e o de traba- Para atingir o seu objetivo geral, que é ampliar e melhorar o
lhadores rurais, sociedades científicas, pesquisadores e estudiosos acesso da população masculina adulta – 20 a 59 anos – do Brasil
da área, organizações não-governamentais, gestores do SUS e agên- aos serviços de saúde, a Política Nacional de Saúde do Homem é
cias de cooperação internacional. Esta foi uma iniciativa importante desenvolvida a partir de cinco (05) eixos temáticos:
do Governo e que se baseia nos princípios da promoção, respei-
tando a autonomia dos sujeitos em questão e tornando-os coauto- - Acesso e Acolhimento: objetiva reorganizar as ações de saú-
res de um processo decisório relevante para a categoria. Também de, através de uma proposta inclusiva, na qual os homens consi-
demonstra a preocupação em adotar políticas consoantes às ne- derem os serviços de saúde também como espaços masculinos e,
cessidades das mulheres brasileiras e, assim, reduzir os índices de por sua vez, os serviços reconheçam os homens como sujeitos que
morbidade e de mortalidade por causas preveníveis e evitáveis, o necessitam de cuidados.
que não aconteceu na gênese das políticas anteriores. - Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva: busca sensibilizar gesto-
Além disso, este documento consolida avanços no campo dos res(as), profissionais de saúde e a população em geral para reco-
direitos sexuais e reprodutivos, com ênfase na melhoria da atenção nhecer os homens como sujeitos de direitos sexuais e reprodutivos,
obstétrica, no planejamento familiar, na atenção ao abortamento os envolvendo nas ações voltadas a esse fim e implementando es-
inseguro e no combate à violência doméstica e sexual. Propõem-se tratégias para aproximá-los desta temática.
também a contemplar áreas como: prevenção e tratamento de mu- - Paternidade e Cuidado: objetiva sensibilizar gestores(as), pro-
lheres vivendo com HIV/aids e as portadoras de doenças crônicas fissionais de saúde e a população em geral sobre os benefícios do
não transmissíveis e de câncer ginecológico. envolvimento ativo dos homens com em todas as fases da gestação
Esta nova política foi formulada tendo por base a avaliação e nas ações de cuidado com seus(uas) filhos(as), destacando como
das políticas anteriores e, a partir de então, buscou preencher as esta participação pode trazer saúde, bem-estar e fortalecimento
lacunas deixadas, como: climatério/menopausa; queixas gineco- de vínculos saudáveis entre crianças, homens e suas (eus) parcei-
lógicas; infertilidade e reprodução assistida; saúde da mulher na ras(os).
adolescência; doenças crônico-degenerativas; saúde ocupacional; - Doenças prevalentes na população masculina: busca fortale-
saúde mental; doenças infectocontagiosas, bem como, a atenção cer a assistência básica no cuidado à saúde dos homens, facilitan-
às mulheres rurais, com deficiência, negras, indígenas, presidiárias do e garantindo o acesso e a qualidade da atenção necessária ao
e lésbicas. enfrentamento dos fatores de risco das doenças e dos agravos à
Embora tenham sido observados avanços em relação à imple- saúde.
mentação dessas políticas, percebe-se ainda a exclusão de certos - Prevenção de Violências e Acidentes: visa propor e/ou de-
segmentos da sociedade, tendo em vista, que grupos como o das senvolver ações que chamem atenção para a grave e contundente
prostitutas, que representa uma população extremamente vulne- relação entre a população masculina e as violências (em especial a
rável a vários agravos, como: doenças sexualmente transmissíveis, violência urbana) e acidentes, sensibilizando a população em geral
violência sexual e a própria marginalização da sociedade, conti- e os profissionais de saúde sobre o tema.
nuam alijados das propostas de atenção à saúde.
A PNAISM reforça a humanização da atenção em saúde, con- Dos Princípios:
cebendo que humanização e qualidade da atenção são aspectos in- 1. Universalidade e equidade nas ações e serviços de saúde vol-
dissociáveis. Nesse sentido, é imprescindível considerar que huma- tados para a população masculina, abrangendo a disponibilidade de
nizar é muito mais do que tratar bem, com delicadeza ou de forma insumos, equipamentos e materiais educativos;
amigável, devendo ser consideradas questões de acessibilidade ao 2. Articulação com as diversas áreas do governo, com o setor
serviço nos três níveis da assistência, provisão de insumos e tecno- privado e a sociedade, compondo redes de compromisso e corres-
logias necessárias, formalização de sistemas de referência e contra ponsabilidade quanto à saúde e a qualidade de vida da população
referência, disponibilidade de informações e orientação da clientela masculina;
e a sua participação na avaliação dos serviços. 3. Informações e orientação à população masculina, aos fami-
A mulher, a partir de então, é vista em sua integralidade, como liares e a comunidade sobre a promoção, prevenção, proteção, tra-
sujeito autônomo e participativo no processo de decisão para a for- tamento e recuperação dos agravos e das enfermidades do homem;
mulação de políticas públicas, tendo em vista que à medida que a 4. Captação precoce da população masculina nas atividades de
mulher é incluída nesse processo, há garantia do atendimento de prevenção primária relativa às doenças cardiovasculares e cânce-
suas reais necessidades aumentando a qualidade da assistência. res, entre outros agravos recorrentes;
5. Capacitação técnica dos profissionais de saúde para o aten-
A PNAISM completa está disponível em: dimento do homem;
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nac_atencao_mu- 6. Disponibilidade de insumos, equipamentos e materiais edu-
lher.pdf cativos;

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7. Estabelecimento de mecanismos de monitoramento e ava- convênios entre entidades públicas ou privadas sem fins lucrativos
liação continuada dos serviços e do desempenho dos profissionais para alcançar os objetivos da política. Os ministérios colaboradores
de saúde, com participação dos usuários; e da PNPSR são: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à
8. Elaboração e análise dos indicadores que permitam aos ges- Fome, Ministério da Justiça, Ministério das Cidades, Ministério da
tores monitorar as ações e serviços e avaliar seu impacto, redefinin- Educação, Ministério da Cultura, Ministério do Trabalho e Emprego
do as estratégias e/ou atividades que se fizerem necessárias. e Ministério da Saúde.
A SDH/PR tem como principais funções: coordenar a Política
Das Diretrizes: Nacional de Direitos Humanos; prestar assessoria à Presidência da
- Entender a Saúde do Homem como um conjunto de ações de Republica na formulação de Políticas Públicas para cidadania, crian-
promoção, prevenção, assistência e recuperação da saúde, executa- ça, idoso, adolescente, minorias e da pessoa com deficiência; arti-
do nos diferentes níveis de atenção. Deve-se priorizar a atenção bá- cular e promover projetos sobre direitos humanos e exerce função
sica, com foco na Estratégia de Saúde da Família, porta de entrada de ouvidoria da cidadania, criança, adolescente, idosos, minorias e
do sistema de saúde integral, hierarquizado e regionalizado; pessoa com deficiência.
- Reforçar a responsabilidade dos três níveis de gestão e do Já na PNPR a SDH/PR tem como função assegurar o cumpri-
controle social, de acordo com as competências de cada um, garan- mento das ações e alcance de objetivos da política, coordenar a im-
tindo condições para a execução da presente Política; plementação das ações com os órgãos que participam da política,
- Nortear a prática de saúde pela humanização e a qualidade elaborar plano de trabalho . detalhado e cronograma de execução
da assistência a ser prestada, princípios que devem permear todas a ser seguido pela política, monitorar a política juntamente com o
as ações; Comitê de Acompanhamento e Monitoramento da Política Nacio-
- Integrar a execução da Política Nacional de Atenção Integral nal para a População em Situação de Rua e o Comitê Gestor Inter-
à Saúde do Homem às demais políticas, programas, estratégias e setorial e por fim dar publicidade às ações da Política Nacional para
ações do Ministério da Saúde; População em Situação de Rua.
- Promover a articulação interinstitucional, em especial com o
setor Educação, como promotor de novas formas de pensar e agir; A Política Nacional para População em Situação de Rua foi de-
- Reorganizar as ações de saúde, através de uma proposta in- cretada no dia 23 de dezembro de 2009 por meio do decreto núme-
clusiva, na qual os homens considerem os serviços de saúde tam- ro 7.053, encontrada na área de assistência social da federação. Os
bém como espaços masculinos e, por sua vez, os serviços de saúde objetivos da Política são apontados no artigo 7º a seguir:
reconheçam os homens como sujeitos que necessitem de cuidados; I - assegurar o acesso amplo, simplificado e seguro aos serviços
- Integrar as entidades da sociedade organizada na correspon- e programas que integram as políticas públicas de saúde, educação,
sabilidade das ações governamentais pela convicção de que a saúde previdência, assistência social, moradia, segurança, cultura, espor-
não é só um dever do Estado, mas uma prerrogativa da cidadania; te, lazer, trabalho e renda;
- Incluir na Educação permanente dos trabalhadores do SUS te- II - garantir a formação e capacitação permanente de profissio-
mas ligados a Atenção Integral à Saúde do Homem; nais e gestores para atuação no desenvolvimento de políticas públi-
- Aperfeiçoar os sistemas de informação de maneira a possibi- cas intersetoriais, transversais e intergovernamentais direcionadas
litar um melhor monitoramento que permita tomadas racionais de às pessoas em situação de rua;
decisão; e III - instituir a contagem oficial da população em situação de
- Realizar estudos e pesquisas que contribuam para a melho- rua;
ria das ações da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do IV - produzir, sistematizar e disseminar dados e indicadores so-
Homem. ciais, econômicos e culturais sobre a rede existente de cobertura de
O PNAISH completo está disponível em: serviços públicos à população em situação de rua;
http://www.unfpa.org.br/Arquivos/saude_do_homem.pdf V - desenvolver ações educativas permanentes que contribuam
para a formação de cultura de respeito, ética e solidariedade en-
Política Nacional para a População em Situação de Rua tre a população em situação de rua e os demais grupos sociais, de
Os direitos humanos tem sido um assunto cada vez mais re- modo a resguardar a observância aos direitos humanos;
corrente mundialmente, buscando-se formas de por em prática a VI - incentivar a pesquisa, produção e divulgação de conheci-
igualdade e assegurar os direitos coletivos e individuais de cada mentos sobre a população em situação de rua, contemplando a di-
pessoa. Dentro desse assunto encontra-se a população em situação versidade humana em toda a sua amplitude étnico-racial, sexual, de
de rua em situação de desamparo. Neste trabalho tentou-se anali- gênero e geracional, nas diversas áreas do conhecimento;
sar a Política Pública para População de Rua e a elaboração de uma VII - implantar centros de defesa dos direitos humanos para a
proposta de monitoramento da política na visão da SDH e outra na população em situação de rua;
visão do Movimento Nacional da População em Situação de Rua. VIII - incentivar a criação, divulgação e disponibilização de ca-
Este relatório é resultado de uma pesquisa qualitativa segun- nais de comunicação para o recebimento de denúncias de violência
do as observações participantes e pesquisa documental. O objetivo contra a população em situação de rua, bem como de sugestões
desta análise é uma tentativa de desenho de um monitoramento para o aperfeiçoamento e melhoria das políticas públicas voltadas
adequado para a melhor implementação da PNPSR. para este segmento;
Para a melhor formulação de monitoramento da política é ne- IX - proporcionar o acesso das pessoas em situação de rua aos
cessário primeiramente situar a política em contexto de inserção. benefícios previdenciários e assistenciais e aos programas de trans-
Esta política se encontra em âmbito nacional dentro da Secretaria ferência de renda, na forma da legislação específica; .
de Direitos Humanos da Presidência da República, sendo a SDH a
sua formuladora, e nesse contexto o Poder Federativo pode firmar
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X - criar meios de articulação entre o Sistema Único de Assis- A PNPSR é uma política de adesão, assim, nem todos os esta-
tência Social e o Sistema Único de Saúde para qualificar a oferta de dos do país participam dela, somente os que assim desejarem. De-
serviços; vido a isso houve um grande período de tempo até que o primeiro
XI - adotar padrão básico de qualidade, segurança e conforto estado brasileiro percebesse a grande importância desta política e
na estruturação e reestruturação dos serviços de acolhimento tem- a aderisse. A primeira adesão foi feita pela DF no dia 16 de Abril
porários, de acordo com o disposto no art. 8º; de 2013, seguida por São Paulo, Alagoas e Pernambuco. Esses fo-
XII - implementar centros de referência especializados para ram os estados que aderiram até o momento em que a pesquisa
atendimento da população em situação de rua, no âmbito da pro- foi realizada, portanto a política é recente e está em fase inicial de
teção social especial do Sistema Único de Assistência Social; implementação.
XIII - implementar ações de segurança alimentar e nutricional O decreto que institui a Política Nacional para a População em Situa-
suficientes para proporcionar acesso permanente à alimentação ção de Rua está disponível em:
pela população em situação de rua à alimentação, com qualidade; e http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/
XIV - disponibilizar programas de qualificação profissional para d7053.htm
as pessoas em situação de rua, com o objetivo de propiciar o seu
acesso ao mercado de trabalho. Política Nacional de Urgência e Emergência
O programa ocorre entre a União, por meio da SDH/PR e os Os sistemas públicos de caráter universalista têm como princi-
demais entes federativos que decidirem aderir ao programa públi- pal função garantir direitos; a saúde é um destes sistemas. No Bra-
co. As funções dos estados são garantir sustentabilidade das ações, sil, consiste um dos grandes desafios aos formuladores e gestores
elaborar política distrital junto com o comitê para população em das políticas públicas. A ineficiência dos serviços oferecidos dificulta
situação de rua, promover constituição e fortalecimento da rede a garantia dos direitos previstos constitucionalmente, entre outros
de atendimento à população em situação de rua em situação de fatores, pelas grandes disparidades entre as regiões do país (econô-
violência na área distrital, instituir comitê gestor intersetorial com micas, sociais e logísticas).
representantes desse segmento da população e implementar o pla- No intuito de reduzir os vazios assistenciais e servir como in-
no de trabalho com detalhamento das ações políticas que devem terface entre a atenção básica e a média e alta complexidade, em
ser implementadas de acordo com o cronograma de execução. 2003, foi criada a Política Nacional de Atenção às Urgências – PNAU
Segundo a Revista Direitos Humanos, o massacre de morado- (Brasil, 2003b). Esta também busca atender outras necessidades,
res de rua na Praça da Sé, em São Paulo, foi o ponto de reflexão para como implantação dos sistemas de regulação e estruturação de
o início da articulação e organização das pessoas em situação de uma rede regionalizada e hierarquizada. Tal regulamentação visa
rua em âmbito nacional. Ocorreram inúmeros casos de violência e garantir atendimento integral aos pacientes, desde atenção básica
massacre de pessoas em situação de rua em todo o país, a partir daí até serviços de maior complexidade e meios adicionais de atenção,
o Movimento Nacional da População em Situação de Rua começou como o atendimento domiciliar (Granja et al., 2013; Uchimura et
a pressionar a Presidência da República para que fosse formulada al., 2015).
uma política de assistência e proteção à população em situação de Trabalho recente sobre política de urgência comparou o que
rua, então em 2009 surge a PNPSR. (REVISTA DIREITOS HUMANOS, foi planejado e o que foi executado, as características estruturais,
2012). o planejamento das unidades de pronto atendimento, o perfil dos
A Política Nacional para População em Situação de Rua consi- usuários, a demanda, a capacidade de atendimento e os tipos de
dera pessoa em situação de rua quem estiver em nível de pobreza encaminhamento para a retaguarda hospitalar (Uchimura et al.,
extrema, vinculo familiares interrompidos ou fragilizados ou com 2015). Os resultados indicaram que a falta de integração das Unida-
moradia convencional regular inexistente. Essa política é descentra- des de Pronto Atendimento 24 horas (UPA) com a rede de urgência
lizada e articulada entre a União e os entes federativos que aderi- estadual afeta diretamente a resolutividade das mesmas.
rem a política. Os entes federativos que aderirem a política devem A estruturação da rede de atenção às urgências tem se mos-
constituir comitês intersetoriais de acompanhamento e monito- trado organizada, como previsto nas normas da PNAU, porém as
ramento para o acompanhamento da execução das ações estabe- unidades de urgência estão sobrecarregadas em suas atividades
lecidas pela política e avaliação delas. O comitê intersetorial terá (Granja et al., 2013). A PNAU exige ação coordenada, pactuada e
as seguintes atribuições: elaborar planos de ação para a política, com a presença de comissões intergestores. No entanto, alguns es-
acompanhar e monitorar a política, propor formas de divulgação da tudos vêm indicando as discrepâncias na condução da política entre
política, acompanhar os Estados na implementação desta e avaliar os estados que compõem as regiões brasileiras (Albuquerque; Sá;
a política. Araújo Júnior, 2016; Machado et al., 2014). Os estados do Norte e
Deve-se construir também os chamados Centros Pop, ou seja, Nordeste do país foram apontados como os de menor capacidade
Centros de Referência Especializado para População em Situação de gestão.
de Rua. Esses constituem centros de atendimento à população em Outros estudos têm mostrado que a abrangência e o alcance
situação de rua, onde a população de rua tem oportunidade de to- do planejamento não coincidem necessariamente com os limites
mar banho, lavar roupas, fazer dois lanches diários e participar de do município (Albuquerque; Sá; Araújo Júnior, 2016; Duarte et al.,
oficinas manuais, como por exemplo, artesanato. Porém não po- 2015), o que envolve questões de federalismo, cuja base é a coope-
dem pernoitar nos Centros Pop. No DF já existem dois Centros Pop ração entre entes federados (Arretche, 2010).
em funcionamento. No federalismo brasileiro, os municípios tiveram aumento de
Como a população em situação de rua não tem acesso à saúde, suas funções a partir da Constituição de 1988 (Arretche, 2010). En-
cultura, lazer, educação e empregos, a política deseja alcançar esses tretanto, o que se manifestou foi uma eficiência técnica abaixo do
pontos principais.

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necessário para os novos papéis assumidos, tanto na gestão dos a ser incorporada e passa a fazer parte da medicina hegemônica ou
serviços quanto na capacidade de financiamento, continuando de- convencional, perdendo o status de «alternativa». Os historiadores
pendentes das transferências federais (Arretche; Marques, 2014). Lyons e Petrucelli (1997) assim descrevem o acontecido às diversas
A PNAU foi criada de forma regionalizada em regime de coges- conquistas de cada povo ou etnias, tornado mais compreensíveis as
tão (pacto entre os três entes da federação). A baixa capacidade de razões de sua permanência ou extinção.
gestão dos municípios e a pouca cooperação entre as três esferas Os aspectos pseudocientíficos e as violações do código de ética
de governo têm comprometido os resultados dessa política (Duarte médica das práticas promovidas pela PNPIC foram duramente criti-
et al., 2015). Isto dificulta o alcance dos objetivos, que é atender aos cados pelo médico e popularizador da ciência Drauzio Varella, pelo
princípios da universalidade e da equidade. Conselho Federal de Medicina e pelo Conselho Regional de Medici-
A baixa capacidade técnica e financeira dos municípios tem na do Estado de São Paulo.
gerado comportamentos de maximização de benefícios individuais Em 2017, 1,4 milhão de procedimentos individuais foram re-
(município), mesmo em arenas decisórias que discutem e decidem gistrados como práticas integrativas e complementares pelo SUS,
sobre bens públicos e coletivos. Tal comportamento pode revelar sendo estimado que 5 milhões de procedimentos desse tipo são
um modelo federalista com influência negativa nos resultados da realizados anualmente se somados os atendimentos coletivos. A
política pública. É um modelo que ao mesmo tempo em que trans- acupuntura era o método mais empregado no SUS, com cerca de
fere responsabilidades aos entes subnacionais, com autonomia 707 mil atendimentos em 2017. Além da ampla difusão dos mé-
para gestão de suas políticas, centraliza as principais decisões na todos, cerca de 30 mil profissionais foram capacitados na área em
esfera federal (Abrucio, 2005; Almeida, 2005; Arretche, 2010). Isso 2017.
pode apontar para a maior presença de conflitos do que de coope- Ricardo Barros, ministro da saúde à época da ampliação do pro-
ração federativa nas relações entre os entes federados. grama em 2018, declarou que o Brasil é o país que oferece mais su-
A PNAU é uma política baseada em serviços descentralizados, porte a essa modalidade: “Somos, agora, o país que oferece o maior
em regime de gestão pactuada entre as três esferas de governo, ten- número de práticas integrativas disponíveis na atenção básica. O
do os municípios autonomia relativa (Granja et al., 2013; Uchimu- SUS financia esse trabalho com a transferência para os municípios,
ra et al., 2015). Nesse contexto, surge a questão que direcionou a e nós passamos então a caminhar um pouco na direção do fazer e
pesquisa: quais as principais dificuldades de coordenação federati- não cuidar da doença.”
va na gestão da PNAU em municípios da Região Metropolitana de A proposição de inclusão das práticas complementares de saú-
Belém-PA? de derivadas, ou não, da medicina tradicional, no Brasil pode tomar
Parte da literatura que trata sobre política pública de saúde como marco histórico as resoluções da VIII Conferência Nacional
(Duarte et al., 2015; Gomes et al., 2014), especialmente sobre a de Saúde que deliberou em seu relatório final pela “introdução de
PNAU, tem voltado atenção para seus principais entraves e descon- práticas alternativas de assistência à saúde no âmbito dos serviços
sidera tanto a influência das decisões tomadas nas arenas políticas de saúde.
quanto as perspectivas de gestores e executores desta política, nas A Organização Mundial da Saúde - OMS considera que a medi-
três esferas (Albuquerque; Sá; Arruda Junior, 2016). A relevância da cina tradicional (TM) é o principal pilar da prestação de serviços de
pesquisa é buscar revelar papéis e funções dos gestores, nas três saúde ou serve como complemento. Como já visto aqui e expresso
esferas responsáveis pela gestão da política, além das dificuldades em documentos da OMS, em alguns países, a medicina tradicional
do formato dessa gestão (pactuação) e os conflitos políticos em seu ou a medicina não convencional pode ser denominada medicina
interior. Estes são fatores a que a literatura nacional ainda tem dado complementar (CM). A atual proposição desta instituição publica-
pouca atenção. da como recomendações na publicação «Estratégia de Medicina
O PNAU completo está disponível em: Tradicional da OMS para 2014-2023» pretende informar e auxi-
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nac_urgencias. liar os líderes da assistência à saúde a desenvolver soluções que
pdf contribuam para uma visão mais ampla da melhoria da saúde e da
autonomia do paciente. A estratégia tem dois objetivos principais:
Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares apoiar os Estados Membros no aproveitamento da potencial con-
A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares tribuição das Terapias e Medicinas Complementares (T&CM) para a
(PNPIC) foi criada no Brasil em 2006, após aprovação unânime pelo saúde, o bem-estar e os cuidados de saúde centrados nas pessoas
Conselho Nacional de Saúde. e promover o uso seguro e eficaz do T&CM através da regulamen-
Seu o objetivo é implementar tratamentos alternativos à me- tação de produtos, práticas e profissionais. Ainda segundo esta pro-
dicina baseada em evidências na rede de saúde pública do Brasil, posição, esses objetivos serão alcançados com a implementação de
através do Sistema Único de Saúde (SUS). A princípio contava com três objetivos estratégicos:
apenas 5 procedimentos. Mas em 2017 foram implementados 14 1) construção da base de conhecimento e formulação de polí-
tipos de procedimentos. Em 2018 houve uma nova expansão do ticas nacionais;
programa, quando foram incluídos 10 novos procedimentos. 2) fortalecimento da segurança, qualidade e eficácia através da
O campo das práticas integrativas e complementares contem- regulamentação; e,
pla os sistemas médicos complexos e os recursos terapêuticos, tam- 3) promoção da cobertura universal de saúde, integrando servi-
bém chamado de medicina tradicional e complementar/alternativa ços de T&CM e assistência à saúde em sistemas nacionais de saúde.
(MT/MCA) pela Organização Mundial da Saúde (OMS). As catego- O PNPIC completo está disponível em:
rias «medicina alternativa», «medicina tradicional» de certo modo http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_
se sobrepõem. Considerando o processo histórico da formação da praticas_integrativas_complementares_2ed.pdf
medicina cosmopolita ocidental, a partir do momento que alguma
conquista ou prática específica possui evidência comprovada, tende
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POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

Política Nacional para Prevenção e Controle do Câncer assinalado que envelhecimento e doenças crônicas, em determi-
O número de casos de câncer vem crescendo anualmente, re- nado momento, para uma determinada população, acionam todos
presentando a segunda causa de morte no Brasil e no mundo. “Res- os níveis de assistência, “e nenhum deles poderia ser chamado de
ponde por 20% dos óbitos na Europa, com mais de três milhões de ‘resolutivo’ no sentido clássico associado à ideia de cura” (FIOCRUZ,
novos casos e 1,7 milhões de óbitos por ano” (INCA, 2012, P. 15). 2012, P. 141). O fato requer a intervenção de distintas especialida-
O câncer constitui-se numa importante questão de saúde pública, des do campo da saúde em todos os níveis. Além disso, especial-
tanto nos países desenvolvidos quanto nos países em desenvolvi- mente no nível primário, frequentemente, ultrapassam-se as fron-
mento, em virtude de seu crescente impacto sobre a rede de servi- teiras dos serviços de saúde, abrangendo as áreas sociais e de apoio
ços e sobre a agenda de ações que atendam à exigibilidade da aten- comunitário. O mesmo documento ainda observa que as demais
ção. Diante de estimativas de redução da ocorrência de câncer em formas de cuidados em saúde, muitas delas utilizadas em países
até 30% dos casos, por meio de medidas preventivas, evidencia-se desenvolvidos, “como assistência domiciliar, centros de cuidados
a necessidade de políticas sanitárias mais abrangentes e robustas prolongados e de cuidados paliativos, crescem em importância
(FIOCRUZ, 2012). Inclusive, em algumas situações, o câncer pode [...]”, e, apesar desse fato, “[...] sua utilização carece de avaliação e
ser totalmente prevenível, caso do mesotelioma de origem ocupa- planejamento no Brasil”(FIOCRUZ, 2012 P. 141).
cional, conforme assinala o documento ‘Diretrizes para a vigilância Atualmente, a doença crônica, progressiva e incurável é a prin-
do câncer relacionado ao trabalho’ (INCA, 2012). cipal causa de incapacidades funcionais, sofrimento e morte, como
Chama a atenção a desigualdade dessa situação, uma vez que é o caso do câncer, da Aids e de outras enfermidades que acome-
mais de 70% de todas as mortes por câncer ocorrem nos países em tem os diversos órgãos vitais. No caso específico do câncer, que tem
vias de desenvolvimento. A carga do câncer continuará aumentan- seu crescimento progressivo em todas as faixas etárias e é desco-
do nos países em desenvolvimento e crescerá ainda mais em paí- berto em estadiamento tardio, no Brasil, com taxas de incidência
ses desenvolvidos se medidas preventivas não forem amplamente crescentes e de incapacidades de toda ordem para os pacientes,
aplicadas. Nestes, os tipos de câncer mais frequentes na população há uma tendência a ocorrerem grandes demandas ao sistema de
masculina são os de próstata, pulmão, cólon e reto; e mama, có- saúde (FIOCRUZ, 2012; HENNEMANN-KRAUSE, 2012; LIMACOSTA,
lon e reto e pulmão entre as mulheres. Nos países em desenvolvi- 2003).
mento, os três cânceres mais frequentes em homens são pulmão, Segundo dados do IBGE (2009), as mais recentes informações
estômago e fígado; e mama, colo do útero e pulmão nas mulheres da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) que tratam
(INCA, 2014). do tema mostram que, do total da população residente brasileira,
Segundo estimativas de incidência de câncer do projeto Globo- 31,3% afirmaram ter pelo menos uma doença crônica, correspon-
can 2012, da Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC dendo a 59,5 milhões de pessoas. O percentual de mulheres com
– International Agency for Research on Cancer), da Organização doenças crônicas (35,2%) é maior do que o de homens (27,2%), e
Mundial da Saúde (OMS), houve 14,1 milhões de casos novos de aumenta com a idade: 45% para a população de 40 a 49 anos de
câncer e um total de 8,2 milhões de mortes por câncer em todo o idade e 79,1% na população de 65 anos ou mais de idade. A doen-
mundo, em 2012. A OMS estima, ainda, para o ano de 2030, 21,4 ça crônica mais frequentemente relatada foi a hipertensão arterial
milhões de casos incidentes, 13,2 milhões de mortes e 75 milhões (14,1%), seguida de doenças da coluna (13,5%).
de pessoas vivas, anualmente, com câncer (INCA, 2014). Recentemente, no Brasil, foi lançado o Plano de Ações Estra-
No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer José de Alencar Go- tégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmis-
mes da Silva (Inca), que é o responsável pela política nacional in- síveis (DCNT), para o decênio 2011-2022, que as aponta como um
tegrada para o controle e a prevenção do câncer, estimou para o problema de saúde de grande magnitude. São responsáveis por
biênio de 2014/2015 a ocorrência de 576 mil casos novos. O câncer 72% das causas de morte, com destaque para doenças do aparelho
de pele do tipo não melanoma (182 mil casos novos) é o mais inci- circulatório (31,3%), câncer (16,3%), diabetes (5,2%) e doença res-
dente na população brasileira, seguido pelos tumores da próstata piratória crônica (5,8%), e atingem indivíduos de todas as camadas
(69 mil), mama feminina (57 mil), cólon e reto (33 mil), pulmão (27 socioeconômicas e, de forma mais intensa, aqueles pertencentes a
mil), estômago (20 mil) e colo do útero (15 mil), acompanhando o grupos vulneráveis, como os idosos e os de baixas escolaridade e
mesmo perfil da magnitude observada para a América Latina (INCA, renda. O plano tem como objetivo principal ações que visam ao for-
2014). Segundo o IBGE (2009), o aumento da expectativa de vida, talecimento da capacidade de resposta do Sistema Único de Saúde
o envelhecimento e a mudança do comportamento da densidade (SUS) e à ampliação das ações de cuidado integral para a prevenção
demográfica do Brasil projetam estimativas de que o grupo etário e o controle das DCNT (BRASIL, 2011).
de 60 anos ou mais, duplicará em termos absolutos no período de Com relação à questão específica do câncer, a atenção oncoló-
2000 a 2020, ao passar de 13,9 para 28,3 milhões, elevando-se, em gica no Brasil, de 2005 a 2013, foi norteada pela Portaria nº 2.439/
2050, para 64 milhões. GM, de 08/12/2005, que instituiu a Política Nacional de Atenção
O envelhecimento populacional constitui um dos maiores de- Oncológica. Para dar-lhe cumprimento, nesse período, o SUS es-
safios para a saúde pública contemporânea, especialmente em paí- truturou respostas para melhor organizar a atenção ao câncer, le-
ses em desenvolvimento, onde esse fenômeno ocorre em ambien- vando-se em conta as dimensões e as heterogeneidades cultural
tes de pobreza e grande desigualdade social. Em 2025, estima-se e socioeconômica do Brasil. Nesse sentido, o Ministério da Saúde
que, dos dez países do mundo com o maior número de idosos, cinco publicou, além da Portaria citada, a de nº 741, de 19/12/2005. En-
serão países em desenvolvimento, entre eles, o Brasil (LIMA-COSTA, quanto a primeira adotava os parâmetros da instituição da política:
2003). promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação e cui-
Em recente documento sobre a prospecção estratégica do dados paliativos, a ser implantada em todas as unidades federadas,
sistema de saúde brasileiro para 2030, elaborado pela Fundação respeitadas as competências das três esferas de gestão (BRASIL,
Oswaldo Cruz, em parceria com outras instituições brasileiras, é 2005A), a segunda determinava novas classificações e requisitos
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POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

para os estabelecimentos que tratam câncer (Centros e Unidades ria das vezes à resposta aos casos agudos principalmente na rede
de Alta Complexidade em Oncologia), além de propor parâmetros hospitalar. Coube à atenção básica trabalhar as condições crôni-
para o planejamento e a avaliação da Rede de Alta Complexidade cas, tanto por um enfoque promocional assim como assistencial.
em Oncologia e de estabelecer procedimentos para melhoria das Entretanto, na agudização dos casos crônicos acompanhados pela
informações sobre a atenção ao câncer (Registro Hospitalar de Cân- mesma ou nos casos agudos que chegam à atenção básica, outra
cer – RHC) (BRASIL, 2005B). esfera deve responder à demanda, desarticulada de todo o trabalho
Coerente com a relevância da questão do câncer, na perspecti- anteriormente realizado pela estratégia de saúde da família e da
va da sua atenção integral foi instituída a Lei Presidencial nº 12.732 atenção básica.
(22/11/2012), que dispõe sobre o primeiro tratamento de paciente Embora se creia que a atenção básica, como afirmada na Tese
com neoplasia maligna comprovada e estabelece prazo para seu iní- do CONASEMS 2010-2011 tenha a capacidade de ordenação do res-
cio. Para tentar diminuir o retardamento do diagnóstico do câncer, tante do sistema de saúde, dirigida por valores de dignidade huma-
a lei estabelece prazo para o paciente ser tratado no SUS. Em seu na, equidade, solidariedade e ética profissional, os casos agudos ou
Art. 2º, assegura que o paciente com neoplasia maligna tem direito agudizações de casos crônicos levam a um ordenamento por outra
ao primeiro tratamento no SUS no prazo de até 60 dias, contados a rede, a rede de atenção às urgências, distinta da primeira, de cará-
partir do dia em que for firmado o diagnóstico em laudo patológico ter regional, que deve dar respostas ágeis e num tempo muito curto
ou em prazo menor, conforme a necessidade terapêutica do caso, e que deve estar articulada com a rede de atenção básica para sua
registrada em prontuário único. qualidade de resposta. Nesta rede, o ordenamento se faz a partir
E, em 2013, considerando sua importância epidemiológica e de centrais de regulação de urgência regionais que devem executar
sua magnitude como problema de saúde pública e a necessidade idealmente linhas guia previamente pactuadas e fornecer a respos-
de redução da mortalidade e da incapacidade, foi editada a nova ta mais adaptada possível às necessidades agudas.
Portaria, que trata da política nacional de atenção ao câncer. Guar- Assim, dentro da discussão de redes de atenção identifica-se
dando coerência com o eixo III do mencionado Plano de Ações Es- que a estruturação paralela de dois eixos (redes) são componentes
tratégicas para o Enfrentamento das DCNT, a Portaria nº 874, de estruturantes para que se atinjam os objetivos de integralidade e
16/05/2013, (BRASIL, 2013, P. 129) “institui a Política Nacional para equidade propostos no SUS: as redes de atenção básica e as redes
a Prevenção e Controle do Câncer na Rede de Atenção à Saúde das de atenção às urgências.
Pessoas com Doenças Crônicas no âmbito do Sistema Único de Saú- Faremos aqui uma reflexão do desenvolvimento da Política Na-
de (SUS)” (PNPCC-RAS), sendo da responsabilidade do Ministério cional de Atenção às Urgências e Emergências, com seus avanços,
da Saúde estabelecer diretrizes nacionais para a prevenção e o fragilidades e desafios assim como discorreremos sobre a estrutu-
controle do câncer, estimulando a atenção integral e articulando as ração da rede de urgência.
diversas ações nos três níveis de gestão do SUS. O objetivo central
da política é contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos Estruturação legal da Atenção às Urgências
usuários com câncer, por meio de ações de promoção, prevenção, A atenção às urgências vem, ao longo dos últimos anos, pas-
detecção precoce, tratamento oportuno e cuidados paliativos. 3 sando por reformulações e sendo estruturada a partir de discussões
governamentais e não governamentais, por entidades de classe, re-
A Portaria completa está disponível em: presentações sociais, associações focadas nas urgências, emergên-
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/ cias e traumas.
prt0874_16_05_2013.html A partir de 1998 iniciou-se no Brasil a estruturação de níveis de
complexidade hospitalares, que incluíam as urgências, na tentativa
Política Nacional de Atenção às Urgências inicial de se ter uma resposta aos casos complexos.
As doenças vêm passando por transformações em seu perfil No ano de 2002, o Ministério da Saúde publicou a Portaria nº
epidemiológico, tanto em relação à clientela como a sua prevalên- 2048, instituindo o regulamento técnico dos Sistemas deUrgência e
cia, tendo-se hoje, no Brasil, o que Mendes denomina como tríplice Emergência. Esta portaria, ampla em seu conteúdo e abrangência,
carga de doenças. Por um lado temos ainda as doenças de países é utilizada até os dias de hoje, e normatiza as ações em âmbito pré
subdesenvolvidos, tais como diarréias, desidratação, doenças tro- e intra-hospitalar, definindo e bem caracterizando as atividades de
picais como a dengue, entre outras, em segundo lugar temos um regulação médica de urgência, tanto no aspecto técnico como ges-
aumento de casos crônicos, como as doenças cardiovasculares, tor, definindo papéis e pré-requisitos, assim como estabelecendo
predominantemente isquêmicas cardíacas e acidentes vasculares um treinamento mínimo para o exercício das atividades de regula-
cerebrais, que acompanham ao incremento de expectativa de vida ção e de atendimento às situações de urgência e emergência.
da população e em terceiro lugar vemos um aumento da violência Em 2003, foi instituída a Política Nacional de Atenção às Ur-
urbana, tanto interpessoal como de trânsito, com um aumento das gências, através da PORTARIA Nº 1863/GM e no mesmo dia de sua
taxas de morbi mortalidade nas causas externas. publicação outra portaria, a PORTARIA 1864/GM instituiu o com-
ponente pré-hospitalar móvel da Política Nacional de Atenção às
Com este perfil epidemiológico os casos/situações podem ser Urgências, o SAMU – 192.
considerados (as) crônicos (as), crônicos (as) agudizados (as) e agu- Seguiu-se a estas duas portarias uma ampla discussão nacional
dos (as). Entretanto, embora as situações crônicas representem a com a estruturação de vários serviços de atendimento móvel de ur-
maioria das situações, persiste ainda um direcionamento na maio- gência, SAMU-192, em todo o Brasil, com características na maioria
3 Fonte: www.scielo.br/*www.analisepoliticaemsaude.org/www. das vezes municipais, e alguns poucos estaduais, sendo que apenas
portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/www.biblioteca.cofen.gov.br/www. no Estado de Santa Catarina foram implantados, em todo o Esta-
saude.pr.gov.br/www.scielo.br/www.fen.ufg.br/www.unfpa.org.br/
www.saude.gov.br/www.bdm.unb.br/www.pt.wikipedia.org
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do, sete SAMU-192 regionais, com cobertura de 100% do Estado e A rede de atenção
interligados, através de uma pactuação de investimento e custeio Vemos que para a concretização das redes de urgência persis-
tripartite. te a necessidade de fortalecimento da atenção básica a partir de
Entretanto o modelo municipal adotado na Portaria 1863 e um melhor financiamento que permita o cumprimento das funções
1864 não atendia às necessidades de organização, escala e rede- previstas na 2048/02: acolhimento, estruturação física e técnica, ca-
finição de fluxos que se davam na maioria das vezes por pactos pacitação, integração na rede hierarquizada.
regionalizados ou estadualizados, traduzidos no Plano Diretor de
Regionalização e no Plano Pactuado e Integrado. Além disto, as ex- Além disto deve-se garantir que as UPAS e SE exerçam o seu
periências exitosas de regionalização do SAMU em Santa Catarina papel na integração da política de urgência e emergência através de
e do Sistema Regional de Atenção às Urgências no Norte de Minas uma efetiva regulação médica, evitando-se assim a competição com
Gerais, racionalizando custos e aumentando a eficiência da respos- o acesso a rede de atenção básica e que estejam conectadas ou
ta às situações de urgência, reforçavam a necessidade de uma legis- interligadas a um componente hospitalar da rede, garantindo assim
lação própria que amparasse as ações regionais. sua retaguarda nos casos em que se fizerem necessários. Na rede
Seguindo-se às discussões em todo o país e os exemplos exi- de urgência e emergência os hospitais definidos como de apoio de-
tosos, em dezembro de 2008, foi publicada a PORTARIA 2.970, que veriam ter salas de estabilização estruturadas e funcionais.
instituiu diretrizes técnicas e financeiras de fomento à regionaliza- O componente pós-hospitalar, ainda pouco desenvolvido e des-
ção da Rede Nacional SAMU 192. conectado da rede de urgência, deve ser fortalecido e estar incluído
Até aquele momento, a atenção pré-hospitalar fixa havia ficado dentro de uma concepção de rede integral às urgências, favorecen-
à margem do avanço da atenção móvel, levando a uma confronta- do tanto a diminuição de leitos hospitalares como promovendo o
ção diária entre as organizações móveis que haviam se estruturado retorno o mais breve possível do paciente/vítima ao convívio dos
e a atenção fixa, desarticulada e sem incentivos para sua estrutu- familiares e da sociedade.
ração. O financiamento tripartite da urgência e emergência, com
Neste caminho, em 13 de maio de 2009, através da Portaria aporte de recursos para os pronto-atendimentos, unidades de ur-
GM 1020, foram estabelecidas diretrizes para a implantação do gência/emergência, hospitais de pequeno porte e sala de estabiliza-
componente pré-hospitalar fixo para a organização de redes loco ção, com participação e pactuação dos três entes federativos deve
regionais de atenção integral às urgências em conformidade com a ser sempre perseguido, primeiramente evitando-se de autorizar
Política Nacional de Atenção às Urgências. abertura de novos componentes sem uma efetiva política estadual
Entretanto, até o momento não temos ainda no país uma legis- de implementação das redes, estimulando o papel do estado como
lação específica e de amparo tanto legal como financeiro para que a locomotiva propulsora, tanto em nível de gestão como de financia-
rede hospitalar tenha, além do papel definido e importante na rede mento, das redes de atenção em cada estado.
de atenção às urgências, um fomento a sua organização e melhoria Acrescente-se a isto a necessidade de uma política de co-finan-
através de redefinição de papéis e incentivo à educação permanen- ciamento na estruturação da rede de urgência hospitalar fixa, e a
te, sendo integrada à rede de atenção às urgências. sua organização,(mudanças da portaria 478 e mudanças na forma
De maneira semelhante não temos ainda definido uma legisla- de pagamento por procedimento).
ção que ampare as ações pós-hospitalares, em relação às urgências, Por outro lado, a indefinição de territórios e populações de
como as de reabilitação e reinserção social. abrangência de uma rede levando-se em conta igualmente a escala
Por último, trabalhando dentro de uma visão de atenção inte- para a resposta a mesma, devem estabelecer que as regiões com
gral, o amparo legal para a articulação entre as redes de atenção resposta nos três níveis de atenção devam ser as escolhidas, nor-
básica e de urgência ainda carece de debates e legislação própria. malmente de caráter macrorregional não se tendo até o momento
nem uma definição de estruturas administrativas regionais como
Dentro da atual Política Nacional de Atenção às Urgências te- modelo de gestão e financiamento assim como uma legislação pró-
mos: pria para repasses de investimento e custeio regionalizados.
- Componente pré – hospitalar Por último, um mecanismo de governança regional, ligado às
-FIXO funções definidas pela 2048/02 esferas regionais do SUS se fazem necessários.
-UBS (ESF) e outros: acolhimento, capacitação, estruturação fí- Principais fragilidades na Política Nacional de Atenção às Ur-
sica e grade de referência gências
-UPA: estrutura intermediária Podemos agora discorrer um pouco sobre as principais fragili-
-MÓVEL: SAMU 192 dades na Política Nacional de Atenção às Urgências
-Regulação médica
-APH 1) Quanto à Governança
-Transporte e transferência de pacientes graves a. Se necessitarmos incrementar estruturas regionais que
-Componente Hospitalar deem resposta efetiva às urgências igualmente necessitamos de
-Constituído das portas de entradas hospitalares definidos no uma estruturação de instrumentos de governança regionais que se
regulamento técnico ocupem do acompanhamento e monitoramento da rede regional,
-Componente Pós-Hospitalar da avaliação, proposição de mudanças e repactuações assim como
-Modalidades de Atenção Domiciliar que possam auditar regularmente a rede. As estruturas colegiadas
-Hospitais-Dia regionais tem papel importante nesta função, mas uma estrutura
-Projetos de Reabilitação Integral com componente de reabili- ligada a mesma, o Comitê Gestor Regional de Urgências, necessa-
tação de base comunitária riamente funcionando como câmara técnica de uma CIB macrorre-

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gional ou na inexistência da mesma, da CIB estadual, fornece espe- b. SAMU


cificidade técnica e gestora, autoridade e facilita o monitoramento
e todo o trabalho a ser realizado em relação à rede de urgências. I. Regulação ineficaz
b.Cabe às regulações de urgência do SAMU e, quando existir, Ausência ou insuficiente treinamento dos reguladores e au-
a regulação de leitos, ser corresponsável na governança e fornecer sência de protocolos de regulação assim como de linhas guias pac-
dados precisos do funcionamento da rede de forma cotidiana. tuadas na rede e disponíveis para serem executadas pelos médicos
reguladores.
2)Quanto aos pontos de atenção
a. Atenção Básica: II.Financiamento em desacordo com as portarias (1864/03 e
I.Deficiências no acolhimento 2970/08)
As deficiências no acolhimento se devem a não inserção dos O financiamento das atividades educativas até o momento não
casos agudos ou de agudização dos casos crônicos dentro de uma foi liberado pelo Ministério da Saúde. Embora as Portarias estabe-
perspectiva de acolhimento e tratamento pela atenção básica. A leçam que 50% do custeio cabe ao Ministério da Saúde, a base de
atenção básica vem-se pautando por ações promocionais, essen- cálculo que definiu os valores é totalmente inadequada à realidade
ciais para a melhoria de qualidade de saúde e vida da população, dos salários praticados no Brasil. Assim sendo, enquanto uma Cen-
desconsiderando muitas vezes que sua população necessita de uma tral de regulação mínima, tendo um médico regulador, um Técnico
resposta próxima e pouco complexa aos casos agudos ou agudiza- Auxiliar de Regulação Médica e um Radioperador e Operador de
ções de casos crônicos. Frota, custa mensalmente em torno de R$ 110.000,00(cento e dez
mil reais) a base de cálculo utilizada nas portarias é de um valor
II. Unidades básicas sem a devida estruturação física e capaci- mensal de R$ 38.000,00 (trinta e oito mil reais) cabendo ao Minis-
dade técnica para o acolhimento das urgências tério da Saúde um repasse de R$ 19.000,00 (dezenove mil reais) o
Existe despreparo para realização de acolhimento e classifica- que em tese representaria os 50% do Ministério da Saúde mas na
ção de risco da clientela atendida assim como inexistência, na maior realidade corresponde a 17,2%. Em relação às unidades de suporte
parte das vezes, de estrutura para prestar o primeiro atendimento avançado o mesmo se repete pois uma unidade móvel composta
assim como resolver casos de menor complexidade. por médico, enfermeiro e condutor-socorrista não custa menos de
R$ 100.000,00 (cem mil reais) mensais, incluindo salários, combus-
III. Desintegração das Unidades básicas na rede de urgência tível e manutenção. O Ministério da Saúde calculou que cada uni-
e emergência dade de suporte avançado custaria mensalmente R$ 55.000,00(cin-
Tanto no planejamento da rede de urgência como no cotidia- quenta e cinco mil reais), repassando apenas R$ 27.500,00(vinte e
no, a atenção básica não tem, em sua maior parte, participado da sete mil reais) mensalmente o que, na realidade representa ape-
discussão de papel e fluxos da rede de urgência, levando a uma per- nas 27,5% do custeio mensal e não 50% como previsto em porta-
sistência da não integralidade do atendimento, retardando acessos ria. Por último, em relação às unidades de suporte básico de vida,
e dificultando tanto o referenciamento como o contra-referencia- o estimado de custo mensal previsto pela portaria ministerial de
mento. R$ 25.000,00 se aproxima mais da realidade pois se tem um custo
real que normalmente gira em torno de 32.000,00(trinta e dois mil
IV.Falta de flexibilidade nos horários de funcionamento das reais) ao mês, sendo que com o repasse de R$ 12.500,00(doze mil
Unidades e quinhentos reais ao mês) repassados pelo Ministério da Saúde,
A atenção básica vêm-se mantendo com horários rígidos, não tem-se um percentual de 39% ao mês.
compatíveis com trabalhadores assim como com as situações agu- Estas verbas subdimensionadas de custeio estão também sub-
das, que não escolhem hora para acontecer. Isto tem dificultado dimensionadas quando é repassado o percentual de investimento
que a população abrangida pela atenção básica tenha como refe- pelo ministério da Saúde, que representa apenas uma pequena par-
rência inicial para o atendimento as suas necessidades, situações te do investimento a ser realizado.
agudas ou situações crônicas, seja, atendidas.
III..Rotatividade dos profissionais principalmente dos regula-
V. Exames de menor complexidade não agregados à atenção dores (vínculo e atividade fim)
básica A atividade extenuante e altamente especializada do médico
Até o momento ainda não existe claramente uma política de regulador requer um vínculo trabalhista regular e uma autorização
distribuição e incentivo à instalação de exames de menor complexi- legal com pré-requisitos avaliados, para a função de médico regu-
dade na atenção básica, retardando e dificultando diagnósticos sim- lador.
ples, de baixa complexidade, e levando com que a população veja Na prática vínculos temporários e frágeis são estabelecidos
as unidades hospitalares como a porta de referência na qual poderá com médicos reguladores, sem estímulo ao seu trabalho, sem edu-
ser atendida, realizar exames e sair com o tratamento, mesmo em cação permanente e sem retaguarda institucional frequente, levan-
situações de baixíssima complexidade, sobrecarregando a rede hos- do a uma grande rotatividade destes profissionais.
pitalar com esta conduta. IV.Educação permanente ineficaz (NEU e NEP)
A educação permanente encontra-se ineficaz tanto pelo não
comprimento do previsto nas portarias ministeriais, caracterizando
até o momento uma ação individual e não institucional. Os Núcleos
de Educação em Urgência e os Núcleos de Educação Permanente
carecem até o momento tanto de legislação específica como de in-
centivo financeiro para a execução de suas tarefas.
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POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

V.Manutenção e renovação da frotas tratamento e não aderindo aos cuidados que deveriam ser preconi-
O critério de renovação de frota com 300.000 km rodados tem zados. Acrescente-se a isto a dificuldade até o momento, por falta
levado a um sucateamento de grande parte da frota e a gastos des- de legislação própria, de internação domiciliar.
necessários de manutenção das unidades. Caso isto fosse reduzido
para 200.000 km rodados, poderíamos ter um custo menor, uma II. Processo de regulação da urgência e emergência insuficien-
frota mais nova e uma segurança para as equipes maior. te tanto na referência quanto na contra referência
Com já dito, sem um planejamento com pontos de atenção e
c. Componente Hospitalar: papéis na rede definidos assim como fluxos pactuados, criando uma
linha guia de ação, cabe aos médicos reguladores, a partir de sua
I. Financiamento insuficiente e inexistentes para as Unidades experiência e contatos pessoais, definir o fluxo e o ponto de aten-
de Urgência ção para o atendimento de uma necessidade.
O pagamento por procedimento, realizado pelo SUS, leva a uma
cultura de quanto mais, melhor, estimula o reembolso dos procedi- III.Baixo nível de organização e de resolutividade dos pronto
mentos e é contraproducente para a organização de uma rede que atendimentos em nível local
deve garantir a resposta aos casos realmente urgentes e emergen- Os pronto-atendimentos em nível local tem baixa resolutivida-
tes. Assim, tem-se de ter uma ampla discussão de incentivo finan- de em parte podendo ser devida ao isolamento deste tipo de uni-
ceiro para as portas de entrada da rede de urgência, abolindo-se o dade dentro de uma rede assim como o não apoio direto de uma
pagamento por procedimento mas garantindo a resposta às neces- unidade hospitalar. Podemos dizer que o ideal seria que cada pron-
sidades regionais. Minas Gerais tem tido, a partir da Secretaria de to-atendimento deveria ser uma porta avançada de uma unidade
Estado da Saúde uma experiência exitosa neste sentido carecendo hospitalar, se possível com um corpo clínico que trabalhasse em
até o momento de qualquer apoio federal para tal. ambas, comprometendo-se com os resultados em cada uma das
unidades.
II.Dificuldade na contra referência
Se não temos referências bem delimitadas e que por muitas IV.Financiamento insuficiente e inexistentes para os Pronto
vezes impõem dificuldades para o acolhimento das urgências, ine- Socorros
xiste, por outro lado, um contra-referenciamento discutido e pac- Não existe até o momento qualquer incentivo financeiro para
tuado na maior parte do país. Isto leva a uma retenção maior dos as portas hospitalares (unidades de urgência ou prontos-socorros),
clientes na rede hospitalar assim como uma descontinuidade de mantendo a mesma sem estrutura, perspectiva e servindo não
tratamento posterior a uma internação. para o trabalho dos mais experientes mas sim para o trabalho dos
iniciantes, que tem a porta da emergência como possibilidade de
III.Leitos de retaguarda em número insuficiente e com com- entrada no hospital para seu trabalho atual e futuro. Além disto,
plexidade de assistência incompatível com as necessidades dos sem identidade, os próprios trabalhadores destas unidades não
pacientes atendidos nas grandes emergências se interessam em organizá-la como igualmente não buscam capa-
A rede de urgência não tem sido na maior parte das vezes dis- citação específica visto que sua atividade principal e foco é outra.
cutida e planejada, com seus pontos de atenção tendo papéis de- Acrescente-se a isto que o financiamento é feito por procedimento
finidos, com fluxos pactuados além de leitos de retaguarda assim o que estimula a produção, independente da necessidade real ou
como leitos de unidades semi-intensiva que poderiam desafogar não de ser atendido em uma porta hospitalar, sobrecarregando as
os hospitais de referência não tem sido implantados. Isto mantém unidades de urgência e deixando muitas vezes para trás um caso
a situação de superlotação nestes hospitais e dificultando o refe- realmente urgente.
renciamento dos casos que necessitam do aporte especializado do
hospital de referência. V.Ausência de linguagem única e distribuição dos pacientes
de acordo com a gravidade
IV.Necessidade de implantação de equipe para classificação Uma das maiores dificuldades é definir-se a prioridade para
de risco o atendimento e de que esta prioridade seja, dentro da rede de
Igualmente necessitamos, dentro da rede hospitalar assim atenção, vista e compreendida da mesma maneira, dentro de uma
como na atenção básica, de capacitação e estruturação para reali- mesma linguagem.
zação de classificação de risco objetiva, tal como a de Manchester,
para termos uma linguagem única na rede assim como podermos Sugestões de Pontos para Discussão e Aprimoramento
dar equidade e resolução à distribuição das situações nos pontos
de atenção. -Quanto a atenção básica
-O fortalecimento da atenção básica e de suas ações, como
d. Outras Fragilidades: diretriz apontada pela TESE do CONASEMS 2010/2011, vem sendo
realizada e deve ser aprofundada, sendo que em relação à estru-
I. Fragilidade no processo de acolhimento/humanização na turação das redes, os parâmetros legais a discussão sobre a instru-
alta hospitalar mentalização dos trabalhadores e das unidades de atenção básica,
Outra fragilidade da política de urgência que podemos apontar através de capacitação específica e estruturação mínima para o
é o processo de humanização na alta hospitalar, fazendo com que o atendimento às situações agudas deve ser perseguida.
paciente que egresse de uma unidade ter descontinuidade de seu

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POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

-Quanto ao planejamento análise e aprovação de projetos -Quanto ao financiamento da rede hospitalar


-Sugere-se que para o planejamento das redes de urgências to- -Sugere-se a discussão, seguindo o modelo adotado em Minas
dos os atores, sejam eles gestores nos diversos níveis e técnicos de Gerais, de um incentivo de custeio, sem pagamento por procedi-
portas hospitalares e da atenção básica participem das discussões mentos, para a implementação dos níveis hospitalares necessários
e modelagem da rede, incluindo definição dos pontos de atenção, para o êxito da rede de urgência. O controle dos contratos e repas-
fluxos e normas. Além disto, o planejamento deve sempre vislum- ses realizados deve ser realizado em nível regional a partir do Comi-
brar uma gestão e financiamento tripartite, de sonde sugere-se que tê Gestor Regional de Urgência e de dados provenientes do SAMU e
cabe ao Ministério da Saúde aprovar somente projetos com esta da Central de Regulação de Leitos.
envergadura: tripartite, de caráter regional e com a aprovação dos -Quanto aos indicadores de resultados e qualidade
colegiados gestores (CIB e CES). -Propõe-se o estabelecimento de indicadores de produção,
resultados e qualidade homogêneos e implementados em todo o
-Quanto à governança Brasil para a avaliação das redes de atenção as urgências
-A governança deve ser discutida na ótica de estruturação re-
presentativa tripartite, atribuindo-se aos Comitês Gestores de Ur- Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem
gência um papel de câmara técnica seja das CIBs macrorregionais O Ministério da Saúde, nos 20 anos do Sistema Único de Saú-
ou estaduais com o acompanhamento de estruturas federais. de (SUS), apresenta uma das prioridades desse governo, a Política
-Para isto, além dos Comitês Gestores Regionais e Estaduais de Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, desenvolvida em
Atenção às Urgências propõe-se a reativação do Reativação do Co- parceria entre gestores dos SUS, sociedades científicas, sociedade
mitê Gestor Nacional das urgências e Emergências civil organizada, pesquisadores, acadêmicos e agências de coope-
ração internacional. A pluralidade das instituições envolvidas nessa
-Quanto à estrutura administrativa e financeira regional construção é um convite e um desafio à consideração da saúde do
-Sugere-se uma discussão para elaboração de arcabouço jurídi- homem brasileiro nas suas idiossincrasias e similaridades nos 5.561
co que dê retaguarda à regionalização, autorizando assim a estru- municípios, 26 estados e no Distrito Federal. Nesse sentido, a políti-
turação e financiamento regional com repasse direto dos fundos ca traduz um longo anseio da sociedade ao reconhecer que os agra-
nacionais e estaduais para estas estruturas regionalizadas. vos do sexo masculino constituem verdadeiros problemas de saúde
-Além disto a participação dos entes gestores na composição pública. Um dos principais objetivos desta Política é promover ações
do ente administrativo regional, como por exemplo os consórcios de saúde que contribuam significativamente para a compreensão
públicos, é de importância indiscutível para o sucesso do processo. da realidade singular masculina nos seus diversos contextos socio-
Cabe à gestão estadual conduzir, no âmbito regional, a rede (sempre culturais e político-econômicos; outro, é o respeito aos diferentes
regional) de atenção às urgências devendo, junto a representantes níveis de desenvolvimento e organização dos sistemas locais de
de todos os municípios abrangidos e do nível federal, realizarem a saúde e tipos de gestão. Este conjunto possibilita o aumento da ex-
gestão e financiamento da rede/ pectativa de vida e a redução dos índices de morbimortalidade por
causas preveníveis e evitáveis nessa população. Para isso, a Política
-Quanto à implantação de um critério único de priorização Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem está alinhada com
(classificação) dos casos e introdução de uma linguagem única na a Política Nacional de Atenção Básica – porta de entrada do Sistema
rede. Único de Saúde - com as estratégias de humanização, e em con-
-Sugere-se a introdução de uma classificação de risco objetiva, sonância com os princípios do SUS, fortalecendo ações e serviços
tal como a preconizada por Manchester, que além da objetividade em redes e cuidados da saúde. O Ministério da Saúde vem cumprir
para priorizar os casos mais graves separando-os dos menos graves, seu papel ao formular a Política que deve nortear as ações de aten-
pode ser utilizado como um mecanismo de gestão importante pois ção integral à saúde do homem, visando estimular o autocuidado
ao realizar a classificação temos uma “vitrine” precisa da demanda e, sobretudo, o reconhecimento de que a saúde é um direito social
podendo assim estabelecer mecanismos para o atendimento desta básico e de cidadania de todos os homens brasileiros.
demanda de maneira racional equitativa e de acordo com a com- A proposição da Política Nacional de Atenção Integral à Saú-
plexidade e prioridade de cada caso. Além disto fornece à rede de de do Homem visa qualificar a saúde da população masculina na
atenção às urgências uma linguagem única de comunicação dos ca- perspectiva de linhas de cuidado que resguardem a integralidade
sos, entre todos os pontos de atenção, sejam eles fixos e móveis, da atenção.
facilitando assim o prosseguimento do atendimento de acordo com O reconhecimento de que os homens adentram o sistema de
as linhas guias pactuadas saúde por meio da atenção especializada tem como conseqüência o
agravo da morbidade pelo retardamento na atenção e maior custo
-Quanto ao financiamento do SAMU para o SUS. É necessário fortalecer e qualificar a atenção primária
-Sugere-se uma readequação de valores de repasse tanto de in- garantindo, assim, a promoção da saúde e a prevenção aos agravos
vestimento como de custeio, levando-se em conta a média nacional evitáveis.
de salários praticados no mercado e não estimados como o que se Vários estudos comparativos, entre homens e mulheres, têm
encontra na portaria 1864, em caráter de vínculo empregatício de comprovado o fato de que os homens são mais vulneráveis às doen-
CLT e não vínculo precário. ças, sobretudo às enfermidades graves e crônicas, e que morrem
mais precocemente que as mulheres (Nardi et all, 2007; Courtenay,
2007; IDB, 2006 Laurenti et all, 2005; Luck et all, 2000). A despeito
da maior vulnerabilidade e das altas taxas de morbimortalidade, os
homens não buscam, como as mulheres, os serviços de atenção bá-
sica. (Figueiredo, 2005; Pinheiro et all, 2002).
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POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

Muitos agravos poderiam ser evitados caso os homens reali- das, desde muito cedo, para desempenhar e se responsabilizar por
zassem, com regularidade, as medidas de prevenção primária. A este papel (WelzerLang, 2004; Lyra-da-Fonseca et all, 2003; Tellería,
resistência masculina à atenção primária aumenta não somente a 2003; Hardy e Jimenez, 2000; Medrado et all, 2005).
sobrecarga financeira da sociedade, mas também, e, sobretudo, o A compreensão das barreiras sócio-culturais e institucionais é
sofrimento físico e emocional do paciente e de sua família, na luta importante para a proposição estratégica de medidas que venham
pela conservação da saúde e da qualidade de vida dessas pessoas. a promover o acesso dos homens aos serviços de atenção primária,
Tratamentos crônicos ou de longa duração têm, em geral, me- a fim de resguardar a prevenção e a promoção como eixos necessá-
nor adesão, visto que os esquemas terapêuticos exigem um grande rios e fundamentais de intervenção.
empenho do paciente que, em algumas circunstâncias, necessita A Política de Atenção Integral à Saúde do Homem deve con-
modificar seus hábitos de vida para cumprir seu tratamento. Tal siderar a heterogeneidade das possibilidades de ser homem. As
afirmação também é válida para ações de promoção e prevenção à masculinidades são construídas historicamente e sócio-cultural-
saúde que requer, na maioria das vezes, mudanças comportamen- mente, sendo a significação da masculinidade um processo em per-
tais. manente construção e transformação. O ser homem, assim como
As pesquisas qualitativas apontam várias razões, mas, de um o ser mulher é 7 constituído tanto a partir do masculino como do
modo geral, podemos agrupar as causas da baixa adesão em dois feminino. Masculino e feminino são modelos culturais de gênero
grupos principais de determinantes, que se estruturam como bar- que convivem no imaginário dos homens e das mulheres. Essa con-
reiras entre o homem e os serviços e ações de saúde (Gomes, 2003; sideração é fundamental para a promoção da equidade na atenção
Keijzer, 2003; Schraiber et all, 2000) a saber: barreiras sócioculturais a essa população, que deve ser considerada em suas diferenças por
e barreiras institucionais. idade, condição sócioeconômica, étnico-racial, por local de moradia
Grande parte da não-adesão às medidas de atenção integral, urbano ou rural, pela situação carcerária, pela deficiência física e/
por parte do homem, decorre das variáveis culturais. Os estereóti- ou mental e pelas orientações sexuais e identidades de gênero não
pos de gênero, enraizados há séculos em nossa cultura patriarcal, hegemônicas. A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do
potencializam práticas baseadas em crenças e valores do que é ser Homem, portanto, além de evidenciar os principais fatores de mor-
masculino. A doença é considerada como um sinal de fragilidade bimortalidade explicita o reconhecimento de determinantes so-
que os homens não reconhecem como inerentes à sua própria con- ciais que resultam na vulnerabilidade da população masculina aos
dição biológica. O homem julga-se invulnerável, o que acaba por agravos à saúde, considerando que representações sociais sobre a
contribuir para que ele cuide menos de si mesmo e se exponha mais masculinidade vigente comprometem o acesso à atenção integral,
às situações de risco (Keijzer, 2003; Schraiber et 6 all, 2000; Sabo, bem como repercutem de modo crítico na vulnerabilidade dessa
2002; Bozon, 2004). A isto se acresce o fato de que o indivíduo tem população à situações de violência e de risco para a saúde.
medo que o médico descubra que algo vai mal com a sua saúde, o Mobilizar a população masculina brasileira pela luta e garantia
que põe em risco sua crença de invulnerabilidade. de seu direito social à saúde é um dos desafios dessa política. Ela
Os homens têm dificuldade em reconhecer suas necessidades, pretende tornar os homens protagonistas de suas demandas, con-
cultivando o pensamento mágico que rejeita a possibilidade de solidando seus direitos de cidadania.
adoecer. Além disso, os serviços e as estratégias de comunicação
privilegiam as ações de saúde para a criança, o adolescente, a mu- Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas
lher e o idoso. A Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas
Uma questão apontada pelos homens para a não procura pelos integra a Política Nacional de Saúde, compatibilizando as determi-
serviços de saúde está ligada a sua posição de provedor. Alegam nações das Leis Orgânicas da Saúde com as da Constituição Federal,
que o horário do funcionamento dos serviços coincide com a carga que reconhecem aos povos indígenas suas especificidades étnicas e
horária do trabalho. Não se pode negar que na preocupação mascu- culturais e seus direitos territoriais.
lina a atividade laboral tem um lugar destacado, sobretudo em pes- Esta proposta foi regulamentada pelo Decreto n.º 3.156, de 27
soas de baixa condição social o que reforça o papel historicamente de agosto de 1999, que dispõe sobre as condições de assistência à
atribuído ao homem de ser responsável pelo sustento da família. saúde dos povos indígenas, e pela Medida Provisória n.º 1.911-8,
Ainda que isso possa se constituir, em muitos casos, uma barreira que trata da organização da Presidência da República e dos Minis-
importante, há de se destacar que grande parte das mulheres, de térios, onde está incluída a transferência de recursos humanos e
todas as categorias sócio-econômicas, faz hoje parte da força pro- outros bens destinados às atividades de assistência à saúde da FU-
dutiva, inseridas no mercado de trabalho, e nem por isso deixam de NAI para a FUNASA, e pela Lei nº 9.836/99, de 23 de setembro de
procurar os serviços de saúde. 1999, que estabelece o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena no
Outro ponto igualmente assinalado é a dificuldade de aces- âmbito do SUS.
so aos serviços assistenciais, alegando-se que, para marcação de A implementação da Política Nacional de Atenção à Saúde dos
consultas, há de se enfrentar filas intermináveis que, muitas vezes, Povos Indígenas requer a adoção de um modelo complementar e
causam a “perda” de um dia inteiro de trabalho, sem que necessa- diferenciado de organização dos serviços – voltados para a prote-
riamente tenham suas demandas resolvidas em uma única consulta ção, promoção e recuperação da saúde -, que garanta aos índios o
(Gomes et all, 2007; Kalckmann et all, 2005; Schraiber, 2005). exercício desua cidadania nesse campo. Para sua efetivação, deve-
Ainda que o conceito de masculinidade venha sendo atualmen- rá ser criada uma rede de serviços nas terras indígenas, de forma
te contestado e tenha perdido seu rigor original na dinâmica do pro- a superar as deficiências de cobertura, acesso e aceitabilidade do
cesso cultural (Welzer-Lang, 2001), a concepção ainda prevalente Sistema Único de Saúde para essa população. É indispensável, por-
de uma masculinidade hegemônica é o eixo estruturante pela não tanto, a adoção de medidas que viabilizem o aperfeiçoamento do
procura aos serviços de saúde. Em nossa sociedade, o “cuidado” é funcionamento e a adequação da capacidade do Sistema, tornan-
papel considerado como sendo feminino e as mulheres são educa- do factível e eficaz a aplicação dos princípios e diretrizes da des-
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POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

centralização, universalidade, eqüidade, participação comunitária Na década de 50, foi criado o Serviço de Unidades Sanitárias
e controle social. Para que esses princípios possam ser efetivados, Aéreas (SUSA), no Ministério da Saúde, com o objetivo de levar
é necessário que a atenção à saúde se dê de forma diferenciada, ações básicas de saúde às populações indígena e rural em áreas de
levando-se em consideração as especificidades culturais, epidemio- difícil acesso. Essas ações eram essencialmente voltadas para a va-
lógicas e operacionais desses povos. Assim, dever-se-á desenvolver cinação, atendimento odontológico, controle de tuberculose e ou-
e fazer uso de tecnologias apropriadas por meio da adequação das tras doenças transmissíveis.
formas ocidentais convencionais de organização de serviços. Em 1967, com a extinção do SPI, foi criada a Fundação Nacio-
Com base nesses preceitos, foi formulada a Política Nacional de nal do Índio (FUNAI), que, baseando-se no modelo de atenção do
Atenção à Saúde dos Povos Indígenas, cuja elaboração contou com SUSA, criou as Equipes Volantes de Saúde (EVS). Essas equipes reali-
a participação de representantes dos órgãos responsáveis pelas po- zavam atendimentos esporádicos às comunidades indígenas de sua
líticas de saúde e pela política e ação indigenista do governo, bem área de atuação, prestando assistência médica, aplicando vacinas e
como de organizações da sociedade civil com trajetória reconhecida supervisionando o trabalho do pessoal de saúde local, geralmente
no campo da atenção e da formação de recursos humanos para a auxiliares ou atendentes de enfermagem.
saúde dos povos indígenas. Com o propósito de garantir participa- A FUNAI, após a crise financeira do Estado brasileiro pós-mi-
ção indígena em todas as etapas de formulação, implantação, ava- lagre econômico da década de 70, teve dificuldades de diversas
liação e aperfeiçoamento da Política, a elaboração desta proposta ordens para a organização de serviços de atenção à saúde que con-
contou com a participação de representante das organizações indí- templassem a grande diversidade e dispersão geográfica das comu-
genas, com experiência de execução de projetos no campo da aten- nidades: carência de suprimentos e capacidade administrativa de
ção à saúde junto a seu povo. recursos financeiros, precariedade da estrutura básica de saúde,
falta de planejamento das ações e organização de um sistema de
Antecedentes informações em saúde adequado, além da falta de investimento na
No Brasil, a população indígena, estimada em cerca de 5 mi- qualificação de seus funcionários para atuarem junto a comunida-
lhões de pessoas no início do século XVI, comparável à da Euro- des culturalmente diferenciadas.
pa nesta mesma época, foi dizimada pelas expedições punitivas às Com o passar do tempo, os profissionais das EVS foram se fi-
suas manifestações religiosas e aos seus movimentos de resistên- xando nos centros urbanos, nas sedes das administrações regionais,
cia, mas, principalmente, pelas epidemias de doenças infecciosas, e a sua presença nas aldeias se tornava cada vez mais esporádica,
cujo impacto era favorecido pelas mudanças no seu modo de vida até não mais ocorrer. Alguns deles, em geral pouco qualificados,
impostas pela colonização e cristianização (como escravidão, traba- ficaram lotados em postos indígenas, executando ações assisten-
lho forçado, maus tratos, confinamento e sedentarização compul- ciais curativas e emergenciais sem qualquer acompanhamento. Era
sória em aldeamentos e internatos). freqüente funcionários sem qualificação alguma na área da saúde
A perda da auto-estima, a desestruturação social, econômica e prestar atendimentos de primeiros socorros ou até de maior com-
dos valores coletivos (muitas vezes da própria língua, cujo uso che- plexidade, devido à situação de isolamento no campo.
gava a ser punido com a morte) também tiveram um papel impor- As iniciativas de atenção à saúde indígena geralmente ignora-
tante na diminuição da população indígena. Até hoje há situações vam os sistemas de representações, valores e práticas relativas ao
regionais de conflito, em que se expõe toda a trama de interesses adoecer e buscar tratamento dos povos indígenas, bem como seus
econômicos e sociais que configuram as relações entre os povos in- próprios especialistas. Estes sistemas tradicionais de saúde se apre-
dígenas e demais segmentos da sociedade nacional, especialmente sentam numa grande diversidade de formas, sempre considerando
no que se refere à posse da terra, exploração de recursos naturais as pessoas integradas ao contexto de suas relações sociais e com o
e implantação de grandes projetos de desenvolvimento. Desde o ambiente natural, consistindo ainda num recurso precioso para a
início da colonização portuguesa, os povos indígenas foram assis- preservação ou recuperação de sua saúde.
tidos pelos missionários de forma integrada às políticas dos gover- Em 1988, a Constituição Federal estipulou o reconhecimento e
nos. No início do século XX, a expansão das fronteiras econômicas respeito das organizações socioculturais dos povos indígenas, asse-
para o Centro-Oeste e a construção de linhas telegráficas e ferrovias gurando-lhes a capacidade civil plena - tornando obsoleta a institui-
provocaram numerosos massacres de índios e elevados índices de ção da tutela - e estabeleceu a competência privativa da União para
mortalidade por doenças transmissíveis que levaram, em 1910, à legislar e tratar sobre a questão indígena. A Constituição também
criação do Serviço de Proteção ao Índio e Trabalhadores Nacionais definiu os princípios gerais do Sistema Único de Saúde (SUS), poste-
(SPI). O órgão, vinculado ao Ministério da Agricultura, destinava-se riormente regulamentados pela Lei 8.080/90, e estabeleceu que a
à proteger os índios, procurando o seu enquadramento progressivo direção única e a responsabilidade da gestão federal do Sistema são
e o de suas terras no sistema produtivo nacional. do Ministério da Saúde.
Uma política indigenista começou a se esboçar com inspiração Para debater a saúde indígena, especificamente, foram realiza-
positivista, em que os índios, considerados num estágio infantil da das, em 1986 e 1993, a I Conferência Nacional de Proteção à Saúde
humanidade, passaram a ser vistos como passíveis de “evolução” e do Índio e a II Conferência Nacional de Saúde para os Povos Indí-
integração na sociedade nacional por meio de projetos educacio- genas, por indicação da VIII e IX Conferências Nacionais de Saúde,
nais e agrícolas. A assistência à saúde dos povos indígenas, no en- respectivamente. Essas duas Conferências propuseram a estrutura-
tanto, continuou desorganizada e esporádica. Mesmo após a cria- ção de um modelo de atenção diferenciada, baseado na estratégia
ção do SPI, não se instituiu qualquer forma de prestação de serviços de Distritos Sanitários Especiais Indígenas, como forma de garantir
sistemática, restringindo-se a ações emergenciais ou inseridas em aos povos indígenas o direito ao acesso universal e integral à saúde,
processos de “pacificação”. atendendo às necessidades percebidas pelas comunidades e en-
volvendo a população indígena em todas as etapas do processo de
planejamento, execução e avaliação das ações.
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POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

Em fevereiro de 1991, o Decreto Presidencial nº 23 transferiu •monitoramento das ações de saúde dirigidas aos povos indí-
para o Ministério da Saúde a responsabilidade pela coordenação genas;
das ações de saúde destinadas aos povos indígenas, estabelecen- •articulação dos sistemas tradicionais indígenas de saúde;
do os Distritos Sanitários Especiais Indígenas como base da orga- •promoção do uso adequado e racional de medicamentos;
nização dos serviços de saúde. Foi então criada, no Ministério da •promoção de ações específicas em situações especiais;
Saúde, a Coordenação de Saúde do Índio - COSAI, subordinada ao •promoção da ética na pesquisa e nas ações de atenção à saú-
Departamento de Operações - DEOPE - da Fundação Nacional de de envolvendo comunidades indígenas;
Saúde, com a atribuição de implementar o novo modelo de atenção •promoção de ambientes saudáveis e proteção da saúde indí-
à saúde indígena. gena;
No mesmo ano, a Resolução 11, de 13 de outubro de 1991, do •controle social
Conselho Nacional de Saúde (CNS), criou a Comissão Intersetorial
de Saúde do Índio (CISI), tendo como principal atribuição assessorar Saúde Ambiental;
o CNS na elaboração de princípios e diretrizes de políticas gover- “Saúde ambiental são todos aqueles aspectos da saúde hu-
namentais no campo da saúde indígena. Inicialmente sem repre- mana, incluindo a qualidade de vida, que estão determinados por
sentação indígena, os próprios membros da CISI reformularam sua fatores físicos, químicos, biológicos, sociais e psicológicos no meio
composição e, com a saída espontânea de representantes do CNS, ambiente. Também se refere teoria e prática de valorar, corrigir,
da Secretaria de Meio Ambiente, dentre outros, abriu-se 4 das 11 controlar e evitar aqueles fatores do meio ambiente que, poten-
vagas para representantes de organizações indígenas. cialmente, possam prejudicar a saúde de gerações atuais e futuras
Em sentido oposto ao processo de construção da política de “; ainda segundo a OMS: “Saúde ambiental abrange os fatores fí-
atenção à saúde indígena no âmbito do SUS, em 19 de maio de sicos, químicos e biológicos externos às pessoas, e os fatores que
1994 o Decreto Presidencial n° 1.141/94 constitui uma Comissão impactam seus comportamentos. Ela engloba a avaliação e o con-
Intersetorial de Saúde - CIS, com a participação de vários Ministé- trole daqueles fatores ambientais que podem afetar a saúde. Ela
rios relacionados com a questão indígena, sob a coordenação da é direcionada à prevenção de doenças e melhoria da saúde nos
FUNAI. O decreto devolve, na prática, a coordenação das ações de ambientes. Esta definição exclui comportamentos não relacionados
saúde à FUNAI. A CIS aprovou, por intermédio da Resolução n° 2, com o ambiente, bem como o comportamento relacionado com o
de outubro de 1994, o “Modelo de Atenção Integral à Saúde do ambiente social e cultural, e genético”.
Índio”, que atribuía a um órgão do Ministério da Justiça, a FUNAI, a De acordo com a Organização Pan-americana de Saúde:
responsabilidade sobre a recuperação da saúde dos índios doentes, “Os problemas de saúde ambiental da América Latina e Caribe
e a prevenção, ao Ministério da Saúde, que seria responsável pelas estão dominados tanto por necessidades não atendidas, enquanto
ações de imunização, saneamento, formação de recursos humanos saneamento ambiental tradicional, como por necessidades cres-
e controle de endemias. centes de proteção ambiental, que têm se tornado mais graves de-
Desde então, a FUNASA e a FUNAI dividiram a responsabilidade vido à urbanização intensiva em um entorno caracterizado por um
sobre a atenção à saúde indígena, passando a executar, cada uma, desenvolvimento econômico lento”
parte das ações, de forma fragmentada e conflituosa. Ambas já ti-
nham estabelecido parcerias com municípios, organizações indíge- A Saúde Ambiental de uma forma geral, portanto é relacionada
nas e não-governamentais, universidades, instituições de pesquisa com o Meio Ambiente habitado pelo homem sendo totalmente de-
e missões religiosas. Os convênios celebrados, no entanto, tinham pendente da interação do homem e este meio.
pouca definição de objetivos e metas a serem alcançados e de indi- Existem diferentes problemas encontrados na saúde do ho-
cadores de impacto sobre a saúde da população indígena. mem quando leva-se em conta o ambiente rural e o ambiente ur-
bano.
Política Nacional de atenção à saúde dos povos indígenas No ambiente rural um dos grandes problemas atuais é o uso
O propósito desta política é garantir aos povos indígenas o de agrotóxicos , também denominados produtos de uso agrícolas
acesso à atenção integral à saúde, de acordo com os princípios e e pesticidas que visam eliminar “pragas” que diminuem a produ-
diretrizes do Sistema Único de Saúde, contemplando a diversidade ção de alimentos, mesmo com o estudo de produtos que tem um
social, cultural, geográfica, histórica e política de modo a favorecer impacto menor ao meio o uso de forma inadequada destes produ-
a superação dos fatores que tornam essa população mais vulnerá- tos vem causando um grande impacto sobre a fauna, flora , água e
vel aos agravos à saúde de maior magnitude e transcendência entre solo e consequentemente sendo um risco para a saúde dos seres
os brasileiros, reconhecendo a eficácia de sua medicina e o direito humanos, uma outra problemática é o grande número de suicídios
desses povos à sua cultura. ocorridos entre trabalhadores do campo.
Diretrizes No ambiente urbano uma das questões mais estudadas é a po-
Para o alcance desse propósito são estabelecidas as seguintes luição do ar que causa milhares de internações e óbitos a cada ano,
diretrizes, que devem orientar a definição de instrumentos de pla- estando principalmente relacionadas com doenças respiratórias,
nejamento, implementação, avaliação e controle das ações de aten- cardíacas e vários tipos de câncer.
ção à saúde dos povos indígenas: Ainda persistem no ambiente rural e urbano problemas de
• organização dos serviços de atenção à saúde dos povos in- doenças relacionadas ao não tratamento da água consumida pela
dígenas na forma de Distritos Sanitários Especiais e Pólos-Base, no população, pois a água não tratada é um ambiente adequado para
nível local, onde a atenção primária e os serviços de referência se vida de parasitas, vírus e bactérias além da presença de minerais e
situam; vários elementos químico.
•preparação de recursos humanos para atuação em contexto
intercultural; Fonte: https://ambientedomeio.com
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POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

Um fator importante na questão da Saúde ambiental é a sua Histórico - Práticas Integrativas e Complementares
relação com as mudanças do clima que resultam em um ambiente No Brasil, o debate sobre as práticas integrativas e complemen-
com temperaturas elevadas e baixa umidade do ar. tares começou a despontar no final de década de 70, após a decla-
Temperaturas elevadas segundo pesquisas causam impacto na ração de Alma Ata e validada, principalmente, em meados dos anos
saúde humana influenciando em problemas Psicológicos, ocasio- 80 com a 8ª Conferência Nacional de Saúde, um espaço legítimo de
nando alterações do sistema imune, sobrecarga renal e problemas visibilidade das demandas e necessidades da população por uma
cardíacos dentre outros. nova cultura de saúde que questionasse o ainda latente modelo he-
Em um ambiente urbano a causa de males a saúde humana gemônico de ofertar cuidado, que excluía outras formas de produzir
ainda é decorrente de crimes ambientais realizados por indústrias e legitimar saberes e práticas.
que causam impacto no solo por meio de descarte inadequado de Com esse cenário, tanto sociedade civil quanto governo federal
resíduos, no ar quando não ocorre a devida utilização de filtros em iniciaram um movimento, até então tímido, por busca e oferta de
chaminés e na água quando produtos são lançados em esgotos, outros jeitos de praticar o cuidado e o autocuidado, considerando
córregos e rios sem o devido tratamento. o bem-estar físico, mental e social, como fatores determinantes e
Medidas importantes devem ser tomadas, portanto pelos go- condicionantes da saúde.
vernos de todos os países, como o fortalecimento de pessoas trei- Em vista disso, ao Governo Federal, garantir a atenção integral
nadas para o estudo e a realização de ações minimizadoras destes à saúde através das práticas integrativas e complementares impli-
impactos, bem como a elaborações de Políticas Públicas e Leis que cou pensar - em conjunto com gestores de saúde, entidades de clas-
insiram e definam melhor as questões de saúde ambiental. se, conselhos, academia e usuários do SUS - uma política pública
permanente que considerasse não só os mecanismos naturais de
Práticas Integrativas e Complementares em Saúde prevenção de agravos e recuperação da saúde, mas a abordagem
ampliada do processo saúde-doença e a promoção global do cui-
O que são as Práticas Integrativas e Complementares (PICS)? dado humano.
As Práticas Integrativas e Complementares (PICS) são trata- A partir de então, à medida que os debates se aprofundavam
mentos que utilizam recursos terapêuticos baseados em conheci- acerca das dificuldades impostas à efetiva implementação desse
mentos tradicionais, voltados para prevenir diversas doenças como novo modelo de produzir saúde, o Departamento de Atenção Bási-
depressão e hipertensão. Em alguns casos, também podem ser usa- ca elaborava um documento normatizador para institucionalizar as
das como tratamentos paliativos em algumas doenças crônicas. experiências com essas práticas na rede pública e induzir políticas,
Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece, de for- programas e legislação nas três instâncias de governo.
ma integral e gratuita, 29 procedimentos de Práticas Integrativas Assim, sob um olhar atento e consensual e respaldado pelas
e Complementares (PICS) à população. Os atendimentos começam diretrizes da OMS , o Ministério da Saúde aprova, então, através da
na Atenção Básica, principal porta de entrada para o SUS. Portaria GM/MS no 971, de 3 de maio de 2006, a Política Nacional
Evidências científicas têm mostrado os benefícios do tratamen- de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PNPIC).
to integrado entre medicina convencional e práticas integrativas e
complementares. Além disso, há crescente número de profissionais Quais são as Práticas Integrativas e Complementares?
capacitados e habilitados e maior valorização dos conhecimentos Abaixo estão listadas as 29 Práticas Integrativas e Complemen-
tradicionais de onde se originam grande parte dessas práticas. tares oferecidas, de forma integral e gratuita, por meio do Sistema
Único de Saúde (SUS). Para ler a descrição de cada uma delas, basta
Onde tem Práticas Integrativas e Complementares (PICS)? clicar sobre o nome.
Considerando a atenção básica e os serviços de média e alta • 5 práticas incluídas em 2006: Acupuntura, Termalismo, Antro-
complexidade, existem atualmente 9.350 estabelecimentos de saú- posofia, Fitoterapia e Homeopatia.
de no país ofertando 56% dos atendimentos individuais e coletivos • 14 práticas incluídas em 2017: Ayurveda, Arteterapia, Bio-
em Práticas Integrativas e Complementares nos municípios brasi- dança, Meditação, Dança Circular, Musicoterapia, Naturopatia, Os-
leiros, compondo 8.239 (19%) estabelecimentos na Atenção Básica teopatia, Reiki, Yoga, Quiropraxia, Reflexologia, Shantala e Terapia
que ofertam PICS, distribuídos em 3.173 municípios. Comunitária Integrativa.
As Práticas Integrativas e Complementares estão presentes em • 10 práticas incluídas em 2018: Aromaterapia, Apiterapia,
quase 54% dos municípios brasileiros, distribuídos pelos 27 estados Constelação Familiar, Cromoterapia, Geoterapia, Ozonioterapia, Im-
e Distrito Federal e todas as capitais brasileiras. posição de Mãos, Terapia de Florais, Hipnoterapia e Bioenergética.

Brasil é referência mundial Como implantar as Práticas Integrativas e Complementares?


O Brasil é referência mundial na área de práticas integrativas e A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares
complementares na atenção básica. É uma modalidade que invete (PNPIC), publicada em 2006, instituiu no SUS abordagens de cuida-
em prevenção e promoção à saúde com o objetivo de evitar que as do integral à população por meio de outras práticas que envolvem
pessoas fiquem doentes. recursos terapêuticos diversos. Desde a implantação, o acesso dos
Além disso, quando necessário, as PICS também podem ser usuários tem crescido.
usadas para aliviar sintomas e tratar pessoas que já estão com al- A política traz diretrizes gerais para a incorporação das práticas
gum tipo de enfermidade. nos serviços e compete ao gestor municipal elaborar normas para
inserção da PNPIC na rede municipal de saúde. Os recursos para as
PICS integram o Piso da Atenção Básica (PAB) de cada município,
podendo o gestor local aplicá-los de acordo com sua prioridade.
Alguns tratamentos específicos, como acupuntura recebem outro
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POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

tipo de financiamento, que compõe o bloco de média e alta comple- Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares
xidade. Estados e municípios também podem instituir sua própria Em virtude da crescente demanda da população brasileira, por
política, considerando suas necessidades locais, sua rede e proces- meio das Conferências Nacionais de Saúde e das recomendações da
sos de trabalho. Organização Mundial da Saúde (OMS) aos Estados membros para
As práticas integrativas e complementares são ações de cuida- formulação de políticas visando a integração de sistemas médicos
do transversais, podendo ser realizadas na atenção básica, na mé- complexos e recursos terapêuticos (também chamados de Medi-
dia e alta complexidade. Não existe uma adesão à PNPIC: a política cina Tradicional e Complementar/Alternativa MT/MCA ou Práticas
traz diretrizes gerais para a incorporação das práticas nos diversos Integrativas e Complementares) aos Sistemas Oficiais de Saúde,
serviços. além da necessidade de normatização das experiências existentes
no SUS, o Ministério da Saúde aprovou a Política Nacional de Práti-
Compete ao gestor municipal elaborar normas técnicas para cas Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS, contemplando
inserção da PNPIC na rede municipal de Saúde e definir recursos as áreas de homeopatia, plantas medicinais e fitoterapia, medicina
orçamentários e financeiros para a implementação das práticas in- tradicional chinesa/acupuntura, medicina antroposófica e termalis-
tegrativas. Dessa maneira, é de competência exclusiva do município mo social – crenoterapia, promovendo a institucionalização destas
a contratação dos profissionais e a definição das práticas a serem práticas no Sistema Único de Saúde (SUS).
ofertadas.
Mesmo com todo avanço da PNPIC na última década, continua Objetivos
sendo condição fundamental para sua efetiva implantação, estimu- A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares
lar, nos territórios, espaços de fortalecimento do debate sobre as tem como objetivos:
práticas e trocar experiências com gestores de outros municípios/ 1. Incorporar e implementar as Práticas Integrativas e Com-
estados que tenham as PICS ofertadas pelo SUS. plementares no SUS, na perspectiva da prevenção de agravos e da
Na Atenção Básica, o pagamento é realizado pelo piso da aten- promoção e recuperação da saúde, com ênfase na atenção básica,
ção básica (PAB) fixo (per capita), ou por PAB variável, que corres- voltada ao cuidado continuado, humanizado e integral em saúde.
ponde ao pagamento por equipes de saúde da família, agentes 2. Contribuir ao aumento da resolubilidade do Sistema e am-
comunitários e núcleos de saúde da família, ou ainda o programa pliação do acesso à PNPIC, garantindo qualidade, eficácia, eficiência
de melhoria do acesso e da qualidade (PMAQ). Dessa forma, os pro- e segurança no uso.
cedimentos ofertados através da Portaria nº145/2017 estão dentro 3. Promover a racionalização das ações de saúde, estimulando
do financiamento do PAB e não geram recursos por produção. Al- alternativas inovadoras e socialmente contributivas ao desenvolvi-
guns outros, específicos, são financiados pelo bloco da Média e Alta mento sustentável de comunidades.
Complexidade 4. Estimular as ações referentes ao controle/participação so-
cial, promovendo o envolvimento responsável e continuado dos
Cooperação Brasil e México usuários, gestores e trabalhadores nas diferentes instâncias de efe-
A institucionalização das Práticas Integrativas e Complementa- tivação das políticas de saúde.
res no SUS pela Política Nacional de Práticas Integrativas (PNPIC)
ampliou o acesso a serviços e produtos antes restritos à área priva- Diretrizes
da, assim como trouxe o desafio de integrar saberes e práticas nas
diversas áreas do conhecimento para desenvolvimento de projetos Entre suas diretrizes, destacam-se:
humanizados, integrais e transdisciplinares. Neste aspecto, a PNPIC 1. Estruturação e fortalecimento da atenção em PIC no SUS.
contempla, entre suas diretrizes, a promoção de cooperação nacio- 2. Desenvolvimento de estratégias de qualificação em PIC para
nal e internacional para troca de experiências nos campos da aten- profissionais o SUS, em conformidade com os princípios e diretrizes
ção, da educação permanente e da pesquisa em saúde. estabelecidos para educação permanente.
Assim, firmou-se, em 2009, o projeto de cooperação Brasil/ 3. Divulgação e informação dos conhecimentos básicos da PIC
México para intercâmbio de experiências sobre PICs e competên- para profissionais de saúde, gestores e usuários do SUS, consideran-
cia intercultural na oferta de serviços de saúde. Entre as atividades do as metodologias participativas e o saber popular e tradicional.
realizadas destacam-se a missão técnica brasileira ao México para 4. Estímulo às ações intersetoriais, buscando parcerias que pro-
troca de experiências, o curso à distância sobre “Competência In- piciem o desenvolvimento integral das ações.
tercultural na oferta de serviços de saúde”, além do seminário de 5. Fortalecimento da participação social.
capacitação presencial sobre competência intercultural, promovido 6. Provimento do acesso a medicamentos homeopáticos e fi-
pelo DAB, com a presença dos representantes mexicanos. toterápicos na perspectiva da ampliação da produção pública, as-
Na consolidação da cooperação, levantou-se a necessidade de segurando as especificidades da assistência farmacêutica nestes
aprofundamento e intercâmbio junto às áreas de Saúde da Mulher, âmbitos na regulamentação sanitária.
Humanização, Alimentação e Nutrição e Saúde do Homem além de 7. Garantia do acesso aos demais insumos estratégicos da
conhecer mais profundamente as experiências locais, municipais PNPIC, com qualidade e segurança das ações.
ou estaduais, sobre a inserção e ofertas das PICs no SUS. Diante dis- 8. Incentivo à pesquisa em PIC com vistas ao aprimoramento da
so, em 2011 teve início a pactuação de novo termo de cooperação atenção à saúde, avaliando eficiência, eficácia, efetividade e segu-
incluindo as áreas demandadas. rança dos cuidados prestados.
9. Desenvolvimento de ações de acompanhamento e avaliação
da PIC, para instrumentalização de processos de gestão.

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10. Promoção de cooperação nacional e internacional das ex- ANEXO I


periências da PIC nos campos da atenção, da educação permanente PACTO PELA SAÚDE 2006
e da pesquisa em saúde. CONSOLIDAÇÃO DO SUS
11. Garantia do monitoramento da qualidade dos fitoterápicos
pelo Sistema Nacional de Vigilância Sanitária. O Sistema Único de Saúde - SUS é uma política pública que aca-
ba de completar uma década e meia de existência. Nesses poucos
anos, foi construído no Brasil, um sólido sistema de saúde que pres-
PACTO PELA SAÚDE ta bons serviços à população brasileira.
O SUS tem uma rede de mais de 63 mil unidades ambulato-
riais e de cerca de 6 mil unidades hospitalares, com mais de 440
PORTARIA Nº 399, DE 22 DE FEVEREIRO DE 2006 mil leitos. Sua produção anual é aproximadamente de 12 milhões
de internações hospitalares; 1 bilhão de procedimentos de atenção
Divulga o Pacto pela Saúde 2006 – Consolidação do SUS e apro- primária à saúde; 150 milhões de consultas médicas; 2 milhões de
va as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto. partos; 300 milhões de exames laboratoriais; 132 milhões de aten-
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, INTERINO, no uso de suas dimentos de alta complexidade e 14 mil transplantes de órgãos.
atribuições, e Além de ser o segundo país do mundo em número de transplan-
Considerando o disposto no art. 198 da Constituição Federal tes, o Brasil é reconhecido internacionalmente pelo seu progresso
de 1988, que estabelece as ações e serviços públicos que integram no atendimento universal às Doenças Sexualmente Transmissíveis/
uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem o Sistema AIDS, na implementação do Programa Nacional de Imunização e no
Único de Saúde - SUS; atendimento relativo à Atenção Básica. O SUS é avaliado positiva-
Considerando o art. 7º da Lei nº 8080/90 dos princípios e dire- mente pelos que o utilizam rotineiramente e está presente em todo
trizes do SUS de universalidade do acesso, integralidade da atenção território nacional.
e descentralização político-administrativa com direção única em Ao longo de sua história houve muitos avanços e também desa-
cada esfera de governo; fios permanentes a superar. Isso tem exigido, dos gestores do SUS,
Considerando a necessidade de qualificar e implementar o um movimento constante de mudanças, pela via das reformas in-
processo de descentralização, organização e gestão do SUS à luz da crementais. Contudo, esse modelo parece ter se esgotado, de um
evolução do processo de pactuação intergestores; lado, pela dificuldade de imporem-se normas gerais a um país tão
Considerando a necessidade do aprimoramento do processo grande e desigual; de outro, pela sua fixação em conteúdos norma-
de pactuação intergestores objetivando a qualificação, o aperfeiço- tivos de caráter técnico-processual, tratados, em geral, com deta-
amento e a definição das responsabilidades sanitárias e de gestão lhamento excessivo e enorme complexidade.
entre os entes federados no âmbito do SUS; Na perspectiva de superar as dificuldades apontadas, os gesto-
Considerando a necessidade de definição de compromisso en- res do SUS assumem o compromisso público da construção do PAC-
tre os gestores do SUS em torno de prioridades que apresentem TO PELA SAÚDE 2006, que será anualmente revisado, com base nos
impacto sobre a situação de saúde da população brasileira; princípios constitucionais do SUS, ênfase nas necessidades de saú-
Considerando o compromisso com a consolidação e o avanço de da população e que implicará o exercício simultâneo de defini-
do processo de Reforma Sanitária Brasileira, explicitada na defesa ção de prioridades articuladas e integradas nos três componentes:
dos princípios do SUS; Pacto pela Vida, Pacto em Defesa do SUS e Pacto de Gestão do SUS.
Considerando a aprovação das Diretrizes Operacionais do Pac- Estas prioridades são expressas em objetivos e metas no Termo
to pela Saúde em 2006 – Consolidação do SUS na reunião da Comis- de Compromisso de Gestão e estão detalhadas no documento Dire-
são Intergestores Tripartite realizada no dia 26 de janeiro de 2006; e trizes Operacionais do Pacto pela Saúde 2006
Considerando a aprovação das Diretrizes Operacionais do Pac-
to pela Saúde em 2006 – Consolidação do SUS, na reunião do Con- I – O PACTO PELA VIDA:
selho Nacional de Saúde realizada no dia 9 de fevereiro de 2006,
resolve: O Pacto pela Vida está constituído por um conjunto de compro-
Art. 1º - Dar divulgação ao Pacto pela Saúde 2006 – Consolida- missos sanitários, expressos em objetivos de processos e resultados
ção do SUS, na forma do Anexo I a esta portaria. e derivados da análise da situação de saúde do País e das priorida-
Art 2º - Aprovar as Diretrizes Operacionais do Pacto pela Saúde des definidas pelos governos federal, estaduais e municipais.
em 2006 – Consolidação do SUS com seus três componentes: Pac- Significa uma ação prioritária no campo da saúde que deverá
tos Pela Vida, em Defesa do SUS e de Gestão, na forma do Anexo II ser executada com foco em resultados e com a explicitação inequí-
a esta Portaria. voca dos compromissos orçamentários e financeiros para o alcance
Art. 3º - Ficam mantidas, até a assinatura do Termo de Com- desses resultados.
promisso de Gestão constante nas Diretrizes Operacionais do Pacto As prioridades do PACTO PELA VIDA e seus objetivos para 2006
pela Saúde 2006, as mesmas prerrogativas e responsabilidades dos são:
municípios e estados que estão habilitados em Gestão Plena do Sis- SAÚDE DO IDOSO:
tema, conforme estabelecido na Norma Operacional Básica - NOB Implantar a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, bus-
SUS 01/96 e na Norma Operacional da Assistência à Saúde - NOAS cando a atenção integral.
SUS 2002. CÂNCER DE COLO DE ÚTERO E DE MAMA:
Art. 4º - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação. Contribuir para a redução da mortalidade por câncer de colo
JOSÉ AGENOR ÁLVARES DA SILVA do útero e de mama.
MORTALIDADE INFANTIL E MATERNA:
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POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

Reduzir a mortalidade materna, infantil neonatal, infantil por Esse Pacto radicaliza a descentralização de atribuições do Mi-
doença diarréica e por pneumonias. nistério da Saúde para os estados, e para os municípios, promo-
DOENÇAS EMERGENTES E ENDEMIAS, COM ÊNFASE NA DEN- vendo um choque de descentralização, acompanhado da desburo-
GUE, HANSENÍASE, TUBERCULOSE, MALÁRIA E INFLUENZA cratização dos processos normativos. Reforça a territorialização da
Fortalecer a capacidade de resposta do sistema de saúde às saúde como base para organização dos sistemas, estruturando as
doenças emergentes e endemias. regiões sanitárias e instituindo colegiados de gestão regional.
PROMOÇÃO DA SAÚDE: Reitera a importância da participação e do controle social com
Elaborar e implantar a Política Nacional de Promoção da Saúde, o compromisso de apoio à sua qualificação.
com ênfase na adoção de hábitos saudáveis por parte da população Explicita as diretrizes para o sistema de financiamento público
brasileira, de forma a internalizar a responsabilidade individual da tripartite: busca critérios de alocação eqüitativa dos recursos; refor-
prática de atividade física regula,r alimentação saudável e combate ça os mecanismos de transferência fundo a fundo entre gestores;
ao tabagismo. integra em grandes blocos o financiamento federal e estabelece re-
ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE lações contratuais entre os entes federativos.
Consolidar e qualificar a estratégia da Saúde da Família como As prioridades do Pacto de Gestão são:
modelo de atenção básica à saúde e como centro ordenador das DEFINIR DE FORMA INEQUÍVOCA A RESPONSABILIDADE SANI-
redes de atenção à saúde do SUS. TÁRIA DE CADA INSTÂNCIA GESTORA DO SUS: federal, estadual e
municipal, superando o atual processo de habilitação.
II – O PACTO EM DEFESA DO SUS: ESTABELECER AS DIRETRIZES PARA A GESTÃO DO SUS, com ên-
fase na Descentralização; Regionalização; Financiamento; Progra-
O Pacto em Defesa do SUS envolve ações concretas e articula- mação Pactuada e Integrada; Regulação; Participação e Controle
das pelas três instâncias federativas no sentido de reforçar o SUS Social; Planejamento; Gestão do Trabalho e Educação na Saúde.
como política de Estado mais do que política de governos; e de de- Este PACTO PELA SAÚDE 2006 aprovado pelos gestores do SUS
fender, vigorosamente, os princípios basilares dessa política públi- na reunião da Comissão Intergestores Tripartite do dia 26 de janeiro
ca, inscritos na Constituição Federal. de 2006, é abaixo assinado pelo Ministro da Saúde, o Presidente do
A concretização desse Pacto passa por um movimento de re- Conselho Nacional de Secretários de Saúde - CONASS e o Presidente
politização da saúde, com uma clara estratégia de mobilização so- do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde - CONA-
cial envolvendo o conjunto da sociedade brasileira, extrapolando SEMS e será operacionalizado por meio do documento de Diretrizes
os limites do setor e vinculada ao processo de instituição da saúde Operacionais do Pacto pela Saúde 2006.
como direito de cidadania, tendo o financiamento público da saúde Ministério da Saúde
como um dos pontos centrais. Conselho Nacional de Secretários de Saúde-CONASS
As prioridades do Pacto em Defesa do SUS são: Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde-CONA-
IMPLEMENTAR UM PROJETO PERMANENTE DE MOBILIZAÇÃO SEMS
SOCIAL COM A FINALIDADE DE:
Mostrar a saúde como direito de cidadania e o SUS como siste- ANEXO II
ma público universal garantidor desses direitos; DIRETRIZES OPERACIONAIS DO PACTO PELA SAÚDE EM 2006
Alcançar, no curto prazo, a regulamentação da Emenda Consti- – CONSOLIDAÇÃO DO SUS
tucional nº 29, pelo Congresso Nacional;
Garantir, no longo prazo, o incremento dos recursos orçamen- Transcorridas quase duas décadas do processo de instituciona-
tários e financeiros para a saúde. lização do Sistema Único de Saúde, a sua implantação e implemen-
Aprovar o orçamento do SUS, composto pelos orçamentos das tação evoluíram muito, especialmente em relação aos processos de
três esferas de gestão, explicitando o compromisso de cada uma descentralização e municipalização das ações e serviços de saúde.
delas. O processo de descentralização ampliou o contato do Sistema com
ELABORAR E DIVULGAR A CARTA DOS DIREITOS DOS USUÁRIOS a realidade social, política e administrativa do país e com suas es-
DO SUS pecificidades regionais, tornando-se mais complexo e colocando os
gestores a frente de desafios que busquem superar a fragmentação
III – O PACTO DE GESTÃO DO SUS das políticas e programas de saúde através da organização de uma
rede regionalizada e hierarquizada de ações e serviços e da qualifi-
O Pacto de Gestão estabelece as responsabilidades claras de cação da gestão.
cada ente federado de forma a diminuir as competências concor- Frente a esta necessidade, o Ministério da Saúde, o Conselho
rentes e a tornar mais claro quem deve fazer o quê, contribuindo, Nacional de Secretários de Saúde - CONASS e o Conselho Nacional
assim, para o fortalecimento da gestão compartilhada e solidária de Secretários Municipais de Saúde - CONASEMS, pactuaram res-
do SUS. ponsabilidades entre os três gestores do SUS, no campo da gestão
Esse Pacto parte de uma constatação indiscutível: o Brasil é um do Sistema e da atenção à saúde. O documento a seguir contem-
país continental e com muitas diferenças e iniqüidades regionais. pla o pacto firmado entre os três gestores do SUS a partir de uma
Mais do que definir diretrizes nacionais é necessário avançar na re- unidade de princípios que, guardando coerência com a diversidade
gionalização e descentralização do SUS, a partir de uma unidade de operativa, respeita as diferenças loco-regionais, agrega os pactos
princípios e uma diversidade operativa que respeite as singularida- anteriormente existentes, reforça a organização das regiões sanitá-
des regionais. rias instituindo mecanismos de co-gestão e planejamento regional,
fortalece os espaços e mecanismos de controle social, qualifica o
acesso da população a atenção integral à saúde, redefine os ins-
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POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

trumentos de regulação, programação e avaliação, valoriza a macro Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa - Instrumento de cida-
função de cooperação técnica entre os gestores e propõe um finan- dania com informações relevantes sobre a saúde da pessoa idosa,
ciamento tripartite que estimula critérios de equidade nas transfe- possibilitando um melhor acompanhamento por parte dos profis-
rências fundo a fundo. sionais de saúde.
A implantação desse Pacto, nas suas três dimensões - Pacto Manual de Atenção Básica e Saúde para a Pessoa Idosa - Para
pela Vida, Pacto de Gestão e Pacto em Defesa do SUS - possibilita a indução de ações de saúde, tendo por referência as diretrizes conti-
efetivação de acordos entre as três esferas de gestão do SUS para das na Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa.
a reforma de aspectos institucionais vigentes, promovendo inova- Programa de Educação Permanente à Distância - Implementar
ções nos processos e instrumentos de gestão que visam alcançar programa de educação permanente na área do envelhecimento e
maior efetividade, eficiência e qualidade de suas respostas e ao saúde do idoso, voltado para profissionais que trabalham na rede
mesmo tempo, redefine responsabilidades coletivas por resultados de atenção básica em saúde, contemplando os conteúdos específi-
sanitários em função das necessidades de saúde da população e na cos das repercussões do processo de envelhecimento populacional
busca da equidade social. para a saúde individual e para a gestão dos serviços de saúde.
Acolhimento - Reorganizar o processo de acolhimento à pessoa
I – PACTO PELA VIDA idosa nas unidades de saúde, como uma das estratégias de enfren-
tamento das dificuldades atuais de acesso.
O Pacto pela Vida é o compromisso entre os gestores do SUS Assistência Farmacêutica - Desenvolver ações que visem quali-
em torno de prioridades que apresentam impacto sobre a situação ficar a dispensação e o acesso da população idosa.
de saúde da população brasileira. Atenção Diferenciada na Internação - Instituir avaliação geri-
A definição de prioridades deve ser estabelecida através de átrica global realizada por equipe multidisciplinar, a toda pessoa
metas nacionais, estaduais, regionais ou municipais. Prioridades es- idosa internada em hospital que tenha aderido ao Programa de
taduais ou regionais podem ser agregadas às prioridades nacionais, Atenção Domiciliar.
conforme pactuação local. Atenção domiciliar – Instituir esta modalidade de prestação de
Os estados/região/município devem pactuar as ações necessá- serviços ao idoso, valorizando o efeito favorável do ambiente fami-
rias para o alcance das metas e dos objetivos propostos. liar no processo de recuperação de pacientes e os benefícios adicio-
São seis as prioridades pactuadas: nais para o cidadão e o sistema de saúde.
Saúde do idoso; B– CONTROLE DO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO E DE MAMA:
Controle do câncer de colo de útero e de mama; 1 - Objetivos e metas para o Controle do Câncer de Colo de
Redução da mortalidade infantil e materna; Útero:
Fortalecimento da capacidade de respostas às doenças emer- Cobertura de 80% para o exame preventivo do câncer do colo
gentes e endemias, com ênfase na dengue, hanseníase, tuberculo- de útero, conforme protocolo, em 2006.
se, malária e influenza; Incentivo da realização da cirurgia de alta freqüência técnica
Promoção da Saúde; que utiliza um instrumental especial para a retirada de lesões ou
Fortalecimento da Atenção Básica. parte do colo uterino comprometidas (com lesões intra-epiteliais
A – SAÚDE DO IDOSO de alto grau) com menor dano possível, que pode ser realizada em
Para efeitos desse Pacto será considerada idosa a pessoa com ambulatório, com pagamento diferenciado, em 2006.
60 anos ou mais. 2 – Metas para o Controle do Câncer de mama:
1 - O trabalho nesta área deve seguir as seguintes diretrizes: Ampliar para 60% a cobertura de mamografia, conforme pro-
Promoção do envelhecimento ativo e saudável; tocolo.
Atenção integral e integrada à saúde da pessoa idosa; Realizar a punção em 100% dos casos necessários, conforme
Estímulo às ações intersetoriais, visando à integralidade da protocolo.
atenção; C – REDUÇÃO DA MORTALIDADE MATERNA E INFANTIL:
A implantação de serviços de atenção domiciliar; 1 - Objetivos e metas para a redução da mortalidade infantil
O acolhimento preferencial em unidades de saúde, respeitado Reduzir a mortalidade neonatal em 5%, em 2006.
o critério de risco; Reduzir em 50% os óbitos por doença diarréica e 20% por
Provimento de recursos capazes de assegurar qualidade da pneumonia, em 2006.
atenção à saúde da pessoa idosa; Apoiar a elaboração de propostas de intervenção para a quali-
Fortalecimento da participação social; ficação da atenção as doenças prevalentes.
Formação e educação permanente dos profissionais de saúde Criação de comitês de vigilância do óbito em 80% dos municí-
do SUS na área de saúde da pessoa idosa; pios com população acima de 80.000 habitantes, em 2006.
Divulgação e informação sobre a Política Nacional de Saúde da 2 - Objetivos e metas para a redução da mortalidade materna
Pessoa Idosa para profissionais de saúde, gestores e usuários do Reduzir em 5% a razão de mortalidade materna, em 2006.
SUS; Garantir insumos e medicamentos para tratamento das síndro-
Promoção de cooperação nacional e internacional das experi- mes hipertensivas no parto.
ências na atenção à saúde da pessoa idosa; Qualificar os pontos de distribuição de sangue para que aten-
Apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas. dam as necessidades das maternidades e outros locais de parto.
2 - Ações estratégicas: D – FORTALECIMENTO DA CAPACIDADE DE RESPOSTAS ÀS DO-
ENÇAS EMERGENTES E ENDEMIAS, COM ÊNFASE NA DENGUE, HAN-
SENIASE, TUBERCULOSE, MALARIA E INFLUENZA.
Objetivos e metas para o Controle da Dengue
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POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

Plano de Contingência para atenção aos pacientes, elaborado e II - PACTO EM DEFESA DO SUS
implantado nos municípios prioritários, em 2006; A – DIRETRIZES
Reduzir a menos de 1% a infestação predial por Aedes aegypti O trabalho dos gestores das três esferas de governo e dos ou-
em 30% dos municípios prioritários ate 2006; tros atores envolvidos dentro deste Pacto deve considerar as se-
2 - Meta para a Eliminação da Hanseníase: guintes diretrizes:
Atingir o patamar de eliminação enquanto problema de saúde Expressar os compromissos entre os gestores do SUS com a
pública, ou seja, menos de 1 caso por 10.000 habitantes em todos consolidação da Reforma Sanitária Brasileira, explicitada na defesa
os municípios prioritários, em 2006. dos princípios do Sistema Único de Saúde estabelecidos na Consti-
3 - Metas para o Controle da Tuberculose: tuição Federal.
Atingir pelo menos 85% de cura de casos novos de tuberculose Desenvolver e articular ações, no seu âmbito de competência
bacilífera diagnosticados a cada ano; e em conjunto com os demais gestores, que visem qualificar e asse-
4- Meta para o Controle da Malária gurar o Sistema Único de Saúde como política pública.
Reduzir em 15% a Incidência Parasitária Anual, na região da 2 - O Pacto em Defesa do SUS deve se firmar através de inicia-
Amazônia Legal, em 2006; tivas que busquem:
5 – Objetivo para o controle da Influenza A repolitização da saúde, como um movimento que retoma a
Implantar plano de contingência, unidades sentinelas e o siste- Reforma Sanitária Brasileira aproximando-a dos desafios atuais do
ma de informação - SIVEP-GRIPE, em 2006. SUS;
E – PROMOÇÃO DA SAÚDE A Promoção da Cidadania como estratégia de mobilização so-
1 - Objetivos: cial tendo a questão da saúde como um direito;
Elaborar e implementar uma Política de Promoção da Saúde, A garantia de financiamento de acordo com as necessidades
de responsabilidade dos três gestores; do Sistema;
Enfatizar a mudança de comportamento da população brasilei- 3 – Ações do Pacto em Defesa do SUS:
ra de forma a internalizar a responsabilidade individual da prática As ações do Pacto em Defesa do SUS devem contemplar:
de atividade física regular, alimentação adequada e saudável e com- Articulação e apoio à mobilização social pela promoção e de-
bate ao tabagismo; senvolvimento da cidadania, tendo a questão da saúde como um
Articular e promover os diversos programas de promoção de direito;
atividade física já existentes e apoiar a criação de outros; Estabelecimento de diálogo com a sociedade, além dos limites
Promover medidas concretas pelo hábito da alimentação sau- institucionais do SUS;
dável; Ampliação e fortalecimento das relações com os movimentos
Elaborar e pactuar a Política Nacional de Promoção da Saúde sociais, em especial os que lutam pelos direitos da saúde e cida-
que contemple as especificidades próprias dos estados e municí- dania;
pios devendo iniciar sua implementação em 2006; Elaboração e publicação da Carta dos Direitos dos Usuários do
F – FORTALECIMENTO DA ATENÇÃO BÁSICA SUS;
1 - Objetivos Regulamentação da EC nº 29 pelo Congresso Nacional, com
Assumir a estratégia de saúde da família como estratégia prio- aprovação do PL nº 01/03, já aprovado e aprimorado em três co-
ritária para o fortalecimento da atenção básica, devendo seu desen- missões da Câmara dos Deputados;
volvimento considerar as diferenças loco-regionais. Aprovação do orçamento do SUS, composto pelos orçamen-
Desenvolver ações de qualificação dos profissionais da atenção tos das três esferas de gestão, explicitando o compromisso de cada
básica por meio de estratégias de educação permanente e de ofer- uma delas em ações e serviços de saúde de acordo com a Consti-
ta de cursos de especialização e residência multiprofissional e em tuição Federal.
medicina da família.
Consolidar e qualificar a estratégia de saúde da família nos pe- III - PACTO DE GESTÃO
quenos e médios municípios.
Ampliar e qualificar a estratégia de saúde da família nos gran- Estabelece Diretrizes para a gestão do sistema nos aspectos da
des centros urbanos. Descentralização; Regionalização; Financiamento; Planejamento;
Garantir a infra-estrutura necessária ao funcionamento das Programação Pactuada e Integrada – PPI; Regulação; Participação
Unidades Básicas de Saúde, dotando-as de recursos materiais, equi- Social e Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde.
pamentos e insumos suficientes para o conjunto de ações propos- DIRETRIZES PARA A GESTÃO DO SUS
tas para esses serviços. Premissas da descentralização
Garantir o financiamento da Atenção Básica como responsabi- Buscando aprofundar o processo de descentralização, com ên-
lidade das três esferas de gestão do SUS. fase numa descentralização compartilhada, são fixadas as seguintes
Aprimorar a inserção dos profissionais da Atenção Básica nas premissas, que devem orientar este processo:
redes locais de saúde, por meio de vínculos de trabalho que favore- Cabe ao Ministério da Saúde a proposição de políticas, partici-
çam o provimento e fixação dos profissionais. pação no co-financiamento, cooperação técnica, avaliação, regula-
Implantar o processo de monitoramento e avaliação da Aten- ção, controle e fiscalização, além da mediação de conflitos;
ção Básica nas três esferas de governo, com vistas à qualificação da Descentralização dos processos administrativos relativos à ges-
gestão descentralizada. tão para as Comissões Intergestores Bipartite;
Apoiar diferentes modos de organização e fortalecimento da
Atenção Básica que considere os princípios da estratégia de Saúde
da Família, respeitando as especificidades loco-regionais.
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a solução para o seu concurso!
POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

As Comissões Intergestores Bipartite são instâncias de pactua- Racionalizar os gastos e otimizar os recursos, possibilitando
ção e deliberação para a realização dos pactos intraestaduais e a de- ganho em escala nas ações e serviços de saúde de abrangência re-
finição de modelos organizacionais, a partir de diretrizes e normas gional.
pactuadas na Comissão Intergestores Tripartite; - Regiões de Saúde
As deliberações das Comissões Intergestores Bipartite e Tripar- As Regiões de Saúde são recortes territoriais inseridos em um
tite devem ser por consenso; espaço geográfico contínuo, identificadas pelos gestores municipais
A Comissão Intergestores Tripartite e o Ministério da Saúde e estaduais a partir de identidades culturais, econômicas e sociais,
promoverão e apoiarão processo de qualificação permanente para de redes de comunicação e infra-estrutura de transportes compar-
as Comissões Intergestores Bipartite; tilhados do território;
O detalhamento deste processo, no que se refere à descentra- A Região de Saúde deve organizar a rede de ações e serviços
lização de ações realizadas hoje pelo Ministério da Saúde, será ob- de saúde a fim de assegurar o cumprimento dos princípios consti-
jeto de portaria específica. tucionais de universalidade do acesso, eqüidade e integralidade do
Regionalização cuidado;
A Regionalização é uma diretriz do Sistema Único de Saúde e A organização da Região de Saúde deve favorecer a ação coo-
um eixo estruturante do Pacto de Gestão e deve orientar a descen- perativa e solidária entre os gestores e o fortalecimento do controle
tralização das ações e serviços de saúde e os processos de negocia- social;
ção e pactuação entre os gestores. Para a constituição de uma rede de atenção à saúde regionali-
Os principais instrumentos de planejamento da Regionalização zada em uma determinada região, é necessário a pactuação entre
são o Plano Diretor de Regionalização – PDR, o Plano Diretor de In- todos os gestores envolvidos, do conjunto de responsabilidades
vestimento – PDI e a Programação Pactuada e Integrada da Atenção não compartilhadas e das ações complementares;
em Saúde – PPI, detalhados no corpo deste documento. O conjunto de responsabilidades não compartilhadas se refere
O PDR deverá expressar o desenho final do processo de identi- à atenção básica e às ações básicas de vigilância em saúde, que de-
ficação e reconhecimento das regiões de saúde, em suas diferentes verão ser assumidas por cada município;
formas, em cada estado e no Distrito Federal, objetivando a garan- As ações complementares e os meios necessários para viabili-
tia do acesso, a promoção da equidade, a garantia da integralidade zá-las deverão ser compartilhados e integrados a fim de garantir a
da atenção, a qualificação do processo de descentralização e a ra- resolutividade e a integralidade de acesso;
cionalização de gastos e otimização de recursos. Os estados e a união devem apoiar os municípios para que es-
Para auxiliar na função de coordenação do processo de regio- tes assumam o conjunto de responsabilidades;
nalização, o PDR deverá conter os desenhos das redes regionaliza- O corte no nível assistencial para delimitação de uma Região de
das de atenção à saúde, organizadas dentro dos territórios das re- Saúde deve estabelecer critérios que propiciem certo grau de reso-
giões e macrorregiões de saúde, em articulação com o processo da lutividade àquele território, como suficiência em atenção básica e
Programação Pactuada Integrada. parte da média complexidade;
O PDI deve expressar os recursos de investimentos para aten- Quando a suficiência em atenção básica e parte da média com-
der as necessidades pactuadas no processo de planejamento re- plexidade não forem alcançadas deverá ser considerada no planeja-
gional e estadual. No âmbito regional deve refletir as necessidades mento regional a estratégia para o seu estabelecimento, junto com
para se alcançar a suficiência na atenção básica e parte da média a definição dos investimentos, quando necessário;
complexidade da assistência, conforme desenho regional e na ma- O planejamento regional deve considerar os parâmetros de
crorregião no que se refere à alta complexidade. Deve contemplar incorporação tecnológica que compatibilizem economia de escala
também as necessidades da área da vigilância em saúde e ser de- com eqüidade no acesso;
senvolvido de forma articulada com o processo da PPI e do PDR. Para garantir a atenção na alta complexidade e em parte da
2.1- Objetivos da Regionalização: média, as Regiões devem pactuar entre si arranjos inter-regionais,
Garantir acesso, resolutividade e qualidade às ações e serviços com agregação de mais de uma Região em uma macrorregião;
de saúde cuja complexidade e contingente populacional transcenda O ponto de corte da média complexidade que deve estar na
a escala local/municipal; Região ou na macrorregião deve ser pactuado na CIB, a partir da re-
Garantir o direito à saúde, reduzir desigualdades sociais e ter- alidade de cada estado. Em alguns estados com mais adensamento
ritoriais e promover a eqüidade, ampliando a visão nacional dos tecnológico, a alta complexidade pode estar contemplada dentro
problemas, associada à capacidade de diagnóstico e decisão loco- de uma Região.
-regional, que possibilite os meios adequados para a redução das As regiões podem ter os seguintes formatos:
desigualdades no acesso às ações e serviços de saúde existentes Regiões intraestaduais, compostas por mais de um município,
no país; dentro de um mesmo estado;
Garantir a integralidade na atenção a saúde, ampliando o con- Regiões Intramunicipais, organizadas dentro de um mesmo
ceito de cuidado à saúde no processo de reordenamento das ações município de grande extensão territorial e densidade populacional;
de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação com garantia Regiões Interestaduais, conformadas a partir de municípios li-
de acesso a todos os níveis de complexidade do sistema; mítrofes em diferentes estados;
Potencializar o processo de descentralização, fortalecendo es- Regiões Fronteiriças, conformadas a partir de municípios limí-
tados e municípios para exercerem papel de gestores e para que trofes com países vizinhos.
as demandas dos diferentes interesses loco-regionais possam ser Nos casos de regiões fronteiriças o Ministério da Saúde deve
organizadas e expressadas na região; envidar esforços no sentido de promover articulação entre os paí-
ses e órgãos envolvidos, na perspectiva de implementação do siste-

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a solução para o seu concurso!
POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

ma de saúde e conseqüente organização da atenção nos municípios O desenho considera os parâmetros de incorporação tecno-
fronteiriços, coordenando e fomentando a constituição dessas Re- lógica que compatibilizem economia de escala com eqüidade no
giões e participando do colegiado de gestão regional. acesso.
- Mecanismos de Gestão Regional O desenho garante a integralidade da atenção e para isso as
Para qualificar o processo de regionalização, buscando a garan- Regiões devem pactuar entre si arranjos inter-regionais, se neces-
tia e o aprimoramento dos princípios do SUS, os gestores de saúde sário com agregação de mais de uma região em uma macrorregião;
da Região deverão constituir um espaço permanente de pactuação o ponto de corte de média e alta-complexidade na região ou na
e co-gestão solidária e cooperativa através de um Colegiado de Ges- macroregião deve ser pactuado na CIB, a partir da realidade de cada
tão Regional. A denominação e o funcionamento do Colegiado de- estado.
vem ser acordados na CIB; - Constituição, Organização e Funcionamento do Colegiado de
O Colegiado de Gestão Regional se constitui num espaço de de- Gestão Regional:
cisão através da identificação, definição de prioridades e de pactu- A constituição do colegiado de gestão regional deve assegurar
ação de soluções para a organização de uma rede regional de ações a presença de todos os gestores de saúde dos municípios que com-
e serviços de atenção à saúde, integrada e resolutiva; põem a Região e da representação estadual.
O Colegiado deve ser formado pelos gestores municipais de Nas CIB regionais constituídas por representação, quando não
saúde do conjunto de municípios e por representantes do(s) ges- for possível a imediata incorporação de todos os gestores de saúde
tor(es) estadual(ais), sendo as suas decisões sempre por consenso, dos municípios da Região de saúde, deve ser pactuado um crono-
pressupondo o envolvimento e comprometimento do conjunto de grama de adequação, com o menor prazo possível, para a inclusão
gestores com os compromissos pactuados. de todos os gestores nos respectivos colegiados de gestão regio-
Nos casos onde as CIB regionais estão constituídas por repre- nais;
sentação e não for possível a imediata incorporação de todos os Constituir uma estrutura de apoio ao colegiado, através de câ-
municípios da Região de Saúde deve ser pactuado um cronograma mara técnica e eventualmente, grupos de trabalho formados com
de adequação, no menor prazo possível, para a inclusão de todos os técnicos dos municípios e do estado;
municípios nos respectivos colegiados regionais. Estabelecer uma agenda regular de reuniões;
O Colegiado deve instituir processo de planejamento regional, O funcionamento do Colegiado deve ser organizado de modo a
que defina as prioridades, as responsabilidades de cada ente, as ba- exercer as funções de:
ses para a programação pactuada integrada da atenção a saúde, o Instituir um processo dinâmico de planejamento regional
desenho do processo regulatório, as estratégias de qualificação do Atualizar e acompanhar a programação pactuada integrada de
controle social, as linhas de investimento e o apoio para o processo atenção em saúde
de planejamento local. Desenhar o processo regulatório, com definição de fluxos e
O planejamento regional, mais que uma exigência formal, de- protocolos
verá expressar as responsabilidades dos gestores com a saúde da Priorizar linhas de investimento
população do território e o conjunto de objetivos e ações que con- Estimular estratégias de qualificação do controle social
tribuirão para a garantia do acesso e da integralidade da atenção, Apoiar o processo de planejamento local
devendo as prioridades e responsabilidades definidas regionalmen- Constituir um processo dinâmico de avaliação e monitoramen-
te estar refletidas no plano de saúde de cada município e do estado; to regional
Os colegiados de gestão regional deverão ser apoiados através - Reconhecimento das Regiões
de câmaras técnicas permanentes que subsidiarão com informa- As Regiões Intramunicipais deverão ser reconhecidas como tal,
ções e análises relevantes. não precisando ser homologadas pelas Comissões Intergestores.
- Etapas do Processo de Construção da Regionalização As Regiões Intraestaduais deverão ser reconhecidas nas Comis-
- Critérios para a composição da Região de Saúde, expressa no sões Intergestores Bipartite e encaminhadas para conhecimento e
PDR: acompanhamento do MS.
Contigüidade entre os municípios; As Regiões Interestaduais deverão ser reconhecidas nas res-
Respeito à identidade expressa no cotidiano social, econômico pectivas Comissões Intergestores Bipartite e encaminhadas para
e cultural; homologação da Comissão Intergestores Tripartite.
Existência de infra-estrutura de transportes e de redes de co- As Regiões Fronteiriças deverão ser reconhecidas nas respecti-
municação, que permita o trânsito das pessoas entre os municípios; vas Comissões Intergestores Bipartite e encaminhadas para homo-
Existência de fluxos assistenciais que devem ser alterados, se logação na Comissão Intergestores Tripartite.
necessário, para a organização da rede de atenção à saúde; O desenho das Regiões intra e interestaduais deve ser subme-
Considerar a rede de ações e serviços de saúde, onde: tida a aprovação pelos respectivos Conselhos Estaduais de Saúde.
Todos os municípios se responsabilizam pela atenção básica e Financiamento do Sistema Único de Saúde
pelas ações básicas de vigilância em saúde; 3.1 - São princípios gerais do financiamento para o Sistema Úni-
O desenho da região propicia relativo grau de resolutividade co de Saúde:
àquele território, como a suficiência em Atenção Básica e parte da Responsabilidade das três esferas de gestão – União, Estados e
Média Complexidade. Municípios pelo financiamento do Sistema Único de Saúde;
A suficiência está estabelecida ou a estratégia para alcançá-la Redução das iniqüidades macrorregionais, estaduais e regio-
está explicitada no planejamento regional, contendo, se necessário, nais, a ser contemplada na metodologia de alocação de recursos,
a definição dos investimentos. considerando também as dimensões étnico-racial e social;
Repasse fundo a fundo, definido como modalidade preferen-
cial de transferência de recursos entre os gestores;
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a solução para o seu concurso!
POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

Financiamento de custeio com recursos federais constituído, Os recursos destinados ao custeio dos procedimentos pagos
organizados e transferidos em blocos de recursos; atualmente através do Fundo de Ações Estratégicas e Compensa-
O uso dos recursos federais para o custeio fica restrito a cada ção – FAEC serão incorporados ao Limite Financeiro de cada Esta-
bloco, atendendo as especificidades previstas nos mesmos, confor- do, Município e do Distrito Federal, conforme pactuação entre os
me regulamentação específica; gestores.
As bases de cálculo que formam cada Bloco e os montantes fi- O Fundo de Ações Estratégicas e Compensação – FAEC se des-
nanceiros destinados para os Estados, Municípios e Distrito Federal tina, assim, ao custeio de procedimentos, conforme detalhado a
devem compor memórias de cálculo, para fins de histórico e moni- seguir:
toramento. Procedimentos regulados pela CNRAC – Central Nacional de
- Os blocos de financiamento para o custeio são: Regulação da Alta Complexidade;
Atenção básica Transplantes;
Atenção de média e alta complexidade Ações Estratégicas Emergenciais, de caráter temporário, imple-
Vigilância em Saúde mentadas com prazo pré-definido;
Assistência Farmacêutica Novos procedimentos: cobertura financeira de aproximada-
Gestão do SUS mente seis meses, quando da inclusão de novos procedimentos,
Bloco de financiamento para a Atenção Básica sem correlação à tabela vigente, até a formação de série histórica
O financiamento da Atenção Básica é de responsabilidade das para a devida agregação ao MAC.
três esferas de gestão do SUS, sendo que os recursos federais com- c) Bloco de financiamento para a Vigilância em Saúde
porão o Bloco Financeiro da Atenção Básica dividido em dois com- Os recursos financeiros correspondentes às ações de Vigilân-
ponentes: Piso da Atenção Básica e Piso da Atenção Básica Variável cia em Saúde comporão o Limite Financeiro de Vigilância em Saú-
e seus valores serão estabelecidos em Portaria específica, com me- de dos Estados, Municípios e do Distrito Federal e representam o
mórias de cálculo anexas. agrupamento das ações da Vigilância Epidemiológica, Ambiental e
O Piso de Atenção Básica - PAB consiste em um montante de Sanitária;
recursos financeiros, que agregam as estratégias destinadas ao cus- O Limite Financeiro da Vigilância em Saúde é composto por
teio de ações de atenção básica à saúde; dois componentes: da Vigilância Epidemiológica e Ambiental em
Os recursos financeiros do PAB serão transferidos mensalmen- Saúde e o componente da Vigilância Sanitária em Saúde;
te, de forma regular e automática, do Fundo Nacional de Saúde aos O financiamento para as ações de vigilância sanitária deve
Fundos de Saúde dos Municípios e do Distrito Federal. consolidar a reversão do modelo de pagamento por procedimen-
O Piso da Atenção Básica Variável - PAB Variável consiste em um to, oferecendo cobertura para o custeio de ações coletivas visando
montante financeiro destinado ao custeio de estratégias específicas garantir o controle de riscos sanitários inerentes ao objeto de ação,
desenvolvidas no âmbito da Atenção Básica em Saúde. avançando em ações de regulação, controle e avaliação de produtos
O PAB Variável passa a ser composto pelo financiamento das e serviços associados ao conjunto das atividades.
seguintes estratégias: O Limite Financeiro de Vigilância em Saúde será transferido
Saúde da Família; em parcelas mensais e o valor da transferência mensal para cada
Agentes Comunitários de Saúde; um dos Estados, Municípios e Distrito Federal, bem como o Limite
Saúde Bucal; Financeiro respectivo será estabelecido em Portaria específica e de-
Compensação de especificidades regionais talhará os diferentes componentes que o formam, com memórias
Fator de incentivo da Atenção Básica aos Povos Indígenas de cálculo anexas.
Incentivo à Saúde no Sistema Penitenciário Comporão ainda, o bloco do financiamento da Vigilância em
Os recursos do PAB Variável serão transferidos ao Município Saúde – Sub-bloco Vigilância Epidemiológica, os recursos que se
que aderir e implementar as estratégias específicas a que se destina destinam às seguintes finalidades, com repasses específicos:
e a utilização desses recursos deve estar definida no Plano Munici- Fortalecimento da Gestão da Vigilância em Saúde em Estados e
pal de Saúde; Municípios (VIGISUS II)
O PAB Variável da Assistência Farmacêutica e da Vigilância em Campanhas de Vacinação
Saúde passam a compor os seus Blocos de Financiamento respec- Incentivo do Programa DST/AIDS
tivos. Os recursos alocados tratados pela Portaria MS/GM nº
Compensação de Especificidades Regionais é um montante fi- 1349/2002, deverão ser incorporados ao Limite Financeiro de Vigi-
nanceiro igual a 5% do valor mínimo do PAB fixo multiplicado pela lância em Saúde do Município quando o mesmo comprovar a efeti-
população do Estado, para que as CIBs definam a utilização do re- va contratação dos agentes de campo.
curso de acordo com as especificidades estaduais, podendo incluir No Componente da Vigilância Sanitária, os recursos do Termo
sazonalidade, migrações, dificuldade de fixação de profissionais, de Ajuste e Metas – TAM, destinados e não transferidos aos estados
IDH, indicadores de resultados. Os critérios definidos devem ser in- e municípios, nos casos de existência de saldo superior a 40% dos
formados ao plenário da CIT. recursos repassados no período de um semestre, constituem um
b) Bloco de financiamento para a Atenção de Média e Alta Fundo de Compensação em VISA, administrado pela ANVISA e des-
Complexidade tinado ao financiamento de gestão e descentralização da Vigilância
Os recursos correspondentes ao financiamento dos procedi- Sanitária.
mentos relativos à média e alta complexidade em saúde compõem Em Estados onde o valor per cápita que compõe o TAM não
o Limite Financeiro da Média e Alta Complexidade Ambulatorial e atinge o teto orçamentário mínimo daquele Estado, a União asse-
Hospitalar do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios. gurará recurso financeiro para compor o Piso Estadual de Vigilância
Sanitária – PEVISA.
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a solução para o seu concurso!
POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

d) Bloco de financiamento para a Assistência Farmacêutica Definição de critérios para inclusão e exclusão de medicamen-
A Assistência Farmacêutica será financiada pelos três gestores tos e CID na Tabela de Procedimentos, com base nos protocolos
do SUS devendo agregar a aquisição de medicamentos e insumos e clínicos e nas diretrizes terapêuticas.
a organização das ações de assistência farmacêutica necessárias, de Definição de percentual para o co-financiamento entre gestor
acordo com a organização de serviços de saúde. federal e gestor estadual;
O Bloco de financiamento da Assistência Farmacêutica se orga- Revisão periódica de valores da tabela;
niza em três componentes: Básico, Estratégico e Medicamentos de Forma de aquisição e execução financeira, considerando-se os
Dispensação Excepcional. princípios da descentralização e economia de escala.
O Componente Básico da Assistência Farmacêutica consiste em e) Bloco de financiamento para a Gestão do Sistema Único de
financiamento para ações de assistência farmacêutica na atenção Saúde
básica em saúde e para agravos e programas de saúde específicos, O financiamento para a gestão destina-se ao custeio de ações
inseridos na rede de cuidados da atenção básica, sendo de respon- específicas relacionadas com a organização dos serviços de saúde,
sabilidade dos três gestores do SUS. acesso da população e aplicação dos recursos financeiros do SUS.
O Componente Básico é composto de uma Parte Fixa e de uma O financiamento deverá apoiar iniciativas de fortalecimento da
Parte Variável, sendo: gestão, sendo composto pelos seguintes sub-blocos:
Parte Fixa: valor com base per capita para ações de assistência Regulação, controle, avaliação e auditoria
farmacêutica para a Atenção Básica, transferido Municípios, Distrito Planejamento e Orçamento
Federal e Estados, conforme pactuação nas CIB e com contrapartida Programação
financeira dos estados e dos municípios. Regionalização
Parte Variável: valor com base per capita para ações de assis- Participação e Controle Social
tência farmacêutica dos Programas de Hipertensão e Diabetes, ex- Gestão do Trabalho
ceto insulina; Asma e Rinite; Saúde Mental; Saúde da Mulher; Ali- Educação em Saúde
mentação e Nutrição e Combate ao Tabagismo. Incentivo à Implementação de políticas específicas
A parte variável do Componente Básico será transferida ao mu- Os recursos referentes a este Bloco serão transferidos fundo a
nicípio ou estado, conforme pactuação na CIB, à medida que este fundo e regulamentados por portaria específica.
implementa e organiza os serviços previstos pelos Programas espe- - Financiamento para Investimentos
cíficos. Os recursos financeiros de investimento devem ser alocados
O Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica con- com vistas á superação das desigualdades de acesso e à garantia da
siste em financiamento para ações de assistência farmacêutica de integralidade da atenção à saúde.
programas estratégicos. Os investimentos deverão priorizar a recuperação, a re-ade-
O financiamento e o fornecimento de medicamentos, produtos quação e a expansão da rede física de saúde e a constituição dos
e insumos para os Programas Estratégicos são de responsabilidade espaços de regulação.
do Ministério da Saúde e reúne: Os projetos de investimento apresentados para o Ministério da
Controle de Endemias: Tuberculose, Hanseníase, Malária e Saúde deverão ser aprovados nos respectivos Conselhos de Saúde e
Leischmaniose, Chagas e outras doenças endêmicas de abrangên- na CIB, devendo refletir uma prioridade regional.
cia nacional ou regional; São eixos prioritários para aplicação de recursos de investimen-
Programa de DST/AIDS (anti-retrovirais); tos:
Programa Nacional do Sangue e Hemoderivados; Estímulo à Regionalização - Deverão ser priorizados projetos de
Imunobiológicos; investimentos que fortaleçam a regionalização do SUS, com base
Insulina; nas estratégicas nacionais e estaduais, considerando os PDI (Plano
O Componente Medicamentos de Dispensação Excepcional de Desenvolvimento Integrado) atualizados, o mapeamento atuali-
consiste em financiamento para aquisição e distribuição de medica- zado da distribuição e oferta de serviços de saúde em cada espaço
mentos de dispensação excepcional, para tratamento de patologias regional e parâmetros de incorporação tecnológica que compati-
que compõem o Grupo 36 – Medicamentos da Tabela Descritiva do bilizem economia de escala e de escopo com eqüidade no acesso.
SIA/SUS. Investimentos para a Atenção Básica - recursos para investi-
A responsabilidade pelo financiamento e aquisição dos medi- mentos na rede básica de serviços, destinados conforme disponi-
camentos de dispensação excepcional é do Ministério da Saúde e bilidade orçamentária, transferidos fundo a fundo para municípios
dos Estados, conforme pactuação e a dispensação, responsabilida- que apresentarem projetos selecionados de acordo com critérios
de do Estado. pactuados na Comissão Intergestores Tripartite.
O Ministério da Saúde repassará aos Estados, mensalmente, 4 – Planejamento no SUS
valores financeiros apurados em encontro de contas trimestrais, 4.1 – O trabalho com o Planejamento no SUS deve seguir as
de acordo com as informações encaminhadas pelos Estados, com seguintes diretrizes:
base nas emissões das Autorizações para Pagamento de Alto Custo O processo de planejamento no âmbito do SUS deve ser de-
– APAC. senvolvido de forma articulada, integrada e solidária entre as três
O Componente de Medicamentos de Dispensação Excepcional esferas de gestão. Essa forma de atuação representará o Sistema
será readequado através de pactuação entre os gestores do SUS, de Planejamento do Sistema Único de Saúde baseado nas respon-
das diretrizes para definição de política para medicamentos de dis- sabilidades de cada esfera de gestão, com definição de objetivos e
pensação excepcional. conferindo direcionalidade ao processo de gestão do SUS, compre-
As Diretrizes a serem pactuadas na CIT, deverão nortear-se pe- endendo nesse sistema o monitoramento e avaliação.
las seguintes proposições:
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a solução para o seu concurso!
POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

Este sistema de planejamento pressupõe que cada esfera de Institucionalização e fortalecimento do Sistema de Planeja-
gestão realize o seu planejamento, articulando-se de forma a forta- mento do SUS, com adoção do processo planejamento, neste inclu-
lecer e consolidar os objetivos e diretrizes do SUS, contemplando as ído o monitoramento e a avaliação, como instrumento estratégico
peculiaridades, necessidades e realidades de saúde locorregionais. de gestão do SUS;
Como parte integrante do ciclo de gestão, o sistema de planeja- Revisão e adoção de um elenco de instrumentos de planeja-
mento buscará, de forma tripartite, a pactuação de bases funcionais mento – tais como planos, relatórios, programações – a serem ado-
do planejamento, monitoramento e avaliação do SUS, bem como tados pelas três esferas de gestão, com adequação dos instrumen-
promoverá a participação social e a integração intra e intersetorial, tos legais do SUS no tocante a este processo e instrumentos dele
considerando os determinantes e condicionantes de saúde. resultantes;
No cumprimento da responsabilidade de coordenar o processo Cooperação entre as três esferas de gestão para o fortaleci-
de planejamento se levará em conta as diversidades existentes nas mento e a eqüidade no processo de planejamento no SUS.
três esferas de governo, de modo a contribuir para a consolidação Programação Pactuada e Integrada da Atenção em Saúde – PPI
do SUS e para a resolubilidade e qualidade, tanto da sua gestão, A PPI é um processo que visa definir a programação das ações
quanto das ações e serviços prestados à população brasileira. de saúde em cada território e nortear a alocação dos recursos fi-
4.2 - Objetivos do Sistema de Planejamento do SUS: nanceiros para saúde a partir de critérios e parâmetros pactuados
Pactuar diretrizes gerais para o processo de planejamento no entre os gestores.
âmbito do SUS e o elenco dos instrumentos a serem adotados pelas A PPI deve explicitar os pactos de referencia entre municípios,
três esferas de gestão; gerando a parcela de recursos destinados à própria população e à
Formular metodologias e modelos básicos dos instrumentos de população referenciada.
planejamento, monitoramento e avaliação que traduzam as diretri- As principais diretrizes norteadoras do processo de programa-
zes do SUS, com capacidade de adaptação às particularidades de ção pactuada são:
cada esfera administrativa; A programação deve estar inserida no processo de planeja-
Promover a análise e a formulação de propostas destinadas a mento e deve considerar as prioridades definidas nos planos de
adequar o arcabouço legal no tocante ao planejamento no SUS; saúde em cada esfera de gestão;
Implementar e difundir uma cultura de planejamento que inte- Os gestores estaduais e municipais possuem flexibilidade na
gre e qualifique as ações do SUS entre as três esferas de governo e definição de parâmetros e prioridades que irão orientar a progra-
subsidiar a tomada de decisão por parte de seus gestores; mação, ressalvados os parâmetros pactuados nacional e estadual-
Desenvolver e implementar uma rede de cooperação entre os mente.
três entes federados, que permita um amplo compartilhamento de A programação é realizada prioritariamente, por áreas de atua-
informações e experiências; ção a partir das ações básicas de saúde para compor o rol de ações
Promover a institucionalização e fortalecer as áreas de planeja- de maior complexidade;
mento no âmbito do SUS, nas três esferas de governo, com vistas a A tabela unificada de procedimentos deve orientar a progra-
legitimá-lo como instrumento estratégico de gestão do SUS; mação das ações que não estão organizadas por áreas de atuação,
Apoiar e participar da avaliação periódica relativa à situação considerando seus níveis de agregação, para formar as aberturas
de saúde da população e ao funcionamento do SUS, provendo os programáticas;
gestores de informações que permitam o seu aperfeiçoamento e A programação da assistência devera buscar a integração com
ou redirecionamento; a programação da vigilância em saúde;
Promover a capacitação contínua dos profissionais que atuam Os recursos financeiros das três esferas de governo devem ser
no contexto do planejamento no SUS; visualizados na programação.
Promover a eficiência dos processos compartilhados de pla- O processo de programação deve contribuir para a garantia de
nejamento e a eficácia dos resultados, bem como da participação acesso aos serviços de saúde, subsidiando o processo regulatório
social nestes processos; da assistência;
Promover a integração do processo de planejamento e orça- A programação deve ser realizada a cada gestão, revisada pe-
mento no âmbito do SUS, bem como a sua intersetorialidade, de riodicamente e sempre que necessário, em decorrência de altera-
forma articulada com as diversas etapas do ciclo de planejamento; ções de fluxo no atendimento ao usuário; de oferta de serviços; na
Monitorar e avaliar o processo de planejamento, as ações im- tabela de procedimentos; e no teto financeiro, dentre outras.
plementadas e os resultados alcançados, de modo a fortalecer o A programação pactuada e integrada deve subsidiar a progra-
planejamento e a contribuir para a transparência do processo de mação física financeira dos estabelecimentos de saúde.
gestão do SUS. A programação pactuada e integrada deve guardar relação com
4.3 - Pontos de pactuação priorizados para o Planejamento o desenho da regionalização naquele estado.
Considerando a conceituação, caracterização e objetivos pre- Regulação da Atenção à Saúde e Regulação Assistencial
conizados para o sistema de planejamento do SUS, configuram-se Para efeitos destas diretrizes, serão adotados os seguintes con-
como pontos essenciais de pactuação: ceitos:
Adoção das necessidades de saúde da população como critério Regulação da Atenção à Saúde - tem como objeto a produção
para o processo de planejamento no âmbito do SUS; de todas as ações diretas e finais de atenção à saúde, dirigida aos
Integração dos instrumentos de planejamento, tanto no con- prestadores de serviços de saúde, públicos e privados. As ações
texto de cada esfera de gestão, quanto do SUS como um todo; da Regulação da Atenção à Saúde compreendem a Contratação,
a Regulação do Acesso à Assistência ou Regulação Assistencial, o

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POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

Controle Assistencial, a Avaliação da Atenção à Saúde, a Auditoria Participação e Controle Social


Assistencial e as regulamentações da Vigilância Epidemiológica e A participação social no SUS é um princípio doutrinário e está
Sanitária. assegurado na Constituição e nas Leis Orgânicas da Saúde (8080/90
Contratação - o conjunto de atos que envolvem desde a habi- e 8142/90), e é parte fundamental deste pacto.
litação dos serviços/prestadores até a formalização do contrato na 7.1 - As ações que devem ser desenvolvidas para fortalecer o
sua forma jurídica. processo de participação social, dentro deste pacto são:
Regulação do Acesso à Assistência ou Regulação Assistencial Apoiar os conselhos de saúde, as conferências de saúde e os
- conjunto de relações, saberes, tecnologias e ações que interme- movimentos sociais que atuam no campo da saúde, com vistas ao
deiam a demanda dos usuários por serviços de saúde e o acesso a seu fortalecimento para que os mesmos possam exercer plenamen-
estes. te os seus papéis;
Complexos Reguladores - uma das estratégias de Regulação Apoiar o processo de formação dos conselheiros;
Assistencial, consistindo na articulação e integração de Centrais de Estimular a participação e avaliação dos cidadãos nos serviços
Atenção Pré-hospitalar e Urgências, Centrais de Internação, Centrais de saúde;
de Consultas e Exames, Protocolos Assistenciais com a contratação, Apoiar os processos de educação popular em saúde, para am-
controle assistencial e avaliação, assim como com outras funções pliar e qualificar a participação social no SUS;
da gestão como programação e regionalização. Os complexos re- Apoiar a implantação e implementação de ouvidorias nos es-
guladores podem ter abrangência intra-municipal, municipal, micro tados e municípios, com vistas ao fortalecimento da gestão estra-
ou macro regional, estadual ou nacional, devendo esta abrangência tégica do SUS;
e respectiva gestão, serem pactuadas em processo democrático e Apoiar o processo de mobilização social e institucional em de-
solidário, entre as três esferas de gestão do SUS. fesa do SUS e na discussão do pacto;
Auditoria Assistencial ou clínica – processo regular que visa afe- Gestão do Trabalho
rir e induzir qualidade do atendimento amparada em procedimen- 8.1 - As diretrizes para a Gestão do Trabalho no SUS são as se-
tos, protocolos e instruções de trabalho normatizados e pactuados. guintes:
Deve acompanhar e analisar criticamente os históricos clínicos com A política de recursos humanos para o SUS é um eixo estrutu-
vistas a verificar a execução dos procedimentos e realçar as não rante e deve buscar a valorização do trabalho e dos trabalhadores
conformidades. de saúde, o tratamento dos conflitos, a humanização das relações
Como princípios orientadores do processo de regulação, fica de trabalho;
estabelecido que: Estados, Municípios e União são entes autônomos para suprir
Cada prestador responde apenas a um gestor; suas necessidades de manutenção e expansão dos seus próprios
A regulação dos prestadores de serviços deve ser preferencial- quadros de trabalhadores de saúde;
mente do município conforme desenho da rede da assistência pac- O Ministério da Saúde deve formular diretrizes de cooperação
tuado na CIB, observado o Termo de Compromisso de Gestão do técnica para a gestão do trabalho no SUS;
Pacto e os seguintes princípios: Desenvolver, pelas três esferas de gestão, estudos quanto às
da descentralização, municipalização e comando único; estratégias e financiamento tripartite de política de reposição da
da busca da escala adequada e da qualidade; força de trabalho descentralizada;
considerar a complexidade da rede de serviços locais; As Diretrizes para Planos de Cargos e Carreira do SUS devem
considerar a efetiva capacidade de regulação; ser um instrumento que visa regular as relações de trabalho e o
considerar o desenho da rede estadual da assistência; desenvolvimento do trabalhador, bem como a consolidação da car-
a primazia do interesse e da satisfação do usuário do SUS. reira como instrumento estratégico para a política de recursos hu-
A regulação das referencias intermunicipais é responsabilidade manos no Sistema;
do gestor estadual, expressa na coordenação do processo de cons- Promover relações de trabalho que obedeçam a exigências do
trução da programação pactuada e integrada da atenção em saúde, princípio de legalidade da ação do Estado e de proteção dos direitos
do processo de regionalização, do desenho das redes; associados ao trabalho;
A operação dos complexos reguladores no que se refere a refe- Desenvolver ações voltadas para a adoção de vínculos de tra-
rencia intermunicipal deve ser pactuada na CIB, podendo ser ope- balho que garantam os direitos sociais e previdenciários dos traba-
rada nos seguintes modos: lhadores de saúde, promovendo ações de adequação de vínculos,
Pelo gestor estadual que se relacionará com a central municipal onde for necessário, nas três esferas de governo, com o apoio téc-
que faz a gestão do prestador. nico e financeiro aos Municípios, pelos Estados e União, conforme
Pelo gestor estadual que se relacionará diretamente com o legislação vigente;
prestador quando este estiver sob gestão estadual. Os atores sociais envolvidos no desejo de consolidação dos SUS
Pelo gestor municipal com co-gestão do estado e representa- atuarão solidariamente na busca do cumprimento deste item, ob-
ção dos municípios da região; servadas as responsabilidades legais de cada segmento;
Modelos que diferem do item ‘d’ acima devem ser pactuados Estimular processos de negociação entre gestores e trabalha-
pela CIB e homologados na CIT. dores através da instalação de Mesas de Negociação junto às esfe-
São metas para este Pacto, no prazo de um ano: ras de gestão estaduais e municipais do SUS;
Contratualização de todos os prestadores de serviço; As Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde devem envidar
Colocação de todos os leitos e serviços ambulatoriais contratu- esforços para a criação ou fortalecimento de estruturas de Recur-
alizados sob regulação; sos Humanos, objetivando cumprir um papel indutor de mudanças,
Extinção do pagamento dos serviços dos profissionais médicos tanto no campo da gestão do trabalho, quanto no campo da edu-
por meio do código 7. cação na saúde;
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POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

8.2 - Serão priorizados os seguintes componentes na estrutura- Este capítulo define as Responsabilidades Sanitárias e atribui-
ção da Gestão do Trabalho no SUS: ções do Município, do Distrito Federal, do Estado e da União. A ges-
Estruturação da Gestão do Trabalho no SUS - Esse componente tão do Sistema Único de Saúde é construída de forma solidária e
trata das necessidades exigidas para a estruturação da área de Ges- cooperada, com apoio mútuo através de compromissos assumidos
tão do Trabalho integrado pelos seguintes eixos: base jurídico-legal; nas Comissões Intergestores Bipartite (CIB) e Tripartite (CIT).
atribuições específicas; estrutura e dimensionamento organizacio- Algumas responsabilidades atribuídas aos municípios devem
nal e estrutura física e equipamentos. Serão priorizados para este ser assumidas por todos os municípios. As outras responsabilidades
Componente, Estados, Capitais, Distrito Federal e nos Municípios serão atribuídas de acordo com o pactuado e/ou com a complexida-
com mais de 500 empregos públicos, desde que possuam ou ve- de da rede de serviços localizada no território municipal.
nham a criar setores de Gestão do Trabalho e da Educação nas se- No que se refere às responsabilidades atribuídas aos estados
cretarias estaduais e municipais de saúde; devem ser assumidas por todos eles.
Capacitação de Recursos Humanos para a Gestão do Trabalho Com relação à gestão dos prestadores de serviço fica mantida a
no SUS - Esse componente trata da qualificação dos gestores e téc- normatização estabelecida na NOAS SUS 01/2002. As referências na
nicos na perspectiva do fortalecimento da gestão do trabalho em NOAS SUS 01/2002 às condições de gestão de estados e municípios
saúde. Estão previstos, para seu desenvolvimento, a elaboração de ficam substituídas pelas situações pactuadas no respectivo Termo
material didático e a realização de oficinas, cursos presenciais ou à de Compromisso de Gestão.
distância, por meio das estruturas formadoras existentes;
Sistema Gerencial de Informações - Esse componente propõe RESPONSABILIDADES GERAIS DA GESTÃO DO SUS
proceder à análise de sistemas de informação existentes e desen-
volver componentes de otimização e implantação de sistema infor- – MUNICÍPIOS
matizado que subsidie a tomada de decisão na área de Gestão do Todo município é responsável pela integralidade da atenção à
Trabalho. saúde da sua população, exercendo essa responsabilidade de forma
solidária com o estado e a união;
Educação na Saúde Todo município deve:
9.1 – A - As diretrizes para o trabalho na Educação na Saúde garantir a integralidade das ações de saúde prestadas de for-
são: ma interdisciplinar, por meio da abordagem integral e contínua do
Avançar na implementação da Política Nacional de Educação indivíduo no seu contexto familiar, social e do trabalho; engloban-
Permanente por meio da compreensão dos conceitos de formação do atividades de promoção da saúde, prevenção de riscos, danos e
e educação permanente para adequá-los às distintas lógicas e es- agravos; ações de assistência, assegurando o acesso ao atendimen-
pecificidades; to às urgências;
Considerar a educação permanente parte essencial de uma promover a eqüidade na atenção à saúde, considerando as di-
política de formação e desenvolvimento dos trabalhadores para a ferenças individuais e de grupos populacionais, por meio da ade-
qualificação do SUS e que comporta a adoção de diferentes me- quação da oferta às necessidades como princípio de justiça social, e
todologias e técnicas de ensino-aprendizagem inovadoras, entre ampliação do acesso de populações em situação de desigualdade,
outras coisas; respeitadas as diversidades locais;
Considerar a Política Nacional de Educação Permanente em participar do financiamento tripartite do Sistema Único de Saú-
Saúde uma estratégia do SUS para a formação e o desenvolvimento de;
de trabalhadores para o setor, tendo como orientação os princípios assumir a gestão e executar as ações de atenção básica, incluin-
da educação permanente; do as ações de promoção e proteção, no seu território;
Assumir o compromisso de discutir e avaliar os processos e assumir integralmente a gerência de toda a rede pública de
desdobramentos da implementação da Política Nacional de Educa- serviços de atenção básica, englobando as unidades próprias e as
ção Permanente para ajustes necessários, atualizando-a conforme transferidas pelo estado ou pela união;
as experiências de implementação, assegurando a inserção dos mu- com apoio dos estados, identificar as necessidades da popu-
nicípios e estados neste processo; lação do seu território, fazer um reconhecimento das iniqüidades,
Buscar a revisão da normatização vigente que institui a Políti- oportunidades e recursos;
ca Nacional de Educação Permanente em Saúde, contemplando a desenvolver, a partir da identificação das necessidades, um
conseqüente e efetiva descentralização das atividades de planeja- processo de planejamento, regulação, programação pactuada e in-
mento, monitoramento, avaliação e execução orçamentária da Edu- tegrada da atenção à saúde, monitoramento e avaliação;
cação Permanente para o trabalho no SUS; formular e implementar políticas para áreas prioritárias, con-
Centrar, o planejamento, programação e acompanhamento forme definido nas diferentes instâncias de pactuação;
das atividades educativas e conseqüentes alocações de recursos na organizar o acesso a serviços de saúde resolutivos e de qualida-
lógica de fortalecimento e qualificação do SUS e atendimento das de na atenção básica, viabilizando o planejamento, a programação
necessidades sociais em saúde; pactuada e integrada da atenção à saúde e a atenção à saúde no
Considerar que a proposição de ações para formação e desen- seu território, explicitando a responsabilidade, o compromisso e o
volvimento dos profissionais de saúde para atender às necessida- vínculo do serviço e equipe de saúde com a população do seu terri-
des do SUS deve ser produto de cooperação técnica, articulação e tório, desenhando a rede de atenção e promovendo a humanização
diálogo entre os gestores das três esferas de governo, as institui- do atendimento;
ções de ensino, os serviços e controle social e podem contemplar organizar e pactuar o acesso a ações e serviços de atenção es-
ações no campo da formação e do trabalho. pecializada a partir das necessidades da atenção básica, configu-
B - RESPONSABILIDADE SANITÁRIA rando a rede de atenção, por meio dos processos de integração e
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POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

articulação dos serviços de atenção básica com os demais níveis do Promover a estruturação da assistência farmacêutica e garan-
sistema, com base no processo da programação pactuada e integra- tir, em conjunto com as demais esferas de governo, o acesso da po-
da da atenção à saúde; pulação aos medicamentos cuja dispensação esteja sob sua respon-
pactuar e fazer o acompanhamento da referência da atenção sabilidade, fomentando seu uso racional e observando as normas
que ocorre fora do seu território, em cooperação com o estado, vigentes e pactuações estabelecidas;
Distrito Federal e com os demais municípios envolvidos no âmbito Coordenar e executar e as ações de vigilância em saúde, com-
regional e estadual, conforme a programação pactuada e integrada preendendo as ações de média e alta complexidade desta área, de
da atenção à saúde; acordo com as normas vigentes e pactuações estabelecidas;
garantir estas referências de acordo com a programação pactu- Assumir transitoriamente, quando necessário, a execução das
ada e integrada da atenção à saúde, quando dispõe de serviços de ações de vigilância em saúde no município, comprometendo-se em
referência intermunicipal; cooperar para que o município assuma, no menor prazo possível,
garantir a estrutura física necessária para a realização das ações sua responsabilidade;
de atenção básica, de acordo com as normas técnicas vigentes; Executar algumas ações de vigilância em saúde, em caráter
promover a estruturação da assistência farmacêutica e garan- permanente, mediante acordo bipartite e conforme normatização
tir, em conjunto com as demais esferas de governo, o acesso da específica;
população aos medicamentos cuja dispensação esteja sob sua res- Supervisionar as ações de prevenção e controle da vigilância
ponsabilidade, promovendo seu uso racional, observadas as nor- em saúde, coordenando aquelas que exigem ação articulada e si-
mas vigentes e pactuações estabelecidas; multânea entre os municípios;
assumir a gestão e execução das ações de vigilância em saúde Apoiar técnica e financeiramente os municípios para que exe-
realizadas no âmbito local, compreendendo as ações de vigilância cutem com qualidade as ações de vigilância em saúde, compreen-
epidemiológica, sanitária e ambiental, de acordo com as normas vi- dendo as ações de vigilância epidemiológica, sanitária e ambiental,
gentes e pactuações estabelecidas; de acordo com as normas vigentes e pactuações estabelecidas;
elaborar, pactuar e implantar a política de promoção da saúde, Elaborar, pactuar e implantar a política de promoção da saúde,
considerando as diretrizes estabelecidas no âmbito nacional. considerando as diretrizes estabelecidas no âmbito nacional;
– ESTADOS Coordenar, normatizar e gerir os laboratórios de saúde pública;
Responder, solidariamente com municípios, Distrito Federal e Assumir a gestão e a gerência de unidades públicas de hemo-
união, pela integralidade da atenção à saúde da população; núcleos / hemocentros e elaborar normas complementares para a
Participar do financiamento tripartite do Sistema Único de Saú- organização e funcionamento desta rede de serviço.
de; – DISTRITO FEDERAL
Formular e implementar políticas para áreas prioritárias, con- Responder, solidariamente com a união, pela integralidade da
forme definido nas diferentes instâncias de pactuação; atenção à saúde da população;
Coordenar, acompanhar e avaliar, no âmbito estadual, a imple- Garantir a integralidade das ações de saúde prestadas de for-
mentação dos Pactos Pela Vida e de Gestão e seu Termo de Com- ma interdisciplinar, por meio da abordagem integral e contínua do
promisso; indivíduo no seu contexto familiar, social e do trabalho; engloban-
Apoiar técnica e financeiramente os municípios, para que estes do atividades de promoção da saúde, prevenção de riscos, danos e
assumam integralmente sua responsabilidade de gestor da atenção agravos; ações de assistência, assegurando o acesso ao atendimen-
à saúde dos seus munícipes; to às urgências;
Apoiar técnica, política e financeiramente a gestão da atenção Promover a eqüidade na atenção à saúde, considerando as di-
básica nos municípios, considerando os cenários epidemiológicos, ferenças individuais e de grupos populacionais, por meio da ade-
as necessidades de saúde e a articulação regional, fazendo um reco- quação da oferta às necessidades como princípio de justiça social, e
nhecimento das iniquidades, oportunidades e recursos; ampliação do acesso de populações em situação de desigualdade,
Fazer reconhecimento das necessidades da população no âm- respeitadas as diversidades locais;
bito estadual e cooperar técnica e financeiramente com os municí- Participar do financiamento tripartite do Sistema Único de Saú-
pios, para que possam fazer o mesmo nos seus territórios; de;
Desenvolver, a partir da identificação das necessidades, um Coordenar, acompanhar e avaliar, no âmbito estadual, a imple-
processo de planejamento, regulação, programação pactuada e in- mentação dos Pactos Pela Vida e de Gestão e seu Termo de Com-
tegrada da atenção à saúde, monitoramento e avaliação; promisso de Gestão;
Coordenar o processo de configuração do desenho da rede de Assumir a gestão e executar as ações de atenção básica, in-
atenção, nas relações intermunicipais, com a participação dos mu- cluindo as ações de promoção e proteção, no seu território;
nicípios da região; Assumir integralmente a gerência de toda a rede pública de
Organizar e pactuar com os municípios, o processo de referên- serviços de atenção básica, englobando as unidades próprias e as
cia intermunicipal das ações e serviços de média e alta complexida- transferidas pela união;
de a partir da atenção básica, de acordo com a programação pactu- Garantir a estrutura física necessária para a realização das
ada e integrada da atenção à saúde; ações de atenção básica, de acordo com as normas técnicas vigen-
Realizar o acompanhamento e a avaliação da atenção básica no tes;
âmbito do território estadual; Realizar o acompanhamento e a avaliação da atenção básica no
Apoiar técnica e financeiramente os municípios para que ga- âmbito do seu território;
rantam a estrutura física necessária para a realização das ações de Identificar as necessidades da população do seu território, fa-
atenção básica; zer um reconhecimento das iniqüidades, oportunidades e recursos;

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POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

Desenvolver, a partir da identificação das necessidades, um Prestar cooperação técnica e financeira aos estados, ao Distrito
processo de planejamento, regulação, programação pactuada e in- Federal e aos municípios para o aperfeiçoamento das suas atuações
tegrada da atenção à saúde, monitoramento e avaliação; institucionais na gestão da atenção básica;
Formular e implementar políticas para áreas prioritárias, con- Exercer de forma pactuada as funções de normatização e de
forme definido nas instâncias de pactuação; coordenação no que se refere à gestão nacional da atenção básica
Organizar o acesso a serviços de saúde resolutivos e de qualida- no SUS;
de na atenção básica, viabilizando o planejamento, a programação Identificar, em articulação com os estados, Distrito Federal e
pactuada e integrada da atenção à saúde e a atenção à saúde no municípios, as necessidades da população para o âmbito nacional,
seu território, explicitando a responsabilidade, o compromisso e o fazendo um reconhecimento das iniqüidades, oportunidades e re-
vínculo do serviço e equipe de saúde com a população do seu terri- cursos; e cooperar técnica e financeiramente com os gestores, para
tório, desenhando a rede de atenção e promovendo a humanização que façam o mesmo nos seus territórios;
do atendimento; Desenvolver, a partir da identificação de necessidades, um pro-
Organizar e pactuar o acesso a ações e serviços de atenção es- cesso de planejamento, regulação, programação pactuada e inte-
pecializada a partir das necessidades da atenção básica, configu- grada da atenção à saúde, monitoramento e avaliação;
rando a rede de atenção, por meio dos processos de integração e Promover a estruturação da assistência farmacêutica e garan-
articulação dos serviços de atenção básica com os demais níveis do tir, em conjunto com as demais esferas de governo, o acesso da
sistema, com base no processo da programação pactuada e integra- população aos medicamentos que estejam sob sua responsabilida-
da da atenção à saúde; de, fomentando seu uso racional, observadas as normas vigentes e
Pactuar e fazer o acompanhamento da referência da atenção pactuações estabelecidas;
que ocorre fora do seu território, em cooperação com os estados Definir e pactuar as diretrizes para a organização das ações e
envolvidos no âmbito regional, conforme a programação pactuada serviços de média e alta complexidade, a partir da atenção básica;
e integrada da atenção à saúde; Coordenar e executar as ações de vigilância em saúde, com-
Promover a estruturação da assistência farmacêutica e garantir, preendendo as ações de média e alta complexidade desta área, de
em conjunto com a união, o acesso da população aos medicamen- acordo com as normas vigentes e pactuações estabelecidas;
tos cuja dispensação esteja sob sua responsabilidade, fomentando Coordenar, nacionalmente, as ações de prevenção e controle
seu uso racional e observando as normas vigentes e pactuações es- da vigilância em saúde que exijam ação articulada e simultânea en-
tabelecidas; tre os estados, Distrito Federal e municípios;
Garantir o acesso de serviços de referência de acordo com a Proceder investigação complementar ou conjunta com os de-
programação pactuada e integrada da atenção à saúde; mais gestores do SUS em situação de risco sanitário;
Elaborar, pactuar e implantar a política de promoção da saúde, Apoiar e coordenar os laboratórios de saúde pública – Rede
considerando as diretrizes estabelecidas no âmbito nacional; Nacional de laboratórios de saúde Pública/RNLSP - nos aspectos re-
Assumir a gestão e execução das ações de vigilância em saúde lativos à vigilância em saúde;
realizadas no âmbito do seu território, compreendendo as ações de Assumir transitoriamente, quando necessário, a execução das
vigilância epidemiológica, sanitária e ambiental, de acordo com as ações de vigilância em saúde nos estados, Distrito Federal e mu-
normas vigentes e pactuações estabelecidas; nicípios, comprometendo-se em cooperar para que assumam, no
Executar e coordenar as ações de vigilância em saúde, com- menor prazo possível, suas responsabilidades;
preendendo as ações de média e alta complexidade desta área, de Apoiar técnica e financeiramente os estados, o Distrito Federal
acordo com as normas vigentes e pactuações estabelecidas; e os municípios para que executem com qualidade as ações de vigi-
Coordenar, normatizar e gerir os laboratórios de saúde pública; lância em saúde, compreendendo as ações de vigilância epidemio-
Assumir a gestão e a gerência de unidades públicas de hemo- lógica, sanitária e ambiental, de acordo com as normas vigentes e
núcleos / hemocentros e elaborar normas complementares para a pactuações estabelecidas;
organização e funcionamento desta rede de serviço. Elaborar, pactuar e implementar a política de promoção da saú-
– UNIÃO de.
Responder, solidariamente com os municípios, o Distrito Fede-
ral e os estados, pela integralidade da atenção à saúde da popula- RESPONSABILIDADES NA REGIONALIZAÇÃO
ção;
Participar do financiamento tripartite do Sistema Único de Saú- – MUNICÍPIOS
de; Todo município deve:
Formular e implementar políticas para áreas prioritárias, con- contribuir para a constituição e fortalecimento do processo de
forme definido nas diferentes instâncias de pactuação; regionalização solidária e cooperativa, assumindo os compromissos
Coordenar e acompanhar, no âmbito nacional, a pactuação pactuados;
e avaliação do Pacto de Gestão e Pacto pela Vida e seu Termo de participar da constituição da regionalização, disponibilizando
Compromisso; de forma cooperativa os recursos humanos, tecnológicos e finan-
Apoiar o Distrito Federal, os estados e conjuntamente com es- ceiros, conforme pactuação estabelecida;
tes, os municípios, para que assumam integralmente as suas res- participar dos colegiados de gestão regionais, cumprindo suas
ponsabilidades de gestores da atenção à saúde; obrigações técnicas e financeiras. Nas CIB regionais constituídas por
Apoiar financeiramente o Distrito Federal e os municípios, em representação, quando não for possível a imediata incorporação de
conjunto com os estados, para que garantam a estrutura física ne- todos os gestores de saúde dos municípios da região de saúde, de-
cessária para a realização das ações de atenção básica;

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POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

ve-se pactuar um cronograma de adequação, no menor prazo pos- Coordenar o processo de regionalização no âmbito nacional,
sível, para a inclusão de todos os municípios nos respectivos cole- propondo e pactuando diretrizes e normas gerais sobre a regionali-
giados de gestão regionais. zação, observando as normas vigentes e pactuações na CIT;
participar dos projetos prioritários das regiões de saúde, con- Cooperar técnica e financeiramente com as regiões de saúde,
forme definido no plano municipal de saúde, no plano diretor de por meio dos estados e/ou municípios, priorizando as regiões mais
regionalização, no planejamento regional e no plano regional de vulneráveis, promovendo a eqüidade inter-regional e interestadual;
investimento; Apoiar e participar da constituição da regionalização, disponi-
A responsabilidade a seguir será atribuída de acordo com o bilizando de forma cooperativa os recursos humanos, tecnológicos
pactuado e/ou com a complexidade da rede de serviços localizada e financeiros, conforme pactuação estabelecida;
no território municipal Fomentar a constituição das regiões de saúde fronteiriças, par-
Executar as ações de referência regional sob sua responsabili- ticipando do funcionamento de seus colegiados de gestão regionais.
dade em conformidade com a programação pactuada e integrada
da atenção à saúde acordada nos colegiados de gestão regionais. RESPONSABILIDADES NO PLANEJAMENTO E PROGRAMAÇÃO
– ESTADOS
Contribuir para a constituição e fortalecimento do processo de – MUNICÍPIOS
regionalização solidária e cooperativa, assumindo os compromissos Todo município deve:
pactuados; formular, gerenciar, implementar e avaliar o processo perma-
Coordenar a regionalização em seu território, propondo e pac- nente de planejamento participativo e integrado, de base local e
tuando diretrizes e normas gerais sobre a regionalização, observan- ascendente, orientado por problemas e necessidades em saúde,
do as normas vigentes e pactuações na CIB; com a constituição de ações para a promoção, a proteção, a recu-
Coordenar o processo de organização, reconhecimento e atu- peração e a reabilitação em saúde, construindo nesse processo o
alização das regiões de saúde, conformando o plano diretor de re- plano de saúde e submetendo-o à aprovação do Conselho de Saúde
gionalização; correspondente;
Participar da constituição da regionalização, disponibilizando formular, no plano municipal de saúde, a política municipal de
de forma cooperativa os recursos humanos, tecnológicos e finan- atenção em saúde, incluindo ações intersetoriais voltadas para a
ceiros, conforme pactuação estabelecida; promoção da saúde;
Apoiar técnica e financeiramente as regiões de saúde, promo- elaborar relatório de gestão anual, a ser apresentado e subme-
vendo a eqüidade inter-regional; tido à aprovação do Conselho de Saúde correspondente;
Participar dos colegiados de gestão regional, cumprindo suas operar os sistemas de informação referentes à atenção básica,
obrigações técnicas e financeiras; conforme normas do Ministério da Saúde, e alimentar regularmen-
Participar dos projetos prioritários das regiões de saúde, con- te os bancos de dados nacionais, assumindo a responsabilidade
forme definido no plano estadual de saúde, no plano diretor de pela gestão, no nível local, dos sistemas de informação: Sistema de
regionalização, no planejamento regional e no plano regional de Informação sobre Agravos de Notificação – SINAN, Sistema de In-
investimento. formação do Programa Nacional de Imunizações - SI-PNI, Sistema
– DISTRITO FEDERAL de Informação sobre Nascidos Vivos – SINASC, Sistema de Informa-
Contribuir para a constituição e fortalecimento do processo de ção Ambulatorial - SIA e Cadastro Nacional de Estabelecimentos e
regionalização solidária e cooperativa, assumindo os compromissos Profissionais de Saúde – CNES; e quando couber, os sistemas: Siste-
pactuados; ma de Informação Hospitalar – SIH e Sistema de Informação sobre
Coordenar o processo de organização, reconhecimento e atu- Mortalidade – SIM, bem como de outros sistemas que venham a
alização das regiões de saúde, conformando o plano diretor de re- ser introduzidos;
gionalização; assumir a responsabilidade pela coordenação e execução das
Apoiar técnica e financeiramente as regiões de saúde, promo- atividades de informação, educação e comunicação, no âmbito lo-
vendo a eqüidade inter-regional; cal;
Participar dos colegiados de gestão regional, cumprindo suas elaborar a programação da atenção à saúde, incluída a assis-
obrigações técnicas e financeiras, conforme pactuação estabeleci- tência e vigilância em saúde, em conformidade com o plano muni-
da; cipal de saúde, no âmbito da Programação Pactuada e Integrada da
Participar dos projetos prioritários das regiões de saúde, con- Atenção à Saúde;
forme definido no plano estadual de saúde, no plano diretor de A responsabilidade a seguir será atribuída de acordo com o
regionalização, no planejamento regional e no plano regional de pactuado e/ou com a complexidade da rede de serviços localizada
investimento; no território municipal
Propor e pactuar diretrizes e normas gerais sobre a regionaliza- Gerir os sistemas de informação epidemiológica e sanitária,
ção, observando as normas vigentes, participando da sua constitui- bem como assegurar a divulgação de informações e análises.
ção, disponibilizando de forma cooperativa os recursos humanos, – ESTADOS
tecnológicos e financeiros, conforme pactuação estabelecida. Formular, gerenciar, implementar e avaliar o processo perma-
– UNIÃO nente de planejamento participativo e integrado, de base local e
Contribuir para a constituição e fortalecimento do processo de ascendente, orientado por problemas e necessidades em saúde,
regionalização solidária e cooperativa, assumindo os compromissos com a constituição de ações para a promoção, a proteção, a recu-
pactuados; peração e a reabilitação em saúde, construindo nesse processo o
plano estadual de saúde, submetendo-o à aprovação do Conselho
Estadual de Saúde;
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POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

Formular, no plano estadual de saúde, e pactuar no âmbito da Formular, no plano nacional de saúde, e pactuar no âmbito da
Comissão Intergestores Bipartite - CIB, a política estadual de aten- Comissão Intergestores Tripartite – CIT, a política nacional de aten-
ção em saúde, incluindo ações intersetoriais voltadas para a pro- ção em saúde, incluindo ações intersetoriais voltadas para a pro-
moção da saúde; moção da saúde;
Elaborar relatório de gestão anual, a ser apresentado e subme- Elaborar relatório de gestão anual, a ser apresentado e subme-
tido à aprovação do Conselho Estadual de Saúde; tido à aprovação do Conselho Nacional de Saúde;
Coordenar, acompanhar e apoiar os municípios na elaboração Formular, pactuar no âmbito a CIT e aprovar no Conselho Na-
da programação pactuada e integrada da atenção à saúde, no âm- cional de Saúde, a política nacional de atenção à saúde dos povos
bito estadual, regional e interestadual; indígenas e executá-la, conforme pactuação com Estados e Municí-
Apoiar, acompanhar, consolidar e operar quando couber, no pios, por meio da Fundação Nacional de Saúde – FUNASA;
âmbito estadual e regional, a alimentação dos sistemas de informa- Coordenar, acompanhar e apoiar os municípios, os estados e
ção, conforme normas do Ministério da Saúde; Distrito Federal na elaboração da programação pactuada e integra-
Operar os sistemas de informação epidemiológica e sanitária da da atenção em saúde, no âmbito nacional;
de sua competência, bem como assegurar a divulgação de informa- Gerenciar, manter, e elaborar quando necessário, no âmbito
ções e análises e apoiar os municípios naqueles de responsabilida- nacional, os sistemas de informação, conforme normas vigentes e
de municipal. pactuações estabelecidas, incluindo aqueles sistemas que garan-
– DISTRITO FEDERAL tam a solicitação e autorização de procedimentos, o processamento
Formular, gerenciar, implementar e avaliar o processo perma- da produção e preparação para a realização de pagamentos;
nente de planejamento participativo e integrado, de base local e as- Desenvolver e gerenciar sistemas de informação epidemioló-
cendente, orientado por problemas e necessidades em saúde, com gica e sanitária, bem como assegurar a divulgação de informações
a constituição de ações para a promoção, a proteção, a recuperação e análises.
e a reabilitação em saúde, construindo nesse processo o plano es-
tadual de saúde, submetendo-o à aprovação do Conselho de Saúde RESPONSABILIDADES NA REGULAÇÃO, CONTROLE,
do Distrito Federal; AVALIAÇÃO E AUDITORIA
Formular, no plano estadual de saúde, a política estadual de
atenção em saúde, incluindo ações intersetoriais voltadas para a 4.1- MUNICÍPIOS
promoção da saúde; Todo município deve:
Elaborar relatório de gestão anual, a ser apresentado e subme- monitorar e fiscalizar a aplicação dos recursos financeiros pro-
tido à aprovação do Conselho Estadual de Saúde; venientes de transferência regular e automática (fundo a fundo) e
Operar os sistemas de informação epidemiológica e sanitária por convênios;
de sua competência, bem como assegurar a divulgação de informa- realizar a identificação dos usuários do SUS, com vistas à vincu-
ções e análises; lação de clientela e à sistematização da oferta dos serviços;
Operar os sistemas de informação referentes à atenção básica, monitorar e avaliar as ações de vigilância em saúde, realizadas
conforme normas do Ministério da Saúde, e alimentar regularmen- em seu território, por intermédio de indicadores de desempenho,
te os bancos de dados nacionais, assumindo a responsabilidade envolvendo aspectos epidemiológicos e operacionais;
pela gestão, no nível local, dos sistemas de informação: Sistema de manter atualizado o Sistema Nacional de Cadastro de Estabe-
Informação sobre Agravos de Notificação – SINAN, Sistema de Infor- lecimentos e Profissionais de Saúde no seu território, segundo nor-
mação do Programa Nacional de Imunizações - SI-PNI, Sistema de mas do Ministério da Saúde;
Informação sobre Nascidos Vivos – SINASC, Sistema de Informação adotar protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas, em conso-
Ambulatorial - SIA e Cadastro Nacional de Estabelecimentos e Pro- nância com os protocolos e diretrizes nacionais e estaduais;
fissionais de Saúde – CNES; Sistema de Informação Hospitalar – SIH adotar protocolos de regulação de acesso, em consonância
e Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM, bem como de com os protocolos e diretrizes nacionais, estaduais e regionais;
outros sistemas que venham a ser introduzidos; controlar a referência a ser realizada em outros municípios,
Assumir a responsabilidade pela coordenação e execução das de acordo com a programação pactuada e integrada da atenção à
atividades de informação, educação e comunicação, no âmbito do saúde, procedendo à solicitação e/ou autorização prévia, quando
seu território; couber;
Elaborar a programação da atenção à saúde, incluída a assis- As responsabilidades a seguir serão atribuídas de acordo com o
tência e vigilância em saúde, em conformidade com o plano esta- pactuado e/ou com a complexidade da rede de serviços localizada
dual l de saúde, no âmbito da Programação Pactuada e Integrada no território municipal
da Atenção à Saúde. Definir a programação físico-financeira por estabelecimento de
– UNIÃO saúde; observar as normas vigentes de solicitação e autorização dos
Formular, gerenciar, implementar e avaliar o processo perma- procedimentos hospitalares e ambulatoriais; processar a produção
nente de planejamento participativo e integrado, de base local e dos estabelecimentos de saúde próprios e contratados e realizar o
ascendente, orientado por problemas e necessidades em saúde, pagamento dos prestadores de serviços;
com a constituição de ações para a promoção, a proteção, a recu- Operar o complexo regulador dos serviços presentes no seu
peração e a reabilitação em saúde, construindo nesse processo o território, de acordo com a pactuação estabelecida, realizando a
plano nacional de saúde, submetendo-o à aprovação do Conselho co-gestão com o Estado e outros Municípios, das referências inter-
Nacional de Saúde; municipais.

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330
a solução para o seu concurso!
POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

Executar o controle do acesso do seu munícipe aos leitos dis- Coordenar e apoiar a implementação da regulação da atenção
poníveis, às consultas, terapias e exames especializados, disponí- pré-hospitalar às urgências de acordo com a regionalização e con-
veis no seu território, que pode ser feito por meio de centrais de forme normas vigentes e pactuações estabelecidas;
regulação; Estimular e apoiar a implantação dos complexos reguladores
Planejar e executar a regulação médica da atenção pré-hospi- municipais;
talar às urgências, conforme normas vigentes e pactuações estabe- Participar da co-gestão dos complexos reguladores municipais,
lecidas; no que se refere às referências intermunicipais;
Elaborar contratos com os prestadores de acordo com a políti- Operar os complexos reguladores no que se refere no que se
ca nacional de contratação de serviços de saúde e em conformida- refere à referencia intermunicipal, conforme pactuação;
de com o planejamento e a programação pactuada e integrada da Monitorar a implementação e operacionalização das centrais
atenção à saúde; de regulação;
Monitorar e fiscalizar os contratos e convênios com prestado- Cooperar tecnicamente com os municípios para a qualificação
res contratados e conveniados, bem como das unidades públicas; das atividades de cadastramento, contratação, controle, avaliação,
Monitorar e fiscalizar a execução dos procedimentos realizados auditoria e pagamento aos prestadores dos serviços localizados no
em cada estabelecimento por meio das ações de controle e avalia- território municipal e vinculados ao SUS;
ção hospitalar e ambulatorial; Monitorar e fiscalizar contratos e convênios com prestadores
Monitorar e fiscalizar e o cumprimento dos critérios nacionais, contratados e conveniados, bem como das unidades públicas;
estaduais e municipais de credenciamento de serviços; Elaborar contratos com os prestadores de acordo com a políti-
Implementar a avaliação das ações de saúde nos estabeleci- ca nacional de contratação de serviços de saúde, em conformidade
mentos de saúde, por meio de análise de dados e indicadores e com o planejamento e a programação da atenção;
verificação de padrões de conformidade; Credenciar os serviços de acordo com as normas vigentes e
Implementar a auditoria sobre toda a produção de serviços de com a regionalização e coordenar este processo em relação aos
saúde, públicos e privados, sob sua gestão, tomando como referên- municípios;
cia as ações previstas no plano municipal de saúde e em articulação Fiscalizar e monitorar o cumprimento dos critérios estaduais e
com as ações de controle, avaliação e regulação assistencial; nacionais de credenciamento de serviços pelos prestadores;
Realizar auditoria assistencial da produção de serviços de saú- Monitorar o cumprimento, pelos municípios, das programa-
de, públicos e privados, sob sua gestão; ções físico-financeira definidas na programação pactuada e integra-
Elaborar normas técnicas, complementares às das esferas esta- da da atenção à saúde;
dual e federal, para o seu território. Fiscalizar e monitorar o cumprimento, pelos municípios, das
– ESTADOS normas de solicitação e autorização das internações e dos procedi-
Elaborar as normas técnicas complementares à da esfera fede- mentos ambulatoriais especializados;
ral, para o seu território; Estabelecer e monitorar a programação físico-financeira dos
Monitorar a aplicação dos recursos financeiros recebidos por estabelecimentos de saúde sob sua gestão; observar as normas
meio de transferência regular e automática (fundo a fundo) e por vigentes de solicitação e autorização dos procedimentos hospita-
convênios; lares e ambulatoriais, monitorando e fiscalizando a sua execução
Monitorar e fiscalizar a aplicação dos recursos financeiros por meio de ações de controle, avaliação e auditoria; processar a
transferidos aos fundos municipais; produção dos estabelecimentos de saúde próprios e contratados e
Monitorar o cumprimento pelos municípios: dos planos de saú- realizar o pagamento dos prestadores de serviços;
de, dos relatórios de gestão, da operação dos fundos de saúde, in- Monitorar e avaliar o funcionamento dos Consórcios Intermu-
dicadores e metas do pacto de gestão, da constituição dos serviços nicipais de Saúde;
de regulação, controle avaliação e auditoria e da participação na Monitorar e avaliar o desempenho das redes regionais hierar-
programação pactuada e integrada da atenção à saúde; quizadas estaduais;
Apoiar a identificação dos usuários do SUS no âmbito estadual, Implementar avaliação das ações de saúde nos estabelecimen-
com vistas à vinculação de clientela e à sistematização da oferta dos tos, por meio de análise de dados e indicadores e verificação de
serviços; padrões de conformidade;
Manter atualizado o cadastramento no Sistema Nacional de Monitorar e avaliar as ações de vigilância em saúde, realizadas
Cadastro de Estabelecimentos e Profissionais de Saúde, bem como pelos municípios e pelo gestor estadual;
coordenar e cooperar com os municípios nesta atividade; Supervisionar a rede de laboratórios públicos e privados que
Elaborar e pactuar protocolos clínicos e de regulação de acesso, realizam análises de interesse da saúde pública;
no âmbito estadual, em consonância com os protocolos e diretrizes Elaborar normas complementares para a avaliação tecnológica
nacionais, apoiando os Municípios na implementação dos mesmos; em saúde;
Controlar a referência a ser realizada em outros estados, de Avaliar e auditar os sistemas de saúde municipais de saúde;
acordo com a programação pactuada e integrada da atenção à Implementar auditoria sobre toda a produção de serviços de
saúde, procedendo a solicitação e/ou autorização prévia, quando saúde, pública e privada, sob sua gestão e em articulação com as
couber; ações de controle, avaliação e regulação assistencial;
Operar a central de regulação estadual, para as referências in- Realizar auditoria assistencial da produção de serviços de saú-
terestaduais pactuadas, em articulação com as centrais de regula- de, públicos e privados, sob sua gestão.
ção municipais; – DISTRITO FEDERAL
Elaborar as normas técnicas complementares à da esfera fede-
ral, para o seu território;
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a solução para o seu concurso!
POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

Monitorar a aplicação dos recursos financeiros recebidos por Cooperar tecnicamente com os estados, o Distrito Federal e os
meio de transferência regular e automática (fundo a fundo) e por municípios para a qualificação das atividades de cadastramento,
convênios; contratação, regulação, controle, avaliação, auditoria e pagamento
Realizar a identificação dos usuários do SUS no âmbito do Dis- aos prestadores dos serviços vinculados ao SUS;
trito Federal, com vistas à vinculação de clientela e à sistematização Monitorar e fiscalizar a aplicação dos recursos financeiros
da oferta dos serviços; transferidos fundo a fundo e por convênio aos fundos de saúde dos
Manter atualizado o cadastramento no Sistema Nacional de estados, do Distrito Federal e dos municípios;
Cadastro de Estabelecimentos e Profissionais de Saúde no seu terri- Monitorar o cumprimento pelos estados, Distrito Federal e mu-
tório, segundo normas do Ministério da Saúde; nicípios dos planos de saúde, dos relatórios de gestão, da operação
Monitorar e avaliar as ações de vigilância em saúde, realizadas dos fundos de saúde, dos pactos de indicadores e metas, da cons-
em seu território, por intermédio de indicadores de desempenho, tituição dos serviços de regulação, controle avaliação e auditoria e
envolvendo aspectos epidemiológicos e operacionais; da realização da programação pactuada e integrada da atenção à
Elaborar e implantar protocolos clínicos, terapêuticos e de re- saúde;
gulação de acesso, no âmbito do Distrito Federal, em consonância Coordenar, no âmbito nacional, a estratégia de identificação
com os protocolos e diretrizes nacionais; dos usuários do SUS;
Controlar a referência a ser realizada em outros estados, de Coordenar e cooperar com os estados, o Distrito Federal e os
acordo com a programação pactuada e integrada da atenção à saú- municípios no processo de cadastramento de Estabelecimentos e
de, procedendo a solicitação e/ou autorização prévia; Profissionais de Saúde;
Operar a central de regulação do Distrito Federal, para as refe- Definir e pactuar a política nacional de contratação de serviços
rências interestaduais pactuadas, em articulação com as centrais de de saúde;
regulação estaduais e municipais; Propor e pactuar os critérios de credenciamento dos serviços
Implantar e operar o complexo regulador dos serviços presen- de saúde;
tes no seu território, de acordo com a pactuação estabelecida; Propor e pactuar as normas de solicitação e autorização das
Coordenar e apoiar a implementação da regulação da atenção internações e dos procedimentos ambulatoriais especializados, de
pré-hospitalar às urgências de acordo com a regionalização e con- acordo com as Políticas de Atenção Especializada;
forme normas vigentes e pactuações estabelecidas Elaborar, pactuar e manter as tabelas de procedimentos en-
Executar o controle do acesso do seu usuário aos leitos disponí- quanto padrão nacional de utilização dos mesmos e de seus preços;
veis, às consultas, terapias e exames especializados, disponíveis no Estruturar a política nacional de regulação da atenção à saúde,
seu território, que pode ser feito por meio de centrais de regulação; conforme pactuação na CIT, contemplando apoio financeiro, tecno-
Definir a programação físico-financeira por estabelecimento de lógico e de educação permanente;
saúde; observar as normas vigentes de solicitação e autorização dos Estimular e apoiar a implantação dos complexos reguladores;
procedimentos hospitalares e ambulatoriais; processar a produção Cooperar na implantação e implementação dos complexos re-
dos estabelecimentos de saúde próprios e contratados e realizar o guladores;
pagamento dos prestadores de serviços; Coordenar e monitorar a implementação e operacionalização
Monitorar e fiscalizar contratos e convênios com prestadores das centrais de regulação interestaduais, garantindo o acesso às re-
contratados e conveniados, bem como das unidades públicas; ferências pactuadas;
Elaborar contratos com os prestadores de acordo com a políti- Coordenar a construção de protocolos clínicos e de regulação
ca nacional de contratação de serviços de saúde, em conformidade de acesso nacionais, em parceria com os estados, o Distrito Federal
com o planejamento e a programação da atenção; e os municípios, apoiando–os na utilização dos mesmos;
Credenciar os serviços de acordo com as normas vigentes e Acompanhar, monitorar e avaliar a atenção básica, nas demais
com a regionalização; esferas de gestão, respeitadas as competências estaduais, munici-
Monitorar e avaliar o funcionamento dos Consórcios de Saúde; pais e do Distrito Federal;
Monitorar e avaliar o desempenho das redes regionais hierar- Monitorar e avaliar as ações de vigilância em saúde, realizadas
quizadas; pelos municípios, Distrito Federal, estados e pelo gestor federal,
Implementar avaliação das ações de saúde nos estabelecimen- incluindo a permanente avaliação dos sistemas de vigilância epide-
tos, por meio de análise de dados e indicadores e verificação de miológica e ambiental em saúde;
padrões de conformidade; Normatizar, definir fluxos técnico-operacionais e supervisionar
Monitorar e fiscalizar a execução dos procedimentos realizados a rede de laboratórios públicos e privados que realizam análises de
em cada estabelecimento por meio das ações de controle e avalia- interesse em saúde pública;
ção hospitalar e ambulatorial; Avaliar o desempenho das redes regionais e de referências in-
Supervisionar a rede de laboratórios públicos e privados que terestaduais;
realizam análises de interesse da saúde pública; Responsabilizar-se pela avaliação tecnológica em saúde;
Elaborar normas complementares para a avaliação tecnológica Avaliar e auditar os sistemas de saúde estaduais e municipais.
em saúde;
Implementar auditoria sobre toda a produção de serviços de
saúde, pública e privada, em articulação com as ações de controle,
avaliação e regulação assistencial.
– UNIÃO

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a solução para o seu concurso!
POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

5 – RESPONSABILIDADES NA GESTÃO DO TRABALHO Adotar vínculos de trabalho que garantam os direitos sociais e
previdenciários dos trabalhadores de saúde na sua esfera de gestão
5.1 - MUNICÍPIOS e de serviços, promovendo ações de adequação de vínculos, onde
Todo município deve: for necessário, conforme legislação vigente;
promover e desenvolver políticas de gestão do trabalho, consi- Considerar as diretrizes nacionais para Planos de Carreiras,
derando os princípios da humanização, da participação e da demo- Cargos e Salários para o SUS – PCCS/SUS, quando da elaboração,
cratização das relações de trabalho; implementação e/ou reformulação de Planos de Cargos e Salários
adotar vínculos de trabalho que garantam os direitos sociais e no âmbito da gestão do Distrito Federal;
previdenciários dos trabalhadores de saúde na sua esfera de gestão Propor e pactuar diretrizes para políticas de educação e de ges-
e de serviços, promovendo ações de adequação de vínculos, onde tão do trabalho que favoreçam o provimento e a fixação de traba-
for necessário, conforme legislação vigente; lhadores de saúde, no âmbito do Distrito Federal, notadamente em
As responsabilidades a seguir serão atribuídas de acordo com o regiões onde a restrição de oferta afeta diretamente a implantação
pactuado e/ou com a complexidade da rede de serviços localizada de ações estratégicas para a atenção básica.
no território municipal 5.4 – UNIÃO
Estabelecer, sempre que possível, espaços de negociação per- Promover, desenvolver e pactuar políticas de gestão do traba-
manente entre trabalhadores e gestores; lho considerando os princípios da humanização, da participação e
Desenvolver estudos e propor estratégias e financiamento tri- da democratização das relações de trabalho, apoiando os gestores
partite com vistas à adoção de política referente aos recursos hu- estaduais e municipais na implementação das mesmas;
manos descentralizados; Desenvolver estudos e propor estratégias e financiamento tri-
Considerar as diretrizes nacionais para Planos de Carreiras, partite com vistas à adoção de políticas referentes à força de traba-
Cargos e Salários para o SUS – PCCS/SUS, quando da elaboração, lho descentralizada;
implementação e/ou reformulação de Planos de Cargos e Salários Fortalecer a Mesa Nacional de Negociação Permanente do SUS
no âmbito da gestão local; como um espaço de negociação entre trabalhadores e gestores e
Implementar e pactuar diretrizes para políticas de educação e contribuir para o desenvolvimento de espaços de negociação no
gestão do trabalho que favoreçam o provimento e a fixação de tra- âmbito estadual, regional e/ou municipal;
balhadores de saúde, no âmbito municipal, notadamente em regi- Adotar vínculos de trabalho que garantam os direitos sociais e
ões onde a restrição de oferta afeta diretamente a implantação de previdenciários dos trabalhadores de saúde na sua esfera de gestão
ações estratégicas para a atenção básica. e de serviços, promovendo ações de adequação de vínculos, onde
5.2 – ESTADOS for necessário, conforme legislação vigente e apoiando técnica e fi-
Promover e desenvolver políticas de gestão do trabalho, consi- nanceiramente os estados e municípios na mesma direção;
derando os princípios da humanização, da participação e da demo- Formular, propor, pactuar e implementar as Diretrizes Nacio-
cratização das relações de trabalho; nais para Planos de Carreiras, Cargos e Salários no âmbito do Siste-
Desenvolver estudos e propor estratégias e financiamento tri- ma Único de Saúde – PCCS/SUS;
partite com vistas à adoção de política referente aos recursos hu- Propor e pactuar diretrizes para políticas de educação e de
manos descentralizados; gestão do trabalho que favoreçam o provimento e a fixação de tra-
Promover espaços de negociação permanente entre trabalha- balhadores de saúde, no âmbito nacional, notadamente em regi-
dores e gestores, no âmbito estadual e regional; ões onde a restrição de oferta afeta diretamente a implantação de
Adotar vínculos de trabalho que garantam os direitos sociais e ações estratégicas para a atenção básica.
previdenciários dos trabalhadores de saúde na sua esfera de gestão
e de serviços, promovendo ações de adequação de vínculos, onde RESPONSABILIDADES NA EDUCAÇÃO NA SAÚDE
for necessário, conforme legislação vigente e apoiando técnica e fi-
nanceiramente os municípios na mesma direção; 6.1 - MUNICÍPIOS
Considerar as diretrizes nacionais para Planos de Carreiras, Todo município deve:
Cargos e Salários para o SUS – PCCS/SUS, quando da elaboração, formular e promover a gestão da educação permanente em
implementação e/ou reformulação de Planos de Cargos e Salários saúde e processos relativos à mesma, orientados pela integralidade
no âmbito da gestão estadual; da atenção à saúde, criando quando for o caso, estruturas de coor-
Propor e pactuar diretrizes para políticas de educação e gestão denação e de execução da política de formação e desenvolvimento,
do trabalho que favoreçam o provimento e a fixação de trabalhado- participando no seu financiamento;
res de saúde, no âmbito estadual, notadamente em regiões onde a promover diretamente ou em cooperação com o estado, com
restrição de oferta afeta diretamente a implantação de ações estra- os municípios da sua região e com a união, processos conjuntos de
tégicas para a atenção básica. educação permanente em saúde;
5.3 – DISTRITO FEDERAL apoiar e promover a aproximação dos movimentos de educa-
Desenvolver estudos quanto às estratégias e financiamento ção popular em saúde na formação dos profissionais de saúde, em
tripartite de política de reposição da força de trabalho descentra- consonância com as necessidades sociais em saúde;
lizada; incentivar junto à rede de ensino, no âmbito municipal, a reali-
Implementar espaços de negociação permanente entre traba- zação de ações educativas e de conhecimento do SUS;
lhadores e gestores, no âmbito do Distrito Federal e regional; As responsabilidades a seguir serão atribuídas de acordo com o
pactuado e/ou com a complexidade da rede de serviços localizada
no território municipal

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a solução para o seu concurso!
POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

Articular e cooperar com a construção e implementação de ini- Promover a integração de todos os processos de capacitação e
ciativas políticas e práticas para a mudança na graduação das profis- desenvolvimento de recursos humanos à política de educação per-
sões de saúde, de acordo com as diretrizes do SUS; manente, no âmbito da gestão nacional do SUS;
Promover e articular junto às Escolas Técnicas de Saúde uma Propor e pactuar políticas regulatórias no campo da graduação
nova orientação para a formação de profissionais técnicos para o e da especialização das profissões de saúde;
SUS, diversificando os campos de aprendizagem; Articular e propor políticas de indução de mudanças na gradu-
6.2 – ESTADOS ação das profissões de saúde;
Formular, promover e apoiar a gestão da educação permanen- Propor e pactuar com o sistema federal de educação, processos
te em saúde e processos relativos à mesma no âmbito estadual; de formação de acordo com as necessidades do SUS, articulando os
Promover a integração de todos os processos de capacitação e demais gestores na mesma direção;
desenvolvimento de recursos humanos à política de educação per-
manente, no âmbito da gestão estadual do SUS; RESPONSABILIDADES NA PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL
Apoiar e fortalecer a articulação com os municípios e entre os
mesmos, para os processos de educação e desenvolvimento de tra- 7.1 - MUNICÍPIOS
balhadores para o SUS; Todo município deve:
Articular o processo de vinculação dos municípios às referên- apoiar o processo de mobilização social e institucional em de-
cias para o seu processo de formação e desenvolvimento; fesa do SUS;
Articular e participar das políticas regulatórias e de indução de prover as condições materiais, técnicas e administrativas ne-
mudanças no campo da graduação e da especialização das profis- cessárias ao funcionamento do Conselho Municipal de Saúde, que
sões de saúde; deverá ser organizado em conformidade com a legislação vigente;
Articular e pactuar com o Sistema Estadual de Educação, pro- organizar e prover as condições necessárias à realização de
cessos de formação de acordo com as necessidades do SUS, coope- Conferências Municipais de Saúde;
rando com os demais gestores, para processos na mesma direção; estimular o processo de discussão e controle social no espaço
Desenvolver ações e estruturas formais de educação técnica regional;
em saúde com capacidade de execução descentralizada no âmbito apoiar o processo de formação dos conselheiros de saúde;
estadual; promover ações de informação e conhecimento acerca do SUS,
6.3 – DISTRITO FEDERAL junto à população em geral;
Formular e promover a gestão da educação permanente em Apoiar os processos de educação popular em saúde, com vistas
saúde e processos relativos à mesma, orientados pela integralidade ao fortalecimento da participação social do SUS;
da atenção à saúde, criando quando for o caso, estruturas de coor- A responsabilidade a seguir será atribuída de acordo com o
denação e de execução da política de formação e desenvolvimento, pactuado e/ou com a complexidade da rede de serviços localizada
participando no seu financiamento; no território municipal
Promover a integração de todos os processos de capacitação e Implementar ouvidoria municipal com vistas ao fortalecimento
desenvolvimento de recursos humanos à política de educação per- da gestão estratégica do SUS, conforme diretrizes nacionais.
manente; 7.2 – ESTADOS
Articular e participar das políticas regulatórias e de indução de Apoiar o processo de mobilização social e institucional em de-
mudanças no campo da graduação e da especialização das profis- fesa do SUS;
sões de saúde; Prover as condições materiais, técnicas e administrativas ne-
Articular e cooperar com a construção e implementação de ini- cessárias ao funcionamento do Conselho Estadual de Saúde, que
ciativas políticas e práticas para a mudança na graduação das profis- deverá ser organizado em conformidade com a legislação vigente;
sões de saúde, de acordo com as diretrizes do SUS; Organizar e prover as condições necessárias à realização de
Articular e pactuar com o Sistema Estadual de Educação, pro- Conferências Estaduais de Saúde;
cessos de formação de acordo com as necessidades do SUS, coope- Estimular o processo de discussão e controle social no espaço
rando com os demais gestores, para processos na mesma direção; regional;
Desenvolver ações e estruturas formais de educação técnica Apoiar o processo de formação dos conselheiros de saúde;
em saúde com capacidade de execução descentralizada no âmbito Promover ações de informação e conhecimento acerca do SUS,
do Distrito Federal; junto à população em geral;
Promover e articular junto às Escolas Técnicas de Saúde uma Apoiar os processos de educação popular em saúde, com vistas
nova orientação para a formação de profissionais técnicos para o ao fortalecimento da participação social do SUS;
SUS, diversificando os campos de aprendizagem; Implementar ouvidoria estadual, com vistas ao fortalecimento
Apoiar e promover a aproximação dos movimentos de educa- da gestão estratégica do SUS, conforme diretrizes nacionais.
ção popular em saúde da formação dos profissionais de saúde, em 7.3 – DISTRITO FEDERAL
consonância com as necessidades sociais em saúde; Apoiar o processo de mobilização social e institucional em de-
Incentivar, junto à rede de ensino, a realização de ações educa- fesa do SUS;
tivas e de conhecimento do SUS; Prover as condições materiais, técnicas e administrativas ne-
6.4 – UNIÃO cessárias ao funcionamento do Conselho Estadual de Saúde, que
Formular, promover e pactuar políticas de educação perma- deverá ser organizado em conformidade com a legislação vigente;
nente em saúde, apoiando técnica e financeiramente estados e Organizar e prover as condições necessárias à realização de
municípios no desenvolvimento das mesmas; Conferências Estaduais de Saúde;

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a solução para o seu concurso!
POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

Estimular o processo de discussão e controle social no espaço e estados que estão habilitados em Gestão Plena do Sistema, con-
regional; forme estabelecido na Norma Operacional Básica - NOB SUS 01/96
Apoiar o processo de formação dos conselheiros de saúde; e na Norma Operacional da Assistência à Saúde - NOAS SUS 2002.
Promover ações de informação e conhecimento acerca do SUS, B - PROCESSO DE MONITORAMENTO
junto à população em geral; O processo de monitoramento dos Pactos deve seguir as se-
Apoiar os processos de educação popular em saúde, com vistas guintes diretrizes:
ao fortalecimento da participação social do SUS; Ser um processo permanente, de cada ente com relação ao
Implementar ouvidoria estadual, com vistas ao fortalecimento seu próprio âmbito, dos estados com relação aos municípios do seu
da gestão estratégica do SUS, conforme diretrizes nacionais território, dos municípios com relação ao estado, dos municípios e
7.4 - UNIÃO estado com relação à União e da união com relação aos estados,
Apoiar o processo de mobilização social e institucional em de- municípios e Distrito Federal;
fesa do SUS; Ser orientado pelos indicadores, objetivos, metas e responsa-
Prover as condições materiais, técnicas e administrativas ne- bilidades que compõem o respectivo Termo de Compromisso de
cessárias ao funcionamento do Conselho Nacional de Saúde, que Gestão;
deverá ser organizado em conformidade com a legislação vigente; Estabelecer um processo de monitoramento dos cronogramas
Organizar e prover as condições necessárias à realização de pactuados nas situações onde o município, estado e DF não tenham
Conferências Nacionais de Saúde; condições de assumir plenamente suas responsabilidades no mo-
Apoiar o processo de formação dos conselheiros de saúde; mento da assinatura do Termo de Compromisso de Gestão;
Promover ações de informação e conhecimento acerca do SUS, Desenvolver ações de apoio para a qualificação do processo de
junto à população em geral; gestão.
Apoiar os processos de educação popular em saúde, com vistas A operacionalização do processo de monitoramento deve ser
ao fortalecimento da participação social do SUS; objeto de regulamentação específica em cada esfera de governo,
Apoiar o fortalecimento dos movimentos sociais, aproximan- considerando as pactuações realizadas.
do-os da organização das práticas da saúde e com as instâncias de VI - DIREÇÃO E ARTICULAÇÃO DO SUS
controle social da saúde; A direção do SUS, em cada esfera de governo, é composta pelo
Formular e pactuar a política nacional de ouvidoria e imple- órgão setorial do poder executivo e pelo respectivo Conselho de
mentar o componente nacional, com vistas ao fortalecimento da Saúde, nos termos das Leis Nº 8.080/90 e Nº 8.142/1990.
gestão estratégica do SUS. O processo de articulação entre os gestores, nos diferentes ní-
V - IMPLANTAÇÃO E MONITORAMENTO DOS PACTOS PELA veis do Sistema, ocorre, preferencialmente, em dois colegiados de
VIDA E DE GESTÃO negociação: a Comissão Intergestores Tripartite - CIT e a Comissão
A - PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO Intergestores Bipartite - CIB, que pactuarão sobre a organização, di-
Para a implantação destes Pactos ficam acordados os seguintes reção e gestão da saúde.
pontos: A CIT é composta, paritariamente, por representação do Mi-
A implantação dos Pactos pela Vida e de Gestão, enseja uma nistério da Saúde, do Conselho Nacional de Secretários de Saúde
revisão normativa em várias áreas que serão regulamentadas em - CONASS e do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saú-
portarias específicas, pactuadas na CIT. de – CONASEMS, sendo um espaço tripartite para a elaboração de
Fica definido o Termo de Compromisso de Gestão, Federal, Es- propostas para a implantação e operacionalização do SUS.
tadual, do DF e Municipal, como o documento de formalização des- A CIB, composta igualmente de forma paritária, é integrada por
te Pacto nas suas dimensões Pela Vida e de Gestão. representação da Secretaria Estadual de Saúde (SES) e do Conse-
O Termo de Compromisso de Gestão, a ser regulamentado em lho Estadual de Secretários Municipais de Saúde (COSEMS) ou ór-
normatização específica, contém as metas e objetivos do Pacto pela gão equivalente é a instância privilegiada de negociação e decisão
Vida, referidas no item I deste documento; as responsabilidades e quanto aos aspectos operacionais do SUS. Um dos representantes
atribuições de cada gestor, constantes do item III e os indicadores dos municípios é, necessariamente, o Secretário de Saúde da Capi-
de monitoramento. tal. Como parte do processo de constituição das regiões de saúde
Os Termos de Compromisso de Gestão devem ser aprovados devem ser constituídos Colegiados de Gestão Regionais.
nos respectivos Conselhos de Saúde. A definição sobre o número de membros de cada CIB deve con-
Nos Termos de Compromisso de Gestão Estadual e Municipal, siderar as diferentes situações de cada estado, como número de
podem ser acrescentadas as metas municipais, regionais e estadu- municípios, número de regiões de saúde, buscando a maior repre-
ais, conforme pactuação; sentatividade possível.
Anualmente, no mês de março, devem ser revistas as metas, As decisões da CIB e CIT serão tomadas sempre por consenso.
os objetivos e os indicadores do Termo de Compromisso de Gestão. As conclusões das negociações pactuadas na CIT e na CIB serão
O Termo de Compromisso de Gestão substitui o atual processo formalizadas em ato próprio do gestor respectivo.
de habilitação, conforme detalhamento em portaria específica. As decisões das Comissões Intergestores que versarem sobre
Fica extinto o processo de habilitação para estados e municí- matéria da esfera de competência dos Conselhos de Saúde deverão
pios, conforme estabelecido na NOB SUS 01/– 96 e na NOAS SUS ser submetidas à apreciação do Conselho respectivo.
2002.
Ficam mantidas, até a assinatura do Termo de Compromisso de
Gestão constante nas Diretrizes Operacionais do Pacto pela Saúde
2006, as mesmas prerrogativas e responsabilidades dos municípios

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POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

4. Instituto Consulplan - 2019 - Prefeitura de Pitangueiras - SP


QUESTÕES - Médico ESF

Um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir, ou prevenir


1. Instituto Consulplan - 2020 - Prefeitura de Formiga - MG - riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do
Auxiliar em Farmácia meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de
serviços de interesse à saúde.
A Lei nº 8.080/90 e suas atualizações prevê os princípios do (§1º, inciso XI, artigo 6º da Lei 8.080/90 – Lei Orgânica da Saú-
SUS em seu Art. 7º. NÃO constitui um princípio estabelecido por de.)
essa lei: São áreas de atuação da Vigilância Sanitária, EXCETO:
(A) Direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde. (A) Imunobiológicos e suas substâncias ativas, sangue e hemo-
(B) Capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis derivados.
de assistência. (B) Radioisótopos para uso diagnóstico in vivo, radiofármacos e
(C) A iniciativa privada tem preferência pelo fornecimento de produtos radioativos utilizados em diagnóstico e terapia.
serviços de saúde. (C) Saneantes destinados à higienização, desinfecção ou desin-
(D) Integração em nível executivo das ações de saúde, meio festação em ambientes domiciliares, hospitalares e coletivos.
ambiente e saneamento básico. (D) Produtos alimentícios elaborados conforme Padrão de
Identidade e Qualidade, usados como ingredientes alimenta-
2. Instituto Consulplan - 2019 - Prefeitura de Pitangueiras - SP - res, destinados ao emprego na preparação de alimentos in-
Técnico em Enfermagem dustrializados, em estabelecimentos devidamente licenciados,
desde que incluídos na legislação brasileira de alimentos.
Em relação à Lei Orgânica da Saúde, Lei nº 8.080/90, é INCOR-
RETO afirmar que: 5. Instituto Consulplan - 2022 - Prefeitura de Gonçalves - MG -
(A) A colaboração na proteção do meio ambiente faz parte do Assistente Social
campo de atuação do SUS.
(B) As execuções das ações de saúde do trabalhador são de res- Integram o Sistema Único de Saúde (SUS) os serviços públi-
ponsabilidade do Ministério do Trabalho. cos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados,
(C) A internação domiciliar é estabelecida no âmbito do SUS, sendo executados de acordo com as diretrizes previstas na Lei nº
incluindo, entre outros, os procedimentos psicológicos e de as- 8.080/90, Art. 7º, respeitando, assim, os princípios estabelecidos.
sistência social. Considerando as informações anteriores, relacione os princípios às
(D) Os municípios podem constituir consórcios administrativos, suas respectivas características.
para que as ações e os serviços de saúde que lhes correspon- 1. Universalidade de acesso. 2. Integralidade de assistência. 3.
dam possam ser desenvolvidos em conjunto. Igualdade.
3.Instituto Consulplan - 2019 - Prefeitura de Pitangueiras - SP ( ) A assistência à saúde deve ser de maneira independente de
- Veterinário estereótipos ou prerrogativas de qualquer espécie. ( ) O conjunto
vinculado e constante das ações e serviços preventivos e curativos,
O conceito de Vigilância Epidemiológica, segundo a Lei nº sejam eles individuais ou coletivos, devem abranger todos os níveis
8.080/90 é o “conjunto de ações que proporciona o conhecimen- de complexidade do sistema de acordo com cada caso. ( ) Os servi-
to, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores de- ços de saúde devem atingir todos os níveis de assistência.
terminantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com A sequência está correta em
a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e (A) 3, 2, 1.
controle das doenças ou agravos”. São propósitos da Vigilância Epi- (B) 2, 3, 1.
demiológica, EXCETO: (C) 1, 2, 3.
(A) Ter somente atuação no âmbito local que esteja restrita à (D) 3, 1, 2.
realização de coleta de dados e à sua transmissão a outros ní-
veis. 6. Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: Am-
(B) Fornecer orientação técnica permanente para os responsá- biente e Saúde
veis pela decisão e execução de ações de controle de doenças
e agravos. Um dos princípios da Política Nacional de Humanização no SUS
(C) Disponibilizar informações atualizadas sobre a ocorrência – Humanizasus, é a transversalidade que significa:
dessas doenças ou agravos, bem como dos seus fatores condi- (A) Estar presente e inserida em todas as políticas e programas
cionantes, em uma área geográfica ou população determinada. do SUS.
(D) Constituir-se, ainda, em importante instrumento para o pla- (B) Que as decisões da gestão interferem diretamente na aten-
nejamento, a organização e a operacionalização dos serviços ção à saúde.
de saúde, como também para a normatização de atividades (C) A ampliação da autonomia e vontade das pessoas envolvi-
técnicas correlatas. das, que compartilham responsabilidades.
(D) Que o cuidado e a assistência em saúde não se restringem
às responsabilidades da equipe de saúde.

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POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

7. : Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: 10. CONSULPLAN - 2020 - Prefeitura de Capanema - PA - Agente
Ambiente e Saúde de Combate às Endemias

Para que haja garantia de acesso da população aos serviços de Epidemias e endemias têm como fatores determinantes e con-
saúde de maneira integral, atendendo aos princípios e diretrizes do dicionantes diversas situações econômicas, culturais, ecológicas,
Sistema Único de Saúde (SUS), os gestores da saúde efetuam pactos psicossociais e biológicas. São considerados fatores econômicos:
entre si, que acontecem em foros de negociação e pactuação. Tais (A) Estresse, uso de drogas, ausência de atividades e locais para
foros ocorrem por meio de: lazer.
(A) Comitês de decisão gerencial do SUS. (B) Indivíduos suscetíveis, mutação do agente infeccioso, trans-
(B) Comissões de gestão operacional do SUS. missibilidade do agente.
(C) Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite. (C) Poluição atmosférica, condições climáticas e ambientais fa-
(D) Comissões especiais para assuntos operacionais, financei- voráveis à proliferação de vetores.
ros e administrativos da gestão compartilhada do SUS. (D )Hábito de defecar próximo de mananciais, hábitos alimen-
tares de risco como ingestão de peixe cru ou ostras.
8.CONSULPLAN - 2022 - Prefeitura de Caeté - MG - Advogado (E) Miséria, privações resultando em habitações precárias, falta
- CREAS de saneamento básico e de água tratada e ocupação do territó-
Para organizar o Sistema Único de Saúde (SUS) a partir dos prin- rio de forma desordenada.
cípios doutrinários, considerando-se a ideia de seguridade social e
relevância pública, há algumas diretrizes que orientam o processo 11. : Instituto Consulplan - 2023 - ISGH - Maqueiro
na forma de concretizar o SUS na prática. Sobre a participação dos
cidadãos, analise as afirmativas a seguir. A Região de Saúde é instituída pelo Estado de forma articula-
da com o Município, resguardando as diretrizes gerais pactuadas
I. É a garantia constitucional de que a população, por meio de na Comissão Intergestores Tripartite (CIT). Em relação às ações e
suas entidades representativas, participará do processo de formu- serviços mínimos exigidos para a constituição da Região de Saúde,
lação e avaliação das políticas de saúde e do controle da sua execu- analise as alternativas a seguir.
ção, em todos os níveis, desde o federal até o local. I. Atenção Primária.
II. Ocorre por meio dos conselhos de saúde que têm poder de- II. Urgência e emergência.
liberativo, de caráter permanente, compostos com a representativi- III. Atenção ambulatorial especializada e hospitalar.
dade de toda a sociedade. IV. Vigilância em Saúde.
III. Outras formas de participação são as Conferências de Saú-
de, que são fóruns com representação de vários segmentos sociais Está correto o que se afirma em
que se reúnem para propor diretrizes, avaliar a situação da saúde e
ajudar na definição da política de saúde. Alternativas
IV. Ocorrem, periodicamente, em duas esferas de governo, (A) I, II, III e IV.
constituindo as instâncias máximas de deliberação. (B) II, apenas.
Está correto o que se afirma em (C) I e II, apenas.
Alternativas (D) II e III, apenas.
(A) I, II, III e IV.
(B) I e II, apenas. 12. Instituto Consulplan - 2022 - Prefeitura de Formiga - MG -
(C) III e IV, apenas. Agente Comunitário de Saúde
(D) I, II e III, apenas.
A Atenção Básica caracteriza-se por um conjunto de ações de
9. CONSULPLAN - 2022 - Prefeitura de Caeté - MG - Advogado saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a
- CREAS proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o trata-
mento, a reabilitação, a redução de danos e a manutenção da saúde
O que é definido como único na Constituição é um conjunto com o objetivo de desenvolver uma atenção integral que impacte
de elementos doutrinários e de organização do Sistema Único de na situação de saúde e na autonomia das pessoas e nos determi-
Saúde (SUS), um núcleo comum (único) que concentra os princípios nantes e condicionantes de saúde das coletividades. É desenvolvida
doutrinários e uma forma de organização e operacionalização, os por meio do exercício de práticas de cuidado e gestão, democráticas
princípios organizativos. São considerados princípios organizativos e participativas, sob forma de trabalho em equipe, dirigidas a popu-
do SUS, somente: lações de territórios definidos, pelas quais assume a responsabili-
(A) Equidade e Descentralização. dade sanitária, considerando a dinamicidade existente no território
(B) Regionalização e Hierarquização. em que vivem essas populações.
(C) Descentralização e Universalidade.
(D) Participação Social a Integralidade. ...........................................................
(Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br. Acesso em: 01/2023.)

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POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

São consideradas atribuições específicas dos Agentes Comuni- (D) O dever do Estado de prover as condições indispensáveis ao
tários de Saúde na Atenção Básica, EXCETO: pleno exercício da saúde não exclui o dever dos indivíduos, das
(A) Realizar atividades programadas e de atenção à demanda famílias, das empresas e da sociedade no processo de produ-
espontânea. ção da saúde e de qualidade de vida.
(B) Direcionar, quando necessário, usuários a outros pontos de
atenção, respeitando fluxos locais, mantendo sua responsabili- 15. : Instituto Consulplan - 2023 - SEGER-ES - Analista do Exe-
dade pelo acompanhamento do plano terapêutico do usuário cutivo - Nutrição
(C) Desenvolver ações que busquem a integração entre a equi-
pe de saúde e a população adscrita à Unidade Básica de Saúde No Brasil, a alimentação, assim como a saúde, é um direito
(UBS), considerando as características e as finalidades do tra- constitucional previsto na lei que cria o Sistema Único de Saúde
balho de acompanhamento de indivíduos e grupos sociais ou (SUS), Lei nº 8.080/1990. Tal normativa estabelece o caráter deter-
coletividade. minante da alimentação e atribui ao Ministério da Saúde (MS) o pa-
(D) Estar em contato permanente com as famílias, desenvolven- pel de formular políticas de alimentação e nutrição. Nesse sentido,
do ações educativas, visando à promoção da saúde, prevenção a Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), instituída em
das doenças e acompanhamento das pessoas com problemas 1999, chega para dar concretude às ações de alimentação e nutri-
de saúde, bem como ao acompanhamento das condicionalida- ção no SUS. Ao completar dez anos de publicação da PNAN, deu-se
des do Programa Bolsa Família, ou de qualquer outro programa início ao processo de atualização e aprimoramento das suas bases
similar de transferência de renda e enfrentamento de vulnera- e diretrizes, de forma a consolidar-se como uma referência para os
bilidades implantado pelo Governo Federal, estadual e munici- novos desafios a serem enfrentados no campo da alimentação e
pal, de acordo com o planejamento da equipe. nutrição no SUS. Os gestores de saúde nas três esferas, de forma
articulada e dando cumprimento às suas atribuições comuns e es-
13. Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: pecíficas, atuarão no sentido de viabilizar o alcance do propósito
Ambiente e Saúde desta política. Há as responsabilidades do Ministério da Saúde; das
Secretarias Estaduais de Saúde e do Distrito Federal; e, das Secreta-
Dentre os diversos benefícios previstos aos idosos estão o direi- rias Municipais de Saúde e do Distrito Federal. Trata-se de respon-
to à saúde e à habitação. Em relação ao transporte, marque V para sabilidade das Secretarias Estaduais de Saúde e do Distrito Federal:
as afirmativas verdadeiras e F para as falsas. (A) Pactuar, monitorar e avaliar os indicadores de alimentação
( ) É assegurada a gratuidade dos transportes coletivos públicos e nutrição e alimentar os sistemas de informação da saúde, de
urbanos e semiurbanos para os maiores de sessenta anos. forma contínua, com dados produzidos no sistema local de saú-
( ) As empresas de transporte coletivo público urbanos e se- de.
miurbanos devem reservar 10% dos assentos para os idosos. (B) Apoiar a organização de uma rede de Centros Colaborado-
( ) As empresas de transporte coletivo interestadual devem re- res em Alimentação e Nutrição, fomentando o conhecimento e
servar duas vagas gratuitas por veículo para os idosos com renda a construção de evidências no campo da alimentação e nutri-
igual ou inferior a dois salários mínimos. ção para o SUS.
( ) Para ter acesso à gratuidade, os idosos devem se cadastrar (C) Prestar assessoria técnica e apoio institucional aos muni-
nas empresas de transporte coletivo público urbanos e semiurba- cípios e às regionais de saúde no processo de gestão, planeja-
nos bastando, para isso, a apresentação de qualquer documento mento, execução, monitoramento e avaliação de programas e
pessoal que faça prova de sua idade. ações de alimentação e nutrição.
A sequência está correta em (D) Pactuar, na Comissão Intergestores Tripartite, prioridades,
(A) F, V, V, F. objetivos, estratégias e metas para implementação de progra-
(B) F, F, V, V. mas e ações de alimentação e nutrição na Rede de Atenção à
(C) V, V, F, F. Saúde, mantidos os princípios e as diretrizes gerais da PNAN.
(D) V, F, F, V. (E) Elaborar o plano de ação dentro dos instrumentos de plane-
jamento e gestão para implementação da PNAN, considerando
14. Instituto Consulplan - 2022 - SEED-PR - Eixo Tecnológico: as questões prioritárias e as especificidades regionais de forma
Ambiente e Saúde contínua e articulada com o Plano Nacional de Saúde e instru-
mentos de planejamento e pactuação do SUS.
A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o
Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício.
(Art. 2º da Lei nº 8.080/1990.)
Sobre tal legislação, assinale a afirmativa INCORRETA.
(A) A organização social e econômica do país é expressada tam-
bém pelo nível de saúde da sua população.
(B) O saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda,
dentre outros, são determinantes e condicionantes da saúde.
(C) As ações e os serviços de saúde de que tratam a referida
legislação devem ser executados por instituições federais, esta-
duais e municipais de caráter unicamente público.

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POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

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GABARITO
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1 C
2 B ______________________________________________________
3 A ______________________________________________________
4 D
______________________________________________________
5 A
6 A ______________________________________________________
7 C ______________________________________________________
8 D
______________________________________________________
9 B
______________________________________________________
10 E
11 A ______________________________________________________
12 B ______________________________________________________
13 A
______________________________________________________
14 C
15 C ______________________________________________________

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ANOTAÇÕES ______________________________________________________
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POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA

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CONHECIMENTOS
ESPECÍFICOS
Agente Administrativo

• Passos do Planejamento
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL: PLANEJAMENTO, — Definição dos objetivos: O que quer, onde quer chegar.
ORGANIZAÇÃO, DIREÇÃO, CONTROLE, SISTEMAS E MÉ- — Determinar a situação atual: Situar a Organização.
TODOS — Desenvolver possibilidades sobre o futuro: Antecipar even-
tos.
— Analisar e escolher entre as alternativas.
Funções de administração — Implementar o plano e avaliar o resultado.

• Planejamento, organização, direção e controle • Vantagens do Planejamento


— Dar um “norte” – direcionamento;
— Ajudar a focar esforços;
— Definir parâmetro de controle;
— Ajuda na motivação;
— Auxilia no autoconhecimento da organização.
— Processo de planejamento

• Planejamento estratégico ou institucional


Estratégia é o caminho escolhido para que a organização possa
• PLANEJAMENTO, ORGANIZAÇÃO, DIREÇÃO E CONTROLE chegar no destino desejado pela visão estratégica. É o nível mais
amplo de planejamento, focado a longo prazo. É desdobrado no
Planejamento Tático, e o Planejamento Tático é desdobrado no Pla-
— Planejamento nejamento Operacional.
Processo desenvolvido para o alcance de uma situação futura — Global — Objetivos gerais e genéricos — Diretrizes estraté-
desejada. A organização estabelece num primeiro momento, atra- gicas — Longo prazo — Visão forte do ambiente externo.
vés de um processo de definição de situação atual, de oportunida-
des, ameaças, forças e fraquezas, que são os objetos do processo de Fases do Planejamento Estratégico:
planejamento. O planejamento não é uma tarefa isolada, é um proces- — Definição do negócio, missão, visão e valores organizacio-
so, uma sequência encadeada de atividades que trará um plano. nais;
• Ele é o passo inicial; — Diagnóstico estratégico (análise interna e externa);
• É uma maneira de ampliar as chances de sucesso; — Formulação da estratégia;
• Reduzir a incerteza, jamais eliminá-la; — Implantação;
• Lida com o futuro: Porém, não se trata de adivinhar o futuro; — Controle.
• Reconhece como o presente pode influenciar o futuro, como
as ações presentes podem desenhar o futuro; • Planejamento tático ou intermediário
• Organização ser PROATIVA e não REATIVA; Complexidade menor que o nível estratégico e maior que o
• Onde a Organização reconhecerá seus limites e suas compe- operacional, de média complexidade e compõe uma abrangência
tências; departamental, focada em médio prazo.
• O processo de Planejamento é muito mais importante do que — Observa as diretrizes do Planejamento Estratégico;
seu produto final (assertiva); — Determina objetivos específicos de cada unidade ou depar-
tamento;
Idalberto Chiavenato diz: “Planejamento é um processo de es- — Médio prazo.
tabelecer objetivos e definir a maneira como alcança-los”.
• Processo: Sequência de etapas que levam a um determinado • Planejamento operacional ou chão de fábrica
fim. O resultado final do processo de planejamento é o PLANO; Baixa complexidade, uma vez que falamos de somente uma
• Estabelecer objetivos: Processo de estabelecer um fim; única tarefa, focado no curto ou curtíssimo prazo. Planejamento
• Definir a maneira: um meio, maneira de como alcançar. mais diário, tarefa a tarefa de cada dia para o alcance dos objetivos.
Desdobramento minucioso do Planejamento Estratégico.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

— Observa o Planejamento Estratégico e Tático;


— Determina ações específicas necessárias para cada atividade ou tarefa importante;
— Seus objetivos são bem detalhados e específicos.

• Negócio, Missão, Visão e Valores


Negócio, Visão, Missão e Valores fazem parte do Referencial estratégico: A definição da identidade a organização.
— Negócio = O que é a organização e qual o seu campo de atuação. Atividade efetiva. Aspecto mais objetivo.
— Missão = Razão de ser da organização. Função maior. A Missão contempla o Negócio, é através do Negócio que a organização
alcança a sua Missão. Aspecto mais subjetivo. Missão é a função do presente.
— Visão = Qual objetivo e a visão de futuro. Define o “grande plano”, onde a organização quer chegar e como se vê no futuro, no
destino desejado. Direção mais geral. Visão é a função do futuro.
— Valores = Crenças, Princípios da organização. Atitudes básicas que sem elas, não há negócio, não há convivência. Tutoriza a escolha
das estratégias da organização.

• Análise SWOT
Strenghs – Weaknesses – Opportunities – Threats.

Ou FFOA
Forças – Fraquezas – Oportunidades – Ameaças.

É a principal ferramenta para perceber qual estratégia a organização deve ter.


É a análise que prescreve um comportamento a partir do cruzamento de 4 variáveis, sendo 2 do ambiente interno e 2 do ambiente
externo. Tem por intenção perceber a posição da organização em relação às suas ameaças e oportunidades, perceber quais são as forças
e as fraquezas organizacionais, para que a partir disso, a organização possa estabelecer posicionamento no mercado, sendo elas: Posição
de Sobrevivência, de Manutenção, de Crescimento ou Desenvolvimento. Em que para cada uma das posições a organização terá uma
estratégia definida.
Ambiente Interno: É tudo o que influencia o negócio da organização e ela tem o poder de controle. Pontos Fortes: Elementos que
influenciam positivamente. Pontos Fracos: Elementos que influenciam negativamente.
Ambiente Externo: É tudo o que influencia o negócio da organização e ela NÃO tem o poder de controle. Oportunidades: Elementos
que influenciam positivamente. Ameaças: Elementos que influenciam negativamente.

• Matriz GUT
Gravidade + Urgência + Tendência
Gravidade: Pode afetar os resultados da Organização.
Urgência: Quando ocorrerá o problema.
Tendência: Irá se agravar com o passar do tempo.
Determinar essas 3 métricas plicando uma nota de 1-5, sendo 5 mais crítico, impactante e 1 menos crítico e com menos impacto.
Somando essas notas. Levando em consideração o problema que obtiver maior total.

PROBLEMA GRAVIDADE URGÊNCIA TENDÊNCIA TOTAL


X 1 3 3 7
Y 3 2 1 6

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Ferramenta 5W2H
Ferramenta que ajuda o gestor a construir um Plano de Ação. Facilitando a definição das tarefas e dos responsáveis por cada uma
delas. Funciona para todos os tipos de negócio, visando atingir objetivos e metas.
5W: What? – O que será feito? - Why? Porque será feito? - Where? Onde será feito? - When? Quando será feito? – Who? Quem fará?
2H: How? Como será feito? – How much? Quanto irá custar para fazer?

Não é uma ferramenta para buscar causa de problemas, mas sim elaborar o Plano de Ação.

WHAT WHY WHERE WHEN WHO HOW HOW MUCH


Padronização Otimizar Coordenação Agosto 2021 João Silva Contratação 2.500,00
de Rotinas tempo de Assessoria
externa
Sistema de Impedir Setor Compras 20/08/21 Paulo Compra de 4.000,00
Segurança entrada de Santos equipamentos e
Portaria pessoas não instalação
Central autorizadas

• Análise competitiva e estratégias genéricas


Gestão Estratégica: “É um processo que consiste no conjunto de decisões e ações que visam proporcionar uma adequação competiti-
vamente superior entre a organização e seu ambiente, de forma a permitir que a organização alcance seus objetivos”.
Michael Porter, Economista e professor norte-americano, nascido em 1947, propõe o segundo grande essencial conceito para a com-
preensão da vantagem competitiva, o conceito das “estratégias competitivas genéricas”.
Porter apresenta a estratégia competitiva como sendo sinônimo de decisões, onde devem acontecer ações ofensivas ou defensivas
com finalidade de criar uma posição que possibilite se defender no mercado, para conseguir lidar com as cinco forças competitivas e com
isso conseguir e expandir o retorno sobre o investimento.
Observa ainda, que há distintas maneiras de posicionar-se estrategicamente, diversificando de acordo com o setor de atuação, capa-
cidade e características da Organização. No entanto, Porter desenha que há três grandes pilares estratégicos que atuarão diretamente no
âmbito da criação da vantagem competitiva.
As 3 Estratégias genéricas de Porter são:
1. Estratégia de Diferenciação: Aumentar o valor – valor é a percepção que você tem em relação a determinado produto. Exemplo:
Existem determinadas marcas que se posicionam no mercado com este alto valor agregado.
2. Estratégia de Liderança em custos: Baixar o preço – preço é quanto custo, ser o produto mais barato no mercado. Quanto vai custar
na etiqueta.
3. Estratégia de Foco ou Enfoque: Significa perceber todo o mercado e selecionar uma fatia dele para atuar especificamente.

• As 5 forças Estratégicas
Chamada de as 5 Forças de Porter (Michael Porter) – é uma análise em relação a determinado mercado, levando em consideração 5
elementos, que vão descrever como aquele mercado funciona.
1. Grau de Rivalidade entre os concorrentes: com que intensidade eles competem pelos clientes e consumidores. Essa força tenciona
as demais forças.
2. Ameaça de Produtos substitutos: ameaça de que novas tecnologias venham a substituir o produto ou serviço que o mercado ofe-
rece.
3. Ameaça de novos entrantes: ameaças de que novas organizações, ou pessoas façam aquilo que já está sendo feito.
4. Poder de Barganha dos Fornecedores: Capacidade negocial das empresas que oferecem matéria-prima à organização, poder de
negociar preços e condições.
5. Poder de Barganha dos Clientes: Capacidade negocial dos clientes, poder de negociar preços e condições.

• Redes e alianças
Formações que as demais organizações fazem para que tenham uma espécie de fortalecimento estratégico em conjunto. A formação
de redes e alianças estratégicas de modo a poder compartilhar recursos e competências, além de reduzir seus custos.
Redes possibilitam um fortalecimento estratégico da organização diante de seus concorrentes, sem aumento significativo de custos.
Permite que a organização dê saltos maiores do que seriam capazes sozinhas, ou que demorariam mais tempo para alcançar individual-
mente.
Tipos: Joint ventures – Contratos de fornecimento de longo prazo – Investimentos acionários minoritário – Contratos de fornecimento
de insumos/ serviços – Pesquisas e desenvolvimento em conjunto – Funções e aquisições.
Vantagens: Ganho na posição de barganha (negociação) com seus fornecedores e Aumento do custo de entrada dos potenciais con-
correntes em um mercado = barreira de entrada.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Administração por objetivos • Tipos de departamentalização


A Administração por objetivos (APO) foi criada por Peter Duc- É  uma forma de sistematização  da  estrutura organizacional,
ker que se trata do esforço administrativo que vem de baixo para visa agrupar atividades que possuem uma mesma linha de ação
cima, para fazer com que as organizações possam ser geridas atra- com o objetivo de melhorar a eficiência operacional da empresa.
vés dos objetivos. Assim, a organização junta recursos, unidades e pessoas que te-
Trata-se do envolvimento de todos os membros organizacio- nham esse ponto em comum.
nais no processo de definição dos objetivos. Parte da premissa de Quando tratamos sobre organogramas, entramos em concei-
que se os colaboradores absorverem a ideia e negociarem os obje- tos de divisão do trabalho no sentido vertical, ou seja, ligado aos
tivos, estarão mais dispostos e comprometidos com o atingimento níveis de autoridade e hierarquia existentes. Quando falamos sobre
dos mesmos. departamentalização tratamos da especialização horizontal, que
Fases: Especificação dos objetivos – Desenvolvimento de pla- tem relação com a divisão e variedade de tarefas.
nos de ação – Monitoramento do processo – Avaliação dos resul-
tados. • Departamentalização funcional ou por funções: É a forma
mais utilizada dentre as formas de departamentalização, se tratan-
• Balanced scorecard do do agrupamento feito sob uma lógica de identidade de funções
Percepção de Kaplan e Norton de que existem bens que são e semelhança de tarefas, sempre pensando na especialização, agru-
intangíveis e que também precisam ser medidos. É necessário apre- pando conforme as diferentes funções organizacionais, tais como
sentar mais do que dados financeiros, porém, o financeiro ainda faz financeira, marketing, pessoal, dentre outras.
parte do Balanced scorecard. Vantagens: especialização das pessoas na função, facilitando
Ativos tangíveis são importantes, porém ativos intangíveis me- a cooperação técnica; economia de escala e produtividade, mais
recem atenção e podem ser ponto de diferenciação de uma orga- indicada para ambientes estáveis.
nização para a outra. Desvantagens: falta de sinergia entre os diferentes departa-
Por fim, é a criação de um modelo que complementa os dados mentos e uma visão limitada do ambiente organizacional como um
financeiros do passado com indicadores que buscam medir os fato- todo, com cada departamento estando focado apenas nos seus
res que levarão a organização a ter sucesso no futuro. próprios objetivos e problemas.

• Processo decisório • Por clientes ou clientela: Este tipo de departamentalização


É o processo de escolha do caminho mais adequado à organi- ocorre em função dos diferentes tipos de clientes que a organiza-
zação em determinada circunstância. ção possui. Justificando-se assim, quando há necessidades hete-
Uma organização precisa estar capacitada a otimizar recursos e rogêneas entre os diversos públicos da organização. Por exemplo
atividades, assim como criar um modelo competitivo que a possibi- (loja de roupas): departamento masculino, departamento femini-
lite superar os rivais. Julgando que o mercado é dinâmico e vive em no, departamento infantil.
constante mudança, onde as ideias emergem devido às pressões. Vantagem: facilitar a flexibilidade no atendimento às deman-
Para que um negócio ganhe a vantagem competitiva é neces- das específicas de cada nicho de clientes.
sário que ele alcance um desempenho superior. Para tanto, a or- Desvantagens: dificuldade de coordenação com os objetivos
ganização deve estabelecer uma estratégia adequada, tomando as globais da organização e multiplicação de funções semelhantes
decisões certas. nos diferentes departamentos, prejudicando a eficiência, além de
poder gerar uma disputa entre as chefias de cada departamento
— Organização diferente, por cada uma querer maiores benefícios ao seu tipo de
cliente.
• Estrutura organizacional
A estrutura organizacional na administração é classificada • Por processos: Resume-se em agregar as atividades da orga-
como o conjunto de ordenações, ou conjunto de responsabilida- nização nos processos mais importantes para a organização. Sendo
des, sejam elas de autoridade, das comunicações e das decisões de assim, busca ganhar eficiência e agilidade na produção de produ-
uma organização ou empresa. tos/serviços, evitando o desperdício de recursos na produção orga-
É estabelecido através da estrutura organizacional o desenvol- nizacional. É muito utilizada em linhas de produção.
vimento das atividades da organização, adaptando toda e qualquer Vantagem: facilita o emprego de tecnologia, das máquinas e
alteração ou mudança dentro da organização, porém essa estru- equipamentos, do conhecimento e da mão-de-obra e possibilita
tura pode não ser estabelecida unicamente, deve-se estar pronta um melhor arranjo físico e disposição racional dos recursos, au-
para qualquer transformação. mentando a eficiência e ganhos em produtividade.
Essa estrutura é dividida em duas formas, estrutura informal
e estrutura formal, a estrutura informal é estável e está sujeita a • Departamentalização por produtos: A organização se estru-
controle, porém a estrutura formal é instável e não está sujeita a tura em torno de seus diferentes tipos de produtos ou serviços.
controle. Justificando-se quando a organização possui uma gama muito va-
riada de produtos que utilizem tecnologias bem diversas entre si,
ou mesmo que tenham especificidades na forma de escoamento da
produção ou na prestação de cada serviço.
Vantagem: facilitar a coordenação entre os departamentos en-
volvidos em um determinado nicho de produto ou serviço, possibi-
litando maior inovação na produção.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Desvantagem: a “pulverização” de especialistas ao longo da ministração e tem um conjunto de regras e regulamentos a seguir.
organização, dificultando a coordenação entre eles. O principal objetivo da organização é atingir as metas estabeleci-
das. Como resultado, o trabalho é atribuído a cada indivíduo com
• Departamentalização geográfica: Ou departamentalização base em suas capacidades. Em outras palavras, existe uma cadeia
territorial, trata-se de critério de departamentalização em que a de comando com uma hierarquia organizacional e as autoridades
empresa se estabelece em diferentes pontos do país ou do mundo, são delegadas para fazer o trabalho.
alocando recursos, esforços e produtos conforme a demanda da Além disso, a hierarquia organizacional determina a relação
região. lógica de autoridade da organização formal e a cadeia de coman-
Aqui, pensando em uma organização Multinacional, pressu- do determina quem segue as ordens. A comunicação entre os dois
pondo-se que há uma filial em Israel e outra no Brasil. Obviamen- membros é apenas por meio de canais planejados.
te, os interesses, hábitos e costumes de cada povo justificarão que
cada filial tenha suas especificidades, exatamente para atender a Tipos de estruturas de organização formal:
cada povo. Assim, percebemos que, dentro de cada filial nacional, — Organização de Linha
poderão existir subdivisões, para atender às diferentes regiões de — Organização de linha e equipe
cada país, com seus costumes e desejos. Como cada filial estará — Organização funcional
estabelecida em uma determinada região geográfica e as filiais es- — Organização de Gerenciamento de Projetos
tarão focadas em atender ao público dessa região. Logo, provavel- — Organização Matricial
mente haverá dificuldade em conciliar os interesses de cada filial
geográfica com os objetivos gerais da empresa. Organização informal refere-se a uma estrutura social interli-
gada que rege como as pessoas trabalham juntas na vida real. É
• Departamentalização por projetos: Os departamentos são possível formar organizações informais dentro das organizações.
criados e os recursos alocados em cada projeto da organização. Além disso, esta organização consiste em compreensão mútua, aju-
Exemplo (construtora): pode dividir sua organização em torno das da e amizade entre os membros devido ao relacionamento inter-
construções “A”, “B” e “C”. Aqui, cada projeto tende a ter grande pessoal que constroem entre si. Normas sociais, conexões e intera-
autonomia, o que viabiliza a melhor consecução dos objetivos de ções governam o relacionamento entre os membros, ao contrário
cada projeto. da organização formal.
Vantagem: grande flexibilidade, facilita a execução do projeto Embora os membros de uma organização informal tenham res-
e proporciona melhores resultados. ponsabilidades oficiais, é mais provável que eles se relacionem com
Desvantagem: as equipes perdem a visão da empresa como seus próprios valores e interesses pessoais sem discriminação.
um todo, focando apenas no seu projeto, duplicação de estruturas A estrutura de uma organização informal é plana. Além disso,
(sugando mais recursos), e insegurança nos empregados sobre sua as decisões são tomadas por todos os membros de forma coletiva.
continuidade ou não na empresa quando o projeto no qual estão A unidade é a melhor característica de uma organização informal,
alocados se findar. pois há confiança entre os membros. Além disso, não existem re-
• Departamentalização matricial gras e regulamentos rígidos dentro das organizações informais;
Também é chamada de organização em grade, e é uma mistu- regras e regulamentos são responsivos e adaptáveis ​​às mudanças.
ra da departamentalização funcional (mais verticalizada), com uma Ambos os conceitos de organização estão inter-relacionados.
outra mais horizontalizada, que geralmente é a por projetos. Existem muitas organizações informais dentro de organizações for-
Nesse contexto, há sempre autoridade dupla ou dual, por res- mais, portanto, eles são mutuamente exclusivos.
ponder ao comando da linha funcional e ao gerente da horizontal. • Cultura organizacional
Assim, há a matricial forte, a fraca e a equilibrada ou balanceada: A  cultura organizacional  é responsável por reunir os hábitos,
• Forte – aqui, o responsável pelo projeto tem mais autorida- comportamentos, crenças, valores éticos e morais e as políticas in-
de; ternas e externas da organização.
• Fraca – aqui, o gerente funcional tem mais autoridade;
• Equilibrada ou Balanceada – predomina o equilíbrio entre os — Direção
gerentes de projeto e funcional. Direção essencialmente como uma função humana, apêndice
de psicologia organizacional. Recrutar e ajustar os esforços para
Porém, não há consenso na literatura se a departamentaliza- que os indivíduos consigam alcançar os resultados pretendidos pela
ção matricial de fato é um critério de departamentalização, ou um organização.
tipo de estrutura organizacional. Direção = Rota – Intensidade = Grau – Persistência = Capacida-
de de sobrevivência (gatilhos da motivação)
Desvantagens: filiais, ou projetos, possuírem grande autono-
mia para realizar seu trabalho, dificultando o processo administra- • Motivação
tivo geral da empresa. Além disso, a dupla subordinação a que os “Pode ser entendido como o conjunto de razões, causa e mo-
empregados são submetidos pode gerar ambiguidade de decisões tivos que são responsáveis pela direção, intensidade e persistência
e dificuldade de coordenação. do comportamento humano em busca de resultados. ” É o que des-
perta no ser a vontade de alcançar os objetivos pretendidos. Algo
• Organização formal e informal acontece no indivíduo e ele reage. Estímulos: quanto mais atingível
Organização formal trata-se de uma organização onde duas ou parecer o resultado maior a motivação e vice-e-versa.
mais pessoas se reúnem para atingir um objetivo comum com um A (Razão, Causas, Motivos) pode ser: Intrínseca (Interna): do
relacionamento legal e oficial. A organização é liderada pela alta ad- próprio ser ou, Extrínseca (Externa): algo que vem do meio.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Porém a motivação é sempre um processo do indivíduo, sem- — Dilema chefia e liderança: Chefe é aquele que toma ações
pre uma resposta interna aos estímulos. baseadas em seu cargo, onde sofre a influência dos poderes for-
mais. E o líder é aquele que toma as decisões, recebe e consegue
liderar os indivíduos, através de seu poder informal, independente
do cargo que ocupe.

Conceito de Poder, segundo o Dilema chefia e liderança é o


que consegue agrupar os dois distintos tipos de poder, os poderes
formais e informais.

• Tipos de Liderança:
Transacional: Baseada na troca. Liderança tradicional, incenti-
vos materiais. Funciona bem em ambientes estáveis, pois líderes e
liderados precisam estar “satisfeitos” com o negócio em si.
Transformacional: Baseada na mudança. Liderança atual: Ins-
pira seus subordinados. Quando construída, gera resultados acima
da transacional, já que os subordinados alcançam uma posição de
agentes de mudança e inovação.

• Comunicação
É a ligação entre a liderança e a motivação. Para motivar é ne-
cessário comunicar-se bem. A comunicação é essencial para o todo
dentro da organização. A organização que possui uma boa comuni-
cação, tende a ser valorizada pelos indivíduos, consequentemente
gera melhores resultados.
A comunicação organizacional eficiente é fundamental para o
Liderança êxito na organização. Caso a comunicação seja deficiente, acarreta-
Fenômeno social, depende da relação das pessoas. Aspecto rá um grau de incompreensão no ambiente organizacional, dificul-
ligado a relação dos indivíduos. Capacidade de exercer liderança tando a organização de atingir seus objetivos.
– influência: fazer com que as pessoas façam aquilo que elas não Através da comunicação a organização, bem como sua lide-
fariam sem a presença do líder. Importante utilização do poder rança, obtém maior engajamento de seus colaboradores de forma
para influenciar o comportamento de outras pessoas, ocorrendo mais efetiva.
em uma dada situação. A comunicação interna tem como objetivo manter os indiví-
— Liderança precisa de pessoas. duos informados quanto as diretrizes, filosofia, cultura, valores e
— Influência: capacidade de fazer com que o indivíduo mude resultados obtidos pela organização. Agregando valor e tornando a
de comportamento. organização competitiva no mercado.
— Poder: que não está relacionado ao cargo, pode ser por via
informal. • Descentralização e delegação
— Situação: em determinadas situações a liderança pode apa- Centralização ocorre quando uma organização decide que a
recer. maioria das decisões deve ser tomadas pelos ocupantes dos car-
gos no topo somente. Descentralização ocorre quando o contrário
Não confunda: Chefia (posição formal) – Autoridade (dada por acontece, ou seja, quando a autoridade para tomar as decisões está
algum aspecto) – Liderança – Poder. dispersa pela empresa, na base, através dos diversos setores.
A influência acontece e gera a liderança, o poder é por onde Delegação é o processo usado para transferir autoridade e res-
essa influência acontece. Esse poder pode ser formal ou informal. ponsabilidade para os membros organizacionais em níveis hierár-
Segundo Max Weber: “Poder é a capacidade de algo ou alguém quicos inferiores.
fazer com que um indivíduo ou algo, faça alguma coisa, mesmo que
este ofereça resistência. ” – Exemplo: votação, alistamento militar — Controle
para homens. Segundo Djalma de Oliveira:
— Poderes formais são aqueles que estão relacionados ao car- “Controle é uma função do processo administrativo que, me-
go e ficam no cargo independente de quem o ocupe. Já poderes diante a comparação com padrões previamente estabelecidos, pro-
informais são aqueles que ficam com a pessoa, independente do cura medir e avaliar o desempenho e o resultado das ações, com a
cargo que o indivíduo ocupe. finalidade de realimentar os tomadores de decisões, de forma que
— Autoridade: Direito formal e legítimo, que algo ou alguém possam corrigir ou reforçar esse desempenho ou interferir em fun-
tem, para te dar ordens, alocar recursos, tomar decisões e de con- ções do processo administrativo, para assegurar que os resultados
duzir ações. satisfaçam aos desafios e aos objetivos estabelecidos. ”
Segundo Robbins e Coulter:
“O processo de monitorar as atividades de forma a assegurar
que elas estejam sendo realizadas conforme o planejado e corrigir
quaisquer desvios significativos. ”
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Segundo Maximiano: Uma administração financeira tem como principal objetivo


“Consiste em fazer comparação e tomar a decisão de confir- gerir os recursos em prol do próprio negócio. Contas em dias e
mar ou modificar os objetivos e os recursos empregados em sua recursos bem aplicados, gerando rendimentos, significam melhores
realização. ” resultados financeiros.

No processo administrativo o controle aparece como a etapa As principais funções da administração financeira
final, porém, o controle acontece durante todas as fases do proces- – A administração financeira tem como uma de suas principais
so, é contínua. funções a análise detalhada dos resultados financeiros do negócio;
– Gestão e controle dos pagamentos de impostos e despesas
• Objetivo: operacionais (gestão tributária);
— Identificar os problemas, falhas, erros e desvios. – Análise e planejamento financeiro: analisar os resultados
— Fazer com que os resultados obtidos estejam próximos dos financeiros e planejar ações necessárias para obter melhorias;
resultados esperados. – A boa utilização dos recursos financeiros: analisar e negociar
— Fazer com que a organização trabalhe de forma mais adequada. a captação dos recursos financeiros necessários, bem como a
— Proporcionar informações gerenciais periódicas. aplicação dos recursos financeiros disponíveis;
— Redefinir e retroalimentar os objetivos (feedback). – Crédito e cobrança: analisar a concessão de crédito aos
clientes e administrar o recebimento dos créditos concedidos;
• Características – Caixa: efetuar os recebimentos e os pagamentos, controlando
- Monitorar e avaliar ações. o saldo de caixa;
- Verificar desvios (positivos e negativos) – Contas a receber e a pagar: controlar as contas a receber
- Promover mudanças (correção e aprimoramento) relativas às vendas a prazo e contas a pagar relativas às compras a
prazo, impostos e despesas operacionais.
• Tipos, vantagens e desvantagens.
— Preventivo (ex-ante): Controle proativo. Objetiva prevenir, Áreas de atuação (tipos de meios de transações ou negócios
evitar e identificar possíveis problemas, antes que eles aconteçam. financeiros):
— Simultâneo: Controle reativo. Acontece durante a execução – Finanças Corporativa: abrangem na maioria, relações com
das tarefas. Controle estatístico da produção, verificar as margens cooperações (sociedades anônimas);
de erro de produção. Avaliação, monitoramento. – Investimentos: são recursos depositados de forma
— Posterior (ex-post): Controle reativo. Inspeção no final do temporária ou permanente em certo negócio ou atividade da
processo produtivo se avalia o resultado dado. Acontece após. empresa, em que se deve levar em conta os riscos e retornos
potenciais ligados ao investimento em um ativo financeiro, o que
• Sistema de medição de desempenho organizacional leva a formar, determinar ou definir o preço ou valor agregado de
Faz parte das etapas do Processo de Controle os sistemas de um ativo financeiro, tal como a melhor composição para os tipos
medição de desempenho, onde pode-se: de ativos financeiros. Os ativos financeiros são classificados no
— Estabelecer padrões: definição de objetivos, metas e de- Balanço Patrimonial em investimentos temporários e em ativo
sempenho esperado. permanente (ou imobilizado), este último, deve ser investido com
— Monitorar desempenho: acompanhar, coletar informação, sabedoria e estratégia haja visto que o que traz mais resultados é
andar simultaneamente ao processo. Determinar o que medir, se trabalhar com recursos circulantes por causa do alto índice de
como medir e quando medir. liquidez apresentado;
— Comparação com o padrão: análise dos resultados reais em – Instituições financeiras: são empresas intimamente ligadas
comparação com o objetivo previamente estabelecido. às finanças, onde analisam os diversos negócios disponíveis no
— Medidas Corretivas: tomar as decisões que levem a orga- mercado de capitais– podendo ser aplicações, investimentos ou
nização a atingir os resultados desejados. Caminhos: Não mudar empréstimos, entre outros – determinando qual apresentará uma
nada. Corrigir desempenho. Alterar padrões. posição financeira suficiente a atingir determinados objetivos
financeiros, analisados por meio da avaliação dos riscos e benefícios
do empreendimento, certificando-se sua viabilidade;
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA: FUNDA- – Finanças Internacionais: como o próprio nome supõe, são
MENTOS E TÉCNICAS; ORÇAMENTO E CONTROLE DE transações diversas podendo envolver cooperativas, investimentos
CUSTOS ou instituições, mas que serão feitas no exterior, sendo preciso um
analista financeiro internacional que conheça e compreenda este
ramo de mercado.
— Objetivo
A administração financeira é uma ferramenta ou técnica — Finanças
utilizada para controlar da forma mais eficaz possível, no que diz Arte e a ciência de administrar fundos, praticamente todos
respeito à concessão de credito para clientes, planejamento, análise os indivíduos e organizações obtêm receitas ou levantam fundos,
de investimentos e, de meios viáveis para a obtenção de recursos gastam ou investem. As finanças ocupam-se do processo,
para financiar operações e atividades da empresa, visando sempre instituições, mercados e instrumentos envolvidos na transferência
o desenvolvimento, evitando gastos desnecessários, desperdícios, de fundos entre pessoas, empresas e governos. É a aplicação de
observando os melhores “caminhos” para a condução financeira da uma série de princípios econômicos e financeiros objetivando a
empresa. maximização da riqueza da empresa e do valor das suas ações.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

— Patrimônio
É um conjunto de bens, direitos e obrigações de uma pessoa ou de uma empresa. Bens são as coisas capazes de satisfazer as
necessidades humanas ou da empresa e suscetíveis de avaliação econômica. Podem ser:
– Bens Materiais, corpóreos ou tangíveis são os objetos que a empresa tem para uso (armários, prateleiras, computadores, máquinas
veículos, vitrinas etc.), troca (mercadorias para revenda) ou consumo (material de limpeza, expediente e embalagem).
– Bens imateriais, incorpóreos ou intangíveis correspondem a determinados gastos que, por sua natureza, a legislação brasileira
determina que façam parte do patrimônio.

Informação
Ao final de cada período contábil, a companhia fará as seguintes demonstrações, com o objetivo de fornecer informações aos seus
usuários.
I – Balanço patrimonial;
II – Demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados ou demonstração das mutações do patrimônio líquido;
III – Demonstração do resultado do exercício;
IV – Demonstração dos fluxos de caixa; e
V – Se companhia aberta, demonstração do valor adicionado.

Aspectos qualitativos e quantitativos


Os relatórios elaborados a partir da escrita contábil deverão ressaltar esses dois aspectos:
A – Qualitativo – consiste em qualificar, dar nomes aos elementos componentes de respectivo relatório, permitido que se conheça a
natureza de cada um;
B – Quantitativo – consiste em atribuir, aos respectivos elementos, seus valores em moeda.

Representação gráfica do patrimônio


Voltada para a pessoa jurídica da empresa distinta das pessoas físicas. O Balanço é uma das mais importantes demonstrações
financeiras da companhia, nele estão claramente evidenciados o Ativo, o Passivo e o Patrimônio Líquido.
T – É a forma pela qual é representada graficamente o Patrimônio, o Balanço Patrimonial Ativo, os Bens Direitos Obrigações e o
Passivo. No lado esquerdo, denominado ativo, são classificados os elementos positivos (Bens e Direitos). No lado direito, denominado
passivo, são classificados os elementos negativos (Obrigações, que representam o que ela tem que pagar).

ATIVO PASSIVO
• Bens • Obrigações
• Caixa (dinheiro) • Duplicatas a pagar
• Móveis e utensílios • Salários a pagar
• Direitos • Impostos a pagar
• Duplicatas a receber • Patrimônio Líquido
• Promissórias a receber

Fonte: https://image.slidesharecdn.com/contabilidadepatrimnio-2-130705202613-phpapp02/95/contabilidade-patrimnio-2-9-638.jpg?-
cb=1373056002

Ativo
Representa todos os bens e direitos de uma entidade expressos monetariamente. Todos os elementos do ativo estão discriminados
do lado esquerdo do Balanço.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Passivo ou
Representa as obrigações da entidade para com terceiros Liquidez imediata = Disponível
(dívidas). Todos os elementos do Passivo estão discriminados do Passivo Circulante
lado direito do Balanço.
D – Liquidez Geral: (situações a longo prazo)
Patrimônio Liquido Liquidez imediata = (Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo)
Pode ser representado pelos investimentos que os (Passivo Circulante + Passivo não circulante)
proprietários de uma empresa têm aplicado no negócio, bem como
os lucros de exercícios anteriores, ou seja, corresponde aos capitais Índices de Liquidez (IL)
próprios aplicados ou investidos na empresa. É representado pela A análise de liquidez ou da capacidade de solvência de uma
diferença entre o valor do Ativo e o Passivo de uma empresa em um empresa é realizada através do cálculo e interpretação dos índices
determinado momento. de liquidez.
O Índice de Liquidez Geral (ILG) é calculado a partir da divisão
da soma dos ativos circulante (AC) e realizável a longo prazo (RLP)
Bens e direitos pela soma dos passivos circulante (PC) e exigível a longo prazo
Elementos a representar Terrenos, edifícios, casas, enfim o (ELP). Sua função é indicar a liquidez da empresa no curto e longo
solo e o que sobre ele está construído. Automóveis, caminhões, prazo, por isso o nome Liquidez Geral. Uma observação importante
utilitários, motocicletas, bicicletas e etc. de uso da empresa. é que alguns valores registrados no RLP podem ser dificilmente
Prateleiras, balcões, vitrinas e similares utilizados na empresa. “realizáveis” na prática, como, por exemplo, determinados
depósitos judiciais, os quais deverão ser excluídos do cálculo do ILG.
Obrigações e patrimônio líquido
Valores a pagar tendo como garantia uma nota promissória ou Liquidez Geral (LG) |Ativo Circulante + Ativo real. L.P
letra de cambio. Impostos devidos aos poderes públicos. Salários
devidos aos serviços prestados pelos funcionários. Investimentos — Rentabilidade
do proprietário ou proprietários aplicados na empresa. Lucros É a capacidade de o Administrador Financeiro investir recursos
acumulados em função da dos resultados operados pela empresa. do sistema do Fluxo de Caixa, em outro tipo de bem (estoque de
mercadoria) e conseguir fazer com que este estoque se transforme
— Liquidez em dinheiro novamente e retorne com os lucros desejados para
É a capacidade da organização de estar sempre com as suas dentro do sistema do fluxo de caixa.
finanças oxigenadas para que nunca falte recursos na hora de
honrar os compromissos. Para isso, ele deverá usar o Fluxo de Maximização da riqueza
Caixa, onde projetará todas as entradas e saídas de recursos, tendo O objetivo da empresa e administradores é maximizar a riqueza
uma visão de curto, médio e longo prazos do fluxo monetário da de seus proprietários. É a escolha de investimentos que oferece a
empresa. Com o Fluxo de Caixa, ele poderá verificar quando faltará melhor compensação entre o riso e retorno e aumenta o valor da
capital disponível para a empresa e com isso, tomar as devidas empresa devido à incorporação dos juros ao capital empregado. A
providências. capacidade de gerar lucros de investimentos determina o valor de
mercado de uma empresa. Quanto maior o investimento maior o
A – Liquidez Corrente: Calcula-se a liquidez corrente risco.
evidenciando no Balanço Patrimonial o Ativo Circulante e passivo
circulante.
Liquidez Corrente = Ativo Circulante NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAS: TREINA-
Passivo Circulante MENTO E DESENVOLVIMENTO
Ativo circulante (caixa, bancos, estoques, clientes)
Passivo circulante (Empréstimos, financiamentos, impostos,
fornecedores) O fator humano é uma das principais razões pelas quais a im-
Análise dos resultados: plementação de mudanças tem sucesso em alcançar seus objeti-
LC = 1.... São equivalentes os valores dos direitos e obrigações vos e benefícios potenciais nas organizações, isso porque, pessoas
a curto prazo trata-se de um fator crítico de sucesso para qualquer organização.
LC > 1.... Cumprirá as obrigações pois existe folga no valor As organizações estão investindo cada vez mais em seus fun-
disponível cionários dando importância aos interesses individuais das pessoas,
LC < 1.... Não terá disponibilidade para cumprir com obrigações pois assegurará a sobrevivência da empresa. Por outro lado, essa
a curto prazo mudança de mentalidade afeta o próprio funcionário também, uma
vez que ele adquire vontade de aprender e desenvolver suas habili-
B – Liquidez Seca dades para evoluir em sua carreira.
C – Liquidez Imediata: Ativo circulante a considerar para o Os impactos do treinamento e do desenvolvimento são funda-
cálculo: (caixa, saldo bancário e aplicações financeiras de liquidez mentais tanto para indivíduo quanto para as organizações, garan-
imediata para quitar as obrigações). tindo a produtividade e competitividade, tornam-se desafiadoras
Liquidez imediata = Ativo Circulante – Estoque – contas a e quando se considera o complexo processo no mundo do trabalho,
valores a receber
Passivo Circulante
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

onde as mudanças colocam novos desafios para o desenvolvimento Desenvolvimento: é orientado para ampliar as habilidades
das pessoas. Veja a seguir os conceitos que ajudarão no entendi- dos indivíduos para responsabilidades futuras, ele foca os cargos a
mento do tema: serem ocupados futuramente na organização, novas habilidades e
Desenvolvimento Organizacional (DO): é o conjunto de ações competências que serão requeridas.
focadas na aprendizagem (intencionais e propositais) em função
das experiências passadas e atuais, proporcionadas pela organiza- Segundo Robbins2, os líderes competentes não permanecem
ção, dentro de um específico período, para oferecer a oportunida- competentes para sempre, pois as habilidades se deterioram e
de de melhoria do desempenho e/ou crescimento humano, inclui o podem se tornar obsoletas.
treinamento, educação e desenvolvimento. Sendo as pessoas que conduzem e impulsionam os negócios,
é imprescindível que as organizações promovam capacitações e as
Desenvolvimento Gerencial: é o conjunto organizado de ações vejam como investimento e não como despesas, é preciso pensar
educacionais no sentido de desenvolver habilidades e competên- no longo prazo e no desenvolvimento pessoal de cada colaborador.
cias gerenciais, como liderança, motivação, condução de equipes e, Na visão de Chiavenato3, antigamente quando surgiam vagas
sobretudo, gestão dos processos de gestão de pessoas. nas organizações para qualquer função e em especial para cargos
de liderança, pensava-se em captar do mercado profissionais
Desenvolvimento Pessoal: são as experiências não necessa- com educação formal ou experiências adquiridas em outras
riamente relacionadas com o cargo atual, mas que proporcionam organizações.
oportunidades para desenvolvimento e crescimento profissional. Atualmente, as empresas que acreditam que seus funcionários
são seus maiores ativos preocupam-se em capacitá-los de forma
Treinamento: são as experiências organizadas de aprendi- constante e permanente, haja vista que, agregando valores a eles
zagem e centradas na posição atual da organização, ele deve au- incrementam qualidade e produtividade à organização.
mentar a possibilidade de o funcionário desempenhar melhor suas
responsabilidades. Desenvolvimento de Pessoas
Todas as pessoas, independentemente de suas diferenças indi-
Capacitação: é tornar capaz, habilitar, mudar o comportamen- viduais, podem e devem se desenvolver. Na abordagem tradicional,
to, fazer com que as pessoas adquiram novos conhecimentos, e no- o desenvolvimento era reservado apenas para uma pequena fatia
vas habilidades. É ensiná-las a mudar de atitudes, com o objetivo de do pessoal, as que faziam parte dos níveis mais elevados da orga-
buscarem o verdadeiro sentido da educação, que é desenvolver a nização.
capacidade física, intelectual, e moral do ser humano, levando este Porém, mais recentemente, houve redução de níveis hierár-
a uma integração e interação com o meio que o cerca. Assim, as quicos e formação de equipes de trabalho e os funcionários passa-
pessoas podem refletir criticamente sobre as mudanças ocorridas ram a ter maior participação nos objetivos dos seus cargos e maior
em sua volta e dessa reflexão podem tomar decisões eficazes a res- preocupação com a qualidade e com clientes. Assim, as organiza-
peito do rumo a ser seguido. ções estão exigindo novas habilidades, conhecimentos e compe-
Para Chiavenato1, capacitação é um processo de longo prazo tências, assim o desenvolvimento passou a envolver a totalidade
e propõe o desenvolvimento de habilidades e competências por de funcionários.
meio de novos hábitos, atitudes, conhecimentos e destrezas, o que Para Dutra4, em geral, as organizações estão percebendo a ne-
resulta em uma mudança de comportamento dos líderes perante cessidade de estimular e apoiar o contínuo desenvolvimento das
seus liderados e dentro da organização. pessoas, como forma de manter suas vantagens competitivas. O
Além do mais, seus objetivos perseguem prazos mais longos, processo de desenvolvimento de pessoas inclui treinamento e vai
visando dar ao homem aqueles conhecimentos que transcendem além: compreende o autodesenvolvimento, processo esse que é in-
o que é exigido no cargo atual, preparando-o para assumir funções trínseco a cada indivíduo.
mais complexas. Assim, é um conceito entendido como similar ao Segundo Milkovich e Boudreau5, desenvolvimento permite
desenvolvimento. aperfeiçoar as capacidades e motivações dos empregados a fim de
torná-los futuros membros valiosos da organização.
Educação: é o conjunto holístico das experiências de aprendi- Dessa forma, o colaborador é valorizado e visto como parceiro
zagem que preparam a pessoa para enfrentar a vida e se adaptar da organização, tendo a possibilidade de crescer, não somente no
aos desafios do mundo atual. cargo em que ocupa, mas tendo a possibilidade de se desenvolver
em outro cargo.
Atenção: Vale ressaltar a diferença entre desenvolvimento O desenvolvimento dentro da organização serve de ferramen-
e treinamento (questão muito cobrada nos concursos). Ambos ta de apoio e estímulo para o autodesenvolvimento, pois muito
constituem processos de aprendizagem. depende do próprio colaborador querer se empenhar e crescer
dentro da empresa.
Treinamento: é um processo educacional de curto prazo e
aplicado de maneira sistemática e organizada por meio do qual as 2 ROBBINS, Stephen P. Comportamento Organizacional. São Paulo:
pessoas aprendem conhecimentos, atitudes e competências em Pearson Prentice Hall, 2007.
função de objetivos previamente definidos, e foca o cargo atual. 3 Idem.
4 DUTRA, Joel Souza. Gestão de pessoas: modelo, processos, tendên-
1 CHIAVENATO, I.; Treinamento e Desenvolvimento de Recursos cias e perspectiva. São Paulo: Atlas, 2009.
Humanos: Como incrementar talentos na Empresa. São Paulo: Atlas, 5 MILKOVICH, George T.; BOUDREAU, Jown W. Administração de
2003. Recursos Humanos. São Paulo: Atlas, 2000.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Métodos e Estratégias de Desenvolvimento de Pessoas


É a movimentação das pessoas em várias posições na organização, e ela pode ser
Rotação de cargos (job rotation)
vertical ou horizontal.
Esse método possibilita à pessoa de elevado potencial a trabalhar apoiando um
Posições de Assessoria
gerente.
O treinando se dedica a um trabalho de tempo integral para analisar e resolver
Aprendizagem Prática
problemas em certos projetos ou em outros departamentos.
Atribuição de Comissões Oportunidade para trabalhar com comissões de trabalho.
É a forma mais tradicional de desenvolvimento, com a ajuda de consultores,
Participação em Cursos e Seminários Externos
fornecedores, etc. Pode se fazer também pelo uso de Tecnologia da Informação.
Incluem estudos de caso e simulação de papeis (como gerente, cliente,
funcionário...), usando a experiência de outras empresas.
Exercícios de Simulação Os exercícios de simulação apresentam a vantagem de criar um ambiente similar
em relação às situações reais em que a pessoa trabalha, contudo, é difícil simular
todas as situações reais da vida cotidiana.
São centros localizados na empresa para expor as pessoas a exercícios realísticos, a
Centros de Desenvolvimento Internos
fim de melhorar as habilidades pessoais. É o caso das universidades corporativas.
O gerente integra vários papeis como líder renovador, preparador, orientador
Coaching e impulsionador ao guiar e orientar urna pessoa em sua carreira. Assim, ele
aconselha, dá críticas e sugestões para ajudar no crescimento do funcionário.
Geralmente é oferecido por empresas de Treinamento e Desenvolvimento (T&D)
Treinamento fora da empresa
cujo foco é ensinar o trabalho em equipe.
É um método de desenvolvimento no qual a pessoa se defronta com uma descrição
escrita de um problema organizacional para ser analisado e resolvido. Trata-se de
Estudo de Casos
uma técnica que permite diagnosticar um problema real e apresentar alternativas
de solução, desenvolvendo habilidades de análise, comunicação e persuasão.
As equipes competem umas com as outras tomando decisões computadorizadas a
Jogos de empresas
respeito de situações reais ou simuladas de empresas.

Treinamento de Pessoas
De acordo com Chiavenato6, treinamento se conceitua como o processo de desenvolver qualidades nos recursos humanos das or-
ganizações para habilitá-los a serem mais produtivos e contribuir melhor para o alcance dos objetivos organizacionais. O propósito do
treinamento é aumentar a produtividade dos indivíduos em seus cargos, influenciando seus comportamentos.
É definido também como o processo de ensinar aos novos empregados as habilidades básicas que eles necessitam para desempenhar
seus cargos.
Antes, o treinamento era um meio de adequar cada pessoa a seu cargo e desenvolver força de trabalho da organização a partir do
preenchimento dos cargos, mas recentemente, o conceito foi ampliado e é visto como meio para alavancar o desempenho no cargo.

Segundo Carvalho7, os principais objetivos do treinamento são:


- Preparar os colaboradores para a execução imediata das inúmeras tarefas da organização por meio da transmissão de informações
e do desenvolvimento de habilidades. Assim, há o aumento do conhecimento dos colaboradores sobre a organização, seus clientes, pro-
dutos/serviços, políticas, diretrizes, regras e regulamentos.
- Dar oportunidades para o contínuo desenvolvimento pessoal, não somente em seus cargos atuais, mas também para as outras fun-
ções as quais o indivíduo pode ser considerado.
- Mudar as atitudes dos indivíduos, com o objetivo de criar um clima satisfatório entre os empregados, aumentando a motivação dos
mesmos e tornando-os mais receptivos à supervisão e gerência.

O Treinamento não é simplesmente realizar cursos e proporcionar informação. É necessário que haja uma cultura interna favorável
ao aprendizado e comprometida com a mudança.

6 CHIAVENATO, I.; Gestão de Pessoas – O novo papel dos recursos humanos nas organizações. RJ: Campus, 1999.
7 CARVALHO, L. C. F. de.; T&D estratégicos. Manual de treinamento e desenvolvimento: um guia de operações. SP: Makron Books, 1999.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Tipos de Treinamento
Para Milkovich8, há diferentes tipos de treinamento:
Treinamento de Integração: objetiva adaptar as pessoas à organização (novos colaboradores).
Treinamento Técnico-operacional: busca a capacitação do indivíduo para o desempenho das tarefas específicas a serem realizadas.
Treinamento Gerencial: procura desenvolver a competência técnica, administrativa e comportamental.
Treinamento Comportamental: tem como intuito solucionar os problemas das inter-relações no contexto do trabalho.

Tipos de Mudanças de Comportamento por meio do Treinamento

Aumentar o conhecimento das pessoas


Transmissão de Informações Por meio de informações sobre a organização, seus produtos/serviços, políticas
e diretrizes, regras e regulamentos e seus cliente
Melhorar as habilidade e destrezas
Desenvolvimento de Habilidades Habilitar os colaboradores para a execução e operação de tarefas, manejar
equipamentos, máquinas, ferramentas, e etc.
Treinamento
Desenvolver e/ou modificar comportamentos
Desenvolvimento de Atitudes Mudanças de atitudes negativas para atitudes favoráveis, conscientização e
sensibilidade com as pessoas, com os clientes internos e externos.
Elevar o nível de abstração
Desenvolvimento de Conceitos Desenvolver ideias e conceitos para ajudar as pessoas a pensar em termos
globais e amplos.
Fonte: Chiavenato, 20099.

Processo e Etapas de Treinamento


O treinamento é um processo cíclico e continuo composto de quatro etapas:

2. Desenho do
1. Necessidades a Satisfazer 3. Condução do Treinamento 4. Avaliação dos Resultados
Treinamento
Decisão quanto à
Diagnóstico da Situação Implementação ou Ação Avaliação e Controle
Estratégia
Programação do
- Objetivos da organização Condução e aplicação do Programa - Monitoração do Processo
Treinamento
- Competências necessárias de Treinamento por meio de - Avaliação e Medição de
- Quem treinar
- Problemas de produção * Gerente de linha Resultados
- Como treinar
- Problemas de pessoal * Assessoria de RH - Comparação da situação atual
- Em que treinar
- Resultados da Avaliação do * Por ambos com a situação anterior
- Onde treinar
Desempenho * Por terceiros - Análise do custo/beneficio
- Quando treinar
Fonte: Chiavenato, 2009.

Indicadores de Necessidade de Treinamento


a) Indicadores a priori (antes): são eventos que, se acontecerem, provocarão futuras necessidades de treinamento:
- Expansão da empresa e admissão de novos empregados;
- Redução do número de empregados;
- Mudança de métodos e processos de trabalho;
- Absenteísmo, faltas, licenças e férias de pessoal;
- Modernização de equipamentos e novas tecnologias;
- Produção e comercialização de novos produtos ou serviços.

b) Indicadores a posteriori (depois): são problemas provocados por necessidades de treinamento ainda não atendidas, “carências”, como:
1. Problemas de produção:
- Baixa qualidade de produção;
- Baixa produtividade;
- Avarias frequentes em equipamentos e instalações;
- Comunicações deficientes, etc.

8 MILKOVICH, Jorge T. Administração de Recursos Humanos: Treinamento. São Paulo: Editora Atlas, 2000.
9 CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas. 3.ed, 2009.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

2. Problemas de pessoal:
- Relações deficientes entre o pessoal;
- Número excessivo de queixas;
- Mau atendimento ao cliente;
- Pouco interesse pelo trabalho;
- Falta de cooperação;
- Erros na execução de ordens.

Leitura, instrução programada, instrução assistida por


Orientadas para o conteúdo
computador
Dramatização, treinamento da sensitividade,
Quanto ao uso Orientadas para o processo
desenvolvimento de grupos.
Estudo de casos, jogos e simulações, conferencias e
Mistas (Conteúdo e Processo)
várias técnicas on-the-job.
Técnicas de
Antes do ingresso à empresa Programa de indução ou integração à empresa.
Treinamento Quanto ao tempo
(época) Treinamento no local (em serviço) ou fora do local de
Após o ingresso na empresa
trabalho (fora de serviço)
Treinamento em tarefas, rodizio de cargos,
No local de trabalho
enriquecimento de cargos.
Quanto ao local
Aulas, filmes, painéis, casos, dramatização, debates,
Fora do local de trabalho
simulações, jogos.

Fonte: Chiavenato, 2009.

Planejando um Programa de Treinamento


Um programa de treinamento deve se guiar por determinados pontos imprescindíveis para o seu sucesso:
a) Identificar o cliente: este é o ponto de partida para a elaboração do programa. Se a identificação do cliente estiver errada, todo o
programa perderá o seu sentido. Para a identificação, pergunte:
- Qual é o problema a ser solucionado?
- Quais são as suas necessidades?
- Quais resultados deverão ser alcançados?
- Somente o cliente terá as respostas para estas perguntas.

b) Levantamento de necessidades (LN): para que um programa de treinamento tenha o resultado esperado, tem-se que ajustar as
ações da área de treinamento com as necessidades da instituição.
O LN trará à tona a “carência observada no indivíduo ou no grupo, diante do padrão de qualificação necessário para a boa execução
das tarefas de uma função”, segundo Toledo e Milioni10.
Os resultados aqui traçados definirão as ações a serem tomadas posteriormente.

Chiavenato sugere a análise dos três níveis da organização para o LN:


1. Análise organizacional - o sistema organizacional: a análise organizacional envolve não só o estudo de toda a empresa, envolvendo
sua missão, seus objetivos, seus recursos, suas competências e sua distribuição para a consecução dos objetivos, mas também o ambiente
socioeconômico e tecnológico no qual a organização está inserida. Essa análise ajuda a responder à questão sobre o que deve ser ensina-
do e aprendido em termos de um plano e estabelece a filosofia de treinamento para toda a empresa. Consiste em uma análise em longo
prazo.
2. Análise dos recursos humanos - o sistema de treinamento: procura verificar se os recursos humanos são suficientes quantitativa
e qualitativamente para as atividades atuais e futuras da organização. Consiste em uma análise da força de trabalho: o funcionamento
organizacional pressupõe que os empregados possuam as habilidades, os conhecimentos e as atitudes desejados pela organização.
3. Análise das operações e tarefas - o sistema de aquisição de habilidades: é o nível de abordagem mais restrito no levantamento de ne-
cessidades de treinamento: a análise é feita em nível do cargo, tendo como fundamento os requisitos exigidos pelo cargo ao seu ocupante. Além
da organização e das pessoas, o treinamento deve também considerar os cargos para os quais as pessoas devem ser treinadas.

Para levantar as necessidades e poder montar um plano de capacitação de uma empresa, há diversas ferramentas:
- Avaliação de desempenho;
- Relatório do Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC);
- Pesquisa de clima; `
10 TOLEDO, Flávio e MILIONI, B. Dicionário de Recursos Humanos. 3ª edição. São Paulo: Atlas, 1986.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Entrevista de desligamento; Vejamos agora quais são os recursos mais conhecidos: televi-
- Formulários apropriados; sor; gravador/aparelho de som; cartazes; retroprojetor/slides, ma-
- Gestão e planejamento estratégico; terial apostilado; quadro negro; flip-chart; computador.
- Pesquisa de satisfação de clientes; Plano de aula: com todas as etapas anteriores preenchidas de-
- Questionário; ve-se elaborar um plano de aula. Este é um instrumento que irá
- Discussão em grupo; auxiliar o instrutor na realização do treinamento. No plano devem
- Reuniões interdepartamentais; conter as seguintes informações: tema central do treinamento, as-
- Solicitação de supervisores e gerentes. suntos a serem abordados, horários, técnicas e recursos didáticos.
Seja qual for o instrumento utilizado não podemos abrir mão
da criatividade, tendo sempre em mente os objetivos da empresa. Tempo e custo: devemos levar em consideração estes dois
fatores antes de terminarmos a elaboração de um programa de
c) Diagnosticar o problema: nesta etapa o profissional de trei- treinamento. O tempo deve ser determinado a partir das neces-
namento, irá analisar o desvio encontrado e assim verificar se o sidades e características do cliente e do público-alvo, assim como
problema é solucionável através de um programa de treinamento. a importância do tema a ser abordado. O mau planejamento do
tempo pode causar a perda de informações essenciais no término
Elaborando um Programa de Treinamento/Capacitação do programa.
A elaboração de um programa de treinamento sempre será Custo: deve ser levado em consideração e este deve ser con-
realizada com base em uma perfeita identificação e interpretação frontado com os benefícios que o treinamento irá proporcionar ao
das necessidades reais de treinamento. cliente. Podemos identificar como custo os seguintes pontos: sa-
Para definirmos com exatidão o que faremos no treinamento, lários dos instrutores ou consultores externos, despesa com local,
será fundamental identificarmos os seguintes pontos: refeições, passagens, estadias, materiais, entre outros.
Público-alvo: a correta identificação e análise da população
que será atingida pelo programa garantirá um percentual do su- Executando um Programa de Treinamento
cesso do treinamento. Isto porque, um treinamento voltado para Terminada a fase de elaboração do programa de treinamento,
os técnicos não poderá ser o mesmo utilizado para os gerentes e entramos na fase de execução, que envolve a convocação dos trei-
vice-versa. nandos e a execução do treinamento propriamente dito.
Objetivos: é o que se pretende alcançar com um programa de
treinamento. Hoje quando as empresas passam por dificuldades Convocação dos treinandos:
financeiras o primeiro corte de verbas é realizado na área de trei- É muito comum o instrutor se defrontar com treinandos des-
namento. Isto se dá porque os resultados concretos obtidos em um motivados e desinteressados. Nessa situação o instrutor terá que
programa de treinamento não são fáceis de se alcançar e de de- desfazer toda esta resistência. Isto acontece porque os treinandos
monstrar, por isso temos que definir os objetivos com algumas ca- não estão cientes da real importância do aprendizado contínuo.
racterísticas essenciais: ter desempenho final a ser alcançado (ela- Para que se minimize este problema ao se convocar um fun-
borar folha de pagamento); ter um período determinado (mensal); cionário para um treinamento tem-se que ser criativo e inovador,
ter um padrão de satisfação (sem erros). Desta forma os objetivos aguçar a curiosidade do público alvo, e para isso, é importante:
serão facilmente atingidos com a realização do treinamento. - deixar de lado aqueles velhos memorandos e passar a usar
Definição dos temas: ao se estabelecer os objetivos a serem um convite ou algo mais atrativo;
alcançados, podemos definir quais temas serão abordados e quais - procurar conhecer os pontos fortes dos treinandos fazendo
assuntos serão levantados dentro deste tema, para melhor atingir uma rápida reunião com seus superiores;
aos resultados. - quando iniciar um programa de treinamento dizer coisas
Metodologia: é a forma utilizada para o desenvolvimento do agradáveis sobre o grupo. Esta atitude fortifica os treinando;
programa de treinamento. Levando em consideração as necessida- - no início do programa deve-se deixar bem claro quais são os
des estabelecidas pelo cliente será possível escolher a metodologia ganhos que os treinandos terão com a realização deste treinamen-
a ser utilizada. Vejamos exemplos dos métodos mais utilizados: Sala to.
de aula; Treinamento à distância; Internet...
Processos e técnicas: vários fatores do treinamento podem Execução do Treinamento:
influir na escolha da técnica, tais como nível do treinando, forma do A execução do treinamento se inicia com a escolha adequada
treinamento, tipo de necessidades, duração dos cursos, recursos dos instrutores que irão atuar junto às equipes.
humanos e materiais, condições físicas e ambientais, segundo Fon- Os instrutores são aquelas pessoas que irão mediar o processo
tes11. de conhecimento, apresentando conteúdo teórico e prático do pro-
Tendo escolhido a metodologia a ser desenvolvida e as téc- grama de treinamento.
nicas a serem utilizadas, o instrutor poderá contar com recursos
didáticos que servem para esclarecer uma demonstração, motivar Para se definir um corpo de instrutores deve-se analisar o
o grupo para uma reflexão e favorece a memorização dos assuntos currículo dos indicados para verificar se são adequados para o
apresentados, segundo Feullette12. programa.
Para que um programa de treinamento tenha sucesso o
11 FONTES, Lauro Barreto. Manual de treinamento na empresa. São instrutor deverá estar preparado para atuar como um verdadeiro
Paulo: Atlas,1975. agente de mudança.
12 FEUILLETTE, Isolde. Recursos Humanos, o novo perfil do treinador.
São Paulo: Nobel, 1991.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O instrutor deve possuir algumas características básicas para


que ele possa obter sucesso na mediação do processo de apren- AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
dizagem: personalidade transmitindo segurança; conhecimento do
assunto; habilidade para lidar com ambiguidades; motivação para a
função; criação de vínculo com o público; liderança; influência; cria- Avaliação e Desemprenho
tividade; empatia (colocar-se no lugar do outro); ética nas relações, A maneira mais eficaz do gestor demonstrar que está a par dos
nos procedimentos e nas análises. resultados apresentados por seus colaboradores é acompanhando
de perto as atividades que esses realizam. E o método mais eficaz
Avaliação do Treinamento de demonstrar este acompanhamento é através da Avaliação de
O que mais importará para a organização é estar ciente do Desempenho do colaborador. A avaliação de desempenho é uma
tipo de retorno que o programa de treinamento irá trazer para a ferramenta da gestão de pessoas que visa analisar o desempenho
empresa. Portanto, ao terminar um treinamento, deve-se avaliá-lo individual ou de um grupo de funcionários em uma determinada
junto com os treinandos e checar, posteriormente, se ele trouxe empresa. É um processo de identificação, diagnóstico e análise do
realmente benefícios para a empresa. comportamento de um colaborador durante um intervalo de tem-
Ao se investir em treinamento espera-se que haja “aumento de po, analisando sua postura profissional, seu conhecimento técnico,
produtividade, mudanças de comportamento, melhoria do clima sua relação com os parceiros de trabalho etc.
humano na organização, redução de custos e de acidentes, rotação Este método tem por objetivo analisar as melhores práticas dos
de pessoal, além de outros resultados”, segundo Toledo e Milioni13. funcionários, proporcionando um crescimento profissional e pesso-
al, visando um melhor desempenho de suas funções no ambiente
Quando implantado de forma correta, o treinamento propor- de trabalho. Além disso, é uma importante ferramenta de auxílio
ciona grandes vantagens estruturais, tais como: à administração de recursos humanos da empresa, alimentando-a
- Possibilidade de análise das necessidades de toda a organi- com informações que auxiliam a tomada de decisão sobre práticas
zação; de bonificação, aumento de salários, demissões, necessidades de
- Definição das prioridades de cada setor da empresa; treinamento etc.
- Caracterização dos vários tipos de desenvolvimento de pes- Segundo Wagner Siqueira, o processo de avaliação de desem-
soas que podem ser aplicados; penho de um colaborador inclui, dentre outras, as expectativas de-
- Elaboração de planos de capacitação de profissionais a curto, sejadas e os resultados reais. Sendo divida em algumas etapas:
médio e longo prazo; - Apreciação diária do comportamento do colaborador, seus
- Aumento da eficácia organizacional; progressos e limitações, êxitos e insucessos, com oferecimento per-
- Melhoria da imagem da empresa; manente de feedback instantâneo;
- Redução da rotatividade e absenteísmo de pessoal; - Identificação e equacionamento imediato dos problemas
- Melhoria da qualidade de vida no trabalho (qvt); emergentes, procurando manter continuamente um alto padrão
- Elevação da aprendizagem, conhecimentos e competências de motivação e de obtenção de resultados;
das pessoas; - Entrevistas formais periódicas de avaliação de desempenho,
- Aumento de satisfação e do desempenho das pessoas na or- em que avaliador e avaliado analisam os resultados obtidos no pe-
ganização; ríodo considerado e redefinem novas orientações, compromissos
- Retorno do investimento em treinamento. recíprocos e ações corretivas, se for o caso.

Para ser mais objetivo, veja o modelo de Kirkpatrick14. Ele clas- Neste processo, o gestor precisa avaliar as fraquezas e limita-
sifica a avaliação de aprendizagem em quatro níveis: ções dos funcionários, buscando identificar pontos de melhoria,
1. Avaliação de reação: refere-se à satisfação (do treinando) necessidade de treinamento ou até mesmo remanejamento do in-
com o programa, material didático, carga horária, instrutores e re- divíduo para outras funções em que poderia render melhor.
cursos. Assim, o papel principal da avaliação de desempenho é identi-
2. Avaliação da aprendizagem: refere-se ao que os participan- ficar e trabalhar de forma sistêmica as diferenças de desempenho
tes aprenderam (observa o conhecimento adquirido pelos partici- entre os muitos funcionários da organização. Tendo sempre como
pantes ao final do treinamento e o que eles sabem a mais em rela- base a interação constante entre avaliador e avaliado.
ção ao que não sabiam antes).
3. Mudança de comportamento (avaliação de impacto ou de- Formas de avaliação de desempenho – Listamos abaixo os mé-
sempenho): avalia se o participante colocou em prática no trabalho todos mais tradicionais de avaliação:
o conteúdo (avalia o que há de diferente no comportamento dos - Escalas gráficas de classificação: é o método mais utilizado
participantes após as intervenções do treinamento). nas empresas. Avalia o desempenho por meio de indicadores defi-
4. Avaliação de Resultados: avalia se a aplicação do conteúdo nidos, graduados através da descrição de desempenho numa varia-
no trabalho foi capaz de causar impactos favoráveis no resultado ção de ruim a excepcional. Para cada graduação pode haver exem-
da organização (avalia o impacto gerado na organização a partir plos de comportamentos esperados para facilitar a observação da
das mudanças de comportamento ocorridas após a realização do existência ou não do indicador. Permite a elaboração de gráficos
treinamento). que facilitarão a avaliação e acompanhamento do desempenho his-
13 TOLEDO, Flávio e MILIONI, B. Dicionário de Recursos Humanos. 3ª tórico do avaliado.
edição. São Paulo: Atlas, 1986.
14 KIRKPATRICK, D. L. Evaluating Training Programs – The Four Levels.
San Francisco: Berrett - Koehler Publishers, Inc, 1998.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Escolha e distribuição forçada: consiste na avaliação dos in- - Avaliação 360 graus: neste método o avaliado recebe feedba-
divíduos através de frases descritivas de determinado tipo de de- cks (retornos) de todas as pessoas com quem ele tem relação, tam-
sempenho em relação às tarefas que lhe foram atribuídas, entre bém chamados de stakeholders, como pares, superior imediato,
as quais o avaliador é forçado a escolher a mais adequada para subordinados, clientes, entre outros.
descrever os comportamentos do avaliado. Este método busca mi- - Avaliação de competências: trata-se da identificação de com-
nimizar a subjetividade do processo de avaliação de desempenho. petências conceituais (conhecimento teórico), técnicas (habilida-
- Pesquisa de campo: baseado na realização de reuniões entre des) e interpessoais (atitudes) necessárias para que determinado
um especialista em avaliação de desempenho da área de Recursos desempenho seja obtido.
Humanos com cada líder, para avaliação do desempenho de cada
um dos subordinados, levantando-se os motivos de tal desempe- - Avaliação de competências e resultados: é a conjugação das
nho por meio de análise de fatos e situações. Este método permite avaliações de competências e resultados, ou seja, é a verificação da
um diagnóstico padronizado do desempenho, minimizando a sub- existência ou não das competências necessárias de acordo com o
jetividade da avaliação. Ainda possibilita o planejamento, conjun- desempenho apresentado.
tamente com o líder, do desenvolvimento profissional de cada um. - Avaliação de potencial: com ênfase no desempenho futuro,
- Incidentes críticos: enfoca as atitudes que representam de- identifica as potencialidades do avaliado que facilitarão o desenvol-
sempenhos altamente positivos (sucesso), que devem ser realça- vimento de tarefas e atividades que lhe serão atribuídas. Possibilita
dos e estimulados, ou altamente negativos (fracassos), que devem a identificação de talentos que estejam trabalhando aquém de suas
ser corrigidos através de orientação constante. O método não se capacidades, fornecendo base para a recolocação dessas pessoas.
preocupa em avaliar as situações normais. No entanto, para haver - Balanced Scorecard: sistema desenvolvido por Robert S.
sucesso na utilização desse método, é necessário o registro cons- Kaplan e David P. Norton na década de 90, avalia o desempenho
tante dos fatos para que estes não passem despercebidos. sob quatro perspectivas: financeira, do cliente, dos processos in-
- Comparação de pares: também conhecida como comparação ternos e do aprendizado e crescimento. São definidos objetivos
binária, faz uma comparação entre o desempenho de dois colabo- estratégicos para cada uma das perspectivas e tarefas para o aten-
radores ou entre o desempenho de um colaborador e sua equipe, dimento da meta em cada objetivo estratégico.
podendo fazer o uso de fatores para isso. É um processo muito sim-
ples e pouco eficiente, mas que se torna muito difícil de ser realiza- Vantagens da Avaliação de desempenho
do quanto maior for o número de pessoas avaliadas. Por meio da avaliação de desempenho é possível identificar
- Auto-avaliação: é a avaliação feita pelo próprio avaliado com novos talentos dentro da própria organização, por meio da análise
relação a sua performance. O ideal é que esse sistema seja utilizado do comportamento e das qualidades de cada indivíduo. Gerando,
conjuntamente a outros sistemas para minimizar o forte viés e falta assim, novas possibilidades para remanejamento interno de cola-
de sinceridade que podem ocorrer. boradores. Além de poder oferecer bonificações e premiações aos
- Relatório de performance: também chamada de avaliação funcionários que mais se destacarem na avaliação.
por escrito ou avaliação da experiência, trata-se de uma descrição Outra vantagem é a possibilidade de gerar um feedback mais
mais livre acerca das características do avaliado, seus pontos fortes, fácil aos funcionários analisados e gestores, uma vez que tem como
fracos, potencialidades e dimensões de comportamento, entre ou- resultado informações relevantes, sólidas e tangíveis para um re-
tros aspectos. Sua desvantagem está na dificuldade de se combinar sultado eficiente. Este feedback faz com que os avaliados queiram
ou comparar as classificações atribuídas e por isso exige a suple- investir ainda mais em seu desenvolvimento, melhorando seu de-
mentação de um outro método, mais formal. sempenho e trazendo vantagens para a empresa.
- Avaliação por resultados: é um método de avaliação basea- Este método é importante, também, para eliminar “achismos”
do na comparação entre os resultados previstos e realizados. É um e palpites quando da avaliação de um funcionário. É um meio de
método prático, mas que depende somente do ponto de vista do obter informações reais e avaliar de perto as implicações de uma
supervisor a respeito do desempenho avaliado. possível mudança na gestão de recursos humanos da empresa.
- Avaliação por objetivos: baseia-se numa avaliação do alcan- Por isso, manter este tipo de avaliação pode trazer muitos be-
ce de objetivos específicos, mensuráveis, alinhados aos objetivos nefícios e mudanças positivas na gestão de pessoas de uma organi-
organizacionais e negociados previamente entre cada colaborador zação, seja qual for o seu tamanho. Com ela o gestor pode avaliar
e seu superior. É importante ressaltar que durante a avaliação não melhor seus subordinados, melhorar o clima de trabalho, investir
devem ser levados em consideração aspectos que não estavam no treinamento de seus pares, melhorar a produtividade, desenvol-
previstos nos objetivos, ou não tivessem sido comunicados ao cola- ver os métodos de remuneração, fazê-los trabalhar de forma mais
borador. E ainda, deve-se permitir ao colaborador sua autoavalia- eficiente etc. Todos ganham quando uma equipe é avaliada de for-
ção para discussão com seu gestor. ma satisfatória pelos gerentes.
- Padrões de desempenho: também chamada de padrões de
trabalho é quando há estabelecimento de metas somente por par- Aplicações
te da organização, mas que devem ser comunicadas às pessoas que A avaliação de desempenho presta-se ao exercício de dife-
serão avaliadas. rentes funções administrativas, motivacionais e de comunicação,
- Frases descritivas: trata-se de uma avaliação através de com- como citados a seguir:
portamentos descritos como ideais ou negativos. Assim, assinala-se - Identificação de pontos fortes e fracos dos colaboradores e,
“sim” quando o comportamento do colaborador corresponde ao consequentemente, da organização;
comportamento descrito, e “não” quando não corresponde. É di- - Identificação de diferenças individuais;
ferente do método da Escolha e distribuição forçada no sentido da - Estímulo à comunicação interpessoal;
não obrigatoriedade na escolha das frases.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Desenvolvimento do conceito “equipe de dois”, formada por Avaliação institucional


chefe e subordinado; Esta é a avaliação de cada uma das equipes que compõem a
- Informação ao colaborador de como o seu desempenho é estrutura organizacional da instituição, distribuídas por suas diver-
percebido; sas áreas. Chamamos por equipe um grupo de pessoas com uma
- Estímulo ao desenvolvimento individual do avaliador e do chefia.
avaliado; Na maior parte dos órgãos e entidades do setor público, dife-
- Indicações de promoções e de aumentos salariais por mérito; rentemente do setor privado, a avaliação de desempenho se baseia
- Indicações de necessidade de treinamento; no estabelecimento de metas definidas pela alta gestão e são con-
- Gestão de crises nas equipes e nos processos operacionais sideradas para a organização, como um todo, e não para as equipes
(sistemas técnicos e sociais); de trabalho.
- Auxílio na verificação de aprendizagens; As equipes são avaliadas pela instância imediatamente supe-
- Identificação de problemas de trabalho em geral, no relacio- rior, assim como por áreas internas ou externas à organização que
namento individual, intraequipe ou interequipes; sejam clientes da equipe que está sendo avaliada ou que com ela
- Registro histórico suplementar para ações administrativas de se relacionam.
gestão; No início de cada ano, cada equipe estabelece as próprias me-
- Apoio às pesquisas de clima organizacional. tas a atingir neste período, com base naquelas definidas pela orga-
nização como um todo. Cada equipe indicará os recursos materiais
Objetivos da avaliação de desempenho e humanos necessários para o alcance dessas metas e definirá tam-
Além de possibilitar a tomada de decisão quanto à progressão bém os indicadores que serão utilizados para medi-los.
e promoção dos servidores, a avaliação de desempenho tem outros No final do ano, a instância imediatamente superior verifica
objetivos de igual importância: em que grau as metas de cada equipe foram atingidas, e com base
• Identificar necessidades de capacitação. nesses resultados irá atribuir notas para as equipes.
• Corrigir desempenhos inadequados. Os critérios para a atribuição das notas serão estabelecidos
• Identificar possibilidades de futuras mobilidades funcionais em conjunto com todos os envolvidos. Essas notas serão um dos
(processo de movimentação que configura a evolução do funcioná- componentes que participarão da fórmula para cálculo do valor da
rio na carreira). avaliação de desempenho.
• Possibilitar o planejamento funcional do avaliado.
Avaliação individual
Como resultados complementares da contínua utilização da A avaliação individual é composta por elementos cujas notas
avaliação de desempenho podemos citar o estímulo ao diálogo farão parte do cálculo da Avaliação de Desempenho. São eles:
entre chefias e subordinados e o aperfeiçoamento dos canais de 1. Avaliação pelos membros da equipe
comunicação entre os níveis hierárquicos. 2. Avaliação do alcance das metas
3. Avaliação do desenvolvimento profissional
• Modelo de Avaliação de Desempenho
Para garantir a eficiência e a eficácia da avaliação, a construção 1) Avaliação pelos membros da equipe
de um modelo da avaliação de desempenho deve obedecer a de- O primeiro elemento constitui-se na avaliação conjunta dos
terminados requisitos. Vejamos: servidores da mesma equipe. Os servidores são avaliados por seus
• Garantir que a avaliação seja comparativa entre os indivídu- pares, por seus chefes e subordinados.
os e que ela seja feita tanto pelos chefes, subordinados, bem como Os itens a serem medidos e os critérios adotados serão estabe-
por seus pares. lecidos pelas equipes, devendo ser validados pela instituição como
• Realizar análises comparativas de resultados entre os mem- um todo, para garantir sua homogeneidade na avaliação.
bros de uma mesma carreira ou cargos. Os servidores atribuem notas para cada um dos seus colegas
• Divulgar com a máxima transparência os critérios de avalia- de equipe, para a chefia e para seus subordinados. O resultado des-
ção. sas avaliações será uma nota cujo valor entrará na composição final
• Informar os resultados da avaliação feita para cada indiví- da fórmula avaliação de desempenho.
duo, por seus chefes, subordinados e pares, sem, entretanto, iden-
tificar os autores. 2) Avaliação do alcance das metas
• Incluir, no cômputo da avaliação individual, o resultado da O segundo elemento diz respeito ao alcance das metas esta-
avaliação institucional. belecidas.
• Utilizar os resultados das avaliações como insumo para a Com base nas metas institucionais definidas para cada equipe,
definição das políticas e prioridades de capacitação. cada servidor define suas próprias metas, que devem ser as mais
quantificáveis possíveis. Cada servidor deve também informar o
Para a realização da avaliação de desempenho, devem ser con- que precisa para poder desempenhar as tarefas.
sideradas a avaliação individual e também a avaliação institucio- A chefia juntamente com cada servidor verifica, ao final do
nal.8 ano, se as metas foram atingidas e em que grau. Com base nessa
verificação, é atribuída uma nota cujo valor entrará na composição
A título ilustrativo apresentaremos a seguir um modelo de ava- final da fórmula avaliação de desempenho.
liação de desempenho e a forma como são realizadas as avaliações
institucional e individual no setor privado.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

3) Avaliação do desenvolvimento profissional Avaliação


Esta avaliação leva em conta: A Avaliação de Desempenho é uma das ferramentas mais im-
• O aperfeiçoamento ou aquisição de competências. portantes em gestão de pessoas, já que objetiva analisar o desem-
• A ampliação do grau de responsabilidade. penho individual ou de um grupo de funcionários. Por meio desse
• O aumento na abrangência das atribuições. processo, o empreendedor pode diagnosticar e analisar o compor-
• A aquisição de novos conhecimentos relevantes para o de- tamento de um colaborador durante um período de tempo deter-
sempenho de suas atribuições. minado.
Com o resultado de uma Avaliação de Desempenho, é possí-
Para que seja possível fazer este tipo de avaliação, é necessá- vel constatar se a postura individual e coletiva do avaliado condiz
rio, em primeiro lugar, definir, na descrição dos cargos, os requisi- com a cultura da empresa. Caso o resultado seja satisfatório, é ideal
tos mínimos exigidos relativos às competências e ao seu grau de analisar o que fazer para que sigam o exemplo do funcionário em
proficiência, ao grau de responsabilidade e às atribuições. questão. Sendo insatisfatório, é preciso compreender até onde a
Este é o ponto de partida para cada cargo e perfil profissional, empresa colaborou para permear aquele comportamento e como
com base no qual é realizada a avaliação do crescimento e desen- ajudar no desenvolvimento desse colaborador.
volvimento profissional. Como um líder avalia seu funcionário
Para essa avaliação, é necessário criar ferramentas que per- Avaliar o desempenho do colaborador pode ser dividido em
mitam objetivá-la, uma vez que nem sempre os indicadores são três etapas básicas, sendo a primeira delas a apreciação diária do
altamente quantificáveis, como é o caso das atitudes e de algumas comportamento do funcionário. Por meio dessa sondagem, podem
habilidades que compõem as competências. ser analisados pontos como relacionamento com a equipe, com-
Por fim, é necessário estabelecer critérios de pontuação que prometimento, postura, progressos e limitações, sempre oferecen-
identifiquem o crescimento, a ampliação ou o aperfeiçoamento do um feedback ao funcionário.
profissional de cada servidor. Essa pontuação é traduzida por um A segunda parte é saber identificar os problemas, a fim de re-
valor que entrará na composição final da fórmula avaliação de de- solvê-los junto ao avaliado e manter a produtividade da empresa.
sempenho. Para isso, não cabem broncas ou dispensas, e sim conversa e moti-
vação em prol de bons resultados.
Condições para o funcionamento do modelo de avaliação de A terceira parte consiste na realização de entrevistas periódi-
desempenho cas, que permitem analisar a evolução do funcionário e, se necessá-
A fórmula da avaliação de desempenho terá em sua compo- rio, adotar medidas, que servem como termômetro para entender
sição as notas da Avaliação Institucional e da Avaliação Individual se há condições de evolução ou reversão de alguma situação fora
desdobrada em: Avaliação pelos membros da equipe, Avaliação do do padrão.
alcance das metas e Avaliação do desenvolvimento profissional. A avaliação concede um raio X da empresa para os líderes. Vale
Para que esse modelo de avaliação de desempenho tenha um salientar que não é indicado que esses líderes sejam autoritários.
funcionamento eficiente e alcance os objetivos pretendidos é ne- O processo de avaliação não consiste em punir ou demitir um fun-
cessário garantir a existência de algumas condições: cionário que apresente desvios, mas avaliar o que ele tem de bom
• Implantação de um sistema informatizado para que as ava- e, se for o caso, orientá-lo a mudar de postura quanto ao que pode
liações possam ser feitas on-line e o sigilo das informações possa ser melhorado. Dessa forma, será gasto muito menos com troca de
ser preservado. pessoal e os funcionários responderão positivamente ao desafio.
• Estabelecimento de metas claras, com indicadores objetivos,
para cada equipe e área da instituição. Momento certo para a avaliação de desempenho
• Criação de um plano de carreira e remuneração que incentive A Avaliação de Desempenho pode ser feita a qualquer mo-
os servidores a perseguir um desempenho satisfatório. mento e sempre que o empreendedor achar necessário. O ideal é
• Fornecimento de condições técnicas e materiais para que os que seja realizada uma avaliação mensal para melhor análise da
servidores possam desempenhar suas funções adequadamente. evolução coletiva da empresa e de seus colaboradores. Apesar de
ser apenas um item em diversos outros para a formação de um
Desempenho: indo além da simples avaliação negócio de sucesso, uma avaliação de desempenho efetiva, que
A abordagem ao desempenho deve contemplar a comparação consegue trazer aprimoramentos, pode se tornar uma ação muito
dos resultados esperados com os efetivamente alcançados. Isso positiva para o crescimento de todo o corpo profissional.15
implica seu constante acompanhamento para identificação de des-
vios e execução das devidas correções ao longo da realização das O Processo de Avaliação Institucional apresenta as seguintes
atividades. diretrizes:
Assim, a denominação mais adequada para esse processo de - Consiste em uma atividade intrínseca ao processo de plane-
planejamento, de acompanhamento e de avaliação é o de Gestão jamento, sendo um processo contínuo, geral, específico, buscando
de Desempenho. integrar ações.
Por meio do processo de Gestão de Desempenho (processo in- - Elabora críticas às suas ações e aos resultados obtidos.
serido na Gestão Estratégica Organizacional e de Pessoas e apoiado - Busca conhecer e registrar as limitações e possibilidades do
na Gestão por Competências) é possível corrigir desvios e garantir a trabalho avaliado.
sustentabilidade da organização por meio da revisão de objetivos, - É um processo democrático, apresentando, em princípio, os
estratégias, processos de trabalho e políticas de recursos humanos. aspectos a serem avaliados envolvendo a participação dos sujeitos.

15 Fonte: www.endeavor.org.br
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- É um processo transparente e ético em relação a seus funda- Na visão estratégica busca-se o diferencial. Fazer as coisas de
mentos, enfoque e, principalmente, no que se refere à utilização e um modo novo. Aqui se preocupa em garantir a alta performance
divulgação dos seus resultados. de maneira sistêmica. Ou seja, envolvendo toda a organização de
maneira interrelacional.
Com relação à Fábula de La Fontaine, a preocupação do autor
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATE- era, conforme sua época, garantir a melhoria quantitativa das ações
RIAIS: PLANEJAMENTO E CONTROLE DE ESTOQUES; dos empregados. Aqueles que mantêm uma padronização de são
PLANEJAMENTO E CONTROLE DOS BENS PATRIMONIAIS recompensados pela Organização. Na moderna interpretação da
Fábula a autora passa a idéia de que precisamos além de trabalhar
investir no nosso talento de maneira diferencial. Assim, poderemos
Recurso – Conceito = É aquele que gera, potencialmente ou de não só garantir a sustentabilidade da Organização para os diversos
forma efetiva, riqueza. invernos como, também, fazê-los em Paris.

Administração de Recursos - Conceitos - Atividade que plane- Historicamente, a administração de recursos materiais e patri-
ja, executa e controla, nas condições mais eficientes e econômicas, moniais tem seu foco na eficiência de processos – visão operacio-
o fluxo de material, partindo das especificações dos artigos e com- nal. Hoje em dia, a administração de materiais passa a ser chamada
prar até a entrega do produto terminado para o cliente. de área de logística dentro das Organizações devido à ênfase na
É um sistema integrado com a finalidade de prover à adminis- melhor maneira de facilitar o fluxo de produtos entre produtores
tração, de forma contínua, recursos, equipamentos e informações e consumidores, de forma a obter o melhor nível de rentabilidade
essenciais para a execução de todas as atividades da Organização. para a organização e maior satisfação dos clientes.
A Administração de Materiais possui hoje uma Visão Estraté-
Evolução da Administração de Recursos Materiais e Patrimo- gica. Ou seja, foco em ser a melhor por meio da INOVAÇÃO e não
niais baseado na melhor no que já existe. A partir da visão estratégica a
A evolução da Administração de Materiais processou-se em Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais passa ser co-
várias fases: nhecida por LOGISTICA.
- A Atividade exercida diretamente pelo proprietário da empre-
sa, pois comprar era a essência do negócio; Sendo assim:
- Atividades de compras como apoio às atividades produtivas
se, portanto, integradas à área de produção; VISÃO OPERACIONAL VISÃO ESTRATÉGICA
- Condenação dos serviços envolvendo materiais, começando EFICIENCIA EFETIVIDADE
com o planejamento das matérias-primas e a entrega de produtos
acabados, em uma organização independente da área produtiva; ESPECIFICA SISTEMICA
- Agregação à área logística das atividades de suporte à área QUANTITATIVA E
de marketing. QUANTITATIVA
QUALITATIVA

Com a mecanização, racionalização e automação, o excedente MELHORAR O QUE JÁ EXISTE INOVAÇÃO


de produção se torna cada vez menos necessário, e nesse caso a QUANTO QUANDO
Administração de Materiais é uma ferramenta fundamental para
manter o equilíbrio dos estoques, para que não falte a matéria-pri- Princípios da Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais
ma, porém não haja excedentes. - Qualidade do material;
Essa evolução da Administração de Materiais ao longo dessas - Quantidade necessária;
fases produtivas baseou-se principalmente, pela necessidade de - Prazo de entrega
produzir mais, com custos mais baixos. Atualmente a Administração - Preço;
de Materiais tem como função principal o controle de produção e - Condições de pagamento.
estoque, como também a distribuição dos mesmos.
Qualidade do Material
As Três Fases da Administração de Recursos Materiais e Patri- O material deverá apresentar qualidade tal que possibilite sua
moniais aceitação dentro e fora da empresa (mercado).
1 – Aumentar a produtividade. Busca pela eficiência.
2 – Aumentar a qualidade sem preocupação em prejudicar ou- Quantidade
tras áreas da Organização. Busca pela eficácia. Deverá ser estritamente suficiente para suprir as necessidades
3 – Gerar a quantidade certa, no momento certo par atender da produção e estoque, evitando a falta de material para o abasteci-
bem o cliente, sem desperdício. Busca pela efetividade. mento geral da empresa bem como o excesso em estoque.

Visão Operacional e Visão Estratégica Prazo de Entrega


Na visão operacional busca-se a melhoria relacionada a ativida- Deverá ser o menor possível, a fim de levar um melhor atendi-
des específicas. Melhorar algo que já existe. mento aos consumidores e evitar falta do material.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Menor Preço Classificação de Materiais


O preço do produto deverá ser tal que possa situá-lo em posi- Classificar um material então é agrupá-lo segundo sua forma,
ção da concorrência no mercado, proporcionando à empresa um dimensão, peso, tipo, uso etc. A classificação não deve gerar confu-
lucro maior. são, ou seja, um produto não poderá ser classificado de modo que
seja confundido com outro, mesmo sendo semelhante. A classifica-
Condições de pagamento ção, ainda, deve ser feita de maneira que cada gênero de material
Deverão ser as melhores possíveis para que a empresa tenha ocupe seu respectivo local.
maior flexibilidade na transformação ou venda do produto. Por exemplo: produtos químicos poderão estragar produtos
alimentícios se estiverem próximos entre si. Classificar material,
Diferença Básica entre Administração de Materiais e Adminis- em outras palavras, significa ordená-lo segundo critérios adotados,
tração Patrimonial agrupando-o de acordo com a semelhança, sem, contudo, causar
A diferença básica entre Administração de Materiais e Admi- confusão ou dispersão no espaço e alteração na qualidade.
nistração Patrimonial é que a primeira se tem por produto final a O objetivo da classificação de materiais é definir uma catalo-
distribuição ao consumidor externo e a área patrimonial é respon- gação, simplificação, especificação, normalização, padronização
sável, apenas, pela parte interna da logística. Seu produto final é a e codificação de todos os materiais componentes do estoque da
conservação e manutenção de bens. empresa.
A Administração de Materiais é, portanto um conjunto de ativi- O sistema de classificação é primordial para qualquer Departa-
dades desenvolvidas dentro de uma empresa, de forma centralizada mento de Materiais, pois sem ele não poderia existir um controle
ou não, destinadas a suprir as diversas unidades, com os materiais eficiente dos estoques, armazenagem adequada e funcionamento
necessários ao desempenho normal das respectivas atribuições. correto do almoxarifado.
Tais atividades abrangem desde o circuito de reaprovisionamento,
inclusive compras, o recebimento, a armazenagem dos materiais, o O princípio da classificação de materiais está relacionado à:
fornecimento dos mesmos aos órgãos requisitantes, até as opera-
ções gerais de controle de estoques etc. Catalogação
A Administração de Materiais destina-se a dotar a adminis- A Catalogação é a primeira fase do processo de classificação de
tração dos meios necessários ao suprimento de materiais impres- materiais e consiste em ordenar, de forma lógica, todo um conjun-
cindíveis ao funcionamento da organização, no tempo oportuno, to de dados relativos aos itens identificados, codificados e cadas-
na quantidade necessária, na qualidade requerida e pelo menor trados, de modo a facilitar a sua consulta pelas diversas áreas da
custo. empresa.
A oportunidade, no momento certo para o suprimento de Simplificar material é, por exemplo, reduzir a grande diversi-
materiais, influi no tamanho dos estoques. Assim, suprir antes do dade de um item empregado para o mesmo fim. Assim, no caso
momento oportuno acarretará, em regra, estoques altos, acima das de haver duas peças para uma finalidade qualquer, aconselha-se a
necessidades imediatas da organização. Por outro lado, a providên- simplificação, ou seja, a opção pelo uso de uma delas. Ao simplifi-
cia do suprimento após esse momento poderá levar a falta do ma- carmos um material, favorecemos sua normalização, reduzimos as
terial necessário ao atendimento de determinada necessidade da despesas ou evitamos que elas oscilem. Por exemplo, cadernos com
administração. capa, número de folhas e formato idênticos contribuem para que
haja a normalização.
São tarefas da Administração de Materiais: Ao requisitar uma quantidade desse material, o usuário irá for-
- Controle da produção; necer todos os dados (tipo de capa, número de folhas e formato), o
- Controle de estoque; que facilitará sobremaneira não somente sua aquisição, como tam-
- Compras; bém o desempenho daqueles que se servem do material, pois a não
- Recepção; simplificação (padronização) pode confundir o usuário do material,
- Inspeção das entradas; se este um dia apresentar uma forma e outro dia outra forma de
- Armazenamento; maneira totalmente diferente.
- Movimentação;
- Inspeção de saída Especificação
- Distribuição. Aliado a uma simplificação é necessária uma especificação do
material, que é uma descrição minuciosa para possibilitar melhor
Sem o estoque de certas quantidades de materiais que aten- entendimento entre consumidor e o fornecedor quanto ao tipo de
dam regularmente às necessidades dos vários setores da organiza- material a ser requisitado.
ção, não se pode garantir um bom funcionamento e um padrão de
atendimento desejável. Estes materiais, necessários à manutenção, Normalização
aos serviços administrativos e à produção de bens e serviços, for- A normalização se ocupa da maneira pela qual devem ser utili-
mam grupos ou classes que comumente constituem a classificação zados os materiais em suas diversas finalidades e da padronização
de materiais. Estes grupos recebem denominação de acordo com o e identificação do material, de modo que o usuário possa requisitar
serviço a que se destinam (manutenção, limpeza, etc.), ou à nature- e o estoquista possa atender os itens utilizando a mesma termino-
za dos materiais que neles são relacionados (tintas, ferragens, etc.), logia. A normalização é aplicada também no caso de peso, medida
ou do tipo de demanda, estocagem, etc. e formato.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Codificação to automático. Deve existir no estoque, seu ressuprimento deve ser


É a apresentação de cada item através de um código, com as automático, com base na demanda prevista e na importância para
informações necessárias e suficientes, por meio de números e/ou a empresa.
letras. É utilizada para facilitar a localização de materiais armazena-
dos no estoque, quando a quantidade de itens é muito grande. Em Os materiais de estoque se subdividem ainda;
função de uma boa classificação do material, poderemos partir para Quanto à aplicação eles podem ser: Materiais produtivos que
a codificação do mesmo, ou seja, representar todas as informações compreendem todo material ligado direta ou indiretamente ao
necessárias, suficientes e desejadas por meios de números e/ou le- processo produtivo. Matéria prima que são materiais básicos e in-
tras. Os sistemas de codificação mais comumente usados são: o al- sumos que constituem os itens iniciais e fazem parte do processo
fabético (procurando aprimorar o sistema de codificação, passou-se produtivo. Produtos em fabricação que são também conhecidos
a adotar de uma ou mais letras o código numérico), alfanumérico e como materiais em processamento que estão sendo processados
numérico, também chamado “decimal”. A escolha do sistema utili- ao longo do processo produtivo. Não estão mais no estoque por-
zado deve estar voltada para obtenção de uma codificação clara e que já não são mais matérias-primas, nem no estoque final porque
precisa, que não gere confusão e evite interpretações duvidosas a ainda não são produtos acabados. Produtos acabados: produtos já
respeito do material. Este processo ficou conhecido como “código prontos. Materiais de manutenção: materiais aplicados em manu-
alfabético”. Entre as inúmeras vantagens da codificação está a de tenção com utilização repetitiva. Materiais improdutivos: materiais
afastar todos os elementos de confusão que porventura se apresen- não incorporados ao produto no processo produtivo da empresa.
tarem na pronta identificação de um material. Materiais de consumo geral: materiais de consumo, aplicados em
O sistema classificatório permite identificar e decidir priorida- diversos setores da empresa.
des referentes a suprimentos na empresa. Uma eficiente gestão de
estoques, em que os materiais necessários ao funcionamento da Quanto ao valor de consumo: Para que se alcance a eficácia na
empresa não faltam, depende de uma boa classificação dos mate- gestão de estoque é necessário que se separe de forma clara, aquilo
riais. que é essencial do que é secundário em termos de valor de consu-
Para Viana um bom método de classificação deve ter algumas mo. Para fazer essa separação nós contamos com uma ferramenta
características: ser abrangente, flexível e prático. chamada de Curva ABC ou Curva de Pareto, ela determina a im-
- Abrangência: deve tratar de um conjunto de características, portância dos materiais em função do valor expresso pelo próprio
em vez de reunir apenas materiais para serem classificados; consumo em determinado período. Curva ABC é um importante
- Flexibilidade: deve permitir interfaces entre os diversos tipos instrumento para se examinar estoques, permitindo a identifica-
de classificação de modo que se obtenha ampla visão do gerencia- ção daqueles itens que justificam atenção e tratamento adequados
mento do estoque; quanto à sua administração. Ela consiste na verificação, em certo
- Praticidade: a classificação deve ser simples e direta. espaço de tempo (normalmente 6 meses ou 1 ano), do consumo
em valor monetário, ou quantidade dos itens do estoque, paraque
Para atender às necessidades de cada empresa, é necessária eles possam ser classificados em ordem decrescente de importân-
uma divisão que norteie os vários tipos de classificação. cia.
Dentro das empresas existem vários tipos de classificação de Os materiais são classificados em:
materiais. - Classe A: Grupo de itens mais importante que devem ser tra-
balhados com uma atenção especial pela administração. Os dados
Para o autor Viana os principais tipos de classificação são: aqui classificados correspondem, em média, a 80% do valor mone-
- Por tipo de demanda tário total e no máximo 20% dos itens estudados (esses valores são
- Materiais críticos orientativos e não são regra).
- Pericibilidade - Classe B: São os itens intermediários que deverão ser tratados
- Quanto à periculosidade logo após as medidas tomadas sobre os itens de classe A; são os se-
- Possibilidade de fazer ou comprar gundos em importância. Os dados aqui classificados correspondem
- Tipos de estocagem em média, a 15% do valor monetário total do estoque e no máximo
- Dificuldade de aquisição 30% dos itens estudados (esses valores são orientadores e não são
- Mercado fornecedor. regra).
- Classe C: Grupo de itens menos importantes em termos de
- Por tipo de demanda: A classificação por tipo de demanda se movimentação, no entanto, requerem atenção pelo fato de gera-
divide em materiais não de estoque e materiais de estoque. Mate- rem custo de manter estoque. Deverão ser tratados, somente, após
riais não de estoque: são materiais de demanda imprevisível para todos os itens das classes A e B terem sido avaliados. Em geral, so-
os quais não são definidos parâmetros para o ressuprimento. Esses mente 5% do valor monetário total representam esta classe, po-
materiais são utilizados imediatamente, ou seja, a inexistência de rém, mais de 50% dos itens formam sua estrutura (esses valores são
regularidade de consumo faz com que a compra desses materiais orientadores e não são regra).
somente seja feita por solicitação direta do usuário, na ocasião em
que isso se faça necessário. O usuário é que solicita sua aquisição Metodologia de cálculo da curva ABC
quando necessário. Devem ser comprados para uso imediato e se A Curva ABC é muito usada para a administração de estoques,
forem utilizados posteriormente, devem ficar temporariamente no para a definição de políticas de vendas, para estabelecimento de
estoque. A outra divisão são os Materiais de estoques: são mate- prioridades, para a programação da produção.
riais que devem sempre existir nos estoques para uso futuro e para
que não haja sua falta são criadas regras e critérios de ressuprimen-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

6º) Análise dos resultados


Os itens em estoque devem ser analisados segundo o critério
ABC. Na verdade, esse critério é qualitativo, mas a tabela abaixo
mostra algumas indicações para sua elaboração:

Valor
Classe % itens Importância
acumulado
A 20 80% Grande
B 30 15% Intermediária
C 50 5% Pequena

Pelo nosso exemplo, chegamos à seguinte distribuição:


Analisar em profundidade milhares de itens num estoque é
uma tarefa extremamente difícil e, na grande maioria das vezes, Valor Itens em
Classe Nº itens % itens
desnecessária. É conveniente que os itens mais importantes, segun- acumulado estoque
do algum critério, tenham prioridade sobre os menos importantes. A 2 16,7% 80,1% Faca, Jarro
Assim, economiza-se tempo e recursos.
Para simplificar a construção de uma curva ABC, separamos o B 3 25,0% 15,6% Apontador,
processo em 6 etapas a seguir: Esquadro, Dado
1º) Definir a variável a ser analisada: A análise dos estoques C 7 58,3% 4,3% Key, Livro,
pode ter vários objetivos e a variável deverá ser adequada para cada Herói, Caixa,
um deles. No nosso caso, a variável a ser considerada é o custo do Bola, Giz,
estoque médio, mas poderia ser: o giro de vendas, o mark-up, etc. Isqueiro.
2º) Coleta de dados: Os dados necessários neste caso são:
quantidade de cada item em estoque e o seu custo unitário. Com A aplicação prática dessa classificação ABC pode ser vista quan-
esses dados obtemos o custo total de cada item, multiplicando a do, por exemplo, reduzimos 20% do valor em estoque dos itens A
quantidade pelo custo unitário. (apenas 2 itens), representando uma redução de 16% no valor total,
3º) Ordenar os dados: Calculado o custo total de cada item, é enquanto que uma redução de 50% no valor em estoque dos itens
preciso organizá-los em ordem decrescente de valor. C (sete itens), impactará no total em apenas 2,2%. Logo, reduzir os
4º) Calcular os percentuais: Na tabela a seguir, os dados foram estoques do grupo A, desde que calculadamente, seria uma ação
organizados pela coluna “Ordem” e calcula-se o custo total acumu- mais rentável para a empresa do nosso exemplo.
lado e os percentuais do custo total acumulado de cada item em
relação ao total. Quanto à importância operacional: Esta classificação leva em
5º) Construir a curva ABC conta a imprescindibilidade ou ainda o grau de dificuldade para se
Desenha-se um plano cartesiano, onde no eixo “x” são distri- obter o material.
buídos os itens do estoque e no eixo “y”, os percentuais do custo Os materiais são classificados em materiais:
total acumulado. - Materiais X: materiais de aplicação não importante, com simi-
lares na empresa;
- Materiais Y: materiais de média importância para a empresa,
com ou sem similar;
- Materiais Z: materiais de importância vital, sem similar na em-
presa, e sua falta ocasiona paralisação da produção.
Quando ocorre a falta no estoque de materiais classificados
como “Z”, eles provocam a paralisação de atividades essenciais e
podem colocar em risco o ambiente, pessoas e patrimônio da em-
presa. São do tipo que não possuem substitutos em curto prazo.
Os materiais classificados como “Y” são também imprescindíveis
para as atividades da organização. Entretanto podem ser facilmen-
te substituídos em curto prazo. Os itens “X” por sua vez são aqueles
que não paralisam atividades essenciais, não oferecem riscos à se-
gurança das pessoas, ao ambiente ou ao patrimônio da organização
e são facilmente substituíveis por equivalentes e ainda são fáceis de
serem encontrados.
Para a identificação dos itens críticos devem ser respondidas as
seguintes perguntas: O material é imprescindível à empresa? Pode
ser adquirido com facilidade? Existem similares? O material ou seu
similar podem ser encontrados facilmente?

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Ainda em relação aos tipos de materiais temos; - Mercado fornecedor: Esta classificação está intimamente li-
- Materiais Críticos: São materiais de reposição específica, cuja gada à anterior e a complementa. Assim temos: Materiais do mer-
demanda não é previsível e a decisão de estocar tem como base o cado nacional: materiais fabricados no próprio país; Materiais do
risco. Por serem sobressalentes vitais de equipamentos produtivos, mercado estrangeiro: materiais fabricados fora do país; Materiais
devem permanecer estocados até sua utilização, não estando, por- em processo de nacionalização: materiais aos quais estão desenvol-
tanto, sujeitos ao controle de obsolescência. vendo fornecedores nacionais.
A quantidade de material cadastrado como material crítico
dentro de uma empresa deve ser mínimo. Recebimento e Armazenagem
Os materiais são classificados como críticos segundo os seguin- Recebimento é a atividade intermediária entre as tarefas de
tes critérios: Críticos por problemas de obtenção de material impor- compra e pagamento ao fornecedor, sendo de sua responsabilidade
tado, único fornecedor, falta no mercado, estratégico e de difícil ob- a conferência dos materiais destinados à empresa.
tenção ou fabricação; Críticos por razões econômicas de materiais As atribuições básicas do Recebimento são:
de valor elevado com alto custo de armazenagem ou de transporte; - Coordenar e controlar as atividades de recebimento e devo-
Críticos por problemas de armazenagem ou transporte de materiais lução de materiais;
perecíveis, de alta periculosidade, elevado peso ou grandes dimen- - Analisar a documentação recebida, verificando se a compra
sões; Críticos por problema de previsão, por ser difícil prever seu está autorizada;
uso; Críticos por razões de segurança de materiais de alto custo de - Controlar os volumes declarados na nota fiscal e no manifesto
reposição ou para equipamento vital da produção. de transporte com os volumes a serem efetivamente recebidos;
- Proceder a conferência visual, verificando as condições de
- Perecibilidade: Os materiais também podem ser classificados embalagem quanto a possíveis avarias na carga transportada e, se
de acordo com a possibilidade de extinção de suas propriedades for o caso, apontando as ressalvas de praxe nos respectivos docu-
físico-químicas. Muitas vezes, o fator tempo influencia na classifica- mentos;
ção; assim, quando a empresa adquire um material para ser usado - Proceder a conferência quantitativa e qualitativa dos mate-
em um período, e nesse período o consumo não ocorre, sua utiliza- riais recebidos;
ção poderá não ser mais necessária, o que inviabiliza a estocagem - Decidir pela recusa, aceite ou devolução, conforme o caso;
por longos períodos. Ex. alimentos, remédios; - Providenciar a regularização da recusa, devolução ou da libe-
ração de pagamento ao fornecedor;
- Quanto à periculosidade: O uso dessa classificação permite - Liberar o material desembaraçado para estoque no almoxa-
a identificação de materiais que devido a suas características físico- rifado;
-químicas, podem oferecer risco à segurança no manuseio, trans-
porte, armazenagem. Ex. líquidos inflamáveis. A análise do Fluxo de Recebimento de Materiais permite dividir
a função em quatro fases:
- Possibilidade de fazer ou comprar: Esta classificação visa de-
terminar quais os materiais que poderão ser recondicionados, fabri- 1a fase - Entrada de Materiais
cados internamente ou comprados: A recepção dos veículos transportadores efetuada na portaria
- Fazer internamente: fabricados na empresa; da empresa representa o início do processo de Recebimento e tem
- Comprar: adquiridos no mercado; os seguintes objetivos:
- Decisão de comprar ou fazer: sujeito à análise de custos; - A recepção dos veículos transportadores;
- Recondicionar: materiais passíveis de recuperação sujeitos a - A triagem da documentação suporte do recebimento;
análise de custos. - Constatação se a compra, objeto da nota fiscal em análise,
está autorizada pela empresa;
- Tipos de estocagem: Os materiais podem ser classificados em - Constatação se a compra autorizada está no prazo de entrega
materiais de estocagem permanente e temporária. contratual;
- Permanente: materiais para os quais foram aprovados níveis - Constatação se o número do documento de compra consta
de estoque e que necessitam de ressuprimento constantes. na nota fiscal;
- Temporária: materiais de utilização imediata e sem ressupri- - Cadastramento no sistema das informações referentes a com-
mento, ou seja, é um material não de estoque. pras autorizadas, para as quais se inicia o processo de recebimento;
- O encaminhamento desses veículos para a descarga;
- Dificuldade de aquisição: Os materiais podem ser classifica-
dos por suas dificuldades de compra em materiais de difícil aquisi- As compras não autorizadas ou em desacordo com a programa-
ção e materiais de fácil aquisição. As dificuldades podem advir de: ção de entrega devem ser recusadas, transcrevendo-se os motivos
Fabricação especial: envolve encomendas especiais com cronogra- no verso da Nota Fiscal. Outro documento que serve para as opera-
ma de fabricação longo; Escassez no mercado: há pouca oferta no ções de análise de avarias e conferência de volumes é o “Conheci-
mercado e pode colocar em risco o processo produtivo; Sazonalida- mento de Transporte Rodoviário de Carga”, que é emitido quando
de: há alteração da oferta do material em determinados períodos do recebimento da mercadoria a ser transportada.
do ano; Monopólio ou tecnologia exclusiva: dependência de um As divergências e irregularidades insanáveis constatadas em
único fornecedor; Logística sofisticada: material de transporte es- relação às condições de contrato devem motivar a recusa do rece-
pecial, ou difícil acesso; Importações: os materiais sofrer entraves bimento, anotando-se no verso da 1a via da Nota Fiscal as circuns-
burocráticos, liberação de verbas ou financiamentos externos. tâncias que motivaram a recusa, bem como nos documentos do

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

transportador. O exame para constatação das avarias é feito através so entre os custos e a melhor solução para as empresas. Na prática
da análise da disposição das cargas, da observação das embalagens, isso só é possível se tiver em conta todos os fatores que influenciam
quanto a evidências de quebras, umidade e amassados. os custos de armazenagem, bem como a importância relativa dos
Os materiais que passaram por essa primeira etapa devem ser mesmos.
encaminhados ao Almoxarifado. Para efeito de descarga do mate- A função de armazenamento de material é agir com maior agi-
rial no Almoxarifado, a recepção é voltada para a conferência de vo- lidade entre suprimento e as necessidades de produção.
lumes, confrontando-se a Nota Fiscal com os respectivos registros O armazenamento incorpora diversos aspectos diferentes das
e controles de compra. Para a descarga do veículo transportador operações logísticas. Devido à interação, o armazenamento não
é necessária a utilização de equipamentos especiais, quais sejam: se enquadra nitidamente em esquemas de classificação utilizados
paleteiras, talhas, empilhadeiras e pontes rolantes. quando se fala em gerenciamento de pedidos, inventário ou trans-
O cadastramento dos dados necessários ao registro do rece- porte.
bimento do material compreende a atualização dos seguintes sis-
temas: As atividades que compõem a armazenagem são:
- Sistema de Administração de Materiais e gestão de esto- - Recebimento: é o conjunto de operações que envolvem a
ques: dados necessários à entrada dos materiais em estoque, vi- identificação do material recebido, analisar o documento fiscal com
sando ao seu controle; o pedido, a inspeção do material e a sua aceitação formal.
- Sistema de Contas a pagar : dados referentes à liberação de - Estocagem: é o conjunto de operações relacionadas à guarda
pendências com fornecedores, dados necessários à atualização da do material. A classificação dos estoques constitui-se em: estoque
posição de fornecedores; de produtos em processo, estoque de matéria – prima e materiais
- Sistema de Compras : dados necessários à atualização de sal- auxiliares ,estoque operacional, estoque de produtos acabados e
dos e baixa dos processos de compras; estoques de materiais administrativos.
- Distribuição: está relacionada à expedição do material, que
2a fase - Conferência Quantitativa envolve a acumulação do que foi recebido da parte de estocagem,
É a atividade que verifica se a quantidade declarada pelo forne- a embalagem que deve ser adequada e assim a entrega ao seu des-
cedor na Nota Fiscal corresponde efetivamente à recebida. A confe- tino final. Nessa atividade normalmente precisa-se de nota fiscal de
rência por acusação também conhecida como “contagem cega “ é saída para que haja controle do estoque.
aquela no qual o conferente aponta a quantidade recebida, desco-
nhecendo a quantidade faturada pelo fornecedor. A confrontação Tipos de armazenagem:
do recebido versus faturado é efetuada a posteriori por meio do Re- A armanezagem temporária tem como função conseguir uma
gularizador que analisa as distorções e providencia a recontagem. forma de arrumação fácil de material, como por exemplo, a coloca-
Dependendo da natureza dos materiais envolvidos, estes po- ção de estrados para uma armazenagem direta entre outros. Já a ar-
dem ser contados utilizando os seguintes métodos: mazenagem permanente tem um local pré-definido para o depósito
- Manual: para o caso de pequenas quantidades; de materiais, assim o fluxo do material determina a disposição do
- Por meio de cálculos: para o caso que envolve embalagens armazém, onde os acessórios do armazém ficarão, assim, garantin-
padronizadas com grandes quantidades; do a organização do mesmo.
- Por meio de balanças contadoras pesadoras: para casos que
envolvem grande quantidade de pequenas peças como parafusos, Vantagens da armazenagem:
porcas, arruelas; A armazenagem quando efetuada de maneira correta pode
- Pesagem: para materiais de maior peso ou volume, a pesa- trazer muitos benefícios, nos quais traz diretamente a redução de
gem pode ser feita através de balanças rodoviárias ou ferroviárias; custos.
- Medição: em geral as medições são feitas por meio de trenas; - Redução dos custos de movimentação bem como das exis-
tências;
3a fase - Conferência Qualitativa - Facilidade na fiscalização do processo;
Visa garantir a adequação do material ao fim que se destina. A - Redução de perdas e inutilidades.
análise de qualidade efetuada pela inspeção técnica, por meio da - Aproxima a empresa de seus clientes e fornecedores;
confrontação das condições contratadas na Autorização de Forneci- - Agiliza o processo de entrega;
mento com as consignadas na Nota Fiscal pelo Fornecedor, visa ga- - Compensa defasagens de produção
rantir o recebimento adequado do material contratado pelo exame - Melhor aproveitamento do espaço;
dos seguintes itens:
- Características dimensionais; Desvantagens da armazenagem:
- Características específicas; Algumas desvantagens segundo:
- Restrições de especificação; - Imobilização de capital;
- A armazenagem requer serviços administrativos de controles
A armazenagem nada mais é do que um conjunto de funções e gerenciamento;
que tem nele a recepção, descarga, carregamento, arrumação e - A mercadoria tem prazo de validade nos quais devem ser res-
conservação de matérias – primas, produtos acabados ou semi – peitados;
acabados. - Um armazém de grande porte requer máquinas com tecno-
Este processo envolve mercadorias, e apenas produz resulta- logia.
dos quando é realizado uma operação com o objetivo de lhe acres-
centar valor. A armazenagem pode ser definida como o compromis-
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Armazenagem em função das prioridades Armazenagem interior/exterior


Não existe nenhuma norma que regule o modo como os ma- A armazenagem ao ar livre representa uma clara vantagem a
teriais devem estar dispostos no armazém, porém essa decisão de- nível econômico, sendo esta muito utilizada para material de ferra-
pende de vários fatores. Senão veja-se: gens e essencialmente material pesado.
Armazenagem por agrupamento:
Esta espécie de armazenagem facilita a arrumação e busca de Armazenagem em função dos materiais
materiais, podendo prejudicar o aprovisionamento do espaço. É o A armazenagem deve ter em conta a natureza dos materiais
caso dos moldes, peças, lotes de aprovisionamento aos quais se de modo a obter-se uma disposição racional do armazém, sendo
atribui um número que por sua vez pertence a um grupo, identifi- importante classificá-los.
cando-os com a divisão da estante respectiva . - Armazém de commodities: Madeira, algodão, tabaco e ce-
reais;
Armazenagem por tamanho, peso e característica do mate- - Armazém para granel: A armazenagem deste material deve
rial. ocorrer nas imediações do local de utilização, pois o transporte des-
Neste critério o talão de saída deve conter a informação relati- te tipo de material é dispendioso. Para grandes quantidades deste
va ao setor do armazém onde o material se encontra. Este critério material a armazenagem faz-se em silos ou reservatórios de gran-
permite um melhor aprovisionamento do espaço, mas exige um des dimensões. Para quantidades menores utilizam-se bidões, latas
controlo rigoroso de todas as movimentações. e caixas. Armazena-se grãos, produtos líquidos, etc;
- Armazéns frigorificados: Produtos perecíveis, frutas, comida
Armazenagem por frequência congelada, etc;
O controle através da ficha técnica permite determinar o local - Armazéns para utilidades domésticas e mobiliário: Produtos
onde o material deverá ser colocado, consoante a frequência com domésticos e mobiliário;
que este é movimentado. A ficha técnica também consegue veri- - Armazéns de mercadorias em geral: Produtos diversos. O
ficar o tamanho das estantes, de modo a racionalizar o aproveita- principal objetivo é agregar o material em unidades de transporte e
mento do espaço. armazenagem tão grandes quanto possíveis, de modo a preencher
o veiculo por completo.
Armazenagem com separação entre lote de reserva e lote di- - Gases - Os gases obedecem a medidas especiais de precau-
ário ção, uma vez que tornam-se perigosos ao estarem sujeitos a altas
Esta armazenagem é constituída por um segundo armazém de pressões e serem inflamáveis. Por sua vez a armazenagem de gar-
pequenos lotes o qual se destina a cobrir as necessidades do dia- rafas de gás está sujeita a regras específicas e as unidades de trans-
-a-dia. Este armazém de movimento possui uma variada gama de porte são por norma de grandes dimensões.
materiais.
Critérios de Armazenagem
Armazenagem por setores de montagem Dependendo das características do material, a armazenagem
Neste tipo de armazenagem as peças de série são englobadas pode dar-se em função dos seguintes parâmetros:
num só grupo, de forma a constituir uma base de uma produção por - Fragilidade;
família de peças. Este critério conduz à organização das peças por - Combustibilidade;
prioridades dentro de cada grupo. - Volatilização;
- Oxidação;
A mecanização dos processos de armazenagem fará com que o - Explosividade;
critério do percurso mais breve e de menor frequência seja imple- - Intoxicação;
mentado na elaboração de novas técnicas de armazenagem - Radiação;
- Corrosão;
Tipos de Armazenagem - Inflamabilidade;
- Volume;
Armazenagem temporária - Peso;
Aqui podem ser criadas armações corridas de modo a conse- - Forma.
guir uma arrumação fácil do material, colocação de estrados para
uma armazenagem direta, pranchas entre outros. Aqui a força da Os materiais sujeitos à armazenagem não obedecem regras ta-
gravidade joga a favor. xativas que regulem o modo como os materiais devem ser dispostos
no Almoxarifado. Por essa razão, deve-se analisar, em conjunto, os
Armazenagem permanente parâmetros citados anteriormente, para depois decidir pelo tipo de
É um processo predefinido num local destinado ao depósito de arranjo físico mais conveniente, selecionando a alternativa que me-
matérias. lhor atenda ao fluxo de materiais:
O fluxo de material determina: 1. armazenagem por tamanho: esse critério permite bom apro-
- A disposição do armazém - critério de armazenagem; veitamento do espaço;
- A técnica de armazenagem - espaço físico no armazém; 2. armazenamento por frequência: esse critério implica arma-
- Os acessórios do armazém; zenar próximo da saída do almoxarifado os materiais que tenham
- A organização da armazenagem. maior frequência de movimento;
3. armazenagem especial, onde destacam-se:
a) os ambientes climatizados;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

b) os produtos inflamáveis, que são armazenados sob rígidas Dimensões do processo de distribuição: canal de distribuição
normas de segurança; e distribuição física
c) os produtos perecíveis (método FIFO) - Canal de distribuição está relacionado ao conjunto de orga-
nizações interdependentes envolvidas na disponibilização de um
4. Armazenagem em área externa: devido à sua natureza, mui- produto (bem e/ou serviço) para uso e/ou consumo. Dessa forma,
tos materiais podem ser armazenados em áreas externas, o que entende-se canal de distribuição como sendo, o conjunto de or-
diminui os custos e amplia o espaço interno para materiais que ne- ganizações que executam as funções necessárias para deslocar os
cessitam de proteção em área coberta. Podem ser colocados nos produtos da produção até o consumo. Nesse contexto surgem os
pátios externos os materiais a granel, tambores e “containers”, pe- intermediários que são as organizações que constituem o canal de
ças fundidas e chapas metálicas. distribuição, ou seja, são empresas comerciais que operam entre os
5. Coberturas alternativas: não sendo possível a expansão do produtores e os clientes finais.
almoxarifado, a solução é a utilização de galpões plásticos, que dis- - Distribuição Física: refere-se à movimentação de produtos
pensam fundações, permitindo a armazenagem a um menor custo. para o local adequado, nas quantidades e tempos (prazos) corretos,
de maneira eficiente e eficaz em termos de custo, ou seja, refere-se
Independentemente do critério ou método de armazenamento ao uso correto das estratégias de logística relacionadas ao processo
adotado é oportuno observar as indicações contidas nas embala- de distribuição, tais como, armazenagem/estocagem, embalagem,
gens em geral. transporte, movimentação interna de materiais, bem como dos sis-
temas e equipamentos necessários para essas funções.
Estudo do layout
Alguns cuidados devem ser tomados durante o projeto do la- INTERMEDIÁRIOS
yout de um almoxarifado, de forma que se possa obter as seguintes Relacionam-se abaixo, alguns exemplos dos principais interme-
condições: diários atuantes em um canal de distribuição:
1. Máxima utilização do espaço; - Varejista: tipo de intermediário cujo principal objetivo é reali-
2. Efetiva utilização dos recursos disponíveis (mão de obra e zar a venda de bens e/ou serviços diretamente ao cliente final. Ex.:
equipamentos); Supermercado, papelaria, farmácia, bazar, loja de calçados, etc.
3. Pronto acesso a todos os itens; - Atacadista: intermediário que compra e revende mercadorias
4. Máxima proteção aos itens estocados; para os varejistas e a outros comerciantes e/ou para estabelecimen-
5. Boa organização; tos industriais, institucionais e usuários comerciantes, mas que não
6. Satisfação das necessidades dos clientes. vende em pequenas quantidades para clientes finais. Ex.: Martins,
Atacadão
No projeto de um almoxarifado devem ser verificados os se- - Distribuidor: geralmente, esse termo é confundido com o
guintes aspectos: Atacadista. Porém, para bens industriais, o mesmo agrega, além
1. Itens a serem estocados (itens de grande circulação, grande da venda, armazenagem e assistência técnica dentro de uma área
peso e volume); geográfica delimitada de atuação, ou seja, busca atender deman-
2. Corredores (facilidades de acesso); das mais regionalizadas. Ex.: Distribuidor de tratores e implementos
3. Portas de acesso (altura, largura); agrícolas em uma determinada região.
4. Prateleiras e estruturas (altura x peso); - Agentes (relações de longo prazo) e Corretores (relações de
5. Piso (resistência). curto prazo): pessoas jurídicas comissionadas que vendem uma li-
nha de produtos de uma empresa sob relação contratual. Podem
Distribuição De Materiais trabalhar com exclusividade apenas os produtos de uma única em-
presa (agentes exclusivos) ou trabalham com produtos similares de
O processo de distribuição: conceitos e estratégias empresas diferentes (agentes não exclusivos).
Ter um bom produto (bem ou serviço) não basta! Há a necessi-
dade que esse produto chegue até o cliente da melhor forma possí- IMPORTÂNCIA DOS INTERMÉDIARIOS
vel, seja esse um produto de consumo ou industrial. Nesse sentido, Pode-se identificar diversos aspectos que justificam a impor-
é necessário identificar adequadamente os meios para distribuir o tância dos intermediários no canal de distribuição, dentre esses
produto, para que esse chegue ao cliente certo, na quantidade cer- destacam-se:
ta e no momento certo. - Aumento da eficiência do processo de distribuição, pois não
Um bom produto pode não ter aceite do mercado, caso esse seria eficiente para um fabricante ou produtor buscar atender clien-
não esteja disponível nos lugares certos para o consumo. Portan- tes individualmente;
to, o sucesso ou fracasso de um produto no mercado depende de - Transformação das transações em processos repetitivos e ro-
sua disponibilidade para consumo, no tempo e quantidade certa. O tineiros, simplificando atividades e os processos de pedido, paga-
cliente ao procurar uma determinada marca, não encontrando-a, mento, etc.
esse tenderá comprar uma outra marca qualquer. Dessa forma, um - Facilitação do processo de busca de produtos, ampliando o
dos instrumentos da Logística que busca solucionar esse problema acesso dos clientes a uma gama maior de produtos.
e o desenvolvimento e utilização de um correto Processo de Distri-
buição. FUNÇÕES DO CANAL DE DISTRIBUIÇÃO
As funções objetivam tornar o canal de distribuição mais efe-
tivo (eficiente e eficaz), podendo ser dividida em três categorias:

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Transacionais: compreendem a compra, a venda dos produtos, FabricanteVarejistaCliente Final (NÍVEL UM) - é um dos canais
bem como assumir os riscos comerciais envolvidos no processo; mais utilizados pelos fabricantes de produtos de escolha, como
Facilitação: relacionam-se com o financiamento de crédito, alimentação, vestuário, livros, eletrodomésticos. Nesse caso, o fa-
o controle de produtos (inspecionar e classificar produtos), bem bricante transfere ao intermediário grande parte das funções mer-
como a coleta de informações de marketing, tornando mais fáceis cadológicas (venda, transporte, crédito, embalagens). Ex.: Lojas
os processos de compra e venda. Produtores e intermediários po- Bahia, Supermercado Extra, etc.
dem trabalhar juntos para criar valor para seus clientes por meio
de previsões de vendas, análises competitivas e relatórios sobre as FabricanteAtacadista Varejista Cliente Final (NÍVEL DOIS) - esse
condições do mercado, focando atingir as reais necessidades dos tipo de canal é utilizado no mercado de bens de consumo, quando
clientes; a distribuição visa atingir um número muito grande e disperso de
Logísticas: envolvem a movimentação e a combinação de pro- clientes (ampliar capilaridade).
dutos em quantidades que os tornem fáceis de comprar. Uma empresa que visa cobrir um mercado de forma intensiva
pode utilizar esse canal que, além das vendas, oferece financiamen-
DECISÕES DE PROJETO DOS CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO to, transportes, promoções, etc. É um dos sistemas mais tradicio-
Para se projetar um canal de distribuição é necessário avaliar nais para alguns tipos de produtos como bebidas, limpeza, etc.
alguns atributos:
Avaliar claramente os mercados (reais e potenciais) a serem FabricanteAgente(Atacadista) Varejista Cliente Final (NÍVEL
trabalhados. TRES): Nesse sistema, o agente (broker) desempenha a função de
- Determinar as características dos clientes (segmentação), em reunir o comprador e o vendedor. O agente é na verdade, um inter-
termos de números de clientes, dispersão geográfica, frequência de mediário que não compra produtos, apenas representa o fabricante
compra, etc. ou o atacadista (aqueles que realmente compram os bens) na busca
- Determinar as características dos produtos quanto à perecibi- de mercados à produção dos fabricantes ou na localização de fontes
lidade, dimensões, grau de padronização e necessidades dos clien- de suprimento para esses fabricantes.
tes.
Prestador de Serviço Usuário Final: A distribuição de serviços
- Determinar as características dos intermediários, quanto ao para usuários finais ou empresariais é mais simples e direta do que
tipo de transporte, sistema de equipamentos e armazenagem utili- a distribuição de bens tangíveis, em função das características dos
zado, sistemas de TI, etc. serviços. O profissional de Marketing de Serviços está menos preo-
- Diagnosticar as características ambientais quanto às condi- cupado com a armazenagem, transporte e controle do estoque e,
ções locais, legislação, etc. normalmente usa canais mais curtos. Outra consideração é a contí-
- Avaliar as características das empresas envolvidas quanto so- nua necessidade de manutenção de relacionamentos pessoais en-
lidez financeira, composto de produtos (bens e serviços), nível de tre produtores e usuários de serviços.
serviço, estratégias de marketing, etc. Prestador de ServiçoAgente Usuário Final: Na prestação de ser-
viços também há a possibilidade da utilização de agentes, os quais
TIPOLOGIAS DO CANAL DE DISTRIBUIÇÃO nesse caso são denominados de corretores. Os exemplos mais co-
FabricanteCliente Final/Cliente Empresarial (NÍVEL ZERO) - é muns incluem os corretores de seguro, corretores de fundo de in-
o canal de distribuição mais simples e direto do fabricante até o vestimentos, agentes de viagem, etc.
usuário final, sendo também o mais comum no cenário empresa-
rial. Quando essse canal de distribuição é usado em mercados de GESTÃO DAS RELAÇÕES NO CANAL DE DISTRIBUIÇÃO
consumo, pode assumir duas formas. A primeira é a Venda Direta
que envolve contatos de vendas pessoais entre o comprador e o Conflitos no Canal
vendedor, como aqueles que ocorrem com os produtos agrícolas Conflito é um fenômeno que resulta da natureza social dos
(feiras), processo Avon, Yakult, etc. Já a segunda forma é o Marke- relacionamentos. Especificamente, no caso dos canais de distribui-
ting Direto, o qual abrange uma comunicação direta entre o com- ção, o conflito surge quando um membro do canal crê que outro
prador e o vendedor, conforme ocorre nas vendas por meio de ca- membro esteja impedindo a realização de seus objetivos especí-
tálogos ou mala direta. Pode-se considerar que os canais diretos ficos. Diversos fatores podem favorecer o surgimento de conflito
são mais importantes no mercado empresarial (B2B), onde a maior entre os membros do canal:
parte dos equipamentos, peças e matéria-prima são vendidas por - Incongruência de papéis entre os membros;
meio de contatos diretos entre vendedores e compradores. Esse - Escassez de recursos e discordância na sua alocação;
canal é requisitado quando o fabricante prefere não utilizar os in- - Diferenças de percepção e interpretação dos estímulos am-
termediários disponíveis no mercado, optando pela força de venda bientais;
própria e providenciando a movimentação física dos produtos até - Diferenças de expectativas em relação ao comportamento es-
o cliente final. O mesmo oferece às empresas a vantagem de maior perado dos outros membros;
controle das funções de Marketing a serem desempenhadas, sem - Discordância no domínio da decisão;
a necessidade de motivar intermediários e depender de resultados - Incompatibilidade de metas específicas dos membros;
de terceiros. Uma das desvantagens é a exigência de maiores inves- - Dificuldades de comunicação.
timentos, uma vez que as funções mercadológicas são assumidas.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Há três principais tipos de conflitos que podem ocorrer nos ca- Construindo a confiança no canal
nal de distribuição: Muitos canais estão rumando para a construção da confiança
- O conflito Vertical – tipo de conflito que ocorre entre mem- mútua como base para o sucesso das relações entre os membros
bros de diferentes níveis no canal. Ex.: Fabricantes versus Ataca- do canal. Geralmente essa confiança requer que esses membros re-
distas ou Varejistas. Quando um fabricante vende seus produtos conheçam sua interdependência e saibam compartilhar processos
diretamente aos clientes via internet, poderá gerar algum tipo de e informações.
conflito vertical entre esse e seus varejistas.
- O conflito Horizontal, conflito que envolve divergências entre ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO
membros do mesmo nível no canal, como Atacadistas versus Ata- Em termos gerais, existem três tipos de estratégias de distri-
cadistas ou franqueados (lojas) pertencentes a uma certa franquia buição:
competindo em uma mesma região. Esses conflitos podem ocorrer, - Distribuição intensiva – essa estratégia torna um certo produ-
devido as diferenças quanto aos limites de território ou em termos to disponível no maior número de estabelecimentos de uma região,
dos preços praticados. visando obter maior exposição e ampliar a oportunidade de venda.
- Conflito Multicanal – é o conflito que surge quando um fabri- Produtos com baixo valor unitário e alta frequência de compra são
cante utiliza dois ou mais canais simultâneos que vendem para o vendidos intensivamente, de modo que os clientes considerem con-
mesmo mercado. Ex. loja virtual versus loja física ou uso de repre- veniente comprá-los. Assim, por meio da distribuição intensiva, os
sentantes. clientes podem encontrar os produtos no maior número de locais
possíveis.
Poder no canal - Distribuição seletiva – estratégia que consiste no fato do fa-
Poder é a capacidade que um dos membros do canal tem de bricante vender produtos por meio de mais de um dos intermediá-
influenciar as variáveis do mix mercadológico de um outro membro. rios disponíveis em uma região, mas não em todos. Sendo assim, os
Nesse sentido, o membro que exerce Poder está interferindo ou até intermediários escolhidos são considerados osmelhores para ven-
modificando os objetivos mercadológicos do outro membro. De der os produtos com base em sua localização, reputação, clientela
uma forma mais geral, conceito de Poder está associado à capaci- e outros pontos fortes. A distribuição seletiva é empregada quan-
dade de um membro particular do canal de controlar ou influenciar do osclientes buscam produtos de compra comparada. Cabe ain-
o comportamento de outro(s) membro(s) do canal. da destacar que, nesse caso, havendo menos “parceiros” de canal,
torna-se possível desenvolver relacionamentos mais estreitos com
Fontes de Poder no canal cada um desses, permitindo que o fabricante obtenha boa cobertu-
Em geral, existem cinco tipos de fontes de poder que são exer- ra do mercado com mais controle e menos custos, comparado com
cidos no canal: a distribuição intensiva.
- Recompensa: é a capacidade de um agente recompensar um - Distribuição exclusiva - ocorre quando o fabricante vende seus
outro quando esse último conforma-se à influência do primeiro. A produtos por meio de um único intermediário em uma determina-
recompensa, normalmente está associada com fontes econômicas. da região, onde esserecebe o direito exclusivo de distribuir tais pro-
- Coerção: é o oposto do Poder de recompensa, onde o exer- dutos. Esse tipo de estratégia é utilizada quando um determinado
cício do Poder está associado à expectativa de um dos agentes em produto requer um esforço especializado de venda ou investimen-
relação à capacidade de retaliação do outro, caso esse não se sub- tos em estoques e instalações específicas. A distribuição exclusiva é
meta às tentativas de influência do primeiro. oposta à distribuição intensiva, sendo mais adequada à medida em
- Legítimo: deriva de normas internalizadas em um membro que se deseja operar apenas com “parceiros” exclusivos de canal
(contrato) e que estabelecem que outro membro tem o direito de que possam apoiar ou servir o produto de forma adequada, ou seja,
influenciá-lo, existindo a obrigação de aceitar essa influência. enfatizando uma determinada imagem que possa caraterizar luxo
- Informacional: origina-se pela posse de um membro de infor- ou exclusividade.
mações valorizadas por outros membros do canal. A definição mais detalhada dos objetivos dos canais de dis-
- Experiência: deriva do conhecimento (know-how) que um tribuição depende essencialmente de cada organização, da forma
membro detem em relação a outro membro. com que ela compete no mercado e da estrutura geral da cadeia
de suprimentos. Porém, é possível identificar alguns fatores gerais,
Liderança do canal comum na maioria deles:
Quando os conflitos se reduzem e há um aumento de coo- - Assegurar a rápida disponibilidade do produto no mercado
peração entre os membros do canal, essas características podem identificado como prioritários, ou seja, o produto precisa estar dis-
resultar no surgimento de membros que, devido a fatores como, ponível para a venda nos estabelecimentos varejistas do tipo cor-
alto poder de barganha, poder legítimo, poder de informação, tor- reto;
nam-se líderes do canal.Por ouro lado, alguns autores identificaram - Intensificar ao máximo o potencial de vendas do produto sob
um padrão consistente de condições que determinam o surgimento enfoque, isto é buscar parcerias entre fabricante e varejista que
de uma liderança no canal: o líder do canal tende emergir quando possibilitem a exposição mais adequada da mercadoria nas lojas;
o canal de distribuição enfrenta ambientes ameaçadores, aqueles - Promover cooperação entre os participantes da cadeia de su-
onde a demanda é declinante, a concorrência aumenta e a incer- primentos, principalmente relacionada aos fatores mais significati-
teza é elevada. vos associados à distribuição física, ou seja, buscar lotes mínimos
dos pedidos, uso ou não de paletização ou de tipos especiais de
acondicionamentos em embalagens, condições de descarga, restri-
ções de tempo de espera, etc.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Assegurar nível de serviço estabelecido previamente pelos Uma boa distribuição, associada a um produto de boa qualida-
parceiros da cadeia de suprimentos; de, a uma propaganda eficaz e a um preço justo, faz com que os pro-
- Garantir rápido e preciso fluxo de informações entre os par- dutos sejam disponibilizados a seus consumidores, de modo que
ceiros; e estes possam fazer a opção pela compra. Estando nas prateleiras, o
- Procurar redução de custos, de maneira integrada, atuando produto passa a fazer parte de uma gama de produtos concorrentes
em conjunto com os parceiros, analisando a cadeia de suprimentos que podem ser comprados ou não.
na sua totalidade. O primeiro passo para ele poder fazer parte dessa opção de
compra é estar disponível nas prateleiras.
Os canais de distribuição podem desempenhar quatro funções Outros fatores como propaganda, preço e qualidade do produ-
básicas, segundo as modernas concepções trazidas pelo supply to, podem variar entre produtos concorrentes, mas a distribuição
chain management: é uma condição obrigatória para todas as empresas que querem
- Indução da demanda – as empresas da cadeia de suprimentos vender seus produtos.
necessitam gerar ou induzir a demanda de seus serviços ou merca- Se o produto não está disponível na prateleira, independente
dorias; de todos os outros fatores que influenciam a compra, este não po-
- Satisfação da demanda – é necessário comercializar os servi- derá ser comprado.
ços ou mercadorias para satisfazer a demanda; Imagine um produto com uma qualidade maravilhosa, com
- Serviço de pós-venda – uma vez comercializados os serviços uma estratégia de propaganda primorosa, com um preço imbatível,
ou mercadorias, precisa-se oferecer os serviços de pós-venda; e mas não disponível no mercado.
- Troca de informações – o canal viabiliza a troca de informa- A distribuição física acontece em vários níveis dentro de uma
ções ao longo de toda a cadeia de suprimentos, acrescendo-se tam- instituição. Isso ocorre em razão de que a posição hierárquica inter-
bém os consumidores que disponibilizam um retorno importante fere no processo. Uma decisão tomada pela alta administração de
tanto para os fabricantes quanto para os varejistas. uma empresa é chamada de decisão estratégica e deve ser seguida
pelos demais níveis hierárquicos.
Entre fatores estratégicos importantes no sistema distributivo A decisão tática é tomada e imposta pela média gerência e a
podem ser levantadas as seguintes questões: operacional diz respeito à supervisão que se encarregará de fazer
- Se o número, o tamanho e a localização das unidades fabris com que os projetos sejam cumpridos e executados.
atendem às necessidades de mercado, Para um melhor entendimento, seguem os níveis da adminis-
- Se a localização geográfica dos mercados e os seus respectivos tração da distribuição física.
custos de abastecimento são compatíveis, • Estratégico;
- Se a frequência de compras dos clientes, o número e o tama- • Tático;
nho dos pedidos justificam o esforço distributivo, • Operacional.
- Se o custo do pedido e o custo de distribuição estão em bases
compatíveis com o mercado, a. Nível Estratégico
- Se os métodos de armazenagem e os seus custos são justificá- Neste nível, a alta administração da empresa decide o modo
veis com os resultados operacionais gerados, que deve ter a configuração do sistema de distribuição. Podem ser
- Se os métodos de transporte adotados são adequados, relacionadas às seguintes preocupações:
• Localização dos armazéns;
Em conformidade com o potencial do mercado, é importante • Seleção dos modais de transportes;
analisar a demanda de cada mercado atendido pela empresa e se o • Sistema de processamento de pedidos etc.
tipo de sistema de distribuição adotado é adequado.
b. Nível Tático
DISTRIBUIÇÃO FÍSICA É o nível em que a média gerência da empresa estará envolvida
A distribuição física de produtos ou distribuição física são os em utilizar seus recursos da melhor e maior forma possível. Suas
processos operacionais e decontrole que permitem transferir os preocupações são:
produtos desde o ponto de fabricação, até o ponto em que a mer- • Ociosidade do equipamento de transmissão de pedidos ser
cadoria é finalmente entregue ao consumidor. (NOVAES, 1994). a mínima;
Pode-se dizer que seu objetivo geral é levar os produtos certos, • Ocupação otimizada da área de armazéns;
para os lugares certos, no momento certo e com o nível de serviço • Otimização dos meios de transportes, sempre em níveis má-
desejado, pelo menor custo possível. ximos possíveis à carga etc.

A distribuição física tem, como foco principal, todos os produ- c. Nível Operacional
tos que a companhia oferece para vender, ou seja, desde o instante É o nível em que a supervisão garante a execução das tarefas
em que a produção é terminada até o momento em que o cliente diárias para assegurar que os produtos se movimentem pelo canal
recebe a mercadoria (produto). de distribuição até o último cliente. Podem ser citadas:
Toda produção visa a um ponto final, que é chegar às mãos do • Carregar caminhões;
consumidor. • Embalar produtos;
“Nadar e morrer na praia” não é objetivo de nenhuma institui- • Manter registros dos níveis de inventário etc.
ção que vise ao lucro. Nem entidades sem fins lucrativos desejam
que seus feitos não alcancem os objetivos, mesmo que estes não
sejam financeiros.
Editora
369
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

MODALIDADES DE TRANSPORTE • Fácil contratação e • Alto valor de


O transporte de mercadorias é parte fundamental do comér- gerenciamento. transporte.
cio. Como o produto é entregue e a qualidade com que chega até o
cliente final é o que define a satisfação do comprador e a possibili- • Adequado para • Menos competitivo
dade de um cliente fiel. Sendo assim, deve-se usar o modal – meio curtas e médias distâncias à longa distância;
de transporte – que atenda às expectativas do comprador.
Dados mostram que o transporte representa 60% dos custos Quando usar o Transporte Rodoviário - Mercadorias perecíveis,
logísticos, 3,5% do faturamento e tem papel preponderante na qua- mercadorias de alto valor agregado, pequenas distâncias (até 400
lidade dos serviços logísticos, impactando diretamente no tempo Km), trajetos exclusivos onde não há vias para outros modais, quan-
de entrega, confiabilidade e segurança dos produtos. do o tempo de trânsito for valor agregado.
Qual o melhor modal? Transporte Ferroviário
São basicamente cinco os modais: rodoviário, ferroviário, aqua- Transporte ferroviário é aquele realizado sobre linhas férreas,
viário, aéreo e dutoviário. para transportar pessoas e mercadorias. As mercadorias transpor-
Para o transporte de mercadorias, cada modal possui suas van- tadas neste modal são de baixo valor agregado e em grandes quan-
tagens e desvantagens. Para cada rota há possibilidade de escolha tidades como: minério, produtos agrícolas, fertilizantes, carvão, de-
e esta deve ser feita mediante análise profunda dos custos e carac- rivados de petróleo, etc.
terísticas do serviço.

O Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior Vantagens Desvantagens


classifica o Sistema de Transporte, quanto à forma, em:
- Modal: envolve apenas uma modalidade (ex.: Rodoviário); • Grande capacidade • Alto custo de
- Intermodal: envolve mais de uma modalidade (ex.: Rodoviário de cargas implantação
e Ferroviário);
- Multimodal: envolve mais de uma modalidade, porém, regido • Baixo custo de • Transporte lento
por um único contrato; transporte (Inexistência de devido às suas operações de
- Segmentados: envolve diversos contratos para diversos mo- pedágios) carga e descarga
dais;
- Sucessivos: quando a mercadoria, para alcançar o destino fi- • Adequado para • Pouca flexibilidade
nal, necessita ser transbordada para prosseguimento em veículo da longas distâncias de equipamentos.
mesma modalidade de transporte (regido por um único contrato).
• Baixíssimo nível de • Malha ferroviária
VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS TIPOS DE TRANSPORTE acidentes. insuficiente.

Transporte Rodoviário • Alta eficiência • Malha ferroviária


É aquele que se realiza em estradas, com utilização de cami- energética. sucateada
nhões e carretas. Trata-se do transporte mais utilizado no Brasil,
apesar do custo operacional e do alto consumo de óleo diesel. • Melhores condições • Necessita de
de segurança da carga. entrepostos especializados.
Vantagens Desvantagens • Menor flexibilidade
• Capacidade de • Menor capacidade • Menor poluição do no trajeto (nem sempre
tráfego por qualquer rodovia de cargas entre todos os chega ao destino final,
meio ambiente
(flexibilidade operacional) modais; dependendo de outros
modais.)
• Usado em qualquer • Alto custo de
tipo de carga. operação Quando usar o Transporte Ferroviário - Grandes volumes de
• Agilidade no • Alto risco de roubo/
cargas / Grandes distâncias a transportar (800 km) / Trajetos exclu-
transporte e no acesso às sivos (não há vias para outros modais)
Frota antiga- acidentes
cargas

• Não necessita de • Vias com gargalos


gerando gastos extras e
entrepostos especializados
maior tempo para entrega.
• Amplamente • Alto grau de
disponível poluição

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Transporte Aquaviário Transporte Aéreo


Realizado por meio de barcos, navios ou balsas. Engloba tanto O transporte aéreo é aquele realizado através de aeronaves e
o transporte marítimo, utilizando como via de comunicação os ma- pode ser dividido em Nacional e Internacional.
res abertos, como o transporte fluvial, por lagos e rios. É o transpor-
te mais utilizado no comércio internacional.
Vantagens Desvantagens

Vantagens Desvantagens
• É o transporte mais • Menor capacidade
• Maior capacidade de • Necessidade de rápido
de carga (Limite de volume
carga transbordo nos portos e peso|)
• Menor custo de • Longas distâncias • Não necessita • Valor do frete mais
transporte (Frete de custo embalagem mais reforçada elevado em relação aos
dos centros de produção
relativamente baixo) (manuseio mais cuidadoso); outros modais
• Apesar de limitado às • Menor
flexibilidade nos serviços • Os aeroportos
zonas costeiras, registra grande
aliado a frequentes normalmente estão • Depende de
competitividade para longas localizados mais próximos terminais de acesso
congestionamentos nos
distâncias aos centros de produção.
portos

• Mercadoria de baixo • É de gerenciamento • Transporte de


complexo, exigindo muitos grandes distâncias.
valor agregado.
documentos.
• Seguro de
Quando usar o Transporte Aquaviário- Grandes volumes de car- transporte é muito baixo.
ga / Grandes distâncias a transportar / Trajetos exclusivos (não há
vias para outros modais) / Tempo de trânsito não é importante /
Encontra-se uma redução de custo de frete. Quando usar o Transporte Ferroviário - Pequenos volumes de
cargas / Mercadorias com curto prazo de validade e/ou frágeis /
Tipos de navios: Grandes distâncias a transportar / Trajetos exclusivos (não há via
Navios para cargas gerais ou convencionais: para outros modais) / Tempo de trânsito é muito importante.
Navios dotados de porões (holds) e pisos (decks), utilizados
para carga seca ou refrigerada, embaladas ou não. Tipos de Aeronaves:
Full pax = somente de passageiros.
Navios especializados: Full cargo = somente de cargas.
Graneleiros (bulk vessels): carga a granél (líquido, gasoso e só- Combi = misto de carga e passageiros
lido), sem decks.
Ro-ro (roll-on roll-off): cargas rolantes, veículos entram por Transporte Dutoviário
rampa, vários decks de diversas alturas. Esta modalidade de transporte não apresenta nenhuma flexi-
bilidade, visto que há uma limitação no número de produtos que
Navios Multipropósito: podem utilizar este modal. O transporte é feito através de dutos
Transportam cargas de navios de cargas gerais e especializados cilíndricos. Pode ser utilizado para transporte de petróleo, produtos
ao mesmo tempo. derivados do minério, gases e grãos.
Granel sólido + líquido
Minério + óleo Vantagens Desvantagens
Ro-ro + container
• Muitas dutovias
Navios porta-container: são subterrâneas e/ou • Pode ocasionar um
Transportam exclusivamente cargas em container. submarinas, considerado uma grande acidente ambiental
Sólido, líquido, gasoso vantagem, pois minimizam caso suas tubulações se
Desde que seja em container os riscos causados por outros rompam
Tem apenas 01 (um) deck (o principal) veículos;

• O dutoviário • Possui uma


transporta de forma segura e capacidade de serviço muito
para longas distancias limitada

• Proporciona um • Custos fixos são


menor índice de perdas e
mais elevados
roubos

Editora
371
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Abrangência da Administração de Estoques


• Baixo consumo de • Investimento inicial A administração de estoques é de importância significativa na
energia. elevado. maioria das empresas, tanto em função do próprio valor dos itens

• Alta confiabilidade. • Requer mais mantidos em estoque, associação direta com o ciclo operacional da
empresa. Da mesma forma como as contas a receber, os níveis de
licenças ambientais. estoques também dependem em grande parte do nível de vendas,
• Simplificação de com uma diferença: enquanto os valores a receber surgem após a
realização das vendas, os estoques precisam ser adquiridos antes
carga e descarga das realizações das vendas.
• Transporte de Essa é uma diferença crítica e a necessidade de prever as ven-
das antes de se estabelecer os níveis desejados de estoques, torna
volumes granéis muito
sua administração uma tarefa difícil. Deve se observar também que
elevados.
os erros na fixação dos níveis de estoque podem levar à perda das
vendas (caso tenham sido subdimensionados) ou a custos de estoca-
Tipos de dutos gem excessivos (caso tenham sido superdimensionados), residindo,
- Subterrâneos portanto, na correta determinação dos níveis de estoques, a importân-
- Aparentes cia da sua administração. Seu objetivo é garantir que os estoques ne-
- Submarinos cessários estejam disponíveis quando necessários para manutenção do
Oleodutos = gasolina, álcool, nafta, glp, diesel. ritmo de produção, ao mesmo tempo em que os custos de encomenda
Minerodutos = sal-gema, ferro, concentr.fosfático. e manutenção de estoques sejam minimizados.
Gasodutos = gás natural.
Os estoques podem ser classificados como:
Observa-se que os meios de transportes estão cada vez mais - Matéria-prima
inter-relacionados buscando compartilhar e gerar economia em es- - Produtos em processo
cala, capacidade no movimento de cargas e diferencial na oferta - Materiais de embalagem
de serviços logísticos. Porém, o crescimento dessa integração multi- - Produtos acabados
modal muitas vezes é dificultado pela infraestrutura ofertada pelos - Suprimentos
setores privados e públicos.
A razão para manutenção de estoques depende fundamental-
Estoques mente da natureza desses materiais.
“Devemos sempre ter o produto de que você necessita, mas Para manutenção dos estoques de matérias primas, são utiliza-
nunca podemos ser pego com algum estoque”. É uma frase que das justificativas como a facilidade para o planejamento do proces-
descreve bem o dilema da descrição de estoques. O controle de so produtivo, a manutenção do melhor preço deste produto, a pre-
estoques é parte vital do composto logístico, pois estes podem ab- venção quanto à falta de materiais e, eventualmente, a obtenção de
sorver de 25 a 40% dos custos totais, representando uma porção descontos por aquisição de grandes quantidades.
substancial do capital da empresa. Portanto, é importante a correta Essas razões são contra-argumentadas de várias formas. Atual-
compreensão do seu papel na logística e de como devem ser ge- mente, as modernas técnicas de administração de estoques, o con-
renciados”. ceito do “Supply Chain Management” que ajuda a reduzir custos,
representam alternativas eficientes para evitar-se falta de materiais.
Razões para manter estoque Adicionalmente, a realização de contratos futuros pode repre-
A armazenagem de mercadorias prevendo seu uso futuro exi- sentar um instrumento eficiente para proteger a empresa de even-
ge investimento por parte da organização. O ideal seria a perfeita tual oscilação de preços de seus insumos básicos.
sincronização entre a oferta e a demanda, de maneira a tornar a Para manutenção de estoques de materiais em processos, jus-
manutenção de estoques desnecessária. Entretanto, como é impos- tifica-se a maior flexibilidade do processo produtivo, caso ocorra
sível conhecer exatamente a demanda futura e como nem sempre interrupção em alguma das linhas de produção da empresa. Obvia-
os suprimentos estão disponíveis a qualquer momento, deve-se mente, essa questão deve ser substituída pela adoção de proces-
acumular estoque para assegurar a disponibilidade de mercadorias sos de produção mais confiáveis, para evitar a ocorrências destas
e minimizar os custos totais de produção e distribuição. interrupções.
A manutenção de estoques de produtos acabados é justificada
Na verdade, estoques servem para uma série de finalidades, por duas razões: garantir atendimentos efetuados para as vendas
ou seja: realizadas e diminuir os custos de mudança na linha de produção.
- Melhoram o nível de serviço.
- Incentivam economias na produção. Técnicas de Administração de estoques
- Permitem economias de escala nas compras e no transporte.
- Agem como proteção contra aumentos de preços. CURVA ABC
- Protegem a empresa de incertezas na demanda e no tempo Segrega os estoques em três grupos, demonstrando grafica-
de ressuprimento. mente com eixos de valores e quantidades, que considera os mate-
- Servem como segurança contra contingências. riais divididos em três grandes grupos, de acordo com seus valores
de preço/custo e quantidades, sendo assim materiais “classe A” re-

Editora
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372
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

presentam a minoria da quantidade total e a maioria do valor total, melhor cumprimento de prazos de entrega, com estoques baixos,
“classe C” a maioria da quantidade total e a minoria do valor total, mesmo que a fábrica tenha muitos produtos em quantidade, de
“classe B” valores e quantidades intermediárias. uma semana para outra.
O controle da “classe A” é mais intenso e o controle da “classe Um ponto fundamental para o correto funcionamento do sis-
B e C” menos sofisticados. tema é a rigorosa disciplina a ser observada pelos funcionários que
interagem com o sistema MRP, em relação à informação de dados
MODELO DE LOTE ECONÔMICO para computador. Sem essadisciplina, a memória do MRP vai acu-
Permite determinar a quantidade ótima que minimiza os cus- mulando erros nos saldos em estoques e nas quantidades neces-
tos totais de estocagem de pedido para um item do estoque. Con- sárias.
siderando os custo de pedir e os custos de manter os materiais.
Sendo os custos de pedir, os fixos, administrativos ao se efetuar e 3. Sistema Periódico
receber um pedido e o custo de manter são os variáveis por unida- A característica básica deste sistema é a divisão da fábrica em
de da manutenção de um item de estoque por umdeterminado pe- vários setores de processamento sucessivo de vários produtos simi-
ríodo (custo de armazenagem) segundo, “oportunidade” de outros lares. Cada setor recebe um conjunto de ordens de fabricação para
investimentos. serem iniciados e terminados no período. Com isso, no fim de cada
Custo total = custo de pedir + custo de manter período, se todos os setores cumprirem sua carga de trabalho, não
haverá qualquer material em aberto. Isso facilita o controle de cada
PONTO DE PEDIDO setor da fábrica, atribuindo responsabilidades bem definidas.
Determina em que ponto os estoques serão pedidos levando Esse sistema com período fixo é antigo, mas devido às suas ca-
em consideração o tempo de entrega dos principais itens. racterísticas, não se tornou obsoleto face aos sistemas modernos,
nos quais é possível à adoção de períodos curtos, menores que uma
Ponto de pedido = tempo de reposição em dias x demanda diá- semana.
ria
4. OPT-Optimezed Production Technology
SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE ESTOQUES O sistema OPT foi desenvolvido com uma abordagem diferen-
te dos sistemas anteriores, enfatizando a racionalidade do fluxo
Os Sistemas básicos utilizados na administração de estoques de materiais pelos diversos postos de trabalho de uma fábrica. Os
são: pressupostos básicos do OPT foram originados por formulações ma-
temáticas. Nesse sistema, as ordens de fabricação são vistas como
1. FMS (Flexible Manufacturing System) tendo de passar por filas de espera de atendimento nos diversos
Nesse sistema, os computadores comandam as operações das postos de trabalho na fábrica. O conjunto de postos de trabalho
máquinas de produção e, inclusive, comandam a troca de ferramen- forma então uma rede de filas de espera.
tas das operações de manuseio de materiais, ferramentas, acessó- O sistema OPT usa um conjunto de coeficientes gerenciais para
rios e estoques. Pode-se incluir no software módulos de monitora- ajudar a determinar o Lote ótimo para cada componente ou sub-
ção do controle estatístico da qualidade. Normalmente, é aplicado montagem a ser processado em cada posto de trabalho. Muita ên-
em fábricas com grande diversidade de peças de produtos finais fase é dedicada aos pontos de gargalo da produção.
montados em lotes. Podemos destacar entre as vantagens do FMS,
as seguintes: 5. Sistema KANBAN-JIT
• Permite maior produtividade das máquinas, que passam a O sistema Kanban foi desenvolvido para ser utilizado onde os
ter utilização de 80% a 90% do tempo disponível. empregados possuem motivação e mobilização, com grande liber-
• Possibilita maior atenção aos consumidores em função da dade de ação. Nessas fábricas, na certeza de que os empregados
flexibilidade proporcionada. trabalham com dedicação e responsabilidade, é legítimo um traba-
• Diminui os tempos de fabricação. lhador parar a linha de montagem ou produção porque achou algo
• Em função do aumento da flexibilidade, permite aumen- errado, os empregados mantém-se ocupados todo o tempo, aju-
tar a variedade dos produtos ofertados. dando-se mutuamente ou trocando de tarefas conforme as neces-
sidades. O sistema Kanban-JIT é um sistema que “puxa” a produção
2. MRP-Material Requirement Planing da fábrica, inclusive até o nível de compras, pelas necessidades ge-
O MRP é um sistema completo para emitir ordens de fabri- radas na montagem final. As peças ou submontagens são colocadas
cação, de compras, controlar estoques e administrar a carteira de em caixa feitas especialmente para cada uma dessas partes, que, ao
pedidos dos clientes. Opera em base semanal, impondo com isso serem esvaziadas na montagem, são remetidas ao posto de traba-
uma previsão de vendas no mesmo prazo, de modo a permitir a ge- lho que faz a última operação a essa remessa, que funciona como
ração de novas ordens de produção para a fábrica. O sistema pode uma ordem de produção.
operar com diversas fórmulas para cálculo dos lotes de compras,
fabricação e montagem, operando ainda com diversos estoques de 6. Sistema Just in Time
material em processo, como estoque de matérias primas, partes, É preciso que haja um sistema integrado de planejamento de
submontagens e produtos acabados.A maior vantagem do MRP distribuição. É assim que surge o Just in Time, que é derivado do
consiste em utilizar programas de computadores complexos, levan- sistema Kanban. De acordo com Henrique Corrêa e Irineu Gianesi, a
do em consideração todos os fatores relevantes para conseguir o responsável pela implantação do Just in Time foi a Toyota, criando
esse sistema em 1970 e impondo-o para quem quisesse trabalhar

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373
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

em parceria. Com isso, diminuiu muito seu estoque, passando a res- * Melhores condições de compra de materiais, pois pode-se
ponsabilidade e o comprometimento de não parar sua produção aceitarcontratos de grandes volumes para entregas parceladas. Aa-
para seus terceirizados. tividade de compra fica reduzida, sem a necessidade de emitirpedi-
O Just in Time visa o “estoque zero”. O objetivo principal é dos de fornecimento para cada lote de material.
suprir produtos para a linha de produção e clientes da empresa,
somente quando for necessário. Ao longo da cadeia logística, as re- b) Estocagem para atender especificamente a uma ordem de
lações entre as empresas - inclusive com o emprego de recursos de produção ou a uma requisição: É o método empregado nas produ-
comunicação e tecnologias de informação, devem ser garantidas de ções do tipo intermitente, onde a indústria fabrica sob encomenda,
tal forma que os resultados, e, portanto, os serviços prestados pela sendo justificável no caso de materiais especiais ou necessários es-
logística obedeçam exatamente às necessidades de serviços ex- poradicamente. Os pedidos de material neste sistema são baseadas
pressas pelos clientes. É muito importante, portanto que haja uma principalmente na lista material (“ROW MATERIAL”) e na programa-
cooperação, um bom relacionamento entre a empresa e seus for- ção geral (AP = “ANNUAL PLANNING”). Existem casos em que o pe-
necedores externos e internos. Um ponto muito favorável no Just dido para compra precisa ser feito mesmo antes do projeto do pro-
in Time é que ele diminui a probabilidade de que ocorram perdas duto estar detalhado, ou seja, antes da listagem do material estar
de produtos. pronta, pois os itens necessários podem ter um ciclo de fabricação
excessivamente longo. Ex.: grandes motores, turbinas e navios.
Outros sistemas de estoques
Sistema de Duas Gavetas - Consiste na separação física em duas Enfim, o controle de estoques exerce influência muito grande
partes. Uma parte será utilizada totalmente até a data da encomen- na rentabilidade da empresa. Eles absorvem capital que poderia
da de um novo lote e a outra será utilizada entre a data da enco- estar sendo investido de outras maneiras. Portanto, aumentar a ro-
menda e a data do recebimento do novo lote. A grande vantagem tatividade do estoque auxilia a liberar ativos e economiza o custo
deste sistema está na substancial redução do processo burocrático de manutenção e controle que podem absorver de 25 a 40% dos
de reposição de material (bujão de gás). A denominação “DUAS GA- custos totais, conforme mencionado anteriormente.
VETAS” decorre da ideia de guardar um mesmo lote em duas gave-
tas distintas.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: FORMA DE ESTADO;PODE-
Sistema de Estoque Mínimo - É usado principalmente quando RES DO ESTADO; SISTEMAS DE GOVERNO; FORMA DE
a separação entre as duas partes do estoque não é feita fisicamen- GOVERNO
te, mas apenas registrada na ficha de controle de estoque, com o
ponto de separação entre as partes. Enquanto o estoque mínimo
estiver sendo utilizado, o Departamento de Compras terá prazo su- O regime político de um país pode ser definido como o conjunto
ficiente para adquirir e repor o material no estoque. de instituições e leis através dos quais o Estado se organiza, regula-
menta suas relações jurídicas e exerce seu poder.
Sistema de Renovação Periódica - Consiste em fazer pedidos
para reposição dos estoques em intervalos de tempo pré-estabe- Espécies De Regime Políticos:
lecidos para cada item. Estes intervalos, para minimizar o custo de
estoque, devem variar de item para item. A quantidade a ser com- a) Autoritarismo: O autoritarismo é um regime político onde
prada em cada encomenda é tal que, somada com a quantidade um governante ou um grupo exerce o poder de forma arbitrária e
existente em estoque, seja suficiente para atender a demanda até sem a participação da população, de modo a priorizarem seus pró-
o recebimento da encomenda seguinte. Logicamente, este siste- prios interesses nas tomadas de decisões.
ma obriga a manutenção de um estoque reserva. Deve-se adotar Em muitas situações, o uso da força física é utilizado para punir
períodos iguais para um grande número de itens em estoque pois, e combater os opositores, de modo a inibir a participação daque-
procedendo a compra simultânea de diversos itens, pode-se obter les que não concordam com a visão imposta pelos detentores do
condições vantajosas na transação (compra e transporte). poder.
Assim, verifica-se que no autoritarismo os detentores do poder
Sistema de Estocagem para um Fim Específico - Apresenta duas não buscam a aceitação da população, apenas impõem suas vonta-
subdivisões: des sobre toda a sociedade.
a) Estocagem para atender a um programa de produção pré-
-determinado: b) Democracia: O regime político democrático é caracterizado
É utilizada nas indústrias de tipo contínuo ou semicontínuo que pela participação ativa do povo, que elege seus representantes por
estabelece, com antecedência de vários meses, os níveis de produ- meio do voto. Este regime busca garantir o respeito e a proteção aos
ção. A programação (para vários períodos, semanas e meses) elabo- direitos civis e fundamentais da população, tais como a liberdade
rada pelo P.C.P. deverá ser coerente para todos os segmentos, des- de expressão, de religião, de associação e de participação política.
de o recebimento do material até o embarque do produto acabado. As eleições neste regime são livres e periódicas.
A principal peculiaridade do regime democrático é a participa-
Vantagens: ção massiva da sociedade na tomada de decisões e na fixação de
* Estoques menores, sem riscos de se esgotarem, objetivamen- limites a quem exercem o poder,
te controlados por se conhecer a demanda futura.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

c) Totalitarismo: O totalitarismo é um regime exercido de forma Sistemas De Governo


centralizada por uma pessoa ou grupo dominante que se perpetua
no governo e que impõe uma corrente ideológica à sociedade, sem Como sistemas de governos temos:
qualquer participação da população, ou respeito aos seus direitos
fundamentais e individuais. Ex: Nazismo, na Alemanha; fascismo na Presidencialismo: Neste sistema o Poder Executivo é exercido
Itália. pelo Presidente da República, que é eleito pelo voto direto e exerce
Neste regime, o Estado detém total controle da sociedade e função de Chefe de Estado e Chefe de Governo. Neste caso o parla-
ainda sobre todos os bens e fontes de recursos existentes, repri- mento exerce a função de fiscalizar o atos do Executivo.
mindo com violência qualquer tentativa de oposição aos ideais do Uma das principais características do presidencialismo é a se-
governo. paração dos poderes em: Poder Legislativo, Executivo e Judiciário.
A grande diferença entre o autoritarismo e o totalitarismo, é Trata-se do sistema em vigor no Brasil
que no autoritarismo não existe uma ideologia imposta como base
da sociedade. Em ambos as decisões são centralizadas, no entanto, Parlamentarismo: Neste sistema, o Chefe do Estado não é elei-
no totalitarismo existe um domínio geral da população. to diretamente pelo povo e pode ocorrer tanto em monarquias
como em repúblicas.
Unipartidarismo: trata-se de um sistema partidário bem carac- O Parlamentarismo separa as funções de chefe de governo e
terístico dos regimes autoritários, onde apenas um partido é admi- de chefe de Estado, ou seja, o Chefe de Estado (rei ou presidente)
tido pela lei, confundindo-se com o próprio Estado, como forma de não assume o caráter de Chefe de Governo. O Chefe de Governo é
se impedir a existência de adversários políticos. exercido pelo Primeiro Ministro.
O poder Legislativo é quem define o representante do Poder
Formas De Governo: Executivo, verificando-se assim que o Poder Executivo e o Poder Le-
gislativo estão intimamente interligados, onde Legislativo oferece
São formas de governo a Monarquia e a República. apoio direito e indireto ao Executivo.
Um dos grandes problemas desse sistema é a não participação
a) Monarquia: Trata-se da forma de governo em que um rei go- da população na escolha do chefe político da nação.
verna o país, como Chefe de Estado, sem a participação popular ou Porém, como vantagem, existe o fato de ser um sistema mais
disputas de poder. Como principais características temos a heredi- flexível que o presidencialismo, visto que existe a possibilidade do
tariedade e a vitaliciedade. parlamento ser destituído e o primeiro ministro trocado, em mo-
No passado as monarquias eram absolutistas, ou seja, a von- mentos de crise, por exemplo, o que não ocorre no presidencialis-
tade do rei era soberana e ele concentrava o poder de legislar e mo, onde o presidente só deixa de exercer seu mandato por meio
executar as leis do país. de um Impeachment, que acontece apenas em casos de crimes de
Porém este tipo de monarquia é rara nos tempos atuais, sendo responsabilidade, no caso de cassação por crime eleitoral ou crime
que a maioria das monarquias que sobreviveram atualmente são comum durante o mandato.
constitucionais ou parlamentaristas, ou seja, o rei governa de acor-
do com uma Constituição, que limita seus poderes. Neste caso, o Voto de desconfiança / voto de censura: quando o Parlamento
monarca é uma figura representativa, que exerce a função de Chefe passa a desaprovar a conduta do Primeiro-Ministro, este pode ser
de Estado, sendo que a chefia de governo é exercida por um primei- destituído através do voto de censura.
ro ministro (nomeado pelo rei e aprovado pelos parlamentares),
por um presidente do Conselho de Ministros, ou pelo Presidente do
governo, a ele cabendo o verdadeiro encargo do Poder Executivo.
ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO; ADMINISTRA-
b) República: Trata-se da forma de governo onde o povo, ou ÇÃO DIRETA; ADMINISTRAÇÃO INDIRETA; ENTIDADES
seus representantes elegem por meio de voto um Chefe de Estado PARAESTATAIS; CONTRATO DE GESTÃO
para governar por determinado período de tempo, respeitado sem-
pre o interesse público.
Este Chefe de Estado é chamado de Presidente da República e NOÇÕES GERAIS
sua eleição se dá através de voto livre e secreto. O Presidente da Para que a Administração Pública possa executar suas ativida-
República poderá permanecer no poder por até 04 anos, permitida des administrativas de forma eficiente com o objetivo de atender
uma reeleição. os interesses coletivos é necessária a implementação de tecnicas
Assim, como principais características de República temos: a organizacionais que permitam aos administradores públicos decidi-
elegibilidade dos representantes, temporariedade, responsabilida- rem, respeitados os meios legias, a forma adequada de repartição
de dos governantes, que devem prestar contas de seus mandatos e de competencias internas e escalonamento de pessoas para melhor
igualdade de todos perante a lei. atender os assuntos relativos ao interesse público.
Outros princípios fundamentais para o funcionamento da repú- Celso Antonio Bandeira de Mello, em sua obra Curso de Direito
blica são, para além da participação política ativa dos cidadãos, a di- Administrativo assim afirma: “...o Estado como outras pessoas de
visão de poderes, a concreção da justiça e a busca do bem comum. Direito Público que crie, pelos múltiplos cometimentos que lhe as-
Forma de governo adotada na Constituição Federal de 1988. sistem, têm de repartir, no interior deles mesmos, os encargos de
sua alçada entre diferentes unidades, representativas, cada qual,
de uma parcela de atribuições para decidir os assuntos que lhe são
afetos...”
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A Organização Administrativa é a parte do Direito Administra- DECRETO-LEI 200/67


tivo que normatiza os órgãos e pessoas jurídicas que a compõem,
além da estrutura interna da Administração Pública. Art. 4° A Administração Federal compreende:
Em âmbito federal, o assunto vem disposto no Decreto-Lei n. [...]
200/67 que “dispõe sobre a organização da Administração Pública II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes ca-
Federal e estabelece diretrizes para a Reforma Administrativa”. tegorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria:
O certo é que, durante o exercício de suas atribuições, o Esta- a) Autarquias;
do pode desenvolver as atividades administrativas que lhe compete b) Empresas Públicas;
por sua própria estrutura ou então prestá-la por meio de outros c) Sociedades de Economia Mista.
sujeitos. d) fundações públicas.
A Organização Administrativa estabelece as normas justamen- Parágrafo único. As entidades compreendidas na Administra-
te para regular a prestação dos encargos administrativos do Estado ção Indireta vinculam-se ao Ministério em cuja área de competên-
bem como a forma de execução dessas atividades, utilizando-se de cia estiver enquadrada sua principal atividade.
técnicas administrativas previstas em lei.
Essas quatro pessoas ou entidades administrativas são criadas
ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA para a execução de atividades de forma descentralizada, seja para
Em âmbito federal o Decreto-Lei 200/67 regula a estrutura ad- a prestação de serviços públicos ou para a exploração de atividades
ministrativa dividindo, para tanto, em Administração Direta e Admi- econômicas, com o objetivo de aumentar o grau de especialidade
nistração Indireta. e eficiência da prestação do serviço público. Têm característica de
autonomia na parte administrativa e financeira
Administração Direta O Poder Público só poderá explorar atividade econômica a títu-
A Administração Pública Direta é o conjunto de órgãos públi- lo de exceção em duas situações previstas na CF/88, no seu art. 173:
cos vinculados diretamente ao chefe da esfera governamental que - Para fazer frente à uma situação de relevante interesse cole-
a integram. tivo;
- Para fazer frente à uma situação de segurança nacional.
Decreto-lei 200/67
Art. 4° A Administração Federal compreende: O Poder Público não tem a obrigação de gerar lucro quando
I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços inte- explora atividade econômica. Quando estiver atuando na atividade
grados na estrutura administrativa da Presidência da República e econômica, entretanto, estará concorrendo em grau de igualdade
dos Ministérios. com os particulares, estando sob o regime do art. 170 da CF/88,
inclusive quanto à livre concorrência.
Por característica não possuem personalidade jurídica própria,
patrimônio e autonomia administrativa e cujas despesas são reali- DESCONCENTRAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO
zadas diretamente por meio do orçamento da referida esfera. No decorrer das atividades estatais, a Administração Pública
pode executar suas ações por meios próprios, utilizando-se da es-
Assim, é responsável pela gestão dos serviços públicos executa- trutura administrativa do Estado de forma centralizada, ou então
dos pelas pessoas políticas por meio de um conjunto de órgãos que transferir o exercício de certos encargos a outras pessoas, como en-
estão integrados na sua estrutura. tidades concebidas para este fim de maneira descentralizada.
Outra característica marcante da Administração Direta é que Assim, como técnica administrativa de organização da execu-
não possuem personalidade jurídica, pois não podem contrair direi- ção das atividades administrativas, o exercício do serviço público
tos e assumir obrigações, haja vista que estes pertencem a pessoa poderá ser por:
política (União, Estado, Distrito Federal e Municípios). Centralização: Quando a execução do serviço estiver sendo
A Administração direta não possui capacidade postulatória, ou feita pela Administração direta do Estado, ou seja, utilizando-se do
seja, não pode ingressar como autor ou réu em relação processual. conjunto orgânico estatal para atingir as demandas da sociedade.
Exemplo: Servidor público estadual lotado na Secretaria da Fazenda (ex.: Secretarias, Ministérios, departamentos etc.).
que pretende interpor ação judicial pugnando o recebimento de al- Dessa forma, o ente federativo será tanto o titular como o pres-
guma vantagem pecuniária. Ele não irá propor a demanda em face tador do serviço público, o próprio estado é quem centraliza a exe-
da Secretaria, mas sim em desfavor do Estado que é a pessoa polí- cução da atividade.
tica dotada de personalidade jurídica com capacidade postulatória
para compor a demanda judicial. Descentralização: Quando estiver sendo feita por terceiros que
não se confundem com a Administração direta do Estado. Esses ter-
Administração Indireta ceiros poderão estar dentro ou fora da Administração Pública (são
São integrantes da Administração indireta as fundações, as au- sujeitos de direito distinto e autônomo).
tarquias, as empresas públicas e as sociedades de economia mista. Se os sujeitos que executarão a atividade estatal estiverem vin-
culadas a estrutura centra da Administração Pública, poderão ser
autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de econo-
mia mista (Administração indireta do Estado). Se estiverem fora da
Administração, serão particulares e poderão ser concessionários,
permissionários ou autorizados.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Assim, descentralizar é repassar a execução de das atividades Criação e extinção


administrativas de uma pessoa para outra, não havendo hierarquia. A criação e a extinção dos órgãos públicos ocorre por meio de
Pode-se concluir que é a forma de atuação indireta do Estado por lei, conforme se extrai da leitura conjugada dos arts. 48, XI, e 84,
meio de sujeitos distintos da figura estatal VI, a, da Constituição Federal, com alteração pela EC n.º 32/2001.6
Desconcentração: Mera técnica administrativa que o Estado Em regra, a iniciativa para o projeto de lei de criação dos órgãos
utiliza para a distribuição interna de competências ou encargos de públicos é do Chefe do Executivo, na forma do art. 61, § 1.º, II da
sua alçada, para decidir de forma desconcentrada os assuntos que Constituição Federal.
lhe são competentes, dada a multiplicidade de demandas e interes- “Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe
ses coletivos. a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do
Ocorre desconcentração administrativa quando uma pessoa Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da Re-
política ou uma entidade da administração indireta distribui com- pública, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao
petências no âmbito de sua própria estrutura a fim de tornar mais Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos
ágil e eficiente a prestação dos serviços. previstos nesta Constituição.
Desconcentração envolve, obrigatoriamente, uma só pessoa § 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as
jurídica, pois ocorre no âmbito da mesma entidade administrativa. leis que:
Surge relação de hierarquia de subordinação entre os órgãos [...]
dela resultantes. No âmbito das entidades desconcentradas temos
controle hierárquico, o qual compreende os poderes de comando, II - disponham sobre:
fiscalização, revisão, punição, solução de conflitos de competência, [...]
delegação e avocação.
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração
Diferença entre Descentralização e Desconcentração pública, observado o disposto no art. 84, VI;
As duas figuras técnicas de organização administrativa do Esta-
do não podem ser confundidas tendo em vista que possuem con- Entretanto, em alguns casos, a iniciativa legislativa é atribuída,
ceitos completamente distintos. pelo texto constitucional, a outros agentes públicos, como ocorre,
A Descentralização pressupõe, por sua natureza, a existência por exemplo, em relação aos órgãos do Poder Judiciário (art. 96, II,
de pessoas jurídicas diversas sendo: c e d, da Constituição Federal) e do Ministério Público (127, § 2.º),
a) o ente público que originariamente tem a titularidade sobre cuja iniciativa pertence aos representantes daquelas instituições.
a execução de certa atividade, e; Trata-se do princípio da reserva legal aplicável às técnicas de
b) pessoas/entidades administrativas ou particulares as quais organização administrativa (desconcentração para órgãos públicos
foi atribuído o desempenho da atividade em questão. e descentralização para pessoas físicas ou jurídicas).
Atualmente, no entanto, não é exigida lei para tratar da orga-
Importante ressaltar que dessa relação de descentralização não nização e do funcionamento dos órgãos públicos, já que tal matéria
há que se falar em vínculo hierárquico entre a Administração Cen- pode ser estabelecida por meio de decreto do Chefe do Executivo.
tral e a pessoa descentralizada, mantendo, no entanto, o controle De forma excepcional, a criação de órgãos públicos poderá ser
sobre a execução das atividades que estão sendo desempenhadas. instrumentalizada por ato administrativo, tal como ocorre na insti-
tuição de órgãos no Poder Legislativo, na forma dos arts. 51, IV, e
Por sua vez, a desconcentração está sempre referida a uma úni- 52, XIII, da Constituição Federal.
ca pessoa, pois a distribuição de competência se dará internamen- Neste contexto, vemos que os órgãos são centros de compe-
te, mantendo a particularidade da hierarquia. tência instituídos para praticar atos e implementar políticas por in-
termédio de seus agentes, cuja conduta é imputada à pessoa jurídi-
CRIAÇÃO, EXTINÇÃO E CAPACIDADE PROCESSUAL DOS ÓR- ca. Esse é o conceito administrativo de órgão. É sempre um centro
GÃOS PÚBLICOS de competência, que decorre de um processo de desconcentração
dentro da Administração Pública.
Conceito
Órgãos Públicos, de acordo com a definição do jurista adminis- Capacidade Processual dos Órgãos Públicos
trativo Celso Antônio Bandeira de Mello “são unidade abstratas que Como visto, órgão público pode ser definido como uma unida-
sintetizam os vários círculos de atribuição do Estado.” de que congrega atribuições exercidas pelos agentes públicos que o
Por serem caracterizados pela abstração, não tem nem vonta- integram com o objetivo de expressar a vontade do Estado.
de e nem ação próprias, sendo os órgão públicos não passando de Na realidade, o órgão não se confunde com a pessoa jurídica,
mera repartição de atribuições, assim entendidos como uma uni- embora seja uma de suas partes integrantes; a pessoa jurídica é o
dade que congrega atribuições exercidas por seres que o integram todo, enquanto os órgãos são parcelas integrantes do todo.
com o objetivo de expressar a vontade do Estado. O órgão também não se confunde com a pessoa física, o agente
Desta forma, para que sejam empoderados de dinamismo e público, porque congrega funções que este vai exercer. Conforme
ação os órgãos públicos necessitam da atuação de seres físicos, su- estabelece o artigo 1º, § 2º, inciso I, da Lei nº 9.784/99, que disci-
jeitos que ocupam espaço de competência no interior dos órgãos plina o processo administrativo no âmbito da Administração Públi-
para declararem a vontade estatal, denominados agentes públicos. ca Federal, órgão é “a unidade de atuação integrante da estrutura
da Administração direta e da estrutura da Administração indireta”.
Isto equivale a dizer que o órgão não tem personalidade jurídica
própria, já que integra a estrutura da Administração Direta, ao con-
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

trário da entidade, que constitui “unidade de atuação dotada de Características: Temos como principais características das au-
personalidade jurídica” (inciso II do mesmo dispositivo); é o caso tarquias:
das entidades da Administração Indireta (autarquias, fundações, - Criação por lei: é exigência que vem desde o Decreto-lei nº 6
empresas públicas e sociedades de economia mista). 016/43, repetindo-se no Decreto-lei nº 200/67 e no artigo 37, XIX,
Nas palavras de Celso Antônio Bandeira de Mello, os órgãos: da Constituição;
“nada mais significam que círculos de atribuições, os feixes indivi- - Personalidade jurídica pública: ela é titular de direitos e obri-
duais de poderes funcionais repartidos no interior da personalidade gações próprios, distintos daqueles pertencentes ao ente que a ins-
estatal e expressados através dos agentes neles providos”. tituiu: sendo pública, submete-se a regime jurídico de direito públi-
Embora os órgãos não tenham personalidade jurídica, eles co, quanto à criação, extinção, poderes, prerrogativas, privilégios,
podem ser dotados de capacidade processual. A doutrina e a ju- sujeições;
risprudência têm reconhecido essa capacidade a determinados ór- - Capacidade de autoadministração: não tem poder de criar o
gãos públicos, para defesa de suas prerrogativas. próprio direito, mas apenas a capacidade de se auto administrar a
Nas palavras de Hely Lopes Meirelles, “embora despersonaliza- respeito das matérias especificas que lhes foram destinadas pela
dos, os órgãos mantêm relações funcionais entre si e com terceiros, pessoa pública política que lhes deu vida. A outorga de patrimônio
das quais resultam efeitos jurídicos internos e externos, na forma próprio é necessária, sem a qual a capacidade de autoadministra-
legal ou regulamentar. E, a despeito de não terem personalidade ção não existiria.
jurídica, os órgãos podem ter prerrogativas funcionais próprias que, Pode-se compreender que ela possui dirigentes e patrimônio
quando infringidas por outro órgão, admitem defesa até mesmo próprios.
por mandado de segurança”. - Especialização dos fins ou atividades: coloca a autarquia entre
Por sua vez, José dos Santos Carvalho Filho, depois de lembrar as formas de descentralização administrativa por serviços ou fun-
que a regra geral é a de que o órgão não pode ter capacidade pro- cional, distinguindo-a da descentralização territorial; o princípio da
cessual, acrescenta que “de algum tempo para cá, todavia, tem evo- especialização impede de exercer atividades diversas daquelas para
luído a ideia de conferir capacidade a órgãos públicos para certos as quais foram instituídas; e
tipos de litígio. Um desses casos é o da impetração de mandado de - Sujeição a controle ou tutela: é indispensável para que a au-
segurança por órgãos públicos de natureza constitucional, quando tarquia não se desvie de seus fins institucionais.
se trata da defesa de sua competência, violada por ato de outro - Liberdade Financeira: as autarquias possuem verbas próprias
órgão”. Admitindo a possibilidade do órgão figurar como parte pro- (surgem como resultado dos serviços que presta) e verbas orça-
cessual. mentárias (são aquelas decorrentes do orçamento). Terão liberdade
Desta feita é inafastável a conclusão de que órgãos públicos para manejar as verbas que recebem como acharem conveniente,
possuem personalidade judiciária. Mais do que isso, é lícito dizer dentro dos limites da lei que as criou.
que os órgãos possuem capacidade processual (isto é, legitimidade - Liberdade Administrativa: as autarquias têm liberdade para
para estar em juízo), inclusive mediante procuradoria própria, desenvolver os seus serviços como acharem mais conveniente
Ainda por meio de construção jurisprudencial, acompanhando (comprar material, contratar pessoal etc.), dentro dos limites da lei
a evolução jurídica neste aspecto tem reconhecido capacidade pro- que as criou.
cessual a órgãos públicos, como Câmaras Municipais, Assembleias
Legislativas, Tribunal de Contas. Mas a competência é reconhecida Patrimônio: as autarquias são constituídas por bens públicos,
apenas para defesa das prerrogativas do órgão e não para atuação conforme dispõe o artigo 98, Código Civil e têm as seguintes carac-
em nome da pessoa jurídica em que se integram. terísticas:
a) São alienáveis
PESSOAS ADMINISTRATIVAS b) impenhoráveis;
c) imprescritíveis
Pessoas Políticas d) não oneráveis.
Pessoal: em conformidade com o que estabelece o artigo 39
Autarquias da Constituição, em sua redação vigente, as pessoas federativas
As autarquias são pessoas jurídicas de direito público criadas (União, Estados, DF e Municípios) ficaram com a obrigação de insti-
por lei para a prestação de serviços públicos e executar as ativida- tuir, no âmbito de sua organização, regime jurídico único para todos
des típicas da Administração Pública, contando com capital exclusi- os servidores da administração direta, das autarquias e das funda-
vamente público. ções públicas.
O Decreto-lei 200/67 assim conceitua as autarquias:
Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se: Controle Judicial: as autarquias, por serem dotadas de persona-
I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com perso- lidade jurídica de direito público, podem praticar atos administrati-
nalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar ati- vos típicos e atos de direito privado (atípicos), sendo este último,
vidades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu controlados pelo judiciário, por vias comuns adotadas na legislação
melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descen- processual, tal como ocorre com os atos jurídicos normais pratica-
tralizada. dos por particulares.

As autarquias são regidas integralmente por regras de direito Foro dos litígios judiciais: a fixação da competência varia de
público, podendo, tão-somente, serem prestadoras de serviços e acordo com o nível federativo da autarquia, por exemplo, os litígios
contando com capital oriundo da Administração Direta (ex.: IN- comuns, onde as autarquias federais figuram como autoras, rés, as-
CRA, INSS, DNER, Banco Central etc.).
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

sistentes ou oponentes, têm suas causas processadas e julgadas na O Decreto-lei 200/67 assim conceitua as empresas públicas:
Justiça Federal, o mesmo foro apropriado para processar e julgar Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:
mandados de segurança contra agentes autárquicos. [...]
Quanto às autarquias estaduais e municipais, os processos em
que encontramos como partes ou intervenientes terão seu curso na II - Empresa Pública - a entidade dotada de personalidade jurí-
Justiça Estadual comum, sendo o juízo indicado pelas disposições dica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo
da lei estadual de divisão e organização judiciárias. da União, criado por lei para a exploração de atividade econômica
Nos litígios decorrentes da relação de trabalho, o regime po- que o Governo seja levado a exercer por fôrça de contingência ou
derá ser estatutário ou trabalhista. Sendo estatutário, o litígio será de conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer
de natureza comum, as eventuais demandas deverão ser processa- das formas admitidas em direito.
das e julgadas nos juízos fazendários. Porém, se o litígio decorrer
de contrato de trabalho firmado entre a autarquia e o servidor, a As empresas públicas têm seu próprio patrimônio e seu capital
natureza será de litígio trabalhista (sentido estrito), devendo ser re- é integralmente detido pela União, Estados, Municípios ou pelo Dis-
solvido na Justiça do Trabalho, seja a autarquia federal, estadual ou trito Federal, podendo contar com a participação de outras pessoas
municipal. jurídicas de direito público, ou também pelas entidades da admi-
Responsabilidade civil: prevê a Constituição Federal que as pes- nistração indireta de qualquer das três esferas de governo, porém,
soas jurídicas de direito público respondem pelos danos que seus a maioria do capital deve ser de propriedade da União, Estados,
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros. Municípios ou do Distrito Federal.
A regra contida no referido dispositivo, consagra a teoria da
responsabilidade objetiva do Estado, aquela que independe da in- Foro Competente
vestigação sobre a culpa na conduta do agente. A Justiça Federal julga as empresas públicas federais, enquanto
a Justiça Estadual julga as empresas públicas estaduais, distritais e
Prerrogativas autárquicas: as autarquias possuem algumas municipais.
prerrogativas de direito público, sendo elas:
- Imunidade tributária: previsto no art. 150, § 2 º, da CF, veda Objetivo
a instituição de impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços É a exploração de atividade econômica de produção ou comer-
das autarquias, desde que vinculados às suas finalidades essenciais cialização de bens ou de prestação de serviços, ainda que a ativida-
ou às que delas decorram. Podemos, assim, dizer que a imunidade de econômica esteja sujeita ao regime de monopólio da União ou
para as autarquias tem natureza condicionada. preste serviço público.
- Impenhorabilidade de seus bens e de suas rendas: não pode
ser usado o instrumento coercitivo da penhora como garantia do Regime Jurídico
credor. Se a empresa pública é prestadora de serviços públicos, por
- Imprescritibilidade de seus bens: caracterizando-se como consequência está submetida a regime jurídico público. Se a empre-
bens públicos, não podem ser eles adquiridos por terceiros através sa pública é exploradora de atividade econômica, estará submetida
de usucapião. a regime jurídico privado igual ao da iniciativa privada.
- Prescrição quinquenal: dívidas e direitos em favor de terceiros
contra autarquias prescrevem em 5 anos. As empresas públicas, independentemente da personalidade
- Créditos sujeitos à execução fiscal: os créditos autárquicos são jurídica, têm as seguintes características:
inscritos como dívida ativa e podem ser cobrados pelo processo es- - Liberdade financeira: Têm verbas próprias, mas também são
pecial das execuções fiscais. contempladas com verbas orçamentárias;
- Liberdade administrativa: Têm liberdade para contratar e de-
Contratos: os contratos celebrados pelas autarquias são de mitir pessoas, devendo seguir as regras da CF/88. Para contratar,
caráter administrativo e possuem as cláusulas exorbitantes, que deverão abrir concurso público; para demitir, deverá haver moti-
garantem à administração prerrogativas que o contratado comum vação.
não tem, assim, dependem de prévia licitação, exceto nos casos de
dispensa ou inexigibilidade e precisam respeitar os trâmites da lei Não existe hierarquia ou subordinação entre as empresas pú-
8.666/1993, além da lei 10.520/2002, que institui a modalidade lici- blicas e a Administração Direta, independentemente de sua fun-
tatória do pregão para os entes públicos. ção. Poderá a Administração Direta fazer controle de legalidade e
Isto acontece pelo fato de que por terem qualidade de pessoas finalidade dos atos das empresas públicas, visto que estas estão
jurídicas de direito público, as entidades autárquicas relacionam-se vinculadas àquela. Só é possível, portanto, controle de legalidade
com os particulares com grau de supremacia, gozando de todas as finalístico.
prerrogativas estatais.
Como já estudado, a empresa pública será prestadora de ser-
Empresas Públicas viços públicos ou exploradora de atividade econômica. A CF/88
Empresas públicas são pessoas jurídicas de Direito Privado, e somente admite a empresa pública para exploração de atividade
tem sua criação por meio de autorização legal, isso significa dizer econômica em duas situações (art. 173 da CF/88):
que não são criadas por lei, mas dependem de autorização legis- - Fazer frente a uma situação de segurança nacional;
lativa. - Fazer frente a uma situação de relevante interesse coletivo:

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A empresa pública deve obedecer aos princípios da ordem A lei, portanto, não cria, somente autoriza a criação das socie-
econômica, visto que concorre com a iniciativa privada. Quando o dades de economia mista, ou seja, independentemente das ativida-
Estado explora, portanto, atividade econômica por intermédio de des que desenvolvam, a lei somente autorizará a criação das socie-
uma empresa pública, não poderão ser conferidas a ela vantagens dades de economia mista.
e prerrogativas diversas das da iniciativa privada (princípio da livre A Sociedade de economia mista, quando explora atividade eco-
concorrência). nômica, submete-se ao mesmo regime jurídico das empresas pri-
Cabe ressaltar que as Empresas Públicas são fiscalizadas pelo vadas, inclusive as comerciais. Logo, a sociedade mista que explora
Ministério Público, a fim de saber se está sendo cumprido o acor- atividade econômica submete-se ao regime falimentar. Sociedade
dado. de economia mista prestadora de serviço público não se submete
ao regime falimentar, visto que não está sob regime de livre con-
Sociedades de Economia Mista corrência.
As sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de
Direito Privado, integrante da Administração Pública Indireta, sua Fundações e Outras Entidades Privadas Delegatárias.
criação autorizada por lei, criadas para a prestação de serviços pú- Fundação é uma pessoa jurídica composta por um patrimônio
blicos ou para a exploração de atividade econômica, contando com personalizado, destacado pelo seu instituidor para atingir uma fina-
capital misto e constituídas somente sob a forma empresarial de lidade específica. As fundações poderão ser tanto de direito público
S/A (Sociedade Anônima). quanto de direito privado. São criadas por meio de por lei específica
O Decreto-lei 200/67 assim conceitua as empresas públicas: cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de
Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se: sua atuação.
[...] Decreto-lei 200/67 assim definiu as Fundações Públicas.
Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:
III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de perso- [...
nalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade ju-
de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas rídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de
ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que
entidade da Administração Indireta. não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público,
com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos
As sociedades de economia mista são: respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por re-
- Pessoas jurídicas de Direito Privado. cursos da União e de outras fontes.
- Exploradoras de atividade econômica ou prestadoras de ser-
viços públicos. Apesar da legislação estabelecer que as fundações públicas são
- Empresas de capital misto. dotadas de personalidade jurídica de direito privado, a doutrina ad-
- Constituídas sob forma empresarial de S/A. ministrativa admite a adoção de regime jurídico de direito público
a algumas fundações.
Veja alguns exemplos de sociedade mista: As fundações que integram a Administração indireta, quando
a). Exploradoras de atividade econômica: Banco do Brasil. forem dotadas de personalidade de direito público, serão regidas
b) Prestadora de serviços públicos: Petrobrás, Sabesp, Metrô, integralmente por regras de Direito Público. Quando forem dotadas
entre outras de personalidade de direito privado, serão regidas por regras de di-
reito público e direito privado, dada sua relevância para o interesse
Características coletivo.
As sociedades de economia mista têm as seguintes caracterís- O patrimônio da fundação pública é destacado pela Adminis-
ticas: tração direta, que é o instituidor para definir a finalidade pública.
- Liberdade financeira; Como exemplo de fundações, temos: IBGE (Instituto Brasileiro Geo-
- Liberdade administrativa; gráfico Estatístico); Universidade de Brasília; Fundação CASA; FU-
- Dirigentes próprios; NAI; Fundação Padre Anchieta (TV Cultura), entre outras.
- Patrimônio próprio.
Características:
Não existe hierarquia ou subordinação entre as sociedades de - Liberdade financeira;
economia mista e a Administração Direta, independentemente da - Liberdade administrativa;
função dessas sociedades. No entanto, é possível o controle de le- - Dirigentes próprios;
galidade. Se os atos estão dentro dos limites da lei, as sociedades - Patrimônio próprio:
não estão subordinadas à Administração Direta, mas sim à lei que
as autorizou. As fundações governamentais, sejam de personalidade de di-
As sociedades de economia mista integram a Administração reito público, sejam de direito privado, integram a Administração
Indireta e todas as pessoas que a integram precisam de lei para au- Pública. Importante esclarecer que não existe hierarquia ou subor-
torizar sua criação, sendo que elas serão legalizadas por meio do dinação entre a fundação e a Administração direta. O que existe é
registro de seus estatutos. um controle de legalidade, um controle finalístico.
As fundações são dotadas dos mesmos privilégios que a Admi-
nistração direta, tanto na área tributária (ex.: imunidade prevista no
art. 150 da CF/88), quanto na área processual (ex.: prazo em dobro).
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

As fundações respondem pelas obrigações contraídas junto a II - a estipulação dos limites e critérios para despesa com re-
terceiros. A responsabilidade da Administração é de caráter subsi- muneração e vantagens de qualquer natureza a serem percebidas
diário, independente de sua personalidade. pelos dirigentes e empregados das organizações sociais, no exercí-
As fundações governamentais têm patrimônio público. Se ex- cio de suas funções;
tinta, o patrimônio vai para a Administração indireta, submetendo- III - os Ministros de Estado ou autoridades supervisoras da área
-se as fundações à ação popular e mandado de segurança. As par- de atuação da entidade devem definir as demais cláusulas dos con-
ticulares, por possuírem patrimônio particular, não se submetem tratos de gestão de que sejam signatários.
à ação popular e mandado de segurança, sendo estas fundações
fiscalizadas pelo Ministério Público. A fiscalização do contrato de gestão será exercida pelo órgão ou
entidade supervisora da área de atuação correspondente à ativida-
DELEGAÇÃO SOCIAL de fomentada, devendo a organização social apresentar, ao término
de cada exercício, relatório de cumprimento das metas fixadas no
Organizações sociais contrato de gestão.
Criada pela Lei n. 9.637/98, organização social é uma qualifica- Se descumpridas as metas previstas no contrato de gestão, o
ção especial outorgada pelo governo federal a entidades da inicia- Poder Executivo poderá proceder à desqualificação da entidade
tiva privada, sem fins lucrativos, cuja outorga autoriza a fruição de como organização social, desde que precedida de processo admi-
vantagens peculiares, como isenções fiscais, destinação de recursos nistrativo com garantia de contraditório e ampla defesa.
orçamentários, repasse de bens públicos, bem como empréstimo Por fim, convém relembrar que o art. 24, XXIV, da Lei n.
temporário de servidores governamentais. 8.666/93 prevê hipótese de dispensa de licitação para a celebração
As áreas de atuação das organizações sociais são ensino, pes- de contratos de prestação de serviços com a s organizações sociais,
quisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e preserva- qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para
ção do meio ambiente, cultura e saúde. Desempenham, portanto, atividades contempladas no contrato de gestão. Excessivamente
atividades de interesse público, mas que não se caracterizam como abrangente, o art. 24, XXIV, da Lei n. 8.666/93, tem a sua consti-
serviços públicos stricto sensu, razão pela qual é incorreto afirmar tucionalidade questionada perante o Supremo Tribunal Federal na
que as organizações sociais são concessionárias ou permissionárias. ADIn 1.923/98. Recentemente, foi indeferida a medida cautelar que
Nos termos do art. 2º da Lei n. 9.637/98, a outorga da qualifica- suspendia a eficácia da norma, de modo que o dispositivo voltou a
ção constitui decisão discricionária, pois, além da entidade preen- ser aplicável.
cher os requisitos exigidos na lei, o inciso II do referido dispositi-
vo condiciona a atribuição do título a “haver aprovação, quanto à Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público
conveniência e oportunidade de sua qualificação como organização As Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, popu-
social, do Ministro ou titular de órgão supervisor ou regulador da larmente denominadas OSCIP é um título fornecido pelo Ministério
área de atividade correspondente ao seu objeto social e do Ministro da Justiça do Brasil, cuja finalidade é facilitar a viabilidade de parce-
de Estado da Administração Federal e Reforma do Estado”. Assim, rias e convênios com todos os níveis de governo e órgãos públicos
as entidades que preencherem os requisitos legais possuem sim- (federal, estadual e municipal).
ples expectativa de direito à obtenção da qualificação, nunca direito OSCIPs são ONGs criadas por iniciativa privada, que obtêm um
adquirido. certificado emitido pelo poder público federal ao comprovar o cum-
Evidentemente, o caráter discricionário dessa decisão, permi- primento de certos requisitos, especialmente aqueles derivados de
tindo outorgar a qualificação a uma entidade e negar a outro que normas de transparência administrativas. Em contrapartida, podem
igualmente atendeu aos requisitos legais, viola o princípio da iso- celebrar com o poder público os chamados termos de parceria, que
nomia, devendo-se considerar inconstitucional o art. 2º, II, da Lei são uma alternativa interessante aos convênios para ter maior agili-
n. 9.637/98. dade e razoabilidade em prestar contas.
Na verdade, as organizações sociais representam uma espécie Uma ONG (Organização Não-Governamental), essencialmente
de parceria entre a Administração e a iniciativa privada, exercen- é uma OSCIP, no sentido representativo da sociedade, OSCIP é uma
do atividades que, antes da Emenda 19/98, eram desempenhadas qualificação dada pelo Ministério da Justiça no Brasil.
por entidades públicas. Por isso, seu surgimento no Direito Brasi- A lei que regula as OSCIPs é a nº 9.790/1999. Esta lei traz a
leiro está relacionado com um processo de privatização lato sensu possibilidade das pessoas jurídicas (grupos de pessoas ou profissio-
realizado por meio da abertura de atividades públicas à iniciativa nais) de direito privado sem fins lucrativos serem qualificadas, pelo
privada. Poder Público, como Organizações da Sociedade Civil de Interesse
O instrumento de formalização da parceria entre a Administra- Público - OSCIPs e poderem com ele relacionar-se por meio de par-
ção e a organização social é o contrato de gestão, cuja aprovação ceria, desde que os seus objetivos sociais e as normas estatutárias
deve ser submetida ao Ministro de Estado ou outra autoridade su- atendam os requisitos da lei.
pervisora da área de atuação da entidade. Um grupo privado recebe a qualificação de OSCIP depois que o
O contrato de gestão discriminará as atribuições, responsabi- estatuto da instituição, que se pretende formar, tenha sido analisa-
lidades e obrigações do Poder Público e da organização social, de- do e aprovado pelo Ministério da Justiça. Para tanto, é necessário
vendo obrigatoriamente observar os seguintes preceitos: que o estatuto atenda a certos pré-requisitos que estão descritos
I - especificação do programa de trabalho proposto pela organi- nos artigos 1º, 2º, 3º e 4º da Lei nº 9.790/1999. Vejamos:
zação social, a estipulação das metas a serem atingidas e os respec- Art. 1º Podem qualificar-se como Organizações da Sociedade
tivos prazos de execução, bem como previsão expressa dos critérios Civil de Interesse Público as pessoas jurídicas de direito privado
objetivos de avaliação de desempenho a serem utilizados, median- sem fins lucrativos que tenham sido constituídas e se encontrem
te indicadores de qualidade e produtividade;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

em funcionamento regular há, no mínimo, 3 (três) anos, desde que X - promoção de direitos estabelecidos, construção de novos
os respectivos objetivos sociais e normas estatutárias atendam aos direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar;
requisitos instituídos por esta Lei. XI - promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos huma-
§ 1o Para os efeitos desta Lei, considera-se sem fins lucrativos nos, da democracia e de outros valores universais;
a pessoa jurídica de direito privado que não distribui, entre os seus XII - estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias al-
sócios ou associados, conselheiros, diretores, empregados ou doa- ternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos
dores, eventuais excedentes operacionais, brutos ou líquidos, divi- técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas
dendos, bonificações, participações ou parcelas do seu patrimônio, neste artigo.
auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os aplica XIII - estudos e pesquisas para o desenvolvimento, a disponibi-
integralmente na consecução do respectivo objeto social. lização e a implementação de tecnologias voltadas à mobilidade de
§ 2o A outorga da qualificação prevista neste artigo é ato vincu- pessoas, por qualquer meio de transporte.
lado ao cumprimento dos requisitos instituídos por esta Lei. Parágrafo único. Para os fins deste artigo, a dedicação às ati-
Art. 2o Não são passíveis de qualificação como Organizações vidades nele previstas configura-se mediante a execução direta
da Sociedade Civil de Interesse Público, ainda que se dediquem de de projetos, programas, planos de ações correlatas, por meio da
qualquer forma às atividades descritas no art. 3o desta Lei: doação de recursos físicos, humanos e financeiros, ou ainda pela
I - as sociedades comerciais; prestação de serviços intermediários de apoio a outras organiza-
II - os sindicatos, as associações de classe ou de representação ções sem fins lucrativos e a órgãos do setor público que atuem em
de categoria profissional; áreas afins.
III - as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação Art. 4o Atendido o disposto no art. 3o, exige-se ainda, para qua-
de credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais; lificarem-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Pú-
IV - as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas blico, que as pessoas jurídicas interessadas sejam regidas por esta-
fundações; tutos cujas normas expressamente disponham sobre:
V - as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar I - a observância dos princípios da legalidade, impessoalidade,
bens ou serviços a um círculo restrito de associados ou sócios; moralidade, publicidade, economicidade e da eficiência;
VI - as entidades e empresas que comercializam planos de saú- II - a adoção de práticas de gestão administrativa, necessárias e
de e assemelhados; suficientes a coibir a obtenção, de forma individual ou coletiva, de
VII - as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas benefícios ou vantagens pessoais, em decorrência da participação
mantenedoras; no respectivo processo decisório;
VIII - as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratui- III - a constituição de conselho fiscal ou órgão equivalente, dota-
to e suas mantenedoras; do de competência para opinar sobre os relatórios de desempenho
IX - as organizações sociais; financeiro e contábil, e sobre as operações patrimoniais realizadas,
X - as cooperativas; emitindo pareceres para os organismos superiores da entidade;
XI - as fundações públicas; IV - a previsão de que, em caso de dissolução da entidade, o
XII - as fundações, sociedades civis ou associações de direito respectivo patrimônio líquido será transferido a outra pessoa jurídi-
privado criadas por órgão público ou por fundações públicas; ca qualificada nos termos desta Lei, preferencialmente que tenha o
XIII - as organizações creditícias que tenham quaisquer tipo de mesmo objeto social da extinta;
vinculação com o sistema financeiro nacional a que se refere o art. V - a previsão de que, na hipótese de a pessoa jurídica perder a
192 da Constituição Federal. qualificação instituída por esta Lei, o respectivo acervo patrimonial
Art. 3o A qualificação instituída por esta Lei, observado em qual- disponível, adquirido com recursos públicos durante o período em
quer caso, o princípio da universalização dos serviços, no respecti- que perdurou aquela qualificação, será transferido a outra pessoa
vo âmbito de atuação das Organizações, somente será conferida às jurídica qualificada nos termos desta Lei, preferencialmente que te-
pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos ob- nha o mesmo objeto social;
jetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes finalidades: VI - a possibilidade de se instituir remuneração para os diri-
I - promoção da assistência social; gentes da entidade que atuem efetivamente na gestão executiva
II - promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio e para aqueles que a ela prestam serviços específicos, respeitados,
histórico e artístico; em ambos os casos, os valores praticados pelo mercado, na região
III - promoção gratuita da educação, observando-se a forma correspondente a sua área de atuação;
complementar de participação das organizações de que trata esta VII - as normas de prestação de contas a serem observadas pela
Lei; entidade, que determinarão, no mínimo:
IV - promoção gratuita da saúde, observando-se a forma com- a) a observância dos princípios fundamentais de contabilidade
plementar de participação das organizações de que trata esta Lei; e das Normas Brasileiras de Contabilidade;
V - promoção da segurança alimentar e nutricional; b) que se dê publicidade por qualquer meio eficaz, no encerra-
VI - defesa, preservação e conservação do meio ambiente e mento do exercício fiscal, ao relatório de atividades e das demons-
promoção do desenvolvimento sustentável; trações financeiras da entidade, incluindo-se as certidões negativas
VII - promoção do voluntariado; de débitos junto ao INSS e ao FGTS, colocando-os à disposição para
VIII - promoção do desenvolvimento econômico e social e com- exame de qualquer cidadão;
bate à pobreza; c) a realização de auditoria, inclusive por auditores externos
IX - experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio- independentes se for o caso, da aplicação dos eventuais recursos
-produtivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, em- objeto do termo de parceria conforme previsto em regulamento;
prego e crédito;
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d) a prestação de contas de todos os recursos e bens de origem Associações Públicas


pública recebidos pelas Organizações da Sociedade Civil de Interes- Tratam-se de pessoas jurídicas de direito público, criadas por
se Público será feita conforme determina o parágrafo único do art. meio da celebração de um consórcio público com entidades fede-
70 da Constituição Federal. rativas.
Parágrafo único. É permitida a participação de servidores pú- Quando as entidades federativas fazem um consórcio público,
blicos na composição de conselho ou diretoria de Organização da elas terão a faculdade de decidir se essa nova pessoa criada será de
Sociedade Civil de Interesse Público. direito privado ou de direito público. Caso se trate de direito públi-
co, caracterizar-se-á como Associação Pública. No caso de direito
Pode-se dizer que as OSCIPs são o reconhecimento oficial e le- privado, não se tem um nome específico.
gal mais próximo do que modernamente se entende por ONG, es- A finalidade da associação pública é estabelecer finalidades
pecialmente porque são marcadas por uma extrema transparência de interesse comum entre as entidades federativas, estabelecendo
administrativa. Contudo ser uma OSCIP é uma opção institucional, uma meta a ser atingida.
não uma obrigação. Faz parte da administração indireta de todas as entidades fede-
Em geral, o poder público sente-se muito à vontade para se rativas consorciadas.
relacionar com esse tipo de instituição, porque divide com a socie-
dade civil o encargo de fiscalizar o fluxo de recursos públicos em Conselhos Profissionais
parcerias. Trata-se de entidades que são destinadas ao controle e fiscali-
A OSCIP, portanto, é uma organização da sociedade civil que, zação de algumas profissões regulamentadas. Eis que tem-se uma
em parceria com o poder público, utilizará também recursos públi- grande controvérsia, quanto à sua natureza jurídica.
cos para suas finalidades, dividindo dessa forma o encargo adminis- O STF considera que como se trata de função típica do Estado,
trativo e de prestação de contas. o controle e fiscalização do exercício de atividades profissionais não
poderia ser delegado a entidades privadas, em decorrência disso,
Entidades de utilidade pública chegou-se ao entendimento que os conselhos profissionais pos-
Figuram ainda como entidades privadas de utilidade pública: suem natureza autárquica.
Assim, não estamos diante de entes de colaboraçao, mas sim
Serviços sociais autônomos de pessoas jurídicas de direito público.
São pessoas jurídicas de direito privado, criados por intermé- Fazendo-se um comparativo, a Constituição Federal não admite
dio de autorização legislativa. Tratam-se de entes paraestatais de que esses conselhos tenham personalidade jurídica de direito pri-
cooperação com o Poder Público, possuindo administração e patri- vado, gozando de prerrogativas que são conferidas ao Estado. Os
mônio próprios. conselhos profissionais com natureza autárquica é uma forma de
Para ficar mais fácil de compreender, basta pensar no sistema descentralizar a atividade administrativa que não pode mais ser de-
“S”, cujo o qual resulta do fato destas entidades ligarem-se à es- legada a associações profissionais de caráter privado.
trutura sindical e terem sua denominação iniciada com a letra “S”
– SERVIÇO.
Integram o Sistema “S:” SESI, SESC, SENAC, SEST, SENAI, SENAR ÓRGÃOS PÚBLICOS: CONCEITO; CARACTERÍSTICAS; CA-
e SEBRAE. PACIDADE PROCESSUAL; CLASSIFICAÇÃO
Estas entidades visam ministrar assistência ou ensino a algu-
mas categorias sociais ou grupos profissionais, sem fins lucrativos.
São mantidas por dotações orçamentárias e até mesmo por contri- Dentro do conceito de Administração Pública Direta, temos os
buições parafiscais. órgãos públicos. Mas o que são esses órgãos? Temos vários signifi-
Ainda que sejam oficializadas pelo Estado, não são partes inte- cados, até chegar ao conceito de órgão para o Direito Administrati-
grantes da Administração direta ou indireta, porém trabalham ao vo brasileiro. Vejamos:
lado do Estado, seja cooperando com os diversos setores as ativida- Em sentido corriqueiro, as pessoas entendem como órgão qual-
des e serviços que lhes são repassados. quer instituição que faça parte da Administração Pública. Ministério
é um órgão, o Supremo Tribunal Federal é outro, a Petrobras é ou-
Entidades de Apoio tro, a ECT, o BRB...
As entidades de apoio fazem parte do Terceiro Setor e são pes- O cidadão comum não tem a noção técnica e entende por ór-
soas jurídicas de direito privado, criados por servidores públicos gão qualquer instituição que faça parte da estrutura administrativa,
para a prestação de serviços sociais não exclusivos do Estado, pos- independentemente de sua posição dentro dessa estrutura. O cida-
suindo vínculo jurídico com a Administração direta e indireta. dão não tem esse discernimento de estabelecer o que são órgãos
Atualmente são prestadas no Brasil através dos serviços de lim- para o exercício das funções administrativas. Então ele usa um con-
peza, conservação, concursos vestibulares, assistência técnica de ceito de órgão em sentido amplo.
equipamentos, administração em restaurantes e hospitais univer- Se buscarmos em nossa Constituição, veremos uma curiosida-
sitários. de: quando trata da estrutura do Poder Legislativo, ela não fala em
O bom motivo da criação das entidades de apoio é a eficiência órgãos. Fala que a função legislativa é exercida através do Congres-
na utilização desses entes. Através delas, convênios são firmados so Nacional, mas não o chama de órgão. Igualmente menciona que
com a Administração Pública, de modo muito semelhante com a o Tribunal de Contas da União exerce a função constitucional de
celebração de um contrato fiscalização orçamentária, financeira, contábil, patrimonial e opera-
cional, mas sem chamá-lo de órgão.

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Com o Poder Executivo, a Constituição não fala também em ór- jurídica” (inciso II do mesmo dispositivo); é o caso das entidades da
gãos, se limita a mencionar apenas Presidência da República e os Administração Indireta (autarquias, fundações, empresas públicas e
Ministérios. sociedades de economia mista).
Entretanto, com relação ao Poder Judiciário há sim menção aos Nas palavras de Celso Antônio Bandeira de Mello, os órgãos:
órgãos! É o que dispõe o art. 92 da CF/88: “nada mais significam que círculos de atribuições, os feixes indivi-
duais de poderes funcionais repartidos no interior da personalidade
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário: estatal e expressados através dos agentes neles providos”.
I - o Supremo Tribunal Federal; Embora os órgãos não tenham personalidade jurídica, eles po-
I-A o Conselho Nacional de Justiça; dem ser dotados de capacidade processual. A doutrina e a jurispru-
II - o Superior Tribunal de Justiça; dência têm reconhecido essa capacidade a determinados órgãos
II-A - o Tribunal Superior do Trabalho; públicos, para defesa de suas prerrogativas.
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; Nas palavras de Hely Lopes Meirelles, “embora despersonaliza-
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho; dos, os órgãos mantêm relações funcionais entre si e com terceiros,
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais; das quais resultam efeitos jurídicos internos e externos, na forma
VI - os Tribunais e Juízes Militares; legal ou regulamentar. E, a despeito de não terem personalidade
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e jurídica, os órgãos podem ter prerrogativas funcionais próprias que,
Territórios. [...] quando infringidas por outro órgão, admitem defesa até mesmo
por mandado de segurança”.
Inclui até os juízes como órgãos. Assim, Juiz, na concepção cons- Por sua vez, José dos Santos Carvalho Filho, depois de lembrar
titucional, é tratado como órgão do Poder Judiciário. Curiosamen- que a regra geral é a de que o órgão não pode ter capacidade pro-
te, o Ministério Público, a Defensoria Pública e a Advocacia Pública cessual, acrescenta que “de algum tempo para cá, todavia, tem evo-
são tratados como instituições. Mas, quando se trata do Conselho luído a ideia de conferir capacidade a órgãos públicos para certos
de Defesa Nacional e da República, a Constituição usa a expressão tipos de litígio. Um desses casos é o da impetração de mandado de
“órgão”. segurança por órgãos públicos de natureza constitucional, quando
Deste modo, podemos observar que a Constituição não permite se trata da defesa de sua competência, violada por ato de outro
o estabelecimento de um conceito jurídico de órgãos, pois é desuni- órgão”.
forme nesse aspecto. As únicas ocasiões em que se usa a expressão Também a jurisprudência tem reconhecido capacidade pro-
“órgão” ou “órgãos” são para o Conselho da República, para o Con- cessual a órgãos públicos, como Câmaras Municipais, Assembleias
selho de Defesa Nacional, e no Título do Poder Judiciário, no art. 92. Legislativas, Tribunal de Contas. Mas a competência é reconhecida
No Direito Financeiro, damos uma conceituação diferente. Ór- apenas para defesa das prerrogativas do órgão e não para atuação
gãos são somente as instituições que integram o mais alto grau e em nome da pessoa jurídica em que se integram.
nível hierárquico dos poderes. O conceito de órgão para fins de A criação e a extinção dos órgãos públicos ocorre por meio de
orçamento é mais restrito. Presidência da República e Ministérios, de lei, conforme se extrai da leitura conjugada dos arts. 48, XI, e 84,
por exemplo, na área do Poder Executivo. Na área do Poder Legis- VI, a, da Constituição Federal, com alteração pela EC n.º 32/2001.6
lativo temos: a Câmara dos Deputados, Senado Federal e Tribunal E, em regra, a iniciativa para o projeto de lei de criação dos órgãos
de Contas da União no Legislativo, e no Judiciário temos: os juízes públicos é do Chefe do Executivo, na forma do art. 61, § 1.º, II, e, da
e Tribunais. CRFB, também alterada pela citada Emenda Constitucional.
Contudo, para o Direito Administrativo, o juiz é, na realidade, Entretanto, em alguns casos, a iniciativa legislativa é atribuída,
agente público, e não órgão! Constitucionalmente, entretanto, é pelo texto constitucional, a outros agentes públicos, como ocorre,
tratado como se órgão fosse. por exemplo, em relação aos órgãos do Poder Judiciário (art. 96, II,
Assim mostramos a desuniformidade na expressão “órgão” nas c e d, da CRFB) e do Ministério Público (127, § 2.º), cuja iniciativa
normas positivas. Todavia o que nos interessa aqui é o conceito de pertence aos representantes daquelas instituições. 16
órgão para efeito de Direito Administrativo. Trata-se do princípio da reserva legal aplicável às técnicas de or-
Pode-se definir o órgão público como uma unidade que congre- ganização administrativa (desconcentração para órgãos públicos e
ga atribuições exercidas pelos agentes públicos que o integram com descentralização para pessoas físicas ou jurídicas). Atualmente, no
o objetivo de expressar a vontade do Estado. entanto, não é exigida lei para tratar da organização e do funciona-
Na realidade, o órgão não se confunde com a pessoa jurídica, mento dos órgãos públicos, já que tal matéria pode ser estabelecida
embora seja uma de suas partes integrantes; a pessoa jurídica é o por meio de decreto do Chefe do Executivo (art. 84, VI, a, da CRFB).
todo, enquanto os órgãos são parcelas integrantes do todo. O ór- Excepcionalmente, a criação de órgãos públicos poderá ser ins-
gão também não se confunde com a pessoa física, o agente público, trumentalizada por ato administrativo, tal como ocorre na institui-
porque congrega funções que este vai exercer. Conforme estabele- ção de órgãos no Poder Legislativo, na forma dos arts. 51, IV, e 52,
ce o artigo 1º, § 2º, inciso I, da Lei nº 9.784/99, que disciplina o pro- XIII, da CRFB.
cesso administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, Neste contexto, vemos que os órgãos são centros de competên-
órgão é “a unidade de atuação integrante da estrutura da Adminis- cia instituídos para praticar atos e implementar políticas por inter-
tração direta e da estrutura da Administração indireta”. Isto equi- médio de seus agentes, cuja conduta é imputada à pessoa jurídica.
vale a dizer que o órgão não tem personalidade jurídica própria, já Esse é o conceito administrativo de órgão. É sempre um centro de
que integra a estrutura da Administração Direta, ao contrário da en- competência, que decorre de um processo de desconcentração
tidade, que constitui “unidade de atuação dotada de personalidade dentro da Administração Pública.
16 Oliveira, Rafael Carvalho Rezende, Administração Pública, Concessões e
Terceiro Setor, editora: Método, 3ª edição, 2015.
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Natureza dos Órgãos - Teoria da representação, segundo a qual o Estado seria repre-
sentado pelos seus agentes, numa relação como se fosse de tutela
Temos algumas teorias para responder. A teoria subjetiva con- ou curatela, com consequente irresponsabilidade do Estado, moti-
funde órgãos com agentes. Os órgãos são os próprios agentes. Sig- vo pelo qual não é aceita;
nifica que, uma vez morto o agente, morto o órgão. A teoria obje- - Teoria da Imputação, pela qual a conduta dos agentes públicos
tiva, por sua vez, confunde órgão com funções, um complexo de é sempre imputada à pessoa jurídica a que pertencem.
funções. Mas o órgão não tem vontade própria, então não poderia, Dessa observação, podemos estabelecer algumas característi-
por si mesmo, traduzir as funções. A teoria mista, que é uma com- cas que se colocam para órgão público. O importante é que tenha-
binação das duas anteriores, peca pelas próprias críticas dirigidas mos em vista que o conceito de órgão público em Direito Adminis-
às teorias anteriores. Se os agentes desaparecem e os órgãos não trativo é referente à Administração Pública direta.
têm vontade própria para serem realizadas, não há que se falar em
teoria subjetiva ou objetiva. Características dos órgãos públicos
A outra questão é: qual seria a natureza jurídica da relação que
se processa entre agentes e os órgãos públicos? Aqui temos outras Órgãos, se tomados no sentido de Administração Direta ou in-
três teorias: do mandato ou do contrato, em que o Estado confere tegrante da Administração, não são pessoas jurídicas, portanto não
mandato para que os agentes façam seus trabalhos, o que é uma têm patrimônio público, e suas receitas não são próprias. Muitas
teoria não aceita porque os órgãos não têm vontade própria, en- vezes se fala em receitas públicas, que pertencem aos órgãos a que
tão não podem estabelecer procuração para que os agentes ajam estão relacionados. União, estados, municípios e Distrito Federal.
em seu nome. Há também a teoria da representação, que vem do Órgão da Administração Direta não tem nem patrimônio próprio.
Direito Civil, Direito que fornece várias bases para o Direito Admi- O que é adquirido irá integrar um patrimônio que pertence ao ente
nistrativo. Essa teoria equipara o funcionamento dos órgãos aos jurídico, e não é dele. O órgão não pode dispor daquele patrimônio.
incapazes no Direito Civil. Tutores e curadores são representados. Portanto a alienação de bens tem que ser precedida de autorização
Não tem mais sustentação pelo fato de que, se acontecesse, isso legislativa, com avaliação dos bens.
implicaria na impossibilidade da responsabilização do Estado em Os órgãos atuam através de mandato, com relação interpessoal
função de sua incapacidade. Não dá para colocar essa relação como entre vários deles.
sendo de representação equiparada ao direito privado em função Outra característica que tiramos dos órgãos públicos em con-
daquilo que se faz para que os atos da vida civil daqueles que não sequência disso é a incapacidade processual do órgão. Não pode
podem se representar, que são submetidos à tutela e curatela, a ser propor ações em juízo, e, em regra, existe sempre algum órgão que
desempenhada por outra pessoa, em regra por designação judicial. irá defendê-lo. É o caso das Advocacias Públicas. Advocacia-Geral
No Estado não há nenhuma designação judicial para que agentes da União, por exemplo. O órgão por si mesmo não tem capacidade
públicos representem a Administração Pública. processual. Então as ações têm que ser propostas contra o ente po-
A teoria que ganhou importância foi a da imputação, vinda da lítico a que pertencem.
Alemanha. É a teoria do órgão. Diz que a conduta dos agentes pú- Terceira observação: os órgãos obedecem ao princípio da hie-
blicos são imputadas sempre à pessoa jurídica a que pertencem, rarquia, e estão colocados por desconcentração, representados por
para que a responsabilização se faça contra o próprio Estado, e, uma pirâmide, com um chefe que é o comandante em função da
se for o caso, depois por ação de regresso contra o próprio agente hierarquia. Temos, portanto, avocação e delegação de competên-
público. É a teoria que está na base da teoria da responsabilidade cia, possibilidade de punição, estabelecimento de sanções, tudo
objetiva do Estado, no art. 37, § 6º da nossa Constituição. decorrente do princípio da hierarquia. Há, entre os órgãos da Admi-
nistração Pública, a observância rigorosa desse princípio. São essas
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito algumas características principais que, em geral, a doutrina apre-
privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos senta para os órgãos. Há outra questão que é relacionada à possibi-
danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, lidade de alguns órgãos possuírem, por disposição legal, autonomia
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos administrativa, financeira, e orçamentária.
de dolo ou culpa. O Decreto-lei 200/67 estabelece, no art. 172, a possibilidade
de alguns órgãos da Administração Pública gozarem de autonomia
É a chamada teoria da responsabilidade objetiva do Estado, em financeira e orçamentária. Eram órgãos autônomos, essa era a de-
que a conduta do agente público é imputada ao próprio Estado. Isso nominação. Os órgãos em posição hierárquica superior podem bai-
é praticamente sacramentado na doutrina. xar regimentos, mas nem todos têm autonomia administrativa. E
Assim, chegamos ao conceito técnico-doutrinário de órgão: financeira no sentido de terem receitas próprias sem que passem,
centros de competência instituídos para o desempenho de funções necessariamente, pelo ente político.
estatais, por intermédio de seus agentes, cuja atuação é imputada
à pessoa jurídica que pertencem. Art. 172. O Poder Executivo assegurará autonomia administra-
Resumindo todo o exposto, vamos repassar as teorias explicati- tiva e financeira, no grau conveniente aos serviços, institutos e es-
vas da relação entre os agentes e órgãos públicos. tabelecimentos incumbidos da execução de atividades de pesquisa
- Teoria do contrato ou do mandato, segundo a qual o Estado ou ensino ou de caráter industrial, comercial ou agrícola, que por
conferiria mandato para que o agente atue em seu nome; não é suas peculiaridades de organização e funcionamento, exijam tra-
aceita porque o Estado não tem vontade própria; tamento diverso do aplicável aos demais órgãos da administração
direta, observada sempre a supervisão ministerial.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Foi esse dispositivo que, concedia, no passado, por decreto, Os órgãos autônomos são os que estão abaixo dos indepen-
autonomia a alguns órgãos em função de suas peculiaridades, dentes, têm grande poder de decisão, e exercem as atribuições de
principalmente na década de 70, ao lado da descentralização ad- fixação de diretrizes políticas, como os Ministérios, Secretarias dos
ministrativa pela que passou o poder na área federal. Exemplo: De- estados e municípios e do Distrito Federal.
partamento de Imprensa Nacional. Essas receitas são da União, mas Depois temos os órgãos chamados superiores, que são os que
era revertido ao próprio departamento que não as recolhia. Tinha também têm uma grande parcela de poder decisório, porém abaixo
autonomia financeira. dos órgãos autônomos. Então, em geral, são as divisões e departa-
Outro exemplo que acontecia no passado eram as antigas rádios mentos. Toda Administração tem uma divisão em departamentos.
e TVs nacionais, que depois passaram a fazer parte da Radiobrás e Hoje as agências e empresas estatais usam gerências, como as de
da TV Brasil. Existe ali pagamento de cachês a artistas, e esses veí- recursos humanos, de finanças, etc.
culos geram receita própria pela atividade comercial. Infelizmente É curioso observar que a expressão órgão superior aparece
esse tipo de situação desapareceu. A gráfica do Senado Federal ven- designada especificamente para o Conselho de Defesa Nacional. É
de publicações técnicas. O art. 172 não está prejudicado, e continua o único caso em que se tem a expressão órgão superior. Art. 89 da
vigorando para a área federal. Constituição.
Hoje são apenas os Poderes, estes com autonomia garantida Aparece aqui o Conselho da República, ao contrário do Conse-
pela Constituição, além de poucas exceções em que os órgãos da lho de Defesa, que é órgão de consulta.
Administração Direta gozam de autonomia financeira.
Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta
Demais classificações dos órgãos públicos do Presidente da República, e dele participam:
I - o Vice-Presidente da República;
Há outras classificações dos órgãos colocadas pela doutrina, II - o Presidente da Câmara dos Deputados;
mas não há nenhuma disposição de Direito Administrativo. III - o Presidente do Senado Federal;
Temos um critério que tem em vista a localização institucional IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputa-
do órgão junto às suas pessoas jurídicas políticas. Podem ser: dos;
- Federais; V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;
- Municipais; VI - o Ministro da Justiça;
- Estaduais; VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco
- do Distrito Federal. anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República,
Uma segunda classificação, quanto ao poder decisório, coloca- dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos De-
da pela doutrina também. Nela, temos os órgãos independentes, putados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução.
com poderes harmônicos e independentes entre si. Art. 2º da Cons-
tituição: Os órgãos subalternos são os que, via de regra, não tem poder
decisório, e estão no final da hierarquia administrativa. São aqueles
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos en- de atendimento ao público, portarias, bibliotecas, protocolos. Só
tre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. cumprem decisões.
De uma maneira geral, levando-se em conta a situação do ór-
Congresso Nacional é constituído pela Câmara dos Deputados e gão ou da estrutura estatal podemos classifica-los em: diretivos e
pelo Senado Federal. O Tribunal de Contas da União também pode subordinados. Sendo os diretivos, aqueles que detêm funções de
ser colocado aqui, muito embora não seja, administrativamente, ór- comando e direção; e os subordinados, os incumbidos das funções
gão integrante do Poder Legislativo. Às vezes existe essa confusão, rotineiras de execução.
pois a Constituição de 1967 dizia que o TCU era órgão auxiliar do Outra classificação, bastante encontrada, é quanto ao número
Poder Legislativo. A Constituição atual não fala isso; O Tribunal de de órgãos.
Contas exerce uma função de auxiliar o Poder Legislativo na tarefa Em regra os órgãos são compostos e não simples. O Ministé-
de fiscalização dos atos do Poder Executivo e dos demais poderes. rios são compostos de vários órgãos. A seção de protocolo não tem,
No Poder Judiciário são órgãos independentes os Tribunais. abaixo dela, nenhuma divisão. Mas, nos Ministérios, podemos ter
Dentro do Poder Executivo o órgão independente é só a Presi- a consultoria jurídica, por exemplo. Geralmente, podemos afirmar
dência da República. Uma coisa curiosa é que, no Direito Financeiro, que os órgãos subalternos são simples, justamente por não terem
em termos de lei orçamentária atual, a Advocacia-Geral da União subdivisões.
pertence à Presidência da República. Quanto à composição, os órgãos podem ser singulares ou cole-
Temos a classificação quanto à posição que os órgãos ocupam giados. Os singulares são aqueles em que as decisões são tomadas
na estrutura estatal. De acordo com ela, os órgãos podem ser: por um único agente público. Ele tem a responsabilidade de tomar
- Independentes; decisões. Nos órgãos colegiados temos decisões tomadas pela
- Autônomos; maioria de seus membros, o que leva à consequência de que deva
- Superiores; haver um regimento interno. Congresso Nacional, Tribunal de Con-
- Subalternos. tas da União, Tribunais. Os Conselhos, como o Conselho Nacional de
Justiça, o Conselho Nacional do Ministério Público, o Conselho da
Os independentes são os órgãos cuja competência deriva da República e o Conselho da Defesa, claro que são órgão colegiados,
norma constitucional e não estão subordinados a nenhum outro. então há um regimento interno. Pode haver decisões por maioria
simples ou por maioria absoluta. Como no Congresso Nacional, lei

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

ordinária é aprovada por maioria simples, e lei complementar é - Vicários


aprovada por maioria absoluta. O órgão colegiado, então, tem que
ter um regimento interno que contém as regras decisórias. Quanto ao poder:
Há mais classificações. Os órgãos públicos podem ser temporá- - Ativos
rios ou permanentes. Normalmente a regra é que o órgão seja per- - Consultivos
manente. Exceção são os temporários, como as CPIs e comissões - De controle
específicas de licitações, além das comissões de concursos públicos.
Outra classificação encontrada é aquela entre órgãos primários,
secundários e vicários. Os órgãos primários são os cuja atividade AGENTES PÚBLICOS: AGENTES POLÍTICOS; AGENTES
decorre da própria lei. Os secundários desempenham funções por ADMINISTRATIVOS; AGENTES HONORÍFICOS; AGENTES
delegação. E os vicários, que exercem competência substituindo DELEGADOS; AGENTES CREDENCIADOS
outros órgãos. Vicário significa aquilo que se faz no lugar de outra
coisa ou pessoa.
Por último, uma outra classificação encontrada pela doutrina é CONCEITO
entre órgãos ativos, consultivos e de controle. Órgãos ativos são Em seu conceito mais amplo Agente Público é a pessoa física
os que têm poder decisório. Os consultivos são os de consulta e que presta serviços às Pessoas Jurídicas da Administração Pública
assessoramento, sem poder decisório. Como os Conselhos da Re- Direta ou Indireta, também são aqueles que exercem função públi-
pública e de Defesa Nacional. Advocacia-Geral da União desenvolve ca, seja qual for a modalidade (mesário, jurado, servidor público,
atividades jurídicas de consulta e assessoramento do Poder Execu- etc.). 
tivo Federal. Na verdade, representa a União judicial e extrajudicial- A Lei de Improbidade Administrativa (8.429/92) conceitua
mente, e ajuda o Poder Executivo e não o Presidente da República. Agente Público:
Não cabe à AGU defender o Presidente da República fora de suas “Artigo 2° - Reputa-se agente público, para os efeitos desta
atribuições, como na ocasião em que ele aparece antecipadamente lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem
defendendo sua candidata na eleição por vir. Defende a União, e remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
não o Presidente da República. qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo,
Também não pode o Presidente da República chamar as Forças emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior”.
Armadas para defender sua fazenda, que é propriedade particular,
contra invasores. A AGU defende o ente político, e não a pessoa do Para o jurista administrativo Celso Antonio Bandeira de Mello
Presidente da República. “...esta expressão – agentes públicos – é a mais ampla que se pode
Em resumo, as classificações dos órgãos públicos podem ser as- conceber para designar genérica e indistintamente os sujeitos que
sim discutidas: servem ao Poder Público como instrumentos expressivos de sua
vontade ou ação, ainda quando o façam apenas ocasional ou episo-
Quanto à localização institucional do órgão junto às pessoas ju- dicamente. Quem quer que desempenhe funções estatais, enquan-
rídicas políticas: to as exercita, é um agente público.”
- Federais; A denominação “agente público” é tratada como gênero das
- Municipais; diversas espécies que vinculam o indivíduo ao estado a partir da
- Estaduais; sua natureza jurídica. As espécies do agente público podem ser di-
- do Distrito Federal. vididas como do qual são espécies os agentes políticos, servidores
públicos (servidores estatais, empregado público, temporários e co-
Quanto à posição que os órgãos ocupam na estrutura estatal: missionados), particulares em colaboração, agentes militares e os
- Independentes agentes de fato.
- Autônomos
- Superiores ESPÉCIES (CLASSIFICAÇÃO)
- Subalternos Agentes públicos abrangem todas as demais categorias, sendo
que alguns deles fazem parte da estrutura administrativa do Estado,
Quanto ao número de órgãos: seja em sua estrutura direta ou então na organização indireta.
- Simples Outros, no entanto, não compõe os quadros internos da admi-
- Compostos nistração Pública, isto é, são alheios ao aparelho estatal, permane-
cendo externamente.
Quanto à composição:
- Singulares Vamos analisar cada uma dessas categorias:
- Colegiados a) Agentes políticos: agentes políticos exercem uma função
pública de alta direção do Estado. São os que ocupam lugar de co-
Quanto à duração: mando e chefia de cada um dos Poderes (Executivo, Legislativo e
- Temporários Judiciário). São titulares dos cargos estruturais à organização polí-
- Permanentes tica do País.
Ingressam em regra, por meio de eleições, desempenhando
Quanto à origem da competência: mandatos fixos e quando termina o mandato a relação com o Esta-
- Primários do também termina automaticamente.
- Secundários
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A vinculação dos agentes políticos com o aparelho governa- d) Particulares em colaboração / honoríficos: são prestadores
mental não é profissional, mas institucional e estatutária. de serviços ao Estado sem vinculação permanente de emprego e
Os agentes políticos serão remunerados exclusivamente por sem remuneração. Essa categoria de agentes públicos pode ser
subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer prestada de diversas formas, segundo entendimento de Celso An-
gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou tônio Bandeira de Mello, se dá por:
outra espécie remuneratória. - requisitados de serviço: como mesários e convocados para o
serviço militar (conscritos);
b) Servidores Públicos: são as pessoas que executam serviços - gestores de negócios públicos: são particulares que assumem
ao Estado e também às entidades da Administração Pública direta e espontaneamente uma tarefa pública, em situações emergenciais,
indireta (sentido amplo). Os servidores têm vínculo empregatício e quando o Estado não está presente para proteger o interesse pú-
sua remuneração é paga pelos cofres públicos. blico.
Também chamados de servidores estatais engloba todos aque- - contratados por locação civil de serviços: é o caso, por exem-
les que mantêm com o Estado relação de trabalho de natureza pro- plo, de jurista famoso contratado para emitir um parecer;
fissional, de caráter não eventual e sob o vínculo de dependência. - concessionários e permissionários: exercem função pública
Servidores públicos podem ser: por delegação estatal;
- estatutários: são os ocupantes de CARGOS PÚBLICOS e estão - delegados de função ou ofício público: é o caso dos titulares
sob o regime estatutário. Quando nomeados, ingressam numa si- de cartórios.
tuação jurídica previamente definida, à qual se submetem com o
ato da posse. Assim, não tem como modificar as normas vigentes e) Agentes de fato: é o particular que sem vínculo formal e le-
por meio de contrato entre o servidor e a Administração, mesmo gítimo com o Estado exerce função pública, acreditando estar de
que com a concordância de ambos, por se tratar de normas de or- boa-fé e com o objetivo de atender o interesse público. Neste caso,
dem pública. Não há contrato de trabalho entre os estatutários e a não há investidura prévia nos cargos, empregos e funções públicas. 
Administração, tendo em vista sua natureza não contratual mas sim Agente de fato putativo: é aquele que desempenha atividade
regida por um estatuto jurídico condicionada ao termo de posse.  pública com a presunção de que tem legitimidade, mas há alguma
- empregados públicos: são ocupantes de empregos públicos ILEGALIDADE em sua INVESTIDURA. É aquele servidor que toma
contratados sob o regime da CLT, com vínculo contratual, precisam posse sem cumprir algum requisito do cargo.
de aprovação em concurso público ou processo seletivo e sua de- Agentes de fato necessário: são os que atuam em situações de
missão precisa ser motivada; calamidade pública ou emergência. 
- temporários ou em regime especial: são os contratados por
tempo determinado, com base no artigo 37, IX, CF. Não ocupam CARGO, EMPREGO E FUNÇÃO PÚBLICA
cargos ou empregos públicos e não exige aprovação em concurso Cargo, emprego e função pública são tipos de vínculos de tra-
público, mas a Administração Pública deve respeitar os princípios balho na Administração Pública ocupadas por servidores públicos.
constitucionais da impessoalidade e da moralidade, realizando um A Constituição Federal, em vários dispositivos, emprega os vocábu-
processo seletivo simplificado. los cargo, emprego e função para designar realidades diversas, po-
rém que existem paralelamente na Administração. 
Para que tenha a contratação de temporários, se faz necessária
a existência de lei regulamentadora, com a previsão dos casos de Cargo público: unidade de atribuições e competências funcio-
contratação, o prazo da contratação, a necessidade temporária e a nais. É o lugar dentro da organização funcional da Administração
motivação do interesse público. Direta de suas autarquias e fundações públicas que, ocupado por
- cargos comissionados: são os de livre nomeação e exonera- servidor público, submetidos ao regime estatuário.
ção, tem caráter provisório e se destina às atribuições de direção, Possui funções específicas e remuneração fixada em lei ou di-
chefia e assessoramento. Os efetivos também podem ser comissio- ploma a ela equivalente. Todo cargo tem uma função, porém, nem
nados. Ao servidor ocupante exclusivamente de cargo em comissão toda função pressupõe a existência de um cargo.
aplica-se o regime geral de previdência social previsto na Constitui- Para Celso Antônio Bandeira de Mello são as mais simples e
ção Federal, artigo 40, § 13. indivisíveis unidades de competência a serem titularizadas por um
agente. São criados por lei, previstos em número certo e com deno-
c) Agentes militares: são as pessoas físicas que prestam ser- minação própria.
viços à Forças Armadas (Marinha, Aeronáutica, Exército - art. 142, Com efeito, as várias competências previstas na Constituição
caput, e § 3º, CF, Polícias Militares, Corpo de Bombeiros - art. 42, para a União, Estados e Municípios são distribuídas entre seus res-
CF). pectivos órgãos, cada qual dispondo de determinado número de
Aqueles que compõem os quadros permanentes das forças cargos criados por lei, que lhes confere denominação própria, defi-
militares possuem vinculação estatutária, e não contratual, mas o ne suas atribuições e fixa o padrão de vencimento ou remuneração.
regime jurídico é disciplinado por legislação específica diversa da
aplicável aos servidores civis. Empregos públicos: são núcleos de encargos de trabalho per-
Possui vínculo estatutário sujeito a regime jurídico próprio, me- manentes a serem preenchidos por pessoas contratadas para de-
diante remuneração paga pelos cofres públicos. sempenhá-los, sob relação jurídica trabalhista (CLT) de natureza
contratual e somente podem ser criados por lei. 

Função pública: é a atividade em si mesma, é a atribuição, as


tarefas desenvolvidas pelos servidores. São espécies:
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

a) Funções de confiança, exercidas exclusivamente por servi- e) Aproveitamento: relaciona-se com a retomada do servidor
dores ocupantes de cargo efetivo, e destinadas ás atribuições de posto em disponibilidade (ato pelo qual se transfere o servidor à
chefia, direção e assessoramento; inatividade remunerada de servidor estável em razão de extinção
b) Funções exercidas por contratados por tempo determinado do cargo ocupado ou destinado a reintegração de servidor), seja
para atender a necessidade temporária de excepcional interesse no mesmo cargo anteriormente ocupado ou em cargo equivalente
público, nos termos da lei autorizadora, que deve advir de cada quanto as atribuições e vencimentos.
ente federado. f) Reintegração: retorno de servidor ilegalmente desligado de
seu cargo. O reconhecimento do direito a reintegração pode decor-
REGIME JURÍDICO rer de decisão proferida na esfera administrativa ou judicial.
Regime jurídico dos servidores públicos é o conjunto de nor- g) Recondução: retorno de servidor estável ao cargo que an-
mas e princípios referentes a direitos, deveres e demais regras ju- teriormente ocupava, seja por não ter sido habilitado no estágio
rídicas normas que regem a vida funcional do servidor. A lei que probatório relativo a outro cardo para o qual tenha sido nomeado
reúne estas regras é denominada de Estatuto e o regime jurídico ou por ter sido desalojado do cargo em razão de reintegração do
passa a ser chamado de regime jurídico Estatutário. servidor que ocupava o cargo anteriormente.
No âmbito de cada pessoa política - União, Estados, Distrito Fe-
deral e Municípios - há um Estatuto. A Lei nº 8.112 de 11/12/1990 Vacância
(por exemplo) estabeleceu que o regime jurídico Estatutário é o A vacância é a situação jurídica atribuída a um cargo que está
aplicável aos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias e sem ocupante. Vários fatos levam à vacância, entre os quais:
fundações públicas federais, ocupantes de cargos públicos. - o servidor pediu o desligamento (exoneração a pedido);
- o servidor foi desligado do cargo em comissão ou não iniciou
Provimento exercício (exoneração ex officio);
Segundo Hely Lopes Meirelles, é o ato pelo qual se efetua o - o servidor foi punido com a perda do cargo (demissão);
preenchimento do cargo público, com a designação de seu titular. - o servidor passou a exercer outro cargo ante limitações em
Configura-se no ato de designação de um sujeito para titularizar sua capacidade física ou mental (readaptação);
cargo público Podendo ser: - aposentadoria ou falecimento do servidor;
a) originário ou inicial: quando o agente não possui vinculação - acesso ou promoção.
anterior com a Administração Pública;
b) derivado: pressupõe a existência de um vínculo com a Ad- Para Di Pietro17, vacância é o ato administrativo pelo qual o ser-
ministração.  vidor é destituído do cargo, emprego ou função.
Decorre de exoneração, demissão, aposentadoria, promoção e
Posse: é o ato pelo qual uma pessoa assume, de maneira efe- falecimento. O artigo 33 da Lei 8.112/90 prevê ainda a readaptação
tiva, o exercício das funções para que foi nomeada, designada ou e a posse em outro cargo inacumulável. Mas a ascensão e a trans-
eleita, ou seja, é sua investidura no cargo público. O ato da posse formação deixaram de existir por força da Lei 9.527/97.
determina a concordância e a vontade do sujeito em entrar no exer- A exoneração não é penalidade; ela se dá a pedido ou ex offi-
cício, além de cumprir a exigência regulamentar.  cio, neste caso quando se tratar de cargo em comissão ou função
de confiança; no caso de cargo efetivo, quando não satisfeitas as
Exercício: é o momento em que o servidor dá início ao desem- exigências do estágio probatório ou quando, tendo tomado posse,
penho de suas atribuições de trabalho. A data do efetivo exercício o servidor não entrar em exercício no prazo estabelecido.
é considerada como o marco inicial para a produção de todos os Já a demissão constitui penalidade decorrente da prática de ilí-
efeitos jurídicos da vida funcional do servidor público e ainda para cito administrativo; tem por efeito desligar o servidor dos quadros
o início do período do estágio probatório, da contagem do tempo do funcionalismo.
de contribuição para aposentadoria, período aquisitivo para a per- A promoção é, ao mesmo tempo, ato de provimento no cargo
cepção de férias e outras vantagens remuneratórias. superior e vacância no cargo inferior.
São formas de provimento: nomeação, promoção, readapta- A readaptação, segundo artigo 24 da 8.112/90, “é a investidura
ção, reversão, aproveitamento, reintegração e recondução. do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatí-
a) Nomeação: é o único caso de provimento originário, já que o veis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou
servidor dependerá da aprovação prévia em concurso público e não mental verificada em inspeção médica”.
possuirá relação anterior com o Estado;
b) Promoção: é forma de provimento derivado (neste caso o Efetividade, estabilidade e vitaliciedade
agente público já se encontra ocupando o cargo) onde o servidor Efetividade: cargos efetivos são aqueles que se revestem de ca-
passará a exercer um cargo mais elevado dentro da carreira exer- ráter de permanência, constituindo a maioria absoluta dos cargos
cida. integrantes dos diversos quadros funcionais.
c) Readaptação: espécie de transferência efetuada com a finali- Com efeito, se o cargo não é vitalício ou em comissão, terá que
dade de prover o servidor em outro cargo compatível com eventual ser necessariamente efetivo. Embora em menor escala que nos
limitação de capacidade física ou mental, condicionada a inspeção cargos vitalícios, os cargos efetivos também proporcionam segu-
médica. rança a seus titulares; a perda do cargo, segundo art. 41, §1º da
d) Reversão: trata-se do reingresso de servidor aposentado de Constituição Federal, só poderá ocorrer, quando estáveis, se houver
seu ofício por não subsistirem mais as razões que lhe determinarão
a aposentadoria por invalidez. 17 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella, Direito Administrativo, 31ª edição,
2018
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

sentença judicial ou processo administrativo em que se lhes faculte Vitaliciedade: Cargos vitalícios são aqueles que oferecem a
ampla defesa, e agora também em virtude de avaliação negativa de maior garantia de permanência a seus ocupantes. Somente através
desempenho durante o período de estágio probatório. de processo judicial, como regra, podem os titulares perder seus
cargos (art. 95, I, CF). Desse modo, torna-se inviável a extinção do
Estabilidade: confere ao servidor público a efetiva permanên- vínculo por exclusivo processo administrativo (salvo no período ini-
cia no serviço após três anos de estágio probatório, após os quais cial de dois anos até a aquisição da prerrogativa). A vitaliciedade
só perderá o cargo se caracterizada uma das hipóteses previstas no configura-se como verdadeira prerrogativa para os titulares dos
artigo 41, § 1º, ou artigo 169, ambos da CF. cargos dessa natureza e se justifica pela circunstância de que é ne-
cessária para tornar independente a atuação desses agentes, sem
Hipóteses:  que sejam sujeitos a pressões eventuais impostas por determina-
a) em razão de sentença judicial com trânsito em julgado (art. dos grupos de pessoas.
41, §1º, I, da CF); Existem três cargos públicos vitalícios no Brasil:
b) por meio de processo administrativo em que lhe seja assegu- - Magistrados (Art. 95, I, CF);
rada a ampla defesa (art. 41, § 1º, II, da CF); - Membros do Ministério Público (Art. 128, § 5º, I, “a”, CF);
c) mediante procedimento de avaliação periódica de desempe- - Membros dos Tribunais de Contas (Art. 73, §3º).
nho, na forma da lei complementar, assegurada ampla defesa (art.
41, § 1º, III, da CF); Por se tratar de prerrogativa constitucional, em função da qual
d) em virtude de excesso de despesas com o pessoal ativo e cabe ao Constituinte aferir a natureza do cargo e da função para
inativo, desde que as medidas previstas no art. 169, § 3º, da CF, não atribuí-la, não podem Constituições Estaduais e Leis Orgânicas mu-
surtam os efeitos esperados (art. 169, § 4º, da CF). nicipais, nem mesmo lei de qualquer esfera, criar outros cargos com
a garantia da vitaliciedade. Consequentemente, apenas Emenda à
A estabilidade é a prerrogativa atribuída ao servidor que preen- Constituição Federal poderá fazê-lo.
cher os requisitos estabelecidos na Constituição Federal que lhe ga-
rante a permanência no serviço.  Criação, transformação e extinção de cargos, empregos e fun-
O servidor estável, que tiver seu cargo extinto, não estará fora ções públicas
da Administração Pública, porque a norma constitucional lhe garan- Com efeito, as várias competências previstas na Constituição
te estabilidade no serviço e não no cargo. Nesta hipótese o servidor para a União, Estados e Municípios são distribuídas entre seus res-
é colocado em disponibilidade remunerada, seguindo o disposto no pectivos órgãos, cada qual dispondo de determinado número de
art. 41, § 3.º, da Constituição sendo sua remuneração calculada de cargos criados por lei, que lhes confere denominação própria, defi-
forma proporcional ao tempo de serviço. ne suas atribuições e fixa o padrão de vencimento ou remuneração.
O servidor aprovado em concurso público de cargo regido pela Criar um cargo é oficializá-lo, atribuindo a ele denominação
lei 8112/90 e consequentemente nomeado passará por um período própria, número certo, funções determinadas, etc. Somente se cria
de avaliação, terá o novo servidor que comprovar no estágio proba- um cargo por meio de lei, logo cada Poder, no âmbito de suas com-
tório que tem aptidão para exercer as atividades daquele cargo para petências podem criar um cargo por meio da lei. No caso dos cargos
o qual foi nomeado em tais fatores: públicos da União, o vencimento é pago pelos cofres públicos, para
a) Assiduidade;  provimento em caráter efetivo ou em comissão.
b) Disciplina; A transformação ocorre quando há modificação ou alteração
c) Capacidade de iniciativa; na natureza do cargo de forma que, ao mesmo tempo em que o
d) Produtividade; cargo é extinto, outro é criado. Somente se dá por meio de lei e há
e) Responsabilidade. o aproveitamento de todos os servidores quando o novo cargo tiver
o mesmo nível e atribuições compatíveis com o anterior.
Atualmente o prazo mencionado de 3 anos de efetivo exercício A extinção corresponde ao fim do cargo e também deve ser
para o servidor público (de forma geral), adquirir estabilidade é o efetuada por meio de lei.
que está previsto na Constituição, que foi alterado após a Emenda No entanto, o art. 84, VI, “b” da Constituição Federal revela
nº 19/98. exceção a norma geral ao atribuir competência para o Presidente
Muito embora, a Lei nº 8.112/90, no artigo 20 cite o prazo de 2 da República para dispor, mediante decreto, sobre a extinção de
anos, para que o servidor adquira estabilidade devemos considerar funções ou cargos públicos quando vagos.
que o correto é o texto inserido na Constituição Federal, repita-se 3
anos de efetivo exercício. Desvio de função
Como não houve uma revogação expressa de tais normas elas O servidor público deve exercer suas atividades funcionais res-
permanecem nos textos legais, mesmo que na prática não são apli- peitando as competências e atribuições previstas para o cargo que
cadas, pois ferem a CF (existe uma revogação tácita dessas normas).  ocupa. Cumpre ressaltar que a lei que cria o cargo estabelece quais
são os limites das atribuições e competências do cargo.
- Requisitos para adquirir estabilidade: No entanto, não raro identificar o servidor exercendo atribui-
a) estágio probatório de três anos; çoes diversas daquelas previstas em lei para o cargo atualmente
b) nomeação em caráter efetivo; ocupado.
c) aprovação em avaliação especial de desempenho. Por definição, o desvio de função do servidor público ocorre
quando este desempenha função diversa daquela correspondente
ao cargo por ele legalmente investido mediante aprovação em con-
curso público.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Quando constatada a ocorrência de desvio de função, o servi- - adicional de férias,


dor que teve suas atribuições desviadas faz jus a indenização relati- - outros (relativos ao local ou à natureza do trabalho),
vas as diferenças salarias decorrentes do desvio. - gratificação por encargo de curso ou concurso.
Este é o entendimento já consolidado pelo Superior Tribunal de
Justiça que editou Sumula a respeito. Férias: é um direito que o servidor alcança após cumprir o pe-
Súmula nº 378 STJ ríodo aquisitivo (12 meses). Consiste em um período de 30 dias de
“Reconhecido o desvio de função, o servidor faz jus às diferen- descanso que podem ser cumuladas até o máximo de dois perío-
ças salariais decorrentes”. dos, bem como podem ser parceladas em até três etapas.
Licenças: de acordo com o art. 81 da referida lei a licença é con-
Importante esclarecer que em caso de desvio de função, o ser- cedida por motivo de doença em pessoa da família, de afastamento
vidor público que teve as atribuições do cargo para o qual foi inves- do cônjuge ou companheiro, para o serviço militar, para a atividade
tido desviadas não tem direito ao reenquadramento funcional. Isso política, para capacitação, para tratar de interesses particulares e
porque inafastável o princípio da imprescindibilidade de concurso para desempenho de mandato classista.
público para o preenchimento de cargos pela administração públi- Concessões: existem quando é permitido ao servidor se ausen-
ca, No entanto, tem direito a receber os vencimentos correspon- tar sem ter que arcar com quaisquer prejuízos.
dentes à função desempenhada. O art. 97 da Lei nº 8.112/90 elenca as hipóteses de concessão,
vejamos:
REMUNERAÇÃO - por um dia para doação de sangue,
Vencimento: é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo - pelo período comprovadamente necessário para alistamen-
público, com valor fixado em lei. to ou recadastramento eleitoral, limitado, em qualquer caso a dois
Remuneração: é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das dias,
vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei. O acrés- - por oito dias consecutivos em razão de casamento, falecimen-
cimo de vantagens permanentes ao vencimento do cargo efetivo é to de cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, en-
irredutível. teados, menor sob guarda ou tutela ou irmãos.
Constitui vedação legal o pagamento de remuneração inferior
ao salário mínimo Direito de Petição: o direito de petição existe para a defesa do
direito ou interesse legítimo. É instrumento utilizado pelo servidor
IMPORTANTE: tanto o vencimento com a remuneração e o pro- e dirigido à autoridade competente que deve decidir.
vento não serão objeto de arresto, seqüestro ou penhora, exceto
nos casos de prestação de alimentos resultante de decisão judicial. RESPONSABILIDADE
Ao exercer funções públicas, os servidores públicos não estão
DIREITOS E DEVERES desobrigados de se responsabilizar por seus atos, tanto atos públi-
Os direitos e vantagens dos servidores públicos, quais sejam: cos quanto atos administrativos, além dos atos políticos, dependen-
vencimento, indenizações, gratificações, diárias, adicionais, férias, do de sua função, cargo ou emprego.
licenças, concessões e direito de petição.  Esta responsabilidade é algo indispensável na atividade admi-
Indenizações: de acordo com o art. 51 da Lei nº 8.112/90 as in- nistrativa, ou seja, enquanto houver exercício irregular de direito ou
denizações são constituídas pela ajuda de custo, diárias, transporte de poder a responsabilidade deve estar presente.
e auxílio moradia. Quanto o Estado repara o dano, em homenagem à responsa-
Ajuda de custo: A ajuda de custo destina-se a compensar as bilidade objetiva do Estado, fica com direito de regresso contra o
despesas de instalação do servidor que, no atendimento do inte- responsável que efetivamente causou o dano, isto é, com o direito
resse do serviço, passar a ter exercício em nova sede, desde que de recuperar o valor da indenização junto ao agente que causador
acarrete mudança de domicílio em caráter permanente. do dano. 
Constitui vedação legal o duplo pagamento de indenização, a Efetivamente, o direito de regresso, em sede de responsabilida-
qualquer tempo, no caso de o cônjuge ou companheiro que dete- de estatal, configura-se na pretensão do Estado em buscar do seu
nha também a condição de servidor, vier a ter exercício na mesma agente, responsável pelo dano, a recomposição do erário, uma vez
sede. desfalcado do montante destinado ao pagamento da indenização
Diárias: essa prerrogativa está regulamentada no art. 58 da Lei à vítima.
nº 8.112/90. É devida ao servidor que se afastar da sede em caráter Nesse aspecto, o direito de regresso é o direito assegurado ao
eventual ou transitório para outro ponto do território nacional ou Estado no sentido de dirigir sua pretensão indenizatória contra o
para o exterior. São destinadas a indenizar as parcelas de despesas agente responsável pelo dano, quando tenha este agido com culpa
extraordinárias com pousada, alimentação e locomoção urbana. ou dolo.
Gratificações e Adicionais: são tratados no art. 61 da Lei nº Neste contexto, o agente público poderá ser responsabilizado
8.112/90 que as discrimina, a saber: nos âmbitos civil, penal e administrativo.
- retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e as-
sessoramento, a) Responsabilidade Civil: A responsabilidade civil decorre de
- gratificação natalina, ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em pre-
- adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou juízo ao erário ou a terceiros.
penosas,
- adicional pela prestação de serviço extraordinário,
- adicional noturno,
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Neste caso, responsabilidade civil se refere à responsabilidade PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR


patrimonial, que faz referência aos Atos Ilícitos e que traz consigo a O Regime Disciplinar é o conjunto de deveres, proibições, que
regra geral da responsabilidade civil, que é de reparar o dano cau- geram responsabilidades aos agentes públicos. Descumprido este
sado a outrem. rol, se apura os ilícitos administrativos, onde gera as sanções dis-
A Administração Pública, confirmada a responsabilidade de ciplinares.
seus agentes, como preceitua a no art.37, §6, parte final do Texto Com o intuito de responsabilizar quem comete faltas adminis-
Maior, é “assegurado o direito de regresso contra o responsável nos trativas, atribui-se à Administração o Poder Disciplinar do Estado,
casos de dolo ou culpa”, descontará nos vencimentos do servidor que assegura a responsabilização dos agentes públicos quando co-
público, respeitando os limites mensais, a quantia exata para o res- mentem ações que contrariam seus deveres e proibições relacio-
sarcimento do dano. nados às atribuições do cargo, função ou emprego de que estão
investidos. Por consequência dos descumprimentos legais, há a
b) Responsabilidade Administrativa: A responsabilidade admi- aplicação de sanções disciplinares, conforme dispõe a legislação.
nistrativa é apurada em processo administrativo, assegurando-se
ao servidor o contraditório e a ampla defesa. Dos Deveres
Uma vez constatada a prática do ilícito administrativo, ficará Via de regra, os estatutos listam condutas e proibições a serem
o servidor sujeito à sanção administrativa adequada ao caso, que observadas pelos servidores, configurando, umas e outras, os seus
poderá ser advertência, suspensão, demissão, cassação de aposen- deveres como dois lados da mesma moeda. Por exemplo: a proibi-
tadoria ou disponibilidade, destituição de cargo em comissão ou ção de proceder de forma desidiosa equivale ao dever de exercer
destituição de função comissionada. com zelo as atribuições do cargo. Por isso, podem ser englobados
sob a rubrica “deveres” os que os estatutos assim intitulam e os que
A penalidade deve sempre ser motivada pela autoridade com- os estatutos arrolam como proibições.
petente para sua aplicação, sob pena de nulidade. - Dever de Agir: Devem os administradores agirem em benefí-
Se durante a apuração da responsabilidade administrativa a cio da coletividade.
autoridade competente verificar que o ilícito administrativo tam- - Dever de Probidade: O agente público deve agir de forma
bém está capitulado como ilícito penal, deve encaminhar cópia do honesta e em conformidade com os princípios da legalidade e da
processo administrativo ao Ministério Público, que irá mover ação moralidade.
penal contra o servidor  - Dever de Prestar Contas: Todo administrador deve prestar
contas do dinheiro público.
c) Responsabilidade Penal: A responsabilidade penal do servi- - Dever de Eficiência: Deve elaborar suas funções perfeição e
dor é a que resulta de uma conduta tipificada por lei como infração rendimento funcional. 
penal. A responsabilidade penal abrange crimes e contravenções - Dever de Urbanidade: Deve o servidor ser cordial com os de-
imputadas ao servidor, nessa qualidade. mais colegas de trabalho e com o público em geral.
Os crimes funcionais estão definidos no Código Penal, artigos - Dever de Assiduidade: O servidor deve comparecer em seu
312 a 326, como o peculato, a concussão, a corrupção passiva, a serviço, a fim de cumprir seu horário conforme determinado.
prevaricação etc. Outros estão previstos em leis especiais federais.  
A responsabilidade penal do servidor é apurada em Juízo Cri- Das Proibições
minal. Se o servidor for responsabilizado penalmente, sofrerá uma De acordo com o estatuto federal, aplicável aos Servidores Pú-
sanção penal, que pode ser privativa de liberdade (reclusão ou de- blicos Civis da União, das autarquias e fundações públicas federais,
tenção), restritiva de direitos (prestação pecuniária, perda de bens ocupantes de cargos público, seu artigo 117 traz um rol de proibi-
e valores, prestação de serviço à comunidade ou a entidades públi- ções sendo elas:
cas, interdição temporária de direitos e limitação de fim de semana) - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia au-
ou multa (Código Penal, art. 32). torização do chefe imediato;
Importante ressaltar que a decisão penal, apurada por causa - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qual-
da responsabilidade penal do servidor, só terá reflexo na responsa- quer documento ou objeto da repartição;
bilidade civil do servidor se o ilícito penal tiver ocasionado prejuízo - recusar fé a documentos públicos;
patrimonial (ilícito civil).  - opor resistência injustificada ao andamento de documento e
processo ou execução de serviço;
Nos termos do que estabelece o artigo 125 da Lei 8.112/90, as - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto
sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo da repartição;
independentes entre si. - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previs-
A responsabilidade administrativa do servidor será afastada tos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabi-
se, no processo criminal, o servidor for absolvido por ter sido de- lidade ou de seu subordinado;
clarada a inexistência do fato ou, quando o fato realmente existiu, - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a as-
não tenha sido imputada sua autoria ao servidor. Notem que, se o sociação profissional ou sindical, ou a partido político;
servidor for absolvido por falta ou insuficiência de provas, a respon- - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de con-
sabilidade administrativa não será afastada. fiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil;
- valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem,
em detrimento da dignidade da função pública;

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- participar de gerência ou administração de sociedade privada, CAPÍTULO VII


personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
qualidade de acionista, cotista ou comanditário;
A essa vedação existe duas exceções, já que o servidor poderá: SEÇÃO I
I - participação nos conselhos de administração e fiscal de em- DISPOSIÇÕES GERAIS
presas ou entidades em que a União detenha, direta ou indireta-
mente, participação no capital social ou em sociedade cooperativa Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer
constituída para prestar serviços a seus membros;  dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
II - gozo de licença para o trato de interesses particulares, na cípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mo-
forma do art. 91 (8.112), observada a legislação sobre conflito de ralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
interesses. I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos
- atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim
públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou como aos estrangeiros, na forma da lei; 
assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou com- II - a investidura em cargo ou emprego público depende de
panheiro; aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e
- receber propina, comissão, presente ou vantagem de qual- títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou em-
quer espécie, em razão de suas atribuições; prego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para car-
- aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; go em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; 
- praticar usura sob qualquer de suas formas; III - o prazo de validade do concurso público será de até dois
- proceder de forma desidiosa; anos, prorrogável uma vez, por igual período;
- utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em servi- IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convo-
ços ou atividades particulares; cação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de pro-
- cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que vas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursa-
ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias; dos para assumir cargo ou emprego, na carreira;
- exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por ser-
exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho; vidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a se-
- recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicita- rem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e
do.  percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atri-
buições de direção, chefia e assessoramento;  
Infrações e Sanções Administrativas/Penalidades VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre asso-
Os servidores públicos de cada âmbito - União, Estados, Distrito ciação sindical;
Federal e Municípios - têm um Estatuto próprio. Quanto aos agen- VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites
tes públicos Federais rege a Lei nº 8.112/1990, já o regimento dos definidos em lei específica;
demais depende de cada Estado/Município. VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos
Devido ao princípio da Legalidade, todos os agentes devem fazer para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de
aquilo que está restrito em lei, e caso algum deles descumpram a legisla- sua admissão;
ção, ocorre uma infração administrativa, pelo poder disciplinar, os agen- IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo de-
tes infratores estão sujeitos a penalidades, que podem ser: advertência, terminado para atender a necessidade temporária de excepcional
suspensão, demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, interesse público;
destituição de cargo em comissão e destituição de função comissionada. X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que
Para uma aplicação de penalidade justa deve ser considerada trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por
a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegu-
provierem para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou rada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção
atenuantes e os antecedentes funcionais. de índices; 
É necessário que cada penalidade imposta mencione o funda- XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, fun-
mento legal e a causa da sanção disciplinar. ções e empregos públicos da administração direta, autárquica e
fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos
DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS APLICÁVEIS Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de
mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos,
A Constituição Federal, em capítulo específico determina as pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativa-
diretrizes a serem adotadas pela Administração Pública no trata- mente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer ou-
mento de normas específicas aos ocupantes de cargos e empregos tra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie,
públicos da Administração Direta ou Indireta. dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como li-
Vejamos os dispositivos constitucionais relativos ao tema. mite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no
Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do
Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no
âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do
Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco cen-
tésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável § 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na
este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e administração pública direta e indireta, regulando especialmente: 
aos Defensores Públicos;  I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento
Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Execu- ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade
tivo; dos serviços; 
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer es- II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a infor-
pécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do mações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X
serviço público; e XXXIII;   
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor públi- III - a disciplina da representação contra o exercício negligente
co não serão computados nem acumulados para fins de concessão ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública. 
de acréscimos ulteriores; § 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a sus-
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e pensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indispo-
empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos inci- nibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e grada-
sos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, ção previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
§ 2º, I; § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos pra-
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, ticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos
exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.
qualquer caso o disposto no inciso XI:  § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito priva-
a) a de dois cargos de professor;  do prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
saúde, com profissões regulamentadas; § 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocu-
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e fun- pante de cargo ou emprego da administração direta e indireta que
ções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, socieda- possibilite o acesso a informações privilegiadas. 
des de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos
direta ou indiretamente, pelo poder público; órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais te- ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administra-
rão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência dores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de
sobre os demais setores administrativos, na forma da lei; desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e I - o prazo de duração do contrato; 
autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de eco- II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direi-
nomia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste úl- tos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; 
timo caso, definir as áreas de sua atuação; III - a remuneração do pessoal. 
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação § 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às
de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem
como a participação de qualquer delas em empresa privada; recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Muni-
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, cípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em
serviços, compras e alienações serão contratados mediante pro- geral. 
cesso de licitação pública que assegure igualdade de condições a § 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de apo-
todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações sentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a re-
de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos ter- muneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os
mos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos
técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e
obrigações. exoneração. 
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do § 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remunera-
Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcio- tórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de
namento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específi- caráter indenizatório previstas em lei. 
cas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades § 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo,
e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito,
de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio.  mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e cam- limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo
panhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informa- Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco cen-
tivo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, tésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo
símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de auto- Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos
ridades ou servidores públicos. subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a § 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser rea-
nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos daptado para exercício de cargo cujas atribuições e responsabilida-
da lei. des sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua
capacidade física ou mental, enquanto permanecer nesta condição,
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

desde que possua a habilitação e o nível de escolaridade exigidos § 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o dis-
para o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de ori- posto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX,
gem.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de
§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo admissão quando a natureza do cargo o exigir.  
de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública, § 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os
inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rom- Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão
pimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição. remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela úni-
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) ca, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono,
§ 15. É vedada a complementação de aposentadorias de ser- prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória,
vidores públicos e de pensões por morte a seus dependentes que obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
não seja decorrente do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que § 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
não seja prevista em lei que extinga regime próprio de previdência cípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor remu-
social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) neração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica disposto no art. 37, XI.
e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as se- § 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão
guintes disposições: anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, empregos públicos.
ficará afastado de seu cargo, emprego ou função; § 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, cípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários provenien-
emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remune- tes da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia
ração; e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibili- qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, mo-
dade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego dernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público,
ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade.
havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior; § 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º.
de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos § 9º É vedada a incorporação de vantagens de caráter tempo-
os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento; rário ou vinculadas ao exercício de função de confiança ou de cargo
V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdên- em comissão à remuneração do cargo efetivo. (Incluído pela Emen-
cia social, permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo da Constitucional nº 103, de 2019)
de origem. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores
2019) titulares de cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário,
mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores
SEÇÃO II ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que
DOS SERVIDORES PÚBLICOS preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios § 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência
instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único social será aposentado: (Redação dada pela Emenda Constitucional
e planos de carreira para os servidores da administração pública nº 103, de 2019)
direta, das autarquias e das fundações públicas.         (Vide ADIN nº I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em
2.135-4) que estiver investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese
 Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para
instituirão conselho de política de administração e remuneração de verificação da continuidade das condições que ensejaram a conces-
pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Po- são da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente federa-
deres.         (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de tivo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
1998) (Vide ADIN nº 2.135-4) II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais compo- de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta
nentes do sistema remuneratório observará:  e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar;
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade,
cargos componentes de cada carreira;   se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem,
II - os requisitos para a investidura;   e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na
III - as peculiaridades dos cargos.  idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Cons-
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas tituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de contribuição e os
de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores demais requisitos estabelecidos em lei complementar do respectivo
públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisi- ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103,
tos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de 2019)
de convênios ou contratos entre os entes federados.  

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores § 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou
ao valor mínimo a que se refere o § 2º do art. 201 ou superiores municipal será contado para fins de aposentadoria, observado o
ao limite máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência disposto nos §§ 9º e 9º-A do art. 201, e o tempo de serviço corres-
Social, obser vado o disposto nos §§ 14 a 16. (Redação dada pela pondente será contado para fins de disponibilidade. (Redação dada
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria se- § 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de conta-
rão disciplinadas em lei do respectivo ente federativo. (Redação gem de tempo de contribuição fictício.
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) § 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos
§ 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da acumu-
para concessão de benefícios em regime próprio de previdência so- lação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras ativi-
cial, ressalvado o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Redação dades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) social, e ao montante resultante da adição de proventos de inativi-
dade com remuneração de cargo acumulável na forma desta Cons-
§ 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do res- tituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
pectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferencia- exoneração, e de cargo eletivo.
dos para aposentadoria de servidores com deficiência, previamente § 12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em re-
submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por equipe multi- gime próprio de previdência social, no que couber, os requisitos e
profissional e interdisciplinar. (Incluído pela Emenda Constitucional critérios fixados para o Regime Geral de Previdência Social. (Reda-
nº 103, de 2019) ção dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do res-
pectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferencia- § 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de
dos para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente peniten- cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exonera-
ciário, de agente socioeducativo ou de policial dos órgãos de que ção, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, ou de
tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput do art. emprego público, o Regime Geral de Previdência Social. (Redação
52 e os incisos I a IV do caput do art. 144. (Incluído pela Emenda dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Constitucional nº 103, de 2019) § 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios ins-
§ 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do tituirão, por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, regime
respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferen- de previdência complementar para servidores públicos ocupantes
ciados para aposentadoria de servidores cujas atividades sejam de cargo efetivo, observado o limite máximo dos benefícios do Re-
exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e bio- gime Geral de Previdência Social para o valor das aposentadorias e
lógicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada das pensões em regime próprio de previdência social, ressalvado
a caracterização por categoria profissional ou ocupação. (Incluído o disposto no § 16. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 103, de 2019)
§ 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima § 15. O regime de previdência complementar de que trata o §
reduzida em 5 (cinco) anos em relação às idades decorrentes da 14 oferecerá plano de benefícios somente na modalidade contribui-
aplicação do disposto no inciso III do § 1º, desde que comprovem ção definida, observará o disposto no art. 202 e será efetivado por
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação intermédio de entidade fechada de previdência complementar ou
infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei comple- de entidade aberta de previdência complementar. (Redação dada
mentar do respectivo ente federativo. (Redação dada pela Emenda pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Constitucional nº 103, de 2019) § 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o dis-
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos posto nos § § 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver in-
acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção de gressado no serviço público até a data da publicação do ato de ins-
mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de previdên- tituição do correspondente regime de previdência complementar.
cia social, aplicando-se outras vedações, regras e condições para a § 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cál-
acumulação de benefícios previdenciários estabelecidas no Regime culo do benefício previsto no § 3° serão devidamente atualizados,
Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda Constitu- na forma da lei.
cional nº 103, de 2019) § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentado-
§ 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando se tratar rias e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que
da única fonte de renda formal auferida pelo dependente, o be- superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime
nefício de pensão por morte será concedido nos termos de lei do geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual
respectivo ente federativo, a qual tratará de forma diferenciada a igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos.
hipótese de morte dos servidores de que trata o § 4º-B decorrente § 19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do
de agressão sofrida no exercício ou em razão da função. (Redação respectivo ente federativo, o servidor titular de cargo efetivo que
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) tenha completado as exigências para a aposentadoria voluntária e
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preser- que opte por permanecer em atividade poderá fazer jus a um abo-
var-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios no de permanência equivalente, no máximo, ao valor da sua con-
estabelecidos em lei. tribuição previdenciária, até completar a idade para aposentadoria
compulsória. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de
2019)

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 20. É vedada a existência de mais de um regime próprio de § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor
previdência social e de mais de um órgão ou entidade gestora des- estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se es-
se regime em cada ente federativo, abrangidos todos os poderes, tável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização,
órgãos e entidades autárquicas e fundacionais, que serão responsá- aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com re-
veis pelo seu financiamento, observados os critérios, os parâmetros muneração proporcional ao tempo de serviço.
e a natureza jurídica definidos na lei complementar de que trata o § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o ser-
§ 22. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) vidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração propor-
§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá ape- cional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em
nas sobre as parcelas de proventos de aposentadoria e de pensão outro cargo.
que superem o dobro do limite máximo estabelecido para os bene- § 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obriga-
fícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201 tória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída
desta Constituição, quando o beneficiário, na forma da lei, for por- para essa finalidade.
tador de doença incapacitante (Incluído pela Emenda Constitucio-
nal nº 47, de 2005) (Revogado pela Emenda Constitucional nº 103, EXERCÍCIO DO PODER DE POLÍCIA POR SERVIDORES CELETISTA
de 2019) (Vigência) (Vide Emenda Constitucional nº 103, de 2019) A Polícia Administrativa é manifestada por meio de atos norma-
§ 22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de previ- tivos e de alcance geral, bem como de atos concretos e específicos.
dência social, lei complementar federal estabelecerá, para os que Além disso, outra característica marcante dos atos expedidos
já existam, normas gerais de organização, de funcionamento e de por força da Polícia Administrativa são os atos revestidos de contro-
responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre outros aspectos, le e fiscalização.
sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) A atividade administrativa que envolve atos fiscalizadores e de
I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o controle , os quais a Administração Pública pretende a prevenção
Regime Geral de Previdência Social; (Incluído pela Emenda Consti- de atos lesivos ao bem estar social ou saúde pública não podem ser
tucional nº 103, de 2019) proferidos por servidores com regime contratual – CLT.
II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos re- Esta é a grande polêmica envolvendo a prática de atos admi-
cursos; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) nistrativos revestidos de Poder de Polícia quando praticados por
III - fiscalização pela União e controle externo e social; (Incluído servidores celetistas.
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) Conforme ressaltado pela melhor doutrina, Celso António Ban-
IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial; (Incluído pela deira de Mello afirma que “o regime normal dos servidores públicos
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) teria mesmo de ser o estatutário, pois este (ao contrário do regime
V - condições para instituição do fundo com finalidade previ- trabalhista) é o concebido para atender a peculiaridades de um vín-
denciária de que trata o art. 249 e para vinculação a ele dos recursos culo no qual não estão em causa tão-só interesses empregatícios,
provenientes de contribuições e dos bens, direitos e ativos de qualquer mas onde avultam interesses públicos são os próprios instrumentos
natureza; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) de atuacão do Estado”.
VI - mecanismos de equacionamento do deficit atuarial; (Incluí- A jurisprudência já se manifestou neste sentido no julgamento
do pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) da cautelar da ADin no 2.310, o Supremo examinou a lei que trata
VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, ob- dos agentes públicos de agências reguladoras (Lei no 9.985/2000),
servados os princípios relacionados com governança, controle in- e ali se posicionou contrário à contratação de servidores em regime
terno e transparência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, celetista para a execução de atos revestidos com o Poder de Polícia
de 2019) no ato de fiscalização. De acordo com o ministro Marco Aurélio, re-
VIII - condições e hipóteses para responsabilização daqueles lator:
que desempenhem atribuições relacionadas, direta ou indireta- “...prescindir, no caso, da ocupação de cargos públicos, com os
mente, com a gestão do regime; (Incluído pela Emenda Constitucio- direitos e garantias a eles inerentes, é adotar flexibilidade incompa-
nal nº 103, de 2019) tível com a natureza dos serviços a serem prestados, igualizando os
IX - condições para adesão a consórcio público; (Incluído pela servidores das agências a prestadores de serviços subalternos, dos
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) quais não se exige, até mesmo, escolaridade maior, como são ser-
X - parâmetros para apuração da base de cálculo e definição ventes, artífices, mecanógrafos, entre outros. Atente-se para as es-
de alíquota de contribuições ordinárias e extraordinárias. (Incluído pécies. Está-se diante de atividade na qual o poder de fiscalização,
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) o poder de polícia fazem- se com envergadura ímpar, exigindo, por
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os ser- isso mesmo, que aquele que a desempenhe sinta-se seguro, atue
vidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de sem receios outros, e isso pressupõe a ocupação de cargo públi-
concurso público. co (…). Em suma, não se coaduna com os objetivos precípuos das
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: agências reguladoras, verdadeiras autarquias, embora de caráter
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado especial, a flexibilidade inerente aos empregos públicos, impondo-
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegu- -se a adoção da regra que é revelada pelo regime de cargo público,
rada ampla defesa; tal como ocorre em relação a outras atividades fiscalizadoras — fis-
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desem- cais do trabalho, de renda, servidores do Banco Central, dos Tribu-
penho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. nais de Contas etc.”

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Portanto, muito embora não tenha previsão legal, o entendi- VI - de oficial das Forças Armadas.
mento construído pela doutrina e jurisprudência entende que o VII - de Ministro de Estado da Defesa.
emprego público, de natureza contratual (CLT) é incompatível com
a atividade a ser desenvolvida quando se exige a incidência de ato Ademais, em decorrência do mandamento constitucional do
com poder de polícia. O cargo público, sim, é cercado de garantias artigo 7º, XXX, em princípio não seria admissível restrições de con-
institucionais, destinadas a dar proteção e independência ao servi- crrencia em concurso público por motivos de idade ou sexo para
dor para prestar a manifestação do Estado quando no exercício do a regular admissão em cargos e empregos públicos, no entanto, o
Poder de Polícia. mencionado artigo constitucional prevê a possibilidade de se insti-
tuírem requisitos específicos e diferenciados de admissão quando
REGIME CONSTITUCIONAL DOS SERVIDORES PÚBLICOS a natureza do cargo assim exigir. Exemplo: Teste de Aptidão Física
– TAF - permite exigência sequência de exercícios fisicos diferencia-
Concurso público dos entre homens e mulheres.
Via de regra, para que ocorra a legal investidura em cargou ou Quanto aos requisitos específicos para investidura em cargos
emprego público é necessária prévia aprovação em concurso de públicos, a Lei 8.112/90, em seu artigo 5º assim determina:
prova ou de provas e títulos, levando em consideração a natureza e Art. 5o São requisitos básicos para investidura em cargo público:
a complexidade do cargo ou emprego.Quanto as normas constitu- I - a nacionalidade brasileira;
cionais acerca da obrigatoriedade de concurso para o preenchimen- II - o gozo dos direitos políticos;
to de cargos públicos III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
A jurisprudência é pacífica quanto a necessidade de aprovação IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
previa em concurso público para ocupar cargo na estrutura admi- V - a idade mínima de dezoito anos;
nistrativa. VI - aptidão física e mental.
Súmula Vinculante 43 É inconstitucional toda modalidade de
provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia apro- Ainda em homenagem ao Princípio da Acessibilidade aos car-
vação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo gos e empregos públicos, o texto constitucional determina que a
que não integra a carreira na qual anteriormente investido. lei deverá reservar percentual do total das vagas a serem preen-
chidas por concurso público de cargos e empregos públicos para
Exceção: As nomeação efetuadas pela Administração Pública as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua
para preenchimento de cargo em comissão declarado em lei de li- admissão.
vre nomeação e exoneração dispensa a realização e aprovação em
concurso público. Invalidação do concurso.
O concurso público terá prazo de validade de até dois anos, Conforme mencionado, os concursos públicos devem ser rea-
podendo ser prorrogável uma única vez por igual período. Em ho- lizados previamente para o preenchimento de cargos e empregos
menagem ao princípio constitucional da impessoalidade, durante o públicos, devendo para tanto dispensar tratamento impessoal e
prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele que igualitário entre os interessados, sendo certo que a ausência desse
for aprovado será convocado com prioridade sobre novos concursa- tratamento causaria fraude a ordem constitucional de realização de
dos para assumir cargo ou emprego. concurso público.
Neste contexto, são inválidas as disposições constantes em edi-
Direito de acesso aos cargos, empregos e funções públicas. tais ou normas de admissão em cargos e empregos públicos que
A Constituição Federal estabelece o Princípio da Ampla Aces- desvirtuam as finalidades da realização do concurso público.
sibilidade aos cargos, funções e empregos públicos aos brasileiros
que preencham os requisitos estabelecidos em lei específica, bem Caso se identifique qualquer norma ou cláusula constante em
como aos estrangeiros, na forma da lei. edital que inviabilize ou dificulte a ampla participação daqueles que
Tal princípio que garante a ampla acessibilidade tem por objeti- preencham os requisitos mínimos ou então que direcione, de qual-
vo proporcionar iguais oportunidades de disputar, por meio de con- quer forma, com o objetivo de beneficiar ou prejudicar alguem em
curso público, o preenchimento em cargos ou empregos públicos concurso público poderá acarretar na invalidação de todo o certame.
na Administração Direta ou Indireta.
O direito à revisão judicial de provas e exames seletivos à luz
Requisito de inscrição e requisitos de cargos dos tribunais pátrios
Nas regras gerais constantes nos editais de concursos públicos
é vedada a inclusão de cláusulas discriminatórias entre brasileiros O controle judicial dos atos administrativos é preceito básico do
natos e naturalizados, salvo para preenchimento de cargos específi- Estado de Direito com status de garantia constitucional, nos termos
cos mencionados no artigo 12, § 3º da Constituição Federal. do que estabelece o artigo 5º, XXXV da Constituição Federal de 1988.
Artigo 12.
[...] Art. 5º
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: [...]
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão
II - de Presidente da Câmara dos Deputados; ou ameaça a direito;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Esta, inclusive, se configura em função típica do Poder Judi-


ciário, exercer o controle legal dos atos editados pela ente estatal, PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚ-
como forma de controle externo da Administração Pública. BLICA
Neste contexto, ainda é complexa a discussão sobre a legiti-
midade do Poder Judiciário exercer revisão judicial de questões e
resultados em provas de concurso público. Princípios
É crescente a demanda de candidatos que buscam na tutela do Os princípios são necessários para nortear o direito, embasan-
Poder Judiciário a revisão de resultados de concursos públicos, atri- do como deve ser. Na Administração Pública não é diferente, temos
buindo as bancas organizadoras, entre outros argumentos, a carên- os princípios expressos na constituição que são responsáveis por
cia de razoabilidade, proporcionalidade, isonomia e transparência organizar toda a estrutura e além disso mostrar requisitos básicos
durante a realização do certame. para uma “boa administração”, não apenas isso, mas também gerar
A jurisprudência dos nossos Tribunais tem-se orientado no sen- uma segurança jurídica aos cidadãos, como por exemplo, no prin-
tido de que só são passíveis de reexame judicial as questões cuja cípio da legalidade, que atribui ao indivíduo a obrigação de realizar
impugnação se funda na ilegalidade da avaliação ou dos graus con- algo, apenas em virtude da lei, impedindo assim que haja abuso de
feridos pelos examinadores ou ainda a ausência de impessoalidade poder.
dedicada nas provas com privilégios exorbitantes a determinados No texto da Constituição Federal, temos no seu art. 37, em seu
candidatos, com a exclusão arbitrária de outros. caput, expressamente os princípios constitucionais relacionados
Nos Estados de Direito, em que vige o princípio da legalidade, com a Administração Pública, ficando com a doutrina, a necessi-
não há espaço para arbitrariedades estatais, ao impor a Ordem Jurí- dade de compreender quais são as verdadeiras aspirações destes
dica, não ficando de toda sorte excluída da apreciação judicial toda princípios e como eles estão sendo utilizados na prática, sendo isso
lesão ou ameaça a direito, inclusive quanto ao possível reexame uma dos objetos do presente trabalho.
judicial de atos praticados durante os concursos públicos ou pro- Com o desenvolvimento do Estado Social, temos que os inte-
cessos de seleção. resses públicos se sobrepuseram diante todos os outros, a conhe-
cida primazia do público, a tendência para a organização social, na
Da investidura do servidor público qual os anseios da sociedade devem ser atendidos pela Administra-
A investidura em cargo público, mesmo nos casos em que o ção Pública, assim, é função desta, realizar ações que tragam bene-
cargo não é vitalício ou em comissão, terá que ser necessariamente fícios para a sociedade.
efetivo.
Embora em menor escala que nos cargos vitalícios, os cargos Primeiramente falaremos dos PRINCÍPIOS EXPLÍCITOS, no
efetivos também proporcionam segurança a seus titulares; a perda caput do artigo 37 da Magna Carta, quais sejam, legalidade, im-
do cargo, segundo art. 41, §1º da Constituição Federal, só poderá pessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
ocorrer, quando estáveis, se houver sentença judicial ou processo
administrativo em que se lhes faculte ampla defesa, e agora tam- Os Princípios Constitucionaisda Administração Pública
bém em virtude de avaliação negativa de desempenho durante o Para compreender os Princípios da Administração Pública é ne-
período de estágio probatório. cessário entender a definição básica de princípios, que servem de
Isso lhe garante que, uma vez legalmente investido em cargo base para nortear e embasar todo o ordenamento jurídico e é tão
público passa a ser representante do Estado nas manifestações bem exposto por Reale (1986, p. 60), ao afirmar que:
proferidas durante o exercício do cargo, e assim, passa a gozar de “Princípios são, pois verdades ou juízos fundamentais, que ser-
prerrogativas especiais (típicas de direito público) com o objetivo de vem de alicerce ou de garantia de certeza a um conjunto de juízos,
satisfazer as demandas coletivas. ordenados em um sistema de conceitos relativos à dada porção da
realidade. Às vezes também se denominam princípios certas propo-
Estágio experimental, estágio probatório e Estabilidade sições, que apesar de não serem evidentes ou resultantes de evi-
O instituto da Estabilidade corresponde à proteção ao ocupan- dências, são assumidas como fundantes da validez de um sistema
te do cargo, garantindo, não de forma absoluta, a permanência no particular de conhecimentos, como seus pressupostos necessários.”
Serviço Público, o que permite a execução regular de suas ativida- Assim, princípios são proposições que servem de base para
des, visando exclusivamente o alcance do interesse coletivo. toda estrutura de uma ciência, no Direito Administrativo não é di-
No entanto, para se conquistar a estabilidade prevista constitu- ferente, temos os princípios que servem de alicerce para este ramo
cionalmente é necessário superar a etapa de estágio experimental do direito público. Os princípios podem ser expressos ou implícitos,
ou também chamada de estágio probatório, que pressupõe a reali- vamos nos deter aos expressos, que são os consagrados no art. 37
zação de avaliação de desempenho e transpor o período de 3 (três) da Constituição da República Federativa do Brasil. Em relação aos
anos de efetivo desempenho da função. princípios constitucionais, Meirelles (2000, p.81) afirma que:
A Avaliação de Desempenho é uma importante ferramenta de “Os princípios básicos da administração pública estão con-
Gestão de Pessoas que corresponde a uma análise sistemática do substancialmente em doze regras de observância permanente e
desempenho do profissional em função das atividades que realiza, obrigatória para o bom administrador: legalidade, moralidade, im-
das metas estabelecidas, dos resultados alcançados e do seu poten- pessoalidade ou finalidade, publicidade, eficiência, razoabilidade,
cial de desenvolvimento. proporcionalidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica,
motivação e supremacia do interesse público.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Os cinco primeiros estão expressamente previstos no art. 37, Assim fica claro, a importância da moralidade na Administra-
caput, da CF de 1988; e os demais, embora não mencionados, decor- ção Publica. Um agente administrativo ético que usa da moral e da
rem do nosso regime político, tanto que, ao daqueles, foram textual- honestidade, consegue realizar uma boa administração, consegue
mente enumerados pelo art. 2º da Lei federal 9.784, de 29/01/1999.” discernir a licitude e ilicitude de alguns atos, além do justo e injusto
Destarte, os princípios constitucionais da administração públi- de determinadas ações, podendo garantir um bom trabalho.
ca, como tão bem exposto, vêm expressos no art. 37 da Constituição
Federal, e como já afirmado, retoma aos princípios da legalidade, IMPESSOALIDADE
moralidade, impessoalidade ou finalidade, publicidade, eficiência, Um princípio ainda um pouco conturbado na doutrina, mas, a
razoabilidade, que serão tratados com mais ênfase a posteriori. Em maioria, dos doutrinadores, relaciona este princípio com a finalida-
consonância, Di Pietro conclui que a Constituição de 1988 inovou de, ou seja, impõe ao administrador público que só pratique os atos
ao trazer expresso em seu texto alguns princípios constitucionais. O em seu fim legal, Mello (1994, p.58) sustenta que esse princípio “se
caput do art. 37 afirma que a administração pública direta e indireta traduz a idéia de que a Administração tem que tratar a todos os
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal administrados sem discriminações, benéficas ou detrimentosas”.
e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoa- Para a garantia deste principio, o texto constitucional completa
lidade, moralidade, publicidade e eficiência. que para a entrada em cargo público é necessário a aprovação em
concurso público.
LEGALIDADE
O princípio da legalidade, que é uma das principais garantias de RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE
direitos individuais, remete ao fato de que a Administração Pública É um princípio que é implícito da Constituição Federal brasilei-
só pode fazer aquilo que a lei permite, ou seja, só pode ser exercido ra, mas que é explícito em algumas outras leis, como na paulista,
em conformidade com o que é apontado na lei, esse princípio ga- e que vem ganhando muito força, como afirma Meirelles (2000). É
nha tanta relevância pelo fato de não proteger o cidadão de vários mais uma tentativa de limitação ao poder púbico, como afirma Di
abusos emanados de agentes do poder público. Diante do exposto, Pietro (1999, p. 72):
Meirelles (2000, p. 82) defende que: “Trata-se de um princípio aplicado ao direito administrativo
“Na Administração Pública não há liberdade nem vontade pes- como mais uma das tentativas de impor-se limitações à discriciona-
soal. Enquanto na administração particular é lícito fazer tudo que a riedade administrativa, ampliando-se o âmbito de apreciações do
lei não proíbe, na Administração Pública só é permitido fazer o que ato administrativo pelo Poder Judiciário.”
a lei autoriza. A lei para o particular significa “poder fazer assim”; Esse princípio é acoplado a outro que é o da proporcionalidade,
para o administrador público significa “deve fazer assim”.” pois, como afirma Di Pietro (1999, p. 72), “a proporcionalidade de-
Deste modo, este princípio, além de passar muita segurança ver ser medida não pelos critérios pessoais do administrador, mas
jurídica ao indivíduo, limita o poder do Estado, ocasionando assim, segundo padrões comuns na sociedade em que vive”.
uma organização da Administração Pública. Como já afirmado, an-
teriormente, este princípio além de previsto no caput do art. 37, PUBLICIDADE
vem devidamente expresso no rol de Direitos e Garantias Indivi- Para que os atos sejam conhecidos externamente, ou seja, na
duais, no art. 5º, II, que afirma que “ninguém será obrigado a fazer sociedade, é necessário que eles sejam publicados e divulgados, e
ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da lei”. Em con- assim possam iniciar a ter seus efeitos, auferindo eficácia ao termo
clusão ao exposto, Mello (1994, p.48) completa: exposto. Além disso, relaciona-se com o Direito da Informação, que
“Assim, o princípio da legalidade é o da completa submissão da está no rol de Direitos e Garantias Fundamentais. Di Pietro (1999,
Administração às leis. Este deve tão-somente obedecê-las, cumpri- p.67) demonstra que:
-las, pô-las em prática. Daí que a atividade de todos os seus agen- “O inciso XIII estabelece que todos têm direito a receber dos
tes, desde o que lhe ocupa a cúspide, isto é, o Presidente da Repú- órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de in-
blica, até o mais modesto dos servidores, só pode ser a de dóceis, teresse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob
reverentes obsequiosos cumpridores das disposições gerais fixadas pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja im-
pelo Poder Legislativo, pois esta é a posição que lhes compete no prescindível à segurança da sociedade e do Estado.”
direito Brasileiro.” Como demonstrado acima, é necessário que os atos e decisões
No mais, fica claro que a legalidade é um dos requisitos neces- tomados sejam devidamente publicados para o conhecimento de
sários na Administração Pública, e como já dito, um princípio que todos, o sigilo só é permitido em casos de segurança nacional. “A
gera segurança jurídica aos cidadãos e limita o poder dos agentes publicidade, como princípio da administração pública, abrange toda
da Administração Pública. atuação estatal, não só sob o aspecto de divulgação oficial de seus
atos como, também, de propiciação de conhecimento da conduta
MORALIDADE interna de seus agentes” (MEIRELLES, 2000, p.89). Busca-se deste
Tendo por base a “boa administração”, este princípio relaciona- modo, manter a transparência, ou seja, deixar claro para a socie-
-se com as decisões legais tomadas pelo agente de administração dade os comportamentos e as decisões tomadas pelos agentes da
publica, acompanhado, também, pela honestidade. Corroborando Administração Pública.
com o tema, Meirelles (2000, p. 84) afirma:
“É certo que a moralidade do ato administrativo juntamente EFICIÊNCIA
a sua legalidade e finalidade, além de sua adequação aos demais Este princípio zela pela “boa administração”, aquela que consi-
princípios constituem pressupostos de validade sem os quais toda ga atender aos anseios na sociedade, consiga de modo legal atingir
atividade pública será ilegítima”. resultados positivos e satisfatórios, como o próprio nome já faz re-
ferência, ser eficiente. Meirelles (2000, p 90) complementa:
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

“O Princípio da eficiência exige que a atividade administrati- Princípio da Motivação


va seja exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional. É A Administração está obrigada a motivar todos os atos que
o mais moderno princípio da função administrativa, que já não se edita, pois quando atua representa interesses da coletividade. É
contenta em se desempenhar apenas com uma legalidade, exigindo preciso dar motivação dos atos ao povo, pois ele é o titular da “res
resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimen- publica” (coisa pública).
to as necessidades da comunidade e de seus membros.” O administrador deve motivar até mesmo os atos discricioná-
A eficiência é uma característica que faz com que o agente pú- rios (aqueles que envolvem juízo de conveniência e oportunidade),
blico consiga atingir resultados positivos, garantindo à sociedade pois só com ela o cidadão terá condições de saber se o Estado esta
uma real efetivação dos propósitos necessários, como por exemplo, agindo de acordo com a lei. Para Hely Lopes Meirelles, a motivação
saúde, qualidade de vida, educação, etc.18 só é obrigatória nos atos vinculados.
Na Constituição de 1988 encontram-se mencionados explici- Há quem afirme que quando o ato não for praticado de forma
tamente como princípios os seguintes: legalidade, impessoalidade, escrita (Ex: Sinal, comando verbal) ou quando a lei especificar de
moralidade, publicidade e eficiência (este último acrescentado pela tal forma o motivo do ato que deixe induvidoso, inclusive quanto
Emenda 19198 - Reforma Administrativa). Alguns doutrinadores aos seus aspectos temporais e espaciais, o único fato que pode se
buscam extrair outros princípios do texto constitucional como um caracterizar como motivo do ato (Ex: aposentadoria compulsória)
todo, seriam os princípios implícitos. Outros princípios do direito não será obrigatória a motivação. Assim, a motivação só será pres-
administrativo decorrem classicamente de elaboração jurispruden- suposto de validade do ato administrativo, quando obrigatória.
cial e doutrinária.
Cabe agora indagar quais o PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS, que como Motivação segundo o Estatuto do servidor público da União
dito estão disciplinados no artigo 2ª da lei dos Processos Adminis- (Lei 8112/90):
trativos Federais, vejamos : “ A Administração Pública obedecerá, Segundo o artigo 140 da Lei 8112/90, motivar tem duplo sig-
dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, nificado. Assim, o ato de imposição de penalidade sempre men-
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, con- cionará o fundamento legal (dispositivos em que o administrador
traditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.” Os baseou sua decisão) e causa da sanção disciplinar (fatos que levarão
princípios da legalidade, moralidade e da eficiência já foram acima o administrador a aplicar o dispositivo legal para àquela situação
explicados. Iremos explanar os demais princípios. concreta).
A lei, quando é editada é genérica, abstrata e impessoal, por-
Princípios da Administração Publica não previstos no Art. 37 tanto é preciso que o administrador demonstre os fatos que o le-
da Constituição Federal varam a aplicar aquele dispositivo legal para o caso concreto. Só
através dos fatos que se pode apurar se houve razoabilidade (cor-
Princípio da isonomia ou igualdade formal respondência) entre o que a lei abstratamente prevê e os fatos con-
Aristóteles afirmava que a lei tinha que dar tratamento desi- cretos levados ao administrador.
gual às pessoas que são desiguais e igual aos iguais. A igualdade
não exclui a desigualdade de tratamento indispensável em face da Falta de motivação:
particularidade da situação. A falta de motivação leva à invalidação, à ilegitimidade do ato,
A lei só poderá estabelecer discriminações se o fator de descri- pois não há o que falar em ampla defesa e contraditório se não há
minação utilizado no caso concreto estiver relacionado com o ob- motivação. Os atos inválidos por falta de motivação estarão sujeitos
jetivo da norma, pois caso contrário ofenderá o princípio da isono- também a um controle pelo Poder Judiciário.
mia. Ex: A idade máxima de 60 anos para o cargo de estivador está
relacionado com o objetivo da norma. Motivação nas decisões proferidas pelo Poder Judiciário:
A lei só pode tratar as pessoas de maneira diversa se a distin- Se até mesmo no exercício de funções típicas pelo Judiciário, a
ção entre elas justificar tal tratamento, senão seria inconstitucional. Constituição exige fundamentação, a mesma conclusão e por muito
Assim, trata diferentemente para alcançar uma igualdade real (ma- maior razão se aplica para a Administração quando da sua função
terial, substancial) e não uma igualdade formal. atípica ou principal.

Princípio da isonomia na Constituição: “Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão
• “Constituem objetivos fundamentais da República Federativa públicos e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade,
do Brasil: promover o bem de todos sem preconceitos de origem, podendo a lei, se o interesse público o exigir, limitar em determina-
raça, sexo, cor idade e qualquer outras formas de discriminação” dos atos às próprias partes e seus advogados, ou somente a estes”
(art. 3º, IV da Constituição Federal). (art. 93, IX da CF).
• “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer “As decisões administrativas dos tribunais serão motivadas,
natureza...” (art. 5º da Constituição Federal). sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de
• “São direitos dos trabalhadores: Proibição de diferença de seus membros” (art. 93, X da CF).
salário, de exercício de funções e de critério de admissão por moti-
vo de sexo, idade, cor ou estado civil” (art. 7º, XXX da Constituição
Federal).

18 Fonte: www.ambito-juridico.com.br – Texto adaptado de Rayssa


Cardoso Garcia, Jailton Macena de Araújo
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401
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Princípio da Autotutela invocar todos os direitos do consumidor, pois o serviço público é


A Administração Pública tem possibilidade de revisar (rever) uma relação de consumo, já que não deixa de ser serviço só porque
seus próprios atos, devendo anulá-los por razões de ilegalidade é público.
(quando nulos) e podendo revogá-los por razões de conveniência Há várias posições sobre esta hipótese:
ou oportunidade (quando inoportunos ou inconvenientes). • Há quem entenda que o serviço público pode ser interrom-
Anulação: Tanto a Administração como o Judiciário podem pido nesta hipótese pois, caso contrário, seria um convite aberto à
anular um ato administrativo. A anulação gera efeitos “ex tunc”, isto inadimplência e o serviço se tornaria inviável à concessionária, por-
é, retroage até o momento em que o ato foi editado, com a finalida- tanto autoriza-se o corte para preservar o interesse da coletividade
de de eliminar todos os seus efeitos até então. (Posição das Procuradorias).
“A Administração pode declarar a nulidade dos seus próprios • O fornecedor do serviço tem que provar que avisou por força
atos” (súmula 346 STF). do Código de Defesa do Consumidor, já que serviço público é uma
Revogação: Somente a Administração pode fazê-la. Caso o Ju- relação de consumo. Se não houver comunicação o corte será ilegal.
diciário pudesse rever os atos por razões de conveniência ou opor- • Há quem entenda que o corte não pode ocorrer em razão da
tunidade estaria ofendendo a separação dos poderes. A revogação continuidade do serviço. O art. 22 do CDC dispõe que “os órgãos pú-
gera efeitos “ex nunc”, pois até o momento da revogação o ato era blicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias,
válido. ou sob qualquer outra forma de empreendimento são obrigados a
fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e quanto aos es-
Anulação Revogação senciais contínuos”. “Nos casos de descumprimento, total ou par-
cial, das obrigações referidas neste artigo, serão as pessoas jurídicas
Por razões de compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados, na forma
Por razões de
Fundamento conveniência e prevista neste Código” (art. 22, parágrafo único do CDC).
ilegalidade
oportunidade
Administração e Princípio da Razoabilidade
Competência Administração O Poder Público está obrigado, a cada ato que edita, a mostrar
Judiciário
a pertinência (correspondência) em relação à previsão abstrata em
Gera efeitos “ex lei e os fatos em concreto que foram trazidos à sua apreciação. Este
Efeitos Gera efeitos “ex tunc”
nunc” princípio tem relação com o princípio da motivação.
Se não houver correspondência entre a lei o fato, o ato não
Alegação de direito adquirido contra ato anulado e revogado: será proporcional. Ex: Servidor chegou atrasado no serviço. Embora
Em relação a um ato anulado não se pode invocar direito adqui- nunca tenha faltado, o administrador, por não gostar dele, o demi-
rido, pois desde o início o ato não era legal. Já em relação a um ato tiu. Há previsão legal para a demissão, mas falta correspondência
revogado pode se invocar direito adquirido, pois o ato era válido. para com a única falta apresentada ao administrador.19
“A Administração pode anular seus próprios atos quando eiva-
dos de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam
direitos, ou revogá-los, por motivos de conveniência ou oportuni- SERVIDORES PÚBLICOS: DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS
dade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvados em todos os GERAIS RELATIVAS AOS AGENTES PÚBLICOS; LEI Nº 5.810,
casos, a apreciação judicial” (2a parte da sumula 473 do STF). DE 24/01/1994

Princípio da Continuidade da Prestação do Serviço Público


A execução de um serviço público não pode vir a ser interrom- Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi
pida. Assim, a greve dos servidores públicos não pode implicar em abordado na matéria de Legislação e Ética no Serviço Público
paralisação total da atividade, caso contrário será inconstitucional Não deixe de conferir!
(art. 37, VII da CF).

Não será descontinuidade do serviço público: Serviço público ATOS E FATOS ADMINISTRATIVOS: CONCEITO; REQUISI-
interrompido por situação emergencial (art. 6º, §3º da lei 8987/95): TOS; ATRIBUTOS; CLASSIFICAÇÃO; ESPÉCIES; INVALIDA-
Interrupção resultante de uma imprevisibilidade. A situação emer- ÇÃO; CONVALIDAÇÃO
gencial deve ser motivada, pois resulta de ato administrativo. Se a
situação emergencial decorrer de negligência do fornecedor, o ser-
viço público não poderá ser interrompido. CONCEITO
Serviço público interrompido, após aviso prévio, por razões de Ato Administrativo, em linhas gerais, é toda manifestação lícita
ordem técnica ou de segurança das instalações (art. 6º, §3º, I da lei e unilateral de vontade da Administração ou de quem lhe faça às
8987/95). vezes, que agindo nesta qualidade tenha por fim imediato adquirir,
Serviço público interrompido, após aviso prévio, no caso de ina- transferir, modificar ou extinguir direitos e obrigações.
dimplência do usuário, considerado o interesse da coletividade (art. Para Hely Lopes Meirelles: “toda manifestação unilateral de
6º, §3º, II da lei 8987/95): Cabe ao fornecedor provar que avisou vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, te-
e não ao usuário, por força do Código de Defesa do Consumidor. nha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, ex-
Se não houver comunicação, o corte será ilegal e o usuário poderá tinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados
ou a si própria”.
19 Fonte: www.webjur.com.br
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Para Maria Sylvia Zanella di Pietro ato administrativo é a “de- - Motivo: O motivo será válido, sem irregularidades na prática
claração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos do ato administrativo, exigindo-se que o fato narrado no ato prati-
jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de cado seja real e tenha acontecido da forma como estava descrito na
direito público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário”. conduta estatal.
Conforme se verifica dos conceitos elaborados por juristas Difere-se de motivação, pois este é a explicação por escrito das
administrativos, esse ato deve alcançar a finalidade pública, onde razões que levaram à prática do ato.
serão definidas prerrogativas, que digam respeito à supremacia do
interesse público sobre o particular, em virtude da indisponibilidade - Objeto lícito: É o conteúdo ato, o resultado que se visa rece-
do interesse público. ber com sua expedição. Todo e qualquer ato administrativo tem por
Os atos administrativos podem ser delegados, assim os parti- objeto a criação, modificação ou comprovação de situações jurídi-
culares recebem a delegação pelo Poder Público para prática dos cas referentes a pessoas, coisas ou atividades voltadas à ação da
referidos atos. Administração Pública.
Dessa forma, os atos administrativos podem ser praticados pelo Entende-se por objeto, aquilo que o ato dispõe, o efeito causa-
Estado ou por alguém que esteja em nome dele. Logo, pode-se con- do pelo ato administrativo, em decorrência de sua prática. Trata-se
cluir que os atos administrativos não são definidos pela condição do objeto como a disposição da conduta estatal, aquilo que fica de-
da pessoa que os realiza. Tais atos são regidos pelo Direito Público. cidido pela prática do ato.
ATRIBUTOS
REQUISITOS Atributos são qualidades, prerrogativas ou poderes especiais
São as condições necessárias para a existência válida do ato. que revestem os atos administrativos para que eles alcancem os
Os requisitos dos atos administrativos são cinco: fins almejados pelo Estado.
- Competência: o ato deve ser praticado por sujeito capaz. Tra- Existem por conta dos interesses que a Administração repre-
ta-se de requisito vinculado, ou seja, para que um ato seja válido senta, são as qualidades que permitem diferenciar os atos adminis-
deve-se verificar se foi praticado por agente competente. trativos dos outros atos jurídicos. Decorrem do princípio da supre-
O ato deve ser praticado por agente público, assim considerado macia do interesse público sobre o privado.
todo aquele que atue em nome do Estado, podendo ser de qual- São atributos dos atos administrativos:
quer título, mesmo que não ganhe remuneração, por prazo deter-
minado ou vínculo de natureza permanente. a) Presunção de Legitimidade/Legitimidade: É a presunção
Além da competência para a prática do ato, se faz necessário de que os atos administrativos devem ser considerados válidos, até
que não exista impedimento e suspeição para o exercício da ativi- que se demonstre o contrário, a bem da continuidade da prestação
dade.  dos serviços públicos.
Deve-se ter em mente que toda a competência é limitada, não A presunção de legitimidade não pressupõe no entanto que Ios
sendo possível um agente que contenha competência ilimitada, atos administrativos não possam ser combatidos ou questionados,
tendo em vista o dever de observância da lei para definir os critérios no entanto, o ônus da prova é de quem alega.
de legitimação para a prática de atos. O atributo de presunção de legitimidade confere maior cele-
ridade à atuação administrativa, já que depois da prática do ato,
- Finalidade: O ato administrativo deve ser editado pela Admi- estará apto a produzir efeitos automaticamente, como se fosse vá-
nistração Pública em atendimento a uma finalidade maior, que é a lido, até que se declare sua ilegalidade por decisão administrativa
pública; se o ato praticado não tiver essa finalidade, ocorrerá abuso ou judicial.
de poder.
Em outras palavras, o ato administrativo deve ter como fina- b) Imperatividade: É a prerrogativa que os atos administrativos
lidade o atendimento do interesse coletivo e do atendimento das possuem de gerar unilateralmente obrigações aos administrados,
demandas da sociedade. independente da concordância destes. É o atributo que a Adminis-
tração possui para impor determinado comportamento a terceiros.
- Forma: é o requisito vinculado que envolve a maneira de exte- c) Exigibilidade ou Coercibilidade: É a prerrogativa que pos-
riorização e demais procedimentos prévios que forem exigidos com suem os atos administrativos de serem exigidos quanto ao seu cum-
a expedição do ato administrativo. primento sob ameaça de sanção. A imperatividade e a exigibilidade,
Via de regra, os atos devem ser escritos, permitindo de ma- em regra, nascem no mesmo momento. 
neira excepcional atos gestuais, verbais ou provindos de forças que Caso não seja cumprida a obrigação imposta pelo administrati-
não sejam produzidas pelo homem, mas sim por máquinas, que são vo, o poder público, se valerá dos meios indiretos de coação, reali-
os casos dos semáforos, por exemplo. zando, de modo indireto o ato desrespeitado.
A forma não configura a essência do ato, mas apenas o ins-
trumento necessário para que a conduta administrativa atinja seus d) Autoexecutoriedade: É o poder de serem executados mate-
objetivos. O ato deve atender forma específica, justamente porque rialmente pela própria administração, independentemente de re-
se dá pelo fato de que os atos administrativos decorrem de um pro- curso ao Poder Judiciário.
cesso administrativo prévio, que se caracterize por uma série de A autoexecutoriedade é atributo de alguns atos administrati-
atos concatenados, com um propósito certo. vos, ou seja, não existe em todos os atos. Poderá ocorrer quando
a lei expressamente prever ou quando estiver tacitamente prevista
em lei sendo exigido para tanto situação de urgência; e inexistência
de meio judicial idôneo capaz de, a tempo, evitar a lesão.

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403
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

CLASSIFICAÇÃO Atos-condição: Somente surte efeitos caso determinada condi-


Os atos administrativos podem ser objeto de várias classifica- ção se cumpra.
ções, conforme o critério em função do qual seja agrupados. Men-
cionaremos os agrupamentos de classificação mais comuns entre Quanto ao grau de liberdade da Administração para a prática
os doutrinadores administrativos. do ato:
Atos vinculados: Possui todos seus elementos determinados
Quanto à composição da vontade produtora do ato: em lei, não existindo possibilidade de apreciação por parte do ad-
Simples: depende da manifestação jurídica de um único órgão, ministrador quanto à oportunidade ou à conveniência. Cabe ao ad-
mesmo que seja de órgão colegiado, torna o ato perfeito, portan- ministrador apenas a verificação da existência de todos os elemen-
to, a vontade para manifestação do ato deve ser unitária, obtida tos expressos em lei para a prática do ato.
através de votação em órgão colegiado ou por manifestação de um Atos discricionários: O administrador pode decidir sobre o mo-
agente em órgãos singulares. tivo e sobre o objeto do ato, devendo pautar suas escolhas de acor-
Complexo: resulta da manifestação conjugada de vontades de do com as razões de oportunidade e conveniência. A discricionarie-
órgãos diferentes. É necessária a manifestação de vontade de dois dade é sempre concedida por lei e deve sempre estar em acordo
ou mais órgãos para formar um único ato. com o princípio da finalidade pública. O poder judiciário não pode
Composto: manifestação de dois ou mais órgãos, em que um avaliar as razões de conveniência e oportunidade (mérito), apenas a
edita o ato principal e o outro será acessório. Como se nota, é com- legalidade, os motivos e o conteúdo ou objeto do ato.
posto por dois atos, geralmente decorrentes do mesmo órgão pú-
blico, em patamar de desigualdade, de modo que o segundo ato Quanto aos efeitos: 
deve contar com o que ocorrer com o primeiro. Constitutivo: Gera uma nova situação jurídica aos destinatá-
Quanto a formação do ato: rios. Pode ser outorgado um novo direito, como permissão de uso
Atos unilaterais: Dependem de apenas a vontade de uma das de bem público, ou impondo uma obrigação, como cumprir um pe-
partes. Exemplo: licença ríodo de suspensão.
Atos bilaterais: Dependem da anuência de ambas as partes.
Exemplo: contrato administrativo; Declaratório: Simplesmente afirma ou declara uma situação já
Atos multilaterais: Dependem da vontade de várias partes. existente, seja de fato ou de direito. Não cria, transfere ou extingue
Exemplo: convênios. a situação existente, apenas a reconhece.
Modificativo: Altera a situação já existente, sem que seja extin-
Quanto aos destinatários do ato: ta, não retirando direitos ou obrigações. A alteração do horário de
Individuais: são aqueles destinados a um destinatário certo e atendimento da repartição é exemplo desse tipo de ato.
determinado, impondo a norma abstrata ao caso concreto. Nesse Extintivo: Pode também ser chamado desconstitutivo, é o ato
momento, seus destinatários são individualizados, pois a norma é que põe termo a um direito ou dever existente. Cite-se a demissão
geral restringindo seu âmbito de atuação.  do servidor público.
Gerais: são os atos que têm por destinatário final uma catego-
ria de sujeitos não especificados. Os atos gerais tem a finalidade Quanto à situação de terceiros: 
de normatizar suas relações e regulam uma situação jurídica que Internos: Destinados a produzir seus efeitos no âmbito interno
abrange um número indeterminado de pessoas, portanto abrange da Administração Pública, não atingindo terceiros, como as circula-
todas as pessoas que se encontram na mesma situação, por tratar- res e pareceres.
-se de imposição geral e abstrata para determinada relação. Externos: Destinados a produzir efeitos sobre terceiros, e, por-
tanto, necessitam de publicidade para que produzam adequada-
Quanto à posição jurídica da Administração:  mente seus efeitos. 
Atos de império: Atos onde o poder público age de forma impe-
rativa sobre os administrados, impondo-lhes obrigações. São atos Quanto à validade do ato:
praticados sob as prerrogativas de autoridade estatal. Ex. Interdição Válido: É o que atende a todos os requisitos legais: competên-
de estabelecimento comercial. cia, finalidade, forma, motivo e objeto. Pode estar perfeito, pronto
Atos de gestão: são aqueles realizados pelo poder público, sem para produzir seus efeitos ou estar pendente de evento futuro.
as prerrogativas do Estado (ausente o poder de comando estatal), Nulo: É o que nasce com vício insanável, ou seja, um defeito
sendo que a Administração irá atuar em situação de igualdade com que não pode ser corrigido. Não produz qualquer efeito entre as
o particular. Nesses casos, a atividade será regulada pelo direito pri- partes. No entanto, em face dos atributos dos atos administrativos,
vado, de modo que o Estado não irá se valer das prerrogativas que ele deve ser observado até que haja decisão, seja administrativa,
tenham relação com a supremacia do interesse público. seja judicial, declarando sua nulidade, que terá efeito retroativo, ex
Exemplo:  a alienação de um imóvel público inservível ou alu- tunc, entre as partes. Por outro lado, deverão ser respeitados os
guel de imóvel para instalar uma Secretaria Municipal. direitos de terceiros de boa-fé que tenham sido atingidos pelo ato
nulo. 
Quanto à natureza das situações jurídicas que o ato cria:  Anulável: É o ato que contém defeitos, porém, que podem ser
Atos-regra: Criam situações gerais, abstratas e impessoais.Tra- sanados, convalidados. Ressalte-se que, se mantido o defeito, o
çam regras gerais (regulamentos). ato será nulo; se corrigido, poderá ser “salvo” e passar a ser válido.
Atos subjetivos: Referem-se a situações concretas, de sujeito Atente-se que nem todos os defeitos são sanáveis, mas sim aqueles
determinado. Criam situações particulares e geram efeitos indivi- expressamente previstos em lei.
duais.
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404
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Inexistente: É aquele que apenas aparenta ser um ato admi- - Resoluções – São atos administrativos inferiores aos regimen-
nistrativo, mas falta a manifestação de vontade da Administração tos e regulamentos, expedidos pelas autoridades do executivo.
Pública. São produzidos por alguém que se faz passar por agente - Deliberações – São atos normativos ou decisórios que ema-
público, sem sê-lo, ou que contém um objeto juridicamente impos- nam de órgãos colegiados provenientes de acordo com os regula-
sível.  mentos e regimentos das organizações coletivas. Geram direitos
para seus beneficiários, sendo via de regra, vinculadas para a Ad-
Quanto à exequibilidade:  ministração.
Perfeito: É aquele que completou seu processo de formação,
estando apto a produzir seus efeitos. Perfeição não se confunde b) Atos ordinatórios: São os que visam a disciplinar o funcio-
com validade. Esta é a adequação do ato à lei; a perfeição refere-se namento da Administração e a conduta funcional de seus agentes.
às etapas de sua formação. Emanam do poder hierárquico, isto é, podem ser expedidos por
Imperfeito: Não completou seu processo de formação, portan- chefes de serviços aos seus subordinados. Logo, não obrigam aos
to, não está apto a produzir seus efeitos, faltando, por exemplo, a particulares.
homologação, publicação, ou outro requisito apontado pela lei. São eles:
Pendente: Para produzir seus efeitos, sujeita-se a condição ou - Instruções – orientação do subalterno pelo superior hierár-
termo, mas já completou seu ciclo de formação, estando apenas quico em desempenhar determinada função;
aguardando o implemento desse acessório, por isso não se confun- - Circulares – ordem uniforme e escrita expedida para determi-
de com o imperfeito. Condição é evento futuro e incerto, como o nados funcionários ou agentes;
casamento. Termo é evento futuro e certo, como uma data espe- - Avisos – atos de titularidade de Ministros em relação ao Mi-
cífica. nistério;
Consumado: É o ato que já produziu todos os seus efeitos, nada - Portarias – atos emanados pelos chefes de órgãos públicos
mais havendo para realizar. Exemplifique-se com a exoneração ou a aos seus subalternos que determinam a realização de atos especiais
concessão de licença para doar sangue. ou gerais;
- Ordens de serviço – determinações especiais dirigidas aos res-
ESPÉCIES ponsáveis por obras ou serviços públicos;
a) Atos normativos: São aqueles que contém um comando ge- - Provimentos – atos administrativos intermos, com determina-
ral do Executivo visando o cumprimento de uma lei. Podem apre- ções e instruções em que a Corregedoria ou os Tribunais expedem
sentar-se com a característica de generalidade e abstração (decreto para regularização ou uniformização dos serviços;
geral que regulamenta uma lei), ou individualidade e concreção - Ofícios – comunicações oficiais que são feitas pela Adminis-
(decreto de nomeação de um servidor). tração a terceiros;
Os atos normativos se subdividem em: - Despachos administrativos – são decisões tomadas pela auto-
- Regulamentos: São atos normativos posteriores aos decretos, ridade executiva (ou legislativa e judiciária, quando no exercício da
que visam especificar as disposições de lei, assim como seus man- função administrativa) em requerimentos e processos administrati-
damentos legais. As leis que não forem executáveis, dependem de vos sujeitos à sua administração.
regulamentos, que não contrariem a lei originária. Já as leis auto-
-executáveis independem de regulamentos para produzir efeitos. c) Atos negociais: São todos aqueles que contêm uma declara-
1. Regulamentos executivos: são os editados para a fiel execu- ção de vontade da Administração apta a concretizar determinado
ção da lei, é um ato administrativo que não tem o foto de inovar o negócio jurídico ou a deferir certa faculdade ao particular, nas con-
ordenamento jurídico, sendo praticado para complementar o texto dições impostas ou consentidas pelo Poder Público.
legal. Os regulamentos executivos são atos normativos que comple- - Licença – ato definitivo e vinculado (não precário) em que a
mentam os dispositivos legais, sem que ivovem a ordem jurídica, Administração concede ao Administrado a faculdade de realizar de-
com a criação de direitos e obrigações.  terminada atividade. 
2. Regulamentos autônomos: agem em substituição a lei e vi- - Autorização – ato discricionário e precário em que a Adminis-
sam inovar o ordenamento jurídico, determinando normas sobre tração confere ao administrado a faculdade de exercer determinada
matérias não disciplinadas em previsão legislativa. Assim, podem atividade. 
ser considerados atos expedidos como substitutos da lei e não fa- - Permissão - ato discricionário e precário em que a Administra-
cilitadores de sua aplicação, já que são editados sem contemplar ção confere ao administrado a faculdade de promover certa ativida-
qualquer previsão anterior. de nas situações determinadas por ela;
- Aprovação - análise pela própria administração de atividades
Nosso ordenamento diverge acercada da possibilidade ou não prestadas por seus órgãos;
de serem expedidos regulamentos autônomos, em decorrência do - Visto - é a declaração de legitimidade de deerminado ato pra-
princípio da legalidade. ticado pela própria Administração como maneira de exequibilidade;
- Instruções normativas – Possuem previsão expressa na Cons- - Homologação - análise da conveniência e legalidade de ato
tituição Federal, em seu artigo 87, inciso II. São atos administrativos praticado pelos seus órgãos como meio de lhe dar eficácia;
privativos dos Ministros de Estado. - Dispensa - ato administrativo que exime o particular do cum-
- Regimentos – São atos administrativos internos que emanam primento de certa obrigação até então conferida por lei.
do poder hierárquico do Executivo ou da capacidade de auto-orga- - Renúncia - ato administrativo em que o poder Público extin-
nização interna das corporações legislativas e judiciárias. Desta ma- gue de forma unilateral um direito próprio, liberando definitiva-
neira, se destinam à disciplina dos sujeitos do órgão que o expediu. mente a pessoa obrigada perante a Administração Pública.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

d) Atos enunciativos: São todos aqueles em que a Administra- - SÚMULA 473: A administração pode anular seus próprios
ção se limita a certificar ou a atestar um fato, ou emitir uma opinião atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles
sobre determinado assunto, constantes de registros, processos e não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência
arquivos públicos, sendo sempre, por isso, vinculados quanto ao ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada,
motivo e ao conteúdo. em todos os casos, a apreciação judicial.
- Atestado - são atos pelos quais a Administração Pública com-
prova um fato ou uma situação de que tenha conhecimento por Revogação: É a retirada do ato administrativo em decorrência
meio dos órgãos competentes; da sua inconveniência ou inoportunidade em face dos interesses
- Certidão – tratam-se de cópias ou fotocópias fiéis e autentica- públicos. Somente se revoga ato válido que foi praticado de acordo
das de atos ou fatos existentes em processos, livros ou documentos com a lei. A revogação somente poderá ser feita por via adminis-
que estejam na repartição pública; trativa.
- Pareceres - são manifestações de órgãos técnicos referentes a Quando se revoga um ato, diz-se que a Administração perdeu
assuntos submetidos à sua consideração. o interesse na manutenção deste, ainda que não exista vício que o
tome. Trata-se de ato discricionário, referente ao mérito adminis-
e) Atos punitivos: São aqueles que contêm uma sanção impos- trativo, por set um ato legal, todos os atos já foram produzidos de
ta pela lei e aplicada pela Administração, visando punir as infrações forma lícita, de modo que a revogação não irá retroagir, contudo
administrativas ou condutas irregulares de servidores ou de parti- mantem-se os efeitos já produzidos (ex nunc).
culares perante a Administração. Não há limite temporal para a revogação de atos administrati-
Esses atos são aplicados para aqueles que desrespeitam as dispo- vos, não se configurando a decadência, no prazo quinquenal, tendo
sições legais, regulamentares ou ordinatórias dos bens ou serviços. em vista o entendimento que o interesse público pode ser alterado
Quanto à sua atuação os atos punitivos podem ser de atuação a qualquer tempo.
externa e interna. Quando for interna, compete à Administração Não existe efeito repristinatório, ou seja, a retirada do ato, por
punir disciplinarmente seus servidores e corrigir os serviços que razões de conveniência e oportunidade. 
contenham defeitos, por meio de sanções previstas nos estatutos,
fazendo com que se respeite as normas administrativas.  Convalidação ou Sanatória: É o ato administrativo que, com
efeitos retroativos, sana vício de ato antecedente, de modo a torná-
EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO. -lo válido desde o seu nascimento, ou seja, é um ato posterior que
Os atos administrativos são produzidos e editados com a fina- sana um vício de um ato anterior, transformando-o em válido desde
lidade de produzir efeitos jurídicos. Cumprida a finalidade a qual o momento em que foi praticado. Alguns autores, ao se referir à
fundamenta a edição do ato o mesmo deve ser extinto. convalidação, utilizam a expressão sanatória. 
Outras vezes, fatos ou atos posteriores interferem diretamente O ato convalidatório tem natureza vinculada (corrente majori-
no ato e geram sua suspensão ou elimina definitivamente seus efei- tária), constitutiva, secundária, e eficácia ex tunc.
tos, causando sua extinção. Há alguns autores que não aceitam a convalidação dos atos,
Ademais, diversas são as causas que determinam a extinção sustentando que os atos administrativos somente podem ser nu-
dos atos adminsitrativos ou de seus efeitos, vejamos: los. Os únicos atos que se ajustariam à convalidação seriam os atos
anuláveis.
Cassação: Ocorre a extinção do ato administrativo quando o Existem três formas de convalidação:
administrado deixa de preencher condição necessária para perma- a) Ratificação: É a convalidação feita pela própria autoridade
nência da vantagem, ou seja, o beneficiário descumpre condição que praticou o ato;
indispensável para manutenção do ato administrativo.  b) Confirmação: É a convalidação feita por autoridade superior
Anulação ou invalidação (desfazimento): É a retirada, o desfa- àquela que praticou o ato;
zimento do ato administrativo em decorrência de sua invalidade, ou c) Saneamento: É a convalidação feita por ato de terceiro, ou
seja, é a extinção de um ato ilegal, determinada pela Administração seja, não é feita nem por quem praticou o ato nem por autoridade
ou pelo judiciário, com eficácia retroativa – ex tunc.  superior.
A anulação pode acontecer por via judicial ou por via admi-
nistrativa. Ocorrerá por via judicial quando alguém solicita ao Ju- Verificado que um determinado ato é anulável, a convalidação
diciário a anulação do ato. Ocorrerá por via administrativa quando será discricionária, ou seja, a Administração convalidará ou não o
a própria Administração expede um ato anulando o antecedente, ato de acordo com a conveniência. Alguns autores, tendo por base
utilizando-se do princípio da autotutela, ou seja, a Administração o princípio da estabilidade das relações jurídicas, entendem que a
tem o poder de rever seus atos sempre que eles forem ilegais ou convalidação deverá ser obrigatória, visto que, se houver como sa-
inconvenientes. Quando a anulação é feita por via administrativa, nar o vício de um ato, ele deverá ser sanado. É possível, entretanto,
pode ser realizada de ofício ou por provocação de terceiros. que existam obstáculos ao dever de convalidar, não havendo outra
De acordo com entendimento consolidado pelo Supremo Tri- alternativa senão anular o ato.
bunal Federal, a anulação de um ato não pode prejudicar terceiro
de boa-fé. DECADÊNCIA ADMINISTRATIVA
Vejamos o que consta nas Súmulas 346 e 473 do STF: A decadência (art. 207 do Código Civil), incide sobre direitos
- SÚMULA 346: A administração pública pode declarar a nulida- potestativos, que “são poderes que a lei confere a determinadas
de dos seus próprios atos. pessoas de influírem, com uma declaração de vontade, sobre si-
tuações jurídicas de outras, sem o concurso da vontade destas”,

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

ou seja, quando a lei ou a vontade fixam determinado prazo para ELEMENTOS CONSTITUTIVOS
serem exercidos e se não o forem, extingue-se o próprio direito ma- Os serviços públicos possuem quatro caracteres jurídicos funda-
terial. mentais que configuram seus elementos constitutivos, quais sejam:
O instituto da decadência tem a finalidade de garantir a segu- - Generalidade: o serviço público deve ser prestado a todos, ou
rança jurídica. A decadência que decorre de prazo legal é de ordem seja à coletividade.
pública, não podendo ser renunciada. Entretanto, se o prazo deca- - Uniformidade: exige a igualdade entre os usuários do serviço
dencial for ajustado, por declaração unilateral de vontade ou por público, assim todos eles devem ser tratados uniformemente.
convenção entre as partes, pode ser renunciado, que correspon- - Continuidade: não se pode suspender ou interromper a pres-
derá a uma revogação da condição para o exercício de um direito tação do serviço público.
dentro de determinado tempo. - Regularidade: todos os serviços devem obedecer às normas
Para Hely Lopes Meirelles mais adequado seria considerar-se técnicas.
como de decadência administrativa os prazos estabelecidos por - Modicidade: o serviço deve ser prestado da maneira mais ba-
diversas leis, para delimitar no tempo as atividades da Adminis- rata possível, de acordo com a tarifa mínima. Deve-se considerar a
tração. E isso porque a prescrição, como instituto jurídico, pressu- capacidade econômica do usuário com as exigências do mercado,
põe a existência de uma ação judicial apta à defesa de um direito. evitando que o usuário deixe de utilizá-lo por motivos de ausência
Contudo, a legislação, ao estabelecer os prazos dentro dos quais o de condições financeiras.
administrado pode interpor recursos administrativos ou pode a Ad- - Eficiência: para que o Estado preste seus serviços de maneira
ministração manifestar-se, seja pela prática de atos sobre a conduta eficiente é necessário que o Poder Público atualize-se com novos
de seus servidores, sobre obrigações fiscais dos contribuintes, ou processos tecnológicos, devendo a execução ser mais proveitosa
outras obrigações com os administrados, refere-se a esses prazos com o menos dispêndio.
denominando-os de prescricionais. 
Em suma, decadência administrativa ocorre com o transcurso do Em caso de descumprimento de um dos elementos supra men-
prazo, impedindo a prática de um ato pela própria Administração.  cionado, o usuário do serviço tem o direito de recorrer ao Judiciário
e exigir a correta prestação.

SERVIÇOS PÚBLICOS: CONCEITO; CLASSIFICAÇÃO; RE- REGULAMENTAÇÃO E CONTROLE


QUISITOS; CONCESSÃO;PERMISSÃO
A regulação de serviços públicos
Pode ser definida como sendo a atividade administrativa de-
CONCEITO sempenhada por pessoa jurídica de direito público que consiste no
Serviços públicos são aqueles serviços prestados pela Adminis- disciplinamento, na regulamentação, na fiscalização e no controle
tração, ou por quem lhe faça às vezes, mediante regras previamente do serviço prestado por outro ente da Administração Pública ou
estipuladas por ela para a preservação do interesse público. por concessionário ou permissionário do serviço público, à luz de
A titularidade da prestação de um serviço público sempre será poderes que lhe tenham sido, por lei, atribuídos para a busca da
da Administração Pública, somente podendo ser transferido a um adequação daquele serviço, do respeito às regras fixadoras da po-
particular a prestação do serviço público. As regras serão sempre lítica tarifária, da harmonização, do equilíbrio e da composição dos
fixadas unilateralmente pela Administração, independentemente interesses de todos os envolvidos na prestação deste serviço, assim
de quem esteja executando o serviço público. Qualquer contrato como da aplicação de penalidades pela inobservância das regras
administrativo aos olhos do particular é contrato de adesão. condutoras da sua execução.
Para distinguir quais serviços são públicos e quais não, deve-se A regulação do serviço público pode ocorrer sobre serviços
utilizar as regras de competência dispostas na Constituição Federal. executados de forma direta, outorgados a entes da administração
Quando não houver definição constitucional a respeito, deve-se ob- indireta ou para serviços objeto de delegação por concessão, per-
servar as regras que incidem sobre aqueles serviços, bem como o missão ou autorização. Em qualquer um desses casos, a atividade
regime jurídico ao qual a atividade se submete. Sendo regras de di- regulatória é diversa e independente da prestação dos serviços.
reito público, será serviço público; sendo regras de direito privado, Desta forma é necessário que o órgão executor do serviço seja di-
será serviço privado. verso do órgão regulador, do contrário, haverá uma tendência na-
O fato de o Ente Federado ser o titular dos serviços não signifi- tural a que a atividade de regulação seja deixada de lado, em detri-
ca que deva obrigatoriamente prestá-los por si. Assim, tanto poderá mento da execução, ou que aquela seja executada sem a isenção,
prestá-los por si mesmo, como poderá promover-lhes a prestação, indispensável a sua adequada realização.
conferindo à entidades estranhas ao seu aparelho administrativo,
titulação para que os prestem, segundo os termos e condições fixa- Regulamentação e controle
das, e, ainda, enquanto o interesse público aconselhar tal solução. A regulamentação e o controle competem ao serviço público,
Dessa forma, esses serviços podem ser delegados a outras entida- independente da forma de prestação de serviço público ao usuário.
des públicas ou privadas, na forma de concessão, permissão ou au- Caso o serviço não esteja sendo prestado de forma correta, o
torização. Poder Público poderá intervir e retirar a prestação do terceiro que
Assim, em sentido amplo, pode-se dizer que serviço público é se responsabilizou pelo serviço. Deverá ainda exigir eficiência para
a atividade ou organização abrangendo todas as funções do Estado; o cumprimento do contrato.
já em sentido estrito, são as atividades exercidas pela administra- Como a Administração goza de poder discricionário, poderão
ção pública. ter as cláusulas contratuais modificadas ou a delegação do serviço
público revogada, atendendo ao interesse público.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O caráter do serviço público não é a produção de lucros, mas Por outro lado, o serviço público também pode ser executado
sim servir ao público donde nasce o direito indeclinável da Adminis- por particulares, por meio de concessão, permissão, autorização.
tração de regulamentar, fiscalizar, intervir, se não estiver realizando
a sua obrigação. Competência
São de competência exclusiva do Estado, não podendo delegar
Características jurídicas: a prestação à iniciativa privada: os serviços postais e correio aéreo
As características do serviço público envolvem alguns elemen- nacional.
tos, tais quais: elemento subjetivo, elemento formal e elemento Art. 21, CF Compete à União:
material. ()
- Elemento Subjetivo – o serviço público compete ao Estado X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional
que poderá delegar determinados serviços públicos, através de lei
e regime de concessão ou permissão por meio de licitação. O Es- Além desses casos, veja estes incisos ainda trazidos no mesmo
tado é responsável pela escolha dos serviços que em determinada artigo constitucional:
ocasião serão conhecidos como serviços públicos. Exemplo: energia Art. 21, CF Compete à União:
elétrica; navegação aérea e infraestrutura portuária; transporte fer- ()
roviário e marítimo entre portos brasileiros e fronteiras nacionais; XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão
transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros; ou permissão:
portos fluviais e lacustres; serviços oficiais de estatística, geografia a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; (Re-
e geologia dação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95:)
- Elemento Material – o serviço público deve corresponder a b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveita-
uma atividade de interesse público. mento energético dos cursos de água, em articulação com os Esta-
- Elemento Formal – a partir do momento em que os particula- dos onde se situam os potenciais hidroenergéticos;
res prestam serviço com o Poder Público, estamos diante do regime c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeropor-
jurídico híbrido, podendo prevalecer o Direito Público ou o Direito tuária;
Privado, dependendo do que dispuser a lei. Para ambos os casos, a d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre por-
responsabilidade é objetiva. (os danos causados pelos seus agentes tos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limi-
serão indenizados pelo Estado) tes de Estado ou Território;
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e interna-
FORMAS DE PRESTAÇÃO E MEIOS DE EXECUÇÃO cional de passageiros;
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
Titularidade
A titularidade da prestação de um serviço público sempre será Titularidade não-exclusiva do Estado: os particulares podem
da Administração Pública, somente podendo ser transferido a um prestar, independentemente de concessão, são os serviços sociais.
particular a execução do serviço público. Ex: serviços de saúde, educação, assistência social.
As regras serão sempre fixadas de forma unilateral pela Admi-
nistração, independentemente de quem esteja executando o servi- De acordo com nossa Lei maior compete aos Estados e ao Dis-
ço público. trito Federal:
Para distinguir quais serviços são públicos e quais não, deve-se Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constitui-
utilizar as regras de competência dispostas na Constituição Federal. ções e leis que adotarem, observados os princípios desta Consti-
Quando não houver definição constitucional a respeito, de- tuição.
ve-se observar as regras que incidem sobre aqueles serviços, bem § 1º - São reservadas aos Estados as competências que não lhes
como o regime jurídico ao qual a atividade se submete. Sendo re- sejam vedadas por esta Constituição.
gras de direito público, será serviço público; sendo regras de direito § 2º - Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante
privado, será serviço privado. concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei,
Desta forma, os instrumentos normativos de delegação de ser- vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.
viços públicos, como concessão e permissão, transferem apenas a § 3º - Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir
prestação temporária do serviço, mas nunca delegam a titularidade regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões,
do serviço público. constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para inte-
Assim, em sentido amplo, pode-se dizer que serviço público é grar a organização, o planejamento e a execução de funções públi-
a atividade ou organização abrangendo todas as funções do Estado; cas de interesse comum.
já em sentido estrito, são as atividades exercidas pela administra-
ção pública. Ao Distrito Federal:
Portanto, a execução de serviços públicos poderá ser realizada Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios,
pela administração direta, indireta ou por particulares. Oportuno reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício
lembrar que a administração direta é composta por órgãos, que não mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legisla-
têm personalidade jurídica, que não podem estar, em regra, em juí- tiva, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta
zo para propor ou sofrer medidas judiciais. Constituição.
A administração indireta é composta por pessoas, surgindo § 1º - Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legis-
como exemplos: autarquias, fundações, empresas públicas, socie- lativas reservadas aos Estados e Municípios.
dades de economia mista. [...]
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O artigo 30 da Constituição Federal, traz os serviços de compe- DELEGAÇÃO


tência dos municípios, destacando-se o disposto no inciso V As formas de delegação por concessões de serviços públicos e
de obras públicas e as permissões de serviços públicos reger-se-ão
Art. 30. Compete aos Municípios: pelos termos do art. 175 da Constituição Federal, pela lei 8.987/95,
I - legislar sobre assuntos de interesse local; pelas normas legais pertinentes e pelas cláusulas dos indispensá-
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; veis contratos.
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem Vamos conferir a redação do artigo 175 da Constituição Fede-
como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de pres- ral:
tar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei; Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, direta-
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação mente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através
estadual; de licitação, a prestação de serviços públicos.
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de conces- Parágrafo único. A lei disporá sobre:
são ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias
de transporte coletivo, que tem caráter essencial; de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e
do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamen- rescisão da concessão ou permissão;
tal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) II - os direitos dos usuários;
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e III - política tarifária;
do Estado, serviços de atendimento à saúde da população; IV - a obrigação de manter serviço adequado.
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento terri-
torial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento Note-se que o dispositivo não faz referência à autorização de
e da ocupação do solo urbano; serviço público, talvez porque os chamados serviços públicos auto-
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, rizados não sejam prestados a terceiros, mas aos próprios particu-
observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual. lares beneficiários da autorização; são chamados serviços públicos,
porque atribuídos à titularidade exclusiva do Estado, que pode, dis-
Formas de prestação do serviço público cricionariamente, atribuir a sua execução ao particular que queira
a). Prestação Direta: É a prestação do serviço pela Administra- prestá-lo, não para atender à coletividade, mas às suas próprias ne-
ção Pública Direta, que pode se realizar de duas maneiras: cessidades.
- pessoalmente pelo Estado: quando for realizada por órgãos
públicos da administração direta. Concessão de serviço público:
- com auxílio de particulares: quando for realizada licitação, É a delegação da prestação do serviço público feita pelo poder
celebrando contrato de prestação de serviços. Apesar de feita por concedente, mediante licitação na modalidade concorrência, à pes-
particulares, age sempre em nome do Estado, motivo pelo qual a soa jurídica ou consórcio de empresas que demonstrem capacidade
reparação de eventual dano é de responsabilidade do Estado. de desempenho por sua conta e risco, com prazo determinado.
Essa capacidade de desempenho é averiguada na fase de habi-
b) Prestação Indireta por outorga: nesse caso a prestação de litação da licitação. Qualquer prejuízo causado a terceiros, no caso
serviços públicos pode ser realizada por pessoa jurídica especializa- de concessão, será de responsabilidade do concessionário – que
da criada pelo Estado, se houver lei específica. Este tipo de presta- responde de forma objetiva (art. 37, § 6.º, da Constituição Federal)
ção é feita pela Administração Pública Indireta, ou seja, pelas autar- tendo em vista a atividade estatal desenvolvida, respondendo a Ad-
quias, fundações públicas, associações públicas, empresas públicas ministração Direta subsidiariamente.
e sociedades de economia mista. A responsabilidade pela reparação É admitida a subconcessão, nos termos previstos no contrato
de danos decorrentes da prestação de serviços, neste caso, é objeti- de concessão, desde que expressamente autorizada pelo poder
va e do próprio prestador do serviço, mas o Estado (Administração concedente. A subconcessão corresponde à transferência de par-
Direta) tem responsabilidade subsidiária, caso a Administração In- cela do serviço público concedido a outra empresa ou consórcio
direta não consiga suprir a reparação do dano. A remuneração paga de empresas. É o contrato firmado por interesse da concessionária
pelo usuário tem natureza de taxa. para a execução parcial do objeto do serviço concedido.

c) Prestação Indireta por delegação: é realizada por conces- Extinção da concessão de serviço público e reversão dos bens
sionários e permissionários, após regular licitação. Se a delegação São formas de extinção do contrato de concessão:
tiver previsão em lei específica, é chamada de concessão de servi- - Advento do termo contratual (art. 35, I da Lei 8987/95).
ço público e se depender de autorização legislativa, é chamada de - Encampação (art. 35, II da Lei 8987/95).
permissão de serviço público. - Caducidade (art. 35, III da Lei 8987/95).
A prestação indireta por delegação só pode ocorrer nos cha- - Rescisão (art. 35, IV da Lei 8987/95).
mados serviços públicos uti singuli e a responsabilidade por danos - Anulação (art. 35, V da Lei 8987/95).
causados é objetiva e direta das concessionárias e permissionárias, - Falência ou extinção da empresa concessionária e falecimento
podendo o Estado responder apenas subsidiariamente. A natureza ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual (art. 35,
da remuneração para pelo usuário é de tarifa ou preço público. VI da Lei 8987/95).
Importante lembrar, que o poder de fiscalização da prestação
de serviços públicos é sempre do Poder Concedente.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Assunção (reassunção): é a retomada do serviço público pelo V - a concessionária não cumprir as penalidades impostas por
poder concedente assim que extinta a concessão. infrações, nos devidos prazos;
Nos termos do que estabelece o artigo 35 §2º da Lei 8.987/75: VI - a concessionária não atender a intimação do poder conce-
“Art. 35, § 2º - Extinta a concessão, haverá a imediata assunção dente no sentido de regularizar a prestação do serviço; e
do serviço pelo poder concedente, procedendo-se aos levantamen- VII - a concessionária não atender a intimação do poder conce-
tos, avaliações e liquidações necessários). dente para, em 180 (cento e oitenta) dias, apresentar a documenta-
ção relativa a regularidade fiscal, no curso da concessão, na forma
Reversão: é o retorno de bens reversíveis (previstos no edital e do art. 29 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.
no contrato) usados durante a concessão. § 2o A declaração da caducidade da concessão deverá ser pre-
Nos termos do que estabelece o artigo 35 §1º da Lei 8.987/75: cedida da verificação da inadimplência da concessionária em pro-
“Art. 35, § 1º - Extinta a concessão, retornam ao poder conce- cesso administrativo, assegurado o direito de ampla defesa.
dente todos os bens reversíveis, direitos e privilégios transferidos § 3o Não será instaurado processo administrativo de inadim-
ao concessionário conforme previsto no edital e estabelecido no plência antes de comunicados à concessionária, detalhadamente,
contrato”. os descumprimentos contratuais referidos no § 1º deste artigo,
a) Advento do termo contratual: É uma forma de extinção dos dando-lhe um prazo para corrigir as falhas e transgressões aponta-
contratos de concessão por força do término do prazo inicial previs- das e para o enquadramento, nos termos contratuais.
to. Esta é a única forma de extinção natural. § 4o Instaurado o processo administrativo e comprovada a ina-
b) Encampação: É uma forma de extinção dos contratos de con- dimplência, a caducidade será declarada por decreto do poder con-
cessão, mediante autorização de lei específica, durante sua vigên- cedente, independentemente de indenização prévia, calculada no
cia, por razões de interesse público. Tem fundamento na suprema- decurso do processo.
cia do interesse público sobre o particular. § 5o A indenização de que trata o parágrafo anterior, será devi-
O poder concedente tem a titularidade para promovê-la e o da na forma do art. 36 desta Lei e do contrato, descontado o valor
fará de forma unilateral, pois um dos atributos do ato administra- das multas contratuais e dos danos causados pela concessionária.
tivo é a autoexecutoriedade. - O concessionário terá direito à inde- § 6o Declarada a caducidade, não resultará para o poder con-
nização. cedente qualquer espécie de responsabilidade em relação aos en-
cargos, ônus, obrigações ou compromissos com terceiros ou com
Nos termos do que estabelece o artigo 37 da Lei 8.987/75: empregados da concessionária.
“Art. 37 - Considera-se encampação a retomada do serviço pelo
poder concedente durante o prazo da concessão, por motivo de in- d) Rescisão é uma forma de extinção dos contratos de conces-
teresse público, mediante lei autorizativa específica e após prévio são, durante sua vigência, por descumprimento de obrigações pelo
pagamento da indenização na forma do artigo anterior” poder concedente.
O concessionário tem a titularidade para promovê-la, mas pre-
c) Caducidade: É uma forma de extinção dos contratos de con- cisa ir ao Poder Judiciário. Nesta hipótese, os serviços prestados
cessão durante sua vigência, por descumprimento de obrigações pela concessionária não poderão ser interrompidos ou paralisados
contratuais pelo concessionário. até decisão judicial transitada em julgado
O poder concedente tem a titularidade para promovê-la e o Nos termos do que estabelece o artigo 39 da Lei 8.987/75:
fará de forma unilateral, sem a necessidade de ir ao Poder Judiciá- “Art. 39 - O contrato de concessão poderá ser rescindido por
rio. iniciativa da concessionária, no caso de descumprimento das nor-
O concessionário não terá direito a indenização, pois cometeu mas contratuais pelo poder concedente, mediante ação judicial es-
uma irregularidade, mas tem direito a um procedimento adminis- pecialmente intentada para esse fim”
trativo no qual será garantido contraditório e ampla defesa. Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput deste artigo, os
Nos termos do que estabelece o artigo 38 da Lei 8.987/75: serviços prestados pela concessionária não poderão ser interrom-
Art. 38. A inexecução total ou parcial do contrato acarretará, pidos ou paralisados, até a decisão judicial transitada em julgado.
a critério do poder concedente, a declaração de caducidade da
concessão ou a aplicação das sanções contratuais, respeitadas as O artigo 78 da Lei 8.666/93 traz motivos que levam à rescisão
disposições deste artigo, do art. 27, e as normas convencionadas do contrato, tais como:
entre as partes. XV- Atraso superior a 90 dias do pagamento devido pela Ad-
§ 1o A caducidade da concessão poderá ser declarada pelo po- ministração, decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou
der concedente quando: parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de cala-
I - o serviço estiver sendo prestado de forma inadequada ou midade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, as-
deficiente, tendo por base as normas, critérios, indicadores e parâ- segurado ao contratado o direito de optar pela suspensão do cum-
metros definidores da qualidade do serviço; primento de suas obrigações até que seja normalizada a situação;
II - a concessionária descumprir cláusulas contratuais ou dispo- XIV- Suspensão da execução do serviço público pela Adminis-
sições legais ou regulamentares concernentes à concessão; tração Pública por prazo superior a 120 dias, sem a concordância do
III - a concessionária paralisar o serviço ou concorrer para tan- concessionário, salvo em caso de calamidade pública, grave pertur-
to, ressalvadas as hipóteses decorrentes de caso fortuito ou força bação da ordem interna ou guerra.
maior;
IV - a concessionária perder as condições econômicas, técni-
cas ou operacionais para manter a adequada prestação do serviço
concedido;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O artigo 79 da Lei 8.666/93 prevê três formas de rescisão dos Autorização:


contratos administrativo, sendo elas: É um ato administrativo unilateral, discricionário e precário,
1. Rescisão por ato unilateral da Administração; pelo qual o Poder Público transfere por delegação a execução de
2. Rescisão amigável, um serviço público para terceiros. O ato é precário porque não tem
3. Rescisão judicial. prazo certo e determinado, possibilitando o seu desfazimento a
qualquer momento.
Entretanto, na lei de concessão é diferente, existindo apenas O que diferencia, basicamente, a autorização da permissão é o
uma forma de rescisão do contrato, ou seja, aquela promovida pelo grau de precariedade. A autorização de serviço público tem preca-
concessionário no caso de descumprimento das obrigações pelo riedade acentuada e não está disciplinada na Lei n. 8.987/95. É apli-
poder concedente. cada para execução de serviço público emergencial ou transitório
e) Anulação: É uma forma de extinção os contratos de conces- Relativamente à permissão de serviço público, as suas caracte-
são, durante sua vigência, por razões de ilegalidade. rísticas assim se resumem:
Tanto o Poder Público com o particular podem promover esta a) é contrato de adesão, precário e revogável unilateralmente
espécie de extinção da concessão, diferenciando-se apenas quanto pelo poder concedente, embora tradicionalmente seja tratada pela
à forma de promovê-la. Assim, o Poder Público pode fazê-lo unilate- doutrina como ato unilateral, discricionário e precário, gratuito ou
ralmente e o particular tem que buscar o poder Judiciário. oneroso, intuitu personae.
A administração pode anular seus próprios atos, quando eiva- b) depende sempre de licitação, conforme artigo 175 da Cons-
dos de vícios que os tornem ilegais, porque deles não originam di- tituição;
reitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, c) seu objeto é a execução d e serviço público, continuando a
respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos, titularidade do serviço com o Poder Público;
a apreciação judicial, é o que dispõe a Súmula do STF nº 473. d) o serviço é executado e m nome d o permissionário, por sua
conta e risco;
f) Falência ou extinção da empresa concessionária e falecimen- e) o permissionário sujeita-se à s condições estabelecidas pela
to ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual: Administração e a sua fiscalização;
- Falência: É uma forma de extinção dos contratos de conces- f) como ato precário, pode ser alterado ou revogado a qualquer
são, durante sua vigência, por falta de condições financeiras do momento pela Administração, por motivo de interesse público;
concessionário. - Tanto o Poder Público com o particular podem g) não obstante seja de sua natureza a outorga sem prazo, tem
promover esta espécie de extinção da concessão. a doutrina admitido a possibilidade de fixação de prazo, hipótese
- Incapacidade do titular, no caso de empresa individual: É uma em que a revogação antes do termo estabelecido dará ao permis-
forma de extinção dos contratos de concessão, durante sua vigên- sionário direito à indenização.
cia, por falta de condições financeiras ou jurídicas por parte do con-
cessionário. CLASSIFICAÇÃO
A doutrina administrativa assim classifica os Serviços Públicos:
Permissão de Serviço Público:
É a delegação a título precário, mediante licitação feita pelo po- a) Serviços delegáveis e indelegáveis:
der concedente à pessoa física ou jurídica que demonstrem capaci- Serviços delegáveis são aqueles que por sua natureza, ou pelo
dade de desempenho por sua conta e risco. fato de assim dispor o ordenamento jurídico, comportam ser execu-
tados pelo estado ou por particulares colaboradores. Ex: serviço de
A Lei n. 8.987/95 é contraditória quando se refere à natureza abastecimento de água e energia elétrica
jurídica da permissão, pois muito embora afirma que seja “precá- Serviços indelegáveis são aqueles que só podem ser prestados
ria”, mas exige que seja precedida de “licitação”, o que pressupõe pelo Estado diretamente, por seus órgãos ou agentes. Ex: serviço de
um contrato e um contrato de natureza não precária. segurança nacional.
Em razão disso, diverge a doutrina administrativa majoritária
entende que concessão é uma espécie de contrato administrativo b) Serviços administrativos e de utilidade pública:
destinado a transferir a execução de um serviço público para tercei- O chamado serviço de utilidade pública é o elenco de serviços
ros enquanto permissão é ato administrativo unilateral e precário. prestados à população ou postos à sua disposição, pelo Estado e
Nada obstante, a Constituição Federal iguala os institutos seus agentes, basicamente de infraestrutura e de uso geral, como
quando a eles se refere correios e telecomunicações, fornecimento de energia, dentre ou-
Art. 223. Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar con- tros.
cessão, permissão e autorização para o serviço de radiodifusão so- Ex: imprensa oficial
nora e de sons e imagens, observado o princípio da complementa-
ridade dos sistemas privado, público e estatal. c) Serviços coletivos e singulares:
[...] - Coletivo (uti universi): São serviços gerais, prestados pela Ad-
§ 4º O cancelamento da concessão ou permissão, antes de ven- ministração à sociedade como um todo, sem destinatário determi-
cido o prazo, depende de decisão judicial. nado e são mantidos pelo pagamento de impostos.
§ 5º O prazo da concessão ou permissão será de dez anos para - Serviços singulares (uti singuli): são os individuais onde os
as emissoras de rádio e de quinze para as de televisão. usuários são determinados e são remunerados pelo pagamento de
taxa ou tarifa.
Ex: serviço de telefonia domiciliar

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

d) Serviços sociais e econômicos: f) Princípio da modicidade das tarifas: significa que o valor exi-
- Serviços sociais: são os que o Estado executa para atender aos gido do usuário a título de remuneração pelo uso do serviço deve
reclamos sociais básicos e representam; ou uma atividade propicia- ser o menor possível, reduzindo-se ao estritamente necessário para
dora de comodidade relevante; ou serviços assistenciais e proteti- remunerar o prestador com acréscimo de pequena margem de lu-
vos. Ex: serviços de educação e saúde. cro. Daí o nome “modicidade”, que vem de “módico”, isto é, algo
- Serviços econômicos: são aqueles que, por sua possibilidade barato, acessível.
de lucro, representam atividades de caráter industrial ou comercial. Como o princípio é aplicável também na hipótese de serviço
Ex: serviço de fornecimento de gás canalizado. remunerado por meio de taxa, o mais apropriado seria denominá-lo
princípio da modicidade da remuneração.
e). Serviços próprios
Compreendem os que se relacionam intimamente com as atri- g) Princípio da transparência: o usuário tem direito de receber
buições do Poder Público (Ex.: segurança, polícia, higiene e saúde do poder concedente e da concessionária informações para defesa
públicas etc.) devendo ser usada a supremacia sobre os administra- de interesses individuais ou coletivos.
dos para a execução da Administração Pública. Em razão disso não
podem ser delegados a particulares. Devido a sua essência, são na
maioria das vezes gratuitos ou de baixa remuneração. CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA:. CONCEITO;
CLASSIFICAÇÃO DAS FORMAS DE CONTROLE; CONTRO-
f). Serviços impróprios LE LEGISLATIVO; CONTROLE JUDICIÁRIO
Por não afetarem substancialmente as necessidades da socie-
dade, apenas irá satisfazer alguns de seus membros, devendo ser
remunerado pelos seus órgãos ou entidades administrativas, como INTRODUÇÃO
é o caso das autarquias, sociedades de economia mista ou ainda A Administração Pública se sujeita a controle por parte dos Po-
por delegação. deres Legislativo e Judiciário, além de exercer, ela mesma, o contro-
le sobre os próprios atos.
PRINCÍPIOS Com base nesses elementos, Maria Sylvia Zanella di Pietro con-
Vamos conferir os princípios fundamentais que ditam as dire- ceitua “o controle da Administração Pública como o poder de fis-
trizes do serviço público: calização e correção que sobre ela exercem os órgãos dos Poderes
a) Princípio da continuidade da prestação do serviço público: Judiciário, Legislativo e Executivo, com o objetivo de garantir a con-
Em se tratando de serviço público, o princípio mais importante é o formidade de sua atuação com os princípios que lhe são impostos
da continuidade de sua prestação. pelo ordenamento jurídico”.
Na vigência de contrato administrativo, quando o particular Embora o controle seja atribuição estatal, há possibilidade cons-
descumpre suas obrigações, há rescisão contratual. Se a Adminis- titucional do administrado participar dele à medida que pode e deve
tração, entretanto, que descumpre suas obrigações, o particular provocar o procedimento de controle, não apenas na defesa de seus
não pode rescindir o contrato, tendo em vista o princípio da conti- interesses individuais, mas também na proteção do interesse coletivo.
nuidade da prestação. O controle abrange a fiscalização e a correção dos atos ilegais e,
Essa é a chamada “cláusula exorbitante”, que visa dar à Admi- em certa medida, dos inconvenientes ou inoportunos.
nistração Pública uma prerrogativa que não existe para o particular,
colocando-a em uma posição superior em razão da supremacia do CONTROLE EXERCIDO PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (CON-
interesse público. TROLE INTERNO)
O controle administrativo é o que decorre da aplicação do prin-
b) Princípio da mutabilidade: Fica estabelecido que a execução cípio do autocontrole, ou autotutela, do qual emerge o poder com
do serviço público pode ser alterada, desde que para atender o in- idêntica designação (poder de autotutela).
teresse público. Assim, nem os servidores, nem os usuários de ser- A Administração tem o dever de anular seus próprios atos,
viços públicos, nem os contratados pela administração pública, têm quando eivados de nulidade, podendo revogá-los ou alterá-los, por
direito adquirido à manutenção de determinado regime jurídico. conveniência e oportunidade, respeitados, nessa hipótese, os direi-
tos adquiridos.
c) Princípio da igualdade dos usuários: Esse princípio estipula É o poder de fiscalização e correção que a Administração Pública
que não haverá distinção entre as pessoas interessadas em con- (em sentido amplo) exerce sobre sua própria atuação, sob os aspectos
tratar com a administração pública. Dessa forma, se tais pessoas de legalidade e mérito, por iniciativa própria ou mediante provocação.
possuírem condições legais de contratação, não poderão ser dife- O controle sobre os órgãos da Administração Direta é um con-
renciadas. trole interno e decorre do poder de autotutela que permite à Admi-
d) Princípio da adequação: na própria Lei 8.897/95, resta claro nistração Pública rever os próprios atos quando ilegais, inoportunos
que o serviço adequado é aquele que preenche as condições de re- ou inconvenientes, sendo amplamente reconhecido pelo Poder Ju-
gularidade, continuidade, eficiência, segurança, entre outros. Dessa diciário (Súmulas 346 e 473 do STF).
forma, se nota que à Administração Pública e aos seus delegados é
necessário que se respeite o que a legislação exige.
e) Princípio da obrigatoriedade: o Estado não tem a faculdade
discricionária em prestar o serviço público, ele é obrigado a fazer,
sendo, dessa maneira, um dever jurídico.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Controle Administrativo Exercitado de Ofício: Exige a demonstração de interesse daquele que o subscreve,
O controle é exercitado de ofício, pela própria Administração, podendo ser exercido por pessoa física ou jurídica, brasileira ou
ou por provocação. Na primeira hipótese, pode decorrer de: fiscali- estrangeira, desde que detentora de interesse. O prazo para sua
zação hierárquica; supervisão superior; controle financeiro; parece- interposição deve estar previsto na lei que autoriza o ato; no seu
res vinculantes; ouvidoria; e recursos administrativos hierárquicos silêncio, a prescrição opera-se em um ano, contado da data do ato
ou de ofício. ou decisão.
a) fiscalização hierárquica: Procede do poder hierárquico, que c) reclamação administrativa: Esta modalidade de recurso ad-
faculta à Administração a possibilidade de escalonar sua estrutura, ministrativo tem a finalidade de conferir à oportunidade do cidadão
vinculando uns a outros e permitindo a ordenação, coordenação, questionar a realização de algum ato administrativo.
orientação de suas atividades. Trata-se de pedido de revisão que impugna ato ou atividade
b) supervisão superior: Difere da fiscalização hierárquica por- administrativa. É a oposição solene, escrita e assinada, a ato ou
que não pressupõe o vínculo de subordinação, ficando limitada a atividade pública que afete direitos ou interesses legítimos do re-
hipóteses em que a lei expressamente admite a sua realização. No clamante. Dessas reclamações são exemplos a que impugna lança-
âmbito da Administração Pública Federal é nominada de “supervi- mentos tributários e a que se opõe a determinada medida punitiva.
são ministerial” e aplicável às entidades vinculadas aos ministérios d) recurso administrativo: Recurso é instrumento de defesa,
c) controle financeiro: O art. 74 da Constituição Federal de- meio hábil de impugnação ou ferramenta jurídica que possibilita o
termina que os Poderes mantenham sistema de controle interno reexame de decisão da Administração. Os recursos administrativos
com a finalidade de “avaliar o cumprimento das metas previstas no podem ser:
plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orça- 1. provocados ou voluntários: é o interposto pelo interessado,
mentos da União; comprovar a legalidade e avaliar os resultados, pelo particular, devendo ser dirigido à autoridade competente para
quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e rever a decisão, contendo a exposição dos fatos e fundamentos ju-
patrimonial nos órgãos e entidades da Administração Federal, bem rídicos da irresignação.
como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito Nada impede, ainda, que, presente o recurso, julgue o admi-
privado; exercer o controle das operações de crédito, avais e garan- nistrador conveniente a revogação da decisão, ou a sua anulação,
tias, bem como dos direitos e haveres da União; apoiar o controle ainda que o recurso não objetive tal providência. Os recursos sem-
externo no exercício de sua missão institucional”. pre produzem efeitos devolutivos, permitindo o reexame da maté-
d) pareceres vinculantes: Trata-se de controle preventivo sobre ria decidida (devolve à Administração a possibilidade de decidir), e
determinados atos e contratos administrativos realizado por órgão excepcionalmente produzirão efeitos suspensivos, obstando a exe-
técnico integrante da Administração ou por órgão do Poder Execu- cução da decisão impugnada.
tivo.
e) ouvidoria: limita-se a receber e proceder ao encaminhamen- 2. hierárquicos ou Administrativo: é o pedido de reexame do
to das reclamações que recebe. Ouvidoria, assim entendido como ato dirigido à autoridade superior à que o proferiu. Só podem recor-
um canal de comunicação, tem-se dedicado a receber reclamações rer os legitimados, que, segundo o artigo 58 da Lei federal 9784/99,
de populares e usuários dos serviços públicos. são:
f) recursos administrativos hierárquicos ou de ofício: por ve- -. Os titulares de direitos e interesses que forem parte no pro-
zes a lei condiciona a decisão ao reexame superior, carecendo ser cesso;
conhecida e eventualmente revista por agente hierarquicamente -. Aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afe-
superior àquele que decidiu. tados pela decisão recorrida;
-. Organizações e associações representativas, no tocante a di-
Controle Administrativo Exercitado Por Provocação: Nesta reitos e interesses coletivos;
hipótese de controle interno, ou administrativo (por provocação), -. Os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses
pode decorrer das seguintes formas: difusos.
a) direito de petição: A Constituição Federal assegura a todos,
independentemente do pagamento de taxas, “o direito de petição Pode-se, em tese, recorrer de qualquer ato ou decisão, salvo os
aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou atos de mero expediente ou preparatórios de decisões.
abuso de poder” (art. 5º, XXXIV, a). O recurso hierárquico tem sempre efeito devolutivo e pode ter
O direito individual consagrado no inciso XXXIV é amplo, e seu efeito suspensivo, se previsto em lei.
exercício não exige legitimidade ou interesse comprovado. Pode, Na decisão do recurso, o órgão ou autoridade competente tem
assim, ser a petição individual ou coletiva subscrita por brasileiro ou amplo poder de revisão, podendo confirmar, desfazer ou modificar
estrangeiro, pessoa física ou jurídica, e ser endereçada a qualquer o ato impugnado. Entretanto, a reforma não pode impor ao recor-
dos Poderes do Estado. rente um maior gravame (reformatio in pejus).
Enquanto o direito de petição é utilizado para possibilitar o
acesso a informações de interesse coletivo, o direito de certidão e) Pedido de revisão é o recurso utilizado pelo servidor público
é utilizado para a obtenção de informações que dizem respeito ao punido pela Administração, visando ao reexame da decisão, no caso
próprio requerente. de surgirem fatos novos suscetíveis de demonstrar a sua inocência.
b) pedido de reconsideração: O pedido de reconsideração abri- Pode ser interposto pelo próprio interessado, por seu procurador
ga requerimento que objetiva a revisão de determinada decisão ou por terceiros, conforme dispuser a lei estatutária. É admissível
administrativa. até mesmo após o falecimento do interessado.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Coisa julgada administrativa: CONTROLE LEGISLATIVO


Quando inexiste, no âmbito administrativo, possibilidade de O controle legislativo, ou parlamentar, é exercido pelo Poder
reforma da decisão oferecida pela Administração Pública, está-se Legislativo em todas as suas esferas de atuação como:
diante da coisa julgada administrativa. Esta não tem o alcance da a) Federal: Congresso Nacional composto pelo Senado Federal,
coisa julgada judicial, porque o ato jurisdicional da Administração Câmara dos Deputados,
Pública é tão-só um ato administrativo decisório, destituído do po- b) Estadual: Assembleias Legislativas,
der de dizer do direito em caráter definitivo. Tal prerrogativa, no c) Municipal: Câmara de Vereadores
Brasil, é só do Judiciário. d) Distrital: Câmara Distrital
A imodificabilidade da decisão da Administração Pública só en-
contra consistência na esfera administrativa. Perante o Judiciário, O controle que o Poder Legislativo exerce sobre a Administra-
qualquer decisão administrativa pode ser modificada, salvo se tam- ção Pública limita-se às hipóteses previstas na Constituição Federal.
bém essa via estiver prescrita. Alcança os órgãos do Poder Executivo, as entidades da Administra-
Portanto, a expressão “coisa julgada”, no Direito Administrati- ção Indireta e o próprio Poder Judiciário, quando executa função
vo, não tem o mesmo sentido que no Direito Judiciário. Ela significa administrativa.
apenas que a decisão se tornou irretratável pela própria Adminis- O exercício do controle constitui uma das funções típicas do
tração. Poder Legislativo, ao lado da função de legislar.

CONTROLE JUDICIAL Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI): As Comissões


O ordenamento jurídico brasileiro adotou o sistema de juris- Parlamentares de Inquérito são constituídas pelo Senado ou pela
dição una processar e julgar suas lides, pelo qual o Poder Judiciá- Câmara, em conjunto ou separadamente, para investigar fato deter-
rio tem o monopólio da função jurisdicional, ou seja, do poder de minado e por prazo certo. Exige-se que o requerimento para a insta-
apreciar, com força de coisa julgada, a lesão ou ameaça de lesão a lação contenha um terço de adesão dos membros que compõem as
direitos individuais e coletivos (art. 5º, XXXV CF/88). Casas Legislativas, sendo suas conclusões encaminhadas, quando
Neste aspecto afastou o sistema da dualidade de jurisdição, for o caso, ao Ministério Público.
em que, paralelamente ao Poder Judiciário, existem os órgãos de As Comissões detêm poderes de investigação, mas não com-
Contencioso Administrativo, que exercem, como aquele, função petência para atos judiciais. Assim, investigam com amplitude, mas
jurisdicional sobre lides de que a Administração Pública seja parte não julgam e submetem suas conclusões ao Ministério Público.
interessada.
O Poder Judiciário possui como prerrogativa inerente a função Pedido de Informações: O controle exercido por “pedido de
típica que exerce examinar os atos da Administração Pública, de informações” está previsto no art. 50, § 2º, da Constituição Fede-
qualquer natureza, sejam gerais ou individuais, unilaterais ou bila- ral, podendo ser dirigido a ministro de Estado ou a qualquer agente
terais, vinculados ou discricionários, mas sempre sob o aspecto da público subordinado à Presidência da República, a fim de aclarar
legalidade e da moralidade (art. 5º, LXXIII, e art. 37). matéria que lhe seja afeta.
Quanto aos atos discricionários, sujeitam-se à apreciação judi-
cial, desde que não invadam os aspectos reservados à apreciação Tal pedido somente pode ser formulado pelas Mesas da Câ-
subjetiva da Administração, conhecidos sob a denominação de mé- mara e do Senado, devendo ser atendido no prazo de trinta dias,
rito (oportunidade e conveniência). sujeitando o agente, no caso de descumprimento, a crime de res-
No entanto, não há invasão do mérito quando o Judiciário ponsabilidade. A norma é aplicável, por simetria, aos Estados e Mu-
aprecia os motivos, ou seja, os fatos que precedem a elaboração nicípios.
do ato; a ausência ou falsidade do motivo caracteriza ilegalidade,
suscetível de invalidação pelo Poder Judiciário. Convocação de Autoridades: A Constituição Federal permite às
Nos casos concretos, poderá o Poder Judiciário apreciar a le- Casas Legislativas e às suas Comissões a convocação de ministros de
galidade ou constitucionalidade dos atos normativos do Poder Estado para prestarem esclarecimentos sobre matéria previamente
Executivo, mas a decisão produzirá efeitos apenas entre as partes, definida. Tais esclarecimentos, ou informações, deverão ser pres-
devendo ser observada a norma do art. 97 da Constituição Federal, tados pessoalmente e o descumprimento, repetimos, pode corres-
que exige maioria absoluta dos membros dos Tribunais para a de- ponder à prática de crime de responsabilidade.
claração de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder
Público. Constituição Federal:
Com relação aos atos políticos, é possível também a sua apre- Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qual-
ciação pelo Poder Judiciário, desde que causem lesão a direitos in- quer de suas Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou
dividuais ou coletivos. quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presi-
Quanto aos atos interna corporis (atos administrativos que pro- dência da República para prestarem, pessoalmente, informações
duzem efeitos internos), em regra, não são apreciados pelo Poder sobre assunto previamente determinado, importando crime de res-
Judiciário, porque se limitam a estabelecer normas sobre o funcio- ponsabilidade a ausência sem justificação adequada.
namento interno dos órgãos; no entanto, se exorbitarem em seu
conteúdo, ferindo direitos individuais e coletivos, poderão também Nos Estados e Municípios, a Constituição Estadual e as Leis
ser apreciados pelo Poder Judiciário. Orgânicas também disciplinam, invariavelmente, a convocação de
secretários municipais e dos dirigentes de autarquias, fundações,

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

sociedades de economia mista, empresas públicas ou outras enti- Competências: Os Tribunais de contas têm competência fisca-
dades. Não há previsão constitucional para a convocação do chefe lizadora e a exercem por meio da realização de auditorias e inspe-
do Executivo. ções em entidades e órgãos da Administração Pública.
A competência de controle exercido pelos Tribunais de conta
Fiscalização pelo Tribunal de Contas: A função desempenhada atinge a: legalidade, legitimidade, economicidade e aplicação de
pelo Tribunal de Contas é técnica, administrativa, e não jurisdicio- subvenções e renúncia de receitas A Constituição Federal ampliou
nal. Apesar de auxiliar o Legislativo, detém autonomia e não integra significativamente as atribuições das Cortes de Contas, dentre as
a estrutura organizacional daquele Poder. quais se destacam:
A fiscalização não se restringe ao “controle financeiro”, mas in- a) oferecer parecer prévio sobre contas prestadas anualmente
clui a fiscalização contábil, orçamentária, operacional e patrimonial pelo chefe do Poder Executivo;
da Administração Pública direta e indireta, bem como de qualquer b) examinar, julgando, as contas dos agentes públicos e admi-
pessoa física ou jurídica que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou nistradores de dinheiros, bens e valores públicos;
administre dinheiros, bens e valores públicos (CF, art. 70, parágrafo c) aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa
único). ou irregularidade de contas, sanções previstas em lei;
d) fiscalizar repasses de recursos efetuados pela União a Esta-
CONTROLE PELOS TRIBUNAIS DE CONTAS dos, Distrito Federal ou a Municípios, mediante convênio, acordo,
O Tribunal de Contas é competente para realizar a fiscalização ajuste ou outros instrumentos congêneres;
contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial dos e) conceder prazo para a correção de irregularidade ou ilega-
entes federativos, da Administração Pública direta e indireta, além lidade;
das empresas públicas e sociedades de economia mista que tam- f) realizar auditorias e inspeções de natureza contábil, financei-
bém estão sujeitas à fiscalização dos Tribunais de Contas. ra, orçamentária, operacional e patrimonial em qualquer unidade
O Tribunal de Contas auxilia o Poder Legislativo mas não o inte- administrativa dos três Poderes, seja da Administração direta, seja
gra de forma direta. Embora o nome sugira que faça parte do Poder da indireta.
Judiciário, o Tribunal de Contas está administrativamente enqua-
drado no Poder Legislativo. Essa é a posição adotada no Brasil, pois O Supremo Tribunal Federal reconheceu a competência do Tri-
em outros países essa corte pode integrar qualquer dos outros dois bunal de Contas para apreciar a inconstitucionalidade de leis e atos
poderes. Sua situação é de órgão auxiliar do Congresso Nacional, e do poder público, dessa forma suas atribuições não dizem respeito
como tal exerce competências de assessoria do Parlamento, bem somente à apreciação da legalidade, mas também da legitimidade
como outras privativas. do órgão e do princípio da economicidade. Segue a súmula:
Os Tribunais de Contas têm natureza jurídica de órgãos públi-
cos primários despersonalizados. São chamados de órgãos “pri- Súmula 347, STF. O Tribunal de Contas, no exercício de suas
mários” ou “independentes” porque seu fundamento e estrutura atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos
encontram-se na própria Constituição Federal, não se sujeitando do poder público.
a qualquer tipo de subordinação hierárquica ou funcional a outras
autoridades estatais É ainda competente para fiscalizar os procedimentos de licita-
ções e, nesse caso, possui prerrogativa para adotar medidas caute-
Composição dos Tribunais de Contas: O Tribunal de Contas da lares com a finalidade de evitar futura lesão ao erário, bem como
União é composto por nove ministros que possuem as mesmas ga- para garantir o cumprimento de suas decisões.
rantias, prerrogativas, vencimentos e impedimentos dos ministros Cabe destacar que é da alçada do Tribunal de Contas julgar as
do STJ. contas anuais dos administradores e outros responsáveis pelo erá-
Os Tribunais de Contas dos Estados são formados conforme rio público.
previsto nas Constituições Estaduais, respeitando sempre a Cons- Tem ainda o Tribunal a chamada competência sancionatória,
tituição Federal. É integrado por sete conselheiros, sendo quatro ou seja, o poder de aplicar sanções em caso de ilegalidades nas des-
escolhidos pela Assembleia Legislativa e três pelo Governador do pesas e nas contas. Suas decisões tem natureza de título executivo.
Estado (súmula 653 do STF).
Quanto à criação de Tribunais, Conselhos e órgãos de contas
municipais, a Constituição Federal veda a sua criação, no entanto, BENS PÚBLICOS: CONCEITO; CLASSIFICAÇÃO; CARAC-
os municípios que possuíam estas instituições antes da Constituição TERÍSTICAS; ESPÉCIES
de 1988 poderão mantê-las. Já para os municípios posteriores a ela
terão o controle externo da Câmara Municipal realizado com o auxí-
lio dos Tribunais de Contas dos Estados e Ministério Público. Veja-se NOÇÕES GERAIS
o dispositivo constitucional: Bens Públicos são todos aqueles que integram o patrimônio da
Administração Pública direta e indireta. Todos os demais são consi-
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder derados particulares.
Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas Bens públicos abrangem o patrimônio das entidades estatais
de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei. dotadas de personalidade jurídica de direito privado. Seguindo esta
§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com linha, domínio público é o conjunto de bens públicos, não impor-
o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou
dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

tando se o bem pertence realmente ao Estado, pois, bens particu- AFETAÇÃO E DESAFETAÇÃO
lares que estejam ligados à realização de serviços públicos também Esses dois institutos acontecem pelo fato do bem público desafe-
são considerados bens públicos. tado passar a ter destinação pública específica, que ocorre por afeta-
ção, assim como um bem que tem destinação pública específica que
ESPÉCIES pode deixar de ostentar a qualidade de bem afetado, por meio de de-
As espécies de Bens Públicos podem ser agrupadas de acordo safetação.
com vários critérios, entretanto as mais de maior relevância e vultu- Na afetação, dar-se-á destinação pública a um bem dominical, já
osidade diz respeito à titularidade e destinação do bem. na desafetação será suprimida a destinação do bem que estava atrela-
do ao interesse público
A) Quanto à sua titularidade: os bens são classificados em fe- A partir da afetação, o bem público se torna inalienável, destina-
derais, estaduais, municipais ou distritais, pertencendo, portanto à do a utilização específica. Assim, a maioria da doutrina defende que a
União Federal, Estados, Municípios ou Distrito Federal e as entida- afetação é livre, não depende de lei ou ato administrativo específico, já
des de direito público que compõem sua administração indireta. que o fato da utilização do bem, com finalidade pública, confere-lhe a
O artigo 20 da Constituição Federal trata dos bens que perten- qualidade de bem afetado.
cem à União; Nada impede que o bem que foi afetado, seja desafetado pos-
O artigo 27 da Constituição Federal trata dos bens que perten- teriormente, desde que não haja mais interesse público em utilizar o
cem aos Estados Federados e também aos entes federados; bem. Ocorrendo a desafetação, o bem fica passível de alienação, já que
Com relação aos bens municipais, não há previsão constitucio- retirou-se a sua destinação pública, deixando de ser comum ou espe-
nal expressa, abrangendo os bens de utilização local, que são as cial, passando a ser dominical.
praças, vias e logradouros públicos. O simples desuso do bem, não autoriza a desafetação, depen-
dendo de lei específica ou manifestação do Poder Público, mediante
B) Quanto à sua destinação: sem dúvidas, esse tipo de classifi- ato administrativo expresso. Haverá a possibilidade de desafetação de
cação é a que mais é cobrada em concursos públicos. bens de uso especial por fatores da natureza, como é o caso do incên-
Quanto à classificação dos bens públicos, a primeira classifica- dio em escola pública.
ção aconteceu no Código Civil de 1916. No Código Civil de 2002,
manteve-se a mesma classificação, que são os bens de uso comum USO DE BENS PÚBLICOS.
do povo, os de uso especial, os dominicais, com a diferença que O uso dos bens públicos pode ser feito pela própria pessoa que de-
nesse novo instituo inclui-se entre os bens públicos os pertencentes tém a propriedade ou por particulares, quando for transferido o uso do
às pessoas jurídicas de direito público bem público. Tal transferência se dá através de autorização, concessão
e permissão de uso.
O art. 99 do Código Civil utilizou o critério da destinação ou
afetação do bem para classifica-los: Autorização de uso: É o ato administrativo unilateral, discricioná-
rio e precário, através do qual transfere-se o uso do bem público para
- Bens de uso comum: São aqueles destinados ao uso indistin- particulares por um período de curtíssima duração. Libera-se o exercí-
to de toda a comunidade, bens que não devem ser submetidos à cio de uma atividade material sobre um bem público. 
fruição privada de ninguém. Exemplo: Mar, rio, rua, praça, estradas,
parques.  Permissão de uso: É o ato administrativo unilateral, discricionário,
O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou oneroso, precário e negocial (com ou sem condições, gratuito ou oneroso, por
conforme for estabelecido por meio da lei da pessoa jurídica a qual tempo certo ou determinado), através do qual transfere-se o uso do
o bem pertencer (art. 103 CC). Ex: Zona azul nas ruas e zoológico. O bem público para particulares por um período maior que o previsto
uso desses bens públicos é oneroso. para a autorização.

- Bens de uso especial: São aqueles destinados a uma finalida- Concessão de uso: é o contrato administrativo pelo qual o Poder
de específica. Exemplo: Bibliotecas, teatros, escolas, fóruns, quar- Público atribui a utilização exclusiva de um bem de seu domínio a um
tel, museu, repartições públicas em geral. particular, para que o explore por sua conta e risco, segundo a sua
específica destinação.
- Bens dominicais: Não estão destinados nem a uma finalidade O que caracteriza a concessão de uso das demais é o caráter con-
comum e nem a uma especial. “Constituem o patrimônio das tratual e estável da utilização do bem público, para que o particular
pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal concessionário o explore consoante a sua destinação legal e nas con-
ou real, de cada uma dessas entidades” (art. 99, III do CC). Os bens dições convencionadas com a Administração concedente. A concessão
dominicais representam o patrimônio disponível do Estado, pois de uso gera direitos ao concessionário, inclusive à indenização pelos
não estão destinados a nenhuma finalidade, e em razão disso o investimentos realizados e não amortizados. 
Estado figura como proprietário desses bens. Exemplo: Terras
devolutas. - Concessão comum de uso ou Concessão administrativa de uso:
Esses bens apenas possuem a qualidade de bem público por per- É o contrato por meio do qual delega-se o uso de um bem público ao
tencerem a determinada pessoa jurídica de direito público. concessionário por prazo determinado. Por ser direito pessoal não
Estes bens podem ser alienados, se forem respeitadas as pecu- pode ser transferida, “inter vivos” (entre pessoas vivas) ou “causa mor-
liaridades encontradas no artigo 17 da Lei 8.666/1993 – Lei Geral de tis” (relações que produzem efeitos somente após a morte), a tercei-
Licitações. ros. Ex: Área para parque de diversão; Área para restaurantes em
Aeroportos; Instalação de lanchonetes em zoológico. 
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Concessão de direito real de uso ou de domínio pleno: É o Aquisição legal ou por fenômenos da natureza: em alguns ca-
contrato por meio do qual delega-se se o uso em imóvel não sos, a aquisição de bens pelo Poder Público depende de previsão
edificado para fins de edificação; urbanização; industrialização; em lei ou na constituição.
cultivo da terra ou destinado a moradia, devidamente regulamenta- São exemplos: 
da peço Decreto-lei 271/67. Delega-se o direito real de uso do bem.  - desapropriação;
- usucapião;
- Cessão de uso: É o contrato administrativo através do qual - acessão natural;
transfere-se o uso de bem público de um órgão da Administração - testamento e herança jacente;
para outro na mesma esfera de governo ou em outra. - reversão dos bens;
- pena de perdimento de bens;
Aforamento: É o instituto que permite à Administração atribuir - perda de bens.
ao particular o domínio útil de um imóvel público mediante paga-
mento de valor certo, invariável e anual, que recebe o nome de foro Requisitos da Alienação:
ou pensão. Por meio do aforamento, também chamado enfiteuse, a) Bens imóveis: 
transfere-se a posse plena e o uso e gozo da coisa, podendo o enfi- - autorização legislativa;
teuta alienar e transmitir hereditariamente o bem. - interesse público devidamente justificado;
Não se confunde com a concessão de direito real de uso, que - avaliação prévia; e
exige finalidade específica. - licitação sobre a modalidade de concorrência, dispensada nos
É um instituto civil (art. 678 a 694 do Código Civil e art. 99 a casos de: dação em pagamento, doação, permuta, investidura, ven-
124 do Decreto-lei 9760/46) que permite ao proprietário (no caso da a outro órgão ou entidade da Administração Pública, alienação
a Administração Pública) atribuir a outrem (no caso o particular) o gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso,
domínio útil de imóvel de sua propriedade, mediante o pagamento locação ou permissão de uso de bens imóveis residenciais construí-
de uma importância certa, invariável e anual, chamada foro ou dos, destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas
pensão. habitacionais ou de regularização fundiária, procedimentos de legi-
Trata-se, portanto, de um direito real sobre coisa alheia, em timação de posse. 
que se confere ao titular do direito - foreiro ou enfiteuta - a plena
posse, uso e gozo da coisa, sem fins específicos, com poderes, inclu- b) Bens imóveis adquiridos por meio de procedimentos judi-
sive, de aliená-la e transmiti-la hereditariamente, desde que pague ciais ou de dação em pagamento:
anualmente ao senhorio direto (proprietário) chamada de foro ou - interesse público devidamente justificado;
pensão anual. - avaliação prévia;
- licitação sobre a modalidade de concorrência ou leilão.
FORMAS DE AQUISIÇÃO E ALIENAÇÃO
A aquisição de bens públicos pode se dar por meio de contra- c) Bens Móveis:
tos, fenômenos da natureza ou por meio de lei, de modo que essas - interesse público devidamente justificado;
aquisições podem ocorrer de forma originária ou derivada. - avaliação prévia;
A aquisição originária ocorre independentemente da vontade - licitação.
do transmitente. O bem vai se incorporar ao patrimônio público
sem nenhuma espécie de restrição ou ônus. Exemplo: usucapião MEIOS DE UTILIZAÇÃO DOS BENS PÚBLICOS
ou desapropriação. Os bens podem ser de uso comum do povo ou de uso especial.
Na aquisição derivada há um consenso entre as partes, trans- Os de uso comum do povo são aqueles que podem ser utilizados
ferindo-se o bem ao patrimônio público, com as vantagens que ele por todos, sem distinção ou necessidade de consentimento por par-
tinha originariamente. Exemplo: compra e venda. te da Administração. São exemplos: ruas, praças, lagos.
Os bens de uso especial compreendem todas as coisas, corpó-
Aquisição por Contrato: os contratos de aquisição celebrados reas ou incorpóreas, móveis ou imóveis, que são utilizados pela Ad-
pelo Poder Público não têm natureza de contratos administrativos, ministração para realização de suas atividades para que se chegue
são celebrados sob o regime de direito privado, respeitando-se as a um fim a ser atingido.
limitações e princípios de Direito Administrativo. Ao se dizer que o bem de uso especial está afetado à realiza-
Contrato, em regra, é um acordo de vontade mas, como o ob- ção de um serviço, deve-se pensar em serviço no sentido amplo,
jeto desse contrato é um bem público deve-se seguir as disposições  de modo que atinja toda coletividade de interesse geral exercida
Os principais institutos da alienação de bens públicos são: sob autoridade ou fiscalização do poder público, nem sempre se
a) venda (art. 17 da Lei nº 8.666/93); destinando ao uso direto da Administração, podendo ter por objeto
b) doação a outro órgão ou entidade da Administração Pública o uso por particular, como acontece com cemitérios, aeroportos.
(art. 17, I, b, da Lei nº 8.666/93); Exemplos: imóveis onde estão instaladas as repartições públi-
c) permuta (artigo 17, I, c, da Lei nº 8.666/93); cas, os bens que são usados pelas bibliotecas, museus, as terras
d) dação em pagamento (art. 356 do CC); devolutas ou arrecadadas pelos Estados.
e) concessão de domínio ( art. 17, §2º, da nº Lei 8.666/93);
f) investidura (art. 17, § 3º, da Lei nº 8.666/93); Quanto à via pública: Trata-se de bem de uso comum do povo,
g) incorporação; uma vez que pode ser utilizada por todas as pessoas. Contudo, vale
h) retrocessão (art. 519 do CC); frisar um aspecto importante a respeito desse tema. 
i) legitimação de posse (art. 1º da Lei nº 6.383/76).
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Caso grandes veículos tenham que transitar em via pública, II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu
como por exemplo em algumas cidades quando se pretende ho- domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou ter-
menagear um jogador que ganhou uma importante partida é ne- ceiros;
cessária a comunicação e autorização do poder público, tendo em III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
vista que a função essencial da via pública não seria esta necessa- IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.
riamente.
Outros exemplos podem ser citados, como a instalação de ban- REGIME DOS BENS PÚBLICOS MÓVEIS E IMÓVEIS
cas de revista em passeio público e “carrinhos de cachorro quente”. A concessão de regime jurídico dos bens públicos decorre dos in-
Quanto aos portos: Conforme o artigo 2º da lei 121.815/2013, teresses que o Poder Público representa quando atua.
o porto organizado trata-se de bem público construído e aparelhado
para atender a necessidades de navegação, de movimentação de pas- Inalienabilidade: Regra geral: Os bens públicos não podem ser
sageiros ou de movimentação e armazenagem de mercadorias, e cujo alienados (vendidos, permutados ou doados). 
tráfego e operações portuárias estejam sob jurisdição de autoridade Exceção: Os bens públicos podem ser alienados se atenderem
portuária; aos seguintes requisitos:
A Lei nº 121.815/2013 dispõe sobre a exploração direta e indireta - Caracterização do interesse público.
pela União de portos e instalações portuárias e sobre as atividades de- - Realização de pesquisa prévia de preços. Se vender abaixo do
sempenhadas pelos operadores portuários.  preço causando atos lesivos ao patrimônio público cabe ação po-
pular.
Quanto aos terrenos da Marinha: Os terrenos da marinha per- - Desafetação dos bens de uso comum e de uso especial: Os
tencem aos bens da União e são medidos a partir da linha do preamar bens de uso comum e de uso especial são inalienáveis enquanto
médio de 1831 a 33 metros para o continente ou para o interior das estiverem afetados. - “Os bens públicos de uso comum do povo e
ilhas costeiras com sede de município. São também considerados ter- os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua
renos de marinha as margens de rios e lagoas que sofrem a influência qualificação, na forma que a lei determinar” (art. 100 do CC).
das marés. - Os bens dominicais não precisam de desafetação para que se-
Os terrenos de marinha são determinados por meio de estudos jam alienados. - “Os bens públicos dominicais podem ser alienados,
técnicos com base em plantas, mapas, documentos históricos, dados observadas as exigências da lei” (art. 101 do CC).
de ondas e marés. - Necessidade de autorização legislativa em se tratando de
bens imóveis (art. 17 da lei 8666/93). Para bens móveis não há essa
Consagra a Constituição Federal: necessidade.
- Abertura de licitação na modalidade de concorrência ou lei-
Art. 20. São bens da União: lão: O legislador trouxe no artigo 17 algumas hipóteses de dispensa
I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser de licitação, sendo estas:
atribuídos;
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das a) Dispensa de licitação para imóveis:
fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação - Dação em pagamento (art. 17, I, “a” da Lei 8666/93);
e à preservação ambiental, definidas em lei; - Doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou enti-
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de dade da Administração Pública, de qualquer esfera de Governo (art.
seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites 17, I, “b” da Lei 8666/93);
com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele pro- - Permuta, por outro imóvel que atende os requisitos constan-
venham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais; tes do inciso X do art. 24 desta lei (art. 17, I, “c” da Lei 8666/93),
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros paí- - Investidura (art. 17, I, “d” da Lei 8666/93);
ses; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, - Venda a outro órgão ou entidade da Administração Pública,
destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas de qualquer esfera de governo (art. 17, I, “e” da Lei 8666/93);
afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referi- - Alienação, concessão de direito real de uso, locação ou per-
das no art. 26, II;  missão de uso de bens imóveis construídos e destinados ou efe-
V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona eco- tivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais de in-
nômica exclusiva; teresse social, por órgãos ou entidades da Administração Pública
VI - o mar territorial; especificamente criados para esse fim (art. 17, I, “f” da Lei 8666/93).
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
VIII - os potenciais de energia hidráulica; b) Dispensa de licitação para móveis:
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo; - Doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interes-
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e se social, após a avaliação de sua oportunidade e conveniência so-
pré-históricos; cioeconômica, relativamente à escolha de outra forma de alienação
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. (art. 17, II, “a” da Lei 8666/93);
- Permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entida-
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados: des da Administração Pública (art. 17, II, “b” da Lei 8666/93);
I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e - Venda de ações, que poderão ser negociadas na bolsa, obser-
em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes vada a legislação específica (art. 17, II, “c” da Lei 8666/93);
de obras da União; - Venda de títulos, na forma da legislação pertinente (art. 17, II,
“d” da Lei 8666/93);
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou - domínio mineral;


entidades da Administração Pública, em virtude de suas finalidades - domínio florestal;
(art. 17, II, “e” da Lei 8666/93); - domínio da fauna;
- Venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou - domínio espacial;
entidades da Administração Pública, sem utilização previsível por - domínio do patrimônio histórico;
quem deles dispõe (art. 17, II, “f” da Lei 8666/93). - domínio do patrimônio genético;
- domínio ambiental.
Imprescritibilidade: É a característica dos bens públicos que
impedem que sejam adquiridos por usucapião. Os imóveis públicos, A expressão domínio público se refere ao poder que tem o Es-
urbanos ou rurais, não podem ser adquiridos por usucapião. tado de regulamentar os seus próprios bens e os particulares de
Os artigos 183 e 191 da Constituição Federal impedem que os interesse público. Pode-se dizer que, por meio do domínio público o
imóveis públicos sejam adquiridos por terceiros por meio de usu- Estado pode interferir em todos os bens que representem interesse
capião. para a coletividade.
Este entendimento foi sedimentado com a edição da Súmula A interferência estatal pode se dar por meio de proteção, como
340 do STF: no exemplo das florestas ou de imposições de limitações.
“Desde a vigência do Código Civil, os bens dominicais, como os
demais bens públicos, não podem ser adquiridos por usucapião”.
ORGANIZAÇÃO E MÉTODOS: . DEPARTAMENTALIZA-
Impenhorabilidade: É a característica dos bens públicos que ÇÃO; ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS; ANÁLISE ADMI-
impedem que sejam eles oferecidos em garantia para cumprimento NISTRATIVA; PROCESSOS EMPRESARIAIS; FERRAMEN-
das obrigações contraídas pela Administração junto a terceiros. TAS DE ANÁLISE ORGANIZACIONAL; . LAYOUT; QDT
Os bens públicos não podem ser penhorados, pois a execução
contra a Fazenda Pública se faz de forma diferente.
A Constituição Federal assim determina: — Sistemas: Sistemas administrativos e Funções
Administrativas
“Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Fe-
deral, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judi- Abordagem Sistêmica – Início
ciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresen- A partir do ano de 1950, muitas das teorias começaram
tação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a a aparecer paralelamente, entre elas a abordagem sistêmica.
designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e Ludwig Von Bertalanffy, biólogo alemão, coordenava um estudo
nos créditos adicionais abertos para este fim”  interdisciplinar afim de transcender problemas existentes em
cada ciência e proporcionar princípios gerais. Princípios esses que
Regra geral: A execução contra a Fazenda se faz através da ex- darão a visão de uma organização como organismo, ensinando
pedição de precatórios (títulos emitidos a partir de sentença com quatro princípios importantes que devem ser pensados dentro das
trânsito em julgado que o torna legitimo credor da Administração organizações:
Pública), impedindo assim a execução por meio de penhora de bens – Nasce a Teoria Geral dos Sistemas:
públicos. – Visão Totalizante;
De acordo com mandamento constitucional, os precatórios de- – Visão Expansionista: Sistêmica;
vem ser liquidados na ordem cronológica de sua apresentação e – Visão Integrada.
não podem conter nome de pessoas e nem dados concretos (prin-
cípio da impessoalidade). — Classificação de Sistemas

Não-onerabilidade: Os bens públicos não podem ser objeto Abordagem Sistêmica – Características
de direito real de garantia, ou seja, um determinado bem não se – Expansionismo: tem uma ideia totalmente contrária ao
sujeita à instituição de penhor, anticrese ou hipoteca para garantir Reducionismo, significa dizer que o desempenho de um sistema
débitos do ente estatal. menor, depende de como ele interage com o todo maior que o
Dessa forma, o ente público jamais pode oferecer um bem pú- envolve e do qual faz parte.
blico como garantia real dos débitos por eles contraídos, até mesmo – Pensamento Sintético: é o fenômeno visto como parte de um
porque essa garantia não poderia ser executada, havendo inadim- sistema maior e é explicado em termos do papel que desempenha
plemento da obrigação estatal. nesse sistema maior. Juntando as coisas e não as separando. Há
uma coordenação com as demais variáveis, onde as trocas das
GESTÃO PATRIMONIAL partes de um todo estão completamente ajustadas. Verificando-se
A gestão ou administração dos bens públicos é feita pelo Esta- assim, o comportamento de cada parte, no todo.
do, que tem o chamado domínio público, que é o poder de senho- – Teleologia: a lógica sistêmica procura entender a inter-relação
rio que o Estado exerce sobre os bens públicos, bem como a capa- entre as diversas variáveis de um campo de forças que atuam entre
cidade de regulação estatal sobre os bens do patrimônio privado.  si. O todo é diferente de cada uma das suas partes. Exemplo: o
Para Hely Lopes Meirelles, em seu livro, Direito Administrativo indivíduo é o que é pelo meio onde nasceu, pela educação que
Brasileiro, o domínio público é composto por diversos subdomínios:
- domínio terrestre;
- domínio hídrico;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

recebeu, pela forma de relacionamentos e cultura que conviveu. Existe grandes diferenças entre os indivíduos devido as influências que
sofreram ao longo da vida e é isso que a Teoria Geral de Sistemas vai procurar explicar, o indivíduo é produto do meio em que vive, não
está sozinho e isolado, tudo está fortemente conectado.
– Os sistemas existem dentro de sistemas (uma pequena parte, faz parte de um todo maior);
– Os sistemas são abertos (intercambio com o todo);
– As funções de um sistema dependem de sua estrutura (pessoas, recursos, do meio onde está).

— Teoria dos Sistemas – Características dos Sistemas

Objetivo: Todo sistema tem algum objetivo que define um arranjo para alcançar essa finalidade.
O sistema sempre reagirá globalmente (todas as partes e outros sistemas) a qualquer alteração feita em uma das partes. O ajustamento
é contínuo.
— Teoria dos Sistemas – Sistema Aberto
– Está constantemente e de forma dual (entrega e recebimento) interagindo com o ambiente.
– É capacitado para o crescimento, mudanças, adaptações ao ambiente, podendo também ser autor reprodutor sob certas condições.
– É contingência do sistema aberto competir com outros sistemas.

— Sistemas de Gestão Empresarial


Existem diversos tipos de sistemas de gestão empresarial, uma vez que, atualmente, dois deles estão em destaque.
– BPM – Bussiness Process Management
– ERP – Enterprise Resource Planning.

São ferramentas que pretendem sistematizar os processos internos da empresa, gerenciando as informações.

— Organização: Estrutura e recursos

Planejamento – Conceito
Processo desenvolvido para o alcance de uma situação futura desejada. A organização estabelece num primeiro momento, através
de um processo de definição de situação atual, de oportunidades, ameaças, forças e fraquezas, que são os objetos do processo de
planejamento. O planejamento não é uma tarefa isolada, é um processo, uma sequência encadeada de atividades que trará um plano.
– Ele é o passo inicial;
– É uma maneira de ampliar as chances de sucesso.
– Reduzir a incerteza, jamais eliminá-la;
– Lida com o futuro: Porém, não se trata de adivinhar o future
– Reconhece como o presente pode influenciar o futuro, como as ações presentes podem desenhar o future;
– Organização ser PROATIVA e não REATIVA;
– Onde a Organização reconhecerá seus limites e suas competências;
– O processo de Planejamento é muito mais importante do que seu produto final (assertiva).

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Idalberto Chiavenato: “Planejamento é um processo de Por clientes ou clientela


estabelecer objetivos e definir a maneira como alcança-los”. Este tipo de departamentalização ocorre em função dos
– Processo: Sequência de etapas que levam a um determinado diferentes tipos de clientes que a organização possui.
fim. O resultado final do processo de planejamento é o PLANO. Justificando-se assim, quando há necessidades heterogêneas
– Estabelecer objetivos: Processo de estabelecer um fim. entre os diversos públicos da organização. Por exemplo (loja
– Definir a maneira: um meio, maneira de como alcançar. de roupas): departamento masculino, departamento feminino,
departamento infantil.
Passos do Planejamento Vantagem: facilitar a flexibilidade no atendimento às demandas
– Definição dos objetivos: O que quer, onde quer chegar. específicas de cada nicho de clientes.
– Determinar a situação atual: Situar a Organização. Desvantagens: dificuldade de coordenação com os objetivos
– Desenvolver possibilidades sobre o futuro: Antecipar eventos. globais da organização e multiplicação de funções semelhantes
– Analisar e escolher entre as alternativas. nos diferentes departamentos, prejudicando a eficiência, além de
– Implementar o plano e avaliar o resultado. poder gerar uma disputa entre as chefias de cada departamento
diferente, por cada uma querer maiores benefícios ao seu tipo de
Vantagens do Planejamento cliente.
– Dar um “norte” – direcionamento
– Ajudar a focar esforços Por processos
– Definir parâmetro de controle Resume-se em agregar as atividades da organização nos
– Ajuda na motivação processos mais importantes para a organização. Sendo assim, busca
– Auxilia no autoconhecimento da organização ganhar eficiência e agilidade na produção de produtos/serviços,
evitando o desperdício de recursos na produção organizacional. É
— Fatores Humanos muito utilizada em linhas de produção.
– Estrutura organizacional: na administração é classificada Vantagem: facilita o emprego de tecnologia, das máquinas e
como o conjunto de ordenações, ou conjunto de responsabilidades, equipamentos, do conhecimento e da mão-de-obra e possibilita
sejam elas de autoridade, das comunicações e das decisões de uma um melhor arranjo físico e disposição racional dos recursos,
organização ou empresa. aumentando a eficiência e ganhos em produtividade.
É estabelecido através da estrutura organizacional o
desenvolvimento das atividades da organização, adaptando toda e Departamentalização por produtos
qualquer alteração ou mudança dentro da organização, porém essa A organização se estrutura em torno de seus diferentes tipos de
estrutura pode não ser estabelecida unicamente, deve-se estar produtos ou serviços. Justificando-se quando a organização possui
pronta para qualquer transformação. uma gama muito variada de produtos que utilizem tecnologias bem
Essa estrutura é dividida em duas formas, estrutura informal diversas entre si, ou mesmo que tenham especificidades na forma
e estrutura formal, a estrutura informal é estável e está sujeita a de escoamento da produção ou na prestação de cada serviço.
controle, porém a estrutura formal é instável e não está sujeita a Vantagem: facilitar a coordenação entre os departamentos
controle. envolvidos em um determinado nicho de produto ou serviço,
– Tipos de departamentalização: É  uma forma de possibilitando maior inovação na produção.
sistematização da estrutura organizacional, visa agrupar atividades Desvantagem: a “pulverização” de especialistas ao longo da
que possuem uma mesma linha de ação com o objetivo de melhorar organização, dificultando a coordenação entre eles.
a eficiência operacional da empresa. Assim, a organização junta
recursos, unidades e pessoas que tenham esse ponto em comum. Departamentalização geográfica
Quando tratamos sobre organogramas, entramos em conceitos Ou departamentalização territorial, trata-se de critério
de divisão do trabalho no sentido vertical, ou seja, ligado aos níveis de departamentalização em que a empresa se estabelece em
de autoridade e hierarquia existentes. Quando falamos sobre diferentes pontos do país ou do mundo, alocando recursos, esforços
departamentalização tratamos da especialização horizontal, que e produtos conforme a demanda da região.
tem relação com a divisão e variedade de tarefas. Aqui, pensando em uma organização Multinacional,
— Departamentalização funcional ou por funções pressupondo-se que há uma filial em Israel e outra no Brasil.
É a forma mais utilizada dentre as formas de Obviamente, os interesses, hábitos e costumes de cada povo
departamentalização, se tratando do agrupamento feito sob uma justificarão que cada filial tenha suas especificidades, exatamente
lógica de identidade de funções e semelhança de tarefas, sempre para atender a cada povo. Assim, percebemos que, dentro de cada
pensando na especialização, agrupando conforme as diferentes filial nacional, poderão existir subdivisões, para atender às diferentes
funções organizacionais, tais como financeira, marketing, pessoal, regiões de cada país, com seus costumes e desejos. Como cada filial
dentre outras. estará estabelecida em uma determinada região geográfica e as
Vantagens: especialização das pessoas na função, facilitando filiais estarão focadas em atender ao público dessa região. Logo,
a cooperação técnica; economia de escala e produtividade, mais provavelmente haverá dificuldade em conciliar os interesses de
indicada para ambientes estáveis. cada filial geográfica com os objetivos gerais da empresa.
Desvantagens: falta de sinergia entre os diferentes
departamentos e uma visão limitada do ambiente organizacional
como um todo, com cada departamento estando focado apenas
nos seus próprios objetivos e problemas.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Departamentalização por projetos


Os departamentos são criados e os recursos alocados em cada projeto da organização. Exemplo (construtora): pode dividir sua
organização em torno das construções “A”, “B” e “C”. Aqui, cada projeto tende a ter grande autonomia, o que viabiliza a melhor consecução
dos objetivos de cada projeto.
Vantagem: grande flexibilidade, facilita a execução do projeto e proporciona melhores resultados.
Desvantagem: as equipes perdem a visão da empresa como um todo, focando apenas no seu projeto, duplicação de estruturas
(sugando mais recursos), e insegurança nos empregados sobre sua continuidade ou não na empresa quando o projeto no qual estão
alocados se findar.

Departamentalização matricial
Também é chamada de organização em grade, e é uma mistura da departamentalização funcional (mais verticalizada), com uma outra
mais horizontalizada, que geralmente é a por projetos.
Nesse contexto, há sempre autoridade dupla ou dual, por responder ao comando da linha funcional e ao gerente da horizontal. Assim,
há a matricial forte, a fraca e a equilibrada ou balanceada:
– Forte – aqui, o responsável pelo projeto tem mais autoridade;
– Fraca – aqui, o gerente funcional tem mais autoridade;
– Equilibrada ou Balanceada – predomina o equilíbrio entre os gerentes de projeto e funcional.

Porém, não há consenso na literatura se a departamentalização matricial de fato é um critério de departamentalização, ou um tipo
de estrutura organizacional.
Desvantagens: filiais, ou projetos, possuírem grande autonomia para realizar seu trabalho, dificultando o processo administrativo geral
da empresa. Além disso, a dupla subordinação a que os empregados são submetidos pode gerar ambiguidade de decisões e dificuldade
de coordenação.

Organização formal e informal


Trata-se de uma organização onde duas ou mais pessoas se reúnem para atingir um objetivo comum com um relacionamento legal
e oficial. A organização é liderada pela alta administração e tem um conjunto de regras e regulamentos a seguir. O principal objetivo da
organização é atingir as metas estabelecidas. Como resultado, o trabalho é atribuído a cada indivíduo com base em suas capacidades. Em
outras palavras, existe uma cadeia de comando com uma hierarquia organizacional e as autoridades são delegadas para fazer o trabalho.
Além disso, a hierarquia organizacional determina a relação lógica de autoridade da organização formal e a cadeia de comando
determina quem segue as ordens. A comunicação entre os dois membros é apenas por meio de canais planejados.
Tipos de estruturas de organização formal:
– Organização de Linha;
– Organização de linha e equipe;
– Organização functional;
– Organização de Gerenciamento de Projetos
– Organização Matricial.

Organização informal
Refere-se a uma estrutura social interligada que rege como as pessoas trabalham juntas na vida real. É possível formar organizações
informais dentro das organizações. Além disso, esta organização consiste em compreensão mútua, ajuda e amizade entre os membros
devido ao relacionamento interpessoal que constroem entre si. Normas sociais, conexões e interações governam o relacionamento entre
os membros, ao contrário da organização formal.
Embora os membros de uma organização informal tenham responsabilidades oficiais, é mais provável que eles se relacionem com
seus próprios valores e interesses pessoais sem discriminação.
A estrutura de uma organização informal é plana. Além disso, as decisões são tomadas por todos os membros de forma coletiva. A
unidade é a melhor característica de uma organização informal, pois há confiança entre os membros. Além disso, não existem regras e
regulamentos rígidos dentro das organizações informais; regras e regulamentos são responsivos e adaptáveis às ​​ mudanças.
Ambos os conceitos de organização estão inter-relacionados. Existem muitas organizações informais dentro de organizações formais.
Portanto, eles são mutuamente exclusivos.
– Cultura organizacional: A cultura organizacional é responsável por reunir os hábitos, comportamentos, crenças, valores éticos e
morais e as políticas internas e externas da organização.
– Direção: Direção essencialmente como uma função humana, apêndice de psicologia organizacional. Recrutar e ajustar os esforços
para que os indivíduos consigam alcançar os resultados pretendidos pela organização.
Direção = Rota – Intensidade = Grau – Persistência = Capacidade de sobrevivência (gatilhos da motivação).
– Motivação: “Pode ser entendido como o conjunto de razões, causa e motivos que são responsáveis pela direção, intensidade e
persistência do comportamento humano em busca de resultados. ” É o que desperta no ser a vontade de alcançar os objetivos pretendidos.
Algo acontece no indivíduo e ele reage. Estímulos: quanto mais atingível parecer o resultado maior a motivação e vice-e-versa.
A (Razão, Causas, Motivos) pode ser: Intrínseca (Interna): do próprio ser ou, Extrínseca (Externa): algo que vem do meio.
Porém a motivação é sempre um processo do indivíduo, sempre uma resposta interna aos estímulos.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

— Liderança
Fenômeno social, depende da relação das pessoas. Aspecto ligado a relação dos indivíduos. Capacidade de exercer liderança –
influência: fazer com que as pessoas façam aquilo que elas não fariam sem a presença do líder. Importante utilização do poder para
influenciar o comportamento de outras pessoas, ocorrendo em uma dada situação.
– Liderança precisa de pessoas.
– Influência: capacidade de fazer com que o indivíduo mude de comportamento.
– Poder: que não está relacionado ao cargo, pode ser por via informal.
– Situação: em determinadas situações a liderança pode aparecer.

Não confunda: Chefia (posição formal) – Autoridade (dada por algum aspecto) – Liderança – Poder.
A influência acontece e gera a liderança, o poder é onde essa influência acontece. Esse poder pode ser formal ou informal.
Segundo Max Weber: “Poder é a capacidade de algo ou alguém fazer com que um indivíduo ou algo, faça alguma coisa, mesmo que
este ofereça resistência.” Exemplo: votação, alistamento militar para homens.
Poderes formais são aqueles que estão relacionados ao cargo e ficam no cargo independente de quem o ocupe.
Poderes informais são aqueles que ficam com a pessoa, independente do cargo que o indivíduo ocupe.
Autoridade: Direito formal e legítimo, que algo ou alguém tem, para te dar ordens, alocar recursos, tomar decisões e de conduzir
ações.
Dilema chefia e liderança: Chefe é aquele que toma ações baseadas em seu cargo, onde sofre a influência dos poderes formais. E o
líder é aquele que toma as decisões, recebe e consegue liderar os indivíduos, através de seu poder informal, independente do cargo que
ocupe.
Conceito de Poder, segundo o Dilema chefia e liderança: é o que consegue agrupar os dois distintos tipos de poder, os poderes formais
e informais.

Tipos de Liderança:
Transacional: Baseada na troca. Liderança tradicional, incentivos materiais. Funciona bem em ambientes estáveis, pois líderes e
liderados precisam estar “satisfeitos” com o negócio em si.
Transformacional: Baseada na mudança. Liderança atual: Inspira seus subordinados. Quando construída, gera resultados acima da
transacional, já que os subordinados alcançam uma posição de agentes de mudança e inovação.

Comunicação:
É a ligação entre a liderança e a motivação. Para motivar é necessário comunicar-se bem. A comunicação é essencial para o todo
dentro da organização.
A organização que possui uma boa comunicação, tende a ser valorizada pelos indivíduos, consequentemente gera melhores resultados.
A comunicação organizacional eficiente é fundamental para o êxito na organização. Caso a comunicação seja deficiente, acarretará um
grau de incompreensão no ambiente organizacional, dificultando a organização de atingir seus objetivos.
Através da comunicação a organização, bem como sua liderança, obtém maior engajamento de seus colaboradores de forma mais
efetiva.
A comunicação interna tem como objetivo manter os indivíduos informados quanto as diretrizes, filosofia, cultura, valores e resultados
obtidos pela organização. Agregando valor e tornando a organização competitiva no mercado.

Descentralização e delegação:
Centralização ocorre quando uma organização decide que a maioria das decisões deve ser tomadas pelos ocupantes dos cargos no
topo somente.
Descentralização ocorre quando o contrário acontece, ou seja, quando a autoridade para tomar as decisões está dispersa pela empresa,
na base, através dos diversos setores.
Delegação é o processo usado para transferir autoridade e responsabilidade para os membros organizacionais em níveis hierárquicos
inferiores.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Representação gráfica de processos:


A representação gráfica de um processo  é tradicionalmente realizada através de um fluxograma. Os fluxogramas são de grande
importância como instrumento para melhor compreensão e avaliação de como os processos são realizados, bem como uma representação
esquemática de um processo ou algoritmo.

Gerenciamento de Processo ou Gestão de Processos é o entendimento de como funciona a organização. A série de atividades
estruturadas para a produção do produto/serviço. Anteriormente à compreensão desses processos, setorizava-se os trabalhos com base
na departamentalização, onde os procedimentos existentes dentro de cada setor da organização eram separados por departamentos e
cada área pensava separadamente, sem sinergia umas com as outras. Focada em cilos verticais separados.

QUESTÕES

01. (Prefeitura de Jataí/GO - Auditor de Controladoria - Quadrix /2019)


A cúpula diretiva investida de poder político para a condução dos interesses nacionais consiste
(A) no Estado.
(B) na Administração Pública.
(C) no Poder Executivo.
(D) no governo.
(E) nos agentes políticos.

02. (CRO-GO - Assistente Administrativo – Quadrix/2019)


No que se refere ao Estado e a seus Poderes, julgue o item.
A noção de Estado de direito baseia‐se na regra de que, ao mesmo tempo em que o Estado cria o direito, deve sujeitar‐se a ele.
( ) CERTO
( ) ERRADO

03. (CRO-GO - CRO-GO - Fiscal Regional - Quadrix – 2019)


No que se refere ao Estado e a seus Poderes, julgue o item.
Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário exercem suas respectivas funções com absoluta exclusividade.
( ) CERTO
( ) ERRADO

04. (CRF-PR - Analista de RH – Quadrix/2019)


A supremacia do interesse público sobre o privado, também chamada simplesmente de princípio do interesse público ou da finalida-
de pública, princípio implícito na atual ordem jurídica, significa que os interesses da coletividade são mais importantes que os interesses
individuais, razão pela qual a Administração, como defensora dos interesses públicos, recebe da lei poderes especiais não extensivos aos
particulares.
Alexandre Mazza. Manual de direito administrativo. 8.ª ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018.

Com relação a esse princípio, assinale a alternativa correta.


(A) Apesar da supremacia presente, não possibilita que a Administração Pública convoque particulares para a execução compulsória
de atividades públicas.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

(B) Só existe a supremacia do interesse público primário sobre 08. (CESPE – INSS - Perito Médico Previdenciário – CESPE).
o interesse privado. O interesse patrimonial do Estado como Acerca do direito administrativo, julgue os itens a seguir.
pessoa jurídica, conhecido como interesse público secundário, Povo, território e governo soberano são elementos do Estado.
não tem supremacia sobre o interesse do particular. ( ) CERTO
(C) Não permite a requisição de veículo particular, pela polícia, ( ) ERRADO
para perseguir criminoso. Referida atitude não é prevista no di-
reito brasileiro. 09. (JARU-PREVI - RO - Assistente Administrativo – IBA-
(D) Não permite que a Administração Pública transforme com- DE/2019)
pulsoriamente propriedade privada em pública. Com base nos três poderes do estado e nas suas funções, afir-
(E) Estará presente em todos os atos de gestão da Administra- ma-se que ao:
ção Pública. (A) legislativo: cabe a ele criar leis em cada uma das três esferas
e fiscalizar e controlar os atos do poder executivo.
05. (TRT /8ª Região - Analista Judiciário – CESPE/2016). (B) executivo: estabelece normas que regem a sociedade.
A respeito dos elementos do Estado, assinale a opção correta. (C) judiciário: responsável pela regulação da administração dos
(A) Povo, território e governo soberano são elementos indisso- interesses públicos.
ciáveis do Estado. (D) legislativo: poder exercido pelos secretários do Estado.
(B) O Estado é um ente despersonalizado. (E) executivo: sua principal tarefa é a de controle de constitu-
(C) São elementos do Estado o Poder Legislativo, o Poder Judi- cionalidade.
ciário e o Poder Executivo.
(D) Os elementos do Estado podem se dividir em presidencia- 10. (CONRERP 2ª Região - Assistente Administrativo - Qua-
lista ou parlamentarista. drix/2019)
(E) A União, o estado, os municípios e o Distrito Federal são Quanto à Administração Pública, julgue o item.
elementos do Estado brasileiro. À Administração Pública é facultado fazer tudo o que a lei não
proíbe.
06. (IF/AP - Auxiliar em Administração – FUNIVERSA/2016). ( ) CERTO
No sistema de governo brasileiro, os chefes do Poder Executi- ( ) ERRADO
vo (presidente da República, governadores e prefeitos) exercem, ao
mesmo tempo, as funções administrativa (Administração Pública) e 11. (MPE-CE - Técnico Ministerial - CESPE – 2020)
política (governo). No entanto, são funções distintas, com conceitos No que diz respeito à administração pública direta, à adminis-
e objetivos bem definidos. Acerca de Administração Pública e go- tração pública indireta e aos agentes públicos, julgue o item que se
verno, assinale a alternativa correta. segue.
(A) Administração Pública e governo são considerados sinôni-
A administração pública indireta é composta por órgãos e agen-
mos, visto que ambos têm como objetivo imediato a busca da
tes públicos que, no âmbito federal, constituem serviços integrados
satisfação do interesse coletivo.
na estrutura administrativa da presidência da República e dos mi-
(B) As ações de Administração Pública têm como objetivo a
nistérios.
satisfação do interesse público e são voltadas à execução das
políticas públicas. ( ) CERTO
(C) Administração Pública é a atividade responsável pela fixa- ( ) ERRADO
ção dos objetivos do Estado, ou seja, nada mais é que o Estado
desempenhando sua função política. 12. (AL-AP - Analista Legislativo - FCC – 2020)
(D) Governo é o conjunto de agentes, órgãos e pessoas jurídi- A organização administrativa pode implicar desconcentração e
cas de que o Estado dispõe para colocar em prática as políticas descentralização. A criação de empresas estatais
públicas. (A) depende da edição de lei instituidora dos entes, da qual
(E) A Administração pratica tanto atos de governo (políticos) também deverão constar as competências próprias atribuídas
como atos de execução das políticas públicas. a essas pessoas jurídicas dotadas de personalidade jurídica de
direito privado ou de direito público.
07. (UFAL - Auxiliar em Administração – COPEVE-UFAL). O ter- (B) difere da instituição de autarquias e fundações, pessoas
mo Administração Pública, em sentido estrito e objetivo, equivale jurídicas que expressam a desconcentração da Administração
(A) às funções típicas dos Poderes Executivo, Legislativo e Ju- pública.
diciário. (C) indica a desconcentração da organização administrativa,
(B) à noção de governo. que se caracteriza pela criação de pessoas jurídicas com com-
(C) ao conceito de Estado. petências próprias.
(D) ao conceito de função administrativa. (D) é expressão da descentralização administrativa, que implica
(E) ao Poder Executivo. a criação de pessoas jurídicas com atribuições previstas em lei
e em seus atos constitutivos.
(E) e de outras pessoas jurídicas com personalidade jurídica de
direito público configura forma híbrida de organização admi-
nistrativa.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

13. (FITO – Advogado - VUNESP – 2020) 16. (TRF - 1ª REGIÃO - Estagiário – Direito - COPESE –
De acordo com o ordenamento jurídico brasileiro, uma funda- UFPI/2019)
ção pública Considere o seguinte conceito.
(A) poderá celebrar parcerias com organizações da sociedade “Pessoa jurídica de direito privado composta por capital exclu-
civil, em regime de mútua cooperação, para a consecução de sivamente público, criada para a prestação de serviços públicos ou
finalidades de interesse público e recíproco, mediante a exe- exploração de atividades econômicas, sob qualquer modalidade
cução de atividades ou de projetos previamente estabelecidos empresarial.”
em planos de trabalho inseridos em termos de colaboração, MARINELA, Fernanda. Direito Administrativo. São Paulo: Sarai-
em termos de fomento ou em acordos de cooperação. va, 2016.
(B) poderá consorciar-se com outras fundações públicas que in- Esse conceito aplica-se à:
tegrem a Administração indireta de outros entes da federação, (A) Empresa pública.
para estabelecer relações de cooperação federativa, inclusive a (B) Autarquia.
realização de objetivos de interesse comum, passando a cons- (C) Agência executiva.
tituir consórcio público com personalidade jurídica de direito (D) Sociedade de economia mista.
público.
(C) criada por lei, poderá representar a Administração direta
17. (Prefeitura de Porto Alegre /RS - Auditor Fiscal da Receita
na celebração de acordos de cooperação técnica com outros
Municipal – FUNDATEC/2019)
órgãos ou entidades integrantes da Administração indireta dos
Acerca da administração pública indireta e do regime jurídico
demais entes federados, com a finalidade de expandir o alcan-
ce das finalidades de interesse público que justificaram sua das empresas públicas e sociedades de economia mista, analise as
criação. seguintes assertivas:
(D) cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa cien- I. Empresa pública é a entidade com criação autorizada por lei e
tífica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preserva- com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pelo
ção do meio ambiente, à cultura e à saúde, serão qualificadas poder público, dotada de personalidade jurídica de direito público.
como organizações da sociedade civil de interesse público, II. A criação de subsidiárias de empresa pública e de sociedade
podendo celebrar contrato de gestão com dispensa de chama- de economia mista independe de autorização legislativa.
mento público, com o poder público. III. Sociedade de economia mista é a entidade com criação au-
(E) que tenha sido constituída e esteja em funcionamento regu- torizada por lei sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com
lar há, no mínimo, três anos, poderá qualificar-se como organi- direito a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao
zação da sociedade civil de interesse público com fundamento Distrito Federal, aos Municípios ou à entidade da administração in-
no princípio da universalização dos serviços de interesse públi- direta, dotada de personalidade jurídica de direito privado.
co que autorizaram sua criação.
Quais estão corretas?
14. (AL-AP - Assistente Legislativo - FCC – 2020) (A) Apenas III.
A amplitude da Administração pública considera dois grupos (B) Apenas I e II.
de instituições, que são classificados em Administração direta e in- (C) Apenas I e III.
direta. Considera-se Administração Direta, (D) Apenas II e III.
(A) as Fundações públicas.
(B) as Autarquias. 18. (SPPREV - Analista em Gestão Previdenciária - FCC – 2019)
(C) as Empresas públicas. As autarquias são pessoas jurídicas integrantes da Adminis-
(D) as Sociedades de Economia mista. tração pública indireta, que podem ter receitas próprias e receber
(E) a Casa Civil. recursos orçamentários e financeiros do erário público. No caso de
uma autarquia auferir receitas próprias em montante suficiente
15. (TRE-PA - Analista Judiciário – Administrativa - IBFC – 2020) para suportar todas as despesas e investimentos do ente,
Assinale a alternativa que apresenta corretamente um conceito (A) fica excepcionada a aplicação do regime jurídico de direito
de Desconcentração Administrativa. público durante o período em que perdurar a condição de pes-
(A) Distribuição de competências de uma para outra pessoa, soa jurídica não dependente.
física ou jurídica (B) poderá realizar contratações efetivas sem a necessidade de
(B) Distribuição interna de competências, ou seja, uma distri- prévio concurso público, diante da não incidência da regra para
buição de competências dentro da mesma pessoa jurídica os entes da Administração pública indireta que não sejam de-
(C) Distribuição de competências de uma pessoa jurídica inte- pendentes.
grante da Administração Pública para uma pessoa física (C) permanece sujeita aos princípios e regras que regem a Ad-
(D) Distribuição de competências de uma pessoa física inte- ministração pública, tais como a impenhorabilidade de seus
grante da Administração Pública para uma pessoa jurídica bens, exigência de autorização legislativa para alienação de
bens imóveis e realização de concurso público para admissão
de servidores, com exceção de comissionados.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

(D) permanecerá obrigada à regra geral de licitação para firmar (D) É constitucional lei que propicie ao servidor investir-se em
contratos administrativos, com exceção das hipóteses de alie- cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investi-
nação de bens imóveis, porque geram receita como resultado. do, sem prévia aprovação em concurso público.
(E) ficará equiparada, em direitos e obrigações, às empresas (E) O candidato aprovado em concurso público dentro do nú-
estatais não dependentes, que podem adquirir bens e serviços mero de vagas previstos no edital possui expectativa de direito
sem prévia realização de licitação, mas têm patrimônio sujeito à nomeação.
à penhorabilidade e prescritibilidade.
22. (AL-AP - Assistente Legislativo - FCC – 2020)
19. (Prefeitura de Aracruz - ES – Contador - IBADE – 2019) Ricardo Reis, servidor público, foi acusado, em processo dis-
Os órgãos públicos representam compartimentos internos da ciplinar, de haver subtraído da repartição um aparelho de ar con-
pessoa pública, podendo ser criados ou extintos por meio de lei. Já dicionado, falta que ensejaria sua demissão a bem do serviço pú-
a estruturação e as atribuições dos órgãos podem ser processadas blico. Em processo criminal instaurado concomitantemente, o juiz
por: absolveu Ricardo, concluindo que Bernardo Soares, pessoa total-
(A) lei, apenas. mente estranha à repartição, era o verdadeiro responsável pelo
(B) lei em tese do Chefe do Judiciário. furto. Constatou-se, todavia, que Ricardo Reis havia se ausentado
(C) decreto do Chefe do Executivo. da repartição sem acionar os alarmes antifurto, providência de sua
(D) resolução legislativa. exclusiva responsabilidade. Tal comportamento não gerou punição
(E) ofício da Presidência da República. na esfera criminal, por se tratar de conduta criminalmente atípica.
Diante do relato hipotético, conclui-se que Ricardo Reis
20. (IF Baiano - Assistente em Administração - IF-BA – 2019) (A) será absolvido da conduta que lhe foi inicialmente imputa-
No que se refere à organização administrativa do Estado, assi- da, mas ainda poderá ser punido pela conduta omissiva, pois,
nale a afirmativa incorreta. embora considerada criminalmente atípica, pode configurar
(A) Compreende-se como Administração Pública Direta ou Cen- falta disciplinar residual.
tralizada aquela constituída a partir de um conjunto de órgãos (B) deve pedir a inclusão de Bernardo Soares no processo dis-
públicos despersonalizados, através dos quais o Estado desem- ciplinar, na qualidade de corréu, de maneira a diminuir sua res-
penha diretamente a atividade administrativa. ponsabilidade no incidente.
(B) Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e (C) não sofrerá punições em âmbito administrativo, visto que a
autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de decisão criminal é vinculante na esfera administrativa.
economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, (D) pode ser demitido pela subtração do equipamento, visto
neste último caso, definir as áreas de sua atuação. que as conclusões da decisão proferida na esfera criminal não
(C) Compreende-se como Administração Pública Indireta ou vinculam a Administração.
Descentralizada aquela constituída a partir de um conjunto de (E) será indenizado pela injusta submissão a processo discipli-
entidades dotadas de personalidade jurídica própria, algumas nar, o que é suficiente para configurar dano moral.
de direito público, outras de direito privado, responsáveis pelo
exercício, em caráter especializado e descentralizado, de certa 23. (CREFONO-5° Região - Assistente Administrativo - Quadrix
e determinada atividade administrativa. – 2020)
(D) As empresas públicas e as sociedades de economia mista Acerca da Administração Pública e dos servidores públicos, jul-
fazem parte da Administração Pública Direta. gue o item conforme o texto constitucional.
(E) As autarquias são pessoas jurídicas de direito público, cria- O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser readap-
das por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita tado para exercício de cargo cujas atribuições e responsabilidades
próprios, para executar atividades típicas da Administração Pú- sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capa-
blica. cidade física ou mental, enquanto permanecer nesta condição, des-
de que possua a habilitação e o nível de escolaridade exigidos para
21. (Prefeitura de São Roque - SP – Advogado - VUNESP – o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de origem.
2020) ( ) CERTO
A respeito dos servidores públicos estatutários, assinale a al- ( ) ERRADO
ternativa correta.
(A) O regime jurídico dos servidores estatutários não pode ser 24. (CREFONO-5° Região - Assistente Administrativo - Quadrix
alterado de forma prejudicial aos agentes públicos que estejam – 2020)
no exercício da função pública. Acerca da Administração Pública e dos servidores públicos, jul-
(B) Os ocupantes de empregos públicos não dispõem de estabi- gue o item conforme o texto constitucional.
lidade no serviço público.
A investidura em cargo ou emprego público independe de apro-
(C) A estabilidade garante ao agente público a permanência no
vação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos,
serviço público, de modo que o vínculo somente poderá ser
de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego,
desconstituído por decisão judicial com trânsito em julgado.
na forma prevista em lei, exceto para nomeações para cargo em
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.
( ) CERTO
( ) ERRADO

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

25. (TRE-PA - Analista Judiciário – Administrativa - IBFC – 2020) 28. (CRN - 2° Região (RS) - Assistente Administrativo - Quadrix
O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo – 2020)
exercício irregular de suas atribuições. Analise o texto abaixo e as- Texto associado.
sinale a alternativa que preencha correta e respectivamente as la- Considera‐se como agente público aquele que, mesmo que por
cunas. período determinado e sem remuneração, exerce mandato, cargo,
“A responsabilidade _____ abrange os crimes e contravenções emprego ou função pública.
imputadas ao servidor, nessa qualidade.” “A responsabilidade _____ Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo. Direito administrativo
decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resul- descomplicado. 16.ª ed. 2008. p. 122.
te em prejuízo ao erário ou a terceiros.” A responsabilidade _____
do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue Com relação aos agentes públicos, julgue o item.
a existência do fato ou sua autoria.” “As sanções civis, penais e ad- Agentes políticos têm sua competência extraída da Constitui-
ministrativas poderão cumular-se, sendo _____ entre si.” ção Federal e normalmente são investidos em seus cargos por elei-
(A) penal / civil / administrativa / independentes ção, nomeação ou designação.
(B) civil / administrativa / penal / independentes ( ) CERTO
(C) penal / administrativa / civil / dependentes ( ) ERRADO
(D) penal / civil / administrativa / dependentes
29. CRN - 2° Região (RS) - Assistente Administrativo - Quadrix
26. (TRE-PA - Analista Judiciário – Administrativa - IBFC – 2020) – 2020)
Acerca do Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da Com relação aos agentes públicos, julgue o item.
União (Lei nº 8.112/1990), analise as afirmativas abaixo e dê valores Agentes administrativos consistem naqueles agentes públicos
Verdadeiro (V) ou Falso (F). que exercem funções de alta direção e orientação da Administração
( ) Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são Pública e, por isso, possuem prerrogativas pessoais para garantir li-
criados por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos berdade para suas tomadas de decisão.
cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou em comis- ( ) CERTO
são. ( ) ERRADO
( ) Os requisitos básicos para investidura em cargo público es-
tão contidos no artigo 5º e portanto, as atribuições do cargo não po-
dem justificar a exigência de outros requisitos estabelecidos em lei. 30. (CREFONO - 1ª Região - Agente Fiscal - Quadrix – 2020)
( ) O servidor estável só perderá o cargo em virtude de sen- Julgue o item no que se refere à Administração Pública.
tença judicial transitada em julgado ou de processo administrativo Os requisitos para acesso a cargos públicos mediante concurso
disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa. devem estar claramente estabelecidos na lei e(ou) no edital.
( ) A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção ( ) CERTO
médica oficial. Só poderá ser empossado aquele que for julgado ( ) ERRADO
apto física e mentalmente para o exercício do cargo.
31. (Valiprev - SP - Analista de Benefícios Previdenciários VU-
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de NESP – 2020)
cima para baixo. É o de que dispõe a Administração para distribuir e escalonar
(A) F, V, V, F as funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agen-
(B) V, V, F, F tes estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores de
(C) F, V, F, V seu quadro de pessoal. Dele decorrem algumas prerrogativas: dele-
(D) V, F, V, V gar e avocar atribuições, dar ordens, fiscalizar e rever atividades de
órgãos inferiores.
27. (UFRJ – Administrador - CESGRANRIO – 2019) É correto afirmar que o texto do enunciado se refere ao poder
O servidor público W foi demitido do serviço público, após pro- (A) disciplinar.
cesso administrativo disciplinar. Inconformado, ele propôs ação ju- (B) hierárquico.
dicial, buscando o retorno ao serviço público, tendo obtido decisão (C) de delegação.
favorável, após dez anos de duração do processo. (D) regulamentar.
Nos termos da Lei no 8.112/1990, quando invalidada a demis- (E) de polícia.
são por decisão judicial, ocorre a denominada
(A) reinclusão
(B) reintegração
(C) recondução
(D) revisão
(E) repristinação

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32. (MPE-CE - Técnico Ministerial - CESPE – 2020) (D) O Poder de Polícia, segundo doutrina majoritária, não é ad-
Cada um do item a seguir apresenta uma situação hipotética mitido no ordenamento jurídico brasileiro, por ferir o Estado
seguida de uma assertiva a ser julgada, acerca dos poderes admi- Democrático de Direito.
nistrativos. (E) O Poder Discricionário se verifica quando a lei cria um ato
O corpo de bombeiros de determinada cidade, em busca da administrativo estabelecendo todos os elementos de forma ob-
garantia de máximo benefício da coletividade, interditou uma esco- jetiva, sem que a autoridade pública possa valorar acerca da
la privada, por falta de condições adequadas para a evacuação em conduta exigida legalmente.
caso de incêndio. Nesse caso, a atuação do corpo de bombeiros de-
corre imediatamente do poder disciplinar, ainda que o proprietário 35. (SEAP-GO - Agente de Segurança Prisional - IADES/2019)
da escola tenha direito ao prédio e a exercer o seu trabalho. C. L. V., agente de segurança prisional, estava realizando sua
( ) CERTO ronda habitual durante o respectivo turno, quando observou que
( ) ERRADO dois detentos – R. M. V. e J. O. M. – estavam em vias de fato no
momento do “banho de sol”. Ao tentar separá-los, utilizou-se de
33. (SPPREV - Técnico em Gestão Previdenciária - FCC – 2019) força desproporcional, amarrando os dois detentos com uma corda,
Um agente público, em regular diligência de fiscalização a es- a qual causou lesões contusas em ambos os detentos. Essa situação
tabelecimentos de ensino, constatou potencial irregularidade no hipotética representa caso de
procedimento de matrícula de determinado nível de escolaridade (A) desvio de poder.
e determinou a interdição do estabelecimento. Considerando os (B) desvio de finalidade.
fatos descritos, uma das possíveis conclusões para a atuação do (C) estrito cumprimento do dever legal.
agente público é (D) excesso de poder.
(A) atuação com excesso de poder disciplinar, pois este somen- (E) abuso de direito.
te incide na esfera hierárquica do quadro de servidores de ór-
gão da Administração direta ou pessoa jurídica integrante da 36. (CFESS - Assistente Técnico Administrativo - CONSUL-
Administração indireta. PLAN/2017)
(B) a regularidade da conduta, considerando o princípio da su- Quando a Administração Pública aplica penalidade de cassação
premacia do interesse público, cabendo ao responsável pelo da carteira de motorista ao particular que descumpre as regras de
estabelecimento regularizar o procedimento apontado e, após, direção de veículos configura-se o exercício do poder
pleitear a reabertura da unidade de ensino. (A) de polícia.
(C) a viabilidade jurídica da conduta, considerando que será (B) disciplinar.
oportunizado contraditório e ampla defesa ao responsável pela (C) ordinatório.
escola, com possibilidade de reposição das aulas no caso de (D) regulamentar
procedência de suas alegações.
(D) ter agido com abuso de poder no exercício do poder de po- 37. (PC/SE - Delegado de Polícia – CESPE/2018)
lícia inerente à sua atuação, não se mostrando razoável a me- Acerca do poder de polícia — poder conferido à administração
dida adotada, que prejudicou o cronograma de aulas de todos pública para impor limites ao exercício de direitos e de atividades
os alunos da instituição. individuais em função do interesse público —, julgue o próximo
(E) que o poder regulamentar confere ao representante da Ad- item.
ministração pública o poder de baixar atos normativos dotados O poder de polícia é indelegável.
de autoexecutoriedade, protegendo o direito à educação em
( ) CERTO
detrimento do direito individual dos alunos.
( ) ERRADO
34. (IF Baiano - Contador IF-BA -2019)
A respeito dos poderes administrativos da Administração Públi-
ca, assinale a alternativa correta.
(A) O Poder Normativo ou regulamentar se traduz no poder
conferido à Administração Pública de expedir atos administra-
tivos gerais e abstratos, com efeitos erga omnes, podendo, in-
clusive, inovar no ordenamento jurídico, criando e extinguindo
direitos e obrigações a todos os cidadãos.
(B) O Poder Hierárquico é característica que integra a estrutura
das pessoas jurídicas da Administração Pública, sejam os entes
da Administração Direta ou Indireta. Trata-se de atribuição con-
cedida ao administrador para organizar, distribuir e escalonar
as funções de seus órgãos.
(C) O Poder Disciplinar é a atribuição de aplicar sanções àque-
les que estejam sujeitos à disciplina do ente estatal. Podem ser
aplicadas sanções aos particulares, mesmo não possuindo vín-
culo.

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38. (PC/AC - Escrivão de Polícia Civil - IBADE/2017) 41. (Valiprev - SP - Analista de Benefícios Previdenciários - VU-
Considerando os Poderes e Deveres da Administração Pública e NESP/2020)
dos administradores públicos, é correta a seguinte afirmação: É correto afirmar que o ato administrativo do Analista de Bene-
(A) O dever-poder normativo viabiliza que o Chefe do Poder fícios Previdenciários é dotado de
Executivo expeça regulamentos para a fiel execução de leis. (A) autoexecutoriedade, ante a inevitabilidade de sua execu-
(B) O dever-poder de polícia, também denominado de dever- ção, porquanto reúne sempre poder de coercibilidade para
-poder disciplinar ou dever-poder da supremacia da admi- aqueles a que se destina, havendo a possibilidade de ser revo-
nistração perante os súditos, é a atividade da administração gado pela própria Administração e pelo Poder Judiciário, quan-
pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou li- do sua manutenção deixar de ser conveniente e oportuna.
berdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão (B) imperatividade, ante a inevitabilidade de sua execução, por-
de interesse público concernente à segurança, à higiene, à or- quanto reúne sempre poder de coercibilidade para aqueles a
dem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao que se destina, havendo a possibilidade de ser revogado pela
exercício de atividades econômicas dependentes de concessão própria Administração quando sua manutenção deixar de ser
ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao conveniente e oportuna.
respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. (C) presunção de legitimidade, de legalidade e veracidade, por-
(C) Verificado que um agente público integrante da estrutura que se presume legal a atividade administrativa, por conta da
organizacional da Administração Pública praticou uma infração inteira submissão ao princípio da legalidade, havendo a pos-
funcional, o dever-poder de polícia autoriza que seu superior sibilidade de ser revogado pela própria Administração e pelo
hierárquico aplique as sanções previstas para aquele agente. Poder Judiciário, quando sua manutenção deixar de ser conve-
(D) O dever-poder de polícia pressupõe uma prévia relação en- niente e oportuna.
tre a Administração Pública e o administrado. Esta é a razão (D) imperatividade, uma vez que será executado, quando ne-
pela qual este dever-poder possui por fundamento a suprema- cessário e possível, ainda que sem o consentimento do seu des-
cia especial. tinatário, havendo a possibilidade de ser revogado pelo Poder
(E) A possibilidade do chefe de um órgão público emitir ordens Judiciário, em razão de sua eventual ilegalidade.
e punir servidores que desrespeitem o ordenamento jurídico (E) presunção de legitimidade, de legalidade e veracidade, por-
não possui arrimo no dever-poder de polícia, mas sim no de- que se presume legal a atividade administrativa, por conta da
ver-poder normativo. inteira submissão ao princípio da legalidade, havendo a possi-
bilidade de ser revogado pelo Poder Judiciário, em razão de sua
39. (MPE/RN -Técnico do Ministério Público Estadual - COM- eventual ilegalidade.
PERVE/2017)
Os poderes inerentes à Administração Pública são necessários 42. (EBSERH - Assistente Administrativo - VUNESP/2020)
para que ela sobreponha a vontade da lei à vontade individual, o O revestimento exteriorizador do ato administrativo normal é
interesse público ao privado. Nessa perspectiva, a escrita, embora existam atos consubstanciados em ordens verbais
(A) no exercício do poder disciplinar, são apuradas infrações e até mesmo em sinais convencionais. Esse requisito do ato é de-
e aplicadas penalidades aos servidores públicos sempre por nominado
meio de procedimento em que sejam asseguradas a ampla de- (A) objeto.
fesa e o contraditório. (B) motivo.
(B) no exercício do poder normativo, são editados decretos re- (C) forma.
gulamentares estabelecendo normas ultra legem, inovando na (D) mérito.
ordem jurídica para criar direitos e obrigações. (E) finalidade.
(C) o poder de polícia, apesar de possuir o atributo da coerci-
bilidade, carece do atributo da autoexecutoriedade, de modo 43. (CRN - 2° Região - Assistente Administrativo - Quadrix –
que a Administração Pública deve sempre recorrer ao judiciário 2020)
para executar suas decisões. Atos administrativos são atos jurídicos que constituem mani-
(D) o poder conferido à Administração Pública é uma faculdade
festações unilaterais de vontade. A respeito dos atos administrati-
que a Constituição e a lei colocam à disposição do administra-
vos, julgue o item.
dor, que o exercerá de acordo com sua livre convicção.
A Administração pode anular seus próprios atos quando eiva-
dos de vícios que os tornem ilegais ou revogá‐los, por motivo de
40. (ANS - Técnico em Regulação de Saúde Suplementar - FUN-
conveniência e oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e
CAB/2016)
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
No tocante aos poderes administrativos pode-se afirmar que a
( ) CERTO
delegação e avocação decorrem do poder:
( ) ERRADO
(A) hierárquico.
(B) discricionário.
(C) disciplinar.
(D) regulamentar.
(E) de polícia.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

44. (MPE-CE - Promotor de Justiça de Entrância Inicial – CES- (C) de observar as opções legalmente disponíveis para decisão
PE/2020) do administrador, que deverá fundamentá-la em razão de con-
Com o fim de assegurar a adequação na prestação do serviço veniência e interesse público.
e o fiel cumprimento das normas previstas em contrato de conces- (D) do administrado destinatário do ato exercer o direito que
são de serviço público, o poder público concedente, mesmo sem lhe fora concedido, tendo em vista que os atos administrativos
autorização judicial, interveio na concessão por meio de resolução são vinculantes para os particulares, que não têm opção de não
que previu a designação de interventor, o prazo da intervenção e os realizar o objeto ou finalidade do mesmo.
objetivos e limites da medida interventiva. (E) de submeter o ato ao controle externo do Tribunal de Con-
Nessa situação hipotética, o ato administrativo de intervenção tas competente e do Poder Judiciário, sob o prisma da legalida-
encontra-se eivado de vício quanto de, conveniência e oportunidade.
(A) ao objeto.
(B) ao motivo. 48. (SEJUS/PI - Agente Penitenciário – NUCEPE/2017).
(C) à finalidade. Sobre a revogação dos atos administrativos, assinale a alterna-
(D) à competência. tiva INCORRETA.
(E) à forma. (A) Nem todos os atos administrativos podem ser revogados.
(B) A revogação de ato administrativo é realizada, ordinaria-
mente, pelo Poder Judiciário, cabendo-lhe ainda examinar os
45. (TJ-PA - Auxiliar Judiciário - CESPE – 2020)
aspectos de validade do ato revogador.
A propriedade da administração de, por meios próprios, pôr
(C) Considerando que a revogação atinge um ato que foi pra-
em execução suas decisões decorre do atributo denominado
ticado em conformidade com a lei, seus efeitos são ex nunc.
(A) exigibilidade. (D) Pode a Administração Pública se arrepender da revogação
(B) autoexecutoriedade. de determinado ato.
(C) vinculação. (E) O fundamento jurídico da revogação reside no poder discri-
(D) discricionariedade. cionário da Administração Pública
(E) E medidas preventivas.
49. (SEJUS/PI - Agente Penitenciário – NUCEPE/2017).
46. (UEPA - Técnico de Nível Superior – Administração – FA- Assinale a alternativa CORRETA sobre os atos administrativos.
DESP/2020) (A) Atos individuais, também chamados de normativos, são
Um ato administrativo é o ato jurídico praticado, segundo o aqueles que se voltam para a regulação de situações jurídicas
Direito Administrativo, pelas pessoas administrativas, ou a Admi- concretas, com destinatários individualizados, como instruções
nistração Pública, por intermédio de seus agentes, no exercício de normativas e regulamentos.
suas competências funcionais, capaz de produzir efeitos com fim (B) Em razão do formalismo que o caracteriza, o ato administra-
público. Os atos administrativos podem ser invalidados pela própria tivo deve sempre ser escrito, sendo juridicamente insubsisten-
Administração Pública ou pelo Poder Judiciário. O ato administrati- tes comandos administrativos verbais.
vo pode vir a ser invalidado, quando o agente público (C) Aprovação é o ato unilateral e vinculado pelo qual a Ad-
(A) foi empossado recentemente em cargo que lhe atribuiu a ministração Pública reconhece a legalidade de um ato jurídico.
competência para o ato administrativo. (D) Tanto os atos vinculados como os atos discricionários po-
(B) praticou ato administrativo de modo a melhorar o ambiente dem ser objeto de controle pelo Poder Judiciário.
organizacional de que faz parte, sem que, seja considerado um (E) Os provimentos são exclusivos dos órgãos colegiados, ser-
ato com fim público. vindo especificamente para demonstrar sua organização e seu
(C) praticou ato administrativo motivado por fatores apresenta- funcionamento.
dos por terceiros que correspondem à realidade e foram apre-
sentados formalmente. 50. (CONFERE - Assistente Administrativo VII - INSTITUTO CI-
(D) praticou ato administrativo formalmente, para contraste DADES/2016).
com a lei e aferido, pela própria Administração ou pelo Judici- A anulação do ato administrativo:
ário, que foi considerado estranho às vontades do gestor máxi- (A) Pode ser decretada à revelia pelo administrador público.
mo da instituição pública. (B) Pode ser decretada somente pelo poder judiciário, desde
que exista base legal para isso.
47. (SPPREV - Técnico em Gestão Previdenciária – FCC/2019) (C) Pode ser decretada tanto pelo poder judiciário como pela
A edição de um ato administrativo de natureza vinculada acar- administração pública competente.
reta ou pressupõe, para a Administração pública, o dever (D) Não pode ser decretada em hipótese alguma, pois o ato
(A) de ter observado o preenchimento dos requisitos legais administrativo tem força de lei.
para a edição, tendo em vista que nos atos vinculados a legis-
lação indica os elementos constitutivos do direito à prática do
ato.
(B) subjetivo de emissão do mesmo, este que, em razão da na-
tureza, não admite anulação ou revogação.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

51.(TRE-PA - Técnico Judiciário – Administrativa - IBFC – 2020) 53. (UEPA - Técnico de Nível Superior – Administração - FA-
O controle administrativo pode ser conceituado como “o con- DESP – 2020)
junto de instrumentos definidos pelo ordenamento jurídico a fim de O controle da administração pública é realizado por meio de
permitir a fiscalização da atuação estatal por órgãos e entidades da um conjunto de mecanismos que permitem a vigilância, a orien-
própria Administração Pública, dos Poderes Legislativos e Judiciário, tação e a correção da atuação administrativa. Esse controle pode
assim como pelo povo”. Nesse sentido, analise as afirmativas abaixo ser classificado como interno ou externo. É considerado um tipo de
e dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F). controle interno
( ) O Brasil adota o sistema de jurisdição única quanto ao con- (A) análises do Tribunal de Contas da União – TCU.
trole da Administração Pública, razão pela qual não é possível a pro- (B) apuração de irregularidades em Comissão Parlamentar de
vocação do Poder Judiciário para análise de controvérsias antes do Inquérito – CPI.
esgotamento das instâncias administrativas. (C) controle administrativo por autotutela.
( ) O controle administrativo decorre do poder de autotutela (D) controle judicial mediante provocação.
conferido à Administração Pública que deve efetivar a fiscalização
e revisão de seus atos, mediante provocação ou de ofício, com a 54. (DPE-AM - Assistente Técnico de Defensoria - FCC - 2019)
finalidade de verificar os aspectos de ilegalidade ou inconveniência Determinado órgão da Administração Estadual está sofrendo
do ato. um processo de tomada de contas especial pelo Tribunal de Contas
( ) O controle legislativo, realizado no âmbito do parlamento e do Estado. Nesse caso, a tomada de contas é uma manifestação de
dos órgãos auxiliares do Poder Legislativo, inclui o controle político controle
sobre o próprio exercício da função administrativa e o controle fi- (A) prévio.
nanceiro sobre a gestão dos gastos públicos dos três poderes. (B) interno.
( ) A ação popular é considerada pela doutrina como remédio (C) jurisdicional.
constitucional que pode ser utilizado por pessoas físicas ou jurídicas (D) político.
para provocar o controle judicial, visando a anulação de ato lesivo (E) externo.
ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio his- 55. (TCE-RO - Auditor de Controle Externo - CESPE – 2019)
tórico e cultural. A competência para o julgamento das contas do chefe do Exe-
cutivo é do:
Assinale a alternativa que representa a sequência correta de (A) Poder Legislativo, que deve ser precedido de parecer vincu-
cima para baixo: lativo emitido pelo tribunal de contas.
(A) V, F, V, F (B) Poder Judiciário, que deve ser precedido de parecer prévio
(B) V, V, V, F e vinculativo do tribunal de contas.
(C) F, V, V, F (C) Poder Legislativo, que deve ser precedido de parecer prévio
(D) F, F, F, V e apenas opinativo emitido pelo tribunal de contas.
(D) Poder Judiciário, que deve ser precedido de parecer prévio
e apenas opinativo emitido pelo tribunal de contas.
52. (TJ-PA - Oficial de Justiça Avaliador - CESPE – 2020)
(E) Tribunal de Contas da União (TCU), exclusivamente.
Acerca do controle da administração pública, julgue os itens a
seguir.
56. (MPE-CE - Técnico Ministerial – CESPE/2020)
I Em nenhuma hipótese é possível a revogação, pelo Poder Ju-
Acerca da responsabilidade civil do Estado e de improbidade
diciário, de atos praticados pelo Poder Executivo.
administrativa, julgue o item seguinte.
II A reclamação para anulação de ato administrativo em des-
A responsabilidade civil da pessoa jurídica de direito público
conformidade com súmula vinculante é uma modalidade de contro-
pelos atos causados por seus agentes é objetiva, enquanto a res-
le externo da atividade administrativa.
ponsabilidade civil dos agentes públicos é subjetiva.
III Nenhuma lei pode criar uma modalidade inovadora de con-
( ) CERTO
trole externo não prevista constitucionalmente.
( ) ERRADO
Assinale a opção correta.
(A) Apenas o item I está certo.
(B) Apenas o item II está certo.
(C) Apenas os itens I e III estão certos.
(D) Apenas os itens II e III estão certos.
(E) Todos os itens estão certos.

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57. (TRE-PA - Técnico Judiciário – Administrativa – IBFC/2020) 60. (Prefeitura de Contagem - MG - Procurador Municipal –
A responsabilidade civil do Estado brasileiro pelos danos causa- FUNDEP/ 2019)
dos a terceiros encontra-se disciplinada no artigo 37, parágrafo 6º, Analise a situação a seguir.
da Constituição Federal de 1988 (CF/88). Sobre o tema, assinale a Dirigindo a serviço um veículo oficial, um motorista servidor
alternativa correta. público municipal colide em um carro particular, ocasionando estra-
(A) Segundo a teoria do risco integral, o ente público deve ser gos em ambos os carros, sem que haja vítimas.
responsabilizado objetivamente pelos danos que seus agentes Nessa situação hipotética, analisando a responsabilidade civil
causarem a terceiros, sendo, contudo, admitida a exclusão da do estado em relação ao particular, é correto afirmar:
responsabilidade em determinadas situações, tais como culpa (A) Não se aplica a responsabilidade objetiva prevista no art.
exclusiva da vítima, caso fortuito ou força maior, h aja vista ser 37, §6º, da Constituição da República, pois o dano não foi cau-
o Estado garantidor universal de seus subordinados sado por um ato administrativo, mas sim por um fato.
(B) A responsabilidade é subjetiva e recai sobre o servidor pú-
(B) A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito pú- blico motorista, que agiu com imprudência e imperícia no de-
blico e das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de sempenho da função.
serviços públicos não depende da comprovação de elementos (C) O município responde de maneira objetiva pelo prejuízo de-
subjetivos ou da ilicitude do ato corrente da colisão, sofrido pelo particular podendo cobrar do
(C) A Constituição Federal de 1988 admite ação de regresso do servidor o valor desembolsado em ação de regresso.
Estado em face do agente público que, nessa qualidade, causar (D) Aplica-se a teoria do risco administrativo, pois o servidor
danos a terceiros, cujo direito ao ressarcimento será aferido condutor do veículo estava dirigindo a serviço e não pode ser
por meio da responsabilidade objetiva do agressor responsabilizado pelo exercício de suas funções.
(D) As empresas públicas e sociedades de economia mista, en-
quanto exploradoras de atividade econômica, estão submeti-
das aos ditames da responsabilidade objetiva prevista no artigo 61. (METRÔ-SP - Analista Desenvolvimento Gestão Júnior -
37, parágrafo 6º, da CF/88, uma vez que gozam das prerrogati- FCC – 2019)
vas e sujeições inerentes ao regime jurídico administrativo Considere a seguinte situação.
Em uma determinada metrópole, há duas linhas de trem me-
58. (TJ-PA - Analista Judiciário - Área Administração – CES- tropolitano: uma é operada por uma empresa privada, mediante
PE/2020) regime contratual de concessão, e o sistema de condução dos trens
Acerca da responsabilidade civil do Estado, assinale a opção é totalmente automatizado, sem maquinistas ou operadores manu-
correta. ais; na outra linha, gerida por empresa estatal, os trens são condu-
(A) É vedado ao Estado realizar pagamento administrativo de- zidos por maquinistas.
dano causado a terceiro, devendo aguardar eventual condena- Em caso de ocorrência de acidentes envolvendo usuários em
ção em ação judicial para proceder ao pagamento mediante cada uma dessas linhas, é correto concluir que será aplicado o regi-
precatório.
me de responsabilidade
(B) O Estado não deve indenizar prejuízos oriundos de altera-
(A) subjetivo, em ambas as situações.
ção de política econômico-tributária caso não se tenha com-
(B) objetivo, em ambas as situações.
prometido previamente por meio de planejamento específico.
(C) subjetivo na linha gerida pela concessionária e objetivo na
(C) A nomeação tardia de candidatos aprovados em concurso
linha gerida pela empresa estatal.
público gera direito a indenização caso se comprove cabalmen-
(D) objetivo na linha gerida pela concessionária e subjetivo na
te erro da administração pública.
linha gerida pela empresa estatal.
(D) A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito pri-
(E) integral, em ambas as situações.
vado prestadoras de serviço público é objetiva relativamente a
terceiros usuários, mas subsidiária para não usuários.
62. (IF Baiano – Contador - IF-BA/2019)
(E) O inadimplemento dos encargos trabalhistas dos emprega-
Em relação à responsabilidade civil do Estado, assinale a alter-
dos de empresa terceirizada não gera responsabilidade solidá-
nativa correta.
ria do poder público, mas tão somente subsidiária.
(A) A responsabilidade civil do Estado prevista no art. 37, §6º
da CF/88 é subjetiva.
59. (UEPA - Técnico de Nível Superior – Administração – FA-
(B) A teoria do risco administrativo não admite excludente da
DESP/2020)
responsabilidade.
A responsabilidade civil do Estado é decorrente de ação ou (C) O Brasil adotou como regra geral a teoria do risco integral.
omissão estatal lícita ou ilícita que cause dano a alguém. São consi- (D) O Brasil adotou como regra geral a teoria do risco adminis-
derados excludentes de responsabilização civil do Estado trativo.
(A) força maior e caso fortuito. (E) Não se admite a responsabilidade por omissão do Estado,
(B) culpa exclusiva da vítima e danos exclusivamente morais. segundo a doutrina majoritária e a jurisprudência consolidada
(C) dano não intencional e culpa exclusiva de terceiros. dos Tribunais Superiores.
(D) força maior e culpa de agentes públicos terceirizados.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

63. (CRO-GO - Fiscal Regional - Quadrix – 2019) Com relação à 17 A


responsabilidade civil do Estado, julgue o item.
Para a teoria da responsabilidade objetiva, a responsabilização 18 C
do Estado prescinde da demonstração de culpa quanto ao fato da- 19 C
noso, bastando que esteja presente a relação causal entre o fato e
20 D
o dano.
( ) CERTO 21 B
( ) ERRADO 22 A

64. (CRO-GO - Assistente Administrativo - Quadrix – 2019) 23 CERTO


Com relação à responsabilidade civil do Estado, julgue o item. 24 ERRADO
É objetiva a responsabilidade das fundações públicas de natu- 25 A
reza autárquica.
( ) CERTO 26 D
( ) ERRADO 27 B
28 CERTO
65 (TRF - 3ª REGIÃO - Técnico Judiciário – Administrativa - FCC
– 2019) Julio exerce cargo público efetivo de motorista em uma 29 ERRADO
autarquia federal e, durante o exercício funcional, envolveu-se em 30 ERRADO
acidente que causou danos patrimoniais a terceiros. Nesse caso, no
tocante ao regime de responsabilidade civil, o referido servidor 31 B
(A) responderá de forma objetiva e solidária com a autarquia. 32 ERRADO
(B) não responderá em hipótese alguma, pois se trata de hipó- 33 D
tese de responsabilidade integral da União.
(C) responderá de forma subjetiva apenas se incluído no polo 34 B
passivo da ação pelo terceiro afetado. 35 D
(D) responderá de forma objetiva e subsidiária em relação à
autarquia. 36 A
(E) responderá de forma subjetiva e por meio de ação regres- 37 ERRADO
siva.
38 A
39 A
GABARITO 40 A
41 B
1 D 42 C
2 CERTO 43 CERTO
3 ERRADO 44 E
4 B 45 B
5 A 46 B
6 B 47 A
7 D 48 B
8 CERTO 49 D
9 A 50 C
10 ERRADO 51 C
11 ERRADO 52 E
12 D 53 C
13 A 54 E
14 E 55 C
15 B 56 CERTO
16 A 57 B
58 B
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

59 A ______________________________________________________

60 C ______________________________________________________
61 B ______________________________________________________
62 D
______________________________________________________
63 CERTO
64 CERTO ______________________________________________________
65 E ______________________________________________________

______________________________________________________
ANOTAÇÕES
______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

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